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Caderno de Resumos Ano VI – Número 11 09, 10, 11 e 12 de Dezembro de 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO CAMPUS MORRO DO CRUZEIRO 1 XV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Ouro Preto, MG XV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Marcone Jamilson Freitas Souza Reitor Célia Maria Fernandes Nunes Vice-Reitora ESCOLA DE MEDICINA Márcio Antônio Moreira Galvão Diretor George Luiz Lins Machado Coelho Vice-Diretor COLEGIADO DE MEDICINA Fausto Aloísio Pedrosa Pimenta Presidente XV ENCONTRO DIDÁTICO CIENTÍFICO DO CURSO DE MEDICINA João Milton Martins Oliveira Penido Presidente Docente 2 Ana Cláudia dos Santos Presidente Discente ESCOLA DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO OURO PRETO – MINAS GERAIS PREFÁCIO O presente caderno foi cuidadosamente produzido como fruto da experiência adquirida e vivenciada pelos alunos e professores das diversas disciplinas da graduação do Curso de Medicina da Escola de Medicina (EMED) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Trata-se a uma compilação dos trabalhos científicos, citações sobre palestras proferidas por professores convidados e oficinas realizadas sobre temas diversos em Saúde Pública e apresentados durante a XV Edição do Encontro Didático Cientifico (EDC) do Curso de Medicina. O EDC teve sua origem com a extraordinária busca pelo saber e dedicação da professora Adriana Maria de Figueiredo e alunos do 1º período que cursavam a disciplina “Saúde e Sociedade”, estruturada e ministrada por ela desde os primórdios do Curso de Medicina da UFOP. Em adição, não poderíamos deixar de registrar o interesse, colaboração e participação ativa dos professores e da Diretoria da EMED em sua fundamental contribuição ao pleno êxito deste projeto. Na atualidade o EDC não é mais uma página em branco. Suas edições em períodos subsequentes e semestrais foram gradualmente incorporando habilidades que buscam a excelência em sua organização, produção científica e integração entre alunos, professores e funcionários administrativos. O aprendizado neste espaço do aprimoramento do saber é o reflexo de ações interativas desenvolvidas nas comunidades dos territórios de abrangência dos Municípios de Ouro Preto e Mariana. O EDC é hoje um evento transformador, permitindo a todos nós um crescimento na arte de ensinar com olhar presencial e ampliado sobre o observado e analisado e uma reflexão profunda na aplicação da pesquisa clínica no cuidado com o outro. De permeio a atividades científicas abriu-se também a oportunidade para espaços culturais, o que muito acrescenta ao intelecto de todos nós e nos torna mais humanos. Em sua XV edição os professores da EMED tiveram a oportunidade de participar da palestra “Inovação Tecnológica Aplicada ao Ensino” proferida pela professora do Centro de Ensino a Distância da UFOP Tânia Garbin, que apresentou aos docentes a novas ferramentas tecnológicas aplicadas a educação. Uma exposição sobre “Tabagismo”, sua história, as estratégias de normalização do tabagismo pela indústria do tabaco até 1950 e a reação aos estudos que relacionaram o tabagismo ao Câncer de Pulmão proferida pelo Prof. Paulo César Rodrigues Pinto Corrêa muito sensibilizou aos alunos e professores presentes. Em adição, tivemos a oportunidade de assistir à palestra “Doação de Órgãos” proferida pela Professora e coordenadora da disciplina Doação de Órgãos e Transplante da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Clotilde Druck Garcia. Ela destacou a importância do processo de doação de órgãos para a sociedade por viabilizar o retorno às atividades pessoais e ao trabalho e também por aumentar a sobrevida dos indivíduos que 3 possuem doenças que comprometem o funcionamento de um órgão específico. As apresentações dos alunos da graduação dos trabalhos científicos em forma pôster e tema oral foram exemplares. Aos alunos da graduação que trabalharam com afinco na organização do evento nossos sinceros agradecimentos. O EDC em sua complexidade criou um cenário de reflexão sobre o aprendizado otimizando a maneira como se dá o conhecimento, um dos assuntos que há séculos instiga a curiosidade humana. Professor Joao Milton Martins de Oliveira Penido Setor de Clínica Médica da EMED da UFOP Presidente Docente do XV EDC CADERNO DE RESUMOS REALIZAÇÃO: ESCOLA DE MEDICINA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO COMISSÃO ORGANIZADORA Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Professor Dr. João Milton Martins Oliveira Penido (UFOP) Professor Dr. Leonardo Cançado Monteiro Savassi (UFOP) Professora Dra. Luciana Hoffert Castro Cruz (UFOP) Professora Dra. Olívia Maria de Paula Alves Bezerra (UFOP) Acadêmica de Medicina Allana Silva Mamédio (UFOP) Acadêmica de Medicina Isabela Gonzaga Silva (UFOP) Acadêmica de Medicina Mariana Fontes Pereira (UFOP) CADERNO DE RESUMOS ORGANIZADO POR Professora Dra. Adriana Maria de Figueiredo (UFOP) Acadêmica de Medicina Allana Silva Mamédio (UFOP) 4 SUMÁRIO Apresentações orais de trabalhos Disciplina Saúde e Sociedade - 11 Psicodermatologia: instrumentos de avaliação de portadores de psicodermatoses - 11 A vacinação do HPV: diferentes perspectivas na sociedade - 13 Os estigmas da depressão - 15 Alzheimer: aspectos clínicos e implicações sociais - 17 Hanseníase: uma abordagem do tratamento excludente e do padecimento dos portadores - 19 Ouro Preto e a ocorrência de Pneumoconiose - 21 Disciplina Práticas em Serviços de Saúde II – 23 Educação em saúde – Literacia em Diabetes mellitus tipo II como forma de prevenção e melhoria da qualidade de vida de pacientes diabéticos, da Comunidade de Vila Gonçalo, Itabirito, MG. - 23 “Hipertensão: Vamos conversar?” – uma ação educativa na comunidade de Cachoeira do Campo, Ouro Preto, MG. - 25 Disciplina Epidemiologia nos Serviços de Saúde – 27 Análise e descrição do perfil de pacientes da endocrinologia no Centro de saúde UFOP - 27 Relato de experiência a partir da coleta, análise e preenchimento de formulário com dados dos prontuários de cirurgia ambulatorial. – 29 Avaliação da adequação dos formulários de Dermatologia aos prontuários do Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto. - 30 5 Prevalência de transtornos mentais em uma amostra de pacientes psiquiátricos do Centro de Saúde da UFOP - 32 Perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pela pneumologia na disciplina de Semiologia I na Universidade Federal de Ouro Preto - 34 Análise descritiva de idosos atendidos no centro de saúde da Universidade Federal de Ouro Preto - 35 Complicadores na construção de um banco de dados para análises estatísticas a partir de consultas Ginecológicas - 37 A epidemiologia nos serviços de saúde: um enfoque na pratica clínica da pediatria -39 Disciplinas Medicina Geral de Adulto I e II – 42 Abordagem da agenesia renal em paciente com dificuldade de adesão ao tratamento - 44 Relato de caso: diagnóstico, tratamento e acompanhamento de paciente portador de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão arterial sistêmica no contexto na disciplina de Medicina Geral de Adultos I - 46 Relato de Caso Clínico - Alopecia areata simultânea em irmãos com provável gatilho psicogênico - 48 Multimorbidade, polifarmácia e falta de adesão na perspectiva da medicina centrada na pessoa - 50 Abordagem de paciente hipertenso com história prévia de infarto agudo do miocárdio atendido na UBS de Passagem de Mariana- Mariana/MG - 49 Pé diabético: diagnóstico e abordagem - 52 Suspeita de diabetes tipo mody - 54 Síndrome Nefrótica Corticodependente - 56 Abordagem, prevenção e controle de nefrolitíase – Relato de caso - 58 Abordagem de paciente com insuficiência arterial periférica e comorbidades associadas - 60 Disciplinas Medicina Geral da Criança I e II – 62 Varicela em paciente em fase escolar – Considerações e Relato de caso 64 6 Enxaqueca em paciente em idade escolar – Relato de caso e Considerações - 66 Infecção do trato urinário recidivante em lactente: relato de caso - 68 Obesidade infantil: Relato de caso - 70 Perda ponderal significativa após episódio de diarreia aguda - 72 Negligência infantil: Relato de caso - 74 Diagnóstico e investigação de infecção do trato urinário em lactente atendida na Unidade de Atenção Primária à Saúde Santo Antônio em Mariana, Minas Gerais - 76 Diagnóstico diferencial entre o transtorno conversivo e epilepsia, em paciente pediátrico: um relato de caso - 78 Relato de caso: lactente afebril com sintomas respiratórios inespecíficos 80 Relato de Caso Clínico: A dificuldade de aceitar um diagnóstico de autismo pela família - 82 Otite média aguda supurativa em lactente - Relato de caso - 84 Angina de Plaut-Vincent, um breve relato - 86 Atendimento a paciente pediátrico com crise de asma - 88 Um possível caso de hipotonia cervical associado ao apgar baixo em neonato com icterícia patológica, uma investigação baseada na anamnese e no exame físico - 90 Relato de caso: sobrepeso e molusco contagioso - 92 Relato de caso: baixa estatura - 94 Triagem dos alunos do 1° ano de uma escola municipal do município de Mariana/MG - 96 Triagem dos alunos do 3° ano de uma escola municipal no município de Mariana/MG - 98 Triagem auditiva neonatal - 100 Triagem e avaliação clínica de crianças do 2º ano do ensino fundamental de uma escola do município de Mariana-MG: “Projeto saúde na escola” - 98 Relato de caso: varicela não complicada - 102 Abordagem de paciente pediátrico com urticária gigante - 104 7 Crises convulsivas em lactente – Relato de caso - 106 Criptorquidia Bilateral em lactente - Relato de caso - 108 Disciplina Clínica Cirúrgica – 110 Cirurgia bariátrica e suas repercussões na obesidade e no diabetes mellitus tipo 2 - 110 Cirurgia transluminal endoscópica por orifícios naturais (notes): revisão de literatura - 112 Atendimento ao paciente politraumatizado - 114 Diagnóstico e tratamento da insuficiência hepática aguda e insuficiência hepática fulminante: perspectivas e manejo baseado em evidências - 116 Megacólon tóxico - 118 Abdome agudo infantil - 120 Disciplina Semiologia Pediátrica – 122 Avaliação de desenvolvimento e crescimento em lactente de 6 meses a partir de consultas de puericultura no Posto de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto - 122 Varicela: um relato de caso - 124 Acompanhamento a consultas de puericultura de lactente do sexo feminino - 126 Apendicite aguda em pacientes pediátricos: particularidades e achados na anamnese e exame físico - 128 Sinostose radioulnar congênita: relato de caso - 130 Craniossinostose: um relato de caso - 132 Desencadeadores do atraso no desenvolvimento neuropsicomotor em recém nascida de 11 meses - 134 Cefaleia primária: dos sintomas ao diagnóstico - 136 Crise Asmática com atelectasia em lobo superior direito em pré-escolar de 5 anos - 138 A consulta de puericultura como instrumento facilitador da promoção à saúde da criança: um relato de caso - 139 8 Relato de caso de um paciente pediátrico com transposição de grandes vasos corrigida e escoliose congênita – 141 Disciplina Diagnóstico e Tratamento das Doenças da Mama – 143 Fatores de risco relacionados ao câncer de mama - 143 A influência da prática de atividade física na prevenção e prognóstico do câncer de mama - 145 Apresentações de Pôsteres Disciplina Modelos Educativos do Processo de Saúde – 147 Epidemiologia das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil - 147 Análise do processo saúde-doença como fator social baseado na obra de Asa Cristina Laurel - 149 A importância da vigilância epidemiológica no controle da epidemia de HIV/AIDS - 151 A epidemia do ebola no oeste africano: medidas para conter a disseminação - 153 Revolta da vacina – Uma reflexão histórica - 155 Controle do uso da Talidomida no combate à sua Síndrome - 157 Temas Livres - 159 Diagnóstico diferencial entre artrite reumatóide e osteoartrite: relato de caso - 159 Cardiopatia reumática – Um relato de caso - 161 Relato de Caso de Síndrome Metabólica na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Amarantina, distrito de Ouro Preto-MG - 163 Onicomicose: Qual o melhor método diagnóstico? - 165 Hipertensão Arterial Sistêmica e suas Limitações Terapêuticas devido a Efeitos Adversos - 167 HIV e AIDS – Relato comparativo entre dois casos clínicos - 169 Vitiligo: O Rei do Pop e a histologia - 171 9 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA SAÚDE E SOCIEDADE APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PSICODERMATOLOGIA: INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE PORTADORES DE PSICODERMATOSES Adriana Maria de Figueiredo Geraldo Magela Magalhães Bruno Francia Maia Atadeu Débora de Oliveira Antunes Rocha Erick Veiga Franco da Rosa Isabella Pereira de Sousa Oscar Campos Lisboa Paulo Eduardo Lopes Ferreira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A psicodermatologia é o ramo da dermatologia que estuda a correlação entre a pele e o psiquismo expressa no aparecimento de distúrbios 10 psicocutâneos. A crescente importância dessa área vem fomentando o desenvolvimento de novos instrumentos de avaliação que investigam a qualidade de vida e os estressores psicossociais dos afetados a partir de questionários estruturados, escalas e métodos de avaliação. OBJETIVOS: Investigar a relação entre as alterações cutâneas e os fatores psicológicos, identificar e analisar alguns dos instrumentos de avaliação referentes a condições clinicas específicas ou a outros aspectos como a qualidade de vida e fatores mentais, bem como destacar a importância desses instrumentos para um tratamento integral dessas dermatoses. DISCUSSÃO: A disfunção ocasionada por qualquer problema, doença ou transtorno dermatológico – como a psoríase, por exemplo – tem impacto na qualidade de vida dos pacientes. Nesse sentido, a tentativa de quantificar aspectos psicossociais e fenômenos mentais a partir dos diferentes instrumentos de avaliação ganha crescente importância em psicodermatologia. Entre os principais instrumentos, pode-se citar o SPI (Simplified Psoriasis Index), o PASI (Psoriasis Area and Severity Index), o BAI (Beck Anxiety Inventory), o ISSL (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos-ISSL), o DLQI (Dermatology Life Quality Index), entre outros. É importante salientar que as principais diferenças entre esses métodos avaliativos se baseiam no enfoque investigativo. Enquanto alguns investigam a qualidade de vida dos afetados, outros dão maior relevância a fatores individuais – como níveis de stress ou ansiedade – e até mesmo às condições clínicas específicas de determinadas doenças. Uma vez que o trabalho de interconsulta e diálogo entre médicos e profissionais de saúde mental pode ser aprimorado a partir do conhecimento compartilhado desses métodos de aferição, fica evidente a relevância desses métodos para uma melhor compreensão do processo de adoecimento. CONCLUSÃO: A existência de um atendimento mais abrangente e interdisciplinar para os pacientes que desenvolveram uma doença crônica, em especial as psicodermatoses, destaca-se como essencial para a promoção de saúde dentro de um modelo integrativo. Nesse sentido, o desenvolvimento de tais métodos de avaliação, por estes envolverem também os aspectos psicossociais, pode resultar em melhorias nas alternativas de tratamento e no consequente prognóstico dos afetados. REFERÊNCIAS: SILVA, Juliana Dors Tigre da; MULLER, Marisa Campio. Uma integração teórica entre psicossomática, stress e doenças crônicas da pele. Estudos de psicologia. Campinas, p. 247-256. Jun. 2007 ARRUDA, Lucia; MARTINS, Gladys Aires; MUGNAINI, Aline Schaefer Buerger. Validação de questionários de avaliação de qualidade de vida em pacientes de psoríase. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, p. 521-535. Out. 2004. 11 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A VACINAÇÃO DO HPV: DIFERENTES PERSPECTIVAS NA SOCIEDADE Gabriel Rodrigues Couto Giuliana Dias Machado Joana Glória Pimenta de Resende Júnio César Costa Pedro Martins Corrêa Thaís de Meira Alves Orientador: Rodrigo Pastor Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: O Papilomavírus humano (HPV) é o nome genérico para um grupo composto por mais de cem vírus responsáveis pela formação de verrugas na pele e nas mucosas. Tais lesões são de alto risco por desencadearem neoplasias femininas malignas, como o câncer de colo uterino, cuja evolução mórbida e alta taxa de mortalidade elevaram a enfermidade à séria questão de saúde pública. Para tanto, tem sido estimulada a vacinação da população, o que tem gerado divergentes perspectivas do assunto aos olhos dos atores sociais. OBJETIVOS: Analisar a abordagem da mídia, artigos científicos e estudantes de medicina quanto à aplicação, efetividade, reações adversas e contraindicações da Vacina. MÉTODOS: Realizaram-se coletas de dados primários através de artigos acadêmicos de sítio da internet de apoio à decisão clínica. Elaborou-se um questionário estruturado com quatorze perguntas para aplicação a vinte e seis alunos do nono período de medicina da Universidade Federal de Ouro Preto, tendo como referência dados obtidos dos artigos sobre o tema. Os resultados foram processados com o programa Excel 2010, formulando informações estatísticas das respostas. Por fim, foram analisados dados de um jornal de grande circulação, no período de 10/03/2014 a 26/11/2014, utilizando o filtro Vacinação e HPV. Esses resultados foram comparados quanto à eficácia, aos tipos e aos procedimentos da vacina. RESULTADOS: A análise do questionário revelou divergências entre o conhecimento dos alunos e as informações disponíveis nos artigos lidos. Quanto ao público alvo e à faixa etária deste, a opinião de mais de 80% dos acadêmicos está em consonância com as informações científicas e as divulgadas na mídia. Contudo, os estudantes divergem das informações contidas nos dados primários nos seguintes aspectos: mais de 60% dos alunos acreditam que a vacina é eficaz contra o câncer de colo uterino, mais de 45% contra verrugas vaginais e cerca de 40% contra lesões intraepiteliais de vagina e vulva. Quanto à dosagem de aplicação, 54% desconhecem a mais adequada. Em relação ao enfoque dado pela mídia ao assunto, 84,7% dos alunos avaliam que a mídia abordou o tema de maneira não fidedigna. Das 33 reportagens avaliadas, 42% abordavam informações sobre a realização da campanha de vacinação, prazos e metas, 45% falavam das reações adversas e 12% esclareciam os princípios de ação da vacina e sua eficácia. CONCLUSÃO: Observaram-se concordâncias e divergências entre o embasamento teórico estudantil e as informações disponíveis no meio científico. Resultados mostram que os alunos tendem a hipervalorizar a vacina. 12 Com relação aos meios de comunicação, eles aparentam ter uma postura crítica sobre as informações neles divulgadas. O pouco esclarecimento científico quanto ao assunto e aos procedimentos recém-descobertos, juntamente com a ausência de discussões no meio universitário, colaborariam para esse desconhecimento. A imprensa realiza uma cobertura majoritariamente direcionada aos supostos efeitos colaterais da vacina, evitando o debate sobre eficácia, custos e mudanças comportamentais ligadas ao tema. Palavras-chave: HPV, vacina, sociedade. Referências: GERBERDING, J. L. et al. Quadrivalent Human Papillomavirus Vaccine. In: Recommendations and Reports. Atlanta, v. 56, RR-2, March 2007. Disponível em <http://www.cdc.gov/mmwr/PDF/rr/rr5602.pdf>. Acesso em 19 de novembro de 2014. FOLHA DE SÃO PAULO. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acessado em 19 de novembro de 2014. 13 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS OS ESTIGMAS DA DEPRESSÃO Adriana Maria de Figueiredo Luciana Hoffert Caroline Luchesi Júlia Viegas Alves Maria Rita Alves Barbosa de Paiva Matheus Augusto de Araújo Baeta Vaz Mayra Fonseca Borges Raísa Becker INTRODUÇÃO: A depressão é um transtorno de humor com polaridade para a tristeza que acomete, segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 350 milhões de pessoas em alguma fase da vida. Os indivíduos afetados apresentam grande sofrimento físico e psíquico que pode levar à morte por suicídio. A depressão está associada a um grande ônus para a sociedade devido à perda de produtividade, sendo, desta forma, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo e refletir sobre o estigma é atitude urgente. OBJETIVOS: Definir depressão como doença, refletir sobre seu estigma e discutir sobre qual forma a sociedade lida com esta doença. DISCUSSÃO: Historicamente, as sociedades estabelecem meios de categorizar pessoas de acordo com atributos comuns a membros de cada categoria. Assim, quando um estranho é apresentado, as primeiras impressões permitem prever sua categoria e dar a ele uma identidade social. As características definidoras dessa identidade são estigmas, principalmente caso seu efeito seja de descrédito. Logo, quando pessoas são encaixadas em identidades às quais elas não necessariamente pertencem, deixa-se de considerá-las como criaturas comuns e totais, reduzindo-as a pessoas estragadas e diminuídas. Uma das três dimensões de estigma propostas por Goffman enxerga o processo de estigmatização pautado em valores contextuais atribuídos ou interpretados através de relações culturais, e não como fatos absolutos ou realidade. Assim, o estigma na depressão vem do caráter invisível da doença que faz com que o paciente receba a culpa por sua depressão, como se ela fosse escolha pessoal e até mesmo fruto da preguiça, ignorando as bases fisiológicas dessa patologia. Além disso, a depressão traz indubitável estigma para o doente no que tange o pensamento generalizado que a associa à loucura, desilusão e incapacidade mental e produtiva que vai contra os valores e comportamentos aceitáveis dentro da sociedade. Em contrapartida, nas últimas décadas, estudos genéticos, bioquímicos e de neuroimagem ampliaram a compreensão acerca da fisiopatologia da depressão reconhecendo-a como condição médica semelhante à hipertensão e ao diabetes, o que possibilitou a classificação desta doença pelo DSM IV e pela classificação internacional de doenças, da Organização Mundial de Saúde como transtorno depressivo. Todo e qualquer comportamento possui o encéfalo como substrato biológico, portanto, o equilíbrio entre os sistemas de neurotransmissão é crucial para as funções cognitivas, entre eles o serotoninérgico e dopaminérgico, por mediar o humor e a cognição, relacionar-se com expressões emocionais, aprendizado, capacidade hedônica, além de auxiliar na regulação da motivação, concentração e iniciação de tarefas cognitivas. CONCLUSÕES: Atitudes estigmatizantes são frutos do desconhecimento e falta de informação do caráter fisiológico da depressão. Assim, um 14 maior nível de informação sobre essa patologia provavelmente contribui para a diminuição do preconceito, reduzindo o estigma. Palavras-chaves: depressão, estigma, fisiologia Referências: 1. TENG, C. T.; NAKATA, A. C. G.; ROCCA, C. C. de A.; YANO, Y. Depressão e Cognição. São Paulo: Atheneu, 2010. 122 p. 2. GOFFMAN, E. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. 4ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982. 158 p. 15 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ALZHEIMER: ASPECTOS CLÍNICOS E IMPLICAÇÕES SOCIAIS Adriana Maria de Figueiredo Leonardo Santos Bordoni Alice Soares Trindade Anna Elisa Borges Barcelos Bianca Hellen Sousa Martins Carolina Bretas Araújo Júlia de Carvalho Machado Laís Martins de Abreu Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A doença de Alzheimer é a mais frequente doença neurodegenerativa associada à idade e cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em deficiência progressiva e incapacitação. Estima-se que, em 2050, mais de 25% da população mundial será idosa, aumentando, assim, a prevalência da doença. OBJETIVO: Apresentar etiologia, manifestações clínicas, possíveis tratamentos e impactos sociais. DISCUSSÃO: A maioria das pessoas com Alzheimer possui entre 61 e 86 anos e é do sexo feminino. Grande parte é casada e mais de 90% dessas pessoas possuíam alguma ocupação antes da doença. Na maioria das vezes, a doença não é hereditária, mas, quando é, desenvolve-se mais cedo do que o normal. As causas do Alzheimer estão relacionadas com o acúmulo da proteína beta-amiloide no centro do cérebro e com a perda do controle da proteína tau. Ademais, pode-se relacionar o Alzheimer com degeneração dos neurônios do núcleo basal de Meynert e de dois grupos de neurônios no hipocampo. O sintoma inicial da doença é perda progressiva da memória recente e, posteriormente, ocorrem alterações na cognição, como deficiências na fluência verbal e nas funções viso-espaciais. Associada a esses sintomas, pode-se notar a presença de distúrbios comportamentais, como a agressividade, depressão, alucinações e hiperatividade. Embora não exista cura para a doença, os tratamentos conhecidos permitem que o paciente tenha uma sobrevida maior e uma qualidade de vida melhor, mesmo nos estágios mais avançados do Alzheimer. Há dois tipos de tratamento: o farmacológico, dividido em terapêutica específica, abordagem profilática, tratamento sintomático e terapêutica complementar e o não farmacológico, que consiste na estimulação cognitiva do paciente bem como estimulação social e física. A DA agrava progressivamente de forma lenta e irreversível, mudando significativamente o cotidiano familiar e trazendo forte repercussão emocional, principalmente para aqueles que assumem a função de cuidadores, pessoas que apresentam altos níveis de impacto subjetivo sobre o doente e também enfrentam desafios, pois, por vezes, são familiares e podem ser sobrecarregados devido às exigências por cuidados intensos e por desenvolver um exacerbado senso de responsabilidade em contraposição com o reduzido senso de liberdade, envolvendo perdas na vida pessoal como diminuição de independência e restrição de tempo para atividades pessoais. CONCLUSÃO: Compreender o funcionamento do Alzheimer é imprescindível a fim de perceber possíveis sintomas, os quais serão essenciais para um diagnóstico precoce da doença, retardando seu avanço. Como essa enfermidade não possui cura é um desafio tanto para 16 o âmbito familiar quanto para o social, uma vez que, mundialmente, países vivenciam uma inversão da pirâmide etária, com ênfase no envelhecimento populacional, o que aumenta a prevalência da doença e, concomitantemente, faz surgir a necessidade de integrar esses pacientes no contexto social, não restringindo sua autonomia ou desrespeitando princípios bioéticos. Palavra-Chave: Alzheimer, cuidadores, envelhecimento. Referências: SERENIKI, A; VITAL, M. A. B. F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos. Rev. Psiquiatr, Rio Gd. Sul, vol.30, n.1, suppl., pp. 0-0, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-81082008000200002. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010181082008000200002&lang=pt>. Acesso em 24 de Novembro de 2014. LUZARDO, A. R; GORONI, M. I. P. C; SILVA, A. P. S. S. Características de idosos com doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, v.15, n.4, 2006. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a06.pdf> Acesso em 24 de Novembro de 2014. 17 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS HANSENÍASE: UMA ABORDAGEM DO TRATAMENTO EXCLUDENTE E DO PADECIMENTO DOS PORTADORES Leonardo Cançado Monteiro Savassi Eduardo Mesquita de Souza Guilherme Augusto Sousa Batista Leticia Coelho Teixeira Livya Isabella Teles de Oliveira Lima Matteus Murta Lage Mona Rezende Ferreira Holanda Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A Hanseníase é uma enfermidade milenar caracterizada por sua complexidade biológica e, principalmente, social. A segregação dos portadores de hanseníase tem seus registros iniciais na Bíblia Sagrada, sendo referidos como seres pecaminosos que carregam a doença como forma de punição. Esse comportamento de exclusão e condenação dos portadores permaneceu na Idade Média e tem seus reflexos na atualidade. Dessa forma o diagnóstico desse tipo de doença socialmente estigmatizada reforça a ideia de fugacidade do ser em relação à vida social e à própria vida fisiológica, fato esse resultante principalmente da desinformação e negligência. OBJETIVOS: Compreender e esclarecer o processo saúde-doença relacionado à hanseníase. Abordar a realidade de privações e a perda de autonomia do portador de hanseníase. DISCUSSÃO: Compreendendo a hermenêutica do processo de saúde – resgate do ser que adoece em sua integralidade transpondo um modelo tecnicista a partir de uma concepção humanística – pode-se vislumbrar o processo de adoecimento da hanseníase a partir de uma perspectiva atrelada aos princípios de Heidegger. Nesse sentido, o filósofo alemão rompe com o pensamento de saúde e doença como fenômenos estritamente biológicos e opostos, compreendendo-os como modos de existir no mundo. “Trata-se, no entanto, de compreender que no fenômeno de adoecimento a saúde está presente pela sua falta, ou seja, a saúde mostra-se de maneira modificada, subtraída, restrita” (MARTINS et.al. 2013: 60). Dessa forma, doenças estigmatizadas, como a hanseníase, trazem consigo representações que transcendem quaisquer definições técnico-científicas ou biomédicas, trazendo à tona limitações das possibilidades de existir no mundo, contextualizando um propósito de padecimento – existir em privação, característico do ser doente. Com isso os projetos e planejamentos anteriores à doença devem ser ressignificados, tendo em vista as novas limitações adquiridas com a enfermidade. A materialização do processo de privação do ser portador de hanseníase foi confirmada por meio de políticas governamentais que atribuíam a profilaxia da “lepra” a um tripé: leprosários, preventórios, dispensários. A 18 desinstitucionalização ocorreu com a adoção de uma nova perspectiva de tratamento seguindo o modelo ambulatorial: explorando a doença e a sua experiência, entendendo a pessoa como um todo, elaborando um plano conjunto de manejo dos problemas e incorporando a prevenção e a promoção da saúde. CONCLUSÕES: Como consequência do modelo de tratamento excludente, o portador de hanseníase perde sua identidade como cidadão para assumir a posição de hanseniano. Sendo assim, este se encontra em uma condição de “autoestigma” que, segundo Corrigan e Watson (2002), refere-se ao processo de internalização pelo indivíduo, em condição estigmatizante, dos estereótipos negativos atribuídos ao seu transtorno, passando a considerá-los e aplicálos a si próprio. Observa-se, assim, a perda da sua plenitude social. Palavras chaves: Hanseníase, privação, negligência. Referências: MARTINS, A. M. et al. Privação e padecimento: Uma compreensão existencial do ser frente à hanseníase. Hansen Int. 2012; 37(1):59-67. STEWART, M. et al. Medicina centrada na pessoa – transformando o método clínico. 2. ed. 376 p. Artmed. 2010. 19 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS OURO PRETO E A OCORRÊNCIA DE PNEUMOCONIOSE Márcio Antonio Moreira Galvão Camila Eugênia Fonseca Passos Izabela Washington de Souza Pereira Renata Durães Vaz de Melo Barreto Tiago Medeiros Pravato Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A utilização da pedra-sabão em Ouro Preto remonta desde seu uso no século XVIII quando começou a ser utilizada na ornamentação das igrejas Barrocas e estatuária. Trata-se de uma rocha metamórfica compacta e de baixa dureza e seu principal componente é o talco. O artesanato que utiliza a referida matéria prima é caracterizado por processos de trabalho rudimentares, com pouca mecanização, essencialmente familiar e exercido de forma informal. O subdistrito de Mata dos Palmitos, por exemplo, possui 180 habitantes, dos quais 123 são artesãos; portanto, nessa localidade a produção de objetos decorativos em pedra-sabão constitui uma importante fonte de renda informal. A produção artesanal emite poeira mineral na atmosfera expondo os trabalhadores e a população da região. Recentes publicações indicam que existem cerca de 5000 trabalhadores expostos a poeira da pedra-sabão em Ouro Preto. A pneumoconiose é uma doença difusa do parênquima pulmonar relacionada à inalação de poeira, estando assim atrelada ao artesanato, existindo em quatro formas causadas pela aspiração de talco: talcose pura, talcosilicose, talcoasbestose e talcose pulmonar. OBJETIVOS: Analisar a relação entre a ocorrência de pneumoconiose nos artesãos que utilizam a pedra-sabão na região de Ouro Preto. DISCUSSÃO: Segundo os trabalhos da área analisados, Bezerra (2003) nos trouxe uma abordagem em que, do total de 123 trabalhadores em pedra-sabão residentes na localidade de Mata dos Palmitos, 89 participaram da anamnese clínica, 123 na investigação de sintomatologia respiratória, 117 na realização de exames radiográficos e 99 na realização de exame espirométrico. A quantidade de trabalhadores (n =16) cujo exame radiográfico foi considerado “alterado” correspondeu a 13,7% dos 117 trabalhadores radiografados e a prevalência de casos estabelecidos de pneumoconiose (n=5) correspondeu a 4,3% do total dos 117 trabalhadores radiografados. Foi identificado espessamento pleural do tipo placa em 1 trabalhador e indicada a possibilidade em outros dois trabalhadores. O sintoma mais frequente entre os informantes foi a dispneia, atingindo 34,3% dos trabalhadores para os quais esse sintoma foi pesquisado. Realizaram-se 27 espirometrias válidas e contatou-se que 7 trabalhadores apresentaram alguma alteração. Faria (2013) nos mostrou que, trabalhando com 12 pacientes submetidos à radiografia de Tórax selecionados entre 261 artistas de 3 distritos históricos de Ouro Preto e Mariana, entre exames 2000-2010, todos apresentaram danos no septo interlobular sendo 75% pequenos nódulos centrinlobulares e 67% opacidade. Tais dados reafirmam o que a publicação de 2003 relata, ou seja, a pedra-sabão corrobora ou é causadora de pneumoconioses. CONCLUSÃO: A ocorrência de pneumoconiose (5 casos diagnosticados) e 20 principalmente de espessamento pleural (1 caso diagnosticado) entre os 117 trabalhadores radiografados de Mata dos Palmitos pode ser considerada pouco expressiva em termos quantitativos. Contudo, a existência de apenas um caso já é preocupante evidenciando a necessidade de medidas preventivas eficazes. Os dados supracitados fornecem fortes indícios da relação existente entre pneumoconiose e as atividades laborais exercidas pelos artesãos de pedra-sabão. Palavras Chave: Doenças Profissionais; Talco; Pneumoconiose. Referências: BEZERRA, Olívia Maria de Paula Alves. Condições de vida, produção e saúde em uma comunidade de mineiros e artesãos em pedra-sabão em Ouro Preto, Minas Gerais: Uma abordagem a partir da ocorrência de pneumoconiose. 2002. 170 f. Tese (doutorado em ciência animal) - Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2002. Disponível em http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-8FEKPW. Acesso em 17 de Novembro de 2014. FARIA Henrique Pereira; VEIGA Alessandro Souza; BEZERRA, Olívia Maria de Paula Alves; CARNEIRO Ana Paula Scalia; FERREIRA Sergio; MARCHIORI Elena. Talcosis in soapstone artisans: High resolution CT findings in 12 patients. Clinical Radiology (Harlow Print), v. 69, p. e136-e139,2014; Disponível em :http: //www.sciencedirect.com/Science/article/pii/S0009926013005126. Acesso em 18 de Novembro de 2014. 21 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA PRÁTICAS EM SERVIÇOS DE SAÚDE II APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS EDUCAÇÃO EM SAÚDE – LITERACIA EM DIABETES MELLITUS TIPO II COMO FORMA DE PREVENÇÃO E MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES DIABÉTICOS DA COMUNIDADE DE VILA GONÇALO, ITABIRITOMG Orientador: Leonardo Cançado Monteiro Savassi Autores: Gessica Mendes de Almeida Jordana Mol Teixeira Kamylla Versiani Araújo Faro Nicole Críscia Naves da Silva Vinícius Nascimento Ferreira Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP Unidade Básica de Saúde Vila Gonçalo, Itabirito, MG IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica caracterizada por hiperglicemia, que ocorre por defeitos na ação e/ou secreção de insulina, e está associada ao surgimento de complicações crônicas microvasculares, além de neuropatia diabética. Essa doença crônica acomete cerca de 7,6% da população brasileira entre 30 e 69 anos de idade. CENÁRIO: O projeto foi uma ação realizada Unidade Básica de Saúde (UBS) Vila Gonçalo, em Itabirito. Após a realização do diagnóstico institucional, identificou-se o DM como uma doença de alta prevalência nesta unidade de saúde, pois atinge 19,6% dos pacientes e também se identificou a inexistência de projetos para pessoas acometidos por essa enfermidade. Portanto, o grupo propôs ações de educação em saúde para diabéticos, com o objetivo de aumentar a adesão ao tratamento, melhorar a qualidade de vida e de prover conhecimento para que os pacientes sejam agentes ativos no seu tratamento cotidiano. DESENVOLVIMENTO: Neste contexto, a educação em saúde se presta ao papel de facilitador das ações em saúde, já que prima pela literacia em saúde. Para atingir o objetivo pretendido, foram realizadas reuniões semanais por um grupo de acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto com esse grupo, nas quais 22 desenvolveram-se ações com a função de aumentar o conhecimento em saúde, com os temas relacionados ao DM, como: dieta, exercício físico, e as complicações que o diabetes pode provocar. Essas reuniões aconteceram no período de cinco semanas, e foram na maioria de caráter expositivo, devido a demanda do grupo. Utilizou-se de palestras e vídeos explicativos associados com algumas dinâmicas e momentos de diálogo. O grupo priorizou a troca de saberes, em que os participantes esclareceram suas principais dúvidas e expuseram suas experiências, de forma que não houvesse qualquer forma de hierarquização entre os estudantes e participantes, favorecendo o entendimento do processo de promoção da saúde e o intercâmbio entre saber científico e popular. RESULTADOS: Os integrantes do projeto demonstraram ter adquirido maior conhecimento sobre os temas abordados nas reuniões e também mudanças favoráveis ao tratamento. Além disso, o projeto foi de grande relevância para os estudantes, pois possibilitou detectar as principais carências de informação dos participantes, o que possibilitará na sua atuação médica melhor compreensão dos seus pacientes e a relação deles com o DM. CONCLUSÕES: Os profissionais de saúde da rede básica têm importância primordial nas estratégias de controle da diabetes. Assim, o trabalho em grupo demonstrou-se um recurso eficiente para a Atenção Primária interferir positivamente na saúde da população. Não obstante, a realização da literacia em saúde capacitou as pessoas para manterem saudáveis a si e aos seus familiares, através do acesso à informação e a oportunidades que permitam fazer escolha por uma vida mais saudável aliada a melhor adesão ao tratamento. Palavras-chave: Educação em saúde; Diabetes Mellitus; Atenção Primária à Saúde. REFERÊNCIAS: TORRES, H. C.; PEREIRA, F. R.L.; Alexandre, L. R. Avaliação das ações educativas na promoção do autogerenciamento dos cuidados em diabetes mellitus tipo 2, Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, 45(5):1077-82, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 16). 