DoCUmenTo-SÍnTeSe
Transcrição
DoCUmenTo-SÍnTeSe
DOCUMENTO-SÍNTESE BRASÍLIA (DF), novemBRO DE 2008. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO – MDA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL – SDT I Salão Nacional dos Territórios Rurais Luiz Inácio Lula da Silva Presidente José Alencar Gomes da Silva Vice-Presidente Guilherme Cassel Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário Daniel Maia Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento Agrário Humberto Oliveira Secretário Nacional de Desenvolvimento Territorial Adoniran Sanches Secretário Nacional da Agricultura Familiar Adhemar Lopes de Almeida Secretário Nacional de Reordenamento Agrário Carlos Mário Guedes de Guedes Coordenador Geral do Núcleo de Estudos Agrários Desenvolvimento Rural Rolf Hackbart Presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 3 Ficha Técnica Elaboração da 1ª versão do texto: Lauro Mattei e Marcelo Miná Dias Elaboração da versão final: Berenice Gomes da Silva, Ivanilson Guimarães e Vera Maria de M. Echenique Azevedo Fotografias: Regina Santos e Leonardo Melgarejo Revisão: Denise Goulart Editoração: Eduardo Gregório Sumário 1. O I SALÃO NACIONAL DOS TERRITÓRIOS RURAIS E A ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL .....p. 9 2. A CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DO SALÃO E SUA DINÂMICA ...............................................................................................p. 13 2.1 A concepção do I Salão Nacional .....................................................................................................................................................p. 13 2.2 Dinâmica das atividades realizadas durante o I Salão Nacional ....................................................................................p. 14 3. AS BOAS PRÁTICAS TERRITORIAIS .............................................................................................................................................................p. 19 4. AS OFICINAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS ...................................................................................................................................................p. 23 5. COMUNICAÇÃO E CULTURA: UMA ARTICULAÇÃO NECESSÁRIA . ........................................................................................p. 27 6. VISÕES E DIÁLOGOS: O ESPAÇO DA CULTURA NOS TERRITÓRIOS RURAIS .......................................................................p. 29 7. A GASTRONOMIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ........................................................................................................p. 35 8. EVENTOS PROMOVIDOS PELA SDT E PARCEIROS ..........................................................................................................................p. 41 8.1. Encontro Nacional dos ColegiadosTerritoriais ........................................................................................................................ p. 41 8.2. Seminário Nacional de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial ......................................................p. 43 8.3. Seminários sobre Dinamização Econômica nos Territórios Rurais ...............................................................................p. 44 8.3.1. Seminário Associativismo e Cooperativismo: ampliando o espaço entre produtores(as) e a(o) consumidores(as) .........................................................................................................................................................................p. 44 8.3.2. Seminário Comercialização na Agricultura Familiar: estreitando o elo entre o(a) produtor(a) e consumidor(a) ..............................................................................................................................................................................................p. 45 8.4. Eventos Promovidos pelo IICA ...........................................................................................................................................................p. 46 8.4.1. Experiências de outros Países em Desenvolvimento Territorial ......................................................................p. 46 8.4.2. Visita à Bahia – Território do Sisal ........................................................................................................................................p. 46 8.4.3. Seminário de Experiências Internacionais de Desenvolvimento Rural, com Enfoque Territorial ....p. 47 8.4.4. Seminário “Aspectos Conceituais e Metodológicos para um Processo de Construção de Tipologias de Identidade “...................................................................................................................................p. 48 8.5. Seminário promovido pela FAO: “Comunicação, Diálogo e Conciliação: Desenvolvimento Territorial Participativo e Negociado: mais que um método, uma estratégia de integração e interação” ........p. 49 9. Resultados e Perspectivas ................................................................................................................................................................................p. 52 ANEXOS Anexo 1 - Relação das Boas Práticas Territoriais, por tema...................................................................................................................p. 55 Anexo 2 - Relação das Oficinas de Políticas Públicas..............................................................................................................................p. 61 Anexo 3 - Exposições e Lançamento de Publicações.............................................................................................................................p. 78 Anexo 4 - Seminários Promovidos pela SDT e Parceiros.......................................................................................................................p. 79 Anexo 5 - Participantes Estrangeiros.................................................................................................................................................................p. 83 Anexo 6 - Instituições Parceiras ...........................................................................................................................................................................p. 84 Anexo 7 - Comissão Organizadora do I Salão Nacional dos Territórios Rurais........................................................................p. 86 Anexo 8 - Número de Representantes de Territórios Rurais no I Salão Nacional dos Territórios Rurais, por Região e Estado.......................................................................................................................................p. 89 Anexo 9 - Representantes de Territórios Rurais no I Salão Nacional dos Territórios Rurais..............................................p. 91 I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 5 6 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Apresentação O I Salão Nacional dos Territórios Rurais, promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em Brasília (DF), realizado no período de 29 de novembro a 1o de dezembro de 2006, se inseriu em um contexto de avanços do Governo Federal em diversas áreas e, em particular, das políticas e programas voltados para a superação das desigualdades existentes no Brasil rural. O I Salão Nacional configurou-se, em sua concepção e realização, como um espaço de afirmação de uma nova modalidade de gestão pública: os territórios rurais que vêm sendo desenvolvidos de forma sustentável e com o desafio de articular diversas políticas públicas. Foi pensado como um encontro e, ao mesmo tempo, um espaço do Brasil rural que se quer afirmar. Esse desejo de afirmação se expressou por meio do diálogo, do intercâmbio de idéias, do compartilhamento de informações, da troca de experiências, do debate sobre os problemas que são enfrentados por todos e das respostas e soluções encontradas pelos atores sociais em seus territórios. Após cinco anos desta inovadora atuação do Ministério do Desenvolvimento Agrário, expressa pela criação e implementação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais, pode-se dizer que uma das maiores inovações do I Salão Nacional foi apontar para a viabilidade de implementar diversas ações integradas. Foi esta visão que sinalizou para a criação de um novo programa que atuasse de forma mais integrada e abrangente: o Programa Territórios da Cidadania, lançado pelo Governo Federal, em 2008, com a participação de quase vinte ministérios e demais órgãos governamentais. É neste sentido que o I Salão Nacional se revelou um ambiente de aprendizado em que foram discutidos e propostos novos caminhos para um projeto de desenvolvimento nacional com inclusão social. Esta foi, sem dúvida, a sua grande inovação, porque possibilitou que pessoas de diferentes regiões do país, juntamente com gestores públicos, pesquisadores e convidados internacionais, pudessem debater abertamente os diversos aspectos envolvidos no rural brasileiro. A abordagem territorial expressa uma visão essencialmente integradora de espaços, atores sociais, agentes de desenvolvimento, mercados e políticas públicas de impacto no desenvolvimento. Seus princípios apóiam-se na eqüidade de participação nas riquezas socialmente produzidas; no respeito à diversidade; na valorização das culturas locais e na urgência de se promover a inclusão social, por meio do estímulo à participação política, social e econômica das populações radicadas nos territórios rurais. Este documento apresenta um registro do I Salão Nacional, a partir dos temas e das diversas modalidades de atividades realizadas relacionadas ao desenvolvimento rural, com destaque para as Boas Práticas Territoriais, que são experiências protagonizadas pelos atores sociais, as Oficinas de Po- I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 7 líticas Públicas sobre os programas governamentais implementados e passíveis de replicação nos territórios rurais, os debates sobre temas relacionados com as várias dimensões do desenvolvimento sustentável, além da realização do I Encontro Nacional dos Colegiados Territoriais, que, pela primeira vez, reuniu os representantes dos territórios em um mesmo espaço. O I Salão Nacional expressou, ainda, a diversidade da cultura, por meio de várias formas de expressão das diferentes regiões do Brasil e os produtos que serviram de matéria-prima para enriquecer a gastronomia, em parceria com a Fundação Slow Food para a Diversidade. A sistematização, registro e socialização das principais atividades desenvolvidas durante o I Salão Nacional foram, ao mesmo tempo, uma forma de valorizar as experiências coletivas e um convite aos atores sociais dos territórios rurais a refletirem sobre os passos já dados e os novos desafios para o desenvolvimento rural, a partir dos territórios. Foi também um esforço no sentido de dar visibilidade às experiências protagonizadas pelos atores que habitam o meio rural para que estas possam se tornar referência para a gestão e o controle social das políticas públicas. Com esta publicação, o Ministério do Desenvolvimento Agrário busca cumprir com o seu papel impulsionador do desenvolvimento territorial para que as experiências bem-sucedidas nos territórios sejam cada vez mais fortalecidas e consolidadas e com isto revelar o caráter integrador desta concepção, de forma a fortalecer os diversos atores sociais, que são os principais protagonistas do desenvolvimento territorial. Neste sentido, espera-se que este documento sirva também de base para dar continuidade e aprofundar os debates nos territórios, ao mesmo tempo em que estimule, cada vez mais, o protagonismo das organizações sociais rurais na superação dos entraves históricos que caracterizam o desenvolvimento rural brasileiro. Guilherme Cassel Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário – MDA Humberto Oliveira Secretário de Desenvolvimento Territorial – SDT/ MDA 8 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 1. O I Salão Nacional dos Territórios Rurais e a Estratégia de Desenvolvimento Territorial O I Salão Nacional dos Territórios contou com a participação de representantes dos colegiados territoriais, de órgãos governamentais, dos movimentos sociais, de pesquisadores, organizações nãogovernamentais, representantes de organismos internacionais e de diversos países, tais como: Espanha, México, Argentina, Venezuela, Costa Rica, Paraguai, Espanha, Guatemala. Estiveram reunidos pela primeira vez mais de 600 representantes oriundos dos 118 territórios rurais apoiados pela SDT/MDA1, além de representantes de territórios assumidos pelos governos estaduais e de territórios ainda em processo de organização. Mais do que um acontecimento pontual, o I Salão Nacional atingiu seus principais objetivos ao dar visibilidade e divulgar amplamente as diversas concepções inovadoras com potencialidades de transformar a realidade no Brasil rural. Neste caso, destacou-se o protagonismo dos atores sociais, através da apresentação das boas práticas oriundas dos territórios rurais e da demonstração de diversas políticas públicas importantes para o desenvolvimento territorial. Devem ser mencionados também outros temas relacionados ao desenvolvimento rural discutidos durante todo o período do evento, destacando-se as questões gerais da ruralidade; a estratégia territorial de desenvolvimento sustentável; a democracia participativa; a agricultura familiar e os arranjos institucionais viabilizadores da gestão social a partir dos territórios. Os distintos espaços do I Salão Nacional foram marcados pelo diálogo dos representantes dos territórios com gestores(as) de políticas públicas, convidados(as) internacionais, estudiosos(as) do desenvolvimento, instituições parceiras públicas e privadas, além de outros(as) formadores(as) de opinião. O ambiente do I Salão Nacional facilitou a aproximação entre os(as) representantes dos territórios e os(as) responsáveis pela implementação de políticas públicas, levando-os(as) a um conhecimento mútuo, tendo como referência a abordagem territorial materializada em estratégia de governo, em especial durante a apresentação das Oficinas de Políticas Públicas, que debateram os programas implementados ou ainda passíveis de implementação. A participação dos(as) representantes dos colegiados territoriais nestes momentos proporcionou discussões práticas em torno da constituição dos planos territoriais de desenvolvimento e a necessidade de fortalecimento das novas institucionalidades territoriais. 1 Em março de 2006, a SDT/MDA apoiava 118 territórios rurais no Brasil por meio de diversas ações inseridas no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 9 Por outro lado, a identificação e seleção das boas práticas em todos os estados do país possibilitaram chamar a atenção sobre iniciativas dos territórios rurais sobre os mais diversos temas, a partir dos conhecimentos dos atores sociais e de sua atuação em redes sociais. Em geral, essas práticas que já vinham sendo articuladas nos territórios, mas a partir de 2003, com o apoio da SDT/MDA, por meio da implementação do Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Rurais, foram aprimoradas e desenvolvidas, uma vez que a política territorial trouxe a possibilidade concreta de se pensar e planejar tais iniciativas para além de um município. Com isso, as boas práticas enfatizaram experiências representativas da diversidade dos territórios rurais, além de proporcionar reflexões conjuntas entre entidades e os participantes do I Salão Nacional sobre projetos e soluções que fomentem a autonomia, a autoconfiança e a autogestão dos territórios rurais. Foi este o sentido que o I Salão Nacional procurou dar à abordagem territorial do desenvolvimento. Esta vem sendo construída e implementada em diversas regiões do mundo. Porém, uma das características da experiência dos territórios brasileiros é a inovação, a criatividade e o importante papel das parcerias. Registre-se que a implementação dos territórios rurais, a partir de 2003, baseou-se nas diversas experiências já transformadas em programas governamentais, como é o caso da iniciativa LEADER, da União Européia, e, principalmente, nas experiências de desenvolvimento local, regional e/ou de forma consorciada. No caso particular do Brasil, algumas iniciativas estão sendo executadas desde o final da década de noventa, culminando com a inclusão, em 2003, do Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais, no Plano Plurianual (PPA) de desenvolvimento do país para o período 2004-2007. Este programa, sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), através da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), foi concebido para ser implementado a longo prazo, buscando-se gradativamente alcançar todos os espaços rurais do Brasil, especialmente aqueles cujos perfis apresentam características de maiores desigualdades socioeconômicas e maior incidência de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e populações tradicionais. Desta forma, a estratégia territorial de desenvolvimento, incentivada pelas políticas públicas implementadas no governo Lula, buscou promover a articulação e a gestão descentralizada e participativa de ações cujos impactos reflitam na elevação sustentada da qualidade de vida das populações que vivem em territórios rurais de todo o país. Para tanto, o programa tem como objetivo central apoiar e fortalecer capacidades sociais para autogestão dos processos de promoção do desenvolvimento, nos quais as próprias organizações dos agricultores familiares e dos trabalhadores rurais protagonizem as iniciativas e ações a serem implementadas. Trata-se de uma ação do Estado sobre o mundo rural ao dirigir sua atenção para regiões nas quais se constróem, historicamente, relações de pertencimento e identidades culturais e geográficas. Para que este processo ganhe mais força e densidade, foram criados mecanismos institucionais para o estímulo e apoio à participação dos atores dos territórios, de tal forma que os mesmos possam discutir e deliberar sobre políticas, programas e projetos que afetam diretamente suas vidas. 10 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Portanto, o maior desafio da SDT/MDA tem sido levar aos territórios rurais, incorporados ao seu programa, o apoio à mobilização social, que é base para a ação em prol de mudanças que provoquem melhorias nas condições de vida e de trabalho dos agricultores e trabalhadores rurais. Este esforço coletivo busca despertar para as potencialidades e os limites de cada um dos territórios rurais, um processo que se tem mostrado eficaz, tanto no que se refere à construção coletiva e participativa de projetos territoriais de desenvolvimento e planos de investimentos, como em avanços no acompanhamento e monitoramento das ações implementadas. Nos primeiros quatro anos desta política implementada pela SDT/MDA foram apoiados diretamente 118 territórios rurais, que abrangem 1.833 municípios, correspondendo a 32% da superfície nacional e abrangendo 37,4 milhões de habitantes. Além disso, nota-se que nestes territórios encontra-se 42% da demanda social do MDA, constituída por agricultores familiares, assentados pela reforma agrária, trabalhadores rurais que buscam acesso à terra, além de outros segmentos de populações tradicionais que habitam os espaços rurais. Para tanto, foram destinados, neste período, aproximadamente, 240 milhões de reais para apoiar projetos de iniciativa dos governos locais, de entidades e de organizações representativas dos atores sociais presentes nos territórios, visando alcançar os resultados referentes à dinamização econômica, ao fortalecimento da gestão social e das redes sociais de cooperação e de articulação de políticas públicas. Todavia, deve-se reconhecer que a estratégia de apoiar o desenvolvimento dos territórios rurais envolve processos cujos resultados são esperados a médio e longo prazos. Mesmo assim, já é possível observar resultados positivos expressados por uma crescente mobilização social e uma organização de redes nos territórios rurais. A intervenção de caráter participativo mobiliza os atores sociais a se engajarem nas discussões e deliberações dos colegiados territoriais, a elaborar propostas em conjunto e, com isso, a construir iniciativas coletivas e inovadoras que permitam deliberar sobre seu próprio futuro, através dos planos territoriais. Desta maneira, pode-se afirmar que há um importante processo de aprendizagem política sobre a participação e a gestão social de políticas públicas em curso nos territórios rurais brasileiros. Este foi o contexto no qual se inseriu o I Salão Nacional dos Territórios Rurais realizado na capital do país. A partir dele, nota-se que a sociedade brasileira começa a lançar um novo olhar sobre o rural, especialmente aos valores que estão sendo construídos neste ambiente rural. Com isso, o rural passou a ser visto como lugar de expressões culturais e de relações com o ambiente, ao mesmo tempo em que passou a representar um contraponto positivo às dificuldades inerentes aos modos de vida urbanos, principalmente das grandes cidades. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 11 12 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 2. A Construção da Proposta do I Salão e sua Dinâmica 2.1. A concepção do I Salão Nacional O I Salão Nacional foi concebido e organizado como um momento de fortalecimento da articulação entre órgãos governamentais e a sociedade civil, visando fomentar a gestão social e a participação política, ao mesmo tempo em que se buscava ampliar a autonomia dos territórios rurais na construção e implementação de planos territoriais de desenvolvimento sustentável. Nos meses que antecederam à realização do evento ocorreram vários momentos de discussão com os parceiros sobre a concepção do I Salão Nacional, considerando que a sua realização ultrapassava o caráter de divulgação da estratégia adotada pela SDT/MDA, em suas 4 áreas de resultado: fortalecimento da gestão social, fortalecimento das redes sociais de cooperação, articulação de políticas públicas e dinamização econômica nos territórios rurais. A organização do I Salão Nacional pautava o tema do desenvolvimento territorial, manifestado nas inúmeras visitas aos órgãos de governo, aos organismos internacionais, aos movimentos sociais e colegiados territoriais. Registre-se que dentre as diversas atividades realizadas, no sentido de ampliar o escopo do I Salão Nacional, foram organizadas duas reuniões com parceiros para discutir o formato e a programação propostos pelos mesmos, além de uma videoconferência com a participação virtual dos consultores da SDT/MDA que atuavam nos estados, dos articuladores territoriais e de outros parceiros locais. Na medida em que os temas mais gerais relacionados diretamente à estratégia adotada pela SDT/MDA foram sendo incluídos na programação, o formato do I Salão Nacional foi se definindo. Nesse processo, destacam-se três grandes etapas desta construção: o intercâmbio de boas práticas entre os territórios, a exposição das políticas públicas para os territórios, a apresentação das demandas territoriais para gestores(as) de políticas públicas e um espaço de atividades promovidas pelos parceiros. A partir dessas definições sobre o formato do evento, a ênfase recaiu sobre duas modalidades de atividades que passaram a ser consideradas prioritárias: a identificação, apresentação e intercâmbio das boas práticas territoriais e a realização das Oficinas de Políticas Públicas. Somando-se a estas duas modalidades, na metodologia do evento previram-se espaços para divulgação de ações e atividades, exposições, lançamento de livros, divulgação, espaço de articulação entre a comunicação e cultura, trocas de informações e conhecimentos entre os participantes, atividades gastronômicas típicas regionais, além da discussão de temas estratégicos a cargo dos diversos segmentos representados no I Salão Nacional. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 13 2.2. Dinâmica das atividades realizadas durante o I Salão Nacional Uma das formas de demonstrar que o I Salão Nacional não significou um evento pontual foi a sua preparação a partir de fevereiro de 2006 até a sua realização, no final de novembro e início de dezembro do mesmo ano. Isso quer dizer que o I Salão Nacional aconteceu ao longo do ano, sobretudo nos territórios, posto que sua preparação deu visibilidade às diversas experiências a serem apresentadas. Considerando como elemento demarcador do momento de realização do I Salão Nacional, registra-se os dois dias que antecederam o evento, que foram marcados por momento pré-Salão, nos quais foram realizadas várias atividades como as reuniões da Coordenação com os(as) até então denominados Consultores(as) Territoriais da SDT, relatores(as), grupos culturais, entrevista coletiva à imprensa e outros. Nessa oportunidade, aconteceu também o seminário “Experiências Internacionais Desenvolvimento Rural com Enfoque Territorial: México, Colômbia e Espanha”, promovido pelo IICA. 14 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais No primeiro dia, a programação foi iniciada com a abertura solene que contou com a presença de inúmeros representantes do Governo Federal, representantes de diversos países, dirigentes dos movimentos sociais e representantes dos territórios rurais. A Conferência de Abertura, proferida pelo então Ministro de Estado das Relações Institucionais, Tarso Genro, tratou do tema “Participação social nas políticas públicas”. No momento da abertura, o I Salão Nacional mostrou seu caráter de evento múltiplo e inovador, destacando a música e a cultura, quando o Hino Nacional foi executado pelo grupo musical Quinteto Violado, de Pernambuco, acompanhado pelo músico Roberto Corrêa, emocionando o grande público presente na solenidade. Outro momento marcante do primeiro dia foi o lançamento de livros, com destaque para as publicações do Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural – NEAD e o livro “Territórios e Identidade: um novo caminho para o desenvolvimento rural sustentável na Bahia”, publicado pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e Movimento de Organização Comunitária (MOC) que, juntamente com a FAO, homenagearam o economista Vitor Athayde Filho, falecido naquele ano, que vinha há vários anos trabalhando a questão do desenvolvimento sustentável, com enfoque territorial, sobretudo no estado da Bahia. No primeiro dia do evento foram inauguradas as exposições “Mandioca: saberes e sabores da terra”, promovida pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/IPHAN/Ministério da Cultura; “Uma Terra onde Corre Leite e Mel”, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra; “Iniciativas Exitosas de Desenvolvimento Rural do México”, realizada pelo IICA – Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura “ExpoRegiões” e “Central de Informações Territoriais”, uma parceria da SDT com o Ministério da Integração Nacional. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 15 16 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Na tarde do primeiro dia foram iniciadas as apresentações e intercâmbios das boas práticas com os representantes dos territórios e as Oficinas de Políticas Públicas que permaneceram até o segundo dia do evento. Por se tratar de atividades centrais, a Coordenação do I Salão Nacional programou e orientou os demais parceiros para que nenhuma atividade ocorresse paralelamente. Durante os intervalos destas atividades, os participantes puderam saborear alimentos produzidos nos territórios, sobretudo, elaborados por um grupo de mulheres do Assentamento Colônia I, localizado no Entorno do Distrito Federal. Esses momentos faziam parte da proposta da gastronomia, em parceria com a Fundação Slow Food para a Biodiversidade. Ao final do dia, foram apresentados painéis, sendo um relacionado à cultura, realizado no primeiro dia e outro relacionado à gastronomia, no segundo dia, antecipando ao jantar Sabores dos Territórios, ambos mencionados em uma seção própria deste documento. No terceiro dia foi a vez do Encontro dos Colegiados que aconteceu, simultaneamente, com os eventos promovidos por parceiros e os seminários promovidos pela SDT/MDA, também descritos neste documento. As noites foram reservadas para as atividades culturais, enriquecidas pelo “Espetáculo – Visões e Diálogos”, que revelou a riqueza da cultura brasileira espalhada pelos diversos espaços rurais e se materializa em diferentes linguagens: música, dança, teatro e outras formas de expressão da arte e da cultura dos territórios. A concepção e produção do espetáculo contou com a parceria da Fundação Quinteto Violado, de Pernambuco. Deve-se destacar a atenção que a proposta do I Salão Nacional despertou junto ao público nas várias regiões do país, registrando o número de 2.075 pessoas cadastradas previamente. Destas, compareceram 1.574 oriundas das 27 unidades da Federação. Aproximadamente 600 participantes faziam parte de territórios apoiados pela SDT/MDA, ao passo que os demais eram representantes de órgãos federais e estaduais, organizações da sociedade civil, pesquisadores e convidados internacionais. Do total de participantes, 63% eram homens e 37% mulheres. Mesmo que a presença das mulheres tenha ultrapassado 30% (apesar de não constar nas orientações que fosse considerada a eqüidade de gênero), a sua participação nos colegiados territoriais ainda é pequena, considerada a sua presença na agricultura familiar e na sociedade em geral. Em termos regionais, os participantes encontravam-se distribuídos da seguinte forma: 30% oriundos da região Centro-Oeste; 25% do Nordeste; 8% do Sul; 7,% do Norte e 8% do Sudeste. O restante (22%) não informou sua região de procedência. Finalmente, deve-se registrar que durante o I Salão Nacional estavam representados 118 territórios apoiados pela SDTMDA, além de representações de 14 territórios apoiados pelo governo da Bahia e mais 5 outros representantes de territórios ainda em constituição, totalizando uma presença de 137 territórios no evento. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 17 18 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 3. As Boas Práticas Territoriais No I Salão Nacional dos Territórios Rurais foram apresentados resultados concretos de iniciativas, ações e experiências protagonizadas por agentes públicos, sociais e econômicos dos territórios. A apresentação destas experiências, denominadas Boas Práticas Territoriais, contribuiu para tornálas conhecidas, ao mesmo tempo em que possibilitou o debate, em oficinas, sobre seus acertos e limites. Foram apresentadas 90 (noventa) boas práticas relacionadas com o fortalecimento da gestão social dos territórios rurais, dinamização econômica dos territórios, articulação de políticas públicas nos territórios, fortalecimento de redes sociais de cooperação e ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável nas áreas de reforma agrária, segurança alimentar, gestão de recursos naturais, gestão ambiental, comunicação, cultura e educação, assistência técnica e extensão rural. Os debates realizados fortalecem a idéia de uma política pública abrangente, como a de apoio ao desenvolvimento dos territórios rurais, que se fortalece ao incentivar a sistematização das experiências e o aprendizado a partir dos êxitos e impasses enfrentados pelos atores que a implementam a partir de suas especificidades locais. As boas práticas trouxeram a público iniciativas de abrangência territorial que estão em andamento e que, de diversas formas, contribuem para o fortalecimento de mecanismos como o de gestão social, as várias formas de dinamização das economias dos territórios, os processos de articulação de políticas públicas e a formação e consolidação de redes sociais de cooperação. Essas experiências também têm em comum a relação que estabelecem com os Colegiados Territoriais, com os Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável e com a estratégia de desenvolvimento dos territórios rurais. Inicialmente, as boas práticas chamaram a atenção para a diversidade de temas, enfoques, métodos, pessoas envolvidas, grupos, movimentos e relações construídas nos territórios. Na riqueza de abordagens apresentadas é possível perceber que também são diversos os estágios em que se encontram estas iniciativas. Uma parte importante destas experiências reflete dinâmicas locais que são anteriores à existência dos colegiados e a ação dos processos de desenvolvimento dos territórios rurais. Neste caso, os resultados alcançados são produtos da ação da política pública somada às trajetórias históricas de iniciativas que já estavam em andamento no local. O aprendizado acumulado pelas experiências apresentadas no I Salão Nacional fornece subsídios importantes na medida em que ressaltam a importância de um tempo relativamente longo de maturação das experiências para que alcancem resultados significativos. Outras experiências, no entanto, surgiram de debates fomentados pela organização dos atores dos territórios por indução do programa de desenvolvimento dos territórios rurais e alguns deles ainda são incipientes em seus resultados, mas ilustram a importância da ação do Estado, juntamente I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 19 com organizações locais, para desencadear processos de promoção do desenvolvimento. Neste caso, as boas práticas relatam as dificuldades organizativas, os impedimentos que dificultam a organização e a abrangência das inovações propostas. Em lugares onde há insuficiente maturidade na organização política dos atores locais, há maior dificuldade para introduzir propostas inovadoras de promoção do desenvolvimento. Em ambos os casos descritos acima, as instâncias colegiadas representam o ponto de encontro e de diálogo entre as organizações dos atores dos territórios e os agentes governamentais. Estes colegiados são espaços centrais de articulação das experiências apoiadas pelo programa de desenvolvimento dos territórios rurais. E, além disso, quando estruturados e atuantes, são espaços de aprendizado para a diversidade de atores que vivem nos territórios. Eles possibilitam a construção e a expressão de acordos e divergências, o aprendizado sobre os programas e projetos de políticas públicas e a deliberação coletiva sobre aplicação de recursos públicos. Várias experiências apresentadas demonstram como o planejamento do desenvolvimento territorial propicia a ampliação da agenda de discussões sobre a promoção de alianças estratégicas em torno de iniciativas apoiadas, colocando em pauta a necessidade de acordos sobre as melhores alternativas de articulação de esforços públicos e privados. Os diálogos também são construídos em torno das demandas e ofertas de políticas públicas governamentais que, embora ordenadas por distintos órgãos e ministérios, são relacionadas ao desenvolvimento dos territórios rurais. A mobilização social em torno dos colegiados tende a fortalecer as boas práticas. Este é um dos resultados importantes apresentados durante o I Salão Nacional dos Territórios Rurais. Boa parte dos representantes das experiências em curso nos territórios integra formalmente ou participa das reuniões e atividades dos colegiados. As atividades de formação, capacitação e qualificação são quase sempre citadas como subsídios fundamentais aos bons resultados alcançados. A construção de agendas comuns, de planejamentos coletivos e o incentivo à participação propositiva contribuem direta e indiretamente à qualificação dos projetos territoriais, incorporando agricultores familiares a uma discussão mais ampla sobre as políticas públicas disponibilizadas nos territórios. Formalmente há limites que desafiam a ampliação deste quadro positivo. Embora os colegiados sejam reconhecidos como ponto de encontro, articulação e aprendizado, eles são, por outro lado, relacionados a limitação da governabilidade dos atores envolvidos ainda centrado em discussões setoriais, limitando a incorporação nos próprios colegiados de outros atores que poderiam ter papel mais destacado na promoção do desenvolvimento dos territórios rurais. Os colegiados territoriais deliberam ainda muito pouco. Este fato, destacado nas apresentações das boas práticas, contribui para dificultar a afirmação da importância política destas instâncias. Mas este é um processo peculiar à aprendizagem política, uma vez que alguns territórios rurais não identificavam os colegiados como espaço principal de suas articulações. Além da diversidade de experiências, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto em relação ao estágio em que se encontram, as boas práticas se afirmam como um avanço em relação ao que já havia nos territórios. Principalmente quando se comparam com as concepções e as práticas apoiadas pelas políticas públicas tradicionais e pela ação governamental que até então não chegavam aos territórios. A novidade é afirmada por meio 20 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais da valorização das pessoas, na sua participação, no resgate de referências históricas, costumes e elementos das culturas locais e tradicionais, bem como na necessidade de afirmar e fortalecer as capacidades dos próprios atores dos territórios para decidir e conduzir os processos que levem ao desenvolvimento sustentável. Esse desenvolvimento nem sempre é decorrência natural à integração mercantil convencional. Nas várias experiências de boas práticas apresentadas é possível perceber o incentivo e o apoio a formas mais solidárias e cooperativas de inserção nos mercados e de repartição das riquezas e benefícios alcançados. A inovação, em qualquer área de atuação dos homens em sociedade, é sempre acompanhada de limites e de desafios. Instituir o novo demanda tempo e investimento social. As apresentações das Boas Práticas Territoriais não deixaram de trazer ao conhecimento e à discussão estes limites e desafios. Todos concordam que as mudanças não ocorrem do dia para noite. Ao contrário, elas são o resultado de processos graduais e longos. O que é mais importante nesses processos é a capacidade social de aprender com os erros e acertos construídos. Alguns obstáculos ou limites são referidos a carências históricas de nosso país. A frágil infra-estrutura disponível nos territórios, a distância dos mercados consumidores e de insumos e as dificuldades de acesso e de regularização da propriedade da terra são apontados como impeditivos a avanços da política de desenvolvimento dos territórios rurais e, em muitos casos, das próprias iniciativas. Estas deficiências variam de acordo com as regiões do país e com o contexto local de inserção das políticas públicas e da experiência. A oferta de serviços públicos de assistência técnica e extensão rural para a agricultura familiar também surge como limite a maiores avanços da política de desenvolvimento dos territórios rurais. Esta limitação é também citada como constrangimento ao alcance de melhores resultados pelas experiências, já que o apoio e a orientação técnica às inovações propostas complementam a disponibilidade de recursos para o financiamento das mesmas. Em alguns estados e territórios, a ausência da extensão rural pública explica em parte a reclamação pelo não atendimento da demanda por estudos sobre viabilidade econômica, planos de negócios, diagnósticos de cadeias produtivas e estudos sobre impactos sociais e ambientais. Estes limites estruturais apontam para a necessidade de fortalecimento das redes de parcerias que aportem recursos variados aos territórios. Esta iniciativa é identificada como pouco presente nos territórios, limitando o poder de negociação e o alcance das experiências bem-sucedidas dos territórios. A ausência de um marco legal que institucionalize a ação dos colegiados também surge nas boas práticas como limite à ação dos mesmos e até para o alcance da política. Por fim, as boas práticas apontam para a necessidade de enfrentar a frágil organização política dos atores em alguns territórios. A participação nos diversos eventos e nas discussões dos colegiados tem um custo elevado, embora os resultados desta participação, em médio e longo prazos, tenham reflexo na qualificação dos projetos e da própria ação. De imediato, os aportes financeiros do programa de desenvolvimento dos territórios tende a alcançar e a beneficiar mais facilmente os grupos e os territórios mais organizados. Para ampliar as possibilidades de acesso é necessário que se invista na qualificação dos atores e dos colegiados para que se evite a exclusão histórica de grupos como os indígenas, os pescadores artesanais, os quilombolas, as mulheres e os jovens. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 21 Reconhece-se amplamente a importância e os avanços da política de desenvolvimento dos territórios rurais. Ao mesmo tempo, quando da apresentação das boas práticas, foram elaboradas, uma série de recomendações que pretendem subsidiar o enfrentamento dos limites e desafios identificados. Dentre as recomendações, destacam-se a busca pela ampliação do diálogo entre as diversas ações de políticas públicas que chegam aos territórios. O ideal é o incentivo à complementaridade e a sinergia entre estas políticas, fortalecendo as boas iniciativas em curso. O aprendizado acumulado com as experiências depende do investimento em práticas de sistematização e comunicação das lições aprendidas e análise dos erros cometidos. A aproximação entre universidades e os atores territoriais é apontada como importante iniciativa para qualificar e valorizar as experiências, propostas e ações territoriais. A valorização da agricultura familiar também passa, na visão dos participantes das boas práticas, pela construção de uma política educacional que oriente processos formativos nos territórios e por políticas específicas orientadas para o desenvolvimento dos territórios rurais e o fortalecimento dos atores sociais. 22 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 4. As Oficinas de Políticas Públicas Estas Oficinas de Políticas Públicas procuraram estabelecer um diálogo entre os diferentes programas e ações governamentais, especialmente a partir do conhecimento sobre a política de desenvolvimento territorial em curso no país. Desta forma, tratou-se de um espaço privilegiado de socialização de informações e conhecimentos, além de debate sobre as distintas demandas sociais focalizadas no Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PTDRS). Foram realizadas 40 (quarenta) oficinas, apresentando as experiências sob responsabilidade de 15 (quinze) ministérios, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes), Sebrae, Banco do Nordeste e Banco do Brasil. Neste caso, especificamente, o I Salão Nacional permitiu uma maior aproximação dos gestores públicos com representantes dos colegiados territoriais e demais participantes do evento, no sentido de refletir sobre o estágio atual da política de desenvolvimento territorial. Todas as atividades foram propostas por órgãos governamentais, sendo que, em alguns casos, houve compartilhamento do tema por duas ou mais instituições. A dinâmica de cada oficina ficou sob a responsabilidade dos proponentes, cabendo à organização do I Salão Nacional a moderação dos trabalhos e a síntese dos mesmos. As Oficinas de Políticas Públicas evidenciaram que há um enorme potencial de complementaridade entre as diversas políticas públicas, programas e projetos e a política de desenvolvimento territorial implementada pela SDT/MDA. Esta complementaridade se expressa, principalmente, através da similaridade do público beneficiado por este conjunto de ações. As apresentações também demonstraram que há forte intenção de cooperação e articulação entre essas políticas e a de desenvolvimento territorial. É neste sentido que a política de desenvolvimento territorial é percebida como espaço apropriado de articulação entre as políticas públicas e diferentes instituições governamentais. Apesar deste potencial positivo de complementaridade, as Oficinas de Políticas Públicas evidenciaram que as demais políticas estabelecem relações pontuais e pouco planejadas com a política de desenvolvimento territorial. No entanto, é importante ressaltar que todas as experiências relatadas mencionam algum tipo de articulação entre órgãos governamentais, incluindo a SDT/MDA, nos processos de implementação de ações. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 23 O fator limitante é que essa articulação ocorre por meio de ações pontuais, pouco sistemáticas e descontínuas, sendo mais profícuo quando ocorre: parceria entre órgãos governamentais envolvendo a política de desenvolvimento territorial; convênio formal entre a SDT/MDA e órgãos governamentais; ações compartilhadas com a SDT; discussão do programa ou política nos colegiados territoriais; coincidência do público beneficiado pelo programa ou política e o da política de desenvolvimento territorial; semelhanças metodológicas com a ação da SDT; participação dos colegiados territoriais em outros fóruns deliberativos regionais. A ausência de um diálogo mais sistemático e contínuo, na maioria dos casos, está relacionada a uma série de fatores, dentre os quais destacam-se: as políticas ou programas não são discutidos nos colegiados territoriais. Neste caso, há ao menos duas situações: (i) a operacionalização ou gestão da política ou programa não prevê mecanismos de gestão social, tornando desnecessário seu trâmite por instâncias colegiadas, inclusive as territoriais; (ii) a operacionalização ou gestão do programa ocorre em outros fóruns deliberativos, como os conselhos estaduais ou municipais. Ambos fatores contribuem para um distanciamento entre a política ou programa e a política de desenvolvimento territorial, diminuindo possibilidades de diálogo; diferentes concepções e abordagens sobre desenvolvimento territorial entre políticas e programas inviabilizam, em certos casos, diálogo e cooperação ou complementaridade entre políticas implementadas por diferentes órgãos governamentais e não-governamentais; as próprias estruturas governamentais existentes tornam difíceis a aproximação e o diálogo entre políticas públicas que deveriam complementar suas ações; alguns programas são viabilizados ou chegam às comunidades mediante demanda das populações e de suas organizações, principalmente porque os órgãos públicos que as executam não têm capilaridade para chegar às bases da sociedade. Neste caso, as parcerias e os convênios são essenciais. São programas que atuam por oferta de serviços sociais, principalmente; ênfase no caráter setorial da política. 