Modelo OSI

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Modelo OSI
Modelo OSI: O Modelo de Referência de Sete Camadas
Na elaboração final do Modelo de Referência pesaram certos princípios, por exemplo, a existência de outros
modelos, padronizados e em uso pela indústria para a comunicação entre processadores. De uma forma
simplificada, os seguintes princípios foram considerados:
•
•
Cada camada deve executar uma função bem definida;
•
As fronteiras entre camadas devem ser escolhidas de forma consistente com a experiência passada
bem sucedida;
•
Uma camada deve ser criada se houver necessidade de um nível diferente de abstração no tratamento
de dados, por exemplo, morfologia, sintaxe, semântica;
•
Os limites da camada devem ser escolhidos para reduzir o fluxo de informações transportado entre as
interfaces;
A função de cada camada deve ser escolhida tendo em vista a definição de protocolos padronizados
internacionalmente;
•
O número de camadas deve ser suficientemente grande para que funções distintas não precisem ser
desnecessariamente colocadas na mesma camada e suficientemente pequeno para que a arquitetura
não se torne difícil de controlar.
A Figura abaixo apresenta a denominação de cada camada no Modelo OSI ilustrando sua função precípua.
Considera-se que exista um meio físico conectando os diferentes sistemas:
Figura 9: O Modelo OSI de 7 camadas
A figura de retransmissor, embora possa aparecer em qualquer camada, é característica das camadas Física e
de Rede.
Figura 10: O Modelo OSI com retransmissores
Outro conceito bastante útil é a capacidade da camada de Rede fornecer o serviço de transferência de dados
por meio de conexões ou não, resultando em dois serviços de rede distintos:
1) serviço modo conexão ou orientado a conexão: neste serviço, também denominado de serviço de conexões
virtuais, quando aplicado a redes de comunicação de dados, as entidades estabelecem uma conexão e
transferem unidades de dados sobre esta conexão. Ao final, quando já não existem unidades de dados para
transferência a conexão é liberada (desfeita). A conexão tem os seguintes atributos:
•
existência claramente definida (com duração mensurável): uma conexão tem uma fase de
estabelecimento, uma fase de transferência de dados e uma fase de liberação;
•
acordo de três partes: uma conexão envolve uma parte chamadora, uma parte chamada e um
dispositivo de conexão. A conexão só é estabelecida ou liberada após um acordo mútuo destes
componentes;
•
dependência implícita entre as unidades de dados: as unidades de dados transferidas sobre uma
conexão são relacionadas por meio de um contexto criado na conexão. Conseqüência disto é a
utilização de rótulos simplificados sem necessidade de endereços completos em cada unidade de
dados transferida.
A Figura abaixo ilustra a transferência de dados no serviço modo conexão.
Figura 11: Serviço de rede orientado a conexões
2) serviço não associado a conexão: neste serviço, também denominado de serviço de datagrama, quando
aplicado a redes de comunicação de dados, as entidades iniciam a transferência de dados mesmo sem
estabelecer uma conexão. As características deste serviço são as seguintes:
•
inexistência de um vínculo ou independência entre as unidades de dados: cada unidade de dados
transferida é independentemente das demais do ponto de vista do fornecedor do serviço. Esta
característica implica que não necessariamente as unidades de dados são entregues a um destino na
seqüência com que foram transmitidas;
•
acordo bilateral: existe um acordo existente a priori entre as entidades pares e que é desconhecido
pelo dispositivo de fornecimento do serviço, de modo que negociam apenas usuário do serviço e o
fornecedor seja na solicitação de transferência, seja na entrega das unidades de dados;
•
unidades de dados auto suficientes: desde que as unidades de dados não guardam qualquer relação
entre si, todas as informações necessárias ao fornecedor do serviço para a entrega da unidade em
seu destino devem constar do rótulo;
A Figura abaixo ilustra a transferência de dados no serviço não associado a conexão:
Figura 12: Serviço de rede não associado conexão
A Camada Física define as características mecânicas, elétricas, funcionais e os procedimentos para ativar,
manter e desativar conexões físicas para a transmissão de bits.
