hemodinâmica entre sedentários - Departamento de Educação Física
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hemodinâmica entre sedentários - Departamento de Educação Física
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR NÚCLEO DE SAÚDE – NUSAU DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA – DEF CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Acadêmico: Bruno Saraiva Lopes Porto Velho – RO 2010 HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO. Autor: Bruno Saraiva Lopes Orientador: Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Almeida Monografia apresentada ao curso de Educação Física do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia, como requisito para obtenção do título de graduado em Licenciatura Plena em Educação Física. Porto Velho – RO 2010 ii Autor: Bruno Saraiva Lopes Título do Trabalho: HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO Data da Defesa: 14 / 12 / 2010 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Ameida – Orientador Julgamento: Assinatura: Prof. Dra. Ivete de Aquino Freire Julgamento: Assinatura: Prof. Esp. José Carlos Curi Julgamento: Assinatura: NOTA: __________ (___________________) Porto Velho – 14 de Dezembro de 2010 iii DEDICATÓRIA Ao Professor Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Almeida por acreditar em mim e em meu projeto de pesquisa. iv AGRADECIMENTOS Sempre entusiasmado e motivado com o curso de Licenciatura Plena em Educação Física, cheguei a um final satisfatório com a consolidação desta graduação. Embora constantes sacrifícios de ordem pessoal e afetiva se fizessem presentes neste longo caminho, sei que as suas superações me fortaleceram cada vez mais, induzindome a profundas reflexões acadêmicas e pessoais. Assim, faço alguns agradecimentos de ordem: Religiosa: A Deus, razão de todas as existências. Pessoal: Aos meus pais: Manoel Lopes Neto e Vânia Maria Saraiva Lopes, pelo apoio e incentivo ao longo destes anos; e A companheira e amiga Janaína da Costa França, pela compreensão, apoio e incentivo ao longo destes anos. Acadêmica: Ao meu Orientador: Prof. Dr. Hélio Franklin Rodrigues de Almeida, pelas orientações seguras, lições de ética, paciência e a altivez de um líder que veio para ficar, com o qual tive o privilégio de conviver e aprender; A Prof. Dr. Ivete de Aquino Freire, pelo incentivo e parceria em produções acadêmicas; e Aos acadêmicos Clarice Lemos e Ualesson Azevedo, pelo apoio prestado na coleta de dados desta pesquisa. Institucional: À Universidade Federal de Rondônia - UNIR, pela formação acadêmica recebida; e À Coordenação da Academia WIN de Porto Velho RO, a qual viabilizou os meios para a coleta de dados desta pesquisa. v SUMÁRIO ELEMENTOS PRÉ TEXTUAIS SUMÁRIO v LISTA DE FIGURAS vii LISTA DE TABELAS viii LISTA DE SIGLAS ix RESUMO xi ABSTRACT xii ELEMENTOS TEXTUAIS 1. INTRODUÇÃO 01 1.1. Problematização 01 1.2. Justificativa 04 1.3. Objetivos 04 1.3.1. Objetivo geral 04 1.3.2. Objetivos específicos 04 1.4. Delimitação do estudo 05 2. REVISÃO DE LITERATURA 06 2.1. Orientações gerais 06 2.2. O sistema cardiocirculatório 06 2.2.1. O coração 07 2.2.2. Os vasos sanguíneos 09 2.2.3. O sangue 11 2.3. Hemodinâmica 11 2.4. Fenômenos hemodinâmicos centrais 12 2.4.1. Freqüência cardíaca 12 2.4.2. Volume sistólico 13 2.4.3. Débito cardíaco 14 2.4.4. Consumo máximo de oxigênio do miocárdio 15 2.5. Fenômenos hemodinâmicos periféricos 15 vi 2.5.1. Distribuição do fluxo sanguíneo 15 2.5.2. Diferença arteriovenosa de oxigênio 16 2.6. Fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais 16 2.6.1. Pressão arterial sanguínea 16 2.6.2. Duplo produto 18 2.6.3. Resistência periférica total 18 3. METODOLOGIA 19 3.1. Caracterização da pesquisa 19 3.2. População e amostra 19 3.2.1. Procedimentos para seleção da amostra 19 3.3. Descrição do desenho do estudo 19 3.3.1. Controle do estudo 20 3.3.1.1. Seleção do quadro de avaliadores e controle das condições de testagem 20 3.4. Variáveis do estudo 20 3.4.1. Variável dependente 20 3.4.1.1. Parâmetros funcionais hemodinâmicos 21 3.4.1.1.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais 21 3.4.1.2. Parâmetros morfológicos 31 3.4.1.2.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais 31 3.5. Tratamento estatístico 33 4. Resultados e Discussões 34 4.1. Características físicas da amostra 34 4.2. Análise das variáveis dependentes 34 5. Conclusão 38 5.1. Propostas de novas investigações 38 ELEMENTOS PÓS TEXTUAIS REFERÊNCIAS 39 ANEXOS 41 vii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Quadro demonstrativo do desenho da pesquisa 20 FIGURA 2 Protocolo de ELLESTAD apud LEITE (2000) 23 FIGURA 3 Correção da pressão arterial sanguínea 28 viii LISTA DE TABELAS TABELA 1 TABELA 2 Característica física da amostra Resultados das variáveis: FCR, PAS, PAD, PAM, VO2 máx., DC, VS, DP e MIVO2 máx. 34 35 ix LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS AF Atividade física bpm Batimentos por minuto DC Débito cardíaco DP Duplo produto E Estatura FC Freqüência cardíaca FCME Freqüência cardíaca máxima de esforço FCR Freqüência cardíaca de repouso GE Grupo de estudo HAS Hipertensão arterial sanguínea litros/min. Litros por minuto MIVO2 máx. Consumo máximo de oxigênio do miocárdio ml/100g Mililitros por 100 gramas de músculos ml/100g MIVO2 máx. Mililitros para cada 100 gramas da massa muscular do miocárdio ml/bpm Mililitros por batimento ml O2/1.000 Mililitros de oxigênio para cada litro de sangue mmHg/bpm Milímetros de mercúrio por batimento cardíaco PA Pressão arterial sanguínea PAD Pressão arterial diastólica PAM Pressão arterial média PAS Pressão arterial sistólica PAS máx. Pressão arterial sistólica máxima obtida em esforço PCT Peso corporal total SC Sistema cardiocirculatório SGA Subgrupo A x SGC Subgrupo de controle TFCR Treinamento físico contra resistido VDF Volume diastólico final VO2 máx. Consumo máximo de oxigênio VS Volume sistólico xi HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO Bruno Saraiva Lopes RESUMO Este estudo objetivou comparar as variáveis hemodinâmicas entre sujeitos sedentários e praticantes de treinamento físico contra resistido (TFCR). A amostra foi composta por 18 sujeitos do gênero masculino, os quais formaram o grupo de estudo (GE), sendo este divido em dois subgrupos, com as seguintes características físicas: 1) o subgrupo de estudo “A” (SGEA), composto por 9 sujeitos normotensos com 6 a 24 meses de experiência em TFCR (idade: 20,66 ± 2,397; peso corporal total: 69,65 ± 7,357; estatura:172,06 ± 2,921), e 2) o subgrupo de controle (SGC), composto por 9 sujeitos sedentários (idade: 22,44 ± 2,351; peso corporal total: 75,96 ± 14,054; estatura: 173,73 ± 6,904). As variáveis dependentes deste estudo foram: a) Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR); b) Débito Cardíaco (DC); c) Volume Sistólico (VS); d) Pressão Arterial Sistólica (PAS); e) Pressão Arterial Diastólica (PAD); f) Pressão Arterial Média (PAM) g) Duplo Produto (DP); e h) Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio (MIVO2 máx.), sendo estas, em ambos os subgrupos de estudo, avaliadas através dos mesmos procedimentos de testagem e medição. Inicialmente, para análise das características físicas da amostra utilizou-se a estatística descritiva, e posteriormente, objetivando detectar possíveis diferenças significativas entre os subgrupos de estudo foi aplicado o teste “t” de Student para amostras independentes. Constatou-se que o SGEA apresentou diferenças significativas apenas nas variáveis PAS (p=0,001), PAD (p=0,026) e PAM (p=0,001), com o mesmo não ocorrendo em nenhuma das variáveis pesquisadas no SGC. Sugere-se que o TFCR não é o sistema de treino mais indicado para promover melhorias significativas em variáveis hemodinâmicas, recomendando-se que os sujeitos ao se iniciarem num programa de TFCR objetivando melhorias funcionais para a qualidade de vida, incluam nas suas sessões de treino, cargas de trabalho físico aeróbias para garantir a obtenção de níveis funcionais hemodinâmicos adequados. PALAVRAS CHAVE: Hemodinâmica, treinamento físico contra resistido xii HEMODYNAMIC BETWEEN SEDENTARY AND PRACTITIONERS OF RESISTANCE AGAINST PHYSICAL TRAINING: A COMPARATIVE STUDY. Bruno Saraiva Lopes ABSTRACT This study aimed to compare hemodynamic variables between sedentary subjects and practitioners of exercise training against resistance (TFCR). The sample consisted of 18 male subjects who formed the study group (GE) which is divided into two subgroups with the following characteristics: 1) the subgroup of study "A" (SGEA), composed of 9 normotensive subjects with 6-24 months experience in TFCR (age: 20.66 ± 2.397, total body weight: 69.65 ± 7.357, height: 172.06 ± 2.921), and 2) the subgroup of control (SGC), composed of 9 sedentary subjects (age: 22.44 ± 2.351, total body weight: 75.96 ± 14.054, height: 173.73 ± 6.904). The dependent variables in this study were: a) Resting Heart Rate (FCR), b) Cardiac Output (DC); c) Stroke Volume (VS) d) Systolic blood pressure (PAS), e) Diastolic blood pressure (PAD) f) Mean Arterial Pressure (PAM) g) Double Product (DP), h) Maximal Oxygen Uptake Myocardial Infarction (MIVO2 max.) while the same in both groups of study as assessed through the same testing procedures and measuring. Initially to analyze the physical characteristics of the sample we used descriptive statistics and later aiming to detect possible significant differences between the subgroups was applied to test t de Student for independent sample. It was found that the SGEA only showed significant differences in PAS (p = 0.001), PAD (p = 0.026) and PAM (p = 0.001), which did not occur in any of the variables investigated in the SGC. It is suggested that the TFCR is not the most appropriate training system to promote significant improvements in hemodynamic variables recommending that the subject would commence a program aiming TFCR functional improvements to the quality of life including in their training sessions aerobic physical workloads to ensure the achievement of adequate hemodynamic functional levels. KEYWORDS: Hemodynamic, physical training against resistance. 