JB News - Informativo Nr. 960 - (de 20.04.13)

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JB News - Informativo Nr. 960 - (de 20.04.13)
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DO PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ E DA TÁBUA DE DELINEAR
COMENTÁRIOS SOBRE OS GRAUS PRIMITIVOS DA MAÇONARIA
Hercule Spoladore – LOJA DE PESQUISAS MAÇÔNICAS “BRASIL”
Datado de 02.02.1356 existe um documento na Prefeitura de Londres emitido por um
mestre de obras de nome Henry Yevelle solicitando autorização para que ele e mais onze
companheiros( freemasons e freestones) pudessem realizar suas reuniões em recinto fechado.
No mínimo podemos deduzir que seriam reuniões de Aprendizes, isto numa época em que ainda
não havia comprovação de que já existisse o grau de Companheiro e nem catecismos ou
guias ou qualquer norma de como eram realizadas essas reuniões. No documento a palavra
companheiro não se referia a um grau da Maçonaria, mas sim de maçons livres, companheiros
de trabalho. É claro que neste tempo a Ordem era Operativa e católica.
No manuscrito de Harleian n.º 2054 do ano de 1650 já continha uma forma de
juramento ou compromisso e ainda cita algumas palavras e sinais dos Pedreiros Livres, já
indicando algum segredo. O manuscrito não dá maiores detalhes.
Entretanto nestes sinais de reconhecimento já se previa a possibilidade de se criar mais
um grau, o que parece ter ocorrido vinte anos após em 1670 em função da necessidade de
distinguir os Aprendizes Júniores dos Aprendizes Sêniores, já que últimos tinham alguns
privilégios a mais que os Aprendizes recém recebidos o que caracterizava de certa forma, um
outro grau dentro do mesmo. Os Aprendizes Júniores tomavam assento na Coluna do Norte
(onde simbolicamente não entra Luz) e os Aprendizes Sêniores se assentavam na Coluna do
Sul, além de terem funções diferentes no grêmio. Era natural que, com o tempo se criasse um
novo grau, porem esta transformação foi muito lenta.
Neste período, começou a ocorrer outro desdobramento histórico interessante. A
Maçonaria até então eminentemente composta só de profissionais da construção, ou seja,
Operativa passou a aceitar pessoas que não eram construtores. São os famosos maçons
aceitos.
Existe uma ata da Loja “Saint-Marry’s Champell” (Capela de Santa Maria) de Edinburg –
Escócia onde está registrado que no dia 08.06.1600 foi feita a Recepção de um fazendeiro com
grandes propriedades, de nome John Boswell d’Auchinleck. E também tem-se as provas de
que Sir Robert Murray foi recebido em Newcastle em 1641 e do antiquário londrino Elias
Aschmole alem de Henry Maynwaring de Warrington em 16.10.1646. A partir desta época as
incorporações de não operativos se sucederam rapidamente em muitas Lojas.
Até 1700 a Maçonaria era totalmente cristã.
Em 24.06.1717 funda-se a Grande Loja de Londres, inaugurando no mundo maçônico o
regime obediencial, quando apareceu oficialmente a figura e o cargo de Grão-Mestre.
As reuniões eram realizadas em tabernas ou tavernas. Não havia templos. Somente em
1776 a Grande Loja de Londres inaugurou o “Feemason’s Hall” o primeiro templo maçônico do
mundo. E em 1778 o Grande Oriente da França, proibiu que as reuniões de maçons fossem
realizadas em tabernas.
Até 1725 haviam apenas os graus de Aprendiz e Companheiro. Mestre era cargo e
não grau (Mestre da Loja). Os símbolos eram desenhados no chão com giz, argila e carvão e
depois e das reuniões eram apagados. Muito tempo depois, algumas agremiações começaram a
usar a pintura dos símbolos em um tapete. As primeiras referências sobre os tapetes pintados
surgiram em exposições francesas por volta de 1740. Do tapete posteriormente, evoluíram para
a pintura dos painéis, pois estes continham a representação pictórica dos símbolos mais
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usados, isto no final da segunda metade do século XVIII e inicio do século XIX, que segundo
pesquisadores tinham naquele momento apenas fins didáticos.