23 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS “HIPERTENSÃO: VAMOS CONVERSAR?” – UMA AÇÃO EDUCATIVA NA COMUNIDADE DE CACHOEIRA DO CAMPO, OURO PRETO, MG Leonardo Cançado Monteiro Savassi Alba Larissa dos Santos Esperidião Gabriela Moreira do Nascimento Natália Darc Queiroz Pimenta Renan Ibrahim Neiva Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: O cenário da prática é a “Unidade Básica de Saúde Dom Bosco - Bem Viver”, localizada em Cachoeira do Campo, distrito da cidade de Ouro Preto, MG. Após realização do diagnóstico comunitário foi detectado alto índice de pessoas portadoras de hipertensão arterial sistêmica (HAS). Voltado para portadores ou interessados em saber sobre a HAS foi desenvolvido o projeto educativo “Hipertensão: Vamos Conversar?”. CENÁRIO: O projeto foi voltado, sobretudo, para a população assistida pela UBS Dom Bosco - Bem Viver. Ressaltam-se as condições infraestruturais limitantes e potencialmente prejudiciais ao agravo da HAS, incluindo-se também a limitação do acesso ao sistema público de saúde, caracterizada pela ausência do médico na unidade. DESENVOLVIMENTO: A execução do projeto se deu em 14 semanas. As três primeiras foram dedicadas ao reconhecimento do local no qual as atividades seriam desenvolvidas, optando-se pelo “Clube da Maior Idade Estrela do Oriente de Cachoeira do Campo”, local de fácil acesso e identificação com o público alvo - onde já eram realizadas reuniões voltadas para o tema. As três semanas seguintes foram utilizadas para realizar o embasamento teórico e metodológico que instruíram os encontros e a elaboração e revisão do projeto, sendo a 6ª semana dedicada à divulgação dos encontros via cartazes afixados em locais estratégicos e divulgação na rádio local. Os encontros foram realizados às terças-feiras, com início às 8h30min e duração de 1h30min e contaram com a colaboração da equipe técnica da UBS para aferição da pressão arterial (PA) dos participantes e da sua glicemia. Da 8ª à 12ª semanas ocorreram os encontros com a seguinte programação: 1) apresentação inicial dos discentes e dos participantes, abordando qual seria a finalidade do projeto e sua estrutura; 2) relação entre hipertensão e obesidade, tendo como dinâmicas a medida da circunferência e o cálculo do IMC; 3) importância da atividade física para diminuição da PA; 4) correlação 24 entre a hipertensão e a nutrição, que teve como dinâmica a demonstração do teor de sal em determinados alimentos; 5) explanação sobre temas solicitados pelos participantes como depressão e hipo/ hipertireoidismo, além do fechamento das atividades. Os encontros contaram com a realização de dinâmicas de encerramento e cerca de 9 a 11 participantes. As 13º e 14º semanas foram dedicadas à elaboração do relatório final do projeto. Cabe lembrar a participação majoritária de idosos devida, sobretudo, ao horário da atividade. PRINCIPAIS RESULTADOS: O cronograma foi cumprido com mínimas alterações, sugeridas, inclusive, pelos integrantes. A prática pedagógica utilizada mostrou-se eficaz. Durante a realização das atividades, os participantes relataram aquisição de aprendizado. CONCLUSÕES: Notou-se que a didática aplicada aos encontros possibilitou ampla participação dos integrantes, que demonstraram estar muito à vontade durante as reuniões. A continuidade do grupo, pré-existente e readaptado ao projeto proposto, mostrou-se atenta às necessidades da comunidade e eficaz na transmissão dos novos conhecimentos acerca da HAS. Palavras-chave: educação em saúde, hipertensão arterial, grupos de treinamento de sensibilização Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde / Brasília, 2006. TOLEDO, Melina Mafra; RODRIGUES, Sandra de Cássia; CHIESA, Anna Maria. Educação em saúde no enfrentamento da hipertensão arterial: uma nova ótica para um velho problema. Texto Contexto Enferm, v. 16, n. 2, p. 233-8, 2007. 25 APRESENTAÇÕES ORAIS SERVIÇOS DE SAÚDE – DISCIPLINA EPIDEMIOLOGIA NOS APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ANÁLISE E DESCRIÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES DA ENDOCRINOLOGIA NO CENTRO DE SAÚDE UFOP George Luiz Lins Machado Coelho Isabella Gomes Santos Marco Antônio Soares Victor da Silveira Verona Waleska Giarola Magalhães Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As doenças endócrino-metabólicas são uma das principais causas de procura ao atendimento médico. No continente americano, o número de indivíduos com diabetes mellitus (DM) foi estimado em 35 milhões para o ano 2000 e 64 milhões em 2025. Nos países latino-americanos, a tendência é triplicar a prevalência na faixa etária de 45-64 anos (Sartorelli e Franco, 2003). Como estão associadas à alta taxa de hospitalizações e maior incidência de outros tipos de comorbidades, esses distúrbios representam uma grande carga para o Sistema de Saúde. De acordo com o Ministério da Saúde (2011), o diabetes causa uma perda de 40,3 anos de vida saudável, enquanto outras doenças metabólicas provocam redução de 25,9 para os homens. No caso das mulheres, esses valores são de 50,8 e 34,4, respectivamente. Conhecer o retrato epidemiológico da população local contribui para o entendimento de como essas morbidades a afetam e ajuda a traçar estratégias para melhorar os serviços em saúde. OBJETIVOS: Analisar e descrever o perfil do paciente endocrinológico no Centro de Saúde da UFOP, elencar as principais dificuldades metodológicas e avaliar o Serviço de Saúde oferecido pela UFOP. MÉTODOS: A base de dados foi criada a partir dos prontuários de pacientes da Endocrinologia do Centro de Saúde da UFOP, atendidos no período de março a novembro de 2014. Aqueles sem dados suficientes ou não inerentes a essa especialidade foram excluídos da coleta de dados, restando 15 prontuários. RESULTADOS: Por meio da análise, encontramos como perfil: paciente do sexo feminino (64,2%), 37 anos. Como média dos dados antropométricos e vitais, obtivemos a altura 1,65m, peso 79,75kg, IMC 25,6kg/m² (pré-obeso), circunferência abdominal masculina 93,12cm e feminina 98,5cm, pressão arterial sistêmica 126,1 x 81,4 mmHg, frequência cardíaca 75,17 bpm e frequência respiratória 17,7 irpm. Dentre os pacientes analisados, não houve tabagistas e 26,6% eram etilistas. A maioria dos pacientes procurou o Serviço de Saúde para acompanhamento de morbidades. As patologias endócrino-metabólicas mais prevalentes encontradas foram hipotireoidismo (20%), nódulos na tireoide (20%) e DM (26,6%). Como comorbidades, obesidade, cefaleia, anemia, dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, entre outros. Foi observada prevalência familiar de DM (53,3%), hipertensão arterial sistêmica (60,0%) e distúrbios de tireoide (20%), principalmente. CONCLUSÕES: O tamanho da amostra não permite inferir a real prevalência das morbidades endócrino-metabólicas na população assistida pelo Centro de Saúde da UFOP. Houve dificuldade para se localizar os prontuários, devido à falta de organização e padronização do registro das consultas na 26 agenda de controle. A principal dificuldade para a coleta de dados foi a precariedade do registro de informações imprescindíveis nos prontuários. O registro adequado permite, posteriormente, analisar e melhorar a assistência oferecida à comunidade. Diante disso, sugerimos a padronização do registro de dados nos prontuários por meio da criação de um prontuário eletrônico ou físico que evidencia os pontos mais importantes de um exame clínico. PALAVRAS-CHAVE: Centro de saúde, Endocrinologia, Perfil Epidemiológico Referências: SARTORELLI D.S; FRANCO L. J. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.19, supl. 1, 2003 FIOCRUZ; MINISTÉRIO DA SAÚDE. Carga Global de Doença do Estado de Minas Gerais, 2005. Junho de 2011. 27 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DA COLETA, ANÁLISE E PREENCHIMENTO DE FORMULÁRIO COM DADOS DOS PRONTUÁRIOS DE CIRURGIA AMBULATORIAL George Luiz Lins Machado Coelho Cirênio Barbosa Larissa Silveira Gusmão Matheus Thomé Pinheiro Victor Luiz de Matos Franco Vinícius Trevizam Soares Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Identificação do problema: Carência de informações epidemiológicas relacionadas aos atendimentos ambulatoriais de cirurgia durante o ano de 2014, importantes para a elaboração de um perfil patológico da comunidade com possíveis intervenções posteriores. Cenário: Ambulatório Escola de Medicina – UFOP. Desenvolvimento: Foram analisados onze prontuários de cirurgia ambulatorial, dentre os quais cinco relatavam retirada de lipoma, quatro relatavam exérese de unhas encravadas e dois relatavam retiradas de cistos. Com isso, foi possível observar as seguintes frequências: 25% de unha encravada em mulheres e 75% em homens; 50% de retirada de cisto em mulheres e 50% em homens; 100% de retirada de lipoma em homens. No entanto, o acesso aos prontuários foi dificultado pela burocracia apresentada pelo sistema adotado no Ambulatório Escola de Medicina – UFOP. Isto porque os prontuários são arquivados por número de registro ou endereço – pacientes residentes no bairro da unidade - dados não existentes na planilha de pacientes fornecida. Além disso, o formulário criado tinha o intuito de obter informações importantes para realização dos procedimentos na clínica ambulatorial, entretanto, as mesmas não se mostraram essenciais, visto que algumas não são abordadas no preenchimento do prontuário ou até mesmo inadequadas para a realidade da pratica cirúrgica ambulatorial do cenário em questão. Principais Resultados: Dificuldade de acesso associado a um número limitado de prontuários; incompatibilidade entre dados presentes no prontuário e os necessários para o preenchimento do formulário; dificuldade de desenvolvimento de estudo epidemiológico com base na pequena amostra coletada. Conclusões: A partir da experiência vivenciada pelo grupo ficou evidente que tanto o formulário bem como o atendimento devem ser reestruturados, caso a finalidade seja a coleta de dados e sua utilização em pesquisas epidemiológicas. Assim, seria possível traçar um perfil epidemiológico da comunidade atendida no Ambulatório Escola – UFOP. Palavras Chave: cirurgia ambulatorial, prontuários, formulários, perfil epidemiológico. Referências: MEDRONHO, R.A.; CARVALHO, D.M.; BLOCH, K.V.; LUIZ , R.R. & WERNECK, G.L. Epidemiologia. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2009. 28 PEREIRA, M.G. Epidemiologia: Teoria e prática. 1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 29 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DOS FORMULÁRIOS DE DERMATOLOGIA AOS PRONTUÁRIOS DO CENTRO DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO. Orientador: George Luiz Lins Machado Coelho Co-Orientador: Geraldo Magela Magalhães Dafne Fernandes Machado Lívia Maria de Oliveira Gomes Mariana Oliveira Teixeira Neila Caroline Alves Amaral Talita Ribeiro Monteiro Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A dermatologia constitui uma especialidade médica fortemente influenciada por sua origem de cunho morfológico, entretanto observa-se uma maior inserção dos estudos epidemiológicos e das pesquisas nessa área clínica. Essa modernização modifica intensamente o entendimento de sua fisiopatologia e o desenvolvimento de novas formas terapêuticas. Para que seja estabelecida uma terapia adequada, faz-se necessária a utilização de dados epidemiológicos, uma vez que estes fornecem informações sobre prevalência e incidência das doenças dermatológicas e acurácia terapêutica. Objetivos: Avaliar a adequação dos formulários de Dermatologia aos prontuários de atendimento e observar a queixa principal mais comumente atendida no Centro de Saúde (CS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Métodos: A partir de uma autorização da coordenação do CS UFOP, foram coletadas informações dos prontuários de atendimento da Dermatologia do período de janeiro a outubro de 2014 para fins exclusivamente acadêmicos. Embora cinquenta e dois pacientes tenham sido atendidos, segundo a lista de produção médica do CS UFOP, foram encontrados os prontuários de apenas dezenove pacientes, destes prontuários somente doze continham informações das consultas dermatológicas. Os formulários - desenvolvidos pelos alunos de Medicina da UFOP no primeiro semestre de 2014 na disciplina Epidemiologia dos Serviços de Saúde na plataforma Epi InfoTM 7 - foram preenchidos com os dados obtidos desses doze prontuários e foi realizado o cálculo da frequência da queixa principal mais comum. Resultados: Os formulários criados são inapropriados, uma vez que possuem opções limitadas de preenchimento e não condizem com a prática clínica dermatológica. A limitação se deve à inexistência de campos essenciais como peso, altura e consultas de retorno, e à inadequação das alternativas de resposta como somente três opções de naturalidade e ausência da opção “não informado”. Além disso, a incongruência entre o formulário e as informações dos prontuários explicita a superficialidade e a incompletude do registro das consultas dermatológicas no prontuário, por exemplo, a ausência do questionamento sobre o vício de fumar e nível de exposição ao sol. Por fim, a queixa principal mais comumente atendida (41,7%) foi de acne, o que está diretamente relacionada à faixa etária jovem. Conclusões: O registro das informações médicas em prontuários é de extrema relevância tanto para a prática clínica quanto para as pesquisas epidemiológicas, sendo essa estratégia negligenciada 30 pela maioria dos profissionais da área da saúde. Na medida em que essas informações são importantes para o acompanhamento da evolução do quadro clínico do paciente e para análises epidemiológicas, faz-se importante a elaboração de prontuários eletrônicos que alimentem bases de dados para este fim. Logo, torna-se evidente a necessidade de uma maior articulação entre as áreas clínica e epidemiológica da UFOP para atingir esses objetivos no ambulatório escola. Referências: GALINDO, Caroline do Carmo et al. Caso para diagnóstico. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 78, n. 2, abr. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962003000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 28 nov. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962003000200012. LUPI, Omar. Uma nova concepção na dermatologia. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 78, n. 1, Feb. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S036505962003000100001&lng=en&nrm=iso>. Acessos em 28 Nov. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962003000100001 Palavras-chave: Dermatologia, epidemiologia, formulários. 31 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS EM UMA AMOSTRA DE PACIENTES PSIQUIÁTRICOS DO CENTRO DE SAÚDE DA UFOP George Luiz Lins Machado Coelho Luciana Regina de Souza Carvalho Mariana Cardoso Gomes Segato Miriam Cláudia Cardoso dos Santos Marçal Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Os transtornos mentais estão se tornando uma das principais causas de adoecimento e incapacitação para o desempenho da vida social na atualidade. Com as constantes mudanças na sociedade, o indivíduo pode encontrar dificuldade para adaptar-se e sentir-se parte dessa nova realidade moderna. Estatísticas de estudos levantados pela Organização Mundial de Saúde em 2009 revelam que esses transtornos são uma das principais causas para afastamento do trabalho, incapacitando os indivíduos de realizar seus afazeres profissionais, bem como de desfrutar de suas relações pessoais.1Estudos epidemiológicos têm demonstrado diferenças de gênero na prevalência e curso de transtornos mentais e do comportamento. OBJETIVO: Determinar a prevalência dos transtornos mentais segundo o gênero e a faixa etária através da análise dos prontuários disponíveis dos pacientes que utilizam o serviço de atendimento em Psiquiatria no Centro de Saúde da UFOP – Bauxita, durante o ano de 2014. METODOLOGIA: Foram levantados 68 prontuários de todos os pacientes agendados para consulta em 2014 com um médico psiquiatras do Centro de Saúde. Destes, 27 foram selecionados para análise por possuírem CID-10 em seus diagnósticos. Os dados foram repassados para uma planilha eletrônica previamente elaborada no programa EpiInfo7. Foram avaliados: idade, sexo, diagnóstico e terapia medicamentosa. RESULTADOS: Dos prontuários analisados, 14 pacientes eram mulheres (52%) e 13 pacientes, homens (48%). A faixa etária predominante foi entre 16-29 anos, com 8 pacientes (29,6%) e 30-39 anos, com 7 pacientes (25,9%). Entre os homens, a faixa etária predominante foi entre 16-29 anos, com 5 pacientes (38,5%) e entre mulheres, foi a faixa entre 30-39 anos, com 4 pacientes (28,6%). Dentre as Hipóteses Diagnósticas obtidas, 7 pacientes (25,9%) foram diagnosticados com F48.9 (Transtorno Neurótico não-especificado), dos quais 6 pacientes homens e 1 mulher; 7 pacientes (25,9%) foram diagnosticados com F 41.2 (Transtorno Misto Ansioso e Depressivo), dos quais 5 pacientes mulheres e 2 homens. Em segundo lugar, 3 (11,1%) pacientes foram 32 diagnósticos com F34 (Transtornos de humor [afetivos] persistentes), dentre os quais 2 eram mulheres e 1 era homem. Dentre os medicamentos receitados, a Fluoxetina é usada por 6 pacientes (22,2%), seguida da Nortriptilina, com uso por 5 pacientes. (18,5%). Os transtornos mentais ocorrem mais tardiamente entre as mulheres em comparação aos homens, fato este que pode ser visto na amostra selecionada, bem como a maior porcentagem de mulheres apresentando Transtornos do Humor – Episódio Depressivo. Porém, dados epidemiológicos afirmam que homens apresentam maior prevalência de transtornos associados ao uso de substâncias psicoativas, incluindo álcool e transtornos de personalidade anti-social.2 Contrariamente à literatura, nos resultados obtidos pode-se verificar que a maioria dos homens apresentou Transtorno Neurótico não-especificado. CONCLUSÃO: Foi encontrada discordância na prevalência dos transtornos avaliados entre o gênero masculino, em relação aos estudos atuais. Sugere-se o estudo mais amplo com aumento do espaço amostral para confirmação destes dados preliminares. Palavras Chaves: Transtornos Mentais, epidemiologia, Saúde Coletiva. Referências: 1- TAVARES, LAT. A depressão como "mal-estar" contemporâneo: medicalização e (ex)-sistência do sujeito depressivo [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 371 p. ISBN 978-85-7983-113-3. Disponível em: SciELO Books <http://books.scielo.org>. Acessos em 28 nov. 2014. 2- MIRANDA, Christiane Albuquerque de; TARASCONI, Carla Ventura; SCORTEGAGNA, Silvana Alba. Estudo epidêmico dos transtornos mentais. Aval. psicol., Porto Alegre, v. 7, n. 2, ago. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167704712008000200015&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 28 nov. 2014. 33 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENTIDOS PELA PNEUMOLOGIA NA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA I NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO George Luiz Lins Machado Coelho Paulo César Rodrigues Pinto Corrêa Amanda Leal Brangioni Felipe Guerra Quintão Jorge Donizetti Yamamoto Junior Taís Aparecida Coelho Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA: a utilização de informações contidas em prontuários se configura como um meio importante para a análise de dados que são uteis para o desenvolvimento de pesquisas, perfis epidemiológicos da população e elaboração de estratégias que visam melhorias na qualidade de vida. CENÁRIO: as informações registradas nos prontuários de pacientes atendidos na área de pneumologia, no Centro de Saúde da UFOP se encontram muito dispersas, dificultando o agrupamento das mesmas e uma possível análise de dados. DESENVOLVIMENTO: a partir da análise de todas as consultas, na área de pneumologia, realizadas no período de Abril a Novembro de 2014, foi coletado o nome dos pacientes para acesso aos prontuários. Este acesso ocorreu mediante autorização previa do professor que ministra a disciplina. Dos 54 prontuários aos quais houve acesso, apenas 16 continham informações viáveis para preenchimento dos itens requeridos por um questionário disponibilizado pelo professor George, elaborado no programa Epi.Info 7 pelos alunos do atual sexto período. O questionário possuía três páginas que abordavam itens sobre anamnese especial do sistema respiratório, como tosse, chieira, exposição a fatores de risco, exames complementares e retorno. Muitas informações do questionário não foram preenchidas pela ausência de dados nos prontuários analisados. PRINCIPAIS RESULTADOS: Não foi possível uma análise de nenhuma variável devido à falta de informações nos prontuários e no próprio questionário, que não abordava dados como a idade, sexo, pressão arterial e peso. Muitos prontuários estavam incompletos, não registrando dados como o tabagismo, resultado de exames e a data da consulta. CONCLUSÕES: O preenchimento dos prontuários muitas vezes é feito de forma inadequada, deixando de registrar dados importantes referentes ao paciente, o que dificulta análises posteriores. Além disso, o questionário em questão não estava adequado à realidade dos prontuários, necessitando de uma revisão dos itens solicitados. Palavras-chave: Epidemiologia, Pneumologia, Sistema de Registros Médicos. Referências: WITTER, Geraldina Porto. “Pesquisa em comunidades”. Brazilian Journal of Health, v. 2, n. 3, 2014. 34 MARTINS, Lourdes Conceição et al. “Air pollution and emergency room visits due to pneumonia and influenza in São Paulo, Brazil”. Rev. Saúde Pública 2002, vol.36, n.1, pp. 88-94. ISSN 0034-8910. APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ANÁLISE DESCRITIVA DE IDOSOS ATENDIDOS NO CENTRO DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO George Luiz Lins Machado Coelho Gustavo Moura da Mata Machado Ferreira Pinto Isabela Gonzaga Silva Mariana Gonçalves Teixeira Rafael Cândido Mota Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: O processo de envelhecimento é marcado por mudanças fisiológicas e emocionais, frutos da senescência e da senilidade. Nesse sentido, convém destacar a mudança na distribuição de massa corporal, com perda progressiva de massa magra e aumento da gordura corpórea, diminuição da estatura e cifose, contribuindo para alterações do IMC acima dos 60 anos (Cabrera e Jacob, 2001). Estudos indicam menor prevalência de obesidade acima dos 80 anos em ambos os sexos, não havendo diferença entre os 60 a 80 anos (Santos e Sichieri, 2005). A literatura demonstra que melhores índices de qualidade de vida são observados em idosos casados, enquanto os menores escores são observados em idosos solteiros ou viúvos (Faller et al, 2010). Espera-se, assim, que indivíduos casados utilizem menos medicamentos e tenham maior expectativa de vida, com médias de idade maiores. Objetivos: Descrever a população idosa atendida pela geriatria do Centro de Saúde; analisar a efetividade dos questionários previamente elaborados por discentes de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); comparar o uso de medicamentos entre pacientes casados e pacientes solteiros ou viúvos; pesquisar relações entre o estado civil e a idade dos idosos; estabelecer relações entre idade e IMC dos idosos. Métodos: Foram analisados os prontuários da Geriatria, cujo atendimento realizou-se durante o período de Março a Novembro de 2014 no Centro de Saúde UFOP. Os prontuários não encontrados foram excluídos, obtendo-se ao final n=25, sendo analisados utilizando-se a função Analysis do programa Epi Info 7. Na comparação entre uso de medicamentos e o estado civil, foram estabelecidos dois grupos: até 2 e maior que 2 medicamentos por dia; os estados civis foram estratificados em casados e não casados. Resultados: Dos 35 pacientes atendidos, 12% não eram idosos, 40% eram idosos jovens, 44% idosos velhos e 4% idosos muito idosos. 47,83% dos pacientes eram casados, 43,48% eram viúvos e 8,70% solteiros. A média de IMC foi de 30,44. 24% não utilizam medicamentos; 40% utilizam até 2; 16% utilizam até 4; 24% utilizam mais de 4. A análise qui-quadrado não demonstrou relação entre o uso de medicamentos e o estado civil dos pacientes, comparando-se os grupos viúvo+solteiro e casado; viúvo e solteiro; viúvo e casado ou solteiro e casado (P>0,05). A comparação entre as médias das idades e o estado civil demonstrou que não há influência do estado civil (viúvo e solteiro ou casado) na idade do idoso (Teste t de Student - P>0,005). A análise dos três grupos por meio de ANOVA não foi possível (P de Bartlett<0,05). A regressão linear realizada para estabelecer relações entre o IMC dos idosos e a idade resultou em uma correlação positiva fraca (r=0,2). Conclusões: Conclui-se que não há relação entre as hipóteses testadas. Dessa forma, não há relação entre IMC e idade, o estado civil não influenciou significativamente a quantidade de medicamentos utilizados ou a média de idade dos idosos. Acredita-se que isso se deve ao tamanho pequeno da amostra. Além disso, faltam campos importantes nos questionários, impedindo uma coleta mais apurada dos dados contidos nos prontuários, sendo necessária sua reformulação. Referências: 1- Cabrera, MAS.; Jacob Filho, W. Obesidade em idosos: prevalência, distribuição e associação com hábitos e co-morbidades. Arq Bras Endocrinol Metab. 2001, vol.45, n.5, pp. 494-501. 2- Santos, D. M.; Sichieri, R. Índice de massa corporal e indicadores antropométricos de adiposidade em idosos. Rev. Saúde Pública. 2005, vol.39, n.2, pp. 163-168 . 3- Faller JW, Melo WA, Versa GLGS, Marcon SS. Qualidade de vida de idosos cadastrados na estratégia saúde da família de Foz do Iguaçu-PR. Esc Anna Nery. 2010;14(4):803-10 Palavras-chave: geriatria; senescência; idoso. 36 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS COMPLICADORES NA CONSTRUÇÃO DE UM BANCO DE DADOS PARA ANÁLISES ESTATÍSTICAS A PARTIR DE CONSULTAS GINECOLÓGICAS Clarissa Queiroz Gonçalves¹ Jaqueline Iara Doneda¹ Lucas Wendell da Cruz¹ Nagibe Tayfour Oliveira¹ George Luiz Lins Machado Coelho2 Jacqueline Braga Pereira Dantas2 1 Discente da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto – MG. 2 Docente da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto – MG. Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, dezembro de 2014. Identificação do problema: É sabido que a criação de um banco de dados para posteriores análises estatísticas é de grande valia, já que permite conhecer a realidade da população alvo a ser estudada, focalizar as políticas públicas com planejamentos e decisões racionais que priorizem esse ou aquele tipo de ação. Cenário: Reunião de informações dos prontuários dos pacientes ginecológicos do segundo semestre de 2014, da professora Dra. Jacqueline Braga Pereira Dantas, que atende no Centro de Saúde da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Apenas 30 (trinta) prontuários mostraramse viáveis para preenchimento de um formulário elaborado pelos alunos do sexto período de medicina da UFOP e disponibilizado para o grupo pelo professor George Luiz Lins Machado Coelho. Desenvolvimento: Após o preenchimento dos prontuários, seriam escolhidas duas ou mais variáveis para análise estatística com o auxílio do programa Epi Info. Entretanto, essa análise não foi possível, devido à dificuldade de coleta de dados dos prontuários fornecidos, o que prejudicou o preenchimento completo dos formulários e, assim, a seleção de variáveis para a análise ficou inviável. Portanto, o grupo optou pela realização de um trabalho de relato de experiência ao invés de um trabalho de pesquisa, demostrando a importância de um prontuário ao ser bem preenchido e digitalizado. Principais Resultados: Como não há uma padronização nas consultas, a quantidade e a qualidade de informações nos prontuários varia muito. Sendo assim, um prontuário único e homogêneo para as consultas mostrou-se extremamente necessário. Conclusão: A construção de um formulário padronizado para 37 ser utilizado nas consultas ginecológicas pode garantir uma uniformização na coleta de dados e, consequentemente, facilitar o acompanhamento da história clínica e propedêutica dos pacientes. Além disso, tornaria possíveis estudos estatísticos sobre a população atendida no Centro de Saúde e possibilitaria o planejamento de políticas públicas na área da saúde, voltadas, neste caso, à Ginecologia. Palavras-chave: Ginecologia, Prontuário, Epidemiologia. Referências: SOUSA,M. H.; SILVA, N. N. Comparação de softwares para análise de dados de levantamentos complexos. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 6, Dec. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102000000600013&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 20 de novembro de 2014. DATASUS. Histórico. Ministério da Saúde. Disponível em: http://www.datasus.gov.br/RNIS/historico.htm. Acessado em: 23 de novembro de 2014. 38 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A EPIDEMIOLOGIA NOS SERVIÇOS DE SAÚDE: UM ENFOQUE NA PRATICA CLINICA DA PEDIATRIA Geoger Luiz Lins Machado Coelho ([email protected]) Graciela Larissa Amaral Rievers ([email protected]) Lucas Vilaça ([email protected]) Filipe Faleiros ([email protected]) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A epidemiologia está estreitamente incorporada às políticas, programas e serviços públicos de saúde. Nos últimos anos, alguns dos principais desafios técnicos impostos ao SUS foi o desenvolvimento de mecanismos para o seu aperfeiçoamento gerencial, a ampliação do escopo de atuação da Vigilância à Saúde. Para realizar-se uma análise e aperfeiçoamento pode-se utilizar o programa Epi Info® que é um pacote que contém uma série de programas desenvolvidos para o Microsoft Windows. Os programas foram criados pelo Centro para o Controle e Prevenção de Doenças e são destinados ao uso por profissionais de saúde que conduzem investigações de epidemias, administração de bancos de dados para vigilância de saúde pública e outras tarefas, além de ser um banco de dados para uso geral e aplicações estatísticas. Com Epi Info®, alunos e profissionais de saúde, bem como outros trabalhadores podem desenvolver um questionário rapidamente ou podem personalizar o processo de entrada de dados e gerenciar a entrada e a análise de um banco de dados. Ao longo do período, na disciplina de epidemiologia nos serviços de saúde, trabalhamos com o programa Epi Info, que permite o gerenciamento e a análise de dados na área da saúde. OBJETIVOS: Analisar a qualidade do prontuário eletrônico criado no Epi Info para ser utilizado na área da pediatria durante os atendimentos no ambulatório da Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), bem como o estudo descritivo dos dados coletados. METODOLOGIA: Foram selecionados prontuários pediátricos cujos atendimentos ocorreram nos meses de março a novembro de 2014. Sendo que os mesmos foram digitados no prontuário eletrônico criado no Epi Info. Além disso, foi escolhida a variável tipo de parto para a análise estatística, por apresentar um melhor padrão e espaço amostral. RESULTADOS: Durante o preenchimento dos prontuários pediátricos no modelo pré-estabelecido, observamos que o prontuário criado é um protótipo ideal para os atendimentos, pois contem campos variados e que permitem um registro completo de toda anamnese e exames físicos realizados durante uma consulta, além de permitir uma padronização. Contudo, o modelo não condiz com a realidade dos atendimentos analisados, porque durante o trabalho percebemos que diversos campos do prontuário eletrônico não estão presentes no prontuário manual. Quanto a análise estatística demonstrou-se uma maior frequência de partos normais do que cesarianas, dado que não condiz com a realidade brasileira, na qual a maioria dos partos realizados são cesarianas. CONCLUSÃO: O registro das informações dos pacientes é uma tarefa diária de suma importância na prática médica. Registrar de maneira clara e completa os dados e as queixas dos pacientes é fundamental. Entretanto, a criação de um prontuário eletrônico deve ser feita com a colaboração de todos os profissionais envolvidos em seu 39 preenchimento, de forma a torna-lo prático e ideal, para que contribua no arquivamento das informações relevantes para a prática médica e permitir a padronização dos prontuários. Outros aspectos positivos residem no fato de os prontuários eletrônicos serem de fácil manuseio, são econômicos e capazes de armazenar maior quantidade de dados. O presente estudo encontrou viés em virtude do baixo espaço amostral e baixa padronização. Palavras-chaves: Epi info, epidemiologia, pediatria. Referencias: Ângelo Jose Gonçalves Bos. Epi Info Sem Mistérios – Um Manual Prático. EdiPucRS: Porto Alegre, 2012. Domingues RMSM et al. Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 30 Sup:S101-S116, 2014. 40 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINAS MEDICINA GERAL DO ADULTO I E II APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABORDAGEM DA AGNESIA RENAL EM PACIENTE COM DIFICULDADE DE ADESÃO AO TRATAMENTO Allan Jefferson Cruz Calsavara Vinícius Carvalho Tostes Francis Júnior de Miranda Alves Lídia Lelis Leal Natália Cristina Carvalho de Souza Raquel Domingos da Costa Renata Barbosa Nogueira Gibram Roberta Alves Pereira Vítor Antonacci Condessa Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A agenesia renal unilateral (ARU) é uma anomalia relativamente comum que ocorre aproximadamente em 1:1.000 recém-nascidos. Segundo SannaCherchi, 2009, a ARU não causa nenhum sintoma, por isso pode não ser descoberto na infância, como no caso relatado. A adesão ao tratamento constitui um grande desafio para os profissionais da saúde, o déficit de conhecimento sobre a doença, a ausência de sintomatologia em algumas doenças e a prática inadequada das atividades de autocuidado corroboram para a não adesão ao tratamento (Demoner MS, 2012). RELATO DE CASO: L.A.C., sexo feminino, 17 anos, solteira, compareceu à Unidade Básica de Saúde Santo Antônio, em Mariana / M. G., no dia 28/08/14. Paciente com queixa de ardência ao urinar e odor forte na urina, que se agravaram há duas semanas, sem febre ou demais sintomas associados. Nega ter feito uso de medicamento. Resultado de exames 27/06/14: Urina rotina: compatível com infecção do trato urinário; Na revisão de sistemas queixou-se de um corrimento brancacento, pruriginoso, sem ardência ou odor característico. Na história pregressa, descobriu-se pela revisão do prontuário, agnesia renal direita. Vacinação em dia, negou cirurgias e alergias, não tabagista e não etilista. Faz uso de anticoncepcional de forma errática. A paciente tem um acompanhamento multiprofissional, mas, mesmo assim, não tem boa adesão ao tratamento. Ao exame físico, mostrou-se em bom estado geral, hidratada, normocorada, acianótica e anictérica. O peso foi de 62 kg, altura de 1,48 m, com cálculo de índice de massa corporal (IMC) igual a 28, 31, mostrando sobrepeso. A pressão arterial foi 120x80 mmHg. Os exames do sistema cardiovascular, respiratório e o exame do abdome não mostraram alterações à ausculta, palpação ou percussão. Urina 24h: volume urinário: 2000 ml, volume/minuto: 1,39 ml, creatinina (urina): 45,00 mg/dl, creatinina (sangue): 0,40 mg/dl, peso: 63,6 kg, altura: 148 cm, superfície corporal: 1,57 m², clearance de creatinina: 172,0 ml/min/1,73m², proteinúria volume urinário 2000 ml: 400 41 mg/ 24h.Como conduta, foi encaminhada para a ginecologia, novo encaminhamento para a nefrologia (paciente não compareceu à primeira consulta com o nefrologista). Iniciou-se um tratamento com Inibidor da Enzima Conversora da Angiotensina (iECA), devido à proteinúria com o objetivo de retardar agressões ao rim único. Posologia: um comprimido de 5 mg de Enalapril diariamente. Teve-se o cuidado de aferir a pressão da paciente novamente, devido ao fato de saber-se que o Enalapril é um hipotensor. DISCUSSÃO: A ARU afeta mais frequentemente homens do que as mulheres e geralmente o rim esquerdo é o ausente. De acordo com os resultados obtidos, pacientes com rim único deveriam ser considerados como tendo uma doença renal progressiva. Assim, é necessário controle frequente da pressão arterial, creatinina sérica e preoteinúria (Sanna-Cherchi 2009). Além disso, vigilância de infecções urinárias, recomendações nutricionais, como boa hidratação e ingesta protéica adequada, são fundamentais. Em caso de proteinúria, iniciar iECA (Sanna-Cherchi 2009). Segundo Demoner MS, 2012, pacientes mais jovens (18-40 anos), apresentam menor grau de adesão ao tratamento em relação aos de faixas etárias maiores. A falta de compreensão do paciente às recomendações da equipe de saúde também é fator complicador à adesão. Dessa forma, é importante estabelecer uma relação médico-paciente efetiva, avaliar se as recomendações estão sendo transmitidas em linguagem compreensível e informar ao paciente da maneira mais clara possível sobre a doença, a gravidade de suas complicações, bem como sobre a prescrição da medicação sem deixar dúvidas ou questionamentos (Demoner MS, 2012). Palavras-chave: Agnesia renal; Proteinúria; Baixa adesão ao tratamento. REFERÊNCIAS: SANNA-CHERCHI, Simone et al. Renal outcome in patients with congenital anomalies of the kidney and urinary tract. Kidney international, v. 76, n. 5, p. 528-533, 2009. Demoner MS, Ramos ERP, Pereira ER. Fatores associadosà adesão ao tratamento antihipertensivo em unidadebásica de saúde. Acta Paul Enferm. 2012;25(n. esp.1):27-34. 