UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica

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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
UEA 01 – Conceituação e
Contextualização
Histórica
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
Reitor
Prof. MSc. Pe. José Romualdo Degasperi
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Prof. MSc. Ricardo Spíndola Mariz
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
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Diretor Geral
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Profa. Especialista Ana Brigatti
Profª. MSc. Ana Paula Costa e Silva
Prof. Doutorando Carlos Alberto Lopes de Sousa
Profª. Especialista Cynthia da Silva Rosa
Profª. MSc. Elizabeth Danziato Rego
Prof. Doutorando Francisco Villa Ulhôa Botelho
Profª. MSc. Heloisa Helena de Oliveira Lobo
Profª. Doutoranda Lêda Gonçalves de Freitas
Profª. Doutoranda Lucia Henriques Sallorenzo
Profª. Doutoranda Renata Brandini Lima
Profª. MSc. Maria Valéria Jacques de Medeiros Silva
Edição
Profª. Especialista Cynthia Rosa
Márcia Regina de Oliveira
Yara Dias Fortuna
Montagem
Marcelo Rodrigues Gonzaga
Anderson Macedo Silva
Bruno Marques Beça da Silva
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Sumário
Sumário
Ementa ....................................................................................................................... 5
Objetivos da UEA: ....................................................................................................... 5
Dialogando ................................................................................................................. 5
Aula 01 ....................................................................................................................... 6
A educação a distância no cenário da globalização ......................................................... 6
O que é globalização? .......................................................................................................... 6
O Desenvolvimento das Novas Tecnologias ............................................................................. 8
A Influência da Globalização na Educação a Distância ............................................................... 9
O Lugar da Educação a Distância na Sociedade do Conhecimento ............................................. 10
A EAD na Era da Educação Continuada ................................................................................. 11
Aula 02 ..................................................................................................................... 16
Principais Experências Internacionais e Nacionais ........................................................ 16
Modelos de Educação a Distância ......................................................................................... 16
Experiências Internacionais ................................................................................................ 19
Experiências Nacionais ....................................................................................................... 21
Evolução Histórica da EAD .................................................................................................. 24
Aula 03 ..................................................................................................................... 28
Educação a Distância sem Distanciamento da Educação................................................ 28
O Professor no Contexto das Novas Tecnologias Aplicadas à EAD.............................................. 29
Definindo a Educação a Distância......................................................................................... 30
Principais Características da EAD ......................................................................................... 33
Modalidades de Aprendizado a Distância ............................................................................... 35
Aula 04 ..................................................................................................................... 38
As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no Contexto da EAD ....................... 38
Cultura .................................................................................................................. 41
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e a EAD ................................................................... 41
Navegando no Século XXI: Desafios e Tendências .................................................................. 45
Referências .............................................................................................................. 48
Glossário .................................................................................................................. 72
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Proposições de Estudo
Ementa
Globalização e a Educação a Distância. Experiências internacionais e nacionais em Educação a Distância.
Fundamentos da Educação a Distância: conceitos, evolução histórica, características, modelos de
aprendizado a distância e componentes básicos da metodologia da Educação a Distância. Tendências e
desafios para a EAD.
Objetivos da UEA:
Esperamos que ao final desta Unidade você seja capaz de:

Analisar a influência da globalização na educação a distância;

Apontar o papel da Educação a Distância na sociedade do sonhecimento/informação e na
educação continuada;

Situar historicamente as principais experiências internacionais e nacionais em EAD;

Conceituar a Educação a Distância a partir de diferentes referenciais;

Identificar as características básicas da Educação a Distância;

Comparar e conceituar experiências em EAD a partir das suas semelhanças e diferenças;

Projetar a implantação da EAD em dado contexto sócio-histórico, considerando as opções
conceituais e os desafios a serem vencidos.
Dialogando
Situação Problema
Imagine que você foi convidado por uma renomada instituição de ensino para atuar na gestão de um
curso de EAD. O coordenador da equipe, para conhecer seus pontos de vista e verificar seus
conhecimentos prévios sobre o assunto, solicita que você apresente os aspectos que, em sua opinião, são
mais significativos na evolução histórica de EAD, bem como destaque uma experiência em EAD (pode ser
nacional ou internacional) que você considera relevante. Na sua resposta, você também deverá
apresentar pelo menos dois argumentos que justifiquem os aspectos que escolheu para abordar.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 01
Aula 01
Os impactos do mundo globalizado sobre a Educação a Distância são o tema central desta
aula. As tecnologias da comunicação e da informação e a formação continuada perpassam essa
abordagem. Lembre-se de estender seus conhecimentos explorando a leitura hipertextual, ou
seja, acionando os links
A educação a distância no cenário da globalização
O que é globalização?
O século XX foi marcadamente um tempo de grandes transformações. Descobertas surpreendentes nas
ciências, inovações aceleradas e múltiplas nas artes, ampliação das conquistas sociais, transformações
nos hábitos comportamentais e culturais. A despeito de tudo isso, foi também um tempo de grandes
desajustes ideológicos, resultando, muitas vezes, em ações dramáticas e de grande perda e sofrimento
para a humanidade. As duas grandes guerras são disso um exemplo; também o foram as ditaduras,
tanto as de inspiração comunista como as de inspiração capitalista. Desenvolvendo-se em dimensão
planetária, as transformações nas relações humanas em todas as suas variáveis (política, cultural,
econômica, ideológica, educacional etc.) intensificaram-se de maneira acentuada, sobretudo a partir das
duas últimas décadas daquele século.
Depois da primeira metade de século (cujos legados são, entre outros, duas grandes guerras, bomba
atômica, teoria da relatividade e psicanálise), a humanidade começa a segunda metade sob uma visão de
mundo bilateral: de um lado, o ideal comunista de planificação econômica da sociedade; de outro, o ideal
capitalista de liberalização econômica. De um lado, Estados comunistas lutando para assegurar as
conquistas de suas revoluções; de outro, Estados imperialistas tentando assegurar seu espaço dominante
no mundo. E ambos querendo ampliar seu raio de ação. Era o começo
da Guerra Fria.
Se nos anos 50 o que se viu foi um retorno momentâneo à paz, com a
idéia de anos dourados predominando, nos 60 a sociedade se mobiliza
em diferentes e, em alguns casos, inovadoras formas de pensar e
agir. Movimentos feministas, de negros, de trabalhadores, de jovens,
de liberação sexual ganham as ruas, as universidades e os meios de
comunicação colocando em evidência as profundas contradições existentes tanto em um como em outro
"pólo" do mundo. As lutas pelos direitos individuais só crescem. Fatos inusitados ocorrem; por exemplo,
as manifestações de grande parcela dos americanos contra a guerra do Vietnã, e isso em solo americano.
As tensões se acirram e, nos anos 70, em muitos países o que predomina é o terror, tanto nas ações dos
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Aula 01
governantes como nas de seus opositores. É nessa época que os Estados Unidos sofrem sua reconhecida
primeira grande derrota internacional, sendo vencidos pelo Vietnã.
As lutas, porém, não cessam. E, nos anos 80, o mundo vai assistir a outros fenômenos inéditos, como a
ascensão da força dos trabalhadores em muitos pontos do globo, inclusive no Brasil. O ano de 1989 é
particularmente importante no que diz respeito a um certo significado para o termo globalização — o de
um mundo regido apenas por uma diretriz ideológica e econômica. Chega-se, enfim, ao ápice do
capitalismo pela derrocada vertiginosa do bloco comunista. Senão, vejamos:

na Alemanha Oriental, o muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria, é derrubado;

na Polônia, o Sindicato Solidariedade faz um acordo com o governo comunista para eleições
gerais;

na Bulgária, após 35 anos no poder, o ditador Todor Zhivkov renuncia;

na Hungria, o Partido Comunista é dissolvido;

na Romênia, o ditador Nicolae Ceausescu é destituído;

na Tchecoslováquia, o Partido Comunista capitula e Václav Havel é eleito presidente provisório da
República Tchecoslovaca.
Rompida a bipolaridade capitalismo-comunismo, o mundo, enfim, globaliza-se em máxima potência. Mas,
afinal, o que é a globalização?
Na verdade, há controvérsias em torno do termo. Para alguns pensadores, a globalização é um fenômeno
que teve início alguns séculos atrás, embora nem mesmo esses deixem de reconhecer que tal expressão
passou a ser largamente utilizada nos anos 90 num sentido preponderantemente ideológico. Nessa
perspectiva, globalização quer designar uma tendência mundial de integração econômica sob os
postulados neoliberais, que, entre outros, defendem a desregulamentação dos mercados, a privatização
de empresas estatais e a diminuição da presença do Estado nos assuntos relativos ao bem-estar social.
Como conseqüência e alvo principal de críticas, observa-se o aumento da exclusão social, com
crescimento do desemprego, da pobreza e das crises econômicas em muitos países que, invariavelmente,
acabam refletindo-se na economia de outras nações.
Pascual (1999:67) lembra-nos que:
"Esse termo é um dos mais usados na atualidade e sua realidade se
impõe nas ordens econômica, cultural e educacional, atingindo a
economia
mundial,
mudando
suas
feições
tradicionais
Regionalizadas para um fortalecimento de grupos econômicos
internacionais, em detrimento das pequenas e médias economias
nacionais".
O que é globalização?
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Aula 01
Todavia, e simultaneamente ao advento da chamada globalização neoliberal, outro processo foi ganhando
forma, trazendo ao mundo globalizado outras e revigorantes perspectivas: o desenvolvimento rápido e
combinado das tecnologias da comunicação e da informática. Também nesse assunto, a controvérsia
persiste. Há pensadores extremamente entusiastas das possibilidades que tal fenômeno pode suscitar; e
há seus críticos.
Diante dessa nova realidade e suas controvérsias, o que não se pode negar é que o mundo encontra-se
num estágio de mutação intensa e constante. De acordo com Santomé (1998: 27):
"O mundo em que vivemos já é um mundo global, no qual tudo está relacionado, tanto nacional como
internacionalmente; um mundo onde as dimensões financeiras, culturais, políticas, ambientais, científicas
etc. são interdependentes e onde nenhum de tais aspectos pode ser compreendido de maneira adequada
à margem dos demais".
Seguindo essa linha de raciocínio, Giddens (1991 e 1997, apud.
Belloni 1999, p.3-7) sustenta que a globalização não implica apenas
num fenômeno econômico "de surgimento de um 'sistema-mundo',
mas tem a ver com a transformação do espaço e do tempo". Em
outras palavras, o autor compreende a globalização como:
"A intensificação das relações sociais em escala mundial, de modo a propiciar a
ligação entre localidades distantes, de tal maneira que acontecimentos locais são
modelados e influenciados, de certa forma, por eventos que estão ocorrendo a
muitas milhas de distância e vice-versa".
O Desenvolvimento das Novas Tecnologias
A globalização traz aspectos positivos e aspectos negativos. Dentre os positivos podemos citar a
disseminação de novas tecnologias.
Desde os primórdios da humanidade, os seres humanos vêm desenvolvendo tecnologias que contribuam
para a facilitação das atividades que realizam.
De acordo com Altoé e Silva (2005), o desenvolvimento de algumas tecnologias revolucionou e provocou
importantes mudanças: telefone, luz elétrica, fotografia, cinema, televisão, vídeo, computador, satélite e
internet.
Antigamente, levava-se anos para criar e introduzir novidades tecnológicas. Na atualidade, as novidades
tecnológicas aparecem a cada segundo, principalmente quando se pensa em novos aparelhos.
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Aula 01
A globalização contribui muito com essa realidade. A possibilidade de se comunicar com pessoas em
qualquer parte do planeta em tempo real colabora e muito com o desenvolvimento de novas tecnologias.
Em educação a distância, é preciso estar atento às novas tecnologias, pois elas são importantes ao se
pensar em novos meios e maneiras de utilizá-la e disseminá-la.
A Influência da Globalização na Educação a Distância
Todos estamos experimentando as mudanças que vêm ocorrendo na sociedade nas
formas de se organizar, de produzir bens e comercializá-los, de ensinar e aprender,
de oferecer opções de lazer. Aprender a gerenciar o processo de aprendizagem
nessa transição para a Sociedade do Conhecimento é um desafio, que não só os
indivíduos, mas também instituições educacionais e empresariais precisam encarar.
Além de rever os processos de organização, flexibilizar currículos e adaptar-se a
Pretto.
novas situações, um outro fator tende a apresentar-se como fundamental para
Linguagens e
essas instituições: formar seus docentes no gerenciamento da aprendizagem
Tecnologias na
apoiada nas tecnologias telemáticas.
educação
Nesse contexto, educar é cooperar para que os indivíduos, sejam docentes ou discentes, transformem
suas vidas num processo permanente de aprendizagem nas escolas, nas organizações e no mundo.
Especificamente em relação aos alunos, é fundamental ao educador nesse contexto poder ser capaz de
ajudá-los na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional e do seu projeto de
vida. É igualmente importante ajudá-los no desenvolvimento de habilidades de compreensão e
comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se
cidadãos realizados.
Assim como acontece com as demais áreas, a educação está muito pressionada por tantas mudanças.
Sabemos que ela é e sempre será o caminho fundamental para a transformação da sociedade. Mas,
afinal, o que muda na educação na era global?
Uma sociedade em processo de rápidas e profundas mudanças nos obriga a rever e reconsiderar nossos
postulados e práticas como educadores. Precisamos reaprender a ensinar e a aprender; precisamos
também aprender a construir modelos diferentes dos que conhecemos até agora. Ensinar e aprender,
hoje, não se reduzem a permanecer por certo tempo dentro de uma sala de aula. É um processo que
implica modificar o que fazemos dentro dela, mas também o que podemos fazer além dela. Por exemplo,
organizar ações de pesquisa e comunicação que permitam ao aluno também aprender em ambientes
virtuais, acessando páginas na Internet, onde encontram textos, imagens, salas de aula virtuais,
possibilidades de orientação a distância e muito mais.
Como em outras épocas, há uma forte expectativa de que as novas tecnologias possam trazer soluções
rápidas e eficientes para a educação. Sem dúvida, elas permitem ampliar os conceitos de aula, de
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Aula 01
espaço, de tempo e o de comunicação audiovisual. Ajudam-nos a estabelecer pontes novas entre o
presencial e o virtual, entre o estar juntos fisicamente e o estar a distância, porém conectados.
Entretanto, o uso de novas tecnologias deve estar aliado há um reposicionamento dos profissionais de
educação em relação à s novas tecnologias e seu uso, para que se tornem realmente eficientes na
melhoria do processo educacional. Â
De acordo com Heide e Stilborne (2000), a educação atualmente é marcada por muitos estímulos e
desafios. É importante que o uso de novas tecnologias seja conjugado a outras mudanças, como uma
nova postura dos educadores, estratégias e recursos atualizados, para colaborar com o alcance de novos
objetivos por parte dos alunos.
Num contexto marcado pela globalização, incluindo seus aspectos positivos e aspectos negativos, a
educação parece ser essencial na resolução de problemas econômicos e culturais. E como globalizar a
educação? Uma das respostas que atende melhor a esta questão é: fazendo uso de uma modalidade cada
vez mais emergente - educação a distância.
A educação a distância permite que em todos os âmbitos seja possível o aperfeiçoamento. Seja
acadêmico, profissional ou simplesmente para manter-se atualizado, esta modalidade permite a
globalização dos processos educativos.
Globalização, Educação e Qualidade"
O Lugar da Educação a Distância na Sociedade do
Conhecimento
Ensinar e aprender sempre foram os desafios maiores enfrentados por educadores de todas as épocas.
Mas particularmente agora, com o advento da sociedade da informação e do conhecimento, é preciso que
o educador caminhe determinado e firme rumo a uma educação cada vez mais qualitativa, que propicie a
integração de todas as dimensões do ser humano. No contexto planetário em que estamos inseridos,
educar, mais que uma atividade, é um modo de ser, uma atitude global, que não tolera reducionismos
nem fragmentações. Portanto, demanda do educador, entre outras, a capacidade de se manifestar nas
dimensões afetiva, intelectual, espiritual, relacional e ética, fortalecendo em seus alunos a mesma
capacidade.
Artigo : Sociedade da informação: globalização, identidade cultural e conteúdos
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Aula 01
No contexto da educação a distância, a utilização das tecnologias da informação e da comunicação amplia
significativamente o acesso a conteúdos, a flexibilização de espaço e tempo e até mesmo a efetividade do
processo educativo. Portanto, programas de educação a distância apoiados no uso dessas tecnologias
podem contribuir decisivamente para a democratização da educação.
Também as interações professor-aluno e aluno-aluno tendem a se dinamizar, diante das múltiplas
possibilidades de troca disponíveis. Uma vez rompidas as barreiras de espaço e de tempo, a interação
pedagógica é dinamizada por meio da utilização de ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas,
permitindo um processo permanente de diálogo entre professor e aluno.
Outro fato interessante de se observar no panorama desse novo contexto tecnológico é como a educação
a distância estimula o desenvolvimento de projetos cooperativos. Ao contrário do que se poderia
inadvertidamente imaginar, o trabalho em equipe é uma demanda permanente, não só na formulação de
conteúdos, quando profissionais especializados em determinados assuntos são convidados a preparar o
teor das aulas e/ou materiais, mas também nas redes de comunidades virtuais, onde há grande interação
entre educadores de centros de educação a distância, não só no que diz respeito à s trocas de
experiências, mas, em alguns casos, partilhando conteúdos e até condições físicas e tecnológicas para os
cursos. Outra faceta do trabalho cooperativo na educação a distância é a constituição de equipes
interdisciplinares no planejamento e gerenciamento de cursos por essa modalidade, o que costuma trazer
resultados mais positivos, uma vez que são contempladas as múltiplas nuances do processo de
aprendizagem frente ao aprendiz.
Na sociedade do conhecimento em que se valoriza cada vez mais os saberes das pessoas, espera-se
menos que a pessoa domine determinado conhecimento, mas que saiba encontrar e utilizar as
informações necessárias para cada momento em sua vida, seja em atividades corriqueiras, seja na
atuação profissional. Nesse contexto, a educação a distância tem papel fundamental, pois facilita o
acesso à s informações e como utilizá-las de maneira efetiva.
A EAD na Era da Educação Continuada
A educação a distância apresenta-se como uma alternativa adequada à s necessidades da educação
continuada. Cada vez mais, exige-se dos profissionais a formação de competências que lhes permitirão
maiores oportunidades. Podemos destacar algumas que têm sido comuns em várias áreas: língua
estrangeira; conhecimentos em informática; capacidade de identificar a necessidade de autoformação;
postura flexível na relação com os colegas de trabalho e abertura à s mudanças e inovações tecnológicas.
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Aula 01
Aprendizagem ao longo da vida
Salgado (2001, p.209) analisa a dimensão da educação continuada ao enfatizar que:
" (...) vale pousar sobre a realidade, partindo de pressupostos que sirvam de
alicerce à quilo que pensamos ser uma forma dinâmica de percepcionar o ensino
e
a
formação.
E
começamos
a
refletir
sobre
uma
questão
essencial
à formulação de uma nova concepção de ensino: o papel pró-ativo da pessoa
humana no seu percurso de desenvolvimento e aprendizagem ".
A educação continuada é uma abordagem pedagógica que enfatiza a responsabilidade de cada sujeito
pela sua evolução profissional. E, para que isso ocorra, supõe-se o desenvolvimento da capacidade de
diagnosticar as necessidades de capacitação e aperfeiçoamento. Aos envolvidos nos programas de
educação continuada surge a perspectiva de se posicionarem em relação ao seu papel de sujeito
construtor de conhecimentos e de sua autonomia de aprendizagem, exercitando de maneira críticoreflexiva sua relação com o mundo e, em particular, com o espaço social do qual participam.
Observatório da Sociedade da Informação
A aprendizagem continuada (e, portanto, ao longo da vida) deverá ser incentivada neste terceiro milênio,
não só do ponto de vista da educação escolar e formal, regular e sistemática, mas também pelas
oportunidades assistemáticas e de educação informal. É, sem dúvida, uma das maiores expectativas
da Sociedade do Conhecimento e da Informação.
Gentili (1996, p.31, apud Preti:22-23) expressa com clareza a premissa básica dessa emergente era da
aprendizagem continuada, ao afirmar que:
"A sociedade de informação é a sociedade do futuro, onde haverá uma economia
baseada no conhecimento e na informação (...) que causará um impacto maior
do que a revolução industrial (...)."
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Aula 01
Em relação a esta época e consoante ao exposto, a UNESCO recomendou, em 1998, no documento
"Educação para o Século XXI: um tesouro a descobrir" â ” Relatório "Jacques Delors", que devemos
estar atentos à existência das duas premissas básicas relacionadas a este novo século:
1.
colocar a educação ao longo da vida (long life) no coração da sociedade;
2.
necessidade de caminharmos para "Uma Sociedade Educativa".
Para fundamentar tais premissas, o Relatório de Delors aponta os quatro pilares básicos e essenciais para
um novo conceito de educação. São eles:

