faculdades integradas ipiranga curso tecnólogico de estética e
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FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA CURSO TECNÓLOGICO DE ESTÉTICA E COSMÉTICA ATHINA COSTA DA SILVA INAMAR GUIDÃO RAMOS ALTERAÇÕES CAPILARES: Uma revisão da literatura sobre as afecções que acometem a haste capilar e o couro cabeludo. Belém 2013 FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA CURSO TECNÓLOGICO DE ESTÉTICA E COSMÉTICA ATHINA COSTA RAMOS INAMAR GUIDÃO RAMOS ALTERAÇÕES CAPILARES: Uma revisão da literatura sobre as afecções que acometem a haste capilar e o couro cabeludo. Trabalho de Monografia apresentado ao Curso Tecnológico em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas Ipiranga como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Estética e Cosmética, na modalidade monografia. Orientadora: Prof.ª Esp. Tatiane Freitas Belém 2013 ATHINA COSTA DA SILVA INAMAR GUIDÃO RAMOS ALTERAÇÕES CAPILARES: Uma revisão da literatura sobre as afecções que acometem a haste capilar e o couro cabeludo. Trabalho de Monografia para obtenção de grau no curso de Tecnólogo em Estética e Cosmética das Faculdades Integradas Ipiranga, na tipologia Monografia. Orientadora: Prof.ª Esp. Tatiane Freitas Data:_____________________ Resultado:_________________ BANCA EXAMINADORA: Profº:_______________________________________ Assinatura: __________________________________ Profº:_______________________________________ Assinatura: __________________________________ Belém 2013 Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois sem ele, nada seria possível. A toda a nossa família, Mães em especial a D. Izabel Nunes Guidão pelo apoio incondicional, Marido, filhos e irmãos pelo esforço e dedicação e compreensão em todos os momentos desta e de outras caminhadas e aos nossos mestres e professores. Agradecemos a Deus, aos nossos familiares pelo apoio e força durante este trajeto, aos nossos Mestres e Professores pela transmissão de conhecimento sempre nos apoiando e ajudando, aos nossos orientadores Tatiana Freitas e Augusto Ruffeil e aos nossos amigos de classe pela convivência diária. “O Sucesso não é a chave para a felicidade, a felicidade é a chave para o sucesso, se você ama o que faz, você será bem sucedido”. (Albert Schweitzer) RESUMO Os cabelos além de ter a função de proteção e isolante térmico para o couro cabeludo é também a parte essencial para a imagem do ser humano lhe conferindo uma aparência bonita e saudável, mas como todas as partes do corpo humano, os cabelos precisam de condições essenciais para se manter saudáveis, que vão desde uma boa alimentação até o uso de cosméticos específicos para os mesmos, onde na ausência de qualquer um desses fatores, além de exposição solar excessiva, distúrbios da vida moderna como as patologias psicológicas, stress e alterações hormonais podem desencadear patologias diversas que quando não bem diagnosticadas e devidamente tratadas, pode levar a uma terapêutica que em vez de curar pode piorar o quadro, levando a patologias mais graves e até mesmo a perda definitiva dos fios. Esta monografia tem como objetivo Informar às afecções que acometem a haste capilar e o couro cabeludo, os possíveis tratamentos e recursos que a terapeuta em estética tem como ferramentas de trabalho, onde através de pesquisa bibliográfica observou-se uma grande quantidade de afecções capilares que podem se manifestar isoladamente ou em conjunto, suas características, causas e forma de manifestação, assim como os recursos existentes como a eletroterapia dos aparelhos de alta frequência e a argiloterapia. Palavras Chave: Afecções capilares, Alopecias, eletroterapia, argiloterapia ABSTRACT The hairs in addition to the function of protection and insulation to your scalp, it is also the essential part for the image of the human being, giving you a beautiful appearance and healthy, but like all parts of human body hair needs conditions essential for maintaining healthy, ranging from good nutrition to the use of specific cosmetic therefor, wherein in the absence of any of these factors, as well as excessive sun exposure, disorders of modern life such as psychological disorders, stress and hormonal changes can trigger various pathologies that when not properly diagnosed and treated well, may lead to therapies that instead of curing may worsen, leading to more serious diseases and even permanent loss of wires. This monograph aims to inform diseases that affect the hair shaft and scalp, possible treatments and resources that the therapist has the aesthetic tools, through a literature where there was a lot of Hair disorders that can manifest separately or together, as well as their characteristics, causes and manifestation, as well as existing resources such as electrotherapy devices of high frequency and argiloterapia. Keywords: capillary disorders, alopecia, electrotherapy, argiloterapia LISTAS DE FIGURAS Figura 1 - Ciclo de vida do cabelo 17 Figura 2 - Psoríase Vulgar no couro cabeludo 19 Figura 3 - Folículo piloso com alterações inflamatórias 19 Figura 4 - Couro cabeludo com pústula 20 Figura 5 - 5 Alopecia total 21 Figura 6 - Alopecia androgênica grau III 22 Figura 7 - Alopecia traumática por tração dos cabelos 23 Figura 8 - Hábito compulsivo de arrancar os cabelos 23 Figura 9 - Escalpelamento Total 24 Figura 10 - Alopecia Pós Parto 25 Figura 11 - Alopecia masculina 25 Figura 12- Alopecia frontal fibrosante com rarefação grave frontoparietal 26 Figura 13 - Alopecia cicatricial folículo piloso atrofiado 27 Figura 14 - Couro cabeludo com caspa 28 Figura 15 - Haste do cabelo mostrando um nó 29 Figura 16 - Mostrando uma divisão longitudinal da haste do cabelo 30 Figura 17 - Cabelos mostrado um nó invaginado 31 Figura 18 - Cabelos mostrado um nó invaginado 32 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Vitaminas e suas funções para o couro e haste capilar 35 Tabela 2 - Minerais e suas funções, importância e carência para os cabelos 36 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 OBJETIVOS 13 2.1 OBJETIVO GERAL 13 2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 13 3. REFERENCIAL TEÓRICO 14 3.1 A ESTRUTURA DO COURO CABELUDO E HASTE CAPILAR 14 3.2 FASES DO CRESCIMENTO DOS CABELOS 16 3.3 AFECÇÕES QUE ACOMETEM O COURO CABELUDO 18 3.3.1 Psoríase Vulgar 18 3.3.2 Foliculite 19 3.3.3 Alopecias 3.3.3.1 Tipos de Alopecias: 3.3.4 Caspa 3.4 AFECÇÕES QUE ACOMETEM A HASTE CAPILAR 20 20 27 28 3.4.1 Triconodose 29 3.4.2 Tricoptilose 29 3.4.3 Tricorrexe nodosa 30 3.4.4 Pili torti 3.5 TERAPIAS CAPILARES 31 32 3.6 AVALIAÇAO PELO PROFISSIONAL DE ESTÉTICA 34 3.7 PAPEL DA ESTETICISTA NAS AFECÇÕES 35 4 METODOLOGIA 37 5 DISCUSSÃO 38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39 7 REFERÊNCIAS 41 11 1 INTRODUÇÃO Conforme Dawber e Neste (1996), embora os pelos não sejam uma exigência para a existência física do homem, eles são extremamente importantes para o equilíbrio social e psicológico da pessoa, conforme cita Pereira (2001) os seres humanos preocupam-se com os cabelos desde o início da humanidade. O cabelo está diretamente ligado à estética, à aparência das pessoas, pois funcionam como moldura para o rosto. Os cabelos estão vinculados à necessidade do ser humano de se embelezar, nos homens a autoestima de se tornar mais atraente causa uma expectativa de beleza e a perda do cabelo é sempre traumática (VASCONCELOS E COLS. 2008). Os cabelos não são apenas um aliado estético ao nosso organismo, além da função estética, têm função de proteção, contra traumatismo craniano e contra radiação solar, funcionando também como isolante térmico. Os cuidados com os cabelos variam de acordo com a cultura, crença, classe social, porém uma coisa é certa a veneração aos cabelos vem desde os primórdios da humanidade, mudando ao longo do tempo, se adaptando as inovações proporcionadas pela ciência (PEREIRA, 2001). Segundo Pereira (2001), ao longo do tempo os cabelos vêm fascinando toda a humanidade sendo esta a razão da quais inúmeras fórmulas, poções mágicas, medicamentos exóticos e milagrosos foram criados para a sua manutenção, embelezamento e o tratamento de sua perda, enfim em todos os tempos houve preocupação com o tratamento dos cabelos. Para tratar tais afecções capilares os tecnólogos em estética e cosmética utilizam a terapia capilar que segundo Vasconcelos e cols. (2008) é uma técnica de avaliação das alterações do couro cabeludo e da haste capilar, que deve ser feita durante o preenchimento da ficha de anamnese, com a finalidade de tratar com produtos cosméticos, problemas decorrentes do próprio organismo ou por agressões químicas e mecânicas. As afecções capilares são pouco divulgadas. Os meios de comunicação (rádio, televisão, livros, revistas) geralmente não abordam esse tema, dificultando o acesso da população sobre esse assunto, aumentando os casos sem que haja os devidos cuidados de prevenção e tratamento. Diante disso, nota-se a necessidade de reunir essas alterações que acometem a haste capilar e couro cabeludo definindo suas possíveis causas. As alterações capilares mais conhecidas são a alopecia e a 12 dermatite seborreica, que são alterações do couro cabeludo, mas além dessas temos ainda alterações que afetam a haste capilar que são a triconodose, tricorrexe nodosa, tricoclasia, moniletrix, pilitorti. As alterações capilares podem ser consequentes de fungos, tração, exposição a agentes agressores, decorrentes de má higienização e da falta de cuidados específicos para essa parte do nosso corpo. Para prevenir e tratar tais alterações tem-se a necessidade de primeiro conhecer cada alteração, estudá-las, para posteriormente procurarmos como proceder diante de cada caso, buscando tratamentos adequados utilizando as técnicas corretamente e o auxilio de produtos cosméticos indicados para tratamentos capilares. De acordo com Dawber e Neste (1996), os pelos crescem de folículos que são invaginações semelhantes a uma meia do epitélio superficial, cada um dos quais envolve na sua base uma pequena área da derme conhecida como derme papilar dérmica. De forma embriológica o primeiro sinal de surgimento do folículo piloso é uma coleção de células que se ligam adjacente à epiderme fetal, no estágio de periderme do desenvolvimento cutâneo, mesmo antes que a camada córnea tenha sido formada (PEREIRA, 2001). A haste capilar é composta por três partes: cutícula, córtex e medula. A cutícula é formada por células de queratina superpostas e muito unidas, tem a função de proteger o córtex e controlar o conteúdo de água da fibra, já o córtex é formado por células alongadas e também muito unidas, responsável pela estrutura do pelo, enquanto a medula consiste em uma coluna formada por células grandes e anucleadas na parte central da haste capilar. (HARRIS, 2005) A exposição da haste capilar e do couro cabeludo ao sol, poluição, tratamentos químicos como descoloração, alisamentos, colorações, falta de higiene e processos mecânicos como escovar, pentear, atrito com travesseiros, no ato de prender, levam os fios à degradação e surgimento de fungos ocasionando em afecções que comprometem a saúde tanto da haste como do couro cabeludo, tais como caspa, alopecias, tricoptilose, triconodose, entre outras, que serão relatados neste trabalho, onde serão ainda sugeridos alguns tratamentos e cuidados para tais afecções. 13 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Informar às afecções que acometem a haste capilar e o couro cabeludo e os tratamentos aplicados pela estética capilar. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar as alterações que acometem a haste capilar e o couro cabeludo; Definir as possíveis causas dessas afecções; Informar sobre os possíveis tratamentos destas afecções. 14 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A ESTRUTURA DO COURO CABELUDO E HASTE CAPILAR A pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, sendo uma membrana de camada dupla que envolve toda a superfície do exterior do corpo. Existem basicamente dois tipos de pele em nosso organismo, a pele glabra, lisa, sem pêlos e com espessa camada queratinizada (palmas das mãos e plantas dos pés) e a pele pilificada, mais fina, apresentando sulcos e pregas características (resto do organismo) (HARRIS, 2005). A pele se estrutura em três camadas, a epiderme e a derme e a hipoderme. A camada mais superficial é a epiderme, que é um epitélio pavimentoso e estratificado, compactada e impermeável, perfurada apenas por poros dos folículos pilossebáceos e das glândulas sudoríparas (PEYREFITTE, 1998; HERNANDEZ e MERCIERFRESNEL, 1999; HARRIS, 2005). A epiderme é composta por quatro tipos de células, primeiro temos os queratinócitos, que representam 80% do conjunto das células epidérmicas, são as mais numerosas e especializadas em produzir queratina, que é uma substância muito resistente que preenche as células mais superficiais da epiderme formando a camada córnea (PEYREFITTE, 1998; HARRIS, 2005). Em seguida encontramos os melanócitos que formam 13 % das células da epiderme, eles são responsáveis pela produção de pigmento da pele (PEYREFITTE, 1998). Temos ainda as células de Langerhans e as células de Merkel que são respectivamente responsáveis pela imunidade e receptor do sentido do tato (PEYREFITTE, 1998). O sistema epitelial da pele tem suas funções delimitadas, sendo as principais funções proteger as estrutura internas do ambiente externo, a diferença entre a pele e os diversos sistemas epiteliais é que a pele esta exposta ao meio externo e os demais sistemas epiteliais estão protegidos de agentes agressores como a radiação solar, portanto a pele serve de fronteira entre o organismo e ambiente, a pele tem diferentes funções como a manutenção da sua integridade e da integridade do organismo contra agentes externos, regulação da temperatura, barreira à prova d’agua, metabolizar a vitamina D, tem a função de absorção de luz ultravioleta, protegendo o organismo de seus efeitos danosos e funções estéticas e sensoriais. (HARRIS, 2005). 