Mudanças no corpo são um desafio no tratamento dos pacientes

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Mudanças no corpo são um desafio no tratamento dos pacientes
08/12/2015
Mudanças no corpo são um desafio no tratamento dos pacientes com HIV | Saúde Plena
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Mudanças no corpo são um desafio no
tratamento dos pacientes com HIV
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No Brasil, um terço dos soropositivos abandonam a medicação. O impacto dos
antirretrovirais na aparência ‐ com a alteração na distribuição da gordura
corporal, síndrome conhecida como lipodistrofia ‐ é um dos motivos. SUS oferece
cirurgia plásticas, mas em Minas pacientes ainda não podem se beneficiar
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Valéria Mendes ‐ Saúde Plena
Arte: Soraia Piva
Publicação:11/12/2014 10:00 Atualização:06/12/2015 14:04
Nete mês o Brasil recebeu a notícia de que um terço dos brasileiros com HIV rejeita o tratamento: 190 mil
pessoas não lutam contra a enfermidade no país. Entre os motivos, um que se destaca são os efeitos
colaterais dos antirretrovirais. Apesar de as drogas serem cada vez menos tóxicas, ainda não existe, por
exemplo, um medicamento que seja absolutamente livre de provocar um dos efeitos mais temidos pelos
pacientes com HIV: a alteração da distribuição da gordura corporal também chamada de lipodistrofia.
Como impacta a autoestima, muita gente se sente impelido a abandonar o tratamento, o que dificulta
interromper a cadeia de transmissão no país.
Braços, pernas, bumbum e rosto perdem gordura a ponto de, no caso das nádegas, o paciente sentir dor
para se sentar. As veias ficam aparentes e o abdômen passa a acumular gordura. Homens e mulheres
ganham grandes papadas e, em palavras simples, uma corcunda logo abaixo do pescoço denominada
gibosidade dorsal. No caso deles, outra mudança corporal é a ginecomastia ou crescimento das mamas.
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*Imagens meramente ilustrativas
O incômodo com a mudança na aparência é tão grande que desde 2004 o Sistema Único de Saúde (SUS)
oferece a cirurgia plástica reparadora para os pacientes com HIV que sofrem com a lipodistrofia. O
problema tem influência direta na qualidade de vida com consequências físicas, psicológicas e sociais. Por
isso, a adesão ao tratamento tende a diminuir e o resultado é o pior possível: o desenvolvimento de
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resistência aos antirretrovirais e o aumento da morbimortalidade, ou seja, incidência da doença e taxa de
mortalidade na população.
Infelizmente, em Minas Gerais o procedimento ainda não é uma realidade na rede pública. Segundo a
secretaria municipal de saúde, a Rede SUS‐BH ainda não realiza a cirurgia para corrigir a lipodistrofia,
mas segundo o órgão, o Hospital Eduardo de Menezes, da rede FHEMIG, encontra‐se em processo de
credenciamento junto ao Ministério da Saúde. A secretaria estadual confirma o credenciamento da
instituição citada e afirma que o Hospital das Clínicas da UFMG e o Hospital Universitário de Juiz de Fora
também aguardam essa aprovação.
'Você vai sentir tudo isso e muito mais'
Em 1995, Silvana* foi surpreendida pela infecção por HIV. “Meu marido sabia que tinha o vírus, mas não
me contou. Quando foi internado já com a doença, o médico me informou do diagnóstico e pediu para que
eu fizesse o exame. Ele já estava em estado terminal”, recorda‐se. Na época, ela era mãe de um menino
de 6 anos e, mais do que receber uma sentença de morte, viu a vida do pai de seu filho ser interrompida.
A mulher de 42 anos relata que o companheiro era usuário de drogas e acredita que possa ter
compartilhado alguma seringa com alguém contaminado. “Quando descobri não existia sequer
medicamento. Não tinha contagem de carga viral, a gente fazia exame de sangue de tempos em tempos,
os médicos mandavam os pacientes para casa e ficávamos esperando a morte chegar. O AZT (um dos
primeiros medicamentos contra o HIV) só surgiu em 96”, diz. Desde então Silvana está medicada.
Entre 2009 e 2010 começou a sentir a diferença na distribuição da gordura corporal. “Eu sempre fiz
academia, gosto de correr, mas comecei a apresentar perda muscular nas pernas, quadril e braços. O
médico que me acompanha pediu exames de carga viral para saber se tinha alguma alteração, mas estava
zerada”, conta. Um ano depois de constatada a lipodistrofia Silvana conseguiu a cirurgia pelo SUS, no
Hospital Heliópolis, em São Paulo, e colocou implante de silicone nos glúteos, fez redução de mamas e
preenchimento no rosto. “Atualmente, corro atrás da minha forma física, faço musculação todos os dias e
acompanhamento com nutricionista e endocrinologista. Tem que ter força de vontade”, acredita.
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Ela conta que a mudança da aparência é um grande revés
no tratamento.. “No começo foi difícil, levantar e me
olhar no espelho, ver meu rosto se modificar e ter que
assim mesmo encarar, lutar e trabalhar. É uma barra
olhar a própria imagem e não se reconhecer. Foi
complicado, ainda estou na fase de adaptação, mas
devagar a autoestima melhora”, espera.
Silvana admite que o tratamento tem, sim, a parte ruim,
“principalmente da estética”. Mesmo assim, segundo ela,
“a qualidade de vida é mil vezes melhor”. “O que as
pessoas precisam pensar é que é possível trocar o
medicamento quando o paciente não se adapta. Hoje em
dia as coisas estão muito melhores para quem têm HIV, só
não conseguimos ainda superar o preconceito,
principalmente no mercado de trabalho”, pondera.
