CIGA-Informando 33 - Ciga-Brasil

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CIGA-Informando 33 - Ciga-Brasil
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ANO 7 - NÚMERO 33 - MARÇO 2005 - TIRAGEM: 1500 EXEMPLARES
Binningerstrasse 19
4103 Bottmingen
Tel. +41 061 423 03 47
Fax +41 061 423 03 46
(Irene Zwetsch)
Foto: Rubens Zischler
Nas ruas da memória, de cada janela surge um sonho, uma lembrança boa.
[email protected]
www.cigabrasil.ch
Caras amigas e amigos
Passadas as folias do carnaval, entramos
de cabeça nos afazeres do dia-a-dia e vamos
desenvolvendo os planos que traçamos para
este ano. É interessante pensar que cada ano
é um recomeço. Como um rio, que sempre se
renova ao passar pelas mesmas margens,
assim nós também vamos crescendo, aprendendo, amadurecendo. Com os mesmos olhos
passamos a ver o mundo de forma diferente a
cada dia e descobrimos, nas pessoas que nos
cercam, sempre novas facetas. Mesmo assim,
no fundo de nós mesmos, nas ruas da nossa
memória, continuamos armazenando nossos
sonhos e lembranças, que vêm nos socorrer
quando a realidade nos oprime.
Junto com nossa maneira bem própria de
ser, com nossa brasilidade e nossas capaci-
dades pessoais, esses sonhos e lembranças
também fazem parte da bagagem que trazemos quando decidimos sair do nosso país e
enfrentar a vida em terras estranhas. Cada um
acaba vivendo de forma diferente a adaptação num outro país, mas todos nós,
migrantes, temos em comum essa dualidade
de estar aqui e lá ao mesmo tempo, mesmo
sem querer. Adriana Nunes, jornalista
brasileira que mora na Alemanha, resolveu
registrar essa realidade e saiu a campo para
entrevistar mais de 60 imigrantes. O resultado
do trabalho é o livro «Somente as pedras preciosas vêm do Brasil», que apresenta um retrato da imigração brasileira na Alemanha. Nesta
edição Adriana nos fala um pouco de como
surgiu o livro e da sua experiência como imigrante.
Continua página 3
➙
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
Bazar de Livros e Café Literário
A Infonet e o CEBRAC (Centro Brasileiro de Ação Cultural)
estão promovendo uma noite literária com a escritora
Regina von Arx. No evento a artista estará apresentando
seus livros e fazendo o lançamento da obra «Espelhos»
na Suíça. Além de um bate-papo com o público, Regina
também lerá algumas poesias e estará autografando
os livros. Mais detalhes sobre o trabalho da autora e
artista plástica podem ser conferidos diretamente em
sua homepage:
www.vonarx-arts.ch
Data: 19.03.2005 (Sábado), 16 horas
Local: Sede do CEBRAC
Quellenstrasse 25, 8005 Zurique
Entrada Gratuita
Informações: (01) 271 43 05
E-mail: [email protected]
Homepage:
http://www.cebrac.org
➙ Continuação da página 1 O primeiro ponto
que vem à tona quando se pensa em
brasileiros morando em países germânicos é a
diferença cultural. Não dá para negar que
temos outro padrão de tempo, que trabalhamos de outra forma, que nos divertimos
diferente. Essa diversidade, se por um lado
enriquece a convivência, também pode gerar
problemas, frustrações, conflitos. E quando a
situação fica difícil e vem a insegurança, a
depressão, a vontade de desabafar, a necessidade de procurar informações e saídas,
entram em ação os agentes de aconselhamento e profissionais especializados em diversas
áreas. Há muitos brasileiros na Suíça trabalhando no apoio aos imigrantes. Além das
associações brasileiras espalhadas pelo país,
existem também serviços específicos de apoio
psicológico, pedagógico, familiar e social. Nas
próximas edições apresentamos dois serviços
existentes na região de Basel, que contam com
o trabalho de profissionais brasileiras. O
mesmo tipo de atendimento existe também em
outros cantões e as associações brasileiras locais
podem fornecer mais informações a respeito.
Falando em grupos brasileiros, neste
CIGA-Informando apresentamos o trabalho
da ABRACE, associação da região do Ticino,
que procura apresentar um pouco da cultura
brasileira à comunidade suíça local. O grupo
existe de 1996 e enfatiza também a importância do aprendizado da língua portuguesa por
parte dos filhos de brasileiros.
O contato da ABRACE e dos demais grupos brasileiros na Suíça você encontra na
homepage do CIGA-Brasil, que desde
fevereiro está de «cara nova». Confira o novo
layout da página e dê-nos sua opinião. A proposta é permitir que o leitor acesse de forma
facilitada as informações de que necessita. Se
tiver alguma sugestão, fique à vontade para
nos escrever. O crescimento e amadurecimento do nosso trabalho é fruto desta troca de
experiência com todos vocês, a quem agradecemos pelo apoio.
Uma ótima primavera a todos e
próxima.
até a
Equipes do CIGA-Brasil.
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
Livro apresenta perfil dos
brasileiros na Alemanha
A jornalista e imigrante Adriana Nunes resolveu
registrar no papel as histórias que escutou
de vários brasileiros que moram na Alemanha.
Do jogador de futebol, à babá que se tornou
prostituta, do sociólogo ao capoeirista, do
arquiteto ao garoto de programa, vários são os
personagens do livro, que contam, de forma
bem pessoal, suas experiências, aventuras e
desventuras no novo país. Adriana nos convida
a viajar com seus entrevistados pelo mundo da
imigração brasileira na Alemanha e talvez,
como ela mesma, descobrir partes da nossa
própria história em cada um desses depoimentos. Por E-mail, Adriana falou ao CIGA-Informando sobre sua obra e seus objetivos.
