Anais • VIII FAVE • volume 2

Transcrição

Anais • VIII FAVE • volume 2
VIII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação
VI Semana de Iniciação Científica
VI Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura
VI Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do
Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)
III Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira
VOLUME 2
2015
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
APRESENTAÇÃO
É com grande orgulho que, entre os dias 21 a 25 de setembro de 2015, a
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VIII
FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui a VIII Semana
Acadêmica dos cursos de Graduação, VI Semana de Iniciação Científica, VI Feira de
Negócios, Integração Social, Humor e Cultura, VI Encontro de Produtores Rurais de
Matipó e Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) III Feira de
Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira.
O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e
professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do
conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de
graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a
cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.
Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias
instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e
cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados
no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos também, no evento,
professores e acadêmicos de outras instituições.
Além disso, o VIII FAVE é um evento que contou com a participação da
sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a
Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará
se ela caminhar ao lado da sociedade.
Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,
almejou com o VIII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que
entendemos que a pesquisa é interface do ensino.
Diante do exposto, reiteramos que com o VIII FAVE esperamos contribuir para
a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento
para o desenvolvimento profissional permanente.
Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir
o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de
Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do VIII FAVE
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
A PALAVRA DO DIRETOR
É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa
publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o
desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão
a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse
objetivo. Atividades como o VIII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um
formando com habilidades mais refinadas.
Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e
estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o
estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes
modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está
inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na
edição deste ano, o VIII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo
nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através da difusão
do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e
bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a
construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro
próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores
condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais
baratas e tratamentos eficazes.
É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e
teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de
conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo
em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de
aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor
adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.
D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix
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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.
João Batista Gardingo
Diretor Presidente
Sebastião Gardingo
Diretor Executivo
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes
Diretor geral
Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa
Coordenadora do curso de Agronomia
Prof. Celso Abreu de Araújo
Coordenador do curso de Administração
Profº Tadeu Hipólito da Silva
Coordenador do curso de Ciências Contábeis
Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo
Coordenador do curso de Educação Física
Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
Coordenadora do curso de Enfermagem
Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães
Coordenador do curso de Engenharia Civil
Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Coordenadora do curso de Farmácia
Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado
Coordenador do curso de Medicina Veterinária
Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo
Coordenadora das atividades complementares de Graduação
Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenadora de Pesquisa e Extensão
Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira
Diretor da Escola Técnica Vértix
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COMITÊ ORGANIZADOR
Coordenação geral
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenação Setorial
Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Esp. Laudinei de Carvalho Gomes
D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes
M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Estagiários
Alexander Alves Caldeira
Daniel Franco Machado
Eduarda Machado de Souza
Isabela Lima Ribeiro
Jesse Mendes Torres
Juliana Dias De Araújo
Larissa De Carvalho Gomes
Letícia Barreto Placides
Lívia Mara Araújo Amorim
Menekiss Jordão Andrade
Osmar Dias Ferraz Junior
Pahola Reboredo Brandã
Priscila Jardim Santos
Valmira Hoste Dutra
COMITÊ CIENTÍFICO
Coordenação
Renata Aparecida Fontes
Comitê científico
Ana Lígia de Souza Pereira
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André Salustiano Bispo
Autieres Teixeira Faria
Cintia de Paiva Carvalho
Cleber Macedo de Oliveira
Cristina Maria Lobato Pires
Elder Machado Dutra
Fábio Florindo Soares
Fabrício Santos de Souza
Fernanda Maria de Assis Dornelas
Gilma Soares de Oliveira
Guanayr Jabour Amorim
Guilherme Gabriel da Silva
Hugo Rodrigues Ferreira
Irlane Bastos Costa
Janine Lopes Carvalho
Jaqueline Conceição Leite
Joicilene Sousa Campos Mageste
Juliano Vieira
Júlio César da Mata
Keilla de Souza Veggi
Kelly Aparecida do Nascimento
Leandro Silva de Araújo
Leonardo Hebert Brandão da Cruz
Lourival Sérgio Lopes Cardoso
Luciano Aguiar Otoni
Luiza de Abreu Costa
Marcelo de Carvalho Mendes
Maria Aparecida Schroder Dutra
Marluce Aparecida Fonseca
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Mateus Zanirate de Miranda
Max de Andrade Coelho
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar
Milene Maria Santos Braga
Patrícia Souza Sarmento
Pedro Genuino de Santana Júnior
Rafael Macedo de Oliveira
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa
Renata Pessoa Bifano
Rodrigo Ataíde dos Santos
Shiara Martins de Souza
Vinícius Sigilião Silveira Silva
Viviane Gorete Silveira Mouro
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SUMÁRIO
GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS ........................................................................................................... 13
ARTIGOS .............................................................................................................................................. 14
ASPECTOS RELACIONADOS À UTILIZAÇÃO DE BIOINDICADORES NO MONITORAMENTO DO
IMPACTO AMBIENTAL ........................................................................................................................ 15
EFEITOS DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO FEIJÃO OURO NEGRO CULTIVADO NA ZONA
DA MATA DE MINAS GERAIS ............................................................................................................. 27
RESPOSTA DO MILHO A DIFERENTES FONTES DE FÓSFORO .................................................... 39
LEVANTAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS NASCENTES DO CÓRREGO DO GAMBÁ
DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG. ........................................................................................................ 48
ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA
BRUTA DA Jatropha multiphida L. SOBRE AS BACTÉRIAS Staphylococcus sp. e Escherichia coli. 63
ESTUDOS PRELIMINARES DA BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE, TAMARILHO (Solanum
betaceum Cav.). .................................................................................................................................... 72
ESPÉCIES ORNAMENTAIS DA PRAÇA PADRE FIALHO DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG ........ 79
GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ....................................................................................... 88
ARTIGOS .............................................................................................................................................. 89
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL: QUAL REGIME DE TRIBUTAÇÃO
MAIS VANTAJOSO PARA SE EXERCER CONSTITUINDO-SE COMO EMPRESA? ........................ 90
UMA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC): UM ESTUDO DE CASO NA
EMPRESA AEJ EMPREENDIMENTOS LTDA – 2015 ....................................................................... 105
A PERCEPÇÃO DE GERENTES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO SETOR
SUPERMERCADISTA SOBRE IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO DE PESSOAS ............. 118
O ORÇAMENTO EMPRESARIAL COMO FORMA DE GESTÃO ...................................................... 130
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA OBESIDADE .... 141
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM INÍCIO DECARREIRA
............................................................................................................................................................ 156
MOTIVOS QUE LEVAM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A EVASÃO DAS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA ................................................................................................................................................. 167
EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 11 A 15 ANOS DE IDADE
............................................................................................................................................................ 178
FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DE UMA
ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ......................... 187
EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE
............................................................................................................................................................ 200
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A EVASÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS AULAS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ......................................................................................................... 210
A RELEVÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O DESENVOLVIMENTO DA
CRIANÇA EM TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE DUAS CIDADES DA ZONA DA MATA
MINEIRA ............................................................................................................................................. 219
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BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DA ZONA DA MATA
MINEIRA ............................................................................................................................................. 230
GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES ..................................................................... 241
ARTIGOS ............................................................................................................................................ 242
A LOCALIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES REFERENCIAIS: ESTUDO EM UMA TURMA DE NONO ANO
............................................................................................................................................................ 243
GT 05 – CIÊNCIAS AGRÁRIAS ......................................................................................................... 252
RESUMOS .......................................................................................................................................... 253
A VISÃO DO PRODUTOR RURAL SOBRE A CAFEICULTURA NA REGIÃO DA ZONA DA MATA
MINEIRA ............................................................................................................................................. 254
CRÉDITO RURAL: A INFLUÊNCIA DO PRONAF EM PROPRIEDADES RURAIS DE RIO CASCA –
MG....................................................................................................................................................... 257
EFEITO DE REGULADOR VEGETAL NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAFÉ 260
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA EM FUNÇÃO DO TRATAMENTO
COM BIOESTIMULANTE ................................................................................................................... 265
Erlichia canis: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E LEVANTAMENTO DE CASOS .................................. 269
PERFIL DOS PACIENTES DERMATOLOGICOS ATENDIDOS NO HOSPITAL ESCOLA
VETERINÁRIO GARDINGO DA FACULDADE VÉRTICE - UNIVERTIX LOCALIZADO NA CIDADE DE
MATIPÓ-MG ........................................................................................................................................ 275
COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA EM CADELAS: ESTUDO RETROSPECTIVO
............................................................................................................................................................ 278
ANESTESIA E ANALGESIA EPIDURAL EM EQUINOS .................................................................... 281
HEMIPARESIA POR FRATURA/LUXAÇÃO EM C7 E T1 DECORRENTE DE MORDEDURA NA
REGIÃO INTERESCAPULAR EM CANINO. ...................................................................................... 284
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE LINFOMA CUTÂNEO EM CÃO NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA
FACULDADE VÉRTICE (UNIVÉRTIX) – MATIPÓ/MG ...................................................................... 286
AÇÃO MELÃO-DE-SÃO-CAETANO (MORMODICA CHARANTIA) SOBRE HELMINTOS
GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS. ................................................................................................. 290
INFUSÃO CONTÍNUA DE LIDOCAÍNA E CETAMINA ASSOCIADA À MORFINA OU FENTANIL EM
PEQUENOS ANIMAIS SUBMETIDOS Á PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS. ................................. 293
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL DA CIDADE DE MATIPÓ-MG
............................................................................................................................................................ 296
ASSOCIAÇÃO E DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE PAPILOMATOSE
CULTÂNEA BOVINA NO MUNICIPIO DE MIRADOURO-MG ........................................................... 300
APLICABILIDADE DOS RECURSOS DA MATEMÁTICA NA AGRICULTURA “UM LIMITE TENDENDO
A MAIS INFINITO” .............................................................................................................................. 304
SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR Neospora caninum
NA MICRORREGIÃO DE IPANEMA/TAPARUBA – MG .................................................................... 310
AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM TRÊS DIFERENTES
RAÇAS DE EQUINOS ........................................................................................................................ 315
OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO HOSPITAL
VETERINÁRIO UNIVÉRTIX................................................................................................................ 319
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AVALIAÇÃO in vitro DE CARRAPATICIDAS NO CONTROLE DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus
EM BOVINOS DE LEITENA MICRORREGIÃO DE ABRE CAMPO/ MATIPÓ .................................. 323
ANESTESIA EM EQUINOS COM COLICAS- REVISÃO DE LITERATURA ...................................... 326
DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE LITERATURA .......................... 330
CETOSE EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO – UMA REVISÃO DA LITERATURA ......................... 334
INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) COM REDUÇÃO DO TEMPO DE
PERMANÊNCIA DE IMPLANTE DE PROGESTERONA EM VACAS EM ANESTRO E BAIXO ESCORE
CORPORAL ........................................................................................................................................ 338
DETERMINAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS DO LÍQUIDO PERITONEAL DE EQUINOS
COM SÍNDROME CÓLICA E SEU PAPEL COMO PARÂMETRO PROGNÓSTICO. ....................... 342
PESQUISA DE Listeria spp. EM UTENSÍLIOS DE DIFERENTES AÇOUGUES LOCALIZADOS NO
MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MINAS GERAIS ........................................................................................ 346
LAMINITE EM EQUINOS ACOMETIDOS COM CÓLICA .................................................................. 349
INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE CINOMOSE E PARVOVIROSE CANINA NO HOSPITAL
GARDINGO – MATIPÓ- MG. .............................................................................................................. 352
FRATURA DE OSSOS SESAMOIDES PROXIMAIS EM EQUINOS ................................................. 355
EFEITOS DO TRAMADOL INTRAVENOSO EM EQUINOS: AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS
CLÍNICOS, COMPORTAMENTAIS E LIMIAR NOCICEPTIVO MECÂNICO. .................................... 358
USO DE MULAS COMO RECEPTORAS EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO
EQUINO .............................................................................................................................................. 361
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ODONTOLÓGICAS EM EQUINOS HIGÍDOS. ..................................... 364
COMPORTAMENTO SEXUAL DE ZEBUÍNOS: REVISÃO DE LITERÁRIA ...................................... 367
PESQUISA DE Listeria spp. EM PRESUNTOS DE DIFERENTES MARCAS COMERCIALIZADAS NA
CIDADE DE MATIPÓ, MINAS GERAIS .............................................................................................. 370
EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS ............................................................................................. 373
ANALISE MICROBIOLOGICA DE EMBUTIDOS NA CIDADE DE MATIPO-MG. .............................. 377
PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO SOB SERVIÇO DE
INSPEÇÃO FEDERAL SITUADO NA ZONA DA MATA MINEIRA..................................................... 380
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA EFICIÊNCIA DE COLOSTRAGEM EM
BEZERRAS UTILIZANDO-SE O REFRATÔMETRO DE BRIX.......................................................... 384
AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA PARA DIAGNÓSTICO DE INFERTILIDADE E SUBFERTILIDADE EM
TOUROS ............................................................................................................................................. 387
MASTITE BOVINA NO BRASIL .......................................................................................................... 391
SINCRONIZAÇÃO DO CICLO ESTRAL DE RECEPTORAS DE EMBRIÕES BOVINOS PRODUZIDOS
IN VITRO ............................................................................................................................................. 394
TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO – REVISÃO DA LITERATURA.............................. 397
DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES ........................................................................................... 400
UTILIZAÇÃO DA ECG EM PROTOCOLOS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF)
EM BOVINOS ..................................................................................................................................... 404
DIAGNOSTICO COM BASE NA SOROLOGIA DE IMUNOGLOBULINAS REAGENTES Anaplasma
marginalee E Basesia bovis. ............................................................................................................... 406
GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ..................................................................................... 410
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RESUMOS .......................................................................................................................................... 411
IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA: ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE
CRÉDITO DA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA. .................................................................... 412
A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO EFICAZ DE GESTÃO: UM ESTUDO DE CASO NA
FUNDAÇÃO DE SAÚDE CRISTO REI. .............................................................................................. 414
A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: ESTUDO
DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA ZONA DA MATA-MG .......................... 417
QUALIDADE DE VIDA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE
PEQUENO PORTE NA CIDADE DE SERICITA- MG ........................................................................ 421
MÉTODOS DE FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE
PEQUENO PORTE DO SETOR DE CONFECÇÕES DE REDUTO-MG ........................................... 423
RESPONSABILIDADE SOCIAL E PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS DA COMPANHIA DE
ABASTECIMENTO ELÉTRICO DA ZONA DA MATA MINEIRA ........................................................ 427
ARRECADAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL: ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DA RECEITA PRÓPRIA DE
MATIPÓ-MG E DE SEUS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES. ..................................................................... 430
AS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DO
INTERIOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, EM RELAÇÃO Á FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA
ÁREA CONTÁBIL. .............................................................................................................................. 433
OS DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO EM UM HOSPITAL
PÚBLICO FILANTRÓPICO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA NO LESTE DE MINAS
GERAIS. .............................................................................................................................................. 436
A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS COLABORADORES:
UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS. ............ 438
A RELAÇÃO EDUCAÇÃO-TRABALHO EM PROGRAMAS ASSISTENCIAIS, VOLTADOS PARA
FORMAÇÃO DE ADOLESCENTES E JOVENS. ............................................................................... 441
CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE ORGANIZAÇÃO DE
EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES ........................................................................................... 444
A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA VIDA SOCIAL DE ALUNOS DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA
MINEIRA ............................................................................................................................................. 447
GT 07 – CIÊNCIAS HUMANAS .......................................................................................................... 451
RESUMOS .......................................................................................................................................... 452
O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO SOBRE A DISCIPLINA EDUCAÇÃO FÍSICA
NA ESCOLA? ...................................................................................................................................... 453
GT 08 – CIÊNCIAS LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES ..................................................................... 457
RESUMOS .......................................................................................................................................... 458
AS ATIVIDADES DE LEITURA E INFERÊNCIA EM CHARGES NAS AULAS DE LÍNGUA
PORTUGUESA ................................................................................................................................... 459
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
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GT 05 – CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
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ARTIGOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia.
Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos
Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – Univértix.
Rosélio Marcos Santana – Especialista em Docência do Ensino Superior.
Graduado em Informática. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Janine Lopes Carvalho. Graduada em Psicologia. Professora da Faculdade
Vértice- Univértix.
Ana Lígia de Souza Pereira - Graduada em Enfermagem. Professora da Faculdade
Vértice- Univértix.
Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de
Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade VérticeUnivértix.
Kelly Aparecida do Nascimento. Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Gestão Ambiental. Professora da Faculdade Vértice- Univértix
[email protected]
RESUMO
A gestão integrada de recursos hídricos acentua-se pela existência de uma pressão
crescente que é exercida sobre os mesmos. A visibilidade característica de grande
parte dos animais não é diretamente proporcional ao nível de importância do papel
por eles desempenhado no ecossistema. Os insetos aquáticos comprovam essa
teoria. Eles são considerados importantes indicadores da qualidade das águas dos
grandes rios da região e, por esta razão, são alvo de estudos realizados em diferentes
áreas por cientistas. O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de
literatura sobre os insetos bioindicadores e como eles podem ser utilizados na
realização de trabalhos com Impacto Ambiental. Este estudo constitui-se de uma
revisão da literatura sobre bioindicadores e sua utilização nos trabalhos de impacto
ambiental, realizada entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2014, no qual se realizou
uma consulta a livros e periódicos presentes na Biblioteca da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX e por artigos científicos selecionados através de busca no banco de
dados do scielo. Os impactos que as ações antrópicas causam aos ambientes lóticos
levam à perda de qualidade e dificultam a manutenção da integridade desses
ecossistemas, além de interferir na sustentabilidade de suas comunidades. O estudo
de organismos tem sido uma das técnicas utilizadas para se avaliar mudanças no
ambiente. Dentre estes organismos, os insetos têm se mostrado indicadores
apropriados para essa finalidade, tendo em vista sua diversidade e capacidade de
produzir várias gerações, geralmente, em curto espaço de tempo.
PALAVRAS-CHAVE: Recursos hídricos; Bioindicadores e Impacto Ambiental.
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 –ISSN – 2178-7301.
15
ASPECTOS RELACIONADOS À UTILIZAÇÃO DE BIOINDICADORES NO
MONITORAMENTO DO IMPACTO AMBIENTAL
1. INTRODUÇÃO
De acordo com McAllister et al., (1997), o recurso hídrico é um elemento
fundamental para o desenvolvimento equilibrado de qualquer região. No entanto, a
compatibilização das atividades humanas com esta realidade é um processo que se
reveste de grande complexidade sendo, por isso, uma matéria que carece de análises
e planejamento, numa perspectiva integrada e tendo em consideração horizontes
temporais de curto, médio e longo prazo.
A necessidade de uma gestão integrada de recursos hídricos acentua-se pela
existência de uma pressão crescente que é exercida sobre os mesmos. Para além da
gestão imediata dos problemas existentes, assume cada vez mais importância
conceito de planejamento, que pode ser entendido como o procedimento organizado
com vista à definição das melhores soluções para os problemas presentes e futuros
do recurso água. Em síntese, o planejamento de recursos hídricos deve conciliar, por
um lado, a satisfação das necessidades de água para os diferentes usos, e por outro,
a preservação do ambiente e dos recursos naturais. (POMPEU et al., 2004)
As pressões sobre os recursos hídricos disponíveis na Região da cidade de
Vassouras requerem que se planeje e otimize a gestão da água com base em critérios
de uso múltiplo.
O primeiro passo para a resolução dos problemas socioambientais gerados
pela má gestão dos recursos hídricos é o desenvolvimento de metodologias de
diagnóstico eficientes. Segundo documento da Organização das Nações Unidas
(ONU), Agenda 21 (CNUMAD, 1992), “a utilização da água deve ter como prioridades
a satisfação das necessidades básicas e a preservação dos ecossistemas.” No
capítulo 18 desse documento é sugerido que a proteção da qualidade e do
abastecimento dos recursos hídricos seja feita a partir da aplicação de critérios
integrados para o desenvolvimento, o manejo e o uso dos recursos hídricos.
Nem só o que se destaca aos olhos das pessoas pelo tamanho é sinônimo de
relevância. No meio ambiente é assim. A visibilidade característica de grande parte
dos animais não é diretamente proporcional ao nível de importância do papel por eles
desempenhado no ecossistema. Os insetos aquáticos comprovam essa teoria.
Dispersos em rios e mananciais da região, alguns são quase invisíveis a olho nu. Eles
são considerados importantes indicadores da qualidade das águas dos grandes rios
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da região e, por esta razão, são alvo de estudos realizados em diferentes áreas por
cientistas. (CALLISTO et al., 2004; POMPEU et al., 2004)
Segundo Galdean et al., (2001), Tidos como referência pelos pesquisadores no
que se referem à avaliação da qualidade das águas de rios, os insetos aquáticos
representam um “termômetro” do nível de poluição ou contaminação a que estão
sujeitos esses ecossistemas. “Quando uma região está com a água contaminada,
alguns grupos de insetos rapidamente desaparecem, em contrapartida, outros
acabam surgindo em maior número”.
O presente trabalho tem por objetivo realizar uma revisão de literatura sobre os
insetos bioindicadores e como eles podem ser utilizados na realização de trabalhos
com Impacto Ambiental.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O uso de parâmetros biológicos para medir a qualidade da água se baseia nas
respostas dos organismos em relação ao meio onde vivem. Como os rios estão
sujeitos a inúmeras perturbações, a biota aquática reage a esses estímulos, sejam
eles naturais ou antropogênicos. A habilidade de proteger os ecossistemas depende
da capacidade de distinguir os efeitos das ações humanas das variações naturais,
buscando categorizar a influência das ações humanas sobre os sistemas biológicos
(CAIRNS JR. et al., 1993). Nesse contexto, a definição de biomonitoramento mais
aceita é o uso sistemático das respostas de organismos vivos para avaliar as
mudanças ocorridas no ambiente geralmente causada por ações antropogênicas
(MATTHEWS et al., 1982).
A ideia de que espécies podem ser usadas para indicar certas condições
ambientais tem sido verificada com bastante frequência ao longo da história. Um
exemplo ocorreu durante a Revolução Industrial (Século XIX), quando canários eram
colocados dentro de minas de carvão para monitorar a qualidade do ar. Caso o canário
sofresse alguma alteração desfavorável, causada por altas concentrações de
monóxido de carbono, as pessoas eram imediatamente retiradas do local, evitando
possíveis danos à saúde (CAIRNS JR. & PRATT, 1993).
O uso das respostas dos organismos é a base dos índices biológicos.
Bioindicadores são espécies escolhidas por sua sensibilidade ou tolerância a vários
parâmetros, como poluição orgânica ou outros tipos de poluentes (WASHINGTON,
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1984). O termo “resposta biológica” se refere ao conjunto de reações de um indivíduo
ou uma comunidade em relação a um estímulo ou a um conjunto de estímulos
(ARMITAGE, 1995). Por estímulos entendemos algo que induza uma reação do
indivíduo que possa ser percebida e medida na população ou na comunidade.
Segundo Metcalfe (1989), o uso das respostas biológicas como indicadores de
degradação ambiental é vantajoso em relação às medidas físicas e químicas da água,
pois estas registram apenas o momento em que foram coletadas, como uma fotografia
do rio, necessitando assim de um grande número de análises para a realização de um
monitoramento temporal eficiente.
Outra desvantagem é que, se forem feitas longe da fonte poluente, as medições
químicas não serão capazes de detectar perturbações sutis sobre o ecossistema
(PRATT & COLER, 1976). Por sua vez, os organismos integram as condições
ambientais durante toda a sua vida, permitindo que a avaliação biológica seja utilizada
com bastante eficiência na detecção tanto de ondas tóxicas intermitentes agudas
quanto de lançamentos crônicos contínuos (DE PAUW & VANHOOREN, 1983). Além
disso, as metodologias biológicas são bastante eficazes na avaliação de poluição não
pontual (difusa), tendo, portanto, grande valor para avaliações em escala regional
(PRATT & COLER, 1976). Mesmo em casos de lançamentos contínuos dentro das
normas estabelecidas por lei, o uso da biota aquática é uma importante ferramenta na
avaliação da qualidade da água.
Segundo Barbosa (2004), isso se deve a um processo natural denominado
biomagnificação, que é a transmissão de compostos que não são metabolizados ou
excretados pelos organismos para o nível superior da cadeia trófica. Em alguns casos
esses compostos podem ser tóxicos se acumulados, como no caso de metais pesados
e de pesticidas organoclorados. Portanto, mesmo estando dentro das normas legais
de lançamento, esses efluentes podem estar degradando as inter-relações biológicas,
extinguindo espécies e gerando problemas de qualidade de vida para as populações
que utilizam aquele recurso.
Os indicadores biológicos são muito úteis por sua especificidade em relação a
certos tipos de impacto, já que inúmeras espécies são comprovadamente sensíveis a
um tipo de poluente, mas tolerantes a outros (WASHINGTON, 1984). Assim, índices
podem ser criados especificamente para detectar derramamento de óleo, poluição
orgânica, alteração de pH da água, lançamento de pesticidas, entre outros.
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O sistema sapróbico de Kolkwitz & Marsson (1909) enfatizava que a
abundância de organismos nas áreas poluídas ocorria por características fisiológicas
e comportamentais que lhes permitia tolerar tais condições. Assim, localidades onde
eram encontrados números elevados desses organismos eram classificadas como
poluídas. No entanto, como organismos tolerantes à poluição são frequentemente
encontrados também em áreas íntegras, o desaparecimento ou uma redução
considerável na abundância relativa dos chamados grupos sensíveis passou a ser
considerado um fator importante em estudos posteriores, embora haja críticas sobre
o real valor da “ausência” de uma espécie (CAIRNS JR. & PRATT, 1993).
A partir dessa primeira tentativa de classificação de ambientes com base na
fauna local surgiram diversas metodologias, que podem ser divididas em três grandes
grupos: os índices bióticos, os modelos de predição de impacto e os protocolos de
avaliação rápida (BARBOSA, 2004).
No final da década de 1960, iniciaram-se esforços conjuntos na Europa para
testar a aplicabilidade do sistema sapróbico. A maioria dos países, à exceção da
Alemanha e da Holanda, decidiu rejeitar esses métodos e passou a utilizar
metodologias de avaliação representadas por índices bióticos de macro invertebrados
bentônicos, que consistiam em atribuir um “valor” (score) para cada espécie com base
em sua tolerância ao impacto (METCALFE, 1989). Diversos índices bióticos surgiram
e foram testados desde então , mas um índice em especial ganhou destaque, o
BMWP.
Em 1976, foi criado na Grã-Bretanha um grupo de trabalho para discutir e
sintetizar o conhecimento sobre os índices, originando o sistema conhecido por
Biological Monitoring Working Party score system (BMWP). Nos anos subsequentes,
o índice BMWP foi testado e revisto, e atualmente considera macro invertebrados
identificados ao nível taxonômico de família, com valores entre 1 e 10 atribuídos com
base em sua sensibilidade a poluentes orgânicos. Famílias sensíveis a altos níveis de
poluentes recebem valores mais altos, enquanto famílias tolerantes recebem valores
mais baixos (DI CASTRI et al. 1992).
Após o registro de ocorrência dos táxons em uma localidade, somam-se os
valores referentes a cada família, obtendo-se um valor final para a localidade. Quanto
maior esse valor, mais íntegra a localidade. A aplicação do índice ASPT (Average
Score Per Taxon), que é a média dos valores de cada família encontrada (BALLOCH
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et al., 1976), tornou esse índice ainda mais eficiente (ARMITAGE et al., 1983;
WALLEY & FONTAMA, 1998; WALLEY & HAWKES, 1997). Recentemente o índice
tem ganhado destaque ainda maior, pois vem sendo aplicado em programas nacionais
de predição de impacto (WALLEY & HAWKES, 1996; WRIGHT, 1995).
De acordo com Barbosa (2004), os artrópodes são abundantes em
praticamente todos os ecossistemas terrestres e decompõem aproximadamente 20%
da folhagem anualmente produzida no planeta, sendo dessa forma importantes na
manutenção do equilíbrio na natureza.
Dentre os artrópodos estão os insetos da macrofauna de solo que atuam na
ciclagem de nutrientes por fragmentação e ingestão de material presente na liteira.
Estes animais interagem com outros micro-organismos, os quais decompõem e
mineralizam os detritos do solo, afetando a estrutura do solo e alterando as suas
propriedades físicas e biológicas (CALLISTO, 2001)
Devido a grande diversidade de organismos existentes e a dificuldade em
determinar a riqueza total, é necessário eleger alguns grupos taxonômicos, que sejam
diversos tróficos, ecológica e taxonomicamente (DI CASTRI et al. 1992).
O estudo de organismos tem sido uma das técnicas utilizadas para se avaliar
mudanças no ambiente. Dentre estes organismos, os insetos têm se mostrado
indicadores apropriados para essa finalidade, tendo em vista sua diversidade e
capacidade de produzir várias gerações, geralmente, em curto espaço de tempo. Os
insetos fitófagos, quando específicos para determinadas plantas, são os organismos
mais adequados, principalmente os lepidópteros, que são taxonomicamente bem
estudados e podem ser facilmente amostrados através de armadilhas luminosas
(HOLLOWAY et al., 1987).
Como a entomofauna de uma região é dependente do número de hospedeiros
ali existentes (MARGALEF, 1951), os insetos podem se tornar indicadores ecológicos
para a avaliação do impacto que venha a ocorrer nessa região.
Segundo Johnson et al. (1993), um indicador biológico “ideal” deve possuir as
seguintes características:
 Ser taxonomicamente bem definido e facilmente reconhecível por não
especialistas;
 Apresentar distribuição geográfica ampla;
 Ser abundante ou de fácil coleta;
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 Ter baixa variabilidade genética e ecológica;
 Preferencialmente possuir tamanho grande;
 Apresentar baixa mobilidade e longo ciclode vida;
 Dispor de características ecológicas bem conhecidas; e
 Ter possibilidade de uso em estudos em laboratório.
A primeira abordagem visando à determinação de indicadores biológicos da
qualidade das águas, com bases científicas, foi feita com bactérias, fungos e
protozoários na Alemanha por Kolkwitz & Marsson (1909). Como praticamente
qualquer grupo pode ser utilizado em programas de monitoramento, foram
desenvolvidas metodologias de avaliação para macrófitas aquáticas (BEST, 1990;
HASLAM, 1982), peixes e macro invertebrados. A utilização da comunidade de peixes
com essa finalidade tem sido extensamente implantada, principalmente nos Estados
Unidos (CAIRNS JR. & VAN DER SCHALIE, 1980; FAUSCH ET AL., 1990; KARR,
1981; KARR ET AL., 1986), inclusive com proposta de uso em programas em todo o
país (FAUSCH et al., 1984; PLAFKIN et al., 1989).
Apesar do desenvolvimento de metodologias de avaliação com diversos
organismos, vários autores afirmam que o grupo de macro invertebrado bentônicos é
o mais testado e utilizado (BARBOUR et al., 1999). Segundo Plafkin et al. (1989),
essas comunidades têm sido amplamente utilizadas por uma série de razões:
 São ubíquos, podendo responder a perturbações em todos os ambientes
aquáticos e em todos os períodos;
 O grande número de espécies oferece um amplo espectro de respostas;
 Mesmo em rios de pequenas dimensões, a fauna pode ser extremamente rica;
 A natureza relativamente sedentária de várias espécies permite uma análise
espacial eficiente dos efeitos das perturbações;
 Apresenta metodologias de coleta simples e de baixo custo, que não afetam
adversamente o ambiente; e
 São relativamente fáceis de identificar segundo as metodologias existentes.
3. METODOLOGIA
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Este estudo constitui-se de uma revisão da literatura sobre bioindicadores e
sua utilização nos trabalhos de impacto ambiental, realizada entre fevereiro de 2014
e dezembro de 2014, no qual se realizou uma consulta a livros e periódicos presentes
na Biblioteca da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX e por artigos científicos selecionados
através de busca no banco de dados do scielo.
O principal objetivo da revisão de literatura é fornecer uma síntese dos
resultados de pesquisa, para auxiliar o profissional a tomar decisões. Segundo Poletti
et al (2002), Neste tipo de estudo são abordados os tópicos relevantes sobre o tema,
de forma a proporcionar ao leitor uma compreensão do que existe publicado sobre o
assunto. Assim a revisão tem uma função integradora e facilita o acúmulo de
conhecimento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os impactos que as ações antrópicas causam aos ambientes lóticos levam à
perda de qualidade e dificultam a manutenção da integridade desses ecossistemas,
além de interferir na sustentabilidade de suas comunidades (KARR, 1981). Embora
seja comum o emprego de critérios químicos para detectar os danos causados aos
ambientes aquáticos, avaliações dessa natureza geralmente subestimam a real
magnitude desses danos. As abordagens mais recentes de avaliação da qualidade da
água empregam descritores físicos e químicos da água e informações sobre a biota
aquática em diferentes níveis de organização. Além disso, a estrutura física do hábitat
também deve ser considerada na avaliação da qualidade desses ecossistemas, pois
influencia na estrutura e composição das comunidades biológicas, notavelmente
macro invertebrado bentônico (CALLISTO et al. 2001).
O consumo de água aumentou mais de seis vezes em menos de um século,
mais que o dobro das taxas de crescimento da população. Em nível global, os recursos
hídricos tendem a se tornar mais escassos, devido aos processos de uso e de poluição
crescentes, caso não haja ações enérgicas visando à melhoria da gestão da oferta e
da demanda da água (FREITAS & SANTOS, 1999). De acordo com Brown et al.
(2000) a escassez de água refletirá na produção de alimentos, uma vez que são
necessárias 1000 toneladas de água para produzir uma tonelada de grãos.
Em uma perspectiva histórica, é evidente que o legado ambiental que nos
chegou até hoje é produto das relações de populações passadas com o meio.
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De modo geral, a qualidade da água é definida por sua composição física,
química, biológica e, consequentemente, pelos efeitos que seus constituintes podem
causar ao ambiente. Considerados nobres, determinados usos exigem rigoroso
controle de qualidade das águas; além disso, padrões de qualidade para consumo
humano, indústria, irrigação, variam enormemente. Em função de seus usos e se
considerando suas características, vários organismos estabeleceram normas e
padrões específicos de qualidade da água., biológica e, consequentemente, pelos
efeitos que seus constituintes podem causar ao ambiente (BROWN et al., 2000).
O estudo foi baseado no levantamento bibliográfico de bioindicadores que é o
conjunto de organismos chamados “macro invertebrado bentônico” vive no fundo rios
e lagos. Dentre eles predominam as larvas de insetos aquáticos, minhocas d’água,
caramujos, vermes e crustáceos, com tamanhos de corpo maiores que 0,5mm O uso
destes organismos como bioindicadores é baseado em um princípio simples:
submetidos a condições adversas, os organismos se adaptam ou morrem.
De acordo com Resende (2002) os organismos que vivem em um dado
ecossistema estão adaptados às suas condições ambientais e por isso devem refletir
o nível de preservação de condições naturais ou as alterações provocadas pela
emissão de poluentes ambientais.
Através da revisão de literatura podemos perceber que existe uma grande ação
da pecuária e da agricultura e que no contexto da influência das atividades antrópicas
na qualidade das águas, a agricultura é tida como a principal consumidora e uma das
principais poluidoras dos recursos hídricos, sendo a salinidade e a contaminação por
nitrato os principais indicadores de poluição das águas (ONGLEY, 2001; BROWN et
al., 2000). Segundo Resende (2002), sob determinadas condições de solo e clima e o
uso excessivo ou o manejo inadequado de fertilizantes, podem acarretar o
enriquecimento das fontes hídricas, promovendo a eutrofização de suas águas, com
sérios prejuízos ao ambiente e à própria saúde humana.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A revisão de literatura aponta para a necessidade de medidas de preservação
e conservação dos recursos hídricos e dos solos, como adequado manejo do sistema
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solo-água-planta, de forma a reduzir os riscos de futuros impactos e das águas dessa
bacia hidrográfica para permitir a sustentabilidade ambiental.
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EFEITOS DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL NO FEIJÃO OURO NEGRO
CULTIVADO NA ZONA DA MATA DE MINAS GERAIS
Felipe de Sousa – Graduado em Agronomia pela Faculdade Univértix.
Raniel Gonçalves Oliveira – Graduado em Agronomia pela Faculdade Univértix.
Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da
Faculdade Univértix
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes doses da adubação organomieral no
plantio convencional do feijão Ouro Negro (Phaseolus vulgaris). O experimento foi
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conduzido de março a junho de 2014, no campo experimental da Univertix, situado no
município de Matipó (MG). O delineamento utilizado foi de blocos casualizados com
quatro tratamentos (testemunha, 200, 300 e 400 kg/ha do organomineral EPX 707 cc)
e cinco repetições. Verificou-se que o organomineral EPX 707 cc foi eficiente em
aumentar o número de nódulos, o peso de 100 grãos e também a produtividade da
cultivar ouro negro. A maior produtividade foi estimada para a dosagem de 150 kg/ha.
Entretanto, as características número de nódulos por planta e peso de 100 grãos
respondem linearmente ao aumento dosagem.
PALAVRAS-CHAVE: Produtividade; Nodulação; EPX 707 cc, Phaseolus vulgaris
1. INTRODUÇÃO
Várias hipóteses são propostas para explicar a origem e a domesticação do
feijão comum Phaseolus vulgaris. Existe a hipótese de que o feijoeiro tenha sido
encontrado e domesticado no norte da América do Sul e México (FREITAS, 2006).
O feijão comum é uma planta anual herbácea, trepadora ou não, pertencente à
família Fabaceae. É cultivado em varias épocas do ano e seu ciclo é curto com
propagação feita por sementes. As condições ideais para o cultivo do feijão são
temperatura de 21°C, com pH próximo do neutro, preferencialmente entre 5,5 e 6,5 e
bom teor de matéria orgânica (EMATER – MG, 2014).
Com produção média anual de 3,2 milhões de toneladas e produtividade de
1,029t/há, o Brasil é o maior produtor mundial de feijão. O consumo alimentar de feijão
da população brasileira combina com a tradicional dieta à base de arroz e feijão com
alimentos com poucos nutrientes e muitas calorias. O consumo alimentar médio de
feijão per capita é 14,94 kg/hab/ano conforme estimativa do IBGE/2014 e Conab/safra
2013/2014.
Típico produto da alimentação brasileira, o feijoeiro é cultivado por pequenos e
grandes produtores em todas as regiões. Os maiores produtores são Paraná, que
colheu 748,5 mil toneladas na safra 2011/12, e Minas Gerais, com 636,3 mil toneladas
no mesmo período conforme estimativa Conab/safra 2013/2014.
Segundo Richetti (2012), houve aumento da produtividade do feijoeiro devido as
evoluções das práticas culturais e técnicas compatíveis aos vários sistema de
produção, destacando-se a obtenção de cultivares de alto teor produtivo, a adubação
e irrigação de forma correta. No entanto, a cultura do feijoeiro apresenta baixa
produtividade nacional, decorrente de problemas associados à doenças de difícil
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controle, ao alto custo dos defensivos e a precária situação financeira do pequeno
agricultor familiar, que é responsável por mais de 67% da produção nacional.
Segundo Levrero (2009), em 1979 o professor Edmar José Kiehl propõe ao
Ministério da Agricultura a criação da categoria de fertilizantes orgânicos enriquecidos
com fertilizantes minerais, na cidade do Recife, PE, no 4º Seminário Nacional de
Limpeza Pública. Mas, a produção dos fertilizantes orgânicos, somente começou após
sua inclusão na legislação em 1982. A parti de então, os fertilizantes organominerais
passaram a ser produzidos mediante a mistura de matéria orgânica, fertilizantes
minerais e calcários.
Para os fertilizantes orgânicos enriquecidos com fertilizantes minerais, ficou
estabelecido que o teor máximo de água é de 20%; a concentração mínima de NP2O5-K2O, de P2O5, de P2O5- K2O ou de N-K20 é de 12%, e o teor mínimo de
matéria orgânica total no produto final é de 25% (WIETHOLTER et al,1994).
Na história da adubação do Brasil, existem mais de cinquenta empresas
produzindo fertilizantes organominerais. Se comparado aos 150 anos de
experimentos dos minerais, o emprego do organomineral pode ser considerado novo.
Acredita-se que cada vez mais a sua utilização na agricultura será recomendada
visando recuperar de maneira mais eficiente os solos desgastados com o cultivo
intenso (LEVRERO, 2009).
Sabe-se que as práticas modernas intensivas de produção fazem com que
rapidamente os níveis dos nutrientes considerados essenciais sejam reduzidos no
solo, consequentemente, aparecem os sintomas de deficiência, podendo transformar
áreas antes produtivas, em solos inférteis. A cada safra são retiradas grandes
quantidades de nutrientes pela remoção das plantas, outras quantidades são perdidas
por lixiviação ou pela erosão do solo. Tais fatores faz com que a reposição de
nutrientes no solo seja condição fundamental para continuidade da produção em uma
lavoura agrícola (CARVALHO, 2012).
O manejo preciso da adubação organomineral tem por finalidade beneficiar o
meio ambiente por causar menores níveis de acidificação do solo, eutrofização das
águas, poluição do lençol freático e salinização de área. Além disso, aumenta
gradativamente a fertilidade do solo, considerando a interação entre plantas e
microrganismos do solo. Os microrganismos tornam disponíveis os nutrientes
insolúveis e fertilizam o solo como um todo (ANDRADE et al. 2005).
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Diante do exposto, o presente trabalho teve como principal objetivo avaliar a
influência de diferentes doses da adubação organomineral no desenvolvimento do
feijão Ouro Negro em sistema de plantio convencional.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ferreira et al. (2009), avaliaram os efeitos da adubação orgânica e
organomineral na biomassa microbiana do solo e na produtividade do feijoeiro.
Concluíram que com a adubação organomineral, a produtividade do feijoeiro (IPR
Colibri) foi cerca de 63% maior que a aquela obtida apenas com a adubação orgânica.
No entanto, com a adubação orgânica a produtividade obtida foi maior que a média
da cultura do feijoeiro no estado do Paraná.
Andrade et al. (2005), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar os critérios
de recomendação de adubação existente na 5ª aproximação (CFSEMG, 1999) em
três cultivares de feijão comum (Phaseolus vulgaris ), Ouro Negro, Talismã e
Vermelho, cultivadas na região de Viçosa-MG. A cultivar que mais se destacou foi a
talismã que apresentou maior produção com menor quantidade de adubo.
Almeida et al. (2007), realizaram um estudo com o objetivo de avaliar o efeito do
fertilizante organomineral na redução da preferência para oviposição da mosca branca
(Bemisia tabaci) em plantas de feijão. Ao atingir o número de aplicações desejadas
para cada tratamento foi realizado os testes onde foi observado que o fertilizante
organomineral afeta a preferência para a oviposição da B.tabaci em folhas de feijão.
Porém, o efeito mais notável foi observado no tratamento com duas e três aplicações.
Nakayama et al. (2013) avaliaram a eficiência do fertilizante organomineral com
o fertilizante mineral no desenvolvimento vegetativo e na produtividade do feijoeiro
(Phaseolus vulgaris L.) em sistema de semeadura direta. Concluíram que o tratamento
04-14-08+MO - 200 kg/há do fertilizante organomineral apresentou a maior
produtividade perante o mineral químico.
Nakao et al. (2013), verificaram o efeito de doses e modos de aplicação do
insumo organomineral sobre as características agronômicas e a produtividade do
feijoeiro de inverno peróla do grupo carioca. Nas condições do presente estudo, a
utilização do insumo organomineral não incrementa produtividade sobre a cultura do
feijoeiro, independente de dose e ou modo aplicado.
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Andreola et al. (2000) verificaram que entre os adubos não ocorreram diferenças
significativas. Todavia, chamou a atenção o fato de o adubo organomineral apresentar
rendimento de grãos de feijão superior ao dos demais. Este fato mostrou-se contrário
ao esperado, uma vez que, com a decomposição da parte orgânica do adubo
organomineral, pode ocorrer a complexarão de alguns nutrientes, tornando-os não
disponíveis para as plantas. Isso, numa fase inicial, pode ter ocorrido. Todavia,
tratando de esterco de aves, cuja decomposição é relativamente rápida, não se pode
afirmar que esteja havendo acúmulo de carbono orgânico no solo.
3. MATERIAS E MÉTODOS
O experimento foi plantado em março de 2014, no campo experimental da
Faculdade Vértice - Univertix situado no município de Matipó (MG). A cultivar utilizada
foi Ouro Negro no sistema de cultivo de verão-outono conhecido como feijão da seca.
Esse cultivo permite a colheita em épocas praticamente livres da chuva
proporcionando grãos de ótima qualidade. O espaçamento utilizado foi de 0,40m entre
fileiras e 0,125m entre plantas totalizando 200.000 plantas por hectare.
O delineamento utilizado foi o de blocos casualizados com quatro tratamentos e
cinco repetições. A unidade experimental foi constituída por parcelas de 5 linhas com
4 metros de comprimento e espaçadas de 0,40 metros. A área total da parcela foi de
8m². Por ocasião da coleta dos dados descartaram-se as bordaduras, avaliando-se
apenas as linhas centrais. Sendo assim, a área útil da parcela foi de 3,6m².
Realizou-se a análise do solo para avaliar a acidez e o balanço de nutrientes. Os
resultados encontram-se na Tabela-1.
Tabela-1- Resultado da análise química do solo na área de excussão do experimento
(Campo experimental – Univértix).
DETERMINAÇÕES
M.O. dag/dm³
pH
P mg/dm³
K mg/dm³
Ca cmol/dm³
Mg cmol/dm³
Al cmol/dm³
H+AL cmol/dm³
S.B. cmol/dm³
GARANTIAS
2,2
6,5
68,8
159
4,0
1,3
0,00
3,00
5,71
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C.T.C. cmol/dm³
V%
K C.T.C.
Ca C.T.C.
Mg C.T.C.
Al C.T.C.
H+Al C.T.C.
P-rem mg/dm³
8,71
66
5
46
15
0,0
34
31,0
Os tratamentos avaliados foram: Tratamento 1 = testemunha sem adubação; os
demais tratamentos receberam adubação no sulco de plantio, nas seguintes
dosagens: tratamento 2 = 200 kg/ha do EPX 707 cc; tratamento 3 = 300 kg/ha do EPX
707 cc e tratamento 4 = 400 kg/ha do EPX 707 cc. A composição química do
organomineral EPX 707 cc encontra-se detalhada na tabela 2.
Tabela – 2- Composição química do organomineral EPX 707cc desenvolvido pela
empresa Natufert situada no município de Ibatiba – ES
PARAMETRO
Umidade a 60 a 65 ºC
pH em CaCL2
Matéria orgânica comportável
Carbono Orgânico
Nitrogênio (N)
Fósforo (P2O5)
Potássio ( K2O)
Cálcio (Ca)
Magnésio (Mg)
Enxofre (S)
Soma de micro
PRESENTE
3,0%
7,0
20,5%
11,1%
3,9%
16,3%
6,1%
11,0%
1,6%
0,3%
0,4%
No processo de compostagem da matéria orgânica para fabricação do EPX 707
cc, faz-se a adição de microrganismos e dá-lhes condição de sobrevivência ideal, que
se consiste em aerar a matéria orgânica para que possam composta-la com eficiência.
Outro fator importante do organomineral EPX 707cc é que ele favorece a
sobrevivência dos microrganismos fazendo com que permaneçam vivos no produto
comercial.
Para o controle de plantas daninhas, utilizou-se a capina manual após 20 dias
da emergência segundo a recomendação da (Epamig, 2010).
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O feijão ouro negro foi colhido de forma manual logo após a maturidade
fisiológica, com a mudança das folhas verdes para amarelas e da coloração das
vagens de verde para creme-palha. As plantas foram arrancadas e enleiradas no
campo para secagem.
As características avaliadas foram produtividade, peso de 100 grãos e número
de nódulos por planta. A produtividade foi estimada pesando-se os grãos da área útil
da parcela. A estimativa do número médio de nódulos por planta foi obtida da
contagem dos nódulos em duas plantas por parcela. Por tanto, se encharcou o solo
até que os agregados estivessem permitindo arrancar a planta com menor perda
possível do sistema radicular. O peso de 100 grãos foi obtido através da pesagem
utilizando balança de precisão, após terem passado pelo processo natural de
secagem.
Os dados coletados foram submetidos a análise de variância e a análise de
regressão utilizando o programa estatístico Sisvar® e os gráficos foram realizados no
EXCEL versão Windows 7.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Tabela 3 encontram-se os resultados das análises de variâncias de todas as
características avaliadas. Verifica-se que para todas as características houve efeito
significativo de tratamento.
Também verificamos que os coeficientes de variação foram baixos para todas as
características avaliadas na Tabela 3, indicando alta precisão do experimento
(PIMENTEL GOMES, 2010). Todas as estimativas foram abaixo de 15%.
Tabela 3. Resultados da análise de variância para as características número de
nódulos por planta pesam de 100 grãos em gramas (P100S) e produtividade em
toneladas por hectare avaliadas no feijão ouro negro visando avaliar diferentes doses
do organomineral EPX 707 cc.
FV
Blocos
Tratamentos
QUADRADOS MÉDIOS
GL No de Nódulos/planta
3
12.253,3125*
4
25.615,9000*
P100S (g)
1,0418ns
6,5534*
Produtividade (T/ha)
0,0026
0,1857*
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Resíduo
12
CV (%)
Média geral
3.308,6708
12,94
444,50
1,6311
5,24
24,3667
0,0047
3,44
1,9911
(ns)não
significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
(*) significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F
Outro fato importante que podemos verificar é que a produtividade média do
experimento (1,99t/ha) foi superior à média nacional que é de 1,029t/ha, sendo que
no estado de Minas Gerais essa média chegou a 1,2t/ha na primeira safra de
2013/2014 (CONAB SAFRA 2013/2014).
Quanto á média do número de nódulos, verificamos que o valor encontrado no
experimento foi de 444,5 nódulos por planta. Uma estimativa bastante satisfatória
provavelmente proporcionada pela presença de bactérias inoculantes vivas no EPX
707cc. Segundo Zilli et al. (2006), a nodulação é frequentemente dependente do
tamanho da população de bactérias nodulantes do solo. Isto ocorre, pois, o feijão
possui a capacidade de nodular com diversas espécies de nódulos presentes em solo
de regiões tropicais.
O número de nódulos estimados por plantas foi bem superior à média estimada
por Franco et al. (2002) para a cultivar ouro negro utilizando inoculante, que foi de
173,83 nódulos por planta. A média de todas as cultivares avaliadas no experimento
de Franco et al. (2002) foi de 198,07 nódulos por planta.
Melém et al. (2011) também verificaram que a adubação organomineral
proporcionou aumentos significativos nos valores médios da massa de grãos por
planta, massa de 1.000 grãos, número de vagens por planta e produtividade da cultura
do feijão.
De posse da significância dos tratamentos procedeu-se com a análise de
regressão. Para o peso de 100 grãos o modelo de regressão que melhor se ajustou
aos dados observados foi o modelo da regressão linear simples (Gráfico-1). O
coeficiente de determinação (R2) estimado foi de 99,44%. Ou seja, 99,44% da
variação observada na variável peso de 100 grãos estão sendo explicada pela
equação de regressão. O modelo também nos permite concluir que há um acréscimo
de 0,67% na produtividade em todos os kg do EPX 707 cc aplicado por hectare. Tal
valor parece insignificante quando se trata de uma pequena área cultivada. No
entanto, se torna extremamente expressivo em grandes extensões de áreas
agricultáveis. Acredita-se que o aumento do peso de 100 grãos se deve ao maior
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número de nutrientes fornecidos à planta através da matéria orgânica presente no
EPX 707 cc que aliado à uma nodulação eficiente proporciona o equilíbrio nutricional
para a planta.
Para a característica número de nódulos por planta, verifica-se que o modelo de
regressão que melhor se ajustou aos dados foi o polinomio de 2º grau (Gráfico -2).
Nesta função também verificamos que o aumento no número de nódulos nas raízes
das plantas aumenta à medida que aumentamos a dosagem do organomineral EPX
707 cc.
Dada à grande importância dos nódulos em elevar a produtividade do feijão e
também em garantir nutrição eficiente da planta é extremamente recomendável a
utilização de fertilizantes que possam contribuir em elevar o número desses
microrganismos nas raízes das plantas.
Gráfico 1 - Regressão da variável peso de 100 grãos (g) em função das
diferentes dosagens do organomineral EPX 707 cc.
Peso de 100 grãos (g)
26
25,5
25
𝑦 = 0.0067𝑥 + 22,861
24,5
𝑅2 = 0,9942
24
23,5
23
22,5
0
100
200
300
400
500
Dosagens do organomineral EXP 707 cc (kg/ha)
Acredita-se que a alta nodulação da planta de feijão venha fazer com que a
planta assimile uma maior quantidade de nitrogênio, fazendo com que haja maior
tamanho dos grãos aumentando desta forma a massa de grãos.
Gráfico 2 - Regressão da variável número de nódulos por planta em função das
diferentes dosagens do organomineral EPX 707 cc.
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Número de nódulos por planta
600
500
400
300
200
100
0
0
100
200
300
400
500
Dosagem do organomineral EPX 707 cc (kg/ha)
A análise de regressão ajustou um modelo quadrático para a característica
produtividade ( Gráfico - 3). Este modelo implica em obter ganhos na produção com o
aumento da dosagem do organomineral até certo ponto e, a partir de então, o aumento
da dosagem acarretará redução de produtividade ao invés de aumento. De acordo
com a equação definida pelo modelo de regressão o ponto de máximo da parábola,
ou seja, a máxima produção será atingida para a dosagem de 150 kg/ha. Para esta
dosagem observa-se que a produção estimada será de 2,20t/ha. Essa produção é
bem superior à média nacional estimada para a safra de 2013/2014 que foi de
1,029t/ha e também superou a média estimada para Minas Gerais que foi de 1,2 T/ha
(CONAB SAFRA 2013/2014)
Supõe-se que a queda gradual na produtividade decorrente de dosagens
superiores a 150 kg/ha se deve ao fato de que a matéria orgânica em excesso tende
a aumentar o vigor vegetativo reduzindo a luminosidade e, consequentemente,
diminuindo a floração.
Entretanto, faz-se necessário um estudo de caso visando adequar a melhor
dosagem a ser utilizada a cada plantio, visto que o trabalho mostrou aumento de peso
de 100 grãos e número de nódulos proporcional ao aumento da dosagem.
Gráfico 3 - Regressão da variável produtividade (t/ha) em função das diferentes
dosagens do organomineral EPX 707 cc.
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2,40
Produtividade (t/ha)
2,20
2,00
1,80
1,60
𝑦 ̂ = -7E-06x2 + 0.0021x + 2.0451
R² = 0.9927
1,40
1,20
1,00
0
100
200
300
400
500
Dosagens do organomineral EPX 707 cc (kg/ha)
5. CONCIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o organomineral EPX 707 cc foi eficiente em aumentar o número
de nódulos, o peso de 100 grãos e também a produtividade da cultivar ouro negro.
A maior produtividade estimada foi para a dosagem de 150 kg/ha do
organomineral EPX 707 cc. Dosagem superior implicaria em redução da
produtividade. Entretanto, para as características número de nódulos por planta e
peso de 100 grãos respondem linearmente ao aumento dosagem.
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RESPOSTA DO MILHO A DIFERENTES FONTES DE FÓSFORO
Ronaldo Chiles Barcelos Júnior - Graduado em Agronomia pela Faculdade
Univértix.
Cleiton Pereira Borges - Graduado em Agronomia pela Faculdade Univértix.
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21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
Irlane Bastos Costa – Engenheira Agrônoma. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da
Faculdade Univértix.
[email protected]
RESUMO
Este experimento teve por objetivo avaliar a resposta do híbrido simples de milho AG
7088 a diferentes fontes de fósforo aplicadas no plantio, visando produtividade de
grãos e matéria seca. Para o experimento foram utilizados cinco diferentes fontes de
fosfato, a saber: superfosfato simples, termo fosfato, fosfato reativo, fosfato
monoamônico e fosfato organominal. As características avaliadas foram produtividade
(t/ha), peso de 100 grãos (g) e peso de matéria seca (kg/ha). Verificou-se que o
tratamento superfosfato simples obteve melhor produtividade de grãos e no
trantamento fosfato monoamônico obteve maior produtividade de massa seca. Logo,
conclui-se que os fosfatos de maior solubilidade apresentaram maior rendimento tanto
em produtividade de grãos quanto em produtividade de matéria seca.
PALAVRAS-CHAVE: Híbrido Simples; AG 7088; Zea mays; Produtividade;
Adubação.
1. INTRODUÇÃO
A produtividade mundial de milho tem aumentado continuamente desde a
introdução dos híbridos em meados da década 40. Esses aumentos ocorreram devido
ao maior potencial de colheita (melhoramento genético), à melhoria das práticas
culturais e às interações entre esses fatores. (RUSSEL, 1984; MIRANDA & GALVÃO,
2012, p.139).
Grande parte da melhoria das práticas culturais se deve aos avanços nas
pesquisas cientificas nas áreas de nutrição mineral das plantas e fertilidade dos solos.
Tais pesquisas permitam uma melhor interpretação das inter-relações existentes entre
os minerais o solo e as plantas. Propiciando adubações muito mais eficientes, com
menor custo e agressão ao meio ambiente.
As pesquisas relatam que a interação do fósforo com constituintes do solo, como
o Alumínio, Ferro e Cálcio, sua ocorrência em formas orgânicas e sua lenta taxa de
difusão na solução do solo tornam o fósforo o nutriente menos prontamente disponível
na rizosfera.
Mesmo quando são aplicados fertilizantes fosfatados, a maior parte do fósforo
adicionado é adsorvida em coloides do solo, tornando-se com o tempo não disponível,
dada a formação de compostos de baixa solubilidade, sem propiciar uma esperada
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contribuição para a produção vegetal. Além disso, o suprimento mundial de fósforo
para a fabricação de fertilizantes constitui um recurso natural não renovável, exigindo
aproveitamento consciente deste nutriente para garantir a sustentabilidade da
agricultura nos moldes atuais (ARAUJO & MACHADO, 2006).
O fósforo é um dos nutrientes que mais limita a produção de grãos no Brasil,
especialmente em gramíneas. Embora as exigências do milho em fósforo sejam em
quantidades, bem menores que as de nitrogênio e potássio, as doses normalmente
recomendadas são altas, em função da baixa eficiência de aproveitamento desse
nutriente pela cultura, decorrente da alta capacidade de adsorção do fósforo
adicionado ao solo, reduzindo sua disponibilidade às plantas (CORRÊA et al., 2008
apud BASTOS, 2010 ).
Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a resposta do milho
a diferentes fontes de fósforo aplicadas no plantio, visando o aumento da
produtividade.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Os primeiros registros do cultivo de milho datam de cerca de 7.300 anos e foram
feitos em pequenas ilhas próximas ao litoral mexicano (ARAUJO, 2008).
O grão mais produzido no mundo na safra 2009/2010 foi o milho, cuja produção
foi em torno de 812,4 milhões de toneladas (UNITED STATES DEPARTAMENT OF
AGRICULTURE, 2010; citado por, FUKUDA, 2012).
No Brasil, a estimativa da área total plantada com milho na safra 2010/11 foi
aproximadamente 15 milhões de hectares, produzindo nessa área cerca de 80
milhões de toneladas (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO, 2014).
Portanto, obtendo-se uma produtividade média de 5,3 toneladas por hectare.
O milho é cultivado em todo território brasileiro, destacando-se das demais
culturas por ocupar a maior área cultivada do país. Além disso, no Brasil o milho
destaca-se entre os grãos como o produto de maior volume produzido, respondendo
pelo segundo maior valor da produção nacional, sendo superado apenas pela soja. É
também o principal insumo para confecção de rações utilizadas na criação de animais
(NETTO, 1996; citado por, MIRANDA; GALVÃO, 2012, p.13).
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O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com participação média
de 6% na oferta mundial deste produto e sua produção é superada pelo Estado
Unidos, primeiro produtor mundial, cuja participação e de quase 40%, e pela China,
cuja produção equivale a 20% da oferta mundial de milho (MIRANDA & GALVÃO,
2012, p. 15).
Grande parte dos avanços na produtividade do milho no Brasil se deve à
eficiência na adubação fosfatada, visto que os solos brasileiros deficientes no
fornecimento de fósforo para a planta, já que a maior parte fica adsorvida nos coloides
do solo.
O Fósforo participa em vários processos metabólicos nas plantas, como a
transferência de energia, síntese de ácidos nucléicos, glicose, respiração, síntese e
estabilidade de membrana, ativação e desativação de enzimas, reações redox,
metabolismo de carboidratos e fixação de nitrogênio (VENCE et al; 2003 apud
FERNANDES, 2006).
Ao promover um bom desenvolvimento das raízes, o fósforo permite aumentar a
eficiência do milho na absorção da água, gerando perdas menores e melhor absorção
de nutrientes, fazendo com que sofra menos nos períodos de deficiência de água
(LOPES (1988); TIRITAN et al., (2010)).
No caso do milho, deficiência de fósforo nos estádios iniciais de desenvolvimento
acarreta redução no índice de espiga, representado pelo número de espigas por
unidade de área, e consequentemente, redução na produção final dos grãos
(MENGEL; KIRKBY, 1987).
As fontes de fósforo podem ser divididas basicamente em solúveis, pouco
solúveis e insolúveis. As primeiras, quando adicionadas ao solo, aumentam
rapidamente a concentração do fósforo na solução do solo. Os fosfatos solúveis têm
sua eficiência diminuída ao longo do tempo devido ao processo de "adsorção" ou
"fixação" de fósforo. Já os fosfatos naturais, que são insolúveis em água, se dissolvem
lentamente na solução do solo e tendem a aumentar a disponibilidade do fósforo para
as plantas com o tempo (KORNDÖRFER; CABEZAS; HOROWITZ; 1999).
Dentre os macro nutrientes (N, P, K, MG, Ca e S), o P é o que apresenta a maior
variação quanto aos tipos de fertilizantes disponíveis no mercado. Esses produtos
podem ser classificados quanto à sua solubilidade em água, em citrato neutro de
amônio (CNA) e em ácido cítrico (AC), em análises conforme a legislação brasileira.
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Conhecendo-se o produto e suas solubilidades, pode-se, de maneira geral, prever sua
eficiência agronômica (capacidade de fornecimento de P para as culturas) e a melhor
forma de utilização.
Os superfosfatos simples e triplo (ambos os fosfatos monocálcicos), os fosfatos
monoamônico (MAP) e diamônico (DAP) e alguns fertilizantes complexos (N, P e K no
mesmo grânulo) têm mais de 90% do fósforo total solúvel em citrato neutro de amônio.
Dissolvem-se rapidamente no solo e são praticamente equivalentes quanto à
capacidade de fornecimento de fósforo para as plantas. São utilizados principalmente
na forma de grãos, com a finalidade de diminuir o volume de solo com o qual reagem,
reduzindo o processo de insolubilização, além de facilitar o manuseio e a aplicação
(LOBATO; SOUSA; 2003).
Os fosfatos naturais brasileiros (Araxá, Patos de Minas, Catalão, entre outros),
cuja dissolução no solo é muito lenta, sobretudo em condições de acidez corrigida
para culturas anuais (pH em água ao redor de 6,0), têm eficiência agronômica muito
baixa, em média de 25% para culturas anuais, em relação aos fosfatos solúveis em
água, nos primeiros anos depois da aplicação (LOBATO; SOUSA; 2003).
Os termos fosfatos e os produtos à base de fosfato bicálcico têm mais de 90%
do fósforo total solúvel em ácido cítrico e em citrato neutro de amônio, mas, são
insolúveis em água. O termo fosfato magnesiano fundido, quando aplicado na forma
finamente moída, dissolve-se rapidamente no solo e apresenta eficiência agronômica
equivalente aos fosfatos solúveis em água. Apresenta, ainda, efeito corretivo da
acidez quando utilizado em doses elevadas ou continuamente e é fonte de magnésio
e silício (LOBATO; SOUSA; 2003).
Os organominerais são os fertilizantes resultantes da mistura de fertilizantes
orgânicos e minerais. O objetivo dessas misturas é aumentar o teor de nutriente dos
materiais orgânicos e aumentar a eficiência dos fertilizantes minerais. Apesar de sua
aplicabilidade ser restrita a poucas situações, por que só se consegue produzir essas
misturas com concentrações relativamente baixas, tanto do componente orgânico
quanto do mineral, o seu uso vem crescendo (ABREU et al. 2005; apud NOVAIS,
2007)
3. MATERIAL E MÉTODOS
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O ensaio foi instalado na propriedade Fazenda Pedra Menina, localizada no
município de Espera Feliz no Estado de Minas Gerais a cerca de 910 metros de
altitude e coordenadas 20°33’43.55”S 41°49’56.24”O. O solo é classificado em
latossolo com baixo teor de fósforo e alto teor de matéria orgânica. A cultivar avaliada
foi o híbrido simples de milho AG 7088, sendo plantadas no sistema de plantio direto,
com espaçamento de 0,50 m entre fileiras e 3,25 plantas por metro linear, totalizando
65.000 plantas por hectare.
O experimento foi montado em blocos casualizados com 6 tratamentos e 4
repetições, totalizando 24 parcelas. Cada parcela foi constituída por 4 fileiras com 20
metros de comprimento espaçadas de 0,5 metros. A área total de cada parcela foi de
40 m².
O plantio foi realizado utilizando 5 diferentes fontes de fósforo a saber:
superfosfato simples (18% P2O5); termo fosfato (27% P2O5); fosfato reativo (14%
P2O5); fosfato monoamônico (54% P2O5) e organomineral (16% P2O5). A adubação
utilizada no plantio foi de 100 kg de P2O5, 30 kg de N e 60 kg de K2O por hectare. A
testemunha recebeu todos os nutrientes exceto o Fósforo.
Para o controle de pragas e doenças, fez-se o tratamento das sementes com o
ingrediente ativo imidacloprid + thiodicarb. No controle das plantas daninhas foi
utilizado o herbicida Glifosato na dose de 2 L por hectare em pré-emergência e 3 L
por hectare em pós-emergência da cultura, com a planta no estagio V4. Foi utilizado
pulverizador costal manual em ambas as aplicações.
A adubação de cobertura foi efetuada no estagio V8 da cultura na dose de 900
kg por hectare do adubo formulado 18-00-08. Sendo assim 162 kg de N, 0kg de P2O5,
72 kg de K2O. Na aplicação foi utilizado um adubador manual.
Para coleta dos dados, eliminou-se as duas fileiras exteriores, evitando
a
influência de outros tratamentos. Para estudo do peso de matéria seca ao ponto de
silagem foram retiradas 5 plantas por parcela e pesadas imediatamente. Para avaliar
a produtividade, amostrou-se 20 plantas por parcela e colheram-se as espigas. Estas
foram debulhadas e colocadas em área aberta para secagem natural até atingirem o
teor de 12% de umidade. Após a secagem, as amostras foram pesadas e contou-se
100 grãos visando obter o peso em balança de precisão.
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De posse dos dados realizou-se a analise de variância e os testes de medias
utilizando o programa estatístico SISVAR® e os gráficos foram realizados no EXCEL
versão Windows 7.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Verifica-se que houve efeito de tratamento para a variável produtividade e peso
de matéria seca. Entretanto, para o variável peso de 100 grãos não houve efeito de
tratamento (Tabela 1). Tal fato indica que todos os possíveis contrastes entre as
médias dos tratamentos, para esta variável, são estatisticamente nulos (Tabela 2).
Tabela 1- Análise de variância para as características produtividade peso de 100
grãos e peso de matéria seca avaliadas no hibrido simples AG 7088 visando avaliar
diferentes fontes de fósforo (superfosfato simples, termo fosfato fosfato reativo, fosfato
monoamônico e organomineral)
(*) significativo ao nível de 5% de probabilidade.
(ns) não significativo ao nível de 5% de probabilidade
Os valores dos coeficientes de variação indicam que a precisão do experimento
para todas as características avaliadas foi alta (PIMENTEL-GOMES, 2010).
Quadrados Médios
Produtividade
Peso Matéria Seca
P100G (g)
T/há
(Kg/ha)
ns
Tratamentos
5
2,0064*
81,1417
128,0612*
Resíduo
15
0,3001
116,8972
15,3207
Média
11,7916
334,9583
56,6316
CV%
4,6500
3,2300
6,9100
Ressalta-se que o experimento não sofreu ataque de pragas e doenças durante
FV
GL
todo o ciclo da cultura.
Visando discriminar qual ou quais foram os melhores tratamentos procedeu-se
com o teste de média cujos resultados encontram-se na Tabela 2. Mediante análise
das médias dos tratamentos pelo teste Tukey 5% conclui-se que para a variável
produtividade, o adubo superfosfato simples teve uma tendência a ser superior aos
demais proporcionando produtividade de 12,65 t/ha.
Segundo Raij et al. (2001), os fertilizantes solúveis como o Superfosfato simples
irão se dissolver facilmente em água, com isso estarão prontamente disponíveis na
solução do solo para a absorção pelas plantas.
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Para Resende et al. (2006), o fosfato reativo quando usado de forma parcelada,
tendeu a proporcionar produtividade superior à do superfosfato triplo (formulação
similar ao superfosfato simples) e ao termo fosfato.
Outro fator que deve ser levado em conta é a demanda de fósforo pela cultura.
Plantas de intenso desenvolvimento, de ciclo curto como o milho, requerem maior
nível de fósforo em solução e reposição mais rápida do P-adsorvido que as plantas
de culturas perenes (COELHO; FRANÇA, 2014).
Segundo Mengel & Kirkby (1987), a liberação imediata do Fósforo na fase inicial
do milho está relacionada ao aumento do número de espigas por área. Até 80% do
fósforo absorvido pelo milho pode ser direcionado para os grãos (BÜLL, 1933;
CANTARELLA, 1993).
Após a polinização, o suprimento de fósforo para os grãos e desenvolvimento é
bastante intenso. A absorção de fósforo pelas raízes é ainda muito ativa durante o
período de formação da espiga até sua maturidade. Nesse período, a quantidade de
fósforo absorvida pelas raízes varia de 43 a 65% de todo o fósforo absorvido pela
planta e a maior parte destina-se aos grãos em desenvolvimento. A redistribuição do
fósforo ocorre das folhas para o colmo, espiga e palha, sendo a maior parte do fósforo
total presente nas partes vegetativas direcionada para a espiga (ARNON, 1975 citado
por ARAUJO, 2004).
O teste de média também revelou que a menor produtividade foi para o
tratamento testemunha (10,66 t/ha) e que os demais tratamentos não diferiram entre
si quanto à produtividade. Para o variável peso da matéria seca o melhor tratamento
foi o fosfato monoamônico (62,64 kg) e o pior foram a testemunha (47,68 kg). Os
demais não diferiram entre si (Tabela 2).
Todas as médias dos tratamentos foram estatisticamente iguais para a
característica peso de 100 grãos (Tabela 2).
Tabela 2 - Resultados do teste de médias para as características produtividade
peso de 100 grãos e peso de matéria seca avaliadas no hibrido simples AG 7088
visando avaliar diferentes fontes de fósforo (superfosfato simples, termofosfato fosfato
reativo, fosfato monoamônico e organomineral).
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Produtividade
T/há
P,100 grãos (g)
Peso Matéria Seca (Kg)
m̂2 = 12,65 a
m̂5 = 12,18 a b
m̂4 = 12,04 a b
m̂3 = 11,94 a b
m̂6 = 11,28 b c
m̂1 = 10,66 c
m̂2 = 341,50 a
m̂5 = 337,50 a
m̂3 = 335,25 a
m̂4 = 335,25 a
m̂6 = 331,75 a
m̂1 = 328,50 a
m̂5 = 62,64 a
m̂2 = 61,28 a b
m̂3 = 58,77 a b
m̂4 = 56,97 a b
m̂6 = 52,44 b c
m̂1 = 47,68 c
m̂1 = testemunha; m̂2 = superfosfato simples; m̂3 = organomineral; m̂4 = termofosfato;
m̂5 = fosfato monoamônico; m̂6 = fosfato reativo,
As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey ao nível de 5%
de probabilidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O superfosfato simples proporcionou melhor produtividade para o milho AG 7088
e que o fosfato monoamônico proporcionou maior produção de massa seca. A
produtividade estimada para o superfosfato simples foi de 12,65 T/ha. Este valor foi
18,67% superior ao valor da testemunha. Já para a característica peso de 100 grãos
não houve diferença estatística entre as fontes de fósforo.
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LEVANTAMENTO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS NASCENTES DO
CÓRREGO DO GAMBÁ DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG.
Alan Purificati de Souza Corrêa. Graduado em Agronomia pela Faculdade Vértice.
Vinícius Sigilião Silveira Silva. Graduado em Agronomia. Especialista em
Docência do Ensino Superior. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Licenciada e Bacharel em Biologia. Especialista
em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais, Processos Químicos e
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Metalúrgicos. Doutora em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice
- UNIVERTIX.
[email protected]
RESUMO
Nascentes são manifestações superficiais do lençol freático, que é caracterizado por
um ponto de descarga dos aquíferos na superfície do solo. Estando sua conservação
diretamente ligada à conservação do solo e a preservação da formação da vegetação
que lhe circunda. A pesquisa teve como objetivo identificar as nascentes encontradas
no Córrego do Gambá, zona rural do município de Matipó (MG); verificar seu estado
de conservação e propor medidas para sua recuperação. Foram visitadas 16
nascentes localizadas em 11 propriedades rurais durante os meses de maio a junho
de 2015. Em cada propriedade foi aplicado um questionário para avaliação do estado
de conservação das nascentes. Verificou-se que a maior parte das nascentes do
córrego encontram perturbadas quanto a sua conservação, já em relação a análise
microbiológica constatou a presença de bactérias heterotróficas em praticamente
todas as nascentes porém dentro da faixa aceitável de 500/UFC/ML.
PALAVRAS-CHAVE: Infiltração; Cobertura vegetal; Degradação; Preservação.
1. INTRODUÇÃO
A água é um dos principais elementos naturais responsáveis pela vida. Sendo
o recurso que ocupa uma grande área no planeta, embora sendo disponível em
diferentes quantidades e qualidade.
Segundo Tundisi (1999), alterações na quantidade, distribuição e qualidade dos
recursos hídricos ameaçam a sobrevivência humana e as demais espécies do planeta,
estando o desenvolvimento econômico e social dos países fundamentados na
disponibilidade de água de boa qualidade e na capacidade de sua conservação e
proteção.
Hoje, a má preservação de nascentes e o mau uso da tem ocasionado a
diminuição do volume de água para o consumo. Grandes cidades e até propriedades
rurais estão ficando sem água devido à diminuição das chuvas e ou concentração
destas em grandes volumes em um curto espaço de tempo que causa mais
escoamento superficial do que infiltração. Pois, nossos rios só serão abundantes se
abastecidos por nascentes que possuam vazões constantes em seu afloramento
(MOITA e CUDO, 1991).
Diante do exposto o objetivo desta pesquisa é identificar as nascentes
encontradas no Córrego do Gambá, zona rural do município de Matipó (MG); verificar
seu estado de conservação e propor medidas para sua recuperação.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nascentes são manifestações superficiais do lençol freático, que é
caracterizado por um ponto de onde a água nasce através da superfície do solo. Sendo
também conhecida como olho d’ água, fio d’água, mina d’água, cabeceira e fonte
(VALENTE & GOMES 2005). Estando sua conservação diretamente ligada à
preservação e formação da vegetação que lhe circunda, ou seja, de sua mata ciliar,
responsável pela dinâmica e manutenção do volume de água permanente em sua
bacia. Portanto, essas áreas de recarga das nascentes são condições básicas para o
sucesso do planejamento da conservação e produção da água. (FARIA et al., 2012).
As águas para o consumo humano é um dos mais importantes veículos de
contaminação de doenças e enfermidades infecciosas, fazendo com que seja muito
importante sua conservação (ISAAC-MARQUEZ et al., 1994). Os riscos de
contaminação no meio rural é muito alto. Portanto, as nascentes têm inestimável
importância dentro de uma propriedade agrícola e, por isso, deve ser tratada com
cuidado especial, sempre buscando recursos para sua preservação (CASTRO et al.,
2007).
Assim, práticas como: não construir currais, chiqueiros, galinheiros e fossas
sépticas nas proximidades, principalmente acima das nascentes, diminuem o risco das
mesmas serem contaminadas por bactérias coliformes, que são indicadoras de águas
de auto risco de contaminação; o não desmatamento em torno das nascentes também
é um fator de grande importância, pois melhora a estrutura do solo tornando-o mais
poroso e aumentando sua taxa de infiltração; não jogar lixo em torno das nascentes é
outro item, devido a grande possibilidade de contaminação por substâncias químicas;
o cercamento das aflorações freáticas a uma distância mínima de 50 metros é
fundamental, pois evita a entrada do gado e a contaminação da água com suas fezes
(estrume) e o uso de adubos e agrotóxicos em áreas próximas as nascentes e em
áreas de recarga devem ser evitados FARIA et al., 2012). Estes fatores que devem ser
observados, pois são importantes agentes contaminantes e depreciativos da qualidade
da água.
Desde muito tempo, as fontes de abastecimento de água no meio rural são
os poços rasos, nascentes e poços artesianos, que são fontes bastante susceptíveis
à contaminação (FEWTRELL et al., 1998). A qualidade da água hoje, de uma
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microbacia, é influenciada por muitos fatores, dentre ele: a cobertura vegetal do local,
a topografia do terreno e o clima local que também deve ser levado muito em
consideração. Não se pode esquecer o tipo, manejo e o uso do solo da bacia
(VAZHEMIN, 1972; PEREIRA, 1997).
Segundo ARCOVA et al. (1998), os vários processos que controlam a
qualidade da água de determinado manancial fazem parte de um frágil equilíbrio,
motivo pelo qual alterações de ordem física, química ou climática, na bacia
hidrográfica, podem modificar a sua qualidade.
Segundo Oliveira-Filho et al., (1994), a devastação das matas ciliares tem
contribuído para o assoreamento, o aumento da turbidez das águas, o desequilíbrio
do regime das cheias, a erosão das margens de grande número de cursos d’água,
além do comprometimento da fauna silvestre.
3. MATERIAL E MÉTODO
O estudo foi desenvolvido no Córrego do Gambá que está situado na zona rural
do município de Matipó (“S 20º 17’ 02” “e W 42º 20’ 28”). Este município apresenta o
clima tipo quente e temperado, temperatura média anual de 20°C, precipitação anual
normal de 1.205 mm e umidade relativa média de 71% com (Climate Data/INMET).
Tendo vegetação caracterizada por Mata Atlântica.
Para o desenvolvimento da pesquisa foram visitadas 16 nascentes localizadas
em 11 propriedades rurais durante os meses de Maio e Junho de 2015, onde em cada
propriedade foi aplicado um questionário para avaliar o estado de conservação destas
nascentes, analisando fatores como: (1) utilização do solo em torno das nascentes;
(2) estado de conservação da vegetação ciliar no entorno das nascentes; (3) estado
de conservação do solo no entorno das nascentes (somente para o perímetro isolado);
(4) aparência da água das nascentes; (5) análise microbiológica de coliformes fecais.
Estando cada item do questionário relatado nos quadros abaixo, que são constituídos
por um roteiro capaz de orientar o diagnóstico dos levantamentos em campo. Foram
coletadas informações de cada propriedade referentes as atividades praticadas,
quanto ao uso da água das nascentes, o grau de conhecimento do produtor sobre
práticas conservacionista de nascentes, caso os mesmos, tivessem esse
conhecimento, como ele foi adquirido. para isso utilizamos os quadros 1,2,3 e 4 que
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foram elaboradas por Faria et al., 2012, utilizado no trabalho Diagnóstico Ambiental
de Áreas do Entorno de 51 Nascentes Localizadas no Município De Lavras, MG.
De todas as propriedades analisadas foram coletadas 32 amostras de água das
nascentes em 16 pontos diferentes. A água foi coletada em potes estéreis e
posteriormente encaminhada para o laboratório da Univértix, onde foram efetuadas as
análise microbiológicas e determinação do pH.
A análise microbiológica foi realizada a partir de placas da PRETIFILM testes,
com 1ml de água em cada placa. O Ph foi determinado por meio de um pHmetro (MS
Tecnopon Equip Epecifica,MPA-210) com solução tampão pH 7,0 e solução tampão
pH 4,0, logo após em um béquer transfere-se cerca de 70 mL da amostra e fez-se a
leitura do pH.
As observações do estado de conservação foram realizadas diretamente
durante as visitas. Realizou-se o registro fotográfico das condições atuais das
nascentes do córrego do Gambá para auxiliar na avaliação e descrição do local. Foi
realizado o georrefenciamento das nascentes, realizado com o aparelho de GPS,
marca Garmin, modelo Etrex H 10, onde foram obtidas as coordenadas geográficas e
posteriormente descarregadas no programa TrackMaker para visualização de todas
as nascentes avaliadas. O estado de conservação das nascentes foi classificado,
usando os quadros de identificação 1, 2, 3 e 4 citados acima. Podendo assim ser
desenvolvido um mapa de localização e distribuição das nascentes ao longo do
córrego analisado, como segue abaixo na figura 1.
Figura 1 - Localização e distribuição das nascentes ao longo do Córrego do
Gambá.
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Fonte: Google Earth
Quadro 1 - Utilização do solo no entorno da nascente
> 90% da área
ocupada
por
vegetação
nativa
(mata,
cerrado ou
campo, etc.)
75 a 90% da
área
ocupada por
vegetação
nativa,
desde que não
se
enquadre na
situação 1
50 a 75% de
vegetação
nativa,
(desde que
não se
enquadre na
situação 1)
F
E
D
Área ocupada
predominantemente
(> 50%) por
pastagem bem
manejada ou cultura
agrícola perene,
(desde que não se
enquadre na
situação 1)
Área ocupada
predominantemente
(> 50%) por culturas
agrícolas anuais ou
pastagem
degradada, (desde
que não se
enquadre na
situação 1)
C
B
solo exposto
em
mais de 10%
da
área, com o
restante
ocupado com
pastagem ou
cultura
agrícola;
- solo exposto
em
mais de 20%
da
área, com o
restante
ocupado com
vegetação
nativa.
A
Quadro 2 - Avaliação do estado de conservação da vegetação ciliar no entorno
de nascentes.
Preservadas: quando apresentam pelo
menos 50 metros de vegetação natural
no seu entorno medidas a partir do olho
d´água em nascentes pontuais ou a
partir
do olho d´água principal em nascentes
difusas;
C
Perturbadas:
quando
não
apresentam 50 metros de vegetação
natural no seu
entorno, mas apresentam bom estado
de conservação, apesar de estarem
ocupadas
em parte por pastagem e/ou
agricultura
B
Degradadas: quando se
encontram com alto grau
de perturbação, muito
pouco
vegetada, solo
compactado, presença
de gado, com erosões e
voçorocas.
A
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Quadro 3 - Avaliação do estado de conservação do solo no entorno de
nascentes (somente para o perímetro isolado).
Zonas onde o solo apresentase
em
bom
estado
de
conservação
desprovido
de
sulcos,
voçorocas,
etc. Apresenta camada de
serrapilheira ou boa cobertura
vegetal, capaz de reter e
absorver
o
escoamento
superficial
em toda sua extensão.
Zonas onde o solo
apresenta - se
moderadamente
estável,
embora
a
superfície do solo
esteja aparente em
alguns
pontos
favorecendo o
escoamento
superficial.
Zonas
onde
o
solo
apresenta_se
estágio avançado de
perturbação. Observa-se
compactação leve, causada
por pisoteio de gado. O
desgaste do solo é visível com
sinais de erosão laminar e
indícios de potencial avanço
da degradação.
Zonas onde o solo
apresenta-se
bastante alterado,
instável,
destituído
de
cobertura vegetal e
com presença de
sulcos, erosão
profunda
e
formação de
voçorocas.
D
C
B
A
Quadro 4 - Critérios de avaliação da aparência da água das nascentes.
Nascente onde a água
apresenta as
S
seguintes
características:
Nascente onde a água
apresenta as
S
seguintes
características:
Nascente onde a água
apresenta as
S
seguintes
características:
Nascente onde a água
apresenta as
S
seguintes
características:

Limpa e clara;

Nenhum lixo;

Nenhuma evidência
de cheiro forte

Material
sedimentável ausente ou
incapaz de ser medido;

Sem presença de
resíduos sólidos, óleos
graxas e outros;

Sem presença de
gado ou estrume;

Ausência ou baixa
frequência de larvasr
e/ou vermes vermelhos.

Água com
pouca turbidez;

Nenhum lixo ou
resíduo sólido;

Cheiro fraco de
mofo ou capim;

Material
sedimentável em baixa
quantidade, mas
observável; sem
presença de gado;

Poucas larvas e
vermes vermelhos.

