Celebração em família
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Celebração em família
PUB Edição 1843 1,20 Euro 22 de janeiro 2016 a 28w de janeiro de 2016 www.mundoportugues.pt Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida [email protected] FÁTIMA P. 4 Basílica reabre ao público a 2 de fevereiro MONTEPIO GERAL 175 anos da história do banco foi lançada em livro P. 8 ENTREVISTA COM JOSÉ PAULO DUARTE, Presidente do Grupo Paulo Duarte TRANSPORTES de vida do jornal mundo português Celebração em família “A empresa está sedeada aqui em Torres Vedras porque foi aqui que nasci” P. 10 notable awards Carlos Morais (atual administrador) ladeado pelos fundadores Valentim Morais (direita) e Padre Vitor Melícias (esquerda) «Empreendedorismo e Estratégias de Negócios dos Emigrantes Portugueses» realizado com empresários em 19 países Estudo sobre empreendedorismo revela que portugueses na diáspora não temem assumir riscos PELO MUNDO P. 12 a 14 FRANÇA: Cartoonista português diz que liberdade de expressão está ameaçada por interesses económicos BÉLGICA: Portugueses são a sétima nacionalidade em Bruxelas BURKINA FASO: Ataque terrorista mata cidadão português CANADÁ: Burla relacionada com a imigração está a preocupar portugueses neste país TAÇA DE PORTUGAL P. 2 e 3 P. 27 a 32 É a pronúncia do Norte... FC Porto, Sporting de Braga, Rio Ave e Gil Vicente decidem em fevereiro, as duas equipas que avançam para a final no Estádio Nacional. P. 16 Português João Dias Hipólito nomeado para melhor Chef da região do Quebec A História do SISAB PORTUGAL P. 19 a 21 A próxima edição do evento consagra 21 anos de um percurso sempre em crescendo. Começamos agora a contar a história de um projeto pioneiro que revolucionou completamente o panorama das exportações portuguesas. albertino nunes |presidente da adega cooperativa do fundão P. 22-23 Liga Portuguesa: Sporting escorrega e tem Benfica ‘à perna’... Aposta forte na internacionalização faz com que exportação já signifique 30% da faturação Uma vez mais, os portugueses colocam a EDP no topo das suas marcas preferidas. Obrigada a todos os clientes, colaboradores e investidores que fazem da EDP uma marca global, inovadora e sustentável: Uma Superbrand. www.edp.pt p.2 DESTAQUE 22 DE JANEIRO DE 2016 EMPREENDEDORISMO E ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIOS DOS EMIGRANTES PORTUGUESES» REALIZADO COM EMPRESÁRIOS EM 19 PAÍSES Estudo sobre empreendedorismo revela que portugueses na diáspora não temem assumir riscos Quais as razões que levam à emigração? Quais as apostas feitas em novos mercados? Serão os portugueses emigrantes empreendedores? Foi a estas questões que o estudo «Empreendedorismo e Estratégias de Negócios dos Emigrantes Portugueses», realizado por José Braga da Costa, quis responder. “O facto de um emigrante português abrir o seu próprio negócio demonstra a sua maturidade e segurança na gestão de uma empresa, e ao mesmo tempo que se sente adaptado à realidade local, não tendo medo de assuAna Grácio Pinto mir riscos”, afirma o investigador. A investigação foi realizada por José Carlos Braga da Costa, 35 anos, gestor de empresas, no âmbito do seu mestrado em ‘Gestão Comercial’. “Este estudo surgiu de um convite realizado pela professora doutora Maria Conceição Ramos, uma especialista na área das comunidades e migrações, para inicialmente abordar o tema do empreendedorismo dos emigrantes portugueses aliado, num segundo plano, às estratégias de negócio, uma vez que está associado à minha formação académica”, explicou José Braga da Costa ao ‘Mundo Português’. Para responder a estas três questões de base, o investigador realizou 56 inquéritos a empresários portugueses radicados em vários países - Alemanha, Angola, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Colômbia, Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Indonésia, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Moçambique, Namíbia, Suíça e Venezuela. Os inquiridos responderam a 53 perguntas, divididas em cinco partes; questões sociodemográficas e condições profissionais antes de emigrar; o antes e o depois da abertura do próprio negócio, já no país de destino; a caracterização da empresa; o empreendedorismo; estratégias de negócio. Na documento de apresentação do trabalho, José Braga da Costa explica que o estudo pretende “conheceras escolhas dos portugueses no que aos países de acolhimento e de negócios diz respeito e as razões que levam estes portugueses a abandonar o nosso país”. Mas o objetivo principal, sublinha, foi perceber até que ponto, “os emigrantes portugueses são empreendedores nas suas atividades de negócio e procura de novos mercados”. As respostas que recebeu dos inquéritos enviados, permitiram concluir, entre outros elementos, que o empreendedorismo dos emigrantes portugueses “tem um impacto direto nas comunidades de acolhimento, uma vez que se verifica um investimento económico local assim como a criação de emprego ou a abertura de horizontes para futuros investimentos”. “O facto de um emigrante português abrir o seu próprio negócio demonstra a sua maturidade e segurança na gestão de uma empresa, e ao mesmo tempo que se sente adaptado à realidade local, não tendo medo de assumir riscos”, revela o estudo. O investigador lembra que nem todos os emigrantes na hora de emigrar têm em mente ser empresários no país de destino. E em alguns casos, acabam por sê-lo por não verem outra saída senão o autoemprego. Mas outros há “que já partem com esse objectivo”, mas precisam de algum tempo para conhecerem o país, a cultura local e o mercado em que se querem inserir. “Num contexto geral, concluímos que 34% dos empresários demorou seis ou mais anos e que 29% demoraram apenas entre 1 a 2 anos até abrir o seu negócio. Entre os empresários que já tinham uma empresa em Portugal, verifica-se que 42% demorou entre 1 a 2 anos, em contrapartida de apenas 15% que demorou seis ou mais anos. No sentido oposto, a grande parcela daqueles que nunca tinham tido o seu próprio negócio em Portugal, concentram-se nos que demoraram seis ou mais anos, onde se verifica 61%, contra apenas 9% nos que demoraram menos de dois anos. Seguindo esta linha de pensamento, concluímos que à medida que a estadia dos empresários sem experiência em Portugal vai aumentando no país de acolhimento, o número de negócios também, ao contrário dos que já detinham experiência em Portugal, que vai diminuindo”, lê-se no estudo. UM UNIVERSO MASCULINO O perfil sócio económico dos entrevistados mostrou que há mais homens a abrir empresas na diáspora portuguesa e a maioria tem mais de 40 anos. Setenta por cento das em- Abílio Lourenço é um dos empreendedores portugueses no estrangeiro. Proprietário de uma empresa especializada no setor da construção e obras em geral, sediada na região de Paris, emprega 42 pessoas, e trabalha com algumas empresas em Portugal. presas foi aberta por homens, contra apenas 30% criadas por mulheres. Relativamente às idades, a grande maioria dos inquiridos tem entre os 40 e 50 anos (30%) – resultado que vai de encontro à tese de que o empreendedorismo geralmente passa por uma fase mais madura da carreira dos profissionais que primeiramente preferem ganhar experiências e vivencias como empregados. Nos restantes intervalos de idades, 27% dos inquiridos tinha entre 30 e os 40 anos e 18% tinha entre 60 e 70 anos. Na faixa etária entre os 50 e os 60 anos estava, 16% dos inquiridos. Do total de empresários que respondeu ao questionário, 50% possui dupla nacionalidade, algo que, seguramente, está relacionado com as vantagens que estes empresários possuem no país de destino. Sobre a terra natal, destacam-se três zonas de Portugal: Centro, Norte e Lisboa, que correspondem a 27%, 23% e 20% respetivamente. “De referir ainda, que sete dos inquiridos têm como locais de nascimento o Brasil, África do Sul, Moçambique e Angola, países tradicionalmente ligados a Portugal”, revela o estudo. Quanto às qualificações académicas, os licenciados foram os que mais se destacaram PRINCIPAIS ÁREAS DE NEGÓCIOS DOS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES DA DIÁSPORA entre os inquiridos com uma percentagem de 38%, seguido pelas pessoas que terminaram o ensino secundário e que representaram 20%. Depois, com valores mais próximos, verifica-se que 14% são mestres, 13% concluíram o 9º ano e 11% apenas estudaram quatro anos, a “antiga 4ª classe”. Apenas 3 inquiridos são doutorados, representando 5% da amostra. MAIORIA EMIGROU DE 1990 A 2009 O que motivos estes empresários a emigrar? À semelhança de grande parte dos casos de emigração portuguesa, a maioria dos inquiridos deu como razão, o reagrupamento familiar. “O reagrupamento familiar acaba por pesar mais na decisão sobre o destino do que sobre questões de negócio, como a análise a mercados propícios à instalação de novas empresas ou realização da carreira profissional”, explica José Braga da Costa. Mas houve também quem referisse a procura de melhores condições no mercado de trabalho e a vontade de viver num outro país, como razões para emigrar. No caso desses, as diferenças salariais e a falta de oportunidades de trabalho em Portugal, justificaram a saída. Mas também houve quem tivesse apontado a vontade de conhecer novas culturas, e a decisão de estudar fora de Portugal, através do programa de ERASMUS, por exemplo. A grande maioria dos inquiridos saiu de Portugal entre os anos de 1990 a 2009, o que também vai ao encontro da principal faixa etária inquirida, que se situa entre os 40 e 50 anos – e significa que saíram de Portugal com uma média de idades entre os 25 e os 30 anos. Quanto à experiência empresarial prévia, 33 (59%) deles já tinham sido empresários em Portugal antes de emigrar, o que reforça a sua capacidade de gestão. Destes 33 empresários, 20 deles, (61%), mantiveram-se nas mesmas áreas de negócio nos países de acolhimento, justificando as suas razões de emigração, uma vez que a maioria mencionou que saiu de Portugal porque este não era propicio à criação do próprio negócio ou que aspirava melhores condições de trabalho no país de acolhimento. A grande maioria dos inquiridos vive no DESTAQUE 22 DE JANEIRO DE 2016 mesmo país desde que emigrou pela primeira vez, sendo que somente 13 (23%) já estiveram emigrados em outros países antes de se instalarem no país atual. No que toca à posição atual dos inquiridos, estes distribuem-se por 19 países, e sem grande surpresa, países como Canadá, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, França e Brasil surgem no topo das preferências dos portugueses. “Com estes resultados, concluímos que os portugueses, nos anos mais recentes, estão a procurar países mais diversificados do que os seus antepassados procuravam, uma vez que estes se limitavam a emigrar para os países onde por norma já se encontravam portugueses e assim se conseguirem adaptar mais facilmente”, revela o investigador. É o sector do ‘Comércio por Grosso e a Retalho’ que concentra mais empresas detidas pelos portugueses no estrangeiro que responderam ao questionário - 23%, seguido de duas áreas totalmente distintas: a ‘Construção Civil’ e a ‘Consultoria/Cientifica’, representando 14% cada. Com 11%, aparecem as áreas de ‘Serviços’ e ‘Informação e Comunicação’. As razões por terem optado por determinada área de negócio que mais se evidenciaram foram a experiência, a previsão de sucesso, a paixão pela área de negócio e o crescimento de mercado foram as razões apontadas por terem optado por determinada área de negócio. “O facto de tanto a experiência como a previsão de sucesso estarem no topo das escolhas dos emigrantes, representa por um lado a segurança que estes sentem na hora de abrir um negócio e por outro a ambição e o acreditar de que a opção que tomaram vai ser bem-sucedida, não esquecendo que 63% dos inquiridos realizaram um estudo de mercado antes da abertura”, assegura José Braga da Costa. O tipo de empresa considerada de ‘Sociedade Limitada’ é a que mais se destaca, (57%), entre os entrevistados e com maior incidência nos homens, já que nas mulheres, verifica-se um equilíbrio entre a ‘Sociedade Limitada’ e o ‘Empresário Individual’. Sendo a maior parte das empresas consideradas como pequenas, a maioria da amostra concentra-se nos que não têm qualquer funcionário ou terão até um máximo de nove, “uma vez que a maioria das empresas dos emigrantes portugueses são consideradas como micro ou pequenas-empresas e em muitos casos são de cariz familiar”. Mas no caso das empresas com funcionários, o estudo verificou que 43% deles já contrataram portugueses que residem em Portugal e neste momento 41% têm funcionários portugueses. “Este fator pode estar ligado com o reagrupamento familiar, com a intenção de facilitar a integração de novos emigrantes, entre outros”, refere o investigador. Dos 56 inquiridos, 61% deles assumiram que depois de emigrar já facilitaram a emigração de familiares/amigos, mesmo não sendo para as suas empresas. E o que significa para os entrevistados, o termo ‘empreendedorismo’? A maioria associou-o a “identificação de oportunidades” e à “criação de um novo negócio aliado a algo inovador” (30% e 27%, respectivamente). Para os restantes empresários que se consideram empreendedores, a maioria considera que as caraterísticas que mais se enquadram no seu perfil são a ‘liderança’, o ‘espirito criativo’, a ‘paixão pelo seu trabalho’, ‘observador’ e ‘autoconfiante’. E a maioria também assume que a inovação faz parte das suas estratégias de negócio. EMPRESAS ABERTAS COM POUPANÇAS PESSOAIS O estudo pretendeu ainda perceber qual é a estratégia seguida por aqueles empresários, relativamente a várias questões. Mais da metade assumiu o mercado nacional no país de aco- DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS DOS EMPRESÁRIOS INQUIRIDOS lhimento como o seu grupo-alvo: é no seu pais de residência que apostam as suas vendas. Em segundo lugar (21%), apareceu o grupo de empresários que definem o mercado internacional como o seu alvo e somente 11% dos inquiridos indicaram que os emigrantes portugueses são o seu grupo-alvo - o que mostra que estes empresários não limitam as suas vendas aos nichos étnicos. “Apesar de não terem o mercado internacional como alvo, alguns dos empresários também exportam, sendo que no total, 27% dos inquiridos, assumem que a exportação já faz parte dos seus negócios”, revela José Braga da Costa. O capital financeiro para a abertura da empresa, saiu, para a maioria dos inquiridos, de poupanças pessoais. Outros obtiveram um empréstimo bancário, enquanto uma minoria recorreu a familiares, ao Estado ou a associados. Um outro ponto analisado ao longo do questionário foi a dificuldade que sentiram no país de acolhimento, quando abriram o seu negócio. “Podemos concluir que os empresários “Fiquei surpreendido pelo facto de metade dos inquiridos possuírem dupla nacionalidade” Houve respostas que surpreenderam José Braga da Costa. “Por exemplo, em termos sociodemográficos, fiquei surpreendido pelo facto de metade dos inquiridos possuírem dupla nacionalidade e a grande maioria ser licenciado”, revelou ao ‘Mundo Português’, acrescentando ter percebido que a opção em se nacionalizarem prendeu-se com a tentativa “de diminuição de barreiras na criação do seu próprio negócio, que se podem traduzir em menos burocracia ou um maior acesso ao financiamento”. O grau académico dos entrevistados foi outra surpresa tendo em conta que as áreas de negócio tradicionais dos empresários da diáspora são a construção civil ou o comércio. “Verifiquei que a área de ‘Consultoria ou Cientifica’ surge no segundo lugar das áreas de negócio mais representadas a par da ‘Construção Civil’. Este último fator está associado ao facto de nos últimos anos muitos dos recém licenciados portugueses terem optado por emigrar tendo em conta a elevada taxa de desemprego jovem e também, os programas internacionais de estudo”, explicou. Questionado se este trabalho abre portas para outros com esta temática, José Braga da Costa assume que, com o estudo «Empreendedorismo e Estratégias de Negócios dos Emigrantes Portugueses», levantaram-se “outros temas interessantes que deveriam ser alvo de investigação”, e enumera alguns, como um que se centrasse no emigrantes com graus académicos elevados. “De estudos realizados num passado recente sobre emigrantes portugueses, verifiquei que p.3 o número de licenciados era muito reduzido. Seria interessante perceber as razões que levam estes jovens a sair de Portugal para abrirem o seu próprio negócio num país estrangeiro e não em Portugal. Entram em áreas de negócio com pouca presença? Encontram menos concorrência?”, questiona. José Braga da Costa gostaria ainda que ver elaborado um trabalho de investigação sobre portugueses emigrantes que apostam em “novas áreas de negócio” no estrangeiro. “O facto de termos emigrantes com habilitações académicas mais elevadas, novas áreas de negócio com presença portuguesa vão surgindo. Que novos negócios estão a surgir? Até que ponto os certificados obtidos no nosso país são equivalentes em outros e permitam a exerçam do seu trabalho?”, aponta. Outro estudo que considera interessante prense-se com a abertura de negócios em países cada vez mais diversificados. “Ao longo da minha dissertação e com os resultados obtidos através dos inquéritos, verifiquei que atualmente muitos dos emigrantes olham para o mundo como um mercado global e procuram uma oportunidade de negócio independentemente da sua localização”, algo que explica pelo maior acesso à informação e o espirito empreendedor dos portugueses. São emigrantes que se instalaram em países sem grandes comunidades lusas e que o levam a questionar se, nestes países, “estão a ser criadas novas comunidades e como tal estejam disponíveis excelentes oportunidades negocio relacionados com enclave étnico”. portugueses inquiridos não encontram muitos entraves”, revela o estudo, acrescentando entretanto que o fator com maior peso foi a “concorrência”, e depois as “questões fiscais” e o “acesso ao financiamento”. Quanto à facturação, a grande maioria das empresas estudadas não ultrapassam os 500 mil euros anuais. “Consideramos ser importante referenciar que cinco inquiridos detêm um volume de negócios anual de seis milhões ou mais, uma vez que podem ser considerados como exemplos a seguir por parte dos outros empresários”, revela ainda o estudo. De referir ainda, que a grande maioria dos empresários indicam que das estratégias genéricas que utilizam, a “diferenciação” é a estratégia escolhida, e apenas quatro inquiridos admitem a “liderança de custos” como a estratégia utilizada. Por fim, o investigador colocou a questão do regresso a Portugal. Dos 56 inquiridos, 33 deles indicaram essa vontade, (59%), no entanto, 13 (23%) deles revelaram que só depois de estarem reformados. Desde 12 de janeiro de 1970 A divulgar o empreendedorismo português há 46 anos p.4 PELO PAÍS 22 de janeiro de 2016 Norte Centro Sul ÁGUEDA Fátima Mora Município poupa com novo contrato de energia Basílica reabre a 2 de fevereiro Novo museu vai expor objetos megalíticos O Município de Águeda avançou em 2015 com um concurso público fora do âmbito da CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro) para o fornecimento de energia elétrica ao município, tendo celebrado contrato com a entidade vencedora em setembro do ano passado. Segundo a autarquia, o novo contrato permite economizar mais 19 mil euros até ao final do primeiro trimestre de 2016 “e pode atingir uma poupança superior a 120 mil euros até 31 de dezembro de 2017”. “Este contrato é economicamente mais vantajoso que o celebrado pelos demais municípios da Região de Aveiro, evidenciado pelas poupanças alçadas versus as que se alcançariam se o município tivesse integrado o concurso da comunidade intermunicipal”, informa uma nota da autarquia. A Basílica de Nossa Senhora do Rosário vai reabrir ao culto no próximo dia 2 de fevereiro, às 11h, com uma celebração eucarística na qual será dedicado o altar, informa o Santuário de Fátima. Presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima esta celebração assinala o Dia do Consagrado. A reabertura da Basílica ao culto, depois de um período de obras, é o culminar de um conjunto de intervenções num dos espaços mais importantes do Santuário de Fátima, a par da Capelinha das Aparições. A Basílica foi alvo de uma profunda intervenção de limpeza, conservação, restauro e requalificação de alguns espaços. Entre eles estão o presbitério “totalmente reconstruído” e toda a zona de acesso às relíquias dos videntes, que “ficará muito mais facilitado”. Lamego CAdaval Misericórdia investe em obras A Santa Casa da Misericórdia de Lamego anunciou que vai investir 1,5 milhões de euros em quatro obras. Em comunicado, a instituição informou que pretende requalificar o Lar de Idosos de Arneirós. Outra das prioridades, é o arranque do processo de licenciamento de criação de um complexo residencial para estudantes, na ilha do Bairro Amarelo, no Porto. As outras duas intervenções são a requalificação de um edifício situado na Rua Nova (Lamego) e a consolidação do processo de investimento na Quinta de Lobrigos, situada em Santa Marta de Penaguião. “Com uma área de 30 hectares, será reforçada a produção agrícola para melhorar a rentabilidade deste ativo”, justificou. Castelo de Paiva Serviços ajudam munícipes a validar faturas no ‘E-factura’ A Câmara Municipal de Castelo de Paiva vai apoiar os munícipes na confirmação e validação das suas facturas no Portal das Finanças (E-factura). Esse apoio será prestado ao nível do Serviço de Atendimento ao Munícipe durante o horário normal de expediente. Numa nota enviada à imprensa, a autarquia refere que todos os que necessitarem de ajuda devem levar consigo o Cartão de Cidadão ou o Bilhete de identidade antigo e o número de contribuinte; a senha pessoal de acesso ao Portal das Finanças; facturas relativas a despesas a incluir no IRS de 2015. No caso das facturas das farmácias, será necessário que também levar as respectivas receitas médicas. O apoio será prestado até 15 de fevereiro. REDACÇÃO Email: [email protected] tel. (00351) 21 795 76 70 AMIGO N.