42 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO: DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DE PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 E HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO CONTEXTO NA DISCIPLINA DE MGA I Orientador: Prof. Roberto Veloso ([email protected]) Autores: Ana Clarisse da Costa Porto ([email protected]) Eliana Maia Fernandes ([email protected]) Emilia Silva Calil ([email protected]) Júlia Carvalho Oliveira ([email protected]) Maira Kroetz Boufleur ([email protected]) Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são doenças com causas múltiplas, caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com duração longa ou indefinida. Sabe-se que Hipertensão arterial (HA) e Diabetes mellitus (DM) atingem, respectivamente, 23,3% e 6,3% dos adultos brasileiros, apresentando-se, portanto, dentre os problemas de saúde de maior prevalência na atualidade. O diagnóstico precoce, a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco são fundamentais para evitar um crescimento epidêmico dessas doenças e suas consequências nefastas para a qualidade de vida do paciente e para o sistema de saúde no país. RELATO DE CASO: JBS, sexo masculino, 49 anos, obeso, etilista, hipertenso não controlado, sem história prévia ou familiar de DM, iniciou quadro de perda de peso, poliúria, polidispsia e noctúria 2 semanas antes da primeira consulta, e quadro de sonolência, tontura e diminuição do apetite na véspera do primeiro atendimento. Durante o atendimento, apresentou glicemia ao acaso >400 mg/dL. Ao exame físico, apresentou-se agitado, acianótico e anictérico, com mucosa orbicular pálida, exoftalmia e acantose nigricans. Como conduta foram solicitados: hemograma, glicemia de jejum, hemoglobina glicada, triglicérides, colesterol total e frações, AST/ALT, fosfatase alcalina, gama-GT, proteína total e frações, bilirrubina total e frações, urina rotina, ureia, creatinina, proteinúria, microalbuminúria; Rx de tórax PA e perfil; ECG; prescrição de Losatana, HCTZ, Anlodipina, AAS, Metformina e Sinvastatina; e encaminhado para acompanhamento nutricional. Ao primeiro retorno, glicemia ao acaso mostrou-se >600 mg/dL; radiografia revelou um discreto aumento cardíaco e espessamento da aorta ascendente em decorrência da HA mal controlada. Como 43 conduta, foram prescritas insulina regular e insulina NPH, e indicação de manutenção da medicação oral previamente prescrita. Nos retornos seguintes, paciente apresentou glicemia controlada, relatou estar em acompanhamento nutricional, já tendo alterado seus hábitos alimentares, bem como eliminado o consumo de bebidas alcoólicas e iniciado a prática de atividades físicas. Foi encaminhado ao oftalmologista para controle de possíveis complicações do DM. DISCUSSÃO: Trata-se de um caso de paciente hipertenso, com diagnóstico recente de DM que, a partir de uma conduta baseada em evidências, vem apresentando boa evolução. A medicina baseada em evidências é tanto voltada para o acompanhamento medicamentoso quanto ao não-medicamentoso; sendo assim, buscou-se o tratamento e controle da DM e da HAS, assim como a prevenção de possíveis complicações, encorajando mudanças de hábitos de vida com o intuito de atingir uma melhor qualidade no seu cotidiano, sempre com a atenção multiprofissional. A conduta desse caso foi todo o tempo centrada no paciente, embasada em uma relação de respeito, confiança e empatia, o que propiciou adesão ao tratamento e resultados evidentes. Dessa forma, percebeu-se que o paciente se assumiu como produtor social de sua saúde, retornando com índices pressóricos e glicêmicos controlados, que favorecem um bom prognóstico. PALAVRAS-CHAVE: Doenças crônicas. Medicina Geral. Medicina Baseada em Evidências. REFERÊNCIAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece diretrizes para organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 dez. 2010, Seção 44 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO CLÍNICO - ALOPÉCIA AREATA SIMULTÂNEA EM IRMÃOS COM PROVÁVEL GATILHO PSICOGÊNICO Orientadora: Prof (a)Marina de Oliveira Serravite Autores: Ana Cláudia dos Santos Amália Assis de Freitas Débora Dumont Cruz Nunes Elen Cristina da Mata Luciana Silva de Godoy Washington Miguel Almeida Najla Braz da Silva Vaz Samira Karolyne da Siva Romão Sara Helena Resende Carvalho Escola de Medicina – Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A alopécia areata (AA) é uma afecção crônica dos folículos pilosos e das unhas, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial com evidentes componentes autoimunes e genéticos. Determina queda dos cabelos e/ou pelos, por interrupção de sua síntese, sem que ocorra destruição ou atrofia dos folículos, motivo pelo qual pode ser reversível. A afecção pode iniciar-se em qualquer idade, havendo um pico de incidência entre os 20 e os 50 anos, sendo que 60% dos doentes apresentam o primeiro episódio da doença antes dos 20 anos e ambos os sexos são igualmente afetados(RIVITTI1,2005). Em geral, os doentes relatam perda importante de cabelos e presença abrupta de uma ou mais áreas de alopécia. A lesão característica da AA é uma placa alopécica lisa com coloração da pele normal atingindo o couro cabeludo ou qualquer área pilosa do corpo. Nas fases agudas, as lesões podem ser levemente eritematosas e edematosas, e surgem na periferia das placas os pelos peládicos ou pelos em ponto de exclamação, que se apresentam afilados e menos pigmentados no ponto de emergência do couro cabeludo e com espessura maior na extremidade distal. Objetivo: Relatar o atendimento de dois irmãos com AA de aparecimento em datas próximas com possível fator desencadeante psicogênico. Discussão: G.L.B e G.L.B, ambos do sexo masculino, 34 e 37 anos, compareceram ao Centro de Saúde de Cabanas- Mariana, com quadro de alopécia com intervalo de aparecimento de três meses entre os dois. Ambos relataram, também, sintomas como como dor muscular difusa, predominantemente em membros, fadiga e astenia na época de aparecimento da alopécia. O irmão mais novo estava em tratamento para quadro de deficiência de testosterona (inferior a 12ng/dl, colhido no mês de julh de 2014) com reposições parenterais deste hormônio (Nebido). No final de 2013, este paciente havia iniciado quadro de perda da libido e dificuldade em manter a ereção, perda total dos pêlos dos braços, axilas e pernas (áreas sobre a influência hormonal em homens). Todos estes sintomas desencadearam problemas conjugais, dificuldades laborais e um quadro depressivo. O início da AA veio logo após. O irmão mais velho assumiu a posição de cuidador do doente, ajudando-o em suas 45 atividades diárias, mantendo uma convivência próxima. Após este período de cuidado e convivência, iniciou por sua vez quadro semelhante de alopécia areata e dores musculares. Realizada revisão laboratorial completa neste paciente, não verificando deficiência de testosterona ou qualquer outra causa orgânica que explicasse tais sintomas. Conclusão: O estresse emocional tem sido frequentemente citado como desencadeador da AA, já que episódios traumáticos agudos podem provocar desequilíbrio psicológico e queda de pelos no indivíduo. A demonstração científica da participação de fenômenos psiquiátricos na gênese de AA é muito difícil, o que torna a terapia dermatológica um desafio para os médicos que procuram aprimorar sua efetividade. Tornam-se necessários, então, mais estudos no sentido de se entender melhor os mecanismos patogênicos envolvidos no desencadeamento da AA por fatores psicogênicos. Palavras-chave: Alopécia, alopécia areata, testosterona. Referências Bibliográficas: 1- RIVITTI1, E.A. Alopecia areata: revisão e atualização. Anais Brasileiros de Dermatologia, São Paulo, v.80, n.1, p. 57-68, 2005. 2- Yazigi et al. Estudo do manejo do estresse em pacientes acometidos por alopecia areata. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 1, p. 93-99, jan./mar. 2009. 46 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS MULTIMORBIDADE, POLIFARMÁCIA E FALTA DE ADESÃO NA PERSPECTIVA DA MEDICINA CENTRADA NA PESSOA Mírian Santana Barbosa Amanda Freire Vieira Larissa Amaral Lauriano Luísa Coutinho Teixeira Rodrigo Vilela Ventura Samuel Silva Ferreira Túlio Henrique Versiani de Oliveira Vinícius de Jesus Rodrigues Neves Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Introdução: No cenário das doenças crônicas, principalmente aquelas que necessitam de mudanças comportamentais e de uma variedade de medicações para bom o controle, é comum nos depararmos com uma baixa adesão ao tratamento. Tais doenças podem ainda apresentar complicações diversas, comorbidades, lesões de múltiplos órgãos alvo, que demandam do paciente uma disciplina para exames periódicos e consultas médicas regulares. Tal situação, se adotada uma postura centrada na doença, pode levar à estigmatização do paciente, como pelos termos “poliqueixoso” e “não-cooperativo”. Apresentaremos aqui um caso que nos levou a discutir necessidades de mudanças na abordagem médica e estratégias para melhor efetividade no processo de busca pela saúde. Encontramos na Medicina Centrada na Pessoa, um método clínico que objetiva um entendimento integral da vivência individual a fim de construir conjuntamente um plano terapêutico, fortalecer a relação médico-paciente e estimular a autonomia da pessoa no processo. Relato do Caso: VB, sexo masculino, 75 anos, procura atendimento médico devido síncopes hipoglicêmicas, que têm sido o maior motivo de preocupação dele e da família. Relata ainda dor recorrente em mão e pulso esquerdos, diminuição progressiva da acuidade visual, claudicação intermitente, tinnitus, urgência miccional, noctúria e polaciúria. É portador de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus descompensados, doença arterial coronariana com hipertrofia de ventrículo esquerdo, angina estável, doença arterial periférica, dislipidemia, insuficiência renal crônica. Tabagista 50anos/maço. Em uso irregular de sete classes de medicamentos, incluindo insulina. História pregressa de hiperplasia nodular prostática benigna, insuficiência venosa superficial, tratadas cirurgicamente. Ao exame apresenta edema e ausência de pulsos periféricos e de sensibilidade tátil em membros inferiores. Aposentado, mora com a filha, genro e neto. À revisão do prontuário nota-se inúmeros encaminhamentos a outros profissionais, como cirurgião vascular e nutricionista, sem no entanto, haver contrarreferência ou comunicação com a equipe de saúde. Discussão: Um dos enfoques atuais no contexto da prática clínica inclui a percepção e crenças do sujeito quanto à sua condição, suas perspectivas de cura ou melhora, e a postura frente à morbidade, como negação ou regressão. Estabelece que o cuidado efetivo requer um olhar atento às reais necessidades do paciente e respeito às suas opiniões sobre o adoecimento e sua cultura, além de uma concordância entre médico e paciente no que tange ao diagnóstico, prioridades, e papel de cada indivíduo 47 na busca da saúde. A má adesão ao tratamento pode ser uma das muitas formas que o paciente tem de expressar sua discordância em relação a algum desses parâmetros, e essa cumplicidade é fundamental para a obtenção de metas em comum acordo. Além disso, nota-se a importância de conhecer o sistema de saúde local e interagir adequadamente numa equipe multiprofissional. Conclui-se, portanto, que a Medicina Centrada na Pessoa provê recursos e estratégias para o manejo, de forma mais eficiente, integral e humana, em casos complexos como o relatado. PALAVRAS-CHAVE: doenças crônicas, medicina centrada na pessoa, assistência integral à saúde REFERÊNCIAS: FERREIRA, D. C. SOUZA, I. D. ASSIS, C. R. S. A Experiência do Adoecer: uma Discussão sobre Saúde, Doença e Valores. Revista Brasileira de Educação Médica. v. 38, n. 2, p. 283-288. 2014. STEWART, Moira, et al. Medicina centrada na pessoa: transformando o método clínico. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed. 2010. 48 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABORDAGEM DE PACIENTE HIPERTENSO COM HISTÓRIA PRÉVIA DE INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ATENDIDO NA UBS DE PASSAGEM DE MARIANA-MARIANA/MG Orientador: João Milton Penido Autores: Ana Luiza Martins Reggiani Bruno de Araújo Pinheiro Christian Gomes Cardoso Viana Gabriela Oliveira Leopoldo Gabriella Noronha Frois Heloisa Cirilo Sousa Jesssica Almeida Horta Duarte João Luis de Freitas Maria Gabriela Ribeiro Madeira Silvio Vassão Junior Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: As doenças do aparelho circulatório constituem a principal causa de mortalidade no Brasil desde a década de 60. O termo infarto do miocárdio significa morte de cardiomiócitos causada por isquemia prolongada. Em geral, essa isquemia é causada por trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica. A abordagem do infarto agudo do miocárdio é fundamental pela alta prevalência, mortalidade e morbidade da doença. Diversas variáveis são utilizadas para prever a evolução e orientar o tratamento dos pacientes acometidos pelo infarto agudo do miocárdio, entre as quais podemos citar: sexo, idade, história de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, tamanho e localização do infarto, presença de disfunção cardíaca, dentre outros. O infarto agudo do miocárdio é um evento que requer internação, tendo um diagnóstico clínico relativamente simples e bem estabelecido, geralmente baseado no tripé história clínica, evolução eletrocardiográfica e curva enzimática. Relato do caso clínico: Paciente J.M.E, 55 anos, sexo masculino, hipertenso, residente em MarianaMinas Gerais. Em 15/09/2015, sofreu um infarto agudo do miocárdio e foi internado no Hospital São Franscisco em Belo Horizonte. Permaneceu internado por 25 dias na unidade de terapia intensiva. Realizou cateterismo que evidenciou lesão em terço proximal de artéria descendente anterior, com posterior intervenção coronária percutânea com implante de stent. Realizou Ecocardiograma que evidenciou trombo em ventrículo esquerdo. Recebeu alta hospitalar com valor de Razão Normalizada Internacional dentro da normalidade, prescrição de varfarina por 3 meses (7,5mg ao dia), além da prescrição de enalapril (20 mg ao dia), ácido acetilsalicílico (100mg ao dia), sinvastatina (20 mg ao dia), anlodipino (5 mg ao dia), hidroclorotiazida (25mg ao dia), orientação de dieta hiposódica, hipolipídica e exercícios físicos. A primeira consulta na unidade básica de saúde de Passagem de Mariana ocorreu dia 25/10/2014 para controle de Razão Normalizada Internacional. Nesta data não havia iniciado a dieta, apenas a prática de atividade física referindo dor precordial e dispneia durante sua realização. Nas consultas seguintes o valor da Razão Normalizada Internacional variou entre 2 e 3. Entretanto, na consulta do dia 13/11/2014 este valor se elevou, atingindo 49 4,87, fazendo com que a dose da varfarina fosse reduzida para 6,25mg ao dia. Paciente foi orientado a retornar para acompanhamento, controle de exames e uso dos medicamentos. Discussão: Ao longo dos atendimentos realizados na unidade básica de saúde, observou-se a alta prevalência de pacientes que apresentam complicações cardiovasculares como no presente caso. Isto evidencia a necessidade do sistema único de saúde adotar medidas preventivas e de promoção à saúde que visam minimizar as possíveis complicações que de doenças cardiovasculares, que interferem diretamente na qualidade de vida do indivíduo. Palavras chave: infarto agudo do miocárdio, isquemia, mortalidade. Referências Diretrizes da sociedade brasileira de cardiologia sobre angina instável e infarto agudo do miocárdio sem supra desnível do segmento ST (2ª Edição, 2007) – Atualização 2013/2014. Sociedade Brasileira de Cardiologia • ISSN-0066-782X • Volume 102, Nº 3, Supl. 1, Março 2014. Zornoff,LAM.,Paiva, SAR., Assalin,VM., Pola, PMS ., Becker,LE ., Okoshi, MP., Matsubara, LS ., Inoue, RMT., Spadaro,J. Perfil Clínico, Preditores de Mortalidade e Tratamento de Pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio, em Hospital Terciário Universitário. Arq Bras Cardiol, volume 78 (nº 4), 396-400, 2002. 50 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PÉ DIABÉTICO: DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM Luciana Van der Bergen1 Bernardo Arantes Neves de Abreu2 Clayton Marcos dos Santos2 Daniel Guilherme de Oliveira e Silva2 Fábio Fernandes de Mendonça2 Fernanda dos Santos da Silva2 Filipe Nappi Mateus2 Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes2 Guilherme Ângelo dos Santos Silva2 Pedro Gadbem Bobst2 Simone Alves Edmundo2 Thaís Borges Finotti2 1 Docente da Clínica Médica da Universidade Federal de Ouro Preto 2 Discentes do VII período de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus é um importante e crescente problema de Saúde Pública em todos os países. Há uma associação da diabetes com a hospitalização de seu portador devido a suas complicações como hipoglicemia, cetoacidose metabólica, coma hiperosmolar, ulcerações do pé diabético. O pé diabético é um estado fisiopatológico multifacetado, caracterizado por lesões que surgem nos pés dos diabéticos em decorrência de neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades. As lesões geralmente decorrem de trauma e podem se complicar com gangrena e infecção, ocasionadas por falhas no processo de cicatrização as quais podem resultar em amputação em 85% dos casos, quando não se institui tratamento precoce e adequado. Este relato de caso tem como objetivo sensibilizar profissionais da saúde, neste caso alunos de medicina sobre a importância e a técnica de uma exame físico para abordagem eficiente do pé de um diabético. RELATO DO CASO CLÍNICO: J. A. G., 68 anos, sexo masculino, casado, aposentado, hipertenso controlado e diabético não controlado há sete anos, chegou à Unidade Básica de Saúde São Cristóvão com úlcera em tornozelo direito consequente de trauma há dois anos. O paciente possuía história de acidente vascular cerebral prévio sendo caracterizado como alto risco cardiovascular. Faz uso das seguintes medicações: glibenclamida, metformina, losartana, hidroclorotiazida e acido acetilsalicílico. A abordagem inicial de sua úlcera 51 associou melhora da analgesia, e curativo diário com a equipe de saúde. O paciente era resistente aos curativos e medicações prescritas. Houve falência no tratamento, o que desencadeou a internação do paciente para tratamento com debridamento cirúrgico. Progressivamente o paciente permitiu o uso de pomada bem como passou a fazer a higienização e os curativos em casa evoluindo melhora progressiva. O Paciente não obteve controle glicêmico adequado com hipoglicemiantes orais. Após um ano de acompanhamento, conseguiu-se iniciar insulina NPH 4 UI, toda manhã no posto, e, posteriormente, em casa. DISCUSSÃO: É urgente e necessário que os profissionais de saúde avaliem os pés diabéticos de forma minuciosa e com frequência regular, bem como desenvolverem atividades educativas, visando a melhorar o autocuidado, principalmente a manutenção de um bom controle glicêmico. As medidas educativas têm por objetivo sensibilizar, motivar e mudar atitudes da pessoa sobre os cuidados com os pés e calçados, no seu dia-a-dia, reduzindo, o risco de ferimento, úlceras e infecção. A avaliação dos pés constitui-se em passo fundamental na identificação dos fatores de risco que podem ser modificados, o que reduzirá o risco de ulceração e amputação de membros inferiores nas pessoas com diabetes. Palavras-chaves: pé diabético, úlceras do pé, amputação. Referências: CUBAS, Marcia Regina et al. Pé diabético: orientações e conhecimento sobre cuidados preventivos. Fisioter. mov, Curitiba , v. 26, n. 3, Sept. 2013. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010351502013000300019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 26 Nov. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-51502013000300019. Ochoa-Vigo, Kattia, and Pace AE. "Pé diabético: estratégias para prevenção." Acta Paul Enferm 18.1 (2005): 100-9. 52 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SUSPEITA DE DIABETES TIPO MODY Ivan Batista Coelho Ana Cláudia dos Santos Amália Assis de Freitas Débora Dumont Cruz Nunes Elen Cristina da Mata Luciana Silva de Godoy Washington Miguel Almeida Najla Braz da Silva Vaz Samira Karolyne da Silva Romão Sara Helena Resende Carvalho Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O diabetes da maturidade com início na juventude (MODY) é um subtipo de Diabetes Melito (DM) caracterizado por herança autossômica dominante, início precoce da hiperglicemia, comumente antes dos 25 anos, em que há disfunção na secreção de insulina¹. Estima-se que as variantes MODY representem 5% do diabetes tipo 2 nos países industrializados². RELATO DO CASO CLÍNICO: J.E., sexo feminino, 20 anos, residente em Mariana-MG apresenta-se à clínica médica no dia 23/09/14 às 9 horas após aferição da glicemia em 18/09/2014 sem os valores e confirma a presença de polifagia, poliúria, polaciúria e polidipsia. Na anamnese especial referiu cefaleia transitória, má cicatrização, presença de queloide e parestesia periférica. Possui história pregressa de atopia alimentar e história familiar materna de DM tipo 2 de longa data em insulinoterapia e paterna de infarto agudo do miocárdio aos 64 anos. A paciente habitua-se à alimentação desregrada e exercício físico irregular. Ao exame físico apresentou pressão arterial (PA)=130x80mmHg, frequências cardíaca e respiratória normais, glicemia capilar=264mg/dl, IMC=28,2Kg/m². O exame dos demais sistemas não mostrou alterações. À ectoscopia ressalta-se concentração adiposa abdominal. A hipótese diagnóstica foi hiperglicemia a esclarecer com a conduta de glicemia plasmática urgente. Ao retorno em 23/09/14 às 13 horas, o resultado da glicemia foi 237mg/dl, com relatos de noctúria e PA= 150x10mmHg. Continuou-se o esclarecimento da hiperglicemia e solicitou-se o uso de insulina NPH 100 (8UI, 0, 4UI). As condutas foram: solicitação de exames complementares, pesquisa de diabetes tipo MODY, encaminhamento à nutricionista e orientações à paciente. Em novo retorno em 30/09/14 J.E. refere boa adesão à insulinoterapia, prática de atividade física regular, perda de 2,600kg/m² e glicemia capilar =133mg/dl ás 21 horas do dia 29/09/14. Sua PA=140x90mmHg, a glicemia capilar= 166mg/dl e demais dados vitais sem alterações. Solicita-se o aumento da dose de insulina diária para (10UI,0,6UI) e o retorno em 15 dias. Não veio ao retorno. DISCUSSÃO: Para os doentes assintomáticos é essencial pelo menos mais de um teste á glicose no sangue/plasma com resultado positivo, seja em jejum, ao acaso ou prova de tolerância oral á glicose. As premissas diagnósticas do MODY são: diagnóstico efetuado antes dos 25 anos em pelo menos um membro da família; transmissão autossômica dominante com 3 gerações acometidas; capacidade de controle da doença sem uso de insulinoterapia (e sem desenvolver cetose) por no 53 mínimo 2 anos ou níveis significativos de peptídeo C. A dosagem de auto-anticorpos contra as células beta pancreáticas pode ser realizada, contudo, a sua frequência em crianças caucasianas saudáveis é de 1% a 4%, de modo que a presença isolada de autoanticorpos não é suficiente para excluir o DM tipo2 em jovens, ou afirmar o diagnóstico de DM tipo1. Assim, é necessário, diferenciar o MODY do diabetes autoimune latente do adulto (LADA) em que os níveis de peptídeo C estão baixos ou indetectáveis. E ainda mediante os achados clínicos e laboratoriais diferenciá-lo de endocrinopatias, uso de drogas, e a associação com doenças genéticas. Palavras-chaves: Diabetes mellitus, resistência à insulina, MODY Referências: 1-HARRISSON, Tinsley R.; FAUCI, Antony S.; KASPER, Dennis L.;LONGO, Dan L; BRAUNWALD, Eugene; HAUSER, Sthephen L.; JAMESON, J. Larry; LOSCALZO, Joseph. Harrisson Medicina Interna. Rio de janeiro: Mc Graw-Hill Interamericana do Brasil, 17ª ed. v.II, 2008. 2- OLIVEIRA, Carolina S.V.; FURUZAWA, Gilberto K.; REIS, André F. Diabetes Mellitus do Tipo MODY. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 46, n. 2, Apr. 2002. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302002000200012&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 22 Nov. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302002000200012. 54 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SÍNDROME NEFRÓTICA CORTICODEPENDENTE Orientador: Joao Milton Martins de Oliveira Penido ([email protected]) Autores: Ana Luiza Martins Reggiani ([email protected]) Christian Gomes Cardoso Viana ([email protected]) Gabriela Oliveira Leopoldo ([email protected]) Bruno de Araújo Pinheiro ([email protected]) Gabriella Noronha Frois ([email protected]) Heloisa Cirilo Sousa ([email protected]) Jéssica Almeida Horta Duarte ([email protected]) João Luis de Freitas ([email protected]) Maria Gabriela Ribeiro Madeira ([email protected]) Silvio Vassão Junior ([email protected]) Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP Ouro Preto, Minas Gerais Introdução: A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria de nível > 3,5 g/m² de superfície corpórea/dia (ou > 3,0 g/dia), presença de hipoalbuminemia e edema. A dislipidemia geralmente está presente. Os sinais e sintomas apresentados nesse quadro clínico são o edema, espuma na urina, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e manifestações das doenças de base que podem ter dado origem à síndrome nefrótica. O diagnóstico da síndrome nefrótica é clínico e laboratorial. O tratamento consiste em dieta adequada, medidas para controle do edema, tratamento da dislipidemia e da HAS, além do tratamento da glomerulopatia propriamente dita. A indicação de biópsia nos pacientes com síndrome nefrótica é feita para aqueles com rins de tamanhos normais na ausência de contraindicações. Relato de caso: D.A.P.O, sexo masculino, 27 anos, caucasiano, residente em Mariana – MG. O paciente foi internado na Santa Casa de São Paulo (SIC) aos 3 anos de idade, e nesta ocasião recebeu o diagnóstico clínico de síndrome nefrótica por glomerulopatia por lesões mínimas, quadro que foi prontamente responsivo à corticoterapia. Nos últimos anos, o paciente apresentou exacerbações da proteinúria e do quadro de síndrome nefrótica, apresentando-se com anasarca em várias ocasiões, com variações de proteinúria acima de 3,0g nos controles subsequentemente realizados. Dessa forma, foi necessário realizar o ajuste da dose basal de prednisona (20 mg/dia) até 60 mg/dia, o que resultou em uma redução da proteinúria a valores inferiores a 1000mg/24hr. Entretanto, o paciente sempre manteve o uso de ao menos 20mg/dia de prednisona, pois foram observadas recidivas em doses menores que isso, caracterizando uma corticodependência por parte do paciente. O paciente vem apresentando valores controlados de pressão arterial e vem sendo monitorizado a partir da realização de exames laboratoriais. Atualmente o paciente está em uso de prednisona 55 20mg MID, espironolactona 25mg MID e captopril 25mg BID. O paciente possui um diagnóstico clínico de síndrome nefrótica primária a esclarecer e foi encaminhado para biópsia renal para definir com precisão o diagnóstico histológico da glomerulopatia e então realizar adequação do tratamento. O resultado da biópsia não foi entregue ao paciente antes do término dos atendimentos de MGA. Discussão: O paciente realizou o tratamento de inicial de prednisona oral 1mg/kg/dia pelo tempo indicado. Quando suspendeu o tratamento apresentou recidiva, tendo que manter o uso de uma dose de 20mg/dia do corticosteroide, caracterizando uma corticopendência. Uma das preocupações com o paciente é uso crônico de altas doses de corticosteroide, que pode levar a um quadro de síndrome de Cushing iatrogênica, requerendo um acompanhamento de perto do paciente. No próximo retorno do paciente à UBS Passagem de Mariana o resultado da biópsia deve ser analisado e o tratamento deverá ser adequado ao tipo histológico da glomerulopatia diagnosticado. Referências: KIRSZTAJN, G. M. . Glomerulopatias: manual prático: uso diário ambulatorial e hospitalar. São Paulo: Livraria Balieiro, 2011. 186 p. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. Glomerulopatias. Jornal Brasileiro de Nefrologia, Volume XXVII, nº 2, Supl. 1, Junho de 2005. Disponível em: < http://sbn.org.br/pdf/diretrizes/recomendacoes.pdf>. Data de acesso 26/11/214. Palavras-chave: síndrome nefrótica, doença renal crônica, glomerulopatia de lesões mínimas. 56 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABORDAGEM, PREVENÇÃO E CONTROLE DE NEFROLITÍASE – RELATO DE CASO Orientador: Prof. João Milton Penido Autores: Adélie Nicole Martins Gai Géssica Santana Marota Ludyanne da Silva Gomes Luisa Martino Avelar Luiz Gustavo Minaré Conessa Priscila Cintra Campos Rafaela Arantes Taylane Glória Magalhães Coelho Escola de Medicina – Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: O quadro de nefrolitíase caracteriza-se por concreções de cristais minerais, que se formam no interior do trato urinário e que podem migrar através dele ou obstruí-lo, causando dor. A formação de cálculos urinários resulta habitualmente do colapso de um delicado equilíbrio entre solubilidade e precipitação dos sais. Segundo dados da literatura, sua prevalência está em torno de 5 a 15% da população ao redor do mundo. A nefrolitíase causa grande impacto na saúde da população, pois cerca de 50% desses pacientes podem apresentar recorrência em até 10 anos após o primeiro episódio. Em geral afeta jovens, com seu pico de incidência durante a terceira e quarta décadas de vida, entretanto também ocorre comumente em crianças. RELATO DE CASO CLÍNICO: T.T.P, sexo feminino, 29 anos, compareceu à Unidade Básica de Saúde do Antônio Dias, em Ouro Preto, com histórico de nefrolitíase de repetição, sendo um episódio sindrômico com complicação obstrutiva ureteral e infecção urinária, necessitando de intervenção urológica para retirada da concreção, bem como antibioticoterapia para tratamento da infecção. Considerando que a paciente continuava clinicamente metabolicamente ativa, apresentando episódios sequenciais de cólica renal, realizou-se estudo metabólico de nefrolitíase em amostras de sangue e urina de 24 horas, solicitou-se também um exame de urina rotina, aferição do PH urinário pelo método de phmetro e avaliação da função renal. A paciente relata ter diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica parcialmente controlada desde 22 anos, cuja etiologia ainda está sendo investigada. Entre os diagnósticos encontram-se também sobrepeso, sedentarismo e quadro depressivo. A conduta clínica incluiu dietoterapia específica para o controle da nefrolitíase, hipertensão arterial e sobrepeso, bem como orientações para 57 atividade física, renovação da receita de Losartana 50 mg, Hidroclorotiazida 25 mg, Anlodipina 5mg, solução de citrato alcalino, citrato de potássio, citrato de sódio, ácido cítrico e aromatizante, Nortriptilina 25 mg. DISCUSSÃO: A nefrolitíase é considerada atualmente um epifenômeno de doenças sistêmicas. Diversos fatores predispõem a esta doença, tais como: gênero, idade, ocupação, sedentarismo, hereditariedade, alterações anatômicas e metabólicas. As alterações metabólicas habitualmente encontradas em pacientes metabolicamente ativos são hipercalciúria, hipocitratúria, hiperucosúria, cistinúria, hiperoxalúria. Também contribuem para a formação de cálculos as alterações anatômicas do trato urinário, como a obstrução da junção ureteropélvica e a inserção alta do ureter na pelve renal, drenagem deficiente, com estase urinária. A abordagem de pacientes que apresentarem episódios de cálculos recidivantes deve incluir avaliação metabólica a fim identificar fatores de risco para formação de concreções, iniciar a terapia preventiva médica e, dessa forma, reduzir o risco de recidiva e dano renal futuro. Palavras-chave: nefrolitíase, cólica renal e dietoterapia. Referências: KASPER, Dennis L., JAMESON, J. Larry et al. Medicina Interna de Harrison 18ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2013. XU, Hongshi; ZISMAN, Anna L†; COE, Fredric L; WORCESTER, Elaine M. Kidney stones: an update on current pharmacological management and future directions. Chicago: Department of Medicine, 2013. 58 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABORDAGEM DE PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA E COMORBIDADES ASSOCIADAS Orientador: Professor Dr. Alexandre Barbosa Aline Ferreira Ricieri Catarine Alves Silveira Cecília Carneiro e Silva Fernanda de Faria Mariano Fernanda Mendes Oliveira Rossi Lígia Barros de Oliveira Wanderley Souza Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A doença arterial periférica é um distúrbio clínico no qual há uma estenose ou oclusão nas artérias dos membros, causada, frequentemente, por aterosclerose. Pode ser assintomática ou sintomática cujo principal sintoma é a claudicação intermitente. Os fatores de risco relacionados à doença são: sedentarismo, tabagismo, obesidade, diabetes e hipertensão arterial e ausência dos pulsos tibiais posteriores. Relato do caso clínico: Paciente do sexo feminino M.R.M. 91 anos, compareceu à Unidade Básica de Saúde de Amarantina (UBS) em 03/09/14 com queixa de dor e feridas no pé esquerdo. As feridas começaram em Julho desse ano na forma de rachaduras que foram evoluindo para úlceras. A enfermeira dessa UBS fazia curativos nas úlceras 1 vez ao dia com soro fisiológico e pomada de colagenase. A dor aparecia nas trocas de curativos e na deambulação. A paciente relatou também claudicação intermitente no membro inferior esquerdo. A paciente fazia uso de Ibuprofeno, Paracetamol e Cefalexina no momento da consulta, porém, já tinha usado a pomada de sulfadiazina de prata e nebacetim, sem sucesso na cicatrização da úlcera. Na anamnese especial, foram detectadas a presença de glaucoma e dificuldade de deambulação pela presença das úlceras. A paciente relatou ainda que era hipertensa há 30 anos, por isso fazia uso de Anlodipino 5mg; Hidroclorotiazaida 25 mg; Enalapril 20mg. Além disso, já teve dois episódios de hemorragia intestinal devido ao uso do ácido acetil-salicílico. Ela trouxe o resultado do Duplex Scan dos Membros Inferiores realizado no dia 27/08/14 que revelou: ateromatose difusa dos membros inferiores, oclusão do segmento médico da artéria femoral superficial à esquerda e sinais de doença arterial progressiva notadamente em membro inferior esquerdo. Ao exame físico: sinais vitais: PA sentada em MS direito e esquerdo: 150/60mmHg; Sistema cardiovascular: BNFNR em 2T, sopro sistólico com foco 59 mitral +++/6+, pulsos pediosos: finos e de difícil palpação principalmente à esquerda. Diminuição da perfusão capilar principalmente à esquerda. Exame do pé esquerdo: presença de úlceras no calcâneo, região lateral do pé próximo ao 5º pododáctilo e parte anterior dos dedos. Presença de necrose no calcâneo e diminuição da temperatura do pé esquerdo. Hipóteses diagnósticas: HAS, Glaucoma, Insuficiência arterial periférica devido à ateromatose difusa em membros inferiores, Úlceras arteriais em pé esquerdo com necrose úmida. Conduta: manutenção da medicação em us, uso oral: 1-Clopidogrel, 75mg Cilostazol, 50mg, Tramadol, 50mg; Sinvastatina 20mg; encaminhamento para a Unidade de Pronto Atendimento de Ouro Preto (UPA) para desbridamento da úlcera e para realização de cateterismo de membros inferiores. A paciente foi internada no hospital Santa Casa de Ouro Preto e veio a falecer por hemorragia digestiva devido ao uso de warfarina. Discussão: Provavelmente, a insuficiência arterial periférica da paciente foi resultado de mau controle da hipertensão arterial, sedentarismo e hábitos alimentares inadequados. A obstrução parcial da artéria femoral dificulta a chegada de sangue oxigenado nos membros inferiores, resultando na formação de úlceras arteriais. PALAVRAS-CHAVE: insuficiência arterial periférica, ateromatose, úlcera arterial REFEÊNCIAS: Dan L. Longo; Anthony S. Fauci; Dennis L. Kasper; Stephen L. Hauser; J. Larry Jameson; Joseph Loscalzo; Medicina Interna de Harrison; 18º edição; Editora: McGraw-Hill, 2013. REMAKDISSE, Marcia et al. Prevalência e fatores de risco associados à doença arterial periférica no projeto corações do Brasil. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 91, n.6, Dec.2008. 60 APRESENTAÇÕES CRIANÇA I E II ORAIS – DISCIPLINAS MEDICINA GERAL DA APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS VARICELA EM PACIENTE EM FASE ESCOLAR – CONSIDERAÇÕES E RELATO DE CASO Prof. Luiz Walter Furtado Sousa Luísa Martino Avelar Rafaela Arantes Taylane Glória Magalhães Coelho Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A varicela é uma doença infecciosa aguda, altamente transmissível. É caracteristicamente uma doença da infância, de alta morbidade, baixa mortalidade e de distribuição universal, no entanto passível de prevenção através de imunização. RELATO DO CASO CLÍNICO: IKCS, gênero feminino, 7 anos, natural e procedente de Mariana, parda apresentou-se a Unidade Atendimento de Programas de Saúde (UAPS) Santo Antônio em Mariana – MG, acompanhada pela mãe queixando-se de cefaleia, febre e hiporexia havia uma semana com ingestão de poucos alimentos, com preferência por sucos e água. Apresentou quadro de diarreia durante os três primeiros dias, evoluindo com hábito intestinal constipado, dor abdominal periumbilical havia dois meses, intermitente e de intensidade 4/10. Apresentou febre no dia anterior à consulta, no entanto não termometrada, além de dois episódios de vômito alimentar desde o início do quadro de hiporexia. Apresentava ao exame físico durante a consulta estado geral deprimido, lesões papulosas, de cor central perolácea e com borda eritematosa, pruriginosas, dispersas por todo o corpo e presença de lesões esbranquiçadas e com borda eritematosa em mucosa jugal. Estava febril com temperatura axilar de 39° C e apresentava dor e defesa à palpação superficial e profunda do abdome. As hipóteses diagnósticas foram: crescimento e desenvolvimento adequados para a idade, enterite aguda resolvida e varicela. A conduta foi prescrição de Paracetamol 200 mg/mL de 6 em 6 horas, se dor ou febre e Desloratadina 2,5 mg/mL, 1 vez ao dia e atestado médico por 7 dias. DISCUSSÃO: A varicela é uma doença com alta relevância em nosso país devido ao seu caráter altamente contagioso e sintomático, além de prevalente no período escolar em crianças com menos de 10 anos de idade, sendo um fator importante de absenteísmo escolar por infecção. O contágio ocorre a 61 partir de 2 dias antes do aparecimento do exantema, por via respiratória, sendo cada vez menos contagiosa após seu início. O período de incubação é de 14 a 16 dias e o diagnóstico é usualmente clínico com o aparecimento de lesões vesiculares características com distribuição centrípeta pelo corpo que evoluem para crostas em poucos dias (Doença exantemática de padrão papulovesicular). Atualmente a vacinação é recomendada para crianças acima de 12 meses de idade pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e introduzida ao calendário vacinal infantil aos 15 meses de idade pelo Ministério da Saúde (MS). Palavras-chaves: varicela, exantema, criança Referências: TONELLI, E.; FREIRE, L.M.S. Doenças infecciosas na infância e adolescência. São Paulo: MEDSI; 2000. CARVALHO, E.S.; MARTINS, R.M. Varicela: aspectos clínicos e prevenção. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/99-75-S126/port.pdf, acessado em 18/11/14. 62 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ENXAQUECA EM PACIENTE EM IDADE ESCOLAR – RELATO DE CASO E CONSIDERAÇÕES Professora: Célia Maria da Silva Discentes: Adélie Nicolli Martins Gai Luiz Gustavo Minaré Conessa Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A migrânea ou enxaqueca é uma doença que possui alta prevalência mundial, e é desencadeada por vários fatores, tais como: idade, cor da pele, nível socioeconômico. O paciente passa por uma série de eventos e culminando na dor, com importantes repercussões em atividades diárias. RELATO DO CASO: GASP, masculino, 7 anos, natural e procedente de Mariana, negro, foi levado pela mãe adotiva a Unidade de Atenção Primária em Saúde (UAPS) Antônio Dias em Ouro Preto-MG, queixando-se de crises de cefaleia há 3 meses, que o levaram ao pronto atendimento, queda do rendimento escolar, hiporexia e distúrbios do sono concomitantes. As cefaleias eram intensas, incapacitantes, em aperto, frontais com dor periorbital esquerda, foto e fonofobia, apresentando vômitos e aura durante a crise. Obtém alívio discreto com o uso de paracetamol ou dipirona. Estava afebril e sem alterações significativas ao exame físico. A hipótese diagnóstica principal foi a de enxaqueca com aura. A conduta foi a de solicitar de exames, laboratoriais para excluir alguns diagnósticos diferenciais, manter medicação antálgica quando necessário, encaminhamento ao neurologista, e orientações no sentido de evitar desencadeantes de enxaqueca. DISCUSSÃO: A prevalência de cefaleia em escolares varia muito, ocorrendo em 5,9 – 82%. (HENDGES, 2013) Cerca de 8% das crianças do Brasil têm enxaqueca, sendo que 0,6% apresentam a forma crônica da doença. O risco de dificuldades na escola quase triplica entre crianças com o problema; e as chances de sintomas como depressão e ansiedade aumentam em quase seis vezes nesses jovens. (ARRUDA, 2012). Há correlação entre migrânea com aura e infarto migranoso em crianças. (RIBEIRO et. al., 2009) Parassonias (terrores noturnos, sonambulismo, sonilóquio). (FIALHO et. al., 2012, apud STEVENSON, 2006, COWAN, 1989). Crianças com migrânea apresentaram desempenhos inferiores em vários domínios cognitivos como atenção, velocidade de processamento, memória e organização perceptual. (MOUTRAN et. al., 2011). O tratamento eficaz de um episódio agudo de cefaleia (enxaqueca) passa pela identificação dos fatores desencadeantes e pela idealização de uma estratégia terapêutica cujo objetivo seja a eliminação da cefaleia após uma ou duas horas. (GHERPELLI, 2002). Concluiu-se que a enxaqueca tem prevalência significativa e causa prejuízos na faixa escolar, sejam eles sociais ou pessoais e cognitivos. A cefaleia não deve ser esquecida em pediatria apesar de ser um tema pouco explorado pela literatura e pelas disciplinas de Semiologia Pediátrica e Medicina Geral de Crianças I da UFOP. Palavras-chave: Enxaqueca com aura, Criança, Transtornos da Cefaleia. 