Untitled - Champalimaud

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Untitled - Champalimaud
DESENHO: BEATRIZ FRÓIS
ÍNDICE
1 - MENSAGEM DA PRESIDENTE
4 – 15
_____________________________________
2 - conselho de curadores
e conselho de ética
18 – 21
_____________________________________
3 - centro clínico
champalimaud
24 – 57
_____________________________________
26
Estrutura e Organização
32
Unidades Multidisciplinares
Disease Management
Teams (DMT)
42
Serviços
49
Acordos e Convenções
50
Reuniões Científicas
52
Seminários Clínicos
52
Publicações
_____________________________________
4 - champalimaud RESEARCH
60 – 87
_____________________________________
61
Panorama Geral da Investigação
62
Grupos de Investigação
66
Crescimento e Diversidade do CNP
67
Publicações
68
Financiamento e Prémios
70
Estudos de Pós-graduação
71
Eventos
72
Comunicação e Divulgação Científica
73
Conselho Científico
75
Plataformas Científicas e Tecnológicas
77
Plataforma de Lavagem / Esterilização de
Vidros e Preparação de Meios
79
Plataforma de Imagem e Microscopia Ótica
79
Plataforma de Histopatologia
80
Plataforma de Biologia Molecular
80
Plataforma de Desenvolvimento
de Software Científico
82
Biotério
84
Plataforma de Moscas
85
Plataforma de Peixes
86
Gabinete para Programas Financiados
_____________________________________
5 - ÁREA EDUCATIVA
90 – 107
_____________________________________
92
Programas de Formação - Estudos de Pósgraduação
93
Atividades com Estudantes e Professores
100
Encontros com o Público-geral
102
Encontros com a Comunidade Científica
_____________________________________
6 - PRÉMIO
ANTÓNIO CHAMPALIMAUD
DE VISÃO
110 – 119
_____________________________________
112
Reunião do Júri e Seleção dos Premiados
117
Cerimónia
118
Conferência Anual da Association for
Research in Vision and Ophtalmology
(ARVO)
142
Nos Media
145
Livro da Fundação
147
Espaços
_____________________________________
9 - gestão DO património
FINANCEIRO e contas
152 – 157
_____________________________________
156
Demonstração dos Resultados
por Naturezas do Exercício Findo
em 31 de dezembro de 2014 e 2013
157
Balanço em 31 de dezembro
de 2014 e 2013
_____________________________________
_____________________________________
7 - rede c-tracer
AGRADECIMENTOS
122 – 129
_____________________________________
158 – 159
123
C-TRACER 1 (Índia)
125
C-TRACER 2 (Portugal)
127
C-TRACER 3 (Brasil)
_____________________________________
8 - COMUNICAÇÃO
132 – 149
_____________________________________
133
Visitas ao Centro
138
Estrangeiro
141
Acontecimentos
1 mensagem da presidente
4
MENSAGEM DA
PRESIDENTE
No ano de 2014 foi prosseguida a trajetória de consolidação e
crescimento dos vários projetos da Fundação Champalimaud.
Mas interessa sobretudo salientar que foi também um ano
marcado por novas iniciativas e pela projeção do que será
a presença da Fundação no futuro.
Em 2014, foi dado o ponto de partida em três aspetos
importantes da intervenção da instituição. São eles: a
nossa capacidade de tratar com autonomia as doenças
que escolhemos investigar, o alargamento da investigação
laboratorial à área do cancro e a transformação da nossa
plataforma de imagem numa das mais sofisticadas do mundo.
O primeiro aspeto tem a ver com a decisão de avançar já com
um espaço de internamento totalmente sob a nossa direta
responsabilidade.
O Centro Champalimaud ficará assim em breve dotado de
todos os meios que nos permitem não depender de ninguém
para rastrear, detetar, cuidar e acompanhar as pessoas em
relação ao cancro. A decisão decorreu da consolidação da
confiança daqueles que nos procuram, da exigência técnica
com que abordamos todas as terapêuticas e do ambiente
tranquilo e único em que acolhemos os que nos confiam
a sua saúde.
O Centro Champalimaud constitui uma moderna e sofisticada
plataforma ambulatória para a abordagem do cancro e da
situação das pessoas que o temem ou o sofrem.
Um dos processos decisivos em 2014 foi justamente o de
acrescentar, ao desenho pré-existente, a possibilidade de
acolher no mesmo grande espaço também os episódios
que requerem internamento e a totalidade das cirurgias
que praticamos.
cONSELHO DE ADMIniSTRAÇÃO
Leonor Beleza
Presidente
JOÃO SILVEIRA BOTELHO
antónio horta osório
ADMIniSTRADORES
1 mensagem da presidente
6
A responsabilidade, nessas situações, sempre foi do nosso
corpo clínico. Mas passa a ser também nossa a conceção,
gestão e operação dos espaços onde ocorrem os internamentos
e todas as cirurgias. Duas questões devem ser desde já
enfatizadas: passamos a ser totalmente autónomos, ou tão
autónomos quanto possível, mas a nossa filosofia não se altera.
Quero deter-me sobre este ponto, justamente.
A enorme maioria dos episódios de tratamento oncológico,
mais de 90%, pode ser realizada em ambulatório. E é isso
que fazemos, no nosso Centro. Aumentar essa possibilidade,
e guardar o internamento hospitalar para o menor número de
situações possível, é a um tempo tecnicamente correto e
mais humano.
O hospital para tratamentos sem recurso a internamento e,
tanto quanto possível, a casa do doente, são os espaços da
filosofia que praticamos.
Assim, utilizar prioritariamente uma grande plataforma
ambulatória, e, ao mesmo tempo, garantir vigilância e
tratamento em casa das pessoas constitui a nossa escolha
e a nossa prioridade.
No entanto, há situações, nomeadamente na sequência
de episódios cirúrgicos, ou outros tratamentos, em que é
necessário praticar o internamento hospitalar: é isso que a
partir de 2016 poderemos também fazer no nosso Centro,
guardando essas situações, e a sua duração, dentro dos
limites mínimos possíveis, e no quadro de um esforço
permanente de diminuição.
Para efetivar os novos espaços de internamento e de cirurgia,
designámos áreas ainda não atribuídas do edifício principal
do Centro Champalimaud, montámos uma equipa que
incluiu peritos relacionados com a construção inicial, foram
elaborados os projetos necessários e determinado o calendário
de consultas, adjudicação e obra, a terem lugar em 2015.
A construção exigirá algum esforço e sacrifício de todos, mas
os mesmos serão reduzidos ao mínimo, em intensidade e em
tempo. No fim, aumentará muito a complexidade da gestão
do Centro Champalimaud, processo a ser minuciosamente
preparado.
É também na área do cancro que ocorre uma outra alteração
de monta, decidida em 2014: a extensão da investigação
feita na Fundação, até agora sobretudo em neurociências, ao
cancro, com um enfoque científico fundamental da abordagem
do processo metastático.
Esta decisão, que está em execução, comporta três eixos
fundamentais.
O primeiro é o próprio avanço da matéria. Desde o início estava
programado que haveria um programa de investigação em
cancro, de base laboratorial, relacionado com todo o conjunto
da abordagem da doença, que na prática se iniciou pela
clínica. Seguiu-se-lhe alguma investigação clínica em cancro,
em que se avançou muito em 2014, como se referirá. O outro
braço avançará agora.
Em segundo lugar, foi tomada a opção de que se procederá
pelo alargamento da área de investigação da Fundação,
e não pelo estabelecimento autónomo de um programa
em cancro. Isto é, deixará de se falar no “Champalimaud
Neuroscience Program (CNP)”, como até agora, e passará
a existir um programa de investigação designado por
“Champalimaud Research”. Não conta tanto a designação
como a substância do caminho escolhido: não haverá um
programa paralelo ao CNP, mas a investigação será muito
mais alargada no seu escopo. Procede-se assim em virtude
de um conjunto de razões: o êxito do CNP, na substância da
investigação feita, e na formatação e organização do programa;
a inconveniência e os custos de estabelecer um programa
paralelo, e potencialmente rival; as enormes potencialidades
de explorar todas as sinergias; e, last but not least, o interesse
e a curiosidade científica da liderança do programa de
investigação, entregue a Zach Mainen e a Rui Costa, em
alargar horizontes e explorar outras áreas.
Mas, evidentemente, agora este alargamento não partirá
apenas do que é o CNP. E aqui está a terceira componente
deste avanço. Desde o princípio que o projeto científico da
Fundação assenta em explorar conexões e saberes múltiplos
em benefício da saúde humana. Um exigente, e diversificado,
1 mensagem da presidente
8
programa clínico em cancro está a funcionar, desde 2012. Ele
foi criado, e pensado, como base e materialização do avanço
no conhecimento científico e tecnológico da prevenção, do
diagnóstico e do tratamento do cancro. Essa base clínica
produz já estudos clínicos. Dos lados da investigação e
da clínica, interligados, avançou-se no estabelecimento de
plataformas e de contratações que possam cruzar níveis
diferentes e áreas diferentes de investigação. É neste
contexto global diversificado, e harmonioso, que se vai
inserir o alargamento do programa de investigação. Há uma
consistência básica em toda a estrutura, de que vamos agora
beneficiar estabelecendo projetos e grupos que explorarão e
acrescentarão as forças do que foi já criado.
E é de certa forma também nesta lógica que entronca o
terceiro importante projeto que quero referir.
O reforço das plataformas científicas e tecnológicas
prosseguiu. Por um lado, o trabalho científico assenta
largamente em equipamentos, espaços e meios sofisticados
de muitas ordens diferentes. Pelo outro, a moderna medicina
desenvolve-se largamente em torno de tecnologias de ponta
que, por exemplo, permitem ver o interior do corpo e nele
intervir sem incisões realizadas para o efeito. E a moderna
investigação também pode beneficiar largamente destes
progressos, adotando de forma muito mais intensa modelos
humanos como objeto de estudo.
Vemos as plataformas como meios postos à disposição
da investigação e da prática da medicina, ou das duas em
simultâneo, que na Fundação tratamos com um enfoque
particular e como meios privilegiados também de fomentação
de transversalidade.
No fim de 2013, tinha sido realizado na Fundação um
brainstorming em torno das necessidades de imagem, com a
participação de alguns grandes especialistas que nos ajudaram
a compreender os avanços, nomeadamente em ressonância
magnética de alta intensidade. Esse encontro foi preparado
e conduzido por investigadores médicos e não médicos.
Em 2014, um dos especialistas exteriores que participou no
encontro, Noam Shemesh, tornou-se Investigador Principal
da Fundação. E o radiologista Celso Matos, que foi um
dos responsáveis do encontro e já então colaborava com
a Fundação, intensificou esta colaboração, que em 2015 se
tornará a tempo inteiro.
Neste contexto, foram em 2014 encomendados dois aparelhos
de ressonância magnética de altíssima intensidade, de caráter
experimental, a instalar em 2015. Esses meios, destinados
a uso pré-clínico, colocar-nos-ão na frente dos esforços da
utilização de imagem, em ciência e em medicina, no cancro
e no conhecimento do cérebro. Este projeto, coliderado
pelos dois especialistas em imagem referidos, constitui um
elemento-chave da estratégia científica da Fundação, um meio
precioso para o papel que desejamos central de uma rede
interinstitucional de imagem, e, claro, um elevado esforço
financeiro.
O ano de 2014 está retratado de forma detalhada nas páginas
que se seguem.
Foi uma fase de crescimento intenso, sobretudo na área clínica,
mas também na zona de investigação.
Nestas linhas, salientarei alguns pontos para que me parece
importante atrair mais a atenção. Na referência que lhes faço,
está sempre presente a preocupação de fazer sobressair
a consistência do nosso programa científico, e, do mesmo
passo, a sua unidade e singularidade.
A clínica de cancro cresceu em unidades multidisciplinares
de patologia, nomeadamente a de hemato-oncologia, em
consolidação dessas unidades, no lançamento de ensaios
e estudos clínicos, incluindo a montagem de um setor
especializado para o efeito, em sofisticação e em tecnologia,
e, de forma muito visível, em número de pessoas atendidas
e tratadas.
Foram feitos esforços particulares na consolidação das
unidades de digestivo e de próstata, bem como no treino
dos respetivos elementos. Em ambos os casos, especialistas
1 mensagem da presidente
10
internacionais trabalham lado a lado connosco, na montagem
de técnicas inovadoras, e na limitação e caráter menos
invasivo das intervenções cirúrgicas. Bill Heald, Geerard Beets,
Amjad Parvaiz e Renaud Bollens, reputadíssimos cirurgiões
especializados em técnicas menos invasivas, passaram a
trabalhar regularmente connosco.
O mesmo efeito limitador do caráter invasivo dos tratamentos,
mas agora de natureza diferente, vem tendo também o
desenvolvimento do nosso serviço de radioterapia. Em 2014,
instalou e utilizou, pela primeira vez no mundo, uma plataforma
Edge. Esta constitui o meio hoje mais sofisticado, que permite,
em termos revolucionários, tratar com dose única em certos
casos, substituindo a radioterapia convencional ou cirurgias
– o que se tende a chamar radiocirurgia –, chegando aonde
elas porventura não chegariam, e diminuindo os efeitos
laterais adversos. A consolidação e exigência progressivas
da nossa radioterapia mantém-se como um dos nossos
grandes projetos, na convicção de que, por essa via, estamos
a contribuir para a abordagem menos invasiva e muito mais
eficaz do tratamento do cancro. Prossegue a colaboração com
a empresa Varian Medical Systems, com quem está montada
uma escola de formação avançada para rádio-oncologistas e
físicos médicos que funcionou em pleno no ano de 2014, nas
instalações e com os recursos da Fundação Champalimaud.
Em três ocasiões, duas delas nas nossas instalações, a
Fundação promoveu ações públicas de discussão e divulgação
do controlo do uso de cirurgia em relação ao cancro retal.
Essas atividades traduziram-se no estabelecimento de um
“Watch and Wait database”, cuja base operacional está no
Centro Clínico Champalimaud. É, como o nome refere, uma
base de dados, gerida a partir da Fundação, de situações de
cancro retal para monitorização do uso de cirurgia.
A conclusão da montagem do que designamos por “Sala
Híbrida”, dotada de uma moderníssima sala de cirurgia
acoplada a sofisticada imagem, de uma sala de técnicas
múltiplas, e de um ambiente único de recobro, permite-nos multiplicar capacidades, executar in house inúmeros
procedimentos, recuperar os doentes da forma mais
respeitadora possível da sua privacidade e conforto e,
desde que não haja necessidade de internamento noturno,
aumentar muito a nossa autonomia. A obra de construção de
internamento, referida acima, que incluirá mais três salas de
cirurgia, e sete quartos de cuidados intensivos, completará a
nossa autonomização e concluirá um centro cirúrgico único
entre nós.
A capacidade de realização de investigação clínica foi
consolidada com o pleno funcionamento da nossa Comissão
de Ética e com a montagem de um setor de apoio aos ensaios
clínicos. A entrada em vigor de nova legislação nesta matéria
encontrou-nos em plena capacidade de cumprir as regras e de
contribuir para o desenvolvimento e o aumento da investigação
clínica feita em Portugal, como sempre foi e é nosso objetivo.
O programa de neurociências prosseguiu o seu
desenvolvimento com muito sucesso. No fim de 2014 tinha
17 grupos em atividade e dois grupos externos associados.
Contava com 197 membros, com uma grande diversidade de
origem nacional e de background na formação académica.
Publicou, em 2014, 31 artigos em revistas com arbitragem
pelos pares e destacou-se pelo número e qualidade de
financiamentos externos e prémios obtidos. Zach Mainen
e Rui Costa são membros da EMBO e, como adiante se
referirá, o programa será responsável a partir de 2015
pelo “CAJAL Advanced Neuroscience Training Programme”.
Em 2014, prosseguiu a formação de doutorados com um
grau elevadíssimo de procura. Tudo o que caracteriza o
que tem sido o CNP justificou em enorme medida a já
referida decisão de alargar o objeto para estabelecer o
“Champalimaud Research”.
O Prémio Champalimaud de Visão foi atribuído em 2014 na
sua versão científica. Foram distinguidos os laboratórios
de sete extraordinários cientistas, que, na esteira de outros
visionários, nomeadamente o já falecido Judah Folkman,
identificaram as causas, os mecanismos e algumas soluções
1 mensagem da presidente
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para angiogénese em doenças dos olhos, das mais frequentes
e devastadoras nos países desenvolvidos, incluindo a
degenerescência macular devida à idade e a retinopatia
diabética. O prémio de 2014 identificou uma das situações
mais emblemáticas da relevância do trabalho em equipa e da
intervenção multidisciplinar, bem como da interação fecunda
da investigação básica e clínica. Os cientistas distinguidos
são Napoleone Ferrara, Joan Miller, Evangelos Gragoudas,
Patricia D’Amore, Anthony Adamis, George King e Lloyd Paul
Aiello. De novo, numa cerimónia lindíssima, presidida pelo
Senhor Presidente da República, como sempre, festejámos
o avanço da ciência e os seus protagonistas com os amigos
da Fundação, os titulares dos nossos órgãos, os familiares do
Fundador, os que trabalham connosco e todas as entidades
que se quiseram juntar-nos. Desta vez, estreámos o nosso
auditório interior nestas andanças, já que o estado do tempo
nos não facilitou o uso habitual do nosso espaço ao ar livre.
Mas provou-se que, também dentro, podemos fazer como
ninguém, e que a nossa fantástica janela transparente sobre o
rio e o mar nos transporta para o exterior infinito em espaço e
em imaginação.
Prosseguimos atividades com a nossa rede de C-TRACERs.
Em Hyderabad, na Índia, concretizámos o segundo projeto de
longa duração com o LV Prasad Eye Institute.
As áreas de trabalho incluem agora, sobretudo, para além do
desenvolvimento e expansão do uso de células estaminais,
a investigação em retinoblastoma e em retinopatia do
recém-nascido. Como desde o início, realizámos em
Hyderabad um Champalimaud Symposium, momento de
aprofundamento científico e de celebração da cooperação.
Em Coimbra, a AIBILI prosseguiu a sua atividade líder em
ensaios clínicos europeus, festejou 25 anos de existência
e viu o seu criador, o Prof. Cunha Vaz, ser mais uma vez
consagrado com uma importante distinção internacional na
reunião anual da ARVO. Quanto ao terceiro C-TRACER, de São
Paulo, organizou, viabilizado pela Fundação Champalimaud,
um projeto de combate às cataratas na região da Baixa
Amazónia, em colaboração com organizações locais, e com
a participação, para nós muito entusiasmante, de equipas
médicas vindas de Manaus, e também de cada um dos três
C-TRACERs, de Hyderabad, de Coimbra e de São Paulo.
Um barco equipado com a mais sofisticada tecnologia e
transportando alguns dos melhores oftalmologistas viajou
pelo rio, parando em certos locais, onde se montava a sala
de operações e se devolvia a vista a centenas de pessoas
que vivem fora da área normal de atuação de hospitais e de
cirurgiões. Foi certamente muito positivo para todos os que
foram tratados, mas foi também muito enriquecedor para
todos os técnicos que trabalharam em excelente ambiente
de cooperação e entrega.
As atividades de educação da Fundação prosseguiram,
por um lado ao nível da pós-graduação, pelo outro ao
nível da sensibilização generalizada para a importância do
conhecimento científico, e dos jovens em particular para a
presença da ciência como possível escolha de vida.
Particularmente relevante, e já referido acima, foi o facto
de que, em 2014, o programa de neurociências completou
com sucesso a candidatura e a preparação da realização de
cursos de alto nível em neurociências, ao nível europeu.
O programa, da responsabilidade das sociedades europeias
de neurociências e do IBRO (International Brain Research
Organization) resulta de uma rigorosa seleção, e a escolha
da Fundação constitui mais uma prova e um fator da elevada
reputação de que goza a nossa investigação no meio científico.
O International Neuroscience Doctoral Programme (INDP)
iniciou em 2014 a sua sétima edição, na sequência da
apresentação de um programa de elevada qualidade, acolhido
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. A Fundação
Champalimaud continua a investir significativamente na
qualidade deste programa, que abrangia, no fim de 2014, 85
estudantes de doutoramento. As candidaturas para o programa
de 2015 provieram de inúmeros países e permitem de novo
perspetivar um curso multinacional formado por estudantes de
elevado mérito e qualidade.
1 mensagem da presidente
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Prosseguiu também o programa Champimóvel, a percorrer as
escolas desde 2008, inspirando os jovens dos 9 aos 14 anos
na escolha profissional que virão a ter de fazer. Até ao fim de
2014, esta experiência digital e pedagógica foi vivida por
32 980 visitantes no ano e, no total de tempo de atividade,
por 191 422! Os adultos continuam a apreciar tanto como as
crianças e os jovens a estimulante experiência de uma viagem
pelo interior do corpo humano e de revelação dos mistérios
que o futuro ainda reserva aos cientistas.
revelada a decisão de criar uma fundação em benefício dos
Portugueses.
Esse aniversário especial foi assinalado com a edição de um
livro, distribuído pelo Natal a todos os amigos da Fundação,
que contém um relato escrito pela mão de Maria João Avillez
e um repositório de fotografias de Rui Ochoa. O relato e as
fotografias pretendem retratar aqueles 10 anos, no que diz
respeito ao cumprimento do projeto cuja responsabilidade nos
foi legada.
A Fundação, a sua fantástica arquitetura e o seu singular
projeto científico, continuam a suscitar o maior interesse
e curiosidade. Somos assim cada vez mais visitados e
procurados, e correspondemos com muito orgulho e interesse
a essas manifestações de interesse e curiosidade, em relação
a um amplíssimo leque de pessoas.
Salientarei que, entre os nossos visitantes de 2014, estiveram
o Rei Don Juan Carlos de Espanha, o Presidente Georgio
Napolitano de Itália, o Primeiro-Ministro Shinzo Abe do Japão,
o Presidente Armando Guebuza de Moçambique, o Presidente
da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso e o novo
Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência,
Carlos Moedas.
A Fundação Champalimaud é criação de um Homem, um
Português patriota e genial. A sua montagem, funcionamento,
e inquietação permanente são obra e trabalho de um sem-número de colaboradores, amigos, conselheiros, cientistas,
profissionais de saúde, “missionários” que apaixonadamente
cumprem a missão e correspondem ao sonho.
Uma dessas pessoas, que contribuiu e contribui de forma
única para a missão e o sonho, é o meu colega João Silveira
Botelho. A ele fica, de novo, o reconhecido agradecimento da
Fundação e o meu próprio.
Ponto essencial, para todos quantos executamos a última
vontade de António Champalimaud, é manter viva a sua
memória através da vida da sua Fundação.
O ano de 2014 significou mais um importante passo na
diminuição da dependência da Fundação em relação aos
rendimentos do seu património financeiro, com as receitas de
atividades próprias a cresceram para 24 milhões de euros.
Mantêm-se os princípios de sempre: rigor e profissionalismo na
gestão de recursos da Fundação, por forma a simultaneamente
garantir um grau elevado de produção de objetivos, e um nível
prudente de segurança financeira.
A carteira de investimentos valorizou-se em 5,3% e beneficiou
significativamente de um aumento da sua exposição ao dólar
na segunda metade do ano.
Em 2014, completaram-se 10 anos sobre a morte do Fundador,
e sobre a abertura do seu testamento, momento em que foi
Leonor Beleza
Presidente da Fundação Champalimaud
desenho: André Saraiva
2
2 conselho de curadores e conselho de ética
18
Conselho de Curadores
O Conselho de Curadores é um órgão da Fundação
Champalimaud composto por personalidades de mérito
reconhecidas e com competência em domínios adequados à
preservação e ao desempenho das atividades da Fundação.
Daniel Proença de Carvalho é o seu Presidente e fazem parte
deste Conselho António Almeida Santos, Fernando Henrique
Cardoso, Simone Veil, António Damásio, António Coutinho,
Pedro Abreu Loureiro, Carlos Eugénio Corrêa da Silva, António
Travassos e João Raposo Magalhães.
Em 2014, o Conselho reuniu duas vezes: a 30 de maio e a 5 de
dezembro. Estas reuniões centraram-se no desenvolvimento
dos programas e atividades da Fundação Champalimaud, em
particular nos progressos do Centro Clínico Champalimaud,
com a abertura dos novos espaços: “Sala Híbrida” – Cirurgia
e Radiologia de Intervenção (um espaço cirúrgico ambulatório)
e na abertura do novo centro cirúrgico e de internamento
do Centro Champalimaud previsto para o início de 2016.
A evolução do Champalimaud Neuroscience Programme
(CNP) e a sua avaliação estiveram também em análise e foi
igualmente feito um ponto de situação sobre o Prémio António
Champalimaud de Visão e rede C-TRACER. A apresentação
das contas e situação do património financeiro é parte
essencial da informação e análise por parte do Conselho
de Curadores, bem como o orçamento proposto para
o ano seguinte.
reunião do conselho
de curadores
30 maio
visita ao futuro
centro cirúrgico e
de internamento
> António
horta osório,
administrador da
fundação, carlos
eugénio corrêa da
silva, daniel proença
de carvalho, antónio
almeida santos,
antónio damásio,
curadores e
leonor beleza,
presidente
da fundação
champalimaud
5 dezembro
2 conselho de curadores e conselho de ética
20
Conselho de Ética
O Conselho de Ética da Fundação Champalimaud, é composto
por João Lobo Antunes, professor catedrático jubilado de
Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade
de Lisboa, que preside, Adelino Dias Cardoso, investigador
do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de
Lisboa, Jorge Soares, professor catedrático de Anatomia
Patológica da Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa, José Cunha Vaz, professor catedrático jubilado de
Oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de
Coimbra, António Jacinto, diretor do Centro de Estudos de
Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa, Mário Miguel Rosa, assistente
hospitalar graduado de Neurologia no Hospital de Santa Maria,
e Paula Martinho da Silva, investigadora sénior do Instituto de
Bioética da Universidade Católica de Lisboa.
Este Conselho acompanha detalhadamente, avaliando do ponto
de vista ético, processos relacionados com os projetos de
investigação e estudos clínicos conduzidos pelas respetivas
áreas do Centro Champalimaud.
membros do
conselho de ética
> Mário miguel rosa,
paula martinho,
joão lobo antunes,
antónio jacinto,
josé cunha vaz,
jorge soares E
adelino dias cardoso
desenho: andré saraiva
22
3 centro clínico champalimaud
24
3 centro clínico champalimaud
O Centro Clínico Champalimaud (CCC)
completou em dezembro de 2014 o seu
terceiro ano de atividade.
Ao longo deste período consolidou o seu
modelo de funcionamento de acordo
com os objetivos globais da Fundação,
que perspetivam o CCC como um centro
de excelência na oncologia clínica,
vocacionado para o desenvolvimento de
modalidades inovadoras de diagnóstico
e tratamento alicerçadas em investigação
clínica de elevado rigor e exigência
e também na formação profissional
avançada e no trabalho académico.
Durante o ano de 2014 foram
consolidadas as suas unidades
funcionais e criadas novas estruturas
através do alargamento das
equipas de profissionais dos grupos
multidisciplinares e da constituição
de novos serviços em áreas muito
importantes da Oncologia, como
a Hematologia Oncológica e a
Dermatologia (em organização).
A Unidade de Técnicas e Intervenção
entrou em funcionamento no segundo
semestre do ano, proporcionando
condições de excelência para a
realização de técnicas endoscópicas,
de radiologia de intervenção e de
cirurgia minimamente invasiva.
A atividade clínica cresceu de forma
muito significativa, com uma afluência
de doentes que seguiu um padrão de
incremento já registado nos dois anos
anteriores, isto é, quase que duplicando
a atividade global anual. O número de
doentes atendidos no CCC, que em 2012
foi de 3 460, subiu em 2013 para 8 560 e
atingiu em 2014 os 17 207 doentes.
