`Seminário Internacional sobre Meteorologia e

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`Seminário Internacional sobre Meteorologia e
Realizado ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’
em prol duma “solução tecnológica adequada (eficiente, durável, confiável) para o abastecimento de
água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
‘Grupo-Foto
do Seminário
Internacional sobre
Meteorologia e
Dessalinização
da Água’ vendo-se,
no centro, o
Senhor Ministro
da Ciência e
Tecnologia,
Ensino Superior e
Técnico Profissional,
Prof. Doutor Eng.o
Jorge Olívio Penicela
Nhambiu, numa
interacção verbal com
a Directora do IIA,
Prof.ª Doutora Roda
Nuvunga -Luís (de
blusão branco).
O Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Prof. Doutor Eng.o Jorge Olívio Penicela Nhambiu (na foto à direita,
em cima) escutando atentamente o Director Geral da ‘Triónica Moçambique’, Doutor António Morais. Na foto à esquerda, vemos o Eng.º Carlos
Martins (de casaco preto) e a Dr.ª Suneila Chin (de pé e no uso-da-palavra)
e ambos da ‘Triónica-Moçambique); e, empresa ‘Aqua Service’ de Portugal,
o Eng.º Nuno Miguel Justino (de casaco cinzento). Na retaguarda, de camisa branca, vê-se o Prof. Doutor Johan Visagie, da empresa Campbell
Scientific Africa, da África do Sul; e, no canto, à direita desta foto, o Prof.
Doutor Eng.º António Batel Anjo, da ‘Osuwela’ (Associação para a Promoção do Desenvolvimento através da Formação em Ciência).
O ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’ foi organizado, promovido e realizado, no
dia 18 de Novembro de 2015 em Maputo, pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional
(MCTESTP) através do IIA (Instituto de Investigação em
Águas) em parceria com a ‘Triónica Moçambique’ e a ‘Aqua Service’, duas empresas de capitais portugueses; e com a ‘Campbell
Scientific’, da África do Sul.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e
Técnico Profissional, Prof. Doutor Eng.º Jorge Olívio Penicela
Nhambiu, procedeu a Abertura oficial do Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água, na manhãzinha
daquele dia, na Sala de Conselhos, do Edifício-sede do
MCTESTP, em Maputo; perante seis dezenas de Participantes
corporizaram o Seminário Internacional sobre Meteorologia e
Dessalinização da Água; destacando-se a Representante da Embaixada da Holanda, Dr.a Farida Saifodine; o Senhor Secretário
Permanente do MCTESTP, Dr. Celso Laice; a Directora do IIA,
Prof.ª Doutora Roda Nuvunga-Luís; a Prof.ª Doutora Tatiana
Ocasião em que o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e
Técnico Profissional, Prof. Doutor Eng.o Jorge Olívio Penicela Nhambiu
proferia o discurso de Abertura da ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’; vêem-se, ainda, a Directora do IIA,
Prof.ª Doutora Roda Nuvunga-Luís, e o Secretário Permanente do
MCTESTP, Dr. Celso Laice (de gravata vermelha).
Kuleshov, da UEM; o Prof. Doutor Genito Maúre, também da
UEM; a Dr.ª Élia Bila, da Comissão Nacional de Moçambique para
a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura) e o Dr. Justino Marrengula, da Direcção Nacional
de Águas (DNA) e o Eng.º Susartino Palege, do Instituto Nacional
de Irrigação (INIR). Isto para além de Técnicos Superiores ligados
a diversas e prestigiadas instituições públicas e privadas ligadas à
pesquisa e a serviços de fornecimento de água às comunidades.
Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional (MCTESTP) - Moçambique; Av. Patrice Lumumba, n.º 770, Maputo - Tel.:
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Realizado ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’
em prol duma “solução tecnológica adequada (eficiente, durável, confiável) para o abastecimento de
água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
No discurso que proferiu em virtude da Abertura do
‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da
Água’, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e
Técnico Profissional, Prof. Doutor Eng.º Jorge Olívio Penicela
Nhambiu, começou por dizer que “na visão natural, o mundo é
regido por quatro elementos naturais: Água, Terra, Fogo e Ar.
Assim designados porque fazem parte do essencial da Vida humana no Planeta, mesmo não sendo o fogo um elemento natural”.
Observou que “as preocupações mundiais estão centradas, hoje, na sobrevivência da espécie humana na face da Terra e
à consequente dependência da água, da terra e do ar. Mas, sobretudo, da sua qualidade e dos grandes malefícios que pode trazer à
humanidade a sua constante deterioração”. Reforçou afirmando
que “se olharmos para o exemplo mundial, a Indústria é poluidora; gastadora de recursos naturais e destruidora do Meio Ambiente; um preço demasiado alto a pagar pelo desenvolvimento.
Não é esse desenvolvimento que queremos! Queremos um desenvolvimento sustentado, alicerçado na Investigação e que permita estabelecer uma harmonia com o ambiente e com a qualidade necessária para a Vida confortável do nosso Povo”.
O Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e
Técnico Profissional aludiu ao facto de “o Instituto de Investigação em Águas (IIA)”, Instituição tutelada pelo MCTESTP ser
organizadora do ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e
Dessalinização da Água’, em parceria com a ’Triónica Moçambique’, ’Campbell Scientific’ da África do Sul e a ‘Aqua Service’ de
Portugal; frisou que se trata de uma Instituição moçambicana
que “tem o desafio que consiste em investigar, monitorar e
propor novas e melhores formas de usar a Água; Bem precioso
que também é a causa das maiores calamidades a nível nacional e
mundial”, tendo acrescentado que “as cheias e as secas são responsáveis pelo aumento dos «refugiados ambientais»; aqueles
que fogem das suas terras e das suas casas por causas naturais ou
evitando mortes por doenças endémicas, casos da cólera e diarreias, devido ao consumo de água contaminada”.
Advogou que “o tema escolhido para este seminário,
‘Meteorologia e Dessalinização da Água’ é muito pertinente no
momento actual, em que algumas regiões do nosso País estão
enfrentando uma crise hídrica muito grave; caracterizada pela
seca e escassez de água, colocando milhares de famílias em situação de pobreza cíclica”. Nesta perspectiva “os serviços de previsão meteorológica constituem uma Ferramenta fundamental na
gestão dos recursos hídricos, dado que variações de parâmetros
climáticos contribuem para a caracterização ambiental das regiões”. Apontou que “a Água é um factor-chave para a saúde, segurança alimentar e o desenvolvimento económico”, alertando
que “entretanto, a Água é um bem limitado.” e que “precisamos
de utilizar os recursos naturais na actualidade, mas também assegurar que as futuras gerações tenham o mesmo direito”.
Tendo como foco especial, Moçambique, o Ministro da
Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional,
Prof. Doutor Eng.º Jorge Olívio Penicela Nhambiu, disse que “o
Plano Quinquenal do nosso Governo (2015-2019) apresenta
uma abordagem holística e integrada em que assume como uma
das suas prioridades a melhoria dos serviços de abastecimento da
água e saneamento, preservação do meio ambiente e dos recursos
naturais”. Ajuntou que “é neste contexto que testemunhamos com
muita satisfação a realização deste evento internacional sob o lema
‘Meteorologia e Dessalinização da Água’ que propicia a interacção
entre Professores, Investigadores, Associações e Técnicos do Sector de Águas, para a partilha de informação e conhecimento, sobre
os aspectos relacionados com a gestão e uso racional da Água”.
Enfatizou dizendo que “perceber e entender os factores que fazem
da água um elemento fundamental para o desenvolvimento sustentável é uma rica lição, que pode «irrigar» as consciências humanas
na busca do equilíbrio ambiental como prática diária e inadiável”.
