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Transcrição

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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
KELY DAIANE KELBERT
ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE RIO NEGRINHO/SC: ACIDENTES
E MEDIDAS PREVENTIVAS
MAFRA
2011
KELY DAIANE KELBERT
ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE RIO NEGRINHO/SC: ACIDENTES
E MEDIDAS PREVENTIVAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito de aprovação no curso de Ciências
Biológicas - Bacharelado e Licenciatura,
ministrado pela Universidade do Contestado –
UnC – Mafra, sob a orientação da Professora Ms
Maristela Povaluk.
MAFRA
2011
Dedico todo meu esforço neste longo
trajeto ao meu esposo Junior, aos meus
pais Inez e Waldir e ao meu irmão
Maikon,
pelo
amor,
incentivo e apoio.
companheirismo,
AGRADECIMENTOS
A contribuição de várias pessoas foi essencial para o desenvolvimento e
implementação desta pesquisa.
Ao meu esposo Junior pela paciência, compreensão e pelo carinho durante
toda essa jornada.
Aos meus pais Inez e Waldir, exemplos de dedicação e razão da minha
existência, pelo apoio e companheirismo.
Ao meu irmão Maikon, pelas dicas, orientações, empréstimos de material,
repasse de conhecimentos.
Ao meu amigo Luciano, pela amizade, pelos conselhos e pelo carinho.
As minhas amigas Rafaela, Vanessa e Tatiane, que sempre estiveram ao
meu lado.
Ao meu amigo Rodrigo, pela amizade e incentivo.
Aos meus amigos, Eden e Veronica, Marcos e Georgete, Tiago, Leandro
pelas horas de risadas.
Aos meus colegas de faculdade pela troca de conhecimentos.
A minha professora orientadora, Maristela Povaluk, pela transmissão de
conhecimento e incentivo no decorrer do desenvolvimento da pesquisa.
A Liege Kruger e Fabiana da Luz pela pronta e valiosa ajuda.
A bióloga Leoni Fuerst, pelas dicas e pelo incentivo ao meu crescimento
pessoal e profissional.
Obrigada!
"Não é o mais forte que sobrevive, nem o
mais inteligente, mas o que melhor se
adapta às mudanças."
Charles Darwin
RESUMO
Esta pesquisa teve como finalidade desenvolver uma proposta com ênfase as
medidas preventivas relacionadas aos acidentes ocasionados por animais
peçonhentos, no município de Rio Negrinho/SC. Caracterizou-se como pesquisa
bibliográfica, documental, de campo e ação, sendo desenvolvida com base nos
dados registrados pela Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho, no período de
janeiro de 2010 a junho de 2011. O estudo foi direcionado a uma investigação dos
índices de acidentes ocasionados por animais peçonhentos no referido município e
com base nesses índices foram promovidas ações educativas e preventivas para a
população, procurando assim, evitar e diminuir a incidência de novos acidentes.
Através da análise da pesquisa documental, constatou-se que 195 acidentes foram
ocasionados por animais peçonhentos, entre eles, aranhas, escorpiões, serpentes,
abelhas e taturanas. Evidenciou-se também que nos bairros Cruzeiro e Vista Alegre
ocorreu maior incidência de acidentes. A pesquisa de campo foi aplicada por meio
de questionários para os agentes comunitários de saúde. No desenvolvimento da
proposta, foram aplicadas, palestra e distribuição de folders, para os agentes
comunitários de saúde de todos os bairros do município, alunos das escolas Profª.
Marta Tavares, localizada no bairro Cruzeiro e Profª. Lucinda Maros Pscheidt,
localizada no bairro Vista Alegre e ainda para moradores dos bairros Cruzeiro e
Vista Alegre, procurando orientar a referida amostragem com relação à prevenção
de acidentes por animais peçonhentos. Desta maneira averiguou-se que a presente
pesquisa foi de suma importância, pois os resultados obtidos foram satisfatórios,
percebendo um grande interesse sobre o referido assunto por parte dos agentes
comunitários de saúde, alunos e população.
Palavras-Chave: Animais Peçonhentos, Acidentes, Medidas Preventivas.
ABSTRACT
This research was to develop a proposal with emphasis on preventive measures
related to accidents caused by venomous animals in the municipality of Rio
Negrinho/SC. Characterized as literature, documentary and field action, being
developed based on data from the Epidemiological Monitoring of Rio Negrinho, from
January 2010 to June 2011. The study was aimed at investigating a number of
accidents caused by venomous animals in that county and based on these indices
was promoted educational and preventive measures for the population, seeking to
prevent and reduce the incidence of new. The analysis of documentary research, it
was found that 195 accidents were caused by poisonous animals among these
spiders, scorpions, snakes, bees and caterpillars. It was clear also that in the
neighborhoods Cruzeiro and Vista Alegre occurred a higher incidence of accidents.
The field research was carried out through questionnaires for community health
workers. In developing the proposal were implemented, lecture and distribution of
brochures for the community health workers of all city districts, school students Prof.
Marta Tavares, located in the district Cruzeiro and Prof. Lucinda Maros Pscheidt,
located in the neighborhood Vista Alegre residents of the neighborhoods Cruzeiro
and Vista Alegre, looking for directions with respect to said sample to prevent
accidents by venomous animals. Thus it was found that this research was of
paramount importance, because the results were satisfactory, seeing a great interest
on the said matter by the community health workers, students and population.
Keywords: Poisonous Animals, Accidents, Preventive Measures.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representante da Família Saturniidae – Lonomia sp.......................
35
Figura 2 - Representante da Família Megalopygidae – Podalia orsilochus..........
35
Figura 3- Representante da Família Arctiidae – Premolis semirufa.....................
35
Figura 4 - Principais características das aranhas peçonhentas do Brasil............
40
Figura 5 – Classificação das serpentes quanto à existência e localização das
presas inoculadoras.............................................................................................
43
Figura 6 – A pesquisadora coletando dados na Vigilância Epidemiológica ......
92
Figura 7 - Visualização da estrutura física da Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho................................................................................................................
92
Figura 8 – A pesquisadora explicando aos agentes comunitários de saúde o
procedimento da pesquisa...................................................................................
93
Figura 9 – A pesquisadora entregando os questionários.....................................
93
Figura 10 - Agentes comunitários de saúde recebendo o questionário ...............
94
Figura 11 – Pesquisadora efetuando contato com a diretora da escola da
Escola Marta Tavares..........................................................................................
95
Figura 12 – Visualização da estrutura física da EEB Profª. Marta Tavares que
foi implementada a referida pesquisa...................................................................
96
Figura 13– Visualização da estrutura física da EMEB Profª. Lucida Maros
Pscheidt que foi implementada a referida pesquisa.............................................
96
Figura 14 - Palestra para agentes comunitários de saúde...................................
97
Figura 15 – A pesquisadora repassando os dados da pesquisa para os
agentes comunitários de saúde...........................................................................
97
Figura 16 – Palestra para alunos da 6ª série da EEB Profª. Marta
Tavares.................................................................................................................
98
Figura 17 – Palestra para os alunos da 6ª da EEB Profª. Marta Tavares............
98
Figura 18 – Palestra para os alunos do 8º e 9º ano da EMEB Profª. Lucinda
Maros Pscheidt.....................................................................................................
Figura 19
99
– Palestra para os alunos da EMEB Profª. Lucinda Maros
Pscheidt................................................................................................................
99
Figura 20 – Entrega do folheto educativo para moradora do bairro Vista
Alegre...................................................................................................................
100
Figura 21 – Entrega do folheto educativo para a população do bairro Vista
Alegre...................................................................................................................
100
Figura 22 – Entrega do folheto educativo para a população do bairro
Cruzeiro................................................................................................................
101
Figura 23 – Entrega do folheto educativo para morador do bairro
Cruzeiro................................................................................................................. 101
Figura 24 – Publicação da palestra no blog da EMEB Profª. Lucinda Maros
Pscheidt................................................................................................................
102
Figura 25 – Folder elaborado pela pesquisadora.................................................
103
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Mecanismo de ação do veneno das aranhas de interesse médico
no Brasil...............................................................................................................
40
Quadro 2 - Mecanismo de ação do veneno de ofídios..........................................
47
Quadro 3 - Tratamento para acidentes ocasionados por ofídios.........................
51
Quadro 4 - Tratamento para acidentes ocasionados por escorpiões..................
52
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos
bairros do município de Rio Negrinho.....................................................................
64
Gráfico 2 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos,
relação bairro x animal peçonhento. ......................................................................
64
Gráfico 3 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por
área.........................................................................................................................
65
Gráfico 4 – Número de acidentes especificando o animal......................................
65
Gráfico 5 – Número de acidentes ocorridos por faixa etária...................................
66
Gráfico 6 – Número de acidentes ocorridos com predominância mensal..............
66
Gráfico 7 - Número de acidentes ocorridos com predominância mensal,
especificando o animal...........................................................................................
67
Gráfico 8 – Número de acidentes por gênero ........................................................
67
Gráfico 9 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o
animal.....................................................................................................................
68
Gráfico 10 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o
animal.....................................................................................................................
68
Gráfico 11 - Relacionando a utilização de soro nos acidentes por animais
peçonhentos...........................................................................................................
Gráfico
12
–
Evidenciação
com
relação
ao
local
69
da
picada.....................................................................................................................
69
Gráfico 13 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal..................
70
Gráfico 14 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos no
município de Rio Negrinho......................................................................................
70
Gráfico 15 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos
relação bairro x animal peçonhento........................................................................
71
Gráfico 16 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por
área.........................................................................................................................
Gráfico
–
17
Número
de
acidentes
especificando
o
animal.....................................................................................................................
Gráfico
18
-
Número
de
acidentes
ocorridos
por
71
72
faixa
etária.......................................................................................................................
72
Gráfico 19 – Número de acidentes ocorridos com predominância mensal........
73
Gráfico 20 - Número de acidentes ocorridos com predominância mensal,
especificando o animal...........................................................................................
Gráfico
–
21
Número
de
acidentes
73
por
gênero.....................................................................................................................
74
Gráfico 22 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o
animal.....................................................................................................................
74
Gráfico 23 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o
animal.....................................................................................................................
75
Gráfico 24 – Relacionando a utilização do soro nos acidentes por animais
peçonhentos...........................................................................................................
Gráfico
–
25
Evidenciação
com
relação
ao
local
da
picada.....................................................................................................................
Gráfico
26
–
Evidenciação
com
relação
ao
local
da
picada
75
e
76
o
animal.....................................................................................................................
76
Gráfico 27 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos
bairros do município de Rio Negrinho.....................................................................
77
Gráfico 28 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos
relação bairro x animal peçonhento........................................................................
77
Gráfico 29 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por
área.........................................................................................................................
78
Gráfico 30 – Número de acidentes especificando o animal....................................
78
Gráfico 31 – Número de acidentes por faixa etária................................................
79
Gráfico 32 – Número de acidentes com predominância mensal............................
79
Gráfico 33 - Número de acidentes ocorridos com predominância mensal,
especificando o animal...........................................................................................
80
Gráfico 34 – Número de acidentes por gênero.......................................................
80
Gráfico 35 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o
animal ....................................................................................................................
81
Gráfico 36 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o
animal.....................................................................................................................
81
Gráfico 37 – Relacionando a utilização do soro nos acidentes por animais
peçonhentos...........................................................................................................
82
Gráfico 38 – Evidenciação com relação ao local da picada...................................
82
Gráfico 39 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal.................
83
Gráfico 40 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos,
especificando o animal...........................................................................................
83
Gráfico 41 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos,
especificando o animal,comparando os semestres................................................
84
Gráfico 42 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos
bairros do município de Rio Negrinho.....................................................................
84
Gráfico 43 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos
relação bairro x animal peçonhento........................................................................
85
Gráfico 44- Número de acidentes por área.............................................................
85
Gráfico 45 – Número de acidentes por área, comparando os semestres..............
86
Gráfico 46- Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos
bairros do município de Rio Negrinho, comparando os semestres........................
86
Gráfico 47 – Número de acidentes por faixa etária, comparando os
semestres...............................................................................................................
87
Gráfico 48 - Número de acidentes por faixa etária.................................................
87
Gráfico 49 – Número de acidentes por gênero.......................................................
88
Gráfico 50 – Predominância de acidentes no sexo feminino, especificando o
animal.....................................................................................................................
88
Gráfico 51 - Predominância de acidentes no sexo masculino, especificando o
animal.....................................................................................................................
89
Gráfico 52 - Relacionando a utilização de soro nos acidentes por animais
peçonhentos...........................................................................................................
89
Gráfico 53 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal..................
90
SUMÁRIO
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.............................................................................
17
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA.........................................................................
17
1.2 PROBLEMA....................................................................................................
17
1.3 JUSTIFICATIVA..............................................................................................
17
1.4 OBJETIVOS....................................................................................................
18
1.4.1 Objetivo Geral..............................................................................................
18
1.4.2 Objetivos Específicos...................................................................................
18
CAPÍTULO II - REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................
20
2.1 OS SERES VIVOS..........................................................................................
20
2.2 ZOOLOGIA.....................................................................................................
22
2.3 REINO ANIMALIA...........................................................................................
23
2.3.1 Filo Arthropoda.............................................................................................
24
2.3.1.1 Subfilo Uniramia........................................................................................
26
2. 3.1.1.1 Classe Insecta.......................................................................................
26
2.3.1.2 Subfilo Chelicerata....................................................................................
27
2.3.1.2.1 Classe Arachnida...................................................................................
28
2.3.2 Filo Chordata................................................................................................
29
2.3.2.1Subfilo Vertebrata......................................................................................
30
2. 3.2.1.1Classe Reptilia.......................................................................................
30
2.4 ANIMAIS PEÇONHENTOS.............................................................................
32
2.4.1 Abelhas........................................................................................................
33
2.4.2 Taturanas.....................................................................................................
34
2.4.3 Aranhas........................................................................................................
36
2.4.4 Escorpiões...................................................................................................
41
2.4.5 Serpentes.....................................................................................................
42
2.5 VENENO.........................................................................................................
47
2.6 SOROTERAPIA..............................................................................................
50
2.7 MEDIDAS PREVENTIVAS..............................................................................
53
2.8 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA....................................................................
55
CAPÍTULO III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................
57
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................................
57
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA......................................................................
57
3.2.1 Local do Estudo...........................................................................................
57
3.2.2 Universo.......................................................................................................
57
3.2. 3 Amostra.......................................................................................................
57
3.2.4 Critérios de Inclusão....................................................................................
58
3.2.5 Critérios de Exclusão...................................................................................
58
3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS........................................................
58
3.3.1 Instrumentos de Pesquisa............................................................................
58
3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica.......................................................
58
3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo...........................................................
59
3.3.4 Metodologia da Pesquisa Documental.........................................................
59
3.3.5 Metodologia da Pesquisa de Ação...............................................................
59
3.4 DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO.....................................................
60
3.5 DESCRIÇÃO DA PESQUISA DOCUMENTAL...............................................
60
3.6 DESCRIÇÃO DA PESQUISA AÇÃO..............................................................
61
CAPÍTULO IV - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS...............
63
4.1 TRATAMENTO DOS DADOS.........................................................................
63
4.2 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS...........................................................
63
4.2.1 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base
os acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro a Junho de 2010......................
63
4.2.2 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base
os acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Julho de Dezembro de 2010................
70
4.2.3 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como
bases os acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela
Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro a Junho de
2011......................................................................................................................
77
4.2.4 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base
os acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro de 2010 a Junho de 2011........
83
4.2.5 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados aplicado aos
agentes comunitários de saúde............................................................................
90
4.2.6 Dados relacionados à pesquisa documental...............................................
91
4.2.7 Dados relacionados à pesquisa de campo..................................................
93
4.2.8 Dados relacionados com a pesquisa ação..................................................
97
4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS...................................
104
CONCLUSÃO.......................................................................................................
119
REFERÊNCIAS....................................................................................................
122
ANEXOS...............................................................................................................
124
ANEXO A – FICHA DE INVESTIGAÇÃO DO SINAN/ ACIDENTES POR
ANIMAIS PEÇONHENTOS...................................................................................
125
APÊNDICES.........................................................................................................
128
APÊNDICE A - FICHA PARA COLETAS DE DADOS, COM DADOS DA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES OCORRIDOS ENTRE
JANEIRO DE 2010 A JUNHO DE 2011 ...............................................................
129
APÊNDICE B - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA OS
FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE SAÚDE.................................................
136
APÊNDICE C - SLIDES DA APRESENTAÇÃO PARA OS AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE...............................................................................
139
APÊNDICE D - SLIDES DA APRESENTAÇÃO PARA OS ALUNOS...................
146
APÊNDICE E – FOLDER SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS............................ 153
17
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
São considerados animais peçonhentos aqueles “que apresentam glândulas
especiais, denominadas glândulas iógenas (ios=peçonha, veneno) produtoras de
substâncias tóxicas úteis ao animal” (AUTO, 2005, p.15), utilizadas para imobilizar
as suas presas ou em defesa própria quando se sentem ameaçados.
Temidos pelo homem, estão presentes tanto em meios urbanos, quanto rurais
e são os responsáveis por inúmeros acidentes domésticos; dessa forma constituem
um problema para a saúde pública, não somente pela gravidade dos acidentes, mas
também por complicações que podem apresentar com relação à saúde e qualidade
de vida.
Acidentes ocasionados por esses animais podem ser fatais se não forem
tratados em tempo hábil, principalmente se as vítimas forem idosos, crianças e
indivíduos com organismos muito debilitados.
