File
Transcrição
File
V OLUME 4 | J UNHO DE P ÁGINA 2 2014 EDITORIAL EDITORIAL No início a caminhada adivinha-se longa. Mas no fim temos a sensação que escolhemos o atalho mais curto. É sempre assim, é sempre isto que acontece quando entramos num projeto por gosto, quando nos entregamos de corpo e alma. Este foi um projeto com o qual comecei a sonhar há cerca de um ano atrás, ao qual me dediquei ao máximo. Infelizmente, nem assim foi possível concretizar todos os planos e metas traçadas. Porquê? Porque este jornal goza de uma equipa trabalhadora, mas pequenina. Seria importante, para o crescimento do jornal, que um maior número de pessoas se envolve-se neste projeto. Não tenham receio, não fiquem parados desse lado a pensar no que poderia ou não acontecer se se juntassem à nós. Façam-no, simplesmente! Serão sempre bem recebidos. À atual equipa, resta-me agradecer por todo o empenho, dedicação e pró-atividade. Em especial, Fabrícia e Patrícia, tenho a certeza de que continuarão a fazer um ótimo trabalho, como de resto sempre me habituaram. Aproveito ainda para agradecer todo o apoio da FPCEUC, na pessoa da Excelentíssima Professora Doutora Luísa Morgado, que muito contribui para o bom sucesso deste projeto. Despeço-me, com o sentimento de missão cumprida. Com vocês e para vocês, Catarina Oliveira Em Contato FPCE-UC Direção [email protected] Serviços Académicos [email protected] Gabinete de Apoio ao Estudante [email protected] XPTO Sexualidades [email protected] Rhumo - Júnior Empresa de Recursos Humanos [email protected] Desconcertuna [email protected] InterDito - Grupo de Expressão Dramática [email protected] Amnistia Internacional [email protected] NEPCESS/AAC Direção [email protected] Plenário [email protected] Cultura [email protected] Política Educativa e Pedagogia [email protected] Desporto e Convívio [email protected] Ação e Formação [email protected] Intervenção Cívica e Ambiente [email protected] Comunicação [email protected] Ficha Técnica Jornal do NEPCESS/AAC O Claustro | [email protected] Direção e Edição Catarina Oliveira Colaborou nesta edição Ana Rita Mouro, André Fernandes, Dr. Fred Powell, Dra. Madalena Bettencourt, Fabrícia Teixeira, Francisco Santo, Mariana Ambrósio, Mónica Melo, Patrícia Dantas, Patrícia Girão, Rúben Sousa, Sofia Noto, Tiago Marques, Tiago Moderno Agradecimentos Direção da FPCEUC Fotografias por Rosa Barbosa Paginação Catarina Oliveira Conceção e Produção NEPCESS/AAC Impressão PMP - Serviços e Equipamentos Gráficos, Lda.; Telefone 239 704 638/ 239 705 114; Fax 239 704 639; email [email protected] Tiragem 100 exemplares FPCEUC NEPCESS/AAC V OLUME 4 | J UNHO A 2014 P ÁGINA 3 VALORIZAR POR: RÚBEN SOUSA Em tom solene de uma despedida nostálgica, coube-me a mim balancear o nosso enorme projeto: Game of Knowledge. O sentimento de missão cumprida é magnífico. O retorno de todo este trabalho é apenas a simples felicidade altruísta. O feedback que obtivemos dos diferentes públicos foi melhor do que alguma vez esperámos. Estávamos certos da ambição do projeto e existem críticas, é certo, mas a certeza de que estas foram escutadas com toda a atenção e profissionalismo que nos é possível exercer évos garantida. Não posso deixar de agradecer a todos os intervenientes, Direção da Faculdade, oradores nacionais e internacionais pela abertura a este projeto. Talvez se tenham deixado deslumbrar pela humilde glória a que nos propusemos. Resta-nos esperar de quem se propõe a estes projetos que continuem a servir unicamente o seu propósito mais nobre mantendo a qualidade que implementámos. Nutrir a vontade de alcançar novo conhecimento a cada dia que passa. É com confiança nas palavras do Dr. Fred Powell que sabemos que o GAME OF KNOWLEDGE cruzou o mundo e se fez ouvir nos seus quatro cantos: Coimbra é um lugar mágico. A sua história e arquitetura combinam beleza e mistério. A ditada realidade e a beleza estão intimamente ligadas a especulação filosófica, que faz da Universidade de Coimbra o lugar perfeito para a realização das Jornadas intituladas “Game of Knowledge". Foi uma estadia completa de revelações surpreendentes. O edifício do século XVI que abriga a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação criou um ambiente perfeito, onde pudemos sondar os segredos do conhecimento. Quando a Sara Santos me enviou um convite para falar sobre a Divisão Norte-Sul na Europa, na Universidade de Coimbra, eu senti que era algo que eu queria fazer de imediato. A divisão NorteSul na Europa é uma metáfora para muitas divisões da Europa. No entanto, ao visitar a Universidade de Coimbra, percebi que há uma herança cultural profunda que une a Europa. O esplendor da Universidade de Coimbra é uma prova para a centralidade do conhecimento na civilização europeia - quem somos e estamos prestes a quê? O nosso passado e nosso futuro fundem-se nos salões da Universidade de Coimbra, numa dança entre ideias e tempo. Mas, para mim, o ponto alto da minha visita a Coimbra foram os alunos com quem me cruzei. Raramente estive com um grupo tão inspirador de jovens. Todos eles eram poliglotas e muito cosmopolitas. Mas essa urbanidade foi ainda aumentada pelo charme e cortesia, ambos em abundância. Se o futuro da Europa está nas mãos destes jovens extraordinários, então todos nós podemos sentir-nos muito confiantes. Foi um prazer, foi realmente maravilhoso estar com estes jovens encantadores e inteligentes. Eu nunca vou esquecer a minha visita a Coimbra, os amigos que fiz e o Fado que eu ouvi, que me deixou em êxtase! Fred Powell UC-SE PASSA UMA VISITA DE V OLUME 4 | J UNHO UC-SE PASSA SOCIETY FOR DE 2014 P ÁGINA 4 VOCATIONAL PSYCHOLOGY CONFERENCE — 14, 15 E 16 DE JULHO POR: PEDRO BELO Em tempos de crise económica e financeira, as nossas preocupações são principalmente direcionadas para esta mesma problemática, no que diz respeito ao seu impacto social e pessoal. Contudo, precisamos de avançar dentro de um paradigma da justiça social centrada em questões de desenvolvimento profissional, como um direito incorporado nos nossos processos de desenvolvimento global. Precisamos, urgentemente, de reconstruir a esperança (perdida) através da escola, trabalho e das nossas relações, de modo a criar crenças numa sociedade de igualdades. Voltando para o desenvolvimento profissional como um tema social, o crescimento pessoal através da cidadania na escola e no trabalho, assim como do fortalecer dos relacionamentos, pode ser um caminho para uma melhor qualidade de vida. Neste ciclo de conferências iremos abordar uma revisão dos temas de desenvolvimento profissional através de novas perspetivas de compreensão da escola, do trabalho, da vocação/ carreira e das relações, quando neste século advocacia e aconselhamento deverão andar de mãos dadas. Como tratar eticamente as mudanças dramáticas na nossa vida quotidiana (e.g., desemprego , exclusão social e pobreza)? Como lidar com a ”impotência” do nosso trabalho, das carreiras e relacionamentos, quando o emprego diminui, a carreira desaparece e as famílias lutam para educar as próximas gerações? Como voltar aos valores básicos da sociedade e transmiti-los para os mais novos? Será que precisamos de uma nova psicologia vocacional para enfrentar estes tempos turbulentos? Estas são perguntas que esperamos ver discutidas nos dias 14, 15 e 16 de Julho durante a 11th Biennial Conference da Society for Vocational Psychology, cujo tema será: Career Counseling and Development: Rebuilding Hope through School, Work, and Relationships. Este será um regresso desta conferência à