Aos ilustres Participantes do ‘Seminário Internacional
sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’, tomando em consideração as suas origens, de Moçambique, Portugal e África do Sul,
o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico
Profissional congratulou “o excelente Espírito de colaboração do
Sector Privado com as Instituições Públicas, na procura de soluções
para a mitigação dos efeitos de escassez da Água para as nossas
comunidades.” Sublinhou que “a expectativa do Governo Moçambicano é que o Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’, através dos seus “resultados frutíferos” dê o
seu contributo “para mitigarmos os problemas de que enferma a
maior parte da nossa população; que é a disponibilidade e o acesso
à Água potável”. Rematou o seu discurso dizendo que tem “a plena
convicção de que o Seminário oferecerá valiosas contribuições ao
nosso trabalho conjunto e promoverá a satisfação do maior e inadiável desiderato comum nesta matéria; ou seja, a disponibilidade e
acesso à água potável por parte das populações”.
O discurso foi atentamente escutado pelas demais individualidades; entre elas, Representantes da Associação ‘Estamos’, da
AIAS (Administração de Infraestruturas de Água e Saneamento),
FIPAG, Administração Regional de Águas do Sul (ARA) - Sul;
AdM (Águas da Região de Maputo) e da Consultec; do INGC,
INAM (Instituto Nacional de Meteorologia), CFPAS (Centro de
Formação Profissional em Águas e Saneamento), INAMAR
(Instituto Nacional da Marinha), Conselho Municipal de MaputoDAS; e do CRA (Conselho de Regulação da Água).
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Realizado ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’
em prol duma “solução tecnológica adequada (eficiente, durável, confiável) para o abastecimento de
água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
Apresentações feitas no ‘Seminário Internacional
sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’
Ao alto, o Eng.o Nuno Miguel Justino, da ‘Aqua Service’, de Portugal,
num pormenor fotográfico sacado aquando do momento da Apresentação do seu tema no ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e
Dessalinização da Água’, realizado a 18 de Novembro na Sala de Conselhos do Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico
Profissional (MCTESTP) em Maputo.
A primeira Apresentação teve a designação geral de
“Apresentação de sistemas de produção de água por osmose inversa, ultrafiltração, incluindo a dessalinização: Princípios de aplicação - Casos de Estudo em Portugal Continental e Ilhas, Cabo
Verde e Angola; e sua viabilidade Económica”.
A Apresentação foi projectada em ‘data show’ pelo Eng.º
Nuno Miguel Justino, da empresa portuguesa, ‘Aqua Service’; que
possui uma “experiência acumulada de 15 anos em tratamento de
águas, controlo e monitorização qualidade da água tratada/
produzida, manutenção das condições de dinâmica de funcionamento de circuitos” dentre demais serviços., como “análises da
água, operações de limpeza, incluindo a limpeza química e desinfecção de circuitos, formação, assistência técnica e gestão de equipamentos de tratamento da água e aplicação de produtos químicos
para o tratamento de águas residuais”. A “adequação de água ao
processo industrial; dessalinização de água do mar, para reutilização” constituem algumas das missões estratégicas desempenhadas
pela ‘Aqua Service’ com o objectivo de “Disponibilizar água para
todos e para todos os usos, de forma sustentável, a preço razoável,
com base num abastecimento seguro e fiável”. Nesta base intencional e operativa o Eng.º Nuno Miguel Justino falou de equipamentos destinados à “Filtração, descalcificação, desferrização,
desmineralização, osmose Inversa, ultrafiltração e desinfecção”,
destacando o “funcionamento das membranas nos processos de
nanofiltração, microfiltração, ultrafiltração, dessalinização e na
osmose inversa (que se refere à recuperação da água do mar para
diversos usos, como água reutilizável para irrigação e para abastecimento a hotéis e a indústrias e não para uso como água potável).
