hemodinâmica entre sedentários - Departamento de Educação Física

Transcrição

hemodinâmica entre sedentários - Departamento de Educação Física
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR
NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE
TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO
COMPARATIVO
MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO
Acadêmico: Bruno Saraiva Lopes
Porto Velho – RO
2010
HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE
TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO.
Autor: Bruno Saraiva Lopes
Orientador: Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Almeida
Monografia apresentada ao curso de
Educação Física do Núcleo de Saúde
da Universidade Federal de Rondônia,
como requisito para obtenção do título
de graduado em Licenciatura Plena em
Educação Física.
Porto Velho – RO
2010
ii
Autor: Bruno Saraiva Lopes
Título do Trabalho: HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE
TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO
Data da Defesa: 14 / 12 / 2010
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Ameida – Orientador
Julgamento:
Assinatura:
Prof. Dra. Ivete de Aquino Freire
Julgamento:
Assinatura:
Prof. Esp. José Carlos Curi
Julgamento:
Assinatura:
NOTA: __________ (___________________)
Porto Velho – 14 de Dezembro de 2010
iii
DEDICATÓRIA
Ao Professor Dr. Hélio Franklin Rodrigues de
Almeida por acreditar em mim e em meu
projeto de pesquisa.
iv
AGRADECIMENTOS
Sempre entusiasmado e motivado com o curso de Licenciatura Plena em
Educação Física, cheguei a um final satisfatório com a consolidação desta graduação.
Embora constantes sacrifícios de ordem pessoal e afetiva se fizessem presentes neste
longo caminho, sei que as suas superações me fortaleceram cada vez mais, induzindome a profundas reflexões acadêmicas e pessoais. Assim, faço alguns agradecimentos de
ordem:
Religiosa:
A Deus, razão de todas as existências.
Pessoal:
Aos meus pais: Manoel Lopes Neto e Vânia Maria Saraiva Lopes, pelo
apoio e incentivo ao longo destes anos; e
A companheira e amiga Janaína da Costa França, pela compreensão,
apoio e incentivo ao longo destes anos.
Acadêmica:
Ao meu Orientador: Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Almeida, pelas
orientações seguras, lições de ética, paciência e a altivez de um líder que
veio para ficar, com o qual tive o privilégio de conviver e aprender;
A Prof. Dr. Ivete de Aquino Freire, pelo incentivo e parceria em produções
acadêmicas; e
Aos acadêmicos Clarice Lemos e Ualesson Azevedo, pelo apoio prestado
na coleta de dados desta pesquisa.
Institucional:
À Universidade Federal de Rondônia - UNIR, pela formação acadêmica
recebida; e
À Coordenação da Academia WIN de Porto Velho RO, a qual viabilizou
os meios para a coleta de dados desta pesquisa.
v
SUMÁRIO
ELEMENTOS PRÉ TEXTUAIS
SUMÁRIO
v
LISTA DE FIGURAS
vii
LISTA DE TABELAS
viii
LISTA DE SIGLAS
ix
RESUMO
xi
ABSTRACT
xii
ELEMENTOS TEXTUAIS
1. INTRODUÇÃO
01
1.1. Problematização
01
1.2. Justificativa
04
1.3. Objetivos
04
1.3.1. Objetivo geral
04
1.3.2. Objetivos específicos
04
1.4. Delimitação do estudo
05
2. REVISÃO DE LITERATURA
06
2.1. Orientações gerais
06
2.2. O sistema cardiocirculatório
06
2.2.1. O coração
07
2.2.2. Os vasos sanguíneos
09
2.2.3. O sangue
11
2.3. Hemodinâmica
11
2.4. Fenômenos hemodinâmicos centrais
12
2.4.1. Freqüência cardíaca
12
2.4.2. Volume sistólico
13
2.4.3. Débito cardíaco
14
2.4.4. Consumo máximo de oxigênio do miocárdio
15
2.5. Fenômenos hemodinâmicos periféricos
15
vi
2.5.1. Distribuição do fluxo sanguíneo
15
2.5.2. Diferença arteriovenosa de oxigênio
16
2.6. Fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais
16
2.6.1. Pressão arterial sanguínea
16
2.6.2. Duplo produto
18
2.6.3. Resistência periférica total
18
3. METODOLOGIA
19
3.1. Caracterização da pesquisa
19
3.2. População e amostra
19
3.2.1. Procedimentos para seleção da amostra
19
3.3. Descrição do desenho do estudo
19
3.3.1. Controle do estudo
20
3.3.1.1. Seleção do quadro de avaliadores e controle das condições de testagem
20
3.4. Variáveis do estudo
20
3.4.1. Variável dependente
20
3.4.1.1. Parâmetros funcionais hemodinâmicos
21
3.4.1.1.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais
21
3.4.1.2. Parâmetros morfológicos
31
3.4.1.2.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais
31
3.5. Tratamento estatístico
33
4. Resultados e Discussões
34
4.1. Características físicas da amostra
34
4.2. Análise das variáveis dependentes
34
5. Conclusão
38
5.1. Propostas de novas investigações
38
ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS
REFERÊNCIAS
39
ANEXOS
41
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1
Quadro demonstrativo do desenho da pesquisa
20
FIGURA 2
Protocolo de ELLESTAD apud LEITE (2000)
23
FIGURA 3
Correção da pressão arterial sanguínea
28
viii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1
TABELA 2
Característica física da amostra
Resultados das variáveis: FCR, PAS, PAD, PAM, VO2 máx., DC,
VS, DP e MIVO2 máx.
34
35
ix
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
AF
Atividade física
bpm
Batimentos por minuto
DC
Débito cardíaco
DP
Duplo produto
E
Estatura
FC
Freqüência cardíaca
FCME
Freqüência cardíaca máxima de esforço
FCR
Freqüência cardíaca de repouso
GE
Grupo de estudo
HAS
Hipertensão arterial sanguínea
litros/min.
Litros por minuto
MIVO2 máx.
Consumo máximo de oxigênio do miocárdio
ml/100g
Mililitros por 100 gramas de músculos
ml/100g MIVO2 máx.
Mililitros para cada 100 gramas da massa muscular do miocárdio
ml/bpm
Mililitros por batimento
ml O2/1.000
Mililitros de oxigênio para cada litro de sangue
mmHg/bpm
Milímetros de mercúrio por batimento cardíaco
PA
Pressão arterial sanguínea
PAD
Pressão arterial diastólica
PAM
Pressão arterial média
PAS
Pressão arterial sistólica
PAS máx.
Pressão arterial sistólica máxima obtida em esforço
PCT
Peso corporal total
SC
Sistema cardiocirculatório
SGA
Subgrupo A
x
SGC
Subgrupo de controle
TFCR
Treinamento físico contra resistido
VDF
Volume diastólico final
VO2 máx.
Consumo máximo de oxigênio
VS
Volume sistólico
xi
HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO
FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO
Bruno Saraiva Lopes
RESUMO
Este estudo objetivou comparar as variáveis hemodinâmicas entre sujeitos
sedentários e praticantes de treinamento físico contra resistido (TFCR). A amostra foi
composta por 18 sujeitos do gênero masculino, os quais formaram o grupo de estudo
(GE), sendo este divido em dois subgrupos, com as seguintes características físicas: 1) o
subgrupo de estudo “A” (SGEA), composto por 9 sujeitos normotensos com 6 a 24 meses
de experiência em TFCR (idade: 20,66 ± 2,397; peso corporal total: 69,65 ± 7,357;
estatura:172,06 ± 2,921), e 2) o subgrupo de controle (SGC), composto por 9 sujeitos
sedentários (idade: 22,44 ± 2,351; peso corporal total: 75,96 ± 14,054; estatura: 173,73 ±
6,904). As variáveis dependentes deste estudo foram: a) Freqüência Cardíaca de
Repouso (FCR); b) Débito Cardíaco (DC); c) Volume Sistólico (VS); d) Pressão Arterial
Sistólica (PAS); e) Pressão Arterial Diastólica (PAD); f) Pressão Arterial Média (PAM) g)
Duplo Produto (DP); e h) Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio (MIVO2 máx.),
sendo estas, em ambos os subgrupos de estudo, avaliadas através dos mesmos
procedimentos de testagem e medição. Inicialmente, para análise das características
físicas da amostra utilizou-se a estatística descritiva, e posteriormente, objetivando
detectar possíveis diferenças significativas entre os subgrupos de estudo foi aplicado o
teste “t” de Student para amostras independentes. Constatou-se que o SGEA apresentou
diferenças significativas apenas nas variáveis PAS (p=0,001), PAD (p=0,026) e PAM
(p=0,001), com o mesmo não ocorrendo em nenhuma das variáveis pesquisadas no
SGC. Sugere-se que o TFCR não é o sistema de treino mais indicado para promover
melhorias significativas em variáveis hemodinâmicas, recomendando-se que os sujeitos
ao se iniciarem num programa de TFCR objetivando melhorias funcionais para a
qualidade de vida, incluam nas suas sessões de treino, cargas de trabalho físico aeróbias
para garantir a obtenção de níveis funcionais hemodinâmicos adequados.
PALAVRAS CHAVE: Hemodinâmica, treinamento físico contra resistido
xii
HEMODYNAMIC BETWEEN SEDENTARY AND PRACTITIONERS OF
RESISTANCE AGAINST PHYSICAL TRAINING: A COMPARATIVE STUDY.
Bruno Saraiva Lopes
ABSTRACT
This study aimed to compare hemodynamic variables between sedentary subjects
and practitioners of exercise training against resistance (TFCR). The sample consisted of
18 male subjects who formed the study group (GE) which is divided into two subgroups
with the following characteristics: 1) the subgroup of study "A" (SGEA), composed of 9
normotensive subjects with 6-24 months experience in TFCR (age: 20.66 ± 2.397, total
body weight: 69.65 ± 7.357, height: 172.06 ± 2.921), and 2) the subgroup of control
(SGC), composed of 9 sedentary subjects (age: 22.44 ± 2.351, total body weight: 75.96 ±
14.054, height: 173.73 ± 6.904). The dependent variables in this study were: a) Resting
Heart Rate (FCR), b) Cardiac Output (DC); c) Stroke Volume (VS) d) Systolic blood
pressure (PAS), e) Diastolic blood pressure (PAD) f) Mean Arterial Pressure (PAM) g)
Double Product (DP), h) Maximal Oxygen Uptake Myocardial Infarction (MIVO2 max.)
while the same in both groups of study as assessed through the same testing procedures
and measuring. Initially to analyze the physical characteristics of the sample we used
descriptive statistics and later aiming to detect possible significant differences between
the subgroups was applied to test t de Student for independent sample. It was found that
the SGEA only showed significant differences in PAS (p = 0.001), PAD (p = 0.026) and
PAM (p = 0.001), which did not occur in any of the variables investigated in the SGC. It is
suggested that the TFCR is not the most appropriate training system to promote
significant improvements in hemodynamic variables recommending that the subject would
commence a program aiming TFCR functional improvements to the quality of life including
in their training sessions aerobic physical workloads to ensure the achievement of
adequate hemodynamic functional levels.
