- Câmara de Comércio Americana
Transcrição
Entrevista O fim dos lixões e o melhor aproveitamento de resíduos como negócio Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Desde 1921 nº283 set/out 2013 Especial Prêmio Brasil Ambiental foto Energia Sustentável do Brasil Reconhecimento a boas práticas que combinem desenvolvimento e preservação ambiental Brasil Urgente O futuro do império de Eike Batista Radar Cidades: tecnologia e mobilidade Perfil Shell: a sustentabilidade como combustível editorial A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro coloca a questão no dia a dia de seus debates e preocupações e mantém um Comitê de Meio Ambiente que desenvolve o tema em suas discussões permanentes. Desta forma, há nove anos, transformou o discurso em prática e lançou o Prêmio Brasil Ambiental, que premia projetos de todo o Brasil que tragam inovação socioambiental. Nesta Brazilian Business você encontra a cobertura completa desta edição do prêmio. Neste sentido, provocamos um tema da agenda nacional para servir como mote de homenagem da premiação, e a questão do patrimônio cultural entrou em voga, com artigo, também nesta publicação, da presidente do Comitê de Meio Ambiente, Kárim Ozon, sobre as implicações do assunto e os desafios das companhias em aliar crescimento e preservação socioambiental. Os projetos que preservam a identidade, a memória e a história do País concorreram em uma categoria especial. Seguindo essa mesma toada, a centenária Shell nos conta como a sustentabilidade faz parte da empresa e o superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Victor Zveibil, aponta o cenário para a eliminação dos lixões e a transformação de resíduos em negócio. Boa leitura! Conselho editorial Henrique Rzezinski João César Lima Rafael Lourenço Rafael Sampaio da Motta Roberto Prisco Paraíso Ramos Robson Goulart Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Cecília Acioli, Gabriel Portugal, Giuliana Sirena (fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Cláudio Rodrigues, Giselle Saporito, Isabel Correia (texto) Canal do leitor [email protected] Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Publicidade Felipe Tavares [email protected] A tiragem desta edição, de 3.000 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco Tomaz Silva/ABr O Rio de Janeiro tem por vocação, entre outros assuntos até economicamente mais expressivos, a sustentabilidade, não apenas por suas belezas naturais, mas por ter sediado, nos últimos 20 anos, importantes marcos globais de maturação do tema, como a Rio92 e, recentemente, a Rio+20. As empresas, já há pelo menos uma década, têm suas decisões influenciadas por elementos que trabalham em respeito ao meio ambiente e às pessoas, mas sem sombra de dúvida cresceu a exigência de que o próprio negócio deve fazer sentido sendo sustentável. Não se limita mais a políticas de recursos humanos e em não poluir os rios da cidade em que estão as plantas daquela organização, mas em como inserir a sustentabilidade no DNA da empresa ou até mesmo a natureza do próprio negócio ser um elemento ou processo sustentável. Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected] www.amchamrio.com Leia a revista também pelo site amchamrio.com roberto ramos, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira atualizar seus dados, entre em contato com Giuliana Sirena: (21) 3213-9227 ou [email protected] 06 08 12 14 16 18 22 24 26 36 38 40 Em Foco Notícias sobre os encontros mensais dos comitês setoriais da AmCham Rio Entrevista A logística reversa e as possibilidades de negócios a partir dos resíduos de valor em conversa com o superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Victor Zveibil Perfil A sustentabilidade no dia a dia da centenária Shell Brasil Urgente As escolhas, os erros e acertos de Eike Batista nos projetos do empresário Ponto de Vista O Brasil dá sinais de que necessita amadurecer o aspecto de formação de parcerias Radar A tecnologia aplicada em prol da mobilidade urbana e do desenvolvimento econômico na cidade do Rio de Janeiro Coluna Rio A consolidação do movimento Rio Eu Amo Eu Cuido e as parcerias com a população e a iniciativa privada em prol das belezas da cidade do Rio Análise O patrimônio cultural brasileiro chama a atenção e começa a ser inserido na agenda das empresas Especial A nona edição do Prêmio Brasil Ambiental valoriza as boas práticas nacionais que trabalham pelo respeito ao meio ambiente, às pessoas e em benefício do desenvolvimento sustentável From the USA A visita do ex-embaixador Thomas Shannon ao túmulo, em Petrópolis, do embaixador americano que mais tempo viveu no Brasil Ponto de Vista O estresse dos executivos pode contaminar as empresas, diz o presidente do Comitê de Saúde da AmCham Rio, Gilberto Ururahy Amcham News A cobertura completa dos eventos realizados pela AmCham Rio em foco Comitês AmCham Rio Mensuração de resultados O Comitê de Marketing recebeu em outubro o sócio do Grupo Comunicare, Marcelo Mocarzel, e o sócio da NoBlind, Thomaz Terini, para debater metodologias de avaliação e mensuração das ações de comunicação e marketing. Mocarzel falou ao grupo sobre as dificuldades em estabelecer métricas por trás das ações de comunicação e marketing e sobre como medir a percepção de uma marca. Já Terini mostrou a estratégia da NoBlind em ações de marketing com foco na mídia on-line que, segundo ele, podem ser mensuradas de forma mais objetiva. “Podemos medir tudo pela internet, por isso ela é a grande mídia do futuro”, disse Terini. Rio é porta de entrada de turistas O Comitê de Entretenimento, Esportes e Cultura recebeu em setembro o presidente da Federação de Convention & Visitors Bureaux do Estado do Rio de janeiro (FC&VB-RJ), Marco Antonio Navega, que falou sobre os investimentos e as perspectivas para o turismo no Rio de Janeiro. “Estão sendo construídos 3 mil quartos de hotel no Rio, mas precisamos manter o fluxo de turistas após os grandes eventos.” A diretora executiva do Festival do Rio, Walkíria Barbosa, complementou o debate enfatizando ser o entretenimento forte aliado do turismo no Rio. Segundo ela, essa indústria colabora para o crescimento da visibilidade do Estado e pode promovê-lo para o Brasil e para o exterior, ajudando a atrair ainda mais visitantes. Comunicação para transformação A presidente da Rebouças & Associados – Comunicação para Transformação, Nádia Rebouças, conversou em setembro com os membros do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial sobre reputação das marcas e expansão de práticas de responsabilidade social por meio de métodos estratégicos de comunicação. Nádia destacou ser fundamental estabelecer um diálogo entre as três frentes envolvidas em projetos (iniciativa privada, terceiro setor e órgãos públicos) com as comunidades locais, para entender a pertinência e relevância dos projetos. “As empresas, às vezes, não oferecem às comunidades do que elas precisam. Só é possível fazer um planejamento correto depois de um diagnóstico gerado a partir do diálogo.” lixão zero O Comitê de Meio Ambiente teve em setembro a presença do superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, Victor Zveibil. Ele apresentou as metas e estratégias do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado e garantiu que o Rio cumprirá com as determinações estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos dentro do prazo. A preocupação com a destinação correta de resíduos se tornou, segundo ele, uma política estratégica para o Estado, que pretende ter, até o fim deste ano, 100% dos resíduos gerados destinados a aterros sanitários. sOmOs dO tamanhO da Ativos intangíveis em debate O Subcomitê de Propriedade Intelectual da AmCham Rio promoveu em setembro uma rodada de discussão sobre a importância da proteção à propriedade intelectual e os desafios da mensuração de ativos intangíveis. A vice-presidente da consultoria especializada em avaliação da Apsis, Ana Cristina França, apresentou ao grupo as formas de mensuração de ativos intangíveis. De acordo com ela, o ativo só tem valor se é percebido e qualificado por agentes externos, como investidores, clientes e marcas concorrentes. O advogado especialista na área de Securitização da Fiad, Leite & Simões Corrêa Advogados Bruno Simões trouxe ao debate elementos sobre a prática financeira, que agrupa diferentes tipos de passivos financeiros e converte em títulos padronizados negociáveis no mercado de capitais. “O fato de estruturar o valor da propriedade intelectual à marca gera mais valor e garantia”, explicou. nOssa respOnsabilidade. a amil é o maior plano de saúde do brasil. são mais de 6,8 milhões de clientes contando com a gente dia e noite. Famílias inteiras, empresas inteiras que têm cada vez mais certeza de que sabem em quem confiar. Leia mais em www.amchamrio.com O maiOr planO de saúde dO país. 6_Edição 283_set/out 2013 amil.com.br sustentabilidade entrevista Victor Zveibil Brazilian Business: O que mudou com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que no fim do ano completa três anos em vigor? Victor Zveibil: Historicamente, a responsabilidade dos resíduos sólidos sempre foi dos municípios, e a Lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, reforça esse papel em relação ao sistema de coleta. A novidade é que ela traz o conceito da responsabilidade compartilhada, em que todos que participam da cadeia têm uma função: o consumidor deve encaminhar o resíduo para a coleta seletiva, assim como o distribuidor, o fabricante e o importador têm um papel a desempenhar. Superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Victor Zveibil Rio deverá ficar O livre de lixões até agosto de 2014, diz Secretaria do Ambiente Logística reversa muda a rotina das empresas e abre oportunidades, desde a criação de novas tecnologias, design e materiais até a prestação de serviços Por Isabel Correia 8_Edição 283_set/out 2013 Rio de Janeiro alcançará as determinações estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regida pela Lei 12.305/10, prestes a completar três anos, entre elas o fechamento de todos os lixões, até agosto do ano que vem. Quem garante é o superintendente de Políticas de Saneamento da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Victor Zveibil. Em entrevista à Brazilian Business, ele afirma que o fechamento dos lixões no Estado está relacionado à criação de consórcios entre os municípios e arranjos regionais. De acordo com Zveibil, o Rio já tem oito consórcios formalizados entre municípios e os lixões fechados serão remediados até 2016. Quando o assunto é logística reversa, o especialista da Secretaria Estadual do Ambiente também ressalta as responsabilidades das empresas. Quem coloca seus produtos no mercado passa a ter que se preocupar com os resíduos gerados após o consumo. Essa determinação, explica Zveibil, pode ser vista como uma grande oportunidade, seja para a criação de novas tecnologias, design e materiais ou mesmo para a prestação de serviços. Leia a seguir como o Estado do Rio está conseguindo remediar esse cenário e trilhar um caminho mais sustentável e adequado para a destinação e o tratamento de resíduos, além de auxiliar no fomento de mudanças de atitude da população e do empresariado. Andrea Blum BB: Qual o peso da logística reversa nesse processo? VZ: O que a lei traz de mais inovador é a abordagem em relação à logística reversa, tema de maior interesse e preocupação dos empresários. Antes dessa nova legislação não havia nenhuma determinação que contemplasse a logística reversa, nem o termo era utilizado. Isso é absolutamente novo. A partir de agora, vários sistemas precisam ser implementados, de responsabilidade de quem gerou, envasou ou distribuiu, para que esses resíduos voltem para a cadeia produtiva. Com isso, surge um grande espaço de oportunidades, com geração de tecnologias, design, novos materiais e novas formas de trabalho e renda, com a possibilidade da redução do uso de mais matéria-prima. BB: Qual o papel do governo do Estado diante da nova lei? VZ: Mesmo considerando que pela lei a responsabilidade pelos sis- temas de coleta e disposição final de resíduos sólidos urbanos é dos municípios, o Estado do Rio entende que tem papel estratégico para apoiá-los. Sozinhos os municípios não dão conta, pois, além de não estarem acostumados a planejar e cobrar adequadamente, o modelo é complexo e de alto custo de operação e manutenção. Por isso, o Estado se propôs, desde 2008, a avançar nessa perspectiva de auxiliálos. É o que chamamos de Pacto pelo Saneamento, uma iniciativa que envolve três programas – Lixão Zero, Rio+Limpo e Guanabara Limpa – frutos de parceria entre as secretarias estaduais do Ambiente, de Agricultura e Pecuária e de Obras, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). BB: Como o pacto atua em relação aos resíduos? VZ: Tratar os resíduos foi a nossa primeira questão. Isso porque todo o município do Rio depositava resíduos no lixão de Gramacho, que recebia 10 mil toneladas por dia de lixo, a maior vergonha da América Latina. Os municípios, isoladamente, não conseguiriam fazer seus aterros sanitários. Mesmo se recebessem aterros sanitários, não teriam recursos para operá-los. Foi nesse sentido que criamos o Lixão Zero, e seguimos em duas frentes. Primeiro, incentivando a iniciativa privada na implantação de aterros sanitários, ou o que chamamos de centrais de tratamento de resíduos, com o Estado licenciando aterros privados nas áreas mais atrativas para o capital privado, na região metropolitana, nos grandes centros e nas cidades médias. Para as menores, o Estado mobilizou os municípios a criar consórcios intermunicipais e aportou recursos próprios, do Fundo Estadual de Conservação Ambiental, para a construção de aterros sanitários. A segunda preocupação foi a criação de aterros sanitários, consórcios e soluções de disposição final para poder encerrar os mais de 60 lixões que havia no Estado. A Secretaria do Ambiente também trabalha nos projetos de remediação em casos mais extremos ou de alta contaminação. BB: Há quantos consórcios no Estado e como eles atuam? VZ: Já temos oito consórcios formalizados, e o Estado está autori- zado a participar desses consórcios como ente consorciado. Essa também é uma diferença da política de Estado do Rio de Janeiro. Apesar de a lei incentivar a formação de consórcios, ainda são elementos muito frágeis no Brasil, principalmente por não haver ainda uma cultura entre os municípios. Com a participação do Estado, vamos dando mais musculatura aos consórcios. Temos também o que chamamos de arranjos regionais, que são aterros privados já existentes, que atendem a vários municípios, só não estão formalizados como consórcios. Como o aterro de Seropédica, que atende não só a Seropédica, mas o Rio de Janeiro e Itaguaí. Como já funcionam, a ideia é incorporá-los. BB: Como está o Rio de Janeiro diante das determinações da lei de resíduos sólidos? VZ: Até o fim de 2016, todos os lixões têm que ser encerrados. De acordo com o Governo Federal, o Rio de Janeiro será o primeiro a se enquadrar nas determinações da nova lei de resíduos sólidos. Já estamos bem perto dessa marca histórica. O Pacto de Saneamento determina que até 2014 devemos encerrar no Estado do Rio todos os lixões, remediando o passivo ambiental deles até 2016. Ao mesmo tempo, o programa Lixão Zero induz e apoia o setor privado a criar soluções para a disposição adequada do lixo. Também ajudamos as prefeituras, não apenas em relação aos aterros sanitários, mas também na remediação dos lixões. Estamos fazendo essa política de indução, atração, congregação, institucionalização de desenhos para que os municípios se fortaleçam e aprendam a lidar com esses sistemas. BB: Quais são as metas de reciclagem para o Rio de Janeiro no curto prazo? VZ: A Comlurb está se propondo a chegar até o fim de 2013 com 900 toneladas diárias de resíduos nobres. No Plano Estadual de Resíduos Sólidos estamos colocando uma meta similar para ser alcançada até o fim de 2014, como ação emergencial. Isso significa que pretendemos alcançar a marca de 10% de todo o lixo produzido no Estado, que chega a 17 mil toneladas de resíduos recicláveis. Temos aí uma grande oportunidade para toda a cadeia produtiva da reciclagem, tanto para o catador e a cooperativa como para a indústria da reciclagem, que precisa se consolidar no Rio de Janeiro e avançar em tecnologia. Esse resultado também evitaria o uso de nova matéria-prima.