I SIMBOT/SINFAN 2012
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I SIMBOT/SINFAN 2012
Universidade Federal de Lavras Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste Lavras-MG 2012 Introdução O SINBOT surgiu a partir de uma iniciativa dos professores da UFLA, Unifal-MG e UFSJ em conjunto com o Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada da UFLA com o intuito de proporcionar uma maior integração entre os grupos de pesquisa e alunos dessas instituições, bem como de outros grupos no Brasil e no exterior. O SINFAN nasceu de um grande projeto de rede intitulado "Valoração e Uso Sustentável de Espécies Frutíferas e Ornamentais Nativas da Amazônia e do Nordeste Subexploradas Economicamente", financiado pelo MCT/CNPq/MEC/CAPES/FNDCT Ação Transversal/FAPs Nº 47/2010 SISBIOTA BRASIL. Esse projeto compreende a cooperação de professores e alunos da UFLA ligados ao Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, a UFAM, a UFS e a Embrapa Roraima. O evento recebeu um total de 621 participantes com 502 trabalhos científicos aprovados apresentados na forma de poster. Os trabalhos foram avaliados pela comissão científica sendo disponibilizados no presente documento, contudo a responsabilidade do conteúdo dos trabalhos é inteiramente dos autores. As instituições envolvidas na execução do SINBOT/SINFAN foram: • • • • • • Universidade Federal de Lavras (UFLA); Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL); Universidade Federal de São João-del-Rei (UFSJ); Universidade Federal de Sergipe (UFS); Universidade Federal do Amazonas (UFAM); Embrapa Roraima. Comissão organizadora • • • • • • • Evaristo Mauro de Castro (Presidente - UFLA) Fabricio José Pereira (UFLA) Marcelo Polo (Unifal-MG) Marcos Sobral (UFSJ) Moacir Pasqual (UFLA) Arie Fitzgerald Blank (UFS) Rafael Pio (UFLA) Comissão Científica • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Edvan Alves Chagas (Embrapa Roraima) Sandro Barbosa (Unifal-MG) Maria Teresa Gomes Lopes (UFAM) Maria de Fátima Arrigoni-Blank (UFS) João Antônio Argenta (Unilavras) Marines Ferreira Pires (Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada) Vânia Helena Techio (UFLA) Adriana Tiemi Nakamura (UFLA) Manoel Losada Gavilanes (UFLA) Flávia de Freitas Coelho (UFLA) Fábio Akira Mori (UFLA) Lisete Chamma Davide (UFLA) João Paulo Rodrigues Alves Delfino Barbosa (UFLA) José Eduardo Brasil Pereira Pinto (UFLA) Douglas Antônio de Carvalho (UFLA) Cynthia de Oliveira (Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal) Marco Aurélio Leite Fontes (UFLA) Rubens Manoel dos Santos (UFLA) Maria Aparecida Moreira (UFS) Iara Alvarenga Mesquita Pereira (UFLA) Geraldo Alves da Silva (UNIFAL-MG) Flávio Nunes Ramos (UNIFAL-MG) Breno Régis Santos (UNIFAL-MG) Carlos Vinicio Vieira (UFMT) Ana Hortência Fonsêca Castro (UFSJ) Fernanda Carlota Nery (UFSJ) Mariana Esteves Mansanares (UFLA) Thiago Corrêa de Souza (UNIFAL-MG) Patrícia de Fátima Pereira Goulart (Unilavras) Rosângela Alves Tristão Borém (UFLA) Graziela Cury (USP) Para localizar seus trabalhos de uma forma rápida, caso esteja usando o Adobe Reader® clique no menu “Editar” e então em “Localizar” (ou pode ser usado o atalho Ctrl+F). Quando abrir a janela de busca insira uma palavra de seu nome, do título, palavras-chave ou do corpo do texto e clique em “enter”. A cada novo clique na tecla “enter” uma nova ocorrência da palavra no documento será marcada e você será direcionado imediatamente para essa página. Atenciosamente, A comissão organizadora A FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL AFETA A SIMETRIA FOLIAR DE Miconia albicans Triana (Melastomataceae)? Carla Daniele de Carvalho GUIMARÃES1, Gabriela Aparecida de Oliveira COELHO2* & Grazielle Sales TEODORO3 A assimetria flutuante representa pequenas variações não direcionais na simetria de caracteres bilaterais, tanto de plantas quanto de animais, devido a uma instabilidade na ontogenia e desenvolvimento. Tal instabilidade pode ser causada por fatores bióticos ou abióticos e é um parâmetro bastante utilizado como indicativo de estresse. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a assimetria flutuante de folhas de Miconia albicans como um indicativo do estresse causado pelo efeito de borda em fragmentos florestais, testando a hipótese de que folhas de indivíduos do interior do fragmento apresentam menores valores de assimetria quando comparadas com folhas de indivíduos da borda. O estudo foi realizado em um fragmento florestal na Estação Ecológica Mata do Cedro, em Carmópolis de Minas, MG, com uma população de Miconia albicans que se distribuía por todo o fragmento. Foram selecionados 10 indivíduos na borda e 10 no interior (considerado 200 m a partir da borda). De cada indivíduo foram coletadas cinco folhas, que foram prensadas, secas em estufa, digitalizadas e medidas. A largura do lado esquerdo e direito da folha foi determinada através da medida da largura da borda da folha até a nervura central. A área foliar foi mensurada através do software UTHSCSA Image Tool. A assimetria absoluta das folhas foi quantificada como sendo o módulo da diferença absoluta das larguras direita (RW) e esquerda (LW). Para testar se a assimetria é um bom indicativo de estresse, os valores de assimetria apresentados pelos indivíduos da borda foram comparados com os do interior através de teste-t. Miconia albicans apresentou padrões verdadeiros de assimetria flutuante, como demonstrado pela distribuição normal dos valores do cálculo RW-LW que não se desviaram significativamente de zero (média=0,17; t=0,95; P= 0,344). Não houve diferença significativa entre os níveis de assimetria apresentados pelos indivíduos da borda e do interior do fragmento (t=-0,114; P=0,911). Tal resultado mostra que a assimetria flutuante de folhas da espécie em questão pode não ser um indicador robusto de estresse causado pelas perturbações que normalmente ocorrem na borda de fragmentos florestais ou que a distância considerada a partir da borda do fragmento para o interior ainda esteja sobre influência dos efeitos de borda. Palavras-chave: Efeito borda, Estresse ambiental, Assimetria flutuante. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, Programa de Pós-Graduação de Bioengenharia, Praça Dom Helvécio, 74, CEP: 36300-000, São João Del Rei-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Botânica, Programa de PósGraduação em Biologia Vegetal, Rua Monteiro Lobato, 255, CEP: 13083-862, Campinas-SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 1 A IMPORTÂNCIA DE AÇÕES EDUCATIVAS ACERCA DO USO CORRETO DA FITOTERAPIA EM SÃO JOÃO DEL REI Otieres Cirino de CARVALHO1*, Aparecida Célia P. dos SANTOS1 O uso de plantas medicinais, na medicina popular, está alicerçado em milhares de anos de conhecimento, que tem sido repassado de geração em geração entre os povos tradicionais. No entanto, a ciência nos últimos anos tem nos mostrado que mesmo tratando-se de uma terapêutica natural, o uso de tais plantas não é totalmente isento de riscos à saúde. A utilização de plantas desconhecidas, o uso excessivo (grandes quantidades, muitas vezes ao dia), formas inadequadas de preparo, entre outras, pode tornar a utilização da fitoterapia uma prática arriscada. Outra questão importante a ser levada em conta diz respeito à nomenclatura popular das plantas medicinais. Em um estudo realizado junto à população do município de São João Del Rei, onde foram realizadas 400 entrevistas com aplicação de questionários, em todos os estratos do município. Observou-se que existe uma imprecisão no que tange aos nomes populares das plantas. Um exemplo disto é o caso da erva-de-são-joão. Um dado muito evidente no estudo foi a utilização de duas espécies distintas (Ageratum conyzoides L. e Hypericum perforatum L.) conhecidas pelo nome vernacular de erva-de-são-joão, como se fossem uma mesma espécie medicinal. A erva-de-são-joão da espécie Ageratum conyzoides L. é também conhecida como mentrasto, é nativa, e pertence à família Asteraceae. Já a espécie Hypericum perforatum L. pertence à família Hypericaceae, sendo nativa da América do Norte. Ambas são consumidas como agentes antidepressivos, mas somente a segunda apresenta, de fato, tais propriedades, denotando assim a falta de conhecimento da população acerca de identificação de algumas plantas medicinais. Portanto faz-se necessária a implementação de ações educativas, através de políticas públicas voltadas para o Sistema Único de Saúde, acerca do uso das plantas medicinais, a fim de proporcionar um uso seguro da Fitoterapia para toda a população. Palavras-chave: Ageratum conyzoides, Hypericum perforatum, Erva-de-são-joão, Plantas medicinais, Fitoterapia. Créditos de Financiamento: FAPEMIG 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Ciências Naturais, Curso de Ciências Biológicas, Campus Dom Bosco, Praça Dom Helvécio, 74, Fábricas, CEP 36301160 São João Del Rei-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 2 A SUBFAMÍLIA CAESALPINIOIDEAE EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM MINAS GERAIS Ricardo Gabriel de Almeida MESQUITA1*, Gislene Carvalho de CASTRO2, Antônia Amanda da Silva CÉSAR1 A subfamília Caesalpinioideae possui cerca de 180 gêneros e em torno de 3000 espécies, principalmente árvores e arbustos, tropicais e subtropicais. As folhas são alternas, pinaticompostas, na maioria paripinadas. As inflorescências podem ser racemo, panículas ou espigas. Os frutos são normalmente do tipo vagem, secos e deiscentes. Esse estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana em Santo Antônio do Amparo, MG (20º 53’ 28.8’’ S e 44º 52’ 47,1’’ W) com o objetivo de levantar o número de espécies e indivíduos da subfamília Caesalpinioideae, além da distribuição espacial dos mesmos. O fragmento possui aproximadamente 73 ha e altitude média de 1054 m. Foram demarcadas 25 parcelas de 20 x 20 m, distribuídas ao longo de 4 transectos, plotados no sentido da borda para o interior do fragmento. Todos os indivíduos com PAP (perímetro a altura do peito, a 1,30 m do solo) maior ou igual a 15,7 cm foram registrados. Para verificar a distribuição espacial das espécies foram contabilizados os números de indivíduos em cada parcela e a distância entre as parcelas e a borda do fragmento. As parcelas e suas localizações foram divididas da seguinte forma: de 0 a 20 m correspondem às parcelas de borda, de 20 a 230 m às parcelas de interior e de 230 a 300 m correspondem às parcelas das áreas paludosas (ou próximas aos cursos d’água). A subfamília Caesalpinioideae registrou três espécies, descritas a seguir com seus respectivos números de indivíduos: Bauhinia holophylla (Bong.) Steud. (6); Copaifera langsdorffii Desf. (19); Tachigali rugosa (Mart.ex Benth.) Zarucchi & Pipoly (22). As espécies Copaifera langsdorffii e Tachigali rugosa ocorreram ao longo de todo o fragmento, sendo que Tachigali rugosa teve seu pico de abundância na borda do mesmo. A espécie Bauhinia holophylla apresentou um indivíduo em áreas paludosas, mas teve seu pico de abundância no interior do fragmento. Todas as espécies avaliadas apresentaram distribuição não uniforme ao longo do fragmento florestal analisado. Palavras-chave: Mata Atlântica, Fragmentação, Distribuição espacial. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências Florestais (DCF), Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, 37200-000, Lavras, Brasil. 2 Professora/pesquisadora, Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), Departamento de Zootecnia (DEZOO). *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 3 A SUBFAMÍLIA MIMOSOIDEAE EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM MINAS GERAIS Ricardo Gabriel de Almeida MESQUITA1*, Gislene Carvalho de CASTRO2, Antônia Amanda da Silva CÉSAR1 A subfamília Mimosoideae tem em torno de 60 gêneros e aproximadamente 3000 espécies. Possui distribuição principalmente pantropical e subtropical, com maior diversidade nos gêneros Acacia, Mimosa e Inga. A subfamília inclui árvores, ervas, lianas e arbustos. As folhas são sempre paripinadas, pinadas em Inga e bipinadas nos outros gêneros. As flores são geralmente pequenas, agrupadas em inflorescências, já os frutos são vagens, deiscentes ou não, mas sempre com sementes numerosas. Esse estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana em Santo Antônio do Amparo, MG (20º 53’ 28.8’’ S e 44º 52’ 47,1’’ W) com o objetivo de levantar o número de espécies e indivíduos da subfamília Mimosoideae, além da distribuição espacial dos mesmos. O fragmento possui aproximadamente 73 ha e altitude média de 1054 m. Foram demarcadas 25 parcelas de 20 x 20 m, distribuídas ao longo de 4 transectos, plotados no sentido da borda para o interior do fragmento. Todos os indivíduos com PAP (perímetro a altura do peito, a 1,30 m do solo) maior ou igual a 15,7 cm foram registrados. Para verificar a distribuição espacial das espécies foram contabilizados os números de indivíduos em cada parcela e a distância entre as parcelas e a borda do fragmento. As parcelas e suas localizações foram divididas da seguinte forma: de 0 a 20 m correspondem às parcelas de borda, de 20 a 230 m às parcelas de interior e de 230 a 300 m correspondem às parcelas das áreas paludosas (ou próximas aos cursos d’água). A subfamília registrou quatro espécies, descritas a seguir com seus respectivos números de indivíduos: Acacia polyphylla DC. (7); Inga marginata Willd. (15); Inga vera Willd. (1); Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. (6). A espécie Inga vera apresentou um único indivíduo no interior do fragmento, já Acacia polyphylla e Piptadenia gonoacantha ocorreram tanto no interior quanto próximo aos cursos d’água, porém apresentaram mais indivíduos no interior do fragmento. A espécie Inga marginata apresentou um indivíduo no interior do fragmento, mas teve seu pico de abundância nas áreas paludosas. Todas as espécies avaliadas apresentaram distribuição heterogênea ao longo do fragmento florestal analisado. Palavras-chave: Mata Atlântica, Fragmentação, Distribuição espacial. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências Florestais (DCF), Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, 37200-000, Lavras, Brasil. 2 Professora/pesquisadora, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Departamento de Zootecnia (DEZOO). *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 4 ACERVO DO HERBÁRIO DO LABORATÓRIO DE BIOLOGIA VEGETAL DO CESC/UEMA, CAXIAS/MARANHÃO, BRASIL Guilherme Sousa da SILVA1*, Dailma Lima MEDEIROS1, Ingrid Caroline Abreu SOARES1, Gonçalo Mendes da CONCEIÇÃO1 Os Herbários são valiosos bancos de dados, que armazenam informações sobre plantas, constituindo-se em um instrumento de preservação de espécimes para consulta e referência futura. O Herbário do Laboratório de Biologia Vegetal foi fundado em 2006, recebendo o nome de Herbário Prof. Aluizio Bittencourt (HABIT), cujo objetivo foi armazenar informações sobre a diversidade de espécies da flora do estado do Maranhão. Para a coleta das informações, foram analisadas todas as exsicatas e suas respectivas fichas de catalogação, onde destas foram retirados dados tais como: família, nome científico, origem/procedência, data de coleta, coletor e determinador. Atualmente o Herbário possui uma coleção de 4.812 exsicatas, sendo que 48,5% (2.335) estão identificadas em nível de espécies, enquanto que 51,5% (2.477) no nível de família. Em decorrência do intercâmbio com outros Herbários, 32% (1.536) são exsicatas doadas de várias partes do Brasil, como outras cidades do Maranhão e estados como, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e principalmente do Distrito Federal. Observou-se um número expressivo de famílias botânicas presentes na divisão angiospermae(129), licófitas e monilófitas(11) totalizando 140 famílias botânicas, que tem contribuído para vários estudos e pesquisas. Palavras-chave: Coleção botânica, Exsicata, Intercâmbio. 1 Universidade Estadual do Maranhão/UEMA, Núcleo de Pesquisa dos Recursos Biológicos dos Cerrados Maranhenses/RBCEM, Praça Duque de Caxias s/n, Morro do Alecrim, Caxias/MA, CEP 65.604-380 *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 5 ACLIMATIZAÇÃO DE MUDAS MICROPROPAGADAS IMPERIAL EM DIFERENTES SUBSTRATOS DE BROMÉLIA- Marina Cunha dos REIS1, Caroline Oliveira REIS¹, José Adélcio OLIVEIRA Júnior¹, Adriano Bortolotti SILVA¹ O presente trabalho teve como objetivo verificar o crescimento de bromélia-imperial micropropagada em diferentes substratos, assim como, verificar a sobrevivência dessas após o processo de aclimatização. A espécie usada na montagem do experimento foi a Alcantarea imperialis C. (Bromeliaceae), estabelecidas in vitro. Após 90 dias do cultivo in vitro, plantas com aproximadamente 1 cm de comprimento foram transferidas para vasos nº13 contendo os seguintes substratos: Fibra de coco (FC); Casca de pinus (CP); Húmus (H); FC + CP (1:1, v/v); FC + H (1:1, v/v); CP + H (1:1, v/v); H + CP (3:1, v/v); H + FC (3:1, v/v); CP + H (3:1, v/v); FC + H (3:1, v/v). As plantas foram mantidas em casa de vegetação coberta com plástico agrícola e sombrite 50%, regadas 2 vezes na semana, com aplicação semanal de adubo foliar Mastermins®. O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC), composto de 10 tratamentos com 4 repetições e 4 vasos por parcela. Foi realizada análise de variância (ANAVA) com o emprego de programa estatística SISVAR, sendo as médias comparadas pelo teste de Scott & Knott, a 5% de probabilidade. Após 120 dias de condução, foram avaliadas quanto à altura, número de folhas, comprimento do sistema radicular, massa fresca da parte aérea e do sistema radicular e massa seca da parte aérea e do sistema radicular. Houve efeito significativo dos tratamentos para todas as variáveis analisadas. Maior número de folhas (8) foi observado em plantas crescendo nos substratos composto por CP, H, FC, H + FC (3:1, v/v), FC + H (3:1 v/v) ou CP + H (3:1 v/v). Para comprimento da parte aérea, os melhores resultados foram observados nos substratos CP, CP + H (1:1, v/v), FC + H (3:1, v/v), H + CP (3:1, v/v), apresentando média de 12,5 cm. Para o comprimento do sistema radicular os melhores resultados (8,5 cm) foram obtidos em plantas cultivadas nos substratos FC e CP. Maior acúmulo de massa fresca e seca da parte aérea foi observado no tratamento composto por substratos CP + H (1:1, v/v), atingido 17,5 e 3,4 g, respectivamente. Comportamento semelhante foi observado para a massa fresca e seca do sistema radicular, onde a mistura composto por H + FC (3:1, v/v) e por CP + H (3:1, v/v) proporcionaram maior acumulo de massa, respectivamente. De maneira geral, o emprego de húmus em mistura com outros substratos foi benéfico para o crescimento de bromélia-imperial, sendo que a mistura composta de CP + H (1:1, v/v) proporcionou melhor desenvolvimento das plantas. Palavras Chaves: Alcantarea imperialis C. (Bromeliaceae), Micropropagada, Aclimatizacão. 1 Universidade José do Rosário Vellano, Ciências Agrárias, Laboratório de Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 6 ACÚMULO DE FERRO E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE GRAMÍNEA TROPICAL NA REVEGETAÇÃO DE ÁREAS IMPACTADAS Camilla Oliveira RIOS1*, Bruna Costa de SOUZA1, Anna Elisa de SOUZA1, Eduardo Gusmão PEREIRA2 Usinas de mineração e beneficiamento de minério de ferro estão localizadas em regiões próximas a fragmentos de vegetação nativa, provocando grande impacto nessas áreas o que culmina na redução da biodiversidade local. O objetivo deste trabalho foi determinar, em casa de vegetação, o índice de tolerância da gramínea Paspalum sp. ao ferro aplicado em solução nutritiva, avaliando assim o seu potencial de recuperação das áreas impactadas pela deposição de minério de ferro. As plantas foram cultivadas em solução nutritiva de Hoagland, pH 5.0, com aplicações gradativas de Fe-EDTA (FeSO4.7H2O + EDTA), sendo seis concentrações 0,009 mM – controle; 1 mM; 2 mM; 4 mM; 7 mM e 9 mM. Ao longo do experimento foram avaliadas, periodicamente, as trocas gasosas e a concentração de pigmentos fotossintéticos. A massa seca da raiz e parte aérea, os teores de ferro nos tecidos vegetais e a determinação dos teores de malonaldeído foram avaliados 19 dias após a aplicação dos tratamentos. Não foram observados efeitos significativos nas variáveis de trocas gasosas ao longo de todo o experimento para as concentrações de Fe-EDTA até 7 mM, esses efeitos somente ocorreram quando as plantas foram expostas a maior concentração de Fe-EDTA (9 mM). No final do experimento foram observados incrementos nos valores de clorofila total, clorofilas a e b nas plantas expostas aos tratamentos com Fe em excesso. Os teores de Fe na parte aérea das plantas aumentaram significativamente em resposta ao aumento da concentração de Fe-EDTA em solução nutritiva. A massa seca da parte aérea das plantas expostas às concentrações intermediárias de Fe-EDTA apresentou valores superiores aos observados para as plantas expostas à 0,009 mM, 7 mM e 9 Mm, já a massa seca da raiz não apresentou alterações. A espécie estudada, Paspalum sp., é capaz de tolerar e acumular níveis elevados de Fe nos tecidos foliares, sem apresentar sintomas. Os efeitos tóxicos do Fe somente surgem após a exposição prolongada das plantas a doses extremas do metal e o aparecimento destes efeitos indica o elevado nível de tolerância ao acúmulo de ferro nos tecidos, superior a 1000 mg Fe KgMS-1, o dobro do nível considerado fitotóxico para a maioria das plantas. Os resultados demonstram que a Papalum sp. possui potencial para revegetação em áreas impactadas por atividade mineira. Palavras-chave: Paspalum sp., Mineração, Solução nutritiva, Tolerância. Créditos de financiamento: CNPq; FAPEMIG; VALE S.A. 1 Graduanda do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Viçosa campus Florestal – UFV/CAF, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Rodovia LMG 818 - km 6, CEP: 35690-000, Florestal-MG, Brasil. 