Poço da Capelinha - Jornal Maranduba News

Transcrição

Poço da Capelinha - Jornal Maranduba News
Maranduba, 25 de Março de 2012
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Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br
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Ano 3 - Edição 35
Foto: Ezequiel dos Santos
Poço da Capelinha
Recanto natural feito a mão
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25 Março 2012
Jornal MARANDUBA News
Editorial:
Resgatando o retrocesso
Foto: Emilio Campi
Passando pela Av. Iperoig
não pude deixar de notar a falta do antigo Centro de Informações Turísticas de Ubatuba.
Há poucos anos era um ambiente agradável, com monitores, computadores, exposição
de artesanato, folhetos, enfim,
um lugar onde muitos turistas
tinham seu primeiro contato
com a cidade.
Acontece que ele não desapareceu, apenas mudou de
lugar. Agora esse atendimento ao turista é feito do outro
lado da avenida, em frente ao
prédio da antiga Câmara Municipal, em uma barraquinha
de praia com uma mesinha
e algumas cadeiras de praia
para os atendentes.
Será que a mudança aconteceu para se adquar ao atual
padrão da administração do
Resgate? Ou será que é para
acompanhar o visual de nossas praias infestadas de ambulantes e barraquinhas “shopincenters”?
Foto: RF UbaWeb
Emilio Campi
Editor
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Responsabilidade Editorial:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos e Fernando A. Trocole
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
Cartas a Redação
Parabéns pelo Editorial
A AGUA DA PISCINA DO VIZINHO é SEMPRE MAIS LIMPA.
Todas as palavras perfeitamente escritas e descritas para tal
vivência e situação que nos
encontramos. De tudo o que
temos ou melhor, o que não
temos aqui em nosso bairro e
cidade de Ubatuba, porque no
Vizinho CARAGUÁ tem ? Porque lá fazem ? Porque lá existe
PROGRESSO ? É tudo tão estranho, e aqui trágico se num fosse cômico. Entra ano sai ano,
mandato e sai mandato e até
quando vai ficar assim ? É sempre a mesma história, pra estar
lá é pra se DAR BEM, aproveitar
e o povo que se ... Que você
possa continuar com este seu
EDITORIAL com suas sábias
palavras e mantenha esta escrita ATIVA onde o povo possa
ler e ACORDAR para a realidade. Mudanças ? Só vai ocorrer
no dia que cada morador tomar
sua iniciativa, partir de cada um
QUE DEVE HAVER MUDANÇAS.
Obrigado pelas suas palavras e
que continue com este DOM e
sabedoria para a população.
André Prado
Sertão da Quina
Abandono
Tive a oportunidade e o prazer
de ler o JORNAL MARANDUBA
, Parabéns pelas reportagens
do LUXO ao LIXO, moradores
indignados com mortandade de
peixes e etc. Na realidade estive
fazendo uma visita a Ubatuba e
pergunto o que esta acontecendo com essa cidade? Que já
foi a mais bela do nosso litoral.
Totalmente abandonada, o que
fazem as autoridades, que não
tomam as providencias necessárias, deixando essa antiga e
bela cidade acabar. Exemplo,
RIO MARANDUBA onde havia
disputa para pescar o melhor
e maior peixe, onde crianças e
adultos banhavam-se, brincando, tudo se acabou. Empresários relapsos jogam esgoto sem
tratamento no Rio, que virou
esgoto a céu aberto, pior o Rio
desemboca no Mar, é triste,
mas é a realidade. Nossa Praia
esta com o futuro triste e incerto. Os Amigos de Maranduba, já
enviaram ao Diretor da CETESB
uma reclamação, e já estamos
enviando algumas fotos, ao Sr.
Diretor para que possa tomar
as devidas providencias. Estaremos enviando as copias ao
Editor Emilio Campi e ao Vereador Rogério Frediani, que luta
para a melhoria da nossa MARANDUBA.
Atenciosamente,
Priscila Castilho
e Amigos de Maranduba
Singela Homenagem
Gostaria de realizar nestas
linhas uma singela homenagem ao meu irmão Maicon dos
Santos Rodrigues, 28 anos que
faleceu no último dia 11 de
março, onde sua vida foi tirada
brutalmente. Quando criança
veio do Morro das Moças, pró-
ximo do Centro da cidade com
seus dez irmãos para o Araribá,
antes mesmo de existir a Vila
Santana, onde residem até
hoje.
Tentou morar em Vargem
Grande com sua avó, porém de
saudades voltou para o seio da
família. Menino bom começou
cedo a trabalhar com eletrônica, arrumava de tudo. Sua aptidão o fez conhecer dois profissionais do ramo com quem
começou a trabalhar.
Jovem na flor da idade, irmão
querido e amado, não vai ser fácil segurar esta dor, esta perda.
Gostaria de neste momento prestar minhas homenagens a um
“menino” bom que nos fazia feliz.
São simples palavras, porém,
expressam a dor dos corações
feridos de familiares e amigos
que sentem falta de você. Sua
memória estará para sempre
conosco.
Adeus nosso técnico, pai,
irmão, filho e amigo. Vá com
Deus! Te amo Maicon...
De sua irmã
Kalícia dos Santos Rodrigues
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Frediani apresenta projetos que regulariza a extração de areia artesanal
Foto: Emilio Campi
Após três anos de pesquisa
e consulta a especialistas, o
vereador Rogério Frediani-PSDB protocolou na última
quarta feira, na secretaria da
Câmara Municipal, dois projetos de Lei que tratam do reconhecimento e dos critérios
diferenciados para o licenciamento municipal à extração
artesanal de areia.
Os projetos ainda passarão
pelas comissões da Câmara Municipal e não tem data
para serem colocados em votação, mas já provoca satisfação entre os trabalhadores
e técnicos consultados sobre
o projeto.
O que regulariza a atividade tem apenas cinco artigos
e define de forma clara e objetiva como serão os procedimentos para a atividade.
O texto considera extrator
artesanal de areia, o trabalhador que retira areia do
leito do rio com pás ou conchas manuais utilizando uma
pequena barcaça (chata/bateira) para transporte do material até a margem, de onde
é transferida para caminhões
para o destino final, realizada
por profissionais cadastrados,
que já exerciam a atividade
há mais de dez anos.
A proposta proíbe a extração de material as margens
dos cursos d’água e o uso de
equipamentos motorizados,
como dragas, tratores e pás
carregadeiras. Para equilibrar
a retirada, a quantidade não
poderá ultrapassar a dinâmica sedimentar de reposição do mesmo material e a
circulação dos caminhões é
reduzida à pequena área de
acesso, restrita, sem área de
manobras, evitando os danos
à vegetação.
Para o licenciamento municipal será exigido à cons-
tituição de Pessoa Jurídica,
ou Cooperativa, que prestará
assessoria técnica, jurídica e
contábil aos associados ou
cooperados, apresentação do
Plano de Controle Ambiental,
além de Relatório de Controle Ambiental, a serem analisados pelos órgãos ambientais
do Estado e União, a anuência
do IBAMA e a aprovação da
Secretaria Municipal do Meio
Ambiente. São exigências legais para organizar o setor,
proteger o meio ambiente e
separar o mau trabalhador do
bom trabalhador.
A Lei prevê ainda parcerias
e convênios para o acompanhamento dos processos de
licenciamento junto aos órgãos municipais, estaduais e
federais, visando orientar e
garantir o pleno atendimento
e execução da Lei. Na justificativa, além de citar os dispositivos legais da legislação
vigente, Frediani destaca a
importância de humanizar e
dignificar a profissão.
Outro aspecto positivo é o
de desassorear os rios, que
em períodos de chuva causam danos as comunidades.
O autor fala que só foi possível apresentar o projeto porque a atividade artesanal é
de baixo impacto ambiental e
de grande importância social
e econômica para o município. “Agora, a atividade está
rodeada de homens maduros,
responsáveis que vêem na
extração de areia artesanal
uma forma de diminuir e até
mesmo reverter os estragos
causados pela degradação da
atividade, que por falta de licenciamento tornou homens
de bem em bandidos, todos
precisam trabalhar, para isso
tem de cuidar para que sempre haja serviço”, desabafa
Frediani.