Contudo, é importante ressaltar que, se adotadas algumas medidas
preventivas em relação ao contato com estes animais, haveria uma redução
significativa do número de acidentes.
1.2 PROBLEMA
Com enfoque nos acidentes por animais peçonhentos registrados pela
Vigilância Epidemiológica do município de Rio Negrinho e visando medidas
preventivas para a diminuição destes, questiona-se: como desenvolver uma
proposta com ênfase às medidas preventivas, relacionadas aos acidentes
ocasionados por animais peçonhentos, registrados no município de Rio Negrinho/
SC, no período de janeiro de 2010 a junho de 2011?
1.3 JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa teve por finalidade, desenvolver uma proposta com ênfase em
medidas preventivas, relacionadas aos acidentes ocasionados por animais
18
peçonhentos no município de Rio Negrinho/SC, no período de janeiro de 2010 a
junho de 2011.
Em decorrência de poucos estudos sobre os acidentes ocasionados por
animais peçonhentos no município, e sendo este, um ótimo campo de estudo
científico, visto que, o referido tema esta carente de atividades de pesquisa, é de
suma importância o desenvolvimento da referida temática, a fim de verificar a
incidência de acidentes, possibilitando através destes dados à promoção de ações
educativas, prevenindo assim novos acidentes.
A escolha do tema partiu da problemática da grande incidência de acidentes
por animais peçonhentos, na referida região e por estar vinculada às questões
relacionadas à saúde pública e a qualidade de vida no contexto municipal.
Diante desses aspectos, é fundamental a elaboração de uma proposta com
ênfase a medidas preventivas, pois na maioria dos casos a população não sabe
como proceder perante aos acidentes e não tem conhecimento das medidas
preventivas que devem ser adotadas, justificando desta forma a necessidade da
pesquisa.
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma proposta com ênfase as medidas preventivas relacionadas
aos acidentes ocasionados por animais peçonhentos, no município de Rio Negrinho/
SC.
1.4.2 Objetivos Específicos
Verificar a incidência de acidentes por animais peçonhentos no município de
Rio Negrinho/SC no período de janeiro de 2010 a junho de 2011.
Constatar quais são os animais peçonhentos envolvidos em acidentes no
município de Rio Negrinho/SC.
Verificar com qual animal peçonhento ocorre o maior número de acidentes.
Comparar os acidentes que ocorreram por animais peçonhentos na área
urbana e na área rural do município de Rio Negrinho/SC.
19
Analisar quais os bairros com maior incidência de acidentes por animais
peçonhentos no município de Rio Negrinho/SC.
Verificar a utilização de soro pelo paciente, acometido pela picada por animal
peçonhento.
20
CAPÍTULO II
REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 OS SERES VIVOS
É difícil distinguir as características específicas de cada ser existente. Devido
a este aspecto, para facilitar o estudo da diversidade dos seres vivos, é necessário
organizá-los conforme alguns critérios, isto é, utilizar algumas regras de classificação
de acordo com a necessidade de cada grupo.
As tentativas de classificação dos seres vivos remontam à antiguidade.
Aristóteles dividia os animais em dois grupos, os animais com sangue e os animais
sem sangue.
No entanto, ao longo dos tempos, o sistema artificial de classificação não
atendia mais as necessidades, pois se baseava somente em critérios discricionários
e não analisavam as semelhanças e as diferenças fundamentais entre os seres
vivos.
Naturalistas tentavam organizar os seres vivos com base em características
mais evidentes e relevantes, adotando um sistema diferente, o sistema natural de
classificação, que procurava analisar um grande conjunto de caracteres, tentando
estabelecer as relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos.
Lineu teve o grande mérito em de desenvolver um sistema utilizando
categorias hierárquicas que, com algumas alterações e modificações, é utilizado até
hoje.
Durante muitos séculos, os seres foram divididos em dois grandes reinos, o
Reino Vegetalia e o Reino Animalia, já com o desenvolvimento da microscopia, no
século XIX, o naturalista Haeckel propôs a instalação de um terceiro reino, onde se
colocassem seres de posição indecisa, com algumas características de animais e
outras de vegetais. Surgiu, então, o terceiro reino, os dos Protistas.
Baseado no tipo de nutrição, entre outras características, Robert Whittaker em
1969, dividiu os seres vivos em cinco reinos, Monera, Protista, Plantae, Fungi e
Animalia.
Monera: Formado por organismos unicelulares procariontes, com uma
estrutura celular muito simples: não há uma membrana nuclear envolvendo
o material genético nem uma série de organoides que existem nas células
de outros seres vivos, como mitocôndrias, cloroplastos, retículo
21
endoplasmático. Este reino é formado pelas bactérias e cianobactérias
(algas azuis).
Protista: Reúne os seres vivos unicelulares eucariontes; a célula é mais
complexa que a dos procariontes, com material genético separado do
citoplasma pela membrana celular, formando um núcleo individualizado e
diversos organóides que estavam ausentes nos procariontes. Neste reino
estão os protozoários e algumas algas unicelulares.
Plantae ou Metaphyta (plantas): É constituído pelos organismos eucariontes
pluricelulares autótrofos e inclui as plantas terrestres e as algas
pluricelulares.
Fungi (fungos): Inclui os seres vivos eucariontes unicelulares ou
pluricelulares e heterotróficos por absorção.
Animalia ou Matazoa (animais): Compreende os eucariontes pluricelulares e
heterotróficos por ingestão; ingerem moléculas orgânicas complexas
retiradas do corpo de outros seres vivos (LINHARES E
GEWANDSZNAJDER, 1998, p. 23).
Os vírus são pequenos agentes infecciosos e não são enquadrados nos cinco
reinos, pois se diferem dos demais seres vivos pela inexistência de organização
celular, por não serem capazes de se reproduzir sem estar dentro de uma célula
hospedeira e por não possuírem metabolismo próprio.
Atualmente, sabe-se da existência de mais de 10 milhões de tipos diferentes
de organismos presentes na biosfera, pertencentes aos diferentes reinos. Os
referidos reinos são constituídos por categorias taxonômicas, na qual a espécie é
considerada uma unidade básica de classificação.
Define-se como espécie, indivíduos acentuadamente semelhantes uns aos
outros e que tem a capacidade de cruzar entre si, gerando descendentes férteis e
iguais a eles.
Pode-se ressaltar que, uma espécie pode dar origem a outras e esse conjunto
de espécies é agrupado em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes são
agrupados em uma mesma família; famílias semelhantes são agrupadas em uma
mesma ordem; ordens semelhantes são agrupados em uma mesma classe; classes
semelhantes são agrupadas em um mesmo filo ou divisão; filos ou divisões
semelhantes são agrupados em um mesmo reino. A espécie é a unidade de
classificação e a hierarquia das diferentes categorias taxonômicas.
A taxonomia apresenta duas categorias, a classificação e a nomenclatura, a
classificação arranja os animais em grupos, já a nomenclatura dá nomes aos grupos
de animais a serem classificados.
22
2.2 ZOOLOGIA
A zoologia é a ciência que estuda os animais, do grego, significa: “zoon,
animal + logos, discurso; que trata da vida animal” (STORER et al. ,2003, p.3). Desta
maneira, entende-se que esta ciência aborda todos os grupos compostos por
animais, e englobam os aspectos de sua biologia, ecologia, anatomia, evolução e
inclusive as suas relações com ambiente.
[...] zoologia dá uma descrição geral do Reino Animal, a estrutura de
representantes de diferentes grupos, os processos fisiológicos, e o modo de
vida dos animais. Acrescentam-se ainda noções de como os animais
crescem e se reproduzem, dos princípios da herança (hereditariedade), da
distribuição dos animais sobre a terra atualmente e em tempos geológicos
passados e, finalmente, como se originaram os animais existentes – teoria
da evolução orgânica (STORER et al., 2003, p.10).
Pode-se salientar então, que a zoologia tem como objetivos descrever e
explicar a diversidade da fauna e estudar a adaptação das espécies ao meio, ou
ecossistemas específicos, além de ocupar-se da história natural dos animais, sua
evolução e filogenia.
Considerando o contexto atual se tem conhecimento que, existem no mundo
uma diversidade enorme de espécies animais viventes e que novas espécies são
constantemente descobertas, e toda essa biodiversidade embasada no estudo da
zoologia, mas qual a importância e o porquê estudar zoologia?
Para Storer et al. (2003, p.9): “Nestas últimas décadas do século XX o
homem defronta-se com diversos problemas convergentes que poderiam provocar
uma crise muito séria.”
Entre estes problemas podemos salientar, crescimento
populacional desordenado, aquecimento global, falta de alimento em alguns países,
poluição, extinção de algumas espécies da fauna e da flora.
Todos os principais problemas que o homem enfrentou no último quarto
deste século são biológicos: a explosão populacional, a deficiência de
alimento e de energia e a poluição. Eles não podem ser resolvidos sem um
adequado conhecimento dos princípios que governam a vida animal neste
planeta, isto é, da zoologia (STORER et al., 2003, p.9).
Conhecer e compreender os mecanismos que governam a vida animal é de
suma importância, pois o homem também está sob regência das mesmas estruturas.
Todos os problemas que a humanidade vem enfrentando ao longo da transição dos
séculos são biológicos, e estão intensamente relacionados com a zoologia, esses
23
problemas não poderão ser solucionados sem que conheçamos adequadamente os
princípios que governam vida animal neste planeta.
2.3 REINO ANIMALIA
Neste reino se enquadram todos os seres vivos que denominamos
genericamente de animais, como o próprio nome já sugere. Um reino extremamente
heterogêneo, distribuídos em aproximadamente 35 filos e podendo ser encontrados
em diversos ambientes.
A primeira enumeração precisa de todos os animais conhecidos foi feita por
Lineu em 1758 e incluía 4.236 tipos. Em 1859 Agassiz e Bronn contaram
129.370 e em 1911 Pratt estimou que 522.400 tinham sido denominados. O
total agora ultrapassa de 1.000.000. Novas formas estão ainda sendo
denominadas e pode haver atualmente vários milhões de tipos de animais
viventes (STORER et al.,2003, p.267).
Com inúmeras características, ainda que nem sempre presentes em todas as
espécies, pode-se ressaltar:
1-Organismos eucariontes multicelulares;
2-Células desprovidas de parede celular (reforço constituído de celulose),
embora em muitos casos possa ocorrer um reforço com substância de
natureza química diversa da celulose, como a quitina, por exemplo;
3-Carboidrato de reserva representado geralmente pelo glicogênio;
4-Maioria dotada de movimentos ativos, com algumas espécies fixas;
5-Nutrição sempre heterotrófica e obtenção do alimento habitualmente por
ingestão;
6-Reprodução sexuada por meio de gametas na quase totalidade das
espécies, fazendo exceção apenas alguns celenterados, que costumam
realizar a gemulação ou brotamento, e alguns vermes turbelários e
anelídeos poliquetas, que podem reproduzir-se por divisão simples e
assexuada (SOARES, 1997, p. 367).
Pode-se salienta que a estrutura corporal destes organismos é um
aglomerado de células especializadas e muito funcionais, de acordo com a sua
respectiva função. Seu sistema digestivo pode ser completo ou incompleto, apenas
neste reino é que são encontrados os tecidos musculares e nervosos. A respiração
pode ser cutânea, branquial, pulmonar ou traqueal.
Quanto à simetria, muitos representantes desse reino possuem simetria
bilateral, um exemplo que se pode citar são os seres humanos, outros têm simetria
radial, como é o caso de alguns animais aquáticos.
24
Os animais são os organismos mais diversos quanto à forma, possuindo
grande diversidade de tamanho, a partir de seres microscópicos até os gigantes
como as baleias.
2.3.1 Filo Arthropoda
Os artrópodes são os mais numerosos e polimórficos dentre todos os filos
existentes, “sendo composto por mais de três quartos de todas as espécies
conhecidas. Aproximadamente 900.000 espécies de artrópodes foram registradas, e
provavelmente o mesmo número ainda deve ser identificado e classificado”
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009, p.355).
A principal característica deste filo é a presença de apêndices articulados, ou
seja, articulação dos membros locomotores, foi esta expressão que deu nome ao
filo, pois do grego significa arthorm, articulação; pous, podos, pés.
Com uma ampla dispersão geográfica, “ocorrem em altitudes acima de 6.000
metros em montanhas de mais de 9.500 metros do mar. As diversas espécies são
adaptadas para vida no ar, na terra, no solo e em água doce, salobra e salgada”
(STORER et al., 2003, p.463).
Os artrópodes são invertebrados e representam os únicos animais
invertebrados voadores.
São animais com:
1-Simetria bilateral; 3 folhetos germinativos; corpo geralmente segmentado
e externamente articulado; cabeça, tórax e abdome diversamente distintos
ou fundidos (segmentos cefálicos sempre fundidos).
2-Um par de extremidades por segmento ou menos; cada uma com poucos
a muitos artículos contendo feixes antagônicos de músculos; diversamente
diferenciadas, algumas vezes reduzidas em número ou partes, raramente
ausentes.
3-Um exoesqueleto endurecido contendo quitina, secretado pela epiderme e
mudado periodicamente.
4-Músculos estriados, frequentemente complexos, geralmente capazes de
ação rápida.
5-Trato digestivo completo; peças bucais com mandíbulas laterais
adaptadas para mastigação ou para sucção; anus terminal.
6-Sistema circulatório aberto (lacunar); coração dorsal, distribuindo sangue
através de artérias para os órgãos e tecidos, de onde ele volta por lacunas
do corpo (hemocelo) ao coração; celoma reduzido.
7-Respiração por brânquias, traquéias (ductos de ar), pulmões foliáceos ou
superfície do corpo.
8-Excreção por glândulas coxais ou glândulas verdes ou por 2 a muitos
túbulos de Malpighi ligados ao intestino.
25
9-Sistema nervoso com gânglios dorsais pares dorsalmente à boca e
conectivos para um par de cordões nervosos ventrais, com um gânglio em
cada segmento ou gânglios concentrados; os órgãos sensitivos incluem
antenas e pelos sensitivos (tácteis quimiorreceptores), olhos simples e
compostos, órgãos auditivos e estatocistos.
10-Sexos geralmente separados, macho e fêmea frequentemente
diferentes; fecundação geralmente interna; ovos ricos em vitelo, com casca;
ovíparos e ovovivíparos, clivagem geralmente superficial; geralmente com
um os vários estágios larvais e metamorfose gradual ou abrupta para forma
adulta; partenogênese em alguns crustáceos e insetos (STORER et al.,
2003, p.464).
O exoesqueleto presente nos artrópodes possui inúmeras vantagens, serve
como base para inserção da musculatura, pode auxiliar na movimentação e força,
oferece proteção, evita a desidratação e serve como barreira para prevenir
infecções.
Embora de proteção, o exoesqueleto, por abranger todo o corpo, necessita
ser substituído conforme o crescimento do animal. Para que o artrópode possa
crescer normalmente, o esqueleto velho necessita ser substituído por um novo com
tamanho maior. Esse problema é resolvido através de mudas ou ecdise.
O processo para a troca de mudas acontece de tempos em tempos, onde a
epiderme secreta um líquido que forma um espaço entre ela e o exoesqueleto.
Posteriormente, a epiderme produz um esqueleto novo, ainda flexível, que permite o
crescimento do animal. Em determinado momento o esqueleto velho arrebenta,
permitindo que o artrópode abandone a velha proteção.
Todo o ciclo de muda dos artrópodes é controlado pelo sistema endócrino e o
hormônio responsável é a ecdisona. Devido a essa troca constante do exoesqueleto,
o crescimento de um artrópode não é contínuo, apresentando momentos de nenhum
crescimento, alternados com momentos de crescimento.
Os artrópodes classificam-se de acordo com a presença ou a ausência de
determinados apêndices, bem como da origem dos mesmos. São classificados em
quatro subfilos, o Subfilo Trilobita, já extintos; o Subfilo Chelicerata (quelicerados),
que inclui os aracnídeos (portadores de quelíceras); o Subfilo Crustacea
(crustáceos), com mandíbulas, dois pares de antenas e apêndices com duas
ramificações e o Subfilo Uniramia (unirrâmeos), onde estão incluídos os insetos, os
quilópodes e os diplópodes, dotados de mandíbulas, um par de antenas e apêndices
unirramado, ou seja, sem ramificações.
26
2.3.1.1 Subfilo Uniramia
Os representantes deste subfilo são principalmente terrestres, apenas alguns
retrocederam para a vida aquática, geralmente de água doce, caracterizados pela
presença de apêndices não ramificados.
Este subfilo é composto pelas classes, Chilopoda (lacrais, centopeias),
Diplopoda (piolhos-de-cobra), Pauropoda, Symphyla e Insecta (insetos).
Os Uniramia possuem apenas um par de antenas, e seus apêndices são
sempre unirremes, nunca birremes como o dos crustáceos. Embora em
algumas fases juvenis de insetos sejam aquáticos e possuam brânquias,
essas brânquias não são homólogas às dos crustáceos.
Insetos e miriápodes usam traqueias para transportar os gases respiratórios
diretamente para todas as células do corpo e a partir delas de uma forma
semelhante à que ocorre em alguns onicóforos e alguns aracnídeos
(HICKMAN; ROBERTS; LARSON, 2009, p.390).
A excreção ocorre habitualmente através de túbulos de Malpighi.
2.3.1.1.1 Classe Insecta
Os insetos são animais invertebrados e os gafanhotos, piolhos, moscas,
abelhas, borboletas, besouros entre outras pequenas criaturas compõem esta
classe. “São os mais abundantes e espalhados de todos os animais terrestres,
sendo os mais importantes invertebrados que podem viver em ambientes secos e os
únicos capazes de voar” (STORER et al., 2003, p. 504).
Embora a maioria de nós pense nos insetos primeiramente como pragas, a
humanidade teria grande dificuldade para sobreviver se todos os insetos
desaparecessem de repente. Alguns produzem materiais úteis: mel e cera
de abelhas, seda do bicho-da-seda, e laca de uma cera produzida por uma
cochonilha. Mais importante, no entanto, é que os insetos são necessários
para a fertilização de muitas plantações. [...] Muitos insetos predadores, como
os besouros cicindelíneos, larvas de moscas sirfídeas, formigas-leão, louva-a-deus e
joaninhas, destroem insetos daninhos. Insetos parasitoides são muito importantes no
controle da população de insetos daninhos. (HICKMAN; ROBERTS; LARSON,
2009, p.407).
Segundo Hickman; Roberts e Larson (2009,p.392):
Os insetos diferem dos outros artrópodes por possuírem três pares de
pernas e, geralmente, dois pares de asas na região torácica do corpo,
embora alguns possuam um par ou nenhum. O tamanho dos insetos pode
variar desde de 1mm até 20cm de comprimento, e a maioria é menor do que
2,5 cm de comprimento. Geralmente os insetos maiores vivem nas áreas
tropicais.
27
O corpo dos insetos é dividido em três tagmas, cabeça, tórax e abdômen.
Na cabeça, estão presentes tipicamente um par de antenas, um par de olhos
compostos (olhos formados por várias unidades denominadas de omatídios), três
olhos simples, além de apêndices bucais, entre os quais se destaca um par de
mandíbulas.
As antenas podem variar vastamente de tamanho e forma, tem a função
sensorial, podem assim atuar como órgãos táteis, olfativos e alguns casos, auditivos.
Para cada tipo de alimentação, as peças bucais dos insetos são adaptadas,
podendo ser de três tipos, o sugador, o mastigador e o sugador-lambedor.
De acordo com Hickman; Roberts e Larson (2009,p.393):
O tórax é composto por três somitos; protórax, mesotórax e metatórax, e
cada um deles apresentar um par de pernas. Na maioria dos insetos, o
mesotórax e o metatórax apresentam um par de asas em cada. As asas são
prolongamentos cuticulares formados pela epiderme. Consistem em uma
dupla membrana que contem veias compostas por uma cutícula mais
grossa, que serve para dar maior resistência à asa. Embora os padrões
dessas asas variem entre os táxons, são constantes dentro de uma mesma
família, gênero ou espécie, e servem para a classificação e identificação.
O movimento das asas depende de contrações de músculos longitudinais e
verticais, essas contrações acontecem “quando os músculos verticais se contraem, a
parte dorsal do tórax abaixa e, por um sistema de alavanca, a asa se levanta;
quando eles relaxam, a parte dorsal volta á posição normal.
O abdômen da Classe Insecta:
[...] é composto de por 9 a 11 segmentos; o décimo primeiro, quando
presente, está reduzido a um par de cercos (apêndices da porção terminal
do corpo). Formas larvais ou ninfas possuem uma grande variedade de
apêndices abdominais, mas esses apêndices não existem em adultos. O
final do abdômen representa um genitália externa (HICKMAN; ROBERTS;
LARSON, 2009, p.393).
2.3.1.2 Subfilo Chelicerata
Para Hickman; Roberts e Larson (2009, p.357) os artrópodes quelicerados
podem ser definidos como:
Um grupo antigo que inclui euriptédios (extintos), límulos, aranhas,
carrapatos e ácaros, escorpiões e aranhas-do-mar. São caracterizados por
possuírem seis pares de apêndices, que incluem um par de quelíceras, um
par de pedipalpos e quatro pares de apêndices locomotores (um par de
quelíceras e cinco pares de apêndices locomotores nos límulos). Não
28
possuem mandíbulas nem antenas. A maioria suga alimento líquido de suas
presas.
Muitos dos representantes deste subfilo são temidos pelo homem, embora, a
maioria seja inofensiva e podem trazer algum tipo de benefício para o homem.
O corpo de um quelicerado pode ser dividido em um prossomo (cefalotórax) e
um opistossomo (abdômen).
Dentre outras características desse subfilo, podemos ressaltar:
1- Respiração por pulmões foliáceos, traqueias ou brânquias foliáceas.
2- Excreção por túbulos de Malpighi pares, glândulas coxais, ou ambos.
3- Sistema nervoso com gânglios dorsais (cérebro) e cordão nervoso ventral
contendo gânglios pares ou então concentrados na região anterior; olhos
geralmente simples e pares; pelos ou cerdas tácteis no corpo.
4- Sexos geralmente separados; uma (ou duas) abertura genital, na parte
anterior do abdômen; fecundação interna; principalmente ovíparos;
desenvolvimento direto ou através de um estagio larval.
5- Principalmente terrestres e solitários, predadores de vida livre ou
parasitos (STORER et al., 2003, p.469).
2.3.1.2.1 Classe Arachnida
Os representantes da Classe Arachnida: “constituem a maior e, do ponto de
vista humano, a mais importante das classes de quelicerados” (RUPPERT; BARNES
1996, p. 606), alguns transmitem doenças para seres humanos e animais; outros
são responsáveis por envenenamentos (aranhas e escorpiões) e por fenômenos
alérgicos (ácaros).
A maioria dos aracnídeos são terrestres, sendo que muitos são carnívoros e
predadores, e alguns apresentam estruturas inoculadoras de veneno. Como
exemplos de aracnídeos temos as aranhas, escorpiões, pseudo-escorpiões, ácaros
e carrapatos.
Os aracnídeos possuem uma variedade anatômica muita diversificada,
principalmente na forma de seus apêndices. Seus tagmas são cefalotórax e
abdômen, comumente possui um par de quelíceras, um par de pedipalpos, não
possuem mandíbulas e nem antenas e apresentam quatro pares de pernas.
As quelíceras são utilizadas na alimentação, já os pedipalpos possuem
funções diversas, podendo ser utilizado como órgão sensorial e/ou órgão de cópula
nos machos.
29
Segundo Hickman; Roberts e Larson (2009, p. 358): “Os aracnídeos tornamse extremamente diversos. Mais de 70.000 espécies formam descritas ate o
momento. Formam os primeiros artrópodes a colonizar o ambiente terrestre.”
São animais de sexos separados, fecundação interna e desenvolvimento
direto.
A digestão ocorre parcialmente no lado externo do corpo. A presa,
geralmente pequenos artrópodes, é capturada e morta pelos pedipalpos e
quelíceras. Enquanto a presa se encontra segura pelas queliceras, as
enzimas secretadas pelo intestino médio são derramadas sobre seus
tecidos rasgados. A digestão prossegue rapidamente e produz-se um caldo
parcialmente digerido. Esse fluido é então levado à cavidadde pré-bucal,
localizada em frente à boca (RUPPERT; BARNES 1996, p. 606).
Entre as principais Ordens da Classe Arachnida temos, a Ordem Araneae
(aranhas), a Ordem Scorpionida (escorpiões), a Ordem Acari (ácaros e carrapatos) e
a Ordem Opiliones (opiliões).
2.3.2 Filo Chordata
O Filo Chordata agrupa animais como o anfioxo, as ascídias, as lampréias, os
peixes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos.
Para Storer et al. (2003, p. 565): “o Filo Chordata (gr. chorda, cordão) é o
maior filo e o ecologicamente mais significante, da linha deutorostômia de evolução.
Compreende
alguns
grupos
invertebrados,
bem
como
todos
os
animais
vertebrados”. Ressaltando que no Filo Chordata, estão inseridos todos os animais
de grande porte, presentes na Biosfera.
O filo realmente compreende dois grupos diferentes de organismos. Os
cordados inferiores são todos os marinhos, pequenos e não têm vértebras;
incluem os tunicados, as salpas e os anfioxos. Todos os outros cordados
são vertebrados de vida livre que compreendem os peixes, anfíbios, répteis,
aves e mamíferos. Este é o grupo maior (STORER et al., 2003, p. 565).
Conforme Hickman; Roberts e Larson (2009, p. 464) as principais
características desse filo são:
1-Simetria bilateral; corpo segmentado; três camadas germinativas; celoma
bem desenvolvido.
2- Notocorda (bastão esquelético) presente em algum estágio do ciclo de
vida.
3- Tubo nervoso dorsal único; porção anterior do tubo nervoso, em geral
alargada para formar um encéfalo.
4- Bolsa faríngeas presentes em algum estágio do ciclo da vida; em
cordados aquáticos elas se desenvolvem em fendas faríngeas.
30
5- Cauda pós anal normalmente projetando-se além do ânus em algum
estágio, mas pode ou não persistir.
6- Músculos segmentados dispostos em um tronco não-segmentado.
7- Coração ventral, com vasos sanguíneos, dorsal e ventral; sistema
circulatório fechado.
8- Sistema digestivo completo.
9- Endoesqueleto cartilaginoso ou ósseo presente na maioria dos membros
(vertebrados).
O filo Chordata compreende três subfilos: Urochordata (ou Tunicata) que são
os
cordados
primitivos
e
exclusivamente
marinhos, os
Caphalochordata que também são cordados primitivos e os Vertebrata (ou Craniata)
que são os vertebrados.
2.3.2.1 Subfilo Vertebrata
Esse subfilo reúne dois grandes grupos: a superclasse Agnata ou
Cyclostomata, que são animais primitivos e sem mandíbulas e a superclasse
Ganthostomata que representam os vertebrados superiores, peixes cartilaginosos,
peixes ósseos, repteis, anfíbios, aves e mamíferos.
Para Storer et.al (2003, p. 574) as principais características presentes no
subfilo Vertebrata: “São um encéfalo grande encerrado numa caixa craniana ou
crânio e uma coluna espinal segmentada, de vértebras, que constitui o suporte axial
do corpo. O corpo compreende tipicamente a cabeça, pescoço, tronco e cauda”.
Os vertebrados apresentam cerca de 50 mil espécies, com representantes
adaptados aos ambientes aquático, terrestre e aéreo.
Possuem um esqueleto interno, que pode ser cartilaginoso ou ósseo, sendo o
responsável pela sustentação e proteção de vários órgãos. O sistema muscular é