CENTRO CLÍNICO
CHAMPALIMAUD
3 centro clínico champalimaud
26
DOENTES
17207
CONSULTAS
> Zvi Fuks,
Diretor
do Centro
Champalimaud e
António Parreira
Diretor clinico
35141
EXAMES
CT-RM
24497
Estrutura e
organização
As Unidades Multidisciplinares,
ou “Disease Management Teams”,
mantiveram-se como os núcleos
funcionais do Centro Clínico, tendo
sido consolidadas as de criação mais
recente. Em 2014 encontram-se em
funcionamento as Unidades de Mama,
Digestivo, Pulmão, Próstata, Ginecologia,
Hemato-Oncologia e Hospitalização
Domiciliária, tendo sido reforçados,
na área diagnóstica, os Serviços de
Patologia, Radiologia e Medicina Nuclear
e na área de intervenção terapêutica
ambulatória, nomeadamente na
Farmácia, no Hospital de Dia, na Cirurgia
e na Radioncologia. Introduziram-se
novas valências em áreas críticas de
intervenção clínica como a consulta de
Dermatologia (que irá evoluir em 2015
para uma Unidade Multidisciplinar) e a
consulta de Nutrição.
Em complemento com a atividade
clínica propriamente dita, entrou em
funcionamento o setor de apoio aos
Ensaios Clínicos, estrutura indispensável
ao desenvolvimento da investigação
clínica pelas diferentes equipas
multidisciplinares do CCC.
A componente de assistência a doentes
em regime de internamento continuou
durante o ano de 2014 a ser assegurada
no Hospital da Cruz Vermelha, em
colaboração efetiva com membros das
equipas médicas e de enfermagem
daquela instituição.
Reforçaram-se os procedimentos
de acolhimento e apoio aos doentes
oncológicos e familiares, através duma
particular e permanente atenção às
condições de conforto e comodidade
proporcionadas pelos serviços e
instalações. Consolidaram-se e
alargaram-se os acordos com entidades
que suportam despesas em saúde
(seguros de saúde e subsistemas) e
reforçaram-se as parcerias com outras
instituições de saúde nas áreas da
Radioncologia e de Radiologia, bem
como no domínio da Medicina Nuclear.
EXAMES
PET-CT
4979
EXAMES
PATOLOGIA
12511
Deu-se também início à organização de
um gabinete para doentes internacionais,
cujo número tem vindo a crescer
sustentadamente e que requerem dos
nossos serviços atenção e capacidades
distintas.
Houve a preocupação de evoluir no
sentido de consolidar o modelo de
equipas multidisciplinares centradas
em pessoal qualificado a trabalhar em
regime de tempo inteiro e mantendo
permanente preocupação com
atividades de índole académica e
científica. As reuniões multidisciplinares
das diferentes equipas ocorrem
regularmente com ritmo semanal,
incorporando nos planeamentos
diagnósticos e terapêuticos a
contribuição dos diferentes membros
das Unidades.
CIRURGIA
1173
SESSÕES QT
7659
SESSÕES RT
FIGURA 1
indicadores
globais da
atividade clínica
do triénio 2012-2014
14217
2012
2013
2014
3 centro clínico champalimaud
28
Consolidaram-se também as
colaborações com especialistas
internacionais de reputação consagrada
em áreas específicas, que reforçam os
setores de Radiologia, de Patologia, de
Cirurgia Digestiva e de Urologia.
DISTRIBUIÇÃO
PERCENTUAL DE
CONSULTAS POR
CADA DMT
PRÓSTATA, RIM
E VIAS URINÁRIAS
Na figura 1 mostram-se os indicadores
globais da atividade clínica do triénio
2012-2014.
O número de doentes que solicita o
CCC tem vindo a crescer de forma
sustentada, com reflexo em todas as
áreas de intervenção, nomeadamente no
movimento da consulta, na realização de
exames diagnósticos e nas modalidades
terapêuticas. Ainda que se verifique
em todas as unidades um número
elevado de consultas de segunda
opinião solicitadas por doentes em
acompanhamento noutras instituições
e que procuram o nosso Centro para
orientação e esclarecimento, o número
de doentes em tratamento tem registado
um crescimento igualmente significativo,
que se reflete de forma idêntica nas três
áreas de intervenção (quimioterapia,
cirurgia e radioterapia).
FIGURA 2
UNIDADE
MAMA
A Unidade de Hospitalização Domiciliária
desenvolveu uma atividade significativa,
com 1 684 consultas realizadas, tanto no
CCC (consultas de controlo de sintomas)
como no domicílio (controlo de sintomas
e cuidados de natureza paliativa).
PULMÃO
DIGESTIVO
(GLOBAL)
Os exames complementares registaram
uma grande expansão, quer no que diz
respeito a técnicas de imagiologia quer
no que respeita a exames de patologia.
GINECOLOGIA
RADIOLOGIA
TOTAL: 23060
HEMATO-ONCOLOGIA
A distribuição dos doentes por grandes
áreas de diagnóstico reflete, como
esperado, a incidência global dos
diferentes tipos de neoplasias na nossa
população, registando as Unidades de
Mama e de Próstata, o maior movimento
de doentes, com cerca de 20% cada.
HOSPITALIZAÇÃO
DOMICILIÁRIA
IMAGIOLOGIA MAMÁRIA
(MAMOGRAFIA, ECOGRAFIA
E RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA)
5875
NEUROPSIQUIATRIA
0
5
10
15
20
EXAMES DE
PATOLOGIA EM 2014
FIGURA 4
EXAMES DE
IMAGIOLOGIA EM 2014
5020
IMUNOCITOQUÍMICA
4149
CITOLÓGICOS
CARACTERIZAÇÃO
MOLECULAR
2583
244
O diagnóstico por imagem, que inclui
os exames de Radiologia e Medicina
Nuclear, foi também alvo de grande
expansão, totalizando cerca de 30 000
exames em 2014, o que contrasta com
o total de 15 911 observado em 2013.
Na Figura 4 indica-se a sua distribuição.
TOMOGRAFIA
POR EMISSÃO
DE POSITRÕES
(PET-CT)
2141
EXAMES
CINTIGRÁFICOS
2137
ULTRASSONOGRAFIA
4161
FIGURA 3
EXAMES DE PATOLOGIA
TOTAL: 11996
Foram realizados, em 2014, 11 996 exames
anatomo-patológicos, englobando este
numero 5 020 exames de histopatologia,
244 estudos moleculares, 4 149 estudos
de imunoctioquímica e 2 583 exames de
citologia. Uma vez que em 2014, todo o
diagnóstico anatomo-patológico passou
a estar assegurado pelo laboratório
de Patologia, incluindo o apoio direto
ao bloco operatório, o seu movimento
triplicou em relação ao registado em 2013
(Figura 3).
MEDICINA NUCLEAR
TOTAL: 5930
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA (TC)
5993
DISTRIBUIÇÃO DE
CONSULTAS POR DMT (%)
HISTOPATOLÓGICOS
E/OU PEÇAS CIRÚRGICAS
Seguem-se a Unidade de Digestivo, com
17% do movimento total de consultas, e a
Unidade de Pulmão, em proporção idêntica
(17%). A Unidade de Ginecologia respondeu
por 11% do movimento de consultas e a
Hemato-Oncologia, cuja atividade se iniciou
apenas em 2014, representa já 7% do
movimento clínico (Figura 2).
RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA (RM)
3254
EXAMES TC OU RM
DE PLANEAMENTO
1820
EXAMES DE RADIOLOGIA
CONVENCIONAL
1459
DENSITOMETRIA ÓSSEA
498
EXAMES DE
CARDIOLOGIA
1133
DENSITOMETRIA
ÓSSEA
498
PROCEDIMENTOS
TERAPÊUTICOS
(IODO 131
E RÁDIO 223)
21
3 centro clínico champalimaud
30
No que diz respeito a áreas de
intervenção terapêutica, registou-se
igualmente um incremento global muito
significativo, tanto na atividade cirúrgica
no seu todo, como no que respeita
à administração de quimioterapia
ambulatória e no recurso a diferentes
modalidades de radioterapia externa.
O movimento cirúrgico realizado ao longo
do ano no Hospital da Cruz Vermelha
também mais do que duplicou, com 1 173
cirurgias realizadas no tratamento de 958
doentes. A maior parte das intervenções
cirúrgicas diz respeito a doentes com
cancro de mama (365), seguidos pela
patologia urológica (175), digestiva (171)
e ginecológica (88); as intervenções
em doentes com patologia torácica e
pulmonar foram 110, em 79 doentes.
No Hospital de Dia foram realizadas
7 983 intervenções em 2014,
correspondentes ao tratamento de
1 331 doentes (Figura 5). A maior parte
destas intervenções correspondeu
a administrações de quimioterapia
endovenosa por veia periférica ou
através de cateter venoso central, de
acordo com os diferentes protocolos
de tratamento utilizados pelas equipas
multidisciplinares. Dos tratamentos
administrados em Hospital de Dia, 837
corresponderam a quimioterapia oral,
cuja disponibilização aos doentes é
realizada pela equipa de enfermagem,
assegurando o correto cumprimento
da prescrição médica e elucidando os
doentes sobre eventuais dúvidas ou
interrogações. Foram ainda realizadas,
no Hospital de Dia, 408 transfusões de
componentes de sangue.
INAUGURAÇÃO da
sala híbrida de
cirurgia e
radiologia de
intervenção
A Radioterapia foi um setor de grande
atividade em 2014, tendo sido registadas
10 947 sessões de tratamento realizadas
nos três equipamentos em funcionamento.
FIGURA 6
FIGURA 5
DISTRIBUIÇÃO
MENSAL DE
TRATAMENTOS DE
QUIMIOTERAPIA
AMBULATÓRIA
REALIZADOS NO
HOSPITAL DE DIA
MOVIMENTO
CLÍNICO NO
SERVIÇO DE
RADIOTERAPIA
DISTRIBUIÇÃO MENSAL DE TRATAMENTOS DE QUIMIOTERAPIA
AMBULATÓRIA REALIZADOS NO HOSPITAL DE DIA
TOTAL: 7983
1000
500
0
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
1015
10947
Nº DOENTES
TRATADOS
NO SERVIÇO
Nº SESSÕES
FRACIONADAS
30 maio
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
545
2639
Nº RADIOCIRURGIAS
PRIMEIRAS
CONSULTAS
211
1065
Nº RADIOCIRURGIAS
HIPOFRACIONADAS
(4 A 5 SESSÕES)
PLANEAMENTOS
POR CT (INCLUI
REPLANEAMENTOS)
334
181
Nº RADIOCIRURGIAS
DE DOSE ÚNICA
(1 SESSÃO)
PLANEAMENTOS
POR PET
O foco principal da atividade clínica
manteve-se no desenvolvimento de
modalidades de tratamento inovadoras,
nomeadamente tratamentos de
radioterapia de alta precisão com doses
ultraelevadas em sessão única ou
hipofracionada (3 a 5), no contexto da
doença oligometastática e também da
doença primária pulmonar e prostática.
Neste sentido, foi desenvolvida uma
técnica inovadora que permite a
administração do tratamento do tumor
inicial da próstata em cinco sessões, com
poupança dos órgãos adjacentes, menos
efeitos secundários e consequente
melhoria da qualidade de vida.
Toda a equipa do CCC está
fortemente motivada e interessada no
desenvolvimento desta tecnologia e em
novas modalidades de tratamento, tendo
em conta o potencial de maior eficácia
com concomitante redução de custos.
A Figura 6 ilustra o movimento clínico do
Serviço em 2014.
3 centro clínico champalimaud
32
Unidades
Multidisciplinares
Disease Management
Teams (DMT)
A equipa é constituída atualmente por
aproximadamente 200 colaboradores,
entre médicos, enfermeiros e
outros técnicos de saúde e pessoal
administrativo. As DMT representam as
componentes essenciais da organização
do CCC e caracterizam-se por equipas
multidisciplinares constituídas por
especialistas de diferentes áreas e
dedicadas à patologia de diferentes tipos
de cancro, assegurando a avaliação
clínica multidisciplinar centrada no
doente, com individualização dos planos
de ação para cada doente.
A coordenação da equipa de
enfermagem está a cargo da Enfermeira
Alexandra Belchior. Relativamente
a 2013, as DMT foram entretanto
alargadas e consolidadas, estando já
em funcionamento regular as seguintes
Unidades:
A Unidade de Mama do CCC, criada
em 2011 com a direção da Dra. Fátima
Cardoso, tornou-se, em setembro
2014, “Full Member of Breast Centres
Network”, um primeiro passo para a sua
acreditação europeia.
A Unidade recebe doentes provenientes
de todas as regiões de Portugal, bem
como alguns doentes do estrangeiro.
PESSOAL
ADMINISTRATIVO
30 28
ENFERMEIROS
De janeiro a dezembro de 2014, o
terceiro ano completo de atividade
clínica, a Unidade de Mama realizou
6 073 consultas, das quais 1 594 foram
primeiras consultas. O total de consultas
correspondem a 1 931 doentes, dos
quais 1 340 foram novos doentes.
Os casos clínicos são discutidos
semanalmente em reunião
multidisciplinar (MDT): cancro
da mama precoce em situação pré-operatóra e pós-operatória; cancro da
mama avançado a cada progressão e
necessidade de alteração terapêutica.
As decisões tomadas são baseadas
nas recomendações internacionais para
a abordagem do cancro da mama, da
ESMO (European Society of Medical
Oncology) e da ABC (Advanced Breast
Cancer Consensus Guidelines).
75 41 33
MÉDICOS
Todos os membros da Unidade de Mama
participam na DMT (quatro oncologistas
médicos, três cirurgiões de mama,
uma radioncologista, uma patologista,
duas radiologistas, quatro enfermeiras
especialistas e uma coordenadora
de ensaios clínicos) bem como três
especialistas em medicina nuclear e uma
psico-oncologista.
Unidade de Mama
TÉCNICOS
DE SAÚDE
ASSISTENTES
OPERACIONAIS
4
TÉCNICOS
SUPERIORES
DE SAÚDE
A maioria destes doentes (60%) é da
região de Lisboa. No entanto, a Unidade
de Mama tem recebido igualmente um
número substancial de doentes das
várias regiões de Portugal, incluindo ilhas
da Madeira e Açores.
DISEASE MANAGEMENT
TEAMs (DMT)
A equipa de Oncologia Médica da
Unidade de Mama inclui, além da
Dra. Fátima Cardoso, as Dras. Joana
Ribeiro, Berta Sousa e Ana Catarina
Pinto. A equipa de cirurgia da Unidade
é coordenada pela Prof. Doutora Maria
João Cardoso e inclui dois outros
cirurgiões de mama (Drs. David Pinto
e Pedro Gouveia), e dois cirurgiões
plásticos (Drs. Carlos Mavioso e João
Correia Anacleto). Esta equipa realiza
cirurgia oncoplástica que consiste na
ablação do tumor e reconstrução parcial
ou total da mama numa só intervenção.
A Unidade é considerada
internacionalmente como Unidade
de Cirurgia Oncoplástica de Nível
3, operando mais de 50 doentes de
reconstrução por ano e realizando
todas as técnicas disponíveis (incluindo
microcirurgia).
Foram realizadas no total 455 cirurgias
em 365 doentes, 216 dos quais com
carcinoma primário da mama. Destes, 47
(21,8%) foram submetidos a mastectomia
e 169 (78,2%) foram tratados com
cirurgia conservadora.
A atividade de investigação clínica
da Unidade prosseguiu nas linhas já
definidas anteriormente, nomeadamente
enquanto membro da EORTC (European
Organization for Research and Treatment
of Cancer) e do IBCSG (International
Breast Cancer Study Group).
Ao longo de 2014, em estreita
colaboração com a Unidade de Ensaios
Clínicos do CCC, foi possível ter em
curso vários ensaios, académicos e de
firmas farmacêuticas, alguns dos quais
coordenados pela Unidade de Mama,
nomeadamente o projeto europeu
“Picture” e o projeto financiado pela FCT
sobre exosomas.
A enfermeira Ana Parece manteve-se
como Coordenadora de Ensaios Clínicos,
sendo um elemento fundamental em
todos os aspetos da investigação clínica
realizada na Unidade de Mama, em
estreita colaboração com toda a equipa
médica e de enfermagem.
Unidade de Pulmão
A Unidade de Pulmão, cuja direção
está a cargo do Dr. Nuno Gil, entrou
em funcionamento em fevereiro de
2012 e foi progressivamente abrindo
as consultas de cirurgia torácica, de
oncologia médica, de pneumologia,
de diagnóstico precoce do cancro do
pulmão e de desabituação tabágica.
A equipa médica inclui dois oncologistas
médicos (Drs. Nuno Gil e Nuno Vau), dois
cirurgiões torácicos (Prof. Jorge Cruz e
Dr. Javier Gallego) e um pneumologista
(Dr. Rogério de Matos), além de contar
com a colaboração de um especialista
de radioterapia (Dr. Nuno Pimentel) e
especialistas de imagem (Dr. Luís Rosa
e Prof. Durval Costa).
A atividade clínica desta Unidade
consolidou-se no ano de 2014, através
de um aumento muito significativo de
doentes referenciados à Unidade, quer
no contexto da procura de segundas
opiniões e orientação terapêutica, quer
em casos suspeitos, para diagnóstico,
estadiamento e tratamento.
3 centro clínico champalimaud
34
O número de consultas realizadas foi
muito superior ao ano de 2013, tendo-se
aproximado das 5 000, correspondentes
a 1 701 doentes (dos quais 1 152
foram inscritos na Unidade no ano de
2014). A distribuição de consultas de
especialidade foi a seguinte: 1 444
consultas de pneumologia, 3 165 de
oncologia médica e cirurgia torácica.
Foram realizadas 25 broncofibroscopias
diagnósticas. O movimento cirúrgico
da Unidade foi de 91 intervenções
correspondentes a 79 doentes, a maioria
dos quais com cancro do pulmão e
cerca de 30% com lesões pulmonares
de natureza metastática. Do total de
intervenções, 30 foram realizadas por
cirurgia minimamente invasiva (de porta
única) e videoassistida.
Unidade de Digestivo
A Unidade Multidisciplinar de
Cancro Digestivo do Centro Clínico
Champalimaud foi estruturada no
último trimestre de 2013. Abrange
o diagnóstico, tratamento e
acompanhamento dos tumores do
tubo digestivo, fígado, vias biliares e
pâncreas. O seu responsável é o
Dr. Carlos Carvalho. A equipa de patologia
digestiva inclui dois oncologistas médicos,
(Drs. Carlos Carvalho e Rosário André),
dois gastrenterologistas
(Dr. Paulo Fidalgo e Prof. Mário Diniz
Ribeiro), e cirurgiões dedicados ao
cancro colorretal (Drs. José Filipe Cunha e
Nuno Figueiredo) e outros especializados
na patologia tumoral do fígado, vias
biliares e pâncreas (colaboração
baseada num protocolo entre o CCC e
o Centro Hepatobiliopancreático e de
Transplante Hepático do Hospital Curry
Cabral – Doutor Eduardo Barroso,
Drs. Hugo Pinto Marques, Raquel Mega,
João Santos Coelho e Jorge Paulino).
Nas reuniões multidisciplinares
participam os especialistas referidos e
médicos radiologistas (Dr. Luís Rosa),
de medicina nuclear (Prof. Durval Costa)
e radioncologistas (Drs. Nuno Pimentel
e Oriol Parés). Participam também
na reunião elementos da equipa de
enfermagem (Enfermeira Lara Guerra).
Em 2014, a Unidade de Cancro
Digestivo tratou 2 311 doentes, o
que corresponde a um aumento de
atividade superior a 100% relativamente
a 2013. Foram realizadas 5 217
consultas, 2 256 de oncologia médica,
1 486 de gastrenterologia, 754 de
cirurgia colorretal e 321 de cirurgia
hepatobiliopancreática. O número
de exames endoscópicos foi de
1 279, conduzindo a 261 biópsias, 90
polipectomias e 31 mucosectomias.
sala híbrida de
cirurgia e radiologia
de intervenção
Em 2013-14, a prioridade da Unidade
de Digestivo foi o lançamento e
consolidação de um plano de
desenvolvimento da Unidade.
Considerou-se essencial começar por
definir uma área da patologia digestiva
que modelasse a estruturação da
equipa multidisciplinar da Unidade, e em
especial a maior diferenciação da equipa
de cirurgia digestiva. Neste sentido,
foi definida como prioritária a área do
cancro colorretal e estabelecido um
programa de cooperação internacional,
com integração na equipa de cirurgia
digestiva da Unidade de especialistas que
constituem uma referência internacional
da maior qualidade na cirurgia colorretal:
Profs. Bill Heald, Geerard Beets e
Amjad Parvaiz. A colaboração regular
com estes especialistas tem por objetivo
a alta diferenciação técnica e científica
da equipa de cirurgia digestiva e o
envolvimento progressivo dos restantes
especialistas da Unidade em programas
internacionais multidisciplinares
de desenvolvimento clínico e de
investigação.
Em 2014, o programa de desenvolvimento
na área colorretal deu lugar a visitas
regulares dos nossos cirurgiões aos
três centros internacionais com que
estabelecemos cooperação – Pelican
Cancer Foundation, Maastricht University
e Portsmouth Hospitals NHS Trust –, e
os nossos colaboradores internacionais
(Profs. Bill Heald, Geerard Beets e Amjad
Parvaiz) passaram a participar direta e
regularmente na atividade do CCC, quer
colaborando em intervenções cirúrgicas
na qualidade de consultores, quer na
avaliação e discussão multidisciplinar
dos nossos doentes.
Em termos de formação e diferenciação,
é de realçar que, após os seus períodos
de treino no Reino Unido, os cirurgiões
digestivos obtiveram em 2014 a sua
inscrição no General Medical Council,
o que lhes permite o reconhecimento
3 centro clínico champalimaud
36
como especialistas e a possibilidade
de exercer atividade como cirurgiões
nos centros do Reino Unido. Além
dos objetivos mais iniciais de treino
e diferenciação, na cirurgia colorretal
laparoscópica e na cirurgia avançada das
recidivas pélvicas, o programa colorretal
passou em 2014 a incluir também como
objetivos o treino avançado em cirurgia
robótica colorretal e em peritonectomia e
quimioterapia intraperitoneais.
Em 2014, o CCC interveio na organização
de duas reuniões científicas centradas
no cancro do reto, reunindo especialistas
nacionais e internacionais e que abriram
portas para um maior reconhecimento
do CCC nesta área. Neste sentido, a
Fundação Champalimaud foi convidada
a participar na co-organização de
uma reunião internacional em Milão
sobre cancro do reto e os especialistas
da Unidade têm já sido convidados
como palestrantes em várias reuniões
internacionais. O reconhecimento do
Centro Clínico Champalimaud nesta área
também permitiu o lançamento, pela
Fundação Champalimaud, de um registo
internacional de tumores do reto com
resposta completa à quimiorradioterapia
– International Watch and Wait Database
– que já envolve pelo menos seis centros
internacionais de grande prestígio e que
tem a sua base operacional no CCC
em colaboração com o EURECCA –
European Registration of Cancer Care.
no decorrer do ano, que se refletiu
no aumento do número de doentes
observados, para um objetivo inicial de
3 750. Foram realizadas 6 197 consultas,
das quais 1 997 foram primeiras
consultas e 1 153 foram consultas de
oncologia médica.
Unidade de Próstata
No que respeita às biópsias prostáticas
ecoguiadas transretais, também o
objetivo inicial foi atingido, tendo sido
realizados 87 exames. Ao longo do
ano, o número destes exames foi
decrescente, tendo em conta a utilização
intensiva da RM e a implementação da
biópsia prostática transperineal.
No que respeita a técnicas diagnósticas
específicas, verificou-se uma
consolidação e aumento do número
de cistoscopias (131) e urofluxometrias
(345). Como as biópsias prostáticas
transperineais requerem anestesia geral
e ambiente de bloco operatório, foram
contabilizadas na atividade cirúrgica.
A Unidade de Próstata, estruturada
no final de 2012, tem como diretor o
Dr. Jorge Fonseca, especialista de
urologia, e dispõe atualmente de mais dois
urologistas (Drs. Jorge Rebola e Rui Lúcio).
A oncologia médica está a cargo
do Dr. Nuno Vau. As reuniões
multidisciplinares, de caráter semanal,
contam com a colaboração regular do
Prof. Carlo Greco e Dr. Nuno Pimentel
(radioncologistas), Dra. Carla Oliveira
e Prof. Durval Costa (especialistas
de medicina nuclear), e Dr. Luís Rosa
(radiologista).
Na vertente assistencial da Unidade
de Próstata, foi a consulta que
recebeu maior número de solicitações,
frequentemente para segundas opiniões.
Foi evidente a procura crescente
unidade de
técnicas e
intervenção
SALA de TÉCNICAs
As indicações cirúrgicas foram
maioritariamente oncológicas e
privilegiou-se a abordagem minimamente
invasiva, endoscópica ou laparoscópica.
Na cirurgia renal, dos 30 doentes
operados, apenas uma foi realizada por
cirurgia aberta – e tal por uma questão
de estratégia cirúrgica, devido à gravidez
da doente. A partir de setembro, e fruto
da colaboração com o Dr. Renaud
Bollens, da Catholic University of Lille
(Hospital St. Philibert), toda a cirurgia
radical do carcinoma da próstata passou
a ser realizada por laparoscopia, com
uma manifesta melhoria da qualidade
oncológica e da morbilidade. Não foi
registada mortalidade perioperatória.
Relativamente ao ano anterior, a Unidade
reforçou a sua equipa cirúrgica, o que se
traduziu por um aumento de consultas
de urologia de 2 194 para 3 216.
A atividade cirúrgica da Unidade cresceu
muito significativamente, com cirurgias
realizadas 1 a 2 vezes por semana, em
236 doentes (362 atos cirúrgicos).
Unidade de Ginecologia
A Unidade segue, no plano da sua
organização funcional, o mesmo modelo
das outras DMT, tendo como preocupação
essencial a de que todos os planeamentos
terapêuticos sejam debatidos em reunião
multidisciplinar, proporcionando a
preparação personalizada dos planos de
tratamento, em função das especificidades
de cada doente.
A equipa dirigida pelo Dr. Henrique Nabais
é constituída por 3 ginecologistas a
tempo inteiro, dois com diferenciação em
ginecologia oncológica (o diretor e o
Dr. Luís Vieira Pinto) e outro com
diferenciação no diagnóstico, tratamento e
follow-up da patologia pré-neoplásica da
vulva, vagina, colo do útero e endométrio
(Dra. Adelaide Vitorino). Contou também
com uma oncologista médica com
diferenciação e experiência em neoplasias
ginecológicas (Dra. Margaret Hutka).
A capacidade de resposta da Unidade
às necessidades clínicas e cirúrgicas
tem vindo a consolidar-se, com o
agendamento de todas as consultas
com perfil oncológico em tempo útil,
isto é, num prazo máximo de 48 horas,
a maioria delas no próprio dia ou no
dia seguinte. Em termos cirúrgicos,
a realização da cirurgia é efetuada
no prazo máximo de uma semana,
habitualmente cinco dias após
a reunião multidisciplinar.
3 centro clínico champalimaud
38
O desenvolvimento do projeto da
Unidade de Cirurgia Pélvica Radical
está em curso, com a definição dos
recursos físicos e humanos. No caso
da Ginecologia Oncológica, a patologia
com particular necessidade nesta área
é o cancro do ovário, já que cerca de
75% dos casos são diagnosticados nos
estádios avançados, III-IV.
A atividade de consulta cresceu
rapidamente, tendo sido realizadas ao
longo do ano, 3 374 consultas, das quais
2 933 foram consultas de ginecologia e
336 de oncologia médica.
Os procedimentos cirúrgicos da Unidade
iniciaram-se no segundo semestre de
2013, tendo sido efetuadas, em 2014,
88 cirurgias oncológicas.
Foram ainda dados os primeiros passos
na investigação clínica, estando, em
2014, dois ensaios em fase final de
aprovação.
Unidade de Hemato-Oncologia
A Unidade de Hemato-Oncologia iniciou
formalmente a sua atividade a 15 de
janeiro de 2014, como consequência
direta da contratação a tempo inteiro de
um médico especialista em hematologia
clínica.
Com a contratação do Doutor Paulo
Lúcio, enquanto responsável pela
Unidade, foi entendido como importante
definir uma área de atuação específica,
onde a Fundação tivesse condições
clínicas e logísticas para oferecer um
serviço de qualidade referencial. Esta
Unidade, genericamente vocacionada
para o acompanhamento de doenças
hemato-oncológicas não agudas, tendo
em conta as características do Centro
Clínico e as suas capacidades em
tratamentos de tipo ambulatório, tem
como alvo as doenças linfoproliferativas
crónicas (linfomas) e as neoplasias
plasmocitárias (mieloma).