Para técnicos e profissionais
ouvidos pelo gabinete do vereador, é uma oportunidade
única de aliar desenvolvimento social, geração de renda,
dignificação do trabalhador
e sua família e preservação
ambiental.
Outro projeto que trata do
mesmo tema é o que declara
de relevante interesse social,
econômico e ambiental a atividade de extrator de areia
artesanal. Seu reconhecimento facilitará o andamento dos
processos de licenciamento.
“Desenvolvimento sustentável não é o que todos queremos? Nosso trabalho é garantir de que todos tenham
sua oportunidade! Não é um
trabalho fácil, mas foi o que
escolhemos, então temos de
fazê-lo!”, comenta Frediani a
amigos que participaram dos
estudos, pesquisas e elaboração dos projetos.
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Escola Tiana Luiza recebe homenagem
pelo projeto Araribá
Na sessão do último dia
13 de março, a escola
Sebastiana Luiza do bairro
do Araribá foi homenageada
com uma Moção de Congratulações pelo projeto que
desenvolve com alunos, pais
e moradores do bairro. A homenagem partiu do vereador
Osmar de Souza, que se sentiu honrado em prestar esta
homenagem.
O
projeto
intitulado
Araribá, nasceu da necessidade de mudança no ensino
e no aprendizado dos alunos
na escola, neste processo de
mudança todos os envolvidos no projeto foram ouvidos, alunos, monitores, pais
e professores, fazendo-se
um questionamento e chegando a uma solução que
agradou a todos. O resultado
deste trabalho foi um novo
desenho da escola, com mudanças no tempo, espaço e
agrupamentos de alunos.
Hoje a escola funciona em
tempo integral, com oficinas
de aprendizagem em espaços
diversificados – extra classe
e agrupamentos por projetos
de alfabetização e projeto de
pesquisa, mudando a rotina
da escola, qualificou a aprendizagem dos alunos e dividiu
responsabilidades da aprendizagem para uma equipe de
professores.
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Assim o Projeto Araribá
atende a expectativa dos
pais, alunos, equipe Administrativa – Pedagógica e cumpre com a função social da
escola que tem como meta a
qualidade de ensino trazendo
qualidade de vida pessoal e
consequentemente da comunidade do bairro do Araribá.
Na sessão estiveram a direção da escola, representante
dos professores, pais e APM.
No uso da tribuna a diretora
se emocionou pela propositura que a escola recebera
e que magistério é um dom,
disse ainda que em décadas
de magistério nunca havia
recebido tamanho reconhecimento. Fez questão de agradecer o corpo docente, os
apoiadores, pais alunos, voluntários e a secretaria municipal de educação.
O autor do projeto, Osmar
de Souza, disse saber da luta
dos professores e que a escola Tiana Luiza estava fazendo
a diferença no bairro. Os demais vereadores parabenizaram o autor pela iniciativa.
Na entrega o vereador Osmar de Souza convidou Rogério Frediani para entregar
o quadro com a homenagem.
Capela Nossa Senhora das Graças
apresenta obras de melhorias
A s obras da capela Nossa
Senhora das Graças encontram-se em adiantado estado
de acabamento, após o termino da sala de preparação dos
padres, diáconos, coroinhas e
convidados, o piso avança a
cada dia. O mármore que cobre o chão da capela já pode
ser admirado por todos, embora esteja em andamento.
Até o momento, da parte de
dentro já foram realizadas as
obras da sala do santíssimo, a
limpeza das paredes, o espaço
da imagem da Santa, as luminárias, o gesso e pintura do
teto. O passeio central da capela já está com piso e a base
de onde serão realizadas as
missas futuras está preparada
para receber o altar.
Após a colocação do piso
será a vez da porta de entrada, que está aguardando ser
montada para sua destinação
final - abrir para o povo de
Deus entrar. Grande parte da
obra é fruto de contribuições
diretas dos fiéis e de doações
de cristãos, sendo alguns anônimos.
Para Padre Carlos, as doações tratam-se de bênçãos
divinas. Para a obra continuar
cada um pode ajudar com sua
contribuição, basta ligar em
horário comercial na secretaria da paróquia, no número
3849-8532.
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Criado a classificação especial para curso d água
com relevante interesse a balneabilidade
Região Sul de Ubatuba recebe
mais um Programa de Turismo Rural
Depois de várias denuncias
e reclamações do trato dos
rios do município, um grupo
de defensores dos rios e do
desenvolvimento sustentável
solicitou ao vereador Rogerio
Frediani um projeto de classificação dos rios de Ubatuba.
Após várias pesquisas, profissionais especializados depositaram a confiança no vereador e ajudar a formatar um
projeto em beneficio aos rios
do município.
Na sessão do último dia 13
de março, o projeto foi aprovado por unanimidade. Ele
dispõe sobre a preservação
do Patrimônio Natural do município e cria a classificação
especial para os cursos d’água
com relevante interesse a
balneabilidade.
O projeto, primeiro do litoral, prevê proteção especial ao
patrimônio descrito no projeto
e foi acompanhado por representantes da sociedade civil,
ONGs, profissionais da área
ambiental, comunidades interessadas, moradores, mídia
especializada, membros do
EZEQUIEL DOS SANTOS
Deu inicio no último dia 17
a mais um grupo de estudos
do Programa de Turismo Rural do Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural. O curso
é ministrado pela mestra em
hotelaria e turismo, professora Cândida Batista que se
mostrou satisfeita em formar
mais um grupo de moradores
no programa. A atividade é
fruto de um convenio entre o
Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Ubatuba-STTR, a
Federação dos Trabalhadores
na Agricultura do Estado de
São Paulo-Fetaesp e o SENAR.
Desta vez o curso acontece
no Sitio Boca Larga no bairro
do Sertão da Quina a beira da
Avenida Fujio Iwai.
Novamente 25 pessoas terão
a oportunidade de se profissionalizarem em Turismo Rural. Os temas são divididos em
módulos e trata-se de uma
das atividades que mais se
aproxima a sustentabilidade
histórica, cultural e ambiental,
além dos temas específicos
tratados no programa.
O programa faz reviver as
aptidões locais e regionais
como forma de ganhar dinheiro e manter as propriedades
ainda mais rentáveis, trazendo
novas perspectivas de geração
de emprego e renda e ativida-
comitê de Bacias Hidrográficas
e outros defensores das águas
de Ubatuba. No texto fica estabelecida a Classe Especial
para águas destinadas ao
abastecimento doméstico sem
prévia ou com simples desinfecção, à preservação do equilíbrio natural das comunidades
aquáticas, à recreação de contato primário (balneabilidade,
natação, surf, e mergulho).
Com emenda do vereador
Claudinei Xavier, também
foi aprovado seu uso para a
pesca artesanal e a retirada
de areia, também artesanal,
com autorização da agencia
reguladora. O texto original
prevê a classificação aos rios
Maranduba, Itamambuca, Poruba e Rio da Fazenda, com
emendas, também do vereador Claudinei, estendendo a
classificação aos rios Grande,
Tavares, Ubatumirim, Indaiá,
Praia Dura, Lagoinha e Acaraú.
O projeto prevê que nas
águas de Classe Especial não
serão tolerados lançamentos
de águas residuárias, domésti-
cas e industriais, lixo e outros
resíduos sólidos, substâncias
potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes
químicos e outros poluentes,
mesmo tratados. Os casos de
utilização para abastecimento
doméstico deverão ser submetidos a uma inspeção sanitária preliminar.
Na justificativa, Frediani
destaca a importância de classificar as águas doces e salobras essenciais à defesa de
seus níveis de qualidade, além
da necessidade de garantir a
qualidade das águas nos níveis sanitários seguros para
contato direto e prolongado
com os banhistas.