Em 2001 você editou o livro «Somente as
pedras preciosas vêm do Brasil - Brasileiros
na Alemanha». Qual é o tema da obra?
Histórias de brasileiros que vivem na
Alemanha. Entrevistei mais de 60 pessoas, de
todas as partes do Brasil, de todas as classes
sociais e de diferentes profissões. Artistas,
escritores, jornalistas, cinegrafistas, jogadores de futebol, garimpeiros, sociólogos,
políticos, homens de negócios, psicólogos,
capoeiristas, prostitutas, garotos de «programa»... Nos depoimentos em primeira pessoa,
esses brasileiros falam dos motivos de terem
vindo para a Alemanha, de suas experiências
no novo país, do desafio de aprender uma
nova língua e de se adaptar a uma outra
mentalidade, das diferenças entre as duas
culturas. Alguns depoimentos são bastante
analíticos, outros bastante poéticos. E há
ainda anedotas engraçadíssimas, quase surreais...
Adriana Nunes
jornalista, tivemos a idéia de registrar essas
experiências tão ricas e originais num livro. A
princípio, pensamos em escrever o livro juntas, mas logo desistimos da idéia, porque
escrever qualquer coisa a quatro mãos é
muito difícil. Decidi então tocar sozinha o
projeto, o qual eu própria financiei. Viajei
por toda a Alemanha para fazer as entrevistas. Eu tinha um catálogo de perguntas
muito precisas, mas, no decorrer da entrevista, muitas vezes, deixei as perguntas de
lado e deixei as pessoas falarem livremente.
Na hora de escrever as histórias, tentei me
ater ao máximo ao estilo lingüístico dos
entrevistados. O que eu queria era que a
subjetividade de cada um deles aflorasse...
Qual sua motivação para escrever o livro e
como foi o processo de criação?
Na época em que eu era editora da Rádio
Deutsche Welle, tive a oportunidade de
entrevistar vários brasileiros que realizavam
trabalhos bastante interessantes na Alemanha. Certo dia, conversando com outra
Como você escolheu as pessoas a serem
entrevistadas?
Algumas eram pessoas que eu já havia
entrevistado na Rádio Deutsche Welle, como
o bailarino Ismael Ivo. De outras pessoas eu
havia ouvido falar através da imprensa
alemã, como o jogador de futebol Júlio
4
César, o artista plástico Antonio Dias, a
vereadora Fá Stollenwerck, e o arquiteto
Geraldo Wickert, responsável pela construção do maior shopping center da
Europa, o Centro, de Oberhausen. Outras
pessoas foram-me indicadas por amigos,
como o sociólogo Luiz Ramalho e o bailarino
de dança afro-brasileira Murah Soares. O
que me interessava era reunir uma grande
quantidade de experiências diversas e ricas.
Por isso, no livro tem de tudo um pouco:
pessoas que gostam da Alemanha, outras
que não se sentem bem aqui; pessoas que se
integraram ao mercado de trabalho alemão,
outras que ficaram à margem da sociedade;
e ainda aquelas que estão aqui de passagem, e cujo sonho é voltar, um dia, ao Brasil.
Estou totalmente integrada ao mercado de
trabalho e à sociedade alemã, o que não significa, porém, que não tenha tido profundos
conflitos... Logo que cheguei, senti-me
muito só e anônima, numa universidade tão
grande como a de Colônia. Eu achava as pessoas sérias demais, um tanto indiferentes,
muito formais... Eu me perguntava: «Onde
ficou a espontaneidade desse povo? E a
manifestação dos sentimentos, da alegria de
viver?» Eu achava os alemães muito bloqueados emocionalmente, ao mesmo tempo
que tinham uma imensa carência de demonstrações de carinho, de afeto... Hoje, posso
dizer que tenho excelentes amigos aqui, pessoas muito confiáveis... Mas foi um longo e
difícil processo...
Você reuniu relatos de pessoas muito diferentes. O que elas têm em comum?
Quase todas elas passaram por um difícil
processo de adaptação. A maioria se confrontou com as dificuldades de aprender o
alemão, um idioma nada fácil para brasileiros, com empecilhos burocráticos, com o
choque cultural, com a dificuldade de se
adaptar ao novo clima. E quase todas elas
depararam-se, de uma forma ou de outra,
com preconceitos, discriminações sutis ou
escancaradas, e, em alguns casos, com uma
xenofobia muito violenta.
Com essa coletânea de histórias, você diria
que seu livro mostra um perfil dos
brasileiros na Alemanha?
Sim, o livro mostra a riqueza e a complexidade do processo migratório brasileiro
na Alemanha. Os depoimentos são bem
diversos. Tem o exilado político, que se refugiou na Alemanha da ditadura militar e
acabou fazendo carreira aqui; do cafetão e
capoeirista do Rio de Janeiro, que hoje
ganha a vida com shows de dança e striptease, com aulas de capoeira e apresentações na televisão: da mulher que fugiu do
racismo no Brasil, casou-se com um alemão e
que é feliz; da que veio pensando que ia
tomar conta de um bebê e foi obrigada a se
prostituir; do escritor que aborda o conflito
da «identidade dividida» em seus romances;
e por aí vai...
Você, como imigrante, também se identifica
com esses relatos? Como foi a sua história
no exterior?
Durante todas as entrevistas, sempre
houve um momento, onde pensei: «Isto também aconteceu comigo. Eu também penso
assim.» De uma certa forma, eu vejo diferentes partes de mim em cada um dos depoimentos...
Eu vim para a Alemanha numa situação
muito privilegiada... Ainda como estudante
de Germanística, Romanística, Teatro,
Cinema e Televisão, consegui um estágio na
Deutsche Welle, pela qual fui contratada,
como editora, paralelamente à conclusão do
meu curso. Trabalhei depois como editoraexecutiva no leitorado português da Editora
Könemann. Atualmente, trabalho numa
instituição alemã de cooperação econômica.
