a evolução do miura no salão do automóvel

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a evolução do miura no salão do automóvel
A EVOLUÇÃO DO MIURA NO SALÃO
DO AUTOMÓVEL
Em novembro de 2010 completará 20 anos da última participação dos Miuras no
Salão do Automóvel de São Paulo, em homenage m ao e mpreendedorismo e sucesso
dos seus fabricantes, o Miura Clube do Rio de Janeiro faz uma retrospectiva de
todas as participações dos Miuras neste Salão.
X Salão do Automóvel de São Paulo – 1976
O 20° aniversário de instalação da indústria automobilística foi come morado pelo
10° Salão do Automóvel (19 a 28 de nove mbro de1976), neste ano o Salão ganhou
um co-patrocinador — o Sindipeças - Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores —, adquirindo sua denominação atual
de Salão do Automóvel e Autopeças. Este salão ficou marcado pela estréia da Fiat
Automóveis, recém instalada em Betim/MG, lançando seu Fiat 147. Os demais
fabricantes mostraram apenas modificações nos modelos de linha, em geral
objetivando economia de consumo de combustível e melhoria das condições de
segurança, e os primeiros motores modificados para o uso do álcool hidratado. Só
a Alfa Romeo mostrou novos modelos para substituir os antigos FNM: Alfa 2300 B
e Alfa 2300 TI. As novidades, entre os automóveis, ficaram mesmo por conta dos
fora-de-série nacionais, que apresentaram ampla gama de sugestões, com destaque
para o recém lançado Miura com seu estilo moderno e sofisticado. O Miura
amarelo safári com revestimento interno e m tons derivado do amarelo
apresentado no salão possuía chassi e mecânica de Brasília, apesar do seu
lançamento no final de 1976, o primeiro Miura foi faturado no ano seguinte no dia
02 de junho de 1977.
Miura amarelo safári apresentado no salão.
XI Salão do Automóvel e Autopeças de São Paulo –
1978
O 11° Salão do Automóvel e Autopeças (17 a 26 de
novembro de 1978) celebrou a marca dos 2 milhões de
veículos fabricados no Brasil, o recorde de 980 mil
visitantes e uma presença maciça de fabricantes de
autopeças (17% da área ocupada, 37% das empresas
expositoras). Como acontecera em 1976, as montadoras
apresentaram uma certa inércia, com poucas
novidades, isso abriu novamente muito espaço para os
carrozzieri (fabricantes de carros fora-de-série), que
atraíram o público com modelos como o Dardo F 1.3,
da Corona, o primeiro esportivo com mecânica Fiat; o
Ventura, esportivo de L'Automobile; e é claro o Miura,
que neste neste salão lançou seu modelo MTS com a
nova motorização do Passat TS, além de alterações na
altura da carroceria visando um maior conforto aos
passageiros.
Motor Passat TS
XII Salão do Automóvel de São Paulo – 1981
Denominado "Salão da Esperança", o 12° Salão do Automóvel (13 a 22 de
nove mbro de 1981) nasceu em um período de grande crise da indústria
automobilística, que festejava seu 25° aniversário. Para os quase 700 mil
visitantes, as atrações ficaram por conta dos automóveis fora-de-série, das lanchas e
dos veleiros e dos equipamentos para camping. E, pela primeira vez, da
possibilidade de realizar compras. Apesar da crise este foi um a no marcante para a
Besson&Gobbi, era lançado o modelo Targa um dos maiores sucessos da marca. O
modelo trazia como inovação um chassi de aço próprio com a colocação do motor
do Passat TS na frente e a tração dianteira. A fábrica levou três modelos Targa
(vermelho, branco e azul) e outra novidade, um Miura modelo 82 (preto) contendo
as últimas alterações estilísticas internas e externas que o modelo sofreria antes da
sua descontinuidade como, por exemplo, as lanternas traseiras do Chevette e
retrovisores externos de fibra incorporados à porta. Outro fato digno de nota é a
presença do computador de bordo (check control) no Targa, ele não possuía
sintetizador de voz mas já anunciava o grande salto tecnológico que a marca daria
nos anos seguinte.
Miura 82
XIII Salão do Automóvel de São Paulo – 1984
O 13° Salão do Automóvel (9 a18 de setembro de1984), que comemorava 25 anos
de realização dos Salões do Automóvel e o 15° milionésimo veículo produzido no
Brasil, passou para a história como o "Salão do Otimismo". Neste ano é lançado o
Miura Saga, o Grand Turismo esportivo que consolidou a marca como símbolo de
sofisticação e alta tecnologia. Além do interior de e xcelente qualidade e
acabame nto, o modelo possuía um microcomputador com sintetizador de voz para
advertência ao motorista de uma série de funções vitais do veículo, que tornou-se
um dos itens mais característicos da marca, frigobar e rodas exclusivas com freios
a disco dentre outro itens. O Saga do salão ainda possuía maçanetas logo depois
substituída pela abertura por controle remoto. Estavam presentes também os
modelos Spider, lançado no ano anterior e Targa, ambos incorporando a nova
motorização VW AP 800.
