POSSESSÃO E EXORCISMO NO EGITO ANTIGO

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POSSESSÃO E EXORCISMO NO EGITO ANTIGO
POSSESSÃO E EXORCISMO NO EGITO ANTIGO: Dados históricos
Luiz Henrique Rodrigues Paiva1
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade apresentar o fenômeno da possessão e exorcismo na antiga
tradição religiosa egípcia, ao longo de sua história. A possessão demoníaca, bem como a
pratica do exorcismo, são temas estudados e realizados desde a antiguidade até os dias atuais.
Pretende-se apresentar uma síntese, em chave historiográfica, desse fenômeno do Campo
Religioso, apoiando-se nos estudos de biblistas como Karl Kertelge, Antônio Lazarini Neto,
Irineu José Rabuske e Luigi Schiavo. Trata-se de uma abordagem que quer demonstrar
quando surgiram, quando permaneceram e quando se transformaram ou desapareceram os
traços culturais religiosos e mágicos egípcios.
Palavras-chave: Demônios. Manifestação. Tradição Religiosa.
INTRODUÇÃO
Demônios são seres presentes em inúmeras crenças e lendas que povoam a
imaginação de todos os povos da terra desde tempos imemoriais até os dias atuais. A esses
seres se atribuem forças malévolas assim como também são ditos como causadores de grandes
tragédias que ocorrem com os seres humanos; desde pequenos infortunos até mesmo
catástrofes naturais como terremotos, enchentes, tempestades, pragas e doenças.
Historicamente, Satã, do jeito como o visualizamos hoje no Ocidente – um ser que
concentra em si a maldade absoluta – é resultado de uma longa gestação psicológica na qual
os arquétipos do “mal” foram ganhando formas concretas tanto a partir de sincretismo – por
meio da mistura da ideia do mal que há nas diversas religiões – quanto de processos de
transferência – em que as pessoas descarregam num mito, numa figura externa, todo o mal
que enxerga dentro de si.
O demônio fascina a humanidade e é uma peça necessária, sem a qual nenhuma
sociedade humana jamais conseguiu viver, porque ele nos ajuda a identificar – e a exorcizar –
nossos impulsos primários. É demoníaco tudo aquilo que lembra ao homem que ele é um
animal: a excreção, o vômito, a violência, a doença, a morte, o aspecto grotesco do sexo. Ao
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Luiz Henrique, Mestrando em Ciências da Religião – UNICAP. Especialista em História da África – FUNESO.
Especialista em Docência no Ensino Superior – FAFIRE e graduado em Licenciatura em História – UNICAP.
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lado disso, é divino tudo aquilo que dá ao homem a impressão de que ele pode colocar-se
acima dos outros animais: o amor, a inteligência, a renúncia aos instintos básicos, o aspecto
sublime do sexo.
Ao longo da história da humanidade temos vários casos de como inúmeros povos
diferentes lutaram contra a ação do “maligno”. Quase todos os povos de hoje que ainda vivem
isolados, a base da coleta e da caça, creem na interação entre nosso mundo e o dos espíritos.
Para se protegerem de “entidades” más, recorrem a xamãs que podem ser considerados
“exorcistas primitivos”. Por isso, pesquisadores como Irineu Rabuske acreditam que desde os
povos considerados mais primitivos já existia essa crença como podemos ver em suas
afirmações:
Desde os tempos mais remotos do pensamento humano, existem formas
diferenciadas de possessão (possessão demoníaca). Paralelamente, existiam também,
desde os tempos imemoriais, mecanismos de defesa contra a possessão, entre eles e
o exorcismo. (RABUSKE, 2001, p. 19).
Para Rabuske o demônio e seu mundo não só constituem um aspecto da teologia
ou da doutrina cristã, mas também povoam o universo cultural que se desenvolveu nos dois
últimos milênios de nossa historia. Logo, o diabo chega ao século XXI deitado sobre a fama
arrecadada ao longo do tempo. É verdade que ele não se aparenta mais como nos murais
antigos, com a aparência grotesca de um bode alado, coroado de enormes chifres, com rabo de
dragão, olhos nas asas, na barriga e no traseiro. Além disso, também já não é acusado em toda
parte de estar por trás das doenças, das hecatombes, das tragédias cotidianas.