Aprender a conhecer
Implica
aprender
a
aprender,
compreendendo
a
aprendizagem como um processo que nunca está acabado;
pelo contrário, vai se desenvolvendo ao longo da vida. São
valores importantes para a curiosidade, o sentido do
aprender a pensar, do pensar o novo, do aprender
prazeroso,
incentivando
a
construir
e
reconstruir
o
conhecimento;

Aprender a fazer
Busca o fazer com criatividade e autonomia, levando a pessoa a atuar em sua profissão com mais
competência e habilidade. Neste século, mais do que nunca, não basta estarmos tão-somente
preparados para o exercíco de uma profissão. Devemos estar sempre procurando nos atualizar
em face da contínua e rápida evolução do conhecimento. As profissões, de modo geral, também
sofrem os efeitos dessa rápida evolução, o que demanda a valorização de competências pessoais
que tornem o profissional capaz de enfrentar situações inéditas, muitas vezes até imprevistas.
São habilidades requeridas: saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter iniciativa e ser
flexível. Nessa perspectiva, teoria e prática andam juntas;

Aprender a ser
Aponta a necessidade de se fortalecer as responsabilidades individuais, visando à construção de
um destino coletivo harmonioso. Vislumbra a potencialização dos talentos individuais, para que
não se esvaneçam e possam ser explorados como forma de melhor se conhecer e, assim, ocupar
seu melhor espaço no mundo. Nessa perspectiva, ressaltam-se alguns talentos que podem
propiciar a construção desse ser: memória, raciocínio, imaginação, aptidões físicas, senso
estético, comunicabilidade, liberdade de pensamento, responsabilidade sobre os próprios atos,
enfim, talentos que revigorem as potencialidades do ser humano de criar e ser;
13
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
Aprender a viver juntos
Propicia à s pessoas tomarem consciência das semelhanças e da interdependência entre os seres
humanos no planeta. Busca a superação das verdades absolutas e inquestionáveis, respeitando as
individualidades num processo coletivo para aprender e se emancipar, buscando compreender os
outros, a participar de projetos comuns, visando, por exemplo, o sentido do trabalho colaborativo e
cooperativo.
Resumo do Relatório Delors
A análise desses quatro pilares do conhecimento remete-nos a importantes considerações sobre o papel
da educação contemporânea, em especial na visão de que o processo de ensino-aprendizagem deve,
cada vez mais, privilegiar a formação do aprendiz autônomo com destaque para o ensinar a pensar, a
comunicar-se, a desenvolver o raciocínio lógico, a sua capacidade crítico-reflexiva, a fazer sínteses, ao
saber pesquisar, a trabalhar em equipe, enfim, a tornar-se um ser socialmente competente.
Será preciso trabalhar profundamente as dimensões cognitiva, afetiva e psicomotora, para que se possa
desenvolver o saber ser, o conhecer e saber fazer. De igual modo, será demandado aos cidadãos saber
demonstrar competência relacional (viver juntos) em todos os seus matizes, a fim de que possa atuar
com desenvoltura nesta sociedade significativamente marcada pela existência de um ambiente
tecnológico em escala planetária.
Segundo Valente (2001), nunca o conhecimento e a aprendizagem foram tão valorizados como
atualmente, numa clara indicação de que já vivemos sob os auspícios da sociedade do conhecimento.
Outros pensadores (DRUCKER, 1993; NAISBITT & ABURDENE, 1990; TOFFLER, 1990) ressaltam, ainda,
que fatores tradicionais de produção, como matéria-prima, trabalho e capital, terão um papel secundário
nessa fase do desenvolvimento humano.
Considerando, como já foi dito, que as demandas impostas ao cotidiano contemporâneo do mercado de
trabalho pressupõem um constante aprimoramento profissional, a Educação a Distância se apresenta,
assim, como resposta possível a tal demanda. Essa modalidade de ensino hoje está inserida nos
ambientes acadêmico e organizacional, propiciando alternativa de educação continuada além dos limites
de uma sala de aula convencional e em sintonia com o mundo globalizado, em que conhecimento e
tempo são valiosas fontes de investimento pessoal e profissional.
É por isso que, no tocante à formação acadêmica, cada vez mais destaca-se a urgência de as
instituições incorporarem em seus programas universitários as modernas tecnologias de comunicação e
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informação e a capacitação de seu corpo docente no conhecimento, uso e domínio de tais tecnologias,
visando especialmente uma educação que estimule a autonomia do sujeito aprendiz.
Evidentemente que o cumprimento desses pressupostos não se limita tão-somente a atuação e
atribuições dos educadores. A participação de cada um de nós, indivíduos, cidadãos e profissionais,
sujeitos e objetos deste novo século, é que poderá resultar num redimensionamento do conhecimento e
do saber.
Como vimos até agora, vivemos num mundo globalizado, que a cada dia exige mais das pessoas, dentre
as caraterísticas dessa nova realidade, podemos citar: mudanças aceleradas, avanço tecnológico e
automação. Com o avanço tecnológico surge o advento de que teríamos mais tempo, porém nos vemos
absorvidos em um aparato tecnológico que nos faz trabalhar cada vez mais. Diante disso propomos que
neste momento você se planeje e reserve algumas horas para estudar e também se divertir. Escolha o
melhor dia e horário, vá até um locadora ou se julgar melhor adquira o DVD. Sugerimos os seguintes
filmes:
:: Ford, o homem e a Máquina (filme que retrata a história de Henry Ford)
:: Madagascar (desenho animado que conta a história de animais que vivem em zoológico, cheios de
mordomias e que sem muita noção de como é seu habitat natural, ao se deparar com esta realidade tem
dificuladades para se adaptar - é uma boa opção para assistir junto à s crianças)
Ao assistir o filme escolhido, procure verificar se existem características da globalização presentes no
filme e se essas características podem ser relacionadas à educação a distância. Caso tenha dificuldade
para assistir aos filmes sugeridos, lembre-se: são apenas sugestões. Você também pode escolher algum
filme de seu interesse em que possam ser percebidas as características da globalização e compartilhar
com os alunos que também estão cursando esta disciplina no momento.
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Aula 02
Aula 02
Nesta aula, veremos as principais experiências da EAD em âmbito internacional e nacional. O
conhecimento de tais experiências é essencial para ampliar a visão dessa modalidade
educacional como resposta às demandas de formação e especialização de recursos humanos.
Principais Experências Internacionais e Nacionais
Modelos de Educação a Distância
Tele-educação via satélite
Modelo que permite o acesso à educação por meio da tecnologia de transmissão via satélite. Existe uma
base em que são veiculadas as aulas e distribuídas para vários lugares, que dependendo da estrutura da
instituição pode alcançar todo planeta.
Uma estrutura bastante conhecida e que costuma ter bons resultados envolve uma estrutura local, com
especialistas locais e sessões para discussão em grupos, o que colabora para que os grupos tenham
atendimento individualizado e também um momento presencial de troca com o especialista. Pode ser
uma estrutura apenas para veicular conteúdos ou permitir momentos interativos em que os participantes
dos vários pontos posssam perguntar e interagir com os alunos que estão em seu ponto de transmissão e
com outros pontos. A maneira como será conduzida a aula dependerá das possibilidades tecnológicas,
bem como a maneira como a aula foi planejada.
A tele-educação via satélite teve como precursora a audioconferência, que permite a comunicação
simultânea entre diversas pessoas, localizadas em qualquer localidade, utilizando telefone fixo ou celular.
Nos Estados Unidos, uma das primeiras instituições a realizar audioconferências educacionais foi a
University of Winsconsin.
A era das comunicações via satélite iniciou-se em 1965 e não tardou que se iniciassem experiências com
transmissão de programas educacionais, tendo como precursora a Universitty of Alaska, oferendo cursos
de educação continuada para professores e a University of Havaii.
No Brasil, de acordo com Rizek (2008), nas décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações
não-governamentais dão início a oferta de cursos supletivos a distância, no modelo de tele educação,
com aulas via satélite complementadas por kits de materiais impressos.
Em 1996, o Ministério da Educação lança o Projeto TV Escola, do MEC, um canal de televisão, via satélite,
destinado exclusivamente à educação, tendo como principais objetivos aperfeiçoar e valorizar os
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Aula 02
professores da rede pública de ensino fundamental e médio, e enriquecer o processo de ensinoaprendizagem. A TV Escola, apesar de sua transmissão via satélite, possui caraterísticas que se
assemelham mais a vídeo aulas do que a tele educação, porém pode ser citada como ponto de partida.
O modelo de vídeo aula no Brasil tem sido amplamente utilizado por diversas empresas para promover a
educação continuada e também em universidades, seja utilizando apenas esse modelo, seja utilizando-o
em conjunto com outros modelos.
Atualmente algumas instituições podem ser citadas pelo uso dessa tecnologia: Eadcom/UNITINS;
UNOPAR; FTC; UNIDERP; COC; UNIP; UNINTER; CESUMAR; Estácio; UNIMEP.
Pólos de Apoio Presencial
Nesse modelo, existe uma instituição responsável pelos cursos, como se fosse uma matriz, que responde
pelos cursos e conta com pólos de apoio presencial.
Os pólos de apoio presencial são unidades operacionais que oferecem apoio administrativo e acadêmico
para os alunos. São utilizados para atividades educacionais presenciais relacionadas aos cursos ofertados
à distância.
A infra-estrutura de cada pólo precisa estar de acordo com os cursos disponíveis e oferecer condições
para o desenvolvimento das atividades propostas. Geralmente conta com laboratórios de computadores
ligados em rede e com acesso à Internet, bibliotecas, salas para encontros presenciais e laboratórios para
execução de atividades práticas, espaços para estágios, defesa de trabalhos, pesquisas, avaliação e
outras atividades necessárias a cada evento.
O suporte de pessoal também é essencial nos pólos de apoio presencial, pois para muitos dos
participantes pode ser o primeiro contato com EAD. A equipe do pólo deve estar preparada para auxiliar
em questões relacionadas a EAD e a ambientação a esta modalidade. É indicado que estejam disponíveis
tutores para apoiar o processo ensino-aprendizagem.
Este modelo é adotado em diversos países pelas Universidades Abertas.
Universidade Virtual
Este modelo caracteriza-se pelo uso intensivo de Tecnologias de Informação e Comunicação, atende
essencialmente as pessoas contempladas pela inclusão digital.
A relação aluno-instituição é feita, quase que totalmente com uso de Tecnologias de Comunicação e
Informação.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
Se desenvolvidas com critérios rigorosos de qualidade e compromisso com a educação, a Universidade
Virtual promove: maior interatividade entro os atores dos programas de EAD, flexibilidade, diminuição de
deslocamento para estudo, redução de custos, acesso a instituições renomadas de ensino e a
informações de bibliotecas e outros meios de informação em qualquer lugar do mundo e democratização
ao acesso na educação superior, entre outros.
Vários países ainda têm um acesso muito limitado à educação, e a universidade virtual contribui para a
democratização de acesso à educação.
No caso específico do Brasil, que conta com uma boa infra-estrutura de tecnologias de informação e
comunicação e muitas instituições já têm experiência nessa área, encontramos condições bastante
propícias para a disseminação de Universidades Virtuais.
De acordo com Vianey (2003), as instituições líderes no desenvolvimento da Universidade Virtual no
Brasil foram precursoras na pesquisa de tecnologia e metodologia para a educação a distância com o uso
intensivo de Tecnologias de Comunicação e Informação. Isso aconteceu entre 1994 e 1997. Nesse quadro
incluem-se instituições públicas (Universidades Federais de Santa Catarina, Pernambuco, Minas Gerais,
Rio Grande do Sul e São Paulo) e Instituições particulares (Universidade Anhembi Morumbi, Pontifícia
Universidade Católica de Campinas e Centro Universitário Carioca).
Atualmente, podemos citar as seguintes instituições que utilizam o modelo em questão: Universidades.
Católicas do PR; MG; DF e RS; UNISUL; FGV; AIEC; UFSC; UNIFESP; COC; UNIP; UNIS; Newton Paiva;
UNIT; Estácio; UNIVERSO; UnB; UFF.
Vídeo educação
Neste modelo são elaborados vídeos com os conteúdos a serem aborados em cada curso. O ideal é que
os vídeos sejam elaborados por professores gabaritados e com experiência no assunto, tema do vídeo,
além de serem consideradas tecnologias de educação em sua elaboração.
São marcados encontros para a veiculação dos vídeos, que contam com apoio de um monitor, que
ajudará os alunos em suas dúvidas. Esse modelo geralmente é complementado com outros materiais de
apoio didático.
O modelo de vídeo educação também pode ser utilizado como apoio a outros modelos, em que podem
ser disponibilizados vídeos com conteúdos para que os alunos assistam onde preferirem.
De acordo com Rizec (2008), os primeiros registros sobre a utilização de televisão em cursos a distância,
são do final da décadad de 60, com a disponibilização do programa de ensino supletivo, por meio de
telecurso, organizado pela Fundação Padre Anchieta. A consolidação do modelo de vídeo aula acontece na
década de 70 com a implantação dos telecursos pela Fundação Roberto Marinho, que ofereciam
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
escolarização a pessoas que não tinham acesso à educação formal. Os telecursos eram oferecidos em
canais de TV aberta e podem ser considerados precursores da atual vídeo educação.
A vídeo educação é oferecida nas seguintes instituições: IESDE, UNIASSELVI; UCB; ULBRA.
Unidade Central
Modelo em que os alunos realizam atividades a distância e vão à instituição em intervalos regulares para
realização de atividades presenciais e para avaliações.
Difere do modelo Pólo de Apoio Presencial, pois são estabelecidos encontros regulares que devem ser
freqüentados pelos alunos, enquanto que nos Pólos de Apio Presencial, os alunos vão ao pólo apenas
para avaliações e para utilizarem a estrutura, caso desejem ou tenham que realizar alguma atividade
prática.
Esse modelo teve origem na Universidade Federal de Lavras - UFLA e atualmente é utilizado pelas
seguintes instituições: UFLA; UNISUL; UnB.
A grande tendência da atualidade é que as instituições não usem apenas um modelo e sim façam uso de
diversos modelos para atender seu público e desenvolver a EAD de acordo com as tendências atuais.
A seguir, serão apresentadas experiências de instituições nacionais e internacionais que fazem uso dos
modelos citados.
Experiências Internacionais
No âmbito internacional, merecem destaque especialmente as experiências em educação a distância
realizadas no meio universitário. Um exemplo clássico é a inglesa Open University, criada em 1969 e
considerada modelo metodológico e de gestão em educação a distância para universidades do mundo
inteiro (PETERS, 2001 ). A Open University adotou um modelo que inclui momentos de estudo autônomo
e a distância com momentos presenciais com o tutor, podendo ser em grupo ou individuais.
The Open University
A UOC - Universidad Oberta da Catalunya – Espanha – é exemplo de uma universidade totalmente
virtual, é um modelo em que o aluno tem acesso ao Campus Virtual de qualquer lugar, permitindo o
acesso ao conhecimento de maneira contínua e flexível. De acordo com a UOC este é um novo conceito
de universidade que adota 10 princípios fundamentais: dimensão universal; ausência de barreiras de
espaço e tempo; formação ao longo da vida; metodologia inovadora; investigação e inovação;
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
universidade a serviço do estudante; metacampus: a universidade no mundo; colaboração; compromisso
ético e social e por último, cultura empreendedora. (SANTOS, 2008)
Taylor (2003), professor da Universidade de Southern Queensland, na Austrália, expõe que em outros
países o perfil dos estudantes de EAD inclui pessoas com mais maturidade, com idade entre 25 a 35
anos, diminuindo a evasão dos cursos. No exemplo da Universidade em que atua, podemos verificar a
maioria de alunos que utilizam EAD: 5.720 freqüentam o campus; 12.606 moram na Austrália e fazem
cursos via EAD; 4.582 fazem cursos via EAD e moram fora da Austrália e contam com tutores; 772 usam
apenas tutoria online em seus cursos de EAD. A Universidade de Southern Queensland tem mais de 25
anos de experiência em EAD e utiliza as seguintes modalidades: correspondência, multimídia,
videoconferência, sala de aula eletrônica (TV, CD-ROM), Internet.
Moore e Kearsley (2007) apresentam vários exemplos interessantes de países que se destacam em
experiências de EAD:

A Coréia conta com KNOU universidade nacional de ensino a distância que se dedica apenas à
EAD, desde 1972, formou mais de 250 mil alunos bem-sucedidos. Teve origem com programas
que utilizavam televisão e programas gravados. Atualmente, utiliza bastante as videoconferências
para estimular a interação entre alunos e professores e conta com Sistema de Biblioteca Digital
com fitas em áudio e vídeo, disponíveis para empréstimo ou para download pela internet.