63 Referências 1- GHERPELLI, J.L.D. Tratamento das cefaléias. J. Pediatr. 2002, vol.78, suppl.1, pp. S3-S8. 2- HENDGES, L.P. Epilepsia e cefaleia: diferenças entre faixas etárias de início da epilepsia e aspectos neuropediátricos - tese de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. 2013 64 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO RECIDIVANTE EM LACTENTE: RELATO DE CASO Orientador (a): Célia Maria da Silva Géssica Santana Marota Ludyanne da Silva Gomes Priscila Cintra Campos Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das doenças mais frequentes na clínica pediátrica diária. A ITU pode levar a graves complicações, como disseminação bacteriana e lesão do parênquima renal. A abordagem da ITU envolve o alívio dos sintomas, erradicação do agente infeccioso com profilaxia, quando indicado, e a procura por anormalidades funcionais e anatômicas do trato urinário. As uropatias e as disfunções vesicais são as causas mais importantes e devem ser pesquisadas em qualquer criança com surto comprovado de ITU. O correto diagnóstico e o pronto início do tratamento são cruciais na prevenção de dano renal. RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente, Y.G.D.B, sexo masculino, lactente de 9 meses, vem a Unidade Básica de Saúde de Antonio Dias, acompanhado pela mãe com queixa de “Infecção Urinária recorrente”. Mãe relata que seu filho iniciou episódios de infecção do trato urinário desde os dois meses de vida. Tratados anteriormente com antibioticoterapia, e melhora do quadro clínico. Foi realizado posteriormente uretrocistografia miccional e exame ecográfico não evidenciando alterações. Desta vez, o quarto episódio recidivante, refere que a urina está fétida, coloração amarela claro, sem sangue. Foi internado há uma semana sendo submetido ao tratamento com Gentamicina endovenosa por sete dias, porém a febre persistiu após 48hs da suspensão do antibiótico. Após cinco dias da suspensão da Gentamicina e persistência da febre, retorna com a Nitrofurantoína. Mãe refere ainda, diminuição do peso e febre termometrada em 38,8 °C há 4 dias com crise convulsiva no período febril. Na História Pregressa relata gravidez não planejada, sem intercorrências, 14 consultas de pré-natais e alterações da pressão arterial durante a gestação. Parto cesárea de urgência. Apgar 1’: 9; 5’: 9; Comprimento 49cm; Peso: 3,345Kg; Perímetro cefálico: 34cm. Vacinação em dias. Teste do pezinho, teste do coraçãozinho e teste da orelhinha sem alterações. Na História Familiar nega consanguinidade. Pai, 29 anos, ex-tabagista, não etilista, sem outros problemas de saúde. Mãe, 25 anos, não tabagista, G1P1A0, sem problemas de saúde. Ao exame físico: Paciente de facies atípica, sem linfonodomegalias cervicais, submandibulares e supraclaviculares, boa perfusão capilar, pulsos periféricos presentes e simétricos. Sinais Vitais: FC: 106bpm; FR: 24irpm; Temperatura: 36,4 ºC. Otoscopia e oroscopia sem alterações. Aparelho cardiovascular, respiratório e abdome sem alterações ao exame. Ao exame da genitália nota-se fimose fisiológica. A impressão diagnóstica foi Infecção do Trato Urinário recidivante. Conduta: Pedido de exame de urina rotina, Urocultura e Gram de Gota. Retorno para o dia seguinte trazendo resultado de antibiograma para 65 prescrição do antibiótico e encaminhamento para nefrologia pediátrica. DISCUSSÃO: Visto a importância de uma abordagem integral ao paciente, dá-se a importância de se investigar a causa primária da sintomatologia apresentada para que a mesma seja corretamente tratada em tempo hábil de forma a prevenir danos futuros. Dada a frequente associação entre anomalias congênitas do trato urinário em pacientes com histórico de ITU recidivante, sua busca torna-se parte da abordagem a esses pacientes. Além disso, o diagnóstico precoce por meio de exames ultrassonográficos, radiológicos, cintilográficos, urodinâmicos e urológicos possibilita o tratamento correto e melhor prognóstico a esses pacientes. Palavras Chave: ITU, anomalias congênitas, prognóstico. Referências: LEÃO, E. et col. Pediatria Ambulatorial 5ª Ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2013. KOCH, Vera H.; ZUCCOLOTTO, Sandra M.C. Infecção do trato urinário. Em busca das evidências. São Paulo: Jornal de Pediatria, Vol.79, Supl.1, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v79s1/v79s1a11.pdf. 66 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS OBESIDADE INFANTIL: RELATO DE CASO Mônica V. N. Pinheiro de Queiroz Daniel Guilherme de Oliveira e Silva Filipe Nappi Mateus Guilherme Ângelo dos Santos Silva Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A obesidade e o sobrepeso tornaram-se uma epidemia global do século XXI, sendo considerado um problema de saúde emergente. Na faixa etária pediátrica, estudos nacionais demonstram prevalências que variam entre 10,8% a 33,8% nas diferentes regiões. Utilizam-se os critérios definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria, que consideram para as faixas etárias de crianças de 0 a 5 anos o índice de massa corporal (IMC) com escore Z maior que +3, e para crianças maiores de 5 anos o IMC com escore Z acima de +2. RELATO DE CASO: Paciente M. E. S., 7 anos, estudante, negra, natural e residente de Ouro Preto-MG, comparece à consulta acompanhada da mãe queixando episódios frequentes de amigdalite associados a febre alta (41° na última vez). Relata também cefaleia recorrente e dificuldade para visualizar a escrita no quadro na sala de aula. Gravidez de alto risco, mãe teve pré-eclampsia tratada com Aldomet® 500mg. Ao nascimento APGAR de 9 no 1’ e 10 no 5’; peso 3280g; comprimento 46cm; perímetro cefálico 34cm. Vacinação em dia. História de anemia ferropriva de difícil tratamento, persistente, além de infecções de vias aéreas superiores recorrentes e história pregressa positiva para parasitoses (A. lumbricoides e T. trichiuria). Realiza 5 refeições diárias, em grande quantidade e alimentos variados; pratica atividade física 2x/semana na escola (educação física); bom rendimento escolar. Mãe hipertensa, diabética e obesa; pai hipertenso; avó materna hipertensa e com glaucoma; irmã (4anos) com hipertensão infantil. Ao exame: hipocorada (+/4+); Peso: 27,6 kg (escore Z entre +2 e +3); Altura: 1,14m (escore Z entre +1 e +2); IMC: 21,24 (escore Z entre +2 e +3); Pressão arterial 90x56 mmHg; tonsilas palatinas hipertrofiadas (3+/4+); à ectoscopia, lesão plana e hiperpigmentada em região cervical posterior, sugestiva de acantose nigricans. Em consulta de retorno paciente traz resultados de exames solicitados: Hemácias 4,5 milhões/mm³; Hematócrito 33%; Hemoglobina 11,2g/dl; VCM 73u³; HCM 24pg; CHCM 33%; Plaquetas 307000/mm³; Leucócitos 4200/mm³; Neutrófilos segmentados 41%(1722/mm³); Eosinófilos 7%(294/mm³); Linfócitos típicos 42%(1764/mm³); Monócitos 10% (420/mm³); Glicemia de jejum 91mg/dl; Colesterol total 178mg/dl; LDL 106,4mg/dl; HDL 55mg/dl; Triglicérides 80mg/dl; Ferritina 13,4 ng/ml; Ferro sérico 64mcg/100ml; IST 27%; Capacidade total de ligação do ferro 240mcg/ml. Para a obesidade e para o controle do colesterol, foram feitas orientações em relação à alimentação e atividade física e para a anemia ferropriva foi prescrito sulfato ferroso suspensão. DISCUSSÃO: A obesidade está intimamente relacionada ao desenvolvimento de inúmeras desordens metabólicas, incluindo-se a intolerância à glicose, hiperlipidemia e hipertensão arterial na criança. Sua abordagem deve ser 67 construída de modo integral e multidisciplinar, compreendendo o contexto familiar e social do paciente. O diagnóstico precoce e uma abordagem adequada são essenciais no controle desta enfermidade e de suas complicações. Palavras-chave: obesidade infantil, diagnóstico, complicações. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Obesidade na infância e adolescência: Manual de Orientação 2ª edição. São Paulo: SBP, 2012, 142 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2014, 212 p. 68 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS PERDA PONDERAL SIGNIFICATIVA APÓS EPISÓDIO DE DIARREIA AGUDA Navarro Santos Gribel Amália Assis de Freitas Débora Dumont Cruz Nunes Sara Helena Resende Carvalho Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A diarreia aguda caracteriza-se pela alteração do hábito intestinal, acompanhada de diminuição da consistência das fezes e do aumento do número de evacuações, podendo estar associada a vômitos e febre. Em alguns casos, há presença de muco e sangue (disenteria). A duração é autolimitada de até no máximo 14 dias. A diarreia aguda é de ocorrência universal e em populações carentes é responsável por altos índices de morbidade e de mortalidade. As etiologias mais comuns devem-se ás infecções por bactérias, vírus, protozoários, helmintos e a causas alimentares e emocionais. Assim, para sua redução é imprescindível a adoção de medidas preventivas e melhoria das condições de saneamento básico. RELATO DO CASO CLÍNICO: V.S.R., 8 anos e 3 meses, estudante, residente de Ouro Preto-MG comparece com a mãe á clínica pediátrica com o relato de perda ponderal de 5 kg no último mês. Há um mês iniciou quadro de diarreia aquosa e amarelada com frequência de 2 a 3 vezes ao dia associada á vômito e afebril. Foi levado á Unidade de Pronto Atendimento (UPA) onde foi orientado a fazer uso de solução de reidratação oral e solução hipertônica com resolução em 5 dias. Há uma semana iniciou novo quadro semelhante de diarreia com duração de 3 dias, retornou à UPA, onde foi administrado Metoclopramida. Seu peso usual é 25 kg e o atual é de 19 kg. Na história pregressa, parto cesáreo e idade gestacional de 36 semanas. Peso ao nascer de 2.500 kg e estatura de 43 cm. Internação em período neonatal devido á hipoglicemia. Não trouxe o cartão de vacina. Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e complementado até os 3 anos. Na anamnese especial: cefaleia e ronco ao dormir. Á ectoscopia apresentou-se em bom estado geral, corado, hidratado, acianótico e anictérico, presença de manchas hipocrômicas no dorso e linfonodo submandibular esquerdo palpável, de 1cm, fibroelástico e indolor. Ao exame físico apresentou sinais vitais condizentes com a idade, pesou 19 kg (percentil 10-25) e altura 1,24 (percentil 25). Demais sistemas sem alterações. As hipóteses diagnósticas foram parasitose, anemia, atopia, diabetes e baixo peso. As condutas foram a solicitação de exames complementares e orientações. Ao retorno, o peso foi 19.400 kg, o leucograma apresentou eosinofilia de 11% e V.S.R. não fez o exame parasitológico de fezes. Foi receitado, Albendazol 40mg consonante com a hipótese de Parasitose intestinal, cetoconazol creme para tratar a pitiríase versicolor e orientações relacionadas ao baixo peso. DISCUSSÃO: os exames complementares foram normais para anemia e glicemia. Houve ganho de 400g quando de seu retorno e questionamos a grande perda de peso relatada pela mãe em um curto período. A diarreia é a 2ª causa de 69 morte em crianças menores de 5 anos em todo o mundo. A precariedade das condições sanitárias municipais contribui para o aumento na incidência de diarreia e na morbidade infantil. Apesar de o paciente estar acima dessa faixa etária e a diarreia aguda ser de fácil resolução na atenção primária, destaca-se a importância da compreensão das vulnerabilidades e dos determinantes dos processos de adoecimento que interferem na recorrência e prognóstico da doença. Palavras-chaves: diarréia, desidratação, epidemiologia Referências: LEÃO, E; CORRÊA, EJ; VIANA, MB; MOTA, JAC; VASCONCELOS, MC. Pediatria ambulatorial. Belo horizonte, Minas Gerais, 5ª Ed. COOPMED, 2013. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Vigilância em saúde. Secretaria de Vigilância á saúde. Doenças diarreicas agudas. Volume único, Ministério da saúde, Brasília, Distrito Federal, 2014. Disponível em: <www.saude.gov.br/bvs>acesso em: 21 de Novembro20 70 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS NEGLIGÊNCIA INFANTIL: RELATO DE CASO Orientadora: Mônica Versiani Queiroz Autores: Clayton Marcos dos Santos Fernanda dos Santos da Silva Simone Alves Edmundo Thaís Borges Finotti Universidade Federal Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Introdução: Os maus-tratos são definidos pela OMS como “toda forma de maus-tratos físicos e/ou emocionais, abuso sexual, abandono ou trato negligente, exploração comercial ou outro tipo, da qual resulte um dano real ou potencial para a saúde, sobrevivência, desenvolvimento ou dignidade da criança, no contexto de uma relação de responsabilidade, confiança ou poder”. A negligência é o tipo mais frequente de maustratos e inclui a negligência física, a emocional e a educacional. O grande número de filhos, baixa renda, desemprego e pobreza são fatores associados a alto risco para negligência dos filhos, sendo negligência física a mais associada com pobreza. Relato do caso clínico: Paciente de 6 anos e 4 meses, do sexo feminino comparece à consulta acompanhada da irmã de 10 anos, apresentando queixa de lacrimejamento, prurido e ardência ocular. A ausência da mãe na consulta foi justificada pelo fato de que ela possui depressão, e devido a esse problema de saúde não conseguiu sair de casa. A irmã relata um acidente ocorrido com a paciente há cerca de 1 ano, em que um caco de vidro perfurou o seu olho direito. Durante a anamnese, foi constatado desenvolvimento adequado, erro nutricional e atraso nas vacinas a serem tomadas na idade da paciente em questão. Ao exame físico, foi verificada hiperemia no olho direito da paciente e presença de escabiose. Discussão: Os maus-tratos podem provocar danos para a criança, adolescente, família e sociedade por toda a vida. O impacto da negligência, entretanto, é influenciado por fatores como idade, grau de desenvolvimento, tipo de abuso, frequência, duração, gravidade do abuso e a relação existente entre vítima e abusador. No contexto da prática clínica, deve-se seguir a lei de notificação obrigatória de casos suspeitos e confirmados de maus-tratos. Entretanto, o desafio do profissional é identificar tais casos no contexto familiar de vulnerabilidade social. Palavras-chave: maus-tratos em crianças; negligência infantil. Referências: PIRES, Ana L. D.; MIYAZAKI, Maria C. O. S. . Maus-tratos contra crianças e adolescentes: revisão da literatura para profissionais da saúde. Arquivos de Ciência da Saúde, São José do Rio Preto, v. 1, n. 12, p.42-49, jan. 2005. 71 BANNWART, Thais Helena; BRINO, Rachel de Faria. Dificuldades enfrentadas para identificar e notificar casos de maus-tratos contra crianças e/ou adolescentes sob a óptica de médicos pediatras. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 2, n. 29, p.138-145, 2011. 72 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS DIAGNÓSTICO E INVESTIGAÇÃO DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM LACTENTE ATENDIDA NA UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SANTO ANTÔNIO EM MARIANA, MINAS GERAIS. Navarro Santos Gribel Andressa Harpis Bastos Natália Dias do Nascimento Vanessa Almeida de Camargos Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) caracteriza-se por invasão e multiplicação principalmente bacteriana, acometendo os rins e as vias urinárias. Estimase que pelo menos 8% das meninas e 2% dos meninos apresentarão no mínimo um episódio de ITU durante a infância. Em crianças maiores é possível encontrar os sintomas clássicos de ITU como disúria, polaciúria, urgência miccional, dor lombar, alterações de cor e odor urinário. Em lactentes, porém, o quadro tende a ser inespecífico e a febre, muitas vezes, é o único sinal. A recorrência de ITU após a primoinfecção acontece em 50% das meninas durante o primeiro ano de seguimento e em 75% delas dos casos no período de dois anos. As infecções de repetição podem ser devido à recidiva ou a reinfecção. A maioria das recorrências deve-se a reinfecções. Escherichia coli está presente em mais de 80% das ITU em meninas e em menos de 40% das ITU em meninos nos quais prevalece o agente Proteus sp. A confirmação da suspeita ITU é feita através dos exames laboratoriais urina rotina, gram de gota e urocultura. O diagnóstico e tratamento precoces do episódio infeccioso agudo são essenciais à minimização de dano renal crônico e suas consequências clínicas. Relato do caso: L.A.N, lactente, 1 ano e 4 meses, natural e residente em Mariana, Minas Gerais foi atendida na Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) Santo Antônio no dia 09/09/2014 acompanhada pela mãe. Tratava-se de um quadro de diarreia aguda com assadura perianal, sendo que a criança estava hidratada, corada e não havia alterações no exame dos aparelhos cardiovascular, respiratório e abdominal bem como na oroscopia e otoscopia. Na semana seguinte, a paciente retornou com melhora da sintomatologia anterior, porém com febre de 38,1ºC sem foco. Na propedêutica para essa febre, aliando a clínica e a utilização de exames complementares, foi feito o diagnóstico de ITU com Escherichia coli superior a 100000 UFC/L no antibiograma. Posteriormente, no controle de cura da ITU, a urina rotina ainda possuía nitrito positivo, numerosos piócitos para o campo e flora aumentada, e no gram de gota observou-se numerosos bastonetes gram negativos. Questionou-se então se a ITU ocorreu por recorrência ou recidiva e foi feita propedêutica para ITU. Discussão: Considerando a pouca especificidade dos sintomas apresentados pela paciente em sua segunda consulta, destaca-se a importância da avaliação clínica correta associada à utilização judiciosa de exames complementares, que resultam em diagnóstico e conduta adequados. A requisição de um ultrassom de vias urinárias para seguimento foi o procedimento de escolha para avaliação de sequelas. A orientação correta da mãe da lactente também foi essencial para o acompanhamento do caso, permitindo a investigação prolongada do curso da infecção. Palavras-chave: Lactente; Diarreia aguda; Cistite. 73 Referências: CALADO, Adriano. Infecção urinária na infância: Aspectos atuais. Núcleo de Urologia Pediátrica da Escola Paulista – UNIFESP, 2004. / CARVALHÃES, J.T.A.; ANDRADE, M.C. Infecção urinária na infância. In PRADO, F.C.; RAMOS, J.; VALLE, J.R. Atualização Terapêutica 2007. São Paulo: Artes Médicas. 2007/Sociedade de Pediatria de São Paulo: Tratamento da infecção do trato urinário na infância. Recomendações – Atualização de Condutas em Pediatria, 2002. /RIYUZO, Márcia et al. Fatores associados à recorrência da infecção do trato urinário em crianças. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 7 (2): 151-157, abr. / jun. 2007. 74 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE O TRANSTORNO CONVERSIVO E EPILEPSIA, EM PACIENTE PEDIÁTRICO: UM RELATO DE CASO Orientadora: Fátima Lúcia Guedes Silva Autores: Flávia Pádua Tavares Francisco Patruz Ananias de Assis Pires Túlio Felício da Cunha Rodrigues Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: O Transtorno Conversivo é uma situação que não pode ser explicada por doença clínica, tendo origem neuropsicológica, e envolve perda ou alteração na função motora ou sensorial voluntárias. Tais condições não podem ser atribuídas à simulação, em que há influência direta do paciente sobre elas. Em contrapartida, a Epilepsia é caracterizada por manifestações clínicas decorrentes de descarga elétrica neuronal anormal transitória, que pode ser decorrente de anormalidade cerebral estrutural ou resposta a eventos externos. O diagnóstico diferencial destas duas patologias pode ser difícil devido a semelhanças. Relato do caso clínico: Paciente L.M.V.M., sexo masculino, 10 anos, vítima de agressão doméstica aos 7 anos, procurou o Centro de Saúde da UFOP com o diagnóstico prévio de epilepsia, queixando-se de ausência de responsividade aos medicamentos. As crises iniciaram após o episódio da agressão e sua incidência está relacionada a situações de estresse. L.M.V.M. relata sofrer bullying escolar e ter dificuldades de aprendizado, sendo que após o incidente apresentou uma regressão na sua alfabetização. A criança possui histórico familiar conturbado. Segundo laudo de eletroencefalograma, realizado em 11/10/2013, possui sinais de disfunção de estruturas cortico-subcorticais de sugestiva especificidade devendo ser correlacionada aos dados clínicos do paciente. As crises consistem na hipertonia dos músculos do membro superior, seguidas de flexão dos punhos e eversão ocular sem perda de consciência, com posterior interrupção momentânea da fala. As crises não apresentam padrão tônico-clônico. Discussão: L.M.V.M. foi diagnosticado com epilepsia e iniciou o uso dos medicamentos Carbamazepina e Fenobarbital. Entretanto, o uso destes anticonvulsivantes não conferiu uma resposta satisfatória e nem melhora do quadro clínico. Desse modo, pode-se pensar também em um transtorno conversivo, já que este pode advir da repressão de possíveis conflitos intrapsíquicos inconscientes, reflexos da agressão sofrida e do convívio familiar complicado, que acabam convertendo a ansiedade em um sintoma físico. Como a Epilepsia e o Transtorno conversivo podem apresentar uma linha clínica parecida, surge a hipótese de que a lesão cerebral de L.M.V.M não seja acompanhada por descargas elétricas anormais, afastando o quadro de epilepsia. Palavras-chave: Pediatria; Conversão; Epilepsia. 75 Referências: LEÃO, Ennio; CORRÊA, Edison José; MOTA, Joaquim A. César; VIANA, Marcos Borato; Pediatria Ambulatorial; 4ª Ed.,COOPMED: Editora Médica; cap. 87, p.845 e 853; 2005. ALVES, Ricardo. Ataque de pânico e Síndrome Conversiva. Disponível em < http://www.ccs.ufsc.br/psiquiatria/981-14.html>. Aceso em 25 de setembro de 2014. 76 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO: LACTENTE AFEBRIL COM SINTOMAS RESPIRATÓRIOS INESPECÍFICOS Orientador: Prof. Navarro Santos Gribell Autores: Ana Clarisse da Costa Porto Eliana Maia Fernandes Emilia Silva Calil Júlia Carvalho Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O acometimento de vias aéreas em lactentes tem suma importância na qualidade de vida do paciente pediátrico, assim como a evolução e possíveis complicações decorrentes. As doenças agudas das vias aéreas inferiores são os principais motivos de manutenção das altas taxas de morbi-mortalidade em menores de cinco anos, nos países em desenvolvimento, responsáveis por mais de 4 milhões de óbitos por ano. Dessa forma, o presente artigo visa demonstrar a inespecificidade de alguns sintomas respiratórios comumente apresentados por lactentes, discutindo as principais hipóteses diagnósticas frente a eles, bem como a frequente necessidade de se optar por um tratamento empírico. RELATO DE CASO: Recém-nascido K. S. R., masculino, 27 dias de vida, deu entrada no Pronto Atendimento do Hospital Monsenhor Horta, acompanhado pela mãe, com relato de febre, tosse seca, congestão nasal e vômitos há dois dias. Ao exame físico, encontrava-se eupnéico e hidratado; ACV sem alterações; AR com roncos de transmissão, saturação de 96% em ar ambiente; AD sem alterações; temperatura de 37,4°C, peso 4 Kg, diurese e evacuações presentes; fontanelas normotensas e sugando bem ao seio materno. À radiografia de tórax observou-se padrão intersticial e opacificação em hemitórax direito. As hipóteses diagnósticas elencadas foram de síndrome gripal, pneumonia viral, pneumonia por Clamídia e Refluxo Gastroesofágico (RGE). Diante desse quadro, foi feita a prescrição de seio materno, Claritromicina 250mg/5mL, Tamiflu® 75 mg, nebulização, Paracetamol, Simeticona, elevar cabeceira, oxigenioterapia, fisioterapia respiratória e cuidados de enfermagem. O RN seguiu afebril, com tosse persistente e sem mais alterações ao exame clínico. O paciente recebeu alta 4 dias após a admissão, encontrando-se consciente, eupnéico, afebril, em ótimo estado geral, corado e hidratado, exame físico sem alterações, amamentando bem ao seio materno e sem intercorrências durante a internação. A mãe foi orientada quanto a qualquer modificação no estado 77 geral da criança e foi mantido o tratamento domiciliar com claritromicina e prednisolone por mais seis e cinco dias, respectivamente. O paciente seguiu o acompanhamento pediátrico ambulatorial com os acadêmicos de Medicina da disciplina Medicina Geral da Criança I, apresentando boa evolução. DISCUSSÃO: A presença de sintomas inespecíficos, mas que se superpõem a vários quadros respiratórios, torna muitas vezes difícil o diagnóstico. Diante de um recém-nascido com esse quadro clínico, a diferenciação entre etiologia viral e bacteriana é tarefa árdua e nem sempre possível. Quanto menor a criança, maior a necessidade de observação rigorosa da evolução clínica, considerando-se o elevado risco de complicações como falência respiratória, apneia, aspiração e choque séptico, sendo fundamental avaliar a indicação de internação. Além disso, considerando a possibilidade de infecção mista e a importância de se evitarem internações e óbitos por essa causa, recomenda-se que seja iniciada a antibioticoterapia, conduta essa adotada empiricamente pela equipe médica. PALAVRAS-CHAVE: Lactente. Pediatria. Pneumologia. REFERÊNCIAS 1. IBIAPINA, C.C et al. Pneumonias comunitárias na infância: etiologia, diagnóstico e tratamento. Revista Médica de Minas Gerais. 2004. 2. TOLAN, R.W. Afebrile Pneumonia Syndrome Clinical Presentation. Disponível em: http://emedicine.medscape.com/article/1000724-clinica#showall. Acesso em 24Nov.-2014. 78 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO CLÍNICO: A DIFICULDADE DE ACEITAR UM DIAGNÓSTICO DE AUTISMO PELA FAMÍLIA Orientador: Navarro Autores: Luciana Silva de Godoy Najla Braz da Silva Vaz Washington Miguel Almeida Escola de Medicina – Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: O termo autismo é originário da palavra grega autos, que significa próprio, foi cunhado por Bleuler em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, definido como“estreitamento com o mundo exterior”(FRITH,1989). Atualmente, segundo Gillberg (1990), o autismo é considerado uma síndrome comportamental de base biológica com múltiplas etiologias. Vários quadros neurológicos e genéticos são descritos concomitantes à sintomatologia autística, caracterizada por déficits na interação social e de linguagem, bem como alterações de comportamento. Crianças com autismo apresentam grande variação no grau de inteligência, estando ele associado tanto a graus profundos de deficiência mental quanto a performances acima da normalidade em alguns testes psicométricos (LORD e RUTTER, 1994). Em estudo de Bryson e Col. conduzido no Canadá, o autismo seria duas vezes e meio mais frequente em meninos do que em meninas. De acordo com o DSM-IV, epidemiologicamente apresenta-se de dois a cinco casos a cada 10000 pessoas. Um estudo realizado pela Universidade Federal de Goiás apresenta quatro principais dificuldades enfrentadas pelas mães: reconhecer as características do autismo; aceitar o diagnóstico vivenciando o preconceito e temendo o futuro; dificuldade em cuidar do filho. O diagnóstico de autismo traz fortes repercussões para a vida das mães e elas necessitam de atenção especial por parte dos profissionais da saúde, atualmente o diagnóstico de transtorno do espectro autista já pode ser suspeitado desde os primeiros meses de vida por profissional habilitado. Objetivo: Relatar o atendimento de uma criança de 4 anos com queixas principais de bronquite e tosse e espectro autista evidente, negado pela mãe durante a consulta. Discussão: G. O. G., sexo masculino, 4 anos e 4 meses, natural de Ouro Preto. Vem à consulta no PSF Padre Faria, acompanhado pela mãe com queixas respiratórias. Mãe relata gestação sem intercorrências, e desenvolvimento neuropsicomotor adequado até 1 ano e 3 meses o paciente foi internado com quadro de pneumonia aguda por 5 dias e após o uso de amoxicilina apresentou hipotermia, segundo a informante-chave, após esse episódio o filho ficou irritado e voltou a falar apenas aos 3 anos. Para a mãe, esse episódio relaciona-se ao quadro de atraso no desenvolvimento do filho. Houve suspeita de espectro autista por uma equipe multidisciplinar, mas a mãe nega o diagnóstico. Ao exame, paciente apresenta-se irritado, nervoso, não cooperativo e com aspectos autistas evidentes, como dificuldade de concentração e interação. Foi realizada a conduta frente ao quadro respiratório, e foi encaminhado à neurologia, no Centro de Saúde da UFOP. Conclusão: O autismo geralmente leva o contexto familiar a viver rupturas por interromper suas atividades sociais normais. A família sente-se, frustrada frente ao 79 meio, o autismo do filho coloca os pais frente a emoções de luto pela perda da criança saudável que esperavam. Os pais, quase sempre apresentam sentimentos conflituosos por terem sido escolhidos para viver essa experiência, e podem vivenciar fases distintas que vão desde a negação do diagnóstico do filho, passando pela raiva, barganha, depressão até chegar à aceitação. Nesse sentido, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor a aceitação da família e melhores as perspectivas no desenvolvimento da criança. Palavras-chave: Autismo. Cuidadores. Família. Referências Bibliográficas: 1- SILVA, E. B. A.(PUCGoiás) e RIBEIRO, M. F.M. (UFG) Aprendendo a ser mãe de uma criança autista, Estudos, Goiânia, V.39, n.4, p.579-589, ou/dez.2012. 2- Assumpção, F.B e Pimentel, A.C.M. Autismo Infantil Rev. Bras. Psiquiatr. vol.22 s.2 São Paulo Dec. 2000. Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SEPIA-IPqHCFMUSP). Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG). 80 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS OTITE MÉDIA AGUDA SUPURATIVA EM LACTENTE, RELATO DE CASO. Mônica Versiani Queiroz ([email protected])1 Bernardo Arantes Neves de Abreu ([email protected])2 Fábio Fernandes de Mendonça ([email protected])2 Pedro Gadbem Bobst ([email protected])2 1 – Professora e Orientadora da disciplina MED – 150 – Medicina Geral da Criança I 2 – Graduandos do Sétimo Período de Medicina Universidade Federal de Ouro Preto Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A otite média (OM), depois do resfriado comum, é a afecção mais frequente na infância. Quase todas as crianças apresentarão um episódio de otite média aguda (OMA) por ano nos 3 primeiros anos de vida. A mais alta prevalência encontra-se entre os 6 meses e os 3 anos, sobretudo até um ano. Isso ocorre devido à imaturidade imunológica, à hipertrofia das tonsilas adenoidianas e à anatomia das tubas auditivas, que é mais curta e horizontal, prejudicando os mecanismos antirrefluxo e de drenagem da orelha média. A OM é a causa mais frequente de perda auditiva na infância (podendo acarretar alterações da fala e retardo do desenvolvimento) bem como de complicações decorrentes de possível supuração. A otite média supurativa (OMS) é um processo inflamatório do ouvido em que ocorre perfuração da membrana timpânica (MT), espontaneamente ou por miringotomia, com drenagem copiosa de líquido hemorrágico ou serossanguinolento, que logo torna-se mucopurulento. A otalgia e febre do estágio de exsudação regridem. A perfuração da MT é sempre na pars tensa e pequena, do tamanho suficiente para permitir a saída da secreção. Usualmente a perfuração timpânica apresenta resolução espontânea, no entanto, em alguns casos pode ser uma lesão permanente. Os patógenos envolvidos podem ser virais ou bacterianos. O diagnóstico correto é essencial para nortear a terapêutica. A antibioticoterapia, quando escolhida, tem a amoxicilina como primeira escolha, 40mg/kg/dia, em duas doses. RELATO DO CASO CLÍNICO: EVFFS, masculino, 7 meses. Pai relata secreção purulenta drenando do ouvido esquerdo há aproximadamente 1 semana. Nega febre, tosse e coriza. Nascido pré-termo, com 1550g e 38cm. Mãe, 38 anos, etilista e tabagista crônica, não interrompeu o uso durante a gravidez. Aleitamento materno complementado por fórmula infantil desde o primeiro mês, outros alimentos introduzidos aos 6 meses. Firmou a cabeça aos 6 meses. Alimentação inadequada para a idade. Otoscopia não realizada (impedida pela presença da secreção). Demais aparelhos sem alterações. Levantada hipótese diagnóstica de Otite Média Aguda Supurativa secundária à postura inadequada na amamentação. Prescrito Amoxicilina durante 14 81 dias. DISCUSSÃO: Ao retorno, após 15 dias da consulta, paciente apresentou melhora dos sintomas e otoscopia dentro da normalidade, confirmando a eficácia do tratamento. Não foram identificadas outras alterações. Otite média (OM) corresponde a um terço das consultas na infância e a 25 – 40% das prescrições de antibióticos orais, principalmente quando se apresenta na sua forma supurativa (OMS). No caso descrito a posição horizontalizada no momento da mamada foi a principal hipótese levantada como causa da OMS diagnosticada. Outros fatores de risco abordados pela literatura são o baixo nível socioeconômico, o sexo masculino, o aleitamento artificial, o elevado teor de poluentes ambientais (como no tabagismo passivo), a vacinação inadequada e a institucionalização da criança. Palavras-chaves: Otite Média; Lactente; Dor de Orelha Referências: LEÃO, E.; CORRÊA, E.J.; VIANA, M.B.; MOTA, J.A.C.; VASCONCELOS, M.C.. Pediatria ambulatorial. Belo horizonte, Minas Gerais, 5ª Ed. COOPMED, 2013. WECKX, Luc L. M.. Presença ou ausência de bactérias na otite média com efusão. J. Pediatr. Rio de Janeiro [online]. 2004, vol.80, n.1, pp. 5-6. ISSN 0021-7557. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572004000100003.> ; Acesso em: 28/11/2014. 82 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ANGINA DE PLAUT-VINCENT, UM BREVE RELATO. Felipe Sabec Folgueral¹ Maira Kroetz Boufleur¹ Paulo Henrique Castanha Miranda¹ Navarro Gribel² 1 – Discente da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP 2 – Docente da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP PALAVRAS CHAVES: Otorrinolaringologia Angina de Plaut-Vincent – Relato de Caso – INTRODUÇÃO - A Angina de Plaut-Vincent ou Amigdalite Fusoespiralar é uma infecção aguda das tonsilas palatinas e gengivas causada pela infecção concomitante de duas bactérias: Fusobacterium necrophorum e Borrelia vincenti. Embora saprófitas habituais da cavidade oral, quando associadas, essas podem culminar na patologia descrita. (HAMPP, 1945). RELATO CASO CLÍNICO - S.O.F., sexo feminino, pré escolar – 2 anos e 1 mês - acompanhada da mãe. Há 5 dias, paciente iniciou febre de 39ºC quando, segundo a mãe, surgiram feridas no ápice da língua e gengivas. Desde esta data, nega alimentação sólida. Aceitava e pedia água, alimentos líquidos. Não houve episódios de vômito. Mãe tabagista. Foram relatadas gengivas hiperemiadas, ausência de escovação devido a dor e aftas pela boca da paciente. Sono comprometido – acordava a noite chorando de dor. Estado geral com piora à noite - irritabilidade e choro. Ao exame físico, estava em estado geral regular, irritada, anictérica, hidratada, normocorada, ausência de linfonodomegalias. À oroscopia, gengivas hiperemiadas, em framboesa, sangraram facilmente ao toque do abaixador de língua, halitose intensa, amígdalas hiperemiadas, língua com grande quantidade de saburro. Ausência de rigidez de nuca. Giordano Negativo. Restante do exame físico sem alterações. Hipótese Diagnóstica 1) Angina de Plaut- Vicent; 2) Gengivoestomatite. Conduta : 1) Fenoximetilpenicilina (Pen-ve-Oral), 3,5mL de 8/8 horas por 7 dias ; 2) Ibuprofeno, 50mg, 10 gotas de 6/6 horas ; 3) Paracetamol, 50mg, de 6/6 horas em caso de dor ; 4) Hidratação oral e preferência por alimentos gelados. DISCUSSÃO - A Angina de Plaut-Vincent é uma patologia com maior incidência em adolescentes e adultos jovens, embora o caso relatado seja em pré-escolar - sendo o público feminino o mais acometido estatisticamente. Como fatores predisponentes encontram-se: má higiene oral, má alimentação, tabagismo, imunossupressão, estresse e gengivites pré-existentes (FUNDAÇÃO OTORRINOLARINGOLOGIA, 2013). Esta infecção pode ter início súbito, acompanhada de febre, piora do estado geral do paciente e linfoadenopatias. Ulcerações em gengivas e amígdalas acompanhada de odor fétido característico também fazem parte do quadro clínico desta comorbidade. Trata-se de uma infecção de fácil tratamento, porém caracterizada por quadro clínico desagradável ao paciente e aos pais do mesmo (no caso de pediatria): choro, febre, irritabilidade e negar alimentação são características que alarmam as famílias. Atualmente, a incidência dessa doença vem diminuido, devido às melhores condições de higiene bucal e à antibioticoterapia 83 disponível. Todavia, fatores como: locais de baixo poder social - precaridade econômica e sanitária (condições biopsicosociais inadequadas) ainda contribuem para que essa patologia apareça em território nacional. Ressalta-se a importância de inovações nas políticas de saúde na atenção primária, incluindo-se orientação e acompanhamento odontológico. Além disso, medidas públicas que busquem erradicar os determinates socias citados podem atuar na prevenção de doenças graves da cavidade oral. REFERÊNCIAS 1 – HAMPP E.G. Vincent's infection - A wartime disease - Observations on the oral spirochetal flora present in Vincent's Infection. Am J Public Health. 1945;35:441-50; 2 – Fundação Otorrinolaringologia [Internet]. Faringotonsilites. [Acesso em 26/11/2014]. Disponível em http://www.forl.org.br/pdf/seminarios/seminario_24.pdf 84 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ATENDIMENTO A PACIENTE PEDIÁTRICO COM CRISE DE ASMA Luiz Walter Wanderley Souza Jordan Mariano Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsabilidade das vias aéreas inferiores e limitação variável do fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse. Resulta de uma interação genética, exposição ambiental a alérgenos e irritantes, e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção dos sintomas1. No Brasil, dados de 2005 mostram que as hospitalizações por asma correspondem a 18,7% daquelas por causas respiratórias e a 2,6% de todas as internações no período1. Foi formulado o indicador composto Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) a partir de uma lista de problemas de saúde para os quais ações efetivas no nível da atenção primária, tais como prevenção de doenças, diagnóstico e tratamento precoce de patologias agudas e o controle e acompanhamento de patologias crônicas, diminuiria o risco de internações2. Abordar especificamente problemas de saúde que são responsáveis por um grande contingente de atendimentos de urgência e internações, no caso em questão, a asma na infância, permite avaliar os efeitos da atenção primária à saúde sobre determinadas situações, direcionando as intervenções que possam qualificar o cuidado neste nível de atenção. RELATO DO CASO CLÍNICO: em 17/11/2014, compareceu ao consultório da UBS de Amarantina a criança M.E, sexo feminino, 03 anos e 6 meses acompanhada pela mãe, queixas: tosse seca, chiados. No histórico das consultas da criança, havia relatos de sibilância recorrente e tosse, além de episódios de eczema/atopia e informações da acompanhante de que a criança foi conduzida, no ano de 2014, à Unidade de Pronto Atendimento por 02(duas) vezes com quadro clínico característico de asma. O pai da criança apresenta atopia e possui histórico de asma na infância. No exame físico foi constatada taquidispneia, sibilos predominantemente expiratórios, uso de musculatura acessória e batimento de aletas. No acompanhamento da criança, pode-se constatar a falta de orientação da genitora no que se refere ao tratamento da asma, bem como das condutas profiláticas e de controle das crises de broncoespasmo. Ademais a mãe desconhece o uso de espaçadores para veiculação de medicação por via inalatória. A conduta diante da crise de asma persistente moderada, a esclarecer, foi o uso imediato de micronebulização na UBS com agonista β2 e encaminhamento posterior para acompanhamento em Unidade de Pronto Atendimento. DISCUSSÃO: A redução nas hospitalizações por asma é a principal meta dos programas para o controle da asma. O 85 difícil acesso às medicações adequadas e o acompanhamento irregular do asmático no Sistema Único de Saúde têm sido apontados como causas da superutilização dos serviços de emergência e do grande número de internações por asma. A realidade do município de Ouro Preto é de disponibilidade dos medicamentos para controle da asma e profissionais capacitados para a organização de grupos operativos sobre as condutas terapêuticas na asma. Diante do exposto, a gestão da saúde municipal, deve considerar a oferta de espaçadores no sistema público, para utilização eficaz da medicação pelos pacientes pediátricos, além da organização do serviço em saúde a fim de empenhar profissionais nos cuidados dos pacientes com asma. REFERÊNCIAS: IV Diretrizes brasileiras para o manejo da asma. J Bras Pneumol. 