→ A lei está completando três anos, e o que ela traz de mais inovador é a abordagem em relação à logística reversa, tema de maior interesse dos empresários Edição 283 Brazilian Business_9 sustentabilidade entrevista victor zveibil BB: Qual a mudança provocada pelo término do lixão de Gramacho? VZ: Em 2010, apenas 11% do lixo do Rio era destinado para ater- ros sanitários. Em 2011, chegamos a 40% em aterros sanitários e 60% em lixões. De 2011 para 2012 a situação se inverteu. Isso porque as 10 mil toneladas de lixo que iam diariamente para Gramacho, à beira da Baía de Guanabara, passaram a ser destinadas ao aterro de Seropédica. O lixão de Gramacho durou 40 anos e para desconstruí-lo foi necessário um trabalho conjunto de quase 50 entidades capitaneadas pelo Estado e pela prefeitura do Rio em um esforço para incorporar os cerca de 1.700 catadores e suas famílias. Estamos falando de um bairro todo que vivia do lixão. O ponto atual desse processo é a criação de um polo de reciclagem, com quatro cooperativas, em Jardim Gramacho, com esse pessoal que já tem know-how do processo. BB: Como o senhor avalia a cobrança de taxa de acordo com o volume de lixo produzido por unidade, como já foi adotado em São Paulo? VZ: Do lado da produção, interessa que a concepção do produto gere menos resíduo e tenha mais durabilidade. Para o consumidor, quanto menos resíduo ele gerar, em tese, a taxa cobrada será menor. Na França, por exemplo, todo mundo que compra um perfume deixa a caixa na loja. Aqui, alguns supermercados já estimulam De acordo com o Governo isso. Mas não adianta fazer a mudança Federal, o Rio de cultural sem mudar o sistema de coleta. Janeiro será o primeiro Por isso, é preciso ter a coleta seletiva a se enquadrar nas e a cobrança de taxa. A própria lei fedeterminações da nova lei deral já diz que os municípios têm que cobrar dos grandes geradores, como de resíduos sólidos hotéis, restaurantes, bancos etc. BB: Do que o Rio precisa para ser um exemplo de reciclagem? VZ: O Rio ainda não é um polo de reciclagem e, para que se tor- ne, é preciso avançar em tecnologia, pois nem tudo é facilmente reciclável. Nosso interesse é a desoneração da cadeia produtiva da reciclagem. Se já foram pagos todos os tributos para a fabricação do material, por que devem ser pagos novamente, ainda mais sendo algo positivo tanto para a geração de trabalho e renda quanto para o meio ambiente? BB: E a secretaria trabalha nesse sentido? VZ: Estamos em conversa com a Secretaria de Estado de Desen- volvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis). Temos um grupo de trabalho nessa direção, que é uma das diretrizes do plano estadual de resíduos sólidos. Se o Estado entende que esse é um campo saudável e tem uma política voltada para a redução de emissões, justamente para compensar a exploração de petróleo e gás, e para novas tecnologias, a chamada economia verde, para nós é interessante que haja esse tipo de demanda. Mas isso ainda não está consolidado na legislação estadual e precisa ser mais bem estruturado. As soluções para a reciclagem, tecnologia e indústria têm um espaço fantástico de oportunidade para todos os tipos de empreendedores. São milhões de nichos. Eu diria que uma nova revolução industrial pode acontecer. 10_Edição 283_set/out 2013 BB: E em relação à logística reversa, como estão os projetos? VZ: A Lei 12.305/10 traz obrigações para as empresas geradoras, importadoras e distribuidoras, que devem transformá-las em oportunidades. O descarte de alguns materiais ainda depende de acordos setoriais nacionais, como é o caso de lâmpadas, eletroeletrônicos e medicamentos. Também estamos discutindo no plano estadual um acordo para veículos em fim de vida. BB: Como a logística reversa impacta na cadeia industrial e de reciclagem? VZ: Para cada tonelada de garrafas PET no mercado, por exemplo, é necessário ter uma estrutura com escala suficiente para retirar uma parcela desse material. Se não, isso vai parar nos rios, canais, córregos e na Baía de Guanabara, ou vai para o sistema municipal de coleta. Nesse caso, o município acaba tendo que gastar dinheiro com o resíduo que o gerador produziu, vendeu e recebeu por isso. Para enfrentar esse problema, há os acordos setoriais. Cada empresa assume a responsabilidade de retirar o resíduo em quantidade proporcional ao volume de produtos que colocou no mercado. As partes assumem metas e vão trabalhando paulatinamente. A solução não pode vir por decreto porque as empresas repassariam o custo para o consumidor e os produtos aumentariam de preço. BB: Como o senhor analisa os acordos setoriais de logística reversa? VZ: Esses grupos têm que se reunir e definir como criar uma entidade gestora que receberá o proporcional a tudo que foi gerado e fará as campanhas de conscientização, além de apoiar os sistemas de catadores, municípios etc. Depois, ela controla quantas toneladas por dia foram colocadas e quantas foram retiradas. No Brasil já existem várias entidades que realizam esse papel, como o Sindirrefino, para óleo lubrificante, o Sindicom para embalagens de óleo lubrificante, e a Reciclanip, para pneus. O conflito está nas embalagens em geral, que misturam vidro, plástico, metal no sistema de coleta municipal, o que é extremamente complicado. Se fosse simples, já estava resolvido. O grande entrave é que as empresas, que na Europa pagam para uma entidade gestora, não querem que seja criada uma entidade aqui. Essa queda de braço está acontecendo em nível federal. Nosso futuro depende de inovação para operarmos de forma mais limpa, mais segura e mais inteligente. A cada ano, investimos bilhões em tecnologias mais inteligentes para o desenvolvimento de petróleo e gás, introduzimos novas formas de energia no mercado, e investimos em projetos inovadores com Nosso futuro depende de inovação ideias brilhantes para o futuro. para operarmos de forma mais limpa, mais segura e mais inteligente. Portanto, nãoinvestimos apenas pensamos A cada ano, bilhões em tecnologias mais inteligentes para o desenvolvimento de petróleo e gás, como uma empresa de tecnologia — introduzimos novas formas de energia no mercado, e investimos somos uma empresa de com tecnologia. em projetos inovadores ideias brilhantes para o futuro. Portanto, pensamos Saiba maisnãoemapenas chevron.com/weagree como uma empresa de tecnologia — somos uma empresa de tecnologia. Saiba mais em chevron.com/weagree CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. ©2011 ©2011 dada Chevron Chevron U.S.A. U.S.A. Inc. Inc. Todos Todos osos direitos direitos reservados. reservados. Dr. John Kelly III John McDonald Vice-presidente Sênior IBM Research IBM Dr. John Kelly III Vice-presidente e Diretor de Tecnologia Chevron John McDonald Vice-presidente Sênior IBM Research IBM Vice-presidente e Diretor de Tecnologia Chevron sustentabilidade perfil A única forma de fazer negócios Shell faz da sustentabilidade uma aliada da produção de energia e enxerga um futuro promissor para o Rio de Janeiro “O desenvolvimento sustentável vai se tornar a única forma de fazer negócios.” A frase é de Pedro Casemiro, gerente de Relações Externas da Shell do Brasil, explicando como a companhia anglo-holandesa faz das questões ambientais e sociais suas aliadas. A chave para atingir esse objetivo, ressalta o executivo, é a criação de parcerias. “O desenvolvimento sustentável está no centro da estratégia da Shell”, afirma Casemiro. “Em todas as atividades de exploração e produção desenvolvidas pela companhia, a colaboração com comunidades, governos e ONGs, entre outros agentes, ajuda-nos a operar de maneira segura e responsável. A gestão da segurança da Shell é feita por meio de processos rigorosos e de uma cultura de segurança que faz parte do nosso dia a dia. Todos que trabalham aqui, assim como nas joint ventures operadas pela Shell, têm a obrigação de seguir regras de segurança próprias, intervir em situações de risco e respeitar os vizinhos e o meio ambiente.” Para a Shell, fazer negócios de forma responsável ajuda a empresa a conseguir maior produtividade e a criar benefícios para todos. De acordo com o gerente de Relações Externas, a empresa desenvolve as atividades de exploração e produção de maneira competitiva, sempre buscando formas inovadoras, mais seguras, simples e de menor impacto – e justamente por isso mais sustentáveis – de produzir energia. “Exemplo disso é que, ao longo dos últimos anos, a companhia destinou mais de US$ 1,1 bilhão para investimentos na área de Pesquisa e Desenvolvimento. Com o foco na sustentabilidade do planeta e do negócio, a Shell trabalha para entregar projetos de forma mais eficaz, fornecer aos clientes produtos mais eficientes, desenvolvendo a cadeia de fornecedores e postos de trabalho para as empresas locais.” 12_Edição 283_set/out 2013 Isso significa olhar atentamente para cada etapa do processo de produção. Funcionários, colaboradores, fornecedores e todos os envolvidos na cadeia produtiva precisam estar afinados com a gestão de segurança e de sustentabilidade da Shell. Essa estratégia influencia até na escolha dos fornecedores. Com esses cuidados, a companhia avalia que sustentabilidade não é um problema, mas a única forma de desenvolver oportunidades e controlar riscos nos negócios. Assim, consegue estar em consonância com as cada vez maiores exigências de consumidores, em particular, e da sociedade em geral. Dentro dessa história cheia de energia, a empresa vem aprofundando suas relações com o Brasil ao longo dos últimos cem anos. Essa presença ajudou a companhia a diversificar a atuação, ampliando a produção de biocombustíveis. “A Shell completou, orgulhosamente, em abril de 2013, cem anos de atuação contínua no Brasil. Durante todo o primeiro século de presença no País, a sustentabilidade do negócio foi vista como um dos principais pilares da estratégia da companhia. A Shell acredita que a entrega responsável de energia mais limpa, mais confiável e acessível é a melhor contribuição que pode fazer hoje para um mundo mais estável, em que as economias possam prosperar”, afirma Casemiro. “Pela primeira vez em sua história, a companhia produziu, globalmente, mais gás natural do que petróleo em 2012. O gás, como se sabe, emite menos CO2 do que o carvão utilizado para gerar eletricidade. A Shell está ajudando a desenvolver a captura e o armazenamento de carbono, que pode ser significativo na redução global dos gases de efeito estufa. Por intermédio da Raízen, joint venture com a Cosan, a companhia está produzindo no Brasil o biocombustível de menor emissão de carbono disponível comercialmente, o etanol de cana-de-açúcar. A Shell também está trabalhando para melhorar a eficiência energética de suas próprias operações.” Sustentabilidade não é um problema, mas a única forma de desenvolver oportunidades e controlar riscos nos negócios Competição anual de eficiência energética promovida pela Shell ajuda a desenvolver novas tecnologias A missão da Shell em termos sustentáveis é permanecer capaz de enfrentar os desafios do futuro. Além de reconhecer que os combustíveis fósseis continuam fundamentais nas próximas décadas – foi uma das vencedoras do leilão do Campo de Libra, formando consórcio com Petrobras, Total, CNPC e Cnooc –, a companhia investe na produção das abundantes reservas de gás natural disponíveis no mundo. “Essa estruturação ajudará a companhia a suprir uma crescente demanda energética, ao mesmo tempo que a impulsionará a diminuir emissões de carbono e equilibrar essa demanda de energia com a necessidade mundial de água e alimentos”, esclarece Casemiro. No horizonte, a Shell enxerga o crescimento da população mundial ao ritmo médio de um Rio de Janeiro por mês até 2050: pessoas que vão precisar de energia eficiente, acessível e mais barata, sem comprometer o acesso à água e comida. “Nesse contexto, segurança energética para o futuro significa não apenas energia mais abundante, mas energia mais inteligente e sustentável. Indústria, governo e sociedade precisam dialogar, trabalhar juntos para mudar o cenário, encontrar soluções que podem surgir, por exemplo, de investimentos em desenvolvimento e produção de reservas de gás natural e do apoio à regulamentação e fomentação do desenvolvimento de tecnologias do sequestro de carbono”, diz