Água turva;

Presença de
espuma, lixo ou outro
resíduo sólido;

Cheiro fétido;

Material
sedimentável em alta
quantidade;

Presença de
gado/estrume;

Ocorrência de
grande quantidade de
lodo vermelho;

Muitas larvas e
vermes vermelhos e
material de origem animal
em decomposição.
D
C

Água
com
pouca turbidez;

Nenhum lixo
ou resíduo sólido;

Cheiro fraco
de mofo ou capim;

Material
sedimentável em baixa
quantidade,
mas
observável;

Com
presença atual de gado
ou indícios da sua
presença, como estrume
ou pegadas;

Poucas
larvas/vermes
vermelhos.
B
A
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na aplicação do questionário em campo, foi constatado que todas as
propriedades que tiveram suas nascentes avaliadas possuem área que varia de 4 a
118 ha. Sendo a água de suas nascentes usadas predominantemente para o consumo
humano, consumo animal e atividades domésticas. Em algumas propriedades foi
verificado o uso da água para irrigação de hortas para consumo próprio, não tendo
caráter de exploração comercial.
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A principal atividade agrícola desenvolvida nas propriedades é a cafeicultura,
mas em algumas propriedades também ocorre a exploração do solo com pastagem,
para o desenvolvimento da pecuária leiteira de subsistência. Os resultados obtidos
com a aplicação do questionário são de apenas 15 nascentes, pois uma estava seca
e não foi contado no resultado final.
Quanto ao estado de conservação das nascentes avaliadas, tiveram os
seguintes resultados: Parâmetro 1, utilização do solo no entorno da nascente,
verificou-se que três nascentes apresentaram nota A (20%); uma nascente com nota
B (6,66%); 10 nascentes com nota C (66,6%) e uma nascente com nota E (6,66%).
Com relação às opções D e F nenhuma nascente se enquadrou (Figura 2 A). Os dados
colhidos apontaram que 66,6% das nascentes analisadas, apresentaram área
ocupada por agropecuária, predominantemente com mais de 50% por pastagem bem
manejada ou cultura agrícola perene.
Segundo Ferreira et al., (2011) citado por Faria et al., 2012 p. 657. Os
principais problemas em relação à ocupação do solo em torno das nascentes se
devem ao modo de uso e ocupação dos solos. Nesse aspecto, os autores afirmam
que o fator determinante para o elevado percentual de nascentes sobre este aspecto
de ocupação é decorrente do tamanho da propriedade.
Assim, como na região da presente pesquisa, ocorre predominância de
pequenas propriedades rurais, com base na agricultura familiar. Essas propriedades,
na maioria das vezes, exploram as áreas de nascentes com finalidade de produção
agrícola para subsistência familiar ao máximo possível ao redor das mesmas.
Para o parâmetro de avaliação do estado de conservação da vegetação ciliar
no entorno de nascentes, notou-se que oito nascentes receberam nota A (53,33 %),
sete nascentes apresentaram nota B (46,66%), e nenhuma nascente apresentou nota
C (Figura 2 B). O que se pode verificar é que a maioria das nascentes do Córrego do
Gambá encontram-se perturbada, necessitando de um plano de recuperação, a fim
de melhorar a cobertura vegetal em seu entorno, devido à pouca ocupação de
vegetação nativa. Já que o código florestal brasileiro lei nº 12.727, de 17 de outubro
de 2012, Que prevê que a Área de Preservação Permanente de uma nascente deve
ter um raio mínimo de 50 metros, contudo a faixa de mata em cada nascente da área
pode ter um raio maior do que 50 metros, visando aumentar a mata do entorno,
consequentemente protegendo a área de contribuição. Deve-se levar em
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consideração que a área de contribuição é o principal fator responsável pela infiltração
da água da chuva, logo é necessário conscientizar os produtores rurais quanto à
necessidade da vegetação para a proteção da bacia de contribuição da nascente.
Com relação a avaliação do estado de conservação do solo no entorno da
nascente, constatou-se os seguintes resultados: duas nascentes receberam nota A
(13,33%), sete nascentes receberam nota B (46,66 %) e seis nascentes receberam
nota C (40%). Nenhuma das nascentes se enquadra na opção D (Figura 2 C), que
apresentam solos com bom estado de conservação.
Observou-se compactação causada por pisoteio de gado. O desgaste do solo
foi visível com sinais de erosão laminar e indícios de potencial de avanço da
degradação com rachaduras no solo. Estes resultados foram obtidos devido a
carência de vegetação em seu entorno, tornando o solo exposto às condições
climáticas, principalmente a chuva, que é um importante fator erosivo quando o solo
que a recebe encontra-se desprotegido. Outro fator foi a ineficiência das estruturas
que impedem o acesso do gado às nascentes.
Segundo Calheiros et al., (2004) é um grande erro, pois o pisoteio causado
pelo gado, torna a superfície do solo próximo às nascentes compactado, diminui sua
capacidade de infiltração, ficando sujeito à erosão laminar e, consequentemente,
provocando não só a contaminação da água por partículas do solo, turvando-a, como
também, e o que é pior, provoca até mesmo soterramento da nascente. Práticas como
o desenvolvimento de programas de rotação de pastejo, ou seja, a divisão do pasto
em piquetes, que tem por finalidade melhorar a qualidade do volumoso fornecido para
o gado, que consequentemente evita a compactação exagerada do solo da área de
pasto. As instalações de bebedouros para evitar que o gado invada as áreas cercadas
das nascentes são importantes atitudes para melhorar a conservação do solo em seu
entorno.
No que se refere a aparência da água das nascentes, duas nascentes
receberam nota A (13,33%), sete nascentes receberam nota B (46,66), três nascentes
receberam nota C (20%) e três nascentes receberam nota D (20%) ( Figura 2 D) ,
características como: água com pouca turbidez; nenhum lixo ou resíduo sólido; cheiro
fraco de mofo ou capim; material sedimentares em baixa quantidade, mas observável;
com presença atual de gado ou indícios da sua presença, como estrume ou pegadas,
foram as características que mais se enquadraram na maioria das nascentes. Fatores
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estes ocorridos, devido à ineficiência de proteção das mesmas e o mau uso do solo
em seu entorno o que o tornou desprotegido, favorecendo sua erosão e
consequentemente aumentando a turbidez da água.
Figura 2: Avaliação de nascentes quanto aos critérios: (A) Formas de Uso do
Solo; (B) Estado de Conservação da nascente; (C) Estado de Conservação do Solo e
(D) Aparência da Água.
100
50
66,6%
20%
6,66%
0% 6,66% 0%
0
A
B
C
D
E
F
CATEGORIA
(B)
FREQUÊNCIA (%)
FREQUÊNCIA (%)
(A)
60
53,33%
46,66%
40
20
0%
0
A
B
C
CATEGORIA
46,66%
50
40%
13,33%
0%
0
A
(D)
B
C
D
CATEGORIA
FREQUÊNCIA (%)
FREQUÊNCIA (%)
(C)
46,66%
50
13,33%
20%
20%
C
D
0
A
B
CATEGORIA
Quando perguntado aos produtores se eles sabiam de alguma prática
conservacionista de nascentes, cinco responderam que sim e seis responderam não
saber de nenhuma prática, aos que responderam sim, citaram como exemplos de
práticas conservacionistas o reflorestamento e a preservação da mata ciliar como
principais fatores para sua conservação.
O que se pode observar que apesar da grande vivência no campo, as maiores
partes dos produtores não souberam citar nenhuma prática conservacionista, o que
caracterizou o motivo de muitas nascentes estarem em mal estado de conservação.
Já quando perguntado como obteve o conhecimento das práticas
conservacionistas de nascentes, a maioria respondeu que foi obtida através de visitas
técnicas e conhecimentos passados por familiares.
Durante a coleta das amostras nas nascentes, podemos perceber que a
maioria das nascentes apresenta alto grau de degradação ambiental e falta de mata
ciliar como mostram a figura 3.
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Figura 3. Aspecto visual de algumas nascentes estudadas.
Os resultados de análise pelo teste da PRETIFILM realizado para todas as
amostras revelaram a presença de bactérias heterotróficas, como mostrado na Figura
4. Segundo Domingues et al., (2007) atualmente a portaria nº 518/2004 estabelece a
determinação da presença de coliformes totais e termo tolerantes e a contagem de
bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para consumo humano,
sendo que a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500
Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/ml).
Figura 4 - Placas de Pretifilm com presença de bactérias heterotróficas.
As análises microbiológicas da água das amostras10 e 4, revelaram que a água
não apresentava contaminação de acordo com a Figura 5.
Figura 5 - Placas de Pretifilm com ausência de bactérias heterotróficas,
coletadas nos pontos de amostragem 4 e 10.
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Sendo que o ponto 3, a nascente estava seca e não foi possível coletar
amostras de água para o teste microbiológico. As águas coletadas nos pontos 1, 2, 5,
6, 7, 8, 9, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 possuem contaminação com valores médios de 35,
7, 1, 56, 135, 9, 1, 16, 0, 3, 11, 73, 52, 32 e 4 UFC por ml, respectivamente. Os
coliformes termos tolerantes só foram encontrados nos pontos 5, 13 e 16 com média
de 3, 3 e 2 UFC por ml. Em relação aos treze pontos acima mencionados, nenhuma
amostra apresentou valores superiores ao recomendado pela Portaria nº 518/2004 do
Ministério da Saúde. Para aferição de sua potabilidade a contagem padrão de
bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônias
por 1 mililitro de amostra 500/UFC/ml. (BRASIL, MS, Portaria nº 518/2004).
Segundo Santos (1999), na flora natural da água existem microrganismos
patogênicos que precisa ser mantido sob controle, pois em quantidades excessiva
pode se transformar em agentes oportunistas.
Segundo a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde a aferição de
potabilidade, é a ausência total de coliformes totais e termo tolerantes de preferência
Escherichia coli, em amostra de 100 ml de água tratada.
Segundo o Ministério da Saúde (2007) para avaliação da eficiência do
tratamento de água a presença dos indicadores de contaminação pode indicar falhas
ou insuficiência no tratamento. O tratamento da água em si não garante a manutenção
da condição de potabilidade, haja vista que sua qualidade pode se deteriorar entre o
tratamento, preservação, distribuição e consumo.
Tem que se conhecer a densidade de bactérias, pois um aumento considerável
da população bacteriana pode comprometer a detecção de organismos coliformes,
podendo colocar em riscos a saúde, como também, deteriorar a qualidade da água,
provocando danos a fauna e flora. Para o pH, os valores obtidos nos diferentes pontos
de amostragem não variaram muito. A maioria dos valores estabilizou-se entre 6,0 e
7,0, sendo semelhantes aos valores de referência.
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Segundo Moita (1991), a água no ambiente natural tem sua concentração de
íons H+ e OH- fortemente influenciada por sais, ácidos e bases presentes no meio,
fornecendo assim informações sobre a sua qualidade (água pura valor igual a 7 e
água superficial valor entre 4 e 9), o tipo de solo por onde a água percorreu, o tipo de
poluição química da água (despejos ácidos ou alcalinos) e a qualidade do ambiente
(origem da água, impactos ambientais poluidores, desmatamento e metabolismo das
comunidades) onde a água se encontra.
5. CONCLUSÃO
Com o presente trabalho pode-se concluir que a maioria das nascentes do
Córrego do Gambá, encontra-se em estado de conservação perturbada, devido a
vários fatores como: desmatamento, uso indevido do solo e ausência de vegetação
natural no raio de 50 metros ao seu redor. Quanto a analise microbiológica, todas as
amostras das nascentes ficaram dentro da faixa aceitável de 500/UFC/ML, e para o
pH os valores obtidos nos diferentes pontos de amostragem ficaram dentro do
recomendado pelos valores de referência.
Com bases nestes resultados as estratégias de preservação das nascentes
devem englobar pontos básicos como: controle de erosão de solo por meio de
estruturas físicas e barreiras vegetais, minimização da contaminação física e
biológica. No que se refere a qualidade das nascentes deve-se evitar atividades que
venham poluir e comprometer a qualidade da agua, evitando principalmente o contato
com coliformes. Finalmente a conservação de uma nascente exige um manejo
sistemático e integrado da bacia hidrográfica a qual está inserida.
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ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO
E DA SEIVA BRUTA DA Jatropha multiphida L. SOBRE AS BACTÉRIAS
Staphylococcus sp. e Escherichia coli.
Edinarah Emerick Labate de Melo, Jéssica Pereira de Freitas – Graduanda em
Medicina Veterinária na Faculdade Vértice - Univértix
Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em
Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice.
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo comparar e avaliar a atividade antibacteriana do
extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da Jatropha multiphida sobre as bactérias
Staphylococcus sp. e Escherichia coli. A espécie Jatropha multiphida pertence à
família Euphorbiaceae e é conhecida por diversos nomes como, flor-de-coral, coraldos-jardins e flor-de-sangue; apresentando importante ação anticéptica e antifúngica
devido a alguns de seus componentes, principalmente o tanino, que possui ação
antimicrobiana. Foram utilizados o extrato das folhas e a seiva bruta da planta, no
preparo das soluções testadas em diferentes concentrações sobre Staphylococcus
sp. e , Escherichia coli, em suspenções contendo os preparados e as bactérias e em
meio sólido de ágar Müeller-Hinton. Os resultados mostram que a seiva bruta
apresentou melhor atividade antibacteriana sobre Staphylococcus sp. e , Escherichia
coli.
PALAVRAS-CHAVE: Jatropha multiphida; atividade antibacteriana; Staphylococcus
Escherichia coli.
sp.;
1. INTRODUÇÃO
Desde 1977, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado o estudo
de plantas tradicionalmente conhecidas como medicinais, com o objetivo de avaliar
cientificamente os benefícios da utilização de medicamentos fitoterápicos e de
conhecer, ao mesmo tempo, os riscos de seu uso indevido. Muitos centros de
pesquisa, em todo o mundo, vêm desenvolvendo estudos sobre as propriedades
farmacológicas das plantas medicinais. No entanto, faltam ainda evidências
laboratoriais e clínicas sobre a eficácia e a segurança de seu emprego, tanto em
animais como em seres humanos (LOGUERCIO et al.,2005)
O Brasil é um país que possui grande biodiversidade, com inúmeras espécies
na fauna e flora ainda não identificadas e sequer conhecidas pelos cientistas. Dentre
as inúmeras plantas existentes e cultivadas, grande parte destas possuem princípios
medicinais. (LORENZI e MATOS, 2008) e pelo menos a metade das espécies vegetais
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existentes no país pode apresentar alguma propriedade terapêutica útil à população
(DELAPORTE et al., 2002).
O avanço da medicina convencional não inibiu o progresso das práticas
curativas populares, pois estas trazem a possibilidade de uma melhor relação custo beneficio para a população, promovendo saúde a partir de plantas produzidas
localmente (ARNOUS et al., 2005).
A Jatropha multiphida, da família Euphorbiaceae, tem sido utilizada como
acelerador do processo cicatricial, porém somente foi encontrado trabalho científico
referente à sua ação antifúngica (ADESOLA e ADETUNJI, 2007).
Como não há relatos do efeito desta planta sobre bactérias, o presente trabalho
teve por objetivos avaliar o efeito antibacteriano do extrato hidroalcoólico e da seiva
bruta da J. multifida sobre Staphylococcus spp. e , Escherichia coli.
2. REVISÃO DE LITERATURA
A Jatropha multiphida pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida pelos
nomes vulgares de bálsamo, flor-de-coral, coral, coral-dos-jardins e flor-de-sangue.
Suas flores são muito pequenas, de cor vermelho-brilhantes, e agrupadas em cachos;
as folhas têm de 10 a 20 cm de largura e são divididas em segmentos ou lóbulos
estreitos, afilados, longos e podem ter as extremidades lisas ou dentadas; os frutos
são amarelos e normalmente contém três sementes. Apresenta seiva abundante
leitosa ou incolor (BUCH et al., 2008). Segundo Barg (2004), suas sementes são
tóxicas, contêm alcalóides, glicosídeos e toxialbuminas, que provocam dores
abdominais, náuseas, vômitos, diarreia quando ingeridas em grande quantidade.
Martins et al. (2005), ao analisarem os princípios ativos e propriedades
farmacológicas de oito plantas, observaram que a espécie Jatropha multiphida que é
utilizada como anticéptica e antifúngica, apresentava ácido gálico em seu látex agindo
sobre a inibição de inflamação. O ácido gálico é um composto fenólico presente em
muitas plantas, sendo um dos constituintes dos taninos hidrolisáveis (BATTESTIN et
al., 2004).
Plantas ricas em tanino são empregadas na medicina tradicional no tratamento
de várias moléstias, entre elas, feridas, queimaduras e processos inflamatórios. Sabese que o tanino auxilia na produção de uma camada protetora devido à formação de
um complexo tanino-proteína e/ou de polissacarídeos sobre regiões tissulares
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danificadas. Além disso, esse composto tem capacidade de se ligar com íons
metálicos, adquirindo atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres
(SANTOS e MELLO, 2004; BARROSO et al., 2010).
O mecanismo de ação antimicrobiana dos taninos explica-se por três hipóteses.
A primeira pressupõe os taninos inibindo enzimas bacterianas e fúngicas e/ou se
complexando com os substratos dessas enzimas; a segunda inclui a ação dos taninos
sobre as membranas celulares dos microrganismos, modificando seu metabolismo, e
a terceira fundamenta-se na complexação dos taninos com íons metálicos, diminuindo
a disponibilidade de íons essenciais para o metabolismo microbiano (SCALBERT,
1991).
3. MÉTODOLOGIA
3.1 Preparo do material vegetal
Para o preparo do extrato foram utilizadas folhas de Jatropha multiphida L.,
Cultivadas na faculdade Vértice- Univértix. As folhas íntegras da planta foram lavadas
e penduradas para secar a sombra. Em seguida foram distribuídas uniformemente em
envelopes de papel e levadas à estufa, numa temperatura de 45ºC durante 5 dias.
Após a secagem, 60g de folhas foram triturados e peneirados em uma malha fina.
Depois, foram colocados 30g de pó da folha de J. multiphida em 300ml de solução
hidroalcoólica 70%, por uma semana. O extrato bruto foi concentrado em banho-maria
na temperatura de 50º-55ºC para a eliminação total do solvente.
Para a produção da solução com extrato foi retirado 4g de extrato bruto de J.
multiphida, diluindo em 10mL de água destilada, resultando em concentração final de
40% (400mg/mL).
A seiva bruta (látex) das folhas frescas de J. multiphida, foi extraída por
gotejamento após o corte das folhas e do caule da planta. Para a solução a partir da
seiva bruta foi utilizado 4g de látex de J. multiphida, diluindo em 10mL de água
destilada, resultando numa concentração final de 40% (400mg/mL). As soluções feitas
com o extrato e a seiva bruta foram conservadas na geladeira, durante os dias de uso.
3.2 Atividade antibacteriana
Foram utilizados isolados de Staphylococcus sp. e Escherichia coli
provenientes do laboratório de inspeção de produtos de origem animal do
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Departamento de Medicina Veterinária da UFV, onde são mantidos congelados a 20°C.
As bactérias foram cultivadas em ágar BHI (Brain Heart Infusion Agar), a 37°C,
durante um período de 24 a 48 horas. Os cultivos foram suspensos em solução salina
estéril até ajuste da turvação à escala 0,5 de McFarland (1,5 x 10 8 unidades
formadoras de colônias/ mL).
Para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), a solução contendo as
bactérias (1,5 x 108 UFC/ml) foi colocada em 10 tubos de ensaio, 1ml por tubo, para
cada bactéria em cada tratamento. Formando dois tratamentos, um com extrato e o
outro com seiva bruta da J. multiphida, ambos na concentração inicial de 400mg/ml.
Foram feitas diluições seriadas do extrato e da seiva bruta sendo retirado 1 ml de cada
diluição e colocado nos tubos contendo uma quantidade fixa de bactérias, obtendo
soluções com concentrações finais de 200; 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,13; 1,56; 0,78;
0,39 mg/ml do extrato e da seiva bruta, para o Staphylococcus sp. e para a Escherichia
coli. Os tubos foram incubados a 35ºC por 18 h. O teste foi feito em duplicata.
Os resultados foram analisados visualmente e classificados em “positivo” ou
“negativo” para a formação de colônias de Staphylococcus sp. e Escherichia coli,
observadas no fundo dos tubos.
Todas as diluições do extrato e da seiva foram submetidos a uma subcultura
adicionando 1ml de cada diluição em tubos inclinados contendo 3 ml de ágar MüellerHinton, para avaliar se haveria crescimento bacteriano. A CIM seria determinada como
a menor concentração na qual há inibição de crescimento, porém com crescimento
positivo na subcultura e a concentração bacteriana mínima (CBM) seria determinada
como a menor dose que visualmente apresentar inibição de crescimento e que na
subcultura também não apresentar crescimento bacteriano (SUFFREDINI et al.,
2007).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Os resultados dos tratamentos com diferentes concentrações do extrato
hidroalcoólico e seiva bruta da J. multiphida sobre Staphylococcus sp. e sobre
Escherichia coli, estão representados nas tabelas 1 e 2.
Segundo a metodologia descrita por Suffredini et al.(2007) a concentração
inibitória mínima (CIM) para o extrato das folhas de J. multiphida foi de 25,0 e 12,5
mg/ml para o Staphylococcus sp e a Escherichia coli , respectivamente. Enquanto que
para a seiva bruta as CIM foram de 12,5 mg/ml para as duas bactérias testadas.
(Tabelas 1 e 2)
Tabela 1. Observação da precipitação de colônias de Staphylococcus sp. em
tubos contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato
hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a
35ºC.
Concentração do
extrato da folha
(mg/mL)
Precipitação de
colônias de
Staphylococcus sp
Concentração da
seiva bruta
(mg/mL)
Precipitação de
colônias de
Staphylococcus sp
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Tabela 2. Observação da precipitação de colônias de Escherichia coli em tubos
contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato
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hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a
35ºC.
Concentração do
extrato da folha
(mg/mL)
Precipitação de
colônias de
Escherichia coli
Concentração da
seiva bruta
(mg/mL)
Precipitação de
colônias de
Escherichia coli
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Quando as soluções bacterianas contendo o extrato e a seiva bruta da J.
multiphida, em diferentes concentrações, foram adicionados ao meio sólido, ágar
Müeller-Hinton, foi constatado que houve crescimento bacteriano mesmo nas
concentrações que não apresentaram precipitação de colônias para o extrato e que
algumas concentrações que tinham precipitado colônias de bactérias não tiveram
crescimento bacteriano em meio sólido principalmente para a seiva (Tabelas 3 e 4).
A precipitação nas soluções de extrato e seiva podem não indicar multiplicação
bacteriana e sim a agregação das bactérias ao tanino hidrolisável (ácido tânico), que
segundo Martins et al. (2005) é um dos componentes medicinais da J. multiphida. De
acordo como Reinold (1997), o tanino hidrolisável pode se ligar a proteínas formando
complexos que precipitam espontaneamente.
Como o ágar Müeller-Hinton é um meio que favorece o crescimento bacteriano,
consideramos este a melhor técnica para avaliar a atividade antibacteriana do extrato
e da seiva bruta, constatando que a seiva foi capaz de inibir o crescimento do
Staphylococcus sp e da Escherichia coli em todas as concentrações testadas (Tabelas
3 e 4).
A divergência entre as duas técnicas impossibilitou determinar a concentração
bacteriana mínima.
Tabela 3. Observação da presença de colônias de Staphylococcus sp. em
tubos contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200
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a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida,
incubados a 35ºC por 20h.
Concentração do
extrato da folha
(mg/mL)
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Formação de
colônias de
Staphylococcus sp
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Positivo
Concentração da
seiva bruta
(mg/mL)
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Formação de
colônias de
Staphylococcus sp
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Tabela 4. Observação da presença de colônias de Escherichia coli em tubos
contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200 a
0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida,
incubados a 35ºC por 20h.
Concentração do
extrato da folha
(mg/mL)
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Formação de
colônias de
Escherichia coli
Positivo
Positivo
Negativo
Positivo
Positivo
Positivo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Concentração da
seiva bruta
200
100
50,00
25,00
12,50
6,25
3,13
1,56
0,78
0,39
Formação de
colônias de
Escherichia coli
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O ensaio com soluções em diferentes concentrações do extrato e da seiva bruta
mostrou ser pouco confiável, quando comparado com o crescimento em meio sólido
enriquecido (ágar Müeller-Hinton). No meio sólido a seiva bruta apresentou melhor
eficácia na inibição do crescimento do Staphylococcus sp e da Escherichia coli.
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ESTUDOS PRELIMINARES DA BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE,
TAMARILHO (Solanum betaceum Cav.).
Ronnys Müller da Silva Freitas – Graduando do Curso de Agronomia da
Faculdade Vértice.
Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia agronômica, mestre em
Fisiologia Vegetal, Doutor em Fitotecnia e Pós-doutor em Fitotecnia. Professor do
curso de Agronomia da Faculdade Vértice.
[email protected]
RESUMO
O tamarilho (Solanum betaceum (Cav.), pertencente à família Solanaceae, é também
conhecido como tomate de árvore ou tomate francês, no entanto, pouco se conhece
sobre as características biométricas deos seus frutos e sementes). O objetivo desse
trabalho foi caracterizar a biometria de frutos e correlacionar às variáveis biométricas
de peso, comprimento e diâmetro dos frutos e sementes de tamarilho. Para a
caracterização biometria os frutos e sementes foram coletados e levados ao
laboratório para análise. O número de sementes por frutos foi contabilizado de uma
amostra de 20 frutos completamente maduras sendo as variáveis em foco partindo da
análise de 50 sementes pesadas e medidas com equipamentos indicados nas regras
de análises de sementes. Ao fim do experimento foi detectada relação positiva e
elevada entre peso total do fruto (PF), comprimento do fruto (CF) diâmetro do fruto
(DF) número de sementes por fruto (NS) e peso de sementes (PS) (1,00), mostrando
que quanto maior o peso total do fruto maior será seu comprimento diâmetro e
quantidade de sementes.
PALAVRAS-CHAVE: Tamarilho, Biometria de Frutos, Solanum betaceum.
1. INTRODUÇÃO
A espécie solanum betaceum (Cav.) é nativa dos Andes, pertencente à família
Solanacea, conhecido popularmente como tamarilho ou tomate arbóreo. Essa planta
produz frutos que podem ser consumidos in natura ou processado para indústria
(Mertez et al, 2009). No Brasil, é cultivado basicamente em quintais principalmente
nos estados da Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
A produção comercial de tamarilho tem crescido gradativamente em todo o
mundo. Embora o consumo desse fruto seja comum no estado de Minas Gerais, pouco
se sabe sobre os aspectos biométricos do fruto (Nascimento et. al. 2013). Além disso,
existem poucas informações sobre a germinação de sementes e a produção de
mudas.
Fatores de produção como a maximização da germinação de sementes, bem
como de sua qualidade fisiológica são importantes para a emergência de plântulas
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mais vigorosas (Brasil, 2009a). Além disso, o volume do recipiente para produção de
mudas e a nutrição de plantas são importantes para a formação de mudas de
qualidade superior.
Tendo em vista que os frutos de tamarilho são exóticos e sua produção é
praticamente restrita à subsistência é necessário conhecer as suas características e
obter conhecimento para a produção de mudas de qualidade e incentivar a produção
comercial.
O conhecimento obtido das características biométricas, da germinação e
produção de mudas do tamarilheiro será de grande importância para futuros estudos
dessa cultura, pois essas informações são a base para a consolidação de
conhecimento futuros mais aprofundados (Pego et al., 2010).
Esses conhecimentos poderão a médio e longo prazo possibilitar o cultivo de tamarilho
tanto comercial quando para subsistência contribuindo dessa forma para a segurança
alimentar.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O tamarilho (Solanum betaceum (Cav.)), pertencente à família Solanaceae, é
também conhecido como tomate de árvore ou tomate francês (Pantoja et al. 2009).
Nascimento et al. (2013) relataram que esses frutos apresentam sabor ligeiramente
amargo e adstringente com um aroma delicado e geralmente é consumido fresco ou
no preparo de saladas, molhos, sopas, geleias, sorvetes, sucos e licores. Esses
autores observaram que esses frutos contem compostos anti-inflamatórios. Mertz et
al (2009) observaram que esses frutos são ricos em β-carotenos e antioxidantes que
confere grande interesse para o mercado de frutos in natura e industrializados.
Em países como Colômbia e Nova Zelândia, tem importância comercial e é
produto de exportação (Durant et al., 2013). No Brasil, esse fruto é cultivado
basicamente em quintais, principalmente na Bahia, Minas Gerais e São Paulo.
Embora essa planta apresente boa qualidade nutricional e potencial para
processamento, pouco se sabe sobre os a biometria e propagação dessas plantas.
As informações biometria de sementes e frutos são importantes na área de
tecnologia de sementes, pois possibilitam estimar o número de sementes produzidos
em função da produtividade da cultura, além de fornecer informações adicionais para
qualidade de frutos (Pego et al. 2013). Esses dados são importantes, sobretudo, para
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tecnologia de produção de sementes, principalmente de espécies cuja via de
propagação é a seminífera.
O tamarilheiro é uma planta propagada por sementes, essas são revestidas por
mucilagem que devem ser retiradas durante o beneficiamento para realizar a
germinação.
Diante disso, esse trabalho tem como objetivo caracterizar a biometria de frutos
e correlacionar às variáveis biométricas de peso, comprimento e diâmetro dos frutos
e sementes de tamarilho.
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no laboratório de Sementes da Universidade
Vértice – UNIVERTIX Campus de Matipó - MG. Os frutos foram colhidos
completamente maduros e levados ao laboratório para as análises.
Para a caracterização biometria os frutos e sementes foram coletados e
levados ao laboratório para análise. O número de sementes por frutos foi contabilizado
de uma amostra de 20 frutos completamente maduros. O diâmetro médio de sementes
foi obtido de 50 sementes com auxílio de paquímetro digital graduado e o peso de
cem sementes foi obtido de quatro em quatro repetições, sendo as sementes pesadas
em balança analítica de 0,01 gramas de precisão.
A análise dos dados foi submetida ao cálculo dos valores máximos, mínimos e
média, as medidas de dispersão foram calculadas com base no desvio padrão da
média e do coeficiente de variação de todos os frutos analisados. Também foi feita
análise de correlação para verificar possíveis relações entre as medidas biométricas
e peso dos frutos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Externamente, os frutos de tamarilho apresentam frutos glabros, vermelhoalaranjados quando maduros e estrias longitudinais de coloração verde escura a
marrom com em todo seu perímetro e pedicelo aderido (Figura 1A). O fruto é uma
baga bilocular contendo sementes revestidas de mucilagem de coloração
avermelhada; apresenta polpa espessa e firme de coloração de coloração amareloalaranjado usada para consumo in natura ou processada (Figura 1B).
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Figura 1. Visão externa (A) e corte transversal do fruto de tamarilho (B). Barra
= 1 cm.
A biometria de sementes é importante para estabelecer o ponto de colheita de
sementes, auxilia na otimização dos processos de semeadura bem como estabelecer
critérios colheita, beneficiamento, armazenamento e comercialização de sementes
(Brasil, 2009). Acosta-Quezada et al., (2011) relataram a importância da utilização de
descritores morfológicos para identificação de acessos de tamarilho que podem ser
utilizados para futuros estudos em melhoramento da cultura para características de
interesse agronômico.
Foi observado que o peso médio dos frutos de tamarilho foi de 36,2 gramas,
sendo seu comprimento médio e diâmetro médio de 5,19 e 3,10 cm (Tabela 1). O
formato do fruto se aproxima de um elipsoide sendo maior no seu comprimento. Em
média cada fruto apresentou 88,6 sementes cujo peso das sementes pro fruto foi de
0,41 gramas.
Tabela 1. Biometria de frutos e sementes de tomate arbóreo.
Variável
Máximo
Média
Mínimo
DP*
CV
PF (g)
49,2
36,2
21,8
0,82
0,18
CF (cm)
6,00
5,19
4,30
0,53
0,12
DF (cm)
4,40
3,71
3,10
0,31
0,13
NS
125,00
88,60
37,00
27,78
0,04
PS (g)
0,75
0,41
0,12
0,20
0,59
*DP = Desvio padrão; CV = Coeficiente de variação; PF = Peso dos frutos(g), CF = Comprimento dos
frutos(cm), DF = Diâmetro dos frutos, NS = número de sementes e PS= Peso das sementes.
O peso de sementes é uma das variáveis de maior importância dentro das
análises de sementes e serve como valor base, que permite o controle de qualidade
para avaliação dos lotes de sementes (Brüninget al. 2011). O tamanho e o peso das
sementes para algumas espécies podem ser considerados um indicativo de sua
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qualidade fisiológica, sendo que em um mesmo lote, sementes mais leves,
normalmente, apresentam menor desempenho do que as mais pesadas, tanto na
germinação ou, até mesmo, no crescimento inicial das plantas, em decorrência da
quantidade de reservas acumuladas e da formação do embrião (SANTOS NETO et
al.,2009).
Em relação à correlação das análises biométricas foi detectada relação positiva
e elevada entre peso do fruto (PF), comprimento do fruto (CF) diâmetro do fruto (DF)
número de sementes por fruto (NS) e peso de sementes (PS), mostrando que quanto
maior o peso total do fruto maior será seu comprimento diâmetro e quantidade de
sementes (Tabela 2). No entanto a correlação entre o diâmetro dos frutos e o peso
das sementes é moderada.
Tabela 2. Correlação entre as variáveis biométricas.
VARIÁVEIS
PF
CF
DF
NS
PS
PF*
1,00
0,94
0,94
0,83
0,82
CF
DF
NS
PS
1,00
0,81
0,79
0,79
1,00
0,73
0,74
1,00
0,93
1,00
*Peso dos frutos (PF), comprimento os frutos (CF), Diâmetro dos frutos (DF), número de sementes
(NS), e Peso das sementes (PS) de tomate arbóreo.
De acordo com Pereira et al. (2012) a análise de correlação é uma das
possíveis formas de observação da estimativa não destrutiva da colheita de sementes
baseadas nas características morfometrias do fruto. Assim, pode-se inferir que para
os frutos de tamarilho, o número e o peso de sementes esta mais fortemente
correlacionada com o peso do fruto. Assim, frutos maiores tendem a apresentar maior
quantidade de sementes e sementes com maior peso.
Acosta-Quezada et al. (2012) relataram que pesquisas sobre a morfologia do
tamarilho são importantes para o conhecimento da diversidade, conservação e
melhoramento dessa espécie. Esses autores ainda enfatizaram a importância do
aprimoramento desses estudos, pois existem poucos trabalhos anteriormente
publicados considerando a morfologia dos frutos recomendando estudos como a
caracterização molecular dos acessos existentes de interesse agronômico.
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5. CONCLUSÃO
Os frutos de tamarilho do tipo baga bilogular, glabros, vermelho-alaranjados
quando maduros de polpa espessa e firme de coloração de coloração amareloalaranjado.
Foi observado que o peso médio dos frutos de tamarilho foi de 36,2 gramas,
sendo seu comprimento médio e diâmetro médio de 5,19 e 3,10 cm
O peso dos frutos se correlaciona positivamente com o número de sementes e
o peso sementes.
REFERÊNCIAS
ACOSTA-QUEZADA, P.G et al.. Variation among tree tomato (Solanum betaceum
Cav.) accessions from different cultivar groups: implications for conservation of genetic
resources and breeding. Genetic Resources and Crop Evolution, v. 58, n. 6, p. 943960, 2011.
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different cultivar groups and origins in the tree tomato (Solanum betaceum Cav.).
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a produção de sementes híbridas. Horticultura Brasileira 30: 4932-4935, 2012.
SANTOS NETO, A. L, et al. E. Influência do peso da semente e promotores químicos
na qualidade fisiológica de sementes de sambacaitá. Revista Caatinga, Mossoró,
v.22, n.1, p.187-192, 2009.
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ESPÉCIES ORNAMENTAIS DA PRAÇA PADRE FIALHO DO MUNICÍPIO DE
MATIPÓ – MG
Valmira Hoste Dutra– Graduanda em Agronomia da Faculdade Vértice.
Lívia Mara Araújo Amorim – Graduanda em Agronomia da Faculdade Vértice
Ana Flávia de oliveira – Engenheira Agrônoma, Estudante do curso de
especialização em Docência do ensino superior da Faculdade Vértice.
Rogério Gomes Pêgo – Engenheiro Agronomo, mestre em Fisiologia Vegetal,
Doutor em Fitotecnia e Pós-doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia
da Faculdade Vértice.
[email protected]
RESUMO
O estudo da composição florística de praças e jardins é importante para o
conhecimento do material vegetal e disponibilizar informações importantes para o
manejo e revitalizações desses ambientes. Muitas são as plantas ornamentais
utilizadas no paisagismo, por isso, o objetivo desse trabalho foi identificar as espécies
vegetais presentes na Praça Padre Fialho no município de Matipó. O estudo foi
realizado na praça Padre Fialho do município de Matipó – Minas Gerais, localizada na
Zona da Mata Mineira. Para fins de levantamento, considerou a totalidade de plantas
em cada setor sendo posteriormente as espécies agrupadas por família botânica. A
identificação foi realizada in loco por comparação com material previamente
identificado e com auxílio de bibliografia especializada e sites botânicos. A
composição florística de plantas ornamentais da praça Padre Fialho é bastante
diversa, contendo grande número de plantas ornamentais de diferentes portes em
uma pequena área. As plantas ornamentais são cultivadas em parterres sendo um
total de 170 indivíduos distribuídos em 25 famílias botânicas. As espécies ornamentais
mais frequentes na praça sao biri (Canna x generalis), palmeira fênix (Phoenix
roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada de São Jorge (Sansevieria
spectabilis).
PALAVRAS-CHAVE: Paisagismo, paisagem, identificação de espécies, botânica,
praças.
1. INTRODUÇÃO
O uso de espécies ornamentais em projetos paisagísticos tem sido alvo de
estudo dos paisagistas, pesquisadores e dos gestores municipais, pois a incorporação
de plantas em ambientes de praças e jardins deve estar correlacionada com os
ecossistemas locais (BIONDI; PEDROSA-MACEDO, 2008).
Em se tratando das espécies utilizadas na ornamentação de áreas urbanas,
muitas vezes o projeto inicial é alterado sem o devido cuidado de manter a disposição
harmoniosa original do projeto.
Leal e Biondi (2006) relataram que inúmeras espécies possuem características
de serem usadas no paisagismo, mas, no entanto, vê-se uma exaustiva repetição de
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espécies que se tornaram consagradas e aceitas pela população, muitas delas
inadequadas para o uso dado.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Passos e Lopes Jr. (1998), jardins e parques ornamentados
com vegetação, principalmente de espécies arbóreas, é fundamental, seja para criar
áreas de recreação, convivência e repouso devido ao microclima formado pelas
plantas além de potencialmente reduzir a quantidade de partículas solidas como
poeiras e melhorando a qualidade do ar.
Na ornamentação de praças, parques e jardins diferentes espécies, nativas ou
exóticas, têm sido amplamente utilizadas proporcionando qualidades estéticas e
muitas vezes funcionais para apreciação dos visitantes (Lira Filho, 2002).
Dias (1996) relata que é necessário conhecer as espécies mais adaptadas para
a intervenção paisagística, assim, características como a altura, forma da copa,
presença de espinhos, emissão de odores, agressividade das raízes, velocidade de
crescimento, ciclo de vida, resistência ao pisoteio (para forrações) devem ser
criteriosamente analisada antes da implantação. Essas características são
importantes para implantação de qualquer projeto paisagístico no qual o interesse seja
manter a forma original. É de fundamental importância saber a caracterização da flora
no paisagismo, para saber o tipo adequado de planta a ser usado na composição do
jardim de uma praça.
De acordo com Maciel et al. (2008) em ambientes como as praças as plantas
ornamentais tem como função o fornecimento de sombra, embelezamento e
manutenção do equilíbrio entre a área construída, valorização de imóveis do ponto de
vista estético e ambiental; caracterizam a beleza natural da cidade e representam
valores culturais da memória histórica da mesma.
Existe uma grande variedade de plantas utilizada no paisagismo, por isso, cada
projeto pode ser composto de espécies nativas e exóticas de interesse. O
conhecimento dessas espécies é fundamental para o correto manejo e manutenção
do ambiente, mantendo sempre o equilíbrio dos componentes paisagísticos.
Por isso, o objetivo desse trabalho foi identificar as espécies vegetais presentes
na Praça Padre Fialho no município de Matipó.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local de estudo
O estudo foi realizado na Praça Padre Fialho do município de Matipó – Minas
Gerais, localizada na Zona da Mata Mineira à Latitude 20º17º02º S Longitude
42º20º26º O. O município de Matipó expressão indígena “Match-poo” que significa
"milho em pó" situa-se na bacia do Rio Doce e possui 277 km², com aproximadamente
18 mil habitantes (A cidade, 2015). A praça Padre Fialho está localizada no centro da
cidade à frente da igreja matriz São João Batista.
3.2 Levantamento florístico e identificação botânica
Para o levantamento florístico e identificação botânica das espécies
ornamentais a praça foram divididas em setores de acordo com os parterres
existentes considerando cada parterre um setor de estudo. Para fins de levantamento,
considerou a totalidade de plantas em cada setor sendo posteriormente as espécies
agrupadas por família botânica. A identificação foi realizada in loco por comparação
com material previamente identificado e com auxílio de bibliografia especializada e
sites botânicos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Praça Padre Fialho tem aproximadamente 48 metros de comprimento por
29 metros de largura, possui 12 pontos de iluminação (postes) e dez bancos e dois
refletores voltados para a Igreja São João Batista. Na praça ainda existe um coreto e
quatro pergolados que são cobertos por bouganville, no entanto, no momento da
coleta de dados esses elementos encontravam-se sem cobertura vegetal.
A praça é revestida por mosaico em pedra portuguesa e as plantas
ornamentais estão dispostas em oito parterres de distribuição simétrica. A principal
vegetação utilizada na praça é a grama batatais.
As plantas utilizadas para fins ornamentais totalizaram 170 indivíduos
distribuídos em 25 famílias botânicas (Tabela 1).
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Tabela 1.
Família Botânica, nome científico, nome comum, hábito de
crescimento, origem e número de Indivíduos de plantas ornamentais presentes na
praça Padre Fialho no município de Matipó – MG.
Família
Botânica
Agavaceae
Iridaceae
Nyctagnaceae
Cannaceae
Cylanthaceae
Apocynaceae
Euphorbiaceae
Laxmanniaceae
Verbenaceae
Hypoxidaceae)
Verbenaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Euphorbiaceae
Moraceae
Lythraceae
Acanthaceae
Arecaceae
Myrtaceae
Ericaceae
Rosaceae
Ruscaceae
Commelinaceae
Agavaceae
Fabaceae
Outros
Nome Científico
Nome Comum
Agave attenuata
Belamcanda chinensis
Bougainvillea spectabilis
Canna x generalis
Carludovica palmata
Catharanthus roseus L.
Codiaeum variegatum
Cordyline terminalis
Duranta repens L. "Aurea"
Curculigo capitulata
Duranta repens L. "Aurea"
Eugenia mattosii
Eugenia uniflora
Euphorbia trigona
Ficus benjamina
Lagerstroemia indica
Megaskepasma erythochlamys
Phoenix robeleii
Psidium guajava
Rhododendron simsii
Rosa x grandiflora
Sansevieria trifasciata
Tradescantia spathacea Sw.
Yucca gigantea
Caesalpinia echinata
Outros
Agave-dragão
Flor-leopardo
Bunganvilha
Bananeira da Índia
Chapéu panamá
Vinca (Beijo)
Crotón
Dracena-vermelha
Pingo de ouro
Capim-palmeira
Pingo de ouro
Murta
Pitanga
Camdelabro
Ficus
Resedá
Justícia-vermelha
Palmeira-fênix
Goiabeira
Azaléia
Roseira
Espada-de-são-jorge
Abacaxi roxo
Iuca-elefante
Pau-brasil
Outros
Número
de
Indivíduos
2
5
13
20
1
7
2
7
2
2
2
2
4
2
10
2
1
18
18
10
2
16
12
6
1
3
Também foi identificado um grande número de cosmos (Cosmos sulphureus),
também conhecido
como picão-grande, pertencente à família Asteraceae,
aproximadamente 280 indivíduos. Embora o cosmos seja uma planta utilizada como
ornamental devido ao grande número de plantas e sua disposição em cada parterre,
nesse trabalho foi considerada como planta indesejável, devido à sua fácil
disseminação e propagação não planejada.
Todas as plantas ornamentais são cultivadas em parterres que são canteiros
suspensos característicos do paisagismo formal francês bastante influente no
paisagismo brasileiro (Figura 1).
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Figura 1. Plantas ornamentais cultivadas na praça Padre Fialho. Biri (A).
Dracena vermelha (B) Agave dragão à direita e Iuca à esquerda (C) e Iuca à esquerda
e palmeira fênix à direita (D)
A família botânica de plantas ornamentais mais frequentes na praça foi a
Myrtaceae representada por plantas de murta, pitanga e goiabeira com 2, 4 e 18
indivíduos, respectivamente (Tabela 2). No entanto, acredita-se que, pelo porte das
plantas frutíferas, essas plantas não fazem parte do projeto original, sendo
possivelmente plantadas pela população local ou pela germinação de sementes
lançadas sobre os parterres aleatoriamente.
A família Canaceae, Arecaceae, Ruscaceae e Nyctagnaceae, todas
tipicamente ornamentais, também tiveram alta frequência de indivíduos cultivados na
Praça Padre Fialho. De acordo Santos et al (2011), as famílias botânicas Myrtaceae
e Arecaceae são amplamente utilizadas para ornamentação de praças.
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Figura 2. Frequência relativa de indivíduos por família botânica encontradas
na praça Padre Fialho no município de Matipó – MG.
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Figura 3. Frequência relativa das espécies ornamentais encontradas na
praça Padre Fialho no município de Matipó – MG.
As espécies ornamentais mais frequentes foram biri (Canna x generalis),
palmeira fênix (Phoenix roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada de São
Jorge (Sansevieria spectabilis), essas espécies são tipicamente ornamentais
frequentemente utilizadas no paisagismo tradicional e funcional (Figura 3). As
espécies
justícia
vermelha
(Mefaskepasma
erithochlamys),
chapéu-panama
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(Carludovia palmata) e pau-brasil (Caesalpinia echinata) foram as espécies menos
frequentes nesse local.
De acordo com Santos et al (2011), conhecer o planejamento dos espaços
urbanos é possível fornecer através trabalho conjunto e multidisciplinar melhores
condições ambientais para os moradores dos centros urbanos e visitantes. Dessa
forma, o conhecimento da composição florística torna-se fundamental para melhor
aceitação na implantação de projetos urbanos.
A escolha adequada de qual espécie utilizar visando redução de gastos na
manutenção é uma das etapas na elaboração do projeto paisagístico, assim, a
realização do inventario vegetal é possível verificar os erros e acertos existentes em
áreas urbanas o que possibilita intervenções de correção quando possível
(GONÇALVES e PAIVA, 2004, MAMEDE et al, 2014).
5. CONCLUSÕES
A composição florística de plantas ornamentais da praça Padre Fialho é
bastante diversa, contendo grande número de plantas ornamentais de diferentes
portes em uma pequena área.
As plantas ornamentais são cultivadas em parterres sendo um total de 170
indivíduos distribuídos em 25 famílias botânicas.
As espécies ornamentais mais frequentes na praça sao biri (Canna x
generalis), palmeira fênix (Phoenix roebelenii), goiabeira (Psidium guajava) e espada
de São Jorge (Sansevieria spectabilis).
REFERENCIAS
A
CIDADE.
Prefeitura
municipal
de
Matipó.
Disponível
em:
http://www.matipo.mg.gov.br/index.php/nossa-historia; acessado em: 09 de agosto de
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BIONDI, D.; PEDROSA-MACEDO, J. H. Plantas invasoras encontradas na área
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CLAUDIA FABRINO MACHADO MATTIUZ1; LUCIANA ZAMPOLLO DE OLIVEIRA
CAMPOS 2; ALEXANDRE DE SENE PINTO. Levantamento de plantas ornamentais
e cochonilhas associadas em residências de Ribeirão Preto (SP).
GONÇALVES, W.; PAIVA, H. N. Árvores para o ambiente urbano.Viçosa, MG:
Aprenda Fácil, Coleção Jardinagem e Paisagismo, 3. 2004. 242p.
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LEAL, L.; BIONDI,D. Potencial ornamental de espécies nativas . Revista Científica
Eletrônica De Engenharia Florestal, v. 4, n. 8, não paginado, 2006.
LIRA FILHO, J. A. Paisagismo: elementos de composição e estética. Viçosa-MG:
Aprenda Fácil, 2002. 194 p. 9 Coleção jardinagem e paisagismo. Série planejamento
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MAMEDE, J.S.S, et al. Levantamento quali-quantitativo de espécies arbóreas e
arbustivas na arborização urbana do município de Paranaíta, mato grosso. REVISTA
BIODIVERSIDADE ON-LINE. v. 13, p. 56-63, 2014.
PASSOS, M.M.; LOPES JR., W.M. Algumas considerações sobre a vegetação
urbana no município de Bauru-SP. Revista Geográfica, 1998.
SANTOS, A.C.B.; SILVA, M.A.P.; SOUZA, R.K.D. Levantamento florístico das
espécies utilizadas na arborização de praças no município de Crato, CE. Caderno de
cultura e ciências, v. 10, n. 1, p. 13-18, 2011.
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GT 06 – CIÊNCIAS
SOCIAIS E
APLICADAS
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ARTIGOS
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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO DE ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL: QUAL REGIME
DE TRIBUTAÇÃO MAIS VANTAJOSO PARA SE EXERCER CONSTITUINDO-SE
COMO EMPRESA?
Rodrigo Trevenzoli Lanna – Graduando do Curso de Ciências Contábeis Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Conforme dados fornecidos pelo CFC do mês de setembro de 2014, existem 83.073
organizações contábeis no Brasil, sendo que 39.825 (47,94% do total) exercem suas
atividades como Profissionais Liberais. O alto custo tributário, a constante mudança
na legislação, dificultam a compreensão e o cumprimento das obrigações impostas
pelo Fisco. Necessário se faz que as organizações contábeis procurem ter um
criterioso planejamento tributário, a fim de resguardar o patrimônio e suas obrigações
legais. O objetivo deste estudo é evidenciar através de um planejamento tributário,
qual o regime de tributação é o mais vantajoso para ser exercido por uma organização
contábil, que atua como profissional liberal e pretende constituir-se como empresa no
ano de 2015. Para se chegar à conclusão foram realizadas pesquisas na legislação,
sobre quais formas podem ser exercidas a profissão contábil no Brasil, quais os
regimes tributários e seus impactos econômicos em cada modalidade. Realizaram-se
análises das demonstrações dos resultados do terceiro trimestre de 2014 de
organização contábil que atua como profissional liberal, realizando simulações com
os demais regimes tributários: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional.
Evidenciou-se que a organização optando pelo Simples Nacional apresenta o melhor
resultado líquido. Através do planejamento tributário, constatou-se que a empresa
pode obter economia de mais de R$10.000,00 no trimestre, visto que, o cenário
tributário nacional é complexo e possui uma alta carga tributária, impactando
diretamente nos preços dos serviços prestados.
PALAVRAS-CHAVE: Organização Contábil; Planejamento Tributário; Regimes
Tributários.
1. INTRODUÇÃO
O sistema tributário brasileiro, segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT), sofreu um considerável aumento na carga
tributária nos últimos anos, fazendo com que os tributos representem uma grande
parte, senão a maior, dos custos dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas.
Além do aumento considerável, a complexidade legislativa do País é outro fator
prejudicial ao crescimento das empresas. Segundo o IBPT, as empresas têm
dificuldades em compreender e atender a tamanhas exigências legais. Em um cenário
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como este, as organizações enfrentam uma constante concorrência, e oferecer preços
competitivos é tão importante quanto oferecer produtos e serviços com qualidade.
Visto a necessidade de mudança do complexo sistema tributário nacional, o
Ministério da Fazenda enviou ao Congresso Nacional projeto de Reforma Tributária,
com ementas que buscam a simplificação do sistema afim de ampliar potencialmente
o crescimento do país. A reforma visa, entre outros fatores, reduzir o custo de
apuração e recolhimento dos tributos, aumentar a eficiência econômica e produtiva
das empresas, estimular a formalização e permitir o desenvolvimento equilibrado.
Mas, enquanto essa reforma não acontece, Oliveira et al (2012), ressaltam que é
necessário que as empresas tenham um criterioso planejamento tributário, afim de
proteger os direitos do contribuinte e, também, o patrimônio da organização.
A opção por uma forma de tributação escolhida pelos contabilistas pode
influenciar consideravelmente nos custos dos serviços prestados. Por este motivo é
preciso fazer uma gestão de forma correta, analisando dentre as opções legais
cabíveis para o setor qual acarrete menor ônus, para que a organização possa
oferecer serviços com qualidade e preços competitivos (LIMA e REZENDE, 2012).
Diante disto, as questões que nortearam este estudo foram: qual regime
tributário é o mais viável para a organização que será constituída como empresa no
ano de 2015? Quais as principais relevâncias entre os regimes?
O interesse por esta pesquisa justifica-se pela concreta necessidade das
organizações contábeis terem informações para se orientarem nas tomadas de
decisões, quanto a escolha da forma de tributação para exercerem suas atividades,
dentre as modalidades existentes na legislação do Imposto de Renda (IR).
Desta forma, o objetivo deste estudo é evidenciar através de um planejamento
tributário, qual o regime de tributação é o mais vantajoso para ser exercido por uma
organização contábil, que atua como profissional liberal.
Pretendemos com este estudo colaborar para uma melhor apreciação e
concepção do planejamento tributário das organizações contábeis, a fim de que
possam direcionar suas escolhas pautadas em análises estruturadas.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O planejamento tributário ou elisão fiscal, segundo Oliveira (2009), pressupõe do
fato que o contribuinte tem o direito de poder organizar seus negócios em
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conformidade com os sistemas legais para acarretar uma menor carga tributária, antes
da ocorrência do fato gerador, eliminando, postergando ou até mesmo, reduzindo os
valores devidos.
Fabretti (2013, p.8) diz que:
O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do fato
administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e
alternativos legais menos onerosos denomina-se Planejamento Tributário.
Segundo pesquisas feitas pelo IBPT, foram criadas no Brasil, desde a
Constituição Federal em 1988 até o ano de 2011, mais de quadro milhões de normas,
sendo que cerca de 6,3% referem-se à matéria tributária: 33 (trinta e três) normas por
dia. Essa complexidade traz um considerável aumento na carga tributária, além das
difíceis obrigações exigidas com as rápidas mudanças.
Para Greco (2012, apud Joary, 2012), o planejamento tributário exigia atender
três requisitos importantes para a sua configuração: Cronológico; Licitude e Eficácia
perante o fisco.
Desta maneira, “O planejamento tributário é usado pela empresa para a redução
de seus próprios custos tributários, buscando a fórmula: redução do custo, ganho de
escala, diminuição do preço de venda, ganho de mercado.” (AMARAL, 2001 apud
OLIVEIRA, 2009, p.206).
A Resolução do CFC nº 1390/2012, Registro Cadastral das Organizações
Contábeis, em seu art. 1º, dispõe que somente poderão iniciar suas atividades de
prestação de serviços contábeis as organizações que obtiverem o seu registro no
Conselho Regional de Contabilidade da Jurisdição de sua sede.
O art. 2º, da Resolução nº 1390/2012, diz que:
O Registro Cadastral compreenderá as seguintes categorias:
§ 1º De Responsabilidade Individual:
I – do Escritório Individual;
II – do Microempreendedor Individual;
III – do Empresário Individual; e
IV– da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
§ 2º De Responsabilidade Coletiva:
I – da Sociedade Simples Pura Limitada ou Ilimitada; e
II – da Sociedade Empresária Limitada.
Para Oliveira (2009), uma importante questão para as empresas, logo no início
de cada ano, é a escolha de qual regime de tributação optar para fazer o recolhimento
do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), que consequentemente implica a
obrigatoriedade da apuração da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) na
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mesma base definida. “A decisão por um ou outro regime de tributação deve estar
baseada na margem de lucro da empresa antes do IRPJ e da CSLL, obtida nas
demonstrações contábeis do período anterior e em sua projeção até o final do ano”
(OLIVEIRA, 2009, p. 212).
De acordo com o RIR/99, a base de cálculo do imposto de renda é o montante
da renda ou dos proventos tributáveis, determinado com base no lucro real, presumido
ou arbitrado, podendo ser definida trimestral ou anualmente.
O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições e
exclusões ou compensações prescritas e editadas pelo RIR/99. A sua determinação
será precedida do lucro líquido de cada período de apuração com observância das
disposições das leis comerciais.
O lucro líquido, de acordo com o RIR/99 é a soma algébrica do lucro operacional,
dos resultados não operacionais, e das participações, e deverá ser determinado com
observância dos preceitos da lei comercial.
Na apuração do lucro real, serão adicionados ao lucro líquido do período de
apuração, conforme RIR/99:
I – os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e
quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de
acordo com este Decreto, não sejam dedutíveis na determinação do lucro
real;
II – os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não
incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo comeste Decreto,
devam ser computados na determinação do lucro real.
Poderão ser excluídas do lucro líquido do período de apuração, conforme
RIR/99:
I – os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não
tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de
apuração;
II – os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos
na apuração do lucro líquido, de acordo com este Decreto, não sejam
computados no lucro real;
III – o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a
compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e
exclusões previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os
livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do
prejuízo fiscal utilizado para compensação, observando o disposto nos arts.
509 a515 (Lei nº 9.065, de 1995, art. 15 e parágrafo único).
O lucro presumido, segundo Pegas (2012), “é uma forma de tributação que utiliza
apenas as receitas da empresa para apuração do resultado tributável do IR e CSLL”.
Esses tributos são calculados por uma estimativa do resultado, aplicados os
percentuais definidos em lei.
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Poderá optar pelo lucro presumido, conforme a Lei nº 12.814/2013, as empresas
cuja receita bruta, no ano-calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses
de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses.
Os limites estabelecidos na lei acima mencionada serão relativos à receita bruta
auferida no ano anterior, segundo o regime de competência ou caixa, observando o
critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação
com base no lucro presumido.
O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos
trimestrais, e a base de cálculo e seu adicional, em cada trimestre será calculada, de
acordo com RIR/99, mediante a aplicação de 8% sobre a receita bruta auferida no
período de apuração.
Porém o art. 519 do RIR/99 determina para as atividades abaixo, os seguintes
percentuais:

1,6% para a atividade de revenda, para consumo, de combustível derivado de
petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

16% para a atividade de prestação de serviço de transporte;