1. Introdução 1.1. Problematização Antigamente os povos exploravam os recursos naturais para sua sobrevivência (caça, pesca, agricultura, etc.), até que, escasseados tais recursos em função do consumo próprio, estes deslocavam-se para uma nova área reiniciando o dito processo. Com o passar do tempo, principalmente após a Revolução Industrial em meados do século XVIII, a comodidade acentuada da vida moderna ocasionada pelo avanço tecnológico, proporciona cada vez mais, baixas taxas de esforços físicos diários ao homem, sendo este fenômeno entendido pela literatura especializada como sedentarismo (NETO, 1997). É consenso na literatura que tal fenômeno é responsável pelo surgimento de diversas patologias crônico-degenerativas, tais como, arteriosclerose, hipertensão arterial sanguínea, diabetes, artrose, osteoartrite, câncer, entre outras, com estas doenças podendo levar a além de uma diminuição funcional orgânica, também ao óbito (SHARKEY, 1998; NIEMAN, 1999; PITANGA, 2004; SIMÃO, 2007). Sobre este aspecto, numa visão epidemiológica os estudos de Powers & Howley (2005), mostram que em 1999 nos Estados Unidos da America do Norte, tais doenças foram responsáveis por mais de 1,5 milhões de mortes, sendo que, no Brasil estas implicam anualmente em um milhão de internações e em 25% dos óbitos ocorridos (OLIVEIRA et al. 2004). Para alguns autores, a atividade física (AF), ou seja, qualquer movimento corporal resultante de uma contração muscular esquelética que gere gasto energético acima dos níveis de repouso (TOPOL, 2005), é entendida como uma ferramenta eficaz na prevenção e no tratamento das doenças anteriormente citadas (SHARKEY, 1998; POWERS & HOWLEY, 2005; TOPOL, 2005; NEGRÃO & BARRETTO, 2006). No entanto, autores mais contemporâneos (RODRIGUES DE ALMEIDA, 2007), sugerem que para AF ter tal propriedade, a mesma deve sofrer um processo de planejamento em relação a sua duração, intensidade, freqüência e repetição, sendo denominado a partir de então como exercício físico. Rodrigues de Almeida (2007), sugere ainda que somente nestes moldes, ou seja, orientada por um profissional com a formação acadêmica competente, a AF tem a propriedade de desenvolver adequadamente os níveis funcionais orgânicos sistêmicos dos sujeitos em geral para atendimento de suas necessidades específicas, estado esse conhecido como aptidão física. 2 Dentre as diversas manifestações das atividades físicas, se avulta a prática do treinamento físico contra resistido (TFCR), o qual, popularmente é conhecido como musculação. Segundo Fleck & Kraemer (1999), os efeitos fisiológicos deste tipo de treinamento estão claramente delineados, sendo enfatizados em maior escala, os morfológicos relacionados a hipertrofia muscular, ou seja, aos aumentos tanto do tamanho da fibra muscular, como também da quantidade das proteínas envolvidas no processo de contração músculo esquelética (GOLDSPINK, MACDOUGLAS et al., LUTHI et al. apud FLECK & KRAEMER, 2006). Entretanto, em relação aos efeitos funcionais no sistema cardiovascular, ou seja, as alterações dessa metodologia de treino no conjunto de fatores que ocorrem a partir do momento em que o sangue é ejetado na rede vascular em decorrência da sístole cardíaca, fenômeno esse denominado de hemodinâmica (LEITE, 2000), ainda é alvo de discussões acadêmicas. Sobre este assunto, estudos comparando os aspectos funcionais anteriormente citados em atletas, os quais analisam as variáveis: freqüência cardíaca de repouso (THOMAS apud LEITE, 2000), freqüência cardíaca sobre uma mesma intensidade de esforço (ASTRAND apud LEITE, 2000) e até mesmo, o volume cardíaco analisado através da ressonância magnética (ROSKAM apud LAMBERT, 1990), apontam alterações cardiovasculares mais significativas naqueles sujeitos que praticam esportes caracteristicamente de longa duração e baixa intensidade, dominantemente abastecidos do ponto de vista energético pelo sistema aeróbio. Nessa ótica, o TFCR por sua execução cinesiológica apresenta características opostas as atividades físicas aeróbias, uma vez que, seus estímulos físicos são executados com características de baixa duração e moderada/alta intensidades, requerendo um abastecimento energético dominado pelo sistema anaeróbio, impondo portanto, um estimulo diferente ao coração (FLECK & KRAEMER, 2006). Segundo os autores acima citados, nos esforços físicos aeróbios, existe a necessidade fisiológica do bombeamento de um grande volume de sangue sob pressão sanguínea relativamente baixa, enquanto durante o treinamento de força, caracteristicamente anaeróbio, um volume baixo de sangue é bombeado sob alta pressão relativa, sugerindo portanto, adaptações diferenciadas no referido órgão. Ainda Fleck & Kraemer (2006), neste tipo de treinamento existe a necessidade de se analisar o volume e a intensidade da carga de treino aplicada, pois estes fatores implicam em adaptações crônicas ocasionadas no músculo cardíaco. Ainda se tratando de efeitos do TFCR, Santarém (1998) faz referências a aspectos metabólicos influenciados pelo referido sistema de treino, abordando seus 3 efeitos sobre o perfil lipídico de seus praticantes, o qual contribui de forma direta a saúde cardiovascular, diminuindo a ação de fatores de risco coronariano. Porém, os estudos realizados sobre o referido assunto estão inconclusivos, pois sugerem que indivíduos submetidos a um TFCR, apresentam após os procedimentos experimentais, níveis de colesterol que variam de “baixo”, “normal” e “alto” em suas classificações (HURLEY, KRAEMER, DESCHENES & FLECK, STONE et al. apud FLECK & KRAEMER, 2006). Ampliando as perspectivas de discussões sobre o tema, Monteiro (2004) faz uma abordagem sobre a contribuição do TFCR para pré púberes e idosos quando prescrito, orientado e controlado de forma metodologicamente adequada, proporcionando ganhos de força muscular em ambas as populações, além de quebrar o paradigma que restringe o TFCR às crianças. Especificamente com relação a idosos, o referido autor ressalta também a melhora da qualidade física equilíbrio nesta população, fato esse que minimiza o risco de lesões, uma vez que, de maneira geral em atividades cotidianas os idosos são mais propensos a quedas e conseqüentemente a contusões. Ainda sobre o TFCR, Aaberg (2001) faz referência aos benefícios relacionados a melhoria da postura corporal nas populações em geral, fato que, segundo o mencionado autor, possibilita a minimização do gasto energético para manutenção de diferentes posições corpóreas no dia a dia, contribuindo assim de maneira funcional para as atividades físicas cotidianas e influenciando positivamente na qualidade de vida de seus praticantes. Sobre outras perspectivas de aplicabilidade do TFCR, Simão (2007) descreve os seus efeitos profiláticos e terapêuticos, bem como, apresenta propostas metodológicas de avaliação funcional, prescrição e controle de cargas de treino, além de mostrar estudos que relatam claramente os benefícios ocasionados em sujeitos portadores de patologias como cardiopatias, osteoporose, diabetes e obesidade. Diante destas constatações, verifica-se que são várias as pesquisas e opiniões sobre o assunto, sendo que, até o momento parece ser impossível estabelecer-se uma opinião acadêmica definitiva sobre o tema. Diante disso formulou-se o seguinte problema de pesquisa: EXISTEM DIFERENÇAS HEMODINÂMICAS ENTRE SEDENTARIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO? 4 1.2. Justificativa Em se tratando de TFCR, observa-se na literatura especializada uma ênfase em trabalhos que analisam algumas variáveis hemodinâmicas de atletas fisiculturistas, basistas e levantadores de peso, estudando-os tanto em situação fisiológica de repouso (FLECK, HAYKOWSKY et al., GEORGE et al., SALTIN & ASTRAND apud FELCK & KRAEMER, 2006), como em condições de esforço físico (FALKEL, FLECK & MURRAY apud FLECK & KRAEMER, 2006). Considerando que não foi encontrado na literatura disponível, nenhum estudo que averiguasse possíveis diferenças entre praticantes de TFCR e sedentários, e ainda, de acordo com as sugestões de Negrão & Barreto (2006), os quais publicaram que é inviável no momento qualquer conclusão que se faça sobre o tema, pressupõe-se que tais aspectos ainda não estão totalmente esclarecidos, justificando assim a realização desta pesquisa. 1.3. Objetivos 1.3.1. Objetivo geral Averiguar possíveis diferenças hemodinâmicas entre sedentários e praticantes de TFCR. 1.3.2. Objetivos específicos Testar, medir e avaliar possíveis alterações nos parâmetros funcionais fisiológicos hemodinâmicos: a) Freqüência Cardíaca de Repouso (FCR); b) Débito Cardíaco (DC); c) Volume Sistólico (VS); d) Pressão Arterial Sistólica (PAS); e) Pressão Arterial Diastólica (PAD); f) Pressão Arterial Média (PAM) g) Duplo Produto (DP); e h) Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio (MIVO2 máx.), decorrentes de um TFCR supostamente sistematizado em bases metodológicas. Testar, medir e avaliar os parâmetros morfológicos: a) Peso Corporal Total (PCT); e b) Estatura (E) Servir como diretriz de pesquisa; e 5 Comparar os resultados deste estudo com outros similares desenvolvidos no Brasil ou no exterior. 1.4. Delimitação do estudo O estudo propõe-se a investigar possíveis diferenças hemodinâmicas entre sedentários e praticantes de TFCR da cidade de Porto Velho (RO), todos do gênero masculino, com idades entre 18 e 30 anos e possuindo entre 6 e 24 meses de experiência no referido sistema de treinamento. 