Arrebatamento é da Igreja

Transcrição

Arrebatamento é da Igreja
ARREBATAMENTO PRE-TRIBULACIONISTA
UMA PERIGOSA HERESIA
1 - INTRODUÇÃO
A doutrina do arrebatamento pré-tribulacionista é uma doutrina cristã tardia
que tem ameaçado o Judaísmo Messiânico. Esta doutrina cristã só teve início no
século dezenove. Tal teologia tem agora ameaçado encontrar eco no movimento
messiânico. Este artigo provará que a doutrina do arrebatamento prétribulacionista é:
1 – Uma invenção moderna do Cristianismo que NÃO TEM NENHUMA raiz judaica
de qualquer tipo;
2 – Uma doutrina que vai totalmente contra as Escrituras;
3 – Uma doutrina de “paz e segurança” que pode futuramente vir a destruir a fé de
muitos;
Antes de começarmos, vamos definir alguns termos básicos que usaremos:
ARREBATAMENTO – Este termo se tornou bastante polêmico. No ocultismo, este
termo foi usado durante muitos séculos para se referir a levitação. Na Bíblia, a
origem do termo está em 1 Tess. 4:17 onde lemos a palavra “arrebatados” ;
NATZAL – Palavra no hebraico que significa “livramento” . Esta palavra tem sido
usada nos meios messiânicos numa tentativa de convencê-los sobre a teoria do
arrebatamento pré-tribulacionista;
KH’ TAF – Palavra aramaica para “arrebatados” no texto aramaico de 1 Tess. 4:17;
PÓS-TRIBULACIONISMO – É a visão de que o KH’ TAF (arrebatamento) é
simplesmente parte da segunda vinda do Messias e, portanto, ocorrerá no fim da
tribulação, isto é, no início do Reino do Milênio;
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PRÉ-TRIBULACIONISMO – É a visão de que o arrebatamento seria um evento
separado da segunda vinda do Messias e que ocorreria sete anos antes,
imediatamente antes da tribulação;
MID-TRIBULACIONISMO – É a visão de que o arrebatamento é um evento
separado da segunda vinda do Messias e que ocorreria 3 anos e meio antes, no
meio da tribulação, durante o tempo do “sacrilégio terrível” (a revelação do AntiMessias);
ARREBATAMENTO-PREMATURO – É qualquer visão de que o arrebatamento e a
segunda vinda do Messias são eventos separados e que o arrebatamento
precederá por um período de tempo a segunda vinda do Messias;
ARREBATAMENTO PARCIAL – É a visão de que apenas uma parte do Corpo do
Messias será arrebatada.
Em meio a tantas linhas de pensamentos, apelaremos para o PESHAT – O
sentido simples, literal de um texto segundo a Midrash Judaica (vide artigo sobre
como interpretar as Escrituras como um judeu).
3 - ONDE ESTÁ O PESHAT?
Um dos maiores problemas com a doutrina cristã do arrebatamento prétribulacionista é que já de cara fere a Midrash. Segundo a Midrash, que é o
sistema mais antigo de interpretação das Escrituras, um texto nunca perde o seu
Peshat- sentido simples e literal. Contudo, esta doutrina em particular não tem
base de Peshat. Apesar dos pré-tribulacionistas frequentemente alegarem que as
suas crenças são baseadas numa leitura simples e literal das Escrituras, o fato é
que uma leitura literal das Escrituras é incapaz de produzir uma crença no
arrebatamento pré-tribulacionista.
3.1 – SEM BASE BÍBLICA
Até mesmo Hal Lindsey, o mais famoso defensor do pré-tribulacionismo,
admite que a sua crença não se baseia no sentido simples e literal das Escrituras.
Lindsey admite que ele não consegue “mostrar nenhum versículo que diga
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claramente que o arrebatamento ocorrerá antes… da tribulação.” (O
Arrebatamento por Hal Lindsey pág. 32). Ao invés disto, Lindsey alega que “o prétribulacionismo é amplamente baseado em argumentos de inferência e silêncio.”
(ibid p. 31)
Se o pré-tribulacionismo não vem de um entendimento do Peshat das Escrituras,
devemos então nos perguntar de onde ele se originou, e porque tanta gente
acredita nisto.
4 - O DISPENSASIONALISMO: UMA HERESIA GERA OUTRA
Durante as décadas de 1820 e 1830, um teólogo cristão chamado John Darby
(fundador da Irmandade de Plymoth) desenvolveu uma nova teologia sistemática
chamada Dispensasionalismo. Esta doutrina desde então tornou-se muito popular
no Cristianismo. É muito curioso que tal doutrina ainda encontre eco entre os
crentes que estão retornando às raízes judaicas dos seguidores originais de
Ye’shua (o Messias). É fato incontestável que o Dispensasionalismo não existiu até
o século dezenove. Não tem nenhuma raiz judaica e nem existia no
Cristianismo até o século em questão.
5 - A ORIGEM DE UMA GRANDE MENTIRA
Como a maioria dos teólogos do século 19, John Darby era anti-nomiano, isto é,
acreditava que a Lei de Moshe (Moisés) tinha desaparecido na cruz. Darby se
sentia incomodado com os sérios problemas trazidos por esta doutrina. Darby
percebeu que durante os sete anos da última semana profética de Daniel, os
sacrifícios estariam sendo feitos no Templo. Como a Lei de Moshe (Moisés) estava
CLARAMENTE sendo cumprida durante os sete anos da tribulação, Darby concluiu
que a Lei voltaria a ter validade no início da tribulação. Esta linha de raciocínio fez
Darby segregar as histórias bíblicas e proféticas em períodos compartimentadas.