KEYWORDS: Hemodynamic, physical training against resistance.
1. Introdução
1.1. Problematização
Antigamente os povos exploravam os recursos naturais para sua sobrevivência
(caça, pesca, agricultura, etc.), até que, escasseados tais recursos em função do
consumo próprio, estes deslocavam-se para uma nova área reiniciando o dito processo.
Com o passar do tempo, principalmente após a Revolução Industrial em meados do
século XVIII, a comodidade acentuada da vida moderna ocasionada pelo avanço
tecnológico, proporciona cada vez mais, baixas taxas de esforços físicos diários ao
homem, sendo este fenômeno entendido pela literatura especializada como sedentarismo
(NETO, 1997).
É consenso na literatura que tal fenômeno é responsável pelo surgimento de
diversas patologias crônico-degenerativas, tais como, arteriosclerose, hipertensão arterial
sanguínea, diabetes, artrose, osteoartrite, câncer, entre outras, com estas doenças
podendo levar a além de uma diminuição funcional orgânica, também ao óbito
(SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999; PITANGA, 2004; SIMÃO, 2007).
Sobre este aspecto, numa visão epidemiológica os estudos de Powers & Howley
(2005), mostram que em 1999 nos Estados Unidos da America do Norte, tais doenças
foram responsáveis por mais de 1,5 milhões de mortes, sendo que, no Brasil estas
implicam anualmente em um milhão de internações e em 25% dos óbitos ocorridos
(OLIVEIRA et al. 2004).
Para alguns autores, a atividade física (AF), ou seja, qualquer movimento
corporal resultante de uma contração muscular esquelética que gere gasto energético
acima dos níveis de repouso (TOPOL, 2005), é entendida como uma ferramenta eficaz
na prevenção e no tratamento das doenças anteriormente citadas (SHARKEY, 1998;
POWERS & HOWLEY, 2005; TOPOL, 2005; NEGRÃO & BARRETTO, 2006). No entanto,
autores mais contemporâneos (RODRIGUES DE ALMEIDA, 2007), sugerem que para AF
ter tal propriedade, a mesma deve sofrer um processo de planejamento em relação a sua
duração, intensidade, freqüência e repetição, sendo denominado a partir de então como
exercício físico.
Rodrigues de Almeida (2007), sugere ainda que somente nestes moldes, ou
seja, orientada por um profissional com a formação acadêmica competente, a AF tem a
propriedade de desenvolver adequadamente os níveis funcionais orgânicos sistêmicos
dos sujeitos em geral para atendimento de suas necessidades específicas, estado esse
conhecido como aptidão física.
2
Dentre as diversas manifestações das atividades físicas, se avulta a prática do
treinamento físico contra resistido (TFCR), o qual, popularmente é conhecido como
musculação. Segundo Fleck & Kraemer (1999), os efeitos fisiológicos deste tipo de
treinamento estão claramente delineados, sendo enfatizados em maior escala, os
morfológicos relacionados a hipertrofia muscular, ou seja, aos aumentos tanto do
tamanho da fibra muscular, como também da quantidade das proteínas envolvidas no
processo de contração músculo esquelética (GOLDSPINK, MACDOUGLAS et al., LUTHI
et al. apud FLECK & KRAEMER, 2006).
Entretanto, em relação aos efeitos funcionais no sistema cardiovascular, ou seja,
as alterações dessa metodologia de treino no conjunto de fatores que ocorrem a partir do
momento em que o sangue é ejetado na rede vascular em decorrência da sístole
cardíaca, fenômeno esse denominado de hemodinâmica (LEITE, 2000), ainda é alvo de
discussões acadêmicas.
Sobre este assunto, estudos comparando os aspectos funcionais anteriormente
citados em atletas, os quais analisam as variáveis: freqüência cardíaca de repouso
(THOMAS apud LEITE, 2000), freqüência cardíaca sobre uma mesma intensidade de
esforço (ASTRAND apud LEITE, 2000) e até mesmo, o volume cardíaco analisado
através da ressonância magnética (ROSKAM apud LAMBERT, 1990), apontam
alterações cardiovasculares mais significativas naqueles sujeitos que praticam esportes
caracteristicamente de longa duração e baixa intensidade, dominantemente abastecidos
do ponto de vista energético pelo sistema aeróbio.
Nessa ótica, o TFCR por sua execução cinesiológica apresenta características
opostas as atividades físicas aeróbias, uma vez que, seus estímulos físicos são
executados com características de baixa duração e moderada/alta intensidades,
requerendo um abastecimento energético dominado pelo sistema anaeróbio, impondo
portanto, um estimulo diferente ao coração (FLECK & KRAEMER, 2006).
Segundo os autores acima citados, nos esforços físicos aeróbios, existe a
necessidade fisiológica do bombeamento de um grande volume de sangue sob pressão
sanguínea
relativamente
baixa,
enquanto
durante
o
treinamento
de
força,
caracteristicamente anaeróbio, um volume baixo de sangue é bombeado sob alta pressão
relativa, sugerindo portanto, adaptações diferenciadas no referido órgão. Ainda Fleck &
Kraemer (2006), neste tipo de treinamento existe a necessidade de se analisar o volume
e a intensidade da carga de treino aplicada, pois estes fatores implicam em adaptações
crônicas ocasionadas no músculo cardíaco.
Ainda se tratando de efeitos do TFCR, Santarém (1998) faz referências a
aspectos metabólicos influenciados pelo referido sistema de treino, abordando seus
3
efeitos sobre o perfil lipídico de seus praticantes, o qual contribui de forma direta a saúde
cardiovascular, diminuindo a ação de fatores de risco coronariano. Porém, os estudos
realizados sobre o referido assunto estão inconclusivos, pois sugerem que indivíduos
submetidos a um TFCR, apresentam após os procedimentos experimentais, níveis de
colesterol que variam de “baixo”, “normal” e “alto” em suas classificações (HURLEY,
KRAEMER, DESCHENES & FLECK, STONE et al. apud FLECK & KRAEMER, 2006).
Ampliando as perspectivas de discussões sobre o tema, Monteiro (2004) faz
uma abordagem sobre a contribuição do TFCR para pré púberes e idosos quando
prescrito, orientado e controlado de forma metodologicamente adequada, proporcionando
ganhos de força muscular em ambas as populações, além de quebrar o paradigma que
restringe o TFCR às crianças. Especificamente com relação a idosos, o referido autor
ressalta também a melhora da qualidade física equilíbrio nesta população, fato esse que
minimiza o risco de lesões, uma vez que, de maneira geral em atividades cotidianas os
idosos são mais propensos a quedas e conseqüentemente a contusões.
Ainda sobre o TFCR, Aaberg (2001) faz referência aos benefícios relacionados a
melhoria da postura corporal nas populações em geral, fato que, segundo o mencionado
autor, possibilita a minimização do gasto energético para manutenção de diferentes
posições corpóreas no dia a dia, contribuindo assim de maneira funcional para as
atividades físicas cotidianas e influenciando positivamente na qualidade de vida de seus
praticantes.
Sobre outras perspectivas de aplicabilidade do TFCR, Simão (2007) descreve os
seus efeitos profiláticos e terapêuticos, bem como, apresenta propostas metodológicas
de avaliação funcional, prescrição e controle de cargas de treino, além de mostrar
estudos que relatam claramente os benefícios ocasionados em sujeitos portadores de
patologias como cardiopatias, osteoporose, diabetes e obesidade.
Diante destas constatações, verifica-se que são várias as pesquisas e opiniões
sobre o assunto, sendo que, até o momento parece ser impossível estabelecer-se uma
opinião acadêmica definitiva sobre o tema. Diante disso formulou-se o seguinte problema
de pesquisa: EXISTEM DIFERENÇAS HEMODINÂMICAS ENTRE SEDENTARIOS E
PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO?
4
1.2. Justificativa
Em se tratando de TFCR, observa-se na literatura especializada uma ênfase em
trabalhos que analisam algumas variáveis hemodinâmicas de atletas fisiculturistas,
basistas e levantadores de peso, estudando-os tanto em situação fisiológica de repouso
(FLECK, HAYKOWSKY et al., GEORGE et al., SALTIN & ASTRAND apud FELCK &
KRAEMER, 2006), como em condições de esforço físico (FALKEL, FLECK & MURRAY
apud FLECK & KRAEMER, 2006).
Considerando que não foi encontrado na literatura disponível, nenhum estudo
que averiguasse possíveis diferenças entre praticantes de TFCR e sedentários, e ainda,
de acordo com as sugestões de Negrão & Barreto (2006), os quais publicaram que é
inviável no momento qualquer conclusão que se faça sobre o tema, pressupõe-se que
tais aspectos ainda não estão totalmente esclarecidos, justificando assim a realização
desta pesquisa.
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo geral
Averiguar
possíveis
diferenças
hemodinâmicas
entre
sedentários
e
praticantes de TFCR.
1.3.2. Objetivos específicos
Testar, medir e avaliar possíveis alterações nos parâmetros funcionais
fisiológicos hemodinâmicos: a) Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR); b)
Débito Cardíaco (DC); c) Volume Sistólico (VS); d) Pressão Arterial Sistólica
(PAS); e) Pressão Arterial Diastólica (PAD); f) Pressão Arterial Média (PAM)
g) Duplo Produto (DP); e h) Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio
(MIVO2 máx.), decorrentes de um TFCR supostamente sistematizado em
bases metodológicas.
Testar, medir e avaliar os parâmetros morfológicos: a) Peso Corporal Total
(PCT); e b) Estatura (E)
Servir como diretriz de pesquisa; e
5
Comparar os resultados deste estudo com outros similares desenvolvidos no
Brasil ou no exterior.
1.4. Delimitação do estudo
O estudo propõe-se a investigar possíveis diferenças hemodinâmicas entre
sedentários e praticantes de TFCR da cidade de Porto Velho (RO), todos do gênero
masculino, com idades entre 18 e 30 anos e possuindo entre 6 e 24 meses de
experiência no referido sistema de treinamento.
2. Revisão de literatura
2.1. Orientações gerais
Em atenção ao problema de pesquisa deste estudo e com o intuito de possibilitar
um melhor entendimento deste capítulo, procurou-se estabelecer a organização dos
conteúdos abordados na seguinte seqüência de tópicos: a) sistema cardiocirculatório; b)
coração;
c)
vasos
sanguíneos;
d)
sangue;
e)
hemodinâmica;
f)
fenômenos
hemodinâmicos periféricos; g) fenômenos hemodinâmicos centrais; e h) fenômenos
hemodinâmicos periféricos centrais.
2.2. O sistema cardiocirculatório
Powers & Howley (2005), descrevem o sistema cardiocirculatório (SC) humano
como um circuito hermeticamente fechado, formado pelo coração e vasos sanguíneos,
cujo funcionamento gera uma pressão hidrostática capaz de levar o sangue a todos os
tecidos do organismo, e através do transporte de oxigênio, nutrientes, remoção dos
produtos da degradação dos tecidos do organismo e regulação da temperatura corporal,
possibilitando a manutenção de um estado funcional constante interno, conhecido como
homeostase orgânica.