2. Revisão de literatura 2.1. Orientações gerais Em atenção ao problema de pesquisa deste estudo e com o intuito de possibilitar um melhor entendimento deste capítulo, procurou-se estabelecer a organização dos conteúdos abordados na seguinte seqüência de tópicos: a) sistema cardiocirculatório; b) coração; c) vasos sanguíneos; d) sangue; e) hemodinâmica; f) fenômenos hemodinâmicos periféricos; g) fenômenos hemodinâmicos centrais; e h) fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais. 2.2. O sistema cardiocirculatório Powers & Howley (2005), descrevem o sistema cardiocirculatório (SC) humano como um circuito hermeticamente fechado, formado pelo coração e vasos sanguíneos, cujo funcionamento gera uma pressão hidrostática capaz de levar o sangue a todos os tecidos do organismo, e através do transporte de oxigênio, nutrientes, remoção dos produtos da degradação dos tecidos do organismo e regulação da temperatura corporal, possibilitando a manutenção de um estado funcional constante interno, conhecido como homeostase orgânica. Neste aspecto, durante a transição do estado fisiológico de repouso para o esforço físico, novas demandas de oxigênio e nutrientes são solicitadas pelas estruturas celulares, e visando atender tal necessidade, o SC redistribui o fluxo sanguíneo mediante a ajustes funcionais no coração e nos vasos sangüíneos, os quais aumentam o fluxo de sangue nas regiões musculares em atividade metabólica acentuada, bem como, diminuem nas menos requeridas, mantendo a homeostase orgânica (POWERS & HOWLEY, 2005). De acordo com Leite (2000), as estruturas anatômicas que compõem SC, sofrem alterações morfofuncionais especificas após um programa de exercícios físicos com características execucionais diferenciadas, as quais, melhoram o funcionamento do mesmo em condições fisiológicas tanto em repouso como em esforço físico, reduzindo as chances de problemas cardiovasculares supostamente relacionados ao sedentarismo. Entretanto, estudos de Negrão & Barreto (2006) sugerem que os efeitos funcionais cardiocirculatórios ocasionados pelo TFCR estão inconclusivos até o momento, pois as 7 pesquisas realizadas apontam resultados controversos e tornam impossível estabelecerse uma opinião acadêmica sobre o tema. 2.2.1. O coração Leite (2000) define o coração como sendo uma bomba central contrátil propulsora, situada na metade medial do mediastino inferior, cujo funcionamento é responsável pela ejeção do sangue na rede vascular. Quanto a sua estrutura, Tortora (2007) relata que o referido órgão é formado por quatro camadas: a) o pericárdio, o qual dividi-se em duas camadas: 1) pericárdio fibroso, formado por tecido conjuntivo irregular denso, resistente e inelástico; e 2) o pericárdio seroso, mais profundo, constituído por uma membrana menos densa, os quais formam uma camada dupla em torno do coração; b) o epicárdio, formado por uma membrana serosa, pouco densa e transparente; c) o miocárdio, composto por tecido muscular cardíaco semelhante ao músculo esquelético por conter proteínas do tipo actina, miosina, troponina e tropomiosina, além de exigir minerais para ativar o mecanismo da bomba de sódio potássio, cujo funcionamento é necessário para promover o deslizamento dos filamentos protéicos entre si, causando a contração muscular; e d) o endocárdio, mais interno, constituído de tecido endotelial e camada subendotelial espessa de fibras elásticas e colágenas. No que tange a sua morfologia, o coração segundo Powers & Howley (2005) afirmam que este possui quatro câmaras, visto como duas bombas em uma, sendo que o átrio e o ventrículo direito formam a bomba direita, enquanto o átrio e o ventrículo esquerdo formam a bomba esquerda. Ainda sobre sua estrutura, o coração possui também: a) os septos interatrial e interventricular, sendo ambos compostos por tecido muscular, os quais separam os átrios e os ventrículos respectivamente, evitando a mistura entre o sangue dos dois lados do coração; b) as válvulas atrioventriculares direita (válvula tricúspide) e esquerda (válvula mitral) que conectam os átrios aos ventrículos direito e esquerdo respectivamente, formadas por tecido conjuntivo denso recoberto pelo endocárdio, as quais através de um complexo mecanismo de ação das cordas tendíneas, evitam o fluxo retrógrado dos ventrículos para o interior dos átrios; e c) as válvulas semilunares pulmonar (ventrículo direito) e aórtica (ventrículo esquerdo), também constituídas por tecido conjuntivo denso recoberto pelo endocárdio, cujo desempenho mantêm o fluxo unidirecional dos ventrículos para o interior das artérias. Tortora (2007) sugere que cada uma das camadas anteriormente descritas, exerce uma função diferente no coração, sendo estas: a) proteção do órgão cardíaco, 8 desempenhada pelo pericárdio; b) lubrificação do referido órgão, realizada pelo epicárdio; c) contrações musculares que ejetam o sangue a partir das câmaras cardíacas, exercida pelo miocárdio; e d) proteção das câmaras e válvulas, atribuída ao endocárdio. No tocante da sua funcionalidade, Powers & Howley (2005) relatam que o lado direito do coração bombeia para o interior dos pulmões através das artérias pulmonares, o sangue parcialmente depletado de oxigênio e com alta concentração de dióxido de carbono, resultante das trocas gasosas entre os tecidos do organismo, processo este denominado circulação pulmonar. Ainda nos pulmões, o sangue é novamente abastecido de oxigênio e o dióxido de carbono se difunde do vaso sanguíneo para o alvéolo, processo esse conhecido como difusão gasosa através dos tecidos alvéolo pulmonar e vaso sanguíneo. Logo após, o sangue, através das veias pulmonares retorna ao coração pelo lado esquerdo do referido órgão, sendo posteriormente bombeado através da artéria aorta aos vários tecidos do corpo através da circulação sistêmica. De acordo com Jacob et al. (2008), ambos os processos de circulação acima mencionados, só são possíveis mediante as ações das câmaras cardíacas, as quais se denominam sístole e diástole, correspondendo ao período de contração e relaxamento do músculo cardíaco. Enquanto os átrios exercem simultaneamente a sístole, os ventrículos estão concomitantemente desempenhando a diástole, e vice versa. Este processo denomina-se ciclo cardíaco e para uma melhor compreensão desse assunto, descreve-se detalhadamente abaixo as fases dos processos anteriormente mencionados, referindo-se aos padrões de contração e relaxamento dos ventrículos, visto que, a sístole ventricular cardíaca é dividida em três fases: a) contração isovolumétrica; b) ejeção máxima; e c) ejeção reduzida. Para os referidos autores, a contração isovolumétrica tem início no momento em que os ventrículos começam a se contrair e dura até a abertura das válvulas semilunares, sendo que neste momento, os ventrículos estão adequadamente preenchidos de sangue com as válvulas atrioventriculares fechadas e seu volume sanguíneo permanece constante. Em seguida, começa a fase de ejeção máxima, quando o músculo cardíaco se contrai aumentando a pressão sanguínea dentro do compartimento, forçando a abertura das válvulas semilunares, momento este em que um grande volume de sangue arterial é lançado em altíssima velocidade na artéria aorta e em menor velocidade nas artérias pulmonares. Por fim, à medida que o sangue é ejetado na rede vascular, ocorre a redução no volume sanguíneo nos ventrículos, diminuindo a pressão sanguínea dentro do compartimento, com o sangue sendo ejetado em menor quantidade, fase conhecida como ejeção reduzida. 9 O processo anteriormente descrito, só é possível mediante a uma ação anterior, denominada diástole ventricular cardíaca, a qual é dividida em quatro fases: a) protodiástole; b) relaxamento isovolumétrico; c) enchimento rápido; e d) enchimento reduzido. A protodiástole corresponde ao fechamento das válvulas semilunares, precedido do relaxamento isovolumétrico, o qual compreende a abertura das válvulas atrioventriculares, com o sangue passando em alta velocidade dos átrios para os ventrículos, iniciando então a fase de enchimento rápido. Em seguida, esta velocidade diminui iniciando a fase de enchimento reduzido, sendo estas duas fases responsáveis pela passagem aproximada de 70% do volume sanguíneo ventricular (POWERS & HOWLEY, 2005). Segundo Leite (2000), o coração sofre alterações anatômicas e fisiológicas, decorrentes dos constantes ajustes realizados pelo SC em função da prática regular de atividades físicas sistematizadas, sendo que, as principais modificações ocorrem na cavidade ventricular mediante estímulos físicos aeróbios que mobilizem na sua execução um grande volume de massa muscular corporal, bem como, na parede ventricular em função de estímulos físicos anaeróbios. De acordo com o mesmo autor, o aumento da cavidade ventricular possibilita ao coração, bombear um maior volume sanguíneo, oferecendo oxigênio e nutrientes em maior escala durante um esforço físico qualquer, e conseqüentemente promove um aumento da tolerância ao desempenho físico sobre uma mesma taxa de intensidade. 2.2.2. Os vasos sanguíneos Os vasos sangüíneos representam um conjunto de tubos fechados classificados em artérias e veias, as quais conectam o coração com as estruturas celulares, possibilitando o fluxo sanguíneo aos diversos tecidos do corpo humano, bem como, o seu retorno ao coração (MCARDLE et al., 2008). Conforme Tortora (2007), as artérias são compostas por três camadas de revestimentos ou túnicas, sendo: a) a túnica íntima, mais interna e constituída por uma camada contínua de células endoteliais quem revestem a face interna de todo o sistema circulatório, além de uma membrana basal e de uma lâmina de tecido elástico, chamada de lâmina elástica interna; b) a túnica média, mais espessa, formada por fibras elásticas e musculares lisas, dispostas em anéis em torno do lúmen (interior da artéria); e c) a túnica externa, composta por fibras colágenas e elásticas, se sobrepondo e envolvendo as túnicas anteriores. 10 Sobre a estrutura das veias, o referido autor afirma que estas embora não possuam as lâminas elásticas internas e externas encontradas nas artérias, são formadas pelas mesmas três túnicas acima descritas, apresentando aspectos diferentes no que se refere à sua espessura relativa, já que as túnica íntima e túnica externa das veias são mais espessas, e a túnica média das mesmas é muito mais densa, com poucas fibras elásticas e musculares lisas. A maioria das veias possuem válvulas internas formadas por pregas membranosas, as quais mantêm o fluxo sanguíneo unidirecionalmente para o coração. De acordo com Leite (2000), o sangue é ejetado pelo ventrículo esquerdo na artéria aorta, sendo que, a medida com que esta se afasta do coração, ramifica-se para formar uma árvore de vasos menores até se tornarem microscópicas, resultando nas arteríolas e posteriormente nos capilares, os quais são os menores e mais numerosos vasos sanguíneos, sendo estes os responsáveis por todas as trocas metabólicas necessárias para a manutenção da homeostase orgânica. Dando continuidade ao processo anteriormente descrito, Powers & Howley (2005) relatam que o sangue passa dos leitos capilares para pequenos vasos venosos denominados vênulas, sendo que, à medida que se dirigem ao coração, aumentam de tamanho tornando-se veias, atingindo a densidade máxima ao desembocar no lado direito do coração trazendo o sangue das partes superior e inferior do corpo (veia cava superior e inferior). Sobre os efeitos dos exercícios físicos nos vasos sanguíneos, Simão (2007) afirma que exercícios físicos aeróbios e anaeróbios, induzem a alterações morfológicas, configuradas tanto pelo aumento do número de capilares, como da própria densidade capilar. No entanto, estudos de Fleck & Kraemer (2006) sugerem que os efeitos do TFCR sobre tais alterações, são possibilitadas apenas por programas de treinamento físico que preconizem um alto volume e uma baixa intensidade nas suas cargas, ou seja, que solicitem em maior escala o sistema energético aeróbio. Tais afirmações, mostram que as referidas adaptações proporcionam um maior aporte sanguíneo aos músculos ativos durante a atividade física, e também, favorecem ao processo de remoção de metabolitos das células musculares para o sangue, permitindo dessa forma, um maior desempenho e tolerância a cargas de trabalho físico realizadas em altos níveis de intensidade. 