Fabricante Rolls-Royce vai fazer parte do programa MIT
Transcrição
Fabricante Rolls-Royce vai fazer parte do programa MIT
ID: 22967946 02122008 Tiragem: 56987 Pág: 31 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 22,14 x 19,80 cm² Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 1 Fabricante Rolls-Royce vai fazer parte do programa MIT-Portugal IAN HODGSON/REUTERS Raquel Almeida Correia O Governo português e o MIT aprovaram a entrada de 13 novos projectos de empresas, que vão dar um contributo de um milhão de euros a A fabricante automóvel britânica Rolls-Royce e a biotecnológica holandesa DMS são duas das novidades que o MIT-Portugal tem para apresentar, pouco mais de dois anos sobre o seu arranque. Fazem parte de um grupo de 13 empresas que decidiram associar-se ao acordo estabelecido entre o MIT e o Governo português. Prevê-se que cedam um milhão de euros, em troca da participação em programas de doutoramento. Até agora, o MIT-Portugal conseguiu angariar oito milhões de euros de investimento privado, destinados ao lançamento do MBA Lisboa, que arranca em Janeiro, aos quais se somam esta nova parcela. “De resto, ainda estamos num nível um pouco incipiente, trabalhando as necessidades financeiras de projecto a projecto”, referiu Paulo Ferrão, director nacional do programa ao PÚBLICO. O Estado, que tem um orçamento previsto de 32 milhões de euros, tendo já gasto “perto de dez milhões”, acrescentou. Estabelecido em Outubro de 2006, o acordo entre o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e Portugal tem uma forte base académica. Vertente a que se dedicou nos dois primeiros anos. Phillip Clay, chanceler do MIT, explicou que “agora é altura de entrar numa no- Rolls-Royce vai associar-se ao programa MIT-Portugal Associação 13 Passados dois anos sobre a criação do programa MITPortugal, estão associadas à iniciativa 13 empresas, entre as quais a Rolls-Royce. Prevê-se que cedam um milhão de euros, em troca de programas de doutoramento. O programa MIT Portugal foi estabelecido em Outubro de 2006. va fase, em que procuraremos atrair mais as empresas”. O responsável, que esteve de passagem por Portugal, para visitar a feira Portugal Tecnológico 2008, acrescentou que o facto de Portugal ser constituído maioritariamente por pequenas e médias empresas “não o torna uma má escolha”. A realidade é que alguns pequenos empresários nacionais têm vindo a público afirmar que não têm recursos nem capacidade financeira para integrar o programa. Há algumas grandes empresas associadas, como a EDP, a Galp, a Martifer e a EFACEC, que estão, inclusivamente, a trabalhar em conjunto para o projecto Green Island (criação de um novo sistema energético na ilha de São Miguel, nos Açores). E um outro grupo, o das multinacio- nais, que “também tem de ser atraído”, rematou Phillip Clay. Até agora, o MIT-Portugal garantira a entrada de empresas como a Agni, que investiu no desenvolvimento de produtos de alta tecnologia, como a concepção de pilhas de combustível para aplicação no sector automóvel, por exemplo. A fabricante britânica Rolls-Royce e a biotecnológica holandesa DMS, conhecida por ter inventado a fibra dyneema, utilizada na indústria naval, metalúrgica e até nos coletes à prova de bala, juntam-se agora à lista de grupos internacionais que fazem parte do programa. No entanto, a sua participação vai ficar limitada à integração de alunos de doutoramento e não a investimento directo estrangeiro. A Rolls-Royce vai receber um já em Dezembro, no âmbito de um estudo sobre sistemas de produção mais ágeis e mais flexíveis, e a DSM começa a trabalhar com o MITPortugal a partir de Janeiro. Por cada aluno, pagam cerca de 50 mil euros. “Vamos continuar o esforço de ter cada vez mais empresas multinacionais, mas também não vamos deixar de procurar pequenas e médias empresas que possam interagir com o programa”, garantiu Paulo Ferrão. Nos relatórios do comité que avalia o desempenho do programa, houve, desde o início, um alerta para a necessidade de o programa de tornar auto-sustentável. Phillip Clay acredita que ainda é possível cumprir esse objectivo nos três anos que restam ao acordo. Porém, o investimento privado, pedra que se pretende basilar para a continuidade e evolução do MIT-Portugal, ainda está muito aquém do esforço do Estado.