XIV Salão do Automóvel de São Paulo – 1986
A ausência das montadoras grandes e uma ampla mostra de carros estrangeiros
foram uma das características do 14° Salão do Automóvel (3 a 12 de outubro de
1986), que contou apenas com o patrocínio da Abipeças e do Sindipeças, sempre
conscientes da importância da mostra. A ANFAVEA, associação das montadoras,
considerou que a conjuntura econômica inviabilizava a participação. Para os 400
mil visitantes, as grandes atrações foram os 59 carros estrangeiros do ano que
mostraram ao grande público os avanços tecnológicos da indústria automobilística
de países como EUA, Grã Bretanha, Itália, França, Ale manha, Japão e Coréia do
Sul. As novidades nacionais ficaram por conta dos fora-de-série. A Besson,Gobbi
S.A lançava seu sétimo modelo, o 787 que ostentava o famoso neon nos
parachoques e as rodas ―estrela‖ que foram usadas em todos os modelos da fábrica
neste ano e nos seguintes. Em um salão dominado pelos mais modernos carros
importados, o 787 foi escolhido pelo público como o ―carro preferido nacional‖,
ficando e m terceiro lugar na classificação geral, precedido pela Ferrari 328 GT e
do Lotus Spirit.
Conheçam um pouco mais do 787 assistindo ao vídeo postado por Wander
Tavares da matéria exibida no Globo Repórter:
(Obs:Todos os Miuras usaram mecânica VW. O 787 da matéria tinha motor AP1800S.)
XV Salão do Automóvel de São Paulo – 1988
O Salão do Automóvel e Autopeças 1988 (13 a 23 de outubro de 1988), a 15ª edição,
é considerado o marco da introdução da eletrônica embarcada no carro brasileiro.
Quase 330 expositores — 17 montadoras, 200 fabricantes de autopeças e 40 forade-série — mostraram seus produtos para mais de 500 mil visitantes. A
Besson,Gobbi S.A. lançava a reestilização do Saga, também conhecido como Saga
II, um ―esportivo social‖ que mantinha a mesma sofisticação e conforto para
quatro passageiros do modelo anterior com ainda mais tecnologia, como o piloto
automático. O Saga II do salão ainda apresentava o vidro traseiro tripartido,
depois substituído por um vidro único. Também presentes o modelo X8, lançado
um ano antes na V Feira Nacional de Transporte - Brasil Transpo`87 e a grande
sensação nacional do salão anterior, o 787. Todos os modelos foram equipados com
o motor AP2000.
Miura Saga II (Vidro tripartido) - Modelo 89
Miura Saga II (Vidro tripartido) - Modelo 89
Miura Saga II (Vidro tripartido) - Modelo 89
Miura X8 - Modelo 89
Miura X8 (Vermelho Transparente/Interior gelo) - Modelo 89
Miura 787 - Modelo 89
XVI Salão do Automóvel de São Paulo – 1990
Os 711 mil visitantes do Salão do Automóvel e
Autopeças 1990 (1 a 11 de novembro de 1990),
perceberam que, com sua 16ª edição, o evento se
internacionalizara definitivamente, ao mesmo tempo
que mostrava uma indústria nacional totalmente apta
para a concorrência mundial. O número de visitantes
só não foi maior face ao enorme engarrafamento de
trânsito nas proximidades do Parque Anhembi que
teria impedido o acesso, segundo estimativas, de mais
200 mil pessoas. As atrações do Salão foram
certamente os carros estrangeiros, responsáveis pelo
grande afluxo de público e que decoravam os estandes
das montadoras de origem estrangeira. Entre as
nacionais, destacaram-se os fora-de-série, como
sempre.
A Besson,Gobbi lançou o X11, o seu décimo primeiro, e
derradeiro, modelo esportivo.
Além do X11, participaram do salão o modelo
TopSport, o primeiro automóvel do Brasil a utilizar o
freio ABS , lançado na VI Feira Nacional dos
Transportes de 1989 - Brasil Transpo 89, e o Saga II,
lançado no salão do automóvel anterior, agora com
vidro traseiro inteiriço. Todos os modelos tinham
disponíveis freios ABS, retrovisor fotocrômico, piloto
automático e motorização AP2000 com injeção
eletrônica
Miura Saga II (Vidro traseiro único) - Modelo 91
Miura TopSport i.e. - Modelo 91
Miura X11 i.e. - Modelo 91
Lamentavelmente, para os fãs da marca, esta seria a última participação da
fábrica no salão do automóvel de São Paulo. A abertura do mercado aos
automóveis importados e m 1990, acompanhada da falta de incentivos do governo
brasileiro aos fabricantes de carros fora-de-série e o alto custo de produção foram
fatores decisivos para o declínio das vendas dos modelos Miura que em 1992
encerraram sua produção de esportivos optando pelo segmento de utilitários de
cabine dupla (BG Truck).
É importante refletirmos sobre o resultado de uma das perguntas feitas aos
visitantes deste salão, em pesquisa realizada pela revista "Quatro Rodas", à
respeito do novo cenário que o mercado de automóveis brasileiro apresentava.
Será que uma política industrial ade quada ao pequeno fabricante de automóveis
brasileiro não poderia ter mudado o final dessa história?
Externamos nosso respeito e admiração aos senhores Aldo Besson, Itelmar Gobbi e
todos aqueles responsáveis pela realização do sonho ―Miura‖.
Informações/Fotos: Gerência de Comunicação Reed Exhibitions Alcantara Machado (Salão do
automóvel), Revista Quatro Rodas, Revista Auto Esporte, Sr. Roberto Gobbi, Sr. Enio
Brandenburg, Sr. Gino Pesente, Sr. Wander Tavares e Miura Clube RJ .

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