11 2.2.3. O sangue De acordo com Powers & Howley (2005), o sangue constitui-se num liquido viscoso, apresentando dois componentes principais: 1) uma parte líquida, o plasma, contendo proteínas (globulinas, albumina, etc.), hormônios (insulina, glucagon, etc.) e íons (hidrogênio, sódio, etc.); e 2) uma parte sólida, formada pelas hemácias, plaquetas e os leucócitos. As hemácias contêm hemoglobina, que é a proteína responsável pelo transporte do oxigênio no sangue. Já as plaquetas, apresentam um papel importante na coagulação sanguínea, e os leucócitos formam as células de defesa do organismo, as quais são fundamentais na prevenção de infecções. Nessa ótica, Tortora (2007) relata que de uma maneira geral, o sangue apresenta funções de transporte, regulação e proteção, consistindo detalhadamente em: a) transporte do oxigênio para as células do corpo e dióxido do carbono das referidas células até os alvéolos pulmonares, bem como, nutrientes do trato gastrointestinal e hormônios das glândulas endócrinas para células específicas, além de produtos residuais para os pulmões, rins e pele, objetivando a eliminação dos mesmos; e b) regulação do pH, ajuste da temperatura do corpo e do equilíbrio hidroeletrolítico celular. Segundo Leite (2000), durante um esforço físico, ocorre um desvio do plasma para o liquido intersticial e perda de água pela sudorese. Tal fato, induz conseqüentemente a elevação do número de hemácias, e portanto, do conteúdo de hemoglobina no sangue, ampliando assim a capacidade de transporte e utilização do oxigênio pelas células. 2.3. Hemodinâmica São os fenômenos que regulam o fluxo sanguíneo, traduzindo a eficiência do sistema cardiovascular em atender as demandas de nutrientes pelas células musculares, afim de em virtude das diferentes solicitações orgânicas decorrentes dos mais variados estímulos físicos, manterem o equilíbrio funcional do organismo (POWERS & HOWLEY, 2005). Para uma melhor compreensão dos fenômenos hemodinâmicos, a seguir dividese estes em: a) fenômenos hemodinâmicos centrais (freqüência cardíaca, volume sistólico, débito cardíaco e consumo máximo de O2 do miocárdio); b) fenômenos hemodinâmicos periféricos, (distribuição do fluxo sanguineo e diferença arteriovenosa de O2); e c) fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais (pressão arterial sanguínea, duplo produto e resistência periférica total). 12 2.4. Fenômenos hemodinâmicos centrais 2.4.1. Freqüência cardíaca – FC É o número de sístoles ventriculares cardíacas na unidade de tempo de 1 minuto (MCARDLE et al., 2008). Tal variável apresenta um grau diferenciado em função dos níveis de aptidão física dos sujeitos em geral, com seus valores em se tratando de sujeitos sedentários, situando-se entre 70 a 90 batimentos por minuto (bpm) (LEITE, 2000). Contudo, atletas apresentam números consideravelmente inferiores, sendo estes influenciados pela característica execucional da modalidade esportiva. Neste aspecto, para os esportes dominantemente abastecidos pelo sistema aeróbio, são encontrados valores de até 35 bpm, como é o caso de maratonistas, nadadores, ciclistas e remadores de longa distância (THOMAS apud LEITE, 2000). No entanto, em se tratando de praticas esportivas energeticamente dependentes do sistema anaeróbio como é o caso de fisiculturistas, basistas, levantadores de peso, velocistas, lançadores de disco, dardo, entre outros, a FC de repouso situa-se em torno de 60 a 78 bpm, não demonstrando diferenças estatisticamente significativas quando comparados com os escores de sedentários (FLECK & KRAEMER, 2006). De acordo com Leite (2000), a FC eleva-se linearmente com a intensidade aumentada de esforço físico, e juntamente com o aumento do volume de sangue ejetado a cada sístole ventricular, atende as necessidades de oxigênio e nutrientes requeridos pelas células musculares esqueléticas em atividade metabólica acentuada. Sobre as alterações agudas da FC em sujeitos com diferentes níveis de condicionamento físico, estudos de Astrand apud Leite (2000) analisaram a resposta da mesma durante uma atividade física aeróbia em bicicleta ergométrica com carga de 200 watts, encontrando valores de 120 bpm em maratonistas e 180 bpm em sedentários. Tal fato, permite pressupor que a FC de repouso em sujeitos assintomáticos, apresenta um fidedigno indicativo de funcionamento cardiocirculatório, já que indivíduos com menores valores reportados em repouso, apresentam também números inferiores de FC quando submetidos as mesmas taxas de trabalho físico (LEITE, 2000). Ao observar a resposta da FC durante um esforço anaeróbio localizado, Fleck & Dean apud Fleck & Kraemer (2006), analisaram o comportamento da referida variável durante o movimento de extensão dos joelhos a 80% da capacidade muscular até a exaustão, encontrando o valor máximo de 135 bpm. De acordo com este estudo, pode-se deduzir que a FC não sofre aumentos significativos durante o TFCR, fato que 13 conseqüentemente, explica as pequenas diferenças entre a FCR de sedentários e atletas que tem o TFCR como prioridade durante as suas sessões de treino. 2.4.2. Volume sistólico – VS É o volume total de sangue ejetado no interior da artéria aorta em cada sístole cardíaca, objetivando atender as necessidades funcionais do organismo (LEITE, 2000). De acordo com Powers & Howley (2005), o VS em repouso ou durante o esforço físico, é regulado por três variáveis, sendo: 1) o volume diastólico final (VDF), correspondente ao volume sanguíneo existente nos ventrículos no final da diástole; 2) a pressão aórtica média, a qual delimita a pressão média durante o ciclo cardíaco, sendo um fator que determina a taxa de fluxo sanguíneo através da circulação sistêmica e da resistência vascular oposta; e 3) a força de contração ventricular, que acarreta o aumento da quantidade de sangue bombeado a cada sístole cardíaca. Nessa ótica, os autores acima mencionados afirmam que a principal variável responsável pela regulação do VDF durante o esforço físico, é o aumento da taxa do retorno venoso ao coração, sendo esta, influenciada por três fatores: 1) a venoconstrição, que ocorre por meio de uma constrição simpática da musculatura lisa das veias que drenam o músculo esquelético, resultando na diminuição da capacidade das veias em estocar sangue e ocasionando conseqüentemente o aumento do retorno venoso; 2) a bomba muscular, definida como a ação mecânica das contrações rítmicas da musculatura esquelética, a qual comprime as veias pressionando o sangue em direção ao coração; e 3) a bomba respiratória, fenômeno expresso pela diminuição e aumento da pressão intratorácica durante a ventilação, acelerando o fluxo sanguíneo venoso das regiões abdominal e torácica para o coração. De acordo com Leite (2000), o VS durante o repouso em sujeitos do gênero masculino fisicamente destreinados, varia entre 70 a 90 mililitros por batimento cardíaco (ml/bpm), e 100 a 120 ml/bpm nos fisicamente treinados. Quanto as mulheres, o referido autor afirma que o VS durante o repouso situa-se entre 50 a 70 ml/bpm nas fisicamente destreinadas, bem como, 70 a 90 ml/bpm nas fisicamente treinadas. Em se tratando de TFCR, estudos de Fleck & Kraemer (2006), indicam que o VS em condições fisiológicas de repouso em atletas de nível nacional e internacional, cuja sistematização metodológica das cargas de treino prioriza TFCR, não difere dos sujeitos destreinados. Sobre a resposta do VS durante o esforço físico, Leite (2000) publicou que o VS atinge níveis máximos em percentuais de trabalho físico submáximo, uma vez que as 14 câmaras cardíacas possuem um limite para estocar e realizar o bombeamento sanguíneo, limitando o SC a executar o atendimento das necessidades orgânicas apenas pelo aumento da freqüência cardíaca. Neste aspecto, Powers & Howley (2005) publicaram dados de um experimento em que sujeitos do gênero masculino fisicamente destreinados, atingiram um VS de 110 ml/bpm durante um exercício máximo, enquanto os fisicamente treinados, apresentaram valores de 180 ml/bpm. Quanto às mulheres, os valores encontrados foram de 90 ml/bpm nas fisicamente destreinadas, bem como, 125 ml/bpm nas fisicamente treinadas. De acordo com este estudo, pressupõe-se que através dos constantes ajustes no VS realizados durante as atividades físicas sistematizadas, as câmaras cardíacas ampliam sua capacidade de estocar e bombear sangue através do aumento das referidas câmaras, fato que conseqüentemente, promove maior aporte sanguíneo sobre um mesmo percentual de intensidade. Sobre a resposta do VS durante o TFCR, estudos de Simão (2007) relatam que o sistema de treino supracitado quando executado de forma intensa, é associado a não existência de mudanças na referida variável, ou até mesmo a um decréscimo nesse valor, visto que, as pressões intra abdominais e intratorácicas são muito elevadas em função da ação das bombas muscular e respiratória, o que diminui o retorno venoso e conseqüentemente o VDF. De acordo com o referido autor, para que a respostas sejam as mais similares possíveis aquelas do exercício aeróbio, o TFCR deve preconizar cargas com alto número de repetições e baixa resistência opositora. 2.4.3. Débito cardíaco – DC É o volume total de sangue bombeado pelo coração na unidade de tempo de um minuto, resultado do produto da freqüência cardíaca com o volume de ejeção sanguíneo em cada sístole ventricular da bomba esquerda (Modificado de SIMÃO, 2007). De acordo com Powers & Howley (2005), o DC no repouso não sofre alterações em função dos níveis de aptidão física, variando apenas de acordo com o gênero, visto que, homens e mulheres treinados e não treinados apresentam DC igual a 5 e 4,5 litros/min (l/min) respectivamente. No entanto, complementando a afirmativa anterior, Leite (2000) acrescenta que nas mesmas condições fisiológicas e no mesmo gênero, o DC pode chegar a até 8 l/min. Sobre a resposta do DC durante o exercício físico, Powers & Howley (2005) afirmam que em função do aumento da FC e do VS durante uma taxa de trabalho físico intenso, o DC pode atingir valores de 25 l/min. No entanto, estudos de Leite (2000) 15 relatam quem em função dos níveis de condicionamento físico, o DC pode atingir valores superiores, os quais são encontrados em atletas olímpicos praticantes de modalidades esportivas com predominância do sistema energético aeróbio, que durante procedimentos experimentais, apresentaram um DC de 46 litros/min. Ao analisar a reposta do DC durante o TFCR, estudos de Fleck & Kraemer (2006) reportam que em função dos baixos valores de VS e FC encontrados durante o referido sistema de treino, este é associado a não existência de alterações significativas em decorrência do mesmo. Entretanto, Simão (2007) sugere que com cargas reduzidas e repetições elevadas, o DC pode apresentar respostas mais similares aquelas observadas no exercício aeróbio, embora em um grau bem menor. 