Neste aspecto, durante a transição do estado fisiológico de repouso para o
esforço físico, novas demandas de oxigênio e nutrientes são solicitadas pelas estruturas
celulares, e visando atender tal necessidade, o SC redistribui o fluxo sanguíneo mediante
a ajustes funcionais no coração e nos vasos sangüíneos, os quais aumentam o fluxo de
sangue nas regiões musculares em atividade metabólica acentuada, bem como,
diminuem nas menos requeridas, mantendo a homeostase orgânica (POWERS &
HOWLEY, 2005).
De acordo com Leite (2000), as estruturas anatômicas que compõem SC, sofrem
alterações morfofuncionais especificas após um programa de exercícios físicos com
características execucionais diferenciadas, as quais, melhoram o funcionamento do
mesmo em condições fisiológicas tanto em repouso como em esforço físico, reduzindo as
chances de problemas cardiovasculares supostamente relacionados ao sedentarismo.
Entretanto, estudos de Negrão & Barreto (2006) sugerem que os efeitos funcionais
cardiocirculatórios ocasionados pelo TFCR estão inconclusivos até o momento, pois as
7
pesquisas realizadas apontam resultados controversos e tornam impossível estabelecerse uma opinião acadêmica sobre o tema.
2.2.1. O coração
Leite (2000) define o coração como sendo uma bomba central contrátil propulsora,
situada na metade medial do mediastino inferior, cujo funcionamento é responsável pela
ejeção do sangue na rede vascular. Quanto a sua estrutura, Tortora (2007) relata que o
referido órgão é formado por quatro camadas: a) o pericárdio, o qual dividi-se em duas
camadas: 1) pericárdio fibroso, formado por tecido conjuntivo irregular denso, resistente e
inelástico; e 2) o pericárdio seroso, mais profundo, constituído por uma membrana menos
densa, os quais formam uma camada dupla em torno do coração; b) o epicárdio, formado
por uma membrana serosa, pouco densa e transparente; c) o miocárdio, composto por
tecido muscular cardíaco semelhante ao músculo esquelético por conter proteínas do tipo
actina, miosina, troponina e tropomiosina, além de exigir minerais para ativar o
mecanismo da bomba de sódio potássio, cujo funcionamento é necessário para promover
o deslizamento dos filamentos protéicos entre si, causando a contração muscular; e d) o
endocárdio, mais interno, constituído de tecido endotelial e camada subendotelial
espessa de fibras elásticas e colágenas.
No que tange a sua morfologia, o coração segundo Powers & Howley (2005)
afirmam que este possui quatro câmaras, visto como duas bombas em uma, sendo que o
átrio e o ventrículo direito formam a bomba direita, enquanto o átrio e o ventrículo
esquerdo formam a bomba esquerda.
Ainda sobre sua estrutura, o coração possui também: a) os septos interatrial e
interventricular, sendo ambos compostos por tecido muscular, os quais separam os átrios
e os ventrículos respectivamente, evitando a mistura entre o sangue dos dois lados do
coração; b) as válvulas atrioventriculares direita (válvula tricúspide) e esquerda (válvula
mitral) que conectam os átrios aos ventrículos direito e esquerdo respectivamente,
formadas por tecido conjuntivo denso recoberto pelo endocárdio, as quais através de um
complexo mecanismo de ação das cordas tendíneas, evitam o fluxo retrógrado dos
ventrículos para o interior dos átrios; e c) as válvulas semilunares pulmonar (ventrículo
direito) e aórtica (ventrículo esquerdo), também constituídas por tecido conjuntivo denso
recoberto pelo endocárdio, cujo desempenho mantêm o fluxo unidirecional dos
ventrículos para o interior das artérias.
Tortora (2007) sugere que cada uma das camadas anteriormente descritas,
exerce uma função diferente no coração, sendo estas: a) proteção do órgão cardíaco,
8
desempenhada pelo pericárdio; b) lubrificação do referido órgão, realizada pelo epicárdio;
c) contrações musculares que ejetam o sangue a partir das câmaras cardíacas, exercida
pelo miocárdio; e d) proteção das câmaras e válvulas, atribuída ao endocárdio.
No tocante da sua funcionalidade, Powers & Howley (2005) relatam que o lado
direito do coração bombeia para o interior dos pulmões através das artérias pulmonares,
o sangue parcialmente depletado de oxigênio e com alta concentração de dióxido de
carbono, resultante das trocas gasosas entre os tecidos do organismo, processo este
denominado circulação pulmonar. Ainda nos pulmões, o sangue é novamente abastecido
de oxigênio e o dióxido de carbono se difunde do vaso sanguíneo para o alvéolo,
processo esse conhecido como difusão gasosa através dos tecidos alvéolo pulmonar e
vaso sanguíneo. Logo após, o sangue, através das veias pulmonares retorna ao coração
pelo lado esquerdo do referido órgão, sendo posteriormente bombeado através da artéria
aorta aos vários tecidos do corpo através da circulação sistêmica.
De acordo com Jacob et al. (2008), ambos os processos de circulação acima
mencionados, só são possíveis mediante as ações das câmaras cardíacas, as quais se
denominam sístole e diástole, correspondendo ao período de contração e relaxamento do
músculo cardíaco. Enquanto os átrios exercem simultaneamente a sístole, os ventrículos
estão concomitantemente desempenhando a diástole, e vice versa. Este processo
denomina-se ciclo cardíaco e para uma melhor compreensão desse assunto, descreve-se
detalhadamente abaixo as fases dos processos anteriormente mencionados, referindo-se
aos padrões de contração e relaxamento dos ventrículos, visto que, a sístole ventricular
cardíaca é dividida em três fases: a) contração isovolumétrica; b) ejeção máxima; e c)
ejeção reduzida.
Para os referidos autores, a contração isovolumétrica tem início no momento em
que os ventrículos começam a se contrair e dura até a abertura das válvulas semilunares,
sendo que neste momento, os ventrículos estão adequadamente preenchidos de sangue
com as válvulas atrioventriculares fechadas e seu volume sanguíneo permanece
constante. Em seguida, começa a fase de ejeção máxima, quando o músculo cardíaco se
contrai aumentando a pressão sanguínea dentro do compartimento, forçando a abertura
das válvulas semilunares, momento este em que um grande volume de sangue arterial é
lançado em altíssima velocidade na artéria aorta e em menor velocidade nas artérias
pulmonares. Por fim, à medida que o sangue é ejetado na rede vascular, ocorre a
redução no volume sanguíneo nos ventrículos, diminuindo a pressão sanguínea dentro
do compartimento, com o sangue sendo ejetado em menor quantidade, fase conhecida
como ejeção reduzida.
9
O processo anteriormente descrito, só é possível mediante a uma ação anterior,
denominada diástole ventricular cardíaca, a qual é dividida em quatro fases: a)
protodiástole; b) relaxamento isovolumétrico; c) enchimento rápido; e d) enchimento
reduzido.
A protodiástole corresponde ao fechamento das válvulas semilunares, precedido
do
relaxamento
isovolumétrico,
o
qual
compreende
a
abertura das
válvulas
atrioventriculares, com o sangue passando em alta velocidade dos átrios para os
ventrículos, iniciando então a fase de enchimento rápido. Em seguida, esta velocidade
diminui iniciando a fase de enchimento reduzido, sendo estas duas fases responsáveis
pela passagem aproximada de 70% do volume sanguíneo ventricular (POWERS &
HOWLEY, 2005).
Segundo Leite (2000), o coração sofre alterações anatômicas e fisiológicas,
decorrentes dos constantes ajustes realizados pelo SC em função da prática regular de
atividades físicas sistematizadas, sendo que, as principais modificações ocorrem na
cavidade ventricular mediante estímulos físicos aeróbios que mobilizem na sua execução
um grande volume de massa muscular corporal, bem como, na parede ventricular em
função de estímulos físicos anaeróbios. De acordo com o mesmo autor, o aumento da
cavidade ventricular possibilita ao coração, bombear um maior volume sanguíneo,
oferecendo oxigênio e nutrientes em maior escala durante um esforço físico qualquer, e
conseqüentemente promove um aumento da tolerância ao desempenho físico sobre uma
mesma taxa de intensidade.
2.2.2. Os vasos sanguíneos
Os vasos sangüíneos representam um conjunto de tubos fechados classificados
em artérias e veias, as quais conectam o coração com as estruturas celulares,
possibilitando o fluxo sanguíneo aos diversos tecidos do corpo humano, bem como, o seu
retorno ao coração (MCARDLE et al., 2008).
Conforme Tortora (2007), as artérias são compostas por três camadas de
revestimentos ou túnicas, sendo: a) a túnica íntima, mais interna e constituída por uma
camada contínua de células endoteliais quem revestem a face interna de todo o sistema
circulatório, além de uma membrana basal e de uma lâmina de tecido elástico, chamada
de lâmina elástica interna; b) a túnica média, mais espessa, formada por fibras elásticas e
musculares lisas, dispostas em anéis em torno do lúmen (interior da artéria); e c) a túnica
externa, composta por fibras colágenas e elásticas, se sobrepondo e envolvendo as
túnicas anteriores.
10
Sobre a estrutura das veias, o referido autor afirma que estas embora não
possuam as lâminas elásticas internas e externas encontradas nas artérias, são
formadas pelas mesmas três túnicas acima descritas, apresentando aspectos diferentes
no que se refere à sua espessura relativa, já que as túnica íntima e túnica externa das
veias são mais espessas, e a túnica média das mesmas é muito mais densa, com poucas
fibras elásticas e musculares lisas. A maioria das veias possuem válvulas internas
formadas
por
pregas
membranosas,
as
quais
mantêm
o
fluxo
sanguíneo
unidirecionalmente para o coração.
De acordo com Leite (2000), o sangue é ejetado pelo ventrículo esquerdo na
artéria aorta, sendo que, a medida com que esta se afasta do coração, ramifica-se para
formar uma árvore de vasos menores até se tornarem microscópicas, resultando nas
arteríolas e posteriormente nos capilares, os quais são os menores e mais numerosos
vasos sanguíneos, sendo estes os responsáveis por todas as trocas metabólicas
necessárias para a manutenção da homeostase orgânica.
Dando continuidade ao processo anteriormente descrito, Powers & Howley (2005)
relatam que o sangue passa dos leitos capilares para pequenos vasos venosos
denominados vênulas, sendo que, à medida que se dirigem ao coração, aumentam de
tamanho tornando-se veias, atingindo a densidade máxima ao desembocar no lado
direito do coração trazendo o sangue das partes superior e inferior do corpo (veia cava
superior e inferior).
Sobre os efeitos dos exercícios físicos nos vasos sanguíneos, Simão (2007)
afirma que exercícios físicos aeróbios e anaeróbios, induzem a alterações morfológicas,
configuradas tanto pelo aumento do número de capilares, como da própria densidade
capilar. No entanto, estudos de Fleck & Kraemer (2006) sugerem que os efeitos do TFCR
sobre tais alterações, são possibilitadas apenas por programas de treinamento físico que
preconizem um alto volume e uma baixa intensidade nas suas cargas, ou seja, que
solicitem em maior escala o sistema energético aeróbio.