24 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Sabemos que não há diálogo com a política de desenvolvimento territorial quando o programa ou a política não é concebida a partir de um enfoque territorial. As possibilidades das políticas ou programas contribuírem para a promoção do desenvolvimento territorial são balizadas pelas interfaces que a maioria delas declarou ter com a política de desenvolvimento territorial implementada pela SDT/MDA. Esta interface se dá por conta das políticas e programas terem como beneficiários, basicamente, o mesmo público; apresentarem semelhanças metodológicas; e pelo fato de que todas dependem de certa articulação e complementaridade para alcançar maior eficiência. Por outro lado, observou-se que as possibilidades de contribuição ao desenvolvimento territorial passam, de acordo com as políticas e programas apresentados, pela qualificação dos gestores públicos e atores sociais, de modo a integrar ações, educação e desenvolvimento. Além disso, passam, também, pela sensibilização e mobilização para inclusão de todos os segmentos sociais dos territórios nas decisões que tenham potencial de promover melhorias na qualidade de vida das populações residentes em territórios rurais. Quanto às recomendações, os participantes das oficinas de políticas públicas listaram uma série de ações que poderiam contribuir para a superação dos limites identificados, destacando-se: os programas e as políticas devem passar pela gestão dos colegiados territoriais, estimulando-se o papel político essencial e a capacidade de influência dos agentes territoriais na proposição das políticas e na canalização de orçamentos para as mesmas; estimular o envolvimento dos colegiados territoriais na elaboração de políticas públicas que beneficiarão os próprios territórios rurais; devem ser articuladas as ações da diversidade de programas e políticas que têm ação nos territórios rurais, tanto para potencializar os resultados como para se enfrentar conjuntamente as dificuldades; é preciso fomentar, estimular e ampliar a capacidade organizativa dos territórios rurais, visando modificar o modelo de desenvolvimento sustentável; fortalecimento de redes intra e inter-territoriais com os empreendimentos econômicos solidários; realizar fóruns para discutir políticas concretas para avançar e minimizar os problemas; estimular e dar suporte à participação dos atores dos territórios rurais nas ações de capacitação promovidas pelo MDA; buscar canais de comercialização da produção orgânica em mercados internacionais; introduzir sistema de cotas nos colegiados territoriais para incluir a participação das mulheres. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 25 26 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 5. Comunicação e Cultura: uma Articulação Necessária O I Salão Nacional dos Territórios Rurais foi, por definição, um encontro de culturas. De todas as partes do país – desde as comunidades vizinhas de grandes cidades até aquelas mais distantes do interior do país – vieram representantes das ações e iniciativas que têm lugar nos territórios rurais. Cores, nomes, sotaques, histórias, saberes e sabores da diversidade brasileira se reuniram em Brasília para apresentar e discutir o movimento desencadeado pela política de desenvolvimento dos territórios rurais. O entrelaçamento entre a comunicação social e a cultura foi desenvolvido por meio de parcerias entre Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Cultura – MinC e a TV Brasil, vinculada à Radiobrás, e a Agência Mandacaru de Comunicação e Cultura (AMAC), do Território do Sisal – Bahia. Esta parceria possibilitou a realização do Mosaico de Territórios Rurais e outras ações de comunicação voltadas para a promoção e difusão cultural, realizada por profissionais ligados aos Pontos de Cultura, do Programa Cultura Viva, selecionados nos territórios rurais, que trabalham com produção nacional, por meio da montagem do estúdio de uma rádio móvel, que contribuiu com a divulgação direta das atividades contidas na programação dos três dias do evento. Outra atividade da equipe da Agência Mandacaru, do Sisal, foi a apresentação de uma das experiências sobre a temática da comunicação no âmbito das Boas Práticas Territoriais. Situada no município de Retirolândia (BA) e atuando nos 38 municípios dos territórios do Sisal e da Bacia do Jacuípe, a Agência Mandacaru presta diversos serviços na área de comunicação social, destacando-se a produção de informativos impressos e radiofônicos, a cobertura de eventos, registro fotográfico, produção de notícias e capacitação em comunicação social. A idéia do Mosaico produzido pela TV Brasil e o MinC, através da Central Pública Audiovisual, é realizar a produção instantânea de vídeos desenvolvidos por agentes dos Pontos de Cultura de várias regiões do país, que compõe um programa de televisão, de trinta minutos, denominado Mosaico da Central. O objetivo da Central e do Programa Mosaico é oferecer ao público uma cobertura diferenciada de eventos que tratam de temáticas sociais e culturais. Esta cobertura é construída a partir de alguns princípios, como a liberdade de pauta, a gestão compartilhada de recursos e a criação coletiva. De um modo geral, a iniciativa coloca em prática a idéia de que cada pessoa pode produzir sua própria narrativa a partir de seu ponto de vista, utilizando-se de linguagem e formatos diversificados. O I Salão Nacional proporcionou a segunda edição da Central Pública Audiovisual da TV Brasil – Canal Integración, em parceria com o MinC e o MDA, onde foram produzidos três programas com duração de trinta minutos cada, denominados Mosaico de Territórios. Esses programas foram veiculados nacionalmente através da Radiobrás (TV Nacional e TV NBR) e internacionalmente através da TV Brasil – Canal Integración. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 27 Inserida no debate temático, a Coordenação de Cultura organizou o painel intitulado “Brasil Rural: Cultura, Identidade e Desenvolvimento”, proferido pelo sr. Márcio Meira, Secretário de Relações Institucionais do Ministério da Cultura, atividade que contou também com a presença de Roberto Corrêa, músico e pesquisador, e de Marcelo Melo, integrante da Fundação Quinteto Violado. O painel foi coordenado pelo Secretário da SDT Humberto Oliveira. Todos destacaram a importância das culturas e de seus valores como fundamentos à promoção do desenvolvimento humano e sustentável. No início do painel foi anunciado um termo de acordo entre o MDA e o MinC para a implantação inicial de trinta Pontos de Cultura nos territórios rurais. O tema voltou à discussão em duas oficinas apresentadas no I Salão Nacional, uma de políticas públicas e outra de boas práticas, que buscaram apresentar reflexões sobre a necessidade de instituir uma política de cultura nos territórios rurais. 28 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 6. Visões e Diálogos: o Espaço da Cultura nos Territórios Rurais A transversalidade da cultura no I Salão Nacional permeou todo o evento, concebendo-se cultura no sentido mais amplo, de expressões culturais diversificadas, pois em todos os lugares os participantes eram convidados a conhecer um pouco do universo das culturas tradicionais e contemporâneas que representam as raízes rurais brasileiras. A Fundação Quinteto Violado foi a responsável pela concepção do espetáculo e pela inserção de várias intervenções culturais que permearam o I Salão Nacional, a exemplo da execução do Hino Nacional, na abertura. A versão do hino brasileiro apresentou um verdadeiro mosaico de ritmos dos diversos cantos do país. Embora distintos, os diferentes ritmos representavam a necessidade de convivência criativa e harmônica das diferenças e diversidades. Além dos arranjos do Hino Nacional, o Quinteto Violado fez a criação da música trilha do I Salão Nacional, dando sonoridade às mais diversas expressões, revelando os vários Brasis, de muitos sons, cores, ritmos e uma musicalidade que marca a riqueza do patrimônio do meio rural brasileiro. A programação cultural foi enriquecida com o espetáculo “Visões e Diálogos: o Espaço das Culturas nos Territórios Rurais”, apresentado em duas noites do Salão, composto por grupos culturais oriundos dos territórios rurais de diversas regiões do país, que expressaram a criatividade e a diversidade da musicalidade e das outras expressões culturais. Dentre as expressões culturais destacam-se a catira, o batuque, o bumba-meu-boi, o cururu, o coco, a dança dos caboclos e o reisado. Perpassam essas manifestações o resgate e a valorização de culturas e dos modos de vida que resistem à tentativa de homogeneização da chamada cultura de massa. A expressão cultural também resgata, pela emoção do acorde, do canto e da expressão corporal a idéia da comunhão, de pertencimento a uma brasilidade que muitas vezes é esquecida. Também resgata e revitaliza a idéia de compartir, repartir e ser solidário, valores estes fundamentais à intenção de se promover o desenvolvimento sustentável dos territórios rurais. Apresentaram-se ainda, fazendo parte do momento “Síntese das Expressões Musicais dos Territórios Rurais”, o Grupo Quinteto Violado e Roberto Corrêa, músico e pesquisador de viola de coxo. Além disso, foi convidada Dora Cabanilha, consultora da SDT/MDA, que interpretou uma canção de sua autoria. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 29 Grupos culturais que participaram do espetáculo Visões e Diálogo GRUPO CULTURAL Batuque do Distrito do Carvão Cláudia Tikuna e Banda Bumba-Meu-Boi Brilho dos Lençóis Reisado do Mestre Zé Augusto 30 • ESTADO Amapá TERRITÓRIO Sul DIRIGENTE Admilson Gonçalves Pimentel RESUMO O batuque é uma manifestação folclórica de raízes afrobrasileiras que envolve música e dança. Foi resgatado na comunidade do Carvão no ano de 1991, por ocasião da tradicional festa de Nossa Senhora da Piedade, uma das mais antigas manifestações religiosas da comunidade do Carvão. Amazonas Entorno de Manaus Claudia Tikuna Arure e o Calucauê são instrumentos musicais indígenas utilizados na apresentação como meio de promover a cultura do povo Tikuna. Resgatar, registrar e mostrar é a proposta de Claudia como meio de garantir a permanência dos valores estéticos e espirituais dos seus ancestrais para as gerações futuras. Maranhão Lençóis Maranhenses e Munin Maria Helena Cabral das Chagas Criado em 1995 por um grupo de moradores do bairro São João Batista, o Bumba-Meu-Boi “Brilho dos Lençóis” hoje é bastante conhecido na região, já tendo inclusive gravado CD com suas toadas e sua música é muito elogiada pela crítica. Ceará I Salão Nacional dos Territórios Rurais Crateús/ Inhamuns José Rosa da Silva Existe há 60 anos, quando “seu” Zé Augusto, com apenas 10 anos de idade, começou a brincar. No assentamento Cachoeira do Fogo, localizado no município de Independência, a brincadeira fortalece e anima a comunidade. Em suas apresentações, mistura o sagrado com a devoção aos Santos Reis do Oriente, e o profano, com a dança sapateada no chão batido do sertão. O Reisado é integrante do Projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária, sendo apoiado pela Associação Rural do Assentamento Cachoeira do Fogo. Atualmente, desenvolve ações com o Ponto de Cultura Reis Assentados (Programa Agente Cultura Viva/Ministério da Cultura), beneficiando 32 jovens aprendizes da arte do Reisado. Côco de Roda do Sertão do Pajeú Folguedo dos Arrepiados Grupo Batucajé Grupo Odara Pernambuco Minas Gerais São Paulo Rio Grande do Sul Sertão do Pajeú Sebastião José da Silva A criação do grupo se dá a partir da memória afetiva e oral da comunidade, resgatando as histórias de vida, de resistência, brincadeiras, folguedos, ritos religiosos e os cantos de trabalho – farinhada, mutirões –, permitindo a reprodução das manifestações culturais de tempos imemoriais. Serra do Brigadeiro Jurandir dos Santos Assis A Dança dos Caboclos, originária dos índios Puris, era rito indígena. Com o passar do tempo, se transforma em atividade artística/ folclórica, resgatando a história dos seus ancestrais. Atualmente, o grupo teve seu calendário ampliado, apresentando-se em festas religiosas, carnavais e principais eventos do território. Vale do Ribeira Antônio de Lara Mendes Grupo de músicas regionais do Vale do Ribeira, que incorpora no seu trabalho a expressão musical popular e a poesia cotidiana. Conta-se e canta-se a história da formação do povo do Vale do Ribeira e sua intensa e inseparável relação com o meio ambiente. Dilermando Martins Freitas Por meio da música e da dança, o Grupo Odara resgata as relações interétnicas e culturais da população negra, abordando em seu trabalho artístico questões como desigualdade social, etnia e raça, sexualidade e prevenção às drogas, entre outros. Com cinco anos de existência, o projeto vem trilhando caminhos, e com isso tem encontrado o reconhecimento pelo seu trabalho. Zona Sul do Estado I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 31 Raízes da América Cururueiros Catira Irmãos Vieira Rio Grande do Sul Mato Grosso Goiás 32 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Central Baixada Cuiabana Águas Emendadas Francisco Vandir de Soza (Chico Sosa) O grupo Raízes da América tem, na sua formação, participações em festivais, com uma proposta comum de divulgar a música de raiz latino-americana. O trabalho do grupo está fundamentado em pesquisa na região do Mercosul, enfocando os gêneros e ritmos musicais uruguaios e argentinos – chamamé, vaneira, zambas, cueca –, incluindo a diversidade de ritmos das regiões brasileiras. Mestre Manoel Severino O Cururu é desafio, cantado e improvisado, relacionado com as festas religiosas no plano da louvação popular. O Siriri é dança de festa, sagrada ou diversão, expressão tradicional de Mato Grosso. O complexo musical, coreográfico e poético do Siriri e do Cururu, juntamente com o ganzá (reco-reco de taquara), tamborim ou mocho (banco cujo assento de couro é percutido com baqueta de madeira) foi reconhecido, pelo Ministério da Cultura, como Patrimônio Cultural Brasileiro e inscrito no Livro de Registro dos Saberes. O Mestre Manoel Severino de Morais é um dos mais conhecidos tocadores e fazedores de viola de cocho e, juntamente com Roberto Correa, vem participando de recitais no Brasil e no exterior. Brincar catira é um jeito de dançar muito antigo no interior de Minas, Goiás e São Paulo, com moda-de-viola e recortado, levados pela dupla de violeiros, sob uma seqüência de palmas e o sapateado dos catireiros. No Lago Azul, Novo Gama e Goiás, os Irmãos Viera, vindos de Bonfinópolis de Minas, giram folia e dançam catira. Representando a quarta geração, falam com orgulho da tradição que “veio do meu pai Vucias, que pegou do pai dele, que, por sua vez, pegou do pai dele”. As histórias e músicas do grupo estão registradas em CD e nos livros produzidos pela Viola Correa. 34 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 7. A Gastronomia e o Desenvolvimento Sustentável “O alimento é cultura porque inventou e transformou o mundo. É cultura quando se produz, quando se prepara, quando se consome. É o fruto de nossa identidade e um instrumento para exprimi-la e comunicá-la” (Massimo Montanari – Il Cibo come Cultura 2004). O I Salão Nacional dos Territórios Rurais, concebido como um espaço privilegiado de intercâmbio entre representantes dos territórios rurais, gestores públicos e organizações da sociedade civil, se estruturou em quatro blocos convergentes: apresentação de Boas Práticas Territoriais, Oficinas de Políticas Públicas, Manifestações Culturais e Gastronomia. Para participar do evento, a Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT convidou a Fundação Slow Food para Biodiversidade, fundada em 2003 na Itália e que tem como objetivo a defesa da biodiversidade alimentar e as tradições gastronômicas em todo o mundo, promovendo um modelo sustentável de agricultura. A presença do Slow Food no I Salão Nacional se inseriu no âmbito de um acordo de cooperação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio da SDT para desenvolvimento de projetos no Brasil. A Fundação, com o apoio da coordenação do evento, estruturou no espaço do I Salão Nacional, um momento especial de degustação – um jantar para 1.500 pessoas –, com pratos preparados por grandes chefs de cozinha de Brasília, a partir de produtos especiais representativos da atividade econômica desenvolvida nos territórios rurais. Em sua concepção, não se tratava de apresentação de “pratos regionais”, mas cada chef deveria, ao utilizar produtos dos territórios, exercitar a sua criatividade na composição de uma alimentação de excepcional qualidade e apresentação. A participação dos chefs se apoiou no fato de serem eles formadores de opinião, muito importantes no processo de inserção de produtos de excelência gastronômica produzidos nos territórios rurais por agricultores familiares. Esses produtos artesanais típicos dos territórios tinham identidade socioambiental e cultural que contribuíram para sua excelência gastronômica e os diferenciavam dos demais produtos. Esse intercâmbio no ambiente do I Salão Nacional, entre profissionais da área de gastronomia e produtores de alimentos, evidenciou o valor dos produtos e mostrou novas formas de articulação entre consumidores e produtores. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 35 7.1 Restaurantes,Chefs e Pratos Elaborados Na preparação do jantar Sabores dos Territórios, foram realizadas atividades de convite e envolvimento dos chefs de cozinha de 10 restaurantes de Brasília associados ao Slow Food, ao mesmo tempo em que iam sendo levantados os produtos alimentares típicos dos territórios rurais. A estrutura concebida para o momento do jantar foi a instalação de dez ilhas, cabendo a cada chef a exclusividade de uma delas, decoração e marca de seu restaurante. Para dar maior visibilidade e compreensão ao evento do jantar no dia 30 de novembro, ele foi antecedido pela realização do painel ”Comunidades do Alimento, Gastronomia e Sustentabilidade”, com a participação de Humberto Oliveira, Secretário de Desenvolvimento Territorial do MDA, Paulo Kageyama, representando a Ministra do Meio Ambiente, e Piero Sardo, Presidente da Fundação Slow Food para Biodiversidade. Após o término do painel, os chefs de cozinha começaram a servir aos mais de 1.500 participantes os pratos que cada um havia criado especialmente para esse momento. 36 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Chefs e restaurantes que participaram do Salão Nacional dos Territórios Rurais Chef de Cozinha Restaurante Prato Típico Alice Mesquita Restaurante Alice Mousseline de feijão azuki de Pirenópolis (GO) com ragu de lingüiça caseira. Minicrepe recheado com chantilly, calda de cagaita e crocante de baru de Pirenópolis (GO) Calaf Calaf Cozinha Espanhola Paella no Cerrado, com arroz vermelho do Vale do Piancó (PB), pequi da Serra Geral (MG) e tilápia do Baixo São Francisco (SE) Francisco Ansiliero Restaurante Dom Francisco Pirarucu fresco de Alto Solimões (AM), com molho de castanha do Brasil do Portal da Amazônia (MT); Salada de feijão canapu do Vale do Guaribas (PI) com pirarucu seco do Entorno de Manaus Clayton Machado Restaurante Esquina Mineira Torresmo recheado de tutu de feijão canapu do Vale do Guaribas (PI). Dobradinha às favas do Vale do Itapecuru (MA) Salti Restaurante Grande Muralha Frango ao molho de bergamota montenegrina do Vale do Caí (RS). Sushi de arroz vermelho do Vale do Piancó (PB) Maria de Fátima Hamu Restaurante Lagash Aratu do Centro Sul (SE) ao molho de macadâmia do Centro Serrano (ES). Carneiro com favas do Vale do Itapecuru (MA) com pinhões do Paraná Centro (PR) Rosario Tessier Tratoria da Rosario Ostras gratinadas do Vale do Ribeira (SP). Risoto de arroz vermelho do Vale do Piancó (PB) com ostras do Vale do Ribeira (SP) Ana Toscano Restaurante Villa Borghese Moqueca de aratu do Centro Sul (SE). Farofa do Vale do Juruá (AC) com banana da terra Mara Alcamin Restaurante Zuu aZdZ Risoto de socol do Centro Serrano (ES) com baru de Pirenópolis (GO). Costeleta de cordeiro com melaço de umbu do sertão do São Francisco (BA) e mel do Bico do Papagaio (TO) Sorbê Sorvetes de: bergamota montenegrina do Vale do Caí(RS), de café orgânico do Caparaó (ES), de araticum do Cerrado goiano (GO), de castanha de Pequi do Cerrado mineiro (MG), geléia de cupuaçu de central Ji-Paraná (RO), de Mesocarpo de babaçu do Vale do Mearim (MA) Rita Medeiros I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 37 38 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Nos intervalos de programação das atividades do I Salão Nacional, foram oferecidas delícias preparadas pelo grupo de mulheres “Sabor do Cerrado”, do território Águas Emendadas (GO), além de café, sucos de frutas e tapioca de outros territórios foram apreciadas durante o evento. Como resultados dessa atividade de gastronomia no I Salão Nacional dos Territórios Rurais apresentam-se os mais significativos: sensibilização dos chefs de cozinha e donos de restaurantes participantes com a realidade da agricultura familiar e a produção de alimentos nos territórios rurais. Alguns produtos já foram incorporados ao cardápio dos restaurantes, e os chefs se mostraram abertos para realização de outros projetos desta natureza; atores sociais dos territórios rurais viram seus produtos e respectivos territórios valorizados de forma inovadora e requintada, e ao mesmo tempo simples e acolhedora. Puderam visualizar outras formas de relacionamento com o mercado e canais alternativos de comercialização. Todos os participantes, sem distinção, tiveram acesso ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de excelente qualidade, produzidos de forma respeitosa ao meio ambiente e às pessoas que o produzem. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 39 40 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais 8. Eventos Promovidos pela Sdt e Parceiros No último dia do I Salão Nacional foram realizados, simultaneamente, diversos seminários que debateram temas relacionados ao desenvolvimento sustentável dos territórios rurais, seja abordando aspectos teóricos e metodológicos, seja discutindo estratégias e ações implementadas até aquele momento pelos programas de desenvolvimento territorial. A concretização destes eventos contou com a participação de órgãos e instituições governamentais, instituições internacionais, movimentos sociais brasileiros e organizações não-governamentais, ambos motivados pela diversidade de temas presentes no I Salão Nacional. 