Na sua opinião, que imagem o Brasil e os
brasileiros têm na Alemanha?
De um modo geral, os alemães associam
o Brasil a tudo que dá prazer: praias, mulheres bonitas e sensuais, samba, caipirinha,
futebol-arte, boa música, alegria de viver.
Ao mesmo tempo, a imprensa alemã está
cheia de matérias sobre a criminalidade, a
pobreza, a violência, as guerras entre os
traficantes de drogas nas favelas, o assassinato de meninos de rua, os problemas ambientais do Brasil.
Continua página 6
5
➙
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 5 Politicamente, o
Brasil é um país inofensivo para a Alemanha,
não representa nenhuma ameaça, como, por
exemplo, os países de onde vêm os terroristas muçulmanos. Economicamente, o Brasil,
bem como toda a América Latina, perderam
em importância, após a queda do muro de
Berlim, pois os alemães passaram a se interessar mais pelos países do Leste Europeu,
bem como também pela Ásia.
em alguns shows, bares ou clubes noturnos
brasileiros, onde um certo tipo de mulheres
circula... Eles não conhecem as brasileiras
que eu conheço... Ou então, às vezes, a pessoa está à «margem» do mercado de trabalho, vivendo de bicos aqui e ali, mas se sente
bem na Alemanha, pois criou uma vida rica
para si e nem sonha em voltar ao Brasil...
Aqui na Suíça temos uma série de associações brasileiras e grupos voltados à divulgação da nossa língua e cultura. Qual é a
realidade na Alemanha?
Aqui também há vários grupos e círculos
culturais brasileiros. Há inclusive uma revista
editada em Berlim, a Brazine (www.brazine.de),
com temas exclusivamente brasileiros. Ela
tem encontrado uma boa repercussão entre
a comunidade brasileira...
Você acredita que as dificuldades e barreiras
enfrentadas pelos brasileiros na Alemanha
são as mesmas em outros países? Daria para
«transplantar» as histórias do livro para um
outro contexto?
Algumas certamente que sim. Acho que
dificuldades com a língua, a saudade, a
redefinição de identidade, dificuldades econômicas e de integração ao mercado de trabalho, com o clima e mentalidade diferentes
existem em toda parte, em graus obviamente diferentes. Mas seria o caso de se
analisar, primeiro, a situação específica de
cada país e de cada contexto cultural.
Você já percorreu diversas cidades fazendo
leituras de seu livro tanto em português
como em alemão. Como tem sido a receptividade do público, tanto alemão quanto
brasileiro?
A receptividade tem sido muito boa. O
livro foi indicado na bibliografia do seminário «Brasileiros em Berlim», do sociólogo
Sérgio Costa, professor da Universidade Livre
de Berlim. No Brasil, o Instituto Goethe de
Salvador organizou uma leitura, e o ex-cônsul-geral da Alemanha no Brasil, o Sr.
Thomas Meister, me convidou para outra. Fiz
leituras na Embaixada Brasileira de Berlim,
na Universidade de Munique, no Museu das
Mulheres, em Bonn, na Volkshochschule de
Ulm, em colaboração com a Universidade de
Ulm, em Hamburgo, etc... Dei entrevistas
para rádios e televisões de Hamburgo,
Düsseldorf, Ulm, Colônia... No final das leituras, sou abordada não somente por alemães e brasileiros, mas também por outros
estrangeiros que se identificam com as histórias, como portugueses, espanhóis, iranianos, finlandeses, outros latino-americanos...
Como você vê a questão da integração dos
brasileiros na Alemanha? A comunidade
brasileira está integrada e participante ou
sofre discriminação/preconceito, ficando à
margem da sociedade?
Em meu livro, não me preocupei em levantar estatísticas ou fazer um estudo científico, com conclusões objetivas. A idéia foi
fazer um apanhado geral de experiências
múltiplas e diversas. Eu queria que meu livro
fosse um ponto de partida para discussões e
até para outros trabalhos, de teor científico.
Por isso, não gostaria aqui de fazer generalizações, sem base em dados concretos.
Temos também que diferenciar as coisas. Às
vezes, um brasileiro está totalmente integrado profissionalmente, mas continua se
deparando com preconceitos em sua vida
particular. Quantas vezes, tive que escutar
dos alemães que as «brasileiras são mulheres
superficiais, preocupadas apenas com beleza
e sexo» ou então que «a maioria das
brasileiras na Alemanha são prostitutas».
Esses alemães, certamente, estiveram apenas
Até agora o livro está publicado somente em
alemão. Você tem idéia de lançá-lo também
no Brasil?
Sim. Minha agente literária está negociando agora com editoras brasileiras...
6
Escrever outro livro, sem dúvida. Nunca
pensei em plantar uma árvore, mas quero
fazer um curso de ikebana, aprender a fazer
arranjos florais lindos e bem originais...
Muitos brasileiros pensam em deixar o Brasil
em busca de uma vida melhor no exterior.
Seu livro pode contribuir para dar uma visão
mais precisa do que significa viver num
outro país?
Sem dúvida. O livro revela claramente
que esta busca de uma vida melhor pode
resultar no fim de muitas ilusões e utopias,
mas também no surgimento de novos sonhos
e experiências enriquecedoras, simplesmente
maravilhosas...
Para você pessoalmente, o resultado final do
livro trouxe alguma lição, alguma resposta?
Sim, ele teve um efeito catártico. Hoje,
me sinto mais feliz, mais alegre, mais solta,
me aceito mais como sou, após todas as
mudanças pelas quais passei no exterior. E
aprendi a aceitar mais os alemães como eles
são, sem renunciar jamais ao meu espírito
indagador e crítico.