Frediani destaca ainda que
hoje existem disponibilidades
de alternativas sanitariamente
seguras para disposição final
de efluentes. “É um trabalho
a ser construído com as comunidades, técnicos e organizações interessadas para
cuidar de um bem valioso que
por enquanto temos em abundancia”, comenta Rogério
Frediani.
des ao turismo. Traça a busca
de oportunidades como um
bem possível e esclarece os
vários mitos e dificuldades encontradas no setor. O primeiro
módulo foi marcado pela acolhida entre alunos, professores
e os proprietários do lugar.
O Sindicato aproveitou e fez
plantão para os associados
que buscaram se atualizar e
colocar em dia suas contribuições, importantes para o
funcionamento das atividades
buscadas pelo sindicato.
Tadeu Mendes, diretor do
STTR informa que a partir de
maio, haverá um dentista que
atenderá gratuitamente os
associados que estão em dia
com o sindicato e que estará
providenciando o cadastro de
produtor rural para os associados que ainda não realizam
seus cadastros. Também a
consulta para quem quer tirar
e atualizar o ITR, dar entrada
em nota fiscal de produtor e a
busca dos benefícios governamentais de que a Lei garante
aos produtores.
A oportunidade foi aberta a
muitos associados que não
haviam tido a chance de participar de nenhum programa
desta natureza e que agora poderão contar com um
aprendizado a uma atividade
profissional.
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História do Surf no Brasil
ADRIANA FERNANDES
No Brasil, as primeiras pranchas, então chamadas de
“tábuas havainas”, foram trazidas por turistas. A história
começa em 1938 com a, provavelmente, primeira prancha
brasileira, feita pelos paulistas
Osmar Gonçalves, João Roberto e Júlio Putz, a partir da
matéria de uma revista americana, que dava medidas e o
tipo de madeira a ser usada.
Pesava 80 kg e media 3,6 m.
Em 1950, os cariocas Jorge
Grande, Bizão e Paulo Preguiça, construíram uma prancha
de madeira, inspirados nas
pranchas de balsa que um
piloto comercial americano
da rota Hawaii-Rio, trazia em
suas viagens. Não tinham flutuação nem envergadura.
Em 1962, enquanto no Rio o
Sr. Moacir criou uma técnica para dar envergadura aos
pranchões, em SP, Homero
Naldinho, com 14 anos, fazia
suas madeirites que mediam
apenas 2,2m (o tamanho das
Minimodels, que surgiram somente em 1967), pois as placas de madeirite tinham esse
tamanho.
Em 1963, George Bally e Arduíno Colassanti, começaram
a shapear as primeiras pranchas de isopor. Com uma lixa
grossa presa a uma madeira,
levavam dois dias para fazer
uma prancha. A referência era
uma foto de revista.
Em 1964, Mário Bração e Irencir, conheceram o australiano
Peter Troy, que trouxe outlines (templates) e noções de
shapear de seu país. Ainda
usava o madeirão como lixa,
o ralador de côco e a grosa.
Mais tarde apareceu o “Suform” importado, mas o bloco
ainda era de isopor. Enquanto
isso, em SP, Homero fazia as
primeiras pranchas de madei-
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ra oca. Inspirado em pranchões gringos.
Em 1965, o Cel Parreiras
fundou a primeira fábrica de
pranchas no Brasil: a São Conrado Surfboard, no RJ. Parreiras adaptou para o shape uma
técnica usada no aeromodelismo: após colar a longarina
com a curva desejada, usava
fio quente para cortar o fundo
e o deck acompanhando a curva da longarina. A seguir cortava o outline e dava o finish.
Seus shapers Mário Bração e
Ciro Beltrão. Mais tarde, Carlos Mudinho também passou a
shapear na São Conrado.
Enquanto isso, em SP, além
de Homero, Eduardo Faggiano, o Cocó, Nelsinho e Lagartixa, faziam pranchões de madeira envergados com calor.
Mas logo aderiram ao isopor
e a técnica do fio quente, a
exemplo de pioneiro Parreiras.
Em 1967, Penho volta do Ha-
waii, trazendo a primeira plaina Skill e a técnica de shapear.
Porém, as minimodels haviam
acabado de surgir e ninguém
sabia exatamente o que shapear. Faziam-se miniguns e
minipranchões, mas nada com
embasamento teórico. Nessa
época surgiram os shapers
Miçari, Rico, Wanderbilt, Tito
Rosemberg, Marcelo “Caneca”, Otávio Pacheco, Maraca,
Zeca Guaratiba, Isso Amsler,
Paulo Aragão e Dentinho.
Em 1969, o Cel. Parreiras,
lança o poliuretano branco
com química importada Clark
Foam. Paralelamente, Homero
cria a primeira fábrica de pranchas de SP e passa a comprar
blocos Clark Foam do Cel.
Parreiras. Inovador, Homero alcançou popularidade em
todo o Brasil. Além de ter criado, provavelmente, a primeira
máquina de shape do mundo,
dava garantia de 1 ano para
suas pranchas modelo Homero Luxo e de 6 meses para o
modelo “Superlight”.
Nessa mesma época, Tito Rosemberg voltava da Europa e
EUA, com um Know-How bastante avançado para a época,
passando a dividir o mercado
brasileiro com Homero.
Em 1970, o surf explodiu, e
a moda era shapear a própria prancha. Surgiram então
muitos nomes: No Rio, Bocão
e Betão, Pepê Lopes e Jorge
Pritman, Lype Dylong, Daniel
Friedman, Ricardo Bravo, e
mais tarde Heinrich Reinhard,
Heitor Fernandes, Italo Marcelo, Gustavo Kronig e Victor
Vasconcelos. Entre outros.
Em SP, Guto Navarro (Maui)
Eduardo Argento (Twin), Brito
(Moby), Flávio La Barre. Longarina, Paulo Rabello, Pascoal,
Jorge Português, Jorge Limoeiro, e mais tarde Almir Salazar, entre outros.
Superkort Board Shop:
Entre o mar e as montanhas
EZEQUIEL DOS SANTOS
O jovem casal Luiz Henrique e
Priscila está a cinco anos oferecendo tudo sobre pranchas
e acessórios. Bem em frente
à Rodovia SP-55, de fácil localização, estão na Avenida
Marginal, 358, ao lado da sorveteria Mar Virado.
A loja colorida com ares de
saúde e bem estar, cheias de
pranchas dos mais variados
modelos e tamanhos agrada
a todos os gostos. Dentro da
loja as mais variadas pranchas
e os mais variados acessórios,
tudo que você precisa para
curtir este esporte, que envolve saúde e meio ambiente.
Lú que é shapper desde
1999, começou sua carreira
na Ubatuba Surf Boards, hoje
produz suas próprias pranchas e neste período conseguiu deixar sua marca. Ele já
participou de programa televisivo, onde apresentou o estilo
stand up, sendo um dos pio-
neiros nesta modalidade.
Lú já recebeu vários telefonemas e e-mails de adeptos
deste esporte. Suas encomendas são sobre medidas,
o cliente escolhe tamanho, a
cor e a prancha sai do jeito
que o cliente imaginou. Na região a Superkort é referencia
dos apaixonados pelo esporte
que vem de todos os cantos
do Brasil. No Sertão da Quina
tem uma oficina onde produz
suas obras de arte.
A Superkort Board Shop rema
em favor dos ventos e mostra
toda sua importância num esporte que tem Ubatuba como
referencia mundial. O casal na
região sobrevive mostrando
a importância de praticar esportes como o surfe, que alia
saúde, dedicação e preservação do meio ambiente, além
de oferecer oportunidades de
melhorar de vida, remar em
outros mares e dar um bom
exemplo a novas gerações.
25 Março 2012
Jornal MARANDUBA News
Voluntários realizam a 1ª Copa
Água Branca de Futebol Infantil
Com previsão de apenas sete
rodadas, a 1ª Copa Água Branca de Futebol Infantil acontece nos campos da Maranduba
e Sertão do Ingá e conta com
cinco times, sendo um feminino e os restantes masculinos.
