Programa 2016.2 - Departamento de Letras da PUC-Rio

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Programa 2016.2 - Departamento de Letras da PUC-Rio
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET
2501/1DB
PERÍODO: 2016.2
Seminário de Formulação de Projeto e Desenvolvimento
de Pesquisa I
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Prof. Frederico Coelho
Terças-Feiras de 16h – 19h
OBJETIVOS
Elaborar os projetos a partir de suas etapas de produção – objetivos,
justificativa, hipóteses, metodologia, teoria, cronograma. Para cada
passo, analisar suas motivações, impasses e potências para cada
projeto proposto. Debater em sala de aula no que consiste uma
pesquisa de acordo com os objetos escolhidos por cada aluno e suas
possíveis conexões com outros trabalhos.
EMENTA
O curso consistirá em encontros coletivos e individuais para pensarmos
juntos os processos de trabalho que nos conduzem a uma qualificação.
Etapa obrigatória do percurso da dissertação, a qualificação é o
momento do mestrando apresentar os fundamentos de sua pesquisa e
os possíveis caminhos de sua escrita visando a defesa final no próximo
ano. Elaborar problemas sobre o próprio trabalho e o trabalho dos
colegas da turma, montar bibliografias, organizar uma fala de
apresentação e preparar-se para a defesa de suas ideias, serão alguns
dos pontos que o curso irá trabalhar. Pensaremos juntos as motivações
de sua pesquisa, as forças e fraquezas de um trabalho intelectual ainda
em aberto e a forma como ele pode ser desenvolvido de acordo com
seus temas e desejos de escrita.
PROGRAMA
Como se transforma uma ideia em uma pesquisa? E como se
transforma uma pesquisa em um projeto? Em outras palavras, como
elaborar o caminho entre uma abstração e uma escrita? O seminário se
dedicará a pensar essas e outras perguntas. A partir de leituras que
forneçam algumas ferramentas críticas, problematizaremos os
principais eixos dos projetos sob a perspectiva de uma pós-graduação
de literatura, cultura e contemporaneidade. Escolher um tema, defini-lo
como um objeto de pesquisa, elaborar os caminhos de investigação,
levantar, organizar e aproveitar de forma efetiva uma bibliografia,
selecionar as diretrizes críticas que guiarão o trabalho, executar uma
escrita de qualidade, entender o melhor formato de dissertação (Texto
acadêmico? Ensaio? Diário? Ficções críticas?) de acordo com o seu
tema serão os pontos principais que investigaremos no período.
AVALIAÇÃO
Participação efetiva nas discussões e atividades do curso, apresentação
do projeto para a turma e elaboração de projeto de pesquisa para a
dissertação.
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
(no máximo 5)
ADORNO, Theodor W. “O ensaio como forma”. In: Notas de Literatura I. São
Paulo: Duas Cidades/Editora 34, 2003.
BARTHES, Roland. A Preparação do Romance – Vol. 2. São Paulo: Martins
Fontes, 2005. (Texto “O desejo de escrever”).
BARTHES, Roland. O Rumor da Língua. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
(Texto “Escrever a leitura”).
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
DELEUZE, Gilles e PARNET, Claire. “Uma conversa, o que é, para que serve?”,
In: Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.
GINZBURG, Carlos. “Sinais – Raízes de um paradigma indiciário”. In: Mitos,
Emblemas, Sinais. São Paulo: Companhia das letras, 1989.
SONTAG, Susan. “Contra a interpretação”, In: Contra a interpretação. Porto
Alegre: L&PM, 1987.
OBS: A bibliografia preliminar deverá ser ajustada em função dos
projetos e interesses de pesquisa dos estudantes e do
desenvolvimento das discussões do curso.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
ANTELO, Raul. “A pesquisa como desejo de vazio”, In: Anais do I Seminário dos
alunos da pós-graduação em literatura da Universidade Federal de Santa
Catarina. Conferência de abertura. Florianópolis, SC, 2011. p. 08-39.
BASBAUM, Ricardo. “A crítica de arte como campo privilegiado para a ficção
contemporânea”, In: Manual do Artista-etc. Rio de Janeiro: Azougue, 2013.
BOURRIAUD. Nicolas. Formas de vida – a arte moderna e a invenção de si. São
Paulo: Martins Fontes, 2011.
FLUSSER, Vilém. “Ensaios” e “Criação científica e criação artística”, In: Ficções
Filosóficas. São Paulo: Edusp, 1998.
NODARI, Alexandre. “A Literatura como Antropologia especulativa”, in:
www.academia.edu
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
PERÍODO: 2016.2
LET 2501
Título da disciplina: Seminário de Formulação de Projeto e Desenvolvi-
Turma 1DB
mento de Pesquisa I
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 horas
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S):
Prof. Alexandre Montaury
OBJETIVOS
O curso pretende examinar diferentes procedimentos de trabalho no campo
dos estudos literários, artísticos e culturais, visando o desenvolvimento
bem-sucedido de pesquisas individuais. Ao considerar as especificidades
dos processos inscritos nesses campos de estudo, a disciplina pretende instaurar um espaço de diálogo e de discussão que busca, antes de tudo, evidenciar a aderência entre tópicos fundamentais: 1) os objetivos a serem alcançados com a pesquisa, 2) a metodologia a ser adotada, 3) o cronogramas
de trabalho, 4) as premissas teóricas e metas a atingir. Neste sentido, será
estimulada a constante interlocução dos Mestrandos com seus Orientadores
durante a disciplina.
EMENTA
O curso consistirá em encontros coletivos e individuais para pensarmos
juntos os processos de trabalho que nos conduzem a uma qualificação.
Etapa obrigatória do percurso da dissertação, a qualificação é o momento
do mestrando apresentar os fundamentos de sua pesquisa e os possíveis caminhos de sua escrita visando a defesa final no próximo ano. Elaborar problemas sobre o próprio trabalho e o trabalho dos colegas da turma, montar
bibliografias, organizar uma fala de apresentação e preparar-se para a defesa de suas ideias, serão alguns dos pontos que o curso irá trabalhar. Pensaremos juntos as motivações de sua pesquisa, as forças e fraquezas de um
trabalho intelectual ainda em aberto e a forma como ele pode ser desenvolvido de acordo com seus temas e desejos de escrita.
PROGRAMA
1
Leitura e análise de projetos de pesquisa;
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
2
3
4
5
6
AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
(no máximo 5)
das premissas iniciais à conclusão: arcos argumentativos, lugares
teóricos, lugares de enunciação e autoria do pensamento;
análise de procedimentos metodológicos radicados nos campos de
estudo em questão;
processos de estudo, procedimentos de pesquisa, formas da escrita
no espaço do Projeto;
da descrição de teorias à argumentação teórica;
a alusão, a referência e a formulação.
Participação nos debates em sala, apresentação de, pelo menos, um seminário e entrega, no prazo, da versão final do Projeto de Pesquisa na conclusão
do curso.
Compagnon, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum.
Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
Derrida, Jacques. Mal de Arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
Jameson, Fredric. “Sobre os estudos de cultura” In: Novos Estudos
CEBRAP, n. 39, trad. John Manuel Monteiro e Otacílio Nunes, p. 11-48,
julho, 1994.
Santos, Boaventura de Sousa. “Para além do Pensamento Abissal: Das linhas globais a uma ecologia de saberes”. In: Epistemologias do sul. Coimbra: Almedina, 2009.
Souza, Eneida Maria de. “A teoria em crise”. In: Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 4, 1998.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
Canclini, Néstor Garcia. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair
da modernidade. São Paulo: Edusp, 2000 (Ensaios Latino-americanos, 1).
Eagleton, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins
Fontes, 1997.
Miranda, Wander, Melo (org). A trama do arquivo. Belo Horizonte: Editora
UFMG, Centro de Estudos Literários, 1995
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2524
PERÍODO: 2016.2
Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas III
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Prof. Luiz Camillo Osorio
OBJETIVOS
Discutir o desenvolvimento da curadoria desde o final da década
de 1960, analisando-a a partir das noções de colagem, ensaio e tomando-a como desdobramento da atividade crítica.
EMENTA
O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do
presente, investigando os códigos culturais da contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas
políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas
elaboradas em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e
trocas inter e transdisciplinares.
PROGRAMA
Entre a crítica e a curadoria: deslocamentos da arte na era
dos museus.