Nas Constituições de Anderson de 1723 ele fez constar:
“Nenhum Irmão pode ser Vigilante, até que tenha passado pela parte de Companheiro” (Quer dizer: ainda não existia o grau de Mestre).
Na nova edição das Constituições de 1738 o próprio Anderson afirma:
“Os Vigilantes são escolhidos entre os Mestres Maçons”
Com esta inserção nas Constituições o grau de Mestre passou a existir oficialmente.
O grau de Mestre nasceu em 1725, e foi incorporado definitivamente no catecismo em
1738. Até esta época até o Grão-Mestre era Companheiro.
Nos idos de 1725 existia uma sociedade profana fundada em 1724 constituída por
mestres de obras e músicos, que só aceitava maçons como membros. Para a nossa
concepção atual seria até uma heresia.
E ainda acontecia que quando um bom músico ou excelente mestre de obras era
recebido nesta sociedade e o mesmo não fosse maçom, os membros da sociedade
transformavam o local numa rústica Loja e o candidato era feito maçom. Situação
completamente irregular para nós em nosso quotidiano maçônico. Mas o que era “maçom livre em loja livre”? A Maçonaria de então não estava organizada como hoje.
Esta sociedade chamava-se “Philo Musicae et Architecturae Societas Apollini”. Era
seu Venerável, o Duque de Reachmond, que viria ser Grão Mestre da Grande Loja de Londres.
Esta entidade recebeu no dia 12.05.1725 como os primeiros Mestres Maçons da
história, comprovadamente através de documentos, os cidadãos Charles Cotton e Pappilon
Boll.
O ato de recebimento de um novo membro na Ordem era feito através de uma cerimônia
simples e chamava-se Recepção (introduzidos) e não por uma Iniciação como hoje a
conhecemos tão detalhada, tão rebuscada tão enriquecida de procedimentos litúrgicos e até de
novos símbolos.
Não havia a Bíblia como parte oficial em cima do Altar durante as cerimônias, muito
embora fosse citada muitas vezes. Ela entrou nos templos em 1740. Não haviam as ordens
arquitetônicas gregas; jônica dórica e coríntia.
Falava-se do Avental como insígnia de honra.
Não havia ainda a Lenda Hirâmica.
O primeiro arremedo de uma lenda surgiu no manuscrito de Grahan em 1726. Neste
manuscrito conta-se a história Noaquita da morte de Noé e da participação de seus filhos Sem,
Cam e Jafet.
Ao saberem que seu Pai havia falecido os três filhos partiram em busca de um sinal que
julgavam que ele possuísse, e que simbolizaria a Aliança de Noé com Deus. Como pairasse
dúvidas combinaram que se nada encontrassem as primeiras palavras que proferissem ao
encontrar o corpo, seria o símbolo da Nova Aliança.
Ao descobrirem o corpo já semi putrefacto, um dos filhos colocou-se de pé em frente ao
cadáver. E baixando-se pegou o dedo indicador da mão direita de Noé. Ao puxá-lo, este
desprendeu-se da mão. Em seguida tentou pegar o punho em forma de garra que também se
despregou do antebraço. Ato contínuo juntou seu pé direito junto com o pé direito do defunto,
colocou sua mão esquerda nas costas, joelho direito com joelho direito, mão direita segurando o
braço e antebraço direitos, forçou-o a levantar-se até ficar peito contra peito. Procurando algo no
local onde o corpo estava estendido, nada encontraram. Estes procedimentos deram origem aos
cinco pontos do grau de Companheiro (Hoje pertencem ao grau de Mestre).
Um dos filhos segurando o dedo desprendido exclamou: “ainda há tutano neste osso”
(Marrow is in Bone).
Dentro daquilo que eles haviam estabelecido anteriormente, esta expressão passou a ser
a Palavra da Aliança.
