28 03 2013 - UAI Sites

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28 03 2013 - UAI Sites
Ano XVI – Nº 2515 – Quinta-feira, 28 de Março de 2013
Exploração da reserva de calcário em Muanza
População queixa-se de intoxicação
Inhaminga (O Autarca) – Os
habitantes da vila-sede do distrito de
Muanza queixou-se recentemente ao
governador de Sofala, Félix Paulo, de
estar a ser vitima de intoxicação decorrente do processo de transporte de cal,
matéria prima usada para o fabrico de
cimento.
A empresa Cimentos de Moçambique (CM) detida pela Cimenteira
Portuguesa (CIMPOR) explora uma reserva de calcário próximo da vila de
CMB orça 4 milhões para bolsas de estudo
Beira (O Autarca) – O Conselho Municipal da Beira (CMB) prevê gastar este ano aproximadamente 4.5 milhões de meticais em despesas relacionadas
com a concessão de bolsas de estudo aos seus funcionários. Trata-se de bolsas na
sua maioria concedidas a funcionários da edilidade que frequentam o ensino superior na cidade da Beira e fora dela. Uma fonte do Conselho Municipal da Beira revelou ao nosso jornal que a verba representa um incremento de cerca de cem por
cento comparativamente a do ano passado (2012), que se situou em 2.5 milhões
de meticais. O Município da Beira tem incentivado seus funcionários a se dedicarem aos estudos, para elevar os seus conhecimentos.■ (Redacção)
Aqueles que falam de você na sua ausência, é porque
Frase: respeitam a sua presença.■
Muanza.
Os habitantes da vila de Muanza denunciam más práticas por parte da
companhia cimenteira durante o processo de escoamento do cal (produto
altamente poerento), que tem sido feito
através de camiões da mina até a estação ferroviária de onde a matéria prima
é escoada por vagões até a fabrica de
cimentos localizada no distrito de Dondo.
Além de exigir que o produto
seja transportado em camiões e vagões
cobertos de lona, os habitantes de
Muanza solicitam que se encontre outro lugar distante da vila para procederse o baldeamento da matéria prima.
A população queixou-se ao governador que a poeira gerada durante o
processo de transporte e baldeamento
do cal de camiões para os vagões de
CÂMBIOS/ EXCHANGE – 27/03/2013
Moeda
País
Compra
Venda
EUR
UE
38,59
38,83
USD
EUA
30,00
30,19
ZAR
RSA
3,25
3,27
FONTE: BANCO DE MOÇAMBIQUE
SF Holdings,
UM GRUPO COM ENERGIA MOÇAMBICANA
S.A.
O Autarca – Jornal Independente, Quinta-feira – 28/03/13, Edição nº 2515 – Página 2/4
Continuado da Pág. 01
comboio tem provocado problemas
graves a saúde pública, principalmente
infecções pulmonares e respiratórias,
incluindo irritação da pele e da vista.
O administrador do distrito,
João Geral Patrício, comungou da
preocupação apresentada pelos habitantes da vila de Muanza, durante um
comício orientado pelo governador de
Sofala, Félix Paulo.
A directora provincial dos recursos minerais e energia de Sofala,
Cândida Cumbe, também reconheceu a
legitimidade da preocupação dos habitantes da vila de Muanza, tendo referido que o governo iniciou já contactos
com a administração da empresa Cimentos de Moçambique no sentido de
se encontrar uma solução rápida do
problema.
Um residente da vila sede do
distrito de Muanza referiu ao nosso
jornal que a exploração de recursos na-
turais existentes numa dterminada região não pode ser feira de forma que
prejudica a saúde das comunidades lo-
cais, apelando o governo para ponderar
melhor os termos de concessão aos investidores.■ (Jordan Nhane)
Articulação de Sistemas da
Segurança Social já é realidade
Maputo (O Autarca) – A implementação do novo Regulamento de
Articulação de Sistemas da Segurança
Social Obrigatória, no âmbito da Lei
da Protecção Social (LPS), já é uma
realidade no país. Segundo um comunicado de imprensa recebido na nossa
redacção, o Instituto Nacional da Segurança Social (INSS) já fixou as primeiras vinte e três pensões, sobretudo de
funcionários que estavam no regime
público. “O novo regulamento, aprovado pelo Conselho de Ministros, veio
criar nova página na história da protecção social em Moçambique, dado que
os diversos sistemas existentes nessa
Correspondênci@ Electrónic@
Por: Thiago A. Soares Pinto *
Voluntariado,
transformação e a
sociedade brasileira – 2/2
De modo simples: qualquer pessoa pode ser voluntária, desde que tenha boa vontade e alguma habilidade para doar. No âmbito legal, requer-se que a ação seja realizada em instituição pública (órgãos e entidades governamentais em geral) ou instituição privada sem fins lucrativos e
com objetivos filantrópicos.