15 Segundo Peyrefitte (1998), a derme é um tecido conjuntivo, portando constituído por células e por uma abundante matriz extracelular, onde circulam os vasos sanguíneos e linfáticos. É na derme que encontramos a inserção dos anexos cutâneos. Os anexos cutâneos se diferem em três grupos, o aparelho pilossebáceo, a glândula sudorípara écrina e a unha. O aparelho pilossebáceo é uma entidade anatômica e funcional que compreende o pêlo propriamente dito, originário de um “saco” alongado derivado da epiderme, denominado folículo piloso; e anexos como: glândula sebácea, glândula sudorípara apócrina e músculo pilomotor. Há três espécies de pêlos. Os pêlos propriamente dito, chamados de pêlos terminais, que são os cabelos, os cílios e as sobrancelhas. A pelugem que é fina e quase invisível recobre a maior parte da superfície cutânea. O lanugo que constitui uma diversidade de pêlos que se encontram no feto e no neonatal. Segundo Wichrawski, (2007) O couro cabeludo constitui as partes mole que cobre a calota do crânio e face posterior da borda do crânio, é composta de músculo occipital na parte posterior, do músculo temporoparietais nas laterais, da gálea aponeurótica na parte superior do crânio e do tecido celular; a pele do couro cabeludo é espessa com reduzida concentração de melanina e é protegida pelos cabelos e como em outras partes do corpo é composta por três níveis epiderme, derme e hipoderme ou células subcutâneo. A característica dos fios dos cabelos podem ser liso, ondulados ou crespos (cilíndrico, oval ou elíptico). Halal (2012) relata que no couro cabeludo existe cerca de cem mil folículos capilares e cada folículo é criado por uma relação entre a derme e a epiderme. De acordo com Harris (2005), o folículo pilossebáceo se origina a partir do crescimento oblíquo ou curvado de células epidermais dentro da derme, sendo canalizado para formar uma estrutura relativamente imóvel da raiz. É o folículo piloso que determina a forma do cabelo (PEYREFITTE, 1998). O folículo piloso se divide em dois segmentos, superior e inferior. O segmento superior é a parte permanente do folículo e se estende desde a inserção do músculo piloeretor no folículo, até a superfície da pele, já o segmento inferior do folículo piloso encontra-se entre a inserção do músculo piloeretor até a base do bulbo, está é a parte transitória do folículo (PEREIRA, 2001). Halal (2012) cita que, enquanto o canal folicular cresce em direção à derme ocorrem mudanças importantes nessa estrutura, como o surgimento de várias pequenas protuberâncias como sacos na parte superior do folículo, uma 16 dessas protuberâncias se torna uma glândula sebácea, o sebo desta glândula é secretado no folículo capilar, lubrificando-o. A haste é formada por três partes, cutícula, córtex e medula. A medula é a parte mais interna da haste, localizada no centro dos fios fracamente queratinizadas e mal interconectada, nem todos os fios possuem medula. Depois encontramos o córtex, que é responsável pela estrutura do pelo, é nesta parte do fio que achamos a melanina, que é o pigmento responsável pela cor dos pelos, sendo a maior parte da fibra capilar, constituído por queratina, enxofre e cisteína. E por fim temos a cutícula, uma camada incolor e transparente, é a parte mais externa da fibra capilar, a cutícula são camadas superpostas de queratina, aparentando as escamas de peixes, tendo como função proteger o córtex e controlar a quantidade de água da fibra (VASCONCELOS E COLS., 2008). 3.2 FASES DO CRESCIMENTO DOS CABELOS O ciclo biológico do cabelo é dividido em três fases, a de crescimento; repouso e de queda. A fase de crescimento denominada de fase Anágena é o período em que a matriz se mantém em atividade mitótica onde o fio é produzindo de forma contínua, a matriz encontra-se em forma de taça envolvendo a papila dérmica, esta matriz produz a haste e a bainha radicular interna. O pêlo se apresenta em haste e raiz, a raiz é a parte profunda encontrada no folículo piloso, a haste é uma estrutura cilíndrica alongada e altamente composta por células de queratina orientadas e bioquimicamente estruturadas para resistirem a processos degenerativos tais como fricção, estiramento, dobra e radiação ultravioleta (HARRIS, 2005). Fase Catágena é a transição e a divisão celular e uma evolução na base da superfície, tendo duração de três a quatro semanas. Na Telógena após três meses a catágena, a papila ganha vida e surge um novo fio empurrando o que está morto nesta fase o cabelo tem queda naturalmente tendo duração de três a quatro meses. 85% dos pelos estão nesta fase (CARVALHO, [S.D.]). Após o período da fase de crescimento que varia entre três a cinco anos, podendo chegar até dez (HALAL, 2012) a matriz para de proliferar, se desprende da papila dérmica deslocando-se no sentido da superfície da pele, entrando na fase catágena, nesta fase há um engrossamento e enrugamento da membrana vítrea, até 17 que o bulbo fique totalmente queratinizado, durante esta fase o folículo se prepara para novo crescimento (renovação da fase anágena), a duração desta fase é em média de duas a três semanas, 10% dos pelos encontram-se nesta fase (PEREIRA, 2001; HALAL, 2012; CARVALHO, [S.D]). A partir daqui encontramos o cabelo na fase telógena (repouso), cujo, o bulbo queratinizado assume a forma de clave tendo no seu interior grânulos de melanina. É na fase telógena que a bainha radicular interna desaparece totalmente e da bainha radicular externa só sobra o saco epitelial que envolve a clava e o eixo do cabelo envelhecido pode cair durante essa fase ou é empurrado para fora por um novo fio que está crescendo (PEREIRA, 2001). O folículo permanecerá em repouso nesta fase em torno de três a seis meses, apenas 5% dos pelos estão nessa fase (HALAL, 2012; CARVALHO, [S.D]). Dentre as principais fases do ciclo de vida do cabelo, Harris (2005) destaca as três fases do crescimento linear do cabelo. Nunes (2013) afirma que o ciclo biológico do cabelo é dividido em três fases, sendo Crescimento (Anágena), Catágena (repouso) e Telógena (queda), conforme a figura abaixo: Figura 1: Ciclo de vida do cabelo Fonte: Nunes, 2013 18 A haste capilar e composta de vários elementos químicos, onde destamos uma proporção maior dos seguintes elementos (NUNES,2013): Carbono – 45% Hidrogenio – 7% Oxigênio – 28% Nitogênio – 15% Enxofre – 5% Sendo que Nunes (2013) afirma ainda a existência de outros elementos na composição da haste como: Ferro, Cobre, Zinco, Iodo , além de vinte tipos diferentes de aminoacidos, água, proteinas e lipídios. 