Na Noruega, duas instituições privadas de ensino se destacam em EAD. A Norsk Korrespondanse
Institut (NKI), que conta atualmente com 20 mil alunos, cursando principalmente cursos técnicos,
vocacionais e administrativos.

Na África do Sul encontramos umas das mais antigas universidades voltadas apenas para a
Educação a Distânica, a University of South África (Unisa), nome que recebeu em 1916, apesar
de ter sido fundada em 1873 com outro nome. Em 2002, a Unisa tinha mais de 150 mil alunos
(um terço dos alunos universitários na África do Sul), matriculados em cursos de graduação e de
pós-graduação.

Na Turquia temos a Anadolu University. Em 2003 contava com 760.859 alunos. Os alunos contam
com materiais impressos, cursos de TV, aconselhamento acadêmico pessoal, programas de rádio,
centros de educação por vídeo, jornais, centros de computação, CD-ROMs e internet.

No Paquistão foi criada, em 1974, a Allama Iqbal Open University (AIOU), contando com
correspondência, transmissões por rádio e televisão, livros didáticos especiais e materiais de
estudos impressos, meios que vêm sendo substituídos cada vez mais pelo satélite e pela internet.
Em 2003 contava com cerca de 1 milhão de alunos matriculados.

No mundo árabe, existem três universidades abertas que oferecem apenas cursos a distância e
podem ser encontradas na Palestina, na Argélia e na Líbia. A Al-Quds Open University (QOU) –
Palestina, foi criada em 1991 para atender os alunos palestinos na Faixa de Gaza e nos territórios
ocupados. Atualmente possui filiais para apoiar os alunos palestinos em Royadh e Jeddah, na
Arábia Saudita, e em Dubai Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Na Arábia Saudita onde se
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
exige que haja ambientes de estudo separados para homens e mulheres, a educação a distância
permite que muitas mulheres tenham acesso ao estudo e a cursos superiores, o que seria
inviável sem o uso de educação a distância; cumpre-se papel fundamental num momento em que
a discussão sobre gêneros tem grande enfoque.
Com a expansão da EAD no mundo, muitas são as instituições internacionais com experiências
significativas nesta área; além das já mencionadas podemos citar: a UNED da Espanha e a da Costa Rica,
a UNA na Venezuela, a Universidade Aberta em Portugal, a Télé-Université no Canadá, a Fernuniversität
alemã, a Central Radio e Television University da China, a University of the Air do Japão, o Empire State
College americano e muitas outras universidades que em todo mundo são reconhecidas pelo seu trabalho
em EAD.
Universidad Nacional de Educación a Distancía
Segundo Preti (2000, p. 17):
"A maioria dessas universidades vêm atendendo a mais de cem mil estudantes,
ofertando cursos em diversas áreas, em face de sua flexibilidade e economia de
escala, razão pela qual cada vez mais se justifica a implementação de
programas de capacitação e aperfeiçoamento profissional a distância".
Ao analisarmos a expansão da educação na modalidade a distância em esfera internacional, verificamos
que são muitas e significativas as experiências realizadas. Isso, de certa forma, a qualifica como resposta
à demanda de formação acadêmica e especialização profissional, em função dos desafios político-social,
econômico, pedagógico e tecnológico realçados no crescente processo de globalização.
Experiências Nacionais
De acordo com Bordenave (1987, p. 57), são muito significativas as contribuições brasileiras nessa área,
não só no que diz respeito às inovações, mas pelo seu alcance massivo e também por suas abordagens
pedagógicas. Do ponto de vista do alcance da demanda reprimida neste país-continente, podemos
considerar que algumas experiências brasileiras são de grande alcance e foram ou estão sendo realizadas
com sucesso, sobretudo em programas de capacitação de professores.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
Secretaria Nacional de Educação a Distância
Um dos programas que merecem destaque é o Projeto LOGOS II. Presente em quase todas as Unidades
Federadas, foi promovido nas décadas de 70 e 80 pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em
parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, visando à capacitação de professores
leigos em exercício.
Com objetivo similar ao Logos II, foi desenvolvido em algumas unidades federadas um outro projeto, o
HAPRONT - Habilitação de Professores Não Titulados. A questão do grande número de professores leigos
na prática docente constituía-se, na época, em um dos principais desafios para o desenvolvimento da
educação brasileira. Ambos projetos tinham como foco prioritário o professor leigo em atuação nas
quatro primeiras séries do antigo primeiro grau, hoje ensino fundamental. A sala de aula era, portanto,
um palco privilegiado para o aluno-professor, um laboratório para aplicação imediata dos conteúdos e
técnicas didáticas, onde ele podia vivenciar e analisar as informações aprendidas ao longo do curso.
O MEB - Movimento de Educação de Base, ligado à Igreja Católica, promoveu importantes cursos a
distância nos estados nordestinos, via rádio, constituindo-se, segundo Bordenave (1987, p. 57), no maior
sistema de educação a distância não formal desenvolvido no Brasil até os idos de 80.
Cabe também ressaltar o Projeto Saci — Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares, iniciado
nos anos 70, no Rio Grande do Norte, com o objetivo de estabelecer um sistema nacional de educação a
distância via satélite.
O Projeto Acesso, promovido pela Petrobras, é outro bom exemplo de programa a distância que veio
responder a uma demanda específica de formação educacional. Teve um importante papel na década de
80 como alternativa de solução, indicada em pesquisa internacional, para o enfrentamento da crise
mundial do petróleo.
Naquela época, os estudos apontaram a baixa escolaridade de grande parte dos funcionários da empresa
como responsável pela produção de petróleo aquém do esperado. O referido projeto atendia os
funcionários que trabalhavam em regime de plantão (15 dias no mar, 15 na terra), lotados em
plataformas marítimas no litoral brasileiro, oportunizando a qualificação de supletivo de primeiro e
segundo graus, sem retirá-los de seu singular local de trabalho.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
Ainda sobre as experiências brasileiras, refere Niskier (1993, p. 71) ao Projeto MINERVA. Lançado em
1970 pelo Serviço de Radiodifusão do MEC, atendeu alunos do antigo curso do Madureza Ginasial em
cadeia nacional com todas as emissoras de rádio.
De igual modo, merecem destaques as experiências realizadas pelas tevês educativas, sobretudo as do
Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Amazonas, a TV Universitária de Pernambuco, a FUNTEVE vinculada ao
MEC, a TV Cultura de São Paulo e a Fundação Padre Anchieta, também
de São Paulo.
Pelo meio televisivo foram desenvolvidos importantes cursos a
distância,
tais
como
o
MOBRAL
—
Movimento
Brasileiro
de
Alfabetização, em 1979; o Telecurso 2º Grau, em 1978; e com notório
destaque o Curso João da Silva, por ter adaptado o formato de
telenovela a um programa educativo voltado ao ensino das quatro
primeiras séries do antigo primeiro grau.
Esse programa, segundo Bordenave (op. cit., p. 64),
"Constituiu-se em inovação pedagógica pioneira no Brasil e no mundo e, por
isso, foi à época alvo de visitas de peritos educacionais estrangeiros, não só
porque atingiu um grande número de participantes da população em geral, pois
conquistou audiências livres em todos os Estados, mas, sobretudo, pela forma
técnico-pedagógica como foi concebido".
Sua grande característica metodológica foi ter sido desenvolvido não por meio de aulas sistemáticas, mas
como um conjunto de ações e acontecimentos da vida real, utilizando, segundo Bordenave (op. cit., p.
64), "os elementos artísticos da novela, na qual aos atores cabe, além da representação, a transmissão
dos ensinamentos pedagógicos de um conteúdo programático inseridos nos scripts para TV (...)".
O Projeto Conquista, destinado às últimas séries do ensino fundamental e também realizado em formato
de telenovela, deu seguimento ao Curso João da Silva.
UniRede
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
Em relação aos programas de EAD desenvolvidos atualmente em âmbito nacional, há um salto qualitativo
a ser registrado, como por exemplo a implantação da Universidade Virtual Pública do Brasil - UNIREDE.
Também os programas levados a cabo pelo Ministério da Educação — MEC merecem citação, entre os
quais o TV ESCOLA, o PROINFO e o PROFORMAÇÃO, cujos resultados, não obstante as importantes
críticas e ressalvas apontadas em pesquisas quanto às dificuldades de implementação, indicam
significativa contribuição ao projeto educativo brasileiro.
Conheça alguns exemplos:

O exemplo da Universidade Aberta do Brasil (UAB)

O exemplo da Católica Virtual

O exemplo da BR
Evolução Histórica da EAD
Antes de continuar, que tal fazer um tour pelo panorama da EAD?
Então leia o texto: Revisão da Literatura: Educação à Distância e aproveite.
Considerando a evolução histórica da EAD, atualmente podemos diferenciar cinco gerações. Dentre vários
autores que se dedicam aos estudos de EAD não existe uma unanimidade quanto à quantidade de
geração e classificação das gerações. Consideraremos a classificação proposta por Taylor (2008).
Em relação a origem da Educação a Distância, alguns estudiosos defendem que as cartas foram as
primeiras mídias a intermediar a comunicação entre professor e aluno:
“Podemos citar as cartas de Platão a Dionísio; as numerosas cartas de Santo
Agostinho, que contêm doutrina, exortação, conselho, condenação de erros e de
heresias, abrangendo um variado leque de temas cristãos; as 124 cartas de
Sêneca (epistolério a Lucílio), um tratado de ensino de filosofia estóica; as de
Pierre de Maricourt, em 1296, explicando os princípios do magnetismo; as de
Newton a Bentley, apresentando os argumentos sobre a existência de Deus; as
de Eucler a uma princesa alemã, iniciando-a no conhecimento da ciências”
(LANDIM,1997, p. 1)
As Epístolas de São Paulo, também são um exemplo de Educação a Distância, em que informação e
conhecimento são levados a lugares distantes, assumindo assim uma nova dimensão de circulação e
mobilidade.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
A passagem da oralidade para a escrita é também considerada como um outro embrião da Educação a
Distância, pois é quando o homem passa a ampliar as fronteiras da informação e do conhecimento. Esse
processo ganha um impulso decisivo com a invenção da prensa móvel em 1456, pelo alemão Johannes
Gutenberg.
Ainda sobre a primeira geração, Lópes (1992, apud. LIMA 1997) observa que a Educação a Distância
tem sua origem a partir da criação, em diferentes países, de instituições que ofereciam cursos por
correspondência, sendo esta a grande ênfase daquela fase, com escassa ou nula interatividade entre as
partes. Tratava-se, fundamentalmente, de se chegar a um setor da população que não tinha outra forma
de acesso à educação, fosse por razões geográficas, por falta de escolas próximas ou ainda por outras
impossibilidades. Entre os países que mais impulsionaram a EAD nessa fase estão Rússia, Alemanha,
Grécia, Inglaterra e Estados Unidos.
A segunda geração aparece com a criação, em 1969, da Open University, período em que se começa a
compreender a Educação a Distância como um sistema educativo. Era o tempo da democratização do
saber e, com ele, a idéia de se oferecer oportunidades a setores da população adulta que, por diferentes
razões, não tinham tido acesso à educação quando estavam em idade escolar.
Textos sobre EAD
A grande marca da segunda geração é o modelo de educação a distância proposto. Os cursos a distância
deixam de se basear exclusivamente na remessa de materiais por correspondência e passam a explorar
outros caminhos para acessar e estimular o aprendiz. A partir desse modelo, a oferta de cursos a
distância é enriquecida com:

reuniões, encontros e sessões periódicas de tutoriais;

emissões radiofônicas;

remessa
de
leituras
específicas
em
material
impresso
complementar;