Os primeiros jogos aconteceram no último domingo quatro de março. Na abertura da
“copinha” todos os times se
perfilaram e ouviram o hino
nacional. Todos jogam entre
si e classificam quatro para a
semifinal. Foram dois meses
de reunião e preparação para
o evento, que embora simples
faz toda a diferença entre os
familiares, torcedores e principalmente os organizadores. A
“copinha” conta com o apoio
da Regional Sul e da Secretaria Municipal de Esportes. O
esforço esta valendo a pena
comentam os voluntários. Participam desta empreitada os
amigos, Régis, Carlinhos, Pindá, Ataliba, Donizete, Zé Cor-
reia, Pérsio, Adriano, Dimas,
Vaguinê, Eleandro, Jurandir
entre outros. O nome escolhido foi por conta do mais antigo
clube da região, o Água Branca Futebol Clube, onde jogou
provavelmente os bisavós dos
meninos que hoje participam
da “copinha”. O evento ainda
é de extrema importância, já
que enquanto as crianças participam do evento não estão
em locais duvidosos em más
companhias. As famílias estão
satisfeitas com o andamento
do evento. Os organizadores
pretendem nos próximos anos
contar com mais voluntários
e times para fazer um evento
ainda maior. Todos estão convidados.
Convidados Especiais
O evento contou com o brilho
dos “mosqueteiros” de plantão
(abaixo) que permaneceram
até o final do evento. Sorte de
todos que este grupo,nestas
horas, não se separa.
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Jornal MARANDUBA News
25 Março 2012
Poço da Capelinha: recanto natural feito à mão
EZEQUIEL DOS SANTOS
No final da Rua da cachoeira
no bairro do Sertão da Quina, isto é bem a seu final,
encontra-se uma quantidade
de pequenos poços e quedas
d’água. Por entre as pedras é
possível observar as mais belas paisagens. A floresta dá-nos a sensação de estramos
em outro mundo. É nada mais
do que um cenário hipnotizante em meio à mata velada,
guardada por antigos moradores e visitados por turistas.
O local guarda uma fauna e
flora de rara beleza. Mais do
que admirar, a grande pedida
é aproveitar as atrações, em
um cardápio variado, ao gosto
do visitante: com banhos relaxantes, pequenas escorregadeiras naturais, observação,
contemplação e caminhadas
por entre as pedras como faziam os Tupinambás quando
caçavam utilizando o rio como
guia.
Situada nas proximidades dos
limites do parque estadual,
dentro de uma área particular,
o local é ideal para banhos relaxantes. A volta do poço um
paredão de pedras que serve
como plataforma para sentar
e vislumbrar o que é natureza aliada ao trato do homem
tradicional.
Para chegar até lá, o visitante segue o caminho até a um
portão de cor preta, indicando
que tem gente cuidando do lugar. O local é mantido sempre
limpo e sem sinais de degradação, parece aquelas cenas
de filmes românticos ou de
desbravadores.
O final da estrada é sombreada e úmida, em meio à mata
terciaria, moradia de animais
silvestres e de lindas orquídeas, bromélias e caraguatás.
Muitas árvores frutíferas são
possíveis de serem vistos no
local, alguns nasceram por
mãos humanas quando o local
era roça e bananal. Na realidade o local é parte do caminho
histórico que leva ao planalto,
por ali subiam e desciam as
tropas de moradores quem
trocavam mercadorias.
Peça sempre para um guia
local te acompanhar, embora
belo a natureza pode esconder
surpresas desagradáveis.
Vestígios de antigos moradores dão nome ao local
Fotos: Ezequiel dos Santos
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Um encontro íntimo com a natureza
Fotos: Ezequiel dos Santos
O caminho um dos mais antigos da região proporcionou
uma interação impar na comunidade e que o Poço da
Capelinha presenciou muitas
coisas, dentre elas a aliança
entre o povo bom do litoral
com o planalto, muitos deles
se tornaram amigos até hoje,
outros surtiram casamentos,
outros bons negócios.
Esse lugar é cercado de belezas por todos os lados, é um
convite ao relaxamento e descanso privilegiado. Suas aguas
frias, transparentes e límpidas
fascina o visitante na primeira olhada. De profundidade o
local não tem mais de que um
metro e meio. Destino não tão
badalado, o local se mantem
vivo, tanto pela beleza natural, quanto pelas atitudes de
quem vem para desfrutar do
que Deus deixou.
O local cercado por pedras
exige muita atenção, portanto todo o cuidado é pouco.
Acima, depois do poço um
descanso na pedra para apre-
ciar a paisagem. Por falar em
pedras existem varias pedras
do que seriam construções
antigas, um muro de pedra e
duas cavernas, por onde certamente passou ou guarda algum segredo, mais acima ruínas que lembram algum lugar
para sacrifícios, ou descanso
dos antigos moradores.
Muitos dizem que havia uma
capelinha no lugar, por isso o
nome dado até hoje. O local
guarda muita história antiga,
a visita ao local nos remete
a um passado de desbravadores, de onde os moradores
passavam depois, ou antes,
de subirem a serra. A mistura de beleza e mistérios criados pelo homem faz do lugar
algo diferente. São sentimentos diversos mais um deles é
semelhante a todos: estar no
paraíso!
A paisagem parece um quadro em que você pode desfrutar das maravilhas e belezas.
Suas aguas parecem que se
moldam a fim de proporcionar
um banho mais do que prazeroso, um banho divino. Só
não é permitido sujar, deixar
algum material, cortar plantas.
De resto, respeitando a propriedade, a natureza e a aptidão do local é possível passar
um dia no paraíso.
Chegando lá você vai perceber
que ele existe. Por ser área
montanhosa e em floresta é
sempre importante à companhia de um guia local que vai
lhe mostrar outros detalhes,
que só ele poderá oferecer.
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Observadores de Aves da região participam
do programa de Expedições da TV Brasil
EZEQUIEL DOS SANTOS
No último dia 21, os observadores de aves Fábio de Souza
e Roberto de Oliveira participaram da gravação do programa
Expedições onde deram entrevista à jornalista e apresentadora Paula Saldanha sobre o
trabalho e atividade de guia de
observadores de aves. Acompanhando o grupo e representando a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente estava o
professor Carlos Rizzo, que em
2011 levou mais uma oportunidade de geração de renda e
transferência de conhecimento
natural formando um grupo de
observadores na região Sul do
município.
O programa Expedições veiculado na TV Brasil está gravando
uma serie de reportagens sobre
a Mata Atlântica. Começaram
na Bahia e devem chegar até
Santa Catarina. Em Ubatuba
conheceram a trilha do mangue
da Praia da Fazenda e o Projeto
de Observação de Aves desenvolvido pelo Parque Estadual
da Serra do Mar e Prefeitura
Municipal de Ubatuba. A apresentadora, além de conhecer
as belas paisagens e a natureza
exuberante, buscou informações sobre as comunidades que
tiveram suas áreas “tomadas”
pelo parque, como vivem, as
alternativas de geração de emprego e renda e situação atual
destes moradores.
A observação tornou uma
alternativa viável e necessária, já que trata as populações
tradicionais como parceiros do
meio antes de tudo, reconhece
seu etnoconhecimento e oferece oportunidade num crescente mercado de trabalho e
proteção das espécies de flora
e fauna. Para os observadores
entrevistados foi uma experiên-
25 Março 2012
Jornal MARANDUBA News
cia muito boa e que mostra a
nossa importância como protetores da cultura, das tradições,
dos conhecimentos e das atividades no meio em que vivemos. O programa Expedições é
um dos pioneiros em mostrar a
realidade dos rincões do Brasil,
suas belezas naturais, culturas,
histórias sempre foram temas
dos programas.
Instituto Paula Saldanha
O Instituto Paula Saldanha foi
criado em 1991, originalmente
com o nome de Instituto Cultural Ecológico Terra Azul, como
resultado da união de esforços
de Paula com sócios-fundadores como Darcy Ribeiro e Oscar
Niemeyer. Em 2003, a ONG foi
declarada de utilidade pública.