Nada que assuste: uma ONG ou algum projeto social promovido pelo governo. No tocante à carga horária,
diante da omissão deixada pela Lei 9.608/98 e da análise da
legislação esparsa, fica a recomendação para que a ação voluntária esteja na margem de quatro horas semanais, garantindo a qualidade das demais atividades de nossa vida (lazer, trabalho etc.).
Outro aspecto relevante é o plano dos direitos e de-
matéria passaram a funcionar articulados, facilitando assim aqueles trabalhadores, funcionários ou pensionistas que
pretendam mudar do sector privado para o público e vice-versa, na mobilidade ou manutenção dos seus direitos ou
ganhos adquiridos ao longo da vida
profissional nos regimes anteriores” –
salienta o comunicado. Existem três regimes neste momento, nomeadamente
o regido pelo Estado (Ministério das
Finanças), pelo Instituto Nacional de
Segurança Social (para o sector privado) e o terceiro para os funcionários
do Banco de Moçambique.■ (Redacção)
veres relativos ao voluntariado: é obrigação do voluntário,
por exemplo, desenvolver com responsabilidade e continuidade a atividade com a qual se comprometeu e informar à
instituição quando não puder mais comparecer, pedindo para que seja celebrado o Termo de Desligamento que, mesmo não previsto em lei, representa importante garantia tanto ao voluntário quanto à instituição.
E este termo nos coloca no campo dos direitos ao
lembrarmos, também, que a lei determina a celebração do
Termo de Adesão ao Serviço Voluntário, no qual serão especificadas as condições do trabalho voluntário, tais como:
periodicidade, horários e a atividade em si.
Aos que desejarem orientações para encontrar uma
vaga de serviço voluntário ou outras informações sobre o
tema, podem procurar o Planeta Voluntários é um site não
governamental, apartidário e ecumênico, criada em maio de
2009 por iniciativa do empresário Marcio Demari, da empresa Guia Publicidade , sediada em Londrina, Paraná, com
a visão de desenvolver a cultura do trabalho voluntário organizado, que leva o serviço voluntariado a auxiliar milhões de brasileiros e entidades que necessitam de todo tipo
de ajuda.O site conta com uma Rede Social que cruza as informações dos voluntários com as instituições cadastradas,
sendo um elo entre elas.■
* PLANETA VOLUNTÁRIOS (www.planetavoluntarios.com.br)
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O Autarca – Jornal Independente, Quinta-feira – 28/03/13, Edição nº 2515 – Página 3/4
Sem dúvida, pela obra produzida, o musicólogo moçambicano Costa Neto é um dos maiores compositores modernos africanos, e divulgador da música popular de Moçambique na Europa e nas Américas. É ainda um emérito pesquisador da cultura musical pós-moderna baNto da África oriental
do sul, num contexto universal.
Diria mesmo, Costa Neto ser um humanista global da
música urbana utilizando como plataforma de interface na execução musical, as raízes afros em total simbiose plasmadas
dos acordes rítmico melódicos do Oceano Índico moçambicano, e do Oceano Atlântico angolano, cabo-verdiano e ¨brasiliensis,¨ da rumba habanera e do jazz – reivindicando alémmar no agora também mare nostrum mediterrânico, os fados
corridos ancestrais nas batidas do tiro-liro-liro, do lundum e
do rasga afro-português oitocentista de Lisboa e do Porto. Para quem o ouve tocar os diversos instrumentos é um privilégio
partilhar esse momentum da sua Arte em si Maior. Dueto com
o norte-americano George Benson seria um desafio mútuo,
cremos. Nas fotos o compositor e musicólogo moçambicano
Costa Neto - “homem-orquestra” em Marrabenta, ritmo musi-
Como Surgiu a Marrabenta
O ritmo (e a dança) da Marrabenta como fenómeno de música urbana
e pop (de popular) é única do género em
Moçambique que se pode realmente ser
denominada de nacional e internacional.