Em relação aos processos de dessalinização, ao se abordar a questão da água-salobre que se comprovou haver em muitos
poços abertos nas zonas rurais de Moçambique, o Eng.º Nuno Miguel Justino, da ‘Aqua Service’, disse que as membranas são úteis
também para o tratamento da água-salobre. Explicou que “para se
obter água com as características finais pretendidas, ela terá que ser
submetida a Pré e Pós-tratamentos; ademais, todos os tipos de
água; água potável de acordo com as normas de WHO (Water
World Organization), água de irrigação, águas de processo ou de
utilidades, água de arrefecimento, água de alimentação de uma caldeira; e água desmineralizada ou ultra-purificada podem ser produzidos a partir de uma Unidade de Dessalinização. E realçou que “
as tecnologias de Pós-tratamento variam com a aplicação final da
água a tratar”, quer seja água-potável, e água-para-rega, quer seja
água-para-processo em indústrias, por exemplo.
Com recurso a funcionamento de equipamentos devidamente contentorizados, experiências de dessalinização de grandes quantidades de água do mar para serviços e higiene há e com
impactos positivos, do ponto de vista de fornecimento de água; é
o caso da “Dessalinização Resort”, do “Hotel Belorizonte” e do
“Hotel Salinas Sea”, na Ilha do Sal, em Cabo Verde. Por exemplo, no “Hotel Belorizonte regista-se uma produção de 300m3/
dia (trezentos mil litros por dia) para Pós-tratamento e obtenção
de água para remineração e desinfecção”. É também o caso do
“Hotel Roça da Mangueiras, no Mussulo, em Angola” e do
“Hotel Martinhal, no Algarve, em Portugal”.
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em prol duma “solução tecnológica adequada (eficiente, durável, confiável) para o abastecimento de
água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
No seguimento do ’Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’ , o Dr. Justino Marrengula, da
Área dos Recursos Hídricos, na Direcção Nacional de Águas
(DNA), de Moçambique, falou das “Estações hidrométricas para
controlo e gestão dos recursos”, cuja abordagem escalpelizou as
origens e causas, factores e efeitos relacionados com fenómenos
associados a Água e às condições climatológicas inerentes à sua
abundância, escassez e utilização para os mais variados fins e interesses no território moçambicano.
O Prof. Doutor Genito Maúre, da Universidade Eduardo
Mondlane (UEM), na sua Apresentação intitulada “Previsão meteorológica como ferramenta de apoio a agricultura, alerta de calamidades e gestão de recursos hídricos” abordou de forma didáctica, informativa e formativa a problemática. Por exemplo, sobre a importância da Meteorologia apontou que “as previsões meteorológicas
são emitidas para: Salvar vidas, reduzir danos a propriedades, reduzir
danos nas culturas agrícolas e permitir que o público em geral saiba
o que esperar nos próximos dias e tomar decisões importantes numa
base diária”. Falou de “Estações de Temperatura, Medição de perfis verticais de ventos, Efeitos da Resolução na Topografia” e dos
“cinco computadores mais rápidos do mundo” que hoje conseguem fazer “triliões de operações por segundo”, quando operados
para a conquista de dados e informações sobre o comportamento
da Atmosfera. Para o nosso País, o prof. Doutor Genito Maúre,
descreve como “Desafios: A Pobre Rede de observação de variáveis
meteorológicas e hidrológicas; a Fraca capacidade computacional
nas Instituições, o Fortalecimento do INAM (Instituto nacional de
Meteorologia” e sugere a criação dum “Instituto Médio de Hidrometeorologia, a Integração de modelos meteorológicos e hidrológicos, a Assimilação de dados de Satélite e outros, e a Capacitação
(tecnológica) do Parque de Ciência e Tecnologia da Maluana”.