8.1. I Encontro Nacional dos Colegiados Territoriais O I Encontro dos Colegiados de Desenvolvimento Territorial reuniu, pela primeira vez, representantes de colegiados de todos os territórios apoiados pela SDT. Esta reunião afirmou a importância dos colegiados territoriais para o fortalecimento de dois pilares da política de desenvolvimento dos territórios rurais: a gestão social e a articulação entre atores e políticas públicas. Todos concordam que os colegiados têm um longo caminho pela frente, mas a experiência vivida até o momento sinaliza para o aprendizado da participação política e para a defesa dos meios de controle e de gestão social das políticas públicas de desenvolvimento. Por meio dos colegiados, atores sociais dos territórios começaram a construir espaços para dialogar com o Estado, estimulando a implantação de projetos e ações do governo. Além disso, a participação política dos atores dos territórios contribuiu para tornar pública a diversidade de demandas para que o desenvolvimento chegasse ao Brasil rural. Ao mesmo tempo, lançou um desafio à atuação do Estado brasileiro: a articulação e a complementaridade entre as diversas políticas públicas, mostrando que o desenvolvimento do mundo rural vai muito além da produção agrícola e requer esforços conjuntos do governo e da sociedade. A importância dos colegiados territoriais foi destacada em vários momentos do I Encontro Nacional dos Territórios Rurais, especialmente nas Oficinas de Boas Práticas e de Políticas Públicas. As relações entre as boas práticas e os colegiados territoriais foram destacadas como relações de benefício mútuo, nas quais se fortaleceram: (a) a qualificação dos atores dos territórios, contribuindo para a formação de novas lideranças e agentes de desenvolvimento; (b) a articulação entre os diversos movimentos sociais que participaram dos colegiados; (c) as possibilidades de parcerias, favorecendo laços solidários e cooperativos; e (d) o processo de comunicação e socialização de informações. As Oficinas de Políticas Públicas destacaram, em vários momentos, que as relações estabelecidas I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 41 com os colegiados territoriais contribuíram para qualificar a gestão social das políticas, para estimular a inclusão de todos os segmentos sociais nos processos deliberativos e para colocar em pauta a necessidade de articulação entre as diferentes ações de políticas públicas. As oficinas também destacaram os limites e os desafios a serem enfrentados pelos colegiados. Por serem muito recentes, estas instâncias ainda carecem da participação de importantes segmentos sociais dos territórios em sua composição. A composição e a própria atuação dos colegiados ainda foi orientada por um recorte setorial, focado na agricultura. O desafio neste caso foi estabelecer mecanismos e instrumentos que estimulassem composições mais representativas da diversidade de atores e suas organizações presentes nos territórios. Outro limite foi aquele criado pela ausência de estrutura para o funcionamento adequado destas instâncias, de modo que possibilitasse, por exemplo, o acompanhamento dos projetos. A partir das questões e desafios identificados, os participantes do I Encontro dos Colegiados Territoriais, organizados em grupos de discussão, cada um representando uma região do país, refletiram e opinaram sobre novas questões que se colocaram ao futuro dos colegiados, elaborando sugestões e encaminhamentos que buscaram orientar o caminho a trilhar nos próximos anos. As questões que desafiaram os colegiados territoriais estavam relacionadas à própria novidade destas instâncias e da política de desenvolvimento com enfoque territorial. É comum o diagnóstico de que os colegiados carecem de infra-estrutura para uma atuação mais efetiva. Os participantes dos colegiados entenderam que o acompanhamento dos projetos aprovados e dos planos construídos coletivamente era essencial ao fortalecimento destas instâncias. Da mesma forma, era preciso ter condições para tornar mais conhecida a política de desenvolvimento territorial. A novidade desta política e a falta de conhecimento de suas características dificultaram a mobilização e o envolvimento de novos atores e segmentos sociais nos territórios. A representatividade dos colegiados também surgiu como questão a ser enfrentada. Foi marcante a ausência de organizações de jovens e de mulheres, ainda minoria nos colegiados. A política de desenvolvimento territorial inovou ao propor e ao se orientar por uma concepção de desenvolvimento que extrapola os limites do setor agrícola. Na prática, no entanto, houve enormes dificuldades de articulação entre políticas públicas que são executadas e gerenciadas por uma diversidade de órgãos, entidades e atores sociais. Os representantes dos colegiados territoriais assumiram o desafio, mas chamaram as instâncias governamentais para o enfrentamento da questão. O enfoque territorial tocou em costumes, valores e concepções já há muito tempo estabelecidas. Implicou redesenhar linhas de poder e formas de exercê-lo. Diante deste diagnóstico, os participantes do I Encontro dos Colegiados formularam encaminhamentos e sugestões. Todos tratavam de ações que fortaleciam a estrutura dos colegiados, aumento a sua capacidade de envolvimento e mobilização dos atores dos territórios, contribuindo com isso para composições mais representativas e para a própria construção social de sua legitimidade. Foi dada ênfase a ações que buscam articular os diversos esforços para implantar nos territórios políticas públicas de desenvolvimento. Destacou-se também a necessidade de tornar mais conhecida, por meio de estratégias mais apropriadas de comunicação, a política de 42 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais desenvolvimento territorial. Atividades de formação e de capacitação foram sugeridas para qualificar os processos de gestão social, tema a respeito do qual ainda há pouca apropriação por parte dos atores dos territórios. 8.2. Seminário Nacional de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Esta atividade, organizada pela SDT, teve como objetivo socializar, a partir de eixos temáticos, os desafios e avanços vivenciados pelas ações educativas nos territórios rurais. Para tanto, procurou-se debater as estratégias de consolidação da educação no campo nos territórios rurais trabalhados pela SDT, especialmente no que se refere aos processos de escolarização, qualificação profissional, formação por alternância, formação de jovens e redes institucionais, visando à inserção da educação no processo de desenvolvimento territorial. Estiveram presentes ao seminário representantes de órgãos governamentais (federal, estadual e municipal), universidades, movimentos sociais, organizações não-governamentais, representantes dos colegiados territoriais, comitês de educação no campo, consultores e articuladores territoriais, membros da rede nacional de consultores, além de representantes de organismos internacionais. Após a abertura e a discussão dos objetivos do evento, foi definida a metodologia de trabalho que contou com discussões em grupos com o objetivo de analisar as estratégias de educação escolar e não-escolar, identificando-se os avanços, limites e possíveis propostas para a construção de uma agenda de compromissos. As discussões em grupos foram organizadas por área temáticas (escolarização e desenvolvimento territorial, capacitação de agentes de desenvolvimento, pedagogia da alternância, cultura e gestão ambiental nos territórios e redes e fóruns territoriais de educação do campo), as quais definiram um conjunto de propostas que, após discutidas em plenária conjunta, foram sistematizadas nas seguintes prioridades: realizar a III Conferência de Educação do Campo como atividade em conjunta entre MEC, MMA e MDA; criação da Secretaria de Educação do Campo no MEC; o MEC deve incluir um capítulo sobre Educação do Campo no PNE; institucionalizar a Educação do Campo, através de uma reforma completa do sistema oficial de educação; reivindicar do Fundeb um tratamento diferenciado para alunos matriculados nas escolas do campo, destinando 25% a mais dos recursos; reconhecer o caráter público não-estatal das escolas do campo (pedagogia da alternância), destinando recursos públicos, como bolsas para alunos e outros tipos de apoio financeiro; trabalhar para que a Educação do Campo seja incorporada de fato nos PTDRS. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 43 8.3. Seminários sobre Dinamização Econômica 8.3.1 Seminário Associativismo e Cooperativismo: ampliando o espaço entre produtores(as) e consumidores(as) Este Seminário foi organizado pela SDT/MDA em parceria com o Departamento de Cooperativismo e Associativismo – Denacoop/MAPA, Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP/PR e Banco do Nordeste do Brasil – BNB. O objetivo geral do evento foi promover a troca de experiências entre parceiros governamentais e atores sociais que atuam ou representam o cooperativismo e associativismo da agricultura familiar, com forte interação solidária. Como objetivo específico buscou-se, através dos debates, fazer encaminhamentos para subsidiar o planejamento de ações de apoio e fortalecimento do cooperativismo da agricultura familiar. A estratégia metodológica da oficina foi dividida em três momentos: no primeiro, as entidades parceiras tiveram 20 minutos para apresentar seus programas e projetos para o fortalecimento do cooperativismo da agricultura familiar, focados no desenvolvimento sustentável dos territórios rurais. Em seguida, foi realizado um debate sobre a prática das políticas públicas e seus instrumentos, a partir das experiências desenvolvidas e implantadas pelos parceiros, bem como novas possibilidades de parcerias. Por fim, foram feitos os encaminhamentos, fruto dos debates e proposições. Os principais pontos dos debates expressaram a necessidade de se estabelecer estratégias mais eficientes para fortalecimento do cooperativismo, intensificando ações de capacitação para a efetiva participação e gestão de empreendimentos cooperativos da agricultura familiar, a qualificação de sócios, dirigentes e funcionários, e a necessidade de qualificar a gestão das cooperativas através de processos contínuos de assessoria e assistência técnica especializadas. Os principais encaminhamentos foram: ampliar o número de bases de serviços em assessoria ao cooperativismo; estruturar uma rede nacional de assessoria ao cooperativismo da agricultura familiar com interação solidária; construir e apoiar a gestão de planos territoriais de cadeias de produção cooperativa; apoiar redes territoriais de empreendimentos cooperativos da agricultura familiar. Esses encaminhamentos se materializaram a partir da construção de um programa de ações integradas com vistas ao apoio intensivo à organização e ao fortalecimento de cooperativas e associações rurais conduzidas por agricultores familiares e assentados da reforma agrária. O programa deveria surgir a partir da convicção de que o desenvolvimento rural se faz tendo o cooperativismo solidário como referencial orientador, a partir da necessidade de se desenvolver a governança dos agricultores familiares em suas cadeias produtivas. Deveria contribuir, decisivamente, para a ampliação do número de cooperativas e de cooperados, com a conseqüente elevação da renda da população e da quantidade de empregos no meio rural, além da necessária e justa apropriação do esforço empreendedor pelos próprios beneficiários, característica especial do cooperativismo, que garante a distribuição eqüitativa dos resultados do trabalho coletivo. 44 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Deveria também visar ao desenvolvimento das ações cooperadas no meio rural, tanto buscando a cooperação entre agricultores familiares quanto a cooperação nas principais cadeias produtivas por estes trabalhadas, a partir do fortalecimento dos processos de agregação de valor, com verticalização nas cadeias produtivas, e integração dos processos de comercialização. 8.3.2 Seminário Comercialização na Agricultura Familiar: estreitando o elo entre o(a) produtor(a) e o(a) consumidor(a) Esta atividade foi realizada pela SDT/MDA em parceria com o Sistema Estadual de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Secafes) do estado do Ceará, com o objetivo de discutir estratégias e instrumentos de comercialização dos produtos da agricultura familiar, na perspectiva da dinamização econômica dos territórios rurais, de forma sustentável – o desenvolvimento rural sustentável. O tema esteve presente em vários momentos durante a realização do I Salão Nacional. Este seminário envolveu a presença de parceiros governamentais e de segmentos da sociedade civil, além de contar com um representante do movimento internacional de apoio ao consumo consciente, o presidente da Fundação Slow Food para a Biodiversidade. A rica discussão do seminário concluiu pela necessidade de articulação de uma proposta que permitisse que o tema da comercialização fosse abordado sob uma nova ótica, na qual o poder dos agricultores familiares, à montante e à jusante em suas cadeias produtivas, fosse fortalecido. Uma das principais questões aprofundadas neste seminário foi a necessidade de uma ação que visasse à maior aproximação entre produtores e consumidores, através do fortalecimento do consumo consciente. Pelo lado da oferta, o fortalecimento das organizações de agricultores familiares, através do apoio à constituição de bases de serviços e formação de redes, foi constatado como crucial para a busca de sinergias intra e interterritoriais capazes de aumentar o poder de negociação dos agricultores familiares nas cadeias produtivas em que se inserem. Foi visto que, além do processo de produção – primário e transformação –, é no cumprimento das funções de troca – comercialização – que se tem criado e apropriado de proporções cada vez maiores das riquezas geradas no sistema produtivo. Foi também nesse ambiente de trocas que se apresentaram importantes oportunidades de geração de postos de trabalho na oferta de serviços de agregação de valor que favoreceram a manutenção da riqueza gerada nos municípios menores. Paralelamente a toda discussão, durante o I Salão Nacional refletiu-se também em diversos encontros informais sobre as atividades de um grupo de trabalho, formado por governo e sociedade civil há algum tempo, que vem se reunindo sistematicamente no esforço de construir e aperfeiçoar políticas estaduais e nacionais de apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar e dos empreendimentos econômicos solidários. Como resultado de suas atividades, o grupo vem gerando documentos com a finalidade de subsidiar as discussões em conselhos nacionais, como a Conaes, Condraf, Conape e Consad. Acredita-se que o evento relacionado à comercialização não somente conseguiu reunir num mesmo esI Salão Nacional dos Territórios Rurais • 45 paço atores nacionais importantes como também suscitou a ampliação das articulações entre políticas governamentais e organizações sócio-produtivas no sentido de potencializar as ações de comercialização nos territórios rurais. 8.4 Eventos Promovidos pelo IICA 8.4.1 Experiências de outros Países em Desenvolvimento Territorial Foram convidados, através do IICA e Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) para participar do I Salão Nacional dos Territórios Rurais, especialistas de vários países que vêm implementando estratégias de desenvolvimento com recorte territorial. O interesse central da organização do evento foi o de promover um intercâmbio de experiências em desenvolvimento rural, confrontando o que vem sendo realizado no Brasil, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e as iniciativas de outros países, sobretudo da América Latina. Os países representados foram: Espanha (2 especialistas), México (5), Colômbia (3), Argentina (1), Guatemala (2), Paraguai (3), Costa Rica (3) e Venezuela (1). Para colocar os visitantes em contato com uma experiência concreta desenvolvida no Brasil, foi programada e realizada, no período de 25 a 27 de novembro de 2006, uma visita ao Território do Sisal, na Bahia, onde tiveram contato com organizações governamentais e da sociedade civil envolvidas com a dinâmica do desenvolvimento do território visitado. Em seu retorno a Brasília, a comitiva realizou, sob a coordenação do IICA e SDT, o seminário “Experiências Internacionais de Desenvolvimento Rural, com Enfoque Territorial”, no qual foram apresentadas as experiências da Espanha, México e Colômbia. No terceiro dia de programação do I Salão Nacional foi realizado o seminário “Aspectos Conceituais e Metodológicos para um Processo de Construção de Tipologias de Territórios de Identidade”, sob a coordenação do IICA. A seguir a dinâmica desses três momentos. 8.4.2 Visita à Bahia – Território do Sisal Participaram do encontro em Salvador o Secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Humberto Oliveira, consultores do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e representantes de oito países (Argentina, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Guatemala, México, Paraguai e Venezuela). O Secretário Humberto Oliveira apresentou, durante o seminário que aconteceu no dia 26 de novembro, 46 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais o Programa de Desenvolvimento Territorial no Brasil e destacou que a definição dos territórios da SDT foi uma escolha das organizações da sociedade civil envolvidas. “Foi uma decisão democrática, de baixo para cima”, afirmou Carlos Miranda, Coordenador Executivo do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável. No dia 27, a delegação foi até Valente, cidade que fica a cerca de 200 quilômetros de Salvador, para conhecer um dos 20 municípios que compõem o Território do Sisal. Em Valente, os visitantes conheceram como funcionam as agroindústrias de sisal e de laticínios de caprino, atividades tradicionais nessa região da Bahia. Também observaram o funcionamento do Conselho de Desenvolvimento Regional e a rádio comunitária, integrada por 18 emissoras e pela televisão comunitária, que exibe um jornal diário de duas edições. Essa iniciativa é coordenada por um grupo de jovens. “Os visitantes ficaram impressionados com o trabalho no Território do Sisal. “Eles apreciaram, sobretudo, o avanço do trabalho das indústrias formadas por produtores familiares”, afirmou Alberto Adib, consultor do IICA. A representante do Ministério da Agricultura da Colômbia, María Oliva Lizarazo, disse que, com a visita ao Território do Sisal, percebeu semelhanças e diferenças entre o modelo de desenvolvimento territorial brasileiro e o colombiano. Para Lizarazo, as características semelhantes são priorizar as cadeias produtivas, a participação dos agricultores na definição de suas demandas e a visão ampliada da ruralidade. Como diferenças entre o modelo brasileiro e o colombiano, a coordenadora do Pademer citou a forma de distribuição de recursos: “Na Colômbia, entregamos o dinheiro diretamente ao camponês e no Brasil são as organizações da sociedade civil as receptoras”. Ela apontou como outra peculiaridade brasileira o fato de o desenvolvimento territorial englobar discussões e ações de saúde e de educação. “A transversalidade das ações para o desenvolvimento territorial é uma das questões que temos que buscar e o modelo brasileiro pode servir como exemplo”, destacou Lizarazo. 8.4.3 Seminário de Experiências Internacionais de Desenvolvimento Rural com Enfoque Territorial Na abertura do evento, no dia 28 de novembro, em Brasília, Humberto Oliveira afirmou que a intenção de realizar as palestras internacionais foi de promover a troca de experiências. “Esse tema é novo no mundo inteiro. Todos estamos aprendendo”, argumenta o Secretário Humberto Oliveira, que adiantou que está estudando a montagem de uma rede de capacitação em desenvolvimento rural para implantar nos territórios. Esclareceu ainda que o Brasil pode utilizar as experiências estrangeiras na área de gestão de políticas públicas orientadas para o desenvolvimento rural. “O México, por exemplo, tem uma lei que orienta essas políticas e na União Européia existe o programa Leader”, informou. O professor espanhol José Emílio Guerrero, da Universidade de Córdoba, Espanha, apresentou a experiência da União Européia (UE). De acordo com o professor, 80% do território europeu é composto por áreas rurais. Guerrero explicou que, por isso, a política agrícola tem papel fundamental na coesão territorial, econômica e social da União Européia. A proposta da União Européia para o desenvolvimento territorial está embasada no I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 47 programa Leader, que tem foco na recuperação econômica, social, demográfica e do patrimônio cultural de regiões que foram marginalizadas com a expansão e integração européia. Em sua apresentação, Guerrero explicou que as dimensões da sustentabilidade são: segurança alimentar, emprego e geração de renda, conservação dos recursos naturais, participação cidadã e governança. Horácio Santoyo Cortés, Diretor de Serviços Profissionais para o Desenvolvimento Rural da Secretaria de Agricultura, Ganadería e Dessarrollo Rural, Pesca y Alimentación (Sagarpa), apresentou a estrutura mexicana de desenvolvimento rural, articulada em quatro eixos: visão integrada, enfoque territorial, participação da sociedade rural e coordenação das instituições públicas. Além disso, o México tem uma lei específica para o desenvolvimento rural (Ley de Desarrollo Rural Sustentable). O diretor relatou que em 2005 foram atendidas cerca de um milhão de unidades de produção rural familiar, mais de 45 mil projetos de inversão foram apoiados e, aproximadamente, quatro mil agronegócios, consolidados. María Oliva Lizarazo, diretora do Projeto de Apoio ao Desenvolvimento da Microempresa Rural (Pademer) do Ministério da Agricultura da Colômbia, disse que em seu país a experiência de desenvolvimento corresponde a um projeto de luta contra a pobreza rural. Segundo ela, o Pademer foi iniciado no final dos anos 90, década marcada por agravamento do conflito social e desaceleração da economia colombiana. Lizarazo explicou que a metodologia utilizada na Colômbia para intervenção do Pademer tem enfoque nas cadeias produtivas e no processo de construção da confiança entre o Estado e a sociedade civil. 8.4.4 Seminário Aspectos Conceituais e Metodológicos para um Processo de Construção de Tipologias de Territórios de Identidade No contexto da programação do I Salão Nacional dos Territórios Rurais, a representação do IICA no Brasil, por meio do Fórum Desenvolvimento Rural Sustentável, promoveu um seminário sobre os aspectos conceituais e metodológicos para um processo de construção de tipologias de territórios de identidade. O seminário contou com um público de cerca de 100 participantes. Estavam presentes representantes dos colegiados territoriais, dirigentes e técnicos de entidades públicas, movimentos sociais, organizações não-governamentais e academia. A coordenação do seminário coube a Silvana Parente, Secretária-Executiva do Ministério da Integração Nacional. O expositor do tema foi o próprio autor do texto, Rafael Echeverry, consultor do IICA; teve como debatedores os professores Sérgio Schneider e Tânia Bacelar. A apresentação de Rafael Echeverry constou de 4 partes: a análise da política institucional e da estratégia de desenvolvimento territorial da SDT; a reconstituição do processo de criação e delimitação dos territórios de identidade; apresentação do modelo para construção de tipologias e enunciado das hipóteses orientadoras da construção de tipologias. Os comentários de Sérgio Schneider, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Tânia Bacelar, da 48 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Universidade Federal de Pernambuco, centraram-se nos seguintes aspectos, entre outros: a visão teórica implícita na abordagem de desenvolvimento rural do autor; o enfoque da SDT em sua ação nos territórios rurais; a proposta de tipologia baseada na identidade; a importância de considerar as diferentes escalas territoriais e os enfoques da abordagem espacial para ação governamental adotados por outros ministérios. 