Tais afirmações, mostram que as referidas adaptações proporcionam um maior
aporte sanguíneo aos músculos ativos durante a atividade física, e também, favorecem
ao processo de remoção de metabolitos das células musculares para o sangue,
permitindo dessa forma, um maior desempenho e tolerância a cargas de trabalho físico
realizadas em altos níveis de intensidade.
11
2.2.3. O sangue
De acordo com Powers & Howley (2005), o sangue constitui-se num liquido
viscoso, apresentando dois componentes principais: 1) uma parte líquida, o plasma,
contendo proteínas (globulinas, albumina, etc.), hormônios (insulina, glucagon, etc.) e
íons (hidrogênio, sódio, etc.); e 2) uma parte sólida, formada pelas hemácias, plaquetas e
os leucócitos. As hemácias contêm hemoglobina, que é a proteína responsável pelo
transporte do oxigênio no sangue. Já as plaquetas, apresentam um papel importante na
coagulação sanguínea, e os leucócitos formam as células de defesa do organismo, as
quais são fundamentais na prevenção de infecções.
Nessa ótica, Tortora (2007) relata que de uma maneira geral, o sangue apresenta
funções de transporte, regulação e proteção, consistindo detalhadamente em: a)
transporte do oxigênio para as células do corpo e dióxido do carbono das referidas
células até os alvéolos pulmonares, bem como, nutrientes do trato gastrointestinal e
hormônios das glândulas endócrinas para células específicas, além de produtos residuais
para os pulmões, rins e pele, objetivando a eliminação dos mesmos; e b) regulação do
pH, ajuste da temperatura do corpo e do equilíbrio hidroeletrolítico celular.
Segundo Leite (2000), durante um esforço físico, ocorre um desvio do plasma
para o liquido intersticial e perda de água pela sudorese. Tal fato, induz
conseqüentemente a elevação do número de hemácias, e portanto, do conteúdo de
hemoglobina no sangue, ampliando assim a capacidade de transporte e utilização do
oxigênio pelas células.
2.3. Hemodinâmica
São os fenômenos que regulam o fluxo sanguíneo, traduzindo a eficiência do
sistema cardiovascular em atender as demandas de nutrientes pelas células musculares,
afim de em virtude das diferentes solicitações orgânicas decorrentes dos mais variados
estímulos físicos, manterem o equilíbrio funcional do organismo (POWERS & HOWLEY,
2005).
Para uma melhor compreensão dos fenômenos hemodinâmicos, a seguir dividese estes em: a) fenômenos hemodinâmicos centrais (freqüência cardíaca, volume
sistólico, débito cardíaco e consumo máximo de O2 do miocárdio); b) fenômenos
hemodinâmicos periféricos, (distribuição do fluxo sanguineo e diferença arteriovenosa de
O2); e c) fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais (pressão arterial sanguínea,
duplo produto e resistência periférica total).
12
2.4. Fenômenos hemodinâmicos centrais
2.4.1. Freqüência cardíaca – FC
É o número de sístoles ventriculares cardíacas na unidade de tempo de 1 minuto
(MCARDLE et al., 2008). Tal variável apresenta um grau diferenciado em função dos
níveis de aptidão física dos sujeitos em geral, com seus valores em se tratando de
sujeitos sedentários, situando-se entre 70 a 90 batimentos por minuto (bpm) (LEITE,
2000). Contudo, atletas apresentam números consideravelmente inferiores, sendo estes
influenciados pela característica execucional da modalidade esportiva. Neste aspecto,
para os esportes dominantemente abastecidos pelo sistema aeróbio, são encontrados
valores de até 35 bpm, como é o caso de maratonistas, nadadores, ciclistas e remadores
de longa distância (THOMAS apud LEITE, 2000).
No entanto, em se tratando de praticas esportivas energeticamente dependentes
do sistema anaeróbio como é o caso de fisiculturistas, basistas, levantadores de peso,
velocistas, lançadores de disco, dardo, entre outros, a FC de repouso situa-se em torno
de 60 a 78 bpm, não demonstrando diferenças estatisticamente significativas quando
comparados com os escores de sedentários (FLECK & KRAEMER, 2006).
De acordo com Leite (2000), a FC eleva-se linearmente com a intensidade
aumentada de esforço físico, e juntamente com o aumento do volume de sangue ejetado
a cada sístole ventricular, atende as necessidades de oxigênio e nutrientes requeridos
pelas células musculares esqueléticas em atividade metabólica acentuada.
Sobre as alterações agudas da FC em sujeitos com diferentes níveis de
condicionamento físico, estudos de Astrand apud Leite (2000) analisaram a resposta da
mesma durante uma atividade física aeróbia em bicicleta ergométrica com carga de 200
watts, encontrando valores de 120 bpm em maratonistas e 180 bpm em sedentários. Tal
fato, permite pressupor que a FC de repouso em sujeitos assintomáticos, apresenta um
fidedigno indicativo de funcionamento cardiocirculatório, já que indivíduos com menores
valores reportados em repouso, apresentam também números inferiores de FC quando
submetidos as mesmas taxas de trabalho físico (LEITE, 2000).
Ao observar a resposta da FC durante um esforço anaeróbio localizado, Fleck &
Dean apud Fleck & Kraemer (2006), analisaram o comportamento da referida variável
durante o movimento de extensão dos joelhos a 80% da capacidade muscular até a
exaustão, encontrando o valor máximo de 135 bpm. De acordo com este estudo, pode-se
deduzir que a FC não sofre aumentos significativos durante o TFCR, fato que
13
conseqüentemente, explica as pequenas diferenças entre a FCR de sedentários e atletas
que tem o TFCR como prioridade durante as suas sessões de treino.
2.4.2. Volume sistólico – VS
É o volume total de sangue ejetado no interior da artéria aorta em cada sístole
cardíaca, objetivando atender as necessidades funcionais do organismo (LEITE, 2000).
De acordo com Powers & Howley (2005), o VS em repouso ou durante o esforço físico, é
regulado por três variáveis, sendo: 1) o volume diastólico final (VDF), correspondente ao
volume sanguíneo existente nos ventrículos no final da diástole; 2) a pressão aórtica
média, a qual delimita a pressão média durante o ciclo cardíaco, sendo um fator que
determina a taxa de fluxo sanguíneo através da circulação sistêmica e da resistência
vascular oposta; e 3) a força de contração ventricular, que acarreta o aumento da
quantidade de sangue bombeado a cada sístole cardíaca.
Nessa ótica, os autores acima mencionados afirmam que a principal variável
responsável pela regulação do VDF durante o esforço físico, é o aumento da taxa do
retorno venoso ao coração, sendo esta, influenciada por três fatores: 1) a venoconstrição,
que ocorre por meio de uma constrição simpática da musculatura lisa das veias que
drenam o músculo esquelético, resultando na diminuição da capacidade das veias em
estocar sangue e ocasionando conseqüentemente o aumento do retorno venoso; 2) a
bomba muscular, definida como a ação mecânica das contrações rítmicas da
musculatura esquelética, a qual comprime as veias pressionando o sangue em direção
ao coração; e 3) a bomba respiratória, fenômeno expresso pela diminuição e aumento da
pressão intratorácica durante a ventilação, acelerando o fluxo sanguíneo venoso das
regiões abdominal e torácica para o coração.
De acordo com Leite (2000), o VS durante o repouso em sujeitos do gênero
masculino fisicamente destreinados, varia entre 70 a 90 mililitros por batimento cardíaco
(ml/bpm), e 100 a 120 ml/bpm nos fisicamente treinados. Quanto as mulheres, o referido
autor afirma que o VS durante o repouso situa-se entre 50 a 70 ml/bpm nas fisicamente
destreinadas, bem como, 70 a 90 ml/bpm nas fisicamente treinadas. Em se tratando de
TFCR, estudos de Fleck & Kraemer (2006), indicam que o VS em condições fisiológicas
de repouso em atletas de nível nacional e internacional, cuja sistematização
metodológica das cargas de treino prioriza TFCR, não difere dos sujeitos destreinados.
Sobre a resposta do VS durante o esforço físico, Leite (2000) publicou que o VS
atinge níveis máximos em percentuais de trabalho físico submáximo, uma vez que as
14
câmaras cardíacas possuem um limite para estocar e realizar o bombeamento
sanguíneo, limitando o SC a executar o atendimento das necessidades orgânicas apenas
pelo aumento da freqüência cardíaca.
Neste aspecto, Powers & Howley (2005) publicaram dados de um experimento em
que sujeitos do gênero masculino fisicamente destreinados, atingiram um VS de 110
ml/bpm durante um exercício máximo, enquanto os fisicamente treinados, apresentaram
valores de 180 ml/bpm. Quanto às mulheres, os valores encontrados foram de 90 ml/bpm
nas fisicamente destreinadas, bem como, 125 ml/bpm nas fisicamente treinadas. De
acordo com este estudo, pressupõe-se que através dos constantes ajustes no VS
realizados durante as atividades físicas sistematizadas, as câmaras cardíacas ampliam
sua capacidade de estocar e bombear sangue através do aumento das referidas
câmaras, fato que conseqüentemente, promove maior aporte sanguíneo sobre um
mesmo percentual de intensidade.
Sobre a resposta do VS durante o TFCR, estudos de Simão (2007) relatam que o
sistema de treino supracitado quando executado de forma intensa, é associado a não
existência de mudanças na referida variável, ou até mesmo a um decréscimo nesse
valor, visto que, as pressões intra abdominais e intratorácicas são muito elevadas em
função da ação das bombas muscular e respiratória, o que diminui o retorno venoso e
conseqüentemente o VDF. De acordo com o referido autor, para que a respostas sejam
as mais similares possíveis aquelas do exercício aeróbio, o TFCR deve preconizar cargas
com alto número de repetições e baixa resistência opositora.
2.4.3. Débito cardíaco – DC
É o volume total de sangue bombeado pelo coração na unidade de tempo de um
minuto, resultado do produto da freqüência cardíaca com o volume de ejeção sanguíneo
em cada sístole ventricular da bomba esquerda (Modificado de SIMÃO, 2007).
De acordo com Powers & Howley (2005), o DC no repouso não sofre alterações
em função dos níveis de aptidão física, variando apenas de acordo com o gênero, visto
que, homens e mulheres treinados e não treinados apresentam DC igual a 5 e 4,5
litros/min (l/min) respectivamente. No entanto, complementando a afirmativa anterior,
Leite (2000) acrescenta que nas mesmas condições fisiológicas e no mesmo gênero, o
DC pode chegar a até 8 l/min.