cidade de Coimbra, depois de em 2003 esta ter sido realizada com a temática “School and Work Based Transitions: Theory, Research, and Practice”. Nesta edição, a organização está a cargo de dois professores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Professor Doutor Joaquim Armando Ferreira e Professor Doutor Eduardo Santos, e de duas professoras norte-americanas, Professora Doutora Susan Whiston da Indiana University e Professora Doutora Saba Ali da Iowa University. Este evento contará com a participação do Professor Doutor David Blustein do Boston College, do Professor Doutor Fred Vondracek da Penn State University, do Professor Doutor Steven Brown da Loyola University de Chicago e do Professor Doutor Richard Haase da University at Albany, entre outros. A inscrição é feita através da Loja Virtual da Universidade de Coimbra. Para os estudantes, o custo da mesma é de 25 euros. Toda a informação sobre este evento está disponível em www.uc.pt/fpce/svp2014. V OLUME 4 | DE POSSE P ÁGINA 5 2014 DOS NOVOS CORPOS GERENTES DA RHUMO POR: CATARINA OLIVEIRA A Professora Doutora Cristina Albuquerque, sua equipa. Por fim, deu os parabéns à nova subdiretora da FPCEUC, utilizou a expressão equipa e, em particular, fez votos de um excemetafórica “adquirir um novo rumo”, como for- lente trabalho para a sua sucessora, a colega Pama de simbolizar esta tomada de posse. A mes- trícia Cruz. ma frisou uma enorme gratificação pelo empeA nova equipa é constituída pelos seguintes nho e envolvimento dos elementos da RHumo, elementos: Presidente da Assembleia Geral – traduzido na concretização dos objetivos a que Cláudia Besteiro; Relatora do Conselho Fiscal – os mesmos se propuseram há um ano atrás. Fo- Barbara Liberato; Secretária do Conselho Fiscal ram formalizados os para– Joana Santos; Presidente béns à nova direção, que condo Conselho Fiscal - Vânia tará, como sempre, com o Morgado; Segunda secretá“ A FPCE irá desenvolver, apoio da FPCEUC. Ademais, ria direção da – Ana Luísa em parceria com a a Professora Doutora Cristina Costa; Primeira Secretária da Albuquerque informou o púDireção – Carolina Leal; TeRHumo, programas de blico de que no próximo ano soureira – Patrícia Gameiro; mentoring e de a Faculdade irá desenvolver, Vice-Presidente da Direção – em parceria com a RHumo, Ana Luísa Rebelo e Presidenempregabilidade.“ programas de mentoring e de te da Direção – Patrícia Cruz. empregabilidade. Patrícia, tomando a palavra, Relativamente ao mandato que agora sessou, refere que muitas são as pessoas que se revêm Rui Vais, até à data Presidente da RHumo, refere nos objetivos da RHumo e que acreditam neles. que este último ano foi um ano de mudança, da- Acrescenta que tais objetivos continuam a ser os do que a estrutura desta Júnior Empresa sofreu mesmos, entre os quais destaca a importância uma reorganização, redefinindo-se papéis e fun- de colaborar com outras Juniores Empresas e ções. Foi também um ano de crescimento, em com Universidades e de divulgar a área de Psicoque Rui Vais destacou a realização de formação logia do Trabalho e das Organizações, para asinterna, a participação no Genial14, a criação e sim tornar a nossa Júnior Empresa cada vez mais realização do 1º Open Doors e a participação na forte, ativa e trabalhadora. Universidade de Verão. Foram inúmeros os A Equipa d’O Claustro faz também votos de agradecimentos que proferiu aos elementos da bom trabalho a toda a equipa! Patrícia Cruz, Rui Vais, Prof. Doutora Cristina Albuquerque e Cláudia Besteiro (da esquerda para a direita) UC-SE PASSA TOMADA JUNHO DE V OLUME 4 | J UNHOO DE 2014 UC-SE PASSA OS JOGOS EUROPEUS UNIVERSITÁRIOS PÁGINA 6 EM COIMBRA! POR: BRUNO MATIAS (PRESIDENTE DG/AAC) Coimbra será a cidade anfitriã dos Jogos Eu- o desafio e juntos partimos à conquista da Euroropeus Universitários de 2018! pa. Nunca antes as três principais instituições da Dentro de quatro anos a cidade das tricanas cidade tinham estado juntas num projeto como receberá cerca de cinco mil estudantes atletas este. Desde então, o que era um mero sonho de mais de 400 universidades europeias de 40 ganhou contornos de um verdadeiro projeto napaíses diferentes. Durante duas semanas a nos- cional e internacional, tendo sido apoiado pelo sa cidade respirará desporto, espirito académico Presidente da República e pelo Primeiroe interculturalidade, durante aquele que é o mai- Ministro, que pessoalmente receberam a comitior evento universitário da Europa e o maior va de Coimbra e da EUSA (European University evento desportivo em Portugal desde o Europeu Sports Association) para demonstrarem a imporde Futebol de 2004. Os Jogos vão disputar-se tância que os Jogos têm para o país. Também em Coimbra, Figueira da Foz e Montemor-o- todas as federações desportivas e o Comité Velho. Ao todo serão 15 modalidades, 27 espa- Olímpico e Paralímpico de Portugal se colocaços desportivos, milhares de atletas, técnicos, ram completamente ao nosso lado. visitantes e voluntários que marcarão Coimbra Foi sobretudo este envolvimento e o legado para sempre. que nos propusemos a deixar, que nos deu esta Este foi um projeto que nasceu aqui, na Aca- vitória. Agora temos em conjunto, a Academia, démica. A AAC é a instia cidade e o país, quatro tuição desportiva mais anos de oportunidades eclética do país. Desde há únicas, para promover Co“ (...) o que era um mero vários anos que a aposta imbra — Património da sonho ganhou contornos de no Desporto Universitário Humanidade — por toda a tem dado frutos e resultaEuropa. um verdadeiro projeto dos, catapultando o nome Os Jogos Europeus Univernacional e internacional.“ da nossa Academia alémsitários serão sem dúvida fronteiras. Prova disso foi uma oportunidade única a distinção que a Universipara tornar Coimbra uma dade de Coimbra e a Associação Académica de verdadeira capital do Desporto Universitário EuCoimbra receberam por três anos consecutivos, ropeu. É um momento para voltar a demonstrar ao terem sido consideradas as melhores da Eu- que é em Coimbra que reside a cidade mais uniropa em Desporto Universitário! Tal só foi possí- versitária da Europa e para manifestar que sovel devido ao trabalho, empenho e dedicação de mos uma Academia adulta e capaz de organizar centenas de atletas, técnicos e dirigentes que eventos de nível europeu. todos os anos dão tudo de si para levar mais Este projeto, que culmina na organização dos além o alvinegro da Académica. Jogos em 2018, já se iniciou no processo de canDepois de atingir tal patamar, quisemos ir didatura e continuará a ser desenvolvido ao lonmais além, e assim, candidatámo-nos aos Jogos go dos próximos 4 anos. Europeus Universitários. Com o objetivo de tornar os Jogos de 2018 Este foi, como referi, um projeto que nasceu inesquecíveis, precisamos do apoio, ajuda e enna nossa AAC, mas cedo se tornou num projeto volvimento daquilo que torna Coimbra única: os da cidade, da região e do país. A Universidade estudantes e a Academia. de Coimbra e o Município de Coimbra aceitaram Contamos contigo! V OLUME 4 | J UNHO 2014 PÁGINA 7 FAZEMOS A DIFERENÇA POR: CATARINA OLIVEIRA Foi no âmbito do projeto de voluntariado mílias nossas utentes, nomeadamente roupa, que se encontra a cargo do NEPCESS, intitulado mobiliário, produtos de higiene e alimentos. de Sorriso Aberto, que engloba protocolos com Neste trabalho, temos sido generosamente diversas instituições, que surgiu a oportunidade apoiados pelo Pelouro de Intervenção Cívica e de colaborar com a Associação Nacional de Ambiente do Núcleo de Estudantes de Psicologia, Apoio a