º1 DO CONSELHO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 1994 MEDALHA DE MÉRITO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS EM 2000 FUNDADORES Valentim Morais e Padre Vítor Melícias Lopes ADMINISTRAÇÃO Chefe de Redacção José Manuel Duarte (CP 3414) [email protected] Redactores Principais Ana Grácio Pinto (CP 2857) [email protected] António Freitas (CP 1920) Carlos Morais [email protected] DIRECTOR Ana Rita Almeida (CP 6092) [email protected] Maria da Conceição Granado de Almeida (TE 402) [email protected] A autarquia de Mora prevê abrir “em abril ou maio” o Museu Interactivo do Megalitismo, uma das principais apostas daquela câmara do distrito de Évora. A construção do museu integra o projecto de recuperação da estação ferroviária de Mora e será “complementar ao Fluviário”, que retrata o mundo dos lagos e dos rios e que atrai ao concelho, por ano, “cerca de 50 mil visitantes”, explicou o autarca local. O museu vai expor peças recolhidas no concelho, mas o seu foco principal será a interactividade com os visitantes. “As investigações arqueológicas em Mora começaram há mais de 100 anos. Foram encontrados milhares de peças e de monumentos e, durante muito tempo, as pesquisas decorreram na freguesia de Pavia, mas, hoje, sabemos que existem vestígios em todas as freguesias”, salientou Luís Simão. Munícipes podem sugerir melhorias Lagos e reportar problemas Elevação a cidade celebrada a partir de 23 de janeiro Os cidadãos do Cadaval passaram, a partir deste mês, a ter possibilidade de sugerir melhorias e reportar situações na via pública que mereçam a intervenção camarária, através da plataforma recém-implementada ‘A Minha Rua’. “Trata-se de uma plataforma interativa de localização e referenciação de ocorrências no concelho do Cadaval, que possibilita aos cidadãos reportar incidentes na via pública, através da sua georreferenciação no mapa disponibilizado”, explica uma nota da autarquia. Podem ser comunicadas questões sobre acessibilidade e mobilidade; águas; contentores, ecopontos e papeleiras; espaços verdes; estradas e sinalização; fiscalização, segurança e proteção civil; iluminação pública; limpeza de espaços públicos; parques infantis; passeios; resíduos sólidos urbanos; saneamento. A plataforma “está acessível a partir do site municipal (http://www.cm-cadaval.pt) ou ainda através do designado Geoportal do município cadavalense, localizado no endereço http://websig.cm-cadaval.pt, separador “Módulos”. Loures Concelho ganha parque urbano O concelho de Loures dispõe agora de uma área verde de 4,3 hectares, numa antiga quinta do século XVIII. O parque da Quinta dos Remédios fica situado na freguesia da Bobadela e poderá ser utilizado por quem quiser passear, beber um café numa esplanada, fazer exercício ao ar livre ou um piquenique. A reabilitação do local prevê também a instalação de um centro de interpretação, a criação de percursos ribeirinhos junto ao Tejo e o desenvolvimento de atividades ligadas à robótica e à observação astronómica, dirigidas às escolas. Colaboradores e Correspondentes PORTUGAL Manuela Aguiar, Carlos Luís, Eduardo Moreira, Vasco Callixto, Manuel Pinto Coelho, Nélson Simas, Paulo Geraldo, Joaquim Vitorino, José António Barreiros ESTRANGEIRO África do Sul: Carlos Silva Alemanha: João Marques, Manuel Campos Argentina: Martin Fabian d’Oliveira Bélgica: António Fernandes Brasil: Ramos André, António Gomes da Costa, José António Marcelino, Linda Gonçalves, Dagmar Lourenço Canadá: Carlos Morgadinho Espanha: Luís Longueira Estados Unidos: Adalino Cabral, Edmundo Macedo, Glória de Melo, José Martins, Nelson Tereso França: Duarte Silva, António Cravo Holanda: José Camacho Suíça: Manuel Beja, António Santos Venezuela: Rui Carloto Inglaterra: Rogério Fragoso Dinamarca: Susana Louro A elevação de Lagos a cidade pelo rei D. Sebastião em 1504, e assinalada a 27 de janeiro, será este ano celebra durante uma semana. “Lagos se tornou num centro privilegiado e de encontro de gerações, culturas e civilizações, que fizeram da cidade a mais cosmopolita dos séculos XV e XVI, no contexto nacional”, destaca uma nota da autarquia, onde se refere ainda que as iniciativas começam já a 23 de janeiro. No dia 27, o destaque vai para um vasto programa de dinamização e promoção turística e cultural que pretende destacar o potencial cultural, patrimonial e turístico do município. Estão ainda previstas outras atividades como a inauguração de exposições, concertos e visitas orientadas. O programa termina com a apresentação dos trabalhos de conservação e restauro desenvolvidos na Igreja de Santo António. V. R. de Sto António Orçamento destaca ação social saúde educação e desporto O orçamento concelhio para 2016 é de cerca de 41 milhões de euros, e destaca a educação, ação social, saúde e desporto. A ação social recebe uma verba de 1,1 milhões de euros que dará relevo aos programas de apoio à habitação e de reabilitação dos bairros sociais e aos projetos de apoio alimentar, auxílio à compra de medicamentos e apoio à terceira idade. A saúde recebe 150 mil euros e destaca o projeto «Cuidar», responsável por duas centenas de cirurgias oftalmológicas e mais de 2500 consultas. Na educação serão gastos 1,5 milhões de euros, mantendo-se o programa de atribuição gratuita de livros escolares a todos os alunos do primeiro ciclo residentes no município ou que frequentem as escolas do concelho. Para o desporto, o orçamento é de 1,4 milhões de euros e destacará a cedência dos espaços municipais para a prática desportiva, bem como o transporte dos atletas e coletividades. Morada: Av. Elias Garcia, 57 - 7.º • 1049-017 Lisboa - Portugal Fax: (00351) 21 795 76 65 Publicidade Assinaturas [email protected] Alípio Pereira (Coordenador) [email protected] [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 76 Paulo Ferreira (Coordenador) tel. (00351) 21 795 76 71 tel. (00351) 21 795 76 68 Departamento de Eventos [email protected] Tânia Diniz [email protected] tel. (00351) 21 795 76 69 [email protected] Ana Lourenço (Coordenadora) [email protected] tlm. (00351) 91 983 77 75 tel. (00351) 21 795 76 73 Nádia Duarte Capital Social: 200.000 Euros SÓCIOS COM MAIS DE 5% DO CAPITAL NA EMPRESA: Carlos Manuel Cordeiro Baião Morais EDITOR e PROPRIETÁRIO MUNDO PORTUGUÊS Sociedade Jornalística S.A. Depósito Legal: 1971/83 Registo: Ministério da Justiça/107468 O Emigrante/Mundo Português: 107468 Estatuto Editorial: Ler em www.mundoportugues.pt [email protected] tel. (00351) 21 795 76 74 Serviços Administrativos Graça Vieira [email protected] tel. (00351) 21 795 76 66 /7 PORTE PAGO No mês de TIRAGEM DEZEMBRO 28.000 ex. p.6 REGIONAL 22 DE JANEIRO DE 2016 DORNES, EM FERREIRA DO ZÊZERE, E ÉVORA MONTE, NO ALENTEJO Dois antigos concelhos carregados de história e beleza Ficam distanciadas por 200km e ambas as aldeias - Dornes e Évora Monte têm fortalezas militares e são duas aldeias carregadas de história. Dornes é uma pequena aldeia do concelho de Ferreira do Zêzere, com 594 habitantes, já foi vila e situa-se numa pequena península à beira do Rio Zêzere/Albufeira do Castelo Bode, no mesmo concelho. Foi sede de concelho entre 1513 e 1836 e passou somente a ser sede de freguesia, que veio a ser extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional para, em conjunto com Paio Mendes, formar uma nova freguesia denominada Nossa Senhora do Pranto com a sede em Frazoeira. Dornes faz fronteira, através do rio Zêzere, com a freguesia de Cernache do Bonjardim, concelho da Sertã e distrito de Castelo Branco. Terra muito antiga, será mesmo anterior à fundação da nacionalidade, como atestam os monumentos e os vestígios arqueológicos que por aqui se têm encontrado. No século XV, Dornes, enquanto Comenda Mor da Or- dem de Cristo teve por Comendador D. Gonçalo de Sousa, homem muito influente, da Casa do Infante D. Henrique, e ali mandou construir, em 1453, a Igreja de Nossa Senhora do Pranto. Este local de culto deu à povoação parte da importância que esteve na origem, em 1513, da atribuição do Foral Manuelino. Do século XIX para cá, Dornes tem sido um polo de atração turística, bem como a sala de visitas do concelho de Ferreira do Zêzere em função das suas paisagens deslumbrantes sobre o Zêzere e também em virtude da grande carga histórica e monumental que as suas aldeias encerram. ÉVORA MONTE - O CASTELO DA PAZ Évora Monte é uma freguesia portuguesa do concelho de Estremoz, com 569 habitantes. Teve foral em 1248. Fez parte do patri- mónio da Casa de Bragança e pertenceu ao concelho de Vimieiro até à sua extinção em 1846. Aqui se assinou, em 26 de maio de 1834, a Convenção de Évora Monte, que pôs termo à guerra civil de 1832-34 travada entre absolutistas e liberais e definiu o exílio do ex-infante D. Miguel. O Castelo de Évora Monte será um dos raros castelos portugueses que alia características únicas: pelo conjunto arquitetónico que enquadra, pela excelência da paisagem que dele se pode desfrutar, mas também pela sua importância histórica — visto que foi lá o encontro dos generais que em 26 de maio de 1834 puseram fim à única, mas sangrenta guerra civil que Portugal conheceu. Situado no cimo de uma colina com mais de 400 metros de altitude, na parte mais ocidental da Serra d’Ossa, no Alentejo, e com acesso fácil a partir da auto estrada A6,o castelo fica próximo de Évora. DORNES EVORA MONTE p.7 MUNDO PORTUGUES - 46 ANOS 22 DE JANEIRO DE 2016 HÁ 46 ANOS NASCIA “O EMIGRANTE” Um jornal diferente para gente igual Os anos sessenta tinham trazido uma enorme sangria ao país, de homens e mulheres, que abandonavam as suas terras de origem e se fixavam um pouco por toda a Europa em busca de melhor vida. Deixavam tudo para trás, os seus hábitos, as suas terras, por vezes até os seus próprios filhos. Só uma coisa não deixavam - o jornal O EMIGRANTE que nasceu para estar precisamente onde estivessem os portugueses, uma história que dura até hoje. Em 1970 nascia o jornal O EMIGRANTE sob o lema AGIR SERVINDO. Ao longo dos anos viria a transformar-se no grande amigo de todos aqueles que, por necessidade, tiveram de emigrar temporariamente ou mais ou menos em definitivo para a primeira e segunda geração. Em 1986, Portugal entrava na União Europeia. Os portugueses que, então, residiam na Europa deixavam de ser emigrantes e passavam a ser cidadãos europeus de pleno direito. Por isso o velho “EMIGRANTE”, que sempre os havia acompanhado de perto transformou-se também e deu origem ao “MUNDO PORTUGUÊS”. (...) O MUNDO PORTUGUÊS cresceu e transformou-se em algo mais. Se é certo que O EMIGRANTE tinha sido um jornal de causas, o Mundo Português para além das causas sociais, abraçou também projetos e iniciativas, sempre a responder às novas necessidades dos portugueses (...) O “MUNDO PORTUGUÊS” cresceu e transformou-se em algo mais. Se é certo que o Emigrante tinha sido um jornal de causas, o “MUNDO PORTUGUÊS” para além das causas sociais abraçou também projetos e iniciativas, sempre a responder às novas necessidades dos Logo que chegava a edição, a leitura do nosso jornal despertava o maior interesse Claro que com isto não rejeitamos a herança do passado e, por isso, fazemos dele um GPS que orienta a nossa ação, bebendo diretamente da experiência e história de vida pessoal de tantos e tantos leitores, que um dia decidiram fazer do mundo a sua casa, partilhando essa experiência connosco. E foi assim, em conjunto, que temos também sido contadores e arquivadores de histórias plenas de acontecimentos importantes que ficarão para sempre a marcar a alma lusitana e a grande história da nossa diáspora. A nossa história tem sido, essencialmente, estar ao lado destes portugueses, apoiando-os, incentivando-os e, muitas vezes, até liderando movimentos e causas em representação dos seus interesses. Sem qualquer pretensiosismo podemos dizer que, algumas vezes, mais do que dar simplesmente informação, nós fomos a própria fonte de informação. Desde 12 de janeiro de 1970 portugueses e ao mercado. Os portugueses foram a ideia que deu certo e nos fez correr, ainda mais, à volta do mundo, agarrando PORTUGAL em nome de quem tudo acontece e por ser a razão e a causa da nossa existência e do nosso trabalho. Foi assim que nasceu a grande causa de pôr Portugal no Centro do Mundo e quando se trabalha por Portugal acontece sempre um sorriso em cada gesto, em cada projeto, e em cada ideia. Quando sorrimos, pensamos sempre no nosso Portugal que, embora pareça pequenino fisicamente, se agiganta e chega a todo o mun- Lançamento do jornal no Hotel Ritz, em Lisboa do, porque Portugal existe onde quer que existam portugueses e como é sabido eles estão espalhados por todo o mundo. Somos hoje um jornal que está presente semanalmente em mais de 175 países nos cinco continentes, cobrindo todos os interesses e todas as faixas etárias dos oito aos oitenta anos. Somos orgulhosamente o semanário português de maior circulação no Mundo e considerado o amigo nº1 das Comunidades Portuguesas, várias vezes distinguido pelo seu trabalho em prol de Portugal e dos Portugueses. Esta edição assinala os 46 anos desde que o nosso jornal saiu à rua pela primeira vez. O assinalar de mais um aniversário é feito não com “o peso” de quem acumula mais um ano, mas com a energia redobrada de quem “saltou” mais um ano em direção ao futuro. É a nossa irrequietude natural de quem tem tido uma filosofia de princípios de “estar sempre a caminho” com a certeza de quem sabe que o seu destino é sempre o futuro. Todas as semanas em busca dos melhores acontecimentos para si p.8 LIVROS 22 DE JANEIRO DE 2016 LANÇADO EM LIVRO Os 175 anos da história do Montepio Geral são agora uma obra histórica de referência Com 175 anos de existência o Montepio Geral merecia qua a memória do seu percurso ficasse assinalada num estudo histórico. Para ver cumprido esse propósito, o Conselho de Administração do Montepio Geral – Associação Mutualista decidiu confiar essa missão a uma equipa de historiadores que soubesse conjugar no seu estudo os saberes da História política do século XIX, da História das Instituições, da História Económica, da História das Entidades Financeiras, bem como da História das Ideias e do pensamento político e económico portugueses e internacionais. JOSÉ MANUEL DUARTE (TEXTO E FOTOS) Passados cinco anos de trabalho árduo e investigação persistente foi finalmente lançada a obra “HISTÓRIA DO MONTEPIO GERAL – SOB O SIGNO DO PELICANO” num evento realizado no auditório na sede do Montepio Geral em Lisboa. A equipa que conseguiu levar a cabo a importante obra foi liderada pelos Professores José Eduardo Franco, António Castro Henriques, Mestre Renato Pistola e Mestre Ana Catarina Rocha. A obra agora editada passa em revista todo o riquíssimo acervo documental do Montepio, alguns fundos de instituições congéneres, documentação disponível nos arquivos públicos, em paralelo com uma exaustiva consulta da bibliografia nacional e estrangeira sobre os temas abordados no estudo. Trata-de de um livro de leitura obrigatória para todos quantos se interessam pela temática da história económica e financeira e so- Desde de 12 de janeiro de 1970 46 anos a contar histórias todas as semanas Da esquerda para a direita: José Eduardo Franco, coordenador da equipa de investigação, Rui Carp, Presidente da Imprensa Nacional Casa da Moeda, que imprimiu a obra, Castro Henriques, Reitor da Universidade Nova, Guilherme de Oliveira Martins que apresentou o livro e António Tomás Correia que incentivou e patrocinou. bretudo pela relação desta com a vida em sociedade. O MOVIMENTO MUTUALISTA O livro aborda de forma extremamente simples a génese do movimento mutualista que inspirado nas ideias filantrópicas do século XIX, com raízes no iluminismo setecentista, responde à sociedade civil e aos desafios e incertezas que os novos tempos iam colocando à classe média. Esse movimento implantou-se também em Portugal sem deixar de sofrer as consequências das instabilidades políticas e das sucessivas crises económicas que ficaram a caracterizar aquele século, o que acabou por se constituir como um grande desafio ao Montepio Geral A história do século XX foi também de grande exigência para a Caixa Económica devido às alterações políticas, às crises económicas nacionais e internacionais e sobretudo às alteralções nas fronteiras entre a iniciativa pública e a iniciativa privada em matéria de segurança social a que se assistiu no país. Nada disto escapou à atenção e investigação dos autores desta obra da História do Montepio, na qual aparecem em destaque os momentos de dúvida e de afirmação, os tempos de êxito e os dias de dificuldade. UMA HISTÓRIA DE MUTUALISMO Na sua exposição da obra, Guilherme de Oliveira Martins encantou todos os presentes pela forma simples mas intelectualmente bastante vigorosa com que abordou o tema, começando por dizer que se tratava de uma obra sobre a história de uma economia social, sem a qual não se consegue entender uma economia para as pessoas. Não há economia sem dimensão social e esta obra enquadra de modo especial os mutualismos europeus. Tudo nasceu a partir dos Montes de Piedade e Concórdia Espiritual, fundados no século XVI pelo Franciscano Frei Domingos de Jesus Maria. A história do Montepio Geral começa mesmo em 1840 quando Francisco Manuel Alves Botelho começa por designar um Montepio literário para os funcionários do estado, sendo ela próprio funcionário da Junta do Crédito Público. A escolha do Pelicano como símbolo, para além de ser o símbolo do Rei D. João II, leva-nos ao animal que tira da própria carne do corpo o sustento dos filhos e por isso simboliza excelentemente a caridade e a misericórdia. Referiu ainda o orador que o Montepio tinha ficado imune à grave crise de 1846 quando o próprio Banco de Lisboa faliu, e que levaria à criação do Banco de Portugal. No ano de 1857 Lisboa é assolada por uma terrível epidemia de cólera e é o Monrepio Geral que vai responder ao drama social de muitas famílias que se acolhem à sua generosidade. Em 1865 de recordar que o Montepio Geral é pioneiro a criar os cheques com talão, o que na época representou um avanço no sentido de tornar as movimentações bancárias mais transparentes e controladas por parte dos utilizadores das contas. Em 1914 iniciada a guerra monetária que afetaria também o Montepio Geral, recordou que entre 1918 e 1921 praticamente não havia moeda metálica em circulação, porque logo que as moedas saíam para circulação, devido à degradação do seu valor facial eram de imediato recolhidas e fundidas pelas pessoas, já que o metal valia mais do que o valor facial da moeda. Foi também o Montepio Geral que na época respondeu a esta grave situação monetária. Este livro está assim intimamente ligado à vida económica e social portuguesa desde meados do século XIX, sendo por isso um obra de extraordinária importância, tanto do ponto de vista histórico, como cultural e económico que em boa hora o Montepio Geral decidiu patrocinar e que vem enriquecer significativamente o panorama cultural e histórico português. LIVROS 22 DE JANEIRO DE 2016 p.9 ANTONIO TOMÁS CORREIA Presidente da Associação Mutualista MONTEPIO GERAL Vítor Melícias foi a personificação da boa disposição aqui na companhia do Presidente António Tomás Correia (encoberto) e Guilherme de Oliveira Martins. O Presidente António Tomás Correia na companhia de Guilherme de Oliveira Martins, que fez uma apresentação brilhante da obra agora apresentada ao público. Capa do livro “HISTÓRIA DO MONTEPIO GERAL - SOB O SIGNO DO PELICANO”, agora lançado e que conta a história do Montepio desde a sua fundação em 1840. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, desenvolveu a sua carreira profissional na Caixa Geral De Depósitos de 1967 até 2003. Foi a partir desse ano que integrou no Montepio Geral o Conselho de Administração presidido por José da silva Lopes, a quem veio a suceder em 2008, funções que desempenhou até 2015. Em agosto deste ano ficou com a Presidência da Associação Mutualista, na sequência da separação da Instituição bancária por indicação do Banco de Portugal. p.10 EMPRESAS E MERCADOS 22 DE JANEIRO DE 2016 ENTREVISTA COM JOSÉ PAULO DUARTE, PRESIDENTE DO GRUPO PAULO DUARTE “A empresa está em Torres Vedras mesmo por paixão uma vez que nasci aqui...” José Paulo Duarte tem 60 anos. Natural de Torres Vedras, já nasceu no seio da atividade transportadora pela mão do seu pai, José Paulo Duarte, que começou a empresa em 1946. Hoje a transportadora é uma referência a nível europeu nos transportes de líquidos alimentares e mercadorias perigosas a granel, primando pelos mais altos padrões de qualidade e segurança. Atualmente, o Grupo Paulo Duarte possui 550 viaturas e mais de 550 reboques e conta com cerca de 800 colaboradores. A empresa está sediada na região oeste. É uma localização estratégica? Para nós não representa nenhuma vantagem, porque quer queiramos, quer não, os transportes estão nos grandes centros de consumo, por isso, temos centrais em Lisboa, no Porto, na região dos vinhos do Porto, em Lamego e no Algarve. A empresa está aqui em Torres Vedras mesmo por paixão, uma vez que nasci aqui. Curiosamente, nem sequer temos clientes nesta região. Esta região tem, claramente, alguma indústria, tem muitas empresas de comércio e serviços e muita agricultura que é a base da região 85% dos frescos nacionais saem daqui. É uma região muito trabalhadora, muito empreendedora e, por isso, temos aqui várias empresas líderes de setores. Esta zona foi considerada por muitos bancos como um case study, devido precisamente ao empreendedorismo que há aqui. Como surge o Grupo Paulo Duarte? Os transportes começaram em 1946 com o nome do meu pai, José Paulo Duarte. Em 1967, viu-se obrigado a criar a empresa e, assim, nascem os Transportes Paulo Duarte. O Grupo nasceu nos anos 90 com as cerca de 14 empresas que temos em vários ramos e vários setores. Que tipo de veículos dispõem? Nós somos a maior empresa de cisternas nacional, porque temos quase todo o tipo de cisternas. Temos cisternas para químicos, combustíveis, gás, asfalto, fuel e alimentares. Temos também muitos camiões frigoríficos que fazem a distribuição de várias grandes superfícies nacionais e a distribuição de carburantes para a Cepsa, Repsol, Galp e Prio. Isto dá-nos uma diversidade de clientes que nos conforta de alguma maneira, porque além de transportarmos muitos bens de primeira necessidade, principalmente alimentação e combustíveis, temos também vários clientes. O nosso maior cliente representa no máximo 12% daquilo que fazemos. Não estamos assentes num só cliente. Conseguimos ser competitivos em relação às empresas transportadoras de outros países da União europeia? Nós somos competitivos em termos europeus. Temos uma dificuldade muito grande que são, cada vez mais, as barreiras que nos colocam para fazermos transportes. Por exemplo, o caso atual da Alemanha, onde foram criadas barreiras muito difíceis de transpor. Os nossos motoristas têm que ganhar o mesmo que na Alemanha e os nossos camiões não podem ficar ao fim-de-semana em França. Isto, na minha opinião, compromete a livre circulação de pessoas, bens e serviços. Isto acontece nos países pequenos, porque os grandes países continuam a controlar tudo. Estamos no fim da Europa, acabamos por estar longe da Europa. Basta fazer um pequeno exercício: há 10/12 anos viam-se centenas de camiões com matrícula estrangeira a circular em Portugal, franceses, holandeses, alemães, espanhóis. Eu pergunto hoje quando é que se vê um camião estrangeiro aqui em Portugal. É muito raro. Isto quer dizer que nem eles querem vir para cá, porque com a crise portuguesa os preços desceram de tal maneira que não compensa. Temos combustíveis dos mais caros da Europa, das autoestradas mais caras da Europa, uma carga fiscal muito elevada e tudo isto constitui constrangimentos para a nossa atividade. A contratação coletiva de trabalho nesta área também não ajuda. (...) Os transportes começaram em 1946 com o nome do meu pai, José Paulo Duarte. Em 1967, viu-se obrigado a criar a empresa e, assim, nascem os Transportes Paulo Duarte. O grupo nasceu nos anos 90 com as cerca de 14 empresas que temos em vários ramos e vários setores (...) E os planos da União Europeia para o desenvolvimento da ferrovia não vão dificultar ainda mais este cenário? Há quase 30 anos que fui vice-presidente da ANTRAM e, já desde essa altura, a União Europeia que- José Paulo Duarte, Presidente do Grupo Paulo Duarte ria limitar os transportes rodoviários. Felizmente para nós, as ferrovias em Portugal e em Espanha funcionam muito mal. Para as empresas compradoras ou vendedoras o just in time foi muito mais levado em conta. Hoje temos a mercadoria em tempo real num camião que é o seu próprio armazém, desde o fabricante até ao seu destinatário e este tipo de serviço fez com que a rodovia tenha crescido. Não há nenhum meio de transporte que consiga pôr no norte da Europa a mercadoria porta-a-porta em dois dias. Esta é uma vantagem real. Ninguém vai pôr uma mercadoria num navio ou num comboio para chegar duas semanas depois quando pode ter a mercadoria entregue em dois dias. Isto sem adicionar aqui o fator risco. Se me disser que cada vez mais vai haver dificuldade no transporte internacional, vai. Vão aparecer mais alternativas, tem que haver mais navios ro-ro, mais multimodal em ferrovia, mas é preciso que isso tudo venha a funcionar e que seja realmente uma alternativa. Sendo alternativa, nós podemos colocar um camião num navio e descarregamos o camião na Alemanha. Gastamos menos gasóleo, tudo muito bom. É preciso é que isto funcione bem. Tem havido imenso investimento da Co- munidade Europeia nesta área, mas ainda não se vê, na prática, e esta é a realidade. Não tem havido grandes alterações passados muitos milhões de euros de investimento. empresas a pagar impostos na Holanda. Isto, além de pouco ético, devia ser proibido. Aumenta a disparidade entre países pobres e ricos e não promove a competitividade. E as limitações recentes que alguns países da União Europeia têm imposto não constituem um entrave à vossa atuação? Também tem havido constrangimentos por parte de alguns países membros comunitários que criam medidas avulso para fazerem prevalecer os seus transportadores, porque não querem concorrência dentro dos seus países. Em França, os nossos motoristas não podem fazer o descanso de 48 horas. Temos que sair de França para o fazer. A cabotagem, transporte dentro dos países, também foi limitada em França e na Alemanha. A Bélgica vai no mesmo caminho. A Alemanha introduziu portagens nas suas autoestradas e inclusivamente, hoje, todos os quilómetros feitos na Alemanha são pagos, o que é injusto, porque não é igual em todos os países dentro da comunidade. Eu sou muito crítico neste aspeto, porque acho que não há uma Europa solidária. Basta ver que nunca se fez o caminho para uma harmonização fiscal, por isso é que temos grandes (...) Temos grandes empresas a pagar impostos na Holanda. Isto, além de pouco ético, devia ser proibido. Aumenta a disparidade entre países pobres e ricos e não promove a competitividade (...) Há alguns anos decidiu investir na produção de fruta. Como é que surge esta atividade? Eu estudei agronomia. É uma paixão. O meu pai estranhou que eu viesse estudar esta área para Lisboa, uma vez que não tínhamos terras. Entretanto, tive a oportunidade de adquirir umas terras e produzir frutas. Temos a Abrunhoeste, uma central fruteira, que exporta fruta e a sociedade agrícola Quinta do Malpique, que explora as terras. Hoje somos um grande produtor nacional de frutas. Estamos com cerca de 200 hectares em produção de pera-rocha, maçãs, nectarinas, ameixas, pêssegos e alperces. O mercado nacional representa 10% da nossa faturação. É um negócio de paixão. p.12 PELO MUNDO 22 DE JANEIRO DE 2016 CARLOS BRITO É CARTUNISTA EM FRANÇA BÉLGICA Português diz que liberdade Portugueses são a sétima nacionalidade de expressão é ameaçada em Bruxelas por interesses económicos O desenhador de imprensa Carlos Brito, amigo de três cartunistas assassinados no ataque ao Charlie Hebdo de 7 de janeiro de 2015, disse à Lusa que a liberdade de expressão em França está “ameaçada muito mais pelos interesses económicos” do que pelos “radicais islamitas”. “Eu creio que a liberdade de expressão está ameaçada muito mais pelos interesses económicos. Esses são os verdadeiros inimigos da liberdade de expressão, os outros são assassinos, ponto final”, considerou o cartunista. Radicado em França desde 1963, apontou que os jornais franceses estão “todos nas mãos de industriais, vendedores de armamento e banqueiros”, sublinhando que o ‘Libération’ é detido pelo magnata das telecomunicações Patrick Drahi, o ‘Le Monde’ pelo trio empresarial Bergé-Niel-Pigasse e o ‘Le Figaro’ pelo empresário na indústria de armamento Serge Dassault, o que se traduz em um “terrorismo civilizado” contra um “terrorismo bárbaro”. Um ano após o ataque ao Charlie Hebdo, Carlos Brito considerou que depois da vaga de solidariedade de janeiro de 2015,”não mudou nada no domínio do desenho” porque os jornais estão “cada vez mais a fechar as suas páginas ao desenho”, o qual se está a tornar num “objeto de luxo nas redações”, apenas resistindo o ‘Charlie Hebdo’, o ‘Siné Mensuel’ e o ‘Le Canard Enchaîné’ - este último “mais calmo há muitos, muitos anos”. Nascido em Lisboa em 1943 e colaborador durante 28 anos do jornal ‘Le Monde’ e durante 25 anos do ‘Le Canard Enchaîné’, Carlos Brito perdeu três amigos no ataque ao Charlie Hebdo: Cabu, Tignous e Honoré. Desde então, evita ir a encontros de desenhadores talvez pelo receio de “chegar e não ver certas pessoas que estava habituado a ver”. Carlos Brito prefere olhar para a sua biblioteca onde tem uma fotografia, “com mais de 35 anos”, em que aparece ao lado dos desenhadores Plantu, Loup e “Cabu armado em pedreiro, a pôr o cimento em cima de um bloco” durante “as primeiras pedras” do Festival Internacional da Caricatura, do Desenho de Imprensa e do Humor de Saint-Just-le-Martel, “a 14 quilómetros de Limoges”, no centro de França. Um em cada três habitantes em Bruxelas tem nacionalidade estrangeira e os portugueses são a sétima nacionalidade mais representada, segundo estatísticas publicadas pelas autoridades locais no relatório ‘Bruxelles-Europe en chiffres 2016’ (Bruxelas-Europa em números), e divulgadas pela agência Lusa. Esta publicação do Turismo de Bruxelas, Comissão para a Europa e Organizações Internacionais de Bruxelas e Centro Cosmopolis de Investigação Urbana informou que a nacionalidade mais representada na capital belga é a francesa, seguindo-se a marroquina, romena, italiana, espanhola, polaca, portu- guesa, búlgara, alemã e da República Democrática do Congo. Os números mostram que a 1 de janeiro de 2015 havia 19.609 portugueses registados, o maior número desde 2000 quando havia 15.802. Na estatística geral da Bélgica, os portugueses são a oitava nacionalidade mais representada (42.793), depois de França, Itália, Holanda, Marrocos, Polónia, Roménia e Espanha. Em 9º e 10º lugar, respetivamente, estão a Alemanha e a Turquia. Na região flamenga do país, a Flandres, a lista é encabeçada pelos holandeses, estando os portugueses em 10º lugar, com 13.245 pessoas, enquanto na Valónia (zona francófona da Bélgica), os italianos são os mais representados, estando Portugal no 7º lugar do ‘ranking’, com 9.939 pessoas. A presença de inúmeras nacionalidades faz de Bruxelas a segunda cidade europeia, depois de Londres, no uso de maior número de línguas. Na capital belga há 104 línguas. Já o estatuto de capital europeia, ao albergar 20 organizações da União Europeia e 42 organizações intergovernamentais, fez surgir em Bruxelas, nos arredores, 29 escolas internacionais para 22.772 alunos. Crónica da Bélgica Livro celebra Bodas de Prata da Pastelaria Garcia ANTÓNIO FERNANDES BRUXELAS Foi apresentado o livro que descreve a vida e a obra/empresa do Rui Garcia, natural de Lavre, Montemor-o-Novo, Alentejo. Aos 13 anos enveredou pela arte de padeiro e aos 22 emigrou, com destino a Bruxelas. Depressa criou a sua casa, hoje um ponto de referência que ninguém quer deixar de visitar. Conta já com 25 anos de existência. Desde de 12 de janeiro de 1970 Há 46 anos a acompanhar os portugueses onde eles estiverem Era para ter sido na Embaixada de Portugal, mas devido ao nível de segurança imposto pelo governo Belga, teve que ser anulado! Foi, no entanto, encontrado novo local, de forma a assegurar a data. No dia 25 de novembro de 2015, na sede do ‘Elvas’, em Ixelles, foi apresentado o livro que assinala os 25 anos da ‘Padaria Garcia’. Estiveram presentes cerca de quatro dezenas de pessoas, numa manifestação de apreço pela edição do livro, mas também numa atitude altiva de respeito e carinho pelo Rui, que não escondia a sua alegria, em noite tão emotiva. Deu-se início à esperada sessão orientada pela D. Cátia Candeias. Tomou de imediato a palavra a presidente da União de Freguesias de Lavre, Ângela Oliveira, que veio expressamente participar na efeméride. Realçou a juventude do Rui Garcia e a sua ligação à terra que o viu nascer. Manifestou ainda a sua satisfação por este “filho de Lavre” ter singrado na vida, apesar das dificuldades. Expressou-se, depois, o Dr. João Marques, vereador da Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, que também se deslocou para “estar com o Rui, a família e muitos amigos”. Soltaram-se palavras de incentivo e admiração que a causa e momento justificavam. Chegou a vez dos autores do livro se pronunciarem sobre a ini- ciativa e consequente objetivo. Joaquim Pinto da Silva e Jorge Tavares da Silva, autores da narrativa, sintetizaram o livro, num modo e tom cativante, à mistura com algum bom humor. Finalmente, o Rui, naquele jeito peculiar, teceu elogioso agradecimento aos autores, aos convidados e à comunidade portuguesa em geral, atribuindo o seu sucesso a todos os que quiseram ser seus clientes. “Sem todos vós, nada disto poderia acontecer”, referiu. Seguiu-se a sessão de autógrafos do livro e foi servido um porto de honra. Numa “noite muito emotiva”, foram colocados em evidência os atributos de uma grande família, que soube conjugar esforços! Um exemplo e um orgulho para a comunidade portuguesa na Bélgica e a quem desejo profícuo trabalho, no árduo caminho profissional, rumo às Bodas de Pérola, nos 30 anos de atividade. Já faltou mais… PELO MUNDO 22 DE JANEIRO DE 2016 p.13 ANTÓNIO BASTO TINHA 51 ANOS E ERA EMIGRANTE EM FRANÇA Ataque terrorista no Burkina Faso tira a vida a cidadão português Um português morreu no ataque terrorista realizado em Ouagadougou, capital do Burkina Faso, país do norte de África. António Basto, 51 anos, tinha viajado para aquele país, enviado pela empresa francesa onde trabalhava. Casado com uma cidadã francesa, tinha quatro filhos. António Basto, 51 anos, morreu no passado dia 16, num atentado reivindicado pela al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI). Era casado com uma cidadã francesa e pai de quatro filhos. O ataque foi realizado à noite, por um comando ‘jihadista’, contra o hotel ‘Splendid’ e o restaurante Capuccino, frequentados sobretudo por ocidentais em Ouagadougou, capital do Burkina Faso. O cidadão português terá morrido no Capuccino, juntamente com dois colegas de trabalho. À rádio ‘France Info’, uma filha de António Basto contou que a sua mãe tinha falado com o pai pela última vez no dia do atentado. “Por isso ela sabia que ele estava no restaurante”, contou Angélique. “Fui eu quem telefonou à minha mãe para lhe dizer que se tinha passado qualquer coisa no Burkina Faso, num restaurante chamado ‘Capuccino’”, conta a filha de António Basto, que vivia em Bosc-Hyons, na região da Normandia. Angélique disse ainda ter tido “um pressentimento”. “Eu estava convencida de que alguma coisa tinha acontecido. O meu pai não gosta de comida muito condimentada. E sabendo que aquele era um restaurante onde muitos europeus iam comer, dentro de nós, sabíamos que ele estava lá“, revelou a jovem. O jornal francês ‘Le Parisien’ publicou imagens dos três trabalhadores da empresa Scales, que confirmou a morte dos homens. “Confirmamos a morte dos nossos colaboradores, os senhores Arnaud Cazier e Eddie Touati, de nacionali- “Resta-nos endereçar as nossas mais sentidas condolências à família e, por outro lado, manifestar a nossa total disponibilidade”, disse o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro À rádio ‘France Info’, uma filha de António Basto contou que a sua mãe tinha falado com o pai pela última vez no dia do atentado. “Por isso ela sabia que ele estava no restaurante”, contou Angélique. dade francesa, e António de Oliveira Basto, de nacionalidade portuguesa, que tinham viajado para o Burkina Faso por conta da nossa empresa”, esclareceu o responsável, Thierry Costard. BALANÇO INICIAL DE 29 MORTOS No hotel onde se verificou o ataque estava um outro cidadão português, consultor da União Europeia, que saiu ileso, revelou à Lusa uma fonte da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, salientando que esta informação foi recolhida pelos serviços consulares de Portugal no Senegal. Um balanço divulgado no dia a seguir ao atentado referia que 29 pessoas foram mortas e 30 feridas no ataque. Uma fonte próxima do procurador de Ouagadougou, citada pela agência France-Presse, disse que a maioria das vítimas é constituída por estrangeiros, tendo-se referido ainda à morte de cinco nacionais do Burkina Faso. Foram necessárias 12 horas às forças da ordem para assumirem o controlo da situação. “CONDOLÊNCIAS” À FAMÍLIA No dia 17, durante a sua deslocação oficial a França, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas manifestou em Paris, “as sentidas condolências à família” do cidadão português, emigrante em França, morto no ataque terrorista em Ouagadougou. “Resta-nos, naturalmente, endereçar as nossas mais sentidas condolências à família e, por outro lado, manifestar a nossa total disponibilidade, nomeadamente dos nossos serviços consulares, para que, em diálogo com as autoridades francesas, possamos garantir o acompanhamento em todas as diligências que há que fazer para garantir a transladação do corpo e, ao mesmo tempo, para tratar de todas as matérias de natureza consular e administrativa”, disse José Luís Carneiro à Lusa. PUB p.14 PELO MUNDO 22 DE JANEIRO DE 2016 ESTÁ RELACIONADO COM QUESTÕES DE IMIGRAÇÃO Esquema com burla está a preocupar portugueses no Canadá Uma tentativa de burla relacionada com questões de imigração está a preocupar muitos portugueses no Canadá, revelou este mês à agência Lusa uma funcionária de uma instituição de solidariedade social, em Toronto. “Já tivemos duas situações concretas com utentes que foram ameaçadas por telefone de deportação imediata se não depositassem uma certa quantia de dinheiro numa conta, circunstância que as levou a entrar em pânico”, denunciou Marisa Gomes, assistente social do Centro Abrigo. A funcionária da organização sem fins lucrativos confirmou que duas das suas utentes, uma canadiana nascida nas Filipinas e uma portuguesa residente no Canadá, foram vítimas de um esquema de burla. Os alegados ‘burlões’ solicita- ram às vítimas por telefone que lhes facultassem dados pessoais, como o números de identificação bancária e de segurança social ou o número de contribuinte. “O (alegado) ‘burlão’ que contactava as pessoas dava-lhes a informação exata do seu processo que se encontra no ministério da Cidadania, Refugiados e Imigração do Canadá, ou seja, o que levava as pessoas a acreditarem e a entrarem em pânico, ficando bastante nervosas, pois se não efetuassem um determinado pagamento por via correio postal eram deportadas definitivamente”, acrescentou Marisa Gomes. Uma utente do Centro Abrigo estava mesmo “pronta para depositar 2.360 dólares canadianos (1.550 euros)”, mas entretanto contactou a instituição e foi aconselhada a não o fazer. O vale postal com o dinheiro tinha como destino o estado do Tennessee (sudeste dos Estados Unidos). Os visados no esquema recebem chamadas telefónicas com números com o indicativo da capital do Canadá, Otava, num curto espaço de cinco em cinco minutos, muitas delas efetuadas até às três ou quatro da manhã. Marisa Gomes revelou que uma das utentes do Centro Abrigo, há cerca de um ano, utilizou aquele serviço para proceder ao registo de um requerimento da cidadania canadiana, processo efetuado diretamente na página da internet do ministério de Cidadania, Refugiados e Imigração do Canadá (IRCC, sigla em inglês). O Centro Abrigo, em Toronto, está em atividade há 25 anos. É uma instituição sem fins lucratiPUB vos e tem como objetivo a integração dos recém-chegados ao Canadá, consciencializando a comunidade das problemáticas de cariz social, nomeadamente o apoio aos jovens, idosos e às vítimas de violência doméstica. O ministério da Cidadania e Refugiados do Canadá confirmou através de um e-mail, enviado à agência Lusa, que ao longo dos últimos seis meses recebeu “um número crescente de denúncias” um pouco por todo o Canadá relacionadas com um “esquema de fraude”, através de chamadas telefónicas com pessoas que se identificam como funcionários do IRCC. “Em alguns casos, o nome do departamento de imigração aparece no ecrã do telefone da pessoa que está a efetuar a chamada”, sublinhou Remi Lariviere, do gabi- nete do comunicação do IRCC. Segundo a porta-voz daquela entidade governamental, assim que o ministério teve conhecimento destes casos “foi publicada no site oficial do IRCC uma nota a alertar para toda aquela situação”. O Governo do Canadá “leva muito sério qualquer tipo de fraude” e, nestes casos, aconselha as agências associadas à imigração “a tomarem as medidas necessárias”. “Quem receber algum telefonema suspeito, deve desligar imediatamente e entrar em contato com as agências das forças de segurança e denunciar o caso imediatamente ao Centro Canadiano Anti-Fraude”, frisou na nota. No site do ministério da Cidadania, Refugiados e Imigração (www.cic.gc.ca), estão disponibilizadas algumas ideias para evitar este esquema. MALÁSIA Grupos folclóricos querem manter viva a herança portuguesa São músicas de origem portuguesa, mas cantadas no crioulo português de Malaca, cidade da Malásia. ‘Maliao, maliao’ e ‘Ti Anika’ têm elevado o nome dos grupos folclóricos dos lusodescendentes na Malásia, mas raramente são associadas a Portugal. O nome do grupo «1511 O Maliao Malaio Dance Troupe» faz referência ao ano em que os portugueses tomaram Malaca, mas, segundo o responsável do rancho, Gerard da Costa, o público raramente faz essa associação. “Somos como embaixadores de Portugal de graça”, afirmou à agência Lusa, Gerard de Costa, que dança desde os onze anos. Deparando-se com a falta de espetáculos para a festa do São Pedro do ano passado, Gerard e a esposa, Anne de Mello, decidiram formar um grupo e fizeram a sua primeira atuação apenas após “cinco dias de treino”. No reportório dos ranchos dos lusodescendentes há várias músicas que lembram Portugal, como o ‘Maliao, maliao’, mas há também muitas canções criadas por habitantes locais. A diferença entre os grupos de folclore da comunidade reside no estilo de dança, com alguns mais aportuguesados, outros mais originais, mas todos se unem no derradeiro propósito de defender o seu Portugal singular, nascido e criado em Malaca. Já Dominic Hendricks e a mu- lher, Marina Damker, formaram o conjunto de 20 pessoas em 2006 e hoje em dia procuram músicas portuguesas no site Youtube para juntar ao reportório de músicas locais. Os ensaios do «DomMarina», onde não faltam palavras em português, são liderados pelo octogenário Noel Felix. Jeremiah Hendricks quer continuar o grupo iniciado pelos pais, porque estas manifestações culturais são parte da sua identidade enquanto “português” de Malaca. “Um, dois, três, anda”, diz uma das crianças durante o ensaio do grupo de dança «Troupa de Santa Maria», iniciado por Sara Frederica Santa Maria no início deste ano, para “passar a cultura para as crianças.” Por seu lado, Alvin Fletcher considera difícil envolver os jovens na música tradicional, por isso, há um mês iniciou aulas de música com um grupo de oito a nove alunos. Dentro de um ano, espera poder iniciar um grupo de batucada, por considerar o estilo apelativo para a geração mais nova. A comunidade de lusodescendentes de Malaca, que reúne cerca de mil pessoas num bairro perto do centro de Malaca, embora tenha elementos espalhados por outros pontos do globo, tem-se mantido fiel à herança portuguesa que os seus antepassados receberam há 500 anos, quando Afonso de Albuquerque conquistou a cidade. CULTURA 22 DE JANEIRO DE 2016 p.15 PRIMEIRAS EDIÇÕES DE ‘OS LUSÍADAS’, DAS ‘RIMAS’ E DO ‘TEATRO’ Gulbenkian exibe os livros camonianos de D. Manuel II Fotos: Fundação Gulbenkian/Márcia Lessa A Fundação Calouste Gulbenkian exibe até 15 de fevereiro, uma coleção de livros sobre Luís de Camões, datados do século XVI até à década de 30 do século XX. Os livros integram a