Darby teorizou que a “ idade da Lei” tinha acabado na cruz e que a “ idade da
graça” ou “ idade da igreja” tinha começado na cruz. Então com a tribulação, a “
idade da Lei” volta e a “ idade da graça” termina. Isto criou um problema grande
para a teoria de Darby. Como poderia a “idade da Lei” retornar se a igreja ainda
estaria na terra? Darby achava que na “idade da Lei” o Eterno lidava com Israel e
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na tribulação o Eterno voltaria a lidar com Israel. Então o que aconteceria com a
igreja? Certamente que a igreja não sairia da “idade da graça” pra voltar pra Lei de
Moshe (Moisés). Como consequência desta linha de raciocínio absurda, Darby
adotou a idéia de um arrebatamento pré-tribulacionista que havia se tornado tão
popular entre os Irvingitas. Esta idéia dizia que a Igreja sairia da terra no início da
tribulação, deixando Israel pra trás para sofrer na tribulação durante o período da
“volta da Lei” . Darby agora tinha outro problema: se a igreja fosse arrebatada
deixando Israel pra trás, o que dizer dos judeus crentes? Eles seriam arrebatados
juntamente com a Igreja ou ficariam para trás com Israel? Darby inventou outra
solução completamente louca: a dicotomia Igreja/Israel. Esta teoria ensinava que
um judeu que se tornava crente no Messias passava a fazer parte da Igreja e não
era mais parte de Israel. Como resultado disto, ninguém poderia ser parte tanto da
Igreja quanto de Israel. Segundo esta teoria, judeus crentes deixariam de ser
judeus e se tornariam parte da Igreja de Elohim, que ele ensinava conter pessoas
que não eram nem judeus nem gentios. Portanto, as três mentiras que se
tornaram pilares do Dispensasionalismo são:
1 – A Lei não seria para hoje;
2 – O arrebatamento pré-tribulacionista;
3 – A dicotomia Igreja/Israel.
Obviamente, os messiânicos não podem aceitar nem a número 1 nem a
número 3. A número 2 só seria necessária por causa de uma crença na número 1.
A número 2 não funciona sem a número 3, que foi criada para resolver os
problemas da número 2. Como resultado, o Judaísmo Messiânico é incompatível
com o Dispensasionalismo. Dois de seus três pilares fundamentais não são
compatíveis com a teologia bíblica original, adotada pelo movimento messiânico.
Além disto, o único pilar remanescente não se sustenta sozinho. Quando
examinada à luz da Bíblia, toda a estrutura do Dispensasionalismo é destruída. É
uma doutrina do século 19 que foi inventada pelo Cristianismo e não tem
NENHUMA raiz na fé do primeiro século.
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6 - QUANTAS VINDAS DO MESSIAS?
O Tanach (Primeiro Testamento) aponta claramente para duas vindas do
Messias: uma como servo e outra como rei. Contudo, fica evidente que os
acreditam no arrebatamento-prematuro vão contra as Escrituras por crerem em
três vindas do Messias. Uma vez que o retorno do Messias tem sido entendido por
séculos como sendo a “ Segunda Vinda do Messias” , os que crêem no
arrebatamento-prematuro devem mudar a expressão acima para “ Terceira Vinda
do Messias” ou insistir, como a maioria faz, de que o arrebatamento-prematuro
não é de fato uma vinda do Messias. Se a teoria do arrebatamento-prematuro
fosse verdadeira, então as Escrituras deveriam ensinar sobre um “ aparecimento”
pré-tribulacionista do Messias que não é uma “vinda do Messias” propriamente
dita, seguida de uma “ vinda do Messias” após a tribulação. E mais: as Escrituras
não poderiam identificar o KH’ TAF (arrebatamento) como se referindo à “ vinda”
do Senhor nas Escrituras. Não deveríamos também esperar que a vinda póstribulacionista do Messias fosse chamada de “aparecimento” .
Agora vamos examinar estas mentiras à luz das Escrituras:
“Conjuro-te diante de Elohim e do Mashiach Ye’shua, que há de julgar os vivos e os
mortos, pela sua vinda e pelo seu reino” (2 Tim. 4:1).
Aqui vemos claramente que no final da tribulação e no início do Reino teremos
a vinda do Messias.
“Assim também o Mashiach, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de
muitos, aparecerá SEGUNDA VEZ, sem pecado, aos que o esperam para salvação”
(Yehudim / Hebreus 9:28).
Aqui o texto fala claramente da vinda pós-tribulacionista do Messias. Se o
arrebatamento-prematuro estivesse correto, este texto deveria dizer “aparecerá
uma terceira vez”.
“Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda de ADONAI.” (Ya’akov / Tiago 5:7a)
Este texto nos instrui claramente que a nossa esperança deve ser na vinda do
Senhor, e não em um “aparecimento do Senhor”.
“Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para
a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que já dormem. Porque o
Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som do
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shofar de Elohim, e os que morreram no Mashiach ressuscitarão primeiro. Depois
nós, os que ficarmos vivos seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens,
ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
(1Tess. 4:15-17).
Esta é a passagem que fala do arrebatamento. Mas esta passagem também se
refere à “vinda do Senhor” e não de um aparecimento. Vemos portanto que a
teoria do arrebatamento-prematuro que crê em “ três vindas” ou em “ duas vindas
e um aparecimento” do Messias é completamente contrária às Escrituras, que
falam apenas de duas.