Jovens (ANAJOVEM). Ciências da Educação e Serviço Social da AssociPara além do normal encaminhamento de vo- ação Académica de Coimbra a quem agradeceluntários no âmbito do Projeto Sorriso Aberto, o mos a prestigiosa campanha de angariação de NEPCESS desenvolveu duas campanhas de re- peças de vestuário e produtos de higiene que colha de roupa e de produtos de higiene. Uma muito contribuiu para apoiar as nossas famílias. delas ocorreu em benefício dos utilizadores desEste donativo permitiu colmatar algumas das ta associação. carências desta população, Muitos foram os sacos agilizando as fragilidades do “Agradecemos a de roupa que encaminhámomento que atravessam. mos, o que nos deixa imenAproveitamos e reforçamos prestigiosa campanha samente orgulhosos. Claro ainda, a nossa gratidão pela (…) que muito contribuiu está, o empenho não faltou, generosidade e preocupação nem em nome desta causa, de todos os particulares que para apoiar as nossas nem em nome de qualquer também contribuíram e confamílias.” outra, não fossem os eletinuam a contribuir para esta mentos do Pelouro de Intercausa, pois estas famílias venção Cívica e Ambiente pessoas de um cariz dependem daquilo que é possível recolher, com a sublime. colaboração e solidariedade de todos. Tal como De seguida, apresentamos o agradecimento William Shakespeare, subscrevemos “A gratidão sentido da ANAJOVEM ao NEPCESS/AAC, em é o único tesouro dos humildes”. nome da Dra. Madalena Bettencourt: Unindo esforços esperamos conseguir fazer A Equipa de Intervenção Direta Raiz da Asso- sorrir muitas pessoas e, em especial, muitas criciação Nacional de Apoio a Jovens, visa dar res- anças. posta às necessidades mais emergentes das fa- Fotografia por: NEPCESS/AAC UC-SE PASSA JUNTOS DE V OLUME 4 | J UNHO UC-SE PASSA BALANÇO DE 2014 P ÁGINA 8 DE UM ANO DE MANDATO POR: ANA RITA MOURO Um mandato já passou e outro se seguirá. gios ao nosso trabalho, o que sempre nos deu Pelo que seremos recordados? Muitas foram as força e motivação para continuarmos o camiatividades que realizámos e as entidades que nho a que nos tínhamos proposto. Seguiu-se a contactámos ao longo do ano. Permitam-me megafebrada + torneio de futsal, o workshop refletir, enquanto escrevo este artigo, e perdo- de gestão do tempo, em parceria com a júnior em-me o meu saudosismo, pois a despedida empresa da nossa faculdade – a RHumo, o já aproxima-se e a saudade já me invade. tradicional jantar de serenata, a primeira ediIniciámos o ano letivo em colaboração com a ção d’O Claustro e, terminámos o mês em beleDireção-Geral da Associação Académica de Co- za com um Claustroween. imbra, na receção aos alunos e continuámos esAté ao final do primeiro semestre desenvolsa receção na nossa casa, na semana seguinte, veram-se outras atividades, entre as quais a com a visita ao museu académico, a realização comemoração do aniversário NEPCESS/AAC dos jogos tradicionais no parque verde, do jantar (que tem muito potencial a explorar), a recolha nos claustros e da sessão de abertura. Nesta de alimentos e roupa, a Semana Universal, os mesma sessão, transmitimos aos alunos a im- dias temáticos de formação para os três cursos, portância da contribuição a segunda edição do de todos para a melhoria Claustro, a exposição das constante do nosso núárvores de natal com as “É uma saudade serena, cleo, para além de realçar instituições com as quais solene, de quem já aceitou o valor equitativo dos três temos parcerias de vocursos que são represenluntariado e o jantar de que o fim está próximo e que tados pelo Núcleo. Para natal. Este último, realiapenas pode deixar aos além da referida receção zado em estreita colaboao caloiro, realizámos o ração com a Faculdade seguintes uma história, uma “Welcome Erasmus”, recede Psicologia e Ciências perspetiva.” bendo os alunos incoming da Educação da Universide mobilidade e no Picnic dade de Coimbra Erasmus tivemos a opor(FPCEUC). Aproveito patunidade, juntamente com o Grupo de Estudan- ra deixar aqui um obrigado muito especial a tes da Amnistia Internacional da Faculdade de toda a direção da FPCEUC, na pessoa da SePsicologia e de Ciências da Educação, de ter nhora Diretora, a Professora Doutora Luísa bons momentos de convívio e de contactar e Morgado, por nos permitir a realização da maiconhecer diferentes culturas junto ao rio Monde- oria das nossas atividades, no nosso local privigo. legiado, a nossa querida faculdade, e pelo Chegados a outubro, “soltámos” o Writecros- imensurável e constante apoio ao longo de tosing: um simples caderno onde os alunos podiam do o ano. deixar as suas opiniões, sugestões, sentimentos, Iniciámos o segundo semestre com o peddyqualquer coisa! Através deste pequeno caderno tascas, com mais uma recolha de cobertores, o pudemos testemunhar a aflição de estudantes início do curso de língua gestual portuguesa, o com prazos de entregas de trabalhos, as sauda- “roll the dice”, a Meteorologia dos afetos e a des dos antigos dirigentes associativos e os elo- recolha de sangue. Destacamos a XVI Semana V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 feitios, desde uma sessão de esclarecimento pelo IEFP sobre os apoios que este pode proporcionar aos recém-licenciados, a um workshop de “Terapia Focada na Compaixão”, “Quem Quer Ser Um Idiota?” e o Jantar de Serenata. Não esquecendo que a presente edição deste jornal é a quarta, superando o habitual número de três edições. No início falei de saudade. Clarifico que esta saudade não é uma saudade ávida de quem perde algo precioso e quer incessantemente voltar a tê-lo. É uma saudade serena, solene, de quem já aceitou que o fim está próximo e que apenas pode deixar aos seguintes uma história, uma perspetiva. O Núcleo é de todos e todos devem sentir-se do Núcleo. Quero agradecer todo o trabalho e empenho da minha equipa! Os melhores para nos julgarem são sem dúvida os estudantes, aqueles que usufruem e que dão sentido ao nosso trabalho! Obrigado a todos! Corpos Gerentes do NEPCESS/AAC, que cessam agora funções, acompanhados pela Professor Doutora Luísa Morgado UC-SE PASSA Cultural, que contou com atividades dinâmicas e interessantes desde uma palestras sobre música, antropologia, um workshop yoga e sessões de teatro e cinema. Tivemos mais uma edição do Claustro no mesmo mês, assim como mais uma megafebrada + torneio e desta vez com as modalidades de futsal e vólei. A nossa última grande atividade, da qual muito nos orgulhamos, foi sem dúvida alguma, a realização das Jornadas Transdisciplinares 2014, sob o mote “Game of Knowledge”. A nossa sociedade está hoje embebida numa névoa de apatia e indiferença de que ninguém está imune. Tentámos com este mote, consciencializar os estudantes de que as lutas que se travaram em séculos passados continuam a travarse hoje, embora as armas e os campos de batalha tenham alterado a sua forma... Voltamos mais uma vez, a pedir aqui, que lutem por terem mais e serem mais! Mais sabedoria, mais curiosidade, mais vontade, mais autodidatismo e mais pro-atividade! As nossas últimas atividades ocorreram todas na mesma semana, para todos os gostos e P ÁGINA 9 V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 10 UC-SE PASSA EFPSA CONGRESS 2014 POR: TIAGO MARQUES Foi na semana de 27 de Abril a 4 de Maio que se realizou o 28º Congresso Anual da Federação Europeia de Associações de estudantes de Psicologia (EFPSA), em Baile Felix, na Roménia. O 28º congresso da EFPSA, foi o meu primeiro, embora já há muitos anos desejasse ir a este evento e todos os anos tivesse prometido a mim mesmo que me iria