3.3 AFECÇÕES QUE ACOMETEM O COURO CABELUDO A nutrição capilar é muito importante para percebemos a saúde dos cabelos, o crescimento é continuo e variável em torno de cinquenta a cem fios diários, havendo uma queda maior que estes citados, podem ser o desencadeamento de uma possível afecção capilar, onde é recomendada uma investigação, sendo a alopecia a patologia de perda de cabelo mais conhecida. (NUNES, 2013). 3.3.1 Psoríase Vulgar É uma doença considerada não contagiosa que pode surgir em varias regiões do corpo, a predisposição genética pode caracterizar a doenças. a Psoríase Vulgar se caracteriza pelas regiões com bordas vermelhadas é inflamadas, é uma doença de pele crônica e não contagiosa, que aparece no couro cabeludo, joelhos e cotovelos, caracterizada por placas grosas e aderida na pele (LOPES, 2006). Nunes, (2013) cita que apesar da Psoríase Vulgar ser uma patologia determinada geneticamente, ainda não se tem uma cura definitiva, sendo caracterizada por placas avermelhadas, com escamas brancas ou rosadas e que sangram com facilidade, afetando de 1 a 6% da população. Conforme mostra a Figura 2 da Psoríase Vulgar acometendo o couro cabeludo: 19 Figura 2: Psoríase Vulgar no couro cabeludo Fonte: Nunes, 2013 3.3.2 Foliculite É uma infecção do folículo piloso, causada através de bactérias e se apresenta pela presença de pústula, eritema, edemas e abscesso de vários tamanhos, podendo ter deslocamento de pele podendo ainda ter comedões e cicatrizes hipertróficas que destrói o folículo piloso causando alopecia na área afetada no couro cabeludo e face (BARROS E COLS., 2008), a Foliculite, se diferencia visivelmente do pelo normal conforme a figura abaixo: Figura 3 folículo piloso com alterações inflamatórias Fonte disponível em: http://amigosdacura.ning.com/profiles/blogs/galera-tenho-foliculite-no-couro-cabeludo 20 A foliculite quando não tratada chega a sua fase inflamatória aguda, com presença de pústulas,podendo levar a alopecia cicatricial, conforme a figura abaixo: Figura 4: Couro cabeludo com pústula Fonte disponível em:http://dermatologia.net/novo/base/doencas/ds.shtml 3.3.3 Alopecias Para Vasconcelos e Cols. (2008) é uma doenças caracterizada pela redução ou ausência de cabelo, causada pela queda excessiva de cabelos em certa região, que pode ser originada também pela falta de varias vitaminas, assim como por uso de cosméticos, causas hormonais e até transtornos psicológicos. Segundo Nunes, (2013, p. 75) “A Alopecia pode acometer pessoas de qualquer sexo e qualquer idade, estando muito vinculada ao sistema imunológico do organismo, estando ainda associada a uma ocorrência grave da esfera emocional” Segundo ainda Vasconcelos e Cols. (2008) As alopecias são divididas em cicatriciais e não cicatriciais, as alopecias de ordem cicatricial apresentam como característica a irreversibilidade no crescimento dos cabelos, já nas alopecias não cicatriciais os folículos pilosos permanecem íntegros, sendo estes tipos de alopecias o passivos a de tratamentos estéticos. As alopecias podem ser congênitas, androgênicas, total, areata por tração. 3.3.3.1 Tipos de Alopecias: Alopecia Congênita é a ausência parcial ou total de cabelos, seu desenvolvimento pode surgir de forma isolada ou fazer parte de uma 21 série de anomalias ou síndrome,sendo observada em crianças depois de meses de nascido ou quando os cabelos começarem a crescer (DAWBER e NESTE, 1996 e PEREIRA, 2001). Alopecia por Compressão ocorre após uma compressão forte e duradoura no couro cabeludo, uma das causas são as cirurgias demoradas, onde os casos mais relatados são quando esta cirurgia é feita na região da nuca, pois esta pressão causa isquemia localizada causando queda capilar, a maior parte dos cabelos que caem são anágeno distrófico, caracterizando um deflúvio anágeno total (KOSSARD, 1994 apud PEREIRA, 2001). Alopecia Total é um defeito hereditário, podendo apresentar de forma isolada ou associada. Os folículos pilosos estão ausentes na vida adulta, mesmo quando o revestimento piloso fetal era normal. O cabelo do couro cabeludo muitas vezes é normal ao nascimento, mas é perdido entre o primeiro e sexto mês e depois não cresce mais, ou apresenta um crescimento muito irregular, em outros casos o couro cabeludo era totalmente desprovidos de cabelos ao nascimento assim permanece (DAWBER e NESTE, 1996). Conforme a figura abaixo: Figura 5 Alopecia total Fonte: disponível em: http://www.indiamart.com/alopeciatreatment/new-items.html 22 Alopecia Androgenética acomete tanto mulheres como homens, sendo mais acometida nos homens, que apresentam entradas na parte frontal da cabeça. Este tipo de alopecia se dá devido à herança genética e pela ação dos andrógenos, principalmente a testosterona (VASCONCELOS E COLS., 2008). Kede e Sabatovich (2004) dizem ainda que esta alopecia é multifatorial, pois tem origem genética e hormonal e apesar desta condição ser tão comum ainda é considerada como um sinal fisiológico do envelhecimento, e para muitos é motivo de desconforto levando a redução na qualidade de vida, pois gera baixa autoestima. A alopecia androgenética não se dá pela perda dos cabelos, a perda ocorre apenas em casos muito graves, o que ocorre neste tipo de alopecia é um processo de miniaturização gradual e progressiva dos folículos pilosos nas áreas afetadas, transformando o pelo terminal em velo, como resultado do efeito andrógeno nos folículos que estão susceptíveis nas regiões frontotemporal e vértex no homem (KEDE e SABATOVICH, 2004; NUNES, 2013). A figura abaixo mostra os efeitos da alopecia androgenética do grau III: Figura 6 Alopecia androgênica grau III Fonte: Nunes (2013) Alopecia Traumática é gerada por qualquer fator traumático que afeta o couro, pode ser classificado: Cosmética ou Química que é atingida pelo uso de cosméticos aplicados incorretamente; Tração: divididas em Aguda (acidental ou deliberada) como o escalpelamento e Crônica causadas por penteados, 23 tranças, presilhas e elásticos; Compulsiva como a Tricotilomania que e o hábito de compulsão do individuo sendo repetitivo e proposital gerando um transtorno obsessivo, muito comum em crianças e pessoas nervosas; Pressão ou Fricção comum em casos de coma, imobilização em neonatos e massagem vigorosas; Calor por uso de secadores e onduladores (KOSSARD, 1994 apud PEREIRA, 2001). A figura seguinte mostra a Alopecia Traumática provocada por Tração nos fios do cabelo: Figura 7: alopecia traumática por tração dos cabelos Fonte disponível em: http://www.medstetica.com.br/o-que-tratamos/na-dermatologia/alopeciastraumaticas/ A figura abaixo mostra a alopecia traumática ou tricotilomania por hábitos de arrancar os cabelos: Figura 8: hábito compulsivo de arrancar os cabelos Fonte disponível