Entre seus objetivos, Paula
Saldanha destaca a divulgação
do Brasil. A jornalista dirige e
apresenta em rede nacional o
programa ‘Expedições’ e criou,
em 1979, o primeiro programa
de meio ambiente da TV brasileira – o ‘Globinho Repórter’.
Através de centenas de documentários, que são resultado
de trinta e três anos de produção independente junto a seu
companheiro, o biólogo Roberto Werneck, Paula pretende
“agregar valor histórico à produção audiovisual de televisão,
dando ao público uma macrovisão do país e sua gente e contribuindo para a transmissão da
memória nacional às próximas
gerações”.
A documentação de Paula Saldanha vai além de um registro
datado. As produções são dinâmicas e as relações com os
povos retratados, orgânicas,
construindo, ao longo do tempo, leituras e releituras históricas dos povos que constituem
nossa nação, possibilitando,
ainda, comparações entre décadas diferentes. O caráter
mobilizador das obras faz com
que sejam base de estudos e
pesquisas.
Vale ressaltar que Paula Saldanha e Roberto Werneck foram
os primeiros expedicionários do
mundo a fazer, em 1994, a documentação cinematográfica da
verdadeira nascente do maior
rio do mundo-Amazonas. Além
de abrigar centenas de obras
audiovisuais, o Instituto Paula
Saldanha também tem como
um de seus objetivos conservar
um acervo pessoal etnográfico
de peças indígenas e artesanato brasileiro.
O Professor
JOSÉ RONALDO DOS SANTOS
Ontem, ao chegar na minha
casa, já havia uma mensagem
do meu irmão: “Zé,morreu o
professor Aziz”. No mesmo
instante comecei a recordar
os momentos que ele viveu
conosco em Ubatuba, das suas
palestras e das suas gostosas
prosas. Inesquecível foi a sua
participação no fórum que tratou das questões das terras
em Ubatuba, há mais de dez
anos. O ginásio “Tubão” estava lotado de caiçaras atentos
às palavras do mestre tão íntimo das particularidades do
nosso espaço. O nosso amigo
Miguel Angel deve manter o
seu inigualável arquivo daquela ocasião.
Era só estar em sua casa, na
praia Itamambuca, que logo
ele dava um jeito de telefonar
ao Domingos para combinar
umas andanças. Nessas ocasiões, não se desgrudava de
um bloco de anotações para
registrar detalhes da nossa região. “São riquezas; dão uma
pesquisa fantástica” era uma
expressão corriqueira do professor Aziz, esse grande geógrafo do mundo nascido em
São Luiz do Paraitinga, mas
ligado à nossa terra desde a
meninice, quando o pai, imigrante libanês casado com
uma nativa da “Serra Acima”,
exaltava o país que o acolheu,
a paz dos caminhos, a acolhida dos caipiras e as belezas
naturais.
Do professor Aziz, durante
as orientações para o trabalho
de graduação do Domingos,
na Universidade de São Paulo
(USP), ficamos sabendo que
“a prova de que o litoral já foi
parte de um deserto, é a presença dos lagartos, dos manacarus e de outras adaptações
que permeiam o espaço da
cultura caiçara”. E o que dizer
das suas narrativas empolgantes de como foi admitido na
universidade como ajudante
de um célebre mestre, como
jardineiro? Este foi o definitivo passo para a formação do
maior geógrafo que eu conheci.
O professor, sempre muito
lúcido e com muita inteligência, nunca deixou de denunciar as armações politiqueiras
que o circundavam. Em certa
ocasião, no “Espaço cultural
Nalva”, ele se mostrava indignado pela forma que, através
do seu destaque acadêmico, o
presidente Lula tentou, pelas
vias politicamente incorretas,
encaixar um de seus filhos
(aquele que depois foi envolvido em “facilidades do setor de
comunicação”) na USP. Para
ele, “o Prouni, esse programa que está atendendo muita
gente que realmente precisa,
foi criado para resolver as
questões das vagas ociosas
das faculdades privadas. É um
jeito dos empresários desse
setor manterem os seus lucros”.
Também à sua irmã, a professora Nídia Nacib, igualmente professora na mesma
instituição, devemos agradecimentos por trabalhos formativos à nossa atuação, na compreensão da nossa realidade.
Foi quem nos auxiliou em significativo trabalho na região
do Perequê-açu, no início da
década de 1990.
Certamente que muitas outras contribuições virão das
interessantes anotações nas
restingas, costeiras e morros ubatubanos feitas pelo
nosso querido professor Aziz
Ab’Saber. A ele nunca negamos a nossa grande admiração. Valeu, professor Aziz!
Nossos sinceros pêsames à
família.
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Jornal MARANDUBA News
O melhor tempero de minhas lembranças gastronômicas
CRISTINA DE OLIVEIRA
Peço um pouco de atenção
dos senhores para falar de
minhas melhores lembranças
gastronômicas. Falo das comidinhas de minha mãe. Além
de nos alimentar, ela com todo
carinho, cuidava para que cada
refeição tivesse algo que realmente “nos desse sustância”.
Acompanhávamos todo o ritual, desde sua ida a horta, a
“panha” das caçarolas e a colocação dos temperos até servir
a mesa.
Lembro-me como se fosse
hoje da “cambuquira” que ela
fazia. Era assim: um maço de
cambuquira (broto de abóbora), um colher de sopa de vinagre, óleo, alho socado, sal,
cheiro verde e pimenta. Ela lavava bem a cambuquira e picava bem miudinha, depois colocava numa panela para refogar
em óleo, o alho, cebola, cebolinha, salsa picada e sal. Depois
de tudo refogado, ela tampava
a panela, esperava alguns minutos e pronto. Tava pronta a
cambuquira, com arroz, feijão
cozido com carne seca e suco
de laranja, apanhados no quintal, era o melhor almoço que
existia.
Ninguém faz idéia também
de como era gostoso o virado
de milho verde que ela fazia.
O milho era debulhado, acrescentados três ovos de galinha
caipira, óleo, sal, temperos,
farinha de milho, salsa picadi-
Cantinho da Poesia
Sonho impossível
Sou do amor o escravo
Que em sua tenda buscou abrigo.
Andorinha perdida no espaço,
Em busca de um ninho amigo.
Talvez já cansada de voar ao léu,
Na incessante busca de um amor eterno,
Voando sempre por perdidos horizontes,
Buscando primavera onde só existe
inverno.
Minhas asas me levam a sonho distante
Procurando na noite o lúmen brilhante,
Ainda que esse brilho seja luz efêmera,
Que possa me fazer feliz apenas por um
instante.
nha, cebolinha verde, rodelas
de salsicha frita (daquelas que
eram vendidas em lata) e muito amor. Ela cozinhava o milho,
refogava, tão logo estivesse
refogado, despejava aos poucos a farinha de milho, sempre mexendo. Tirava do fogão
a lenha, colocava na gamela,
enfeitava com rodelas de ovos
cozidos e servia a mesa.
O mais importante não era a
comida. O simples fato de estarmos todos a MESA, juntos,
era a felicidade para minha
mãe. Lembrava ela de quantas
mães comem sem seus filhos
a mesa. Quanta mãe não tem
sequer o pão para colocar a
mesa. Quantas mães sequer
poderão ter seus filhos à mesa
novamente. O maior tempero
de minha mãe é o amor, daquele incondicional, que não
precisa trocar por favores, por
roupas, por nada. Ele, o amor
de minha mãe, vinha de graça
e em grande quantidade.
Não lembro aqui da cambuquira por que éramos simples,
mas lembro pelo fato de ser
real, verdadeiro, de lembrar
de resgatar de minha memória
um amor verdadeiro, diga-se
de passagem, em falta neste
mundo. Os sentidos que temos, que fizeram a história de
nosso povo tem muito valor,
pena que tem gente remando
contrario a sua cultura e história. Será falta de tempero na
vida ou simplesmente falta de
amor.