2.4.4. Consumo máximo de O2 do miocárdio – MIVO2 máx. Segundo Leite (2000), é a quantidade de oxigênio utilizado pelas células do miocárdio para realizar o trabalho funcional de bombeamento cardíaco do fluxo sanguíneo, o qual é expresso em mililitros para cada 100 gramas da massa muscular do miocárdio (ml/100g MIVO2 máx.). De acordo com o referido autor, em sujeitos normais, existe uma relação paralela e proporcional entre MIVO2 máx. e as variáveis anteriormente descritas (FC, VS, DC), já que números elevados das mesmas são preditores de trabalho executado pelo coração durante um esforço físico qualquer, o qual só é possível mediante a adequada captação de oxigênio pelo miocárdio para realização do bombeamento sanguíneo. 2.5. Fenômenos hemodinâmicos periféricos 2.5.1. Distribuição do fluxo sanguíneo De acordo com Leite (2000), em condições fisiológicas de repouso apenas 15 a 20% do DC são distribuídos aos músculos esqueléticos, correspondendo cerca de 4 a 7 mililitros por 100 gramas de músculos (ml/100g), enquanto o restante é direcionado aos demais órgãos (pele, cérebro, rins, fígado, etc.). Sobre este assunto, Powers & Howley (2005) publicaram que em função da demanda aumentada de oxigênio nos músculos esqueléticos durante um esforço físico qualquer, é necessário que seja ampliado o fluxo sanguíneo para estas células, e concomitantemente, reduzido o mesmo para os órgãos em menor atividade metabólica 16 (rins, fígado, pele, etc.), processo este, denominado redistribuição seletiva do fluxo sanguíneo. Ainda Powers & Howley (2005), este processo de auto regulação, possibilita durante uma taxa máxima de esforço físico, que 80 a 85% do DC sejam direcionados a musculatura esquelética, implicando num fluxo sanguíneo aumentado entre 12 a 30 vezes, o que corresponde entre 50 a 80 ml/100g de músculo na referida região, suprindo assim as necessidades de oxigênio e nutrientes requeridos pelos músculos esqueléticos em esforço físico aumentado. Objetivando explicar os mecanismos que regulam o processo anteriormente mencionado, Leite (2000) afirma que o mesmo decorre da vasoconstrição reflexa das arteríolas que irrigam os tecidos menos ativos durante a atividade física, bem como, da vasodilatação das arteríolas que suprem os músculos esqueléticos em trabalho muscular acentuado. 2.5.2. Diferença arteriovenosa de O2 É a quantidade de oxigênio captada pelos tecidos do corpo a cada 100 ml de sangue que passam pela circulação sistêmica, para a realização de trabalho celular (POWERS & HOWLEY, 2005). Durante o repouso, a diferença arteriovenosa é cerca de 40 a 50 mililitros de oxigênio para cada litro de sangue (ml O2/1.000), enquanto que num trabalho físico prolongado, estes valores podem variar entre 160 a 180 ml O2/1.000, o que corresponde a um aumento de 4 a 4,5 vezes (LEITE, 2000). De acordo com o Powers & Howley (2005), a diferença arteriovenosa é proporcional a quantidade de oxigênio captada e utilizada pelas células musculares durante o esforço físico para a produção aeróbia de energia, estando diretamente relacionada a pressão parcial do oxigênio presente no interior da célula e do O2 transportado pela mioglobina através do fluxo sanguíneo. 2.6. Fenômenos hemodinâmicos periféricos centrais 2.6.1. Pressão arterial sanguínea – PA É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela quantidade de sangue bombeado e pela resistência oposta ao fluxo sanguíneo (POWERS & HOWLEY, 2005). De acordo com os referidos autores, a PA pode ser classificada em: a) pressão arterial sanguínea sistólica (PAS), referente ao maior valor 17 obtido de pressão, decorrente da ejeção do sangue pelo coração durante a sístole ventricular cardíaca; e b) pressão arterial diastólica (PAD), compreendida pelo menor valor de pressão reportado, que ocorre durante a diástole ventricular cardíaca. Ainda Powers & Howley (2005), sugerem realizar a medição da pressão arterial média (PAM) durante o ciclo cardíaco, a qual determina a taxa do fluxo sanguíneo através da circulação sistêmica, bem como, a pressão média nas paredes arteriais decorrentes dos diferentes valores de sístole e diástole ventricular. De acordo com Rodrigues de Almeida (2009), os valores normais de PAS e PAD durante o repouso, situam-se abaixo ou igual a 130 e 85 milímetros de mercúrio por batimento cardíaco (mmHg/bpm) respectivamente. Durante o repouso, quando a PA é mensurada e os valores encontrados estão acima dos números anteriormente mencionados, considera-se indicativos de hipertensão arterial sanguínea (HAS), a qual se classifica como leve, moderada e severa (POWERS & HOWLEY, 2005). Sobre este assunto, Leite (2000) publicou que a PAS aumenta mediante a intensidade do esforço físico, enquanto a PAD apresenta valores que devem permanecer constantes no padrão fisiológico indicado anteriormente, sendo tolerado o aumento ou diminuição em até 10 mmHg/bpm durante determinados momentos do trabalho físico, em decorrência da elevação do débito cardíaco e do volume sistólico. Ao analisar a resposta da PA durante o TFCR, estudo de Fleck & Kraemer (2006) reportam que não existe estabilização da referida variável durante o sistema de treino supracitado, visto que tanto a PAS e a PAD apresentam valores diferentes durante o encurtamento e o relaxamento muscular, devendo também ser considerados os números de repetições executadas, quantidade de séries em que as repetições são parceladas, bem como, a carga utilizada e o percentual de massa muscular recrutada. De acordo com os referidos autores, a maioria dos estudos apontam que atletas de modalidades anaeróbias como fisiculturistas, basistas e levantadores de peso, apresentam PAS e PAD de repouso dentro da média, o que permite pressupor que o TFCR não modifica a PA de repouso em sujeitos assintomáticos. Entretanto, diversos estudos (HAGBERG, 1984, NIEMAN, 1999, PITANGA, 2004; NEGRÃO & BARRETO, 2006; HARRIS & HOLLY apud FLECK & KRAEMER, 2006) indicam que indivíduos hipertensos apresentaram reduções significativas de PAS e PAD após procedimentos experimentais de TFCR. 18 2.6.2. Duplo produto – DP É o produto da freqüência cardíaca de esforço multiplicado pela PAS, que reflete as alterações relativas da carga de trabalho imposta ao músculo cardíaco durante o esforço físico (POWERS & HOWLEY, 2005). De acordo Leite (2000), o DP durante um esforço físico máximo pode atingir valores cinco vezes maiores do que no repouso, e também, é considerado um parâmetro fidedigno para avaliar a capacidade funcional do ventrículo esquerdo cardíaco, sendo indicador confiável para controle de melhorias em pacientes integrados em programas objetivando a reabilitação cardíaca, visto que há uma correlação linear entre o aumento do DP com o MIVO2 máx. Ao analisar os efeitos do TFCR sobre o DP, estudos de Fleck & Kraemer (2006) afirmam que não significativamente como o ocorre em programas de exercício aeróbios, o sistema de treino supracitado reduz o DP durante o repouso, e também, durante uma atividade física qualquer, visto que, sujeitos com mais experiência em TFCR, quando se submetem aos mesmos percentuais de carga de treino, apresentam menores escores de PAS e FC se comparados com indivíduos sedentários ou iniciantes submetidos a mesma taxa de esforço. 2.6.3. Resistência periférica total De acordo com Powers & Howley (2005), o principal fator que regula o fluxo de sangue é o diâmetro interno do vaso sanguíneo, o que gera alterações na taxa de fluxo às células mediante o aumento do calibre do vaso, denominado vasodilatação, bem como, da sua redução, chamada vasoconstrição. Como já mencionado anteriormente, em função do aumento do fluxo sanguíneo aos músculos esqueléticos, os vasos que irrigam os mesmos sofrem o processo de vasodilatação, fenômeno que gera queda da resistência ao fluxo de sangue e aumenta o volume do mesmo na referida musculatura, ao que entende-se tecnicamente como distribuição seletiva do fluxo sanguíneo. 3. Metodologia 3.1. Caracterização da pesquisa De acordo com Gomes de Mattos et al. (2004), esta pesquisa caracteriza-se como sendo do tipo descritiva quantitativa, uma vez que, considerando-se os objetivos estabelecidos, busca-se verificar possível alterações decorrentes do TFCR sobre o perfil das variáveis hemodinâmicas a serem estudadas, procurando descrevê-las, classificá-las e interpretá-las. 3.2. População e amostra A população deste estudo foi composta por sujeitos sedentários e também praticantes de TFCR, com no mínimo 6 e no máximo 24 meses de experiência no sistema de treino acima citado, todos alunos regulares de academias do município de Porto Velho/RO, do gênero masculino, na faixa etária de 18 a 30 anos e sem uso de fármacos. 3.2.1. Procedimento para seleção da amostra Inicialmente, realizou-se um contato verbal com o responsável pela academia onde realizar-se-á o estudo, para posteriormente, de posse de um documento emitido pelo Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Rondônia – DEF UNIR (ANEXO I), retornou-se a mesma para oficializar a intenção da pesquisa. Finalmente, foi realizada uma palestra para os sujeitos interessados em participar da investigação, explicando os detalhes metodológicos da mesma, sendo que ao término desta, todos os indivíduos assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO II), concordando em participar voluntariamente da pesquisa. 