O investimento na área da investigação
clínica neste primeiro ano de atividade
concentrou-se essencialmente na
avaliação e seleção de potenciais
ensaios clínicos a implementar na
Fundação Champalimaud. Dos 11
estudos avaliados foram selecionados
quatro ensaios clínicos e dois estudos
observacionais prospetivos, que estão
em processo de implementação.
Durante o ano de 2014 foram efetuadas
2 182 consultas, correspondentes a
960 doentes observados. Cerca de
58% destes doentes têm doenças
linfoproliferativas ou discrasias
plasmocitárias.
Unidade de Neuropsiquiatria
No decorrer do ano de 2014, a Unidade
de Neuropsiquiatria progrediu no seu
trajeto de consolidação enquanto
unidade clínica e de investigação
translacional na interface entre o Centro
Clínico e o Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP).
Trinta por cento destes doentes vieram
uma única vez à consulta de hematologia
(pedido de 2.ª opinião), tendo os
restantes 70% (672 doentes) optado
por serem acompanhados no CCC
(doentes com pelo menos uma consulta
subsequente). Deste último grupo,
61 (9%) foram submetidos em 2014 a
tratamento ativo para a sua neoplasia em
regime de Hospital de Dia. Atendendo
à frequência de administração dos
diferentes protocolos, este número de
doentes tratados correspondeu a mais
de 400 sessões de Hospital de Dia
(número estimado).
A sua equipa é constituída pelo Doutor
Albino Oliveira-Maia, que dirige a
Unidade, e pelos especialistas de
psiquiatria J. Bernardo Barahona-Corrêa,
(MD, PhD) e Drs. Pedro Castro Rodrigues
e Ana Catarina Castro, estudantes
de doutoramento. Colaboram ainda a
Dra. Ana Barbosa Fernandes, bolseira
de pós-doutoramento, e a Dra. Marta
Camacho Gonçalves, neuropsicóloga e
técnica de investigação.
Os restantes 611 doentes ficaram em
acompanhamento clínico sem indicação
atual para tratamento.
SALA DE RECOBRO
Dada a sua proximidade sustentada
com o laboratório de Neurobiologia da
Ação do CNP, a Unidade manteve como
uma das suas áreas de intervenção
preferencial as perturbações do espetro
impulsivo-compulsivo, tendo tido
aprovação pela Comissão de Ética para
o seu primeiro projeto de investigação
na área da perturbação obsessiva-compulsiva. Foi também em 2014 que
foi admitido em estudos doutorais, na
Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa, o primeiro
estudante doutoral da Unidade a
trabalhar nesta área.
A princípio, dada a sua integração
no Centro Clínico Champalimaud
(CCC), que intervém principalmente
na doença oncológica, a Unidade de
Neuropsiquiatria definiu também como
objetivo principal o desenvolvimento de
um programa clínico em Neuropsiquiatria
de ligação, com desenvolvimento de
investigação translacional de excelência
em áreas relevantes para este âmbito
de intervenção clínica. Inicialmente,
e considerando também o interesse
da Unidade no desenvolvimento de
abordagens terapêuticas inovadoras em
neuropsiquiatria, foram definidas como
prioritárias as perturbações afetivas, e
feito um investimento no uso de técnicas
de estimulação cerebral não-invasiva,
nomeadamente a estimulação magnética
transcraniana (TMS), para tratamento
e investigação destas perturbações.
Em 2014, dada a evidente necessidade
clínica de intervenção também nas
perturbações de função cognitiva,
que surgem com alguma frequência
como efeitos laterais de tratamentos
oncológicos, a intervenção da Unidade
de Neuropsiquiatria foi alargada também
a este âmbito.
No decorrer de 2014, a Unidade de
Neuropsiquiatria desenvolveu atividade
clínica com um total de 273 doentes,
em 790 atos médicos (656 consultas)
ou de psicologia clínica (134 consultas),
correspondendo respetivamente a
incrementos de 40% e 75% em relação
ao ano anterior. Cerca de 70% dos
doentes (197) não tinham seguimento
anterior na Unidade. Uma fração
significativa teve também seguimento
noutras unidades do CCC (34 na
Unidade de Ginecologia, 56 na Unidade
de Pulmão, 11 na Unidade de Hemato-Oncologia, 43 na Unidade de
Próstata, 42 na Unidade de Digestivo
e 37 na Unidade de Mama). Tal como
reportado em relatórios anteriores, a
atividade clínica, tanto para doentes
em seguimento noutras unidades do
CCC como para doentes externos,
foi desenvolvida principalmente para
perturbações de ansiedade e afetiva, em
particular síndromes depressivas.
No entanto, em 2014 foi também
iniciado um programa de vigilância e
intervenção de função cognitiva em
doentes submetidos a radioterapia
cerebral. Apesar de este programa ser,
neste momento, limitado a um subgrupo
muito específico de doentes da Unidade
de Pulmão propostos para radioterapia
cerebral preventiva, é previsível a
sua expansão para um programa
mais abrangente de intervenção nas
perturbações cognitivas.
Conquanto o estabelecimento de
uma unidade de estimulação cerebral
não-invasiva no CCC esteja previsto
apenas para 2015, em 2014 a Unidade
de Neuropsiquiatria manteve uma
3 centro clínico champalimaud
40
colaboração ativa com o Berenson-Allen Center for Non-invasive Brain
Stimulation, da Universidade de Harvard,
mantendo uma linha de investigação
acerca da utilização de TMS para
tratamento de episódios depressivos
resistentes à medicação antidepressiva.
Esta linha de investigação revelou-se muito
produtiva, com um artigo submetido para
publicação e dois outros em preparação.
Por outro lado, a proximidade a este
centro de excelência internacional
na estimulação cerebral não-invasiva
permitiu alargar a área de colaboração
também para a da utilização de TMS
para tratamento de défices cognitivos,
com um outro artigo submetido para
publicação nesta área.
Unidade de Hospitalização
Domiciliária
Esta Unidade multidisciplinar de
prestação de cuidados domiciliários
a todos os doentes seguidos no CCC
reveste-se de uma enorme importância
na capacidade de acompanhamento
adequado dos nossos doentes para
além dos cuidados multidisciplinares
prestados, quer nas instalações do CCC
quer no atendimento domiciliário, sempre
que o doente possa beneficiar da
concretização de cuidados diferenciados
no domicílio, através da intervenção da
nossa equipa móvel.
O objetivo essencial é o de proporcionar
aos doentes a continuidade de cuidados
especializados (incluindo a alta hospitalar
precoce) sem os afastar do seu
ambiente, prestando ainda cuidados
de natureza paliativa e de controlo de
sintomas em casos de doença avançada.
A equipa, cuja constituição nuclear inclui
médicos, psicólogos e enfermeiros,
é completada com especialistas de
fisioterapia e nutrição.
Esta Unidade assegura consultas
regulares no CCC, além de visitas
domiciliárias, realizando uma reunião
semanal de natureza multidisciplinar, na
qual são cuidadosamente planeados
os tratamentos dos doentes a cargo
referidos pelas diferentes DMT.
Em 2014, a sua atividade desenvolveu-se
em diversas vertentes: na assistência
clínica a doentes e família, em ações
formativas, em atividades científicas
e cívicas, dando, desse modo,
cumprimento ao plano traçado para
esse ano.
Em 2014 foram acompanhados por
esta unidade 449 doentes, tendo sido
realizadas 1 684 consultas.
Na vertente clínica, houve um grande
crescimento do número das consultas de
Psico-Oncologia, a par do verificado nas
outras Unidades Clínicas do CCC. Com
efeito, o número de consultas efetuadas
foi de 547, e o número de novos doentes
de 134, resultando num acréscimo de
218% e de 152%, respetivamente em
relação ao ano anterior.
A Unidade participa ainda em atividades
de natureza académica, nomeadamente
em projetos de investigação e no
desempenho de atividade docente na
Faculdade de Medicina da Universidade
de Lisboa.
De salientar que esta é uma área de
apoio transversal às várias patologias
oncológicas assistidas nas diversas
Unidades do CCC, concretizando
deste modo as recomendações
internacionais de qualidade dos cuidados
oncológicos através da integração do
acompanhamento psico-oncológico no
tratamento médico dos doentes.
A prestação de cuidados de Psico-Oncologia está a cargo da Doutora
Luzia Travado, especialista de psicologia
clínica com larga experiência nacional e
internacional, recentemente eleita como
Presidente da International Psycho-oncology Society para o biénio
2014-2016.
centro clínico
champalimaud
A Doutora Luzia Travado organizou
(enquanto Chair) o 16th World Congress
of Psycho-oncology and Psychosocial
Academy da International Psycho-Oncology Society, que se realizou em
Lisboa de 20 a 24 de outubro.
As participações em reuniões
científicas nacionais e internacionais, as
publicações e a participação em projetos
europeus e grupos de trabalho a nível
internacional têm dado visibilidade à
Psico-Oncologia do CCC e permitido
o seu envolvimento em importantes
iniciativas científicas e estratégicas nesta
área.
Unidade de Avaliação de Risco
e Diagnóstico Precoce
O Centro Clínico Champalimaud
tem vindo a estruturar, desde 2013,
um programa de avaliação de risco
oncológico e de diagnóstico precoce
primariamente destinado a pessoas
saudáveis interessadas em conhecer,
tanto quanto possível, o risco individual
na eclosão de diferentes tipos de
cancro. É um programa focado em alvos
múltiplos com integração e sincronização
de gestos, ao mesmo tempo que
procura reconhecer e inventariar as suas
vulnerabilidades por forma a desenhar
estratégias individualizadas de saúde
que contrariem os riscos.
Tem como responsável o
Dr. Frederico Silveira Machado,
especialista de Medicina Interna, e conta
com a colaboração ativa de especialistas
das várias Unidades que compõem
o CCC, nomeadamente o
Dr. Paulo Fidalgo, da Unidade de
Digestivo, a Dra. Celeste Alves,
da Unidade de Mama, o
Dr. Rogério Matos, pela Unidade de
Pulmão, e o Dr. Vasco Louro, pela
Unidade de Próstata.
Concentra a atenção nos riscos mais
prevalentes, onde estão cientificamente
validadas intervenções de caráter
preventivo, nos cancros digestivos
(colorretal e gástrico), mama, próstata,
útero e ovários, pulmão e pele. De modo
a estratificar o risco familiar, foi adotado
um modelo de funcionamento assente
num inquérito que inventaria riscos,
numa consulta de triagem para decisão
do perfil de exames a promover e
finalmente numa reunião multidisciplinar
que fundamenta o relatório de saída
com o acervo do que foi apurado e as
recomendações correspondentes
para o acompanhamento futuro.
É assim um método que se concentra
na personalização do relatório ou
caderneta de risco, ficando inventariados
os riscos e agendadas as medidas de
intervenção, bem como os intervalos
para a realização de atos subsequentes
de vigilância, de acordo com a visão da
reunião multidisciplinar e em debate com
o próprio avaliado.
As consultas tiveram início em setembro,
tendo sido avaliados 118 indivíduos
saudáveis.
3 centro clínico champalimaud
42
Serviços
Os Serviços que desenvolvem atividades
especializadas no diagnóstico e
tratamento de doentes oncológicos,
servindo transversalmente todas as DMT,
são os seguintes:
de colaborações de natureza externa.
Esta plataforma científica é da maior
importância para o desenvolvimento dos
projetos de investigação atuais e dos
que venham a ser estabelecidos entre a
Fundação Champalimaud e instituições
nacionais ou internacionais com as quais
colabora.
de dados clínicos com a avaliação
multiparamétrica de elementos
morfométricos e marcadores
moleculares na análise da arquitetura
específica de tecidos. Recorre a
modelos de inteligência artificial e
algoritmos apropriados para obter
resultados individualizados de cada
doente. Este sistema inovador poderá
constituir um instrumento valioso no
diagnóstico e caracterização de lesões
cancerosas primárias ou metastáticas,
com relevância na antecipação de
padrões de resposta ao tratamento e
também na previsão da probabilidade de
recorrência.
Patologia
Sendo a patologia um elemento central
na Oncologia Clínica, o laboratório
de patologia desempenha um papel
crucial, quer nas atividades clínicas
e de prestação de cuidados, quer
no desenvolvimento de investigação
aplicada nas diversas áreas de
intervenção do CCC. Dependem da
sua atividade diária os estudos de
natureza diagnóstica que se baseiam na
caracterização morfológica, fenotípica e
genotípica das entidades que tratamos,
bem como o registo, armazenamento
e preparação de amostras de tumores
doados pelos nossos doentes – Banco
de Tumores, plataforma que viabiliza
o desenvolvimento de trabalhos de
investigação em oncobiologia, quer
pelos nossos cientistas, quer através
A responsabilidade do laboratório de
patologia é do Prof. António
Lopez-Beltran (doutorado pela
Universidade de Córdova, Espanha),
patologista e cientista com larga e
consolidada experiência, em particular
na área dos tumores urológicos.
Trabalham ainda no Serviço dois outros
patologistas (Dras. Maria José Brito e
Rita Marques), além de cinco técnicos
de anatomia patológica.
Foi mantida em 2014 a colaboração com
a Mount Sinai School of Medicine, num
programa inovador, em desenvolvimento,
para diagnóstico anatomopatológico
designado por “Systems Pathology”.
Esta nova tecnologia tem por base a
integração de informação quantitativa
laboratório
de anatomia
patológica
Em 2014 efetuaram-se 11 996 exames
anatomopatológicos, englobando este
número 5 020 exames de histopatologia,
244 estudos moleculares, 4 149
estudos de imunocitoquímica e 2 583
exames de citologia. Todo o diagnóstico
anatomopatológico passou este ano
a ser assegurado pelo Laboratório de
Patologia do CCC, incluindo o apoio
direto ao bloco operatório, tendo o seu
movimento representado o triplo do
registado em 2013.
Medicina Nuclear
A equipa deste Serviço é constituída,
para além do seu diretor, Prof. Durval
C. Costa, médico doutorado pela
Universidade de Londres, por dois outros
médicos especialistas (Dras. Carla
Oliveira e Joana Correia Castanheira),
um físico médico (Dr. Paulo Ferreira –
em partilha com a Radioterapia), um
engenheiro físico (Eng. Rui Parafita Mercurius Health, S.A.) e cinco técnicos
superiores especialistas (Ana Canudo,
Bruno Martins, Diana Dantas, Sandra
Chaves e Sónia Teixeira.
Trabalham ainda no Serviço duas
técnicas superiores (Bárbara Freitas
e Vanessa Santos) e duas técnicas
superiores estagiárias (Andreia
Rodrigues e Mariana Silva).
O crescimento sustentado durante o
ano de 2014 atingiu quase o dobro
dos exames/doentes estudados no
ano anterior. Esta tendência crescente
é também patente na análise dos
dois parâmetros de atividade mais
significativos, isto é, da câmara PET/CT e
da câmara gama.
A análise da atividade por trimestre
revela um crescimento contínuo até
ao 4.º trimestre de 2014 em que foram
examinados 1 310 doentes (em vez de
821 e 293 nos períodos homólogos
de 2013 e 2012, respetivamente).
Estão englobados neste número
exames diagnósticos, planos de
tratamento ambulatório e também
eletrocardiogramas (ECG) de repouso.
Os objetivos fundamentais do Serviço
estão direta e intimamente relacionados
com a utilidade dos radiofármacos nas
suas três vertentes fundamentais, que
incluem áreas diversificadas de atuação,
como diagnóstico, terapêutica, ensino,
treino, investigação e divulgação.
O cumprimento destes objetivos
representa um continuum e foi
reconhecido com a Acreditação de
Serviço de Medicina Nuclear pela UEMSEBNM (União Europeia de Médicos
Especialistas – Section and European
Board of Nuclear Medicine) para o
período entre 2014 e 2018.
Na prestação de serviços foi atingido
o número anual de 4 758 doentes
estudados com diversos tipos de
radiofármacos, quer para diagnóstico,
quer para terapêutica.
Estudos com PET utilizando o peptídeo
68Ga-DOTANOC para diagnóstico,
estadiamento, re-estadiamento e avaliação
da resposta à terapêutica de neoplasias
neuroendócrinas cresceram desde a sua
introdução para um total anual de 30.
O serviço foi pioneiro em Portugal
numa nova modalidade terapêutica em
ambulatório com dicloreto de rádio-223
(Xofigo), para tratar metástases ósseas
em doentes com carcinoma da próstata
resistente à castração. É também, neste
momento, o serviço de Medicina Nuclear
que em Portugal mais doentes tratou
com este radiofármaco.
Na atividade académica (ensino e
investigação) destaca-se a colaboração
e empenho na conclusão de trabalhos
de projetos de licenciatura e mestrado
com aproveitamento muito bom e
classificações elevadas, quer a nível
técnico, quer a nível universitário,
por parte de alunos que usufruem
das nossas atividades e instalações,
de acordo com parcerias funcionais
3 centro clínico champalimaud
44
em curso. Mantém a colaboração
num projeto financiado pela FCT
em 2012 e que terminará em 2015
(Neurotransmissão dopaminérgica na
aprendizagem alimentar e obesidade/
Dopaminergic neurotransmission in
dietary learning and obesity - HMSPICJ/0020/2011 – 239.352,00 euros).
4 161 de ultrassonografia (500 e 1 771
em 2012 e 2013, respetivamente), 5 993
de TAC (1 117 e 3 667 em 2012 e 2013,
respetivamente) e 3 254 de RM (465 e
1 859 em 2012 e 2013, respetivamente).
A estes números acrescem 1 820 estudos
de TC ou RM para planeamento de
radioterapia.
Radiologia diagnóstica e de
intervenção
Em parceria com a Sociedade Europeia
de Ressonância Magnética (ESMRMB),
o Serviço de Radiologia organizou nos
dias 4 a 6 de abril de 2013 um curso
sobre aplicações clínicas da técnica de
difusão. O tema foi tratado por um painel
de especialistas em sessões plenárias
e em sessões interativas de pequenos
grupos de participantes. Para além dos
aspetos relacionados com a aquisição
da imagem e a reprodutibilidade da
técnica, foram discutidos o papel da
difusão na deteção e caracterização de
lesões tumorais da cabeça e pescoço,
do tórax, do abdómen e da pelve
masculina e feminina. O papel cada
vez mais importante da técnica de
difusão no prognóstico, na avaliação
da resposta terapêutica e na deteção
da recidiva tumoral foi igualmente
discutido e ilustrado. Foram descritas e
abundantemente ilustradas a técnica de
difusão “corpo inteiro” e as aplicações
da mesma na avaliação de metástases
ósseas e doenças inflamatórias.
O Serviço de Radiologia é dirigido pelo
Dr. Luís Rosa e tem como orientador
científico o Prof. Celso Matos. Suporta
transversalmente as DMT através da
realização, interpretação e elaboração
de relatórios de exames de imagem no
diagnóstico e avaliação de resposta
terapêutica, através da participação
de especialistas nas diversas reuniões
multidisciplinares e ainda na radiologia
de intervenção, nomeadamente na
realização de biópsias, termoablações e
embolizações tumorais.
A equipa médica do Serviço de
Radiologia é constituída pelos
seguintes especialistas: Dr. Luís Rosa
(responsável pelo serviço e especialista
em radiologia diagnóstica de corpo
e musculo-esquelética e radiologia
de intervenção); Dras. Celeste Alves
e Eva Batista (radiologia mamária);
Dras. Alexandra Borges e Joana Ruivo
(neurorradiologia) e as Dras. Ana Gaivão
e Sara Bulião (radiologia diagnóstica de
corpo e ultrassonografia). Esta equipa
conta ainda, com caráter regular, com
a colaboração e orientação científica
do Prof. Celso Matos (professor de
radiologia da Universidade Livre de
Bruxelas). O serviço dispõe atualmente
de quatro técnicos de radiologia.
O equipamento instalado inclui dois
aparelhos de ressonância magnética 1.5
Tesla, um dos quais de última geração e
dotado de capacidades acrescidas, um
aparelho de tomografia computorizada
de 16 cortes, um mamógrafo digital,
uma instalação de radiologia digital, um
equipamento de osteodensitometria e
diversos ecógrafos.
O crescimento das atividades do
serviço, em 2014, foi muito significativo,
com um total de 23 060 exames
realizados, entre os quais 5 875 de
imagiologia mamária (716 e 2 293
em 2012 e 2013, respetivamente),
equipamento
philips pet/ct
equipamento
philips ingenia 1.5t
(MRI)
Com a Sociedade Europeia de
Radiologia Abdominal e Gastrointestinal
(ESGAR), o Serviço de Radiologia
organizou em 10 e 11 de maio de 2013
um curso multidisciplinar sobre doenças
do pâncreas. Foram abordadas as
doenças inflamatórias e tumorais do
pâncreas, do ponto de vista clínico,
anatomopatológico e imagiológico,
incluindo os dados mais recentes
fornecidos pelas técnicas de medicina
nuclear e de endoscopia terapêutica.
Apesar dos avanços registados na
área da imagiologia, a investigação das
doenças pancreáticas continua a ser
um desafio para o conjunto das equipas
multidisciplinares.
Radioncologia
O Serviço de Radioncologia
representa, no conjunto dos setores
de intervenção clínica do Centro, um
dos mais proeminentes e destacados,
pelo seu equipamento e tecnologia
muito avançada e de última geração,
essencialmente focada na aplicação
e desenvolvimento de modalidades
inovadoras de radioterapia guiada
por imagem, permitindo a redução
do número de sessões de tratamento
(hipofracionamento) e em casos
selecionados, a utilização de
radioterapia de grande precisão e alta
dose, administrada numa única sessão
(single-dose radiotherapy).
A equipa multidisciplinar é dirigida
pelo Prof. Carlo Greco, especialista de
radioncologia com sólida experiência
adquirida em instituições como o
Memorial Sloan-Kettering Cancer
Center, em Nova Iorque, e o Instituto
Europeu de Oncologia em Milão.
A equipa de especialistas inclui os
Drs. Elisabeth Moser, Nuno Pimentel,
Oriol Parés e Vasco Louro. Fazem ainda
parte da equipa os físicos médicos
Sandra Vieira, Joep Stroom e Paulo
Ferreira, além de dosimetristas e
técnicos de radioterapia.
Um dos focos principais de
desenvolvimento e de ativa pesquisa
consiste na definição e implementação
das indicações da Radiocirurgia
extracraniana (Sterotatic Body
Radiation Therapy ou SBRT). Além da
abordagem local à doença oncológica
em estádios avançados mas com
número escasso de focos metastáticos
(doença oligometastática), o serviço
explora a utilização desta modalidade
de tratamento em cancros primários
do pulmão e da próstata através da
condução de ensaios clínicos.
O parque tecnológico do Serviço
de Radioncologia consta de três
aceleradores lineares, sendo dois
desses equipamentos modelos topo
de gama do fabricante Varian Medical
Systems (TrueBeam e Edge), tendo
sido o modelo Edge (última geração de
aceleradores lineares de alta energia)
o primeiro destes equipamentos a ser
instalado no mundo pelo respetivo
fabricante. Estes equipamentos
proporcionam uma colaboração entre
3 centro clínico champalimaud
46
a Fundação Champalimaud e a Varian
Medical Systems já iniciada em 2012,
tendo como objetivo o desenvolvimento
de um centro internacional de formação
avançada em radioterapia, com base
na utilização daquelas plataformas,
vocacionadas para explorar novas
modalidades de utilização de
radioterapia, nomeadamente as que se
baseiam em radioterapia de alta precisão
e hipofracionamento ou dose única.
Hospital de Dia
O Hospital de Dia do Centro Clínico,
situado no piso -1, entre dois jardins
e sendo um deles para uso exclusivo
dos doentes, dispõe de 30 postos
para administração de tratamentos de
quimioterapia ambulatória, em condições
de conforto e privacidade apropriadas
(acesso a wi-fi, televisão individual e lugar
para um acompanhante). O Hospital
de Dia dispõe ainda de quatro quartos
individuais, equipados como quartos de
internamento e utilizados sempre que os
tratamentos previstos se prolonguem por
mais do que quatro horas.
Este programa, intitulado “Radiotherapy
Advanced Techniques Clinical School”,
concretizou-se em 2014 através de sete
edições do curso, nas quais participaram
75 especialistas de radioterapia, técnicos
e físicos médicos especialistas, oriundos
de 14 países.
Radiotherapy
Advanced Techniques
Clinical School
plataforma varian
“EDGE” (ACELERADOR
linear)
Hospital de dia
jardim
É coordenado pela Enfermeira Emília
Rito, e trabalham neste setor, no período
diurno (entre as 8h00 e as 20h00), uma
equipa de enfermagem dedicada e a
equipa médica de apoio permanente,
integrando especialistas de oncologia
médica das diferentes DMT.
Em 2014, foram tratados neste
espaço 1 331 doentes, com recurso
a 7 983 intervenções. Na sua maioria
foram tratamentos de quimioterapia
intravenosa, com base nos diferentes
protocolos de tratamento utilizados pelas
diferentes DMT. Outros procedimentos
de natureza ambulatória incluíram 408
transfusões de componentes de sangue.
Farmácia
Os Serviços Farmacêuticos do CCC
têm como colaboradores, além do
responsável, Dr. Bruno Garrancho, a
Prof. Carla Barros, os Drs. João Paulo
Raposo e João Vasco Silva e as técnicas
de farmácia hospitalar Paula Bustorff e
Eduarda Pinheiro.
Os serviços assegurados pela
Farmácia dizem respeito à aquisição de
medicamentos utilizados em tratamentos
oncológicos, assim como dispositivos
médicos e contrastes radiológicos.
Tem a seu cargo a gestão dos stocks
de medicamentos, a preparação de
fórmulas magistrais (92 preparações) e a
reembalagem de medicamentos, sempre
que esse procedimento é necessário.
Compete-lhe também a validação e
preparação de citotóxicos, de acordo
com as normas de segurança definidas
na legislação em vigor.
A Farmácia assegura ainda a distribuição
de medicamentos, o registo em sistema
informático dos movimentos de saída,
a atualização da base de dados de
medicamentos e a introdução dos
protocolos de quimioterapia no sistema
informático.
3 centro clínico champalimaud
48
Integram esta Unidade cinco
colaboradores devidamente qualificados
e com experiência na área de ensaios
clínicos. A estrutura funcional está
organizada por Unidades de Patologia,
sendo cada um deles responsável por
uma área específica.
Unidade de Técnicas e Intervenção
Em junho de 2014 entrou em
funcionamento a Unidade de Técnicas
e Intervenção, sob a coordenação do
Prof. Nuno Figueiredo. Esta Unidade é
constituída por uma sala de endoscopia
diagnóstica e terapêutica e por uma sala
híbrida que associa todas as valências
de um bloco operatório a um conjunto
de dispositivos médicos de aquisição
de imagem de elevada resolução. No
mesmo espaço físico, a Unidade dispõe
de um recobro pós-anestésico com oito
espaços individuais que permitem uma
vigilância e monitorização intensivas,
proporcionando aos doentes submetidos
a intervenção uma recuperação em
condições de grande segurança.
Estes espaços são utilizados
transversalmente por todas as DMT,
permitindo a realização de todo o tipo de
endoscopias diagnósticas e terapêuticas,
cirurgia de ambulatório, angiografia e
radiologia de intervenção.
Na Unidade funciona um corpo de
profissionais especializados constituído
por anestesistas, enfermeiros e
assistentes operacionais.
Nos últimos nove meses realizaram-se
223 procedimentos na sala híbrida.
Unidade de Ensaios Clínicos
Esta Unidade é coordenada pela
Dra. Manuela Seixas e dá apoio à
condução de investigação clínica
(Clinical Research Office). Tem como
objetivo centralizar toda a informação
decorrente dos estudos de investigação
clínica em curso e os que venham
a ser desenvolvidos pelas equipas
técnicas do CCC, proporcionando aos
investigadores o apoio necessário ao
bom fluxo de informação essencial à
elaboração e condução dos protocolos
de investigação, gestão de dados,
avaliação estatística e de documentação
relacionada com as instituições e as
entidades intervenientes em cada
estudo, como sejam a Comissão de Ética
para a Saúde (CES), a Comissão de Ética
para a Investigação Clínica (CEIC) ou a
Autoridade Nacional do Medicamento
e Produtos de Saúde, I.P. (Infarmed) e
a Comissão Nacional de Proteção de
Dados (CNPD).