32% para as atividades de: prestação de serviços em geral, exceto a de
serviços hospitalares, intermediação de negócios, administração, locação ou
cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.
Caso as empresas prestadoras de serviços faturem anualmente até R$
120.000,00 (cento e vinte mil reais), a base de cálculo mensal será determinada
mediante a aplicação do percentual de 16% sobre a receita bruta auferida no período
de apuração (Lei nº 9.250, 1995, art. 40, e Lei nº 9430, de 1996, art. 1º).
O Simples Nacional instituído pela Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro
de 2006, é um sistema simplificado de apuração de tributos que engloba a esfera
federal, estadual, municipal, mediante um regime único de arrecadação, incluindo
obrigações acessórias, cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias,
acesso ao crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência na aquisição de bens
e serviços pelos poderes públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de
inclusão, destinado às microempresas e empresas de pequeno porte.
As empresas que desejam ingressar no Simples Nacional para efeitos para ao
exercício 2015, devem observar as normas e condições da Lei Complementar n° 147
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de 7 de agosto de 2014. A Lei Complementar considera microempresa e empresa de
pequeno porte a sociedade empresaria, a sociedade simples, a EIRELI e o empresário
a que se refere o art. 966 da Lei nº 966/2002(Código Civil).
É determinado pela Lei Complementar:
I – microempresa – ME a que auferir receita bruta igual ou inferior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) em cada ano-calendário;
II – empresa de pequeno porte - EPP, a que auferir receita bruta superior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a de R$
3.600.000,00(três milhões e seiscentos mil reais) em cada ano-calendário.
III – microempreendedor individual – MEI, auferir receita bruta máxima anual
de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).
A receita bruta considerada base de cálculo, pela Lei Complementar, para fins
de determinar o valor devido mensal pela ME ou EPP optantes pelo Simples Nacional,
poderá ser auferida pelo Regime de Competência ou recebida se pelo Regime de
Caixa, e corresponde ao produto da venda de bens e serviços nas operações por
conta própria; o preço dos serviços prestados; e o resultado em contas alheias.
Estão incluídos neste sistema de apuração os tributos: IRPJ, CSLL, PIS,
COFINS, CPP, ISSQN, Imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação (ICMS), e o Imposto sobre os Produtos
Industrializados (IPI). Todos estes tributos são pagos por meio de um único
documento de arrecadação simplificado (DAS), gerado pelo Comitê Gestor do Simples
Nacional.
Devem-se observar as atividades exercidas pela empresa para enquadramento
em um dos anexos da Lei Complementar, pois para cada um tem uma tabela a ser
aplicada para o cálculo mensal do Simples Nacional. Desta forma, deverão destacar
mensalmente e por cada estabelecimento, a alíquota prevista nos seguintes anexos:
Anexo I – Comércio, Anexo II - Indústria, Anexo III - Locação de bens móveis e da
Prestação de Serviços, Anexo IV Anexo V – Prestação de Serviços conforme §5º do
art. 18 desta Lei Complementar nº 123 de 2006 e Anexo VI - Prestação de Serviços
conforme §5º-I da Lei Complementar 147 de 2014.
3. MATERIAL E MÉTODOS
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Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa exploratória, que segundo Gil
(p. 27, 2010), “têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”.
A pesquisa se configura como um estudo de caso que para Gil (2010), consiste
em um estudo profundo e exaustivo dos objetos, de maneira que permita o amplo
detalhamento do conhecimento.
A obtenção de dados realizou-se através de análise documental dentro da
organização J. B. C., empresa prestadora de serviços contábeis, sediada na cidade
de São Pedro dos Ferros – MG, onde o proprietário disponibilizou as demonstrações
contábeis para estudo, com dados primários. A empresa é formada pelo proprietário
contador, responsável técnico e por mais cinco colaboradores atuantes na área fiscal,
departamento de pessoal e contábil.
Foram analisadas as informações referentes à demonstração de resultado do
terceiro trimestre de 2014. Os dados foram lançados em planilhas, evidenciando as
receitas, despesas e resultados, na atual forma de tributação (profissional liberal).
Além disso, foram realizadas simulações às demais formas de tributação: lucro real,
lucro presumido e Simples Nacional, baseando-se na bibliografia usada no
desenvolvimento deste trabalho, para chegar à conclusão de qual regime é o mais
viável para a organização que será constituída como empresa no ano de 2015.
Os resultados alcançados estão apresentados na forma de tabelas, detalhando
as situações e seus impactos tributários sobre cada regime de tributação.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados obtidos através da análise das demonstrações do terceiro
trimestre de 2014, foram analisados os dados, tendo como base o seu atual regime
tributário, profissional liberal e realizadas simulações, verificando o impacto menos
oneroso das demais formas de tributação.
As demonstrações de resultado foram apresentadas abaixo sob o regime de
competência.
A tabela 1 apresenta a DRE do terceiro trimestre de 2014 na atual forma de
tributação:
CONTAS
DRE – PROFISSIONAL LIBERAL
TRIMESTRE
(%)
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RECEITA BRUTA
58.560,00
100,00
ISSQN
(=) RECEITA LÍQUIDA
(-) CUSTOS
37,50
58.522,50
30.834,21
0,06
99,94
52,69
Despesas c/ Pessoal
F. Pagamento
INSS S/ F. Pagamento
FGTS
Pró-Labore
INSS S/ Pró-Labore
Aluguel
Utilid. (água, luz e Tel.)
Softwares / Suprimentos
24.997,21
18.724,50
4.774,75
1.497,96
42,71
2.172,00
1.652,00
2.013,00
(=) LUCRO BRUTO
27.688,29
(-) Despesas Operacionais
1.911,00
Despesas gerais
1.911,00
(=) L. OPERACIONAL
25.777,29
(+/-) RES. FINANCEIRO
(=) LAIR
25.777,29
IRRF
4.610,34
RES. LÍQUIDO
21.166,96
Fonte: Dados da pesquisa
9,97
47,31
44,05
44,05
7,88
36,17
Constituída como profissional liberal a empresa apresenta uma receita de
R$58.560,00. O ISSQN incidente sobre a atividade é cobrado anualmente a um valor
fixo, mas foi rateado mensalmente proporcional para melhor análise do resultado. O
IRRF foi calculado mediante tabela progressiva anual para 2014. Neste regime
tributário, apresentou-se uma margem líquida de 36,24% sobre a receita líquida.
Ressaltamos que para a mudança deste regime, são as receitas provenientes
de empresas que deveriam recolher o INSS sobre a prestação de serviços, oriundo
da contratação de pessoa física, o que poderia acarretar redução nos valores dos
honorários pagos pelos clientes ao contabilista.
Na tabela 2, detalham-se os valores de pró-labore e suas retenções do
trimestre analisado neste estudo.
PRÓ-LABORE– TRIMESTRE
PRÓ-LABORE
INSS (11%)
IRRF (27,5%)
VALOR LÍQUIDO
R$ 13.170,72
R$ 1.448,78
R$
745,08
R$ 10.976,86
Fonte: Dados da pesquisa
Para a comparação dos resultados dos regimes lucro real, lucro presumido e
Simples Nacional, utilizou-se para os cálculos de pró-labore, a tabela progressiva do
IRRF e a tabela de contribuição do INSS para o ano de 2014.
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CONTAS
DRE - LUCRO PRESUMIDO
TRIMESTRE
RECEITA BRUTA
PIS
COFINS
ISSQN
RECEITA LÍQUIDA
58.560,00
380,64
1.756,80
1.171,20
55.251,36
DRE - LUCRO REAL
CONTAS
TRIMESTRE
(%)
100,00
5,65
94,35
(%)
100,0
0
RECEITA BRUTA
PIS
COFINS
ISSQN
RECEITA LÍQUIDA
58.560,00
966,24
4.450,56
1.171,20
51.972,00
(-) CUSTOS
Despesas c/
Pessoal
46.639,07
89.74
24.997,21
48,10
18.724,50
1.497,96
(-) CUSTOS
46.639,07
84,41
Despesas c/ Pessoal
24.997,21
F. Pagamento
18.724,50
INSS S/ F. Pagamento
4.774,75
F. Pagamento
INSS S/ F.
Pagamento
FGTS
1.497,96
FGTS
Pró-Labore
INSS S/ Pró-Labore
13.170,72
2.634,14
23,84
2.172,00
1.652,00
10,56
Softwares / Suprimentos
(=) LUCRO BRUTO
2.013,00
8.612,29
15,59
Pró-Labore
INSS S/ Pró-Labore
Aluguel
Utilid. (água, luz e
Tel.)
Softwares /
Suprimentos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas
Operacionais
Despesas gerais
1.911,00
1.911,00
45,24
11,25
88,75
4.774,75
13.170,72
Aluguel
Utilid. (água, luz e Tel.)
(=) L. OPERACIONAL
RES. FINANCEIRO
LAIR
IRPJ
CSLL
RES. LÍQUIDO
3,46
6.701,29
12,13
6.701,29
2.810,88
1.686,53
2.203,88
12,13
8,14
3,99
(-) Despesas
Operacionais
Despesas gerais
(=) L.
OPERACIONAL
RES. FINANCEIRO
LAIR
IRPJ
CSLL
RES. LÍQUIDO
2.634,14
25,34
2.172,00
1.652,00
11,29
2.013,00
5.332,93
10,26
1.911,00
1.911,00
3,68
3.421,93
6,58
3.421,93
513,29
307,91
2.600,67
6,58
1,58
5,00
Fonte: Dados da Pesquisa
O Lucro Presumido e o Lucro Real apresentam os mesmos valores de custos e
despesas, representando mais de 85% da receita líquida. Sendo mais relevante
nestes regimes, os tributos incidentes sobre a folha de pagamento e pró-labore.
No lucro presumido, os tributos sobre a receita representam 5,65% do
faturamento e os tributos sobre o lucro 8,14% sobre a receita líquida. Enquanto no
lucro real, os tributos sobre a receita, representam 11,25% do faturamento e os
tributos sobre o lucro 1,58% sobre a receita líquida. Pelo lucro real não houve
aproveitamento de crédito tributário de PIS e COFINS.
De acordo com a legislação do IR para o Lucro Real, as despesas gerais são
despesas dedutíveis do IR: alimentação de funcionários, despesas com viagens,
combustível, limpeza e manutenção de equipamentos.
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Entre os dois regimes, o lucro real apresentou a receita liquida menor que a do
lucro presumido, mas a margem liquida de retorno melhor. A alíquota de presunção
faz com o que o lucro presumido seja mais oneroso, tendo uma margem liquida de
retorno de 3,99%, enquanto o lucro real 5,00%.
No Simples Nacional, o recolhimento dos tributos sobre a receita é recolhido em
uma única guia (DAS), mas foram separadamente detalhados para melhor
apresentação na DRE.
A empresa em questão ficou enquadrada na alíquota de 8,21% para receitas de
180.000,01(cento e oitenta mil reais e um centavo) a 360.000,00(trezentos e sessenta
mil reais), pois a receitas do trimestre é de R$ 58.560,00 (cinquenta e oito mil e
quinhentos e sessenta reais), dividido por três (número de meses de atividade),
multiplicado por doze (quantidade de meses para aplicação na tabela), resultando em
R$ 234.240,00.·.
Na tabela 5 apresenta-se a DRE sob o regime do Simples Nacional.
DRE - SIMPLES NACIONAL
CONTAS
TRIMESTRE
(%)
RECEITA BRUTA
58.560,00
58.560,00
100,00
PIS (DAS)
4,21
COFINS (DAS)
831,55
ISSQN (DAS)
1.633,82
(=) RECEITA LÍQUIDA
56.094,62
95,79
(-) CUSTOS
41.572,58
74,11
Despesas c/ Pessoal
22.564,86
40,23
CPP (DAS)
2.342,40
F. Pagamento
18.724,50
INSS S/ F. Pagamento
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FGTS
PRÓ-LABORE
INSS S/ Pró-Labore
Aluguel
Utilid. (água, luz e Tel.)
Softwares / Suprimentos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Despesas gerais
(=) L. OPERACIONAL
(+/-) RES. FINANCEIRO
(=) LAIR
IRPJ (DAS)
CSLL (DAS)
RES. LÍQUIDO
1.497,96
13.170,72
2.172,00
2.013,00
14.522,04
1.911,00
23,48
1.652,00
10,14
25,98
1.911,00
12.611,04
3,41
22,48
-
12.611,04
12.611,04
Fonte: Dados da pesquisa
22,48
Pelo regime do Simples Nacional, os custos e despesas representam mais de
75% da receita líquida. Neste regime tributário não há incidência de tributos sobre a
folha de pagamento e pró-labore, como a CPP, RAT, e Contribuição a Terceiros.
Porém, foi destacado o CPP (DAS) nas despesas com pessoal, que é calculado na
guia do DAS a uma alíquota de 4% sobre o faturamento. Não houve incidência de PIS,
IRPJ e CSLL no cálculo do valor devido do DAS, pois a alíquota destes tributos é
zerada de acordo com o faturamento que enquadrou na tabela do anexo III da Lei
Complementar.
A margem líquida pela tributação do Simples Nacional foi de 22,48% sobre a
receita líquida.
A Tabela 6 apresenta os resultados e os tributos de cada regime tributário.
RESULTADOS
R. TRIBUTARIO
Simples Nacional
Prof. Liberal
Lucro Real
Lucro Presumido
R. TRIBUTARIO
Simples Nacional
RES. LÍQUIDO
PRÓ-LABORE
12.611,04
10.976,86
21.166,96
2.600,67
10.976,86
2.203,88
10.976,86
TRIBUTOS E ENCARGOS
RECEITA BRUTA
TRIBUTOS E ENCARGOS (R$)
58.560,00
6.305,73
TOTAL
23.587,90
21.166,96
13.577,53
13.180,74
%
10,77
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Prof. Liberal
Lucro Real
Lucro Presumido
58.560,00
58.560,00
58.560,00
10.920,54
16.316,21
16.712,90
18,65
27,86
28,54
Fonte: Dados da pesquisa
Através dos resultados obtidos neste estudo, é possível verificar que o Simples
Nacional é o regime tributário menos oneroso, apresentando o melhor resultado
líquido e a menor carga tributária.
Foi acrescido aos resultados do Simples Nacional, lucro presumido e lucro real,
o valor de pró-labore para evidenciar o resultado final de cada regime para o
profissional contábil. O valor de pró-labore foi considerado pelo teto máximo de
contribuição para o INSS, visto os benefícios que o profissional liberal tem para a
aposentadoria.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema tributário brasileiro faz com que os tributos representem uma grande
parcela no custo dos serviços prestados pelas organizações, conforme dados do
IBPT. São discutidas mudanças nesse cenário com a proposta da Reforma Tributária,
a fim de reduzir e simplificar o complexo sistema tributário atual, para que as
organizações possam oferecer serviços com qualidade, com preços competitivos,
aumentando a sua eficiência e desenvolvimento.
Através da presente pesquisa constatou-se que o regime mais vantajoso para a
organização optar, é o Simples Nacional. O Simples apresentou além da melhor taxa
de retorno, 40,28% sobre o faturamento, um menor valor nos seus custos e despesas,
principalmente pelo fator relevante de não ter os encargos incidentes sobre a folha de
pagamento e pró-labore, e alíquota zeradas de PIS, IRPJ e CSLL, conforme enquadra
o seu faturamento no Anexo III da Lei Complementar 147/2014.
O lucro presumido e o lucro real apresentaram os resultados líquidos
aproximados, tendo os mesmos valores de custos e despesas, mas, devido à forma
distinta de recolhimento dos tributos federais de cada regime, o lucro presumido
apresentou-se mais oneroso.
A opção errada por um regime de tributação para essa organização, conforme o
estudo apresentou, pode acarretar uma diferença de R$10.407,16 no seu resultado
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líquido do trimestre, comparando entre o Lucro Presumido, o mais oneroso e o
Simples Nacional, o mais vantajoso.
Contudo, apesar dos resultados obtidos neste trabalho apontarem o Simples
Nacional como sendo o regime tributário mais vantajoso para ser exercido pelas
organizações contábeis, ele não é o mais utilizado pelos profissionais contábeis,
conforme dados do CFC, que apontam, em sua maioria, exercer as atividades como
profissionais liberais. Sugere-se que mais estudos referentes a esse tema sejam
realizados, para que seja possível melhor evidenciar as escolhas das organizações e
contribuir para a classe contábil.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Quantos Somos. Disponível em:
http://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConselhoRegionalAtivo.aspx. Acesso 08set. 2014.
BRASIL. Decreto n. 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação,
fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de
Qualquer
Natureza.
Disponível
em:
http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/RIR/default.htm. Acesso 15ago. 2014.
BRASIL.
Decreto
n.
3.048
de
1999.
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http://www.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1390.doc Acesso 20 jun. 2014.
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taxas e multas devidas aos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs) para o
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UMA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC): UM ESTUDO
DE CASO NA EMPRESA AEJ EMPREENDIMENTOS LTDA – 2015
Egnaldo Gomes Mendes – Graduado em Ciências Contábeis/Faculdade Univértix
Celso Abreu de Araújo – Mestre em Administração/Udelmar;
Professor Faculdade Univértix
Tadeu Hipólito da Silva – Graduado em Ciências Contábeis
Professor Faculdade Univértix
[email protected]
RESUMO
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) tornou-se obrigatória no Brasil com a
criação da Lei 11.638/2007 e, desse modo, todos os profissionais que fazem parte do
conglomerado empresarial precisaram conhecer e entender os mecanismos dessa
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demonstração e saber interpretar os seus resultados. O presente trabalho analisou as
finanças da empresa AEJ Empreendimentos Ltda por meio da Demonstração do Fluxo
de Caixa. A metodologia utilizada foi sob a forma de uma pesquisa exploratória para
proporcionar uma visão geral sobre a análise financeira da empresa por meio das
demonstrações contábeis dos anos em questão. Os resultados alcançados pelo
estudo revelaram, através dos quocientes financeiros, que a DFC é um instrumento
de grande valia para a gestão de caixa e suporte ao processo de tomada de decisões
no âmbito financeiro.
PALAVRAS-CHAVE: Fluxo de Caixa; Análise Financeira; Tomada de decisão.
1. INTRODUÇÃO
Diante das rápidas mudanças que acontecem no cenário econômico atual, os
administradores necessitam de relatórios que transmitam informações práticas e úteis
para a tomada de decisões em tempo real. Dentre os diversos relatórios gerados pela
contabilidade, a demonstração do fluxo de caixa exerce um papel preponderante
neste processo decisório, pois permite ao gestor perceber e, por conseguinte,
controlar as alterações no volume de investimentos, financiamento e disponibilidade
de caixa.
A Lei 11.638/07 torna obrigatória a utilização da demonstração do fluxo de caixa
para as sociedades anônimas e empresas de capital fechado com o patrimônio líquido
acima de R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais). Seguindo uma tendência
internacional e também em função das necessidades dos usuários, principalmente por
parte dos analistas e investidores do mercado de valores mobiliários, a legislação
societária contempla a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) em substituição da
DOAR - Demonstração de origens e aplicações (BRAGA, 2009).
Segundo Godwin e Alderman (2010) a DFC tem como principal objetivo,
informar aos interessados sobre como e por que os recursos financeiros disponíveis
de uma empresa foram alterados no decorrer de um exercício social. Colaborando
sobre o assunto Matarazzo (1997) demonstra que a DFC possibilita aos empresários
avaliar alternativas de investimentos; avaliar e controlar ao longo do tempo as
decisões importantes que são tomadas na empresa, com reflexos monetários; avaliar
as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não
cheque a situações de não liquidez.
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Portanto, a questão que norteou a presente pesquisa foi: Quais as informações
contábeis podem ser extraídas da demonstração do fluxo caixa (DFC) para tomada
de decisão?
O objetivo geral deste estudo foi analisar as finanças da empresa AEJ
Empreendimentos Ltda por meio da Demonstração do Fluxo de Caixa. Em termos
específicos, analisar as diferenças existentes entre a DFC no método direto e indireto;
analisar a evolução da DFC da empresa ao longo dos anos 2012-2014, assim como
analisar a evolução dos principais indicadores financeiros da empresa pesquisada
extraídos da DFC.
A relevância do presente estudo é justificada ao demonstrar, que mesmos as
pequenas empresas com as suas fragilidades de escrituração, podem valer-se da
ferramenta DFC como um instrumento norteador para a tomada de decisão,
proporcionando um melhor direcionamento do capital da empresa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Conceitos e Caracterização da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC)
De acordo com a Lei 6.404/76 em seu artigo 188, a demonstração dos fluxos
de caixa tem como objetivo evidenciar as alterações dos saldos de caixa ocorridos
dentro dos exercícios através de três grupos distintos: fluxos das operações, dos
financiamentos e dos investimentos.
Portanto, trata-se de um instrumento, que permite avaliar se uma empresa é
capaz de gerar fluxos líquidos positivos de caixa e atender as demandas e
compromissos.
De acordo com Hoji (2003, p.259)
O art.176 da lei nº 6404, de 15-12-1976, conhecida, também
como a lei das sociedades por ações, diz que é obrigatória a
publicação pelas companhias, ao final de cada exercício social
com duração de um ano, das seguintes demonstrações
financeiras.
a) Balanço patrimonial;
b) Demonstração do resultado do exercício;
c)
Demonstração de lucros e prejuízos acumulados ou
demonstração das mutações do patrimônio líquido;
d) Demonstrações das origens e aplicações de recursos.
Os fluxos de caixa das atividades operacionais servem para indicar se a
entidade tem gerado capital suficiente para manter sua capacidade operacional.
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Portanto geram resultados de transações e de outros eventos que entram na apuração
do lucro ou de algum prejuízo que venha ocorrer.
Segundo o CPC 03 de 2008, são exemplos de atividades operacionais:
recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços;
recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras
receitas; pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços;
pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; recebimentos e
pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros
benefícios da apólice.
Os fluxos de caixa das atividades de investimentos representam a extensão de
recursos da entidade com a finalidade de gerar lucros ou transição de caixa no futuro.
Alves e Marques (2006, p.20), diz que “as atividades de investimento representam a
segunda seção da DFC e envolvem transações que alteram a estrutura de
investimento da empresa e que afetam o caixa, independentemente do prazo de
realização” Segundo a NBC T 3-8 (2008, p.4) as atividades de investimentos
representam em sua estrutura as mudanças que ocorrem na venda de ativos de longo
prazo e outros investimentos que representam gastos destinados a gerar receitas
futuras e fluxos de caixa e que não estão incluídos nos equivalentes de caixa.
Marques (2004, p. 102) cita alguns exemplos de fluxo de atividades de
investimento que são: contratação de empréstimos e financiamentos novos;
liquidação e pagamento do principal de dívidas; produto recebido na emissão de
debêntures e assemelhados; pagamento do principal de debêntures e assemelhados;
pagamento de dividendos e juros s/ capital próprio; aumento de capital em dinheiro;
contribuições recebidas para reservas de capital; compra, reembolso e resgate de
ações próprias; e outros recebimentos e pagamentos de financiamentos.
As atividades de financiamento envolvem as modificações no passivo exigível
e no patrimônio líquido, que afetaram o caixa no período. De acordo com CPC 03 de
2008 pode-se destacar alguns exemplos de atividades gerados pelas atividades de
financiamento: caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos
patrimoniais; pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou resgatar ações da
entidade; caixa recebido pela emissão de debêntures, empréstimos, notas
promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo
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prazo; amortização de empréstimos e financiamentos; e pagamentos em caixa pelo
arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro.
Para evidenciar as informações resultantes da demonstração de fluxo de caixa
(DFC) é preciso ressaltar que seus dados são calculados sob duas perspectivas: pelo
método direto e pelo método indireto. O método direto facilita a visualização e a
compreensão do fluxo financeiro, demonstrando os recebimentos e os pagamentos
decorrentes das atividades operacionais da empresa, possibilitando a avaliação do
comportamento do seu nível de solvência, que é a capacidade de honrar seus
compromissos. Neste método são apresentados os componentes dos fluxos por seus
valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos
pagamentos. Já a DFC apresentada pelo método indireto se assemelha a DOAR
(Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos), pois a demonstração de
recursos gerados pela empresa é feita através da conciliação do resultado liquido com
a efetiva variação do caixa, exigindo do analista maior conhecimento de contabilidade
(SILVA, 2010). É o que se pode observar no capitulo análise de dados, tabelas 1 e
2.
2.2 Vantagens e Desvantagens do Método Direto
De acordo com Campos Filho (1999) na DFC pelo método direto temos como
vantagens o fato dela proporcionar condições favoráveis para que a classificação dos
recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais, permite que a cultura
de administrar pelo caixa seja introduzida nas empresas e as informações de caixa
podem estar disponíveis diariamente. Já como desvantagens têm um custo adicional
para classificar os recebimentos e pagamentos e a falta de experiência dos
profissionais das áreas contábil e financeira em usar as partidas dobradas para
classificar os recebimentos e pagamentos.
Marion (2009, pag. 456) afirma que a DFC elaborada pelo método direto possui
um poder informativo superior ao método indireto, sendo melhor para usuários
internos e externos e para um bom planejamento do empreendimento.
2.3 Vantagens e Desvantagens do Método Indireto
Segundo Campos Filho (1999), no método indireto temos como vantagens um
baixo custo, pois basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do
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período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na
contabilidade, concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando
como se compõe a diferença. No entanto, como desvantagens podemos dizer que,
caso ocorra alguma alteração na legislação fiscal na contabilidade da empresa, e
possivelmente há, este método ira eliminar somente algumas dessas distorções.
2.4 Análise de indicadores da DFC
A Demonstração dos Fluxos de Caixa serve de base para cálculo de vários
indicadores. Braga e Marques (2001) ressalta que a partir da DFC, podem ser
extraídos diversos indicadores de desempenho que permitem relacionar fluxos de
caixa gerados ou consumidos a um item específico. Alguns desses indicadores são
cobertura de juros, capacidade de quitar dívida, taxa de retorno do caixa e capacidade
de novos investimentos.
Portanto, os indicadores de desempenho são de grande utilidade e possibilitam
a avaliação da liquidez do empreendimento; mostra os indicadores de qualidade do
resultado; sinaliza a habilidade do negócio em atender suas necessidades por
dispêndios líquidos de capital (aquisições menos alienações) e analisa os indicadores
de fluxo de caixa por ação e retorno sobre o investimento.
3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
O presente trabalho foi desenvolvido sob a forma de uma pesquisa exploratória
e teve como instrumento de trabalho as demonstrações contábeis da empresa AEJ
Empreendimentos Ltda nos anos de 2012, 2013 e 2014. De acordo com (GIL 2008) a
pesquisa exploratória tem o objetivo de trazer maior familiaridade com o problema,
com o intuito de torna-lo mais explícito.
Quanto à classificação da pesquisa, a mesma se configura como estudo de
caso. Segundo GIL (2008), o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo
de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado
conhecimento.
O objeto de estudo foi a empresa AEJ Empreendimentos Ltda, empresa do
setor da construção civil localizada na cidade de Sericita – Minas Gerais, com
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atividades iniciada no ano de 2008 atuando em obras (edifícios) do setor público e
privado.
O município de Sericita, no qual a empresa está inserida, está situado na região
sudeste da mesorregião Zona da Mata, microrregião Ponte Nova, da Zona da Mata
Mineira. A economia do município está voltada para a cafeicultura, sendo o terceiro
produtor de café, leite e gado de corte da microrregião segundo o IBGE - Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística de 2014.
4. ANALISE DOS DADOS
O estudo de caso da empresa foi realizado através da DFC método direto.
Entretanto, conforme objetivos propostos, fez-se ainda o levantamento das
informações através do método indireto. Em ambos os métodos os saldos foram os
mesmos (como devem ser) evidenciando as saídas ou entradas através das
atividades operacionais, de investimento ou de financiamento. (CHING; MARQUES;
PRADO, 2003, p. 83).
Portanto, de posse das informações colhidas foi elaborado as demonstrações
conforme tabelas 1 e 2.
Tabela 1: Demonstração do Fluxo de Caixa Método Direto
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Valor expresso em Reais (R$)
Nº Conta
1
2012
2013
2014
Fluxos de caixa atividades operacionais
1.01 Valores Recebidos de Clientes
4.829.787,18
5.324.965,83
1.02 Valores Recebidos a Titulo de Juros
-
-
1.03 Duplicatas a Descontadas
-
-
25.261,97
150.000,00
1.04 (-) Pagamentos a Fornecedores
28.063,14
1.05 (-) Pagamentos de Impostos
1.06 (-) Pagamentos de Salários
131.131,66
122.592,84
2.559.385,58
2.419.124,68
63.753,43
183.019,44
1.07 Pagamentos a Juros
1.08 (-) Pagamentos de Despesas Antecipadas
1.09 Disponibilidades Liquidas geradas nas Atividades Operacionais
2
- 28.063,14
-
-
2.050.250,54
2.453.228,87
-
27.500,00
Fluxos de caixa Atividades Investimentos
2.01 Recebimentos por Venda de Ativo imob/...
2.02 (-)Empréstimos Concedidos a Coligadas
2.03 (-)Compras de Imobilizado
392.386,47
2.04 Aquisição de Ações/Cotas
2.05 Disponibilidade Liquidas Geradas investimento
3
-
-
115.429,49
566.097,41
-
300.000,00
-392.386,47 - 115.429,49 - 838.597,41
Fluxos de Caixa Atividades Financiamento
3.01 Integralização ou Aumento de Capital Soc.
92.012,30
10.000,00
3.02 (-)Pagamentos de Lucros e Dividendos
3.03 (-)Empréstimos Tomados a Curto Prazo
1.380.000,00
0.00
-
1.744.477,60
1.815.494,82
3.04 Pagamentos de Empréstimos / Debent.
609.715,86
1.039.541,85
1.873.556,23
3.05 Disponibilidades Liquidas Geradas financiamento
-517.703,56
714.935,75
1.321.938,59
-938.153,17
2.649,760,80
2.936.570,05
4
Aumento (Redução) nas Disponibilidades
5
Disponibilidades no Inicio do Período
-
520.464,62
1.071.235,70
6
Disponibilidades no Final do Período
520.464,62
1.071.235,70
266.597,68
7
Variação das Disponibilidades
520.464,62
550.771,08 - 804.638,02
Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no sistema contábil da empresa.
Tabela 2: Demonstração do Fluxo de Caixa Método Indireto
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Valor expresso em Reais (R$)
N
Conta
1
Fluxos de caixa atividades operacionais
2012
2013
1.01 Resultado Líquido do Exercício
2014
-
-
82.216,33
76.603,91
1.03 (-)Resultado da Venda de Ativo Imobilizado
-
-
1.04 (-)Resultado da Equivalência Patrimonial
-
-
-
-
1.02 Depreciação e Amortização
1.05 (-) Recebimentos de Lucros e Dividendos
1.06 (Aumento) Redução Em Contas a Receber
92.554,80
887.185,73 - 470.493,54
1.07 Aumento (Redução) Em Duplicatas Descont.
-
-
1.08 Aumento (Redução) Em Provisão Créditos de Liquidação Duvidosa
-
-
179,00
703.908,14
1.09 (Aumento) Redução Em Estoques
1.10 (Aumento) Redução Em Despesas Antecipadas
152.064,40
28.248,68 -
1.12 Aumento (Redução) Em Fornecedores
6.922,09 -
3.078,03
-
-
8.886,72
21.194,23
100,40
10.986,53
971.288,09
1.068.695,04
2.01 Recebimentos Por Vendas de Ativo Inv./Imob./Intang.
-
-
2.02 (-) Empréstimos Concedidos a Coligadas e Controladas
-
-
115.429,49
566.097,41
-
300.000,00
1.13 Aumento (Redução) Em Contas a Pagar e Provisões
1.14 Aumento (Redução) Em Imposto de Renda e Contribuição Social
1.15 Disponibilidades Líquidas Geradas Nas Atividades Operacionais
2
- 31.260,92
Fluxos de caixa originários de atividades de investimentos
2.03 (-) Compras de Imobilizado
392.386,47
2.04 (-) Aquisição de Ações/Cotas
2.05 Disponibilidades Líquidas Geradas Atividades Investimentos
3
-392.386,47 - 115.429,49 - 866.097,41
Fluxos de caixa atividades de financiamentos
3.01 Integralização ou Aumento de Capital Social
10.000,00
3.02 (-) Pagamento de Lucros e Dividendos
3.03 Empréstimos Tomados a Curto Prazo
3.04 (-) Pagamentos Empréstimos/Debêntures
3.05 Dispon. Líquidas Atividades Financiamentos
1.380.000,00
-
-
92.012,30
1.744.477,60
1.815.494,82
609.715,86
1.039.541,85
1.873.556,23
-517.703,56
714.935,75
1.321.938,59
4
Aumento (Redução) Nas Disponibilidades
5
Disponibilidades no Início do Período
-
520.464,62
1.071.235,70
6
Disponibilidades no Final do Período
520.464,62
520.464,62
266.597,68
7
Variação das Disponibilidades
520.464,62
-941.350,95
1.570.794,35 - 612.853,86
1.071.235,70 - 804.638,02
Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no sistema contábil da empresa
pesquisada.
De acordo com as tabelas é possível verificar a evolução dos fluxos de caixa
da empresa AEJ Empreendimentos nos anos de 2012, 2013 e 2014. No que diz
respeito as diferenças das DFC´s no método direto e indireto, percebe–se que a
diferença explicita é na estruturação nas atividades operacionais, pois segundo Perez
jr.& Begalli (1999) o método indireto parte do resultado das operações , já o método
direto demonstra todos os pagamentos e recebimentos oriundos das atividades
operacionais das empresas.
Em análise às atividades operacionais, pode se observar que no ano de 2012
a empresa gerou um caixa negativo de R$ 28.063,14, já no ano de 2013 a empresa
obteve um caixa de R$ 2.050.250,54 e no ano de 2014 teve um aumento de quase
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20% em relação ao ano anterior, isso ocorreu praticamente pelo aumento das receitas
operacionais.
Continuando a analise, as atividades de investimentos no ano de 2012
consumiu um caixa de R$ 392.386,47, ao realizar investimentos em sua estrutura,
principalmente no imobilizado como pode ser observado na tabela. Em relação ao ano
de 2013 é possível extrair da DFC que a empresa desembolsou R$ 115.429,40,
revelando uma queda de investimento no seu ativo não circulante. Já no ano de 2014
fica notório que a empresa buscou se reestruturar investindo 838.597,41 (oitocentos
e trinta e oito mil quinhentos e noventa e sete reais e quarenta e um centavo) em ativo
imobilizado.
No que diz respeito às atividades de financiamentos, no ano de 2012 foi
aportado a quantia de R$ 92.011,00 de integralização de capital social, mas também
houve um pagamento de empréstimos no valor de R$ 609.715,86 que levou a
empresa a gerar um caixa negativo nessa atividade. Já no ano de 2013 a empresa
gerou R$ 714.935,75 de caixa liquido nas atividades de financiamento, valor esse que
foi resultado de contratação de empréstimos em um valor superior aos pagamentos,
o mesmo pode ser observado no ano de 2014 onde a empresa gerou um caixa liquido
de R$ 1.321.938,59.
A demonstração do fluxo de caixa como qualquer outra demonstração serve
como base para cálculos indicadores financeiros. Eis o que veremos:
De acordo com Braga e Marques (2001, p.12) a cobertura de dividas com caixa,
serve para verificar a capacidade da entidade em honrar suas obrigações, seja elas
do passivo circulante ou do exigível em longo prazo. E ainda segundo o autor esse
índice pode ser obtido pela divisão do fluxo de caixa operacional retido pelas dividas
totais, este índice revela para nos o numero de anos necessário para quitar todas às
dividas da empresa.
Tabela 3: Quocientes de Cobertura de Dívidas com Caixa
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Cobertura de Dívidas com Caixa
2012
Fluxo de Caixa Operacional (1)
- 28.063,14
Dividendo e Juros sobre Capital (2)
Fluxo de Caixa Operacional Não Dist. 1-2= (3)
- 28.063,14
Passívo Exigível (4)
244.464,08
Quantidade de tempo (em anos) necessários para quitar todo o
passivo exigível da empresa (4)/(3)
2013
2.050.250,54
2.050.250,54
1.047.715,89
2014
2.453.228,87
2.453.228,87
605.206,48
0,510
0,247
Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos no ano de 2012, 2013 e
2014.
Apontando para a empresa em estudo AEJ EMPREENDIMENTOS no ano de
2012, percebe-se que não foi possível analisar o tempo necessário que os fluxos de
caixa gerados precisariam para quitar as dividas, pois a DFC gerou caixa negativo nas
atividades operacionais. No ano de 2013 constatamos que a empresa precisaria de
aproximadamente 6 (seis) meses para quitar seus passivos, pois mesmo com o
aumento das obrigações a empresa obteve aumento relevante nas receitas
operacionais. Quando analisamos o ano de 2014 fica evidenciado um melhor
desempenho em relação aos anos anteriores, pois o tempo necessário para sanar
suas dívidas passou dos seis meses de 2013 para aproximadamente de três meses
em 2014. Tal fato se deve a retração das dívidas e expansão do caixa, ainda que de
forma sutil.
Para Braga e Marques (2001) o índice de qualidade de resultado é importante
para as empresas, pois este fornece a medida de dispersão entre fluxos de caixa e os
lucros divulgados, comparando o fluxo de caixa operacional com resultado
operacional.
Tabela 4: Quociente de Qualidade de Resultado
Qualidade do Resultado
Fluxo de caixa operacional (1)
Resultado Operacional (2)
Para cada R$ 1,00 de lucro a empresa gera em caixa operacional (1)/(2)
2012
- 28.063,14
-
2013
2.050.250,54
1.125.841,70
1,82
2014
2.453.228,87
840.759,95
2,92
Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos nos anos de 2012,2013 e 2014.
No ano de 2012 não foi possível analisar a geração de caixa da empresa, pois
faltaram informações. Já no ano de 2013 percebe-se que a empresa obteve R$ 1,82
na geração de caixa operacional para cada um real de lucro. Para o ano de 2014 fica
nítido o melhor desempenho dos três anos analisados, pois para cada 1,00 real de
lucro a empresa conseguiu gerar praticamente 2,93 de caixa operacional.
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Segundo Braga e Marques (2001), um índice interessante de ser analisado é o
retorno de caixa sobre o patrimônio líquido, pois esse mede a taxa de recuperação de
caixa dos investimentos realizados pelos acionistas; por isso, o FCO não deve eliminar
os juros e encargos pagos.
Tabela 5: Retorno do Fluxo de Caixa
Retorno sobre o Patrimônio liquido
Fluxo de caixa Operacional (1)
Patrimônio Liquido (2)
Taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos sócios (1) /(2)
2012
2013
2014
- 28.063,14 2.050.250,54 2.453.228,87
934.023,81 1.677.172,25 1.960.616,09
1,22
1,25
Fonte: elaboração do autor de acordo com os dados obtidos nos anos de 2012, 2013 e 2014.
O uso dos indicadores de retorno de fluxo de caixa é muito importante para
tomada de decisão, sendo que seu principal objetivo é demonstrar para os usuários
das informações o quanto a empresa consegue recuperar de seus investimentos no
decorrer do tempo.
Na empresa analisada foi possível observar que, em se tratando de retorno
sobre patrimônio liquido no ano de 2012 não foi gerado caixa nas atividades
operacionais, sendo assim não foi possível analisar o retorno sobre o patrimônio
liquido. Já no ano de 2013 a empresa gerou índice de 1,22 de recuperação do capital
investido pelos sócios. No entanto, no que se refere ao retorno sobre o patrimônio
liquido no ano de 2014, o índice foi 1,25 de taxa de recuperação dos investimentos
realizados pelos sócios.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos dados DFC revelou que a empresa AEJ Empreendimentos
apresentou uma melhora na geração de caixa operacional em relação ao ano de 2012
de negativo para positivo nos anos seguintes evidenciando a sua capacidade de
manter atividades, cumprir suas obrigações e ainda remunerar seus sócios através
das suas disponibilidades. Extraiu-se da DFC importantes quocientes de desempenho
e qualidade do resultado demonstrando uma saúde financeira em ascensão.
Observou-se ainda que, dado as características estruturais dos modelos de
DFC, o método indireto requer menos conhecimentos técnico-contábeis em
comparação ao método indireto.
Conclui-se que o DFC é certamente um instrumento de grande valia, uma vez
que a sua utilização auxilia os gestores para a tomada de decisões ótimas no âmbito
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financeiro, pois como já foi dito, através da analise das suas informações é possível
evidenciar os gastos e investimentos em momentos oportunos, possibilitando
correções e alterações no planejamento financeiro, econômico ou operacional.
REFERENCIAS
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Demonstração dos Fluxos de Caixa como Ferramenta de Análise Financeira.
Revista Pensar Contábil. Rio de Janeiro, v. VIII, n 32, p 18-23, abril/maio/junho. 2006.
BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações Contábeis. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Lei nº 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de
1976, estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e
divulgação de demonstrações financeiras. Diário Oficial da União, Brasília-DF,
28/12/2007
(Edição
Extra),
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20072010/2007/lei/l11638.htm. Acesso: em: 07ago. 2014.
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indispensável para administrar sua empresa. São Paulo: Atlas, 1999.
CHING, Hong Y; MARQUES, Fernando; PRADO, Lucilene. Contabilidade &
Finanças. São Paulo. Prentice Hall, 2003.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico 03.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
GODWIN, Norman H.; ALDERMAN, C. Wayne. Financial ACCT: 2010 Student
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IBGE.
Síntese
das
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Disponível
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http://cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=310030&idtema=16&sear
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HOJI, Masakazu. Administração financeira. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARION; José Carlos. Contabilidade Empresarial. 12°ed. Atlas, São Paulo, 2009
MARQUES, José Augusto Veiga da Costa. Análise financeira das empresas: liquidez,
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MATARAZZO, Dante Carmine. Análise financeira de balanços: abordagem
gerencial. ed. São Paulo: Atlas, 1977.
SILVA, Alexandre Alcântara. Estrutura, análise
demonstrações contábeis. 2 ed. São Paulo: Atlas 2010.
e
interpretação
das
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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A PERCEPÇÃO DE GERENTES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO
SETOR SUPERMERCADISTA SOBRE IMPLANTAÇÃO DO SETOR DE GESTÃO
DE PESSOAS
Lucélia de Lourdes Leal Teixeira – Graduada em Administração pela Faculdade
UNIVÉRTIX.
Clésio Gomes de Jesus - Bacharel em Administração. Especialista em
Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor Univértix.
Dilcimar Gomes de Araújo - Bacharel em Administração
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Especialista em Gestão Pública Municipal. Gestão de Tecnologia da Informação e
Docência no Ensino Superior. Professor Univértix.
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O processo de implantação do RH/Gestão de Pessoas nas micro e pequenas
empresas vêm para despertar interesses e desafios nas organizações, que vê o
mesmo como uma oportunidade de crescimento e inovação. O objetivo deste estudo
é identificar a percepção de gerentes de micro e pequenas empresas do setor
supermercadista sobre as vantagens na contratação de um profissional na área de
gestão de pessoas. A pesquisa realizada foi descritiva, com abordagem qualitativa, foi
realizada uma entrevista estruturada aplicada a quatro gerentes de supermercados.
Pôde-se verificar que existe uma necessidade de maior conhecimento dos gestores
sobre as extensas condições que este setor oferece, e ainda foram apresentados
problemas que um profissional de Gestão de Pessoas/RH poderia resolvê-los e
proporcionar a organização um melhor aproveitamento das pessoas, levando ao
crescimento de ambos.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Pessoas; pequenas empresas; inovação; mercado.
1. INTRODUÇÃO
Diante do crescimento da economia, o mercado tem exigido cada vez mais das
organizações, estas por sua vez precisam usar de seus recursos para se
sobressaírem com qualidade. As organizações atuais dispõem de alternativas
variadas para o desenvolvimento das pessoas. A tão conhecida Era do Conhecimento
- também conhecida como Era da Informação - que teve inicio em 1990 e perdura até
os dias atuais - se destacou pelas mudanças aceleradas que ocorrem em decorrência
do avanço tecnológico e da globalização. Diante disto, as organizações tiveram que
mudar seus processos administrativos, uma das mudanças que se destaca é em
relação aos colaboradores que passam a serem vistos como seres proativos e
inteligentes, e que precisam ser impulsionados e motivados (RIBEIRO, 2010;
MACHADO, 2011).
Entre as mudanças vivenciadas, tanto pelas organizações quanto pelos
trabalhadores, se destacam: trabalhar com formas variadas de remuneração, buscar
as competências dos profissionais diante dos objetivos da organização, apresentar
modelos de avaliação e desempenho que possam propiciar desenvolvimento do
profissional,
dispor
de
ambiente
propício
a
criatividade,
inovação
empreendedorismo, entre outras propostas (Ferreira, et al 2009).
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e
Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE) - Empresa de Pequeno Porte (EPP) é um empreendimento com
faturamento bruto anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões. As organizações de
pequeno porte não dispõem de muitos recursos na área de Gestão de Pessoas, fato
que pode levar a dificuldades para realização de mudanças propostas. Ao mesmo
tempo, deve ser considerado que, na economia brasileira atual as empresas de
pequeno porte representam 98,3% dos negócios legalizados (PALMEIRA, 2009).
Na elaboração deste trabalho foram pesquisadas Micro empresas (ME),
"Considera-se ME (Micro empresa), para efeito do Simples, a pessoa jurídica que
tenha auferido, no ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$120.000,00
(cento e vinte mil reais) (BRASIL, 2014 p.1)".
As questões que nortearam a presente pesquisa foram: Quais mudanças
podem acontecer em uma organização de pequeno porte com Gestão de Pessoas/RH
Implantado? Qual a diferença entre duas organizações uma que possui o Sistema de
Gestão de Pessoas/RH e outra que não o adota? Buscar informações, sobre o grau
de turnover de ambas as empresas.
O objetivo deste estudo é identificar a percepção de gerentes de micro e
pequenas empresas do setor supermercadista sobre as vantagens na contratação de
um profissional na área de gestão de pessoas.
Pretende-se com esse estudo entender se as empresas micro empresas
podem se beneficiar com a implantação do setor de gestão de pessoas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Atualmente vivemos na atual Era da Informação, conhecida também como Era
do Conhecimento (1990 até os dias de hoje). A Era da Informação é marcada pelo
avanço da tecnologia e a globalização, onde, as pessoas começaram a serem vistas
como seres proativos e inteligentes, mas que ao mesmo tempo precisam ser
impulsionadas e motivadas. Nesta época, passa a vigorar a Gestão de Pessoas, onde
as pessoas são tratadas como parceiras da organização (MACHADO, 2011;
CHIAVENATO, 2014).
Nos dias de hoje, cuidar da área de pessoal é função da Gestão de Pessoas
(GP). O capital humano ganhou reconhecimento, e não é mais tratado como qualquer
outro recurso empresarial. Este se tornou parte integrante das estratégias
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organizacionais, podendo ter autonomia para as decisões, assim como, capacidades
para gerenciar os recursos, que são comandados pelo homem, e não comparados a
ele, são as pessoas que fazem a organização funcionar (BRASIL, 2010).
De acordo com Chiavenato (2014) hoje os profissionais da Gestão de Pessoas
devem assumir papeis operacionais e estratégicos. Precisam saber fazer cumprir as
regras, e serem parceiros, ao mesmo tempo. Sendo mais claro para a GP adicionar
valor à organização, atender os objetivos esperados por ela e ainda, criar vantagens
competitivas, esta precisa desempenhar papéis cada vez mais múltiplos e complexos.
A área de Gestão de Pessoas pode ser descrita como um sistema formado por
cinco subsistemas, sendo eles: provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento, e
monitoração de recursos humanos. (Chiavenato, 2014).
A provisão pode ser definida como um processo para agregar pessoas, ou seja,
é o meio utilizado para incluir novos funcionários na empresa, este subsistema é a
porta de entrada do profissional à organização (ALESSANDRI, 2009).
O processo de agregar pessoas na organização se divide entre recrutamento e
seleção de pessoas. O recrutamento é uma ferramenta usada pela organização para
divulgar no mercado, os perfis esperados pela organização para suprir determinadas
vagas. A intenção do recrutamento é atrair os candidatos para serem selecionados. A
seleção funciona como se fosse um filtro, onde apenas aqueles candidatos que
apresentarem as características esperadas pela organização serão contratados
(CHIAVENATO, 2014).
Uma vez que o funcionário já faz parte da organização é necessário direcionálo a sua função. O subsistema de aplicação trata da socialização deste novo integrante
a sua equipe, também apresenta ao participante os métodos de trabalho da empresa,
e as maneiras que o funcionário deverá exercer sua função em prol da organização,
assim como, seguir regras para o perfeito funcionamento das atividades, cumprir
horários estabelecidos, seguir orientações a ele determinadas pelo superior e
acompanhar as regras e regulamentos propostos pela empresa (JÚNIOR, 2012).
Com o recuso disponível na empresa e o mesmo aplicado adequadamente, é
necessário que se garanta sua manutenção e esta se dá através do pagamento de
salários, benefícios, promoção da segurança e atenção as necessidades da pessoa.
A adoção dos benefícios traz vantagens tanto para o funcionário, quanto para a
empresa. Entre os benefícios mais comuns estão: auxílio-doença, 13º salário, salárioAnais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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família, férias, salário-maternidade, assistência médica e odontológica, vale
transporte, cesta básica, etc. Além disso, também se mantém um funcionário na
empresa com a prática da prevenção de acidentes, roubos e incêndios, através de
medidas que proporcionem segurança e tranqüilidade (GYSI, et al, 2009).
Para assegurar que as tarefas sejam executadas de maneira esperada é
necessário que haja treinamento de pessoal, através programas de treinamento e
desenvolvimento (PALMEIRA, 2009).
São várias as definições de treinamento, modernamente, este é considerado
um meio de desenvolver competências nas pessoas, para que elas se tornem mais
produtivas, criativas e inovadoras a fim de contribuir melhor para os objetivos
organizacionais e se tornar cada vez mais valiosas (CHIAVENATO, 2014, p.310).
Desenvolver pessoas é, sobretudo, dar lhes a informação básica para que aprendam
novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que mudem seus hábitos e
comportamentos e se tornem mais eficazes no que fazem (CHIAVENATO, 2014,
p.307).
A monitoração de recursos humanos analisa os bancos de dados e os sistemas
de informação de RH, com a intenção se certificar que tudo está de acordo com o
esperado. Através de dados de prontuários e fichas, contidos no registro pessoal é
possível definir perfil e competências pessoais, entre outras, assim como, analisar o
cumprimento das tarefas de acordo com as exigências e possibilidades de cada
profissional (Benzoni e Vanalle, 2001) .
O bom desempenho do profissional, leva aos resultados positivos para a
organização, para garantir que isso aconteça é necessário que os gestores assumam
o desafio de captar, integrar, aperfeiçoar e manter as pessoas nas organizações
(LACOMBE, 2005, citado por GIRARDI et al, 2010)
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. Segundo
(NEVES, 1996, p. 1):
A pesquisa qualitativa não busca enumerar ou medir eventos e geralmente, não
emprega instrumental estatístico para análise de dados; seu foco de interesse é amplo
e parte de uma perspectiva diferenciada da adotada pelos métodos quantitativos. Dela
faz parte a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do
pesquisador com a situação objeto de estudo. Nas pesquisas qualitativas, é frequente
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que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos
participantes da situação estudada e, a partir daí, situe interpretação dos fenômenos
estudados.
Como instrumento de coleta de dados foi realizada uma entrevista estruturada,
em quatro supermercados: Supermercado 1, situado em Padre Fialho, com nove
funcionários, inscrito como micro empresa, sem gestão de pessoas; Supermercado 2,
situado em Padre Fialho, com dez colaboradores, inscrito como empresa de pequeno
porte; sem gestão de pessoas. Supermercado 3, situado em Abre Campo, com seis
colaboradores, inscrito como micro empresa, atua neste ramo a dois anos, sem gestão
de pessoas. E por fim, Supermercado 4, situado em Abre Campo, com vinte e cinco
funcionários, inscrito como micro empresa, com gestão de pessoas.
A população investigada foi composta por quatro gerentes. Os participantes da
pesquisa foram esclarecidos sobre os objetivos e motivos desta, foram garantidos a
estes o anonimato e justificado a escolha do pesquisado. Com o consentimento deste,
o mesmo assinará o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os dados foram transcritos e armazenados no Microsoft Office Word 2007 e
interpretados conforme o referencial teórico desenvolvido.
4. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS
Para fins de análise os três gerentes que não possuem setor de Gestão de
Pessoas serão nomeados de: Entrevistado 1, 2 e 3. O gerente que possui setor de
Gestão de Pessoas será nomeado de: Entrevistado 4.
Na primeira questão, a qual pedia a opinião dos gestores sobre qual seria o papel
do setor de RH/Gestão de Pessoas. Três gestores de quatro entrevistados, os quais
não possuem o setor de Gestão de Pessoas responderam:
Realizar tarefas necessárias para contratar funcionários e fazer pagamentos
(entrevistado 1).
Ajuda a selecionar e contratar funcionários, realiza treinamentos e acompanha o
desenvolvimentos dos funcionários (entrevistado 2).
Responsável por contratar funcionários, treinamentos (entrevistado 3).
Ele dá suporte para a empresa e para o funcionário, retém talentos, além de
aproveitar o máximo de cada funcionário (entrevistado 4).
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Segundo Machado (2011), o setor de RH/Gestão de Pessoas é uma função
administrativa, que leva as pessoas a realização de trabalho planejado, organizado, e
coordenado, através de desenvolvimento, manutenção, pesquisa e utilização correta
da força de trabalho.
Quanto à relevância do departamento de RH/Gestão de pessoas para a
empresa, os entrevistados responderam:
É este departamento que fornece subsídios necessários para que se possa
trabalhar com eficácia, orientar, coordenar e avaliar o desempenho (entrevistado
1).
Ajuda na seleção de funcionários com qualidade ao cargo, na competitividade
(entrevistado 2)
Ele desenvolve a empresa e traz competitividade (entrevistado 3).
Ele impulsiona a competitividade, desenvolve qualidade e excelência para a
empresa (entrevistado 4).
Foi questionado ainda, se o entrevistado acredita que o RH/Gestão de pessoas
pode contribuir para o crescimento da empresa:
Sim, pois é ele que dá suporte à organização, e supre as necessidades de
treinamentos de funcionários (entrevistado 1).
Sim, pois poderá manter a equipe equilibrada e ajudar na contratação dos
funcionários certos (entrevistado 2).
Sim, através de treinamentos (entrevistado 3).
Sim, através da gestão de funcionários (entrevistado 4).
À medida que o gestor passa a conhecer melhor os desejos e expectativas
humanas consideradas fundamentais, assim como, os comportamentos e suas
causas, fatos que são possíveis através do trabalho do trabalho realizado pelo setor
de RH/Gestão de pessoas, este por sua vez, vai adotando condutas cada vez mais
capazes de desenvolver uma parceria produtiva e eficiente com as pessoas que o
ajudam a atingir suas metas (XAVIER, 2006).
Quanto aos métodos adotados para manter os funcionários atualizados, as
respostas foram:
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São oferecidos palestras e treinamentos para os colaboradores com frequência
de seis em seis meses (entrevistado 1).
Apenas realizamos reuniões mensais, passando a eles pontos importantes
(metas) para os próximos meses e relatamos problemas que estão ocorrendo
(entrevistado 2).
Não dispomos de nenhum tipo de recursos para mantê-los atualizados
(entrevistado 3).
Reuniões, treinamentos de atendimento ao cliente, dinâmicas para desenvolver
o trabalho em equipe, isso acontece de 6 em 6 meses (entrevistado 4).
Uma empresa precisa estar sempre inovando seus recursos produtivos, os
métodos adotados, os processos desenvolvidos, enfim, sua forma de pensar, sentir e
agir. E isso só poderá acontecer se esta tiver pessoas que acompanham a evolução,
ou seja, colaboradores atualizados, que buscam os meios necessários para isso, e
que estejam dispostos a abrir mão de velhas práticas e adotar novos métodos. Porém
é tendência das pessoas se acomodarem, pois isso é mais fácil e confortável. Porém
o gestor deve motivá-las e direcioná-las, oferecendo atualizações constantes como
buscam de benefícios para ambas as partes (XAVIER, 2006).
Buscou-se saber como é feita a seleção de novos funcionários/talentos para a
empresa, as questões levantadas pelos gestores que não possuem o GP foram:
A empresa busca sempre pessoas alegres, comunicativas, educadas, com
qualidades para fazer com que a empresa cresça (entrevistado 1).
Observamos se existe pelo menos algum tipo de experiência no cargo que
precisamos e o comportamento da pessoa na cidade (entrevistado 2).
São contratados com base na família, depende de como a família é vista na
cidade (entrevistado 3).
Através do curriculum, entrevistas e competências ao cargo (entrevistado 4).
Franco (2002) citado por Ferreira et. al. (2009, p. 4) destaca:
a capacidade de atrair e reter talentos passa a representar principal desafio
em recrutamento e seleção, tendo em vista sua grande importância ao
fornecer os talentos necessários à sobrevivência e ao crescimento das
empresas.
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“Ainda sobre o autor supracitado,” o objetivo da seleção eficaz é simples:
adequar as características individuais (capacidade, experiência etc.) aos requisitos do
trabalho (ROBBINS, 2002 citado por FERREIRA et. al. 2009 p. 4).
Foi questionado aos entrevistados, se a empresa oferece algum incentivo aos
funcionários que buscam qualificação fora da empresa. Caso a resposta fosse
positiva, foi solicitada a identificação de como isso acontece.
Apenas um dos
entrevistados, disse que oferece treinamento fora da empresa, este não possui o GP,
segundo ele, o treinamento fora da empresa, acontece da seguinte forma:
Entrando em contato com comerciantes maiores e com maiores experiências,
para que se possam buscar qualificações para serem renovadas para os
colaboradores (entrevistado 1).
As grandes mudanças provocadas nas pequenas empresas se dão, devido à
necessidade de qualificação de seus quadros. A preparação e qualificação dos
funcionários se tornaram uma questão de sobrevivência (SARACEMO, 2004 citado
por GOMES, 2010).
Dessler (2003) citado por Gysi et al. (2009 p. 7) definem o treinamento como:
[...] um conjunto de métodos utilizados para transmitir aos funcionários as
habilidades necessárias para o desempenho do trabalho. O treinamento
busca mudanças de comportamento, através da transmissão de informações,
desenvolvimento de habilidades, de atitudes e de conceitos.
Foi colocado para o gestor, quais são os requisitos mínimos ideais para que um
colaborador seja considerado um bom profissional, as preferências apresentadas por
todos os gestores, foram:
Para a empresa, um bom colaborador tem que saber conversar com todos sem
ignorar ninguém, ter respeito como próximo, educação e acima de tudo ser
sempre alegre (entrevistado 1).
Educação, iniciativa, responsável e confiável (entrevistado 2).
Confiável, educado e ágil (entrevistado 3).
Pro atividade, responsabilidade e educação (entrevistado 4).
O profissional competitivo no mercado de trabalho atual é aquele que consegue
dar conta de várias situações do dia a dia da empresa. Também conhecido como
polivalente. Para que essa necessidade seja preenchida, muitas empresas divulgam
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anúncios, em busca de colaboradores com as seguintes características: “espírito de
liderança; criativo; inovador; disposto a aceitar desafios; boa relação interpessoal;
facilidade em se comunicar; experiência e domínio na função” (RODRIGUES E ROTA,
2012).
Diante da questão, que retrata a permanência média de um funcionário na
empresa, as respostas apontam que:
Acima de um ano (entrevistado 1).
Um ano (entrevistado 2).
Seis meses (entrevistado 3).
Dois anos (entrevistado 4)
Diante do mercado de trabalho cada vez mais competitivo e de profissionais mais
exigentes, buscando maior valorização a cada dia, é necessário que as empresas
adotem um plano de gestão adequado, caso contrário , correrão o risco de perder
bons profissionais que poderiam gerar lucros significativos. O funcionário, após se
desligar da organização, provavelmente irá para outra empresa, com experiência que
irá fortalecer a mesma. Além do mais essa rotatividade de profissional poderá gerar
para o empreendedor um alto custo com admissão, rescisão, dentre outras despesas
(BORGES, 2011).
Quanto ao envolvimento da equipe, se esta está totalmente engajada no
processo da empresa, (veste a camisa da empresa, abraça a causa, trabalha com
vontade), as respostas foram:
Sim, porque a pessoa que é um bom colaborador, acima de tudo ele tem que
vestir a camisa e lutar para a empresa se sobressair (entrevistado 1).
Apenas alguns funcionários vestem a camisa da empresa (entrevistado 2).
Não, sinto os desmotivados, com desanimo no trabalho (entrevistado 3).
Sim, todos os colaboradores vestem a camisa da empresa, tem orgulho de
trabalhar na mesma (entrevistado 4).
Uma coisa que pode ser considerada rara na organização ainda é o fato desta
ter sempre funcionários motivados. Isso não pode ser considerado como desinteresse
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do profissional, pois muitas vezes as empresas não se preocupam em criar condições
que favoreçam o desempenho das tarefas entre outros fatores que motivam os
trabalhadores. As organizações reconhecem a necessidade de ter funcionários
motivados, mas muitas vezes não contribuem para que isso aconteça (RIBEIRO,
2010).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se observar que os gerentes pesquisados demonstraram ter pouco
conhecimento da verdadeira e extensa função do setor de RH/Gestão de pessoas.
Fato que se confirma, uma vez que quando foram atribuir funções a este setor,
designaram na maioria das vezes, a contratação dos funcionários, como se esta fosse
à única função destinada a ele. Para que o setor de gestão de pessoas possa
contribuir com a empresa não são necessários grandes investimentos, no caso de
uma pequena empresa, apenas um funcionário com capacitação adequada pode
atender essa demanda e ajudar a empresa a se firmar neste mercado cada vez mais
competitivo.
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XAVIER, Ricardo. Gestão de Pessoas na prática: os desafios e a solução. São
Paulo: Editora Gente, 2006
O ORÇAMENTO EMPRESARIAL COMO FORMA DE GESTÃO
Jéssica de Castro Inácio e Miliane Leal Januário. Bacharelandas em
Engenharia Civil da Faculdade UNIVÉRTIX.
.Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em
Língua Inglesa. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins. Graduada em Serviço Social. Especialista em Gestão de
Recursos Humanos. Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade
UNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Especialização em Ensino da Matemática.
Graduada em Matemática. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
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RESUMO
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O presente trabalho apresenta uma análise do orçamento empresarial como um
elemento fundamental no processo de gestão. Através de um levantamento
bibliográfico, essa pesquisa evidencia, de forma ampla, os principais conceitos,
características e tipos de orçamento para conhecimento geral desse processo.
Aborda, também, o impacto dos principais orçamentos na tomada de decisão do
controle orçamentário. Para uma gestão e implantação bem sucedidas, é necessária
que haja organização dos dados, análise prévia e parametrizações para que o orçado
seja alcançado. Após a apresentação desses conceitos, conclui-se que nenhum
sistema orçamentário pode resolve todos os problemas administrativos, mas pode
prever soluções. O orçamento fornece uma grande quantidade de relatórios gerenciais
e fiscais e permite análises que ajudam a organizar e controlar os setores.
PALAVRAS-CHAVE: Orçamentos, plano de negócio, gestão.
1. INTRODUÇÃO
No cenário do mundo atual, observa-se que cada vez mais sobrevive na arena
dos negócios empresariais profissionais qualificados e com visão difusa para gerir os
processos. Nesse grupo de qualificações, alguns conhecimentos e habilidades
tornam-se essenciais. Entre eles destaca-se o orçamento nos projetos das empresas,
o qual vem agregar informações rápidas e eficientes para sua execução. Mesmo que
sua implantação seja complexa, ele pode trazer benefícios que contribuirão para
reduzir a margem de erro e redundância de informações, além de proporcionar a
maximização de lucros da empresa.
O presente trabalho tem como objetivo discutir sobre como o orçamento
contribui para que o objetivo traçado seja realmente alcançado. Pretende-se
apresentar os condicionantes básicos para implantação e utilização de um sistema
orçamentário; as vantagens e desvantagens de um orçamento, além dos principais
orçamentos para controle e gestão.
O orçamento tem como objetivo acompanhar o desempenho da empresa e
assegurar que os desvios sejam analisados e adequadamente controlados. Trata-se
de um instrumento de planejamento e controle através do qual as empresas projetam
com antecedência as ações a serem executados e os recursos a serem empregados.
Por meio dessa análise, será feito o controle de como será executado o que foi
planejado. (CUNHA, 2009).
Esse levantamento bibliográfico é relevante para os profissionais da área de
Engenharia Civil e para aqueles que estão no caminho para essa profissão, pois traz
à tona uma série de conceitos que devem ser assimilados e colocados em prática
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durante a atuação profissional. Através de uma boa análise de orçamento, podem-se
evitar despesas desnecessárias e o andamento da obra não sofrerá com atrasos e
problemas decorrentes da falta de recursos.
2. METODOLOGIA.
O presente artigo configura-se como uma pesquisa bibliográfica utilizando
como fonte as bases de dados eletrônicos da plataforma Scielo, os Periódicos da
Capes, além de artigos em revistas da área e dissertações juntamente com pesquisa
em livros publicados sobre o tema.
De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 65), a pesquisa bibliográfica “procura
explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos,
buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado
existentes sobre um determinado assunto”.
O critério para análise dos estudos foram as publicações em língua portuguesa
no período de 2000 a 2015, considerando as principais definições referentes ao papel
do orçamento na gestão.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 O planejamento
De acordo com dados da UNIEMP (2010) citado por Azevedo et al (2011) a
construção civil é definida como uma atividade econômica, com relevante parcela do
produto interno bruto de qualquer país e que
tem efeitos significativos na
empregabilidade de pessoal. De acordo com esses autores, é uma atividade em que
há grande investimento tanto para as empresas quanto para seus clientes. Sendo
assim, o processo de orçar um empreendimento torna-se fator crítico para empresas
construtoras. Deve ser bem realizado antes que a edificação seja projetada em
detalhes e que os contratos de venda e de fornecimento sejam firmados.
Entende-se o orçamento como um produto definido, com o objetivo de informar
o valor para a realização de um determinado produto ou serviço, além de apontar as
condições necessárias para a sua realização, o que será feito e o período de tempo
em que será executado. O planejamento também determina o objeto a ser realizado
e o prazo para que este produto ou serviço se concretize. (XAVIER, 2008)
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O orçamento permite que a empresa mensure o quanto deseja produzir para
alcançar a receita proposta e a partir daí analisar quais recursos vai disponibilizar para
que consiga produzir o almejado, isso significa que ela precisa saber qual custo terá
com mão de obra e matéria prima. (CASTRO, 2009)
Segundo Frezatti (2007) entende-se orçamento como o plano financeiro cujo
objetivo é consolidar uma estratégia da empresa para determinado exercício. Vai além
de uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores
em termos de metas a serem alcançadas.
Em Welsch (1992, p. 56) temos a seguinte definição de orçamento:
[...] plano administrativo que abrange todas as fases das
operações para um período futuro definido. É a expressão formal
das políticas, planos, objetivos e metas estabelecidas pela alta
administração para a empresa como um todo, bem como para
uma de suas subdivisões.
Dentre os objetivos do orçamento destaca-se: o planejamento, que permite
programar as atividades de longo prazo da empresa; a coordenação que ajuda a
coordenar as atividades das diversas áreas; a comunicação que disponibiliza
informações sobre os objetivos da empresa aos gerentes; a motivação que fornece
estímulo aos gerentes para que atinjam metas; o controle que nada mais é que
comparar o planejado com o executado e, por fim, a avaliação de cada gerente em
seus respectivos departamentos. Dessa forma as características de um orçamento
podem ser vistas como a projeção do futuro, flexibilidade na aplicação e participação
direta dos responsáveis.
3.2 Vantagens e limitações de um orçamento
Considerando as inúmeras vantagens do orçamento pode-se destacar que,
para Sanvicente (2000), o orçamento leva a empresa a uma análise antecipada das
políticas básicas. O orçamento é uma forma de obrigar os gestores a quantificarem
e datarem as atividades pelas quais são responsáveis. Frezatti (2007) acrescenta que,
sem a definição de responsabilidades, tanto a autoridade como a cobrança de
resultados não pode ser exercida, deve haver um comprometendo a priori.
Retomando Sanvicente (2000), apesar de todas as vantagens e contribuições
que o uso de um sistema de planejamento e controle orçamentários pode proporcionar
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a uma empresa, a seus administradores, ele não é a resposta para todos os males,
pois, para ser bem aplicado numa empresa, requer as atitudes apropriadas e o
conhecimento da técnica envolvido na sua utilização. De acordo com o autor
supracitado, utilização de um orçamento pode gerar alguns obstáculos:
- os dados contidos no orçamento não passam de estimativas,
estando assim sujeitos a erros maiores ou menores, segundo a
sofisticação do processo de estimação e a própria incerteza
inerente ao ramo de operações da empresa.
- o custo do sistema. É claro que esta técnica não pode ser
usada com a mesma intensidade e complexidade por empresas
de todos os tamanhos, ou seja, nem todas as empresas contam
com
os
recursos
necessários
para
contratar
pessoal
especializado em supervisão de orçamentos e desviar tempo do
pessoal de linha para planejar e elaborar orçamentos.
- O uso de um sistema dessa natureza ajusta-se melhor a uma
dada filosofia e a certo estilo de administração (com
participação) que talvez não sejam aceitáveis em algumas
empresas.
Na
empresa
com
administração
de
caráter
excessivamente autoritário, não recomendamos o emprego
desta
técnica
em
suas
ramificações
de
controle
e
responsabilidade. Planejar e controlar são sempre bom, em
nossa opinião, mas, sem a correspondente delegação de
autoridade e responsabilidade, o uso desta técnica acabará por
transformar-se mais em um exercício dispendioso do que em
uma forma de administrar mais racionalmente os recursos da
empresa. (SANVICENTE, 2000, p.54)
Diante dos desafios das vantagens e limitações de um orçamento é desejável
que se faça uma avaliação antes de se recomendar a introdução efetiva de um sistema
orçamentário em uma empresa de pequeno ou grande porte. (CASTRO, 2009).
3.3 Os principais orçamentos para controle e gestão
3.3.1 Orçamento empresarial
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O orçamento empresarial é considerado um dos pilares da gestão e uma das
ferramentas fundamentais para que a prestação de contas dos gestores seja objetiva.
Isso ocorre pelo fato que os gestores têm o compromisso especificado e definido no
plano estratégico, que acabam sendo firmados no momento da montagem do
orçamento.
Conforme Frezatti (2007), o orçamento de uma empresa deve ser elaborado
levando-se em conta a seguinte sequência de etapas:
● ligação de casa preparatória para o orçamento, princípios gerais de
planejamento, diretrizes dos cenários, premissas e pré-planejamento;
● plano de marketing;
● plano de suprimento, produção e estocagem (PSPE);
● plano de recursos humanos;
● plano financeiro.
Sendo assim, uma vez tendo feito um adequado trabalho na montagem do
plano Estratégico, o orçamento tem muita chance de ser elaborado com coerência e
consistência.
3.4 Plano de investimento no ativo permanente
O gerenciamento dos investimentos é fundamental para o desenvolvimento das
metas orçamentárias, hoje para as empresas ficarem mais competitivas requer
investimentos de montantes cada vez maiores de recursos em seus ativos para obter
resultados positivos, mas é necessário tomar cuidado quando se trata de
investimentos de longo prazo.
Segundo Kern & Fomroso (2006), informações sólidas e confiáveis possibilitam
uma gestão de custos eficiente. Essas informações devem ser dinâmicas e capazes
de suportar diferentes processos decisórios, a fim de proteger a empresa contra os
efeitos nocivos da incerteza. O objetivo principal do planejamento deve ser a geração
de informações para apoio à decisão.
Para aumentar o valor dos investimentos, é preciso ampliar em projetos que
terão retorno, ou seja, que agreguem valor e crescimento futuro para a empresa, por
isso é importante estarem de acordo com a estratégia da empresa, é o que afirma
Padoveze (2006). Ele também defende que é condição intrínseca do orçamento de
investimentos a aplicação de técnicas de análise das alternativas de investimentos e
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rentabilidade dos projetos. Cada investimento a ser feito deve ser objeto de um estudo
específico de sua rentabilidade e das alternativas possíveis. Os projetos de
investimentos podem trazer benefícios tangíveis e intangíveis para organização.
3.5 Orçamento de estoques
O orçamento de estoques é de grande relevância para a organização, pois
através dele é possível identificar o excesso ou a falta de itens disponíveis, e quando
não se verifica a falta desses itens, frequentemente resulta na impossibilidade de
cumprir datas de entrega.
Para Welsch (1992, p.54)
As políticas de estoques devem incluir (1) o estabelecimento de padrões de
estoques tais como limites ou giros máximos e mínimos e (2) a aplicação de técnicas
e métodos que assegurem a conformidade com os padrões escolhidos. A preparação
de orçamentos requer o estabelecimento de padrões de estoques e permite a
comunicação mensal das diferenças entre os níveis reais e os padrões.
Para as empresas, os estoques representam um investimento relativamente
substancial e afetam de maneira especifica ao setor de vendas, pois os estoques são
necessários para atender as exigências do mercado com rapidez. Já no tocante à
produção, os estoques são necessários para assegurar disponibilidades para a
fabricação e quanto às compras, quando são adquiridas em maior volume, há uma
redução dos custos devido a descontos e melhor forma de pagamento. (AZEVEDO,
2011)
Mas a administração deve levar em consideração alguns fatores importantes
quanto aos estoques, pois um armazenamento volumoso pode causar custos
elevados, devido a instalações de armazenamento, quedas de preço, perecibilidade
dos produtos e perdas e furtos, mas por outro lado, a falta de estoques pode ocasionar
o não atendimento dos pedidos em tempo hábil e consequentemente a perda de
clientes que pode se direcionar para outro fornecedor. (CASTRO, 2009)
3.6 Orçamentos de vendas
Tung (1994, p. 97) define orçamento de vendas como “o ponto de partida do
esquema orçamentário empresarial. Sua estruturação é feita antes da formulação dos
programas de produção, de compras, de pesquisas, etc.”.
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Para Lucion (2005) a previsão de vendas é uma importante ferramenta para um
bom planejamento financeiro em curto prazo, pois esse planejamento concentra-se
nas
vendas
projetadas
em
um
dado período,
nos ativos e financiamentos
necessários para sustentar tais vendas. Caso haja erro nessa previsão de vendas,
podem ocorrer sérias consequências como, por exemplo, a empresa querer uma
abrangência na qual não está preparada ocasionando um despreparo para atender a
demanda, além de haver uma retenção de ativos na forma de matéria-prima,
máquinas, entre outros não dando a liquidez necessária tendo ainda embutido o custo
da oportunidade.
Segundo Ross (1998, p.85) “a previsão de vendas é o principal predicado em
um planejamento financeiro em curto prazo, pois esse planejamento concentra-se nas
vendas projetadas em um dado período, nos ativos e financiamentos necessários para
sustentar tais vendas”.
Deve-se considerar, primeiramente, em relação ao orçamento, os fatores
limitadores e as restrições, verificando o ambiente interno e externo que podem
interferir na previsão das vendas da empresa. Os fatores internos relacionam-se à
produtividade, em que é verificada a disponibilidade de matéria prima e mão de obra,
tais como vendas e marketing. Estes fatores ligam-se à localização, pontos de vendas,
distribuição, preços e promoções, imagem do negócio, marcas e patentes, capacidade
de atendimento, entre outros. Cabe à gestão de finanças verificar a estrutura
administrativa, competência, cultura e valores, disponibilidade de capital, sistema de
planejamento, controle e liderança. (SOARES, 2004)
3.7 Planejamento tributário
O nível de tributação sobre as empresas no Brasil é muito alto, a ponto de
inviabilizar certos negócios. Se o contribuinte pretende diminuir os seus encargos
tributários ele poderá fazê-lo legal ou ilegalmente. Caso opte por fazê-lo ilegalmente
poderá responder a crime de sonegação fiscal amparado pela lei nº. 4.729 da
Constituição. Para diminuir seus encargos tributários poderá fazê-lo através de um
conjunto de sistemas legais que visam diminuir o pagamento dos tributos. Através de
um Planejamento Tributário o contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da
melhor maneira, procurando a diminuição dos impostos. A forma adotada deverá ser
jurídica e licita tendo a fazenda pública que respeita-la (CASTRO, 2009).
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Para Ribeiro (2006, p. 12)
É de fundamental importância a gestão da incidência tributária através de um
planejamento, além de resultar na maximização do cumprimento das obrigações
tributárias, contribui para a redução de seu efeito sobre o patrimônio da empresa,
colaborando, assim, para a conservação da competitividade.
Um ótimo planejamento fiscal seria ineficiente se os profissionais executarem
os processos de forma desmotivada e sem treinamento suficiente. A ausência de
conhecimento necessária poderá levar ao não recolhimento, por exemplo, de vários
créditos de impostos recuperáveis como, IPI, COFINS, PIS e ICMS não cumulativos.
Mais do que qualquer outro profissional, o controller deve conhecer com profundidade
a legislação tributaria, em virtude da responsabilidade de gerenciamento dessa
ferramenta de gestão.
Sobre a definição de controller, Figueiredo & Caggiano (1997, p. 27), citado por
Calijuri (2005), afirma que embora as funções dos controllers possam variar de acordo
com a empresa, um conceito comumente observado é que o “controller é o chefe da
contabilidade, aquele que supervisiona e mantém os arquivos financeiros formais da
empresa, embora suas funções não tenham que se restringir apenas às funções
contábeis.”
Calijuri (2005) ainda define controller como aquele profissional cujo
desempenho caracteriza-se pela agilidade e eficiência em relação ao que os membros
do grupo. E esse desempenho influencia diretamente no nível de desempenho e de
satisfação do funcionário, por meio da correta adequação entre suas habilidades e as
demandas da função.
Segundo Oliveira, Luis Mart (2004) é preciso que o controller esteja sempre
sincronizado com as mudanças econômicas e tributárias e que trabalhe com o
presente sem se esquecer de rever o passado e analisar o futuro.
3.8 Orçamento de mão de obra
Para a elaboração do orçamento de mão de obra é necessário estimar o
número padrão de horas de mão de obra direta exigido por unidade de cada produto
e depois as taxas médias de remuneração por departamento, centro de custos ou
operação; estimar relações diretas entre o custo de mão de obra e o volume de
atividade e construir tabelas de necessidade de pessoal. (CASTRO, 2009)
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O orçamento de mão de obra tem a função de indicar se funcionários de que a
empresa dispõe são suficientes para o nível de produção desejado. O orçamento de
mão de obra direta evidencia a quantidade total de horas de mão de obra direta
necessárias e o seu custo para a produção das unidades evidenciadas no orçamento
de produção. Este orçamento vai mostrar quantidade de recursos que serão
necessários para produzir a demanda que foi informada pelo orçamento de vendas,
se haverá a necessidade de contratação de novos funcionários ou não (MACCARINI,
2007).
Um orçamento de mão de obra bem elaborado pode trazer benefícios à
empresa quanto ao planejamento, recrutamento, treinamento e utilização dos
recursos humanos, uma vez que será permitido alocar as pessoas aos setores que
realmente precisa, além de permitir à administração financeira estimar, por
subperíodos, a necessidade de caixa para o pagamento de serviços de mão de obra
e negociação com sindicatos. Mas para o controle e redução dos custos de mão de
obra direta se fazem necessárias uma observação direta e contatos pessoais dos
contramestres e supervisores com os operários (SANVICENTE, 2000).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou apresentar as principais características e análise de
aspectos comportamentais envolvidos no processo orçamentário. O objetivo principal
foi apresentar uma breve análise desta ferramenta dentro das organizações e seu
auxílio no processo de gestão. Observamos que a implantação do sistema
orçamentário provoca mudanças internas em todos os setores, portanto, é necessário
investimento, dedicação, treinamento e profissionais capacitados para que o orçado
seja alcançado. É importante, também destacar que nenhum sistema orçamentário
pode resolve todos os problemas administrativos, mas pode prever soluções. O
orçamento fornece uma grande quantidade de relatórios gerenciais e fiscais e permite
análises que ajudam a organizar e controlar os setores.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Rogério Cabral et al. Avaliação de desempenho do processo de
orçamento: estudo de caso em uma obra de construção civil. CEP, v. 30510, p. 000,
2011. Ambiente Construído. Porto Alegre, v. 11, n. 1, p. 85-104, jan./mar. 2011.
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Universidade-Empresa, 1994.
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XAVIER, Ivan. Orçamento, planejamento e custos de obras. São Paulo, 2008.
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA
OBESIDADE
Luana Aparecida Lima Moreira e Renata Fernanda de Sá Bastos – Acadêmicas do 6º
período do curso de Educação Física UNIVÉRTIX
Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física,
Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em
Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de
Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
Dados da Organização Mundial de Saúde (2000) indicam o sobrepeso e a obesidade como
os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções de epidemia mundial. Nahas
(2001) acredita que a Educação Física Escolar deva servir de base educacional para uma
vida mais ativa, utilizando conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos
conceitos em torno da aptidão física e da saúde. Partindo deste princípio, o estudo
apresentado, teve como objetivo verificar o trabalho dos profissionais de Educação Física em
relação à prevenção da obesidade com alunos do Ensino Médio. Foram aplicados
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questionários a 60 professores de 20 cidades da zona da Mata do estado de Minas Gerais.
Os resultados desta pesquisa indicam que a maioria dos profissionais consideram seus alunos
em um quadro de sobrepeso, apresentando maus hábitos alimentares e alto índice de
sedentarismo. Os profissionais consideram ineficazes as políticas públicas voltadas a
prevenção e combate a obesidade no meio escolar, sendo a ação docente na prevenção e
combate do sobrepeso e da obesidade nas aulas de Educação Física trabalhada de forma
secundária.
PALAVRAS-CHAVE: Sobrepeso, Obesidade, Prevenção, Ação Docente.
1. INTRODUÇÃO
A obesidade é hoje considerada como a doença epidêmica do século, haja vista
o grande contingente de pessoas que se encontram acima do peso em diversos
países do mundo, especialmente os mais industrializados.
Na infância e na adolescência é o problema nutricional que mais rapidamente
cresce no mundo inteiro. No Brasil, já temos mais crianças obesas do que desnutridas
(ZABOTO, 2005).
Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86%
dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto,
muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta
(GUEDES, 2002).
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000) indicam o sobrepeso
e a obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções
de epidemia mundial. A prevalência do excesso de peso em populações pediátricas
vem crescendo de forma preocupante e, em algumas cidades brasileiras, o excesso
de peso já atinge cerca de 30% das crianças e adolescentes.
Outro fator que contribui significativamente para o aumento da obesidade seria
a diminuição de atividades que demandam esforço físico, fato que está relacionado à
pouca ou à inexistência de atividades físicas sistematizadas por parte da população
em geral (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2002).
O sedentarismo também é uma causa extremamente importante para se tornar
uma pessoa obesa. A falta de atividade física aumenta o risco de morte e/ou
desenvolvimento de muitas doenças uma delas a obesidade (LEITE, 2003).
Nas palavras de Belmonte (2004) a criança e o adolescente tendem a ficar
obesos quando sedentário, e a própria obesidade poderá fazê-los ainda mais
sedentários.
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Para Goulart (2005) diversos fatores influenciam no tratamento e na prevenção
da obesidade, dentre eles, destaca-se a prática regular de atividade física, pois
apresenta um impacto positivo direto na saúde, além de promover uma forte relação
com fatores como a perda de peso, controle da glicemia, da pressão arterial, melhora
também diversos quadros de estresse emocional. Assim a atividade física se configura
como um fator positivo no combate a obesidade, por apresentar forte relação com os
demais fatores de risco predisponentes dessa doença.
Dentro desse contexto, Nahas (2001), acredita que a Educação Física Escolar
deva servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando conteúdos
crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da aptidão física
e da saúde, considerando que o indivíduo levará o entendimento dos mesmos para o
resto da vida.
O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento
dos índices de obesidade em crianças e adolescentes. Dessa forma, o presente
estudo tem como objetivo verificar o trabalho dos profissionais de Educação Física em
relação a prevenção da obesidade com alunos do Ensino Médio.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e
compreensão da atuação dos profissionais de Educação Física em suas aulas no
combate a obesidade a fim melhor direcionar as ações e estratégias das políticas
públicas voltada a saúde de crianças e adolescentes.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A obesidade pode se iniciar na infância por vários fatores, tais como: mudança
do estilo de vida combinado com hábitos alimentares inadequados trazendo
consequências negativas em sua fase adulta, como doenças cardiovasculares,
disfunções endócrino metabólicas, problemas articulares e doenças relacionadas ao
de gordura no sangue (RECH, 2007).
Com os avanços tecnológicos da sociedade moderna, algumas das crianças e
adolescentes têm se tornado nas últimas décadas mais sedentário, incrementando
problemas como a obesidade. A prática regular de atividade física pode-se tornar um
hábito saudável no controle e tratamento da obesidade (SOARES et al., 2013).
O número de pessoas que se encontram acima do peso vem crescendo de
forma alarmante, causando uma preocupação de ordem mundial. Fatores sociais e
genéticos combinados com maus hábitos alimentares e sedentarismo resultam em um
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aumento exacerbado da quantidade de gordura acumulada no organismo, o qual pode
estar associado, direta ou indiretamente, a uma grande variedade de doenças que
podem levar a um quadro de óbito (NAHAS, 2013, POLLOCK, 1986).
A educação para a saúde deverá procurar privilegiar atitudes pedagógicas que
visam mudanças quanto aos hábitos individuais (GUEDES, 2006). Menestrina (2000,
p.29-30) caracteriza a educação para a saúde como “um trânsito entre as mais
diversas áreas do conhecimento, para promoção de um melhor nível na qualidade de
vida, para os indivíduos, para as comunidades e para a nação”. Ou seja, a construção
de uma consciência corporal saudável deve ser promovida por programas
interdisciplinares que formulem oportunidade de mudanças do estilo de vida dos
cidadãos.
Políticos, médicos, nutricionistas, educadores físicos, devem se unir de forma
a combater e/ou amenizar que o percentual de obesos continue a aumentar
gradativamente entre crianças, jovens e adultos. E um espaço importante a serem
desenvolvidos projetos educacionais para a saúde é o ambiente escolar. Entendendo
que o papel social da escola é o de formar pessoas conscientes e críticas sobre a
nossa estrutura social, para que em função do bem-estar comum possam, de alguma
maneira, transformar a realidade em que vivem (BETTI, 1991).
Neste contexto, o professor de Educação Física possui um papel de grande
relevância, pois ele é o responsável por despertar o interesse do adolescente na
prática de uma atividade física prazerosa para o seu cotidiano (BETTI, 1991).
As aulas de Educação Física devem estar voltadas para o desenvolvimento
psicomotor da criança e adolescente, valorizando a movimentação sem interrupção
de suas atividades para que eles possam executar brincadeiras ou jogos intermitentes
que trabalham o sistema cardiovascular, respiratório e sistema muscular com um
pouco mais de intensidade. Visando desenvolver a evolução dessas capacidades, as
aulas de Educação Física devem durar no mínimo 30 minutos, respeitando os limites
de cada aluno, para o corpo começar a ter as respostas fisiológicas responsáveis por
um bom funcionamento do organismo e também auxiliar na queima de energia
acumulada de alimentos ricos em calorias (SANTOS, CARVALHO, JÚNIOR, 2007).
3. METODOLOGIA
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Esta pesquisa descritiva foi realizada com professores de Educação Física do
ensino médio das redes públicas e privadas da região Zona da Mata do Estado de
Minas Gerais. Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-2)
Para a mensuração da prática docente na prevenção da obesidade nas aulas
de Educação Física foi aplicado questionários fechados contendo 15 questões,
durante os meses de fevereiro a maio de 2015, aos professores de Educação Física
visando compreender como a obesidade está sendo tratada no contexto escolar.
Participaram da pesquisa professores das cidades de Abre Campo, Alto
Jequitibá, Caputira, Chalé, Ervália, Espera Feliz Lajinha, Manhuaçu, Manhumirim,
Martins Soares, Matipó, Mutum, Ponte Nova, Raul Soares, Reduto, Rio Casca, Santa
Margarida, São Pedro dos Ferros, Teixeiras e Viçosa.
Os questionários foram aplicados aos profissionais em reuniões técnicas das
Superintendências Regionais de Ensino (SRE) na cidade de Manhuaçu no mês de
maio e em visitas realizadas in loco em escolas e residências dos professores.
A amostra deste estudo foi composta por 60 professores de 20 cidades da
região da Zona da Mata do estado de Minas Gerais. Os profissionais foram agrupados
em uma só amostra, sendo que não houve descriminação quanto a atuação docente,
em redes públicas ou privadas de ensino. Vale salientar que dois professores se
opuseram a participar da pesquisa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), a Zona
da Mata Mineira é uma das doze mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais,
formada por 142 municípios agrupados em sete microrregiões. Situa-se na porção
sudeste do estado, próxima à divisa dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
Sua população estimada é de 2.175.254 habitantes e a base de sua economia é
agropecuária e cafeicultura.
Depois de assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as
informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão
2013, apresentadas em forma de gráficos
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos.
Através dos questionários aplicados a 60 professores de 20 cidades da região
da Zona da Mata do estado de Minas Gerais obtivemos os seguintes resultados:
A amostra foi composta por n= 60, professores de Educação Física, sendo 70%
indivíduos do gênero masculino e 30% do gênero feminino.
Em relação à formação profissional dos professores observamos que 67% são
Licenciados em Educação Física; 25% são Bacharéis e Licenciados em Educação
Física e 8% não possuem formação acadêmica, onde 67% da amostra possuem mais
de 5 anos de formação acadêmica.
Em relação ao perfil corporal dos alunos, 50% dos professores afirmaram que
existem um número significante de indivíduos em um quadro de sobrepeso,
classificando-os como moderadamente alto.
Existem um número significante de alunos obesos.
7%
Existem um número significante de alunos com
sobrepeso.
50%
A maior parte são obesos
0%
A maior parte apresentam sobrepeso.
13%
Todos apresentam peso corporal adequado.
30%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Figura 1:Perfil corporal dos alunos segundo os professores
Sendo o método da observação utilizado por 80% dos profissionais para a
detecção do perfil corporal de seus alunos, conforme podemos observar na figura 2:
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Nenhum.
1%
Dobra Cutâneas – Bioimpedância Magnética.
0%
Peso - Balança.
10%
IAC
0%
IMC.
9%
Observação.
80%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Figura 2: Métodos ultilizados para a detecção da obesidade
O método da observação não possui validade científica para a identificação dos
quadros de sobrepeso e obesidade (ALBANO e SOUZA, 2001). O Índice de Massa
Corporal (IMC) na antropometria é considerado um método confiável para classificar
o estado nutricional. Além de ser barato e não evasivo esse método tem uma boa
aceitação pela população. Os índices antropométricos são obtidos a partir da
combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas como: sexo, peso,
idade e altura, sendo o IMC, o mais utilizado para mensuração do grau de sobrepeso
e obesidade. (ABRANTES, LAMOUNIER E COLOSIMO, 2002).
No entanto, considerando o Índice de Massa Corporal (IMC) como uma baixa
sensibilidade na avaliação do excesso de tecido adiposo em adolescentes, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a associação de outras medidas
antropométricas, tais como: prega cutânea tricipital (PCT) e prega cutânea
subescapular (PCSE), visando à classificação do estado nutricional(VARGAS, 2007).
A identificação e intervenção precoce do excesso de peso em crianças e
adolescentes são consideradas um fator importante para a diminuição das
complicações derivadas da obesidade em adultos, (NAHAS,2013).
Analisando o nível de atividade física de seus alunos, 77% dos professores os
consideram em um quadro de sedentarismo:
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90%
77%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
18%
20%
10%
5%
0%
Maioria são muito ativos
fisicamente.
Maioria são ativos fisicamente.
Maioria são Sedentários.
Figura 3 : Nível de atividade física dos alunos segundo os professores.
Conforme Pollock et al. (1986) um número crescente de evidências está começando a
demonstrar sem dúvidas que a inatividade física e o aumento do sedentarismo de hábitos
diários de vida, provoca uma séria ameaça ao corpo, causando um distúrbio bem maior do
que se pensa em funcionamento corporal. Assim, problemas comuns e sérios como a doença
arterial, coronariana, hipertensão, obesidade, ansiedade, depressão e problemas da coluna
tem sido relacionados, direta ou indiretamente, com a falta de exercício físico.
Ainda segundo 90% professores consideram que a maioria dos seus alunos não
apresentam hábitos saudáveis quanto a alimentação, conforme a figura 4:
Maioria não apresentam hábitos saudáveis quanto a
alimentação
Maioria apresentam hábitos saudáveis quanto a
alimentação.
90%
10%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Figura 4 : Hábitos alimentares dos alunos segundo os professores.
Os maus hábitos alimentares estão associados a diversos prejuízos à saúde,
entre eles a obesidade, cujos índices têm crescido nas últimas décadas como
resultado do aumento no consumo de alimentos com alta densidade calórica e
redução na atividade física (ALMEIDA, NASCIMENTO e QUALOTI, 2002).
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Um número expressivo da amostra, mais precisamente 75% consideram que
existem políticas públicas voltadas ao combate da obesidade no meio escolar, apesar
de considerá-las pouco eficientes, observado da figura 5:
80%
75%
70%
60%
50%
40%
30%
21%
20%
10%
4%
0%
Sim e são eficientes.
Sim e mais são pouco eficiente
Não existem.
Figura 5 : Política públicas voltadas ao combate a obesidade no meio escolar
A preocupação com a população jovem vem mudando nas últimas décadas.
Tal fato torna-se visível com a adoção do Estatuto da Criança e do Adolescente em
1990, que tem como base a Convenção internacional dos Direitos da Criança, além
do envolvimento de diferentes setores da sociedade. (BRASIL, 2007).
Quanto a ação docente na prevenção e combate do sobrepeso e da obesidade
nas aulas de Educação Física, 55% dos professores relataram que a obesidade é
trabalhada de forma secundária, sendo a internet o maior alicerce na busca de
informações, apesar de 92% relatarem a preocupação e relevância com o tema.
Relatam ainda que somente as vezes os planejamentos das aulas são voltados para
o combate da obesidade e na mesma proporção ocorrem interdisciplinaridade
relacionadas ao mesmo assunto, conforme podemos observar nas figuras 6,7,8 e 9:
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60%
55%
50%
40%
30%
28%
20%
10%
7%
10%
0%
Aulas teóricas com caráter Aulas práticas com caráter A obesidade é trabalhada Não trabalho esta questão
preventivo
preventivo e curativo
de forma secundária –
Não existe um foco
específico.
Figura 6 : Ação docente no combate da obesidade
80%
73%
70%
60%
50%
40%
30%
16%
20%
10%
8%
2%
1%
0%
Televisão
Livros especializados
Revistas
especializadas
Artigos científicos
Internet
Figura 7 : Busca de informações sobre obesidade
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nunca
9%
as vezes
70%
sempre
21%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Figura 8 : Planejamento voltados ao combate da obesidade
80%
70%
70%
60%
50%
40%
30%
23%
20%
10%
7%
0%
sempre
as vezes
nunca
Figura 9 : Interdisciplinalidade no combate da obesidade
Apesar de não ser um fenômeno recente na história da humanidade, a
obesidade nunca atingiu proporções tão altas como observado atualmente. Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade é considerada importante
problema de saúde pública em todo o mundo (ABRANTES, LAMOUNIER E
COLOSIMO, 2002).
Oliveira e Fisberg (2005) descrevem que a partir da idade escolar, os alunos
criam autonomia para decidirem o que ingerir de alimentos, se essa autonomia não
for estimulada saudavelmente pode ser um dos fatores responsáveis pela obesidade
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infantil. Infelizmente existe uma influência negativa. E a mídia é considerada uma das
principais, pois nos comerciais de programas infantis, 65% das propagandas de
alimentos concentra-se nos ricos em açúcares e lipídios.
A escola é a porta de entrada para encorajar o aumento da atividade física na
vida diária e estimular o exercício físico regular na vida de uma criança e, por isso, o
professor de educação física tem a responsabilidade de além de apresentar os
fundamentos esportivos a uma criança ou adolescente, mostrar a importância do
exercício físico em sua vida como uma forma de prevenção da obesidade e outras
doenças (NAHAS, 2013).
O meio escolar é sugerido como o local mais apropriado para as intervenções
relacionadas à saúde, já que é o local mais acessível para crianças e adolescentes,
como sugerem Marques e Gaya (1999). Os autores afirmam que a escola e a
Educação Física Escolar devem oferecer uma educação voltada para a saúde, já que
se identificam com interesses relacionados à saúde pública.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do presente instrumento de pesquisa, concluímos que a maioria dos
profissionais que compõem a amostra consideram seus alunos em um quadro de
sobrepeso, classificando-os com um percentual de gordura corporal moderadamente
alto, apresentando maus hábitos alimentares e ainda com um alto índice de
sedentarismo. Os profissionais ainda consideram ineficazes as políticas públicas
voltadas a prevenção e combate a obesidade no meio escolar.
Quanto a ação docente na prevenção e combate do sobrepeso e da obesidade
nas aulas de Educação Física, 55% dos professores relataram que a obesidade é
trabalhada de forma secundária, sendo a internet o maior alicerce na busca de
informações, apesar de 92% relatarem a preocupação e relevância com o tema.
Relatam ainda que somente as vezes os planejamentos das aulas são voltados para
o combate da obesidade e na mesma proporção ocorrem interdisciplinaridade
relacionadas ao mesmo assunto.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais a fim de comparar as ações docentes no combate do sobrepeso e da
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obesidade da população escolar, servindo como alicerce para as políticas públicas a
serem adotadas.
REFERÊNCIAS
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OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM
INÍCIO DECARREIRA
Alan Martins Ferreira e Warley de Oliveira Frade– acadêmico do 6º período do
curso de Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano.Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo do estudo foi identificar os desafios enfrentados pelo profissional de Educação
Física em início de carreira que atua em escolas públicas estaduais e municipais de um
Município da Zona da Mata Mineira. Trata-se de uma pesquisa realizada à luz da
abordagem de pesquisa qualitativa. Foram realizadas entrevistas estruturadas com 6
professores em início de carreira, que atuam nas escolas públicas estaduais de dois
Municípios da Zona da Mata mineira. Foram identificados 3 professores em cada
Município. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2015.Os resultados
apontam que os professores pesquisados evidenciam possuir uma visão razoavelmente
crítica da área. Embora em início de carreira, apresentam perspectivas ora positivas ora
negativas em relação à Educação Física e conseguem enxergar os problemas que a
profissão que escolheram.
PALAVRAS-CHAVE: desafios; professor em início de carreira; aulas de Educação Física.
1. INTRODUÇÃO
O professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola
envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de características
próprias da área, notadamente para aquele em início de carreira. Segundo Huberman
(1995), a carreira é caracterizada em ciclos ou estágios que influenciam à atuação do
profissional. O autor elaborou um modelo de síntese do desenvolvimento profissional em
cinco fases: a primeira fase denomina-se entrada ou tateamento, e vai de um a três anos
de carreira; a fase de estabilização, de 4 a 6 anos; a fase de diversificação, de 7 a 25
anos; a fase de serenidade, de 25 a 35 anos; a última fase, denominada desinvestimento,
ocorre entre os 35 e 40 anos de profissão.
Propõe-se aprofundar as discussões a respeito da primeira fase, uma vez que ela
é caracterizada por um período de sobrevivência, que engloba a distância entre os ideais
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elaborados no período de formação inicial e as realidades cotidianas do contexto escolar.
No início da carreira os professores elaboram princípios norteadores de sua posição
profissional, geralmente marcado por momentos de sobrevivência e de exploração.
Segundo Huberman (1995) o aspecto da sobrevivência traduz o “choque do real”,
a confrontação inicial com a complexidade das instituições em que os professores
principiantes irão atuar. Nesta fase, emergem as descontinuidades, os riscos, as
decepções, as repressões e as contradições que se entrelaçam com um momento de
profundo aprendizado e de mudanças radicais em seus modos de pensar e de agir perante
a profissão. A distância entre os ideais e as realidades cotidianas, a fragmentação do
trabalho, à relação pedagógica e a construção do conhecimento, a oscilação entre as
relações afetivas professor-aluno, a dificuldade e a escassez de material didático.
Em contrapartida ao aspecto da sobrevivência, Huberman (1995) destaca outro, a
descoberta ou exploração. Os dois aspectos são vividos paralelamente e, para este autor,
é o aspecto da descoberta que permite “aguentar” o da sobrevivência. A descoberta traduz
o entusiasmo inicial, a experimentação, a sensação de estar em responsabilidade e de
tornar-se colega num determinado corpo profissional. Ambos os aspectos influenciam as
decisões do profissional de prosseguir ou abandonar o ofício de professor.
No âmbito da Educação Física Escolar, os profissionais enfrentam muitos desafios,
alguns generalistas e outros peculiares à área, entre eles a falta de recursos materiais, de
espaço físico e indumentária adequada, de desvalorização da EF em relação às demais
disciplinas, falta de qualificação profissional, baixa remuneração, falta de interesse dos
alunos pelas aulas, exposição da EF a todos da escola por ser realizada em espaço
aberto, entre uma série de outros. E no caso do profissional em início de carreira, tal
situação parece se agravar ainda mais em função do período de descoberta e
sobrevivência.
Sabemos o quanto esses entraves comprometem o trabalho desses educadores,
no entanto, ao mesmo tempo, a realidade escolar exige um profissional preparado, que
faça tempo para estudar. Mas como, com dupla jornada de trabalho e geralmente mal
remunerado, encontrar tempo suficiente para realizar todas as tarefas cotidianas e ainda
estudar? E, finalmente, como tornar-se professor sem estudar? Pois, para Freire (2002,
p.172) que “professor é profissão de quem estuda”. Para Pérez Gómez (1997), o professor
intervém num meio ecológico complexo, num cenário psicossocial vivo e mutável,
influenciado pela interação simultânea de múltiplos fatores e condições.
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Segundo este autor, nesse ecossistema o professor enfrenta problemas
relacionados a situações individuais de aprendizagem ou a formas de comportamento de
grupos, que requerem um tratamento singular na medida em que se encontram fortemente
determinados pelas características situacionais do contexto e pela própria história de uma
turma enquanto grupo social.
Segundo Medina (2006), delimitando nossa área de análise à realidade brasileira,
podemos dizer que, no caso da Educação Física, ela não tem sido capaz de justificar a si
mesma, quer como disciplina formal e predominantemente educativa, quer como atividade
que auxilie alguns aspectos de desenvolvimento humano fora da escola e, em especial,
no esporte de alta competição ou de rendimento.
Ao contrário disso, o trabalho do professor de Educação Física, como socializador
da cultura erudita, vai além da pura e simples transmissão das técnicas da ginástica e do
desporto. É fundamental que a aula de Educação Física se transforme num ambiente
crítico, onde a riqueza cultural se estabeleça como trampolim para a crítica (GHIRALDELLI
JÚNIOR, 2001, p. 58).
Diante do exposto, a questão desse estudo é: como profissionais de Educação
Física em início de carreira que atuam em escolas públicas estaduais e municipais de um
Município da Zona da Mata Mineira enfrentam os desafios da profissão? Assim, o objetivo
do estudo é identificar os desafios enfrentados pelo profissional de Educação Física em
início de carreira que atuam em escolas públicas estaduais e municipais de um Município
da Zona da Mata Mineira.
Em função da restrição de páginas para cumprimento das normas de publicação
do evento, destaca-se que toda a fundamentação teórica desse Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) foi retirada, dada a opção de privilegiar, portanto, a permanência dos
resultados e discussões na íntegra.
Com este estudo pretendemos contribuir para que os professores de Educação
Física possam compreender melhor os desafios peculiares e generalistas enfrentados
pela profissão, notadamente os profissionais em início de carreira.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa realizada à luz da abordagem de pesquisa qualitativa.
Foram realizadas entrevistas estruturadas com 6 professores em início de carreira, que
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atuam nas escolas públicas estaduais de dois Municípios da Zona da Mata mineira. Foram
identificados 3 professores em cada Município. Sobre essa abordagem de pesquisa,
Bogdan e Biklen (1994) afirmam que ela “exige que o mundo seja examinado com a ideia
de que nada é trivial, que tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita
estabelecer uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo”
(BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).
A participação dos professores foi realizada mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no mês de
agosto de 2015, na própria escola em que trabalham os professores.Os três primeiros
professores em início de carreira identificados em cada município foram selecionados
como sujeitos. Para resguardar as suas identidades foram utilizados nomes fictícios. As
entrevistas foram gravadas, transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010,
o que possibilitou a recuperação dos dados nos momentos necessários.
3. CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS
Foram entrevistados seis professores em início de carreira de dois municípios da
Zona da Mata mineira. Segue abaixo informações de identificação profissional dos
professores pesquisados.
Tabela 1: Dados de identificação profissional dos professores pesquisados.
DESCRIÇÃO
José
Deivid
Ano que
formou
2012
2012
2 anos e
meio
Não
Tempo de
atuação
Possui
bacharelado
Nível de
ensino que
trabalha
William
Alice
Alessandra
Bernardo
Junho 2013
2014
2012
2014
3 anos
1 ano e
meio
3 anos
Cursando
Não
Cursando
2 anos e
meio
Não
Ensino
Ensino
Ensino
Ensino
Ensino
fundamental
fundamental
fundamental
fundamental
fundamental
projeto EJA
e médio
1 ano
Cursando
Ensino
Médio
Todos os professores pesquisados fizeram a licenciatura e começaram a atuar. De
fato, a licenciatura é o primeiro campo de atuação que se abre ao profissional em início de
carreira. Mas, a vontade de ampliar as possibilidades no mercado de trabalho os fazem
buscar o bacharelado também. É possível observar na tabela que ao terminarem o curso
imediatamente começaram a atuar na docência, um deles antes mesmo da conclusão do
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curso. Além disso, é interessante observar a predominância de atuação deles no ensino
fundamental.
Pereira e Bueno (2011) defendem que a formação inicial e continuada do licenciado
em Educação Física assume como responsabilidade social a preparação profissional
direcionada, prioritariamente, para atuação na educação básica, em seus três níveis de
ensino, reconhecendo a escola como lócus de atenção, estudo e intervenção.
Em relação a questão que aborda a forma que os professores trabalham com a EF
nas suas aulas foram identificadas as seguintes respostas: trabalham com jogos e
brincadeiras; com atividades que desenvolvam as habilidades motoras, que estimulam a
participação de todos e o trabalho em equipe; modalidades esportivas, exceto o futsal);
aplicação de provas; avaliação da participação dos alunos nas aulas e baseando-se no CBC.
Quando perguntados sobre a participação dos alunos nas suas aulas, os professores
responderam que, de forma geral, que todos participam. Foram perguntados também
sobre a percepção deles sobre a EF antes de começar a dar aula e agora que são
professores na escola. Eles responderam:
Antes achava que era só para brincar, hoje vejo que a EF ajuda muito no
desenvolvimento da criança, tanto física como mental (José).
Como oportunidade de trabalho, vejo muito preconceito com a área, já hoje a EF,
principalmente na escola, dá para mudar todo o cotidiano da escola, montando
projetos, incentivando os alunos e com a prática de esportes (Deivid).
Eu achava que era apenas mais uma disciplina que permitia aos alunos se divertirem
com brincadeiras. Mas, hoje vejo a importância que a EF tem (Willian).
Na verdade, não via o professor, agora percebo que falta profissionais com mais força
de vontade (Alice).
Enxergava a EF onde podíamos trabalhar de maneira sistemática, onde era só sentar
e ver os alunos correrem. Agora percebo que a EF trabalha como um todo, agindo
não só na formação física dos alunos, mas também psicológica, mental e social
(Alessandra).
Via o professor de EF como o verdadeiro ‘’laissez-faire’’ e infelizmente hoje grande
parte continua do mesmo jeito (Bernardo).
Observa-se na fala dos professores em início de carreira uma primeira visão daquela
Educação Física rola bola, proveniente do professor laissez-faire. No entanto, após a
graduação a percepção deles a respeito da área que escolheram como profissão
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melhorou consideravelmente, entretanto ainda existem opiniões de que pouca coisa
mudou. Diante disso, pode-se afirmar que coexistem várias abordagens do ensino de EF
com a intenção de romper com o modelo esportista. Embora contenham enfoques
diferenciados entre si, com pontos por vezes divergentes, muitas dessas abordagens têm
em comum a busca de uma EF que articule as múltiplas dimensões do ser humano, cuja
ideia ultrapasse a visão de que o corpo se restringe ao biológico, ao mensurável
(ALMEIDA et al., 2008).
Quando perguntados sobre os principais desafios enfrentados em suas aulas, os
professores responderam:
A indisciplina de alguns alunos. (José)
Investimento da família (vestuário), os alunos deixarem os celulares de lado,
infraestrutura, incentivos da escola e do governo, desvalorização em relação
as demais matérias.(Deivid)
Falta de matérias e espaço físico adequado, e os próprios alunos por muitas
vezes terem vergonha, principalmente os acima do peso.(Willian)
O futsal, pois os alunos só querem o futsal, material e apoio da direção.
(Alice)
Falta de materiais e infraestrutura.(Alessandra)
Falta de materiais, infraestrutura e mudar a concepção dos alunos. (Bernardo)
Souza (2013) em sua pesquisa também apontou como principais dificuldades
nas aulas de EF a falta de materiais, de espaço físico e o desinteresse dos alunos
pelas aulas. As queixas dos professores em relação às condições de trabalho é algo
comum em quase todos os estudos que se propõem a estudar os desafios da área.
No entanto, isso não pode ser justificativa para a falta de comprometimento do
professor com o seu trabalho. Aliás, com criatividade o professor consegue, mesmo
que de forma limitada, fazer aulas que geram interesse pelos alunos.
Quando perguntado, como veem a Educação Física em relação as demais
disciplinas, responderam os professores:
Importante igual as outras, pois trabalhamos de forma seria tentando formar
cidadãos. (José)
Muito abaixo das demais matérias, visto como só o ‘’rola bola’’, esquecem que
estamos ali para formar cidadãos. (Deivid)
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Assim como as outras disciplinas a educação física tem a sua importância na
formação dos alunos, pois trabalha com particularidades específicas em prol
dos alunos. (Willian)
Como uma disciplina normal, importante tanto quanto as outras. Muito
importante na vida das pessoas. (Alice)
Atualmente a EF esta muito desvalorizada em relação as demais matérias. Mas
não, devia por ser muito importante. (Alessandra)
Tão importante como as demais matérias, cuidando da saúde ‘’corpo e
mente’’(Bernardo)
Ao encontro dessa mesma discussão, Lovisolo (1995) realizou um estudo com
alunos e seus responsáveis de escolas da rede municipal da cidade do Rio de Janeiro
sobre o ponto de vista destes a respeito do significado e interesse pela Disciplina
Educação Física. Entre os resultados, a Educação Física obteve o primeiro lugar entre
as disciplinas que os alunos mais gostam. Entretanto, quando o autor indaga sobre
qual disciplina os alunos consideram mais importante, a Educação Física caiu para
sétimo lugar, ficando à frente apenas da disciplina Química, Francês e Educação
Musical. Portanto, mantém-se explícito que os alunos distinguem entre o gostar, o
prazer que uma disciplina pode lhes proporcionar, e a utilidade que a Educação Física
pode ter em suas vidas.
Para a mudança dessa ideia, Betti e Zuliani (2002) acreditam que a Educação
Física, tratada como disciplina, deve proporcionar aos alunos uma integração na
cultura corporal, transformando-os em cidadãos que tenham condições para usufruir
da dança, dos jogos, do esporte, das práticas de aptidão física, sempre em benefício
da sua qualidade de vida.
Quando perguntamos como os professores das outras disciplinas percebem a
EF na escola onde trabalham eles responderam: existe um descrédito da EF em
relação às outras disciplinas; que é uma disciplina para extravasar; que é uma
disciplina que não faz nada, só rola bola. Mas, também dois professores de EF
disseram que os professores das demais disciplinas sabem da importância da EF.
Segundo Devide (2002) é comum ouvir pelos corredores das escolas
professores de outras disciplinas remetendo a Educação Física como um tempo de
lazer, em que os alunos “liberam energia”, depois de ficarem muito tempo em sala
de aula. Gonçalves e Ferroni (2003) complementam a ideia anterior ao afirmarem
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que as aulas de Educação Física são tratadas como simples “atividade”, em que os
alunos fazem as aulas sem entender sua finalidade, em um simples “fazer por fazer”.
Portanto, corresponde a uma disciplina que não se preocupa em organizar os
conteúdos e objeto de estudo; uma aula em que não se precisa de normas, regras e
planejamento.
Quando perguntados a respeito das expectativas com a profissão, obtivemos
as seguintes respostas:
Que ela possa ser vista como as outras matérias e o salário melhore para todos
os professores. (José)
Se continuar como vai a EF vai piorar, pois a classe não busca seu valor,
podendo o governo até cortar a disciplina, mas sempre quis ser profissional na
área por me identificar e espelhar em outros profissionais. (Deivid)
São boas, eu gosto muito do que faço e percebo que meus alunos gostam da
EF, pois é um grande meio de interação com os demais alunos. (Willian)
Os professores de EF tem que fazer sua parte, ensinar o que os alunos não
sabem (handebol, vôlei, enfim modalidades que não praticam). Só depende de
nós mesmos. (Alice)
Uma expectativa de uma participação plena dos alunos, melhores qualidades de
serviço, profissionais qualificados e com força de vontade para
trabalhar.(Alessandra)
Tem muito a melhorar, mas acredito que essas novas gerações de profissionais
têm tudo para mudar a concepção que nos mesmos nos colocamos,basta ter
força de vontade e fazer um bom trabalho.(Bernardo)
As respostas dos professores apontam, como destaca Huberman (2000) que a
carreira docente é um processo e não uma série linear de acontecimentos. Esta pode
apresentar patamares, regressões, becos sem saída, momentos de arranque ou
descontinuidades. Tais fatores não impedem que muitos profissionais vivenciem,
durante as diferentes etapas que caracterizam a sua carreira, momentos de
exploração e desestabilização, ocasionados por razões de ordem psicológica (tomada
de consciência, mudança de valores) ou exteriores (alterações políticas, crise
econômica).
A última questão indagou aos professores a respeito do que consideram ser
preciso para que a Educação Física escolar tome outros rumos. Obtivemos as
seguintes respostas dos professores:
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Precisa que o governo invista mais, e que os pais dos alunos acompanhem mais
os filhos na escola e em casa porque educação quem dá é os pais. (José)
Apoio maior do governo. (Deivid)
Nós mesmos, precisamos mostrar que a EF tem que ser respeitada por todos.
Infelizmente, alguns professores que apenas soltam a bola e deixam os alunos
fazerem o que querem, o que dá a impressão que a aula só serve para brincar.
Então deve partir dos próprios professores para que os outros também passem
a valorizar e respeitar a EF. (Willian)
Profissionais que querem trabalhar, apoio da direção e dos governos. (Alice)
Tem que ter uma iniciativa dos profissionais de EF que busque trabalhar de uma
forma mais clara e objetiva mostrando realmente o que a EF tem a oferecer ao
ser humano, buscando pouco a pouco a valorização a todos.(Alessandra)
O profissional colocar em prática tudo o que aprendeu na faculdade, pois todos
têm qualidades para promover aulas de qualidade e nada mais importante que
o governo invista com materiais e espaço físico adequado. (Bernardo)
Concordamos com Medina (2006) que o principal agente a transformar o
quadro atual da Educação Física é o próprio profissional. Assim, o autor coloca que
quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Portanto, as finalidades,
os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio conceito dessa disciplina são
condicionados pelo grau de consciência individual e coletiva dos profissionais que
trabalham nessa área da atividade humana. Nesse sentido, de acordo com as
diferentes visões de homem e de mundo que porventura possamos ter, diferentes
serão as nossas concepções a seu respeito. No entanto, os professores pesquisados