Com o Florescer do Iluminismo as crenças aos dogmas foram se modificando,
uma vez que, a tentativa de transformar a própria ciência em dogma ou ainda, a religião em
ciência, derrotou o espírito de interação entre as duas. O escolasticismo, no entanto, já
anunciava essa ruptura. Podemos afirmar que o mundo moderno, dominado pela razão, não
consegue perceber que o mito faz parte do imaginário e consequentemente do mundo do
crente. Contudo, esse mesmo mundo dominado pela ciência, não consegue também explicar a
Deus, a divindade, gerando assim uma alternância na história sobre a interpretação das
crenças e também das crenças nas crenças, como afirma Aroldo Lara:
Há aqueles que querem o retorno aos fundamentos e ao literalismo bíblico, e há
aqueles que preferem uma abertura para compreender melhor a vida e qualquer outra
dimensão inexplicável, concluindo que o finito não pode compreender o infinito
nem o relativo atingir o absoluto.(LARA, 2011, p. 35).
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Percebe-se claramente que ocorreu uma grande evolução em relação ao fenômeno
que chamamos de exorcismo em praticamente todas as sociedades e a própria figura que
levaria as pessoas a caírem neste tipo de situação, porem é possível perceber, que apesar desta
evolução, muitas pessoas ainda levam em consideração antigas crenças sobre “atuações
sobrenaturais” em nosso meio e justificando a partir desta visão acontecimentos inusitados do
seu próprio dia a dia como afirma o antropólogo Don Cuppit:
A crença em espíritos é encontrada em todas, ou quase todas, as sociedades humanas. Ela
assume formas variadas, mas um espírito parece ser um agente invisível, quase humano,
que é imediata, e quase instintivamente, postulado como sendo a causa de um
acontecimento repentino, estranho e inesperado. (CUPPIT, 1999, p. 23).
Percebe-se através destas análises que é necessário buscar explicações no passado
e no presente para podermos julgar de forma mais conveniente o que caracterizaria o
fenômeno da possessão, como afirma Joan O’grady:
Por volta do século IX o diabo começava a ocupar uma posição central na crença
dos cristãos ocidentais. A teologia ortodoxa do oriente dava pouca atenção às
doutrinas a respeito do maligno. Os padres bizantinos enfatizavam de maneira mais
específica a transcendente unidade de Deus; todas as coisas, independentemente de
parecerem boas ou más, vinham de suas mãos. Tudo procedia de Deus e tudo estava
destinado a retornar a ele. (O’GRADY, 1991, p. 67).
Assim, através desse passado percebe-se que nem sempre a preocupação se
centralizava no diabo e nem sempre este deveria estar na tônica da religião, ou das crenças
religiosas, pois quando tudo procede de Deus, não haveria espaço para o chamado mal.
1 A RELIGIÃO EGIPCIA
De acordo com Meslin o homem ocidental tem na religião algo que faz parte dos
outros elementos indispensáveis à vida. Porem, as ações efetivadas no seu cotidiano não
possuem um sentido ou até mesmo uma interferência do mundo espiritual (MESLIN, S.D. p.
1). Porem percebe-se, ao longo da história, que nem todos os povos possuem esse pensamento
e vivenciam a religião, ou o sagrado, como algo marcante em sua etnia e sociedade. Desta
forma, como afirma João Gabriel Garcia, todas as ações e pensamentos, se voltam para um
universo religioso (SANTOS, 2005, p. 6).
A sociedade egípcia era marcada por uma forte e profunda religiosidade. Sendo
um povo politeísta, os egípcios adoravam diversos deuses, que eram representados na forma
humana e animal, ou como chamamos, antropozoomorficas. Alem disso, as forças da
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natureza, bem como gatos, cães, serpentes, crocodilos e outros animais, eram também objeto
de adoração.
Uma vez sendo impregnados de grande religiosidade os egípcios a utilizaram em
todos os aspectos de sua vida e isso, de certa forma, os possibilitou de realizar um grande
crescimento em sua sociedade, onde tudo era visto como sendo a vontade dos deuses. Suas
artes, sua ciência, sua arquitetura, tudo estava em volto de uma grande religiosidade e como
afirma mais uma vez João Gabriel Garcia, isso ajudou a civilização a se consolidar por volta
de longos 3000 anos sem sofre grandes alterações (SANTOS, 2005, p. 6).
Como toda civilização antiga, a religião egípcia tem origem bem mais remota,
para ser mais preciso, na pré-história. Segundo Antônio Resende a religião ira ser o grande
ponto onde através desta, os antigos egípcios tentaram explicar os fenômenos naturais,
diminuindo desta forma seus anseios e curiosidades diante daquilo que lhes era desconhecido,
alem de manterem desta forma sua produtividade (RESENDE, 1991, p. 15-16).
Essa crença original, porem, sofreu grandes mudanças ao longo do tempo, sendo
estas mudanças introduzidas em grande parte pelas classes mais cultas da civilização. Os
sacerdotes de Heliópoles, por exemplo, impuseram o culto ao deus Rá, também conhecido
como o Sol, o criador de todos os deuses, que segundo a lenda, navegava pelos céus em sua
barca sagrada.