O lugar da curadoria ganhou enorme destaque nas últimas décadas. De mero
organizador de exposições, o curador passou a desempenhar uma função crítica que pretende contribuir na construção de novas narrativas para a história
da arte moderna e contemporânea. Nosso objetivo no curso será o de analisar as condições em que se desenvolveu a atividade curatorial e em que medida é possível tratá-la, por um lado, como o desdobramento da atividade
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
crítica (que teve um encolhimento paralelo no período) e, por outro, como
uma instância crítica atuando dentro do espaço institucional.
A estratégia poética das colagens e o estatuto ensaístico de uma escrita crítica e filosófica, serão analisados como determinantes para o desenvolvimento da curadoria e seu desafio na experimentação de novas narrativas históricas. Duas exposições serão tratadas como paradigmáticas para o desenvolvimento da atividade curatorial, a saber: When Attitudes Become Form,
de 1969, curada por Harald Szeemann; e Les Magiciens de la Terre, de
1989, curada por J.H. Matrtin. Em que medida estas curadorias foram além
da mera composição de obras de arte para a redefinição da curadoria enquanto um dispositivo relacional e conceitual que se põe em obra numa exposição.
AVALIAÇÃO
Trabalho no final do semestre.
BIBLIOGRAFIA
PERLOFF, M. – O Momento Futurista, EDUSP, SP, 1993 (Cap.2).
PRINCIPAL
ADORNO, T. – Notas de Literatura 1, Editora 34, SP, 2012 (Cap.1).
(no máximo 5)
CELANT, G. (org.) – When Attitudes Become Form, Fondazione Prada, Berna 1969/
Veneza 2013.
STEEDS, L. (org.) – Making Art Global, Part 2: Magiciens de la terre, Afterall Books,
Londres, 2014.
HOFFMANN , J. – Theater of Exhibitions, Sternberg Press, Berlim, 2015.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
A ser definida no primeiro dia de aula.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2529
PERÍODO: 2016.2
Escrita e cultura contemporânea
ENTRE LITERATURA E ETNOGRAFIA – UM ESPAÇO DAS ESCRITAS
MODERNO-CONTEMPORÂNEAS
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 h/a
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): nenhum
Profª. Marília Rothier Cardoso
A leitura de “O artista como etnógrafo”, ensaio de Hal Foster, incluído em O retorno
do real, ao lado das referências frequentes a obras da literatura brasileira nos
argumentos de Eduardo Viveiros de Castro em defesa da vertente “simétrica” da
antropologia, onde se situam as noções de “multinatureza” e “perspectivismo
ameríndio”, funcionaram como apoio para um enfoque histórico-crítico de escritas
brasileiras modernas e contemporâneas. Tais escritas destacam-se pela
apropriação inventiva de pesquisas etnográficas, por sua afinidade com motivos
etnológicos e até por anteciparem problemas propostos pelas constantes
autocríticas da disciplina antropológica.
Aproveitando o relançamento de O turista aprendiz de Mário de Andrade, por
iniciativa do IPHAN, e o interesse intermitente da parte mais radical da crítica pela
tese oswaldiana da “antropofagia”, surge a oportunidade de pensar a atração de
nossos modernistas pela etnografia em paralelo com o trabalho de literatura e
pensamento, desenvolvido por escritores franceses, dissidentes do surrealismo
(Bataille, Leiris, Artaud), nos anos 20 e 30.
Se o autor de Macunaíma, texto emblemático da vanguarda brasileira, e das
crônicas de O turista apoiou-se na leitura de antropólogos e viajantes e fez-se,
também, etnógrafo quase-profissional, sua linhagem teve continuidade com o
estilo arcaico-construtivista de Guimarães Rosa, pesquisador de campo e de
gabinete. A consulta a textos de antropólogos contemporâneos de linhas
diferentes, mas voltados para a consideração da arte e da literatura (James
Clifford, Lévy-Strauss, Bruno Latour e o já mencionado Viveiros de Castro) pode
ajudar na captura das estratégias rosianas de construção ficcional de uma noção
de alteridade, que envolve humanos, animais, minerais e espíritos.
Trazendo o foco para as produções recentes, em que escritas verbais e imagéticas
se contaminam, consideram-se as sugestões de Didi-Huberman, teórico e
historiador da arte, na discussão de experiências de incursão nesse tema por
parte de narradores como Luiz Ruffato, Bernardo Carvalho e Alberto Mussa e
poetas de diversas dicções como Mário Peixoto, Roberto Piva e os novíssimos
Alice Sant’Anna, Domingos Guimaraens e Lucas Viriato.
EMENTA
PROGRAMA
A conjuntura contemporânea, caracterizada pelo avanço da tecnologia das
comunicações e do controle, pelo intercâmbio cosmopolita e pela assimetria
entre as relações interculturais. A produção de diferentes escritas conectadas
em rede. Os questionamentos e transformações do conceito de “escrita”.
1- Leitura de trechos de O turista aprendiz em contraponto com itens da
correspondência de Mário de Andrade, trechos de Macunaíma e poemas
de Clã do jabuti e Remate de Males;
2- Contraponto rápido entre o grupo francês liderado por Bataille (cf. “Sobre
o surrealismo etnográfico” de James Clifford) e os modernistas
brasileiros;
3- Leitura de contos, novelas e trechos de Grande sertão: veredas de
Guimarães Rosa, em paralelo com material recolhido em seu arquivo,
conservado no AMLB da Casa de Rui Barbosa e no IEB-USP;
4- Debate rápido sobre alguns itens da fortuna crítica de Guimarães Rosa,
incluindo observações de Viveiros de Castro;
5- Observação do comportamento escritural dos contemporâneos, em
confronto com posições recentes da antropologia.
AVALIAÇÃO
Participação em seminários e redação de trabalho final.
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Mário de. O turista aprendiz. Org. Telê Ancona Lopez et alii. Brasília:
IPHAN, 2015.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas canibais. São Paulo: Cosac Naify,
PRINCIPAL
(no máximo 5)
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
ANDRADE, Mário de. Balança, Trombeta e Battleship: ou o descobrimento da
alma. Ed. genética e crítica de Telê Ancona Lopez. São Paulo: Inst. Moreira
Salles; IEB-USP, 1994.
-------------. Café. Romance inédito. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
ANDRADE, Oswald. Do Pau Brasil à Antropofagia e às utopias. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1970.
ANTELO, Raúl. Maria com Marcel; Duchamp nos trópicos. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2010.
BATAILLE, Georges. A noção de despesa. In: -----. A parte maldita. Rio de Janeiro:
Imago, 1975.
-----------. L’apprenti sorcier. In: HOLLIER, Denis. Le Collège de Sociologie. 19371939. Paris: Gallimard, 1979.
CASCUDO, Luís da Câmara & Mário de Andrade. Cartas. São Paulo: Global,
2010.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica; antropologia e literatura no século
XX. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 1998.
Correspondência Mário de Andrade & Manuel Bandeira. Org. Marcos Antonio de
Moraes. São Paulo: EdUSP, 2000.
DIDI-HUBERMAN, Georges. A semelhança informe. Rio de Janeiro: Contraponto,
2015.
FOSTER, Hal. O retorno do real. São Paulo: Casac Naify, 2014.
----------------. Bad new days; art, criticism, emergency (review);
http://www.theguardian.com/books/2015/sep/03/bad-new-days-art-criticism-emergencyhal-foster-review
GARRAMUÑO, Florencia. A experiência opaca; literatura e desencanto. Trad.
Paloma Vidal. Rio de Janeiro: Ed. UERJ, 2012.
---------------------------------. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética
contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
LEIRIS, Michel. A África fantasma. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
-----------. Le sacré dans la vie quotidienne. In: HOLLIER, Denis. Le Collège de Sociologie.
1937-1939. Paris: Gallimard, 1979.
LUDMER, Josefina. Literaturas posautônomas. Revista Z Cultural:
http://revistazcultural.pacc.ufrj.br/literaturas-postautonomas-2-0-de-josefina-ludmer/
------------------------. Literaturas posautônomas. Revista Sopro:
http://www.culturaebarbarie.org/sopro/n20.pdf
SANTOS, Roberto Corrêa dos & REZENDE, Renato. No contemporâneo; arte e
escritura expandidas. Rio de Janeiro: Circuito; FAPERJ, 2011.
SCHOLLHAMMER, Karl Erik. Além do visível: o olhar da literatura. Rio de Janeiro:
7 Letras; FAPERJ, 2007.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2546
Período: 2016.2
LITERATURA E EXPERIÊNCIA URBANA II
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
2ª-feira, de 16h às 19h;
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Prof. Renato Cordeiro Gomes
OBS. Este programa poderá ter ajustes e complementos, depois de discuti-lo
com a turma.