parecem não se perceber como principais agentes na mudança do quadro de
desprestígio da Educação Física.
Procuramos, portanto, retomar fatos importantes ocorridos no desenvolvimento
da disciplina no ambiente escolar, bem como as correntes que influenciaram a ação
docente. Isso se justifica aqui visto que, segundo Darido (2003), todas as tendências
que influenciaram a área ao longo de sua história, de certa forma, ainda interferem na
atuação dos professores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os professores pesquisados evidenciam possuir uma visão razoavelmente
crítica da área. Embora em início de carreira, apresentam perspectivas ora positivas
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ora negativas em relação à Educação Física e conseguem enxergar os problemas que
a profissão que escolheram.
Os docentes parecem não se perceber como principais agentes na mudança
do quadro de desprestígio da Educação Física. Existe sempre um outro culpado.
A Educação Física não tem sido muito bem vista pelos profissionais da
Educação, porém cabe principalmente aos Profissionais de Educação Física reverter
essa situação, fazendo o seu trabalho com consciência e responsabilidade.
Com este estudo pretendemos contribuir para que os professores de Educação
Física possam compreender melhor os desafios peculiares e generalistas enfrentados
pela profissão, notadamente os profissionais em início de carreira.
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MOTIVOS QUE LEVAM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A EVASÃO DAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Francielli de Barros Delazari e Silvânia Milani Aguiar- Acadêmicas do 6º Período
de Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo desse estudo foi identificar os motivos que levam alunos do Ensino Médio
de uma Escola Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira a evasão das aulas
de Educação Física. A pesquisa foi realizada através de observação participante e
entrevista estruturada com alunos do Ensino Médio de uma Escola pública Estadual
de uma Cidade da Zona da Mata Mineira. Foram pesquisadas uma turma de 1º ano
(41 alunos), uma de 2º ano (36 alunos) e uma terceira de 3º ano (30 alunos). As
entrevistas e as observações foram realizadas no mês de agosto de 2015. Os
resultados desta pesquisa mostram que os alunos que gostam das aulas de Educação
Física a consideram assim por diversos motivos que fogem totalmente a sua
especificidade enquanto disciplina que contribui para o desenvolvimento integral do
ser humano. Para a maioria, as aulas não são importantes, pois, eles não fazem nada.
Embora haja algumas informações coerentes, eles não demonstram saber da
importância dessa disciplina no currículo escolar. O que se percebe é que com ela ou
sem ela as coisas ficariam da mesma forma.
PALAVRAS-CHAVE: motivos; evasão; aulas de Educação Física.
1. INTRODUÇÃO
Na fase da adolescência, a prática da Educação Física é essencial em virtude
das transformações físicas e psíquicas que os jovens experimentam nesse momento
da vida, além de melhorara compreensão deles sobre os seus próprios corpos.
No entanto, os adolescentes parecem não compreender o lugar da Educação
física em suas vidas, haja vista que notadamente no Ensino Médio há uma maior
resistência dos alunos em realizar as atividades propostas pelo professor e,
consequentemente, grande evasão das aulas dessa disciplina. Temos que considerar
também que, muitas vezes, falta criatividade dos professores e até mesmo falta de
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habilidade de certos alunos, o que dificulta que os alunos dessa faixa etária se
mantenham interessados nas aulas.
Por ser um período de contestações, os adolescentes muitas vezes se negam
a participar das aulas. Muitos deles ainda consideram essa aula desinteressante e
sem importância. Além disso, o fato de a Educação Física ser facultativa nos turnos
noturnos acaba por corroborar para isso. Mesmo com a mudança ocasionada pela lei
n. 10.793, alterando a redação do artigo 26 da LDB (1996), pouco se avançou no
contexto final da Educação Física noturna. Ocorre que o professor de Educação Física
(EF) e o trabalho com essa disciplina na escola envolve-se em peculiaridades
fortemente ligadas a trajetória histórica e de características próprias da área que
contribuem para a percepção de situações que nem sempre contribuem para a
percepção positiva das pessoas a respeito dessa área do conhecimento.
Ao contrário disso, sabemos que a Educação Física é uma disciplina
fundamental no currículo escolar. Ela auxilia no desenvolvimento motor, afetivo, social
e físico. Através da prática corporal, o professor deve procurar “ater-se à busca da
formação integral de seus alunos” (BETTI, 1992, p.285).
Ao encontro dessa abordagem, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
(1997) afirmam que a Educação Física precisa buscar sua identidade como área de
estudo indispensável à compreensão e entendimento do ser humano, enquanto
produtor de cultura. Segundo Medina (2006), delimitando nossa área de análise à
realidade brasileira, podemos dizer que, no caso da Educação Física, ela não tem sido
capaz de justificar a si mesma, quer como disciplina formal e predominantemente
educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos de desenvolvimento
humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta competição ou de
rendimento.
Ao encontro dessa abordagem, podemos citar o estudo de Lovisolo (1995),
que realizou um estudo com alunos e seus responsáveis de escolas da rede municipal
da cidade do Rio de Janeiro sobre o ponto de vista destes, sobre o significado e
interesse pela disciplina Educação Física. Entre os resultados, a Educação Física
obteve o primeiro lugar entre as disciplinas que os alunos mais gostam. Entretanto,
quando o autor indaga sobre qual disciplina os alunos consideram mais importante, a
Educação Física caiu para sétimo lugar, ficando à frente apenas da disciplina Química,
Francês e Educação Musical.
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Portanto, mantém-se explícito que os alunos distinguem entre o gostar, o
prazer que uma disciplina pode lhes proporcionar, e a utilidade que a Educação Física
pode ter em suas vidas. Diante do relato desse quadro, acabamos esbarrando no
âmbito da formação profissional. Nesse caso, Medina (2006) destaca que mesmo
considerando as dificuldades organizacionais e as limitações intrínsecas dos
professores, quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Assim, as
finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio julgamento dessa
disciplina são condicionados pelo grau de consciência individual e coletiva dos que
trabalham com a Educação Física.
Portanto, em virtude das diferentes visões de homem e de mundo que
porventura possamos ter, diferentes serão as nossas concepções a seu respeito. O
reconhecimento deste quadro de pesquisas fez emergir a necessidade de aprofundar
o conhecimento no que tange as perspectivas de alunos sobre a Educação Física na
escola.
Diante disso, o objetivo do estudo é identificar os motivos que levam alunos
do Ensino Médio de uma Escola Estadual de uma Cidade da Zona da Mata Mineira a
evasão das aulas de Educação Física. Com a realização desta investigação,
pretendemos contribuir a ampliação da produção de um conhecimento que vise à
ressignificação do sentido e significado da Educação Física para os alunos da escola
básica, bem como o lugar desta disciplina no currículo escolar.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Ainda hoje, muitos não veem a Educação Física como uma disciplina
importante. Grande parte das pessoas a consideram apenas como um momento de
descontração. Isso leva à grande evasão da Educação Física escolar, principalmente
durante o Ensino Médio. No entanto, sabe-se que a Educação Física, é uma disciplina
tão importante como as demais e deve ter seu lugar garantido no currículo escolar.
Segundo Daolio (1996), a Educação Física faz parte da cultura humana; ela
estuda sobre as práticas ligadas ao corpo e aos movimentos criados pelo homem, tais
como as lutas, danças e esportes.
No Ensino Médio, a Educação Física exerce também um papel
importantíssimo na autoestima dos adolescentes. Isso porque, eles estão em uma
fase de transformações e muitas vezes sentem-se envergonhados dos seus corpos.
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Além disso, as manifestações corporais os ajudam a se expressar através do
movimento. Sendo assim, Daolio (1996) propõe que os professores de Ensino Médio
trabalhem com temas de estudo e aplicação sobre a cultura corporal, ou seja, leve os
adolescentes ao conhecimento das expressões corporais, além de vivenciá-las.
Contudo, é notável a falta de interesse dos adolescentes nas aulas de Educação
Física. Isso se deve a vários fatores como, por exemplo, à falta de criatividade dos
professores ao ministrar as aulas.
Além disso, os profissionais não buscam o verdadeiro significado da
Educação Física, que é formar cidadãos críticos e pensantes, ou seja, promover a
socialização, a interação e a formação de seres humanos completos. Sobre isso,
Medina (2006, p.63) afirma que enquanto os profissionais de Educação Física não
abrirem os olhos procurando adentrar em sua realidade de forma sólida por meio da
reflexão crítica e da ação, não serão capazes de promover conscientemente o homem
a níveis mais altos de vida, contribuindo assim com sua parcela para a realização da
sociedade e das pessoas em busca de sua própria felicidade.
3. METODOLOGIA
Essa pesquisa foi realizada através de observação participante e entrevista
estruturada com alunos do Ensino Médio de uma Escola pública Estadual de uma
Cidade da Zona da Mata Mineira. Foram pesquisadas uma turma de 1º ano (41
alunos), uma de 2º ano (36 alunos) e uma terceira de 3º ano (30 alunos). Foram
selecionadas as turmas de ensino médio que tinham aula no dia da semana autorizado
pela escola para fazermos a pesquisa.
Quanto aos objetivos, trata-se de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil, as
pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno a fim de levantar as opiniões, atitudes e crenças
do grupo pesquisado.
A participação dos alunos foi realizada mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) assinado pela direção da escola. Para
resguardar a identidade dos sujeitos e do contexto nenhum nome foi revelado. As
entrevistas e as observações foram realizadas no mês de agosto de 2015. As
entrevistas foram transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010, o que
possibilitou a recuperação dos dados nos momentos necessários. Das observações
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participantes foram produzidas as notas de campo expandidas, que também foram
transcritas e armazenadas em arquivo tipo Word versão 2010.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Buscando entender os motivos que levam os alunos do Ensino Médio a não
participarem das aulas de Educação Física, entrevistamos três turmas de Ensino
Médio: uma de Primeiro ano, que será chamada de turma A; outra de segundo, que
será a turma B e uma de terceiro, turma C. O professor da turma A e C é o mesmo.
90% dos entrevistados que não participam das aulas são meninas, pois a maioria dos
meninos joga futebol ou vôlei.
Na turma A, 20 (48,78%) alunos de um total de 41 não estavam fazendo nada
e se encontravam sentados em bancos espalhados pela escola; os demais que foram
à aula estavam jogando vôlei sem a presença da professora, junto com uma turma de
2° ano. A professora estava debaixo de uma árvore lendo um livro. Na turma B, 16
(44,44%) dos 36 alunos, estavam sentados sem fazer nada, mas disseram estar
jogando uno, um tipo de baralho. Os demais estavam jogando futebol, sob a
orientação de um professor substituto. Na turma C, 30 (88,23%) dos 34 alunos
estavam sentados em grupos pela escola, conversando. E a professora também
estava sentada. Quatro alunos que estavam participando, estavam jogando vôlei com
outra turma.
A primeira questão indagou os alunos sobre o porquê de eles não estarem
participando da aula de Educação Física: na turma A, 75% dos alunos responderam
que não gostam de fazer exercícios, pois tem preguiça; 25% disseram que não sabem
jogar. Feita esta mesma pergunta para a turma B, 75% responderam que tem
vergonha, pois não sabem jogar e os alunos habilidosos os criticam; 25% apontaram
que o professor não ensina.
A respeito da afirmação da turma B, considerando que a maioria são meninas,
podemos constatar que os profissionais de Educação Física, não se incomodam com
a não participação de algumas alunas, à medida que, geralmente, a intenção é
trabalhar apenas com a elite competitiva, comportamento predominante em muitos
profissionais de Educação Física. Isso é oriundo da Educação Física competitivista e
tecnicista que vigorou na década de 1970, visando à formação de atletas e heróis para
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representar a nação. Esse quadro faz com que a Educação Física mergulhe cada dia
mais num estado de nulidade (NASCIMENTO, FRERIS E DIAS e SOUSA, 2002).
Já na turma C, 10% falaram que estavam cansados, pois moram longe e
andam muito até o ponto de ônibus, além de estarem cansados das outras aulas; 30%
responderam que depois tem outras aulas e não querem ficar sujos e suados; 20%
disseram que o ambiente não é apropriado, pois a quadra está em reforma e o sol
está quente nessa hora; 20% responderam que não tem nada de interessante nas
aulas; 10% informaram que faltam bons professores e os outros 10% disseram que
falta interesse por parte dos alunos, pois eles têm preguiça de fazerem exercícios
físicos.
A próxima questão indagou os alunos sobre os tipos de atividades promovidas
pelo professor de Educação Física: Em todas as turmas entrevistadas 100% dos
alunos concordaram que o professor dá liberdade para eles escolherem entre jogar
uno, futebol ou vôlei. Raramente ocorre outra atividade como queimada ou peteca.
Para Faria (2007), é notável a utilização restrita de conteúdos de ensino,
concentrando-se quase exclusivamente nos esportes mais tradicionais, como o
futebol, o vôlei, o basquete e o handebol.
A terceira questão abordou os alunos sobre o que eles pensam das aulas de
Educação Física: na turma A, 75% dos alunos responderam que é uma aula boa, pois
é melhor do que ficar dentro de sala, e é uma aula importante para a saúde; 25%
disseram que não a considera uma disciplina importante, pois eles não fazem nada.
Na turma B, 50% dos alunos falaram que é uma aula desnecessária, pois o professor
não incentiva; 25% dos alunos disseram que é melhor ficar dentro de sala; 25%
disseram que seria uma aula necessária se fosse dado conteúdo, especialmente
dança. Na turma C, 50% também responderam que é uma aula boa, porque não
fazem nada e é melhor do que ficar na sala; 30% disseram que as aulas devem
melhorar, ter mais materiais e atividades; 20% falaram que é uma disciplina
fundamental para saúde.
Na quarta questão os alunos foram indagados sobre qual a importância da
Educação Física no Ensino Médio: na turma A, 50% dos alunos falaram que é uma
disciplina importante para a manutenção da saúde; 25% responderam que é
importante para o lazer e 25% apontaram que é importante para os alunos saírem do
sedentarismo. Na turma B, 50% disseram que a aula não tem importância, pois eles
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ficam a toa; 25% falaram que é importante para o desenvolvimento físico e 25%
também apontaram que é importante para sair do sedentarismo. Na turma C, 20%
disseram que o exercício físico auxilia na manutenção da saúde e do condicionamento
físico; 10% disseram que a aula é importante para a distração das outras aulas; 20%
apontaram que a aula é importante para os alunos saírem do sedentarismo; 40%
falaram que do jeito que está não tem nenhuma importância; 10% disseram que é
bom para quem não tem outros meios de fazer atividades.
As respostas dos alunos nos provocam uma série de reflexões. Entre elas,
podemos concordar com Medina (2006) que a falta de reflexão em torno do significado
mais amplo e profundo da Educação Física tem tirado dela a oportunidade de se
estabelecer definitivamente como uma verdadeira arte e ciência do movimento
humano. Completa dizendo que o certo é que a Educação Física não sairá de sua
superficialidade enquanto não se posicionar criticamente em relação aos seus valores,
ou, em outras palavras, não se questionar quanto ao real valor de sua prática para as
pessoas e para as comunidades a que serve. Conclui-se assim com palavras do
mesmo autor que, as vítimas da educação brasileira não são apenas aquelas que não
têm acesso à escola.
A questão seguinte argumentou sobre o que os alunos acham do seu
professor: na turma A, os alunos foram unânimes e 100% responderam que gostam
muito da professora, pois ela interage com eles, os incentiva a fazerem as aulas e é
uma boa pessoa. Na turma B, o professor teve 100% de desaprovação: os alunos
disseram que ele é desanimado, parado, desmotivado, não inova, não incentiva os
alunos, participa da aula quem quer, não dá aula, chega atrasado, não interage com
os alunos, recebe à toa e eles não gostam dele. A turma C, também disse gostar da
professora, pois a relação entre eles é muito “boa”.
Novamente concordamos integralmente com as palavras de Medina (2006)
quando ele afirma que quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas.
Diante disso, as finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio
conceito dessa disciplina dependem do grau de consciência individual e coletiva dos
que trabalham nessa área da atividade humana. Se o professor não é referência para
o aluno, como resultado teremos as lamentáveis respostas como as apontadas no
parágrafo anterior.
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A sexta questão tratou do motivo que levam muitos alunos a não participarem
das aulas de Educação Física: na turma A, 40% disseram que tem vergonha de errar,
pois não sabem jogar; 20% disseram que a reforma da quadra impede a realização
das aulas; 30% disseram que os alunos têm preguiça; 10% apontaram que não
gostam de fazer atividades por obrigação. Na turma B, 50% dos alunos afirmaram que
o professor não diversifica suas aulas e 50% disseram que a quadra está em reforma
e o sol atrapalha as aulas, pois o local é descoberto. Na turma C, 40% disseram que
os alunos têm preguiça; 50% responderam que o local não é apropriado, pois é sujo,
descoberto e agora com a reforma falta espaço; 10% apontaram que o professor não
tem interesse nas aulas.
Percebe-se que da forma como a Educação Física está ela não pode ficar.
Betti e Zuliani (2002), afirmam que para a Educação Física alcançar sua legitimidade
e proporcionar aprendizado, é indispensável que ela e seus professores
fundamentem-se teoricamente para justificar à comunidade escolar e à própria
sociedade o que já sabem fazer, e, estreitando as relações entre teoria e prática
pedagógica, inovar, experimentar novos modelos, estratégias, metodologias,
conteúdos, para que a Educação Física siga contribuindo para a formação integral
das crianças e jovens e para a apropriação crítica da cultura contemporânea.
Na sétima pergunta, os alunos foram questionados se fora da escola eles
fazem alguma atividade física ou praticam algum esporte: na turma A, 75% dos alunos
responderam que não fazem nada; 15% disseram jogar peteca na rua eventualmente;
10% falaram que jogam futebol eventualmente. Na turma B, 50% disseram não fazer
nada; 25% responderam que às vezes jogam queimada e 25% falaram que fazem
academia. Na turma C, 60% dos entrevistados não fazem nenhum exercício físico;
20% fazem academia e 20% fazem caminhadas.
A próxima questão indagou os alunos sobre o que eles já aprenderam com as
aulas de Educação Física: na turma A, 50% dos alunos disseram não ter aprendido
nada, pois não participam das aulas; 50% disseram ter aprendido algumas regras de
esportes como vôlei, quando ainda estavam no Ensino Fundamental. Na turma B, 50%
responderam que não aprenderam nada, e que o pouco que sabem de brincadeiras,
jogos e esportes, aprenderam na rua; 25% falaram que aprenderam a jogar futebol,
vôlei e queimada, quando estavam no Ensino Fundamental; e 25% disseram que
aprenderam a dançar zumba com a antiga professora. Na turma C, 60% dos alunos
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entrevistados disseram que aprenderam a jogar vôlei; 20% responderam que
aprenderam a jogar uno; 20% apontaram que aprenderam sobre a importância da
Educação Física para a saúde.
A nona pergunta, indagou os alunos sobre como eles acham que deveriam
ser as aulas de Educação Física: na turma A, 100% dos alunos disseram que está
bom do jeito que está, pois eles podem ficar sem fazer nada. No entanto, esses
mesmos alunos concordam que para a saúde as aulas estão ruins. Na turma B, 50%
dos alunos disseram que as aulas deveriam ter mais dança; 25% apontaram que
deveria ter futebol separado entre as meninas e os meninos; 25% responderam que
queriam jogar mais queimada. Nesta mesma turma, 100% dos entrevistados disseram
que o professor poderia fazer eventos diferentes, como festivais de dança, gincanas
e passeios ciclísticos. Na turma C, 30% dos alunos apontaram que a escola deveria
ter uma melhor estrutura, mais materiais e mais espaços; 20% responderam que o
professor deveria incentivar mais, dando aulas animadas e dinâmicas; 20% disseram
que todos deveriam participar das aulas; 30% dos estudantes responderam que
professor e alunos deveriam ter mais interesse.
Na última questão, os alunos foram questionados sobre qual nota atribuem a
essa disciplina, em uma escala de 0 a 10: na turma A, 50% dos alunos atribuíram nota
10 a Educação Física; 25% nota 9; e 25% nota 8. Todos os alunos responderam que
consideram a Educação Física uma disciplina importante, mesmo não gostando das
aulas. Quando questionados se realmente não gostam, eles disseram que na verdade
eles não praticam para saber, e que talvez gostariam se começassem. Na turma B,
25% dos alunos atribuíram nota 1; 25% nota 2; 25% nota 3 e 25% nota 4. Quando
questionados se as aulas fossem ministradas de uma forma interessante para eles,
qual seria a nota que eles atribuiriam a Educação Física a resposta foi bem diferente:
50% atribuíram nota 10; 25% nota 9 e 25% nota 8. Na turma C, 40% dos alunos
atribuíram nota 10; 20% nota 9; 20% atribuíram nota 5; e 20% nota 4.
Com essa pesquisa, foi possível observar que a falta de interesse nas aulas
parte principalmente dos professores, que se deixam desmotivar pelas condições do
ambiente e assim não buscam maneiras de diversificarem suas aulas. Os alunos,
muitas vezes, se mostravam interessados, como por exemplo, os que se juntavam a
outras turmas para jogarem futebol ou vôlei, mesmo sem supervisão de professores.
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E até os alunos que não estavam fazendo nada, concordavam que seria interessante
serem incentivados pelos professores.
Sobre isso, Martinelli et al. (2006, p.2) afirmam que:
O professor também assume grande importância para essa desmotivação
dos alunos, pois a metodologia utilizada para desenvolvimento das aulas, o
relacionamento aluno-professor, o conteúdo por ele apresentado, entre
outros fatores, também influenciam na participação ou não nas aulas de
Educação Física Escolar.
Ao fim dessa pesquisa, o que nos resta mais uma vez é concordar com
Medina (2006) outra vez, quando ele afirma que o que faz uma disciplina tornar-se
importante para os alunos não é só o valor intrínseco do seu conteúdo, mas também
a vibração com que os responsáveis colocam no desenrolar do processo de ensino,
permitindo que os educandos aprendam a se comprometer. E esse comportamento
não é observado em nenhum dos professores das três turmas pesquisadas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados desta pesquisa mostram que os alunos que gostam das aulas
de Educação Física a consideram assim por diversos motivos que fogem totalmente
a sua especificidade enquanto disciplina que contribui para o desenvolvimento integral
do ser humano. Para a maioria, as aulas não são importantes, pois, eles não fazem
nada. Embora haja algumas informações coerentes, eles não demonstram saber da
importância dessa disciplina no currículo escolar. O que se percebe é que com ela ou
sem ela as coisas ficariam da mesma forma. Pelas respostas dos alunos, os
professores parecem estar desmotivados e acabam passando para os alunos a
impressão de que as aulas de Educação Física não têm importância.
Conclui-se, portanto, que o envolvimento dos alunos depende do empenho
dos professores, nesse processo de formação de cidadãos. Portanto, cabe ao
profissional de Educação Física, fazer a escolha do seu itinerário, continuar no
marasmo ou integrar-se aos que lutam para que a Educação Física seja mesmo uma
ciência que estuda o ser humano em movimento, seja ele consciente ou inconsciente.
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Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO
DE RESULTADOS (CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 11 A 15 ANOS DE IDADE
Marluce Aparecida Fonseca – Graduada em Educação Física e Mestre em
Ciências do Esporte. Professora do curso de Educação Física da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Josélia Mendes e Simone Higidio – acadêmicas do 6º período do curso de
Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
[email protected]
RESUMO
Aprendizagem Motora é caracterizada como mudanças relativamente permanentes
em processos internos que determinam à capacidade do indivíduo de produzir uma
tarefa motora. Um dos fatores que influência o processo de aprendizagem é o
feedback. Este estudo teve por objetivo investigar os efeitos de diferentes frequências
relativas de conhecimento de resultados (CR) em crianças de 11 a 15 anos de idade.
Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 11 a 15 anos
de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino, divididos
aleatoriamente em três grupos (n=20). A fase de aquisição foi realizada em 3 dias com
20 tentativas a cada dia, totalizando 60 tentativas. Após 48 horas foi realizado o teste
de retenção com 20 tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberam CR de
acordo com as seguintes frequências: G100% recebeu CR em todas as tentativas, G
66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e G33% recebeu CR em 1/3 das tentativas. A
tarefa consistiu em realizar o saque por baixo no voleibol a partir do lado I da quadra
e acertar a maior pontuação do alvo afixado no chão do lado II. A análise descritiva
dos dados, composta por uma medida central, representada pela média, mostrou que
na fase de aquisição o grupo 66% obteve um desempenho superior em relação aos
demais grupos e, também no teste de retenção. Esses resultados indicam que uma
frequência intermediária, ou seja, 66% auxilia na melhora do desempenho do saque
por baixo do voleibol.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Motora, Feedback e Frequência relativa de
conhecimento de resultados.
1. INTRODUÇÃO
Para Schmidt e Wrisberg (2001), Aprendizagem motora é caracterizada como
mudanças relativamente permanentes em processos internos que determinam à
capacidade do indivíduo de produzir uma tarefa motora. O nível de aprendizagem
motora de um indivíduo aumenta com a prática e é frequentemente inferido pela
observação de níveis relativamente estáveis do desempenho motor da pessoa. O
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feedback, juntamente com a prática, constitui um dos principais aspectos no processo
de ensino-aprendizagem (SALMONI; SCHMIDT; WALTER, 1984).
De acordo com Magill (2000), o feedback é tido como uma informação que o
indivíduo recebe sobre seu desempenho, durante ou após sua realização, gerado por
fontes intrínsecas ou fontes extrínsecas. O feedback extrínseco, advém de fontes
externas, como por exemplo, a fala de um professor ou vídeo, e; é subdividido em
conhecimento de resultados (CR) e conhecimento de performance (CP).
Uma das formas de se investigar o efeito dessa variável (CR) quanto ao seu
fornecimento é denominada frequência de CR que se refere à quantidade de CRs
fornecidos em determinada quantidade de prática, subdividida em frequência absoluta
e relativa (CHIVIACOWSKY; GODINHO, 2004; VIEIRA, 2012). A frequência absoluta
refere-se ao número total de CRs fornecidos em uma sequência de tentativas,
enquanto a frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos durante uma
sessão de prática (BILODEAU; BILODEAU, 1958; SALMONI et al., 1984).
Os primeiros estudos sobre frequência de fornecimento de CR propuseram que
somente a frequência absoluta seria crucial para o processo de aprendizagem motora,
ou seja, a aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse fornecido com alta
frequência (BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa visão foi contrastada por
Salmoni et al. (1984) através de um estudo de revisão sobre CR, que apontou a
ausência de testes nos delineamentos de alguns estudos como um dos motivos para
a separação dos efeitos transitórios da fase de aquisição dos efeitos relativamente
duradouros. A frequência relativa passou então a ser interpretada como mais
importante que a frequência absoluta e mais eficaz quando fornecida em menores
quantidades (WINSTEIN; SCHMIDT, 1990).
Estudos como Chiviacowsky e Tani (1993); Chiviacowsky e Godinho (2004);
Teixeira (1993); Vieira et al. (2012) demonstraram superioridade para frequências
inferiores a 100% de CR, como por exemplo, frequências relativas de 50% e 33%
sendo superiores a frequências altas. No entanto, esses resultados não são
consistentes em crianças. Portanto, o objetivo do presente estudo foi verificar os
efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na
aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 11 a 15 anos de idade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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O termo feedback surgiu com o advento da cibernética, que busca explicar
como os sistemas são controlados através do mecanismo de retroalimentação
(WIENER, 1968). Quando um movimento é realizado e uma resposta é produzida, ele
gera uma informação que retorna ao sistema, mostrando a diferença entre a meta
estabelecida e o desempenho obtido, permitindo elaborar ajustes numa próxima
tentativa para proceder à aproximação do resultado esperado (KOESTLER, 1969).
Nesse sentido, o “timoneiro” por meio do feedback detecta se há algum desvio e efetua
as devidas correções, de forma que o seu objetivo seja alcançado (PALHARES, 2005;
TANI, 1989). O feedback pode ser definido como toda informação de retorno sobre
um movimento realizado, gerada naturalmente por fontes intrínsecas ou fornecida por
uma fonte externa e que auxilia na aquisição de habilidades motoras (MAGILL, 2000;
SCHMIDT, 1993).
O feedback em relação à sua origem, pode ser dividido em duas categorias:
intrínseco e extrínseco. O feedback intrínseco advém das próprias fontes naturais do
corpo, como a visão, tato, olfato e a propriocepção. Diferentemente do feedback
extrínseco que surge de fontes externas, como por exemplo, a fala de um professor,
vídeo ou um cronômetro (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993).
O feedback extrínseco é subdividido em duas categorias: conhecimento de
performance (CP) e conhecimento de resultados (CR). Quando o feedback
aumentado ou extrínseco refere-se ao padrão de movimento executado, ele é
denominado conhecimento de performance (CP), mas quando essa informação se
refere ao resultado obtido em relação à obtenção ou não da meta da tarefa, é
denominado conhecimento de resultados (CR) (SCHMIDT; WRISBERG, 2000;
SCHMIDT, 1993).
Bilodeau e Bilodeau (1958) foi um dos primeiros estudos a investigar os efeitos
da frequência relativa na aprendizagem, fixando a frequência absoluta e variando a
quantidade de prática. Os resultados apontam que as tentativas sem CR não
favoreciam a aprendizagem e, que apenas a frequência absoluta seria importante.
Achados como este também foram encontrados em outro estudo de Bilodeau et al.,
(1959) que verificou os efeitos da frequência relativa de CR. Seus resultados também
apontam os benefícios do CR quando fornecido em todas as tentativas, ou seja, 100%
de frequência relativa. Entretanto, esses estudos não utilizaram em seus
delineamentos testes de transferência ou retenção, que permitem separar os efeitos
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provisórios da aquisição dos efeitos relativamente permanentes da aprendizagem
(SALMONI et al., 1984; RUSSELL; NEWELL, 2007).
Estudos posteriores como Taylor e Noble (1962) investigaram os efeitos de
diferentes frequências de CR em adultos (100%, 75%, 50% e 25%) em uma tarefa de
pressionar a chave correta correspondente ao estímulo. Seus achados demonstraram
superioridade para frequências reduzidas como 50% e 25%.
Ho e Shea (1978)
também investigaram os efeitos da frequência de CR na aquisição de uma habilidade
de posicionamento, fixando a frequência absoluta em 10 CRs, utilizando três
frequências de CR (100%, 33% e 17%). O grupo com 17% apresentou uma tendência
de superioridade em relação aos demais grupos no teste de retenção.
Chiviacowsky e Tani (1993) investigaram os efeitos da frequência de CR em
crianças de diferentes faixas etárias (7 e 10 anos) utilizando uma tarefa de arremesso
em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e 33%). Os achados
do teste de transferência apresentaram superioridade para uma frequência menor que
100%, ou seja, 66%. Entretanto, frequências reduzidas (33%) podem não ser tão
eficazes para o processo de aprendizagem em crianças, por não favorecer a correção
e detecção de erros de forma eficiente. Confirmando esses resultados, Teixeira (1993)
utilizou uma tarefa de posicionamento linear, em duas diferentes frequências de CR
100% e 50%. O grupo com 50% apresentou um melhor desempenho no teste de
retenção.
O estudo de Tertuliano; Coca Ugrinowitsch; Ugrinowitsch; Corrêa (2007)
também investigou o efeito de diferentes frequências (50% e 33%) de CR em crianças
de 8 a 11 anos de idade, utilizando uma tarefa do saque por baixo do voleibol. Seus
resultados apontam que a menor frequência de feedback auxilia na melhora do
desempenho do saque por baixo do voleibol.
Ishikura (2008) também investigou os efeitos da redução da frequência de CR
em uma tarefa de golpear uma bola de golfe ao alvo, com 34 universitários divididos
em duas condições experimentais (100% e 33%) com 60 tentativas de prática. Os
resultados mostraram que o grupo com frequência reduzida (33%) foi superior ao
grupo 100% de CR. Resultados semelhantes foram encontrados por Lustosa de
Oliveira et al., (2009) que investigaram os efeitos da frequência reduzida de CR, em
uma tarefa de arremesso do jogo de bocha, utilizando quatro grupos experimentais
(25%, 50%, 75% e 100%) com 90 tentativas de prática. Seus resultados mostraram
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que o grupo 25% obteve maior precisão que o grupo 50% e maior nível de consistência
no teste de transferência.
A maioria dos estudos demonstrou superioridades para frequências relativas
reduzidas. No entanto, esses resultados não são consistentes em crianças. Portanto,
o objetivo do presente estudo foi investigar o efeito de diferentes frequências relativas
conhecimento de resultados (CR) em crianças de 11 a 15 anos de idade na
aprendizagem do saque por baixo no Voleibol.
3. METODOLOGIA
.
Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 11 a
15 anos de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino. Os
indivíduos não possuíam conhecimento prévio da tarefa praticada e participaram de
forma voluntária, mediante a assinatura de um termo de consentimento livre e
esclarecido por parte de seus pais ou responsáveis.
A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo de voleibol a partir do lado I da
quadra (na região atrás da linha dos três metros) por sobre a rede, sem tocá-la, com
o objetivo de acertar o centro de um alvo localizado no lado oposto (lado II) da quadra
(FIGURA I). Dentre os motivos da escolha dessa tarefa podemos apontar: a sua
validade ecológica e por ser amplamente utilizada em pesquisas de aprendizagem
motora (TERTULIANO; COCA UGRINOWITSCH; UGRINOWITSCH; CORRÊA, 2007).
Visando a manipulação da variável dependente, a rede de Vôlei foi coberta com uma
lona preta de forma que os indivíduos não tivessem a visão do alvo. O alvo foi
colocado num plano horizontal no lado II (oposto ao lado de saque) da quadra de
voleibol com as zonas de pontuação demarcadas por tinta preta. A zona “um” foi à
zona central, com 1.0m, e valor de dez pontos: a zona “dois” foi distanciada 2,0m do
centro do quadrado central e possuía valor de oito pontos: a zona “três” foi distanciada
3,0m do centro do quadrado central com valor de seis pontos e a zona “quatro” foi
distanciada a 4,0m do centro do quadrado central, com valor de quatro pontos. As
bolas que caíam do outro lado da quadra, porém fora do alvo tinham o valor de três
pontos. As bolas que caíam depois da rede fora da quadra de voleibol, tinham o valor
de dois pontos e as tentativas em que a bola tocava a rede, a fita superior, as antenas
laterais ou caíam antes da rede, tinham o valor de um ponto (FIGURA I). Cada saque
foi computado como uma tentativa.
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O experimento constou de duas fases: aquisição e retenção.
Na fase de
aquisição os indivíduos realizaram 60 tentativas, sendo 20 tentativas a cada dia. Após
48 hs foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR.
Os indivíduos foram divididos de forma randômica em 3 (três) grupos de igual
número em relação à frequência de feedback que foi fornecida: grupo100% recebeu
CR em todas as tentativas, 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR
em 1/3 das tentativas e após 48 horas todos os grupos praticaram 20 tentativas sem
nenhum feedback (FIGURA II).
FIGURA I: Ilustração do ambiente experimental do lado A e B da quadra e a
quantidade de regiões de acerto do lançador.
Fonte: adaptado de Tertuliano et al.,2008
FIGURA II: Quadro experimental das diferentes frequências relativas de CR
FREQUÊNCIA RELATIVA DE CR
NÚMERO DE CR
100%
60 CRs/ CR em todas as tentativas
66%
40 CRs/ CR em 2/3 das tentativas
33%
20 CRs/ CR em 1/3 das tentativas
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Os resultados foram descritos em 6 blocos de 10 tentativas na fase de aquisição
e 2 blocos de 10 tentativas no teste de retenção e o desempenho foi analisado pela
meta descrita na tarefa, ou seja, a pontuação alcançada no referido saque (escores
relativos ao alvo = 10,8,6,4,3,2,1) (FIGURA III).
Na análise do desempenho na fase de aquisição, todos os grupos melhoraram
seu desempenho quando comparado o primeiro bloco da aquisição com o último
bloco. No entanto, ao final dos blocos BL5 e BL6 da aquisição os grupos G100% e
G66% igualaram seus comportamentos. No teste de retenção o grupo G66% obteve
um desempenho superior com relação aos demais grupos e o grupo G33% com um
desempenho superior ao G100% (FIGURA III).
Tais resultados estão de acordo com a hipótese da orientação (SALMONI et
al.1984) que propõe que altas frequências de CR podem levar o aprendiz a uma
dependência da informação extrínseca, por não utilizar o feedback intrínseco durante
o momento que a informação extrínseca está disponível. Nesse sentido, quando
retirado à informação, por exemplo, por meio do teste de retenção, causaria uma
queda no desempenho (G100%). Em contrapartida, os grupos que receberam uma
quantidade menor de informação (frequências relativas reduzidas) durante a fase de
aquisição não se tornaram dependentes da informação extrínseca, pois utilizaram seu
feedback intrínseco e; mediante situações sem CR mantiveram seu desempenho
(G66%). Nesse sentido é possível concluir que frequência intermediárias (66%) de
feedback auxiliam na melhora do desempenho do saque por baixo do Voleibol.
FIGURA III: Curva de desempenho dos valores médios nas fases de aquisição
(BL1- BL10) e Retenção (R).
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7,0
6,0
M ÉDIA DOS PONTOS
5,0
4,0
G33%
3,0
G66%
2,0
G100%
1,0
0,0
BL1
BL2
BL3
BL4
BL5
BL6
RT1
RT2
BLOCOS DE TENTATIVAS
REFERÊNCIAS
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FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA
MATA MINEIRA
Mateus Chaves Couto e Sérgio Luiz Fernandes da Silva - Acadêmicos do 6º
período do curso de Educação Física da Faculdade vértice
UNIVÉRTIX
Carlos Eduardo Toledo. Graduado em Educação Física, Especialização em
Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras, Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
RESUMO
O objetivo do estudo foi verificar a frequência de atividade física dos alunos do Ensino
Médio de uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. O
estudo foi realizado com alunos do ensino médio de uma escola estadual de uma
cidade da Zona da Mata Mineira. De um total de 297 de ensino médio foram
pesquisados 237. Foram avaliados os níveis de atividade física dos discentes
presentes nos dias de aplicação do questionário. Para coletar os dados, foi aplicado
o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (CELAFISC, 2014), proposto
pela Organização Mundial de Saúde (1998). Apesar de nossas expectativas negativas
em relação a esses resultados, os alunos da escola pesquisada mostraram que as
atividades físicas fazem parte de seu cotidiano. Em pleno século XXI, existem
adolescentes considerados sedentários ou irregularmente ativos e os envolvidos
nessa pesquisa mostraram que estão fora dessas estatísticas alarmantes. Isso nos
leva a refletir sobre como fazer para que todos, e não somente alguns alunos, tenham
uma vida, onde a atividade física seja uma realidade no cotidiano dessas pessoas.
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Exercício Físico; IPAQ; Sedentarismo.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente crianças e adolescentes estão ficando cada vez mais limitados a
realizar movimentos devido aos avanços tecnológicos, substituindo as atividades que
envolvem algum tipo de esforço físico pelos jogos eletrônicos. Essa situação é
preocupante, porque está relacionada ao sedentarismo, o que os torna cada vez mais
suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas (GUEDES, 2002).
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Na adolescência essas doenças não se manifestam com muita frequência, mas esse
é um período marcado por muitas transformações, físico e psicológico, pois é uma
fase em que eles se encontram sob a pressão da autoafirmação e da escolha
profissional, o que contribui para o surgimento do estresse. Além disso, a vida
sedentária aliada à má alimentação e ingestão de bebidas alcoólicas, o que é típico
do comportamento nessa idade, representam riscos à saúde (PIRES et al., 2002).
Devido a isso, uma atenção especial deve ser dada na infância e na adolescência, por
que são períodos o qual vários hábitos são incorporados, podendo ser transferidos
para a vida adulta (BANKOFF e ZAMAI, 1999; NAHAS, 1995).
A Educação Física escolar tem uma importante contribuição para o
desenvolvimento motor e a aptidão física visando o bem-estar e a saúde para todos
os que praticam. Em função disso, é necessário priorizar no ensino médio, a educação
para a atividade física e a saúde, contribuindo para a conscientização dos alunos
quanto à importância de se adotar um estilo de vida mais saudável e ativo fisicamente
(BANKOFF e ZAMAI, 1999).
Segundo Fiatarone-Singh (1998), a maioria dos estudos transversais sugere
que a atividade física tem um papel de modificação das alterações do peso e
composição corporal relacionada à idade e de acordo com sua análise. Os indivíduos
que se classificam como mais ativos tem menor peso corporal, índice de massa
corporal, porcentagem de gordura corporal e relação cintura/quadril do que os
indivíduos considerados sedentários.
A saúde está diretamente relacionada à atividade física. As pessoas com
hábitos sedentários possuem menor aptidão física, isto é, menor capacidade para
executar exercícios físicos. Por outro lado, as características de estrutura muscular,
de nossas articulações, da constituição do corpo ou da capacidade cardiorrespiratória,
determinam também os limites de nossa aptidão física (AZEVEDO, 2000). O principal
afetado dessa nova era de avanços são os adolescentes, que estão passando cada
vez mais tempo em frente ao computador, vídeo game e celular, esquecendo-se de
praticar algum tipo de atividade física. Isso pode trazer várias consequências. Para
Halpern (2000, p.27):
O acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente entre as vísceras,
apresenta grande risco de alterações metabólicas e de desenvolvimento de
patologias secundárias, o que pode ser extremamente perigoso para o
adolescente, no que tange à aquisição de outras doenças, como: problemas
de colesterol alto, triglicerídeos alto, problemas de coração, entre outros.
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Atividades
físicas
realizadas
durante
a
adolescência
parecem
ser
determinantes de um estilo de vida ativo na idade adulta. Segundo James, (1995)
citado por Azevedo Júnior, Araújo e Pereira (2006) as pessoas mais rapidamente
persuadidas a aderir a um programa de atividades físicas são aquelas que, quando
crianças, foram fisicamente ativas na escola e no lazer.
Moore et al. (1991) afirmam que o nível de atividade física em criança e em
seus pais demonstram também que os filhos de mães ativas são duas vezes mais
ativos que os filhos de mães inativas e quando os dois pais eram ativos as crianças
foram 5,8 vezes mais ativas que os filhos de pais inativos.
Entendendo ser a inatividade física um dos grandes problemas que afetam a
sociedade atual, veio o interesse em pesquisar tal fenômeno. Assim, a questão eixo
do estudo foi: qual a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de
uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira? E o objetivo
do estudo foi verificar a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de
uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos
adolescentes e suas famílias em relação á importância da atividade física para a
qualidade de vida.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A atividade física é definida como um gasto de energia causado por uma
contração muscular e que é compreendido, como característica natural do ser
humano. (GUISELINI, 2006). Cientificamente, “define-se atividade física como
qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, sendo,
portanto, voluntário, e resultando em gasto energético maior do que os níveis de
repouso” (CASPERSEN et al., 1985 citado por GUISELINI, 2006, p.23).
O exercício físico, ou atividade física estruturada, como também é conhecido, é
definido por toda “atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que tem por
objetivo a melhoria e manutenção de um ou mais componentes da aptidão física”
(CASPERSEN et al., 1985 citado por GUISELINI, 2006, p.32).
Aptidão física seria a capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga
excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no
meio ambiente em que vivem. E a atividade física qualquer movimento do corpo
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realizado pelos músculos que requer energia para acontecer, podendo ser
apresentado em um continuum, com base na quantidade de energia despendida
(ARAÚJO e ARAÚJO, 2000).
Segundo Guyton e Hall (2002) a obesidade é caracterizada pelo excesso de
gordura no organismo. Tal excesso na região abdominal, principalmente entre as
vísceras, é de alto risco para os adolescentes, já que com a gordura localizada nesta
região o metabolismo se altera podendo desenvolver patologias secundárias e outras
doenças (HALPERN, 2000).
As transformações nos centros urbanos e as tecnologias que sempre se inovam
acabam fazendo com que as crianças e adolescentes percam seu espaço para brincar
e se desenvolver, o que tem se tornado normal, mas de forma equivocada (OLIVEIRA,
2004). Segundo Valente (2002), é fundamental que os programas de Educação Física
estimulem os alunos a hábitos mais saudáveis.
Segundo Betti (1992) atualmente a Educação Física na escola é entendida como
uma área que trata a cultura corporal e sua finalidade é introduzir e integrar o aluno
nessa esfera para formar um cidadão a fim de que ele possa produzi-la, reproduzi-la
e transformá-la; e para isso o aluno deverá usufruir dos jogos, esporte, danças etc.,
em benefício próprio de sua cidadania e da melhoria de sua qualidade de vida. O
aprendizado mediado pelo professor de Educação Física é muito importante para o
aluno, pois ela não pode ser entendida como simples prática pela prática, mas como
disciplina que será utilizada no processo de ensino e aprendizagem e na construção
do conhecimento. A Educação Física deve fazer com que o aluno conheça e
compreenda a cultura corporal de movimento.
O sedentarismo é considerado um problema mundial por causa dos sérios danos
que causa à saúde da população (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005). A
inatividade está associada a diversos fatores. Um deles é o desconhecimento sobre
como se exercitar ou os benefícios que tal prática traz para a saúde do ser humano.
Segundo Silva (2008) a falta de orientação de profissionais da área de saúde são um
dos principais motivos do desconhecimento de que exercitar faz muito bem à saúde.
Outro motivo é o desinteresse das pessoas em se informar sobre o valor da atividade
física por ignorá-las (DOMINGUES; ARAÚJO; GIGANTE, 2004). A prática de atividade
física na adolescência é determinante para se tornar um adulto ativo (AZEVEDO
JÚNIOR; ARAUJO; PEREIRA, 2006) e nessa fase ela está muito ligada ao lúdico.
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O lúdico pode ser considerado como jogo, divertimento, prazer, alegria,
acontecendo em qualquer momento do cotidiano dos indivíduos. Segundo Guiseline
(2006, p. 23) “é uma característica inerente ao ser humano”, portanto, este está ligado
à atividade física intimamente, ou seja, são inseparáveis.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possui
como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de
uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. O estudo foi
realizado com alunos do ensino médio de uma escola estadual de uma cidade da Zona
da Mata Mineira. De um total de 297 de ensino médio foram pesquisados 237. Foram
avaliados os níveis de atividade física dos discentes presentes nos dias de aplicação
do questionário.
Para coletar os dados, foi aplicado o Questionário Internacional de Atividade
Física (IPAQ) (CELAFISC, 2014), proposto pela Organização Mundial de Saúde
(1998). No Brasil, o IPAQ (nas versões curta e longa) teve sua validade testada nos
estudos feitos por Pardini et al. (1997) e, principalmente, por Matsudo et al. (2001).
De uma forma geral, os resultados encontrados com esses estudos demonstraram
que o IPAQ é um instrumento de fácil aplicação com uma boa estabilidade de medidas
e uma precisão aceitável para ser utilizado em estudos com determinadas populações
adultas. O IPAQ atualmente é publicado na versão curta (com 8 perguntas) e na
versão longa (com 27 perguntas). As duas versões do IPAQ apresentam o mesmo
objetivo a diferença e que a versão longa explora mais campos do que a versão curta.
O IPAQ versão curta, que foi utilizada em nossa pesquisa consiste em estimar o tempo
semanal gasto em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa, em
diferentes contextos do cotidiano e ainda o tempo despendido em atividades passivas,
realizadas na posição sentada (BENEDETTI et al., 2007). A classificação dos níveis
de atividade física através do IPAQ versão curta são as seguintes apresentadas
abaixo:
Muito ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
a. Atividade VIGOROSA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos por sessão; ou
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b. Atividade VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por
sessão + Atividade MODERADA e/ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30
minutos por sessão.
Ativo: aquele que cumpriu as recomendações de:
a. Atividade VIGOROSA: ≥ 3 dias na semana e ≥ 20 minutos por sessão; ou
b. Atividade MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias na semana e ≥ 30 minutos
por sessão; ou
c. Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias na semana e ≥ 150 minutos na semana
(caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa).
Irregularmente Ativo: aquele que realiza atividade física, porém insuficiente para ser
classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou
duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos
diferentes tipos de atividades (caminhada + atividade moderada + atividade vigorosa).
Este grupo foi dividido em dois subgrupos de acordo com o cumprimento ou não de
alguns dos critérios de recomendação:
Irregularmente Ativo A: aquele que atinge pelo menos um dos critérios da
recomendação quanto à frequência ou quanto à duração da atividade:
a. Frequência: 5 dias na semana; ou
b. Duração: 150 minutos na semana.
Irregularmente Ativo B: aquele que não atingiu nenhum dos critérios da recomendação
quanto à frequência nem quanto à duração.
Sedentário: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10
minutos contínuos durante a semana.
A pesquisa foi realizada durante as aulas de Educação Física, nos meses de
outubro e novembro de 2014, e a participação dos alunos foi realizada mediante a
assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelos pais e direção
da escola. Para resguardar a identidade dos sujeitos serão utilizados nomes fictícios.
Após a coleta dos dados, este serão tabulados no Microsoft Excel, através de
estatística descritiva.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi aplicado o questionário a uma amostra de 237 alunos, 79,79% da população
total de 297 dos alunos matriculados no ensino médio da rede de ensino de uma
cidade da Zona da Mata Mineira, que se encontram na faixa etária entre 15 a 28 anos.
Destes a quantidade de alunos por idade foi de:
Tabela 1: Resultados sobre a quantidade de entrevistados
Idade
Quantidade de alunos
Percentual
15
16
17
18
19
20
21
22
63
70
77
19
4
2
0
0
26,58%
29,53%
32,49%
8,02%
1,69%
0,84%
0%
0%
23
24
25
26
27
28
Total
1
0
0
0
0
1
237
0,42%
0%
0%
0%
0%
0,42%
100%
Dos alunos pesquisados 53,59% (127) são do gênero feminino e 46,41% (110)
do gênero masculino. A partir dos questionários, seguindo os parâmetros do IPAQ
versão curta (CELAFISC, 2014) foram obtidos os seguintes resultados:
Tabela 2: Identificação do nível de sedentarismo.
Categoria
Alunos
Percentual
Muito Ativo
Ativo
98
109
41,35%
45,99%
Irregularmente Ativo A
Irregularmente Ativo B
3
23
1,27%
9,70%
Sedentário
Total
4
237
1,69%
100%
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Na aplicação dos questionários houve grandes dúvidas dos alunos em relação
às perguntas, e mesmo sendo todas as questões explicadas, antes e durante a
aplicação do instrumento, alguns alunos não conseguiram compreender as perguntas
nele contido. Isso mostra que não tinham conhecimento sobre o assunto.
Níveis de prática de atividade física habitual em segmentos da população jovem
tem-se tornado importante tema de interesse e preocupação constante entre
especialistas da área, em razão de sua estreita associação com aspectos
relacionados à saúde. Apesar do crescente corpo de conhecimento publicado nos
últimos anos acerca dos benefícios à saúde proveniente da adoção de um estilo de
vida ativo, a proporção de adolescentes, independente do sexo, idade e do nível
socioeconômico, que são insuficientemente ativos é considerada elevada (ORNELAS;
PEREIRA; AYALA, 2007)
Mas, neste presente estudo o percentual de alunos muito ativos e ativos se
manteve estável se comparado aos estudos objetos da revisão bibliográfica. A
melhora da condição física dos indivíduos passa, obrigatoriamente, por princípios do
treinamento desportivo, como o da adaptação, sobrecarga, interdependência volume
- intensidade, entre outros (POWERS; HOWLEY, 2009). Tais princípios devem levar
a ganhos no condicionamento físico e, em consequência, a uma melhor saúde
cardiovascular e muscular, ajudando na redução de morbimortalidade (BRUM et al.,
2004).
A recomendação atual sobre prática de atividades físicas (HASKELL et al., 2007)
mostra que é possível ter benefícios significativos para a saúde com atividades
moderadas a vigorosas, facilmente realizadas no cotidiano, como andar, subir
escadas, pedalar e dançar (CARVALHO et al, 1996). A atividade física é vista como
um dos principais meios para se adquirir uma vida saudável e representa um
importante componente do estilo de vida, contribuindo sobremaneira para a melhoria
da qualidade de vida e do bem-estar (NAHAS, 2006). É um fator de suma importância,
tanto na prevenção, quanto no controle de certas doenças crônicas não transmissíveis
como as cardiovasculares, a obesidade e as dislipidemias. Neste estudo, a
prevalência de inatividade física entre os adolescentes pesquisados fortalece esses
achados, já que 12,65% dos alunos não levam uma vida ativa.
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Este estudo apresenta evidências em relação à prevalência à exposição a níveis
insuficientes de prática de atividades físicas e comportamentos sedentários,
existentes em alguns desses alunos.
Diante dos resultados encontrados foi observado que o nível de atividade física
foi satisfatório e vão ao encontro das recomendações feitas pelo Center for Disease
Control and Prevention (CDC) e o American College of Sports Medicine (ACSM) de
destaca que acumular 30 minutos de atividade física de intensidade moderada ao
longo do dia, de preferência todos os dias da semana, de forma contínua ou
acumulada é indispensável para adquirir proteção adicional à saúde (MATSUDO et
al., 2002). Porém, é importante observar a afirmação de Guedes et al. (2005), em
relação ao IPAQ, que adolescentes ao responderem este instrumento tendem a
superestimar a prática de atividades moderadas e vigorosas. Com informações mais
detalhadas e provas existentes na literatura, adolescentes quando avaliados através
de questionários, relatam um nível de atividade física superior ao que de fato praticam
(KLESGES et al., 1990 citado por GUEDES et al., 2005).
Segundo Prochaska et al. (2003) citado por MARANI (2006), é fundamental que as
aulas de Educação Física tenham um maior envolvimento por parte dos alunos
através de atividades agradáveis que estimulem o prazer, permitindo o
desenvolvimento do conhecimento e de atitudes que os levem a ter um estilo de vida
mais saudável. As atividades quando são prazerosas para crianças e adolescentes
despertam o interesse e a motivação para assumir um estilo de vida mais ativo
fisicamente e prolongá-lo por toda vida (MARANI et al., 2006)
Baixos níveis de atividade física durante a adolescência podem levar à obesidade
e parecem contribuir também para a mesma na fase adulta, o que pode resultar em
problemas de saúde (BUNDRED; KITCHINER; BUCHAN, 2001; REILLY; DOROSTY,
1999). Estudos epidemiológicos mostram que, quanto maior a escolaridade, mais
facilmente os indivíduos modificam seus comportamentos (COSTA, 2004; GOMES;
SIQUEIRA; SICHIERI, 2001; CAMÕES; LOPES, 2008; PITANGA; LESSA, 2005). Por
isso, hábitos saudáveis de vida podem ser o melhor caminho para essa nova geração.
A escola, neste universo, tem papel fundamental, pois é nela que os primeiros e
mais importantes estímulos são projetados, e é nela que a criança e o adolescente
devem adquirir hábitos saudáveis. Ela tem a obrigação de oferecer um programa de
Educação Física e Desporto adequado à realidade momentânea do aluno,
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privilegiando tarefas e momentos de estimulação esportiva voltados para sua
formação global (VALENTE, 2002).
5 .CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de nossas expectativas negativas em relação a esses resultados, os
alunos da escola pesquisada, mostraram que as atividades físicas fazem parte de seu
cotidiano. Em pleno século XXI, existem adolescentes considerados sedentários ou
irregularmente ativos e os envolvidos nessa pesquisa mostraram que estão fora
dessas estatísticas alarmantes. Isso nos leva a refletir sobre como fazer para que
todos, e não somente alguns alunos, tenham uma vida, onde a atividade física seja
uma realidade no cotidiano dessas pessoas. Talvez seja culpa do aumento das
tecnologias, por falta de incentivo das escolas, professores e até familiares ou até falta
de iniciativa, interesse, ou desconhecimento dos benefícios, por parte dos alunos.
Sendo assim, consideramos que o melhor meio de melhorar ainda mais esses
resultados, são medidas como: palestras nas escolas e vinculação na mídia,
incentivando a pratica de atividades físicas, visando conscientizar esses jovens que o
futuro deles, como uma pessoa mais saudável depende disso.
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EFEITOS DE DIFERENTES FREQUÊNCIAS RELATIVAS DE CONHECIMENTO
DE RESULTADOS (CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE DO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE
Marluce Aparecida Fonseca – Graduada em Educação Física e Mestre em
Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Professora do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Ruth Alves Fagundes Silva e Aline Oliveira da Silva – Acadêmicas do 6º período
do curso de Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
[email protected]
RESUMO
O estudo teve por objetivo investigar os efeitos de diferentes frequências relativas de
conhecimento de resultados (CR) em crianças de 7 a 10 anos de idade. Participaram
deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 7 a 10 anos, matriculados
em uma escola da rede pública de ensino, divididos aleatoriamente em três grupos
(n=20). A fase de aquisição foi realizada em 3 dias com 20 tentativas a cada dia,
totalizando 60 tentativas. Após 48 horas foi realizado o teste de retenção com 20
tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberam CR de acordo com as
seguintes frequências: Grupo100% recebeu CR em todas as tentativas, 66% recebeu
CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR em 1/3 das tentativas. A tarefa consistiu
em realizar o saque por baixo no voleibol a partir do lado I da quadra e acertar a maior
pontuação do alvo afixado no chão do lado II. A análise descritiva dos dados,
composta por uma medida central, representada pela média, mostrou que na fase de
aquisição o grupo G100% obteve desempenho superior quando comparado aos
grupos G66% e G33%. No teste de retenção, os grupos G66% e G100% obtiveram
comportamentos semelhantes no último bloco, porém o grupo G66% melhorou seu
desempenho do primeiro para o último bloco, tendenciado ser necessárias
frequências intermediárias (66%) para aprendizado do saque por baixo no Voleibol.
PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem Motora, Feedback e Frequência relativa de
conhecimento de resultados.
1. INTRODUÇÃO
Aprendizagem motora pode ser definida como um conjunto de processos
relacionados com a prática ou experiência e que leva a mudanças relativamente
permanentes na capacidade de executar habilidades motoras (SCHMIDT; LEE, 1999).
Alguns fatores como prática e o feedback são cruciais nesse processo de
aprendizagem motora. O feedback refere-se a toda informação de retorno sobre o
desempenho realizado e que permite ao aprendiz fazer possíveis ajustes e correções
necessárias a fim de que se alcance a meta estabelecida e que pode ser dividido em
duas categorias: intrínseco e extrínseco (MARTENIUK, 1976; TANI, 1989). O
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feedback intrínseco consiste na informação sensorial, disponível durante ou após o
movimento e o feedback extrínseco provém de fontes externas como por exemplo, a
fala de um professor/instrutor, escores ou vídeo e que pode informar sobre o resultado
do desempenho de uma habilidade ou sobre a obtenção ou não da meta do
desempenho, denominado conhecimento de resultados (CR) (MAGILL, 2000;
SCHMIDT, 1993). Uma das formas de se investigar o efeito dessa variável quanto ao
seu fornecimento é denominada frequência de CR, a qual se refere à quantidade de
CRs fornecidos em uma sessão de prática, dividida em frequência absoluta e relativa.
A frequência absoluta é o número de CRs fornecidos em uma sessão de prática,
enquanto a frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos em relação ao
número de tentativas executadas (BILODEAU; BILODEAU, 1958; SALMONI et al.,
1984).
Os primeiros estudos sobre frequência de fornecimento de CR propuseram que
somente a frequência absoluta seria crucial para o processo de aprendizagem motora,
ou seja, a aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse fornecido com alta
frequência (BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa visão foi contrastada por
Salmoni et al. (1984) através de um estudo de revisão, demonstrando que menores
quantidades de CRs são mais eficazes para o processo de aprendizagem. Nesse
sentido, frequências relativas reduzidas, auxiliariam nesse processo.
Os estudos como Baird; Hughes (1972); Chiviacowsky; Godinho (2004)
Chiviacowsky e Tani (1997); Taylor e Noble (1962) também demonstraram
superioridade para frequências reduzidas no processo de aprendizagem. No entanto,
esses resultados não são consistentes nos estudos com crianças (CHIVIACOWSKY;
TANI, 1993; TEIXEIRA, 1993). Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar
os efeitos de diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na
aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 7 a 10 anos de idade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O termo feedback surgiu com o advento da cibernética, que busca explicar
como os sistemas são controlados através do mecanismo de retroalimentação
(WIENER, 1968). Quando um movimento é realizado e uma resposta é produzida, ele
gera uma informação que retorna ao sistema, mostrando a diferença entre a meta
estabelecida e o desempenho obtido, permitindo elaborar ajustes numa próxima
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tentativa para proceder à aproximação do resultado esperado (KOESTLER, 1969).
Nesse sentido, o “timoneiro” por meio do feedback detecta se há algum desvio e efetua
as devidas correções, de forma que o seu objetivo seja alcançado (PALHARES, 2005;
TANI, 1989). O feedback pode ser definido como toda informação de retorno sobre
um movimento realizado, gerada naturalmente por fontes intrínsecas ou fornecida por
uma fonte externa e que auxilia na aquisição de habilidades motoras (MAGILL, 2000;
SCHMIDT, 1993).
O feedback pode ser dividido em intrínseco e extrínseco. O feedback extrínseco
surge como uma consequência natural da realização de um movimento, disponível
durante e após a execução de uma tarefa, advindo de órgãos sensoriais e que são
processados pelo próprio sistema (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993; SHEA;
SHEBILSKE; WORCHEL, 1993). Já o feedback extrínseco provém apenas de fontes
externas e tem como função suplementar o feedback intrínseco à tarefa (MAGIL,
2000). O feedback extrínseco pode ser a fala de um professor, vídeo ou um
cronômetro (MAGILL, 2000; SCHMIDT, 1993).
O feedback extrínseco é subdividido em duas categorias: conhecimento de
performance (CP) e conhecimento de resultados (CR). O conhecimento de
performance (CP) informa sobre o padrão do movimento executado, enquanto o
conhecimento de resultados (CR) informa sobre o resultado obtido em relação à
obtenção ou não da meta da tarefa (SCHMIDT; WRISBERG, 2000; SCHMIDT, 1993).
Bilodeau e Bilodeau (1958) foi um dos primeiros estudos a investigar os efeitos
da frequência relativa na aprendizagem, fixando a frequência absoluta e variando a
quantidade de prática. Os resultados apontam que as tentativas sem CR não
favoreciam a aprendizagem e, que apenas a frequência absoluta seria importante.
Achados como este também foram encontrados em outro estudo de Bilodeau et al.,
(1959) que verificou os efeitos da frequência relativa de CR. Seus resultados também
apontam os benefícios do CR quando fornecido em todas as tentativas, ou seja, 100%
de frequência relativa. Entretanto, esses estudos não utilizaram em seus
delineamentos testes de transferência ou retenção, que permitem separar os efeitos
provisórios da aquisição dos efeitos relativamente permanentes da aprendizagem
(SALMONI et al., 1984; RUSSELL; NEWELL, 2007).
O Estudo de Taylor e Noble (1962) também investigou os efeitos de diferentes
frequências de CR em adultos (100%, 75%, 50% e 25%) em uma tarefa de pressionar
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a chave correta correspondente ao estímulo. Os resultados do teste de retenção
apresentaram benefícios aos grupos com frequências inferiores a 100%. O estudo de
Baird e Hughes (1972) também encontrou benefícios para frequências reduzidas,
como visto no teste de extinção, os quais utilizaram as mesmas frequências do estudo
supracitado. Seus achados corroboram com o estudo supracitado.
Chiviacowsky e Tani (1993) investigaram os efeitos da frequência de CR em
crianças de diferentes faixas etárias (7 e 10 anos) utilizando uma tarefa de arremesso
em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e 33%). Os achados
do teste de transferência apresentaram superioridade da frequências intermediárias
(66%). Confirmando esses resultados, Teixeira (1993) utilizou uma tarefa de
posicionamento linear, em duas diferentes frequências de CR (100% e 50%) em
adultos. O grupo com 50% apresentou um melhor desempenho no teste de retenção.
Chiviacowsky (1994) verificou os efeitos da frequência absoluta e relativa de
CR em 80 crianças na faixa etária de 10 anos de idade, utilizando uma tarefa de
arremessar saquinhos de feijão em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%,
66%, 50% e 33%). Os resultados do teste de transferência tardia mostraram
superioridade do grupo com menor frequência relativa de CR, ou seja, 33% de CR.
O estudo de Tertuliano; Coca Ugrinowitsch; Ugrinowitsch; Corrêa (2007)
também investigou o efeito de diferentes frequências (50% e 33%) de CR em crianças
de 8 a 11 anos de idade, utilizando uma tarefa do saque por baixo do voleibol. Seus
resultados apontam que a menor frequência de feedback auxilia na melhora do
desempenho do saque por baixo do voleibol. Esses achados também são vistos em
estudos em adultos como o de Petrosky (1994) que também apontou benefícios para
a redução da frequência de CR.
A maioria dos estudos demonstrou superioridades para frequências relativas
reduzidas. No entanto, esses resultados não são consistentes em estudos com
crianças, demonstrando que podem ser necessárias frequências intermediárias para
o aprendizado. Portanto, o objetivo do presente estudo foi investigar os efeitos de
diferentes frequências relativas de conhecimento de resultados (CR) na aprendizagem
do saque por baixo no Voleibol em crianças de 7 a 10 anos de idade.
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3. METODOLOGIA
Participaram deste estudo 60 crianças de ambos os sexos com idade de 7 a 10
anos de idade, matriculados em uma escola da rede pública de ensino. Os indivíduos
não possuíam conhecimento prévio da tarefa praticada e participaram de forma
voluntária, mediante a assinatura de um termo de consentimento livre e esclarecido
por parte de seus pais ou responsáveis.
A tarefa consistiu em realizar o saque por baixo do voleibol a partir do lado I da
quadra (na região atrás da linha dos três metros) por sobre a rede, sem tocá-la, com
o objetivo de acertar o centro de um alvo localizado no lado oposto (lado II) da quadra
(FIGURA I). Dentre os motivos da escolha dessa tarefa podemos apontar: a sua
validade ecológica e por ser amplamente utilizada em pesquisas de aprendizagem
motora (TERTULIANO; COCA UGRINOWITSCH; UGRINOWITSCH; CORRÊA, 2007).
Visando a manipulação da variável dependente, a rede de Vôlei foi coberta com
uma lona preta de forma que os indivíduos não tivessem a visão do alvo. O alvo foi
colocado num plano horizontal no lado II (oposto ao lado de saque) da quadra de
voleibol com as zonas de pontuação demarcadas por tinta preta. A zona “um” foi à
zona central, com 1.0m, e valor de dez pontos: a zona “dois” foi distanciada 2,0m do
centro do quadrado central e possuía valor de oito pontos: a zona “três” foi distanciada
3,0m do centro do quadrado central com valor de seis pontos e a zona “quatro” foi
distanciada a 4,0m do centro do quadrado central, com valor de quatro pontos.
As bolas que caíam do outro lado da quadra, porém fora do alvo tinham o valor
de três pontos. As bolas que caíam depois da rede fora da quadra de voleibol, tinham
o valor de dois pontos e as tentativas em que a bola tocava a rede, a fita superior, as
antenas laterais ou caíam antes da rede, tinham o valor de um ponto (FIGURA I).
Cada saque foi computado como uma tentativa.
O experimento constou de duas fases: aquisição e retenção.
Na fase de
aquisição os indivíduos realizaram 60 tentativas, sendo 20 tentativas a cada dia. Após
48 hs foi realizado o teste de retenção com 20 tentativas sem CR.
Os indivíduos foram divididos de forma randômica em 3 (três) grupos de igual
número em relação à frequência de feedback que foi fornecida: grupo100% recebeu
CR em todas as tentativas, 66% recebeu CR em 2/3 das tentativas e 33% recebeu CR
em 1/3 das tentativas e após 48 horas todos os grupos praticaram 20 tentativas sem
nenhum feedback (FIGURA II).
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FIGURA I: Ilustração do ambiente experimental do lado A e B da quadra e a
quantidade de regiões de acerto do lançador.
Fonte: adaptado de Tertuliano et al.,2008.
FIGURA II: Quadro experimenta l de frequências de CRs.
NÚMERO DE CR
FREQUÊNCIA RELATIVA DE CR
100%
60 CRs/ CR em todas as tentativas
66%
40 CRs/ CR em 2/3 das tentativas
33%
20 CRs/ CR em 1/3 das tentativas
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados foram descritos em 6 blocos de 10 tentativas na fase de aquisição
e 2 blocos de 10 tentativas no teste de retenção e o desempenho foi analisado pela
meta descrita na tarefa, ou seja, a pontuação alcançada no referido saque (escores
relativos ao alvo = 10,8,6,4,3,2,1) (FIGURA III).
Na análise do desempenho na fase de aquisição, o grupo G100% obteve um
desempenho superior com relação aos demais grupos. No teste de retenção o grupo
G100% piorou seu desempenho do 1º bloco para o último bloco e o grupo G66%
melhorou seu desempenho do 1º bloco para o último bloco. No entanto, o
desempenho desses grupos se igualou no último bloco. O grupo G33% obteve o pior
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desempenho com relação a todos os outros grupos (FIGURA III). Tais resultados
evidenciam que altas frequências de CR podem levar a uma dependência (SALMONI
et al.1984) visto por meio da queda do desempenho do grupo G100%. No entanto,
uma quantidade reduzida de informação não foi suficiente para o aprendizado da
tarefa em questão, visto por meio do comportamento do grupo G33%, tendenciado
para frequências intermediárias, como por exemplo, G66%, onde se observa uma
melhora no desempenho desse grupo quando comparado o 1º bloco da retenção para
o último bloco. Nesse sentido é possível concluir que para a faixa etária em questão,
frequências reduzidas (33%) não favoreceu a aprendizagem, mostrando que uma
baixa frequência de CR pode dificultar a formação do padrão de movimento correto
(CHIVIACOWSKY; TANI, 1993). Provavelmente sendo necessário frequências
intermediárias (66%) para aprendizado do saque por baixo no Voleibol.
FIGURA III: Curva de desempenho dos valores médios nas fases de aquisição
(BL1- BL10) e Retenção (R).
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5,0
4,5
4,0
MÉDIA DOS PONTOS
3,5
3,0
2,5
2,0
G 100%
1,5
G66%
1,0
G 33%
0,5
0,0
BL1
BL2
BL3
BL4
BL5
BL6
RT1
RT2
BLOCOS DE TENTATIVAS
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FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A EVASÃO DE ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DAS AULAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Camila Gomes da Costa e Camila Carvalho Pio – graduandas do 6º período do
curso de Educação Física da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
RESUMO
Este estudo tem como objetivo identificar os fatores que contribuem para a evasão de
alunos do ensino médio das aulas da Educação Física escolar. Essa pesquisa foi
realizada através de questionário fechado, contendo 10 questões, aplicado as 300
alunos na faixa etária dos 15 a 18 anos, que estudam em uma escola pública de uma
cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que muitos alunos se sentem
insatisfeitos com as aulas, o plano pedagógico do professor de educação física
propicia a desistência das aulas também. Os professores de Educação Física
poderiam apresentar a preocupação de dialogar com os alunos, perguntando quais as
atividades que eles gostariam de praticar durante as aulas, em que, os alunos
pudessem construir suas atividades com o plano pedagógico do professor, isto
tornariam as aulas mais estruturadas e prazerosas.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; Ensino Médio, Escola.
1. INTRODUÇÃO
Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm como propostas para o Ensino
Médio que os profissionais da Educação Física trabalhem de forma lúdica e educativa,
permitindo que o aluno aprenda diferentes conteúdos, tornando-se um cidadão capaz
de resolver diferentes situações da vida cotidiana (BRASIL, 1999).
A Educação Física Escolar no Ensino Médio tem como objetivo acrescentar e
aprofundar conhecimentos, e não aplicar fundamentos já conhecidos sobre esportes
e jogos. Com isso, o aluno aprende a solucionar o problema durante as aulas,
tornando-as mais atraentes, evitando que se torne para o aluno aulas repetitivas e
cansativas, visto que uma vez que continuam reproduzindo os conteúdos e modelos
já vivenciados no ensino fundamental, fazendo com que os alunos deixem de praticar
aulas nas quadras, no pátio e nos espaços escolares para frequentar clubes,
academias, parques, festas, entre outros lugares (BRASIL, 1999; DARIDO, 2004).
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Segundo Betti (1992), o aluno deverá ser instrumentalizado para usufruir dos
jogos, esportes, danças, lutas e ginástica sem benefício do exercício crítico da
cidadania e da melhoria da qualidade de vida. A Educação Física na escola deveria
propiciar condições para que os alunos obtivessem autonomia em relação à prática
da atividade física. Este objetivo é facilitado se os alunos encontram prazer nas aulas
de Educação Física, pois, apreciando determinada atividade é mais provável desejar
continuá-la, caracterizando uma ligação de prazer (BETTI, 1992; DARIDO, 2004).
Segundo Darido (2004), o que pode tornar o ensino mais significativo é
possibilitar aos alunos conhecerem o corpo humano e quais as consequências que
isso exerce em decisões pessoais da maior importância tais como fazer dieta, utilizar
anabolizantes e praticar exercícios físicos. Para Paiano (2006) existem vários motivos
que influenciam neste desinteresse, dentre eles a falta de materiais e instalações
adequadas para a realização da aula, a carência de profissionais capacitados, além
de problemas sociais e familiares, que também podem desencadear o desânimo para
a prática das aulas de Educação.
O professor que propiciar atividades que despertem interesse dos alunos ajuda
a não afastá-los da disciplina, caso contrário, ele estará auxiliando a formação dos
não praticantes de atividade física (DARIDO, 2004).
Outro aspecto que merece atenção é a busca de processos de ensino e
aprendizagem eficazes, buscando desenvolver nos alunos o respeito por diferenças
no desempenho, devem ser objetivos primordiais para aqueles que desejam a
participação de todos os alunos. As diferenças individuais afastam os alunos das
atividades não apenas pela percepção do fraco desempenho e a experimentação do
insucesso, mas, principalmente pela falta de apoio, de compreensão e de incentivo
por parte dos colegas.
Acredita-se ser este também um fator determinante para o distanciamento e
ausência às aulas (PAIANO, 2006). Nesse sentido, percebe-se uma preocupação dos
professores de Educação Física considerando que um grande número de alunos não
participa efetivamente desta disciplina dizendo-se desmotivados.
Nesse sentido, as questões a serem investigadas no presente estudo é saber
como são as aulas de Educação Física voltadas para o ensino médio e a relação
professor e aluno nessa faixa etária? E o que leva à essa evasão dos alunos nas aulas
de Educação Física. Diante do exposto, o objetivo da presente pesquisa foi identificar
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os fatores que contribuem para a evasão de alunos do ensino médio das aulas da
Educação Física escolar.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos alunos e
dos professores em relação ao lugar da Educação Física na escola como disciplina
do currículo tão fundamental quanto às demais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Física como disciplina implica na promoção da reflexão através do
conhecimento sistematizado, há um corpo de conhecimento, um conjunto de práticas
corporais e uma série de conceitos desenvolvidos pela Educação Física que devem
ser assegurados (DARIDO, 2004).
Por outro lado, acredita que os alunos nesta faixa etária (ensino médio),
possuem uma opinião formada sobre a Educação Física baseado em suas
experiências pessoais anteriores. Se elas foram marcadas por sucesso e prazer, o
aluno terá uma opinião favorável quanto a freqüentar as aulas. Ao contrário, quando
o aluno registrou várias situações de insucesso, e de alguma forma se excluiu ou foi
excluído, sua opção será pela dispensa das aulas, com um primeiro discurso pautado
em não gostar da atividade, e transformar estas opiniões se constitui no maior desafio
para os professores do ensino médio (DARIDO, 2004).
É um desafio, principalmente na área da Educação Física, assumir o
compromisso em desencadear uma educação corporal sobre o movimento, onde
temos que conhecer e levar em consideração o contexto que o aluno está inserido,
suas necessidades e seus interesses.
Com isso os adolescentes passam a ter possíveis entendimentos sobre a
realidade, ou seja, o conhecimento, fazendo com que o aluno tenha uma experiência
autônoma, que o faça exercitar uma reflexão crítica e de decisão própria no processo
educativo, adquirindo condições para viver uma educação pela e para a cidadania.
(CORREIA, 1996).
A Educação Física Escolar no Ensino Médio deve proporcionar ao aluno
conhecimento sobre a Cultura Corporal de Movimento, fazendo com que o educando
adquira a compreensão, reflexão, autonomia no usufruto das formas culturais do
movimento (DARIDO, 2004). De acordo com Daólio (1995), a Cultura Corporal de
Movimento pode ser considerada como uma parcela da Cultura geral, que trata de
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conhecimentos materiais e imateriais relacionados ao movimento humano, produzidos
e acumulados historicamente. Além disso, e sem negar este entendimento, acreditase que a Cultura Corporal abarca cinco eixos de conhecimento: o jogo, o esporte, a
dança, a ginástica e a luta.
Portanto, é importante o adolescente ter a capacidade de analisar a realidade
que está em sua volta, mostrando-se um individuo essencialmente participativo,
equilibrado e diversificado na relação entre propostas práticas e teóricas (CORREIA,
1996, p. 43).
3. METODOLOGIA
Visando a obtenção de dados sobre o objetivo proposto, foi realizado no
presente estudo uma análise descritiva, especificamente contendo questionamentos
aos alunos em relação às razões que levam a evasão das aulas de Educação Física
escolar. Participaram do estudo todos os alunos devidamente matriculados em uma
escola estadual de ensino médio do município de Santa Margarida, na Zona da Mata
mineira.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a
cidade de Santa Margarida localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
Mineira. Foi fundada em 27 de dezembro de 1948. Sua população estimada é de
15.011 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.
Primeiramente foi encaminhado aos responsáveis da Escola um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, os termos foram lidos e devidamente assinados
pelos mesmos. Nestes Termos constaram os aspectos relativos ao estudo como,
objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos para aderir e/ou
sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de avaliação,
procedimentos de emergência, entre outros.
A coleta de dados foi realizada no mês de junho de 2015, durante as aulas de
Educação Física, devidamente autorizada pela equipe gestora da escola. Os
questionários contendo 10 questões fechadas foram distribuídos a 300 alunos e
respondido pelos mesmos.
Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma
pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva:
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Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
Assume em geral, a forma de levantamento.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A população investigada consta de 300 alunos do Ensino Médio de uma escola
pública. A idade dos entrevistados variou de 15 a 18 anos, participantes do sexo
feminino teve uma prevalência de 61%, em relação a 39% do sexo masculino.
Tabela1: Características sócio demográficas referidas pela população
investigada, Santa Margarida, 2015.
Características
n
%
Feminino
183
61
Masculino
117
39
15 anos
75
25
16 anos
105
35
17 anos
93
31
18 anos
27
9
1° Ano
87
29
2° Ano
120
40
3° Ano
93
31
Gênero
Faixa Etária
Ano de Ensino
Na Tabela 1, percebemos que a faixa etária dos entrevistados está entre 15 e
18 anos, sendo que apenas 8% destes tem 18 anos de idade. Esta faixa etária nos
remete a uma análise mais minuciosa com relação ao corpo, uma vez que é nesse
período que o ser humano enfrenta os maiores conflitos em relação própria
percepção, devido às transformações e alterações hormonais, corporais e também os
relacionamento afetivo e social.
Com relação ao corpo dos adolescentes nas relações sociais, Darido (2004)
destacam que diante da pespectiva sociocultural na análise do movimento, o corpo
expressa a relação do indivíduo com seu meio. Nesse sentido, buscamos explorar
através da consciência corporal a integração do adolescente com o grupo e seu meio
nas aulas de Educação Física da escola.
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Quando os alunos foram questionados quando a participação nas aulas de
Educação Física na escola, pode-se notar que a maioria (64%) responderam participar
das aulas, enquanto 32% às vezes participam desta aula e 32% não participam. Há
uma evasão dos alunos das aulas de Educação Físca como demonstrou os resultados
dos alunos entrevistaodos. Podemos pensar que quando a escola prioriza a prática
dos esportes coletivos (Futebol, Basquetebol, Voleibol e Handebol), muitas vezes não
atende a todos os gostos e interesses dos alunos, principalmente nessa faixa etária
discutida anteriormente. Assim, os alunos acabam buscando outras atividades fora da
escola. É dever da escola ampliar o leque de atividades a fim de aumentar a
participação dos alunos permitindo, na medida do possível, que eles possam sugerir
atividades (PAIANO, 2006).
A Figura 1 mostra os resultados em relação ao questionamento feito para os
escolares em relação ao motivo que levaram a não participarem das aulas de
Educação Física:
Tem problema de saúde
Não gostam das atividades
Os meninos são agressivos nos jogos
O professor não fica na aula
As aulas são chatas
Realizam as aulas de Educação Física
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Figura 1: Motivos da não participação nas aulas de Educação Física.
É importante salientar que o fato da pesquisa ter sido feita com adolescentes
faz pensar os aspectos peculiares da idade, pois estes influenciam de maneira pontual
a percepção destes alunos com relação a prática da dança na escola. É importante
considerar que é função do professor, não apenas refletir sobre a utilidade dos
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conteúdos, mas principalmente ampliar o leque de gostos dos alunos. O professor tem
que ajudar a construir o gosto, ele tem que admitir que o desenvolvimento do gosto é
também sua tarefa. Para isso ele precisa, antes de mais nada, admirar-se, sentir-se
encantado, surpreender-se. Precisa desenvolver seu próprio gosto (PAIANO, 2006).
Um outro aspecto abordado no presente estudo foi em relação ao conteúdo
aplicado nas aulas de Educação Física para os alunos. Os resultados demostraram
que 64% dos alunos responderam que o professor apresenta atividades novas, sendo
que 36% responderam que não. Segundo Martinelli et al., (2006) é importante
destacar que o fato da Educação Física ser na maioria das vezes esportivizada, pode
fazer com que alguns alunos que não gostam de modalidades esportivas sintam-se
desmotivados a participar. Da mesma forma, quando se oferecem modalidades
distintas para os grupos, como por exemplo, aulas de vôlei para as meninas e
basquetebol para os meninos, os alunos podem se sentir saturados e insatisfeitos sem
a possibilidade de diversificar e experimentar outras aulas.
Quando os alunos foram questionados sobre a relação com o professor de
educação física, a maioria (87%) responderam que esta relação é boa. Quanto a este
resultado, pode-se pensar que o professor na busca de processos de ensinoaprendizagem eficazes, aliados à atenção que o professor deve ter em relação a esse
aspecto, buscando desenvolver nos alunos o respeito uns pelos outros devem ser
objetivos primordiais para aqueles que desejam a participação nas aulas. Um outro
aspecto aponta para o caminho do domínio cognitivo, ou seja, deve haver o
conhecimento e o reconhecimento da importância da atividade física nesta idade e
para a fase adulta (DARIDO, 2004).
Outro ponto questionado aos alunos foi em relação a quais das atividades a
seguir você pratica com frequência nas aulas de Educação Física da sua escola, a
maioria (81%) destes alunos responderam praticar apenas o Voleibol nas aulas,
enquanto, apenas 18% respondeu que praticam atividades como piques e queimadas.
Segundo Paiano (2006), a característica tecnicista do ensino da Educação
Física e constantemente a busca do rendimento, instrumentos incorporados pela
Educação Física ao longo de sua existência e, principalmente, após a introdução do
esporte como conteúdo hegemônico trouxeram um deslocamento do professor da sua
função de educador para a de técnico ou treinador. Dessa forma, quando o professor
está disposto a exercer esta função, ele apenas entrega uma bola para os alunos
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dividirem as equipes para o “racha”, praticarem um jogo de futebol ou uma queimada
sem qualquer tipo de orientação.
Esta pasteurização na formação dos alunos e na forma de atuar dos
profissionais de Educação Física, não passa de uma forma de domesticação corporal
(PAINAO, 2006).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Procurou-se neste estudo investigar como e porque ocorre o afastamento dos
alunos da prática da atividade física e o papel da disciplina de Educação Física neste
processo.
Assim, é possível concluir que, se no Ensino Médio, os professores de
Educação Física poderiam apresentar a preocupação de dialogar com os alunos,
perguntando quais as atividades que eles gostariam de praticar durante as aulas, em
que, os alunos pudessem construir suas atividades com o plano pedagógico do
professor, isto tornariam as aulas mais estruturadas e prazerosas. O professor poderia
dar a eles a opção de escolherem entre algumas atividades e fizessem uma discussão
sobre os benefícios, significados e importância dessas atividades, o índice de
desmotivação nas aulas seria reduzido, pois os alunos poderiam escolher alguma
atividade que fosse de seu agrado, teria mais conhecimento e informação sobre ela
e, por isso, teria prazer em participar.
REFERÊNCIAS
BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.13, n.2, p.282-7, 1992.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação.
Secretaria de Educação Média e Tecnológica / Brasília: Ministério da Educação, 1999.
DAÓLIO, J. Cultura corporal e Educação Física. Educação física no ensino médio:
concepções e reflexões. Campinas,1995.
DARIDO, S. C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não
praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte,
São Paulo, v.18, n.1, p.61-80, 2004.
MARTINELLI, C. R.; MERIDA, M.; RODRIGUES, G. M.; GRILLO, D.E.; SOUZA, J.X.
Educação física no ensino médio: motivos que levam educação física no ensino
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médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista
Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 5, n.2, p. 13-19, 2006.
PAIANO, R. Possibilidades de orientação da prática pedagógica do professor de
Educação Física: situações de desprazer na opinião dos alunos. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte, v.5, n.1, p.47-58, 2006.
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A RELEVÂNCIA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA O
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA EM TURMAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE
DUAS CIDADES DA ZONA DA MATA MINEIRA
Cássia Tensol da Silva e Kaique Júnior de Oliveira – graduandos do 6º período
do curso de Educação Física da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
RESUMO
Este estudo tem como objetivo investigar a relevância dos profissionais de Educação
Física e sua atuação nas turmas de Educação Infantil de escolas públicas estaduais
e municipais de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Essa pesquisa exploratória foi
realizada através de questionário semiaberto, contendo 10 questões, aplicado as 17
professoras na faixa etária dos 20 aos 50 anos, que atuam em escolas públicas e
privadas de duas cidades da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que
mesmo as professoras demonstrando uma experiência com turmas de educação
infantil em aulas de educação física, é relevante a presença do profissional da área,
pois apenas a formação em educação física permite uma elaboração adequada de
conteúdos voltados ao desenvolvimento na infância, garantindo um projeto
pedagógico que atende as expectativas nessa faixa etária.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; professores; educação infantil.
1. INTRODUÇÃO
A educação infantil, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) promulgada em dezembro de 1996 (Lei nº 9394), é o atendimento institucional
educacional às crianças de zero a cinco anos de idade em creches e pré-escolas. É
compreendida como um espaço fundamental para a construção de novos
conhecimentos, permitindo a interação da criança com outras pessoas e com o mundo
dos fatos e dos objetos socioculturais, onde se ampliam as experiências individuais,
culturais, sociais e educativas sendo essas situações de aprendizagem diferenciadas
qualitativamente daquelas que perpassam a vida fora da escola em ambientes
distintos dos da família (BRASIL, 2013).
Uma especificidade que merece atenção é que a educação infantil é um espaço
para o desenvolvimento da criança (TANI, 2004; BASEI, 2008). É preciso lembrar que
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quando se pensa na criança, a expressão corporal caracteriza-se como um dos
aspectos fundamentais a serem trabalhadas na infância. A riqueza de possibilidades
da linguagem corporal revela um universo a ser vivenciado e desfrutado. A criança,
através do movimento, ela se descobre, descobre o outro, descobre o mundo à sua
volta (BASEI, 2008). Adicionalmente, é necessário refletir a partir do conhecimento
acerca da intervenção necessária para promover o desenvolvimento integral da
criança, ou seja, um programa de Educação Física capaz de atender suas
expectativas e necessidades.
Considerando os aspectos referentes ao conteúdo das aulas e visando um
adequado projeto pedagógico da educação infantil, poderia ser atribuída à Educação
Física a responsabilidade de garantir o desenvolvimento ótimo do potencial motor das
crianças, promovendo a melhora na sua capacidade de se movimentar. Dessa forma,
as crianças iriam interagir de maneira harmoniosa e eficiente com o meio físico, social
e cultural em que vivem (TANI, 2004; 2011). Além disso, o movimento é o elemento
fundamental que possibilita a interação do ser humano com o meio ambiente e,
portanto, o seu não desenvolvimento tornaria a educação da criança incompleta
(TANI, 2011).
De acordo com as especificidades da educação infantil, o profissional de
Educação Física tem uma importante função nesta fase. Entretanto, a inexistência de
aulas de Educação Física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de
Educação Infantil torna-se uma preocupação para os profissionais dessa área
(FERRAZ e FLORES, 2004). Outro aspecto considerado é a amplitude da dimensão
de conteúdo em Educação Física Escolar. Dada sua importância, os aspectos
conceituais e atitudinais dos conteúdos necessitam de tratamento didáticometodológico adequado, no momento da estruturação do ambiente de aprendizagem.
A perspectiva é a estruturação de ambientes de aprendizagem em que as crianças
possam fortalecer o julgamento sobre suas competências motoras e compreender
como aperfeiçoá-las (FERRAZ e FLORES, 2004).
Sendo assim, a meta é aprender a aprender, mediante conhecimentos
perceptivos motores e conceituais essenciais, que possibilitem uma prática posterior
diferenciada. Estudos sobre o significado da Educação Física na educação infantil,
tendo uma concepção consistente de educação e de educação infantil constituem um
esforço intelectual relevante e absolutamente necessário.
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O motivo que leva a abordar essa temática foi pelo fato de ser necessário refletir
a partir do conhecimento acerca da intervenção necessária para promover o
desenvolvimento integral da criança, ou seja, uma Educação Física capaz de atender
as expectativas e necessidades na infância.
Diante do exposto, a questão do estudo foi: Como as aulas de Educação Física
são inseridas na Educação Infantil e quais são os conteúdos e planejamentos
aplicados pelos professores das aulas de Educação Física na educação infantil?
Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo investigar a relevância dos
profissionais de Educação Física e a sua atuação nas turmas de Educação Infantil de
escolas públicas estaduais e municipais de uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Considerando os aspectos referentes ao conteúdo das aulas e visando um
adequado projeto pedagógico da educação infantil, o profissional de Educação Física
tem uma importante função nesta fase. Entretanto, a inexistência de aulas de
Educação Física e a precariedade dos projetos pedagógicos das Escolas de
Educação Infantil torna-se uma preocupação para os profissionais dessa área.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos diversos
profissionais da escola a respeito da necessidade de aulas de Educação Física (de
qualidade) para a educação infantil.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Desenvolvimento na Infância
A infância está dividida em período inicial, dos 2 aos 6 anos, e final, dos 6 aos
10 anos aproximadamente e é marcado por aumentos regulares de altura, peso e
massa muscular. O início da infância representa o momento ideal para a criança se
desenvolver, pois, é marcado por mudanças incrementais regulares nos domínios
cognitivos, afetivos e motor (GALLAHUE; OZMUN e GOODWAY, 2013).
O desenvolvimento cognitivo que foi citado por Piaget “estágio do pensamento
pré-operacional’’ ou seja, são extremamente egocêntricas e veem quase tudo a partir
de si próprias; no afetivo elas desenvolvem o senso de autonomia e senso de inciativa
e; no motor vai se desenvolvendo as capacidades dos movimentos fundamental em
várias habilidades motoras, e vai até o processo da adolescência. Iniciando a prépuberdade elas já são capazes de entender e aprender mais sobre si mesmas e o seu
mundo em expansão, por isso o brincar é essencial e faz parte da vida do cotidiano
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da criança, quando não estão satisfazendo os desejos dos adultos e deve ser visto
como o equivalente ao trabalho para a criança, pois, é um facilitador do crescimento
nas funções cognitivas, afetivas, e físico, que passa por vários processos até a
adolescência (GALLAHUE; OZMUN e GOODWAY, 2013).
Embora que os fatores ambientais (doença e clima), má nutrição, excesso de
exercício físico e lesão interferem no crescimento e tem efeitos prolongados sobre a
criança dependendo da gravidade e é neste momento que deve ser muito cauteloso
ao julgar uma criança, pelo fato que irá depender da realidade onde este se encontra.
Segundo Kunz (2001), o ato de movimentar constitui uma importante dimensão
do desenvolvimento e da cultura humana. Através da atividade motriz, é permitido às
crianças expressarem sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as formas e
possibilidades do uso significativo de gestos motores e posturas corporais. O
movimento humano, portanto, configura-se em ir além do simples deslocamento do
corpo no espaço, constituindo-se em uma linguagem que permite às crianças agirem
sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, expressando seu fazer
motriz e mobilizando as pessoas por meio de seu componente expressivo.
Dessa forma, o profissional deve saber distinguir e saber quais são os
“extremos” de cada criança, pois o mesmo pode acelerar ou desacelerar o
crescimento infantil. De acordo com Libâneo (1992), o primeiro contato oficial da
criança com a sociedade acontece com o seu ingresso na escola. É nela que a criança
passa a ampliar seu entendimento de mundo e ela também percebe outras pessoas
ao seu redor, além dos componentes de sua família. Assim, professores e colegas
são partes quase inseparáveis do desenvolvimento individual e social da criança, pois
é a escola que vai preparar o aluno para uma participação ativa e transformadora nas
várias instâncias da sociedade.
2.3 A Educação Infantil e a Educação Física
Em princípio, a Educação Física Escolar é parte de um sistema devidamente
estruturado e organizado para atender o indivíduo em relação ao movimento, ao seu
corpo, expressões culturais e a saúde. Nesse sentido, é de suma importância iniciar
a sua prática já na Educação Infantil, atendo aos conhecimentos específicos a serem
trabalhados na infância, com um projeto pedagógico que busque atender
necessidades e expectativas desde a pré-escola (TANI, 2001).
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A inclusão da Educação Infantil, assim como o Ensino Fundamental e Médio,
como parte da Educação Básica, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei No 9394 (BRASIL, 1996), pode ser considerada como um marco de
valorização e atenção à Educação da primeira infância, através da criação de leis e
estatutos que vieram a beneficiar e garantir direitos às crianças. Desta maneira, há
uma crescente conscientização da importância atribuída à criança e à Educação
Infantil, pois não se concebe mais esta como apenas uma boa política assistencial,
mas sim com estabelecimentos específicos com orientações e práticas pedagógicas
apropriadas ao atendimento educacional da criança do zero aos seis anos.
As atividades de Educação Física devem possuir uma concepção de
experiência corporal valorizando a bagagem motriz trazida pelos alunos, além de
possibilitar-lhes o contato com novas possibilidades de movimento, respaldando-se
no componente lúdico, ofertando diversas possibilidades de expansão do repertório
motor através de brincadeiras e jogos que priorizem o agir a través da relação
movimento-pensamento-ação (BAECKER, 2001, citado por BASEI, 2008).
A prática pedagógica do profissional de Educação Física tem sido foco de
inúmeras investigações que procuraram esclarecer como o professor constrói sua
prática desde os primeiros contatos com a escola, quais são as preocupações que
norteiam a sua intenção, bem como os constrangimentos enfrentados na realidade
escolar (FERRAZ e FLORES, 2004).
Brincar é o meio prioritário pelo qual as crianças aprendem sobre seus corpos,
além de facilitar o crescimento afetivo e cognitivo e fornecer um importante meio para
o desenvolvimento das habilidades motoras grossas e finas (BASEI, 2008).
Dessa forma, o professor deve ser o mediador, proporcionando instrumentos
para que a criança amplie seu conhecimento no ambiente escolar, obtendo cultura e
respeitando suas origens. O meio educacional é responsável por oferecer à criança,
práticas motoras diversificadas, pois ela é essencial e determinante no processo de
desenvolvimento. Os professores têm papel fundamental nesse processo de
desenvolvimento, como também na ampliação dos conhecimentos da criança.
3. METODOLOGIA
Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva em que participaram da
amostra 17 professoras das aulas de Educação Física de escolas estaduais e
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privadas de educação infantil de duas cidades da Zona da Mata Mineira, sendo 11 da
cidade de Raul Soares e 6 da cidade de Rio Casca. Foram selecionados para a
pesquisa as professoras responsáveis pelas turmas de educação infantil de todas as
escolas públicas e privadas que atendiam alunos com essas faixa etária.
Primeiramente foi encaminhado aos participantes deste estudo um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, os termos serão lidos e devidamente assinados
pelos mesmos. Nestes Termos irão constar os aspectos relativos ao estudo como,
objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos para aderir e/ou
sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de avaliação,
procedimentos de emergência, entre outros.
A coleta foi realizada nos meses de março e abril de 2015, diante da
autorização pela equipe gestora da escola. O instrumento de coleta de dados foi um
questionário semiaberto com 10 questões direcionadas as aulas de Educação Física
da escola. O instrumento continha perguntas a fim de entendermos exatamente como
os professores estão lidando com suas aulas e se são professores de Educação Física
que ministram estas aulas.
Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma
pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva:
Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
Assume em geral, a forma de levantamento.
Os questionários foram distribuídos aos professores e foi realizada uma préleitura com os pesquisadores para minimizar qualquer dúvida que eventualmente
possam apresentar. Os dados foram tabulados em uma planilha do Excel e
posteriormente descritos em distribuição de frequência absoluta e serão apresentados
em forma descritiva.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A presente pesquisa tem como base nas respostas de 17 professoras, dentre
estas,11 da cidade de Raul Soares e 6 da cidade de Rio Casca, que apresentam idade
entre 25 a 50 anos.
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Um importante resultado também é que das 17 professoras entrevistadas,
apenas 1 possui a formação em Educação Física. É importante considerar que a
Educação Física deve se preocupar com a organização de um currículo que
contemple um cotidiano da escola infantil para com isso, ter a concretização de alguns
objetivos importantes, dentre estes, destaca-se a necessidade de ampliar os
conhecimentos da criança, proporcionando-lhe os instrumentos para que ela possa
apropriar-se, criticamente, de cultura sistematizada pela humanidade inserida
(AYOUB, 2001).
Ao iniciar o questionário com cada professora, perguntamos às professoras em
que escolas elas tinham costume de atuar, dentre as professoras entrevistadas, podese observar que 53% trabalham em escolas privadas e que 46% trabalham em escolas
públicas. Este resultado, permite inferir que as professoras atuam em diferentes
ambientes, as escolas privadas permitem uma estrutura maior para brincadeiras,
jogos e movimentos corporais da criança. Todavia, quando o professor tem o domínio
do conteúdo a ser passado para as crianças, uma escola com pouca estrutura pode
ser um ambiente potencializado do desenvolvimento também. A educação infantil é
um elemento desafiador aos profissionais da área da Educação Física, que lidam
diariamente com o processo de desenvolvimento na infância:
Segue figura 1 que apresenta informações sobre a idade dos alunos que que
integram as turmas das professoras investigadas:
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
1 a 3 anos 4 a 6 anos
6 a 10
anos
Acima de
10 anos
Figura 1: Idade dos alunos que compõe as turmas das professoras entrevistadas.
Esses resultados mostram que as professoras possuem uma experiência com
turmas de educação infantil de forma geral. Os estudos e as pesquisas que se ocupam
da presença dos professores experientes nos estabelecimentos de ensino tem uma
importante função na história da criança, os métodos e processos de ensino e
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aprendizagem, a formação dos professores e as concepções de corpo, movimento e
cultura em que estes pretendem fundamentar no seu saber escolar (BASE, 2008).
Outra questão discutida nesta pesquisa foi como o professor vê a relevância
do profissional de Educação Física nas turmas infantis. Dentre as professoras
participantes da presente investigação pode-se observar os seguintes relatos:
Tendo um professor de educação física, os alunos têm a orientação correta e
sequenciada das atividades.
Por que o curso de educação física licenciatura é voltada especificamente para
o trabalho com crianças e adolescentes. E o profissional estudou para isso.
Por que o professor de educação física tem conhecimento dos conteúdos da
educação física e do PCN.
Se olhar onde trabalho mim sinto preparada e temos ajuda agora para outra
escola, sim, pois seria exigido uma formação mais aprofundada.
Estão mais preparados para sanar as dificuldades motoras das crianças.
O profissional de educação física estudou a teoria, para ele a pratica é
consequência.
Por que o profissional sabe especificamente as habilidades que os alunos
necessitam desenvolver.
Por que só o profissional formado em educação física que sabe trabalhar
psicomotricidade que é tão importante quanto as outras disciplinas.
Podemos perceber que todas as professoras entrevistadas tentam expressar a
importância do profissional de Educação Física nas turmas de educação infantil pelas
suas especificidades de trabalho para a infância. Sobre esse tipo de discussão,
Debortoli, Linhales e Vago (2006), consideram que o acesso das crianças aos saberes
da Educação Física abrange o ser humano e, portanto, sensível, afetivo, ético,
estético, elementos componentes do nosso processo de desenvolvimento, que não
comporta prescrições, mas que implica identificar na criança a possibilidade humana,
e, portanto, coletiva, de aprender e de ser.
Quando os professores foram questionados se a escola apresenta aula de
Educação Física como conteúdo da Educação Infantil, os resultados mostraram que
59% desses professores responderam que sim, 35% responderam que não e 6% não
responderam a questão. Apesar da maioria responder que as turmas de Educação
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Infantil apresentam aulas de Educação física, nota-se que ainda há turmas sem se
beneficiar com essas aulas.
Na infância, a criança transforma em símbolo tudo aquilo que pode
experimentar corporalmente. Constrói assim, o seu pensamento a partir dessa
experiência, primeiramente, sob a forma de ação. Durante essa fase, a criança
necessita evidenciar o agir para poder favorecer a sua compreensão, e expressar
significados presentes no contexto histórico-cultural no qual está inserida (AYOUB,
2001).
Segue figura 2 que apresenta informações sobre os conteúdos aplicados nas
aulas de educação física elaboradas para as turmas das professoras investigadas:
6%
Piques
17%
Brincadeiras
tradicionais
44%
33%
Brincadeiras diversas
Atividades de
movimento
Figura 2: Conteúdos das aulas de Educação Física.
De acordo com os conteúdos passados nas aulas de Educação Física,
podemos notar que a maioria das professoras (33%) apresentam como conteúdo
“brincadeiras diversas”, é importante destacar que a educação infantil precisa ser
voltada a objetivos específicos para esta faixa etária, as brincadeiras são importantes
na infância, entretanto, precisam ser bem direcionadas a habilidades motoras
fundamentais desenvolvidas, brinquedos, canções, histórias, onde a criança pode
vivências novas atividades. Apesar de alguns professores apontarem como
capacitados para as aulas de Educação Física, podemos perceber que 17% das
professoras baseiam suas aulas apenas em “piques”, o desenvolvimento infantil deve
ser priorizado por atividades diversificadas.
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A prática pedagógica do profissional de Educação Física tem sido foco de
inúmeras investigações que procuraram esclarecer como o professor constrói sua
prática desde os primeiros contatos com a escola, quais são as preocupações que
norteiam a sua intenção, bem como os constrangimentos enfrentados na realidade
escolar (FARIAS; SHIGUNOV; NASCIMENTO, 2001).
Os professores de Educação Física são educadores que aprendem, criam e
transformam os processos de ensino e aprendizagem nos quais se inserem.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado conclui que as professoras entrevistadas de alguma
maneira se preocupam com as necessidades na infância e reconhecem a importância
do professor de Educação Física nessa faixa etária. Entretanto, pode-se notar que
não existe qualificação adequada em todas as professoras, precisando assim de
oportunidades para que tenham uma preparação necessária; cada professor precisa
também ir além e buscar nos estudos seus objetivos, para que tenham sucesso
naquilo que fazem.
As possibilidades de reflexão na e sobre a prática pedagógica só fazem sentido
se estabelecidas em uma relação estreita com o cotidiano escolar e em articulação
com a realidade social na qual os usos do corpo, da brincadeira, do movimentar-se,
do lazer e das práticas corporais ganham sentidos e significados culturais, políticos e,
portanto, humanos.
REFERÊNCIAS
AYOUB, E. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista
de Educação Física, São Paulo, supl.4, p.53-60, 2001
BASEI, P. B. A Educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentarse e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de
Educación. v.3, p1-12, 2008.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre
a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm. Acesso em:
30.ago.2014.
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FERRAZ, O. L.; FLORES, K. Z. Educação física na educação infantil: influência de um
programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e
procedimentais. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.18, n.1, p.4770, 2004.
GALLAHUE D. L.; OZMUN, E. J.; GOODWAY, J. Compreendendo o
desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Porto Alegre:
AMGH, 2013.
TANI, G. Educação física na educação infantil: pesquisa e produção do conhecimento.
Revista Paulista de Educação Física, v. 4, p.110-15, 2001.
TANI, G. Leituras em Educação Física: Retratos de uma jornada. São Paulo: Phorte,
2011.
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BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA DA
ZONA DA MATA MINEIRA
Fernando Henrique Oliveira Scala Dias e Wesley Manoel Alexandre –
Graduandos em Educação Física - Faculdade Vértice – Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
RESUMO
Este estudo tem como objetivo identificar a ocorrência do bullying nas aulas de Educação
Física de uma escola pública estadual de uma cidade da zona da mata mineira. Essa
pesquisa exploratória foi realizada através de questionário fechado, contendo 15
questões, aplicado a 80 alunos entre 14 e 17 anos, que estudam em uma escola pública em
uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os resultados apontam que o bullying é uma
situação de violência legítima nas escolas e em aulas de educação física que precisa
de uma maior atenção. Precisamos nos preocupar quanto às necessidades dos
alunos na tentativa de buscar condições favoráveis a aprendizagem do mesmo.
PALAVRAS-CHAVE: Bullying; Educação Física; Escola pública.
1. INTRODUÇÃO
A violência pode ser caracterizada como um problema crônico e recorrente em
diversas faixas etárias. Assim como a agressão, a violência é um assunto que está
presente no cotidiano, sendo veiculado em vários meios de comunicações. Cenas
como assaltos, guerras, sequestros, ofensas, brigas, atos de vandalismo e crimes já
se tornaram naturais em muitos países sociedades e regiões, não importando o
ambiente, a idade, o sexo, as condições sociais, psicológicas e físicas das pessoas
(BOTELHO, SOUZA, 2007).
Durante muito tempo, comportamentos como o de apelidar alguém pode ter
sido visto como inofensivos ou naturais da infância e da relação entre as crianças e
adolescentes na escola. Porém, esse tipo de conduta passou a ser seriamente
considerada devido a acontecimentos que ocorreram em várias partes do mundo,
causados por jovens e muitas vezes frutos de maus tratos que ocorrem nas escolas.
O tema da violência na escola começou a ganhar repercussão e, a partir da
década de 1970, estudos vem sendo realizados para classificar esta forma de
violência que tem sido chamada Bullying. A violência escolar refere-se a todos os
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comportamentos agressivos e antissociais, que variam de conflitos interpessoais até
atos criminosos de grande relevância. Muitas destas situações dependem de fatores
externos, onde as intervenções podem estar além da responsabilidade e da
capacidade das instituições de ensino e de seus funcionários (SOUZA e ALMEIDA,
2011).
Os atos de "BuIlying", ou seja, os comportamentos agressivos, desenvolvidos
intencionalmente, de forma continua podem magoar outrem, e são responsáveis por
vários problemas, que se fazem sentir tanto ao nível imediato da rejeição e insucesso
escolar tanto na adolescência quanto na vida adulta. As vítimas da violência escolar
ficarão mais susceptíveis a longo prazo a determinados problemas associados à
violência, como por exemplo: a depressões, enquanto que os agressores tenderão a
desenvolver comportamentos anti-sociais e marginais (FANTE, 2005).
O "Bullying" pode assumir várias formas de violência, caráter direto e indireto o
de caráter misto, podendo ser verbais diretas e indiretas, oscilando num continuum
entre: bater, empurrar, tirar dinheiro, envolver ameaças como provocações, chamar
nomes, até à exclusão social (MELO, 2014).
Diante do exposto, a questão deste estudo foi: Existe a ocorrência de bullying
nas aulas de educação física de uma escola pública de uma cidade da zona da mata
mineira? Nesse sentido, o nosso objetivo foi justamente identificar a ocorrência de
bullying nas aulas de Educação Física de uma escola pública estadual de uma cidade
da zona da mata mineira.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos diversos
profissionais da escola a respeito dos casos de bullying na escola e nas aulas de
Educação Física.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Teixeira (2006), recebemos em nossa formação, tanto na educação
básica quanto no ensino superior, forte influência daqueles jogos que fomentam a
competição ou o resultado final. Aprendemos a valorizar e a incentivar o contar de
pontos ou o ficar de olho no placar como sendo o objetivo maior do jogo.
Schreiber, Scopel e Andrade (2005, p. 02) lembram que a:
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Educação Física engloba em seus objetivos desenvolver e conhecer seus
alunos não somente por meio da capacidade motora, mas também
desenvolver a capacidade de transformação pessoal, aspecto fundamental
para a melhora no âmbito social.
Atitudes como o desinteresse pela aula, revolta em situações e derrota em jogo
competitivo ou rebeldia e agressividade frente a situações do cotidiano das aulas
devem ser levadas em conta pelo professor. O modo como ele apresenta novas
atividades aos seus alunos influencia o modo como os mesmos vão receber e
vivenciar essas atividades, tanto dentro como fora do ambiente das aulas.
Teixeira (2006, p.12) “os esportes, a ginástica e os jogos adentram o tempoespaço escolar elas levam para o seu interior valores, crenças, sentidos e significados
a elas incorporados na cultura”.
Daólio (1997) enxerga que o professor pode incentivar a rivalidade e a
competição entre os alunos em suas aulas, desde que situações de conflito
refletissem numa melhoria quanto ao aprendizado. Segundo o autor, a discussão
acalorada pode ser educativa, desde que a possibilidade de aprendizagem supere a
de destruição. Para que isso ocorra, seriam necessários que o professor deixasse
bem claro quais são os limites e as regras da competição, além de cuidar para que os
mesmos sejam respeitados.
Outra necessidade é a de entendermos que os meninos são diferentes das
meninas não apenas no aspecto ginecológico, mas também físico. Segundo Marriel
et al. (2006, p. 03):
A prática do esporte na escola, pode trazer muito prazer à vida dos alunos,
que demonstram muita dedicação e orgulho de representarem o time de sua
sala ou de sua escola. Mas há que se pensar em como esse esporte está
sendo ministrado nas aulas, pois os menos habilidosos poderão, nessas
aulas, sofrerem discriminação, exclusão.
O esporte, muitas vezes, acaba sendo um lugar onde a guerra e as agressões
encontram um espaço social para se expressar. Daí a necessidade de o professor
desenvolver bem o esporte a fim de que situações como estas não ocorram nesse
espaço de tempo.
O futebol é um exemplo de esporte gerador de violência, não apenas dentro
das escolas, mas até mesmo profissionalmente. Não são raros os casos de agressões
durante as apresentações futebolísticas onde, num determinado momento a emoção
explode e a violência então aparece. Um exemplo é o então famoso jogador Edmundo,
apesar de ser um ótimo jogador, sua fama não está às ótimas partidas em que atuou,
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mas na facilidade de expressar o sentimento dentro de si e, na maioria das vezes, de
forma muito violenta.
Monteiro (2006) constatou atitudes de exclusões através das práticas corporais
de grupos ao observar como os alunos se portavam para organizar seus jogos em
quadra durante o período de aula – vaga (quando algum professor faltava) em uma
escola da periferia de São Paulo. O que se viu foi uma atitude violenta dos meninos
com relação às meninas, quando os primeiros dominaram a quadra grande para jogar
futsal, e relegaram o espaço de um corredor para que elas jogassem vôlei. Também
houve exclusão dos meninos menos habilidosos, que foram escolhidos por último, ou
ficaram de fora, sob a alegação de que o futsal deveria ter apenas cinco jogadores na
linha.
Não podemos nos esquecer da violência gerada pela exclusão daqueles que
são menos habilidosos no que se refere às práticas esportivas. Quando há a escolha
da equipe, esses sempre sobram ou ficam retidos no banco de reserva. O esporte é
universal, portanto, deve ser também voltado para a inclusão, tão pregados nos
tempos modernos (FANTE, 2005)
Segundo a tradução do inglês, o termo “Bullying” traduzido do inglês significa
“tiranizando”. Isso significa tratar com excessivo rigor ou severidade. De acordo com
Fante (2005) é praticado por aqueles que se consideram valentões e, aproveitam-se
dessa condição para humilhar, ameaçar ou agredir algum colega pertencente ao
grupo dos excluídos, esportivamente falando.
Fante (2005) utiliza o termo bullying para caracterizar a discriminação dos
indivíduos por membros de seu grupo de convívio, que se manifesta em vários graus
de intensidade, podendo causar exclusão dos mesmos. Trata-se, segundo a autora,
de um comportamento cruel, intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais
fortes convertem os mais fracos em objetos de diversão e prazer, através de
brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.
No grupo do Bullying encontram-se aqueles alunos cuja auto estima encontrase abaixo do esperado, ficando assim fragilizados e sujeitos aos ataques dos
praticantes do bullying. Quando vítimas de bullying, a característica desses
adolescentes é retrair-se e demonstrar muita timidez, o que faz com que percam o
interesse em participar das aulas e, até mesmo a evasão escolar devido à prática
(TORO; NEVES; REZENDE, 2010).
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Para Fante (2005) o bullying é a forma primária de violência, e podem
manifestar-se por palavras, gestos e ações, e tem na linguagem gestual e verbal sua
concretização mais comum, podendo ou não vir acompanhado de ações que
discriminam e atemorizam.
Ainda de acordo com Fante (2005) um dos grandes problemas do bullying é
que normalmente os educadores não percebem sua manifestação e passam a
enxergar como algo normal. Acreditam que a adolescência é a fase dos apelidos
baseados nos defeitos e, como a agressão verbal não deixa marcas físicas (mas no
emocional) acaba sendo desconsiderado.
De acordo com Marriel (2006) o fenômeno Bullying pode ser classificado como:
Verbal: é aquele que aparece na forma de brincadeiras e piadas depreciatórias,
na maioria das vezes é praticada por amigos ou pessoas de relacionamentos
próximos;
Físico: esse tipo envolve a agressão física propriamente dita, pode iniciar como
algo comum quando ocorridas na Educação Infantil, mas devem ser observadas e
tratadas desde o início;
Material: nesse caso o agressor age contra algum material da pessoa, pode
rasgar ou sujar livros, colocar chicletes em roupas ou outras formas de
constrangimentos;
Moral ou sentimental (psicológico): pode ser confundido com o verbal, mas
esse interfere no emocional, pois o agressor usa aquilo que ele sabe que pode ferir o
outro emocional, ele conhece os pontos considerados fracos da pessoa que irá
agredir;
Sexual: a pessoa pode utilizar de bebidas alcoólicas para deixar a pessoa fora
de si e, com isso, pode realizar os desejos sexuais sem que a pessoa possa se
defender;
Virtual: são as agressões que ocorrem utilizando os meios virtuais.
Para Teixeira (2006) as pessoas que sofrem os ataques do bullying
desconhecem o fenômeno. O autor descreve que durante uma pesquisa deparou com
o relato de um professor que tentava convencer uma determinada aluna de que era
vítima das práticas denominadas bullying. Esta por sua vez, não aceitou dentro da
escola essa afirmação, mas ao conversar novamente com ela fora do ambiente
escolar, acabou por confessar sentir-se constrangida com os apelidos que recebe
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devido ao seu peso. Como educadores precisamos estar atentos a esse tipo de prática
que, apesar da denominação ser nova, já acontece há muito tempo no nosso meio.
3. METODOLOGIA
Este estudo se trata de uma pesquisa descritiva em que participaram da
amostra 80 alunos do ensino médio nas aulas de Educação Física de uma escola
pública no município de Santa Margarida na zona da mata mineira. Todos os alunos
que cursam o ensino médio no período diurno de uma escola pública foram
selecionados para a participação do presente estudo, deste alunos, 31 alunos do 1º
ano do ensino médio, 29 do 2º ano e 20 alunos do 3º ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a
cidade de Santa Margarida localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata
Mineira. Foi fundada em 27 de dezembro de 1948. Sua população estimada é de
15.011 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura.
Fundamentando-se neste instrumento, afirmamos que se trata de uma
pesquisa descritiva. Segundo Gil (1999, p. 21) a pesquisa descritiva:
Descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas
padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática.
Assume em geral, a forma de levantamento.
Primeiramente foi encaminhado aos participantes deste estudo um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Nestes Termos constou os aspectos relativos ao
estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos
para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de
avaliação, procedimentos de emergência, entre outros.
A coleta foi realizada nos meses de março e abril de 2015, diante da
autorização pela equipe gestora da escola. O instrumento de coleta de dados foi um
questionário fechado, com 15 questões na tentativa de descobrir se a frequência em
que o Bullying ocorre nas aulas de Educação Física.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra do presente estudo foi composta por 80 alunos do ensino médio,
que a faixa etária dos entrevistados está entre 14 e 17 anos, destes alunos 50% são
do sexo masculino e 50% do sexo feminino.
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Nessa faixa etária o processo de escolarização desempenha um papel
fundamental no processo de constituição do indivíduo. Segundo Sawaya (2002), a
escola parece portar funções variadas, entre elas: função social, ao compartilhar com
a família a educação de crianças e jovens, função política, quando contribui na
formação do cidadão, e função pedagógica, na medida em que é local privilegiado
para transmissão e construção de conhecimento.
O impacto da escolarização, entretanto, não pode ser analisado sem a
inclusão do contexto sociocultural mais amplo em que o sujeito se insere, sobretudo
as diferentes práticas culturais e vivências familiares. Nessa rede de histórias, em que
condições estruturais de vida e edificação de vínculos pulsam no ambiente escolar –
podendo resultar em novas construções afetivas e também gerar adversidades intra
e interpessoais, o tema bullying apresenta-se como importante fenômeno a ser
compreendido e contextualizado.
Foi colhido algumas amostras e os resultados em relação ao questionamento
se os alunos já sofreram algum tipo de intimidação, agressão ou assédio durante a
aula de Educação Física. Os resultados mostraram que 27% dos alunos responderam
que “Sim” e 73% disseram que nunca sofreram qualquer tipo de violência. Ainda que
a maioria nos mostra nunca ter sofrido qualquer tipo de agressão, temos alunos que
estão sofrendo com essa pratica denominada bullyng. É um problema que se
apresenta de diferentes formas, onde crianças e adolescente vem sofrendo e
causando Bullyng.
A escola ainda é um ambiente pouco explorado como local perpetuador da
violência, entretanto a violência na escola caracteriza um problema grave e complexo,
um tipo visível de violência juvenil (LOPES NETO, 2005). Podemos observar que se
tem pouco conhecimento a respeito do impacto da violência sobre os processos de
aprendizagem escolar de crianças e adolescentes, sobretudo nas camadas pobres.
A Figura 2 mostra os resultados encontrados quando os adolescentes foram
questionados ao tipo de intimidação, agressão ou assédio o aluno sofreu:
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5%
24%
14%
Física
24%
Sexual
Verbal
Racista
33%
Emocional
Figura 2. O tipo de intimidação, agressão ou assédio sofrido.
Podemos observar que 33% dos alunos sofreram de forma verbal, além disso,
um percetual elevado também é observado para a agressão sexual (24%) e racista
(24%). Toro, Neves e Rezende (2010) discutem que independentemente de como o
fenômeno é nomeado, o bullying se refere a posturas violentas, físicas ou verbais,
entre os estudantes, sem que exista uma motivação aparente, o bullying, nas escolas,
vem crescendo muitas vezes pela omissão, pelo silêncio dos envolvidos ou pelos
adultos acharem que é normal ou uma característica da idade.
Dentre os questionamentos feiros aos alunos, um importante resultado foi em
relação ao número de vezes que ocorreu a intimidação, agressão ou assédio, como
demostra na figura 3:
8%
8%
34%
Uma vez
Quase todos os dias
50%
Várias vezes ao dia
Diversas vezes
Figura 3. Número de vezes que ocorreu a intimidação, agressão ou assédio.
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De acordo com os resultados observados na figura 3, um percentual elevado
(50%) é vítima quase todos os dias dessa agressão, dentre aqueles que sofrem uma
vez (34%), várias vezes ao dia (8%) e diversas vezes (8%). Pode-se inferir que
pessoas que já sofreram Bullying encontram-se aqueles alunos cuja auto estima
abaixo do esperado, ficando assim fragilizados e sujeitos aos ataques dos praticantes
do bullying diversas vezes no ambiente escolar. Quando vítimas, a característica
desses adolescentes é retrair-se e demonstrar muita timidez, o que faz com que
percam o interesse em participar das aulas e, até mesmo a evasão escolar devido à
prática (TORO, NEVES e REZENDE, 2010).
A figura 4 demostra os resultados encontrados em relação ao sentimento dos
alunos quando o bullying ocorreu:
0%
Não me incomodou
15%
23%
Fiquei com medo
8%
23%
Me senti assustado
Não queria ir mais a aula
31%
Me fez mudar de escola
Não queria mais participar da
aula
Figura 4. O sentimento frente o bullyng.
Dos resultados apresentados observamos que o sentimento que mais se
destaca entre os alunos são o fato de se sentirem assustados (31%), o medo (23%)
frente a intimação e o afastamento das aulas (23%). Pode-se discutir que o bullying
têm consequências negativas imediatas e tardias sobre todos os envolvidos:
agressores, vítimas e observadores. A humilhação social pode ainda ser
compreendida como manifestação perversa, consciente ou inconsciente, na vivência
coletiva (TORO, NEVES e REZENDE, 2010).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A escola é importante no desenvolvimento do ser humano em todos os
aspectos, a violência na escola é um sintoma da crise das relações sociais e que,
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portanto, não se restringe à esfera escolar; que a vivência de violência na escola tem
características peculiares, prejudicando o desenvolvimento do sujeito nas esferas
afetivas, cognitivas e sociais.
Os alunos entrevistamos demostraram que o bullying é um problema legítimo
nas escolas que precisa de uma maior atenção. Precisamos buscar meios para que o
bullying não aconteça. Precisamos estar ligados às necessidades dos alunos na
tentativa de buscar condições favoráveis a aprendizagem dos mesmos.
REFERÊNCIAS
BOTELHO, R. G.; SOUZA, J. M. C. de. Bullying e educação física na escola
características, casos, consequências e estratégias de intervenção. Revista de
Educação Física. Niterói, n.139, p.58-70, dez. 2007.
DAÓLIO, Jocimar. Cultura, Educação Física e futebol. Campinas: Unicamp, 1997.
FANTE, C. Fenômeno bullyng: como prevenir a violência nas escolas e educar para
a paz. Campinas: Vênus, 2005.
MARRIEL, L. C. (org.) Violência escolar e auto-estima de adolescentes. Cadernos de
Pesquisa, v.36, n.127. São Paulo: Edusp, 2006.
MELO, J. A. A agressividade entre jovens do 2º Ciclo do Ensino Básico nos
espaços escolares do concelho da Ribeira Grande. 2007. Disponível em:
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MONTEIRO, Maria. A intencionalidade do movimento infantil. Multiciência. v.1, n. 01.
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SCHREIBER, M.B., SCOPEL, E.J. ANDRADE, A. A abordagem holística no contexto
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SOUZA, C. P.; ALMEIDA, L. C. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia Biosfera,
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TEIXEIRA, A.H.L. Quem ganha fica? Os jogos e brincadeiras na escola. Revista
Digital EF Deportes. ano 11 n. 101. Buenos Aires: Outubro/2006. Disponível em
http://www.efdeportes.com/efd101/jogos.htm (último acesso em 12 de outubro de
2014)
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TORO, G.V.R; NEVES, A. S.; REZENDE, P. C. M. Bullying, o exercício da violência
no contexto escolar: reflexões sobre um sintoma social. Psicologia: Teoria e Prática,
São Paulo. 12(1):123‑137, 2010.
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GT 08 – CIÊNCIAS
LINGUÍSTICA,
LETRAS E ARTES
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ARTIGOS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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A LOCALIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES REFERENCIAIS: ESTUDO EM UMA
TURMA DE NONO ANO
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise dos resultados da aplicação de uma atividade
proposta pelos estudos de Cavalcante (2011). O objetivo da atividade foi verificar a
capacidade de localização de expressões referenciais e seus respectivos referentes
em um texto. O grupo pesquisado é composto por alunos de uma turma de nono ano
do ensino fundamental de uma escola pública da Zona da Mata Mineira. Os alunos
em questão analisaram um texto proposto pela autora supracitada e responderam a
um questionário sobre o mesmo. Para este estudo foram selecionadas apenas as
questões relacionadas a expressões referenciais. A partir dos dados obtidos concluiuse que a turma em questão reconhece as expressões referenciais no texto e é capaz
de estabelecer as relações necessárias para localizar os respectivos referentes.
PALAVRAS-CHAVE: leitura, expressões referenciais, inferências.
1. INTRODUÇÃO
O processo de leitura de um texto vai muito além do código linguístico. Tratase de uma atividade que exige uma série de ações do leitor, tais como acionar seus
conhecimentos prévios, reconhecer implícitos, estabelecer relações entre parte e
todo, retomar e antecipar termos, entre outros. Koch e Elias (2014) afirmam que a
leitura é uma atividade interativa de produção de sentidos baseando-se nos elementos
linguísticos presentes na superfície textual.
Portanto, pensando na leitura no ambiente escolar, essas habilidades fazemse ainda mais necessárias por parte de nossos alunos. Dentre essas práticas
realizadas durante a leitura, essa pesquisa estabelece como recorte as expressões
referenciais e suas funções no texto.
Esta pesquisa pretende analisar as respostas a uma atividade proposta nos
trabalhos de Cavalcante (2011) acerca da identificação dessas expressões em um
texto bem como seus referentes. Alunos do nono ano de uma escola estadual da
região da Zona da Mata Mineira compõem o corpus desta pesquisa por amostragem.
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As expressões referenciais, além de serem um rico mecanismo de coesão
textual, representam parte significativa do conteúdo programático de Língua
Portuguesa da série em questão.
Outro ponto que merece atenção em relação ao estudo das expressões
referenciais relaciona-se à alta ocorrência de questões sobre o tema tanto nos
materiais didáticos quanto nas avaliações externas.
Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar se os alunos da
turma em questão são capazes de identificar as expressões referenciais em um
pequeno texto, bem como seus respectivos referentes.
Esta pesquisa é relevante, pois permite um trabalho mais direto com os alunos
acerca das questões referenciais nos textos, aprimorando assim o conhecimento e
uso das mesmas. Além disso, os resultados fornecem um panorama sobre a
identificação dos mecanismos referenciais na turma pesquisada. A partir dos
resultados do professor de Língua Portuguesa poderá traçar uma nova estratégia para
aprimorar o reconhecimento e uso dessas expressões pelos alunos ou confirmar o
êxito de suas práticas atuais.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Koch (2001) defende que a construção de sentidos do texto é facilitada por
meio das várias pistas que ele oferece e através das quais os usuários da língua
mobilizam seus conhecimentos linguístico, enciclopédico e de mundo. Através dessas
atividades textuais/ discursivas realiza-se uma interação entre estratégias de caráter
sócio cognitivo e textual.
A noção de língua não se esgota no código. Ela relaciona-se a uma série de
elaborações dos sujeitos de seu discurso tendo em vista seus propósitos. Assim, as
expressões referenciais , que introduzem, conduzem e retomam elementos dentro do
texto, são estratégias que vão se modificando à medida que o discurso vai sendo
produzido. (JUBRAN, 2003)
Cavalcante (2011) caracteriza essas expressões referenciais em dois
processos: introdução referencial e anáfora. A introdução referencial ocorre quando
um termo até então não apresentado é introduzido no texto sem que haja nenhum
elemento do discurso em que ele esteja ancorado. As anáforas são expressões que
retomam referentes já apresentados no texto através de outras expressões. Essas
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retomadas podem ser realizadas de várias formas, através de pronomes ou repetições
lexicais, por exemplo.
Ainda segunda essa autora, os elementos anafóricos ativam um novo objeto de
discurso e dependem de que o leitor estabeleça as relações necessárias para saber
a que termo eles fazem referência no discurso. Trata-se de um processamento sócio
cognitivo do texto que permite identificar em que expressões estão ancoradas as
anáforas ali identificadas.
Lima (2004) afirma existir na uma divergência na literatura atual a respeito do
conceito de anáfora. Segundo a autora, há uma concepção mais estreita do fenômeno
nos estudos de Kleiber (2001), Halliday (1985) e outra mais ampla em Apothéloz
(1995), Berrendonner (1995) e Marcuschi e Koch (2002). Para o primeiro grupo da
concepção mais estreita, a anáfora trata-se de um fenômeno puramente textual
caracterizado pela retomada de um segmento do texto. Já para o grupo da visão mais
ampla as anáforas funcionam como elementos de continuidade e manutenção de
referenciais além de auxiliar na construção dos sentidos do texto.
Mais adiante, Marcuschi (2008) afirma que está presente na a tradição dos
estudos semântico-discursivos a noção de que a língua é uma atividade e o texto um
evento através de ambos há uma iteração em que o sujeito constrói o sentido. Para
ele, a noção de referência é uma atividade discursiva de tal modo que os referentes
passam a ser objetos-de-discurso.
Cavalcante (2013) afirma que as expressões referenciais não são entidades
estáticas, mas sim dinâmicas em constante processo de reelaboração de um
significado. As relações anafóricas favorecem a continuidade referencial para se
manter o tema, o tópico de um texto colaborando para a manutenção da coerência
em torno do eixo temático.
Ainda nessa mesma linha de manutenção da coerência temática, o Currículo
Básico Comum (CBC) adotado em Minas Gerais sugere que as habilidades
relacionadas à localização e uso de expressões referenciais sejam trabalhadas na
série em questão neste estudo (SEE, 2005). Conforme este documento, entre muitas
outras habilidades, espera-se que o professor possibilite ao aluno reconhecer e usar
mecanismos de coesão nominal em um texto, bem como reconhecer marcas
linguísticas de conexão textual em um texto; habilidades que se referem diretamente
ao trabalho com expressões referenciais.
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3. METODOLOGIA
A população dessa pesquisa descritiva é composta por uma das quatro turmas
de uma escola estadual da região da Zona da Mata Mineira. Foi realizada a uma
pesquisa por amostragem por se tratar de um estudo inicial. Entretanto, os dados
obtidos através da população envolvida já nos permite obter dados consistentes para
identificar o nível de identificação ou não de expressões referenciais pelos alunos do
nono ano da referida escola.
Sobre população de estudo e amostra, Rudio (2012) defende que o objetivo da
pesquisa é estabelecer generalizações por meio de indivíduos chamados “população”
ou “universo”.
Esta pesquisa é um estudo descritivo, o qual, segundo Gil (2010), identifica
possíveis relações entre variáveis. No estudo em questão, pretende-se identificar a
quantidade de alunos que localizam expressões referenciais e seus referentes,
apontando as possíveis causas para a não identificação.
O estudo foi realizado com uma população formada por uma das quatro turmas
de nono ano, ensino fundamental, de uma escola estadual de uma cidade da região
da zona da mata mineira. A escola em questão possui média de 1300 alunos. Tratase de um estudo por amostragem inicial que poderá se estender para as outras turmas
de nono ano da referida escola.
A turma pesquisada possui 32 alunos, no dia da aplicação 26 alunos estavam
presentes A coleta de dados foi feita através da aplicação de uma atividade proposta
nos estudos de Cavalcante (2011) cujo objetivo era analisar as expressões
referenciais em um pequeno texto. A atividade consistia em um questionário com
afirmações sobre o texto lido em que os alunos tinham três opções de resposta:
declaração verdadeira, declaração fala e declaração desconhecida.
Abaixo, há apresentação do pequeno texto juntamente com as o questionário
que foi solicitado que os alunos respondessem. Como o objetivo desta pesquisa era
identificar se os alunos eram capazes de identificar expressões referenciais não foi
feita nenhuma leitura prévia com os mesmos, pois isso poderia afetar os resultados
uma vez que essa leitura poderia apontar para esses elementos. Essa pesquisa
pretendia também identificar os resultados de uma leitura autônoma dos alunos sem
mediação do professor.
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QUADRO 1: Texto e questionário
Leia o texto a seguir e faça o que se pede.
Um negociante acaba de acender as luzes de uma loja de calçados, quando
surge um homem pedindo dinheiro. O proprietário abre uma máquina
registradora. O conteúdo da máquina registradora é retirado e o homem
corre. Um membro da polícia é imediatamente avisado.
Analise as declarações que são feitas a respeito do texto, de acordo com a seguinte legenda:
(V) declaração verdadeira
(F) declaração falsa
(?) declaração desconhecida
a) ( ) As luzes foram acesas, pois acabava de anoitecer.
b) ( ) Deduz-se que era final de expediente.
c) ( ) O comerciante acendeu as luzes de sua loja há pouco tempo.
d) ( ) O negociante trabalhava com calçados.
e) ( ) O negociante estava sozinho na loja.
f) ( ) O homem que correu foi o negociante.
g) ( ) Houve um assalto relâmpago.
h) ( ) A loja só vendia sapatos.
i) ( ) O homem abriu a máquina registradora.
j) ( ) Não se pode a firmar a quantia que foi retirada da máquina.
k) ( ) O homem correu com o dinheiro.
l) ( ) O fato se passou numa fábrica de calçados.
m) ( ) O ladrão que corre é do sexo masculino.
n) ( ) O pedinte era ladrão.
o) ( ) A história envolve três personagens: o negociante, o homem que pedia dinheiro e o homem que corre.
p) ( ) Estes fatos são verdadeiros: alguém abriu a máquina, o conteúdo da máquina foi retirado e o negociante
solicitou a presença da polícia.
q) ( ) A polícia foi acionada pelo negociante.
r) ( ) A polícia chegou de imediato.
s) ( ) O ladrão correu antes de a polícia ser avisada.
t) ( ) Com certeza, havia mais de uma lâmpada na fábrica de sapatos.
Fonte: CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Expressões referenciais e suas funções no texto. In:
_______. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011.
A aplicação da atividade foi realizada durante uma aula de Língua Portuguesa,
no mês de maio do corrente ano. Não foi feito nenhum trabalho de leitura prévia com
os alunos. Apenas solicitou-se que lessem o texto e respondessem, seguindo as
instruções dos estudos de onde a atividade foi retirada.
Anteriormente à resposta ao questionário foi assinado o Termo Consentimento
Livre Esclarecido (TCLE). Os dados obtidos foram agrupados tabulados em arquivo
Word 2007. Os resultados serão apresentados em forma de tabela.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esta pesquisa tem como foco as expressões referenciais e sua localização.
Sendo assim, serão analisadas apenas as afirmações do questionário que se referem
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a esse tema. Das vinte afirmações, sete referem-se apenas ao tema deste estudo. As
outras se referem a conceitos como inferências, conhecimentos linguísticos, entre
outros e poderão ser analisadas em estudos futuros (TABELA 1)
Tabela 1: Resultados obtidos
Afirmações sobre o texto
F) O homem que correu foi o
negociante.
I) O homem abriu a máquina
registradora.
J) (V) Não se pode afirmar a quantia
que foi retirada da máquina.
K) (V) O homem correu com o dinheiro.
N) (V) O pedinte era ladrão.
O) (F) A história envolve três
personagens: o negociante, o homem
que pedia dinheiro e o homem que
corre.
Q) (V) A polícia foi acionada pelo
negociante.
Declaração
verdadeira
Declaração falsa
Declaração
desconhecida
0
25
1
0
24
2
17
1
8
19
16
5
5
2
5
3
20
3
16
7
3
Em relação à questão f, quando aparece a expressão “o homem” entende-se
que há uma anáfora direta ao elemento anteriormente apresentado no texto “um
homem”. Ou seja, o homem que corre é aquele que foi apresentado no início do texto.
Quase a totalidade da turma marcou verdadeiro, possivelmente baseando-se nesse
raciocínio. A partir disso, verifica-se também que os alunos localizaram o referente da
expressão referencial o homem, acionando esse mecanismo de retomada através do
uso do artigo definido “o”, uma vez que a expressão “um homem” já havia aparecido
no texto e agora foi retomada usando o artigo definido por já se saber de quem se
trata.
Na questão k, não houve tanta unanimidade, mas ainda o resultado é relevante,
pois um grande número de alunos manteve a mesma linha de raciocínio de a
expressão anafórica “o homem” referir-se àquele mencionado no início.
Sobre esse tipo de referência, Marcuschi (2008) afirma que uma referência é
produzida quando o foco é estabelecido com clareza, quando isso não corre pode
resultar uma atribuição referencial inadequada. No caso acima, percebe-se que houve
clareza no uso da anáfora direta, uma vez que grande parte dos leitores identificou a
quem ela se referia.
Na questão i percebe-se essa mesma clareza em relação ao fato de a
expressão “o homem” referir-se ao que entrou na loja e surpreendeu o proprietário.
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Nesse caso, a maioria da turma referiu ser uma informação falsa, pois no texto a
anáfora direta “o proprietário” deixa claro quem essa expressão retoma.
O recurso utilizado ali foi a substituição lexical que, segundo Antunes (2005),
trata-se de um recurso de reiteração de uma informação dada promovendo a coesão
e unidade de sentido do texto.
Na questão o, com a maioria dos alunos marcando essa afirmativa como falsa,
fica claro que eles compreendem que o homem que pedia é o mesmo que corre. O
elemento anafórico “o homem” pode ter colaborado para essa constatação. Sendo
assim no caso as personagens são apenas dois: o negociante e o homem.
Cavalcante (2013) afirma que em alguns casos não se verifica a retomada
direta dos mesmos referentes, mas sim um tipo de associação entre eles que se
realiza através de inferências baseadas em nossos conhecimentos tanto lexicais,
quanto semânticos, quanto enciclopédicos.
Um fato relevante foi a diversificação nas respostas nas questões j e q.
Possivelmente o conhecimento prévio do aluno interferiu nessas variações em que se
obteve sim uma resposta da maioria, mas os outros dividiram-se nas duas outras
opções. Essas variações podem ter sido motivadas por relações estabelecidas fora
do texto como inferências de informações implícitas ou conhecimento de mundo.
Segundo Rodrigues Júnior (2010), os referentes textuais são objetos do
discurso que reconstroem o processo de interação no momento em que o sujeito dá
sentido ao mundo, construindo discursivamente os referentes ali presentes.
Essa presença de conhecimentos fora do texto percebe-se nas respostas às
questões f e q, por exemplo, em que possivelmente os alunos acionaram seus
conhecimentos para levantar hipóteses sobre o que geralmente ocorre em assaltos
ao responder a essas e outras questões da atividade proposta.
De uma maneira geral, percebe-se que os alunos compreenderam o texto e
forneceram respostas satisfatórias para esse estudo, comprovando que a leitura e
compreensão estão voltadas ao movimento dentro e fora do texto. As expressões
referenciais quando bem colocadas são um rico mecanismo de coesão que facilita o
entendimento daquele texto. Atividades como essa facilitam muito a identificação
dessas expressões nos textos e principalmente fazem o aluno refletir para a
importância do uso desse mecanismo em suas futuras produções
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho com leitura e compreensão textual nas aulas de Língua Portuguesa
além de ser muito rico percorre uma série de caminhos. No caso da pesquisa em tela
discutiu-se sobre expressões referenciais, mas há uma série de conceitos que
poderão ser debatidos e estudados a fim se aprimorar as estratégias a serem
desenvolvidas nas aulas de leitura de Língua Portuguesa. A prática constante e as
reflexões acerca desses temas enriquecem o trabalho em muito auxiliaram na
formação de leitores e produtores de texto eficientes.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola
Editorial,2005.
CAVALCANTE, M. M. Expressões referenciais e suas funções no texto. In: _______.
Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2011.
______. Leitura, referenciação e coerência. In: ELIAS, V.M.(org) Ensino de Língua
Portuguesa: oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto, 2013.183-196 p.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
KOCH, I.V. & ELIAS,V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 3ª. Ed. São
Paulo: Contexto, 2014.
KOCH, I.V. O texto e a construção dos sentidos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2014.
___________
A
referenciação
como
atividade
cognitivo-discursiva
e
interacional. Cadernos de estudos linguísticos, v. 41, 2011. Disponível em:
http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/viewFile/1775/1346. Acesso em 19
jul. 2015.
JUBRAN, Clélia Cândida Abreu Spinardi. O discurso como objeto-de-discurso em
expressões nominais anafóricas. Cadernos de estudos lingüísticos, v. 44, 2011.
http://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/article/view/1700. Acesso em 19 jul. 2015.
LIMA, M. L. Indefinido, anáfora e construção textual da referência. Campinas:
UNICAMP,
2004.
Disponível
em:
http://www.letras.ufmg.br/mlcunhalima/Teseindefinido.pdf. Acesso em 14 jul. 2015.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008.
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RODRIGUES JÚNIOR, H. Anáfora indireta e produção de sentido em redações do
Ensino Fundamental. Letrônica, v. 3, n. 2, p. 71-80, 2011. Disponível em:
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/viewArticle/7353.
Acesso em 23 jul. 2015.
RUDIO, F. V. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 40ª. Ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2012.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS. Conteúdo Básico
Comum – Português (2005). Educação Básica - Ensino Fundamental.
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GT 05 – CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
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RESUMOS
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A VISÃO DO PRODUTOR RURAL SOBRE A CAFEICULTURA NA REGIÃO DA
ZONA DA MATA MINEIRA
Marcia Carolina Alves Klem, Kenia Martins Assis, Luciana Correia,
Nathally Nayara Contarine, Taiane Miranda Portes, Sabrina Paiva de Souza
Graduandas em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Keilla de Souza Veggi- Graduada em Administração- Pós-graduada em
Docência do Ensino Superior e MBA em Gestão de Negócios- Professora da
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Café; Produção; Produtor.
INTRODUÇÃO
O Grão teria sido introduzido no Brasil no ano de 1727, de acordo com a versão
mais difundida; porém, há historiadores que investigam sua procedência em data
anterior, da Ásia, e mesmo a hipótese da rubiácea ser nativa no país. O fato é que em
meados do século XVIII os cafeeiros já floresciam em diversas províncias da Colônia,
sobretudo no Rio de Janeiro, que se tornava a capital federal do café (MOREIRA,
2007). O Vale do Paraíba, fluminense e o Norte de São Paulo viam suas terras se
esgotarem, logo novas lavouras vicejavam em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e,
principalmente, em um novo Eldorado: o Oeste paulista. A cafeicultura ingressou em
Minas Gerais pela Zona da Mata, através do Caminho Novo, criado em 1707 para o
transporte do ouro (MOREIRA, 2007). A Zona da Mata foi, até o início do século XX,
a região mais rica da província devido ao café. O mérito da expansão paulista devese, em boa parte, a cafeicultores experientes de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e,
mais tarde, da Bahia, que abandonavam suas lavouras esgotadas em busca de novas
terras (MOREIRA, 2007). De 18,8 milhões de saca na safra 1966/67 a produção
brasileira de café cresceu para 45,5 milhões na safra 2008/09 (ANUÁRIO, 2002;
CONAB, 2009a). Atualmente, a produção de café concentra-se em seis estado: Minas
Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Bahia e Rondônia, embora a cafeicultura
esteja difundida em todo território nacional. Nos Estados de Minas Gerais, São Paulo
e Bahia predomina o cultivo do Coffea arábica, conhecido como café arábica. Já nos
estados Espírito Santo e Rondônia há o predomínio do cultivo do coffea canephora,
conhecido por café robusta e o estado do Paraná produz unicamente café arábica. O
café possui cadeias produtivas diferentes em cada estado com níveis de empregos
tecnológicos distintos que repercutem sobre os custos da produção e competitividade.
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Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo observar pelo ponto de vista do
produtor a economia voltada à produção de café.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de caso realizado em 09 de Abril de 2015 com um
produtor de café da cidade Luisburgo situada na Zona da Mata Mineira. O referido
produtor foi abordado a respeito de questões referentes à economia voltada à
produção de café.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir das informações obtidas pode-se observar que mesmo o Brasil sendo
um grande produtor de café, com uma história ampla e de grandes evoluções, o
pequeno produtor enfrenta dificuldades para produzir. O marketing relacionado ao
café brasileiro ainda é muito precário e essa falta de conhecimento faz com que as
pessoas não tenham a consciência dos benefícios desse produto tanto para o
consumidor como para o produtor. ORMOND et al., (1999) constatou que a dificuldade
do Brasil em acompanhar as tendência de marketing mundial com relação ao café
acabou acarretando ao produto falta de prestigio, com diminuição do preço no
mercado externo, corroborando com a visão do produtor do dado estudo. Outro
aspecto observado foi a falta de incentivo por parte do governo, com isso pequenos e
médios produtores enfrentam problemas para produzir e para manter a produção
fazendo com que sintam-se desmotivados a investir no negócio. Em estudos feitos
por Correa & Silva (2004) foi percebido que pequenos e grandes produtores tem
acessos diferentes aos recursos destinados a agropecuária, muitos programas que
antes atendiam aos pequenos produtores foram substituídos por outros que agora só
atendem a grandes produtores, mostrando uma nítida mudança em relação a politica
agrícola por parte do governo, gerando uma visível queda em relação ao incentivo
financeiro aos pequenos produtores o que demonstra que a visão do produtor não é
errônea com relação ao que de fato tem ocorrido no Brasil. Mesmo com tudo isso se
tem lutado e tem investido nas lavouras, tanto em relação a insumos e maquinário
como em relação a capacitação do pessoal tendo consciência de que nem sempre a
experiência vai suprir a falta de conhecimento em determinados aspectos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Portanto, é possível observar que o país apesar de ser um grande produtor de
café sofre dificuldade em expandir a sua produção. Tratando-se da Zona da Mata
Mineira a falta de incentivo aos produtores, deficiência de marketing, economia em
declive e questões burocráticas desmotiva-os, impedindo que o país se torne um dos
maiores exportadores de café.
REFERÊNCIAS
ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO CAFÉ 2000-2001. 6. ed. Rio de Janeiro: Coffee
Business, 2002, 161 p.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – CONAB. Avaliação da safra
agrícola cafeeira: safra 2009. 2009a. p. 13. Disponível em: Acesso em: 20 de abril
2015.
GOMES, M. F. M.; ROSADO, P. L. Mudança na produtividade dos fatores de produção
da cafeicultura nas principais regiões produtoras do Brasil. Revista de Economia e
Sociologia Rural, v. 43, n. 4, p. 353-378, out/dez 2005. ISSN 1679-1614.
MOREIRA, A. C. História do Café no Brasil. São Paulo: Panorama Rural; Magma
Editora Cultural, 2007.
OLIVEIRA, A. D. A. S.; GOMES, M. F. M.; RUFINO, J. D. S. L.; JÚNIOR, A. G. D. S.;
GOMES, S. T. Estrutura e Dinâmica da cafeicultura em Minas Gerais. Revista de
Economia, v. 34, n. 1, p. 119-142, 2008. ISSN 0556-5782. Disponível em: < http://
ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/economia/article/view/7451/8042 >. Acesso em
20/04/2015.
SILVA, J. M. D.; REIS, R. P. Custos de produção do café na região de lavras –
MG: estudo de casos. Ciência e Agrotecnologia, v. 25, n. 6, p. 1287-1294, nov./dez.
2001.
ORMOND, J. G. P.; PAULA, S. R. L.; FILHO P. F.; Café: (Re)conquista dos mercados.
BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 10, p. 3-56, set. 1999.
CORREA, V. P.; SILVA, F. F.; O novo desenho do Financiamento Agrícola e as
dificuldades para os produtores não integrados. Desenvolvimento Agrário e
Regional, Uberlândia – MG. 2004.
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CRÉDITO RURAL: A INFLUÊNCIA DO PRONAF EM PROPRIEDADES RURAIS
DE RIO CASCA – MG
Francisco Ramos Coutinho Costa- Graduando em Agronomia – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa- Doutora em Genética e Melhoramento de Plantas.
Coordenadora do Curso de Agronomia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: PRONAF; Crédito Rural; Agricultura Familiar; Rio Casca.
INTRODUÇÃO
O conceito de agricultura familiar é relativamente recente no Brasil, utilizado
para substituir denominações como: pequeno produtor, pequena produção e
camponês. Os empreendimentos familiares são administrados pela própria família,
com ou sem a participação de terceiros. Um estabelecimento familiar é uma unidade
de produção e de consumo e um modelo de reprodução social (DENARDI, 2001). Os
debates sobre a relevância da agricultura familiar vêm ganhando força principalmente
nos últimos anos, quando veio ao meio público a questão de desenvolvimento
sustentável. A agricultura familiar é de extrema relevância no âmbito rural do Brasil,
uma região rural terá um futuro dinâmico se tiver capacidade de diversificar a
economia local através das características de sua agricultura. As economias rurais
com esse dinamismo são as que conseguem atrair consumidores e vender seus
produtos em mercados diferenciados. As economias com especialidade em
commodities agrícolas, quando absorvem, na fase inicial, a renda propiciada pela
exploração da fertilidade natural, parecem ser bastante dinâmicas, depois dessa
acumulação tudo vai depender do nível de diversificação dos negócios criados em
torno dessa fonte primária (VEIGA et al, 2001). O crédito a juros baixos incentivou a
inclusão de novas tecnologias no campo, mas os privilegiados com esses benefícios
foram os grandes produtores. A maioria dos agricultores familiares não foram
contemplados por estas políticas (SILVA JÚNIOR et al., 2005). Até então, não havia
no país uma política pública que atendesse às necessidades específicas dos
agricultores familiares, mesmo se tratando de um segmento relevante para a
agricultura brasileira. Diante disso, em 1995 surge o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar, o PRONAF, criado pelo governo Federal e que
marcou o reconhecimento do Estado à categoria da agricultura familiar e tornou
legítimo a reivindicação dos movimentos sociais e sindicais por políticas diferenciadas
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que atendessem as suas especificidades. Com a finalidade de estimular a geração da
renda familiar, o incentivo à produção de alimentos, melhorar o uso da mão de obra
familiar, através do financiamento de atividades e serviços agropecuários e não
agropecuários desenvolvidos em propriedades rurais ou em áreas próximas
(KAGEYAMA, 2008). Segundo Pérsico (2011), o PRONAF financia os custos de
produção, a melhoria de infraestrutura de produção, incentivando o investimento e
agregação de valor à produção, que exige financiamentos de longo prazo. De acordo
com os dados do Censo Agropecuário 2006 (IBGE, 2014), 74,4% das pessoas que
exercem atividades no meio rural são agricultores familiares, totalizando mais de 12
milhões de brasileiros responsáveis por aproximadamente 70% dos alimentos que são
consumidos no país. O presente trabalho se propõe a estudar a política pública de
crédito rural, o PRONAF, e tem como ambição o fortalecimento das atividades
produtivas
geradoras
de
renda
das
propriedades
familiares,
através
de
financiamentos, de acordo com as capacidades e necessidades dos agricultores.
Diante disso, a pesquisa partiu da seguinte questão: Qual a influência do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF – em propriedades
rurais do município de Rio Casca – MG? Assim, este estudo pretende contribuir para
o relato sobre o PRONAF, protagonizado pela agricultura familiar, mostrando sua
influência na renda, na sua produção ou qualquer tipo de mudança na vida do
agricultor familiar.
METODOLOGIA
A metodologia usada na pesquisa é de caráter qualitativa e quantitativa.
Qualitativa porque requer maior proximidade do pesquisador com o campo analisado
e quantitativa pois, serão realizadas análises a partir das quantidades obtidas de
algumas variáveis presentes no questionário, contribuindo para importantes
resultados. A pesquisa será realizada através da aplicação de questionários aos
produtores rurais que recebem o benefício do PRONAF, no município de Rio Casca.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa está em fase de desenvolvimento e coleta de dados, tal como a
confecção dos questionários a serem realizados com os produtores rurais de Rio
Casca que possuem a DAP ativa. Com este questionário, poderão ser notados os
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seguintes pontos: analisar a influência do crédito na vida do produtor beneficiado,
apontar qual a aplicação do recurso, verificar se houve aumento na renda, verificar se
houve melhorias na produção após aquisição do crédito e qualquer outro tipo de
melhoria na vida do produtor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com poucos questionários já aplicados, já é notável a diferença que o
PRONAF tem na vida dos produtores rurais do município. Por esta razão, se vê a
importância de pesquisas sobre o PRONAF, visto que é fundamental para a vida do
agricultor familiar que o possui. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo
Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela
Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
REFERÊNCIAS
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desafios para o desenvolvimento rural sustentável. Agroecologia e Desenvolvimento
Rural Sustentável.
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EFEITO DE REGULADOR VEGETAL NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE
SEMENTES DE CAFÉ
Alice de Souza Silveira- Engenheira Agrônomo e Mestre em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV.
Fabrício Wellington Souza Silva- Graduando em Agronomia- Universidade Federal
de Viçosa- UFV.
Hugo Tiago Ribeiro Amaro- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV.
Rafael Macedo de Oliveira- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV. Professor do curso de Engenharia Civil da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Eduardo Fontes Araújo- Engenheiro Agrônomo e Professor na Universidade
Federal de Viçosa- UFV.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Coffea arabica L.; stimulate®; produção de sementes.
INTRODUÇÃO
A propagação do cafeeiro é realizada por mudas oriundas de sementes,
portanto, o uso de sementes de boa qualidade é fator essencial para a produção. As
mesmas germinam lentamente, podendo demorar até 90 dias no período quente e até
120 dias no período frio do ano (WENT, 1957), tornando-se importante os tratamentos
realizados antes da semeadura, visando melhorar o desempenho germinativo. A
tentativa de desenvolver técnicas para acelerar a germinação e, consequentemente,
a formação de mudas é relevante para a cafeicultura, pois poderia permitir uma
semeadura em época mais adequada, possibilitando um plantio mais cedo, no início
da estação chuvosa (LIMA et al., 2004). Segundo Schuch (1999) o período de
emergência é decisivo e crucial para a sobrevivência e a distribuição espacial de uma
população de plantas. O atraso na emergência de plântulas expõe as sementes à
ação de patógenos de solo por maior período de tempo, o que aumenta a possibilidade
de infecção e colonização do eixo embrionário (MACHADO, 2000). Martins et al.
(1999) acreditam que uma germinação rápida e uniforme das sementes, seguida por
imediata emergência das plântulas, são características altamente desejáveis nos
estádios
iniciais
de
desenvolvimento
da
planta. Os reguladores vegetais,
reguladores de crescimento ou biorreguladores, são todas as substâncias, naturais ou
artificiais, que possuem efeito no crescimento e desenvolvimento das plantas
(DAVIES, 1995). As aplicações de biorreguladores têm vários objetivos, dentre eles
melhorar a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial das plantas
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(SEVERINO et al., 2003). E o seu uso tem se mostrado favorável para o aumento da
produtividade de diversas culturas (ALLEONI et al., 2000; SANTOS et al., 2010;
SILVEIRA et al., 2011; DANTAS et al., 2012). O stimulate® é um desses
biorreguladores e tem a capacidade de estimular o desenvolvimento radicular,
aumentando a absorção de água e nutrientes pelas raízes (SANTOS e VIEIRA, 2005).
Esse produto favorece um adequado equilíbrio hormonal, que incrementa o
crescimento e desenvolvimento vegetal, estimulando a divisão celular, diferenciação
e alongamento celular (VIEIRA e CASTRO, 2004). A aplicação de reguladores de
crescimento durante os estádios iniciais de desenvolvimento da planta, segundo
Dantas et al. (2012), promove o crescimento da raiz, permite a rápida recuperação
após estresse hídrico, aumenta a resistência a insetos, pragas, doenças e nematóides
e promove o estabelecimento de plantas de forma rápida e uniforme, melhorando a
absorção de nutrientes e o rendimento da planta. O objetivo deste trabalho foi avaliar
os efeitos do regulador vegetal stimulate®, via pré-embebição na germinação de
sementes e desenvolvimento inicial de plântulas de café (Coffea arabica L.).
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes da Universidade
Federal de Viçosa. Foram utilizados o regulador vegetal Stimulate®, cuja a
composição é de 0,005% de ácido indolbutírico (auxina), 0,009% de cinetina
(citocinina) e 0,005% de ácido giberélico (giberelina), em sementes de café arábica,
oriundas da Empresa de Pesquisas Agropecuárias de Minas Gerais, Unidade
Regional Zona da Mata. Para tornar a embebição mais fácil e rápida foi retirado das
sementes de café o endocarpo (pergaminho). As sementes foram pré-embebidas nas
seguintes concentrações: 1,5; 2,5 e 3,5 L de stimulate® para cada 100 kg de sementes
diluídas em solução aquosa de 10 ml para cada concentração. No controle foi utilizado
somente água destilada (10 ml). O período de embebição constituiu-se de uma hora.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com três
repetições de 30 sementes por tratamento. Para a germinação das sementes utilizouse como substrato três folhas de papel germitest® umedecidos, na proporção de duas
vezes e meia o volume de água em relação à massa do papel. As sementes foram
aspergidas com solução de Captan (3g/L) para evitar contaminação por fungos. Os
rolos de papel foram mantidos em germinador, à temperatura de 30 ºC. A
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porcentagem de germinação total foi realizada computando-se todas as sementes
com protrusão de radícula. A primeira contagem foi realizada no 15 º dia e a última
contagem no 30º dia após a montagem do teste de germinação (BRASIL, 2009). Na
última contagem do teste de germinação, foram medidos os comprimentos do sistema
radicular e da parte aérea das plântulas. Com o auxílio de uma tesoura, a parte aérea
e raiz de todas as plântulas foram separadas e, em sequência, foram pesadas
separadamente para computar a massa de matéria fresca. Para a massa de matéria
seca, as raízes e partes aéreas foram separadas por repetição, colocadas em sacos
de papel e mantidas em estufa à temperatura de 30 ºC, por 72 horas. Os resultados
foram submetidos à ANOVA e análise de regressão (p≤0,05) utilizando-se o programa
estatístico SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram verificados efeitos significativos (p≤0,05) dos tratamentos sobre o
resultado da primeira contagem, massa de matéria fresca e seca da raiz e massa de
matéria fresca e seca da parte aérea das plântulas. Para a primeira contagem,
verificou-se que no controle (0,0 L de stimulate®) ocorreu maior porcentagem de
germinação, com 73%, sendo que o menor incremento ocorreu na dose de 2,5 L (48%
de germinação). Para a massa de matéria fresca e massa de matéria seca da raiz, o
controle (0,0 L de stimulate®) acumulou maior massa, sendo os acúmulos de 0,61 g e
0,088 g, respectivamente. Para a massa de matéria fresca e massa de matéria seca
da parte aérea o controle (0,0 L de stimulate®) apresentou maiores incrementos, sendo
0,94 g e 0,12 g, respectivamente. Os resultados obtidos não corroboram com o efeito
da giberelina em sementes. Este hormônio pode estimular a síntese de enzimas que
digerem as reservas armazenadas no endosperma, formando açúcares simples,
aminoácidos e ácidos nucléicos, que são absorvidos e transportados para as regiões
de crescimento do embrião, estimulando o alongamento celular, fazendo com que a
raiz rompa o tegumento da semente, acelerando a germinação com maior
uniformidade (STENZELt et al., 2003). Uma possível explicação é a ocorrência de
fitotoxidez causada pelas doses testadas sobre a semente de café.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A aplicação do stimulate® foi prejudicial para a germinação e o desenvolvimento
de plântulas de café arábica.
REFERÊNCIAS
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Stimulate® no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.).
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QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMÃO PAPAIA EM FUNÇÃO
DO TRATAMENTO COM BIOESTIMULANTE
Alice de Souza Silveira- Engenheira Agrônomo e Mestre em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV.
Fabrício Wellington Souza Silva- Graduando em Agronomia- Universidade Federal
de Viçosa- UFV.
Hugo Tiago Ribeiro Amaro- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV
Rafael Macedo de Oliveira- Engenheiro Agrônomo e Doutorando em FitotecniaUniversidade Federal de Viçosa- UFV. Professor do curso de Engenharia Civil da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Eduardo Fontes Araújo- Engenheiro Agrônomo e Professor na Universidade
Federal de Viçosa- UFV.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Carica papaya L.; vigor de sementes; regulador vegetal.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor mundial de mamão papaia (Carica papaya L.)
devido às excelentes condições de desenvolvimento, o que possibilita o cultivo em
todas as regiões do país (EMBRAPA, 2013). Embora possa ser propagado
assexuadamente por meio de enxertia, estaquia ou cultura de tecidos, comercialmente
o mamoeiro é propagado por meio de mudas oriundas de sementes (LYRA et al.,
2007). A propagação via sementes, apesar de econômica e prática, apresenta a
desvantagem da germinação lenta e desuniforme. Vários autores têm relacionado a
desuniformidade na germinação com a sarcotesta, material gelatinoso constituído de
compostos fenólicos que recobrem a semente, prejudicando a germinação
(TOKUHISA et al., 2007; TOKUHISA et al., 2008.; FREITAS et al.,2011;
CAVALCANTE et al.,2014). O uso de reguladores vegetais é uma alternativa vista por
muitos pesquisadores como uma maneira de acelerar e melhorar a germinação de
sementes e também promover o crescimento das plantas jovens (PRADO NETO et
al., 2007). Os reguladores vegetais ou biorreguladores são substâncias naturais ou
produzidas sinteticamente que inibem ou modificam processos fisiológicos em
pequenas quantidades. Podem ser aplicados em sementes ou diretamente nas
plantas, podendo interferir em processos vitais e estruturais, como a germinação,
enraizamento, floração, frutificação e, por fim, a senescência (SILVA et al., 2010). O
uso de biorreguladores vegetais tem se mostrado favorável para o aumento da
produtividade de diversas culturas (ALLEONI et al., 2000; SANTOS et al., 2010;
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SILVEIRA et al., 2011; DANTAS et al., 2012). O Stimulate® é um biorregulador que
tem a capacidade de estimular o desenvolvimento radicular, aumentando a absorção
de água e nutrientes pelas raízes (SANTOS e VIEIRA, 2005). A classificação do
Stimulate® foi feita por Castro et al. (1998), como sendo um fito estimulante que
contém fito reguladores e traços de sais minerais. A imersão de sementes em solução
contendo reguladores vegetais pode possibilitar a quebra de dormência, uniformidade
na emergência e modificações morfológicas e fisiológicas nas plântulas, além de evitar
a fito toxicidade destes produtos quando aplicados na parte vegetal (CASTRO et al.,
1985). O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do biorregulador Stimulate ®, via
pré-embebição, na germinação de sementes e desempenho inicial de plântulas de
mamão papaia.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no Laboratório de Pesquisa em Sementes da
Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados o biorregulador Stimulate ®
e
sementes de mamão papaia, oriundas de frutos de mamão do grupo “Solo”, variedade
Golden, produzidos pela empresa Caliman Agrícola S/A. As sementes foram extraídas
manualmente de frutos com coloração amarela e secadas à sombra até um teor de
água médio de 9%. Posteriormente as sementes foram pré-embebidas, durante uma
hora, nas seguintes concentrações: 0,6; 1,0 e 1,4 L de Stimulate ® para cada 100 kg
de sementes, diluídas em solução aquosa de 6 ml para cada concentração. No
controle foi utilizado somente água destilada (6 ml). O delineamento experimental
utilizado foi inteiramente casualizado (DIC), com três repetições de 50 sementes por
tratamento. O teste de germinação foi realizado seguindo os critérios estabelecidos
nas RAS (BRASIL, 2009), Foram utilizadas três folhas de papel Germitest® por rolo,
umedecidas com água destilada, em volume equivalente a 2,5 vezes o peso do papel.
As sementes foram aspergidas com solução de Captan (3g/L) para evitar
contaminação por fungos, sendo colocados em câmara de germinação tipo B.O.D., à
temperatura de 30ºC com foto período por 8 horas e 20ºC na ausência de luz por 16
horas. As avaliações foram realizadas aos 15 (primeira contagem de germinação) e
aos 30 dias após a montagem do teste, os resultados de germinação foram expressos
em porcentagem de plântulas normais.
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Na última contagem do teste de germinação, foram medidos os comprimentos da raiz
e da parte aérea das plântulas e determinada a massa de matéria fresca e seca. Para
determinar a massa de matéria seca, as plântulas colocadas em sacos de papel e
mantidas em estufa à temperatura de 30 ºC por 72 horas. Os resultados foram
submetidos à ANOVA e análise de regressão utilizando-se o programa estatístico
SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Houve efeito significativo (p≤0,05) da dose de Stimulate® nos resultados de
primeira contagem, comprimento de parte aérea, comprimento de raiz e massa de
matéria fresca das plântulas. Não houve efeito da dose de Stimulate ® na germinação
e na massa de matéria seca das plântulas. Na dose de 1,0 L / 100 kg de sementes
ocorreu o ponto de máximo da curva de regressão, com 50% das plântulas
germinadas na primeira contagem. Os fitormônios presentes no Stimulate ®
promoveram aumento do vigor das sementes obtido na primeira contagem de
germinação, devido à sua ação na divisão e alongamento celular, enquanto o menor
valor de germinação obtido após o ponto de máximo sugere efeito inibitório dos
fitormônios sobre as mesmas características (MOTERLE et al., 2011).
Para o
comprimento da parte aérea verificou-se que a dose de 1,0 L / 100 kg de sementes
apresentou o maior incremento (ponto de máximo) com média de 4,68 cm, já para o
comprimento de raiz verificou-se o ponto de máximo com a dose de 0,6 L / 100 kg de
sementes com média de 10,68 cm de raiz. Os aumentos no comprimento da raiz
primária e na parte aérea podem confirmar o efeito do biorregulador como estimulador
da divisão celular, diferenciação e alongamento das células, possibilitando aumento
na absorção e a utilização de água e dos nutrientes pelas plantas (STOLLER DO
BRASIL, 1998). O ponto de máximo da curva de regressão para a massa de matéria
fresca foi na dose de 1,0 L / 100 kg de sementes, com média de 1,99 g de massa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para sementes de mamão papaia, as doses de 1,0 e 0,6 L do biorregulador
Stimulate® foram as mais efetivas no incremento do vigor das sementes e no
desempenho inicial de plântulas de mamão, respectivamente. A germinação final não
foi afetada pelas doses aplicadas de Stimulate®.
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REFERÊNCIAS
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Stimulate® no desenvolvimento e produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.).
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Erlichia canis: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E LEVANTAMENTO DE CASOS
Mariana Arantes Cardoso, Taiane Miranda Portes, Sabrina Paiva de Souza
– Graduanda em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
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Rogério Oliva Carvalho – Graduado e Doutor em Medicina
Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Erlichia canis; levantamento de casos; cães.
INTRODUÇÃO
A erliquiose é uma doença causada por bactérias gram-negativas,
intracelulares obrigatórias de células hematopoiéticas, tais como monócitos,
macrófagos
e
neutrófilos,
pertencentes
à
Ordem
Rickettsiales,
Família
Anaplasmataceae e gênero Ehrlichia, que atualmente compreende cinco espécies: E.
canis, E. chaffeensis, E. ewingii, E. muris e E. ruminantium (DUMLER et al., 1995,
2001). A Ehrlichia canis é a responsável pela erliquiose monocítica canina, doença
considerada endêmica principalmente nas áreas urbanas. (LABRUNA e PEREIRA,
2001). No Brasil a E. canis é o mais comum dos agentes e causa doença clínica mais
grave. A erliquiose é considerada uma zoonose por atingir cães, gatos, equinos,
ruminantes e humanos. Ela passa do carrapato Rhipicephalus sanguineus para o cão
ao realizar o repasto sanguíneo, podendo também ser introduzida em cães
susceptíveis por meio de transfusão sanguínea (ETTINGER, 2004). A gravidade da
infecção varia de acordo com o organismo, fatores do hospedeiro e presença de
coinfecção. A doença é dividida nas fases: aguda, subclínica e crônica. (NELSON e
COUTO, 2010). Os sinais na fase aguda incluem depressão, anorexia, letargia,
pirexia, esplenomegalia, linfoadenomegalia, e perda de peso (WANER e HARRUS,
2000). Normalmente, os cães contaminados livram-se da infecção ou passam por uma
fase subclínica prolongada, até que finalmente manifestem-se os sintomas da doença
em fase crônica. A maior parte das infecções por E. canis só são diagnosticadas nessa
fase (SHERDING, 2008). Os sinais clínicos associados com esta fase crônica são
discretos e ausentes em alguns cães, e graves em outros. A trombocitopenia é a
alteração hematológica mais consistente tanto na fase aguda como na fase crônica.
Devido à imunossupressão, infecções secundárias podem ser comprovadas.
O
diagnóstico exige a visão das mórulas, detecção dos anticorpos contra a E. canis ou
a amplificação do DNA por meio da PCR. (ETTINGER, 2004). A amplificação do DNA
por PCR (reação da polimerase em cadeia) proporciona um diagnóstico sensível,
específico e confiável (NAKAGHI et al., 2008 e GIEG et al., 2009). Atualmente, o
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mercado proporciona diversos “kits” sorológicos utilizados na detecçãoo da erliquiose
canina, como por exemplo, o “kit” Immunocomb, baseado na técnica de “DotblotELISA”, capaz de determinar anticorpos da classe IgG específicos para o agente
infectante (ISOLA et al., 2012). Para chegar a um diagnóstico definitivo devem ser
considerados achados clínicos e também resultados hematológicos, bioquímicos e
sorológicos (SILVA et al., 2011). O prognóstico é bom para cães com erliquiose aguda
e variável a reservado para erliquiose crônica. (NELSON e COUTO, 2010).
O
tratamento de cães com erliquiose pode ser feito com tetraciclinas ou imidocarb e seu
sucesso depende de um diagnóstico precoce. (DAGNONE, 2001). A doxiciclina é a
tetraciclina mais usada pela praticidade de administração e baixa toxicidade.
(MORAES et al., 2004). São citadas várias dosagens e tempos de duração diferentes,
para o tratamento com doxiciclina (OLICHESKI, 2003). A terapia de suporte, incluindo
fluidos, transfusão sanguínea, vitaminas e esteroides anabólicos, é necessária em
alguns cães (ETTINGER, 2004). Para a prevenção recomenda-se o controle dos
carrapatos do ambiente ou pelo tratamento de todos os cães (NELSON e COUTO,
2010), pois ainda não se criou uma vacina que tenha proporcionado resultados
eficazes (WANER e HARRUS, 2000). O presente trabalho teve como objetivo realizar
uma revisão de literatura acerca da erliquiose canina e realizar um levantamento de
casos registrados no Hospital Escola Veterinário da Univértix em Matipó – MG no
período de 12 meses.
METODOLOGIA
O levantamento de dados foi desenvolvido analisando os casos de erliquiose
nos animais atendidos no Hospital Escola Veterinário da Univértix situado em Matipó
– MG. Trata-se de um estudo retrospectivo e que buscou avaliar animais com suspeita
ou confirmados quanto à doença e tratamentos utilizados no período do mês julho de
2014 a julho de 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a análise das fichas clínicas inseridas no sistema BensVet usado para
atendimentos do Hospital Escola, foram totalizados 319 consultas em cães, sendo 30
(9,1%) destes com suspeita diagnóstica para erliquiose. Destes casos apenas 2 foram
confirmados com o kit de diagnóstico rápido Senspert e 21 não foram confirmados
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com nenhum teste. No total, em 16 pacientes utilizou-se o tratamento adotado para a
doença, que incluiu administração de doxiciclina, diproprionato de imidocarb,
omeprazol, alguns usaram terapia de suporte além de produtos para a eliminação dos
ectoparasitas, principalmente o fipronil. Observou-se a prevalência de 4,7% no
segundo semestre de 2014 e 14,7% nos primeiros 6 meses de 2015. Das 30 suspeitas
totais, 13 estavam associadas à babesiose, fato comum pois, ambas tem semelhança
clínica, sendo que a babesiose, é causada pela Babesia canis, um hemoparasita.
Essa diferença pode ser constatada pelo exame hematológico, com evidenciação da
Babesia nos glóbulos vermelhos (MORAILLON, 2004). Como referido por Sherding
(2008), em geral, os sintomas melhoram dentro de 48h após a administração de um
tratamento eficiente, em casos agudos ou crônicos discretos. Talvez por isso apenas
7 proprietários tenham retornado à clínica para realizar novos exames, mesmo com a
melhora do animal. De acordo com artigos analisados, nos estados do Sudeste, Sul,
Centro-oeste e Nordeste do Brasil, a doença acomete 20% dos cães atendidos em
clínicas e hospitais veterinários (MACHADO, 2004). A maior prevalência observada é
na região Nordeste (43%) e a menor na região Sul do país (1,70%) (BRITO 2006).
Moreira et al. (2003), em um estudo retrospectivo da casuística clínica de Belo
Horizonte, analisaram 194 fichas de animais com suspeita, destes, 15,9% (31) cães
apresentaram E. canis no esfregaço sanguíneo. A soro prevalência da erliquiose,
investigada em três regiões rurais distintas do estado de Minas Gerais, demonstrou a
presença de anticorpos anti-E. canis em 65,5% dos cães em Nanuque, 37,8% em Belo
Horizonte e 24,7% em Lavras (Costa et al., 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base na análise das fichas e elaboração dos resultados, conclui-se que
em comparação com a prevalência brasileira a do Hospital Escola é inferior.
Entretanto, o fato não exclui a importância do tratamento dos casos e efetiva
prevenção por se tratar de doença que pode ser até fatal e sem capacidade
imunoprotetora.
REFERÊNCIAS
BRITO, R. L. L.; et al. Prevalência de anticorpos Anti-Ehrlichia canis em cães nos
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PERFIL DOS PACIENTES DERMATOLOGICOS ATENDIDOS NO HOSPITAL
ESCOLA VETERINÁRIO GARDINGO DA FACULDADE VÉRTICE - UNIVERTIX
LOCALIZADO NA CIDADE DE MATIPÓ-MG
Aline Carolina Soares Mota – Acadêmica de Medicina Veterinária – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Mayara Cristine de Aguiar – Graduação em Medicina Veterinária. Mestre em
Ciências Veterinárias. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: dermatopatias, predisposição, raça, sexo, idade.
INTRODUÇÃO
Na Medicina Veterinária, entende-se que animais de companhia são aqueles
de convívio doméstico e com valor afetivo, destacando-se os cães, gatos, aves,
pequenos roedores, entre outros. Nota-se uma grande variedade de aspectos
relacionados à representatividade social do animal dentro do núcleo familiar,
características que variam do abandono até o mesmo ser considerado um membro da
família (FARACO, 2008; CORADASSI, 2002), entretanto, esta aproximação do
homem com os animais, seja para companhia ou trabalho, cria condições de
transmissibilidade de zoonoses (BOGADO, 1997), ou seja, doenças infecciosas que
podem ser transmitidas ao homem a partir de animais infectados (ROUQUAYROL e
ALMEIDA FILHO, 2013). Segundo os autores Scott, Miller e Griffin (1996), dos cães e
gatos examinados dentro das clinicas de animais de companhia, cerca de 75%
apresentaram problemas no sistema tegumentar. Os problemas dermatológicos se
apresentam com maior frequência no cão se comparados aos gatos. Um estudo
desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas - RS, as dermatopatias
corresponderam a 35% dos atendimentos realizados no Ambulatório da Faculdade de
Veterinária - HCV/UFPel
(JUNIOR et al., 2012). Nos cães as dermatopatias
diagnosticadas com maior frequência são a dermatite alérgica à picada da pulga
(DAPP),
neoplasia
pia
dermatite
bacteriana,
seborreia,
atopia,
dermatose
imunomediada, dermatose de origem endócrina e dermatose parasitária. Nos felinos,
são encontradas mais frequentemente as dermatoses de origem parasitária, complexo
granuloma eosinofílico felino, doenças micóticas, reações de hipersensibilidade,
doenças bacterianas, quadros seborreicos, neoplasias e dermatoses autoimunes
(SCOTT, MILLER e GRIFFIN, 1996). A participação do médico veterinário como
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agente de Saúde Pública, por meio da clínica médica de animais de companhia é de
extrema importância, pois assim além de cuidar da saúde dos animais, orientando os
proprietários em práticas de imunização, ele atua na prevenção de zoonoses
(CORADASSI, 2002). Considerando a importância das dermatopatias na clínica
médica dos animais de companhia e levando em conta a escassez de estudos na
região de Matipó-MG, objetiva-se com o estudo traçar um perfil dos pacientes
dermatológicos atendidos no Hospital Escola Veterinário Gardingo da Faculdade
Vértice – Univértix entre os meses de maio de 2014 e agosto de 2015. O estudo da
população animal de uma região constitui recurso de grande valia ao conhecimento
das principais características das espécies estudadas em determinada localidade,
assim como a distribuição de doenças mais comuns, pois auxilia o médico veterinário
em um diagnóstico e tratamento mais preciso, bem como diminui o risco de
contaminação com doenças de potencial zoonótico, promovendo melhora significativa
da qualidade de vida do proprietário junto ao seu animal de companhia.
METODOLOGIA
O estudo será realizado de forma retrospectiva, avaliando-se as fichas dos
animais atendidos no Hospital Escola Veterinário Gardingo da Faculdade Vértice –
Univértix entre os meses de maio de 2014 e agosto de 2015, na cidade de Matipó –
MG. O levantamento da casuística será realizado por meio da seleção dos registros
de atendimentos dermatológicos de cães e gatos. Os dados serão colhidos de acordo
com a idade, raça, sexo e diagnóstico. A idade dos animais será considerada da
seguinte forma: filhotes (até um ano idade), adulto (um a oito anos de idade) e idosos
(acima de 8 anos de idade). O sexo será estabelecido somente como macho e fêmea,
não levando em consideração se animal é inteiro ou castrado. O diagnostico
corresponderá a uma dermatopatia, sendo que alguns animais podem apresentar
diversas doenças de pele concomitantemente. Os dados obtidos serão tabelados e as
diversas variáveis serão testadas estatisticamente quanto a normalidade por meio do
teste de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis consideradas normais serão submetidas a
teste de comparação de médias entre sexo, idade e espécie e teste de Correlação de
Pearson, ao passo que as não paramétricas serão testadas por meio do teste de Teste
de Wilcoxon Pareado para teste de médias e Coeficiente de Spearman para
Correlação.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até
o momento a realização do levantamento bibliográfico e coleta de dados. Espera-se
com este projeto, auxiliar no desenvolvimento do perfil epidemiológico das
dermatopatias em Matipó-MG, além de fornecer ferramentas ao médicos veterinários
da região estudada.
REFERÊNCIAS
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Federal de Medicina Veterinária 10:20-22.
CORADASSI, C. E. O Medico veterinário clinico de pequenos animais da região
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COMPLEXO HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA EM CADELAS: ESTUDO
RETROSPECTIVO
Nivia de Assis Dias – Graduanda em Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Waddington de Freitas - Graduada e Doutora em Medicina Veterinária.
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Estudo Retrospectivo; Complexo Hiperplasia Endometrial
Cística.
INTRODUÇÃO
O complexo hiperplasia endometrial cística, comumente denominada piometra,
caracteriza-se por uma reação inflamatória exsudativa e degenerativa do endométrio
associada ou não ao miométrio e pela presença de bactérias no lúmen uterino (FIENE,
2006). Estudos epidemiológicos têm evidenciado que a produção e acúmulo de
secreção purulenta de natureza infecciosa no útero, resultante da piometra, tem se
sobressaído como a principal patologia do aparelho reprodutor das fêmeas caninas,
sendo raramente diagnosticada nas demais espécies de animais de companhia
(BIDLE & MACINTIRE, 2000). A incidência da enfermidade em cadelas é
relativamente alta (FRANSSON; RANGLE, 2003). Normalmente, a piometra afeta
animais de meia-idade ou idosos, mas animais jovens também podem apresentar
essa patologia, em decorrência de tratamentos hormonais. A piometra possui duas
classificações: a que ocorre em fêmeas jovens (com menos de 6 anos), relacionada à
terapia de estrógeno e progesterona exógenos, e a que ocorre em fêmeas idosas
(com mais de 7 anos) decorrente da longa e repetida estimulação pela progesterona
na fase lútea, com maior frequência em fêmeas nulíparas (MARTINS et al., 2002).
Das bactérias relacionadas na literatura, a Escherichia coli se destaca como o agente
mais rotineiramente isolado. Independentemente de não fazer parte da flora
bacteriana normal do canal vaginal, estudos ultraestruturas vêm demonstrando que
este tipo bacteriano possui grande afinidade pelo endométrio e miométrio, fixando-se
de forma estável na parede uterina e inibindo a eliminação pelo sistema de defesa
local. As outras bactérias isoladas em úteros com piometra são também facilmente
isoladas em todo o trato genital de fêmeas normais, o que sugere que fazem parte da
população de bactérias autóctones, participando apenas como oportunistas no evento
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que se segue. Dentre estas destacam-se: Staphylococcus aureus, Streptococcus spp,
Pseudomonas spp e Proteus spp (CHAN et al., 2000). Sendo assim a piometra é uma
doença grave que carece de intervenção terapêutica imediata na tentativa de
amenizar as prováveis complicações decorrentes das alterações do organismo.
Muitas dessas alterações podem ser avaliadas por meio de métodos laboratoriais que
auxiliam no diagnóstico, desígnio do tratamento adequado e avaliação prognóstica
dos animais acometidos. Alterações hematológicas e bioquímicas são descritas, além
de outros aspectos clínico-patológicos dessa enfermidade (AZEVEDO, 2008). O
objetivo deste trabalho é descrever o perfil de cadelas acometidas com piometra,
atendidas no Hospital Escola da Univértix, bem como as atendidas nas clínicas
veterinárias da região de Matipó no período de 2014 a 2015.
METODOLOGIA
Neste estudo serão descritos o perfil das cadelas acometidas com piometra no
Hospital Escola da Univértix, bem como as cadelas atendidas em clínicas da região
de Matipó no período de 2014 a 2015. Para tanto, serão consultadas todas as fichas
clínicas de fêmeas caninas com diagnóstico definitivo de piometra, de onde serão
então coletadas informações referentes à anamnese tais como identificação do animal
(idade, raça, peso), sinais clínicos, histórico de coberturas, uso de anticoncepcionais
e número de gestações. Resultados referentes a exames hematológicos e
bioquímicos, métodos de diagnóstico de imagem, terapia preconizada, prognóstico e
conclusão do caso também serão considerados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A revisão bibliográfica sobre Complexo Hiperplasia Endometrial Cística foi
executada e levantamento dos dados referentes aos casos de piometra em fêmeas
caninas atendidas no Hospital Escola da Univértix encontra-se em andamento.
REFERÊNCIAS
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e multíparas submetidas ou não ao tratamento com anticoncepcionais. In: MOSTRA
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 6., 2002, Botucatu. Anais… Botucatu: UNESP, 2002.
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ANESTESIA E ANALGESIA EPIDURAL EM EQUINOS
Jamily de Oliveira Horst, Janaina Geralda Vieira Laje, Paulo Sergio Rodrigues
Junior, Pedro Henrique Dutra de Freitas, Richelle Fernandes Lima Costa Alves,
Sâmela Carine Araujo Braga – Graduandos em Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vanessa Guedes Pereira - Graduada em Medicina Veterinária Especialista em
Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos-UFV Mestre em Medicina Veterinária-UFV
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, analgesia, epidural, equinos.
INTRODUÇÃO
A anestesia epidural consiste em uma técnica de anestesia local, segmentar e
temporária, produzida por fármacos anestésicos em diferentes concentrações e doses
e depositados no canal espinhal. A denominação dada a este tipo de anestesia se
baseia quanto a sua localização anatômica, onde o anestésico é depositado ao redor
da dura-máter. A compreensão dos mecanismos de ação dos fármacos anestésicos
e suas vias de administração permite o melhor uso destes para controlar processos
dolorosos, de modo que a anestesia e analgesia epidural têm sido consideradas
ferramentas eficientes na espécie equina (LEMOS, 2013). A anestesia/analgesia
epidural traz benefícios significativos à clinica de equinos por se tratar de um método
eficiente no controle da dor e promover alterações sistêmicas mais brandas, quando
comparadas a outras vias de administração de fármacos (REITER, 2011). O uso da
anestesia epidural possuiu diversas aplicações clínicas e é recomendada para a
realização de procedimentos cirúrgicos como amputação de cauda, correção de
prolapso retal, fistula retro-vaginal e analgesia para manipulação obstétrica,
fetotomias, correção de torção uterina, criptorquidectomia via laparoscopia e
uretrotomia via perineal nos casos de urolitíase. Além disso, também é utilizada para
o controle da dor crônica e intensa associadas a condições ortopédicas dolorosas
como artrodeses, fraturas, ferimentos graves, artrite sépticas e laminites. Utiliza-se a
anestesia e analgesia epidural em casos de dessensibilização do ânus, reto, períneo,
vulva, uretra e vagina. O objetivo para a realização desta técnica anestésica é a
manutenção do animal em estação, promovendo maior bloqueio sensitivo que motor.
Para isso, diversos fármacos podem ser utilizados isolados em em associação como
anestésicos locais, agonistas alfa-2, opióides e anestésicos dissociativos. O objetivo
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deste trabalho é realizar uma revisão de literatura sobre a anestesia e analgesia
epidural em equinos, incluindo os cuidados para a realização da técnica e os principais
fármacos. A epidural baixa em equinos é realizada no primeiro espaço intercoccígeo,
identificado como sendo a primeira depressão caudal ao sacro, localizada
aproximadamente a 5 cm cranial ao inicio da cauda. Este espaço é identificado
palpando-se a região e, ao mesmo tempo movimentando-se a cauda no sentido
dorsoventral, já que a primeira vértebra coccígea é fundida ao sacro, sendo a segunda
vértebra que confere mobilidade a articulação. Em animais obesos e com muita massa
muscular a palpação pode ser dificultada de acordo com Lemos (2013). Previamente
a realização da punção do espaço epidural deve-se realizar a tricotomia e antissepsia
adequada da região, além do uso de materiais estéreis, como panos de campo, luvas,
agulhas e seringas. O animal deve estar contido em tronco de contenção, com garupa
simétrica, deve-se utilizar agulha espinhal de calibre 18G, com mandril a qual é
inserida no espaço em um ângulo de penetração de 10-30 graus na vertical,
dorsocranialmente. A agulha é inserida até tocar o assoalho do canal vertebral, sendo
então retirada cerca de 0,5 cm, para evitar a injeção no disco intervertebral ou nos
ligamentos do canal. A profundidade de inserção varia de 3 à 6 cm, dependendo do
tamanho do animal e do ângulo de penetração. Para a confirmação do posicionamento
correto da agulha no espaço epidural, deve-se notar a perda de resistência à injeção,
sensação de crepitação, pressão negativa podendo também ser realizado o teste de
gota pendente. A reação dolorosa a passagem da agulha epidural pode ser
minimizada injetando de 2 à 3 ml de lidocaína 2% por via subcutânea. Agentes
anestésicos locais como a lidocaína, mepivacaína, ou de efeito mais prolongado como
bupivacaína, podem ser utilizados para promover anestesia epidural. Eles promovem
anestesia local e regional, portanto é de fundamental importância na utilização destes
fármacos o conhecimento do volume total de administração e dose, evitando-se que
o animal entre em decúbito. O êxito na produção de anestesia regional incluindo região
perineal e órgãos genitais, sem perda da função motora dos membros pélvicos,
depende da migração cranial do anestésico local no espaço epidural (LEMOS, 2013).
Os opioides administrados por via epidural podem ser utilizados para o manejo de
dores agudas e crônicas originárias dos membros pélvicos. Eles apresentam poucos
efeitos colaterais, no entanto, pode produzir analgesia sem efeitos sistêmicos como
excitação. Nesta classe podemos destacar morfina, butorfanol, mepiridina, fentanil,
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metadona e o tramadol. Segundo Lemos (2013), fármacos alfa-2 agonistas são
indicados em procedimentos que requerem longos períodos de analgesia, superiores
a duas horas. São muito utilizados em grandes animais devido a sedação e
miorrelaxamento. Doses elevadas destes fármacos podem causar ataxia por bloqueio
de
todos
os
tipos
de
fibra.
Seus
efeitos
sistêmicos
incluem
sedação,
hipertensão/hipotensão e bradicardia. Entre os mais utilizados por via epidural em
equinos podemos incluir a xilazina, detomidina e dexomidina. Entre os dissociativos
podemos citar a cetamina, que em altas concentrações promove efeito anestésico
local por bloqueio dos canais de sódio. De acordo com Reiter (2011), seu uso é
contraditório por via epidural, pois é um fármaco de baixo pH (3,5) causando assim
grande preocupação em relação a danos na medula. Ela promove baixa analgesia e
é mais indicada em associação a outros fármacos como a morfina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A anestesia e analgesia epidural em equinos, tem apresentado vantagens em
relação a outras vias de administração de fármacos. É um procedimento simples, tem
grande redução do efeito sistêmico indesejado e na dose administrada dos fármacos,
sendo ainda potente na ação e prolongação do efeito analgésico, oferecendo
melhores condições ao paciente.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, K.G.S.; Anestesia e Analgesia Peridural em Equinos: Revisão de Literatura.
São Paulo, 2008. 51 f.
LEMOS, Marcelle dos Santos; Anestesia/Analgesia Epidural em Equinos. Brasília,
2013. 46 f.
REITER, Gabriela Grandi; Revisão da Dor e Anestesia/Analgesia Epidural em
Equinos. Porto Alegre, 2011. 30 f.
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HEMIPARESIA POR FRATURA/LUXAÇÃO EM C7 E T1 DECORRENTE DE
MORDEDURA NA REGIÃO INTERESCAPULAR EM CANINO.
Raquel Garcia Lima Rodrigues - Graduando em Medicina Veterinária - Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX
Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de
Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hemiparesia, lesão, medular, ferida, traumática, mordedura.
INTRODUÇÃO:
Lesões na medula espinhal podem ser provocadas por uma série de fatores,
que podem ser endógenos ou exógenos. (ARIAS, SEVERO E TUDURY, 2007)
Hemiparesia, paresia e ataxia em cães podem ser provocadas por lesões de C6 à T2,
dessa forma, neurônios do plexo braquial são comprometidos, motivando uma
disfunção medular. (NELSON e COUTO, 2010). Feridas traumáticas causadas por
mordeduras de cães de maior porte em cães de pequeno porte é um dos casos que
podem ocorrer na clínica veterinária, se tratando de um fator exógeno. Deve-se
atentar para a dimensão dessas lesões, localização e o auto risco de contaminação.
Deve-se atentar também que se houver necessidade de sutura, esta deve ser feita
dentro do período máximo de 6 à 12 horas após a ocorrência da lesão. (BICHARD e
SHERDING, 2008)
RELATO DE CASO:
No dia seis de julho de dois mil e quinze foi atendido um cão no Hospital
Veterinário Univértix, pesando oito quilos, sem raça definida, com um ano de idade,
possuindo duas lesões: uma extensa na região Inter escapular com doze centímetros
de diâmetro e outra na região cervical de dois centímetros de diâmetro causada por
mordedura de cão de porte maior. Ao exame físico foi observado hemiparesia direita,
com déficit proprioceptivo no membro torácico direito e membro pélvico direito, dor
profunda e reflexo de retirada presente em todos os membros.
Foi realizado cauterização na veia cefálica e iniciada a fluido terapia com ringer lactato
na taxa de 6ml/kg/h. Posteriormente o animal recebeu acetato de metilpredinisolona
1mg/kg intramuscular (IM), tramadol 5mg/kg IM, metronidazol 15mg/kg intravenoso
(IV) às 10h. E às 18h foi repetido o tramadol. Foi feito exame radiográfico da coluna
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cervico-toracica na posição latero-lateral onde foi constatado fratura e luxação: na
sétima vertebra cervical (C7) e na primeira vértebra torácica (T1). Posteriormente foi
realizado tricotomia da área ao redor da ferida da pele e limpeza com solução NaCl à
9%. Foi aplicado lidocaína a 2% com vasoconstritor para anestesia infiltrativa para que
o animal permitisse a sutura das bordas da ferida com nylon 3-0 em pontos simples
separados. Após a sutura foi aplicado nitrofurazona sobre a ferida e esta foi protegida
com gaze e atadura. Foi prescrito para o animal: cefalexina 30 mg/kg via oral(VO), a
cada doze horas por quinze dias; tramadol 5mg/kg, VO a cada oito horas por cinco
dias e metronidazol 15mg/kg VO, a cada vinte e quatro horas por sete dias. Foi
recomendado manter o animal de repouso e retorno diário para reavaliação do trauma
medular e limpeza da ferida. O prognostico era reservado. Ao longo de dez dias após,
devida a intensa atividade do animal, houve ruptura de alguns pontos provocando a
abertura da ferida, onde novamente foi realizada a aproximação das bordas da ferida.
E ao longo de um mês foram feitos todos os dias limpeza das lesões externas com
solução fisiológica e iodo-povidine, acompanhado da administração de nitrofurazona
e troca de curativos. Com acompanhamento também da evolução/eficácia do
tratamento, capacidade de locomoção e sensibilidade do animal. Após quinze dias o
animal apresentava locomoção.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neurônios do plexo braquial foram comprometidos promovendo a hemiparesia
direita e o déficit de propriocepção. Quando a lesão encontra-se entre a porção caudal
do tronco encefálico e o segmento espinhal T2, a alteração da função motora é
ipsilateral a lesão (RAJÃO et al., 2013) Os analgésicos opióides são os fármacos mais
utilizados e mais efetivos no controle da dor em animais. Eles funcionam ativando o
sistema antinociceptivo, inibindo a projeção da dor. (NEVES et al., 2010)
O tratamento cirúrgico seria uma das opções de recuperação desta fratura/luxação
(BICHARD e SHERDING, 2013), mas neste caso a imobilização com a tala foi
eficientemente suficiente para a cicatrização de forma correta e para que o organismo
se recuperasse praticamente totalmente da lesão sem deixar sequelas no paciente. A
locomoção do paciente foi recuperada apresentando melhora significativa. As lesões
externas também ao longo de pouco mais de um mês se apresentou em ótimas
condições de cicatrização, sem ocorrência de inflamação ou infecção.
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CONCLUSÃO
Com base nos dados obtidos neste relato de caso conclui-se que lesões por
mordedura ocorridas entre C6 e T2 devem sempre ser bem avaliados, pois podem
promover desde hemiparesia, paresia até ataxia, regra que auxiliou antes mesmo de
ser feito o exame complementar o levantamento da suspeita diagnostica. Diante das
lesões apresentadas pelo animal teríamos opções de tratamento, mas a aplicada
evidentemente foi a melhor e mais acertada, sem a necessidade de intervenção
cirúrgica.
REFERENCIAS
BICHARD, Sthepen J.; SHERDING, Robert G.. Manual Sanders Clínica de
Pequenos Animais. São Paulo: Roca, 2013.
ARIAS,Mônica Vicky Bahr; SEVERO, Maíra Santos; TUDURY, Eduardo Alberto.
Trauma medular em cães e gatos:revisão da fisiopatologia e do tratamento médico.
Semina: Ciências Agrárias. Londrina, v. 28, n. 1, p. 115-134, jan./mar. 2007.
COUTO, C. Guilhermo; NELSON, Richard W.. Medicina interna de pequenos animais.
2ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
NEVES, Isabelle Valente; TUDURY, Eduardo Alberto; COSTA, Ronaldo Casimiro da.
Fármacos utilizados no tratamento das afecções neurológicas de cães e gatos.
Semina: Ciências Agrárias. Londrina, 2010.
RAJÃO, Maria Paula; GUTIERREZ, Sebastian; MARTINS, Bernardo De Caro. Exame
Neurológico em Pequenos Animais. Cadernos técnicos de zootecnia: Neurologia
em cães e gatos. Vol. 69, n. 2, Cap. 1, p. 13. Belo Horizonte: FEP MVZ, 2013.
DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO DE LINFOMA CUTÂNEO EM CÃO NO HOSPITAL
VETERINÁRIO DA FACULDADE VÉRTICE (UNIVÉRTIX) – MATIPÓ/MG
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OSMAR DIAS FERRAZ JÚNIOR – Acadêmico do Curso de Medicina
Veterinária Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
MAYARA CRISTINI FERREIRA DE AGUIAR – Graduada em Medicina
Veterinária UFES, Mestre em Ciências Veterinárias pela UFES. Professora do curso
de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Neoplasia; Dermatologia; Linfoma Cutâneo
INTRODUÇÃO
O linfoma cutâneo é considerado uma neoplasia incomum em cães,
representando 3 a 8% de todos os casos de linfoma nesta espécie. Se comparado
aos demais tumores de pele em cães, representa somente 1% (FONTAINE et al.,
2009). Esta neoplasia acomete principalmente cães idosos, das raças Cocker Spaniel,
Boxer, Bulldog Inglês e Golden Retriever (RODIGHERI et al., 2007). Os linfomas
podem ter origem em linfócitos B ou T, sendo estes últimos mais frequentes. As lesões
cutâneas podem apresentar-se solitárias ou múltiplas e variam em aspecto, podendo
assemelhar-se a nódulos, placas, úlceras e eritemas (RANSKIN; MEYER, 2003). Sua
etiologia é desconhecida (FONTAINE et al., 2009), entretanto, sugere-se o
envolvimento de compostos químicos (MOORE & OLIVRY, 1994), e agentes virais em
felinos e em humanos (FOURNEL-FLEURY et al., 2002). A inflamação crônica da
pele, a ativação e proliferação crônica dos linfócitos podem ser estimuladas por
antígenos do ambiente e/ou anormalidades na função das células de Langherans e
sugere-se que a proliferação desses linfócitos ativados pode ser a origem do linfoma
cutâneo (FONTAINE et al., 2009). Santoro et al., (2007) sugeriu que há associação
entre o linfoma cutâneo e a dermatite atópica em cães. Os linfomas derivados dos
linfócitos B são considerados não-epidermiotrópicos (não-epiteliotrópicos), já os
linfomas
derivados
dos
linfócitos
T
são
considerados
epidermiotrópicos
(epiteliotrópicos) e já foram descritos em cães, gatos, bovinos e equinos
(GOLDSCHMIDT e HENDRICK, 2002; VALLI et al., 1981). Ao exame citológico,
podem-se observar esfregaços altamente celulares, compostos por células linfóides
de tamanho variável, com núcleo arredondado e nucléolos evidentes (COWELL;
TYLER; MEINKOTH, 2009), além do citoplasma escasso e ligeiramente basofílico,
tornando o exame citológico uma importante ferramenta diagnóstica, uma vez que as
características celulares referidas se evidenciam através desta técnica (RASKIN;
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MEYER, 2003). O tratamento do linfoma varia de acordo com a sua apresentação,
sendo o de escolha na maioria dos casos, a quimioterapia (MORRIS; DOBSON,
2007). Os protocolos comumente utilizados incluem os fármacos doxorrubicina,
ciclofosfamida, L-asparaginase, vincristina e prednisolona (RASKIN; MEYER, 2003).
Este trabalho visa relatar o caso de Linfoma cutâneo ocorrido no Hospital Veterinário
da Faculdade Vértice (Univértix) – Matipó/MG.
RELATO DE CASO
Foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Faculdade Vértice (UNIVÉRTIX) –
Matipó/MG um cão, da raça teckel, de 12 anos e 4 meses de idade, pesando 6,900kg,
com histórico de aparecimento de placas firmes, eritematosas, não pruriginosas e
indolores, arciformes e serpiginosas em tronco, períneo e face. Segundo o
proprietário, as lesões desapareciam e reapareciam, e apresentaram crescimento
progressivo. O paciente se apresentava normorexico e ao exame clínico, todos os
parâmetros avaliados estavam dentro da faixa considerada normal para a espécie. O
quadro era crônico e progressivo com evolução aproximada de 30 dias. Para
realização do estudo avaliou-se os resultados dos exames físicos e laboratoriais do
cão. A citologia foi realizada em 2 lesões distintas, por capilaridade e por meio de
aspiração por agulha fina, sendo realizado squash da amostra em lâminas de vidro e
estas encaminhadas para análise laboratorial no Laboratório de Análises Clínicas do
Hospital Veterinário da Univértix.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A idade do paciente é compatível com o relatado por outros autores, uma vez
que o cão em questão figura entre os animais considerados idosos, e portanto, mais
propenso ao desenvolvimento de linfoma cutâneo (RASKIN; MEYER, 2003). Apesar
da raça teckel não ser listada como uma das mais propensas ao desenvolvimento
desta neoplasia, Bastos et al. (2008) relatam a ocorrência de linfoma cutâneo em um
cão da mesma raça, de 6 anos de idade. As alterações encontradas no exame
citológico do paciente incluíram presença abundante de células linfoides de aspecto
neoplásico, linfócitos ativos e atípicos, com núcleos arredondados e nucléolos
evidentes, tamanho variável e citoplasma escasso. Estas alterações são compatíveis
com a descrição da literatura, entretanto não foram observados núcleos arredondados
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(COWELL; TYLER; MEINKOTH, 2009). O hemograma apresentou poiquilocitose
moderada, anisocitose moderada, hipocromasia leve e presença de neutrófilos
tóxicos, os exames bioquímicos apresentaram um aumento considerável nos níveis
séricos de ureia, porém os níveis de creatinina se mantiveram dentro dos padrões.
Estes achados se diferenciam do relato de Cardoso et al. (2006), no qual os exames
hematológicos e bioquímicos não apresentaram alterações quando em comparação
com os valores de referência para a espécie. As lesões dérmicas apresentadas pelo
paciente continham uma característica da doença, que é a formação de estruturas
arciformes, serpiginosas e hiperconvolutas devido à coalescência dos nódulos
(FOURNEL-FLEURY, 2002). As alterações observadas compatíveis com as
alterações relatadas por Fontaine, et al. (2009), por sua característica firme, delimitada
e indolor, bem como a presença de alopecia e ulceração nas lesões perineais e faciais,
entretanto, não foi observada a alopecia nos nódulos localizados no tronco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluiu-se que por avaliação clínica completa, associada ao exame citológico,
foi possível diagnosticar a neoplasia cutânea do paciente, demonstrando que exames
simples, associados a uma anamnese adequada, podem permitir o diagnóstico de
doenças raras e até complexas. Também pode-se observar o linfoma cutâneo, apesar
de considerado raro, deve figurar entre os diagnósticos diferenciais na clinica médica
dermatológica de pequenos animais.
REFERÊNCIAS
BASTOS, J. E. D. et al. Linfoma cutâneo canino - Relato de caso. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 35, 2008, Gramado. Anais do 35º
Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária. Gramado: SOVERGS, 2008.
Disponível em: http://www.sovergs.com.br/conbravet2008/anais/cd/resu/R1198-1.pdf
CARDOSO, M.J.L. et al. Micose fungóide em um cão. Veterinária e Zootecnia, v.13,
n.2, p. 137-143, 2006.
COWELL, R.L.; TYLER, R.D. Diagnostic Cytology of the Dog and Cat. California:
American Veterinary Publications, 3º Edição, 2009.
FONTAINE, J. et al. Canine cutaneous epitheliotropic T-cell lymphoma: a review.
Veterinary and Comparative Oncology, v.7, p.1-14, 2009.
FOURNEL-FLEURY, C. et al. Canine T-cell Lymphoma: a morphological,
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immunological, and clinical study of 46 new cases. Veterinary Pathology, v.32, p.92109, 2002.
GOLDSCHMIDT, M.H; HENDRICK, M.J. Tumors of the skin and soft tissues. In:
MEUTEN, D.J. Tumors in domestic animals. 4. ed. Ames: Iowa State University,
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MOORE, P.F.; OLIVRY, T. Cutaneous Lymphomas in Companion Animals. Clinics in
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MORRIS, J.; DOBSON, J. Oncologia em Pequenos Animais. São Paulo: Roca.
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RASKIN, R.E. Pele e tecido subcutâneo. In: RASKIN, R.E.; MEYER, D.J. Atlas de
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RODIGHERI, S. M. et al. Síndrome de Sézary em cadela. Arquivo Brasileiro de
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SANTORO, D. MARSALLA, R. HERNANDEZ, J. Investigation on the association
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VALLI, V.E., et al. Histocytology of lymphoid tumors in the dog, cat and cow.
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YAGER, J.A. & SCOTT, D.W. The skin and appendages. In: JUBB, K.V.F.; KENNEDY,
P.C. & PALMER, N. Pathology of domestic animals. 4. ed. San Diego: Elsevier
Academic, 1993.
AÇÃO MELÃO-DE-SÃO-CAETANO (MORMODICA CHARANTIA) SOBRE
HELMINTOS GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS.
Israel Viana Amaral, Hudson Riguete Narde, Jose Camilo Vaz Pedrosa,
Jeann Pedro Cordeira e Silva, Bruno Silva Freitas – Graduando em Medicina
Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
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Rogério Oliva Carvalho –Doutor em Medicina Veterinária. Professor do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: bovinos; verminose; melão-de-São-Caetanos
INTRODUÇÃO
O controle de parasitos em bovinos é um importante fator na produção, uma
vez que os parasitos causam grandes perdas econômicas devido à queda de
produtividade e transmissão de patógenos, podendo ocasionar morte em alguns
animais. As tentativas de combate que, na maioria das vezes, são realizadas de forma
incorreta, com uso excessivo e desordenado das bases terapêuticas, também oneram
o custo de produção e ainda não alcançam os objetivos de controle. Além disso,
implicam na presença de resíduos nos produtos de origem animal (LEITE, 2009). Com
esses fatores vem sendo pesquisados algumas plantas com efeitos Anti-helmínticos,
que apresentam um baixo custo e não deixam resíduos nos produtos de origem
animais (DELGADO et al, 2009). Este trabalho tem por objetivo estudar a atividade
anti-helmíntica do Melão-de-São-Caetano (Mormodica Charantia) sobre nematoides
gastrointestinais de bovinos.
METODOLOGIA
As folhas de Melão de São Caetano foram colocadas durante 36 horas em
estufa com temperatura ajustada em 60ºC e, posteriormente, foram trituradas em
multiprocessador por aproximadamente 10 segundos, e armazenadas em frascos
âmbar a temperatura ambiente. Para obtenção do extrato aquoso das folhas de Melão
de São Caetano será utilizada 1 grama das folhas secas e trituradas e sobre estas
foram vertidas 10 mL de água fervente. A mistura ficou em infusão por uma hora, após
este período, foi filtrado em papel de filtro, formando-se um extrato na concentração
de 100mg da planta por mL da solução, o extrato inicial será diluído para obtermos
uma solução na concentração de 10mg/ml. Para a obtenção dos ovos de helmintos
foram coletadas fezes diretamente da ampola retal de bovinos, as fezes foram
dissolvidas em solução salina hipersaturada e filtradas, As larvas de terceiro estádio
(L3) foram obtidas das fezes de bovinos naturalmente infectados através da
coprocultura, por 15 dias, e posterior utilização do funil de Baermann, colocando-se
água a 42-45oC, aguardando-se 12h. tendo sido identificadas como pertencente ao
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gênero Cooperia. Para observar a inibição das larvas de terceiro estádio, foram
adicionados 1ml de solução contendo 500 L3/ml em placas de Petri de 5cm de
diâmetro, três placas para cada grupo. Nas placas dos grupos de tratamento foram
adicionadas 1ml do extrato aquoso das folhas de melão de São Caetano nas
concentrações de 10mg/ml e 100mg/ml. Nas placas do grupo controle foram
adicionadas 1ml de água destilada, as placas foram analisadas no microscópio óptico
(10x) para determinar a quantidade de larvas imóveis. Este ensaio é baseado na
técnica descrita por Rabel et al.(1994), modificada.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A média de larvas mortas foi de 11,5±6,4 para o grupo controle e de 13,7±7,8
e 22,7±2,5 para os grupos tratados com extrato de folhas de Melão de São Caetano
nas concentrações de 10 e 100mg/ml, respectivamente. Na analise estatística
constatou-se que apenas o grupo tratado com extrato na concentração de 100mg/ml
diferiu do grupo controle (p<0,05). O Melão de São Caetano pode ser uma alternativa
no controle de nematoides de bovinos.
Agradeço a Fapemig pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INFUSÃO CONTÍNUA DE LIDOCAÍNA E CETAMINA ASSOCIADA À MORFINA
OU FENTANIL EM PEQUENOS ANIMAIS SUBMETIDOS Á PROCEDIMENTOS
CIRÚRGICOS.
Amanda Carvalho Procópio Schittini – Graduando em Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIXVanessa Guedes Pereira – Graduada e Mestre em
Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
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PALAVRAS-CHAVE: Infusão continua de opioides; FLK e MLK; Combinação com
morfina e fentanil.
INTRODUÇÃO
A técnica de analgesia multimodal por meio da infusão contínua de fármacos
pode ser empregada para diminuir a incidência de sensibilização central durante a
anestesia. No intra-operatório, essas combinações tende a reduzir a quantidade de
anestésico inalatório e, portanto, sua utilização está associada a menor incidência de
depressão cardiorrespiratória (AGUADO et al., 2011).Os analgésicos opioides são
agentes com alta eficácia e grande segurança e são muito empregados em Medicina
Veterinária sendo indicados para o tratamento da dor em diferentes situações. É
importante ressaltar que qualquer espécie animal pode receber fármaco opioide,
desde que na dose adequada (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). Esses fármacos
ligam-se reversivelmente a receptores específicos no SNC e medula espinhal,
alterando e nocicepção e a percepção da dor. Centralmente, no mesencéfalo e
medula, os opioides ativam as vias nociceptivas descendentes, que modulam a
nocicepção via liberação de serotonina e talvez noradrenalina. Em adição, a analgesia
causa sedação, euforia e excitação (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). O efeito
adverso mais preocupante dos opioides é a depressão respiratória, que é dosedependente, porém de baixa incidência em cães e gatos. Além disso, também podem
causar retenção urinária, êmese, náuseas e constipação. A incidência destes efeitos
pode variar substancialmente de acordo com o agente, momento da aplicação,
espécie animal e, sobretudo na dependência do número de aplicações. Alguns cães
podem se tornar ofegantes após a administração de um opioide, sendo este efeito
produzido por ação no centro termo regulatório do hipotálamo e não no centro
respiratório (FANTONI & MASTROCINQUE, 2010). A escolha do agente opioide para
determinado procedimento anestésico ou na analgesia dependerá de fatores como
período de latência, duração de ação e potência do fármaco (FANTONI &
MASTROCINQUE, 2010). O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão de
literatura sobre a utilização de infusão contínua de lidocaína, cetamina e morfina ou
fentanil para a realização de procedimentos cirúrgicos em pequenos animais. A
lidocaína tem propriedades analgésicas quando administrada por via intravenosa,
sendo utilizado para obtenção de analgesia suplementar, durante a anestesia geral.
Em animais anestesiados com halogenados, este fármaco tem sido utilizado em
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baixas doses e infusão contínua, para antinocicepção como adjuvante na analgesia
multimodal associada com cetamina (10 μg/Kg/min) e morfina (3,3 μg/Kg/min) ou
fentanil (0,2 μg/Kg/min) (BELMONTE, 2010). A associação da lidocaína (50
μg/Kg/min) a estes outros fármacos promove sinergismo entre eles, proporcionando
efeito analgésico importante, sem, no entanto, produzir alterações hemodinâmicas
significativas (BELMONTE, 2010). A infusão contínua destes fármacos visa
incrementar a terapia analgésica seja no trans ou no pós-cirúrgico, além de reduzir a
concentração alveolar mínima (CAM) dos agentes halogenados, utilizados durante o
período cirúrgico. As combinações de analgésicos de fentanil e morfina tende a
produzir clinicamente a redução relevante em requisitos anestésicos. Em cães o
fentanil na taxa de 0,2 μg/Kg/min, associada à lidocaína e cetamina (FLK), possibilita
reduzir em até 97% a CAM do isoflurano sem causar instabilidade cardiovascular, mas
pode produzir depressão respiratória, devido à inibição dos neurônios do bulbo
respiratório, alterando o volume corrente (BELMONTE, 2010,.AGUADO et al 2011).
Apesar de seu curto período de ação, apneia ocasional pode ocorrer durante a
recuperação, devido à redistribuição do fármaco presente no tecido adiposo. A
severidade desses efeitos está relacionada à concentração plasmática do fármaco e
sua velocidade de administração, particularmente, pela via intravenosa (BELMONTE,
2010). Já em infusão continua de morfina associado à cetamina e lidocaína (MLK),
permite a redução da CAMISO em até 45%, no entanto, esta associação de fármacos
promovem maior resposta aos estímulos nociceptivos que o FLK. Na verdade alguns
cães ao receberem FLK, não respondem à incisão de pele na mesmo na ausência de
isofluorano, o que sugere uma analgesia mais potente do fentanil em comparação
com a morfina (MLK) (AGUADO et al., 2010). A vantagem em se associar esses
fármacos
que
possuem
propriedades
analgésicas
isoladamente
é
a
complementaridade do efeito analgésico entre eles e a possibilidade de utilização de
doses baixas, o que minimiza a possibilidade de ocorrência de efeitos adversos
desses fármacos (AUGUSTO, 2010).
CONCLUSÃO
O uso de infusão contínua de lidocaína e cetamina, associada ao fentanil ou a
morfina promovem o controle da dor Peri operatória, com mínimos efeitos adversos,
sendo seguro e eficaz para o uso em pequenos animais. Além disso, o uso destas
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associações estão relacionadas à diminuição da concentração alveolar mínima de
anestésicos inalatórios, permitindo o uso de baixas concentrações destes agentes e
manutenção dos pacientes em planos anestésicos mais superficiais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
AGUADO, Delia; BENITO, Javier; GÓMEZ DE SEGURA, Ignacio. Reduction of the
minimum alveolar concentration of isoflurane in dogs using a constant rate of infusion
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São Paulo: Roca, 2009.
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO ANIMAL NA ZONA RURAL DA
CIDADE DE MATIPÓ-MG
Eduarda Machado. Graduanda em Medicina Veterinária– Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Água; Qualidade; Animais.
INTRODUÇÃO
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Água é um elemento vital para a sobrevivência dos seres vivos, e sem ela não
seria possível vida em nosso planeta. Naturalmente, porque todas as reações nos
seres vivos necessitam da água como veículo que facilite e que sirva para regular a
temperatura devido ao grande desprendimento de calorias resultantes da oxidação da
matéria orgânica. (SOUSA,2002) Na área rural, as águas subterrâneas oriundas de
poços e água dos rios de uma forma geral, constituem-se importantes fontes de
suprimento de água para consumo humano e animal. Tradicionalmente, esse tipo de
fonte de abastecimento é considerado seguro para o consumo "in natura". Segundo
Cardoso et al., (2012) a água no meio rural é utilizada para inúmeras finalidades,
destacando-se: o uso da água para irrigação, população e dessedentação animal,
práticas agrícolas e produção de animais para abate, entre outros. O risco de
ocorrência de surtos de doenças de veiculação hídrica no meio rural é alto,
principalmente em função da possibilidade de contaminação bacteriana de águas que
muitas vezes são captadas em poços velhos, inadequadamente vedados e próximos
de fontes de contaminação, como fossas e áreas de pastagem ocupadas por animais
(CAMPOS et al., 2009). Por isso, faz-se necessário o monitoramento constante da sua
qualidade (CASALI, 2008). As doenças de veiculação hídrica são causadas
principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou
humana, que são excretados nas fezes de indivíduos infectados e ingeridos na forma
de água, alimento ou utensílio contaminado por água poluída com estes dejetos
(CAMPOS, et al. 2009). Atualmente, existe uma grande preocupação das autoridades
no que diz respeito ao meio ambiente, sobretudo no que se refere à qualidade da
água. A água é um elemento essencial à vida, porém pode trazer riscos à saúde em
face de sua má qualidade, servindo de veículo para vários ag bentes biológicos e
químicos; por isso, o homem deve estar atento aos fatores que podem interferir
negativamente na qualidade da água que consome e no seu destino final. Do ponto
de vista econômico, a água representa o nutriente de mais baixo custo, no entanto,
fisiologicamente é essencial no metabolismo orgânico (MELO, 2010). Sabe-se que de
várias maneiras a água pode afetar a saúde. Hoje, sabe-se da importância de se tratar
a água destinada ao consumo animal, pois, ela é capaz de veicular grande quantidade
de contaminantes físico-químicos e/ou biológicos (CAMPOS, et al .,2009). A água é
dita contaminada quando é constatada a presença de micro-organismos patogênicos
capazes de causar doenças e até mesmo epidemias ou substâncias químicas que
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fazem mal a saúde dos animais (CASALI, 2008). A falta de água para dessedentação
dos animais tem como consequências a redução do crescimento, do bem-estar e da
saúde e o aumento do estresse, ou seja, resulta em consideráveis impactos negativos
nos fatores zootécnicos e econômicos. (PALHARES, 2003). Durante vários meses do
ano, os animais, em geral, consomem água com qualidade inferior quando comparada
à água de consumo humano e vegetal, principalmente nas comunidades rurais com
recursos hídricos escassos. Isto ocorre em virtude de que no período das chuvas, as
águas das fontes hídricas se apresentarem turvas (SILVA, 2003). Águas com altos
teores de sais, assim como aquelas que contêm elementos contaminantes e argila em
suspensão, representam um perigo para os animais (FILHO, 2008). Na ausência de
fontes de água em quantidade e de boa qualidade para os animais, Ayers e Westcot
(1991) fazem recomendações, porém, nem sempre é possível seguir algumas, já que
o fator “disponibilidade de água”. Entre estas recomendações, podem ser citadas:
Lavar os bebedouros dos animais com frequência, para evitar maior concentração de
sais pelo processo da evaporação; Reduzir perdas por evaporação nos reservatórios;
Diluir as águas de qualidade inferior; Captar mais água de chuva para permitir a
diluição das águas Para o controle de qualidade da água são realizados exames
bacteriológicos, pois nas águas, o que realmente põe em risco à saúde pública é a
ocorrência de poluição fecal (SCHAZMANN et al, 2008).
Entre os patógenos
disseminados em fontes de água, os entéricos são os mais frequentemente
encontrados (OLIVEIRA; TERRA, 2004). O grupo coliforme inclui uma grande
diversidade em termos de gênero e espécie, principalmente aquelas pertencentes à
família enterobacteriacae (OLIVEIRA; TERRA, 2004).A maioria das bactérias do
grupo coliforme pertence aos gêneros Escherichia sp, Citrobacter sp, Klebsiella sp e
Enterobacter sp (BRASIL, 2004). Serão realizadas coletas em 10 propriedades na
zona rural da cidade de Matipó-MG.
METODOLOGIA
Serão feito um levantamento de 10 propriedades na zona rural da cidade de
Matipó-MG, considerando as propriedades com maior número de animais. Nas
propriedades serão coletadas amostras das fontes de água (lagos, rios, riachos
utilizados para o consumo dos animais) e dos cochos de água. Elas serão
acondicionadas em tubos esterilizados, devidamente etiquetados e transportados em
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caixa refrigerada até o laboratório de análise microbiológico do Hospital Veterinário da
Faculdade Vértice (Univértix) Matipó-MG.
Os dados coletados e analisados serão transcritos em planilha estatística em ordem
aleatória segundo um código utilizado somente pelos participantes do projeto com
objetivo de não divulgar o nome dos proprietários das fontes analisadas. Os níveis de
contaminação serão comparados aos padrões de qualidade publicados na ANVISA
para água potável.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho encontra-se em desenvolvimento. Até apresente data
foram desenvolvidas as etapas de pesquisa e descrição bibliográfica do tema.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar do presente estudo está em andamento, diante de diversas pesquisas,
constatamos a importância da análise da qualidade da água de uso animal na zona
rual, sabendo-se que existe várias maneiras da água afetar a saúde. Hoje, sabe-se
da importância de se tratar a água destinada ao consumo animal, pois, ela é capaz de
veicular grande quantidade de contaminantes físico-químicos e/ou biológicos
(CAMPOS, et al .,2009).
REFERÊNCIAS
AYERS, R. S.; WESTCOT, D.W. A qualidade da água na agricultura. Tradução H.
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vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
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e
dá
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ASSOCIAÇÃO E DIFERENTES PROTOCOLOS DE TRATAMENTOS DE
PAPILOMATOSE CULTÂNEA BOVINA NO MUNICIPIO DE MIRADOURO-MG
Bruno Silva Freitas, Gleuber Geraldo de Faria Gomes, Marcos Algusto de
Azevedo Junior, Jânio Ricardo Alves Filho e Israel Viana Amaral – Graduando
em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rogerio Oliva Carvalho – Doutor em Medicina Veterinária e Professor no curso de
Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Gilberto Valente Machado – Doutor em Anatomia Veterinária e Professor no curso
de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS- CHAVE: Bovino, Papiloma, Hemoterapia, Levamisol.
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INTRODUÇÃO
A produção de leite está passando por um processo de crescimento mundial,
em que se ressalta um novo período de reestruturação produtiva no setor alimentar,
com profundas mudanças tecnológicas, organizacionais e comerciais (SPEROTTO,
2012). De acordo com dados da FAO (2012), os Estados Unidos lideram o ranking de
maior produtor de leite do mundo, com mais de 87 bilhões de litros produzidos por
ano, seguido da Índia, com uma produção anual de 50.300 bilhões de litros. O Brasil
também é um importante produtor mundial de leite e sua produção vem apresentando
crescimento contínuo. Em 2010 o Brasil aparece como o quinto maior produtor, com
mais de 31 bilhões de litros. Pois Silva, (2008) afirma que a bovinocultura de leite é
de grande importância na economia do pais. Para tornar as atividades
economicamente viável, eficiente e rentável é necessário que o criador tenha o
mínimo de conhecimento sobre alguns dos fatores que podem estar relacionados às
constantes perdas. Como à papiloma tose que será destaque nesse trabalho. O
papiloma tose é uma enfermidade infectocontagiosa cosmopolita, crônica, de natureza
fibra epitelial tumoral benigna, mas pode ocorre regressão sob condições especiais,
podendo se transformar em tumores malignos. Conhecida vulgarmente como verruga
ou figueira. O agente etiológico da enfermidade é um vírus pertencente à família
Papovaviridae, gênero Papilomavírus bovino (BPV) que causa lesões hiperplásicas
no epitélio cutâneo dos animais (ALMEIDA et al., 2010.; SILVA 2008). Segundo Silva,
(2004), o papiloma pode despertar a imunidade humoral e cito mediada promovendo,
portanto a cura espontânea da doença. Mas o produtor não pode ficar na dependência
deste acontecimento que muitas vezes leva tempo para acontecer, resultando em
maiores perdas econômicas. Apesar de existirem no mercado inúmeros tratamentos
a disposição, a grande maioria revelou-se insatisfatória quando testada a campo, o
que leva o produtor a descartar, precocemente, animais de alto valor zootécnico,
justificando plenamente a busca de novos protocolos de tratamento (SILVA et al.,
2004)
MATERIAL E MÉTODOS
Esse estudo esta sendo realizado no estado de Minas Gerais, no município de
Miradouro, utilizamos 14 animais com faixa etária inferior a 24 meses, de raças
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mestiças (Zebu X Europeu) de ambos os sexos, portadores de papilomas planos e
pedunculados. Estes animais foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos contendo
5 animais, cada grupo foi submetido a um determinado tratamento (hemoterapia,
levamisol e associação entre eles). Todos os animais passaram por uma analise cujo
os papilomas foi identificados como pedunculado ou plano, medidos utilizando
paquímetro ou fita métrica e a intensidade a partir de contagem de papilomas, em
leve (1 a 20 papilomas), moderado (21 a 80 papilomas), intensa (igual ou superior a
81 papilomas). Os grupos foram especificados a partir de brincos: A, B e C. Cada
propriedade recebeu uma ficha de acompanhamento durante experimento, a qual
estão registrado todos os resultados após 15 dias do inicio do primeiro tratamento, a
coleta dos resultados são feitas no intervalo de 15 dias durante 3 meses.
RESULTADO E DISCUSSÕES
De acordo com o analise dos dados após 30 dias mostrou que os tratamentos
isolados não foram eficazes na redução de numero de papilomas apresentando um
aumento na media de papilomas de 7, 41% da hemoterapia e de 30,9% para levamisol
já a combinação dos dois apresentou um redução de 50% dos papilomas, sugerindo
que a associação dos tratamentos provoca um aumento da resposta imunológica
contra o papilomavirus. De acordo com Tizard, (2002) o levamisol atua no sistema
imunológico semelhante ao hormônio timopoietina e estimula a ação dos linfócitos T
e a reposta aos antígenos. Já a hemoterapia promove um estimulo proteico
inespecífico, e em casos de doenças inflamatórias crônicas, a degradação eritrocitária
estimula a eritropoiese e ativa o sistema imune normal, permitindo a manutenção da
homeostasia (SANTIN e BRITO, 2004). Em relação à dimensão das neoplasias, os
resultados nos indica que o levamisol não apresentou grande eficiência na redução
de tamanho dos papilomas ate o presente momento. Os animais do grupo do
levamisol nos apontaram papilomas com tamanho inicial de 0,73 e com desvio padrão
de 0,29, já no tamanho médio final ocorreu uma pequena queda com 0,67 e o desvio
padrão próximo ao mesmo com 0,24. Os dados acima nos propõem a concluir que em
comparação com o tratamento da hemoterapia, a redução foi menor, pois os animais
submetidos ao tratamento da hemoterapia retrata que o tamanho inicial foi de 0,7 com
desvio padrão semelhante ao do levamisol 0,29, mas uma redução melhor que a do
referente tratamento anterior, com tamanho final de 0,43 e o desvio padrão de 0,05.
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Já em associação de ambos os tratamento, os resultados foram bastante
significantes, os animais estavam com tamanho médio inicial maior que os anteriores
de 1,71 e o desvio padrão com 0,89, reduzindo para 0,90 em seu tamanho médio final.
Isso nos indica mais uma vez que a associação de hemoterapia + levamisol apresenta
uma redução significante dos papilomas, porém análises estatísticas mostraram que
não houve diferença dentro dos tratamentos (p > 0,5). Santim e Brito, (2003) alega
que as verrugas menores normalmente apresentavam-se mais ressecadas e
regrediam de tamanho, achatando-se até desaparecerem por completo. A maioria dos
papilomas escuros, ao passarem pelo processo de ressecamento, tornava-se mais
claros.
CONCLUSÃO
De acordo com dados coletados ate o presente momento o levamisol e a
hemoterapia em tratamentos individuais não demonstram melhoras significativas, mas
em associação entre eles tem provocado reduções tanto no tamanho quanto na
quantidade das neoplasias.
REFERENCIA
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APLICABILIDADE DOS RECURSOS DA MATEMÁTICA NA AGRICULTURA “UM
LIMITE TENDENDO A MAIS INFINITO”
Isabela Lima Ribeiro– Graduando em Agronomia, Faculdade Vértice –
Bolsista do programa de monitoria daUNIVÉRTIX.
Otávio de Oliveira Araujo- Graduando em Agronomia, Faculdade Vértice-Bolsista
do programa de monitoria daUNIVÉRTIX.
Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo
Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática. Professor de exatas da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX e Diretor da Escola Técnica Vértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Modelagem Matemática; contextualização; agricultura
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INTRODUÇÃO
O estudo histórico da matemática nos permite compreender a origem das ideias
que deram forma a nossa cultura e como isso nos permitiu uma evolução sobre o jeito
de ver e pensar as coisas (BOERI; VIONE, 2009). A matemática vem passando por
grandes mudanças. Essas, não só no volume de informações, mas também na sua
aplicação nos mais diversos campos da agricultura. Assim permitiu o surgimento de
uma agricultura mais inteligente, moderna e funcional, pois com o uso da modelagem
é possível distinguir quais metodologias aplicadas no cultivo são mais eficientes
visando à sustentabilidade econômica e ambiental (SILVA, 2007). Ainda, modelagem
é uma nova forma de encarar a Matemática e consiste na arte de transformar
problemas da realidade em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas
soluções na linguagem do mundo real (LAZZARI, 2009). Por exemplo, no uso da
tecnologia de aplicação de defensivos químicos, que tem como objetivo a eficiência
máxima no controle de organismos nocivos a cultura, dose de nutrientes, índices de
infestação de pragas entre outras, são atividades que dependem diretamente do uso
de
princípios
matemáticos
para
o
seu
desenvolvimento
e
controle.
Concomitantemente a estas observações faz-se necessário focar o uso intenso da
matemática aplicada na agricultura, uma vez que esta possibilita uma resposta precisa
ao nível econômico do produtor, o qual é o maior interesse. Posteriormente, a
matemática aplicada faz um questionamento no que não está significativamente
rentável ao produtor em nível de comparações de uma variável à outra. Os modelos
matemáticos também se mostram eficientes no que diz respeito ao controle de plantas
daninhas, o que representa uma função logarítmica, pois uma alta infestação dessas,
gera diretamente uma queda de 30% a 40% no rendimento da cultura nas produções
agrícola em países tropicais (STIEGELMEIER, 2012). Com base em modelos
matemáticos é possível estimar quedas na produção em função do nível de infestação
de plantas invasoras ou mesmo decidir se é necessário ou não efetuar o controle.
(RIZZARDI; et al, 2002). Portanto, há necessidade do agrônomo está habilitado a
solucionar os problemas evolvidos em tais situações. Por fim, o objetivo do presente
trabalho é levar o aluno graduando superior a entender um pouco mais dessa
associação necessária que há entre calcular e desenvolver o cálculo e antes disso
chegar ao modelo matemático que será utilizado.
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METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido na faculdade Univértix em Matipó MG,
onde foi realizado um levantamento sobre as atividades desempenhadas em campo
por agrônomos, em que somente são possíveis de serem desenvolvidas com o apoio
dos recursos da modelagem matemática, buscando assim, demonstrar de forma clara
todas as suas aplicações com base em livros e conhecimento possuído pelos
acadêmicos. Com isso relaciona-se aplicação com o conceito de função. O estudo da
função do Segundo Grau nos possibilita uma contextualização importante na
agricultura, no experimento abaixo observamos na tabela a seguir a concentração
de alumínio Y = f(x) (mg/kg) em uma espécie de feijão do acúmulo de fósforo no
solo x (mg/kg).
x
y
10
20
30
40
50
60
70
80
90
8.9521
4.6891
1.7261
0.0631
*-0.299
0.6371
2.8741
6.4111
11.248
y
x
2 y
x 2
-0.4263
-0.2963
-0.1663
-0.0363
0.0937
0.2237
0.3537
0.4837
0.013
0.013
0.013
0.013
0.013
0.013
0.013
Na terceira coluna, determina-se quanto a concentração de alumínio variou em
relação à variação do acúmulo de fósforo – primeira variação – e, quarta, calcula-se
uma segunda variação a partir da terceira coluna, a qual mede a variação da primeira.
Os cálculos da primeira variação são análogos aos da função linear vista inicialmente:
y 4.6891 - 8.9521