composto por três tipos de tecidos, seu sistema circulatório é fechado, a pele dos
vertebrados é composta por duas camadas, epiderme e derme, a respiração pode
ser por brânquias ou pulmões e os sexos são separados.
2.3.2.1.1 Classe Reptilia
Esta classe inclui os répteis, como as cobras e lagartos que pertencem à
ordem Squamata, jacarés e crocodilos que são da ordem Crocodilia e os jabutis e
tartarugas que cabem à ordem Chelonia.
31
Para Hickman; Roberts e Larson (2009, p. 531):
Os membros da classe Reptilia incluem os primeiros vertebrados
inteiramente terrestres. Os répteis são diversificados e abundantes, com
cerca de 7.000 espécies (aproximadamente 300 delas na América do Norte)
que ocupam uma grande variedade de habitats terrestres e aquáticos. A
Idade dos Répteis, que durou mais de 165 milhões de anos, testemunhou o
aparecimento de uma grande irradiação de linhagens reptilianas, em uma
impressionante variedade de formas aquáticas e terrestres.
Segundo Storer et al. (2003, p. 642): “O nome da classe refere-se ao modo de
locomoção (lat. reptum, rastejar) e o estudo dos répteis e chamado de herpetologia
(gr. herpeton, reptil)”.
Os répteis são animais ectotérmicos, por isso a sua temperatura é variável,
necessitando assim do calor do ambiente, principalmente do sol, para o bom
funcionamento de seu corpo.
Segundo Hickman; Roberts e Larson (2009, p. 534) as principais
características da Classe Reptilia são:
1-Forma do corpo variável, compacta em alguns, alongada em outros; corpo
recoberto por escamas epidérmicas cornificadas, algumas vezes
acompanhadas de placas dérmicas ósseas; tegumento com poucas
glândulas.
2-Membros pares, usualmente com cinco dígitos, e adaptados para escalar,
correr ou nadar; ausentes em serpentes em alguns lagartos.
3-Esqueleto bem ossificado; costelas e esterno (ausente em serpentes)
formam uma caixa torácica completa; crânio com um único côndilo occipital.
4- Respiração pulmonar; ausência de brânquias; alguns utilizam a cloaca
para a respiração; arcos branquiais presentes durante a vida embrionária.
5- Coração com três câmaras; os crocodilianos apresentam um coração
com quatro câmaras; usualmente um par de arcos aórticos; circuitos
sistêmico e pulmonar funcionalmente separados.
6-Rins metanéfricos (pares);o principal excreta nitrogenado é o ácido úrico.
7- Sistema nervoso com os lóbulos ópticos situados na região dorsal do
encéfalo; 12 pares de nervos cranianos, alem do nervo terminal.
8- Sexos separados; fecundação interna.
9- Ovos revestidos por uma casaca calcária ou coriácea; membranas extraembrionárias (âmnion, córion e alantoide) presentes durante a vida
embrionária; ausência de estagio larval aquático.
Quantos aos olhos dos répteis são grandes, ocupando a posição lateral, com
pálpebras e uma membrana nictante. A maioria dos representantes desta classe
possuem dentes, sendo que as cobras peçonhentas têm presas inoculadoras de
veneno.
32
2.4 ANIMAIS PEÇONHENTOS
Primeiramente, é de importante relevância efetuar uma diferenciação entre
animais venenosos e animais peçonhentos, uma vez que se confundem muito estes
termos.
Segundo Auto (2005, p, 15): “Reserva-se a expressão peçonhento para o
animal que apresenta glândulas especiais, as glândulas iógenas (ios=peçonha,
veneno) produtoras de substâncias tóxicas úteis ao animal”.
Pode-se definir então como animal peçonhento, aquele que é capaz de
produzir, através das glândulas iógenas, e inocular uma substância tóxica em um
indivíduo, através de estruturas como ferrões, dentes e aguilhão.
Esses animais utilizam destas peçonhas quando se sentem ameaçados, para
agressão ou para defesa, assegurando assim a sua sobrevivência e também para a
caça.
Temidos pela população, estão presentes em todos os meios e são os
responsáveis por inúmeros acidentes domésticos.
Contudo, deve-se lembrar de que estes animais agem apenas por instinto de
defesa, observando assim que muitos dos acidentes são por imprudência e descuido
da população.
Encontramos peçonha ativa contra o homem entre os Celenterados
(Caravelas), Equinodermos (Ouriços-do-Mar), Aracnídeos (Aranhas e
Escorpiões), Miriápodos (Centopéias), Insetos (Abelhas, Formigas,
Coleópteros e Lepidópteros), Moluscos, Peixes, Batráquios, Sáurios,
Mamíferos (Cangambá e Ornitorrinco) e Ofídios (AUTO, 2005, p.15).
Cabe ressaltar ainda, que pela gravidade e frequência dos acidentes,
devemos destacar os ofídios (serpentes) e os aracnídeos (aranhas e escorpiões).
Os animais venenosos são representados por aqueles que possuem o
veneno mais não apresentam mecanismos de inoculação, esse mecanismo age de
forma passível e precisa de alguma interferência para libera-lo, como exemplo podese citar o sapo.
Segundo Auto (2005, p. 97): “A absoluta maioria dos animais tóxicos é
constituída por peixes e, em número reduzido, por alguns moluscos”.
Entre os principais animais peçonhentos envolvidos em acidentes, pode-se
citar aranhas, taturanas, abelhas, serpentes e escorpiões.
33
2.4.1 Abelhas
As abelhas pertencem à ordem Hymenoptera, da família Apidae, sendo que
um dos representantes mais conhecidos é a Apis mellifera, muito utilizada para a
produção de mel, pólen, cera e própolis.
Segundo Storer et al. (2003, p.513) as abelhas:
Tem peças bucais apropriadas para sugar e mastigar, passa por
metamorfose completa (holometábola) desde a larva vermiforme, através do
estágio de pupa até o adulto voador; alimenta-se de néctar e pólen e vive
socialmente em uma colônia permanente compreendendo muito indivíduos
de três castas. A rainha põe os ovos; os machos ou zangões servem
somente para fecundar novas rainhas; e os milhares de fêmeas estéreis ou
operarias constroem e guardam a colmeia, fornecem alimento para todas as
castas, atendem a rainha e criam os jovens.
Apresentam o seu corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen, sendo coberto
por pelos ramificados, principalmente na região do tórax e da cabeça.
Os insetos pertencentes à ordem Hymenoptera são os únicos que
apresentam ferrões verdadeiros.
Para Amaral (2001, p. 60) o ferrão das abelhas: “Apresenta-se dividido em
duas partes, sendo uma formada por uma estrutura muscular e quitinosa,
responsável pela introdução do ferrão e do veneno e outra parte glandular, que
secreta e armazena o veneno”. Ressaltando que o ferrão somente esta presente nas
rainhas e nas operárias e que, ao inocularem o veneno morrem, pois a perda do
sistema de ferroar e partes de estruturas do abdômen.
Os acidentes causados por abelhas são conhecidos como himenopterismo,
quase sempre são sem gravidade, causando lesões locais, dor e edema, esse
aspecto ocorre quando a vítima for acometida por poucas picadas. Porém, segundo
Auto (2005, p. 68): “Acredita-se que a peçonha inoculada por 300 a 500 abelhas
pode ser fatal para um homem de 65 quilos”.
A incidência de acidentes em casos fatais; “provocados por ataques maciços
de abelhas têm aumentado desde a década de 1960, este fator é atribuído à
introdução das abelhas africanas no Brasil em 1956” (CARDOSO et al., 2009, p.
259). Destacando que, a abelha africana é muito agressiva e tem por habito o
ataque em enxame.
No tratamento de acidentes graves, em casos de inúmeras picadas: “A
retirada dos ferrões deve ser feita por raspagem da pele com uma faca, evitando-se
34
o uso de pinças que por compressão poderiam propiciar a injeção da peçonha
remanescente” (AUTO, 2005, p. 69). Em eventos de choques em pessoas
sensibilizadas ou alégicas, deve-se utilizar anti-histamínicos, corticosteroides,
adrenalina e assistência à insuficiência renal.
2.4.2 Taturanas
As taturanas, lagartas ou lagartas de fogo,
como
são
chamadas
popularmente, são as formas larvais de borboletas ou mariposas (Ordem
Lepidóptera), cuja inoculação de toxinas são capazes de determinar acidentes com
alterações locais ou sistêmicas. Apresentam-se de diversas formas, podem ser
coloridas ou listradas, com cerdas longas ou curtas, podendo viver sozinhas ou em
grupos.
[...] recobertas por pelos, provocam uma sensação aguda de queimor ao
mais leve contato com a pele. Eritema, pápulas e edema aparecem em
seguida, com a impressão de queimadura e dor mais ou menos intensa;
com evolução, nos casos mais sérios, as pápulas dão lugar ao
aparecimento de pequenas petéquias. Em raros os casos foram descritos
sintomas gerais como mal estar, náuseas e vômitos (AUTO, 2005, p. 73).
As lesões cutâneas causadas pelos Lepidópteros em fase larval são
denominadas de erucismo.
Considerando as principais famílias de lepidópteros causadoras de acidentes,
Megalopygidae, Saturniidae e Arctiidae, as figuras 1, 2 e 3 representam as
respectivas famílias.
Os representantes da família Megalopygidae (megalopigídeos) apresentam
cerdas pontiagudas, curtas e que contêm as glândulas de veneno,
entremeados por outras longas, coloridas e inofensivas. Já as lagartas da
família Saturniidae (saturnídeos) têm espinhos ramificados e pontiagudos
de aspecto arbóreo, com tonalidades esverdeadas, mimetizando, muitas
vezes, as plantas que habitam (BRASIL, 2007, p.116).
A família Arctiidae apresenta cerdas que parecem pelos, ocultando as cerdas
inoculadoras de veneno, quando se sentem ameaçadas se enrola, tornando-se mais
visíveis as suas cerdas.
35
Figura 1 – Representante da Família Saturniidae – Lonomia sp.
Fonte: Cardoso et al.(2009, p 234)
Figura 2 – Representante da Família Megalopygidae – Podalia orsilochus
Fonte: Cardoso et al. (2009, p. 229)
Figura 3 - Representante da Família Arctiidae – Premolis semirufa
Fonte: Cardoso et al. (2009, p. 230)
36
O prognóstico na maioria dos casos de acidentes por lagartas é sempre bom,
“resumindo o tratamento ao uso local de pomada de corticosteroides” (AUTO, 2005,
p. 73). Também pode-se utilizar de compressas de água fria e analgésicos como
aspirina e paracetamol.
Para Cardoso et al. (2009, p. 236):
Independente do gênero ou espécie, esse tipo de agravo vinha sendo
considerado benigno, passando a constituir objeto de maior atenção, em
nosso meio, após os primeiros registros de formas graves, com
comprometimento sistêmico, decorrente do contato com as larvas do gênero
Lonomia.
A Lonomia, pertencente à família Saturniidae: “têm se configurado como
importante agravo à saúde na Região Sul do país” (CARDOSO et al., 2009, p 240),
determinando manifestações sistemáticas nos indivíduos acidentados.
A peçonha da Lonomia, absorvida pela pele, determina distúrbios da
coagulação sanguínea por destruir o fibrinogênio, agindo assim, sob esse
aspecto de modo semelhante ao dos ofídios. Nos casos leves encontramos
apenas pequenos sangramentos ou esquimoses em consequência de
traumatismos discretos. Nos graves pode ocorrer à morte do paciente por
hemorragia pulmonar ou acidente vascular cerebral (AUTO, 2005, p.74).
Entre as manifestações mais comuns em indivíduos que sofreram acidentes
por Lonomia estão: “cefaléia (82%), náuseas (53%), tonturas (18%), dor abdominal
(13%), artralgia (8%), gengivorragia (37%), sangramento pela pele e urina”
(CARDOSO, 2009, p. 242).
Para o tratamento de acidentes ocasionados pela lagarta do gênero Lonomia
utilizar o soro antilonômico.
2.4.3 Aranhas
Pertencentes ao Filo Arthropoda, classe Aracnhida e ordem Araneae
(subordens Mesothelae, Mygalomorphae e Araneomorphae), possuem mais de
30.000 espécies conhecidas, são encontrados em diversos habitats, sendo todas
carnívoras, alimentam-se principalmente de insetos e adaptam-se com facilidade
aos diversos meios, inclusive os domiciliares.
Tem como característica exclusiva a presença de glândulas de veneno
associados às quilíceras. Relacionando a presenças das aranhas ao nosso
cotidiano, pode-se afirmar que as mesmas representam um risco à saúde publica,
37
uma vez que, os acidentes ocasionados por algumas espécies são considerados
graves.
No entanto, nem todas as espécies são responsáveis por acidentes graves,
devido a inúmeros fatores, baixa toxicidade do veneno para humanos, quelíceras
não capazes de perfurar a pele, quantidade insuficiente de veneno injetado, ou pelo
fato de as espécies viverem em locais pouco frequentados pelo homem.
Segundo Cardoso et al. (2009, p.159):
A Organização Mundial de Saúde considera apenas quatro gêneros de
aranhas com espécies que podem causar um envenenamento grave no ser
humano, a saber: Latrodectus, Loxosceles e Phoneutria (Araneomorphae) e
Atrax (Mygalomorphae). No Brasil, as aranhas perigosas pertencem aos
três primeiro gêneros, totalizando cerca de 20 espécies.
Sendo assim, consideram-se como as aranhas peçonhentas de interesse
médico no Brasil, a aranha-armadeira (Phoneutria), a aranha-marrom (Loxosceles) e
a viúva negra (Latrodectus).
Conforme Amaral (2001, p. 45):
Desde a implantação do Sistema de Notificação dos acidentes araneídicos,
vem-se observando um incremento da notificação de casos no país,
notadamente nos estados do Sul. Todos os atendimentos decorrentes de
acidentes com aranhas, mesmo quando não haja utilização de soroterapia,
deveriam ser notificados. Tal procedimento possibilitaria um melhor
dimensionamento deste tipo de agravo, nas diversas regiões do país.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, o coeficiente de incidência dos
acidentes raneídicos situa-se em torno de 1,5 casos por 100.000 habitantes,
com registro de 18 óbitos no período de 1990-1993. A maioria das
notificações provem das regiões Sul e Sudeste.
As aranhas do gênero Latrodectus (viúvas-negras) não são agressivas e
geralmente os acidentes ocorrem quando são comprimidas contra o corpo da vítima.
O veneno da viúva negra age principalmente nas terminações nervosas.
Quanto
ao
quadro
clínico local:
“sua picada
determina
dor local,
especialmente intensa depois de 3 a 4 horas, angustia, opressão precordial,
polipnéia, sudorese, sialorreia, hipertermia inicial seguida de hipotermia” (AUTO,
2005, p. 55).
Em casos mais graves, são descritos dores musculares, dores abdominais,
convulsões, taquicardia, arritmias, náuseas, vômitos e infarto agudo do miocárdio.
Conforme Cardoso et al. (2009, p. 192) para o tratamento:
38
Específico – o soro anti – Latrodectus (SALatr) utilizado atualmente é
importado da Argentina, estando em fase final de testes o soro produzido
pelo Instituto Vital Brazil. É indicado nos casos moderados e graves, na
dose de1 a 2 ampolas por via intramuscular. A melhora do paciente que
deve permanecer hospitalizado por, no mínimo, 24 horas, ocorre de 30
minutos a 3 horas após a soroterapia.
Sintomático – além de analgésicos, benzodiazepínios, gluconato de cálcio e
clorpromazina têm sido utilizados. Há relatos ainda de utilização de
prostigmina, fenitoína e fenobartil.
As aranhas do gênero Phoneutria (aranha-armadeira) possuem hábitos
noturnos, são extremamente agressivas e quando se sentem ameaçadas, não
fogem, apoiam-se “sobre as quatro patas traseiras e levantando
as dianteiras,
prontas para o ataque” (AUTO, 2005, p. 52), surgindo assim o nome popular aranhaarmadeira.
Com relação à ação do veneno das aranhas do gênero Phoneutria, age
principalmente nas terminações nervosas.
Quanto ao quadro clínico:
[...] ocorre, nos casos leves, dor no local da picada com irradiação e edema
moderado. Nos casos de média gravidade costumam aparecer, alem das
manifestações locais, sudorese, cefaleia, agitação e discreta hipotermia.
Quando existe maior gravidade a dor é muito intensa, a queda da
temperatura do corpo é mais acentuada, podendo ainda ocorrer certo grau
de hipertensão arterial, náuseas e vômitos. Priapismo, isto é, ereção
dolorosa e prolongada do pênis foi outra ocorrência algumas vezes
observada. Coma e colapso periférico são as manifestações finais
precedem a morte (AUTO, 2005, p. 53).
Para Amaral (2001, p. 51) o tratamento pode ser sintomático e específico:
a) Sintomático: a dor local deve ser tratada com infiltração anestésica local
ou troncular à base de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (3 ml - 4 ml em
adultos e de 1 ml - 2 ml em crianças). Havendo recorrência da dor, pode ser
necessário aplicar nova infiltração, em geral em intervalos de 60 a 90
minutos. Caso sejam necessárias mais de duas infiltrações, e desde que
não existam sintomas de depressão do sistema nervoso central,
recomenda-se o uso cuidadoso da meperidina (Dolantina®), nas seguintes
doses: crianças - 1,0 mg/kg via intramuscular e adultos 50 mg -100 mg via
intramuscular. A dor local pode também ser tratada com um analgésico
sistêmico, tipo dipirona. Outro procedimento auxiliar, útil no controle da dor,
é a imersão do local em água morna ou o uso de compressas quentes.
b) Específico: a soroterapia tem sido formalmente indicada nos casos com
manifestações sistêmicas em crianças e em todos os acidentes graves.
Nestas situações, o paciente deve ser internado para melhor controle dos
dados vitais, parâmetros hemodinâmicos e tratamento de suporte das
complicações associadas.
Observação: Deve ser evitado o uso de algumas drogas anti-histamínicas,
principalmente a prometazina (Fenergan®), em crianças e idosos. Os
efeitos tóxicos ou idiossinerásicos destes medicamentos podem determinar
manifestações como sonolência, agitação psicomotora, alterações pupilares
39
e taquicardia, que podem ser confundidas com as do envenenamento
sistêmico.
Assim como a viúva-negra a aranha-marrom não é agressiva e os acidentes
decorrem principalmente quando são comprimidas contra o corpo. Seus hábitos são
noturnos, ocupam hábitats diversificados, inclusive nas proximidades e o interior de
residências, onde se refugiam em vestimentas, sapatos e atrás de móveis.
Aranhas do gênero Loxosceles são encontradas em todo o Brasil, mas
“[...]observa-se que a maioria das notificações é proveniente das Regiões Sul e
Sudeste (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul)”(CARDOSO et
al., 2009, p. 177).
O veneno da aranha-marrom é capaz de provocar acidentes graves, tendo a
ação necrosante e hemolítica.
Após a picada a dor é de início discreta, acentuando-se depois de 12 ou 24
horas. Aparecem então no local flictenas hemorrágicas que logo são
rompidas, iniciando o processo de necrose cutânea. Nos casos mais graves
ocorrem febre, cefaléias, mal estar e exantema geralmente morbiliforme.
Torna-se a situação mais séria quando surgem hemólise, icterícia e
hemoglobinúria, com possibilidade de instalação da síndrome do nefron
intermediário com insuficiência renal aguda que pode levar ao óbito (AUTO,
2005, p.57).
Os soros antiaracnídico ou antiloxoscélico e corticosteróides têm sido
empregados nos tratamentos em vítimas de aranhas do gênero Loxosceles.
Em casos que a lesão cutânea evoluir para necrose, a mesma:
[...]deve ser removida cirurgicamente após a sua delimitação. Em alguns
casos, o dano tecidual causado pela perda permanente do tecido pode levar
a sequelas mais graves. Sendo necessária a indicação de cirurgia plástica
reparadora. No loxocelismo, a infecção secundária não é frequente, por
esse motivo, a administração de antibióticos não é feita como rotina em
todos os casos (CARDOSO et al., 2009, p. 187).
O termo araneísmo é de origem latina e designa a intoxicação ou acidentes
causados por aranhas.
É importante ressaltar que os efeitos dos venenos das aranhas de interesse
médico no Brasil são distintos, o quadro 1 resume a atividade e os efeitos dos
venenos da aranhas do gênero Loxosceles, Phoneutria e Latrodectus.
Quanto às principais características das aranhas peçonhentas, pode-se
observar na figura 4, o tamanho, hábitat, hábitos, tipos de teia, acidentes, principais
espécies e distribuição geográfica das aranhas de interesse médico.
40
Quadro 1 – Mecanismo de ação do veneno das aranhas de interesse médico no
Brasil
Atividade
Dermonecrótica
Veneno
Efeitos
Loxosceles
Necrose cutânea no local da
picada
Hemolítica
Sobre as terminações nervosas
Loxosceles
Phoneutria, Latrodectus
Hemólise intravascular
Local: dor,edema, sudorese
Sistêmico:
contraturas
musculares,
intoxicação
adrenérgica/colinérgica.
Fonte: BRASIL (2007, p. 113)
Figura 4 – Principais características das aranhas peçonhentas do Brasil
Fonte: Cardoso et al.(2009, p.160)
41
2.4.4 Escorpiões
Os escorpiões são artrópodes quelicerados, sua cauda ou metassoma é
formada por cinco segmentos, sendo que no final deles se encontra o télson,
contendo a bolsa de veneno e o aguilhão. São carnívoros, alimentando-se
principalmente de insetos.
Encontrados em diversos hábitats e distribuídos em todo o país, pode-se
considerar que: “das 1500 espécies conhecidas apenas cerca de 25 são capazes de
provocar malefícios do homem” (AUTO, 2005, p. 45).
São animais de hábitos
noturnos e entre suas características esta a agressividade.
Entre as espécies existentes no Brasil, apresentam importância médica
apenas os Buthidae, com os gêneros, Anatheris, Tityus e Rhopalurus.
No Brasil, três espécies de escorpiões do gênero Tityus têm sido
responsabilizados por acidentes humanos graves e mesmo fatais – T.
serrulatus, ou escorpião amarelo, T. bahiensis, ou escorpião marrom e o T.
stigmurus, sendo o T. serrulatus responsável pela maioria dos casos de
maior gravidade (CARDOSO et al., 2009 ,p. 214).
Na região de Rio Negrinho, são predominantes os Tityus costatus, o qual são
responsáveis por acidentes, porém, a gravidade não é elevada, apenas
representando casos leves.
O veneno escorpiônico, na maioria das espécies conhecidas: “estimula canais
de sódio em terminações nervosas de maneira inespecífica, levando à estimulação
de nervos periféricos sensitivos, motores e do sistema nervoso autônomo” (BRASIL,
2007, p.109).
Os acidentes por escorpiões podem ser considerados de gravidade leve,
onde apenas ocorre dor local; moderado, onde a vítima apresenta dor intensa,
náuseas, vômitos, sudorese, agitação e taquicardia ou grave onde a vítima além dos
sintomas descritos anteriormente apresentam convulsão, coma, insuficiência
cardíaca e edema pulmonar agudo (CARDOSO et al., 2009).
O tratamento dos casos leves é feita a base de Analgésicos, Antihistamínicos e se necessário bloqueio anestésico local com Novocaína
(sem adrenalina) na região da picada – repetir no intervalo de 60 minutos,
até 3 ou 4 vezes se for preciso. O casos mais graves exigem de soro anti–
escorpiônico polivalente (5 a 10 ampolas); é importante não esquecer que a
dose para crianças é a mesma do adulto. Utilizando o soro anti-aracnídico
polivalente também pode ser considerado que apenas metade do soro
atuará (AUTO, 2005, p. 50).
42
2.4.5 Serpentes
As serpentes são animais vertebrados e pertencem ao grupo dos
répteis. São animais ectotérmicos, popularmente conhecidos como animais de
sangue frio, mantendo assim a temperatura do corpo próxima ao do ambiente.
[...] apresentam também como características diagnósticas o corpo
extremamente alongado, sem apêndices locomotores e cintura escapular;
perda da sínfise mandibular (perda da sutura óssea das hemimandíbulas no
mento, substituídas por um ligamento elástico); fechamento lateral da
parede da caixa craniana e perda de pálpebras móveis entre as
características. Esses animais alimentam-se de presas inteiras, que caçam
utilizando estruturas quimiossensíveis. São exclusivamente carnívoras,
predando tanto vertebrados quanto invertebrados. A perda da sínfise
mandibular e da cintura escapular, entre outras modificações cranianas,
permite a várias serpentes abrirem a boca engolindo presas grandes,
algumas com até 3,5 vezes o seu diâmetro. Há serpentes muito pequenas,
como os escolecofídios (cobras-cegas), dentre os quais algumas espécies
alcançam a maturidade sexual com mais de 10 cm, até serpentes gigantes,
com quase 10 metros de comprimento, caso de boídeos e pitonídeos como
a sucuri (Eunectes murinus) e a pitão- reticulada (Python reticulatus)
(CARDOSO et al., 2009, p. 22).
São animais que não escutam, mas percebem vibrações no solo pelo próprio
esqueleto. Sua língua é bífida, isto é, dividida em duas partes na ponta.
São encontradas em diversos ambientes, podem ser aquáticas (água doce e
mares) ou terrestres. Por predarem uma grande quantidade de animais, inclusive
alguns considerados como pragas, são importantes controladores de outras
populações, também controlam outras populações de algumas espécies de
serpentes.
Atualmente existem: “Cerca de 2.900 espécies de serpentes no mundo,
distribuídas em 465 gêneros e 20 famílias. No Brasil, temos representantes de 9
famílias, 75 gêneros e 321 espécies,ou seja, cerca de 10% do total de espécies”
(CARDOSO et al., 2009, p. 22).
As serpentes podem ser classificadas como peçonhentas, que conseguem
inocular o veneno em suas presas ou vítimas e as não peçonhentas. Essa
diferenciação dos ofídios pode ser feita a partir da estrutura da cabeça, levando em
consideração a existência e a localização das presas, conforme demonstra a figura
5.
43
Figura 5 – Classificação das serpentes quanto à existência e localização das presas
inoculadoras
Fonte: Auto (2005, p. 20)
Em conformidade com esse critério pode-se distinguir os quatro grupos:
Áglifas: são serpentes destituídas de presas inoculadoras e de glândulas
peçonhentas. A sucuri, jibóia, caninana e a píton são bons exemplos.
Opistóglifas; possuem glândulas peçonhentas mas a localização das presas
é a parte posterior da boca, não podendo assim atingir animais de maior
porte como o homem, por exemplo a mussurana e a falsa coral.
Proteróglifas: as presas inoculadoras estão situadas na parte anterior da
arcada dentária, são fixas e apresentam um sulco por onde escorre a
peçonha, exemplo a coral e naja.
Solenóglifas: são os ofídios mais evoluídos. As presas são anteriores,
moveis, com um cana central , podendo ser comparados a uma agulha de
injeção, exemplos jararaca e cascavel (AUTO, 2005, p. 19).
A cauda também pode ser utilizada para diferenciação de serpentes
peçonhentas e não peçonhentas. Nas não peçonhentas o diâmetro da cauda vai
afinando gradativamente, já a cauda das serpentes peçonhentas o diâmetro afina
bruscamente.
Quanto à fosseta lateral, que é um orifício entre os olhos e as narinas,
também é somente encontrado em serpente peçonhentas, exceto nas najas e
corais. A fosseta lateral é: “um órgão especial, destinado a percepção do calor pela
captação dos raios infravermelhos, possibilitando ao animal identificar suas vítimas
durante a noite, mesmo sem o auxílio da visão” (AUTO, 2005, p. 18).
44
As pupilas dos olhos são em fendas nas serpentes peçonhentas e
arredondadas nas não peçonhentas.
A diferenciação correta entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas é o
primeiro passo para prevenir acidentes e providenciar os primeiros socorros em caso
de acidente. As características morfológicas não devem ser usadas isoladamente na
identificação das serpentes, tudo deve ser analisado em conjunto.
No Brasil, quatro tipo de acidentes são considerados de interesse em
saúde; botrópico, crotálico, laquético e elapídico. Acidentes por serpente
não peçonhentas são relativamente frequentes, porém não determinam
acidentes graves e, por isso, são considerados de menor importância
médica (BRASIL, 2007, P. 103).
Serpentes do gênero Crotalus, família Viperidae, são identificadas pela
presença de um chocalho ou guizo no extremo da cauda, ou seja, a cascavel.
Preferem regiões pedregosas e secas, como campos e cerrados. Habitando: “ os
cerrados do Brasil central, as regiões áridas e semi-aridas do Nordeste, os campos e
áreas abertas do Sul, Sudeste e Norte” (CARDOSO et al., 2009, p. 62).
Seu veneno é extremamente ativo e tem como ações, a neurotóxica “ que