OBJETIVOS
Pesquisar e atualizar a bibliografia teórica sobre representações da cidade na cultura das mídias e na literatura.
Pôr em questão a legibilidade da cidade moderna, suas derivas pós-modernas e da cidade
contemporânea, pesquisando temas como cidade e subjetividade, a cidade como arena cultural, os imaginários urbanos, cidade e acervo, o cotidiano urbano, o pós-urbano, lugares e nãolugares, cidade e destruição: demolição e ruína, produtos da cultura midiática e da literatura.
Analisar as representações da cidade em produtos da cultura midiática e da cultura contemporânea e suas relações com as tecnologias.
Investigar na produção cultural do século XXI os imaginários urbanos, privilegiando as relações entre o espaço urbano, a cidade escrita e a cidade fílmica.
Investigar se, frente à crise da representação, a cidade pode ser, hoje, narrada pelos meios
massivos de comunicação e pela literatura. E mais: com que linguagem? Ou dito de outra
forma (aproveitando a formulação de Canclini): “Em nossas metrópoles dominadas pela
desconexão, atomização e falta de sentido podem existir histórias?”
EMENTA
PROGRAMA
Representações da cidade moderna e suas derivas pós modernas: da grande cidade ao domínio
urbano do não lugar. Cidade, progresso e cosmopolitismo. Olhares sobre a cidade condicionados
pelas tecnologias. Ficção urbana (literária e midiática) contemporânea: as tensões entre o local
e o global na atualidade, considerando-se o caráter transnacional da informação e seu impacto
nas culturas locais. Cidade e subjetividade. Cidade, instante e cotidiano: as teorizações de Simmel, Leo Charney e Michel de Certeau. A literatura panorâmica e a crônica; o cinema e a fixação do instante. Espaço urbano e cidade fílmica
O curso centra-se nas relações da cultura das mídias e da literatura com as representações da
cidade, a partir da discussão de textos teóricos que tematizam a cidade moderna e suas derivas
pós-modernas, bem como da cidade contemporânea. Busca-se, assim, atualizar um quadro
teórico que, numa perspectiva inter/transdisciplinar e transmidiática, permita ler as imagens
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
e representações da cidade em produtos da cultura midiática e da literatura, ou seja, estudar
as representações da cidade, seus limites e (im)possibilidades e suas relações com o universo
mais amplo da cultura. O foco das investigações considera tópicos como: a legibilidade da
cidade moderna e pós-moderna, e da a cidade contemporânea; cidade, tecnologias e imaginação tecnológica; cidades em rede; cibercidade; cidade, progresso e cosmopolitismo; o contexto da globalização, território, desterritorialização e reterritorialização nas narrativas urbanas contemporâneas; cidade e subjetividade; mitologias urbanas.
Uma linha de força do curso enfatizará a questão do imaginário urbano, a sobrevivência
das imagens urbanas, as intervenções urbanas na contemporaneidade e a problemática
do pós-urbano, a obsessão pela ruína na cultura contemporânea, as reconfigurações do
território, a tradição moderna (tradição inacabada) das miniaturas metropolitanas.
1- Leitura de textos teóricos, que tratam de cultura e experiência urbana, na cidade
moderna e suas derivas pós-modernas e na cidade contemporâbea, e suas representações: Georg Simmel, Walter Benjamin, Ítalo Calvino, Michel de Certeau, Marc
Augé, Nestor García Canclini, Felix Guatarri, David Harvey, Massimo Di Felice,
Armando Silva, Nelson Brissac, Jesús Martín-Barbero, Beatriz Sarlo, Francesco
Carreri, Renato Cordeiro Gomes, Beatriz Resende entre outros.
2- A dialética do olhar e o caminhar como prática estética (a teoria de Francesco Carreri
e o filme Stalker, de Andrei Tarkóvski, tomado como lugar teórico): zonas de amnésias urbanas e o vazio urbano; a cidade nômade, o potencial da cidade X a arquitetura enquanto espetáculo. O flâneur e a enunciação pedestre. A sobrevivência das
imagens da rua e da janela: duas matrizes que se tornaram imagens recorrentes ao
longo de dois séculos, na literatura e nas mais diversas mídias, para a representação
da cidade moderna e suas derivas pós-modernas: a cidade vista na perspectiva da
rua e a cidade vista na perspectiva da janela: os contos “O homem da multidão”,
de Edgar Allan Poe, e “A janela de esquina do meu primo”, de E. T. A. Hoffman.
3- Representação e as miniaturas metropolitanas, segundo Andreas Huyssen, a partir
da matriz baudelairiana. A sobrevivência desse “gênero” na literatura brasileira contemporânea: Dalton Trevisan, Fernando Bonassi, Luiz Ruffato dentre outros.
4- Experiência urbana na modernidade: Simmel e Walter Benjamin (Paris e as imagens
do pensamento). Paisagens pós-urbanas: o fim da experiência urbana e as formas
comunicativas do habitar (Massimo Di Felice). A relação comunicativa entre sujeito, território e mídia. “O Habitar como prática comunicativa”. O conceito de ambiente na tradição do pensamento ocidental, as alterações técnicas da percepção sensorial, as tecnologias midiáticas, no decorrer das revoluções tecnológicas e comunicativas.
5- A legibilidade da cidade moderna e suas derivas pós-modernas: da “grande cidade”
ao “domínio urbano do não-lugar”. Lugar/não-lugar, segundo Marc Augé. O território como questão das cidades contemporâneas: desterritorialização e re-territorialização.
6- Representação do cotidiano urbano: a teoria de Certeau; a crônica e a imprensa; a
literatura panorâmica; o cotidiano na literatura e nas mídias contemporâneas, com
destaque para a imprensa, a televisão, e o cinema. A representação do banal e do
anônimo em narrativas urbanas contemporâneas. O infra-ordinário, o exótico e o
endótico, segundo Georges Perec. O romance Cosmópolis, de DonDeLillo
7- Destruição, demolição e a obsessão pela ruína na cultura contemporânea. Restauração, requalificação ou reabilitação de espaços urbanos: processos e projetos de gentrificação.
8- A narrativa urbana contemporânea em produtos midiáticos (representações da cidade nos discursos jornalístico, fílmico, fotográfico, televisivo, publicitário etc) e na
literatura. Cidade e subjetividade. A cidade no cinema de Kleber Mendonça Filho
(Recife gelado; O som ao redor; Aquarius)
3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
9- Intervenções urbanas: movimentos artísticos, intervenções visuais e espaço público;
a cidade como suporte; a problemática do graffitti e da pixação; ativismo e intervenção urbana e ação coletiva; a retomada da rua; espaço público virtual: as redes sociais.
10- Representações do Rio de Janeiro: processos de metropolização, racionalidade, ordem/desordem: do “Rio civiliza-se” ao “choque de ordem”. Violência e medo. Mitologias cariocas. O Rio de Janeiro no século XXI. Os romances Vista do Rio
(2004), de Rodrigo Lacerda; Anatomia do Paraíso (2015), de Beatriz Bracher, dentre outros;
OBS.: As obras de ficção e os filmes aqui citados são exemplificativos e podem ser melhor definidos em função dos projetos e interesses dos pós-graduandos.
AVALIAÇÃO
Categoria 12. Apresentação de pelo menos um seminário em sala de aula. `Presença e participação ativa nos debates em sala. Entrega de uma monografia no final do curso, que se
relacione efetivamente com as questões tratadas durante o desenvolvimento do programa.
BIBLIOGRAFIA
-
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III: Charles Baudelaire, um lírico no auge do
capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989.
-
CARRERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo: Ed. G.
Gilli, 2015.
-
CERTEAU, Michel de, GIARD, Luce & MAYOL, Pierre. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1997.DI FELICE, Massimo. Paisagens pós-urbanas: o fim da experiência urbana e as formas comunicativas do habitar. São Paulo: Annablume, 2009.
-
DIDI-HUBERMAN, Georges. A imagem sobrevivente. .História da arte e tempo dos fantasmas segundo Aby Warburg. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.
-
GOMES, Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana.
2 ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2008.
-
HUYSSENS, Andreas, Miniature Metropolis. Cambridge, Mass: Harvard University
Press, 2015
SARLO, Beatriz. La ciudad vista: mercancias y cultura urbana. Buenos Aires: Siglo
Veintiuno, 2009. (Há tradução brasileira).
SILVA, Armando. Imaginários urbanos. São Paulo: Perspectiva, 2001.
PRINCIPAL
(no máximo 5)
.