 0.4263
x
20 - 10
y 1.7261  4.6891

 0.2963
x
30  20
E assim seguem para os outros valores.
A quarta coluna é a segunda variação, ou seja, a variação de y , denotada por:
x
 y 
 
 x    ² y
x ²
x
isto é,
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² y
 0.2963  (0.4263)

 0.013
x ²
30  20
² y
 0.01663  (0.2963)

 0.013
x ²
40  30
e assim sucessivamente.
Considerando que isto ocorre para quaisquer três pontos no intervalo, tem-se a
seguinte definição:
Observação * Embora o valor de – 0,299 não faça sentido prático, este foi considerado
para melhor desenvolver o conteúdo.
Definição 1
A função quadrática é escrita da seguinte forma: Y= ax²+bx+c em que a  0 e
b e c são constantes. Os dados de uma tabela constituem uma função quadrática se
os valores da segunda variação,
2 y
, forem uma constante não nula.
x 2
2 y
x 2
Neste caso o coeficiente (a) =
2
O Gráfico de uma função quadrática é uma parábola com concavidade para cima se
a ˃ 0 e, para baixo, se a ˂ 0.
Calculo para obter os valores de b e c
Para obter os coeficientes b e c, resolve-se um sistema de duas equações,
satisfazendo dois valores quaisquer da tabela.
No exemplo anterior, os pontos podem ser (10; 8,9521) e ( 50; 0,0363):
F(10) = 0,0065(10)² + 10b + c
F(50) = 0,0065(50)² + 50b + c
Ou seja,
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10b  c  8,3021

50b  c  16,549
Obtendo-se b = -0,6213 e c = 14,5151.
Logo a equação funcional será;
F(x) = 0,0065x² - 0,6213x + 14,5151 (mg/kg)
Para esboçar o gráfico deve-se ainda conhecer as raízes da equação. Neste sentido,
cabe a pergunta:
Para quais valores de acúmulo de fósforo, isto é, de x, a quatidade de alumínio F(x)
se anula?
Primeiramente, considerando a equação geral f(x) = ax² + bx + c, em que f(x) = 0, e
utilizando a fórmula de Báskara, encontra-se
 b  b 2  4ac
x
2a
Há três possibilidades:

Se b 2  4ac ˃ 0, a equação tem duas Raízes reais distintas, ou seja, a curva
intercepta o eixo x em dois pontos

Se b 2  4ac = 0, Tem-se uma raiz real x   b , isto é, a curva intercepta uma vez
2a
o eixo x.