Posteriormente passou a ser Mack Benack ou “M B” que até a presente data
permanece em alguns aventais do 3° grau.
Hoje em nossos rituais conhecemos como Mac Benac que já na época enfocada,
significava “a carne deixa os ossos” ou “ o corpo está apodrecido”.
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A lenda a partir de 1725, ainda demorou alguns bons anos para tomar corpo e ficar muito
parecida com a lenda que conhecemos atualmente. Mudaram-se os personagens, porém para
construção da lenda seguiram o mesmo roteiro.
Um fato que está bastante claro, mas que os criadores de ritos não querem admitir.
Estes três graus passaram a ser universais. Tudo o que se inventou desde então, foi
calcado em cima destes três graus. Ninguém conseguiu inventar um novo grau de Aprendiz,
Companheiro ou Mestre. Podem tê-los modificado, enxugado, suprimido detalhes e passagens,
acrescentado outros, retirado alguns símbolos e ter colocado outros, diálogos alterados segundo
a vaidade ou vontade dos entendidos em ritualística, ou ainda pela necessidade do momento,
mas o arcabouço, a idéia principal, o cerne, o esqueleto dos graus permaneceram. Não se criou
nada em especial desde então. Todos os ritos se utilizaram desta base. O “DNA” da Maçonaria primitiva não foi alterado A ESSÊNCIA permaneceu.
Hoje temos o ritual que nada mais é um aperfeiçoamento dos catecismos guias,
monitores, reguladores etc. O catecismo é o precursor do Ritual. Evidentemente, em cada época
estes libretos serviram à Ordem de acordo com as necessidades do momento. O ritual, hoje
após sofrer adequações, adaptações significa tudo o que já se propalava naqueles tempos
referindo ainda mais alguns detalhes, ou seja, se tornou completo, porque traz tudo o que se
herdou daquela época, com as metamorfoses ocorridas através destes três ou quatro séculos,
porém de forma organizada.
O ritual de hoje em que pesem as discrepâncias, tem dois significados: um é o conjunto
de procedimentos e cerimônias segundo regras e normas. Seria tudo o que se refere a uma
cerimônia ou a um rito em si, ou a um sistema maçônico, e o outro significado é o livro onde
estão escritas todas as normas e procedimentos a serem seguidos e que foram previamente
estabelecidos por autoridades competentes da Obediência.
Mas e naqueles tempos como era o dia a dia da Maçonaria? Como ficava esta história de
pedreiros e nobres ou mestres de obras e músicos se reunirem e pertencerem ao mesmo
grêmio? Havia discriminação entre as classes dentro das Lojas? Havia solidariedade tal qual a
conhecemos hoje, ou era apenas um esboço de fraternidade humana, ou seria que um grupo de
homens, alem de seu tempo, independentes de suas classes sociais, livres pensadores e
sonhadores que pensavam num mundo mais puro e melhor? Estariam sonhando com uma nova
ordem mundial?
Conforme frisamos em 1717 havia apenas dois graus. Como seria a prática dos
mesmos? Haveria alguma semelhança com os dias atuais?
Como a Maçonaria em si não publicava quase nada, já que a Tradição era passada de
geração a geração oralmente, uns homens tachados de traidores na época passaram a heróis
dos pesquisadores atuais porque, ou por vingança contra a Ordem, ou porque acharam por bem
aparecer, ou porque quiseram se tornar celebres, ou por dinheiro, eles publicaram em jornais
profanos e livros, os chamados mistérios e segredos da Maçonaria, termos estes que eram
muito valorizados no mundo profano naquela época. Havia um interesse desmesurado do
público a esse respeito. Queriam saber tudo sobre os tais mistérios e segredos.
Estas publicações não oficiais e que foram muitas, são chamadas de Revelações
(Exposures) e passaram a ser fontes importantes de pesquisas e estudos, sendo atualmente
analisadas por verdadeiros cientistas culturais da Ordem, especialmente pelos membros da Loja
Quatuor Coronati de Londres n.º 2076 que as estão passando a limpo sendo que as
informações são cruzadas com as revelações e as afirmações dos manuscritos antigos
(Old Charges), chegando-se a uma conclusão muito aproximada de como era a Maçonaria de
então.