7 - O LADRÃO DA NOITE
Um dos chavões dos pré-tribulacionistas é a expressão “ladrão da noite”. Os
pré-tribulacionistas usam este termo para descrever o arrebatamento-prematuro
como um “arrebatamento secreto” no qual a Igreja é removida da terra
secretamente. Isto, contudo, é tirar a expressão completamente de seu contexto e
usá-la erradamente. A parábola do “ladrão da noite” é uma das diversas parábolas
contadas por Ye’shua (vide Mt. 24:42-51) e é mencionada em três outros lugares:
1 Tess. 5:2-10, 2 Kefah (Pedro) 3:10, Ap. 3:3 e 16:15). Uma análise verídica desta
expressão tal qual é usada nas Escrituras revela justamente o extremo oposto: um
arrebatamento pós-tribulacionista.
Primeiramente vamos analisar a parábola em si. Eis o texto de Mt. 24:42:
“Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor; sabei, porém, isto:
se o dono da casa soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e
não deixaria minar a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque
numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.”
Existe um grande número de elementos importantes nesta parábola.
Primeiramente devemos perceber que o “ladrão” nesta parábola refere-se ao
Messias. Contudo, o ladrão nesta parábola não está “roubando a igreja do mundo”
(isto seria absurdo), mas sim o termo ladrão é usado para identificar que o Messias
virá num momento inesperado. Em segundo lugar, percebemos claramente que a
Igreja não estava esperando que Ele viesse naquele momento. E finalmente é
extremamente significativo que o ladrão vem num momento posterior, no qual a
Igreja é esperada e é encontrada dormindo (vide Matitiyahu / Mateus 25).
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7.1 - O SONO DA APOSTASIA DA IGREJA
Ao longo das Escrituras, vemos que “dormir” é um eufemismo para apostasia
(vide Yeshayahu / Isaías 29:10 e Romanos 11:8). A parábola do ladrão da noite é
parte de uma seção das Escrituras que começa em Mt. 24:42 e termina em Mt.
25:13, onde Ye’shua ilustra o fato de que o Messias virá mais tarde do que o
esperado e pegará a Igreja dormindo pois esperava que ele viesse antes. Este tema
é primeiramente apresentado por Ye’shua no versículo 42. Depois em Mt. 24:43
Ye’shua dá a parábola do ladrão da noite. Então no versículo 44 Ye’shua reforça o
tema. Em Mt. 24:45-51 Ye’shua dá a parábola do “ servo fiel e prudente” . Nesta
parábola o Messias também vem depois do esperado pelo servo (versículos 48 &
50) para encontrar um servo apóstata (versículos 48-49). Finalmente, Ye’shua dá a
ilustração das “dez virgens” (Mt. 25:1-12) na qual o noivo vem depois do que as
virgens esperavam. As virgens (pelo menos algumas delas) são nitidamente
crentes, pois cinco delas têm óleo na lâmpada. O noivo vem e encontra as virgens
dormindo. Apesar de muitas delas ainda terem óleo nas lâmpadas, elas pensaram
que o Messias viria antes e caíram no sono da apostasia.
7.2 – O GRAVÍSSIMO PERIGO DA HERESIA PRÉ-TRIBULACIONISTA
Ao contrário de ensinar um arrebatamento pré-tribulacionista, esta seção das
Escrituras nos avisa que muitos da igreja esperarão pelo Messias antes dEle vir
(pré-tribulacionismo) e que quando o Messias na realidade vem após a tribulação,
isto é, depois do esperado, eles caem em apostasia. Os pré-tribulacionistas têm
sido enganados por alguns mestres dentro do Cristianismo (não são todos) de que
a Bíblia ensina que o Messias os resgatará da tribulação antes da mesma
acontecer. Quando a tribulação chegar e eles perceberem que isto não ocorreu,
muitos perderão a fé e acharão que o Eterno desistiu deles, e por isto não foram
arrebatados. Ou ainda pior: que as Escrituras mentiram. Ou seja, a decepção deles
os fará se desviarem: cairão no sono da apostasia.
Em Apocalipse 3:3 lemos:
“Lembra-te, portanto, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.
Pois se não vigiares, virei como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei”
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Esta passagem claramente se refere ao texto de Mt. 24:42-44. Aqui o Messias
está se referindo à Igreja de Sardis (ou seja, crentes genuínos) e indica que Ele virá
em um momento em que a Igreja não espera. A implicação da expressão “ se não
vigiares… ” é a de que o Messias virá após a tribulação, ou seja, depois do
esperado e encontrará crentes dormindo/apóstata.
7.3 – O MILÊNIO E A VINDA DO LADRÂO DA NOITE
Em 2 Kefah (Pedro) 3:10 lemos: “Virá, pois, como ladrão o dia de ADONAI, no
qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se
dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.”
Aqui, o “dia” em questão refere-se ao dia de 1.000 anos do Reino do Milênio
(vide 2 Pe. 3:8; Sl. 90:4; Ap. 20:2,7). Este “dia de 1.000 anos” começa com a
segunda vinda do Messias (Ap. 19:11 – 20:2) e termina com a destruição da terra
por fogo (Ap. 20:7-21:1). Aqui a expressão “o dia do Senhor virá como um ladrão”
(2 Pe. 3:10) definitivamente se refere à segunda vinda do Messias e ao final da
tribulação e ao início dos 1.000 anos. Este não é um “ladrão” que virá
sorrateiramente e em silêncio. É um “ladrão” que fará os céus se passarem com
um “rugido”.
Em Ap. 16:15 lemos: “Eis que venho como ladrão. Bendito aquele que vigia, e
guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez.”
Esta passagem ocorre no contexto dos eventos do dia de 1.000 anos
mencionado acima. Além disto, esta passagem também reflete um ladrão que
chega depois do esperado e encontra uma igreja apóstata.