Foram desenvolvidos durante o ano de
2014 ensaios clínicos na Unidade de
Mama (10) e foram iniciados estudos
clínicos no Serviço de Radioncologia
(estudo de fase II) e nas Unidades de
Pulmão, Hemato-Oncologia e Próstata.
Acordos e
convenções
sala híbrida
cirurgia e
radiologia de
intervenção
No ano de 2014, procurou-se ativamente
aumentar o acesso dos nossos
utilizadores a mais unidades, mais
serviços e à sua cobertura por um
número crescente de acordos com
entidades que suportam despesas em
saúde (subsistemas e seguros de saúde).
Consolidaram-se os acordos com os
diferentes subsistemas de saúde e
seguradoras que operam em Portugal
(ADSE, AdvanceCare, Allianz, IASFA,
Multicare, Médis, SAMS Quadros, Future
Health Care, SAD-PSP, SAD-GNR e
SSCGD – Serviços Sociais da Caixa
Geral de Depósitos).
Atendendo à grande diferenciação
do Serviço de Medicina Nuclear, foi
possível estabelecer parcerias com o
Hospital Distrital de Évora, o Hospital
Garcia de Orta e o Centro Hospitalar
Lisboa Ocidental. Naquele serviço são
ainda realizados exames de PET/CT e
cintigrafias a doentes do Hospital de
São José, do Hospital de Santa Marta e
do Hospital D. Estefânia.
Na área da Radioterapia, mantivemo-nos
como prestadores de referência para
o Instituto Português de Oncologia de
Lisboa, Francisco Gentil.
3 centro clínico champalimaud
50
Reuniões Científicas
atualmente proporcionam na identificação
de formas precoces e curáveis ou no
controlo efetivo e prolongado de diversos
tipos de cancro.
O ciclo de conferências “Champalimaud
Cancer Symposia”, organizado pela
Fundação Champalimaud, é uma
iniciativa de sucesso que pretende
aproximar um público especializado às
atividades desenvolvidas na Fundação,
reforçando o seu posicionamento
de dinamizador e promotor de
conhecimento e discussão. Em 2014,
tiveram lugar três destes encontros.
O primeiro ocorreu em 14 e 15 de
fevereiro, tendo como título “Rectal
Cancer - When NOT to Operate”. Este
encontro, que juntou alguns dos maiores
especialistas mundiais na área do
cancro do reto, centrou-se no debate
sobre o impacto da resposta completa à
quimioradioterapia como indicador
de prognóstico na seleção de doentes
para tratamento cirúrgico ou apenas
vigilância periódica.
Resultaram da reunião algumas
recomendações de consenso sobre
os critérios a observar na avaliação
da resposta ao tratamento de
quimioradioterapia que suportem a
opção entre cirurgia versus vigilância
ativa (“Watch and Wait”), com ganhos
em diminuição de morbilidade e
qualidade de vida. Neste encontro internacional, participou
uma vasta audiência composta por
profissionais de saúde provenientes de
Portugal, Espanha, Reino Unido, França,
Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda,
Roménia, Polónia, Canadá, EUA, Brasil e
Argentina, tendo passado pelo auditório
da Fundação mais de 400 especialistas
nas áreas de cirurgia, oncologia médica,
gastrenterologia, radioncologia e
radiologia.
O sucesso desta iniciativa deu lugar
à realização, a 7 e 8 de novembro, da
2.ª reunião internacional sobre cancro
do reto, com o título “Rectal Cancer –
When TO operate – Operative Treatment
Strategies... From Minimal to Maximal”
– desta vez dedicado ao outro ângulo da
terapêutica desta tipologia de cancro,
a cirurgia.
Foram debatidos em grande detalhe
os avanços tecnológicos recentes
com repercussão no tratamento do
cancro do reto, nomeadamente da
Esses resultados modificam de forma
significativa o papel indispensável
dos especialistas de Medicina Geral
e Familiar na obtenção de ganhos
substanciais na luta contra o cancro e
reforçam claramente a indispensabilidade
de estreita colaboração entre os
médicos de proximidade e os centros de
grande especialização em diagnóstico e
tratamento do cancro.
cirurgia robótica. Discutiu-se também
o impacto dos novos desenvolvimentos
em imagiologia e em modalidades de
radioterapia na obtenção de melhores
resultados, com redução da morbilidade
e melhoria da qualidade de vida
dos doentes. Com este encontro, a
Fundação Champalimaud procurou
promover a partilha de experiências e
contribuir para perspetivas futuras no
tratamento cirúrgico do cancro do reto. Nos dois dias do evento, estiveram
presentes mais de 250 cirurgiões,
gastrenterologistas, especialistas
em radiologia, medicina nuclear,
radioncologia e estudantes.
Numa perspetiva de aproximação da
Fundação Champalimaud à comunidade
médica que presta cuidados primários
à população portuguesa, a Fundação
Champalimaud promoveu, com o apoio
da Associação Portuguesa de Medicina
Geral e Familiar, o Simpósio “Inovação e
Controvérsia em Oncologia – Cuidados
partilhados com a Medicina Geral e
Familiar”, que decorreu nos dias 26 e 27
de setembro de 2014, no Auditório da
Fundação.
Foi uma reunião essencialmente
dirigida para a problemática da
prevenção, do rastreio e do diagnóstico
precoce em oncologia, tendo sido
amplamente discutidas as implicações
das novas tecnologias de diagnóstico
e de tratamento nos resultados que
Os médicos e enfermeiros do Centro
Clínico Champalimaud apresentaram
o trabalho aqui desenvolvido e foram
discutidas modalidades de colaboração
entre as equipas da Fundação
Champalimaud e os profissionais que
diariamente contactam, em primeira
mão, com doentes vítimas de doença
oncológica.
rectal cancer-WHEN
not tO OPERATE
14 e 15 fevereiro
No âmbito do ciclo de conferências
“Champalimaud Cancer Symposia” foi
ainda anunciada a realização de um novo
encontro internacional, “Pelvic Happiness
for Pelvic Cancer Patients – Function
Preservation by Treatment Precision”, a
ter lugar nos dias 13 e 14 de fevereiro de
2015 com um painel multidisciplinar de
especialistas para discutir a problemática
da neoplasia pélvica, enquadrando não
só o cancro do reto mas também os
tumores das vias urinárias, da próstata
e ginecológicos.
3 centro clínico champalimaud
52
Seminários Clínicos
Publicações
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Maio 2014
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Julho 2014
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Setembro 2014
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58
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
c h a m pa l i m au d
R E S E A R CH
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
60
O Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP) foi criado em 2007,
através de um acordo de colaboração
entre a Fundação Champalimaud e a
Fundação Calouste Gulbenkian. Trata-se de uma equipa de investigação
fundamental com o objetivo amplo
de compreender o funcionamento
do cérebro através de abordagens
integrativas de biologia. Os laboratórios
do CNP aplicam técnicas avançadas
de biologia molecular, fisiologia e
imagiologia para perceber a função
dos circuitos e sistemas neuronais em
diversos modelos animais, incluindo
moscas-da-fruta, também chamadas
de Drosophila, ratinhos, também
conhecidos por murganhos, ratos e
peixe-zebra.
Diretores:
Zachary Mainen, Ph.D
Rui Costa, Ph.D
Panorama geral da
investigação
Em 2014, juntaram-se ao Programa dois
novos investigadores principais: Gonzalo
de Polavieja, coordenador do Laboratório
de Comportamento Coletivo, e Noam
Shemesh, coordenador do Laboratório
de Atividade e Microestrutura Neuronal.
Cada um destes laboratórios traz um
novo conjunto de conhecimentos e
abordagens ao CNP, nomeadamente
a observação e análise de alto nível de
comportamentos em grupo (laboratório
Polavieja) e técnicas inovadoras de
imagiologia baseadas em ressonância
magnética que abrem novos caminhos
para o estudo da estrutura, metabolismo
e funções cerebrais (laboratório
Shemesh).
open lab
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
62
Grupos de
investigação
Desde dezembro de 2014, o CNP
compreende 19 grupos de investigação
independentes, liderados por 17
Investigadores Principais internos e por
2 Investigadores Principais externos, os
chamados laboratórios associados:
Megan Carey – Laboratório de
Comportamento e Circuitos Neuronais
Rui Costa – Laboratório de
Neurobiologia da Acção
Inbal Israely – Laboratório de Estrutura
e Função Neuronais
Susana Lima – Laboratório de
Neuroetologia
Zachary Mainen – Laboratório de
Neurociência de Sistemas
Michael Orger – Laboratório da Visão
à Ação
Este grupo de investigação utiliza como
sistema-modelo o cerebelo de roedores
para estudar de que forma os mecanismos
celulares e sinápticos interagem nos
circuitos neuronais para controlar o
comportamento.
Este grupo investiga os mecanismos
subjacentes ao processo de geração
e seleção de ações, aprendizagem
de competências motoras e de ações
intencionais versus hábitos, utilizando
uma abordagem que envolve diferentes
níveis, desde moléculas a circuitos.
Este grupo usa uma combinação de
ferramentas moleculares e genéticas
associadas a metodologias de
imagiologia e eletrofisiologia; esta
abordagem pretende determinar de que
forma a atividade pode levar a mudanças
estruturais específicas em neurónios
importantes para a aprendizagem, e
de que modo essas mudanças afetam
a conectividade dentro dos circuitos
neuronais.
Este grupo pretende adquirir uma visão
mecanicista dos processos neuronais
subjacentes a comportamentos
fundamentais no sexo feminino: a
escolha de um parceiro adequado e
como iniciar e terminar o comportamento
sexual. Este grupo estuda processos de decisão
em roedores e humanos, com particular
ênfase no papel da incerteza e confiança
e na função do sistema serotonérgico.
Através da utilização de abordagens
computacionais e experimentais, esta
investigação pretende estabelecer
ligações entre os sistemas neuronais
e o comportamento.
Este grupo utiliza o peixe-zebra como
organismo-modelo para estudar como
o cérebro integra informação sensorial e
seleciona e executa ações apropriadas.
Eugenia Chiappe – Laboratório de
Integração Sensório-Motora
Gonzalo de Polavieja – Laboratório de
Comportamento Coletivo
Adam Kampff – Laboratório de
Sistemas Inteligentes
Christian Machens – Laboratório de
Neurociência Teórica
Marta Moita – Laboratório de
Neurociência Comportamental
Joseph Paton – Laboratório de
Aprendizagem
Este grupo estuda os processos de
integração através dos quais o cérebro
associa os sinais sensoriais correntes
com as consequentes ações motoras,
utilizando como organismo-modelo a
Drosophila melanogaster.
Este laboratório estuda as regras
utilizadas pelo grupo para influenciar
o comportamento individual e a
forma como essas regras explicam a
emergência/o aparecimento de padrões
no grupo, usando como organismos-modelo peixes-zebra e seres humanos.
Este laboratório investiga de que modo
as informações são armazenadas em
redes neuronais, e como são utilizadas
para controlar o comportamento
adaptativo em roedores. Em paralelo à
investigação experimental, dedica-se
ainda ao desenvolvimento de avanços
técnicos, com o objectivo de criar
novas ferramentas que possibilitem
a progressão na investigação em
neurociência.
O principal objetivo deste grupo é
associar a atividade de várias áreas do
cérebro a uma teoria computacional
de comportamento animal, através
da análise de registos da atividade
neuronal e da construção de modelos
matemáticos de circuitos neuronais.
Este grupo foca-se na compreensão
dos mecanismos neuronais subjacentes
à plasticidade comportamental, em
particular a base neuronal da formação
da memória, utilizando uma combinação
de ferramentas comportamentais,
farmacológicas, moleculares e
eletrofisiológicas.
Este grupo tem como objetivo revelar
os mecanismos neuronais subjacentes
à representação interna do tempo,
através da observação e manipulação
de elementos neurofisiológicos no
comportamento de roedores.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
64
Leopoldo Petreanu – Laboratório de
Circuitos Neuronais
Alfonso Renart – Laboratório de
Dinâmica e Computação de Circuitos
Carlos Ribeiro – Laboratório de
Comportamento e Metabolismo
Noam Shemesh – Laboratório de
Atividade e Microestrutura Neuronal
Maria Luísa Vasconcelos – Laboratório
de Comportamento Inato
Grupos de investigação associados
ao CNP:
Este grupo aborda o papel funcional das
ligações córtico-corticais na computação
cortical, através do estudo da estrutura
e função destes circuitos utilizando
métodos óticos.
A estratégia de investigação deste
grupo centra-se tanto na identificação
de aspetos característicos da
organização de populações – através
de registos simultâneos da atividade de
populações neuronais durante tarefas
comportamentais controladas – como
no desenvolvimento de um entendimento
mecanicista de como esses padrões
de atividade da população emergem –
através do desenvolvimento de modelos
matemáticos dos circuitos neuronais
subjacentes.
Este grupo estuda como o estado
metabólico interno da mosca-da-fruta,
Drosophila melanogaster, afeta as
suas decisões comportamentais, com
o objetivo de compreender de que
modo os mecanismos moleculares e
celulares controlam processos biológicos
complexos ao nível de todo o organismo.
Este grupo utiliza Imagiologia de
Ressonância Magnética de campo
elevado em conjunto com optogenética e
microscopia ótica para estudar a relação
entre a atividade neuronal e as alterações
nas microestruturas neuronais.
Este grupo combina abordagens
comportamentais, genéticas,
eletrofisiológicas e de imagiologia
para compreender de que forma
determinados circuitos neuronais e a
sua ativação provocam comportamentos
inatos específicos.
Domingos Henrique – Laboratório de
Desenvolvimento Neuronal
Este grupo investiga os eventos
moleculares que controlam a produção
de células estaminais neuronais
no embrião, como são mantidas
estas células, e como dão origem
à multiplicidade de neurónios que
compõem o sistema nervoso central
adulto.
Rui Oliveira – Laboratório de
Neuroendocrinologia Social
Este grupo procura compreender os
mecanismos neuroendócrinos do
comportamento social e a forma como
o ambiente social pode influenciar o
sistema neuroendócrino.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
66
Crescimento e
Diversidade do CNP
No final de dezembro de 2014, o
CNP contava com 197 membros: 17
Investigadores Principais, 54 bolseiros
de pós-doutoramento, 85 alunos
de doutoramento, 15 técnicos de
laboratório, 12 alunos de mestrado
e 14 funcionários administrativos.
A distribuição por género é bastante
equilibrada, com um total de 103
homens e 94 mulheres (52% e 48%).
Os países de origem dos membros do
CNP são diversos, contando 28 nações
diferentes e incluindo, juntamente com
Portugal e muitos países europeus, o
México, Japão e Índia. Esta diversidade é
também espelhada ao nível da formação
académica dos membros do CNP, que
inclui as áreas de Biologia, Ciências
da Computação, Matemática, Física,
Neurociências, Psicologia e Ciências
Médicas, contribuindo para um ambiente
dinâmico que promove novas ideias e
abordagens.
Publicações
Lab meeting
laboratório de
neurobiologia da ação
simone lackner
investigadora
Lab meeting
laboratório de
NEUROCIÊNCIA DE
sistemas
Em 2014, o trabalho do CNP resultou
em 31 artigos publicados em revistas
científicas com arbitragem por pares.
Muitos desses artigos foram publicados
em revistas de impacto elevado, como
a Nature Neuroscience, Current Biology
e Neuron, evidenciando o potencial
alcance da investigação realizada pelos
investigadores do CNP.
Entre estes artigos, encontra-se um
estudo realizado pelo Laboratório de
Neurobiologia da Ação intitulado “Basal
ganglia subcircuits distinctively encode
the parsing and concatenation of action
sequences”. Este artigo descreve os
mecanismos neuronais usados pelo
cérebro para criar sequências únicas
e exclusivas a partir de elementos
individuais. Este é um processo que
ocorre quando um conjunto de sílabas
isoladas se torna numa palavra, ou notas
individuais numa peça musical. O estudo
foi publicado na revista científica Nature
Neuroscience. Outro dos destaques, também publicado
na revista Nature Neuroscience, é um
estudo realizado pelo Laboratório de
Neurociência de Sistemas e intitulado
“Neural antecedents of self-initiated
actions in secondary motor cortex”.
Neste estudo, os investigadores
descobriram neurónios que prevêem
o momento de ações espontâneas em
ratos. Além disso, constataram ainda que
os seus dados podiam ser explicados
por uma teoria de tomada de decisão
denominada modelo de “integração até
um limiar”, sugerindo que, apesar de
alguns neurónios conseguirem prever as
decisões, a decisão final é determinada
pela soma da contagem dos votos,
muitas vezes vacilantes, dos múltiplos
neurónios.
Um outro estudo publicado em 2014,
pelo Laboratório da Visão à Ação,
intitulado “Whole-brain activity maps
reveal stereotyped, distributed networks
for visuomotor behavior”, revelou os
primeiros mapas de atividade neuronal
no cérebro de peixes-zebra com
atividade comportamental. Este estudo,
publicado na revista científica Neuron,
utilizou avançadas ferramentas de
optogenética para medir a atividade de
células individuais ao longo de todo o
cérebro destes peixes.
Por fim, num estudo publicado na
revista Nature Communications, os
investigadores do Laboratório de
Comportamento e Metabolismo,
utilizando a mesma tecnologia
correntemente empregue nos ecrãs
touch-screen, desenvolveram uma forma
engenhosa de medir as quantidades
minúsculas de comida consumidas pela
mosca-da-fruta, resolvendo assim um
problema de longa data no campo da
investigação alimentar.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
68
Financiamento e
Prémios
Até ao final de dezembro de 2014,
estiveram em vigor no CNP 42 bolsas
de investigação individuais e 52 bolsas
de estudo, somando mais de 16 milhões
de euros em financiamentos concedidos
por agências portuguesas, europeias e
internacionais.
Entre as bolsas atribuídas em 2014,
2 foram premiadas pelo European
Research Council (ERC). A primeira,
concedida em janeiro, foi uma ERC
Consolidation Grant atribuída ao
investigador Rui Costa para o estudo
das “Neural bases of action chunking in
basal ganglia subcircuits”. A segunda,
atribuída a Megan Carey em dezembro,
foi uma ERC Starting Grant, dedicada
à exploração dos “Cerebellar circuit
mechanisms of coordinated locomotion
in mice”.
A 10 de junho, dia de Portugal,
de Camões e das Comunidades
Portuguesas, Rui Costa foi também
galardoado pelo Presidente da República
Portuguesa com o título honorífico de
Comendador da Ordem de Sant’Iago de
Espada. Por último, Rui Costa recebeu
ainda o prémio 2014 Louis-Jeantet
Young Investigator Career Award, que
visa distinguir o seu trabalho sobre a
neurobiologia de ação, para o qual já lhe
havia sido concedida uma ERC Starting
Grant em 2009.
Em dezembro de 2014, Carlos Ribeiro
foi eleito membro do primeiro grupo de
FENS-Kavli Scholars, promovido pela
Federação Europeia de Sociedades de
Neurociência e pela Fundação Kavli.
Os 20 jovens investigadores europeus de
Neurociência que integram este grupo
foram escolhidos pela excelência dos
seus projetos, bem como pela perspetiva
de constituírem a mais nova geração de
extraordinários pioneiros no seu campo
de investigação.
Em 2014, Rui Costa recebeu ainda várias
distinções de reconhecimento pelo seu
trabalho de investigação. A primeira,
anunciada em maio, foi a sua eleição
como membro da European Molecular
Biology Organization (EMBO).
Com esta eleição, Rui Costa juntou-se
a um prestigiado grupo de mais de
1 500 cientistas internacionais, líderes
no respetivo campo de investigação,
entre os quais o diretor do CNP,
Zachary Mainen.
plataforma de moscas
Em 2014, a Fundação Champalimaud,
em conjunto com a Universidade de
Bordéus em França, foi selecionada
para acolher o “Cajal Advanced
Neuroscience Training Programme”,
uma iniciativa da Federation of European
Neuroscience Societies (FENS) em
colaboração com a International Brain
Research Organization (IBRO).
O “Cajal Advanced Neuroscience
Training Programme” compreende um
conjunto de cursos intensivos, com uma
forte componente prática, oferecendo
formação de alto nível sobre o estado
da arte em neurociência. Para 2015, está
prevista a realização de 4 cursos,
sendo que 2 deles decorrerão no
Centro Champalimaud.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
70
Estudos de
Pós-Graduação
O CNP é também responsável, desde
2007, pelo International Neuroscience
Doctoral Programme (INDP).
Este programa tem por objetivo
proporcionar aos alunos uma formação
transdisciplinar em diversos tópicos de
neurociência contemporânea, tais como
fisiologia celular e sináptica, sensação
e ação e neurociência cognitiva,
integrada num conjunto de aulas
formais e aulas práticas que permitem o
desenvolvimento de projetos e atividades
experimentais. É dado um realce
particular às abordagens quantitativas,
sendo que os alunos também recebem
formação fundamental em matemática
e programação. Em 2014, juntaram-se
ao INDP 8 novos alunos de diversas
nacionalidades: Espanha, Itália, Lesoto e
Portugal. Este novo grupo de estudantes
irá enriquecer a forte diversidade
do CNP, não só em nacionalidades,
mas também através da sua própria
formação pré-doutoramento em tópicos
como Neurociência Cognitiva, Biologia
Molecular e Matemática.
teaching lab
Colóquio “From the Ribosome
to Ubiquitin to False and
Genuine Memories” com a
participação dos laureados
com o Prémio Nobel:
Aaron Ciechanover,
Susumu Tonegawa
e ada Yonath
2 maio
Eventos
Para complementar as atividades
relacionadas com a investigação, o CNP
organizou vários eventos importantes em
2014.
Em setembro, teve lugar o workshop
“One, Two, Many Brains”, reunindo
47 investigadores que estudam as
capacidades cognitivas de cérebros
individuais em contexto de interação
social, ao nível de pequenos e grandes
grupos.
teaching room
teaching lab
Em maio, o CNP acolheu o “Nobel
Laureates Colloquium”, um evento onde
três laureados com o Prémio Nobel
– Ada Yonath, Aaron Ciechanover e
Susumu Tonegawa – falaram sobre a sua
investigação perante um público diverso.
Durante os meses de junho a agosto,
teve lugar no Centro Champalimaud o
“Harvard-Champalimaud Undergraduate
Research Programme”. Trata-se de
um programa em colaboração com
a Universidade de Harvard, iniciado
em 2012 e a decorrer pela 5.ª edição
consecutiva. Ao longo de 3 meses,
cerca de 5 estudantes da Universidade
de Harvard, e recentemente também de
outros institutos, são expostos a uma
variedade de técnicas utilizadas em
neurociência, enquanto desenvolvem
projetos independentes ao longo de
10 semanas, que culminam com uma
apresentação final perante a comunidade
de investigadores do CNP.
Além das atividades referidas, foram
também ministrados três cursos
avançados, proporcionando uma
exploração aprofundada sobre temas
que vão desde a “Variability in Biology”,
“Advanced Behaviour Technology” e
“Homology in Neuroethology”.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
72
Comunicação e
divulgação científica
Além da investigação científica, 2014
foi também um ano produtivo em
termos de comunicação e divulgação
de ciência.
Os eventos “Ar | Respire Connosco”, uma
iniciativa de um grupo de voluntários
composto por estudantes, bolseiros
de pós-doutoramento e Investigadores
Principais, aconteceram pelo quarto ano
consecutivo. Em 2014, esta iniciativa
compreendeu 9 diferentes eventos,
3 dos quais integraram um programa
denominado “DançAr”, dedicado a
explorar diferentes aspetos da dança.
Além dos eventos, o programa “DançAr”
incluiu ainda workshops onde os
participantes puderam experimentar
diferentes formas de dança e movimento,
nomeadamente improvisação, tango,
lindy hop e ainda outros estilos.
O projecto “Sciencecalifragilistic”, uma
iniciativa de educação de ciência,
iniciada em 2013 e cuja segunda
edição decorreu em 2014, constituiu
uma outra iniciativa de sucesso, com
impacto medido junto de estudantes e
professores. Este projeto, apoiado pelo
Ciência Viva, foi liderado por Catarina
Ramos, coordenadora do Gabinete de
Comunicação de Ciência, contando
ainda com a colaboração de um grupo
de voluntários do CNP. Durante um
período de 6 meses, 12 estudantes do
ensino secundário desenvolveram os
seus projetos de investigação, enquanto
exploravam os princípios e aplicações do
método científico.
Em 2014 foi também iniciado um novo
projeto denominado “Roots of Curiosity”,
um projeto de arte e ciência concebido
por três estudantes de doutoramento
do CNP e desenvolvido através de uma
parceria entre o Centro Cultural de Belém
(CCB) e a Fundação Champalimaud.
Ao longo de 2014, 5 pares de artistas
e cientistas foram desafiados a criar
um objeto que seria simultaneamente
artístico e científico. A iniciativa “Roots of
Curiosity” evoluiu para um ciclo de arte e
ciência, onde diferentes formatos foram
produzidos para diferentes públicos.
Este ciclo incluiu 3 dias de performance
no CCB destinados a jovens adultos
e oficinas desenvolvidas ao longo de
um mês para a comunidade escolar e
famílias. No início de 2015, terá lugar, no
Auditório da Fundação Champalimaud,
uma conferência destinada a adultos e
está também prevista a produção de um
documentário e de um livro que ilustrarão
o processo vivido ao longo do projeto.
Conselho Científico
O Conselho Científico do CNP
(Scientific Advisory Board) é composto
por neurocientistas internacionais de
referência que se reúnem anualmente
com os investigadores do CNP
para analisarem o progresso dos
investigadores e dos programas. Nestas
reuniões, o SAB fornece informações e
conselhos sobre os caminhos científicos
atuais e futuros, com o intuito de facilitar
avanços científicos otimizados.
Em 2014, o Conselho reuniu-se
no Centro Champalimaud de 23
a 25 de junho. Os membros do
Conselho envolvidos foram
o Prof. J. Anthony Movshon,
New York University, EUA;
o Prof. Martin Raff, University College
London, Reino Unido;
o Prof. Thomas Jessell, Howard Hughes
Medical Institute, EUA; o Prof. Larry Abbott,
Columbia University, EUA e o
Prof. Tobias Bonhoeffer, Max Planck
Institute of Neurobiology, Munique,
Alemanha.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
74
Plataformas
Científicas e
Tecnológicas
Tânia Vinagre, Ph.D.
A missão das Plataformas Científicas
e Tecnológicas da Fundação
Champalimaud consiste em ajudar a
comunidade de investigação científica
e clínica a atingir os seus objetivos
experimentais, prestando serviços
essenciais que visam aumentar o
impacto da investigação desenvolvida no
Centro Champalimaud (CCU).
O âmbito dos serviços prestados
pelas Plataformas enquadra desde
serviços de rotina a projetos altamente
customizados e especializados. Em 2014
verificou-se novamente um aumento da
utilização das Plataformas por parte de
investigadores e médicos, refletindo o
continuado aumento de confiança dos
investigadores nestes serviços de apoio
à investigação.
plataforma de
peixes
colónia de
peixes-zebra
50
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
76
No ano de 2014, as Plataformas
Científicas e Tecnológicas participaram
em várias candidaturas a financiamentos
externos, tendo contribuído
significativamente para a candidatura do
Champalimaud Neuroscience Programme
(CNP) ao “Exercício de Avaliação e
Financiamento de Unidades de I&D 2013”
da FCT, cuja proposta se concentra
essencialmente no desenvolvimento
destas estruturas por forma a
participarem mais profundamente nas
atividades de investigação do Centro
Champalimaud, contribuindo para a
excelência e o progresso tecnológico.
No ano transato destaca-se, ainda, a
abertura do serviço de esterilização
para a área clínica, a solidificação do
serviço de anatomia patológica e o
aumento de projetos de investigação
com origem clínica para os quais foi
solicitado o contributo das Plataformas,
demonstrando que a lógica de
proximidade entre clínica e investigação
também está presente nos serviços
de apoio.