Os faraós da cidade de Tebas, no entanto, para se verem livres dessa hegemonia
dos sacerdotes adotaram o culto ao deus Amon, tornando-o assim o deus supremo. Nesta
disputa de poder ocorrerá à junção das duas entidades tornando-se assim o deus Amon-Rá,
grande protetor dos faraós. Também podemos afirmar que devido a essas lutas de classes
algumas entidades serão rebaixadas a condição de espíritos malignos.
Como toda religião, a religião egípcia também possuía um código de moral e
conduta a serem seguidos. Essas condutas, segundo João Gabriel Garcia levava o homem a
verdade, a justiça e a ordem, sendo esses aspectos de conduta conhecido pelo nome de Maat
(SANTOS, 2005, p, 7). A Maat, de acordo com a tradição egípcia teria sido colocada no
mundo por vontade dos próprios deuses e conseguentemente, sendo uma obra dos deuses, a
mesma era considerada perfeita e não poderia ser modificada pelo homem.
Mario Curtis Giordane afirma que: “O culto na religião egípcia era mais
importante que a doutrina. Para estar em dia com a religião era necessário praticar o culto,
pouco importando a concepção doutrinária. O culto era principalmente local”. (GIORDANI,
1972, p. 105).
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A gama de deuses era enorme da religião egípcia. Outros deuses eram Ptah,
protetor dos artesãos; Thot, deus das ciências e protetor dos escribas, Anúbis, deus chacal,
protetor dos embalsamadores, dentre outros. Os membros mais humildes da civilização, como
os camponeses, adoravam muitas entidades ligadas a natureza e animais, como por exemplo o
gato, responsável por afugentarem os ratos, prejudiciais aos grãos que eram colhidos.
Em Tebas, os crocodilos tinham uma importância muito grande. O deus Sobeque,
deus responsável por devorar as almas dos condenados no tribunal de Osiris, chegava a
receber até recém-nascidos como tipo de oferenda. Já a cidade de Mênfis, adorava o deus
Ápis, concebido na forma de um touro.
Existiam várias formas de se homenagear os deuses, sendo a de maior destaque, a
construção de gigantescos templos. Podemos aqui citar alguns templos bastante famosos
como são os casos de Carnac, construído em Tebas, e o templo de Luxor, sendo ambos
erguidos no reinado de Amenófis IV. O templo de Hórus, construído na cidade de Edfu
também merece destaque. Por ultimo devemos citar o templo de Abu-Simbel, uma
grandiosidade escavada na rocha, tendo na sua entrada grandes estátuas do faraó Ramsés II.
Finalizando a questão religiosa, para os egípcios, os deuses habitavam dentro
desses templos, por isso, era normal durante todas as manhãs, grandes sacerdotes realizavam
o trabalho de purificação, alem de realizarem sacrifícios a trazerem oferendas das mais
diversas formas. Para que os deuses pudessem “conversar” entre si era comum à prática, em
ocasiões especiais, de levarem as imagens para “passear” pelo santuário ou até mesmo para
outros templos, geralmente em embarcações que cruzavam o Nilo.
2 POSSESSÃO E EXORCISMO NAS CRENÇAS EGIPCIAS
Segundo Irineu Rabuske, (RABUSKE, 2010, p. 190), a religião no Egito Antigo,
desde seus primórdios, sempre conteve o chamado dualismo entre o mundo dos homens e o
mundo dos deuses, assim esses mesmo deuses, sendo tanto bons como maus, transitavam pela
nossa terra em um conceito de total interferência do sagrado em nossas vidas. Podemos então
dividir as chamadas entidades demoníacas egípcias em duas categorias distintas. Como ponto
inicial, segundo Rabuske, (RABUSKE, 2010, p. 190), temos uma série de figuras e
personagens que são consideradas atemporais no contexto histórico egípcio, em contra parte,
temos outra categoria que representam uma verdadeira evolução histórica na referida
civilização.
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A evolução histórica aqui citada que envolve demônios no Egito Antigo tem sua
origem em lutas socioeconômicas entre nômades e agricultores que se encontravam em um
momento de ascensão econômica e social. Este grupo ao atingir a hegemonia começou a
derrubar os deuses e divindades dos povos nômades, que assim como vimos em páginas
anteriores caíram na categoria de entidades ou divindades malignas, tornando-se assim
demônios.
Em relação às práticas exorcistas, a civilização egípcia manteve alguns costumes
muito curiosos como por exemplo a utilização de tochas, pois, uma vez que demônios eram
seres considerados das trevas, a luz das tochas poderiam ajudar no exorcismo de pessoas e
também de ambientes considerados assombrados.
De acordo com Rabuske, (RABUSKE, 2010, p. 191), também é da civilização
egípcia que temos a mais antiga noticia de um ritual de exorcismo. O caso é conhecido como
o caso Ben-Tresch. Segundo Rabuske. “Esta narrativa deve remontar aos anos 500 a 300 a. C.