7.4 - O ALERTA DE PAULO: A PROFECIA SOBRE A HERESIA PRÉ-TRIBULACIONISTA
Finalmente em 1 Tess. 5:2-10 lemos:
“Porque vós mesmos sabeis perfeitamente que
o dia do Senhor virá como
vem o ladrão de noite; pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança!
Então lhes sobrevirá repentina destruição , como as dores de parto
àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, não
estais em trevas, para que aquele dia, como ladrão, vos surpreenda; porque todos
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vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas; não
durmamos, pois, como os demais, antes vigiemos e sejamos sóbrios. Porque os que
dormem, dormem de noite, e os que se embriagam, embriagam-se de noite; mas
nós, porque somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do
amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Elohim não nos
destinou para a ira, mas para alcançarmos a salvação por nosso Senhor Ye’shua
HaMashiach, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos juntamente com ele.”
Agora na leitura desta passagem devemos relembrar a passagem do ladrão da
noite, à qual esta passagem claramente faz alusão. Vemos aqui uma profecia sobre
o surgimento da heresia do pré-tribulacionismo! Aqui aprendemos que os que
apostatarem da fé ficarão entorpecidos pela doutrina da “paz e segurança” e vão
cair em apostasia quando o Messias não chegar tão breve quanto o esperado mas
ao invés disto vier sobre eles a “repentina destruição” – algo que eles
aparentemente acreditavam que iriam “escapar”. Neste ponto eles parecem ter
caído no sono da apostasia. Muitos deixarão a fé quando os pré-tribulacionistas
ficarem desapontados ao perceberem que entraram a tribulação ao invés de
escapar dela em um “arrebatamento pré-tribulacionista” Mas espere! Veja 1 Tess.
5:1! Esta seção inteira das Escrituras se refere ao momento em que acontecerá o
arrebatamento de 1 Tes. 4:16-18. Na realidade, este capítulo muda de 1Tess.4:18
para 5:1 no meio de um parágrafo!
7.5 - O LADRÃO DA NOITE E OS DIAS DE NOACH (NOÉ)
A referência à parábola do ladrão da noite em 1 Tess. 4:16-5:10 também é
muito importante por outro motivo. Esta referência nos dá um certo contexto para
o acontecimento do “ arrebatamento” de 1 Tess. 4:16- 17. A parábola do ladrão da
noite em Mt. 24:43 acontece num grande segmento de Matitiyahu / Mateus (Mt.
24:29-25:46) o qual claramente discute a vinda do Messias após a tribulação (Mt.
24:29). O ladrão da noite de Mt. 24:42-44 vem num momento que é como “ os
dias de Noach (Noé)… antes do dilúvio” (Mt. 24:37-41 com Mt 24:42-51). Lucas
também discute este tempo como os dias de Noach / Noé (Mt. 24:37-41 = Lc.
17:26-36). Lucas continua dizendo que aqueles que são “levados” em Mt. 24:37-41
= Lc. 17:26-36 serão consumidos por aves de rapina (vide Lc. 17:37 = Mt. 24:28).
Estes homens consumidos por aves de rapina serão aqueles que se levantarão
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contra Israel e serão destruídos na segunda vinda (vide Ap. 19:11-21,
especialmente 19:17,18 e 21). O momento da vinda do “ladrão” é, portanto, a
segunda vinda do Messias descrita em Ap. 19:11-21. Uma vez que o momento do
evento do “ladrão” em 1 Tess. 5:2-10 é parte do evento de 1 Tess. 4:16-18 (1 Tess
5:1 claramente diz que 1 Tess. 5:2-10 se refere ao momento de 1 Tess. 4:16-18),
então o “arrebatamento” de 1 Tess. 4:16-18 é simplesmente parte da vinda do
Messias, e após a tribulação, e não antes dela.
8 – IMEDIATAMENTE APÓS O ARREBATAMENTO
Para termos uma boa idéia do que é o KH’ TAF (arrebatamento) descrito em 1
Tess. 4:16-17 devemos deixar as Escrituras interpretarem as próprias Escrituras.
Este é um conceito na hermenêutica judaica chamado G’ ZARAH SHEVAH
(equivalência de expressões). Esta é a segunda das leis de Hillel (vide o segundo
artigo da série sobre como interpretar a Bíblia como um judeu). A primeira
passagem que devemos comparar é 1 Tess. 4:16-17 com 1 Cor. 15:52. Agora, 1
Tess. 4:13-17 diz:
“Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem,
para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se
cremos que Ye’shua morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Elohim,
mediante Ye’shua, os tornará a trazer juntamente com ele. Dizemo-vos, pois, isto
pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, de
modo algum precederemos os que já dormem. Porque o Senhor mesmo descerá do
céu com grande brado, à voz do arcanjo,ao som do shofar de Elohim, e os que
morreram no Mashiach ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos
seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, ao encontro do Senhor nos
ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor.”
Agora comparemos esta passagem com 1 Cor. 15:50-55:
“Mas digo isto, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Elohim;
nem a corrupção herda a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e
fechar de olhos, ao som do último shofar; porque o shofar soará, e os mortos serão
ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário
que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
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revista da imortalidade. Mas, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se
cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó
morte, o teu ferrão? Onde está, ó She'ol, a tua vitória?”
Certamente estas duas passagens obviamente falam do mesmo evento. A
questão é que tipo de contexto 1 Cor. 15:50-55 dá ao arrebatamento de 1 Tess.
4:13-17?
1 – O evento de 1 Cor. 15:50-55 facilita a herança do Reino;
2 – 1 Cor. 15:54b cita Yeshayahu (Isaías) 25:8;
3 – 1 Cor. 15:55 cita Hoshea (Oséias) 13:14.