As características mecânicas dizem respeito ao tamanho e forma de conectores, pinos, cabos, etc. que
compõem um circuito de transmissão. As características elétricas especificam os valores dos sinais elétricos
(nível de tensão e corrente) usados. As características funcionais definem o significado dado aos sinais
transmitidos na camada física (por exemplo, transmissão, recepção, terra, etc.).
Os procedimentos especificam as funções e protocolos necessários para a transmissão de bits. O bit é
considerado, na transmissão serial, como a unidade de dados básica da Camada Física.
Os protocolos da Camada Física devem ser independentes do meio de transmissão de modo que um dado
terminal possa ser utilizado em diversos meios, como pares metálicos, fibra óptica ou rádio, por exemplo.
A Figura abaixo ilustra a situação de retransmissores com diferentes meios físicos.
Figura 13: Meio Físico com retransmissores
Os padrões de Camada Física que provavelmente se tornaram mais populares são aqueles correspondentes às
interfaces RS232C e RS449 (EIA) e suas adaptações, para redes de telecomunicações, feita pelo ITU -T
(CCITT, na época), a saber as Recomendações V.24 e X.21.
Estas Recomendações são freqüentemente vistas como especificações da Camada Física, mas de fato contém
elementos das Camadas 1, 2 e 3. Nestas Recomendações, as descrições dos procedimentos das diversas
camadas parecem, por vezes, se misturar. Isto se deve ao fato que o Modelo OSI não havia sido ainda
desenvolvido suficientemente para permitir uma visão clara das fronteiras entre camadas.
A Recomendação V.24 foi publicada pela primeira vez em 1964 e especifica a operação de 39 circuitos que
podem ser usados por um terminal (designado genericamente como Data Terminal Equipment - DTE ) para
controlar um modem (designado genericamente Data Communication/ Terminating Citcuit Equipment - DCE )
e para permitir que o modem envie ao terminal informações a respeito do seu estado. O aspecto essencial da
V.24 é que os sinais são transportados como tensões simples referidos a um terra presente no pino 107. De
acordo com o conceito atual de Camada Física apenas alguns circuitos seriam considerados.
Figura 14: Circuitos V.24 (DTE)
A Recomendação X.21, cuja primeira versão data de 1972 (Livro Verde do CCITT, portanto) permanece um
modelo quanto a estrutura e forma de descrever protocolos.
A clareza de abordagem da recomendação X.21 e sua capacidade de ser utilizada em aplicações modernas,
onde o equipamento tem inerentemente um mínimo de inteligência, é que tanto os dados de usuário quanto a
informação de controle do equipamento são multiplexados em 2 pares de conectores. O par denominado
Circuito de Transmissão carrega sinais do terminal para o modem, enquanto o outro par, denominado Circuito
de Recepção carrega sinais do modem para o terminal. A transferência de dados num sentido como no outro é
habilitada por comandos sobre um circuito de controle.
Camada 2: Enlace de Dados
O objetivo básico da Camada de Enlace de Dados é assegurar a transferência confiável de dados entre
sistemas conectados diretamente por um meio físico.
O meio físico está freqüentemente sujeito a ruídos e às interferências mais diversas, necessitando, desta
forma que funções mais inteligentes venham a suprir suas limitações.
A Camada de Enlace de Dados envolve tipicamente as seguintes funções:
•
•
•
•
•
•
Ativação e desativação do Enlace de Dados;
Supervisão e Recuperação em caso de anormalidades;
Sincronização;
Segmentação e delimitação das unidades de dados;
Controle de erros e seqüenciamento das unidades de dados;
Controle de Fluxo.