o especialista da Shell. Para o Estado do Rio, a empresa de energia vê um futuro promissor: “Recentemente, a companhia celebrou os dez anos da produção de petróleo e gás em Bijupirá e Salema e se comprometeu com a continuidade do projeto dentro dos mais elevados padrões de qualidade de indústria. Por meio de um trabalho de redesenvolvimento, com a perfuração de quatro novos poços de produção, a Shell espera prolongar em seis anos a vida útil desses campos – já maduros – de 2016 para 2022, com um novo pico de produção estimado em 35 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia em 2014. São metas audaciosas para um futuro próximo, mas que demonstram o direcionamento dos planos da companhia para os próximos 20 e 50 anos para o País e para o Rio de Janeiro. A Shell tem como grande desafio desenvolver um futuro de segurança energética para os 9 bilhões de pessoas que habitarão o planeta Terra em 2050”. “Pela primeira vez em sua história, a companhia produziu, globalmente, mais gás natural do que petróleo em 2012” Edição 283_Brazilian Business_13 divulgação Por Cláudio Rodrigues energia brasil urgente A ascensão e queda do Império X e o alto custo da lição a ser aprendida As lições aprendidas nos erros e nas promessas do estilo Eike Batista de fazer negócio Helio Blak_sócio-diretor da Integridade Consultoria em Estudos Econômicos Ltda. C ertamente muito já se falou e escreveu sobre o chamado Império X e a repercussão dos fatos no nosso dia a dia. Por essa razão corremos o risco de sermos tachados de “engenheiros de obra feita” ao abordar o tema. Entretanto, cabe assinalar que muitas pessoas com experiência no desenvolvimento de empreendimentos de grandes alcance mantinham dúvidas sobre a viabilidade do conjunto de projetos que acabaram por se transformar numa intrincada rede de participações cruzadas. Para agravar esse cenário, os mesmos estavam baseados em uma perspectiva de resultados cuja comprovação dependia de informações sobre uma complexa geologia, e que nunca chegaram ao público de forma consistente. $ 14_Edição 283_set/out 2013 $ Muito embora a repercussão sobre essa derrocada esteja vinculada principalmente à OGX, a tão decantada “joia da coroa”, gostaria de tratar aqui de temas precedentes que atestam uma visão discutível por parte do celebrado “empreendedor ousado e inovador”. Certamente influenciado e ao mesmo tempo amparado pelo histórico paterno, nos anos 1980 o jovem se lança em busca do ouro, em iniciativas na Amazônia e também pela listagem de Junior Company na Bolsa de Toronto, entidade focada em projetos de mineração não só no Canadá como também em outros países. Essas iniciativas ao longo do tempo se frustraram, especialmente em projetos na Grécia e na ainda existente União Soviética, o que fez com que ele abandonasse essa vertente e buscasse outras aventuras que o levariam a novas frustrações, desde uma indústria de cosméticos a uma fábrica de jipes (JPX). Mesmo com essa sequência de insucessos, mas com uma suposta credibilidade advinda de berço, o já não tão jovem “empreendedor ousado” inicia, na virada do século, um novo processo de construção de uma imagem de inovação, buscando o convencimento de potenciais investidores, ávidos por oportunidades num período de elevada liquidez no mercado internacional. É nesse momento (2005/2006) que surge o primeiro grande empreendimento do agora denominado Império X, com a criação da MMX, englobando três projetos de produção de minério de ferro (Quadrilátero Ferrífero, Corumbá e Amapá), um mineroduto e um porto para o escoamento do minério. Cabe aqui assinalar que para todos os que militam no setor causaram perplexidade a constituição e a posterior abertura de capital dessa empresa, baseada em projetos que já eram sobejamente conhecidos das mineradoras brasileiras como áreas já de há muito descartadas por razões que iam da baixa qualidade dos minérios ali encontrados à complexidade da logística envolvida. Essa é uma história triste e que esperamos seja tratada pelos investidores, especialmente os internacionais, como um caso isolado Na medida em que o mercado “comprou” o projeto, abriu-se a possibilidade de rapidamente monetizar parcela desses recursos captados, e o passo seguinte foi a venda pelo até hoje inexplicável valor de parcela do projeto por absurdos US$ 5,5 bilhões para a Anglo American, que até hoje se vê às voltas com estouros expressivos de orçamentos para viabilizar o empreendimento. Animado com a perspectiva de continuar atraindo novos investidores, incentivados pelos bancos de investimento interessados nos IPOs e com o beneplácito da CVM, que passivamente autorizou uma sequência de aberturas de capital das empresas da cadeia de óleo e gás, o nosso “destemido empreendedor” formulou uma estratégia baseada meramente na expectativa de exploração e produção de um óleo que moveria toda a cadeia produtiva, desde a construção das plataformas até o escoamento pelo “superporto” também em construção. Em paralelo, e sempre preocupado em ficar em evidência, iniciou uma nova e caótica diversificação, envolvendo restaurantes, barcos de turismo, empreendimentos imobiliários etc., todos tirando o foco, que deveria se concentrar no core business. Tudo funcionaria se as supostas reservas tão alardeadas pudessem ser de fato comprovadas, mas infelizmente a geologia não é uma ciência exata e antecipar expectativas nesse caso é uma postura extremamente temerária. Culpar exclusivamente Eike por esse desastre seria injusto. Naturalmente, parcela expressiva desse resultado cabe a ele pela empáfia e irresponsabilidade ao divulgar dados preliminares como sendo definitivos, além de concentrar o risco numa cadeia de projetos (estaleiro e porto, principalmente) que dependiam fundamentalmente da resposta em downstream, ou seja, da produção efetiva de petróleo e gás. Entretanto, é importante deixar registrado também que cabe à CVM boa parcela de responsabilidade por autorizar em sequência os IPOs das chamadas “empresas power point”, ou seja, aquelas baseadas meramente em desejos/perspectivas, em atitude sem precedentes na história do nosso mercado de capitais. Além disso, houve omissão em não se exigir em nenhum momento que boas práticas de governança e gestão fossem adotadas no conjunto das empresas, em que Eike reinava de forma praticamente absoluta nas decisões estratégicas tomadas. Essa é uma história triste e que esperamos seja tratada pelos investidores, especialmente os internacionais, como um caso isolado, de modo a não afetar a reputação do nosso mercado de capitais, mas é certamente uma lição das mais caras para a correção de uma sequência infindável de erros e omissões. Edição 283 Brazilian Business_15 ponto de vista Inayara Kjaer e Anderson Dutra Sócia da área de Integração e Separação da KPMG no Brasil e diretor da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil As tendências de parcerias no Brasil: superando as barreiras culturais A s expectativas dos investidores têm apontado para um Brasil menos atraente, e isso se reflete já na projeção de crescimento com a redução recente do Produto Interno Bruto anunciada pelo governo e o menor número de transações de fusões e aquisições. Contudo, o Brasil começa a se posicionar como um país que necessita amadurecer o aspecto de formação de parcerias. Apesar da redução no volume total de fusões e aquisições, existe um volume considerável de formação de parcerias que possuem aspectos bastante qualitativos, principalmente para a indústria de óleo e gás, que tem ampliado cada vez mais sua participação no PIB brasileiro. Os investimentos recentes na 11ª rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), quando 58 dos 159 blocos foram licitados em parcerias, bem como no leilão do Campo de Libra, já apontam essa necessidade, uma vez que os investimentos no pré-sal serão extremamente custosos e exigirão um elevado grau de objetividade e ceticismo profissional, relacionados com a gestão dos riscos envolvidos no processo exploratório dos campos. Sem mencionar o sistema de partilha, em que a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras será a operadora e é obrigada a participar com pelo menos 30%, algumas empresas que tradicionalmente atuam como operadoras começam a abrir portas para parceiros, que não necessariamente são experientes no setor, porém são empresas com apetite financeiro para assumir o risco do investimento. Bancos de investimentos e private equities começam a reconhecer essa oportunidade de investimento direto. O Brasil começa a se posicionar como um país que necessita amadurecer o aspecto de formação de parcerias Nesse sentido, os aspectos culturais empresariais são poucos observados, contudo são os mais problemáticos na formação dessas parcerias. O empresariado brasileiro no setor é substancialmente centralizador e carrega uma cultura tradicionalmente hierárquica. Geralmente, os parceiros são estrangeiros, corporativos ou investidores financeiros, portanto, a superação das diferenças culturais é chave para criar valor e atingir as metas da parceria. Em vez de encarar essas diferenças como peças incidentais consequentes da parceria, é importante colocá-las no centro da discussão, diminuindo os riscos e gerando sinergias. O entendimento da forma como uma empresa toma decisões, suas aptidões colaborativas, competitivas, ou se é uma organização burocrática ou superfocada em atingir seus objetivos, será determinante no alcance dos objetivos da parceria, sendo alguns deles: aumento da capilaridade de venda, ganho de market share, complementariedade de competências ou sinergias de know-how. Temos acompanhado esses movimentos e acreditamos que existem muitas oportunidades no Brasil para formação de empreendimentos cooperados. Nossa experiência, por meio do assessoramento aos nossos clientes nesse tipo de transação, mostra que três ações são essenciais para a geração de valor: • Identificação de diferenças culturais no início da formação da parceria, com o objetivo de mitigar riscos culturais o mais rápido possível. ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law • Análise do impacto financeiro potencial de problemas relacionados a diferenças culturais dentro da parceria, como, por exemplo: agilidade na tomada de decisão, desempenho dos empregados, políticas internas de remuneração em descompasso, velocidade dos processos internos, modelo mental de negócios, planejamento estratégico etc. • Utilização das diferenças culturais como fator gerador de valor na parceria. Por exemplo, a união da expertise operacional de uma estatal de petróleo com o know-how financeiro e a agilidade de um banco de investimento gera diversos desafios, contudo, se realizado adequadamente, gerará uma vantagem competitiva difícil de ser igualada. Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar Leblon – Rio de Janeiro – RJ Centro – Rio de Janeiro – RJ Itaim Bibi – São Paulo – SP 22431-050 – Brasil 20050-005 – Brasil 04543-000 – Brasil T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100 clcmra.com.br 16_Edição 283_set/out 2013 radar Mais do que A maravilhosa, inteligente O Rio de Janeiro aposta que a cidade do futuro oferece informações, serviços e respostas ao cidadão, melhorando assim a qualidade de vida e a produtividade Por Cláudio Rodrigues, do Rio Obras no Museu do Amanhã, em construção no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio Divulgação Cdurp 18_Edição 283_set/out 2013 hora em que o trânsito aumenta, os caminhos que costumam engarrafar, o tempo que falta para o ônibus chegar e até as críticas e sugestões enviadas à Prefeitura. Numa cidade inteligente, tudo isso é informação. Quando devidamente aproveitada, ela se traduz em qualidade de vida e mais produtividade. Enfrentar esse desafio tecnológico não é uma tarefa para o futuro no Rio de Janeiro, diz o secretário especial de Ciência e Tecnologia da Prefeitura, Franklin Coelho: “Já estamos neste caminho. Trabalhamos com uma concepção de cidade em que a gestão urbana é feita a partir dos fluxos de informação mais interativos. O Rio vem sendo reconhecido internacionalmente como uma cidade inteligente. De todas as cidades do mundo, apenas 166, inclusive a nossa, foram classificadas como tal”. Uma enorme massa de dados – produzida diariamente pelo Centro de Operações Rio (COR), que abriga 30 órgãos responsáveis por monitorar a cidade 24 horas por dia, e pelo serviço 1746, número telefônico e portal na internet que centraliza solicitações de serviços municipais – é matéria-prima disponível para programadores desenvolverem aplicativos. Concursos públicos, como o Rio Ideias (que convoca a população para sugerir novos serviços) ou o Rio Apps (competição para hackers desenvolverem softwares que melhorem o cotidiano de moradores, empresas e turistas) são estratégias para consolidar a ideia de que a Cidade Maravilhosa não tem apenas uma geografia bonita, mas também se destaca pela inteligência. “No campo da mobilidade, ter informações disponíveis sobre o tempo em que o ônibus vai chegar ao ponto ajuda as pessoas a otimizar o cotidiano. É claro que, além dos aplicativos, não temos como pensar na cidade do futuro sem transporte de massa, entretanto, as informações sobre o sistema de transporte permitem que as pessoas melhorem sua qualidade de vida e tenham mais tempo para a família”, analisa Coelho. A expectativa é que a população residente na região portuária passe de 30 mil para 100 mil até 2020 Os resultados dessa política já começam a aparecer nos smartphones. Destaque para o Rua Aberta, aplicativo colaborativo que ajuda a encontrar vagas de estacionamento. O projeto ganhou o Hackathon 1746, primeira maratona para hackers organizada pela Prefeitura, no fim de agosto. Os vencedores levaram R$ 10 mil e bolsas de estudo na Fundação Getulio Vargas. Outro exemplo é o Buus, para troca de informações em tempo real sobre a localização e lotação dos ônibus que circulam pela cidade. A invenção rendeu R$ 30 mil ao criador, o ganhador do Rio Apps. “Este evento é um estímulo para tornar mais fácil e divertido visitar, viver e trabalhar na cidade do Rio de Janeiro. Incentiva a inovação e a criação de uma nova propriedade intelectual com potencial comercial por indivíduos, empresas em lançamento, pequenas empresas e organizações”, afirmou Coelho durante a cerimônia de premiação, realizada em julho de 2012. Facilitar o acesso da população a serviços é fundamental para melhorar o ambiente urbano de uma cidade inteligente. Isso afeta diretamente a disposição das pessoas para o trabalho, assim como os custos da mão de obra, ressalta Cezar Honorato, professor associado da UFF e do Observatório Urbano do Estado do Rio de Janeiro. As cidades que têm uma rede precária de mobilidade, por exemplo, acabam por aumentar os custos da força de trabalho. “Em termos sociais, o impacto é maior ainda, visto que há um aumento brutal do estresse da cada um de nós para nos deslocar no território. Quando também faltam grandes áreas verdes, a qualidade do ar fica comprometida, particularmente para os mais pobres, que não podem buscar ambientes mais saudáveis. O mesmo raciocínio pode ser utilizado com relação às áreas de lazer ou de cultura. De todo modo, tais questões aumentam os custos sociais no sistema de saúde, por doenças derivadas da poluição ou do estresse”, aponta Honorato. Mais do que um aglomerado de pessoas e negócios, a cidade inteligente precisa ser atrativa para todo tipo de cidadão, oferecer qualidade de vida, serviços sociais, emprego e habitação, enumera Elkin Velásquez, diretor do escritório regional ONU-Habitat para América Latina e Caribe. “Infraestrutura urbana adequada é a chave para um bom ambiente social e econômico e para um planejamento urbano apropriado. Uma cidade planejada tem condições de ser sustentável pelos pontos de vista econômico, social e ambiental”, afirmou o representante das Nações Unidas.