Se b 2  4ac ˂ 0, não se tem raiz real, ou seja, a curva não intercepta
o eixo x Para a ˃ 0, têm-se os seguintes Gráficos:
No exemplo em questão, as raízes do modelo matemático representado pelo teor de
alumínio em função da concentração de fósforo é:
F(x) = 0,0065x² - 0,6213x + 14,5151 (mg/kg)
X’ = 40,65 mg/kg
X’’ = 54,93 mg/kg
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base no que foi desenvolvido, pode-se afirmar que é impossível o sucesso
de um profissional agrônomo se esse não fizer uso intensivo dos conhecimentos da
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matemática em seus mais diversos campos como na contabilidade rural, no
planejamento de implantação de uma lavoura, nível de ataque de pragas e doenças
ou mesmo na identificação das dosagens de adubos e defensivos, uma vez que é de
suma importância entender e saber qual função matemática é necessária em cada
situação, mediante analise que será feita dos dados obtidos em testes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto mais avançam nossos conhecimentos sobre a importância da
agricultura sustentável e a estreita relação entre a produção de alimentos e complexos
processos do conhecimento matemático e a modelagem, mais necessitamos de
fundamentação
matemática
para
a
análise
e
quantificação
de
impactos
socioambientais, bem como para a modelização de alternativas economicamente
viáveis e sobre tudo na contextualização do conteúdo aplicado em sala de aula para
a prática no campo do aluno. Contudo, é significante apreciável que esse conhecer
matemático seja levado as pratica agricultáveis, uma vez que o verdadeiro sucesso
do produtor rural deve-se indiretamente do conhecimento e desenvolvimento prático
do profissional agrônomo que o atende, e não há outra forma desse sucesso ser
possível se o estudante não tiver consciência da aplicação que vê na teoria.
REFERENCIA
LAZZARI, Vanderlei Dornelles. A MATEMÁTICA NA AGRICULTURA – As práticas
da agricultura motivando o ensino de matemática na 6ª série. 2009. 28 p. tese,
programa de desenvolvimento educacional. Universidade Estadual Do Oeste Do
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Tese, doutor em ciências. Universidade Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, 2007.
BOERI, Camila, N; VIONE, Márcio, T. Abordagem em educação matemática. 1°
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da agricultura motivando o ensino de matemática na 6ª série. 2009. 28 p. tese,
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Brasília, v. 38, n. 1, p. 35-43, jan. 2003.
SOROPREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO POR
Neospora caninum NA MICRORREGIÃO DE IPANEMA/TAPARUBA – MG
Osmar Dias Ferraz Júnior – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Leandro Silva de Araújo – Graduado em Medicina Veterinária UFV, Mestre em
Imunoparasitologia. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Aborto; Infecção; Neospora caninum.
INTRODUÇÃO
A Neosporose é uma doença que afeta bovinos de leite e corte no mundo
inteiro, causada pelo protozoário intracelular obrigatório Neospora caninum,
responsável por aborto, reabsorção embrionária, repetição de cio, nascimento de
bezerros com menor peso e diminuição na produção de leite (DUBEY E LINDSAY,
1996; DUBEY, 2003). A principal via de transmissão é a vertical que assume papel
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primordial na manutenção da doença, pelo fato da maioria das infecções congênitas
resultarem em animais clinicamente normais, mas persistentemente infectados
(YILDIZ et al., 2009). O diagnóstico da neosporose pode ser realizado por detecção
parasitológica pós-morte, por histopatologia, imunohistoquímica ou por detecção de
anticorpos específicos (GOODSWEN, KENNEDY et al. 2013). Os principais fatores
de risco associados à disseminação do agente e desenvolvimento da enfermidade
são: idade do rebanho, número de gestações, presença e número de cães
(hospedeiro definitivo) na propriedade, presença de coiotes e raposas, alta densidade
de animais, manejo de reposição de novilhas (GOODSWEN, KENNEDY et al. 2013).
A estimativa média, para o total das perdas relacionadas com N. caninum no mundo,
ultrapassa US $1.298 bilhões por ano, variando em até US $ 2,380 bilhões. No Brasil
as perdas giram entre US$ 90 a 200 milhões por ano (REICHEL, et al., 2013). Devido
a sua importância econômica e por se tratar de uma doença de distribuição mundial,
com alta prevalência nos diversos estados brasileiros, especialmente no estado de
Minas Gerais, segundo GUEDES et al.(2008) e SANTOS et al. (2009), este trabalho
visa identificar e quantificar a prevalência de Neospora caninum na microrregião de
Ipanema/ Taparuba em Minas Gerais.
METODOLOGIA
Para este estudo foram utilizados antígenos recombinantes (rNcGRA1),
originados de uma proteína de superfície de Neospora caninum, e produzido mediante
o processo fermentativo em leveduras Pichia pastoris KM71. A técnica sorológica
empregada foi o ELISA indireto para a detecção de IgG específicos para Neospora
caninum, na qual placas imunoadsorventes foram sensibilizadas com 1µL do antígeno
e posteriormente os soros diluídos foram incubados a 37 oC durante 2 horas. Em
seguida, foi adicionado o anticorpo secundário de coelho anti-IgG bovino marcado
com peroxidase e a revelação foi feita mediante a adição de solução reveladora a
base de 3,3’-Diaminobenzidine (DAB). As análises foram realizadas no Laboratório de
Biologia e Controle de Hematozoários e Vetores (BIOAGRO) da Universidade Federal
de Viçosa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Foi realizado um estudo transversal, onde foram amostradas 100 fêmeas
bovinas das raças Holandesa e Girolando, agrupadas nas seguintes faixas etárias:
Bezerras 04-12 meses (n=16), Novilhas 13-24 meses (n=7) e Vacas 25-60 meses
(n=77). Os resultados desse trabalho apresentaram um total de 15 animais positivos
(15% dos animais testados), indicando prevalência de 21,4% na faixa etária 04-12
meses, 9,3% de 13-24 meses e 12,2% de 25-60 meses. A maior positividade entre
animais jovens (04-12 meses) sustenta a hipótese da maioria dos autores, que
defendem a infecção transplacentária como a mais eficiente e principal forma de
transmissão de N. caninum em bovinos. No Brasil, a detecção de anticorpos para
Neospora caninum tem sido descrita para bovinos leiteiros e de corte em diversos
estados, entre eles, Mato Grosso do Sul (ANDREOTTI et al., 2004), Minas Gerais
(COSTA et al., 2001), Pernambuco (SILVA et al., 2002), Rio Grande do Sul
(CORBELLINI et al., 2002), Rondônia (AGUIAR et al., 2006), Santa Catarina
(CORBELLINI et al., 2001). Em estudos em Minas Gerais, PITUCO et al., (2001),
relataram a frequência de anticorpos anti-N.caninum de 45%. Outros estudos
mostraram prevalência de 18,6% (MELO et al., 2001), 92,1% (GUEDES et al., 2008)
e 47% (SANTOS et al., 2009). A prevenção da transmissão vertical e horizontal é a
base para evitar as infecções por N. caninum, uma vez que não existem tratamentos
aprovados para a doença causada por este parasito. A realização de testes
sorológicos nos animais é fundamental avaliar o grau de infecção no rebanho (PARÉ
et al., 1998). Observou-se ainda, que as propriedades com animais positivos
possuíam características que poderiam favorecer a transmissão e manutenção do
parasita, como a presença de cães, hospedeiros definitivos do parasita, podendo
contaminar água, pastagens e ração com os oocistos do parasita; além disso, os
animais eram criados sob sistema extensivo ou semiextensivo, o que pode favorecer
o acesso dos mesmos às fontes de infecção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os resultados obtidos, a infecção pelo N. caninum está
disseminada, no rebanho bovino das cidades de Ipanema e Taparuba-MG. O perfil de
idade identificado entre os animais positivos indica uma continuidade no ciclo de vida
do agente naquela região e sugere que a infecção pelo agente representa um
problema sanitário e econômico importante para a reprodução bovina da região.
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REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM
TRÊS DIFERENTES RAÇAS DE EQUINOS
Marcos Augusto de Azevedo Junior, Bruno Silva Freitas, Camila de Jesus
Oliveira, Guilherme Henrique Lopes Soares Acadêmicos do Curso de Medicina
Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Caio Trevenzoli de Souza Roiz - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária.
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Adriano Sílvio Neto – Médico Veterinário. Faculdade Vértice. UNIVERTIX.
Priscila Fantini - Médica Veterinária, Doutorado, Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE:
regenerativa.
Concentrado
de
plaquetas,
PRP,
equinos,
medicina
INTRODUÇÃO
Os equinos atletas são submetidos a longos períodos de treinamento com
elevado esforço físico, ultrapassando seus limites fisiológicos e promovendo lesões
musculoesqueléticas (GOODSHIP et al.,1994). Atualmente várias terapias são
aplicadas nos tratamentos dessas lesões, mas nem sempre os resultados são
satisfatórios, por não garantir uma regeneração tecidual de qualidade, que afeta a
função da estrutura tratada e compromete o retorno do animal ás competições
(MADISON, 1995). Em busca de um tratamento rápido, prático e de menor custo, a
terapia com o plasma rico em plaquetas (PRP) é uma alternativa potencial para a
reparação tecidual (VENDRUSCOLO et al. 2014). O tratamento com PRP tem
mostrado um valor significativo na recuperação de lesões musculoesqueléticas
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(ARGUELLES et al., 2008). Este trabalho tem objetivo comparar o Plasma rico em
plaquetas em três diferentes raças de equinos.
REVISÃO DE LITERATURA
As plaquetas são formadas na medula óssea a partir de células pluripotentes,
que se diferenciam em megacariócitos. (COEWELL, et al., 2009). Os megacariócitos
emitem pseudópodes que penetram nos sinusóides das células endoteliais liberando
as plaquetas. Na corrente circulatória apresentam formas de pequenos discos com
grânulos vermelhados de 5 a 7µm de diâmetro (variando entre as espécies)
(FELDMAN, 2000). As plaquetas são fragmentos citoplasmáticos anucleados que
sobrevivem aproximadamente de 7 a 10 dias na corrente sanguínea, e desempenham
importantes funções, estruturais, metabólicos e de sinalização celular (PEREIRA,
1993; CARMONA, 2006), além de regular a hemostasia (JUNQUEIRA E CARNEIRO,
2004). Possuem uma membrana composta por três estruturas: (1) glicocálix
responsável pela adesão plaquetária, (2) membrana fosfolipídica responsável pela
ação de anticoagulantes e (3) submembrana contendo microtúbulos de actina
definindo um formato de disco (ZUCKER-FRANKLIN et al.,1988; SPENCER, 1997;
TABLIN, 2000). Três diferentes tipos de grânulos estão presentes no citoplasma: os
lisossomais, contém substâncias que agem como enzimas proteolíticas; os grânulos
densos, possuem componentes que regulam a agregação plaquetária e tem ação
analgésica, por liberação de serotonina e catecolaminas (XU, et al., 2011), e os
grânulos α, são responsáveis pela produção e liberação de vários fatores biológicos
de adesão, agregação coagulação, quimiotaxia, proliferação e regulação do processo
inflamatório, conhecidos como fatores de crescimento (ZUCKER-FRANKLIN et
al.,1988;). Os fatores de crescimento são peptídeos sinalizadores capazes de regular
a síntese de proteínas resultando na proliferação e diferenciação celular
(VENDRUSCOLO et al., 2014). Desempenham importante papel no processo de
reparação tecidual, sendo os principais descritos na literatura, o fator de crescimento
derivado de plaquetas (PDGF), o fator de crescimento transformante (TGF-β), o fator
de crescimento endotélio vascular (VEGF), o fator de crescimento epidérmico (EGF),
o fator de crescimento de hepatócitos (HGF) e o fator de crescimento de fibroblasto
(FGF) (MOLLOY et al., 2003). O plasma rico em plaquetas (PRP) é um derivado
autólogo do sangue total, retirado por método simples de coleta do sangue com
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anticoagulante adequado e centrifugação, que vem ganhando maior atenção na
literatura científica por possuir capacidade analgésica e por acelerar o processo de
cicatrização e regeneração tecidual (CARMONA et al., 2007). O PRP possui ainda alta
concentração de outras substâncias que auxiliam na cicatrização como, proteínas
séricas, fibrina, fibrinogênio, fibronectina, trombospodina (BOSCH et al., 2010).
METODOLOGIA
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) que atuará em propriedades de
criadores de equino em Matipó e região. Serão utilizados quinze animais adultos da
raça Manga-larga Marchador, Campolina e Quarto de Milha, clinicamente saudáveis.
O sangue para realização do hemograma será coletado através de venopunção da
jugular, utilizando tubos a vácuo com EDTA. A coleta de sangue para processamento
e posteriormente obtenção do PRP será realizada através de tubos com
anticoagulante Citrato de Sódico (CS).
O processamento das amostras será
realizado no Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Veterinário Gardingo LTDA,
onde será submetido ao protocolo de obtenção de PRP estabelecido por Fantini,
(2014). Os tubos serão centrifugados na velocidade de 130g por 8 minutos após
centrifugação, com auxílio de uma seringa de 3 ml e cateter 14G será aspirado 1ml e
transferido para tubos previamente auto clavados. As amostras de PRP serão
avaliadas pela composição celular; contagem de plaquetas, hemácias e leucócitos
que será realizada por contador hematológico (BC 2800VET – MINDRAY). As
plaquetas serão contadas também em câmera de Neubauer, com diluição de 1:200
no liquido de Ress - Ecker e homogeneizado durante 20 minutos, sendo mantida em
repouso, em placa de Petri com algodão umedecido durante 30 a 40 minutos e as
contagens de plaquetas serão realizadas nos 50 campos centrais da placa, sendo o
valor multiplicado por 1000. Morfometria; serão produzidos dois esfregaços coradas
pela técnica de Romanowski (panótipo, laborclin), e o percentual de ativação das
plaquetas será avaliado por microscopia óptica. As plaquetas serão classificadas em
três parâmetros morfológicos: 0 - plaqueta normais (alongadas), 1 – estado de
ativação brando (arredondadas), 2 – plaquetas ativadas (emitindo pseudópodes).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa está em andamento na fase da coleta e processamento das
amostras.
REFERÊNCIAS
ARGELLES, D. et al. Autologous platelet concentrates as a treatment for
musculoskeletal lesions in Five horses. Vet Rec, v.162, p.208-211, 2008.
BOSCH, G. et al. Effects of plateletrich plasma on the quality of repair of mechanically
induced core lesions in equine superficial digital flexor tendons: A placebo-controlled
experimental study. J Orthop Res, v.28, p.211-217, 2010.
CARMONA J. U. et al. Autologous platelet concentrates as a treatment of horses with
osteoarthiritis: a preliminary pilot clinical study. J Equine Vet Sci, Fort Collins, v.27,
p.167-170, 2007.
CARMONA, J. U. Use of autologous platelet concentrates for the treatment of
musculoskeletal injuries in the horse. Bellaterra, 2006. 91p, Thesis/ doctorate.
Universitat Autònoma de Barcelona.
COEWELL, R.L. et al. Diagnóstico Citológico e Hematológico: Cães e Gatos.
Terceira Edição. São Paulo : Editora Med Vet Ltda.,2009.
FANTINI, P. Plasma rico em plaquetas: padronização em equídeos,
criopreservação e efeito terapêutico na desmite do ligamento supraespinhoso
de equinos. Belo Horizonte, 2014. 88p, Tese/Doutorado. Escola de Veterinária –
UFMG.
FELDMAN, B. F. Schalm’s veterinary hematology. 5. ed. Philadelphia: Lippincott
Williams & Wilkins; 2000.
GOODSHIP, A.E. et al. The pathobiology and repair of tendon andligament injury. Vet.
Clin. North Am. v.10, n.2, p.323-349, 1994.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Décima edição. Rio de
Janeiro. Guanabara Koogan. 2004.
MADISON, J.B. Acute and chronic tendonitisin horses.The Comp. v.6, p.853-856,
1995.
MOLLOY, T. The Roles of Growth Factors in Tendon and Ligament Healing. Med
Deportes. p.14, 2003.
PEREIRA, J. Estructura, producción, cinética y función de las plaquetas. En: Mezzano,
D., Pereira, J. Fisiología de la Sangre. Ediciones Universidad Católica de Chile,
Santiago, p.145-176, 1993.
SPENCER, F. A. Platelets: Structure, Function, and Their Fundamental
Contribution to Hemostasis and Pathologic Thrombosis. Textbook of Coronary
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Thrombosis and Thrombolysis, Norwell, 1997 Norwell, USA.
Academic Publishers.
p. 31-49. Kluwer
TABLIN, F. Platelet structure and function. Schalman’s Veterinary Hematology.
Lippincott Williams and Wilkins, Philadelphia, USA, 2000.
VENDRUSCOLO, C. P. et al. Uso do soro autólogo condicionado e do plasma rico em
plaquetas na terapia ortopédica de equinos. Londrina, v35, p.2-3, 2014.
XU, X. et al. A self-propagating matrix metallo protease (MMP-9) dependent cycle of
chronic neutrophil inflammation. PloS One, v.6, 2011.
ZUCKER-FRANKLIN, D. at al. Atlas of blood cells: Function and pathology. Segunda
edição, Philadelphia: L e A Fiber. p. 777, 1988.
OCORRÊNCIA DA SÍNDROME CÓLICA EM EQUINOS REFERENCIADOS AO
HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVÉRTIX
Guilherme Henrique Lopes Soares, Camila de Jesus Oliveira, Lorena Meira
Silveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior - Graduandos em Medicina
Veterinária. Bolsistas PIBIC - FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruno Santos Cândido de Andrade - Medico Veterinário, Mestre em Ciência
Animal, Clínica e Cirurgias Veterinárias – Professor da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Rafael Rolim de Oliveira – Medico Veterinário do Hospital Veterinário –
UNIVÉRTIX.
João Luiz do Espirito Santo Junior- Medico Veterinário, Especialista em
Reprodução Equina – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Equinos, epidemiologia da cólica, Cólica equina
INTRODUÇÃO
A gastrenterologia é uma das áreas de maior importância na clínica médica e
cirúrgica em equinos, uma vez que os atendimentos relacionados à síndrome cólica
constituem as emergências mais comuns dentro da espécie (Traub-Dargatz et al.,
1991), fato que se justifica pelas particularidades anatômicas e fisiologia do trato
digestório frente às diversas mudanças de manejo implementadas pelos sistemas de
criação (FERNANDES, 2009). As afecções relacionadas ao aparelho digestório dos
equinos acarretam em riscos de relevante impacto para a saúde animal, podendo
causar a morte do paciente, gerando gastos econômicos elevados para seu
tratamento. Por ser a síndrome cólica relacionada a uma grande quantidade de
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afecções diferentes do aparelho digestório dos equinos, muitos estudos retrospectivos
surgem do interesse em identificar a distribuição das mesmas em função dos fatores
predisponentes a que esses animais foram expostos. Diante disto, o presente trabalho
tem por objetivo realizar um levantamento retrospectivo dos casos de cólicas clínicas
e cirúrgicas atendidos no Hospital Veterinário da Univértix, identificando suas causas
e fatores predisponentes associados, bem como as taxas de altas médicas para cada
tipo de cólica.
METODOLOGIA
Para o estudo, foram catalogadas todas as fichas clínicas de pacientes
equídeos atendidos no Hospital Veterinário da Univértix no período de 10 de maio de
2014 a 28 de agosto de 2015. Os pacientes então foram separados e agrupados por
afecções relacionadas aos diversos aparelhos e sistemas. Os pacientes acometidos
por afecções do aparelho digestório constituem o grupo de interesse, onde variáveis
como alterações clínicas identificadas no exame clínico, diagnósticos quanto às
afecções, tratamentos indicados, achados de palpação retal, achados de laparotomia
exploratória, complicações em relação aos tratamentos indicados, altas médicas e
taxas de sobrevida, óbito e eutanásia foram analisados. Os dados foram tabulados e
submetidos à análise das taxas de ocorrência das diversas variáveis, levando-se em
consideração a razão entre o número ocorrências e o número total de pacientes
atendidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi referenciado ao HV-Univértix no período avaliado um total de 220 equídeos,
sendo 65 deles (29,54%) acometidos por afecções do aparelho locomotor, 49
(22,27%) afecções do aparelho digestório, 10 (4,54%) afecções tegumentares e 96
(43,65%) relacionados aos demais aparelhos e sistemas, como respiratório, nervoso,
genital, urinário, olhos e anexos. Nota-se uma maior incidência das afecções do
aparelho locomotor nos equinos referenciados ao HV-Univértix, o que corrobora
achados de autores como HERNANDEZ & HAWKINS, 2001, que relatam taxas de
67,6% de incidência de afecções locomotoras em equinos. As afecções relacionadas
ao aparelho digestório totalizaram 22,27% do total dos atendimentos no período,
salientando que, diferentemente do perfil eletivo dos atendimentos relacionados ao
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aparelho locomotor, a quase totalidade dos casos atendidos relacionados ao aparelho
digestório (81,63%) tratavam-se de urgências ou emergências médicas. Dos 49
equinos atendidos para afecções do aparelho digestório, 40 (81,63%) apresentavam
síndrome cólica equina. As indicações de tratamento clínico e/ou cirúrgico variaram
em função dos diagnósticos ao exame clínico, sendo que 35 animais (87,5%) foram
submetidos à laparotomias exploratórias e tratamento cirúrgico, sendo 5 pacientes
(12,5%) tratados de forma conservativa. A elevada taxa de indicação do tratamento
cirúrgico deve-se ao natural perfil de maior gravidade das cólicas atendidas em
ambiente hospitalar, sendo a maioria delas encaminhadas por médicos veterinários
que já esgotaram as tentativas e recursos de tratamento conservativo a campo. A taxa
de 87,5% de cólicas de tratamento cirúrgico nesse trabalho mostra-se superior à
encontrada por PULZ
et al. (2005), em que de 91 animais de cavalaria militar
atendidos com síndrome cólica no período de 2002 a 2004, apenas 19 (17,27%) foram
submetidos ao tratamento cirúrgico. Quatro pacientes tratados com laparotomias
exploratórias (10%) dos 40 animais tratados por cólica nesse estudo apresentaram
recidivas no período pós-operatório, sendo que um deles foi relaparotomizado para
solução do quadro. Esses achados estão abaixo dos descritos por VAN DEN BOOM
& VANDER VELDEN (2001), que observaram reincidência de cólica em 16% dos
equinos submetidos a cirurgias abdominais. Apenas 1 equino (2,5%) tratado
clinicamente manifestou recidiva do quadro de cólica ainda em período de internação.
Dos 40 equinos atendidos por cólica, 37 (92,5%) receberam alta médica. Três equinos
(7,5%) foram eutanasiados, dois deles por apresentarem rupturas intestinais e um
deles por apresentar quadro de laminite crônica após relaparotomia que resultou em
necrose extensa do tecido laminar e desprendimento dos estojos córneos dos cascos
dos seus membros torácicos. O atendimento clínico de equinos com cólica resultou
em 100% de alta médica, sendo que o tratamento cirúrgico dos pacientes em cólica
resultou em 91,42% de altas médicas, considerando-se uma taxa de 5,71% (2
equinos) de eutanásia na mesa de cirurgia, em função de diagnósticos não
esclarecidos durante o exame clínico. A taxa de alta médica para tratamentos
cirúrgicos de equinos no HV-Univértix mostra-se superior a obtida por diversos
autores, entre eles DI FILIPPO et al., (2010) em que 27 equinos (54%) sobreviveram
e 23 (46%) foram a óbito ou foram sacrificados de cinquenta animais com cólica
submetidos à laparotomia exploratória. Em outro estudo KANEENE et al., (1997),
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descreve que casos que requerem tratamento cirúrgico resultam em um maior número
de óbito do que os casos tratados clinicamente, sendo 31% e 13% respectivamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se observar a importância das afecções do aparelho digestório na rotina
da clínica médica de equinos, dada sua elevada incidência e seu potencial de
comprometer a vida desses animais, resultando em altos índices de necessidade de
tratamento cirúrgico. O presente trabalho está em fase de execução e pretende avaliar
outras variáveis epidemiológicas importantes que podem ser indicativas de pontos de
melhora no atendimento hospitalar, à campo e até em possíveis medidas profiláticas
a serem implementadas nos sistemas de criação.
REFERÊNCIAS
DI FILIPPO. P. A. et al. Estudo retrospectivo de 50 casos de cólica em equinos
atendidos no hospital veterinário da FCAV-UNESP, no período de setembro de 2004
a julho de 2005. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 3, p. 689-694, 2010.
FERNANDES, C.S. Fatores de prognóstico da cólica em equinos. Lisboa, 2009. p.
03. Tese\mestrado, clínica medica, curso de medicina veterinária- Universidade
técnica de Lisboa.
HERNANDEZ, J.; HAWKINS, D.L. Training failure among yearling horses. American
Journal of Veterinary Research, v.62, n.9, p.1418-1422, 2001.
KANEENE, J.B. et al. Risk factors for colic in Michigan (USA) equine population.
Preventive Veterinary Medicine, v.30, n.1, p.23-36, 1997.
PULZ, R.S. et al. Incidência de abdômen agudo equino no terceiro regimento de
cavalaria de guarda. Veterinária em foco, Canoas, v. 2, n. 2, p. 193-202, 2005.
TRAUB-DARGATZ, J. L.; SALMAN, M. D.; VOSS, J. L. Medical problems of adult
horses, as ranked by equine practioners. J. Am. Vet. Med. Ass. , v.198, n.10, p.17457, 1991
VAN DEN BOOM, R.; VAN DR VELDEN, M. A. Short- and long-term evaluation of
surgical treatment of strangulating obstructions of the small in horses: a review of 224
cases. The Veterinary Quarterly, v. 23, n. 3, p. 109-115, 2001.
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AVALIAÇÃO in vitro DE CARRAPATICIDAS NO CONTROLE DE Rhipicephalus
(Boophilus) microplus EM BOVINOS DE LEITENA MICRORREGIÃO DE ABRE
CAMPO/ MATIPÓ
Thiago de Almeida Loredo - Graduando em Medicina Veterinária-Faculdade
Vértice-Univértix- Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBIC) -FAPEMIG
Leandro Silva Araújo – Medico Veterinário - Professor Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica, Bioquímica, Analista Clinica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Carrapaticidas, Controle e Bovinos.
INTRODUÇÃO
O carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, constitui o principal problema
para a indústria de bovinos. Está amplamente distribuído nas regiões tropicais e
subtropicais do mundo, com expansão para outras áreas devido às mudanças
climáticas (BARKER e MURREL, 2004). Infestações com R. (B.) microplus causam
grande impacto econômico como a redução do ganho de peso, diminuição na
produção de leite, e por transmitir patógenos que causam babesiose (Babesia bovis e
Babesia bigemina) e anaplasmose (Anaplasma marginale) (PETER et al., 2005). O
uso de acaricidas, o controle químico, constitui a principal estratégia para o controle
de carrapatos (GRAF et al., 2004). Esse tipo de controle é utilizado sob a forma de
banhos de aspersão, imersão, tratamentos “pour-on” e fármacos injetáveis. Entendese por resistência de carrapatos a carrapaticidas o processo de seleção genética em
que alguns carrapatos de uma população sobrevivem após exposições continuadas a
uma família ou grupo químico carrapaticida chegando a um ponto em que toda a
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população fique resistente (PATARROYO e VARGAS 1982). A evolução da
resistência aos principais grupos químicos disponíveis no mercado para controle de
carrapatos em bovinos e o pouco desenvolvimento de novos produtos têm
comprometido o futuro do controle químico (GEORGE; POUND; DAVEY, 2004) e
estimulado pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias alternativas, tal como o
controle imunológico. Entretanto, o uso de acaricidas tem sua eficácia limitada na
redução na infestação de carrapatos e é frequentemente acompanhada por sérios
problemas, incluída a seleção de carrapatos resistentes, contaminação ambiental e
de produtos de origem animal, com o leite e carne com seus resíduos (GRAF et
al.,2004). Neste sentido este estudo objetiva realizar um diagnóstico da situação de
resistência dos carrapatos Rhipicephalus(Boophilus) microplus aos acaricidas de uso
comum na microrregião de Abre Campo/ Matipó, através de uma avaliação “in vitro”
da susceptibilidade dos carrapatos às diferentes bases químicas e a eficiência de cada
produto, afim de nortear o controle do parasita na região.
METODOLOGIA
Serão escolhidas aleatoriamente 10 propriedades de bovino de leite, na
microrregião de Abre Campo/Matipó, cujo rebanho leiteiro constitui-se de basicamente
de bovinos mestiços e de raça Holandesa. Os estudos laboratoriais serão realizados
no Laboratório de Parasitologia Veterinária, da Faculdade Vértice – Matipó. De cada
propriedade, colher-se-á diretamente sobre os animais, cerca de 50 a 60 teleógenas,
de bovinos naturalmente parasitados que não haviam recebido nenhum tratamento
com produtos carrapaticidas, pelo menos até duas semanas antes da colheita. No
laboratório será realizada a seleção das teleógenas observando-se a aparência, a
motilidade, a integridade do aparelho bucal, o estado de ingurgitamento e procedida
a pesagem. Para a avaliação in vitro da suscetibilidade, será empregado o Teste de
Imersão de Adultos (AIT) (DRUMMOND et al.,1973), também conhecido como
“biocarrapaticidograma”. Serão utilizados seis produtos acaricidas (formulação
emulsionável) diluídos na concentração indicada pelo fabricante. As teleóginasserão
imergidas em água destilada para lavagem, e posteriormente colocadas em papel
absorvente para retirar o excesso de água. A seguir serão distribuídas em sete grupos
de 10 fêmeas de cada por propriedade, de acordo com os pesos apresentados. Em
seguida cada grupo de teleógina será imerso em 500ml de emulsão. O tempo de
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imersão na emulsão para cada grupo será de 5 minutos conforme descrito por Torrado
e Gutierres (1970). Para o cálculo da eficácia dos produtos testados (DRUMMOND et
al.,1973; SONENSHINE, 1991), serão determinados os seguintes parâmetros
biológicos: peso das teleóginas, peso da postura, taxa de eclosão e eficiência
reprodutiva. Serão considerados eficazes os produtos que apresentaram controle
igual ou superior a 95% nos testes, conforme norma vigente (BRASIL, 1997).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se avaliar e esclarecer
os efeitos do uso dos tipos de acaricidas utilizados, avaliando qual o mais eficaz para
combater o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus na região de Abre
Campo/Matipó.
REFERENCIAS
BARKER SC, MURRELL A: Systematics and evolution of ticks with a list of valid genus
and species names. Parasitology, v. 129, p. S15-S36, 2004.
GRAF, J.F.; at al. Tick control: an industry point of view. Parasitology, v. 129, p.S427S442, 2004.
PETER RJ.; at al.: Tick, fly, and mosquito control-Lessons from the past, solutions for
the future. VetParasitol, v. 132, n. 205-215, 2005.
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ANESTESIA EM EQUINOS COM COLICAS- REVISÃO DE LITERATURA
Bruno Silva Freitas, Jânio Ricardo Alves Filho, Vinicius Rodrigues Ferreira,
Pamella Felipe Silva Benevides e Thais Monteiro Viana – Graduando em
Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Vanessa Guedes Pereira - Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, Cólica em equinos, Medicação pré-anestésica,
Indução anestésica, Manutenção.
INTRODUÇÃO
A cólica, ou dor abdominal é um sinal inespecífico que pode ser originado de
disfunções do trato gastrointestinal ou outras que não envolva o mesmo, sendo neste
caso denominada “falsa cólica”. Os cavalos com cólica estão entre os pacientes que
exigem mais cuidados, especialmente os que apresentam distensão abdominal grave
e endotoxemia resultante de isquemia intestinal, sendo esta síndrome responsável
pelo maior número de mortes em equinos, atrás apenas das mortes por idade
avançada (PEDROSA, 2008). Os pacientes cirúrgicos com cólica frequentemente
apresentam alterações hemodinâmicas, distúrbios eletrolíticos e ácido-base além de
dor intensa e normalmente, não podem ser completamente estabilizados antes da
indução anestésica, o que predispõe a complicações anestésicas (BOESCH, 2013).
Existem diversas combinações anestésicas que podem ser utilizadas com sucesso
em doenças específicas, procedimentos diagnósticos ou cirurgias em equinos. Alguns
cuidados importantes no período perioperatório devem ser tomados visando o
sucesso da anestesia, incluindo a avaliação do paciente quanto à presença de
alterações fisiológicas; adequado suporte pré-anestésico e em alguns casos,
tratamentos que irão reduzir os efeitos dessas alterações; elaboração um plano
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anestésico que permita minimizar disfunções fisiológicas; realização de monitoração
anestésica intraoperatória e cuidados de suporte que se estendam também no período
pós-operatório (HODGSON e DUNLOP, 1990). Este trabalho tem como objetivo,
apresentar informações importantes sobre anestesia em equinos com cólica, visando
a seleção de protocolos anestésicos mais seguros e eficazes para estes pacientes de
alto risco.
REVISÃO DE LITERATURA
A medicação pré-anestésica (MPA) é de caráter eletivo em equinos, no entanto,
corresponde ao primeiro passo para outras condutas, como por exemplo, as induções
anestésicas (MASSONE, 2011). Para a MPA, pode-se utilizar combinações
anestésicas ou não. Dentre os fármacos mais utilizados estão os agonistas α²
adrenérgico, como a xilazina e a detomidina, que atuam nos receptores α² présinápticos e são utilizados para promover a sedação dos animais (SPINOSA et al.,
2011). A detomidina promove inicialmente a elevação da pressão arterial e do
batimento cardíaco com seguido decréscimo deste parâmetros e seu efeito é
caracterizado pelo abaixamento de cabeça, perda da postura e prostração
(MASSONE, 2011). Já o uso da xilazina está associado a ocorrência de bradicardia,
bloqueio atrioventricular, redução no débito cardíaco (SPINOSA et al., 2011). Dentre
o opioides, o mais utilizado é o butorfanol que atua nos receptores kappa (κ) e sigma
(σ), sendo um analgésico muito eficaz para o controle da dor moderada (SPINOSA et
al., 2011). O butorfanol tem sido associado aos agonistas α² adrenérgicos (ENGLAND
& CLARKE, 1996; HUBBELL, 1996), não alterando a função cardiovascular além
daquela causada pelo α² agonista, embora possa haver um leve incremento na
depressão respiratória (ENGLAND e CLARKE, 1996). Contudo, essa combinação é
benéfica dada à possibilidade de redução na dose da xilazina e relaxamento muscular
durante a indução (TRIM, 2005). A indução anestésica em equinos para cirurgia
abdominal de emergência pode ser realizada com éter gliceril guaiacol (EGG) seguida
por bólus de cetamina (HODGSON e DUNLOP, 1990). O EGG é um miorelaxante de
ação central que causa depressão seletiva do impulso nervoso na medula espinal,
tronco cerebral e regiões subcorticais do encéfalo, sem interferir no diafragma
(MASSONE, 2011). A cetamina é um anestésico dissociativo que induz inconsciência
e catalepsia, preservando os reflexos vitais, mesmo que de forma reduzida
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(BERGMAN, 1999). A associação de benzodiazepínicos (midazolam ou diazepam) e
cetamina também pode ser utilizada para a indução anestésica. Os benzodiazepínicos
são empregados na anestesia geral não somente pela sua ação miorelaxante, mas
também pelas suas qualidades ansiolíticas e anticonvulsivantes (MASSONE, 2011).
Guedes & Natalini, (2002) relatam que a associação de diazepam nas induções
anestésicas de equinos com síndrome cólica realizadas com EGG e cetamina podem
ser utilizada com sucesso sem afetar clinicamente as variáveis hemodinâmicas. A
manutenção da anestesia é realizada geralmente com a utilização de anestésico
volátil com fornecimento de oxigénio suplementar através de um tubo endotraqueal
com “cuff”. A colocação do tubo endotraqueal e a insuflação do cuff devem ser
realizadas imediatamente após a indução anestésica e o decúbito do cavalo
(MOSLEY, 2005). O isoflurano e o sevoflurano são os anestésicos voláteis
preferenciais, pois causam menor depressão do débito cardíaco, entretanto,
promovem maior depressão respiratória que o halotano. Este efeito deve ser levado
em consideração, visto que cavalos com cólica podem apresentar disfunção
respiratória resultante de decúbito dorsal prolongado durante o procedimento cirúrgico
(MOSLEY, 2005). O sevoflurano possui baixo coeficiente de solubilidade, o que faz
com que seja um agente de rápida indução e recuperação anestésica, sendo
vantajoso para anestesias em equinos (MASSONE, 2011). Durante a anestesia,
valores de frequência cardíaca (FC) de 26 a 48 batimentos por minuto são aceitáveis,
assim como uma pressão arterial média igual ou superior a 70 mmHg. Segundo Coles
(1984) a hipotensão é comum em animais com cólica, promovendo diminuição da
perfusão tecidual e da velocidade da filtração glomerular, o que pode prejudicar o
quadro clínico do animal. Para aumentar a FC e a pressão arterial média, pode
recorrer à administração intravenosa de catecolaminas (dobutamina, dopamina ou
efedrina) (TRIM, 2005). Para os animais que estão em um plano anestésico
adequado, mas apresentam-se hipotensos, é recomendado o uso de infusão contínua
de dopamina ou dobutamina para elevar a pressão arterial (HODGSON e DUNLOP,
1990). Em geral, os pacientes com cólica requerem cuidados intensivos durante a
recuperação anestésica que é mais demorada do que os cavalos saudáveis. Após a
extubação, uma sonda nasotraqueal deve ser colocada para caso seja necessário a
oxigenioterapia e a monitoração constante desse paciente, bem como a correção
hidroeletrolítica, o uso de antibióticos, anti-inflamatórios e fármacos analgésicos estão
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diretamente relacionados com o sucesso do recuperação destes animais (BOESCH,
2013).
CONCLUSÃO
A escolha de uma melhor conduta anestésica somado ao reconhecimento
rápido das alterações fisiológicas e correção das disfunções hemodinâmicas
caudadas pela síndrome cólica em equinos, são de grande importância para o
sucesso anestésico e de todo o tratamento destes pacientes.
REFERÊNCIA
BERGMAN, A. S. Ketamine: reviews of its pharmacology and its use in pediatric
anesthesia. Anesthesia Progress, v. 46, n. 1, p. 10-20, 1999.
BOESCH, J.M. Anesthesia for the horse with colic.2013.
COLES, E.H. Patologia clínica veterinária. 3. ed. São Paulo: Ed. Manole, p 565
1984.
ENGLAND, G.C.W., CLARKE, K.W. Alpha2 adrenoceptor agonists in the horse – a
review. Br Vet J, v.152, n.6, p.641- 652, 1996.
FREEMAN, D.E. Economic consideration of the acute abdomen equine patient.
2005 [versão electrónica]. In Proceedings of the American Association of Equine
Practitioners Focus Meeting 2005, Québec, Canadá.
GUEDES, A.G.P.; NATALINI, C.C. Anestesia em equinos com síndrome cólica –
analise de 48 casos e revisão de literatura. V.32. n°3. Ciência Rural, Santa Maria,
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HODGSON, D.S., DUNLOP, C.I. General anesthesia for horses with specific
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HUBBELL, J.A.E. Anesthesia and immobilization of specific species - Horses. In:
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v.6, n.3, p.665-692, 1990.
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária – farmacologia e técnicas. 6° ed,
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2011.
MOSLEY, C. Anesthetic considerations for equine colic. 2005 [versão electrónica].
In proceedings of the NAVC, de 8 a 12 de Janeiro de 2005, Orlando, Florida. .
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PEDROSA, A.R.P.A. A.; Cólicas em equinos: tratamento medico vs cirúrgico.
Critérios de decisão. Lisboa, 2008.
SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI, M. M. Farmacologia aplicada a
medicina veterinária. 5° ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
TRIM, C.M. Anesthesia for the colic patient. 2005 [versão electrónica]. In
Proceedings of the American Association of Equine Practitioners Focus Meeting 2005,
Québec, Canada.
DIABETES MELLITUS EM PEQUENOS ANIMAIS – REVISÃO DE LITERATURA
Amanda Carvalho Procópio Schittini, Cynthia Gonçalves Silva, Ricardo de
Sousa Xavier – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice
UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Mestre em Ciências Farmacêuticas - Professora do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: DM; Obesidade em animais; Insulinoterapia; Hipoglicemia;
Cetonúria; Pequenos animais
INTRODUÇÃO
A obesidade é definida como um acúmulo de gordura em excesso ao que seria
necessário para a otimização das funções corporais, sendo prejudicial à saúde e ao
bem-estar do ser vivo. Esta condição, na espécie humana, vem mostrando um
crescimento acelerado e preocupante (VEIGA, 2007). Em condições normais, os
animais controlam a quantidade de alimento ingerido, mas em consequência da alta
palatabilidade e do desbalanço dos alimentos comerciais, a grande maioria dos
animais ingere uma maior quantidade de alimento que seria necessário para as
condições de manutenção ( OLIVEIRA et al., 2010). Com a obesidade, surgem
complicações metabólicas que podem levar ao desenvolvimento de várias
enfermidades, dentre as quais a mais comumente observada na clínica de pequenos
animais é a diabetes mellitus (DM) (VEIGA, 2005). Atualmente a DM tem crescido e
está associada ao crescimento da obesidade nos cães (PÖPPL e GONZÁLEZ, 2005).
Cães e gatos, além de divergentes física e morfologicamente, também o são em
termos metabólicos, requerendo níveis diferenciados de proteínas, gorduras e
carboidratos alimentares. Em cães, as cadelas são duas vezes mais afetadas que os
machos, e a incidência parece aumentar em determinadas raças de pequeno porte,
tais como os cães das raças Poodle miniatura, Dachshund, Schnauzer, Cairnterrier e
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Beagle, mas pode-se afetar qualquer raça (OLIVEIRA et al., 2011). Contudo, objetivase com este trabalho realizar uma breve revisão da literatura sobre o DM em pequenos
animais.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Analisando os artigos encontrados podemos ver que a DM é uma
endocrinopatia comum em cães. Segundo Barros (2006), além da predisposição
genética, existem agentes etiológicos multifatoriais (fármacos glicocorticoides,
contraceptivos orais, fenitoína, injeções de progesterona, infecções cirúrgicas, uso de
alguns diuréticos) que podem provocar o surgimento da DM; que acarreta um ou dois
destes fatores: incapacidade do pâncreas de secretar insulina e deficiência de insulina
nos tecidos (OLIVEIRA et al., 2011). São descritos dois principais tipo DM: DM
insulino-dependente (DMID – tipo I) que apresenta hipoinsulinemia após a
administração de glicose (OLIVEIRA et al., 2011) provocada pela perda da função de
células β (OLIVEIRA, 2003); e a DM não insulino-dependente (DMNID – tipo II) que
atinge cães e gatos e se caracteriza por apresentar hipertensão, hiperlipidemia e
doenças cardiovasculares, onde ainda se mantém um pouco da função secretora de
insulina pelas células beta necessitando ou não de insulinoterapia (OLIVEIRA, 2003).
Modernamente tem se relatado a diabetes tipo III, induzida por drogas ou hormônios
diabetogênicos (glucagon, adrenalina, gicocorticóides, ACTH, GH, tiroxina), e a tipo
IV, que seria causada por uma resistência transitória à secreção de insulina causada
pela pancreatite, principalmente em felinos obesos (BARROS, 2006). Os sinais
clínicos da DM são poliúria, polidpsia, polifagia, perda de peso, hiperglicemia de jejum
persistente e glicosúria (OLIVEIRA et al., 2011). A Cetoacidose diabética (CAD) é uma
complicação mais comuns da DM, onde ocorrem hipercetonemia e alterações do
equilíbrio ácido-base e requerem cuidados emergenciais para corrigir acidose
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metabólica (CRIVELENTI
et al., 2009).
O sinais clínico mais comum para o
diagnóstico dessa condição é presença de cetonúria (OLIVEIRA et al., 2011). Para o
diagnóstico da DM inicialmente deve ser avaliada a presença dos sinais clínicos. Além
disso, é essencial a realização de exames específicos, como o hemograma, o perfil
bioquímico e urinálise; em felinos pode ser realizada a dosagem de frutosamina para
complementar os demais exames (OLIVEIRA, 2003). Existem os tratamentos e
terapias os quais possuem como principal objetivo proporcionar uma quantidade
adequada de insulina para normalizar o metabolismo intermediário e restaurar perdas
hídricas e eletrolíticas (fluidoterapia); também é imprescindível corrigir a acidose,
quando for o caso, e identificar os fatores precipitantes (OLIVEIRA, 2003) Se a DM
não for adequadamente tratada pode levar a morte. Para o tratamento é
imprescindível a realização de dieta, exercícios físicos, a utilização de insulina ou de
hipoglicemiantes orais. Atualmente também é descrita a utilização da homeopatia
juntamente com os tratamentos convencionais, com expectativa de diminuir os
sintomas e garantir uma melhor qualidade de vida para o animal (BARROS, 2006).
Em algumas situações utilização da insulina pode ser dispensável. Este fato se da,
pois as célula β não perdem totalmente sua função (OLIVEIRA, 2003). As dietas de
uma forma geral devem incluir alimentos enlatados e rações conglomeradas e
desidratadas, contendo carboidratos complexos; fibras insolúveis (para diminuir a
absorção de glicose pelo intestino) e assim conter a glicemia do animal (BARROS,
2006). A principal prevenção é manter uma dieta saudável para controle da obesidade
e consequentemente a DM (OLIVEIRA et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados obtidos podemos finalizar enfatizando a importância do
conhecimento da DM, suas causas, fatores predisponentes, prevenção, diagnóstico
diferencial e prognóstico. Lembrando que o tratamento terá sucesso não só pelo
trabalho e manutenção do médico veterinário, mas também pela devida
conscientização do proprietário.
REFERÊNCIAS
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BARROS, Evânia Marcia Silva. Diabetes melito canino. Pós-graduação “lato sensu”
em clínica médica e cirúrgica em Pequenos animais, Universidade Castelo Branco.
Campo Grande, 2006.
CRIVELENTI, Leandro Zuccolotto et al. Cetoacidose diabética canina. Ciência Rural.
Santa Maria, 2009.
OLIVEIRA, Izamara Aparecida de. DM em pequenos animais: Estratégias de
tratamento e monitorização. Seminário/pós-graduação. Pós graduação em ciências
veterinárias pela UFRGS. 2003.
OLIVEIRA, Dierle Tubiana de; CAMERA, Letícia; MARTINS, Danieli Brolo. DM em
cães. XVI Seminário interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão. Universidade
de Cruz Alta. Cruz Alta, 2011.
OLIVEIRA, M.C., NASCIMENTO, B.C.L. e AMARAL, R.W.C. Obesidade em cães e
seus efeitos embiomarcadores sanguíneos - revisão de literatura. PUBVET, Londrina,
V. 4, N. 13, Ed. 118, Art. 800, 2010.
VEIGA, Ángela. Obesidade e DM em pequenos animais. Patologia clinica
veterinária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.
VEIGA, Ángela. Suscetibilidade a Diabetes Mellitus em cães obesos. 2007, 90p.
Dissertação (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
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CETOSE EM VACAS DE ALTA PRODUÇÃO – UMA REVISÃO DA LITERATURA
Andreza da Silva Pereira, Salvador Oliveira Sabino, Yara Zini Bolari –
Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
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PALAVRAS-CHAVE: Cetose, corpos cetônicos, vacas de alta produção.
INTRODUÇÃO
A produção leiteira é uma das mais importantes áreas da agropecuária, isso
levou a um alto desenvolvimento genético, tecnológico e nutricional. Apesar dessa
seleção genética para maior produção de leite também ter promovido um incremento
na ingestão de alimentos pelos animais, vacas de alta produção em inicio de lactação
não conseguem ingerir alimento suficiente para satisfazer ao somatório de suas
necessidades (NANTES e SANTOS, 2008). Os animais necessitam de grandes
quantidades de nutrientes no inicio da fase de lactação devido ao aumento na
produção de leite. Essa maior demanda energética pode gerar um balanço energético
negativo, sendo necessário utilizar de suas reservas de energias, fazendo com que
seus níveis de glicose diminuam e aumentem a produção de corpos cetônicos. Após
o parto, com o repentino aumento na produção de leite, as exigências nutricionais
atingem seu nível máximo conduzindo a vaca a um estado de Balanço Energético
Negativo (BEN) (NANTES e SANTOS, 2008). Esta condição clínica é conhecida como
Cetose e afeta com grande frequência vacas de alta produção leiteira por diminuição
da concentração de glicose no sangue e aumento de corpos cetônicos. O aumento de
corpos cetônicos é diretamente proporcional à mudança associada com a mobilização
de tecido adiposo decorrente de insuficiente aporte de energia na ração ou de
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depressão da ingestão de matéria seca (CAMPOS et al., 2005). O período de maior
risco de ocorrência pode variar entre as duas primeiras semanas pós-parto até a nona
semana, dependendo de fatores individuais (genética, adaptação metabólica), da
produção durante a primeira fase da lactação, o manejo alimentar, o consumo de
matéria seca, a condição corporal ao parto e o momento do pico de lactação
(CAMPOS et al., 2005). Contudo, o objetivo deste trabalho é realizar uma breve
revisão bibliográfica sobre a cetose que acomete vacas de alta produção.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período entre o final da gestação e o início da lactação em vacas leiteiras
especializadas, existe maior risco de doenças metabólicas, quando comparadas com
outras fases do ciclo de lactação (CONTI, SCHALCH e SALLES, 2002). Sabe-se que
no inicio da lactação devido ao aumento de produção de leite a vaca eleva sua
demanda energética, visto que o alimento consumido não supre toda necessidade o
que causa o BEN. Contudo, há um limite para a quantidade de ácidos graxos que
pode ser manipulada pelo organismo e utilizada pelo fígado. Quando se atinge esse
limite, as gorduras não são mais queimadas para fornecer energia, começam a se
acumular nas células do fígado como triglicerídeos e alguns dos ácidos graxos são
convertidos em cetonas (GOFF, 2015). Pode-se ocorrer Cetose de intensidade
variável em todas as espécies animais, entretanto, pode ser induzida por inanição,
dietas ricas em gordura e pobre em carboidratos, função hepática diminuída
anestesias e distúrbios endócrinos como diabete melito. As fêmeas de quaisquer
espécies são mais suscetíveis a Cetose do que os machos, e esta predisposição
pioram durante a lactação ou a prenhes (REECE E SWENSON et al., 1996). A Cetose
é uma doença relativamente comum em vacas de alta produção de leiteira sendo as
multíparas mais afetadas que as primíparas. Geralmente, a enfermidade ocorre entre
os dias 8 e 60 do pós-parto período que o animal enfrenta um balanço energético
negativo (GONZÁLEZ E CAMPOS, 2003). A Cetose começa a ser moléstia apenas
quando a absorção e a produção de corpos cetônicos chega a exceder seu consumo
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pelo ruminante como fonte de energia, o que resultará em elevados níveis sanguíneos
de corpos cetônicos e de ácidos graxos livres ou não esterificados e hipoglicemia
(FLEMING, 1993). O organismo precisa de glicose para ao menos os cincos
componentes a seguir: Sistema nervoso, gordura, músculo, fetos e glândula
mamárias. O aumento dos corpos cetônicos ocorre também pela ingestão de
alimentos cetogênicos (silagem alterada rica em acido butírico, tortas de oleaginosa
ainda muito rica em gorduras e também rações desbalanceadas excesso albumina e
insuficiência de fibra). Quando a Cetose é produzida por esses problemas já citados
sem participação de outra enfermidade designa-se por Cetose primária. Porém não é
raro correr Cetose em consequência de outras doenças (distúrbios puerperais,
mastite, hepatite, reticuloperitonite traumática ou outras ingestões) que provoca
alterações no metabolismo dos hidratos de carbono ou pela inapetência, determinado
insuficiente ingestão de alimentos; fala-se então de Cetose secundária (HEIDRICH,
GRUNER e VASKE, 1980). Nos ruminantes é necessário uma concentração
sanguínea de glicose de 30 a 60 mg/ dl para processos fisiológicos normais. Abaixo
desta quantidade, tornam-se evidentes a Cetose e a sintomatologia clinica, embora a
gravidade da enfermidade dependa da duração e do grau de hipoglicemia. Os sinais
clínicos iniciais da acetonemia nem sempre são específicos. Os animais vão
apresentar gradual queda no apetite e diminuição na produção de leite. Em fases
adiantadas apresentam tremores musculares, convulsões, distúrbios residuais, ranger
de decúbito, coma e morte (GARCIA, LIBERA, BARROS, 1996). Além disso, o animal
também pode apresentar fezes secas e firmes, depressão moderada e, e por vezes,
relutância em se movimentar (FLEMING, 1993). A motilidade ruminal poderá estar
reduzida se o animal estiver anoréxico há vários dias. Pode-se observar depravação
do apetite. O odor de corpos cetonicos poderá ser detectado na respiração, no leite e
na urina. Sinais clínicos nervosos como cambaleio e cegueira eventualmente poderá
ocorre em alguns períodos da doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se verificar que a cetose é um transtorno
comum nos rebanhos leiteiros, definida como uma desordem do metabolismo de
carboidratos e gorduras, caracterizada pelo incremento de corpos cetônicos no
sangue . O diagnóstico é feito através da detecção de corpos cetônicos no sangue,
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leite ou urina, e análise de glicose e ácidos graxos presentes no plasma sanguíneo.
O tratamento mais comum é a utilização de soluções glicosadas e como prevenção
deve-se realizar o balanceamento da alimentação do animal de acordo com sua fase
de vida reprodutiva.
REFERÊNCIAS
CAMPOS,R., et al. Determinação de corpos cetônicos na urina como ferramenta para
o diagnóstico rápido de cetose subclínica bovina e relação com a composição do leite.
Archives of Veterinary Sciencie v.10, n.2,p49-54,2005 Printed in Brazil.
CONTI, R.M.C.; SCHALCH, E.; SALLES, M.S.V. Efeito da monensina na produção e
composição do leite e parâmetros reprodutivos em vacas holandesas. In: REUNIÃO
ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA,39,2002,Recife. Anais...
Recife : Gmosis, 2002, 17 par. CD-ROM. Nutrição de Ruminantes. NUR- 822
FLEMING, S.A. Cetose dos ruminantes (acetonemia). In: SMITH, B.P. Tratado de
Medicina Interina de Grandes Animais. São Paulo: Editora Manole, vol.2, p.12971304, 1993.
GARCIA, M.; LIBERA,A.M.M.P.D.; BARROS,I.R.F. Acetonemia.
Semiologia e Clínica dos Ruminantes, Varela, pp. 153-154, 1996.
Manual de
GOFF, J. Principais síndromes que acometem as vacas leiteiras no período periparto.
Disponível em: http/:www.rehagro.com.br/site_rehagro/publicaca. Acesso em: 26ago.
2015.
HEIDRICH,H.D.; GRUNER,J.; VASKE,T. Enfermidades Metabólicas e Carências.
Manual de Patologia Bovina, J. M Varela livros LTDA. São Paulo, pp. 191 – 192,
1980
NANTES; J. H. SANTOS;T. A. B; Cetose – Revisão De Literatura. REVISTA
CIENTIFICA ELETRONICA DE MEDICINA VETERINARIA. ANO VI N.10..Periódico
Semestral. Janeiro de 2008.
SWENSON, J.M.; REECE, W.O. Distúrbio do Metabolismo dos Carboidratos e
Gordura. DUKES – Fisiologia dos Animais Domésticos, 11ed, Guanabara e Koogan,
pp.447-448-450-452, 1996.
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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (IATF) COM REDUÇÃO DO
TEMPO DE PERMANÊNCIA DE IMPLANTE DE PROGESTERONA EM VACAS EM
ANESTRO E BAIXO ESCORE CORPORAL
Amarildo Monteiro Esperança Júnior e Rogério Soares de Freitas – Acadêmicos
do curso de Medicina Veterinária – UNIVÉRTIX.
Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em
Medicina Veterinária UFV
Vivían Rachel de Araújo Mendes – Doutoranda em Medicina Veterinária –
Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: IATF; reprodução; anestro; ECC; bovinos.
INTRODUÇÃO
Os protocolos de IATF têm como meta sincronizar a ovulação a partir da
administração de hormônios, induzindo a emergência de uma nova onda de
crescimento folicular, controlando a duração do crescimento folicular até o estágio préovulatório, sincronizando a inserção e a retirada da fonte de progesterona exógena
(BARUSELLI et al., 2006). Essa biotécnica permite que um maior número de animais
seja inseminado em período de tempo pré-determinado sem estabelecer programas
intensivos para detecção de cio (ALVES e JACKSON, 2006), encurtando a estação
de monta e concentrando a estação de nascimento em um período favorável
(CREPALDI, 2009). Este trabalho teve como objetivo avaliar os resultados obtidos a
partir da realização um protocolo de IATF onde reduz-se a permanência do implante
de progesterona em relação ao protocolo padrão, em vacas em anestro e com baixo
escore corporal.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no município de Matipó, Minas Gerais, no período
de 23 de abril a 13 de junho de 2015. Foram utilizadas 18 vacas da raça Tabapuã,
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primíparas e multíparas, não lactantes, com mais de seis meses pós-parto, que se
encontravam em anestro, com escore de condição corporal (ECC) entre 1,5 e 3,75 na
escala de 1 a 5. Os animais são criados em condições de manejo extensivo, em
pastagens de Brachiaria decumbens, suplementadas com sal mineral e água ad
libitum, distribuídas em dois grupos (controle/tratamento) de 9 animais por protocolo
de IATF.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos resultados obtidos neste trabalho, em que 38,8% (7:18) das vacas
apresentaram prenhez, foi possível confirmar a tese descrita por Ferreira et al. (2013),
ao afirmarem que é maior a taxa de prenhez em vacas com melhor ECC, constatando
uma taxa de prenhez de 86,5% (83:96) contra 65,9% (56:85) de gestantes com pior
ECC. Estes resultados se relacionam com um acréscimo na taxa de sincronização da
ovulação para fêmeas de maior ECC, observado por Meneghetti (2006), confirmando
a relação da nutrição com o desempenho reprodutivo. De acordo com as observações
de Cutaia e Bó (2004) fêmeas de pior condição corporal (ECC entre 2,0 e 2,5) (escala
de 1 a 5) expressam menor taxa de prenhez ao compará-las àquelas de melhor
condição corporal (entre 3,0 e 4,0) ao serem submetidas a programa de IATF,
semelhante ao que foi observado neste trabalho em que as médias de ECC variaram
entre 2,2 e 2,4 no início e ao final do experimento. Com base nestes dados, é possível
afirmar que o ECC é um preditor confiável de probabilidade de prenhez, quando são
utilizados protocolos hormonais para a IATF, logo, recomenda-se a utilização de
protocolos em animais com bom ECC. Ainda, segundo Neto (2013), vacas em anestro
em comparação as cíclicas respondem de forma pior à maioria dos tratamentos de
indução da ovulação, já que a fertilidade é mais baixa quando há ovulação após
anestro prolongado. De acordo com Sá Filho et al. (2011), uma alta ocorrência de
estro, além de uma alta capacidade ovulatória e uma elevada probabilidade de
prenhez em vacas submetidas a protocolos de IATF estão diretamente relacionadas
com a presença de folículos de maior diâmetro no momento em que se retira o
dispositivo intravaginal de progesterona (DIP). Entretanto, observamos neste
experimento que a média do diâmetro dos folículos ovarianos dominantes alterou de
forma inesperada nas aferições realizadas antes e ao final do tratamento hormonal no
protocolo com redução do implante de progesterona em que variou de 10,29mm para
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8,74mm, podendo correlacionar com a condição de anestro e não com a progesterona
circulante. Porém, quanto ao protocolo com tempo normal de implante de
progesterona, em que houve variação de 10,83mm para 10,90mm, podemos
considerar que sofreu uma variação pouco significativa. Entretanto, estes resultados
não refletiram no número final de ovulações observadas 10 dias após a realização da
inseminação, em que o grupo controle apresentou 77,7% (7:9) das vacas ovuladas,
enquanto o grupo tratamento apresentou 66,6% (6:9) do total de vacas ovuladas. Esse
fato pode ser explicado a partir da análise proposta por Xu et al. (1995) e Ginther et
al. (2001), que afirmam que a ovulação também é dependente da aquisição de
receptores de LH no folículo dominante, o que acontece quando os folículos
dominantes alcançam o diâmetro de, aproximadamente, 8,5mm. O presente trabalho
teve como uma das propostas reduzir o tempo de permanência de implante de
progesterona,
visando
o
crescimento
do folículo
dominante
em menores
concentrações de progesterona circulantes e maiores taxas de ovulação. Este
experimento permitiu verificar que o percentual da taxa de concepção nos animais do
grupo tratamento, que apresentaram diâmetro folicular em média de 8,74mm, foi de
22,2% (2:9). Enquanto que nos animais do grupo controle, que apresentaram diâmetro
folicular em média de 10,90mm, a taxa de concepção foi de 55,5% (5:9). Ou seja,
esses dados permitem confirmar a hipótese de Sá Filho et al. (2010) que confirmam a
relação entre o tamanho do diâmetro do folículo pré-ovulatório e a probabilidade de
concepção, em vacas submetidas a protocolos de IATF. Além disso, a falha na
sincronização da ovulação contribuiu diretamente nos resultados finais de taxa de
concepção, visto que a maioria dos animais do grupo tratamento apresentaram
ovulações precoces ao tempo esperado no protocolo hormonal de IATF estabelecido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados, conclui-se que apesar da baixa taxa de concepção
alcançada, a utilização de protocolo de IATF com redução de tempo de permanência
do implante de progesterona é possível, uma vez que foi verificada taxa de ovulação
semelhante à observada no protocolo padrão. Porém, o baixo ECC e o anestro são
condições que reduzem a eficiência dos protolocolos hormonais utilizados para
sincronização da ovulação, resultando em taxas de concepção aquém do esperado.
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REFERÊNCIAS
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fixo utilizando eCG em vacas nelore puras e paridas. Revista Eletrônica de
Veterinária REDVET, v.7, n.1, 2006.
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2006, Paraná. Anais...Paraná, 2006, p.113-128.
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intervalos de inseminação em vacas de corte submetidas à IATF. São Paulo,
2009. 87f. Dissertação (Pós-graduação em Reprodução Animal) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
CUTAIA, L.; BÓ, G.A. Factores que afectan los resultados en programas de
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progesterona. In: SIMPOSIO INTERNACIONAL DE REPRODUCCIÓN BOVINA,
2004, Venezuela, Anais... Venezuela, 2004, p.109-123.
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vacas da raça nelore sob regime de pasto em programa de inseminação artificial em
tempo fixo (IATF). Semina: Ciências Agrárias, v.34, n.4, p.1861-1868, 2013.
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inseminação artificial em tempo fixo em vacas de corte primíparas. Botucatu,
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Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia.
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DETERMINAÇÃO DAS ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS DO LÍQUIDO
PERITONEAL DE EQUINOS COM SÍNDROME CÓLICA E SEU PAPEL COMO
PARÂMETRO PROGNÓSTICO.
Camila de Jesus Oliveira, Guilherme Henrique Lopes Soares, Lorena Meira
Silveira, Marcos Augusto de Azevedo Junior - Graduandos em Medicina
Veterinária. Bolsista PIBIC – FAPEMIG – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Adriano Silvio Neto – Médico Veterinário, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruno Santos Cândido de Andrade - Graduado e Mestre em Ciência Animal.
Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Equino; síndrome cólica; líquido peritoneal; alterações
citológicas.
INTRODUÇÃO
A síndrome cólica é manifestada por um conjunto de sinais clínicos e
disfunções relativas tanto às vísceras abdominais, quanto ao peritônio, gerando
comprometimento sistêmico e alterações laboratoriais diversas no paciente
(LARANJEIRA & ALMEIDA, 2008). Nos equinos com cólica, a análise do líquido
peritoneal (LP) é um meio indireto de avaliação das alças intestinais e saúde do
peritônio, pois quando apresentam alterações em decorrência de torções, obstruções,
infartos e ou outras afecções, ocorrerá aumento de permeabilidade vascular com
passagem de células e proteínas para o LP, alterando sua composição normal
(ROCHA et al., 2007). O objetivo do presente trabalho é descrever as principais
alterações do líquido peritoneal dos equinos com cólica atendidos no Hospital
Veterinário da Faculdade Univértix, determinando indicadores que predigam a
intensidade das lesões, bem como o prognóstico.
METODOLOGIA
Foram utilizados nesse trabalho os equinos encaminhados ao HV-Univértix no
período de fevereiro a maio de 2015, que apresentaram como queixa principal
síndrome cólica. Posteriormente à resenha do animal, anamnese, exame físico
completo, com aferição dos parâmetros vitais, ausculta abdominal, determinação dos
achados de palpação retal, procedeu-se a coleta do líquido peritoneal a partir da
abdominocentese, sendo feita com o auxilio de uma cânula devidamente autoclavada,
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introduzida por uma incisão de pele na linha média ventral do abdômen até o alcance
do peritônio e sua punção. O LP foi armazenado em tubo com anticoagulante (EDTA)
sendo avaliadas ao exame físico cor, turbidez e presença de coagulação e ao exame
laboratorial, analisados o perfil de leucócitos e proteínas totais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 10 animais atendidos com a queixa principal síndrome cólica no HVUnivértix no período experimental, 6 foram submetidos com sucesso à coleta e análise
do LP. O exame físico do LP dos 6 animais analisados revelou alterações de
coloração, sendo que 3 amostras apresentaram coloração avermelhada e 3 coloração
amarelada. O líquido peritoneal normal é incolor a levemente amarelado
(FERNANDES, 2009). Alterações de coloração como LP avermelhado podem ser
indicativos de extravasamento vascular de eritrócitos, o que ocorre frequentemente
nas cólicas encarceradas e/ou estrangulativas, o que coincide com os achados de
laparotomias exploratória nos 3 casos citadosA coloração amarelada encontrada nas
outras 3 amostras, pode ser o resultado do extravasamento de componentes do
plasma, com principal destaque à intensa presença de leucócitos o LP (FERNANDES,
2009). Das 6 amostras coletadas, 2 apresentaram presença de turbidez, o que pode
ser indicativo de aumento da concentração de proteínas, eritrócitos ou leucócitos
levando a alterações do LP, como formação de transudato simples, modificado e
exsudato, o que pode sugerir lesões peritoneais de maior gravidade (BACCARIN,
1995). Há presença intensa de leucócitos nas amostras, com resultados de valor
mínimo 350 cel/UL e valor máximo de 460.000cel/UL, o valor mais baixo é justificado
pelo estado em que o animal se encontrava, ou seja, com um menor influxo de
leucócitos para o peritônio, pela alteração moderada da permeabilidade capilar, e
quanto ao valor máximo, à inflamação das vísceras e a presença de peritonite
instalada corrobora a presença de leucócitos e proteínas aumentadas. A peritonite
está relacionada ao aumento de células de defesa e de proteína total. Em estudo
realizado por HILLYER & WRIGHT, (1997) o valor normal sugerido de leucócitos em
LP de equinos submetidos é menor que 5.000 cel/UL e proteína total menor que 2,5
g/dL (HILLYER & WRIGHT, 1997).Resultados descritos por Di Filippo (2009b) em 24
equinos com cólica coletados obtiveram valores de leucócitos totais entre 46.500 –
87.300 cel/UL. Dentre os seis equinos coletados, os resultados médios obtidos de
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proteínas totais foi de 4,5 ± 1,54 g/dL. No ensaio realizado por VALADÃO et al., (2010)
em equinos com cólica os valores de proteína total no LP encontraram-se aumentados
devido perdas de proteínas para a cavidade, determinando um significante aumento
da taxa deste elemento no fluido peritoneal com média de 4,0 ± 1,5 g/dL para 22
animais analisados. O fracionamento eletroforético das proteínas contidas no líquido
peritoneal é mais sensível no diagnóstico de processos inflamatórios abdominais (DI
FILLIPO et al., 2010a), onde o processo inflamatório além de aumentar a
permeabilidade vascular, aumenta a síntese de proteínas (THRALL, 2004) quando
comparado ao sérico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise do LP em equinos acometidos pela síndrome cólica é um importante
parâmetro para mensuração da intensidade das alterações peritoneais e por isso do
prognóstico após tratamento. O exame citológico descrito tem relevante valor auxílio
diagnóstico, indicando resposta sistêmica e/ou específica do LP, bem como as
alterações do teor de proteínas totais presentes nas amostras, primordiais na
identificação de possíveis injúrias nas alças intestinais e no peritônio previamente à
laparotomias exploratória.
REFERÊNCIAS
BACCARIN, R. Y. A., et al. Alterações do líquido peritoneal em equinos com
desconforto abdominal e suas relações com o tipo de lesão implantada e evolução
apos tratamento médico ou cirúrgico: analise de 74 casos. Brazilian Journal
veterinária Revista animal Science. São Paulo, v. 32, n. 4, p. 256-265, 1995.
DI FILIPPO, P.A., et al. Perfil eletroforético das proteínas séricas e do líquido de
equinos submetidos à obstrução experimental do duodeno, íleo e cólon maior. Ciência
Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 4, p. 938-946, out./dez. 2010a.
DI FILIPPO, P. A., et al. Características celulares e bioquímicas do líquido peritoneal
de equinos submetidos à obstrução experimental do duodeno, íleo e cólon maior.
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FERNANDES, C. S.; Fatores de prognóstico da cólica em equinos. Lisboa, 2009.
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Lisboa.
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HILLYER, M.H.; WRIGHT, C.J. Peritonitis in the horse. Equine Veterinary Education.
v. 9, n. 3, p. 136-142., 1997.
LARANJEIRA, P. V. E. H.; ALMEIDA, F. Q. Síndrome cólica em equinos: ocorrência e
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ROCHA, E. J. N., et al. Avaliação laboratorial de líquido peritoneal e análise bioquímica
sérica, resultante da abdominocentese em equinos. Revista científica eletrônica de
medicina veterinária. Garça, SP, n. 8, Jan., 2007.
THRALL, M.A. Veterinary hematology and clinical chemistry. Philadelphia:
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VALADÃO, C. A. A.; PUELKER, R. Z.; SOUZA, A. H.; Características do líquido
peritoneal de equinos normais após punção cecal percutânea. Ciência Rural, Santa
Maria, v.34, n.6, p.1817-1820, nov-dez, 2004.
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PESQUISA DE Listeria spp. EM UTENSÍLIOS DE DIFERENTES AÇOUGUES
LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MINAS GERAIS
Caique Celofe Francisco Silveira Melo, Danielle Carvalho Coelho –
Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina
Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Análise microbiológica; infecção alimentar; listeriose; utensílios
de açougue; saúde pública.
INTRODUÇÃO
A qualidade dos alimentos consumidos é de grande importância para a saúde
humana e animal, uma vez que se estes estiverem contaminados com microorganismos patogênicos poderão gerar doenças de origem alimentar graves,
culminando, inclusive, em óbito (FERREIRA, 2008). Entre estes patógenos, destacase a Listeria monocytogenes como de grande preocupação para as agências de
Saúde Pública. Muitos países, incluindo o Brasil, não toleram a presença deste
microrganismo em produtos alimentícios (BRASIL, 2009; CAMARGO, NERO &
TODOROV, 2014). Este patógeno é o agente da listeriose, infecção alimentar atípica,
e
a
sua
transmissão
por
alimentos
afeta,
principalmente,
pacientes
imunocomprometidos, gestantes, idosos e neonatos, levando a uma alta taxa de
mortalidade, que varia entre 20 e 30% (SILVA, 2004; FERREIRA, 2008; MUHTEREMUYAR et al., 2015). Devido a sua natureza ubíqua e a sua capacidade de adesão, o
ambiente das indústrias alimentícias é considerado uma importante fonte de
contaminação por este patógeno de origem alimentar. Ainda, diversos estudos já
demonstraram a presença de L. monocytogenes em diferentes equipamentos e
utensílios em estabelecimentos processadores de alimentos (CAMARGO, NERO &
TODOROV, 2014; MUHTEREM-UYAR et al., 2015). Em açougues, falhas nas Boas
Práticas de Fabricação (BPF) resultam no acúmulo de resíduos orgânicos, o que
propicia a multiplicação destas bactérias e a consequente formação de biofilmes,
principalmente em equipamentos de difícil higienização (FERRONATTO, 2012;
HENRIQUES, GAMA & FRAQUEZA, 2014). Esta capacidade de formar biofilmes tem
sido associada com a sua persistência em ambientes industriais, sendo considerada
a principal causa de contaminação cruzada em produtos acabados (CARPENTIER &
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CERF, 2011). Atualmente, com o aumento do consumo de carne pelo mundo,
aumentaram também as preocupações e desafios com a higiene e a segurança deste
alimento (SOFOS & GEORNARAS, 2010). Sendo assim, é de grande importância que
sejam realizadas investigações científicas adicionais para que se possa entender a
dinâmica da contaminação por L. monocytogenes, e, com isso, desenvolver e aplicar
estratégias de controle para este patógeno em estabelecimentos processadores de
carne. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo analisar a presença de Listeria
spp. em utensílios de diferentes açougues localizados no município de Matipó, Minas
Gerais.
METODOLOGIA
As amostras serão coletadas em quatro açougues da região central da cidade
de Matipó, Minas Gerais, sendo estes estabelecimentos selecionados devido ao
grande movimento de consumidores. Serão realizadas 10 coletas em cada um dos
quatro açougues, sendo cinco realizadas pela manhã, no início do processamento, e
as outras cinco no período da tarde, ao final do período de trabalho, totalizando 36
amostras por coleta e 90 amostras por açougue. Em cada visita realizada, serão
amostrados 100 cm2 das superfícies dos seguintes utensílios: amaciador (A), faca (F),
gôndola de refrigeração (G), mesa (Me) e moedor (Mo). As coletas serão realizadas
no ambiente normal dos açougues, sem nenhum tipo de higienização prévia. Para
obtenção das amostras, serão realizados swab superficiais de áreas limitadas (100
cm2), com o auxílio de esponjas estéreis, previamente umedecidas em 10 ml de salina
peptonada a 0,1%, e mantidas a 4ºC até o momento da análise. Em condições
assépticas, os swab serão adicionados em bolsas plásticas estéreis contendo 20 ml
de solução salina peptonada a 0,1%, seguidos de homogeneização por 1 minuto.
Alíquotas de cada amostra serão submetidas a análise microbiológica para detecção
de Listeria spp. no Laboratório de Microbiologia do Hospital-Escola Gardingo da
Faculdade Vértice. Nesta etapa do estudo será adotado o Protocolo ISO 11.290-1
(ISO, 1996, 2004). Os resultados encontrados serão dispostos na forma de frequência
de resultados positivos por utensílio e por frequência de resultados positivos entre os
açougues amostrados.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, que se encontra na etapa de seleção
dos açougues para posterior realização das coletas.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
MAPA
(MINISTÉRIO
DA
AGRICULTURA
PECUÁRIA
E
ABASTECIMENTO). Procedimentos de controle para Listeria monocytogenes em
produtos de origem animal prontos para o consumo. Aprovado pela Instrução
Normativa nº9, de 8 de abril de 2009. Brasília, 2009. 3p.
CAMARGO, A. C.; NERO, L. A.; TODOROV, S. D. Where the problem is with Listeria
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ciências veterinárias – produção animal) - Faculdade de Medicina Veterinária da
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em carcaças e no ambiente de matadouros frigoríficos de suínos Archives of
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HENRIQUES, A. R.; GAMA, L. T.; FRAQUEZA, M. J. Assessing Listeria
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and summary of recent studies on biofilms, and control of Escherichia coli O157:H7 in
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v.86, p.2-14, 2010.
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LAMINITE EM EQUINOS ACOMETIDOS COM CÓLICA
Davyla Mystica Magalhães do Carmo, Simony Mendes Costa –
Graduandas em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Priscila Fantini – Doutora em Clinica e Cirurgia.
Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Laminite, Cólica, Equino, Endotoxemia, Pós-operatório.
INTRODUÇÃO
A cólica equina é uma patologia que preocupa todos que lidam com esta
espécie, que mesmo com todos os avanços científicos para obter sua resolução ainda
é um dos problemas que mais causam morte dos animais (MORA, 2009). Animais
com cólica podem desenvolver distúrbios metabólicos que levam a toxemia ou
septicemia, sendo estes fatores predisponentes de laminite (BUSCH, 2009). A
síndrome cólica e laminite causam grandes prejuízos econômicos, pois acarreta um
custo elevado com o tratamento e pode levar a morte dos animais (PESSOA et al.,
2012; OLIVEIRA et al., 2014; BUSCH, 2009), a laminite quando não leva a morte
pode acarretar a invalidez do animal (BUSCH, 2009; D’ARPE, 2010). O objetivo deste
trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre a relação de animais que
desenvolvem laminite, após um quadro de cólica.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema. Utilizando as palavraschaves: Laminite, Cólica, Equino, Endotoxemia, Pós-operatório.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A laminite está dentre as principais causas de claudicação nos equinos levando
ao afastamento de suas atividades (BUSCH, 2009), ou causando a invalidez do animal
(D’ARPE, 2010). Vários mecanismos patogênicos ainda não estão completamente
compreendidos (D’ARPE, 2010). As diversas fisiopatologias podem ser classificadas
em teorias, sendo as principais a teoria vascular, a traumática, a enzimática e a de
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privação de glicose (BUSCH, 2009). Neste estudo de revisão bibliográfica foi
abordado a teoria enzimática, que segundo Busch (2009) explica que diversos
processos patológicos geram endotoxinas que desencadeiam resposta inflamatória.
A laminite é uma afecção possível de desenvolvimento após um quadro de cólica,
porém não tem relação direta com o processo cirúrgico, e sim está associada à
presença de endotoxemia e choque séptico (MORA, 2009).A relação entre a cólica e
a laminite, está ligada à resposta inflamatória do animal na origem das afecções,
devido a isso deve-se entender a resposta inflamatória que ocorre no intestino e no
tecido dérmico do animal, como também a resposta inflamatória a nível sistêmico
(GRAVENA, 2014). O animal com laminite apresenta pulso digital aumentado, cascos
quentes, claudicação (MORA, 2009; BUSCH, 2009), “aspecto de pisar em ovos”,
sensibilidade ao pinçamento do casco e relutância ao se movimentar (BUSCH, 2009).
Quatro estágios são descritos na laminite, sendo eles prodrômico, agudo, subagudo
e crônico. A fase prodrômica inicia quando o animal tem contato com a injúria
causadora e dura até os primeiros sinais de claudicação, onde começa a fase
subaguda que dura em media 72 horas ou até o animal apresentar rotação da terceira
falange. O tratamento geralmente se inicia nos primeiros sinais de claudicação e o
animal entra na fase subaguda, com a intenção de evitar maiores danos às estruturas
do casco. Na fase crônica o animal apresenta rotação e afundamento da terceira
falange, devido à necrose isquêmica (BUSCH, 2009; PREVIATTI et al., 2012). Como
forma de prevenção para a laminite pode ser usado também a crioterapia (tratamento
com gelo), visando diminuir a atividade metabólica, o que reduz a gravidades das
lesões laminares (PREVIATTI et al., 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se observar que, a relação entre laminite e
cólica, esta diretamente ligada aos fatores fisiológicos que a cólica altera no animal,
deixando assim o equino com características propicias para desenvolver a laminite. A
melhor forma de evitar a laminite secundaria é diminuir o metabolismo do equino, com
isso as alterações fisiológicas não irão afetar a morfológica do casco, que não será
capaz de desencadear um quadro inflamatório. A laminite tem um prognostico
reservado a favorável desde que tratada imediatamente, e deve sempre utilizar as
formas de profilaxia.
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REFERÊNCIAS
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Medicina Veterinária. Faculdade de Ciência Agrárias.
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Medicina Veterinária
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Grande do Sul.
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INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DE CINOMOSE E PARVOVIROSE CANINA NO
HOSPITAL GARDINGO – MATIPÓ- MG.
Brisa Miclos Piedade Valladares Sossai, João Roberto Sossai Filho –
Graduandos de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vanessa Guedes Pereira – Médica Veterinária, Especialista em Clínica e Cirurgia
de Cães e Gatos, Mestre em Medicina Veterinária – Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: vacina polivalente, cinomose canina.
INTRODUÇÃO
A vacina polivalente é de extrema importância, devido ao risco de morte que as
enfermidades por ela imunizadas representam. Além da Cinomose Canina e
Parvovirose Canina, ela também imuniza contra o Adenovírus Canino e Leptospirose
Canina. O proprietário deve consultar o Médico Veterinário a respeito de protocolos
de vacinação, pois a vermifugação e a saúde do animal são pré-requisitos para a
realização correta da vacina (NELSON et al., 2010). É sempre melhor prevenir
infecções a tratá-las, sendo assim a melhor forma de prevenção é evitando a
exposição e realizando a vacina (ETTINGER et al., 2004). A primeira dose da vacina
polivalente deve ser feita aproximadamente ao 45º dia de vida, logo ao desmame,
felizmente o esquema de vacina foi desenvolvido para proteger o filhote de forma
ideal, frisando que é muito importante também, antes da imunização “completa”
manter o filhote longe de outros cães. A imunização é constituída por três doses
vacinais, com o intervalo de 30 dias entre doses, a não realização correta desses
critérios, acarreta na diminuição da eficácia vacinal. Após essas doses, deve ser feito
o reforço anual. Animais não imunizados tende a ter cem vezes mais chance de sofrer
por essas afecções. Visto que a vacina não é de máxima eficácia, mas é de boa
precaução, com resultados comprovadamente satisfatórios a não infecção, ao
comparar-se com os pacientes soropositivos (MARTINS et al., 2009). Muitas vezes a
vacinação pode se tornar ineficaz devido a vários fatores, como: vacina manuseada
ou administrada de maneira inadequada; animal estava incubando a doença quando
foi vacinado; animal não responsivo a vacina devido a imunossupressão; entre outros
(ETTINGER et al., 2004). Dentre as doenças virais que mais oferecem risco de morte
para os cães estão a Cinomose e Parvovirose Canina, sendo relevante a abordagem
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destas. (NELSON et al., 2010). A Cinomose Canina é uma doença viral causada pelo
Morbillivírus da família Paramyxoviridae, com alta letalidade e muito contagiosa, é na
maior parte das vezes diagnosticada em pacientes não vacinados ou com alguma
falha vacinal. Filhotes e cães jovens, de 3 a 6 meses de idade estão na faixa de maior
risco. Tendo como principais sinais clínicos: febre, transtornos respiratórios, diarreia,
corrimento ocular, hiperqueratose naso-digital, mioclonias, linfopenia, coriorretinite,
podendo evoluir para sinais neurológicos, como: cegueira, convulsões, ataxias
cerebelar, vestibular ou sensorial, mioclonias, paresia, paralisia e desorientação. Com
altíssima mortalidade, só fica abaixo da raiva canina, chegando a índices de 30% a
70% de casos fatais (MARTINS et al., 2009). A Parvovirose Canina, assim como a
Cinomose, também é uma infecção viral, causada pelo Parvovírus Canino, da família
Parvoviridae. Essa enfermidade acomete principalmente cães jovens com menos de
6 meses de vida, tendo alta mortalidade e sinais clínicos de rápido progresso. Vômitos,
diarreia, frequentemente hemorrágica, rápida desidratação são os sinais comumente
observáveis (STROTTMANN et al., 2008). O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil
epidemiológico da Cinomose e Parvovirose do Hospital Escola Gardingo em MatipóMinas Gerais. Estimando a prevalência dessas duas doenças em função dos fatores
de risco.
METODOLOGIA
Será aplicado um questionário para os proprietários atendidos no Hospital
Veterinário UNIVÉRTIX, no Município de Matipó - Minas Gerais, no período de 31 de
Agosto de 2015 a 29 de Fevereiro de 2016. Serão apresentadas questões objetivas
contendo perguntas sobre o esquema de vacinação dos animais. Os dados serão
analisados no Programa Estatístico Sigma Plot 12.5 e posteriormente correlacionados
com os casos de Cinomose e Parvovirose dos animais atendidos neste hospital.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este trabalho está em fase de implantação e levantamento de dados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Espera-se com esse trabalho, correlacionar os casos de animais com
Cinomose e Parvovirose atendidos no Hospital Veterinário UNIVÉRTIX, com falhas
no esquema de vacinação, evidenciando a importância de um profissional capacitado,
sendo ele o Médico Veterinário, para a realização de qualquer procedimento
relacionado ao bem estar animal, incluindo a imunização de animais saudáveis no
período de vida adequado.
REFERÊNCIAS
NELSON,R.W ; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais, 4ª ed, Rio
de Janeiro: Elsevier, p.1304 a p.1308.
ETTINGER,S.J; FELDMAN, E,C. Tratado de Medicina Interna Veterinária Doenças
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de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RSSTROTTMAN, D.M; Diagnóstico e estudo sorológico da infecção pelo parvovírus
canino em cães de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil; 200
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FRATURA DE OSSOS SESAMOIDES PROXIMAIS EM EQUINOS
José Victor Mathias de Souza, Rayssa Campos Martins – Acadêmicos do Curso
de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice– UNIVÉRTIX
Bruno Santos Cândido de Andrade - Graduado em Medicina Veterinária e Mestre
em Ciência Animal. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Equino, fratura sesamoide proximal; osteoartrite; desmite do
ligamento suspensório do boleto.
INTRODUÇÃO
As lesões do aparelho locomotor ocorrem frequentemente em equinos de
competição e, como consequência, geram afastamento desses animais das atividades
atléticas, gerando custos de tratamento e sequelas por vezes irreparáveis. Essas
enfermidades superam em ocorrência as afecções do aparelho respiratório e
gastrointestinal.
Problemas
de
conformação
física
inadequada,
falta
de
condicionamento físico e casqueamento incorreto, entre outros fatores, contribuem
para ocorrência de diversas lesões ortopédicas (BARREIRA et al., 2012). Nos
equinos, as fraturas de ossos sesamoides proximais são frequentes, devido traumas
diretos ou por mecanismos relacionados às forças de tensão do ligamento
suspensório sobre os mesmos, durante a extensão máxima das articulações dos
boletos. Essas fraturas podem comprometer a vida e a função atlética desses animais,
em função do padrão de fratura e extensão das lesões em componentes anatômicos
adjacentes, o que exige diagnóstico preciso e instituição de tratamento precoce
(PYLES et al., 2004). O objetivo do presente trabalho é descrever os sinais clínicos,
diagnóstico e conduta terapêutica recomendados aos casos de fraturas de ossos
sesamoides em equinos.
REVISÃO DE LITERATURA
Os equinos são historicamente utilizados pelo homem como uma ferramenta
de trabalho, como meio de tração, transporte, lazer e para competições. No Brasil o
mercado do cavalo movimenta bilhões de reais por ano, tendo rebanho de cerca de
7,5 bilhões de cabeças entre equinos, asininos e muares (FRANÇA, 2013). Por meio
de fatores intrínsecos e extrínsecos desenvolvem-se as lesões no aparelho locomotor
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dos equinos. São mais frequentes as artrites das articulações do carpo, articulações
metacarpofalangeanas, interfalangeanas e as lesões de tendões e ligamentos.
(ABREU, 2011). Dentre as afecções relacionadas ao aparelho locomotor dos equinos
atletas, devido ao estresse imposto nas modalidades esportivas, as fraturas de
sesamoides proximais são mais frequentes em animais de corrida, devido ao esforço
e velocidade (PYLES et al., 2007). Cavalos de corrida e salto são afetados
frequentemente devido às tensões excessivas sobre os ossos sesamoides proximais,
devido a sua ligação ao Ligamento Suspensório do Boleto (LS), situado próximo a
articulação metacarpofalangeana. O LS ao longo do desenvolvimento da espécie
evoluiu para suportar grandes tensões durante a extensão dos dígitos, porém tensões
além de seus limites fisiológicos podem gerar lesões graves de seu corpo e ramos e
até mesmo dos ossos sesamoides. Situado nos membros torácicos e pélvicos, o LS
se prolonga distalmente no sulco metacárpico e/ou metatársico, ocorrendo sua divisão
em dois ramos palmares ou plantares, no terço distal dos ossos terceiro metacárpico
e terceiro metatársico. A inserção dos ramos do LS situa-se sobre as superfícies
abaxiais dos ossos sesamoides proximais e continua de forma obliqua e dorsalmente
sobre a falange proximal, onde se liga ao tendão do músculo extensor digital comum
proximal à articulação interfalangeana proximal (SCHWARZBACH, et al.,2008). O LS,
em algumas situações extremas, transmite excessiva tensão sobre os ossos
sesamoides proximais, podendo ocasionar fraturas dos mesmos, principalmente em
animais mal condicionados ou jovens (STASHAK, 2006). As fraturas de sesamoides
proximais são classificadas de acordo com a região acometida, em apical, abaxial,
transversal ao corpo sesamoide e basilar (articular ou não). Fraturas sagitais ou
cominutivas ocorrem frequentemente devido a um trauma direto. Os ossos
sesamoides proximais laterais dos membros torácicos são acometidos com mais
frequência, sofrendo ação direta do ligamento suspensório do boleto. Considerando
os tratamentos disponíveis para as fraturas de ossos sesamóides, em todos os casos
o prognóstico pode ser dado após a avaliação da articulação metacarpofalangeana e
consequentemente levando em conta o desenvolvimento de afecções secundárias às
fraturas, como desmite do ligamento suspensório do boleto e sinais de Doença
Articular Degenerativa (DAD) da articulação do boleto (STASHAK, 2006). As fraturas
de sesamoides proximais podem causar inflamação e desalinhamento das superfícies
articulares das articulações dos boletos, levando ao desenvolvimento de osteoartrites
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e até artroses. Devido a inflamação ocorrida em tecidos adjacentes, comprometimento
do LS também pode advir das fraturas de sesamoides (ROCHA, 2008). O diagnóstico
é baseado na sintomatologia clínica de aumento de volume sensível à palpação das
superfícies dos ossos sesamoides, claudicação de início agudo, de moderada a
intensa em função dos tipos de fraturas, impossibilidade de flexão das articulações do
boleto por reação dolorosa. O exame radiográfico é bastante específico em identificar
as lesões, principalmente nas projeções obliquas. O exame ultrassonográfico deve
ser realizado para avaliação do LS, bem como de suas inserções nos sesamoides
(STASHAK, 2006). O prognóstico varia de reservado a desfavorável, em função dos
tipos de fraturas e extensão das lesões pela articulação do boleto (BARREIRA et al.,
2012). Diversas são as técnicas cirúrgicas indicadas para o tratamento das fraturas
de sesamoides, como as artroscopias e/ou artrotomias para a exérese de fragmentos
apicais menores e as técnicas de osteossíntese com implantes de parafusos do tipo
lag-screw e cerclagens com fios de aço. O importante na avaliação é prover a
estabilização dos fragmentos, com alinhamento das superfícies articulares dos
sesamoides, evitando dessa forma lesões à articulação do boleto. As complicações
cirúrgicas, bem como a efetividade das técnicas variam de acordo com o grau de
comprometimento, indicação da cirurgia e momento cirúrgico (PYLES, et al., 2007b)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As fraturas de ossos sesamoides em equinos podem apresentar diversos
padrões, que relacionam-se à intensidade da manifestação clínica, norteiam a
indicação de tratamento, além de apresentarem diferentes prognósticos entre si. A
frequente ocorrência pode ser relacionada a fatores de manejo, e, por isso, passível
de profilaxia para seu controle. Muitas técnicas cirúrgicas estão disponíveis para seu
tratamento, variando em função do padrão das fraturas, da mesma forma como as
complicações cirúrgicas estarão relacionadas ao tipo de tratamento empregado e
características individuais de cada caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
ABREU, H. C., et al. Claudicação em cavalos Crioulos atletas. Ciência Rural, v. 41,
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BARREIRA, B. A.; FONSECA, M. P. A.; MONTEIRO, G. P. M. Estudo anatômico da
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Veterinária - Universidade Técnica de Lisboa.
SCHWARZBACH, V. S., et al. Ligamento suspensório da articulação
metacarpo/metatarso falangianas nos eqüinos: aspectos evolutivos, anatômicos,
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STASHAK, T. S. Claudicação em equinos. Quinta edição. São Paulo: Editora Rocca,
2006.
EFEITOS DO TRAMADOL INTRAVENOSO EM EQUINOS: AVALIAÇÃO DOS
PARÂMETROS CLÍNICOS, COMPORTAMENTAIS E LIMIAR NOCICEPTIVO
MECÂNICO.
Lorena Meira Silveira
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – Univértix – Bolsista pelo
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) - FAPEMIG
Camila de Jesus Oliveira, José Victor Matias de Sousa, Guilherme Henrique
Lopes Soares - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice -Univértix
Bruno Santos Cândido de Andrade, Priscila Fantini
Professores Faculdade Vértice – Univértix
Vanessa Guedes Pereira
Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais, Mestre
em Medicina Veterinária, Professora Faculdade Vértice – Univértix.
[email protected]
INTRODUÇÃO
Por muito tempo, a analgesia em animais de grande porte, foi tratada de forma
superficial (VIÑUELA-FERNÀNDEZ et al., 2007). Com as práticas de bem-estar
animal estar se voltando também aos animais de produção, várias pesquisas têm sido
realizadas nos últimos anos visando determinar formas eficientes de avaliação da dor
nesses animais, com o desenvolvimento de métodos adequados e de novos
protocolos analgésicos (PRICHETT et al., 2003; VAN LOON et al., 2010). Em equinos,
é recente o uso de opioides como o tramadol, que possui ação analgésica não restrita
aos mecanismos opioides, sendo classificado como um opioide atípico. Além da
ativação de receptores opioides, o tramadol também atua na inibição da recaptação
de noradrenalina e serotonina (RAFFA et al., 1992; LEPPERT,2009). Embora o
tramadol apresente características farmacológicas peculiares e ação em receptores
que afetam a nocicepção, informações sobre seus efeitos por via intravenosa em
equinos ainda são escassas, demonstrando a importância de estudos que procurem
esclarecer a segurança e eficácia sedativa e analgésica deste opioide.
METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido no Hospital Escola Veterinário Gardingo da
Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Serão utilizados seis equinos adultos hígidos, dentre
fêmeas e machos, sem raça definida, selecionados após ser constatada a ausência
de alterações nos exames físico, clínico e laboratorial (hemograma completo). Os
animais receberão três tratamentos, com intervalo de 7 dias entre eles. No Tratamento
1 os animais receberão 2mg/Kg de tramadol intravenoso, no Tratamento 2 os animais
receberão 3mg/kg de tramadol intravenoso e no Tratamento 3 os animais receberão
4mg/kg intravenoso, sendo que, os avaliadores não terão conhecimento do tratamento
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administrado nos animais. Serão avaliados os parâmetros fisiológicos: frequência
cardíaca, frequência respiratória, temperatura corporal, comportamento e sedação,
grau de ataxia e motilidade intestinal. Também será avaliado o limiar nociceptivo
mecânico, utilizando algômetro de pressão (PIOVESAN et al., 2000), aplicado
bilateralmente nos membros torácicos e pélvicos, sobre a banda coronária dorsal do
casco até a resposta positiva do animal considerada após movimento de cabeça para
o local do estímulo, movimento do tronco, cauda ou retirada do membro As variáveis
serão mensuradas anteriormente a administração do tramadol; imediatamente após
sua administração, e há 15, 30, 60, 90, 120, 150 e 180 minutos após a administração.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se avaliar e esclarecer
os efeitos sedativos e analgésicos do tramadol, através dos parâmetros clínicos,
comportamentais e o limiar nociceptivo mecânico, utilizando diferentes doses
administradas pela via intravenosa, em equinos saudáveis.
REFERENCIAS
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USO DE MULAS COMO RECEPTORAS EM PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA
DE EMBRIÃO EQUINO
Lorena Meira Silveira - Graduanda em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice –
Univértix – Bolsista pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica
(PIBIC) - FAPEMIG
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
Camila de Jesus Oliveira, Guilherme Henrique Lopes Soares, Karla Godinho e
Silva - Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice -UNIVÉRTIX
Laís da Silva Santos - Médica Veterinária
Bruna Waddington de Freitas - Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
João Luís do Espirito Santo Júnior - Especialista em Reprodução Equina,
Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Mulas, receptores, embrião, equinos.
INTRODUÇÃO
A técnica de transferência de embriões (TE) não cirúrgica em equinos foi
descrita pela primeira em 1972, por Oguri e Tsutsumi, e consiste na coleta de embrião
de uma fêmea doadora e transferência deste para uma fêmea receptora, encarregada
de levar a gestação a termo (DAVIES, 2003). É uma das principais biotecnias aplicada
à reprodução de equinos e dentre as diversas vantagens de seu emprego, pode-se
citar a utilização de doadoras jovens, o aumento da produtividade égua/ano, a
obtenção de produtos de éguas incapazes de conduzir a gestação a termo por
problemas adquiridos e a possibilidade de manter éguas de performance em atividade
ao longo do ano (RIERA, 2009). A mula é a cria do cruzamento do jumento (Equus
asinus) com a égua (Equus caballus), resultando em animais híbridos na grande
maioria inférteis. Porém, mesmo nestas condições, as mulas podem ter ciclos estrais,
com atividade ovariana e produção hormonal, além de possuírem anatomia genital
compatível com seus progenitores (DAVIES et al., 1985; CAMILO et al., 2003; SOUZA
et al., 2013). Os muares são muito saudáveis e apresentam grande longevidade,
podendo gestar crias por vários anos; as Mulas de sela são menos utilizadas no verão,
período de entressafra dos concursos de marcha e cavalgadas, ficando disponíveis
para a reprodução, sua exigência nutricional é menor que da égua, possibilitando boa
produção de leite mesmo em condições pouco favoráveis, possui ótima habilidade
materna, respondem bem ao protocolo hormonal com progesterona, e são versáteis,
podendo receber embrião equino, muar ou asinino (BLOG DO PÊGA, 2012). Muitos
planteis possuem como entrave o número insuficiente de receptoras em condições
estabelecidas como ideais para receber o embrião. Com base nas vantagens da mula
como receptora, sua utilização em programas de transferência de embrião é usada
como aliada, demostrando assim, a importância de pesquisas e esclarecimentos de
sua fisiologia reprodutiva e protocolos hormonais eficientes.
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METODOLOGIA
Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Science Direct, artigos
relacionados ao uso de mulas nas biotecnias da reprodução. Para a realização dessa
pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mulas, receptoras, transferência de
embrião, equinos, mures. 8 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a
partir destes, 6 foram selecionados levando em consideração os protocolos utilizados
e resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Camillo et al., (2003) usou em seu experimento cinco embriões classificados
morfologicamente como bom ou excelente, transferidos de forma não cirúrgica para
mulas acíclicas e cíclicas. As mulas que ciclavam foram induzidas com D-cloprostenol
e gonadotrofina coriónica humana (hCG); as acíclicas induzidas com benzoato de
estradiol, e receberam progesterona no dia que a doadora ovulou. Três embriões
foram transferidos, em duas ocasiões diferentes, para mulas acíclicas, que não
confirmaram prenhes. Os embriões transferidos para as duas mulas cíclicas resultou
em gestações confirmadas. Imagens ultrassonográficas obtidas em todas as fases da
gestação eram iguais aos achados em gestações normais de éguas. A gestação durou
348 dias nas mulas e o parto dos potros começaram espontaneamente e foi concluído
sem complicação. Os potros nasceram saudáveis com 48 e 51 kg, com reflexos de
sucção e amamentaram sozinhos até 30 minutos após o nascimento. As mulas
receptoras mostraram ótimo comportamento materno e expeliram a placenta
normalmente. Um embrião não pôde ser transferido por incompatibilidade de
sincronização com a doadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo mostrou a relevância do uso de mulas como receptoras de
embriões equinos, tanto pelas habilidades maternas, como pela dificuldade de
aquisição de éguas receptoras. O inconveniente é a suplementação hormonal com
progesterona que deverá ser realizada até os cem dias de gestação em mulas
acíclicas, que não foi o caso do experimento mencionado.
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REFERÊNCIAS
BLOG DO PÊGA. Vantagens do uso da mula como receptoras. Reportagem de
14/02/2012.
Disponível
em:
http://jumentoemuar.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html Acessado em: 01 de
set. 2015.
CAMILO, F.; VANNOZZI, I.; ROTA, A.; DI LUZIO, B.; ROMAGNOLI, S.; ARIA, G.;
ALLEN, W. R. Successful non-surgical transfer of horse embryos to mule recipients.
Reprod Domest Animal, v.38, p.380-385, 2003.
DAVIES, C. J.; ANTCZAK, D. E.; ALLEN, W. R. Reproduction in mules: embryo
transfer using sterile recipients. Equine Vet J, v.17, suppl.3, p.63-67, 1985.
MCKINNON, A. O.; SQUIRES, E. L.; Embryo Transfer and Technologies. Current
therapy in equine reproduction. Philadelphia: W. B. Sounders, 2007
OGURI, N. TSUTSUMI, Y. Non-surgical recovery of equine eggs, and an attempt at
non-surgical egg transfer in horses. Journal of Reproduction and Fertility, v.31,
p.187-195, 1972.
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2009. p.185-199.
SOUZA, A. K.; GONZALEZ, M. S.; GOMES, R. G., SENEDA, M. M. Estimativa da
população folicular ovariana de mulas: resultados preliminares. Animal
Reproduction, v.10, p.271, 2013.
PRINCIPAIS PATOLOGIAS ODONTOLÓGICAS EM EQUINOS HIGÍDOS.
Altamir Pedro de Oliveira Neto, Luana Calil de Oliveira, Camila de Jesus
Oliveira - Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Priscila Fantini- Médica Veterinária, Doutora, Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Odontologia equina; afecções odontológicas; equino.
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INTRODUÇÃO
O Brasil possui a segunda maior população de equinos no mundo, animais
estes que são usados para lazer, ferramenta de trabalho ou em competições
esportivas (BOTELHO et al., 2007). Uma boa saúde bucal é essencial para
estabelecer e manter a higidez dos animais, propiciando o bem estar e melhor
performance (Cunningham & klein ,2008.). A mecânica bucal tem a finalidade de
reduzir o tamanho das partículas apreendidas pelos lábios e dentes, umedecer e prédigerir, fazendo parte da fisiologia do trato gastrointestinal (THOMAZIAN, 2005). Nos
animais afetados por patologias do aparelho bucal podem surgir dificuldades na
apreensão e deglutição de alimentos que podem levar a emagrecimento e queda no
desempenho, e este é um fato principalmente importante nos animais de alto nível de
competição. A presença do médico veterinário é indispensável na execução das
abordagens odontológicas o que resulta em uma boa fisiologia e mecânica bucal, e
consequentemente prolongando a vida (BOTELHO et al., 2007). Este trabalho tem por
objetivo realizar uma breve revisão bibliográfica sobre as principais afecções
odontológicas equinas.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas seguintes plataformas Scielo, Portal de Pesquisa Da Biblioteca
Virtual De Saúde (BVS) e Veterinary Equine Team. 1.540 artigos estavam
relacionados ao tema, sendo que foram analisados e referenciados 11 artigos para o
presente trabalho.
REVISÃO DE LITERATURA
As condições ambientais impostas pelo homem, principalmente dieta e
confinamento, contrárias à fisiologia e anatomia normal dos equinos, são os fatores
que mais predispõem ao desenvolvimento das afecções dentárias. Dessa forma é
possível afirmar que a maioria destes animais desenvolverá alguma patologia dentária
ao longo da vida (PAGLIOSA et al., 2006). Uma boa prática odontológica requer
avaliações periódicas que permitam um diagnóstico de eventuais alterações e a
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prevenção da evolução destas sobre o estado clínico do equino (JOHNSON et al.,
2006). Os equinos têm uma dentição classificada como heterodonte. Apresentam
diversos tipos ou grupos de dentes tais estes como os incisivos, caninos, pré-molares
e molares, cada um com suas características e funções específicas. (CALDEIRA et
al., 2002). Dentre as diversas patologias que podem ocorrer na cavidade oral dos
equinos acontecem com maior frequência as maloclusões dos incisivos, os padrões
de desgaste anormais nos pré-molares e molares, as complicações devido à presença
dos pré molares conhecidos como “dentes de lobo”, além de várias patologias que
podem surgir em qualquer dente, tais como, os diastemas, a retenção de dentes
decíduos, a polidontia e a oligodontia, as fraturas dentárias, as cáries, a doença
periodontal e as fraturas maxilares e mandibulares rostrais (PAULO, 2010). Existem
ainda outros problemas dentários de maiores complicações, mas estes são menos
comuns, como as afecções alveolares dentárias que normalmente são secundárias
as cáries e/ou decorrentes do acúmulo de alimentos ou corpos estranhos (DACRE,
2005). Quando negligenciadas essas afecções podem evoluir para situações mais
graves, como as alvéolos-periostites, abscessos apicais, osteomielites e sinusites
ocasionando assim a piora do quadro. (EASLEY, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os problemas odontológicos dos equinos são de grande importância para
medicina veterinária por causar prejuízos econômicos ao proprietário e malefícios à
saúde do animal. Desta maneira, os exames odontológicos, feitos por um médico
veterinário, devem ser uma prática essencial da avaliação periódica resultando assim
em um cavalo mais saudável com desempenho melhor e muitas vezes prolongando
sua vida.
REFERÊNCIAS
BAKER, G. J.; EASLEY, K. J. Equine dentistry.W.B.Saundes,London. p.91-109,
2005.
BOTELHO, D. L. M.; CEZAR, J. A. W.; FILADELPHO, A. L. Odontologia equina.
Revista científica eletrônica de medicina veterinária - ISSN 1679-7353, ano iv,
número, 08, janeiro de 2007.
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CALDEIRA, R. M., et al. APONTAMENTOS de Exognosia. Tese/Mestrado. Clínica
médica veterinária. Curso de Medicina Veterinária - Universidade Técnica de Lisboa,
2002.
CUNNINGHAM,J.G.; KLEIN, B.G. Tratado De Fisiologia Veterinaria. Rio de janeiro:
Elsevier, 2008.
Dyce.K.M.; Sack M.O.; Wensingc.J.G. Tratado De Anatomia Veterinario, 3° ed, rio
de janeiro: Elsevier, 2004.
JOHNSON, T. e PORTER, C. M. Dental overgrowths and acquired displacement of
cheek teeth.Published in IVIS withthepermissionofthe AAEP, 2010.
PAGLIOSA, G.M.; ALVES, G.E.S.; SCHWARZBACH, S.V. Odontologia Equina –
Alterações dentárias frequentes que podem prejudicar a sanidade e performance do
cavalo.Revista Brasileira de Medicina Equina, São Paulo, v. 5 n. 1, p. 7, 2006.
PAULO,D.L.O.M. A importância da odontologia na prática clínica
equina.Tese/Mestrado. Clínica médica veterinária. Curso de Medicina Veterinária Universidade Técnica de Lisboa. f. 80, 2010.
PUGH, D. G. Feeding the Orphaned and Hand RaisedFoal-Proceedings of the AAEP
Focus Meeting: First Year of Life - Austin, TX, USA, 2008.
ROSCOE, M. P.Avaliação de seis protocolos de sedação para procedimentos
odontológicos em equinos.Tese/Mestrado. Clínica e cirurgia veterinária. Curso de
Medicina Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais, f.59, 2007.
THOMAZIAN, A. Enfermidade dos cavalos, 4ªed, São Paulo: Varela, p. 265 – 276,
2005.
COMPORTAMENTO SEXUAL DE ZEBUÍNOS: REVISÃO DE LITERÁRIA
Lucas Pierotti Stopa, Ulisses Condé Matos – Graduandos em Medicina
Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Waddington de Freitas - Professora do curso de Medicina Veterinária
da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: bovinos; comportamento sexual; touros; zebuínos.
INTRODUÇÃO
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O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, com
predominância de 80% raças zebuínas (Bos taurus indicus) (MENDONÇA, 2010).
Cerca de, 93% das fêmeas são cobertas em manejo de monta natural e visto que 55%
do rebanho bovino brasileiro é composto por fêmeas, o touro apresenta relevância na
reprodução (OLIVEIRA et al., 2007). Sendo assim, a abordagem do comportamento
sexual de touros é de suma importância e sua contribuição zootécnica, é justificada
pela especialidade da bovinocultura brasileira, que se trata de espécies de produção,
com elevado potencial econômico (BASCUNÃN et al., 2008). O objetivo a ser
alcançado com o presente estudo é revisar a literatura científica quanto às
características da raça zebuína relacionadas à reprodução, com ênfase em
comportamento sexual.
METODOLOGIA
Foram pesquisados na plataforma de busca Scielo, artigos relacionados ao
rebanho brasileiro de bovinos e aspectos relacionados ao comportamento sexual de
zebuínos.
Para
a realização
da
pesquisa, foram
usadas palavras-chave:
comportamento sexual de bovinos, zebuínos, touros. Foram encontrados 221 artigos
referentes ao assunto, onde 10 artigos foram selecionados para revisão devida do
presente assunto aqui abordado.
REVISÃO DE LITERATURA
Estudos relacionados ao potencial reprodutivo de touros zebuínos são de difícil
coleta de dados por suas condições naturais, e por isso estudos sobre tal abordagem
são referidas com maior frequência aos taurinos (Bos taurus taurus). Porém, machos
zebuínos apresentam maior interesse em fêmeas, mesmo estas não estando em estro
(MENDONÇA, 2010). Um dos principais pilares da produtividade e lucratividade de
um rebanho é a eficiência reprodutiva (DIAS et al., 2006). O potencial reprodutivo do
touro é a soma de vários fatores inerentes à reprodução como a idade, puberdade,
qualidade do sêmen, circunferência escrotal e libido, e, uma vez com a condição física
adequada, tais pontos se fazem necessários para o sucesso da monta e da fertilização
(Fonseca et al., 1991). Estudos relacionados ao comportamento sexual de touros
fornecem subsídios e parâmetros de grande relevância para avaliação da libido e
capacidade de serviço dos touros (Costa e Silva & Encarnação, 1995; Ribeiro, 1999).
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A libido reflete vantagens por avaliar e refletir melhor o comportamento dos zebuínos
(DIAS et al., 2009). A variação da idade dos touros também parece ser um fator
preponderante nos efeitos sobre a atividade sexual. No gado zebuíno, os machos
compartilham o mesmo local, porém com presença de fêmeas no cio, é visto
competição e acasalamento do dominante do rebanho (SILVA, 2007). Para avaliação
de aspectos relacionados à reprodução destes touros, fatores como ambientais,
nutricionais, hormonais, frequência de acasalamento, atividade sensorial, experiência
quando jovens, sociabilidade e fatores genéticos, devem estar interligados (LOPES et
al., 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da importância, os dados que são coletados a respeito do referente
tema direcionado às raças zebuínas são de pouco volume. Por se tratar de animais
de produção e com grande potencial reprodutivo se faz necessário mais estudos e
coletas de dados aprofundados sobre tal assunto, a fim de melhor entendimento
acerca do comportamento sexual de touros zebuínos.
REFERÊNCIAS
BASCUNÃN, D. S. R., et al. Comportamento sexual de touros zebuínos e Angus em
central de coleta e processamento de sêmen. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37,
n.2, p.254-260, 2008.
COSTA E SILVA, E.V.; ENCARNAÇÃO, R. O comportamento sexual e manejo
reprodutivo de bovinos de corte. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 13., 1995,
Pirassununga. Anais... Pirassununga: Sociedade Brasileira de Etologia, 1995. p.7082.
DIAS, J. C., et al. Teste da libido em touros jovens guzerá e suas associações com
características reprodutivas e níveis séricos de testosterona. Archives of Veterinary
Science, v.14, n.4, p.204-213, 2009.
DIAS, J. C.; ANDRADE, V. J.; FRIDRICH, A. B. Genetic parameter estimates for
reproductive traits in young Nelore bulls. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia, v.58, n.3, p.388-393, 2006.
FONSECA, V.O., et al. Potencial reprodutivo de touros da raça Nelore (Bos taurus
indicus) em monta natural. Proporção touro:vaca 1:40 e fertilidade. Revista Brasileira
de Reprodução Animal, v.15, p.103-108, 1991.
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LOPES, F. G., et al. Avaliação andrológica por pontos e comportamento sexual em
touros da raça Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.6, p.1018-1025,
2009.
MENDONÇA, L. F. Comportamento sexual de touros nelore (bos taurus indicus)
e sua caracterização temporal em monta natural a campo. Belo Horizonte, 2010,
p. 13. Dissertação/Mestrado. Reprodução animal – Curso de Medicina Veterinária –
Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
OLIVEIRA, C. B., et al. Avaliação do comportamento sexual em touros Nelore:
comparação entre os testes da libido em curral e do comportamento sexual a campo.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.1, p.32-42, 2007.
RIBEIRO, W.N. Comportamento sexual de bovinos. In: CONGRESSO DE ETOLOGIA,
17., 1999, Botucatu. Anais...Botucatu: Sociedade Brasileira de Etologia.
SILVA, E. V. Comportamento e eficiência reprodutiva. Revista Brasileira de
Reprodução Animal, Belo Horizonte, v.31, n.2, p.177-182, 2007.
PESQUISA DE Listeria spp. EM PRESUNTOS DE DIFERENTES MARCAS
COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MATIPÓ, MINAS GERAIS
Luíza de Oliveira Lopes; Marianny de Oliveira Amorim – Graduandas em
Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Letícia Ferreira da Silva – Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Listeria spp.; presunto; produtos prontos para o consumo;
saúde pública.
INTRODUÇÃO
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O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo.
Todavia, o consumo per capita desta carne in natura pela população brasileira ainda
se encontra abaixo daquele observado em países asiáticos e europeus (ABIPECS,
2015). Já o presunto, trata-se de um derivado bastante consumido devido às suas
características próprias como sabor e aroma, sendo, portanto, considerado um dos
produtos nobres da indústria de carnes (COSTA et al.,2007). Ainda, a procura por este
tipo de produto vem crescendo em decorrência da mudança de hábito dos
consumidores, que buscam, cada vez mais, por alimentos de fácil preparo ou já
prontos para o consumo (BRESSAN et al., 2007). Nos estabelecimentos em que se
comercializam
produtos processados,
como
padarias e
supermercados,
a
contaminação destes se dá, principalmente, enquanto são manuseados, seja pelo
contato com equipamentos e utensílios mal higienizados ou pelas mãos dos
manipuladores, com hábitos higiênicos também deficientes (TEMELLI, DOKUZLU &
SEN, 2006). Com isso, essa higienização é de grande importância, já que geralmente
esses alimentos, embora sejam bastante manipulados (etapas de corte, retalhamento
e acondicionamento), não passarão por tratamentos térmicos pós-processamento e,
assim, são tais cuidados que garantirão a qualidade e inocuidade do produto final,
aumentando a vida de prateleira e reduzindo o risco a saúde dos consumidores (FAI
et al., 2011). Um dos patógenos relacionados a diversos surtos devido a ingestão de
produtos cárneos prontos para o consumo é a Listeria monocytogenes, agente
etiológico da listeriose (FSIS, 1998). Esta infecção alimentar apresenta alto índice de
mortalidade, depois de um período de incubação relativamente longo, e acomete,
preferencialmente, pessoas imunocompremetidas, idosos e gestantes (SILVA,
JUNQUEIRA &SILVEIRA, 1997). A Listeria spp. é um micro-organismo saprófita e
resistente a substâncias inibidoras, como ácidos, álcalis e sal (BELL &KYRIAKIDES,
1998); além disso, é capaz de se desenvolver em alimentos conservados em
temperaturas de refrigeração (ALMEIDA, ALMEIDA & RODRICK 1999), sendo que a
ocorrência de L. monocytogenes nessa classe de produtos cárneos apresenta uma
frequência variável de acordo com diferentes estudos (DESTRO, SERRANO &
KABUKI 1991; JAY, 1996; BORGES, SIQUEIRA & BITTENCOURT, 1999). Sendo
assim, o objetivo deste projeto será avaliar a presença de Listeria spp. em presuntos
de diferentes marcas comercializadas em estabelecimentos localizados da cidade de
Matipó, Minas Gerais.
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METODOLOGIA
Serão adquiridas diversas amostras de presunto suíno cozido (sem capa de
gordura) de diferentes marcas comercializadas, sob temperatura de refrigeração, nos
supermercados e padarias localizados na cidade de Matipó, Minas Gerais. Todas as
marcas deverão possuir registro no Serviço de Inspeção Federal do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ainda, os presuntos deverão ser
fatiados no ato da compra e acondicionados de acordo com as embalagens utilizadas
em cada estabelecimento. Após a aquisição, as amostras serão acondicionadas em
caixas isotérmicas e, então, encaminhadas ao Laboratório de Microbiologia do
Hospital-Escola Gardingo da Faculdade Vértice,onde serão realizadas as análises
microbiológicas. Nesta etapa do projeto, será adotado o protocolo de pesquisa de
Listeria spp. em alimentos cárneos estabelecido pela Instrução Normativa nº 62, de
26 de agosto de 2003, do MAPA (BRASIL, 2003). Os dados encontrados serão
dispostos na forma de frequência de resultados positivos por marca comercial e entre
os diferentes estabelecimentos amostrados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de um projeto em andamento, em fase de levantamento bibliográfico.
As amostras serão adquiridas e analisadas posteriormente.
REFERENCIAS
ALMEIDA, P.F.; ALMEIDA, R.C.C.; RODRICK, G.E. Listeria monocytogenes:
importância e distribuição nos alimentos. Higiene Alimentar, v.13, n.64, p.19-23,
1999.
ABIPECS. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIAPRODUTORA E
EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA.Fãs da linguiça e ranking doméstico.
Disponível
em:
www.abipecs.org.br/news/206/134/Fas-da-Linguica-e-RankingDomestico.html. Acesso em: 24ago. 2015.
BELL, C.; KYRIAKIDES, A. Listeria – una aproximación a práctica al
microrganismo y su control em los alimentos. Zaragoza: Ed. Acribia, 1998. 173p.
BORGES, M.F.; SIQUEIRA, R.S.; BITTENCOURT, A. M. Occurrence of Listeria
monocytogenes in Salami.Revista de Microbiologia, n.30, p.362-364, 1999.
BRASIL.
MAPA
(MINISTÉRIO
DA
AGRICULTURA,
PECUÁRIA
E
ABASTECIMENTO). Métodos analíticos oficiais para análises microbiológiyhcas
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para controle de produtos de origem animal e água. Aprovado pela Instrução
Normativa nº62, de 26 de agosto de 2003. Brasília, 2003, 76p.
BRESSAN, M.C. et al. Influência da embalagem navida útil de presuntos fatiados.
Ciência e Agrotecnologia, v. 31,p. 433-438, 2007.
COSTA, M. R. et al. Perfil sensorial e aceitação de presuntoscrus produzidos por
métodos tradicionais e acelerados.Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.27, p.170176, 2007.
DESTRO, M.T.; MELO SERRANO, A.; KABUKI, D.Y. Isolation of Listeria species from
some Brazilianmeat and dairy products. Food Control, v.2, n.2, p.110-112, 1991.
FAI, A.E.C. et al. Salmonella sp. e Listeria monocytogenesem presunto suíno
comercializado em supermercados deFortaleza (CE, Brasil): fator de risco para a
saúde pública.Ciência e Saúde Coletiva, v.16, p. 657-662, 2011.
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n.4/5, p. 209-214,1996.
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microbiológica de alimentos. São Paulo: Livraria Varela, 1997. 295 p.
TEMELLI, S.; DOKUZLU, C.; SEN, M.K.C.Determination of microbiological
contamination sourcesduring frozen snail meat processing stages. Food Control,v.
17, p. 22-29, 2006.
EXAME ANDROLÓGICO EM TOUROS
Nathally Nayara de Freitas Ribeiro Contarini, Beatriz Mônica Costa Pereira,
Kenia Martins Assis, Taiane Miranda Portes - Graduandas em Medicina
Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em
Medicina Veterinária UFV
Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
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PALAVRAS-CHAVE: fertilidade; reprodução; touros; bovinos
INTRODUÇÃO
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O exame andrológico é uma técnica que permite a avaliação da fertilidade e do
potencial reprodutivo de um macho por meio de um exame clínico-reprodutivo e da
avaliação do sêmen (VALE FILHO, 1997). Aproximadamente 93% das fêmeas do
rebanho brasileiro em idade reprodutiva são servidas por monta natural (MN), o que
demonstra a importância e a necessidade de seleção de reprodutores aptos e
eficientes a serem utilizados para este fim (ASBIA, 2010). Um maior critério na escolha
de reprodutores para serem utilizados na MN ou em programas de inseminação
artificial (IA) resulta na maximização da fertilidade por selecionar animais com maior
eficiência reprodutiva, o que garante êxito na atividade econômica exercida (VALE
FILHO, 2010). Desta forma, os parâmetros clínicos, morfológicos, seminais e
comportamentais auxiliam na avaliação dos reprodutores bovinos e permitem a
seleção daqueles que apresentarem resultados satisfatórios (CBRA, 2013).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos Capes,
referente ao tema, além do Manual para exame andrológico e avaliação do sêmen
proposto pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre as indicações de se realizar uma avaliação andrológica destaca-se a
seleção e comercialização de reprodutores; a avaliação do potencial reprodutivo antes
e durante a estação de monta; diagnóstico de problemas de fertilidade; a ocorrência
da puberdade e a criopreservação do sêmen. A execução do exame andrológico inclui
o histórico clínico-reprodutivo, inspeção e palpação dos órgãos genitais internos e
externos, biometria testicular, análise física e morfológica do sêmen e o
comportamento sexual. O levantamento do histórico deve abranger a sanidade do
animal e do rebanho ao qual pertence, o manejo e alimentação, além do número e a
frequência dos acasalamentos, os índices de concepção e de retorno ao estro das
fêmeas servidas. O exame clínico compreende a avaliação da saúde geral do animal,
em especial, a avaliação cuidadosa dos aprumos, articulações e cascos, uma vez que,
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os membros locomotores sadios garantem a caminhada em busca de alimento e a
procura pelas fêmeas em cio para efetuar a cópula. O exame dos órgãos reprodutivos
inclui as glândulas sexuais acessórias (ampolas do ducto deferente, glândulas
vesiculares, próstata e bulbouretrais), escroto, testículos, epidídimos, cordões
espermáticos, pênis e prepúcio. Os órgãos internos são analisados por palpação retal
enquanto nos externos é necessário realizar a inspeção e palpação. A partir desta
avaliação é possível verificar os órgãos acima citados quanto à sua presença,
tamanho, forma, consistência, simetria, sensibilidade e mobilidade (quando aplicável).
Os testículos, órgãos responsáveis pela produção espermática, merecem atenção
especial, devendo ser simétricos, móveis no interior do escroto, ter consistência
fibroelástica e estar a uma temperatura inferior à corporal. A biometria testicular referese às dimensões testiculares, altura e largura de cada testículo, e a circunferência
escrotal (CE). A CE pode ser usada como medida preditiva do potencial de produção
espermática e é um parâmetro de seleção para eficiência reprodutiva, sendo
estabelecido que um touro adulto deve apresentar no mínimo 30 cm de CE (Bos taurus
taurus de um ano de idade e Bos taurus indicus de dois anos de idade).
Adicionalmente, o comprimento e largura de cada testículo devem ser igual ou
superior a 10 cm x 7,5 cm, respectivamente, apresentando simetria, ou seja, não
possuírem diferença maior do que 1 cm no comprimento e 0,5 cm na largura entre o
esquerdo e o direito. Para obtenção do sêmen, o método mais utilizado é a
eletroejaculação por ser prático, rápido e eficaz, no entanto, o sêmen também pode
ser coletado por meio da vagina artificial ou por massagem das ampolas dos ductos
deferentes. Assim, o sêmen deve ser avaliado macroscopicamente, quanto ao volume
obtido, coloração e aspecto, seguido da avaliação microscópica onde são mensurados
o turbilhonamento, vigor, motilidade, concentração e morfologia espermática. O
volume obtido por eletroejaculação pode ser bastante variável, mas espera-se que
pelo seja obtido pelo menos 4 ml em touros adultos. A coloração característica é
branco-amarelado, o odor “sui generis” e o aspecto pode ser classificado como
aquoso, opalescente, leitoso ou cremoso, sendo desejável a ocorrência do aspecto
leitoso, o que está diretamente relacionado com a concentração espermática. As
análises microscópicas devem ser realizadas imediatamente após a coleta do sêmen,
quantificando o turbilhonamento, que representa o movimento em massa dos
espermatozóides resultante do somatório de motilidade, vigor e concentração
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espermática, classificado de 0 (ausente) a 5 (muitas ondas formadas e extremamente
rápidas); o vigor é a velocidade do movimento e também é pontuado numa escala de
1 (movimento muito lento e fraco) a 5 (movimento muito rápido); e a motilidade, que
representa a porcentagem de espermatozóides que possuem movimento progressivo
(0 a 100%). A determinação da concentração espermática é expressa em quantidade
de espermatozóides viáveis por ml (sptz/ml), e é obtida por meio da contagem de
células na câmara de Neubauer. Ainda na avaliação do sêmen, uma amostra deve ser
conservada em formol salino para posterior análise da morfologia espermática,
podendo ser encontradas anormalidades na cabeça, peça intermediária e cauda. A
concentração espermática deverá ser acima de 500 x 10 6sptz/ml, com motilidade
mínima de 60%, vigor maior ou igual a 3 e pelo menos 70% dos espermatozóides com
morfologia normal. Igualmente importante é a avaliação do comportamento sexual,
visto que o touro também deve ser capaz de detectar as fêmeas em estro e realizar a
cópula. Diante todos os aspectos avaliados, o reprodutor deve ser classificado em
apto, questionável ou inapto para a reprodução, sabendo que esta classificação não
é permanente, indica-se uma nova avaliação após 60 dias nos indivíduos que
apresentarem laudo questionável. O reprodutor que for considerado inapto diante a
avaliação completa, ou seja, apresentar uma condição indesejável irreversível, deve
ser afastado da atividade reprodutiva (VALE FILHO, 1997; CBRA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os aspectos descritos, é imprescindível a seleção de
reprodutores pela avaliação clínica andrológica, permitindo eliminar touros inférteis ou
subférteis, e aqueles que possuem qualquer tipo de patologia associados aos órgãos
reprodutivos, garantindo resultados positivos na utilização de reprodutores para a MN
e/ou IA.
REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA). Manual de Inseminação
Artificial em Bovinos, edição 2010, 41p.
Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA). Manual para exame andrológico e
avaliação de sêmen animal, 3ª edição, Belo Horizonte, 2013, 104p.
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VALE FILHO, V.R. Andrologia no touro: Avaliação genital, exame do sêmen e
classificação por pontos. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.21, n.3, p. 713, 1997.
VALE FILHO, V.R.; ANDRADE, V. J.; AZEVEDO, N. A. Avaliação andrológica e
seleção de tourinhos Zebu para reprodução. In: Anais...VII Simpósio de Produção de
Gado de Corte, Viçosa, 2010.
ANALISE MICROBIOLOGICA DE EMBUTIDOS NA CIDADE DE MATIPO-MG.
Octávio Caldeira Oliveira, Lucas Spínola Wellerson- Acadêmicos do Curso de
Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Leandro Silva de Araújo - Médico Veterinário. Mestre. Doutorando UFV. Docente
na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES: Embutidos, saúde pública, toxinfecção alimentar.
INTRUDUÇÃO
Todos os alimentos estão sujeito a contaminações, para controlar este
processo é necessário levar em consideração todas as etapas de produção desde a
qualidade da matéria prima até o consumidor (DIAS et al., 2008). Durante a
comercialização, os embutidos fatiados sofrem uma manipulação segundaria, por
conseguinte ocorre uma nova exposição à contaminantes (FAUSTINO et al., 2007).
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Segundo Pelczar, (1980) precauções no pré-preparo e preparo: pela observação dos
regulamentos sanitários e às normas sanitárias locais, estaduais e federais, é possível
garantir uma menor contaminação do alimento, reduzindo os perigos de infecção ou
intoxicação. São comuns os casos de toxinfecção alimentar e acarreta grandes
problemas na saúde pública. Estes casos se caracterizam pela ingestão de alimentos
contaminados por microrganismo e suas substâncias tóxicas (HINTON, 1992;
GERMANO, 2003). Os alimentos atuam como um ótimo meio de cultura para os
microrganismos sendo relacionado com o de alimento (intrínsecos) que são PH,
potencial de oxi-redução, água, composição química e acidez como também
condições do ambiente (extrínsecos) que são temperatura do ambiente, umidade
relativa, composição gasosa do ambiente (FRANCO, 1996).As doenças transmitidas
por alimentos (DTA), vem aumentando de modo significativo no Brasil (BRASIL,
2010). Nas DTA’s as toxinas absorvidas atingem na maioria das vezes se manifestam
por diarreia, desconforto abdominal, vomito, náuseas de graus diferentes
(GERMANO, 2003). Os limites permitidos dos microrganismos, para os diferentes
alimentos é estabelecido por legislação é relativo a cada país. No Brasil, a partir de
janeiro de 2001, passou vigorar nova resolução que modificou os padrões
microbiológicos previstos anteriormente como forma de compatibilizar a legislação
nacional com regulamentos harmonizados no Mercosul (ANVISA, 2001).Dentre todos
os alimentos que oferece surtos de doenças na população em sua maioria são
derivados de animais, relacionados também a fatores que predispõem como a falta
de negligência da indústria ou comercio na manipulação do alimento. São retratados
com destaque os principais agentes etiológicos são: Salmonellasp., Staphylococus
aureus, Escherichia e os Coliformes (GOTTARDI, 2003).O Staphylococus aureus é
um microrganismo cocos Gram-positivo, com capacidade entre 7°C e 48°C sendo que
37°C é a temperatura ótima para seu desenvolvimento. Em alimentos que possui
elevado teor de umidade e com alta porcentagem de proteína.A Escherichia coli é
uma enterobactéria Gram-negativa, não esporogenica, capaz de crescer em
temperaturas de 7°C e 46°C, sendo a temperatura ótima é de 37 C. A E. coli
patogênicas são divididas em quadros de gastroenterites em humanos que são:
Enteropatogênica
(EPEC),
Enterotoxigenica
(ETEC),
Enteroinvasiva
(EIEC),
Enterohemorrágica (EHEC) (GERMANO, 2003).Através deste trabalho objetiva-se
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avaliar a higiene e cuidados tomados durante a manipulação dos embutidos,
avaliando a qualidade microbiológica de fatiados na Cidade de Matipó-MG.
METODOLOGIA
O trabalho será realizado em 10 estabelecimentos comerciais onde ocorre o
comércio de embutidos fatiados como supermercados e padarias do município de
Matipó/MG. Será realizada a compra de uma amostra de mussarela, presunto e
salame fatiada ao fim do dia em cada um dos estabelecimentos. Estas amostras serão
transportadas em caixas térmicas ao laboratório de microbiologia do Hospital
Veterinário Univertix LTDA. Será mensurada a temperatura dos produtos na hora da
compra para obter informações sobre conservação dos mesmos.Serão realizadas
diluições de 10g da amostra em erlenmeyer com 90ml de água destilada e
homogeneizada obtendo a diluição de 10ˉ¹. Em seguida serão realizadas diluições até
10ˉ⁶ , onde todas serão usadas para análises microbiológicas. Para a enumeração de
Staphylococcus aureus será utilizada uma placa de Petri com ágar Manitol-salgado
para cada diluição semeando 100µl das amostras nas placas e com auxílio da alça de
Drigalsky. Posteriormente serão incubadas por 24 a 48 horas em temperatura de
37°C. Nas colônias que surgirem serão realizadas testes bioquímicos (termonuclease
e coagulase). Para a pesquisa deEscherichia coli, a amostras serão semeadas em
placas de Petri possuindo ágar eosina azul de metileno e realizados testes
bioquímicos como IMVIC (Indol, vermelho de Metil, Voges-Proskauer e. Citrato)para
aquelas colônias identificadas com diâmetro de 2 a 3 mm, azuis com centro negro e
bordas claras com presença de um brilho metálico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho encontra-se em andamentoe os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico e seleção
dos estabelecimentos.
REFERÊNCIAS
ANVISA. Resolução – RDC n°12, de 02 de janeiro de 2001.
ALQUATI, L. H. et al. Queijos e embutidos e pré-fatiados: um perigo aos produtores.
Anais do V ETIC- Encontro de Iniciação Científica-UNESP, Botucatu. p.1-11. 2009.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Maual integrado de prevenção e controle de
doenças transmitidas por alimentos.Brasilia. p.158, 2010.
DIAS P. A. et al. Qualidade higiênico-sanitário de carne bovina moída e de embutidos
frescais comercializados no sul do Rio Grande do Sul, Brasil.Arq. Inst. Biol., São
Paulo, v.75, n.3, p.359-363, 2008.
FAUSTINO J. S. et al.Análises microbiológicas de alimentos processados na Baixada
Santista, envolvidos em doenças transmitidas por alimentos, no período de 2000 –
2006. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v.66 p.26-30, 2007.
Franco, B. G. M. Fatores intrínsecos e extrínsecos que controlam o desenvolvimento
microbiológico nos alimentos. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo. p. 13-25.
1996.
Germano, P. M. L. Germano, M. I. S. Higiene e Vigilância Sanitária de Alimentos
São Paulo. Varela. 2° edição p. 665, 2003.
Gottardi, C. P. T. Surtos de toxinfecção alimentar notificados e investigados no
município de Porto Alegre no período de 1995 á 2002. Porto Alegre. p.46. 2003.
HOFFMANN F. L. et al. Qualidade Microbiológica de Amostra de Salame.B.CEPPA,
Curitiba, v. 15, p. 57-64. 1997.
Hinton, M. H. Infecções causadas por Salmonelas em aves. Anais da Conferência
Apinco de Ciência e Tecnologia Avicolas. Santos-SP. p. 119-22. 1992.
Pelczar, M.; Reid, R.; Chan, E.C.S. Microbiologia, Ed. Santuário, vol 1, São Paulo.
1980.
PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE BOVINA EM MATADOURO-FRIGORÍFICO
SOB SERVIÇO DE INSPEÇÃO FEDERAL SITUADO NA ZONA DA MATA
MINEIRA
Sabrina Paiva de Souza, Márcia Carolina Alves Klem – Graduandas em Medicina
Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Letícia Ferreira da Silva- Graduada e Mestre em Medicina Veterinária –
Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Inspeção de carnes; Mycobacterium bovis; saúde pública.
INTRODUÇÃO
A tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis, é caracterizada por seu
grande potencial infeccioso, além de acometer todos os mamíferos domésticos. A
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doença caracteriza-se pela formação de tubérculos e granulomas, sinais ditos
patognomônicos. Ainda, apresenta evolução crônica e, na maioria das vezes,
acontece de forma assintomática (RADOSTITS et al., 2002). Trata-se de uma doença
de caráter zoonótico e de grande importância no cenário atual, uma vez que indivíduos
que lidam diretamente com esses animais ou com produtos provenientes dos mesmos
têm sido alvos desta doença com certa frequência, tornando necessária medidas que
garantam a saúde pública nos países atingidos (O’REILLY & DABORN, 1995;
RADOSTITS et al., 2002; BRASIL, 2006). Pode acarretar, também, em quedas na
produção e depreciação do produto, diminuindo sua competitividade no mercado
mundial, além de prejuízos em decorrência do julgamento de carcaças contaminadas
(CASTRO, 2008). Além disso, é, ao lado da cisticercose, a principal zoonose
encontrada em estabelecimentos de abate (PINTO, 2014). Considerando as
indicações do artigo 196 do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal (RIISPOA), a destinação das carcaças bovinas com
tuberculose possui três alternativas de acordo com o grau de infecção: rejeição
parcial, em casos de lesões discretas; condenação total, em casos que apresentem
maior risco para a saúde pública; e esterilização pelo calor, para as condições
anatomopatológicas intermediárias (BRASIL, 1997). Sendo assim, o objetivo deste
trabalho foi realizar um levantamento de dados em um Matadouro-Frigorífico sob
Serviço de Inspeção Federal (SIF), situado na Zona da Mata mineira, entre os anos
de 2007 e 2010, permitindo averiguar prevalência da tuberculose bovina.
METODOLOGIA
O projeto foi desenvolvido em colaboração com um Matadouro-Frigorífico sob
SIF, situado na região da Zona da Mata mineira, o qual disponibilizou os dados para
o presente estudo. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva realizada através de um
levantamento epidemiológico de dados na referida instalação. Para isto, foram
utilizadas fichas relativas à movimentação anual de abate e de causas de apreensão
de carcaças bovinas como fontes de informação, referentes ao período compreendido
entre janeiro de 2007 a dezembro de 2010. Os dados foram analisados para
posteriormente serem calculadas as taxas de prevalência da tuberculose.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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No período analisado foram abatidos 91.689 bovinos. Deste total, 903 bovinos
foram constatados com tuberculose, de acordo com os achados macroscópicos do
SIF, registrando-se, portanto, uma prevalência total de 0,9%. Entretanto existiram
variações nos índices de prevalência entre os anos, que foram de 0,8% em 2007,
1,4% em 2008, 0,6% em 2009 e 0,7% em 2010. A prevalência geral encontrada para
a Zona da Mata mineira pelo presente estudo, foi inferior a prevalência nacional no
período de 1989 a 1998, quando foi observada uma média de 1,3% animais reagentes
à prova da tuberculinização, segundo dados oficiais do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2006). Contudo, corroborando com os resultados
apresentados, Baptista et al. (2004) e Belchior (2000) encontraram prevalência de
0,8% de tuberculose bovina no estado de Minas Gerais, para os períodos de 1993 a