3.3. Descrição do desenho do estudo De acordo com a Figura 1, nesta pesquisa foi formado um único grupo de estudo (GE) composto por 18 sujeitos do gênero masculino, sedentários e também praticantes de TFCR, os quais foram posteriormente divididos em 2 subgrupos: a) subgrupo A (SGA), composto por 09 indivíduos praticantes de TFCR; e b) subgrupo de controle (SGC), composto por 09 sujeitos sedentários. Os integrantes de cada grupo foram submetidos 20 aos mesmos procedimentos de testagem e medição (O), os quais ocorreram num período de seis dias, sendo a coleta dos dados do SGA realizadas nas segunda, quarta e sexta, e do SGC nas terça, quinta e sábado, ambas entre 14:00 e 17:00. GRUPO DE ESTUDO GE SUBGRUPOS PROCEDIMENTOS SGA O SGC FIGURA 1 – Quadro demonstrativo do desenho da pesquisa 3.3.1. Controle do estudo 3.3.1.1. Seleção do quadro de avaliadores e controle das condições de testagem Objetivando minimizar e até mesmo evitar possíveis falhas durante o processo de coleta de dados, foram convidados a colaborar nesta pesquisa 02 concluintes do Curso de licenciatura plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, todos aprovados na disciplina cineantropometria e portanto devidamente familiarizados com os protocolos de mensuração utilizados neste estudo, os quais, assumiram a responsabilidade de verificar as condições do material utilizado antes e durante os procedimentos de testagem. Com a finalidade de que os resultados obtidos nesta pesquisa possam ser aceitos pela comunidade científica e empregados como referencial teórico pela população acadêmica em geral, foram adotadas padronizações convencionadas internacionalmente em cineantropometria. 3.4. Variáveis do estudo 3.4.1. Variável dependente É a variável que foi testada, medida e avaliada pelo pesquisador, afim de averiguar possíveis influências decorrentes de outras variáveis (GOMES DE MATTOS et al., 2004). 21 3.4.1.1 Parâmetros funcionais hemodinâmicos São os fatores que regulam o fluxo sanguíneo, traduzindo a eficiência do sistema cardiovascular em atender as demandas de nutrientes pelas células musculares, afim de, em virtude das diferentes solicitações orgânicas decorrentes de variados estímulos físicos, manterem o equilíbrio funcional orgânico (POWERS & HOWLEY, 2005). 3.4.1.1.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais a. Freqüência cardíaca de repouso (FCR) a.1. Definição conceitual É o menor valor numérico de sístoles cardíacas observado em um período compreendido entre 5 – 10 minutos, estando o sujeito em posição confortável e o mais horizontalizado possível (RODRIGUES DE ALMEIDA, 2009). a.2. Equipamentos e instrumentos utilizados a.2.1. Frequencímetro Foi utilizado um frequencímetro da marca Speedo, modelo digital HRM com as seguintes especificações: a) cor preta; b) temporizador progressivo; c) medição das freqüências cardíacas continua e média; e d) capacidade de armazenamento na memória do tempo total de exercício e da freqüência cardíaca máxima de esforço, acoplado de uma cinta precordial transmissora t-31 simples. a.2.2. Protocolo de testagem e medição Adotou-se a padronização sugerida por Rodrigues de Almeida (2009), sendo utilizado um único avaliador, o qual antecedendo a realização da medição fez as devidas explicações ao avaliando sobre o procedimento. Posteriormente, com o sujeito de pé estando a região do tórax desnuda, o avaliador posicionou a cinta precordial transmissora com a parte receptora da mesma sobre o processo xifóideo do osso externo do avaliando, e em seguida, o mesmo foi posicionado em decúbito dorsal sobre um 22 colchonete no chão o mais relaxado possível e com os membros superiores e inferiores em completa extensão. Como valor da FCR, adotou-se o menor número de batimentos cardíacos observados após o sujeito permanecer por 10 minutos na posição anteriormente descrita, sendo estes valores anotados a cada minuto do período acima citado. b. Consumo máximo de oxigênio – VO2 máx. b.1. Definição conceitual É o maior volume de oxigênio que se pode absorver em nível alveolar e transportar até os tecidos do corpo para utilizá-lo na geração de energia durante uma atividade física qualquer, na unidade de tempo de um minuto (LEITE, 2000). b.2. Equipamentos e instrumentos utilizados b.2.1. Esteira Ergométrica Foi utilizada uma esteira ergométrica da marca MOVEMENT, modelo RT-250 com as seguintes especificações: a) estrutura em aço revestida com pintura elástica a pó; b) motor 2 HP AC; c) 150 cm de comprimento; d) 50 cm de largura; e) capacidade para utilização de 150 kg; f) velocidade máxima de 18 km/h; g) sistema de inclinação eletrônica de 0 a 15%; h) sistema de absorção de impacto Shock Absorber Control; i) 15 opções de programas de treinamento; j) receptor para monitoração da freqüência cardíaca; e l) display em LCD para monitoração da velocidade, distância percorrida, cronômetro, freqüência cardíaca e calorias gastas. b.2.2. Protocolo de testagem e medição Foi aplicado o teste de intensidade máxima proposto por Ellestad apud Leite (2000) com validade científica para aplicação em sujeitos de ambos os sexos, fisicamente ativos e também sedentários. Antecedendo a realização da testagem, os avaliadores forneceram explicações detalhadas sobre o protocolo de mensuração, sendo durante a mesma, utilizados três avaliadores (“a”; “b” e “c”), os quais foram distribuídos da seguinte forma: o avaliador “a” posicionado a esquerda do avaliando, sendo responsável por controlar a velocidade e os níveis de inclinação preconizados na padronização do teste; o 23 avaliador “b”, posicionado a direita do avaliando, sendo responsável por controlar a hemodinâmica (FC de esforço e PAS) durante a testagem, cujos procedimentos podem ser melhor visualizados na Figura 2; e o avaliador “c”, posicionado a esquerda do avaliador “b”, sendo responsável pelas anotações dos escores encontrados para as variáveis de estudo durante a testagem. ESTÁGIO VELOCIDADE - Km/h - 1 2,7 2 4,8 3 6,4 4 8 5 8 6 9,6 7 11,2 TEMPO - min. - INCLINAÇÃO -%- 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 10 15 FIGURA 2 – Protocolo de Ellestad apud Leite (2000) Para estimar o VO2 máx., foi utilizado o modelo matemático propostos por Ellestad apud Leite (2000), conforme descrito abaixo: VO2 máx.= 4,46 + 3,933 x T Em que: T: Tempo de teste em minutos. 24 c. Freqüência cardíaca máxima de esforço – FCME c.1. Definição conceitual É o valor absoluto de sístoles cardíacas observado durante a realização da atividade física, ou até 15 segundos após o final desta (RODRIGUES DE ALMEIDA, 2009). c.2. Equipamentos e instrumentos utilizados c.2.1. Frequencímetro Foi utilizado um frequencímetro da marca Speedo, modelo digital HRM com as seguintes especificações: a) cor preta; b) temporizador progressivo; c) medição das freqüências cardíacas continua e média; e d) capacidade de armazenamento na memória do tempo total de exercício e da freqüência cardíaca máxima de esforço, acoplado de uma cinta precordial transmissora t-31 simples. c.2.2. Protocolo de testagem e medição Adotou-se a padronização sugerida por Leite (2000), sendo utilizado único avaliador, o qual antecedendo a realização da medição fez as devidas explicações ao avaliando sobre o procedimento. Posteriormente, antes do teste de VO2 máx. iniciar-se, estando o sujeito de pé e com a região do tórax desnuda, o avaliador posicionou a cinta precordial com a parte receptora da mesma sobre o processo xifóideo do osso externo do avaliando, para que durante a testagem a freqüência cardíaca fosse registrada minuto a minuto, tendo sido adotado o maior valor de sístoles cardíacas observados durante a testagem como resultado final. d. Débito cardíaco – DC d.1. Definição conceitual É o volume total de sangue bombeado pelo coração na unidade de tempo de 1 minuto, resultado do produto da freqüência cardíaca com o volume de ejeção sanguíneo em cada sístole ventricular esquerda (Modificado de SIMÃO, 2007). 25 d.2. Equipamentos e instrumentos utilizados d.2.1. Calculadora Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de repetição e resposta; e i) desligamento automático. d.2.2. Modelo matemático de estimativa Para estimar do DC, foi utilizado o modelo matemático proposto por Hossack apud Leite (2000), com validade científica para homens não atletas, abaixo mencionado: DC= VO2 máx. (PCT x 0,0046) + 5,31 Em que: VO2 máx.: Consumo máximo de oxigênio expresso em ml/min.-1 PCT: Peso corporal total expresso em KG e. Volume sistólico – VS e.1. Definição conceitual É o volume total de sangue ejetado no interior da artéria aorta em cada sístole cardíaca, objetivando atender as necessidades funcionais do organismo (LEITE, 2000). e.2. Equipamentos e instrumentos utilizados e.2.1. Calculadora Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de repetição e resposta; e i) desligamento automático. 26 e.2.2. Modelo matemático de estimativa Para estimar do VS, utilizou-se a equação proposta por Wilmore & Norton apud Rodrigues de Almeida (2009), com validade científica generalizada, abaixo mencionada: VS= DC x 1000 FCME Em que: DC: Débito cardíaco expresso em l FCME: Freqüência cardíaca máxima obtida em esforço e expressa em bpm 1000: Um (1) litro expresso em ml f. Pressão arterial sanguínea – PA f.1. Definição conceitual É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes arteriais, determinada pela quantidade de sangue bombeado e pela resistência oposta ao fluxo sanguíneo (POWERS & HOWLEY, 2005). f.2. Equipamentos e instrumentos utilizados f.2.1. Esfigmomanômetro Foram utilizados dois esfigmomanômetros modelo aneróide: a) um para sujeitos com perimetria de braço entre 22 e 28 cm; e b) outro para sujeitos com perimetria de braço entre 28 e 35 cm. Ambos os aparelhos, da marca Premium apresentando as seguintes especificações: a) manômetro com precisão de 2 mmHg; b) bomba de inflar em látex; e c) braçadeira em Nylon com fecho de velcro. f.2.2. Estetoscópio Utilizou-se um estetoscópio da marca Premium de alta precisão com as seguintes características: a) um receptor auscultatório confeccionado em aço inox; b) um canículo propagador de som confeccionado em látex; e c) um terminal auscultatório confeccionado em aço inox e finalizado com olivas de silicone. 