coleção de D. Manuel II, reunida ao longo do seu exílio em Inglaterra. «D. Manuel II e os Livros de Camões» é o tema da exposição que pode ser visitada na sede da fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até 15 de fevereiro. Concebida artisticamente pelo arquiteto Mariano Piçarra, e dispersa por três núcleos, a mostra inclui para além dos livros, uma escolha de retratos de Luís de Camões, “provenientes de vários museus e instituições”, e um conjunto de fotografias e objetos “relativos ao Rei que constituiu a colecção”, como explica José Augusto Bernardes, que comissaria a exposição juntamente com Raquel Henriques da Silva. A mostra dá a conhecer obras adquiridas pelo último rei de Portugal, D. Manuel II (1889-1932), e que há décadas não saíam do Paço Ducal de Vila Viçosa. Esta oportunidade rara resulta de uma colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Casa de Bragança. Assim, na Gulbenkian podem ser vistos, entre outros exemplares, as primeiras edições de ‘Os Lusíadas’, das ‘Rimas’ e do ‘Teatro’ “e ainda exemplares de edições que, por um motivo ou por outro, haveriam de ficar famosas”. “Refiram-se, a título de exemplo, a pequena mas curiosíssima edição “...dos piscos” (1584) ou realizações de grande aparato como ‘Os Lusíadas’, publicados em Paris pelo Morgado de Mateus, no ano de 1817”, explica José Augusto Bernardes. “A exposição que agora tem lugar pretende reconstituir a fortuna editorial daquele que é ainda, sem dúvida, não apenas o autor de Língua Portuguesa mais lido e estudado, como também aquele que mais impacto tem tido na criação literária e artística de todas as épocas e na sensibilidade das diferentes comunidades políticas que se exprimem em português. São esses mesmos testemunhos de sensibilidade pessoal e coletiva, maioritaria mente reunidos por um Rei patriota, que agora se mostram”, destaca ainda José Augusto Cardoso Bernardes na apresentação da exposição feita na página da Gulbenkian na internet. Já Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da Fundação Casa de Bragança, considera que esta é uma exposição “singular”, acima de tudo, “pelo amor nacional e pela visão de D. Manuel II, sem cujo persistente espírito de colecionador e de estudioso, Portugal e os portugueses nunca teriam podido beneficiar de uma biblioteca tão rica e tão ilustrativa de tempos memoráveis da sua História Pátria”. Para além da exposição, têm ocorrido debates temáticos, que são realizados no auditório 3 da Fundação. A 28 de janeiro, a partir das D. MANUEL II E OS LIVROS DE CAMÕES Fundação Calouste Gulbenkian Galeria de Exposições Av. de Berna, 45 - Lisboa Em exposição até 15 fev 2016 Visitas das 10h às 18h O espaço encerra às terças 18h, vai debater-se “Camões na Escola de Portugal: uma presença sem faltas”, por Rui Afonso Mateus (moderador) e Maria Ana Ramo. O último debate acontece a 11 de fe- vereiro, à mesma hora do anterior, centrado no tema «Os rostos de Camões” e conduzido por Vítor Serrão. Nos dias dos debates temáticos, haverá visitas especiais à exposi- ção, asseguradas pelos comissários, pelo arquiteto Mariano Piçarra e pelos membros da equipa de camonistas que participa no projeto. Ana Grácio Pinto PUB p.16 PORTUGUESES NO MUNDO 22 DE JANEIRO DE 2016 PRÉMIOS DISTINGUEM OS MELHORES PROFISSIONAIS DE VÁRIAS CATEGORIAS João Dias Hipólito está à frente do Ferreira Café, considerado um dos melhores restaurantes de comida portuguesa fora de Portugal Chef João Dias Hipólito foi nomeado para os Notable Awards 2015 no Canadá O ‘Chef’ português João Dias Hipólito foi nomeado para os Notable Awards 2015 na categoria de melhor ‘Chef’ da região do Quebec, Canadá. João Dias Hipólito está à frente do Ferreira Café, considerado um dos melhores restaurantes de comida portuguesa fora de Portugal, propriedade do empresário Carlos Ferreira. “Ser reconhecido é para mim muito gratificante, pois confirma a minha paixão perante o olhar e paladar de todos os amantes de boa cozinha. A minha preocupação é colocar o máximo de Portugal no vosso prato e fazer-vos sentir no nosso país. Por isso, já sabem, venham ao Ferreira, venham experimentar”, afirmou o ‘Chef’ português numa nota divulgada à imprensa. Aberto desde abril de 1996 em Montreal, o Ferreira Café é um ícone da gastronomia portuguesa, com destaque ainda para os vinhos nacionais. João Dias começou por trabalhar na área em Portugal, tendo passado por restaurantes como a Casa da Dizima, em Paço de Arcos, o restaurante da Quinta de Catralvos, como braço direito do ‘Chef’ Luís Baena, o Terraço do Hotel Tivoli, o Manifesto e, por fim, como ‘Chef’ Executivo em dois hotéis, na Serra da Estrela. Estando à procura de novos desafios e experiências fora da hotelaria, conheceu o empresário Carlos Ferreira, que, em 2013, acabou por lhe dar a oportunidade de ser ‘Chef’ no seu Ferreira Café, em Montreal, Canadá. As votações para os Notable Awards estão a decorrer até 28 de janeiro, às 10 da manhã, e podem ser feitas em http://notableawards. com/categories/chef. Depois, é só selecionar ‘Região Quebec’ e escolher o ‘Chef’ João Dias. OBRA VAI A LEILÃO EM NOVA IORQUE NO DIA 28 DE JANEIRO Emigrante apela à compra de quadro de Josefa de Óbidos O galerista Filipe Mendes, que adquiriu uma tela da pintora Josefa de Óbidos, para doar ao Museu do Louvre, está a apelar a museus portugueses para comprarem outro quadro da artista, que vai a leilão em Nova Iorque. Filipe Mendes, que vive em Paris, disse à agência Lusa que ‘A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos’, Desde de 12 de janeiro de 1970 O que nos vai trazer o novo ano 2016? de 1678, que a Sotheby’s leva a leilão a 28 de janeiro, é a obra que formaria par com ‘Maria Madalena confortada pelos Anjos’, que arrematou, há quase um ano, também na Sotheby’s, por 269 mil dólares (238.615 euros). “Tenho contactado museus portugueses para comprarem o quadro. Quando comprei o meu, não sabia que havia outro. Sabendo que o meu vai entrar no Louvre, então os portugueses não vão comprar o seu par? A obra tem de entrar no património português e, quando há um quadro tão importante, é indispensável comprá-lo para o mostrar aos portugueses e ao mundo”, justificou o galerista. ‘A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos’ tem um valor estimado entre 200 mil a 300 mil dólares (de perto de 183 mil euros a cerca de 274 mil euros) e Filipe Mendes acredita que a obra poderá vir a interessar ao Louvre, mais tarde, já que ‘Maria Madalena confortada pelos Anjos’ poderá entrar, “em princípios de março” no museu parisiense. A pintura, adquirida pelo emigrante português em Paris, esteve em exposição no Museu da Misericórdia do Porto até 20 de janeiro, depois de ter estado em destaque na exposição «Josefa de Óbidos e a Invenção do Barroco Português», no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, de 16 de maio a 20 de setembro de 2015. UM APAIXONADO POR JOSEFA DE ÓBIDOS Filipe Mendes, de 39 anos, é um apaixonado pela obra de Josefa de Óbidos (1630-1684), a única pintora profissional em Portugal no século XVII, cujo estilo impulsionou o movimento Barroco português. O galerista tem como “sonho” a abertura de “uma sala de pintura portuguesa no Louvre, a primeira grande sala fora de Portugal no maior museu do mundo”. Mas, para já, promete contentar-se com a exposição do quadro de Josefa de Óbidos, na sala de pintura espanhola, ao lado de uma natureza morta do pai da artista, Baltazar Gomes Figueira (1604-1674), e outra de Domingos Sequeira (1768-1837), “Alegorie da fundação da Casa Pia de Belem”, que, até agora, não estava patente ao público. Filipe Mendes quer, ainda, mobilizar os emigrantes para a divulgação da arte portuguesa e está a trabalhar na criação de uma “associação para a valorização da arte portuguesa no mundo”, para restaurar e divulgar obras que estejam fora de Portugal. O galerista tem também como “projeto a preparação de uma exposição sobre pintura portuguesa e quer, ainda, mobilizar a comunidade portuguesa em França para a campanha de angariação de fundos do Museu Nacional de Arte Antiga, para a compra da tela ‘A Adoração dos Magos’, de Domingos António Sequeira - em curso no museu e em sequeira.publico.pt e patrocinar.publico.pt. p.17 COISAS DO VINHO 22 DE JANEIRO DE 2016 Vinhos & Gastronomia Tintos elegantes e robustos Os maravilhosos tintos que podem ir da forte robustez até à mais harmoniosa elegância, consoante as castas e também o “terroir” que exprime a suprema arte vínica do “saber fazer”. TINTOS ROBUSTOS Características: O vale do Douro é propício a criar este estilo de vinho. Normalmente de taninos bem presentes nos primeiros anos após a colheita, os vinhos de topo do Douro têm o seu próprio estilo, elegância e normalmente uma grande complexidade de sabores fruto da mistura de várias castas. Estes vinhos envelhecem bem: com o tempo os taninos tornam-se mais suaves e a fruta mais madura. Quanto mais alto o preço, mais deverão evoluir com a idade - mas por vezes, isto é apenas um lugar-comum. Trás-os-Montes é a região vitícola a norte do Douro, igualmente montanhosa, com as mesmas castas plantadas e também a produzir tintos robustos. A Bairrada também produz tintos robustos. Em boas colheitas, os tintos produzidos a partir da casta Baga apresentam bom corpo, elevada acidez e taninos que com o envelhecimento ganham sabores mais suaves e complexos, originando um vinho de grande singularidade. Quando e como beber: Os tintos robustos dão-se bem no Verão com caça e carnes. Os taninos dos vinhos jovens robustos parecem combinar melhor com carnes estufadas, especialmente quando o vinho tinto faz parte da lista de ingredientes. Tanto os vinhos do Douro, Trás-os-Montes e Bairrada (da casta Baga) são bons pares para certos queijos. Ambos são surpreendentemente deliciosos com queijos de cabra. TINTOS ELEGANTES Características: A altitude elevada, os solos graníticos, o clima frio e as maturações longas são as principais características da região do Dão, responsável por gerar uma grande quantidade de vinhos tintos elegantes. A Touriga Nacional é misturada com Tinta Roriz, Alfrocheiro, Jaen e outras castas, para produzir vinhos intensos no sabor, perfumados, ácidos e equilibrados. Os tintos de Palmela, na Península de Setúbal, também podem ser elegantes, quando feitos a partir da casta Castelão, que é uma casta difícil em outras regiões, mas que encontra a sua plenitude nos solos arenosos da Península de Setúbal, onde amadurece na perfeição. Quando e como beber: Estes são vinhos muito versáteis. Podem ser consumidos durante todo o ano e harmonizam na perfeição com uma grande variedade de comida, desde aves, carnes vermelhas e queijos. Principais castas a ter em atenção Como servir estes vinhos BAGA Esta é uma casta tinta predominante da Bairrada, sendo também cultivada no Dão, Estremadura e em algumas zonas do Ribatejo. É uma casta de elevada produção, com cachos de bagos pequenos e de maturação tardia. Em solos argilosos e com boa exposição solar, a Baga consegue amadurecer convenientemente e produzir vinhos muito escuros, concentrados de aroma e que podem envelhecer em garrafa durante muitos anos. TEMPERATURA Como sempre mesmo quando estamos em frente a um vinho espetacular, a forma de o servir determina tudo. CASTELÃO É uma das castas tintas mais cultivadas no sul do país e particularmente na zona da Península de Setúbal. A Castelão desenvolve-se melhor em climas quentes e solos arenosos e secos e os vinhos produzidos com esta casta são concentrados, aromáticos (framboesa e groselha) e com boas condições para envelhecer. A região da Península de Setúbal produz os melhores vinhos desta casta. Os vinhos tintos novos têm muita frescura e fruta. Ficam melhor quando bebidos a uma temperatura de cave que se situa entre os 9 e os 12 graus. Quanto aos vinhos tintos de garrafeira, tem-se recomendado servir estes vinhos à temperatura ambiente entre os 16 e os 18 graus Celsius. Contudo se estivermos em pleno Verão ou numa sala muito aquecida, esta recomendação não pode ser tomada à letra. Relativamente aos grandes vinhos tintos, devem ainda ser decantados 1 hora antes do serviço e ser servido entre 17 e 19 graus em decanter apropriado para o efeito. p.18 CARTAS DOS LEITORES em@il 22 DE JANEIRO DE 2016 Alugar um apartamento para férias ARMANDO SIMÕES MATOS - BÉLGICA MARIA NAZARÉ - ALEMANHA O batizado do neto do nosso assinante Antes de mais desejo de todo o coração um bom ano de 2016 para toda a equipa deste jornal. Tenho muita simpatia pelo vosso trabalho e pelo carinho que se sente, dedicado aos leitores. Seria possível informarem-me em relação ao aluguer de um apartamento para férias, tendo em conta que o mesmo já está instalado há vários anos e até hoje só tem servido para a família. Se tenho que dar a conhecer ao serviço das finanças, logo no início, se alugar o apartamento. Quais são as tabelas a pagar no final do ano. Como deduzir encargos e gastos com o imóvel, ou seja, tudo o que seja útil para um aluguer dentro da lei, pagando o que me compete e deduzindo o que posso deduzir. Alugar casas sem registo a turistas pode levar a coimas de quase quatro mil euros. A lei prevê registo online dos imóveis alugados temporariamente. Donos das casas têm de se coletar nas Finanças como prestadores de serviços de alojamento. Quem alugar uma casa de férias sem qualquer registo prévio na câmara municipal arrisca-se a pagar uma coima que pode ir até aos 3740,98 euros. A nova lei do alojamento local, publicada em Diário da República, abrange todas as casas e apartamentos alugados temporariamente a turistas, não só por particulares, mas também por empresas. O diploma autonomiza este tipo de alojamento, até agora regulado pela portaria 517/2008. Qualquer imóvel divulgado na internet para este fim está abrangido pelo decreto-lei. Esta atividade é enquadrada a nível fiscal como uma “prestação de serviços de alojamento”, ou seja, quem quer alugar uma casa tem de ter esta atividade aberta nas Finanças. Tudo começa com um registo online. É preciso fazer uma comunicação prévia à câmara municipal através do Balcão Único Eletrónico. Depois de submetido o pedido, cada imóvel passa a ter um número que é enviado de forma automática para o Turismo de Portugal. Esta entidade faz chegar a informação, a cada seis meses, à Autoridade Tributária. Sem este registo (gratuito) não é possível explorar estabelecimentos de alojamento local. São pedidos vários dados: desde a autorização de utilização do imóvel, até a informações pessoais de quem explora (nome, número de identificação fiscal e morada). Também é preciso enviar um termo de responsabilidade, “assegurando a idoneidade do edifício ou a sua fração autónoma para a prestação de serviços de alojamento”, cópias da caderneta predial urbana (quando o pedido é feito por alguém que é dono da casa) ou do contrato de arrendamento e dar conta da capacidade da casa ou a data pretendida de abertura ao público. Quem quiser alugar uma casa tem de manter os dados atualizados sob pena de ter de pagar coimas. O Balcão Único Electrónico emitirá, depois, um documento, o “único título válido de abertura ao público”. As câmaras municipais podem fazer vistorias às casas, tal como o Turismo de Portugal. As moradias com capacidade de dez turistas têm de cumprir requisitos de segurança, nomeadamente ter “extintor e manta de incêndios acessíveis aos utilizadores”, equipamento de pequenos socorros e a indicação do “número de emergência médica” em local visível. Quem não cumprir as regras e não registar as casas que aluga a turistas pode ter de desembolsar entre 2500 a 3740,98 euros, no caso dos particulares. Se forem empresas, os valores situam-se entre os 25 mil e os 35 mil euros. A fiscalização está nas mãos da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e da Autoridade Tributária. O aluguer de casas particulares a turistas tem crescido de forma exponencial nos últimos anos. De acordo com o Guia Fiscal 2015 da Deco, os senhorios podem deduzir, por cada imóvel arrendado, despesas comprovadas e suportadas durante o ano transato, como: pinturas interiores e exteriores, reparação ou substituição do sistema de canalização elétrico; energia e manutenção dos elevadores; energia para iluminação, aquecimento ou climatização central; gastos com porteiros e limpeza; prémios de seguro de prédios e taxas autárquicas, como saneamento e esgotos; segurança do imóvel; imposto municipal sobre imóveis. No caso do arrendamento de apartamentos em prédios que paguem condomínio, os senhorios podem também deduzir os encargos com a sua manutenção, como o seguro de incêndio ou as quotas do condomínio. As rendas recebidas e as despesas suportadas devem ser declaradas no quadro 4 do anexo F. Por oposição, existem algumas despesas que não poderão ser declaradas, nomeadamente: obras de construção que alterem a estrutura do imóvel, compra de mobiliário, custos com a certificação energética, instalação de ar condicionado e obras de valorização, como a instalação de um sistema de rega automática no jardim. Os rendimentos prediais são tributados autonomamente à taxa de 28%. Armando Simões de Matos é assinante e assíduo leitor deste jornal que o ajuda a “matar saudades “ de Portugal e a estar informado. Nasceu há 65 anos em Mortágua, na Beira Alta, e emigrou há 40 anos para Bruxelas, na Bélgica. Hoje, reformado, desempenha a profissão de motorista. É casado com uma cidadã belga, Françoise Gaye, que já fala a língua de Camões e adora Portugal. O casal veio até Lisboa para ver o jogo do seu ‘Glorioso’ e, como não podia deixar de ser, visitar a redação do seu companheiro semanal há 10 anos, o jornal «Mundo Português». Aproveitou a visita, que nos deixa sempre agradecidos, para de igual modo deixar esta fotografia que regista o momento do batizado do seu neto Samuel, de 9 meses, filho de Morgan e de Aubrey, uma luso descendente de 3ª geração com ‘costela’ belga, já que é filha de casamento misto (português/belga). A bonita cerimónia teve lugar no dia 6 de dezembro, na igreja de Wemmel. Na foto estão os irmãos do pequeno Samuel, Joaquim e Noémia. Da nossa parte deixamos os votos das maiores felicidades para esta família. Cá esperamos sempre uma visita dos nossos leitores, que gostamos de receber na nossa redação, de braços abertos. CARTAXO FONSECA - LONDRES Ser fiador! Carta por pontos já entrou em vigor? ANTÓNIO FERREIRA - FRANÇA Podiam dar-me informações sobre o que é ser fiador e problemas que nos pode trazer! Sou daqueles emigrantes que andam cá e lá e tenho carta de condução portuguesa que uso mais em Portugal, dado raramente conduzir em França. Sei que ia entrar em Portugal a exemplo de França a “carta por pontos” onde são registadas as infrações no cadastro do condutor. Podiam explicar como vai funcionar? O fiador é aquele que assume perante um credor o pagamento de uma determinada dívida, em caso de incumprimento por parte do devedor. Assim, quando aquele que contraiu a dívida não tem condições de cumprir o pagamento, a responsabilidade do fiador é ativada e, por conseguinte, pode o credor exigir o pagamento ao fiador. Compreende-se que o fiador não contraiu o empréstimo, muito menos usufruiu do dinheiro em causa, mas assumiu a responsabilidade de o pagar. Por isso, caso o devedor não cumpra com o pagamento do crédito, o fiador é chamado à responsabilidade de o fazer por ele. E este é o efetivo risco de assinar na qualidade de fiador. A carta por pontos vai entrar em vigor a 1 de junho de 2016. Assim, todos os condutores começam com 12 pontos, mas quem ainda tiver processos a decorrer será penalizado pelas novas regras. Segundo a TSF, o parecer do Conselho Superior do Ministério Público foi “contrário à ideia de uma amnistia” sendo, por isso, “possível existirem apreensões de cartas ou outros castigos” para quem tiver processos em avaliação. O novo sistema aprovado em Conselho de Ministros prevê que todos começam com 12 pontos que se perdem da seguinte forma: 2 pontos por contra-ordenação grave e 3 por uma infração muito grave. O consumo de álcool acima do permitido por lei é mais penalizado: 3 pontos para as contra-ordenações graves e 5 para as muito graves. Se em 3 anos o condutor não tiver infrações ganha 3 pontos extra - o máximo permitido é de 15 pontos. Caso perca 8 pontos será obrigado a assistir a uma ação de formação e a suportar os custos. Se forem 10 os pontos perdidos o condutor é obrigado a fazer novo exame teórico. Quem faltar a uma ação de formação ou ao exame teórico perde os 12 pontos e a carta. Segundo João Almeida, a carta por pontos vai ser aplicável às infrações rodoviárias cometidas após a entrada em vigor da lei e as infrações cometidas antes de 1 de junho de 2016 continuam a ser punidas ao abrigo do atual regime. A partir de 1 de junho de 2016, todos os automobilistas portugueses vão estar abrangidos pelo novo regime e começam do zero, sendo-lhes atribuídos 12 pontos. O QUE DIZEM DO SISAB PORTUGAL (...) O SISAB PORTUGAL, é para mim uma montra muito importante daquilo que é a indústria de alimentação e bebidas portuguesa e, portanto, uma ferramenta muito importante de construção de imagem e contacto para as marcas que se querem projetar internacionalmente (...) JOÃO GOMES DA SILVA ADMINISTRADOR DA SOGRAPE VINHOS PARA A ÁREA DO MARKETING E VENDAS (...) O SISAB PORTUGAL foi uma aposta ganha, e vamos estar na próxima edição, onde contamos receber os clientes internacionais que nos procuram ou que querem conhecer os nossos produtos e estabelecer parcerias de negócio. A nossa aposta é crescer mais na exportação já que a Beira Lamego tem qualidade, capacidade de produção e garantia de fornecimento (...) (...) Foi em 2008 que iniciámos a nossa participação no SISAB PORTUGAL. Temos tido muito boas experiências e neste momento o SISAB PORTUGAL é “a feira” em Portugal (...) NUNO JERÓNIMO DIRETOR GERAL DA FRITOFORNO BEIRA LAMEGO (...) O SISAB PORTUGAL é a melhor feira agroalimentar que se realiza em Portugal sem qualquer tipo de dúvida. Existem outras feiras mas que não têm o mesmo impacto pois são abertas a qualquer pessoa, qualquer pessoa entra, são muito genéricas, existem muitos produtos diferentes, não estão bem direccionadas. O SISB PORTUGAL é uma feira muito interessante (...) RAFAEL ABREU RESPONSÁVEL COMERCIAL DA «CEVADAS» (...) O SISAB PORTUGAL é uma feira muito bem organizada. O seu sucesso e crescimento fala por si, e nós só nos associamos ao SISAB PORTUGAL, talvez há 6 ou 7 anos. Desde essa altura temos vindo a ter uma presença assídua no certame. Portugal precisa de exportações e o SISAB PORTUGAL lidera claramente as feiras de exportação de produtos nacionais e isso é de extrema importância. Precisamos do SISAB PORTUGAL todos os anos (...) BERNARDO ALVES ADMINISTRADOR DA ADEGA MÃE 1996 2.