titulação oficial.
O surgimento da Open University influenciou muitos países do Oriente
e Ocidente, que adaptaram o modelo institucional e pedagógico
daquela Instituição às universidades criadas posteriormente. Desse
25
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
modo, foram aparecendo outras universidades e centros de educação a distância de renome em países
como Alemanha, Paquistão, Israel, Canadá, Austrália, Costa Rica, Venezuela, Japão, Índia, Irlanda,
França e Espanha.
Já a terceira geração da educação a distância é fortemente caracterizada pelas tecnologias da
comunicação e da informação (audioconferência, videoconferência, rádio e tv em rede) e pelos novos
paradigmas educacionais. Segundo Passarelli (1993), a partir de tais paradigmas, a educação passa a
contemplar a inserção daquelas tecnologias nos ambientes de ensino-aprendizagem, a fim de possibilitar
ao indivíduo uma visão global do mundo. Inovação e descoberta são valorizadas como etapas
fundamentais do processo de aprendizagem, transformando, assim, a escola no templo do "aprender a
aprender", ou seja, o aluno deve ser estimulado a buscar alternativas de aprendizagem segundo a
identificação de suas próprias necessidades.
De acordo com Taylor (2008), a quarta geração é a geração da aprendizagem flexível, caraterizada pela
forte influência de processos interativos, tendo como recurso principal o computador, seja por meio de
softwares, seja pelo uso da internet.
Ainda para Taylor (2008), a quinta geração é a chamada aprendizagem flexível inteligente. Essa
geração engloba as tecnologias da quarta geração aliadas à comunicação via computadores com sistema
de respostas automatizadas, além de acesso via portal a processos institucionais. O diferencial nessa
geração será a diminuição de custos e melhoria da qualidade da interação. A disseminação das redes sem
fios e de portais que popularizem a interação também fazem parte dessa geração.
É preciso considerar ainda que novas tecnologias estão surgindo e que a EAD precisa acompanhar e se
adequar às novidades, oferecendo opções de acordo com as novidades tecnológicas.
Se é fato que a EAD tem uma longa trajetória no processo educativo, as perspectivas são de que, com o
avanço tecnológico, aumente consideravelmente sua capacidade de atender às demandas educacionais
da contemporaneidade. Sobre isso, Belloni (1999, p. 4) tece as seguintes considerações:
"A EAD tende doravante a se tornar cada vez mais um elemento regular dos
sistemas educativos, necessários não apenas para atender a demandas e/ou
grupos
específicos,
mas
assumindo
funções
de
crescente
importância,
especialmente no ensino pós-secundário, ou seja, na educação da população
adulta, o que inclui o ensino superior regular e toda a grande e variada demanda
de formação contínua gerada pela obsolescência acelerada da tecnologia e do
conhecimento".
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 02
Centro de Ensino Tecnológico de Brasília
Como ocorre em outros países, a educação a distância no Brasil vai se desenvolvendo e aperfeiçoando de
acordo com a própria evolução tecnológica dos meios de comunicação e informação, ofertando-se do
mais simples material impresso até os mais avançados recursos tecnológicos, e também com a evolução
dos conceitos pedagógicos.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Aula 03
Nesta aula, você conhecerá algumas definições sobre educação a distância e suas principais
características, bem como alguns modelos dessa modalidade educativa.
Educação a Distância sem Distanciamento da Educação
O título proposto para esta parte de nosso estudo já reflete, em certa medida, a compreensão que
devemos ter em relação ao processo de educar a distância no contexto da educação. Ao se formular
alguma solução em educação a distância, é fundamental levar em consideração que a educação é, em
linhas gerais, um processo individual e a serviço da continuidade, da atualização e da renovação de uma
determinada cultura, podendo ser realizada de forma convencional ou não-convencional, presencial ou a
distância.
A Casa de Rubem Alves - Textos sobre Educação
Lobo (1995, p. 13-16) assinala que as soluções em educação a distância devem sempre ser consideradas
no contexto da educação e, como tal, necessariamente analisadas a partir dos fundamentos histórico,
político e social em que se realiza como prática social de natureza cultural.
Fagundes (1996, p. 20) reforça esse ponto de vista, ao afirmar que "nunca é demais enfatizar que a
Educação a Distância precisa ser realizada como educação e não como
simples processo de ensino e, muito menos, como uma tecnologia
instrucional".
Struchiner (1998, p. 4) vai além ao destacar que:
"A EAD é globalizante e integradora, não se referindo a
produtos, mas sim a processos, métodos e técnicas, o que caracteriza seu papel
de mediadora numa relação onde professor e aluno estão fisicamente separados.
Daí a necessidade, a nível pedagógico, de uma comunicação bidirecional
mediatizada através de tecnologias adequadas, objetivando a formação integral
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
dos alunos, de forma que se transformem em construtores de seu próprio
conhecimento e não em meros receptores de informações".
Textos, Documentos e Debates sobre EAD
Os programas realizados por meio da modalidade de educação a distância têm sido freqüentemente
destinados à clientela formada por jovens e adultos. A respeito desse fato, Belloni (1999, p. 31) adverte
que "o desenvolvimento de pesquisas sobre metodologias de ensino mais ativas para a educação de
adultos, centradas no estudante e tendo como princípio sua maior autonomia, passa a ser condição sine
qua non para o sucesso de qualquer experiência de EAD (...)".
Nessa perspectiva, é fundamental ofertar ao aprendiz condições e orientações para que exercite a sua
autonomia de aprendizagem, a autodisciplina de estudo, o saber selecionar e filtrar as informações e a
resolução de problemas cada vez mais em sintonia com o mundo real que ele poderá encontrar em sua
vida profissional.
Trata-se, pois, de um paradigma emergente de aprendizagem, o qual se reflete na educação e estimula a
possibilidade de surgimento de um novo perfil de aluno. Curiosamente, esse paradigma age também
sobre o professor, incitado a desenvolver uma outra performance docente. A configuração desse novo
cenário educativo, onde a relação linear professor-aluno é paulatinamente substituída por uma complexa
rede de aprendizagem, faz de ambos parceiros no processo ensino-aprendizagem, parceiros na
construção de conhecimentos.
Assim, neste novo tempo, não cabe mais a relação aluno pergunta e só professor responde. O
movimento na relação aluno-professor e aluno-aluno é multidirecional, interagindo sobre um eixo
pedagógico vertical. Aqueles que compartilham de uma mesma experiência de aprendizagem, seja
professor ou aluno, são responsáveis pelas possíveis respostas e perguntas que potencializem, que
animem a troca de informações. Essa troca pode se dar com a mesma intensidade tanto nas ações
presenciais como naquelas a distância. Nesse caso, qualquer que seja o meio de comunicação, o
fundamental é que seja adequado às interações.
O Professor no Contexto das Novas Tecnologias Aplicadas à
EAD
Ao professor de um modo geral, e não apenas àquele envolvido em programas de Educação a Distância,
torna-se necessário o desenvolvimento de algumas novas competências a fim de responder com
propriedade a esse novo momento da história da humanidade. É preciso que o professor desenvolva uma
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
visão multi-referencial, adquirindo conhecimentos sobre o contexto educacional e os impactos resultantes
do advento das novas tecnologias comunicacionais e informacionais, não só sobre a educação mas sobre
a sociedade como um todo. É preciso que o professor conceba um novo "olhar pedagógico" sobre o fazer
docente, um olhar que vislumbre possibilidades de transformação do processo educativo, onde ele passa
a desempenhar também o papel de orientador e facilitador do processo de construção de conhecimentos
de seu alunado. Essas competências surtem especial efeito nas ações docentes da educação a distância.
Com tais competências, o professor pode ser um apoio decisivo ao aluno distante na construção de seu
saber. Em EAD, é importante assegurar ao aluno as condições necessárias de apoio tutorial para que ele
vença o desafio de estudar sozinho. Afinal, o isolamento tem sido apontado na literatura mundial como
um dos principais fatores de dificuldade na adaptação do aprendiz à metodologia a distância.
Portanto, podemos observar com clareza que, nesse novo tempo, o docente em EAD ganha papel de
destaque, uma vez que a ele são atribuídas novas formas pedagógicas de atuar em favor de seu aluno.
No entanto, para que isso ocorra é preciso que os professores na prática da educação a distância
estabeleçam um modelo, uma concepção pedagógica do que é educar por meio das novas tecnologias,
levando em consideração uma de suas principais vantagens, que é encurtar distâncias, aproximando a
educação.
Definindo a Educação a Distância
Não obstante a movimentação e interesse manifestos ultimamente a respeito da EAD, essa modalidade
educacional continua sendo matéria pouco conhecida por parte considerável dos educadores brasileiros.
Por isso, não se deve tomar a Educação a Distância como solução ideal para toda e qualquer demanda de
conhecimento formal. O desconhecimento acerca das potencialidades e limitações desse tipo de educação
tem gerado falsas concepções sobre a natureza da Educação a Distância, favorecendo, de um lado, a
idéia de panacéia para a solução dos grandes problemas educacionais e, de outro, pressupostos
preconceituosos, relacionando-a com um fazer fácil (LIMA, 1997).
Armengol (1987), analisando diversas definições sobre Educação a
Distância, revela que elas têm em comum o fator distância, o que
determina
estratégias
a
necessidade
de
usar
meios
de
comunicação
e
pedagógicas totalmente diferentes das usadas na
educação presencial. O aspecto da distância deve ser entendido
como um fator que conduz a uma relação pedagógica diferente da
que se realiza nos ambientes tradicionais de ensino. Muitos
compreendem que, na educação a distância, a relação professoraluno acontece de forma indireta, através do meio didático adotado, estando ambos distantes no tempo e
no espaço. Hoje, no entanto, com o advento das novas tecnologias e das possibilidades de utilização das
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
muitas formas de interatividade, a questão da distância em cursos mediados pela tecnologia tem sido
bastante discutida. Porém, vale considerar que ela existe e não pode ser desconsiderada.
Referindo-se a Moore, Armengol ressalta que a Educação a Distância está relacionada àqueles métodos
educacionais nos quais, devido à separação física entre alunos e professores, as fases interativas são
conduzidas por outros meios que não a troca direta, interpessoal.
Outra importante definição comentada por Armengol é a de Holmberg, segundo a qual a Educação a
Distância é essencialmente auto-estudo. Esclarece, porém, que o estudante não está só; ao contrário, ele
se beneficia da interação com os seus tutores e pares. Dessa forma, um certo tipo de conversação com
trânsito em dois sentidos — mensagem escrita e uso do telefone, por exemplo — ocorre entre o
estudante, os tutores e os outros membros do curso. Realiza-se, portanto, uma conversação indireta a
respeito da matéria de estudo, estimulando os estudantes a discutirem os conteúdos entre eles mesmos,
caracterizando, assim, a denominada "conversação didática guiada".
O caráter inovador da Educação a Distância emana, na visão de Holmberg, das idéias básicas de que a
aprendizagem pode ocorrer sem a presença do professor.
São muitas as definições de Educação a Distância, porém é importante observar que a principal
característica enfatizada na maior parte delas diz respeito à questão da não-convencionalidade em
relação à sala de aula, das dimensões espacial e temporal e da relação professor-aluno.
Outra tentativa de definição da Educação a Distância surge em Moran (1994), que ressalta: "É preciso
ampliar o conceito de ensino a distância, a fim de que se possa incorporar outras possibilidades que as
novas tecnologias de comunicação propiciam a todas as modalidades de educação". Segundo Moran,
podemos ter as seguintes situações de Educação a Distância:
a) Ensino regular com uso de tecnologias a distância: alunos de cursos regulares podem
receber materiais, comunicar-se com outras classes, outros professores, tirando dúvidas ou
intercambiando suas discussões e resultados;
b) Ensino regular com tecnologias a distância substitutivas: turmas de cursos regulares
podem receber programas, aulas e outros tipos de apoio de outros locais para suprir uma falta de
professor especializado, por exemplo;
c)
O Ensino regular aberto: são cursos presenciais com parte de suas aulas a distância. Como
exemplo, temos o Virtusclass, da Universidade Federal de Pernambuco, ambiente virtual de
estudo usado por vários professores para complementar suas aulas presenciais;
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Virtus
d) Ensino regular a distância monitorado: são cursos de nível médio ou superior, com titulação
reconhecida por instituição oficial de educação, em que é assegurado ao aluno um professor
orientador ou tutor para acompanhá-lo em períodos definidos no andamento do curso. Exemplos
disso são a Open University, na Inglaterra, e a UNED — Universidade Nacional de Educação a
Distância, na Espanha;
e) Ensino regular a distância não monitorado: o aluno é avaliado e identificado só no final do
curso, a exemplo dos telecursos no Brasil;
f)
Cursos livres a distância: cursos de atualização com direito a certificados; utilizam tecnologias
de comunicação e podem ser feitos por qualquer pessoa. Colocam-se na perspectiva da educação
permanente.
Na visão de Ruggiero (1989), a educação a distância é uma estratégia, uma maneira de se implementar
currículo, que põe de manifesto um determinado projeto educativo no marco de um determinado projeto
político. Essa definição considera, além dos aspectos técnicos apontados pelas demais, a perspectiva
político-filosófica.
Zentgraf (1992, p. 9), por sua vez, entende que:
"o termo a distância se refere a uma relação professor-aluno diferente da que se
processa em estudos convencionais, uma vez que o professor se faz presente
junto ao aluno através de um canal de comunicação, podendo ambos estar
distantes no tempo e no espaço. A Educação a Distância se constitui num
processo educativo planejado, acompanhado e avaliado, com base na Tecnologia
Educacional, não devendo ser confundido com o uso eventual de multimeios".
Ao analisar diversas definições de Educação a Distância, Lima (op. cit., 1997) ressalta que os autores
assinalaram a idéia de um processo educativo, organizado e sistematizado, no qual a relação
professor/aluno se dá de forma mediatizada, havendo a necessidade de se estabelecer uma via de
comunicação entre ambos.
A questão da definição da Educação a Distância foi tratada por muitos outros teóricos. Afinal, encontrar
em uma única definição toda a abrangência, acerca da compreensão do que seja realmente Educação a
Distância constitui tarefa das mais complexas para todo estudioso e profissional do tema.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Aretio (1987) é outro que analisou diversas definições relativas à Educação a Distância. Após estudar
dezoito autores, propôs um conceito integrador, definindo a EAD como um sistema tecnológico de
comunicação de massa bidirecional, no qual a interação professor/aluno caracteriza-se por uma ação
sistemática e conjunta, apoiada em recursos didáticos diversos e na organização tutorial, possibilitando
ao aluno a aprendizagem autônoma.
Principais Características da EAD
O mencionado fator distância constitui, para muitos autores, a característica fundamental dessa
modalidade, ainda que momentos presenciais possam ter lugar em EAD.
Outra característica muito citada é o processo pedagógico com foco na aprendizagem do aluno e não no
ensino propriamente dito dos conteúdos. Disso resulta uma outra característica: materiais didáticos autoinstrucionais. O que significa que o modo de elaboração dos conteúdos bem como a linguagem adotada
devem levar em conta o objetivo de estimular o aluno ao estudo, ainda que sozinho.
Tão complexo fazer implica conhecimentos de áreas diversas do conhecimento, o que sugere a
constituição de uma equipe multidisciplinar. Em plena era do conhecimento, poderia parecer restritivo
eleger áreas definitivas possíveis de agregar valor a um programa de Educação a Distância. Esse,
portanto, não é o nosso propósito. Algumas, porém, são fundamentais por ofertarem as bases gerais das
reflexões e possibilidades de procedimentos em tal modalidade de educação: Pedagogia, Psicologia,
Comunicação, Informática.
A interatividade também é arrolada como essencial à EAD. Saraiva (1994, p.30-31) argumenta que a
resistência à Educação a Distância baseada na crítica à falta de interatividade tende a diminuir com a
possibilidade do uso das novas tecnologias, que facilitam e agilizam os processos comunicacionais entre
pessoas ou grupos de pessoas. Saraiva destaca que, utilizando-se das novas tecnologias, a Educação a