A ativação e desativação de Enlaces de Dados constituem normalmente protocolos que estabelecem uma
conexão de enlace de dados para a transferência de dados sobre o enlace de dados. A condição de sucesso
deste protocolo é a seleção de uma conexão física confiável e com taxa de erros aceitável para todas as
conexões de rede que a utilizarão. Em determinados ambientes, isto pode implicar em estabelecer uma
conexão de enlace de dados a cada conexão de rede, em outros não. Esta é a flexibilidade e abertura do
Modelo OSI.
As funções de sincronização, delimitação das unidades de sinal, controle de erros e seqüenciamento já são
características da Camada de Enlace de Dados. Existe um padrão bastante conhecido para estas funções,
denominado High-level Data Link Control (HDLC) baseado no Synchronous Data Link Control (SDLC) .
O SDLC foi criado pela IBM para substituir o antigo Bisynchronous protocol (BSC) para conexões de dados em
áreas metropolitanas envolvendo equipamentos IBM. A rede SDLC é constituída de uma estação primária que
controla as comunicações e uma ou mais estações secundárias. Hoje, constitui também uma variante do
protocolo HDLC da ISO denominado Normal Response Mode (NRM).
A principal diferença entre o HDLC e o
não se comunicam com a primária, a
Asynchronous response mode (ARM)
primária, sem sua permissão prévia e
como primária ou secundária.
SDLC é que este suporta apenas o NRM, onde as estações secundárias
menos que esta o permita . Além deste, o HDLC também suporta o
onde as estações secundárias podem iniciar a comunicação com a
o Asynchronous balanced mode (ABM) onde cada estação pode atuar
Estes padrões deram origem também ao protocolo Link Access Procedure-Balanced (LAP B ou Camada 2 do
padrão X.25) que é uma variante do HDLC no modo ABM (onde o endereço se resume a estação remota) e ao
IEEE 802.2, mais conhecido como Logical Link Control (LLC) e extremamente popular em ambientes LAN.
A figura abaixo ilustra a unidade de dados ou quadro HDLC.
Figura 15: Quadro HDLC
Camada 3: Rede
A camada de rede tem por objetivo fornecer um suporte de comunicação fim a fim para as camadas
superiores. Isto inclui a escolha do modo de transferência e da qualidade de serviço (por exemplo no se que
refere aos requisitos de retardo na transferência), o endereçamento da unidade de dados ao seu destino final
na rede ou na sub-rede (segmento de rede) externa, o interfuncionamento com elementos de rede externos
se necessário, a notificação de eventuais deficiências de segmentos externos, controle de fluxo fim a fim e
outras funções.
Camada 4: Transporte
A Camada de Transporte é a camada responsável pelo controle da transferência de dados, incluindo a
qualidade do serviço e a correção de erros fim a fim. O exemplo mais bem sucedido da Camada de Transporte
são os padrões associados a redes IP (Internet Protocol), TCP (Transmission Control Protocol) e UDP (User
Datagram Protocol). O protocolo TCP é orientado à conexão, permite a entrega sem erros de um fluxo de
dados e realiza controle de fluxo. O protocolo UDP , por outro lado é não orientado à conexão, sem controle de
fluxos e garantia de entrega. A Camada de Transporte deve considerar os requisitos da aplicação, através dos
parâmetros que descrevem as Classes de Serviço e as limitações da rede. São parâmetros de definição da
Classe de Serviço:
•
•
•
•
•
Vazão ou throughput (bit/s);
Atraso ou latência de propagação (ms);
Jitter ou Variação no atraso de propagação (ms) ;
Probabilidade de falha no estabelecimento da conexão;
Taxa de erro residual.
Camada 5: Sessão
A Camada de Sessão tem por objetivo o controle dos procedimentos de diálogo através da abertura e
fechamento de sessões.
A camada de Sessão inclui as seguintes funções, entre outras:
•
•
Transferência de dados em ambas direções, normal ou expressa;
•
•
Controle de Diálogo, permitindo às aplicações acordar a forma de diálogo, half duplex ou duplex;
Gerência de Token , permitindo às aplicações solicitar e transferir a primazia da comunicação ou de
exercício de determinadas funções;
Sincronização e gerência de atividades, permitindo estratificar o diálogo, colocando títulos, subtítulos
e marcas de delimitação.