BIBLIOGRAFIA
-
COMPLEMENTAR
-
AUGÉ, Marc. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.
BARBER, Stephen. Ciudades proyetadas: cine y espacios urbanos. Barcelona: Gustavo
Gill, 2006.
-
BENJAMIN, Walter. Eduard Fuchs, colecionador e historiador. In: O anjo da história.
Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
-
BENJAMIN, Walter. Imagens do pensamento. Sobre o haxixe e outras drogas. TRd. João
Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em
São Paulo. São Paulo: Ed. 34: Edusp, 2000.
CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
-
4 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
-
CANCLINI, Nestor. Imaginarios urbanos. Buenos Aires: Editorial Universitaria de
Buenos Aires, 1997.
CHARNEY, Leo & SCHWARTZ, R. (org.). O cinema e a invenção da vida moderna.
São Paulo: Cosac &Naify, 2004.
-
DIDI-HUBERMAN, Georges. De semelhança a semelhança. Alea, v.13, n.1, 26-51, janjun 2011.
-
DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2011
EGAÑA, Miguel & SCHEFER, Olivier (ed.). Esthétique des ruines. Poïétique de la destruction. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2015.
FIGUEIREDO, Vera Follain de. Narrativas migrantes: literatura, roteiro e cinema. Rio
de Janeiro: Ed. PUC-Rio: & Letras, 2011.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Waletr Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2014 (ver especialmente os ensaios: “ O olhar contido e o
passo em falso” e “ De uma estética da visibilidade a uma estética da tatibilidade”).
GAGNEBIN, Jeanne Marie, Apagar os rastros, recolher os restos. In: SEDLMAYER,
Sabrina e GINZBURK, Jaime (org.). Walter Benjamin: rastro, aura e história. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012.
GRAHAM, Stephen (ed.). The cybercities reader. London: New York: Routledge, 2004.
GUATTARI, Félix. “Restauração da cidade subjetiva”. In: Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992
HARVEY, David. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança
cultural. São Paulo: Loyola, 1992.
MARGATO, Izabel & GOMES, Renato Cordeiro (org.). Espécies de espaço: territorialidades, literatura, mídia. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.
-
-
-
MARQUES, Reinaldo. Arquivos literários: teorias, histórias, desafios. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2015
-
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Loyola, 2004
-
-
NEEDELL, Jeffrey D. Belle Époque tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
NOVAES, Aline da Silva. João do Rio e seus cinematógrafos: o hibridismo da crônica
na narrativa da belle époque tropical. Rio de Janeiro: Mauad: FAÈRJ, 2015.
PATROCINIO, Paulo Roberto Tonani do. A cidade de lobos. A representação de territórios marginais na obra de Rubens Figueiredo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2016.
PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens urbanas. São Paulo: SENAC: Marca D’Água,
1996.
RAMOS, Julio. Desencontros da modernidade na América Latina. Belo Horizonte: Ed,
UFMG, 2008.
RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível. São Paulo: Editora 34, 2009.
RESENDE, Beatriz. Os contemporâneos. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008.
RIO, João do. João do Rio por Renato Cordeiro Gomes. Rio de Janeiro: Agir, 2006.
RISÉRIO, Antonio. Mulher, casa e cidade. São Paulo: Ed. 34, 2015.
-
SANTIAGO, Silviano. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2004.
-
SANTAGO, Silviano. Aos sábados, pela manhã. Sobre autores & livros.. Org. Frederico
Coelho,. Rio de Janeiro: Rocco, 2013.
-
SCHOLLHAMMER, Karl Eric. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasielra, 2010.
SEVCENKO, Nicolau. O prelúdio republicano, astúcias da ordem e ilusão do progresso;
A capital irradiante: técnica, ritmo e ritos do Rio. In: _____ (org.). História da vida privada no Brasil – República: da Belle Époque à era do rádio. São Paulo: Companhia das
Letras, 1998.
SIMMEL, Georg. A metrópole e a vida mental, in VELHO, Octavio (org.). O fenômeno
urbano. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987
-
-
-
-
5 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
-
SEMEAR, Revista da Cátedra Padre António Vieira de Estudos Portugueses da PUCRio, em especial os números 3,4, 6 e 11 (disponíveis em http://www.letras.pucrio.br/unidades&nucleos/catedra/index.html
-
SOUZA, Eneida Maria de. Crítica cult. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2002
SOUZA, Eneida Maria de & MARQUES, Reinaldo. (Org.). Modernidades alternativas na América Latina. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2009.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2352
PERÍODO: 2015.2
ESTUDOS DE POESIA
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Prof. Paulo Henriques Britto
OBJETIVOS
O curso visa apresentar ao aluno uma leitura detalhada da obra de quatro nomes importantes da poesia brasileira contemporânea, devidamente situados no
contexto literário atual.
EMENTA
Análise da produção de poetas pertencentes a diferentes literaturas, períodos
e filiações estéticas. Abordagens históricas, sincrônicas, comparadas, formalistas e estruturais. Leitura e discussão de textos críticos, em diálogo com os
principais posicionamentos teóricos da atualidade. Questões de versificação e
prosódia, temática e estilo, periodização e classificação.
PROGRAMA
Análise da produção de quatro poetas brasileiros contemporâneos: Orides
Fontella, Eucanaã Ferraz, Ricardo Domeneck e Ana Martins Marques.
AVALIAÇÃO
Monografia entregue ao final do curso, versando sobre conceito(s) teórico(s),
texto(s) crítico(s), poeta(s) ou obra(s) de poeta(s) discutido(s) no curso.
BIBLIOGRAFIA
FONTELA, Orides. Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.
PRINCIPAL
FERRAZ, Eucanaã. Escuta. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
(no máximo 5)
DOMENECK, Ricardo. Medir com as próprias mãos a febre. Rio de Janeiro:
7Letras, 2015.
MARQUES, Ana Martins. O livro das semelhanças. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015.
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
BOSI, Viviana. "Como se a casca da água, a canção". Metamorfoses 6, Rio de
Janeiro: Faculdade de Letras – UFRJ, Cátedra Jorge de Sena para Estudos
Literários Luso-Afro-Brasileiros / Caminho: Lisboa, pp. 329-331. Disponível
em
http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=47&id_livro=6&resenha=1
BRITTO, Paulo H. “O natural e o artificial: algumas reflexões sobre o verso livre”.
eLyra 3, 3/2014, p. 27-41. ISSN 2182-8954
http://www.elyra.org/index.php/elyra/article/view/40/42
CANDIDO, Antonio. Orelha de FONTELA, Orides. Trevo. Coleção Claro
Enigma. São Paulo: Duas Cidades, 1988.
CANTINHO, Maria João. “Desassombro.” Falar/Hablar de Poesia, n. 6, 2002.
Apartado, Espanha/ Lisboa, Portugal; Câmara Municipal de Cultura de Lisboa, Casa Fernando Pessoa, Junta de Extremadura, 2002, p. 3. Disponível
em
http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=28&id_livro=3&resenha=1
CASTELLO, José. “O exilado do nome”. O Globo, suplemento “Prosa”,
04/04/2015. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=106&id_livro=36&resenha=1
CASTRO, Gustavo. O enigma Orides. São Paulo: Hedra, 2015.
CAVALCANTI, Jardel Dias. “A poesia sem ancoradouro de Ana Martins Marques”. Suplemento Literário de Minas Gerais, jan.-fev. 2010. Disponível em
http://www.cultura.mg.gov.br/files/2010-janeiro-fevereiro-1328.pdf
COSTA, Alexandre Rodrigues da. “O silêncio da esfinge.” Zunái — Revista de
poesia e debates, 2003-1005.
DOMENECK, Ricardo. Carta aos anfíbios. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2005.
__________. “Ideologia da percepção ou algumas considerações sobre a poesia contemporânea no Brasil”. Inimigo Rumor 18, 2º sem. de 2005/ 1º sem.
de 2006, 175–216.
__________. A cadela sem Logos. São Paulo: Cosac Naify / Rio de Janeiro:
7Letras, 2007.
__________. Sons: Arranjo: Garganta. Cosac Naify / Rio de Janeiro: Viveiros
de Castro Editora, 2009.
__________. “O jogo de equivalências”. Postado em 16/05/2009. Disponível
em http://ricardo-domeneck.blogspot. com.br/2009/05/o-jogo-de-equivalencias.html.