Pois, na sua génese ela é produto de uma
profunda miscigenação ou mestiçagem
se preferirem, ao longo de mais de cem
anos entre gente “rebelde” do norte de
Moçambique desterrada pelos portugueses para a capital, no sul. Mais propriamente a Marrabenta tem na sua origem
duas gran des culturas baNto: a Macua
da Angoche “rebelde” e a “resistente”
cal urbano de Moçambique [lê-se MussaMbiqe e não móça…]
Por outro lado é paradigmática a sua composição Kale Ka Mina Marrabenta (a minha memória da marrabenta) uma rapsódia do mesmo compositor e musicólogo moçambicano, na pesquisa, interpretação, produção e arranjos. Nas palavras do compositor Costa Neto: «É uma rapsódia em que
eu recupero alguns dos grandes clássicos da "Marrabenta", na
perspectiva de reforçar a divulgação daquele que é o mais emblemático género musical de Moçambique, sem perder o "fio à
meada", isto é, usando a proporcionalidade, com algumas das
também, mais emblemáticas obras desde "Hodi" de Fany
Mpfumo, às populares "Bassopa", "Júlia", "Magumba", em
tempos idos, bem interpretadas por grupos como a Orquestra
Djambo, Conjunto João Domingos, ou o cantor Wazimbo e
"Tampa Ni Xicandarinha" desta feita da autoria do Conjunto
João Domingos e Mussa Tembe ou "Elisa Gomara Saia" da
Orquestra Djambo 70. “Kale Ka Mina Marrabenta" é também
uma singela, mas elevada homenagem à Marrabenta, consecutivamente, à "velha guarda" da música Moçambicana» (in
Costa Neto 2011).
cultura Ronga de kaMpfumo ambas localizadas na Munhuana, no bairro da
Mafalala na cidade dita de Maputo. Não
seria também por acaso que o ritmo e a
dança da Marrabenta ‘nascessem’ nesse
bairro, então multiétnico e intercultural
da Mafalala em germinação. O próprio
nome de Mafalala remete-nos à antiga
dança macua do ‘Lifalala’ de 1900, das
festas afro-muçulmanas do maulide na
então cidade de Lourenço Marques ou
LM colonial nas terras dos Mpfumos,
hoje Maputo.
Entre os anos 1930 a 1950 a
Marrabenta ‘encontraria’ a Rumba cuba-
na e vice-versa nos famosos bailes do
Dancing Comoriano da Mafalala, propriedade de maDjódjos oriundos das ilhas Comores. Tripulantes de navios
mercantes norte-americanos, brasileiros
e cubanos entre outros, passariam por esse local emblemático da “maternidade”
da Marrabenta.
A troca de fusões rítmicas formataria a Marrabenta assim denominada
na década de 1940-50, pelas exclamações entusiásticas do J. Paixão exímio
dançarino, pugilista e futebolista do G.
D. João Albasine, de alcunha Zagueta,
filho de uma marronga e de um portu-
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O Autarca – Jornal Independente, Quinta-feira – 28/03/13, Edição nº 2515 – Página 4/4
guês.
Grandes músicos moçambicanos
passariam pela Mafalala entre eles o guitarrista Daíco de Tete. No extremo da
Mafalala, então xiCampanini, situava-se
o Grupo Desportivo Zambeziano fundado pelo enfermeiro tetense Baltazar ‘xaGonga.’ Nesse local, na década de 193040, a Marrabenta também seria tocada.
Um dos porteiros (adolescente) foi o guitarrista Moisés da futura Orquestra
Djambo do Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique ‘Ntsindja’ (sede). A famosa composição Elisa
Gomara Saia é da lavra do Djambo.