8.5. Seminário promovido pela FAO: “Comunicação, Diálogo e Conciliação: Desenvolvimento Territorial Participativo e Negociado: mais que um método, uma estratégia de integração e interação” Este seminário foi realizado no dia 1º de dezembro de 2006. Seu principal objetivo foi de compartilhar com os participantes do I Salão Nacional a experiência acumulada neste campo pela FAO. Foram apresentadas 3 palestras. Ao final, houve um momento dedicado a perguntas e discussão. Na primeira palestra, Paolo Groppo (oficial técnico da FAO) falou de comunicação, diálogo, conciliação: o desenvolvimento territorial participativo e negociado (DTPN) – mais que um método, uma estratégia de integração e interação. Num primeiro momento, foi lembrado que na Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural (CIRARD), realizada em Porto Alegre, em março de 2006, ficou evidente que o mundo, mais do que nunca, valoriza o princípio do diálogo como solução para conflitos, inclusive agrários. Neste contexto, a metodologia de desenvolvimento territorial participativo e negociado (DTPN), desenvolvida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), assume grande relevância: o elementochave desta metodologia é justamente a busca de um processo facilitador da conquista do desenvolvimento territorial rural, através da negociação, da participação e do diálogo. O conceito de sistema territorial da FAO inclui as dinâmicas dos sistemas agrários, as inter-relações entre as áreas rurais e urbanas, assim como a existência de pólos de atração vinculados ao mercado, à produção e tecnologia, a novos sistemas de informação e a mudanças resultantes nas dimensões sociais, econômicas, ambientais e culturais. Baseado no diálogo e na participação, o DTPN buscou estimular mudanças sociais e o diálogo para que as populações rurais carentes tenham acesso aos recursos e meios adequados à sua sobrevivência. Os desafioschaves que se pretende enfrentar com essa proposta metodológica são: melhorar a confiança entre atores sociais, fortalecer a coesão social e promover um desenvolvimento territorial sistêmico. Dando continuidade à sua exposição, o sr. Groppo falou das etapas concretas que compõem a metodologia. Na primeira, busca-se entender o território, e os atores nele presentes, como um produto social. Trata-se da construção participativa de um diagnóstico do território. A segunda etapa tem por objetivo abrir a discussão entre os atores acerca do desenvolvimento de seu território. O ponto-chave é o reconhecimento da legitimidade social dos vários atores para justificar suas visões e seus direitos de sentar à mesa de negociação. Já a terceira etapa trata dos processos de negociação e busca de consenso, que pode conduzir a um pacto social territorial, que muitas vezes constitui uma ótima ferramenta para a resolução de conflitos. A criação de organizações e funI Salão Nacional dos Territórios Rurais • 49 dos locais para atividades geradoras de renda são elementos importantes deste pacto. A quarta fase refere-se à institucionalização dos diálogos entre os atores, para permitir a interatividade do processo de desenvolvimento territorial negociado, e, assim, contribuir para assegurar sua sustentabilidade. A FAO publicou uma cartilha que traz as principais características da metodologia aqui apresentada. A segunda palestra, proferida por Pablo Sidersky, teve por objetivo apresentar o Projeto TCP/BRA/3101, que é uma iniciativa conjunta FAO – MDA. Este projeto, que iniciaria suas atividades em dezembro de 2006, tem por objetivo desenhar e realizar uma capcitação de diferentes atores envolvidos nos processos territoriais de desenvolvimento, tendo como ponto de partida os processos em curso e a experiência da FAO neste campo. Este trabalho deverá ser desenvolvido em 2 territórios, um no Paraná e outro no Rio Grande do Norte. No terceiro momento, Sevy Madureira fez uma exposição intitulada Experiências de Delimitação de Territórios da África. A apresentação teve como objetivo relatar as experiências, desenvolvidas nos países de língua portuguesa, de apoio à revisão e implementação de novas Leis de Terras. Neste contexto, e partindo do princípio do direito à permanência nas áreas ancestrais e uso dos recursos naturais disponíveis, assegurado nas novas leis, a FAO desenvolveu uma metodologia para identificação e delimitação das terras das comunidades tradicionais. Esta metodologia tem por base o DRP (Diagnóstico Rápido e Participativo), voltado para o tema da delimitação de terras. Inicialmente, ela foi testada em Moçambique, através de um processo de capacitação técnica e implementação prática que cobriu todo o território nacional. A aplicação deste instrumento permitiu a delimitação das terras das comunidades tradicionais, o que, por sua vez, levou à possibilidade de registrar o título no Cadastro Nacional de Terras. Com isto abriram-se novas perspectivas para iniciar um processo de desenvolvimento nas comunidades locais. Com a delimitação, foi possível chegar ao passo seguinte: a preparação do Plano de Uso e Aproveitamento das Terras – PUAT. Neste, geralmente aparecem as possibilidades de uso sustentável da terra, seja com os próprios meios, ou em processo de negociação com outros atores. Atendendo à demanda do governo de outros países, e considerando os processos históricos semelhantes, foi possível adequar a metodologia e aplicá-la em Angola e Guiné-Bissau. Atualmente, está em vias de aplicação em outros países. 50 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Debate Um participante do seminário perguntou qual seria a principal contribuição do enfoque DTPN, quando comparado aos enfoques mais convencionais. Paolo Groppo destacou que o objetivo da estratégia de DTPN é trabalhar para reduzir as assimetrias de poder ao implementar um processo que busque a criação de pactos socialmente legítimos, envolvendo diversos atores. A reconstrução da confiança entre os atores é um meio e um fim para o processo DTPN, atingido a partir da redução das diferenças e da condução dos atores para atividades de desenvolvimento territorial negociado. Pode-se dizer que este tratamento da questão do poder e a ênfase na negociação são aspectos bastante inovadores. Outra participante manifestou um grande interesse em conhecer a metodologia de delimitação de territórios, afirmando que no território onde ela atua, no Piauí, a delimitação e o reconhecimento legal das terras de posseiros seria muito importante para estabilizar a agricultura familiar na região. Os palestrantes citaram a existência da publicação de uma cartilha da FAO: “Comunicação, Diálogo, Conciliação. DTPN. Mais que um método, uma estratégia de integração e interação” e um CD-ROM: “Delimitação Territorial Participativa. Experiências e Metodologias”. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 51 9. Resultados e Perspectivas A realização do I Salão Nacional dos Territórios Rurais trouxe resultados animadores para gestores públicos e representantes dos territórios, assim como para instituições acadêmicas e outros segmentos da sociedade civil organizada. Sinteticamente, podem ser enumerados: difusão da estratégia de desenvolvimento rural com enfoque territorial, atingindo uma ampla massa de formadores de opinião nos territórios, nos estados e em nível nacional; mobilização de gestores públicos de diversos níveis do Governo Federal, estaduais e municipais em torno de uma agenda de compromissos com os territórios rurais; intercâmbio inédito entre os representantes dos 137 territórios rurais participantes do evento, permitindo a troca de experiência de gestão social, empreendimentos econômicos, articulação de políticas e de programas públicos de iniciativa governamental e sociedade civil; diálogo com outros países, notadamente com aqueles que vêm implementando uma política de desenvolvimento com enfoque territorial, como a Espanha, México e Colômbia; geração de registros fotográficos e impressos sobre o evento, permitindo uma ampliação da divulgação da dinâmica e dos resultados alcançados pelo evento; maior visibilidade institucional ao MDA/SDT na condução da implementação da estratégia de desenvolvimento territorial e ao IICA e FAO como entidades de cooperação técnica nessa área; estímulo aos estados para a realização de eventos com os mesmos objetivos e dinâmica, incluindo a instância regional; caracterização, seleção e sistematização das melhores práticas de desenvolvimento sustentável com enfoque territorial, universalizando para a SDT e demais parceiros os avanços em pouco mais de 3 anos de trabalho nos níveis de governo e da sociedade civil. Nesse ambiente onde tiveram voz gestores públicos e representantes dos colegiados territoriais, surgiram a partir das 90 (noventa) Boas Práticas Territoriais apresentadas e das 40 (quarenta) Oficinas de Políticas Públicas orientações para redirecionamento das ações de desenvolvimento em curso, a serem incorporadas na prática das instituições públicas e das organizações da sociedade civil responsáveis pela dinamização do desenvolvimento com inclusão social. A dinâmica e o clima que caracterizaram o I Salão Nacional expressaram de forma significativa a importância que vem assumindo a estratégia do desenvolvimento sustentável com enfoque territorial na ótica dos gestores públicos e populações dos territórios rurais. Essa conclusão 52 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais tem como fundamento o nível de debate e a construção de consensos sobre o processo de desenvolvimento ocorrido quando das apresentações das Boas Práticas Teritoriais e das Oficinas de Políticas Públicas. Com a participação de mais de mil e quinhentas pessoas, sendo a metade constituída de representantes dos 118 territórios rurais e os demais oriundos dos vários níveis de governo e de entidades da sociedade civil, o evento garantiu de antemão a qualidade, densidade e legitimidade dos debates. Tendo sido o I Salão Nacional realizado no limiar de um novo ciclo de um governo, esses novos consensos em torno de objetivos partilhados por segmentos sociais heterogêneos devem, na atualidade, servir de inspiração aos novos dirigentes na formulação de uma estratégia de desenvolvimento que incorpore o território como ponto de referência central de suas intervenções. Em termos perspectivos, podem ser alinhadas as contribuições do evento para o aperfeiçoamento da estratégia de desenvolvimento territorial com a incorporação de representantes de novos segmentos sociais nos colegiados territoriais. Aos atuais membros dos colegiados, devem se agregar representantes de outros segmentos sociais que estão presentes nos territórios. Ainda não foram incorporados pelo fato da mobilização ter se dado ainda parcialmente nos territórios rurais, justificada pelo fato de o enfoque territorial estar em um estágio inicial. Chama-se a atenção para a urgente necessidade de mobilização das populações tradicionais, jovens, mulheres, empresários, prestadores de serviços e outros. A sistematização e divulgação das Boas Práticas Territoriais, em grandes temas como: gestão social, articulação de programas, redes de parceiros, diálogo com outros fóruns representativos dos interesses das populações nos territórios e em nível nacional devem fazer parte do exercício do desenvolvimento territorial porque mostram melhores caminhos para atingir resultados, baseados em práticas da sociedade que podem e devem ser intercambiadas para expandir suas potencialidades. As boas práticas trouxeram a público iniciativas de abrangência territorial que estão em andamento e que, de diversas formas, contribuem para o fortalecimento de mecanismos como o de gestão social, as várias formas de dinamização das economias dos territórios, os processos de articulação de políticas públicas e a formação e consolidação de redes sociais de cooperação. Essas experiências também têm em comum a relação que estabelecem com os colegiados territoriais, com os planos territoriais de desenvolvimento rural sustentável e com a estratégia de desenvolvimento dos territórios rurais. As Oficinas de Políticas Públicas evidenciaram que há um enorme potencial de complementaridade entre as diversas políticas públicas, programas e projetos e a política de desenvolvimento territorial implementada pela SDT/MDA. Esta complementaridade potencial se expressa, principalmente, pela similaridade do público beneficiado por este conjunto de ações. As apresentações também demonstraram que há forte intenção de cooperação e articulação entre essas políticas e a de desenvolvimento territorial. É neste sentido que a política de desenvolvimento territorial é percebida como espaço apropriado de articulação entre as políticas públicas e diferentes instituições governamentais. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 53 54 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais ANEXO 1 – RELAÇÃO DAS BOAS PRÁTICAS TERRITORIAIS, POR TEMA Tema Construção de planos de desenvolvimento territorial e projetos inovadores O colegiado territorial como espaço de inclusão de diferentes atores sociais e de populações tradicionais Plano Safra Territorial como instrumento de políticas públicas dos territórios Título Território Organização da cadeia da mandioca: construção da fecularia AGRESTE - AL Organização da cadeia de ovinocaprinocultura: construção do abatedouro BACIA DO JACUíPE - BA Fitoterápicos e agroecologia: parceria Rureco/Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná Colegiado territorial e a diversidade dos atores sociais históricos do território BICO DO PAPAGAIO - TO Colegiado territorial e inclusão de grupo indígena e quilombola SUL - BA Os pescadores artesanais participando da gestão do desenvolvimento territorial ZONA SUL DO ESTADO - RS Plano de Safra Territorial: ampliação dos créditos e da assistência técnica nos territórios rurais SUDESTE PARAENSE - PA Termo de gestão compartilhada: compromisso institucional para a implementação do Plano Safra Territorial ENTORNO DE MANAUS - AM Colegiado territorial e a construção participativa do Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e do Plano Safra Territorial SERRA DO BRIGADEIRO - MG Mercado alternativo para os produtos da agricultura familiar: a experiência das agências de comercialização e feira agroecológica Centrais de comercialização da agricultura familiar nos territórios Integração e articulação entre diferentes conselhos de políticas públicas nos territórios CANTUQUIRIGUAÇU e PARANÁ CENTRO - PR ITAPIPOCA - CE Central de comercialização no Ceasa/PE: uma alternativa para a venda dos produtos da agricultura familiar TODOS OS TERRITÓRIOS - PE ARCO-SERTÃO, entidade de assessoria para cooperativas e associações: capacitação, gestão, marketing, contabilidade SISAL - BA Relação colegiado territorial, conselhos municipais, Agenda 21 e Gestar PORTAL DA AMAZÔNIA - MT Projeto Vale do Ribeira Sustentável: uma experiência de desenvolvimento territorial integrado VALE DO RIBEIRA - SP I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 55 Integração de territórios e conselhos estaduais de desenvolvimento rural Câmara Técnica de Desenvolvimento Territorial: monitoramento e avaliação dos projetos territoriais CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL - MG Câmara Técnica de Desenvolvimento Territorial: avaliação e acompanhamento dos projetos territoriais CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL - PB Fundo de Pastos: sistema agroextrativista centenário Acesso à terra e reforma agrária Mobilização colegiado territorial com poder público: viabilização de ATES aos assentados de reforma agrária Áreas de assentamento e a organização da cadeia do leite Segurança alimentar nos territórios Bancos de sementes comunitários Utilização sustentável de recursos hídricos nos territórios 56 • BAIXO ARAGUAIA - MT PONTAL DO PARANAPANEMA - SP Produtos agroecológicos da agricultura familiar para o mercado institucional PLANALTO SERRANO - SC Cooperativa Grande Sertão: produtos agroextrativistas do Cerrado sustentável no Programa de Aquisição de Alimentos SERRA GERAL e ALTO RIO PARDO - MG Banco de sementes crioulas do semi-árido: pesquisa experimental, rotulagem e difusão para resgate do saber tradicional ALTO SERTÃO - AL Programa Mãe de Sementes: fortalecimento da rede territorial de bancos de sementes BORBOREMA - PB Semente de milho crioulo caiano: a experiência de Sobrália MÉDIO RIO DOCE - MG Barragens sucessivas: uma ação estruturante de convivência com o semi-árido SERTÃO DO APODI - RN Sensibilização de ribeirinhos para conservação e uso racional da Bacia do Jamari VALE DO JAMARI - RO Plano de comunicação territorial: Jornal Folha do Portal e programa de rádio Comunicação territorial VELHO CHICO - BA Agência Mandacaru: instrumento de comunicação nas ações territoriais Revista Agrococais: uma publicação sobre ações territoriais e desenvolvimento sustentável I Salão Nacional dos Territórios Rurais PORTAL DA AMAZÔNIA - MT SISAL - BA COCAIS - MA SERTÃO DO PAJEÚ - PE SERTÃO DO ARARIPE - PE CARIRI - PB O Projeto Dom Helder Câmara no desenvolvimento territorial Sistemas de produção sustentável, assistência técnica, organização da produção agropecuária na perspectiva territorial SERTÃO DO APODI - RN SERTÃO CENTRAL - CE INHAMUNS CRATEÚS - CE SERRA DA CAPIVARA - PI ALTO SERTÃO - SE Relação entre o poder público e a sociedade civil no desenvolvimento territorial Relação sociedade e Consórcio de Municípios (Condiac) ALTO ACRE e CAPIXABA - AC Sociedade e instituições públicas: uma gestão compartilhada MISSÕES - RS Articulação entre sociedade, governo estadual e governos municipais BAIXO AMAZONAS - AM Os atores sociais incorporando o PTDRS na sua prática SISAL - BA O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: PTDRS como ferramenta de gestão apropriada pelos atores locais O Fórum de Desenvolvimento Sustentável na gestão do PTDRS e dos projetos territoriais CARIRI - PB A gestão das ações territoriais em agências de desenvolvimento Agência de desenvolvimento: instrumento de integração de políticas públicas SERIDÓ - RN Agência de desenvolvimento como OSCIP: viabilização de projetos territoriais SUL DE RORAIMA - RR Cadeia do café e a Federação de Associações Comunitárias (FACI): organização, beneficiamento, comercialização, exportação e produção orgânica CAPARAÓ - ES Agroindústrias familiares e gestão dos empreendimentos O PTDRS e o Plano Diretor do Gestar/MMA: uma construção compartilhada PORTAL DA AMAZÔNIA - MT Organização da cadeia do mel: recepção, centrifugação, rotulagem e comercialização Rede de agroindústrias familiares (UCAF) Cooperativismo de produção potencializando o desenvolvimento territorial MÉDIO ARAGUAIA e ESTRADA DE FERRO - GO OESTE CATARINENSE - SC Fortalecimento do cooperativismo na cadeia produtiva do mel: Cooperafa NOROESTE - RJ Integração da produção de cooperativas de leite: a experiência da rede Ascooper OESTE CATARINENSE - SC I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 57 Artesanato como alternativa de geração de renda nos territórios Cooperativa dos Artesãos: artesanato com fibra do buriti preservando o meio ambiente Grupo de mulheres na produção de sabonetes alternativos com essências naturais VALE GUARIBAS - PI Entidade de Assentadas: CEPPEC - artesanato em tecelagem, diversificação de atividades e agroextrativismo sustentável do Cerrado DA REFORMA - MS Feira da Agricultura Familiar: 3 anos de comercialização e realização de negócios Comercialização da agricultura familiar nos territórios Articulação com o poder Legislativo, instituições públicas e privadas para o desenvolvimento territorial Gestão de recursos tecnológicos: apropriação de tecnologias nos territórios Educação do Campo: pedagogia da alternância CENTRAL - RO Feira Regional de Produtos Orgânicos da Agricultura Camponesa SUL DO PARÁ - PA Cooperativa Nossa Terra: agricultores familiares e consumidores na comercialização solidária REGIÃO CENTRAL e ALTO URUGUAI - RS Articulação entre colegiado territorial, poderes Legislativo e Executivo para ampliação de recursos de projetos territoriais CENTRO -OESTE - AP Viabilização de ações territoriais: integração institucional, atores sociais e populações tradicionais VELHO CHICO - BA Articulação entre colegiado territorial e Eletronorte: ações integradas na constituição de um novo território TUCURUÍ - PA Negociação entre colegiado territorial e Embrapa: variedades de milho, mandioca e feijão adaptadas ao semi-árido Pesquisa participativa com orientação agroecológica para a agricultura familiar ALTO SERTÃO - SE ZONA SUL DO ESTADO - RS Formação integral de jovens agricultores familiares e indígenas: ações ambientais e agroecológicas, fitoterapia e assistência técnica CONE SUL - MS Formação de jovens assentados de reforma agrária, com a participação das famílias e associações NORTE - ES Raefap – Rede de Apoio às Ações Educacionais e Escola Família Agroextrativista do Carvão: uma parceria pela institucionalização da pedagogia da alternância Produção de energia alternativa nos territórios Integração de agricultores familiares – tradicionais produtores de mamona – no Programa Nacional do Biodiesel Programa Nacional do Biodiesel: inserção da agricultura familiar com a produção da mamona 58 • LENÇÓIS MARANHEnSES / MUNIM - MA I Salão Nacional dos Territórios Rurais SUL DO AMAPÁ - AP IRECÊ - BA MATO GRANDE - RN SERTÃO DO PAJEÚ - PE SERTÃO DO ARARIPE - PE CARIRI - PB O Projeto Dom Helder Câmara no desenvolvimento territorial SERTÃO DO APODI - RN Desenvolvimento territorial e educação SERTÃO CENTRAL - CE INHAMUNS CRATEÚS - CE SERRA DA CAPIVARA - PI ALTO SERTÃO - SE Quebradeiras de coco babaçu: estratégia territorial para geração de renda Protagonismo de mulheres em Gênero e agrobiodiversidade do Cerrado ações territoriais Artesãs, organizadas em cooperativa, tecendo as fibras do sertão Protagonismo de mulheres e jovens em ações territoriais VALE DO ITAPECURU - MA APA CANTÃO - TO SISAL - BA Gênero, Raça e Agroecologia: da subsistência à inclusão social e econômica PLANALTO SERRANO - SC Formação de jovens multiplicadores em agroecologia e acesso ao Pronaf- Jovem, estratégia coordenada por uma rede de ONGs INHAMUNS CRATEÚS - CE Formação de jovens agentes de desenvolvimento territorial Cooperativismo de crédito potencializando o desenvolvimento territorial Cooperativismo de produção potencializando o desenvolvimento territorial Economia solidária gerando emprego e renda nos territórios SERTÃO OCIDENTAL - SE Rede de cooperativas de crédito rural e economia solidária – Cresol SUDOESTE PARANAENSE - PR A participação dos agricultores familiares na economia local e territorial BACIA LEITEIRA - AL Constituição de um sistema cooperativo no Nordeste: a experiência da Coocredi ITAPIPOCA - CE Organização da cadeia do caju: cooperativismo da agricultura familiar no comércio solidário Rede de cooperativas – Sisclaf: assistência técnica visando baixo custo e alta qualidade do leite AÇU MOSSORÓ - RN SUDOESTE PARANAENSE - PR Coopertiva Agrofut: exportando guaraná e cerâmica da Amazônia para o comércio solidário BAIXO AMAZONAS - AM Usina Catende: auto-gestão