Costa
Biotério
Costa
Externos
Moscas
Externos
Ribeiro
Lavagem e Esterilização de
Vidros e Prep. de Meios
Ribeiro
Lima
Lima
Histopatologia
Mainen
Mainen
Desenvolvimento de Software
Científico
Carey
Orger
Orger
Biologia Molecular
0 10 20 30 40 50
RECEITAS
PLATAFORMAS
(% TOTAL)
Plataformas
Israely
Durante o ano de 2014, esta Plataforma
de Lavagem/Esterilização de Vidros e
Preparação de Meios (Glasswash
& Media Preparation – GWMPP)
consolidou os objetivos e atividades
desenvolvidos em 2013 de forma a
cimentar a estrutura já construída e
poder assim enfrentar novos desafios.
Vasconcelos
Petreanu
Moita
Maria Vito, Madalena Martins, Patrick Teca,
Sofia Gaspar, Soraia Rodrigues.
Plataforma de lavagem/
esterilização de vidros
e preparação de meios
> Iolanda Martins e
Patrick Teka
Carey
Imagem e Microscopia Ótica
Vasconcelos
Plataforma
de Lavagem/
Esterilização de
Vidros e Preparação
de Meios
Petreanu
Moita
Plataformas
Clínica
Israely
Paton
Clínica
Chiappe
Consolidou-se e melhorou-se, sempre
que necessário, os serviços de lavagem
e esterilização de instrumentos de
laboratório, preparação de meios
bacteriológicos e de cultura de elevada
qualidade, necessários para protocolos
experimentais.
Paton
Outros
Receitas das Plataformas Científicas e
Tecnológicas em percentagem do total
Renart
Kampff
As Plataformas animais (Biotério, Peixes
e Moscas) representam as maiores
necessidades de consumo de serviços
internos dos investigadores
Godinho Ferreira
Shemesh
Polavieja
Consumos dos serviços das Plataformas
representados por laboratório
0
5
10
15
20
25
CONSUMOS DE PLATAFORMAS
POR LABORATÓRIO (% TOTAL)
O Laboratório de Rui Costa é o que mais
recorre aos serviços das Plataformas.
Os utilizadores externos representam
também uma percentagem muito
significativa dos consumos
Chiappe
Outros
Mais ainda, esta Plataforma é responsável
pela implementação e aplicação de
procedimentos de biossegurança e gestão
de resíduos laboratoriais, prestando
esclarecimento e apoio em qualquer
situação relacionada com estes temas.
Renart
Kampff
Godinho Ferreira
Shemesh
Polavieja
0
5
10
15
20
25
CONSUMOS DE PLATAFORMAS
POR LABORATÓRIO (% TOTAL)
Um dos objetivos concretizados em
2014 foi a formação de estagiários,
com a aceitação de duas estagiárias
do Curso Profissional de Técnicos de
Laboratório da Escola Secundária de
Loures. Estas alunas realizaram na
Fundação Champalimaud o seu estágio
curricular, com orientação da GWMPP,
tendo sido posteriormente integradas na
equipa desta Plataforma. Foram também
admitidas outras duas estagiárias
universitárias em regime voluntário,
sendo este estágio partilhado com
algumas plataformas.
A GWMPP cresceu essencialmente em
duas vertentes: em volume de trabalho,
e na variedade de novos protocolos e
soluções propostas quer pelo programa
de investigação, quer na implementação
de um Serviço de Esterilização
Centralizado para apoio à Clínica, serviço
que se tornou absolutamente necessário
a partir da abertura do Bloco Operatório.
O Serviço de Esterilização foi criado
de raiz, e dá agora os seus primeiros
passos com o auxílio imprescindível
dos colaboradores do Centro Clínico
Champalimaud. O espaço ocupado pelo
Serviço de Esterilização é coadjuvante
às salas da GWMPP, e foi desenhado
e concretizado segundo os requisitos
de um Serviço Central de Esterilização
Clínico, sendo composto por:
• Uma Sala de Descontaminação
(lavagem e desinfeção automática,
ultrassons e equipamento básico
característico);
• Uma Sala de Inspeção e Triagem,
Empacotamento e Esterilização de
Dispositivos Médicos. Esta sala está
equipada com uma pistola de ar
comprimido, uma seladora automática e
um esterilizador de dupla porta;
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
78
• Uma Sala de Esterilizados, onde
se manuseiam e armazenam apenas
dispositivos médicos esterilizados.
O transporte de todos os dispositivos
médicos é feito em carros fechados e
adequados ao processo. Estão ainda
a ser elaborados os procedimentos
obrigatórios e adequados a um serviço
clínico exemplar, articulado com o
remodelado Serviço de Esterilização das
Neurociências. Os elementos da equipa
da GWMPP e do Serviço de Esterilização
são partilhados e articulados com
duas assistentes operacionais e uma
enfermeira especialista em esterilização.
Plataforma de Imagem
e Microscopia Ótica
José Rino, Ph.D.
A Plataforma de Imagem e Microscopia
Ótica faculta formação e acesso a uma
grande variedade de microscópios
óticos e software de análise de imagens
com tecnologia de ponta. A Plataforma
está equipada com um microscópico
vertical confocal point-scanning, três
microscópios de fluorescência wide-field
com câmaras CCD (um com platina
motorizada para aplicações de
scanning e stiching de imagens), três
estereomicroscópios (dois dos quais
preparados para captação de imagens
em fluorescência com câmaras CCD) e
um microscópio DIC de campo claro.
A par do acompanhamento e formação
contínua de novos utilizadores no que
respeita à utilização dos aparelhos e
a captação de imagens, a Plataforma
oferece apoio no planeamento de
projetos e no desenho experimental,
aconselhamento na preparação
de amostras e apoio na análise e
processamento de imagens.
plataforma de Imagem
e Microscopia ótica
plataforma de
histopatologia
> sérgio casimiro e
iolanda martins
Em 2014, a Plataforma de Imagem e
Microscopia Ótica formou 34 novos
utilizadores em diferentes sistemas de
microscopia (num total de 42 sessões
de formação). Os seus serviços foram
utilizados por 62 investigadores de 18
grupos de pesquisa diferentes, num
total de 2 647 horas de utilização de
microscopia.
A Plataforma faz parte da Plataforma
Portuguesa de Bioimagem (PPBI), um
consórcio de 17 núcleos de imagem
e microscopia que inclui mais de
100 equipamentos de microscopia
de última geração e cerca de 1 400
utilizadores registados, constituindo
uma infraestrutura nacional de pesquisa
que integra o Roteiro Nacional de
Infraestruturas de Investigação de
Interesse Estratégico para 2014-2020,
da FCT, cujo objetivo é facultar o acesso
a equipamentos de bioimagem à
comunidade científica.
Plataforma de
Histopatologia
Ana Santos, Leo Madruga, Susana Dias,
Alexandra Martins, Sérgio Casimiro.
Durante o ano de 2014, a Plataforma de
Histopatologia manteve a sua atividade
prestando serviços a 10 dos grupos de
investigação inseridos no Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP)
e, também, a uma das Plataformas
Científicas e Tecnológicas.
Neste âmbito, foram processadas
511 amostras. Destas amostras, 366
resultaram em 3 832 lâminas histológicas
e as restantes foram entregues
aos investigadores em placas para
procedimentos posteriores.
Foram aplicadas técnicas de
histoquímica, nomeadamente a
coloração de Nissl em 56 das amostras
totais, e foram aplicadas técnicas de
imuno-histoquímica em 92 das amostras,
tendo sido a imuno-histoquímica o
serviço que mais crescimento teve em
2014, a nível do número de pedidos e
comparando com o ano anterior.
De forma a reforçar a equipa, durante
o corrente ano, foram integrados dois
novos técnicos, tendo um deles sido
integrado na área de histologia e outro
na área de anatomia patológica.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
80
Em 2014, a Plataforma deu continuidade
à oferta de serviços nas áreas do
Software Científico Personalizado com
análise de vídeo para a identificação
automática do comportamento de
animais. Forneceu suporte às aplicações
Web e de gestão de processos já
existentes e desenvolveu uma nova
plataforma Web para o registo de dados
clínicos que foi aplicada no estudo
da European Academy of Robotic
Colorectal Surgery (www.earcs.pt). Deu
consultoria especializada aos grupos de
investigação na área das neurociências
e na área clínica, onde participou no
desenvolvimento do consórcio da
International Watch & Wait Database
(www.iwwd.org), juntamente com
parceiros localizados no Brasil, Holanda
e Estados Unidos.
Plataforma de
Biologia Molecular
Ana Cunha, Ph.D.
Os principais objetivos da Plataforma
de Biologia Molecular consistem em
fornecer vetores virais (AAV) para
investigação e em dar apoio às técnicas
de Biologia Molecular aos membros do
CNP.
Em 2014, a Plataforma de Biologia
Molecular foi responsável por:
• produção rotineira de AAVs e otimização
de protocolos para purificação de
diferentes serotipos, o que totalizou
13 lotes de 4 serotipos diferentes;
• aquisição de vetores virais à Addgene;
• aquisição de AAVs a fontes externas;
• aliquotagem de AAVs para diferentes
membros do CNP;
• construção de plasmídeos para
diversos fins, incluindo produção de
moscas transgénicas (9 constructs) e
produção de AAVs (9 constructs);
• isolamento de ADN proveniente de
diversas fontes fora do CNP;
• manutenção de uma sala específica
para uso de brometo de etídio para fins
de clonagem de fragmentos de ADN;
• gestão das contas do CNP para
serviços de sequenciação efetuados fora
da instituição;
• pesquisa de mercado e análise de
equipamento para revelar Westerns
blots, tendo sido adquirido um novo
equipamento para o CNP em 2014;
• pesquisa de mercado e análise
de equipamento para isolar ADN
automaticamente e em grande escala,
e, também, para pipetagem automática
destinada a uma futura unidade
de genotipagem de animais para
experimentação científica.
Plataforma de
Desenvolvimento de
Software Científico
Ricardo Ribeiro, Pedro Carvalho.
A missão da Plataforma de
Desenvolvimento de Software Científico
consiste em disponibilizar conhecimento
técnico e suporte de engenharia de
software de elevada qualidade aos vários
laboratórios de investigação, de modo
a aumentar a eficiência e eliminar os
esforços redundantes.
plataforma de biologia
molecular
ana cunha
Software
desenvolvido pela
plataforma de
desenvolvimento de
software científico
Esteve, também, na conferência SPIE
Medical Imaging de 2014, em San Diego,
e, com o objetivo de poder oferecer
uma nova especialidade de análise de
imagens médicas, realizou uma visita
ao Laboratório de Christian Doppler na
Medical University of Vienna, Áustria, que
se dedica à investigação sobre radiação
médica para oncologia.
A oferta dos seus serviços de elevada
exigência implica uma gestão cuidada
dos recursos disponíveis, quer humanos,
quer de equipamentos. No decorrer do
ano, foi implementando o “OpenCSP”,
um portal Web que agrega e mantém
uma vasta variedade de aplicações
e equipamentos computacionais de
modo a que todos os investigadores
possam tirar partido do trabalho que
vai sendo desenvolvido nos vários
projetos das neurociências. No final do
ano, e no âmbito da implementação do
“OpenCSP”, foi iniciada uma colaboração
com o Laboratório de Instrumentação
e Física Experimental de Partículas
para o uso de recursos computacionais
nacionais disponibilizados aos
investigadores portugueses.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
82
No fim do ano, foi criado o órgão
regulador do bem-estar animal (ORBEA)
de acordo com a diretiva n.º 2010/63/EU
transposta para o Estado Português
através do Decreto-Lei 113/2013 de
7 de agosto, passando este órgão
a assumir todas as submissões de
projetos e acreditações individuais dos
investigadores, para que estejam em
conformidade com as leis em vigor. Este
órgão presta apoio aos investigadores
na submissão dos projetos científicos e
nos pedidos de licenças pessoais para
acreditação para trabalhar com animais
de laboratório à autoridade competente,
a Direção-Geral de Alimentação e
Veterinária (DGAV). O ORBEA é ainda
responsável pela supervisão dos projetos
a decorrer no Centro, assegurando que
todos os procedimentos cumprem os
requisitos de bem-estar animal.
Biotério
Rubina Caldeira (gestora), Joana Almeida
(veterinária), Matheus Farias, João Pereira,
Rita Alho, Cláudio Macedo.
O Biotério inclui áreas dedicadas a
roedores – Mus musculus e Rattus
norvegicus, e peixes-zebra – Danio rerio,
cuja principal função é o alojamento
e manutenção dos animais utilizados em
investigação científica, e áreas dedicadas
à realização de procedimentos
experimentais em neurociências
e oncologia.
De modo a responder às necessidades
dos grupos de investigação, o Biotério
expandiu, durante o corrente ano, a
produção interna de animais, passando
também a produzir ratos além de
ratinhos e peixes. Foi também alargado
o número de salas de alojamento e
de experimentação, passando a ter
uma sala de perfusão, o que permitiu
aos investigadores uma melhoria
considerável nas suas condições
experimentais relativamente ao ano
anterior. No final de 2014, tiveram início
Durante o corrente ano, o Biotério
iniciou os seus serviços de rederivação
e criopreservação, tendo feito várias
rederivações de animais provenientes de
outros institutos e a criopreservação de
linhas de investigadores. Foi realizada a
rederivação de 5 linhas de investigadores
e o congelamento de 14 linhas,
o que significa aproximadamente
7 000 embriões congelados.
as obras para a construção de uma sala
de experimentação que receberá
3 ressonâncias magnéticas.
A criopreservação e revitalização de
embriões são serviços indispensáveis
num centro de investigação, pois,
além de garantirem a preservação das
estirpes de ratinho, permitem a redução
do número de animais experimentais,
indo assim ao encontro dos princípios
3Rs (“Replacement, Reduction and
Refinement”) explícitos na diretiva
europeia n.º 2010/63/EU que foi
transposta para a legislação nacional.
Durante o ano, foram definidos preços
de alojamento de animais, e foi
implementado o sistema “ilab”, que
facilita a gestão e a faturação de todos
os serviços prestados aos investigadores,
tornando mais fácil os pedidos e a
faturação das várias unidades.
O Biotério dispõe ainda de um serviço de
farmácia, onde os investigadores podem
adquirir os fármacos necessários às suas
experiências e obter aconselhamento
veterinário quando necessitem.
A centralização da farmácia no Biotério
permite um maior controlo dos fármacos
que são utilizados nos animais.
O Biotério implementou, igualmente,
um conjunto de medidas com vista à
melhoria da experimentação e do bemestar animal, às regras de entrada e de
utilização desta plataforma. Essas regras
foram publicadas na wiki do CNP para
que todos os investigadores possam ter
acesso.
plataforma de moscas
isabel campos
O Biotério iniciou também a microinjeção
de blastocistos com células estaminais
embrionárias de ratinho, a fim de
produzir animais transgénicos numa
colaboração com um instituto de
investigação externo.
A equipa do Biotério está em
permanente atualização, focada em
continuar na vanguarda das tecnologias
e do conhecimento em animais de
laboratório, com o objetivo de manter
as instalações e o seu funcionamento
sempre modernizados. A equipa procura
oferecer aos investigadores o melhor
ambiente experimental, sem esquecer o
bem-estar animal e cumprindo sempre
com a legislação vigente.
Neste sentido, todos os técnicos tiveram
formação em distintas vertentes, como
se discrimina a seguir, com o objetivo
de prestar aos nossos investigadores
um serviço mais especializado e de
maior qualidade. Foi dada formação
em criopreservação e produção de
animais transgénicos a dois técnicos,
tendo um deles frequentado o curso
“Criopreservation of Mouse Germplasm”
em Monterotondo, Itália – um instituto
de renome nas áreas de rederivação
e criopreservação de ratinhos. Dois
outros técnicos frequentaram o curso
de experimentação animal categoria B
da FELASA – Federation of European
Laboratory Animal Science Associations,
também organizado pelo Biotério do
Centro Champalimaud, em colaboração
com o Instituto Gulbenkian de Ciência,
que concederá aos nossos técnicos
a acreditação oficial pela DGAV para
trabalhar com animais de laboratório
com a categoria de técnicos de
investigação. Este curso permite também
dar formação aos investigadores do
Centro Champalimaud e acreditá-los pela DGAV para a prática de
experimentação animal, de modo a
cumprir com o disposto no Decreto-lei
em vigor.
Ainda no âmbito da formação,
acolheu-se um estagiário externo que
teve a oportunidade de fazer uma
rotação pelas diferentes áreas do
Biotério, e participou-se no congresso
da American Association on Laboratory
Animal Science (AALAS).
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
84
Plataforma de Moscas
Isabel Campos, Ph.D., Liliana Costa,
Susana Dias.
A Plataforma de Moscas foi inicialmente
criada para prestar assistência a
investigadores do Centro que utilizem
como modelo experimental animais da
família Drosophilidae, com particular
incidência na Drosophila melanogaster.
Esta plataforma é mantida por pessoal
especializado e dedicado, a tempo
inteiro, que suporta equipamentos e
serviços necessários à reprodução,
manutenção e manipulação da
Drosophila. Para fazer face a um número
crescente de utilizadores e serviços,
em 2014, foi recrutado um colaborador
adicional que se juntou à equipa
inicialmente formada.
Desde a sua criação, o universo de
utilizadores desta plataforma tem
uma grande componente de grupos
de investigação externos à Fundação
Champalimaud. Esta infraestrutura
serve atualmente mais de 20 utilizadores
internos de 4 grupos de investigação
Plataforma de Peixes
diferentes, bem como várias dezenas
de utilizadores externos associados a
um total de 13 grupos de investigação
de 2 institutos diferentes, IGC – Instituto
Gulbenkian de Ciência e CEDOC
– Centro de Estudos em Doenças
Crónicas.
Ana Catarina Certal, Ph.D., Sandra Martins.
A Plataforma de Peixes do CCU
supervisiona a unidade de alojamento,
criação e manutenção de peixes-zebra de tipo selvagem, mutantes e
transgénicos, utilizados como modelos
de investigação, de acordo com os mais
rigorosos padrões internacionais de
condições sanitárias e de bem-estar essenciais para a investigação
biomédica. A Plataforma também oferece
apoio a investigadores, nomeadamente
no que se refere ao cruzamento de
peixes, manutenção de linhas de
peixes, rastreio genético, formação
especializada, manutenção de bases de
dados e desenvolvimento contínuo de
protocolos de criação de peixes.
Durante o ano de 2014 deu-se
a integração do Consórcio para
Organismos Geneticamente Manipuláveis
(CONGENTO) no Roteiro Nacional
de Infraestruturas Científicas. Neste
consórcio, a Plataforma de Moscas
representa a entidade coordenadora
para Drosophila. Neste contexto, 2014
representa um ano de viragem para a
Plataforma de Moscas, que estende o
seu potencial universo de utilizadores
a todos os investigadores do território
nacional.
plataforma de peixes
ana catarina certal
Tendo iniciado a sua atividade em
outubro de 2011, a unidade atingiu a
sua capacidade máxima instalada de
alojamento em novembro de 2013, com
mais de 15 000 peixes. Durante o ano
de 2014, a sua atividade aumentou
consideravelmente com a entrada de
dois novos grupos de investigação
– neste momento acolhe três grupos,
num total de 16 investigadores – e com
o acréscimo de sua equipa de dois
para três elementos. A Plataforma de
Peixes esteve diretamente envolvida
na conceção de uma instalação
experimental de vanguarda para um dos
grupos de investigação, envolvendo a
criação de circuitos complexos de água,
e no planeamento da expansão
da capacidade de alojamento a realizar
em 2015.
Em 2014, a Plataforma disponibilizou aos
investigadores mais de 4 000 cruzamentos
de peixes, manutenção regular de mais de
30 linhas de peixes, envolvendo rastreio
genético, criação de mais de 400 linhas
e 12 exportações de linhas trangénicas.
Também cultiva uma produção de média
escala de alimentos vivos (rotíferos e
artémia) e começou a utilizar e ajudar a
desenvolver, em conjunto com três outras
unidades de nível mundial, uma nova base
de dados para centros de peixes-zebra. Este processo encontra-se em
fase de implementação e representará
uma poderosa ferramenta de gestão, tanto
para investigadores como para a
restante equipa.
4 CHAMPALIMAUD RESEARCH
86
Em novembro de 2014, a Plataforma
de Peixes organizou um workshop
internacional de criação avançada de
peixes-zebra, totalmente financiado por
fundos externos. O workshop teve uma
assistência de mais de 60 participantes,
vindos de 12 países diferentes, e foi
classificado como Muito Bom/Excelente
por mais de 90% dos presentes.
A Plataforma foi responsável pelo módulo
Peixes, no Curso em Experimentação
Animal do CCU/IGC, que visa a
acreditação de investigadores e outros
profissionais. Participou com uma
apresentação oral na conferência
internacional “The Heart of Europe
Zebrafish Meeting”, em Varsóvia, Polónia,
e no “3rd Annual International Zebrafish
Husbandry Course”, em Milão, Itália.
Também em 2014, o consórcio
CONGENTO, no qual a Plataforma
dos Peixes é coordenadora na sua
área, entrou no Roteiro Nacional de
Infraestruturas de Investigação, o que
irá permitir prestar serviços externos à
comunidade de investigadores, nacional
e internacional.
Gabinete para
Programas
Financiados
Os projetos terão a duração de 3 anos e
um orçamento global de cerca de 1,45
milhões de dólares, tendo sido atribuídos
820 mil dólares aos investigadores
Joseph Paton e Zachary Mainen.
Administrativos: Joaquim Teixeira,
Inês Matias, Agnes Lopes.
A nível nacional, salientamos a
classificação do CNP como “Excecional”,
a classificação máxima, no processo
de Avaliação das Unidades de I&D por
parte da Fundação para a Ciência e a
Tecnologia (FCT).
Financeiros: Pedro Monteiro,
Inês Bonifácio, Rafaela Costa.
Ao longo de 2014, o “Office for
Sponsored Programmes” prestou apoio à
execução de 57 projetos de investigação,
25% dos quais tiveram início no decorrer
desse ano. Estes projetos foram
financiados externamente em cerca de
12,8 milhões de euros, através de fundos
atribuídos por agências nacionais (20%)
e internacionais (80%), públicas (82%) e
privadas (18%).
Durante o ano transato, os investigadores
do Centro Champalimaud apresentaram
a concurso 62 projetos e 32 bolsas de
investigação, tendo obtido uma taxa de
aprovação de 15,85%, entre aqueles
já avaliados. O resultado global dos
financiamentos atribuídos ao longo
de 2014 ultrapassa os 2,9 milhões de
euros, ou seja, 11,5% dos orçamentos
propostos para financiamento.
Entre os projetos individuais, merecem
particular destaque as “European
Research Council Grants” atribuídas aos
investigadores Rui Costa (“Consolidation
Grant”) e Megan Carey (“ Starting Grant”).
Estes projetos terão a duração de
5 anos e um orçamento global de cerca
de 2 milhões de euros e de 1,5 mihões
de euros respetivamente.
Foi ainda atribuído ao investigador
Rui Costa o “Louis-Jeantet Young
Investigator Career Award”, que premeia
investigadores que tenham previamente
conseguido uma “European Research
Council Starting Grant”. Este prémio tem
um valor de 100 mil francos suíços e
servirá para apoiar um novo projeto de
investigação.
Salientamos também dois projetos de
colaboração internacional no âmbito do
programa “Collaboration on the Global
Brain” da Simons Foundation. Trata-se de uma entidade privada sem fins
lucrativos, sediada nos Estados Unidos
da América, cuja missão é promover
o avanço da investigação na área da
matemática e das ciências básicas.
Por último, destacamos os quatro
projetos de investigação científica
atribuídos pela Fundação Bial aos grupos
liderados pelos investigadores Carlos
Ribeiro, Christian Machens, Megan Carey
e Rui Costa, totalizando 178,5 mil euros.
gabinete para
programas
financiados
Ao nível da transferência de tecnologia,
em 2014, a Fundação viu ser-lhe
concedida uma patente no âmbito da
patologia de sistemas e apresentou
um novo pedido provisório de patente
com base numa tecnologia aplicada à
radioterapia desenvolvida pelo médico e
investigador Carlo Greco.
A equipa do “Office for Sponsored
Programmes” acolheu 4 novos
colaboradores: Agnes Lopes, Inês
Bonifácio, Inês Matias e Rafaela Costa.
Siglas:
CCU – Champalimaud Centre for the
Unknown
CEDOC – Centro de Estudos em
Doenças Crónicas
CNP – Champalimaud Neuroscience
Programme
DGAV – Direção Geral de Alimentação
e Veterinária
FCT – Fundação para a Ciência
e a Tecnologia
FELASA – Federation of European
Laboratory Animal Science Associations
IGC – Instituto Gulbenkian de Ciência
desenho: BEATRIZ FRÓIS
88
5 ÁREA EDUCATIVA
5 ÁREA EDUCATIVA
90
A Fundação Champalimaud apoia a
investigação científica em áreas de
ponta. Tem como prioridade estimular
descobertas que beneficiem as
pessoas, bem como patrocinar novos
padrões de conhecimento.
Esta é a nossa Visão.
Desde o seu início, a Fundação tem
por objetivo ir ao encontro das grandes
questões do presente, antecipando,
também, as oportunidades que o
futuro nos permite imaginar. Para tal,
foram criados projetos educativos
que se caracterizam pelas suas ideias
inovadoras e abrangentes e que têm
aproximado o Centro Champalimaud a
uma variedade muito grande de públicos.
A educação, no seu sentido mais
amplo – escola, seminários, media –
desempenha um papel crucial no que
respeita ao incentivo de jovens talentos
e à disseminação de novas ideias.
É por esta razão que se procura estar
presente nas etapas do processo
educativo que estão em linha com os
programas da Fundação, e que se
concretizam em consonância com as
atividades que se vão desenvolvendo
no Centro Champalimaud.
Evento AR “DançAR”
abril e maio
5 ÁREA EDUCATIVA
92
Programas de
Formação - Estudos
de pós-graduação
Programa de Doutoramento
Internacional de Neurociências (INDP)
O INDP – International Neuroscience
Doctoral Programme – é um programa
de doutoramento da Fundação
Champalimaud, organizado pelo
Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP).
Dedicado à investigação dos
fundamentos biológicos da mente
e do comportamento, o programa
procura, numa primeira fase, dar aos
Brasil, Itália, Jamaica, Noruega e
Portugal. A sua formação de base é
também diversificada e inclui, além das
neurociências, a biologia evolutiva, a
oncologia e a biomedicina.
Para a edição de 2014/2018, foram
recebidas 223 candidaturas válidas
(47% femininas, 53% masculinas), com
uma base internacional muito alargada
(83 portugueses e 140 estrangeiros).
Alfonso Renart, Investigador Principal
do CNP e diretor do INDP, explica que
“os estudantes aprendem processos de
raciocínio que estão na base daqueles
que são os estudos clássicos e de
referência da neurociência e, através
de uma série de debates com outros
estudantes e docentes, irão familiarizar-se
investigação referentes ao Doutoramento
(PhD) de 9 médicos especialistas.
O total de visitantes, desde 2008 até ao
corrente ano, é de 191 422.
Este Programa foi criado em 2008,
como um ciclo de estudos doutoral,
especificamente dirigido a médicos-clínicos. Tratando-se de um programa
inédito em Portugal, o PFMA foi lançado
a título experimental por um período
de 3 anos consecutivos, admitindo 10
candidatos por ano, 5 em regime de
full-time (internos ou especialistas) e 5
em regime de part-time (internos que
desejassem conciliar a sua formação
doutoral com o internato médico),
selecionados mediante concurso
nacional. A Fundação Champalimaud
associou-se a esta iniciativa contribuindo
para a formação de especialistas em
oncologia ou áreas afins.
Apesar de o programa estar
principalmente centrado nas escolas,
o número de pedidos diversificados
aumenta e a participação do
Champimóvel em eventos públicos tem
já um grande impacto.
Atividades com
estudantes e
professores
Programa Champimóvel
O projeto Champimóvel completa 7 anos
de existência e continua a chegar, com
êxito, às localidades mais remotas de
Portugal, com o objetivo de desmistificar
a ciência, tornando-a acessível e atrativa
em pé de igualdade com outras áreas
que interessam aos mais pequenos.
estudantes os conhecimentos-base
para o desenvolvimento de trabalho de
investigação inovador e interdisciplinar
em neurociência, básica e aplicada,
especialmente nas áreas dos sistemas
neurais que estão na origem do
comportamento.