atua nas terminações nervosas motoras inibindo a liberação de acetilcolina pelos
impulsos nervosos”(CARDOSO et al., 2009, p. 109), sendo o principal responsável
pelo bloqueio neuromuscular, ou seja, pelas paralisias motoras e respiratórias, a
ação miotóxica, que ocasiona lesões no
tecido muscular esquelético e ação
coagulante que é “capaz de prolongar o tempo da coagulação, ou até mesmo tornar
o sangue incoagulável”(CARDOSO et al., 2009, p. 109).
Em acidentes provocados por cascavel não ocorre dor intensa e nem edema
importante no local da picada, sendo considerado a reação local como discreta.
“Predominam os sintomas neurológicos com visão turva, possível cegueira
transitória (amaurose), paralisia da musculatura ocular com diplopia (visão dupla),
blefaroptose, dor e hipotonia ou paralisia da musculatura do pescoço” (AUTO,
2005,p. 24).
Pode ocorrer também flacidez na musculatura da face, escurecimento da
urina, gengivorragias, distúrbios do olfato e paladar e insuficiência renal aguda que á
a principal complicação e causa de óbitos (CARDOSO et al., 2009).
Para o tratamento de acidentes provocados por cascavel, deve ser utilizado o
soro anticrotálico por via venosa.
45
As serpentes do gênero Lachesis, popularmente conhecidas como surucucú,
são encontrados na floresta Amazônica e Mata Atlântica, é a maior serpente
peçonhenta, podendo atingir até três metros de comprimento (CARDOSO et al.,
2009).
Sua coloração é: “ róseo-amarelada, com losângulos castanhos escuros
circunscrevendo pequena mancha clara” (AUTO, 2005, p. 30).
Em casos de acidentes, verifica-se na vítima dor intensa no local da picada,
hemorragia no local, hipotensão, braquicardia, dor abdominal, vômitos, diarreia
hipotermia e alterações sensoriais. Para o tratamento utiliza-se de soro
antibotrópico- laquético (BRASIL, 2007).
O gênero Micrurus (Família Elapidae) responsáveis pelos acidentes
elapídicos, tem como representante as corais, que “são ofídios de pequeno porte,
não agressivos, apresentando anéis pretos, vermelhos e brancos, intercalados e
diversamente distribuídos conforme a espécie” (AUTO, 2005, p. 31). São animais
com hábitos noturnos.
Os mecanismos de ação do veneno das serpentes do gênero Micrurus podem
ser em nível local o sistêmico, tendo como ação neurotóxica e miotóxica,
hemorrágica e cardiovascular (CARDOSO et al., 2009).
Os acidentes decorrentes de corais é “raro em virtude da índole pacífica do
animal que ataca apenas quando intensamente provocado ou agredido” (AUTO,
2005, p. 32). Porém, apesar da raridade dos acidentes o mesmo deve ser tratado
com seriedade, pois o envenenamento costuma ser rápido e fatal.
Em todo o país, existem serpentes não peçonhentas com o mesmo padrão
de coloração das corais verdadeiras,porém desprovidas de dentes
inoculadores. Diferem ainda na configuração dos anéis que, em alguns
casos, não envolvem toda a circunferência do corpo. São denominadas
falsas-corais (AMARAL, 2001, p. 18).
As manisfestações sistémicas em relação aos acidentes ocasionados por
corais, pode-se salientar complicações decorrentes da paralisia da face para os
musculos respiratórios (AUTO, 2005).
Para o tratamento utiliza-se antiveneno elapídico e em casos de insuficiência
respiratória é necessário manter o paciente ventilado, a utilização de “máscara de
Ambu, entubação traquial e Ambu ou por ventilação mecânica” (CARDOSO et al.,
2009, p. 122).
46
As serpentes do gênero Bothrops (Família Viperidae) são encontrados em
todo o Brasil, tem como representantes as jararacas. A esse gênero “corresponde ao
acidente ofídico de maior importância epidemiológica no país, pois é responsável por
cerca de 90% dos envenenamentos” (AMARAL, 2001, p. 21).
Baseado em dados de Ministério da Saúde, são relatados, anualmente,
cerca de 18.000 acidentes botrópicos, com letalidade em torno de 0,3% nos
casos tratados. A faixa etária mais atingida é a de 15 a 49 anos (52,3%),
70% ocorre no sexo masculino, sendo que o pé e a perna os locais mais
acometidos: 70,8% do total de casos. É importante ressaltar que esses
acidentes ocorrem predominantemente nas áreas rurais, constituindo-se em
frequente agravo à saúde dos trabalhadores dessas regiões onde, em geral,
o acesso aos serviços de saúde é precário (CARDOSO et al., 2009, p. 81).
São descritas três atividades fisiopatológicas do veneno botrópico, atividade
inflamatória aguda, coagulante e hemorrágica.
Quanto às manifestações do veneno:
Manifestações locais – evidenciam-se nas primeiras horas após a picada,
com a presença de edema, dor e equimose na região atingida, que progride
ao longo do membro acometido. As marcas de picada nem sempre são
visíveis, assim como o sangramento nos pontos de inoculação das presas.
Bolhas com conteúdo seroso ou sero-hemorrágico podem surgir na
evolução e dar origem à necrose cutânea. As principais complicações locais
são decorrentes da necrose e da infecção secundária, que podem levar á
amputação e/ou déficit funcional do membro.
Manifestações sistêmicas – sangramentos em pele e mucosas são comuns
(gengivorragia, equimoses a distância do local da picada), hematúria,
hematêmese e hemorragia em outras cavidades pode determinar risco ao
paciente. Hipotensão pode ser decorrente de sequestro de liquido no
membro picado ou hipovolemie consequente a sangramentos, que podem
contribuir para a instalação de insuficiência renal aguda. (BRASIL, 2007,p.
105)
O tratamento é feito com a aplicação de soro antibotrópico, de acordo com a
gravidade do acidente.
O quadro 2, resume os mecanismos de ação do veneno dos ofídios, de
interesse médico no Brasil.
47
Quadro 2- Mecanismo de ação do veneno de ofídios
Atividade
Inflamatória aguda
Veneno
Botrópico e laquético
Efeitos
Lesão endotelial e necrose
no local da picada
Liberação de mediadores
inflamatórios
Coagulante
Botrópico, laquético e crotálico
Incoagulabilidade
sanguínea
Hemorrágica
Botrópico, laquético
Sangramentos na região
da picada (equimose) e a
distância
(gengivorragia,
hematúria etc.)
Neurotóxica
Crotálico e elapídico
Bloqueio
da
neuromuscular
junção
(paralisia
de grupos musculares)
Miotóxica
Crotálico
Rabdomiólise
(mialgia
generalizada,
mioglobinúria)
“Neurotóxica” vagal
Laquético
Estimulação
colinérgica
(vômitos, dor abdominal,
diarreia,
hipotensão,
choque)
Fonte: BRASIL (2007, p. 104)
2.5 VENENO
Entende-se por veneno qualquer tipo de substância tóxica capaz de causar
algum tipo de dano temporário ou permanente, podendo até levar a morte o ser
intoxicado. Pode ser de origem mineral, vegetal, artificial e animal.
Os venenos animais podem ocasionar efeitos danosos em suas vítimas,
devido aos componentes nocivos presentes, como as neurotoxinas e enzimas.
48
Segundo Cardoso et al. (2009, p. 406): “Os envenenamentos por animais
peçonhentos acarretam, em sua maioria, vários efeitos locais, incluindo a presença
de manifestações dolorosas”. Cabe ressaltar que, em alguns casos não somente
ocorrem efeitos locais, também podem aparecer manifestações sistêmicas.
A seguir, serão descritos os principias componentes dos venenos presentes
em abelhas, lagartas, aranhas, escorpiões e serpentes.
A toxicidade do veneno das abelhas é atribuída à presença de três tipos de
componentes proteícos, enzimas, grandes peptídeos e pequenas moléculas.
As enzimas presentes, Fosfolipases e a Hialuronidade. Para Cardoso et al.
(2009, p.261): “ a fosfolipase A2 encontrada no veneno das abelhas é a mais ativas
das fosfolipases conhecidas. Seu mecanismo de ação esta relacionado à destruição
de fosfolípides de membrana.”
A enzima hialuronidase é responsável pela
propagação do veneno no indivíduo acometido pela picada.
Os grandes peptídeos encontrados no veneno das abelhas são, a Melitina
que: “representa 50% do peso seco do veneno e é a toxina mais ativa do veneno
das abelhas” (CARDOSO et al., 2009, p. 261), a Apamina que: “constitui apenas 2%
do peso seco do veneno, sendo a menor neurotoxina conhecida” (CARDOSO et al.,
2009, p. 261) tendo ação no sistema nervoso central e periférico e o Peptídeo
degranulador de mastócistos (PDM): “é o principal responsável pela liberação de
mediadores de mastócitos e basófilos, como a histosina, serotonina, derivados do
ácido araquidônico e fatores que atuam sobre plaquetas e eosinófilos” (CARDOSO
et al., 2009, p. 261).
E as pequenas moléculas presentes no veneno das abelhas são, Peptídeos
(secarpina, tertiapina, procamina), que não tem toxicidade para mamíferos, sendo
utilizado pelas abelhas para repelir outros insetos e Aminas biogênicas (histamina,
serotonina, dopamina e noradrenalina).
Sobre a ação do veneno encontrado nas lagartas, não se tem um
conhecimento exato de como agem. “ Atribui-se ação aos líquidos da hemolinfa e da
secreção das espículas, tendo a histamina como principal componente estudado até
o momento” (CARDOSO et al., 2009, p 236).
Em lagartas do gênero Lonomia, quando o veneno é absorvido pela pele “
determina distúrbios da coagulação sanguínea por destruir o fibriogênio” (AUTO,
2005, p. 74), apresentando assim, incoagubilidade sanguínea e alteração na cor da
urina.
49
Entre os componentes do veneno das aranhas do gênero Phoneutria, pode-se
citar a existência de três neurotoxinas, denominadas PhTx1, PhTx2, PhTx3, tendo a
sua ação nas terminações nervosas.
Em testes realizados com camundongos,
demonstra que:
A administração intracerebroventricular da PhTx1 e PhTx2 evoca a
elevação da cauda, agitação e paralisia. A PhTx2 causa também salivação,
lacrimejemento, priapismo, convulsões e paralisia. A PhTx3 evoca apenas
paralisia flácida dos membros anteriores e posteriores dos animais
(CARDOSO et al., 2009, p. 167).
Em aranhas do gênero Loxosceles, o veneno constitui:
[...] em uma mistura de numerosas proteínas com atividade tóxica ou
enzimática.Em relação à composição, estudos demonstram que o veneno
loxocélico é rico em proteases, hidrolases,lípases, peptidases, colagenases,
fosfatese álcalina, 5-ribonucleotidase, fosfo-hidrolases e outros
componentes. Entres esses componentes a esfingomielinase D é
considerada uma das frações mais importantes do veneno para o
estabelecimento de lesões dermonecrótica, por interagir com a membrana
celular e desencadear reações envolvendo componentes do sistema
completo,migração
de
polimorfonucleares,
plaquetas
e
células
endolteliais.Por outro lado a hialuronidase é considerada um dos fatores
responsáveis pelo espalhamento do veneno, fazendo que a lesão
dermonecrótica escorra pela pele em sentido gravitacional (CARDOSO et
al., 2009, p. 178).
As aranhas do gênero Latrodectus, viúvas negras, tem como componentes
químicos: “ ácido aminobutírico, hialuronidase, fosfodiesterase e polipeptídeos, mas
a α-latrotoxina é a fração potencialmente letal e o principal componente tóxico da
peçonha da Latrodectus” (CARDOSO, 2009, p. 192). O veneno atua sobre o local da
picada e sobre as terminações nervosas, “age também no sistema nervoso
autônomo, levando á liberação de neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos”
(CARDOSO, 2009,p. 193).
O veneno escorpiônico é uma mistura complexa de proteínas básica de
baixo peso molecular, associada a pequenas quantidades de aminoácidos e
sais, sem atividade hemolítica, proteolítica, colinesterástica, fosfolipásica e
não consome fibriogênio. Em nível molecular, está demonstrado que a
maioria dos efeitos induzidos pela toxina escorpiônica são devidos a ações
em sítios específicos dos canais de sódio (CARDOSO, 2009, p.215).
O veneno das serpentes peçonhentas é composto de substâncias complexas,
cuja proporção varia entre as diferentes espécies conhecidas. A toxicidade do
veneno deve-se à presença de proteínas e enzimas, principalmente as neurotoxinas
e sua ação letal.
Conforme Cardoso et al. (2009, p. 81):
50
As peçonhas das serpentes são, provavelmente, as mais complexos de
todos os venenos. Contém vinte ou mais componentes diferentes, sendo
que mais de 90% do peso seco do veneno é constituído por proteínas,
compreendendo grande variedade de enzimas, toxicas não-enzimáticas e
proteínas não-toxicas. As frações não-protéicas são representadas por
carboidratos, lipídios, metais (frequentemente na forma de glico-proteinas e
enzimas metaloproteícas), aminas biogênicas, nucleotídeos e aminoácidos
livres. A função de cada um desses componentes, bem como sua interação
no envenenamento humano ainda não estão totalmente esclarecidos.
Como principais componentes dos venenos das serpentes pode-se salientar,
da jaracaca, a presença da bradicinina; da surucucu, enzimas do tipo TLE,
fosofipases A2, histamina, serotonina, óxido nítrico e proteases; da cascavel, a
crotoxina que é responsável pela alta toxicidade do veneno; da coral, “o veneno tem
25% de sólidos totais, dos quais cerca de 70 a 90% são proteínas e polipeptídeos de
relativamente alto peso molecular” (CARDOSO et al., 2009, p. 117).
2.6 SOROTERAPIA
A soroterapia é indicada para a neutralização de venenos inoculados por
animais peçonhentos, devendo este ser administrado o mais rápido possível após o
acidente.
Segundo Auto (2005, p. 59); “a utilização de soros heterólogos de origem
equina é um dos principias procedimentos para o tratamento de empeçonhamento
por ofídios, escorpiões e aranhas.”
Para Amaral (2001, p. 91):
A soroterapia antiveneno (SAV), quando indicada, é um passo fundamental
no tratamento adequado dos pacientes picados pela maioria dos animais
peçonhentos. A dose utilizada deve ser a mesma para adultos e crianças,
visto que o objetivo do tratamento é neutralizar a maior quantidade possível
de veneno circulante, independentemente do peso do paciente. A sua
aplicação deve ser preferencialmente realizada em postos de atendimento
médico.
Para a administração do antiveneno a via indicada é a intravenosa, “e o soro
diluído ou não deve ser infundido em 20 a 60 minutos, sob estrita vigilância médica e
da enfermagem. No caso de soro antilatrodectus, a via de administração
recomendada é a via intramuscular” (AMARAL, 2001, p. 92).
No Brasil os laboratórios que produzem esses imunoderivados para a
distribuição na rede da saúde pública são Instituto Butantan (São Paulo), Fundação
51
Ezequiel Dias (Minas Gerias) e Instituto Vital Brasil (Rio de Janeiro).
Desde a implantação do Programa Nacional de Controle dos Acidentes por
Animais Peçonhentos, em 1986, todos os soros antipeçonhentos produzidos
no Brasil são adquiridos pelo Ministério da Saúde e distribuídos às
secretarias estaduais de saúde, que por sua vez, definem os pontos
estratégicos para atendimento dos acidentes e utilização correta e racional
dos antivenenos. O diagnostico correto e a terapêutica adequada são
condições essenciais par o bom prognóstico dos casos (BRASIL, 2007, p.
124).
O tratamento para acidentes ocasionados por ofídios é feito com a aplicação
de soro específico para cada tipo de acidente e de acordo com a sua gravidade,
conforme representa o quadro 3.
Quadro 3 - Tratamento para acidentes ocasionados por ofídios
Acidente
Soro
Gravidade
Nº de
ampolas
Antibotrópico (SAB)
Leve:quadro local discreto, sangramento em
2a4
pele ou mucosas; pode haver apenas distúrbios
na coagulação.
Botrópico
Antibotrópico -
Moderado:edema
e
equimose
evidentes,
5a8
sangramento sem comprometimento do estado
geral; pode haver distúrbio na coagulação.
Laquético (SABL)
Grave:alterações locais intensas, hemorragia
12
grave, hipotensão, anúria.
Antibotrópico -
Moderado: quadro local presente, pode haver
10
sangramentos, sem manifestações vagais.
Laquético
Laquético (SABL)
Grave:quadro local intenso, hemorragia intensa
20
com manifestações vagais.
Leve:alterações neuroparalíticas discretas; sem
5
mialgia, escurecimento da urina ou oligúria.
Crotálico
Anticrotálico (SAC)
Moderado:
alterações
neuroparalíticas
10
evidentes,mialgia e mioglobinúria (urina escura)
discreta
Grave:alterações
neuroparalíticas
evidentes,
20
mialgia e mioglobinúria intensa, oligúria.
Elapídico
Antielapídico (SAE)
Considerar todos os casos potencialmente
graves de risco de insuficiência respiratória
Fonte: BRASIL (2007, p. 106)
10
52
Acidentes por escorpiões , na maioria dos casos , há somente manifestações
locais, “o tratamento é sintomático e consiste no alivio da dor por infiltração de
anestésico sem vasoconstritor (lidocaína a 2%) ou analgésico sistêmico, como
dipirona, na dosagem 10mg/kg” (BRASIL, 2007, p. 110).
Para o tratamento de casos mais graves consiste na administração de soro
antiescorpiônico ou antiaracnídico.
O quadro 4 representa o tratamento para acidentes ocasionados por
escorpiões, com utilização de soro, conforme a gravidade do acidente.
Quadro 4 - Tratamento para acidentes ocasionados por escorpiões
Acidente
Soro
Gravidade
Nº de
ampolas
Leve:dor
e
parestesia
-
local
Moderada:dor
local
2a3
intensa associada a uma
ou mais manifestações:
náuseas,
vômitos,
sudorese,
Antiescorpiônico (SAEsc)
ou
agitação,
sialorréia,
taquipnéia
e
taquicardi
Escorpiônico
Antiaracnídico (SAA)
Grave: além das acima
citadas, presença de um
ou mais das seguintes
manifestações:
vomitos
profusos e incoercíveis,
sudorese
profusa,
sialorréia
intensa,
prostração,
coma,
insuficiência
convulsão,
braquicardia,
cardíaca,
edema pulmonar agudo e
choque
Fonte: BRASIL (2007,p. 111)
4a6
53
O antiveneno utilizado para acidentes do tipo Foneutrismo (aranha-armadeira)
é o Antiaracnídico (SAA), sendo que em casos de gravidade moderada são
utilizados de 2 a 4 ampolas e em casos graves utiliza-se de 5 a 10 ampolas de soro.
Para
acidentes
ocasionados
por
aranhas
do
gênero
Loxosceles
(Loxoscelismo), podem ser utilizados os soros Antiloxoscélico (SALox) ou o
Antiaracnídico (SAA), em casos de gravidade moderada utiliza-se de 5 ampolas e
em casos graves 10 ampolas de soro, associados com o uso de prednisona
(CARDOSO et al., 2009).
Segundo Brasil (2007, p. 115): para o tratamento de acidentes do tipo
latrodectismo (viúva negra) inclui, além de analgésicos sistêmicos:
Benzodiazepínicos do tipo diazepan: 5-10mg (crianças:1-2mg), via
intravenosa, a cada 4 horas, se necessário;
Gluconato de cálcio 10%: 10-20ml (crianças: 1mg/kg), via intravenosa, a
cada 4 hora se necessário;
Clorpromazina: 25-50mg (crianças: 0,55mg/kg/dose), via intramuscular, a
cada 8 horas, se necessario.
Para acidentes do tipo lonômico (lagarta do gênero Lonomia), é utilizado o
soro antilonômico (SALon), em casos graves recomenda-se a utilização de 10
ampolas e em casos moderados 5 ampolas de soro. E para o tratamento local ,
utiliza-se de lavagem no local, compressas com água fria, analgésicos e antihistamínicos (CARDOSO et al., 2009).
“Devido à natureza heterológica, a administração dos soros pode causar
reações de hipersensibilidade imediata” (BRASIL, 2007, p. 106), diante disso,
durante as primeiras horas de tratamento o paciente deve ser monitorado para a
detecção de reações, tais como urticária, vômitos, hipotensão e choque.
Os
soros
antibotrópico,
antipeçonhentos
disponíveis
antibotrópico/crotálico,
no
Brasil
são,
antibotrópico/laquésio,
anticrotálico,
antilaquésio,
antielapídico, antiaracnídico, antiloxocélico e antiescorpiônico (AUTO, 2005).
2.7 MEDIDAS PREVENTIVAS
Diante da gravidade e pela frequência com que acontecem acidentes por
animais peçonhentos, deve-se adotar algumas medidas preventivas. Medidas essas
consideradas simples, fáceis e práticas, levando em consideração o grau de
54
periculosidade
que
representam
os
acidentes
ocasionados
por
animais
peçonhentos.
Para evitar acidentes por serpentes deve-se:
a. Olhar atenciosamente por onde caminha;
b. Evitar acúmulo de lixo ou entulho, bem como mato ao redor das casas, que
abrigam pequenos animais que servem de alimentos às serpentes;
c. Serpentes gostam de lugares quentes, úmidos e escuros. Cuidado ao mexer
em pilhas de lenha, palhas de feijão ou milho;
d. Utilize botas com cano alto.
e. Jamais introduzir as mãos em frestas ou buracos, sem verifica-los.
Para evitar acidentes por aranhas e escorpiões deve-se:
a. Examinar roupas, calçados e toalhas antes de usa-los;
b. Manter camas e berços afastados da parede;
c. Evitar lençóis que toquem o chão;
d. Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
e. Evitar queimar terrenos baldios, pois isso desaloja os escorpiões e outros
animais;
f. Coloque telas nas janelas, vede ralos de pias, tanque, portas com saquinhos
de areia ou frisos de borracha;
g. Manter limpo os locais próximos à residência;
h. Combater a proliferação de insetos, principalmente baratas e cupins, pois são
alimentos para aranhas e escorpiões;
Para evitar acidentes por taturanas deve-se:
a. Usar luvas de proteção em contato com plantas ou árvores frutíferas;
b. Observar os troncos das árvores onde as lagartas podem estar.
Para evitar acidentes por abelhas deve-se:
a. Evitar caminhar e correr na rota de vôo percorrida pelas abelhas;
b. A remoção de colmeias situadas em lugares públicos deve ser efetuada por
profissionais devidamente treinados e equipados;
c. Evitar os locais onde habitam esses insetos;
d. Barulhos, perfumes fortes, desodorantes e o próprio suor do corpo e cores
escuras (preta e azul marinho) desencadeiam o comportamento agressivo e
consequentemente o ataque;
55
e. Proteger as partes descobertas em caso de ataques;
Lembrando que, é importantíssimo preservar os predadores naturais
dos animais peçonhentos.
E nunca se deve manusear animais peçonhentos vivos ou mortos.
Em casos de acidentes algumas medidas devem ser tomadas:
a. Nunca amarrar ou fazer torniquetes no local da picada, isso impede a
circulação do sangue, podendo ocasionar necrose e não impede que o
veneno seja absorvido;
b. Nunca cortar, furar, queimar, chupar ou espremer o local da picada;
c. No caso de picadas nas mãos ou pernas, manter o membro picado mais
elevado que o restante do corpo;
d. Nunca coloque folhas, querosene, pó de café, terra e outras substâncias no
local da picada, pois elas não impedem que veneno vá para o sangue. Ao
contrário, podem causar infecções;
e. Manter a vítima em repouso;
f. Lembrar que nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento.
g. E levar a vítima para o centro de atendimento médico o mais rápido possível,
para receber o soro antipeçonhento (AMARAL, 2001).
2.8 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Segundo Kawamoto; Santos e Mattos (2004, p. 65) denomina-se Vigilância
Epidemiológica (V.E.):
O alerta permanente em relação à frequência a distribuição das doenças e
dos fatores ou condições que propiciam a aumento do risco de transmissão
ou gravidade das doenças. A V.E. é um sistema de informação, decisão e
ação, para recomendar, planejar e avaliar medidas de controle de agravos.
Segundo o Ministério da Saúde, para que isto ocorra, é necessário que a
V.E. seja um componente imprescindível dos programas de controle de
doenças e as suas atividades executadas em todos os níveis de prestação
de serviços (unidades básicas, hospitais, clinicas particulares e população
em geral).
56
Relacionando os acidentes ocasionados por animais peçonhentos, entendese que a Vigilância Epidemiológica, tem como objetivos, reduzir a incidência de
acidentes por animais peçonhentos por meio de promoção de ações de educação
em saúde e diminuir a gravidade e assiduidade dos acidentes por uso adequado da
soroterapia (KAWAMOTO; SANTOS; MATTOS, 2004).
Nas ações educativas em saúde junto à comunidade, devem ser expostos os
riscos dos acidentes ocasionados por animais peçonhentos, bem como noções de
prevenção dos acidentes e as medidas que devem e as que não devem ser tomadas
em caso de acidentes.
De acordo com Brasil (2007, p. 120) define-se notificação dos acidentes por
animais peçonhentos como um:
Agravo de interesse nacional, todo paciente por animal peçonhento
atendido na unidade de saúde deve ser notificado, independentemente do
paciente ter sido ou não submetido à soroterapia. Existe uma ficha
específica de investigação do Sinan que se constitui instrumento
fundamental para o estabelecimento de normas de atenção ao paciente e
distribuição de soros antipeçonhentos, de acordo com as características
regionais na ocorrência de acidentes.
Quanto à ficha de investigação, consiste na obtenção de dados do acidente,
tem como objetivo determinar o tipo do envenenamento, manifestações clínicas e a
soroterapia, sendo utilizada em todos os casos confirmados por animais
peçonhentos.
O preenchimento da ficha de investigação epidemiológica segue-se um
roteiro, onde ocorre à identificação do paciente, coleta de dados clínicos e
epidemiológicos, análise dos dados, encerramento do caso e relatório final (BRASIL,
2007).
57
CAPÍTULO III
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA
O presente estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica, pesquisa de
campo, pesquisa documental e pesquisa ação, através do método quantitativo e
qualitativo.
A pesquisa garantiu o anonimato e a autorização para o
desenvolvimento da pesquisa obedecendo à resolução 196/96, que se refere aos
trabalhos com seres humanos.
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
3.2.1 Local do Estudo
Rio Negrinho – SC
A escolha desse local justifica-se pela incidência de acidentes por animais
peçonhentos e por não apresentar medidas educativas para a prevenção dos
mesmos, podendo assim a população estar mais suscetível aos acidentes.
3.2.2 Universo
População de Rio Negrinho.
3.2.3 Amostra
100% dos Agentes Comunitários de Saúde do município de Rio Negrinho na
faixa etária de 25 a 55 anos;
195 Fichas de Investigação com acidentes por Animais Peçonhentos;
1 Escola Municipal – EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt localizada no
bairro Vista Alegre;
1 Escola Estadual – EEB Profª. Marta Tavares localizada no bairro Cruzeiro;
58
112 alunos da 6ª série na faixa etária de 11 a 13 anos da EEB Profª. Marta
Tavares;
54 alunos dos 8º e 9º anos na faixa etária de 14 a 16 anos da EMEB Profª.
Lucinda Maros Pscheidt;
2 educadores da EEB Profª. Marta Tavares;
1 educador da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt;
20 moradores do bairro Cruzeiro;
20 moradores do bairro Vista Alegre.
3.2.4 Critérios de Inclusão
Ser enfermeira, agente de saúde e funcionário da Vigilância Epidemiológica
do município de Rio Negrinho;
Ser morador da área urbana e rural, na faixa etária de zero a oitenta anos;
Ser aluno das escolas Municipais de Rio Negrinho.
3.2.5 Critério de Exclusão
Não residir no município de Rio Negrinho e não atuar na área de saúde;
Não apresentar vontade de participar da pesquisa;
3.3 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
3.3.1 Instrumentos de Pesquisa
O respectivo estudo se utilizou de várias fontes de coleta de dados, não
limitado ao uso de uma única fonte de evidência, tais como, pesquisa documental,
pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e pesquisa ação. O referido estudo foi
desenvolvido no período do ano 2011.
3.3.2 Metodologia da Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa foi efetuada em livros, revistas científicas, internet, periódicos e
trabalhos científicos sobre a temática.
59
3.3.3 Metodologia da Pesquisa de Campo
A pesquisa de campo ocorreu através de:
a) Escolha do tema;
b) Elaboração do projeto de pesquisa;
c) Entrega do projeto para comitê de ética;
d) Contato com a Secretaria de Saúde para solicitar autorização para realização
da pesquisa;
e) Agendar horário para coleta de dados, para pesquisa documental;
f) Elaborar questionário para agentes comunitários de saúde para identificar
seus conhecimentos sobre o assunto proposto;