1997 e 1999, respectivamente. No entanto, diferentes regiões do estado,
apresentaram prevalências distintas, sendo que o Sudoeste apresentou a maior taxa,
1,7%, também no período entre 1993 e 1997 (BAPTISTA et al., 2004). Já para o
estado de Goiás, para a mesma época, a prevalência foi de 0,4%, inferior a desta
pesquisa, o que pode ser justificado pela maior aptidão leiteira do rebanho bovino de
Minas Gerais (BAPTISTA et al., 2004). Ainda, a partir de 2001, iniciou-se uma nova
fase no controle e erradicação da tuberculose no Brasil, com o lançamento oficial do
Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCETB),
o que provavelmente possa ter contribuído para a redução do número de animais
infectados observado ao longo dos anos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo permitiu conhecer a prevalência total de tuberculose bovina
na Zona da Mata mineira, e observou-se que durante o período estudado houve
decréscimo na prevalência. Porém, o ano de 2008 apresentou um aumento súbito no
número de casos. Sendo assim, deve-se ressaltar a importância desta zoonose, tanto
do ponto de vista médico veterinário quanto de saúde pública, para que as autoridades
sanitárias locais não deixem que tal problema passe despercebido, e assim seja
seguido o PNCEBT, uma vez que existe certa dificuldade de aplicação das medidas
de erradicação. Além disso, mostra-se necessário a inspeção post mortem por um
médico veterinário, etapa de fundamental importância para que não seja colocada em
risco a saúde do consumidor.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, F., et al.Prevalência da tuberculose em bovinos abatidos em Minas
Gerais. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.56, p.577-580,
2004.
BELCHIOR, A.P.C. Prevalência, distribuição regional e fatores de risco da tuberculose
bovina em Minas Gerais. 2000. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
BRASIL. Manual Técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da
Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT. MAPA/SDA/DSA - MINISTÉRIO
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Brasília: Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2006.
CASTRO, K.G. Tuberculose Bovina. Vitória, 2008, 33p. Monografia/Especialização
Lato Sensu. Defesa e Vigilância Sanitária Animal – Instituto Brasileiro de PósGraduação em Medicina Veterinária Quálittas – Universidade Castelo Branco.
MOREIRA, Z.A.M. Manual de Zoonoses. 1ª.ed. Região Sul, 2009.
O'REILLY, L.M.; DABORN, C.J. The epidemiology of Mycobacterium bovis infections
in animaIs and man: a review. Tubercle and Lung Disease, v.76, p.1-46, 1995.
PINTO, P.S.A. Inspeção e Higiene de Carnes. 2.ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2014.
389p.
RADOSTITS, O.M., et al. Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos,
ovinos, suínos e equinos. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO COLOSTRO E DA EFICIÊNCIA DE
COLOSTRAGEM EM BEZERRAS UTILIZANDO-SE O REFRATÔMETRO DE BRIX
Salvador Oliveira Sabino, Luan Emerick Faria– Graduandos em Medicina
Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Paulo Cesar Amorim e Amorim – Medico Veterinário -ESP – Professora da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Imunidade passiva, colostro, bezerros.
INTRODUÇÃO
As proteínas apresentam grande variação fisiológica na circulação sanguínea
dos bezerros nos primeiros meses de vida e isto se deve, principalmente, à variação
da concentração das gamaglobulinas. A concentração quase nula ao nascimento se
eleva ao término do primeiro dia de vida como consequência da absorção das
imunoglobulinas colostrais, caracterizando o sucesso do processo de transferência de
imunidade passiva (TIP).Concentrações séricas de proteínas superiores a 5,5 g/dL
sugerem sucesso na transferência de imunidade passiva enquanto resultados
inferiores a 5,0 g/dl indicam falha na obtenção da imunidade colostral (GASPARELLI,
2009). Para avaliar a qualidade do colostro e o sucesso na transferência da imunidade
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passiva pode-se utilizar o refratômetro de brix. É um método prático e barato que
requer equipamentos e procedimentos simples, aumentando assim a probabilidade
de seu uso emfazendas (QUIGLEY, 2013). O refratômetro de brix comumente é
utilizado para mensurar o teor de açúcares solúveis em sucos de frutas, vinho e
melaço. Quando utilizado em líquidos que não contem sacarose como o leite, por
exemplo, o resultado obtido apresenta uma alta correlação com o teor de sólidos
totais. Assim, na avaliação do colostro a porcentagem de brix pode ser correlacionada
com o teor de imunoglobulinas e um valor superior a 21% de brix sugere que o colostro
esta adequado para o fornecimento (> 50 mg/ ml Ig). Na avaliação da eficiência de
colostragem o teor de imunoglobulinas pode ser correlacionado com a concentração
de proteínas séricas até 48 horas após o nascimento.Valores superiores a 8,4% de
brix sugerem adequada transferência da imunidade passiva (QUIGLEY,1998).
Objetiva-se com esse trabalho realizar uma breve revisão bibliográfica sobre a
avaliação da qualidade do colostro e da eficiência da colostragem em bezerras
utilizando-se o refratômetro de brix.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo e Periódicos Capes,referente ao tema:
avaliação da qualidade do colostro e da eficiência da colostragem em bezerras
utilizando-se o refratômetro de brix.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A avaliação da transferência de imunidade passiva colostral deve ser feita
preferencialmente entre 24 e 48 horas de vida, pois é o período de concentração
máxima das imunoglobulinas maternas no soro sanguíneo de bezerros (FRANCISCO,
2010).A determinação da ocorrência ou não, de falha de transferência de imunidade
passiva neste período é importante do ponto de vista clínico, já que viabilizaria
imediata intervenção veterinária, visando minimizar os possíveis riscos de infecções.A
inadequada transferência de imunidade passiva (TIP) torna o neonato alvo fácil para
as infecções bacterianas e virais (FRANCISCO, 2010). A ocorrência de enfermidades
depende do balanço entre a imunidade passiva adquirida e o desafio antigênico
encontrado no ambiente.As variações nos valores séricos devem seravaliadas
levando-se em consideração o manejo ao quais os recém-nascidos serão ou foram
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submetidos, tais como as condições de higiene aonde permanecerão nos primeiros
dias de vida (se contaminado ou não) e se o colostro ingerido por esses neonatos são
oriundos de vacas nativas, os quais possivelmente proverão melhor qualidade
imunizadora.O risco de insucesso da TIP é reduzido nos bezerros de corte e tende a
ser maior nos bezerros leiteiros, porque as vacas leiteiras, e particularmente as da
raça Holandesa, podem produzir colostro com concentração reduzida de IgG (COSTA,
2008). Além disso, o manejo artificial de fornecimento do colostro, adotado na maioria
das granjas leiteiras é susceptível a erros contribuindo para a falha parcial ou total da
TIP (FRANCISCO, 2010). Quando os neonatos não conseguem absorver quantidades
suficientes de anticorpos colostrais, chegam a condição imune denominada falha na
transferência de imunidade passiva (FTIP). Existem pesquisas que apontam alto
índice de falha na transferência de imunidade passiva, demonstrando que, em alguns
rebanhos, estes valores chegam a 40% dos animais nascidos (PAIVA, 2006). A
qualidade do colostro fornecido é um fator determinante para saúde e sobrevivência
do bezerro neonato. Apesar da avaliação da qualidade do colostro utilizando o
colostrômetro ser bastante difundida, pesquisas tem mostrado que o refratômetro de
brix apresenta vantagens em relação ao tradicional colostrômetro, poisos resultados
não sofrem influência da temperatura do colostro durante a mensuração. Contudo a
principal vantagem desse aparelho é que ele pode ser utilizado tanto para avaliar a
qualidade do colostro quanto à eficiência da colostragem(QUIGLEY,2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os aspectos descritos é imprescindível a avaliação do colostro
por meio de equipamentos apropriados como o refratômetro de brix, descartando o
colostro de baixa qualidade. A avaliação na transferência da imunidade passiva (TIP)
também é essencial para corrigir falhas no processo de colostragem e a utilização do
refratômetro de brix tem se mostrado uma alternativa viável e eficiente neste processo.
REFERÊNCIAS
COSTA,M.C., et al. Transferência de imunidade passiva em bezerros das raças nelore
e limousin e proteinograma sérico nos primeiros quatro meses de vida, Pesquisa
veterinária brasileira vol. 28 n 9 pag. 410-416 ano 2008
FEITOSA, F.L.F., et al. Índices de falha de transferência de imunidade passiva (ftip)
em bezerros holandeses e nelores, às 24 e 48 horas de vida: valores de proteína total,
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de gamaglobulina, de imunoglobulina g e da atividade sérica de
gamaglutamiltransferase, para o diagnostico de ftip. Pesquisa veterinária brasileira
vol.30n.8, pag.696-704, ano 2010
FEITOSA, F.L.F., et al. Comparação do proteinograma e da atividade da
gamaglutamiltransferase no soro sanguíneo de bezerros e de cabritos após ingestão
de colostro. Ars veterinária, vol.22, n.1, pag. 016-021 ano 2006
GASPARELLI, E.R.F., et al. Teores séricos de proteína total, imunoglobulina g e
cortisol em bezerros nelore, ao nascimento a às 24 horas de vida: influenci do tipo e
da duração dos partos. Ars veterinaria v.25, n.3, pag 120-124, ano 2009
PAIVA, F.A., et al. Efeito do manejo de fornecimento de colostro na imunidade passiva,
cortisol e metabólitos plasmáticos de bezerros holandeses. Arquivo Brasileiro
Medicina Veterinária e Zootecnia. vol.58 no.5 ano 2006.
QUIGLEY, J. D., et al.. Evaluation of the brix refractometer to estimate immunoglobulin
g concentration in bovine colostrum. Provimi north america, brookville, volume 96,
issue2 pages 1148-1155 ano 2013
AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA PARA DIAGNÓSTICO DE INFERTILIDADE E
SUBFERTILIDADE EM TOUROS
Taiane Miranda Portes, Kenia Martins Assis, Nathally Nayara de Freitas Ribeiro
Contarini, Beatriz Mônica Costa Pereira - Graduandas em Medicina Veterinária Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em
Medicina Veterinária UFV
Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Fertilidade; Reprodução; Touros; Bovinos.
INTRODUÇÃO
A predição da fertilidade de um touro é extremamente importante na criação de
bovinos, uma vez que, a reprodução está correlacionada à lucratividade da atividade.
Tanto nos sistemas de produção de carne quanto nos de leite, a fertilidade é, sem
sombra de dúvidas, uma das mais importantes características de produção a ser
considerada (BARBOSA et al., 2005). Portanto, a aplicação do exame para aptidão
reprodutiva em touros torna-se essencial para aumentar a produtividade e
consequentemente o lucro. O exame andrológico completo é capaz de predizer o
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potencial reprodutivo de um animal, possibilitando a exclusão de touros inférteis ou
subférteis da atividade reprodutiva (FONSECA, 2009). O conhecimento da baixa
fertilidade é mais importante do que o da esterilidade, já que o reprodutor infértil é
facilmente identificado, porém, muitas vezes há falhas na determinação daquele que
possui fertilidade reduzida acarretando poderá comprometer por longo período, a
produção de carne e leite quando não diagnosticada em tempo hábil (SILVA et al.,
1993).
METOLOGIA
O presente trabalho foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual
foram abordados os impactos e as causas da subfertilidade em touros com base em
artigos pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos
Capes
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A fertilidade pode ser definida como a capacidade de gerar filhos normais, o
que é essencial para o progresso genético e a alta produtividade animal. Alta
fertilidade é a capacidade de um touro em contato com 30 a 50 fêmeas durante 45
dias, fecundar 80-85% dos animais nos primeiros 21 dias (GALLOWAY, 1979).
Problemas de fertilidade em touros são frequentemente diagnosticados, em
consequência de inúmeros fatores que podem interferir na eficiência reprodutiva de
um macho, e estão relacionados à alimentação, ambiente, manejo, temperatura
ambiente ou de cunho genético (VALE FILHO, 2001). Um touro com aparência
saudável pode ter problemas de fertilidade e não ser identificado durante uma estação
reprodutiva, e ao final deste período ser detectado um grande número de vacas não
gestantes. Em sistemas extensivos de criação, a utilização de touros subférteis é um
problema considerável, uma vez que os touros são introduzidos em grandes rebanhos
de fêmeas e permanecem por períodos relativamente longos (FONSECA, 2009). Uma
fêmea infértil pode significar a perda de um bezerro por ano, enquanto 25 a 50
bezerros/ano/touro, dependendo da relação touro/vaca, podem ser deixados de
produzir quando é utilizado um macho com problemas reprodutivos (DODE, 1998). O
conhecimento do potencial reprodutivo e genético de um touro a campo, muitas vezes
pode ser dificultado por problemas de manejo, nutrição, idade, ou inerentes às fêmeas
cobertas. Desta forma, a determinação do potencial reprodutivo por meio da avaliação
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andrológica, é indispensável para escolha do reprodutor. Com a execução do exame
andrológico completo podem ser detectadas anormalidades em um ou mais dos
órgãos genitais, alterações inflamatórias nos diversos órgãos, problemas físicos ou
qualidade espermática inferior, bem como distúrbios na libido e na habilidade de
cópula. Quaisquer destas alterações levam tanto à redução da capacidade ou a
incapacidade reprodutiva, caracterizando quadros de subfertilidade e, até mesmo,
esterilidade (CBRA, 2013). A baixa eficiência reprodutiva é consequência de falha na
produção espermática, na viabilidade e capacidade fertilizante dos espermatozóides
ejaculados ou no interesse sexual e habilidade de praticar a cobertura. No Brasil, as
pesquisas relacionadas ao diagnóstico da subfertilidade e infertilidade em touros se
iniciaram em 1979 com Vale Filho e colaboradores. O estudo concluiu que 53,34% de
628 touros que serviam como reprodutores em diversos rebanhos, em nove Estados
do Brasil, apresentaram baixa fertilidade ou infertilidade. No estado de São Paulo,
onde foram avaliados 116 mestiços zebu-taurinos criados em regime extensivo,
45,69% foram considerados com baixa fertilidade. E ainda, de 344 doadores de sêmen
em central de inseminação, foram encontrados problemas reprodutivos em 55,84%
desses animais de elite. Dentre os motivos de descarte de touros inférteis ou
subférteis, destacam a degeneração e hipoplasia testicular, espermatogênese
imperfeita, criptorquidismo, maturidade sexual retardada ou imaturidade sexual e
deficiência neuroendócrina (VALE FILHO et al., 1979).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os exames clínicos, sanitários e andrológicos são imprescindíveis para que
touros sejam usados como reprodutores. A fertilidade de reprodutores deve ser
avaliada pelos exames para determinar aqueles aptos à reprodução, sem patologias,
visando minimizar danos econômicos, que podem ser grandes devido à presença de
machos inférteis ou com fertilidade reduzida em propriedades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, R.T.; MACHADO, R.; BERGAMASCHI, M.A.C.M. A importância do exame
andrológico em bovinos. Circular Técnica. São Carlos, SP, p.1-13, 2005.
Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA). Manual para exame andrológico
e avaliação de sêmen animal, 3ª edição, Belo Horizonte, 2013, 104p.
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DODE, A. N. A importância do exame andrológico na avaliação de touros.
Disponível em: http://www.radiobras.gov.br/ct/artigos/1998/artigo060398.htm. Acesso
em: 20.jul.2015.
FONSECA, V. O. Avaliação reprodutiva de touros para monta a campo: análise crítica.
Revista Brasileira de Reprodução Animal Suplemento, Belo Horizonte, n.6, p.3641, 2009.
GALLOWAY, O.B. Fatores Que afetam a fertilidade bovina. Belo Horizonte, Colégio
Brasileiro de Reprodução Animal, p.209-256, 1979.
SILVA, A. E. D. F.; DODE, M. A. N.; UNANIAN, M. M. Capacidade reprodutiva do
touro de corte: funções, anormalidades e fatores que a influenciam. Campo Grande:
EMBRAPA-CNPGC, 1993. 128p. (EMBRAPA-CNPGC. Documentos, 51).
VALE FILHO, V. R.; PINTO, P. A.; FONSECA, J.; SOARES, L. C. O. V. Patologia do
sêmen, diagnóstico andrológico e classificação de Bos taurus e Bos indicus
quanto a fertilidade, para uso como reprodutores, em condições de Brasil. De
um estudo de 1088 touros. São Paulo: Dow Química, 1979. 54p.
VALE FILHO, V.R. Subfertilidade em touros: parâmetros para avaliação andrológica e
conceituação geral. Cadernos Técnicos de veterinária e Zootecnia. Belo Horizonte,
MG, n.35, p.81-87, 2001.
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MASTITE BOVINA NO BRASIL
Wallace Costa Magalhães – Graduando em Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Leandro Araújo Silva – Médico Veterinário – Mestre em Imunoparasitologia.
Professor da Faculdade Vértice.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Mastite; Bovinos; leite.
INTRODUÇÃO
A mastite, inflamação da glândula mamária, determina perdas econômicas por
redução na produção de leite, gastos com medicamentos e assistência veterinária,
descarte de leite contaminado após tratamento e descarte de animais. O controle das
mastites, em grande parte, vem sendo feito por leigos, portanto os resultados de
tratamento não são, na maioria das vezes, satisfatórios. São tratadas apenas as
infecções do úbere clinicamente evoluídas, com antibióticos de amplo espectro, sem
conhecer-se a etiologia. As grandes distâncias e o pequeno número de laboratórios
de diagnóstico limitam ao mínimo o exame bacteriológico (KADIJAH, 2012). Devido à
grande importância da mastite, vários pesquisadores têm estudado diferentes
aspectos, tais como: incidência de casos clínicos; contagem de células somáticas e
redução da produção; descarte de vacas em virtude de mastite; prevalência,
incidência e frequência de casos clínicos e a influência das células somáticas na
qualidade do leite. No entanto, poucas pesquisas avaliam o impacto econômico da
mastite sob as condições de exploração predominantes no Brasil, o que realmente a
mastite causa gerando perdas econômicas nas grandes e pequenas fazendas. Nas
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literaturas que abordam o assunto, não há detalhamento em relação aos indicadores
técnicos e gerenciais adotados. Em vista dos aspectos apresentados, objetivou-se
com este trabalho realizar um breve levantamento bibliográfico sobre a situação da
mastite bovina no Brasil (BAR et al., 2008).
METODOLOGIA
Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Google Acadêmico,
Portal de pesquisa da Embrapa, artigos relacionados a mastite no Brasil. Para a
realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Mastite; Bovinos; leite.
Foram encontrados artigos relacionados ao tema e a partir destes, foram selecionados
para auxílio do mesmo, levando em consideração as perdas econômicas que a
mastite leva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a comparação dos resultados obtidos pelos artigos selecionados, foi
possível observar a escassez de trabalhos que forneçam dados sobre a importância
da prevenção da mastite no Brasil, principalmente no que tange às perdas
econômicas. Os valores de frequências médias anuais de mastite no Brasil acima de
7%, demonstram que as medidas preventivas demonstram excelente relação
custo/benefício na redução das perdas econômicas. (OLIVEIRA et al., 2006).
Resultados obtidos através de artigos relacionados, constataram que realmente há
uma perda significativa da produção; econômica e de valores, em fazendas onde o
rebanho apresenta alta prevalência de
mastite, principalmente relacionada ao
descarte de animais de alta produção (SILVA et al., 2008. Quando se fala de valores,
os resultados das perdas econômicas é significativo. As perdas por redução na
produção de leite são responsáveis por até 43,8% do impacto econômico, em virtude
do alto nível de mastite no Brasil. Os valores observados ainda estão abaixo de relatos
anteriores que afirmam que tais perdas podem chegar a 82% (SANTOS, FONSECA,
2007; COSTA et al., 2005). A desvalorização de matrizes acometidas por mastite
crônica, devido ao descarte involuntário, representou um grande impacto. A
desvalorização dos animais acometidos na fazenda é um item que prejudica o
pecuarista, uma vez que a cada animal descartado será necessário investimento do
proprietário para reposição (LOPES et al., 2009). A prevenção da mastite e o controle
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deve ser rigorosamente seguido para evitar que a doença de manifeste em todo e
rebanho gerando perdas ainda maiores (KADIJAH, 2012). O impacto total econômico
da mastite é de estrema preocupação (LOPES et al. 2008), que resulta em grandes
perdas caso medidas necessárias de tratamento e prevenção não sejam tomadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da importância, poucos estudos e dados podem ser encontrados sobre
as perdas econômicas que a mastite traz. As pesquisas disponíveis estudam
descartes dos animais, contagem de células somáticas, entre outros, mas não
revelam diretamente o que realmente a mastite causa na economia, como ela gera
perdas econômicas. Portanto são necessárias mais pesquisas relacionadas ao
assunto para que o real impacto seja mensurado e a prevenção das perdas
econômicas em função da mastite em bovina seja fator diferencial na pecuária
brasileira.
REFERÊNCIAS
BAR, D., et al.The cost of generic clinical mastitis in dairy cows as estimated by using
dynamic programming. Journal of Dairy Science, v.91, n.6, p.2205-2214, 2008.
OLIVEIRA, V.M.; CARNEIRO, A.V.; SILVA, M.R. benefícios de um programa de
controle de mastite bovina em condições brasileiras de criação. In: CONGRESSO
PANAMERICANO DE LEITE, 9., 2006, Juiz de Fora. Anais. Juiz de Fora: UFJF, 2006.
1 CD-ROM.
SANTOS, M.V.; FONSECA, L.F.L. Estratégias para controle de mastite e melhoria
da qualidade do leite. São Paulo: Manole, 2007.
COSTA, E.O.; GARINO JÚNIOR, F.; WATANABE, E.T. Proporção de ocorrência da
mastite v.4, n.3, p.10-13, 2005.
LOPES, M.A.; CARDOSO, M.G.; DEMEU, F. A. Influência de diferentes índices
zootécnicos na composição e evolução de rebanhos bovinos leiteiros. Ciência Animal
Brasileira, v.10, n.2, p.446-453, 2009a.
LOPES, M.A., et al. Resultados econômicos da atividade leiteira na região de Lavras
(MG) nos anos 2004 e 2005: um estudo multicasos. Arquivo Brasileiro de
Veterinária e Zootecnia, v.60, n.2, p.428-435, 2008.
SILVA, L.A.F., et al. Causas de descarte de vacas da raça holandesa confinadas em
uma população de 2.083 bovinos (2000–2003). Ciência Animal Brasileira, v.9, n.2,
p.383-389, 2008.
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KADIJAH S - EMBRAPA DE RONDÔNIA. Produtores rurais devem ficar atentos
ao controle da mastite bovina. 2012. Disponível em www.embrapa/mastite.com.br:
Acesso em: 02/setembro de 2015
SINCRONIZAÇÃO DO CICLO ESTRAL DE RECEPTORAS DE EMBRIÕES
BOVINOS PRODUZIDOS IN VITRO
Warley Escala da Silva, CaioTrevenzoli de Souza Roiz -Graduandos em Medicina
Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Jhonata Vieira Tavares do Nascimento Pereira – Médico Veterinário, Mestre em
Medicina Veterinária UFV
Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sincronização; Receptoras; TETF; Embriões
INTRODUÇÃO
Dentre as atividades agropecuárias que mais crescem em todo o mundo, a
bovinocultura tem uma elevada significância, sendo o Brasil um destaque com o
rebanho aproximado de 211 milhões de animais (IBGE, 2010). A pecuária nacional
também ganha notoriedade em evolução genética, tendo em vista à extensa
aplicabilidade das biotecnologias da reprodução de bovinos de corte e leite (VIEIRA,
2012). A multiplicação de um genótipo superior por meio da produção de embriões in
vivo e em maior escala com a produção in vitro de embriões (PIVE), resultou em maior
eficiência reprodutiva das fêmeas, possibilitando a produção de um maior número de
descendentes (OYUELA e JIMENEZ, 2010). Dados da Sociedade Brasileira de
Tecnologia de Embriões (SBTE) sobre a produção de embriões constatam que a PIVE
nacional em 2013 foi de aproximadamente 366 mil, o que supera amplamente os 50
mil embriões in vivo contabilizados neste mesmo ano. Adicionalmente, o Brasil está
hoje em evidência, produzindo 70% dos embriões produzidos in vitro em todo o mundo
(SBTE, 2015).
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METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado por meio de uma revisão bibliográfica no qual
foram abordados os métodos mais eficazes de sincronização de receptoras para
transferência de embriões em tempo fixo (TETF) com base em artigos pesquisados
nas plataformas de busca Scielo, Science Direct e Periódicos Capes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A PIVE tornou-se uma alternativa importante para a expansão genética na
espécie bovina com o desenvolvimento do método de aspiração folicular guiada por
ultrassom para recuperação de ovócitos de doadoras vivas. Além disso, a técnica
pode ser utilizada em animais jovens, gestantes, lactantes ou com problemas de
infertilidade adquiridos (BÓ et al., 2004). A PIVE envolve várias etapas que vão desde
a aspiração dos ovócitos, maturação, fecundação, cultivo in vitro e transferência dos
embriões, assim como a sincronização das receptoras (COSTA FILHO et al., 2013).
O sucesso de um programa de transferência de embriões está relacionado em vários
aspectos às receptoras de embriões, que serão responsáveis pelo estabelecimento e
manutenção da gestação. Dentre os fatores mais relevantes na escolha das
receptoras consideramos a avaliação ginecológica, a atividade cíclica da fêmea, idade
e a habilidade materna. Neste contexto, é fundamental a implementação de um
programa sanitário e nutricional e a escolha de um protocolo de sincronização
eficiente (CHAVES et al., 2014). Os protocolos de manipulação do ciclo estral foram
desenvolvidos com base no conhecimento profundo do controle endócrino do ciclo
estral bovino, permitindo um controle farmacológico eficiente em todas as suas fases
(BINELLI et al., 2006). Recentes protocolos foram elaborados para controlar as fases
luteínica e folicular, com a associação de diferentes hormônios, possibilitando
concentrar o período de ovulação de várias receptoras e com isso, instituir um
programa de transferência de embriões em tempo fixo (TETF) otimizando o
aproveitamento dos animais tratados sem a necessidade de detecção de estro
(BARUSELLI et al., 2000; BÓ et al., 2006). A otimização do uso das receptoras é um
fator importante para a relação custo-benefício do programa. A implantação de
protocolos eficientes para TETF podem resultarna sincronização de 85 a 90% dos
animais tratados e uma taxa de prenhez em torno de 40 a 50% (BÓ et al., 2006). A
sincronia entre o estádio de desenvolvimento embrionário e a preparação uterina da
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receptora é essencial para garantir bons resultados. Os embriões apresentam uma
variação no desenvolvimento, devendo respeitar um máximo de 24 horas de diferença
na sincronia, escolhendo assim a receptora mais apropriada para cada tipo de
embrião produzido (FILHO et al., 2012). Outros aspectos relevantes que influenciam
diretamente na taxa de prenhez em um programa de TE são a área do corpo lúteo
formado após ovulação da receptora e a qualidade do embrião transferido (CHAVES
et al., 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A otimização dos protocolos de sincronização das receptoras para TETF, são
uma alternativa para aumentar de modo significativo o número de animais envolvidos
em um programa de TE sem a necessidade de detecção de estro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARUSELLI, P.S., et al.Ovsynch protocol with fixed-time embryo transfer increasing
pregnancy rates in bovine recipients. Acta Scientiae Veterinariae, v.1, n.28, p.205,
2000.
BINELLI, M.; IBIAPINA, B.T.; BISINOTTO, R.S. Bases fisiológicas, farmacológicas e
endócrinas dos tratamentos de sincronização do crescimento folicular e da ovulação.
Acta Scientiae Veterinariae. v.34 (Supl 1), p.1-7, 2006.
BÓ G.A., et al. Manipulação hormonal do ciclo estral em doadoras e receptoras de
embrião bovino. Acta Scientiae Veterinariae, supl.32, p.1-22, 2004.
BÓ G.A., et al. Protocolos de transferência de embriões emtempo fixo para receptoras
de embriões bovinos. Acta Scientiae Veterinariae, Supl. 34, p.17-23, 2006.
CHAVES, D.F.; ALVES, M.J. Protocolo de receptoras de embriões: Índices de
aproveitamento de corpo lúteo e taxas de prenhez. NIP – Núcleo Interdisciplinar de
Pesquisas, p.1-2, 2014.
COSTA FILHO, L.C.C., et al. Fatores que interferem na eficiência reprodutiva de
receptoras de embrião bovino. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia, v.16,
n.2, p.201-208, 2013.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal/
IBGE. Censo Demográfico/ IBGE –PNAD / Conselho Nacional de Pecuária de Corte
(CNPC), 2010.
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FILHO, J.M.P.; OLIVEIRA, F.A.; TORRES, C.A.A. Produção de Embriões Bovinos in
vivo e in vitro. In:Anais... 83° Semana do Fazendeiro, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, p.1-2, 2012.
OYUELA, L.A.; JIMENEZ, C. Factores que afectam La tasa de preñes em programas
de transferencia de embriones. Revista de Medicina Veterinaria e Zootecnia, v.57,
p.191-200, 2010.
SBTE. Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões. Jornal O Embrião, n.55,
p.16-18, 2015.
VIEIRA, R. V., Biotécnicas aplicadas à reprodução bovina: Generalidades. Ciência
Animal, v.22, n.1, p. 55-65, 2012.
TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL CANINO – REVISÃO DA LITERATURA
Simone Guerra Guimarães, Theyllon Portugal Fonseca, Mhaique Henrique de
Paula, Willian Jacob Pereira, José Victor Matias de Souza, Rayssa Campos
Martins – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica – Mestre em
Ciências Farmacêuticas.
Rogério Carvalho Oliva – Médico Veterinário – Doutor em Medicina Veterinária –
Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE – TVT; Tumor Venéreo Transmissível; Células Redondas;
Neoplasia; Cães.
INTRODUÇÃO
O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é um tipo de tumor de células incluso
no grupo de células redondas que mais acomete a espécie canina e apresenta uma
predominância maior em animais jovens, errantes e sexualmente ativos, e sua
presença foi assinalada em todos os continentes, sendo sua prevalência em zonas de
clima tropical e subtropical (LIMA et al. 2011). Ocorre frequente na clínica veterinária
em todo o mundo, devido a sua fácil transmissão, com alta prevalência de animais
abandonados predominando nesses casos, cães sem raça definida (SRD) (BATISTA
et al., 2007). O TVT canino é uma neoplasia que se desenvolve primariamente na
genitália externa de cães, tanto no macho quanto na fêmea. É transmitido por
transplantação alogênica, ou seja, células tumorais viáveis são transferidas de um
animal para outro suscetível, acarretando no desenvolvimento do tumor (SANTOS &
ALESSI 2010). Portanto, o objetivo deste é realizar uma breve revisão da literatura
sobre o TVT canino.
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METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O TVT é uma neoplasia contagiosa de células redondas (SOUZA et al., 2013),
juntamente com os mastocitomas, carcinomas de células basais, linfomas e
histiocitomas (SILVA et al., 2007), que acomete cães de ambos os sexos. É
popularmente conhecido como tumor de “Sticker”, granuloma venéreo ou sarcoma
transmissível. Sabe-se que há uma maior ocorrência nos animais vadios com livre
acesso à rua (SOUZA et al., 2013). Nos cães uma das enfermidades de grande
relevância tem sido o TVT que é disseminado durante o coito ou por contato íntimo
(BIRCHARD & SHERDING 2013). É um dos tumores que mais acomete a espécie
canina, apresentando uma predominância maior em animais jovens, errantes e
sexualmente ativos (LIMA et al. 2011). A célula de origem provém do sistema
monócito-macrófago
(BIRCHARD
&
SHERDING,
2013).
O
tumor
venéreo
transmissível inicialmente é pequeno, hiperêmico, podendo apresentar edema e
hemorragia O TVT pode ser único ou múltiplo, com localização predominante na
genitália externa. Quanto à forma, pode ser pedunculado, verrucoso ou tipo couveflor, nodular, papilar ou multilobulado, com tamanho variando de 5 mm a 10 cm ou
mais, com presença de secreção serosanguinolenta e possível infecção bacteriana
secundária (LIMA et al., 2011; SOUZA et al., 2013). Diferente de outras neoplasias o
TVT pode ocorrer no mesmo animal por transferência para outras mucosas ou ainda
ser inoculada em diversos locais por lambedura, mordedura e arranhadura ou devido
à interação entre animais portadores e susceptíveis (BATISTA et al., 2007). O método
de diagnóstico para o TVT é baseado na anamnese, alterações clínicas e aspecto
macroscópico da lesão (SOUZA et al., 2013). É feito mais comumente pelo exame
físico onde se observa o tumor na genitália externa. Nos casos onde o tumor genital
não é observado e há suspeita em outras regiões do corpo, a impressão sobre lâmina
de microscopia (“imprint”) e a citologia aspirativa por agulha fina (CAAF) são
necessários, podendo também ser diagnosticado através de exame histopatológico
(LIMA et al,. 2011), faz-se necessária avaliação citológica vaginal colhida através de
swab (SOUZA et al., 2013). A eficácia da citologia para o diagnóstico de neoplasias
ou lesões inflamatórias é de 90%, dessa forma preparações citológicas obtidas por
aspiração com agulha fina ou por impressão das massas são excelentes métodos de
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diagnóstico do TVT. Para a realização do exame histológico, a biópsia é o método
diagnóstico mais seguro (BATISTA et al., 2007). Ainda segundo Batista et al., 2007, o
tratamento feito com utilização da quimioterapia é considerado o mais efetivo. A
vincristina administrada uma vez por semana é extremamente eficaz, tem baixo
potencial de toxicidade e custo satisfatório. Deve ser administrada por mais duas
vezes após o desaparecimento do tumor. A duração total do tratamento costuma ser
de quatro a seis semanas. Ocorre remissão completa em mais de 90% dos cães
tratados com vincristina e em geral eles ficam livres da doença. O TVT responde a
outras formas de tratamento, tais como cirurgia, radioterapia, crioterapia. O
prognóstico é favorável, exceto para os que apresentam metástases ou resistência à
quimioterapia (LIMA et al., 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O TVT é uma neoplasia contagiosa, sendo considerada a neoplasia mais
frequente da genitália externa dos cães, mais explicado pelo fato da facilidade de
transmissão através do coito, lambedura e até mesmo pelo ato de cheirar os próprios
órgãos afetados ou de outros animais. O TVT apresenta prognóstico bom, pois os
quimioterápicos utilizados no tratamento do tumor proporcionam a cura na maioria dos
casos.
REFERÊNCIAS
BATISTA, J. S., et al.Tumor Venéreo Transmissível Canino com Localização Intraocular e Metástase no Baço. Acta Veterinaria Brasílica, São Paulo, v.1, n.1, p.45-48,
2007.
BIRCHARD, S. J; SHERDING, R. G. Manual Saunder de clinica de pequenos
animais. 3. Ed.. São Paulo: Roca, 2013.
LIMA, E.R., et al.Frequência, Aspectos Clínicos, Diagnóstico e Tratamento de Tumor
Venéreo Transmissível (TVT) em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFRPE.
Medicina Veterinária, Recife, v.5, n.1, p.24-29, jan/mar, 2011.
SANTOS, Renato de Lima; ALESSI, Antonio Carlos. Patologia Veterinária. São
Paulo: Roca, 2010.
SILVA, M. C. V., et al. Avaliação Epidemiológica, Diagnóstica E Terapêutica Do Tumor
Venéreo Transmissível (Tvt) Na População Canina Atendida No Hospital Veterinário
Da Ufersa. Acta Veterinaria Brasílica, São Paulo, v.1, n.1, p.28-32, 2007.
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SOUSA, E. F.; FIUZA, R. F.; OLIVEIRA, D. M.; LEITE, A. K. R. M. Diagnóstico de
Tumor Venéro Transmissível em Cadela Atendida no Hovet de Sobral, Ceará. Revista
Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, São Paulo, Ano XI – Número 21 –
Julho de 2013.
DISPLASIA COXOFEMORAL EM CÃES
Mhaique Henrique de Paula, Simone Guerra Magalhães, Theyllon Portugal
Fonseca, Willian Jacob Pereira - Discentes do curso de Medicina Veterinária da
UNIVÉRTIX
Mayara Cristini Ferreira de Aguiar - Mestre em Ciências Veterinárias,
Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: displasia coxofemoral, doenças ortopédicas em cães, doença
articular degenerativa.
INTRODUÇÃO
A displasia coxofemoral (DCF) é a mais comum alteração articular na espécie
canina, sendo frequente o acometimento bilateral, sem predisposição sexual
(MADSEN, 1997; FRIES E REMEDIOS, 1995). Esta doença acomete principalmente
as raças de médio e grande porte (ETTINGER E FELDMAN, 2004; KEALY E
MACALLISTER, 2005). Apesar de inúmeras pesquisas científicas e incentivo aos
programas de acasalamento controlado, a doença continua a exercer um grande
impacto financeiro e emocional em proprietários e criadores (FRIES E REMEDIOS,
1995). Deste modo, objetivou-se com este trabalho fazer uma revisão de literatura a
respeito do tema proposto.
METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão sobre o assunto no mês de Agosto de 2015, com o
objetivo de obter informações para a elaboração do trabalho. A consulta foi realizada
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em diversos bancos de dados, por meio de artigos científicos de relevância na área.
Para a pesquisa, foram utilizados termos referentes à área de doenças ortopédicas, e
as palavras-chave utilizadas foram: displasia coxofemoral, doenças ortopédicas em
cães, doença articular degenerativa. A pesquisa resultou em um total de 587 artigos,
sendo 10 desses, selecionados para o desenvolvimento do trabalho. A abordagem
desse assunto nos proporciona maior conhecimento, tornando possível o diagnóstico
e implantação de procedimentos corretivos para tal doença.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A DCF caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal da cabeça do fêmur e o
acetábulo (THRALL, 2010). A etiologia da doença é multifatorial, havendo importante
influência genética, ambiental e nutricional (CARNEIRO et al., 2006). Raças como
Bulldog Inglês, Pastor Alemão, Fila Brasileiro, são as mais acometidas (LAFOUND et
al., 2002, ORTHOPEDIC..., 2015), manifestando-se por meio da combinação entre o
genótipo do indivíduo e fatores ambientais aos quais ele foi exposto durante sua fase
de desenvolvimento. Em um estudo realizado em collies, 76% dos animais
examinados manifestaram a DCF, incluindo esta raça entre os cães mais acometidos
(BETTINI et al., 2007). A expressão gênica é traduzida em frouxidão da articulação
coxofemoral e incongruência desta, desencadeando alterações biomecânicas que,
por sua vez, culminam na doença articular degenerativa (RISLER et al., 2009). Os
animais doentes podem apresentar claudicação uni ou bilateral, dorso arqueado, peso
corporal deslocado em direção aos membros anteriores, rotação lateral desses
membros e andar bamboleante (BRASS, 1989). O diagnóstico clínico é baseado em
anamnese, sinais clínicos, avaliação do modo de andar e palpação da articulação
coxofemoral (SCHULZ, 2007). O diagnóstico definitivo é realizado por meio do exame
radiográfico convencional da articulação coxofemoral, no qual é avaliada a integridade
articular, a presença de sinais de osteoartrose e alterações no ângulo de Norberg
(BRINKER et al., 1999; SOUZA et al., 2003; NOGUEIRA et al., 2005). A avaliação
utilizando-se a técnica de distração dos membros consiste em separar, através de um
dispositivo, as superfícies articulares, a fim de se determinar o índice de distração das
articulações coxofemorais (SMITH et al., 1990), e tem sido considerada uma
ferramenta importante no diagnóstico precoce da lassidão articular em cães (ROCHA
e TORRES 2007). O tratamento é baseado no estágio da doença sendo
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principalmente paliativo. Em casos iniciais é indicado repouso e analgésicos por vários
dias. Em condições subsequentes, com dor considerável, repouso com restrição de
atividade que impõe esforço da articulação, e analgésicos podem ser adequados. Em
casos mais avançados há a indicação cirúrgica (ETTINGER, 2014), sendo os
principais procedimentos utilizados para o tratamento dessa alteração a osteotomia
pélvica tríplice, osteotomia intertrocantérica, excisão artroplástica de cabeça e colo
femorais e a prótese total da articulação (FOSSUM et al., 1997). O controle definitivo
da DCF em populações de cães tem sido feito pela seleção genética de acordo com
radiografias normais dos quadris (ORTHOPEDIC..., 2015), com cruzamento manejado
desses indivíduos (FRIES E REMEDIOS, 1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização da revisão de literatura é possível perceber que a DCF é uma
doença multifatorial que implica no desconforto para o animal, além de prejuízo
econômico associado ao tratamento e ao prognóstico.
REFERÊNCIAS
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doenças do cão e do gato. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 2156p.
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doenças do cão e do gato. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
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5
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Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
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UTILIZAÇÃO DA ECG EM PROTOCOLOS DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM
TEMPO FIXO (IATF) EM BOVINOS
João Nero Silveira de Paula e Ronielly Augusto de Freitas - Acadêmicos de
Medicina Veterinária- Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vívian Rachel de Araújo Mendes - Mestre em Medicina Veterinária – Professora
do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
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PALAVRAS-CHAVE: IATF; inseminação; hormônio, vacas.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país potencial na criação de bovinos, nos segmentos destinados
a produção de leite e corte, cujo rebanho soma aproximadamente 211 milhões de
animais (SEPEA, 2012). Visando a otimização da produção desses dois ramos do
agronegócio, diversos pesquisadores buscam meios de melhorar a eficiência
reprodutiva desses animais. Uma das ferramentas utilizadas é a Inseminação Artificial
em Tempo Fixo (IATF), que sincroniza o momento da inseminação por meio de
hormônios e assim permite melhores resultados nos índices zootécnicos dos animais.
Dentre os hormônios utilizados destaca-se a gonadotrofina coriônica equina (eCG),
produzida nos cálices endometriais durante a fase inicial de gestação em éguas, que
é um fármaco de meia vida longa, atuando como adjuvante de crescimento folicular
com ação semelhante ao hormônio folículo estimulante (FSH) e também função de
hormônio luteinizante (LH) (BARUSELLI et al., 2004). Dessa forma, o objetivo deste
trabalho é a realização de um levantamento bibliográfico que revele as vantagens da
utilização da eCG na IATF em gado de leite e corte.
METODOLOGIA
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Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A IATF tem como objetivo a sincronização da ovulação das fêmeas, fazendo
com que seja possível a inseminação de um maior número de animais dentro de um
mesmo período de tempo, além de concentrar o retorno ao estro em fêmeas não
gestantes após a primeira inseminação artificial (BARUSELLI et al., 2004). Esta
biotécnica também reduz o período de serviço e intervalo de partos, aumentando a
produção de bezerros, que nascem em uma estação de parição concentrada em
épocas mais desejáveis e favoráveis ao produtor (BARTOLOMEU et al., 2003). A
administração de eCG estimula o crescimento folicular e ovulação por possui ação
similar às gonadotrofinas FSH e LH. Devido à esta atividade, a eCG quando
administrada no fase de divergência folicular, é capaz de aumentar a taxa de
crescimento folicular que pode culminar na ovulação de um folículo com maior
diâmetro e consequentemente a formação de um CL capaz de secretar maior
concentração de P4, favorecendo maiores taxas de concepção (BARUSELLI et al.,
2003). Pesquisas indicam um efeito positivo do uso de eCG em rebanhos com baixa
ciclicidade, animais com condição corporal comprometida (≤ 2,5, em uma escala de 1
a 5) e vacas recém-paridas (período pós-parto inferior a 60 dias) (BARUSELLI et al.,
2004).
CONSIDERAÇÕES
A utilização da IATF visa otimizar a eficiência reprodutiva e contribuir para a
melhora do desempenho produtivo e da lucratividade dos rebanhos bovinos de leite e
corte. A utilização da eCG permite maximizar o desempenho reprodutivo na IATF,
aumentando as taxas de prenhez, especialmente em rebanhos com baixa ciclicidade,
baixo escore corporal e recém-paridos.
REFERÊNCIAS
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BARTOLOMEU, C.C. et al. Inseminação artificial em tempo fixo de vacas leiteiras
mestiças Holando-Zebu no pós-parto com emprego de CIDR reutilizado. Revista
Brasileira de Reprodução Animal, v.27, n.3, p.426-427, 2003.
BARUSELLI, P.S. et al. Effect of eCG on pregnancy rates of lactating zebu beef cows
treated with CIDR-B devices for timed artificial insemination. Theriogenology, v.59,
n.1, p.214, 2003.
BARUSELLI, P.S. et al. The use of hormonal treatments to improve reproductive
performance of anestrous beef cattle in tropical climates. Animal Reproduction
Science, v.82-83, p.479-486, 2004.
SEPEA (Secretaria de estado de agricultura, pecuária e abastecimento). Disponível
em: http://www.agricultura.mg.gov.br/images/files/perfil/perfil_brasil1.pdf. Acesso em:
8set. 2014.
DIAGNOSTICO COM BASE NA SOROLOGIA DE IMUNOGLOBULINAS
REAGENTES Anaplasma marginalee E Basesia bovis.
Janine Cavalcante do Carmo- Graduanda em Medicina Veterinária- Faculdade
Vértice- UNIVÉRTIX
Leandro Silva de Araújo- Graduado e Doutorando em Medicina VeterinariaProfessor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
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INTRODUÇÃO
A anaplasmose e babesiose são patologias clinica e epidemiologicamente
semelhantes, responsáveis por perdas econômicas significativas para a indústria
pecuária mundial devido à mortalidade, redução do peso e da produção de leite e
custos com tratamentos (KOCAN et al. 2003). A anaplasmose é causada pela bactéria
Anaplasma marginalee a babesiose pelos protozoários Babesia bovis e/ou Babesia
bigemina, sendo hemoparasitas obrigatórios. Os estudos de prevalência destes
hemoparasitos são importantes para a determinação da situação epidemiológica em
uma região, indicando uma situação de instabilidade ou de estabilidade endêmica e,
consequentemente, se há ou não a necessidade de adoção de medidas preventivas
(MADRUGA et al. 2000). Os testes sorológicos são importantes na realização de
estudos epidemiológicos.
Há varias técnicas descritas para diagnóstico de A.
marginale e B. bovisdentre elas o teste de aglutinação em cartão (AMERAUT & ROBY
1968), imunofluorescência, fixação de complemento (GONZALEZ et al. 1978),
radioimunoensaio (SCHUNTNER & LEATCH, 1988),ensaio de imunoadsorção
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enzimática (ELISA) (THOEN et al. 1980) e reações em cadeia da polimerase (PCR,
tal como PCR aninhado, a PCR em multiplex, PCR em tempo real) (COURTNEY et
al., 2004, CARELLI et al., 2007). O objetivo desse estudo é demonstrar os testes
sorológicos mais eficazes na detecção de anticorpos contra A. marginale e B. bovis.
METODOLOGIA
Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct, Portal de
Pesquisa da BVS, artigos relacionados ao diagnóstico de anaplasmose e babesiose.
Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: diagnósticos,
babesiose, anaplasmose, sorologia e kit sorológico. 120 artigos estavam relacionados
ao tema desta pesquisa e a partir destes, 15foram selecionados levando em
consideração os que apresentavam formas de diagnóstico por sorologias das
patogenias em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao se analisar artigos relacionados com os métodos de diagnóstico para
detecção de infecção por Babesia sp. e Anaplasma sp., os testes mais utilizados são
o de PCRe o de ELISA. O PCR em tempo real é 1000 vezes mais sensível quando
em contato com DNA plasmidial do agente. No entanto o custo de uma reação de
PCR em tempo real com base em sondas de hidrólise é de aproximadamente 25%
caro no Brasil (BACANELLI et al. 2014). Um atributo importante ao teste de ELISA é
a facilidade com que ele pode ser usado com os antígenos recombinantes. Isto é
especialmente importante para aquelas doenças parasitária para as quais o antígeno
de diagnóstico não pode ser produzido em cultura de células além da vantagem da
automação na leitura, permitindo a análise de um maior número de soros (KNOWLES
et al. 1995).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O diagnóstico para babesiose e anaplasmose é um fator de alta
relevância para epidemiologia no Brasil, já que envolve em questões
econômicas. Os testes apresentados no trabalho são os mais utilizados para
tais finalidades, pois além de serem viáveis economicamente oferecem rápido
resultado. Uma propriedade em questão no teste de ELISA, que o difere e o
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torna mais importante dos demais é a sensibilidade oferecida para
reconhecimento de antígenos imunodefinidos.
REFERÊNCIAS
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MELO, E. S.P. et al . ELISA com MSP5 recombinante truncada para detecção de
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SCHUNTNER C.A. & LEATCH G. 1988. Radioimmunoassay for Anaplasma marginale
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Brazil. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro , v. 33, n. 9, p. 1057-1061, Sept. 2013 .
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THOEN C.O. et al. Enzymelinked immunosorbent assay for detecting antibodies in
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1980.
.
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GT 06 – CIÊNCIAS
SOCIAIS E
APLICADAS
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RESUMOS
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IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE CARREIRA: ESTUDO DE CASO EM UMA
COOPERATIVA DE CRÉDITO DA REGIÃO DA ZONA DA MATA MINEIRA.
Lorrany Cunha Teixeira – Graduanda em Administração. Faculdade VérticeUNIVÈRTIX.
Clésio Gomes de Jesus – Bacharel em Administração. Especialista em
Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor UNIVÉRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Pessoas; Plano de Carreira; Desempenho
Profissional.
INTRODUÇÃO
O plano de carreira é a sucessão de cargos que um colaborador desenvolve
dentro da empresa, definindo sua trajetória na organização. É fundamental conhecer
quais caminhos trilhar, quais habilidades desenvolver e buscar novas qualificações,
evitando até mesmo o desperdício de tempo, energia, e conhecimento, que aplicados
de forma errada não apresentarão os resultados esperados, pois o profissional de
antes que era submisso e disciplinar, passa a se tornar um profissional inovador e
diligente. (BENEDET, 2004). Com todas as mudanças ocorridas tanto no cenário
político, social, econômico e ambiental, a ideia dos colaboradores de planejarem suas
próprias carreiras e das empresas de implantarem o plano de carreira, tem sido de
grande importância, pois as organizações buscam por pessoas que agreguem valor a
empresa, que façam com que a empresa cresça e se torne mais reconhecida no
mercado, dessa forma alcançando suas metas. (BULGACOV, 2006). Quando as
escolhas do empregado ao buscar seus ideais e as escolhas da empresa ao oferecer
as oportunidades se interagem é que começam a se desenvolverem as carreiras
dentro da organização, e com esse planejamento e desenvolvimento de carreira é
possível que se avalie a capacidade de maturidade, adaptação e o desempenho de
um profissional. Com o cenário atual da economia brasileira, fazer plano de carreira
dentro da empresa parece um desperdício, mas justamente é em meio a esse cenário
que as empresas tendem a pensar a longo prazo e em como o plano de carreira é de
grande importância, pois uma organização que pensa a longo prazo, leva em
consideração o futuro de seus colaboradores dentro da organização, o que eles
poderão oferecer de bom para a empresa, usando o plano de carreira até mesmo
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como uma ferramenta motivacional, onde alcançando as metas estabelecidas e tempo
dentro da empresa, o colaborador logo subirá de cargo, e os próprios colaboradores
planejam suas ambições futuras.(CARVALHO, 2004; NASCIMENTO, 2004) . A
questão eixo que norteará este estudo será: Os objetivos esperados pelas gerências
com a implantação do plano de carreira estão sendo alcançados? Sendo assim, os
objetivos propostos deste estudo serão: mostrar a importância do plano de carreira;
identificar as vantagens, do uso do plano de carreira como ferramenta de motivação;
conhecer a percepção dos colaboradores sobre o plano de carreiras implantado na
empresa.
A presente pesquisa apresenta grande importância, pois, diante das
mudanças que ocorrem no cenário empresarial, a implantação do plano de carreira, é
uma ferramenta que tem sido utilizada de forma a facilitar o crescimento profissional,
como nos afirma Bulgacov (2006):
Atualmente, torna-se cada vez mais importante conhecer e implementar possíveis
concepções de planos de carreira, para melhor harmonizar as relações de trabalho
entre os ocupantes do cargo, além de facilitar visualização do futuro profissional dos
participantes da organização. Quando uma empresa possui um planejamento de
carreiras coerente com sua realidade, permite condições que levam as pessoas a
se motivarem, pois, conseguem perceber quais são as chances de crescimento
dentro da carreira.
METODOLOGIA
A proposta para elaboração deste estudo quanto ao tipo é exploratória que
segundo Gil (2010, p. 35) “Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir
hipóteses. ” Quanto à técnica esta pesquisa é um estudo de caso, Segundo Araújo et
al. (2008, p. 1)
“O estudo de caso trata-se de uma abordagem metodológica de investigação
especialmente adequada quando procuramos compreender, explorar ou descrever
acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão simultaneamente
envolvidos diversos fatores.”
A unidade de análise será a Cooperativa de Crédito da Zona da Mata Mineira, tendo
sua constituição no dia 25 de fevereiro de 1991, tendo o início de suas atividades no
dia 02 de julho de 1992, junto ao Banco Central do Brasil com apenas 06
colaboradores. Atualmente a Cooperativa de Crédito é o maior sistema financeiro
cooperativo do país com mais de 2,9 milhões de associados, 2,2 mil pontos de
atendimento, distribuídos em 25 estados e no Distrito Federal. É composto por
cooperativas financeiras e empresas de apoio, que em conjunto oferecem aos
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associados serviços de conta corrente, crédito, investimento, cartões, previdência,
consórcio, seguros, cobrança bancária, dentre outros. A coleta dos dados será feita
através de questionário e os resultados serão analisados de forma quantitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente estudo está em fase de elaboração os dados serão coletados em
setembro de 2015.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Cidália et al. Estudo de Caso. Métodos de Investigação em Educação.
Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2008. Disponível em
http://grupo4te.com.sapo.pt/estudo_caso.pdf . Acesso em: 02 de jul. 2015
BENEDET, Roberta. O Papel do Planejamento de Carreira no mercado atual.
Florianópolis 2004. F.97. Categoria Monografia. Universidade federal de Santa
Catarina.
BULGACOV, Sergio. Manual de Gestão Empresarial. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
CARVALHO, Antônio Viera de, NASCIMENTO, Luiz Paulo. Administração de
RECURSOS HUMANOS. 1. Ed. São Paulo: PIONEIRA Thomson Learning, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed.- São Paulo: Atlas,
2010.
GUERRA, Vanna Badhia Adaime. Importância do planejamento individual de
carreira para os funcionários do Banco do Brasil e o papel do novo programa
ascensão profissional (PAP) neste processo. Porto Alegre, F. 62. Categoria
Monografia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
MILKOVICH, George T., BOUDREAU, John W. , Administração de recursos
Humanos. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
QUEIROZ, Dayane C. Estratégias de Remuneração e plano de carreira: ferramentas
para desenvolvimento do colaborador e crescimento da organização. Revista das
Faculdades Santa Cruz, v.8. P 11, julho/dezembro. 2010.
PLANO DE CARREIRA. Londrina. V Congresso de Psicologia UNIFIL/II Congresso
Nacional de Psicologia. 2012.
A CONTABILIDADE COMO INSTRUMENTO EFICAZ DE GESTÃO: UM ESTUDO
DE CASO NA FUNDAÇÃO DE SAÚDE CRISTO REI.
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Diana Moreira Botelho – Graduanda em Ciências Contábeis. Faculdade Vértice UNIVÈRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Demonstrações Contábeis; Gestão; Terceiro Setor.
INTRODUÇÃO
O terceiro setor é composto por entidades sem fins lucrativos. Muitos não têm
conhecimento do seu significado e de sua importância para a sociedade, mas é
através dele que algumas pessoas no país são beneficiadas e conseguem alcançar
uma melhor qualidade de vida (ROCHA, 2003). É o setor composto por associações
e fundações que trabalham para gerar bens e serviços à sociedade. Nas entidades
sem fins lucrativos, o patrimônio é visto como social, sendo os gestores responsáveis
pela guarda e administração deste patrimônio, que, de uma forma geral pertence à
sociedade a quem se deve a prestação de contas, E tendo isso em vista são
necessárias demonstrações contábeis para expressar de que forma foram utilizados
os recursos entregues a aquela entidade. Os dados fornecidos pelas entidades para
elaboração das demonstrações contábeis, são fontes de informações (OLAK, 2010).
Contabilidade é a ciência que tem como objetivo, orientar, prestar informações,
controlar e contabilizar os fatos ocorridos em um patrimônio, empresa/entidade. De
fundamental importância, pois, tem a função de prestar informações necessárias ao
processo de tomada de decisões pelos administradores de uma entidade/empresa,
bem como pelos demais usuários da contabilidade (BARRETO, 2003). O estudo do
tema justifica-se pela observação feita de que o terceiro setor é bem amplo, e, que
poucos sabem realmente o seu significado. Como ele é composto e como é elaborada
a contabilidade, uma vez que, são entidades que não buscam obter lucro, mas que
precisam ter uma boa estrutura administrativa para gerir o seu patrimônio, a fim de
não comprometer a continuidade da entidade. Diante do exposto a questão eixo
indaga: Os administradores da Fundação de Saúde Cristo Rei utilizam as informações
fornecidas pelas demonstrações contábeis para planejamento de sua gestão? Os
objetivos propostos dessa pesquisa é conhecer como a contabilidade pode contribuir
para uma gestão eficaz através das informações fornecidas pelas demonstrações
contábeis e identificar se a entidade faz planejamentos utilizando as informações
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contábeis. Torna-se relevante o aprofundamento deste estudo para demonstrar o
importante papel que a contabilidade tem em auxiliar os gestores das entidades de
saúde a superarem os desafios encontrados em desenvolver uma gestão eficaz,
diante da escassez de recursos entre outros fatores. Pretende-se contribuir com este
estudo para que as entidades sem fins lucrativos possam agregar a contabilidade
como instrumento de gestão para facilitar diretamente a absorção de diversos
benefícios para a sociedade.
METODOLOGIA
Para Gil (1987, p.19), citado por Andrade (2010, p.109) pesquisa é o
“procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos”. A metodologia utilizada na pesquisa é a
exploratória. Que segundo Andrade (2010):
Tem a finalidade de proporcionar maiores informações sobre determinado
assunto: facilitar a delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou
formular as hipóteses de uma pesquisa ou descobrir novo tipo de enfoque
para o trabalho que se tem em mente.
A técnica da pesquisa é o estudo de caso, que para Prodanov e Freitas (2013, p.60):
“consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família,
um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de
acordo com o assunto da pesquisa”. A pesquisa será realizada na Fundação de Saúde
Cristo Rei, uma sociedade civil de direito privado, com sede em Matipó e foro na
Comarca de Abre Campo, Estado de Minas Gerais, fundada em 1º de abril de 1976.
São instituidores da Fundação os Senhores Alberone José de Paiva, João Mendes de
Magalhães e José Mendes de Magalhães, que, à época da instituição, fizeram a
doação de Cr$ 3.000,00 (três mil cruzeiros), possuindo atualmente 36 leitos ativos.
Dispõe de mecanismos de captação de recursos sendo eles divididos: 95% SUS, 9%
Convênios e 1% Particular. Utilizando Contabilidade feita por Terceiros. A pesquisa
terá uma abordagem qualitativa que para Prodanov e Freitas (2013, p.60):
Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos
dados. O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto de
estudo em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo.
Nesse caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas se
apresentam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador.
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Nessa pesquisa será feita a coleta documental, sendo esses documentos os
demonstrativos contábeis apresentados pela Fundação, e entrevista semiestruturada
com o gestor da Fundação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico.
10.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
BARRETO, Gualberto Alves. Manual do contador – Belo Horizonte: Ed. Líder. 2003.
OLAK, Paulo Arnaldo; NASCIMENTO, Diogo Toledo do. Contabilidade para
entidades sem fins lucrativos (terceiro setor). 3. Ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho
identifico: métodos e técnicas da pesquisa. 2. Ed.Rio Grande do Sul: Feevale,
2013
ROCHA, Sílvio Luís Ferreira da. Terceiro setor. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
A IMPORTÂNCIA DO GERENTE NA LIDERANÇA DAS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA
ZONA DA MATA-MG
Luciana Aparecida Santos Moreira Morais Graduanda em Administração.
Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.
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Clésio Gomes de Jesus – Bacharel em Administração. Especialista em
Empreendedorismo e Gestão Estratégica de Negócios. Professor UNIVÉRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Liderança; Gestão de Pessoas; Micro e Pequenas Empresas.
INTRODUÇÃO
Atualmente os lideres tem enfrentado vários desafios como: competitividade,
avanços tecnológicos, instabilidade econômica, mudança no ambiente organizacional
entre outros. Em meio a esse cenário a relação do líder com os liderados torna-se
importante para o desenvolvimento de suas atividades, pois são os colaboradores os
defensores e modeladores da cultura do desempenho organizacional. A liderança
maximiza as contribuições do pessoal e em uma empresa pequena lhe permitirá
competir mais eficazmente no mercado. Embora concorrentes maiores possam ter
uma vantagem devido aos recursos econômicos à sua disposição, eles não têm,
necessariamente, uma vantagem em seus métodos de liderança. Criando um
ambiente que inspire entusiasmo, o líder de uma pequena empresa pode obter o
melhor de seu pessoal e também oferecer uma forte persuasão aos empregados
prospectivos. LONGENECCKER (1997). Administração é assumir responsabilidade,
fazer acontecer, liderar é influenciar, guiar na direção. Para ele, o líder opera sobre os
recursos
emocionais
e
espirituais
da
organização,
sobre
seus
valores,
comprometimento e aspirações. Em contraste, o administrador opera sobre os
recursos físicos da organização, sobre seu capital, habilidades humanas, matériasprimas e tecnologia. O gerente administra; o líder inova. O gerente focaliza em
sistemas e estruturas; o líder focaliza-se nas pessoas. O gerente apoia-se no controle;
o líder inspira confiança. O gerente pergunta como e quando; o líder pergunta o quê
e por quê. O líder se preocupa com a eficácia, o administrador tende a se preocupar
mais com a eficiência. BENNIS citado por LACOMBE (2005). Deste modo a pesquisa
tem a seguinte questão: o empreendedor, sendo gerente de seu próprio negócio,
assume seu papel de líder para desenvolver a satisfação dos funcionários no trabalho
e expandir seu ramo de atividade? Esse trabalho tem por objetivos conhecer a
essencialidade da liderança nas pequenas empresas e identificar a importância e
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influência do comportamento do gerente como líder no ambiente organizacional. Com
esse estudo pretendemos contribuir para análise dos gestores das micro e pequenas
empresas, quanto a importância da influência do líder no comportamento dos
colaboradores.
METODOLOGIA
Pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que
requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho para conhecer a realidade
ou para descobrir verdades parciais. MARCONI E LAKATOS (2010). A técnica é a
estudo de caso que consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa
praticamente impossível mediante outros delineadores já considerados. GIl (2010).
Quanto ao objetivo é descritiva, pois, visa descrever fenômenos e identificá-los
através de analises. Esse tipo de estudo permite que o pesquisador obtenha um
entendimento melhor do comportamento de diferentes fatores que influenciam
determinado acontecimento. MARCONI E LAKATOS (2010). A amostra será
composta por 9 colaboradores de uma microempresa familiar do ramo de varejo de
confecções, cama, mesa e banho na zona da mata de Minas Gerais, onde atua há 39
anos. Os dados serão coletados através e questionários que serão aplicados em
setembro e outubro de 2015 e através de entrevista semiestruturada com o
proprietário. Posteriormente, os dados obtidos serão analisados e discutidos com
base em referenciais teóricos que retratam a temática do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ed.- São Paulo: Atlas,
2010.
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LACOMBE, Francisco José Masset, Recursos humanos: princípios e tendênciasSão Paulo: Saraiva, 2005.
LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY J. William. Administração
de pequenas empresas/ São Paulo: Makron Books, 1997.
MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da
metodologia cientifica. 7ed. – São Paulo: Atlas, 2010.
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QUALIDADE DE VIDA NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO EM UMA
EMPRESA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE SERICITA- MG
Moises Eduardo Silveira Gomes Graduando em Administração – Faculdade
Vértice- UNIVÈRTIX
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
Júlio César da Mata – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria, Finanças e Auditoria. Professor UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida; Satisfação; Gestão de Pessoas.
INTRODUÇÃO
A construção civil teve um grande crescimento na economia do país devido aos
programas adotados pelo governo presidencial, como exemplo desses programas
temos o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e o MCMV (Minha Casa
Minha Vida) que foram programas que o governo adotou fazendo assim com que a
construção civil tivesse um crescimento significante. (CARDOSO, 2013). O tema
satisfação no trabalho teve inicio no século XX. Acreditava-se que a satisfação no
trabalho era uma espécie de motivação para o trabalhador, fazendo com que o
trabalhador se sinta mais motivado e aumentando assim cada vez mais o seu tempo
de permanência na organização (RUBINO, 2010). O estudo justifica-se pelo fato da
construção civil ser um ramo de atividade de extrema importância para o país,
refletindo diretamente no crescimento e desenvolvimento de diversos tipos de
negócios, gerando empregos e investimentos no mercado imobiliário. Diante do
exposto, os questionamentos deste estudo são: Onde está a qualidade de vida dos
operários da construção civil? Quais fatores podem influenciar para que os
colaboradores se sintam satisfeitos? Neste contexto, o objetivo do estudo é identificar
informações sobre a qualidade de vida no trabalho dos funcionários da construção
civil. Pretende-se com este estudo contribuir com informações que possam auxiliar os
gestores das atividades da construção civil, sobre os aspectos que proporcionam a
qualidade de vida do colaborador no exercício das atividades.
METODOLOGIA
O presente trabalho refere-se a um estudo de caso, no qual serão aplicados
questionários a uma amostra de 20 funcionários, em uma empresa de construção civil,
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que já está no mercado desde o ano de 2008, com prestação de serviços a diversos
órgãos (Federais Estaduais e Municipais). Trata-se de uma empresa certificada com
o selo de qualidade ISSO 9001, que esta obtendo o seu reconhecimento perante o
mercado pelos bons serviços prestados. A organização esta localizada na cidade
Sericita, no interior de Minas Gerais. A pesquisa é de cunho exploratório, que
segundo: GIL (2008) A pesquisa exploratória tem o intuito de fazer com que o
problema possa se tornar familiar, tornando assim cada vez mais claro e explicito para
o leitor e para a organização. O questionário semiestruturado será utilizado como um
instrumento de coleta de dados no qual constará de uma serie de perguntas que
devem ser respondidas pelo entrevistado, mas sem a presença do entrevistador, para
que assim o entrevistado possa se sentir mais a vontade, e possa responder o
questionário com mais firmeza e veridicidade (LAKATOS E MARCONI, 2010). O
presente estudo está em fase de elaboração, no qual os dados serão coletados e
analisados nos meses de agosto e setembro 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERENCIAS:
CARDOSO Fernando Henrique: Incentivo do estado e desenvolvimento: uma
análise sobre o crescimento da área da construção civil: Londrina, 2013(f.9)
Categoria (Dissertação) Universidade Estadual de Londrina.
GIL Antônio Carlos: Métodos e técnicas de pesquisa social 6° ed. São Paulo: atlas,
2008.
MARCONI Maria de Andrade, LAKATOS Eva Maria, Fundamentos de metodologia
científica, 7°ed: São Paulo: Atlas, 2010.
RUBINO Tatiana Lima e Silva: A influência das políticas de gestão de pessoas no
bem-estar do trabalho Brasília- DF, 2010 (f.80) Categoria (Monografia) Faculdade
de Economia, Administração, Contabilidade Departamento de Administração.
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MÉTODOS DE FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: ESTUDO DE CASO EM
UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR DE CONFECÇÕES DE
REDUTO-MG
Osiana Souza Cota – Graduanda em Ciências Contábeis, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Luciano Aguiar Otoni –. Professor do curso de Ciências Contábeis da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Preço de venda; Métodos; Custeio.
INTRODUÇÃO
Para sobrevivência de qualquer empresa no mercado atual, com enorme
competitividade entre as empresas, é preciso uma adequada política de formação do
preço de venda do produto, que atenda aos interesses do empresário, gerando lucro,
em contrapartida esse preço deve ser atrativo ao cliente, criando valor para o mesmo.
(DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2009). De acordo com Kotler e Keller (2006, p.429) “o
preço funciona como o principal determinante na escolha dos compradores”. Bruni
(2008, p.257) afirma “a formação de preços representa uma das mais importantes e
nobres atividades empresariais. A definição equivocada do preço pode arruinar um
negócio”. A decisão de realizar este estudo deve-se a escassez de trabalhos
acadêmicos abordando a formação do preço de venda em indústrias do setor de
confecções, portanto o estudo além de verificar como é formado o preço de venda na
empresa pesquisada, conjuntamente abarcará embasamento teórico bibliográfico
sobre o tema. A partir dessa pesquisa a empresa em estudo, poderá avaliar melhor
sua estratégia de precificação, assim como conhecer outros métodos que possibilitem
o uso dessas informações como instrumento de melhoria nos processos que
envolvam a formação do preço de venda da organização, para que a mesma tenha
condições de manter-se competitiva no mercado disponibilizando produtos que
atendam satisfatoriamente os clientes e a empresa. Sabe-se que o preço é um fator
decisivo para o consumidor, sendo assim, faz-se necessário conhecer os
componentes do preço, os fatores que influenciam no mesmo, pois qualquer erro em
sua formação pode ser fatal para a sobrevivência da empresa. Crepaldi (2008, p.336)
afirma que a formação do preço de venda é, “um fator determinante de sobrevivência
da exploração da atividade”. Devido à importância da formação do preço de venda
para a empresa, e ao fato de que a mesma pode formar seu preço considerando
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diversos fatores e métodos de precificação distintos, o presente estudo busca
responder a seguinte questão norteadora: Dentre os métodos abordados qual seria o
mais eficiente para a empresa pesquisada? Para responder essa questão, o trabalho
tem como objetivo geral identificar quais são os métodos de formação do preço de
venda utilizados na empresa em questão. Os objetivos específicos são: descrever os
métodos para determinar o preço de venda; identificar os elementos que compõe o
preço; verificar como é realizada a formação do preço de venda na empresa
pesquisada. O setor de confecção, abordado neste estudo, é um setor que movimenta
a economia, que atende a população em geral, e sofre constantemente com
mudanças no mercado consumidor, mediante esta realidade, uma estruturação
eficiente do preço de venda é imprescindível para a sobrevivência da empresa. A
presente pesquisa será realizada não somente para subsidiar o pequeno empresário
de informações que o auxilie no processo decisório, mas também terá o intuito de
contribuir com a bibliografia existente sobre esse tema, assim como expor a
importância do mesmo.
METODOLOGIA
A metodologia adotada será uma pesquisa científica de natureza básica, “reúne
estudos que tem como propósito preencher uma lacuna no conhecimento” (GIL, 2010,
p.26). Está pesquisa quanto aos objetivos, será classificada como uma pesquisa
descritiva, pois busca descrever características de um determinado assunto. Segundo
Prodanov e Freitas (2013, p. 127) pesquisa descritiva é aquela que “expõe as
características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas
padronizadas de coleta de dados”. Quantos aos procedimentos, este artigo se
classificará como estudo de caso, onde será realizada coleta de dados através de
entrevista semi-estruturada “quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver
cada situação em qualquer direção que considere adequada” (LAKATOS; MARCONI,
2011, p.281). Conforme Lakatos e Marconi (2011, p.276) “estudo de caso refere-se
ao levantamento com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob
todos os seus aspectos”. A pesquisa utilizará abordagem qualitativa, “ambiente natural
é fonte direta para coleta de dados, interpretação de fenômenos e atribuição de
significados” (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 128). A fundamentação teórica do
tema será composta por pesquisa em livros, teses, dissertações e artigos científicos
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relacionados ao tema. Sendo assim, esta pesquisa será classificada como descritiva,
realizada por meio de pesquisa bibliográfica e estudo de caso, como instrumento de
pesquisa para coleta de dados será realizada entrevista semi-estruturada aplicada ao
gestor da empresa com abordagem qualitativa. O estudo será realizado em uma
empresa de pequeno porte do setor de confecção situada na cidade de Reduto-MG,
que tem por atividade a fabricação de camisas sociais, a escolha dessa empresa
deve-se a facilidade na obtenção dos dados e o aproveitamento desse estudo para
formação do preço de venda na empresa pesquisada. Com o intuito de reduzir
possíveis respostas falsas, o nome da empresa não será identificado, protegendo
assim a identidade da mesma.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto se encontra em andamento, até o momento os resultados parciais
descritos consistem na realização do levantamento bibliográfico, a coleta de dados
está prevista para agosto, no mês seguinte serão realizadas análises e discussões do
resultado alcançado por meio da entrevista, logo após serão feitas as devidas
conclusões.
REFERÊNCIAS
BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 2008. – (Série desvendando as finanças; v.5).
CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 4.ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de. Gestão de Custos e
formação de preços: conceitos, modelos e instrumentos: abordagem do capital de
giro e da margem de competitividade. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2010.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. Tradução
Mônica Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes, Cláudia Freire; revisão técnica Dilson
Gabriel dos Santos. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 6.ed.
São Paulo: Atlas, 2011.
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PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho
científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho
acadêmico.
2.ed. Novo
Hamburgo:
Feevale,
2013.
Disponível em:
http://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/Ebook%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em 14.jun.2015.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL E PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS DA
COMPANHIA DE ABASTECIMENTO ELÉTRICO DA ZONA DA MATA MINEIRA
Natália Gomides Oliveira-Graduando do Curso de Administração - Faculdade
VérticeUNIVÉ[email protected]
Maria Aparecida Salles Franco-Graduada e Mestre – Professora da Faculdade
Vértice – Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: coleta seletiva, economia de energia, gestão de resíduos, meio
ambiente e reciclagem.
INTRODUÇÃO
No cenário atual do abastecimento hidrelétrico podemos ver a escassez de
água, os reservatórios cada vez mais baixos e o volume de chuva insuficiente para
retomar ao volume hídrico anterior. Esse fator tem trazido transtornos ao
abastecimento elétrico e gerando maiores custo para a produção de energia. As
empresas de abastecimento elétrico têm que se preocupar com este cenário, fazendo
campanhas de conscientização de seus clientes. Apresentado possíveis maneiras de
ajuda-los tanto a economizar como ajudar na restauração do meio ambiente através
do projeto conta cidadã.O projeto dá oportunidade aos clientes residenciais trocar o
seu lixo reciclável por descontos na fatura de energia elétrica, materiais como, papel,
plástico, vidro, e metal. Materiais recicláveis gastam menos energia que a produção
dos mesmos a partir de matéria prima e preservam recursos naturais. O uso adequado
de energia, economiza tanto para o cliente, como para o meio ambiente e empresa.
Conseguido através da logística reversa que proporciona menor consumo de energia
com o reprocessamento dos materiais recicláveis, em relação a produção básica a
partir da matéria-prima.( LIMA et al, 2009)Segundo a Lei Nº 9.991, de 24 de julho de
2000 em seu Art. 1º, as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de
distribuição de energia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de,
no mínimo, setenta e cinco centésimos por cento de sua receita operacional líquida
em pesquisa e desenvolvimento do setor elétrico e, no mínimo, vinte e cinco
centésimos por cento em programas de eficiência energética no uso final.Os dados
abaixo mostram a economia que pode ser feita através da reciclagem de materiais
como vidro, papel e alumínio, não só em valores financeiros, mas também na
economia de energia. Esses materiais ainda podem trazer mais rentabilidade se
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considerarmos que podem ser vendidos. (UDAETA, 2012)O vidro, para produção a
partir da matéria prima gasta 4,2GWh e para produção usando sucata 3,7 GWh
economia de 0,5 GWh que representa um percentual de 13%, em valor financeiro
economia de R$ 39.000.O papel, para produção a partir da matéria prima gasta
21,8GWh e para produção usando sucata 6,5 GWh economia de 15,3 GWh que
representa um percentual de 70%, em valor financeiro economia de R$ 1.140.000.
Alumínio, para produção através da matéria prima gasta 18,6GWh e para produção
usando sucata 0,93 GWh economia de 17,7 GWh que representa um percentual de
95%, em valor financeiro economia de R$ 1.320.000. Esta pesquisa tem por intuito
verificar o quanto os clientes desta empresa estão conscientes dos projetos e ações
sociais, e qual o envolvimento dos mesmos com essas campanhas.
As questões que norteiam esta pesquisa são: Os projetos sociais estão acessíveis a
todos os consumidores? Os clientes tem ciência do projeto conta cidadã que pode dar
desconto na fatura por meio da troca de material reciclável? Os resíduos recolhidos
estão sendo bem destinados? Objetivo geral, conhecer a campanha socioambiental
da empresa de energia elétrica ENERGIZA e a interação dos clientes com a mesma.
Objetivos específicos, entender a importância das campanhas para a sociedade,
definir o grau de conscientização dos clientes com relação à campanha conta cidadã.
METODOLOGIA
Em seu livro, PHILIPPI, ROMÉRO e BRUNA (pag.1020, 2004) explicam que:
“A palavra metodologia é originaria do grego, a partir dos termos Métodos,
que significa método, e logo, que quer dizer, tratado, ou seja, “o tratado dos
métodos” ou simplesmente “sobre o método”. Para alguns autores,
Metodologia é um conjunto de métodos e técnicas atualizado para se atingir
determinado objetivo na pesquisa”.
O método usado para atingir os objetivos da pesquisa é o descritivo, desta forma é
possível observar o objeto de estudo descrevendo com detalhes. A técnica utilizada
no projeto é estudo de caso. Estudo de caso segundo GODOY (1995) citado por
BERTUCCI, (pág.52 2008) “(.) estudo de caso se caracteriza como um tipo de
pesquisa cujo objetivo é uma unidade que se analisa profundamente (e) visa ao exame
detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma situação particular”.A
pesquisa será realizada na área do programa CONTA CIDADÂ, nos pontos de Coleta
Manhuaçu, além da própria empresa de abastecimento elétrico do Leste da Zona da
Mata Mineira e na Cooperativa de reciclagem que compra e faz a triagem do material,
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situada na cidade de Manhumirim. Para coleta de dados serão construído
questionários que devem ser aplicados aos supervisores do programa conta cidadã,
com intuído de verificar o efeito do projeto de coleta seletiva dentro e fora da empresa,
perfil dos clientes que contribuem com a campanha e que recebem bônus em suas
faturas. Por último junto à Cooperativa que recebe o material, buscaremos efeitos
desta parceria em termos de % da renda mensal e qualidade do material coletado. O
critério adotado para apuração e analise dos dados é qualitativo, mas sempre
buscando quantificar resultados e tendências de acordo com classificações
estabelecidas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente trabalho ainda não tem um resultado pois encontra-se em
andamento.
REFERÊNCIAS
BERTUCCI, Janete Lara de Oliveira, Metodologia Básica para Elaboração de
Trabalho de Conclusão de Curso (tcc): São Paulo: Atlas, 2008.
CURI, Denise. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011).
LIMA, Carlos A. Fróes. GRADVOHL, Albert B, CARVALHO Tiago, NAVAS José
Ricardo Portillo e ARRUDA, Odailton S. Programa Ecoelce de Troca de Resíduos
por Bônus
na Conta
de Energia,
pdf, 2019. Disponível em:
http://www.knbs.net.br/site/wpcontent/uploads/2009/10/Artigo_Ecoelce_CITENEL_2009.pdf Acesso 05jun. 2015
PHILIPPI, Arlindo Jr. ROMÉRO, Marcelo de Andrade, BRUNA, Gilda Collet, Curso de
Gestão Ambiental, Barueri, SP: Manole, 2004.
UDAETA, Miguel Edgar Morales. Energia de resíduos sólidos como mecanismo
de
desenvolvimento
limpo,
2008.
Disponível
em:
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000022002000100062&sc
ript=sci_arttext. Acesso em: 15jun.2015
O
QUE
É
O
PROJETO?
Conta
cidadã.
Disponível
em
http://holding.grupoenergisa.com.br/paginas/inovacao-esustentabilidade/sustentabilidade/meio-ambiente/conta-cidada.aspx . Acesso em:
07ago. 2015.
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ARRECADAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL: ANÁLISE DA ARRECADAÇÃO DA
RECEITA PRÓPRIA DE MATIPÓ-MG E DE SEUS MUNICÍPIOS LIMÍTROFES.
Tadeu Hipólito da Silva – Professor do Curso de Ciências Contábeis Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX
Vanessa Campos Hipólito Silva – Graduanda em Ciências Contábeis – PUC MG
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Planejamento; Arrecadação; Gestão; Controladoria.
INTRODUÇÃO
A omissão das autoridades municipais tocante à Fiscalização; Aplicação e
cumprimento das leis; Reformas do Código Tributário Municipal; Falta de treinamento;
Independência do fiscal; Logística; Falta de integração entre os órgãos da Fazenda
Pública, Administração e Controladoria Municipal, trazem sérias consequências às
finanças municipais (LIRA, 2015), gerando arrecadação bem abaixo do previsto no
orçamento municipal, causando extrema dependência financeira às receitas
transferidas da União e do Estado. O presente estudo tenta alertar sobre a
necessidade efetiva da implementação do processo de controle gerencial da
arrecadação da Receita Própria1 nos pequenos municípios, do Planejamento
Estratégico plurianual (GOVINDARAJAN et tal. 2002), para atingir o objetivo da
elevação dos índices de arrecadação municipal da Receita Própria.
METODOLOGIA
Trata-se de um Estudo de Caso (CRUZ et tal. 2004), onde a unidade analisada
é composta pelo conjunto dos municípios limítrofes ao município de Matipó-MG, que
visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”, evidenciando unidade e identidade
própria, onde uma investigação que se assume como particularística, debruçando-se
sobre uma situação específica, procurando descobrir o que há nela de mais essencial
e característico. Os dados foram coletados através informações prestadas ao Tribunal
de Contas do Estado de Minas Gerais. Através da confecção de tabelas foi possível
evidenciar os índices de arrecadação das receitas próprias e transferidas do Estado e
da União. Os municípios que fazem divisa territorial com o município de Matipó são:
Abre Campo, Caputira, Pedra Bonita, Santa Margarida, São João do Manhuaçu e
Manhuaçu.
1
Composta por Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria arrecadada diretamente pelo Município.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentro do conjunto de municípios limítrofes ao de Matipó MG, constata-se que
Manhuaçu ocupa o 1º lugar em arrecadação de receita própria, atingindo 8,28% de
média anual. Abre Campo ocupa o 2º lugar com 6,82%, Pedra Bonita ocupa o 7º lugar,
com 2,72%, apesar de demonstrar tendência de aumento da arrecadação. Matipó
ocupa o 3º lugar com a média anual de 5,38% em arrecadação própria, por
conseguinte, depende de 94,62% de recursos (receitas) transferidos dos governos
federal e estadual, em suma, a cada R$100,00 gastos, R$94,62 vêm de receitas
transferidas e o restante R$5,38 é arrecadado diretamente pelo município. Destacase neste interstício, que em 2007, o município que mais apresentou crescimento na
arrecadação foi Matipó, subiu de 3,7% em 2006 para 9,0% em 2007. Caputira
apresenta forte tendência de queda na arrecadação própria, a saber: 5,1% em 2003,
2,2% em 2008. Com o alvo na informação o município de Belo Horizonte apresenta
índice médio de 31,5% de arrecadação de receita própria (maior índice do Estado).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os gestores públicos deveriam dedicar um tempo maior para estudos,
levantamentos e reexames de planejamentos com escopo de realinhamento das
estratégicas para o futuro. Apesar da existência e exigência legal do Plano Plurianual,
estatuído nas Leis 4320/64 e 101/00, são meramente criados para atender
formalidades da Lei e não com finalidades gerenciais (SLOMSK, 2003). Medida como
a integração (diálogo, sincronia) entre os órgãos da Fazenda Pública, Administração
e Controladoria Municipal traria considerável aumento da arrecadação de receitas
próprias (PISCITELLI, 2002) e consequente combate à sonegação tributária, trazendo
recursos para maior investimento em saúde, educação, obras viárias, agropecuária
etc. (KHOAMA, 2002).
REFERENCIAS
ANTHONY, Robert N. e GOVINDARAJAN, Vijay. Sistemas de Controle Gerencial
1.ed.São Paulo: Atlas, 2002.
BRASIL. Lei Complementar Nº 101. Estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil. Brasília DF, 04Mar. 2000.
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BRASIL. Lei 4.320 7 de dezembro de 1964. Normas de gestão pública. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil. Brasília DF, 8 dez. 1999. Disponível em:
HTTP://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?Id=Lei%209887.
Acesso
em:
20.jun.1998.
CRUZ,Carla e RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Belo
Horizonte:Excel Books, 2004.
KHOAMA, Heilio. Contabilidade Pública. São Paulo: Atlas, 2002.
LIRA, Sergio R. Bacury. Os 10 pecados capitais do gestor público. Disponível em
www.fenacon.org.br/informe/0018-pecados.htm acesso em: 04jan.2015.
PISCITELLI, Roberto B. e tal. Contabilidade Pública: Uma Abordagem da
Administração Financeira Pública. São Paulo: Atlas, 2002.
SLOMSKI, Valmor. Manual de Contabilidade Pública: Um Enfoque na Contabilidade
Municipal. São Paulo: Atlas, 2003.
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AS PERSPECTIVAS DOS DISCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DO INTERIOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, EM RELAÇÃO Á
FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA ÁREA CONTÁBIL.
Lívia Maria Pinheiro Amorim- – Graduanda em Ciências Contábeis. Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
Thaynara Kelly de Sousa Pereira – Graduanda em Ciências Contábéis
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Ciências Contábeis – Perspectivas, Instituição de Ensino
Superior – Satisfação – Imagem.
INTRODUÇÃO
O desafio do ensino superior é socializar o conhecimento. Para alcançar esse
objetivo, requer um ambiente que proporcione e estimule o espírito crítico e criativo,
novos questionamentos e proposições. Na contabilidade, busca-se a descoberta de
novas tecnologias de informação e de gestão. (CAPACCHI, et al., 2007). As IES Instituições de Ensino Superior possuem objetivos em comum que são os exigidos
pelo MEC - Ministério da Educação e Cultura e específicos que são determinados em
particular por cada instituição, nestas duas fases destaca-se o papel do gestor que
possui uma função complexa, e que além de seguir os objetivos traçados pelo MEC
tem por responsabilidade planejar, organizar, dirigir e controlar todos os processos do
curso e ainda inovar para que juntamente com o corpo docente consigam atingir e
superar as expectativas dos discentes. (ALTHOFF, 2008). A justificativa deste estudo
baseia-se na observação de que o mercado de trabalho exige que os alunos estejam
aptos a exercerem a profissão contábil, uma vez que, as normas contábeis vigentes
ampliaram de maneira considerável o papel do Contador em relação às pessoas
jurídicas e todos os tipos de organizações. Diante disto, surge a seguinte questão
problema deste estudo:
Os discentes consideram que estão sendo preparados de
maneira eficaz para corresponder as expectativas do mercado de trabalho na
atualidade? Os objetivos desse estudo serão: Conhecer o nível de satisfação e as
expectativas dos discentes do Curso de Ciências Contábeis da UNIVÉRTIX em
relação à preparação para a atuação no mercado de trabalho e nos ambientes sociais
onde estão inseridos; identificar qual é a imagem que esses discentes de Ciências
Contábeis percebem em relação ao curso da referida instituição. Pretende-se com
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este estudo contribuir com informações que possam direcionar a IES para tomadas
de decisões.
METODOLOGIA
Este trabalho propõe discutir quais são as perspectivas e anseios dos futuros
bacharéis em contabilidade da FACULDADE UNIVÉRTIX, localizada no município de
Matipó, Minas Gerais. É a primeira Instituição de Ensino Superior deste município que
teve suas atividades iniciadas no ano de 2008. Essa mantenedora da IES foi
constituída aos 27 dias do mês de julho de 2000, conforme escritura pública de
constituição protocolada no livro A-2, página 041, sob o nº 7904 e registrado no livro
A-4, página 105, sob o nº 0853, no Cartório de Registro de Títulos da Comarca de
Abre Campo - Estado de Minas Gerais. É uma sociedade entre irmãos residentes no
próprio município. Este trabalho resulta de um estudo exploratório num grupo de
formandos em Ciências Contábeis da Faculdade UNIVÉRTIX, a fim de averiguar o
grau de satisfação dos mesmos, se a instituição fomenta a necessidade e
preocupação na formação de bons profissionais, os métodos usados para maior
aprendizagem durante o curso e quais seus anseios para um futuro próximo. A
pesquisa de campo será realizada no período de abril a maio do ano de 2015. A
pesquisa de campo consiste na observação dos fatos tal como ocorrem
espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente
relevantes para ulteriores análises. (RUIZ, 1991). Serão entrevistados os 120 (cento
e vinte) alunos do Curso de Ciências contábeis, distribuídos em 08 (oito) turmas. Toda
a pesquisa será realizada em concordância com os princípios éticos para o uso de
questionários aplicados a uma população. Assim sendo, todos os participantes serão
informados que não receberão nenhum tipo de recompensa ou benefício para
participar da pesquisa. Serão informados, também, que todos os dados serão
mantidos em sigilo, e que em momento algum os nomes serão utilizados. Mantendo
assim, a neutralidade e imparcialidade exigida pelos trabalhos científicos. Os
resultados da análise dos questionários serão avaliados por meio de estatística
descritiva. Considerou-se necessário utilizar os recursos da abordagem descritiva, por
ser o tipo de pesquisa que possibilita a interpretação dos fenômenos e a atribuição de
significados. Como a pesquisa tem o escopo de conhecer as perspectivas dos
cursandos de Ciências Contábeis da mencionada instituição, os resultados serão
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demonstrados através do processo descritivo. Considerou-se usar o processo
descritivo ao levar em conta, que o mesmo expõe as características de uma
determinada população ou de um determinado fenômeno. Podendo estabelecer
correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tendo o compromisso de
explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.
(VERGARA, 2009). Será realizada ainda, pesquisa bibliográfica através de material
disponível em artigos científicos e livros oficiais, referente ao tema. Serão incluídos na
revisão estudos observacionais descritivos ou analíticos sobre os temas, tratados em
conjunto ou individualmente, a fim de obter dados históricos e informações relevantes
sobre o assunto de forma dinâmica como recomenda (GIL, 1999). Este estudo está
em fase de elaboração os dados serão coletados nos meses de agosto e setembro
de 2015.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ALTHOFF, N. S.; DOMINGUES, M. J. C. S. Práticas interdisciplinares nos cursos de
graduação em Ciências Contábeis: mito ou realidade. In: II CONGRESSO ANPCONT,
2008, Salvador. Anais... Salvador: BA, 2008.
CAPACCHI, M.; MORETTO, C. F.; VANCIN, V.; PADILHA, F. A. R. A prática do ensino
contábil no estado do rio grande do sul: Uma análise da grade curricular frente às
exigências legais e necessidades acadêmicas. In: I CONGRESSO ANPCONT, 2007.
Gramado. Anais... Gramado: RS, 2007.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 3.
ed. São Paulo: Atlas, 1991.
Vergara, Silvia Constant: Projetos e Relatórios de Pesquisa em administração:10ª
ed. São Paulo: Atlas S.A 2009.
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OS DESAFIOS DA ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR: ESTUDO DE CASO EM UM
HOSPITAL PÚBLICO FILANTRÓPICO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA
MATA NO LESTE DE MINAS GERAIS.
Jussara Eli Romão Graduanda em Administração. Faculdade Vértice - UNIVÈRTIX.
Jaqueline Conceição Leite – Bacharel em Ciências Contábeis. Especialista em
Controladoria e Finanças. Professora UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Desafios; Gestão Hospitalar; Saúde.
INTRODUÇÃO
Os hospitais são o centro do sistema de saúde no Brasil e são cruciais para a
saúde da população. O desafio de implementar políticas de reforma hospitalar é
sabidamente difícil, e é ainda mais problemático quando a propriedade, a gestão e o
financiamento dos hospitais apresentam formas extremamente variadas, como ocorre
num Estado federativo como o Brasil. Todavia, a natureza pluralista destas
configurações é igualmente um ponto forte do setor hospitalar brasileiro. (LA FORGIA,
2009). Dentro do contexto hospitalar o gestor não deve ser o único a pensar. Precisa,
no entanto, delegar funções possibilitando aos colaboradores liberdade e autonomia
para atingir em conjunto as metas estabelecidas pela organização e a execução das
tarefas a quais serão realizadas por meio da equipe. Assim elevando a motivação e
valorização da equipe, que pode ser compreendida como algo intrínseco ao ser
humano, à satisfação pelo trabalho que realiza. O modelo de gestão que valoriza as
pessoas, o líder deve utilizar- se do empowerment, que compreende a delegação,
automotivação, desenvolvimento integral e a criatividade do profissional em todos os
níveis, e também procurar estratégias que envolva a participação de todo pessoal na
organização. Pois a função do gestor é orientar, supervisionar e tomar decisões.
(ALMEIDA, 2013). O hospital é uma empresa flexível, que necessita de rapidez para
atender suas demandas econômicas, de recursos humanos e materiais. É uma
organização prestadora de serviços de saúde para seus clientes/pacientes. O
administrador é um elemento de extrema importância dentro de uma instituição, visto
que a administração consiste em planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços de
um determinado grupo de pessoas para um objetivo comum. Todavia o administrador
tem uma importante função como gestor hospitalar, que é de possibilitar a equipe
alcançar seus objetivos com o mínimo de recursos, esforço e com menor atrito com
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as demais atividades. O administrador hospitalar é o principal executivo de um dos
principais órgãos de saúde da sociedade, o Hospital. O administrador hospitalar deve
ser um líder capaz de desenvolver suas atividades com base num planejamento que
visa adequar se a infraestrutura física hospitalar; capacitar pessoas; implantar
processo e projetos; realizar avaliações considerando os benefícios e os resultados,
com melhoria de qualidade e adequação do espaço de trabalho do ambiente
hospitalar (ALMEIDA, 2013).
A tarefa da administração é fazer com que as coisas
aconteçam por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. Nos hospitais ou em
outro empreendimento humano, obtém esse resultado dependendo da capacidade
daqueles que exercem a função administrativa. (CHIAVENATO, 2004). Diante disto,
este estudo justifica-se pela percepção de que as atividades desenvolvidas pelo
gestor hospitalar não englobam apenas a infraestrutura. Englobam ainda, pessoas,
tarefas, tecnologia e o ambiente. Assim partimos da seguinte problematização: Quais
são os desafios encontrados pelo administrador hospitalar no relacionamento com
colaboradores, pacientes e as atividades administrativas em um hospital publico
filantrópico de pequeno porte? Os objetivos que irão conduzir este estudo é identificar
quais são os problemas enfrentados pelo administrador na gestão de um hospital
público filantrópico de pequeno porte; conhecer quais os métodos e ferramentas têm
sido utilizados pelo gestor para desempenhar suas atividades. Para que aja uma
coordenação hospitalar de qualidade, exige uma direção bem direcionada, com
capacidade de liderança, habilidade, autoridade, sensatez e com valores éticos. O
administrador hospitalar não pode ser um tecnocrata eticamente neutro, precisa
exercer suas tarefas de planejamento, organização, direção e controle dos esforços
realizados em todas as áreas do hospital (CHIANENATO, 2004).
METODOLOGIA
A estrutura proposta para a elaboração deste estudo quanto ao tipo será a
pesquisa descritiva que de acordo com (MARCONI E LAKATOS, 2010) “consistem
em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou
análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas ou o
isolamento de variáveis principais ou chave”. A técnica que será utilizada para o
desenvolvimento do trabalho será o estudo de caso que incide no aprofundamento de
estudos de uma questão problema de forma objetiva e extenuante, mas que permita
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um conhecimento extenso e detalhado do mesmo. (GIL, 2010). A unidade de estudo
é um hospital filantrópico público de pequeno porte da zona da mata no leste de Minas
Gerais. Atualmente conta com 51 profissionais, O hospital possui 50 leitos, sendo
referencia para 36 municípios da região. Oferece atendimento de média
complexidade. A gestão é feita pela Prefeitura Municipal. As principais especialidades
médicas do hospital são: clinica geral, pediatria, obstetrícia, cirurgia geral. A Diretoria
é composta pelo Diretor Clinico, Diretor Técnico, Diretor Administrativo, Enfermeiro
Responsável Técnico. A fonte de financiamento é totalmente advinda de recursos do
Sistema Único de Saúde- SUS. Quanto ao tipo de instrumentos de coletas de dados
serão utilizados a coleta documental de dados primários e secundários e será
realizada uma entrevista semi-estruturada com o gestor hospitalar. Os critérios que
serão utilizados para análise dos dados terão abordagem qualitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria de Fátima da Costa (Organizadora). Boas Praticas de Laboratórios
2º Ed. São Caetano do Sul SP: Difusão Editora; Rio de Janeiro Editora Senac, 2013.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á teoria Geral da Administração: Uma Visão
Abrangente da Moderna Administração das Organizações: Edição Compactada.
3º edição atualizada, Rio de Janeiro, Elsevier. 2004. 7º Reimpressão.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisas- 5º edição. São Paulo:
Atlas 2010.
LA FORGIA; GERARD M; COUTTOLENC; BERNARD F; Desempenho Hospitalar
no Brasil; em Busca da excelência: São Paulo, Singular, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS; Eva Maria. Fundamentos de
Metodologia Cientifica. 7ª edição. São Paulo. Atlas, 2010.
A INFLUÊNCIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL NO COMPORTAMENTO DOS
COLABORADORES: UM ESTUDO DE CASO EM UMA MÉDIA EMPRESA DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS.
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Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde Mental e
MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ. Professora
UNIVÉRTIX.
Adelaide Paiva Alves Dornelas – Graduando o curso de Bacharelado em Administração
pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Clima Organizacional; Colaboradores e Satisfação.
INTRODUÇÃO
Atualmente as organizações estão focadas em resultados, e devido à
competitividade que o mercado apresenta, as organizações estão em busca de um
diferencial. Chiavenato (2010, p.396) afirma que “são as pessoas que fazem diferença
nas organizações, em um mundo onde a informação é rapidamente disponibilizada e
compartilhada.”
Para Maximiano (2012) todos os componentes da organização afetam as percepções
e os sentimentos das pessoas, desde a localização física até os objetivos, passando
pelos salários, refeitórios, condições de trabalho, limpeza, programas de incentivos,
benefícios e integração com os colegas, tudo afeta a forma como as pessoas se
sentem em relação à organização.
De acordo com Robbins; Judge e Sobral (2010) o clima psicológico está fortemente
ligado ao nível de satisfação de cada membro no ambiente de trabalho, bem como
seu envolvimento, comprometimento e motivação.
A questão que norteia esse trabalho é: Existe uma preocupação por parte da empresa
em estudo, com a satisfação dos colaboradores em relação ao ambiente de trabalho?
Essa pesquisa tem como objetivo geral compreender como o ambiente de trabalho
influência no comportamento de seus colaboradores.
METODOLOGIA
A empresa em estudo está situada em uma cidade no interior de Minas Gerais
que possui cerca de 13.711 habitantes (IBGE, 2014). A organização está no mercado
desde 1897 e tem suas origens em tradição familiar, em 2006 foi inaugurada uma
nova proposta da empresa, que foi considerada um resgate histórico. Atualmente a
organização atua no ramo de prestação de serviços e vendas a varejo e tem sua
classificação como uma empresa de médio porte. Os setores da organização são
basicamente divididos em: vendas a varejo, lanchonete, limpeza, cozinha e fábrica. A
empresa totaliza um número de 37 colaboradores.
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Esse estudo trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Vergara
(2013, p.42) explica a pesquisa descritiva como:
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de
determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre
variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os
fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário validado, retirado
do artigo “Qualidade de vida no trabalho: Avaliação em Empresa do setor
automobilístico a partir do clima organizacional e do sistema da qualidade baseado na
especificação técnica ISO/TS 16.949.” de Patrícia Julião (2001), esse questionário
possui 40 perguntas que buscam analisar questões como administração de pessoal,
comunicação,
excelência,
relacionamento,
segurança,
satisfação,
condições
ambientais, serviços e benefícios e recursos humanos. Os dados já foram coletados
no mês de julho. Participaram da pesquisa 37 colaboradores. Para a tabulação dos
dados e criação dos gráficos e tabelas estão sendo utilizados os programas Word
2007 e Excell 2007.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após analise dos dados foi observado que a organização em estudo se
preocupa em manter um clima organizacional adequado para seus colaboradores,
pois a maioria das questões citadas anteriormente obteve uma média acima de 60%.
De acordo com Martins (2008) o clima organizacional pode influenciar na satisfação e
motivação dos colaboradores, bem como no rendimento do trabalho executado,
funcionando como regulador da produtividade dos colaboradores e da empresa. Um
melhor conhecimento do clima organizacional pode colaborar para a melhoria da
qualidade de vida do homem, para o desempenho das organizações e esclarecimento
de variáveis do comportamento organizacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos nesse estudo que a organização apresentou um clima
organizacional positivo, pois na maioria das questões os colaboradores se mostraram
satisfeitos com a política da empresa.
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REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2 ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2010.
IBGE. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cidades, 2014. Disponível em:
http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=310030. Acesso em: 09.ago.
2015.
MARTINS, Maria do Carmo F. Clima Organizacional. In: SIQUEIRA, Mirlene Maria
M.(Org.) et al. Medidas do comportamento organizacional: Ferramentas de
diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2008.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: Da Revolução
Urbana à Revolução Digital. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
NETO, José Antonio Chehuen; LIMA, Willian Guidini, Tipos de pesquisa científica. In: NETO,
José Antonio Chehuen. Metodologia da pesquisa científica: da graduação à pósgraduação. 1 ed. Curituba: Editora CRV, 2012.
ROBBINS, Stephen P., JUDGE, Timothy A., SOBRAL, Filipe. Comportamento
organizacional. Tradução Rita de Cássia Gomes. 14 ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2010.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.
14 ed. São Paulo: Atlas, 2013.
A RELAÇÃO EDUCAÇÃO-TRABALHO EM PROGRAMAS ASSISTENCIAIS,
VOLTADOS PARA FORMAÇÃO DE ADOLESCENTES E JOVENS.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, especialista em Gestão de
Anais do VIII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
21 a 25 de setembro de 2015 – ISSN – 2178-7301
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Univértix.
Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora da Faculdade Univértix.
Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, licenciado em
Matemática. Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da
Faculdade Univértix.
PALAVRAS-CHAVE: adolescentes e jovens, educação, trabalho, assistência social.
INTRODUÇÃO
Os estudos que abordam a questão do trabalho infanto-juvenil tentam
relacionar as condições de vulnerabilidade socioeconômica das famílias à situação de
rua, ao trabalho precoce e a evasão escolar. Essas são algumas das expressões da
“questão social” que aflige o cotidiano de uma população que legalmente tem direitos
garantidos, direitos estes que os priva destas situações, mas que, na prática, muitas
vezes não são cumpridos. A questão do trabalho infanto-juvenil pode ser elucidada de
formas variadas: referindo-se ao universo da rua, englobando as diversas atividades
de crianças e adolescentes expostos à situação de risco; ao trabalho de crianças e
adolescentes em lavouras, empresas, dentre outros que também comprometem seu
pleno desenvolvimento; bem como trabalhos de adolescentes em instituições,
empresas e órgãos públicos, comumente mediados por instituições assistenciais,
através de encaminhamentos. Com a proposta de realizar um trabalho de revisão
bibliográfica, utilizaremos produções teóricas que refletem sobre o impacto da relação
educação-trabalho no desenvolvimento social e pessoal de adolescentes e jovens,
inseridos em programas desenvolvidos no âmbito da política pública de assistência
social. Buscaremos analisar as políticas de educação e trabalho em programas que
visam “preparar” e encaminhar adolescentes ao mercado de trabalho, investigando o
impacto da relação educação-trabalho no desenvolvimento social e pessoal destes
sujeitos. Acreditando que a categoria trabalho é central para a discussão sobre os
processos de socialização e educação em qualquer sociedade, principalmente na
capitalista, faz-se necessário discuti-la no contexto de programas públicos que
utilizam a atividade laboral para formação de conhecimento. Antunes (2000) expõe
que a centralidade do trabalho se faz enquanto elemento fundante e estruturante do
processo de socialização humana, dotando a vida de sentido e realização. Na busca
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de uma vida cheia de sentido, a atividade laborativa, que está muito próxima da
criação artística, transforma-se em elemento humanizador. Das discussões acerca do
mundo do trabalho, surge o interesse particular de refletir sobre algumas questões
relativas ao debate do trabalho enquanto política para a adolescência e juventude,
relacionando essa a política de educação, buscando respaldo teórico entre os autores
que tecem análises sobre essas categorias. Sob este prisma, suscitam indagações:
estes programas públicos, ao articular as políticas de educação, trabalho e
assistência, são capazes de desenvolverem um processo educacional que vá além
da relação educação/trabalho enquanto treinamento? Através deste programa
lançam-se as bases para a formação de um trabalhador-cidadão ou a formação para
a subalternidade? A dimensão assistencial dos programas de encaminhamento para
o mercado de trabalho é dada por uma legislação que coloca a criança e o adolescente
em prioridade absoluta em relação à proteção social e prevê a articulação entre as
políticas sociais, tendo em vista a garantia de direitos. Como isto vem sendo
operacionalizado na realidade dos programas em curso e quais são os impactos deles
no desenvolvimento social e pessoal dos adolescentes nele inseridos, também se
tornarão temáticas que suscitaremos.
METODOLOGIA
A pesquisa será de caráter qualitativo, envolvendo processos de investigação,
análise e síntese, através dos quais objetiva-se apreender a totalidade que envolve
os processos a serem investigados, nos permitindo reconsiderá-los de forma crítica,
a partir de suas determinações e contradições. Será realizada revisão bibliográfica
acerca das categorias empírico-analíticas iniciais – relação educação-trabalho,
políticas para adolescentes e jovens – objetivando apreender o concreto e repensá-lo
a partir de novas determinações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Lamamoto (2001:30) sinaliza que “a produção social não trata de produção de
objetos materiais, mas de relação social entre pessoas, entre classes sociais que
personificam determinadas categorias econômicas”. Deste modo, partiremos do
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pressuposto marxiano de que a produção do indivíduo isolado é uma abstração, para
pensar no processo de implementação de programas assistenciais voltados para a
formação de adolescentes e jovens. Considerando tais programas assistenciais,
dentro de uma totalidade que envolve relações sociais historicamente construídas – e
que ainda estão em construção – que produzem valores, culturas, ideologias. Assim,
perpassaremos pela discussão das políticas sociais voltadas para a adolescência e
seus processos de gestão na realidade da Política de Assistência Social brasileira, na
atualidade.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e
negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2000.
CASSAB, Maria Aparecida Tardin. Jovens pobres e o futuro: a construção da
subjetividade na instabilidade e incerteza. Niterói: Intertexto, 2001.
ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069/90 de 13 de julho de 1990.
In Conselho Regional de Serviço Social – Minas Gerais. Coletânea de Leis. Belo
Horizonte: CRESS, 2005.
IAMAMOTO, Marilda Villela e CARVALHO, Raul de. Relações sociais e serviço
social no Brasil – esboço para uma interpretação histórico-metodológica. São
Paulo: 14. ed., Cortez, 2001
_____. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação
profissional. São Paulo: Cortez, 1998.
ZALUAR, Alba. Cidadãos não vão ao paraíso. São Paulo: Escuta, 1994.
CONHECIMENTO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA SOBRE
ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS ESCOLARES
Ludimilla Aparecida Reis Vieira e Luís Henrique Barbosa Peixoto–
Acadêmicosdo curso de Educação Física da Univértix;
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Fábio Florindo Soares - Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e PersonalTraining.
Professor do curso de Educação Física da Univértix;
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
Licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Organização Esportiva, Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
A origem das manifestações esportivas é algo que se mistura com a origem da
sociedade humana, já que toda civilização já estudada possuía algum tipo de atividade
física organizada, seja para fins ritualísticos ou meramente recreativos (COLLI,
1999).As práticas esportivas organizadas são consideradas algo natural à identidade
social humana e por possuir valores e efeitos que são atraentes para economia, o
governo e a mídia, os eventos esportivos tornaram-se mecanismos poderosos para
se atingir objetivos diante da população, sejam eles a venda de um produto, a política
pública ou a forma de entretenimento.Em função disso, é notável o crescente
interesse em se explorar esse poder de influência (POIT, 2000). A relação dos eventos
esportivos com a política foi fortemente marcada pela vigésima reunião da
Conferencia Geral das Organizações das Nações Unidas para Educação, Ciência e
Cultura (1978) onde foiproclamada Carta Internacional da Educação Física e
Desportos quedefinia as atividades esportivas como direito fundamental de todos e
quedeverão ser oferecidas oportunidades para sua prática organizada e inclusiva,
oferecendo acesso ou criando eventos especializados para minorias com
necessidades especiais (TAVARES, 2003).Segundo Fleury (2002) na prática, a
administração esportiva desde o século XIX é uma atividade de apoio ao esporte e à
Educação Física. A gestão esportiva ou administração do esporte consiste na
organização e direção racional e sistemática de atividades esportivas e físicas em
geral ou de entidades e grupos que realizam estas atividades (quer orientadas para
competições de alto nível ou participação popular ocasional ou regular), além de
práticas de lazer e de saúde.A competição é elemento fundamental do esporte, que
dá sentido à sua existência, e é nela que a manifestação do esporte se realiza em sua
plenitude. Portanto, qualquer ação orientada para o ensino e aprendizagem do esporte
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não está desvinculada da necessidade de se aprender a competir, seja nas aulas de
Educação Física escolar (ensino formal) ou nas Escolas de Esportes ou Centros de
Treinamento (ensino não-formal) (SCAGLIA; MONTAGNER; SOUZA, 2001). Diante
do exposto, o objetivo do estudo é avaliar o nível de conhecimento de professores de
Educação Física em relação à organização de eventos esportivos escolares.
Pretende-se contribuir para que professores de Educação Física busquem
melhoresqualificações em gestão esportiva em nível escolar, adquirindo melhor
eficiência na organização e realização de eventos esportivos escolares, tanto na teoria
quanto na prática, contribuindo assim diretamente na escolarização e formação do
aluno como ser social.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física
do ensino médio das redes públicas e privadas da região da Zona da Mata do estado
de Minas Gerais.Segundo Gil, pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática (GIL, 2002, p.41-42).
Para a mensuração do conhecimento docente sobre a organização de eventos
esportivos escolares, será aplicado um questionário fechado durante os meses de
fevereiro a maio de 2015.Os questionários serão aplicados depois de assinado o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), as informações agrupadas por
questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2013, apresentadas em forma de
gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
COLLI, Eduardo. Universo Olímpico: uma Enciclopédia das Olimpíadas. Cidade:
Conex, 1999.
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FLEURY, M. T. A gestão de competência e a estratégia organizacional: as
pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2002.
.
POIT, D. Rodrigues. Organização de Eventos Esportivos. 2.ed., Londrina:
Midiograf, 2000.
SCAGLIA, A. J.; MONTAGNER, P. C.; SOUZA, A. J. Pedagogia da competição em
esportes: da teoria à busca de uma proposta prática escolar. Motus Corporis, Rio de
Janeiro, v. 8, n. 2, p. 20-30, 2001.
TAVARES, Otávio. Esporte, Movimento Olímpico e Democracia: o atleta como
mediador. Tese de Doutorado. Educação Física. Universidade Gama Filho, Rio de
Janeiro. 2003.
A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA VIDA SOCIAL DE ALUNOS DOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL
DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
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Tamiris Barbosa de Morais e Gutiérres Vieira do Nascimento – graduandos do
do curso de Educação Física da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Esporte; Vida social; Crianças.
INTRODUÇÃO
A idade escolar é uma fase de grande importância para o desenvolvimento da
criança. Devido à entrada na escola, é nessa fase que a criança começa estabelecer
os primeiros vínculos fora da família. A escola passa exercer sobre ela uma influência
social, cultural e afetiva necessária ao seu desenvolvimento. O tipo de comportamento
apresentado nessa fase do desenvolvimento pode ter consequências na vida adulta
(COSTA, 2011). A atividade esportiva se constitui em importante fator de
determinação da integração grupal, e o trabalho em equipe permite a convivência mais
sólida e o aprendizado sadio do espírito de união e responsabilidade (BOER, 2010).
Além disso, é a Educação Física infantil um fator de suma importância para o
desenvolvimento integral da criança e que deve levar em consideração a prática
esportiva como um meio de socialização (BOER, 2010). Os benefícios biológicos,
psicológicos, sociais e culturais da prática de esporte e da Educação Física são bem
conhecidos, pode-se notar que muito se pesquisa e se divulga a respeito (TANI, 2011).
É importante que se use esses conhecimentos como argumentos para motivar e
estimular um envolvimento cada vez maior dessa população crescentemente
sedentária com a prática esportiva. O envolvimento com a prática esportiva não tem
como meta única a saúde. Pratica-se esporte com outros objetivos como, por
exemplo, lazer, estética, socialização, entre outros (TANI, 2011). Devemos ter cautela
na escolha dos esportes a serem praticados, para que os possíveis benefícios não se
tornem prejuízos, pois cada criança tem sua etapa e desenvolvimento em seu tempo,
pois não devemos acelerar ou forçar esse processo, uma vez que ele deve acontecer
naturalmente, por isso às escolhas devem ser adequadas, apropriadas e cada
indivíduo e sua fase correspondente (SIMÕES, 2009). É preciso também destacar a
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importância do esporte na vivência de valores necessários para o convívio em
sociedade como a tolerância, a inclusão e o respeito. Além disso, o esporte pode
ajudar como mais uma alternativa para a educação de crianças e jovens, atribuindose frequentemente papéis admiráveis, como livrar as pessoas do consumo de drogas
(EMER, 2015). Nesse sentido, a postura do profissional de Educação Física é
essencial, uma vez que irá direcionar todo o processo de aprendizagem esportiva.
Segundo Emer (2015), o fato de o esporte não possuir em si nenhuma virtude mágica,
é como qualquer outra atividade, pode ser utilizada para várias finalidades,
dependendo da intenção com que é ensinado e praticado. Na prática esportiva, o
professor de Educação Física não desempenha apenas papel de educador, mas
também e principalmente ele é um agente renovador e transformador da comunidade,
uma vez que está em contato direto com o aluno (MEDINA, 2006). Segundo Tubino
(2001), no Brasil o esporte recreativo seria o chamado esporte popular ligado ao
tempo livre e ao lazer da população, no qual as pessoas praticam por diversão,
descontração e relacionamento pessoal e social. O autor acredita que este esporte
possibilita o processo de democratização, promovendo a participação e oportunidades
esportivas para todos. Diante do exposto, o objetivo deste estudo é identificar a
influência do esporte na vida social de alunos dos anos iniciais do ensino fundamental
de uma escola pública municipal de uma cidade da Zona da mata Mineira. A essência
dessa investigação é fundamentada no fato de que a partir dos dados obtidos sobre
como o esporte e a sua influência na vida de alunos, possamos fornecer aos leitores
uma base de dados de como considerar o papel das aulas de Educação Física e
escolinhas de esporte na infância.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com crianças dos anos iniciais do
ensino fundamental com idade entre 8 e 11 anos de uma escola pública municipal de
uma cidade localizada na Zona da Mata Mineira. Segundo Gil (2007) pesquisas
descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada
população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob esse
título e uma das características mais significativas está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
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Para a mensuração nas aulas de Educação Física, será aplicado questionários
semiabertos, (com leitura do questionário para maior compreensão) durante os meses
de março a maio de 2016, às crianças do ensino fundamental visando compreender
como a socialização de sua forma ampla está sendo tratada no contexto escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOER, Alessandro. A Importância do Esporte Escolar na Socialização de
Crianças do 3 Ano ao 6 ano do Ensino Fundamental na Cidade de Bagé:
Progresso de Mudança e Atitude. 2010. 14 folhas. Educação Física - Universidade
de Brasília, Brasília, DF.
EMER, Jean. Os Benefícios Pedagógicos que o Esporte Pode Trazer como mais
uma alternativa na socialização e formação de adolescentes e jovens. Disponível
em: http://monografias.brasilescola.com.br . Acesso em: 07.set.2015
COSTA, Guilherme Bonfim Pessoa. O Benefício do Esporte na Vida das Crianças
na Vida Escolar. 2011. 9 folhas. Educação Física - Universidade Católica de Brasília,
Brasília, DF.
TANI, G. Leituras em Educação Física: Retratos de uma jornada. São Paulo: Phorte,
2011.
VIANNA, José Antonio; LOVISOLO, Hugo Rodolfo. A inclusão social através do
esporte: a percepção dos educadores. Revista Brasileira de educação Física e
Esporte, São Paulo, v. 25, n.2, p.285-296, abril/junho. 2011.
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GT 07 – CIÊNCIAS
HUMANAS
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RESUMOS
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O QUE PENSAM OS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO SOBRE A DISCIPLINA
EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA?
Cristiane de Oliveira Campos; Luís Henrique Barbosa Peixoto; Ludimilla
Aparecida Reis Vieira – Graduandos do Curso de Licenciatura em Educação Física
da Faculdade Vértice – Univértix – Matipó;
Wederson Rafael Fraga – Graduado e Especialista em Educação Física, professor
do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice – Univértix –
Matipó;
André Salustiano Bispo – Graduado e Mestre em Educação Física, coordenador e
professor do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice –
Univértix – Matipó;
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada e Mestre em Educação Física,
professora do Curso de Licenciatura em Educação Física da Faculdade Vértice –
Univértix – Matipó.
[email protected]
PALAVRA-CHAVES: Profissionais; Educação; Educação Física; Escola.
INTRODUÇÃO
Sabemos que quando se quer realizar uma investigação, temos como base
uma história de interesse por parte dos investigadores. Contudo, este interesse pode
vir de diversos fatores, tais como, uma experiência de vida, ou até mesmo questões
polêmicas e/ou atuais.Dessa forma, apresentamos nosso interesse de pesquisa
levando em consideração nossas experiências escolares, o relato de professores de
Educação Física sobre opiniões de outros profissionais da escola em relação à
disciplina em destaque e o fato de termos essa grande curiosidade sobre o que
pensam os profissionais da educação a respeito da disciplina. A Educação Física faz
parte do currículo escolar desde 1882, quando Rui Barbosa deu seu parecer sobre o
projeto 224, reforma Leôncio de Carvalho, decreto nº 7.247 de 19 de abril de 1879 na
qual defendeu a inclusão da ginástica na escola e equiparação dos professores, uma
vez que as pessoas precisam ter um corpo saudável para sustentar uma atividade
intelectual. Apesar de mais de um século que ela faz parte do currículo, a Educação
Física nas escolas públicas vem recebendo críticas de alunos, pais, professores de
outras disciplinas entre outros profissionais da escola, já que ela tem sido percebida
como atividade que não contribui efetivamente para o desenvolvimento integral de
crianças e adolescentes. Nesse sentido, Medina (1996) coloca que a Educação Física
precisa entrar em crise urgentemente, questionar criticamente seus valores e se tornar
capaz de justificar-se a si mesma, buscando a sua identidade. Mattos e Neira (2000)
dizem que a Educação Física comparada a outras disciplinas evidencia falta de
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objetivo, já que as outras matérias propiciam aos alunos uma metodologia
diversificada, tendo estudo com exposição de vídeos, visitas técnicas a lugares que
os alunos estão estudando naquele momento, nos livros de diversos autores,
discussão de problemas atuais e passados, enquanto a Educação Física Escolar não
sai dos conhecimentos fundamentados no esporte. O posicionamento de Medina
(1996) é o de que a Educação Física ainda sofre em relação a outras disciplinas,
entretanto o que mais assusta não é o desprezo e a discriminação em si, mais a
passividade com que ela aceita os seus condicionamentos. Existem também
controvérsias, pois Soares (1996), por exemplo, destaca que a Educação Física está
na escola. Ela é uma disciplina de ensino e sua presença traz uma adorável, benéfica
e restauradora “desordem” naquela instituição. Esta sua desordem é portadora de
uma ordem interna que lhe é peculiar e que pode criar outra ordem na escola. Botelho
e Oliveira (2005) afirmam que as disciplinas Educação Física, Educação Artística e
Educação Religiosa são, historicamente, posicionadas de forma desigual. Para as
autoras as outras disciplinas do currículo escolar se sobrepõem, pois consideram que
a exigência intelectual seja mais marcante. Diante do exposto até aqui, a questão
norteadora dessa pesquisa é: o que pensam os profissionais da educação de escolas
públicas estaduais de uma cidade da zona da mata mineira sobre a disciplina
Educação Física na escola? Assim, o objetivo do estudo é compreender o que pensam
os profissionais da educação de escolas públicas de uma cidade da Zona da Mata
Mineira sobre a disciplina Educação Física na escola. Com a realização desta
investigação, pretendemos contribuir a ampliação da produção de um conhecimento
que vise à re-significação da identidade profissional do professor de Educação Física,
bem como o lugar desta disciplina no currículo escolar. Além disso, pode apontar
caminhos que subsidiem o professor na transformação da docência.
METODOLOGIA
Essa pesquisa será realizada numa escola municipal de uma cidade localizada
na Zona da Mata Mineira, no período de Outubro e Novembro de 2015. Essa cidade
tem uma área de 194 quilômetros quadrados e sua atividade econômica principal é o
cultivo de café. Segundo Instituo Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) 2010, a
população é de 7.128 habitantes.
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Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que será realizada através da entrevista
estruturada, que irá conter as perguntas relacionadas ao objetivo da pesquisa.
Segundo Bogdan e Biklen (1994, p.70):
O objetivo dos investigadores que compartilham o paradigma qualitativo é o
de melhor compreender o comportamento e experiência humana. Tentam
compreender o processo mediante o qual as pessoas constroem significados
e descrever em que consistem estes mesmos significados. Recorrem à
observação empírica por considerarem que é em função de instâncias
concretas do comportamento humano que se pode refletir com maior clareza
e profundidade sobre a condição humana.
Os sujeitos da pesquisa serão profissionais da Educação que atuam na docência
nessa escola, ministrando aulas de diferentes disciplinas, constatando-se um total de
15 profissionais. Eles serão selecionados de acordo com as disponibilidades em
responder o instrumento de coleta de dados e a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
As entrevistas serão gravadas e transcritas e serão armazenadas em arquivo tipo
word versão 2000, o que possibilitará a recuperação dos dados nos momentos
necessários. De posse dos dados, faremos a triangulação a fim de estabelecer as
categorias de análise que emergirão da inserção no campo; portanto, não a priori.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta de
dados, pretende-se realizar a analise através de estatística descritiva destes, levando
em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.335p.
BOTELHO, Rafael e OLIVEIRA, Renata. Óbice à formação do professor: o processo
de depreciação social do discente de Educação Física. In: Encontro Fluminense de
Educação Física Escolar, 9., 2005, Niterói. Anais... Niterói: Departamento de
Educação Física e Desportos / Universidade Federal Fluminense, 2005. p. 234-238.
MATTOS, Mauro Gomes; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na
adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora,
2002.
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MEDINA, João Paulo S. A educação física cuida do corpo e mente. 14ed.
Campinas: Papirus, 1996. p 19-35.
SOARES, C.L. Educação física escolar: conhecimento e especificidade. Revista
paulista de educação física. São Paulo. P 6-12. 1996.
Projeto de pesquisa subsidiado pela Fundação de amaro à pesquisa do estado
de Minas Gerais – FAPEMG.
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GT 08 – CIÊNCIAS
LINGUÍSTICA,
LETRAS E ARTES
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RESUMOS
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AS ATIVIDADES DE LEITURA E INFERÊNCIA EM CHARGES NAS AULAS DE
LÍNGUA PORTUGUESA
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Licenciada em Letras. Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano. Licenciada em Matemática e Física. Mestre em Matemática.
Especialista em Língua Inglesa. Professora da Faculdade Vértice_
UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: charges; inferência; gêneros discursivos; ensino.
INTRODUÇÃO
O trabalho com leitura e compreensão dos mais variados gêneros discursivos
em sala de aula é um dos principais meios de aproximar o aluno de um uso autônomo
da Língua Portuguesa, bem como ponto de partida para despertar nele olhar crítico
do mundo que o cerca. Esse procedimento nas aulas de Língua Portuguesa pode
proporcionar uma relação entre o uso da língua e as práticas sociais nele envolvidas.
Diante disso, e a partir da necessidade de estabelecer um recorte para esta pesquisa,
define-se o gênero textual charge como objeto de estudo, bem como sua utilização
em sala de aula e as estratégias para um trabalho eficiente com as mesmas. Para
obter-se uma leitura eficiente das charges, os alunos devem ser capazes de realizar
as inferências necessárias, relacionar o conhecimento prévio à informação ali
presente, estabelecendo relações entre a imagem que ali se apresenta e seu entorno.
Segundo Coscarelli (2014), as informações de que o leitor dispõe são importantes
para a construção dos sentidos que estão implícitos no texto e vão fazer com que ele
realize as inferências necessárias para compreendê-lo. Nessa mesma linha, Mendes
(2013) afirma que, também, na leitura de imagens, há uma rememoração que leva o
espectador a uma interação sociodiscursiva. Realizar uma leitura eficiente das
charges contribuirá muito para a o desempenho dos alunos em avaliações de alta
relevância, como as avaliações externas e o próprio ENEM, uma vez que tanto nas
questões de Língua Portuguesa quanto em outros conteúdos esse gêneros se faz
presente, revelando assim seu caráter interdisciplinar.
Esta pesquisa é social e
cientificamente relevante porque o gênero charge é uma importante ferramenta de
manifestação do pensamento, é um mecanismo de crítica e até de comoção da
sociedade. Fazer o aluno se tornar um leitor eficiente desse gênero faz parte da função
social do professor; incluir esse leitor para que ele possa entender bem uma charge,
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localizar a crítica ali presente e, até mesmo, criar suas próprias charges quando sentir
a necessidade de criticar algo a sua volta. O objetivo desta pesquisa é promover
estratégias para auxiliar o aluno a estabelecer relações necessárias, nas leituras de
charges, de maneira autônoma para assim realizar leitura efetiva. O gênero em tela
demanda uma capacidade muito apurada do leitor em estabelecer relações dentro do
texto_ devido o uso híbrido da linguagem verbal e não verbal_ e fora dele, por meio
dos elementos extratextuais tão necessários para sua compreensão. Ao buscar
desenvolver técnicas de aprimoramento do trabalho com esse gênero discursivo,
estaremos visando o letramento dos alunos envolvidos. Nesse sentido, considera-se
como um ser letrado aquele indivíduo que, segundo Rojo (2004), consegue escapar
das literalidades dos textos e é capaz de relacionar o que tem em mãos a outros
textos, discuti-los, apontar ideologias, além de situá-los em determinada realidade
social.
METODOLOGIA
O presente estudo classifica-se como pesquisa descritiva, a qual segundo Gil
(2010) tem como objetivo identificar a relação entre variáveis e proporcionar uma nova
visão de um problema. Quanto aos procedimentos trata-se de uma pesquisa-ação,
que pretende “diagnosticar um problema específico, numa situação específica, com
vistas a alcançar um resultado prático” (Idem p. 42) No caso em questão pretende-se
criar uma prática favorável ao trabalho com charges em sala de aula. Para tanto, os
dados para a pesquisa serão coletados através das aulas de Língua Portuguesa, para
o 9º ano do Ensino Fundamental. Pretende-se, inicialmente, realizar um trabalho mais
direto com charges sobre os seguintes temas: futebol, meio ambiente, política e
comportamento. O trabalho consistirá em perguntas diretas sobre as charges além de
atividades de compreensão das mesmas. Após este trabalho, pretende-se identificar
as charges em que os alunos tiveram mais dificuldades e registrar como foi o processo
de leitura das mesmas. Os registros serão feitos em um “diário de bordo”. Nessa
primeira parte, não haverá orientação da leitura com o aluno. Feito isso, a segunda
parte compreenderá na proposta de uma pesquisa por parte dos alunos sobre os
temas mencionados anteriormente. O objetivo é fazer com que eles busquem na mídia
digital ou impressa reportagens sobre aqueles temas. Ou seja, o aluno irá se munir
previamente de conhecimentos para o trabalho com as outras charges. Os alunos
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trarão os materiais (textos) pesquisados para sala. Após essa pesquisa serão trazidas
novas charges, porém com o mesmo assunto, para a sala de aula. Na ocasião serão
feitas novamente atividades de compreensão nos mesmos moldes das anteriores. O
objetivo será identificar se houve mudança na maneira como o aluno lerá essas
charges. Essa identificação será feita através da análise das respostas às atividades
de compreensão. As impressões acerca do andamento dessa atividade também serão
registradas em “diário de bordo”. O objetivo da abordagem será verificar a utilidade de
um trabalho prévio acerca dos temas das charges.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa está em andamento e será aplicada em fevereiro de 2016. Os
resultados parciais apresentam o levantamento bibliográfico inicial. Ao final deste
estudo pretende-se contribuir para o trabalho com o gênero charge nas aulas de
Língua Portuguesa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSCARELLI, C.V. Conhecimentos prévios na leitura. In Glossário CEALE: Termos
de Alfabetização, Leitura e Escrita para educadores. Belo Horizonte:Faculdade de
Educação, 2014.
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MENDES, E et. al. Imagem e Discurso. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2013.
ROJO, R. Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. São Paulo: SEE:
CENP, 2004.
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