27 f.2.3. Fita métrica Foi utilizada uma fita métrica da marca Mabbis modelo Gulick, com as seguintes especificações: a) confecção em fibra de vidro; b) material inelástico; c) fundo de cor branca; d) 150 cm de comprimento; e e) sistema de rebobinação. f.2.4. Protocolo de testagem e medição Adotou-se a padronização sugerida por Mion Jr. et al. (1996), sendo utilizados dois avaliadores (“a” e “b”), posicionados a esquerda do avaliando e responsáveis pelas seguintes funções: o avaliador “a” realizou o procedimento de mensuração e o avaliador “b” ficou responsável pela anotação da medida. Antecedendo a mensuração, o avaliando foi orientado a sentar-se confortavelmente e permanecer em posição estática durante 5 minutos. Para mensuração, o avaliando permaneceu sentado com a coluna ereta estando o braço esquerdo desnudo e relaxado com o antebraço apoiado na altura da região precordial, estando a mão aberta e descontraída. O avaliador “a” posicionou o manguito oclusor do esfigmomanômetro sobre a região braquial, fechando a válvula da bomba de inflar e palpando a artéria do referido seguimento. Posteriormente, inflou o manguito oclusor até não mais sentir o pulso cardíaco, quando então posicionou adequadamente o terminal auricular do estetoscópio, bem como, o receptor auscultatório do referido instrumento sobre a artéria braquial e abriu lentamente a válvula de controle do ar, diminuindo a pressão do manguito. Os primeiro e segundo sons percebidos corresponderam aos componentes sistólico e diastólico respectivamente. O valor encontrado foi corrigido pela perimetria do braço relaxado, conforme sugestão de Mion Jr. et al. apud Rodrigues de Almeida (2009), cujo os valores se encontram explicitados na Figura 3. A medida foi realizada no ponto meso umeral, com o avaliador posicionado ântero lateralmente em relação ao avaliando, estando este em pé, com os braços relaxados ao longo do corpo, cabeça orientada no plano de Frankfurt e em ligeiro afastamento lateral de pernas, com o peso corporal distribuído entre estas. Foram realizadas duas medidas seqüenciadas, estabelecendo-se a média aritmética das mesmas como valor final. 28 VALORES DE CORREÇÃO PERÍMETRO DO BRAÇO NORMAL - cm - SISTÓLICA - mmHg - DIASTÓLICA - mmHg - + 11 + 09 + 07 + 05 + 03 --- 02 - 04 - 06 - 08 - 10 - 12 - 14 - 16 - 18 - 21 + 07 + 06 + 04 + 03 + 02 --- 01 - 03 - 04 - 06 - 07 - 09 - 10 - 11 - 13 - 14 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 FIGURA 3 – Correção da pressão arterial sanguínea g. Pressão arterial média - PAM g.1. Definição conceitual É a pressão média durante o ciclo cardíaco, a qual determina a taxa do fluxo sanguíneo através da circulação sistêmica (POWERS & HOWLEY, 2005). g.2. Equipamentos e instrumentos utilizados g.2.1. Calculadora Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de repetição e resposta; e i) desligamento automático. 29 g.2.3. Modelo matemático de estimativa Para estimar a PAM, foi utilizado o modelo matemático proposto por Powers & Howley (2005), com validade cientifica generalizada, abaixo discriminado: PAM= PAD + 0,33 (PAS – PAD) Em que: PAD: Pressão arterial sanguínea diastólica PAS: Pressão arterial sanguínea sistólica h. Duplo produto – DP h.1. Definição conceitual É o produto da freqüência cardíaca de esforço multiplicado pela pressão arterial sistólica, que reflete as alterações relativas da carga de trabalho imposta ao músculo cardíaco durante o esforço físico (POWERS & HOWLEY, 2005). h.2. Equipamentos e instrumentos utilizados h.2.1. Calculadora Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de repetição e resposta; e i) desligamento automático. h.2.2. Modelo matemático de estimativa Para estimar o DP, utilizou-se o modelo matemático proposto por Leite (2000), com validade cientifica generalizada, abaixo mencionado: DP= FCME X PAS máx. 100 30 Em que: FCME: Freqüência cardíaca máxima obtida em esforço PAS máx.: Pressão arterial sistólica máxima obtida em esforço i. Consumo Máximo de Oxigênio do Miocárdio – MIVO2 máx. i.1. Definição conceitual É a quantidade de oxigênio utilizado pelas células do miocárdio, para realizar o trabalho funcional de bombeamento cardíaco do fluxo sanguíneo (LEITE, 2000). i.2. Equipamentos e instrumentos utilizados i.2.1. Calculadora Foi utilizada uma calculadora científica da marca Kenko, modelo KK-82MS, com as seguintes características: a) 240 funções específicas; b) display de duas linhas; c) cálculo fracionário; d) cálculo seno, cosseno e tangente; e) cálculo estatístico; f) conversão de sexagesimal para decimal; g) funções hiperbólicas e hiperbólicas inversas; h) função de repetição e resposta; e i) desligamento automático. i.2.2. Modelo matemático de estimativa O MIVO2 máx. foi estimado através da equação proposta por Hellertein et al. apud Rodrigues de Almeida (2009), com validade científica generalizada, abaixo discriminada: MIVO2 máx.= DP x 0,14 – 6,3 Em que: DP: Duplo produto 3.4.1.2. Parâmetros morfológicos São aqueles que se relacionam ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento do sujeito (MARINS & GIANNICHI, 1996). 31 3.4.1.2.1. Definições conceituais e procedimentos operacionais a. Peso corporal total – PCT a.1. Definição conceitual É a resultante do sistema de forças exercidas pela gravidade, sobre a massa corporal total (MATSUDO apud RODRIGUES DE ALMEIDA, 2002). a.2. Equipamentos e instrumentos utilizados a.2.1. Balança Foi utilizada uma balança de alavanca da marca Welmy 104A com as seguintes especificações: a) estrutura em chapa de aço carbono; b) acabamento em tinta poliuretano branco; c) capacidade para 300 kg; d) cabeçote transverso com: a) pino de travamento; b) escala numérica acoplada de um cilindro corrediço para leitura, com divisão de 100 g, a qual possui na sua porção final um ponteiro guia móvel; c) escala numérica acoplada de um cilindro corrediço para leitura com divisão de 10 kg; e) plataforma de apoio plantar com dimensão de 550 x 390 mm; e f) altura de 1,20 m. a.2.2. Protocolo de testagem e medição Adotou-se a padronização sugerida por Marins & Giannichi (2003), sendo utilizados dois avaliadores (“a” e “b”), distribuídos da seguinte forma: o avaliador “a” posicionado posteriormente em relação à balança, foi responsável pela aplicação do protocolo de medição; e o avaliador “b” posicionado na frente do avaliando, sendo responsável pelas anotações das medidas encontradas. Antecedendo a realização da testagem, os avaliadores forneceram explicações detalhadas aos avaliandos sobre o protocolo de medição, bem como, procederam a calibragem do referido equipamento. A medida foi realizada com sujeito em vestes sumárias, sendo inicialmente, posicionado de costas para o cabeçote transverso da balança com a plataforma de apoio plantar entre as pernas. Posteriormente, subiu ao centro desta de maneira suave com um pé de cada vez, adotando uma postura ereta com a cabeça orientada no plano de Frankfurt, braços relaxados ao longo do corpo e em ligeiro afastamento lateral de pernas, estando o peso corporal dividido entre estas. Finalizando a medida, o avaliador “a” 32 deslocou o cilindro corrediço da escala numérica de leitura que representa as dezenas de kg, até a dezena de peso esperado, em seguida, destravou a balança e deslocou o cilindro corrediço da escala numérica de leitura que representa as centenas de gramas até o nivelamento do ponteiro guia, quando então travou novamente a balança procedendo a leitura da medida na borda interna da referida escala. b. Estatura – E b.1. Definição conceitual É a distância em linha reta entre os planos transversos que tangenciam o vértex e a região plantar (CARVALHO apud RODRIGUES DE ALMEIDA, 2009). b.2. Equipamentos e instrumentos utilizados b.2.1. Estadiômetro Foi utilizado um estadiômetro com as seguintes especificações: a) uma régua vertical de 250 cm confeccionada em madeira com precisão de 0,1 mm; e b) um cursor transverso móvel confeccionado em madeira para apoio no vertex. b.2.2. Protocolo de testagem e medição Adotou-se a padronização sugerida por Marins & Giannichi (2003), sendo utilizados dois avaliadores (“a” e “b”), distribuídos da seguinte forma: o avaliador “a” posicionado a direita do avaliando, sendo responsável pela aplicação do procedimento de medição; e o avaliador “b”, posicionado na frente do avaliando, para proceder as anotações das medidas encontradas. Antecedendo a realização da testagem, os avaliadores forneceram explicações detalhadas aos avaliandos sobre o protocolo de mensuração. A medida foi realizada com o avaliando descalço, estando as regiões do calcâneo, posterior da perna, glúteo, coluna toráxica e osso occipital em contato com a escala métrica vertical fixada à parede e mantendo a cabeça orientada no plano de Frankfurt. Para proceder a leitura da medição, o avaliando realizou uma inspiração profunda, e o avaliador posicionou o cursor sobre seu vertex. Foram realizadas três medidas, estabelecendo a média aritmética das mesmas como valor final. 33 3.5. Tratamento estatístico Neste estudo, os dados foram inicialmente tabulados através da estatística descritiva (média e desvio padrão), para análise das características físicas da amostra. Posteriormente, objetivando detectar possíveis diferenças estatisticamente significativas entre os subgrupos de estudo, utilizou-se o teste “t” de Student para amostras independentes. Os dados foram processados e analisados utilizando-se o pacote estatístico computadorizado STATISTICA for Windows versão 7.0, num computador Intel Celeron, processador de 1.7GHz, 1 GB de memória RAM e capacidade de armazenamento no HD de 80 GB. 4. Resultados e Discussões 4.1. Características físicas da amostra Com o objetivo de averiguar diferenças estatisticamente significativas em nível de p<0,05 entre os sujeitos componentes da amostra, expõe-se na Tabela 1 a análise comparativa entre os subgrupos de estudo, os quais são classificados em: a) SGA para a amostra composta por praticantes de TFCR; e b) SGC para a amostra formada por sujeitos sedentários. TABELA 1 – Característica física da amostra GE VARIÁVEIS SUBGRUPOS t P 22,44 ± 2,351 1,588 0,131 69,65 ± 7,357 75,96 ± 14,054 1,192 0,250 172,06 ± 2,921 173,73 ± 6,904 0,666 0,514 SGA SGC IDADE (anos) 20,66 ± 2,397 PCT (kg) E (cm) Ao se analisar a tabela acima, não foram constatadas diferenças estatisticamente significativas entre as médias das variáveis que caracterizam a amostra, demonstrando a homogeneidade entre os subgrupos. 4.2. Análise das variáveis dependentes Em atenção aos objetivos deste estudo, para analisar as variáveis dependentes optou-se por separar o GE em dois subgrupos: SGA e SGC, uma vez que, esta estratégia permite uma melhor análise comparativa dos escores obtidos nos procedimentos de medição em cada subgrupo. Abaixo na Tabela 2, apresenta-se os valores médios, desvios padrão, valores do teste “t” e níveis de significância estatística obtidos nas variáveis analisadas. 35 TABELA 2 – Resultados das variáveis: FCR, PAS, PAD, PAM, VO2 máx., DC, VS, DP e MIVO2 máx. GE VARIÁVEIS SGA SGC t P FCR (bpm) 68,11 ± 6,470 63,44 ± 5,433 -1,656 0,117 PAS (mmHg) 108,66 ± 4 122 ± 9,513 3.876 0,001* PAD (mmHg) 71,22 ± 5,190 78,22 ± 6,815 2.451 0,026* PAM (mmHg) 83,57 ± 3,649 92,66 ± 6,266 3,760 0,001* DC (l/min.) 21,35 ± 1,407 22,59 ± 3,032 1,119 0,279 VS (ml/bpm) 109,11 ± 7,865 117,88 ± 15,862 1,487 0,156 DP (mmHg) 364,22 ± 19,739 356 ± 35,203 -0,611 0,549 MIVO2 máx. (ml/100g VE/min.)