Quando minha mãe ia preparar alguma coisa, nos preparava para a vida. Quando se encostava ao fogão nos passava
ensinamentos que a faculdade
não ensina. Mesmo sem falar
nada, seu exemplo era seguido, a comida era só uma ferramenta de aprendizagem, por
isso quem possui recordações
gastronômicas boas é porque
viveu algo maravilhoso, no sabor do mais puro tempero deixado por Deus, o amor de mãe.
Venha voar comigo! Faça de mim o seu
ala!
Transforme meus perdidos sonhos em
doce realidade.
Dos céus, vamos respirar juntos as
brancas nuvens,
Que com o seu perfume são toda a minha
vontade.
Vamos fazer do impossível o nosso
momento,
Viajando em sonhos daqui ao infinito.
Transportando nossos desejos para a
eternidade,
E fazendo do hoje o nosso dia mais bonito!
Manoel Del Valle Neto
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Gente da Nossa História:
EZEQUIEL DOS SANTOS
Nascido no rincão da Bahia,
no dia 13 de junho de 1933,
numa cidade chamada Ibitiara, daquelas que possuem as
famílias tradicionais. De um
lado da família de fulano e de
outro lado à família de beltrano. Bom! Vamos pular uma
parte do começo de sua história para vocês entenderem
melhor.
Cabra trabalhador deixou
a Bahia e veio trabalhar em
São Paulo por volta de 1973.
Lá, nos barzinhos da capital
conheceu uma moça chamada Malvina Maria Pereira da
Silva, daí começou a vida de
“Seu Bahia e Maria do Bahia”.
Iniciaram sua vida conjugal morando numa favela no
Jabaquara, um ano depois
nasce o primeiro filho, na realidade uma menina de nome
Monica.
Trabalhador como sempre
seu Bahia ajudou a construir
o Campo de Marte, conheceu
muito bem os aviões e helicópteros, na época ele trabalhava na Breda, que era tão
somente uma empreiteira de
obras, ainda não era uma empresa de transportes. Homem
prendado que era foi convidado a construir a casa do dono
da empresa, o tal Luiz Magalhães, em Ubatuba. Seu Bahia
não tinha a menor idéia de
onde seria este lugar.
Vindo para cá construiu uma
casa para o patrão, enquanto
isso sua esposa fazia marmitex para ajudar o marido a
construir sua própria casa. Enquanto trabalhava na construção da casa do patrão morava
de caseiro na mesma casa, ficou assim de 1974 até 1982.
Depois comprou um terreno
na Rua da Laje, onde ficou até
o fim dos dias. Seu Bahia trabalhou 15 anos no Jardim Beira Rio, construindo casas em
companhia dos amigos João
da Mata e Biu.
Mesmo com idade avançada ainda ajudou a construir as
últimas casas daquele lugar.
No inicio levava a esposa e os
filhos (Monica, Luiz Henrique
e Vanderson) pequenos para
ajudar na obra. Foram dias
difíceis e muito trabalho duro.
25 Março 2012
Jornal MARANDUBA News
Enedino Francisco de Lima (Seu Bahia) - um “homem
Homem de bem que era, casado com uma pessoa maravilhosa, foram construindo uma
identidade com o lugar. Não
havia quem não gostasse de
conversar com seu Bahia.
Os filhos foram crescendo
e acompanhando a vida normal do Lugar. Gabava-se em
dizer que tinha conhecido os
ex-governadores Fleury e
Quércia. Depois
de quarenta anos
em Ubatuba seu
Bahia resolve fazer uma visita a
sua terra natal, lá
reviu os filhos que
tinham ficado com
a primeira esposa.
Ele havia separado e vindo a São
Paulo. Lá ele pôde
reencontrar
os
três filhos do primeiro casamento.
Surpresa
foi
quando no dia 8
de maio de 2001
recebe em casa a
família da Bahia,
foi uma grande
festa. Todos os filhos de seu Bahia
reunidos e pela
primeira vez se conhecem. Foi muita
emoção. Felicidade foi tanta que
foram recebidos
de braços abertos.
Os filhos mais velhos Jaime e José
foram a uma praia
pela primeira vez.
No retorno levaram cinco litros
de agua salgada.
Estava aqui também a filha Maria
Neuza que havia
ficado na Bahia há
45 anos.
Seu Bahia era filho de família nobre da Bahia, havia deixado para trás 800 hectares
de terra, era de família tradicional de fazendeiros, daquelas que mandam na cidade.
Algo fez com que Bahia viesse
para São Paulo, na época a
vida era muito mais sofrida do
que agora, sem comparação.
Talvez pela amargura que era
a vida lá veio enfrentar a vida
aqui e acabou vindo para nossa região. Sorte a nossa, tivemos seu Bahia a nosso lado.
Em conversas ele dizia algumas coisas que eram cômicas
e segundo ele, eram verdades.
Quando na Bahia passou o primeiro avião sobrevoando seu
bairro, todos corriam para ver
o que era aquilo, seguindo seu
rastro, com a cartucheira na
mão, chegou até um vizinho,
um compadre e perguntou:
Compadre você viu o avião? Vi
sim chupou um “bucado” de
cana e depois foi embora.
Seu Bahia tinha sempre seu
lado engraçado. Consumidor
fiel do Bar do Bruxa e do Antônio Belo, gostava de jogar no
bicho e de uma “branquinha”,
da “marvada” e vinha muitas
vezes pra casa “sapecado”
empurrando sua bicicleta Barra Forte vermelha com dínamo
na roda dianteira para ascender o farol, na garupa uma
sacola de nylon com listras
coloridas cheias de misturas,
a metade pro lado de fora e
os cachorros fazendo a festa. Num certo dia chegou tão
ruim que caiu com bicicleta e
tudo na fossa em que havia
recém construído
em frente a sua
casa, passou por
entre as tabuas
e lá ficou a noite
inteira. Outra vez
chegou com tanta
sede que foi a pia
pegar um copo
viu um recipiente branco cheio
com cara de coisa
gostosa, daquelas que matam a
sede só de olhar,
olhou bem, cheirou bem, sabor
de coco, bebeu.
De repente ele sai
aos gritos: Socorro! Socorro! Seu
Bahia havia tomado quase um tubo
de detergente de
coco.
Assim como os
outros
anciãos
do lugar ele não
sabia ler. Contam que ele era
tão preocupado
com o serviço
que mesmo na
hora do almoço,
dava uma garfada na marmita e
uma mexida no
concreto, pra não
perder a massa.
Trabalhou
também por algum
tempo na Serra
da Cantareira e para agradar
a esposa trazia, todo embrulhado, uma fita K7 do Amado
Batista e uma barra de Marshmallow, coisa chique!
Em 2000 resolveu para de
vez com a bebida, ele havia
sofrido um infarto. Ficou doze
dias internado. “Vi a morte de
frente... Nunca mais vou beber” e assim o fez. 2009 foi
um ano muito triste para famí-
trabalhadô”
lia. Falece dona Maria, a quem
chamava carinhosamente de
“Vina”, que dizia ter deixado
muitas saudades. “Vina deixou meus filhos tudo criados,
tudo casado”, comentava. Era
18 de agosto daquele ano.
Seu Bahia não gostava de
ir ao médico, dava uma volta
enorme só para não passar
pelo posto de saúde. Com a
idade avançando tinha de ir
ao medico frequentemente.
Seu Bahia teve uma grande
felicidade na vida, a chegada
do neto Gabriel, a quem chamava de passarinho, disse um
dia com familiares: “O coração
do Bahia não vai longe não!
O coração do Bahia Ó!” Certo
passou mal, levado ao hospital, levado ao posto de saúde descobriram que ele tinha
sofrido um Acidente Vascular
Cerebral-AVC. Dr. Frederico
e os enfermeiros fizeram de
tudo que estava ao alcance.