ª EDIÇÃO Participantes exigiram um SISAB PORTUGAL realizado anualmente O SISAB PORTUGAL SEMPRE SOUBE... Já nesta edição se discutiu sobre os entraves e excesso de burocracia que dificultava as exportações. O SISAB PORTUGAL era neste aspeto a grande “pedrada no charco” Mais de vinte anos depois, continuamos a ouvir estas queixas por parte das empresas que precisam de um poder político mais ágil e colaborante... Com boa disposição, espírito de camaradagem e amizade se fazem os negócios no SISAB PORTUGAL. Sempre foi assim! As empresas expunham os produtos que tinham especificamente para a exportação... Trocavam-se cartões, conhecimentos. Eram os preparativos de muitos negócios ...E os empresários trocavam opiniões e informação sobre embalagens, transporte e packaging No ano seguinte ainda se ouviam os ecos do sucesso e originalidade do evento quando o Hotel Penta acolhia a realização da segunda edição. Um pouco mais cedo de 7 a 9 de Outubro e com um número maior de participantes, esta edição introduzia primeira e importante inovação da história de 20 anos do SISAB PORTUGAL. Os importadores vindos do estrangeiro tiveram oportunidade de degustar os produtos portugueses que lhe eram oferecidos. Foi um passo decisivo nesta importante cruzada pela qualidade do produzido em Portugal, criando assim a oportunidade para que pela primeira vez também acontecessem negócios firmes entre os participantes presentes. Para além disto debateu-se sobre a cooperação entre empresas portuguesas e os empresários portugueses espalhados pelo mundo. A burocracia e os entraves à exportação foram outros temas também abordados, assim como as grandes novidades que estavam a surgir no sector, como o caso dos produtos alimentares com Denominação de Origem. Foi também nesta edição que nasceu um dos mais importantes momentos do SISAB PORTUGAL, a apresentação individual dos participantes por país. O secretário de Estado da Competitividade, Fernando Freire de Sousa, participou nesta edição em representação do ministro da Economia, viria a destacar o sector agro-alimentar como sendo vital para a economia portuguesa. Também o secretário de Estado do Agro-Alimentar, Cardoso Leal considerou o congresso uma ideia muito positiva, destacando as oportunidades de negócio proporcionadas por este evento. Foi nesta edição que os participantes institucionalizaram a realização anual do evento e onde, pela primeira vez também se falou na participação de empresas estrangeiras. As empresas cientes da importância do SISAB PORTUGAL começavam cada vez mais a investir em marketing e imagem Mesa da sessão de abertura da segunda edição do SISAB PORTUGAL 1996 RUI NABEIRO e a sua DELTA CAFÉS uma presença desde a primeira hora que se tornou habitual Ainda em exposição linear, os produtos portugueses já começavam a despertar muito curiosidade aos compradores internacionais p.22 EMPRESAS & MERCADOS 22 DE JANEIRO DE 2016 ALBERTINO NUNES |PRESIDENTE DA ADEGA COOPERATIVA DO FUNDÃO Uma aposta forte na internacionalização dos vinhos Fundão em que a exportação já representa 30% do v A iniciativa de 30 viticultores da região da Cova da Beira em se constituir em cooperativa data de 1949, já lá vão 65 anos. Presentemente, a cooperativa conta com mil associados que se distribuem pelos concelhos de Penamacor, Fundão, Castelo Branco, Idanha a Nova, Proença a Nova e Proença a Velha, ou seja, todos os concelhos do distrito de Castelo Branco, exceto Covilhã e Belmonte. Com as suas uvas distribuídas por mais de 1500 hectares, em média, produzem 4 milhões de kg de uvas que, depois da vinificação, dão excelentes e premiados vinhos. Albertino Nunes é o presidente desta adega, com vários mandatos, estando neste último desde 2005 e conta já com mais anos de residência na cidade do Fundão que do seu concelho de Tomar onde nasceu. Na Adega, como refere em lugares de direção, “já cá ando desde 1992”. Viticultor e tendo cursado até ao 3º ano de engenharia técnica e civil, em Lisboa, trabalhando de dia como carpinteiro e estudando de noite, com largos anos de experiência na Adega, fala da mesma e regista a sua evolução que se mistura com a própria história do Fundão. Quando aqui chegou há 53 anos e tendo hoje 76 anos de idade, o Fundão não era a cidade que hoje conhecemos, sendo que a única coisa que não mudou e não muda é este microclima de uma região abençoada por Deus e que no campo vitícola proporciona que se produzam uvas que não são tão atacadas pelas pragas do míldio e oídio e que bastam dois tratamentos fitossanitários, em média, por ano para se ter uvas que se até se poderiam vir a considerar biológicas. O “fator altitude” faz com que aqui surjam “dos melhores brancos do país”. O outro segredo encontra-se no bem fazer e na experiência dos sócios, regista-nos o dinâmico presidente da adega. “De ano para ano nunca tivemos problemas de qualidade, regista Albertino Nunes, e as quantidades por vezes é que baixam, consoante as colheitas por épocas, mas a qualidade das uvas recebi- das dos nossos associados permite-nos fazer excelentes vinhos que todos os anos ganham prémios e que gozam de grande popularidade, não apenas em solo nacional, já que os mesmos se encontram de Norte a Sul,mas também nos mercados internacionais”. Na verdade, os vinhos da Adega do Fundão vão para o mundo, onde o mercado da saudade em muito contribuiu, mas há muito que os consumidores dos mercados de exportação são os naturais dos próprios países. A presença em feiras internacionais e no SISAB PORTUGAL, através da Comissão Vitivinícola da Beira Interior, tem em muito contribuído para a divulgação e promoção dos vinhos da Adega Cooperativa do Fundão. A capacidade instalada da adega para transformação de uvas é muito maior que as uvas que presentemente recebem e defende e bem o alargamento da área social da adega para poderem vir a receber mais sócios e mais uvas desta região, já que os prémios conquistados atestam bem que aqui se produzem excelentes vinhos. Com as uvas em dia pagas aos associados, os vinhos da Adega Cooperativa do Fundão já chegaram à China e com volumes de encomendas interessantes. 30% DOS VINHOS PRODUZIDOS DA ADEGA DO FUNDÃO SÃO EXPORTADOS A direção da Adega do Fundão tem feito da internacionalização dos seus vinhos uma das suas grandes prioridades e, refere Albertino Nunes, “neste momento, estamos a exportar quantidades muito razoáveis para países como a França, Polónia, Suíça, China, Guiné-Bissau, Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe. Os mercados internacionais são muito importantes para nós, pois garantem-nos pagamentos na entrega da mercadoria, o que por vezes não se verifica com um ou outro agente económico em Portugal”. Outros mercados internacionais estão em vista e as propostas a parecerias internacionais estão abertas, já que no catálogo da Adega do Fundão encontramos grande leque de vinhos premiados e isso reforça e bem a excelência dos vinhos aqui produzidos. Apesar das dificuldades do mercado nacional em absorver os vinhos que em Portugal se produzem e de alguma invasão de vinhos estrangeiros a preços concorrenciais arrasadores e de um mercado paralelo que todos sabemos que existe, mas cuja fiscalização e controle compete às autoridades pela qualidade, os vinhos aqui vinificados têm-se afirmado e com sucesso e ao longo de seis décadas e meia. A direção da Adega do Fundão aposta num crescimento sustentado e vai entretanto fazer obras, dotando as mesmas instalações - mesmo no centro do Fundão - como um património a visitar inserido na Rota dos Vinhos e no enoturismo desta região. Nos vinhos tintos, no mercado podemos encon- Albertino Nunes, presidente da Adega Cooperativa do Fun trar as marcas com a chancela da Adega Cooperativa do Fundão: Oito Bicas, Alcambar, Covas da beira, Pedra D´Hera, Alpedrinha, Praça Nova Reserva, Praça Nova Garrafeira e Fundanus Prestige. Nos brancos, o Oito Bicas, Alcambar, Cova da Beira e Pedra d´Hera e Alpedrinha. Produz ainda um jeropiga – Alpedrada e Rosé Coca da Beira Rosé. Uma aguardente envelhecida Praça Velha reforça a oferta. Fundão: recanto fértil e capital secular da Cova da Beira Terra onde a imponência das Serras da Estrela e da Gardunha se esbate por entre aldeias de sonho e cerejeiras em flor, numa das planuras mais ricas e formosas de Portugal.. A imponência natural da Serra da Gardunha não é apenas uma notável visão do granito. São belos cenários de socalcos cruzados por calçadas romanas. São recantos de arvoredos seculares de onde brotam fontes e águas que todos apreciam. São os tesouros medievais da Aldeia Histórica de Castelo Novo e são as feições artísticas e monumen- tais da vila de Alpedrinha. GASTRONOMIA O concelho do Fundão possui uma gastronomia muito rica, cheia de tradições e história. Dos enchidos à doçaria, é fácil apreciar os bons pratos da terra. Para os amantes de uma boa mesa apresentam-se, em seguida, sugestões de alguns dos pratos típicos. Como pratos principais temos: migas de grão, migas de vinha de alho, ensopado de borrego, peixinhos da horta (feijão verde albardado), feijoada de lebre, beringelas com ovos, ar- roz de tordos, arroz à moda do Fundão (arroz de espigos), bacalhão à lagareiro, cabrito assado e borrego assado; no que respeita a enchidos: chouriças, farinheiras, morcelas, mouros e buchos e, por fim, como não podia deixar de ser os doces tradicionais: arroz doce, pão-de-ló, pão leve, bolo finto, bolos de soda, bolo de sementinhas, esquecidos, biscoitos, borrachões, broas de leite, cavacas, tigelada e leite creme e, claro, sempre acompanhados pelos excelentes vinhos da Adega do Fundão, recomenda-se! A cidade do Fundão é reconhecida como núcleo urbano desde há mais de oito séculos. Entre os séculos XVI e XVIII, o Fundão viveu um dos períodos mais prósperos da sua história, aquando da expansão mercantil dos panos e da indústria dos lanifícios, a que não foi alheia a chegada no final do século XV de numerosas famílias judaicas de Espanha e, mais tarde, as iniciativas do Conde da Ericeira e do Marquês de Pombal que aqui fundou uma Fábrica Real, no edifício que é hoje a Câmara Municipal. António Freitas 22 DE JANEIRO DE 2016 da Adega Cooperativa do volume das vendas! ndão EMPRESAS & MERCADOS p.23 RICARDO CLODE BOTELHEIRO, ENÓLOGO NA ADEGA DO FUNDÃO “Os vinhos da Adega do Fundão são genuínos, com massas muito heterogéneas” Ricardo Clode Botelheiro, é o enólogo na Adega do Fundão desde Março de 2014 que nos fala dos vinhos e de si: “O Instituto Superior de Agronomia foi determinante na minha forma de estar neste mundo do vinho, a teoria, as tecnologias apreendidas e a prática através dos estágios de vindima e profissionais fizeram-me conhecer o mundo do vinho e a vontade de querer saber mais. Tive a sorte de trabalhar em várias regiões do país como a Bairrada, Colares, Alentejo e Beira Interior onde trabalhei com mestres com que tive e ainda tenho a sorte de conviver e aprender. Como experiência internacional fiz estágios de vindima nos EUA e no Chile, fundamentais para saber o que se faz lá fora, e importantes no crescimento pessoal. Nos dias de hoje faço questão de todos os anos visitar novas regiões vitivinícolas espalhadas por esse mundo e a Adega do Fundão reconhece essa necessidade e incentiva o conhecimento e aprendizagem, pois num mundo tão competitivo temos que procurar estar na vanguarda do conhecimento. VINHOS ÚNICOS, ELEGANTES E SEMPRE GASTRONÓMICOS. Os vinhos da Adega do Fundão são genuínos, com massas muito heterogéneas. Quentes e muito frutados quando originários do sul da Gardunha e elegantes e discretos na Cova da Beira. A maior aposta da Adega do Fundão continua a ser nas castas regionais. No caso dos brancos com a Fonte Cal, Síria e Fernão Pires normalmente muito bem acompanhadas com o Arinto. São vinhos frescos e aromáticos com uma notável capacidade de envelhecimento. Nas castas tintas mais uma vez as castas regionais continuam a ser aposta forte como a Trincadeira, Rufete, Bastardo, Marufo, Jaen seguidas pela Tinta Roriz e Touriga Nacional. Vinhos únicos, elegantes e sempre gastronómicos. Os vinhos da Adega do Fundão têm como bandeira a baixíssima aplicação de fitofármacos nas vinhas já que se contam pelos dedos das mãos os anos com mais que duas aplicações.” PUB p.24 EMPRESAS & MERCADOS 22 DE JANEIRO DE 2016 BEIRA VICENTE SA “Àguas da Fonte da Fraga da nascente para a mesa do consumidor” (...) o nosso futuro passa p mensagem da origem da n pela valorização deste patr da Gardunha onde a água A Serra da Gardunha é um braço da Serra da Estrela com cerca de 20 Km de comprimento e 1224 metros de altura, dominado pelo granito. Situa-se na Beira Baixa, no maciço de Entre Douro e Tejo e entre os rios Pônsul e Zêzere. Nela nasce o rio Ocresa, um dos afluentes do Tejo. A Gardunha continua a ser um refúgio de beleza ímpar, onde a natureza intocada abraça o amanhecer e o crepúsculo. As sombras e a água abundante são elementos que não faltam nesta magnífica serra. Esta zona é a capital da produção de cereja em Portugal, com destaque para as freguesias de Alcongosta e Souto da Casa. Na encosta sul, na Freguesia de São Vicente da Beira existe uma exploração de água de nascente natural - as Águas Fonte da Fraga que fomos conhecer. Brotando de nascentes naturais e de furos e captada a 800 metros de altitude, sem tratamento algum, ou contacto com quem a engarrafa, as águas Fonte da Fraga, são conduzidas por gravidade, desde a captação, à moderna unidade de engarrafamento que se situam no Casal da Fraga, mesmo à “beirinha” da outrora vila e hoje pitoresca freguesia de S. Vicente da Beira. Aqui nasceu há 86 anos José Francisco Matias que aqui criou os seus oito filhos, os educou e ensinou a amar as coisas da terra e o que ela oferecia. De negociante de fruta que levava para o mercado da Covilhã a produtor que transportava para Lisboa e a industrial da PUB Desde 12 de janeiro de 1970 Sempre na linha da frente com o que temos de melhor... PUB p. 15 LUSO DESCENDENTE DAVID NUNES É o novo presidente da sub- comissão para o Comércio no Congresso norte-americano p. 8 PORTUGAL DE BRANCO Caíu o primeiro nevão e fechou estradas e escolas... edição 1688 1,20 Euro 1 de Fevereiro 2013 a 7 de Fevereiro de 2013 www.mundoportugues.org Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida [email protected] NÚMERO DE FUTEBOLISTAS PORTUGUESES QUE EMIGRARAM AUMENTOU p. 2, 3 e 4 Portugal continua a exportar craques para todo o mundo DESPISTE DE AUTOCARRO NA SERTÃ p. 7 11 mortos e 33 feridos seis dos quais com gravidade MORREU JAIME NEVES p. 9 O herói do 25 de Novembro de 1975 em Portugal ACIDENTE FERROVIÁRIO p. 10 Um autêntico milagre não ter havido vítimas mortais p. 16 e 20 Vinhos premiados querem exportar mais para mercados internacionais UDACA A região do “Dão” tem de voltar a estar na moda PELO MUNDO p. 11 e 15 REP. CHECA atrai estudantes e jovens trabalhadores portugueses CANADÁ portugueses estão integrados e têm “papel político”... MOÇAMBIQUE Portugal trabalha com autoridades locais para resolver problemas de vistos MÚSICA PORTUGUESA p. 32 - Maria Mendes apresenta novo trabalho no Brasil - Marco Rodrigues leva fado à Índia PUB EMPRESAS & MERCADOS ADEGA DE PALMELA panificação. A água que nascia nos 100 hectares que possuí na Serra da Gardunha aos quais juntou mais 100 adquiridos já pela empresa prefaz os 200 hectares, foram este motivo e o conselho dos amigos que o levaram a apostar na comercialização e na criação de uma marca que não podia ter outro nome FONTE DA FRAGA, a fonte a nascente – e a Fraga a aldeia. Assiste apesar de muitas dificuldades, com sucesso ao crescimento da empresa, que hoje continua a ser uma empresa com alguma componente familiar onde seus filhos são responsáveis pela parte financeira e direcção comercial, e o seu neto por toda a àrea de engarrafamento, neste momento sociedade anónima, em que o accionista Fernando Rodrigues, com a maioria do capital presentemente, colocam na mesa do consumidor uma água de nascente, natural, bacteriologicamente pura, sem tratamento algum e que se bebe com prazer. Luís José Matias, director comercial fala-nos da Beira Vicente SA e das Águas Fonte da Fraga. MP- Tudo isto começou com seu pai. Conte-nos um pouco a história Luís José Matias – Começou com meu pai em 1999 em que começamos a construção desta unidade de engarrafmento que em 2006 foi alvo de grandes investimentos de modernização. A história, tudo começou na fruta em que o meu pai comprava pomares de fruta e a ia vender ao mercado da Covilhã, montou depois uma padaria e com a evolução do tempo, plantou pomares seus, e para regar as árvores comprou 100 hectares na Serra da Gardunha. Aos fins de semana, os amigos que vinham aqui conviver, entre eles o antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia da É nesta natureza virgem da Serra da Gardunha que nascem as Águas Fonte da Fraga Covilhã e que bebiam a água, não se cansado de elogiar as suas propriedades e qualidade. Devido às nascentes que tinha e a abundância da mesma, começaram a aliciá-lo para começar a comercializar a mesma. Começaram as análises, todo o processo, de licenciamento que é complexo e nasceu a FONTE DA FRAGA. Nasce a empresa Beira Vicente que nasceu sempre com a família como maior acionista e em 2001 a mesma marca e a água aparece junto do consumidor. Rapidamente a mesma, foi aceite pelo consumidor e o Lidl na altura começou a comercializar a nossa água. Hoje a empresa tem um maior accionista no seu seio, Sr. Fernando Rodrigues que é uma referência a nível de águas de mesa e termais em Portugal e temos produto neste caso água em abundância, com alta qualidade, pura, que vendemos e que podemos aumentar em muito mais a nossa capacidade de produção, costuma-se dizer que o principal bem das empresas são as pessoas mas aqui o principal bem vem da natureza. MP- Embalam mono produto? Luís José Matias- Sim e chegamos ao consumidor em garrafas a 0,33, meio litro, 1, litro, 5 litros e 6 litros. Estamos numa zona privilegiada e temos água de alta qualidade. A aceitação do público consumidor que através dos nossos parceiros distribuidores tem alavancado a empresa que emprega 40 pessoas e estamos assim muito bem im- (...) Procuramos parceiros de negócio que apostem na qualidade das águas(...) plantados no mercado nacional. A implantação da marca sustentou o crescimento desta empresa e hoje já os consideramos parceiros do negócio. Como sabe estamos num mercado concorrencial muito forte devido à industria cervejeira e que embala águas mas o nosso futuro EMPRESAS & MERCADOS por passar a nossa agua e rimónio na serra nasce (...) passa por passar a mensagem da origem da nossa agua e pela valorização deste património na serra da gardunha onde a água nasce. Créditos Fotos: António José- (c) CPJ 1437 MP- Para além do mercado nacional a àgua Fonte da Fraga é exportada? Para que mercados? Luís José Matias – Exportamos para França, Bélgica, Londres, Alemanha, Cabo Verde, estamos em Macau há muitos anos, Angola, China e Espanha com garrafões de 18 litros para o ramo dos escritórios. O crescimento da empresa passa pela exportação e estamos a trabalhar em todas as vertentes e a tentar aproveitar as oportunidades que nos surgem, a trabalhar a 30% da capacidade de captação e engarrafamento. Procuramos parceiros de negócio que apostem na qualidade das águas. A nossa responsabilidade social, passa pelas 40 pessoas, aqui da aldeia que empregamos, é aqui que a água nasce, que é embalada sem contacto com os operadores, em sistema automizado e precisamos dos funcionários para alimentarem as máquinas que desde a feitura da embalagem, por extrusão ao seu enchimento de água pura e expedição. Andamos na casa dos 60 milhões de litros de água que embalamos e reafirmo que uma coisa é captar água na Serra da Gardunha, outra é captar noutros pontos que não tem uma natureza virgem, como aqui se encontra. Temos qualidade e temos preço e convidamos o consumidor a apreciar a qualidade destas águas da Fonte da Fraga. MP- O Futuro Luís José Matias – Embora a Empresa já seja certificada vamos iniciar agora para outra fase de certificação mais avançada e continuar a trabalhar para criar condições para um crescimento sustentado nunca fechando oportunidades de negócio que possam contribuir para o desenvolvimento da Empresa! PUB 22 DE JANEIRO DE 2016 p.25 p.26 ATUALIDADE 22 DE JANEIRO DE 2016 TAP INVESTE EM MELHOR SERVIÇO E REFORÇA COMPETITIVIDADE TAP ganha asas, nova frota e uma “ponte aérea” TAP Express substitui marca PGA (Portugália) a partir de 27 de março. A companhia vai ter até julho uma frota totalmente renovada e composta por 17 aviões, mais um do que atualmente. Com esta frota, a TAP Express será a mais eficiente companhia regional da Europa. Porto ganha “Ponte Aérea” para Lisboa e mantém voos intercontinentais. A nova frota permite à TAP oferecer uma “Ponte Aérea” que liga o Porto e Lisboa com voos de hora a hora, a partir de 39 euros. Este modelo é, aliás, praticado em muitos países entre as suas principais cidades. ANTÓNIO FREITAS Em conferência de imprensa realizada no Hangar 5 da TAP, em Lisboa, o empresário David Neeleman, na presença dos vários órgãos de comunicação social, defendeu que “a gestão é o mais importante” na TAP, desvalorizando a questão da titularidade da maioria do capital na companhia aérea, que deverá voltar para as mãos do Estado, como muito se tem falado e como quer o atual governo liderado por António Costa desde que tomou posse. “A gestão é o mais importante. Se podes tomar decisões é a coisa mais importante. Já disseram os membros do Governo com quem se tem vindo a reunir que estão felizes com o que trouxemos à TAP”, declarou o empresário que detém, juntamente com Humberto Pedrosa da “Barraqueiro”, 61% do capital do grupo TAP. David Neeleman explicou que, mesmo que a maioria do capital da TAP volte a ser público, “o dia-a-dia não vai mudar”, realçando que “o Governo gosta da estratégia” que estão a adotar para a empresa. Antes, em conferência de imprensa, o Presidente Executivo