Yeshayahu (Isaías) 25:8 e Hoshea (Oséias) 13:14 falam claramente do início do
Reino. Lidos em conjunto, 1 Cor. 15:50-55 coloca o arrebatamento de 1 Tess. 4:1317 no contexto do início do Reino do Milênio.
9 – COMPARANDO O ARREBATAMENTO COM A SEGUNDA VINDA
Agora, 1 Tess. 4:13-18 e 1 Cor. 15:50-55 normalmente são vistos como as
passagens do “arrebatamento”. Agora vamos comparar estes com tais versículos
com os que são comumente aceitos como versículos da “segunda vinda”.
9.1 – VERSÍCULOS QUE FALAM DA SEGUNDA VINDA
Alguns dos versículos normalmente aceitos como sendo passagens que se
referem à segunda vinda são: Daniel 7:13-14; Mt. 24:29-31; Mc. 13:24-27; Ap.
11:15 e 20:4-6. Nestas passagens é possível imediatamente identificar quatro
elementos:
1 – O Messias aparecerá no céu de forma sobrenatural (Dan. 7:13-14; Mt. 24:30;
Mc. 13:26);
2 – Haverá uma reunião sobrenatural com Ele nos céus (Mt. 24:29-31; Mc. 13:2427);
3 – A última (a sétima de sete) trombeta é tocada por um dos sete anjos que estão
perante YHWH (Ap. 8:2 e 11:15; Mt. 24:31; Is. 27:13);
4 – A (primeira) ressurreição dos justos (Ap. 20:4-6).
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9.2 – VERSÍCULOS QUE FALAM DO ARREBATAMENTO
Agora vamos comparar estes quatro elementos com as passagens sobre o
arrebatamento em 1 Tess. 4:13-18 e 1 Cor. 15:50-55:
1 - O Messias aparecerá no céu de forma sobrenatural (1 Tess. 4:16-17);
2 – Haverá uma reunião sobrenatural com Ele nos céus (1 Tess. 4:17);
3 – A última (a sétima de sete) trombeta é tocada por um dos arcanjos (1 Tess.
4:16; 1 Cor. 15:52);
4 – A (primeira) ressurreição dos justos (1 Tess. 4:16; 1 Cor. 15:52).
Ao comparar estes quatro elementos fica bem evidente que o “arrebatamento”
de 1 Tess. 4:13-18 e 1 Cor.15:50-55 é idêntico à segunda vinda do Messias em:
Dan. 7:13-14; Mt. 24:29-31; Mc. 13:24-27; Ap. 11:15 e 20:4-6. Esta conclusão
também é compartilhada por muitos comentaristas. Por exemplo, o guia da Bíblia
de Halley diz o seguinte a respeito de 1 Tess. 4:13-18:
“O evento de 1 Tess. 4:16-17 é mencionado e referido em diversos momentos em
quase todos os livros do Novo Testamento. Os capítulos nos quais é explicado de
forma mais plena são Mateus 24, 25; Lucas 31; 1 Tessalonicenses 4, 5; 2 Pedro 3” .
(o Guia da Bíblia de Halley pág. 626 sobre 1 Tess. 4:13-18) (vide também os
comentários de Halley sobre Mt. 24:31 na pág. 447), e também no seu livro
MESSIAS: Um Ponto de Vista Rabínico e Escriturístico, o autor judeu messiânico
Burt Yellin escreve a respeito de 1 Tess. 4:16:
“Em 1 Tessalonissences 4:16, Paulo nos fala a respeito do retorno do Messias:
“Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao
som do shofar de Elohim, e os que morreram no Mashiach ressuscitarão primeiro.”
Quando lemos isto juntamente com Apocalipse 11:15-17 vemos que esta
ressurreição ocorrerá no tocar da sétima trombeta” (pág. 99)
10 – PROBLEMAS CRONOLÓGICOS DO PRÉ-TRIBULACIONISMO
Se considerássemos as passagens do arrebatamento de 1 Tess. 4:13-17 e 2 Cor.
15:50-55 como sendo um evento separado das passagens da “segunda vinda” de
Dan. 7:13-14; Mt. 24:29-31; Mc. 13:24-27; Ap. 11:15 e 20:4-6, como o fazem os
pré-tribulacionistas, teríamos grandes problemas cronológicos:
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1 - Tal cronologia teria a primeira trombeta de Ap. 11:15 e Mt. 24:31 sendo tocada
depois da “ última trombeta” de 1 Tess. 4:16 e 1 Cor. 15:52;
2 - Tal cronologia também significaria que a ressurreição geral dos justos em 1
Tess. 4:16 e 1 Cor. 15:52 aconteceria antes da “primeira ressurreição” de Ap. 20:46);
3 - O evento do KH’ TAF (arrebatamento) é claramente algo que Mt. 24:29 diz
ocorrer “imediatamente após a tribulação daqueles dias… ”
11 - O PESHAT E O ERRO DE LINDSEY
Hal Lindsey, um dos maiores apologistas do arrebatamento pré-tribulacionista
alega:
“A verdade é que nem um pós, mid, ou pré-tribulacionista pode indicar um
versículo isolado que claramente diz que o arrebatamento ocorrerá antes, no meio
da, ou depois da tribulação” (O Arrebatamento por Hal Lindsey p.32)
Concordamos com Lindsey que nenhum versículo sequer indica que o
arrebatamento ocorreria antes da Tribulação. Contudo, Lindsey está claramente
enganado quando diz que nenhuma visão pode apresentar um versículo sequer.