Endereço de contato da escritora:
E-mail: [email protected]
Ficha Bibliográfica do livro:
Nunes, Adriana
Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien.
Brasilianer in Deutschland.
Editado em 2001, 21 x 14,8 cm, 232 páginas.
ISBN 3-8306-7063-X,
Preço: EUR 20.00
Pode ser encomendado Online,
diretamente com a Editora.
Dizem que todo mundo na vida precisa ter
um filho, plantar uma árvore e escrever um
livro.
Você já tem um filho, escreveu seu
Foto: Arquivo
livro e quem sabe já plantou uma árvore.
Quais são seus próximos planos?
Quem é Adriana Nunes
Adriana Nunes nasceu em
Salvador da Bahia. Estudou Jornalismo na Universidade Federal da
Bahia e na Universidade de Brasília.
Foi correspondente freelance do
Jornal do Brasil e da Globo News
e Globo Sat. Trabalhou como dramaturga e relações públicas para
grupos de teatro e dança da
Alemanha.
Em 1984, foi bolsista do AFS, na
Califórnia, Estados Unidos, onde
morou 1 ano. Em 1988, mudou-se
para a Alemanha, onde fez Mestrado em Germanística, Romanística, Teatro, Cinema e Televisão,
na Universidade de Colônia.
dois mundos») foi publicado pela
Tranvía Verlag, de Berlim.
Em 2001, a EOS-Verlag publicou
sua segunda obra, «Nur die
Edelsteine kommen aus Brasilien Brasilianer in Deutschland».
Desde então, Adriana vem fazendo uma série de leituras e dando
várias entrevistas sobre o tema,
em diversas cidades da Alemanha
e no Brasil.
Em 1999, assumiu o cargo de editora-executiva do leitorado português da Editora Könemann, editora internacional, sediada em
Colônia. Trabalhou como tradutora e revisora independente para
várias outras editoras interna- Desde 2004, trabalha como «proFoi editora da rádio Deutsche cionais, como a Taschen Verlag, ject manager» na InWEnt GmbH.
Welle durante muitos anos e tra- entre outras.
Atualmente, a jornalista está
balhou como jornalista freelance
planejando seu terceiro livro.
para outras emissoras de rádio e Seu primeiro livro «Ilse Losa TV alemãs, como a WDR, a Schriftstellerin zwischen zwei WelDeutschlandradio e a RTL.
ten» («Ilse Losa - escritora entre
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CIGA-Informando Ano 7 - Março 2004
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
Aconselhamento trabalha com as
chances e desafios da convivência
binacional
Foto: Konrad Meyer
Casal binacional
Quando dois mundos se encontram,
começa uma nova vida. Ao lado da riqueza e
da atração que o novo traz, vêm à tona também diferenças culturais, de pensamento, de
sistema de vida, que às vezes dificultam a
harmonia no relacionamento. Como lidar
com as diferenças, como construir juntos uma
vida comum e ser feliz? Essas e outras perguntas são a ferramenta de trabalho do
Serviço de Aconselhamento para Casais e
Famílias Binacionais (Beratungstelle für
Binationale Paare und Familien), que desde a
década de 70 presta informação e aconselhamento a pessoas que vivem num ambiente
binacional, ou são atingidas por ele de alguma forma.
«Freundinnen junger Mädchen», ligado à
igreja católica, a idéia era oferecer um espaço
onde as pessoas pudessem depositar seus
problemas e conversar com alguém a respeito. Tinha-se já a consciência de que a Suíça
se tornava cada vez mais multicultural e de
que a convivência entre pessoas de culturas
diferentes nem sempre acontece sem conflitos. No início, era um trabalho desenvolvido
com muita boa vontade, mas sem respaldo
profissional. Com o tempo e o aumento da
procura pelo Serviço, a situação mudou e o
trabalho se expandiu. Hoje existem escritórios
em Basel, Bern, Genebra, St. Gallen e Zurique
e o atendimento é feito por profissionais das
áreas de Assistência Social, Pedagogia,
Psicologia e Direito, que prestam informação
e acompanham as pessoas que necessitam de
apoio.
Quando o Serviço de Aconselhamento foi
criado, a partir da iniciativa da Associação
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Patrícia de Paiva, assistente social brasileira que trabalha no Serviço de Aconselhamento em Basel, contou ao CIGAInformando como funciona o trabalho e que
áreas são cobertas. Em primeiro lugar, ela
ressalta que o Serviço é um local onde as pessoas encontram alguém para conversar sobre
seus problemas e sentem que não estão sozinhas. Os profissionais que prestam atendimento fornecem informações sobre diferentes
áreas da vida cotidiana: questões jurídicas,
segurança social na Suíça, sistema educacional
e integração no mercado de trabalho,
respostas a perguntas de cunho social, cultural
ou religioso da Suíça e de outros países, antes
ou depois do casamento.
dos sentimentos, do relacionamento em si e
de questões da vida prática. Quais são as
funções de cada um no relacionamento, como
vamos nos comunicar (qual é a língua do
casal), como podemos solucionar conflitos,
como lidar com a questão financeira e com as
estruturas da Suíça? Esses são alguns temas
que surgem nesta segunda fase.
Especialmente para o parceiro que é
estrangeiro uma pergunta fundamental diz
respeito à sua própria integração na sociedade envolvente. Como migrantes, precisamos
saber em que chão estamos pisando e nossa
integração no país vai ser um ponto fundamental que ajuda a relação a prosperar, enfatiza Patrícia. Perguntas sobre a educação das
crianças e a divisão dos papéis na família também são freqüentes. É nessa hora também que
são vistos os direitos e deveres de cada um e,
quando há conflitos, as conseqüências para
cada um de uma possível separação. Nesse
ponto os atendentes enfatizam especialmente
a questão da comunicação, tanto entre o casal
como no ambiente que os cerca. Sem a possibilidade de se comunicar, fica muito mais difícil acontecer a integração.