__________. Cigarros na cama. Rio de Janeiro: Modo de Usar & Co., 2011.
__________. Ciclo do amante substituível. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012.
FARIA, Anaterra Gomes Engelhardt Barreto de. “Entre o verbo e o real inefável:
os modos do silêncio em Orides Fontela”. Monografia de graduação. Curitiba: UFPR, 2014.
FERRAZ, Eucanaã. Livro primeiro. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1990.
__________. Martelo. Rio de Janeiro: 7Letras, 1997.
__________. Desassombro. Rio de Janeiro: 7Letras, 2002.
__________. Rua do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
__________. Cinemateca. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
__________. Sentimental. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
FERREIRA, Letícia Raimundi. A lírica dos símbolos em Orides Fontela. Santa
Maria: Pallotti, 2002.
FONTELA, Orides. “Nas trilhas do Trevo”. In MASSI, Augusto (org.). Artes e
ofícios da poesia. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1991.
__________. “Sobre poesia e filosofia — um depoimento”. In PUCHEU, Alberto
(org.). Poesia (e) filosofia. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1998.
FREITAS, Manuel de. “A suave nitidez das sombras”. Expresso, Cartaz, Lisboa,
23/03/2002. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=26&id_livro=3&resenha=1
GANDOLFI, Leonardo. “Sentimental”. Revista Colóquio/Letras. Recensões Críticas, n.º 184, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, set. 2013, p. 278281.
Disponível
em
http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=117&id_livro=34&resenha=1
MARQUES, Ana Martins. A vida submarina. Belo Horizonte: Scriptum, 2009.
__________. Da arte das armadilhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
MOREIRA, Luiza Franco. “Transgressões de silêncio: o zen e a poesia de Orides Fontela.” In SÜSSEKIND, Flora et al. (orgs.). Vozes femininas: gênero,
mediações e práticas de escrita. Rio de Janeiro: 7letras, 2003.
MORICONI, Italo. “Pós-modernismo e volta do sublime na poesia brasileira.” In
PEDROSA, Celia, et al. (orgs.). Poesia hoje. Niterói: EdUFF, 1998.
PEREIRA, Victor Hugo Adler. Martelo. Poesia Sempre, ano 7, número 11, Rio
de Janeiro, Fundação Biblioteca Nacional, out. 1999, p. 255-258. Disponível
em
http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=13&id_livro=2&resenha=1
SILVA, Tatiana Pequeno. “‘A coisa contra a coisa: A (in)útil crueldade da análise’
ou spots sobre Orides Fontela”. In PEDROSA, Celia; e ALVES, Ida (orgs.).
Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio
de Janeiro: 7letras, 2008.
SIMON, Iumna Maria. “Condenados à tradição: O que fizeram com a poesia
brasileira”. In Piauí 61, 2011.
SISCAR, Marcos. “A cisma da poesia brasileira”. Sibiia 8-9, 2005, p. 41-60.
STROPARO, Sandra M. “O gosto da diferença”. Gazeta do povo, Caderno G,
Curitiba, 03/08/2008. Disponível em http://eucanaaferraz.com.br/sec_livro_mostra.php?texto=70&id_livro=15&resenha=1
SÜSSEKIND, Flora. “Uma discreta cirurgia da flor”. In Papéis colados. Rio de
Janeiro: EdUFRJ, 1993.
VILLAÇA, Alcides. “Símbolo e acontecimento na poesia de Orides”. Novos Estudos CEBRAP 34, p. 198-214, nov. 1993.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2558
PERÍODO: 2016.2
Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas IV
Imagem, linguagem e história: considerações sobre metáfora e
ficção a partir de Benjamin, Ricoeur e Blumenberg
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Profa. Dra. Patrícia Lavelle
OBJETIVOS
O objetivo mais geral deste curso será interrogar a imagem a partir da reflexão contemporânea sobre a linguagem, o que nos conduzirá ao problema de sua historicidade e, consequentemente, à historicidade da verdade produzida pela invenção literária, levando-nos também a repensar o estatuto da racionalidade reflexiva e seu
papel na elaboração do saber teórico. Para isto, consideraremos teoricamente a
metáfora e a ficção através das contribuições de Walter Benjamin, Paul Ricoeur e
Hans Blumenberg.
EMENTA
O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do
presente, investigando os códigos culturais da contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas
políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas
elaboradas em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e
trocas inter e transdisciplinares.
PROGRAMA
Ao longo da história da filosofia, as imagens produzidas pela poesia e pela ficção
foram frequentemente objeto de suspeita em razão de sua relação ao devir e ao
contingente. Platão desconfia das imagens dos poetas pois estas seriam copias de
aparências efêmeras e não de essências eternas. Em Descartes, a imaginação é
vista como uma fonte de erros e enganos que nos desviam da certeza racional, e o
ideal cartesiano de uma língua filosófica perfeitamente determinada consistiria na
eliminação de todo vestígio de metaforicidade. Por outro lado, para Heidegger, a
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
inteligibilidade própria à metáfora e seu parentesco com a analogia a tornam suspeita de ser em parte responsável pela separação tradicional entre o sensível e o
não sensível que caracterizaria o conceito metafisico de representação. Esta ultima
avaliação do tropo influenciou boa parte do pensamento contemporâneo, tendo sido
explorada em particular por Derrida.
Examinar a relação entre imagem, linguagem e história nos levará a uma outra posição dentro da reflexão contemporânea que, valorizando a racionalidade própria à
metáfora e a toda a constelação do simbólico, conduz a pensar a historicidade da
verdade produzida pela literatura. Um conceito linguístico de imagem e de imaginação constituirá portanto o objeto privilegiado desta investigação que parte da leitura
de três autores: Walter Benjamin, Paul Ricoeur e Hans Blumenberg. Procurando
estabelecer diálogos entre eles, examinaremos também sua relação com a tradição
filosófica e literária.
AVALIAÇÃO
Monografia temática individual a ser entregue no final do semestre.
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
(no máximo 5)
BENJAMIN, Walter. “A imagem de Proust”, “A doutrina das semelhanças”, in: _ Magia e técnica, arte e politica. Obras Escolhidas vol. I. Tradução de Sergio
Paulo Rouanet, prefacio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense,
1993, p.36-49, p.108-113.
BENJAMIN, Walter. Origem do drama trágico alemão. Edição e tradução de João
Barrento. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
BLUMENBERG, Hans. Teoria da não conceitualidade. Tradução e introdução de
Luiz Costa Lima. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.
RICOEUR, Paul. A Metáfora viva. Tradução de Dion Davi Macedo. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
RICOEUR, Paul. Tempo e narrativa, v. I. Tradução de Claudia Berliner e Marcia
Valeria Martinez de Aguiar. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
AMALRIC, Jean-Luc. Ricoeur, Derrida. L’enjeu de la métaphore. Paris: PUF,
2006.
ARISTÓTELES. Poétique. Tradução francesa de J. Hardy. Paris: Belles Lettres,
2008.
BENJAMIN, Walter. Sobre alguns temas em Baudelaire. Tradução de Hemerson
Alves Baptista. in: _Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo.
Obras Escolhidas, v. III. São Paulo: Brasiliense, 1994, p.103-149.
BENJAMIN, Walter. Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem do homem, A
tarefa do tradutor, in:_ Escritos sobre mito e linguagem. Tradução de Susana
Kampff Lages e Ernani Chaves, organização, apresentação e notas de Jeanne
Marie Gagnebin. São Paulo: Livraria Duas Cidades/Editora 34, 2011, p.49-73,
p.101-119.
3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
BENJAMIN, Walter. As Afinidades eletivas de Goethe. Tradução de Mônica Krausz
Bornebusch, in:_ Ensaios Reunidos: escritos sobre Goethe. São Paulo: Livraria Duas Cidades/Editora 34, p.11-121.
BLUMENBERG, Hans. Perspectives sur une théorie de l’inconceptualité, in:_ Naufrage avec Spectateur. Tradução francesa de Laurent Cassagnau. Paris: L’Arche, 1994, p.93-115.
BLUMENBERG, Hans. Paradigmes pour une métaphorologie. Tradução francesa
de Didier Gammelin, posfácio de Jean-Claude Monod. Paris: Vrin, 2006.
BOURIAU, Ch. Qu’est-ce que l’imagination? Paris: Vrin, 2010.
COSTA LIMA, Luiz. Os Eixos da linguagem: Blumenberg e a questão da metáfora. São Paulo: Iluminuras, 2015.
DERRIDA, Jacques. Torres de Babel. Tradução de Júnia Barreto. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2006.
DERRIDA, Jacques. La Mithologie blanche. La métaphore dans le texte
philosophique, in:_ Marges de la philosophie. Paris: Les editions de Minuit,
1972, p.247-324.