Após um semestre de formação
intensiva, os estudantes percorrem os
diferentes laboratórios existentes no
Champalimaud Neuroscience Programme
(CNP), antes de integrarem o laboratório
onde conduzem, durante 3 anos,
investigação aprofundada sobre um
tópico específico no qual incide a sua
tese de doutoramento.
Este Programa teve início em 2007.
Na edição de 2014 entraram 8 novos
estudantes de vários países: Alemanha,
com a utilização e funcionamento de
equipamentos como o microscópio e
computadores, adquirindo capacidades
a um nível adaptado à sua formação
de base”.
Este programa tem o apoio financeiro da
Fundação Champalimaud e da Fundação
para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Programa Doutoral para Médicos
A Fundação Champalimaud é parceira
da Fundação Calouste Gulbenkian
no Programa de Formação Médica
Avançada (PFMA), juntamente com a
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
(FCT) e o Ministério da Saúde.
O PMFA encontra-se na sua 4.ª edição,
e apoia atualmente os projetos de
Estudantes do INDP
2014
> Cristina Ferreira,
Lorenza Calcaterra,
Annelene Dahl,
Madalena Fonseca,
Antonia Groneberg,
António Dias,
Jovin Jacobs e
Gabriela Fiorenze
O CHAMPIMÓVEL NA
Doca-Pesca
DE Portimão
julho
O trabalho de cooperação com as
câmaras municipais, conselhos
executivos dos agrupamentos,
instituições e organizações de eventos
está cada vez mais facilitado e agilizado,
dada a grande exposição mediática
que atrai: 2014 foi um ano em que os
media dedicaram bastante atenção a
este projeto, com notícias alargadas em
televisão, imprensa escrita e online.
Em 2014 o Champimóvel cumpriu, mais
uma vez, um calendário intenso, tendo
realizado 1 936 sessões (1 164 em 2013)
e acolhido 28 236 crianças e jovens
(24 000 em 2013), 1 474 professores
(800 em 2013) e cerca de 3 270 adultos
(3 000 em 2013), num total de cerca de
32 980 visitas (27 847 em 2013).
Para que tudo isto se tornasse possível,
foram realizadas 49 reuniões e 75
visitas técnicas em 14 distritos e 31
concelhos. Estas reuniões tiveram lugar
com elementos do executivo camarário,
diretores dos conselhos executivos dos
agrupamentos escolares e responsáveis
pelos eventos em que o Champimóvel
participou.
5 ÁREA EDUCATIVA
94
Férias Desportivas em Portimão
Centro Social de Paramos – Espinho
Centro de Ação Social de Paços de Ferreira
Noites de Verão em Grijó
Feira da Saúde – Vagos
Roteiro
Largo do Município de Vieira do Minho
Centro Ciência Viva – Sintra
O Champimóvel esteve presente em 14
distritos:
Largo Municipal de Águeda
Family Land – Cascais
Encontro de Alunos de Educação e
Moral e Religiosa da Diocese do Porto
Aqua Porto’14
Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo
Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda,
Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto e Vila Real.
e percorreu 31 concelhos:
Águeda, Aljustrel, Arruda dos Vinhos,
Barcelos, Braga, Cantanhede,
Cascais, Castelo de Vide, Castro Verde,
Espinho, Lisboa, Mafra, Marinha Grande,
Matosinhos, Mirandela, Paços de Ferreira,
Peniche, Ponte de Lima, Portimão, Porto,
Reguengos de Monsaraz, Sabugal,
Santa Maria da Feira, Sintra,
Torre de Moncorvo, Vagos, Valongo,
Vieira do Minho, Vila do Conde,
Vila Nova de Gaia, e Vila Real.
Além do roteiro escolar, o Champimóvel
também participou em eventos e fins de
semana abertos às comunidades locais:
Qualifica’14 – Exponor
Eco Escolas – Bandeiras Verdes
Experimenta Jovem – Arruda dos Vinhos
Centro Ciência Viva – Visionarium
– Santa Maria da Feira
O Champimóvel na
Biblioteca de Barcelos
novembro
Parque Urbano de Ermesinde
Centro Ciência Viva de Vila do Conde
VII Feira “Mostrar Ciência”
Universidade do Minho – Faculdade de
Ciências
Largo Municipal de Vila Real
Dia Mundial da Criança – Cantanhede
Largo da Feira do Sabugal
Estação da Trofa
NOS Alive’14
Expolima – Feira do Ambiente e Energias
de Ponte de Lima
Fun day’14 – Exponor
Autódromo Internacional do Algarve
colégio santo andré,
venda do pinheiro
setembro
Semana da Saúde e da Ciência – Barcelos
O roteiro e as atividades relacionadas
com o Champimóvel estiveram
disponíveis no site da Fundação
Champalimaud: www.fchampalimaud.org.
5 ÁREA EDUCATIVA
96
As visitas ao Centro
Em 2014 prosseguiu o programa de
visitas escolares, tendo sido realizadas,
dentro do calendário escolar, 9 visitas
com escolas secundárias de todo o País,
o que facultou a mais de 500 alunos e
respetivos professores conhecerem o
Centro Champalimaud, particularmente
os seus programas de investigação. Estas
visitas são orientadas por Investigadores
Principais do Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP) e, também, pelos
alunos do International Neuroscience
Doctoral Programme (INDP), facilitando
uma aproximação aos temas científicos
e a laboratórios de investigação de forma
direta e pedagógica.
Em 2014 foi estabelecida uma
parceria com uma empresa de jogos
educativos científicos, Science4You,
para o desenvolvimento de um quiz com
perguntas, que permitará dinamizar
as visitas e facultar aos alunos fontes
de informação sobre a Fundação
Champalimaud.
Noutro plano, a Fundação acolheu, de
maneira mais informal, muitas visitas
por parte de universidades em áreas
diversas, como arquitetura, ciências
biomédicas e farmacêuticas, medicina
e enfermagem, gestão e comunicação.
Valerá a pena mencionar algumas
destas instituições académicas para
testemunhar o âmbito nacional e
internacional destas visitas:
The University of Nottingham Ningbo
(China), Tilburg University/Tia Nimbas
Business School (Holanda), Middle East
Technical University (METU) (Turquia),
Lehigh University – Martindale Center
for the Study of Private Enterprise (EUA),
Chulalongkorn University (Tailândia),
Universidade de Lisboa, Universidade do
Algarve, Universidade de Trás-os-Montes
e Alto Douro, Universidade Lusófona e
Universidade Nova de Lisboa.
Participação na “Brain Awareness
Week 2014” (Semana do Cérebro)
Em 2014 celebrou-se o Ano Europeu
do Cérebro e, um pouco por toda a
Europa, foram organizadas iniciativas
para aumentar a literacia científica
sobre questões relativas ao cérebro
e aos avanços da neurociência.
Visitas de Escolas do
Secundário
Brain AwarEness Week
O Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP), em parceria com
a Agência Nacional para a Cultura
Científica e Tecnológica – Ciência Viva,
preparou um workshop sobre o tema “O
cérebro de dentro para fora”, destinado
a professores do ensino secundário
que teve lugar em fevereiro, no Centro
Champalimaud, e foi coordenado por
Pedro Ferreira (aluno INDP), Catarina
Ramos (coordenadora do Gabinete
de Comunicação de Ciência) e Rui
Costa (investigador). Após a realização
deste workshop, que contou com a
participação de 20 professores, cada
um deles levou ideias e material para
desenvolverem um curto vídeo com os
seus alunos sobre as mais recentes
novidades no campo da neurociência.
Os vídeos foram depois avaliados
por um júri, do qual fizeram parte
os coordenadores desta iniciativa,
bem como outros investigadores de
instituições nacionais.
MARÇO
Os trabalhos mais bem classificados
receberam um prémio atribuído pela
Ciência Viva.
O CNP participou, igualmente, na “Brain
Awareness Week 2014” (BAW 2014), uma
celebração mundial sobre temas ligados
ao cérebro que junta cientistas, famílias,
escolas e comunidades, unindo-os,
durante uma semana, para popularizar
conhecimentos em neurociência e
desenvolver programas diversos em
vários pontos do globo.
Este programa é uma iniciativa da
Dana Alliance for Brain Initiatives e tem
por objetivo criar oportunidades para
a divulgação dos progressos e dos
benefícios da investigação científica
na área do cérebro, defendendo, em
paralelo, a necessidade do financiamento
em ciência. Em Portugal, as atividades
decorreram entre 8 e 15 de março,
tendo o Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP) participado através
da colaboração dos estudantes do
curso de doutoramento e de alguns
dos seus Investigadores Principais
em visitas a universidades, escolas e
outras instituições, com o objetivo de
divulgar os progressos e os benefícios
da investigação científica do cérebro, a
partir das suas experiências profissionais
e académicas.
5 ÁREA EDUCATIVA
98
“Sciencecalifragilistic”: uma viagem ao
mundo científico
Trata-se de um projeto inédito de
educação em ciência, promovido pelos
investigadores do Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP),
que envolve estudantes de escolas
secundárias numa viagem através do
método científico, desde a formulação
de questões e hipóteses às respostas
e conclusões, passando pela recolha,
análise e discussão de resultados.
O “Sciencecalifragilistic – Critical
Thinking and Science: a Journey through
the Scientific Method”, em português
“Peripécias de uma viagem ao método
científico”, cujo tema é bem simbólico
da sua missão, é um projeto integrado
no âmbito do programa “Escolher
Ciência” financiado pela Ciência Viva,
a Agência Nacional para a Cultura
Científica e Tecnológica. Foi lançado em
2013 por um grupo de estudantes de
doutoramento do CNP, com o objetivo
de estimular o raciocínio científico, o
pensamento crítico, a curiosidade e a
criatividade, desmistificando ao mesmo
tempo os processos científicos e o
trabalho diário de um cientista junto dos
mais jovens.
Participaram, em 2014, 12 alunos e 4
professores de 4 escolas secundárias:
Escola Secundária de Camões, Escola
Secundária Francisco Simões, Escola
Secundária da Portela e Colégio
Valsassina. Nesta segunda edição, o
programa teve início com uma sessão
pública aberta a todas as escolas que
se candidataram e que contou com a
presença de 200 alunos e professores
no auditório do Centro Champalimaud.
Os 12 alunos das escolas secundárias
de Lisboa e Almada acima referidas
realizaram este programa entre janeiro
e maio, tendo o mesmo terminado
com um encontro aberto às famílias
e amigos dos participantes em que
os alunos apresentaram os seus
projetos experimentais em formato
de pósteres científicos. Uma ocasião
igualmente aproveitada pela Fundação
Champalimaud para falar sobre os seus
objetivos e programas.
Participantes no projeto
“Sciencecalifragilistic”
2014, com membros
do CNP
>Rodrigo Abreu
(INDP) tutor, Mariana
Carrasco e Beatriz
Oliveira, participantes
no Projeto
“Sciencecalifragilistic”
2014
Duarte Mendes
participante no projeto
“Sciencecalifragilistic”
2014
5 ÁREA EDUCATIVA
100
Encontros com o
público em geral
“Ar | Respire connosco” – Eventos
públicos de comunicação de ciência
Em 2014, tiveram lugar 3 eventos do
ciclo SeminAr, 5 eventos Ar e uma
conferência Ar. Os eventos
Ar | Respire connosco são eventos
públicos de divulgação de ciência,
promovidos por alunos e investigadores
do Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP), que pretendem trazer
diferentes temas científicos ao auditório
da Fundação Champalimaud, um espaço
único que se enche sempre com um
público muito participativo de jovens
e adultos.
Em 2014, esta iniciativa promoveu
eventos com diferentes formatos:
Os SeminAr têm um formato diferente
dos eventos Ar: o Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP) recebe,
regularmente, muitas visitas de cientistas
de todo o mundo que interagem
com os investigadores do Centro
Champalimaud. Sempre que a situação
se proporciona, são organizados eventos
curtos, com a duração aproximada de
1 hora, durante os quais um cientista
convidado apresenta o seu trabalho a
um público mais alargado. Estes eventos
normalmente consistem numa palestra
única, precedida de uma pequena
introdução, preparada por um aluno ou
investigador do CNP.
Em 2014 ocorreram os seguintes
SeminAR:
31 janeiro: Alternate Realities:
How insects perceive the world
Orador: Lars Chittka
gil costa, seminar
“visualizing complexity”,
29 maio
Evento AR “DançAR”,
abril e maio
27 março: Attributing Agency:
Towards Scientific Concept of Free Will
Orador: Björn Brembs
29 maio: Visualising Complexity:
Intersections of Arts, Design and Science
Orador: Manuel Lima
Os eventos Ar pretendem abrir as portas
do misterioso mundo do cérebro e da
ciência ao público em geral, dando a
conhecer o trabalho desenvolvido por
investigadores nesta área: mostrar a
razão por que a ciência é importante
para cada um de nós, e para toda
a comunidade, e de que forma o
caminho da sua descoberta pode ser
tão surpreendentemente divertido. São
eventos que decorrem habitualmente
à noite e têm a duração de 2 horas.
Incluem palestras, figurações de dança,
debates e projetos interativos todos
interligados (diretamente ou de forma
periférica) com a ciência ou ideias
científicas. A divulgação destes eventos
é feita num site próprio (www.ar.neuro.
fchampalimaud.org) e também através
de uma publicação online.
Auditório da Fundação
Champalimaud
Conferência AR
“Dia da Deliberação”,
25 outubro
Em 2014 tiveram lugar 5 eventos AR:
abril – maio: DançAr, uma série de 3
eventos sobre a relação entre a dança e
o nosso cérebro, que decorreram
a 5 e 26 de abril e a 7 de maio;
30 julho: Mapping the Unknown
04 dezembro: The Path to Happiness:
Peace or Pleasure?
Por fim, em 2014, a iniciativa Ar também
organizou uma conferência, com a
duração de um dia, numa parceria com
a Comissão para as Comemorações dos
40 Anos do 25 de Abril.
Ao longo do “Dia da Deliberação” foram
explorados, em interatividade com o
público na plateia, alguns caminhos para
responder à pergunta: “Tendo em conta
todo o conhecimento e tecnologia que
temos atualmente à nossa disposição,
como poderemos governar melhor a
nossa sociedade?”
5 ÁREA EDUCATIVA
102
As Raízes da Curiosidade – Um projeto
de Arte e Ciência
Raízes da
Curiosidade
2014
O projeto de arte e ciência “Raízes
da Curiosidade: Tempo de Ciência e
Arte” partiu da iniciativa de um grupo
de 3 alunos de doutoramento em
neurociências (INDP), Patrícia Correia,
Ana Rita Fonseca e Samuel Viana.
Numa parceria entre o Centro Cultural
de Belém e a Fundação Champalimaud,
desafiaram cinco pares de artistas
e cientistas do Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP) a
trabalharem, em conjunto e durante
cerca de um ano, na criação de um
objecto que fosse simultaneamente
artístico e científico. Para isso, foi criado
um espaço e um tempo onde os 5
pares exploraram as convergências e
as divergências das suas motivações e
metodologias, permitindo a imersão no
mundo criativo do outro, de forma tão
simbiótica quanto possível.
Seria possível então criar um terceiro
espaço em resultado da junção da arte e
ciência? Nesta viagem foram explorados
novos territórios, as raízes são
desorganizadas e é feita investigação
sobre noções como o silêncio, a
comunicação, a quantidade, a qualidade,
o controlo, a decisão, a incerteza, a
narrativa, o ritmo biológico e a etnografia
emocional.
Dada a complexidade do projeto, o
“Raízes da Curiosidade” transformou-se num ciclo, desmultiplicando-se
em diferentes resultados: três dias
de atuação performance para jovens
adultos, um mês de oficinas para
escolas e famílias (“Viagem ao Centro do
Cérebro”) e para 2015 tem já planeada
uma conferência de dois dias e um
documentário sobre todo o processo a
ser distribuído em conjunto com um livro.
Simpósio
“Inovação e
Controvérsia em
Oncologia”
26 e 27 dezembro
Encontros com a
comunidade científica
A Fundação inscreve nos seus objetivos
o aprofundamento da ligação entre a
ciência, a medicina e a comunidade,
promovendo formas de comunicação
sobre os avanços realizados através
da investigação básica e clinica,
e assegurando que as novas descobertas
científicas e as novas tecnologias se
aplicam ao desenvolvimento de soluções
para os problemas clínicos relevantes.
Com este propósito, desenvolve
uma série de encontros destinados à
comunidade médica e científica e com
acesso alargado a estudantes.
Ao longo de 2014 realizaram-se
novos encontros científicos e deu-se
continuidade ao ciclo “Cancer Research
Symposia”, dedicado a profissionais da
área da oncologia e a estudantes de
medicina. Neste âmbito, tiveram lugar o
“Rectal Cancer – When NOT to Operate
– An International Consensus Meeting”
realizado no auditório da Fundação a
14 e 15 de fevereiro, o “Rectal Cancer –
When TO Operate – Operative Treatment
Strategies…From Minimal to Maximal”,
realizado, no mesmo espaço, a 7 e 8
de novembro e o Simpósio “Inovação e
Controvérsia em Oncologia – Cuidados
partilhados com a Medicina Geral e
Familiar”, que teve lugar a 26 e 27
de dezembro.
Colóquio “From
the Ribosome
to Ubiquitin to
False and Genuine
Memories”
> Ada Yonath,
Susumu Tonegawa e
Aaron Ciechanover
(laureados com o
Prémio Nobel)
2 maio
Em 2 de maio a Fundação Champalimaud
organizou, em conjunto com a
Embaixada de Israel, o colóquio “From
the Ribosome to Ubiquitin to False
and Genuine Memories”, centrado no
trabalho que se está a desenvolver no
âmbito da geração de verdadeiras e
falsas memórias. Este simpósio teve
a participação de três laureados com
o Prémio Nobel: Ada Yonath, Aaron
Ciechanover e Susumu Tonegawa.
Teve ainda lugar o Congresso
“Perturbações do Desenvolvimento – Da
Neurociência à Clínica”, uma iniciativa
conjunta do PIN – Progresso Infantil e da
Fundação Champalimaud que decorreu
no Centro a 30 e 31 de maio.
5 ÁREA EDUCATIVA
104
Naturalmente, o Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP)
prosseguiu com a sua série de encontros
de caráter científico de alto nível em
que participam oradores de grande
impacto no mundo da pesquisa e
cujos conteúdos multidisciplinares
estão inteiramente direcionados para a
comunidade científica.
Ainda no âmbito da nossa atuação na
área da Visão, e inserido nos encontros
científicos promovidos pela rede
C-TRACER, realizou-se em Hyderabad,
na Índia, o “7th Annual Champalimaud
Research Day Symposium” a 2 de
fevereiro.
Informações mais detalhadas sobre
as iniciativas descritas constam dos
capítulos ou anexos CCC, CNP e
C-TRACER incluídos neste relatório.
Siglas:
BAW – Brain Awareness Week
CCC – Centro Clínico Champalimaud
CNP – Champalimaud Neuroscience
Programme
C-TRACER – Champalimaud
Translational Centres for Eye Research
FCT – Fundação para a Ciência
e a Tecnologia
INDP – International Neuroscience
Doctoral Programme
PFMA – Programa de Formação
Médica Avançada
PIN – Progresso Infantil
“7th Annual
Champalimaud
Research Day
Symposium”,
Hyderabad, Índia
Gullapalli Rao
Presidente do LVPEI
e membro do Júri
do Prémio António
Champalimaud de Visão
One, Two, Many Brains
CNP Workshop
What can two or many
brains do that one
cannot?
> Zachary mainen
One, Two, Many Brains
CNP Workshop
What can two or many
brains do that one
cannot?
AUDIÊNCIA
> Rui costa
> Gonzalo de polavieja
2 fevereiro
9 de outubro
9 de outubro
5 ÁREA EDUCATIVA
106
Conferência AR
“Dia da Deliberação”
Simpósio “Rectal
Cancer – When NOT to
Operate”
25 outubro
14 e 15 fevereiro
Evento AR: “DançAR”
abril e maio
O Champimóvel
no agrupamento
de escolas de
Reguengos de
Monsaraz
outubro
desenho: nataniel chaveiro
108
6 prémio antónio champalimaud de visão
110
6 prémio antónio champalimaud de visão
“A concessão deste Prémio, como tudo
nesta Fundação, assenta nesta dinâmica
simples: avançar o conhecimento,
colocá-lo ao serviço de todos.
Ele celebra, e reconhece, a ciência mais
sofisticada, e a aplicação mais remota, e
difícil, dos conhecimentos. Ele une, num
elo só de homenagem, quem descobre
e quem aplica, numa cadeia única de
promoção da vida e de um dom precioso
da vida, a visão.”
A Fundação instituiu em 2006 o Prémio
António Champalimaud de Visão, o maior
prémio do mundo nesta área, no valor
anual de 1 milhão de euros. Este prémio
reconhece realizações excecionais
que impliquem transformações na
compreensão, diagnóstico, tratamento e,
ou, prevenção de doenças e distúrbios
da visão. A sua atribuição alterna entre
a valorização de descobertas científicas
no campo da visão, em anos pares, e,
nos anos ímpares, o reconhecimento
do trabalho de organizações que lutam
contra o flagelo da cegueira e das suas
causas em países em desenvolvimento.
cerimónia de
entrega do
prémio antónio
champalimaud de
visão
10 SETEMBRO
6 prémio antónio champalimaud de visão
112
Reunião do Júri
e seleção dos
premiados
O júri do Prémio António Champalimaud
de Visão é constituído por um distinto
painel de reputados cientistas e de
figuras notáveis pela sua dedicação à
promoção dos direitos humanos e do
desenvolvimento.
Fazem parte deste Júri, Alfred
Sommer, Reitor Emérito e Professor de
Epidemiologia e de Saúde Internacional
e de Oftalmologia nas Faculdades de
Medicina e Saúde Pública da Johns
Hopkins University, EUA, que preside;
Mark Bear, investigador no Howard
Hughes Medical Institute, EUA e Professor
de Neurociência no Picower Institute for
Learning and Memory, Massachusetts
Institute of Technology (MIT), EUA;
José Cunha Vaz, Professor Catedrático
Jubilado de Oftalmologia da Faculdade
de Medicina da Universidade de Coimbra;
Jacques Delors, político francês e
ex-Presidente da Comissão Europeia;
António Guterres, Alto-Comissário das
Nações Unidas para os Refugiados e
ex-Primeiro-Ministro de Portugal; Graça
Machel, política e ativista moçambicana
dos direitos humanos; Gullapalli N Rao,
fundador do LV Prasad Eye Institute, Índia
e ex-Presidente da Agência Internacional
para a Prevenção da Cegueira (IAPB);
Joshua Sanes, Diretor fundador do Center
for Brain Science na Harvard University,
EUA; Amartya Sen, reconhecido
economista e filósofo indiano laureado
com o Prémio Nobel e Professor de
Economia e Filosofia da Universidade de
Harvard, EUA; Carla Shatz, Professora
de Biologia e Neurobiologia e Diretora do
Instituto BioX, Stanford University, EUA;
Paul Sieving, Diretor do National Eye
Institute (NEI)/National Institutes of Health
(NIH), EUA; e Susumu Tonegawa, distinto
imunologista e laureado com o Prémio
Nobel da Medicina, Diretor e fundador
do centro de investigação RIKEN-MIT,
investigador no Howard Hughes Medical
Institute, Professor e ex-diretor do
Picower Institute for Learning and
Memory (MIT), EUA.
À semelhança dos anos pares anteriores,
e desde 2008, o foco do prémio de 2014
centrou-se na investigação científica
(básica e clinica). O crescente número
e a complexidade das nomeações
apresentadas até dezembro de 2013 fez
com que o processo de seleção fosse
particularmente desafiante. O júri avaliou,
em estádios progressivos, um conjunto
extraordinariamente rico de contribuições
científicas provenientes de importantes
e cada vez mais alargados grupos de
investigadores que perseveraram na
conquista de grandes descobertas.
premiados
> Napoleone Ferrara,
Evangelos S. gragoudas,
Joan w. miller,
anthony p. adamis,
george l. king,
patricia a. d’amore
e lloyd paul aiello
O Prémio António Champalimaud de
Visão 2014 reconhece o esforço e
mérito de um grupo de sete cientistas
norte-americanos no desenvolvimento
da terapia antiangiogénica aplicada às
doenças da retina:
Napoleone Ferrara, University of
California San Diego
Joan W. Miller, Harvard Medical School
Evangelos S. Gragoudas, Harvard
Medical School
Patricia A. D’Amore, Harvard Medical
School
Anthony P. Adamis, University of Illinois
College of Medicine
George L. King, Harvard Medical School
Lloyd Paul Aiello, Harvard Medical
School
6 prémio antónio champalimaud de visão
114
premiados na sala do
conselho
> João Silveira botelho,
administrador da
fundação,
Napoleone Ferrara,
george l. King,
patricia a. d’amore,
Joan w. miller,
leonor beleza,
presidente da fundação,
lloyd paul aiello,
Evangelos S. gragoudas,
anthony p. adamis e
Alfred Sommer, Presidente
do Júri do Prémio
O Prémio de Visão António
Champalimaud de 2014 reconhece
o desenvolvimento da terapia antiangiogénica para doenças da retina.
As doenças que esta terapia trata,
especialmente a degenerescência
macular relacionada com a idade e a
retinopatia diabética, estão entre as
principais causas de perda de visão e
cegueira no mundo. A prevalência destas
doenças aumenta hoje em todo o mundo,
devido ao progressivo envelhecimento da
população e à crescente epidemia global
de diabetes.
molécula que bloqueia a ação nociva do
VEGF. Outros investigadores, incluindo
aqueles com quem Ferrara partilha este
prémio, Joan W. Miller, Evangelos S.
Gragoudas, Patricia A. D’Amore, Anthony
P. Adamis, George L. King e Lloyd Paul
Aiello (muitos dos quais estudaram
com o falecido Judah Folkman),
trabalhando independentemente e,
ou, em conjunto, frequentemente
com Ferrara, demonstraram o papel
importante que o VEGF tem em doenças
da retina e provaram que agentes
anti-VEGF podem bloquear este efeito.
Em 1948, Michaelson sugeriu que
um “factor X” seria responsável pelo
crescimento dos vasos sanguíneos
da retina. Em 1971, Judah Folkman
convenceu-se de que uma substância
solúvel segregada por tumores
desencadearia o desenvolvimento
de uma rede vascular necessária
ao seu crescimento. Em 1983, Hal
Dvorak identificou uma substância
solúvel responsável pelo aumento da
permeabilidade vascular, à qual chamou
VPF (Factor de Permeabilidade Vascular,
segundo as iniciais em inglês), mas com
a tecnologia da época não pôde isolar
essa substância. Mais tarde, nos anos
80, Napoleone Ferrara iniciou o trabalho
que acabaria por isolar e reproduzir a
proteína responsável pelo crescimento
do endotélio vascular, VEGF (Fator
de Crescimento Endotelial Vascular,
segundo as iniciais em inglês), idêntico
ao VPF de Dvorak. Ferrara continuou
a investigação para desenvolver uma
Como resultado, está agora disponível
uma intervenção farmacológica que
melhora significativamente a visão
das pessoas afetadas por doenças
devastadoras.
O trabalho dos premiados deste ano
cobre todo o processo de investigação
científica, desde a identificação da
molécula, à descrição do seu papel
em doenças vasculares da retina, à
avaliação experimental de um inibidor e
finalmente à sua aplicação no tratamento
dos doentes afetados. O valor clínico
da terapia anti-VEGF nas doenças
oftalmológicas está bem estabelecido
através de um grande número de
ensaios clínicos em doentes com
degenerescência macular relacionada
com a idade, edema macular diabético e
oclusões venosas retinianas, constituindo
hoje uma nova esperança real de
recuperação da visão para milhões de
indivíduos afetados no mundo.
6 prémio antónio champalimaud de visão
116
Cerimónia
A cerimónia de entrega do Prémio teve
lugar a 10 de setembro no auditório da
Fundação Champalimaud.
Como habitualmente, foi presidida pelo
Presidente da República, Aníbal Cavaco
Silva, teve a presença do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, do
Presidente do Júri do Prémio, Alfred
Sommer, e de vários membros do
Governo. Esta cerimónia conta sempre
com a assistência de muitos amigos,
familiares do Fundador, membros dos
órgãos da Fundação e personalidades
que connosco partilham há muito este
momento único.