De acordo com Patrícia, o aconselhamento acontece em três momentos bem
definidos. O primeiro é antes do casamento
ou da tomada de decisão de ficar juntos. Os
interessados procuram o Serviço para buscar
maior conhecimento sobre o país do outro,
sua cultura e quais as maiores diferenças em
relação à sua própria forma de viver. «Temos
vários prospectos sobre a convivência em
ambiente binacional e em nossa biblioteca
temos livros sobre vários países, abordando
diferenças culturais, religiosas e outras, bem
como biografias que contam experiências de
relacionamento binacional, livros sobre
migração e psicologia entre outros», informa
a assistente social. Os livros podem ser
emprestados gratuitamente por quatro semanas, para que a pessoa tenha tempo para
analisar tudo com calma.
O terceiro momento surge na hora da
crise. Quando os problemas e conflitos
aumentam e um dos dois tem a sensação de
que não é mais possível levar o relacionamento adiante, procura o Serviço de Aconselhamento para falar de seus sentimentos e das
dificuldades da vida prática. «Se os casais nos
procuram no início da crise, há mais chance de
se tentar trabalhar a questão em conjunto e
dar certo», explica Patrícia. O problema,
segundo ela, é que na maioria dos casos o
apoio dos profissionais é requisitado quando a
crise já está no ápice e fica difícil um retorno.
«Nossa proposta é esclarecer sobre as
diferenças, desmistificar o que é essa cultura
estranha e tornar o desconhecido um pouco
mais conhecido», explica Patrícia. Essas informações preliminares, que vão desde o sistema
emocional, até as características do país, estrutura da família e questões ligadas ao direito e
vistos, servem para se criar um cenário e analisar as perspectivas da vida a dois.
«É preciso ainda acabar com o tabu que
cerca a terapia de casal e de família», destaca
a assistente social. Ela acredita que com orientação e informação é possível evitar ou sair de
conflitos de forma positiva. Patrícia explica
que normalmente um dos parceiros procura o
Serviço, num momento em que precisa se situar e definir o que deseja para o futuro. Depois,
normalmente a pessoa Continua página 10 ➙
Num segundo momento, já com a decisão
tomada de assumir uma vida em conjunto, ou
até depois do casamento, as necessidades passam a ser outras. Daí a conversa gira em torno
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CIGA-Informando Ano 7 - Março 2004
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 9 traz seu parceiro
também e o acompanhamento é feito para o
casal. Às vezes acontece também que o casal
conversa entre si e os dois decidem vir juntos
procurar ajuda.
No primeiro contato com o Serviço de
Aconselhamento acontece a triagem da clientela. A pessoa pode falar ao telefone ou marcar uma hora para explicar seu problema, suas
dúvidas. Dependendo do caso o atendimento
é feito ali mesmo, ou a pessoa é encaminhada
para a instituição certa. «Temos prospectos de
várias instituições e prestamos informação
também em questões de integração e violência», informa Patrícia.
O Serviço de Aconselhamento acompanha
os casais e as famílias por um curto ou médio
prazo. Normalmente são feitas de 1 a 5 consultas e daí se avalia como continuar. Nos
casos em que há necessidade de uma terapia,
são indicados profissionais competentes,
dependendo do caso. «Temos uma lista de
terapeutas, advogados e outros profissionais,
a quem podemos encaminhar nossos clientes,
quando for preciso», explica Patrícia. Os
clientes pagam uma taxa de CHF 30,00 por
consulta. Nos casos em que existe dificuldade
financeira para arcar com esse custo é possível analisar uma forma de financiar. «O importante é que a pessoa não deixe de nos procurar por questões financeiras», diz Patrícia.
A clientela atendida pelo Serviço é bem
variada. Tanto podem ser pessoas que estão
num relacionamento binacional, como também os pais, parentes ou amigos, que de alguma forma convivem com a família binacional
e também procuram informações. Mesmo que
as mulheres representem a maioria da clientela, o número de homens que procurou o
Serviço em 2004 também cresceu. «No problema da integração, as mulheres tomam o
peso muito sobre as suas costas e quando não
agüentam mais procuram ajuda», observa a
assistente social.
Um dado interessante do Serviço em
Basel é que a equipe responsável, além de ser
interdisciplinar, também vive num ambiente
binacional em casa. Ursula Metzger é advogada, Konrad Meyer é pedagogo, com especialização em Terapia Sistêmica de Casais e
Famílias, e Patrícia é assistente social, com
especialização na área psicossocial. Todos os
três têm relacionamentos binacionais e
experimentam, no dia-a-dia, os mesmos conflitos e dificuldades que seus clientes. O
atendimento em Basel pode ser feito em português, espanhol, francês, inglês e alemão,
tanto por telefone como pessoalmente. É
importante destacar que todas as informações são confidenciais, isto é, os responsáveis pelo atendimento trabalham sob sigilo
profissional.
Trabalhando no Aconselhamento desde
2002, Patrícia está convencida de que é possível auxiliar casais e famílias a terem um relacionamento mais harmonioso, sem encarar as
diferenças como um problema. A idéia é que
quanto mais informadas as pessoas estiverem
sobre as mil possibilidades de lidar com situações do dia-a-dia, melhor. A partir daí, se a
pessoa está disposta a trabalhar sobre essas
diferenças, é possível alcançar mais facilmente
uma solução que seja satisfatória para todas
as partes.