Camada 6: Apresentação
A Camada de Apresentação é responsável pela sintaxe de dados, da mesma forma que a camada de Aplicação
será pela semântica. Significa que a forma como os conteúdos serão manipulados pela Camada de Aplicação é
montada e desmontada pela Camada de Apresentação. Os aspectos de criptografia, se necessários por
questões de segurança da comunicação, são também de responsabilidade desta Camada.
Camada 7: Aplicação
A Camada de Aplicação é responsável pela semântica da comunicação.
A estrutura da Camada de Aplicação (Recomendação X.207) foi modelada diferenciando elementos comuns a
todas as aplicações, Common Application Service Elements(CASE) cuja objetivo é prover capacitações
genéricas necessárias a transferência de informações, independentemente de sua natureza, de elementos de
serviço de aplicação específicos ou Specific Applications Service Elements (SASE) cujo objetivo é fornecer
capacitações de transferência de informações destinadas a atender requisitos específicos de determinadas
aplicações. Entre as funções CASE estão o estabelecimento e liberação de associações entre processos de
aplicação e entre as funções SASE estão a transferência de arquivos ou tarefas, acesso a bases de dados,
etc...
Entre os protocolos bem sucedidos da camada de Aplicação estão o Application Common Service Element ACSE (ver Recomendações X.217, X.217 bis, X.227 e X.227 bis) que estabelece contextos onde os protocolos
de aplicação podem ocorrer (inclusive quando versões diferentes de protocolos de aplicação co-existem), o
Remote Operation Service Element - ROSE (ver Recomendações X.219 e X.229) que permite a realização de
operações remotas concebidas como a forma padrão de interação entre processos de aplicação pares para
realização de uma função, ou seja ações genéricas solicitadas para execução em um processo de aplicação
remoto.
Finalmente, cabe mencionar os aplicativos utilizados em redes baseadas nos protocolos TCP/IP como o File
Transfer Protocol (FTP), Telnet, Simple Mail Transfer Protocol (SMTP) e outros que se revelaram autênticos
best sellers dado sua popularidade e praticidade.
O Modelo OSI
Uma rede pode usar diversos protocolos, como o TCP/IP, o NetBEUI e
o SPX/IPX, entre outros.
Embora cada um desses protocolos funcione de uma forma particular,
eles têm algumas similaridades. Essas similaridades existem porque
na verdade, os protocolos surgiram com um mesmo objetivo:
transmitir dados através de uma rede.
O Modelo OSI
Quando as redes de computadores surgiram, as soluções eram, na
maioria das vezes, proprietárias, isto é uma determinada tecnologia
só era suportada por seu fabricante. Não havia a possibilidade de se
misturar soluções de fabricantes diferentes. Dessa forma um mesmo
fabricante era responsável por construir praticamente tudo na rede.
Para facilitar a interconexão de sistemas de computadores a ISO
(International Standards Organization) desenvolveu um modelo de
referência chamado OSI (Open Systems Interconnection), para que
os fabricantes pudessem criar protocolos a partir desse modelo.
Interessante notar que a maioria dos protocolos existentes - como o
TCP/IP o IPX/SPX e o NetBEUI - não segue esse modelo de referência
ao pé da letra (como veremos esses protocolos só correspondem a
partes do padrão OSI). Todavia, o estudo deste modelo é
extremamente didático, pois através dele há como entender como
deveria ser um protocolo ideal, bem como facilita enormemente a
comparação do funcionamento de protocolos criados por diferentes
fabricantes.
O modelo de protocolos OSI é um modelo de sete camadas,
apresentadas na Figura 1.