2 Professor adjunto da UFV/CAF. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 7 ACÚMULO DE POTÁSSIO EM Ananas comosus var. bracteatus SOB DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE MACRONUTRIENTES IN VITRO Ylana Cláudia Medeiros PAULA1*; Moacir PASQUAL1; Janice Guedes de CARVALHO2; Aparecida Gomes de ARAUJO3 ; Renato VASCONCELOS4, Camila Aparecida LOPES5 Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar in vitro diferentes concentrações de potássio e magnésio em explantes de abacaxizeiro ornamental A. comosus var. bracteatus, visando fornecer subsídios para ajuste do meio de cultura. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras. Foram utilizados como explantes plântulas estabelecidas in vitro de abacaxizeiro ornamental. O cultivo dos explantes foi realizado em meio semi-sólido (MS) contendo macro, micronutrientes e vitaminas, durante 60 dias. Foram utilizados cinco tratamentos representados pelas concentrações de potássio:magnésio (22:1, 20:3, 15:8, 10:13 e 5:18) , com dez repetições cada. Após a inoculação, os explantes foram mantidos em sala de crescimento, à temperatura de 25 ± 2°C, sob irradiância de 36 µmol m-2 s-1 e fotoperíodo de 16 horas. Avaliando-se nos propágulos a quantidade de macronutriente (K) absorvido através da matéria seca da parte aérea. O teor de potássio foi determinado usando-se o método de fotometria de chama. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, para todos os tratamentos e as médias foram comparadas pelo teste de Scott Knott, com significância fixada em 5%. Foi possível observar que os teores de potássio absorvidos pelo abacaxizeiro variaram de acordo com a relação K:Mg, onde os resultados foram semelhantes nos tratamentos 22:1 e 20:3 decrescendo na concentração de 5:18. No entanto, as concentrações de 15:8 e 10:13 obtiveram os melhores resultados. A absorção de nutrientes minerais é afetada pela constituição do meio de cultura, pela composição do tecido da planta e pelo ambiente de cultura. A presença de Mg+ tem efeito de inibição competitiva sobre o íon K+. Assim podemos observar que há uma relação de antagonismo, quando a presença de um elemento diminui a absorção de outro. Portanto, se a proporção K+/Mg+2 no meio for suficientemente baixa, pode diminuir a absorção de potássio ao ponto da planta apresentar deficiência desse elemento. Conclui-se que, o tratamento que houve um menor acúmulo de potássio nas folhas foi aquele em que havia menor concentração de potássio no meio. Palavras-chave: Nutrição, Absorção, Abacaxi. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Solos, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Empresa Estadual de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe, Centro Administrativo Augusto Franco. Bairro Capucho.CEP 49080 -190. 4 Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antônio Carlos, 6627, Bairro: Pampulha, Belo Horizonte, CEP 31270-901. 5 Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 8 ADUBAÇÃO FOLIAR UTILIZANDO ACLIMATIZAÇÃO DE ORQUÍDEAS. MASTERMINS® E FOSFITO NA José Adelcio de OLIVEIRA JÚNIOR1*; Rafael Saad ABRAHÃO1; Adriano Bortolotti SILVA22; Emiliane TRAGINO1; Mariana Helena Machado de FIGEREDO1; Caroline Oliveira REIS3. As orquídeas em sua grande maioria são plantas epífitas, que necessitam de uma simbiose com um fungo, para germinar, porém essa germinação é bastante reduzida, neste sentido o emprego de técnicas de micropropagação vem auxiliar na germinação. Porém um inconveniente dessa técnica é a fase de aclimatização, pelo fato das plantas estarem em um meio autotrófico, a planta perde algumas funções morfofisiológicas, como uma redução da cutícula, e a funcionalidade de estômatos, ocasionando em grandes perdas nesta fase, umas das alternativas para auxiliar na adaptação dessas plantas ao meio é a utilização de adubação equilibrada. Neste sentido objetivou-se com este trabalho avaliar o desempenho de orquídeas com o emprego de adubos foliares em diferentes frequências de adubação foliar. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado, as análises estatísticas foram realizadas com auxilio do programa SISVAR®. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Os tratamentos consistiram em adubações foliares realizadas com Mastermins® com uma, duas e três frequências de aplicação; Mastermins® mais fosfito com uma e duas frequências, totalizando cinco tratamentos. Foram utilizadas medidas biométricas, para analisar o crescimento dessas plantas, tais como número de folhas, número de raízes, comprimento da parte aérea, comprimento do sistema radicular, e massa fresca das plantas. Os resultados mais significativos foram adubação foliar de Mastermins® mais fosfito com duas pulverizações semanais, pois a mesma afeta de maneira positiva o crescimento de plantas de orquídeas durante a fase de aclimatização. Palavras-chaves: Catteya walkeriana, Casa de vegetação, Micropropagação, Crescimento. Créditos de financiamento: CNPq. 1 Graduandos de Agronomia – Universidade José do Rosário Vellano, UNIFENAS, Rodovia MG 179 - km 0, Caixa Postal 23, 37130-000 Alfenas, MG, Brasil. 2 Professor da Universidade José do Rosário Vellano, UNIFENAS. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 9 ADUBAÇÃO NITROGENADA NA FORMAÇÃO DE MUDAS DE CAMU-CAMU *Verônica Andrade dos SANTOS1, Edvan Alves CHAGAS2, Jaqueline de Oliveira VILENA3, Ricardo Manuel Bardales LOZANO4, Isabel Garcia RIBEIRO5, Teresinha Costa Silveira de ALBUQUERQUE6 O estado nutricional para produção de mudas é um fator criterioso e de aspecto importantíssimo, pois a falta ou o desbalanço desse caráter afeta diretamente o crescimento e desenvolvimento das mudas. A adubação e nutrição mineral para camu – camu é um assunto praticamente desconhecido, principalmente por ser uma frutífera ainda pouco conhecida. Portanto, pesquisas relacionadas as exigência nutricional da cultura, em especial o nitrogênio, proporcionará informações mais amplas sobre o melhor manejo e a recomendação nutricional ideal para formação e desenvolvimento da planta Assim o objetivo do experimento foi verificar diferentes doses de Uréia em cobertura na formação de mudas de camu-camu. O experimento foi desenvolvido no setor de fruticultora da Embrapa em Boa Vista /RR. Para obtenção das sementes foram coletadas frutos maduros de acessos de camu-camu oriundos do município do Cantá-RR. Após retirar as sementes dos frutos foi realizada a semeadura em canteiro tendo como substrato serragem e areia. Após a emergência, quando as plantas atingiram aproximadamente 8 cm de altura foram transplantadas para sacos de polietileno contendo 3 Kg de latossolo amarelo. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial 5x2, sendo doses uréia (0; 0,16; 0,31; 0,47 e 0,93 g/Litro) e dois intervalos de aplicação 7 e 14 dias. Após oito aplicações foram avaliadas as variáveis de: diâmetro do colo da planta, comprimento da raiz e da parte aérea, número de folhas, matéria seca da parte aérea, matéria seca da raiz, massa total da planta. De acordo com os resultados obtidos foi constatado que as doses acima de 0,16g/litro foram prejudiciais para o desenvolvimento das mudas de camu camu independente dos intervalos de aplicação. Palavras - chave: (Myrciaria dubia (H.B.K.) Mc Vaugh – Myrtaceae), Nutrição, Propagação. Crédito de financiamento: CAPES, CNPq, FEMARH e EMBRAPA-RR. 1 Eng. agrônoma, pesquisadora/pós–doutoranda Embrapa/UFRR. Eng. Agrônomo, Pesquisador da Embrapa-RR. Bolsista CNPq. 3 Estudante de agronomia da UFRR. 4 Estudante do curso de mestrado da UFRR. 5 Estudante do curso de agronomia UFRR. 6 Pesquisadora da Embrapa-RR em Nutrição de Plantas e Fruticultura. 2 * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 10 ADUBO DE LIBERAÇÃO LENTA NO CRESCIMENTO DE MUDAS DE Leucaena leucocephala(Lam.) de Wit (Fabaceae) Rodolfo Soares de ALMEIDA1*, Gabriel de Resende BARONI 2, Rafaella Carvalho MAYRINCK 1, Anani Morilha ZANINI 1 , Bruna Anair Souto DIAS 3, André da Silva OLIVEIRA 1 O objetivo deste trabalho foi avaliar, preliminarmente, o efeito da aplicação de adubo de liberação lenta (Osmocote®) no crescimento de mudas de Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (leucena). O adubo utilizado foi o Osmocote®, com liberação prevista para 05 a 06 meses e a seguinte composição: N (15%), P2O5 (9%), K2O (12%), Mg (1%), S (2,3%), B (0,02%), Cu (0,05%), Fe (1%), Mn (0,06%), Mo (0,02%) e Zn (0,05%). O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com dois tratamentos (sem adubação; 4kg/ m³ de Osmocote®) e seis repetições de 10 plantas por parcela. O adubo de liberação lenta foi misturado ao substrato (mistura de 3 partes de fibra de coco, 3 esterco, 1 vermiculita, 3 casca arroz) e este acondicionado em tubetes polipropileno de 115 cm3. O experimento foi realizado em viveiro com bancadas suspensas e a pleno sol O crescimento das mudas de leucena foi avaliado aos 105 dias após a semeadura, por meio da mensuração de altura e diâmetro do coleto. A altura e o diâmetro do coleto das mudas de leucena foram influenciados significativamente (p ≤ 0,05) pela aplicação de adubo de liberação lenta. As mudas produzidas com adubação de 4kg/ m³ de Osmocote® apresentaram maior altura (altura média de 4,23 cm) e diâmetro do coleto (média de 2,42 mm) do que as mudas produzidas sem adubação (altura média de 3,13 cm e diâmetro do coleto médio de 2,14 mm). De acordo com a avaliação preliminar do crescimento das mudas, há resposta significativa da leucena a adubação com adubo de liberação lenta. Palavras-chave: Adubação de mudas, produção vegetal, Osmocote® Apoio: Núcleo de Estudos em Silvicultura 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia Florestal CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduando em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Professora do Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 11 AJUSTAMENTOS MORFOLÓGICOS EM PLANTAS DE PINHÃO-MANSO SOB SUSPENSÃO DE IRRIGAÇÃO E SOMBREAMENTO Fernanda Juliana da SILVA1*, Lucas Eduardo Gonçalves CUSTÓDIO¹, João Paulo de SOUZA¹ O Pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma planta oleaginosa que apresenta características ruderais que proporciona resistência a longos períodos de seca e maior capacidade de aclimatação, sendo que essas características explicam sua ampla distribuição de cultivo no mundo. Devido ao seu alto potencial de uso torna-se necessário o conhecimento básico dos aspectos morfológicos da espécie. O objetivo do trabalho foi acompanhar as alterações morfológicas de plantas de pinhão-manso submetidas ao estresse hídrico e luminoso. Para verificarmos a influência dos estresses, as plantas de pinhão-manso foram divididas em quatro tratamentos: controle, suspensão da irrigação com iluminação plena, irrigação diária com sombreamento (60% de atenuação) e suspensão de irrigação com sombreamento (60% de atenuação). Aos 133, 221 e 314 dias após o plantio foram realizadas coletas de biomassa (raízes, caules e folhas) e área foliar das plantas de pinhão-manso. A área foliar média diferiu entre os tratamentos na segunda (221 dias) e terceira (314 dias) medição, sendo que o maior valor foi encontrado nas plantas sob sombra e sem irrigação (146,4 cm2 na terceira medição). A área foliar específica e área foliar individual foram maiores nas plantas sob sombra (com e sem estresse hídrico), principalmente na segunda e terceira medição. Em geral, plantas crescendo sob sombra apresentam ajustamentos morfológicos como altos valores de área foliar média e área foliar específica, isso foi observado nas plantas de pinhão-manso crescidas sob sombra. A maior área foliar permite maior captação de energia luminosa e o estabelecimento e desenvolvimento das espécies vegetais em condições de baixa luminosidade devido à compensação do déficit luminoso. Os maiores valores de massa seca total, massa seca de raiz e massa seca do caule foram encontradas em plantas sob sol pleno em todos os períodos de medição. Os menores valores de massa seca de raiz em plantas de pinhão-manso sob sombra (com e sem estresse hídrico) podem ser consequência da menor translocação de fotoassimilados das folhas para as raízes em plantas sombreadas. A mudança no padrão de alocação de biomassa em favor da folhagem em plantas que crescem em ambientes sombreados e secos caracteriza uma estratégia ecológica para manter o balanço de carbono positivo. Assim, as plantas de pinhão-manso apresentam ajustamentos morfológicos quando cultivadas em ambientes sombreados, principalmente quando sujeitas à períodos de seca. Palavras-chave: Jatropha curcas L., Biomassa, Estresse. Créditos de financiamento: FAPEMIG 1 Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Rodovia LMG 818, km 06, CEP35690-000, Florestal – MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 12 Allium cepa L. (Aliliaceae) PARA AVALIAÇÃO DA FITOTOXICIDADE DE EFLUENTES DE UMA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA VETERINÁRIA Bianca de Souza MASELLI1*, Joice Oliveira PALMEIRA1, Luana RODRIGUES1, Karla Palmieri TAVARES1, Sandro BARBOSA1, Luiz Alberto BEIJO1, Fábio KUMMROW22 Os Fármacos compõem uma das mais importantes novas classes de poluentes, apresentando atividades biológicas intrínsecas e certa resistência à biodegradação, fato que contribui para sua persistência ambiental. A necessidade da avaliação do risco dos fármacos aos organismos vivos tem motivado o uso e desenvolvido ensaios ecotoxicológicos e de modelos para avaliação de risco ambiental. A eficiência dos ensaios com Allium cepa se deve às suas características cinéticas de proliferação, ao rápido crescimento de suas raízes, ao grande número de células em divisão, À sua disponibilidade durante o ano todo e ao seu fácil manuseio. Além disso, esta espécie é altamente sensível ao estresse ambiental. O objetivo desse estudo foi avaliar a fitotoxicidade de efluentes de uma indústria farmacêutica veterinária empregando o teste com Allium cepa. amostras de efluente bruto, efluente tratado quimicamente e efluente tratado biologicamente foram e submetidas aos testes de fitotoxicidade com Allium cepa (cv. Baia Periforme). Os parâmetros avaliados foram taxa de germinação, alongamento de raízes e produção de biomassa. Com a relação à taxa de germinação, o efluente bruto apresentou a menor média (40,19%) em relação aos efluentes pós-tratamento químico (49,52%) e pós-tratamento biológico (57,81%). Na avaliação do alongamento de raízes, as sementes tratadas com o efluente bruto apresentaram média de comprimento de 5,82 mm, enquanto aquelas expostas aos efluentes pós-tratamento químico e biológico apresentaram médias de 7,46 e 7,71 mm, respectivamente. À medida que o efluente passou pelas etapas do tratamento a sua fitotoxicidade foi reduzida estimulando o alongamento das raízes da cebola, sendo que a média do alongamento do efluente póstratamento biológico (7,71 mm) foi semelhante ao do controle negativo (7,96 mm). A biomassa fresca não sofreu influência dos diferentes tipos de efluentes. Já a biomassa seca sofreu influência negativa, sendo que o efluente bruto promoveu a redução de 53,84% da biomassa em relação aos efluentes tratados. Em vista dos resultados, Allium cepa se mostrou eficaz para avaliação da toxicidade desses efluentes industriais. Portanto, o tratamento de efluentes empregado é capaz de diminuir a fitotoxicidade desses resíduos. Palavras-chave: Allium cepa, Efluentes industriais, Fitotoxicidade Créditos de financiamento: CNPq (475243/2011-0), FAPEMIG 1 Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Genotoxicidade - Universidade Federal de Alfenas - Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 – 37.130-000 - Alfenas-MG – Brasil. 2 Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas - Universidade Federal de São Paulo - Campus Diadema, Rua Arthur Riedel, 275 – 09972-270 – Diadema-SP - Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 13 ALOCAÇÃO DE BIOMASSA EM DIFERENTES POPULAÇÕES DE Typha domingensis Pers. (Typhaceae) CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA Karina Rodrigues SANTOS1*, Fabricio José PEREIRA1, Carolina Toledo Garib SORIANO1, Hugo Machado MOREIRA1, Gabriel de Resende BARONI1, Gabriel Resende Naves SILVA1 Encontrada em margens de ambientes de água doce, Typha domingensis Pers. (Typhaceae), chamada vulgarmente de taboa possui intenso crescimento populacional e elevada importância ecológica, contudo, diferentes condições de adensamento populacional são encontradas no ambiente. O objetivo do presente trabalho foi se ocorrem diferenças na alocação de biomassa de populações de taboa em função dos diferentes adensamentos populacionais. Plantas de taboa foram coletadas em açudes naturais na região de Lavras - MG em populações com alto (ocupação maior que 50% da área) e baixo (ocupação menor que 50% da área) adensamentos populacionais. As plantas foram propagadas em casa de vegetação e os clones utilizados para a montagem do experimento em vasos de poliuretano preenchidos com 4,0 L de solução nutritiva de Hoagland e Arnon a 40% durante 60 dias. Ao final do período experimental foram coletadas, separadas em raiz, caule e folha e secas em estufa de circulação forçada à temperatura de 70ºC por um período de 72 horas. Após a secagem foram pesadas em balança analítica. O experimento foi inteiramente casualizado com dois tratamentos e 14 repetições, os dados foram submetidos a anava e ao teste de ScottKnott para p<0,05. A alocação de biomassa nas raízes foi 22,97% maior para as populações mais adensadas comparação com as pouco adensadas. Contudo, a massa seca do caule das populações de menor adensamento foi 21,98% menor em relação às plantas de populações menos adensadas. Contudo, a biomassa foliar das plantas em função dos diferentes adensamentos populacionais ocorre de forma semelhante não ocorrendo diferenças não significativas (Fc= 0,761 e P= 0,39). As populações muito adensadas apresentaram uma biomassa total 43,12% maior em relação às de menor adensamento. Observa-se que há uma maior translocação de biomassa as raízes, produzindo um maior sistema radicular, otimizando a captação de nutrientes e possibilitando para essas plantas uma possibilidade de maior crescimento. Portanto, ocorrem diferenças significativas na alocação de biomassa em plantas de taboa em função do adensamento populacional, sendo que as plantas de maior adensamento investem em maior desenvolvimento do sistema radicular e possuem uma maior capacidade de produção de biomassa que as populações menos adensadas. Palavras-chave: Taboa, Adensamento populacional, Macrófitas aquáticas, Crescimento vegetal. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Botânica Estrutural, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 14 ALOCAÇÃO DIFERENCIAL DA BIOMASSA EM Salvinia auriculata AUBLET (Salviniaceae): EFEITO DO NITROGÊNIO NA ÁGUA Jessica Cristina CARVALHO1*, Eugênia TEIXEIRA2, Flávia de Freitas COELHO3 A alocação diferencial de recursos é comum em certos organismos, principalmente quando os recursos são escassos. Em plantas, este termo pode ser exemplificado pela repartição de nutrientes para produção e sustento de partes vegetativas e/ou reprodutivas. Em plantas aquáticas, a eficiência na alocação e no uso dos nutrientes presentes na água são diferentes entre as espécies. O objetivo deste trabalho foi avaliar se ocorre alocação diferencial entre a biomassa de folíolos aéreos e folíolos submersos de Salvinia auriculata em função de diferentes concentrações de nitrogênio presentes na água. Para a realização do estudo, foram coletadas amostras de água de lagoas marginais que estão sob influência do Rio Grande, MG, para análise da concentração de nitrogênio. Logo após o resultado das análises, coletaram-se 200 rametes de duas lagoas marginais, sendo 100 de uma lagoa com alta concentração de nitrogênio (1,52 p/p) e 100 de outra com baixa concentração (0,61 p/p). As plantas coletadas foram levadas ao laboratório, separadas em folíolo aéreo e folíolo submerso para posterior secagem e pesagem das partes. Para verificar se ocorre alocação diferencial entre folíolo aéreo e submerso, foi feita regressão linear dos dados de biomassa para cada lagoa. Os resultados foram significativos na lagoa com maior concentração de nitrogênio (R²=0,266; p=0,000) e na lagoa com menor concentração (R²=0,049; p=0,027). Isto sugere que não ocorre alocação diferencial entre as partes vegetativas de Salvinia auriculata, independente da concentração de nitrogênio na água. O crescimento da planta dá-se de forma hábil, alocando biomassa tanto para o folíolo aéreo quanto para o folíolo submerso, sem o detrimento de uma das partes mesmo quando a concentração de nitrogênio na água é baixa. Concluiu-se que Salvinia auriculata é eficiente no crescimento de toda a planta em qualquer concentração de nitrogênio na água. Palavras-chave: Alocação, Nutrientes, Planta aquática. Apoio: FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduação em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Pós-graduação em Ecologia Aplicada, Lavras-MG, Brasil 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Botânica, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 15 ALOCAÇÃO VEGETATIVA E REPRODUTIVA DEPENDENTES DO NÍVEL DA ÁGUA Nymphaea caerulea Savigny (Nymphaeaceae) Bárbara Temponi Vilarino GODINHO1*, Flávia de Freitas COELHO¹, Eugênia TEIXEIRA¹ A variação da forma e tamanho, muitas vezes depende das condições as quais o organismo está submetido. As plantas aquáticas são particularmente conhecidas pela sua grande habilidade em alterar sua reprodução e morfologia em resposta à variação das condições ambientais. O nível da água é uma das condições limitantes para o crescimento dessas plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar se há diferença na alocação para crescimento e biomassa de pecíolo, limbo e flor de Nymphaea caerulea, entre os períodos de cheia e seca. Para realização do estudo foram coletadas 20 plantas em cada estação (seca e cheia) em duas lagoas marginais que estão sob a influência do Rio Grande, MG, totalizando 40 plantas. As amostras coletadas foram levadas ao laboratório, separadas em parte vegetativa e parte reprodutiva. Em seguida foram medidos pecíolos e limbos, posteriormente secados e pesados para obtenção do peso seco entre a seca e cheia. Além disso, obtivemos o peso seco de flores nas 40 plantas amostradas a fim de verificar se existe investimento diferencial na reprodução sexuada entre seca e cheia. O comprimento do pecíolo entre seca e cheia apresentou diferença significativa (U=400.000; p=0.000). Este resultado comprova a relação presente entre o tamanho do pecíolo e o nível da água, sendo na estação de cheia o comprimento maior e na estação de seca o comprimento menor. Entretanto, não houve diferença na alocação de biomassa entre seca e cheia (U=251.000; p=0.168). Este resultado pode ser explicado pela compensação da largura na altura do pecíolo, ou seja, quanto maior o nível da água mais alongado e com menor diâmetro é o pecíolo. Tanto a área do limbo (U=270.000; p=0.058), quanto à biomassa (U=233.000; p=0.372) não apresentaram diferenças. Além disso, a biomassa da flor, entre seca e cheia, também não apresentou diferença significativa (U=184.000; p=0.663). Os resultados sugerem que deve haver outro(s) fator(es), influenciando a alocação vegetativa e reprodutiva em N. caerulea. Conclui-se que N. caerulea produz flores tanto na seca quanto na cheia, o que justificaria sua utilização como planta ornamental em grandes lagoas. Palavras-chave: Alocação de biomassa, Nível da água, Planta aquática. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia Aplicada, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras, Minas Gerais, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 16 ALTERAÇÕES MICROMORFOLÓGICAS EM RAÍZES DE Pistia stratiotes L. (Araceae) EXPOSTAS AO CÁDMIO Samara Arcanjo e SILVA1, Mírian Rabelo de FARIA2, Vânia Helena TECHIO2, Evaristo Mauro de CASTRO2, Priscila Gonçalves MALTA1 Pistia stratiotes é uma espécie rústica, de crescimento rápido e com potencial fitorremediador. O cádmio (Cd) é um dos metais pesados mais perigosos por provocar efeitos adversos aos seres vivos, além de ser bioacumulativo. De modo geral, os sintomas morfológicos provocados por esse elemento são enrolamento foliar, clorose, necrose e redução no crescimento. O objetivo deste trabalho foi estudar as alterações micromorfológicas causadas pelo Cd em plantas de P. stratiotes. O bioensaio foi conduzido em 7 tratamentos, 5 repetições e 3 plantas/repetição. O Cd foi adicionado à solução nutritiva na forma de Cd(NO3)2.4H2O nas concentrações: 0,0; 0,4; 0,8; 1,6; 3,2; 6,4 e 12,8 mg L-1. Quinze dias após a aplicação dos tratamentos, amostras de raízes foram coletadas, fixadas em FAA70% e estocadas em etanol 70%. O material foi desidratado em série etílica para inclusão em historesina e seccionado em micrótomo rotativo de avanço automático. As secções foram coradas com azul de toluidina 0,05% pH 5,8 por 30 minutos e as lâminas foram montadas em Permount. As imagens foram capturadas com auxílio de fotomicroscópio e analisadas no software UTHSCSA-ImageTool. Não houve diferença significativa na porcentagem de aerênquima (p=0,45) e no índice de vulnerabilidade de Carlquist (p=0,20) das raízes das plantas expostas às concentrações de Cd quando comparadas ao controle. O número de idioblastos cristalíferos reduziu significativamente nas raízes expostas às maiores doses de Cd (cerca de 45%, 25% e 20% nas concentrações de 3,2; 6,4 e 12,8 mg L-1). Houve aumento na espessura da epiderme, da exoderme e da endoderme nas plantas tratadas com as maiores doses de Cd. Quanto à epiderme, os tratamentos 1,6; 3,2; 6,4 e 12,8 mg L-1 de Cd demonstraram aumento de cerca de 35, 63, 72 e 55%, respectivamente. Este aumento pode ser interpretado como uma estratégia da planta para reduzir a absorção em excesso deste elemento. A exoderme sofreu espessamento de cerca de 35, 64, 79, 93 e 119% nas concentrações 0,8, 1,6; 3,2; 6,4 e 12,8 mg L-1 de Cd, respectivamente. A endoderme mostrou espessamento de 35, 35, 44 e 41% nas concentrações de 1,6; 3,2; 6,4 e 12,8 mg L-1 de Cd, respectivamente. O aumento na espessura destes tecidos pode conferir tolerância ao Cd por reduzir a translocação deste metal para a parte aérea. As modificações estruturais observadas neste trabalho, principalmente o espessamento das barreiras apopláticas, sugerem que Pistia stratiotes possui mecanismos adaptativos que conferem tolerância ao cádmio nas concentrações estudadas. Palavras-chave: Alface d’água, Metal pesado, Anatomia radicular. Créditos de financiamento: FAPEMIG e CNPq 1 Universidade Federal de Viçosa, Avenida P.H. Rolphs, s/n, Campus Universitário, CEP 36570-000, Viçosa - MG, Brasil. Departamento de Biologia Vegetal, Centro de Ciências Biológicas. 2 Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, s/n, CEP 37200-000, Lavras - MG, Brasil. Departamento de Biologia. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 17 ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS EM Borreria verticillata (L.) G.F.W. MAYER (Rubiaceae) EXPOSTA AO ARSÊNIO Priscila Gonçalves MALTA1, Ivan Becari VIANA1, Samara Arcanjo e SILVA1*, Naiara Viana CAMPOS1, Aristéa Alves AZEVEDO1 O arsênio (As) é um elemento de alta toxidade aos seres vivos, sendo que as respostas à sua presença são dependentes da espécie e do genótipo, dentre outros fatores. Assim, foram avaliadas alterações morfológicas e fisiológicas causadas pelo As em duas populações de Borreria verticillata oriundas de sítio contaminado (Morro do Galo – MG) e não contaminado (Mata do Paraíso – MP) com As. As plantas foram aclimatadas em solução nutritiva de Clark à ½ força e pH 5,8, e após 21 dias foram submetidas à concentrações de 0,0 e 66,0 µM de As por 4 dias. Os parâmetros morfológicos estudados foram o comprimento da parte aérea, o volume da raiz e a massa fresca total, além dos sintomas de fitotoxidez. A fluorescência da clorofila a foi determinada com auxílio de um medidor de fluorescência modulada (MINIPAM). O comprimento da parte aérea e volume da raiz não diferiram entre os tratamentos (p<0,05). No entanto, a massa fresca total foi significantemente menor na presença de As, sendo notada intensa murcha das plantas já nas primeiras 24 horas de tratamento. Verificou-se ainda que as raízes das plantas de ambas as populações apresentaram danos severos em resposta ao As, como aspecto gelatinoso e coloração escurecida, o que explica a murcha na parte aérea. Foram observadas necroses apenas nas folhas das plantas da MP tratadas com As. Observaram-se alterações significativas nos parâmetros de fluorescência da clorofila a em resposta ao As. No 2º dia de exposição houve aumento nos valores de F0 nas plantas do MG, entretanto nas plantas da MP não houve diferença significativa. As plantas de ambas as populações apresentaram decréscimo nos valores de eficiência quântica máxima do fotossistema II (Fv/Fm). Contudo, ao final do período experimental observou-se aumento de Fv/Fm nas plantas do MG e acentuado decréscimo nas plantas da MP, indicando possível estresse. O rendimento quântico efetivo do PSII não foi afetado pelo tempo de exposição ao poluente, sendo maior nas plantas do MG. O quenching não-fotoquímico foi maior nas plantas da MP, indicando uma provável regulação fotoprotetora nos complexos coletores de luz do PSII. O coeficiente de extinção fotoquímica se mostrou maior nas plantas do MG, sugerindo redução da fluorescência, e consequente melhora no desempenho fotoquímico. Os resultados obtidos sugerem que as plantas do MG são mais tolerantes ao As em relação às plantas da MP. Palavras-chave: Fitotoxidez, Rendimento quântico, Tolerância ao arsênio. Créditos de financiamento: FAPEMIG e CAPES 1 Universidade Federal de Viçosa, Avenida P.H. Rolfs, s/n, Campus Universitário, CEP 36570-000, Viçosa - MG, Brasil, Departamento de Biologia Vegetal, CCB * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 18 ANÁLISE CITOLÓGICA DOS CALOS DE Elaeis guineensis Jacq. (Arecaceae) IDENTIFICAR CARACTERISTICAS HÍBRIDO IRHO VISANDO EMBRIOGÊNICAS. Patrick Callegari Magnani Santos ALVES, Marlúcia Souza PÁDUA1, Elaine CARVALHO, Luis Gustavo Texeira da SILVA, Vanessa Cristina STEIN, Luciano Vilela PAIVA O dendezeiro é uma palmeira e se caracteriza pela presença de único meristema apical, fato que impossibilita a multiplicação de mudas por métodos tradicionais. Atualmente, a produção de mudas é realizada principalmente por meio de sementes, porém este processo é ineficiente, devido ao longo tempo demandado para a germinação e baixas taxas de emergência de plântulas. Uma alternativa para a produção de mudas em larga escala pode ser o cultivo in vitro de tecidos vegetais, por meio da técnica de embriogênese somática. Esta pode ocorrer por meio direto, sem a formação de calos, ou por meio indireto, formando-se diferentes tipos de calos, que podem possuir potencial embriogênico e regenerar plantas. Nesta etapa, o acompanhamento citológico é determinante para distinguir células de calos com potencial embriogênico. O objetivo deste trabalho foi avaliar citologicamente os calos de Elaeis guineensis Jacq. híbrido IRHO quanto ao potencial embriogênico. Calos cultivados em meio de cultura LCBM, durante 10 meses, foram coletados, fixados em FAA (formaldeído, ácido acético glacial e álcool etílico 50%) por 48 horas e conservadas em álcool etílico 70%. Posteriormente, as amostras foram desidratadas em serie etanóica crescente e emblocadas em historesina Leica de acordo com o protocolo do fabricante. Em micrótomo de rotação foram realizados cortes, com espessura de 3 µm, corados com azul de toluidina na concentração de 0,1%, e posteriormente visualizados em microscópio óptico Leica nas objetivas de 10X, 20X e 40X. Foram visualizadas regiões com células grandes e irregulares, características de células não embriogênicas e regiões com aglomerados de células pequenas, isodiamétricas, com núcleo aparente e coradas fortemente pelo Azul de Toluidina. Essas características estão relacionadas às células que possuem potencial embriogênico, e que se estimuladas corretamente podem regenerar plantas por meio da embriogênese somática. Palavras-chave: Dendezeiro, Embriogênese somática, Microscopia fotônica, Azul de toluidina. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Biologia Molecular, Programa de Pósgraduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 19 ANALISE DA GERMINAÇÃO E DO CRESCIMENTO DE ALGODOEIRO E CEDRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE SOMBREAMENTO Felipe Della TORRE1*, Luiz Alberto BEIJO¹ , Flavio Nunes RAMOS¹ , Marcelo POLO¹ Modificações nas características germinativas e no crescimento de indivíduos pode ser uma resposta fisiológica a modificações nos níveis de luminosidade aos quais uma espécie pode estar adaptada. Com base neste conhecimento, o presente estudo teve como objetivo, avaliar a germinação e o crescimento inicial de duas espécies [Cedrela fissilis Vell (cedro) e Bastardiopsis densiflora (algodoeiro)] em três condições de sombreamento. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Horto Botânico da Universidade Federal de Alfenas no período de abril a julho de 2012. A semeadura foi realizada em bandejas plásticas, contendo substrato composto orgânico Plantimax® esterilizado. Foram colocadas 28 sementes por bandeja sendo 3 bandejas por condição de sombreamento (A=100%, B=70% e C=50%) totalizando 9 bandejas por espécie. Diariamente, durante 2 meses, foi realizada contagem da germinação para cálculo da Porcentagem de germinação e Índice de Velocidade de Germinação. Depois de germinadas as sementes foram transplantadas para tubetes de polietileno rígido de 150 cm³ contendo o mesmo substrato. As plantas foram então submetidas a 3 tratamentos de luminosidade: T1= 100%, T2=50% e T3=30%, e irrigadas diariamente por dois meses até serem avaliadas. Os parâmetros de avaliação de crescimento foram altura, diâmetro do caule e área foliar que são parâmetros relevantes, obtidos de modo não destrutivo. As medidas de altura e diâmetro foram obtidas com auxílio de régua graduada e paquímetro digital, respectivamente. A área foliar foi obtida desenhando as folhas em papel milimétrico e posteriormente medida com auxílio do software UTHSCSA-Imagetool. As médias foram avaliadas utilizando análise de variância e testes Scott-Knott a 5% de significância. Não houve diferença estatística tanto para as porcentagens de germinação e Índice de Velocidade de Germinação avaliados. Tanto para o algodoeiro quanto para o cedro as médias do diâmetro tiveram aumento significativo de T3 para T1. As médias de altura e área foliar apresentaram diminuição no sentido de T3 para T1, porém foi significativa apenas na condição de ausência de sombreamento para o cedro, não havendo diferenças significativas nestes parâmetros para o algodoeiro. Com base nos dados é possível perceber um caráter neutro das sementes quanto à necessidade de luz no processo germinativo, enquanto o crescimento inicial teve diferença significativa principalmente para o cedro, indicando maior capacidade adaptativa. Palavras-chave: Cedrela fissilis Vell, Bastardiopsis densiflora, Germinação. Crédito de financiamento: PIBITI/CNPq. 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, Alfenas-MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 20 ANÁLISE DE BETACIANINA EM PLANTAS DE Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze (Amaranthaceae) SOB ESTRESSE SALINO Isabel Rodrigues BRANDÃO1*, Márcia Vaz RIBEIRO2, Andersom Milech EINHARDT3, Alitcia Moraes KLEINOWSKI3, Jose Antonio PETERS3, Eugenia Jacira Bolacel BRAGA3 Estudos in vitro com Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze, popularmente conhecida como penicilina, confirmam a presença de flavonoides, compostos fenólicos e compostos da classe betalaína. Estes são pigmentos naturais de importância quimiotaxonômica tipicamente associados com plantas da ordem Cariofilales, destacando-se as betacianinas que dão coloração arroxeada as plantas. O interesse por esses pigmentos cresceu desde que sua atividade antioxidante e ausência de toxicidade foram caracterizadas, passando a ser amplamente utilizados como aditivo para produtos alimentícios, fármacos e cosméticos. O objetivo deste trabalho foi verificar a produção de betacianina em plantas de A. brasiliana cultivadas in vitro, sob estresse salino. Em meio de Murashige e Skoog, livre de reguladores de crescimento, foram acrescidos concentrações crescentes de cloreto de sódio (0, 10, 20, 50, 100 e 200 mM) e inoculados 4 explantes/frasco, que permaneceram por 45 dias. Após este período foi quantificada a concentração de betacianinas através de espectrofotometria, levando em consideração o coeficiente de extração molar para amarantina (5,66 x 104). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, formado por doze repetições de cada tratamento. Os resultados foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial. Plantas submetidas ao estresse salino apresentaram aumento da concentração do pigmento betacianina conforme o aumento da concentração de cloreto de sódio, chegando a um aumento de 131,1% na maior concentração utilizada em comparação ao controle. Estes resultados sugerem que a adição de elevadas concentrações de cloreto de sódio ao meio de cultura estimula a síntese de betacianina em plantas de A. brasiliana in vitro, possivelmente por atuar como um elicitor abiótico. Palavras-chave: Cloreto de sódio, in vitro, Penicilina. Créditos de financiamento: CNPq, CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Enfermagem, Pós-doutoranda da Faculdade de Enfermagem, Campus Porto, n.1, Centro · CEP 96010-610, Pelotas-RS, Brasil 3 Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, Prédio 25, CEP. 96010900 Pelotas-RS, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 21 ANÁLISE ESTRUTURAL DE UMA POPULAÇÃO DE Ameroglossum (Scrophularieaceae) EM INSELBERG NO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA, BRASIL sp. Paulineia Andrezza Ferreira PORTO 1*, Irenice Gomes de OLIVEIRA2, Sarah do NASCIMENTO2, Dilma Maria de Brito Melo TROVÃO3, Leonardo Pessoa FELIX2 O gênero Ameroglossum Eb. Fisch. et.a.l (Scrophulariaceae) é um táxon de ocorrência exclusiva em inselbergs da região Nordeste, caracterizado pelo isolamento espacial de suas populações. Objetivou-se, neste trabalho, estudar a dinâmica e a estrutura de uma população de Ameroglossum sp. visando conhecer as associações entre esta espécie e as demais que formam a comunidade vegetal de um inselberg do semiarido paraibano localizado na Fazenda Timbaúba, distrito de Lagoa de Pedra, Município de Esperança, Paraiba. O método utilizado foi o de 10 parcelas de 5 x 5 metros, onde foram avaliados os parâmetros fitossociologicos, área basal, freqüência absoluta, densidade, dominância, valor de cobertura e valor de importância. Registraram-se 25 espécies, pertencentes a 18 famílias, onde as mais representativas foram Cactaceae (três), Orchidaceae (três), Apocynaceae (duas), Euphorbiaceae (duas). Enchorilium spectabile (98 indivíduos) foi a espécie que apresentou o maior valor de importância e que apresentou também a maior dominância absoluta, conseqüência do numero de indivíduos e da freqüência em que ocorreu na amostragem, teve destaque também as espécies Euphorbia brasiliensis (41), Anthurium petrofilium (27), Borreria verticillata (22), Cyrtopodium polyphyllum (15) e Marsdenia carunceroides (10). A composição florística do inselberg mostrou-se similar a outros afloramentos, tanto do estado da Paraíba como a de outros inselbergs da região Nordeste, com predomínio das formas de vida fanerófitas e terófitas. Ocorrência de espécies associadas a esta população de Ameroglossum gere uma interação positiva, que provavelmente esta relacionada à proteção contra a herbivoria ou ao desenvolvimento de microhabitats localmente mais favoráveis em relação à superfície descoberta da rocha. A baixa diversidade florística observada nas parcelas pode estar relacionada a metodologia do trabalho que levou em consideração apenas as parcelas onde havia a presença do Ameroglossum sp. Sendo assim quando comparada a um levantamento florístico prévio realizado anteriormente na mesma area do afloramento podese concluir que foi muito baixa a diversidade floristica. Por outro lado, a ocorrência de intensa atividade antrópica em torno desse e de outros inselberg da região, tornam esses afloramentos ecologicamente frágeis e de ameaçados. Palavras-chave: Afloramento rochoso, Diversidade, Endemismo. 1: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Biologia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia - PB, Brasil. 2: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia - PB, Brasil. 3: Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CEP: 58429-500, Campina Grande - PB, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 22 ANÁLISE FITOQUÍMICA DOS EXTRATOS DE Raphanus sativus L. var. oleifera Metzg (Cruciferae) Ana Flávia da SILVA11*, Marisa de Oliveira LOPES1, Elson Rogério Tavares FILHO1, Thiago Corrêa de SOUZA , Marcelo Aparecido da SILVA1, Geraldo ALVES-DASILVA1 A constituição fitoquímica das plantas é indicativa de suas possíveis propriedades biológicas, podendo abranger tanto propriedades terapêuticas como tóxicas. A diversidade em termos de estruturas e propriedades químicas, na qual essas substâncias ocorrem na natureza, podem servir para o desenvolvimento de um grande número de produtos naturais de interesse comercial. Os vegetais crucíferos são uma excelente fonte de fitoquímicos incluindo compostos fenólicos e outros antioxidantes como vitaminas (C, K, etc.). O presente trabalho teve como objetivo caracterizar quimicamente os extratos secos das folhas do nabo forrageiro (Raphanus sativus L. var. oleifera Metzg). A planta foi coletada no município de AlfenasMG, as folhas e os caules foram separadas manualmente, submetidos à secagem a 40 ° C em estufa de ar circulante e pulverizados em moinho de facas. Os extratos foram obtidos por percolação da droga, utilizando etanol 70% como líquido extrator. O extrato foi concentrado em rotaevaporador e a água foi retirada por liofilização, obtendo-se os extratos secos. A triagem fitoquímica direcionou-se para os principais metabólitos secundários encontrados na família Cruciferae, entre outros. A pesquisa foi realizada no laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG). Os extratos foram submetidos a vários ensaios qualitativos, para pesquisa de taninos foram utilizadas: reação com cloreto férrico, reação de precipitação com proteínas, reação de precipitação com alcalóides e reação com acetato de cobre; para pesquisa de alcalóides: reação de Mayer, reação de Bouchard e reação de Dragendorff; para pesquisa de flavonóides: reação de Shinoda, reação com cloreto de alumínio e reação com cloreto férrico; para pesquisa de antraquinonas: reação de Borntrager (direta e indireta); para pesquisa de saponinas: análise de persistência de espuma e formação de hemólise; para pesquisa de polissacarídeos: reação de Benedict e reação de Tollens e para pesquisa de esteróides e triterpenos: reação de Lieberman-Burchard. A interpretação dos testes foi visual, através de comparação com padrões positivos. O estudo revelou a presença de taninos, alcalóides, flavonóides, saponinas e polissacarídeos nas folhas e nos caules do nabo forrageiro. Palavras-chave: Nabo forrageiro, Metabólitos secundários, Fitoquímica. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG 1 Universidade Federal de Alfenas, Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, Cep 37130-000, Alfenas-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 23 ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DE UMA ÁREA DE CERRADO DO NORDESTE SUL-MATOGROSSENSE Tatiane FORLIN1*, Ana Paula Leite de LIMA1, Sebastião Ferreira de LIMA1, Kattyane Vieira RAMOS1, Wesley Gomes da SILVA1, Filipi Duran de MATTOS1 Os estudos fitossociológicos fornecem informações sobre a estrutura da comunidade em uma determinada área ou a afinidade entre espécies ou grupos de espécies, que são fundamentais em trabalhos de recuperação de áreas degradadas. Este trabalho teve como objetivo analisar a composição fitossociológica em uma área de cerrado preservado da microbacia do Pasto Ruim, em Chapadão do Sul, MS, no ano de 2012. Foram lançadas seis parcelas de 10 x 50 m, distribuídas aleatoriamente ao longo da área, totalizando 0,3 hectares de área amostrada. Foram obtidas a altura e a CAP (circunferência a altura do peito, tomada a altura de 1,30 m do solo) de todos os indivíduos arbustivos-arbóreos que possuíam CAP maior ou igual 15,6 cm. Foram encontradas 30 espécies, pertencentes a 25 gêneros e que se encontram distribuídas dentro de 12 famílias botânicas. A família Fabaceae foi aquela que apresentou o maior número de espécies (14), seguida pela família Vochysiaceae (4), Annonaceae e Erythroxylaceae (2), Araliaceae, Caryocaraceae, Icacinaceae, Clusiaceae, Malpighiaceae, Proteaceae e Styraceae, apresentaram apenas uma espécie. Várias espécies apresentaram grande número de indivíduos na área, sendo que duas delas tiveram mais de 50 indivíduos, Tibouchina sp. e Erythroxylum tortuosum, com 54 e 127 indivíduos, respectivamente, o que representou 9,6% e 22,6% do total dos indivíduos. A espécie Erythroxylum tortuosum (Densidade Relativa (DR) = 22,64) é a que possui maior facilidade de estabelecimento nesse local, ou capacidade de regeneração, sendo seguida pela espécie Tibouchina sp (DR = 9,98). As duas espécies são as mais representativas da densidade relativa nesse ambiente, computando próximo de 1/3 ou 32,6% de toda a densidade relativa da área amostrada. A espécie Erythroxylum tortuosum apresentou a maior dominância relativa (DoR = 17,76), seguido de Qualea grandiflora (DoR = 11,47) e Qualea parviflora (DoR = 11,22). A espécie Vochysia tucanorum. também apresentou alto DoR (7,79), decorrente principalmente da quantidade de indivíduos encontrados. A família que apresentou maior Índice de Valor de Importância (IVI) foi a Vochysiaceae (71,45), seguida da família Erythroxylaceae (60,33). Analisando o resultado por espécie, verificou-se que Erythroxylum tortuosum foi aquela que apresentou maior IVI (45,32), seguida por Qualea grandiflora (24,23), Q. parviflora (20,06), Tibouchina sp. (19,44) e Diptychandra aurantiaca (17,91). Palavras-chave: Florística, Biodiversidade, Dominância ecológica. Crédito de Financiamento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 24 ANÁLISE HISTOQUÍMICA EM SEMENTES DE Achras zapota L. (Sapotaceae) Fabrício de Souza GUIMARÃES1*, Gabrielen de Maria Gomes DIAS1; Filipe Almendagna RODRIGUES1; Renata Alves Lara SILVA1; Luciana Alves Caldeira BRANT1; Moacir PASQUAL1 Da família Sapotaceae, considerada como uma planta exótica, o Sapotizeiro (Achras zapota L.) é uma planta originária da América Central. Nas regiões de origem é chamada de “tzapotl” pelos astecas, provável origem dos nomes sapoti e sapota usados no Brasil. Em nosso país, é muito apreciado e considerado um dos melhores frutos pelo paladar e sabor característicos. As regiões Norte e Nordeste são as produtoras nacionais sendo cidades como Pernambuco e Ceará as grandes produtoras. Atualmente, é uma fruta pesquisada no Brasil pelo seu alto potencial comercial e por possuir vitaminas A, B e C, além de ferro, fósforo e cálcio. É um fruto regional e por isso muito atrativo para os turistas, o que ajuda a manter a economia local. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi verificar o tipo de reserva que ocorre em sementes de Sapoti (Achras zapota L.). Frutos maduros de Sapoti foram colhidos na região serrana do Ceará, posteriormente, foram enviados para o Laboratório de Cultura de Tecidos do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), onde foram despolpados para a retirada das sementes. No Laboratório de Anatomia Vegetal, do Departamento de Biologia da UFLA, realizaram-se testes histoquímicos, sendo as sementes submetidas a secções transversais na região mediana. Essas secções foram realizadas em micrótomo de mesa tipo LPC para determinar o tipo de reserva, utilizando-se corantes específicos sendo: o azul de comassie para detectar a presença de proteínas, lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em glicerina 50% em lâmina e lamínula segundo metodologia para o preparo de lâminas semipermanentes. As observações foram realizadas em microscópio de luz Olympus CX41 acoplado à câmera digital, e com as quais foram realizadas fotomicrografias. De acordo com os resultados obtidos, observou-se nas sementes de Achras zapota a presença de lipídios, devido à reação positiva ao teste com Sudan IV. Os testes para a presença de proteínas e amido e foram negativos para todas as regiões amostradas. Conclui-se que a semente da Achras zapota pode ser considerada uma semente oleaginosa. Palavras-chave: Fruticultura, Sapoti, Reserva da semente. Créditos de financiamento: Os autores agradecem ao CNPq, a FAPEMIG e à CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA),Caixa Postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 25 ANÁLISE HISTOQUÍMICA EM SEMENTES DE Eugenia stipitata McVaugh (Myrtaceae) Fabrício de Souza GUIMARÃES1*; Gabrielen de Maria Gomes DIAS1; Joyce Dória Rodrigues SOARES1; Filipe Almendagna RODRIGUES1; Luciana Alves Caldeira BRANT1; Moacir PASQUAL1 A família das Myrtaceaes é amplamente distribuída pelo território brasileiro e constitui um patrimônio genético de grande valor, além de apresentarem potencial para a exploração agrícola. Compreende 130 gêneros e cerca de 3.000 espécies. Entre todos os gêneros desta família, atualmente apenas quatro se destacam no que diz respeito à importância econômica: Acca, Eugenia, Myrciaria e Psidium. Muitas espécies fornecem frutos comestíveis e algumas com expressiva importância econômica como frutíferas. Além da possibilidade de exploração para consumo in natura, as frutas nativas podem ser exploradas pela agroindústria e outros produtos. Nativa da Amazônia peruana, o araçazeiro (Eugenia stipitata McVaugh), embora seja uma planta pouco conhecida fora da Amazônia, seus frutos contêm altos teores de vitaminas e possuem aroma e sabor agradáveis, com alto rendimento em polpa, sendo geralmente consumidos na forma de suco, sorvetes, geléias e licores. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi verificar o tipo de reserva que ocorre em sementes de Eugenia stipitata. Sementes de Araçá-boi foram colhidas na região da Amazônia e enviadas para o Laboratório de Anatomia Vegetal, do Departamento de Biologia da UFLA. Realizaram-se testes histoquímicos, sendo as sementes submetidas a secções transversais nas regiões apical, mediana e basal. Essas secções foram realizadas em micrótomo de mesa tipo LPC para determinar o tipo de reserva e presença de compostos fenólicos, utilizando-se corantes específicos sendo: o Azul de Comassie para detectar a presença de proteínas, Cloreto de Ferro III para compostos fenólicos, Lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em glicerina 50% em lâmina e lamínula segundo metodologia para o preparo de lâminas semipermanentes. As observações foram realizadas em microscópio de luz Olympus CX41 acoplado à câmera digital, e com as quais foram realizadas fotomicrografias. De acordo com os resultados obtidos, observou-se nas sementes de Eugenia stipitata a presença de amido, devido à reação positiva ao teste com Lugol nas diferentes regiões de corte na semente (apical, mediana e basal). O comportamento dos reagentes utilizados no estudo foi semelhante nas três regiões, onde foi possível verificar a grande quantidade de amido nas células. Os testes para a presença de proteínas, lipídios e compostos fenólicos foram negativos para todas as regiões amostradas. Conclui-se que a semente da Eugenia stipitata apresenta reserva amilácea. Palavras-chaves: Fruticultura, Araçá-boi, Semente. Créditos de financiamento: Os autores agradecem ao CNPq, a FAPEMIG e à CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA),Caixa Postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 26 ANÁLISE HISTOQUÍMICA EM SEMENTES DE PITOMBA - Talisia esculenta Sapindaceae Suelen Francisca RIBEIRO1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES2, João Paulo Rodrigues MARTINS1 , Gabrielen de Maria Gomes DIAS2, Filipe Almendagna RODRIGUES 2, Moacir PASQUAL3 A família Sapindaceae Jussieu é constituída por importantes gêneros frutíferos de valor econômico tradicional de ampla distribuição na região norte e nordeste do Brasil, como o gênero Talisia. Deste a espécie Talisia esculenta conhecida popularmente como Pitomba, é intensamente comercializada em áreas litorâneas dessas regiões para consumo in natura ou após processamento. Os frutos comercializados são maduros tendo até 2,5 cm de comprimento, granulóides, apiculados, de cor amarela, suas sementes são alongadas com testa avermelhada sendo envolta por um arilo róseo-esbranquiçado comestível. As principais substâncias de reserva na semente foram visualizadas através dos testes histoquímicos, sendo importante por elucidar a constituição nutricional, além de compor estudos importantes sobre a espécie. As análises foram conduzidas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). As sementes utilizadas foram provenientes do comércio local na cidade de Fortaleza no estado do Ceará. Foram retirados manualmente o pericarpo dos frutos e o arilo das sementes que foram lavadas em água corrente e armazenadas em etanol 70% até a análise. As secções foram feitas no micrótomo de mesa modelo LPC, e posteriormente as secções submetidas aos corantes específicos: Azul de comassie, para evidenciar a presença de proteínas, Lugol que evidência amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em lâminas semipermanentes e o material observado e fotografado em microscópio Olympus CX41 acoplado com câmera digital Belcam DIV-3000. Após o tratamento das secções com os diferentes corantes, observou-se que o principal composto de reserva dessas sementes é o amido, armazenado em grânulos pequenos e numerosos, constituindo os amiloplastídeos. Também foi observada a presença de corpos lipídicos, mas estes em menor quantidade. O amido é a forma de reserva energética mais comum encontrada nas sementes e frutos, pois este é facilmente degrado quando é requisitada energia no desenvolvimento do embrião ou plântula. Palavras-chave: Pitomba, Histoquímica, Reserva, Amido. Créditos de financiamento: Capes e Fapemig pelo apoio financeiro e concessão de bolsas. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agronomia, Programa Nacional de PósDoutorado. Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agronomia, Professor Titular, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 27 ANÁLISE HISTOQUÍMICA EM SEMENTES DE TAMBORIL (Enterolobium contortisiliquum) Joyce Dória Rodrigues SOARES1*, Gabrielen de Maria Gomes DIAS1, Renata Alves Lara SILVA1, Filipe Almendagna RODRIGUES1, Moacir PASQUAL1, Edvan Alves CHAGAS2, Evaristo Mauro de CASTRO3, Fabrício de Souza GUIMARÃES1 O tamboril ocorre naturalmente em florestas pluviais e semidecíduas do norte ao sul do Brasil. É uma árvore que fornece boa sombra na primavera e verão e perde suas folhas no inverno. Desta forma ela é bastante apropriada para arborização de regiões com estações bem marcadas. É uma espécie pioneira, de rápido crescimento inicial e muito rústica, apropriada para áreas de reflorestamento. Sua madeira é leve, macia, pouco resistente e utilizada para o fabricação de canoas, caixotaria em geral, brinquedos, compensados, etc. As saponinas encontradas nos frutos e na casca são aproveitadas para produção de sabões. Estas saponinas dos frutos também são responsáveis por intoxicações em herbívoros, que ocorrem geralmente durante a escassez de alimentos. O conhecimento acerca da biologia de sementes é essencial para se compreender processos tais como o estabelecimento das plantas, a sucessão e sua regeneração natural. Nesse contexto, as sementes têm sido estudadas quanto à composição química não só por seu teor nutritivo, mas por apresentar propriedades úteis à indústria. Sabese também, que a constituição bioquímica das sementes tem papel decisivo na determinação de características ecologicamente importantes, tais como a germinação e crescimento inicial das plântulas. O trabalho foi realizado no Laboratório de Anatomia Vegetal no Departamento de Biologia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Para as análises, foram utilizadas sementes de tamboril, colhidas na região norte de Minas Gerais, as quais foram previamente lavadas em água corrente. Para o estudo histoquímico, um lote de 10 sementes foram fixadas em álcool 70%. A região mediana do cotilédone das sementes fixadas foram seccionada à mão livre com auxílio de lâmina de barbear e, posteriormente, procedeu-se ao tratamento das secções com diferentes corantes específicos, sendo: o azul de Coomassie para detectar a presença de proteínas, Lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções observadas sob o tratamento dos diferentes corantes evidenciaram que a semente de tamboril tem como principal fonte enérgética de reserva grânulos de amidos. Estes testes são importantes por explanar o conhecimento e potencializar a utilização do tamboril que é de importância comercial e cultural. Palavras-chave: Tamboril, Histoquímica, Amido. Créditos de financiamento: Capes e Fapemig 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, CP 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Embrapa CPAFRR. Rodovia 174, CEP: 69304-000. Boa Vista-RR. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, CP 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 28 ANÁLISE IN SILICO DE PROTEÍNAS DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA ROSACEAE Rodrigo de Oliveira ALMEIDA1*; Emi Rainildes LORENZETTI2; João Carlos BESPALHOK FILHO1 Devido ao grande destaque de algumas espécies frutíferas da família Rosacea, trabalhos na área da genômica e proteômica vêm se intensificando. Grande quantidade de informações está sendo depositadas nos bancos de dados públicos, como National Center for Biotechnology Information (NCBI), European Molecular Biology Laboratory (EMBL) e DNA Data Bank of Japan (DDBJ). Assim, a bioinformática se tornou uma ferramenta indispensável para a análise de grandes volumes de informações. O objetivo foi analisar in silico as proteínas de cinco espécies da família Rosaceae quanto ao tamanho e sua função como enzimas. Seqüencias proteicas das espécies Malus x domestica, Fragaria x ananassa, Prunus persica, Prunus avium, e Pyrus pyrifolia oriundas do GenBank foram utilizadas neste trabalho, totalizando 5.428 sequências. O desenvolvimento dos scripts para a solução de problemas biológicos computacionais foi feito em linguagem de programação Perl (Pratical Extraction and Report Language), sob a plataforma Linux. Seqüencias sob a anotação “unnamed protein product” foram retiradas, totalizando 846 seqüencias descartadas. Após este procedimento, as sequências foram separadas de acordo com o número de aminoácidos, formando assim cinco grupos distintos (P1, P2, P3, P4 e P5) no qual cada grupo consistia de 1-500, 501-1000, 1001-1500, 1501-2000 e 2001-2500 aminoácidos, respectivamente. Em cada grupo, foi contabilizado o número de sequências relativo a funções enzimáticas, destacando-se assim as enzimas de maior predominância. Para o grupo P1, as enzimas predominantes foram sintase, dehidrogenase, redutase e quinase, com 164, 109, 108 e 105 sequências contabilizadas, respectivamente. No grupo P2, predominaram as enzimas sintase, redutase e quinase, com 27, 22 e 19 sequências contabilizadas, respectivamente. No grupo P3, houve o predomínio das enzimas polimerase e sintase, com 8 e 4 sequências contabilizadas. No grupo P4, foi encontrado apenas a enzima transferase, com 3 sequências contabilizadas. O grupo P5 apresentou somente proteínas hipotéticas. Estes resultados demonstram que, para estas cinco espécies da família Rosacea, as enzimas atuantes nos processos metabólicos básicos e vitais se apresentam em maiores quantidades e se concentrando em menores tamanhos. Palavras-chave: Bioinformática, Rosaceae, Enzimas. 1 Universidade Federal do Paraná, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Produção Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 19061, CEP: 80035050,Curitiba-PR, Brasil. 2 Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP 36180-000, Rio Pomba-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 29 ANÁLISE MACRONUTRICIONAL E ANATÔMICA FOLIAR DE Eicchornia azurea Kunth (Pontederiaceae) EM ÁGUA RESIDUÁRIA DE CAFÉ Evaristo Mauro de CASTRO1*, Marinês Ferreira PIRES1, Virgílio Anastácio SILVA2, Ana Carolina Oliveira DUARTE3, Rubens José GUIMARÃES2, Cynthia de OLIVEIRA4 As águas residuárias da lavagem e despolpa dos frutos do cafeeiro são ricas em matéria orgânica e nutrientes que se dispostos de forma inadequada constituem alto potencial poluente do solo e da água. Entre as alternativas de tratamento destacam-se os sistemas alagados, onde macrófitas aquáticas desempenham um papel fundamental extraindo nutrientes necessários ao seu crescimento, funcionando como filtro biológico. A macrófita Eicchornia azurea, conhecida como aguapé de cordão representa uma alternativa viável para esses sistemas alagados pela exigência nutricional e alta taxa reprodutiva. Nesse sentido, este estudo teve por objetivo analisar a concentração de macronutrientes e a anatomia foliar de E. azurea submetida a diferentes concentrações de água residuária da lavagem e despolpa de frutos de cafeeiro. Plantas de E. azurea foram coletadas e propagadas em solução nutritiva em casa de vegetação. Posteriormente, plantas da terceira geração clonal foram dispostas em caixas d’água de 217 L contendo os diferentes tratamentos: 0% (controle), 25%, 50%, 75% e 100%. Após 10 dias foram coletadas amostras de folhas para análise nutricional e para análise anatômica que foram armazenadas em etanol 70%. Os resultados para análise nutricional demonstraram uma redução na concentração de nitrogênio, potássio e magnésio de acordo com o aumento na concentração da água residuária, seguindo um ajuste quadrático. Enquanto que os valores para a concentração de fósforo e cálcio permaneceram iguais estatisticamente ao longo dos tratamentos. Em relação as análises anatômicas observou-se um aumento na densidade de estômatos e no número de células epidérmicas, assim como uma redução no tamanho dessas células; e um aumento na dimensão dos aerênquimas no mesofilo com a elevação da concentração da água residuária. A redução na concentração de alguns macronutrientes pode indicar uma restrição na alocação para parte aérea diminuindo os efeitos tóxicos na presença de altos níveis de macronutrientes na água. Os aerênquimas podem representar um mecanismo compensatório às condições estressantes, enquanto que a maior densidade estomática pode aumentar a eficiência das trocas gasosas. Palavras-chave: Filtro biológico, Macronutrientes, Anatomia, Aguapé. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPQ e Fazenda Juliana. 