O exorcismo basicamente consistiu em enviar a estátua do deus de Carrnac para o lugar onde
se encontrava a pessoa dominada por um suposto demônio”. (RABUSKE, 2010, p. 191).
Assim, percebe-se como as práticas, consideradas mágicas, eram importantes para
a expulsão de um determinado “ser “ ou “entidade” que supostamente atormentavam pessoas
a locais no Egito Antigo.
Alguns locais em especial eram considerados como sendo a morada de espíritos
ruins, dos quais podemos destacar tumbas, cavernas, regiões do próprio deserto que eram
considerados locais impuros. Os seres considerados ruins, de acordo com a tradição de vários
povos antigos também possuíam preferência por certos tempos e climas, como a noite. Por
isso, a escuridão era muitas vezes temida.
CONCLUSÃO
Mostra-se neste trabalho como a prática do exorcismo é antiga e não remete
apenas ao mundo judaico-cristão. Não apenas no Egito Antigo, mais outro povos que já
possuíam uma crença demonológica mais desenvolvida realizavam seus rituais para combater
esses tipos de “entidades”.
Em casos como na antiga Mesopotâmia, atuais territórios de Iraque, Síria e Ásia
Menor, vimos que a crença em demônios era bastante difundida e é justamente nestas
civilizações que encontraremos personagens universais como as figuras de Dimne e Pazuzu.
Dimne ou também chamada Lamastu era um demônio feminino que geralmente atacava
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crianças recém nascidas alem das próprias mães gestantes, segundo a crença também matava
homens e mulheres devorando-as.
O famoso Pazuzu ou Pà-zu-zu, era uma entidade conhecida como príncipe dos
demônios do vento. O curioso sobre esta “ entidade “ é que a mesma era invocada ou
mencionada como espírito protetor contra outros demônios e deuses malignos, através de
rituais mágicos e outras formas de orações.
A mesopotâmia também é o lar de outra figura menos famosas como as já citadas.
Existem vários grupos de demônios e entidades que podem ser reunidas em relação à origem
das mesmas, como por exemplo espíritos de ancestrais, deuses, etc. Porem é curioso notar que
para os povos da mesopotâmia apenas pessoas consideradas comuns eram transformadas ou
se tornavam em demônios. Os nobres não se tornavam seres malignos, o que demonstra a
influencia de classe social nas crenças espirituais.
Na cultura helenística, temos, no que diz respeito à cultura popular, um grande
numero de figuras que representam demônios, não necessariamente sendo estes maus. Porem
os mesmo estão também presentes na filosofia grega, no pensamento de grandes filósofos
como Platão, que imaginava os demônios como fazendo o papel de intermediação ente
humanos e deuses. Xenócrates, que foi posterior a Platão, seguiu os passos de seu mestre e
elaborou uma teoria bastante detalhada sobre estas entidades.
Diferentes destes pensadores, o Estoicismo tardio admite que almas de pessoas
mortas possam se tornar demônios, realizando assim tarefas iguais aquelas realizadas por
entidades espirituais de origem sobrenatural. É importante notar que as ideias aqui
demonstradas, segundo Rabuske, (RABUSKE, 2010, p. 192), não ficam só no campos dos
debates e discussões filosóficas, mais sim tiveram grande divulgação no contexto popular e
encontrou um vasto campo para se expandir através do chamado fenômeno do helenismo,
alcançando assim várias partes do mundo conhecido.
REFERÊNCIAS
CUPPIT, Don. Depois de Deus: o futuro das religiões. Rio de Janeiro, ROCCO, 1999.
GIORDANI, Mário Curtis. História da Antiguidade Oriental. 3. ed. Petrópolis. Vozes,
1972.
LARA, Aroldo. Possessão e exorcismo. 1. ed. São Paulo: Biblioteca 24 Horas, 2011.
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MESLIN, Michel. Experiência humana do divino. In: MARQUEADES, Brasdorico. O
sentido do termo religião. Texto 1, p.1
O’GRADY, Joan. Satã, o príncipe das trevas. São Paulo. Mercuryo, 1991.
RABUSKE, Irineu José. Jesus exorcista: Estudos exegéticos e hermenêuticos de Mc 3: 2030. São Paulo: Paulinas, 2001.
_____. Possessão e exorcismo: Da prática do Jesus histórico a atualidade. Revista Cultura
e Fé. V. 129. Ano 33, 2010.
RESENDE, Antônio. Curso de Filosofia. 4. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.
SANTOS, João Gabriel Garcia Fernandes. O Livro dos Mortos do Antigo Egito.
Universidade Católica Dom Bosco, 2005.

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