Atualmente, Silvana trabalha com a irmã que é dona de
um bufê de festas.
“Tenho um amigo que abandonou o tratamento neste ano
por causa da lipodistrofia, adoeceu e faleceu”, narra. Por
essa razão, o recado de Silvana é simples: “Por mais
difícil que seja, por mais que seja complicado levantar de
manhã, o tratamento vai fazer bem. No começo,
principalmente, não é fácil, é muito efeito colateral. A
gente precisa trabalhar com diarreia, vômito e dor
abdominal, mas depois que acerta o antirretroviral fica
mais fácil. O pensamento ‘já que vou morrer, pelo menos
não quero sentir nada’ é errado. Na verdade, você vai
sentir tudo isso e muito mais. É um engano”, reforça.
Entenda a lipodistrofia
Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,
Daniela Pinho é especialista em cirurgia plástica
reparadora para pacientes com lipodistrofia. Segundo ela,
a alteração na distribuição da gordura corporal atinge 42%
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/12/11/noticia_saudeplena,151619/mudancas­no­corpo­sao­um­desafio­no­tratamento­dos­paci…
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dos pacientes com HIV e está muito associada aos
antirretrovirais. No entanto, apesar de não existirem
estudos que comprovem, o componente genético pode
favorecer a manifestação dessa síndrome.
Em razão dessa forte associação, o primeiro passo para
tentar barrar a lipodistrofia é trocar a medicação.
Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão
Urbano lembra que a mudança só é inviável em casos de
pacientes que têm vírus muito resistentes, porque
sobrariam poucas opções.
Se depois de realizada a troca, a estratégia não for bem‐
sucedida, o paciente pode se candidatar à cirurgia
reparadora. No entanto, é imprescindível que a pessoa
esteja fazendo uso da medicação, seja acompanhada por
um infectologista e esteja com a doença controlada. Ou seja, aqueles que estão com Aids (a manifestação
aguda dos sintomas do HIV), estão excluídos em função do risco cirúrgico. Lembrando que ser HIV positivo
é diferente de ter a doença. Outras restrições à cirurgia reparadora são o uso de anticoagulantes, gravidez
e infecção por hepatite C.
Daniela Pinho afirma que muitos pacientes
deixam de usar a medicação em função das
mudanças no corpo. “São alterações na
aparência que estigmatizam os pacientes
com HIV, muitos ficam revoltados e
preferem a doença, o que aumenta a
resistência do vírus, a proliferação e o risco
de contaminação”, diz.
Além da questão da autoestima, a
especialista lembra que a cirurgia
reparadora é um procedimento importante
porque aumenta a adesão dos pacientes ao
tratamento. Segundo ela, a reconstrução
do glúteo com a colocação de próteses de
silicone é a cirurgia plástica reparadora
mais procurada pelos pacientes
soropositivos.
Outros procedimentos realizados com o
objetivo de minimizar os efeitos da
lipodistrofia são: lipoaspiração, correção
de ginecomastia, mamoplastia redutora
feminina por lipodistrofia e o
preenchimento cutâneo da face com
polimetilmetacrilato (PMMA).
Daniela Pinho, que trabalhou muitos anos
no Hospital Heliópolis, em São Paulo,
instituição que é referência em cirurgia
plástica para lipodistrofia, diz que a espera
pode ser longa e um mesmo paciente pode
precisar de mais de um tipo de cirurgia.
É importante saber também que, mesmo
após os procedimentos cirúrgicos, o
paciente vai continuar sofrendo a
influência da medicação no corpo. Por isso,
além da cirurgia, o tratamento da
lipodistrofia associada ao HIV envolve
mudanças no estilo de vida, com exercício físico e orientação nutricional, redução na exposição às drogas
com modificação da terapia antirretroviral e tratamento farmacológico das alterações metabólicas
associadas.
As drogas contra o HIV estão cada vez menos tóxicas e
dão qualidade de vida aos paciente. O jogador de
basquete Magic Johnson anunciou que era soropositivo
em 1991
http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/12/11/noticia_saudeplena,151619/mudancas­no­corpo­sao­um­desafio­no­tratamento­dos­paci…
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O tratamento cirúrgico das alterações corporais da lipodistrofia para pacientes com HIV foi incluído no SUS
em 2004, pela Portaria Ministerial nº 2.582. Atualmente, está em vigor a Portaria Conjunta SAS/SVS nº
01, de 20 de janeiro de 2009, que trata das indicações cirúrgicas, normas para o credenciamento dos
hospitais e ambulatórios, estrutura física e recursos humanos para o tratamento reparador das alterações
corporais relacionadas à lipodistrofia.
A portaria vigente contempla os seguintes procedimentos reparadores:
Preenchimento facial com polimetilmetacrilato (PMMA);
Lipoaspiração de gibosidade cervical, submandibular, abdominal ou dorsal;
Redução de mamas ou ginecomastia;
Implante de prótese glútea com lipoenxertia e/ou polimetilmetacrilato.
* Nome fictício
Tags:
pacientes com HIV
lipodistrofia
cirurgia plástica para pacientes com HIV
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hiv
aids
gibosidade dorsal
lipoaspiração
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Conceição Pinho · Enfermagem at Aposentada
Enfatizo q. os pacientes, principalmente os mineiros, NÃO abandonem o tratamento,
façam o uso correto dos antirretrovirais e q. logo, logo, teremos hospitais aqui
credenciados para fazer a cirurgia reparadora, q. é um direito deles. Aliás, vamos cobrar
mais agilidade deste credenciamento, concordam???
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3 · 11 de dezembro de 2014 19:41
Renato Pescador de Ilusões · Costureiro at Taffy Uniformes
eueohiv.zip.net
Curtir · Responder · 14 de dezembro de 2014 22:45
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