Sobre a resposta do DC durante o exercício físico, Powers & Howley (2005)
afirmam que em função do aumento da FC e do VS durante uma taxa de trabalho físico
intenso, o DC pode atingir valores de 25 l/min. No entanto, estudos de Leite (2000)
15
relatam quem em função dos níveis de condicionamento físico, o DC pode atingir valores
superiores, os quais são encontrados em atletas olímpicos praticantes de modalidades
esportivas
com
predominância
do
sistema
energético
aeróbio,
que
durante
procedimentos experimentais, apresentaram um DC de 46 litros/min.
Ao analisar a reposta do DC durante o TFCR, estudos de Fleck & Kraemer (2006)
reportam que em função dos baixos valores de VS e FC encontrados durante o referido
sistema de treino, este é associado a não existência de alterações significativas em
decorrência do mesmo. Entretanto, Simão (2007) sugere que com cargas reduzidas e
repetições elevadas, o DC pode apresentar respostas mais similares aquelas observadas
no exercício aeróbio, embora em um grau bem menor.
2.4.4. Consumo máximo de O2 do miocárdio – MIVO2 máx.
Segundo Leite (2000), é a quantidade de oxigênio utilizado pelas células do
miocárdio para realizar o trabalho funcional de bombeamento cardíaco do fluxo
sanguíneo, o qual é expresso em mililitros para cada 100 gramas da massa muscular do
miocárdio (ml/100g MIVO2 máx.). De acordo com o referido autor, em sujeitos normais,
existe uma relação paralela e proporcional entre MIVO2 máx. e as variáveis anteriormente
descritas (FC, VS, DC), já que números elevados das mesmas são preditores de trabalho
executado pelo coração durante um esforço físico qualquer, o qual só é possível
mediante a adequada captação de oxigênio pelo miocárdio para realização do
bombeamento sanguíneo.
2.5. Fenômenos hemodinâmicos periféricos
2.5.1. Distribuição do fluxo sanguíneo
De acordo com Leite (2000), em condições fisiológicas de repouso apenas 15 a
20% do DC são distribuídos aos músculos esqueléticos, correspondendo cerca de 4 a 7
mililitros por 100 gramas de músculos (ml/100g), enquanto o restante é direcionado aos
demais órgãos (pele, cérebro, rins, fígado, etc.).
Sobre este assunto, Powers & Howley (2005) publicaram que em função da
demanda aumentada de oxigênio nos músculos esqueléticos durante um esforço físico
qualquer, é necessário que seja ampliado o fluxo sanguíneo para estas células, e
concomitantemente, reduzido o mesmo para os órgãos em menor atividade metabólica
16
(rins, fígado, pele, etc.), processo este, denominado redistribuição seletiva do fluxo
sanguíneo.
Ainda Powers & Howley (2005), este processo de auto regulação, possibilita
durante uma taxa máxima de esforço físico, que 80 a 85% do DC sejam direcionados a
musculatura esquelética, implicando num fluxo sanguíneo aumentado entre 12 a 30
vezes, o que corresponde entre 50 a 80 ml/100g de músculo na referida região, suprindo
assim as necessidades de oxigênio e nutrientes requeridos pelos músculos esqueléticos
em esforço físico aumentado.
Objetivando explicar os mecanismos que regulam o processo anteriormente
mencionado, Leite (2000) afirma que o mesmo decorre da vasoconstrição reflexa das
arteríolas que irrigam os tecidos menos ativos durante a atividade física, bem como, da
vasodilatação das arteríolas que suprem os músculos esqueléticos em trabalho muscular
acentuado.
2.5.2. Diferença arteriovenosa de O2
É a quantidade de oxigênio captada pelos tecidos do corpo a cada 100 ml de
sangue que passam pela circulação sistêmica, para a realização de trabalho celular
(POWERS & HOWLEY, 2005). Durante o repouso, a diferença arteriovenosa é cerca de
40 a 50 mililitros de oxigênio para cada litro de sangue (ml O2/1.000), enquanto que num
trabalho físico prolongado, estes valores podem variar entre 160 a 180 ml O2/1.000, o que
corresponde a um aumento de 4 a 4,5 vezes (LEITE, 2000).
De acordo com o Powers & Howley (2005), a diferença arteriovenosa é
proporcional a quantidade de oxigênio captada e utilizada pelas células musculares
durante o esforço físico para a produção aeróbia de energia, estando diretamente
relacionada a pressão parcial do oxigênio presente no interior da célula e do O2
transportado pela mioglobina através do fluxo sanguíneo.
2.6. Fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais
2.6.1. Pressão arterial sanguínea – PA
É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela
quantidade de sangue bombeado e pela resistência oposta ao fluxo sanguíneo
(POWERS & HOWLEY, 2005). De acordo com os referidos autores, a PA pode ser
classificada em: a) pressão arterial sanguínea sistólica (PAS), referente ao maior valor
17
obtido de pressão, decorrente da ejeção do sangue pelo coração durante a sístole
ventricular cardíaca; e b) pressão arterial diastólica (PAD), compreendida pelo menor
valor de pressão reportado, que ocorre durante a diástole ventricular cardíaca.
Ainda Powers & Howley (2005), sugerem realizar a medição da pressão arterial
média (PAM) durante o ciclo cardíaco, a qual determina a taxa do fluxo sanguíneo
através da circulação sistêmica, bem como, a pressão média nas paredes arteriais
decorrentes dos diferentes valores de sístole e diástole ventricular.
De acordo com Rodrigues de Almeida (2009), os valores normais de PAS e PAD
durante o repouso, situam-se abaixo ou igual a 130 e 85 milímetros de mercúrio por
batimento cardíaco (mmHg/bpm) respectivamente. Durante o repouso, quando a PA é
mensurada e os valores encontrados estão acima dos números anteriormente
mencionados, considera-se indicativos de hipertensão arterial sanguínea (HAS), a qual
se classifica como leve, moderada e severa (POWERS & HOWLEY, 2005).
Sobre este assunto, Leite (2000) publicou que a PAS aumenta mediante a
intensidade do esforço físico, enquanto a PAD apresenta valores que devem permanecer
constantes no padrão fisiológico indicado anteriormente, sendo tolerado o aumento ou
diminuição em até 10 mmHg/bpm durante determinados momentos do trabalho físico, em
decorrência da elevação do débito cardíaco e do volume sistólico.
Ao analisar a resposta da PA durante o TFCR, estudo de Fleck & Kraemer (2006)
reportam que não existe estabilização da referida variável durante o sistema de treino
supracitado, visto que tanto a PAS e a PAD apresentam valores diferentes durante o
encurtamento e o relaxamento muscular, devendo também ser considerados os números
de repetições executadas, quantidade de séries em que as repetições são parceladas,
bem como, a carga utilizada e o percentual de massa muscular recrutada.
De acordo com os referidos autores, a maioria dos estudos apontam que atletas
de modalidades anaeróbias como fisiculturistas, basistas e levantadores de peso,
apresentam PAS e PAD de repouso dentro da média, o que permite pressupor que o
TFCR não modifica a PA de repouso em sujeitos assintomáticos. Entretanto, diversos
estudos (HAGBERG, 1984, NIEMAN, 1999, PITANGA, 2004; NEGRÃO & BARRETO,
2006; HARRIS & HOLLY apud FLECK & KRAEMER, 2006) indicam que indivíduos
hipertensos apresentaram reduções significativas de PAS e PAD após procedimentos
experimentais de TFCR.
18
2.6.2. Duplo produto – DP
É o produto da freqüência cardíaca de esforço multiplicado pela PAS, que reflete
as alterações relativas da carga de trabalho imposta ao músculo cardíaco durante o
esforço físico (POWERS & HOWLEY, 2005).
De acordo Leite (2000), o DP durante um esforço físico máximo pode atingir
valores cinco vezes maiores do que no repouso, e também, é considerado um parâmetro
fidedigno para avaliar a capacidade funcional do ventrículo esquerdo cardíaco, sendo
indicador confiável para controle de melhorias em pacientes integrados em programas
objetivando a reabilitação cardíaca, visto que há uma correlação linear entre o aumento
do DP com o MIVO2 máx.
Ao analisar os efeitos do TFCR sobre o DP, estudos de Fleck & Kraemer (2006)
afirmam que não significativamente como o ocorre em programas de exercício aeróbios,
o sistema de treino supracitado reduz o DP durante o repouso, e também, durante uma
atividade física qualquer, visto que, sujeitos com mais experiência em TFCR, quando se
submetem aos mesmos percentuais de carga de treino, apresentam menores escores de
PAS e FC se comparados com indivíduos sedentários ou iniciantes submetidos a mesma
taxa de esforço.
2.6.3. Resistência periférica total
De acordo com Powers & Howley (2005), o principal fator que regula o fluxo de
sangue é o diâmetro interno do vaso sanguíneo, o que gera alterações na taxa de fluxo
às células mediante o aumento do calibre do vaso, denominado vasodilatação, bem
como, da sua redução, chamada vasoconstrição. Como já mencionado anteriormente, em
função do aumento do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléticos, os vasos que irrigam
os mesmos sofrem o processo de vasodilatação, fenômeno que gera queda da
resistência ao fluxo de sangue e aumenta o volume do mesmo na referida musculatura,
ao que entende-se tecnicamente como distribuição seletiva do fluxo sanguíneo.
3. Metodologia
3.1. Caracterização da pesquisa
De acordo com Gomes de Mattos et al. (2004), esta pesquisa caracteriza-se como
sendo do tipo descritiva quantitativa, uma vez que, considerando-se os objetivos
estabelecidos, busca-se verificar possível alterações decorrentes do TFCR sobre o perfil
das variáveis hemodinâmicas a serem estudadas, procurando descrevê-las, classificá-las
e interpretá-las.
3.2. População e amostra
A população deste estudo foi composta por sujeitos sedentários e também
praticantes de TFCR, com no mínimo 6 e no máximo 24 meses de experiência no
sistema de treino acima citado, todos alunos regulares de academias do município de
Porto Velho/RO, do gênero masculino, na faixa etária de 18 a 30 anos e sem uso de
fármacos.
3.2.1. Procedimento para seleção da amostra
Inicialmente, realizou-se um contato verbal com o responsável pela academia onde
realizar-se-á o estudo, para posteriormente, de posse de um documento emitido pelo
Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia – DEF UNIR
(ANEXO I), retornou-se a mesma para oficializar a intenção da pesquisa. Finalmente, foi
realizada uma palestra para os sujeitos interessados em participar da investigação,
explicando os detalhes metodológicos da mesma, sendo que ao término desta, todos os
indivíduos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO II),
concordando em participar voluntariamente da pesquisa.
3.3. Descrição do desenho do estudo
De acordo com a Figura 1, nesta pesquisa foi formado um único grupo de estudo
(GE) composto por 18 sujeitos do gênero masculino, sedentários e também praticantes
de TFCR, os quais foram posteriormente divididos em 2 subgrupos: a) subgrupo A (SGA),
composto por 09 indivíduos praticantes de TFCR; e b) subgrupo de controle (SGC),
composto por 09 sujeitos sedentários. Os integrantes de cada grupo foram submetidos
20
aos mesmos procedimentos de testagem e medição (O), os quais ocorreram num período
de seis dias, sendo a coleta dos dados do SGA realizadas nas segunda, quarta e sexta, e
do SGC nas terça, quinta e sábado, ambas entre 14:00 e 17:00.