Este artigo já demonstrou claramente que as Escrituras ensinam um KH’ TAF
(arrebatamento) pós-tribulacionista. Os seguintes versículos isolados indicam
CLARAMENTE que o arrebatamento ocorrerá após a tribulação:
“Porque David não subiu aos céus, mas ele próprio declara: Disse ADONAI ao meu
Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo
de teus pés.” (Atos 2:34-35 – citando Sl. 110:1) (veja também Heb. 1:13; Mt. 22:44;
Mc. 12:36).
Esta passagem indica claramente que o Messias permanecerá à direita do Pai
até que os seus inimigos sejam feitos seu escabelo no Reino do Milênio. Esta
passagem claramente ensina que o arrebatamento não ocorrerá até após a
tribulação, no início do Reino do Milênio: “E envie Ele o Mashiach, que já dantes
vos foi indicado, Ye’shua, ao qual convém que o céu receba até os tempos da
restauração de todas as coisas, das quais Elohim falou pela boca dos seus santos
profetas, desde o princípio.” (Atos 3:20-21 -veja também Ap. 10:7 e 1:15). Esta
passagem também ensina que o Messias ficará no céu até a vinda do Reino:
13
“Ora, quanto à vinda de nosso Senhor Ye’shua HaMashiach e à nossa reunião com
ele, rogamo-vos, irmãos, que não vos movais facilmente do vosso modo de pensar,
nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola como
enviada de nós, como se o dia do Senhor estivesse já perto. Ninguém de modo
algum vos engane; porque isto não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e
seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição, o Adversário que é exaltado
sobre tudo e se chama de deus e é objeto de adoração, de sorte que se assenta no
santuário de Elohim, apresentando-se como Elohim.” (2 Tess. 2:1-4).
Esta passagem claramente ensina que o arrebatamento NÃO PODE OCORRER
ANTES da revelação do anti-messias, o que só ocorrerá no meio do período da
tribulação de sete anos (vide Mt. 24:15; Mc. 13:14 e Dan. 9:27).
12 - PASSAGENS NORMALMENTE MAL-COMPREENDIDAS
Sem poder encontrar suporte para a sua teoria de um arrebatamento prétribulacionista no Peshat (sentido simples/literal) de qualquer passagem das
Escrituras, os pré-tribulacionistas tentam usar interpretações Remez (sentido
implícito) e Drash (sentido alegórico). Tal como Lindsey admite em seu livro O
ARREBATAMENTO, ao dizer: “o pré-tribulacionismo é amplamente baseado em
argumentos de inferência e silêncio” (p. 31).
12.1 - O ARGUMENTO DA IRA VINDOURA
Os pré-tribulacionistas tentam argumentar que a igreja não passará pela
tribulação, o que eles dizem dar indícios de um arrebatamento pré-tribulacionista.
Os pré-tribulacionistas argumentam que a tribulação é a “ira de YHWH” e que a
igreja não sofrerá a “ira de YHWH” (Rom. 5:9; 1 Tess. 1:10 e 5:9-10; Jo 5:24). Ao
usar este argumento, os pré-tribulacionistas ignoram o fato de que o anti-messias,
uma das maiores figuras da tribulação, é a ira do demônio (Ap. 12:12; 13:2). Eles
também ignoram o fato de que o Messias nos salvará desta ira ao destruir o antimessias em sua segunda vinda. Além disto, ignoram ainda o fato de que pelo
contexto, a ira da qual o Messias nos salva é através da justificação em seu sangue
para que possamos ser salvos (Rom. 5:9). Aqui, claramente a ira é o Lago de Fogo,
e não a tribulação. (Jo. 5:24 usa a palavra “condenação” mas o mesmo argumento
também se aplica).
14
12.2 - O ARGUMENTO DE LUCAS 21:36
Este argumento foi usado primeiramente da inventora do arrebatamentoprematuro, uma menina de 15 anos, que distorceu este versículo em sua discussão
com Darby. O versículo diz: “Em todo o tempo, orando, para que possais escapar
de todas estas coisas que hão de acontecer, e estar em pé na presença do Filho do
homem”
Mesmo que partíssemos do pressuposto de que “todas estas coisas” se
referissem à tribulação, ainda assim teríamos erros. Primeiramente, se o prétribulacionismo fosse correto, não seria necessário orarmos para escaparmos
destas coisas. Em segundo lugar, a passagem simplesmente diz “escapar” e não
“ser tirado da terra”, e muito provavelmente refere-se à sobrevivência. Porém, na
realidade, “escapar de todas estas coisas” é simplesmente escapar dos pecados
que poderiam fazer alguém estar em apostasia na ocasião da segunda vinda (vide
como Lucas 21:34-36 fala claramente disto) e não da tribulação.
12.3 - O ARGUMENTO DE APOCALIPSE 3:10
Pré-tribulacionistas apontam para Ap. 3:10:
“Porquanto guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei
da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que
habitam sobre a terra”
Contudo, a palavra “guardar” não significa “remover da terra” . Muito pelo
contrário, a própria escolha desta palavra indica uma sobrevivência
auxiliada/facilitada/garantida pelo Eterno.
Compare com a oração sacerdotal de Yeshua em Yohanam (Jo) 7: 15 acerca deste
assunto:
“Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim
como eu não sou do mundo. Não rogo que os tires do mundo, mas que os
guardes do Maligno”
15
12.4 - A RUACH HAKODESH REMOVIDA DO CAMINHO?