A cerimónia foi aberta pela Presidente
da Fundação, Leonor Beleza, que na
sua intervenção focou as realizações
científicas dos sete premiados, cujo
trabalho de uma vida “criou formas de
dominar algumas das piores doenças
dos olhos e das mais frequentes
causas da cegueira, em que avultam
a degenerescência macular devido à
idade, e a retinopatia diabética”.
Seguiram-se as intervenções de Maria
Luísa Champalimaud, filha do Fundador,
em representação da família, e do
Presidente do Júri, Alfred Sommer.
O prémio foi entregue pelo Presidente
da República e coube a Joan Miller fazer
o discurso de agradecimento em nome
dos restantes premiados.
cerimónia de
entrega do
prémio antónio
champalimaud
de visão
Atuação do fadista
camané
os premiados com
o primeiro-ministro,
pedro passos
coelho
cerimónia do prémio
primeira fila:
> José da Silva Peneda,
presidente do
conselho económico
e social,
Pedro santana lopes,
provedor da santa
casa da misericórdia
de lisboa, e António e
manuela ramalho eanes
segunda fila:
secretários de estado:
> leonor parreira (ciência)
Manuel f. teixeira (saúde),
Jorge B. Xavier (cultura)
O Presidente da República encerrou
a cerimónia fazendo uma especial
referência ao âmbito e alcance do Prémio:
“A prevenção e a erradicação das
doenças oculares no mundo, através
da investigação básica ou clínica na
área da visão e do trabalho de campo
no combate à cegueira, são o propósito
do Prémio Champalimaud de Visão”,
e ainda: “o valioso legado de António
Champalimaud está bem presente neste
Prémio de reconhecida relevância no
domínio da visão e igualmente ao serviço
de novos padrões de conhecimento que
promovam a saúde e o bem-estar da
Humanidade”.
No final da cerimónia, no exterior e visível
através da imponente janela do auditório,
ouviu-se o hino do Prémio, da autoria
de Luís Varatojo, sempre acompanhado
pela guitarra portuguesa e este ano,
também, tendo por fundo a declamação
do poema de Fernando Pessoa “Mar
Português”, pelo fadista Camané.
Enquanto isso, no Tejo, uma imensa
“Regata Fundação Champalimaud”,
em que as velas dos barcos realçavam
a imagem de António Champalimaud,
evocou a generosidade de um Homem,
e a entrega de um legado em benefício
do País.
6 prémio antónio champalimaud de visão
118
> William Mieler,
José Cunha Vaz,
Morton Goldberg
e Justine Smith
> Leonor Beleza,
presidente da fundação
champalimaud, Justine
Smith, presidente da arvo,
e Gullapalli N Rao,
Presidente do LVPEI e
membro do Júri do Prémio
António Champalimaud
de Visão
Conferência Anual
da Association for
Research in Vision
and Ophthalmology
(ARVO)
Fundada em 1928, a Association for
Research in Vision and Ophthalmology
(ARVO) é a maior e mais reconhecida
organização mundial de investigação na
área da visão, tendo cerca de 12 000
membros em 75 países diferentes.
A conferência anual da ARVO constitui o
maior fórum mundial sobre investigação
básica e investigação clínica nesta área.
Em 2014, a conferência teve lugar no
Centro de Convenções de Orlando, EUA,
sob o tema “Leading Eye and Vision
Research”. A Presidente da Fundação
Champalimaud, Leonor Beleza, foi
convidada a intervir sobre o Prémio
António Champalimaud de Visão e sobre
os programas da Fundação na “ARVO
President’s Reception”, onde apresentou
as várias áreas de intervenção da
Fundação no campo da Visão e o
desenvolvimento do prémio desde 2006.
> John Dowling,
André Valente,
Leonor Beleza
e Gullapalli n Rao
Nesta ocasião participou também num
simpósio sobre o papel das mulheres
na liderança da ARVO e na sua função
como líderes nas universidades e na
investigação científica. Este simpósio
contou com vários investigadores de
renome, entre eles a Prof. Martine
Jaeger, anterior presidente da ARVO,
e o Prof. David R. Williams, galardoado
com o Prémio António Champalimaud de
Visão em 2012.
arvo 2014
De notar que, durante a referida
conferência anual, o Prof. Doutor José
Cunha Vaz, membro do Júri do Prémio
António Champalimaud de Visão e
Diretor do C-TRACER 2 (Portugal), foi
distinguido com o Prémio Weisenfeld
pela sua contribuição académica na
prática clínica da oftalmologia.
José Cunha Vaz,
membro do júri
do prémio, na
Weisenfeld Lecture
ARVO 2014
desenho: gil abreu
120
7 rede c-tracer
7 rede c-tracer
122
C-TRACER 1 (Índia)
Com sede em Hyderabad, na Índia, o
C-TRACER 1 é um projeto emblemático
da Fundação Champalimaud no que
se refere à investigação translacional
de vanguarda. Desde que foi lançado,
em 2008, em parceria com o LV Prasad
Eye Institute, o C-TRACER 1 tem vindo
a liderar iniciativas a nível global para
utilização de células estaminais no
tratamento de doenças oculares.
O trabalho do Centro começou por
se focar no CLET (“Cultivated Limbal
Epithelial Transplantation”, transplante
de epitélio límbico de cultura), uma
técnica de vanguarda que utiliza a cultura
de células estaminais límbicas para a
reconstrução do exterior da córnea,
podendo depois ser implantada no
olho afetado, restituindo a visão. Esta
inovação abriu novas fronteiras entre
ciência e medicina, e a sua utilização
no C-TRACER 1 acabou por tornar-se
um dos procedimentos clínicos mais
aplicados em todo o mundo, envolvendo
células estaminais de adultos.
C-TRACER 3 (Brasil)
Expedição médica
Baixo Amazonas
Paciente
dezembro
Em 2014, a equipa do C-TRACER 1
deu outro importante passo em
frente, tornando a técnica CLET
quase completamente obsoleta na
batalha contra a cegueira provocada
por doenças da córnea. Nos anos
mais recentes, a equipa foi pioneira
num procedimento de substituição,
o SLET (“Simple Limbal Epithelial
Transplantation”, transplante de epitélio
límbico simples), que permite a colheita
e cultura do epitélio da córnea in vivo.
Este avanço eliminou a necessidade
do laboratório no tratamento da córnea
e levou o tratamento para o terreno.
O ano de 2014 foi determinante na
afirmação do SLET como procedimento
preferencial de utilização de células
estaminais no tratamento das doenças
da córnea. Embora a investigação e
aperfeiçoamento continuem, no ano
passado foram praticadas mais de 70
intervenções SLET, todas com resultados
clínicos positivos.
Com este avanço, a equipa atingiu
um dos objetivos iniciais da parceria
C-TRACER – desenvolver um
procedimento “portátil” a partir
de células estaminais, de modo a
beneficiar pacientes de áreas rurais
e desfavorecidas. Nos últimos doze
meses, a técnica SLET tem vindo a ser
gradualmente disseminada pela Índia e
África. Sem necessidade de laboratório,
os médicos podem agora levar os
benefícios desta técnica sofisticada a
populações mais remotas. A introdução
deste trabalho em África durante o ano
de 2014 deve muito à African Academy
of Sciences (Academia Africana de
Ciências), que, além de apoiar o projeto
desde a primeira hora, organizou
workshops clínicos de divulgação e
formação técnica. Vários cirurgiões
de oftalmologia de países africanos e
asiáticos estiveram ainda a estudar no
LV Prasad Eye Institute, sob a supervisão
do centro de formação do C-TRACER 1.
O C-TRACER 1 prosseguiu também a
sua investigação na área das células
da retina recorrendo a células da
pele derivadas do paciente. A partir
destas células, conseguiram induzir-se
células pluripotentes e gerar células
fotorrecetoras e RPE. A possibilidade
das iPSCs humanas se diferenciarem
em células neurorretinais representa
uma importante evolução no tratamento
de distrofias da retina com células
estaminais. Neste momento, estão a
decorrer estudos preliminares com
animais e a equipa do C-TRACER 1
continua a desenvolver esforços
para aplicar as suas mais recentes
descobertas a outras doenças oculares.
O programa da Retinopatia da
Prematuridade (ROP) foi outra das áreas
centrais do trabalho do C-TRACER 1
7 rede c-tracer
124
durante o ano de 2014. Mais de 1 000
crianças afetadas receberam cuidados
cirúrgicos do C-TRACER 1 e estão já
em prática planos de expansão para
o Brasil, em 2015. Fiel aos princípios
da investigação translacional, a prática
clínica foi constantemente apoiada pela
investigação, de forma a aprofundar
o conhecimento, compreensão
e métodos de abordagem a esta
doença. Este princípio esteve também
na base dos avanços no tratamento
do retinoblastoma. Nesta área, o
centro de formação especializado do
C-TRACER 1 conseguiu ser pioneiro
numa nova abordagem que irá recorrer
a nanopartículas para o transporte
seletivo de fármacos (carboplatina) aos
tecidos do retinoblastoma num grupo
experimental de doentes.
colaboração entre os C-TRACERs da
Índia e de Portugal. A apresentação de
um relatório sobre esta pesquisa está
prevista para o início de 2015.
Seventh Annual Champalimaud
Research Symposium
Em Fevereiro de 2014, teve lugar
o “Seventh Annual Champalimaud
Research Symposium” em Hyderabad,
Índia. À semelhança dos anos anteriores,
a cerimónia foi aberta pela Presidente
da Fundação Champalimaud, Leonor
Beleza, e pelo Fundador do LV Prasad
Eye Institute, Dr. Gullapalli N Rao, que
deram as boas-vindas aos participantes
reunidos para debater o trabalho de
investigação realizado ao longo do ano,
bem como os projetos do C-TRACER 1.
C-TRACER 2 (Portugal)
C-TRACER 2 (Portugal)
Encontro no AIBILI
> Leonor Beleza,
Presidente da Fundação
Champalimaud e
José Cunha Vaz, Diretor
do C-TRACER 2 (portugal)
maio
C-TRACER 1 (Índia) Simpósio em Hyderabad
Como tem vindo a ser a sua prática,
durante o ano de 2014, a equipa do
C-TRACER 1 desdobrou a sua atividade
em várias frentes. Sob a direção do
Professor D Balasubramanian, as
contribuições do C-TRACER 1 para o
tratamento das distrofias da visão com
células estaminais são reconhecidas
em todo o mundo. Mas o C-TRACER 1
procura estender a sua investigação a
outras áreas através de colaborações
com outros membros da rede C-TRACER,
em Portugal e no Brasil. Investigadores
e clínicos viajam regularmente entre
os centros de Hyderabad, São Paulo
e Coimbra para divulgar ideias,
investigações e práticas. Além disso, em
2014 prosseguiu-se com o projeto de
investigação conjunta nos biomarcadores
para a retinopatia diabética, uma
Como já é marca destes simpósios, o
encontro foi vivamente participado por
investigadores da área da visão que
exploraram um vasto leque de temas
– desde a biologia das células estaminais
à genómica, passando pelas infeções,
a reabilitação da cegueira total e da
deficiência visual parcial, bem como pela
investigação em saúde pública. Foi dada
especial atenção à investigação clínica
em curso no LV Prasad Eye Institute,
particularmente no campo da imagiologia
estrutural do glaucoma, da recuperação
das funções sensoriais após cegueira
congénita, da investigação oculoplástica,
dos biomarcadores de progressão da
retinopatia diabética e da fenotipagem
molecular das cataratas congénitas em
humanos.
2 fevereiro
C-TRACER 1 (íNDIA)
Simpósio em Hyderabad
James Funderburgh,
Pittsburgh University
Medical Center, eua
2 fevereiro
O C-TRACER 2 juntou-se à rede de
Centros em 2010, tendo sido o seu
segundo membro. Com sede na
AIBILI (Association for Innovation and
Biomedical Research on Light), em
Coimbra, e dirigido pelo Professor
José Cunha Vaz, o C-TRACER 2
é líder mundial na pesquisa
e testes clínicos oftalmológicos.
O posicionamento estratégico do
AIBILI como Centro Coordenador da
European Vision Institute Clinical Network
(rede de centros de investigação
clínica oftalmológica) permitiu ao
C-TRACER 2 operar como uma
plataforma de destaque na pesquisa
clínica e promover o desenvolvimento
de novos fármacos e equipamentos
médicos. Além do seu papel de
coordenador europeu, o C-TRACER 2
estende a sua influência para lá da
oftalmologia, envolvendo-se em projetos
inovadores de investigação clínica.
Como membro da rede C-TRACER,
a equipa de Coimbra colaborou com
o C-TRACER 1 num projeto para
caracterizar os estados iniciais da
retinopatia diabética. Demonstrou-se
que a retinopatia diabética não progredia
ao mesmo ritmo em todos os pacientes
com diabetes tipo 2, mesmo quando
sob controlo metabólico semelhante.
Estudos anteriores tinham identificado
três fenótipos diferentes (A, B e C) de
progressão da retinopatia diabética e
desenvolvimento de edema macular
clinicamente significativo (CSME,
clinically significant macular edema).
A identificação dos biomarcadores de
risco para a progressão da retinopatia
diabética é crucial para o controlo da
doença e para os testes das terapias
adequadas. Para prosseguir este
objetivo, o C-TRACER 2 trabalhou
durante o ano de 2014 com o seu
parceiro em Hyderabad num teste clínico
para validar o modelo de previsão da
progressão da retinopatia diabética para
CSME em pacientes com diabetes tipo 2.
7 rede c-tracer
126
C-TRACER 3 (Brasil)
Com sede em São Paulo, o C-TRACER 3
é o mais recente membro da rede
C-TRACER, mas muito rapidamente
desenvolveu a sua própria abordagem
inovadora aos cuidados de saúde
oftalmológicos no Brasil. No final de
2013, inaugurou o Centro Champalimaud
de Oncologia Ocular do Amazonas,
uma unidade ímpar e que a equipa do
C-TRACER 3 tem levado cada vez
mais longe.
O final de 2014 foi paradigmático na
abordagem arrojada do C-TRACER aos
problemas da visão. Durante seis dias,
uma equipa multinacional de médicos,
enfermeiros e pessoal de apoio dos três
C-TRACERs de Portugal, Índia e Brasil
juntou-se para uma expedição de barco
no rio Amazonas e rio Solimões.
O objetivo foi realizar estudos,
tratamentos e cirurgias oftalmológicas
e ajudar, através desta iniciativa, as
populações mais esquecidas. Esta
viagem, única no âmbito da prestação
de cuidados de saúde, foi liderada pelo
Prof. Rubens Belfort Jr., do C-TRACER 3,
de São Paulo, Brasil, tendo participado
igualmente o Dr. Pravin Vaddavalli do
C-TRACER 1 de Hyderabad, Índia, e
o Prof. Joaquim Murta, do C-TRACER 2,
de Coimbra, Portugal.
Recorrendo a um centro logístico
instalado num barco e a blocos de
cirurgia montados à medida que a
missão ia chegando a localidades
C-TRACER 3 (Brasil)
expedição médica baixo amazonas
cirurgia
Diagnóstico Rubens Belfort
Mattos, Jr. - Diretor
do c-tracer 3 (brasil)
dezembro
longínquas, a equipa de especialistas
que incluiu cinco dos líderes mundiais
em cirurgia de cataratas realizou,
de forma totalmente voluntária,
cerca de 500 cirurgias nas zonas
de Urucará, Parintins, Barreirinha
e Maués, prestando, igualmente,
acompanhamento pós-operatório
e doando óculos sem custos para
estes pacientes.
Esta iniciativa traduz o esforço da
Fundação Champalimaud em estender
os benefícios da investigação e
tratamentos desenvolvidos pela rede
C-TRACER às populações que mais
precisam, reforçando, desta forma, a
sua contribuição na luta contra o flagelo
da cegueira e das suas causas, muito
especialmente nas regiões do globo
onde as dificuldades são maiores e onde
as pessoas mais sofrem.
O Professor Rubens Belfort Jr., Diretor
do C-TRACER 3, sintetizou o espírito do
projeto, dizendo que “a nossa intenção é
levar o melhor tratamento a populações
afastadas dos grandes centros urbanos
e sem acesso a cuidados médicos.
A qualidade de vida destas pessoas
vai melhorar significativamente como
resultado do tratamento dos seus
problemas.”
O C-TRACER 3 continua a desenvolver
respostas inovadoras para os problemas
da visão, trabalhando com os seus
parceiros na Índia e em Portugal para
o desenvolvimento e realização de
novos projetos.
7 rede c-tracer
128
C-TRACER 2 (portugal)
Encontro no AIBILI
> José Cunha Vaz,
Diretor do C-TRACER 2
e João Silveira Botelho,
Administrador da
Fundação Champalimaud
novembro 2014
C-TRACER 3 (Brasil)
expedição médica
baixo amazonas
dezembro
C-TRACER 3 (brasil)
Expedição médica
Baixo Amazonas
Paciente
dezembro
C-TRACER 1 (Índia)
Encontro em
Hyderabad
> D Balasubramanian,
Diretor do C-TRACER 1
e João Silveira Botelho,
Administrador da
Fundação Champalimaud
fevereiro
C-TRACER 3 (Brasil)
Equipa da Expedição
médica Baixo Amazonas
(ao centro Joaquim
Murta, Diretor da
Faculdade de Medicina
da Universidade de
Coimbra)
dezembro
desenho: DANIEL SANTOS
130
8 comunicação
8 comunicação
132
Visitas ao Centro
A Fundação continua a ser muito
procurada por instituições nacionais e
estrangeiras, universidades, escolas
e muitos outros interessados que, de
forma espontânea ou mais sistemática,
se organizam para conhecerem o Centro
Champalimaud. Ao longo do ano, acolheu
muitas representações e eventos através
dos quais se vai fazendo a projeção
das atividades que aqui decorrem e
o caminho de um reconhecimento
internacional.
ix ENCONTRO DA
COTEC EUROPA
> gIORGIO nAPOLITANO,
s.m. O REI DE ESPANHA
DOn JUAN CARLOS,
aNÍBAL CAVACO SILVA,
PRESIDENTe DA REPÚBLICA
PORTUGUESA e
LEONOR BELEZA,
PRESIDENTE DA
fUNDAÇÃO cHAMPALIMAUD
12 FEVEREIRO
O ano iniciou-se com a reunião da
COTEC, que escolheu o auditório
da Fundação para a realização do
IX Encontro da COTEC Europa. Este
encontro teve lugar a 12 de fevereiro e
nele estiveram presentes o Presidente
da República Portuguesa, Aníbal
Cavaco Silva, S.M. o Rei de Espanha,
Don Juan Carlos, o Presidente de Itália,
Giorgio Napolitano, o Vice-Presidente
da Comissão Europeia, Antonio Tajani,
e o Ministro da Economia de Portugal,
António Pires de Lima, além de vários
ministros dos governos representados
e membros da COTEC Espanha, Itália e
Portugal. Este encontro, que pretende
fomentar a troca de experiências e
a cooperação entre empresários,
dirigentes e responsáveis políticos dos
três países, constituiu uma excelente
oportunidade para os respetivos Chefes
de Estado se inteirarem sobre os
objetivos e programas da Fundação,
através de uma visita durante a qual
tiveram ainda a ocasião de conhecer e
falar com os colaboradores espanhóis
e italianos que trabalham, quer no
Centro Clínico, quer no Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP).
8 comunicação
134
A Presidência da República assinalou o
40.º aniversário do 25 de Abril com uma
conferência internacional sobre o tema
“As Rotas de Abril”, que decorreu a 9 e
10 de maio no auditório da Fundação
Champalimaud. Esta iniciativa, que se
insere nos “Roteiros do Futuro”, lançados
em 2012 pelo Chefe de Estado,
Prof. Cavaco Silva, centrou-se sobre
“O espírito da democracia, a cultura
de compromisso e os desafios do
desenvolvimento”. Tal como nas anteriores
conferências internacionais, o modelo
seguido destinou-se a promover o
confronto multidisciplinar de perspetivas
de quem, do exterior observa Portugal,
e de quem, no País tem desenvolvido
um pensamento inovador e apresentado
novas ideias para os grandes desafios que
se colocam à sociedade portuguesa.
de Marrocos, Mohamed El Quafa,
acompanhado pelo seu homólogo,
Prof. Doutor Nuno Crato, e do Secretário
de Estado do Ensino Superior,
Prof. Doutor José Ferreira Gomes, a 22
de maio; dos Ministros da Defesa da
CPLP (Brasil, Cabo Verde, Moçambique,
Portugal e São Tomé e Príncipe), a 26 de
maio; e de uma importante delegação
parlamentar da Arábia Saudita, que se
encontrava em Portugal a convite da
Assembleia da República, a 29 de maio,
acompanhada pelo deputado Fernando
Negrão. Dada a formação académica
de alguns dos membros do Parlamento
Saudita, foram feitos importantes
contactos com Investigadores Principais
do Champalimaud Neuroscience
Programme (CNP).
Como habitualmente, a Fundação acolheu
visitas de entidades oficiais e delegações
de muitos pontos do mundo, quer no
âmbito médico-científico, quer num plano
muito mais alargado, com o propósito
de se inteirarem sobre as atividades do
Centro Champalimaud e a sua evolução.
Destacam-se as visitas de embaixadores
e delegações oficiais de vários países,
bem como de diversos membros do
Governo de Portugal: a visita do Ministro
da Saúde de Moçambique, Dr. Alexandre
Jaime Manguele a 3 de abril; de John
Boehner, Presidente da Câmara dos
Representantes do Congresso dos EUA
e comitiva acompanhados pelo Vice-Primeiro-Ministro, Dr. Paulo Portas a 19
de abril; do Sub-Secretário dos Negócios
Estrangeiros da Arábia Saudita, S.A. o
Príncipe Mohammed bin Saud bin Khalid
a 12 de maio; do Ministro da Educação
Seguiram-se as visitas da Ministra Tomomi
Inada, responsável na altura por várias
pastas no Governo do Japão, a 21 de
julho, e de Armando Guebuza, Presidente
de Moçambique, que realizou em junho a
visita de “despedida a Portugal”, a convite
do Presidente da República, Prof. Cavaco
Silva. Tendo mostrado interesse em visitar
a Fundação Champalimaud, foi recebido
por Leonor Beleza, e inteirou-se das
atividades desenvolvidas no nosso Centro.
Prometeu levar até Moçambique notícias
deste contacto e promover ações para o
desenvolvimento de futuras colaborações.
A Fundação recebeu a 2 de setembro
a visita do Ministro da Educação,
Infância e Juventude e do Ensino Superior
e Investigação do Grão-Ducado do
Luxemburgo, Claude Meisch,
acompanhado pelo Ministro da Educação
e Ciência, Nuno Crato.
visita do ministro da
saúde de moçambique,
dr. alexandre jaime
manguele
3 Abril
Visita de john boehner,
presidente da câmara
dos representantes
do congresso dos eua
19 Abril
visita dos ministros dA
defesa da cplp
26 maio
Visita do
Sub-Secretário
dos Negócios
Estrangeiros da
Arábia Saudita, S.A. o
Príncipe Mohammed
bin Saud bin Khalid
12 maio
visita da Ministra
Tomomi Inada (Japão)
21 julho
visita de armando
guebuza, presidente
de moçambique
30 junho
8 comunicação
136
A 2 de maio, a Fundação recebeu a
visita do Primeiro-Ministro do Japão,
Shinzo Abe, que se deslocou a Portugal
a convite do Governo. Estiveram a
acolhê-lo Leonor Beleza, Presidente,
João Silveira Botelho, administrador, e Zvi
Fuks, diretor do Centro Champalimaud.
Neste encontro participou igualmente o
Prof. Susumu Tonegawa, laureado com
o Prémio Nobel e membro do Conselho
Científico da Fundação e do Júri do
Prémio António Champalimaud de Visão.
Na sua qualidade de Diretor do RIKEN
Brain Science Institute/Picower InstituteMIT, EUA, o Prof. Tonegawa abordou
a possibilidade do estabelecimento de
uma colaboração entre a Fundação
Champalimaud e o RIKEN – a maior
organização de investigação científica
do Japão. Esta visita foi também uma
ocasião para o Primeiro-Ministro Shinzo
Abe contactar com os colaboradores
japoneses integrados no Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP) que se
encontram a desenvolver a sua carreira
no nosso Centro, e teve como ponto alto
a abertura do Centro Champalimaud
a uma possível colaboração com
instituições científicas japonesas
de relevo.
da Comissão, Dr. Durão Barroso, sobre o
tema “The Future of Europe is Science”.
Ao reunir os agentes do mundo da
ciência, da indústria e da sociedade,
a conferência teve por objetivo fazer
um balanço das realizações europeias
no domínio da ciência ao longo dos
últimos 10 anos. Foram igualmente
debatidas as formas como a ciência,
a tecnologia e a inovação podem ser
cruciais para o bem-estar da sociedade,
potenciando o crescimento, o emprego e
o desenvolvimento de oportunidades de
negócio na Europa.
Em outubro, a Fundação acolheu uma
delegação da National Natural Science
Foundation of China a pedido da
Fundação para a Ciência e a Tecnologia
(FCT). Esta organização foi fundada, na
China em 1986, e depende diretamente
do Governo Central Chinês. Tem
praticado um investimento contínuo
em investigação básica, procurando
desenvolver parcerias e acordos de
cooperação com vários países e regiões
do mundo.
visita do primeiiro-ministro do japão,
Shinzo abe
open lab – encontro
com investigadores
japoneses
2 maio
visita da delegação
parlamentar da
arábia saudita
29 maio
Conferência “Portugal - Rotas de Abril”
9 e 10 maio
No âmbito científico e da sua
comunidade, o final do ano foi
especialmente preenchido com eventos
e visitas de alto nível.
A 6 e 7 de outubro teve lugar no
auditório da Fundação uma importante
conferência organizada pela Comissão
Europeia com a presença do Presidente
visita do ministro da
educação de marrocos,
mohamed el quafa
22 maio
A 18 de novembro, recebeu uma
delegação do MD Anderson Cancer
Center da Universidade do Texas, um
dos mais conceituados centros de
prevenção, tratamento, investigação e
educação dedicados ao cancro em todo
o mundo. Tem ainda o maior programa
de ensaios clínicos nos Estados Unidos
e ocupa o primeiro lugar no número de
bolsas do National Cancer Institute, com
um investimento superior a 539 milhões
de euros. A iniciativa de trazer ao nosso
país este conceituado Instituto partiu
da Embaixada dos Estados Unidos em
Portugal e do Ministério da Saúde, em
parceria com instituições de ensino e
investigação. Estiveram na Fundação
o Dr. Ronald DePinho, Presidente, o
Dr. Ernest Hawk, especialista em
prevenção de cancro, o Prof. Raghu
Kalluri, Presidente do Departamento
de Biologia do Cancro, o Prof. Gabriel
Lopez-Berestein, especialista em
terapêuticas experimentais, e a
Sra. Hilario Mata, Diretora dos Programas
Académicos. Tratou-se de uma visita
prolongada, quer ao Centro Clínico, quer
às áreas dos laboratórios de investigação
em neurociências, em que ambas as
instituições tiveram a oportunidade de
debater possíveis áreas de colaboração
e desenvolvimento de programas
conjuntos.
O ano terminou com a visita à Fundação
Champalimaud, a 20 de novembro, do
Comissário Europeu para a Investigação,
Inovação e Ciência, Dr. Carlos Moedas,
ex-Secretário de Estado Adjunto do
Primeiro-Ministro Passos Coelho.
Além da visita ao Centro realizada pela
Presidente, Leonor Beleza, teve também
lugar uma reunião entre a delegação do
Comissário Europeu e Investigadores
Principais do Champalimaud
Neuroscience Programme (CNP)
onde foi apresentado o trabalho
desenvolvido por este programa e os
seus vários laboratórios, e abordadas
8 comunicação
138
as necessidades e preocupações reais
sentidas pela comunidade científica.