→ Edição 283_Brazilian Business_19 radar O aproveitamento inteligente de informações, para o especialista, não se restringe aos dados gerados na cidade. Bons exemplos construídos em outras áreas urbanas podem servir de inspiração. Por exemplo, o Rio apresenta como uma boa iniciativa a UPP Social, destaca Velásquez: “Mas poderia aproveitar experiências internacionais sobre inovação social urbana, como o transporte público a cabo, desenvolvida em Medellín, na Colômbia, e em inovações em institucionalidade metropolitana em casos como França ou Alemanha”. A recuperação da área portuária, que está em curso, deve figurar na lista de bons exemplos que o Rio de Janeiro apresenta ao mundo. O Porto Maravilha será um bairro novo, planejado, que apostará em tecnologias de gestão. O objetivo é reestruturar a região portuária, investir na sustentabilidade e oferecer qualidade de vida. Isso numa área de 5 milhões de metros quadrados na Saúde, Gamboa e Santo Cristo e em parte de outros quatro bairros (Centro, Caju, São Cristóvão e Cidade Nova). O plano de mobilidade urbana da cidade privilegia o transporte coletivo, racionaliza a circulação de ônibus, incentiva a circulação de pedestres e ciclistas. Estão previstos 28 quilômetros de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), conectando ônibus, BRT, rodoviária, metrô, trens, barcas, teleférico, terminal de cruzeiros marítimos e aeroporto. A capacidade de tráfego será ampliada em 27%, conforme aponta atualização do Estudo de Impacto de Vizinhança, de julho de 2013. O Elevado da Perimetral será substituído pelas novas vias Binário do Porto e Expressa. “Após tanto tempo degradada e abandonada, a área passa por grandes obras e terá estrutura totalmente transformada até 2016”, disse o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio (Cdurp), Alberto Silva. “O modelo que estamos implantando privilegia o transporte público coletivo, valoriza a ideia de morar perto do trabalho, cria mais espaços para pedestres, implanta 17 quilômetros em ciclovias, contempla recursos de acessibilidade e integra os meios de locomoção na área. É voltado às pessoas. Essa, que é uma área nobre da cidade, relegada à via de passagem, será transformada no que há de mais moderno na cidade, com um projeto integrado aos novos sistemas de transporte de massa do Rio, como parte de um plano de racionalização do trânsito. O VLT entra nesse sistema para se conectar com BRT Transbrasil, metrô, trens, barcas, teleférico, rodoviária, aeroporto e terminal marítimo de passageiros.” O Porto Maravilha vai modernizar as redes de telecomunicações na região portuária. Em vez de cada operadora ser dona da sua rede, uma única concessionária deterá a gestão da galeria de dutos e da rede de fibra óptica. O projeto prevê a utilização dos modelos conhecidos como FTTH (Fiber to the Home) e FTTB (Fiber to the Building), aumentando a capacidade de conexão dos 100MB atuais para 1GB de banda. Todas as operadoras terão, em igualdade de condições, acesso ao transporte de dados, voz e imagens – inclusive de TV – por meio de rede de fibra óptica de alta capacidade conectada diretamente ao endereço de cada usuário. 20_Edição 283_set/out 2013 A tecnologia a favor da mobilidade no Centro de Operações Rio Divulgação A tecnologia e os serviços servem como indutores de negócios. As obras do Porto Maravilha empregam diretamente 6 mil pessoas. Investimentos de peso estão adotando a região portuária como endereço: Porto Brasilis, da Fibra Experts; Port Corporate, da Tishman Speyer; Trump Towers Rio, do grupo de Donald Trump; Porto Atlântico, da Odebrecht. “Essa região tem espaço para novos negócios. Assim como os pequenos empreendedores, as grandes empresas de diversos setores também estão fortemente atraídas e anunciam a vinda para a região portuária. Promovemos rodadas de negócios e reunimos em uma mesma mesa pequenas empresas e âncoras da região para fechar novos contratos. Até agora, foram fechados quase R$ 10 milhões em contratos de serviços. Essa é uma área com grande potencial, e já estamos atingindo resultados significativos com as ações em andamento”, disse o presidente da Cdurp. A região também aposta nas atividades culturais, com destaque para o Museu de Arte do Rio (MAR). O Museu do Amanhã está em construção no Píer Mauá, com previsão de inauguração para 2014. Com todas essas mudanças, a expectativa é que a população residente na região portuária passe de 30 mil para 100 mil até 2020. Os novos moradores contarão com espaços verdes e opções de lazer. Hoje, praças e áreas de lazer somam 84.838 m². A proposta é a de que, até 2016, após a conclusão das obras, a região do porto ganhe mais 143.855 m² e chegue a 232.000 m². A revitalização da região portuária, portanto, deve ser um dos principais legados dos Jogos Olímpicos de 2016. Receber a maior competição esportiva do planeta pode mudar profundamente a imagem de uma cidade para o mundo. Barcelona, na Espanha, costuma ser citada como o melhor exemplo de melhorias urbanísticas associadas ao evento. Atlanta, nos Estados Unidos, também sediou a competição. De acordo com o ex-diretor de Operações do Atlanta Committee for the Olympic Games, A.D. Frazier, que atualmente ocupa o cargo de presidente da Georgia Oak Partners, empresa de investimentos em private equity, os brasileiros devem se empenhar em realizar o evento de forma a deixar uma boa imagem para o País. “Os grandes embaixadores dos Jogos Olímpicos serão os cidadãos, e vocês poderão demonstrar toda a hospitalidade do povo brasileiro. Vocês terão a oportunidade de mostrar o melhor do Brasil fora dos estádios”, disse ele em encontro com empresários na Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, no começo de outubro. Facilitar o acesso da população a serviços é fundamental para melhorar o ambiente urbano de uma cidade inteligente. Isso afeta diretamente a disposição das pessoas para o trabalho, assim como os custos da mão de obra Para o americano, a comparação com Barcelona deve ser feita com cautela: “É uma ilusão dizer que lá foi tudo perfeito, pois eles tiveram muitos problemas. Na época, os catalães achavam que a cidade estava sendo desenvolvida e a população estava ficando de fora e houve muitos protestos, como é possível que aconteça no Brasil. Comparar o Rio a Barcelona não é o ideal. O Rio deve encontrar seu próprio caminho. A cidade tem a oportunidade de mostrar sua cultura, e eu não a compararia a nenhum outro lugar. Sejam vocês próprios, sejam brasileiros”. Edição 283_Brazilian Business_21 Pequenos gestos, grandes mudanças Grupo de voluntários apaixonados pelo Rio cria ações inusitadas para inspirar cuidados pela preservação da beleza da cidade Por Isabel Correia U m movimento formado por cariocas interessados em cuidar da cidade do Rio e em provocar em seus visitantes e moradores a mesma preocupação. Foi assim que, há três anos, nasceu o Rio Eu Amo Eu Cuido. A ideia era simples: conscientizar e motivar as pessoas a praticar pequenos gestos capazes de transformar e preservar a cidade. Em entrevista à Brazilian Business, seu fundador, Joaquim Monteiro de Carvalho, explicou como o projeto busca dar visibilidade a pequenas atitudes. “A maioria dos cariocas ama o Rio, mas não cuida da cidade”, afirmou. Ele falou sobre os projetos do grupo e como a iniciativa privada participa do movimento. Confira a seguir trechos da entrevista. Brazilian Business: O que motivou a criação do Rio Eu Amo Eu Cuido? Joaquim Monteiro de Carvalho: O Rio vem passando por transformações e resolvendo questões relacionadas à segurança, economia e cultura. Não faz sentido transformar as grandes questões e deixar de lado as pequenas, que estão ao alcance do cidadão. Para completar, o Rio tem uma atmosfera muito espontânea e isso acaba sendo confundido com a falta de regras. Pensando nisso, um grupo de voluntários apaixonados pelo Rio fundou o movimento. Não pretendemos educar as pessoas, mas sensibilizá-las para que realizem coisas que estão ao seu alcance. Incentivamos atitudes como frear no sinal amarelo, limpar a sujeira do cachorro das calçadas e jogar a guimba do cigarro no lixo. BB: Qual foi a primeira ação de impacto? JMC: Primeiro, tivemos a tarefa de criar a co- municação e a construção da marca. A nosso favor o fato de que todo carioca ama o Rio, e não há ninguém no mundo que não seja fascinado pela cidade. Mas nem todos cuidam. Por isso, optamos pelo nome autoexplicativo. Ficamos dois anos condicionando a marca e trabalhando na divulgação para despertar a curiosidade das pessoas. Em seguida, partimos para ações de entrega, ou o que chamamos de presentes para o Rio de Janeiro. 22_Edição 283_set/out 2013 BB: Qual foi a ação? JMC: Nosso primeiro trabalho foi a limpeza da pedra do Arpoador, em 2010. Reunimos cem voluntários e tivemos a Nike como parceira. Com a ajuda de uma empresa especializada em remoção de pichação, eliminamos 90% da sujeira e deixamos os outros 10% para o público, formado por voluntários que frequentam o local, pois entendemos que o nosso modelo de negócio exige o envolvimento das pessoas do entorno. Limpamos também as pedras do Leme e do Recreio e plantamos mudas no Leblon e em Botafogo, sempre com os moradores. BB: Quais as outras ações promovidas pelo Rio Eu Amo Eu Cuido? JMC: Temos o Beleza Que Educa, que recupera canteiros de lugares estratégicos da cidade; o Ídolos Cariocas, com personagens do esporte para a construção de quadras de vôlei de praia; o Heróis Anônimos, pessoas anônimas que fazem o bem pela cidade, além dos mutirões de limpeza; o Na Base do Riso, quando colocamos mímicos abordando as pessoas que jogam lixo no chão ou bloqueiam o cruzamento. BB: Como surgiu o Arte na Faixa? JMC: Pensamos em como poderíamos chamar a atenção dos pedes- tres sobre a importância de atravessar na faixa e dos motoristas em respeitar a sinalização. Resolvemos usar a arte para tocar as pessoas e pintamos – com a curadoria de um dos principais grafiteiros do Brasil, o Airá O Crespo – 30 cruzamentos estratégicos da cidade, com dizeres provocativos. Essa ação foi em parceria com a Liberty Seguros. BB: Como é a participação da iniciativa privada nesses projetos? JMC: Como o movimento não tem orçamento próprio, contamos apenas com a colaboração de pessoas e empresas que, com a marca do movimento consolidada, começam a querer participar. Como o movimento é neutro e nenhuma marca pode dele se apropriar, a parceria envolve a entrega de um produto ou presente para o Rio. Todos os fornecedores têm interesse em que a cidade vá bem, e o movimento precisa dessas contribuições, desse oxigênio. BB: Vocês aproveitaram a lei do Lixo Zero para criar a Lixeira Interativa? JMC: Apesar de o movimento não ter vínculo com a Prefeitura, pro- curamos acompanhar a agenda da cidade e provocar ações consonantes. Neste caso, sabíamos que a Prefeitura começaria a multar e antecipamos a ação da Lixeira Interativa com o intuito de conscientizar o carioca em relação ao lixo. Também realizamos uma ação em linha com o Rock in Rio, com a distribuição de recipientes para colocarem as guimbas de cigarro. BB: Como as empresas podem colaborar com o movimento? JMC: O movimento está procurando novos parceiros para dar escala aos projetos. Como a iniciativa é muito inspirada no I Love NY, seria muito interessante ter a participação de multinacionais e empresas americanas. Uma das atratividades do projeto é que, diferentemente de uma campanha, o Rio Eu Amo Eu Cuido é contínuo. análise Em defesa do patrimônio cultural brasileiro A proteção aos elementos que representam a memória de um povo é do interesse de todos, mas pode esbarrar nos projetos de desenvolvimento urbano A Kárim Ozon_ presidente do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio e sócia de Veirano Advogados expressão “patrimônio cultural” ainda não está tão internalizada na sociedade quanto “patrimônio histórico e arqueológico”, que vem sendo usada pelo menos desde a criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na década de 1930. Porém, é interessante notar que a primeira é ainda mais ampla e inclui a segunda. O conceito de patrimônio cultural vem ganhando espaço desde a Constituição Federal de 1934, mas foi na Carta de 1988 que a definição alcançou sua amplitude: bens de natureza material e imaterial que façam referência à identidade, ação e memória dos diferentes grupos formadores da nossa sociedade, incluindo, por exemplo, as formas de expressão, os modos de criar, fazer e viver, as criações artísticas, as edificações e os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico. Hoje, como vemos, as atribuições do Iphan são mais amplas do que o seu nome sugere. A inclusão dos bens imateriais foi uma grande inovação. Igualmente inovadora é a compreensão sobre a admissão no espectro do patrimônio cultural dos recursos ambientais disponíveis, tais como o bioma amazônico e a água, que devem ser incluídos no mesmo escopo de proteção. 