KANT, Emanuel. Critica da faculdade do juízo. Tradução de Valério Rohden e
Antonio Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
KOSELLECK, Reinhardt. (org.) O Conceito de História. Tradução de René E.
Gertz, prefacio de Arthur Alfaix Assis e Sérgio da Mata. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.
LAVELLE, Patrícia. Religion et histoire. Sur le concept d’expérience chez Walter
Bejamin. Paris: Cerf, 2008.
LAVELLE, Patrícia (org.) Walter Benjamin. Paris: L’Herne (Collection Cahiers de
l’Herne), 2013.
LAVELLE, Patricia; LAUNAY, Marc de (orgs). Revue philosophique de Louvain, dossier: Les Visages du monde chez Hans Blumenberg, t. 113, n°2, mai 2015.
MONOD, Jean-Claude. Hans Blumenberg. Paris: Belin, 2007.
MONOD, Jean-Claude. (org.) Archives de philosophie, dossier: Les Mondes de
Hans Blumenberg, t.67, Cahier 2, été 2004.
REVAULT D’ALLONES, Miriam; AZOUVI, François. (orgs). Paul Ricoeur. Paris:
L’Herne (Collection Cahiers de l’Herne), 2004.
RICOEUR, Paul. Sobre a tradução. Tradução e prefacio de Patrícia Lavelle. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2011.
RICOEUR, Paul. L’imagination dans le discours et dans l’action, in: Du texte à l’action. Essais d’herméneutique II. Paris: Le Seuil, 1986, p.237-262.
RICOEUR, Paul. Les Directions de la recherche philosophique sur l’imagination (manuscrito n°17779, Fonds Ricoeur).
VICO, Giambattista. La Science nouvelle. Tradução francesa e apresentação de
Alain Pons. Paris: Fayard, 2001.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET2559/1DA
PERÍODO: 2016.2
Tópicos avançados em teorias e crítica contemporâneas V
Experiências-limite nas artes e na literatura: Abrir dossiês
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Profa. Dra. Rosana Kohl Bines
com a Profa. Dra. Leila Danziger (Instituto de Artes, UERJ)
OBJETIVOS
Um conjunto de obras literárias e artísticas realizadas no embate com experiências-limite ensejam reflexões em torno de políticas da memória, impasses da imaginação, da grafia, circulação e
recepção daquilo que Jacques Rancière denominou como o regime do intolerável.
A disciplina busca o adensamento do contato sensível com a construção das diferentes memórias e esquecimentos que nos constituem; investiga a memória, não como fardo, mas como potência
na construção de um presente resistente; volta-se para a “memória
ardente”, capaz de produzir “gestos de levante” (soulèvement),
como nos diz Georges Didi-Huberman em suas conferências recentes.
Abriremos dossiês, uma forma de conhecimento assumidamente
esboçado, lacunar, cujos contornos serão definidos no processo
da disciplina, com a participação de todos. Cada dossiê propõe um
conjunto inicial de obras visuais e literárias a partir das quais queremos discutir a força e os dilemas da arte na aproximação com a
barbárie, o que demanda também uma interrogação sobre nossos
próprios atos de olhar. "Que faz com que uma imagem se torne
intolerável? [...] Será tolerável fazer tais imagens e propô-las à visão dos outros?" (Rancière, 2010, p. 125).
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
O curso convida ao exercício de olhar de perto certas fotografias,
poemas, instalações, monumentos, cartas, filmes, ensaios, romances, obras plásticas para pensar como esses materiais nos olham
de volta, que tipo de atenção suscitam com seus expedientes singulares, que perturbações provocam nos modos como rememoramos o passado e que aberturas propiciam para o enfrentamento
do escuro de nosso próprio tempo.
EMENTA
O curso objetiva responder - alternadamente - aos desafios e interrogações do presente, investigando os códigos culturais da
contemporaneidade e suas expressões artísticas e literárias. Será
discutida criticamente a coexistência, hoje, de quadros conceituais distintos, de opções epistemológicas heterogêneas e de agendas políticas dissonantes, testando novas racionalidades e sensibilidades na elaboração de saber na esfera dos estudos literários
e culturais. Neste âmbito, serão avaliadas, ainda, apropriações de
repertórios teóricos e de ferramentas metodológicas elaboradas
em domínios diversos das humanidades, ensaiando-se cruzamentos e trocas inter e transdisciplinares.
PROGRAMA
Programa Preliminar:
Dossiê 1 – Gestos de memória
Didi-Huberman, "Cascas" (ensaio)
Noemi Jaffé, “Pedra” (In: O que os cegos estão sonhando)
Esther Shalev-Gerz, Menschendinge, "o aspecto humano dos objetos"
(instalação, Museu de Buchenwald 2004-2006).
Dossiê 2 – Em que língua contar/mostrar? Dilemas do testemunho
Esther Shalev-Gerz , "Entre l’écoute et la parole: derniers témoins" (instalação, Hotel de Ville, Paris, 2005)
Paul Celan (poemas e áudio)
Primo Levi, "On obscure writing" (ensaio)
Didi-Huberman, “Blancs soucis de notre histoire”(ensaio)
Geoffrey Hartman, “Holocausto, testemunho, arte e trauma” (ensaio)
Dossiê 3 – Escrever e apagar por vestígios
Christian Boltanski, "La maison manquante" (monumento, Berlim)
Patrick, Modiano, Dora Bruder (romance)
George Perec, W ou a memoria da infância (romance, fragmentos)
Entrevista com Christian Bolstanski (Les grands entretiens d’art press)
Jochen Gerz, Monumento contra o fascismo (Hamburgo)
Micha Ullman, Biblioteca (monumento, Berlim)
3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
Dossiê 4 – “Não passarão”
Alfredo Jaar, Os Olhos de Gutete Emerita (instalação, 29a.Bienal de
São Paulo, 2010)
Doris Salcedo, Shibboleth (Londres, 2007); Noviembre 6 y 7 (Bogotá,2002 ; Plegária muda (São Paulo, 2011)
Luiz Cláudio da Costa, “O espaço comum da arte e da memória – Alfredo Jaar”; “A imagem afetiva da história: ausência partilhada –
Doris Salcedo” (ensaios)
Poemas Paul Celan – “Schibboleth” (in: von Schwelle zu Schwelle / de
umbral a umbral) e “Em um” / In Eins (in: Die Niemandsrose / A
Rosa de ninguém).
Dossiê 5 – O intolerável da imagem
“O Filho de Saul” (filme)
Didi-Huberman, Le fils de Saul (carta-livro ao cineasta)
Marcio Seligmann-Silva, “O Filho de Saul de Lázlá Nemez: um novo
mito de Auschwitz?” (ensaio)
Rancière, “A imagem intolerável” (ensaio)
Didi-Huberman, “Quatre bouts de pelicule arrachés à l’enfer”; "Envers et
contre tout inimaginable" (ensaios)
Dossiê 6 – Do amor e da vida nua
Marguerite Duras, A Dor (fragmentos selecionados)
Robert Antelme, A espécie humana (fragmentos selecionados)
Dossier Antelme (depoimentos de Jean-Luc Nancy, Maurice Blanchot,
George Perec)
Agamben, "O muçulmano" (ensaio)
Léon Delarbre, desenhos clandestinos (Buchenwald, 1944)
David Nebreda, autorretratos (fotografias, década de 2000)
Dossiê 7 – O que resta da ditadura
Bernardo Kucinsky, K. Relato de uma busca (romance)
Flavia Castro, Diário de uma busca (filme)
Martha Nehring, 15 Filhos (filme)
Infancia Roubada: crianças atingidas pela Ditadura Militar no Brasil (Comissão da Verdade, SP)
Jeanne Marie Gagnebin, “O preço de uma reconciliação extorquida"
(ensaio)
Nelly Richard, “Politicas da memoria e técnicas do esquecimento” (ensaio)
Dossiê 8 - “Becos da memória”
Conceição Evaristo, Becos da memória (romance); “Olhos d’água” (contos).
Rosana Paulino (instalação, gravura)
Roberto Conduru, "Entre o ativismo e a macumba – arte e afrodescendência no Brasil contemporâneo" (ensaio)
Visita ao Museu da Maré
4 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
AVALIAÇÃO
Presença e participação em aula; trabalho final.
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
(no máximo 5)
AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz? Trad. Selvino J. Assman. São
Paulo: Boitempo, 2008.