-1 44,68 ± 2,762 43,53 ± 4,930 -0,610 0,550 *Significativo em nível indicado. Quando comparados os escores do SGA com os do SGC, constata-se diferenças estatisticamente significativas em nível de p<0,05 apenas nas variáveis PAS (p=0,001), PAD (p=0,026) e PAM (p=0,001), com o mesmo não ocorrendo nas demais variáveis pesquisadas. Sobre este assunto, Goldberg et al. (1989) analisaram os efeitos do TFCR decorrentes 16 semanas sobre a FCR, PAS e PAD em sujeitos sedentários normotensos, observando que a FCR permaneceu inalterada, enquanto a PAS e a PAD apresentaram reduções estatisticamente significativas de 9 mmHg (p<0,02) e 10,5 mmHg (p<0,005) respectivamente. 36 Corroborando com estes resultados, Benedetti & Benedetti (1996) analisaram os efeitos de um programa de TFCR, realizado três vezes por semana em dias alternados, com duração de 40 a 60 minutos, sobre a PAS e PAD de sujeitos classificados como da terceira idade, separando-os em dois subgrupos (A e B) com media de idade de 80,4 e 52,2 anos respectivamente. No pré teste, os valores de PAS e PAD do sub grupo “A” foi de 160,4 mmHg e 80,6 mmHg respectivamente, enquanto o sub grupo “B” apresentava valores de 130,1 mmHg e 70,8 mmHg para PAS e PAD respectivamente. Após 90 dias de procedimentos experimentais, os valores reportados de PAS e PAD foram respectivamente 140,3 e 60,9 para o sub grupo “A”, bem como, 110,6 e 60,7 para o sub grupo “B” respectivamente. De acordo com Fleck & Kraemer (2006), estes efeitos na redução da PAS e PAD em sujeitos normotensos submetidos a TFCR, provavelmente está relacionado com uma diminuição do tecido adiposo e alterações no fluxo simpatoadrenal, já que a redução da gordura central diminui os níveis de cortisol, substância esta que eleva a PA, enquanto o fluxo simpatoadrenal torna-se favorável ao aumento de substancias vasodilatadoras na circulação sanguínea, as quais, reduzem os níveis de PA em repouso (MARCEAU apud GUEDES & GUEDES, 1998). Ao analisar os estudos sobre os efeitos do treinamento físico na variável FCR, Leite (2000) afirma que em sujeitos que participam de programas de exercícios físicos em geral, a variável anteriormente citada modifica-se após o mesmo, apresentando valores menores associada a um volume de ejeção sanguínea maior, demonstrando modificações no sistema cardiocirculatório que influenciam positivamente no funcionamento do mesmo. Sobre este assunto, a maioria dos estudos (ROSKAM apud LAMBERT, 1990; FLECK & KRAEMER, 2006; SIMÃO, 2007) sugerem que o TFCR não promove aumento na espessura cardíaca, impossibilitando a obtenção de níveis acentuados no volume de ejeção sanguínea através do sistema de treino supracitado. Sabe-se que tal fenômeno é responsável por manter o DC constante durante o repouso sem alterações na FCR, o que torna perfeitamente compreensível os resultados obtidos neste estudo. Corroborando, Fleck & Kraemer (2006) mencionam estudos cujos números de FCR em atletas basistas, fisiculturistas e levantadores de pesos, esportes estes dominantemente abastecidos do ponto de vista energético pelo sistema anaeróbio, não diferem daqueles de sujeitos sedentários, situando-se entre 60 a 78 bpm, enquanto atletas de endurance, ou seja, esportes dominados pelo sistema energético aeróbio, apresentam valores que podem chegar a 35 bpm (LEITE, 2000). 37 Isso considerando e ainda de acordo com Leite (2000), o TFCR não gera os mesmos efeitos observados em sujeitos que praticam exercícios físicos contínuos de longa duração, que recrutam um alto percentual de massa muscular esquelética, abastecidas do ponto de vista energético pelo sistema aeróbio, os quais promovem aumento no tamanho interno do ventrículo esquerdo, permitindo assim uma maior capacidade de bombeamento sanguíneo pelo coração. Tal fato, permite compreender a ausência de diferenças estatisticamente significativas no VS, uma vez que, segundo Leite (2000), sem alterações constatadas no VS, o DC também não apresenta modificações significativas entre os sub grupos, já que o mesmo é dependente da capacidade do ventrículo esquerdo em realizar o bombeamento sanguíneo. Confirmando o pressuposto anteriormente mencionado, Lusiani et al. (1986) compararam através do ecocardiograma, o diâmetro do ventrículo esquerdo e outras variáveis em 49 atletas juniores submetidos a 12 semanas de treinamentos específicos em suas respectivas modalidades, sendo 13 ciclistas de longa distância, 6 ciclistas de curta distancia, 6 levantadores de peso, 13 futebolistas e 11 de tiro ao alvo. O grupo de levantadores de peso não apresentou aumento do diâmetro do ventrículo esquerdo, sendo este, constatado apenas nos ciclistas e futebolistas. No tocante ao DP, sabe-se que durante um esforço físico qualquer, o coração tem como função aumentar o DC, e para isso dispõe de dois mecanismos, a FC e o VS (LEITE, 2000). Como já constatado, o TFCR não está associado a aumentos no VS, permitindo que o DC seja ampliado apenas pelo aumento da FC. Deste modo, torna-se compreensível os valores explicitados anteriormente na TABELA 2. Quanto ao MIVO2 máx., Leite (2000) afirma que há uma correlação entre a referida variável e o DP, sendo que, ambas isoladas ou associadas podem expressar a carga de trabalho imposta ao coração. Esta afirmativa é corroborada por Sharkey (1998); Nieman (1999); Leite (2000); Pitanga (2004); Topol (2005), os quais de maneira unânime, afirmam que os exercícios contínuos de longa duração e executados com intensidade leve a moderada, são os mais indicados para obtenção de níveis adequados de condicionamento cardiorespiratório, com o TFCR sendo secundário ao se tratar deste objetivo como meta de treino. 38 5. Conclusão Este estudo teve como objetivo comparar variáveis funcionais hemodinâmicas entre sujeitos sedentários e praticantes de TFCR. Considerando que foram encontradas diferenças estatisticamente significativas apenas nas variáveis hemodinâmicas PAS, PAD e PAM dos sujeitos praticantes de TFCR (SGA) quando comparados com indivíduos sedentários (SGC), e ainda, que nesta pesquisa os sujeitos fisicamente ativos durante a medida da PA foram classificados como “normotensos”, pressupõe-se que tal sistematização de treino pode ser de pouca confiabilidade quando se objetivar promover melhorias morfofuncionais no sistema cardiopulmonar capazes de influenciar positivamente nas mesmas variáveis de sujeitos “hipertensos”. Assim, corroborando com outras investigações, sugere-se que o TFCR não é o sistema de treino mais indicado para promover melhorias significativas em variáveis hemodinâmicas, recomendando-se que os sujeitos ao se iniciarem num programa de TFCR objetivando melhorias funcionais para a qualidade de vida, incluam nas suas sessões de treino, cargas de trabalho físico aeróbias para garantir a obtenção de níveis funcionais hemodinâmicos adequados. 5.1. Propostas de novas investigações Desenvolver novos estudos com uma amostra compondo-se de um número maior de sujeitos e utilizando-se um desenho estatístico diferente do realizado nesta pesquisa, para: Analisar alterações hemodinâmicas decorrentes de diferentes programas de TFCR; e Estabelecer possíveis correlações das variáveis dependentes desta investigação com variáveis morfológicas e funcionais. Referências AABERG, E. Musculação (biomecânica e treinamento). São Paulo: Manole, 2001. BENEDETTI, T. R. B.; BENEDETTI, A, L. 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ANEXO I SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO COORDENADOR DA WIN ACADÊMIA: PORTO VELHO – RO Senhor Coordenador, Na qualidade de aluno do curso de Graduação de Licenciatura Plena em Educação Física da Universidade Federal de Rondônia, venho pelo presente solicitar de Vossa Senhoria, os bons préstimos no sentido de junto à equipe de profissionais desta Academia, autorizar a coleta de dados de minha pesquisa intitulada: “HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: um estudo comparativo”. Informo ainda, que nos colocamos a vossa inteira disposição para maiores esclarecimentos a respeito da referida pesquisa, uma vez que, estudos dessa natureza só auxiliam na melhor qualidade de mão de obra dos profissionais de Educação Física e áreas afins. Na certeza de contarmos com vossa colaboração, desde já agradeço. Atenciosamente, Porto Velho, 05 de Setembro de 2010. BRUNO SARAIVA LOPES - PESQUISADOR - 42 ANEXO II TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO Eu,____________________________________________________, sob o RG:__________________, CPF:______________________, endereço residencial:___________________________________________________, sou voluntário para participar da pesquisa: “HEMODINÂMICA ENTRE SEDENTÁRIOS E PRATICANTES DE TREINAMENTO FÍSICO CONTRA RESISTIDO: UM ESTUDO COMPARATIVO”, que será realizada pelo acadêmico Bruno Saraiva Lopes, sob o RG: 594975/RO, CPF:910908902-02, endereço residencial: Vigésima avenida, 6034, Residencial Pinhais I, apto. 301, Bloco A. Outrossim, declaro que o investigador acima citado, forneceu-me todas as informações relacionadas ao projeto de pesquisa incluindo: 1- O objetivo da pesquisa é averiguar possíveis diferenças hemodinâmicas entre sedentários e praticantes de TFCR. 2- Explicações sobre os procedimentos, medidas, protocolos, estruturas básica e duração da mesma; 3- Todos os dados referentes a minha pessoa, não serão usados para nenhum outro propósito além destes que através do presente documento estou concordando, sem a minha autorização prévia e por escrito; 4- Nenhuma das instituições envolvidas direta ou indiretamente na pesquisa, serão responsabilizadas por acidentes ou perdas ocorridas nos locais onde a mesma se desenrola; 5- A pesquisa não será filmada nem fotografada, estando garantido o sigilo e a confidencialidade; 6- Quanto aos riscos, apenas o teste de esforço na esteira apresenta desconforto, mas não risco a saúde do avaliado; 7- Como benefício ao avaliado, este terão um diagnóstico funcional da capacidade cardiocirculatória após os procedimentos de testagem; 8- Não será realizado nenhum pagamento aos avaliados; 9- Me reservo o direito a desistir da minha participação na pesquisa, a qualquer momento sem nenhuma repercussão negativa. Concordando com todos os itens acima, dato o presente documento e subscrevo-me. TESTEMUNHAS: Data: _____/ _____/ ________ 1) _______________________ 2) _______________________ ____________________________ Assinatura do Voluntário ____________________________ Assinatura do pesquisador