A Prof.ª Doutora Tatiana Kuleshov, da Faculdade de Ciências da UEM, na qualidade de Investigadora Principal, apresentou
o “Estudo de Viabilidade para Dessalinização da Água dos Furos
no Distrito de Chigubo. Província de Gaza: Etapa Experimental
sobre Qualidade da Água”. Trata-se duma pesquisa feita por uma
equipe na qual ela estava integrada e que incorporava a Prof.ª Doutora Roda Nuvunga-Luís, Investigadora Principal; o Doutor Avelino
Uamusse, Investigador Auxiliar; e o Investigador Dr. Sérgio Machava. O Estudo observa que “Moçambique está classificado no topo
do Índice de Risco de Desastres (8 de 173) do UNDP (Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento), susceptível a inundações, secas e ciclones tropicais (danos à infra-estruturas, economia,
problemas na saúde pública e do meio ambiente” e indica que a
“Maior parte das regiões semiáridas, como é o caso de alguns distritos da Província de Gaza, particularmente em Chigubo, Chicualacuala e Massangena, são assolados por secas prolongadas, causadas
principalmente pela ausência da precipitação”. O Objectivo, geral,
foi o de “estudar a viabilidade de dessalinização da água dos poços e
furos no Distrito de Chigubo, localizado no norte da Província de
Gaza; e, específico, de “fazer o mapeamento das regiões abrangidas; realizar as análises físico-químicas das águas recolhidas dos poços e furos seleccionados; e comparar os resultados obtidos com
os padrões estabelecidos”. Chigubo “tem uma superfície de 14.864
Km²; 29.387 habitantes; e alberga o Parque Nacional de Banhine
(7000Km²)”.
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em prol duma “solução tecnológica adequada (eficiente, durável, confiável) para o abastecimento de
água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
Liderado pela Prof.ª Doutora Tatiana Kuleshov e pela
Prof.ª Doutora Roda Nuvunga-Luís, o ‘Estudo de Viabilidade
para Dessalinização da Água dos Furos no Distrito de Chigubo.
Província de Gaza: Etapa Experimental sobre Qualidade da
Água’ teve como foco a “Vila Sede do Posto Administrativo de
Dindiza; a Localidade de Nglopfu, localizada a 15 Km da Vila
Sede; e povoado de Nlheazi que dista a 18 Km; e os povoados
de Nhangudzuane e Que-Que; e a Localidade de Nhanale situada
a 50 Km da Vila Sede”.
Revelou que “os valores de CE (Condutividade Eléctrica) para poços e furos estão muito acima dos limites máximos
recomendados pelas normas internacionais (NM ISSO)” e que,
no caso da “agricultura a água com tais valores de CE pode provocar leves queimaduras nas folhas das culturas mais sensíveis
aos sais; principalmente a altas temperaturas, no caso de irrigação
por aspersão”. Em relação a “Cloretos foram determinados pelo
Método de Mohr, que usa como titulante a solução de AgNO3, a
quantidade dos Cloretos apresenta um valor que ultrapassa em
quatro vezes o limite máximo admissível”. Em relação a “ valores de Dureza; eles também ultrapassam os valores admissíveis;
a água dos poços e dos furos em estudo é muito dura”.
No atinente a Nitritos, “os resultados de análise de
Nitritos das amostras de águas de furos e de poços estão abaixo
de valores recomendados”. No referente ao Amoníaco, o Estudo
anotou que “a amónia é uma substância que pode se constituir
em risco para a saúde humana, sendo um componente nitrogenado que pode estar presente naturalmente em águas subterrâneas,
como resultado da decomposição da matéria orgânica em estado
avançado, por exemplo, urina de animais” e constatou “a presença de ião de Sódio (Na+) acima dos limites recomendados nos
furos e poços em estudo” o que comprovou a “salinidade da
água”. E, “em termos de água para fins de domésticos, os resultados dos parâmetros estudados (Condutividade Eléctrica, Cloretos, Dureza, Amoníaco e Sódio) estão acima dos limites recomendados pelas normas INOQ; o que não confere a boa qualidade da água para fins domésticos”.