GRUPO DE ESTUDO
GE
SUBGRUPOS
PROCEDIMENTOS
SGA
O
SGC
FIGURA 1 – Quadro demonstrativo do desenho da pesquisa
3.3.1. Controle do estudo
3.3.1.1. Seleção do quadro de avaliadores e controle das condições de
testagem
Objetivando minimizar e até mesmo evitar possíveis falhas durante o processo de
coleta de dados, foram convidados a colaborar nesta pesquisa 02 concluintes do Curso
de licenciatura plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia – UNIR,
todos aprovados na disciplina cineantropometria e portanto devidamente familiarizados
com os protocolos de mensuração utilizados neste estudo, os quais, assumiram a
responsabilidade de verificar as condições do material utilizado antes e durante os
procedimentos de testagem.
Com a finalidade de que os resultados obtidos nesta pesquisa possam ser aceitos
pela comunidade científica e empregados como referencial teórico pela população
acadêmica em geral, foram adotadas padronizações convencionadas internacionalmente
em cineantropometria.
3.4. Variáveis do estudo
3.4.1. Variável dependente
É a variável que foi testada, medida e avaliada pelo pesquisador, afim de averiguar
possíveis influências decorrentes de outras variáveis (GOMES DE MATTOS et al., 2004).
21
3.4.1.1 Parâmetros funcionais hemodinâmicos
São os fatores que regulam o fluxo sanguíneo, traduzindo a eficiência do sistema
cardiovascular em atender as demandas de nutrientes pelas células musculares, afim de,
em virtude das diferentes solicitações orgânicas decorrentes de variados estímulos
físicos, manterem o equilíbrio funcional orgânico (POWERS & HOWLEY, 2005).
3.4.1.1.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais
a. Freqüência cardíaca de repouso (FCR)
a.1. Definição conceitual
É o menor valor numérico de sístoles cardíacas observado em um período
compreendido entre 5 – 10 minutos, estando o sujeito em posição confortável e o mais
horizontalizado possível (RODRIGUES DE ALMEIDA, 2009).
a.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
a.2.1. Frequencímetro
Foi utilizado um frequencímetro da marca Speedo, modelo digital HRM com as
seguintes especificações: a) cor preta; b) temporizador progressivo; c) medição das
freqüências cardíacas continua e média; e d) capacidade de armazenamento na memória
do tempo total de exercício e da freqüência cardíaca máxima de esforço, acoplado de
uma cinta precordial transmissora t-31 simples.
a.2.2. Protocolo de testagem e medição
Adotou-se a padronização sugerida por Rodrigues de Almeida (2009), sendo
utilizado um único avaliador, o qual antecedendo a realização da medição fez as devidas
explicações ao avaliando sobre o procedimento. Posteriormente, com o sujeito de pé
estando a região do tórax desnuda, o avaliador posicionou a cinta precordial transmissora
com a parte receptora da mesma sobre o processo xifóideo do osso externo do
avaliando, e em seguida, o mesmo foi posicionado em decúbito dorsal sobre um
22
colchonete no chão o mais relaxado possível e com os membros superiores e inferiores
em completa extensão.
Como valor da FCR, adotou-se o menor número de batimentos cardíacos
observados após o sujeito permanecer por 10 minutos na posição anteriormente descrita,
sendo estes valores anotados a cada minuto do período acima citado.
b. Consumo máximo de oxigênio – VO2 máx.
b.1. Definição conceitual
É o maior volume de oxigênio que se pode absorver em nível alveolar e transportar
até os tecidos do corpo para utilizá-lo na geração de energia durante uma atividade física
qualquer, na unidade de tempo de um minuto (LEITE, 2000).
b.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
b.2.1. Esteira Ergométrica
Foi utilizada uma esteira ergométrica da marca MOVEMENT, modelo RT-250 com
as seguintes especificações: a) estrutura em aço revestida com pintura elástica a pó; b)
motor 2 HP AC; c) 150 cm de comprimento; d) 50 cm de largura; e) capacidade para
utilização de 150 kg; f) velocidade máxima de 18 km/h; g) sistema de inclinação
eletrônica de 0 a 15%; h) sistema de absorção de impacto Shock Absorber Control; i) 15
opções de programas de treinamento; j) receptor para monitoração da freqüência
cardíaca; e l) display em LCD para monitoração da velocidade, distância percorrida,
cronômetro, freqüência cardíaca e calorias gastas.
b.2.2. Protocolo de testagem e medição
Foi aplicado o teste de intensidade máxima proposto por Ellestad apud Leite (2000)
com validade científica para aplicação em sujeitos de ambos os sexos, fisicamente ativos
e também sedentários. Antecedendo a realização da testagem, os avaliadores
forneceram explicações detalhadas sobre o protocolo de mensuração, sendo durante a
mesma, utilizados três avaliadores (“a”; “b” e “c”), os quais foram distribuídos da seguinte
forma: o avaliador “a” posicionado a esquerda do avaliando, sendo responsável por
controlar a velocidade e os níveis de inclinação preconizados na padronização do teste; o
23
avaliador “b”, posicionado a direita do avaliando, sendo responsável por controlar a
hemodinâmica (FC de esforço e PAS) durante a testagem, cujos procedimentos podem
ser melhor visualizados na Figura 2; e o avaliador “c”, posicionado a esquerda do
avaliador “b”, sendo responsável pelas anotações dos escores encontrados para as
variáveis de estudo durante a testagem.
ESTÁGIO
VELOCIDADE
- Km/h -
1
2,7
2
4,8
3
6,4
4
8
5
8
6
9,6
7
11,2
TEMPO
- min. -
INCLINAÇÃO
-%-
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
10
15
FIGURA 2 – Protocolo de Ellestad apud Leite (2000)
Para estimar o VO2 máx., foi utilizado o modelo matemático propostos por Ellestad
apud Leite (2000), conforme descrito abaixo:
VO2 máx.= 4,46 + 3,933 x T
Em que:
T: Tempo de teste em minutos.
24
c. Freqüência cardíaca máxima de esforço – FCME
c.1. Definição conceitual
É o valor absoluto de sístoles cardíacas observado durante a realização da
atividade física, ou até 15 segundos após o final desta (RODRIGUES DE ALMEIDA,
2009).
c.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
c.2.1. Frequencímetro
Foi utilizado um frequencímetro da marca Speedo, modelo digital HRM com as
seguintes especificações: a) cor preta; b) temporizador progressivo; c) medição das
freqüências cardíacas continua e média; e d) capacidade de armazenamento na memória
do tempo total de exercício e da freqüência cardíaca máxima de esforço, acoplado de
uma cinta precordial transmissora t-31 simples.
c.2.2. Protocolo de testagem e medição
Adotou-se a padronização sugerida por Leite (2000), sendo utilizado único
avaliador, o qual antecedendo a realização da medição fez as devidas explicações ao
avaliando sobre o procedimento. Posteriormente, antes do teste de VO2 máx. iniciar-se,
estando o sujeito de pé e com a região do tórax desnuda, o avaliador posicionou a cinta
precordial com a parte receptora da mesma sobre o processo xifóideo do osso externo do
avaliando, para que durante a testagem a freqüência cardíaca fosse registrada minuto a
minuto, tendo sido adotado o maior valor de sístoles cardíacas observados durante a
testagem como resultado final.
d. Débito cardíaco – DC
d.1. Definição conceitual
É o volume total de sangue bombeado pelo coração na unidade de tempo de 1
minuto, resultado do produto da freqüência cardíaca com o volume de ejeção sanguíneo
em cada sístole ventricular esquerda (Modificado de SIMÃO, 2007).
25
d.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
d.2.1. Calculadora
Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as
seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo
fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de
sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de
repetição e resposta; e i) desligamento automático.
d.2.2. Modelo matemático de estimativa
Para estimar do DC, foi utilizado o modelo matemático proposto por Hossack apud
Leite (2000), com validade científica para homens não atletas, abaixo mencionado:
DC= VO2 máx. (PCT x 0,0046) + 5,31
Em que:
VO2 máx.: Consumo máximo de oxigênio expresso em ml/min.-1
PCT: Peso corporal total expresso em KG
e. Volume sistólico – VS
e.1. Definição conceitual
É o volume total de sangue ejetado no interior da artéria aorta em cada sístole
cardíaca, objetivando atender as necessidades funcionais do organismo (LEITE, 2000).
e.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
e.2.1. Calculadora
Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as
seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo
fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de
sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de
repetição e resposta; e i) desligamento automático.
26
e.2.2. Modelo matemático de estimativa
Para estimar do VS, utilizou-se a equação proposta por Wilmore & Norton apud
Rodrigues de Almeida (2009), com validade científica generalizada, abaixo mencionada:
VS=
DC x 1000
FCME
Em que:
DC: Débito cardíaco expresso em l
FCME: Freqüência cardíaca máxima obtida em esforço e expressa em bpm
1000: Um (1) litro expresso em ml
f. Pressão arterial sanguínea – PA
f.1. Definição conceitual
É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela
quantidade de sangue bombeado e pela resistência oposta ao fluxo sanguíneo
(POWERS & HOWLEY, 2005).
f.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
f.2.1. Esfigmomanômetro
Foram utilizados dois esfigmomanômetros modelo aneróide: a) um para sujeitos
com perimetria de braço entre 22 e 28 cm; e b) outro para sujeitos com perimetria de
braço entre 28 e 35 cm. Ambos os aparelhos, da marca Premium apresentando as
seguintes especificações: a) manômetro com precisão de 2 mmHg; b) bomba de inflar em
látex; e c) braçadeira em Nylon com fecho de velcro.
f.2.2. Estetoscópio
Utilizou-se um estetoscópio da marca Premium de alta precisão com as seguintes
características: a) um receptor auscultatório confeccionado em aço inox; b) um canículo
propagador de som confeccionado em látex; e c) um terminal auscultatório confeccionado
em aço inox e finalizado com olivas de silicone.
27
f.2.3. Fita métrica
Foi utilizada uma fita métrica da marca Mabbis modelo Gulick, com as seguintes
especificações: a) confecção em fibra de vidro; b) material inelástico; c) fundo de cor
branca; d) 150 cm de comprimento; e e) sistema de rebobinação.
f.2.4. Protocolo de testagem e medição
Adotou-se a padronização sugerida por Mion Jr. et al. (1996), sendo utilizados dois
avaliadores (“a” e “b”), posicionados a esquerda do avaliando e responsáveis pelas
seguintes funções: o avaliador “a” realizou o procedimento de mensuração e o avaliador
“b” ficou responsável pela anotação da medida. Antecedendo a mensuração, o avaliando
foi orientado a sentar-se confortavelmente e permanecer em posição estática durante 5
minutos.