24_Edição 283_set/out 2013 É preciso esclarecer, porém, que nem todos os bens se transformam automaticamente em itens protegidos pelo selo do patrimônio cultural brasileiro. Para integrar nosso patrimônio, é preciso que estes tenham valor formado coletivamente e que traduzam a memória de um povo. É preciso que resultem de uma criação social, seja ela a produção de um objeto de valor histórico, de um cesto de palha, ou o usufruto de um bem natural, como a água ou o açaí, desde que influenciem regional ou nacionalmente o ambiente social humano. Conforme distingue o jurista e precursor dos Direitos Culturais no Brasil, Francisco Humberto Cunha Filho, a cultura é uma produção humana juridicamente protegida e relacionada às artes, à memória coletiva e ao repasse de saberes. Por um lado, o conceito de patrimônio cultural é amplo, o que lhe confere elasticidade e possibilidade de adequação constante a uma sociedade em permanente mudança, como é o caso da brasileira. Por outro lado, e pelas mesmas razões, gera insegurança sobre sua abrangência. A controvérsia em torno do que pode ser considerado patrimônio cultural traz muitas dúvidas aos empresários, à população e, até mesmo, ao poder público, protagonizando acaloradas discussões entre diferentes esferas da sociedade. Alguns exemplos são fáceis de lembrar: a quase demolição do antigo Museu do Índio, localizado ao lado do recém-reformado Estádio do Maracanã, a interrupção de obras do Arco Metropolitano pela descoberta de uma espécie animal rara, o descobrimento de cerca de 20 mil objetos de valor arqueológico na restauração do Largo da Batata, na cidade de São Paulo. O tema vem ganhando maior projeção desde o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os ventos que ingressaram na economia em meados dos anos 2000. Vemos que o Brasil vive hoje um momento intenso de reconstrução. Obras estão em curso em todas as regiões e têm o objetivo de modernizar nossa infraestrutura, criar moradias, escoar a produção. São rodovias, portos, edifícios e indústrias, imponentes empreendimentos que modificam a paisagem e, por vezes, conflitam com a proteção de nosso patrimônio. O Brasil está imerso em um grande mosaico legislativo, que busca proteger variadas classes de patrimônio – nacional, cultural, ambiental, da humanidade – sem conceituá-los à exaustão. Vemos, porém, que essas áreas se interseccionam constantemente e que os valores ambientais também estão contemplados. Tomaz Silva/ABr Objetos descobertos em sítio arqueológico na região central da capital fluminense A necessidade de investir em políticas públicas não apenas nacionais, mas também regionais e locais, é inquestionável. Contudo, é preciso definir bem os papéis de cada agente social nessa realização. Um caminho que certamente renderá bons frutos é a ampliação da cooperação entre entes públicos e privados. O trabalho em parceria facilitará o alcance de um entendimento comum sobre a questão, orientando de forma mais precisa a atividade privada. A proteção do patrimônio cultural é do interesse de todos. O poder público tem a função de definir as diretrizes para a correta identificação e gestão desses bens, equalizando o desenvolvimento do País e a proteção de sua história, cultura e meio ambiente. Nesse contexto, cada brasileiro pode exercer importante papel ao apontar os vestígios da memória de sua região. Por sua vez, o setor privado poderá contribuir, como já faz, com esse circuito virtuoso, apoiando o governo em campanhas de educação patrimonial e com o melhor direcionamento de seus investimentos. Leia a seguir a reportagem completa sobre a nona edição do Prêmio Brasil Ambiental, que este ano escolheu como tema de homenagem, dada a sua relevância, o patrimônio cultural brasileiro, que recebeu até uma entre as sete categorias abertas para a inscrição de projetos. A controvérsia em torno do que pode ser considerado patrimônio cultural traz muitas dúvidas aos empresários, à população e ao poder público Edição 283_Brazilian Business_25 sustentabilidade Representantes das empresas vencedoras comemoram a premiação Uma festa para as empresas mais sustentáveis Prêmio Brasil Ambiental, realizado pela AmCham Rio, destaca a importância do patrimônio cultural do País Por Giselle Saporito, do Rio 26_Edição 283_set/out 2013 fotos Cecília Acioli especial R ecuperar a fauna marinha na Baía de Sepetiba e mobilizar mais de 240 mil jovens em programas de educação para a sustentabilidade são dois exemplos dos bons resultados obtidos quando a capacidade de gerenciamento e inovação das empresas é colocada a serviço do meio ambiente. Ambas as iniciativas figuram entre os sete vencedores da nona edição do Prêmio Brasil Ambiental, realizado anualmente pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), por meio de seu Comitê de Meio Ambiente. A premiação é uma forma de reconhecer e prestigiar, entre as empresas que atuam no Brasil, as melhores práticas ambientais. Ao todo, 40 projetos de empresas de diversos setores foram inscritos nas sete categorias do prêmio: Responsabilidade Socioambiental; Gestão de Resíduos Sólidos; Inovação Ambiental; Emissões Atmosféricas; Uso Racional de Recursos Hídricos; Preservação e Manejo de Ecossistemas; Patrimônio Cultural Brasileiro. A festa de entrega dos prêmios reuniu cerca de 200 pessoas, entre empresários e autoridades, que foram, no dia 19 de setembro, à cerimônia no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, Centro do Rio. Conforme manda a tradição, a cada ano um tema de preocupação nacional ganha destaque. Em 2013, os projetos de preservação do patrimônio cultural brasileiro concorreram numa categoria especial, que ressalta a importância da preservação da identidade, da memória e da própria história do País, explica a presidente do Comitê de Meio Ambiente da AmCham Rio, Kárim Ozon. Os convidados de honra do evento, o diretor-geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro, e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, Ivo Matos Barreto Júnior Para o diretor-geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), Paulo Eduardo Vidal Leite Ribeiro, convidado de honra da cerimônia, iniciativas como a do Prêmio Brasil Ambiental reforçam a importância de valorizar o patrimônio cultural não só como um resgate da história das cidades e das comunidades, mas como uma ação que pode ser transformada em geração de renda. Ele deu como exemplos o jongo e a cachaça, que estão sendo resgatados e utilizados como motor de melhoria da qualidade de vida das comunidades. “O patrimônio não olha o passado com um olhar saudosista e, sim, mira o futuro para que possamos guardar aquilo que há de melhor como herança e como forma de melhorar a qualidade de vida das pessoas”, afirmou. O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, Ivo Matos Barreto Júnior, também convidado de honra, comparou a preservação do patrimônio cultural aos investimentos em saúde e educação: “São referências da população dentro de seu próprio território. É essencial não só preservar a diversidade ambiental como também a cultural, que une nossa cultura com o que recebemos da natureza. O que vem sendo descoberto no Rio de Janeiro, principalmente nos projetos na Zona Portuária, revela um pouco do conhecimento que nós não tínhamos”. “O Prêmio Brasil Ambiental é uma contribuição da AmCham Rio para a conservação, preservação e recuperação das partes ambiental, social e cultural do País. É um reconhecimento público de ações e projetos inovadores que podem fazer diferença no futuro. Com a divulgação de bons exemplos, esperamos que cada vez mais empresas adotem práticas que tenham como meta a valorização do Brasil em todas as suas esferas”, ressaltou Roberto Ramos, presidente da entidade. A premiação teve patrocínio apresenta da BP, patrocínio da Chevron e da CocaCola Brasil, copatrocínio da Odebrecht Óleo e Gás e apoio da prefeitura do Rio de Janeiro. Confira a seguir os projetos vencedores da nona edição do Prêmio Brasil Ambiental.→ Edição 283_Brazilian Business_27 sustentabilidade especial O Material arqueológico recolhido e catalogado para o registro do patrimônio material e imaterial da região onde está sendo construída a Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia. O projeto é realizado pela GDF SUEZ Energy Brasil 28_Edição 283_set/out 2013 fotos Energia Sustentável do Brasil vencedor da categoria especial foi o Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural da Usina Hidrelétrica (UHE) Jirau – A Gestão do Conhecimento Através das Mídias Sociais, da empresa GDF SUEZ Energy Brasil. Iniciadas em abril de 2009, suas atividades incluem medidas compensatórias para proteção e preservação do patrimônio histórico e cultural. De acordo com Isac Teixeira, diretor de Operações da Energia Sustentável do Brasil S.A. (ESBR), concessionária da UHE Jirau, parte do material resgatado foi levado para o Centro Cultural de Nova Mutum Paraná, localidade construída pela ESBR nas proximidades do empreendimento. “O local é aberto diariamente para visitantes, com guias e atendimento ao público”, disse. Com a assinatura de um termo de cooperação técnica entre a ESBR, a Santo Antônio Energia S.A. (concessionária da UHE Santo Antônio), a Fundação Universidade Federal de Rondônia, o Iphan e a Advocacia-Geral da União será possível estudar a viabilidade de construir um local na universidade para a guarda e curadoria do material arqueológico resgatado nas áreas. “O programa também abrange a realização de eventos com a comunidade, além da publicação do livro Memórias de Rondônia e a produção da Cartilha Patrimonial, que será distribuída em escolas da área de influência direta do empreendimento e no município de Porto Velho”, explicou o diretor. Outra iniciativa da UHE Jirau, desta vez voltada para a mitigação de gases de efeito estufa adicionais, permanentes e mensuráveis no longo prazo, levou o troféu da categoria Emissões Atmosféricas. Este é o maior projeto de energia renovável registrado como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o vice-presidente de Mercado de Carbono da GDF SUEZ Latin America, Philipp Hauser, além de atender aos objetivos essenciais do MDL, de prover mitigação de gases de efeito estufa, a construção da hidrelétrica Jirau evitou a instalação no Brasil de novas centrais termelétricas queimando combustível fóssil. “Hoje já podemos demonstrar que o objetivo de contribuir com o desenvolvimento sustentável da região foi alcançado. O relatório da auditoria independente segundo o Protocolo de Avaliação da Sustentabilidade de Hidrelétricas permite analisar de forma transparente o perfil de sustentabilidade em 20 critérios de natureza econômica, técnica, ambiental e social. O projeto Jirau obteve nota máxima em 11 de 20 critérios avaliados. Isso é uma prova de que estamos no caminho certo”, comemorou Hauser.→ Projeto da GDF SUEZ Energy Brasil reduziu a emissão de gases e contribuiu com o desenvolvimento sustentável da região onde está sendo construída a Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, em Rondônia Edição 283_Brazilian Business_29 J fotos divulgação especial sustentabilidade A Fazenda Marinha da Vale estimula o aumento da fauna aquática na Baía de Sepetiba, promovendo a educação ambiental e a capacitação de moradores que dependem da pesca A água também é parte fundamental do programa ganhador da categoria Preservação e Manejo de Ecossistemas. O projeto Fazenda Marinha da Vale foi criado com o objetivo de estimular o aumento da fauna aquática na Baía de Sepetiba. O projeto, que existe desde 1996, funciona no Terminal da Ilha Grande, em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, e é voltado para a educação ambiental e capacitação de moradores que dependem da pesca. Entre as ações realizadas estão a soltura de camarões da espécie F. brasiliensis, o popular camarão-rosa. Ao longo dos anos, mais de 15 milhões de camarões já foram lançados na baía. A Fazenda Marinha também oferece à comunidade cursos de maricultura. Desde 2005, mais de 480 pessoas já foram treinadas, dando origem a diversas associações que hoje se dedicam à cultura de ostras, mexilhões e conquilhas como fonte de renda. O projeto tem um laboratório técnico em que é possível acompanhar todos os estágios de desenvolvimento da maricultura, podendo identificar oportunidades de melhoria das matrizes e possíveis alterações do ecossistema local. “Esses moluscos têm um alto valor comercial, e a venda pode representar um significativo aumento da renda para essas famílias que dependem, quase que exclusivamente, da pesca. Conhecer detalhadamente o processo nos ajuda na orientação técnica aos maricultores visando minimizar ao máximo as perdas de produção. Além disso, o cultivo representa um ganho para o meio ambiente porque durante a fase de crescimento as espécies realizam desovas a cada 45 dias, colaborando com o repovoamento da fauna marinha na região”, destaca Bruno Guillon, gerente de Meio Ambiente da Vale. 30_Edição 283_set/out 2013 Vencedores do Projeto Heróis do Futuro, do Sistema Firjan/Sesi, que criou um filme/ game em 3D e levou jovens a debater temas ambientais abordados durante a Rio+20, em 2012 á o Projeto Heróis do Futuro, do Sistema Firjan/Sesi, foi o vencedor na categoria Ações de Responsabilidade Socioambiental. O objetivo do projeto foi sensibilizar os jovens sobre diversos temas ambientais debatidos durante a Rio+20, em 2012. Para atrair os jovens para a discussão no âmbito do desenvolvimento sustentável e da economia verde, entre outros temas, foi criado um filme/game em 3D. O roteiro envolve quatro personagens: Duda, Sofia, Dedé e Bia. Essa turma de amigos se une para mudar a rotina de uma vila de moradores do Rio, incentivando a vizinhança a tomar atitudes sustentáveis, como economizar água e reciclar o lixo. Com versão em inglês, o jogo virtual, que ainda está disponível na internet, teve as categorias Livre, aberta a pessoas de qualquer país do mundo, de 10 anos ou mais, e Escolar, voltada para alunos jovens e adultos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental das redes municipal, federal e particular do Rio, além de estudantes da rede Sesi e Senai. Dividida em duas etapas e jogada por equipes de dois a cinco participantes, incluindo um líder, a atividade promove o debate de temas como resíduos, saneamento, transporte e poluição. “O Heróis do Futuro foi um grande projeto de educação e comunicação ambiental ao qual nos dedicamos durante um ano. Temos muito orgulho do resultado deste projeto, que obtivemos a cada dia, em cada apresentação dentro das salas de aula por onde passamos. Receber um prêmio de uma instituição séria e de renome como a AmCham Rio é muito importante porque impulsiona a divulgação da metodologia e dos resultados de nosso projeto, estimulando outras instituições a se dedicar a trabalhos semelhantes. Além disso, o reconhecimento nos incentiva a buscar novos desafios futuros”, afirma Luís Augusto Azevedo, gerente de Meio Ambiente do Sistema Firjan.