candidatar. O congresso da EFPSA começou muito antes do dia 27 de Abril, pois como é comum neste tipo de eventos há vagas restritas para cada país, logo o congresso começa para todos os participantes com a inscrição e carta motivacional, e esta é usada como critério de seleção para determinar que estudante garante ou não a vaga. Após a seleção, dá-se início a uma grande amizade e a um grande espírito de grupo. A viagem é marcada em conjunto, e este ano decidimos parar uns dias em Budapeste. Neste primeiro destino começam-se a traçar as primeiras de muitas amizades que serão feitas durante toda a semana, uma vez que tal como o grupo de Portugal, muitos outros participantes optaram por parar nesta cidade antes de rumar à Roménia. Graças a esta convergência de pessoas, podemos dizer que o congresso começou na verdade em Budapeste, com um jantar/convívio para perto de 100 pessoas, que seguiram na manhã seguinte de autocarro em direção a Baile Felix. Chegados ao destino damo-nos de frente com um hotel um pouco aquém do esperado, mas a animação partilhada por todos desvalorizou este facto. Neste dia deu-se início a um programa social que dividiu os participantes em 3 grupos: os comunistas, os vampiros e os ciganos. E deu-se assim início ao congresso. Durante os vários dias, inúmeras falhas foram sentidas por parte do grupo em relação à organização do congresso, desde a inexistência de internet, à comida de fraca qualidade, à falta de limpeza nos quartos e até em relação ao próprio programa social. Embora todas estas falhas tenham sido altamente criticadas, o espírito vivido por todos os participantes é capaz de colmatar todas as falhas. As amizades criam-se e solidificam, a alegria anda no ar e na sua maioria todos se sentem parte de um só grupo, um só local, todos de sorriso nos lábios, todos alegres por poderem participar em tão fantástico evento e conhecer pessoas tão deslumbrantes. As noites foram fantásticas, com ou sem falhas, o programa cientifico correu sem problemas, e as pessoas que trago, guardo num lugar especial no meu coração. Talvez por causa deste enorme sentimento de pertença, decidimos que talvez fosse a altura de mostrarmos o quanto gostamos daquele espírito e daquelas pessoas. Então decidimos candidatar Portugal ao 30º Congresso Anual da EFPSA. E é com grande orgulho que anuncio que o Congresso Anual da EFPSA de 2016 vai realizar -se em Portugal. Após uma votação extremamente renhida Portugal e este grupo fantástico de amigos que me acompanhou foi escolhido como o anfitrião do Congresso em 2016. Foi com uma enorme tristeza que nos despedimos deste congresso. Tudo aquilo que lá se passou foi algo único, inimaginável. Inúmeros pensamentos circulam pela nossa cabeça, é um misto de felicidade e tristeza, um sentimento de perda e aceitação. Na última noite, chorava-se e ria-se ao mesmo tempo. Proferiam-se declarações de amizade eterna, vivia-se um sentimento comum a centenas de pessoas que só nós portugueses conseguimos identificar. No fim brindouse à saudade. Posso dizer que foi completamente diferente daquilo que imaginei, não consigo descrever o sentimento que me assolou e que assola muitos de nós quando aterramos: a lágrima que nos corre no rosto quando pomos um pé em terra firme e tomamos consciência que esta semana acabou. P.S: Para o ano vou estar no 29º Congresso da EFPSA, não o perco por nada deste mundo! V OLUME 4 | JU NHO 2014 P ÁGINA 11 ESTÁ DE VOLTA! POR: EQUIPA INPROJECT InProject é um projeto alocado no OCIS , desenvolvido por alunos e professores da licenciatura em Serviço Social da FPCE-UC e integrado no Festival do Croché Social no âmbito do Plano Municipal para a Igualdade e Cidadania da Câmara Municipal de Coimbra. O “InProject: abraços de gente nova”, assim designado na sua segunda edição, continuará a criar a oportunidade aos alunos de participarem voluntariamente num projeto de intervenção social comunitária, desde a conceção, implementação, à avaliação, fundamentado nas metodologias participativas. Trata-se de um desafio teórico-metodológico, centrado na interação social impulsionada pela criação de novos laços sociais e pela troca de dádivas materiais e imateriais com elevado poder simbólico. Como objetivo geral continuará a chamar a atenção sobre a problemática do isolamento social dos idosos na Baixa de Coimbra. Não obstante a complexidade deste fenómeno, focamos todo o projeto em dois pressupostos essenciais: o envelhecimento e a vida a sós podem ser uma experiência vivenciada positivamente e a influência benéfica das redes sociais de confiança é um fator decisivo para um envelhecimento bem-sucedido. Desta forma, todas as intervenções têm como objetivos fomentar as relações interpessoais da área de residência dos seniores e dar visibilidade, ainda que de forma simbólica, às potencialidades da solidariedade intergeracional. Através da arte do croché, voltaremos a transformar a Rua Fernandes Tomas num local especial, símbolo da solidariedade intergeracional, com impacto social, económico e político, e com capacidade para surpreender os transeuntes que naturalmente serão convidados a circular por uma rua que normalmente não faz parte do seu roteiro turístico ou percurso habitual. Este ano a comunidade residencial está fortemente movida, cresceu o número de participantes e a área de abrangência da obra final. As reuniões comunitárias já tiveram início e o entusiasmo é absolutamente contagiante. Toda a comunidade académica está convidada a participar e basta demonstrar essa vontade através do sítio do InProject no Facebook. Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional da FPCE-UC Email: [email protected] Facebook: https://www.facebook.com/ATIVA.TE Telemóvel: 913924599 Exposição na Rua Fernandes Tomás, em 2013 UC-SE PASSA O INPROJECT DE V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 BANDA “O CORVO MUDO” GALERIA POR: ROSA BARBOSA P ÁGINA 12 V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 13 GALERIA "O Corvo Mudo" nasceu em 2013 na cidade de Oliveira de Azeméis. Optando por um estilo musical rock progressivo, a banda, constituída por cinco elementos, lançou a 24 de Abril de 2014 o seu primeiro disco "Linhas". Num crescente sucesso, os cinco jovens músicos têm aguçado a curiosidade dos ouvintes, prezando pela originalidade nas letras e composição musical. V OLUME 4 | J UNHO ENTREVISTA DE 2014 P ÁGINA 14 AO RECÉM ELEITO PRESIDENTE DO NEPCESS/AAC DESTAQUE POR: CATARINA OLIVEIRA No passado dia 29 de maio, a lista S, Dá Sentido, ganhou a corrida ao próximo mandato do NEPCESS/AAC, após ter conseguido angariar 255 votos. À conversa com o presidente da lista, e futuro do presidente do NEPCESS/AAC, André Fernandes, o Claustro quis apurar mais detalhes sobre o projeto eleito! Jornal O Claustro: O teu percurso pelo mundo do Associativismo é já longo, sendo que o maior marco desse percurso é o teu cargo como Administrador da Revista Universitária de Psicologia. Em relação ao NEPCESS/AAC, o que é que te levou a esta candidatura? O que é que os alunos da FPCE podem esperar do André? André Fernandes: Não considero que um cargo seja um grande marco, mas sim o que se faz com essa posição e, na Revista Universitária de Psicologia, estamos a fazer um trabalho que leva o seu tempo até o público universitário poder vislumbrar resultados, mas a verdade é que quando eles estiverem à vista de todos, serão resultados muito positivos. E o que me levou a candidatar-me ao NEPCESS/AAC foram as pessoas. Pessoas que estavam por fora do projeto e que me incentivaram