Distância é uma metodologia que permite multiplicar as oportunidades educacionais de qualidade.
Ainda quanto à interatividade, comenta Trindade (1997, p. 26): "Entre alunos e agentes de ensino, em
que pese seu distanciamento físico, pode ser garantida por meio de diferentes meios tecnológicos, o que
resulta em maior eficiência para o processo de aprendizado".
A mediação pedagógica é outra característica freqüentemente considerada em programas de EAD,
embora, a bem da verdade, em qualquer situação de ensino-aprendizagem ela seja fundamental. Na
Educação a Distância tal mediação pode se dar por meio dos textos e demais materiais didáticos
especialmente elaborados para atender a essa finalidade e também pela ação de um tutor.
A mediação na EAD deve corresponder a uma orientação por excelência pedagógica, com ênfase nos
processos comunicacionais. A característica básica desse processo é a linguagem conversacional, pré-
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
requisito indispensável para que ocorram trocas pedagógicas e, por conseguinte, construção de
conhecimentos. A mediação pedagógica envolve, portanto, considerações outras muito além daquelas
relativas às condições de infra-estrutura tecnológica. Ela traduz a concepção educacional e de
aprendizagem concernentes a um determinado curso ou programa de EAD.
Essas porém são concepções gerais, uma vez que os autores abordam as características da Educação a
Distância cada qual com sua peculiaridade.
Suárez (1991), por exemplo, assinala quatro características. São elas:
a) o aluno;
b) o material didático;
c)
o apoio tutorial (professor e/ou tutor); e
d) a mediação pedagógica.
O aluno é, com certeza, o principal foco da EAD, uma metodologia educativa em que a autoaprendizagem é o fator mais importante. Para que tal interação aconteça na máxima potencialidade, é
indispensável que o material didático seja concebido e desenvolvido levando em conta esse elemento.
Quanto ao professor e/ou tutor, seu papel é chave no acompanhamento de um programa ou curso a
distância. A ele cabe, geralmente, o contato mais direto com o aluno, assim como o mapeamento de sua
trajetória ao longo do curso. O aluno deve encontrar no professor e/ou tutor um facilitador e orientador
de seu processo de aprendizagem. Porém, convém ressaltar que a concepção de tutoria pode variar
conforme definições do programa de Educação a Distância em que ela está inserida.
Segundo Armengol (1987), a Educação a Distância caracteriza-se, principalmente, por:
"[...] ter uma população estudantil adulta, relativamente dispersa e massiva.
Seus cursos são elaborados com metodologia de ensino que favorece o estudo
independente, utilizando-se materiais auto-instrucionais, possibilitando ao aluno
ser o responsável pela sua aprendizagem, assim como desenvolver o 'aprender
a aprender'. Por possuírem 'linguagem didática guiada', esses materiais se
constituem numa forma mediadora de conversação".
A Educação a Distância é uma prática educativa viabilizada por meios comunicacionais, o que exige certa
compreensão de conceitos relativos à tecnologia. De acordo com Mata (1995), tecnologia deve ser
entendida como processo lógico de planejamento, de elaboração dos currículos, métodos, procedimentos
e meios que conduzam à aprendizagem.
Andrade (1993) também considera novas tecnologias todas as técnicas aplicadas de modo original na
solução de problemas, sejam elas invenções ou comportamentos, recentes ou não.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Associação Brasileira de Educação a Distância
Não obstante as possibilidades que as novas tecnologias comunicacionais e informacionais trouxeram
para a EAD, vale ressaltar que são muitas as variáveis pedagógicas que podem interferir no sucesso de
um curso.
Modalidades de Aprendizado a Distância
Modalidade Encontros presenciais
De acordo com Trindade (1997), a Educação a Distância pode ser realizada utilizando-se distintos
modelos. Um dos que o autor enfatiza é o modelo de Educação a Distância "puro", que se caracteriza
pelo fato de o processo de aprendizado ser supostamente autônomo, sem contato face-a-face
compulsório entre alunos e professores e entre os próprios alunos, sem atividade presencial obrigatória,
com exceção dos exames finais em cursos com tal pré-requisito.
Modalidade Semipresencial
Outro modelo é o de Educação a Distância com alguns elementos da educação presencial convencional.
Como parte intrínseca dessa metodologia, peculiaridades típicas de uma sala de aula são mantidas, tais
como freqüência e participação compulsórias dos alunos a palestras presenciais, sessões de debates,
oficinas, atividades em laboratórios etc.
Trindade (1997) observa, por sua vez, que a existência de um peso significativo de sessões presenciais
compulsórias em um programa de Educação a Distância não é tema pouco polêmico. Salienta que
algumas escolas de pensamento sustentam a tese de que as sessões presenciais são fundamentais em
qualquer processo de aprendizado, pois elas facilitam, entre outras vantagens, a compreensão do
processo de comunicação e do comportamento humano.
Por outro lado, lembra o mesmo autor que as razões contra a introdução de um volume significativo de
atividades presenciais obrigatórias em regimes de Educação a Distância baseiam-se na idéia de que elas
tendem a subverter a natureza intrínseca da Educação a Distância, podendo, inclusive, enfraquecer a
motivação dos alunos para produzirem o esforço necessário para o auto-aprendizado.
Dessa forma, enfatiza a necessária conjugação entre os elementos presenciais e a distância, bem como o
planejamento objetivo e metodológico de todas as atividades, condição essencial para que os sistemas de
Educação a Distância sejam eficientes.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Modalidade Com Tutoria
Este modelo pode ser conjugado tanto com o modelo sem encontros presenciais quanto com o semipresencial. Neste modelo o aluno conta com o apoio de um tutor que o ajudará nas dúvidas sobre os
meios utilizados no curso (correspondência, material impresso, internet, etc.), sobre o conteúdo e
incentivará o aluno durante todo processo.
No modelo sem encontros presenciais será responsável por todo processo de interação com o aluno,
tentando minimizar a falta que o aluno pode sentir do contato com o professor e os colegas. O tutor tem
papel fundamental para sucumbir um dos grandes desafios desse modelo que é a evasão, principalmente
com pessoas que nunca participaram de cursos a distância.
No modelo com encontros semi presenciais o tutor tem o mesmo papel do modelo sem encontros
presenciais, porém conta com os momentos presenciais de interação, que poderão ser realizados por um
professor, com a ajuda do tutor ou com a sua participação. É importante que o tutor participe dos
encontros presenciais.
Muitos autores ressaltam o papel fundamental do tutor em ações de EAD. O papel do tutor será mais
bem detalhado na UEA 5, que abordará Sistemas Interativos.
Modalidade Com Tutoria Inteligente
Este modelo também pode ser usado em modelos sem encontros presenciais e também em semipresenciais.
Neste modelo o material utilizado na educação a distância tem papel fundamental, pois ele conterá
elementos que poderiam ser utilizados pela pessoa do tutor. O material deve ser auto-explicativo,
sempre considerando que o aluno estudará realmente sozinho e não terá tutores para recorrer em caso
de dúvida.
Se for utilizado em modelos semi presenciais, o aluno poderá anotar suas dúvidas e interagir com outras
pessoas nos encontros presenciais.
Para o modelo sem encontros presenciais é preciso que no momento de elaboração dos materiais sejam
consideradas todas as dúvidas que possam surgir e também elementos dialógicos e interativos que dêem
ao aluno a sensação de que o material está conversando com ele. No caso de programas de computador
e internet, podem ser considerados vários elementos interativos.
Maiores detalhes sobre tutor inteligente serão abordados na UEA 5 – Processos Interativos.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 03
Pontos Comuns para as Modalidades apresentadas
Zentgraf (1992) assinala que as estratégias ou metodologias de utilização dos
meios de comunicação na educação a distância são muito variadas, devendose fazer a necessária combinação da comunicação coletiva a distância com
elementos de comunicação interpessoal, tendo em vista a superação das
limitações de uma educação impessoal e não-dialogada.
Desse modo, pode-se, para efeitos didáticos, segundo a referida autora, considerar, no Brasil, três
grandes modalidades de estratégias, sendo a primeira por correspondência, em que o material gráfico
pode ser acoplado a outros meios, realizando-se a relação professor-aluno, notadamente via correio. Há
também a modalidade semi-indireta, quando os momentos de ensino individualizados a distância são
intercalados por encontros pedagógicos periódicos. Segue-se ainda a estratégia por multimeios, em que a
comunicação se efetiva por televisão ou rádio ou ambos os canais e outros recursos são utilizados como
complemento.
É importante assinalar, finalmente, que os estudos dos modelos de Educação a Distância, bem como suas
possíveis estratégias didáticas de implementação remete-nos, invariavelmente, à análise das distintas
possibilidades de um processo comunicacional.
O oportuno comentário de Belloni (1999, p. 27) ao abordar as distintas definições de Educação a
Distância enfatiza o aspecto de que não há consenso entre os autores a respeito de uma única definição
sobre EAD, revelando, assim, a complexidade em torno do assunto. A autora identifica, porém:
"[...] algumas fortes tendências em relação ao futuro da EAD no campo
educacional, considerando a perspectiva de educação ao longo da vida: em
primeiro lugar, haverá uma grande expansão de experiências diversificadas de
Ensino a Distância que virão a complementar ou substituir os sistemas
convencionais no atendimento a certas demandas emergentes de formação
inicial e/ou contínua; em segundo lugar, surgirão cada vez mais formas híbridas
de educação e formação, combinando atividades presenciais e a distância e
tendendo a promover a cooperação, intercâmbio e integração dos dois tipos de
sistemas; e, por último, essas inovações educacionais tenderão a utilizar de
modo mais intenso e integrado todas as potencialidades pedagógicas das NTIC
(CARMO, 1997; PERRIAULT, 1996; BLANDIN, 1990)".
Assim é que, sintetizando o que foi tratado até aqui, parece não haver discordância entre os autores no
sentido de que a Educação a Distância é uma prática educativa realizada predominantemente a distância
e intermediada por um sistema de multimeios, materiais e tutorias. Por outro lado, muito embora o fator
a distância, como você viu, seja considerado como a sua principal característica, constitui, também, um
dos pontos mais polêmicos e, por isso, passível de crítica pelos que discutem a sua validade.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
Aula 04
Você estudará, agora, os impactos e influências das novas tecnologias sobre a Educação a
Distância. Os ambientes e as comunidades virtuais de aprendizagem também são assunto
desta aula. Aproveite!!
As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no
Contexto da EAD
No final da década de 90, a UNESCO promoveu uma ampla discussão
sobre o impacto das novas tecnologias nos ambientes educacionais,
visando extrair dessa tarefa diretrizes e recomendações para a Educação
no mundo face a esse novo momento da humanidade. O resultado desse
esforço está publicado no Relatório Jacques Delors. De maneira resumida,
podemos dizer que se trata de uma síntese reflexiva a cerca do processo
educacional e suas possibilidades no contexto mundial contemporâneo, definitivamente alterado pelo
advento das chamadas novas tecnologias de comunicação e informação, as NTCIs.
Entre outras recomendações, o citado relatório sugere que as novas tecnologias devem suscitar:
a) a reflexão sobre o acesso ao conhecimento no mundo;
b) a diversificação e o aperfeiçoamento do Ensino a Distância recorrendo às novas tecnologias;
c)
a crescente utilização dessas tecnologias no âmbito da educação de adultos, em particular para a
formação contínua de professores;
d) o reforço da infra-estrutura tecnológica nos países em desenvolvimento, assim como a difusão
das tecnologias por toda a sociedade, pré-requisitos indispensáveis no contexto dos sistemas
educativos formais e não-formais; e
e) o lançamento de programas de difusão de novas tecnologias sob os auspícios da UNESCO.
Site da UNESCO sobre programa na área de educação
É apresentada, ainda, uma importante ressalva que, em linhas gerais, está expressa na seguinte
premissa: ensinar é uma arte e nada pode substituir a riqueza do diálogo pedagógico. A revolução
midiática, porém, abre ao ensino vias inexploradas até porque inéditas. As novas tecnologias ampliaram
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
sensivelmente as possibilidades de armazenamento, busca e transmissão da informação, colocando à
disposição do estudante um manancial inesgotável de informações.
Essas modificações podem permitir ao estudante desenvolver suas potencialidades para a pesquisa,
enquanto ao professor caberá ensiná-lo a avaliar e gerir, na prática, as informações que coletar. Essa
perspectiva coloca-se igualmente para cursos presenciais bem como para aqueles desenvolvidos a
distância em ambientes virtuais.
Moraes (1996) assinala a questão do paradigma educacional emergente e de suas implicações na
formação do professor e nas práticas pedagógicas. Assim, propõe:
"Uma educação centrada no 'sujeito coletivo' que reconhece a importância do
outro, a existência de processos coletivos de construção do saber e a relevância
de se criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento do
conhecimento interdisciplinar, da intuição e da criatividade existente no mundo e
oferecer a nossa parcela de contribuição para a evolução da humanidade".
Enfatiza também que:
"Ao lado desses aspectos, reconhecemos o indivíduo como hólon, um todo
constituído de corpo, mente, sentimento e espírito, dotado de uma dimensão
social, que necessita educar-se ao longo da vida, desenvolver-se, (...) em
direção a um crescimento interior, do autoconhecimento, que o indivíduo saberá
quem ele é, qual o seu mais alto potencial e as qualidades que possui (...). Daí a
importância fundamental de focalizarmos o desenvolvimento humano como fator
preponderante desse momento de transição, como a argamassa principal de um
processo de transformação que não significa apenas mudança, mas sim
transformação radical que afetará cada um de nós e as próximas gerações".
O amplo leque de possibilidades tecnológicas hoje ao alcance da
Educação a Distância põe em questão até mesmo a denominação a
distância, ou seja, a distância geográfica deixa de ser limitante, as
fronteiras estão cada vez mais diluídas. É com base nesse pressuposto,
por exemplo, que Litwin (2001) considera que a "distância física, deixou
de ser a principal característica da EAD (...)". De fato, tal pensamento
procede se pensarmos nas vastas possibilidades que tal aparato
tecnológico põe à disposição da EAD, entre as quais propiciar ao aluno a distância realizar distintas
formas de interação com seus colegas e tutores, fazendo refluir, de certo modo, o sentido da solidão.
As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação no Contexto da Educação a Distância
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
De acordo com Moore e Kearsley (2007) vivemos numa era de explosão da informação. Na escola de
Gerenciamento da Informação e Sistemas da University of Califórnia – Berkeley, foram feitas pesquisas
para tentar fazer os cálculos de quanta informação é produzida e chegaram a conclusão de que é como
se todas as pessoas do mundo produzissem o equivante a quinze mil páginas de textos manuscritos por
ano. Os pesquisadores descobriram que está diminuindo a quantidade de textos impressos, pois a
maioria das informações é digital e é onde ocorre o crescimento mais acelerado da produção da
informação. Também foi descoberto que está havendo uma democratização da informação, cerca de 55%
dos discos rígidos estão instalados em computadores pessoais.
Uma das conseqüências da explosão das informações é a defasagem das informações; há uma
desatualização muito grande das informações a que temos acesso que elas precisam ser constantemente
atualizadas ou complementadas, reforçando ainda mais a necessidade de que a aprendizagem seja
contínua.
Moore e Kearsley (2007) indicam alguns avanços tecnológicos atuais que têm influência na vida das
pessoas e no processo de EAD:
a) internet com banda larga;
b) apresentações multimídia variadas são apresentadas em diferentes mídias;
c)
ampla utilização de aparelhos e gravadores de DVD;
d) áudio e vídeo transmissíveis em tempo real;
e) cabos de memória USB;
f)
possibildiade de armazenar dados na internet;
g) ampliação do uso de redes sem fio;
h) música, vídeos e aparelhos de MP3 e MP4;
i)
televisão digital interativa;
j)
câmeras digitais e web câmeras;
k) computadores portáteis cada vez menores;
l)
ampla utilização de correio eletrônico; e
m) mensagens por textos, ilustrações e videofones.
Os mesmos autores fazem uma previsão da tendência dos avanços tecnológicos para os próximos anos:

sensores táteis muito semelhantes às sensações humanas;

total interação por voz com máquinas;

superação de usuários de internet via TV superando aqueles que utilizam computador.

brinquedos e robôs com reações emocionais;

TV em 3D sem o uso de óculos especiais;

videoconferência em 3D;

realidade virtual, sendo utilizada para o ensino de diversas disciplinas, como Ciências, Geografia,
etc.
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Aula 04
É muito provável que essas previsões sejam alcançadas e até superadas, pois, diferente de outros
séculos em que se levava, muitos anos para surgirem novas tecnologias, atualmente levam-se segundos.
Cultura
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem e a EAD
Antes de abordarmos a questão da educação em ambiente virtual, vamos conversar um pouco sobre
interação e interatividade, tão comentados nesta era da navegação virtual. Comecemos por observar
que, para alguns autores, há diferença conceitual entre os dois termos.
Para Belloni (1999), interação humana é a ação recíproca entre dois sujeitos, e pode ser direta ou
mediatizada por algum recurso comunicacional. Já a interatividade pode estar relacionada tanto às
potencialidades técnicas oferecidas por um determinado meio quanto à ação humana com a respectiva
retroação da máquina.
Ambientes de Suporte á Educação a Distância
Por outro lado, Guadamuz (1997) distingue dois tipos de interatividade: transitiva e intransitiva. Ele
entende como "interatividade transitiva a que é permitida pela máquina, a intervenção do usuário para
modificar o curso de alguma coisa, para realizar uma ação sobre o programa, é a comunicação com a
máquina. Já a interatividade intransitiva é entendida como interação significante que ocorre na cognição
e na afetividade do usuário em situação de aprendizagem ao reagir mentalmente, é a comunicação com o
autor da programação". Esse último é, segundo a autora, o de uso mais corrente do termo interatividade,
abrangendo a interação humana, naturalmente mediatizada por um recurso telemático.
Segundo Jonassen (1996), um curso desenvolvido em ambiente virtual e numa perspectiva construtiva e
colaborativa deve estimular os alunos a realizarem uma aprendizagem significativa.
Outra possibilidade significativa é a de construção de comunidades virtuais de aprendizagem, onde as
informações são compartilhadas e socializadas entre os participantes, por meio de fóruns temáticos, lista
de discussão e chats. A conformação de tais espaços virtuais, aliás, tem se manifestado como tendência
da educação em todo o mundo.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
Em comunidades assim, a idéia é que a aprendizagem seja construída por meio da participação de seus
membros, do diálogo e da troca de experiências. Para que ela se desenvolva na plenitude é preciso que
os membros da comunidade desenvolvam a prática da troca de informações no ambiente virtual e que
todos se envolvam na construção conjunta do conhecimento concernente àquele grupo. Por conseguinte,
a busca do conhecimento compartilhado manifesta-se como desdobramento dessa nova faceta da
Educação a Distância na era digital.
Site sobre ferramentas de interação para EAD
Vale ressaltar que tais comunidades só se tornaram possíveis com o advento da grande rede mundial de
computadores, a Internet. Outro fenômeno típico dela decorrente é o hipertexto, recurso de edição de
conteúdos por conexões (links), que também pode ser utilizado na criação de cd-roms. Além desses,
outros recursos comunicacionais e telemáticos estão ao dispor da EAD, desde o mais tradicional material
impresso até os satélites, passando por vídeos, rádio, teleconferência e outros.
Ambientes de Aprendizagem a Distância
Mata (1995) ressalta que "todo esse aparato pode oferecer inúmeras possibilidades para criar,
armazenar, distribuir, apresentar informações, motivar, interagir e estabelecer relações no âmbito da
mediação pedagógica".
Como sabemos, todo esse contexto tecnológico começou a expandir-se de forma bastante expressiva nas
duas últimas décadas do século XX, expansão que logo se fez notar no campo educacional, tanto na
modalidade presencial como na a distância. Desde então, as novas tecnologias têm propiciado um novo
ritmo à chamada era da informação. A aprendizagem passa a ser mediada pelo computador, que, cada
vez mais, se afirma como meio de grande potencial interativo.
As perspectivas educacionais ampliam-se sensivelmente, conformando novos perfis de educador e de
aprendiz, pois como bem observa Bordenave (1987), "a idéia de que a educação só é possível quando o
professor e o aluno acham-se fisicamente no mesmo lugar vem do tempo em que a palavra, o gesto e o
desenho eram os únicos meios de comunicação disponíveis".
O avanço da ciência e o advento de novas tecnologias têm feito informação e conhecimento caminharem
em ritmo muito acelerado. Isso significa que os profissionais precisam estar permanentemente sendo
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
reciclados, atualizados, procurando ter acesso a novas informações. A informação e o conhecimento são,
cada vez mais, fatores decisivos que influenciam a modernização e o desenvolvimento de qualquer
sociedade e do cidadão em si.
Revista Conect@ com textos sobre cultura digital
Comenta Yalli (1995) que, neste terceiro milênio, parece ser patente que a educação não poderá ser
oferecida apenas mediante um sistema de ensino face a face — e isso para todos os segmentos da
população. Alerta ainda que as diversas correntes educativas da atualidade consideram a impossibilidade
de seguir restringindo a educação ao espaço rígido de uma sala. O motivo é que a educação
contemporânea requer condições que os meios educativos atuais, nascidos em épocas históricas com
outras exigências, não são mais operacionais.
Corroborando tais considerações, Leite e Silva (1998) abordam a questão da sociedade conectada e os
caminhos para a formação de professores, ressaltando que:
"É inegável o grande potencial das redes de computadores para a educação. No
entanto, se observarmos o caso das universidades públicas brasileiras, por
exemplo, carentes de recursos humanos e de infra-estrutura tecnológica, a
viabilidade da formação dos educadores em novas tecnologias torna-se bastante
questionável e ao mesmo tempo incipiente. Isso, sem dúvida, prejudica a
formação de profissionais da educação que terão dificuldade em utilizar
apropriadamente essas tecnologias em ambientes de ensino-aprendizagem."
Diante desse cenário desafiador, o que se busca também é compreender novas maneiras de ensinar e
aprender. Assim, tal influência se manifesta nas nossas formas de pensar, nas nossas possibilidades de
nos relacionarmos com o outro, mas em especial no ambiente educativo no modo como aprendemos e
ensinamos.
Site da Cidade do Conhecimento
Convém frisar que a tecnologia em si não é boa ou má, tampouco uma solução milagrosa para os dilemas
da educação. Somos nós que daremos a ela um uso adequado ou não. Desse modo, todos nós, sobretudo
os educadores, precisamos encarar o novo com a mente aberta, desprovida de qualquer preconceito e
motivados pela vontade de aprender. A atitude de ignorá-lo não é pertinente em uma época em que a
medicina, as engenharias, a pesquisa científica e mesmo a educação, entre outras áreas do
conhecimento, têm sido, em maior ou menor grau, consideravelmente beneficiadas com seu avanço.
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Aula 04
Vale recordar que, já em outros tempos, mais especificamente com o advento da impressão tipográfica, a
educação sofreu forte impulso. Não só pela possibilidade de registro e armazenamento dos conteúdos em
forma de livros, mas pela possibilidade de tais conteúdos impressos poderem ser enviados a outras
localidades, o que poderia se considerar como fase embrionária da Educação a Distância.
Segundo Pontes (1999), a dimensão da educação virtual " é, antes de tudo, educação a distância, que,
com essa denominação e com outras tecnologias mais simples já havia rompido a limitação a um
ambiente fixo e aos métodos viáveis somente com a presença física, face a face, de professor e
estudantes". Ele vai além e afirma que tal modalidade educacional não poderia sequer ter sido concebida
fora do contexto das novas tecnologias de comunicação e informação. Comenta Pontes:
"Virtual - o mais recente adjetivo agregado à educação — é definido como 'o que
existe como faculdade, porém sem exercício ou efeito atual; suscetível de se
realizar; potencial; o que está predeterminado e contém todas as condições
essenciais à sua realização; que tem capacidade para produzir um efeito, ainda
que não produza no momento presente; implícito, tácito' (...) Essas definições
são de três dicionários em diferentes línguas (português, espanhol e inglês) e
são consensuais".
Ferramentas sobre Criação de Cursos e Comunicação Via Web
Ele ressalta, entretanto, que pelo menos por enquanto estamos longe de um consenso em torno de
definições do que seja educação virtual.
De acordo com Demo (2001, p. 56), a própria dificuldade de se definir a realidade virtual começa pelo
termo realidade, porque se trata de realidade ao mesmo tempo menos palpável e cada vez mais
presente. Assim, afirma:
"Todas as definições se mostram parciais. Seu oposto não é o real, obviamente,
porque o mundo da informática é incrivelmente real; não é atual, porque a
Internet é rede que não se vê, apalpa, mas aí está em torno do planeta
eletronicamente ativada; não é simulado, porque a Internet, ao lado de veicular
fantasias e falsificações, também permite a vigência de relacionamentos
extremamente fortes".
Desse modo, os programas educativos contemporâneos mediados pelo computador superam a barreira
do tempo e do espaço.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
Navegando no Século XXI: Desafios e Tendências
É bem possível que ao estudar esta UEA você tenha percebido que, muito embora sejam bastante
evidentes as inúmeras possibilidades e tendências de aplicação e expansão da Educação a Distância com
o uso das novas tecnologias, grandes são também os desafios a serem superados.
Observa, assim, Sarramona (1988) que, apesar de todas as razões que justificam o uso da Educação a
Distância, essas não podem ocultar as limitações que condicionam sua eficácia. Salienta, portanto,
aspectos relacionados à questão da importância do planejamento e avaliação rigorosos, do elevado grau
de dependência da motivação discente, da necessidade de que os estudantes desenvolvam hábitos de
estudo independente, da dificuldade de se estabelecer informações de retorno imediato, das limitações
inerentes ao estudo solitário e da necessidade da pontualidade e correção no envio e recepção das
mensagens.
Link para Comitê Gestor da Internet no Brasil
Vale ressaltar que muitos dos problemas apontados pela literatura
internacional
relativos
à
EAD
não
foram
resolvidos
pelas
novas
tecnologias. Parte deles, porém, foram sensivelmente minimizados,
sobretudo no que diz respeito à interatividade, seja em atividades
síncronas ,seja nas assíncronas.
As atividades síncronas são aquelas em que os participantes interagem
em tempo real, como nos chats, por exemplo. As atividades assíncronas ocorrem quando os participantes
não estão conectados simultaneamente, a exemplo dos fóruns e do e-mail.
Do ponto de vista da interação pedagógica, em que são estabelecidas as relações aluno-aluno e
professor-aluno, podemos dizer que esses tipos de atividades são muito importantes em cursos virtuais,
notadamente as assíncronas, por propiciarem oportunidade de tempo para maior reflexão, contribuindo
assim com uma perspectiva construtiva da aprendizagem.
No que tange à participação do tutor ou professor, é fundamental que ele esteja preparado para atuar
nesse contexto virtual. Isso porque, ao mesmo tempo em que precisa estar diariamente acompanhando o
processo de desenvolvimento do curso, deve também se empenhar em oferecer elementos que gerem
motivação nos alunos a exercitarem as trocas virtuais como forma de praticarem a necessária autonomia.
Assim como a motivação, outro fator determinante é a afetividade, componente básico da aprendizagem
em qualquer circunstância. De acordo com Preti (2000), no tocante à dimensão afetiva em programas
educativos a distância, deve-se:
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
"conhecer e tomar posição não é algo árido, seco e vazio. Requer coração,
emoção e paixão. Todo projeto educativo deve ser encarado como algo
prazeroso, para que marque a diferença.(...) O entusiasmo naquilo que se faz é
ponto de partida e de chegada para a concretização de projetos alternativos em
educação, para que o processo de auto-aprendizagem se dê na sua totalidade e
a pessoa se realize como ser humano".
Temos, segundo o mesmo autor, que superar a visão reducionista de Homo Faber (materialismo e
empirirismo) e nos aventurarmos na perspectiva e na possibilidade do Homo Ludens, do homem que
educa o outro e educa a si mesmo num processo construtivo, interativo e, ao mesmo tempo, prazeroso e
lúdico.
Portanto, o sujeito-aprendiz, com suas emoções e sentidos, não é excluído, banido como um não-ser. Ele
interage com o outro e com o objeto de sua aprendizagem, com o meio no qual está "inserido" e pelo
qual é influenciado e que, ao mesmo tempo, ele influencia. Dessa forma, todos os momentos de
encontro, de trocas, de diálogos e olhares são valorizados.
Ao falar sobre a afetividade na educação, refere o mestre Paulo Freire (1998) que "na verdade, é preciso
descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade. A afetividade não se acha
excluída da cognoscibilidade. Ensinar exige querer bem os educandos". Essa é, pois, outra fundamental
preocupação e um procedimento didático que os professores atuando em ambientes virtuais têm que
aprender a desenvolver.
Considerando a importância da afetividade em todas as esferas educacionais, ressaltamos que qualquer
que seja o modelo de EAD utilizado esse fator precisa ser contemplado. A questão afetiva e relacional não
se restringe ao tutor e sim a todas as pessoas envolvidas no processo, seja da área administrativa, do
suporte, qualquer um que tenha contato com o aluno pode afetar o seu processo de aprendizagem e
precisa estar preparado para relacionar-se de maneira adequada.
Na tele educação via satélite, haverá um professor apresentando sua aula para alunos em salas de aula
distantes presencialmente dele, a sua forma de atuar pode ser o diferencial que levará ao sucesso do
curso e o aluno a concluí-lo, da mesma forma o monitor que estiver em sala presencialmente com os
alunos tem que ser preparado para desempenhar sua função da forma esperada.
Pólos de apoio presencial contam com uma equipe de apoio e também tutores que irão suprir, em muitos
casos as dificuldades encontradas pelo aluno que está na maior parte do tempo estudando sozinho.
Em ambientes virtuais, como no modelo Universidade Virtual, já é comprovado que a forma de atuação e
o envolvimento do tutor são importantes diferenciais para os alunos.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Aula 04
Em vídeo-educação, além dos monitores em sala estarem devidamente preparados para relacionar-se
com os alunos, a maneira como é planejado o vídeo também deve considerar a forma de abordagem,
preferencialmente sendo desenvolvido como se as pessoas do vídeo conversassem de maneira amigável
com os alunos.
No modelo Unidade Central, os encontros presenciais representam os momentos de interação com outros
participantes e devem ser pensadas atividades que proporcionem e incentivem esses momentos.
Desse modo, são diversos os aspectos que precisam ser cuidadosamente examinados para que os cursos
a distância em ambientes virtuais tenham qualidade, pois que dependem, substancialmente, de uma
infra-estrutura de certa complexidade e de uma equipe multidisciplinar atualizada e dinâmica.
O tutor de sua turma informará data e local para realização de um chat. Para o chat reflita sobre a
seguinte frase de Benjamin Franklin: “para fazer com que maus costumes de um país mudem e novos e
melhores costumes sejam introduzidos, é necessário primeiro... convencer as pessoas de que seus
interesses serão promovidos pelas mudanças propostas e que esse não é trabalho de um único dia”. Você
acredita que essa frase tem alguma relação com educação a distância? Pense sobre isso. O debate será
feito no chat.
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http://www.uvv-es.br
Unisinos - Cursos on line na área de Comunicação
http://www.unisinos.br/procex/extensao/eventos/index.htm
Universidade Federal da Bahia
http://www.ufba.br e http://www.ufba.br/educacaoadistancia.html
Universidade Anhembi Morumbi
http://www.anhembi.br/home.html e http://www1.anhembi.br/ead/cursos1.htm
Universidade Federal de Pernambuco ( Virtus) http://www.cac.ufpe.br/pesquisa/index.htm
Universidade Federal de Santa Catarina
http://www.led.ufsc.br/
Universidade Federal de Uberlândia - Núcleo de Educação Continuada à Distância
http://www.proex.ufu.br/necad/index.html
Universidade Federal Fluminense ( UFF)
http://www.uff.br/mestcii/curso
Universidade Sem Fronteiras
http://w3.to/universidadesemfronteiras/
Universidade Federal de Santa Catarina
http://www.led.ufsc.br/
Universidade Federal do Ceará - Cursos de graduação à distância de Biologia, Física, Matemática Química
http://sw.npd.ufc.br/
Universidade Federal do Maranhão - Curso de Especialização em Informática na Educação
http://www.ufma.br/ e http://caetano.deinf.ufma.br/edutech/ie/
60
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
Universidade Federal do Pará - Curso de Graduação on line em Matemática
http://marajo.ufpa.br/ e http://marajo.ufpa.br/informes/universiaberta.htm
Universidade Virtual (Colégio Einstein)
http://www.colegioeinstein.com.br/unvirt1.htm
Universidade Virtual ( UNIVIR)- Universidade Carioca
http://www.univir.br/curso/curso.htm
Universidade Virtual da UNB
http://www.universidadevirtual.br/index.html
Universidade Virtual do Centro Oeste( Univir-CO)
http://www.universidadevirtual.br
UNESP Bauru
http://www.bauru.unesp.br
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
http://www.unicamp.br/
Instituições Internacionais
Purdue University
https://engineering.purdue.edu/FrE/
Western Governors Univerity - Educação sem fronteiras
http://www.wgu.edu/wgu/index.html
Consórcio para Trabalho em Rede nas Escolas
http://cosn.org/
TeleCampus da Universidade do Texas
http://www.utexas.edu/cc/cit/de/deprimer/deprimindex.html
Educação a Distância e Conselho de Treinamento (DETC)
http://www.detc.org/
Cottage E-School, Teaching on line
http://cottagemicro.com/eschool/index.htm
61
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
University of Wisconsin, Distance Education Clearinghouse
http://www.uwex.edu/disted/home.html
Distance Learning Resource Network (DLRN)
http://www.dlrn.org/
Electronic Emissary - Universidade do Texas
http://www.tapr.org/emissary/
Mentergy - Where e-Learning means business
http://www.ilinc.com/
Teacher Professional Development Institute
http://www.tappedin.org/
Telementoring Over the Net http://www.igc.org/iearn/circles/mentors.html
Telementoring Web http://mbhs.bergtraum.k12.ny.us/mentor/index.html
Telementoring Young Women http://www.edc.org/CCT/telementoring/
Case Study Index
http://www.syllabus.com/case_study.html
CMC Information Sources
http://www.december.com/cmc/info/
Department of Media and Communication(Oslo)
http://www.media.uio.no/indeksE.shtml
Distance Education at a Glance - Ohio University
http://www.uidaho.edu/evo/distglan.html
Distance Education Clearinghouse
http://www.uwex.edu/disted/home.html
Distance Learning
http://distancelearn.about.com/
62
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
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http://www.usdla.org/Pages/Liiw.html
ED Magazine
http://www.usdla.org/Pages/mag.html
UCLA Center for Communication Policy
http://www.ccp.ucla.edu/
USDLA - United States Distance Learning Association
http://www.usdla.org/
UW Center for learning & teaching through technology
http://lt3.uwaterloo.ca/
Universidade do Porto - Mestrado em Tecnologia Multimídia
http://www.medialab.fe.up.pt/disciplinas/ensdis/default.htm
Universidade UNED
http://www.uned.es
Universidade Aberta de Portugal
http://www.univ-ab.pt/
Indicações de Carlos Alberto Ferreira, Gerente do Programa Educacional da Microsoft Brasil
http://www.masie.com
http://www.newpromise.com
http://www.imguniversity.com
http://www.ccconline.org
http://uts.cc.utexas.edu/~mframe/utsys/utsyscou.html
http://www.unet.maine.edu
http://www.hoyle.com/distance.htm
http://history.idbsu.edu/westciv
http://www.suu.edu/ced/distance
http://www.suu.edu/art101
http://www.scholars.com
http://www.peritas.com
http://www.utexas.edu/world/lecture
http://www.edgorg.com/course.htm
63
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
http://edweb.sdsu.edu/people/bdodge/ctptg/ctptg.html
http://www.yahoo.com/Education/Instructional_Technology/Online_Teaching_and_Learning
http://www.ics.uci.edu/~archive/documentation/distance_learning/subsection3.7.1.html
http://www.multimediatraining.com/faq.html
http://miso.wwa.com/~otcg2/demo0.html
http://www.zdnet.com/intweek/daily/970711x.html
Sites que não são sobre Educação mas são úteis para a área da Educação (também indicados
por Carlos Alberto Ferreira)
http://www.edu.yorku.ca/~rowston/chapter.html
http://www.rci.rutgers.edu/~au/workshop/int-def.htm
http://www.in.on.ca/tutorial/netiquette.html
http://www.copyright.com
http://fairuse.stanford.edu
http://www.w3.org/Provider/Style/Overview.html
http://www.useit.com/papers/webwriting
Livros disponíveis gratuitamente na Internet
Biblioteca Nacional
http://www.bn.br
Programa Prossiga
http://www.prossiga.br
Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
http://www.bibvirt.futuro.usp.br
The Online Books
http://onlinebooks.library.upenn.edu/
International Bible Society
http://www.gospel.com.net/ibs/bibles
Obra completa de Shakespeare, Instituto de Tecnologia de Massachusetts
http://tech.mit.edu/Shakespeare/works.html
Teses sobre EAD e Tecnologias em Educação