Nesse contexto, grandes nomes
da Marrabenta vão-se evidenciando: Daíco (guitarra), muito mais tarde Fany Mpfumo (voz e guitarra), o sax tenor Bill
Zamba, Tchesse sax alto, Hassan ‘Satchmo’ Taninga em trompete, Domingos
Mabombo em piano, grupo João Domingos e Rachid do conjunto Harmonia, ambos da Associação Africana. Alexandre
Langa na guitarra solo e ritmo, etc. Nas
gerações seguintes surgiriam vários grupos musicais não permanentes.
Paradoxalmente, por razões várias, que não cabem aqui serem ‘autopsiadas’ por ora, seria no exterior de Moçambique, nomeadamente em Portugal,
onde a Marrabenta permaneceria intacta
sem ser deturpada pelas correntes musicais comerciais vindas da África do Sul,
de Angola e dos EUA, e por outros modismos que nada têm a ver com a Marrabenta. Nessa linha tere mos mais uma
vez de destacar Costa Neto, sem esquecermos por um deter minado período, do
saxofonista moçambicano Sérgio Gonçalves, na divulgação da Marrabenta.
(Músico actualmente radicado na Inglaterra).
Como músico profissional, Costa Neto tem dignificado Moçambique
por onde passa como no Festival de São
Remo em Itália, numa altura em que actuou Ray Charles. No Canadá, no Brasil
e há décadas um pouco por toda a Europa onde actua, ou acompanhando grandes nomes da música africana e internacional.
Incansável compositor e musicólogo, Costa Neto destaca-se não só pelo seu virtuosismo na viola baixo, solo
ou ritmo, no trombone de varas, percussão, mas também pela sua persistência
na busca do aperfeiçoamento musical
sem perder a essência, a raiz da verdadeira marrabenta e da música popular de
Moçambique em geral. Nesse âmbito,
tem feito ‘viagens de estudo’ a Moçambique ainda que traga na memória um registo musical assinalável.
Por outro lado, pouca gente deve estar lembrada de que antes de 1975 a
nossa Marrabenta já era moçambicana
do Rovuma ao Maputo, e além do idioma ronga urbanizado, era cantada em sena, guitonga, nhúngue, chuabo, emacuá,
shangane, em português e ainda, bem ou
mal “copiada” por músicos angolanos, italianos, portugueses, e cubanos na década de 1960/1970.
A salsa de Miami (E.U.A) é neta
da Marrabenta por isso se chama de ritmo El Mozambique. No entanto, a Marrabenta seria praticamente proibida nos
anos do ‘medo’ (1975-1990), por ser
considerada “não revolucionária.” O próprio Fany Mpfumo na famosa “Operação
Produção” - de triste memória - foi detido, acusado de improdutivo. Pois «ser
artista, cantor ou músico urbano era ser
reaccionário». Esperavam-no umas tantas semanas de viagem de camião de
mais de dois mil quilómetros, para os ditos campos de reeducação de Niassa, no
norte de Moçambique. No grupo, milhares de companheiros e companheiras de
infortúnio, muitos dos quais nunca mais
regressariam aos lares de origem. Fany
Mpfumo seria salvo in extremis por intervenção da esposa de Nuno Caliano,
que alertada da sua detenção correu para
o local - antigo Bar Vasco da Gama na
Avenida de Angola, convertido em central dos grupos «dinamiza / dores» onde
era concentrada a população detida. Ela
convence os responsáveis «do processo
revolucionário» em libertar o rei da Marrabenta Fany Mpfumo. Desconheciam o
seu valor em 1975.
[No livro Moçambique, Feitiços, Cobras e Lagartos esse tema é abordado com alguma propriedade no Capítulo XIX - História da Mafalala e da
Marrabenta - Gabriela da Mafalala, enfeitiçada, despe-se na via pública. Página 123. Disponível também num dos
meus dois vídeos para televisão de 1999,
colocado no YouTube em Kraveirinya
TV – Crónicas de Ontem e de Hoje]
Anexo: Costa Neto, audio.
Kale Ka Mina Marrabenta
http://palcoprincipal.sapo.pt/costaneto
Propriedade: AGENCIL – Agência de Comunicação e Imagem Limitada
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