Este argumento também foi usado pela menina de 15 anos que inventou o
arrebatamento-prematuro. Este argumento insere idéias no texto, ao invés de
extraí-las do texto. Neste caso, os pré-tribulacionistas supõe que o “um” em 2
Tess. 2:7 é a Ruach HaKodesh (Espírito Santo). Ora, isto é uma pura suposição em
todos os aspectos! Por esta leitura maluca, o anti-messias seria revelado (2 Tess.
2:8) e a tribulação começaria após a igreja (com a Ruach HaKodesh dentro dela)
ser removida em um arrebatamento pré-tribulacionista. A inventora do
arrebatamento-prévio propôs esta idéia após ter uma esquisita “visão” na qual ela
recebeu uma “revelação” (exatamente como acontece com todas as grandes
seitas), de que “E então será revelado esse iníquo” vem imediatamente após
“estarão dois numa cama; um será tomado, e o outro será deixado… ” (Lc. 17:34;
Mt. 24:40-41). A inventora do arrebatamento-prévio ensinava que um
arrebatamento-parcial ocorreria com quem estivesse “cheio do Espírito Santo”. Ela
falsamente identificou o “tomado” de Lc. 17:34-35 e Mt. 24:40-41 com o
“tomado” de 2 Tess. 2:7.
O grande absurdo disto está no fato de que aqueles que são “tomados” em Lc.
17:34-35 e Mt. 24:40- 41 não tem nada de “cheios do Espírito Santo” como alega a
falsa profetisa, muito pelo contrário! São comparados aos que foram “tomados”
pelo dilúvio nos dias de Noach / Noé (Mt. 24:39). O problema é que as pessoas não
continuam a ler o texto de Mt. 24, caso contrário veriam que esta passagem indica
que os que serão “tomados”, os serão pela ira, como foi no dilúvio. Ou seja, são os
iníquos que serão “tomados” e não a igreja. Seus corpos alimentarão as aves de
rapina (Lc. 17:37) na segunda vinda do Messias (Ap. 19:17-18,21). Apesar do
impedimento ser de alguma forma removido em 2 Tess. 2:7, não há
absolutamente NADA que aponte para a remoção da Ruach HaKodesh (Espírito
Santo).
12.5 - O ARGUMENTO DE APOCALIPSE 4:1
Ao não conseguirem provar seus argumentos com uma leitura literal das
Escrituras, os pré-tribulacionistas tentam basear seus argumentos puramente em
alegorias. Neste argumento, os pré-tribulacionistas dizem que Yochanan (João)
representa a igreja e que ele está sendo “arrebatado” antes da descrição da
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tribulação. Além de completamente absurda, esta alegoria não tem a menor base
textual.
12.6 - O ARGUMENTO DE CHANOCH (ENOQUE)
Este argumento também é pura alegoria. É um argumento que diz que Chanoch
(Enoque) foi transladado antes do dilúvio. Os pré-tribulacionistas dizem que
Chanoch (Enoque) = a igreja e o dilúvio = a tribulação. Porém tanto a Bíblia quanto
o próprio livro de Chanoch (Enoque) identificam que o dilúvio representa o Dia do
Julgamento e os dias que antecedem ao dilúvio (os chamados dias de Noach / Noé)
representam a tribulação. Além disto, este argumento tem outro problema:
Eliyahu (Elias) também foi transladado, só que DEPOIS de sobreviver um período
de tribulação (2 Re. 2:9-11) dos quais 3 anos e meio são muitas vezes usados em
analogia ao segundo período da tribulação de 7 anos.
12.7 - COSTUMES JUDAICOS
Alguns acadêmicos messiânicos têm lutado para tentar encontrar evidências de
um arrebatamento pré-tribulacionista alegorica e supostamente presente em
costumes judaicos. Um deles envolve Rosh HaShannah e o Yom Kippur, outro
ainda o casamento judaico. Estas são fracas tentativas de encontrar uma alegoria
para algo que não tem NENHUM suporte no Peshat (sentido literal) da
interpretação de qualquer passagem, o que não pode acontecer segundo o
próprio Judaísmo. É bem claro que este conceito não é um conceito que tem raízes
judaicas, tendo sido inventado no Cristianismo do século 19.
13 - ARREBATAMENTO DA IGREJA OU REAJUNTAMENTO DE ISRAEL?
Para entender a verdade sobre o KH’ TAF (arrebatamento) é importante entender
exatamente que evento é esse. O Cristianismo geralmente ensina que o
Arrebatamento é da Igreja, mas a verdade é que o KH’ TAF (arrebatamento) é o
reajuntamento sobrenatural de Israel na volta do Messias. Um exame sério das
Escrituras deixa isso bem claro.
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O Tanach prevê um tempo em que HaShem reajuntará Israel “ dos quatro cantos
da terra” (Yeshayahu / Isaías 11:12) e “das partes mais longínquas debaixo dos
céus” (Devarim / Deuteronômio 30:4).
A Torah diz que o Messias os “tirará” das outras nações (Devarim / Deuteronômio
30:4). A palavra “trazer” aqui no hebraico significa uma ação de força.
13.1 – PROMESSA A ISRAEL: REAJUNTAMENTO PELA MÃO DO MESSIAS
O Targum Yerushalayim (tradução comentada da Torah para o aramaico)
interpreta esta passagem como HaShem “vos ajuntará pela mão de Eliayahu
(Elias)… e então Ele vos trará pela mão do Rei Messias.”
De acordo com os comentários do Rashi, isto significa que eles serão arrastados
através do ar pela mão do Messias para a terra. Será este evento o KH’ TAF
(arrebatamento)?