(Irene Zwetsch)
Contato:
Beratungsstelle für Binationale Paare und Familien
Steinengraben 69, 4051 Basel
(junto ao Hotel Steinenschanze)
Tel: 061 271 33 49, Fax: 061 272 45 73
E-Mail: [email protected], www.binational.ch
(Neste Site você encontra os contatos do Aconselhamento em outras cidades da Suíça)
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Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Gilberto Gil lança em Paris o Ano
do Brasil na França
O «Ano do Brasil na França» foi lançado
oficialmente no dia 18 de janeiro em Paris
pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, na presença dos ministros franceses das Relações
Exteriores, Michel Barnier, e da Cultura,
Renaud Donnedieu de Vabres.
«O Brasil que será mostrado aos franceses
mistura modernidade e tradição em todos os
setores. Este é o eixo temático desta temporada
cultural», disse o ministro Gilberto Gil. «Nossas
manifestações artísticas, nosso mundo técnico e
científico, nosso turismo, gastronomia e nosso
profundo compromisso com a paz serão
mostrados aos franceses e ao número extraordinário de turistas que visitam a França»,
acrescentou ministro, dizendo que a temporada cultural aproximará os dois governos.
Cerca de 250 projetos culturais serão apresentados durante esta temporada brasileira
na França. Outros países, como Argélia, China
e Polônia já foram homenageados pelo governo francês, que defende a idéia da diversidade cultural.
ABRACE divulga a cultura
brasileira no Ticino
Os brasileiros na região do Ticino também procuram formas de se encontrar e realizar programações em conjunto. Mais do que tudo, tentam mostrar à comunidade envolvente uma
imagem de Brasil diferente daquela que muitas vezes faz as notícias ou aparece na televisão.
Mostrar um pouco da cultura brasileira é um dos objetivos da associação ABRACE, que é apresentada nesta edição numa entrevista com sua presidente, Solange Winiger.
Além da homenagem cultural feita pela
França, fatores políticos, que visam o estreitamento das relações entre os dois países, também podem ser levados em conta na decisão
de se organizar um evento deste tipo.
O Ano do Brasil na França começará efetivamente em março com uma exposição sobre o
«Brasil Indígena» no museu do Grand Palais, em
Paris.
«A proximidade entre os dois países se
traduz em fatos concretos. A França é o
segundo maior parceiro do Brasil no campo
científico. Na área econômica, mais de 500
empresas francesas estão instaladas no Brasil.
Os dois países defendem a idéia de uma globalização mais justa, que também beneficie
os países em desenvolvimento», disse o ministro francês das Relações Exteriores, Michel
Barnier. A França também apóia a entrada do
Brasil no Conselho de Segurança da ONU
como membro permanente.
A programação é bastante variada: de
março a dezembro serão realizadas em várias
cidades francesas manifestações artísticas nas
áreas de artes plásticas, teatro, cinema, música, fotografia, dança, entre outras.
O Museu d'Orsay, por exemplo, apresentará a exposição «A Fotografia Brasileira do
Século 19». No Louvre haverá uma mostra do
pintor holandês Frans Post, que viajou pelo
nordeste brasileiro no século 17. A exposição
«Três Séculos de Arte Brasileira: A coleção
Camargo» será apresentada no museu de
Belas Artes de Rouen.
Além de eventos culturais, vários
colóquios e debates sobre temas variados
como literatura, televisão e agricultura familiar também integram a programação do Ano
do Brasil na França.
Na música, a programação também será
diversificada, com a apresentação de cantores como Caetano Veloso e Daniela
Mercury e inclui até mesmo trios elétricos na
Côte d'Azur e na capital francesa. A Ópera
de Rouen tocará músicas de Heitor VillaLobos.
Ao que tudo indica, a temporada do Brasil
na França deverá despertar o interesse do
público francês, que já sente um certo fascínio
pela cultura brasileira, sobretudo em razão da
música. Somente o anúncio oficial do «Brésil,
Brésils »já lotou o Grande Salão do Ministério
francês das Relações Exteriores. «Isso nunca
ocorre», disse o ministro Barnier. (Daniela
Fernandes, da BBC Brasil, em 18/01/2005 na
FSP)
Música tema
O cantor Lenine compôs uma música especial para o Ano do Brasil na França, chamada
«Brésil, Brésils» (Brasil, «Brasils»), uma analogia à diversidade cultural brasileira.
12
Quando descobri que era necessário
apenas três pessoas para se poder fundar
uma associação, convidei ainda uma
brasileira, também professora, mas de língua
portuguesa, e ela aceitou. Foi assim que nasceu a ABRACE - Associação Brasileira de
Cultura e Educação, em dezembro de 1996.
Algumas semanas depois, nós três organizamos a apresentação de um livro de um
escritor brasileiro que estava passando pela
Suíça, Júlio Brás. Foi o maior sucesso e apenas naquela noite passamos a ser mais de
vinte membros. Para nós esse foi o início da
nossa estória.
Como surgiu a ABRACE?
A idéia de criar uma associação, centro
ou grupo onde se pudesse mostrar um pouco
da cultura brasileira, surgiu com o nascimento do meu filho, quando comecei a me preocupar como seria o seu crescimento num
ambiente onde se conhecia apenas o futebol
e prostitutas do país de origem da sua mãe.
Sou diplomada em Letras, professora de
inglês e antes de me casar e vir morar aqui, a
minha vida profissional era muito ativa.
Chegando aqui tive dificuldades enormes
para ser aceita profissionalmente, apenas
pelo fato de ser «brasileira» e isto me perturbava bastante. Em um dos meus cursos na
escola Migros, onde ensinei até no ano passado, uma das minhas alunas era mãe adotiva de duas crianças brasileiras. Aproximando-me sempre mais desta senhora suíça,
descobri o seu desejo de também possibilitar
às suas crianças crescer aprendendo e convivendo um pouco com a cultura de origem
delas.
Quais são os objetivos (foram sempre os
mesmos ou mudou com o tempo)?