Na transmissão de um dado, cada camada pega as informações
passadas pela camada superior acrescenta informações pelas quais
ela seja responsável e passa os dados para a camada imediatamente
inferior, como mostra a Figura 2. Esse processo é conhecido como
encapsulamento. Na camada 4, Transporte, o dado enviado pelo
aplicativo é dividido em pacotes. Na camada 2, Link de Dados, o
pacote é dividido em vários quadros. Na recepção de um dado, o
processo é o inverso.
Figura 1: Modelo OSI de Protocolos
Um usuário que pede para o seu programa de e-mail baixar seus os
e-mails, na verdade está fazendo com que o seu programa de e-mail
inicie uma transmissão de dados com a camada 7 - Aplicação - do
protocolo usado, pedindo para baixar os e-mails do servidor de emails. Essa camada processa esse pedido, acrescenta informações de
sua competência, e passa os dados para a camada imediatamente
inferior, a camada 6 (Apresentação). Esse processo continua até a
camada 1 (Física) enviar o quadro de dados para o cabeamento da
rede, quando, então, atingirá o dispositivo receptor, que fará o
processo inverso, até a sua aplicação - no nosso exemplo, um
programa servidor de e-mail.
A comunicação estudada na Figura 2.7 é a comunicação real, ou seja,
como funciona a transmissão de um dado através de uma rede. Na
prática acabamos simplificando e falando que uma determinada
camada do transmissor comunica-se diretamente com a mesma
camada do dispositivo receptor. Por exemplo , a camada 4,
Transporte, do dispositivo transmissor comunica-se diretamente com
a camada 4 do dispositivo receptor e simplesmente ignoramos as
comunicações efetuadas pelas camadas inferiores existentes. E assim
por diante. Essa comunicação virtual, ilustrada na Figura 2.8, é
possível porque cada camada, durante a criação do pacote que será
enviado através da rede, acrescentou o seu próprio cabeçalho, como
está ilustrado na Figura 2.
Figura 2: Como funciona a comunicação entre as camadas do modelo OSI
Por exemplo, na prática simplesmente falamos que um programa
cliente de e-mail está requisitando dados de um programa servidor
de e-mail, e não nos preocupamos muito como isto é feito. O mesmo
ocorre na comunicação virtual do modelo OSI. Quando analisamos a
comunicação de uma camada do transmissor com a mesma camada
no receptor, normalmente não estamos nos preocupando (ou não
precisamos saber) como está ocorrendo a comunicação nas camadas
inferiores àquela estudada.
A maioria dos protocolos comerciais também trabalha com o conceito
de camadas, porém essas camadas não necessariamente possuem o
mesmo nome e função das apresentadas no modelo OSI. Muitas
vezes, para cada uma dessas camadas há um protocolo envolvido.
Dessa forma, muitos protocolos são, na verdade, um conjunto de
protocolos, cada um com papel específico em sua estrutura de
camadas.
Figura 3: Comunicação virtual no modelo OSI
As camadas do modelo OSI podem ser divididas em três grupos:
aplicação, transporte e rede, como você confere na Figura 4. As
camadas de rede se preocupam com a transmissão e recepção dos
dados através da rede e, portanto, são camadas de baixo nível. A
camada de transporte é responsável por pegar os dados recebidos
pela rede e repassá-los para as camadas de aplicação de uma forma
compreensível, isto é, ela pega os pacotes de dados e transforma-os
em dados quase prontos para serem usados pela aplicação. As
camadas de aplicação, que são camadas de alto nível, colocam o
dado recebido em um padrão que seja compreensível pelo programa
(aplicação) que fará uso desse dado.
Figura 4: Grupos das camadas do modelo OSI
Até então estávamos usando os termos pacotes e quadros como
sinônimos, mas estes termos se referem a duas coisas distintas. Um
quadro é um conjunto de dados enviado através da rede, de forma
mais "bruta" ou, melhor dizendo, de mais baixo nível. Dentro de um
quadro encontramos informações de endereçamento físico, como, por
exemplo, o endereço real de uma placa de rede. Logo, um quadro
está associado às camadas mais baixas (1 e 2) do modelo OSI.