→ C M Y CM MY CY CMY K sustentabilidade especial N o Projeto Ecoácido (Processo Ecológico de Reciclagem de Solução Eletrolítica de Baterias Usadas Tipo Chumbo-Ácido), do grupo Antares Reciclagem, vencedor na categoria Inovação Ambiental, o objetivo é prevenir impactos ambientais e danos potenciais à natureza e à saúde humana. Com esses cuidados, não apenas o meio ambiente é beneficiado com uma forma mais limpa e segura de produção como também as empresas recicladoras de baterias conseguem obter sensíveis reduções de gastos com reagentes e deposição de lodos. De acordo com o diretor do grupo Antares Reciclagem, Almir dos Santos Trindade, especialista em engenharia sanitária e ambiental, a empresa, que é pioneira na tecnologia, já implantou 11 Unidades de Reciclagem de Ácido (URAs) em recicladoras de baterias de chumbo-ácido do Brasil, em São Paulo, no Paraná e em Santa Catarina. Outras quatro URAs estão em fase de implantação, sendo duas em Goiás, uma no Rio Grande do Sul e outra em São Paulo. Esta é a primeira vez que a empresa participa do Prêmio Brasil Ambiental, e já começa sendo premiada. “A implantação do Projeto Ecoácido pelas indústrias recicladoras de baterias vem ao encontro do desenvolvimento sustentável, à medida que transforma um resíduo tóxico em matéria-prima recuperada para outros processos industriais, contribuindo para a sociedade, gerando desenvolvimento social, preservando o meio ambiente e os recursos naturais para atuais e futuras gerações”, afirmou. As unidades de reciclagem de ácido do Projeto Ecoácido, da Antares Reciclagem, transformam resíduos tóxicos das baterias em matéria-prima recuperada para outros processos industriais fotos divulgação D O projeto da Jones Lang LaSalle é uma política de coleta seletiva de resíduos gerados pelo condomínio City Tower, no Rio, protegendo o meio ambiente e a saúde pública, além de conservar os recursos naturais 32_Edição 283_set/out 2013 ar a disposição mais adequada ao lixo também é a preocupação do projeto City Tower, vencedor da categoria Gestão de Resíduos Sólidos. Trata-se de uma política de coleta seletiva dos resíduos gerados pelo condomínio com o objetivo de proteger o meio ambiente e a saúde pública, além de conservar os recursos naturais e minimizar a deposição em aterro sanitário ou incineração. Com esses cuidados, a iniciativa permite a redução da contaminação do meio ambiente. O projeto abrange todos os funcionários, o proprietário e usuários fixos, que hoje somam em torno de 1.800 pessoas. Mas sua abrangência é mais ampla, e a ideia é que o projeto não fique restrito ao edifício, localizado no Centro do Rio. A política inclui a compra sustentável de bens de consumo não duráveis no interior do edifício e fica sob o controle da gestão local. O empreendimento busca a redução dos resíduos, incentivando a redução do consumo de alguns itens de papelaria como papéis e cartuchos ou toners de impressora, envelopes, cartões e outros produtos. O uso de baterias recarregáveis também é incentivado no projeto, que está implantado há cerca de um ano. “Existem programas de educação e treinamento para toda a organização envolvida, com o objetivo de promover e manter os objetivos dessa política”, ressaltou Christiane Durante, gerente de Infraestrutura da Jones Lang LaSalle, responsável pela gestão do condomínio City Tower. O condomínio City Tower foi cadastrado no Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e vem emitindo Manifestos de Resíduos on-line para todos os resíduos gerados. O prédio fica aberto à visitação pública para que a comunidade conheça de perto o trabalho realizado e multiplique o projeto. A visita precisa ser agendada com 72 horas de antecedência.→ especial D a cidade para o campo. Desenvolvido em parceria com a Associação dos Produtores de Erva-Mate (Apromate) e a Embrapa, o Programa Tractebel Energia de Proteção de Nascentes, vencedor da categoria Uso Racional de Recursos Hídricos, tem como objetivo conscientizar a comunidade de Machadinho, no Rio Grande do Sul, quanto à importância de proteger as nascentes de água localizadas na região. O projeto prevê a sensibilização de cerca de 90 famílias que cultivam erva-mate e a identificação de nascentes e matas ciliares existentes nas propriedades rurais. Inclui, ainda, a implantação de medidas de proteção, o reflorestamento das áreas de abastecimento dos lençóis freáticos e a distribuição à comunidade de uma cartilha sobre conservação da água. Ao todo, 27 nascentes estão sendo protegidas, envolvendo cerca de cem pessoas de 25 propriedades localizadas na zona rural do município. Entre os principais destaques do programa, criado em 2011, estão as ações desenvolvidas na Usina Hidrelétrica Machadinho, no Complexo Termelétrico Jorge Lacerda e na Usina Hidrelétrica Salto Santiago. “Para as equipes da Tractebel Energia, o mais importante é relatar, por meio de cases, tudo que a empresa faz no sentido de preservar e regenerar a natureza, a biodiversidade e o meio ambiente em que vivemos, buscando com isso a criação de sinergias e exemplos que devem se multiplicar para um ambiente sustentável com os recursos existentes da natureza”, afirmou o diretor de Produção de Energia, José Carlos Cauduro Minuzzo. sustentabilidade Jurados da nona edição do Prêmio Brasil Ambiental – 2013 Categoria: Patrimônio Cultural Brasileiro Célia Maria Corsino_diretora de Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan Washington Fajardo_ presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade Categoria: Inovação Ambiental Claudio Guimarães Jr._ diretor de Administração e Finanças da Finep Luiz Felipe Guanaes_diretor Nima (PUC-RJ) Categoria: Gestão de Resíduos Sólidos Emílio Eigenheer_professor da UFF, especialista em resíduos sólidos e coordenador do Programa de Coleta Seletiva do Centro Comunitário São Francisco, em Niterói (RJ) Osmar de Oliveira Dias Filho_coordenador de Resíduos da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro Categoria: Responsabilidade Socioambiental Haroldo Mattos_presidente do Instituto Brasil Pnuma Reginaldo Sales Magalhães_ gerente do UniEthos, do Instituto UniEthos Categoria: Emissões Atmosféricas Ricardo Luiz Barros_ especialista em engenharia do meio ambiente da UFRJ Rudolf de Noronha_gerente de Qualidade do Ar do Ministério do Meio Ambiente Categoria: Preservação de Manejo de Ecossistema Veronica Marques Tavares_ assessora da Presidência do Ibama Mario Cesar Mantovani_ diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica Categoria: Uso Racional de Recursos Hídricos Luiza Cristina Krau de Oliveira_presidente do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Cerhi – RJ) Marcos Airton de Souza Freitas_especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA) divulgação Realizado em parceria com a Associação dos Produtores de ErvaMate e a Embrapa, o projeto da Tractebel Energia trabalha a importância da proteção das nascentes da região de Machadinho, no RS 34_Edição 282_jul/ago 2013 from the usa Present meets past during Ambassador Shannon’s visit to Petropolis By Jean Olson T om Shannon had one non-negotiable request for his final visit to Rio de Janeiro as U.S. ambassador to Brazil: a pilgrimage to the grave of the longest-serving American ambassador to a single Ambassadorial post in the history of the United States. A Harvard graduate, Edwin Vernon Morgan left his position as a college history professor to join the diplomatic corps in 1899. He held positions in Washington, Russia, China and Portugal, with the rest of his diplomatic career spent in Latin America. His service as Envoy Extraordinary and Minister Plenipotentiary in Cuba, Uruguay, and Paraguay culminated with President Taft appointing him as Ambassador and Plenipotentiary to Brazil in 1912. He would serve until his resignation in 1933. When Morgan assumed his position, much of his time was spent at the U.S. legation in Petropolis, about 45 miles inland and at a cooler, higher elevation than Rio de Janeiro, the capital at the time. Petropolis had been the summer residence of Emperors Pedro I and Pedro II, and was home to much of Brazil’s aristocracy, although the capital was moved to Rio when the Republic was declared in 1889. The diplomatic community maintained legations in Petropolis primarily to avoid the threat of endemic diseases such as yellow fever and smallpox that beset Rio de Janeiro. But Morgan consolidated all U.S. operations in Rio in recognition of the young republic, and European missions reluctantly followed suit. Morgan also served during the Roosevelt– Rondon Scientific Expedition in 1913-14 36_Edição 283_set/out 2013 The growing influence of the United States during the eight presidential administrations and 22 years spanned by Morgan’s ambassadorship, during which the diplomat served Presidents Taft, Wilson, Harding, Coolidge, Hoover and Roosevelt, ensured that he had the ear of Brazilian government officials. Morgan also used his personal wealth to influence the Brazilian elite, gaining the reputation of a gracious host and becoming a leading patron of the arts in the new Republic’s bustling capital. Morgan also served during the Roosevelt–Rondon Scientific Expedition in 1913-14, during which former President Theodore Roosevelt and Brazilian Explorer Cândido Rondon were the first explorers of the 1000mile long “River of Doubt,” later renamed Rio Roosevelt, located in a remote area of the Brazilian Amazon basin. Morgan established his residence in Petropolis when he left government service and died there the year after leaving his ambassadorial post. He was single and had no children. The Brazilian government recognized the importance of his service to the bilateral relationship when it accorded him the honor of a state funeral. “He’s my hero,” Ambassador Shannon said. “I’ve been here for more than three years, but the idea of serving as ambassador in Brazil for 22 years, then retiring to Petropolis … that would be my dream.” Ambassador Shannon and Rio Consul General John Creamer found Morgan’s tombstone in a state of “elegant decay,” during a visit to the site August 22, a description that can be applied to many of Petropolis’ historical structures. But even in its compromised condition, the grave marker stands out in the cemetery’s crowded collection of ornate sculptures and monuments. A stark monolith is decorated with an epitaph that includes Morgan’s date of birth, his name, the title “Embaixador,” a small cross – the only religious reference on the monument – and the year of his death. A bronze bas relief with a stylized representation of the Statue of Liberty and a woman who symbolizes Republican Brazil fills the top third of the stone. The single word “Amizade” (friendship) also appears on the bronze. Cemetery Administrator Ulisses Sampaio said the cemetery’s records do not reveal who designed the tomb. Nearly 80 years later, Shannon departs Brazil with the title of honorary Brasiliense (resident of the Federal District of Brasilia), also awarded in recognition of the importance of his contribution to the U.S.-Brazil relationship. His visit to Petropolis was a symbolic encounter between two U.S. diplomats working in two different centuries whose dedication and service helped shaped relations between the two largest countries in the Western Hemisphere. Ambassador Edwin Vernon Morgan’s grave in Petropolis Edição 283_Brazilian Business_37 ponto de vista Gilberto Ururahy Presidente do Comitê de Saúde da AmCham Rio e diretor médico na Med-Rio [email protected] O estresse profissional está disseminado entre os executivos Se na década de 1990 observávamos o câncer de próstata incie se constitui numa séria ameaça à saúde das organizações. dindo em homens a partir de 60 anos, hoje essa doença se faz Profissionais estratégicos das empresas, verdadeiros nômades presente em indivíduos a partir de 40 anos. Entre as mulheres, as doenças também estão se antecipancontemporâneos, são levados, muitas vezes, ao limite da resistência física e emocional. Os níveis intoleráveis de estresse vivi- do. Se há 20 anos a incidência de infarto do miocárdio ocorria, dos por esses indivíduos os conduzem a um estilo de vida ina- mais comumente, após a menopausa, hoje esse evento é regisdequado. É um coquetel nefasto. trado em pacientes a partir de 40 anos. Em 1990, para cada Esse estado grave de exaustão física e emocional que pode nove infartos, um era em mulher; hoje, para cada três, um levar à depressão, e até ao suicídio, é diagnosticado como a sín- ocorre no sexo feminino. Esse desequilíbrio no âmbito dos exedrome de Burnout (do inglês burn out, cuja tradução seria “quei- cutivos também traz consequências negativas para a saúde das mar por inteiro”). Atinge um em cada quatro trabalhadores empresas, pois resulta em erros na tomada de decisões e, evieuropeus. Na França, recentemente, registrou-se uma onda de dentemente, na redução de produtividade. É necessário e suicídios em grandes corporações como PSA-Peugeot, Renault, urgente que se criem estratégias de prevenção. Areva e France Telecom. A causa: metas impossíveis x obrigação As doenças que têm como base o estresse do cotidiano se por resultados. Esta situação coloca o multiplicam: acidente vascular cerebral indivíduo face uma contradição crescenem FS, de 38 anos, diretora de marketing Segundo estudo da te, entre o que lhe é cobrado e o que efede hotelaria internacional; depressão em Universidade de Brasília, tivamente consegue realizar. PL, de 45 anos, dirigente de empresa 70% da população sofre No Brasil, segundo estudo da multinacional de óleo e gás; infarto agudo de estresse