em: http://www.mulherbeleza.com.br/dicas/tricotilomania-o-que-e-tratamento/ 24 Escalpelamento é um acidente comum na região amazônica, onde o meio de transporte normalmente são embarcações que não possuem coberturas no eixo do motor causando mutilação principalmente mulheres e crianças. É um tipo de Alopecia Traumática Aguda cuja lesão traumática decorre de uma brusca tração seguida da extração couro cabeludo (escalpe), onde a força de tensão e a firme aderência à pele fazem com que o couro cabeludo seja arrancado ao nível da camada sub-aponeurótica ou tecido areolar frouxo (MAGNO e Cols., 2012). Macedo e Cols., (2011) afirma que o escalpelamento gera lesões graves e importantes, chegando a afetar a audição e a visão, provocando alopecia definitiva, causando infecções cutâneas, trauma encefálico, osteomielite e muita hemorragias, que pode levar a morte por choque hemorrágico. Esta subdividido em parcial e total dependendo do grau da lesão, conforme afirma Magno e Cols., (2012 p.2). “O escalpelamento pode ser classificado em parcial quando afeta somente os tecidos moles, e total (ou incompleto e completo), em casos mais graves, quando expõe os ossos da calota craniana e todo ou uma parte do couro cabeludo é separado da abóbada, embora continue a ser anexado à pele adjacente por um pedículo, com extensão variável” (MAGNO E COLS., 2012). A figura abaixo mostra uma criança vitima de escalpelamento total: Figura 9: Escalpelamento Total Fonte disponível em: http://www.portaldanavegacao.com/2012/05/cirurgias-plasticas-em-vitimas-deescalpelamento-no-amapa/ Alopecia pós-parto é um caso particular que pode ocorrer por causa de modificações na fase anágenado ciclo de vida do cabelo, durante ou após o 25 parto fazendo que um maior número de fios atinja quase que todo o crescimento ao mesmo tempo no período telógeno (GOMES, 1999). Conforme a figura abaixo: Figura 10 alopecia Pós Parto Fonte disponível em: http://www.saudicas.com.br/alopecia/ Alopécia Masculina: Segundo Gomes (1999) a Alopecia Masculina é conhecida pelas áreas afetadas onde os cabelos são substituído por pêlos menores que o comum, finos como penugens e ocorre uma redução do período Anágenos dos cabelos, a alopecia masculina é hereditária e só se manifesta na presença de hormônio masculino, têm como padrão aparte central da cabeça poupando as laterais. Conforme a figura abaixo: Figura 11: alopecia masculina Fonte disponível em: http://tricologista.blogspot.com.br/2010/07/o-tratamento-clinico-da-calvicie 26 Alopecia Fibrosante: Pereira (2001) cita que a Alopecia Fibrosante Frontal é lenta, comum nas mulheres após a menopausa, ocorrendo iniciando na fase da menopausa e prolongando-se até aos setenta anos, onde ocorre a maior percepção do quadro, está associada com cicatrizes discretas e eritema perifolicular, tem pouca progressão, por algum tempo tem sensibilidade no couro cabeludo, sendo o sinal mais frequente Coceira, dor e Inflamação podendo desenvolver alopecia total. Figura da Alopecia Frontal Fibrosante em cliente idosa: Figura 12: Alopecia frontal fibrosante com rarefação grave frontoparietal Fonte: disponível em:http://www.anaisdedermatologia.org.br/public/figuras.aspx?id=100063 Alopecia Cicatricial e Não Cicatriciais, nas cicatriciais há destruição do folículo, entre elas podemos mencionar um eflúvio telógeno, tanto na difusa quanto na clássica há uma nítida substituição do folículo piloso por fibrose as, nas não cicatriciais não há destruição do folículo piloso. A Figura mostra a alopecia cicatricial com fibrose e folículos pilosos atrofiados: 27 Figura 13: alopecia cicatricial folículo piloso atrofiado Fonte encontrada em:http://dermatlas.med.jhmi.edu/image/ cicatricial_alopecia_3_120115 3.3.4 Caspa Outra afecção que acomete o couro cabeludo e bastante comum entre os indivíduos é a caspa que se associada aos cabelos secos, mas acometem cabelos oleosos apresenta como uma descamação fina do couro cabeludo causada por ptiríase (Ptyriasis capitis) é uma escamação seca das células mortas, e vem acompanhada de coceira que podem vir irritar o couro cabeludo e propagando para o rosto, e se não tratado pode evoluir para uma dermatite seborreica (PEREIRA, 2001). Segundo Barata (2003) é definida como sendo uma hipersecreção das glândulas sebáceas. Na caspa, a descamação das células da epiderme é geralmente despercebida a olho nu, estas células se encontram em aceleração no processo de renovação celular, motivando o excesso de descamação de um conjunto de células ou de escamas aglomeradas (BARATA, 2003). Barata (2003) diz ainda que a pitiríase se apresenta de duas formas. A primeira é a pitiríase simplex vulgarmente denominada de caspa seca, onde o couro cabeludo apresenta-se seco, não engordurado e com fina descamação. Para Vasconcelos e Cols. (2008) tem como fator determinante as alterações na formação e no crescimento das células da pele e das glândulas sebáceas e está relacionado também à falta de higiene do couro cabeludo, já que Barata (2003) relata que as películas caem e são rapidamente eliminadas por simples lavagem. A segunda é chamada de pitiríase estearóide ou películas gordurosas, neste tipo as escamas se tornam mais espessas aderindo junto com o sebo ao couro 28 cabeludo, dando origem a um revestimento simultaneamente oleoso e farinhento, sendo este estado geralmente precursor da seborreia (BARATA, 2003). Na dermatite seborreica há o aumento da secreção sebácea e da quantidade de glândulas sebáceas provocando descamação e em casos avançados pode gerar queda de cabelo e aparecimento de crostas (VASCONCELOS E COLS. 2008). A Figura abaixo mostra o couro cabeludo com caspa: Figura 14 couro cabeludo com caspa Fonte encontrada em:http://www.infoescola.com/doencas/caspa /&docid=XXsCZD9Myz6qbM&imgurl Barata (2003) relata que o mecanismo de formação da caspa e dermatite seborreica não está totalmente esclarecido, mas sabe-se da presença de microrganismo na base desta perturbação, e este se encontra presente no couro cabeludo aumentando seu desenvolvimento quando em estados peculiares, e as secreções enzimáticas desses microrganismos decompõem os glicerídeos presentes no sebo cutâneo, liberando ácidos graxos que induzem ao aparecimento de irritação da base epidérmica gerando maior multiplicação celular. O tratamento externo, que pode ser feito por terapeutas capilares, tem ação voltada mais para as consequências do que para as origens desta afecção, mas nota-se que a destruição dos microrganismos ligados à proliferação do estado de descamação, evitando desta maneira a presença de caspa reduzindo mesmo que temporariamente, a irritação do couro cabeludo e o prurido normalmente existente nesses casos. (BARATA, 2003). 