O Estudo concluiu que a “maior parte dos locais descritos apresentam índices de carência de água” e que “a água de
furos e poços em estudo, não é recomendada consumo humano,
devido ao elevado nível salinidade”. E recomenda “a abertura de
mais sistemas de abastecimento de água nas comunidades locais;
implantação de dessalinizadores de baixo custo; construção de
reservatórios de água; e bebedouros comunitários para o gado”.
O Prof. António Batel Anjo, Assessor do Reitor do ISCTEM (Instituto de Ciências e Tecnologia de Moçambique) e líder
da “ Osuwela - Associação para a Promoção do Desenvolvimento
através da Formação em Ciência”, fez uma Apresentação sobre
“Os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a importância
dos recursos hídricos na Vida das populações”. Foi uma apresentação carregada de simbolismos, culturais e literários, imaginários e
míticos.
Entre analogias ou comparações; entre o que a Água representa no mundo e para as pessoas, e entre o que a Água constitui, do ponto de vista social e económico, o Prof. Doutor António
Batel Anjo, falou da Água como Produto que se desconfigura entre
o líquido, sólido e gasoso; numa variante de propriedades imunes a
qualquer dano que as pessoas queiram infligir. Aflorou ser da responsabilidade humana manter um comportamento proactivo e que
faça com que factores climatéricos absolutamente naturais há milhões de anos sejam alterados, devido a má conduta e a repetidos
actos danosos e maléficos contra a Natureza e os ambientes naturais da Água.
Realçou a necessidade incontornável do uso da água no
quotidiano de todos nós; declarou-se espantado pela leveza e manifesta pouca-vontade que muitas pessoas têm de maltratar a água;
sabendo de antemão que o que a Água dá em troca e de modo incondicional assegura bem-estar individual, saúde e progresso de
forma transversal. E achou ser patético o facto de se construírem
explicações pretensamente científicos para justificar prejuízos que
as pessoas e os seus interesses, pequenos, médios e grandes, causam
nos cursos e nas fontes de Água.
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água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água potável”
O Prof. Doutor Eng.º Johan Visagie, Director da empresa ‘Campbell Scientific Africa’ (CS Africa), da África do Sul,
apresentou variados instrumentos de medição e registo de situações atmosféricas, de acondicionamento de Estações Meteorológicas e de controlo e alerta da humidade. No ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’, o Prof.
Doutor Eng.o Johan Visagie, a sua experiência de monitoria e
controlo de cheias, de verificação e observação de inundações e
exibiu artefactos tecnológicos que servem para a medição e
acompanhamento das condições ecológicas e atmosféricas que
propiciam a ocorrência de problemas associadas à Água. O
tema por ele abordado referia-se à “Meteorologia: Medição de
parâmetros ambientais, para apoio à tomada de decisão de antecipação e mitigação de calamidade - Criação de Rede de medição
do reforço de capacidades”. Falou de procedimentos que permitem efectuar grandes medições sobre cenários ambientais, como
estações automáticas de medição e registo de situações atmosféricas; de medição de níveis de água e de caudais de modo a se
prevenir inundações; alerta através de sinais luminosos que ajudar a prevenir ocorrências climatéricas muito severas e que
atempadamente e numa tela adstrita ajudam a exibir sinais de
medidas preventivas e alternativas a considerar.
Na esfera da agricultura, o Prof. Doutor Eng.º Johan
Visagie aflorou o uso de sistemas de ajuda e aviso para o auxílio
e apoio de pequenos agricultores, para controlo dos efeitos da
seca e no seguimento de programas de alívio dos efeitos da seca.