da TAP, Fernando Pinto, anunciou que a Portugália (PGA), a transportadora regional do grupo TAP, em tempos idos do BES, vai passar a chamar-se TAP Express e até julho vai ter a frota totalmente renovada com 17 aviões. “A nossa vida do dia-a-dia não vai mudar”, refere David Neeleman. “Não vejo problema”, quando questionado sobre a possibilidade de o consórcio passar a ser minoritário e refere que o Estado maioritário até tem a vantagem de poder Desde 12 de janeiro de 1970 PUB 46 anos a unir os portugueses através da língua portuguesa ajudar na injeção de capital na transportadora. “Nós precisamos de injetar muito dinheiro nesta empresa que precisa de muito capital. Já colocámos, mas precisa de mais. Se o Governo quiser ajudar, tudo bem”, acrescentou. Também o acionista português, o empresário Humberto Pedrosa, da Barraqueiro, considerou que a pretensão do Governo socialista não é um problema, repetindo que “em primeiro lugar está o futuro da TAP”. Pedrosa acredita mesmo que o fim das negociações com o ministro Pedro Marques, que está a liderar este processo, sejam rápidas: “Provavelmente durante o mês de fevereiro deverá estar fechado”. Quanto aos termos do acordo para as alterações acionistas, Humberto Pedrosa revelou a “disponibilidade de ambas as partes de discutir o assunto”. “Está tudo em cima da mesa. Se calhar tem que haver cedências de ambos os lados. Só estamos preocupados com a TAP. Nós, privados, e o Estado só estamos preocupados com a TAP” e refere que não são necessários tribunais. Edição 1770 1,20 Euro 29 de agosto 2014 a 4 de setembro de 2014 www.mundoportugues.org Diretor: Maria da Conceição Granado de Almeida Forte preseNÇa Na peregriNaÇão das MigraÇões [email protected] p. 2 e 3 Fátima sempre no coração dos emigrantes portugueses ViaNa do Castelo p. 6 Um milhão e setecentas mil pessoas passaram ao longo dos dias pela Romaria da Senhora da Agonia Festas de s. BartoloMeu do Mar “Afogar o medo” e “afugentar o diabo” custa três mergulhos e uma galinha preta... p.8 aÇores Festival de parapente levou a S. Miguel mais de uma centena de praticantes p. 10 p. 26 e 27 eNtreVista «saNdra & riCardo» porto portugal está dentro de nós e em tudo aquilo que fazemos... Dia mundial da fotografia assinalado com exposição “Porto na Avenida” p.11 «portugal FarM» rádio altitude p. 14 Quarenta anos ao serviço dos ouvintes da comunidade em Clermont-Ferrand Benfica vence no regresso ao Bessa SISAB PORTUGAL é peça fundamental para a internacionalização dos azeites que produzimos O Benfica voltou ao estádio do Bessa para disputar um jogo da liga portuguesa. O reforço Eliseu marcou o golo da vitória encarnada.... Torre do Castelo de Almourol reabriu ao público após obras de beneficiação p.33 liga portuguesa p. 26 Vila NoVa da BarQuiNHa p. 34 PUB Entrevista com José Santos diretor da primeira rádio de língua portuguesa em França... p. 20-21 Entrevista com o CEO JOÃO MACIEL FILIPE Com vinte anos de carreira musical na Venezuela, este duo de irmãos luso-descendentes não esquece Portugal, onde retornam sempre que podem... p. 12 EDPSURFSPOT Queres ter uma aula de SURF gratuita? Vamos surfar com a energia da EDP. Informa-te: www.edp.pt | www.vivaasuaenergia.pt EDP, a energia oficial do desporto. TAP EXPRESS E PONTE AÉREA COM O PORTO Por sua vez, o presidente da TAP, Fernando Pinto, anunciou que a companhia vai ter até julho uma frota totalmente renovada e composta por 17 aviões, mais um do que atualmente. Os novos aviões estão avaliados em 400 milhões de euros. Com esta frota, a TAP Express será a mais eficiente companhia regional da Europa. A TAP Express uniformiza a imagem comercial da companhia aérea portuguesa e reforça a sua identidade operacional, garantindo uma maior consistência da marca e do produto. Esta nova frota permite melhorar significativamente o serviço aos clientes, tanto no conforto, como na regularidade e pontualidade da operação. Com oito aeronaves ATR72 para 70 passageiros e nove aviões Embraer190 com capacidade para 110 passageiros, Fernando Pinto, Presidente Executivo da TAP, juntamente com David Neeleman e Humberto Pedrosa, consórcio Gateway David Neeleman tira a selfie antes da conferência de imprensa o número de lugares oferecidos é superior em 47% face à frota atual. A idade média da frota ao serviço da TAP Express passa agora a ser de 2 anos, que comparam com os 21 anos de idade média da frota que servia a operação da PGA. Os ATR72 são considerados atualmente a aeronave mais silenciosa e eficiente do mercado. Pelo seu lado, os Embraer190, cuja configuração disponibiliza confortáveis assentos em filas de 2 mais 2 lugares são apontados pelos passageiros como o avião mais confortável no seu segmento de mercado. A integração destes aviões na frota em tão curto espaço de tempo só foi possível graças à cooperação existente entre a TAP e a Azul, que se tem traduzido em diversas sinergias de que aproveitam ambas as companhias. A nova frota permite à TAP oferecer uma “Ponte Aérea” que liga o Porto e Lisboa com voos a toda a hora, a partir de 39 euros. A “Ponte Aérea” oferece 16 voos diários de ida-evolta entre Porto e Lisboa, utilizando os novos aviões TAP Express. A “Ponte Aérea” vai beneficiar significativamente os clientes do Norte do País nas ligações ponto- a-ponto a Lisboa, oferecendo-lhes ainda melhores ligações para toda a Rede TAP. Além de se manterem a partir do Porto ligações diretas à Madeira e a importantes cidades europeias, mantém-se igualmente a operação de Longo Curso com voos para Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro. É ainda reforçado, num total de 124, o número de frequências semanais para os destinos operados. Estas mudanças traduzem-se em maiores vantagens para os passageiros da TAP, que beneficiam de um produto mais consistente, com mais serviços e maior conetividade. Desta forma, a operação da TAP ganha mais consistência. Na apresentação destas novidades, Fernando Pinto, Presidente Executivo da TAP, considerou que “a TAP vive dias históricos, que nos permitem desenvolver uma TAP cada vez mais moderna e competitiva. Os investimentos já em curso incluem a encomenda de 53 novos aviões, 60 milhões de euros na modernização dos interiores da atual frota, 11 milhões na introdução de dispositivos sharklet em 12 aviões da família A320, 2 milhões numa nova plataforma digital de reservas”. PAULO GONÇALVES JÁ PENSA NA PRÓXIMA EDIÇÃO Já a pensar no próximo Dakar... Paulo Gonçalves foi forçado a abandonar o Dakar, depois de uma grave queda que o deixou inconsciente e obrigou a tratamento médico. O piloto já está em Portugal e foi recebido no aeroporto Francisco Sá Carneiro por muitos amigos e familiares. Recuperado do susto, deixou a promessa de voltar em 2017. O ‘motard’ Paulo Gonçalves, que durante quatro etapas liderou o Dakar2016 e que abandonou a prova devido a uma queda, formulou o desejo, entre críticas à organização do rali todo-o-terreno, de começar a trabalhar para fazer melhor na próxima edição. À chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, onde várias dezenas de apoiantes o esperavam, Paulo Gonçalves reconheceu que ainda hoje não sabe porque é que sofreu uma dupla penalização na etapa maratona, em que teve alguns problemas. “A organização achou que a primeira penalização não era suficiente para me afastar da luta e a segunda, essa sim, era suficiente para em afastar do pódio e foi o que acabou por acontecer”, disse Paulo Gonçalves, reconhecendo que foi obrigado a arriscar. O piloto natural de Esposende, de 36 anos, recordou que colocou um recurso à penalização, do qual desconhece o resultado, dado, entretanto, ter sofrido a queda que o deixou inconsciente e que o obrigou a abandonar e a regressar mais cedo. “Senti-me prejudicado, porque deixei de poder discutir uma posição no pódio e tentei arriscar mais, dado que havia pouco para proteger. Tentei ganhar etapas, porque as prioridades ficaram alteradas, mas foi uma estratégia que não correu bem”, adiantou. Paulo Gonçalves, que conquistou o segundo lugar na edição de 2015 do rali e que se sagrou campeão mundial de todo-o-terreno em 2013 e vice em 2014, reconheceu que foi esse arriscar que ditou o acidente e o abandono, mas defende que não se arrepende de praticamente nada do que fez nesta corrida. “As coisas estavam bem encaminhadas. Estive quatro dias na frente, cheguei ao dia de descanso na liderança, mas a queda no primeiro dia da segunda semana de competição e, posteriormente, o problema no motor afastaram-me praticamente da possibilidade de vencer”, considerou. O piloto reconheceu que, face às contrariedades sofridas, mudou um pouco a estratégia, correndo mais riscos, mas tal acabou por não dar bom resultado, pois acabou por cair, com perda de consciência e a ter que abandonar. “Acabei por não poder terminar, mas é bom poder regressar e contar estas histórias e poder, muito em breve, voltar ao trabalho e no próximo ano trazer a alegria que este ano não trouxe”, adiantou. Para Paulo Gonçalves, “o Dakar é um desafio constante e um sonho”. “Temos de nos superar todos os dias. Esta foi a minha décima participação e nenhuma foi igual. Isso diz muito da prova”, frisou. O piloto luso esteve ainda em destaque ao parar a sua Honda durante o trajeto para socorrer o acidentado Matthias Walkner, seu adversário da KTM, numa altura em que ainda liderava a prova, dando mostras de raro ‘fair-play’. “Qualquer um teria feito o mesmo. É uma situação relativamente normal. Outros já me ajudaram em situações idênticas e ali foi um ato normal e natural. É a magia do Dakar”, sublinhou. Apesar da desistência, o piloto luso assegurou ter regressado com o sentido de dever cumprido, quase justificando a receção calorosa no aeroporto. “Sentiram que dei o meu máximo e não se sentiram desiludidos. Acho que se sentiram orgulhosos de mim e de todos os portugueses. Não houve nenhuma desilusão de entre todos os portugueses que estiveram este ano no Dakar”, finalizou. MENSAGEM DEIXADA NO FACEBOOK «Terminei da pior forma este Dakar 2016, ao que parece tive uma queda forte, a verdade é que não me recordo do que se passou, disseram-me que consegui seguir com a mota até uma zona de público e ambulâncias. É um Dakar que termina da pior maneira, é lamentável para mim, para a equipa, merecíamos muito mais. Mas a competição é assim, algo não estava a ir bem nos últimos dias, termino da pior maneira mas é preciso seguir em frente e pensar que em breve voltaremos a competir.» p.27 FOTOGRAFIA FACEBOOK OFICIAL PAULO GONÇALVES DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 “Acabei por não poder terminar, mas é bom poder regressar e contar estas histórias e poder, muito em breve, voltar ao trabalho e no próximo ano trazer a alegria que este ano não trouxe”, disse o piloto português. PUB p.28 DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 TAÇA DE PORTUGAL Pronúncia do norte FC Porto, Sporting de Braga, Rio Ave e Gil Vicente formam o quarteto que irá decidir, em jogos a duas mãos, em fevereiro, as duas equipas que avançam para a final no Estádio Nacional, na segunda mais importante prova do futebol português. A Taça de Portugal vai, este ano, ser conquistada por uma equipa da região do Porto ou do Minho, com as últimas equipas do sul e insulares a caírem nos quartos de final da competição. FC Porto, Sporting de Braga, Rio Ave e Gil Vicente - o ‘sobrevivente’ da II Liga - formam o quarteto que irá decidir, em jogos a duas mãos, em fevereiro, as duas equipas que avançam para a final do Estádio Nacional, na segunda mais importante prova do calendário português. Com as eliminações prematuras do Sporting, detentor do troféu e líder isolado do campeonato, e do Benfica, os ‘dragões’ passam a ser a equipa mais cotada em prova, mas o último dos três ‘grandes’ na corrida teve muito mais dificuldades do que as que esperava para passar no Bessa. Depois dos 5-0 em jogo da 17ª jornada do campeonato, contra o mesmo adversário, o FC Porto não foi além de 1-0, com um golo do argelino Brahimi, aos 24 minutos, beneficiando de um penálti desperdiçado pelos ‘axadrezados’, aos 90+5. Uma carga ilegal de Martins Indi sobre o jovem brasileiro Douglas Abner justificou o castigo máximo, que Abner, muito nervoso, atirou de forma a permitir a defesa de Helton. O Sporting de Braga, finalista vencido em 2015, é o outro forte candidato a marcar presença no Estádio Nacional, depois de um triunfo claro por 2-0 sobre o Arouca. Com dois golos em três minutos - Hugo Basto na própria baliza, aos 57, e Stojiljkovic, aos 60 -, os ‘arsenalistas’ ganharam Desde 12 de janeiro de 1970 Há 46 anos a apoiar os atletas portugueses O Sporting esteve a perder por 2-0, mas deu a volta ao resultado e venceu por 3-2 com o golo da vitória a ser marcado aos 90 minutos no estádio municipal de Braga, como se esperava, e vão reencontrar o Rio Ave, a 1 de fevereiro (em casa) e 29 de fevereiro (em Vila do Conde). O Rio Ave, que na I Liga segue em sexto e luta pelo acesso à Liga Europa, também não descurou a Taça de Portugal e impôs-se ao Estoril-Praia por 3-0, assegurando a terceira presença consecutiva nas ‘meias’. Um golo de Tarantini, logo aos seis minutos, permitiu que a equipa vila-condense chegasse ao intervalo já em vantagem, tendo Krovinovic, aos 53, e Edimar, aos 76, confirmado a vitória da equipa da região do Porto. Apesar de estar na II Liga (atual quinto classificado), o Gil Vicente confirmou que continua a ser uma equipa de bom nível e impôs-se com toda a justiça ao Nacional, do primeiro escalão, que, no entanto, terá acusado al- gum cansaço por ter jogado na segunda-feira para a I Liga. O jogo terminou com 1-0 para a equipa de Barcelos, com o único golo a ser marcado pelo defesa cabo-verdiano Pecks, aos 31 minutos. O próximo adversário do Gil Vicente é o FC Porto, com a primeira mão em Barcelos e a segunda no ‘Dragão’. As meias-finais, a duas mãos, começam a 3 de fevereiro. FC PORTO Lopetegui diz que “ainda havia tempo” O treinador espanhol Julen Lopetegui, dispensado do FC Porto depois do empate em casa com o Rio Ave, divulgou uma “carta de despedida” na qual afirma que “ainda estava a tempo e com possibilidade de atingir os objetivos” do clube no futebol português. Na sua página oficial na internet e nas redes sociais, o técnico assume ter “chegado o momento” de “separar os caminhos” entre si próprio e o clube, razão pela qual pretendeu “expressar várias ideias de forma pública”. Lopetegui agradece ao FC Porto e, “em especial, ao seu presidente” pela “experiência maravilhosa e exigente”, sublinhando o momento da cisão: “Ainda estávamos a tempo e com possibilidade de atingir os objetivos pelos quais havíamos lutado”. “Confiávamos absolutamente nisso e lamentamos ver-nos afastados a meio do caminho”, diz o técnico basco, de 49 anos, que recorda os “bons momentos e noites inesquecíveis no Estádio do Dragão”, ao longo da época e meia em que representou o FC Porto. Lopetegui afirma-se ainda de “consciência tranquila” por ter “investido a alma numa entidade com uma história tão brilhante” e por ter ajudado a que “a sociedade [SAD] crescesse, que fosse rentável e que garantisse o futuro”. “Para muitos treinadores é complicado que a maior parte dos jogadores mais utilizados saiam no final da época, mas isso significa que renderam ao mais alto nível e, mais do que os egoísmos, sempre tive na ideia procurar o melhor para a gestão do FC Porto”, escreve, ainda, a propósito da perda de futebolistas de uma época para a outra. Depois de não ter conquistado qualquer título na sua primeira época, Lopetegui deixou o clube ‘azul e branco’ na terceira posição do campeonato, a quatro pontos do líder Sporting, qualificado para os quartos de final da Taça de Portugal e ainda presente na Taça da Liga. Nas competições europeias, o FC Porto não passou aos oitavos de final da Liga dos Campeões e foi relegado para a Liga Europa. “Recebemos, esta época, muitos jogadores novos, muitos deles jovens, que estão a crescer e a adquirir o ritmo competitivo que o clube requere”, acrescentou o treinador, justificando alguma fragilidade do plantel. Acaba a destacar a “atitude exemplar” de todos os jogadores, a forma como se sentiu “em casa” na cidade e a desejar “toda a sorte do Mundo ao FC Porto”. DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 PUB DRAGON FORCE BRADFORD-TORONTO “Dragon Force” chega ao Canadá para criar novos “dragões” A Dragon Force Bradford - Toronto, um projeto dedicado à formação de novos atletas, arrancou em setembro de 2015. Cinco meses depois, já tem cerca 150 atletas. FOTOGRAFIA FACEBOOK OFICIAL DO DRAGON FORCE BRADFORD – TORONTO FOTOGRAFIA FACEBOOK OFICIAL DO DRAGON FORCE BRADFORD – TORONTO O Dragon Force Bradford – Toronto, escola de futebol internacional criada pelo FC Porto, chegou ao Canadá para “deixar a sua marca de qualidade e conquistar novos adeptos”, disse à agência Lusa um dos responsáveis do projeto. “Alguns alunos já eram portistas, mas agora, com este projeto, o número de adeptos aumentou. Esta é também uma maneira de se formarem e de terem conhecimento do que se passa em Portugal, pois muitos canadianos não tinham ligação ao FC Porto”, afirmou Luís Andrez, da direção da Dragon Force Bradford - Toronto. O professor de educação física, de 34 anos, reconheceu que a liga inglesa tem tido mais projeção do que a liga portuguesa, com clubes que atraem muitos jovens, como é o caso do Manchester United, mas com o projeto da escola no Canadá, o futebol português e o próprio FC Porto ficam como uma “maior projeção” no continente norte americano. A Dragon Force Bradford - Toronto, um projeto dedicado à formação de novos atletas, tem já no país norte americano cerca de 150 atletas, tendo arrancado com os seus trabalhos em setembro de 2015, mas a abertura oficial terá lugar, este sábado, em Bradford, no sul do Canadá, a norte de Toronto. “Pretendemos formar jogadores profissionais, mas acima de tudo, queremos dar uma oportunidade para que os nossos atletas tenham aquela paixão para o futebol. Inicialmente, não os queremos enviar para as escolas do FC Porto, mas sim pretendemos que cresçam e façam a diferença no Canadá”, sublinhou o luso-canadiano. Luís Andrez pretende um dia “ter um craque luso-canadiano, ou canadiano” formado no Canadá, para o poderem enviar para Portugal, também para crescer como jogador. Para já, aquela escola de futebol “não pretende ‘exportar’ jogadores para a Europa”, pois os atletas canadianos são “especiais” e só quando estiverem prontos é que irão para o Porto. “Estamos a fazê-lo muito cuidadosamente, com tempo, porque os jogadores canadianos têm características diferentes, mas falta-lhes alguma experiência. Quando lhes incutirmos isso, então, eles estarão prontos”, frisou. p.29 p.30 DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 LIGA PORTUGUESA Sporting escorrega em casa e tem Benfica a dois pontos O Sporting escorregou na 18ª jornada ao empatar com o Tondela em casa. O Benfica aproveitou e colocou-se a dois pontos do seu rival ao vencer o Estoril-Praia. Já o FC Porto voltou a perder, desta vez em Guimarães, e está agora a cinco pontos do líder. O FC Porto perdeu o ‘comboio’ da frente da I Liga, ao perder por 1-0 com o Vitória de Guimarães, naquele que foi o único triunfo da equipa da casa até ao momento na 18.ª jornada. Numa jornada que começou com o empate do Sporting com o Tondela (2-2), os ‘dragões’ não souberam imitar o Benfica e, ao invés de diminuírem a diferença para o líder, aumentaram-na, muito por demérito de Iker Casillas. O guarda-redes espanhol deixou muito a desejar no lance do único golo do encontro, ao deixar escapar uma bola que Bouba Saré, aos quatro minutos, não desperdiçou para garantir a única vitória caseira da jornada, disputados oito dos nove jogos. A derrota do FC Porto torna-se ainda mais curiosa por ter sido às mãos de Sérgio Conceição, aquele que, nos últimos dias, tem sido insistentemente apontado como O Sporting recebeu o Tondela, último classificado, e não foi além do empate o futuro técnico ‘azul e branco’ e que, depois do apito final, foi rodeado num abraço pelos seus jogadores. Os portistas perderam pela segunda vez no campeonato e pela primeira sob o comando do treinador interino Rui Barros e desperdiçaram a oportunidade de igualar o Benfica no segundo lugar, uma vez que mantêm os 40 pontos, menos três do que os ‘encarnados’, e de se aproximarem do Sporting, primeiro com 45 pontos. Exceção feita ao Vitória de Guimarães, que agora é sexto, com 26 pontos, a 18.ª foi uma jornada propícia aos visitantes na I Liga, uma jornada em que a teórica vantagem do fator casa se converteu num desilusão para o Nacional, Arouca e Rio Ave, derrotados nos seus estádios, respetivamente por Sporting de Braga, Moreirense e Belenenses, sempre pela margem mínima. Foi o Sporting de Braga a equipa que mais perto esteve de um triunfo forasteiro mais dilatado, mas os últimos minutos do encontro com o Nacional, no Fun- Com o desaire na cidade minhota, os Dragões atrasaram-se na corrida ao título chal, foram uma aflição para o quarto classificado, que acabou por vencer por 3-2. Boly esteve no melhor e no pior dos bracarenses, marcando o primeiro golo do encontro, aos Os encarnados estão agora a dois pontos do Sporting, depois da vitória em casa do Estoril-Praia PUB 20 minutos, e cometendo a grande penalidade que lhe valeu a expulsão e o golo do empate aos insulares, após conversão bem-sucedida de Willyan, aos 25. A expulsão de Zainadine, aos 57, deixou as equipas em igualdade numérica e permitiu aos bracarenses soltarem-se. O efeito do equilíbrio foi imediato, com Pedro Santos, aos 59, e Stojiljkovic, aos 77, a entregarem o triunfo aos visitantes. No entanto, o golo de Salvador Agra, aos 85, ainda fez estremecer o quarto classificado do campeonato, que segurou os três pontos (soma agora 32) para se distanciar do seu perseguidor mais direto, o Paços de Ferreira, que tem 29. O Nacional é 15.