O nosso objetivo de início era divulgar a
cultura brasileira, mostrando o lado cultural
que até então não era ainda conhecido nesta
parte da Suíça. Com o tempo alguns objetivos foram acrescentados pela própria necessidade dos membros. Continua página 14 ➙
13
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 13 No início éramos
muito concentrados em oferecer atividades
para crianças: abrimos uma creche onde as
crianças até três anos podiam escutar estorinhas em língua portuguesa, cantavam e era
oferecida a possibilidade de conhecer algumas brincadeiras infantis típicas brasileiras.
Foi uma experiência sensacional. Oferecíamos também cursos de língua portuguesa,
onde o meu próprio filho aprendeu a escrever e ler em português.
de brasileiros que participam das atividades
oferecidas pela Associação. Em vários encontros tentamos avaliar o «porquê» desta não
participação e chegamos sempre à conclusão
de que talvez seja porque nos concentramos
muito sobre a questão cultural e não em
lazer e parte social. Mas quando fundamos a
ABRACE o objetivo era centrado apenas na
parte cultural.
E quais foram os momentos mais críticos?
Ultimamente estamos passando por um
momento muito crítico. Eu estou trabalhando um pouco mais e não posso me dedicar
como antes à ABRACE. Como conseqüência,
não estamos vivendo uma harmonia de
grupo neste momento. Sempre desejei que
aparecesse alguém que pudesse me substituir com a mesma energia de quando comecei. A nova diretoria é completamente nova,
somente eu e a secretária – Matilde Minke,
somos da ex-diretoria. Talvez neste ano seja
possível que alguma coisa mude para melhor.
Como o grupo é estruturado, que atividades
realiza?
O grupo é estruturado com uma diretoria formada por presidente, vice-presidente,
secretária, tesoureira e dois membros adjuntos. Esta diretoria foi formada há pouco
tempo e a primeira atividade que fizemos foi
um aperitivo brasileiro, com música e petiscos brasileiros, com o objetivo de divulgar
um pouco mais a ABRACE nesta região.
Proximamente estamos pensando em organizar uma mostra de filmes brasileiros e continuar com a oferta de cursos de língua e cultura para adultos e crianças.
O CIGA-Brasil informa o
contato de médicos que fazem
consultas em português
Faça uma avaliação de 2004 e fale dos
planos para 2005.
2004 foi um ano de crise e de quase
«morte» da ABRACE, porque por alguns
momentos a diretoria pensou em fechar a
Associação. Espero que 2005 seja um ano
realmente de renascimento, no sentido positivo. E no momento é ainda muito cedo para
termos uma idéia concreta .
Vocês têm encontros regulares, quando,
onde?
Não. E este está sendo o nosso grande
problema.
Quais foram os melhores momentos da
Associação?
Foi no início, onde a nossa diretoria era
formada por pessoas que realmente queriam
mudar a mentalidade das pessoas daqui em
relação ao Brasil. Nessa época a diretoria era
formada por um número maior de
brasileiros, existiam objetivos em comum e a
vontade de ser brasileiro mesmo morando
fora do Brasil. Este é o grande problema do
nosso grupo. Temos um número não elevado
O CIGA-Brasil deseja à equipe da ABRACE
muita energia e coragem para levar à frente
seu trabalho e desafia aos brasileiros que
moram na região a se engajarem também
nesse trabalho tão importante de cultivo e
divulgação da cultura brasileira em terras
suíças.
Pessoas de contato:
Solange Winiger - Presidente, Mariana Minke - Vice-presidente
Casella postale 1350, 6616 Losone
Tel: 091 796 34 36, E-mail: [email protected]
14
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em Português, Francês, Alemão, Espanhol
e Italiano.
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Qual foi a importância do II Encontro
Brasileiro para o grupo?
Infelizmente não participamos, mas
espero poder participar no próximo.
Que coordena ou dirige o grupo?
Desde 1996 sou eu que coordeno este
grupo com a ajuda do membros da diretoria.
ESCRITÓRIO DE
TRADUÇÕES BABEL
VOCÊ SABIA?
Há mais de mil anos um gênio marroquino concebeu as figuras de 0 a 9 que
hoje nós conhecemos como numerais
arábicos. Ele moldou as figuras de tal
forma que cada uma continha um apropriado número de ângulos. O número 1
contém um ângulo; o 2, dois ângulos, 3,
três ângulos etc. O zero, significando
nada, não tem nenhum ângulo.
Programas sociais são ampliados
em 2005
Durante entrevista coletiva a emissoras
de rádio no dia 25/01, o ministro do
Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Patrus Ananias, reafirmou a meta
de expansão dos programas e das
parcerias para geração de emprego e
renda e fiscalização do Bolsa Família.
Ele destacou que o ministério completa
um ano com avanços no combate à
fome e à pobreza.
O ministro anunciou que as metas dos
programas sociais serão ampliadas em
2005. No caso do Bolsa Família, a perspectiva é de que o benefício chegue a
8,7 milhões lares com renda per capita
mensal de até R$ 100. Patrus garantiu
que não faltarão recursos. Ele também
lembrou que o Fome Zero hoje é exemplo para outros países e recebe elogios
de entidades nacionais e internacionais.
«Temos sido elogiados por organismos
da ONU, como a FAO, ligada à agricultura, a OIT, a Unesco, a Unicef. O Banco
Mundial indicou o Bolsa Família para o
governo do Egito», disse Patrus.
15
Patrus informou ainda que a assistência
à população de rua será meta para
2005. Está em curso um levantamento
do número de pessoas nestas condições
e quais as principais necessidades. O
MDS já repassou R$ 4 milhões, em
2004, para a Organização do Auxílio
Fraterno, de São Paulo, que atende os
moradores de rua. A proposta do
Ministério é incluir este público no
Bolsa Família.