g) Elaborar folheto educativo sobre animais peçonhentos;
h) Validar os instrumentos de coleta de dados com um grupo experimental;
i) Aplicação dos questionários com a referida amostragem;
j) Análise do material.
3.3.4 Metodologia da Pesquisa Documental
a) Verificar as fichas de investigação de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos da Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho;
b) Constatar os índices de acidentes por animais peçonhentos;
c) Catalogar os resultados;
d) Analisar os resultados relacionados aos índices de acidentes por animais
peçonhentos.
3.3.5 Metodologia da Pesquisa Ação
a) Elaborar um plano de ação para efetuar a palestra nas escolas que
pertencem aos bairros com maior índice de acidentes por animais
peçonhentos e para os Agentes Comunitários de Saúde;
b) Preparação de materiais para a referida palestra;
c) Implementar a palestra para os agentes comunitários de saúde;
d) Implementar a palestra para alunos das escolas Prof ª Marta Tavares e Profª
Lucinda Maros Pscheidt;
60
e) Validar a implementação das palestras;
f) Entregar o folheto educativo sobre animais peçonhentos para os moradores
dos bairros Cruzeiro e Vista Alegre;
g) Análise dos resultados;
h) Elaboração do relatório;
i) Apresentação formal da pesquisa em banca;
3.4 DESCRIÇÃO DA PESQUISA DE CAMPO
Primeiramente, a pesquisadora no dia 11 de julho entregou ao secretário de
saúde, uma declaração da Universidade do Contestado, descrevendo a finalidade da
pesquisa, para que assim o desenvolvimento da mesma fosse autorizada.
Para a pesquisa de campo, a pesquisadora se utilizou de questionários aos
agentes comunitários de saúde, envolvendo o assunto animais peçonhentos e
medidas preventivas.
O questionário foi elaborado no dia 18 de setembro, composto por dez
questões simples e diretas, tendo por finalidade identificar o conhecimento dos
agentes comunitários de saúde sobre o assunto proposto (O questionário encontrase no Apêndice B).
No dia 04 de outubro a pesquisadora entregou 36 questionários aos agentes
comunitários de saúde de todos os bairros do município. Estes questionários foram
encaminhados para a Unidade de Saúde do bairro Centro, onde a pesquisadora no
11 de outubro dirigiu-se até o referido local para o recolhimento dos mesmos.
A escolha dos agentes comunitários de saúde se deu pelo fato dos mesmos
estarem em contato direto com a população durante as suas visitações rotineiras.
3.5 DESCRIÇÃO DA PESQUISA DOCUMENTAL
A pesquisa documental teve inicio no dia 27 de maio às 8h30min, onde a
pesquisadora dirigiu-se a Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho, com uma ficha
de coleta de dados para a obtenção dos dados relacionados aos acidentes ocorridos
e registrados no município no período de janeiro a dezembro de 2010 (A ficha para
coleta de dados encontra-se no Apêndice A).
61
No dia 25 de julho às 13h47min a pesquisadora novamente dirigiu-se a
Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho com uma ficha de coleta de dados para a
obtenção dos dados relacionados aos acidentes ocorridos e registrados no
município no período de janeiro a junho de 2011.
Posteriormente, os dados obtidos na Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho, foram catalogados e analisados pela pesquisadora durante o mês de
agosto.
3.6 DESCRIÇÃO DA PESQUISA AÇÃO
Para coleta dos dados e informações, a pesquisadora utilizou a pesquisa de
campo, com a aplicação de questionário para agentes comunitários de saúde e
pesquisa documental, onde foram coletados os dados sobre os acidentes ocorridos
no município.
Para a implementação da pesquisa ação, foi realizado palestra e entrega de
folhetos com medidas educativas para os agentes comunitários de saúde de todas
as Unidades de Saúde do município de Rio Negrinho, bem como, para uma
amostragem de alunos das escolas Profª. Marta Tavares, localizada no bairro
Cruzeiro e Profª. Lucinda Maros Pscheidt, localizada no bairro Vista Alegre. Para
alguns moradores desses bairros foi entregue o folheto com medidas educativas.
A pesquisa ação apresentou a seguinte ordem de sequencia:
Durante o mês de setembro a pesquisadora elaborou o folheto educativo sobre
acidentes por animais peçonhentos e medidas preventivas.
No dia 09 de outubro, a pesquisadora elaborou os slides que foram utilizados
durante a apresentação para os agentes comunitários de saúde e para os alunos.
Os temas abordados na apresentação foram relacionados aos acidentes por animais
peçonhentos ocorridos no município, medidas preventivas e como proceder em caso
de acidentes.
Em 11 de outubro às 13 horas a pesquisadora entrou em contato com a
enfermeira da secretaria de saúde, a qual autorizou a realização da palestra para os
agentes comunitários de saúde.
No dia 18 de outubro a pesquisadora dirigiu-se para o auditório da Secretaria
de Saúde para a realização da palestra para os agentes comunitários de saúde. A
palestra contava com a presença de 36 agentes comunitários de saúde e ao final da
62
apresentação foi aberta a palavra para comentários e dúvidas, onde a pesquisadora
respondeu diversas perguntas sobre o assunto.
No dia 14 de outubro, a pesquisadora entrou em contato com as diretoras das
escolas Marta Tavares e Lucinda Maros Pscheidt, para agendar horário e solicitar
autorização para a realização de palestra para os alunos sobre a referida temática.
No dia 19 de outubro às 13 horas, a pesquisadora encaminhou-se até o
auditório da EEB Profª. Marta Tavares para a realização da palestra, para 56 alunos
da 6ª série. Durante a palestra, os alunos tiraram suas dúvidas, por meio de
perguntas à pesquisadora.
Em 25 de outubro às 10 horas a pesquisadora dirigiu-se novamente até a
Escola Profª. Marta Tavares para a realização da palestra para 56 alunos da 6ª série
do período matutino. Os comentários e as dúvidas foram esclarecidos durante a
apresentação.
No dia 20 de outubro a pesquisadora efetuou a palestra na EMEB Profª.
Lucinda Maros Pscheidt para 54 alunos dos 8º e 9ª anos. No final da apresentação
as dúvidas dos alunos foram esclarecidas.
E finalmente, nos dias 20 e 25 de outubro, como complemento da referida
pesquisa, foi efetuada a entrega dos folhetos educativos para a comunidade. Em 25
de outubro a pesquisadora esteve no bairro Cruzeiro e no dia 20 de outubro a
pesquisadora esteve no bairro Vista Alegre. Durante a entrega a pesquisadora
também esclareceu as dúvidas da população.
63
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 TRATAMENTO DOS DADOS
Os dados coletados através de questionários aplicados aos agentes
comunitários de saúde e as fichas de investigação de acidentes por animais
peçonhentos da Vigilância Epidemiológica de Rio Negrinho, foram sistematizados
através de gráficos, fotos e de maneira descritiva.
A partir desses aspectos, foi possível a análise e interpretação dos resultados
bem como, a elaboração da conclusão.
4.2 EVIDENCIAÇÃO DOS RESULTADOS
A seguir serão apresentados os resultados da coleta de dados, realizada no
período de janeiro de 2010 a junho de 2011 junto a Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho/SC, buscando averiguar a incidência de acidentes ocasionados por
animais peçonhentos no município.
4.2.1 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base os
acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro a Junho de 2010.
64
Gráfico 1 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos bairros
14
12
10
8
6
4
13
9
7
7
7
5
2
5
4
3
3
3
2
0
2
2
2
1
1
1
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 2 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos, relação
bairro x animal peçonhento.
14
12
10
8
Abelha (Apis mellifera)
Serpente (Bothrops)
6
Escorpião (Tityus costatus)
4
Aranha (Não identificada)
Aranha -armadeira(Phoneutria)
2
Aranha-marrom (Loxosceles)
Vista Alegre
Centro
Colônia Olsen
Industrial Norte
São Rafael
Cruzeiro
Volta Grande
Ceramarte
Alegre
Pinheirinho
Campo Lençol
Jardim Hantschel
Vila Nova
Bela Vista
Barro Preto
Quitandinha
Rio Casa de Pedra
São Pedro
Outros Municípios
0
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
65
Gráfico 3 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por área
4% = 3 acidentes
4% = 3 acidentes
Urbana
92% = 72 acidentes
Rural
Outros Municípios
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 4 – Número de acidentes especificando o animal
70
60
61
50
40
30
20
10
0
11
1
2
2
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
66
Gráfico 5 – Número de acidentes ocorridos por faixa etária
12
10
10
8
8
7
6
7
6
4
5
6
5
5
4
3
2
3
3
3
2
1
0
1 a 5 6 a 10 11 a 16 a 21 a 26 a 31 a 36 a 41 a 46 a 51 a 56 a 61 a 66 a 71 a 76 a
anos anos 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 6 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos, com
predominância mensal
25
23
20
19
15
13
10
5
11
6
6
0
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
67
Gráfico 7 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos com
predominância mensal, especificando o animal
70
60
50
40
Junho
30
Maio
20
Abril
10
Março
Fevereiro
0
Janeiro
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 8- Número de acidentes por gênero
46%= 36 acidentes
54% = 42 acidentes
Masculino
Feminino
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
68
Gráfico 9 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o animal
40
35
37
30
25
20
15
10
5
3
1
1
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
Escorpião (Tityus
costatus)
Abelha (Apis mellifera)
0
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 10 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o animal
30
25
24
20
15
10
8
5
0
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
1
2
1
Aranha (Não
identificada)
Serpente
(Bothrops)
Abelha (Apis
mellifera)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
69
Gráfico 11 - Relacionando a utilização de soro nos acidentes por animais
peçonhentos
38% = 30 casos
62% = 48 casos
Sim
Não
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 12 – Evidenciação com relação ao local da picada
20
18
18
18
16
14
12
11
10
10
9
8
7
6
4
2
2
1
0
Mão
Dedo da
mão
Braço
Pé
Tronco
Coxa
Perna
2
Cabeça Antebraço
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
70
Gráfico 13 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal
20
18
16
14
12
Abelha (Apis mellifera)
10
Serpente (Bothrops)
8
Escorpião (Tityus costatus)
6
Aranha (Não identificada)
4
Aranha-armadeira (Phoneutria)
2
Aranha-marrom (Loxosceles)
0
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
4.2.2 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base os
acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Julho de Dezembro de 2010.
Gráfico 14 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos bairros
12
10
10
8
8
6
5
4
4
4
3
2
2
0
1
3
1
1
3
1
4
3
1
1
3
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
71
Gráfico 15 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos relação
bairro x animal peçonhento
12
10
8
Lagarta (Não identificada)
6
Abelha (Apis mellifera)
Serpente (Bothrops)
4
Escorpião (Tityus costatus)
2
Aranha (Não identificada)
Aranha-armadeira (Phoneutria)
Cruzeiro
São Pedro
Alegre
Volta Grande
Campo Lençol
Vila Nova
Ceramarte
Industrial Norte
Colônia Olsen
Serro Azul
Quitandinha
Rio Preto
Bela Vista
Rio dos Bugres
Vista Alegre
Centro
Pinheirinho
Industrial Sul
Outros Municípios
0
Aranha-marrom (Loxosceles)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 16 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por área
7%= 4 acidentes
8%= 5 acidentes
85%= 50 acidentes
Urbana
Rural
Outros Municípios
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
72
Gráfico 17 – Número de acidentes especificando o animal
45
40
41
35
30
25
20
15
10
10
5
2
0
1
1
3
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 18 - Número de acidentes ocorridos por faixa etária
8
7
7
6
6
6
5
5
5
5
5
4
4
4
4
3
3
2
2
1
1
1
1
0
0
1 a 5 6 a 10 11 a 16 a 21 a 26 a 31 a 36 a 41 a 46 a 51 a 56 a 61 a 66 a 71 a 76 a
anos anos 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
73
Gráfico 19 – Número de acidentes ocorridos com predominância mensal
18
16
16
14
12
11
10
10
9
8
8
6
4
5
2
0
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 20 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos com
predominância mensal, especificando o animal
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
Agosto
Julho
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
74
Gráfico 21 - Número de acidentes por gênero
53%= 31 acidentes
47%= 28 acidentes
Masculino
Feminino
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 22 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o animal
25
23
20
15
10
5
3
0
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
1
1
Aranha (Não
identificada)
Abelha (Apis mellifera)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
75
Gráfico 23 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o animal
20
18
16
18
14
12
10
8
6
7
4
2
1
0
1
3
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 24 – Relacionando a utilização do soro nos acidentes por animais
peçonhentos
51%= 30 casos
49%= 29 casos
Sim
Não
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
76
Gráfico 25 – Evidenciação com relação ao local da picada
12
11
10
8
9
9
8
8
7
6
4
2
3
2
0
1
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 26 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal
12
10
Abelha (Apis mellifera)
8
Serpente (Bothrops)
6
Escorpião (Tityus costatus)
4
Lagarta (Não identificada)
2
Aranha (Não identificada)
0
Aranha-armadeira (Phoneutria)
Aranha-marrom (Loxosceles)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
77
4.2.3 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base os
acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro a Junho de 2011.
Gráfico 27 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos bairros
9
8
8
7
6
6
5
6
5
4
3
4
4
3
2
1
0
3
2
3
2
2
1
2
1
1
2
1
1
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 28 - Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos relação
bairro x animal peçonhento
9
8
Escorpião (Tityus costatus)
Abelha (Apis mellifera)
Serpente (Bothrops)
Aranha (Não identificada)
Aranha-armadeira (Phoneutria)
Aranha-marrom (Loxosceles)
7
6
5
4
3
2
1
Ceramarte
Jardim Hantschel
Vila Nova
Centro
Industrial Norte
Volta Grande
Rio Preto
Cruzeiro
Alegre
São Pedro
São Rafael
Colonia Olsen
Serro Azul
Pinheirinho
Bela Vista
Campo Lençol
Vista Alegre
Barro Preto
Quitandinha
Outros Municípios
0
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
78
Gráfico 29 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos por área
7%=4 acidentes
2%=1 acidente
Urbana
91%=53 acidentes
Rural
Outros Municípios
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 30 – Número de acidentes especificando o animal
45
40
41
35
30
25
20
15
10
5
0
9
3
2
2
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
79
Gráfico 31 – Número de acidentes por faixa etária
8
7
7
7
7
6
6
5
4
4
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
1
0
0
0
1 a 5 6 a 10 11 a 16 a 21 a 26 a 31 a 36 a 41 a 46 a 51 a 56 a 61 a 66 a 71 a 76 a
anos anos 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 32 – Número de acidentes com predominância mensal
14
13
12
13
12
10
8
9
6
6
5
4
2
0
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
80
Gráfico 33 – Número de acidentes com predominância mensal, especificando o
animal
45
40
35
30
25
20
Junho
15
Maio
10
Abril
5
Março
0
Fevereiro
Janeiro
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 34 - Número de acidentes por gênero
43%= 25 acidentes
57%= 33 acidentes
Masculino
Feminino
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
81
Gráfico 35 – Predominância de acidentes no sexo feminino, evidenciando o animal
25
23
20
15
10
5
2
0
5
1
1
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 36 – Predominância de acidentes no sexo masculino, evidenciando o animal
20
18
18
16
14
12
10
8
6
4
4
2
1
0
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
Aranha (Não
identificada)
1
1
Serpente
(Bothrops)
Abelha (Apis
mellifera)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
82
Gráfico 37 – Relacionando a utilização do soro nos acidentes por animais
peçonhentos
29%= 17 casos
71%=41 casos
Sim
Não
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 38 – Evidenciação com relação ao local da picada
16
14
14
12
12
10
8
7
6
6
4
5
5
4
2
0
1
2
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
2
83
Gráfico 39 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal
16
14
12
Abelha (Apis mellifera)
10
Serpente (Bothrops)
8
Escorpião (Tityus costatus)
6
Aranha (Não identificada)
4
Aranha-armadeira (Phoneutria)
2
Aranha-marrom (Loxosceles)
0
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
4.2.4 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados, tendo como base os
acidentes ocasionados por animais peçonhentos registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho- SC de Janeiro de 2010 a Junho de 2011
Gráfico 40 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos,
especificando o animal
0%
3% 3% 3%
Aranha-marrom (Loxosceles)
6%
Aranha-armadeira (Phoneutria)
12%
Aranha (Não identificada)
Serpente (Bothrops)
73%
Abelha (Apis mellifera)
Escorpião (Tityus costatus)
Lagarta (Não identificada)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
84
Gráfico 41 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos,
especificando o animal, comparando os semestres.
61
41 41
11 10
9
3
1 2
2 1 2
1 3 1
2 1 2
0 1 0
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2010 a junho de 2010
Número de acidentes ocorridos de julho de 2010 a dezembro de 2010
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2011 a junho de 2011
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 42 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos
bairros
30
25
25
20
19
15
10
5
18
17
13
11
11
8
9
4
0
9
8
5
4
3
8
5
1
8
1
2
5
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
1
85
Gráfico 43 – Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos relação
bairro x animal peçonhento
30
Lagarta (Não
identificada)
25
Abelha (Apis mellifera)
20
Serpente (Bothrops)
15
Escorpião (Tityus
costatus)
10
5
Aranha (Não
identificada)
Vista Alegre
Centro
Colônia Olsen
Industrial Norte
São Rafael
Cruzeiro
Volta Grande
Cermarte
Alegre
Pinheirinho
Campo Lençol
Jardim Hantschel
Vila Nova
Bela Vista
Barro Preto
Quitandinha
Rio Casa de Pedra
São Pedro
Serro Azul
Rio Preto
Rio do Bugres
Industrial Sul
Outros Municipios
0
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 44- Número de acidentes por área
4%= 8 acidentes
6%=12 acidentes
90%= 175
acidenttes
Urbana
Rural
Outros Municípios
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
86
Gráfico 45 – Número de acidentes por área, comparando os semestres
80
72
70
60
53
50
50
40
30
20
10
3
5
3
4
4
1
0
Número de acidentes ocorridos Número de acidentes ocorridos Número de acidentes ocorridos
em janeiro de 2010 a junho de em julho de 2010 a dezembro de em janeiro de 2011 a junho de
2010
2010
2011
Urbana
Rural
Outros Municípios
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 46- Número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos bairros
do município de Rio Negrinho, comparando os semestres
30
25
8
20
15
2
4
10
5
0
2
13
6
6
9
10
4
7
7
3
3
7
2
1
5
5
1
5
8
4
3
3
3
1
3
3
3
2
4
2
1
2
1
1
2
1
2
4
1
1
4
2
1
3
1
1
5
1
1
1
1
2
3
Número de Acidentes ocorridos em Janeiro de2010 a junho de 2010
Número de Acidentes ocorridos em julho de2010 a dezembro de 2010
Número de Acidentes ocorridos em janeiro de 2011 a junho de 2011
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
1
3
87
Gráfico 47 – Número de acidentes por faixa etária, comparando os semestres
12
10
10
8
8
6
4
2
7
7
7 7
6
5
5
6
55
4
5
4
3
7
5
4
3
7
6 6 6
3
5
4
4
3
3 3
2
2 2
3
3 3
2
3
2
1
2
11
1
0
0
00
1 a 5 6 a 10 11 a 16 a 21 a 26 a 31 a 36 a 41 a 46 a 51 a 56 a 61 a 66 a 71 a 76 a
anos anos 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
Número de Acidentes ocorrido por Idade janeiro 2010 a junho de 2010
Número de Acidentes ocorrido por Idade julho de 2010 a dezembro de 2010
Número de Acidentes ocorrido por Idade janeiro de 2011 a dezembro de 2011
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 48 - Número de acidentes por faixa etária
20
19
18
17
16
19
17
17
16
14
14
13
12
10
11
10
10
8
8
6
6
4
6
5
3
2
0
1 a 5 6 a 10 11 a 16 a 21 a 26 a 31 a 36 a 41 a 46 a 51 a 56 a 61 a 66 a 71 a 76 a
anos anos 15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
88
Gráfico 49 – Número de acidentes por gênero
47%= 92 acidentes
53%= 103 acidentes
Masculino
Feminino
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 50 – Predominância de acidentes no sexo feminino, especificando o animal
90
80
83
70
60
50
40
30
20
10
0
8
2
3
6
1
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
89
Gráfico 51 - Predominância de acidentes no sexo masculino, especificando o animal
70
60
60
50
40
30
20
10
16
6
0
4
2
1
3
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
Gráfico 52 - Relacionando a utilização de soro nos acidentes por animais
peçonhentos
39%= 76 casos
61%= 119 casos
Sim
Não
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
90
Gráfico 53 – Evidenciação com relação ao local da picada e o animal
45
40
35
Lagarta (Não
identificada)
30
Abelha (Apis mellifera)
25
Serpente (Bothrops)
20
Escorpião (Tityus
costatus)
15
10
5
Aranha (Não
identificada)
0
Aranha-armadeira
(Phoneutria)
Aranha-marrom
(Loxosceles)
Fonte: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE RIO NEGRINHO, adaptado por KELBERT (2011)
4.2.5 Dados relacionados ao instrumento de coleta de dados aplicado aos agentes
comunitários de saúde
Para os agentes comunitários de saúde, do município de Rio Negrinho foi
aplicado um questionário contendo dez questões sobre animais peçonhentos,
acidentes e medidas preventivas (Conforme apêndice B). Diante dos questionários
aplicados somente 15 aceitaram responder e apresentaram as seguintes respostas:
Com relação ao questionamento de número 1, relacionado à faixa etária,
constatou-se que, é bastante variante, dos 25 até os 55 anos. Relacionando o
gênero, questão de número 2, verificou-se que a maioria é do sexo feminino,
somente dois agentes são do sexo masculino. Sobre a formação, referente ao
questionamento de número 3, constatou-se que, o ensino médio é predominante,
sendo que, 2 questionários apresentaram a formação como técnico em enfermagem,
1 em magistério e 1 técnico em enfermagem e contabilidade.
Na questão de número 4, referente ao cargo que ocupam, constatou-se que
todos são contratados como agentes comunitários de saúde. O tempo de atuação na
profissão, questionamento número 5, também é bastante variável, sendo desde 6
meses até 12 anos. Referente aos seus conhecimentos sobre o que são animais
peçonhentos, questão número 6, a maioria somente citou exemplos, não
91
descrevendo o que são. Os poucos que descreveram o que são os animais
peçonhentos citaram que são animais venenosos, que causam acidentes graves
podendo levar a morte.
Sobre treinamento/palestras com o tema acidentes ocasionados por animais
peçonhentos, questão 6, somente dois agentes já tiveram, observando que os
mesmos já atuam na profissão há 11 e 12 anos.
Quatro agentes comunitários de saúde, responderam que já atenderam
alguém que sofreu acidente por animal peçonhento e este acidente foi ocasionado
por aranha, resposta referente ao questionamento de número 7.
Com
relação
à
pergunta de número 8, com qual animal acontece à maior incidência de acidentes,
citaram aranhas, serpentes, escorpiões e taturanas.
Relacionando as medidas preventivas, questão 9, somente 3 agentes
comunitários de saúde relacionaram todas as medidas preventivas para os animais
que estavam sendo pedidos, 4 questionários apresentaram somente as medidas
para aranhas, 2 questionários apresentaram as medidas para aranhas e serpentes e
os demais não sabiam quais são as medias preventivas para evitar acidentes por
animais peçonhentos.
Na questão número 10, referente aos primeiros socorros, 8 agentes
responderam corretamente esta questão e os demais não sabiam quais são os
primeiros socorros a serem tomados.
4.2.6 Dados relacionados à pesquisa documental
A figura 6 demonstra a pesquisadora coletando os dados relacionados aos
acidentes ocasionados por
animais peçonhentos registrados na Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho.
92
Figura 6 – A pesquisadora coletando dados na Vigilância Epidemiológica
Fonte: Kelbert (2011)
Data: 27/05/2011
A figura 7 retrata a estrutura física da Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho/SC, localizada no bairro Centro, onde a pesquisadora efetuou a sua
pesquisa documental.
Figura 7 - Visualização da estrutura física da Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho
Fonte: Kelbert (2011)
Data:05/10/2011
93
4.2.7 Dados relacionados à pesquisa de campo
As figuras 8, 9 e 10 evidenciam a pesquisadora explicando aos agentes
comunitários de saúde o procedimento da pesquisa bem como a entrega dos
questionários.
Figura 8 – A pesquisadora explicando aos agentes comunitários de saúde o
procedimento da pesquisa
Fonte: Kelbert (2011)
Data:04/10/2011
Figura 9 – A pesquisadora entregando os questionários
Fonte: Kelbert (2011)
Data:04/10/2011
94
Figura 10 - Agentes comunitários de saúde recebendo o questionário
Fonte: Kelbert (2011)
Data:04/10/2011
95
A figura 11 confirma a reunião realizada com a diretora da EEB Profª. Marta
Tavares para explicar a pesquisa e assim solicitar a autorização para o
desenvolvimento da palestra para os alunos.
O contato com a diretora da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt se deu por
telefone.
Figura 11 – Pesquisadora efetuando contato com a diretora da EEB Profª. da Escola
Marta Tavares
Fonte: Kelbert (2011)
Data:14/10/2011
96
A figura 12 demonstra a estrutura física da EEB Profª. Marta Tavares,
localizada no bairro Cruzeiro, em Rio Negrinho/SC, onde a pesquisadora
implementou palestra relacionada a Acidentes por Animais Peçonhentos e Medidas
Preventivas.
Figura 12 – Visualização da estrutura física da EEB Profª. Marta Tavares que foi
implementada a referida pesquisa
Fonte: Kelbert (2011)
Data:14/10/2011
A figura 13 retrata a estrutura física da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt,
localizada no bairro Vista Alegre, em Rio Negrinho/SC, onde a pesquisadora
implementou palestra relacionada a Acidentes por Animais Peçonhentos e Medidas
Preventivas.
Figura 13– Visualização da estrutura física da EMEB Profª. Lucida Maros Pscheidt
que foi implementada a referida pesquisa
Fonte: Kelbert (2011)
Data:14/10/2011
97
4.2.8 Dados relacionados com a pesquisa ação.
As figuras 14 e 15 evidenciam a pesquisadora implementando palestra para
os agentes comunitários de saúde.
Figura 14 - Palestra para agentes comunitários de saúde
Fonte: Kelbert (2011)
Data:18/10/2011
Figura 15 – A pesquisadora repassando os dados da pesquisa para os agentes
comunitários de saúde
Fonte: Kelbert (2011)
Data:18/10/2011
98
As figuras 16 e 17 demonstram a pesquisadora em palestra para os alunos da
6ª série, nos turnos matutino e vespertino, da Escola Estadual Marta Tavares,
localizada no bairro Cruzeiro, Rio Negrinho/SC.
Figura 16 – Palestra para alunos da 6ª série da EEB Profª. Marta Tavares
Fonte: Kelbert (2011)
Data:19/10/2011
Figura 17 – Palestra para os alunos da 6ª da EEB Profª. Marta Tavares
Fonte: Kelbert (2011)