Em 2014, proseguiram as visitas
organizadas em resposta a muitos
pedidos que são recebidos ao longo do
ano, por parte de grupos interessados
em perceber melhor a atual realidade,
em observar o trabalho dos laboratórios
de investigação e com muito interesse
em obterem informação sobre o
funcionamento do Centro Clínico
Champalimaud. Foram mais de 2 000
pessoas que visitaram a Fundação
Champalimaud em grupos organizados,
a que se juntaram cerca de 200
visitantes que a Fundação recebeu, na
manhã de 12 de outubro, ao abrir as
portas pela terceira vez ao “Lisboa Open
House”, da responsabilidade da Trienal
de Arquitetura de Lisboa. À semelhança
do ano anterior, esta iniciativa permitiu
a visita a 70 espaços na capital que
puderam ser vistos gratuitamente
durante o fim de semana, num extenso
programa de visitas guiadas.
Desde que o programa de visitas à
Fundação teve início em 2011, mais de
7 500 pessoas tiveram já oportunidade
de conhecer o Centro Champalimaud
através das visitas de universidades,
escolas, comunidades e grupos, bem
como de muitos cidadãos. Considera-se
que esta é uma das melhores formas de
se apresentar, de forma mais direta e
personalizada, a história, os objetivos e
os programas da Fundação, e será dada
continuidade a esta atividade, tentando
sempre corresponder às solicitações e
adaptando os interesses de quem nos
procura às atividades desenvolvidas
no Centro.
durão barroso, presidente
da comissão europeia, na
abertura da Conferência
“The Future of Europe is
Science”
6 e 7 outubro
estrangeiro
A convite de S.M. a Rainha Sofia de
Espanha, a Presidente da Fundação,
Leonor Beleza, deslocou-se a Madrid
a 24 de abril para conhecer os projetos
de investigação que se desenvolvem
no Centro de Investigación en
Enfermedades Neurológicas (Fundación
CIEN), entidade que gere a Unidad de
Investigación del Proyecto Alzheimer
da Fundación Reina Sofía. Sua
Majestade foi anfitriã desta visita, na
qual foi acompanhada pela diretora da
Fundación CIEN, Maria Ángeles Pérez,
e respetivo diretor científico, Jesús Ávila
de Grado, e ainda pelo diretor da maior
comuna de Madrid (entidade que gere a
área assistencial do Centro Alzheimer),
José Ramón Menéndez Aquino.
Os responsáveis pela Fundación
CIEN fizeram uma apresentação
dos projetos em curso relativos à
doença de Alzheimer, em particular
o “Projeto Vallecas”, que inclui um
estudo transversal sobre 1 200
pacientes para identificação dos
biomarcadores precoces desta
doença. Posteriormente, visitaram
as áreas de laboratório e consultas
de neurologia e neuropsiquiatria, o
serviço de neuroimagem e ainda o
Banco de Tecidos, biobanco de tecido
Visita da Delegação do MD
Anderson Cancer Center
> João Silveira Botelho,
administrador,
Leonor Beleza,
Presidente da Fundação,
Christian Machens,
Investigador,
Ronald DePinho,
Presidente do MD Anderson
e Megan Carey,
Investigadora
18 novembro
visita de delegação da
national natural science
foundation of china
24 Outubro
visita do comissário
europeu para
a investigação,
inovação e ciência,
dr. carlos moedas
20 novembro
visita da faculdade
de arquitetura da
universidade de lisboa
17 abril
8 comunicação
140
Em 2 de outubro de 2014, foi
assinado um acordo entre a Fundação
Champalimaud e o Governo do Rajastão,
cuja concretização terá um enorme
impacto na vida de milhares de pessoas,
no maior Estado da Índia, com uma
população superior a 55 milhões.
cerebral e outras amostras de interesse
neurológico. A visita terminou com
uma reunião com os colaboradores da
Fundación CIEN e membros do seu
Conselho Científico.
Leonor Beleza aproveitou esta ocasião
para convidar S.M. a Rainha Sofia a
visitar o Centro Champalimaud.
Em maio, Leonor Beleza e João Silveira
Botelho, Administrador da Fundação
Champalimaud, visitaram o Buck
Institute for Research on Aging, uma
instituição norte-americana com sede na
Califórnia que se dedica à investigação
e compreensão das ligações entre
o processo de envelhecimento e as
doenças crónicas, tendo por objetivo o
aumento da esperança de vida saudável.
Tratou-se de um convite dirigido à
Fundação por ocasião da visita feita
ao Centro Champalimaud em 2013,
pelo Buck Advisory Council (BAC), um
conselho para a divulgação e alargamento
da rede de contactos do Buck Institute
for Research on Aging que, naquele ano,
realizou a sua reunião anual em Lisboa.
Na altura foi feita uma apresentação
sobre a Fundação Champalimaud
por Leonor Beleza, do Centro Clínico
pelo seu diretor António Parreira, e do
Champalimaud Neuroscience Programme
(CNP) pelo investigador Rui Costa. Estas
apresentações tiveram o maior impacto
junto do BAC, que muito rapidamente
concretizou um convite à Fundação
Champalimaud para uma visita dos seus
representantes aos EUA.
Em setembro, Leonor Beleza deslocou-se ao Japão a convite do Primeiro-Ministro, Shinzo Abe – para participar
na conferência “World Assembly for
Women: Tokyo 2014”, organizada pelo
Governo japonês em colaboração com
outras instituições.
Este importante e inédito encontro
teve lugar de 12 a 14 de setembro e
enquadrou-se na política defendida
pelo Primeiro-Ministro japonês junto das
Nações Unidas para a criação de uma
sociedade onde as “mulheres brilhem”,
enfantizando as suas três prioridades
para promover uma participação
ativa feminina naquele país: facilitar o
seu papel ativo/realização social e o
empowerment das mulheres; intensificar
os esforços do Japão na área dos
cuidados de saúde das mulheres, como
parte da sua estratégia para a diplomacia
da saúde global; e apoiar a participação
das mulheres, protegendo os seus
direitos em matéria de paz e segurança.
Leonor Beleza foi convidada a participar
neste encontro no seguimento da visita
do Primeiro-Ministro Shinzo Abbe à
Fundação Champalimaud em maio
de 2014, e no âmbito do alargamento
da cooperação daquele país com a
comunidade internacional. Leonor Beleza
teve oportunidade de apresentar os
objetivos e programas da Fundação
Champalimaud e de partilhar a sua
experiência e ideias com mulheres em
funções de topo em todo o mundo.
Visita à Fundación
Reina Sofía
24 abril
Assinatura do acordo
entre o Governo do
Rajastão (Índia) e a
Fundação Champalimaud
> J C Mohanty, Secretário
Principal para a Educação
Médica do Rajastão e
João Silveira Botelho,
Administrador da
Fundação Champalimaud
2 Outubro
Leonor Beleza, Presidente da Fundação
Champalimaud, João Silveira Botelho,
Administrador, e Carlo Greco, médico
e Diretor do Serviço de Radioncologia
do Centro Clínico Champalimaud,
deslocaram-se no início de outubro a
Jaipur, capital do Estado do Rajastão,
para um encontro com a Chefe do
Governo, Vasundhara Raje, com vista à
assinatura de um acordo para a criação
de um centro de excelência na área da
prevenção, diagnóstico, tratamento e
investigação do cancro.
A assinatura do acordo inseriu-se nas
celebrações anuais de homenagem ao
nascimento de Mahatma Gandhi, às
quais assistiram os ministros do Governo
do Rajastão e a delegação da Fundação
Champalimaud, a convite da Chefe do
Governo. As delegações juntaram-se depois aos oncologistas presentes
e aos representantes da imprensa
portuguesa e indiana, para apresentação
do projeto a um grupo de convidados.
A cerimónia terminou com um seminário
de oncologia organizado pelo Dr. Hemat
Malhotra, chefe de Oncologia Médica no
Jaipur’s RK Birla Cancer Center. Carlo
Greco, como orador principal, partilhou
com a assembleia os mais recentes
avanços na radioterapia de dose única
que está a ser desenvolvida no Centro
Clínico Champalimaud.
Acontecimentos
Em maio, foi apresentada durante 15 dias
no Centro Champalimaud
uma exposição organizada pela
PSP no âmbito do concurso “Nós
Reciclamos 2014”, que foi visitada por
muitas pessoas ligadas ao projeto.
Trata-se de uma iniciativa lançada pelo
Comando Metropolitano de Lisboa da
Polícia de Segurança Pública, através da
4.ª Divisão Policial, nomeadamente das
equipas ligadas aos programas “Escola
Segura” e “Idosos em Segurança”. Este
concurso é dirigido aos alunos das
escolas do 1.º e 2.º ciclos e aos idosos
pertencentes a associações/lares/juntas
de freguesia da Área Metropolitana
de Lisboa, para a elaboração de um
“Boneco Polícia”, em material reciclável.
O concurso destina-se a estimular
a reutilização de materiais usados/
recicláveis, transformando-os em novos
produtos e contribuindo deste modo para
a conservação e melhoramento
do meio ambiente. Com cerca de
3 000 participantes, foram elaborados
144 “Bonecos Polícia” que estiveram em
exposição na entrada do Centro. Esta
exposição foi visitada a 29 de maio pela
Dra. Maria Cavaco Silva, que esteve
também presente na entrega dos prémios
realizada no auditório da Fundação.
8 comunicação
142
cerimónia de
entrega de
prémios do
concurso “nós
reciclamos 2014“
29 maio
Regata “3.º troféu
Fundação
Champalimaud”
5 outubro
A Fundação organizou em 2014
duas regatas em colaboração com
a Associação Naval de Lisboa. A
primeira decorreu a 10 de setembro,
coincidente com a cerimónia de entrega
do Prémio António Champalimaud de
Visão, e nela participaram 31 barcos em
condições de mar bastante adversas,
mas que mesmo assim representaram
as cores da Fundação com distinção e
puderam ser vistos pelos convidados
presentes na cerimónia. No quarto
aniversário do Centro Champalimaud,
a 5 de outubro, realizou-se o 3.º Troféu
Fundação Champalimaud de Vela,
em que estiveram em competição
cerca de 50 embarcações num
campo frente às nossas instalações.
Integraram esta regata um número
maior de colaboradores da Fundação
Champalimaud relativamente ao ano
anterior, quer em barcos próprios, quer
juntando-se à tripulação de outros
barcos participantes. A entrega dos
prémios foi feita ao final da tarde no
Centro, seguindo-se um cocktail com
a participação dos premiados, das
equipas concorrentes e das suas famílias
que decorreu num ambiente muito
descontraído. Esta cerimónia foi seguida
de um espetáculo de gospel pelo grupo
St. Dominic’s Gospel Choir que encheu
por completo o anfiteatro exterior da
Fundação, e contou com a presença de
30 cantores em palco que durante mais
de uma hora de concerto levaram
o recinto ao rubro.
Nos media
O ano de 2014 marcou a consolidação
da presença da Fundação
Champalimaud nos media nacionais
e o aumento da presença nos media
internacionais.
Essa consolidação é visível nos mais de
2 000 artigos publicados na imprensa
nacional nas diversas plataformas:
imprensa escrita, televisões e rádios.
Notícias e reportagens sobre a
atividade clínica, artigos regulares
sobre a atividade de investigação e a
cobertura generalizada dos eventos
mais importantes na Fundação, como o
Prémio António Champalimaud de Visão,
permitiram uma ligação permanente
à comunidade através dos órgãos de
comunicação social.
A presença em televisão foi mais uma
vez muito importante e significativa ao
longo do ano, não só pela natureza
e importância dos conteúdos, como
também pela janela que abre nessa
ligação fundamental às pessoas,
especialmente aos doentes. Várias
reportagens, entrevistas e presença
de médicos do Centro Clínico
Champalimaud em programas televisivos
garantiram a proximidade para com o
público em geral.
cerimónia de
entrega dos
prémios do “3.º
troféu Fundação
Champalimaud”
5 outubro
espetáculo
de gospel
pelo grupo
st. dominic´s
gospel choir
5 outubro
8 comunicação
144
ID: 56118739
11-10-2014
Tiragem: 107900
Pág: 28
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 29,39 x 46,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Tiragem: 81531
Tiragem: 28538
País: Portugal
ID: 56964920
06-12-2014
Pág: 16
ID: 56965083
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 25,30 x 29,95 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
06-12-2014
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 17,45 x 21,48 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Destaques de
Notícias na
Imprensa em 2014
A presença na imprensa internacional
foi particularmente relevante em 2014.
A Fundação foi amplamente citada
em meios de comunicação de todo o
mundo, não só pelos artigos científicos
da autoria dos seus investigadores
mas também pela atribuição do Prémio
António Champalimaud de Visão ou
pelas visitas de figuras internacionais
de relevo, como o Rei de Espanha. De
destacar a reportagem na Euronews
sobre a unidade de radioterapia, que
teve um impacto muito relevante.
LIVRO DA FUNDAÇÃO
ID: 55145310
05-08-2014
Tiragem: 31611
Pág: 23
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 26,60 x 11,67 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Tiragem: 35060
ID: 55657831
11-09-2014
Pág: 23
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 27,07 x 30,75 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
ID: 55397877
Descobertas em doenças
da retina que
cegam valem prémio Champalimaud
Galardão português premeia décadas de investigação que resultaram em terapias para a degenerescência
macular e retinopatia diabética, que podem causar cegueira. Sete cientistas recebem um milhão de euros
NUNO FERREIRA SANTOS
Saúde
Nicolau Ferreira
O trabalho de décadas de sete cientistas que resultou em descobertas e
terapias para duas doenças oftalmológicas que causam a perda de visão
na população mais idosa e nos diabéticos foi reconhecido pelo Prémio de
Visão António Champalimaud 2014.
Os investigadores Napoleone Ferrara, Joan Miller, Evangelos Gragoudas,
Patricia D’Amore, Anthony Adamis,
George King e Lloyd Paul Aiello, a
trabalharem nos Estados Unidos, receberam o galardão no valor de um
milhão de euros, ontem, em Algés.
O prémio “reconhece o desenvolvimento da terapia antiangiogénica
para doenças da retina”, explica o
comunicado da Fundação Champalimaud. “A degenerescência macular
relacionada com a idade e a retinopatia diabética são duas das principais
causas de perda de visão e cegueira
no mundo. A prevalência destas doenças aumenta hoje em todo o mundo devido ao progressivo envelhecimento da população e à crescente
epidemia global de diabetes.”
“No início da década de 1990, ninguém queria olhar para os doentes
com degenerescência macular, porque havia tão pouco para oferecer”,
disse ao PÚBLICO a médica e investigadora Joan Miller, que, com os seus
seis colegas, veio receber o prémio
na Fundação Champalimaud, em
Algés. A investigadora pertence à
Escola Médica de Harvard, em Boston, assim como Evangelos Gragoudas, Patricia D’Amore, George King
e Lloyd Paul Aiello.
A degenerescência macular da
idade é uma doença que afecta uma
região específica e pequenina da retina, a mácula, que nos dá uma visão
fina o suficiente para guiar, ler ou distinguir um rosto do outro. “É muito
comum. Na altura em que chegamos
aos 70 anos, um terço da população
pode tê-la”, disse a investigadora. Na
versão mais grave da doença, as pessoas desenvolvem nesta região novos
vasos sanguíneos que são frágeis e
que libertam líquido e sangue, causando uma “grave perda de visão”.
Antes, o tratamento contra a degenerescência macular passava por
desfazer os vasos sanguíneos com
um laser, que acabava por danificar a
retina, causando perda de visão. Mas
Os vencedores: Napoleone Ferrara, Evangelos Gragoudas, Joan Miller, Anthony Adamis, George King, Patricia D’Amore e Lloyd Paul Aiello
ao longo das últimas décadas, aqueles investigadores, juntamente com
Napoleone Ferrara, da Universidade
da Califórnia, São Diego, e Anthony
Adamis, do Colégio de Medicina da
Universidade de Illinois, descobriram
o que causou o desenvolvimento dos
vasos sanguíneos e desenvolveram
terapias para tratar a doença.
“É muito entusiasmante começar
com as primeiras ideias e levar a investigação até aos modelos animais
e, depois, até aos ensaios clínicos e
ver os resultados nos doentes. Faz
a nossa vida valer a pena”, disse Joan Miller, defendendo que a visão é
um sentido muito importante, e o
seu tratamento tem um grande impacto na vida das pessoas. “É muito
entusiasmante para o nosso grupo
ter este reconhecimento. O prémio
vai ajudar o nosso trabalho. Estamos
muito honrados.”
Tudo começou com o trabalho do
investigador norte-americano Judah
Folkman sobre o crescimento do cancro e a angiogénese — quando novos
vasos sanguíneos se formam. O cientista, que já morreu, percebeu na década de 1970 que a partir de um certo
tamanho um tumor só podia continuar a crescer depois de criar novos
vasos sanguíneos para alimentar as
suas células. Na década de 1980, Napoleone Ferrara identificou a molécula que fomentava o crescimento
de novos vasos e que estava presente
nos tumores: o factor de crescimento
endotelial vascular (FCEV).
“O nosso grupo tinha ligações com
Folkman. Ao sabermos que o FCEV
estava lá [no cancro], associado à falta de oxigénio, pensámos que deveríamos procurar por ele nas doenças
dos olhos porque em muitas havia
diminuição de oxigénio”, explicou
Joan Miller. A equipa testou o papel
deste factor na degenerescência ma-
cular e demonstrou a sua importância fundamental quando, ao inibi-lo
— usando inibidores desenvolvidos
por Napoleone Ferrara —, os vasos
sanguíneos não se formaram mais.
Mais tarde começaram a aparecer
os tratamentos. A investigadora ajudou a desenvolver e a testar o Visudybe, um marcador que se liga aos
vasos sanguíneos e é activado pela
luz, libertando moléculas que danificam as células. “Foi introduzido em
2000, foi o primeiro tratamento em
degenerescência macular”, explicou a cientista. Mais tarde, Anthony
Adamis desenvolveu o Pegaptanib,
que inibe o FCEV no olho. “Este tratamento envolve injecções nos olhos
de mês a mês. Anthony Adamis está a
investigar químicos com uma maior
duração”, disse Joan Miller.
Apesar de a cientista se ter dedicado à degenerescência macular,
o crescimento de vasos sanguíne-
os também ocorre na retinopatia
diabética. As pessoas com diabetes
deixam de produzir naturalmente
insulina e não metabolizam o açúcar,
este acumula-se nos vasos sanguíneos dos olhos causando a longo prazo
a perda de visão.
“Lloyd Paul Aiello e George King
estão a trabalhar muito nos diabetes,
é um pouco mais complicado, por isso há muito trabalho a fazer naquela
área”, disse Joan Miller, que continua a tentar compreender o que está
por trás da degenerescência macular. Ainda não se descobriu o que faz
com que as células da retina estejam
a produzir o FCEV, ou seja, o que inicia a doença, e, por isso, também não
é possível combatê-la quando aparecem os primeiros sinais de perda
de visão. “Temos de ir ao momento
inicial da doença e tentar encontrar
tratamentos para a fase inicial, é o
que estamos a fazer agora.”
23-08-2014
Tiragem: 31611
Pág: 23
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 5,22 x 30,07 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
A Fundação editou, no final do ano, um
livro em homenagem à última vontade de
António Champalimaud, quando tinham
decorrido dez anos desde a sua morte.
Os testemunhos da jornalista Maria João
Avillez e do fotógrafo Rui Ochoa revelam
realizações e assinalam o início dos dez
anos de vida da própria Fundação, que
atinge essa idade em 2015.
O livro retrata o esplendor arquitectónico,
a situação geográfica, o conceito
científico e o processo de ocupação do
Centro Champalimaud, protagonista
primeiro da vontade generosa
de António Champalimaud.
8 comunicação
146
Espaços
the way to the
unknown sunsets
Em 2014, a Fundação continuou a
rentabilizar as áreas disponíveis,
tendo organizado mais de 55 eventos
empresariais (65 no ano anterior) que
representaram, no seu global, uma
faturação superior a 2013. No conjunto
destes eventos participaram cerca de
24 000 pessoas, um número claramente
superior às 15 000 do ano anterior.
A procura dos espaços continuou a
ser muito grande, incluindo algumas
presenças fidelizadas ao longo dos
últimos três anos. Esta presença inclui
importantes organizações (Presidência
da República, COTEC e Comissão
Europeia), muitas empresas (Brisa, Galp,
Impresa, Jerónimo Martins, Nestlé,
Novabase, Opel, REN, Unicre, ZON,
etc.), bancos, diversas farmacêuticas e
organismos oficiais ou desportivos, quer
para a realização de assembleias-gerais,
quer para eventos com clientes ou de
caráter institucional.
Foi estabelecido um protocolo com a
RTP para a realização do programa
“Prós e Contras”, transmitido em direto
às segundas-feiras, a partir do auditório
da Fundação, cuja duração irá prolongar-se para lá de 2014.
A total abertura dos espaços exteriores
da Fundação ao público, atrai cada vez
mais pessoas para os seus passeios
tendo-se tornado habitual a observação
do pôr do sol durante os fins de semana
a partir do topo da rampa. “The Way to
the Unknown Sunsets” é um sucesso
que reúne famílias e amigos neste
bonito espaço, a partir do qual têm
sido feitas fotografias excecionais.
Da mesma forma, o anfiteatro exterior
continua a acolher algumas iniciativas
abertas ao grande público, como o
“Tango de Rua”, um grupo que organiza
milongas e que promove o encontro
de aficionados desta dança em
locais especiais.
Este foi também o local escolhido
pela Educar a Sorrir – Associação
de Solidariedade e Apoio à Família,
cuja atividade é dirigida à animação
e ocupação dos tempos livres das
crianças, com o propósito de promover
atividades num enquadramento lúdico-pedagógico. Foi assim que, a 24 de
maio, a iniciativa “Educar a Dançar”
reuniu no palco ao ar livre, e em
plena vista do rio, muitas crianças em
coreografias de dança.
Em abril esteve aberta ao público no
espaço de exposições da Fundação
Champalimaud uma mostra de
Guilherme Parente sobre o tema
“Fragmentos de uma Viagem Imaginada”,
cuja inauguração a 3 de abril contou com
a presença da Dra. Maria Cavaco Silva
acompanhada por Leonor Beleza.
Inauguração da mostra
de Guilherme Parente
o artista e a
Dra. Maria Cavaco Silva
3 abril
inciativa “educar
a dançar“
24 maio
8 comunicação
148
ix ENCONTRO DA COTEC
EUROPA
encontro com
colaboradores da
fundação:
> Alfonso renart,
investigador,
António lopez-beltran,
médico,
s.m. O REI DE ESPANHA
DOn JUAN CARLOS,
aNÍBAL CAVACO SILVA,
PRESIDENTe DA
REPÚBLICA PORTGUESA
12 FEVEREIRO
delegação
parlamentar da
arábia saudita com o
deputado fernando
negrão e carlo
greco, diretor do
serviço de
rádioncologia
29 maio
Delegação do MD
Anderson Cancer
Center
anfiteatro da
fundação
18 novembro
visita do primeiiro-ministro do japão,
Shinzo abe
auditório da fundação
encontro com
Susumu tonegawa
investigador e
prémio nobel
2 maio
desenho: Beatriz fróis
9 GESTÃO DO PATRIMÓNIO FINANCEIRO E CONTAS
152
GESTÃO DO PATRIMÓNIO
FINANCEIRO E CONTAS
O ano de 2014 terminou com a maioria dos ativos de risco
a registarem rentabilidades positivas em todo o mundo, em
consequência da continuação das políticas de estímulo e das
políticas monetárias flexíveis por parte dos bancos centrais.
A carteira de investimentos da Fundação Champalimaud
terminou o ano com uma valorização de 5,3%, que
correspondem a 26 472 845 euros, e teve retornos positivos
em todas as classes de ativos que a compõem. O valor total
da carteira ascendia então a 518 649 322 euros.
A política de investimento da Fundação mantém-se em
termos gerais passiva, privilegiando-se a perspetiva de longo
prazo e uma adequada diversificação de ativos, através de
investimentos em índices e fundos. A Fundação procura
garantir um desempenho acima do mercado, selecionando os
melhores gestores para cada categoria de ativos, gestores com
uma equipa consolidada e um historial de referência em termos
de gerir rentabilidades ajustadas ao risco. Adicionalmente, a
gestão de ativos financeiros é complementada com opções do
Conselho de Administração, que, identificando oportunidades
pontuais no mercado, fornece indicações de investimento com
o objetivo de melhorar a rentabilidade da carteira global.
O Fundador
António Champalimaud
9 GESTÃO DO PATRIMÓNIO FINANCEIRO E CONTAS
154
A componente de ações foi a que mais contribuiu para a
valorização da carteira em 2014, com ganhos superiores a
7,3%, ou cerca de 12,5 milhões de euros. Registaram-se várias
transações durante o ano, mas, em termos gerais, a afetação
deste tipo de ativos teve um ligeiro aumento de 0,7% (de 38,9%
em janeiro para 39,6% em dezembro), em virtude dos ganhos
nesta categoria de ativos.
O segundo maior segmento, em termos de contribuição para o
resultado global, foi obtido no mercado de “Rendimento Fixo”,
que gerou uma rentabilidade anual superior a 4,4% (ganhos na
ordem dos 8,6 milhões de euros). A carteira de “Rendimento
Fixo” da Fundação continua a ser fortemente orientada para
investimentos como empréstimos sénior de bancos, produtos
híbridos e outros de elevado rendimento. Durante o ano, foi a
forte exposição a títulos híbridos que mais contribuiu para o
desempenho global da carteira, com estes títulos a registarem
um desempenho acima do valor de referência ou “benchmark”,
(i.e, +8,2% vs. +7,6% para a notação “investment grade”).
O mercado cambial teve, igualmente, um importante papel nos
ganhos obtidos, uma vez que o Conselho de Administração
decidiu aumentar a exposição ao dólar norte-americano durante
o segundo semestre, traduzida em 25% do total da carteira e
proporcionando ganhos de cerca de 6,3 milhões de euros.
O segmento dos “Investimentos Alternativos” registou uma
rentabilidade superior a 0,7% (ganhos de 0,6 milhões de
euros). O efeito negativo registado pelas “commodities” (que
apresentaram perdas de -10,6%) foi compensado por ganhos
nas áreas dos “hedge funds”, “private equity” e imobiliário.
A exposição às “commodities” foi significativamente reduzida
durante o ano (de 5% para 2,5%), o que diminuiu a
volatilidade e impediu novas perdas na carteira.
Os “hedge funds” aumentaram +2,1% face a -0,6%, do valor
de referência/”benchmark”.
Durante o segundo semestre de 2014, o fim das políticas de
estímulo monetário, o designado Abrandamento Quantitativo
nos EUA, combinado com a fraqueza nas economias europeias
e a quebra dos preços do petróleo, trouxe uma volatilidade
significativa aos mercados.
O início de 2015, embora volátil, foi muito positivo. A partir
de 28 de fevereiro de 2015, o desempenho positivo do
mercado de ações combinado com a exposição ao dólar
norte-americano resultou num desempenho estimado de 5,6%
(ganhos de 29 259 142 euros), com os ativos brutos da carteira
a ascenderem a 548 652 704 euros.
156
9 GESTÃO DO PATRIMÓNIO FINANCEIRO E CONTAS
AGRADECIMENTO
A colaboração dos alunos da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa
no Relatório Anual 2014 surgiu do interesse que muito cedo demostraram pelo
projeto da Fundação Champalimaud. Sob a orientação da Prof. Doutora Maria
João Durão, muitos alunos desta Faculdade visitam e estudam, desde 2011, o
nosso Centro desenhando os seus espaços e explorando novos ângulos e formas.
Os desenhos que entusiasticamente nos cederam para a ilustração do relatório de
2014 são o testemunho descomprometido, mas muito empenhado, do trabalho
que vêem desenvolvendo em colaboração com a Fundação Champalimaud.
Os nossos maiores agradecimentos à Prof. Doutora Maria João Durão e aos seus
alunos do Curso de Mestrado Integrado em Arquitetura – Área de Urbanismo
2014-2015, da Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa.
aNDRÉ SARAIVA
Beatriz Fróis
DANIEL SANTOS
Fundação D. Anna de Sommer Champalimaud e
Dr. Carlos Montez Champalimaud
Coordenação
Maria João Villas-Boas
gIL ABREU
Design
Gil Costa
Fotografia
© Rui Ochoa
© Rosa Reis
Revisão
José João Leiria
Nataniel chaveiro

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