Entretanto falta muito, para se chegar a uma conclusão final. Existem muitos hiatos
que ainda precisam ser preenchidos. Com freqüência são descobertos na Inglaterra
França e outros países europeus documentos que são fragmentos, verdadeiras peças de
um todo e que tem sido de um valor inestimável para se formar um retrato perfeito da
Maçonaria de uns 400 anos atrás. Fala-se que existem cerca de 150 manuscritos antigos
(Old Charges).
Cerca de 17 manuscritos são os mais estudados, porque são mais completos.
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ANÁLISE SOBRE O CATECISMO PUBLICADO POR SAMUEL PRICHARD
1º GRAU (ANTES DE 1717)
A Maçonaria Dissecada( Masonry Dissected) foi publicada por Prichard em um jornal
de Londres (The Dailly Journal) nos dias 02, 21, 23 e 31.10.1730. Constava de 23 páginas. Até
1760 foi reeditada 40 vezes para o público.
Era um catecismo e não uma cerimônia em si, mas seus diálogos e explicações nos dão
a interpretação da forma que os procedimentos eram realizados, bem como nos esclarece uma
série de pontos até então obscuros.
Este catecismo em forma de perguntas e respostas consta de 92 no grau de Aprendiz,
32 no grau de Companheiro e 3O no grau de Mestre.
Já no manuscrito da Casa Edinburg (1696) contem uma descrição ainda incompleta, das
cerimônias dos Graus de Aprendiz e Companheiro e mais quinze perguntas e respostas. Foi o
primeiro catecismo a aparecer na Maçonaria.
Prichard publicou os três graus e mais alguns comentários sobre a Ordem.
Com relação ao grau de Aprendiz ele intitula Grau dos Aprendizes (Entered Aprenttice)
que quer dizer Aprendizes recebidos, introduzidos ou admitidos (Hoje, seriam Iniciados).
Veremos que sob o angulo de visão atual, que como não haviam templos ainda que uma
taberna estivesse a disposição de uma Loja para as suas reuniões, não havia a privacidade que
temos hoje, onde até alguns Veneráveis se dão ao luxo de não deixar entrar no templo Irmãos
retardatários.
Aparece neste catecismo a figura do Cowan ( Goteira, bisbilhoteiro) de forma
ressaltada. É provável que o cargo de Tyler( Cobridor Externo) tenha sido criado para barrar e
não deixar entrar os intrusos. O Cowan foi uma figura tão marcante que até Anderson na versão
da Constituição de 1738 fala sobre ele.
O diálogo embora grafado de forma diferente vemo-lo na sua essência nas aberturas e
fechamentos das sessões, nas Iniciações, nas instruções dos rituais ou em qualquer outro
procedimento. As instruções constantes dos Rituais atuais são as que mais se assemelham ao
conteúdo dos diálogos se comparados com aquela forma de Maçonaria antiga.
O catecismo em si trata de um dialogo entre possivelmente o Venerável (Mestre da Loja) e um
maçom introduzido ou admitido (iniciado, recebido).
Aparentemente um telhamento para o nosso entendimento atual.
Enfocaremos inicialmente o grau de Aprendiz que será para a nossa análise, a base
da Maçonaria de antes de 1717.
O examinador perguntava inicialmente de onde vinha o Irmão ao que ele respondia “De uma Loja consagrada a São João” Saudava o Venerável por três vezes três.
Para se saber se o Irmão era mesmo maçom, este respondia que sim pelos sinais,
toques e pontos perfeitos e pedia para ser examinado.
Ainda continuando em resposta à pergunta feita, dizia que os sinais eram todos os
esquadros, ângulos e perpendiculares, os toques eram sinais regulares estabelecidos e a
garra da fraternidade.