2006;32(Supl 7):S447-74 ALFRADIQUE, M. E, BONOLLO, P.F. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP – Brasil). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n.6, 2009. p. 1337-1349 Palavras-chave: asma, paciente pediátrico, tratamento profilático, gestão pública. 86 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS UM POSSÍVEL CASO DE HIPOTONIA CERVICAL ASSOCIADO AO APGAR BAIXO EM NEONATO COM ICTERÍCIA PATOLÓGICA, UMA INVESTIGAÇÃO BASEADA NA ANAMNESE E NO EXAME FÍSICO Orientadora: Aline Joice Nicolato (email: [email protected]) Autores: Aihancreson Kirchoff Vaz Oliveira (email: [email protected]) Fernanda Linhares de Carvalho Pereira (email: [email protected]) Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A entrevista é muito importante na prática pediátrica porque há grande relação de dependência do recém-nascido (RN) com o microambiente que o envolve. Segundo WAECHTER (1979), o RN de risco pode ser identificado antes do nascimento através da anamnese, das condições da gestação ou de alguma intercorrência durante o parto. O exame físico do RN é um procedimento que se avaliam as condições gerais e específicas e identificam-se, com maior precisão, os problemas de saúde. Para PIZZARO; POIAN (1982), no exame físico o médico poderá constatar alterações, chegar ao diagnóstico e planejar uma intervenção. RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente M.A.F., sexo masculino nasceu no dia 08/10/14 na Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto. Dados maternos: Mãe P.B.F., 28 anos nega qualquer doença crônica e/ou infecção durante a gravidez. Grupo sanguíneo e fator Rh: A positivo. Realizou acompanhamento pré-natal constituído de 11 consultas e fez uso de sulfato ferroso e ácido fólico. Sorologia não reativa para Sífilis (VDRL), Anti-HIV, HBsAg e susceptível a toxoplasmose. G2P2nA0. SUAB: negativo. Parto: normal, bolsa rota no ato/ IG (DUM)=37semanas e 5 dias, apresentação cefálica, líquido amniótico claro e 2 circulares de cordão. Trabalho de parto: 1 hora. Peso ao nascer=2.720Kg(AIG), Apgar 1° minuto=1, 5º minuto=5 e 10º minuto=8, comprimento=47,5cm, e PC=35cm. Pela complicação pós-parto, abordado como suspeita de sepse, foi realizada punção lombar, utilizou 24 horas de antibiótico, sendo suspenso após descartar tal hipótese. Bilirrubina total=20,09mg/dl (12/10/14 ás 11 horas). Após 11 horas sob fototerapia, a bilirrubina total=18,8mg/dL. Exame físico (13/10/14): peso: 2.650kg (perda de 2,57% do peso de nascimento), comprimento:47,5cm, PC:35cm, FC=108bpm e FR=59irpm. Pele Ictérica 87 e com presença de manchas pequenas hipercrômicas. Fontanelas anterior e posterior com tensão, tamanho e características típicas e sutura sagital justaposta. Pulsos femorais palpáveis e simétricos. Genitália masculina típica, com testículos palpáveis, ânus pérvio e bem posicionado. Reflexos de sucção, Magnus-Kleijn, preensão palmar e plantar, do Moro e tônus apendicular adequado. Presença de hipotonia cervical importante. Paciente realizou tomografia de crânio e ressonância magnética para avaliação da hipotonia, porém não foi possível saber o laudo. DISCUSSÃO: O tratamento da icterícia do RN faz-se necessário quando, para determinada idade gestacional e pósnatal, a bilirrubina total atinge níveis de risco para o RN. É importante avaliar a presença de fatores de risco associados, como: incompatibilidade ABO ou Rh, sepse, asfixia ou doenças metabólicas. Como as complicações durante o parto são causas importantes de asfixia perinatal, o acompanhamento integral da gestante durante o pré, per e pós-parto faz-se necessário para redução de sequelas e morbidade associadas. Apesar de a mãe ter tido uma conduta adequada e exemplar com a gestação, o índice de Apgar foi < 7. Este valor pode indicar asfixia e necessidade de atenção especial, pois pode gerar hipotonia e um déficit no desenvolvimento psicomotor. Torna-se assim, imperativo um acompanhamento visando evitar desfechos graves. Palavras-chave: Asfixia Neonatal, Icterícia Neonatal, Fototerapia Referências: - PIZZATO, M.G.; POIAN, V. R.L. Enfermagem Neonatológica. Porto Alegre: Editora Universidade, 1982. p. 27-38. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000092&pid=S01041169199900040001000005&lng=en>Acesso em 22 de novembro de 2014. - Cecilia Maria Draque. Icterícia Neonatal. Especialização em Saúde da Familia, Unesp. Disponível em: <http://www.sbp.com.br/pdfs/Ictericia_sem-DeptoNeoSBP11nov12.pdf> Acesso em 22 de novembro 2014. - Sampaio B et al – Causa rara de hipotonia em lactente. Acta Pediatr Port 2009:40(1):9-11 Disponível em: <http://repositorio.hospitaldebraga.pt/bitstream/10400.23/373/1/causa%20rara%20de% 20hipotonia%20cervical%20em%20lactente.pdf> Acesso em 23 de novembro de 2014. - Waechter EH, Blake, FG. Enfermagem Pediátrica. 9. ed. Rio de Janeiro: Interamericana; 1979. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000087&pid=S01041169200300040000500001&lng=es> Acesso em 27 de novembro de 2014. 88 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO: SOBREPESO E MOLUSCO CONTAGIOSO Luiz Walter Sousa Fátima Guedes Francis Junior Miranda Lídia Lelis Leal Natália Carvalho Raquel Costa Renata Barbosa Nogueira Gibram Roberta Alves Pereira Vítor Antonacci Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O Molusco Contagioso (MC) é uma doença infecciosa viral cutânea frequente em crianças, principalmente entre os 2 e 5 anos de idade (GASPAR, 2012). É geralmente autolimitada e suas complicações são raras, indo desde eczema ou irritações à celulite, abscesso e disseminação das lesões. O diagnóstico do MC é eminentemente clínico, através da observação das lesões.A conduta preconizada é a expectante. Há na literatura descrições de tratamentos alternativos, como a curetagem e o uso de medicamentos tópicos. A obesidade é fator de risco para várias comorbidades, como hipertensão arterial, dislipidemia e transtornos psicológicos. uanto mais tempo o indivíduo se mantém obeso, maior é a chance e a precocidade das complicações, mostrando a importância da abordagem do sobrepeso já durante a infância.De acordo com SCHWIMMER, 2013, as crianças e adolescentes severamente obesos têm menor qualidade de vida do que as crianças e adolescentes saudáveis. RELATO DE CASO: O presente caso é de uma criança de 4 anos, sexo masculino, que compareceu juntamente com a mãe no Posto de Saúde. A mãe queixou-se de lesões cutâneas que duravam dois meses e estavam se disseminando. As lesões foram descritas como não pruriginosas, não descamativas, sem exsudatos, edemaciadas e dolorosas. A mãe negou o uso de medicamentos ou outros sintomas associados. A mãe afirmou que a imunização da criança estava atualizada, negou alergias, internações ou cirurgias. Houve relato de que a criança era sedentária e tinha uma alimentação hipercalórica. No exame físico, a criança se mostrava em bom estado geral, altura de 1,04 m (escore entre -2 e -3), peso de 20,5 kg (escore entre 2 e 3) e índice de massa corpórea de 18,95 (escore entre 2 e 3). À ectoscopia, as lesões foram tidas como pápulas umbilicadas, da cor da pele, medindo menos que 0,5 cm, numerosas e localizadas no pescoço, pálpebra superior direita, braço e antebraço direitos e abdome. Não mostrou alterações nos sistemas restantes. A hipótese diagnóstica aventada foi a de molusco contagioso, além de um IMC elevado.Como conduta, o paciente recebeu orientações quanto à dieta e à 89 prática de atividade física regular. O paciente foi encaminhado para dermatologista, com o intuito de se fazer a avaliação da necessidade de retirada das lesões através de curetagem e para o nutricionista, para avaliação alimentar. DISCUSSÃO: O conhecimento sobre infecções de pele se mostra bastante importante no cenário pediátrico, pois são queixas frequentes. A anamnese e o exame físico completos, com uma ectoscopia detalhada, são fundamentais para o diagnóstico do MC, já que este possui um diagnóstico basicamente clínico. É importante que o médico tenha a capacidade de identificar o MC, tranquilizando a mãe e explicando que o quadro é geralmente autolimitado. O acompanhamento e observação das lesões são fundamentais para que as complicações possam ser percebidas e tratadas precocemente. A investigação da obesidade na infância é também muito importante, pois é através dela que medidas precoces podem ser adotadas para a prevenção de comorbidades associadas. Palavras-chave: Obesidade Pediátrica, Molusco Contagioso, Atenção Primária à Saúde. REFERÊNCIAS: GASPAR, Maria Ana; PINHEIRO, Ana Filipe; SANCHES, Ana. Molusco contagiosointervenção terapêutica na idade pediátrica: Revisão Baseada na Evidência. Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, v. 28, n. 6, p. 418-426, 2012. SCHWIMMER, Jeffrey B.; BURWINKLE, Tasha M.; VARNI, James W. Healthrelated quality of life of severely obese children and adolescents.Jama, v. 289, n. 14, p. 1813-1819, 2003. 90 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO: BAIXA ESTATURA Luiz Walter Furtado Sousa Fátima Lúcia Guedes Silva Francis Júnior de Miranda Alves Lídia Lelis Leal Natália Cristina Carvalho de Souza Raquel Domingos da Costa Renata Barbosa Nogueira Gibram Roberta Alves Pereira Vítor Antonacci Condessa Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A análise do crescimento é um componente importante para avaliar a saúde do paciente (ZEFERINO et al, 2003). Inclui peso, estatura e perímetro cefálico e faz parte de todas as consultas de puericultura. Segundo LIMA, 2011, muitas crianças são diagnosticadas erroneamente com baixa estatura devido à dificuldade em estabelecer se o crescimento é normal ou patológico. Baixa estatura é definida como a condição na qual a altura dos indivíduos se encontra abaixo do percentil 3 na curva da Organização Mundial de Saúde, ou está 2 desvios-padrão abaixo da média da altura das crianças com a mesma idade e sexo. Pode ser divida em dois grandes grupos: Variantes da Normalidade (Retardo Constitucional do Crescimento e Baixa Estatura Familiar) e Patológicas (Proporcionadas e Desproporcionadas). Portanto, é fundamental enquadrar o paciente no diagnóstico correto, para seguir a propedêutica adequada e evitar exames e tratamentos indevidos. RELATO DE CASO: O presente caso é de uma criança de 9 anos e 4 meses, sexo feminino, que compareceu com sua mãe ao Posto de Saúde para mostrar exames e, ao analisar os dados contidos no prontuário, observou-se que ao longo do tempo a criança apresentou estatura no percentil menor que 3. Neste dia, peso 20,1 kg, altura 115 cm, (< percentil 3). Após análise dos exames, concluiu-se que a criança estava com anemia ferropriva, sendo prescrito, sulfato ferroso e pedido para realização da cinética do ferro. A mãe retornou com os exames e, a partir dos resultados, constatou-se que a anemia foi adequadamente tratada. Em consultas posteriores a paciente apresentou Peso 21,4 kg, Altura 117,5 cm (abaixo percentil 3); Peso 22,1 kg, Altura 118 cm (< percentil 3); Peso 22,8 kg, Altura 119 cm (< percentil 3); Peso:21,30 Kg, Altura: 120cm (< percentil 3); Peso 22 kg, altura 121 cm (percentil 3). Na penúltima consulta foi calculada a estatura alvo da paciente (1,59 m) e solicitada 91 radiografia de punho esquerdo. Em retorno, a radiografia mostrou como resultado: data cronológica do exame 9 anos, 2 meses e 10 dias; idade óssea 7 anos e 10 meses. Estatura corrigida para idade óssea: percentil entre 3 e 15. Ao exame físico, Peso 22,80 kg, Altura 122 cm (< percentil). Foi, então, aventada a hipótese diagnóstica de baixa estatura constitucional. Paciente retornará em 6 meses para acompanhamento do quadro com avaliação dos dados antropométricos e quanto à necessidade de solicitar exames, como hormônios tireoideanos. DISCUSSÃO: O crescimento é um processo dinâmico que envolve alteração do comprimento em função do tempo, sendo um dos melhores indicadores do estado de saúde da criança. Portanto, é preconizado o acompanhamento do crescimento como atividade de rotina na atenção à criança. Logo, é de suma importância uma avaliação completa da paciente, com anamnese e exame físico detalhados, pois possibilitará nortear hipóteses diagnósticas, já que existem várias causas de baixa estatura. Dessa forma, é fundamental que o pediatra saiba utilizar todos os critérios de avaliação estatural, de forma a diferenciar as causas fisiológicas e patológicas, desempenhando corretamente, seu papel na vigilância do crescimento. Palavras-chave: Saúde da Criança, Estatura por idade, Serviços Básicos de Saúde, REFERÊNCIAS: ZEFERINO, Angélica M.B. et al. Acompanhamento do crescimento. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 79, supl. 1, Junho de 2003. LIMA, Thalita F. Abordagem inicial da baixa estatura Para o pediatra geral: Revisão de literatura, SÃO PAULO, 2011. 92 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TRIAGEM DOS ALUNOS DO 1° ANO DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE MARIANA/MG Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato Bruno de Araújo Pinheiro Gabriella Noronha Frois Heloisa Cirilo Sousa Maria Gabriela Ribeiro Madeira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Esta intervenção surgiu a partir de uma demanda dos discentes de graduação em Medicina do 8º período, em atendimento pediátrico preconizado pela disciplina Medicina Geral da Criança II no Centro de Saúde de Passagem de Mariana, pelo número pequeno de pacientes durante aula prática na unidade de saúde. Após contato com a escola municipal próxima ao centro de saúde, observou-se uma demanda por atendimentos médicos por parte dos profissionais da educação, já que lidam diariamente com crianças em quadros patológicos agudos ou com condições crônicas sem o devido acompanhamento médico ou orientação. Além disso, no âmbito da atenção primária faz-se necessário integrar o indivíduo, a família e comunidade através de parcerias intersetoriais, sendo a rede de ensino elemento importante nessa integração, facilitando o enfrentamento dos desafios epidemiológicos da saúde da criança, muitos destes com componentes psicossocial. Objetivo geral: Realizar triagem clínica por meio de exame físico nos alunos matriculados em uma escola municipal em Mariana, contemplando dados vitais e antropométricos, histórico vacinal, avaliação dos aparelhos respiratório, cardiovascular, locomotor e exame neurológico. Objetivos específicos: Avaliar estado geral e nutricional dos escolares por peso, estatura, IMC, correlacionando os dados com os gráficos de referência utilizados em pediatria; Identificar escolares portadores de doenças agudas ou crônicas e encaminhamento para acompanhamento médico especializado; Identificar as principais queixas e condições clínicas dos escolares; Realizar educação em saúde. Métodos: O trabalho foi realizado em visitas agendadas à escola, nos horários de aula das crianças e dos acadêmicos envolvidos no projeto. Todos os alunos da escola foram convidados a participar. Em uma sala ampla disponibilizada pela direção da escola foram montadas estações para realização de exame físico completo e dividido por sistemas corpóreos. Os acadêmicos foram supervisionados pela docente responsável pela disciplina. Foram examinados 19 alunos do 1° ano e os dados foram anotados em um questionário próprio. Todas as crianças receberam um resumo do exame para levarem para os responsáveis, assim como os encaminhamentos necessários. Resultados: Foram avaliadas 19 crianças, sendo 10 meninas e 9 meninos, com faixa etária entre 6 e 7 anos. Das 19 crianças, 7 estavam com as vacinações atualizadas,9 desatualizadas e 3 não tinham o cartão. Foram 93 encaminhadas 9 crianças que apresentavam dentes cariados e má higiene bucal para o serviço de odontologia do município, 4 identificadas e encaminhadas com sobrepeso e 2 com obesidade, sendo que uma já apresentava acantose nigricante. Conclusões: Os dados encontrados serão retornados à escola como informação básica e poderão servir de ferramenta para desenvolvimento de estratégias de ação e promoção de saúde direcionada, além de facilitar a abordagem de professores e pedagogos no acompanhamento diário dos alunos. A promoção da saúde nas escolas apresenta-se como uma forma de pensar e agir em sintonia com a área da educação, cuja finalidade é a formação de sujeitos e projetos pedagógicos voltados para o direito à vida. Palavras chave: saúde da criança, educação infantil, pediatria. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24) 94 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TRIAGEM DOS ALUNOS DO 3° ANO DE UMA ESCOLA MUNICIPAL NO MUNICÍPIO DE MARIANA/MG Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato Ana Luiza Martins Reggiani Gabriela Oliveira Leopoldo Jésssica Almeida Horta Duarte Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: No segundo semestre de 2014 havia a demanda por pacientes em atendimento pediátrico para a disciplina Medicina Geral da Criança II no Centro de Saúde de Passagem de Mariana, cursada por discentes de graduação em Medicina do oitavo período. Adotou-se então a estratégia de buscar pacientes para as aulas e após contato com a equipe de saúde percebeu-se que a Escola Municipal do distrito possuía interesse mútuo na atividade, já que lida diariamente com crianças em quadros patológicos agudos ou com condições crônicas sem o devido acompanhamento médico. Além disso, no âmbito da atenção primária a busca se justifica, pois para enfrentar os novos desafios epidemiológicos da saúde da criança, muitos destes com componentes psicossocial, é necessário integrar o indivíduo, a família e comunidade através de parcerias intersetoriais, sendo a rede de ensino elemento importante nessa integração. OBJETIVO: Essa pesquisa tem por objetivo conhecer a saúde de escolares do 3° ano do ensino fundamental em escola pública de Passagem de Mariana. MÉTODOS: O trabalho foi realizado em visitas agendadas à escola, nos horários de aula das crianças e dos acadêmicos envolvidos no projeto. Todos os alunos da escola foram convidados a participar. Em uma sala ampla disponibilizada pela direção da escola foram montadas estações para realização de exame físico completo e dividido por sistemas corpóreos. Os acadêmicos foram supervisionados pela docente responsável pela disciplina. Exame físico completo foi realizado, sendo mensurado peso, estatura, pressão arterial e calculado o índice de massa corporal (IMC). Os dados foram anotados em um questionário próprio e analisados conforme os valores de referência recomendados atualmente. Todas as crianças receberam um resumo do exame para levarem para os responsáveis, assim como os encaminhamentos necessários. RESULTADOS: Foram examinadas 17 crianças com idade entre 8 e 12 anos, sendo 10 do sexo masculino e 7 do sexo feminino. Em relação ao IMC, 28,5% das meninas apresentavam sobrepeso, enquanto 20% dos meninos estavam abaixo do IMC ideal. Do total de crianças 23,5% apresentaram PA sistólica ≥90% e 52,9% apresentaram PA diastólica ≥90%, uma criança foi diagnosticada com hipertensão por apresentar PA sistólica em 95% e diastólica 99%. Foram encaminhadas 7 crianças para o serviço de Odontologia do Município, 1 criança diagnosticada com obesidade, 1 com sindactilia, 2 com alterações dermatológicas, 2 com problemas respiratórios, além de 4 crianças com atraso escolar. CONCLUSÕES: Os dados encontrados podem ser importante ferramenta para desenvolvimento de estratégias de ação e promoção de saúde direcionada, além de facilitar a abordagem de professores e pedagogos no acompanhamento diário dos alunos. A promoção da saúde nas escolas apresenta-se como uma forma de pensar e agir 95 em sintonia com a área da educação, cuja finalidade é a formação de sujeitos e projetos pedagógicos voltados para o direito à vida. Palavras chave: saúde da criança, educação infantil, pediatria. Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 96 p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos de Atenção Básica; n. 24) 96 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL Ana Maria de Jesus Cardoso Larissa Amaral Lauriano Rodrigo Vilela Ventura Samuel Silva Ferreira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: a audição está estritamente ligada ao desenvolvimento da linguagem, é através dessa relação, que a criança adquire e desenvolve o vocabulário, as habilidades de linguagem, inteligibilidade da fala e dos repertórios de fonemas. Dessa maneira, gerando o desenvolvimento sócio-emocional e permitindo a interação com o outro. Além disso, a criança se torna capaz de desenvolver e organizar pensamentos e sentimentos. Cerca de 50% das perdas auditivas poderiam ser evitadas ou suas sequelas diminuídas, se ocorressem precocemente medidas de detecção, diagnóstico e reabilitação. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que todos os recémnascidos devem ser submetidos à triagem auditiva neonatal até um mês de idade e todas as crianças com deficiência auditiva devem ser identificadas antes dos três meses. RELATO DE CASO CLÍNICO: Paciente G.G.M, sexo masculino, 5 meses e 27 dias, sob guarda da tia materna, foi recebido pela equipe pediátrica da UFOP, trazendo como queixa, uma suspeita de deficiência auditiva e um pedido de avaliação geral da criança. Na anamnese, segundo a tia, lactente nasceu de parto vaginal e de 33 semanas e nos informou que a mãe da criança submeteu a consultas de pré-natal somente a partir da 27ª semana de gestação, chegando a realizar somente 3 consultas. Os exames laboratoriais da mãe no pré-natal mostraram VDRL e anti-HIV não reagentes; HBsAg reagente, anti-HBS no valor de 2,00 mUI/ml; IgG para toxoplasmose no valor de 1/1024 e IgM para toxoplasmose não reagente. Ao exame clínico, apresentou falta de resposta auditiva aos estímulos comportamentais. Foram feitas as seguintes hipóteses: deficiência auditava unilateral; dieta inadequada; paciente em risco social. DISCUSSÃO: a triagem auditiva neonatal (TAN) consiste na realização do teste de orelhinha, e deve ser organizada em duas etapas: teste e re-teste. A TAN permite a detecção de possíveis alterações auditivas, e a realização do teste no período preconizado permite fazer um diagnóstico e uma intervenção precoce, possibilitando assim, melhores resultados no desenvolvimento da criança, principalmente da linguagem. Analisando o caso desse paciente, conclui-se que houve uma falha no sistema de busca ativa da criança, pois não foi realizada a triagem auditiva de maneira preconizada pelo Ministério da Saúde. Em crianças de risco, a realização da triagem em nível hospitalar minimiza o atraso de diagnóstico por motivos relacionados à condição da social das famílias e/ou da estrutura do sistema. O atraso no diagnóstico gera uma intervenção tardia, o que pode comprometer o desenvolvimento desta criança. PALAVRAS CHAVES: deficiência desenvolvimento da linguagem. auditiva, 97 triagem auditiva neonatal, REFERÊNCIAS: Sociedade Brasileira de Pediatria, Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e Sociedade Brasileira de Genética Médica. Projeto Diretrizes. Perda Auditiva na Infância. 2012. 98 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS TRIAGEM E AVALIAÇÃO CLÍNICA DE CRIANÇAS DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE MARIANA-MG: “PROJETO SAÚDE NA ESCOLA” Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato Christian Gomes Cardoso Viana João Luis de Freitas Silvio Vassão Junior Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Dentro do âmbito da universidade, incluindo o desenvolvimento de pesquisas, o ensino e os serviços de extensão à comunidade, podem ser incluídas as atividades de triagem (prevenção) e investigação de doenças na infância dentro de escolas. Dessa forma, foi realizada uma parceria entre a Escola de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto-UFOP e uma escola municipal de Mariana-MG, para realização do “Projeto Saúde na Escola”. OBJETIVOS: O objetivo geral deste trabalho foi realizar triagem clínica de crianças de uma escola do município de MarianaMG. METODOLOGIA: Foi realizado exame físico completo em todos os estudantes do segundo ano. Foram avaliadas as medidas de peso, estatura, pressão arterial, ectoscopia, exame dos aparelhos cardiovascular, respiratório, abdominal, neurológico. Todas as crianças levaram para casa resumo do atendimento e orientações para acompanhamento ou encaminhamentos, caso necessário. Antes da ação, foi solicitado à escola que enviasse um informativo aos pais sobre o trabalho. A vacinação foi avaliada através da cópia do cartão da criança na ficha escolar. RESULTADOS: Foram avaliadas 18 crianças, sendo sete meninas e 11 meninos, com faixa etária entre sete e nove anos de idade. Dessas, 22,2% tinham sete anos de idade, 66,7% tinham oito anos de idade e 11,1%, nove anos de idade. Todas as crianças tinham escolaridade adequada para idade. Das 18 crianças, 16 estavam com as vacinações atualizadas e apenas duas não tinham o cartão. A partir do IMC por idade e sexo, contatou-se que 27,3% dos meninos e 42,9% das meninas avaliadas apresentaram excesso de peso, corroborando assim, com os dados mundiais de obesidade infantil e evidenciando a importância da triagem realizada. Em relação à estatura, foram observados valores de baixa estatura em 18,2% das crianças do sexo masculino e em 14,3% das do sexo feminino. Todos os valores de pressão arterial sistêmica estavam normais para idade. Além disso, foram diagnosticados ao exame físico duas (11,1%) crianças com fácies de respirador oral, cinco (27,8%) com dentes cariados e higiene bucal precária e três encaminhamentos ao posto de saúde para consulta pediátrica. No exame neurológico nenhuma criança apresentou alterações significativas e no desenvolvimento psicomotor, todas estavam adequadas para a idade. DISCUSSÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) configuram-se como a principal causa de morte no mundo. Essas doenças se desenvolvem ao longo da vida de forma lenta e gradual, tendo a infância como ponto de 99 partida. Dessa forma, a triagem clínica para diagnóstico precoce dessas doenças, através, de avaliações rotineiras em consultas de puericultura têm papel fundamental no diagnóstico precoce dos fatores de risco associados às DCV, como hipertensão arterial, obesidade e dislipidemia. CONCLUSÃO: O trabalho realizado na escola nos proporcionou um maior contato e convívio com a comunidade, participando ativamente de seu dia a dia e contribuindo para melhorar a saúde dos escolares. Além disso, uma nova forma de aprimorar os conhecimentos adquiridos e ter novos aprendizados nos possibilitou crescer como futuros profissionais de saúde. Palavras-chave: triagem, infância, doença. Referências: 1-BERGMANN, Gabriel Gustavo et al . Índice de massa corporal para triagem de fatores de risco para doenças cardiovasculares na infância. ArqBrasEndocrinolMetab, São Paulo, v. 55, n. 2, Mar. 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302011000200003&lng=en&nrm=iso>. Acesso entre 01 e 05 de Nov. 2014. 2-HERZBERG, E.; CHAMMAS, D. Triagem estendida: serviço oferecido por uma clínica-escola de Psicologia. Paideia, jan.-abr. 2009, Vol. 19, No. 42, 107-114. Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil. 100 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO: VARICELA NÃO COMPLICADA Luiz Walter Sousa Fátima Guedes Francis Junior Miranda Alves Lídia Lelis Leal Natália Carvalho Raquel Costa Renata Barbosa Nogueira Gibram Roberta Alves Pereira Vítor Antonacci Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A varicela é uma infecção aguda, com curso benigno e autolimitado na infância. É causada pelo vírus RNA Varicella-Zoster (VZ). A transmissão se dá pelo ar, inspirando o vírus presente em gotículas eliminadas por pacientes infectado ou por contato direto com as lesões na pele. A principal característica clínica da doença é o polimorfismo das lesões cutâneas acompanhadas de prurido. A presença de enantemas reforça o diagnóstico de varicela. No período prodrômico, pode ocorrer febre baixa ou moderada, cefaleia e sintomas sistêmicos, como astenia e anorexia. A maioria dos casos de varicela em crianças não necessita de tratamento específico, apenas medidas gerais que incluem analgésicos, antitérmicos e anti-histamínicos. Além disso, deve-se tomar medidas de controle como afastamento das atividades escolares até a fase de crosta da doença e, se o paciente estiver internado, isolamento de contato e respiratório. A terapia antiviral está indicada apenas para casos de varicela de evolução moderada ou grave em maiores de 12 anos, com doença cutânea ou pulmonar crônica. RELATO DE CASO: I.K.C.S, 7 anos, sexo feminino, compareceu à UBS Santo Antônio, Mariana-MG acompanhada pela mãe, no dia 29/09/2014, que relata que, há uma semana, criança iniciou quadro de cefaleia, febre não termometrada e hiporexia e dois episódios de vômito. Foi informado também que há um dia surgiram pápulas pruriginosas por todo corpo. Ao exame, criança apresentava-se com estado geral regular e febril (39°C). Observaram-se lesões pápulovesiculares peroláceas e bordas eritematosas disseminadas, inclusive em mucosa oral. A hipótese diagnóstica aventada foi varicela sem complicações. Adotou-se a conduta de prescrição de desloratadina e paracetamol. Em consulta de retorno em dois dias, criança evoluiu sem febre, dor ou vômitos. No entanto, as lesões se disseminaram e o prurido estava mais intenso. Não foi feito uso da desloratadina, pois este não estava disponível na farmácia de referência da UBS. Ao exame físico, a escolar apresentava-se afebril (36,7°C) e foram observadas lesões pápulovesiculares, com base eritematosa, disseminadas. Após avaliação, foi mantido o diagnóstico de varicela sem complicações e foi prescrita dextroclorfeniramina para alívio do prurido. Após atendimento, procedeu-se a notificação do caso. DISCUSSÃO: 101 A vacina contra a varicela faz parte do calendário básico de vacinações desde setembro de 2013, para crianças partir dos 15 meses de idade até 23 meses e 29 dias. No relato de caso descrito não houve complicações clínicas, mas elas podem ocorrer. Entre as mais frequentes estão: infecções bacterianas secundárias de pele como o impetigo, abscesso, celulite ou erisipela. É importante saber também sobre a Síndrome de Reye, caracterizada por quadro neurológico de rápida progressão e disfunção hepática, associado ao uso de ácido acetilsalicílico na presença de quadro viral. Diante disso, fazse necessária a prevenção e a detecção precoce através de programas educativos para a população, promovendo o conhecimento para os sintomas da doença, fatores de risco e importância da vacinação. Palavras-chave: Varicela, Vacinação, Atenção Primária à Saúde REFERÊNCIAS: Governo do Estado de Minas Gerais. Protocolo de Varicela. 3ª edição. Belo Horizonte. 2013. Parmet S, Lynm C, Glass RM. Chickenpox. JAMA - Journal of the American Medical Association. 294(7):866. 2005. 102 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABORDAGEM DE PACIENTE PEDIÁTRICO COM URTICÁRIA GIGANTE Orientadora: Professor Dra. Célia Maria Aline Ferreira Ricieri Cecília Carneiro e Silva Fernanda de Faria Mariano Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Urticária é o edema da derme superficial, enquanto o edema da derme profunda, do subcutâneo e do trato gastrointestinal é chamado de angioedema. A urtica é lesão elementar dermatológica constituída por três características típicas: edema central de tamanho variado, prurido associado; natureza efêmera, com a pele retornando ao aspecto normal geralmente em período que varia de uma a 24 horas a 1 hora. O quadro clínico se caracteriza pela presença placas eritêmato-edematosas grandes, pruriginosas, de início súbito e duração efêmera, acompanhadas, com frequência, de fenômenos gerais. Vários fatores podem desencadear a urticária como: frutos do mar, castanha, chocolate, medicamento, hemoderivados, picada de abelha e vespa, infecções virais e doenças febris. O tratamento é feito com anti-histamínicos H1, corticoides em casos mais graves e epinefrina, quando a urticária não responde à terapêutica convencional. Relato do caso clínico: A criança E.A.M.N., 10 anos, foi atendida na Unidade Básica de Amarantina no dia 26 de Agosto de 2014, em uma consulta de urgência, com queixa de manchas vermelhas no rosto e corpo que coçavam. O paciente relatou que na tarde anterior ele começou com um quadro de prurido em corpo e rosto. Na manhã do dia seguinte, o prurido foi aliviado por banho quente. No dia da consulta, apareceram manhas vermelhas no tórax e abdome. A mãe relatou que as manchas no rosto apareceram há 5 dias atrás. O paciente negou o uso de cremes, pomadas e a troca de sabonete. Negou também o uso de materiais diferentes nos últimos dias. Na anamnese especial, a criança relatou que somete faz uso de lentes corretivas para miopia. A história familiar indicou que os avôs paternos e maternos são hipertensos. Os irmãos mais novos da criança são asmáticos. Na história pregressa, a mãe da criança relatou que ela já teve varicela e que a vacinação estava em dia. Ao exame físico, ectoscopia: bom estado geral, ativo, reativo, corado hidratado e edema palpebral discreto; antropometria: peso de 29,850, altura: 1,41m; sinais vitais: frequência cardíaca de 80bpm; pele e fâneros: manchas em rosto, tórax e abdome, pápulas no rosto, máculas e pápulas em 2/3superiores das costas e 103 coxas, presença de máculas coalescentes. A hipótese diagnóstica foi urticária gigante e a conduta foi: uso oral no local: prednisona 20mg um comprimido e meio e 1 ampola de prometazina intramuscular-50mg/20mL. A criança ficou em observação por 40 minutos na UBS e houve melhora do quadro, por isso foi liberada com a receita: uso oral de predinisona 20mg 1 comprimido por 5 dias e dexclorferinamina. Discussão: A criança com urticária gigante deve ser avaliada cuidadosamente e medicada rapidamente. Em caso de não resposta à terapêutica convencional deve-se usar epinefrina. PALAVRAS-CHAVE: urticária, angioedema, pápulas REFEÊNCIAS: CRIADO, Paulo Ricardo et al. Urticária. An. Bras. Dermatol. Rio de Janeiro, v. 80, n. 6, Dec. 2005 LEÃO, E; CORREA, E.J.; MOTA, J.A.C.; VIANNA, M.B.; VASCONCELLOS, M.C.; Pediatria Ambulatorial. 5º edição, editora: Coopmed, 2013 104 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CRISES CONVULSIVAS EM LACTENTE – RELATO DE CASO Luiz Walter Souza Catarine Alves Silveira Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Lígia Barros de Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As crises epitéticas são manifestações neurológicas frequentes na infância, correspondendo a importante causa de atendimento em unidades de emergência pediátrica. Cerca de 50% dos casos de epilepsia ocorrem em crianças menores de 5 anos de idade¹. Crises epiléticas correspondem a manifestações clínicas de uma descarga elétrica neuronal anormal, excessiva, síncrona e transitória. Podem iniciar em um grupo restrito de neurônios (crises parciais) ou em área mais extensa, acometendo os dois hemisférios cerebrais (crises generalizadas) ². Na abordagem dos pacientes portadores de epilepsia, é fundamental a caracterização das crises para fins de orientação do tratamento e prognóstico. Para isso, deve-se realizar cuidadosa pesquisa clínica e exames complementares direcionados. RELATO DE CASO: L.E.A., 6 meses, sexo feminino, peso 5.920g, é levada pela mãe ao consultório do Posto de Saúde de Amarantina-OP, em 01/09/14, relatando que a criança apresentava crises convulsivas. Aos dois meses de idade a paciente manifestou a primeira crise, durante a qual apresentou tremores de tronco, membros e pálpebras, com duração de poucos segundos. Nas semanas seguintes, a frequência das crises era de cerca de 6 a 7 vezes ao dia. Mãe negou presença de febre durante os episódios, ou história prévia de infecção intracraniana, traumatismo crânio-encefálico, neoplasia, acidente vascular encefálico e distúrbio hidroeletrolítico na paciente. Histórico familiar também negativo para disritmias cerebrais. A criança foi medicada com fenobarbital por quatro semanas, porém sem melhora do quadro. Aos quatro meses de idade, foi iniciado uso de Depakene® (ácido valpróico 250mg/5ml) com remissão completa do quadro. No dia 13/10/14, mãe retornou ao consultório alegando retorno das crises convulsivas, com frequência de 2 a 3 crises por semana. Alegou, ainda, que em consulta com neurologista no início do mês, este aumentou a dose do Depakene® para 2ml (100ml) duas vezes ao dia, dose máxima permitida à paciente, mas sem redução na frequência das crises. Nessa 105 ocasião, foram solicitados os exames de Eletroencefalograma (EEG) e Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de crânio, os quais ainda não foram realizados. Ao exame físico, não foram detectadas alterações neurológicas, criança com crescimento e desenvolvimento adequados para a idade. O neurologista da criança foi, então, contatado e interrogado sobre a melhor conduta a ser adotada no momento. Ele decidiu por prescrever Carbamazepina 100mg/5ml, 1ml ao dia, até que a mãe pudesse retornar com a criança em seu consultório. DISCUSSÃO: O termo epilepsia é reservado a situações em que ocorrem duas ou mais crises convulsivas sem evidências de insultos agudos como febre ou condição tóxico-metabólica¹. O diagnóstico baseia-se em uma anamnese minuciosa, exame físico e neurológico e propedêutica complementar. O EEG está indicado em todos os casos confirmados ou suspeitos de crise epilética. O exame de neuroimagem padrão-ouro é a RNM do encéfalo, pois revela alterações no crânio, permitindo estudo mais detalhado¹. No caso descrito, a paciente ainda está sob investigação para melhor classificação do tipo de crises epilética apresentada. Palavras-chave: Convulsões, Epilepsia, Infância Referências: 1. LEÃO E., Corrêa E.J., Mota J. A. C., Vianna M. B., Vasconcellos M.C.( Ed.) Pediatria Ambulatorial, 5ª edição, Belo Horizonte, Coopmed, 2013. 2. RIZZUTTI, S.; MUSZKAT, M. & VILANOVA, L.C.P. – Epilepsias na Infância Rev. Neurociências 8(3): 108-116, 2000. 