Para a região do Semi-Árido é prevista a
construção de 50 mil cisternas, além
dos projetos de geração de emprego e
renda em todos os municípios
brasileiros, com oferta de microcrédito
em parceria com os programas de agricultura familiar.
(MDS - Informe Especial)
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
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bimensal do CIGA-Brasil.
Contato com a redação:
CIGA-Brasil
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4103 Bottmingen
Tel/Fax: (061) 423 03 47/46
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Redação e edição: Irene Zwetsch
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que desejam falar e escrever em português.
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16
Fotos: Rubens Zischler
Layout & Realização:
Wilber’s Grafik & Druck Services,[email protected] O fechamento redacional da próxima
edição será no dia 15 de abril.
Colaboradores desta edição:
Eber Ferrer, Irit Chiprut, Maria Janotta e Mércia Até esta data todos os textos e anúncios
Alder.
devem chegar às nossas mãos.
17
CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005
Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando
Terceiro Concurso Brasileiro em Genebra
de «Contos e Poesias»
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comece já a escrever sobre uma experiência
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18
Imposto de Renda:
é importante fazer a declaração
Durante o final do ano é um prazer abrir a correspondência:
cartões e cartas de amigos, contra-cheques «gordos»,
anúncios de todo o tipo com ofertas extraordinárias e até
mesmo os esperados bônus divididos entre os funcionários.
Tudo isto faz parte do mês de dezembro.
SEPARADOS OU DIVORCIADOS
Neste caso a declaração é feita separadamente. A
parte que detém a guarda dos filhos menores faz jus
ao desconto de dependentes.
Em caso de separação ou divórcio, independente da
data, as duas partes dissolventes receberão do
Escritório de Imposto de onde residem um formulário
para preenchimento de Imposto Provisório, espelhando a nova situação financeira.
Nada como um dia após o outro e chega o «janeiro»,
aquele mês longo de 31 dias, o qual é denominado pelos
suíços como: «Januarloch». Acho que eles têm razão,
mas na realidade o buraco acontece quando recebemos
o envelope que contém os formulários da Declaração do
Imposto de Renda. Alguns simplesmente, sabendo do
seu conteúdo, colocam-no de lado para não terem o dissabor de aumentar o buraco de janeiro. Outros examinam
o envelope e logo imaginam o tamanho das faturas???
PRAZO DE ENTREGA
Em Zurique e em vários outros Cantões, até o dia 31
de março. Caso não consiga manter o prazo de
entrega, solicitar por escrito prorrogação do mesmo.
Mesmo sem abrir o envelope temos que enfrentar o
«bicho» e saber que preencher os formulários do
Imposto é uma obrigação de todo cidadão que reside
na Suíça, aliás nesta hora não existe discriminação de
raça, cor ou nacionalidade – todos pagam! Alguns mais
e outros menos.
Os estrangeiros que possuem a Permissão B, na maioria
dos casos têm o Imposto de Renda retido na fonte, ou
seja, o valor é descontado automaticamente todos os
meses no contra-cheque. Isto também é aplicado para os
estudantes estrangeiros que aqui residem e recebem
Bolsa de Estudos gerada por Instituição Suíça.
TIPOS DE IMPOSTO
• Imposto Federal
• Imposto Cantonal/Municipal
• Imposto de Religião
• Imposto Pessoal
Preencher a Declaração de Rendas é muito importante
para o contribuinte assalariado, pois só assim poderá
fazer os descontos referentes à sua profissão e também
as deduções sociais a que tem direito. Além disto, quando o cidadão solicita ajuda financeira num Órgão Oficial
do Estado (exemplo: ajuda do Social, redução do
prêmio mensal do Seguro Saúde, inscrição na AHV,
isenção de pagamento de taxas oficiais ou custas de
Tribunal), o documento que lhe será exigido para fins
comprobatórios é a cópia da Declaração de Rendas.
Estes são os mais comuns em todos os Cantões, existem
particularidades bem peculiares, por exemplo no Argau
é cobrado também Imposto dos Bombeiros e Imposto
Hospital.
PERFIL DO CONTRIBUINTE
• Todos os suíços e estrangeiros com Permissão C,
que exercem uma atividade lucrativa ou possuem
patrimônio, nos seguintes termos:
• Trabalhadores regidos pela Legislaçao Trabalhista do
país,
• Aposentados por qualquer entidade Estatal ou Privada
• Profissionais liberais
• Profissionais tercerizados (prestação de serviços)
A pior coisa que pode acontecer ao contribuinte, seja
ele suíço ou estrangeiro, é ter os seus rendimentos anuais estimados pelo Escritório Municipal de Impostos
(Steueramt) da cidade onde reside. A estimativa nunca
é a favor do contribuinte e muitas vezes os descontos
são os menores possíveis. Neste caso é bem melhor
preencher os formulários e entregá-los dentro do prazo.
Depois de todo este «blá blá» desejamos a todos os
leitores/contribuintes do CIGA-Informando muita energia e bastante sucesso no preenchimento da Declaração
de Rendas de 2004!
Caso o indivíduo ou família estejam vivendo dentro do
mínimo existencial, será cobrada a taxa de Imposto
Pessoal Anual. Atualmente no Cantão de Zurique custa
CHF 24.– (vinte e quatro francos).
SEM CAIR, NEM CAVAR O PRÓPRIO BURACO!
CASADOS
Para os que são casados oficialmente e vivem em
matrimônio, a declaração é feita em conjunto e deverá constar a assinatura dos dois cônjuges.
trimpos mércia alder & irit chiprut
Contato: Irit Chiprut
Tel. 079 214 36 57, e-mail: [email protected]
19
Langstr. 21 1°andar 8004 Zürich, Tel. 01 241 44 88, Fax 01 241 44 89
Sperrstr. 5, 4057 Basel, Tel. 061 683 73 33, Fax 061 683 73 34
[email protected]

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