Entubado, levado a Santa Casa por uma ambulância
UTI, lá fez uma tomografia
que dizia haver um coagulo
no cérebro. Na UT de Ubatuba
foi visitado pelos familiares.
Mas pouco depois veio então
a noticia que ninguém queria
ouvir, seu Bahia havia partido para junto de Vina. Era 13
de março de 2012. No velório
grande amigos compareceram
e lá depositaram lágrimas de
reconhecimento e tristeza.
Seu Bahia foi sepultado em
cima da esposa como por assim dizendo: “Aqui estou Vina,
meu amor eterno.” Hoje seu
Bahia faz muita falta a nossa
comunidade. Das lembranças
das boas conversas, homem
que gostava de contar história, alegre, pacifico, bom homem, bom pai, bom avo, bom
marido, que deixa um exemplo de luta e honestidade,
qualidades cada vez mais distantes de nossa era moderna.
Seu Bahia muito obrigado
de permitir tê-lo conhecido.
Consigo ouvir sua voz enquanto escrevo e permita-me dizer
que me sinto honrado e privilegiado por conhecê-lo e pelo
senhor dizer duas palavras
quando o cumprimentava: Oi
filho!
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Jornal MARANDUBA News
Dicionário de vocábulos e expressões caiçaras - Parte 7
CHACRA - ( s.f.) - chácara;
terreno.
CHALADO - ( adj. ) - bêbado.
CHALEIRA - ( s.f.) - vasilha
de metal com bico e tampa ,
onde se aquece a água p/ o
café ou chá.
CHAMA - ( s.f. ) - mesmo que
negaça; chamariz; chama;
ave aprisionada na gaiola usada para atrair outras.
CHAMá A CANOA - ( v.t ) movimentar o remo pela popa
da canoa, para mudar a direção para a esquerda.
CHAMARO - ( v.t. ) - chamaram. “ eu não fui , que eles
não me chamaro “
CHANCHE - ( s.f. ) - chance.
CHAPA - ( s.f.) - dentadura.
CHAPá - ( v.t. ) - encher demasiado.
CHAPOLETADA
(v.t.d.)
- soco; tapa; pancada em
cheio; chapoletada. “ Uma
chapoletada dele chega inté a
derrubá o sujeito “
CHAPADO - ( adj. ) - cheio; repleto. “ o Mané passô aqui cum
cesto chapadinho de pexe “
CHAPEá - ( v.t. ) - furar a bacia, ou a chapa da roda de
sevá com um ponção, a fim de
que ela faça a função de ralador. ”Chapeá, é como seja
furá a chapa da roda de sevá
com punção bem rumbudo”.
CHATA - ( s.f.) - embarcação
para transporte de carga pesada.
CHAVASCADA - ( s.f.) - pancada; bordoada. “ não foi com a
unha, foi com chavasco “
CHEGANÇA - ( s.f.) - fandango.
CHIBANCA - ( s.f.) - ferramenta para destocar terrenos,
com um lado para cavar a terra e outro para cortar raízes.
CHINCHADA - ( s.f.) - bronca;
indireta grosseira e pesada;
chamar na chincha.
CHIO DE PEITO - ( s.m. ) chiaço; bronquite; asma.
CHISPA - ( s.f.) - sair na chispa; sair na pisa; sair correndo
; andar em alta velocidade
CHISPá - ( v.t. ) - sair correndo em disparada.
CHISPADO - ( s.m. ) - apressado ; com muita pressa; correndo.
CHOÇA - ( s.f.) - cabana rústica.
CHOCO - ( s.m. ) - podre ; estragado ; ovo em incubação.
CHUMBADA - ( s.f.) - chumbo
que se põe nas redes e varas
de pesca.
CHUMBADO - ( adj. ) - bêbado
; embriagado.
CHUMBEIRO - ( s.m. ) - pedaço de chumbo, colocado de
espaço em espaço , na parte
inferior da rede de pescar.
CHURIÇO - ( s.m. ) - chouriço;
iguaria feita de tripa e sangue
de porco.
CHURIÇO - ( s.m. ) - chouriço;
expressão que se usa quando
não se quer responder ou explicar alguma coisa para criança. “ o que é isso ? ; é churiço
, pra comê na hora do serviço
CISCá - ( v.int.) - esgaravatar
( a galinha ) o solo à procura
de alimentos.
CISCO - ( s.m. ) - sujeira; lixo;
argueiro no olho.
CISQUêRO - ( s.m. ) - tipo de
pá de lixo, com cabo comprido.
CISTINHO - ( s.m.) - cesto.
COBERTA - (s.f.) - cobertura
de sapê ou palha nas casas
de pau-a-pique e barro. ” conforme a coberta, sendo bem
grossa anssim, atura prá mais
de doze ano ”
COBRêRO - ( s.m. ) - espécie
de lagarta.
COBRêRO - ( s.m.) - doença
da pele que consiste em estrias avermelhadas que provocam
forte coceira no local afetado.
CóÇA - ( s.f.) - surra; levar
uma coça; levar uma surra.
COCHá - ( v.t.) – cochar; torcer; trançar , tecer; contorcer.
“ Maria meu tá se cochando de
dor de intistino “ Cordão faiz
de imbira cochada. “
COCHá- (v.t.) – cochar; espremer; prensar; imprensar. No
fabrico da farinha de mandioca
cocha-se o tipiti cheio de massa verde sevada, entre a coroa
e a mesa, na arataca ou no
fuso. ” Tem de cochá bem...”
COCHADô - ( s.m.) - instrumento de madeira usado para
esticar e trançar cipó na confecção de cordas rústicas.
COCHANDO ( v.t.) – contorcendo - “ não qué tomá remédio e fica aí se cochandode dor
nas tripa.”
COCHO - ( s.m. ) - grande recipiente retangular de madeira, com fundo côncavo, de 2
ms. de comprimento por 0,50
m. de largura e 0,40 de altura.
Quando esse cocho está debaixo da roda de sevá não tem
as partes laterais, e, ficando
numa posição inclinada, faz o
caldo da massa verde escorrer
para uma das duas extremidades. Há ainda outros, nas
mesmas discriminações, tendo, porém, suas partes laterais, e com vários usos, entre
as quais, o de receber a massa
seca passada na penêra, ou de
receber a farinha já forneada.
COCHO DA MASSA SECA - (
s.m.) - apetrecho usado no fabrico da farinha de mandioca,
que consiste numa grande
vasilha, feita de um tronco
grosso da árvore, escavado,
de cerca de 2 ms. de comprimento por 0,50 de largura e
0,40 de profundidade, tendo
duas aparas de tábuas em
cada uma de suas extremidades. Serve para receber a
massa seca pela arataca ou
pelo fuso, para daí ir ao forno.
COCHO DE CANOA - (s.m.) canoa velha; pedaço de canoa
usada como cocho.
COCHO DE MASSA VERDE - (
s.m. ) - vasilhame nas mesmas características do cocho
de massa seca, recebendo,
entretanto, a massa sevada
que desce da roda. Difere do
primeiro por não ter as duas
aparas da borda, para que
o caldo da mandioca ralada
possa ir escorrendo, já na
operação de sevá.
COCíCA – ( s.f.) – fazer cocica; mesmo que fazer cócegas.
COCURUTO - ( s.m. ) - parte
mais alta da cabeça.
COIVáRA - ( s.f.) - pilha de
galhadas e tronco que não se
queimaram inteiramente na
roça e que se junta para serem incineradas.
COLERINHA - ( s.f.) - espécie
de pássaro.
COLHãO - ( s.m. ) - testículo.
COLHERêRO - ( s.m. ) - espécie de ave marítima.
COM O CRARO - ( loc.adv.)antes do anoitecer.
“ queremo vê se chegamo lá
com o craro “
CONSERTá O PEIXE - (v.t. )
- limpar o peixe das vísceras.
“ primero conserta eles tudo,
adespois cunzinha cum banana “
COMIDINHO - ( s.m. ) - pequena ondulação que os cardumes fazem na superfície do
mar.