e, as pessoas que estavam por dentro do projeto e mostraram confiar em mim ao aceitarem-me para esta posição. Mas também toda a motivação que há em querer que o nosso núcleo de estudantes seja realmente visto por todos como um direito e um dever, seja nas posições tomadas perante a academia, seja na procura de soluções para os nossos desafios pedagógicos. No entanto, esta não é uma candidatura só minha, mas de todo um grupo de pessoas que entraram neste projeto completamente descomprometidos e sem qualquer cargo, e que acabaram por sentir que aqui podiam expor as suas ideias e motivações. De mim, qualquer estudante pode esperar dedicação e empenho na defesa dos nossos direitos, mas também na procura de soluções para os nossos desafios pedagógicos e académicos e, acima de tudo, serei sempre mais um estudante com quem podem vir falar à vontade. JC: Fala-nos um pouco das linhas gerais pelas quais este projeto se guia e quais são os vossos principais objetivos para o mandato. AF: Este é um projeto que se guia por valores e pelo conhecimento do que é a missão do NEPCESS/AAC, mas também por uma visão que criámos de modo a sabermos que objetivos queremos cumprir. O primeiro grande objetivo que temos a cumprir é a proximidade constante a qualquer estudante, seja nas idas às salas, nas reuniões com as comissões de curso, ou numa conversa mais informal. Queremos estar sempre presentes! Enquanto grandes metas para o mandato, pretendemos dar um grande impulso a um tema que é comum a todos nós: as saídas profissionais. Aqui, iremos atuar em duas vertentes. A primeira vertente é a da política de emprego, através de sessões de esclarecimento dos programas nacionais de combate ao desemprego jovem, dos incentivos à criação do próprio emprego, mas também do panorama atual do emprego dos nossos cursos, em Portugal e na Europa. Já a segunda vertente incide numa componente mais prática. Queremos realizar uma feira de emprego, onde os estudantes podem ter contacto com algumas entidades e com temas atuais da empregabilidade, mas também iremos oferecer um conjunto de atividades direcionadas para a construção de um bom CV, de uma apresentação e de comportamentos numa entrevista de emprego, entre outros. Existem ainda outras ações que queremos desenvolver de modo sustentado, que acredito que tragam um impacto positivo com a diminu- VOLUME 4 | JUNHO DE 2014 P ÁGINA 15 DESTAQUE ição dos custos com materiais de estudo para os AF: A heterogeneidade é, nesta fase inicial, alunos mais carenciados, como é exemplo o uma das características que eu mais valorizo e bando de livros e o banco de sebentas, mas tam- que sei que poderá ser muito bem aproveitada bém iremos desenvolver um projeto de partilha para tornar este fantástico grupo numa excelende saberes que consiste em disponibilizar um te equipa ao longo do mandato. Isto, porque tetempo para ensinar um saber a um aluno e em mos membros do primeiro ao quarto ano de psitroca recebe outro saber, tudo isto em regime cologia, do primeiro ao terceiro ano de ciências voluntário. de educação e temos talvez o maior número de Também é uma meta nossa ativar a TV/ alunos de serviço social que eu alguma vez vi no NEPCESS através de um canal no youtube, de NEPCESS/AAC, o que é muito bom. modo a estarmos mais próximos dos estudanTodo este grupo muito heterogéneo, não apetes. Mas, não iremos obviamente esquecer to- nas nos anos de escolaridade, mas também nas das as atividades culturais, de desporto e de experiências e no pensamento crítico, transforconvívio, de intervenção cívica ou de formação, ma rapidamente pequenos desafios em soluções O Claustro e todas as outras boas atividades que criativas, e nós temos sabido aproveitar este fatêm vindo a ser desenvoltor. vidas nos últimos anos. JC: Assim sendo, pensas JC: Relativamente às ter as condições necessá“ (...) temos todas as condições, características da tua rias e suficientes para pôr equipa, no seu todo, conem prática o vosso proà partida, para desenvolver segues depreender algujeto e fazer dele um moum grande trabalho ao longo ma que se apresente cotor de crescimento real e mo um entrave ao bom sustentado para o deste mandato” funcionamento e enriqueNEPCESS/AAC? cimento das atividades do AF: Acredito e tenho a NEPCESS/AAC? certeza que temos todas as condições, à partida, AF: Neste momento, essa é uma questão difí- para desenvolver um grande trabalho ao longo cil de responder, visto que estamos a trabalhar deste mandato, não apenas pelo grupo que tejuntos à muito pouco tempo e só consigo enu- mos, mas porque grande parte dos estudantes merar aspetos positivos, muito pelo facto de eu acreditam em nós. Também é certo que quantos ter assistido a um desenvolvimento fantástico mais estudantes desta faculdade se sentirem desde a primeira vez em que nos reunimos to- parte do núcleo de estudantes, quanto mais viedos, e depois porque todos queriam ganhar o rem colaborar nas atividades, participar e deixar processo eleitoral, logo o que saltou à vista fo- as suas opiniões e sugestões, melhor trabalho ram só aspetos muito positivos. Toda a constru- conseguiremos fazer. Em suma, apelo a todos ção de uma equipa leva o seu tempo, e sem dú- que entrem na sala do núcleo de estudantes, vida que devem haver aspetos menos positivos, que somos todos nós, que se envolvam nos proque podem ser transformados em positivos, mas jetos dos pelouros, que venham deixar as suas que acredito que nunca poderão colocar em cau- sugestões e que façam deste o núcleo de estusa os objetivos a que nos estamos a propor. dantes mais coeso e pró-ativo. JC: E em contraponto, consegues distinguir JC: Muito obrigada André! A Equipa d’O Clausuma característica positivamente preponderan- tro faz votos de bom trabalho a toda a equipa! te? AF: Obrigado! V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 16 FALA P’RAÍ QUE LIBERDADE? POR: FRANCISCO SANTO O 25 de Abril de 1974 marca uma conquista histórica para o país. Não apenas a conquista da democracia sobre a ditadura, como a da liberdade sobre a opressão. Mas que liberdade é essa? Que conquista e até onde vai o corpo dessa mesma ideia, a liberdade? A sociedade global tem sofrido consequências do significado convencionado para o que é a liberdade. Vejamos, até que ponto congrega a ideia de liberdade, – e entenda-se aqui aquela que é exercida, de uma forma geral e sem particularizar casos, no mundo – a acção expansiva de poder? Já que afinal, liberdade não é mais do que poder em exercício. Concretiza-se uma expansão do poder pessoal, montada às cavalitas da vontade que não encontra barreiras na liberdade e então passa da intensão ao actos e acaba -se por se esquecer de ponderar tantas e tantas vezes o princípio mais altruísta do ser humano: onde o nosso espaço acaba e o espaço do próximo começa. E neste “espaço” cabe tanto quanto for aquilo que implique, sem justa causa e de alguma forma, alguém que não nós mesmos. Temos disto em qualquer sector da sociedade, sendo naturalmente muito mais visível no da política e em altos cargos em variadas empresas, chegando a ser imoral. É aqui e por acontecer ainda, após 40 anos da conquista de tal liberdade, que podemos esbarrar na ideia de que talvez isto assim seja, devido ao berço que é a sociedade e que a ser de tal forma, talvez a causa esteja em algo que é comum à grande maioria, mesmo àqueles que protestam contra a face mais visível desse problema: a má concepção de liberdade. Não podemos falar ou fazer tudo apenas porque um dia se ganhou a liberdade para tal. Isso apenas deve ser