º, com 17. Mais surpreendente terá sido a primeira vitória como visitante do Belenenses, que foi a Vila do Conde ganhar ao Rio Ave, por 2-1. Filipe Ferreira colocou os ho- DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 P J V E D GOLOS 1º SPORTING 45 18 14 3 1 37-11 2º 3º BENFICA FC PORTO 43 40 18 18 14 12 1 4 3 2 47-12 36-11 4º SP. BRAGA 32 18 9 5 4 28-13 5º P. FERREIRA 29 18 8 5 5 26-19 6º VITÓRIA SC 26 18 7 5 6 23-26 7º RIO AVE 25 18 7 4 7 27-26 8º FC AROUCA 24 18 5 9 4 23-21 9º VITÓRIA FC 22 17 5 7 5 28-30 10º MARÍTIMO 21 18 6 3 9 26-36 11º BELENENSES 21 18 5 6 7 22-37 12º ESTORIL PRAIA 20 18 5 5 8 15-21 13º 14º MOREIRENSE 20 20 18 5 5 5 5 8 8 21-28 11-22 17 18 18 17 18 4 5 9 19-26 4 2 5 4 9 11 17-32 9-27 2 3 13 12-29 15º U. MADEIRA NACIONAL 16º 17º A. ACADÉMICA BOAVISTA 18º TONDELA 17 10 9 18 18ª JORNADA 19 ª JORNADA SPORTING - TONDELA, 2-2 ACADÉMICA - P. FERREIRA, 1-1 MARÍTIMO - UNIÃO DA MADEIRA, 0-1 ESTORIL-PRAIA - BENFICA, 1-2 RIO AVE - BELENENSES, 1-2 AROUCA - MOREIRENSE, 1-2 NACIONAL - SP. BRAGA, 2-3 V. GUIMARÃES - FC PORTO, 1-0 BOAVISTA - VIT. SETÚBAL SEXTA-FEIRA, 22 JANEIRO V. SETÚBAL – ACADÉMICA, 20:30 (SPORT TV) SÁBADO, 23 JANEIRO MOREIRENSE - ESTORIL-PRAIA, 16:00 U. MADEIRA – NACIONAL, 16:15 (SPORT TV) BENFICA - AROUCA, 18:30 (BTV) P. FERREIRA - SPORTING, 20:45 (SPORT TV) mens do Restelo em vantagem aos 12 minutos, cabendo a Ukra a autoria do empate, aos 25. O primeiro triunfo do Belenenses ficou concretizado ainda antes do intervalo, com o golo de Fábio Sturgeon, aos 41. O resultado atrasou o Rio Ave, agora sétimo com 25 pontos, na luta pelos postos europeus e afastou os ‘azuis’ dos lugares de aflição, deixando-os na 11.ª posição, com 21. Mais aliviado no fundo da tabela está também o Moreirense, que saiu de Arouca com um 2-1 arrancado a ferros com a conversão de uma grande penalidade no último minuto. No Estádio Municipal de Arouca, David Simão deu vantagem aos anfitriões, aos 15 minutos, na conversão de uma grande penalidade, mas a formação de DOMINGO, 24 JANEIRO: BELENENSES - V. GUIMARÃES, 16:00 (SPORT TV) SP. BRAGA - RIO AVE, 18:15 (SPORT TV) FC PORTO - MARÍTIMO, 20:30 (SPORT TV) SEGUNDA-FEIRA, 25 JANEIRO TONDELA - BOAVISTA, 20:00 (SPORT TV) Moreira de Cónegos encetou uma reviravolta, graças aos tentos do francês Pierre Sagna e do ‘capitão’ Vítor Gomes, aos 24 e 90+3, respetivamente. O Moreirense subiu ao 13.º lugar, com os mesmos 20 pontos do Estoril-Praia e União da Madeira, enquanto o Arouca desceu ao oitavo posto, com 24 pontos. p.31 II LIGA Desportivo de Chaves ganha vantagem na corrida à subida Com a vitória frente ao Sp. Covilhã, o Desp. Chaves mantém-se na segunda posição, a seis do FC Porto B, que bateu por 4-2 na receção ao Santa Clara, mas aumentou para três pontos a vantagem sobre os principais perseguidores, que passaram a ser o Gil Vicente e o Freamunde. O Desportivo de Chaves ganhou vantagem na corrida pela promoção ao vencer o Sporting da Covilhã por 1-0, em jogo da 25.ª jornada da II Liga, que continua a ser liderada pelo FC Porto B. Um golo do avançado Barry, marcado logo aos dois minutos, foi suficiente para a equipa flaviense assegurar o triunfo, ainda que tenha passado depois por alguns sobressaltos frente a um adversário posicionado na zona de despromoção, no 21.º lugar. O Chaves manteve-se na segunda posição, a seis do FC Porto B, que bateu por 4-2 na receção ao Santa Clara, mas aumentou para três pontos a vantagem sobre os principais perseguidores, que passaram a ser o Gil Vicente e o Freamunde. Na prática, o Chaves é a primeira equipa na corrida pela subida à I Liga, uma vez que as equipas B só podem ser promovidas ao escalão principal em caso de despromoção das representações principais. O Gil Vicente esteve a perder em casa frente ao Sporting de Braga B, mas um ‘bis’ do avançado Simy lançou os gilistas para um triunfo folgado, por 4-1, enquanto o Freamunde somou o sétimo jogo seguido sem perder, apesar de apenas ter marcado os golos da vitória por 2-0 sobre o Varzim durante a segunda parte. O grande derrotado da jornada foi o Feirense, que caiu da terceira para a quinta posição, tendo sido ultrapassado pelo Gil Vicente e Freamunde e igualado pelo Portimonense – que tinha vencido no sábado o Académico de Viseu por 1-0 -, ao perder por 1-0 no estádio do Desportivo das Aves. O avançado Theo Mendy entrou para história do Desportivo das Aves ao marcar aos 59 minutos o 800.º golo do clube na competição, na qual se assume como o clube com maior número de jogos realizados, com um total de 644. Rivais na I Liga, a realidade de FC Porto e Benfica é bem diferente no escalão secundário, com a equipa ‘B’ dos lisboetas a cair para a zona de despromoção, por troca com o Penafiel, depois de perder por 1-0 no terreno dos penafidelenses, na sequência do golo marcado aos 90+1 minutos pelo suplente Gonçalo Abreu. Equidistante de ‘águias’ e ‘dragões’, o Sporting B desceu para a 10.ª posição, ao empatar a uma bola na receção ao Mafra, enquan- to a Oliveirense conquistou o terceiro triunfo na prova, sobre o Farense, mas nem por isso deixou a última posição do campeonato. 25ª JORNADA V. GUIMARÃES B - ORIENTAL, 1-1 A. VISEU - PORTIMONENSE, 0-1 PENAFIEL - BENFICA B, 1-0 GIL VICENTE - SP. BRAGA B, 4-1 OLHANENSE - FAMALICÃO, 0-1 OLIVEIRENSE - FARENSE, 3-1 VARZIM - FREAMUNDE, 0-2 ATLÉTICO - LEIXÕES, 0-1 DESP. AVES - FEIRENSE, 1-0 SPORTING B - MAFRA, 1-1 FC PORTO B - SANTA CLARA, 4-2 DESP. CHAVES - SP. COVILHÃ, 1-0 26ª JORNADA BENFICA B – ATLÉTICO ORIENTAL - FC PORTO B SANTA CLARA - OLIVEIRENSE PORTIMONENSE - DESP. AVES FAMALICÃO - DESP. CHAVES MAFRA - FEIRENSE SP. BRAGA B - A. VISEU SP. COVILHÃ - GIL VICENTE FARENSE - SPORTING B FREAMUNDE - V. GUIMARÃES B LEIXÕES - VARZIM PENAFIEL - OLHANENSE PUB THE FINE WINE ALLIANCE Taste the finest family owned wines Douro O Moreirense saiu de Arouca com um 2-1 arrancado “a ferros” Lisbon Lisbon CONTACTS (+351) 219 687 072 [email protected] Alentejo www.wineventures.eu www.quintadecottas.pt www.quintassebastiao.com www.santavitoria.pt p.32 DESPORTO 22 DE JANEIRO DE 2016 FUTEBOL ANDEBOL Renato Sanches eleito futebolista jovem em dezembro Colégio de Gaia mais longe dos ‘quartos’ O novo menino-bonito do Estádio da Luz foi eleito o melhor futebolista jovem do mês de dezembro na votação realizada pelo Sindicato de Jogadores de Futebol Profissional. O médio do Benfica Renato Sanches, de 18 anos, foi eleito o melhor futebolista jovem de dezembro na I Liga, na votação levada a cabo pelo Sindicato de Jogadores de Futebol Profissional. Renato Sanches, que se estreou na equipa principal do Benfica a 30 de outubro (como suplente utilizada na vitória fora frente ao Tondela por 4-0) e chegou a titular a 25 de novembro (empate fora 2-2 com o Astana), mereceu 15,87 por cento das preferências. O jogador bateu na votação o também médio Ruben Neves (14,02 por cento), do FC Porto, e André Moreira (12,69), do União da Madeira. Na II Liga, a escolha recaiu no guarda-redes Vítor São Bento (Farense), com 10,63 por cento, seguido de Francisco Geraldes (Sporting B), com 9,99, e de Pedrinho (Freamunde), com 9,43. A eleição, destinada a futebolis- tas que até à data de inscrição tenham completado 23 anos, é feita através da votação realizada no site do SJPF (ponderação final de 40%) e das notas atribuídas pela imprensa desportiva diária. PUB Renato Sanches já conquistou os adeptos do Benfica, assumindo-se cada vez mais como uma peça fundamental na estratégia das águias. A equipa de andebol feminino do Colégio de Gaia foi derrotada em casa pelo HC Karpaty da Ucrânia, por 23-14, pelo que dificilmente atingirá os quartos de final da Challenge Cup. A jogar em casa, as gaienses já perdiam em casa ao intervalo, mas apenas por um golo (87), pelo que foi no segundo tempo que praticamente hipotecaram as suas aspirações, já que têm de recuperar nove golos. Ana Gante, com cinco golos, Patrícia Lima, com três, e Bebiana Sabino, com dois, foram as únicas atletas lusas a marcar mais do que um golo. Nas ucranianas, Daria Kot, com oito, e Maryna Liebiedieva, com sete, marcaram, juntas, mais golos do que o conjunto português. TÉNIS João Sousa mantem 33º lugar no ‘ranking’ mundial O tenista português João Sousa manteve o 33.º lugar do ‘ranking’ mundial, numa lista que continua a ser liderada confortavelmente pelo sérvio Novak Djokovic. João Sousa estreou-se na temporada de 2016 com uma derrota logo na primeira ronda do torneio neozelandês de Auckland, mas na atualização da classificação mundial manteve-se no lugar 33. Esta posição permitiu a João Sousa figurar entre os 32 cabeças de série do Open da Austrália, face à ausência, por lesão, do francês Richard Gasquet, número nove do mundo. Ainda entre os portugueses, Gastão Elias também manteve o 135.º lugar, enquanto Frederico Silva, que este mês chegou às meias-finais do ‘challenger’ de Banguecoque, deu um ‘salto’ de 26 lugares, fixando-se na posição 272. No grupo dos dez melhores do mundo, não houve ‘mexidas’, com o ‘clube de elite’ a ser liderado por larga margem por Djokovic. Na classificação feminina, a norte-americana Serena Williams continua ‘alojada’ no primeiro posto, também com larga vantagem sobre a perseguidora direta, a romena Simona Halep. Entre a elite do ‘top-10’, a única ‘mexida’ foi protagonizada pela alemã Angelique Kerber, que subiu uma posição, para o sexto lugar. Michelle Larcher de Brito, eliminada na terceira e última ronda do torneio de qualificação para o Open da Austrália, ganhou uma posição e ocupa agora o lugar 221. A número 1 portuguesa esteve a competir em Melbourne com ‘ranking’ protegido, pois regressou aos ‘courts’ neste torneio após se ter lesionado no pulso direito em junho do ano passado, no ‘qualifying’ de Wimbledon. CIÊNCIA & INOVAÇÃO p.33 22 DE JANEIRO DE 2016 DESENVOLVIDO POR DUAS INSTITUIÇÕES PORTUGUESAS E UMA NORUEGUESA É apresentado como um projeto pioneiro a nível mundial e pretende tornar possível o acesso à Internet, em banda larga e com baixo custo, em zonas remotas do oceano, a mais de 100 km da costa. Está a ser desenvolvido por portugueses e noruegueses e tem como objetivo facilitar a exploração de recursos minerais e a monitorização ambiental. Infografia: site BLUECOM+ Um grupo de investigadores portugueses e noruegueses juntaram esforços e conhecimentos para levarem até às zonas mais remotas do oceano a Internet em banda larga e com baixo custo, utilizando a tecnologia Wi-Fi e 4G. O objetivo do projeto BLUECOM+(http://bluecomplus. inesctec.pt), “é facilitar atividades como a exploração de recursos minerais no fundo oceânico, monitorização ambiental ou atividades mais tradicionais como a pesca ou o transporte marítimo, que exigem cada vez mais o acesso a comunicações no mar, de modo a ligar pessoas e sistemas à Internet”, informa uma nota divulgada à imprensa pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), um dos parceiros do projeto. Os outros dois são o Instituto Português do Mar e da Atmosfe- ra (IPMA) e a empresa norueguesa MARLO AS. O conceito do projeto baseia-se na utilização de balões de hélio ancorados, por exemplo, em boias, embarcações ou parques eólicos, que formam uma rede voadora emalhada de banda larga a operar nas bandas de frequência libertadas pela televisão analógica, de modo a garantir ligações rádio de longo alcance. Rui Campos, investigador do INESC TEC e coordenador do projeto, revela que a grande novidade assenta em três componentes: a exploração em ambiente marítimo das bandas de frequência libertadas pela televisão analógica; a utilização de combinações de balão de hélio e papagaio que funcionam como pontos de acesso sem fios; repetidores de sinal de elevada altitude, com benefícios para a propagação rádio e consequentemente para o alcance das co- municações e o acesso à Internet em banda larga em zonas remotas do oceano usando tecnologias normalizadas. “A conjugação destas três componentes vai permitir, por exemplo, que um utilizador numa embarcação a 100 km da costa possa aceder à Internet de banda larga, usando o seu smartphone, sem ter que fazer qualquer atualização de hardware ou software no seu dispositivo. Esta é uma novidade à escala mundial e uma alternativa às comunicações via satélite, que são hoje a única solução disponível”, explica Rui Campos. PROTÓTIPO SERÁ TESTADO NO VERÃO O projeto, que termina em dezembro de 2016, tem como objetivo último construir um protótipo da solução de comunicações sem fios e demonstrá-lo em ambiente NA ÁREA DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO Abertas candidaturas para estágios de investigação na Carnegie Mellon University Estão abertas até 25 de fevereiro as candidaturas ao programa de estágios em investigação (UIP), na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, na Carnegie Mellon University (CMU). Promovido pelo CMU Portugal e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o programa de estágios abre oportunidades de integrar um ambiente de investigação internacional. “São cerca de 30 os jovens de sete instituições de ensino superior portuguesas envolvidos no programa de estágios em investigação na área das Tecnologias de Informação e Comunicação” naquela universidade norte-ameri- Projeto pioneiro vai leva Internet a zonas remotas ao oceano cana, informa uma nota divulgada pela CMU Portugal. Direcionados a estudantes de mestrado ou recém-mestres, os estágios proporcionam aos participantes uma estadia de oito a 12 semanas na CMU, nos campus de Pittsburgh ou de Silicon Valley, nos Estados Unidos, período durante o qual “os estudantes são integrados na comunidade da CMU e desenvolvem o seu plano de trabalhos em conjunto com os seus orientadores na Carnegie Mellon e em Portugal”, explica a nota. Lançado em 2014, o UIP já envolveu jovens de sete instituições de ensino superior portuguesas: Cató- lica Lisbon School, Instituto Politécnico de Coimbra, Universidade de Coimbra, Universidade Nova de Lisboa, Universidade da Madeira, Universidade de Lisboa e Universidade do Porto. Os investigadores portugueses e da CMU que acompanham os jovens participantes ao longo do período do estágio fazem uma avaliação positiva desta experiência, destacando a qualidade dos resultados do trabalho de colaboração desenvolvido, bem como o alto nível de desempenho dos participantes. As candidaturas podem ser apresentadas através do site www. cmuportugal.org. marítimo, no verão de 2016, recorrendo a duas embarcações do IPMA que vão funcionar como pontos de ancoragem dos balões de hélio e papagaio. “Tendo em conta a escassez de comunicações de banda larga em ambiente marítimo e a atividade crescente no mar, do nosso ponto de vista, o potencial económico do projeto é muito elevado”, salienta Rui Campos. Na opinião do investigador, a solução desenvolvida poderá ter impacto nos vários setores da chamada ‘Economia Azul’, incluindo o transporte marítimo, as pescas, a aquacultura offshore, o turismo, a náutica de recreio e a exploração de recursos minerais no fundo oceânico, contribuindo para a dinamização da economia digital em ambiente marítimo e convergência com o cenário de comunicações existente em terra. “Sendo este um projeto inovador, a tecnologia desenvolvida tem potencial de exportação e os modelos de negócio que vão ser estudados ainda durante o projeto vão ter aplicabilidade a nível mundial”, assegura o coordenador do projeto. Desde 12 de janeiro de 1970 Há 46 anos a divulgar projetos inovadores de origem portuguesa p.34 MÚSICA 22 DE JANEIRO DE 2016 DAVID BOWIE O homem que inspirou gerações... David Bowie lançou este mês, no dia do seu 69º aniversário, o álbum “Blackstar”, o 25º da carreira, onde se apresentou como um ‘rocker’ ainda apostado em surpreender, ao enveredar por alguma experimentação jazz. Morreu dias depois, aos 69 anos, após uma batalha de 18 meses contra o cancro. David Bowie atuou duas vezes em Portugal, em 1990, no antigo estádio de Alvalade, e seis anos depois no festival Super Bock Super Rock, também em Lisboa. Na conta oficial do Twitter de David Bowie, a última entrada, datada de 10 de janeiro de 2016, refere que o músico “morreu pacificamente e rodeado da sua família, após uma corajosa batalha de 18 meses contra um cancro”. “Enquanto muitos de vocês vão partilhar esta perda, pedimos que respeitem a privacidade da família neste momento de dor”, pode ler-se ainda. Foi assim que o mundo ficou a saber que David Bowie tinha morrido e o mundo da música tinha ficado mais pobre ao perder um grande artista. O produtor musical Luís Montez confirma esta perda, considerando que o músico britânico era “um artista muito à frente”, criativo e uma referência para qualquer artista. “Ele era muito criativo e tinha sobretudo uma capacidade de se reinventar constantemente. Por alguma razão era o conhecido como o camaleão. Além da música que fez em Inglaterra, nos Estados Unidos, depois foi para Berlim, onde teve influência da música eletróniPUB ca”, salientou à agência Lusa Luís Montez, que em 1995 trouxe o músico a Portugal, no âmbito do festival Super Bock Super Rock. No entender do diretor da empresa Música no Coração, David Bowie “era um artista muito à frente, que apontava sempre os caminhos e era uma referência para todos os músicos. “Não há nenhum artista que não conheça a obra e quem está na música tem de conhecer a música de David Bowie, porque era fundamental”, vincou. Luís Montez contou à Lusa que em 1995, quando trouxe David Bowie a Portugal pela segunda vez (este atuou antes em Portugal em 1990), teve um contacto muito circunstancial com o músico. “Foi um contacto circunstancial. Ele foi cantar ao Super Bock Super Rock ainda em Alcântara e era uma artista dos pés à cabeça, no sentido de que era uma estrela. Tinha uma série de gente sempre à volta, era uma megaestrela”, recordou. Apesar disso, Luís Montez lembra que o concerto teve pouca adesão do público “Fiquei com a ideia de que per- di como promotor. O dia do David Bowie não teve muita adesão do público. A imprensa e os críticos gostam muito dele, mas depois não teve muita correspondência no público. Não é que seja para uma elite, mas não é para as grandes massas”, referiu à Lusa. Também David Ferreira, antigo diretor da EMI – Valentim de Carvalho, lamentou a morte do músico britânico, considerando que se perdeu um “grande criador de música” e um “grande manipulador”. “David Bowie, além de ter sido um grande criador de música, foi também um grande manipulador”, disse David Ferreira à agência Lusa. David Ferreira justificou o facto de David Bowie ter sido “um grande manipulador”, lembrando que o público não fazia ideia de que o músico britânico lutava contra um cancro, conseguindo afastar a imprensa do assunto. “Pensando no que deve ter sido horrível estes 18 meses, em que não fazíamos ideia de que ele lutava contra a doença, esta última grande manipulação ele ganho-a. Não venceu a doença, mas venceu a curiosidade doentia de muita imprensa, sobretudo em Inglaterra, onde a imprensa tabloide é doentia, foi praticamente cruel no caso do cancro de Jorge Harrison, há 15 anos”, lembrou. David Ferreira, que editou Bowie em Portugal, sublinhou que o músico britânico, ao manter no privado a doença que lhe causou a morte, “venceu a imprensa, que não merece esse nome”. O editor lembrou que aquele a que muitos chamaram de “Camaleão” foi, sem dúvida, “um dos maiores vultos da música pop”, acrescentando que na noite noite passada, curiosamente, esteve a ler um artigo de uma revista de música inglesa, um top dos 200 melhores álbuns da história votados por críticos de música, no qual surgem sete do músico britânico. “Sete dos 200 são de David Bo- wie, salvo erro, todos na década de [19]70. É impressionante, dá-lhe um peso nessa década apenas comparável ao peso dos Beatles na década anterior. Na lista dos artistas mais votados, que os críticos também fizeram, à frente de Bowie aparecem precisamente apenas os Beatles e depois Bob Dylan. Rolling Stones e muitos outros aparecem depois de Bowie”, sublinhou. David Ferreira adiantou que, aos sete discos de Bowie que aparecem na lista dos 200 melhores, “muitos outros se poderiam acrescentar”, já que o músico britânico era uma figura “obrigatória e recorrente” para quem ouvia música. “No final da década de 70, quando veio o impacto do ‘punk’ e depois a ‘new wave’, há o anúncio de um disco que resume muito o que as pessoas pensavam de Bowie. Dizia assim: ‘Há a velha vaga (old wave) e a nova vaga (new wave). E há David Bowie’. Este anúncio era muito feliz, porque resumia a dificuldade em categorizar a obra dele”, destacou. Para David Ferreira, David Boie foi capaz de “impor permanentemente novidade e experimentação, tanto ao nível da música, como da imagem”. Para o jornalista e crítico musical Nuno Galopim a “morte era mais um segredo e a despedida mais uma encenação teatral, porque tudo em David Bowie sempre foi teatro”. “Ele soube desde muito cedo separar o universo pessoal do artístico e tudo o que conhecemos dele foi sempre a expressão de uma construção artística, mesmo na despedida. Ele projetou um disco que levou cerca de uma ano a ser gravado e já sabia o que se estava a passar. Quando o disco saiu, era mais ousado, mais inventivo dos que os recentes discos e com proeminência particular de linguagens artísticas”, frisou. p.35 PORTUGAL 22 DE JANEIRO DE 2016 PORTUGAL COM DESTAQUE NA IMPRENSA INTERNACIONAL Um país que é um paraíso para viver a reforma Numa lista elaborada pela revista norte-americana ‘International Living’, Portugal surge na 10ª posição de um ranking que avalia quais os melhores países para se viver os anos que sucedem a reforma. Destaque para a escassez de nomes europeus entre os dez primeiros deste “Índice de Reforma Global”, sendo que apenas Portugal e Espanha marcam presença num top dominado por países da América do Sul. São muitas as pessoas que decidem emigrar para procurar trabalho mas, cada vez mais, vê-se um crescimento do número de pessoas que saem do país após trabalhar “uma vida inteira”, com o objetivo de mudar de ares e procurar melhores condições de vida para viver a reforma. Começa então a procura por um local que possam considerar um paraíso para viver os anos que se seguem. De entre os países europeus apenas Portugal e Espanha conseguem um lugar entre os dez melhores, fechando o top nos últimos lugares. Com um resultado de 82,9 Portugal consegue garantir a 10ª posição. A revista acima referida, no intuito de facilitar esta pesquisa, elege os 23 melhores países para os reformados usufruírem do seu estatuto, entre os quais se encontra Portugal. Liderado pelo Panamá, o ranking para 2016 é do- minado por países do continente americano, tais como Equador ou México, que ocupam os restantes lugares do pódio. Destaque ainda para a presença de Espanha (9º), Malta (11º), França (13º), Itália (16º) e Irlanda (20º), países que, em conjunto com