Um pacote de dados se refere a um conjunto de dados manipulados
nas camadas 3 e 4 do modelo OSI. No pacote há informações de
endereçamento virtual. Por exemplo, a camada 4 cria um pacote de
dados para ser enviado pela rede e a camada 2 divide esse pacote
em vários quadros que serão efetivamente enviados através do cabo
da rede. Um pacote, portanto, contém a informação proveniente de
vários quadros.
Para dar um exemplo real e elucidar de uma vez essa diferença, em
uma rede usando o protocolo TCP /IP, a camada IP adiciona
informações de endereçamento de um pacote (número do endereço
IP da máquina de destino), que é um endereçamento virtual.Já a
camada Controle de Acesso ao Meio (MAC) - que corresponde à
camada 2 do modelo OSI - transformará esse pacote em um ou mais
quadros e esses quadros terão o endereço da placa de rede de
destino (endereço real, físico) que corresponda ao número IP
fornecido.
Estudaremos agora cada uma das camadas do modelo OSI e suas
funções. Note que as explicações serão dadas como se estivéssemos
transmitindo um dado do computador A para o computador B. O
processo de recepção é o inverso do descrito.
CAMADA 7 - APLlCAÇÃO
A camada de aplicação faz a interface entre o protocolo de
comunicação e o aplicativo que pediu ou receberá a informação
através da rede. Por exemplo, se você quiser baixar o seu e-mail com
seu aplicativo de e-mail. ele entrará em contato com a camada de
Aplicação do protocolo de rede efetuando este pedido.
CAMADA 6 - APRESENTAÇÃO
A camada de Apresentação, também chamada camada de Tradução,
converte o formato do dado recebido pela camada de Aplicação em
um formato comum a ser usado na transmissão desse dado, ou seja,
um formato entendido pelo protocolo usado. Um exemplo comum é a
conversão do padrão de caracteres (código de página) quando, por
exemplo, o dispositivo transmissor usa um padrão diferente do
ASCII, por exemplo. Pode ter outros usos, como compressão de
dados e criptografia.
A compressão de dados pega os dados recebidos da camada sete e os
comprime (como se fosse um compactador comumente encontrado
em PCs, como o Zip ou o Arj) e a camada 6 do dispositivo receptor
fica responsável por descompactar esses dados. A transmissão dos
dados torna-se mais rápida, já que haverá menos dados a serem
transmitidos: os dados recebidos da camada 7 foram "encolhidos" e
enviados à camada 5.
Para aumentar a segurança, pode-se usar algum esquema de
criptografia neste nível, sendo que os dados só serão decodificados
na camada 6 do dispositivo receptor.
CAMADA 5 - SESSÃO
A camada de sessão permite que duas aplicações em computadores
diferentes estabeleçam uma sessão de comunicação. Nesta sessão,
essas aplicações definem como será feita a transmissão de dados e
coloca marcações nos dados que estão sendo transmitidos. Se
porventura a rede falhar, os computadores reiniciam a transmissão
dos dados a partir da última marcação recebida pelo computador
receptor.
Por exemplo, você está baixando e-mails de um servidor de e-mails e
a rede falha. Quando a rede voltar a estar operacional a sua tarefa
continuará do ponto em que parou, não sendo necessário reiniciá-la.
CAMADA 4 - TRANSPORTE
A camada de Transporte é responsável por pegar os dados enviados
pela camada de Sessão e dividi-los em pacotes que serão
transmitidos pela rede, ou, melhor dizendo, repassados para a
camada de Rede. No receptor, a camada de Transporte é responsável
por pegar os pacotes recebidos da camada de Rede e remontar o
dado original para enviá-lo à camada de Sessão. Isso inclui controle
de fluxo (colocar os pacotes recebidos em ordem, caso eles tenham
chegado fora de ordem) e correção de erros, tipicamente enviando
para o transmissor uma informação de reconhecimento
(acknowledge), informando que o pacote foi recebido com sucesso.