realizado se na concepção dessa a nossa acção não chocar com o espaço de alguém que não fez por estar envolvido nela. Esse princípio de altruísmo e comunhão, não é novo e muito menos nasce de uma qualquer luz, é antes algo elementar numa sociedade, que se diz civilização, que se diz racional, que se diz evoluída. Não será de estranhar, ao ver a liberdade como um exercício de poder, que seja nesse que está quem mais falha no uso da mesma. A liberdade usada após fraca ponderação ou sobre ordem de quem se esquece de se ver para além de si mesmo, acaba a atropelar quer o bom senso, quer princípios morais básicos, que junto à liberdade de justificar o fraco julgamento com causas maiores torcida a coesão social e o seu bemestar, a coerência moral que é devida à nossa capacidade enquanto animais racionais e aumenta ainda mais o que é moralmente aceitável existir dentro da ideia de liberdade. Sempre foi conhecida a ideia de que poder acaba a desejar mais poder, mas é nas pequenas coisas, onde o poder ainda pouco extravasa a nossa simples existência, onde pouco saímos de casa, nessas pequenas coisas que a liberdade tem de ser ensinada. A liberdade, tal como qualquer outro elemento essencial a uma sociedade, necessita de limites humanos. Longe dos limites ditatoriais, fascistas e totalitários, mas perto do justo e do equilíbrio. A liberdade é o meio ambiente da nossa existência e ele define o lugar das coisas e é tanto uma casa de partida para uma infinita possibilidade quanto um porto feito de cedências. Essas que são tão importantes quanto a liberdade em si e que com ela vivem em paredes meias. Com isto e passadas quatro décadas do dia da revolução, que liberdade conquistámos? E até onde temos expandido essa ideia? Nota: Por opção do autor, este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. V OLUME 4 | J UNHO DE P ÁGINA 17 2014 POR: CATARINA OLIVEIRA A rúbrica Declamar-te voltou e segue o mesmo mote: tantos foram os anos em que o povo português lutou pela liberdade de expressão… Mas, afinal, quantos de nós fazemos pleno uso dela? Esta rúbrica dá-te essa oportunidade. Este é um espaço de escrita recreativa amadora, que também poderia ser teu! Para tal, bastava que enviasses os teus textos ou poemas para o seguinte email: [email protected] Afinal, se a Inquisição já não nos restringe , o que é que ainda te impede de dar um passo em frente?! Nós estamos cá para te ajudar! Desta vez, os poemas que se seguem são da autoria da nossa colega Mariana Ambrósio, uma eterna apaixonada por escrita e fotografia. Esperemos que gostem dos poemas e que estes possam servir como uma fonte de inspiração! despersonalização sou tão pouco quanto o número de vezes em que me sinto tudo, sendo tudo quanto vejo naquilo que não esqueci. sou tão nada quando o universo me engole e não sei achar-me nele, sendo muito da irracionalidade que nos liga e que nos mata ou faz nascer. e quando a realidade não cabe nos olhos? poderíamos invocar os outros sentidos; fragmentá-la e seguidamente distribuí-la por outros compartimentos, de modo a que nenhum deles ficasse totalmente cheio. ser cheio dói e torna-nos gavetas vazias. poderíamos comprimi-la, amarrotá-la e despi-la da sujidade que é. porém, o condicional é uma tentativa falhada. é impossível esquecer a intensidade e a ferocidade com que o real se dilata nas nossas mentes, ecoando como som de fraca amplitude. há que tapar o mundo sensitivo. há que o enterrar num cemitério pertencente a uma terra que nunca ninguém descobriu cientemente. FALA P’RAÍ DECLAMAR-TE V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 18 UM JUDOCA ENTRE NÓS TALENTOS POR: FABRÍCIA TEIXEIRA & PATRÍCIA GIRÃO Nesta edição apresentamos-vos o nosso colega António Valentim. Ele tem 19 anos e frequenta o Mestrado Integrado em Psicologia. É na secção de Judo da Associação Académica de Coimbra que ele dá asas ao seu talento! Contextualizando, o Judo é uma arte marcial, que mais tarde se tornou um desporto, fundado no Japão, no final do século XIX, descendendo do Ju-jitsu. Tem dois princípios fundamentais: o Princípio da máxima eficiência com o mínimo de esforço e o Princípio da prosperidade e benefícios mútuos. Em termos de competição, o Judo é um desporto de combate em que o objetivo é projetar o adversário de costas no chão, imobilizá-lo durante 20 segundos no chão, ou fazer com que desista através de uma chave ao cotovelo ou estrangulamento. Em qualquer uma destas situações é dado o ippon, pontuação máxima, e o combate termina. Jornal O Claustro: Há quanto tempo praticas Judo? António Valentim: Faço Judo há 13 anos. JC: O teu gosto/talento é algo familiar? Tens ou tiveste outras pessoas na tua família que praticassem Judo? AV: Tive alguns familiares que o praticaram, e quando era novo o meu irmão também praticava, e como qualquer irmão mais novo que quer imitar o irmão acabei por ir também para o Judo e desde então não saí mais. JC: Quais são as tuas principais influências/ ídolos? AV: No Judo tenho vários ídolos. O coreano Won Hee Lee pelo Judo que fazia, o japonês Tadahiro Nomura por tudo o que fez e faz. Em Portugal, as minhas maiores referências são o João Neto, que foi também aluno da UC, e Nuno Delgado, pela forma como encaram o desporto e pelo que fizeram pela divulgação do Judo em Portugal. JC: O que significa para ti a prática do Judo? AV: Pela história que tem como arte marcial é um desporto que vai bastante além da competição. O Judo tem certos princípios e normas de conduta que nos são ensinados desde pequenos e que vão muito para além da vida desportiva. E isso vale mais que muitas medalhas. Também me mostrou que em qualquer área da vida, há que trabalhar muito para que possa ter o que quero. Para além de tudo, isso trouxe-me também muitos amigos e experiências muito boas, que ficarão para o resto da minha vida. JC: Já ganhaste prémios? AV: Em termos de competição, já fui campeão nacional e também medalhei em campeonatos nacionais dos vários escalões. Em competições de equipas, na AAC, fui campeão nacional e medalhado em campeonatos nacionais de Juniores. Em termos internacionais medalhei numa Taça da Europa de cadetes e numa prova internacional na Escócia de Juniores. JC: Há alguma competição que te tenha marcado especialmente? Porquê? AV: Sim, várias. Tive algumas lesões com alguma gravidade. E sabe sempre muito bem poder regressar à competição, principalmente com bons resultados e “apanhar” aqueles que não passaram pelo mesmo. JC: Como concilias os estudos com a prática desportiva? É difícil? AV: Sim, é bastante difícil. Principalmente nas alturas em que tenho que sair vários dias para estágios ou competições e quando perco o peso necessário para poder entrar na categoria de peso que usualmente faço, sendo muito difícil acompanhar aulas ou estudar nos piores dias. No entanto, também é uma grande ferramenta, principalmente em alturas de maior estudo em que o treino ao final do dia pode servir também como forma de descontração. Creio que, no fun- V OLUME 4 | J UNHO DE P ÁGINA 19 2014 pouco monótono, ao contrário do que acontece muito com vários estudantes universitários que conheço, que não sentem gozo na prática desportiva que fazem. Não hesitem em dirigir-se ao Pavilhão nº 2 do Estádio Universitário ou à página www.judoaac.com para mais informações e para experimentarem. Há uma turma para adultos que iniciam a prática do Judo. Estão todos convidados! O Gabinete de Apoio ao Estudante oferece a todos os estudantes da FPCE-UC: - Apoio psicológico (individual, confidencial e gratuito); - Apoio