solidária e a integração no Programa de Aquisição de Alimentos MATA SUL - PE Projeto Onça: guaraná orgânico da agricultura familiar e comércio solidário BAIXO SUL - BA I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 59 Educação do Campo escolarização Escola agrícola: revitalização de espaço para cursos profissionalizantes, Pronera e centro de formação territorial; em destaque à gestão por consórcio de entidades Educação contextualizada na rede pública do semi-árido: elaboração e distribuição de material didático Experiência tri-nacional da metodologia floresta da criança – FLOC Educação do Campo desenvolvimento territorial, capacitação e qualificação profissional Segurança alimentar nos territórios Gestão ambiental e agroecológica nos territórios Baú da Leitura: formação de leitores na rede pública, capacitação de professores e de gestores públicos Visão muitidimencional do desenvolvimento na construção do PTDRS – uma contribuição da Assessoar Universidade camponesa: curso modular de formação de lideranças Quintais produtivos: mulheres e jovens na produção integrada de aves, horticultura e plantas medicinais ITAPIPOCA - CE SERRA DA CAPIVARA - PI ALTO ACRE E CAPIXABA -AC BACIA DO JACUÍPE - BA SUDOESTE PARANAENSE - PR CARIRI - PB CARNAUBAIS - PI Inclusão social, organização de agricultores familiares e segurança alimentar VALE DO RIBEIRA - PR Diagnóstico socioambiental, revitalização de viveiros, educação ambiental e agroecologia GRANDE DOURADOS - MS Produção e preservação ambiental de convivência no semi-árido Pró-ambiente e a gestão agroecológica no território MÉDIO SERTÃO - AL NORDESTE PARAENSE - PA Cultura, educação, gestão ambiental e agroecológica nos territórios Parque Estadual da Serra do Brigadeiro: gestão ambiental, preservação da cultura local, identidade territorial e desenvolvimento sustentável Cultura e educação no território Centro de Documentação Viva do Cariri: espaço de capacitação, manifestações culturais e acervo ambiental e educacional CARIRI - PB Formação de rede de técnicos de ATER, ATES, saúde e educação aos agricultores familiares e assentados de reforma agrária VALE DO ITAPECURU - MA Assistência técnica nos territórios 60 • SERRA DO BRIGADEIRO - MG Pró-ambiente: capacitação de produtores em organização e produção agroecológica TRANSAMAZÔNICA - PA Capacitação em desenvolvimento territorial, gestão ambiental e organização social PORTAL DA AMAZÔNIA - MT I Salão Nacional dos Territórios Rurais ANEXO 2 – RELAÇÃO das OFICINAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS Título da Oficina Formação de multiplicadores territoriais para os programas: Arca das Letras e Pescando Letras Educação para todos: financiamento de projetos educacionais e educação para jovens e adultos Síntese Apresentação dos programas Arca das Letras, que visa incentivar a leitura no campo e facilitar o acesso aos livros nas comunidades rurais, e o Pescando Letras, que busca alfabetizar pescadores e pescadoras profissionais e aqüicultores e aqüicultoras. Essa oficina tratou também de suas concepções, metodologias e estratégia de mobilização e articulação com os parceiros que atuam nos territórios rurais. Apresentação das políticas de educação desenvolvidas pelo Ministério da Educação. Foi enfocado o Programa de Educação para Jovens e Adultos, Saberes da Terra e a assistência financeira destinada a programas e projetos educacionais do FNDE no campo e áreas de reforma agrária. Instituição Expositores Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA)/ Presidência da República/Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP FNDE/MEC – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Ministério da Educação – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Cleide Cristina Soares – Coordenadora-Geral de Ação Cultural / Secretaria de Reordenamento Agrário / Ministério do Desenvolvimento Agrário Maria Elizabeth Ribeiro Carneiro – Consultora do Programa Nacional de Crédito Fundiário / Maria Luiza Moretzsohn Gonçalves Ramos – Coordenadora-Geral de Pesca Artesanal Florentina Oliveira Machado – Coordenadora-Geral de Contabilidade e Acompanhamento de Prestação de Contas do FNDE José Maria Rodrigues de Souza – Coordenador-Geral de Programas de Saúde Transporte e EJA Armênio Bello Schmidt – Diretor do Departameto de Eduação para Diversidade e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação Timothy Denis Ireland – Diretor do Departameto de Eduação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 61 Biodiesel e agricultores familiares Apresentação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodisel evidenciando os instrumentos do marco regulatório como contribuição para a inclusão social na cadeia de produção do combustível: Selo Combustível Social, regime tributário diferenciado, linhas de financiamento, leilões de biodiesel. A oficina socializou os mecanismos de acesso, convertendo-os em benefícios diretos aos agricultores familiares. Cultura, cidadania e desenvolvimento: o Programa Cultura Viva e o projeto Arte e Cultura na Reforma Agrária A estratégia de desenvolvimento regional sustentável do Banco do Brasil contribuindo com o desenvolvimento sustentável do Brasil 62 • Ministério de Minas e Energia (MME), Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) Arnaldo Campo – CoordenadorGeral de Geração de Renda e Agregação de valor SAF/MDA Ricardo Dornelles – Diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério das Minas e Energias Apresentação do Programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, concebido como uma rede horizontal de articulação, recepção e disseminação da cultura brasileira. A oficina proposta ofereceu uma integração da prática entre as políticas públicas da cultura e da reforma agrária, desenvolvida pelo Governo Federal no âmbito dos assentamentos e comunidades. Ministério da Cultura (Minc) Célio Turino – Secretário de Programas e Projetos Culturais do Ministério da Cultura Maria Silma Moreira Magalhrães – Coordenadora do Programa Arte e Cultura na Reforma Agrária A oficina de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) abordou a estratégia negocial do Banco do Brasil que busca a geração de trabalho e renda, com soluções sustentáveis, inclusivas e participativas, por meio da adoção de práticas que permitam um salto de qualidade nos indicadores de desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Desenvolvimento Regional Sustentável – Banco do Brasil (BB) e Secretaria Nacional de Economia Solidária – Ministério do Trabalho e Emprego Luiz Oswaldo Sant’Iago Moreira de Souza – Vice-Presidende de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Socioambiental Cristiane Pereira dos Santos – Coordenadora do Programa de Agentes de Desenvolvimento Solidário I Salão Nacional dos Territórios Rurais As estratégias do cooperativismo de economia familiar e solidária e dos agentes públicos no apoio ao processo de desenvolvimento sustentável nos territórios rurais Apresentação dos programas e projetos oficiais de apoio e fortalecimento ao cooperativismo de economia familiar e solidária, focando no desenvolvimento territorial. Discussão das políticas públicas considerando as experiências desenvolvidas e implantadas pelos parceiros e estratégias de apoio ao desenvolvimento territorial a partir da ação de agentes de desenvolvimento, que focam a transformação do ambiente econômico regional. Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Desenvolvimento territorial (SDT) Soela Maria Brilhante de Sousa – Coordenadora-Geral de Cooperação Articulação Institucional e Promoção ao Cooperativismo Paulo Roberto da Silva - Diretor do Denacoop/MAPA Fábio José Bechara Sanches – Secretário Adjunto – Senaes/MTE Sâmia Araújo Frota – Superintendente de Políticas de Desenvolvimento do Banco do Nordeste Benedito Castro – Gerente da Coordenação Geral de Apoio às Organizações Associativas Avanços metodológicos da qualificação profissional dos trabalhadores rurais Apresentação das diferentes modalidades no âmbito do Plano Nacional de Qualificação (PNQ). Operacionalização e ações já implementadas no âmbito dos Planos Setoriais de Qualificação, Planos Territoriais de Qualificação e Projetos Especiais de Qualificaçãos. Essa oficina foi ilustrada com as experiências exitosas desde a implantação do plano. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Antônio Almerico Biondi Lima – Diretor do Departamento de Qualificação/MTE Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA) Eugenio Conolly Peixoto – Secretário de Rerodenamento Agrário Raimundo da Costa Sobrinho – Diretor do Programa Nacional de Crédito Fundiário O Programa Nacional de Crédito Fundiário A oficina tratou do Programa Nacional de Crédito Fundiário, sua estratégia de implantação, o funcionamento, linhas de financiamento, condições de acesso, impactos, benefícios e resultados. Apresentação dos resultados da avaliação do Programa Nacional de crédito fundiário feita pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queirós/ ESALQ. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 63 Consórcios Sociais da Juventude na área rural e em comunidades tradicionais Apresentação da estruturação e implantação dos Consórcios Sociais da Juventude em comunidades rurais. A oficina apresentou aos colegiados experiências já finalizadas e em execução de qualificação profissional e inserção dos jovens no mundo do trabalho por meio dos Consórcios Sociais da Juventude. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)/Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA)/Secretaria de Reordenamento Agrário Luciana Tannus – CoordenadoraGeral dos Consórcios Sociais da Juventude – Ministério do Trabalho e Emprego Raimundo da Costa Sobrinho – Diretor do Programa Nacional de Crédito Fundiário Fabiano Kempfer – Coordenador de Políticas de Juventude da Secretaria de Reordenamento Agrário Erradicação do trabalho escravo Apresentação da Política nacional de Erradicação do trabalho escravo, consolidada no Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Principais componentes deste instrumento: diretrizes, estratégias, rede institucional, propostas e ações. Buscou-se estimular a participação na luta antiescravagista dos atores sociais dos territórios rurais, dos gestores públicos, ONGs e demais presentes no evento. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)/Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (SIT/MTE) Marcelo Gonçalves Campos – Auditor Fiscal do Trabalho, assessor da Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e coordenador do Grupo Especial de Fiscalização Móvel para o combate ao trabalho escravo Carlos Henrique Kaipper – Consultor Jurídico do MDA e representante do MDA na Conatrae – Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo Leonardo Sakamoto – Jornalista e cientista político, coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo Coletivos Educadores e o desenvolvimento rural sustentável Apresentação da Política de Coletivos Educadores visando discutí-la à luz de seu potencial de fortalecimento e articulação dos projetos socioambientais desenvolvidos nos territórios rurais, com finalidade educadora e perspectiva emancipatória. Ministério do Meio Ambiente (MMA) Maurício Marcon Rebelo da Silva – Assessor Técnico do Diretoria de Educação Ambiental 64 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Programa de Cadastro e Regularização Fundiária Apresentação dos impactos da disponibilização da malha fundiária georreferenciada e da regularização fundiária no desenvolvimento das ações nos diversos territórios rurais. Buscou-se a coordenação de ações interinstitucionais de forma a obter sinergia operacional entre os diversos programas do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os redultados do cadastro georreferenciado e regularização fundiária foram enfocados por meio da experiência dos municípios de Janaúba/MG e Crateús/CE. Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA) Dino Sandro Borges de Castilhos – Diretor de Reordenamento Agrário /MDA/SRA Francisco Canidé de França – Presidente da Associação Nacional dos Órgãos Estaduais de Terras (Anoter) Luiz Antonio Chaves – Presidente do Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais (Iter) Wilson Vasconcelos Brandão Junior – Presidente do Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) Difusão de informação e democratização do acesso ao conhecimento – Integração de mídias para o desenvolvimento rural Embrapa Informação Tecnológica Ministério da Agricultura Apresentação das ações da Embrapa junto às estratégias do Fome Zero – Governo Federal de disseminação de informações e democratização do acesso ao conhecimento. Integração das mídias impressa (Projeto Minibibliotecas da Embrapa) e eletrônica (programa de rádio Prosa Rural). Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Fernando do Amaral Pereira – Gerente Geral da Embrapa Informação Tecnológica – Coordenador-Geral do programa de rádio Prosa Rural e do projeto Minibibliotecas da Embrapa. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 65 Educação para Todos Abordagem dos temas: Educação a distância/ Universidade Aberta do Brasil, Educação Especial, Educação Basica e Educação Tecnológica Ministério da Educação (MEC) Eliezer Pacheco – Secretário de Educação Profissional e Tecnológica/SETEC Edmar Almeida de Moraes – Coordenador-Geral Substituto de Políticas de Educação Profissional e Tecnológica André Airton de Macedo Rebouças – Coordenador-Geral de Educação a Distância Claudia Pereira Dutra – Secretaria de Educação Especial Roberta Oliveira – Coordenadora da Rede Nacional de Formação Continuada de Professores da SEB/MEC Joseane Dantas de Alcântara – Articuladora do Território Estrada de Ferro Fernando Vanucce Nogueira – Coordenador para Implantação do Centro Técnico de Agricultura Familiar São José Operário – Cetaf Políticas Públicas para Mulheres Rurais Apresentação das políticas voltadas para as mulheres assentadas e agricultoras familiares, destacando-se o crédito especial para as trabalhadoras rurais, a promoção comercial da produção das mulheres, acesso igualitário à terra, programas de apoio à produção, acesso à documentação civil e a equipamentos sociais, além de qualificação dos técnicos. Essa oficina tratou da forma de acesso ao crédito, as principais dificuldades, êxitos, resultados e as interfaces do tema com os territórios rurais. Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – Programa de Promoção da Igualdade de Geração, Raça e Etnia (PPIGRE) Andréa Butto – Assessora Especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário / Coordenadora-Geral do Programa de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça e Etnia 66 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Patrimônio cultural e novos instrumentos de salvaguarda Ministério da Cultura (Minc)/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Programas para o desenvolvimento dos projetos de assentamento A oficina tratará dos diversos programas e atividades do INCRA que visam o desenvolvimento dos assentamentos, envolvendo as seguintes ações: a implementação da infra-estrutura (água, saneamento, estradas); acompanhamento e concessão de créditos (nas suas diversas modalidades, desde o Apoio Inicial, passando pelo Fomento até o Adicional do Semi-Árido e a modalidade de Aquisição de Material de Construção, este em parceria com a CEF); estabelecimento de parcerias para a prestação de assessoria técnica e a capacitação de beneficiários e técnicos da reforma agrária; apoio à agroindustrialização, à comercialização e às atividades pluriativas e solidárias; bem como na promoção da cidadania e educação no campo, visando a equidade de gênero, raça e etnia. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Comércio justo e solidário Apresentação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário - SNCJS. Enfoque para o Comércio Justo e Solidário como fluxo comercial diferenciado, fruto da ação de agentes das cadeias produtivas, para fins de empoderamento daqueles que se encontram marginalizados pelo sistema convencional das relações comerciais. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)/SENAES Maria de Fatima Duarte Tavares – Técnica da Gerência de Identificação do Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN Carlos Henrique Kovalski – Diretor da Diretoria de Desenvolvimento de Projetos de Assentamento (DD) Denise Reif Kroeff – CoordenadoraGeral de Infra-estrutura (DDI) e Diretora Substituta da DD César Fernando Schiavon Aldrighi – Coordenador-Geral de Desenvolvimento de Projetos de Assentamentos (DDA) Maria Mota Pires – CoordenadoraGeral de Educação no Campo e Cidadania (DDE) Sr. Roberto Marinho Alves da Silva – Coordenador-Geral de Estudos I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 67 Gestão empresarial e governança: estratégias em desenvolvimento territorial Apresentação de projetos que tratam da gestão estratégica e governança com enfoque nos sistemas produtivos psicultura, ovinocaprinocultura e horticultura. Abordagem de aspectos relacionados aos pactos de cooperação, governança e gestão estratégica. Agenda 21 e Zoneamento EcológicoEconômico: construindo sociedades sustentáveis O Programa ZEE – Zoneamento EcológicoEconômico e a Agenda 21 são programas parceiros em algumas áreas de atuação. O ZEE faz a leitura do território em todos os seus aspectos. A Agenda 21 é um plano de desenvolvimento local que concilia métodos de proteção ambiental, crescimento econômico e justiça social. O foco da oficina será a articulação prática desses dois instrumentos em bases territorias amplas (consórcios intermunicipais, bacias e sub-bacias) 68 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Dioclécio Neves Vieira – Presidente da Cooperativa Lucio Nunes de Souza – Gestor do Projeto de Piscicultura do Sebrae/CE Gilmar Jose Brunetto-Presidente da Cooperativa Noelber Guaitolini Gonçalves-Gestor Local do Projeto de Piscicultura do Sebrae/CE Renato Dantas Alencar-Presidente da Cooperativa Francisco França Pinheiro- Gestor Local do Projeto de Ovinocaprinocultura do Sebrae/RN Sandro Altino da Silva - Presidente da Cooperativa Reinaldo Rosendo Ferreira- Gestor da Carteira de horticultura do Sebrae/PB Ministério do Meio Ambiente (MMA) Ary Martini – Coordenador da Agenda 21 Cristina Maria Costa Leite – Técnica da Equipe do Zoneamento Ambiental Nacional Convivência com o semi-árido como alavanca para o desenvolvimento territorial sustentável com inclusão social – Construção de cisternas e revitalização de bacias hidrográficas – Participação social e sustentabilidade socioambiental Apresentação dos efeitos da mobilização e sensibilização alcançados sobre obras sanitárias visando a revitalização de bacia hidrográfica tratada como unidade de gestão; as transformações sócio-ambientais ocorridas na região; o processo participativo e o comprometimento dos diversos atores sociais no empreendimento e despertar o imaginário quanto ao potencial de um processo de mobilização e participação social, a partir de uma experiência concreta, sensibilizar os participantes para a adoção de metodologias e práticas participativas. Analisará também a experiência de mobilização social e acesso à água por meio do Projeto Cisternas do MDS - P1MC/ASA, levantando e discutindo seus impactos no desenvolvimento local a nível comunitário, municipal e regional, com foco na utilização desse instrumento de política pública como ferramenta de promoção do desenvolvimento territorial. MDS/Secretaria Nacional de Segurança Alimentar, Departamento de Promoção de Sistemas Descentralizados, Ministério da Integração Nacional (MI) Miguel Jesus Espinheira González – Diretor do Departamento de Gestão Integrada da Política O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) como uma ferramenta de desenvolvimento territorial Apresentação do Programa de Aquisição de Alimentos e discussão das experiências desenvolvidas no âmbito do programa tendo como foco a utilização desse instrumento de política pública como uma ferramenta de promoção do desenvolvimento territorial. Por meio da discussão com diferentes atores será abordado a aquisição de alimentos dos agricultores familiares, segurança alimentar e nutricional e apoio à comercialização dos produtos da agricultura familiar. MDS/Secretaria Nacional de Segurança Alimentar, Departamento de Promoção de Sistemas Descentralizados/Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB)/Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) Onaur Ruano – MDS/Secretário de Segurança Alimentar e Nutricional Valter Bianchini – MDA/ Secretário de Agricultura Familiar Sílvio Porto – Diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab Marcelo Salles – Consultor Poágua I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 69 Projeto Gestão Ambiental Rural (Gestar) e Licenciamento Ambiental Apoio à produção da agricultura familiar e sua organização através de ações territoriais 70 • Apresentação do Projeto Gestão Ambiental Rural-Gestar-SDS e Projeto de Instrumentos de Gestão Ambiental-Progestão-SQA, com foco em licenciamento ambiental para assentamentos de reforma agrária, buscando dar visibilidade às estratégias de gestão ambiental rural nos territórios. Promover debate no sentido de analisar o processo e as metodologias, assim como articular novas parcerias. Promover a discussão sobre o processo de construção do Plano de Gestão Ambiental Territorial Rural proposto, partindo do relato das estratégias e ações desenvolvidas pelo Gestar no território Portal da Amazônia. Acesso aos instrumentos de apoio à Produção da Agricultura Familiar (crédito) e formas de organização (Plano Safra Territorial) como meios para qualificar as políticas públicas. I Salão Nacional dos Territórios Rurais Ministério do Meio Ambiente (MMA) Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) Ivanise Knapp – Assessora Técnica do Gestar/Secretaria de Desenvolviemnto Sustentável Ines Caribe Marques – Assessora Técnica do Progestão – Secretaria de Qualidade Ambiental José Alesando Rodrigues – Coordenador de Projetos do Instituto Centro e Vida – ICV, Alta Floresta/MT João Luiz Guadagnin – Coordenador-Geral do Departamento de Finançiamento à Produção Rural Vital Filho, Coordenador da Gerência de Negócios e Comércio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) Colmar Domingues – Consultor Nacional da Gerência de Negócios e Comércio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) Articulação de parceria para o planejamento participativo e implementação de ações Redes de assistência técnica e extensão rural Apresentação do Plano Integrado de Desenvolvimento da bacia do Panaíba, incluindo a divulgação das ações realizadas no âmbito da sua elaboração como ferramenta de planejamento participativo e produtivo nos territórios. Divulgação das ações com foco ao desenvolvimento da potencialidade aqüícola da região do Baixo São Francisco, destacando a inclusão social de pequenos piscicultores e pescadores junto ao processo produtivo regional. Experiência da Associação dos Apicultores de Simplício Mendes (PI) - AAPI, no apoio ao desenvolvimento da Apicultura, visando a excelência do produto, abordagem sobre a verticalização da produção, sua comercialização e ingresso no mercado justo europeu (Fair Trade). Apresentação da Política Nacional de Ater (PNATER), do Programa Nacional (PRONATER) e a Atuação em Rede de Ater. As experiências da Emater – Rio Grande do Norte e Articulação Mineira de Agroecologia ilustrarão a aplicação prática das políticas apresentadas. Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) Rejane Tavares da Silva – Coordenadora Técnica do Planap Luiz Carlos Galindo Barros – Presidente da Câmara Setorial de Aqüicultura do Baixo São Francisco José de Anchieta Moura – Presidente da Associação de Apicultores Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) Hur Ben da Silva – Assessor da Secretaria de Agricultura Familiar do MDA Luiz Claudio Souza Macedo – Diretor-Geral da Emater Rio Grande do Norte Glauco Régis Florisbelo – Presidente da Articulação Agroecológica Zona da Mata (AMA) I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 71 Parques aqüícolas e feira do peixe Abordagem de dois programas: Parques Aqüícolas e Feira do Peixe: os Parques Aquícolas tratam das alternativas de geração de emprego e renda através da aqüicultura. Legislação (impactos da atividade aqüícola e legislação aplicada); Planejamento ambiental estratégico (Parques Aqüícolas, áreas de preferência, unidades demonstrativas e unidades de pesquisa; Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura; Outorga d’água: métodos e procedimentos). Por meio do Programa Feira do Peixe, é possível conhecer uma forma de comercializar pescado diretamente em feiras livres, aproximando o aqüicultor familiar e o pescador artesanal do consumidor. A redução da intermediação vai ampliar a oferta e melhorar a qualidade do produto oferecido, despertando a população para o consumo do pescado. Tecnologia de diálogo social Apresentação do mecanismo de interlocução entre Governo Federal, entes federados e sociedade civil, com vistas à promoção do desenvolvimento regional. O diálogo propõe a convergência de prioridades e ações entre os entes federados e a sociedade civil, a valorização dos recursos naturais, a mobilização do empreendedorismo local, a coesão e o controle social como estratégia para implementação das diretrizes da Agenda Nacional de Desenvolvimento e promover a criação de conselhos e fóruns de desenvolvimento regional. 72 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP Guilherme Crispim Hundley – Coordenador-Geral de Comercialização e Promoção Comercial, da SEAP/PR Rodrigo Roubach – Gerente de Projetos da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República Marcelo Sampaio – CoordenadorGeral de Aqüicultura Continental da SEAP Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES), da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), da Presidência da República Maria Velloso – Gerente de Projetos da Secretaria do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (SEDES), da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República José Jerundio Machado Itaqui – Secretário-Executivo do Consórcio de Desenvolvimento Susenável – Condesus/RS José Claret Chaves – Assessor da APAEB/ Valente Fábio Moreira da Silva Oficina sobre o Programa de Documentação da Trabalhadora Rural Promoção e defesa dos direitos humanos: educação em direitos humanos, direito à cidadania e mecanismos de acesso à justiça Apresentação do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural: implementação, público beneficiário, tipo de documentos emitidos, diretrizes e objetivos. Discutiu as interfaces do programa com os territórios rurais e relatou experiências desenvolvidas em alguns estados (CE, BA, RN e RS), onde foram utilizadas estratégias de planejamento, mobilização e mutirões itinerantes. Fez um paralelo entre a execução realizada nos exercícios anteriores e a execução parcial do atual exercício. Apresentação de informações gerais sobre direitos humanos e informações específicas sobre as seguintes áreas de interesse: educação em direitos humanos, registro civil de nascimentos e balcões de direitos. Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) – Programa de Promoção da Igualdade de Geração, Raça e Etnia (PPIGRE) Andréa Butto – Assessora Especial do Ministro do Desenvolvimento Agrário / Coordenadora-Geral do Programa de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça e Etnia Elisabete Busanello – Chefe de Divisão do Programa de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça e Etnia Secretaria Especial dos Direitos Humanos/PR Herbert Borges Paes de Barros – Gerente de Projetos da SubSecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos Rachel Maria Andrade Cunha – Assessora da Sub-Secretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos Maria de Nazaré Tavares Zenaide – Coordenadora-Geral de Educação em Direitos Humanos I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 73 Agricultura familiar e proteção integral à criança e ao adolescente A oficina buscou apresentar, debater e aprofundar as ações do Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente, levando em conta as especificidades do meio rural brasileiro. Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) Isa Maria de Oliveira – SecretariaExecutiva do Fórum Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – FNPETI Maria Vicente – Diretora de Políticas Sociais – Confederação Nacional dos Agricultores – Contag Valter Bianchini – Secretário da Secretaria de Agricultura Familiar Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA Pedro Américo – Coordenador do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil no Brasil – Organização Internacional do Trabalho - OIT Saúde das populações do campo e da floresta: uma questão de cidadania Apresentação dos programas em parceria com os movimentos sociais do campo. As parcerias visam potencializar os movimentos sociais e sindicais na sua atuação na melhoria da atenção integral à saúde, articulada com as dimensões de geração, raça e etnia. Ministério da Saúde (MS) Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa Jacinta de Fátima Senna da Silva – Coordenadora da Coordenação Geral de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social Ministério da Integração (MI) Secretaria de Programas Regionais Marcia Damo – Secretaria de Programas Regionais do Ministério da Integração Celio Bonetti – Presidente da Agência de Desenvolvimento do Sudoeste do Paraná Zeferino Perin – Presidente do Fórum da Mesorregião Grande Fronteira – Mercosul Marlene Aparecida Kerber – Fórum da Mesorregião Grande Fronteira – Mercosul Modelo de gestão territorial em mesorregiões diferenciadas 74 • Apresentação do Fórum das Mesorregiões com seus respectivos componentes, representatividade, formas de participação, formas de organização. O destaque da oficina foi a relação do Fórum com os governos municipais, estaduais e federais e com as distintas formas de representação de políticas espaciais sobrepostas. I Salão Nacional dos Territórios Rurais Turismo rural e produção associada ao turismo Gestão estratégica e inovação tecnológica: experiências territoriais Apresentação das políticas de segmentação e o Programa de Produção Associada ao Turismo, que tem por objetivo fomentar a diversificação da oferta de produtos associados visando aumentar a permanência do turista no destino, fortalecendo a produção, a cultura local e a inclusão social. Apresentação de processos que englobam a gestão estratégica e inovação tecnológica com foco em desenvolvimento territorial. Foram abordados os aspectos relacionados à gestão compartilhada, cultura da cooperação, organização e cooperação, gestão e tecnologia e certificação. A discussão foi ilustrada por meio de experiências em apicultura, floricultura e agricultura orgânica. Ministério do Turismo - Diretoria de Qualificação e Certificação e Produção Associada ao Turismo – SNPDTur e Diretoria de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico – SNPtur, Ministério do Desenvolvimento Agrário –SAF Lilia Tanner – Coordenadora-Geral de Produção Associada ao Turismo Alberone Leal Moura – Consultor Especialista em Segurança de Alimentos Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Leopoldino Dantas Filho – Diretor Geral da Casa Api Jeter Gomes – Coorenador do Grupo Técnico de Assessoria FBB Padre Abas – Presidente da Cooperativa Marco Aurélio Abdala – Gestor Local do Projeto de Apicultura do Sebrae/MA Karla Paiva – Presidente da Cooperativa José Marcilio de Sousa Santos – Gestor do Projeto de Floricultura do Sebrae/PB Sheila Magda Brandão Loschi – Presidente da Abraflores/M Felipe Alvim – Gestor da Carteira de Floricultura Sebrae/MG Thais Moreira – Coordenadora da Carteira de Floricultura Sebrae/MG Domingos de Jarí Vagas – Presidente da Coopegrega Estevan M. Garcia – Gestor da Carteira de Orgânicos do Sebrae/MT I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 75 Apresentação da experiência inclusão digital no rural. Visa o acesso a computadores e internet integrados a projetos de desenvolvimento no rural. A oficina passou informações sobre as possibilidades de articulação das unidades já existentes às atividades de desenvolvimento dos territórios rurais, assim como orientou os participantes sobre a implantação de novos projetos. O esporte como fator de inclusão social Apresentação do Programa Segundo Tempo como possibilidade de acesso à prática esportiva aos alunos matriculados no ensino fundamental e médio dos estabelecimentos públicos de educação do Brasil, principalmente em áreas de vulnerabilidade social. A oficina visou proporcionar aos participantes um amplo conhecimento do programa, além de instrumentalizar os participantes sobre a forma de acesso. Microcrédito Produtivo Orientado e AgroAmigo Apresentação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO): (i) exposição dos principais pontos sobre a legislação de Microcrédito Produtivo Orientado; (ii) apresentação da diferença entre os conceitos de microfinanças; microcrédito e microcrédito produtivo orientado e sua importância no desenvolvimento local, (iii) importância de acessar os recursos de microcrédito das instituições habilitadas no PNMPO (exposição dos convidados especiais); e (iv) discussão entre os participantes a respeito das expectativas quanto às ações do governo sobre PNMPO. 76 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Ministério do Planejamento / Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação-Comitê Técnico de Inclusão Digital Ministério dos Esportes Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Banco do Nordeste Ana Carina Andrade – Assesora Institucional Ministério do Planejamento Cristina Mori – Assessora Institucional do Ministério do Planejamento Rossana Moura – Assessora Institucional/Nead Julio Cesar Soares da Silva - Diretor de Projetos do Ministério do Esporte Priscilla Gurgel Cavalcante Moreira – Coordenadora-Geral do Projeto Segundo Tempo – Vice-Presidente Instituto Pró-vida Antonio Lopes – Presidente da Fundação de Apoio ao Menor de Feira de Santana (FAMFS/BA) Almir da Costa Pereira – Coordenador do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado Luis Sérgio Farias Machado – Gerente do Pronaf e Programa de Crédito Fundiário Diversificação econômica e agricultura familiar Apresentação das políticas públicas do MDA/ SAF. Discussão acerca do papel da diversificação econômica e agregação de valor na agricultura familiar e sua relação com os territórios rurais. Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)/Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) José Adelmar Batista – Coordenador do Programa Nacional de Agroindústria Familiar da SAF/MDA Arnoldo Campos – CoordenadorGeral de Geração de Renda e Agregação de Valor da SAF/MDA Energia como vetor de desenvolvimento territorial: Programa Luz para Todos Apresentação do Programa Luz para Todos como vetor de desenvolvimento territorial. O programa tem levado energia elétrica a milhões de brasileiros que vivem no meio rural. Através do uso produtivo da energia elétrica, o MME em parceria com demais órgãos de governo e entidades da sociedade civil tem possibilitado a implantação de pequenos agronegócios favorecendo a geração de renda e emprego nas comunidades beneficiadas. Ministério de Minas e Energia (MME) Marcelo Zonta – Coordenador de Ações Integradas do Programa Luz para Todos – Ministério de Minas e Energia I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 77 ANEXO 3 – EXPOSIÇÕES E LANÇAMENTO DE PUBLICAÇÕES a) Exposições Mandioca: saberes e sabores da terra Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular/IPHAN/Ministério da Cultura Uma Terra onde Corre Leite e Mel Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra Iniciativas Exitosas de Desenvolvimento Rural do México (IICA) Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura – IICA ExpoRegiões e Central de Informações Territoriais Ministério da Integração/Ministério do Desenvolvimento Agrário b) Lançamento de Publicações Territórios e Identidade: um novo caminho para o desenvolvimento rural sustentável na Bahia Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) e Movimento de Organização Comunitária (MOC) O Brasil no Terra Madre Fundação Slow Food para Biodiversidade, SDT/ MDA – Região do Veneto – Itália Margarida Alves: Coletânea de Estudos Rurais e Gênero Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (NEAD) Dimensão, Magnitude e Localização das Populações Pobres no Brasil (NEAD) Estatísticas do Meio Rural (NEAD) Sentimento de Reforma Agrária, Sentimento de República (NEAD) Incra e os Desafios para regularização dos territórios quilombolas: algumas experiências (NEAD) 78 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Anexo 4 – SEMINÁRIOS PROMOVIDOS PELA SDT E PARCEIROS TEMA DO SEMINÁRIO Comercialização na Agricultura Familiar Estreitando o Elo entre o Produtor e o Consumidor Rede de Programas de Pequenos Projetos Ecossociais: central de comercialização de produtos agroextrativistas do Cerrado e estratégia de fortalecimento dos Arranjos produtivos locais Gestão Social: experiência do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Parintins e Nhamundá/AM INSTITUIÇÃO SDT/ Sistema Estadual de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Secafes APRESENTADORES OBJETIVO Vital Filho - Coordenador da Gerência de Negócios e Comércio (SDT) Piero Sardo - Presidente da Fundação Slow Food para a Biodiversidade Flávio Luís Godas - Chefe de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp (Cia. de Entrepostos e Armazéns de São Paulo) Refletir sobre estratégias e instrumentos de comercialização dos produtos da agricultura familiar na perspectiva do desenvolvimento rural sustentável. ISPN – Instituto Sociedade População e Natureza Luis Roberto Carrazza - Central de Comercialização do Cerrado/ISPN Marcelo Bresolin - Central de Comercialização do Cerrado/Fundação CEBRAC Luis Antônio G. dos Reis - Instituto Novas Fronteiras da Cooperação (INFC) Donald Sawyer - Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) Cooperação Técnica Alemã (GTZ)/Secretaria de Produção Rural do Amazonas Apresentar experiência de fortalecimento da gestão social do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, além Ladjane Ramos – Perita Nacional da da metodologia e estratégia Agência de Cooperação Técnica Alemã de elaboração do plano de Lucelisy Borges – Técnica da Secretaria de desenvolvimento municipal, Produção do Estado do Amazonas articulada com a construção e participação dos seus membros na gestão e elaboração do plano territorial. Compartilhar a estratégia de fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (APL). I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 79 Experiências Internacionais de Desenvolvimento Rural com Enfoque Territorial: México, Colômbia e Espanha Ruralidade, Identidade e Tipologias de Territórios Rurais e sua Aplicação na Gestão de Políticas Públicas 80 • IICA - Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura IICA – Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura I Salão Nacional dos Territórios Rurais Prof. José Emilio Guerrero, Universidade de Córdoba - Espanha Horacio Santoyo - México Maria Olivia Lizarazo – Diretora do Programa de Microempresa Rural/Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural - Colômbia Coordenador: Humberto Oliveira – Secretário de Desenvolvimento Territorial, Ministério do Desenvolvimento Agrário do Brasil Dr. Rafael Echeverri – Consultor do IICA Prof. Sérgio Schneider, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) Profa. Tânia Bacelar, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Coordenador: Dra. Silvana Parente, SecretáriaExecutiva, Ministério da Integração Nacional do Brasil Apresentar experiências de países com avanços importantes na aplicação do enfoque territorial para o desenvolvimento rural sustentável. Apresentar e discutir uma tipologia de unidades territoriais com base em identidades socioculturais locais, para estabelecer estratégias diferenciadas na aplicação e ajuste da abordagem territorial da política de desenvolvimento rural no Brasil. Seminário Nacional de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial: estratégia de Educação do Campo Agroecologia: um novo paradigma para um desenvolvimento mais sustentável SDT/MDA – Secretaria de Desenvolvimento Territorial Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/MDA) Coordenadores: Tânia Melo – Coordenadora-Geral de Desenvolvimento Humano (SDT/MDA) Socorro Silva – Consultora Técnica (SDT/ MDA) Francisco Caporal – Coordenador de Assistência Técnica Rural (ATER), da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/ MDA) Ladjane Ramos – Perita Nacional da Agência de Cooperação Técnica Alemã Egydio Schwade – Agricultor Familiar do Estado do Amazonas Socializar, a partir de eixos temáticos, os desafios e avanços vivenciados pelas ações educativas nos territórios rurais. Debater as estratégias de consolidação da educação do campo nos territórios rurais, especialmente no que se referem aos processos de escolarização, qualificação profissional, formação por alternância, formação de jovens e redes institucionais, para a inserção da educação no desenvolvimento territorial. Elaborar uma agenda de compromisso para inserção da educação na estratégia territorial. Abordar a agroecologia como instrumento de desenvolvimento dos territórios. I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 81 Etnicidade e Territórios Rurais Comunicação, Diálogo, Conciliação Desenvolvimento Territorial Participativo e Negociado: mais que um método, uma estratégia de integração e interação 82 • PPIGRE/MDA – Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação I Salão Nacional dos Territórios Rurais Renata Leite – Coordenadora do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia (MDA) Rui Leandro dos Santos – Coordenador Geral de Regularização Fundiária de Territórios Quilombolas (Incra) Carlos Eduardo Trindade – Subsecretário de Comunidades Tradicionais (SEPPIR) Paulo César Arnes – Consultor da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (MDA) José Augusto Laranjeiras Sampaio – Antropólogo; Coordenador do Grupo de Trabalho sobre Quilombos da Associação Brasileira de Antropologia Dr. Paolo Groppo - Oficial Técnico da FAO em Análises e Sistemas de Reforma Agrária e Desenvolvimento Territorial Integrar ações das comunidades quilombolas no processo de gestão social do desenvolvimento territorial. A apresentação foi focada nas principais decisões do II CIRADR - II Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, ocorrida em Porto Alegre, em março de 2006, e de como os postulados do II CIRAD foram os princípios norteadores do DTPN – Desenvolvimento Territorial Participativo Negociado tendo o diálogo como ação fundamental para garantir o progresso na concretização do desenvolvimento rural dos povos. ANEXO 5 – Participantes Estrangeiros Nome Função/Cargo Instituição País José Emilio Guerrero (expositor) Professor investigador Universidade de Córdoba Espanha Asier Arana Arrieta Coordenador para a América Latina Foro Rural Mundial Espanha María Oliva Lizarazo (expositora) Diretora do Programa de Microempresa Rural Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural Colômbia Diana María Ocampo Assesora da Diretoria de Desenvolvimento Rural Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural Colômbia Martha Lucía Mosquera Secretária de Agricultura Departamento de Risaralda Colômbia Dolores Lettelier Consultora Departamento de Mendonza Argentina José Ángel Dominguez Vizcarra Diretor-Geral Adjunto de Desenvolvimento e Difusão INCA RURAL México Othon Roberto Wilde Gallardo Assessor INCA RURAL México José de Jesus Romo Santos Diretor Geral de Apoios para o Desenvolvimento Rural Subsecretaría de Desenvolvimento Rural SAGARPA México Vinício Horácio Santoyo Cortes (Expositor) Assessor Subsecretaría de Desenvolvimento Rural SAGARPA México Rafael Echeverri Consultor IICA México Sérgio Sepúlveda Diretor da Área de Desenvolvimento Rural Sustentável IICA Costa Rica Byron Miranda Representante IICA Costa Rica José Carlos Arze Especialista em DRS IICA Costa Rica Fátima Almada Especialista em DRS IICA Paraguai Fabricio Vasquez Diretor de Planejamento INDERT Paraguai Hugo Jiménez Recalde Assessor Vice-Presidência da República Paraguai Mirtha Camacho Especialista em Desenvolvimento Rural e Manejo Sustentável de Recursos Naturais IICA Venezuela Ana Patricia Orantes Ministra Secretaria de Planejamento da Presidência de la República Guatemala Suzana Palma Diretora de Políticas Regionais Secretaria de Planejamento de Políticas Regionais Guatemala I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 83 ANEXO 6 – Instituições Parceiras MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL SECRETARIA DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROGRAMAS REGIONAIS MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA SECRETARIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE EMPREGO SECRETARIA DE RELAÇÕES DO TRABALHO MINISTÉRIO DO TURISMO MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA ESPECIAL DE DIREITOS HUMANOS SECRETARIA DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS SECRETARIA ESPECIAL DE AqüICULTURA E PESCA (SEAP) MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA MINISTÉRIO DA CULTURA MINISTÉRIO DO ESPORTE MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES 84 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA (INCRA) COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB) GTZ - COOPERAÇÃO TÉCNICA ALEMÃ - BRASIL INSTITUTO SOCIEDADE, POPULAÇÃO E NATUREZA (ISPN) EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA) SEBRAE NACIONAL AGÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO – FAO AMÉRICA LATINA E CARIBE – PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA – IICA FÓRUM PERMANENTE DE DESENVOLVIMENTO RURAL – BRASIL – MÉXICO – COLÔMBIA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO VALE DO SÃO FRANCISCO E DO PARNAÍBA (CODEVASF) FUNDAÇÃO QUINTETO VIOLADO BANCO DO BRASIL BANCO DO NORDESTE I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 85 ANEXO 7 – Comissão Organizadora do I Salão Nacional dos Territórios Rurais Coordenação-Geral Humberto Oliveira Marcelo Duncan Reinaldo Pena Lopes Ronaldo Camboim Gonçalves Carlos Miranda – IICA Coordenação-Geral de Logística Rinaldo Feitosa Coordenação de Orçamento e Finanças Reinaldo Pena