Portugal, surgem em representação da Europa. Para enumerar os vários destinos a publicação tem em conta diversos factores. No total são dez as variáveis que a International Living tem em conta – compra e arrendamento de casas, benefícios e descontos, vistos de residência, custo de vida, adaptação, entretenimento, serviços de saúde, estilo de vida saudável, infra-estruturas e clima – e que, depois de avaliadas de 0 a 100, formulam o ranking. Contudo, tratando-se a International Living de uma publicação dos Estados Unidos e juntando ao facto de a lista ter uma percentagem elevada de países das Américas, a proximidade aos States mostra ter influenciado alguns dos resultados, principalmente quanto se trata de questões como a adaptação. Jennifer Stevens, directora executiva da revista, revelou através de uma nota oficial que a longa pesquisa contou com o apoio de “uma equipa cada vez maior de correspondentes, edito- res, e pessoas de todo o mundo” e deixou elogios ao trabalho realizado, afirmando que o Índice de Reforma Global “é o melhor recurso para ajudar alguém a encontrar o paraíso ideal para passar a reforma”. De entre os países europeus apenas Portugal e Espanha conseguem um lugar entre os dez melhores, fechando o top nos últimos lugares. Com um resultado de 82,9 pontos Portugal consegue a 10ª posição, ficando atrás dos vizinhos espanhóis por apenas 7 décimas. Ambos os países da Península Ibérica se destacaram no que toca às suas infra-estruturas, referente às redes de estradas, transportes públicos ou de telecomunicações e internet, conseguindo os dois neste ponto uma classificação de 93 em 100 possíveis. Para a lista deste ano foram acrescentadas aos critérios duas novas categorias, referentes à existência de um estilo de vida saudável e às facilidades em obter, na condição de emigrante, um visto de residência. Estas duas novas categorias tiveram para Portugal um sabor agridoce - se na referente à existência de um quotidiano saudável o país registou 88 pontos, na outra apenas conseguiu uma pontuação de 77 (o resultado mais baixo obtido entre todos os critérios de avaliação), no que toca às facilidades de obter um visto. No entanto esperava-se uma pontuação mais elevada neste campo, uma vez que o estatuto fiscal atribuído a reformados que venham a viver em Portugal faz com que estes fiquem isentos do pagamento da taxa de IRS durante 10 anos, sendo este um dos factores com mais peso na escolha por parte dos imigrantes. Esta lista, publicada pelo 24º ano consecutivo e muito concei- tuada na sua área, vem consolidar a imagem de Portugal como um paraíso para quem deseja uma vida de descanso e lazer. Apesar da conhecida dificuldade económica que o país atravessa nada lhe poderá retirar o seu encanto e a simplicidade que, em conjunto com “um bom clima e uma dieta mediterrânea”, como o escreve a revista norte-americana, fazem deste pequeno país à beira-mar plantado um refúgio perfeito para colher os frutos de uma longa vida de trabalho árduo. Desde 12 de janeiro de 1970 Sempre a levar as melhores notícias que fazem a diferença p.36 BOA MESA 22 DE JANEIRO DE 2016 Culinária CARNE Esparguete com Natas e Bacon PORQUE SABE SEMPRE BEM... Vitamina de Gelatina INGREDIENTES 1/2 pacote de gelatina morango; 1 pote de iogurte natural; 100 ml de leite magro PREPARAÇÃO Comece por bater todos os ingredientes no liquidificador com oito cubos de gelo. De seguida, pode usar a gelatina zero de qualquer sabor. PEIXE Quiche de Camarão INGREDIENTES 1 lata de cogumelos 100 gramas de bacon 1 pacote de natas 1 dose de esparguete por pessoa Sal q.b. Pimenta q.b. Milho ou Salsicha PREPARAÇÃO Comece por cozer a massa em água temperada com sal. Corte os cogumelos e o bacon do modo que preferir e, de seguida, coloque-os num refogado com uma colher de manteiga durante aproximadamente 5 minutos ou até achar que os cogume- los e bacon estão suficientemente tostados. Adicione as natas e tempere com sal e pimenta. Caso ache necessário baixe a temperatura do lume enquanto deixa que o molho engrosse. Retire a massa do lume e escorra-a bem. INGREDIENTES 1 pacote de massa quebrada congelada 1 tomate picado 1 dente de alho picado 1 cebola picada 300 g de camarão médio descascado 1 c. sopa de farinha de trigo 4 ovos 150 ml de natas 150 g de queijo ricota Alecrim Sal q.b PREPARAÇÃO Comece por estender a massa quebrada e coloque em tarteiras. Com um garfo, pique o fundo e coloque papel vegetal com feijões por cima, para evitar que a massa cresça. Leve ao forno pré-aquecido a 180º C durante 10 minutos. Retrie o papel e os feijões e reserve. Faça um refogado com o tomate, o alho e a cebola. Adicione os camarões polvilha- dos com farinha e tempere com sal e pimenta. Tape a panela e deixe cozinhar 2 minutos. Retire do lume e junte os ovos, as natas, o queijo e o funcho picado. Misture tudo bem. Coloque o recheio sobre a massa e leve ao forno durante 20 minutos. Sirva as quiches mornas.no mínimo. No fim, sirva acompanhado de uma dose arroz branco, polvilhado com hortelã. SOBREMESA Castanhas de Ovos e Amêndoa INGREDIENTES 375 g de miolo de amêndoa 1,5 dl de água 350 g de açúcar 15 gemas de ovo batidas para pincelar Farinha PREPARAÇÃO Num tacho coloque a água e o açúcar ao lume. Deixe ferver em lume brando até a calda atingir ponto pérola (mergulhe uma colher na calda e levante-a, deve cair um fio resistente, cuja extremidade se assemelha a uma pérola). De seguida, pique e adicione a amêndoa e deixe ferver, durante alguns minutos. Retire do lume e deixe amornar. Acrescente as gemas batidas e leve novemente ao lume, sem parar de mexer até fazer estrada no fundo do tacho. Quando estiver pronto, retire do lume. Sobre uma mesa de trabalho deite o doce, retire pedacos e com a ajuda de um pouco de farinha, tenda pequenos bolos com o formato de castanhas. Leve-as ao forno aquecido no maximo, pinceladas com gema. Deixe tostar durante alguns minutos, com cuidado para não permitir que queimem. Quando achar suficiente retire, deixe arrefecer um pouco e sirva sobre forminhas de papel. PARABÉNS 22 DE JANEIRO DE 2016 Parabéns a você JAN Dia Mundial do 15 Compositor Erika Mantovani Santos Eurico Francisco Dallas Fatima Goncalves Paris Fausta Silva Nova Iguacu Francisco Afonso Louvres Heladio Filho Rio De Janeiro Jaime Faria Itaborai Joaquim Coelho Geneve 21 Joaquim Gomes Aire Jose Camacho Jersey, C.I. Jose Feliciano Sarcelles Jose Marafonas Aichach Luis Matos Rio De Janeiro Maria Moreira Vila Nova De Gaia Paulo Paixao Dammarie Les Lys Pereira Margarida Canillo Ricardo Silva Rio De Janeiro Rosa Martins Rio De Janeiro Silvino Francisco Rio De Janeiro Tereza Gouveia London Torcato Soares Toulouse Victor Cristina Neuchatel Brasil U.S.A. França Brasil França Brasil Brasil Suíça Suíça Inglaterra França Alemanha Brasil Portugal França Andorra Brasil Brasil Brasil Inglaterra França Suíça JAN Dia de São Berardo e 16 companheiros mártires Adelino Cardoso Noiseau Adelino Mendes London Adelino Rodrigues Nierstein Afonso Lucia La Massana Almeida Alberto Versailles Almerindo Guilherme Staufenberg Antonio Ribeiro Stuttgart França Inglaterra Alemanha Andorra França Alemanha Alemanha Armando Vaz Maulbronn Beatriz Arraes Rio De Janeiro Carlos Reis Ingre Cavadas Bruno Andorra La Vella Couto Paula La Massana Domingos Carneiro Sens Ernesto Azedo Montreuil Fagundes Joaquim Cambridge Jose Castanho Joue-les-tours Jose Cunha London Jose Pires Haguenau Jose Pires Haguenau Lilia Cordeiro Graulhet Luciano Magalhaes Rio De Janeiro Lupercio Conde Santos Manuel Gilberto Maringa Manuel Medeiros Mios Manuel Rodrigues Paris Nelson Teixeira Baiersbronn Pacheco Marcelo Bremen Silva Manuel Lamadelaine Silva Odete Goussainville Tereza Santos Rio De Janeiro JAN 17 Alemanha Brasil França Andorra Andorra França França Canadá França Inglaterra França França França Brasil Brasil Brasil França França Alemanha Alemanha Luxemburgo França Brasil Dia de Santo Antão Antonio Oliveira Paris Antonio Silva Lancy Armando Antunes Grenoble Azevedo Fatima Andorra La Vella Bettina Vilsmeier Winterthour Camilo Crespo Frankfurt Candido Pinto Lehenfeld Da Francisco Neus-brich Diamantino Santos Mouy França Suíça França Andorra Suíça Alemanha Alemanha França França p.37 “O Emigrante/ Mundo Português” dá os parabéns a todos os seus leitores que festejam nesta data o seu aniversário. Para que fique para a história e para que esta continue a ser a página de sucesso que tem sido até aqui, envie-nos a sua data de nascimento e passará a fazer parte desta grande família que é “O Emigrante/Mundo Português”. Francisco Teixeira Maputo Jaime Silva Naugatuck Joao Cereijo Hamburg Joao Pereira Puteaux Joaquim Ribeiro Wesel Jorge Sampaio Uccle Jose Gomes Sao Paulo Jose Soares Potomac Lionel Lopes Paris Luis Lirio Campinas Luis Mendes Oakville Luis Seixas Rio De Janeiro Manuela Augusto Nonvilliersgrandhoux Maria Maldonado Andorra La Vella Maria Ribeiro Andorra La Vella Mazauric Francois Calvisson Moreira Marta Boudry Mouta Manuel Escaldaes-engordany Paulo Costa Saint Herblain-nantes Pereira Joaquim Ordino Roberto Costa Montagne-demoutier Sandro Gaspar Mendrisio Soares Manuel Reims Vitor Alves Belfort U.S.A. Alemanha França Alemanha Bélgica Brasil U.S.A. França Brasil Canadá Brasil França Andorra Andorra França Suíça Andorra França Andorra Suíça Suíça França França JAN Dia Internacional do 18 Riso Abel Pinto Sarcelles Albano Lopes Ormesson S/ marne Alice Rubi Saint Priest Aresta Luis Aixirivall Argentina Freitas Rio De Janeiro Candido Silva Clermont Ferrand Cardoso Jesus Santa Coloma França França França Andorra Brasil França Andorra De Rafael Andorra La Vella Edmundo Alves Isny Fernando Rocha Bouguenais Helder Coelho Bois-bougy Isolina Calame Geneve Joao Ferreira Rio De Janeiro Jose Soares Sao Paulo Leda Montenegro Rio De Janeiro Liberato Mota East Providence Luis Mafra Isselburg Manuel Moreira Wangen Manuel Orfao Bad Homburg Manuel Ramos Rio De Janeiro Manuel Santos Saint Gobain Manuel Sequeira Gerouville Maria Barbosa Blantyre Nelson Santos Bessancourt Noemia Mira Hardthof Pereira Sylvie Venissieux Telmo Guerra Andorra La Vella JAN 19 Bélgica Emilia Ramos Burnaby Idilio Reis Hohenpeissenberg Joao Bodas Booran Road Joao Carvalho Hurden Jose Pinto Rio De Janeiro Jose Pires Wetter Jose Silva Santo Amaro, R Julio Afonso Branson Manuel Fernandes Pouilly Le Fort-vert St. Manuel Marreiros Uhingen Maria Goncalves Montreuil Maria Ribeiro Malakoff Marques Carlos Payerne Matias Casimiro Bremen Mostardinha Joao Strasbourg Malawi Vitorino Feliz Troyes Andorra Alemanha França Suíça Suíça Brasil Brasil Brasil U.S.A. Alemanha Alemanha Brasil França Canadá Alemanha Austrália Suíça Brasil Brasil Suíça França Alemanha França França Suíça Alemanha França França França Alemanha França Andorra Dia de São Canuto Albano Filho Rio De Janeiro Brasil Antonio Carvalho Goussainville França Antonio Ramos Sao Paulo Brasil Armindo Correia Rio De Janeiro Brasil Artur Paulo Luxemburgo Mersch Artur Silva Arcueil França Cardoso Jeronimo Cergy França Coelho Lucilia Enghien Les Bains França Constantino Fernandes London Inglaterra Damasio Martins Hockenheim Alemanha De Jean Aubonne Suíça Delfim Santos Bezons França Dr Santos Winnipeg Canadá JAN Dia em que Viana de passa a ser 20 Castelo Cidade Adelino Pimpao Sao Paulo Almeida Odette Marseille Ana Memoli Krefeld Antonio Pereira Belem Antonio Silva Bondi Aristide Santos Senlis Carlos Leal Sao Paulo Crispim Santos Duque De Caxias Da Justino Escaldaesengordany Da Pereira Gross-bieberau Daniel Arribanca Bonn Elias Lopes Vitry Sur Seine Estevao Saboga Belfort Eusebio Coutinho Hartford Fernando Santos Rio De Janeiro Brasil França Alemanha Brasil Austrália França Brasil Brasil Andorra Alemanha França França U.S.A. Brasil p.38 HORÓSCOPO 22 DE JANEIRO DE 2016 Os nativos de capricórnio são bastante tradicionalistas e conservadores. Têm dentro de si um senso forte de hierarquia, o qual não quebrarão por nada no mundo. Não são de criar inimigos, pois consideram que isso só iria atrapalhar sua projeção. Irão assumir postos secundários sem reclamar, ainda que abaixo de sua capacitação, sabendo que lealdade e determinação são por fim reconhecidas. O capricorniano tende a ser muito rígido com os outros e consigo mesmo. A disciplina é um elemento indispensável para indivíduos tão tenazes assim. O capricorniano se mantém forte e impassível, e não desiste, custe o que custar. SIGNO DA ÉPOCA CAPRICÓRNIO 22 dez a 20 jan. CARNEIRO 21 mar. a 20 abr. Durão Barroso (23.03.1856) TOURO Marta Melro (08.05.1985) GÉMEOS Carolina Patrocínio (27.05.1987) CARANGUEJO Soraia Chaves (22.06.1949) LEÃO João Galamba (04.08.1976) VIRGEM Lourebço Ortigão (09.08.1989) 21 abr. a 21 22 mai. a 21 jun. 21 jun. a 23 jul. 24 jul. a 23 ago. 24 ago. a 23 set. Esta não deverá ser a altura de se isolar mas pelo contrário é ideal para trabalhar em equipa, para se relacionar com amigos ou colaborar em actividades colectivas. Há um aumento da sua criatividade e uma maior abertura. Neste momento a sua força estará mais virada para fora do que para si. Muita da sua atenção estará concentrada na sua relação de complementaridade, do ponto de vista afectivo ou de alguma sociedade ou contrato que possa ter. Durante esta semana estarão beneficiados os contactos e obrigações legais e o seu espírito estará aberto a novos conhecimentos, a novas culturas. Não se prenda com detalhes pois o que lhe interessa neste momento é a visão global dos assuntos. O seu lado romântico, apaixonado e idealista estará sublinhado nesta altura, sendo mais do que nunca, difícil esconder os seus sentimentos até porque quererá mostrar-se tal como é. As suas relações afectivas serão mais intensas. Grande necessidade de alargar os horizontes através do diálogo e troca de impressões. O seu poder de argumentação encontra-se muito desenvolvido. Não fique só e procure a companhia de alguém que o estimule intelectualmente. Este é um período em que poderá ver-se envolvido em discussões supérfluas com vizinhos ou parentes próximos, pois não consente que alguém o contradiga considerando-o como um ataque pessoal. Não gaste a sua energia em conflitos. BALANÇA ESCORPIÃO SAGITÁRIO CAPRICÓRNIO AQUÁRIO PEIXES Fernando Santos (10.10.1954) Rita Andrade (17.11.1986) Jéssica Atayde (21.12.1985) Telma Monteiro (27.12.1985) Ruben Rua (08.02.1987) Mariana Pacheco (11.03.1992) 24 set. a 23 out. 24 out. a 22 nov. 23 nov. a 21 dez. 22 dez. a 20 jan. 21 jan. a 19 fev. 20 fev. a 20 mar. Nesta semana sentir-se-á mais jovem, com imensa energia e vontade de se divertir. A sua alegria esfuziante poderá no entanto não ser bem aceite. Procure rodear-se de pessoas que estejam na sua sintonia. Fique atento às suas necessidades. Neste momento é você o centro da sua vida e não aceita que ninguém lhe diga o que deve ou não fazer. Poderá até agir com brusquidão se lhe tentarem impor muitas restrições ou limites. Não obstante, é possível que se apaixone. Neste período estão beneficiados os contactos, as comunicações e as pequenas viagens. Os seus pensamentos estão mais claros. Tem necessidade de trocar ideias com as pessoas que o cercam e uma maior capacidade de se inserir no seu dia a dia. Nesta fase procure a colaboração das pessoas certas pois em conjunto conseguirão alcançar os objectivos que têm em vista. É um tempo produtivo que poderá originar algum stress. Para se libertar desta tensão pratique um desporto. Ao longo deste período aproveite para exercer a sua opinião em relação aos outros. Estará também vulnerável para dar mais de si mesmo ao próximo. Em torno de si, todos sentirão a sua autenticidade. Aproveite também para se auto-analisar. Nesta altura sentirá o seu lado intelectual e criativo em plena acção. Procure ter um controlo consciente das suas emoções para não perder a objectividade. O seu ponto de vista pode não ser necessariamente o dos outros. Miradouros Palavras Cruzadas O Miradouro das Portas do Sol situa-se em Lisboa e é a varanda que todos os Lisboetas gostariam de ter em suas casas. Para conhecer mais de Portugal, visite-nos em www.facebook.com/ emigrantemundoportugues. Desde 12 de janeiro de 1970 Sudoku Os jovens da diáspora foram sempre uma preocupação nossa Horizontais: SOLUÇÕES 1.Fita aderente usada para proteger pequenas feridas; 2. Produto próprio para a limpeza dos dentes; 3.Produto usado para tornar o cabelo mais sedoso; 6. Pedaço de tecido ou de papel usado para as pessoas se assoarem, limparem o suor, etc; 7. Substância líquida usada para desinfectar pequenas feridas; 8. Produto usado na limpeza do cabelo; 10. Cosmético usado para dar ao cabelo um aspecto brilhante e sedoso. SOLUÇÕES Horizontais: 2. Produto utilizado para evitar o cheiro da transpiração: DESODORIZANTE; 4.Pequeno adesivo pronto a usar que se aplica sobre um ferimento ligeiro: PENSO; 5. Pedaço de sabão fino e perfumado para a higiene do corpo: SABONETE; 8. É usado para limpar os ouvidos: COTONETE; 9. Produto usado para fixar o penteado. LACA; 11. Objecto com dentes, usado para dar aos cabelos um aspecto cuidado. PENTE 12. Produto líquido usado para tonificar a pele. LOÇAO Indepentemente de qual o nível de dificuldade, o objetivo do Sudoku é sempre o mesmo: preencher os quadrados em branco com um número de 1 a 9. Há, no entanto, três regras que deve respeitar: o mesmo número não se pode repetir nem na linha horizontal, nem na linha vertical, nem no mesmo quadrado. Verticais: Verticais: 1. Fita aderente usada para proteger pequenas feridas: ADESIVO; 2. Produto próprio para a limpeza dos dentes: DENTIFRICO; 3. Produto usado para tornar o cabelo mais sedoso: AMACIADOR; 6. Pedaço de tecido ou de papel usado para as pessoas se assoarem, limparem o suor, etc: LENÇO; 7. Substância líquida usada para desinfectar pequenas feridas: ÁLCOOL; 8. Produto usado na limpeza do cabelo: CHAMPO; 10. Cosmético usado para dar ao cabelo um aspecto brilhante e sedoso: GEL NOTA 2. Produto utilizado para evitar o cheiro da transpiração e suor; 4. Pequeno adesivo pronto a usar que se aplica sobre um ferimento ligeiro; 5. Pedaço de sabão fino e perfumado para a higiene do corpo; 8. É usado para limpar os ouvidos; 9. Produto em spray usado para fixar o penteado; 11. Objecto com uma espécie de dentes, usado para dar aos cabelos um aspecto cuidado; 12. Produto líquido usado para para tonificar a pele. BOM FIM DE SEMANA 22 DE JANEIRO DE 2016 Cartoon da semana O Dragão e a Águia vão voando e mantendo o Leão no primeiro lugar JOSÉ MANUEL DUARTE As presidenciais onde não vai acontecer mais nada... Estas presidenciais fazem lembrar aqueles jogos de futebol chatos e compridos, onde não acontece rigorosamente nada. A equipa da casa já marcou meia dúzia de golos e chega, os forasteiros querem ver se não sofrem mais, e por isso, deixam-se andar de fininho, meio adormecidos, a ver se não chateiam mais ninguém e muito menos a eles. Os espetadores vão aguentando o que podem, e muito antes do jogo acabar vão saindo do estádio contentes uns e conformados outros. Tudo isto me parece Marcelo Rebelo de Sousa “em luta” contra nove candidatos “de esquerda”, que se esqueceram de qualquer coisa e deixaram o professor começar a campanha dois anos antes com os seus comentários televisivos. E agora parece começar a ser tarde para “acordar”, até porque a campanha eleitoral há muito que acabou na realidade. Da grande fogueira do debate político, da esgrima das ideias e da luta dos propósitos, restam apenas umas quantas cinzas que por mais que se soprem, já não se atiçam, precisamente porque a campanha eleitoral já é apenas um pequeno sopro. Marcelo Rebelo de Sousa, a quem tudo corre bem, sabe que quanto menos se mexer, melhor lhe correrão as coisas, por isso vai deixando correr “o jogo” sabendo que já tem meia dúzia de golos de vantagem e pouco falta para que acabe o jogo. Parabéns aos que ainda jogam, acreditando ou não, e quando a si Prof. Marcelo, seja bem vindo senhor presidente!... FISGADA CERTEIRA... «É espantoso que seja depois da suposta “saída limpa” do programa de ajustamento que se sucedem as derrocadas bancárias»... João César das Neves, Economista e Professor na Universidade Católica, não perde a oportunidade de deixar vincado o seu pensamento que tantas vezes trouxe a público. O PESADELO... afinal Na passada semana ali para os lao pesadelo dos do OLD VIC, onde se bebem alguns cocktails com nomes engraçados (com nome de políticos), umas quantas figuras ligadas ao CDS-PP brincavam e riam muito alto com a saída (praticamente já assumida) do líder do partido. Trocavam o “autocolante” que reproduzimos e diziam que era para a “nova campanha” para conquistar o partido. Claro que tudo não passava de brincadeiras inocentes de quem se queria divertir num sábado à noite, bebendo um copo entre amigos. Até porque a ser a sério seria um pesadelo para quem? Ao que sabemos, tanto Assunção Cristas como Nuno Melo têm sonos sossegados e profundos e não consta que sofram de pesadelos de qualquer espécie... Desde 12 de janeiro de 1970 JOÃO CÉSAR DAS NEVES | Economista “O que é que têm em comum, Han Solo, Marine Le Pen e António Costa? - Envelhecimento” 46 anos a mostrar-lhe aquilo em que somos realmente únicos A (in) Decisão NUNO MELO e ASSUNÇÃO CRISTAS continuam o seu jogo de “empurra” pela liderança do CDS-PP, tipo “vai tu”, “não! Vai tu primeiro”, “só se tu fores também”, “mas assume tu, vá lá”, “só se tu assumires primeiro... Enquanto isso a malta da má-língua espera sentada porque o governo está-se a safar e as presidenciais estão uma enorme chatice! SAMPAIO DA NÓVOA| Candidato presidencial “Nos últimos meses de campanha tenho aprendido muito mais do que em anos e anos de leitura” SEX, 22 JAN JORGE SEQUEIRA | Candidato presidencial “Sei que me saíu da pele e do bolso para chegar até aqui, não foi para apanhar meia dúzia de badamecos, incultos e ignorantes que desprezam as pessoas como se fossem animais” O TEMPO QUE VAI FAZER EM PORTUGAL O SOL E AS BOAS TEMPERATURAS ESTÃO DE VOLTA. AS ALTAS NOS AÇORES E NA MADEIRA DOM 24 JAN TER 26 JAN AÇORES | TER 26 JAN MADEIRA | TER 26 JAN CONHEÇA OS NOSSOS EVENTOS, AÇÕES E MARCAS Clique nos links! www.mundoportugues.org A MAIOR MOSTRA MUNDIAL DE EMPRESAS, MARCAS E PRODUTOS PORTUGUESES PARA EXPORTAÇÃO 29 FEVEREIRO - 1 - 2 MARÇO 2016 MEO ARENA. LISBOA. PORTUGAL loja.mundoportugues.pt www.encontromundialdejovens.com www.sisab.org www.empresarioslusofonos.pt www.eit.pt www.encontrodelusoeleitos.com