pedagógico (gestão do estudo e da aprendizagem); - Aconselhamento de carreira (apoio à decisão vocacional e procura de emprego); - Orientação socioeducativa (promoção de competências pessoais e sociais); - Apoio e mediação sociocultural (facilitação do diálogo intercultural); - Atendimento e aconselhamento na área da sexualidade. Vem conhecer o GAE! http://blogdogae.blogspot.com | 239 851450 ext. 380 | Sala 2.11 | De 2ª a 6ª feira Júnior Empresa da FPCE-UC Prestamos serviços profissionais na área da consultoria em recursos humanos, com preços competitivos e acessíveis, tendo por público-alvo pessoas colectivas e singulares. Primamos pela transparência, ética, rigor e qualidade. [email protected] Tuna Mista da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra Tocas algum instrumento, gostas de cantar? Vem aprender connosco! Vem para a Tuna da TUA FACULDADE! Ensaios: Quarta, Quinta e Domingos| 21h| sala 4.2. Contactos: Andreia - 917846573 e Gonçalo - 925087037 [email protected] http://teatrointerdito.blogspot.com TALENTOS do, é apenas uma questão de organização e de rentabilizar bem o tempo que temos. JC: Aconselhas a prática do Judo? Porquê? AV: Sim, claro. É um desporto que, ao contrário do que muita gente pensa pode ser praticado em qualquer idade (para que sirva de exemplo, a AAC teve este ano um campeão nacional com 79 anos!). Para além dos benefícios físicos, traz também inúmeros benefícios psicológicos e é V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 20 Psicologia Ciências da Educação Serviço Social + FORMAÇÃO VERSÃO FINAL Em 2008 entrei na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra com a ideia de que esta era uma das melhores faculdades de psicologia do país. Não me enganei, o nível do ensino na nossa faculdade, a qualidade das investigações que aqui são feitas e também os grupos existentes, que nos ajudam, também, a formar-nos enquanto profissionais, são motivos para o elevado prestígio que tem esta Faculdade. Contudo, acredito que algumas mudanças no plano de estudos ou até mesmo no sistema de escolha de mestrados, poderia vir a beneficiar os alunos e até a melhorar a qualificação numa área de ensino. Para quem chega à nossa Faculdade com uma ideia pouco definida do seu futuro, acaba por ter de esperar muito tempo até ter uma unidade curricular que lhe permita conhecer todas as ofertas de mestrado que tem disponíveis. É por isso que, acredito numa possível reestruturação do plano de estudos para que logo no primeiro ano os alunos possam ter outra visão da psicologia e de todas as áreas que podem explorar, levando a uma escolha mais ponderada no terceiro ano. Quando escolhemos por fim uma área de mestrado, vemos que os últimos anos são sem dúvida aqueles que mais nos permitem aprender e que mais nos desafiam, pondo à prova as nossas competências e dando-nos uma visão de como funciona a psicologia no mundo do trabalho. Apesar disto, considero todo o curso uma excelente fonte de aprendizagem, com docentes fantásticos, que nos ensinam e ajudam a ser bons profissionais. Telma Vilaça A licenciatura em Ciências da Educação, na nossa Faculdade, é bastante boa e é um curso com bastante qualidade. Contudo, como em todos os outros cursos, existem conteúdos que são mais interessantes do que outros mas, na minha opinião, o plano curricular estruturado pela FPCE-UC para o curso em Ciências da Educação fornece aos alunos as ferramentas essenciais para a carreira profissional. Ao nível do funcionamento, na minha perspetiva, falta muito uma valência prática no curso, e este perde muito por não existir uma componente que nos permita experimentar, testar, experienciar, observar casos e levar-nos a interagir com profissionais da área, entre outras coisas. De momento, o mais parecido que temos com isto são as Unidades de Observação e Intervenção (UOI). Porém, as UOI não são suficientes. Apesar de tudo, estou bastante satisfeita com o curso, com o que aprendemos, porque mais uma vez reforço a ideia de que nos são fornecidas as ferramentas que nós necessitamos, sendo que a teoria que aprendemos é fulcral para o nosso futuro. Nesta reta final da licenciatura sou uma pessoa contente e satisfeita por ter aprendido todas estas coisas e por sentir que posso fazer a diferença na Educação. A Educação é, sem dúvida, o meu lugar, o lugar certo onde sinto que posso fazer a diferença. Ana Rita Veloso O curso de Serviço Social trouxe-me as melhores das surpresas. A minha perceção foi-se alterando ao longo destes sete semestres, sendo atualmente capaz de fazer uma análise mais fundamentada e consciente das situações e das problemáticas com as quais esta profissão está em constante contacto. Apesar de ter sentido que muitas vezes se afastava da realidade, foram entregues ferramentas fundamentais para interagir e reagir de forma ponderada, crítica e humana às mais diversas situações, sendo que todas estas ferramentas se desenvolvem e adquirem forma durante o exercício da prática. Termino esta minha etapa estudantil feliz e satisfeita com todas as competências e conhecimentos que me foi possível adquirir. Todo o corpo docente tem um papel de especial destaque, pelo facto de estar sempre disponível e ser capaz de aceitar ideias muito embrionárias e ajudar a transformá-las em ideias reais e de utilidade efetiva. Não posso deixar de referenciar a experiência de estágio, um primeiro contacto com a realidade, vivido intensamente e sentido como de constante aprendizagem, que apesar de todo o impacto positivo que teve no término deste ciclo, considero premente o aumento deste tipo de formação prática, que seria uma mais-valia na formação de profissionais de serviço social mais competentes e conscientes. Alexandrina Gonçalves V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 21 POR: PATRÍCIA GIRÃO O geocaching é um desporto aventura realizado ao ar livre que permite conhecer os pontos mais bonitos e históricos de todo o mundo. O material essencial para a sua prática são apenas um gps e uns sapatos ou sapatilhas confortáveis. Pode ser feito individualmente ou com companhia! Consiste na procura de “caches” (ou caixas) de diferentes tamanhos, colocadas pelos diversos praticantes. As coordenadas destas são colocadas online, no site www.geocaching.com. Estas podem estar simplesmente escritas ou poderão ter de ser desvendadas através da resolução de enigmas apresentados no endereço anterior. O que procuras pode ter diferentes tipos e tamanhos (micro, macro, multi, evento, mistério e até mesmo virtual), estar em diferentes terrenos (classificados de 1 a 5, consoante o seu nível de inclinação, altura, tipo de piso, etc.). Numa cache tradicional, por exemplo, existe sempre um livro de registos (ou visitas), uma caneta ou lápis e pequenos tesouros que podem ser trocados entre os geocachers. Cada praticante terá a sua própria conta em geocaching.com. Após encontrar a cache deverá fazer o seu registo online, ou até dar um feedback do seu estado de conservação para que a pessoa que a colocou saber quando esta necessita de manutenção. Caso haja troca de objetos esta deverá também ser indicada quando fazes Exemplo de Geocoin o registo. Assim, o site vai selecionando o que já foi feito e somando as caches já encontradas no teu perfil pessoal. Algumas caches contêm “travel bugs” ou geocoins, que são objetos com um objetivo específico relacionado com o geocaching e os desejos de quem as coloca, por exemplo, uma um utilizador pode criar uma geocoin com o objetivo de que esta, vá passando de cache em cache e, chegue a