14 – EVIDÊNCIAS DE QUE O ARREBATAMENTO SE REFERE A ISRAEL
A primeira evidência de que o “trazer” em Devarim (Deuteronômio) 30:4 é
justamente o KH’ TAF (arrebatamento) é encontrada nas palavras de Matitiyahu
(Mateus) 24:31:
“E ele enviará os seus anjos com grande clangor do shofar, os quais lhe ajuntarão
os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.”
Este versículo também se assemelha a Mc. 13:27, e identifica aqueles que são
“ajuntados” como sendo “os Eleitos” . O termo “Os Eleitos” nas Escrituras é um
eufemismo, uma referência a Israel.
Encontramos o termo “Os Eleitos” se referindo à Israel nos seguintes versículos:
1 - Dt. 7:6, 10:15 e 14:2;
2 - Is. 41:8-9, 42:1, 43:2f, 45:4 e 65:9-22;
3 – Sl. 135:4;
4 – 1 Pe. 2:9 = Is. 43:20f e Dt. 10:15;
Fica bem claro pelas 10 passagens acima que “Os Eleitos” refere-se a Israel. Em 1
Tess. 4:17, Paulo usa o termo “nós” , termo o qual ele costuma usar para se referir
a ele e aos seus compatriotas judeus (vide Atos 17:1-4)
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14.1 – ISRAEL E A TROMBETA FINAL
Mais uma evidência de que o KH’ TAF (arrebatamento) se refere ao reajuntamento
de Israel é a da trombeta.
Uma trombeta é soada no KH’ TAF (arrebatamento) em 1 Tess. 4:16-17 e 1 Cor.
15:50-55, tal como em Mt 24:31 e Ap. 11:15. De acordo com o Tanach uma
trombeta é também tocada no reajuntamento de Israel:
“Naquele dia ADONAI debulhará as suas espigas desde as margens do Eufrates até
o ribeiro do Egito, e vocês, israelitas, serão ajuntados um a um. E naquele dia
soará uma grande trombeta. Os que estavam perecendo na Assíria e os que
estavam exilados virão e adorarão a ADONAI no monte santo, em Yerushalayim.”
(Yeshayahu / Isaías 27:12-13)
14.2 – A RESSURREIÇÂO DOS MORTOS
Outra evidência que identifica o KH’ TAF (arrebatamento) como sendo na
realidade o reajuntamento de Israel é o da ressurreição dos mortos. O KH’ TAF é
acompanhado pela ressurreição (vide 1 Tess. 4:16-17 e 1 Cor 15:50-55). O
reajuntamento de Israel também inclui a ressurreição dos mortos, conforme visto
nas passagens abaixo:
1 – Yechezkel (Ezequiel) 37:1-14;
2 – Yeshayahu (Isaías) 25:1-12;
3 – Hoshea (Oséias) 13:9-14:9);
Na realidade, 1 Cor. 15:54-55 cita Yeshayahu (Isaías) 25:8 e Hoshea (Oséias) 13:14.
O uso destes versículos em 1 Cor. 15:54-55 é também importante por causa de sua
finalidade. Como podem os pré-tribulacionistas crerem que a morte chega ao fim
antes do início da Tribulação?
14.3 – MORTAIS E IMORTAIS
Existe ainda, como evidência de que o KH’ TAF (arrebatamento) é o reajuntamento
de Israel:
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aqueles que são “arrebatados” em 1 Cor. 15:53 tornam-se imortais, mas no
reinado do Milênio também haverá mortais (Yeshayahu / Isaías 65:20). Se a igreja
é arrebatada em 1 Cor. 15:53 e torna-se imortal, então quem são os mortais de
Yeshayahu (Isaías) 65:20?
14.4 – A B’ RIT CHADASHAH E O REAJUNTAMENTO DE ISRAEL
A prova final de que o KH’ TAF (arrebatamento) é na realidade o reajuntamento de
Israel no retorno do Messias e é encontrado no texto de Matitiyahu (Mateus)
24:31 e em Mc. 13:27, o texto cita as expressões “dos quatro cantos da terra”
(Yeshayahu / Isaías 11:12) e “das partes mais longínquas debaixo dos céus”
(Devarim / Deuteronômio 30:4) exatamente das passagens do Tanach que
descrevem o reajuntamento de Israel.
15 - O QUE REALMENTE VAI ACONTECER
Aqui está um resumo cronológico dos eventos descritos neste artigo:
1 – Imediatamente após a tribulação (Mt. 24:29; Mc. 13:24), o Messias aparecerá
no céu (Dan. 7:13-14; Mt. 24:29-31; Mc. 13:24-27; 1Tess. 4:16-17)
2 – Haverá o toque da trombeta final (Ap. 8:2; Ap. 11:15; Mt. 24:31; Is. 27:13;
1Tess. 4:16-17; 1 Cor. 15:52)
3 – Haverá a ressurreição (1Cor. 15:50-55; 1Tess. 4:16; Ap. 20:4-6; Is. 25:8; Os.
13:14; Ez. 37:1-14)
4 – Haverá o reajuntamento ao Messias no céu (Mt. 24:29-31; Mc. 13:24-27; 2
Tess. 2:1; 1 Tess. 4:17)
5 – Logo após isto o Messias irá em direção à Terra Prometida com muitos dos
seus santos (Jd. 1:14-15; 1Tess. 3:13; Ap. 19:11-16; Zc. 14:4-5)
6 – Depois disto, é estabelecido o Reino do Milênio (Ap. 20:1-3,7)
16 – CONCLUSÃO
Fica BEM CLARO pelas Escrituras que o evento KH’ TAF, conhecido como
arrebatamento, nada mais é do que o reajuntamento de Israel na Terra Prometida,
na ocasião do retorno do Messias, e não um (falso) arrebatamento prétribulacionista da Igreja.
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