CELAN, Paul. Sete rosas mais tarde. Antologia Poética. Edição Bilíngue. Seleção, tradução e introdução de João Barrento e Y.K. Centeno. 3ª Ed. Lisboa: Ed. Cotovia, 2006
DIDI-HUBERMAN, "Cascas". In: Revista Serrote, IMS, n. 13, março 2013.
HUYSSEN, Andreas. Culturas do passado-presente. Rio de Janeiro: Contraponto, 2014.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
ADORNO, Theodor. Minima Moralia: Reflections from Damaged Life. Trad. E.
F. Jephcott. London: New Left Books, 1951.
AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.
________. Infância e História, Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2005.
ALTER, Robert. Anjos necessários: tradição e modernidade em Kafka, Benjamin
e Scholem. Rio de Janeiro: Imago, 1993.
ANTELME, Robert. A espécie humana. Trad. Maria de Fátima Oliva do Couto.
Rio de Janeiro: Record, 2013.
BARTHES, Roland. Como viver junto. São Paulo: Martins Fontes, 2011.
BECKETT, Samuel. "Catastrophe". Collected Shorter Plays. London: Faber &
Faber, 1984.
BINES, Rosana Kohl. “Longe dele, longe dela”. IN: VERSIANI, Daniela. Rio de
Janeiro, 7 Letras, 2015.
___________. "Para ouvir Paul Celan". Poesia Sempre , v. 28, p. 233-239,
2008.
BLANCHOT, Maurice. L’Écriture du désastre. Paris: Gallimard, 1980.
BENJAMIN, Walter, Obras escolhidas I, II, III, São Paulo: Brasiliense, 1985,
1987, 1989.
BOLTANSKI, Christian. Les grands entretiens d’art press, Paris: IMEC Editéur/
ART PRESS, 2014.
CELAN, Paul. Cristal (tradução Cláudia Cavalcanti), São Paulo: Iluminuras,
1999.
______. Ausgewählte Gedichte. Frankfurt: Suhrkamp, 1968.
CONDURU, Roberto. Pérolas negras, primeiros fios: experiências artísticas e
culturais nos fluxos entre África e Brasil, Rio de Janeiro: EdUERJ/ FAPERJ,
2013.
______________. Arte afro-brasileira, Belo Horizonte: C/arte, 2007.
COSTA, Luiz Cláudio. Dispositivos de registro na arte contemporânea, Rio de
Janeiro: Contracapa/ FAPERJ, 2010.
___________. A gravidade da imagem: arte e memória na contemporaneidade. Rio de janeiro: Quartet/ FAPERJ, 2014.
DANZIGER, Leila. Micha Ullman: "escavar, revolver, lembrar". Porto Arte,
Revista de Artes Visuais, PPGAV/UFRGS, v. 17, n. 29, 2010, pp. 131 –
143.
__________. "Jochen Gerz: o monumento como processo e mediação." Arte &
Ensaios, Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 21, dez 2010, pp. 100 – 107.
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__________. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.
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KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos
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KUCINSKI, Bernard. K. Relato de uma busca, São Paulo: Cosac Naify, 2014.
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LANZMANN, Claude. Shoah. Vozes e Faces do Holocausto. São Paulo: Brasiliense, 1987.
LEVI, Primo. É isto um homem. Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
_________. Os afogados e os sobreviventes. Trad. Luiz Henriques. Rio de Janeiro: Paz&Terra, 1990.
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MODIANO, Patrick. Dora Bruder, Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
NIETZSCHE, Friedrich. Escritos sobre História, Rio de Janeiro: Editora PucRio; São Paulo: Loyola, 2005.
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6 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
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MIRANDA, Wander Melo (Org.). Narrativas da modernidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999, pp.321- 339.
SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura?, Rio de Janeiro: Boitempo, 2014.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. O local da memória, São Paulo: Ed. 34, 2005.
__________. (org.). Palavra e imagem, memória e escritura, Chapecó: Argos,
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__________. (org.) com Nestrowski, Artur). Catástrofe e representação, São
Paulo: Escuta, 2000.
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__________. "O filho de Saul de Lázló Nemes: um novo mito de Auschwitz?"
Arquivo Maaravi. Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG, vol. 10.
Nº18, 2016.
SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros. Tradução Rubens Figueiredo. São
Paulo: Companhia das Letras. 2007.
YATES, Frances. A Arte da Memória, Campinas: Ed. Da Unicamp, 2008.
WEINRICH, Harald. Lete: arte e crítica do esquecimento, Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
CENTRO UNIVERSITÁRIO: CTCH
DEPARTAMENTO: LETRAS
LET 2543 1DA
Período: 2016-2
Representações da africanidade:
INSCRIÇÕES DA RACIALIDADE NA ARTE E NO PENSAMENTO SOCIAL
CARGA HORÁRIA TOTAL: 45 HORAS
CRÉDITOS: 3
PRÉ-REQUISITO(S): sem pré-requisito
Prof. Eneida Leal Cunha
OBJETIVOS
Desde o período da escravidão colonial africana até a nossa contemporaneidade global,
inúmeras visões e versões do Brasil (quer operadas pelas elites, quer pelos subalternizados) emanaram enorme força subjetiva, tanto na configuração simbólica do que identificamos como formação sociocultural brasileira quanto na sua interpretação pelas linguagens artísticas e pelo pensamento social. No centro dessas configurações – nas artes, nas
teorias sociais e nos discursos dos meios de comunicação – esteve sempre presente mas
sempre dissimulada a ideia de raça.
O curso, valendo-se de colaboração multidisciplinar e da avaliação um corpus de imagens, produzidas pelas artes visuais, pela literatura, pelo cinema, pela música e pela
fotografia, propõe-se a articular três diferentes dimensões desta problemática: a questão
da alteridade e da africanidade para arte no ocidente; qual o lugar da ideia de raça em
obras artísticas canônicas e no pensamento social brasileiro; como ler contemporaneamente as articulações entre racialidade e mestiçagem e entre racialidade e as atuais recuperações de uma memória negro-africana.
Com estrutura de seminários e a partir de autores/obras significativos para a reflexão
atual sobre a legibilidade das imagens, no âmbito da história e da crítica das artes e do
pensamento social, o curso procura estabelecer um locus para uma reflexão em perspectiva comparada, quer com as teorias eurocêntricas, quer com as teorias pós-coloniais,
sobre as realidades, subjetividades, identidades, contratualidades e representações constitutivas dos parâmetros que fazem do Brasil o Brasil que imaginamos.
EMENTA
Ementa: As imagens da “África” produzidas nos países do continente africano de língua oficial portuguesa e da africanidade diaspórica reconstruída no Brasil. As recuperações da ancestralidade e as formulações de uma memória negro-africana. As inscrições
da racialidade e as diferentes perspectivas acerca da mestiçagem. As elaborações em
torno do escravismo. As inscrições da guerra e da violência, em suas diversificadas feições. As tematizações do trabalho e da pobreza.
2 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
PROGRAMA
INSCRIÇÕES DA RACIALIDADE NA ARTE E
NO PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO
Tópicos
1. A propósito da imagem:
Georges Didi Huberman e a legibilidade das imagens.
Stuart Hall, o valor da visualidade e uma outra configuração de “raça”.
Karl Einstein, Negerplastik (1915, Escultura negra), a atualidade do anacronismo.
Achille Mbembe, “O devir negro do mundo”.
2. Negras imagens do século XIX:
Jean-Baptiste Debret: a composição visual da subalternidade.
Louis Agassiz: corpo, fotografia e racismo científico.
3. O elogio da mestiçagem, a “assimilação cultural” e a “harmonia racial”:
Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade.
Gilberto Freyre, Jorge Amado.
4. Fome, pobreza e exclusão racializadas:
Florestan Fernandes, “o mito da democracia racial”
Michel Foucault, biopolítica e racismo
Archile Mbembe, a “necropolitica”
Quanto vale ou é por quilo?, filme de Sérgio Bianchi.
5. Outras imagens:
Ayrson Heráclito, Roberto Conduru e a arte afro-brasileira contemporânea.
AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
(no máximo 5)
Critério 12
Conduru, Roberto. Arte Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. C-arte. 2007.
Didi-Huberman, Georges. Diante da Imagem; Questão colocada aos fins de uma
história da arte. São Pulo: Editora 34, 2013
Didi-Huberman, Georges. O que vemos, o que nos olha São Paulo: Editora 34,
1998.
Einstein, Karl. Negerplastik. Florianópolis: Ed UFSC, 2011.