crônico e, Universidade de Brasília, 70% da popudo miocárdio precedido de herpes-zóster desse total, 30% lação sofre de estresse crônico e, desse em TM, de 42 anos, diretor executivo de total, 30% apresenta Burnout. Em 2010empresa de logística. apresenta Burnout 2011, 1,3 milhão de brasileiros se afastaAvaliando seus estilos de vida, verifiram do trabalho e receberam auxílioca-se que são indivíduos que dormem doença. Nesse mesmo ambiente corporativo, em que a cobrança mal, são sedentários, com excesso de peso corporal, colesterol por resultados é cada vez mais intensa, o estresse é a resposta do elevado, uso regular de bebida alcoólica e todas as emoções focaindivíduo às dificuldades de relacionamento, à pressão perma- das no trabalho. nente pelo cumprimento de metas, aos riscos da tomada de deciO estresse é endêmico e com incidência crescente entre os sões, às exigências dos clientes, à disputa com os concorrentes e executivos. É preciso combatê-lo com programas de prevenção. A mesmo à insegurança de perder o emprego. Como não conse- prática do check-up médico, mais do que detectar precocemente guem conciliar o desempenho profissional com os cuidados com o aparecimento de doenças, é fundamental para a elaboração de a saúde, sucumbem. programas preventivos de promoção à saúde individual. Esses A Harvard Business School já demonstrou que 80% das programas são definidos no pós-check-up e impactarão em consultas estão originalmente ligadas ao estresse. Pesquisas mudanças no estilo de vida da população examinada, garantindo realizadas ao longo de mais de duas décadas e sustentadas em o cumprimento da missão empresarial. mais de 60 mil check-ups médicos realizados pela Med-Rio É ferramenta estratégica das empresas que apostam na estabimostram a presença de doenças incapacitantes, por vezes letais, lidade funcional de seus quadros como diferencial competitivo. em indivíduos com idade cada vez mais precoce. Demonstramos Quem cuida da saúde de seus profissionais está cuidando da susisso em palestra no MIT-Cambridge. tentabilidade do próprio negócio. O sucesso que alcançamos é resultado das nossas escolhas. E escolhemos o Brasil. Seremos a maior produtora privada de petróleo e gás do país em 2014, quatro anos após iniciar a produção no pré-sal. Foram mais de 5 bilhões de dólares investidos no Brasil e ainda serão mais 3 bilhões de dólares anuais nos próximos cinco anos. E não para por aí. Adquirimos, como operadores, dez blocos na Bacia de Barreirinhas*, reforçando o compromisso com o país. Investiremos de 1,5 a 2 bilhões de dólares até 2025 em tecnologia e inovação, trabalhando com universidades e parceiros brasileiros. Promovemos a educação científica no ensino público, e contribuímos para a formação de mão de obra qualificada. A BG Brasil investe para crescer junto com o país, suas pessoas e recursos. www.bg-group.com/brasil * Barreirinhas localiza-se na margem equatorial brasileira, abrangendo parte da costa do estado do Maranhão e a plataforma adjacente. 38_Edição 283_set/out 2013 news Direito da moda é tema de debate na AmCham Rio Advogados e empresários falaram sobre o potencial do setor e os principais gargalos que podem ser sanados no fashion business Por Giselle Saporito A indústria da moda vem crescendo e se firmando como uma forte economia nas grandes cidades brasileiras. Prova disso são os grandes eventos do setor que acontecem no eixo Rio-São Paulo pelo menos duas vezes por ano, dando uma identidade próprias às coleções, que antes seguiam tendência dos desfiles de grandes grifes internacionais. Apesar desse crescimento, o setor ainda esbarra em uma série de gargalos – a dificuldade de proteção de marcas, a falta de advogados especializados no segmento e as onerações tributárias – que precisam ser sanados para evitar problemas e garantir a maturidade do setor. O assunto já vem sendo debatido fortemente nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, o chamado direito da moda (fashion law) vem se fortalecendo e abrindo debates sobre a necessidade da criação de uma legislação específica, que garanta os detalhes do ramo que, muitas vezes, esbarra em aspectos econômicos e culturais. O advogado e coordenador da área de Fashion Law do escritório L.O. Baptista – SVMFA, André Mendes Espírito Santo, um dos pioneiros do direito da moda no Brasil e um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Negócios e Direito da Moda, chamou a atenção, durante evento promovido pela AmCham Rio, no dia 3 de outubro, para a complexidade do setor, que ultrapassa muito o ramo de roupa ou acessório, podendo ser definido como um estilo de vida ou um comportamento. “Esse tipo de direito surgiu da necessidade de grandes estilistas e empresas que precisam de proteção legal para seus produtos e criações. Além disso, existem outros segmentos do setor como importação e exportação de produtos, questões tributárias relacionadas à circulação de mercadoria, questões de direito do consumidor, trabalhistas e até pontos vitais como o próprio direito autoral e a propriedade intelectual. É preciso entender melhor esse mercado para equalizar problemas desse universo tão amplo.” Ele mencionou a presença de grandes players no e-commerce e a abertura de capital de grandes grifes que utilizam terceiros para sua produção. “É preciso tomar muito cuidado com a área do criativo para evitar, principalmente, a venda de produtos piratas ou até mesmo o uso de mão de obra escrava para a produção das coleções. Na hora em que isso vem à tona, é o nome da marca que fica manchado”, acrescentou. O advogado também comentou sobre a Lei Rouanet para a indústria da moda e lançou dúvidas sobre onde os incentivos fiscais seriam aplicados: “Moda é arte ou não? Onde começa a criação e termina a cópia?”. Na opinião dele, há uma grande diferença entre o que é uma marca com peças exclusivas (slow fashion) e a produção em larga escala. “Precisamos identificar onde esses incentivos entrariam”, concluiu. fotos Giuliana Sirena O professor do curso de fashion business da Fundação Getulio Vargas, Renato Anet; o advogado e coordenador da área de Fashion Law do escritório L.O. Baptista – SVMFA, André Mendes Espírito Santo; a vice-presidente do Subcomitê de Propriedade Intelectual da AmCham Rio, Andreia de Andrade Gomes; a advogada do escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello Bruna Rego Lins 40_Edição 283_set/out 2013 A chefe do Departamento de Moda do Sistema A advogada do escritório Montaury Pimenta, Machado & Firjan, Ana Carla Torres; o presidente do Vieira de Mello e também sócia-fundadora do Instituto Brasileiro Conselho Municipal da Moda da Prefeitura do de Negócios e Direito da Moda, Bruna Rego Lins, destacou casos Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson; a advogada de disputas judiciais do mundo da moda. Ela comentou o caso da Bruna Rego Lins; o empresário e sócio da Ausländer, Felipe Simão Osklen, que há muito vem lutando contra a cópia de suas coleções. “Estamos trilhando um caminho aqui no Brasil, mas saindo Foi de olho no potencial e na criatividade de várias marcas do do eixo Rio-São Paulo fica bem difícil. Os juízes têm uma série de assuntos que consideram prioridade antes do universo da moda. Rio de Janeiro que o Sistema Firjan criou, em 2001, o evento oficial Mas hoje já há indícios de marcas que são usadas para financiar o da moda brasileira na cidade, o Fashion Rio, e a Bolsa de Negócios crime organizado, o que aumenta a importância de os magistrados do setor, a Rio-à-Porter. Segundo a chefe do Departamento de Moda do Sistema Firjan, Ana Carla Torres, foi preciso dar um suporte ao olharem para esse assunto com mais atenção”, acrescentou. O presidente do Conselho Municipal da Moda da Prefeitura do mercado, que vinha tendo dificuldades de montar eventos. Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson considera o assunto complicado “Como o ramo estava com dificuldades de organização, em tanto no campo do registro de propriedade intelectual quanto da 2001, o Sistema Firjan viu a necessidade de criar o Fashion Rio Lei Rouanet. Para ele, a discussão mais importante é o alto cus- e, já no ano seguinte, passamos a ter também uma plataforma to de produção da moda no Brasil, tema visto com atenção pela de negócio”, contou. Hoje, o grupo apoia 13 polos de moda no entidade que ele representa. “Se tentarmos Estado por meio do Senai Moda e Design. competir com os preços lá de fora, vamos “Essas iniciativas contribuem para o de“Moda é arte ou não? perder fácil, principalmente frente à China. senvolvimento da cadeia de moda no Rio. Onde começa a criação Por isso, devemos focar na nossa identidaHoje as ações do Sistema Firjan trabalham de. Isso é muito mais importante hoje. O para fortalecer os centros produtivos, cae termina a cópia?”, que diferencia uma camiseta ou um jeans é pacitar mão de obra e aumentar a compeAndré Mendes Espírito Santo titividade do Estado”, concluiu. o que está por trás da peça. Ninguém rouba O professor do curso de fashion busia nossa alma”, afirmou. O empresário e sócio da Ausländer Felipe Simão contou um ness da Fundação Getulio Vargas, Renato Anet, abordou os aspouco da história da marca, que surgiu em 2004 com a proposta pectos legais e práticos dos contratos de locação de imóveis para de criar camisetas com estampas originais, expandiu-se e hoje atua instalação de lojas. Segundo ele, há vários detalhes que devem como uma rede de multimarcas e franquias, além de fazer parce- ser avaliados no momento da locação do imóvel e também na rias com grandes marcas na área de marketing, promovendo even- renovação de contratos. Ele pediu ainda mais atenção aos contratos que mesclam moda com publicidade. “Com essas parcerias es- tos feitos com novos shoppings. “Diversas são as questões legais tamos virando praticamente uma casa de criação. Com os nossos que não são levadas em consideração pelos empresários quaneventos, as marcas investem pouco e têm um retorno incrível de do locam um espaço. Muitas vezes, a marca e o produto são um sucesso, mas podem gerar problemas quando o lugar é alugado, marketing”, disse Simão. A Ausländer mantém apenas uma loja física, com as vendas fo- chegando a causar uma derrocada da marca”, alertou. O evento Fashion Law – Os Avanços e Desafios do Chamado cadas na internet. “Achamos legal manter uma loja para dar consultoria da nossa imagem, para que as multimarcas possam adequar “Direito da Moda” no Brasil foi promovido pelo Comitê de Entreos produtos em suas lojas”, comentou Simão, acrescentando que há tenimento, Esportes e Cultura e pelo Subcomitê de Propriedade Inalguns anos a grife faz o encerramento do Fashion Rio. “É uma gran- telectual da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro. de vitrine. Nós procuramos sempre ter um diferencial das demais marcas. Para o próximo estamos pensando em trazer uma banda, e espero não ser processado”, brincou, referindo-se a um caso judicial entre a Victoria’s Secret e a Monange citado pela advogada Bruna Rego Lins. A Monange realizou um desfile em que usou modelos com asas, que são a marca registrada das angels da grife americana de lingeries, além de uma banda tocando ao vivo, o que foi considerado cópia dos eventos realizados pela Victoria’s Secret. Edição 283_Brazilian Business_41 news Copa do Mundo trará impactos diretos na economia do Brasil Postos para estrangeiros no Brasil Mudanças apresentadas pela resolução normativa 104/2013, do Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego, foram tema de debate na AmCham Rio CEO do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Fifa no Brasil em 2014, Ricardo Trade, debateu na AmCham Rio os impactos do evento no País Por Andrea Blum U “O s brasileiros vão se sentir orgulhosos do Brasil com a Copa do Mundo.” A projeção é do CEO do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Fifa no Brasil em 2014, Ricardo Trade, que palestrou no evento A Logística para 2014: Expectativas e Impactos de um Grande Evento, realizado no dia 23 de outubro, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). Segundo ele, a Copa do Mundo no Brasil causará a curto prazo impactos diretos na economia do País, atraindo mais investimentos e interesse de empresas. Já no médio prazo, o evento movimentará o turismo, desenvolverá o futebol brasileiro e trará maior visibilidade mundial para o Brasil. “É uma oportunidade de aumentar a visibilidade no exterior das cidades menores e menos conhecidas que vão sediar a Copa, como Vitória, Maceió e Florianópolis, e mostrar o que elas têm de melhor”, disse. Trade afirmou que no dia 18 de janeiro serão definidas as cidades e os centros de treinamento que receberão cada seleção. “Com essa informação, o COL planejará a logística para transportar as seleções, e as cidades podem se preparar para atender a um público específico.” Para o longo prazo, Trade acredita que o impacto da Copa será positivo para a imagem do Brasil e o evento alavancará projetos de infraestrutura que já seriam necessários. “A Copa é uma oportunidade de catalisar obras de infraestrutura que serão importantes não só para o evento, mas para o País”. 