Data:25/10/2011
99
As figuras 18 e 19 evidenciam a pesquisadora aplicando palestra para os
alunos do 8º e 9º ano, da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt, localizada no bairro
Vista Alegre, Rio Negrinho/SC.
Figura 18 – Palestra para os alunos do 8º e 9º ano da EMEB Profª. Lucinda Maros
Pscheidt
Fonte: Kelbert (2011)
Data:20/10/2011
Figura 19 – Palestra para os alunos da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt
Fonte: Kelbert (2011)
Data:20/10/2011
100
As figuras 20 e 21 retratam a pesquisadora entregando o folheto educativo
para alguns dos moradores do bairro Vista Alegre no dia 20 de outubro.
Figura 20 – Entrega do folheto educativo para moradora do bairro Vista Alegre
Fonte: Kelbert (2011)
Data:20/10/2011
Figura 21 – Entrega do folheto educativo para a população do bairro Vista Alegre
Fonte: Kelbert (2011)
Data:20/10/2011
101
As figuras 22 e 23 demonstram a pesquisadora entregando o folheto
educativo para alguns dos moradores do bairro Cruzeiro no dia 25 de outubro.
Figura 22 – Entrega do folheto educativo para a população do bairro Cruzeiro
Fonte: Kelbert (2011)
Data:25/10/2011
Figura 23 – Entrega do folheto educativo para morador do bairro Cruzeiro
Fonte: Kelbert (2011)
Data:25/10/2011
102
A figura 24 comprova a publicação da palestra realizada pela pesquisadora no
dia 20 de outubro no blog da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt.
Figura 24 – Publicação da palestra no blog da EMEB Profª. Lucinda Maros Pscheidt
Fonte: http://emeblucindamp.blogspot.com/
Data: 20/10/11
A figura 25 demonstra o folder elaborado pela pesquisadora, como proposta a
medidas preventivas relacionadas aos acidentes ocasionados por animais
peçonhentos. O folder foi entregue para os agentes comunitários de saúde a para os
alunos durante as palestras realizadas pela pesquisadora e também para alguns
moradores dos bairros Cruzeiro e Vista Alegre.
103
Figura 25 – Folder elaborado pela pesquisadora
104
4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
As informações obtidas através das fichas de investigação de acidentes
ocasionados por animais peçonhentos da Vigilância Epidemiológica de Rio
Negrinho, anteriormente representadas através de gráficos, a seguir serão
evidenciadas de forma descritiva, bem como os dados das pesquisas de campo e
ação.
Em primeiro instante, os dados da pesquisa documental foram analisados
semestralmente, a começar com os dados de janeiro a junho de 2010, julho a
dezembro de 2010, janeiro a junho de 2011 e por fim realizou-se uma análise
comparativa dos 18 meses, relacionando às incidências dos acidentes.
No primeiro semestre examinado, janeiro a junho de 2010 os dados
encontram-se evidenciados pelos gráficos 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 e 13. Durante
este semestre, verificou-se a ocorrência de 78 acidentes ocasionados por animais
peçonhentos.
O gráfico 1 demonstra os acidentes ocasionados por animais peçonhentos
especificando os bairros que apresentaram as incidências, sendo que, 13 acidentes
ocorreram no bairro Vista Alegre, 9 na Volta Grande, 7 casos no São Rafael, 7 no
Cruzeiro, 7 no bairro Alegre, 5 no Campo Lençol, 5 no Industrial Norte, 4 na Vila
Nova, 3 no Centro, 3 o Barro Preto, 3 acidentes ocorreram em outros municípios,
mas foram atendidos em Rio Negrinho, 2 na Bela Vista, 2 na Colônia Olsen, 2 no
Pinheirinho, 2 no Jardim Hantschel e nos bairros Ceramarte, Quitandinha, Rio Casa
de Pedra e São Pedro só ocorreram 1 caso em cada bairro.
O gráfico 2 representa o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos nos bairros, especificando o bairro e o animal envolvido, na Vista
Alegre - 11 casos com aranha Loxosceles (aranha-marron) e 2 casos com aranha
Phoneutria (aranha-armadeira); Centro- 2 casos aranha Loxosceles e 1 caso com
escorpião; Colônia Olsen- 1 caso com serpente (jararaca) e 1 caso com aranha
Phoneutria, Industrial Norte - 5 casos com aranha Loxosceles; São Rafael – 6 casos
com aranha Loxosceles e 1 caso com aranha (não identificada); Cruzeiro – 6 casos
com aranha Loxosceles e 1 caso com aranha Phoneutria; Volta Grande – 7 casos
com aranha Loxosceles e 2 casos com aranha Phoneutria; Ceramarte- 1 caso com
aranha Loxosceles; Alegre- 4 casos aranha Loxosceles, 2 casos com aranha
Phoneutria e 1 com serpente (jararaca); no Pinheirinho -
2 casos com aranha
105
Loxosceles; Campo Lençol – 2 casos com abelha e 3 casos aranha Loxosceles;
Jardim Hantschel – 2 casos com aranha Loxosceles; Vila Nova – 4 casos com
aranha Loxosceles; Bela Vista – 2 casos com aranha Loxosceles; Barro Preto – 2
casos com aranha Loxosceles e 1 caso com aranha Phoneutria; Quitandinha – 1
caso com aranha Loxosceles; Rio Casa de Pedra - 1 caso com aranha Loxosceles;
São Pedro - 1 caso com aranha Loxosceles e entre os acidentes que ocorreram em
outros municípios mas foram atendidos em Rio Negrinho está 1 caso com aranha
Loxosceles e 2 casos com aranha Phoneutria.
Já o gráfico 3, apresenta o número de acidentes ocorridos por área, sendo
que, 92% (72 acidentes) ocorreram na área urbana, 4% (3 acidentes) na área rural e
4% (3 acidentes) foram causados em outros municípios, porém os primeirossocorros foram prestados em Rio Negrinho.
Com relação ao gráfico 4, da representação dos números de acidentes
especificando o animal, verificou-se que a aranha marrom (Loxosceles) é a maior
responsável pelos acidentes durante este período, representando 61 dos casos, logo
em seguida temos a aranha-armadeira (Phoneutria) com 11 acidentes, as aranhas
não identificadas com 1 acidente, à serpente (jararaca) com 2 acidentes, abelha
também com 2 acidentes e o escorpião com 1 acidente.
No gráfico 5, encontra-se o número de acidentes ocorridos por faixa etária,
neste período foram registrados acidentes entre 1 a 80 anos e a maior incidência
dos acidentes é dos 26 aos 35 anos.
A predominância mensal destes acidentes, representada pelo gráfico 6,
apresentou os seguintes resultados, o mês de março com a maior incidência, 23
acidentes, abril com 19 acidentes, maio com 13 acidentes, fevereiro com 11
acidentes, janeiro com 6 acidentes e junho também com 6 acidentes.
O gráfico 7, evidencia a predominância mensal dos acidentes especificando o
animal, no mês de março foram registrados 22 acidentes por aranha marrom e 1 por
serpente jararaca, em abril foram registrados 12 acidentes por aranha marrom e 7
acidentes por aranha armadeira, no mês maio foram constatados 10 acidentes por
aranha marrom, 2 por aranha armadeira e 1 por abelha, já no mês de fevereiro
foram registrados 8 acidentes por aranha marrom, 1 por aranha não identificada, 1
por aranha armadeira e 1 por abelha, em janeiro constatou-se quatro acidentes por
aranha marrom, 1 por escorpião e 1 por serpente e no mês de junho verificou-se 5
acidentes por aranha marrom e 1 acidente por aranha armadeira.
106
Com relação ao gráfico 8, da representação dos gêneros envolvidos em
acidentes, constatou-se que 54% (42 acidentes) ocorreram com o gênero feminino e
46% (36 acidentes) com o gênero masculino.
O gráfico 9, apresenta a predominância de acidentes com o gênero feminino,
evidenciando o animal, tendo a aranha marrom (Loxosceles) com 37 acidentes,
aranha armadeira (Phoneutria) com 3 acidentes, o escorpião com 01 acidente e 01
acidente com abelha.
A predominância de acidentes com o gênero masculino, evidenciando o
animal é representado pelo gráfico 10, sendo que a aranha marrom (Loxosceles) foi
a responsável por 24 acidentes, aranha armadeira (Phoneutria) 8 acidentes, 1
acidente com aranha não identificada, 2 acidentes por serpente (jararaca) e 1
acidente por abelha.
A utilização de soro nos acidentes por animais peçonhentos é representada
no gráfico 11, 62% dos casos não utilizaram soro e 38 % utilizaram o soro
antipeçonhento.
O gráfico 12, demonstra o local da picada envolvendo o acidente por animal
peçonhento, neste gráfico constatou-se que, durante este semestre predominaram
com maior incidência de picadas o braço e a perna, sendo que, cada um destes
membros apresentou 18 casos, a coxa representou 11 casos, a mão 10 casos, o pé
9 casos, o tronco 7 casos, cabeça 2 casos, 2 casos no ante braço e 1 caso no dedo
da mão.
Já o gráfico 13, demonstra o local da picada relacionando o animal envolvido
no acidente, constatou-se que acidentes na perna foram causados por aranha
marrom (16 acidentes) e aranha armadeira (2 acidentes), no braço por aranha
marrom (16 acidentes), aranha armadeira (1 acidente) e abelha (1 acidente), na
coxa por aranha marrom (10 acidente) e aranha armadeira (1 acidente), na mão por
aranha marrom (5 acidentes), aranha armadeira (4 acidentes) e abelha (1 acidente),
no pé por aranha marrom (5 acidentes), aranha armadeira (2 acidentes), abelha (1
acidente) e serpente (1 acidente), no tronco por aranha marrom (5 acidentes),
aranha armadeira (1 acidente) e aranha não identificada (1 acidente), na cabeça por
aranha marrom (1 acidente), no ante braço por aranha marrom (1 acidente) e no
dedo da por mão escorpião (1 acidente).
Em resumo, pode-se constatar que no primeiro semestre do ano de 2010, o
bairro que apresentou o maior índice de acidentes por animais peçonhentos foi a
107
Vista Alegre, o animal responsável pelo maior número de acidentes foi à aranha
marrom (Loxosceles), 92% dos acidentes aconteceram na área urbana, à
predominância de acidentes por faixa etária é dos 26 a 50 anos, o mês que ocorreu
a maior incidência de acidentes foi março, 54% dos acidentes aconteceram com o
gênero feminino, 62% dos acidentados não utilizaram o soro antipeçonhento e os
locais das picadas com maior incidência foram perna e braço.
No segundo semestre do ano de 2010 (julho a dezembro) verificou-se 59
acidentes ocasionados por animais peçonhentos no município de Rio Negrinho e
esses dados encontram-se evidenciados nos gráficos 14; 15; 16; 17; 18; 19; 20; 21;
22; 23; 24; 25 e 26.
O gráfico 14 demonstra o número de acidentes ocorridos em cada bairro,
sendo que, 4 acidentes aconteceram na Vista Alegre, 2 acidentes na Volta Grande,
1 acidente no Industrial Sul, o bairro Cruzeiro com 10 acidentes foi o bairro que mais
apresentou acidentes neste semestre, 3 acidentes no bairro Alegre, 1 acidente no
Campo Lençol, 1 acidente no Serro Azul, 8 acidentes na Vila Nova, 3 acidentes no
Centro, 1 acidente no Industrial Norte, 3 acidentes na Bela Vista, 1 na Colônia
Olsen, 1 acidente no Pinheirinho, 4 acidentes na Ceramarte, 3 acidentes na
Quitandinha, 5 acidentes no São Pedro, 3 acidentes no Rio Preto, 1 no Rio dos
Bugres e 4 acidentes em outros municípios, mas que os acidentados foram
atendidos em Rio Negrinho.
Já o gráfico 15 apresenta o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos nos bairros, especificando o bairro e o animal envolvido no acidente,
no bairro Cruzeiro verificou-se 7 acidentes por aranha marrom (Loxosceles), 2 por
aranha armadeira (Phoneutria) e 1 por abelha; no bairro São Pedro 4 por aranha
marrom (Loxosceles) e 1 por aranha armadeira (Phoneutria); bairro Alegre verificouse 2 acidentes por aranha marrom e 1 por lagarta; na Volta Grande 1 por aranha não
identificada e 1 por aranha marrom; no bairro Campo Lençol 1 acidente por aranha
marrom; Vila Nova 6 acidentes por aranha marrom, 1 por aranha armadeira e 1 por
escorpião; Ceramarte 1 por aranha marrom e 3 por aranha armadeira; no Industrial
Norte 1 acidente por aranha marrom (Loxosceles); 1 por aranha armadeira na
Colônia Olsen; Serro Azul 1 por aranha não identificada; na Quitandinha 2 por
aranha marrom e 1 por escorpião; no Rio Preto 3 acidentes por aranha marrom; Bela
Vista 3 por aranha marrom (Loxosceles); no Rio do Bugres 1 acidente por aranha
marrom; Vista Alegre apresentou 4 acidentes por aranha marrom (Loxosceles); no
108
bairro Centro 2 acidentes por aranha marrom (Loxosceles) e 1 por escorpião; 1
acidente por aranha armadeira; no Industrial Sul 1 acidente por aranha marrom e os
acidentes ocorridos em outros municípios mas que foram atendidos em Rio
Negrinho totalizaram 2 acidentes por aranha marrom, 1 por aranha armadeira e 1
por serpente.
O gráfico 16, evidencia o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos por área, sendo que, 85% dos casos (50 acidentes) ocorreram na área
urbana, 8% (5 acidentes) ocorreram na área rural e 7% (4 acidentes) ocorreram em
outros municípios.
O número de acidentes especificando o animal, demonstrado pelo gráfico 17,
comprova que, 41 acidentes foram ocasionados por aranha marrom (Loxosceles), 10
acidentes ocorreram por aranha armadeira (Phoneutria), 2 acidentes por aranha não
identificada, 1 acidente por serpente (jararaca), 1 acidente por abelha, 3 acidentes
por escorpião e 1 acidente por taturana/lagarta.
O gráfico 18 confirma a faixa etária envolvida nos acidentes, sendo
registrados casos de 1 a 75 anos. A idade que se averiguou o maior número de
acidentes foi entre 56 a 60 anos.
A predominância mensal dos acidentes encontra-se representada pelo gráfico
19, o mês que apresentou a maior incidência de acidentes foi novembro com 16
casos, dezembro com 11 acidentes, 10 casos no mês de outubro, 9 em setembro,
agosto com 8 acidentes e julho, com a menor incidência de acidentes durante este
semestre, com 5 casos registrados.
Já a predominância mensal dos acidentes especificando o animal encontra-se
evidenciado pelo gráfico 20, sendo que, no mês de novembro foram registrados 14
acidentes por aranha marrom, 1 acidente por escorpião e 1 por aranha aramadeira,
em dezembro 8 acidentes por aranha marrom, 1 por serpente, 1 por abelha e 1 por
aranha armadeira, no mês de outubro 9 acidentes por
aranha marrom e 1 por
aranha armadeira, em setembro foram regsitrados 4 acidentes por aranha marrom, 1
por escorpião, 1 por aranha não identificada e 3 acidentes por aranha armadeira, em
agosto 4 acidentes por aranha marrom, 1 por aranha não identificada e 3 por aranha
armadeira e no mês de julho foram registrados 3 acidentes ocasionados por aranha
marrom, 1 por aranha armadeira e 1 por largata/taturana.
109
Os acidentes separados por gênero, evidenciados pelo gráfico 21,
comprovam que, 53% dos acidentes (31 casos) ocorreram com o gênero masculino
e 47 % dos acidentes (28 casos) com o gênero feminino.
O gráfico 22, confirma a predominância de acidentes com o gênero feminino,
especificando o animal, a aranha marrom foi responsável por 23 acidentes, a aranha
armadeira 3 acidentes, 1 acidente com aranha não identificada e 1 acidente por
abelha.
A predominância de acidentes no gênero masculino, especificando o animal
verifica-se no gráfico 23, sendo que, 18 acidentes foram ocasionados por aranha
marrom, 7 acidentes por aranha armadeira, 1 por aranha não identificada, 1 por
lagarta, 3 por escorpião e 1 acidente ocasionado por serpente.
O gráfico 24, relaciona a utilização de soro nos acidentes por animais
peçonhentos, 51 % dos acidentes não utilizaram o soro e 49% dos acidentes
utilizaram o soro antipeçonhento.
A evidenciação com relação ao local da picada encontra-se no gráfico 25,
onde se constatou que, a perna foi o local com maior incidência de picadas, com 11
casos, a mão com 9 casos, 9 casos no braço, o tronco com 8 casos, no 8 casos
também pé, 7 casos na coxa, 3 no dedo da mão, 2 na cabeça, 1 no ante braço e 1
caso no dedo do pé.
Já o gráfico 26, evidencia o local da picada relacionando o animal envolvido
no acidente, comprovou-se que acidentes na perna foram causados por aranha
marrom (8 acidentes), aranha armadeira (2 acidentes) e escorpião (1acidente), no
braço ocorreram somente acidentes por aranha marrom (9 acidentes), na mão foram
acidentes por aranha marrom (3 casos), por aranha armadeira (3 acidentes), por
aranha não identificada (1 acidente), por lagarta (1 acidente) e por abelha (1
acidente), no tronco ocorreram acidentes por aranha marrom (6 casos) e por aranha
armadeira (2 casos), no pé acidente por aranha marrom (6 casos), por aranha
armadeira (1 acidente) e por serpente (1 acidente), na coxa foram registrados
acidentes por aranha marrom (6 casos) e por aranha armadeira (1 caso), no dedo da
mão acidentes por aranha marrom (1 acidente) e escorpião (2 acidentes), na cabeça
foram acidentes por aranha marrom (2 acidentes), no ante braço acidentes por
aranha armadeira e no dedo do pé foi acidente ocasionado por aranha não
identificada (1 caso).
110
Diante dos dados evidenciados durante o período de julho a dezembro de
2010, constatou-se que, o bairro Cruzeiro apresentou a maior incidência de
acidentes, o animal responsável pelo maior número de acidentes foi à aranha
marrom (Loxosceles), 85% dos acidentes ocorreram na área urbana, à faixa etária
com a predominância de acidentes 56 a 60 anos, o mês com maior número de
acidentes foi novembro, 53% dos acidentes aconteceram com o gênero masculino,
51% das vítimas de animais peçonhentos não utilizaram o soro antipeçonhento e o
local com maior incidência de picadas foi à perna.
No terceiro semestre analisado, janeiro a junho de 2011, foram registrados 58
acidentes ocasionados por animais peçonhentos e esses dados encontram-se
representados nos gráficos 27; 28; 29; 30; 31; 32; 33; 34; 35; 36; 37; 38 e 39.
O gráfico 27 demonstra o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos especificando os bairros que apresentaram as incidências, sendo que,
o bairro Ceramarte apresentou 4 acidentes, Jardim Hantschel 1 acidente, 6
acidentes na Vila Nova, no Centro 3 acidentes, Industrial Norte 5 acidentes, Volta
Grande 6 acidentes, 2 acidentes no Rio Preto, o Cruzeiro com 8 acidentes foi o
bairro com o maior número de acidentes neste semestre, 3 acidentes no bairro
Alegre, no São Pedro 2 acidentes, São Rafael 4 acidentes, Colônia Olsen 2
acidentes, 1 no Serro Azul, 1 no bairro Pinheirinho, 3 acidentes na Bela Vista, 2
acidentes no Campo Lençol, na Vista Alegre forma registrados 2 acidentes, 1 no
Barro Preto, 1 na Quitandinha e 1 acidente ocorrido em outro município mais a
vítima foi atendida em Rio Negrinho.
O gráfico 28, representa o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos nos bairros, especificando o bairro e o animal envolvido, constatou-se
que no bairro Ceramarte ocorreram 4 acidentes por aranha marrom, no Jardim
Hantschel 1 acidente por aranha armadeira, Vila Nova 4 acidentes por aranha
marrom e 1 por aranha não identificada, Centro 2 acidentes por aranha marrom e 1
por escorpião,no Industrial Norte 3 acidentes por aranha marrom, 1 por armadeira, 1
por aranha não identificada e 1 por serpente (jararaca), Rio Preto 1 acidente por
aranha marrom e 1 acidente por aranha não identificada, Cruzeiro 7 acidentes por
aranha marrom e 1 por aranha armadeira, no bairro Alegre 2 acidentes por aranha
marrom e 1 acidente por abelha, São Pedro 1 acidente por aranha marrom e 1 por
aranha não identificada, São Rafael 3 acidentes por aranha marrom e um por
abelha, Colonia Olsen 2 acidentes por aranha marrom, Serro Azul 1 acidente por
111
aranha marrom, no Pinheirinho 1 acidente por aranha marrom, Bela Vista 2
acidentes por aranha marrom e 1 por serpente, no Campo Lençol 1 acidente por
aranha marrom e 1 acidente por aranha não identificada, Vista Alegre 2 acidentes
por aranha marrom, no Barro Preto 1 acidente por aranha marrom, Quitandinha 1
acidente por aranha não identificada e 1 acidente ocasionado por aranha marrom
ocorreu em outro município.
O número de acidentes ocorridos por área, demonstrado pelo gráfico 29,
confirma que, 91% dos acidentes (53 casos) ocorreram na área urbana, 7% dos
acidentes (4 acidentes) na área rural e 2% dos acidentes (1 caso) ocorreu em outro
município.
O gráfico 30, demonstra o número de acidentes especificando o animal, 41
acidente foram ocasionados pela aranha marrom (Loxosceles) , 3 acidentes por
aranha armadeira (Phoneutria), 9 acidentes foram por aranhas não identificadas, 2
acidentes por serpente (jararaca), 2 acidentes por abelha e 1 acidente por escorpião.
O número de acidentes por faixa etária esta evidenciado no gráfico 31, onde a
predominância de acidentes foi dos 16 a 20, 36 a 40 e 46 a 50 anos, ambas as
faixas etárias apresentaram 7 acidentes cada.
O gráfico 32, evidencia o número de acidentes com predominância mensal,
no mês de março foram registrados 13 acidentes, abril também registrou 13
acidentes, fevereiro 12 acidentes, janeiro 9 acidentes, junho 6 acidentes e o mês de
maio com 5 acidentes.
O gráfico 33, demonstra o número de acidentes com predominância mensal
especificando o animal, no mês de março foram registrados 10 acidentes por aranha
marrom, 1 por serpente e 2 por aranha não identificada, o mês de abril 11 acidentes
por aranha marrom, 1 por aranha não identificada e 1 por aranha armadeira,
fevereiro ocorreram 7 acidentes por aranha marrom, 1 por serpente, 2 por aranha
não identificada, 1 por aranha armadeira e 1 acidente por abelha, em janeiro 6
acidentes por aranha marrom, 1 por escorpião, 1 por aranha não identificada e 1
acidente por aranha armadeira, no mês de junho ocorreram 5 acidentes por aranha
marrom e 1 acidente por abelha e no mês de maio sucederam 2 acidentes por
aranha marrom e 3 acidentes por aranha não identificada.
Os acidentes por gênero, demonstrados no gráfico 34, confirmam que, 57%
dos acidentes (33 casos) ocorreram com o gênero feminino e 43% dos acidentes (25
casos) ocorreram com o gênero masculino.
112
A predominância de acidentes com o gênero feminino evidenciando o animal,
representado pelo gráfico 35, confirma que 23 acidentes foram ocasionados por
aranha marrom, 2 por aranha armadeira, 5 acidentes por aranhas não identificadas,
1 por escorpião, 1 por abelha e 1 acidente por serpente (jararaca).
Já a predominância de acidentes com o gênero masculino evidenciando o
animal, representado pelo gráfico 36, demonstra que 18 acidentes foram
ocasionados por aranha marrom, 1 por aranha armadeira, 4 acidentes por aranha
não identificadas, 1 por serpente (jararaca) e 1 acidente por abelha.
Relacionando a utilização do soro nos acidentes ocasionados por animais
peçonhentos, evidenciado pelo gráfico 37, comprova que, 71 % das vítimas (41
acidente) não utilizaram do soro e 29 % das vítimas (17 acidentes) utilizaram o soro
antipeçonhento.
O gráfico 38, demonstra o local da picada, na mão foram constatados 5
casos, dedo da mão 1 caso, o braço, com 14 casos foi o local com maior incidência
de picadas, no pé 4 casos, tronco com 7 casos, 6 casos na coxa, 12 casos na perna,
na cabeça 5 casos, 2 casos no ante braço e 2 casos no dedo do pé.
Já o gráfico 39, evidencia o local da picada relacionando o animal envolvido
no acidente, constatou-se que acidentes no tronco foram causados por aranha
marrom (4 acidentes), aranha armadeira (2 acidentes) e por aranha não identificada
(1 acidente), acidentes na cabeça foram por aranha marrom (4 acidentes) e abelha
(1 acidente), na mão foram por aranha marrom (2 acidentes), aranhas não
identificadas (2 acidentes) e por escorpião (1 acidente), no dedo da mão por aranha
marrom (1 acidente), no braço por aranha marrom (10 acidentes) e por aranhas não
identificadas (4 acidentes), no ante braço por aranha marrom (2 acidentes), na coxa
por aranha marrom (6 acidentes), na perna por aranha marrom (8 acidentes), por
aranha armadeira (1 acidente), por aranha não identificada (1 acidente), por
serpente (1 acidente) e por abelha (1 acidente), no pé acidentes ocasionados por
aranha marrom (2 acidentes), por aranha não identificada (1 acidente) e por
serpente (1 acidente) e no dedo do pé foram acidentes ocasionados por aranha
marrom (2 acidentes).
Pode-se averiguar que, durante janeiro a junho de 2011, o bairro que
apresentou a maior incidência de acidentes foi o Cruzeiro, o animal responsável pelo
maior número de acidentes foi à aranha marrom (Loxosceles), 91% dos acidentes
ocorreram na área urbana. À faixa etária envolvida em acidentes por animais
113
peçonhentos foi bastante variável, confirmando as seguintes faixas com maior
incidência, 16 a 20, 36 a 40 e 46 a 50 anos. Os meses com maior incidência de
acidentes foi março e abril, 57% dos acidentes aconteceram no sexo feminino, 71%
das vítimas de animais peçonhentos não utilizaram o soro antipeçonhento e o local
com maior incidência de picadas foi o braço.
Os dados a seguir demonstram a incidência dos acidentes ocasionados por
animais peçonhentos no período de janeiro de 2010 a junho de 2011. Entre os 18
meses na qual foram feitas as análises dos registros, foram constatados 195
acidentes, considerando assim que, no município ocorreu uma grande incidência de
acidentes por animais peçonhentos.
Os gráficos 40 e 41 evidenciam o número de acidentes ocasionados por
animais peçonhentos durante os 18 meses da pesquisa. Dos 195 acidentes
constatou-se que, 143 (73%) casos foram ocasionados por aranha marrom
(Loxosceles), sendo que, 61 casos foram registrados de janeiro a junho de 2010, 41
casos de junho a dezembro de 2010 e 41 casos de janeiro a junho de 2011,
considerando a aranha marrom o animal responsável pelo maior número de
acidentes.
Verificou-se que a aranha armadeira (Phoneutria) representa 24 (12%) dos
acidentes, considerando que, 11 casos ocorreram de janeiro a junho de 2010, 10
casos de julho a dezembro de 2010 e 3 casos de janeiro a junho de 2011. Já com os
acidentes ocasionados por aranhas não identificadas, pode-se averiguar 12 casos
(6%), sendo que, 1 acidente ocorreu entre janeiro a junho de 2010, 2 acidentes
ocorreram entre julho a dezembro de 2010 e 9 acidentes ocorreram ente janeiro a
junho de 2011.
Os acidentes ocasionados por serpente (jararaca) representam um total de 5
(3%) acidentes, considerando que, 2 acidentes ocorreram de janeiro a junho de
2010, 1 acidente ocorreu julho a dezembro de 2010 e 2 acidentes de janeiro a junho
de 2011. Já os acidentes ocasionados por abelha representam um total de 5 (3%)
acidentes, considerando que, 2 acidentes ocorreram de janeiro a junho de 2010, 1
acidente ocorreu julho a dezembro de 2010 e 2 acidentes de janeiro a junho de
2011.
O escorpião foi responsável também por 5 (3%) acidentes, sendo, 1 acidente
ocorrido de janeiro a junho de 2010, 3 acidentes de julho a dezembro de 2010 e 1
acidente de janeiro a julho de 2011.
114
A taturana representou somente 1 acidente e ocorreu entre julho a dezembro
de 2011.
Com relação ao número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos
nos bairros, representado pelo gráfico 42, constatou-se que, 19 acidentes ocorreram
no bairro Vista Alegre, 17 acidentes na Volta Grande, 11 no São Rafael, 25
acidentes no bairro Cruzeiro, 13 no bairro Alegre, 8 no Campo Lençol, 11 no
Industrial Norte, 18 no bairro Vila Nova, 9 casos no Centro, 4 no Barro Preto, 8 na
Bela Vista, 5 acidentes na Colônia Olsen, 4 no Pinheirinho, 3 no Jardim Hantschel, 9
acidentes na Ceramarte, 5 na Quitandinha, 1 no Rio Casa de Pedra, 8 no bairro São
Pedro, 1 no Industrial Sul, 2 no Serro Azul, 5 no Rio Preto, 1 no Rio dos Bugres e 8
acidentes ocorridos em outros municípios, mas foram atendidos em Rio Negrinho.
Considerando assim, que nos bairros Cruzeiro e Vista Alegre apresentaram a maior
incidências de acidentes.
O gráfico 43 representa o número de acidentes ocasionados por animais
peçonhentos, relacionando o bairro e o animal. Constatou-se que no bairro Vista
Alegre ocorreram 2 acidentes por aranha armadeira (Phoneutria) e 17 por aranha
marrom (Loxosceles); no Centro 6 acidentes por aranha marrom e 3 acidentes por
escorpião; Colônia Olsen 2 por aranha marrom, 2 por armadeira e 1 por serpente; no