Para mensuração, o avaliando permaneceu sentado com a coluna ereta estando o
braço esquerdo desnudo e relaxado com o antebraço apoiado na altura da região
precordial, estando a mão aberta e descontraída. O avaliador “a” posicionou o manguito
oclusor do esfigmomanômetro sobre a região braquial, fechando a válvula da bomba de
inflar e palpando a artéria do referido seguimento. Posteriormente, inflou o manguito
oclusor até não mais sentir o pulso cardíaco, quando então posicionou adequadamente o
terminal auricular do estetoscópio, bem como, o receptor auscultatório do referido
instrumento sobre a artéria braquial e abriu lentamente a válvula de controle do ar,
diminuindo a pressão do manguito. Os primeiro e segundo sons percebidos
corresponderam aos componentes sistólico e diastólico respectivamente.
O valor encontrado foi corrigido pela perimetria do braço relaxado, conforme
sugestão de Mion Jr. et al. apud Rodrigues de Almeida (2009), cujo os valores se
encontram explicitados na Figura 3. A medida foi realizada no ponto meso umeral, com o
avaliador posicionado ântero lateralmente em relação ao avaliando, estando este em pé,
com os braços relaxados ao longo do corpo, cabeça orientada no plano de Frankfurt e em
ligeiro afastamento lateral de pernas, com o peso corporal distribuído entre estas. Foram
realizadas duas medidas seqüenciadas, estabelecendo-se a média aritmética das
mesmas como valor final.
28
VALORES DE CORREÇÃO
PERÍMETRO DO BRAÇO NORMAL
- cm -
SISTÓLICA
- mmHg -
DIASTÓLICA
- mmHg -
+ 11
+ 09
+ 07
+ 05
+ 03
--- 02
- 04
- 06
- 08
- 10
- 12
- 14
- 16
- 18
- 21
+ 07
+ 06
+ 04
+ 03
+ 02
--- 01
- 03
- 04
- 06
- 07
- 09
- 10
- 11
- 13
- 14
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
FIGURA 3 – Correção da pressão arterial sanguínea
g. Pressão arterial média - PAM
g.1. Definição conceitual
É a pressão média durante o ciclo cardíaco, a qual determina a taxa do fluxo
sanguíneo através da circulação sistêmica (POWERS & HOWLEY, 2005).
g.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
g.2.1. Calculadora
Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as
seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo
fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de
sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de
repetição e resposta; e i) desligamento automático.
29
g.2.3. Modelo matemático de estimativa
Para estimar a PAM, foi utilizado o modelo matemático proposto por Powers &
Howley (2005), com validade cientifica generalizada, abaixo discriminado:
PAM= PAD + 0,33 (PAS – PAD)
Em que:
PAD: Pressão arterial sanguínea diastólica
PAS: Pressão arterial sanguínea sistólica
h. Duplo produto – DP
h.1. Definição conceitual
É o produto da freqüência cardíaca de esforço multiplicado pela pressão arterial
sistólica, que reflete as alterações relativas da carga de trabalho imposta ao músculo
cardíaco durante o esforço físico (POWERS & HOWLEY, 2005).
h.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
h.2.1. Calculadora
Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as
seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo
fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de
sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de
repetição e resposta; e i) desligamento automático.
h.2.2. Modelo matemático de estimativa
Para estimar o DP, utilizou-se o modelo matemático proposto por Leite (2000), com
validade cientifica generalizada, abaixo mencionado:
DP=
FCME X PAS máx.
100
30
Em que:
FCME: Freqüência cardíaca máxima obtida em esforço
PAS máx.: Pressão arterial sistólica máxima obtida em esforço
i. Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio – MIVO2 máx.
i.1. Definição conceitual
É a quantidade de oxigênio utilizado pelas células do miocárdio, para realizar o
trabalho funcional de bombeamento cardíaco do fluxo sanguíneo (LEITE, 2000).
i.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
i.2.1. Calculadora
Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as
seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo
fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de
sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de
repetição e resposta; e i) desligamento automático.
i.2.2. Modelo matemático de estimativa
O MIVO2 máx. foi estimado através da equação proposta por Hellertein et al. apud
Rodrigues de Almeida (2009), com validade científica generalizada, abaixo discriminada:
MIVO2 máx.= DP x 0,14 – 6,3
Em que:
DP: Duplo produto
3.4.1.2. Parâmetros morfológicos
São aqueles que se relacionam ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento
do sujeito (MARINS & GIANNICHI, 1996).
31
3.4.1.2.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais
a. Peso corporal total – PCT
a.1. Definição conceitual
É a resultante do sistema de forças exercidas pela gravidade, sobre a massa
corporal total (MATSUDO apud RODRIGUES DE ALMEIDA, 2002).
a.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
a.2.1. Balança
Foi utilizada uma balança de alavanca da marca Welmy 104A com as seguintes
especificações: a) estrutura em chapa de aço carbono; b) acabamento em tinta
poliuretano branco; c) capacidade para 300 kg; d) cabeçote transverso com: a) pino de
travamento; b) escala numérica acoplada de um cilindro corrediço para leitura, com
divisão de 100 g, a qual possui na sua porção final um ponteiro guia móvel; c) escala
numérica acoplada de um cilindro corrediço para leitura com divisão de 10 kg; e)
plataforma de apoio plantar com dimensão de 550 x 390 mm; e f) altura de 1,20 m.
a.2.2. Protocolo de testagem e medição
Adotou-se a padronização sugerida por Marins & Giannichi (2003), sendo utilizados
dois avaliadores (“a” e “b”), distribuídos da seguinte forma: o avaliador “a” posicionado
posteriormente em relação à balança, foi responsável pela aplicação do protocolo de
medição; e o avaliador “b” posicionado na frente do avaliando, sendo responsável pelas
anotações das medidas encontradas. Antecedendo a realização da testagem, os
avaliadores forneceram explicações detalhadas aos avaliandos sobre o protocolo de
medição, bem como, procederam a calibragem do referido equipamento.
A medida foi realizada com sujeito em vestes sumárias, sendo inicialmente,
posicionado de costas para o cabeçote transverso da balança com a plataforma de apoio
plantar entre as pernas. Posteriormente, subiu ao centro desta de maneira suave com um
pé de cada vez, adotando uma postura ereta com a cabeça orientada no plano de
Frankfurt, braços relaxados ao longo do corpo e em ligeiro afastamento lateral de pernas,
estando o peso corporal dividido entre estas. Finalizando a medida, o avaliador “a”
32
deslocou o cilindro corrediço da escala numérica de leitura que representa as dezenas de
kg, até a dezena de peso esperado, em seguida, destravou a balança e deslocou o
cilindro corrediço da escala numérica de leitura que representa as centenas de gramas
até o nivelamento do ponteiro guia, quando então travou novamente a balança
procedendo a leitura da medida na borda interna da referida escala.
b. Estatura – E
b.1. Definição conceitual
É a distância em linha reta entre os planos transversos que tangenciam o vértex e a
região plantar (CARVALHO apud RODRIGUES DE ALMEIDA, 2009).
b.2. Equipamentos e instrumentos utilizados
b.2.1. Estadiômetro
Foi utilizado um estadiômetro com as seguintes especificações: a) uma régua
vertical de 250 cm confeccionada em madeira com precisão de 0,1 mm; e b) um cursor
transverso móvel confeccionado em madeira para apoio no vertex.
b.2.2. Protocolo de testagem e medição
Adotou-se a padronização sugerida por Marins & Giannichi (2003), sendo utilizados
dois avaliadores (“a” e “b”), distribuídos da seguinte forma: o avaliador “a” posicionado a
direita do avaliando, sendo responsável pela aplicação do procedimento de medição; e o
avaliador “b”, posicionado na frente do avaliando, para proceder as anotações das
medidas encontradas. Antecedendo a realização da testagem, os avaliadores forneceram
explicações detalhadas aos avaliandos sobre o protocolo de mensuração.
A medida foi realizada com o avaliando descalço, estando as regiões do calcâneo,
posterior da perna, glúteo, coluna toráxica e osso occipital em contato com a escala
métrica vertical fixada à parede e mantendo a cabeça orientada no plano de Frankfurt.
Para proceder a leitura da medição, o avaliando realizou uma inspiração profunda, e o
avaliador posicionou o cursor sobre seu vertex. Foram realizadas três medidas,
estabelecendo a média aritmética das mesmas como valor final.
33
3.5. Tratamento estatístico
Neste estudo, os dados foram inicialmente tabulados através da estatística
descritiva (média e desvio padrão), para análise das características físicas da amostra.
Posteriormente, objetivando detectar possíveis diferenças estatisticamente significativas
entre os subgrupos de estudo, utilizou-se o teste “t” de Student para amostras
independentes.
Os dados foram processados e analisados utilizando-se o pacote estatístico
computadorizado STATISTICA for Windows versão 7.0, num computador Intel Celeron,
processador de 1.7GHz, 1 GB de memória RAM e capacidade de armazenamento no HD
de 80 GB.
4. Resultados e Discussões
4.1. Características físicas da amostra
Com o objetivo de averiguar diferenças estatisticamente significativas em nível de
p<0,05 entre os sujeitos componentes da amostra, expõe-se na Tabela 1 a análise
comparativa entre os subgrupos de estudo, os quais são classificados em: a) SGA para a
amostra composta por praticantes de TFCR; e b) SGC para a amostra formada por
sujeitos sedentários.
TABELA 1 – Característica física da amostra
GE
VARIÁVEIS
SUBGRUPOS
t
P
22,44 ± 2,351
1,588
0,131
69,65 ± 7,357
75,96 ± 14,054
1,192
0,250
172,06 ± 2,921
173,73 ± 6,904
0,666
0,514
SGA
SGC
IDADE
(anos)
20,66 ± 2,397
PCT
(kg)
E
(cm)
Ao se analisar a tabela acima, não foram constatadas diferenças estatisticamente
significativas entre as médias das variáveis que caracterizam a amostra, demonstrando a
homogeneidade entre os subgrupos.
4.2. Análise das variáveis dependentes
Em atenção aos objetivos deste estudo, para analisar as variáveis dependentes
optou-se por separar o GE em dois subgrupos: SGA e SGC, uma vez que, esta estratégia
permite uma melhor análise comparativa dos escores obtidos nos procedimentos de
medição em cada subgrupo. Abaixo na Tabela 2, apresenta-se os valores médios,
desvios padrão, valores do teste “t” e níveis de significância estatística obtidos nas
variáveis analisadas.
35
TABELA 2 – Resultados das variáveis: FCR, PAS, PAD, PAM, VO2 máx., DC, VS,
DP e MIVO2 máx.
GE
VARIÁVEIS
SGA
SGC
t
P
FCR
(bpm)
68,11 ± 6,470
63,44 ± 5,433
-1,656
0,117
PAS
(mmHg)
108,66 ± 4
122 ± 9,513
3.876
0,001*
PAD
(mmHg)
71,22 ± 5,190
78,22 ± 6,815
2.451
0,026*
PAM
(mmHg)
83,57 ± 3,649
92,66 ± 6,266
3,760
0,001*
DC
(l/min.)