África. Os utilizadores poderão seguir o seu rasto, uma vez que cada um destes objetos é identificado por um número. Através deste numero e da internet os praticantes de geocahing vão registando quando o encontram e quando ou onde o colocam. A primeira colocação de uma cache com auxílio de GPS ocorreu em 3 de Maio de 2000 por Dave Ulmer. Atualmente há já diferentes sites e chats portugueses onde podes partilhar as tuas experiências de geocaching e trocar ideias ou pedir conselhos com outros praticantes. Por todo o mundo, existem já mais de 2 milhões de caches ativas. Na zona de Coimbra, podes encontrá-las em locais como a ponte do açude, a universidade, a quinta das lágrimas, o parque verde, a baixa da cidade, S. Martinho do Bispo, Santa Clara, no exploratório, entre outros locais… Elas estão sempre a surgir, por isso, não percas mais tempo e parte já à aventura! Exemplo de cache e esconderijo P ÁGINA C ULTURAL GEOCACHING V OLUME 4 | J UNHO 2014 DE P ÁGINA 22 P ÁGINA C ULTURAL AGENDA CULTURAL Teatro Cinema O quê? Quando? Onde? Quanto? As Extraordinárias Aventuras do Urso Polar e da Raposa do Deserto 7,8,14 e 15 de junho | 17:ooh O Teatrão Entre 4€ e 10€ MTU’14: O Manual da Felicidade 9 de junho | 19:00h TAGV 3€ MTU’14: Suicídio de Amor 12 de junho | 19:00h TAGV 3€ A Imagem que Falta 16 de junho | 21:30h TAGV 3€ O Outro Nativo 30 de junho | 21:30h TAGV 4€ Combo de Jazz 19 de junho | 22:00h O Teatrão 3€ Indie(s)pensável: Gobi Bear e Nice Weather for Sucks 20 de junho | 21:30h TAGV 10€ Sérgio Godinho 24 de junho | 21:30h TAGV Informação não disponibilizada à data Jam Session 27 de junho | 21:30h O Teatrão Entrada Livre Bolas de Sabão Gigantes 6 de junho Museu Municipal de Coimbra Requer inscrição prévia MÚSICA OFICINA O CLAUSTRO RECOMENDA… SÉRGIO GODINHO Sinopse: “Liberdade é de todas as palavras e conceitos que uso na minha vida, e por arrasto nas canções, a que mais acarinho e que mais defendo, aquela que dá ao norte a sua bússola”, diz Sérgio Godinho. Em Liberdade, Sérgio Godinho revê, através do seu repertório, os quarenta anos do Portugal democrático. Desde a música empenhada, bandeira de causas e consciência social, ao diário íntimo e plural, uma visão de nós próprios a partir do trabalho de um dos mais importantes criadores de imaginário destas últimas quatro décadas. V OLUME 4 | J UNHO PROGRAMAS DE DE 2014 MOBILIDADE — RELATOS P ÁGINA 23 NA PRIMEIRA PESSOA NÓS POR LÁ POR: SOFIA NOTO POR: MÓNICA MELO Eu penso que o programa Erasmus é um processo de aprendizagem. No início não se conhece o lugar, as pessoas, a língua… a única certeza é que estamos todos na mesma situação e é isso que nos liga imediatamente. Uma vez eu li uma frase que dizia: "Sermos estrangeiros entre os estrangeiros é talvez a única maneira de sermos verdadeiramente irmãos". E não há nada mais verdadeiro. A solidariedade que vem de sermos estranhos numa terra estranha é algo incrível. Não há saltos altos nem gravatas, apenas sapatilhas e camisolas. À parte disto, apenas uma mochila e um mapa, uma máquina fotográfica, um pouco de dinheiro no bolso e muitos sonhos na cabeça. Ou seja, não há formalidades, não há limites. Conhecemos o mundo como ele é, nu. Conhecemo-nos a nós mesmos, os pontos fortes, as fraquezas, tudo… Sim, o Erasmus é um processo de conhecimento. Ao longo do tempo começamos por reconhecer rostos e depois por conhecer as pessoas ao nosso redor, nomeadamente as pessoas com quem vivemos e os nossos colegas aventureiros! Alguns tornam-se amigos, tornam-se especiais. O saber é uma coisa incrível, é sempre, mas é ainda mais quando se está num país estrangeiro com pessoas de todo o mundo, com diferentes culturas, diferentes formas de pensar, diferentes idiomas. Sabemos que juntos vivemos esta experiência que provavelmente nos vai ligar para sempre. Muitos de nós não se voltarão a ver, mas vão ser sempre alguém que fez parte da nossa vida, independentemente da distância que nos irá separar. Cada um enfrenta este programa de uma maneira diferente e para mim seria muito simplista pensar o Erasmus apenas como um divertimento. Seria um desperdício não notar todas as pequenas grandes coisas que ele nos dá. E como alguém me disse uma vez, não interessa onde se faz o programa Erasmus, mas com quem. E talvez eu goste de romantizar um pouco: cada momento torna-se como uma página de um livro… A sede e o desejo de conhecer o mundo criou, já há alguns anos, raízes em mim. Ir de Erasmus era uma decisão mais do que tomada. Sempre foi um sonho conhecer aquele país tropical, cheio de encantos. Podia, então, juntar o útil ao agradável e partir para aquela que viria a ser a aventura da minha vida: um semestre em Florianópolis, Brasil! De malas feitas e em minha companhia parti à aventura. Do outro lado, encontrei um país de diferenças, com tanto para oferecer, uma hospitalidade inigualável. O típico “chinelo no dedo” retrata bem a descontracção dos brasileiros! Confesso que foi difícil a adaptação ao método de ensino no Brasil, onde as aulas são menos expositivas e se dá lugar ao debate e participação activa dos alunos. Mas exceptuando isso, posso dizer que a minha adaptação foi extremamente fácil. Logo no primeiro dia (que coincidiu com a cerimónia de recepção aos estudantes de intercâmbio) conheci imensas pessoas, dos mais diversos países. Mas, se quisesse matar saudades de casa teria a tarefa facilitada: abundavam os portugueses que ali estavam em situação semelhante. Foram algumas as festas, as viagens a sítios paradisíacos, as tardes passadas ao sol na praia, as boleias diárias da minha zona de residência até à faculdade, as horas de estudo numa nova biblioteca, alguns reais gastos em pão-de-queijo, picanha… mas, se hoje pensar no mais marcante desta experiência, sem dúvida que me remeterei automaticamente para as pessoas que conheci. Como contactei com pessoas muito distintas, com uma visão diferente da vida e costumes e valores diferentes, isso fez com que alargasse horizontes e voltasse uma pessoa com uma mente muito mais aberta, mais descontraída e pronta para olhar as coisas com uma visão mais empática e de aceitação. Sem dúvida alguma cresci mais neste semestre do que em muitos anos de vida. Independentemente do local eleito, convido todos aqueles que tenham essa oportunidade, a deixarem o conforto da vossas rotina e partirem à aventura. Valerá a pena! ERASMUS ELES POR CÁ V OLUME 4 | J UNHO DE 2014 P ÁGINA 24 Última Fila O Prémio da Associação Portuguesa de Psicologia Experimental 2014, foi atribuído no passado dia 11 de abril, ao Professor Doutor Jorge Almeida, docente e investigador da nossa Faculdade, pelo artigo “Tool manipulation knowledge is retrieved by way of the ventral visual object processing pathway”, que foi publicado em 2013 na revista Cortex. Os nossos parabéns pela excelência do seu trabalho! Nota 20 Nunca se consegue agradar a gregos e a troianos, mas esta Queima das Fitas desiludiu a comunidade estudantil de forma generalizada. Quer pelo (medíocre) cartaz que apresentou, quer pelo (ainda mais medíocre) selo que vamos colar nas nossas pastas. O único ponto positivo deve-se à atuação da Desconcertuna no palco principal, embora os nossos finalistas tenham sido impedidos de subir a palco! Rés-Vés ÚLTIMA FILA Pauta Não tens de ser um Camões para escrever n’O Claustro. Para colaborar com este jornal só precisas de uma coisa: VONTADE! Receio de não ter experiência? Tudo se aprende! Seja com textos, ideias ou fotografias, junta-te a nós. Esperamos por ti! Não percam o próximo Claustro porque nós... também não!