106 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CRIPTORQUIDIA BILATERAL EM LACTENTE: RELATO DE CASO Lélia Maria de Almeida Carvalho Amanda Freire Vieira Luísa Coutinho Teixeira Túlio Henrique Versiani de Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Criptorquidia é a anomalia congênita mais comum que afeta a genitália de recém-nascidos (RN) do sexo masculino. Ocorre quando há um defeito congênito nos processos anatômicos ou regulatórios da deiscência testicular, de etiologia multifatorial. Fatores de risco para tal incluem: prematuridade, retardo do crescimento intrauterino e excessiva exposição a estrógenos durante a gestação. Níveis adequados de androgênios fetais são essenciais para a deiscência testicular. Aproximadamente 10% dos casos afetam ambos os testículos (bilateral). Normalmente, os testículos descem até o escroto no sétimo mês de gestação e a incidência da criptorquidia diminui com a idade, sendo: 30% em RN pré-termo, 3% em RN, 1,5% com 1 mês e 0,75% com 1 ano de vida. A classificação mais útil para a criptorquidia é clínica, na qual se distingue em testículos palpáveis ou não palpáveis. Dentre suas complicações, tem-se o comprometimento da fertilidade e o aumento do risco para câncer. Relato de caso: IEA, lactente, sexo masculino, 5 meses e 15 dias é trazido pela mãe à UBS de Cabanas em Mariana, MG, com queixa de febre não termometrada que apareceu no dia anterior, sem sintomas associados. Mãe relata que os dentes incisivos inferiores estão nascendo. À anamnese especial, mãe relata que a criança é respiradora oral, e tem fimose. História gestacional demonstra gravidez não planejada, não bem aceita, sem intercorrências, com realização de 6 consultas pré-natal, resultados de sorologias negativos. Mae hígida, utilizou sulfato ferroso durante a gestação, não fumou ou bebeu. Criança nasceu no dia 17/04/14, a termo, parto vaginal sem intercorrências. PAN=2935g, estatura 47cm, APGAR 1’=8 e 5’=9. Criança esteve em amamentação exclusiva até o 3o mês de vida, atualmente com alimentação complementar com Nutribom. História pregressa negativa para cirurgias, internações, alergias. Vacinação em dia. Ao exame físico, além da fimose relatada, foi observada criptorquidia bilateral, com testículos não palpáveis, e presença de pápulas eritematosas na região inguinal direita. Paciente afebril, acianótico, anictérico, hidratado, sem outras alterações ao exame. Como hipóteses diagnósticas, tem-se a febre ocasionada por erupção dentária, dermatite atópica na região da fralda, e criptorquidia bilateral. O paciente foi encaminhado para avaliação cirúrgica da criptorquidia e aguarda marcação da consulta. Discussão: O escroto provê um ambiente que é cerca de 4ºC menor que a temperatura corporal, o que é essencial para sua função normal. A falha da acomodação testicular no escroto após o nascimento leva a anormalidades progressivas na bioquímica e fisiologia dos testículos, o que interfere na maturação normal das espermatogônias. Atualmente recomenda-se que seja realizada orquiopexia entre 3 e 6 meses de idade caso os testículos persistam não deiscentes após o nascimento, baseado na ideia de que as anomalias das células germinativas são potencialmente preveníveis ou reversíveis com a colocação dos testículos no ambiente 107 correto. Os benefícios da realização de exames de imagem em pacientes com testículos não palpáveis é controverso. O sucesso da cirurgia alcança taxas de até 92% de sucesso. Referências: Hutson, JM; Clarke, MCC. Current Management of Undescended Testicle. Seminars in Pediatric Surgery, 16(1) 64-70, (2007) Comploj, E; Pycha, A. Diagnosis and Treatment of Cryptorchidism. European Urology Supplements, 11, 2-9, (2012) 108 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA CLÍNICA CIRÚRGICA APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CIRURGIA BARIÁTRICA E SUAS REPERCUSSÕES NA OBESIDADE E NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Iure Kalinine Ferraz de Souza Natália Cristina Carvalho de Souza Renata Barbosa Nogueira Gibram Vítor Antonacci Condessa Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada como uma síndrome de múltipla origem devida à não produção de insulina ou mesmo à incapacidade desta de exercer plenamente suas funções. Entre os seus tipos, destaca-se o DM tipo 2 (DM 2), que representa 90% dos casos. Sua característica é a hiperglicemia que, de acordo com Gross et al.,2002, se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, polifagia,perda de peso, visão turva e por complicações agudas, como a cetoacidose diabética. A hiperglicemia crônica está associada à disfunção de órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos. Um importante fator de risco para a evolução do DM 2 é a obesidade. Segundo Fontaine KR,et al,2003, a obesidade caracteriza-se pelo acúmulo excessivo de gordura corporal e pode acarretar em distúrbios respiratórios, locomotores e dermatológicos, favorecendo, também, o surgimento de doenças letais, além do DM 2, como dislipidemias e doenças cardiovasculares. A indicação de cirurgia abrange a análise de múltiplos fatores em relação às manifestações clínicas de cada paciente. Para tanto, faz-se necessário uma avaliação multidisciplinar. A cirurgia bariátrica é o tratamento mais efetivo para obesidade grau III. Além disso, são observadas prevenção, melhora e reversão do DM 2. Logo, a finalidade da cirurgia consiste em melhorar tanto a qualidade, quanto a expectativa de vida do paciente obeso. OBJETIVOS: O objetivo geral do presente trabalho foi determinar a relação entre a cirurgia bariátrica e seus efeitos sobre DM 2, no que concerne à redução de glicemia e outros parâmetros metabólicos após a cirurgia. Os específicos foram entender a fisiopatologia que envolve a obesidade, o DM 2 e o pós-cirúrgico; esclarecer as indicações para tratamento cirúrgico e conservador; destacar as principais vantagens e desvantagens das cirurgias bariátricas realizadas atualmente, bem como suas técnicas. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão bibliográfica e a busca consistiu nos tipos de cirurgias bariátricas correlacionadas à remissão ou melhora do DM 2 nas plataformas eletrônicas Scielo, Lilacs, PubMed e Periódicos Capes. As palavras-chave utilizadas foram: “cirurgia bariátrica”, “fisiopatologia”, “Diabetes 109 Mellitus”, e seus correspondentes na língua inglesa. RESULTADOS: Os tratamentos da obesidade e da DM 2 coincidem em vários aspectos como perda de peso com melhora da ingesta alimentar e atividade física. Há, ainda, as alternativas medicamentosas e cirúrgicas. Vários estudos realizados nas últimas décadas mostraram que pacientes que sofriam de obesidade associada ao DM 2, tiveram, além da perda de peso, a normalização da glicemia e, muitas vezes, a remissão completa da doença sem a necessidade de medicamentos orais e/ou insulina. CONCLUSÕES: As cirurgias bariátricas têm feito com que muitos pacientes alcancem a normalização total ou parcial dos valores de glicemia, o que demonstra ser um tratamento efetivo do DM 2. Porém, é preciso atentar-se para o imediatismo que surge a partir de procedimentos cirúrgicos a despeito dos riscos que eles trazem. Deve-se ressaltar que os resultados não são os mesmos para todos os pacientes. Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica, Fisiopatologia, Diabetes Mellitus REFERÊNCIAS: 1-ERBERLY LE, et al For the Multiple Risk factor Intervention Trial Research Group.Diabetes Care 2003; 26:848-54.). 2-MONTEIRO CA, CONDE WL. A tendência secular da obesidade segundo estratos sociais: nordeste e sudeste do Brasil, 1975-1989-1997. Arq Bras Endocrinol Metabol 1999; 43(3):186-94.) 110 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CIRURGIA TRANSLUMINAL ENDOSCÓPICA POR ORIFÍCIOS NATURAIS (NOTES): REVISÃO DE LITERATURA Iure Kalinine Ferraz de Souza Francis Junior de Miranda Alves Jordan M.S. Araujo Lídia Lelis Leal Raquel Domingos da Costa Roberta Alves Pereira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A Técnica cirúrgica endoscópica transluminal por orifícios naturais (NOTES) surgiu da confluência de endoscopia e laparoscopia em 2004 com equipe liderada por Kalloo. NOTES apresenta as vias de acesso Transvaginal, Transgástrica, Transesofágica, Transretal e Transvesical e ocorre por meio da perfuração intencional e controlada de vísceras para acessar a cavidade peritoneal ou torácica. As abordagens incluem o tipo Pura, na qual utiliza-se apenas a via endoscópica e Híbrida, na qual são utilizadas as vias laparoscópica e endoscópica. OBJETIVOS: revisão da literatura e apresentação das principais técnicas da NOTES. DISCUSSÃO: NOTES via oral é uma técnica inovadora para o acesso à cavidade abdominal por via transgástrica, e para o acesso ao tórax, por via transesofágica. Pela via transgástrica é viável a execução de procedimentos como esplenectomia, gastrojejunostomia, gastrojejunostomia em Y de Roux, colecistectomia, ooforectomia, laqueadura tubária. A partir da via transesofágica, pode-se realizar excisão de adenoma de paratireoide, mediastinoscopia simples e operações do epicárdio. Além disso, podem-se realizar procedimentos como toracoscopia e mediastinoscopia para estadiamento de doenças oncológicas, realização de biópsia, linfadenectomia, ressecção de pulmão e para a resolução de acalasia. Os procedimentos por NOTES transvaginal são os mais realizados, dentre eles colecistectomia, apendicectomia e gastrectomia. A NOTES transvaginal pode apresentar menor potencial de complicações como fístula e peritonite, quando comparado a outras vias de acesso, mas apresenta como desvantagens a restrição da técnica à população feminina, o uso de antibióticos, a necessidade de cateterismo vesical e o risco de infecção. Já os procedimentos de NOTES transvesical, como nefrectomias, peritoneoscopia e procedimentos no diafragma permitem a realização de acesso à cavidade abdominal através da uretra. A NOTES transanal pode ser realizada através de abordagens transretais e transcolônicas Para viabilizar tais acessos, foi desenvolvida a plataforma TEM (Transanal Endoscopy Microsurgery), que representa alternativa minimamente invasiva para lesões do reto e contribui para a padronização de abordagens transluminais. O acesso transanal pode ser útil no diagnóstico de doenças intra-abdominais e no estadiamento do câncer, bem como representa alternativa para acesso a doenças do cólon esquerdo, como câncer de reto e sigmoide, doença diverticular e colite ulcerativa. Dentre as vantagens, destacam-se a possibilidade de ser utilizada em ambos os gêneros além de permitir a abordagem das doenças extracolônicas e colônicas. Além disso, o canal retal permite a utilização de instrumentos de maior diâmetro e recuperação de espécimes maiores. Apesar de suas vantagens, o acesso transrretal foi o tipo de NOTES menos relatado, devido aos riscos 111 de contaminação e dificuldades no fechamento confiável do cólon. CONCLUSÃO: NOTES tem um futuro promissor frente à evolução que já ocorreu, mas ainda necessita de mais estudos e investimentos para sua total inclusão no meio propedêutico cirúrgico. Palavras-chave: Cirurgia, Endoscopia, Transluminal. REFERÊNCIAS: 1. BINGENER, J.; IBRAHIM‐ZADA, I. Natural orifice transluminal endoscopic surgery for intra‐abdominal emergency conditions. British Journal of Surgery, v. 101, n. 1, p. e80-e89, 2014. 2. TYSON, Mark D.; HUMPHREYS, Mitchell R. Urological applications of natural orifice transluminal endoscopic surgery (NOTES). Nature Reviews Urology, 2014. 112 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ATENDIMENTO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO Iuri Kalinine Ferraz de Sousa Bruno de Araújo Pinheiro Christian Gomes Cardoso Viana João Luis de Freitas Sílvio Vassão Júnior Wanderley Souza Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Responsável pela segunda ou terceira causa de morte na maioria dos países, o trauma, chega a ser responsável por cerca de 80% das mortes que ocorrem na adolescência. No Brasil, cerca de 130 mil mortes por ano e mais de 400 mil sequelas importantes ocorrem devido ao trauma. O primeiro atendimento ao paciente politraumatizado constitui importante passo para a diminuição da taxa de mortalidade deste, e para que isto ocorra, é necessário o atendimento pré-hospitalar adequado e rápida admissão hospitalar. Tendo em vista a importância do atendimento préhospitalar, é fundamental que ocorra uma abordagem sistematizada com respeito da ordem de gravidade das lesões, seguindo a regra do ABCDE, preconizado pelo Advanced Trauma Life Support (ATLS). O tratamento do doente consiste em avaliação primária rápida, reanimação das funções vitais, avaliação secundária mais pormenorizada possível e, finalmente, o início do tratamento definitivo. Em alguns países desenvolvidos como Estados Unidos da América e Canadá existe um sistema de registro de trauma integrado, o qual constitui um banco de dados específico para o trauma. Estes registros coletam informações referentes aos traumatismos, classificamnos, definem a gravidade e agrupam as informações para análises individuais e coletivas. No Brasil esses registros ocorrem de forma integrada somente em alguns locais, e são fundamentais para direcionamento das decisões e ações pertinentes às vítimas de trauma, tornando possível o conhecimento de causas e resultados do trauma e, consequentemente, planos de intervenção e gastos de forma correta. Objetivos: Reunir informações mais atuais possíveis sobre a assistência primária ao politraumatizado. Abordando as condutas desde o transporte da vítima até o atendimento hospitalar inicial. Discussão: As melhorias na organização e planejamento dos serviços de trauma podem diminuir as complicações das vítimas de traumas. Para isso, necessita-se de maior conhecimento sobre os óbitos após traumatismo, através de estudos epidemiológicos e registros dos traumatismos em nível municipal e estadual. Além disso, informações referentes ao atendimento pré-hospitalar da vítima, e a integração entre os hospitais de complexidades diferentes e o Instituto Médico Legal. Conclusão: Vê-se que é fundamental um atendimento inicial adequado ao paciente politraumatizado, seguindo protocolos e diretrizes preconizados em diversos países. Alguns países desenvolvidos possuem um sistema organizado de registro de atendimento com abrangência nas diferentes fases do trauma, contribuindo para baixos índices de mortalidade. Esse sistema é avaliado por programas de controle de qualidade, que constituem parte fundamental na melhoria do atendimento ao paciente politraumatizado. Estudos mais abrangentes devem ser realizados no Brasil, a fim de implantar um sistema organizado de registro e programas de controles do trauma, diminuindo a morbimortalidade das vítimas de trauma. Palavras chaves: trauma, mortalidade, registros médicos. 113 REFERÊNCIAS: FRAGA, Gustavo Pereira. Programas de qualidade no atendimento ao trauma. Medicina (Ribeirão Preto); 40 (3):321-8, jul./set, 2007. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/329>. Acesso entre 20 e 25 de novembro de 2014. ALBINO, Rubia Maria; RIGGENBACH, Viviane. Atendimento hospitalar inicial ao politraumatizado. Arquivos Catarinenses de Medicina; Vol. 33; n°.3; 2004. Disponível em: <http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/179.pdf>. Acesso entre 20 e 25 de novembro de 2014. 114 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA E INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA FULMINANTE: PERSPECTIVAS E MANEJO BASEADO EM EVIDÊNCIAS Iure Kalinine Ferraz de Souza Ana Luiza Martins Reggiani Gabriela Oliveira Leopoldo Gabriella Noronha Frois Heloisa Cirilo Sousa Jesssica Almeida Horta Duarte Maria Gabriela Ribeiro Madeira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: Insuficiência hepática aguda (IHA) é uma síndrome rara que pode ser definida por um rápido declínio na função hepática caracterizada por icterícia, coagulopatia (razão normalizada internacional [RNI] >1.5) e encefalopatia hepática em pacientes sem evidência de doença hepática prévia. A classificação da Insuficiência Hepática é feita de acordo com o tempo decorrido entre a icterícia e o início da encefalopatia hepática, podem ser usados os seguintes termos para caracterizar a síndrome: falência hepática superaguda, aguda e subaguda. Em outra classificação foram utilizados dois termos: falência hepática subfulminante é aquela na qual a encefalopatia se instala duas a 12 semanas após o início da icterícia enquanto falência hepática fulminante é aquela na qual a encefalopatia se instala antes de duas semanas. Identificar a causa da insuficiência hepática aguda (IHA) tem importante valor prognóstico, além de determinar se devem ser iniciadas terapias específicas para uma determinada etiologia. OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo elucidar as principais características e o diagnóstico e manejo da insuficiência hepática sem distinção etiológica, com enfoque no reconhecimento e manejo da insuficiência hepática fulminante. DISCUSSÃO: O quadro clínico na insuficiência hepática aguda pode se apresentar de maneira insidiosa, ou rápida e progressiva, podendo levar à insuficiência de múltiplos órgãos e sistemas. Inicialmente os sintomas são inespecíficos, e incluem náuseas, mal-estar e fadiga, além da icterícia que se manifesta logo no começo da doença. Devemos ressaltar que a falência hepática aguda é uma síndrome na qual, além do fígado, outros órgãos podem ser acometidos, como o cérebro, rins, pulmões, medula, sistema circulatório e sistema imunológico. A IHA pode levar a uma necrose hepática maciça e outras complicações como síndrome hepatorrenal, icterícia, hipoalbuminemia, coagulopatia, hipoglicemia e infecções. Várias dessas complicações ocorrem simplesmente devido à perda das funções normais do fígado. Entretanto, a complicação mais temida é a encefalopatia hepática, que consiste em um conjunto de manifestações neuropsíquicas (alterações na personalidade, da capacidade intelectual e consciência; tremores musculares e nos casos graves, coma). O estadiamento do quadro é normalmente realizado com base na gravidade do quadro clínico. As manifestações clínicas podem ser precipitadas por aumento de proteínas na dieta, cirurgia, hemorragia gastrointestinal, infeccções ou administração de drogas. CONCLUSÃO: Conclui-se que a Insuficiência Hepática Fulminante (IHF) durante a sua evolução causa síndrome 115 de falência de múltiplos órgãos, por isso é necessário uma visão global da doença. O monitoramento em unidade de terapia intensiva (UTI) durante a hospitalização é muito importante no manejo de pacientes com insuficiência hepática aguda (IHA), a fim de fornecer cuidados ideais e minimizar complicações. Insuficiência hepática fulminante (IHF) é talvez a maior e mais grave emergência em Hepatologia. Sem o diagnóstico precoce e o tratamento apropriado, incluindo transplante hepático em muitas ocasiões, a mortalidade alcança cifras de 80 a 90%. Palavras chave: cirurgia, fígado, hepatopatias. Referências Bernal W et al. Lessons from look-back in acute liver failure? A single centre experience of 3300 patients. J Hepatol. 2013 Jul; 59(1):74–80. Rutherford A et al. Development of an accurate index for predicting outcomes of patients with acute liver failure. Gastroenterology. 2012 Nov;143(5):1237–43. 116 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS MEGACÓLON TÓXICO Iure Kalinine Ferraz de Souza Amanda Freire Vieira Larissa Amaral Lauriano Luísa Coutinho Teixeira Rodrigo Vilela Ventura Samuel Silva Ferreira Túlio Henrique Versiani de Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O Megacólon tóxico (MT) é uma complicação grave da doença inflamatória intestinal (DII): retocolite ulcerativa (RCU) e doença de Crohn (DC) ou da colite infecciosa, principalmente infecções por Clostridium difficile e citomegalovírus (CMV). Caracteriza-se por dilatação colônica não-obstrutiva, total ou segmentar, de pelo menos seis centímetros, associada a sinais de toxicidade sistêmica. A incidência de MT na RCU e na DC é de 1% a 5%. A colite pseudomembranosa por Clostridium difficile pode evoluir para MT em 0,4 a 3% dos casos. OBJETIVOS: Revisar as principais doenças relacionadas com a complicação do MT e analisar as caracteristicas clínicas, fisiopatologia, diagnóstico e tratamento do megacólon tóxico através de revisão bibliográfica. DISCUSSÃO: O processo inflamatório das colites pode se estender para as camadas de músculo liso e para a serosa. Essa condição permite a migração neutrofílica e macrofagocítica para a parede colônica, bem como induz a secreção de mediadores inflamatórios e óxido nítrico (NO). A elevação local de NO reduz o tônus da musculatura lisa do cólon, o que permite a sua dilatação. Os critérios para o diagnóstico do MT são: evidência radiográfica de distensão colônica, com a presença de pelo menos três dos seguintes: febre maior que 38ºC, frequência cardíaca superior a 120 bpm, leucocitose neutrofílica superior a 10.500 cels/mm³ ou anemia e pelo menos um dos seguintes: desidratação, alteração do estado de consciência, distúrbios eletrolíticos ou hipotensão. Como propedêutica complementar solicita-se o hemograma, Proteína C Reativa (PCR), Velocidade de Hemossedimentação (VHS) e gasometria arterial em caso de repercussão hemodinâmica ou absortiva. A Radiografia simples de abdome auxilia no diagnóstico e monitoramento diário da evolução clínica do doente. A Endoscopia digestiva é particularmente útil quando a etiologia não está definida, sobretudo em pacientes com doença inflamatória intestinal desconhecida. A colonoscopia é contra-indicada devido ao alto risco de perfuração do colo. O tratamento baseia-se na estabilização e controle dos dados vitais do paciente, bem como das alterações nos exames complementares. Terapia específica da doença de base é essencial. Recomenda-se a utilização de Vancomicina intracolônica em colite infecciosa. O tratamento com ciclosporina A para colite ulcerativa grave tem boa resposta incial e reduz a necessidade de colectomia de urgência, mas apresenta efeitos colaterais. Em pacientes com doença inflamatória intestinal, corticosteróides intravenosos são a base do tratamento. Novas abordagens como o uso de Ifliximabe e leucocitaferese demonstraram efetividade no controle do MT. A abordagem cirúrgica é indicada após 48-72 horas de falha terapêutica medicamentosa. A cirurgia de escolha é a colectomia total ou subtotal com ileostomia terminal. CONCLUSÃO: O MT é uma 117 complicação potencialmente letal das doenças inflamatórias intestinais, portanto, é importante que se tenha conhecimento das patologias de base que levam ao quadro, para estabelecer o diagnóstico precoce e tratamento adequado com intuito de melhorar a qualidade de vida do paciente. PALAVRAS-CHAVE: Megacólon tóxico; Retocolite ulcerativa; Colite REFERÊNCIAS: MINIELLO, S. et al. Toxic megacolon in ulcerative rectocolitis. Current trends in clinical evaluation, diagnosis and treatment. Ann Ital Chir, v. 85, n. 1, p. 45-9, 2014 Jan-Feb 2014. ISSN 2239-253X. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24755987>. AUTENRIETH, D. M.; BAUMGART, D. C. Toxic megacolon. Inflamm Bowel Dis, v. 18, n. 3, p. 584-91, Mar 2012. ISSN 1536-4844. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22009735> 118 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ABDOME AGUDO INFANTIL Orientador: Professor Dr. Iuri Kalinine Aline Ferreira Ricieri Catarine Alves Silveira Cecília Carneiro e Silva Fernanda de Faria Mariano Fernanda Mendes Oliveira Rossi Lígia Barros de Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A expressão “abdome agudo” refere-se a sinais e sintomas de dor intensa e súbita e sensibilidade abdominal, uma manifestação clínica que, em geral, requer terapia cirúrgica de emergência (TOWNSEND, 2010). As causas de abdome agudo podem ser divididas em congênitas e adquiridas. As principais causas congênitas são: atresia duodenal, atresia de vias biliares, atresia de esôfago, anomalia anorretal, obstrução intestinal e obstrução biliar. As causas adquiridas são obstrutivas ou inflamatórias, como a apendicite, colecistite e pancreatite agudas. As obstrutivas incluem: obstrução secundária a bridas pós-operatórias, invaginação intestinal, neoplasias (linfoma não Hodgkin), hérnia inguinal encarcerada e obstrução intestinal por novelo de Ascaris lumbricoides. OBJETIVOS: Estudar o tema abdome agudo: causas, quadro clínico e tratamento, e propor um esquema de propedêutica inicial, no atendimento da criança com abdome agudo, voltado para o médico generalista. MÉTODOS: Realizar uma revisão não sistemática com base em artigos datados de 2010 em diante e livros teóricos como fonte auxiliar. RESULTADOS: No lactente, as causas mais comuns de abdome agudo são: invaginação intestinal, anomalias anorretais, estenose pilórica, atresia de íleo e de colón, volvos e bridas, e alguns autores também trazem as hérnias encarceradas como causas. As causas mais comuns na idade préescolar e escolar são: apendicite aguda, colecistite aguda, secundária a bridas pósoperatórias, invaginação intestinal, neoplasias, hérnia inguinal encarcerada, obstrução intestinal por novelo de A. lumbricoides e pancreatite aguda. A faixa etária de lactente inclui crianças de 28 dias até dois anos, os pré-escolares são as crianças de 2 a 6 anos e 119 os escolares são as crianças de 6 a 10 anos. CONCLUSÕES: O abdome agudo é relativamente comum em crianças, por isso é importante saber avaliar e identificar a causa dessa doença. Além disso, é preciso atender de imediato esse paciente e saber conduzir o quadro, pois o abdome agudo pode ter repercussões graves para a vida da criança. O cirurgião, responsável pelo tratamento de abdome agudo em crianças, deve ter conhecimento das particularidades existentes na manifestação de uma mesma afecção em indivíduos de faixas etárias diferentes. Dessa forma, é de grande importância que esse tema seja a abordado e as características das diversas síndromes sejam estudadas. PALAVRAS-CHAVE: abdome agudo infantil, dor abdominal, tratamento do abdome agudo REFERÊNCIAS: 1. TOWNSEND; BEAUCHAMP; EVERS; MATTOX; SABISTON, Tratado de cirurgia- A base biológica da prática cirúrgica moderna. 18° edição, volume 2, Editora: Elsevier, Rio de Janeiro, 2010 2. Moore, C. Anne Waugh. "Duodenal Atresia and Duodenal Stenosis." Pediatric Radiology (2013): 116. 120 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS AVALIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO E CRESCIMENTO EM LACTENTE DE 6 MESES A PARTIR DE CONSULTAS DE PUERICULTURA NO POSTO DE SAÚDE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO Helena Távora de Senna Albuquerque Guimarães Bruna Ferraz Lima Orientadora: Lélia Maria Carvalho Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Estima-se que 17% das crianças (0 a 18 anos) têm um transtorno do desenvolvimento e/ou do comportamento. Porém, apenas 30% são identificados antes de entrada na escola. Na clínica de atenção primária, as famílias encontrarão profissionais capazes de detectar eventuais intercorrências. A vigilância e a triagem baseada em evidências facilita a identificação antecipada dos problemas de desenvolvimento e de crescimento e possibilita o encaminhamento precoce para intervenção. A fim de otimizar a identificação precoce de crianças com tais problemas, a Academia Americana de Pediatria recomenda que todos os bebês e crianças sejam rastreados para atrasos de desenvolvimento. A seguir, relato de caso de um lactente com adequados desenvolvimento e crescimento para a idade. RELATO DO CASO CLÍNICO: Primeira consulta: D.H.M.G, sexo masculino, 5 meses, natural de Ouro Preto, data de nascimento 21/05/2014. Paciente acompanhado da mãe. Bom estado geral, ativo, reativo, normocorado, hidratado. Gestação sem intercorrências, com 6 consultas de pré-natal, nasceu com 38 semanas, de parto natural, alta junto à mãe. Apresentou índice de Apgar 9/10; peso 3,030 Kg; 47cm de comprimento, perímetro cefálico: 34 cm. Alimenta-se de leite materno exclusivo. Apresenta cartão de vacinas atualizado. Exame físico: Peso 6,950kg, comprimento 66,5cm, IMC 16,44. Perímetro cefálico (PC): 43,5cm, perímetro torácico (PT): 43cm, perímetro abdominal 38cm. Frequência cardíaca (FC): 125bpm, pulsos braquiais e femorais palpáveis, simétricos e sem alterações. Testículos eutópicos. Z escore: entre 0 e -2 para peso, entre 0 e 2 para comprimento e entre 0 e 2 para PC. Impressão diagnóstica: Adequados crescimento e desenvolvimento para a idade. Segunda consulta: D.H.M.G, 6 meses, acompanhado da mãe. Paciente hidratado, normocorado, ativo, reativo. A mãe introduziu papa salgada e 121 frutas, além do leite materno. Atraso no calendário vacinal. Mãe relata que D.H.M.G rola há 2 meses, senta sem apoio há 1 mês e leva objetos à boca. Exame físico: Peso 7.445 Kg, comprimento 68cm. PC 46 cm, PT 45 cm, perímetro abdominal 36 cm. FC 130 bpm, pulsos braquiais e femorais sem alterações. Exame físico do aparelho genital: Fimose. Z escore entre 0 e -2 para peso, entre 0 e 2 para comprimento e entre 0 e 2 para PC. Impressão diagnóstica: Adequados crescimento e desenvolvimento para a idade; Fimose. Conduta: Encaminhamento para cirurgia ambulatorial e orientação a respeito das vacinas. DISCUSSÃO: Nos últimos vinte anos a expectativa de vida da população aumentou, e uma proporção importante disso decorre da redução da mortalidade infantil. Entretanto, isso nem sempre foi acompanhada por uma melhoria nas condições de vida das crianças e de suas famílias em geral, no Brasil. Assim, vê-se a importância da consulta pediátrica completa na atenção primária, que possibilita traçar um diagnóstico e conduta precoces. Estas condições são preponderantes para alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milênio para 2015. Isso contribuirá para o incremento da sobrevivência infantil e da qualidade de vida das crianças. Palavras chave: cuidado do lactente, desenvolvimento infantil, pediatria Referências: 1. LAROSA, Angela. Developmental-behavioral surveillance and screening in primary care. UpToDate. 2014. Disponível em: <http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 25/11/2014 2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para vigilância do desenvolvimento infantil no contexto da AIDPI. Disponível em: <file:///C:/Users/PC/Dowloads/si_desenvolvimento.pdf> Acesso em: 25 de Novembro de 2014. 122 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS VARICELA: UM RELATO DE CASO Juliana Oliveira Pedrosa Mariana Fontes Pereira Maria Cristina Veiga Aranha Nascimento Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUCÃO: Paciente, C.E.S., 8 meses, feminino, leucoderma, admitido na Santa Casa de Ouro Preto em 04/11/14. Relata aparecimento de lesões cutâneas difusas, acompanhada de febre de 39°C iniciados há 7 dias. Associado ao quadro apresentou vômitos, prostração, hiporexia e fadiga. Foi diagnosticada com Varicela infectada. Embora considerada uma doença benigna da infância, atualmente tem-se demonstrado uma crescente incidência de complicações severas com um alto potencial de morbimortalidade em crianças e adultos previamente saudáveis. Por isso destaca-se a relevância em se realizar um estudo dessa doença e possíveis diagnósticos diferenciais. O objetivo deste trabalho é apresentar um relato de caso clínico de varicela infectada em lactente, seu diagnóstico e evolução. Para realização desse trabalho foi assinado termo de consentimento pela responsável da paciente. RELATO DE CASO: Em 04/11/2014 criança apresentou lesões pústulo crostosas infectadas por todo o corpo acompanhada de febre e relato de que há 6 dias apresentou lesões cutâneas (pápulo-vesiculosas) difusas acompanhadas de febre de 39°C e há 2 dias, com progressão das lesões e aumento da febre. Apresentou ainda episódios de hiporexia, vômito e diarreia. Relata contato com outras crianças do bairro com lesões semelhantes. Nega passado de alergias, internações ou doenças anteriores. Pré-natal de baixo risco, com acompanhamento adequado. Parto cesáreo, 39 semanas. Peso ao nascimento: 3,600kg. Ao exame físico à admissão apresentava-se ativa, reativa, com mucosas hidratadas, corada, anictérica, acianótica, urina sem alterações, fezes amolecidas, recusa alimentar, aceitando apenas o leite materno. Demais aparelhos: sem alterações. Tratada com Oxacilina 100mg/kg/dia mais sintomáticos. Paciente evoluiu satisfatoriamente, afebril desde o início do tratamento, com alta após 3 dias de internação, em 7/11/2014, com manutenção da antibióticoterapia (cefalexina) por mais 5 dias e sintomáticos. Em 12/11/14 paciente retorna para consulta ambulatorial, no Posto de Saúde da UFOP, apresentando melhora do aspecto geral, do apetite e do sono, diminuição do tamanho e número das lesões cutâneas. Recebeu alta ambulatorial com diagnóstico de varicela infectada curada. DISCUSSÃO: A varicela é uma doença de alta contagiosidade, causada por um vírus pertencente à família Herpetoviridae. A maioria dos casos ocorrem em crianças com menos de 10 anos. Manifesta-se por um período prodrômico caracterizado pelo 123 surgimento súbito de febre baixa ou moderada, (podendo durar de horas até 3 dias), acompanhada de sintomas inespecíficos como cefaléia, vômito, anorexia e febre. Em seguida ocorre o período exantemático com surgimento de pequenas lesões máculopápulas que dentro de horas tornam-se vesículas, evoluindo para formação de pústulas e posteriormente crostas. O diagnóstico é essencialmente clínico, devendo-se afastar a criança do ambiente escolar e de outras pessoas, por um período de 7 dias ou até que todas as vesículas tenham se transformado em crostas. Apresenta-se como doença benigna ao acometer crianças sadias. É considerado caso de alerta quando acomete crianças internadas, ou imunodeprimidas. Palavras-chaves: Varicela, lactente, criança. Referências: 1- LEAO, Enio; CORREA, Edison. Pediatria Ambulatorial. Editora COOPMED. 4° edição, 2005. 2- PIVA, Pedro Jefferson; RAMOS GARCIA, Pedro celiny- Medicina Intensiva em Pediatria- 1° Edição, Editora Revinter; Rio de Janeiro, 2005. 124 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS ACOMPANHAMENTO A CONSULTAS DE PUERICULTURA DE LACTENTE DO SEXO FEMININO Orientador: Lélia Maria de Almeida Carvalho Autores:Carla Gomes de Paiva Larissa Meireles Braga Lauanny Ribeiro Aguiar Linamar Salomé Santana Machado Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A puericultura, conjunto de técnicas adotadas para garantir o perfeito desenvolvimento físico e mental da criança desde a gestação até 4 ou 5 anos de idade, através da prevenção de doenças e promoção da saúde, deve ser realizada periodicamente, de modo que o pediatra possa acompanhar crescimento e desenvolvimento da criança. Ressalta-se que o crescimento vai além do aspecto físico, englobando aspectos mentais, sociais e afetivos do ser humano. Cabe ao pediatra orientar os pais sobre os cuidados que devem ter para que a criança tenha um crescimento saudável. Em uma consulta de puericultura são analisados o desenvolvimento neuropsicomotor, o crescimento físico e nutrição bem como a vacinação. Nesse trabalho será relatado sobre três consultas de puericultura realizadas em lactente do sexo feminino na Unidade Básica de Saúde Bauxita no período de 29/09/14 a 24/11/14. Relato do caso clínico: AGS, sexo feminino, nascimento em 18/09/13, natural de Ouro Preto, apresenta-se com a mãe, informante, no dia 29/09/14, com queixa de “caroço na cabeça”. Desde então, vem sendo acompanhada pela equipe de pediatria da Bauxita. O nódulo apresenta consistência endurecida, móvel, sem sinais flogísticos. Foi percebido aos 4 meses de idade e encontra-se na região occipital direita, com aumento de tamanho ao longo de 8 meses, mas nos últimos 2 meses tem regredido. Na primeira consulta paciente possuía obstrução nasal, excesso de secreção nasal esverdeada, orofaringe e membrana timpânica direita hiperêmica. Relato de respiração bucal e roncos esporádicos. Alimentação: leite materno associado à alimentação familiar. Dados antropométricos: peso foi 8.810 kg, perímetro cefálico 45cm, comprimento: 72cm. Na terceira consulta, retornou apenas para controle, queixando-se de corisa nasal. Dados antropométricos: peso foi 8.800 kg, perímetro cefálico 45cm, comprimento: 74cm. O nódulo na região occipital direita estava presente em ambos os atendimentos. Teve episódios de diarréia nos dias 10 e 11 de outubro. No segundo atendimento não foram aferidos dados antropométricos, pois foi somente um retorno para acompanhamento do tamanho do nódulo. Observa-se que a criança apresenta adequado padrão de crescimento para sua idade, está com as vacinas em dia e possui 125 uma alimentação adequada. O nódulo na região occipital ainda precisa ser esclarecido. Foi prescrito azitromicina para combater a infecção bacteriana responsável pela secreção purulenta, e soro fisiológico para desobstrução das narinas na 1ª e 3° consultas. Nas três consultas realizadas, a paciente apresentava-se anictérica, hidratada, afebril e acianótica, e houve aconselhamento sobre a importância da hidratação oral. Estudos mostram que crianças com idade de 8º mês até o final do 2º ano de vida costumam chorar, dificultando o exame físico, o que foi constatado por nós, pois em nenhuma das consultas foi possível mensurar a freqüência cardíaca da paciente, pois ele estava chorando muito e irritada. Discussão: avaliar o crescimento da criança é de extrema importância. A paciente apresenta crescimento adequado, pois seu comprimento e peso, segundo a curva de acompanhamento, estão dentro da normalidade. Palavras-chave: Puericultura; Lactente; Crescimento. Referências: Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. – 2.ed. – Barueri, SP: Manole, 2010. Bonilha LRCM e RivorÍdo CRSF. Puericultura: duas concepções distintas. Jornal de Pediatria Vol. 81, Nº1, 2005. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n1/v81n1a04.pdf. Acesso em 24 de novembro de 2014. 126 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS APENDICITE AGUDA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: PARTICULARIDADES E ACHADOS NA ANAMNESE E EXAME FÍSICO Orientadora: Aline Joice Pereira Gonçalves Nicolato Autores: Fernanda Pinheiro Manhães Ludmila Moreira Cruz Luisa Guimarães Hofner Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Apendicite aguda é a inflamação do apêndice decorrente de sua obstrução por fecalitos, hiperplasia linfoide, corpos estranhos ou tumor. Dor periumbilical ou difusa, mal localizada, migrando, posteriormente, para fossa ilíaca direita, acompanhada de anorexia, náusea, vômito e, às vezes, febre baixa são os principais achados durante a anamnese e o exame físico. Além disso, vê-se sinais positivos para as manobras de Blumberg, Rovsing, Psoas e Obturador em alguns casos. A apendicite aguda representa a principal causa de abdome agudo cirúrgico de emergência na criança maior de 2 anos e é responsável por cerca de 10% de todas as admissões em salas de emergência pediátrica. Relato do caso clínico: M. F. S., masculino, 10 anos, com queixa de dor abdominal de início dia 15/11/14. Sem melhora no quadro, no dia 17/11/14, foi levado pelos pais à Santa Casa de Ouro Preto com permanência da dor e ausência de febre. No hospital, foi realizada anamnese e exame físico do paciente. Ao exame físico, observouse paciente corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril (temperatura axilar 36,2°C), em posição antálgica, frequência cardiaca de 70 bpm, eupneico e com sinais de Blumberg, Rovsing e Psoas positivos. Além disso, foi solicitada, como exame complementar, uma ultrassonografia (US) abdominal pelo cirurgião. Na US, foi evidenciada uma estrutura cilíndrica, fixa e distendida em fossa ilíaca direita, corroborando com a suspeita de apendicite aguda. No dia 18/11/14, às 16h, o paciente foi encaminhado ao bloco cirúrgico, onde foi realizada uma apendicectomia de campo aberto, sem intercorrências. Discussão: Na criança, a apendicite apresenta-se com um quadro atípico, caracterizado por letargia, vômitos mais intensos e diarreia mais frequente. Por vez correlaciona-se a um diagnóstico tardio, principalmente nos menores de 2 anos, quando a apendicite é incomum. Seu diagnóstico por meio da US depende do estágio em que se encontra, sendo as principais dificuldades e erros no diagnóstico exames de qualidade técnica pobre, incompletos e a posição do apêndice, que pode ser retrocecal.No exame físico, podem ser encontrados abaulamentos ou desvios da cicatriz umbilical e distensão abdominal sugere fase mais avançada da apendicite. Também é 127 observado taquicardia, hiperestesia cutânea, defesa muscular e massa palpável em flanco inferior. Sobre as manobras realizadas, é observado a positividade do sinal do Psoas em pacientes com apêndice retrocecal, devido ao contato direto da estrutura sobre o músculo íleo-psoas, ou quando já existe um abcesso formado na região. A manobra de Rovsing tem como base fisiológica a compressão do gás do colo em direção ao ceco e a de Blumberg, dor à descompressão por irritação peritoneal. Relacionando-se os principais sinais e sintomas da apendicite aguda, com aqueles apresentados pelo paciente, pode-se ver que ele manifestou dor periumbilical mal localizada, náuseas, vômito, defesa muscular e distensão abdominal. Apesar de serem sintomas comuns, a anorexia e a migração da dor para fossa ilíaca direita não foram vistas no caso clínico em questão. Palavras-chave: apendicite infantil, anamnese, exame físico. Referências: • http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010039842003000200 004. Acesso em 20 de novembro de 2014. • http://www.scielo.br/pdf/rb/v40n3/11.pdf. Acesso em 20 de novembro de 2014. 