21,35 ± 1,407
22,59 ± 3,032
1,119
0,279
VS
(ml/bpm)
109,11 ± 7,865
117,88 ± 15,862
1,487
0,156
DP
(mmHg)
364,22 ± 19,739
356 ± 35,203
-0,611
0,549
MIVO2 máx.
(ml/100g VE/min.)-1
44,68 ± 2,762
43,53 ± 4,930
-0,610
0,550
*Significativo em nível indicado.
Quando comparados os escores do SGA com os do SGC, constata-se diferenças
estatisticamente significativas em nível de p<0,05 apenas nas variáveis PAS (p=0,001),
PAD (p=0,026) e PAM (p=0,001), com o mesmo não ocorrendo nas demais variáveis
pesquisadas.
Sobre este assunto, Goldberg et al. (1989) analisaram os efeitos do TFCR
decorrentes 16 semanas sobre a FCR, PAS e PAD em sujeitos sedentários normotensos,
observando que a FCR permaneceu inalterada, enquanto a PAS e a PAD apresentaram
reduções estatisticamente significativas de 9 mmHg (p<0,02) e 10,5 mmHg (p<0,005)
respectivamente.
36
Corroborando com estes resultados, Benedetti & Benedetti (1996) analisaram os
efeitos de um programa de TFCR, realizado três vezes por semana em dias alternados,
com duração de 40 a 60 minutos, sobre a PAS e PAD de sujeitos classificados como da
terceira idade, separando-os em dois subgrupos (A e B) com media de idade de 80,4 e
52,2 anos respectivamente. No pré teste, os valores de PAS e PAD do sub grupo “A” foi
de 160,4 mmHg e 80,6 mmHg respectivamente, enquanto o sub grupo “B” apresentava
valores de 130,1 mmHg e 70,8 mmHg para PAS e PAD respectivamente. Após 90 dias
de procedimentos experimentais, os valores reportados de PAS e PAD foram
respectivamente 140,3 e 60,9 para o sub grupo “A”, bem como, 110,6 e 60,7 para o sub
grupo “B” respectivamente.
De acordo com Fleck & Kraemer (2006), estes efeitos na redução da PAS e PAD
em sujeitos normotensos submetidos a TFCR, provavelmente está relacionado com uma
diminuição do tecido adiposo e alterações no fluxo simpatoadrenal, já que a redução da
gordura central diminui os níveis de cortisol, substância esta que eleva a PA, enquanto o
fluxo simpatoadrenal torna-se favorável ao aumento de substancias vasodilatadoras na
circulação sanguínea, as quais, reduzem os níveis de PA em repouso (MARCEAU apud
GUEDES & GUEDES, 1998).
Ao analisar os estudos sobre os efeitos do treinamento físico na variável FCR,
Leite (2000) afirma que em sujeitos que participam de programas de exercícios físicos em
geral, a variável anteriormente citada modifica-se após o mesmo, apresentando valores
menores associada a um volume de ejeção sanguínea maior, demonstrando
modificações
no
sistema
cardiocirculatório
que
influenciam
positivamente
no
funcionamento do mesmo.
Sobre este assunto, a maioria dos estudos (ROSKAM apud LAMBERT, 1990;
FLECK & KRAEMER, 2006; SIMÃO, 2007) sugerem que o TFCR não promove aumento
na espessura cardíaca, impossibilitando a obtenção de níveis acentuados no volume de
ejeção sanguínea através do sistema de treino supracitado.
Sabe-se que tal fenômeno é responsável por manter o DC constante durante o
repouso sem alterações na FCR, o que torna perfeitamente compreensível os resultados
obtidos neste estudo.
Corroborando, Fleck & Kraemer (2006) mencionam estudos cujos números de
FCR em atletas basistas, fisiculturistas e levantadores de pesos, esportes estes
dominantemente abastecidos do ponto de vista energético pelo sistema anaeróbio, não
diferem daqueles de sujeitos sedentários, situando-se entre 60 a 78 bpm, enquanto
atletas de endurance, ou seja, esportes dominados pelo sistema energético aeróbio,
apresentam valores que podem chegar a 35 bpm (LEITE, 2000).
37
Isso considerando e ainda de acordo com Leite (2000), o TFCR não gera os
mesmos efeitos observados em sujeitos que praticam exercícios físicos contínuos de
longa duração, que recrutam um alto percentual de massa muscular esquelética,
abastecidas do ponto de vista energético pelo sistema aeróbio, os quais promovem
aumento no tamanho interno do ventrículo esquerdo, permitindo assim uma maior
capacidade de bombeamento sanguíneo pelo coração.
Tal fato, permite compreender a ausência de diferenças estatisticamente
significativas no VS, uma vez que, segundo Leite (2000), sem alterações constatadas no
VS, o DC também não apresenta modificações significativas entre os sub grupos, já que
o mesmo é dependente da capacidade do ventrículo esquerdo em realizar o
bombeamento sanguíneo.
Confirmando o pressuposto anteriormente mencionado, Lusiani et al. (1986)
compararam através do ecocardiograma, o diâmetro do ventrículo esquerdo e outras
variáveis em 49 atletas juniores submetidos a 12 semanas de treinamentos específicos
em suas respectivas modalidades, sendo 13 ciclistas de longa distância, 6 ciclistas de
curta distancia, 6 levantadores de peso, 13 futebolistas e 11 de tiro ao alvo. O grupo de
levantadores de peso não apresentou aumento do diâmetro do ventrículo esquerdo,
sendo este, constatado apenas nos ciclistas e futebolistas.
No tocante ao DP, sabe-se que durante um esforço físico qualquer, o coração tem
como função aumentar o DC, e para isso dispõe de dois mecanismos, a FC e o VS
(LEITE, 2000). Como já constatado, o TFCR não está associado a aumentos no VS,
permitindo que o DC seja ampliado apenas pelo aumento da FC. Deste modo, torna-se
compreensível os valores explicitados anteriormente na TABELA 2.
Quanto ao MIVO2 máx., Leite (2000) afirma que há uma correlação entre a
referida variável e o DP, sendo que, ambas isoladas ou associadas podem expressar a
carga de trabalho imposta ao coração. Esta afirmativa é corroborada por Sharkey (1998);
Nieman (1999); Leite (2000); Pitanga (2004); Topol (2005), os quais de maneira unânime,
afirmam que os exercícios contínuos de longa duração e executados com intensidade
leve a moderada, são os mais indicados para obtenção de níveis adequados de
condicionamento cardiorespiratório, com o TFCR sendo secundário ao se tratar deste
objetivo como meta de treino.
38
5. Conclusão
Este estudo teve como objetivo comparar variáveis funcionais hemodinâmicas
entre sujeitos sedentários e praticantes de TFCR. Considerando que foram encontradas
diferenças estatisticamente significativas apenas nas variáveis hemodinâmicas PAS, PAD
e PAM dos sujeitos praticantes de TFCR (SGA) quando comparados com indivíduos
sedentários (SGC), e ainda, que nesta pesquisa os sujeitos fisicamente ativos durante a
medida da PA foram classificados como “normotensos”, pressupõe-se que tal
sistematização de treino pode ser de pouca confiabilidade quando se objetivar promover
melhorias
morfofuncionais
no
sistema
cardiopulmonar
capazes
de
influenciar
positivamente nas mesmas variáveis de sujeitos “hipertensos”.
Assim, corroborando com outras investigações, sugere-se que o TFCR não é o
sistema de treino mais indicado para promover melhorias significativas em variáveis
hemodinâmicas, recomendando-se que os sujeitos ao se iniciarem num programa de
TFCR objetivando melhorias funcionais para a qualidade de vida, incluam nas suas
sessões de treino, cargas de trabalho físico aeróbias para garantir a obtenção de níveis
funcionais hemodinâmicos adequados.
5.1. Propostas de novas investigações
Desenvolver novos estudos com uma amostra compondo-se de um número
maior de sujeitos e utilizando-se um desenho estatístico diferente do realizado nesta
pesquisa, para:
Analisar
alterações
hemodinâmicas
decorrentes
de
diferentes
programas de TFCR; e
Estabelecer possíveis correlações das variáveis dependentes desta
investigação com variáveis morfológicas e funcionais.
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40
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ANEXO I
SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO
COORDENADOR DA WIN ACADÊMIA:
PORTO VELHO – RO
Senhor Coordenador,
Na qualidade de aluno do curso de Graduação de Licenciatura Plena em
Educação Física da Universidade Federal de Rondônia, venho pelo presente solicitar
de Vossa Senhoria, os bons préstimos no sentido de junto à equipe de profissionais desta
Academia, autorizar a coleta de dados de minha pesquisa intitulada: “HEMODINÂMICA
ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA
RESISTIDO: um estudo comparativo”.
Informo ainda, que nos colocamos a vossa inteira disposição para maiores
esclarecimentos a respeito da referida pesquisa, uma vez que, estudos dessa natureza
só auxiliam na melhor qualidade de mão de obra dos profissionais de Educação Física e
áreas afins.
Na certeza de contarmos com vossa colaboração, desde já agradeço.
Atenciosamente,
Porto Velho, 05 de Setembro de 2010.
BRUNO SARAIVA LOPES
- PESQUISADOR -
42
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO
Eu,____________________________________________________, sob o
RG:__________________,
CPF:______________________,
endereço
residencial:___________________________________________________,
sou
voluntário para participar da pesquisa: “HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E
PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO
COMPARATIVO”, que será realizada pelo acadêmico Bruno Saraiva Lopes, sob o RG:
594975/RO, CPF:910908902-02, endereço residencial: Vigésima avenida, 6034,
Residencial Pinhais I, apto. 301, Bloco A.
Outrossim, declaro que o investigador acima citado, forneceu-me todas as
informações relacionadas ao projeto de pesquisa incluindo:
1- O objetivo da pesquisa é averiguar possíveis diferenças hemodinâmicas entre
sedentários e praticantes de TFCR.
2- Explicações sobre os procedimentos, medidas, protocolos, estruturas básica e
duração da mesma;
3- Todos os dados referentes a minha pessoa, não serão usados para nenhum
outro propósito além destes que através do presente documento estou
concordando, sem a minha autorização prévia e por escrito;
4- Nenhuma das instituições envolvidas direta ou indiretamente na pesquisa,
serão responsabilizadas por acidentes ou perdas ocorridas nos locais onde a
mesma se desenrola;
5- A pesquisa não será filmada nem fotografada, estando garantido o sigilo e a
confidencialidade;
6- Quanto aos riscos, apenas o teste de esforço na esteira apresenta
desconforto, mas não risco a saúde do avaliado;
7- Como benefício ao avaliado, este terão um diagnóstico funcional da
capacidade cardiocirculatória após os procedimentos de testagem;
8- Não será realizado nenhum pagamento aos avaliados;
9- Me reservo o direito a desistir da minha participação na pesquisa, a qualquer
momento sem nenhuma repercussão negativa.
Concordando com todos os itens acima, dato o presente documento e subscrevo-me.
TESTEMUNHAS:
Data: _____/ _____/ ________
1) _______________________
2) _______________________
____________________________
Assinatura do Voluntário
____________________________
Assinatura do pesquisador

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