3.4 AFECÇÕES QUE ACOMETEM A HASTE CAPILAR 29 Para Dawber e Neste (1996), as afecções que acometem ahaste capilar dividem-se em afecções associadas com a fragilidade aumentada e aquelas que não são. As afecções presentes na haste capilar podem ser moniletrix, pilitorti, tricorrexe nodosa, tricoptilose, tricoclasia. 3.4.1 Triconodose A Triconodose é caracterizado pela presença de um nó na haste capilar seja por trauma consequente de procedimentos cosméticos ou por fricção, gerado pela forma de pentear ou por atrito com roupas e travesseiros fios encaracolados, achatados são mais cometidos a esta patologia (VASCONCELOS E COLS, 2008; PEREIRA, 2001; DAWBER e NESTE (1996)). No local onde se encontra localizado o nó poder haver alteração da cutícula fragilizando a região tornando-a quebradiça. A presença em excesso da triconodose numa cabeleira aumenta a resistência e atrito ao pentear (PEREIRA, 2001). Figura da haste capilar com a triconodose: Figura 15 haste do cabelo mostrando um nó Fonte: Nunes, (2013) 3.4.2 Tricoptilose Tricoptilose é a afecção mais conhecida pelos indivíduos sendo denominada pelos mesmos como “pontas duplas”, esta afecção é caracterizado por cabelos frágeis e bifurcado. A Tricoptilose é uma divisão longitudinal da haste do cabelo que normalmente acomete a porção distal, mas algumas vezes acomete porções médias da haste, quando esta fissura encontra-se localizada na extremidade, esta fica 30 bifurcada ou com múltiplas pontas. Para Whiting (2000) apud Pereira (2001), a tricoptilose é resultado do desgaste da cutícula que expõe as fibras do córtex podendo ser agravada por moniletrix, tricorrexe nodosa, pilitorti e também pode estar relacionada com o uso de fixadores, água quente, produtos químicos e escovação excessiva. (PEREIRA, 2001; FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA [S.D.]). A Figura da haste com Tricoptilose na haste capilar, mostrando a fissura do fio: Figura 16 mostrando uma divisão longitudinal da haste do cabelo Fonte encontrada em:http://www.onehaircosmeticos.com.br/dicas_ec.php 3.4.3 Tricorrexe nodosa Tricorrexe nodosa é conhecida segundo Dawber e Neste (1996) como uma resposta característica do cabelo a uma lesão, denominado de desgaste do cabelo, onde as células da cutícula se rompem permitindo que as células do córtex se dilatem formando nódulos. Pereira (2001) diz que a exposição e quebra das fibras capilares formam a imagem característica da tricorrexe nodosa que se apresenta como dois pincéis justapostos, tendo vários fatores para sua formação como exposição solar, ato de pentear os cabelos com muita pressão, banho de mar, desgaste natural entre outros. Figura com a tricorrexe nodosa acometendo a haste capilar: 31 Figura 17 - cabelos mostrado um nó invaginado Fonte:http://www.google.com.br/imgres?q=tricorrexe+nodosa&hl=pt-BR&biw=1366&bih=567&tbm= isch&tbnid=giF5tIsFWUwo3M:&imgrefurl 3.4.4 Pili torti Pili torti apresenta-se como cabelos finos, secos, achatados e com intervalos irregulares completamente rotados a 180° em torno do seu eixo longitudinal, esses tipos de fios são frágeis, e normalmente confundidos com cabelos encaracolados. A pili torti é uma afecção congênita característica de diversas síndromes e ocorre em muitas formas distintas e pode esta associada com vários outros defeitos da haste. (DAWBER E NEST, 1996; FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA [S.D]). A figura seguinte mostra um fio com Pili-torti: Figura 18 cabelos mostrado um nó invaginado Fonte: encontrada em: http http://www.e-ijd.org/article.asp?issn=0019-5154;year=2012;volume=57 ;issue=5;spage=407;epage=409;aulast=Choudhary 32 3.5 TERAPIAS CAPILARES De acordo com Vasconcelos e Cols., (2008) a terapia capilar consiste na técnica de avaliação das alterações do couro cabeludo e da haste capilar e no tratamento das afecções que acometem tanto a haste capilar como o couro cabeludo com produtos cosméticos por terapeutas capilares associando-os com técnicas indicadas para cada caso, ou seja, o profissional tecnólogo em estética e cosmética tem por função fazer a avaliação personalizada do cliente, tendo documento de avaliação a Ficha de Avaliação e Anamnese que é uma ficha onde se colhe as informações a respeito do cliente, neste documento constam os dados pessoais, hábitos de vida, antecedentes pessoais, antecedentes cirúrgicos e outras informações relacionadas ao estado de saúde do cliente, motivo da visita, a fim de analisar quais alterações se fazem presentes e quais as possíveis causas, visando orientar o cliente da melhor forma possível, sugerindo a partir deste momento o tratamento mais indicado e quais os cosméticos mais indicado para cada caso, proporcionando maior efetividade da terapia realizada pelo profissional, sendo a terapia proposta de acordo com o permitido mediante a prévia análise, evitando deste modo risco à saúde do cliente, evitando crises alérgicas ou outros problemas sabendo-se que em algumas terapias faz-se o uso da eletroterapia. Para o tratamento inicial em casos tanto de caspa como queda é realizado o procedimento estético de desintoxicação no qual é utilizada a técnica de argiloterapia. A argiloterapia em tratamentos capilares é utilizada para tratar o couro cabeludo com excesso de oleosidade, caspa e seborréia, pois promove uma limpeza profunda removendo as células mortas, removendo ainda as impurezas e descongestionando a área em que houve sua aplicação (VASCONCELOS E COLS, 2008). Seu uso no tratamento dessas duas afecções é excelente, pois a argila possui propriedades bactericida, regeneradora, anti-inflamatória e antisséptica. Argila vem se mostrando um dos recursos bastante utilizados em várias patologias capilares, conforme afirma Nunes (2013): “a argiloterapia e indicada para tratamento cosmético de caspa, seborreia, alopecias areata e difusas, psoríase (na fase passiva), promovendo um verdadeiro arrasto de impurezas, 33 células mortas e desintoxicação do couro cabeludo” (NUNES, 2013, P.80). Outro recurso utilizado para o tratamento dessas afecções são os recursos da eletroterapia por meio do aparelho de Alta Frequência que associa a corrente galvânica ao ozônio liberando no couro cabeludo efeitos bactericidas, antissépticos e estimulando a circulação (FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA [S.D]; CARVALHO [S.D.]). Conforme Nunes (2013) a eletroterapia na estética capilar consiste na associação de corrente elétrica de alta frequência ou corrente galvânica, com agentes desincrustantes, tônicos capilares, loções, xampus, gel espoliantes, reconstrutores capilares. A eletroterapia proporciona ações adstringentes, antissépticas e vasodilatadoras no couro cabeludo, fortalecendo a haste e o bulbo capilar, prevenindo a queda e favorecendo o crescimento. O alta frequência é caracterizada por uma corrente de baixa intensidade e elevada tensão, que e transportada da sua bobina para os eletrodos de vidro que contém gás ozônio ou argônio, que