Lopes Ivanilson Guimaraes (IICA) Marcos Dalfabbro Coordenações Temáticas Oficinas de Políticas Públicas, Seminários e Atividades de Parceiros Marcos Dal Fabbro Jacqueline Sgarbi – Consultora Boas Práticas Territoriais Vera Maria Moura Echenique Azevedo Carlos Douglas de Oliveira Sistematizadores Loitamar de Almeida Maria Regina T. Rocha Maria de Freitas Maria do Socorro Oliveira 86 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Encontro Nacional dos Colegiados Roseli Bueno de Andrade Seminário de Educação do Campo e Desenvolvimento Territorial Tânia Maria de Melo Adriana Raquel Costa Maria do Socorro Silva Vera Lúcia Bahia Coordenação de Comunicação Berenice Gomes da Silva Fabianna Pepeu – Consultora Chica Picanço – Consultora Izabel de Almeida Bacelar Assessoria de Comunicação do MDA Ana Lúcia Ribeiro da Silva – Coordenadora de Comunicação Social Agência Mandacaru Aline de Oliveira Araújo Edisvânio Nascimento Janivan Jesus João Francisco da Silva Netto Sebastiana Eni Silva da Cruz Renildo Santos de Carvalho I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 87 Mosaico dos Territórios – Pontos de Cultura Alex Leite dos Santos André Luis da Cunha Campanhol Aurélio Emanuel Pires Pereira Braz Marcolino de Souza Neto Dheikline dos Santos Praia Durval Leal de Araujo Filho Henedjones Rodrigues de Souza Lázaro Ribeiro Lima Lucio Flávio Cavalcante do Nascimento Luiz Henrique Castro Marcelo Ferreira Coutinho Maurício Stock dos Santos Gastronomia Roberta Marins Sá Cibele Cristina Bueno de Oliveira – Consultora Coordenação de Cultura Marcelo Melo – Fundação Quinteto Violado Maria das Mercês Torres Parente – Consultora Espetáculo Toinho Alves – Fundação Quinteto Violado Exposições Carlos Miranda – IICA Silma Magalhães – Incra/Ceará Tadeu Gonçalves – Iphan/MinC Secretaria do Salão Patrícia Martins Pereira – Consultora Claudia Brito – Consultora Maria do Socorro Oliveira – Consultora Mônica Correa D. Araújo – Consultora Suellen Cardoso – Incra Vanessa Aparecida Alves – SDT 88 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais ANEXO 8 – NÚMERO DE Representantes de Territórios rurais no i salão nacional dos territórios ruraiS, POR REGIÃO E ESTADO QUADRO-SÍNTESE , POR ESTADO E REGIÃO REGIÃO NORTE NORDESTE ESTADO PARTICIPANTES Nº ACRE 8 RONDÔNIA 10 AMAZONAS 11 RORAIMA 4 AMAPÁ 15 PARÁ 17 TOCANTINS 8 SUBTOTAL 73 ALAGOAS 22 BAHIA 50 CEARÁ 19 MARANHÃO 16 PARAÍBA 17 PERNAMBUCO 22 PIAUÍ 19 RIO GRANDE DO NORTE 22 SERGIPE 8 SUBTOTAL 195 % 16,2 43,3 I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 89 QUADRO-SÍNTESE , POR ESTADO E REGIÃO REGIÃO CENTRO-OESTE SUDESTE SUL TOTAL GERAL 90 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais ESTADO PARTICIPANTES Nº DISTRITO FEDERAL 6 GOIÁS 13 MATO GROSSO DO SUL 11 MATO GROSSO 13 SUBTOTAL 43 ESPÍRITO SANTO 17 MINAS GERAIS 36 RIO DE JANEIRO 8 SÃO PAULO 14 SUBTOTAL 75 PARANÁ 21 SANTA CATARINA 23 RIO GRANDE DO SUL 21 SUBTOTAL 65 451 % 9,5 16,6 14,4 100,0 ANEXO 9 – Representantes de Territórios rurais no i salão nacional dos territórios rurais Região UF Territórios Alto Acre e Capixaba AC Vale do Juruá Central (Ji-Paraná) Norte RO Madeira Mamoré Vale do Jamarí (Ariquemes) AM Alto Juruá Vinculação/Função Representantes dos Territórios Consultor Territorial Jânio Aquino Sociedade Civil José Maria Barbosa de Aquino* Poder Público Manoel Batista de Araújo* Sociedade Civil Ronei Santana de Menezes Apresentador de BPT Vera Lúcia Reis* Sociedade Civil Cristiane Moreno de Andrade Sociedade Civil Franco Severiano de Melo Gomes Poder Público José Maria de Lima Sociedade Civil Urias Sérgio Dutra* Poder Público João Vilmar Rabel Articulador Talles Rodrigo Vieira Lage Sociedade Civil Antônio Lúcio Lima Poder Público José Vildomar Paulino Articulador Ana Luiza da Silva Pereira Sociedade Civil Cícero Andrade de Souza Poder Público Marcelo André Koglin Articulador Edna Teixeira Patrício * Apresentador BP Dimitrius Efftratios Kondogeorgos* Consultor Territorial Adriana Lima Sociedade Civil Jesuito Dias Tavares Poder Público Guilherme Pereira da Silva Articulador Arquimino do Amaral Silva I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 91 Baixo Amazonas AM Entorno de Manaus RR Sul de Roraima Norte Sul do Amapá AP Centro-Oeste 92 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Sociedade Civil Eliaque Alegria de Lima * Poder Público Miriam Dias Ferreira Articulador Francisco Tavares Pinto Sociedade Civil Alberto Siqueira Brilhante* Poder Público José Eduvício Articulador Arivan Ribeiro Reis Sociedade Civil Odiélio Nascimento dos Santos* Sociedade Civil Juares Pereira de Sousa Poder Público Jayne Pereira da Silva Articulador Marcelo Pereira da silva Sociedade Civil Adriano Alves da Silva* Consultor Territorial Liane Brito Sociedade Civil Benedito Magno Gonçalves Bastos Sociedade Civil Adilson de Sousa Pimentel Articulador Admilson Gonçalves Pimentel Apresentador de Boa Prática Pedro Correia de Souza Belo* Articulador José de Jesus Ribeiro Sociedade Civil Rômulo Charles Marques Palheta Sociedade Civil Benedito Leal do Amaral Sociedade Civil Moises Pereira Brinco Guajajara Sociedade Civil Vicente da Silva Santos Poder Público Claudio Mendes Poder Público Luiz Carlos Brito da Silva* Dos Lagos Poder Público Dunant Donato Leite Sociedade Civil Raimundo Mota da Silva Sociedade Civil Maria Nilza Siqueira Oliveira Consultor Territorial Pré-Território do Entorno do Tucuruí Pré-Território Alto Xingú PA Baixo Amazonas Nordeste Paraense Norte Sudeste Paraense Sul do Pará Transamazônica TO Norte TO APA Cantão Bico do Papagaio Jalapão Mario Brandão Nejakson Vidal Sociedade Civil Benedito de Oliveira Costa Sociedade Civil Lúcio Fernandes de Miranda Poder Público Cátia Cañedo Sociedade Civil Clodoaldo Ferreira dos Reis Poder Público Edson Rider dos Santos Sousa Articulador Orlando Risvenho Poder Público Francisca Nívia C. V.* Poder Público Jandir Mella* Poder Público Alberto de Jesus Alves Filho Sociedade Civil Domingos Dias dos Santos Poder Público Alenice Mendes Articulador Maria Célia Vieira da Silva Sociedade Civil Marta Suely da Silva Poder Público Gilberto Jordan Sandes de Almeida Articulador Miquéias Freitas Calvi Consultor Territorial Sebastião Donizete Sociedade Civil Zilma Cunha Poder Público Yara Lúcia de Sousa Lima Articulador Frederico Vitoriano Dantas Pereira Apresentador de BPT Maria do Socorro Ferreira da Silva* Apresentados de BPT Maria Senhora Carvalho da Silva* Articulador Erismar Sousa Lima Sandra Delmondes dos Santos I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 93 Bacia Leiteira Agreste Nordeste 195 AL Alto Sertão Litoral Norte 94 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Consultor Territorial Júlio Cesar Sociedade Civil José Edmilson dos Santos* Poder Público Lucinda Geadna Guimaraes Barros Sociedade Civil Mércia Azarias Articulador Fabiana Fontes da Silva Sociedade Civil Claudevan da Costa de Medeiros* Articulador Geuzomar Soares Ferreira Sociedade Civil Luciano Monteiro da Silva Poder Público Rui Palmeira Medeiros Apresentador de BP Mardônio Alves da Graça* Apresentador de BPT João Pereira dos Santos* Articulador Carlos Roberto dos Santos Dias Sociedade Civil Estevão Firmo Soares Poder Público José Correira de Souza Articulador Orlando de Morais Carvalho Sociedade Civil Juarez Eanderley de Araujo Poder Público Marciano Jackson Dias Viana Médio Sertão AL Pré-Território Sociedade Civil Edílson Ramos de Lima Articulador Jorge Izidro dos Santos Poder Público Soraya Lemos Poder Público Manoel Bernardo de Melo Apresentador de BPT Genivaldo Vieira da Silva* Consultor Territorial Nordeste BA Paulo Cunha Ivan Fontes Pré-Território Sertão Produtivo Sociedade Civil Anderson Públio Azevedo Pré-Território Vitória da Conquista Sociedade Civil Edilton Oliveira Soares Pré-Território Semi-Árido II José Roberto de Souza Pré-Território Portal do Sertão Sociedade Civil Edilza dos Reis Silva Pré-Território Médio Rio de Contas Poder Público Edvard Bastos de Oliveira Pré-Território Litoral Norte/Agreste Alagoinhas Sociedade Civil Geraldo Oliveira de Santana Pré-Território Sertão do São Francisco Sociedade Civil João Regis da Silva Filho Pré- Territórios Vale do Jequiriça Poder Público Celso Weber da Silva Pré-Território Recôncavo Sociedade Civil Ana Maria Mascarenhas Eloy Canto Pré-Território Bacia do Parnamirim Poder Público Raimundo João Gonçalves Pré-Território Piemonte da Diamantina Sociedade Civil Yon Leite Fontes Pré-Território Extremo Sul Sociedade Civil Maria Aparecida Oliva Souza Pré-Território Itapetinga Poder Público Antônio Fernando Ribeiro Silva Pré-Território Oeste Sociedade Civil José de Jesus Santana Bacia do Jacuípe Articulador Teodomiro Paulo Queiroz de Souza Sociedade Civil Ronaldo Carlos Borges Leite Poder Público Alessandro Vigilante Vera Maria Oliveira Carneiro I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 95 Baixo Sul Chapada Diamantina Sisal Nordeste BA Bacia do Rio Corrente Itaparica Irecê Piemonte do Paraguaçu Litoral Sul 96 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Articulador Pedro José Francelino Azevedo Poder Público Eduardo Azevedo Araújo Sociedade Civil Manoel Luis Apresentador de bpt Antônia Germana dos Santos* Articulador Reginaldo de Azevedo Lima Sociedade Civil Cássio Roberto Mendes Silva Poder Público José Francisco Remédio Sociedade Civil Cleber de Jesus Silva Poder Público Gabriel Carneiro Neto Articulador Valdir Fiamoncini Apresentador BP Urbano Carvalho Oliveira* Apresentador BP Elione Alves de Souza* Poder Público Valter Néri Gomes Articulador Valmira Queiroz Pereira Sociedade Civil Rita de Cássia dos Santos Nery de Souza Poder Público Alexandre Lisboa Articulador Assueres da Silva Santos Sociedade Civil Wilson Carvalho Machado Poder Público Luiz Alberto Barbosa de Souza Articulador Mário Augusto de Almeida Neto Sociedade Civil Braés Souza Cordeiro Poder Público Maria de Lourdes Carvalho da Silva Articulador Renato Coelho da Silva Filho Sociedade Civil Maria Angélica Anunciação * Sociedade Civil Maria das Graças Tourinho Nunes* Articulador Marília Anunciação Souza* Sociedade Civil Roque Borges BA Velho Chico (Médio São Francisco) Inhamuns Crateús Itapipoca Nordeste CE Sertão Central Sertões de Canindé Sobral MA 16 Baixo Parnaíba Sociedade Civil Dermeval Gervásio de Oliveira Sociedade Civil Nilza Francisca Vieira* Apresentador BPT Nayara Cunha da Silva* Consultor Territorial Antônio Lacerda Sociedade Civil Terezinha Lima Chagas Ribeiro Poder Público Francisca Soares Bezerra Noronha Articulador Luis Vicente de Oliveira Sociedade Civil Antonio Alzemar de Oliveira Poder Público Augusto Cezar Junior Gomes Articulador Olímpio Ferreira de Queiroga Neto Apresentador BPT Adriano Sérgio da Silva Andrade* Apresentador BPT Fábio Siqueira Almeida* Apresentador BPT Francisco de Assis Barroso da Silva* Sociedade Civil Vicente Honorato da Silva Poder Público Francisco Ednardo Lima Siqueira Articulador José Arimatéia Rodrigues de Meneses Sociedade Civil Gerusa Maria de Sousa Fernandes Poder Público Francisco Paes Pinheiro Articulador Francisco Ferreira Pinto Sociedade Civil Antônio Darinho do Nascimento Poder Público José Roberto Carlos Cavalcante Articulador Francisco Araújo de Sousa Consultor Territorial Mary Alba Sociedade Civil Juvenal Neres de Souza Poder Público Francisca das Chagas Conceição Ferreira Articulador Raimundo Nonato Pires I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 97 Cocais Lençóis Maranhenses / Munin MA Vale do Itapecuru Nordeste Borborema PB 17 Cariri Médio Sertão 98 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Poder Público Antônio Carlos Carvalho Poder Público Francisco Antônio Piedade Prazeres* Articulador Francisco Tony Martins de Sousa Sociedade Civil Ana Rosa Gonçalves Alves Poder Público Leonardo Pereira de Souza Articulador Maria Rosa Viegas Apresentador BP Lucineude Carlos Pereira* Sociedade Civil Cleres Marques Xavier Mesquita Poder Público Raimundo Índio do Brasil Bandeira de Melo Articulador Paulo Henrique da Silva Coelho* Apresentador BP Maria Domingas Marques Pinto * Apresentador BP Vera Lúcia Costa da Silva * Consultor Territorial Elania Duarte Poder Público Patrícia Vasconcelos Silva Neves Sociedade Civil Roselita Vitor da Costa Albuquerque* Sociedade Civil Antonio Junio da Silva Articulador Geovanni Medeiros Costa Sociedade Civil Alexandre Eduardo de Araújo* Sociedade Civil Braz Reinaldo de Melo Poder Público Aliomar Soares de Araujo Sociedade Civil José de Anchieta de Assis Poder Público Pedro Barbosa Andrade Articuladora Maria do Socorro Figueiredo Araujo PB Zona da Mata Agreste Agreste Central Nordeste PE 22 Mata Sul Sertão do Araripe Sertão do Pajeú Sociedade Civil Flávio Luna de Melo Poder Público Alberto Luiz de Vasconcelos Motta Articulador Severino Ramo do Nascimento Apresentador de BPT Armistrong de Araújo Souto* Apresentador de BPT Luis Silva* Apresentador de BPT João Borges Sitonio* Consultor Territorial Jeanne Duarte Sociedade Civil Lucimar Maria de Oliveira Poder Público Lucivalter Santana Bernado Articulador Genivaldo Menezes Articulador Francisco de Assis Oliveira Sociedade Civil Leoniza Severina dos Santos Sociedade Civil Ozéias Caetano da Silva Poder Público Edson Carlos de Souza Articulador Marcelo Francisco de Lima Sociedade Civil Icaro Antônio Sacramento Lobo Apresentador Risadalvo Jose da Silva* Sociedade Civil João Batista Dias de Oliveira Poder Público Reginaldo Alves de Souza Articulador José Valder de Farias Poder Público José Adelmo dos Santos Sociedade Civil José Carlos Silva Santos Articulador Antônio da Silva Carvalho Apresentador de BP Antônio Marques dos Santos I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 99 PE Sertão do São Francisco Carnaubais Entre Rios Nordeste PI 19 Serra da Capivara Tabuleiros do Alto Parnaíba Vale do Guaribas 100 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Sociedade Civil Rita Maria Rosa da Silva (FETAPE) Poder Público Jorge Malan coelho Amorim Articulador Edson Castro Nascimento (Asa Branca) Apresentador BPT Karlone Cabral Barroca* Consultor Territorial Antônio José Pereira Ferreira Sociedade Civil Maria Nazaré Cardoso Reinaldo Poder Público Wilian Vicente Batista Articuladora Jacira da Silva Lima Sociedade Civil Antônia Maria do Desterro Sociedade Civil Ana Maria dos Santos Costa Poder Público Antônio Luis Mesquita Filho Articuladora Adriana de Sousa Sociedade Civil José Leônicio dos Santos Sociedade Civil Natercia Costa Borges Articulador Waldimir Ferreira Sousa Filho Poder Público José Milton Martin Sociedade Civil Francisco Messias Articulador Rosângela Maria Ferreira da Silva Poder Público Nicole Weber Ferreira dos Santos Sociedade Civil Maria de Lourdes Filha de Sousa Apresentadora de Boas Práticas Luzia Rosalina dos Santos* Poder Público Roland Gerhard Schneider Articulador José Antônio de Souza Batista Assu-Mossoró RN Borborema/Trairi Borborema/Potengi Nordeste Chapada do Apodi RN Mato Grande Seridó Consultor Territorial Francisco Auricélio Articulador José Ferreira da Cunha Poder Público Francisco Darlos Medeiros de Aquino Sociedade Civil Janete Monteiro de Souza Articulador Maria Eleonora de Araújo Barreto Sociedade Civil João Simplício Sobrinho Poder Público Ana Paula Martins e Silva Sociedade Civil Paulo Ananias Alves Poder Público Magnalda Fontoura Articulador Erivan Ezídio Ferreira Sociedade Civil Jose Maria Júnior Poder Público José Sueldo Leite Sociedade Civil Francisco Evânio do Nascimento Articulador Francisco Caramuru de Oliveira Paiva e Azevedo* Poder Público Maria dos Santos Gomes Néri de Sá Articulador Carlos Augusto da Silva Sobral Sociedade Civil Edmundo Seinedino de Oliveira Articulador Emídio Gonçalves de Medeiros Sociedade Civil Eraldo Alves de Araújo Sociedade Civil Francisco das Chagas Medeiros Apresentador BPT Terezinha Maria de Oliveira Medeiros* Apresentador BPT Geilda Feliciano Pereira* I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 101 Alto Sertão Nordeste Centro Sul SE 8 Sertão Ocidental DF 6 Águas Emendadas Centro-Oeste 43 GO 13 Estrada de Ferro Médio Araguaia Centro-Oeste GO Vale do Rio Vermelho Vale São Patrício 102 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Consultor Territorial Carlos Valadares José Carlos de Jesus Santos Abeaci dos Santos Alexsandro Guimarães de Aragão Gismário Ferreira Nobre José Feitosa de Oliveira Maria Adriana Oliveira Santana Renata Ribeiro da Silva Consultor Territorial Socorro Normanha Poder Público Reinaldo da Silva Martins Sociedade Civil Valdete Alves Cardoso Fernandes Jacinto Pinto de Melo Sociedade Civil Rosilda de Sousa Martins* Articulador Lucindo Alves Sociedade Civil Amarildo Lázaro Guimarães Poder Público Manoel Lúcio Articulador Joseane Dantas Alcântara Apresentador BPT José Maurício Caixeta* Apresentador BPT Vicente Pinheiro* Sociedade Civil José Luiz de Andrade Poder Público Wilmar dos Santos Peres Sociedade Civil Daniel Bruno Poder Público Rubens Donizete Bahia Sociedade Civil Maria Pereira dos Santos Cecília de Guadalupe C. Gonçalves Sociedade Civil Carlos Alberto da Silva Articulador Lenir Edgar Gomide Cone Sul MS 11 Da Reforma Grande Dourados Pré-Território Centro-Oeste Baixada Cuiabana MT 13 Baixo Araguaia MT 13 Portal do Amazonas Consultor Territorial Vitor Hugo Garbin Sociedade Civil José Antonio Fernandes* Sociedade Civil Márcia Regina Puppo Poder Público Milton Jorge Andrade Moreira Sociedade Civil Jane Cléia Klein Silveira (IDATERRA) Poder Público Rosane Juraci Bastos Gomes Poder Público Rosana Claudina da Costa Sampaio* Articulador Edílson dos Santos Sarate Poder Público Denise Soares da Silva Padovan Sociedade Civil Olácio Mamoru Komori Poder Público Sidnei Olegário Marques Sociedade Civil Maria Aparecida dos Reis Lewandowski Poder Público Thomas Aquino de Oliveira Articulador Claudia de Matos Fernandes Poder Público Arlindo José Barbosa Filho Articulador Gerson Alves dos Santos* Sociedade Civil Maria Irene Schons Haas Articulador Andrezza Alves Spexoto* Sociedade Civil Alexandre de Azevedo Olival* Sociedade Civil Seyr Ruelis Poder Público Luiz Gonzaga Ferreira da Silva Poder Público Anderson Flores Poder Público Gislaine Amabile Demite Sociedade Civil Vander de Freitas Rocha I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 103 Caparaó Norte ES 17 Pólo Colatina Pólo Linhares Sudeste 75 Centro Cerrano Consultor Territorial Renata Roubach Sociedade Civil Debora da Silva Alves Sociedade Civil Renan Emerik Poder Público José Luiz de Oliveira Articulador Edmundo da Silva Baia Junior Sociedade Civil Joaquim José Serra Poder Público Antonio Locateli Poder Público Luciano Macal Fasolo Sociedade Civil Maria Emília Brumatti Articulador Anderson Barcellos Santos Sociedade Civil Paulo Sérgio Pagoto Sociedade Civil Vinicius de Angelis Ribeiro Mattos Poder Público Marcia Roziane Zumak Sociedade Civil Leonides Antônio de Souza Poder Público Vera Lúcia Martins Santos Poder Público Pedro Vill Apresentador BPT Consultor Territorial Alto Jequitinhonha MG Alto Rio Pardo 104 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Celito Barbosa* Aguinaldo Gomes Ricardo Oliveira Poder Público Ewerton Giovani dos Santos* Sociedade Civil Paulo José Silva Sociedade Civil Pedro Ferreira dos Santos Sociedade Civil Eliseu José de Oliveira Poder Público Anísio Miranda Articulador Júnior César Batista de Almeida Guimarães Rosa Médio Jequitinhonha MG Médio Rio Doce Noroeste de MInas Sudeste Serra do Brigadeiro MG 36 Serra Geral Vale do Mucuri Baixo Jequitinhonha Articuladora Nágila Steffânia Sociedade Civil Maria Aparecida Borba de Castro Poder Público Wendell Pereira de Souza Sociedade Civil Evina Teixeira da Cruz* Sociedade Civil Marcio Pereira Silva Poder Público Solando de Barros Sociedade Civil João Batista Cazassa Poder Público Deyler Nelson Maia Souto Articulador Edina Maria da Silva Apresentador José de Lima Ramos* Apresentador Edvâneo Jorge da Silva* Sociedade Civil José dos Reis Pereira Poder Público Otacílio Cândido Pereira Sociedade Civil Alberto Teixeira Muniz Sociedade Civil Carlos Alberto de Oliveira Sociedade Civil Francisco Gurgel Viana Articulador Maria Luiza Dias Fernandes Apresentador Niuton Teotônio Lopes* Apresntador Paulo Sérgio Gomes* Apresentador João Paulo Dias da Fonseca* Poder Público Horacio Cristo Barbosa Sociedade Civil Jose Antonio Mendes Costa Sociedade Civil Lucimar Ramos dos Santos Silva Poder Público Luiz Mário Leite Júnior Sociedade Civil Nilson Xavier de Andrade Sociedade Civil Fabrício José Sena Almeida Sociedade Civil Marcos Vinícius Dias Nunes Sociedade Civil Sérgio de Pinho Guimarães I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 105 Catuquiriguaçu Centro Sul PR 21 Paraná Centro Sul l 65 Sudoeste Paranaense Sudoeste Paranaense Vale do Ribeira SC 23 106 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Alto Uruguai Consultor Territorial Paulo Nascimento Articuladora Cleusa Francesquet Gowacki Sociedade Civil Luiz Fernando Machado Kramer Sociedade Civil Altair dos Passos* Poder Público João Costa de Oliveira Sociedade Civil Paulo Roberto Scaedler Sociedade Civil Lúcia Wisneiski Sociedade Civil Arno Rodolfo Bonetti Sociedade Civil Adriana Baumel Sociedade Civil Maria Aparecida Geffer Articulador Luiz Carlos Lima Sociedade Civil Osvaldo Rachelle Sociedade Civil Luis Pirin Poder Público Simão Severino Minetti Flores Articulador Pedro Boller Apresentador de BPT Rosa Maria Urbanowiski* Sociedade Civil Walter Roberto Marschner Sociedade Civil Vanderley Ziger Sociedade Civil João Carlos Hilmann Sociedade Civil Nalinez Zanon Articulador Joaquim Gregório Rausis Consultor Territorial Alexandre Santos Poder Público Jean B. D`alascio Sociedade Civil Edemar Anjecevski Articulador Albano Sabatke Alto Vale Chapecozinho Oeste SC 23 Planalto Norte Sul Planalto Serrano Pré-Território Extremo Oeste Poder Público Paulo Arruda Sociedade Civil Maicon Fontanive Articulador Wilsoney Gonçalves Poder Público Marize Coletti Sociedade Civil Valdir Zembruski Articulador Arnaldo Luiz Milan Sociedade Civil Alexandre Bergamin Articulador Gelso Marchioro Poder Público Sérgio Iohan Apresentador de BP Rinaldo Segalin* Articulador João Grein Sociedade Civil Bernadete Masquio Sociedade Civil Roberto Bonfleur Poder Público Volcir Canuto Sociedade Civil Fabiano de Andrade* Sociedade Civil Claudionor de Macedo Articulador Rui Alvacir Netto Sociedade Civil Sílvio Antônio Diehl Apresentador de BPT Simone Aparecida Pereira* Consultor Territorial RS 21 Alto Uruguai Rubem Wiest Tarcísio Samborski Poder Público Volmir Dallagnol Sociedade Civil Luis Tomazelli Articulador Vilson Antonio Babicz I Salão Nacional dos Territórios Rurais • 107 Médio Alto Uruguai Missões Sul RS Região Central Zona Sul do Estado (*) Os nomes com asterisco indicam os apresentadores de Boas Práticas Territoriais. 108 • I Salão Nacional dos Territórios Rurais Poder Público Gilmar Leschewitz Articulador Nereu Piovesan Sociedade Civil Jose Carlos Chierentin Articulador Gilberto Corazza Sociedade Civil Jairo Jair Tavares* Poder Público Pedro Paulo Scolari Pillon* Sociedade Civil Luiz Blásio Wammes Sociedade Civil Lourdes Dill Poder Público Marlene Bamberg Articulador Cláudio Lucca da Cunha Sociedade Civil Louredi Vinagre Borges Poder Público Gilson Gonçalves Teixeira Articulador Carla Michele Rech* Sociedade Civil Alcindo Correa Ramos* Apresentador BPT Fábio Guilherme Bender* Apresentador de BPT Ivo Bonfante*