A camada de Transporte separa as camadas de nível de aplicação
(camadas 5 a 7) das camadas de nível físico (camadas de 1 a 3).
Como você pode facilmente perceber, as camadas de 1 a 3 estão
preocupadas com a maneira com que os dados serão transmitidos e
recebidos pela rede, mais especificamente com os quadros
transmitidos pela rede. Já as camadas de 5 a 7 estão preocupadas
com os dados contidos nos pacotes de dados, para serem enviados
ou recebidos para a aplicação responsável pelos dados. A camada
4,Transporte, faz a ligação entre esses dois grupos.
CAMADA 3 - REDE
A camada de Rede é responsável pelo endereçamento dos pacotes,
convertendo endereços lógicos em endereços físicos, de forma que os
pacotes consigam chegar corretamente ao destino. Essa camada
também determina a rota que os pacotes irão seguir para atingir o
destino, baseada em fatores como condições de tráfego da rede e
prioridades.
Como você pode ter percebido, falamos em rota. Essa camada é,
portanto, usada quando a rede possui mais de um segmento e, com
isso, há mais de um caminho para um pacote de dados trafegar da
origem até o destino.
CAMADA 2 - LINK DE DADOS
A camada de Link de Dados (também chamada camada de Enlace)
pega os pacotes de dados recebidos da camada de Rede e os
transforma em quadros que serão trafegados pela rede, adicionando
informações como o endereço da placa de rede de origem, o
endereço da placa de rede de destino, dados de controle, os dados
em si e o CRC. A estrutura do pacote de dados criado por essa
camada nós já vimos na Figura 2.5.
O quadro criado pela camada Link de Dados é enviado para a camada
Física, que converte esse quadro em sinais elétricos para serem
enviados através do cabo da rede.
Quando o receptor recebe um quadro, a sua camada Link de Dados
confere se o dado chegou íntegro, refazendo o CRC. Se os dados
estão o.k., ele envia uma confirmação de recebimento (chamada
acknowledge ou simplesmente ack). Caso essa confirmação não seja
recebida, a camada Link de Dados do transmissor reenvia o quadro,
já que ele não chegou até o receptor ou então chegou com os dados
corrompidos. Nós já havíamos visto esse princípio de correção de
erros no tópico Conceitos Básicos.
CAMADA 1 - FÍSICA
A camada Física pega os quadros enviados pela camada de Link de
Dados e os transforma em sinais compatíveis com o meio onde os
dados deverão ser transmitidos. Se o meio for elétrico, essa camada
converte os Os e 1s dos quadros em sinais elétricos a serem
transmitidos pelo cabo. Se o meio for óptico (uma fibra óptica), essa
camada converte os Os e 1 s dos quadros em sinais luminosos e
assim por diante, dependendo do meio de transmissão de dados.
A camada Física especifica, portanto, a maneira com que os Os e 1s
dos quadros serão enviados para a rede (ou recebidos da rede, no
caso da recepção de dados). Ela não sabe o significado dos Os e 1 s
que está recebendo ou transmitindo. Por exemplo, no caso da
recepção de um quadro, a camada física converte os sinais do cabo
em Os e 1 s e envia essas informações para a camada de Link de
Dados, que montará o quadro e verificará se ele foi recebido
corretamente.
Como você pode facilmente perceber, o papel dessa camada é
efetuado pela placa de rede dos dispositivos conectados em rede.
Note que a camada Física não inclui o meio onde os dados circulam,
isto é, o cabo da rede. O máximo com que essa camada se preocupa
é com o tipo de conector e o tipo de cabo usado para a transmissão e
recepção dos dados, de forma que os Os e 1s sejam convertidos
corretamente no tipo de sinal requerido pelo cabo, mas o cabo em si
não é responsabilidade dessa camada.

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