Fonte: PEQUENO DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS E EXPRESSÕES CAIÇARAS DE CANANÉIA. Obra registrada sob nº 377.947Liv.701. Fls. 107 na Fundação Biblioteca
Nacional do Ministério da Cultura para Edgar Jaci Teixeira – CANANÉIA –SP .
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Jornal MARANDUBA News
Moradores realizam mutirão de melhoria em acesso
Os moradores da Rua
Zé Leal no bairro do Sertão da Quina arregaçaram as mangas e realizam no último dia 4 de
março um mutirão de
melhorias na rua onde
moram.
Por se tratar de uma
descida, as fortes chuvas têm levado o material que sustenta seu
leito.
O esforço foi por conta
da necessidade de adequar o local para melhor
atender aos usuários do
local. Os moradores rea-
lizaram uma “vaquinha”
e arcaram com a compra
do material, além de disponibilizar mão-de-obra
para realizar o trabalho.
Quem compareceu relembrou os velhos tempos do “bitirão/dijutório” que eram realizados
por seus antepassados
quando o poder público
estava distante dos bairros.
O mutirão aproximou
ainda mais os moradores e ajudou a resolver
um problema em pouco
tempo.
25 Março 2012
25 Março 2012
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Jornal MARANDUBA News
Coluna da
As “pérolas” do ENEM 2011
Adelina Campi
Ser Feliz
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado
algumas vezes, mas não se
esqueça de que sua vida é a
maior empresa do mundo. Só
você pode evitar que ela vá à
falência.
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por
você. Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser
feliz não é ter um céu sem
tempestades, caminhos sem
acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem
decepções.
Ser feliz é encontrar força no
perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do
medo, amor nos desencontros. Ser feliz não é apenas
valorizar o sorriso, mas refletir
sobre a tristeza. Não é apenas
comemorar o sucesso, mas
aprender lições nos fracassos.
Não é apenas ter júbilo nos
aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que
vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, Oncompreensões e períodos de
crise.
Ser feliz não é uma fatalidade
do destino, mas uma conquista de quem sabe viajar para
dentro do seu próprio ser.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar
um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de
si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da
sua alma e agradecer a Deus
a cada manhã pelo milagre da
vida.
Ser feliz é não ter medo dos
próprios sentimentos. É saber
falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber
uma crítica, mesmo que injusta. É beijar os filhos, curtir os
pais e ter momentos poéticos
com os amigos, mesmo que
eles nos magoem.
Ser feliz é deixar viver a
criança livre, alegre e simples
que mora dentro de cada um
de nós. É ter maturidade para
falar “eu errei”. É ter ousadia
para dizer “me perdoe”. É ter
sensibilidade para expressar
“eu preciso de você”. É ter capacidade de dizer “eu te amo”.
Desejo que a vida se torne
um canteiro de oportunidades para você ser feliz... Que
nas suas primaveras você seja
amante da alegria. Que nos
seus invernos você seja amigo
da sabedoria. E, quando você
errar o caminho, recomece
tudo de novo, pois assim você
será cada vez mais apaixonado
pela vida. E descobrirá que...
Ser feliz não é ter uma vida
perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a
paciência. Usar as falhas para
esculpir a serenidade. Usar a
dor para lapidar o prazer. Usar
os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. Jamais
desista de si mesmo!!! Jamais
desista das pessoas que você
ama. Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um espetáculo imperdível. E você é um ser
humano especial !!!!
“O Brasil não teve mulheres
presidentes mas várias primeiras-damas foram do
sexo feminino”.
(Ou seja: alguns ex-presidentes casaram-se com travestis.)
“Vasilhas de luz refratória podem ser levadas ao forno de
microondas sem queimar”.
(Alguém poderia traduzir?!)
“O bem star dos abtantes da
nossa cidade muito endepende do governo federal capixaba”. (Vende-se máquina
de escrever faltando algumas
letras.)
“Animais vegetarianos comem
animais não-vegetarianos”.
(Esse aí deve comer capim.)
“Não cei se o presidente está
melhorando as insdiferenças sociais ou promovendo o
sarneamento dos pobres. Me
pré-ocupa o avanço regresssivo da violência urbana”.
(“Sarneamento” deve ser o
conjunto de medidas adotadas por Sarney no Maranhão.
Quer dizer, eu “axo”, mas não
me “pré-ocupo” muito.)
“Fidel Castro liderou a revolução industrial de 1917, que
criou o comunismo na Russia”.
(Não, besta, foi o avô dele.)
“O Convento da Penha foi
construído no céculo 16 mas
só no céculo 17 foi levado definitivamente para o alto do
morro”. (Demorou o “céculo”
inteiro pra fazer a mudança.)
“A História se divide em 4:
Antiga, Média, Momentânea e
Futura, a mais estudada hoje”.
(Esqueceu a História em Quadrinhos.)
“Os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos ma-
tando todos assim que nasciam”. (Mas e se os índios não
matassem os mortos????)
“Bigamia era uma espécie de
carroça dos gladiadores, puchada por dois cavalos”.
(Ou era uma “biga” macho
que tinha duas “bigas” fêmeas, puxada por um burro?!)
“No começo Vila Velha era
muito atrazada mas com o
tempo foi se sifilizando”.
(Deve ter sido no tempo em
que lá chegaram as primeiras
prostitutas.)
“Os pagãos não gostavam
quando Deus pregava suas
dotrinas e tiveram a idéia de
eliminá-lo da face do céu”.
(Como será que eles pretendiam fazer isso?!)
“A capital da Argentina é Buenos Dias”. (De dia. À noite
chama-se Buenas Noches.)
“A prinssipal função da raiz
é se enterrar no chão”. (E a
“prinssipal” função do autor
deveria ser a mesma. E ainda
vivo...)
(E alguns ainda vivem nas “catatumbas”.)
meio viole
“Os egipícios dezenvolveram a
arte das múmias para os mortos poderem viver mais”.
(Precisa “dezenvolver” o cérebro. Será que egipício é para
rimar com estrupício?)
“O Papa
ticano em
rinha não
truir a Ca
no mesmo
do ele ve
lembra?)
“O nervo ótico transmite idéias
luminosas para o cérebro”.
(Esse aí não deve ter o tal nervo, ou seu cérebro não seria
tão obscuro.)
“Hormônio
ais dos ho
(Isso. E n
nos, essa
-se frescu
“A Geografia Humana estuda
o homem em que vivemos”.
(I will survive.)
“Os prime
ES constru
talba”. (En
“Tiro ao Á
“O nordeste é pouco aguado
pela chuva das inundações
frequentes”. (Verdade: de São
Paulo até o Nordeste, falta
construir aquadutos para levar
as inundações.)
“Os Estados Unidos tem mais
de 100.000 Km de estradas de
ferro asfaltadas”. (Juro que eu
não li isso.)
“As aves tem na boca um dente chamado bico”.
(Cruz credo.)
“As estrelas servem para esclarecer a noite e não existem
estrelas de dia porque o calor
do sol queimaria elas”.
(Hum... Desconfio que vai ser
poeta!)
“A Previdência Social/SUS assegura o direito a enfermidade
coletiva”. (hehe. Esse é espirituoso... está correto??? acho
que sim kkkk)
“Republica do Minicana e Aiti
são países da ilha América
Central”. (Procura-se urgente
um Atlas Geográfico que venha com um Aurélio junto.)
“Respiração anaeróbica é a
respiração sem ar, que não
deve passar de 3 minutos”.
(Senão a anta morre.)
As autoridades estão preocupadas com a ploleferação da
pornofonografia na Internet”.
(Deve estar falando do CD dos
Raimundos.)
“Ateísmo é uma religião anônima praticada escondido. Na
época de Nero, os romanos
ateus reuniam-se para rezar
nas catatumbas cristãs”.
“A ciência progrediu tanto que
inventou ciclones como a ovelha Dolly”. (Teve a ovelha Katrina, também. Só que ela era
“Onde nas
te, onde d
(Indecent
pra todos.

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