Hall, Stuart. The spectacle of the ‘other’. In Representation: cultural representation and signifying practices. London: Sage Publications/The Open Univer
sity, 2002.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTAR
Albuquerque, Wlamira; Fraga Filho, Walter. Uma História do Negro no Brasil.
Salvador/ Brasília: CEAO-UFBA/Fundação Cultural Palmares, 2006.
Amado, Jorge. Jubiabá. Rio de Janeiro: Record, 1995.
Barbosa, Maria Aparecida. Carl Einstein Interdisciplinar: sobre Escultura Negra
(Negerplastik). Pandaemonium, São Paulo, n. 18, Dez. /2011, p. 121-137 –
www.fflch.usp.br/dlm/alemao/pandaemoniumgermanicum
2
3 _ CONTINUAÇÃO DE COD 1234
Bhabha, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
Brookshaw, David. Raça e cor na literatura brasileira. Porto Alegre, Mercado
Aberto, 1983.
Capone, Stefania. A busca da África no Candomblé: tradição e poder no Brasil. Rio
de Janeiro: Contra Capa Livraria\Pallas, 2004.
Carneiro, Sueli. Ser ou não-ser: dispositivo de racialidade no Brasil. Manuscrito
no prelo. 2011.
Conduru, Roberto. Arte Afro-Brasileira. Rio de Janeiro: Ed. C-arte. 2007.
Conduru, Roberto. Uma crítica sem plumas: A propósito de Negerplastik de Carl
Einstein. concinnitas ano 9, volume 1, número 12, julho 2008.
Conduru. Roberto. Negrume Multicor : Arte, África e Brasil para além de raça e etnia. Acervo, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 29-44, jul/dez 2009.
Costa, Emília Viotti da. “O mito da democracia racial”. In: _____. Da Monarquia à
República: momentos decisivos. São Paulo: Editora Unesp, 2005.
Costa, Sergio. Dois Atlânticos: teoria social, anti-racismo, cosmopolitismo. Belo
Horizonte: Ed UFMG, 2006.
Cunha, Eneida Leal. Dentro e fora da nova ordem mundial: as cores da paisagem
da cidade. In: Margato, I.; Gomes, R.C. Espécies de espaço. Belo Horizonte:
Ed. UFMG, 2008.
Cunha, Eneida Leal. Estampas do imaginário: literatura, história e identidade cultural. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.
Didi-Huberman, Georges. A imagem sobrevivente. Rio de Janeiro: Contraponto,
2013.
Didi-Huberman, Georges. Diante da Imagem; Questão colocada aos fins de uma
história da arte. São Pulo: Editora 34, 2013
Didi-Huberman, Georges. O que vemos, o que nos olha São Paulo: Editora 34,
1998.
Einstein, Karl. Negerplastik. Florianópolis: Ed UFSC, 2011.
Fanon, Franz. Pele negra máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2007.
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Mbembe, Achille. On the Postcolony. Berkeley, CA: University of California
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3
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Viana, Oliveira. Raça e Assimilação. Companhia Editora Nacional, 1938.
4
LET 2536 – Tópicos em Critica e Interpretação
Profa. Ana Kiffer
Aula: quinta-feira 16-19hs
Tema do curso:
CORPO, Experiências MICROPOLÍTICAS
e Produção de SUBJETIVIDADES
Da Utopia às Heterotopias:
processos subjetivação
a ditadura vista desde
hoje;
golpe (s);
democracia: qual estado?
e dessubjetivação
Da Utopia às
Heterotopias:
acontecimento
revolucionário,
acontecimento
movimentos,
ocupações,
revolucionário,
multidões,
manifestações, o
movimentos,
ocupações,
comum,
o vivermultidões,
junto
manifestações, o
comum, o viver junto
sujeitos
políticos –
história,
crítica,
impasses,
afetos e
desejos
esquerdadireita e
microfascismos
O curso quer rever – desde a perspectiva da atualidade – a história política do
Brasil a partir da ditadura civil militar de 1964 até os dias de hoje, interessado
em deflagrar dois processos concomitantes. Num deles os alunos serão
convocados a produzirem eles mesmos os relatos acerca dos momentos
históricos do passado e do presente (é o que chamo de processos de reconversão
subjetiva de acontecimentos históricos no âmbito micro-político). No outro
interessará ler e pensar acerca dessa história política mais do ponto de vista
filosófico do que historiográfico. Mais fabulador do que factual. Sendo assim
todos serão convidados a deflagrarem conceitos existentes, ou mesmo a
buscarem criar novos conceitos que sirvam para por em funcionamento as zonas
acima esboçadas, tais como máquinas acopladoras de contextos diferentes, das
passagens de um tempo para outro, ou mesmo da indeterminação e contagio
entre uma e outra zona. (Por exemplo qual noção de sujeito político poderá
acoplar-se às atuações performáticas nas manifestações de 2013? Ou ainda: em
que medida a ocupação de uma escola transforma-a num espaço muito mais
heterotópico do que no espaço codificado e instituído que as escolas ocupam nas
sociedades disciplinares? De que modo a produção de uma relação subjetivante
[independente da existência de relatos familiares sobre a época] com a ditadura
militar pode engendrar numa produção política desejante no presente? Quais as
formas de guerra predominantes no sistema neoliberal e como elas atuam
diretamente sobre os núcleos subjetivos: vida laboral, sonhos, desejos, etc.?).
Os dois processos reúnem-se em torno da aposta de criação de um arquivo
histórico-conceitual afetivo. Que sirva à reflexão desse período de transformação
atual que exige novas contribuições, mas também e sobretudo que sirva como
caixa de ferramentas para uso pessoal, a ser acoplado às reflexões e práticas
artísticas que executam de modo mais consistente e partilhável.
O curso conta com a participação ativa das ‘escritas’ dos alunos e com aulas,
palestras e intervenções de pessoas convidadas: Mariana Patrício – 4 aulas
(professora e ativista); Marielle Franco – 1 aula (candidata vereadora PSOL,
feminista – como e por que política?); Thamyra Tamara (1 aula – modos de vida
da favela); Mel Duarte (1 aula poesia e subjetividade); Ivana Bentes (1 aula
desejo e poder); Rodrigo Guéron (1 aula – análise de conjuntura). Todos os
convidados ainda sujeitos a confirmação.
Bibliografia:
Livros:
DELEUZE, Gilles. / GUATTARI, Félix. L’Anti-Oedipe – Capitalisme et
Schizophrénie. Paris, Editions de Minuit, 1972/1973.
DEMIER, Felipe, HOEVLER, Rejane (orgs.). A onda conservadora . Rio de Janeiro:
Editora Mauad, 2016.
FOUCAULT, Michel. « L’écriture de soi ». In : Dits et Écrits ,1954-1988. Tome IV.
Paris, NRF, Gallimard, 1994. P. 415-430.
__________. « Entretien avec Michel Foucault ». In: Dits et Écrits, Tome IV. Paris,
Gallimard, 1994. P. 41-95.
_________. El cuerpo utópico – las heterotopías. Buenos Aires, Nueva Vision, 2010.
__________. A Hermenêutica do Sujeito. São Paulo, Martins Fontes, 2014.
KIFFER, Ana; REZENDE, Renato; BIDENT, Christophe. Experiência e Arte
Contemporânea. Rio de Janeiro, Editora Circuito, CAPES, 2012.
KIFFER, A. Em torno de uma noção crítica-clínica da cultura. IN: O Papel da
Crítica (orgs.) SCHOLLAMMER, K. & OLINTO, H. Rio de Janeiro, 7Letras, 2016.
NOLL, João Gilberto. Quieto animal da esquina. Rio de Janeiro: Editora Rocco,
1991
BRACHER, Beatriz. Anatomia do paraíso. São Paulo: Editora 34, 2015.
PENNA, João Camillo & DIAS, Ângela Maria Dias (orgs.). Comunidades sem fim.
Rio de Janeiro, Editora Circuito, 2013.
RAGo, Margareth & VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Para uma vida não fascista.
Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2009.
Blogs e sites da internet.
- Agora é que são elas. agoraequesaoelas.blogfolha.uol.com.br
- Blogueiras negras. Blogueirasnegras.org
- Revista DR. revistadr.com.br
- A mulher negra e o feminismo. https://www.facebook.com/Negra.Feminista/?fref=ts
- Gênero e materialismo. https://www.facebook.com/generoematerialismo/?fref=ts
- Travesti reflexiva. https://www.facebook.com/travestilidade/?fref=ts
- Beatriz Preciado/Peau de Rat.
http://lemagazine.jeudepaume.org/blogs/beatrizpreciado/en/