Modelo de avaliação para cursos no ensino à distância: estrutura, aplicação e avaliação
64
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
Rosângela Schwarz Rodrigues em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/roser/index.htm
Resumo:
O estudo apresenta revisão bibliográfica sobre educação a distância. A construção do modelo baseada na
revisão bibliográfica, que considera procedimentos e metodologias de várias instituições, nacionais e
internacionais, garantindo a abrangência dos critérios e itens a serem avaliados, permitindo uma visão
macro
de
todo
o
processo,
desde
o
diagnóstico
inicial
até
o
relatório
final
de
avaliação.
Na avaliação do modelo proposto, observa-se que na validação do modelo a aplicação é viável, embora
trabalhosa; exigindo acompanhamento de todo o processo, análise estatística no caso de um número
significativo de alunos e a análise de um grande número de variáveis.
Nas conclusões verifica-se que o modelo de avaliação permite, além da avaliação global, também
identificar os pontos de excelência e onde são necessários ajustes, possibilitando verificar o nível de
adequação de cada item. Entre as recomendações apresentadas, sugere-se que seja aplicado à outros
cursos, que sejam envolvidas outras mídias, que tenham duração maior e que sejam feitos em parceria
com outras instituições ou promovidos por iniciativa isolada de instituições de ensino.
O conhecimento tecnológico e o paradigma educacional
Regina de Fátima Fructuoso de Andrade Bolzan em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/regina/index.htm
Resumo:
O presente trabalho caracteriza-se numa abordagem conceitual acerca dos fundamentos de ensino a
distância e o desafio de relacionar a tecnologia com a metodologia, na perspectiva de transformar a
informação recebida em conhecimento adquirido e produzido constantemente. Diante disso, a análise do
trabalho recai, num primeiro momento, sobre os pressupostos que criaram o ensino a distância. Em
seguida, aprofunda-se o conhecimento acerca dos paradigmas presentes na prática pedagógica que
contribui para resultar a escolarização desigual brasileira. Também é apresentada a experiência dos
cursos de educação a distância desenvolvido pelo PPGEP, principalmente o Primeiro Ciclo Catarinense de
Teleconferências sobre Tecnologia e Educação.
Objetiva analisar, como abordagem prática, este ciclo ocorrido de agosto a outubro de 1996. O ciclo
buscou fundamentar a adequação entre conteúdo e mídia para os professores do primeiro e do segundo
graus do sistema de ensino público do estado de Santa Catarina, sendo desenvolvido pelo Programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção, através do Laboratório de Ensino a distância em parceria
com a Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. O produto do ciclo foi a formação e a capacitação
dos professores quanto ao uso das novas tecnologias de comunicação e informação aplicadas à educação.
65
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
Hipermídia aplicada ao ensino técnico de nível médio
Delmar Carvalho de Souza em http://www.eps.ufsc.br/disserta98/delmar/index.htm
Resumo:
As escolas técnicas de nível médio, se por um lado incorporam os recursos que a tecnologia disponibiliza
e assimilam as necessidades geradas no mercado de trabalho, por outro ainda enfrentam problemas
como repetência, abandono da escola e formação deficitária dos seus alunos.
Este estudo tenciona contribuir para tornar o ensino ministrado nas escolas profissionais secundárias
mais eficiente e motivador para professores e alunos, capacitando os alunos a tornarem-se
independentes (autônomos) das estruturas de ensino tradicionais. Julgamos que essa autonomia
conferida aos alunos deve ser o grande objetivo da escola.
Fundamentada nas contribuições da ergonomia cognitiva, esta dissertação apresenta a concepção de um
ambiente hipermídia que chamamos de "Ambiente Gerador de Questionamentos" (AGQ), cujo objetivo é
colocar o aluno no centro de importância do ensino.
Aprendizagem aberta, construção do conhecimento e autonomia são conceitos que procuramos
incorporar a essas reflexões.
Análise ergonômica do sistema Hipernet buscando o aprendizado da cooperação e da
autonomia
Edla Maria Faust Ramos em http://www.eps.ufsc.br/teses96/edla/index/index.htm
Resumo:
O controle social e político do curso das mudanças que o mundo vem sofrendo impõe que as ferramentas
tecnológicas, promotoras das mesmas, sejam compreendidas pelo homem comum.
A compreensão citada acima pode ser impedida pela própria complexidade do recurso tecnológico, donde,
no caso da informática, a área de interfaces ou ergonomia de software tem um papel político
fundamental. Outra questão determinante dessa compreensão está nas próprias relações de dependência
que se estabelecem entre os detentores do saber tecnológico e os não iniciados. Essas relações conferem
poder e privilégios aos primeiros e estão presentes em todos os espaços de aprendizado. É preciso uma
pedagogia da autonomia e da liberdade para suplantá-las.
Neste contexto, este trabalho contribuiu para a construção do conceito de aprendizado autônomo,
definindo o papel das relações cooperativas no mesmo. Essa construção se consolidou a partir da síntese
teórica elaborada sobre três teorias: a epistemologia genética de Jean Piaget, a sócio/biologia de
Maturana e Varela e a pedagogia da libertação de Paulo Freire. O resultado prático decorrente foi o
66
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
estabelecimento dos pressupostos pedagógicos básicos do aprendizado autônomo e cooperativo da
telemática. O trabalho investiga também a área de ergonomia de software, uma vez que os ambientes
computacionais precisam ser concebidos de forma consoante aos princípios pedagógicos adotados.
O trabalho consiste ainda da participação na implementação e da descrição e avaliação de uma
experiência pioneira de educação à distância alternativa (o projeto hiperNet). A experiência observada
permitiu analisar exploratoriamente a consistência dos pressupostos pedagógicos e levou a concluir que
os mesmos eram fatores que se relacionavam com o surgimento de condutas de aprendizado autônomo e
com estabelecimento de relações cooperativas na rede.
O mesmo processo de observação permitiu também realizar uma análise ergonômica do atual protótipo
do sistema hiperNet, identificando os fatores promotores das condutas de aprendizado almejadas. Nesse
processo de análise realizou-se a adaptação e a síntese das propostas metodológicas de Barthet e Diaper.
Finalmente pode-se dizer que o trabalho colabora para delinear o novo conceito de educação à distância
que poderá ser posto em prática nessa nova era da informação. Com isso contribuiu-se para explicitar o
papel político e social das novas tecnologias da telemática.
Uma arquitetura baseada em agentes para suporte ao ensino à distância
Marcello Thiry Comicholi da Costa em http://www.eps.ufsc.br/teses99/thiry/index.htm
Resumo:
Existe atualmente uma demanda pela modelagem de sistemas de suporte ao ensino colaborativo em
ambientes distribuídos. Estes sistemas são ambientes eletrônicos que suportam e mediam trabalho e
aprendizado cooperativo em uma rede de computadores.
Este trabalho apresenta uma plataforma orientada a agentes para suportar a cooperação de usuários
através da Internet. A plataforma proposta define uma arquitetura multi-agente que adota a estrutura de
um sistema de federação de agentes. A comunicação dos agentes utiliza um estrutura formalizada
baseada na Linguagem de Comunicação de Agentes (ACL - Agent Communication Language).
A arquitetura distribuída é organizada através de três classes de agentes: agentes de interface, agentes
de informação e agentes consultivos. Esta abordagem foi inicialmente proposta em (Thiry, 1998a). Uma
extensão desta abordagem para a aplicação no ensino à distância foi proposta em (Thiry, 1998b). Os
agentes utilizam técnicas diferentes para resolver problemas específicos e interpretar situações. As
principais abordagens de raciocínio utilizadas são raciocínio baseado em casos (o enfoque é ensino
baseado em casos) e regras de produção.
O trabalho discute a utilização da plataforma descrita como uma interessante ferramenta para suportar o
ensino à distância, apresentando uma aplicação para seu uso através da Internet.
67
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
A construção de um modelo de curso "Lato Sensu" via Internet - A experiência com o curso de
especialização para gestores de instituições de ensino técnico UFSC / SENAI
Dênia Falcão de Bittencourt em http://www.eps.ufsc.br/disserta99/denia/index.html
Resumo:
O trabalho apresenta uma metodologia para a construção de um curso de educação a distância baseado
principalmente na Internet. Norteado por princípios pedagógicos e tecnológicos, enfoca as diversas
etapas desde o planejamento até a sua aplicação em um caso real, demonstrando os recursos
necessários e os agentes envolvidos. O caso apresentado relata a experiência com o Curso de
Especialização para Gestores de Instituições de Ensino Técnico, desenvolvido pelo Laboratório de Ensino
a Distância, e efetivado por meio do convênio entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Contribuição para a modelagem de um ambiente inteligente baseado em realidade virtual
Luis Alberto Alfaro Casas em http://www.eps.ufsc.br/teses99/casas/index.html
Resumo:
O objetivo desta pesquisa é analisar a utilização potencial do computador como ferramenta de
ensino/aprendizagem, partindo da idéia de que as atividades contínuas e abertas na educação são
necessárias nas organizações educativas, produtivas e de serviços, e de que as novas tecnologias podem
contribuir para isto. A base teórica desta pesquisa está centrada no desenvolvimento cognitivo humano,
levando em consideração a sua base biológica. Depois de estabelecer o estado de arte do ensino assistido
por computador, são apresentadas as características da Realidade Virtual imersiva e suas contribuições
na
construção
do
conhecimento.
São
Analisados,
também,
os
ambientes
inteligentes
para
o
ensino/aprendizagem, que serviram como fonte de conhecimento para a proposta de um modelo de
agente tutor inteligente, cuja arquitetura integra métodos das áreas de pesquisa de STI, computação
gráfica e arquitetura de agentes, combinação que resulta em um conjunto único de capacidades.
Finalmente, são estabelecidas as conclusões e sugestões da pesquisa.
O uso da Internet na educação superior de graduação: estudo de um caso de uma
universidade pública brasileira
Roberto Avila Paldês
em http://www.geocities.com/CapeCanaveral/Launchpad/5606/portugues/paginic.html#D
68
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
Resumo:
A presente pesquisa se propôs a investigar a utilização da rede mundial de computadores, a Internet,
pelos alunos de graduação de uma universidade pública brasileira. Interessou-se em estudar como
professores da universidade selecionada estão incluindo o emprego desse novo recurso tecnológico no
desenvolvimento de suas matérias. A investigação se preocupou com a contribuição qualitativa que a
Internet pode oferecer à educação superior e, em particular, à proposta pedagógica das diversas
disciplinas curriculares. A fundamentação teórica se deu na confluência da concepção interacionista de
desenvolvimento com a busca de níveis mais elevados de comportamento intelectuais no aprendizado e
com o efeito do emprego de múltiplos veículos de comunicação nas mensagens cognitivas. Como parte
da investigação, foi realizada uma pesquisa de natureza exploratória para a familiarização da presente
situação da universidade selecionada e para detalhar as características do universo a ser estudado. O
estudo de caso foi o método de procedimento adotado e se voltou para o grupo de indivíduos que foram
identificados como usuários da rede Internet, no apoio pedagógico ao ensino presencial. Foram utilizados
como instrumentos o questionário de pesquisa, a análise documental, as entrevistas semi-estruturadas e
a observação assistemática de um evento selecionado. A dinâmica na investigação das relações e a
flexibilidade das questões de pesquisa, bem como da seqüência nas etapas da pesquisa, foram coerentes
com o método de abordagem de tendência dialética.
Os resultados obtidos na investigação sugerem que a Internet é uma fonte de informações com uma
grande penetração entre professores e que muitos deles envolvem seus alunos no empregar da rede,
embora tal uso esteja sendo feito, na maioria das vezes, fora das salas de aula. Constatou-se que o
aumento potencial da comunicação entre as pessoas, disponibilizado pelo correio eletrônico, ainda não foi
explorado suficientemente em aplicações educacionais. Também ficou evidenciado que os professores
reconhecem a utilidade pedagógica da rede e têm muitas propostas quanto ao seu emprego em um
futuro próximo. Os professores, entretanto, esbarram em limitações como: tempo disponível para fazer
frente às novas exigências, falta de um projeto institucional integrador das intenções e a carência de
recursos técnicos para a exploração, em sala, dos benefícios da Internet. Foi verificado, ainda, que o
problema da disponibilidade de pontos de acesso à rede é o fator que mais preocupa os professores,
antes mesmo de citações mais esperadas, como a baixa velocidade de resposta ou a dificuldade de
utilização da rede.
Por meio de uma análise qualitativa, fruto das entrevistas e das visitas à universidade, constatou-se que
as intenções são maiores que as realizações que se tem conseguido alcançar. Isso nos levou a sugerir um
planejamento institucional para definir o que a universidade espera do emprego da Internet e para
carrear os recursos humanos e materiais requeridos pelo projeto pedagógico.
69
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
Educação continuada e à distância de profissionais da ciência da informação no Brasil via
Internet
Carlos Henrique Naves em http://www.intelecto.net/cn-ead/inicio.htm
Resumo:
O final do século XX tem delineado uma grande transformação nos procedimentos de ensinoaprendizagem associados aos processos de disseminação de informação e ao uso de novas tecnologias.
Uma parte significativa desta transformação está relacionada ao uso da educação a distância como forma
de atingir novos públicos e desenvolver novas metodologias de ensino. A educação a distância utiliza-se
de desenvolvimentos tecnológicos para disseminar informação para estudantes através de outros canais
que não os tradicionais.
Uma vez que um dos principais focos da Ciência da Informação é o desenvolvimento de ambientes onde
o controle de interações suporta o consumidor de informação, aparentemente será mais comum que no
futuro o provedor de informação desenvolva uma atitude mais ativa. Atualmente as bibliotecas digitais
abrigam em seu acervo material de referência e cursos que podem ser acessados diretamente pelo
estudante.
Este trabalho apresenta os resultados de uma experiência realizada sob os auspícios do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia na qual profissionais da informação são treinados a
distância utilizando-se exclusivamente de ferramentas disponíveis na Internet.
Conclui-se que é possível treinar eletronicamente profissionais que irão fornecer informações obtidas
eletronicamente e que inclusive poderão vir a prover serviços de informação para outras formas de
treinamento a distância, criando uma simbiose entre o processo de ensino e aprendizagem e a
disseminação e o provimento de informação.
Atitude de consumidores frente às novas tecnologias
Alípio Ramos Veiga Neto em
http://www.marvey.com.br/tecnofobia/TECNOFOBIA.htm
Resumo:
Atualmente, nossa sociedade depende, cada vez mais, de computadores e novos equipamentos
tecnológicos que têm auxiliado os indivíduos em seu dia a dia. Porém, existe ainda um grande número de
pessoas que apresentam dificuldades em adequar-se às novas tecnologias, isto é, com tecnofobia. Elas
sentem um grande desconforto e até aversão por aparelhos e equipamentos tecnológicos, tendendo a
evitar a interação com computadores. Na área educacional, grande parte das dificuldades de
70
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Referências
implementação de computadores em escolas públicas deve-se à resistência de professores na utilização
de novas tecnologias. Os objetivos desta pesquisa foram detectar a existência de uma relação entre a
formação do indivíduo e uma maior ou menor resistência às novas tecnologias, bem como levantar
possíveis diferenças quanto ao nível de tecnofobia entre consumidores de produtos de informática e
estudantes de educação. Uma amostra de 50 sujeitos divididos em dois grupos, 25 estudantes de
pedagogia e 25 consumidores de informática, responderam a um questionário elaborado pelo Autor com
um total de 22 questões, que serviram para determinar como os sujeitos se sentem quando precisam
utilizar
computadores
ou
produtos
tecnológicos;
para
verificar
quais
as
formas
utilizadas
na
aprendizagem de informática; os contatos que tiveram com equipamentos tecnológicos na escola; e suas
atitudes como consumidores frente a novos lançamentos tecnológicos. Os resultados apresentados
indicaram, de modo geral, que os estudantes apresentam níveis de tecnofobia não muito superiores aos
dos consumidores porém, enquanto grupo, suas atitudes são conservadoras em relação à novas
tecnologias, levando-os a manterem-se afastados destas.
71
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Glossário
A
Aparelho ideológico do estado/AIE
Conjunto de instituições, de diversas naturezas, que são utilizadas pelo Estado para inculcar sua ideologia
na população de forma sub-liminar, aparentemente não-intencional. A escola é um dos mais importantes
e eficientes AIE . Daí, porque governos totalitários se apossam imediatamente do sistema escolar para
manobrá-lo em favor de sua manutenção.
Assincrona
O que não é sincrono, que não se realiza ao mesmo tempo..
Atitudes
São os comportamentos que o aluno apresenta diferentes daqueles que apresentava antes de passar por
essa disciplina. Por exemplo: curiosidade científica, perseverança no questionamento, responsabilidade
quanto à aprendizagem, consciência e teorias, agente de seu processo de aprendizagem, solidariedade,
competicão, trabalho em equipe, etc.
Avaliação anticipativa
É a avaliação na qual as instituições se colocam antecipadamente ao Estado (ao MEC, no caso da
educação), organizando sua própria sistemática de avaliação, impondo seus interesses e intenções, seus
indicadores e metodologia. Quando as IES assumem esta postura, geralmente, desenvolvem processos
conjugados de auto-avaliação e de avaliação externa muito enriquecedores que, inclusive, facilitam o
atendimento às exigências avaliativas do MEC e CNE.
B
Behaviorista
A partir do inglês "behavior" que quer dizer comportamento, é uma outra denominação da corrente
comportamentalista.
Bases axiológicas
Fundamentos nas teorias dos valores morais. Axiologia – Estudo ou teoria de alguma espécie de valor,
particularmente de valores morais. Teoria crítica dos conceitos de valor (dicionário Aurélio).
72
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Broadcast
É a transmissão onde o sinal de áudio e vídeo é originado em apenas uma unidade e transmitido
simultaneamente para as demais unidades participantes. Pode ser de televisão, videoconferência ou
outra.
Bom senso
Sabedoria; juízo claro.
C
Centros universitários
Tipo de instituição de ensino superior criados a partir da flexibilização feita pela LDB, e regulamentada
pelo Decreto nº 2.306, de 19/08/97, com características diferentes das universidades e demais
instituições de ensino existentes antes de 1996:
São centros universitários as instituições de ensino superior pluridisciplinares, abrangendo uma ou mais
áreas do conhecimento, que se caracterizam pela excelência do ensino oferecido, comprovada pela
qualificação de seu corpo docente e pelas condições de trabalho acadêmico oferecidas à comunidade
escolar, nos termos das normas estabelecidas pelo Ministério da Educação para seu credenciamento
(Dec. Nº 2.306/97, art. 12).
Ciência
Conhecimento acumulado e aceito, que tem sido sistematizado e formulado como referência.
Ciberespaço
Conjunto de computadores, serviços e toda atividade que constitui a rede Internet. Mundo virtual, onde
transitam informações e onde pessoas se relacionam virtualmente, por meios eletrônicos.
Cibernética
Ciência que estuda as comunicações e o sistema de controle não só dos organismos, mas também nas
máquinas. (Aurélio, versão 3, Século 21)
Ciclos de promessa de pedido e de oferta
Fenômeno complexo constituído, por excelência, pelas ações linguísticas da coordenação de ações entre
indivíduos, tanto no interior das organizações como em suas interações com o mundo exterior. Possui
73
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
etapas e fases que se subdividem em diversos processos. Na etapa da constituição da promessa: fases
de criação de contexto e de negociação. Na etapa em que ocorre o cumprimento da promessa: fases de
realização e de avaliação da mesma ( Echeverría, R.).
Cognição
Denominação do processo interno do indíviduo de aquisição, maturação e elaboração do conhecimento.
Em algumas abordagens é sinônimo de aprendizagem.
Competências:
1. Capacidade para realizar algo. Não se aprende nos livros, mas é algo que o sujeito adquire a partir de
sua prática, fundada em teorias reconhecidas. Ex: as competências sociais, as competências relacionais,
as competências colaborativas. 2. O sujeito adquire competência a partir do desenvolvimento harmônico
de um conjunto de habilidades em relação a uma função específica.
Comunidades virtuais de aprendizagem
São coletividades onde pessoas que se agrupam no mundo virtual, de forma colaborativa e com base na
reciprocidade, todos ensinam a todos e todos aprendem com todos. Nas comunidades virtuais a
concepção sócio-interativa, que hoje se torna cada vez mais importante em educação, se realiza de
forma plena (Azevedo, W., 2002).
Custos e despesas
Não são sinônimos. Os custos estão relacionados ao processo de produção de bens ou serviços. Enquanto