bairro Industrial Norte 9 por aranha marrom e 2 por aranha não identificada; São
Rafael 9 por aranha marrom, 2 por aranha não identificada e 1 por abelha; no bairro
Ceramarte foram registrados 6 acidentes por aranha marrom e 3 por aranha
armadeira; no bairro Alegre foram 8 acidentes por aranha marrom, 2 por armadeira,
1 por serpente e 1 por lagarta; Pinheirinho 3 acidentes por aranha marrom e 1 por
aranha armadeira; no Campo Lençol 5 acidentes por aranha marrom, 1 por aranha
não identificada e 2 por abelha; no Jardim Hantschel foram 2 acidentes por aranha
marrom e 1 por armadeira; na Vila Nova 15 por aranha marrom, 1 por aranha
armadeira, 1 por aranha não identificada, 1 por escorpião; na Bela Vista ocorreram 7
acidentes por aranha marrom e 1 por serpente; no Barro Preto foram 3 acidentes por
aranha marrom, e 1 por aranha armadeira; Quitandinha 3 por aranha marrom, 1 por
aranha não identificada e 1 por escorpião; Rio Casa de Pedra 1 acidente por aranha
marrom; São Pedro 6 por aranha marrom, 1 por aranha armadeira e 1 por aranha
não identificada; no Serro Azul 1 acidente por aranha marrom e 1 por aranha não
identificada; Rio Preto 4 por aranha marrom e 1 por aranha não identificada; Rio dos
Bugres 1 por aranha marrom, no bairro Industrial Sul 1 acidente por aranha marrom;
115
nos acidentes ocorridos em outros municípios constatou-se, 4 acidentes por aranha
marrom, 3 por aranha armadeira e 1 acidente por serpente.
O número de acidentes por área, representado pelo gráfico 44, verificou-se
que, 175 (90%) dos acidentes ocorreram na área urbana, 12 (6%) acidentes
ocorreram na área rural e 8 (4%) acidentes ocorreram em outros municípios, mas as
vítimas foram atendidas em Rio Negrinho.
O gráfico 45, evidencia o número de acidentes ocorridos por área,
comparando os semestres pesquisados. Pode-se confirmar que, entre janeiro a
junho de 2010 foram registrados 72 acidentes na área urbana, 3 acidentes na área
rural e 3 acidentes em outros municípios, entre julho a dezembro de 2010 foram
registrados 50 casos no perímetro urbano, 5 casos na área rural e 4 casos em
outros municípios, já entre janeiro a junho de 2011 foram registrados 53 acidentes
na área urbana, 4 acidentes no perímetro rural e 1 acidente ocasionado em outro
município.
O número de acidentes ocasionados por animais peçonhentos nos bairros do
município de Rio Negrinho, comparando os semestres, representado no gráfico 46,
pode-se averiguar que nos bairros, Industrial Sul, Serro Azul, Rio Preto e Rio dos
Bugres não ocorreram acidentes entre janeiro a junho de 2010, que entre julho a
dezembro de 2010 não foram registrados acidentes nos bairros São Rafael, Barro
Preto, Jardim Hantschel e Rio Casa de Pedra já entre janeiro a junho de 2011 não
foram registrados acidentes nos bairros Rio Casa de Pedra, Industrial Sul e Rio dos
Bugres. Já os bairros Vista Alegre, Volta Grande, Cruzeiro, Alegre, Campo Lençol,
Industrial Norte, Vila Nova, Centro, Bela Vista, Colônia Olsen, Pinheirinho,
Ceramarte, Quitandinha e São Pedro apresentaram acidentes durante os três
semestres.
Os gráficos 47 e 48, evidenciam o número de acidentes por faixa etária,
constatou-se que a ocorrência de acidentes varia de 1 a 80 anos, sendo que dos 26
anos aos 40 anos verificou-se uma maior incidência e dos 76 aos 80 anos
constatou-se a menor incidência de acidentes.
O número de acidentes por gênero encontra-se evidenciado no gráfico 49, o
qual se pode verificar que 103 acidentes ou 53% ocorreram com o gênero feminino e
92 acidentes ou 47% ocorreram com o gênero masculino.
Com relação ao gráfico 50, demonstra a predominância de acidentes no
gênero feminino especificando o animal, sendo que, 83 acidentes ocorreram por
116
aranha marrom (Loxosceles), 8 acidentes por aranha armadeira (Phoneutria), 2 por
escorpião, 3 por abelha, 6 por aranhas não identificadas e 1 por serpente (jararaca).
Já o gráfico 51, comprova a predominância de acidentes no gênero masculino
especificando o animal, onde, 60 acidentes ocorreram por aranha marrom
(Loxosceles), 16 acidentes por aranha armadeira (Phoneutria), 6 por aranhas não
identificadas, 4 por serpentes (jararaca), 2 por abelha, 1 por lagarta e 3 acidentes
por escorpião.
Relacionando a utilização do soro nos acidentes ocasionados por animais
peçonhentos, encontra-se evidenciado no gráfico 52, pode-se constatar que 119
vítimas (61%) não precisaram utilizar o soro e 76 vítimas (39%) de acidentes por
animais precisaram utilizar o soro antipeçonhento.
O gráfico 53, demonstra o local da picada e o animal, verificou-se que, na
mão foram registrados 24 acidentes, sendo que, os animais responsáveis foram
aranha marrom, aranha armadeira, aranhas não identifica, escorpião, serpente,
abelha e lagarta, no braço incidiram 41 acidentes, sendo averiguados acidentes por
aranha marrom, aranha armadeira, aranha não identificada e abelha, no tronco
foram constatados 22 acidentes e os animais responsáveis foram aranha marrom,
aranha armadeira e aranha não identificada, na coxa predominaram 24 acidentes e
os animais envolvidos a aranha marrom e aranha armadeira, na perna constato-se
41 acidentes sendo os animais responsáveis, aranha marrom, aranha armadeira,
aranha não identificada, escorpião, serpente e abelha, na cabeça verificou-se um
total de 9 acidentes e os animais envolvidos, abelha e aranha marrom, no pé foram
21 acidentes e os animais responsáveis por acidentes, aranha marrom, aranha
armadeira, aranha não identificada, serpente (jararaca) e abelha, no ante braço
ocorreram 5 acidentes, sendo os animais responsáveis, aranha marrom e aranha
armadeira, no dedo da mão foram constatados 5 acidentes, sendo que, aranha
marrom e escorpião foram os animais peçonhentos e 3 acidentes foram no dedo do
pé e os animais responsáveis aranha marrom e aranha não identificada.
Nos 18 meses analisados, pode-se constatar que, os bairros que
apresentaram a maior incidência de acidentes foram o Cruzeiro e a Vista Alegre, o
animal responsável pelo maior número de acidentes foi à aranha marrom
(Loxosceles), com 143 acidentes, 90% dos acidentes ocorreram na área urbana. À
faixa etária envolvida em acidentes foi bastante variável, podendo citar que dos 26
aos 40 anos ocorreu à maior incidência de acidentes. 53% dos acidentes
117
aconteceram com o gênero feminino e 47% dos acidentes ocorreram com o gênero
masculino, em ambos os gêneros a predominância de acidentes foi com a aranha do
gênero Loxosceles. 61% das vítimas de animais peçonhentos não utilizaram o soro
antipeçonhento e 39% das vítimas utilizaram o soro antipeçonhento. Os locais que
apresentaram a maior incidência de picadas foram o braço e a perna.
Durante os 18 meses da pesquisa, não foram constatados óbitos decorrentes
de acidentes ocasionados por animais peçonhentos.
Quanto ao questionário aplicado aos agentes comunitários de saúde, a
pesquisadora constatou que o conhecimento dos mesmos, relacionado aos
acidentes ocasionados por animais peçonhentos, medidas preventivas e como
proceder perante aos acidentes, era bastante precário, sendo assim de extrema
importância a aplicação de sua pesquisa ação, através de palestra e distribuição de
folder educativo.
A pesquisadora implementou a palestra no dia 18 de outubro e os assuntos
abordados foram, o que são animais peçonhentos, os índices de acidentes no
município, acidentes por animais peçonhentos, medidas preventivas e como
proceder em caso de acidente. Durante a apresentação os agentes comunitários de
saúde se demonstraram bastantes interessados no assunto abordado e ao final da
palestra, surgiram diversos dúvidas e comentários que foram esclarecidos pela
pesquisadora.
A implementação de palestra para os alunos das escolas Profª Marta Tavares,
localizado no bairro Cruzeiro e Profª Lucinda Maros Pscheidt, localizada no bairro
Vista Alegre, ambas nos bairros que apresentaram maior incidência de acidentes,
teve por finalidade passar aos alunos, de forma simples, medidas preventivas que
devem ser adotadas, com relação à problemática evidenciada na presente pesquisa.
Durante a apresentação os alunos fizeram diversas perguntas sobre o assunto, o
qual foram esclarecidas pela pesquisadora. Após a palestra, quando a pesquisadora
perguntou se eles haviam gostado da apresentação, os alunos responderam que
aprenderam muito e que passariam estas informações para outras pessoas.
A elaboração de um folder com informações sobre acidentes ocasionados por
animais peçonhentos e medidas preventivas, teve por intenção a distribuição do
material no município, auxiliando assim, para a diminuição dos índices de acidentes.
Também visto que, este tipo de material encontra-se carente em Rio Negrinho.
118
Os folders foram entregues aos agentes comunitários de saúde e aos alunos
durante a palestra e como complemento da referida pesquisa, a pesquisadora
distribuiu folders para alguns moradores dos bairros Cruzeiro e Vista Alegre, durante
a entrega a pesquisadora também retirava as dúvidas da população.
119
CONCLUSÃO
Os problemas relacionados às questões de saúde pública nas sociedades
envolvem um amplo e complexo número de fatores, inclusive os acidentes
ocasionados por animais peçonhentos. Entretanto, se adotadas e repassadas
algumas ações, educativas e preventivas, pode-se proporcionar a população uma
melhor qualidade de vida. Assim sendo, esta pesquisa teve por finalidade,
desenvolver uma proposta com ênfase as medidas preventivas relacionadas aos
acidentes ocasionados por animais peçonhentos, com base nos dados obtidos pela
Vigilância Epidemiológica do município de Rio Negrinho/SC.
Através da análise dos dados, constatou-se que no município de Rio Negrinho
ocorreram 195 acidentes ocasionados por animais peçonhentos, no período de
janeiro de 2010 a junho de 2011. Com relação aos animais responsáveis pelos
referidos acidentes, evidenciou-se a aranha do gênero Loxosceles, popularmente
conhecida como “aranha marrom”, a aranha do gênero Phoneutria, popularmente
conhecida como “aranha armadeira”, aranhas que não formam identificadas nos
acidentes, serpentes do gênero Bothrops, popularmente conhecida jararaca,
escorpião, abelha e lagarta.
Constatou-se que as aranhas representam 91% dos acidentes, sendo assim
considerado o animal responsável pela maior incidência de acidentes no município,
onde sobressai o número de acidentes ocasionados pela aranha marrom, com 73%,
12% dos acidentes por aranha armadeira e 6% dos acidentes por aranhas não
identificadas.
Ao comparar os perímetros em que ocorreram os acidentes, verificou-se que
90% dos acidentes ocorreram na área urbana e apenas 6% dos acidentes ocorreram
na área rural. Com base nestes dados, é importante destacar que as intervenções
feitas pelo homem nos ecossistemas, acarretam inúmeras alterações nos ambientes
naturais das espécies, o que, por sua vez, influência em uma maior incidência de
acidentes, cabe ressaltar também, que os aracnídeos, principalmente as aranhas,
possuem facilidade em se adaptar as residências, consequentemente resultando em
possíveis acidentes.
Entre as 23 regiões em que foram registrados os acidentes por animais
peçonhentos, 16 bairros pertencem ao perímetro urbano, na área rural foram
120
constatadas 4 localidades com incidência de acidentes, sendo elas, Rio Casa de
Pedra, Colônia Olsen, Rio Preto e Rio dos Bugres. Também verificou-se acidentes
no Distrito de Volta Grande, Vila do Serro Azul e acidentes que ocorreram em outros
municípios, mas que foram atendidos em Rio Negrinho. Os bairros Cruzeiro e Vista
Alegre foram os que apresentaram a maior incidência de acidentes durante o
período da pesquisa, o primeiro com 25 acidentes e o segundo com 19 acidentes.
Com relação à faixa etária, constatou-se acidentes entre 01 aos 80 anos.
Sobressaindo um elevado índice de acidentes entre 26 a 40 anos.
Relacionando os gêneros envolvidos em acidentes, verificou-se uma pequena
diferença entre o número de vítimas do sexo masculino, com 47%, ou o equivalente
a 92 acidentes, e do sexo feminino, com 53%, ou o equivalente a 103 acidentes,
sendo o gênero feminino com a maior incidência de acidentes. Comparando os
locais do corpo com a maior incidência de acidentes, pode-se constatar que as
regiões do corpo mais afetadas foram o braço e a perna.
Quanto à utilização de soro, verificou-se que, 39% (76 casos) das vítimas
utilizaram do soro e 61% (119 casos) das vítimas não utilizaram o soro
antipeçonhento. Considerando assim que, para as vítimas que não utilizaram do
soro antipeçonhento, os casos foram considerados de gravidade leve, onde os
acidentados não apresentaram manifestações graves, apenas manifestações locais.
Com relação à implementação da proposta, a pesquisadora elaborou um
folder com medidas educativas e aplicou palestras para os agentes comunitários de
saúde e para alunos das escolas Profª Marta Tavaves e Profª Lucinda Maros
Pscheidt, onde foi possível sanar as dúvidas sobre os índices de acidentes no
município, medidas preventivas e como proceder perante os acidentes. Como
complemento da proposta, para os moradores dos bairros Cruzeiro e Vista Alegre
foram entregues folhetos educativos. Durante a entrega a pesquisadora também
esclareceu algumas dúvidas da população.
Através da pesquisa ação, evidenciou-se um grande interesse por parte da
amostragem devido ao grande número de questionamentos levantados no decorrer
da palestra. As informações repassadas pela pesquisadora foram de extrema
importância, pois visa orientar a população quanto às medidas que devem ser
adotadas para evitar acidentes por animais peçonhentos.
Concluiu-se que o trabalho de informar, converte-se em multiplicação de
conhecimentos úteis a população, visando melhorar os métodos de prevenção.
121
Diante desse aspecto, pode-se destacar que é de suma importância o investimento
em medidas preventivas, através de folders, palestras e orientações. Compreendese por tanto, que cabe ao poder público promover ações que fortaleçam o
conhecimento da população, através de assuntos relacionados aos acidentes
ocasionados por animais peçonhentos, principalmente aperfeiçoamentos para os
agentes comunitários de saúde, vistos que estes estão em contato direto com a
população durante as suas visitações rotineiras, promovendo assim uma melhor
qualidade de vida para a população.
122
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acidentes por animais peçonhentos. 2. ed. Fundação Nacional de Saúde:
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VERONESI, Ricardo; FOCACCIA, Roberto. Tratado de Infectologia. 2.ed.São
Paulo: Atheneu, 2004.
124
ANEXOS
125
ANEXO A – FICHA DE INVESTIGAÇÃO DO SINAN/ ACIDENTES POR ANIMAIS
PEÇONHENTOS
126
127
128
APÊNDICES
129
APÊNDICE A – FICHA PARA COLETAS DE DADOS, COM DADOS DA
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES OCORRIDOS ENTRE
JANEIRO DE 2010 A JUNHO DE 2011
130
Nº
Bairro
1
2
3
4
Vista Alegre
Vista Alegre
Vista Alegre
Centro
5
6
7
Colônia Olsen
Ind. Norte
São Rafael
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
São Rafael
Cruzeiro
Volta Grande
Vista Alegre
Ceramarte
Alegre
Ind. Norte
Pinheirinho
Campo Lençol
Alegre
Alegre
Vista Alegre
Cruzeiro
Pinheirinho
Alegre
Vista Alegre
24
Jardim
Hantschel
Vila Nova
Cruzeiro
Vista Alegre
Bela Vista
Cruzeiro
Vila Nova
Volta Grande
Centro
Jardim
Hantschel
Industrial
Norte
Volta Grande
São Rafael
Mafra
(Avencal do
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
Dados Vigilância Epidemiológica
Cadastros de janeiro de 2010 a dezembro de 2010
Data da coleta: 27/05/11 às 8h30min.
Acadêmica: Kely Daiane Kelbert
Animal
Idad
Mês da
Local da
e
Ocorrência
Picada
Aranha (Loxosceles)
39
Janeiro
Mão
Aranha (Loxosceles)
9
Janeiro
Braço
Aranha (Loxosceles)
14
Janeiro
Braço
Escorpião (Tityus
4
Janeiro
Dedo da
Costatus)
mão
Serpente (Bothrops)
14
Janeiro
Pé
Aranha (Loxosceles)
23
Janeiro
Braço
Aranha (Não
27
Fevereiro
Tronco
identificada)
Aranha (Loxosceles)
59
Fevereiro
Coxa
Aranha (Loxosceles)
31
Fevereiro
Braço
Aranha (Loxosceles)
17
Fevereiro
Perna
Aranha (Loxosceles)
42
Fevereiro
Tronco
Aranha (Loxosceles)
53
Fevereiro
Coxa
Aranha (Phoneutria)
41
Fevereiro
Coxa
Aranha (Loxosceles)
53
Fevereiro
Braço
Aranha (Loxosceles)
45
Fevereiro
Coxa
Abelha (Apis mellifera)
61
Fevereiro
Braço
Aranha (Loxosceles)
21
Fevereiro
Tronco
Serpente (Bothrops)
34
Março
Mão
Aranha (Loxosceles)
3
Março
Braço
Aranha (Loxosceles)
40
Março
Tronco
Aranha (Loxosceles)
42
Março
Perna
Aranha (Loxosceles)
25
Março
Perna
Aranha (Loxosceles)
72
Março
Cabeça
(rosto)
Aranha (Loxosceles)
57
Março
Coxa
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Aranha
Sexo
Soro
F
M
M
F
Sim
Não
Sim
Sim
M
M
M
Sim
Sim
Sim
M
M
M
F
M
M
M
M
F
F
M
F
F
F
F
F
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
F
Sim
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
(Loxosceles)
28
32
3
34
27
72
46
37
34
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Coxa
Coxa
Pé
Cabeça
Perna
Braço
Coxa
Mão
Perna
F
F
F
F
F
M
F
F
F
Não
Sim
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Aranha (Loxosceles)
37
Março
Braço
F
Não
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
20
27
75
Março
Março
Março
Perna
Coxa
Braço
F
F
F
Não
Sim
Não
131
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
Meio)
Industrial
Norte
Volta Grande
Volta Grande
São Rafael
São Rafael
Campo Lençol
Lajeado (Rio
Negro)
Volta Grande
Alegre
Alegre
Cruzeiro
Vista Alegre
Cruzeiro
Serra Alta (São
Bento)
Vista Alegre
Cruzeiro
Bela Vista
Industrial
Norte
Alegre
Barro Preto
Colônia Olsen
Serrinha
Vista Alegre
Vila Nova
Serrinha
São Rafael
Vista Alegre
Centro
Quitandinha
Barro Preto
Volta Grande
Serrinha
Volta Grande
Vista Alegre
Vila Nova
Barro Preto
Rio Casa de
Pedra
São Pedro
Novo
Horizonte/
São Rafael
Vista Alegre
Volta Grande
Aranha (Loxosceles)
13
Março
Pé
M
Não
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
44
29
31
44
32
28
Março
Março
Abril
Abril
Abril
Abril
Ante Braço
Perna
Braço
Braço
Ante Braço
Mão
F
F
F
F
M
M
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Phoneutria)
24
30
32
64
20
3
26
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Mão
Braço
Perna
Perna
Perna
Mão
Mão
M
F
F
M
F
F
M
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
80
28
48
14
Abril
Abril
Abril
Abril
Pé
Tronco
Coxa
Pé
M
M
F
F
Não
Sim
Sim
Sim
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Abelha (Apis
mellifera)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
53
39
9
60
1
39
11
48
50
49
38
66
48
23
Abril
Abril
Abril
Abril
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Maio
Braço
Braço
Pé
Braço
Perna
Perna
Pé
Perna
Perna
Tronco
Coxa
Perna
Braço
Pé
F
F
M
F
F
M
M
M
M
M
F
M
F
M
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
15
20
58
76
59
Maio
Maio
Maio
Junho
Junho
Perna
Perna
Perna
Tronco
Braço
M
F
F
M
M
Não
Não
Não
Não
Não
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
65
14
Junho
Junho
Mão
Pé
M
M
Sim
Sim
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
78
26
Junho
Junho
Mão
Mão
M
F
Não
Não
132
79
80
81
82
Cruzeiro
São Pedro
Alegre
Volta Grande
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Lagarta (Não ident.)
Aranha (Loxosceles)
75
59
28
8
Julho
Julho
Julho
Julho
83
84
85
86
87
88
São Pedro
Cruzeiro
Campo Lençol
Vila Nova
Ceramarte
Industrial
Norte
Colônia Olsen
Cruzeiro
Serro Azul
Quitandinha
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
16
44
28
36
60
56
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Não identif.)
Escorpião (Tityus
Costatus)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Não ident.)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
Rio Preto
Bela Vista
Cruzeiro
Cruzeiro
Quitandinha
Volta Grande
Lajeado (Rio
Negro)
São Pedro
Rio Preto
Quitandinha
Vila nova
São Pedro
Ceramarte
Vila Nova
Alegre
Rio dos Bugres
Vila Nova
Vista Alegre
Vista Alegre
Vila Nova
Cruzeiro
Alegre
Centro
Vila Nova
Cruzeiro
Centro
Cruzeiro
Bela Vista
Rio Preto
Vila Nova
Lajeado (Rio
Negro)
M
M
M
M
Sim
Não
Não
Não
Julho
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Agosto
Mão
Perna
Mão
Dedo da
mão
Cabeça
Pé
Coxa
Ante Braço
Mão
Braço
F
M
M
F
M
F
Sim
Não
Não
Não
Não
Sim
34
18
53
7
Agosto
Agosto
Agosto
Setembro
Mão
Perna
Mão
Dedo mão
M
F
F
M
Sim
Sim
Não
Não
5
29
54
32
31
8
30
Setembro
Setembro
Setembro
Setembro
Setembro
Setembro
Setembro
Pé
Perna
Coxa
Tronco
Coxa
Dedo do Pé
Perna
M
F
M
M
F
M
M
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Não
Não
58
35
50
18
21
40
22
19
22
15
12
43
5
33
24
16
26
4
63
45
20
49
6
6
Setembro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Outubro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Novembro
Pé
Perna
Pé
Braço
Braço
Tronco
Pé
Perna
Braço
Perna
Tronco
Cabeça
Coxa
Perna
Braço
Coxa
Braço
Mão
Tronco
Braço
Perna
Tronco
Braço
Pé
M
F
F
M
F
F
F
F
M
M
M
M
F
F
F
F
F
F
F
M
M
M
F
F
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
133
124
125
126
Rio Bonito (Rio
Negro)
Pinheirinho
Vila Nova
127
Ceramarte
128
129
130
131
132
133
134
135
Vista Alegre
Industrial Sul
São Pedro
Vista Alegre
Bela Vista
Cruzeiro
Lajeado (Rio
Negro)
Centro
136
137
Ceramarte
Cruzeiro
Aranha (Loxosceles)
49
Novembro
Pé
M
Sim
Aranha (Phoneutria)
Escorpião (Tityus
Costatus)
Aranha (Loxosceles)
37
68
Novembro
Novembro
Perna
Dedo Mão
F
M
não
Sim
13
Dezembro
Braço
F
Sim
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Aranha (Loxosceles)
Serpente (Bothrops)
59
24
46
57
35
44
60
Dezembro
Dezembro
Dezembro
Dezembro
Dezembro
Dezembro
Dezembro
Mão
Mão
Tronco
Coxa
Coxa
Tronco
Pé
M
M
F
F
F
M
M
Não
Sim
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Escorpião (Tityus
Costatus)
Aranha (Phoneutria)
Abelha (Apis
mellifera)
36
Dezembro
Perna
M
Não
39
3
Dezembro
Dezembro
Tronco
Mão
M
F
Não
Não
No ano de 2010 não houveram óbitos decorrentes a acidentes por animais peçonhentos.
134
Nº
Bairro
1
2
Ceramarte
Jardim
Hantschel
Vila Nova
Centro
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
Ind. Norte
Volta Grande
Rio Preto
Ceramarte
Cruzeiro
Alegre
Cruzeiro
Centro
São Pedro
São Rafael
Colônia Olsen
Serro Azul
Volta Grande
Pinheirinho
Volta Grande
Centro
Cruzeiro
Vila Nova
Cruzeiro
Bela Vista
Campo Lençol
Cruzeiro
Volta Grande
Ind. Norte
Cruzeiro
Ind. Norte
Bela Vista
Cruzeiro
Vista Alegre
Bela Vista
Ind. Norte
Vista Alegre
Volta Grande
Ceramarte
Serrinha =
Campo Lençol
Ceramarte
Barro Preto
Dados Vigilância Epidemiológica
Cadastros de janeiro de 2011 a junho de 2011
Data da coleta: 25/07/11 às 13h47min.
Acadêmica: Kely Daiane Kelbert
Animal
Idade
Mês da
Local da
Ocorrência
Picada
Aranha (Loxosceles)
10
Janeiro
Tronco
Aranha (Phoneutria)
20
Janeiro
Tronco
Sexo
Soro
M
M
Sim
Não
Aranha (Loxoceles)
Escorpião (Tityus
Costatus)
Aranha (Não ident.)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Abelha (Apis mellifera)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Não identif.)
Aranha (Não identif.)
Serpente (Jararaca)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (ñ identificada)
Aranha (Loxoceles)
Serpente (Bothrops)
Aranha (Não identif.)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Phoneutria)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
41
20
Janeiro
Janeiro
Cabeça
Mão
F
F
Sim
Não
01
24
34
36
32
49
18
45
19
54
47
46
08
41
73
45
39
70
71
29
42
02
38
33
25
27
40
20
25
27
51
52
30
38
34
Janeiro
Janeiro
Janeiro
Janeiro
Janeiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Fevereiro
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Março
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Braço
Braço
Cabeça
Coxa
Braço
Perna
Perna
Perna
Perna
Coxa
Braço
Tronco
Mão
Braço
Pé
Coxa
Perna
Braço
Pé
Perna
Tronco
Pé
Braço
Perna
Perna
Braço
Coxa
Ante Braço
Mão
Braço
Cabeça
Braço
Tronco
Perna
Perna
F
F
M
F
F
F
F
F
M
F
F
M
M
F
F
F
F
M
F
M
M
M
F
F
M
M
F
F
M
F
F
M
F
M
F
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Sim
Sim
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Não
Não
Sim
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
50
23
Abril
Abril
Braço
Ante Braço
F
F
Sim
Sim
135
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
Vila Nova
Volta Grande
Vila Nova
Vila Nova
Rio Preto
Vila Nova
Ind. Norte
Lajeado dos
Vieiras (Paraná)
São Pedro
Alegre
Quitandinha
São Rafael
Colônia Olsen
São Rafael
Cruzeiro
Alegre
São Rafael
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Não identif.)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Não identif.)
Aranha (Loxoceles)
62
66
46
17
25
38
46
37
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Abril
Maio
Maio
Dedo do Pé
Tronco
Tronco
Braço
Perna
Mão
Pé
Coxa
F
M
M
M
F
M
M
F
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Não
Sim
Aranha (Não identif.)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Não identif.)
Abelha (Apis mellifera)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
Aranha (Loxoceles)
58
62
09
46
68
29
56
42
16
Maio
Maio
Maio
Junho
Junho
Junho
Junho
Junho
Junho
Mão
Cabeça
Braço
Cabeça
Dedo Mão
Perna
Braço
Dedo Pé
Coxa
F
M
F
M
M
F
M
F
M
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Não
No ano de 2011 não houveram óbitos decorrentes a acidentes por animais peçonhentos.
136
APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA OS
FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA DE SAÚDE
137
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA OS FUNCIONÁRIOS DA
SECRETARIA DE SAÚDE
1- Qual sua idade? _________________________
Sexo F( ) M( )
2- Qual sua formação? A) Ensino Médio
B) Curso Técnico
Qual?______________________________
C) Ensino Superior
Qual?______________________________
D) Pós Graduação
Qual?______________________________
3- Qual o cargo que ocupa na Secretaria de Saúde?
__________________________________________________________________________
4-Tempo que atua na referida profissão:__________________________________________
5- Na sua opinião, o que são animais peçonhentos?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6- Já teve algum treinamento/ palestra sobre acidentes por animais peçonhentos? Se sim,
quando?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
7- Já atendeu pessoas que sofreram acidentes por animal peçonhento? Se sim, qual
animal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
8- Você sabe com qual animal peçonhento ocorre o maior número de acidentes em Rio
Negrinho? Se sim, qual?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
9- Você conhece quais as medidas preventivas que devem ser adotadas para evitar
acidentes por aranhas, serpentes, escorpiões, abelhas e lagartas?
(
) SIM
( ) NÃO
Se respondeu sim, relacione abaixo quais são as referidas medidas:
A) Para Aranhas:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
138
B) Para Serpentes:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
C) Para Escorpiões:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
D) Para Abelhas:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
E) Para Lagartas:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
10- Você conhece quais os primeiros socorros que devem ser aplicados em pessoas que
sofreram acidentes por animais peçonhentos?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
KELY DAIANE KELBERT
Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas
UnC Mafra
139
APÊNDICE C – SLIDES DA APRESENTAÇÃO PARA OS AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE
140
Pode-se definir como animal peçonhento,
aquele que é capaz de produzir e inocular
uma substância tóxica em um indivíduo,
através de estruturas como:

Acadêmica: Kely Daiane Kelbert


Os animais venenosos são representados por
aqueles que possuem o veneno mais não
apresentam mecanismos de inoculação, esse
mecanismo age de forma passível e precisa
de alguma interferência para libera-lo, como
exemplo pode-se citar o sapo, rãs , pererecas
e o baiacu.
Ferrões (Abelhas, vespas);
Dentes (Serpentes);
Aguilhão (Escorpião).
 Aranha
marrom (Loxosceles);
armadeira (Phoneutria);
 Aranhas não identificadas;
 Serpente (Jararaca);
 Abelha;
 Escorpião;
 Taturana;
 Aranha
 Entre
os meses de janeiro de 2010 a junho de
2011 foram registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho 195
acidentes
ocasionados
por
animais
peçonhentos:
 78
acidentes entre janeiro e junho de 2010;
acidentes entre julho a dezembro de
2010;
 58 acidentes entre janeiro a junho de 2011.
 59
141
 Destes
195 acidentes:
70
61
60
 143
foram ocasionados por aranha marrom;
 24 foram ocasionados por aranha armadeira;
 12 foram ocasionados por aranhas não
identificadas;
 5 foram ocasionados por serpente (jararaca);
 5 foram ocasionados por abelha;
 5 foram ocasionados por escorpião ;
 1 por taturana.
50
41
41
40
30
20
11
10
10
9
3
1
2
2
1
2
2
2
1
1
3
1
0
0
Aranha
(Loxosceles)
Aranha
(Phoneutria)
Aranha (ñ
identificada)
Serpente
(Jararaca)
Abelha
Escorpião (Tityus
costatus)
1
0
Taturana
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2010 a junho de 2010
Número de acidentes ocorridos de julho de 2010 a dezembro de 2010
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2011 a junho de 2011
Aranha (Loxosceles)
1% 0%
1%
3%
Aranha (Phoneutria)
3%
4%= 8 acidentes
6%=12 acidentes
14%
Aranha (ñ identificada)
90%= 175 acidenttes
Urbana
Serpente (Jararaca)
Rural
78%
Outros Municípios
Abelha
Escorpião (Tityus costatus)
Taturana
20
19
18
30
17
16
25
25
18
17
10
13
8
11
11
8
9
9
8
5
4
0
14
13
12
19
10
17
16
14
20
15
19
17
5
4
8
8
5
3
5
1
1
2
6
4
1
2
11
10
10
8
6
6
5
3
0
1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 46 a 50 51 a 55 56 a 60 61 a 65 66 a 70 71 a 75 76 a 80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
142
39%= 76 casos
47%= 92 acidentes
61%= 119 casos
53%= 103 acidentes
Masculino
Sim
Feminino
Não

Quase sempre são sem gravidade, causando lesões
locais, dor e edema (poucas picadas);

Acredita-se que a peçonha inoculada por 300 a 500
abelhas pode ser fatal para um homem de 65 quilos;

No tratamento de acidentes graves a retirada dos
ferrões deve ser feita por raspagem da pele com uma
faca, evitando-se o uso de pinças que por compressão
poderiam propiciar a injeção da peçonha
remanescente,

anti-histamínicos, corticosteroides, adrenalina e
assistência à insuficiência renal (em casos de choques
e pessoas alérgicas)
Aranha marrom
é agressiva e os acidentes decorrem
principalmente quando são comprimidas
contra o corpo;
 O veneno da aranha-marrom é capaz de
provocar acidentes graves, tendo ação
necrosante;
 Após a picada a dor é de início discreta,
acentuando-se depois de 12 ou 24 horas.
 Os soros antiaracnídico ou antiloxoscélico e
corticosteróides têm sido empregados nos
tratamentos em vítimas de Loxosceles.
 Não
O
prognóstico na maioria dos casos é sempre
bom, resumindo o tratamento ao uso local de
pomada de corticosteroides, Também podese utilizar de compressas de água fria e
analgésicos como aspirina e paracetamol.
 Taturanas/
lagartas do gênero Lonomia –
podem causar hemorragia. Podendo
também aparecer: cefaléia ,náuseas ,
tonturas, dor abdominal,gengivorragia,
sangramento pela pele e urina.
143
Aranha armadeira
São extremamente agressivas e quando se
sentem ameaçadas, não fogem, apoiam-se nos
dois pares de pernas traseiras, erguendo a
dianteira e atacam;
 Ação do veneno é nas terminações nervosas;
 Nos casos leves, dor no local da picada com
irradiação e edema moderado. Nos casos de
média gravidade costumam aparecer, alem das
manifestações
locais,
sudorese,
cefaleia,
agitação e discreta hipotermia. Quando existe
maior gravidade a dor é muito intensa, a queda
da temperatura do corpo é mais acentuada,
podendo ainda ocorrer certo grau de hipertensão
arterial, náuseas e vômitos;
 Priapismo, isto é, ereção dolorosa e prolongada
do pênis. Coma e colapso periférico são as
manifestações finais precedem a morte.

Atividade
Dermonecrótica
Veneno
Efeitos
Loxosceles
Necrose cutânea no local da
picada
Hemolítica
Sobre
Loxosceles
as
terminações Phoneutria, Latrodectus
nervosas
Hemólise intravascular
Local: dor,edema, sudorese
Sistêmico:
contraturas
musculares,
intoxicação
adrenérgica/colinérgica.
 Em
nossa região, são predominantes os Tithyus
costatus, o qual são responsáveis por acidentes,
porém, a gravidade não é elevada, apenas
representando casos leves;
 Os acidentes por escorpiões podem ser
considerados de gravidade leve, onde apenas
ocorre dor local, moderado, onde a vítima
apresenta dor intensa, náuseas, vômitos,
sudorese, agitação e taquicardia ou grave onde a
vítima
alem
dos
sintomas
descritos
anteriormente apresentam convulsão, coma,
insuficiência cardíaca e edema pulmonar agudo;
 Soro anti–escorpiônico.
 Cascavel
Serpentes de interesse médico no Brasil:
(Crotálico);
 Cascavel
 Coral
(Elapídico);
 Surucucú
(Laquético);
 Jararaca
(Botrópico).
: Atua nas terminações nervosas.
Paralisias motoras e respiratórias.
 No local da picada não ocorre dor intensa e nem
edema importante, sendo considerado a reação
local como discreta. Predominam os sintomas
como visão turva, possível cegueira transitória
(amaurose), paralisia da musculatura ocular com
diplopia (visão dupla) e paralisia da musculatura
do pescoço.
 Pode ocorrer também flacidez na musculatura da
face, escurecimento da urina, gengivorragias,
distúrbios do olfato e paladar e insuficiência
renal aguda que á a principal complicação e
causa de óbitos.

Para o tratamento, deve ser utilizado o soro
anticrotálico por via venosa.
144
 Coral
: animais de pequeno porte, não
agressivos, apresentando anéis pretos,
vermelhos e brancos, intercalados e
diversamente
distribuídos
conforme
a
espécie;
 Acidentes são raros;
 Quando ocorrem
devem ser tratados com
seriedade, pois o envenenamento costuma
ser rápido e fatal.
 Ação - hemorrágica e cardiovascular;
 Para o tratamento utiliza-se antiveneno
elapídico.
 Jararaca
: Responsáveis por 90% dos
acidentes;
 O tratamento é feito com a aplicação de soro
antibotrópico, de acordo com a gravidade do
acidente;
 Veneno tem ação hemorrágica, pode causar
necrose, sangramento no local da picada,
dor, hipotensão
 Surucucú
: verifica-se na vítima dor intensa
no local da picada, hemorragia no local,
hipotensão, braquicardia, dor abdominal,
vômitos, diarreia hipotermia e alterações
sensoriais;
 Para
o tratamento utiliza-se de soro
antibotrópico- laquético.
Venenosas
Não Venenosas
Cabeça chata, triangular, bem destacada.
Cabeça estreita, alongada, mal destacada.
Olhos pequenos, com pupila em fenda vertical
e fosseta loreal entre os olhos e as narinas
(quadradinho preto).
Olhos grandes, com pupila circular, fosseta
lacrimal ausente.
Escamas do corpo alongadas, pontudas,
imbricadas, com carena mediana, dando ao
tato uma impressão de aspereza.
Escamas achatadas, sem carena, dando ao tato uma
impressão de liso, escorregadio.
Cabeça com escamas pequenas semelhantes às
do corpo.
Cabeça com placas em vez de escamas.
Cauda curta, afinada bruscamente.
Cauda longa, afinada gradualmente.
Quando perseguida, toma atitude de ataque,
enrodilhando-se.
Quando perseguida, foge.
 Áglifa
- Jibóia
– Falsa Coral
 Proterógilfa – Coral verdadeira
 Solenóglifa – Jararaca, Cascavel.
 Opistóflifa
145
Para evitar acidentes por serpentes:
 Olhar atenciosamente por onde caminha;
 Evitar acúmulo de lixo ou entulho, bem como
mato ao redor das casas, que abrigam
pequenos animais que servem de alimentos às
serpentes;
 Serpentes gostam de lugares quentes, úmidos
e escuros. Cuidado ao mexer em pilhas de
lenha, palhas de feijão ou milho;
 Utilize botas com cano alto.
 Jamais introduzir as mãos em frestas ou
buracos, sem verifica-los.
Para evitar acidentes por taturanas:
 Usar
luvas de proteção em contato com
plantas ou árvores frutíferas;
 Observar os troncos das árvores onde as
lagartas podem estar.
Para evitar acidentes por aranhas e escorpiões:
Examinar roupas, calçados e toalhas antes de
usa-los;
 Manter camas e berços afastados da parede;
 Evitar lençóis que toquem o chão;
 Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de
jardinagem;
 Evitar queimar terrenos baldios, pois isso
desaloja os escorpiões e outros animais;
 Coloque telas nas janelas, vede ralos de pias,
tanque, portas com saquinhos de areia ou frisos
de borracha;
 Manter limpo os locais próximos à residência;
 Combater a proliferação de insetos,
principalmente baratas e cupins, pois são
alimentos para aranhas e escorpiões;

Para evitar acidentes por abelhas:
caminhar e correr na rota de vôo
percorrida pelas abelhas;
 A remoção de colmeias situadas em lugares
públicos deve ser efetuada por profissionais
devidamente treinados e equipados;
 Evitar os locais onde habitam esses insetos;
 Barulhos, perfumes fortes, desodorantes e o
próprio suor do corpo e cores escuras (preta
e azul marinho) desencadeiam o
comportamento agressivo e
consequentemente o ataque;
 Proteger as partes descobertas em caso de
ataques;
 Evitar
Nunca amarrar ou fazer torniquetes no local da picada, isso
impede a circulação do sangue, podendo ocasionar necrose
e não impede que o veneno seja absorvido;
 Nunca cortar, furar, queimar, chupar ou espremer o local da
picada;
 No caso de picadas nas mãos ou pernas, manter o membro
picado mais elevado que o restante do corpo;
 Nunca coloque folhas, querosene, pó de café, terra e
outras substâncias no local da picada, pois elas não
impedem que veneno vá para o sangue. Ao contrário,
podem causar infecções;
 Manter a vítima em repouso;
 Lembrar que nenhum remédio caseiro substitui o soro
antipeçonhento.
 E levar a vítima para o centro de atendimento médico o
mais rápido possível, para receber o soro antipeçonhento.

 Lembrando
que, é importantíssimo
preservar os predadores naturais dos
animais peçonhentos.
E
nunca se deve manusear animais
peçonhentos vivos ou mortos.
146
APÊNDICE D - SLIDES DA APRESENTAÇÃO PARA OS ALUNOS
147
Pode-se definir como animal peçonhento,
aquele que é capaz de produzir e inocular
uma substância tóxica em um indivíduo,
através de estruturas como:

Acadêmica: Kely Daiane Kelbert


Os animais venenosos são representados por
aqueles que possuem o veneno mais não
apresentam mecanismos de inoculação, esse
mecanismo age de forma passível e precisa
de alguma interferência para libera-lo, como
exemplo pode-se citar o sapo, rãs , pererecas
e o baiacu.
Ferrões (Abelhas, vespas);
Dentes (Serpentes);
Aguilhão (Escorpião).
 Aranha
marrom (Loxosceles);
armadeira (Phoneutria);
 Aranhas não identificadas;
 Serpente (Jararaca);
 Abelha;
 Escorpião;
 Taturana;
 Aranha
 Entre
os meses de janeiro de 2010 a junho de
2011 foram registrados pela Vigilância
Epidemiológica de Rio Negrinho 195
acidentes
ocasionados
por
animais
peçonhentos:
 78
acidentes entre janeiro e junho de 2010;
acidentes entre julho a dezembro de
2010;
 58 acidentes entre janeiro a junho de 2011.
 59
148
 Destes
195 acidentes:
70
61
60
 143
foram ocasionados por aranha marrom;
 24 foram ocasionados por aranha armadeira;
 12 foram ocasionados por aranhas não
identificadas;
 5 foram ocasionados por serpente (jararaca);
 5 foram ocasionados por abelha;
 5 foram ocasionados por escorpião ;
 1 por taturana.
50
41
41
40
30
20
11
10
10
9
3
1
2
2
1
2
2
2
1
1
3
1
0
0
Aranha
(Loxosceles)
Aranha
(Phoneutria)
Aranha (ñ
identificada)
Serpente
(Jararaca)
Abelha
Escorpião (Tityus
costatus)
1
0
Taturana
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2010 a junho de 2010
Número de acidentes ocorridos de julho de 2010 a dezembro de 2010
Número de acidentes ocorridos de janeiro de 2011 a junho de 2011
Aranha (Loxosceles)
1% 0%
1%
3%
Aranha (Phoneutria)
3%
4%= 8 acidentes
6%=12 acidentes
14%
Aranha (ñ identificada)
90%= 175 acidenttes
Urbana
Serpente (Jararaca)
Rural
78%
Outros Municípios
Abelha
Escorpião (Tityus costatus)
Taturana
20
19
18
30
17
16
25
25
18
17
10
13
8
11
11
8
9
9
8
5
4
0
14
13
12
19
10
17
16
14
20
15
19
17
5
4
8
8
5
3
5
1
1
2
6
4
1
2
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10
10
8
6
6
5
3
0
1 a 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 46 a 50 51 a 55 56 a 60 61 a 65 66 a 70 71 a 75 76 a 80
anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos anos
149
39%= 76 casos
47%= 92 acidentes
61%= 119 casos
53%= 103 acidentes
Masculino
Sim
Feminino
Não

Quase sempre são sem gravidade, causando lesões
locais, dor e edema (poucas picadas);

Acredita-se que a peçonha inoculada por 300 a 500
abelhas pode ser fatal para um homem de 65 quilos;

No tratamento de acidentes graves a retirada dos
ferrões deve ser feita por raspagem da pele com uma
faca, evitando-se o uso de pinças que por compressão
poderiam propiciar a injeção da peçonha
remanescente,

anti-histamínicos, corticosteroides, adrenalina e
assistência à insuficiência renal (em casos de choques
e pessoas alérgicas)
Aranha marrom
é agressiva e os acidentes decorrem
principalmente quando são comprimidas
contra o corpo;
 O veneno da aranha-marrom é capaz de
provocar acidentes graves, tendo ação
necrosante;
 Após a picada a dor é de início discreta,
acentuando-se depois de 12 ou 24 horas.
 Os soros antiaracnídico ou antiloxoscélico e
corticosteróides têm sido empregados nos
tratamentos em vítimas de Loxosceles.
 Não
O
prognóstico na maioria dos casos é sempre
bom, resumindo o tratamento ao uso local de
pomada de corticosteroides, Também podese utilizar de compressas de água fria e
analgésicos como aspirina e paracetamol.
 Taturanas/
lagartas do gênero Lonomia –
podem causar hemorragia. Podendo
também aparecer: cefaléia ,náuseas ,
tonturas, dor abdominal,gengivorragia,
sangramento pela pele e urina.
150
Aranha armadeira
São extremamente agressivas e quando se
sentem ameaçadas, não fogem, apoiam-se nos
dois pares de pernas traseiras, erguendo a
dianteira e atacam;
 Ação do veneno é nas terminações nervosas;
 Nos casos leves, dor no local da picada com
irradiação e edema moderado. Nos casos de
média gravidade costumam aparecer, alem das
manifestações
locais,
sudorese,
cefaleia,
agitação e discreta hipotermia. Quando existe
maior gravidade a dor é muito intensa, a queda
da temperatura do corpo é mais acentuada,
podendo ainda ocorrer certo grau de hipertensão
arterial, náuseas e vômitos;
 Priapismo, isto é, ereção dolorosa e prolongada
do pênis. Coma e colapso periférico são as
manifestações finais precedem a morte.

Atividade
Dermonecrótica
Veneno
Efeitos
Loxosceles
Necrose cutânea no local da
picada
Hemolítica
Sobre
Loxosceles
as
terminações Phoneutria, Latrodectus
nervosas
Hemólise intravascular
Local: dor,edema, sudorese
Sistêmico:
contraturas
musculares,
intoxicação
adrenérgica/colinérgica.
 Em
nossa região, são predominantes os Tithyus
costatus, o qual são responsáveis por acidentes,
porém, a gravidade não é elevada, apenas
representando casos leves;
 Os acidentes por escorpiões podem ser
considerados de gravidade leve, onde apenas
ocorre dor local, moderado, onde a vítima
apresenta dor intensa, náuseas, vômitos,
sudorese, agitação e taquicardia ou grave onde a
vítima
alem
dos
sintomas
descritos
anteriormente apresentam convulsão, coma,
insuficiência cardíaca e edema pulmonar agudo;
 Soro anti–escorpiônico.
 Cascavel
Serpentes de interesse médico no Brasil:
(Crotálico);
 Cascavel
 Coral
(Elapídico);
 Surucucú
(Laquético);
 Jararaca
(Botrópico).
: Atua nas terminações nervosas.
Paralisias motoras e respiratórias.
 No local da picada não ocorre dor intensa e nem
edema importante, sendo considerado a reação
local como discreta. Predominam os sintomas
como visão turva, possível cegueira transitória
(amaurose), paralisia da musculatura ocular com
diplopia (visão dupla) e paralisia da musculatura
do pescoço.
 Pode ocorrer também flacidez na musculatura da
face, escurecimento da urina, gengivorragias,
distúrbios do olfato e paladar e insuficiência
renal aguda que á a principal complicação e
causa de óbitos.

Para o tratamento, deve ser utilizado o soro
anticrotálico por via venosa.
151
 Coral
: animais de pequeno porte, não
agressivos, apresentando anéis pretos,
vermelhos e brancos, intercalados e
diversamente
distribuídos
conforme
a
espécie;
 Acidentes são raros;
 Quando ocorrem
devem ser tratados com
seriedade, pois o envenenamento costuma
ser rápido e fatal.
 Ação - hemorrágica e cardiovascular;
 Para o tratamento utiliza-se antiveneno
elapídico.
 Jararaca
: Responsáveis por 90% dos
acidentes;
 O tratamento é feito com a aplicação de soro
antibotrópico, de acordo com a gravidade do
acidente;
 Veneno tem ação hemorrágica, pode causar
necrose, sangramento no local da picada,
dor, hipotensão
 Surucucú
: verifica-se na vítima dor intensa
no local da picada, hemorragia no local,
hipotensão, braquicardia, dor abdominal,
vômitos, diarreia hipotermia e alterações
sensoriais;
 Para
o tratamento utiliza-se de soro
antibotrópico- laquético.
Venenosas
Não Venenosas
Cabeça chata, triangular, bem destacada.
Cabeça estreita, alongada, mal destacada.
Olhos pequenos, com pupila em fenda vertical
e fosseta loreal entre os olhos e as narinas
(quadradinho preto).
Olhos grandes, com pupila circular, fosseta
lacrimal ausente.
Escamas do corpo alongadas, pontudas,
imbricadas, com carena mediana, dando ao
tato uma impressão de aspereza.
Escamas achatadas, sem carena, dando ao tato uma
impressão de liso, escorregadio.
Cabeça com escamas pequenas semelhantes às
do corpo.
Cabeça com placas em vez de escamas.
Cauda curta, afinada bruscamente.
Cauda longa, afinada gradualmente.
Quando perseguida, toma atitude de ataque,
enrodilhando-se.
Quando perseguida, foge.
 Áglifa
- Jibóia
– Falsa Coral
 Proterógilfa – Coral verdadeira
 Solenóglifa – Jararaca, Cascavel.
 Opistóflifa
152
Para evitar acidentes por serpentes:
 Olhar atenciosamente por onde caminha;
 Evitar acúmulo de lixo ou entulho, bem como
mato ao redor das casas, que abrigam
pequenos animais que servem de alimentos às
serpentes;
 Serpentes gostam de lugares quentes, úmidos
e escuros. Cuidado ao mexer em pilhas de
lenha, palhas de feijão ou milho;
 Utilize botas com cano alto.
 Jamais introduzir as mãos em frestas ou
buracos, sem verifica-los.
Para evitar acidentes por taturanas:
 Usar
luvas de proteção em contato com
plantas ou árvores frutíferas;
 Observar os troncos das árvores onde as
lagartas podem estar.
Para evitar acidentes por aranhas e escorpiões:
Examinar roupas, calçados e toalhas antes de
usa-los;
 Manter camas e berços afastados da parede;
 Evitar lençóis que toquem o chão;
 Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de
jardinagem;
 Evitar queimar terrenos baldios, pois isso
desaloja os escorpiões e outros animais;
 Coloque telas nas janelas, vede ralos de pias,
tanque, portas com saquinhos de areia ou frisos
de borracha;
 Manter limpo os locais próximos à residência;
 Combater a proliferação de insetos,
principalmente baratas e cupins, pois são
alimentos para aranhas e escorpiões;

Para evitar acidentes por abelhas:
caminhar e correr na rota de vôo
percorrida pelas abelhas;
 A remoção de colmeias situadas em lugares
públicos deve ser efetuada por profissionais
devidamente treinados e equipados;
 Evitar os locais onde habitam esses insetos;
 Barulhos, perfumes fortes, desodorantes e o
próprio suor do corpo e cores escuras (preta
e azul marinho) desencadeiam o
comportamento agressivo e
consequentemente o ataque;
 Proteger as partes descobertas em caso de
ataques;
 Evitar
Nunca amarrar ou fazer torniquetes no local da picada, isso
impede a circulação do sangue, podendo ocasionar necrose
e não impede que o veneno seja absorvido;
 Nunca cortar, furar, queimar, chupar ou espremer o local da
picada;
 No caso de picadas nas mãos ou pernas, manter o membro
picado mais elevado que o restante do corpo;
 Nunca coloque folhas, querosene, pó de café, terra e
outras substâncias no local da picada, pois elas não
impedem que veneno vá para o sangue. Ao contrário,
podem causar infecções;
 Manter a vítima em repouso;
 Lembrar que nenhum remédio caseiro substitui o soro
antipeçonhento.
 E levar a vítima para o centro de atendimento médico o
mais rápido possível, para receber o soro antipeçonhento.

 Lembrando
que, é importantíssimo
preservar os predadores naturais dos
animais peçonhentos.
E
nunca se deve manusear animais
peçonhentos vivos ou mortos.
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APÊNDICE E - FOLDER SOBRE ANIMAIS PEÇONHENTOS
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