128 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS SINOSTOSE RADIOULNAR CONGÊNITA: RELATO DE CASO Orientador Prof.ª Fátima Lúcia Guedes Silva Autores Carolina de Almeida e Silva Jorge Costa Ribeiro Márcio Massao Sueto Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto – Minas Gerais Introdução: A sinostose radioulnar congênita é uma condição rara em que há uma fusão total ou parcial do rádio com a ulna. Geralmente é uma deformidade isolada, entretanto pode estar associada à outras anomalias, como a hipoplasia do polegar, o sinfalangismo, o pé torto congênito, a artrogripose e a Sindrome de Apert. Pode ser herdada de forma autossômica dominante, como também ocorrer sem história prévia da doença na família. O objetivo do relato é trazer ao conhecimento esta anomalia rara e demostrar a importância do acompanhamento clínico-pediátrico no estabelecimento do diagnostico precoce em alterações ortopédicas. Relato do Caso Clínico: C.A.T, sexo feminino, negra, 10 anos, vem à consulta queixando-se de hiperpneia e epistaxe. Refere quadro crônico de hiperpneia ao repouso com cerca de 2 episódios por dia, nega fatores de alívio ou agravo. Detalha ainda epistaxe crônica, cerca de 2 a 3 episódios por dia com aproximadamente 1 minuto de duração, fazendo o uso de soro fisiológico e hiperextensão cervical para aliviar o sangramento. Nega cirurgias ou internações prévias, confirma prática de atividades físicas. História familiar negativa para neoplasias, diabetes, dislipidemias e doenças ortopédicas hereditárias. Ao exame físico apresentou cicatriz herpética na região lombar, sinostose radioulnar proximal em membro superior esquerdo, cotovelo esquerdo valgo, geno valgo, hiperlordose, escoliose, diferença de comprimento de membros inferiores e flacidez ligamentar. Discussão: A sinostose radioulnar é uma condição rara pouco descrita na literatura, podendo apresentar vários níveis de comprometimento da movimentação dos membros superiores. O principal achado é um antebraço fixo, impedindo a pronação e com reduzida capacidade de supinar o antebraço e a mão. Usualmente, não há alteração no ombro ou na articulação distal. Apesar de ser um achado raro, o estabelecimento de um diagnóstico diferencial é de grande relevância tendo em vista que a sinostose radioulnar pode estar associada à outras síndromes, cursando inclusive com má formações cardíacas em alguns casos. O tratamento deve ser avaliado individualmente, sendo a indicação cirúrgica reservada a casos com problemas funcionais limitantes. 129 Palavras chave: Anormalidades congênitas, sinostose, extremidade superior. Referências: FRANCA BISNETO, Edgard Novaes. Deformidades congênitas dos membros superiores. Parte II: falhas de formação e duplicação. Rev. bras. ortop., São Paulo, v. 48, n. 1, Feb. 2013. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010236162013000100003&lng=en&nrm=iso>. Acessado em: 28 Nov. 2014. FARZAN M,., DANESHJOU KH, ., MORTAZAVI SMJ, ., ESPANDER R, .. Congenital radioulnar synostosis: A report of 11 cases and review of literature. Acta Medica Iranica, Tehran, Iran, 40, Apr. 2013. Available at: <http://acta.tums.ac.ir/index.php/acta/article/view/2619>. Acessado em: 28 Nov. 2014. 130 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CRANIOSSINOSTOSE, UM RELATO DE CASO. Maria Cristina Veiga Aranha Nascimento Caroline Ferreira Vieira Geiza das Dores Conceição Laís Sato dos Santos Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Craniossinostose é uma condição patológica onde ocorre ossificação prematura das fontanelas cranianas. Essa condição resulta em crescimento e formato anormais de crânio, com ou sem alterações da função cerebral (Bickley, 2013). Pode ocorrer em todas as suturas ou em apenas algumas, o que permite, nesses últimos casos, o crescimento craniano através das suturas não afetadas. A croniossinostose, por ser uma patologia relativamente frequente, acometendo cerca de 0,6 recém nascidos a cada 1.000 nascidos vivos, deverá constituir motivo de atenção especial por parte do pediatra na avaliação em consulta de rotina. Quando ocorre a suspeita de tal diagnóstico, o lactente deve ser encaminhado prontamente a uma avaliação neurológica, uma vez que se indicada a cirurgia, a recuperação e o prognóstico são melhores quanto antes efetuado o procedimento (Cristovão, 2006). Esse relato pretende chamar atenção dos profissionais de saúde para uma patologia de simples detecção e onde o diagnóstico precoce pode ser o diferencial para a melhoria da qualidade de vida do paciente. RELATO DO CASO CLÍNICO: Recém-nascido, TMS, sexo masculino, 7 dias de vida, melanoderma, antecedentes familiares irrelevantes. A mãe foi submetida à colecistectomia laparoscópica quando ainda não tinha conhecimento da gestação, no segundo mês, tendo feito uso de anestesia geral e no período póscirúrgico administração analgésico via oral, sem precisar o nome. Nascido de parto normal, 39 semanas e 6 dias, com Apgar em 1’ e 5’ de 8 e 9 respectivamente. Peso do nascimento 3465g, comprimento 49 cm e perímetro cefálico 36 cm. A configuração craniana era aparentemente normal, entretanto, ainda no hospital, ao exame físico foi observado um estreitamento das 131 fontanelas. Submetido a uma Tomografia Computadorizada (TC), sem evidências de alteração. O Perímetro cefálico no sétimo dia de vida foi de 36,5 cm, com um mês de 38,0 cm e com dois meses de 40 cm, mostrando crescimento cefálico adequado. O paciente foi então encaminhado ao neurologista que considerou o exame neurológico dentro da normalidade. DISCUSSÃO: Nos recém-nascidos com estreitamento de fontanelas, as mães devem ser orientadas sobre a importância do acompanhamento neurológico, uma vez que existem técnicas não cirúrgicas e técnicas cirúrgicas para abordagem destes casos. No relato, TMS apresenta um estreitamento de ambas as fontanelas, entretanto, a ossificação ainda não se completou, não havendo, portanto a indicação cirúrgica. A necessidade do acompanhamento neurológico ainda assim se faz importante, pois caso essa fontanela estreitada complete precocemente sua ossificação, a intervenção prematura é determinante na evolução clínica, evitando sequelas morfológicas, hipertensão intracraniana e déficits neurológicos. A atenção do Pediatra nesses casos mostra-se de suma importância. A realização de um completo exame físico, incluindo em todas as consultas de puericultura, medida do perímetro cefálico, palpação e medidas das fontanelas é essencial no diagnóstico das craniossinostoses, além da boa avaliação global, para exclusão de uma forma sindrômica de craniossinostose. Palavras chave: craniossinostose, fontanelas, desenvolvimento. REFERÊNCIAS: Bickley LS, Szilagyi PG. Bates: Propedêutica Médica. 10ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Cristovão C, Emilio A, Soares MR, Dias AI, Matos M, Távora L. Craniossinostoses Importância Clinica e Implicações Funcionais. Nascer e Crescer: Revista do Hospital de Crianças Maria Pia. 2006, vol XV, nº 4:213-215. Trad CS, Rosique RG. Craniossinostoses primárias: Ensaio Iconográfico. Radiol Bras 2005; 38(5): 377-380. 132 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS DESENCADEADORES DO ATRASO NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM RECÉM NASCIDA DE 11 MESES Fátima Lucia Guedes Silva Bianca Silveira Mariane Habib Sales de Paula Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As últimas décadas foram marcadas por grandes avanços nos conhecimentos acerca do desenvolvimento da criança. Foi evidenciada a intensa neuroplasticidade do cérebro humano, que é mais acentuada nos primeiros anos de vida, e suscetível à estimulação. Desta forma, a evolução das crianças com alterações do desenvolvimento poderia ser otimizada pelo diagnóstico e pela intervenção precoces. Quanto menor o tempo para iniciar a estimulação maior será o aproveitamento da plasticidade cerebral, e menores as alterações no desenvolvimento da criança. Nesse sentido, a suspeita de atraso deve ser precoce, e baseada no conhecimento dos fatores de risco associados a alterações do desenvolvimento. (MONTEIRO, Rosa; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko Koga da. Fatores de risco associados a alterações no desenvolvimento da criança. Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. 2007). RELATO DE CASO: M.A.S.R, sexo feminino, nascida em 16/12/2013, na Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto. Segunda gemelar, a primeira gemelar faleceu por pneumotórax. Idade gestacional 32 semanas. Nascida com muito baixo peso (1250 g) e internada em UTI na cidade de São João Del Rei, para onde foi transferida, por um mês e 15 dias. Apgar no primeiro minuto igual a 6 e no quinto minuto igual a 7. Desenvolveu com desconforto respiratório e recebeu surfactante. No dia da alta, pesava 1990 g. Desde então, acompanhada no centro de saúde do seu bairro. Apresenta retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, com teste de Denver II compatível com 4 meses de idade e hipotonia cervical. Mãe com 25 anos de idade na gravidez, sétima gestação, três partos, sendo um deles gemelar, e quatro abortos. DISCUSSÃO: A maioria dos estudos relacionados ao fator de risco prematuridade investiga a prevalência de paralisia cerebral, deficiência mental e deficiência auditiva e visual profundas. Nos últimos anos, em decorrência da maior sobrevida dessas crianças e, portanto, do maior tempo de acompanhamento, danos menores como dificuldades escolares, distúrbios de comportamento e distúrbios psiquiátricos têm sido investigados. (MONTEIRO, Rosa; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko Koga da. Fatores de risco associados a alterações no desenvolvimento da criança. Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. 2007). Sendo assim, reforça-se a importância de um diagnóstico precoce para uma possível reversão do quadro. Palavras-chave: Prematuridade, Desenvolvimento, Diagnóstico Precoce Referências: 133 MONTEIRO, Rosa; PUCCINI, Rosana Fiorini; SILVA, Edina Mariko Koga da. Fatores de risco associados a alterações no desenvolvimento da criança. Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina. 2007. Disponível em < http://pediatriasaopaulo.usp.br/upload/html/1214/body/07.htm> HALPERN, Ricardo; BARROS, Fernando C.; HORTA Bernardo L.; VICTORA, Cesar G. Desenvolvimento neuropsicomotor aos 12 meses de idade em uma coorte de base populacional no sul do Brasil: diferenciais conforme peso ao nascer e renda familiar. Cad. Saúde Pública [online]. 1996, vol. 12, suppl. 1, pp S73-S78. ISSN 0102-311X. Disponível em < http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0102311X1996000500011&script=sci_abstract&tlng=enen> 134 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CEFALEIA PRIMÁRIA: DOS SINTOMAS AO DIAGNÓSTICO Maria Cristina Veiga Aranha Nascimento Ligiane Figueiredo Falci Luana Almeida Silveira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. Introdução: A cefaleia é uma queixa recorrente nos ambulatórios médicos, sendo a terceira forma de dor mais comum entre crianças e adolescentes (LEÃO, 2013). É importante classificar a cefaleia como primaria ou secundária, porque a partir dessa distinção se direcionará a abordagem terapêutica. A cefaleia primária é caracterizada quando a dor no segmento cefálico é o principal sintoma apresentado pelo paciente, por exemplo, cefaleia tensional. Enquanto a categoria secundária abrange as cefaleias sintomáticas, ou seja, aquelas em que a dor é uma manifestação oriunda de eventos patológicos ou síndromes subjacentes, como na hipertensão intracraniana e infecções. O presente relato descreve um quadro de cefaleia do tipo primária, no qual o envolvimento de fatores emocionais converge para um diagnóstico de cefaleia psicogênica. Propõe-se discutir, de acordo com a literatura, os critérios diagnósticos para cefaleia primária. Relato do Caso Clínico: A.J.F., 10 anos, acompanhada por sua mãe, procura atendimento na clínica pediátrica do Centro de Saúde queixando-se de cefaleia aguda de instalação gradual que perdura há quase dois meses. Declara que no último mês a dor foi recorrente, evoluindo a episódios diários, entretanto sem caráter progressivo. A qualidade da dor foi descrita pela paciente como “em aperto, dor ardida” e sua localização foi definida solicitando que a criança apontasse o segmento cefálico acometido, sendo indicadas as regiões temporais bilaterais com irradiação frontal que em sequência se torna difusa. A mãe declara que apesar de reclamar de dor, a paciente não interrompe suas atividades diárias, portanto, pode-se inferir que o estimulo álgico seja de intensidade leve a moderada. A duração da cefaleia foi relatada como crises longas, perpetuando-se por horas e até um dia inteiro. O alívio da dor é obtido com a administração de analgésico. Ademais, a paciente afirma que as crises associam-se a náuseas e muitas vezes ocorrem após momentos de nervosismo relacionado a fatores emocionais ou em decorrência da exposição ao sol e a sons altos. Ao exame físico, paciente em bom estado geral e cooperativa. A fim de executar a propedêutica indicada, solicitou-se hemograma, glicemia de jejum, colesterol total e frações. Nenhuma alteração dos exames laboratoriais foi identificada. Para fins de estudo do caso, foi assinado o termo de consentimento livre e esclarecido pelo responsável legal da paciente. Conclusão: A cefaleia tensional é uma afecção frequente entre mulheres e 135 pode surgir em qualquer idade. A dor é bilateral de distribuição holocraniana, em aperto, leve a moderada, não piora com atividades rotineiras, normalmente não há náuseas ou vômitos associados e fono ou fotofobia podem estar presentes (LÓPEZ, 1999). Fatores emocionais são os principais desencadeantes desse tipo de cefaleia. Ressalta-se o valor de uma anamnese detalhada como a principal ferramenta para a abordagem da criança com cefaleia, uma vez que os exames de neuroimagem são pouco uteis nesses casos (LEÃO, 2013). A paciente apresenta a maior parte das características condizentes com quadro de cefaleia tensional. Palavras-chave: Pediatria; diagnóstico diferencial; cefaleia tensional. Referências: LEÃO, E. et al. Pediatria Ambulatorial. 5ª edição. Belo Horizonte: Coopmed, 2013, p. 311 -319; LÓPEZ, M. Semiologia Médica: As Bases do Diagnóstico Clínico. 4ª edição. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. Volume 2, p. 1060 -1067. 136 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS CRISE ASMÁTICA COM ATELECTASIA EM LOBO SUPERIOR DIREITO EM PRÉ-ESCOLAR DE 5 ANOS. Filipe Mateus Costa Teixeira Gustavo Moreira Madeira Iara Proença Xavier ORIENTADORA: Professora Fátima Guedes. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo com episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse. Quando os brônquios inflamam ocorre uma produção excessiva de muco, levando a uma obstrução brônquica, que pode evoluir para uma atelectasia de reabsorção. Paciente A.L.G, sexo feminino, 5 anos, admitida no Hospital Santa Casa, Ouro Preto-MG, apresentou-se com crise de tosse seca intensa, dispnéia e sibilância. Mãe relata que os episódios de asma são praticamente mensais e que sempre procura serviços de urgência. Ao exame físico apresentava sibilos e roncos à ausculta, taquipnéia e tiragem intercostal. Exame radiológico indicava atelectasia do lobo superior direito. Foi hospitalizada e iniciou-se antibioticoterapia com amoxilina + clavulanato para tratamento de possível pneumonia, administrado salbutamol e realizado oxigenoterapia e fisioterapia respiratória. Após alta iniciou tratamento pofiláxico com clenil spray e indicado uso de salbutamol em caso de crise. Palavras Chave: asma, atelectasia, pediatria. Referências: 1. http://www.jped.com.br/conteudo/98-74-S48/port.pdf (acesso em 26/11/2014 às 14h) 2. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010442302008000500021 (acesso em 26/11/2014 às 14h) 137 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A CONSULTA DE PUERICULTURA COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA PROMOÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA: UM RELATO DE CASO Lélia Maria Almeida Carvalho Eric Moreira Costa Braga Izabela Zarnowski Passos Maria Alice Matias Cardoso Paulo Henrique de Melo Figueiredo Neto Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: O crescimento e o desenvolvimento são eixos referenciais para todas as atividades de atenção à criança e ao adolescente sob os aspectos biológico, afetivo, psíquico e social (Série Cadernos de Atenção Básica; n. 11. MS). Dessa forma a consulta de puericultura, que realiza esse acompanhamento da criança, deve ser realizada de maneira efetiva, analisando os parâmetros de crescimento e desenvolvimento. Uma anamnese e exame físico bem realizados fornecem uma análise do estado de saúde da criança e permite ao puericultor evitar, afastar ou controlar os riscos que possam interferir no crescimento do paciente. Relato do Caso Clínico: A.S, 3 anos e sete meses, acompanhado do pai, para consulta de puericultura no ambulatório de pediatria da Universidade Federal de Ouro Preto no dia 24 de novembro de 2014. O pai negou queixas relacionadas ao paciente e relatou que era para uma consulta de rotina. O paciente apresentava-se com bom estado geral, atento e orientado, corado, hidratado, acianótico e anictérico. Nascido com 3.535kg, 47 cm de comprimento, perímetro cefálico de 34 cm e apagar 9 e 10 no 1º e 5º minuto respectivamente, parto cesáreo por ausência de dilatação porém sem complicações. O histórico familiar consta pais hígidos e avó paterna diabética, falecida aos 64 anos por complicações cardíacas. Paciente residindo em zona rural e em contato com animais. Amamentação até os 18 meses de vida, atualmente faz as refeições juntamente com a família, incluem-se frutas, feijão, arroz, carne e laticínios. O calendário vacinal encontra-se atualizado. O informante nega perda de peso, febre ou sudorese, nega traumas e prostração. Nega otalgia, odinofagia ou cefaleia. Nega dificuldades locomotoras. Nega síncopes, chieira, 138 tosse, expectoração, coriza e dispneia. Nega vômito, informa hábitos intestinais sem alteração e fezes com aspecto normal. Relata urina de aspecto e odor típicos. Paciente eupnéico, afebril, pesando 13.150 kg, medindo 97 cm e com IMC 13,97 kg/m2. Perímetro cefálico 47 cm, frequência cardíaca de 90 bpm e Pressão arterial em decúbito dorsal 100 x 60 mmHg. Tórax simétrico com expansibilidade normal. Frêmito tóracovocal sem alteração, murmúrio vesicular fisiológico sem ruídos adventícios à ausculta e som claro pulmonar á percussão. Bulhas cardíacas normorítmicas, normofonéticas em dois tempos, todos os pulsos simétricos e presentes bilateralmente. Abdome plano, ruídos hidroaéreos presentes, palpação superficial e profunda sem massas ou tumorações e indolor, percussão timpânica. Otoscopia com presença discreta de cerume, mucosa oral corada, sem sinais de inflamação. Linfonodo submandibular direito com aspecto móvel, fibroelástico, indolor e ¼ de polpa digital palpável, sendo os demais linfonodos não palpáveis. Discussão: Os achados da anamnese e exame físico, são compatíveis com crescimento e desenvolvimento adequados para idade. Quando avaliado pelo parâmetro do scoreZ encontramos: entre -2 e 0 para peso e altura e -2 para o IMC, fato esse que corrobora com a adequação do paciente na faixa normal de desenvolvimento. Dessa maneira a consulta de puericultura é um instrumento indispensável para avaliação da saúde da criança. Palavras-chaves: desenvolvimento, pediatria, puericultura. Referências: -Ministério da Saúde: Saúde da Criança. Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.Séries Cadernos de Atenção Básica nº11, Ministério da Saúde, Brasília 2002. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf - Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=52&id_detalhe=3102&tipo_deta lhe=s. Acesso em 24 de novembro de 2014 139 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS RELATO DE CASO DE UM PACIENTE PEDIÁTRICO COM TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES VASOS CORRIGIDA E ESCOLIOSE CONGÊNITA Prof.a Aline Joice P. Gonçalves Nicolato Daniel Magalhães Nobre Henrique Resende Rodrigues Pedro Fonseca Abdo Rocha Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A transposição dos grandes vasos da base corrigida é uma cardiopatia congênita com prevalência de 0,05%. Essa cardiopatia consiste em uma discordância dupla, atrioventricular e ventriculoarterial, e a maioria dos pacientes apresenta algum outro tipo de anormalidade cardíaca congênita. No caso da transposição corrigida, temse um átrio esquerdo normal que, por meio da válvula tricúspide, comunica-se com o ventrículo direito, que origina uma aorta transposta. O átrio direito, através da válvula mitral, conecta-se com o ventrículo esquerdo, que também origina uma artéria pulmonar transposta. A escoliose congênita, por sua vez, é uma anomalia do desenvolvimento vertebral com incidência de 1 em cada 1000 nascimentos, possível de ser detectada na vida intrauterina. Relato de caso: Trata-se de paciente de um ano e dez meses, atendido em consulta de rotina no Centro de Saúde UFOP. Apresentou sopro ao nascer, fadiga após as mamadas e taquipneia, ocasionando sua internação com poucos dias de vida. Durante a internação, realizou um ecocardiograma que constatou a transposição dos grandes vasos da base corrigida, comunicação interatrial e comunicação interventricular, sendo iniciado tratamento para insuficiência cardíaca com Furosemida, Captropil, Digoxina e Espironolactona. Após um ano de acompanhamento médico e novo ecocardiograma em 2013, suspendeu-se o uso dos medicamentos, pois o paciente encontrava-se assintomático. O paciente também é portador de escoliose congênita, já em acompanhamento com ortopedia. Ao exame físico de novembro de 2014, identificou-se, no aparelho cardiovascular, a presença de sopro cardíaco protossistólico grau V, ictus palpável e propulsivo, B1 não audível e hipofonese de B2. Aparelho respiratório sem alterações e com frequência respiratória de 40 irpm. À palpação de abdome, fígado palpável na linha média e ausência vísceromegalias. Oroscopia e otoscopia sem alterações. Quanto ao aparelho locomotor, escoliose importante à esquerda, claudicação, porém membros inferiores simétricos. Peso, estatura e perímetro cefálico inseriram-se no escore Z=0. O paciente evoluiu sem complicações e apresentou melhora dos sinais e sintomas, no entanto faz-se importante o acompanhamento especializado. Discussão: A transposição dos vasos da base corrigida é uma cardiopatia incomum e que demanda atenção continuada para garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente, evitando-se, por exemplo, fadigas constantes. Esta cardiopatia é 140 passível de ser detectada na vida intrauterina, entretanto o diagnóstico do paciente acima foi realizado após o nascimento, compondo-se esse caso uma representação da importância de um pré-natal criterioso, o que poderia ter conferido a esse paciente um diagnóstico mais precoce. Não menos importante, a escoliose congênita também merece uma atenção especial, executando-se uma puericultura atenta e de boa qualidade para conferir ao paciente um bom desenvolvimento motor e evitar a progressão desta anomalia e suas complicações. Encaminhamentos para serviços especializados devem ser realizados visando a melhora do controle clínico, tendo a puericultura o papel de integrar os cuidados prestados ao paciente. Palavras-chave: Transposição; Vasos; Escoliose. Referências: OLIVEIRA, R. P. et. al. Transposição corrigida das grandes artérias: apresentação clínica tardia, na quinta década de vida. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 91, n. 4, p. 35-37, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066782X2008001600015&script=sci_arttext>. Acesso em: 26 nov. 2014. RITO, C.; MARQUES, E.; FILIPE, F. Escolioses congênitas: diagnóstico e tratamentos. Revista SPMFR, s.l., v. 21, n. 1, p. 40-47, 2012. Disponível em: <http://spmfrjournal.org/index.php/spmfr/article/view/22/22>. Acesso em: 26 nov. 2014 141 APRESENTAÇÕES ORAIS – DISCIPLINA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE DOENÇAS DA MAMA APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS FATORES DE RISCO RELACIONADOS AO CÂNCER DE MAMA Orientador: Alexandre Almeida Barra Autores: Fernanda Souza Pereira Marcelo Pinto Maciel Rodrigo Magno da Silva Oliveira Taylla Mendes Silva Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: O câncer de mama é o mais incidente na população feminina mundial e brasileira, excetuando-se os casos de câncer de pele não melanoma, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%. (INCA, 2014). Objetivo: Relacionar e descrever, por meio de revisão bibliográfica, os principais fatores de risco com evidência científica na gênese do câncer de mama. Discussão: A prevenção primária do câncer de mama está relacionada ao controle dos fatores de risco reconhecidos. Os fatores hereditários e os associados ao ciclo reprodutivo da mulher não são, em princípio, passíveis de mudança, porém fatores relacionados ao estilo de vida são modificáveis. Dentre os fatores de risco com evidência científica comprovada, destaca-se a história familiar, obesidade pósmenopausa, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e terapia de reposição hormonal. A história familiar, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos, é importante fator de risco para o câncer de mama e podem indicar predisposição genética associada à presença de mutações em determinados genes. Outros fatores incluem a ingestão regular de bebida alcoólica, mesmo que em quantidade moderada (30g/dia), obesidade, principalmente quando o aumento de peso se dá após a menopausa, e a terapia de reposição hormonal, utilizada para melhorar os sintomas da menopausa, sendo contraindicada em casos de câncer de mama. Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama (INCA, 2014). Conclusão: É importante o reconhecimento dos principais fatores de risco comprovadamente envolvidos no câncer de mama para que haja uma adequada orientação do paciente quanto à prevenção desta neoplasia. 142 Palavras-chave: neoplasias da mama, fatores de risco, prevenção primária. REFERÊNCIAS: 1. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA/MS); Controle do Câncer de Mama; disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil /programa_controle_cancer_mama (Acesso em 28 de novembro de 2014) 2. AMERICAN CANCER SOCIETY; Breast Cancer; disponível em: http://www.cancer.org/cancer/breastcancer/detailedguide/breast-cancer-riskfactors (Acesso em 28 de novembro de 2014) 143 APRESENTAÇÃO ORAL DE TRABALHOS A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA NA PREVENÇÃO E PROGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA Orientador: Alexandre de Almeida Barra Autores: Isabella Neiva Liboreiro Maria Cristina Fernandes Souza Mirla Fiuza Diniz Rodrigo Vieira Gomes Universidade Federal de Ouro Preto Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: Globalmente, o câncer de mama é a neoplasia mais frequentemente diagnosticada e a principal causa de morte por câncer em mulheres. Cerca de metade dos cânceres de mama recém-diagnosticados podem ser explicados por fatores de risco conhecidos tais como sexo feminino, raça branca, idade da menarca, idade da primeira gestação, entre outros. Um adicional de 10 por cento são associados com uma história familiar positiva. Além disso, o risco pode ser modificado por aspectos como amamentação e atividade física, esta que será o enfoque desta reflexão teórico metodológica. Embora não haja evidências diretas de que a inatividade física está associada a um risco aumentado de câncer, o exercício físico regular parece oferecer proteção contra câncer de mama, especialmente em mulheres na pós-menopausa. A maioria dos esforços em estratégias de prevenção e tratamento do câncer tem grande parte focada em terapias farmacológicas que são economicamente inviáveis e podem resultar em morbimortalidade a longo prazo. Portanto, a procura de novos métodos que possam melhorar a qualidade de vida e oferecer outros benefícios à saúde da mulher, é uma área de investigação contínua. Objetivos: Estabelecer a relação existente entre atividade física e prevenção do câncer de mama, identificar a associação da atividade física com a redução da mortalidade por câncer de mama e identificar o tipo de atividade física adequado para prevenção/prognóstico do câncer de mama. Discussão: Diversos estudos epidemiológicos mostraram uma relação inversa entre o risco de câncer de mama e os níveis de atividade física. A World Health Organization (WHO) em sua recente diretriz reconheceu que o aumento dos níveis de atividade física pode reduzir o risco de câncer de mama em 20-40%. Outros estudos demonstraram que o exercício sistematizado e o aumento dos níveis de atividade física após o diagnóstico de câncer de mama estão associados com um melhor prognóstico (redução do índice de recorrência e de mortalidade). Atividades físicas de moderada a vigorosa reduzem o risco de câncer de mama, embora seus efeitos nos diferentes estágios da vida e na menopausa ainda estejam incertos. Exercícios dessa magnitude são mais eficazes que as mais intensas na redução da adiposidade, dos hormônios sexuais, dos marcadores 144 inflamatórios e na resistência à insulina. Conclusão: Evidências acumuladas claramente sugerem que níveis mais altos de atividade física estão associados com um risco menor de câncer de mama. Além disso, sobreviventes do câncer de mama devem aderir à prática sistemática de atividade física a fim de atingir uma melhor recuperação e aprimorar a saúde, a qualidade de vida e o prognóstico da doença. Palavras-chave: Câncer de mama, atividade física, prognóstico. Referências: 1. Xi J, Su Y, Fadiel AB, Lin Y, Su FX, Jia WH, Tang LY, Ren ZF. Association of physical activity and polymorphisms in FGFR2 and DNA methylation related genes with breast cancer risk. Cancer Epidemiol. 2014 Sep 27. 2. Konstantinos A. Volaklis, Martin Halle, Savvas P. Tokmakidis. Exercise in the prevention and rehabilitation of breast cancer. Wien Klin Wochenschr (2013) 125:297–301. 145 APRESENTAÇÕES DE PÔSTERES – DISCIPLINA EXPLICATIVOS DO PROCESSO DE SAÚDE E TEMAS LIVRES MODELOS APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Augusto Almeida e Fonseca Bernardo Santos Corrêa Laura Rabelo Silva Lucas Arantes Siqueira Mateus Silva de Carvalho Thiago Guimarães Teixeira Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais causas de mortes no mundo. Além da perda da qualidade de vida com alto grau de limitação nas atividades de trabalho e lazer, elas geram impactos econômicos para as famílias, comunidades e a sociedade em geral, agravando as iniquidades e aumentando a pobreza. No Brasil, as DCNT também se constituem como o problema de saúde de maior magnitude, sendo responsáveis por 72% das causas de mortes, com destaque para as doenças do aparelho circulatório (31,3%), câncer (16,3%), diabetes (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%), atingindo indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais intensa, aqueles pertencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade e renda (MS, 2011). OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo analisar as transformações políticas, sociais e do espaço urbano que contribuem para mudanças demográficas e epidemiológicas e o consequente aumento das DCNT no Brasil. Além disso, pretendeu-se verificar o padrão de ocorrência e níveis de determinação das DCNT no país, e discutir a importância da reestruturação do sistema público de saúde para atender às necessidades dos pacientes portadores de DCNT. DISCUSSÃO: O Brasil tem experimentado acentuadas transformações, reflexos da história social, econômica e cultural de constituição das suas diversas regiões. A partir do século XX, se instalaram formas capitalistas de produção, trabalho e consumo que levou à aceleração do processo de industrialização e urbanização. Acompanhando esse cenário, iniciaram-se intensas e contrastantes modificações na evolução das condições de saúde da população. As transformações demográficas, econômicas, sociais e as mudanças nutricionais, associadas ao aumento da longevidade populacional de modo acelerado, aumentam a probabilidade de expressão das enfermidades crônicas. Essas enfermidades, em geral, produzem elevados custos com hospitalizações, incapacidade temporária ou permanente e invalidez. Tais constatações levantam questionamentos sobre quais são e quais deveriam ser as políticas adotadas pelo sistema público de saúde 146 para se adaptar a essa mudança ao perfil nacional de morbidade. Iniciativas como o Programa de Educação Permanente em Hipertensão e Diabetes apresentado pelo Ministério da Saúde representam um avanço nesse processo de adaptação. No entanto, o incentivo ao desenvolvimento de novos programas de educação para capacitação dos profissionais de saúde, a valorização das ações educativas em saúde e o estímulo, no SUS, de atividades voltadas à mudança no estilo de vida da população ainda se apresentam deficientes se comparados com a demanda atual. CONCLUSÃO: O combate às DCNT requer a ampliação de políticas públicas e ações intersetoriais com o objetivo de promover uma melhor distribuição de renda, para combater as grandes desigualdades sociais ainda existentes, e incentivar adoção de hábitos saudáveis pela população brasileira. Além disso, faz-se necessário à expansão da atenção básica, de média e alta complexidade e a implementação de todo um sistema de vigilância e monitoramento dessas enfermidades. Palavras-chaves: transição epidemiológica, doenças crônicas, indicadores de morbimortalidade. Referências: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) No Brasil, 20112022. Disponível em www.portalsaude.gov.br. Acesso em 24 de novembro de 2014. Pan American Health Organization (PAHO)/ World Health Organization (WHO). Improving Chronic Illness Care through Integrated Health Service Delivery Networks. Washington, D.C.: OPS, 2012. 147 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA ANÁLISE DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA COMO FATOR SOCIAL BASEADO NA OBRA DE ASA CRISTINA LAURELL Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Aline Souza de Oliveira Allana Silva Mamédio Arthur Corradi Lavarini Frederico Prado Abreu Manainy Avezani Miranda Carrilho Natália Franco Pimenta Victor Hugo Carvalho Foureaux Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A partir da década de 1960 as teorias que criticavam o modelo da história natural da doença propuseram uma abordagem mais ampla, que considerasse as relações da saúde com a produção social e econômica da sociedade, devido às dificuldades de se explicar os problemas das doenças nos países industrializados a partir do modelo de história natural da doença. O modelo da determinação social da saúde/doença procura articular as diferentes dimensões da vida envolvidas nesse processo. Assim, são considerados os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária. Objetivos: Realizar uma reflexão teórico-metodológica a respeito do processo saúdedoença não só a partir de seu caráter biológico, mas também social, relacionando essas dimensões de forma sistêmica, integradas em uma totalidade na qual são identificados os níveis de determinação e os condicionantes do fenômeno observado. Discussão: Asa Cristina Laurell avaliou o caráter histórico do processo saúde-doença por meio de análise e comparação das taxas de mortalidade das populações do México, de Cuba e dos Estados Unidos da América (EUA). Observou-se que México e Cuba se assemelhavam quanto ao desenvolvimento econômico, mas diferiam quanto à relação social de produção. O perfil patológico mexicano apresentava, principalmente, doenças infecto-contagiosas - doenças típicas da sociedade moderna - e cirrose hepática, enquanto no perfil patológico de Cuba havia um predomínio de doenças cardiovasculares e tumores malignos. Com isso, as análises das condições coletivas de saúde em diferentes sociedades confirmam o caráter social da doença. Supreendentemente, a análise do perfil patológico dos EUA revela que os tipos de doenças predominantes possuíam muitas semelhanças quando comparados com os dados de Cuba, mas essas nações diferem quanto à frequência dessas afecções. Apesar de ser um trabalho ambicioso e inovador ao comparar países com realidades socioeconômicas tão distintas, a utilização exclusiva do indicador taxa de mortalidade não oferece uma análise ampla e sólida do estudo, já que existem outros fatores, os quais ela não tinha acesso, importantes para o processo saúde-doença, como: prevalência, incidência, cultura, longevidade, clima, entre outros. Conclusão: A construção de uma interpretação do processo saúde-doença deve ser abordada a partir de uma explicação biológica da doença somada às circunstancias sociais, que fazem com que determinado processo fisiológico interfira nas atividades cotidianas e, portanto 148 determina o eixo do desenvolvimento do processo saúde-doença, configurando, assim, a ocorrência do orgânico. Palavras-Chave: História natural da doença. Mortalidade. Processo saúde-doença. Referências: LAURELL, Asa Cristina. A saúde-doença como processo social. In: Medicina social aspectos históricos e teóricos. São Paulo: Global Editora, 1983. p 135-158. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. O território e o processo saúde-doença. Disponível em: < http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/index.php?area_id=2&id=6&arquivo=livros_sub_cap itulos&livro_id=6>. Acesso em 26 nov. 2014. 