os produtos estão estocados, os custos são ativados, aparecem nos balanços (não na demonstração dos
resultados) e só fazem parte do cálculo do lucro ou prejuízo quando de sua venda. Os gastos incorridos
até o momento em que o produto fica pronto para a venda são custos, a partir daí são considerados
despesas.
Conceito
Pode ser definido como um nome ou símbolo dado a um grupo de objetos, pessoas, ou eventos tendo
algo em comum. Exemplos: "mobília" é um conceito que se aplica a cadeira, mesa, armário etc. Emoções
é o conceito para alegria, felicidade, afeição, ira etc. Denominação de classe que pode se referir a
objetos, eventos, ou propriedade de eventos
74
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Conhecimento
É o processo de percepção, decodificação, compreensão e incorporação de algumas informações, que se
tornam significativas para mim e se incorporam ao contexto e ao repertório que já possuía até agora e o
modifica em algum aspecto.
Conhecimento
Resultado da observação feita por um sujeito sobre um objeto. Entretanto, o resultado não é nem óbvio
nem simples. O conhecimento é o processo mediante o qual apreendemos a complexidade do mundo.
Nesse sentido, todo conhecimento é uma maneira de reduzir a complexidade, criando uma descrição com
sentido do todo ou das partes. As discussões sobre o conhecimento são estudadas pela epistemologia e a
gnosiologia.
Conhecimentos
Aquisições feitas pelo esforço mental com vistas a solucionar problemas e obtidos por meio de
informações, análises, estudos, hipóteses, pesquisas, debates, aspectos definidos, tópicos polêmicos, etc.
Conhecimento comum
Modalidade de conhecimento caracteristicamente prática; conhecimento tradicional de uma dada
sociedade; bom senso.
Conhecimento científico
Um tipo de conhecimento entre outros que se caracteriza pelo uso dos métodos e critérios de produção
de conhecimento legitimados por uma comunidade de cientistas.
Conhecimento intuitivo
Conhecimento baseado na experiência direta do indivíduo, não intelectual da realidade.
Contrutivismo
Abordagem que entende que o conhecimento é construído através das interações entre o sujeito e o meio
num processo permanente. O termo é também encontrado como sinônimo de cognitivismo. É muitas
vezes utilizado para denominar a teoria de Jean Piaget. Pela popularização dessa expressão é comum
encontrar o termo como sinônimo de uma metodologia educacional.
75
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Cosmovisão
Visão de mundo, de homem, de educação que as pessoas têm como decorrência de sua história de vida e
como fruto de sua ideologia.
Criatividade
Produção de uma idéia, conceito, criação ou descoberta que é nova, original, útil, ou que satistaça seu
criador ou alguém mais, por um certo período de tempo.
Crítica
Por crítica entende-se tanto a análise como o conhecimento e o posicionamento valorativo diante de uma
realidade. A crítica pode referir-se de maneira lógica ou empírica à estrutura e validade das afirmações,
ou esclarecer doutrinas e esquemas de pensamento. Ela pode contribuir de muitas maneiras para o
esclarecimento da prática e para o desenvolvimento de alternativas de soluções.
D
Dados
Informação fundamental coletada em um estudo, em geral expressa numericamente.
Datashow
Projetor multimídia, recurso audiovisual acoplado a computador e que tem substituído, com vantagens, o
retroprojetor. Permite, entre outras inovações, a inclusão de som e movimento nas apresentações de
textos. Maiores informações: http://www.datashow,com.br, http://www.epson.com.br
Design instrucional
A palavra design é de origem inglesa e refere-se à concepção de um projeto ou um modelo, é utilizada
também para significar o produto que resultou desse processo. Podemos dizer que o design é a interface
entre um usuário e um artefato. Design Instrucional é uma denominação utilizada para falar do
planejamento educacional para educação a distância e também do resultado de um planejamento
concretizado num material para EAD. Da mesma forma o design instrucional é a interface entre o
aprendiz e um material desenvolvido com a finalidade de promover um tipo de aprendizagem.
Designer instrucional
É a denominação do profissional que elabora o design instrucional.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Desktop
É uma denominação corrente para o computador de mesa, usado também para denominar a escrivaninha
ou ponto de trabalho que é o próprio computador.
Didática
Arte ou ciência do ensino, envolve não apenas conteúdos, mas também componentes intuitivos e
valorativos
E
Educação bancária
É a educação caracterizada, por Paulo Freire, pelo ato de depositar, transferir, transmitir valores e
conhecimentos, pela qual:
a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;
b) o educador é o que sabe;os educandos, os que não sabem;
c)
o educador é o que pensa;os educandos, os pensados;
d) o educador é o que diz a palavra;os educandos, os que a escutam docilmente;
e) o educador é o que disciplina;os educandos, os disciplinados;
f)
o educador é o que opta e prescreve a sua opção;os educandos, os que seguem a prescrição;
g) o educador é o que atua;os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do
educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático;os educandos jamais são ouvidos nesta escolha,
acomodam-se a ele;
i)
o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que se opõe
antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele;
j)
o educador, finalmente, é o sujeito do processo;os educandos, meio objetos (Freire, 1985, p 67).
Ementário
Conjunto dos resumos do conteúdo de todas as disciplinas do curso que, geralmente, se mantém
inalterado, enquanto não se modifica a estrutura curricular do mesmo. O professor, ao assumir uma
disciplina recebe da coordenação do curso a ementa de sua disciplina para orientar-se na elaboração de
seus planos.
77
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Epistemologia genética
A teoria de Jean Piaget, que se dedicou a compreender como se dá a gênese - daí ser genética - do
conhecimento - daí epistemologia no indivíduo em suas etapas de desenvolvimento. Piaget trabalhoy com
a idéia de que novos níveis de conhecimento estão sendo indefinidamente construídos através das
interações entre o sujeito e o meio e por ser um processo permanente, e estar sempre em
desenvolvimento, esta teoria é também denominada "construtivismo".
Expressão icônica
Expressar-se por imagens.
E-learning
treinamento que acontece através de uma rede, usualmente via Internet ou de uma intranet de uma
empresa. Tem suas raízes nos anos 80, quando as empresas utilizavam CD-Roms para ensinar
profissionais técnicos (IDG Now!, 03/05/2001)
F
Face-a-face
Terrmo usado para descrever ambientes de salas de aula tradicionais.
Facilitador
Instrutor on-line que dá assistência ao ensino via web.
Facilitador da aprendizagem
Denominação do profissional que no processo educativo assume papel não-diretivo e que é responsável
pela condução de um grupo em direção à aprendizagem. Originalmente adotado apenas nos trabalhos
com grupos e de abordagem vivencial é hoje amplamente utilizado em programas voltados para adultos
por aqueles profissionais que buscam fugir do modelo de ensino tradicional e expositivo para utilização de
jogos e técnicas vivenciais. Está associado a renovação da postura tradicional do professor.
Fato científico
Descrição ou explicação de uma coisa ou fenômeno em termos científicos.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Feedback
Termo proveniente da teoria de sistemas, representa a informação que torna a alimentar o ciclo de um
processo. Na relação interpessoal é uma técnica para facilitar a comunicação onde alguém indica para
uma outra pessoa como teria sido seu desempenho numa situação ou numa tarefa.
Flipsharts
loco de papel (do inglês flip = piparote; chart = carta, quadro) constituído por folhas grandes,
sustentadas por cavaletes, em que se escreve com pincéis durante apresentações verbais, como reforço
ao texto falado.
H
Habilidades
Qualidade de quem pode fazer algo autonomamente, estando sempre associada a uma ação física ou
mental. Capacidade intelectual, aptidão específica e talento especial para a realização de um exercício,
ofício ou ministério.
Habilidades
Refere-se a tudo aquilo que o aluno deve aprender a fazer desenvolvendo suas capacidades intelectuais,
afetivas, psíquicas e motoras. Por exemplo: capacidade de organizar seu próprio estudo; capacidade de
avaliar seu próprio trabalho e trabalhos de outros; capacidade de formular uma hipótese, realizar uma
pesquisa; capacidade de coletar, organizar informações; capacidade de utilizar seus sentidos conforme a
necessidade; domínio e utilização de seus movimentos e de sua ação motora; etc.
Hipótese
Uma hipótese é uma declaração de crença relativa a um fenômeno, fato ou relacionamento entre várias
variáveis. Uma hipótese deve sempre ser testada contra fatos antes de ser aceita ou rejeitada.
Hipóteses (utilidades)
As hipóteses podem ser úteis para:
 explicar novos relacionamentos;
 estimular novas pesquisas;
 servir como fontes metodológicas;
 avaliar técnicas de pesquisa;
79
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
 levar a novos princípios.
Hipóteses (características)
1.
são formuladas de maneira declarativa;
2.
devem descrever um relacionamento entre duas ou mais variáveis;
3.
devem ser testáveis;
4.
devem ser operacionais, no sentido de que não deve haver ambigüidade nas variáveis ou
relacionamentos propostos;
5.
devem refletir uma preocupação com um problema, baseada em algum conhecimento, pesquisa
anterior, ou necessidades identificadas.
I
Informação
Representação estruturada de dados.
Input
Termo proveniente da teoria de sistemas, significa a informação ou os insumos que dão início a um
processo.
Instituições confessionais
Instituições de ensino instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que
atendem a orientação confessional (religião) e ideologia específicas que incluam em sua entidade
mantenedora representantes da comunidade.
Instituições isoladas
Tipo de instituições de ensino superior que não se organizam como universidades ou centros
universitários. Geralmente são denominadas faculdades ou institutos e, também, identificadas como
instituições não-universitárias.
Instituições privadas ou particulares
São escolas, de todos os níveis de ensino, que não pertencem ao Poder Público. Podem ser confessionais
(que pertencem a algum grupo religioso), comunitárias ou particulares no sentido estrito, ligadas a
grupos ou pessoas físicas ou jurídicas (LDB, art. 20).
80
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Interatividade
1. O termo interatividade surgiu no contexto das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, com
a denominada geração digital. A interatividade está na "disposição ou predisposição para mais interação,
para uma hiper-interação, para bidirecionalidade - fusão emissão-recepção -, para participação e
intervenção". (SILVA, Marco. Que é Interatividade in Boletim Técnico do Senac. Rio de Janeiro, v.24, n.2
maio/ago, 1998). Portanto, não é apenas um ato de troca, nem se limita à interação digital, é a abertura
para mais e mais comunicação, mais e mais trocas, mais e mais participação. 2. Interruptabilidade, nãolinearidade, potência, cooperação, permutabilidade e predisposição do sujeito a falar, ouvir, argumentar
e disponibilizar-se conscientemente para mais comunicação, ou seja, transitar, transmigrar e desenvolver
um
modo
de
pensar
e
agir
segundo
uma
racionalidade-em-trânsito.
(http://www.faced.ufba.br/~dept02/sala_interativa/texto_grupo.html) 3. Atividade mútua e simultânea
da parte dos dois participantes, normalmente trabalhando em direção de um mesmo objetivo (LIPPMAN,
Andrew. 1988). 4. Em ambientes informáticos pode-se perceber uma ênfase na capacidade da máquina,
uma valorização da potencialidade técnica. Porém, entende-se que a interação não pode apenas ser
entendida como uma variação quantitativa de velocidade de resposta do computador. É preciso valorizar
a bidirecionalidade, a comunicação contextualizada, enfim, aquilo que ocorre entre os interagentes e a
evolução inventiva e criativa dos relacionamentos. (http://usr.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/pgie.htm).
Interdisciplinaridade
É uma abordagem curricular que vai além da justaposição de disciplinas e ao mesmo tempo evita a
diluição das mesmas em generalidades. (...) O conceito fica mais claro quando se considera o fato trivial
de que todo conhecimento mantém diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de
questionamento, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliaçãoe de iluminação de3
aspectos não distinguidos (Parecer CNE/CEB n.º 15/98, item 4.3)
Intersubjetividade
A subjetividade diz respeito às interpretações que um sujeito dá à realidade, ou seja, à forma pessoal
através da qual a realidade é percebida por um indivíduo. A intersubjetividade diz respeito à possibilidade
de interação entre o mundo subjetivo de um ou mais sujeitos.
L
Layout
esboço gráfico de uma idéia, anúncio ou mensagem.
81
UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
M
Mala direta
É uma forma de organização de endereços, físicos ou eletrônicos, de pessoas físicas ou jurídicas com as
quais a instituição pode precisar contatos. Quanto melhor classificada (por ex: lista de consultores, de
dirigentes de escolas superiores, de autoridades ligadas à educação, ...) maior sua contribuição à
eficiência institucional.
Maturação
Termo freqüentemente utilizado para denominar o amadurecimento das funções biológicas, o alcance da
prontidão.
Maiêutica
Do grego, parto das idéias, do Filósofo Sócrates (480 AC – 399 AC) quando da caracterização de sua
sistemática dialógica, cujo princípio fundante consistia na afirmação de que todo homem possui, em si, o
conhecimento de todas as coisas, necessitando apenas de questões adequadas que o façam refletir e
buscar respostas.
Método
São técnicas suficientemente gerais para se tornarem comuns a todas as ciências ou a uma significativa
parte delas. Latim — methodus, do grego — méthodos, de meta, objetivo, finalidade.
Método cientíifico
É essencialmente um rodízio de fatos a hipóteses, a leis, a teorias, e de volta a fatos como bases para o
teste e refinamento de hipóteses mais adequadas.
Método científico (Interpretações)
É errôneo pensar que existe um só método científico. Há muitos e variados métodos. Métodos científicos
mudam com a descoberta de novos instrumentos de observação, novas técnicas de experimentação e
com novos instrumentos, tal como o cálculo. Métodos científicos diferem de uma ciência para outra.
Todavia, há alguns princípios que são comuns a todas as ciências.
Mídias
São assim denominados materiais físicos utilizados para armazenar dados e também os veículos ou
meios utilizados na comunicação e na divulgação publicitária.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Modos síncronos ou assíncronos
de oferta de cursos de EAD – modo síncrono imita a sala de aula tradicional, ou seja, as aulas acontecem
em tempo real e conectam estudantes e instrutores através de streaming de áudio e vídeo ou uma sala
de chat. Já o modo assíncrono permite que estudantes acessem cursos “empacotados” na hora que
desejarem, trabalhando da forma que lhe convier e se comunicando com o professor e outros estudantes
através de e-mail ( IDG Now, 3/5/01).
Motivação
Força interior que determina a direção do comportamento para alvos apropriados à sua satisfação. As
motivações podem ser de origem interna ou externa, provocadas por outros ou pela própria pessoa. No
processo de ensino a motivação é uma poderosa arma do professor no despertar do interesse dos alunos
por sua disciplina.
N
Nova ecologia pedagógica
Um ambiente que tem características específicas e diferentes daqueles que estamos acostumados a
encontrar no meio educacional. Um ambiente que combina a comunicação de “um para um”, de “um para
muitos” e de “muitos para muitos” e que precisa ser conhecido antes de se pensar em desenvolvimento
de programas online (Azevedo, W., 2002).
O
Output
Resultados do sistema.
P
Paradigma
Forma padronizada ou modelo orientador da pesquisa e da organização de seus resultados em um campo
delimitado de conhecimento.
Paradigma
É um conjunto de pressupostos que regem nossa forma de interpretar uma situação e seu contexto e
também de promover ações nesse contexto.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Pesquisa
Abordagem disciplinada do estudo de fenômenos naturais. Busca sistemática, objetiva e precisa de
solução para um problema bem definido.
Pesquisa (Característica)
De modo geral, a pesquisa operacional pode ser caracterizada como a aplicação de métodos científicos,
técnicas e instrumentos a problemas envolvendo a operação de sistemas, de forma a fornecer àqueles,
no controle das operações, soluções otimizadas aos problemas.
Pesquisa (Objetivos)
A pesquisa tem como objetivo imediato a aquisição de conhecimento e pode visar à resolução de
problemas específicos, geração de teorias e avaliação de teorias existentes. Não existe pesquisa sem
teoria explícita ou implícita (Richardson, 1989).
Pesquisa (Princípios de)
1.
busque conhecer tanto quanto possível sobre o objeto de pesquisa;
2.
prove, se possível, que o objeto existe na área a ser pesquisada;
3.
use o mais eficiente método de detecção;
4.
assegure-se de que verá o objeto de busca se o encontrar;
5.
assegure-se de que você não veria o objeto se ele não estivesse lá;
6.
busque sistematicamente em vez de casuisticamente.
Pesquisa científica
Processo que conduz à expansão e consolidação do conhecimento científico.
Ponto de equilíbrio
Na quantificação dos custos, é o volume mínimo de vendas que a organização deve realizar para cobrir
seus custos fixos, sem lucro ou prejuízo. A partir deste ponto, o crescimento das vendas passa a produzir
lucros em escala variável.
Positivismo
Sistema de pensamento sintetizado por Auguste Comte (século XIX), segundo o qual todo conhecimento
deve estar fundamentado na experiência e nos fatos. Propõe que o mundo físico e social é ordenado e
que o cientista deve descobrir as leis de tal ordem. O Positivismo adota o mecanicismo de Descartes. São
sistemas complementares.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Publicações oficiais
Legislação e outros documentos produzidos por órgãos do Governo que informam sobre as políticas
públicas e noticiam a realização de programas de interesse da população. No caso da EAD, é fundamental
acompanhar as publicações do MEC - disponíveis inclusive em meio eletrônico-, em especial da Secretaria
de Educação a Distância, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, da Secretaria de
Educação Superior e do Conselho Nacional de Educação.
Q
Qualitativa (Pesquisa - Características)
Pesquisa qualitativa tem como características principais:
a) concentra sua preocupação no processo e não simplesmente nos resultados e no produto;
b) tem como fonte direta os dados do ambiente;
c)
é descritiva;
d) analisa os dados indutivamente;
e) preocupa-se com uma abordagem quantitativa, concentrando sua atenção nos pressupostos que
servem de fundamento à vida das pessoas (Triviños, 1992).
Quantitativa (Abordagem)
Um elo comum em todas as variáveis da abordagem quantitativa é que nela se empregam números ou
símbolos para representar fenômenos de interesse ou modelo da realidade.
S
Senso comum
conhecimento de aplicação prática; opinião compartilhada pelos membros de uma dada sociedade;
conhecimento tácito.
Síncrono
O que se realiza ao mesmo tempo, em tempo real.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Sistema
A denominação sistema é utilizada para fazer referência a um conjunto, a um agrupamento de partes
coordenadas, qualquer que seja o assunto de que se trata. É utilizada nos mais diversos campos:
informática, biologia, legislação, educação e outras.
Sistemas simbólicos
São as estratégias utilizadas pelo homem para representar a realidade, tanto para interpretá-la como
para comunicá-la.
Sociedade do Conhecimento
Caracteriza-se por reivindicar o conhecimento como fonte principal de riqueza e bem-estar, num mundo
cada vez mais globalizado. Apoia-se fortemente no desenvolvimento de novas tecnologias de informação
e comunicação, impulsionadas pelos avanços da informática e da telemática, exigindo uma mudança de
paradigma em todos os âmbitos da vida em sociedade.
Subsistema
Considerando-se o sistema como um agrupamento maior, utiliza-se a denominação subsistema para
fazer referência a um subconjunto daquele agrupamento. Pode-se dizer que o subsistema é em si mesmo
também um sistema.
T
Técnica(s)
conjunto de procedimentos práticos de uma arte ou ciência para se obter determinados efeitos ou
resultados materiais.
Tecnologia instrucional
È “um conjunto de princípios e prescrições articulados, derivados de um sistema teórico coerente,
aplicados à função educacional” (Borges-Andrade, J.E. Por uma competência técnica no treinamento. In
Psicologia, Ciência e Profissão, 1986:17)
Telemática
Fusão das tecnologias de telecomunicação com os mais modernos avanços de informática.
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UEA 01 – Conceituação e Contextualização Histórica
Glossário
Transdisciplinar
Trata-se de uma perspectiva que supera a proposta de composição de muitas disciplinas - áreas do
conhecimentos - somando suas diferentes perspectivas, para interpretar uma realidade ou solucionar um
problema, numa tentativa de encontrar uma totalidade que elimine essas divisões.
U
Universidades
São “instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisas,
de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por:
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas
mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.” (LDB, art. 52)
V
Vídeografia
Forma de telecomunicação que se caracteriza pela transmissão de textos e gráficos simples e que podem
ser visualizados em telas, como monitores de televisão, por exemplo.
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