ao ser acionado emite uma coloração alaranjada no neônio, no ozônio esta coloração e azulada. A principal ação do alta frequência e a função bactericida, fungicida, vasodilatadora, facilitando a permeabilidade de ativos para o couro cabeludo, é muito utilizado no tratamento anti-queda (Nunes, 2013). Segundo Barata (2003) o shampoo utilizado no tratamento anticaspa deve ter função bactericida e antifúngica efetivas sendo também formulado a partir de uma base com poder de limpeza do couro cabeludo, porém suave para não gerar uma maior agressão à epiderme. No caso das afecções que acomete a haste capilar os tratamentos costumam ser preventivos, pois após a afecção já instalada o procedimento mais indicado é a remoção da área afetada, sendo esta realizada por meio de corte do cabelo ou lapidação, mas na terapia capilar os tratamentos cosméticos e estéticos são voltados para a recuperação e embelezamento da haste. Depois de uma avaliação minuciosa da haste capilar é possível detectar se futuramente este cabelo será acometido por tais afecções, já que de acordo com as informações obtidas sabemos quais os hábitos de vida e cuidados do indivíduo e em qual estado se encontra esses fios, oferecendo ao individuo as informações necessárias para um melhor cuidado e 34 prevenção além de proporcionar um tratamento correto tanto para prevenção como recuperação desta haste. (TAKASAKI, 2010). Os tratamentos mais comuns para prevenção e recuperação da haste capilar são a hidratação e cauterização. Ainda Segundo Takasaki (2010) A hidratação tem por finalidade recuperar a água da fibra capilar perdida ao longo do cotidiano, já que o cabelo sofre agressões como exposição solar, poluição, água do mar, fricção no ato de pentear (escovar os cabelos), atrito com prendedores e roupas. E essa água perdida faz com que o cabelo resseque, torne-se frágil, facilitando com que as afecções se instalem, pois quando o cabelo se torna fraco e seco as cutículas se abrem sendo este um dos pontos de partida para o surgimento da tricoptilose. Já a cauterização tem por objetivo repor a queratina perdida, a queratina é um dos principais componentes da fibra capilar, a queratina é perdida através das agressões externas que fazem com que as cutículas se abram, e conseguintemente tornando o cabelo suscetível às afecções tais como tricoptilose e tricorresse nodosa. A cauterização vem na prevenção selar essas cutículas fortalecendo a fibra capilar, e na recuperação age regenerando a fibra, recuperando o fio, selando as cutículas de modo que no local afetado não haja o rompimento da fibra. E em casos de pilitorti o tratamento é a remoção desta fibra, já nos casos de triconodose a prevenção é feita por meio da correta higienização desta haste capilar já que a causa desta afecção é um fungo, e para recuperação desta fibra é indicado à lapidação dos fios (TAKASAKI, 2010). 3.6 AVALIAÇAO PELO PROFISSIONAL DE ESTÉTICA É de suma importância durante a avaliação personalizada o profissional ouvir do cliente um minucioso relato de seus sintomas e queixas assim tendo como informação os dados hábitos e cuidados do cliente com seus cabelos, a análise da haste capilar é do couro cabeludo deve a ser minuciosamente analisado através do microscópio indo da coloração até a descoloração, outro fator importante e o tipo de alimentação, pois quando ocorre algum tipo de carência de vitaminas e minerais, os cabelos são os primeiros a dar sinais, a saúde do cabelo esta ligado à saúde do corpo, quando há equilíbrio e harmonia os cabelos apresentam-se saudáveis e bonitos, existe outras alterações como o Hipotireoidismo que leva a perda bastante acentuada de cabelo de forma difusa, o hipertireoidismo causa a queda e 35 afinamento da espessura do cabelo, assim como a anemia que provoca queda. (TAKASAKI, 2010). 3.7 PAPEL DA ESTETICISTA NAS AFECÇÕES A esteticista tem um papel importante de fazer uma anamnese no couro cabeludo e na haste capilar para melhor informar o estado do cliente fazendo uma prevenção das afecções capilares, indicando terapia à base de argila, tônico é feita uma esfoliação no couro cabeludo ajudando a remover células mortas, e na prevenção com informação de higiene no couro cabeludo como lavar os cabelos e o que usar como prevenção para de tais afecções. A estética veio para ajudar pessoas a cuidar melhor do couro cabeludo já que muitas vezes por não ser um assunto muito divulgado, as pessoas são acometidas por patologias capilares sem ter conhecimento do que se trata e acabam usando produtos erroneamente que podem ocasionar danos ao couro. O cabelo precisa de várias vitaminas e minerais que agem junto para melhor ativar o metabolismo, são elementos importantes para vida, encontramos na terra e são passados para os vegetais e consumido pelos animais e humanos. Estas vitaminas e minerais como A B2, B5 e B5 e os minerais como zinco, cobre e selênio são de suma importância para saúde dos cabelos e couro devolvendo a integridade, resistência, trocas metabólicas e o crescimento.(APPLEGATE, 2012). Tabela 1 Vitaminas e suas funções para o couro e haste capilar. VITAMINAS FUNÇÕES/ IMPORTÂNCIA CARÊNCIA Importante para saúde da pele, Vitamina A B2 Ressecamento de olhos cabelos aumenta a resistência pele e mucosa, das infecções. queda de cabelo fragilidade óssea. Vitamina Riboflavina Favorece no crescimento e Lesões formação das células vermelhas cegueira Sanguínea, integridade da pele. seborréia. de pele, ocular, Importante para Importante para a Dores de cabeça e Vitamina B5 Ácido Pantotênico integridade da pele e mucosas, vômito saúde capilar, e nos processos de cicatrização capilar integridade da pele 36 Auxilia na prevenção de anemia e Hemorragia,queda Vitamina C absorção de ferro mantém a de cabelo,fragilidade integridade da pele e cicatricial capilar Fonte: Biondo e Donati (2010) Tabela 2 Minerais e suas funções, importância e carência para os cabelos. MINERAIS FUNÇÕES/IMPORTÂNCIA CARÊNCIA O zinco é importante para o A falta deste mineral é crescimento e comum em idosos; pode desenvolvimento em geral cometer na Zinco saúde da pele os cabelos e deixando cicatrização. finos, quebradiços, sem brilho e avermelhados. Alteraçõessão causadas por ingestão inadequada de minerais. A sua importância esta em A carência deste mineral várias trocas metabólicas a causa queda de cabelo, Cobre falta do cobre é influencia na edematose hemoglobina e no couro na cabeludo. oxigenação celular. É importante crescimento Selênio para o A sua falta pode ocasionar normal embranquecimento dos antioxidante, para perda de fios. elasticidade na pele e infecção etc. É fundamental no hormônio A da tireoide Iodo carência secreção da iodo folículos a tireoide influenciando reprodução Fonte: Biondo e Donati (2010) do na celular dos 37 4 METODOLOGIA Este estudo é de caráter exploratório tendo como objetivo colher informações sobre o assunto onde foram cruzadas as palavras-chave: cabelo, afecções capilares, alopecia, caspa, tricoptilose, terapias capilares, cuja revisão da literatura foi realizada para promoção do tema, de modo a reunir em um só trabalho as principais afecções que acometem tanto o couro cabeludo como a haste capilar tendo o conceito de tratamento voltado para os cuidados do terapeuta capilar. O levantamento bibliográfico constitui-se da analise de livros, pesquisados em acervos particulares sendo eles bibliotecas das Faculdades Integradas Ipiranga e dos próprios autores, artigo acadêmico e apostilas das aulas ministradas durante o curso. A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro/2013 a Maio/2013, onde foram selecionados materiais referente aos anos de 1996 a 2013. 