Quanto aos pontos o examinador dizia: ”Dai-me os pontos de seu ingresso” O
Aprendiz respondia: “Dai-me o primeiro e eu vos darei o segundo” O Examinador respondia: “Eu calo-me” e o Aprendiz retrucava; “Eu oculto”. Que só revelaria a um verdadeiro Irmão, ou
em Loja constituída.
Falava-se de uma loja justa e perfeita composta de sete Irmãos ou mais sendo um
Mestre da Loja(Venerável) dois Vigilantes dois Companheiros, e dois Aprendizes.
O Aprendiz dizia após ser perguntado que foi admitido por três grandes batidas e tinha
sido recebido por um Júnior Vigilante (2ºVigilante) e a seguir através de uma série de
perguntas e respostas ele descrevia como tinha sido recebido, cuja descrição é muito
semelhante às Iniciações de hoje.
Após esta seqüência de perguntas sobre a Recepção, o Venerável fala: “Você pode
repetir o que prometeu” (DUE GUARD)
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IMPORTANTE
O Aprendiz repetia todo o juramento muito semelhante ao dos dias atuais, onde usava as
mesmas imprecações, ou seja, se fosse traidor, chamava para si uma série de castigos terríveis
( atualmente abolidos em alguns ritos), tais como pescoço cortado, língua arrancada pela raiz
etc. e terminava fazendo um sinal dizendo DUE GUARD.
O que era afinal este tal de DUE GUARD?
Na Recepção, o candidato segurava à altura da cintura a Bíblia com a mão esquerda e
apoiava a mão direita sobre o livro. enquanto repetia o juramento. Num telhamento ele repetia o
teor do juramento, mas como se estivesse segurando uma Bíblia imaginária.
O DUE GUARD dos Aprendizes e Companheiros era o mesmo, mas no grau de Mestre
inventaram depois que ele foi criado (após 1725) que ambas as mãos ficariam como se
estivessem espalmadas, depositadas sobre a Bíblia, tocadas levemente pelos seus polegares.
O Venerável prosseguia o interrogatório perguntava a forma da Loja, largura, altura
(altura=polegadas, pés e jardas intermináveis, alta como o céu) e como a Loja estava situada
ao que eram respondidos “Do Oriente para o Ocidente, porque todas as Capelas eram
assim”.
“Onde está localizada sua Loja”
“Na Terra Santa, ou na parte mais alta da Colina, ou no mais profundo Vale ou no Vale de Josafá, ou em lugar secreto”.
A Loja era sustentada por três pilares Sabedoria, Força e Beleza (ainda não haviam as
ordens arquitetônicas: jônica, dórica e coríntia).
Prosseguindo, o Venerável perguntava se existiam mobílias em sua Loja ao que era
respondido: Sim: Pavimento Mosaico, a Estrela Flamejante e a Orla Denteada.
“E as outras mobílias?” Bíblia, Esquadro e Compasso.
Jóias: seis. Três móveis: Esquadro, Nível e Compasso-Prumo.
Três imóveis ou fixas: Tábua de traçar (Mestre da Loja) Pedra Bruta (para os
Companheiros), Pedra Polida (para os Aprendizes) (interessante: é o contrário de hoje. A
Pedra Bruta é ligada aos Aprendizes).
“Existem Luzes na sua Loja?”
“O sol, a Lua e o Mestre da Loja”.
“Existem outras Luzes fixas em sua Loja?”
“São as três janelas: Oriente Sul e Ocidente (No Norte na entra luz)”.
IMPORTANTE (A figura do Cowan e a diferença de “status” entre os Novos Aprendizes e os
Velhos Aprendizes nos chama a atenção no catecismo).
“-Onde sentam-se os VELHOS (SÊNIORES) APRENDIZES?”
“-No Sul”.
“-Quais as suas funções?”
“-Atender, recepcionar e dar boas vindas aos Estrangeiros”.
“-Onde tomam assento os NOVOS (JÚNIORES) APRENDIZES?”