São sistema que também servem para montar estações de monitoria da qualidade da água dos afluentes de rios que corram nas
proximidades de regiões de exploração mineira e junto de instalações industriais. Falou de estações de energia Solar e Eólica
que ajudam a decidir sobre a rentabilidade dos projectos de energias renováveis. E discutiu a questão das estações de micrometeorológicas para a montagem de fluxos de gases em Estufas, como um instrumento para os estudo de mudanças climáticas, qualidade do Ar e poluição; e para a formação e treinamento do
pessoal técnico.
A empresa ‘Campbell Scientific Africa (CS Africa), está
localizada em Stelllenbosch, na África do Sul, e desde 1996 que
fornece equipamentos científicos à comunidades académicas e
científicas. É uma subsidiária da ‘Campbell Scientific Inc.’ que foi
criada em 1974 com a posta virada para a montagem e fornecimento de tecnologias para pesquisa do ambiente e parcerias em
indústrias de equipamento de monitoria do clima desde o das
zonas do mais baixa temperaturas das regiões Polares, até ao das
altitudes como o do monte Everest, passando pelos climas tropicais secos e húmidos de África até a Austrália.
Um dos aspectos importantes do ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água’, que decorreu no
dia 18 de Novembro de 2015, na Sala de Conselhos do
MCTESTP, em Maputo, foi a alocução feita pelo Eng.º Carlos
Martins, Representante da ‘Triónica Moçambique’; e que acompanhava o respectivo Director Geral, o Dr. António Martins. O Eng.º
Carlos Martins, referindo a danos causados por factores negativos
associados entre a má atitude do Homem e as condições climatéricas adversas, disse que “há registos de perda de 35 por cento (% )
de mangais do Planeta, da extinção completa e florestas em 25 países do mundo, e de degradação de 50% das áreas húmidas da Terra, bem como de 30% de recifes de corais que chegaram a um ponto em que é impossível a sua recuperação”.
Citando o Escritor Francês Victor Hugo, segundo o qual
“« É triste pensar que a Natureza fala, mas o Género Humano não
ouve»”, o Eng.º Carlos Martins frisou que “um estudo de consultoria McKinsey, 53% de Conselhos de Administração de grandes
empresas preocupam-se com perdas da Biodiversidade; o que indica que as organizações devem trabalhar no sentido de identificar
os seus impactos e em como neutraliza-los, gerir riscos e mapear
oportunidades de investimentos”. Afiançou que “empresas como a
‘Triónica Moçambique’ colocam-se ao lado de organismos estatais e
de investigação de processos de mudança, bem como na busca e
implementação de soluções de tratamento de água para consumo
humano”.
A preceder ao acto de encerramento do ‘Seminário Internacional sobre Meteorologia e Dessalinização da Água, feito pelo
Senhor Secretário Permanente do MCTESTP, Dr. Celso Laice; a
Directora do Instituto de Investigação em Águas (IIA), Prof.ª
Doutora Roda Nuvunga-Luís, debruçou-se sobre as “Conclusões e
Acções de seguimento”, tendo destacado a necessidade urgente de
serem concretizadas no terreno as soluções tecnológicas propostas
durante a realização do Seminário. Informou que toda a Equipe de
Técnicos, Moçambicanos, Portugueses e Sul-Africanos, envolvidos
na realização do Seminário, partiria na manhãzinha do dia seguinte
ao da da efectivação do Seminário, dia 19 de Novembro, para o
Distrito de Chigubo, na Província de Gaza; para a observação inloco, das realidades ecológicas, climatéricas, sociais e de escassez de
água ou da condição imprópria dela para o consumo humano; “na
perspectiva de muita rapidamente se implementar a solução tecnológica adequada; eficiente, durável, confiável; para o abastecimento
de água às populações carenciadas ou em zonas de escassez de água
potável”.# (MCTESTP - Comunicação; Moçambique - Maputo;
Novembro, 2015; Paulo Sérgio (Texto e Fotos)
Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional (MCTESTP) - Moçambique; Av. Patrice Lumumba, n.º 770, Maputo - Tel.:
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