38 5 DISCUSSÃO Ao longo do tempo os cabelos sempre estiveram em evidência, seja no decorrer do tempo como nas diferentes culturas, revelando estilos de vida e crenças. Deste a antiguidade se procura ingredientes, fórmulas, misturas, que possam embelezar os cabelos, proporcionando a eles, vida, maleabilidade, força, encorpamento, brilho, e diante desta informação nota-se que a procura por produtos direcionados aos cabelos não é exclusividade dos tempos atuais, mas a busca por produtos de qualidade e excelência fez com que a indústria cosmética atual se relacione intimamente com os profissionais especializados nesta parte do corpo humano, ou seja, cabeleireiros e terapeutas capilares, a fim de entender de fato como funciona o cabelo e o couro cabeludo, como agem o funcionamento fisiológico desse organismo, como se estrutura, e assim tomando conhecimento das afecções que podem acometer o couro cabeludo e a haste capilar. A exposição da haste capilar e do couro cabeludo ao sol, poluição, tratamentos químicos como descoloração, alisamentos, colorações, falta de higiene e processos mecânicos como escovar, pentear, atrito com travesseiros, no ato de prender os cabelos, levam os fios à degradação e surgimento de fungos ocasionados em afecções que comprometem a saúde tanto da haste como do couro cabeludo, tais como caspa, alopecias, tricoptilose, triconodose, entre outras, que foram relatados neste trabalho informando alguns tratamentos para tais afecções. Com o advento da farmacologia, tecnologia e cosmetologia foi se desenvolvendo técnicas e produtos com altas tecnologias, visando o tratamento e a prevenção destas afecções proporcionando à humanidade cabelos bonitos, saudáveis e cheios de vidas, porém, como essas tais afecções e os possíveis tratamentos disponíveis são poucos divulgados, grandes parte da população desconhece tais informações, o que nos incentiva a reunir essas informações a fim de expor tal assunto, motivando as pessoas a procurarem um profissional capacitado para os auxiliarem no tratamento de seus respectivos casos, devolvendo a autoestima, beleza, saúde e bem estar. 39 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Muito mais que apenas um aliado estético quando o assunto é beleza, o cabelo também está relacionado com as crenças dos indivíduos, a cultura de cada povo e o estilo de cada geração, e tudo isso vem variando ao longo dos anos, mas o que se nota desde o começo da humanidade é a busca por produtos e técnicas de aplicação que possam vim a melhorar a aparência desta cabeleira que além da função estética possui função de proteção contra traumatismo craniano e contra radiação solar, funcionando também como isolante térmico. Mas nos dias atuais além de contar com as tecnologias cada vez mais avançadas na elaboração dos produtos cosméticos, temos a disposição técnicas inovadoras baseadas em estudos detalhados proporcionando, desta maneira, uma maior efetividade do que nos é proposto pelas empresas cosméticas quando se trata de embelezar e cuidar dos cabelos. E é por meio desses estudos que se chegou ao conhecimento de afecções que acometem o couro cabeludo e a haste capilar, assim como desenvolveram produtos e técnicas capazes de amenizar e/ou acabar com tais afecções que incomodam tantos os indivíduos, causando constrangimento, e por vezes levando a uma baixa da autoestima, podendo gerar até casos de depressão. Tais condições inestética vêm sendo estudas por profissionais a fim de ajudar na prevenção destas patologias melhorando os hábito de vida, formando um conjunto de sinais e sintomas apresentada pelo cliente. Podendo se chegar a um diagnóstico mais preciso das afecções da haste e do couro cabeludo. O couro cabeludo se estrutura em pele, que é um dos maiores órgãos do corpo humano, sendo uma membrana de camada dupla que envolve toda a superfície do exterior do corpo (HARRIS, 2005), sendo esta pele super vascularizada, de onde se origina os folículos pilossebáceos que dão origem a haste capilar. O aparelho pilossebáceo é uma entidade anatômica e funcional que compreende o pelo propriamente dito, proveniente de um “saco” alongado derivado da epiderme, o folículo piloso e anexos como glândula sebácea, glândula sudorípara apócrina e músculo pilomotor. Já a haste capilar é formada por três partes, cutícula, córtex e medula. A cutícula é a mais atingida pelas afecções capilares. Os tratamentos estéticos propostos para tais afecções devem ser realizados por terapeutas capilares devidamente capacitados utilizando técnicas e produtos indicados para cada caso de acordo com o cruzamento de informações colhidos através de uma detalhada avaliação para 40 melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado, como a eletroterapia. Como algumas afecções podem ter origens como depressão, estresse e outros distúrbios deve-se sempre mediante as informações coletadas direcionar este cliente a um especialista, para este possa recuperar não só a beleza, mas também a saúde e o bem estar elevando a autoestima. O interesse pela elaboração deste estudo se deu pela percepção que este assunto é ainda e pouco divulgado, sendo que, a formação novas de terapeutas em estética capilar devidamente capazes de identificar a patologia corretamente e elaborar programas de tratamentos personalizados é a melhor forma de tratar essas patologias que atingem uma grande parte da população. 41 7 REFERÊNCIAS ÁLVARO. Luís G. Tecnologia cosmética cabeleireiro, São Paulo: Ed. SENAC, 1999. no trabalho do profissional APPLEGATE, Edith, e Cols. Anatomia e fisiologia. São Paulo: Ed Elservier, 2012. BARATA, E. A. F. A cosmetologia, princípios básicos. São Paulo: Technopress editora, 2003. BARROS, Selvino, e Cols. Clínica médica: Consulta rápida, 3 Ed. Porto Alegre: ARTMED, 2008. BIONDO, Sônia; DONATI, Bruno. Cuidados Básicos, técnicas de corte, coloração e embelezamento, 3 Ed. 2 Reimpr, Rio de Janeiro: SENAC, 2010. CARVALHO. Elena A. Afecções dos pêlos. 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