149 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO CONTROLE DA EPIDEMIA DE HIV/AIDS Débora Cristina de Freitas Batista Kelly Cordeiro Silva Maria Teresa de Andrade Sol Mirelly Cota Quites Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Segundo estimativas realizadas pelo Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, divulgadas no Boletim Epidemiológico: AIDS e DST/2013, aproximadamente 718 mil pessoas vivem com HIV/AIDS no Brasil. Atualmente, os esforços para o controle dessa epidemia no país estão concentrados na prevenção da infecção, no diagnóstico precoce, no controle dos agravos à saúde e na queda da mortalidade. Diante deste quadro, os sistemas de informação em saúde e vigilância epidemiológica de HIV/AIDS têm papel fundamental ao promover o monitoramento do estado de saúde da população e possibilitar a formulação, o planejamento e a execução de políticas de saúde pública para controle da infecção e dos agravos. OBJETIVO: Analisar o papel da vigilância epidemiológica no controle da epidemia de HIV/AIDS no Brasil. MÉTODOS: Revisão bibliográfica por meio de consulta ao portal do Ministério da Saúde e às plataformas PubMed e Scielo, utilizando-se as palavras-chave: “vigilância epidemiológica”, “saúde pública” e “AIDS”. Foram utilizados quatro artigos dos últimos 10 anos e o Boletim Epidemiológico de AIDS e DST publicado em 2013. DISCUSSÃO: O Sistema de Vigilância Epidemiológica de HIV/AIDS é importante para delinear o perfil da epidemia e acompanhar mudanças de seu padrão epidemiológico. Desde 1980 a vigilância epidemiológica dos casos de AIDS é baseada na notificação compulsória por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Inicialmente, eram notificados apenas os casos sintomáticos e, a partir de 2000, passaram a serem notificados casos de gestantes HIV positivas e crianças expostas ao vírus. Entretanto, o sistema de notificação ainda reflete uma situação de vários anos após a infecção ter acontecido e as informações estão distantes da real magnitude de prevalência da infecção pelo HIV. Por exemplo, no período de 2000 a junho de 2013, apenas 72,5% dos casos de AIDS no Brasil foram notificados no SINAM, sendo em 2012, 64,8% dos casos notificados e com importantes diferenças entre as regiões brasileiras. Por isso, desde junho de 2014, a infecção por HIV passou a ser de notificação compulsória a partir da confirmação do diagnóstico. A notificação dos portadores assintomáticos do vírus é importante e poderá trazer melhorias significativas no conhecimento da epidemia no país, pois considerando o longo período de incubação desta infecção, o perfil epidemiológico apresentado pelos casos de AIDS reflete um padrão de transmissão do vírus de 5 a 10 anos atrás. CONCLUSÕES: As informações do sistema de HIV positivos podem ser utilizadas na elaboração de estratégias mais eficazes de prevenção, além de fornecer subsídios para uma melhor organização das atividades assistenciais e de planejamento. Dessa forma, diante da importância da vigilância epidemiológica no planejamento e execução de medidas de prevenção e 150 controle de agravos, há a necessidade de aprimorar e intensificar a vigilância epidemiológica de HIV/AIDS para que se tenha então um controle mais eficiente da epidemia no Brasil. Palavras-chaves: vigilância epidemiológica, AIDS, saúde pública. REFERÊNCIAS: SANTOS, Naila Janilde Seabra et al. A aids no Estado de São Paulo: as mudanças no perfil da epidemia e perspectivas da vigilância epidemiológica. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 5, n. 3, Dezembro 2002. BRASIL. Ministério Da Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Boletim Epidemiológico: AIDS e DST. Brasília, DF, 2013. 151 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA A EPIDEMIA DO EBOLA NO OESTE AFRICANO: MEDIDAS PARA CONTER A DISSEMINAÇÃO Orientadora: Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Denise Lucilia Xavier Evanilde Aparecida Santos Jéssica Lúcia de Paula Rufino Lucas Rocha Delatorre Mariana da Silva Lopes Renata Cristina Resende Sarah Viana Fialho Tatiane Nicolela Prata Costa Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina. Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil. INTRODUÇÃO: A doença por vírus Ebola (DVE), provocada por vírus do gênero Ebolavirus (família Filoviridae, ordem Mononegavirales), apareceu pela primeira vez em dois surtos simultâneos, em 1976, no Sudão e na República Democrática do Congo. O surto atual, no oeste da África, iniciado em março de 2014, tem se mostrado de difícil controle, com um número maior de mortes do que o visto nos surtos anteriores. Iniciouse em Guiné e já afeta gravemente Guiné, Serra Leoa e Libéria, países com sistemas de saúde deficientes, com falta de recursos humanos e de infra-estrutura. A DVE é transmitida entre humanos por contato direto através da pele e mucosas com secreções, sangue, órgãos e outros fluídos corporais de pessoas infectadas ou com superfícies contaminadas. O vírus causa uma doença aguda, cujos sintomas incluem febre, indisposição, mialgia, dor de cabeça, faringite, vômitos, diarréias e rash cutâneo, seguidos por diátese hemorrágica e disfunção de múltiplos órgãos. OBJETIVO: Apresentar as medidas adotadas para a contenção do vírus do Ebola visando minimizar a disseminação da atual epidemia no oeste Africano. DISCUSSÃO: Segundo a Organização Mundial de Saúde, até o dia 23 de novembro havia um total de 15.935 casos (incluindo confirmados, prováveis e suspeitos), em oito países (Guiné, Libéria, Mali, Serra Leoa, Espanha, Estados Unidos, Nigéria e Senegal). Dentre os fatores que facilitam a disseminação estão: o uso inadequado e impróprio de equipamentos de proteção individual (EPI), práticas funerárias comuns no oeste africano, como a lavagem dos corpos, e o ato de beijar os corpos durante o velório, e a ausência de um acompanhamento adequado dos infectados. Para minimizar o papel desempenhado por esses fatores na disseminação é necessário a conscientização dos profissionais da saúde acerca da importância do uso correto e consciente dos EPI, o que minimiza as transmissões nosocomiais e o risco de infecção nesse grupo; o desenvolvimento de medidas educativas que promovam práticas funerárias mais sanitárias, como a desinfecção do corpo e seu selamento em sacas apropriadas; além do isolamento adequado dos pacientes infectados, incluindo quarentenas e precauções de contato. CONCLUSÃO: O Ebola mostra-se como uma ameaça não somente ao oeste da África, mas a toda a comunidade internacional, o que ressalta a necessidade de conter a disseminação internacional do vírus. Em virtude da ausência de tratamentos terapêuticos aprovados, o uso de outras medidas de intervenção deve ser empregado. 152 Palavras-chave: ebolavirus, epidemias, prevenção & controle Referências: TEAM, WHO Ebola Response. Ebola virusdisease in West Africa—thefirst 9 monthsoftheepidemicandforwardprojections. N Engl J Med, v. 371, n. 16, p. 1481-95, 2014. PANDEY, Abhishek et al. Strategies for containing Ebola in West Africa.Science, v. 346, n. 6212, p. 991-995, 2014. 153 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA REVOLTA DA VACINA – UMA REFLEXÃO HISTÓRICA Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Amanda Cristina Virgilio Alves Bárbara Rodrigues Tonelli Gabriela Cunha Arantes Pedro Calazans Rabello Rachel Zarnowski Yohanna Bastani de Mattos Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era uma cidade com saneamento precário e foco de doenças. Assim, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Depois, o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela. Finalmente, restava o combate à varíola. Assim, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população não acreditava na eficácia da vacina e rejeitava a exposição das partes do corpo a agentes sanitários. A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente insatisfeito, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados. OBJETIVO: realizar uma revisão bibliográfica da revolta da vacina, com foco no modelo de saúde pública e vigilância sanitária da época e seus reflexos no modelo atual. DISCUSSÃO: A varíola esteve no topo da agenda sanitária do país do século XIX até o final da década de 1910, porque a República instaurada em 1889 tinha como meta a modernização do país. Após o período turbulento da Revolta, a vacinação continuou sendo realizada e incorporada ao cotidiano da população da capital e das principais cidades do país. O controle da varíola nas campanhas das duas primeiras décadas do século XX e a prevalência a partir de 1930 de sua forma benigna produziu resultados reversos: não se consolidou em relação à varíola uma tradição de pesquisa, ela não foi introduzida como tema relevante nas escolas médicas, não se organizou uma comunidade de especialistas e não se produziram rotinas de notificação, registro e vigilância. A história da varíola e da vacinação pode ser lida como um ciclo: “prioridade, invisibilidade e erradicação”. A varíola desapareceu das preocupações dos governos brasileiros a partir de 1920. O retorno da varíola à agenda sanitária nacional em 1958 esteve associado a diferentes articulações do Brasil com a saúde internacional e com o contexto da Guerra Fria. Porém, o sucesso em se erradicar a varíola em sete anos (1966-1973), durante o Governo Militar, foi também resultante de adaptações, inovações e ampliação da agenda da saúde. Sua erradicação foi a oportunidade para a constituição de um Programa Nacional de Imunizações e um Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica. A erradicação da poliomielite e a meta de erradicação de 154 outras doenças imunopreviníveis são consequências das estruturas que emergiram da erradicação da varíola. CONCLUSÃO: A campanha foi conduzida de maneira arbitrária e sem os devidos esclarecimentos à população, o que culminou em descontentamento popular. Foi consequência do processo de modernização excludente e não uma reação explosiva da massa ignorante ao progresso. Apesar da revolta, a campanha teve um impacto positivo em relação ao combate da varíola e contribuiu para a instalação de uma “cultura de imunização” existente hoje no Brasil. Palavras chave: vigilância sanitária, vacina, saúde pública Referências GÓIS JÚNIOR, Edivaldo. Movimento Higienista na história da vida privada no Brasil: do homogêneo ao heterogêneo. ConSCIENTIAE SAÚDE. Revista Científica núm. 1, 2002, pp. 47-52. UNINOVE, São Paulo. Disponível em <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=92900109> Acesso em 27 de novembro de 2014. HOCHMAN, Gilberto. Vacinação, varíola e uma cultura da imunização no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 16, núm. 2, 2011, pp. 375-386. Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Brasil. Disponível em <http://www.redalyc.org/pdf/630/63018970002.pdf> Acesso em 27 de novembro de 2014. 155 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE DISCIPLINA CONTROLE DO USO DA TALIDOMIDA NO COMBATE À SUA SÍNDROME Olívia Maria de Paula Alves Bezerra Ana Beatriz Castello Branco Fiume Pires Leila Batista Pena Luana Pimentel Duarte Ruan Carling Schott Wondollinger Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A Talidomida foi lançada na década de 50, considerada como calmante e ansiolítico, sendo largamente usada por gestantes para controlar as náuseas e a tensão. No entanto, gerou milhares de casos de Focomelia, síndrome caracterizada pela aproximação ou encurtamento dos membros junto ao tronco do feto, além de graves defeitos visuais, auditivos, da coluna vertebral e, em casos mais raros, do tubo digestivo e problemas cardíacos. OBJETIVOS: Retratar a importância das orientações para o uso controlado da talidomida, buscando também orientar os leitores sobre os riscos do medicamento e as possíveis formas de se evitar as consequências do mau uso. DISCUSSÃO: Primeiramente, há grande responsabilidade dos estabelecimentos que dispensam a talidomida, sendo imprescindível escriturar toda movimentação do estoque do medicamento em livros de registro. Além disso, as autoridades sanitárias devem fiscalizar desde a produção até a dispensação ou uso da substância. Devem existir também medidas de segurança no armazenamento, garantindo acesso restrito e preservação da qualidade.Em relação à assistência farmacêutica, o profissional responsável pela prescrição do medicamento deve assistir o paciente em suas necessidades de tratamento e cuidado, acompanhar e avaliar o resultado do uso de medicamentos, além de notificar à Vigilância Sanitária a ocorrência de Reações Adversas a Medicamentos através do Sistema Notivisa. Ademais, o farmacêutico é responsável por preencher corretamente todos os itens da Notificação de Receita e do Termo de Responsabilidade/Esclarecimento antes de dispensar a talidomida. Ele deve acompanhar o cumprimento das medidas estabelecidas para se evitar a gravidez, assim como garantir que o paciente entenda sobre a doença, compreenda a receita e seja educado a respeito do uso e riscos do medicamento. CONCLUSÕES: A vigilância epidemiológica associada às medidas de controle de uso da talidomida são essenciais à informação da população e à segurança em seu uso, evitando a ocorrência de grande número de casos da síndrome apresentada. Palavras-chave: talidomida, controle de uso, assistência profissional. Referências bibliográficas: A.B.P.S.T – Associação Brasileira dos Portadores da Síndrome da Talidomida; Disponível em <http://www.talidomida.org.br/oque.asp> Acesso em 21 de Novembro de 2014. 156 MINISTÉRIO DA SAÚDE Talidomida, Orientações para o uso controlado. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/talidomida_orientacao_para_uso_contro lado.pdf> Acesso em 21 de Novembro de 2014 157 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE ARTRITE REUMATÓIDE E OSTEOARTRITE: RELATO DE CASO Allan Jefferson Cruz Calsavara Vinícius Carvalho Tostes Francis Júnior de Miranda Alves Lídia Lelis Leal Natália Cristina Carvalho de Souza Raquel Domingos da Costa Renata Barbosa Nogueira Gibram Roberta Alves Pereira Vítor Antonacci Condessa Waleska Brito Rabelo Wanessa Torres Bernardes Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória, crônica e progressiva. Apresenta-se como inflamação simétrica de diversas articulações denominada sinovite1. Esta representa o principal fator que promove a destruição articular. Pode cursar com dor, aumento de volume, rigidez nas articulações e sintomas sistêmicos extra-articulares. Diversas doenças entram nos diagnósticos diferenciais, como artrite psoriática, Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), gota e osteoartrite (AO). O diagnóstico da AR é estabelecido com base em achados clínicos e exames complementares, embora, isolados, nenhum possa confirmar o diagnóstico. Em 2010, o Colégio Americano de Reumatologia (ACR) e a Liga Europeia Contra o Reumatismo (EULAR) desenvolveram novos critérios de classificação que se baseiam em um sistema de pontuação através de um escore de soma direta e são divididos em quatro parâmetros: número e local das articulações envolvidas (pontuação de 0 a 5), alterações sorológicas (0 a 3), elevação das provas de fase aguda (escala de 0-1) e duração dos sintomas (2 níveis; intervalo 0-1). A AR será classificada quando for obtido um total de 6 ou mais pontos, mas caso um paciente apresente história compatível com AR, além de erosões radiográficas, pode-se ter o diagnóstico, mesmo quando os critérios não são estabelecidos. RELATO DE CASO: G.L.C.,47 anos, procurou o Posto de Saúde com queixa de edema em joelhos, pés, mãos e cotovelos. Relata dor, rubor, calor, rigidez matinal e fraqueza. Pequenos movimentos pioram a dor, interferindo nas atividades diárias. Medicamentos em uso :Cloridrato de Metformina. Ao exame físico: peso 72Kg; altura 1,60m; IMC 25,35; CA:102cm e PA 160X100mmHg. Joelhos com derrame capsular moderado e crepitação. HD: AR e Síndrome Metabólica. Conduta: Pedido de Hemograma, Glicemia de jejum, Hemoglobina glicada, Colesterol TF, Triglicérides, Ácido úrico, íons, Uréia, Creatinina, Microalbuminúria, FAN, PCR, VHS, FR, T4 L e TSH. Resultados dos exames: PCR < 6mg/mL; VHS 12mm; Ácido Úrico 4,4mg/mL; FR 96U/l; FAN negativo e RX de mãos sem alterações. Ao exame PA 130X90mmHg. Novas hipóteses aventadas: Osteoartrose e Hipertensão Arterial. Prescrição de Metformina; Enalapril; Sinvastatina, ASS e Ibuprofeno. DISCUSSÃO: Clinicamente, a paciente apresentou edema e manifestações características de processo inflamatório, o que sugere sinovite. O RX solicitado não apresentou alterações, descartando-a. Foram 158 usados os critérios da ACR/EULAR e solicitados FAN e Ácido úrico, que apresentaram valores dentro dos limites de referência, excluindo LES e Gota. A paciente, então, recebeu nota zero no primeiro critério. Recebeu nota zero também pelo FR negativo, pelos resultados de VHS e PCR dentro dos valores considerados normais e pela duração dos sintomas. O somatório das notas não foi maior que 6 e a hipótese de AR foi descartada. O principal diagnóstico diferencial é a OA. A paciente possui uma CA 102cm e IMC 25.35, o que indica quadro de sobrepeso e exerce atividade laboral de diarista. Esses fatores de risco para OA reforçam o diagnóstico diferencial, sendo que, para completar a propedêutica, foi solicitada radiografia de joelhos. Palavras-chave: Artrite Reumatoide, Sinovite, Osteoartrite REFERÊNCIAS: 1. DA MOTA, L. M. et al. Consenso da Sociedade Brasileira de Reumatologia 2011 para o diagnóstico e avaliação inicial da artrite reumatoide. Rev Bras Reumatol, v. 51, n. 3, p. 199-219, 2011. 2. DE OLIVEIRA, Leda M. et al. Acompanhamento da capacidade funcional de pacientes com artrite reumatoide por três anos. Revista Brasileira de Reumatologia, 2014. 159 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE CARDIOPATIA REUMÁTICA – UM RELATO DE CASO Orientador: Alexandre Barbosa Andrade Autores: Aline Ferreira Ricieri Catarine Alves Silveira Cecília Carneiro Fernanda de Faria Mariano Fernanda Mendes de Oliveira Rossi Lígia Barros de Oliveira Wanderley Souza Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil Introdução: A cardiopatia reumática crônica é uma complicação não supurativa da faringoamigdalite causada pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A e decorre da resposta imune tardia a esta infecção em populações geneticamente predispostas. Essa é uma doença que está frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida e permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento. A febre reumática (FR) afeta especialmente crianças e adultos jovens. A mais temível manifestação é a cardite, que responde pelas sequelas crônicas, muitas vezes incapacitantes, em fases precoces da vida, gerando elevado custo social e econômico. Relato do caso clínico: S.A.M, sexo feminino, 34 anos, é portadora de cardiopatia reumática e comparece à UBS-Amarantina para controle ambulatorial. Foi diagnosticada em outubro de 2013 e, desde então, faz tratamento farmacológico com eritromicina 250 mg de 12/12h uma vez que é alérgica à Penicilina. A paciente, na época do diagnóstico apresentava dispneia branda e cansaço principalmente à noite e após atividades laborais. Foi solicitado um Ecocardiograma Transtorácico, no qual foi evidenciado dupla lesão valvular discreta, regurgitação valvular mitral e tricúspide discreta, função sistólica biventricular normal em repouso e relaxamento diastólico normal do ventrículo esquerdo. Atualmente a paciente realiza o mesmo exame a cada 6 meses, além do tratamento medicamentoso e relata não apresentar mais os sintomas anteriores, salvo em situações de intenso estresse emocional. Discussão: Em países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a faringoamigdalite e o impetigo são as infecções mais frequentemente causadas pelo estreptococo beta-hemolítico do grupo A. No entanto, somente a faringoamigdalite está associada ao surgimento da FR. O diagnóstico da febre reumática é clínico. Os critérios de Jones, estabelecidos em 1944 e modificados em 1992, continuam sendo considerados o "padrão ouro" para o diagnóstico do primeiro surto da FR. Baseados neles, a Organização Mundial da Saúde desenvolveu critérios para o diagnóstico da cardiopatia reumática crônica, sendo que a presença de lesões valvares crônicas, como estenose mitral pura ou dupla lesão de mitral, não há necessidade de critérios adicionais para fazer o diagnóstico. A paciente em questão apresenta cardite subclínica e faz controle antibiótico para profilaxia de febre reumática, apresentando boa evolução e sem complicações. 160 Palavras-chave: Cardite; Febre reumática; Penicilina Referências: DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA O DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA FEBRE REUMÁTICA. Arq. Bras. Cardiol. vol.93 no.3 supl.4 São Paulo Sept. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2009002100001 >. Acesso em 8 de novembro 2014. HARRISON, Medicina interna. 18ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2013. 161 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE RELATO DE CASO DE SÍNDROME METABÓLICA NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE (UBS) DE AMARANTINA, DISTRITO DE OURO PRETO-MG Roberto Veloso Gontijo Ana Clarisse da Costa Porto Andressa Harpis Bastos Eliana Fernandes Maia Emilia Calil Silva Felipe Sabec Folgueral Júlia Oliveira de Carvalho Maira Kroetz Boufleur Natália Dias do Nascimento Paulo Henrique Castanha Miranda Vanessa Almeida de Camargos Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Os critérios diagnósticos são: Obesidade, medida pela circunferência abdominal > 102 em homens e > 88 em mulheres; Triglicérides ≥ 150mg/dL; HDL Colesterol < 40mg/dL em homens e > 50mg/dL e mulheres; Pressão Arterial (PA)≥ a 130mmHg ≥ 85mmHg e Glicemia de Jejum ≥ 110mg/dL. Sendo necessário apenas três para a identificação da síndrome. RELATO DE CASO: J.G.F., feminino, 37 anos, natural e residente em Amarantina, Ouro Preto, Minas Gerais. Apresentou-se à UBS em 27/08, questionando o efeito que o anticoncepcional teria sobre o quadro de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Foi diagnosticada em 2013 e utilizava Losartana 50mg e Hidroclorotiazida 25mg simultaneamente ao anticoncepcional noretisterona 0,35mg desde junho de 2014, quando foi receitado pelo ginecologista que a encaminhou ao clinico geral para a reavaliação do quadro de HAS. Portava resultados de exames laboratoriais realizados em abril de 2014 com alteração em glicemia de jejum (110mg/dL) e HDL (37mg/dL). Ao exame físico, notou-se acantose nigricans nas axilas, pescoço e braços. O valor da PA aferido foi 138x80mmHg; o peso era 143,1Kg, com altura 1,64m e IMC 53,2. Foram levantadas as hipóteses de pré-diabetes e SM. Após orientação sobre os riscos do uso de anticoncepcionais, a paciente foi contrareferenciada para ginecologia. Em 25/09, a paciente retornou informando que havia suspendido a noretisterona e averiguou-se que a PA se encontrava em níveis preconizados pela Diretriz de Hipertensão. Requisitou-se, então, nova glicemia de jejum. Na terceira consulta, em 23/10, trouxe o resultado do exame (111mg/dL), corroborando a hipótese de SM. DISCUSSÃO: A síndrome metabólica representa uma patologia de importante discussão no âmbito da saúde pública, principalmente por ser considerada um agravante ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Sendo assim, as intervenções devem concentrar-se principalmente na perda de peso, diminuição dos níveis glicêmicos e controle da HAS e dos níveis plasmáticos de triglicérides e colesterol. Cabe ao profissional de saúde juntamente com uma equipe 162 multidisciplinar intervir nos fatores de risco passíveis de modificação a fim de minimizar esses riscos. Palavras-Chave: Acantose Nigricans, Estado Pré-Diabético, Síndrome X Metabólica. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51. SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO / Sociedade Brasileira De Cardiologia / Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia / Sociedade Brasileira de Diabetes / Associação Brasileira para Estudos da Obesidade. I Diretriz brasileira de diagnóstico e tratamento da Síndrome Metabólica, Arq Bras Cardiol 2005; 84(1 supl. 1). 163 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE ONICOMICOSE: QUAL O MELHOR MÉTODO DIAGNÓSTICO? Ivan Batista Coelho Amanda Freire Vieira Larissa Amaral Lauriano Luísa Coutinho Teixeira Rodrigo Vilela Ventura Samuel Silva Ferreira Túlio Henrique Versiani de Oliveira Vinícius de Jesus Rodrigues Neves Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: As onicomicoses são infecções fúngicas freqüentes que acometem as unhas, responsáveis por 15 a 40% das doenças ungueais. Sua prevalência está em crescimento e elas estão em destaque nas patologias de regiões tropicais, principalmente devido ao clima quente e úmido. Fazem parte de sua origem três grupos de fungos bem definidos: os dermatófitos, em 80 a 90%, dos gêneros Trichophyton e Epidermophyton; raramente o gênero Microsporum, seguidos pelas leveduras, em cinco a 7%, sendo a Candida albicans o organismo mais comum, e os fungos não dermatófitos em dois a 12%. A classificação das onicomicoses foi baseada nos quatro tipos clínicos específicos de alterações ungueais: Onicomicose subungueal distal e lateral (OSDL), Onicomicose branca superficial (OBS), Onicomicose subungueal proximal (OSP) e Onicodistrofia total (OT). RELATO DO CASO CLÍNICO: Paciente, sexo feminino, 17 anos, compareceu à consulta acompanhada de sua mãe com queixa de lesão ungueal e periungueal em dedo indicador direito. Segundo ela, as lesões apareceram há 20 dias e a mesma não fez uso de nenhuma medicação para tratamento. Ao exame físico, lesão em dedo indicador direito na região do hiponíqueo e na borda distal e lateral da lâmina ungueal, estendendo-se até o setor proximal da unha. Paciente foi então diagnosticada com onicomicose subungueal distal e lateral. Foi então, solicitado exames de prova da função hepática. DISCUSSÃO: O diagnóstico de onicomicose é clínico, epidemiológico e micológico. A aparência clínica da lesão ungueal orienta em relação à possível causa fúngica como pode também sugerir o agente da mesma. O diagnóstico laboratorial das onicomicoses pode ser realizado pelo exame micológico direto, por cultura fúngica e exame histopatológico. Devido à disponibilidade de antifúngicos sistêmicos eficazes, grande número de pacientes recebe diversos tratamentos só com a suspeita clínica de onicomicose, sem comprovação diagnóstica. O procedimento adequado seria utilizar os métodos complementares disponíveis no diagnóstico da onicomicose, uma vez que os tratamentos implicam alto custo, efeitos colaterais e tempo. No entanto, estudos demonstram que algumas informações do histórico do paciente (diagnóstico anterior de doença fúngica, descamação plantar anormal, onicomicose considerado o diagnóstico mais provável por um dermatologista e presença de tinea interdigital) e do exame são úteis para o diagnóstico da onicomicose, podendo o diagnóstico clínico apoiá-lo de maneira tão exata quanto os testes de laboratório, além de ser mais barato e mais rápido. De acordo com os estudiosos, quando os dermatologistas consideraram onicomicose o diagnóstico mais provável e a descamação plantar estava presente, o valor preditivo positivo para presença de fungos foi de 81%; e 164 quando ambos os sinais estavam ausentes, o valor preditivo positivo para a ausência de fungos foi de 71%. A avaliação laboratorial, como exames da prova da função hepática, deve ser realizada antes de iniciar o tratamento e durante, dependendo das condições clínicas do paciente. O tratamento pode ser realizado através de antifúngicos tópicos, sistêmicos ou da combinação de ambos os métodos. PALAVRAS-CHAVE: Onicomicose; diagnóstico clínico; micologia REFERÊNCIAS: GARCIA-DOVAL, I et al. Clinical diagnosis of toenail onychomycosis is possible in some patients: cross-sectional diagnostic study and development of a diagnostic rule. British Journal of Dermatologists, v. 163, p. 743–751, Out. 2010. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20618320?dopt=Abstract>. Acesso em 20 Nov. 2014 LAWRY, M. A. et al. Methods for diagnosing onychomycosis: a comparative study and review of the literature. Arch Dermatol. v. 136, n. 9, p. 1112-1116. Set. 2000. Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10987866?dopt=Abstract>. Acesso em: 20 Nov. 2014. 165 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E SUAS LIMITAÇÕES TERAPÊUTICAS DEVIDO A EFEITOS ADVERSOS Luciana Van Den Bergen Bernardo Arantes Neves de Abreu Clayton Marcos dos Santos Daniel Guilherme de Oliveira e Silva Fábio Fernandes de Mendonça Fernanda dos Santos da Silva Filipe Nappi Mateus Giovanny Viegas Rodrigues Fernandes Guilherme Ângelo dos Santos Silva Pedro Gadbem Bobst Simone Alves Edmundo Thaís Borges Finotti Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa um sério problema de saúde no Brasil, tanto por sua prevalência elevada como por suas taxas de morbimortalidade. Ela é um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Modificações de estilo de vida são de fundamental importância no processo terapêutico. Alimentação inadequada, obesidade, sedentarismo, tabagismo e uso excessivo de álcool são alguns dos fatores de risco que devem ser adequadamente abordados e controlados a fim de evitar complicações advindas da HAS. Apesar dessas evidencias, incontestáveis, esses fatores relacionados a hábitos e estilos de vida continuam a crescer na sociedade levando a um aumento contínuo da incidência e prevalência da HAS, assim como do seu controle inadequado. RELATO DE CASO: Paciente T.C.C, sexo masculino, natural de Ouro Preto, 53 anos, aposentado. Poliqueixoso, relata dores em articulações, quedas constantes da própria altura, impotência sexual, ginecomastia e dificuldades para seguir dieta orientada por nutricionista. Etilista, não fumante. Obesidade; Hipertenso descompensado (média 180x130 mmHg); sequelado de AVE cerebelar com comprometimento do equilíbrio e disartria; gota. Paciente em tratamento para a hipertensão com Propanolol 40mg 2x ao dia (BID), Hidroclorotiazida 25mg 1x ao dia (MID), Anlodipino 5mg MID, AAS 100mg MID, Losartana 50mg BID. Relata ter deixado de usar Captopril 25mg devido tosse seca crônica. Em primeiro momento, mantido o esquema terapêutico. Porém, após 3 semanas e mantida média de PA em 180x130 mmHg, proposto novo esquema terapêutico: Aspirina 100mg BID, Furosemida 40mg MID, Hidralazina 25mg 3x ao dia, Carvedilol 3,125mg BID, Anlodipino 5mg BID, Losartana 50mg BID. Após 2 semanas em novo esquema, paciente ainda mantém média de PA em 180x130 mmhg, apresentando ainda episódio de Urgência Hipertensiva em consultório médico. A partir deste episódio, reforça-se a suspeita de Hipertensão Secundária (com solicitação de exames a confirmar) ou não adesão ao tratamento. DISCUSSÃO: Os efeitos colaterais dos antihipertensivos acarretam, em muitos casos, grande prejuízo na qualidade de vida do paciente, 166 contribuindo, assim, para a não adesão ao tratamento e para o difícil manejo da Hipertensão. Em situações de Hipertensão Arterial de difícil controle, como no caso citado, onde é necessária a associação de diversas classes medicamentosas, esses efeitos tornam-se ainda mais pronunciados. No caso em questão, destacam-se: gota, tosse, urgência miccional, impotência sexual, ginecomastia e hipotensão postural. Palavras-chave: hipertensão, terapia e complicações. Referências: 1. DIRETRIZES. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensao /Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensao. ArqBras Cardiologia 2010; 95(1 supl.1):1-51. 2. Medicina Interna de Harrison, Longo D., et al.; 18º ed. Porto Alegre: AMGH,2013. 167 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE HIV E AIDS – RELATO COMPARATIVO ENTRE DOIS CASOS CLÍNICOS Prof. João Milton Martins Oliveira Penido Profª. Carolina Ali Santos Adélie Nicolli Martins Gai Géssica Santana Marotta Ludyanne da Silva Gomes Luísa Martino Avelar Luiz Gustavo Minare Conessa Priscila Cintra Campos Rafaela Arantes Taylane Glória Magalhães Coelho Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A AIDS ainda apresenta alto grau de mortalidade e perspectiva de um contínuo crescimento e propagação, mesmo com o desenvolvimento de novas terapias. Com o advento dos antirretrovirais (ARV), observou-se uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes. As Diretrizes Terapêuticas de 2014 preconizam que a terapia antirretroviral (TARV) deve ser iniciada imediatamente ao diagnóstico. RELATO DO CASO CLÍNICO: Caso 1: RMSV, feminino, 50 anos, natural de Ouro Preto, casada, melanoderma, HIV+ há 1 ano e 6 meses, compareceu ao Centro de Saúde da UFOP para consulta de retorno. Em 25/09/14 relatou cansaço a pequenos esforços, sono intermitente e diurno, náusea, vômitos ao alimentar-se, perda ponderal e tontura. Exame físico: hipocorada, pele ressecada e pouco elástica, anoréxica, IMC:11,52, fígado palpável a 3 cm do RCD. Estado geral ruim. Em 13/11: relatou dificuldade em manter o sono, apresentava sonda nasogástrica com suplementação, vômitos ao alimentar-se há 20 dias, 1 episódio de febre noturna (38,7°C), perda de 100g. Exame físico: fácies hipocrática, hipocorada, IMC:13,99, fígado palpável a 4 cm do RCD. Medicações em uso: Nortriptilina, Citalopram, Dapsona, Fenofibrato, Efavirenz, Lamivudina, Zidovudina. História pregressa: internação por pneumocistose, internação 3 vezes por desnutrição e anorexia, osteoporose diagnosticada há 6 meses, trombose de MID; esofagite por Candida sp. diagnosticada em 25/09, neurossífilis tratada. Exames em 20/5:carga viral (CV):775, linfócitos T CD4+:170. Caso 2: MCS, masculino, transexual, 46 anos, procedente de Ouro Preto, solteiro, funcionário público, melanodermo, HIV+ há 20 anos sem uso de ARV, consulta em Centro de Saúde da UFOP no dia 15.09.14 para controle de saúde. Ex-usuário de maconha, crack, e cocaína, em abstinência havia 8 meses. Herpes-zoster em dez/2013; Depressão e distúrbio do sono tratado com Fluoxetina e diazepam. Usou hormônios femininos por 10 anos. CV:3.131 e linfócitos T CD4+:536. DISCUSSÃO: 168 Paciente do Caso 1 está em falha terapêutica, sendo necessário realizar genotipagem. O paciente do Caso 2 é um controlador de elite que deve ser orientado sobre uso de TARV. Estudos mostram que aproximadamente 80% dos pacientes alcançam CV plasmática inferior a 50 cópias/mL após um ano de tratamento e que a supressão viral se mantém ao longo do tempo, demonstrando a durabilidade da TARV tanto para terapia inicial quanto para esquemas de resgate. Embora as taxas de sucesso sejam elevadas, pacientes, como a do nosso Caso 1, normalmente necessitam de alterações em seus esquemas antirretrovirais: “esquema de resgate”. O reconhecimento precoce da falha virológica e a escolha adequada do novo tratamento são fundamentais para minimizar as consequências da supressão viral parcial ou incompleta. Já pacientes como o Caso 2, são chamados controles de elite (manutenção de RNA de HIV a menos de 50 cópias/ml na ausência de terapia). Parece ocorrer em cerca de 1% de toda a população infectada com HIV(OKULICZ, 2011). Estudos estão sendo conduzidos, tendo sido já postuladas algumas teorias relativas ao mecanismo primário pelo qual estes indivíduos raros controlam a replicação do HIV. Palavras-chaves: HIV, Antirretrovirais, AIDS Referências: SOUSA, P.K.R., et. al. Vulnerabilidades presentes no percurso vivenciado pelos pacientes com HIV/AIDS em falha terapêutica. Rev. Bras. de Enferm. Brasília; 2013; ed.66, vol.2, pp.202-207. SEIDL, E.M.F., et. al. Pessoas vivendo com HIV/AIDS: variáveis associadas à adesão ao tratamento anti-retroviral. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro; out-2007; ed.23, vol.10, pp.2305-2316. 169 APRESENTAÇÃO DE PÔSTER DE TEMA LIVRE VITILIGO: O REI DO POP E A HISTOLOGIA Géssica Mendes de Almeida 1 Matteus Murta Lage 1 Natália D’Arc ueiroz Pimenta 1 Luciana Hoffert Castro Cruz 2 1. Discentes do curso de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto 2. Professora adjunta do DECBI da Universidade Federal de Ouro Preto Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Medicina Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil INTRODUÇÃO: A pele é um órgão que recobre a superfície corporal e é constituída por uma porção epitelial, a epiderme, e por uma conjuntiva, a derme. A melanina, pigmento proteico, é produzida pelos melanócitos, células de formato arredondado derivadas da crista neural e presentes no estrato basal da epiderme, que possuem função protetora contra os raios ultravioleta. O vitiligo é uma patologia dermatológica que atinge cerca de 1 a 2% da população mundial e é caracterizado pela redução quantitativa e funcional desse tipo de células. Na década de 90, o cantor Michael Jackson, o rei do pop, em uma entrevista, revelou ter vitiligo, justificando o notável clareamento de sua pele. A autopsia, em 2009, comprovou esse testemunho. OBJETIVOS: Abordar as bases histopatológicas do vitiligo e exemplificar o progresso da doença por meio do relato do caso do Michael Jackson. DISCUSSÃO: O vitiligo é uma doença melanocitopênica, de etiologia complexa, ainda não completamente esclarecida. As hipóteses mais aceitas são aquelas que a relacionam a fatores autoimunes, neurais ou ainda autocitotóxicos. Sabe-se que há alguns fatores precipitantes, dentre eles o estresse físico e emocional, traumas mecânicos e o uso de substâncias químicas. O vitiligo é classificado em quatro tipos, de acordo com o padrão das lesões – focal, segmentar, generalizado e universal. A evolução de cada quadro está relacionada a essa subdivisão, podendo estabilizar, progredir, e, até mesmo, regredir. Para o estudo histológico dessa patologia, produzem-se lâminas com dois tipos distintos de coloração: a HematoxilinaEosina e a Fontana-Masson, que avalia a presença de pigmento de melanina. Indivíduos com a doença apresentam ausência ou deficiência dos melanócitos, sendo a ausência o quadro histopatológico predominante. Essa doença não possui um tratamento eficiente, apenas opções terapêuticas que buscam amenizar os efeitos das lesões provocadas na pele. Como opções encontram-se o uso de protetor solar, o uso de cosméticos da cor da pele e o uso de corticoides tópicos, recomendados apenas em situações iniciais e com lesões localizadas. Na atualidade, utiliza-se, na maioria dos casos, a radiação ultravioleta associada a fármacos. Diante dessa realidade, Michael Jackson durante sua carreira não observou melhoras por meio das ações terapêuticas, optando pela despigmentação da pele nas regiões que ainda não haviam sido lesionadas, o que mudou consideravelmente sua aparência ao longo da carreira e permitiu que o vitiligo torna-se 170 uma patologia discutida em âmbito global. CONCLUSÃO: O vitiligo é uma doença relativamente frequente na população mundial. Apesar de ter seu destaque mundial com o rei do pop, as mudanças fisionômicas observadas em Michael Jackson não representam o quadro evolutivo comum dessa patologia, principalmente porque o ídolo submeteu-se a procedimentos dermatológicos paralelos. Dessa forma, é de extrema importância ressaltar os vários tipos dessa patologia, bem como esclarecer os seus respectivos quadros evolutivos ordinários. Os estudos histológicos, associados às aplicações clínicas, são essenciais para a compreensão dessa doença ainda complexa, cuja etiologia ainda é baseada em hipóteses. Palavras chave: Vitiligo, Melanócitos, Melanina. REFERÊNCIAS: Lopes AC, Amato Neto, V. TRATADO DE CLÍNICA MÉDICA – 3 VOL. 2ª Edição. São Paulo: Roca, 2006. GARTNER, L.P., ET AL Tratado de Histologia em Cores. Rio de Janeiro: 3ª Edição Guanabara Koogan, 2007. 171