42_Edição 283_set/out 2013 O sócio responsável pela área de Advisory Services da EY no Rio de Janeiro, José Carlos Costa Pinto; o CEO do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo da Fifa no Brasil em 2014, Ricardo Trade; o presidente do Comitê de Logística e Infraestrutura da AmCham Rio, Álvaro Palma de Jorge Entre elas, o executivo destaca as obras que vêm sendo realizadas nos aeroportos das cidades-sede. “Os aeroportos estão sendo renovados. O Brasil está viajando mais e está precisando de nova estrutura aeroportuária. O evento está adiantando as ações que seriam feitas mais para a frente.” De acordo com o sócio responsável pela área de Advisory Services da EY no Rio de Janeiro, José Carlos Costa Pinto, que também palestrou no evento, o impacto de megaeventos no Brasil, como a Copa e a Olimpíada, pode ser um indutor de crescimento e acelerar o desenvolvimento urbano da cidade-sede em até dez anos. “Considerando apenas a movimentação econômica relativa à realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, estima-se que haverá uma movimentação econômica acima de R$ 250 bilhões”, afirmou. Ele disse ainda que os eventos esportivos podem tirar o Brasil de uma estagnação de cinco anos no fluxo de turistas estrangeiros. “Projetamos um incremento de 3 milhões de turistas entre 2010 e 2018.” O presidente do Comitê de Logística e Infraestrutura da AmCham Rio, Álvaro Palma de Jorge, comentou que são esses projetos nacionais que englobam uma parceria de empenho e apostas do governo e da iniciativa privada, e a responsabilidade é compartilhada. “Nenhum desses grandes eventos tem o propósito de resolver todos os problemas do País, mas prometem ser um indutor de desenvolvimento”, afirmou. m grupo de advogados associados da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro esteve reunido no dia 17 de setembro para debater as mudanças recentes realizadas pelo Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da resolução normativa 104/2013, que diz respeito às regras para regularização de trabalho para estrangeiros no Brasil. O coordenador de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, Aldo Cândido Costa Filho, e o advogado especialista em imigração Marcus Toscano concordaram que o impacto das mudanças é positivo e representa uma agilidade ao processo. Porém, o debate deixou evidente que ainda há alterações que clamam por mudanças por não estarem previstas nessa norma e outras que, apesar de estarem dentro da normativa em vigor, precisam de implementação. As principais mudanças foram: a unificação das requisições em um único formulário de requerimento de autorização de trabalho, disponível no site do ministério; a apresentação dos documentos por meio digital; a extensão do prazo para a realização de registro do estrangeiro no País, que passa a ser de até 30 dias da data de entrada; a concessão de um prazo de até 60 dias para a apresentação dos documentos produzidos no exterior consularizados e traduzidos; a possibilidade de envio da informação de cancelamento ou término do contrato por comunicação eletrônica. As medidas pretendem facilitar a entrada dos estrangeiros que venham trabalhar no País e agilizar a vida das empresas, assim como o dia a dia do ministério, que recebe por ano cerca de 67 mil pedidos, número que estabilizou, segundo Costa Filho, nos últimos dois anos, mas que foi alavancado, de acordo com Toscano, pelo desenvolvimento econômico do Brasil. A certificação digital depende agora da coordenadora de Tecnologia do Ministério do Trabalho e Emprego, mas é esperada para estar em vigor até o fim de 2013. Do evento participaram como debatedora a LAG Mobility Customer Service Lead da Coca-Cola Brasil, Helena Saldanha, e como moderador o advogado e membro do Comitê de Assuntos Jurídicos da AmCham Rio Bruno Tocantins. As medidas pretendem facilitar a entrada dos estrangeiros que venham trabalhar no País e agilizar a vida das empresas A LAG Mobility Customer Service Lead da Coca-Cola Brasil Helena Saldanha; o membro do Comitê de Assuntos Jurídicos da AmCham Rio, Bruno Tocantins; o coordenador de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, Aldo Cândido Costa Filho; o advogado especialista em imigração Marcus Toscano Gabriel Portugal andrea blum Por Isabel Correia Edição 283 Brazilian Business_43 news O desafio das empresas para reter talentos Assunto foi debatido no talk show Retenção de Talentos – Comece Pensando Dentro da Caixa, promovido pelo Grupo Por Isabel Correia Case e pela AmCham Rio AGILIDADE, EFICIÊNCIA E TRANSPARÊNCIA O CEO do Grupo Case, Rafael da Motta; a gerente de RH da Michelin, Cláudia Leal; o diretor de RH da PwC, Eduardo Faro “Um ambiente de trabalho saudável, bem gerenciado, com chefes abertos ao diálogo e com benefícios atrativos, pode não apenas reter o colaborador como representar uma economia às empresas” 44_Edição 283_set/out 2013 A gerente de RH da Michelin, Cláudia Leal, também palestrou no evento e falou sobre a política de gestão de pessoas do grupo. A Michelin tem um programa mundial de engajamento dos funcionários que trabalha com três eixos que, segundo ela, estão acima das práticas de mercado. “Nossas prioridades são gestão de carreira, formação e desenvolvimento e qualidade da gerência.” Entre as políticas implementadas pela empresa, Cláudia destaca o processo de recrutamento e seleção. “Os chefes não participam, e isso é uma quebra de paradigma. Os executivos estão acostumados a escolher seus próprios times, mas o profissional é da empresa, e não do chefe.” Segundo ela, o objetivo da Michelin é promover a mobilidade de seus funcionários, para que eles estejam preparados para trabalhar em outras áreas e regiões. Para isso, a empresa aplica um rigoroso processo de desenvolvimento, no qual cada funcionário é acompanhado constantemente por um gestor de carreira. Para o CEO do Grupo Case, Rafael da Motta, é importante que o RH atue próximo aos funcionários. “Todas as estratégias de RH devem valorizar o profissional como pessoa, e não apenas o cargo. As pessoas estão mais críticas e conscientes de como devem ser tratadas.” Segundo ele, 93% das empresas investem em ações para melhorar a satisfação dos funcionários, mas não o fazem de forma correta. “Profissionais buscam chefes acessíveis, colegas e ambiente de trabalho agradáveis, e precisam sentir orgulho da empresa e do trabalho que exercem.” Giuliana Sirena F lexibilidade, plano de carreira, satisfação pessoal e um bom pacote de benefícios podem ser mais importantes para a retenção de profissionais do que o próprio salário. O tema foi debatido no talk show Retenção de Talentos – Comece Pensando Dentro da Caixa, promovido pelo Grupo Case e pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), no dia 31 de outubro. O diretor de RH da PwC, Eduardo Faro, falou no evento sobre a atual dificuldade encontrada pelas empresas em reter funcionários e lidar com a alta rotatividade. Segundo ele, um dos fatores que contribui para esse cenário é a entrada da geração Y no mercado de trabalho. “Esses profissionais buscam questões diferentes às das gerações anteriores e se preocupam com a qualidade de vida. Querem mais flexibilidade, autonomia, plano de carreira e satisfação pessoal”. De acordo com Faro, uma pesquisa realizada pela PwC com cerca de 1.100 executivos, de 43 países, constatou que os entrevistados abririam mão de 28% do valor de seu salário por um “emprego dos sonhos”, que tivesse as características satisfatórias. Ele destaca ainda que um ambiente de trabalho saudável, bem gerenciado, com chefes abertos ao diálogo e com benefícios atrativos, pode não apenas reter o colaborador como representar uma economia às empresas. “O funcionário que estiver satisfeito com as outras questões não esperará um salário tão alto.” A KPMG é uma rede global de firmas independentes que presta serviços de Audit, Tax e Advisory, auxiliando empresas com os mais diversos tipos de atuação nos desafios da gestão de negócios. Conheça mais em kpmg.com/BR /kpmgbrasil © 2013 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. por dentro da câmara Novos Sócios Integridade Consultoria em Estudos Econômicos Helio Blak Diretor-presidente Rua Francisco Otaviano, 87/404 – Copacabana 22080-040 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2513-5582 [email protected] Beth Pessoa Ramos Advogados Elizabeth Pessoa Ramos Sócia majoritária/advogada Av. Presidente Wilson, 231, sala 901 – Centro 20030-021 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3578-5554 [email protected] www.bprlaw.com.br França Santos Advogados Associados Romulo Barcellos dos Santos Sócio Av. Rio Branco, 257, sala 1.403 – Centro 20040-001 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2210-2581 [email protected] www.francasantos.com.br Inicial Assessoria Empresarial Luciana Borrigueiro de Souza Assumpção Sócia Rua Dez, 273, loteamento Mar à Vista – Itaipu 24342-330 Niterói, RJ Tel.: (21) 3247-2388 [email protected] www.inicial.adm.br / www.ifrsnews.com.br RealD Brasil Sean Spencer Diretor Praia de Botafogo, 228, 16º andar – Botafogo 22250-145 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3736-3670 [email protected] www.reald.com Letter Consulting Claudio Nogueira da Rocha Gerente RJ Rua Alcântara Machado, 36, sala 201 – Centro 20081-010 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2233-4868 [email protected] [email protected] www.letterconsulting.com.br Thermo Fisher Scientific Nicole Faccio Altafini Gerente de Desenvolvimento de Negócios Al. Ministro Rocha Azevedo, 38/101 – Cerqueira César 01410-000 São Paulo, SP Tel.: (11) 2367-2192 / (11) 95414-2540 [email protected] www.thermofisher.com Diferenciall Tecnologia da Informação e Consultoria Empresarial Ltda. Alexandre de Souza Pinto Sócio-diretor Av. Rio Branco, 181/14º – Centro 20756-110 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2505-9850 [email protected] www.diferenciall.com.br Órbita Inteligência Laurent Mourre Diretor Executivo Rua da Alfandêga, 108/301 – Centro 20070-004 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2524-5730 laurent.mourre@orbitainteligencia. com.br Fiad, Leite & Simões Corrêa Advogados Bruno Barretto Simões Corrêa Sócio Rua da Assembleia, 41, 7º andar – Centro 20011-001 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3553-0945 [email protected] www.flsc.com.br Interart Marketing e Promoções Ricardo Luiz Murça Leon Sócio Representante Rua General Belford, 374 – Rocha 20961-000 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3125 6311 [email protected] www.interartbrasil.com.br Rockwell Automation do Brasil Marcelo Tarkieltaub Gerente de Vendas Av. das Américas, 700, bl.2, s/140/141 – Barra da Tijuca 22640-100 Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2484-4428 [email protected] www.rockwellautomation.com 46_Edição 283_set/out 2013 expediente COMITÊ EXECUTIVO Marco André Coelho de Almeida_Sócio, KPMG DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO PRESIDENTE Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/ RE, Bradesco Seguros S.A. PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda. 1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. 2º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros 3º. VICE-PRESIDENTE Antonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil DIRETOR FINANCEIRO André Luiz Castello Branco_Sócio, PwC CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados DIRETOR-SECRETÁRIO Steven Bipes_Diretor, Albright Stonebridge Group EX-PRESIDENTES Henrique Rzezinski, Robson Goulart Barreto e João César Lima PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil DIRETORES Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro André Luiz Castello Branco_Sócio, PwC Antonio Carlos da Silva Dias_Executivo, IBM Brasil Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura Carlos Affonso S. d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda. Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A. Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda. Maurício Felgueiras_Diretor, MXM Sistemas Mauro Moreira_Sócio, Ernst & Young Terco Osmond Coelho Júnior_Gerente executivo E&P e PDP, Petrobras Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda. Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil Rafael Sampaio da Motta_CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros Raïssa Lumack_Vice-presidente de Recursos Humanos, Coca-Cola Brasil Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda. Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A. Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A. Steven Bipes_Diretor, Albright Stonebridge Group DIRETORES EX-OFÍCIO Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Liberato Milo_Diretor-geral, Chocolates Garoto Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados Marcos Guerra_Presidente, Findes Marcelo de Oliveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços PRESIDENTES DE COMITÊS Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg Assuntos Jurídicos - Julian Chediak Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli Energia – Manuel Fernandes Entretenimento, Esportes e Cultura - Steve Solot Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge Marketing - Noel De Simone Meio Ambiente - Kárim Ozon Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi João Geraldo Ferreira_Presidente, GE Óleo e Gás para América Latina Relações Governamentais - João César Lima Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal Saúde - Gilberto Ururahy Luiz Carlos Costamilan_Firjan Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO, Brookfield Brasil Tecnologia da Informação e Comunicação - André Bertrand 48_Edição 283_set/out 2013 DIRETORES Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados VICE-PRESIDENTE Maurício Max_Diretor do Departamento de Pelotização, Vale S.A. Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Diretor-superintendente: Rafael Lourenço (21) 3213-9205 | [email protected] Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected] Produtos e Serviços: Lívia Corti Tavares (21) 3213-9231 | [email protected] Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected] Comunicação: Andréa Blum (21) 3213-9239 | [email protected] LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 9972-5933 | leitã[email protected] Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]
Documentos relacionados
- Câmara de Comércio Americana
especialistas da Prefeitura: buscar a árvore certa para o lugar mais adequado, tornando a cidade mais arborizada, bonita e harmoniosa. Boa leitura!
Leia mais- Câmara de Comércio Americana
limite tecnológico, estão suando sangue e pagando um preço alto para desenvolver novos projetos de tecnologia limpa, dessalinização da água do mar, entre outros. Já existe tecnologia, mas ainda não...
Leia mais- Câmara de Comércio Americana
Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco Robson Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (ed...
Leia mais- Câmara de Comércio Americana
os tamanhos para saber se elas eram felizes no trabalho. A conclusão, divulgada em outubro, é de que 32% dos entrevistados se sentiam infelizes em seu emprego atual, enquanto 68% estavam satisfeito...
Leia mais- Câmara de Comércio Americana
Leia a seguir os trechos da entrevista com o professor sobre a expectativa em torno do encontro e os possíveis desdobramentos para o futuro.
Leia maisNova diretoria toma posse na Amcham Rio
Perfil Grupo Case e Prudential fecham parceria inédita Brasil Urgente Parques nacionais como modelo de negócio
Leia mais