“-No Norte”.
“-Quais as suas funções?
“-Proteger a Loja dos Cowans e Bisbilhoteiros”.
“-Se um Cowan é apanhado como ele é punido?”
“-Ele é colocado sob a calha da casa (onde há água de chuva), ou outra água
qualquer para que ela escorra entrando pelo ombro e saindo pelos sapatos (daí a
origem da palavra GOTEIRA).
Hoje analisando-se a seqüência deste diálogo, especulamos e entendemos porque foi
aumentado mais um grau após o grau de Aprendiz. Se bem que o 2º grau ficou pertencendo aos
SÊNIORES APRENDIZES, agora como Companheiros e o Mestre que era cargo virou grau
entre 1725 e 1738.
Era perguntado onde era o lugar do Venerável e dos Vigilantes e a seqüência de
respostas e perguntas era mais ou menos as mesmas de hoje valorizando inclusive o trajeto
percorrido pelo Sol (O dia a noite e o mito solar).
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Estamos analisando catecismos, de 300 a 400 anos atrás onde identificamos todos os
símbolos e procedimentos mencionados dos quais hoje com certas supressões ou alterações,
em função da evolução do tempo em que vivemos, somos os seus fieis seguidores.
Entretanto, a liturgia, não é mencionada. Mas, pelos catecismos de Prichard, e por outras
Revelações (Exposures) e pelas pistas dos manuscritos (Old Charges), podemos avaliá-la e
até deduzir como era praticada esta liturgia, sem termos é lógico, a certeza absoluta. Se
analisarmos como um todo temos pelo menos a noção possivelmente muito aproximada.
Enfim, pela riqueza de detalhes, nos dá a impressão de que tudo isso é atual, pois
praticamos hoje uma maçonaria totalmente casada com estas antigas influências e de forma
muito semelhante a este legado histórico ritualístico e doutrinário que recebemos como uma
benção, e que hoje em dia nem nos damos conta da riqueza cultural que herdamos.
HERCULE SPOLADORE
BIBLIOGRAFIA
CARVALHO, Francisco de Assis “A Maçonaria Usos & Costumes” Volume 2
Cadernos de Estudos Maçônicos
Editora Maçônica ”A Trolha” Ltda.
Londrina. – 1995
PERAU, Abade Gabriel L.Calabre “A Ordem Maçônica Traída e seus.............
segredos revelados” ( L’ordre des Francs-Maçons Trhai et leur secreet
revele Paris, 1745)
Tradução de Ataualpha José Garcia
Editora “A Trolha” Ltda. - Londrina 2001
PRICHARD, Samuel
“Maçonaria Dissecada” (Masonry Dissected)
1730
................................................... Tradução de XICO TROLHA –
Editora “A Trolha” Ltda. - Londrina – 2002
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Trabalho: DUE GUARD – de Antônio Carlos Tavares Barbosa
Onde foi Apresentado Este Trabalho
Trabalho: Sinais Toques e Palavras de Francisco de Assis Carvalho XICO TROLHA
Trabalho apresentado em 22/09/2003 na VII JORNADA MAÇÕNICA ZONA LESTE DE SÃO PAULO –
(Encontro realizado anualmente por um grupo de Irmãos da GLESP)
Apresentado em 18/10/2003 no IV Simpósio “Francisco de Assis Carvalho” - Pacto Sul Mineiro do REEA
– realizado em Poços de Caldas –.
Apresentado na Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” Londrina -PR em 21/11/2003.
Publicado na Gazeta Maçônica ( São Paulo) numero 151 meses 06 e 07/2004
Publicado no Livro “Maçonaria no Século XXI” publicado pela “Loja Fraternidade Brazileira de Pesquisas e Estudos” de Juiz de Fora- MG á pg. 67 – ano 2005
Apresentado na Loja “Justiça de Maringá” – Maringá - PR em 28/05/2009
Apresentado na Loja Maçônica Nova Esperança - PR dia 13/04/2010 Festa do cinqüentenário da Loja -