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 2 Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 3 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200000, Lavras MG 4 Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 30 ANÁLISE MICROMORFOLÓGICA DE PLANTAS DE Borreria verticillata (L.) G.F.W. MAYER (Rubiaceae) EXPOSTAS AO ARSÊNIO Naiara Viana CAMPOS1*, Danilo DADALTO1,Samara Arcanjo e SILVA1, Priscila Gonçalves MALTA1, Aristéa Alves AZEVEDO1 O arsênio (As) representa um metaloide de elevada toxidez capaz de induzir severas alterações estruturais e fisiológicas em plantas. Espécies tolerantes ao As usualmente absorvem e translocam quantidades expressivas do poluente, quelando-o com compostos tiolados. Compostos fenólicos e ácidos orgânicos podem atuar no sequestro de metais como Al, Pb, Cd e Ni, entretanto pouco de sabe em relação ao As. Objetivouse nesse estudo investigar o papel de compostos fenólicos e de cristais de oxalato de cálcio na detoxificação de arsênio em plantas de Borreria verticillata provenientes de sítio contaminado (Morro do Galo, MG) e não contaminado (Mata do Paraíso, MP) com As. Plantas foram cultivadas em solução de Hoagland& Arnon (1950) à ½ força e pH 5,5 e foram submetidas aos tratamentos, 0,0 e 6,6 µmol de As, após 3 semanas de aclimatação. Doze dias após a aplicação dos tratamentos, amostras de folhas e raízes foram coletadas e fixadas em Karnovsk. O material foi desidratado em série etílica para inclusão em historesina e seccionado em micrótomo rotativo de avanço automático. As secções (5µm) foram coradas com azul de toluidina pH 4,0 por 5 minutos e as lâminas foram montadas em Permount. As imagens foram capturadas com auxílio de fotomicroscópio e analisadas no software Image-Pró Plus 4.5. As plantas do MG expostas ao As apresentaram aumento de 26,17% e 23,57% no número de idioblastos contendo compostos fenólicos (IF) e inclusões cristalíferas (IC) nas folhas, respectivamente, em comparação às plantas do tratamento controle. Nas raízes, o aumento foi de 32,94 % no número de IC e de 94,13 % no número IF. As plantas da MP não apresentaram diferença significativa no número destas células nas folhas e raízes em resposta ao As. No tratamento com As, as plantas do MG apresentaram uma maior quantidade de IF que as plantas da MP. O aumento do número de idioblastos fenólicos e cristalíferos nas plantas do MG indica que esses compostos podem estar associados a mecanismos de defesa contra o arsênio. Os compostos fenólicos além de participarem do sequestro de metais pesados possuem um papel antioxidante, reduzindo o efeito tóxico de espécies reativas de oxigênio. Os dados obtidos nesse trabalho sugerem que as plantas do sítio contaminado com As estão mais aptas para tolerar o estresse causado pela exposição ao arsênio. Estudos de histolocalização poderão confirmar o papel dos idioblastos no sequestro do arsênio em Borreria verticillata. Palavras-chave: Idioblastos, Poluição, Tolerância. Créditos de financiamento: FAPEMIG 11 Universidade Federal de Viçosa Avenida P.H. Rolfs, s/n, Campus Universitário, CEP 36570000, Viçosa - MG, Brasil. Departamento de Biologia Vegetal, CCB * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 31 ANÁLISE MICROSCÓPICA DE UMA ESPÉCIE DA FAMÍLIA PTERIDACEAE ORIGINÁRIA DE ÁREA DE MINERAÇÃO DE ZINCO Olívia Graziela Gelioli do CARMO1*, Jéssica Cristina TEODORO1, Flávia Maia SERRA1, Douglas Carvalho AMARAL2, Cláudia Regina Gontijo LABORY3, Eduardo ALVES4, Luiz Roberto Guimarães GUILHERME5. A recuperação de áreas contaminadas por metais pesados pode ser feita a partir de várias metodologias e procedimentos, que em geral são bastante dispendiosos e agressivos ao meio ambiente. Diante disso, se passou a dar preferência por métodos que perturbem menos o ambiente e que sejam mais econômicos como a fitorremediação, uma alternativa onde são utilizadas plantas que possuem a capacidade de absorver e/ou imobilizar elementos fitotóxicos do solo e, dessa maneira, promover sua descontaminação. O objetivo do trabalho foi caracterizar, através da Microscopia Eletrônica de Varredura e Microanálise de Raios-X, a capacidade acumuladora de elementos-traço de uma espécie da família Pteridaceae, Pteris sp. visando a revegetação/recuperação de áreas degradadas pela extração de zinco na região de Vazante – Minas Gerais. Para o estudo foram selecionadas plantas desenvolvidas em área de depósito de rejeito, a qual contém elevados teores de elementos fitotóxicos, especialmente zinco. Amostras de raízes e folhas foram fixadas em solução Karnovsky modificada e preparadas segundo metodologia do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultraestrutural da Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais. Posteriormente foram observadas e analisadas estruturalmente em Microscopia Eletrônica de Varredura e analisadas quantitativa e qualitativamente quanto à composição química por Microanálise de Raios-X. Nas amostras de raiz quantificou-se o zinco, sendo que os teores variaram entre 4,80% e 8,76%. Nas amostras de folha não foi quantificado o elemento de interesse, o que pode indicar que a raiz de Pteris sp. funciona como uma barreira na translocação do elemento zinco, evitando que este chegue à parte aérea em elevados teores interferindo no funcionamento do metabolismo da planta. Esse mecanismo indica que Pteris sp. pode apresentar a capacidade de imobilizar zinco na raiz, diminuindo a disponibilidade do elemento no solo, e dessa forma, atuando como uma espécie fitoestabilizadora, uma alternativa em fitorremediação de solos contaminados por zinco. Palavras-chave: Pteris sp., Pteridaceae, Fitorremediação, Metais Pesados, Microscopia Eletrônica. Apoio financeiro: Fapemig, CNPq, Capes. 1 Graduanda, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Mestrando, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. ³ Pós-doutoranda, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 4 Professor, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 5 Professor, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 32 ANÁLISES BIOQUÍMICAS EM CALOS DE Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (Bignoniaceae) Rayza Martins MIRANDA1, Mairon César COIMBRA2, Karina de Queiroz BRAGA1, Rafael César Russo CHAGAS2, Ana Hortência Fonsêca CASTRO2* Pyrostegia venusta ou “cipó-de-São-João” é uma trepadeira lenhosa utilizada como planta ornamental e na medicina tradicional brasileira. O objetivo deste trabalho foi avaliar os teores de açúcares redutores, açúcares solúveis totais, aminoácidos e proteínas totais em P. venusta, durante o estabelecimento da curva de crescimento de calos. A curva foi obtida pela inoculação de explantes foliolares de P. venusta em meio MS, suplementado com 30g L-1 de sacarose e acrescido de 4,52µM de 2,4-D e 8,88µM de BAP, na ausência de luz. A cada 10 dias, durante 120 dias, calos frescos foram coletados e armazenados a -80ºC, até o momento da utilização. Aproximadamente 500mg de calos frescos foram extraídos com 4mL de água destilada a 4ºC, seguido de imersão em banho-maria a 40ºC e posterior centrifugação a 4.800g, durante 30 minutos. As determinações foram realizadas por métodos espectrofotométricos, sendo as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. A curva de crescimento apresentou um padrão sigmoidal, com seis fases distintas (lag, exponencial, linear, desaceleração, estacionária e declínio). O explante inicial apresentou níveis médios de açúcares solúveis, açúcares redutores, aminoácidos e proteínas totais de 16,38; 11,29; 5,43 e 99,37 mg g-1 de matéria fresca, respectivamente. Esses teores aumentaram consideravelmente no 10º dia (início da fase lag), devido à absorção de glicose, frutose, glicina e amônio do meio de cultivo, indicando preparo das células do explante para fase exponencial, onde ocorre intensa divisão celular, o que demanda grande atividade metabólica e consumo de nutrientes. Este fato foi confirmado pela queda nos níveis de açúcares solúveis, açúcares redutores, aminoácidos e proteínas totais no início da fase exponencial (20º dia), com valores médios de 16,29; 8,89; 2,66 e 3,67 mg g-1 MF, respectivamente. Do 30º ao 50º dia (fase linear), notou-se o início de um certo equilíbrio entre o consumo e produção dos metabólitos analisados, devido redução na taxa de divisão celular. Na fase de desaceleração (50º ao 70º dia), houve uma diminuição nos níveis de açúcares solúveis e redutores e aumento significativo nos teores de aminoácidos e proteínas, devido a processos de expansão celular que necessitam de proteínas específicas para garantir que esta função seja executada. Durante as fases estacionária e de declínio (70º dia ao 120º dia) observou-se mobilização de açúcares solúveis e consumo dos demais metabólitos. Palavras-chave: Metabólitos Primários, Calo, Curva de Crescimento. 1 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ, Curso de Farmácia, Campus CentroOeste Dona Lindu, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Campus Centro-Oeste Dona Lindu, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 33 ANÁLISES MORFOLÓGICAS de Barleria repens SOBDIFERENTES REGIMES DE LUMINOSIDADE Nees (Acanthaceae) Rayanni Cezar BOROTO1*, Joice Paraguassú RODRIGUES¹, Elisa Mitsuko AOYAMA¹ Barleria repens Nees é herbácea perene, prostada, muito ramificada, originária da África cuja utilização no paisagismo é bastante versátil. Este estudo comparou a biometria desta planta, observando a influência de diferentes condições de luminosidade sob a mesma. Foram adquiridos 45 indivíduos de Barleria repens e cultivados em estruturas de sombrite com diferentes luminosidades: radiação total, 70% e 50% de luminosidade. Cultivou-se 15 indivíduos para cada tratamento. Mensalmente foi avaliado o número de folhas, tamanho das folhas e altura das plantas. Nos primeiros 50 dias, pode-se dizer que as diferentes condições de luminosidade alteraram os parâmetros biométricos, sendo que as plantas expostas a radiância total apresentaram os maiores valores médios para a quantidade de folhas, porém as plantas submetidas ao sombrite 70% apresentaram maiores valores médios relativo ao tamanho das folhas, tanto em largura quanto em comprimento, e na altura da planta. Os indivíduos submetidos ao sombrite 50% apresentaram menores valores médios em todos os parâmetros. Após 93 dias, observou-se que o tamanho das folhas, tanto em comprimento quanto em largura diminuiu o que pode ser prejudicial à planta, visto que o tamanho das folhas afeta diretamente na fotossíntese. Isso pode ter ocorrido pelo tamanho do vaso utilizado, impedindo que a planta desenvolvesse ou ainda pelo elevado calor e tempo seco que ocorreu nesse período no local onde foi realizado o experimento. Completos 169 dias de experimento foram avaliados os seguintes parâmetros: comprimento da raiz e parte aérea, tamanho das folhas, quantidade de folhas, quantidade de ramos e a porcentagem de mortalidade. Relativo à parte aérea, os indivíduos cultivados sob sombrite 70% apresentaram maiores valores médios, porém os menores valores referentes ao comprimento da raiz e a quantidade de folhas. Estas apresentaram mortalidade de 20% das plantas. Já os submetidos ao sombrite 50% apresentaram o maior valor médio referente ao comprimento da raiz e a quantidade de folhas. As plantas expostas a radiância total apresentaram as menores médias no comprimento da parte aérea e as maiores na quantidade de ramos. Os dois últimos tratamentos apresentaram mortalidade de 6,7% de seus indivíduos. Barleria repens Nees neste experimento mostrou-se uma espécie que se adapta aos diferentes índices de luminosidades a que foi submetida, desde a exposição total a radiação a parcialmente sombreada. Palavras-chave: Biometria, Condições de luminosidade, Morfologia. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Centro Universitário do Norte do Espírito Santo, CEP: 29932-540, São Mateus - ES, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 34 ANATOMIA COMPARADA DE FOLHAS DE Byrsonima intermedia A. Juss. E Byrsonima verbascifolia (L.) DC. (Malpighiaceae) Ariana Campos TORTELOTE1*, Ana Hortência Fonsêca CASTRO2, Sara Campos GONÇALVES1, Mairon César COIMBRA3 O murici pequeno (Byrsonima intermedia) e murici cascudo (Byrsonima verbascifolia) são espécies consideradas medicinais do Cerrado pertencentes à família Malpighiaceae, utilizadas popularmente como adstringente, no tratamento de feridas e infecções de pele. Este trabalho teve como objetivo estudar e comparar anatomicamente as folhas de B. intermedia e B. verbascifolia. Folhas completamente expandidas foram fixadas em F.A.A (formaldeído: álcool etílico: ácido acético) (9:1:1) e empregadas na obtenção dos cortes anatômicos à mão livre. Através de cortes paradérmicos foram avaliados o contorno das células epidérmicas e presença e tipo de anexos epidérmicos e por meio de cortes transversais foram descritos a estrutura da epiderme, os parênquimas, tecidos de sustentação e os feixes vasculares. Para o reconhecimento de metabólitos celulares, testes histoquímicos foram realizados. Em seção paradérmica verificou-se que as folhas de ambas as espécies são hipostomáticas, com estômatos do tipo paracítico. As células epidérmicas apresentam contorno poligonal. Presença de pêlos tectores simples e ramificados na epiderme adaxial de B. verbascifolia. Em seção transversal observou-se que o mesofilo é do tipo isobilateral em B. verbascifolia e dorsiventral em B. intermedia. A região da nervura mediana apresenta parênquima bem desenvolvido, constituído por algumas células com as paredes espessadas por celulose e presença de esclereídeos em B. intermedia. Em ambas as espécies, os feixes vasculares são do tipo colateral, com presença de floema na região medular da nervura mediana, o que caracteriza espécies da família Malpighiaceae. No pecíolo, a região vascular é bem desenvolvida e apresenta feixes colaterais contínuos sustentados por fibras. Na região medular há presença de grande quantidade de cristais de oxalato de cálcio do tipo drusa e cristais prismáticos. Os testes histoquímicos evidenciaram presença de amido em células do parênquima cortical e medular, cutina na região epidérmica, compostos fenólicos na região floemática e lignina nas regiões do esclerênquima e em algumas células do parênquima. Em B. intermedia os compostos fenólicos foram evidenciados também nas regiões medular e cortical. Através dos resultados obtidos conclui-se que as folhas de B. intermedia e B. verbascifolia possuem organização anatômica semelhante à de outras espécies da família Malpighiaceae. Palavras-chave: Anatomia foliar, Murici, Malpighiaceae, Byrsonima intermedia, Byrsonima verbascifolia. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG (concessão de bolsas de iniciação científica). 1 Acadêmico (a) Curso de Farmácia; 2: Pesquisadora/Orientadora; 3: Mestrando em Biotecnologia - Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ – Campus Centro-Oeste Dona Lindu – Laboratório de Farmacobotânica e Plantas Medicinais – LFPM – Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Chanadour, 35501-296, Divinópolis, MG. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 35 ANATOMIA COMPARATIVA DE CULTIVARES CULTIVADAS NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS DE MORANGUEIRO Emi Rainildes LORENZETTI1*; Rodrigo de Oliveira ALMEIDA2; Leandro Alvarenga da SILVA3 O morangueiro (Fragaria x ananassa Duch. Ex. Rozier) é cultivado em várias regiões do mundo principalmente pelas características alimentares, ligadas às questões nutricionais e visuais. A região Sul do Estado de Minas Gerais apresentando condições climáticas favoráveis, ligadas às altas altitudes, promovendo microclima favorável, tornou-se a maior região produtora do país. Anualmente novas cultivares de morangueiro são adotadas oriundas principalmente do Chile, ao passo que outras são desenvolvidas a partir das próprias observações dos agricultores, além das consagradas cultivares como Oso Grande. Pragas e doenças apresentam-se como sérios problemas na cultura, reduzindo a qualidade e quantidade de pseudofrutos colhidos. Em relação às pragas e doenças, a anatomia foliar das cultivares pode interferir na resistência destas plantas a agentes patogênicos, apresentando mecanismos de defesa pré-existentes que protejam as folhas da planta. Assim, objetivou-se analisar os aspectos anatômicos das folhas de oito cultivares de morangueiro produzidos na região Sul do Estado de Minas Gerais. Foram obtidas mudas das cultivares Aromas, Camarosa, Dover, Festival, Minas, Oso Grande, Tudla e Ventana. Estas mudas foram transplantadas para vasos contendo substrato (solo 2 : areia 1: esterco 1). Aos trinta dias após o transplantio folhas jovens foram retiradas e fixadas em FAA 50%. Foram realizados cortes transversais nas folhas retiradas na região mediana do folíolo central. As imagens foram capturadas utilizandose sistema de captura de imagens acoplado a um microscópio óptico. As estruturas de epiderme, parênquima e feixes vasculares é semelhante, diferindo, segundo as características observadas, em relação à quantidade de inclusões de oxalato de cálcio do tipo drusas. As cultivares Aromas, Tudla, Festival e Ventana apresentaram maior quantidade em relação às demais cultivares. A presença destes cristais nas folhas podem favorecer uma maior defesa contra a herbivoria. Palavras-chave: Fragaria x ananassa, fisiologia do parasitismo, anatomia foliar. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP: 36180-000, Rio Pomba – MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Paraná, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Produção Vegetal, Campus Universitário, Caixa Postal 19061, CEP: 80035050,Curitiba-PR, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Fitopatologia, Programa de PósGraduação em Fitopatologia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras – MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 36 ANATOMIA DA RAIZ DE TABOA (Typha angustifolia L. Typhaceae) SOB A CONTAMINAÇÃO POR CÁDMIO Cláudia L. S. O. MORI1*; Katiucia Dias FERNANDES2; Evaristo Mauro de CASTRO3; Fabrício José PEREIRA3; Rafael Angelo Silva JÚNIOR4 Objetivou-se avaliar as características anatômicas de raízes de taboa em resposta ao estresse por cádmio. Realizou-se o experimento em casa de vegetação devidamente climatizada, com exemplares profícuos de taboa. Foram usados para o cultivo, bandejas de polipropileno com 4 L de solução nutritiva hidropônica de Hoagland sob cinco concentrações de cádmio (0,0 mg L-1; 0,4 mg L-1, 0,8 mg L-1, 1,6 mg L-1 e 3,2 mg L-1) durante 30 dias; após esse tempo foram coletadas folhas das plantas-filha, completamente desenvolvidas e armazenadas em álcool 70%. A seguir o material foi impregnado com PEG (polietileno-glicol). Foram obtidas seções transversais das raízes de taboa na região da zona pelífera, com micrótomo de deslise, que foram clarificadas com solução de hipoclorito de sódio (30%), lavadas e coradas com solução de safrablau (95%). As lâminas foram fotografadas em microscópio eletrônico, acoplado a câmera digital. As fotomicrografias foram analisadas em software para análise de imagens WinnCell. Como resultado, pode-se observar que em relação ao controle, não houve modificações na espessura da exoderme e epiderme nas diferentes concentrações de cádmio. A espessura da endoderme e do floema foi maior nas concentrações mais altas. Diante do estresse imposto pelo cádmio houve modificações nas características anatômicas da raiz concentrações em concentrações mais elevadas. Essas modificações facilitam o fluxo de cádmio para a parte aérea das plantas, que chega a exibir efeitos tóxicos, o que permite utilizá-la como bioindicadora de cádmio em ambientes contaminados. Palavras-chave: Anatomia radicular, Contaminação, Cádmio, Taboa Créditos de financiamento: FAPEMIG 1 Recém Doutor Júnior FAPEMIG – UFLA/Depto de Biologia - Programa de Pós-graduação Botânica Aplicada 2 Pós-graduanda – UFLA/Depto de Biologia - Programa de Pós-graduação em Botânica Aplicada 3 Professor doutor - UFLA/ Depto de Biologia – Programa de Pós-graduação em Botânica Aplicada 4 Graduando em engenharia florestal UFLA/Depto Ciências Florestais *autor para correspondência: * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 37 ANATOMIA DE SEMENTES MADURAS DE Eugenia stipitata ssp. sororia MC VAUGH (ARAÇÁ-BOI) - MYRTACEAE1. Angela Maria da Silva MENDES2, Maria Sílvia de MENDONÇA2 A grande importância econômica das mirtáceas brasileiras está nos seus frutos comestíveis, algumas com mercado garantido e, outros menos conhecidos se destacam como o araçá-boi, com grande potencial agroindustrial. Devido à escassez de estudo de propágulos de espécies nativas, o trabalho teve como objetivo descrever as características anatômicas da semente madura de E. stipitata. Os cortes para a análise anatômica das sementes foram realizados com material fresco. Foram realizados cortes sequenciais, transversais, longitudinais e tangenciais em toda a semente. Foi elaborado um laminário semi-permanente, a partir de cortes obtidos em micrótomo de deslize. Os cortes foram clarificados e corados com Safranina e Azul de Astra em solução aquosa e montados em gelatina glicerinada. O tegumento da semente de E. stipitata é complexo, formado pela exotesta delgada, com epiderme formada por uma a duas camadas de células grandes, cubóides e com espessa cutícula; a mesotesta é complexa, apresenta arranjo frouxo e desordenado, sendo formada por células escleróticas dispersas (fibras) e entremeadas por feixes vasculares; a endotesta é formada por camada menor de células, com as mesmas características da mesotesta, sendo que as células são menores, mais adensadas e compactas. O tegumento interno não foi observado na semente madura; é possível que durante o desenvolvimento da semente a calaza se expanda formando a paquicalaza, pois, também, observa-se a hipóstase persistente; a região paquicalazal forma a camada cartácea do envoltório da semente com tecido compacto de células irregulares. O embrião é eugenióide, formado pelos cotilédones parcialmente concrescidos e, o eixo embrionário é indiferenciado; mesmo na região de proeminência da rafe não há uma organização anatômica para ser considerado um eixo embrionário. A sincotiledonia é apenas parcial e restrita a zona rafeal; os cotilédones possuem epiderme abaxial e adaxial unisseriada com células retangulares e cutícula espessa; o tecido fundamental é composto por células parenquimáticas de paredes finas, poliédricas, sem espaços intercelulares e com feixes vasculares dispersos; foram observadas estruturas secretoras na região da sincotiledonia. A semente madura de E. stipitata apresenta tegumento complexo formando paquicalaza, não apresenta eixo embrionário diferenciado e o embrião é formado apenas pela massa cotiledonar. Palavras-chave: Paquicalaza, Embrião eugenióide, Araçá-boi. 1 Parte da Tese da primeira autora. Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tropical da Universidade Federal do Amazonas 2 Universidade Federal do Amazonas/ Laboratório de Botânica Agroflorestal (UFAM). [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 38 ANATOMIA DO XILEMA SECUNDÁRIO DE Grevillea robusta A. Cunn Selma Lopes GOULART1*, Luiz Eduardo de Lima MELO1, Alessandra de Oliveira RIBEIRO2, Claudinéia Olímpia de ASSIS1, Maíra Reis de ASSIS1 Grevillea robusta A. Cunn é uma espécie pertencente à família Proteaceae, originária da Austrália. A espécie foi introduzida no Brasil para obtenção de madeira para lenha, ornamentação de jardins, ruas e quebra ventos. Na Austrália, desenvolve-se naturalmente em florestas pluviais de regiões costeiras, juntamente com o Eucalyptus sp., ocorrendo frequentemente também em povoamentos puros. Dessa forma, objetivou-se analisar anatomicamente o xilema secundário de G. robusta. Foi coletada amostra de madeira do caule de G. robusta à altura do peito (AP), a 1,30 m do solo, no município de Botucatu SP. Posteriormente confeccionaram-se lâminas histológicas para estudo anatômico da madeira, sendo a descrição anatômica realizada conforme International Association of Wood Anatomy - IAWA (1989). Os vasos apresentam-se em arranjos tangenciais com 48% de vasos solitários, múltiplos de dois com 31%, múltiplos de três com 12%, múltiplos de quatro com 3% e múltiplos acima de quatro 7%. Os vasos múltiplos agrupados apresentam-se em forma de cachos, com placas de perfuração simples, com contorno arredondado e com pontoações intervasculares e raio-vasculares alternas. Em média, os vasos apresentam-se com diâmetro de 66 µm, comprimento de 193 µm e em média 10 vasos por mm2. As fibras são do tipo libriforme, em média com 4 µm de espessura de parede e 900 µm de comprimento. Parênquima axial escalariforme. Presença de raios de dois tamanhos distintos em largura até 400 µm e altura com até 2013 µm. Observou-se raios agregados. A composição celular do raio é formada de células procumbentes com uma fila de célula quadrada. Presença de raios amilíferos e idioblastos cristalíferos nas células do parênquima axial. Os resultados obtidos permitem um melhor conhecimento anatômico e com isso um melhor uso da madeira de Grevillea robusta. Palavras-chave: Madeira, Crescimento Rápido, Grevillea 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós- Graduação em Botânica aplicada, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, Cep: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 39 ANATOMIA E MICRONUTRIENTES FOLIARES DE Eicchornia azurea Kunth (Pontederiaceae) SUBMETIDAS À AGUA RESIDUÁRIA DE CAFÉ Evaristo Mauro de CASTRO1*, Marinês Ferreira PIRES1, Virgílio Anastácio SILVA2, Ana Carolina Oliveira DUARTE3, Rubens José GUIMARÃES2, Cynthia OLIVEIRA4 O uso da água no processo de beneficiamento dos frutos do cafeeiro gera grandes quantidades de efluentes líquidos que necessitam de tratamento antes de serem lançados em corpos hídricos receptores ou no solo. A utilização de macrófitas como filtro biológico em sistemas alagados está entre as soluções propostas para o tratamento dessa água por extraírem os nutrientes em excesso ao longo do crescimento. E Eicchornia azurea conhecida como aguapé de cordão é uma possível espécie capaz de exercer o papel de filtro biológico. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a anatomia e a concentração de micronutrientes foliar de E. azurea submetida a diferentes concentrações de água residuária do beneficiamento de frutos de cafeeiro. Plantas de E. azurea foram coletadas e propagadas em solução nutritiva em casa de vegetação. Posteriormente, plantas da terceira geração dispostas em caixas d’água de 217 L contendo os diferentes tratamentos: 0% (controle), 25%, 50%, 75% e 100%. Após 10 dias foram coletadas amostras de folhas para análise nutricional para análise anatômica que foram armazenadas em etanol 70%. A avaliação nutricional demonstrou uma alteração ao longo dos tratamentos apenas para o enxofre, apresentando uma redução de acordo com o aumento na concentração da água residuária com um ajuste quadrático. Os demais micronutrientes não diferiram estatisticamente entre as diferentes concentrações de água residuária. Em relação a anatomia foliar observou-se um aumento na dimensão dos aerênquimas no mesofilo, um aumento na densidade de estômatos e no número de células epidérmicas e uma redução no tamanho dessas células de acordo com a elevação da concentração da água residuária. O pouco efeito dos tratamentos sobre a concentração dos micronutrientes na folha podem ser um indicio de reduzida alocação destes para a parte aérea. Por outro lado, as características anatômicas observadas podem indicar uma estratégia de aumento da eficiência nas trocas gasosas diante da condição estressante do meio. Palavras-chave: Aguapé, Filtro biológico, Anatomia, Micronutrientes. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq e Fazenda Juliana. 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 2 Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 3 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 4 Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 40 ANATOMIA FOLIAR DE Chorisia speciosa A. (Malvaceae) EM CULTIVO ex vitro E in vitro Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Laís Silveira da SILVA1 e Marcela Carlota NERY2 A paineira rosa (C. speciosa) é uma espécie arbórea empregada em projetos paisagísticos e de grande importância na recuperação de ecossistemas degradados. Objetivou-se comparar a estrutura interna de folhas de paineira cultivadas in vitro e após o processo de aclimatização (ex vitro). Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de plantas germinadas in vitro e plantas aclimatizadas e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções transversais e paradérmicas das folhas. As maiores espessuras do limbo foliar foram observadas em plantas ex vitro (243,86 µm), seguida de plantas cultivadas in vitro (146,28 µm). A presença de estômatos foi verificada na epiderme adaxial e abaxial das lâminas foliares de plântulas in vitro e ex vitro, o que caracteriza a espécie como anfiestomática. Observou-se em lâminas foliares de plântulas cultivadas in vitro na face adaxial 319 estômatos/mm2 e na face abaxial 348 estômatos/mm2 e em lâminas foliares de plantas aclimatizadas na face adaxial 348 estômatos/mm2 e na face abaxial de 449,5 estômatos/mm2. Houve diferença estatística para o diâmetro equatorial e polar dos estômatos em ambas as faces epidérmicas de plantas in vitro e ex vitro. Em lâminas foliares de plântulas cultivadas in vitro a relação diâmetro polar e equatorial dos estômatos na face adaxial foi 1,55 µm e na face abaxial foi 1,46 µm. Em lâminas foliares de plântulas aclimatizadas a relação DP/DE dos estômatos na face adaxial foi 1,12 µm e na face abaxial foi 1,24 µm. As plantas in vitro apresentam os tecidos foliares pouco diferenciados e estômatos maiores e mais abertos, exigindo maiores cuidados na etapa inicial de aclimatização. Palavras–chave: Aclimatização, Anatomia, Paineira. Créditos de financiadora: CNPq e Fapemig. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João Del Rei, MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 41 ANATOMIA FOLIAR DE Cordia sellowiana Cham. (Boraginaceae) PROVENIENTE DO CULTIVO EX VITRO E IN VITRO Débora de Oliveira PRUDENTE1, Laís Silveira da SILVA1, Fernanda Carlota NERY1*, Marcela Carlota NERY2 Cordia sellowiana é utilizada em plantios ornamentais e mistos destinados à recomposição de áreas degradadas. Objetivou-se comparar anatomicamente folhas de C. sellowiana cultivadas in vitro e após o processo de aclimatização (ex vitro). Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de plantas germinadas in vitro e plantas aclimatizadas e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções transversais e paradérmicas das folhas. Observou-se maior espessura do limbo foliar em plantas ex vitro (182,85 µm). A presença de estômatos foi verificada na epiderme adaxial e abaxial das lâminas foliares de plantas in vitro e ex vitro de C. sellowiana, o que caracteriza a espécie como anfiestomática. O número de estômatos em lâminas foliares de plantas in vitro na face adaxial foi 217,5 estômatos/mm2 e na face abaxial 319 estômatos/mm2 e em lâminas foliares de plantas ex vitro na face adaxial 348 estômatos/mm2 e na face abaxial 377 estômatos/mm2. Houve diferença estatística para o diâmetro equatorial e polar dos estômatos em ambas as faces epidérmicas de plântulas in vitro e ex vitro. Em lâminas foliares de plantas in vitro a relação diâmetro polar e equatorial dos estômatos na face adaxial foi 1,085 µm e na face abaxial foi 0,933 µm. Em lâminas foliares de plantas ex vitro a relação DP/DE dos estômatos na face adaxial foi 0,943 µm e na face abaxial foi 0,965 µm. Palavras–chave: Juruté, Micropropagação, Anatomia, Plântulas. Créditos de financiamento: CNPq e Fapemig. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João Del Rei, MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 42 ANATOMIA FOLIAR DE Cryptanthus beuckeri E. Morren (Bromeliaceae) SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE LUMINOSIDADE Láiza Araujo VALFRÉ1*, Mariana Maciel MONTEIRO¹, Elisa Mitsuko AOYAMA¹ Algumas espécies possuem a capacidade de modificar a anatomia de suas folhas dependendo da luminosidade do ambiente. Essa variação é de grande importância para o conhecimento da plasticidade desta família a ambientes diversos. O estudo da anatomia pode fornecer informações importantes sobre as estratégias e respostas adaptativas das plantas que permitem a sobrevivência das espécies em diferentes condições ambientais. Portanto, esse trabalho teve como objetivo caracterizar anatomicamente, e comparar a estrutura foliar de Cryptanthus beuckeri em diferentes condições de luminosidade. Os indivíduos estudados foram cultivados em estruturas montadas com sombrite de malha 20 mm e as plantas foram expostas a três diferentes regimes de luminosidade: pleno sol, 50% e 70% de luminosidade, com 15 indivíduos cada. No tempo inicial, que antecede o cultivo nas estruturas de sombrite, foram coletadas folhas para análises anatômicas. Após 107 dias, foram coletadas cinco folhas de cada condição de luz. Amostras foram fixadas e preparadas segundo técnicas usuais de anatomia vegetal. Dentre os tratamentos estudados o de 70% luminosidade apresentou maior quantidade de escamas na face adaxial, já na face abaxial foi o tratamento de 50% luminosidade. Os estômatos são tetracíticos e são encontrados na face abaxial, sendo mais frequentes nos tratamentos de 70% e 50% luminosidade. Em vista frontal e secções transversais, as plantas expostas a pleno sol apresentaram uma quantidade significativa de cristais de oxalato de cálcio (ráfides). Na secção transversal da região mediana do limbo, os tratamentos analisados apresentaram poucas diferenças para o aspecto do parênquima aquífero, em relação ao número de camadas de células, porém o tratamento de 70% apresentou células mais alongadas. Já na secção transversal do bordo foliar o tratamento de 70% luminosidade foi o que apresentou maior quantidade de parênquima aquífero, e menor de parênquima clorofiliano. Os feixes vasculares são colaterais e se dispõem em uma única série ao longo do limbo. Geralmente, os feixes maiores se alternam com os menores, circundado parcialmente por fibras. Anatomicamente podem-se observar mecanismos que podem auxiliar no seu estabelecimento e sobrevivência em relação ao ambiente sombreado, como presença de escamas foliares, folhas hipoestomáticas e parênquima aquífero. Palavra-chave: Adaptação, Folhas de sol/sombra, Fotossíntese. Créditos de financiamento: PibicUFE 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia BR 101 Norte km 60, Litorâneo, CEP: 29932-540, São Mateus-ES, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 43 ANATOMIA FOLIAR DE Eichhornia crassipes L. (Pontederiaceae) DE DIFERENTES POPULAÇÕES DO RESERVATÓRIO DE FURNAS Felipe Fogaroli CORRÊA1*, Fabricio José PEREIRA2, Márcio Paulo PEREIRA2, Rafael Hansen MADAIL¹, Sandro BARBOSA¹, Breno Régis SANTOS¹ As macrófitas aquáticas apresentam elevada relevância ecológica nos ecossistemas em que se desenvolvem, principalmente pelo seu elevado potencial de colonização, podendo acarretar perturbações na biodiversidade local, bem como gerando prejuízos ao aproveitamento econômico do ambiente. Sendo assim, é fundamental que se conheçam informações sobre essas espécies a fim de se estabelecer estratégias de manejo adequadas. O objetivo do presente trabalho foi, portanto, verificar se existem diferenças quantitativas na anatomia foliar de Eichhornia crassipes L. em diferentes populações. Folhas foram coletadas em plantas crescendo naturalmente em afluentes do reservatório de Furnas na região de Alfenas-MG, sendo coletadas de duas populações distintas denominadas 1 e 2. As folhas foram imediatamente fixadas em F.A.A.70% e submetidas aos procedimentos usuais em microtécnica vegetal. As lâminas foram observadas em microscópio óptico com câmera digital acoplada, sendo fotografadas e avaliadas no software UTHSCSA-Imagetool. O delineamento foi inteiramente casualizado com dois tratamentos e dez repetições sendo mensurados 20 campos para cada característica. As plantas oriundas da população 1, apresentaram maiores espessuras da epiderme das faces abaxial e adaxial, além de uma maior espessura do parênquima paliçádico. Os indivíduos da população 2, por sua vez, apresentaram maior espessura do parênquima esponjoso, distância entre os feixes vasculares e proporção de aerênquima foliar. Essas modificações atribuem diferentes adaptabilidades às populações, pois a epiderme está relacionada com a tolerância à radiação excessiva e patógenos, e o parênquima paliçádico com a fotossíntese. Além disso, a maior espessura do parênquima esponjoso está associada a maiores quantidades de espaços intercelulares, o que pode estar relacionado à maior quantidade de aerênquima e maior distância entre os feixes vasculares, promovendo maior capacidade de flutuação e armazenamento de gases, mas diminuindo a capacidade de condução de água, nutrientes e fotoassimilados. Portanto, ocorrem modificações na estrutura interna das folhas de aguapé em diferentes populações, estando estas relacionadas à sobrevivência e competição entre as populações da espécie. Palavras-chave: Macrófitas, Limnologia, Plasticidade morfológica. Créditos de financiamento: CAPES (PRODOC), CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de Alfenas, Rua Gabriel Monteiro da Silva 700, CEP 37130-000, Alfenas-MG, Brasil 2 Universisdade Federal de Lavras, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 44 ANATOMIA FOLIAR DE EUCALIPTO TOLERÂNCIA À SECA DE PONTEIROS DIVERGENTES QUANTO À Tamiris Lopes ELERATI1, Camila Batista da Silva LOPES1, Daniela Sousa da SILVA1, Karina Lucas Barbosa LOPES-MATTOS1, Edival A. Valverde ZAUZA2, Edgard Augusto de Toledo PICOLI1* O presente trabalho objetivou identificar características anatômicas possivelmente associadas à tolerância à seca de ponteiros. Foram coletadas amostras de folhas totalmente expandidas do terceiro e quarto nó (tomados a partir da gema apical) de quatro genótipos clones híbridos de E. grandis x E. urophylla: A (tolerante à seca), B (medianamente tolerante à seca), C (suscetível à seca) e D (não disponível). Amostras da região mediana da lâmina foliar foram fixadas em FAA por 48 horas, desidratadas em série etílica e incluídas em metacrilato. No início do processo de aclimatação, os genótipos C, D e A apresentaram protuberâncias na epiderme, caracterizadas pela extrusão de células. Cortes histológicos de material já aclimatado e em pleno desenvolvimento evidenciaram que todos os genótipos avaliados apresentaram epiderme unisseriada e de formato quadrangular. O mesofilo é dorsiventral e os estômatos são restritos a superfície abaxial da folha. O parênquima paliçádico é formado por 2 camadas de células, sendo a primeira composta por células bem diferenciadas e alongadas e as demais formadas por células curtas e com espaços intercelulares. O parênquima lacunoso apresentou arranjo frouxo com espaços intercelulares abundantes, variando o número de camadas entre os genótipos. Cristais de oxalato do cálcio e cavidades secretoras ocorreram no mesofilo de todos os genótipos analisados. No início do processo de aclimatação das mudas, foram observadas alterações qualitativas como o aumento do volume celular e a diminuição dos espaços intercelulares do parênquima paliçádico e do lacunoso. Adicionalmente, o genótipo C apresentou divisões anticlinais das células epidérmicas na face adaxial e eventualmente do parênquima paliçádico. Por outro lado, nos genótipo D e A, foram verificadas regiões do limbo apresentando divisões anticlinais e periclinais das células do parênquima lacunoso e ou da epiderme abaxial, com consequente aumento do volume celular e resultando em irregularidade da superfície foliar. Anatomicamente, a extrusão de células foi caracterizada pela hipertrofia e hiperplasia de células do mesofilo, possivelmente causada pelo estresse sofrido pelas plantas durante o processo de aclimatação. Considerando a diferença nas respostas do material avaliado, a caracterização e estudos adicionais da morfologia e anatomia foliar durante a aclimatação podem contribuir para a avaliação de genótipos de Eucalipto quanto à tolerância à seca de ponteiro. Palavras-chave: Estresse hídrico, Eucalyptus, Anatomia foliar. Créditos de financiamento: Suzano Papel e Celulose 1 Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, Av. P.H Rolfs, s/nº, Viçosa -MG, Brasil. 2 Suzano Papel e Celulose, Unidade Mucuri, Rod BR 101Km 945 s/n, Mucuri, Bahia, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 45 ANATOMIA FOLIAR DE Miconia ligustroides (DC.) Naudim (Melastomataceae) EM CULTIVO EX VITRO E IN VITRO Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Vivian Loryane Ávila GOULART1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3, Marcela Carlota NERY4 Miconia ligustroides é importante para atração da fauna e está na lista de espécies recomendadas para a recuperação de matas ciliares. Objetivou-se comparar a estrutura interna de folhas de Miconia ligustroides com 60 dias de cultivo in vitro, mantidas em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 2°C e fotoperíodo de 16horas, com folhas de plantas com 30 dias de aclimatização (ex vitro), mantidas em casa de vegetação com temperatura de 25 ± 2°C. Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de cinco plantas germinadas in vitro e cinco plantas aclimatizadas e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções paradérmicas das folhas. Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o software estatístico SISVAR®, sendo as médias dos tratamentos comparados pelo teste de Tukey (5%). A presença de estômatos foi verificada na epiderme adaxial e abaxial das lâminas foliares de plântulas in vitro e ex vitro de M. ligustroides, o que caracteriza a espécie como anfiestomática. O número de estômatos/mm2 em lâminas foliares de plântulas cultivadas in vitro na face adaxial foi 362,5 estômatos/mm2 e na face abaxial foi 420,5 estômatos/mm2. Em lâminas foliares de plântulas aclimatizadas foi verificada na face adaxial 304,5 estômatos/mm2 e na face abaxial 333,5 estômatos/mm2. A relação de Diâmetro polar e Diâmetro equatorial (DP/DE) está relacionada à funcionalidade estomática. Não houve diferença estatística para (DP/DE) dos estômatos em ambas as faces epidérmicas das lâminas foliares de plantas in vitro e ex vitro. Em lâminas foliares de plantas cultivadas in vitro a relação (DP/DE) dos estômatos na face adaxial foi 0,595 µm e na face abaxial foi 0,629 µm. Em lâminas foliares de plantas aclimatizadas a relação (DP/DE) na face adaxial foi 0,576 µm e na face abaxial foi 0,626 µm. A baixa luminosidade e a pequena troca gasosa do ambiente in vitro podem ter provocado o aumento no número de estômatos em ambas as faces de plantas vindas do cultivo in vitro, pois estes são menos funcionais que os estômatos de folhas vindas de plantas ex vitro. Palavras–chave: Anatomia, Folhas, Estômatos, Cerrado, in vitro, ex vitro. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, São João Del Rei, MG, Brasil. CEP: 36301-160 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Cx postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 4 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 46 ANATOMIA FOLIAR DE Miconia pepericarpa (DC.) Naudim (Melastomataceae) CULTIVADA IN VITRO E EX VITRO Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Franciane Costa FERREIRA1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3, Marcela Carlota NERY4 Miconia pepericarpat é amplamente distribuída no Brasil, possui ação leishmanicida e antimicrobiana. Objetivou-se analisar a estrutura interna de lâminas foliares de plantas de M. pepericarpa produzidas in vitro e após o processo de aclimatização (ex vitro). Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de plantas germinadas in vitro e plantas aclimatizadas (ex vitro) e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções transversais e paradérmicas das folhas. A presença de estômatos/mm2 foi verificada em lâminas foliares de plantas vindas do cultivo in vitro nas faces adaxial 391,5 estômatos/mm² e abaxial 478,5 estômatos/mm², e em lâminas foliares de plantas após o processo de aclimatização em ambas as faces adaxial 420 estômatos/mm² e abaxial 464 estômatos/mm², podendo caracterizar a espécie como anfiestomática. O mesófilo apresenta-se com maior espessura em plantas aclimatizadas (108,68 µm) quando comparado com plantas cultivadas in vitro (112,13 µm), fato este que pode ser atribuído à maior exposição à radiação solar. Não houve diferença estatística para o diâmetro equatorial e polar dos estômatos em ambas as faces epidérmicas de lâminas foliares de plantas in vitro e após o processo de aclimatização. Em lâminas foliares de plantas cultivadas in vitro a relação diâmetro polar e equatorial dos estômatos na face adaxial foi 0,465 µm e na face abaxial foi 0,553 µm. Em lâminas foliares de plantas aclimatizadas a relação DP/DE dos estômatos na face adaxial foi 0,493 µm e na face abaxial foi 0,696 µm. A anatomia foliar em plantas micropropagadas e aclimatizadas é de grande importância para o conhecimento do desenvolvimento dos tecidos e estruturas adaptativas de plântulas antes e após o processo de aclimatização. Palavras–chave: Micropropagação, Espécie florestal, Aclimatização. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João del-Rei, MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 4 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 47 ANATOMIA FOLIAR DE Piper molicomum L. (Piperaceae) APÓS APLICAÇÃO DE QUITOSANA Lara Siqueira Oliveira CARVALHO1*, Fernanda Ventorim PACHECO2; Sara DOUSSEAU2; Ingrid F. Santana ALVARENGA2; Amauri A. ALVARENGA2 O modo de ação de substâncias elicitoras geralmente envolve rotas multivariadas, que são específicas para cada vegetal o que leva à uma falta de informação a respeito do efeito dessas substâncias na fisiologia e desenvolvimento vegetal. Além disso, a concentração do elicitor, o método de aplicação, a ausência de outros efetores importantes é um desafio para os estudos desta abrangência. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi analisar o efeito de diferentes concentrações de quitosana na anatomia foliar de Piper molicomum com o intuito de gerar conhecimento sobre a ação dessa substância. Para esse estudo foram utilizadas mudas de Piper molicomum cultivadas em casa de vegetação e elicitadas após 4 meses. Os tratamentos foram diferentes concentrações de quitosana (2,5; 5 e 10 %), com dois controles (um composto por plantas não pulverizadas e plantas pulverizadas apenas com o solvente). Ao final de 30 dias após a elicitação, folhas jovens (presentes no primeiro e segundo nó) foram coletadas. Para as medições dos tecidos do limbo foliar foram feitas seções transversais (0,5 cm2) a partir de micrótomo de mesa, as quais foram coradas com safranina e azul de Astra (7:3). As secções foram montadas em glicerina 50%, para contagem e medições no programa computacional Image to onde os valores obtidos foram submetidas a ANOVA e as médias comparadas segundo o teste Scott Knott (p<0,05). As concentrações testadas nesse estudo não promoveram nenhuma alteração nas características analisadas das secções transversais. Resultados contrários já foram observados em outros estudos onde o uso de quitosana além de induzir as respostas fisiológicas relacionadas a defesa também induz a maior produção lignina o que promove um aumento da espessura das paredes celulares e consequentemente dos tecidos. Assim vale ressaltar a necessidade de estudos futuros utilizando diferentes concentrações, tempo de exposição e fases do desenvolvimento para afirmações mais precisas a respeito do tema tratado. Palavras-chave: Piper mollicomum L., Quitosana, Anatomia foliar. 1 Departamento de Engenharia Florestal, Graduanda em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 48 ANATOMIA FOLIAR DE Pistia stratiotes L. (Araceae) CULTIVADA SOB CONCENTRAÇÕES DE ARSÊNIO Cynthia de OLIVEIRA1*, Evaristo Mauro de CASTRO2, Marinês Ferreira PIRES3, Ana Carolina Oliveira DUARTE1, Elícia Trindade ALVES1, Maíra Ferreira TORRES1 Atividades antrópicas industriais e agrícolas vêm depositando elementos tóxicos no ambiente. Portanto, novas propostas para a remoção desses poluentes são necessárias. A fitorremediação é uma tecnologia verde que depende do estudo de espécies vegetais e das características relacionadas à tolerância das mesmas a esses elementos. A plasticidade anatômica das espécies colabora para um maior grau de tolerância das plantas a poluentes. Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a anatomia foliar de plantas de Pistia stratiotes L. (Araceae) cultivadas em diferentes concentrações de arsênio, no intuito de detectar características de plasticidade anatômica, relacionados ao potencial de tolerância ao arsênio nessa espécie. As plantas de P. stratiotes foram cultivadas em casa de vegetação em solução nutritiva de Hoagland-Arnon contendo as seguintes concentrações de arsênio: 0,0; 0,25; 0,50; 1,0; 2,0 e 4,0 mg L-1. As características anatômicas foliares foram avaliadas ao final do período experimental que foi de 15 dias. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com seis tratamentos e cinco repetições, e os dados submetidos à análise de variância e ao teste de Scott-Knott para p<0,05. As plantas demonstraram aumento na densidade estomática em ambas as faces, no diâmetro polar dos estômatos presentes na face adaxial e aumento da espessura do mesofilo e do limbo foliar, de acordo com o aumento das concentrações de arsênio presentes em solução nutritiva. A funcionalidade dos estômatos da face adaxial também foi aumentada de acordo com o aumento das concentrações de arsênio aplicadas em solução. A porcentagem de aerênquimas presente no limbo foliar não foi modificada em nenhuma das concentrações testadas, bem como o número de feixes vasculares. Dessa forma, as plantas de P. stratiotes na presença de arsênio apresentam modificações nas características anatômicas foliares que permitem a manutenção dos processos fisiológicos vitais das mesmas, auxiliando na capacidade de tolerância dessas plantas à contaminação pelo arsênio em solução nutritiva. Palavras-chave: Alface d’água, Fitorremediação, Estrutura interna, Plasticidade, Metalóide Créditos de Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG 1 Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras – MG 2 Laboratório de Anatomia Vegetal, Setor de Botânica Estrutural, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000 Lavras - MG 3 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras – MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 49 ANATOMIA FOLIAR DE PLÂNTULAS DE Schinus molle L. (Anacardiaceae) EXPOSTAS A DIFERENTES FERTILIZANTES LÍQUIDOS Felipe Fogaroli CORRÊA1*, Fabricio José PEREIRA2, Márcio Paulo PEREIRA2, Sandro BARBOSA1, Evaristo Mauro de Castro2 Nutrientes mineiras são essenciais para plantas, já que desempenham diversas funções fisiológicas e ainda podem promover modificações na estrutura interna desses organismos. Dessa forma, o objetivo foi verificar possíveis modificações nas características anatômicas foliares de Schinus molle L. em função da aplicação de fertilizantes, já que estas podem estar relacionadas à produção de mudas de maior qualidade. Os frutos foram coletados de populações cultivadas em Alfenas - MG, sendo despolpados e secos a 25ºC. As sementes foram desinfestadas com hipoclorito de sódio 50% por dez minutos e secas em estufa a 35ºC. Posteriormente, foram separadas por gravimetria, escarificadas com ácido sulfúrico por um minuto e colocadas em gerbox contendo vermiculita. Foram colocados os fertilizantes líquidos Altagro® nas concentrações de: T1 – água destilada (controle); T2 – K (6 mM) ; T3 – B (2 µM) ; T4 – Mo e Zn (2 µM) ; T5 – Cu, Mo e Zn (2 µM). O experimento foi conduzido em sala de crescimento com luz constante à 25ºC, sendo irrigado diariamente. Após 30 dias, as folhas foram coletadas, fixadas e submetidas a procedimentos usuais de microtécnica vegetal. As lâminas foram observadas em microscopia de luz com sistema de captura de imagens, sendo posteriormente analisadas no software UTHSCSA-Imagetool. O delineamento foi inteiramente casualizado, composto por cinco tratamentos e seis repetições, sendo avaliados 16 campos por secção. O mesofilo apresentou-se 9,6% mais espesso em folhas de plântulas do T2, T4 e T5. Contudo, o parênquima paliçádico foi 10,96% mais espesso apenas no T2 e T5. Para o parênquima esponjoso, foi observado incremento de 7,7% para T4 e redução de 5,8% para T3. Em relação à epiderme das faces adaxial e abaxial, houve redução em ambos os casos. A primeira delas apresentou-se 6,8% menor para T4 e T5, e 16,8% para T3. Já a segunda, apresentou-se 9,65% menor para T2 e T4, e 14,68% para T5 e T3. Para os tecidos vasculares, foi observado incremento de 22,75% no diâmetro dos vasos do metaxilema para todos os tratamentos em relação ao controle. Porém, o número de vasos aumentou apenas em T4 (31,58%). O floema foi 38,48% mais espesso em T2. Em relação ao IVC, houve incremento de 26,15% para T3 e T5. Ocorreu ainda um aumento relacionado ao diâmetro do canal secretor, sendo 15,39% para T3 e T5, e 24,65% para T4. A adição de potássio e combinação de molibdênio e zinco promovem modificações anatômicas foliares relacionadas com mudas de maior qualidade de S. molle. Palavras-chave: Plasticidade morfológica, Aroeira, Nutrição vegetal. Créditos de Financiamento: CNPq, CAPES e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, Rua Gabriel Monteiro da Silva 700, CEP 37130-000, Alfenas-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 50 ANATOMIA FOLIAR DE Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae) SOB DUAS DIFERENTES UMIDADES EM MANGUEZAL. Daniela Souza ANTUNES1*, Amauri Pires BUENO1, Juliana PEREIRA1, Vinícius Londe FERREIRA1, Hildeberto Caldas de SOUSA1. O manguezal é um ecossistema que apresenta grande importância ecológica, econômica e social, além de abranger quase todo o litoral brasileiro. Apesar disso, apresenta baixa diversidade de espécies vegetais. Dentre essas, Rhizophora mangle L. é a mais abundante sendo, portanto, de grande importância conhecer seu funcionamento. Essa espécie é encontrada em maior número nas regiões próximas à foz do rio, sob maior grau de inundação. A região apresenta solo com alta sedimentação de lama e concentração de sal. Entretanto, R. mangle também pode ocorrer em áreas menos alagadas, em regiões intermediárias do rio. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi verificar diferenças na anatomia de folhas jovens e adultas de R. mangle em regiões do mangue com diferentes graus de umidade. Foi delimitado um transecto de 100 m ao longo de um manguezal localizado no rio Piraquê-açu, município de Santa Cruz – ES, paralelo a margem esquerda do rio, e definidas quatro áreas, distando-se em aproximadamente 25 m. Em cada uma das áreas foram coletadas duas folhas de uma árvore adulta e de uma plântula de R. mangle, que foram fixadas em FAA 50 durante 24 horas e em seguida seccionadas transversalmente à mão livre em quatro pontos que incluem o ápice, a base e dois cortes na margem da folha. Após esse período, os cortes foram colocados na solução de Jeffrey por mais 24 horas para dissociação da epiderme. Depois de dissociadas, os cortes foram corados com fucsina e azul de astra e montados em lâminas temporárias. Foi realizada a contagem de estômatos e observou-se que folhas das plântulas de regiões alagadas possuem um maior número de estômatos e de estruturas secretoras em relação às folhas de plântulas das regiões secas. Quanto às folhas das árvores adultas, constatou-se o oposto, plantas de regiões secas do mangue apresentam mais estômatos. Conclui-se, a partir disso, que plântulas apresentam mais estômatos em ambientes úmidos devido ao déficit de oxigênio e que o mesmo ocorre em plantas adultas em ambientes secos para controle hídrico. Palavras-chave: Mangue, Alagamento, Plântulas, Anatomia vegetal. 1 Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais, Campus Morro do Cruzeiro, CEP: 35400-000 Ouro Preto, MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 51 ANATOMIA FOLIAR DE Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Fabaceae) EM CULTIVO EX VITRO E IN VITRO Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Miguel Augusto VIOL1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3 , Marcela Carlota NERY4 As espécies pertencentes ao gênero Stryphnodendron são conhecidas como barbatimão e são nativas do cerrado brasileiro. Possuem taninos como metabólitos secundários primordiais de suas cascas apresentando, entre outras, atividade antimicrobiana e cicatrizante. Objetivou-se comparar a estrutura interna de folhas de Barbatimão com 60 dias de cultivo in vitro, mantidas em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 2°C e fotoperíodo de 16horas, com folhas de plantas com 30 dias de aclimatização (ex vitro), mantidas em casa de vegetação com temperatura de 25 ± 2°C. Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de cinco plantas germinadas in vitro e cinco plantas aclimatizadas e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções paradérmicas e transversais das folhas. Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o software estatístico SISVAR®, sendo as médias dos tratamentos comparados pelo teste de Tukey (5%). A maior espessura do limbo foliar foi observada em plantas ex vitro (243,86 µm). A presença de estômatos foi verificada na epiderme adaxial e abaxial das lâminas foliares de plantas in vitro e ex vitro de Barbatimão, o que caracteriza a espécie como anfiestomática. Houve diferença estatística para o número de estômatos/mm2. Em lâminas foliares de plantas cultivadas in vitro o número de estômatos na face adaxial foi 203 estômatos/mm2 e na face abaxial foi 246,5 estômatos/mm2. Sendo maior em lâminas foliares de plantas aclimatizadas onde o número de estômatos na face adaxial foi 275,5 estômatos/mm2 e na face abaxial foi 319 estômatos/mm2. A relação de Diâmetro polar e Diâmetro equatorial (DP/DE) está relacionada à funcionalidade estomática. Houve diferença estatística para a relação (DP/DE) dos estômatos em ambas as faces epidérmicas das lâminas foliares de plantas in vitro e ex vitro. Em lâminas foliares de plantas cultivadas in vitro a relação (DP/DE) dos estômatos na face adaxial foi 1,373 µm e na face abaxial foi 1,183 µm e em lâminas foliares de plantas aclimatizadas a relação DP/DE na face adaxial foi 1,453 µm e na face abaxial foi 1,489 µm. As folhas de plantas aclimatizadas possuem alguns aspectos anatômicos que podem conferir maior eficiência fotossintética e maior capacidade de regulação hídrica das plantas. Palavras–chave: Planta medicinal, Micropropagação, Barbatimão. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, São João Del Rei, MG, Brasil. CEP: 36301-160. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 4 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, Diamantina, MG, Brasil. CEP: 39801-000 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 52 ANATOMIA FOLIAR DE TÍFTON CULTIVADOS EM SOLO SUBMETIDOS À DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE LODO TÊXTIL Adolfo Luís dos SANTOS1*, Felipe Fogaroli CORRÊA1, Nayara Cristina de MELO2, Breno Régis SANTOS1, Fabrício José PEREIRA2 Objetivou-se com este trabalho avaliar as modificações anatômicas foliares da forrageira Tífton (Cynodon sp), cultivada em solo submetido a diferentes concentrações de lodo têxtil. O experimento foi realizado em vasos, sob condições de campo, sendo utilizado delineamento inteiramente casualizado, com sete tratamentos (ausência, 1, 2, 3, 5 e 8 t ha-1 de lodo têxtil, além de outro tratamento composto por solo puro), com quatro repetições. Após 15 dias do plantio, foi realizado um corte para a homogeneização das plantas e uma adubação de cobertura com 40 kg ha-1 de nitrogênio e 40 kg ha-1 de K2O, utilizando 200 kg ha-1 do adubo formulado NPK (20-00-20), exceto para o tratamento que foi composto somente por solo. Cada parcela foi constituída de um vaso, totalizando 28 parcelas. Estes receberam 4 mudas de Tífton com raizes padronizadas por tamanho e 7 dm3 da mistura: solo + lodo têxtil (densidade do solo = 1,0 kg.dm3), conforme os tratamentos descritos. Após 45 dias (30 dias da rebrota), foram avaliadas as seguintes características anatômicas: espessura do mesofilo, espessura da epiderme da face abaxial e adaxial, diâmetro do floema e xilema e distância entre os feixes vasculares. Para a realização dessas análises foram coletadas folhas de Tífton completamente expandidas. Este material foi fixado em solução de F.A.A.70% e submetido a procedimentos usuais em microtécnica vegetal. Foram realizadas fotomicrografias e essas avaliadas em software de análise de imagens (UTHSCSA-Imagetool), sendo que os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Scott-Knott a p<0,05. Verificou-se um aumento proporcional na espessura do mesofilo ao aumento das concentrações de lodo têxtil. Comportamentos semelhantes foram observados para a espessura da epiderme da face abaxial, diâmetro dos vasos do xilema e distância dos feixes vasculares. Para a epiderme da face adaxial, foi observado um aumento na espessura com aplicações de até 3 t ha-1 do lodo, sendo que, acima desta concentração, houve uma diminuição da espessura da epiderme da face adaxial. Comportamento semelhante foi observado para o diâmetro dos vasos do floema. Houve modificações em todas as estruturas avaliadas, sendo que estas modificações podem estar associadas à adaptação da espécie, visando resistir aos metais pesados presentes no lodo têxtil. Palavras–chave: Cynodon sp, Botânica aplicada, Adubação orgânica, Plasticidade morfológica. Créditos de financiamento: CAPES 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza (ICN), Alfenas - MG, CEP: 37130-000, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 53 ANATOMIA FOLIAR DE Zantedeschia aethiopica (L.) Spreng (Araceae) EM CULTIVO EX VITRO E IN VITRO Fernanda Carlota NERY1*, Débora de Oliveira PRUDENTE1, Vivian Loryane Ávila GOULART1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3 e Elka Fabiana Aparecida ALMEIDA4 O copo-de-leite (Z. aethiopica) é bastante apreciado tanto como flor de corte quanto para a composição de jardins. Objetivou-se comparar a estrutura interna de folhas de copo-de-leite cultivadas in vitro e após o processo de aclimatização (ex vitro). Para as avaliações anatômicas foram utilizadas folhas de cinco plantas germinadas in vitro e cinco plantas aclimatizadas e posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções transversais e paradérmicas das folhas. As maiores espessuras do limbo foliar foram observadas em plantas estabelecidas nas condições ex vitro (226,56 µm), seguida das plantas cultivadas in vitro (114,21 µm), pois, cultivadas ex vitro são mais susceptíveis a alterações na anatomia foliar durante o processo de aclimatização. Em plântulas vindas do cultivo in vitro a presença de estômatos foi verificada em ambas as faces adaxial 275,5 estômatos/mm2 e abaxial 406 estômatos/mm2, em lâminas foliares de plantas após o processo de aclimatização, foi verificada a presença de estômatos em ambas as faces adaxial 232 estômatos/mm2 e abaxial 290 estômatos/mm2, o que caracteriza a espécie como anfiestomática. Não houve diferença estatística para o diâmetro equatorial e polar dos estômatos em ambas as faces epidérmicas de lâminas foliares de plantas in vitro e ex vitro. Em lâminas foliares de plantas in vitro a relação diâmetro polar e equatorial dos estômatos na face adaxial foi 1,407 µm e na face abaxial foi 1,101 µm. Em lâminas foliares de plantas aclimatizadas a relação DP/DE dos estômatos na face adaxial foi 1,289 µm e na face abaxial foi 1,230 µm. A diferença na espessura foliar e no número de estômatos em plantas vindas do cultivo in vitro e ex vitro podem estar relacionada a características adaptativas para conferir maior eficiência fotossintética e maior capacidade de regulação hídrica nas plantas. Palavras–chave: Flor de corte, Micropropagação, Anatomia, Folhas. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João Del Rei, MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000 4 EPAMIG, Núcleo Tecnológico de Floricultura, São João Del Rei, MG. CEP 37200-000 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 54 ANATOMIA FOLIAR DE Zingiber spectabile Griff. (Zingiberaceae) CULTIVADO in vitro, ex vitro E in vivo Fernanda Carlota NERY1*, Débora de Oliveira PRUDENTE1, Laís Silveira da SILVA1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3 e Elka Fabiana Aparecida ALMEIDA4 Zingiber spectabile (sorvetão) pertence à família Zingiberaceae, ainda pouco difundida, mas com imensa perspectiva de crescimento do seu cultivo, quer como flor de corte ou para jardins. Objetivou-se comparar a estrutura interna de folhas de Z. spectabile com 60 dias de cultivo in vitro, mantidas em sala de crescimento a 25 °C ± 2 °C e fotoperíodo de 16 horas, com folhas de plantas com 30 dias de aclimatização (ex vitro), mantidas em casa de vegetação a 25 °C ± 2 °C e folhas de plantas in vivo, com 3 anos de idade, cultivadas a pleno sol. Foram utilizadas folhas de cinco plantas germinadas in vitro, cinco plantas aclimatizadas e cinco plantas in vivo, posteriormente fixadas em álcool 70%. O estudo anatômico foi feito por meio das seções paradérmicas e transversais das folhas. Os resultados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o SISVAR® e as médias comparadas pelo teste de Tukey (5%). As maiores espessuras do limbo foliar foram observadas em plantas in vivo (256,53 µm), seguida das plantas aclimatizadas (250,61 µm), e plantas cultivadas in vitro (106,61 µm). O parênquima paliçádico apresenta-se com maior espessura em lâminas foliares de plantas in vivo (73,51 µm) quando comparado com as plantas aclimatizadas (22,06 µm) e cultivadas in vitro (26,16 µm) e o parênquima lacunoso em lâminas foliares de plantas in vivo (48,95 µm) apresenta maiores valores em relação às plantas aclimatizadas (33,44 µm) e plantas cultivadas in vitro (29,04 µm). Não foi verificada presença de estômatos na face adaxial em lâminas foliares de plântulas in vitro, apenas na face abaxial (232 estômatos/mm²), no entanto, em lâminas foliares de plantas aclimatizadas verificou-se a presença de estômatos em ambas as faces adaxial (101,5 estômatos/mm²) e abaxial (391,5 estômatos/mm²) e em plantas in vivo na face adaxial (188,5 estômatos/mm²) e abaxial (464 estômatos/mm²). A relação de diâmetro polar e diâmetro equatorial (DP/DE) está relacionada à funcionalidade estomática. Em plantas in vitro a relação (DP/DE) dos estômatos na face abaxial foi 1,75 µm, em plantas aclimatizadas a relação (DP/DE) dos estômatos na face adaxial foi 1,68 µm e na face abaxial foi 1,77 µm, já em plantas in vivo a relação (DP/DE) dos estômatos na face adaxial foi 1,92 µm e na face abaxial foi 2,30 µm. As folhas de plantas in vivo possuem aspectos anatômicos que podem conferir maior eficiência fotossintética e maior capacidade de regulação hídrica das plantas. Palavras–chave: Planta ornamental, Aclimatização, Micropropagação. Créditos de financiamento: CNPq e Fapemig. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João Del Rei, MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 4 EPAMIG, Núcleo Tecnológico de Floricultura, São João Del Rei, MG. CEP 36301-360. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 55 ANATOMIA RADICULAR DE TÍFTON CULTIVADOS EM SOLO SUBMETIDOS À DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE LODO TÊXTIL Adolfo Luís dos SANTOS1*; Felipe Fogaroli CORRÊA1; Nayara Cristina de MELO2; Breno Régis SANTOS1; Fabrício José PEREIRA2 Objetivou-se com este trabalho verificar possíveis modificações na anatomia radicular da forrageira Tífton (Cynodon sp), cultivada em solo submetido á diferentes concentrações de lodo têxtil. O experimento foi realizado em vasos, sob condições de campo, sendo utilizado delineamento inteiramente casualizado, composto por sete tratamentos (ausência, 1, 2, 3, 5 e 8 t ha-1 de lodo têxtil, além de outro composto apenas por solo puro) e quatro repetições. Após 15 dias do plantio, foi realizado um corte para a homogeneização das plantas e uma adubação de cobertura com 40 kg ha-1 de nitrogênio e 40 kg ha-1 de K2O, utilizando 200 kg ha-1 do adubo formulado NPK (20-00-20), exceto para o tratamento que foi composto somente de solo. Cada parcela foi constituída de um vaso, totalizando 28 parcelas. Estes receberam 4 mudas de Tífton com raiz padronizadas por tamanho e 7 dm3 da mistura: solo + lodo têxtil (densidade do solo = 1,0 kg.dm3), conforme os tratamentos descritos. Após 45 dias (30 dias da rebrota), o solo contido nos vasos foi destorroado e as raízes foram coletadas para a análise das seguintes características anatômicas: espessura da epiderme, espessura do córtex e área do córtex. Para estas avaliações, o material foi coletado e fixado em solução de F.A.A.70%, sendo posteriormente submetido a procedimentos usuais de microténica vegetal. As laminas foram fotografas em microscópio óptico com sistema de captura de imagens acoplado, sendo as fotomicrografias avaliadas no software de análise de imagens UTHSCSA-Imagetool. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Scott-Knott a p<0,05. Foram observadas menores espessuras da epiderme nos tratamentos onde não houve aplicação do lodo têxtil, sendo que nas menores concentrações (1 e 2 t ha-1) houve aumento dessa espessura e em concentrações maiores (3, 5 e 8 t ha-1), houve redução. Quanto à espessura do córtex, houve aumento com concentrações de até 5 t ha-1, acima desta, houve uma diminuição. Resultados semelhantes foram observados para a área do córtex. Foram observadas modificações em todas as estruturas radiculares avaliadas, sendo que estas modificações podem estar associadas a adaptação da espécie, uma vez que, a raiz é o primeiro órgão da planta a entrar em contato com toxicantes presentes no solo. Palavras–chave: Cynodon sp, Botânica aplicada, Adubação orgânica, Plasticidade morfológica. Créditos de financiamento: CAPES 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza (ICN), Alfenas - MG, CEP: 37130-000, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 56 ANATOMICAL CHARACTERIZATION OF SEEDS OF Stylosanthes humilis Kunth (Fabaceae) Izabel de Souza CHAVES1*, Marcel Viana PIRES1, Sara DOUSSEAU2, Victor Peçanha de Miranda COELHO1, Marília Contin VENTRELLA1, Raimundo Santos BARROS1 Seeds of Towsville stylo possess relatively hard seed coats (paradormancy), and also present an endodormancy when freshly-harvested that is overcome with ageing. Dormant and nondormant seeds were fixed and prepared for scanning electron and light microscopy. At the moment of fruit dispersion from the plant, the embryo is in the torpedo stage of development, taking almost the entire volume of the seed. The embryo is covered with a thin layer of endosperm and layers of seed coat tissues. The embryo axis has a slight curvature and is found embed between the cotyledons. The seed coat consists of three layers of tissue beyond of cuticle (only observed by light microscopy). The outer one is a palisade tissue, with elongated macroesclereids perpendicularly towards the outer surface of the seed. The macrosclereids are compactly distributed, with irregular thickened walls, showing no intercellular spaces. The layer immediately below is the hypodermis, composed of osteosclereids with large aeriferous spaces. The most inner section is constituted by a parenchyma, containing more than one layer of thin-walled cells, tangentially elongated and uniformly distributed throughout the seed coat. All the seed coat, except for the hilar region, displays a similar thickness, being completely smooth and without any fissure in all its extension. Phenolic compounds, lignins or lipids were not detected by histochemical tests in the seed coat. There was not observed any difference in seed coats and embryos of dormant and non-dormant seeds. Both types of seeds present the same anatomical structure, and thus endodormancy is due to physiological factors. KEYWORDS: Anatomy, Dormancy, Towsville stylo. Credit financing: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Campus Universitário, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, CEP: 36570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa Postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * corresponding author: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 57 ARMAZENAMENTO DE SEMENTES DE CUPUAÇU (Theobroma grandiflorum (Willd. ex. Spreng.) Schum; Malvaceae) SENSÍVEIS AO DESSECAMENTO Raylton dos Santos PEREIRA1*, Isolde Dorothea Kossmann FERRAZ2, Geângelo Petene CALVI3 Estudos preliminares mostraram que a longevidade das sementes de cupuaçu é curta. Devido sua rápida germinação e o alto teor de água inicial, as sementes iniciam o processo germinativo durante o armazenamento e no próprio fruto. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição de vermiculita e carvão vegetal moído na redução do teor de água das sementes e sua tolerância à redução da temperatura. O armazenamento das sementes foi realizado nas temperaturas de 15 e 20 °C, em sacos plásticos, contendo vermiculita seca e carvão vegetal moído na proporção de 1 g de semente para 1 g de substrato. Após 15, 30, 60 e 90 dias de armazenamento foi avaliada a germinabilidade das sementes em caixas plásticas contendo vermiculita fina utilizando quatro repetições de 25 sementes. Os testes de germinação foram conduzidos em viveiro no INPA, Manaus-AM. O acompanhamento da germinação foi diário e considerou-se como critério de germinação a emergência do epicótilo acima do substrato. Determinou-se o teor de água das sementes com quatro repetições de cinco sementes pelo método de estufa a 105 ± 3 ºC, por 24 h, sendo que, as sementes foram cortadas ao meio e separadas do tegumento para evitar possíveis alterações no resultado final. O teor de água inicial das sementes foi alto (41,7%). Este valor foi mantido durante todos os períodos de armazenamento nos dois tratamentos. Na germinabilidade, verificou-se uma redução já após 15 dias de armazenamento a 15 °C nos dois tratamentos, carvão vegetal e vermiculita, (de 64% do controle para 36 e 28%, respectivamente). Com decorrer do tempo, a perda de germinabilidade ficou mais evidente, com cerca de 5% de sementes vivas, após 60 dias de armazenamento. Na temperatura de 20 °C e com carvão vegetal houve uma redução da germinabilidade similar a 15 °C. Entretanto, com vermiculita, observou-se germinação das sementes durante o armazenamento. As condições mais homogêneas nos sacos plásticos estimularam a germinação, alcançando valores superiores observados no viveiro. Desta forma, conclui-se que sementes de T. grandiflorum, além de não tolerar o dessecamento são sensíveis ao resfriamento. O acréscimo de vermiculita ou carvão vegetal moído não foi suficiente para reduzir o teor de água das sementes. O acréscimo de vermiculita provocou a germinação durante o armazenamento a 20 °C. Sugere-se testar no futuro outros materiais inertes ou uma maior proporção de material seco, para retardar o processo germinativo. Palavras Chaves: Sementes recalcitrantes, Sensibilidade ao resfriamento, Níveis de umidade. Créditos de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e CNPq – CT-Amazônia (575.889/2008-8) 1 Universidade Federal do Amazonas, Departamento de Ciências Florestais, Graduando em Engenharia Florestal, Campus Universitário, 3000, CEP:69080-005, Manaus –AM, Brasil. 2 Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA, Coordenação de Biodiversidade, Pesquisadora Titular. 3 Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia - INPA, Coordenação de Biodiversidade, Programa de Pós Graduação em Ciência de Florestais Tropicais. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 58 ARMAZENAMENTO DE UNIDADES ENCAPSULÁVEIS DE GABIROBEIRA EM REFRIGERADOR Nádia Alves CAMPOS1*, Renato PAIVA 1, Ana Cristina de SOUZA1, Mariana Aline Silva ARTUR1, Paulo Augusto Almeida SANTOS1, Jorge Marcelo Padovani PORTO1 Campomanesia xanthocarpa O. Berg., conhecida popularmente como gabiroba, é uma espécie da família Myrtaceae, nativa do cerrado é indicada para plantios em áreas degradas e como planta ornamental. A tecnologia de produção de unidades encapsuláveis facilita a troca de germoplasma. Para o sucesso dessa técnica é necessário que as unidades encapsuláveis possam ser armazenadas sem perda da capacidade regenerativa da planta. O objetivo desse trabalho foi avaliar a germinação de unidades encapsuláveis de gabirobeira submetidas ao armazenamento em refrigerador (4°C) por diferentes períodos de tempo. Para isso, gemas apicais de parte aérea foram encapsuladas utilizando Alginato de Cálcio (2,5 %), Cloreto de Cálcio (100 mM), Nitrato de Potássio (100 mM) e água para diluição do alginato. Após o encapsulamento das gemas apicais as cápsulas foram colocadas em Placas de Petri, com 20 cápsulas (repetições) por placa. As placas foram armazenadas a 4°C por diferentes períodos (0, 1, 7, 15 e 30 dias) e, após cada período de armazenagem, foram inoculadas em tubos de ensaio contendo o meio de cultivo MS com metade das concentrações de sais e mantidas em sala de crescimento para germinação. Foi avaliada a porcentagem de cápsulas germinadas (rompimento da cápsula) após 30 dias da retirada do refrigerador por análise de regressão (p≤0,05). A análise estatística para o rompimento de cápsulas foi significativa (p<0.0001). Os resultados mostraram que houve um decréscimo no rompimento das cápsulas à medida que se aumentou o tempo de armazenamento, com 95, 90 e 70% de rompimento após zero, um e sete dias de armazenamento. Não houve rompimento de cápsulas após os períodos de 15 e 30 dias de armazenamento a 4°C. Pode-se concluir que, o armazenamento de unidades encapsuláveis com gemas apicais de gabirobeira em refrigerador a 4°C, só é possível até sete dias. Períodos maiores reduzem drasticamente o rompimento das cápsulas. Palavras-chave: Conservação. Campomanesia xanthocarpa, Espécie nativa, Micropropagação, Créditos de financiamento: CAPES, CNPq, FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 59 ARMAZENAMENTO, DESINFESTAÇÃO E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Physalis peruviana L. (Solanaceae) Conceição Aparecida COSSA1 ¹*; Thalyta Coelho de OLIVEIRA¹; Isabela Rubis Dias de CASTRO¹; Leandro Mazo ROCHA¹; Tamiris Tonderys VILLELA¹; Maria Aparecida da Fonseca SORACE¹ Physalis é uma fruta exótica, da família Solanaceae, atualmente muito valorizada no mercado nacional e internacional. Por apresentar ampla adaptação ecológica pode ser utilizada para produção no Brasil, porém, há poucas informações sobre seu cultivo. Para propagação através de sementes é necessária a manutenção destas em ótimo estado fisiológico desde a colheita, armazenamento, embalagem e comercialização de forma a não comprometer a qualidade. O objetivo do estudo foi determinar o melhor tipo de embalagem para o armazenamento de sementes de P. peruviana L sem comprometer a viabilidade das mesmas, e testar a influencia da desinfestação das sementes, com solução de hipoclorito de sódio, na germinação. O experimento foi conduzido na UENP-CLM. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%. Foram utilizadas sementes extraídas manualmente de frutos adquiridos no comércio, submetidas ao teste de germinação e armazenadas em câmara fria em temperatura 3 ± 2ºC com UR 90% durante trinta dias. Pós armazenamento, as sementes foram semeadas em caixas esterilizadas de gerbox, sobre papel filtro (esterilizado em estufa a 100°C por 2 horas), umedecido com água destilada e mantidos em BOD à temperatura de ±25ºC, para a avaliação da germinação. Nos tratamentos com sementes desinfestadas foi utilizada solução de hipoclorito a 1% e imersão por 3 minutos, antes de serem colocadas para o teste de germinação. Foram feitas quatro repetições contendo 30 sementes em cada gerbox, para os tratamentos: T1- sementes sem armazenamento e sem desinfestação (testemunha); T2- sementes com armazenamento em embalagens de polipropileno; T3-sementes com armazenamento em embalagens de polipropileno e desinfestadas com hipoclorito; T4- sementes com armazenamento em embalagens de polietileno; T5- sementes com armazenamento em embalagens de polietileno e desinfestadas com hipoclorito. Os tratamentos não diferiram entre si e nem da testemunha T1, indicando que a desinfestação e as embalagens utilizadas, no tempo e nas condições de armazenamento, não alteraram a germinação das sementes. Sementes de Physalis armazenadas por trinta dias não tiveram sua germinabilidade alterada, independente das embalagens de armazenamento. A desinfestação com hipoclorito de sódio a 1% não afetou a germinação das sementes de Physalis. Palavras-Chave: Embalagem, Polipropileno, Hipoclorito. Créditos de financiamento: CNPq e Fundação Araucária 1 UENP-CJM, BR 369 km 52, Bandeirantes PR, CEP: 86360-000. Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 60 ASPECTOS ANATÔMICOS DE Coffea arabica L. (Rubiaceae) CV. TÍPICA CULTIVADA EM DIFERENTES AMBIENTES Danielle Pereira BALIZA1*, Oliveiro GUERREIRO FILHO2, Evaristo Mauro de CASTRO3, Márcio Paulo PEREIRA3, Tainah FREITAS4, Rubens José GUIMARÃES5 A cultivar Típica, também conhecida como Nacional, Arábica, Crioula, Comum, Brasil e Sumatra, foi a primeira a ser plantada no Brasil, ocupando grandes áreas do norte e nordeste, inclusive no Estado de São Paulo e outros Estados do centro-sul. Com a introdução e a seleção de novas cultivares, seu plantio foi bastante reduzido, por ser menos produtiva e apresentar baixa rusticidade. No entanto, a excelente qualidade da bebida tem estimulado seu cultivo em pequena escala visando ao atendimento de mercados especiais. Objetivou-se avaliar os aspectos anatômicos de cafeeiros (C. arabica L.) da cultivar Típica pertencentes ao Banco de Germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas, cultivados em dois níveis de radiação (pleno sol e sob ripado com 50% de sombra). Os estudos anatômicos foram conduzidos preliminarmente utilizando a porção mediana de folhas completamente expandidas, coletadas no terceiro nó de ramos plagiotrópicos, do terço médio das plantas. Foram coletadas dez folhas de cada tratamento. As secções transversais e paradérmicas foram clarificadas, lavadas e coradas com solução safrablau (azul de astra 0,1% em água e safranina 1% em água na proporção de 7:3), para as secções transversais e safranina 1%, para as secções paradérmicas, sendo montadas em lâminas semipermanentes com glicerol 50% em água (v.v-1). As lâminas foram observadas e fotografadas em microscópio óptico modelo Olympus BX 60, acoplado à câmara digital Canon A630. As imagens foram analisadas em software para análise de imagens UTHSCSA-Imagetool, com a medição de 18 campos para as variáveis das secções transversais e paradérmicas. Avaliaram-se a espessura da epiderme das faces adaxial e abaxial, do parênquima paliçádico e da cutícula da face adaxial. Dentre as características dos estômatos, foram analisadas suas densidades estomáticas (número de estômatos por mm2) e os diâmetros polar e equatorial. As médias das características estudadas foram comparadas pelo teste t. Não houve diferenças significativas na espessura da epiderme das faces adaxial e abaxial e na espessura da cutícula da face adaxial das plantas cultivadas a pleno sol e à meia sombra. Entretanto, o parênquima paliçádico revelou-se mais espesso em plantas cultivadas a pleno sol. Nesta condição as plantas também apresentaram maior densidade estomática e diâmetros polar e equatorial reduzidos. A maior incidência de radiação provoca aumento da espessura do parênquima paliçádico e da densidade estomática, além de redução no tamanho dos estômatos dos cafeeiros. Palavras-chave: Anatomia, Melhoramento, Sombreamento, Coffea arabica, Rubiaceae. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnol. do Sudeste de Minas Gerais, Departamento de Agricultura e Ambiente, CX 3037, CEP 36180-000, Rio Pomba-MG, Brasil 2 Instituto Agronômico de Campinas, Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, CP 28, CEP 13012970, Campinas-SP, Brasil 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CX 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Campus Universitário, CX 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil 5 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Setor de Cafeicultura, Campus Universitário, CX 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autora para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 61 ASPECTOS DA ANATOMIA FOLIAR DE Inga cinnamomea Spruce ex Benth (Fabaceae) Renata Alves Lara SILVA1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES1, Filipe Almendagna RODRIGUES1, Gabrielen de Maria Gomes DIAS1, Moacir PASQUAL1, Evaristo Mauro de CASTRO2 A espécie Inga cinnamomea Spruce ex Benth é vulgarmente conhecida como ingá de chinelo, apresentando frutos grandes, do tipo legume, e assim como para outras espécies nativas da Amazônia, ainda não tem sua anatomia satisfatoriamente estudada. O conhecimento da anatomia foliar pode auxiliar no entendimento de vários processos fisiológicos inerentes ao desenvolvimento inicial da planta bem como na sua propagação em outras regiões brasileiras. Assim, este trabalho objetiva caracterizar aspectos da anatomia foliar de I. cinnamomea. Sementes foram coletadas em Boa Vista – RR e alocadas em sementeiras em câmara de germinação (30°C e fotoperíodo 12/12). Após 60 dias, procedeu-se a coleta das amostras foliares que constaram das folhas mais novas totalmente expandidas de várias plantas. As amostras foram fixadas em FAA70% e armazenadas, posteriormente, em etanol 70%. Secções paradérmicas das faces abaxial e adaxial foram realizadas à mão livre, enquanto que secções transversais foram feitas em micrótomo de mesa. As secções foram clarificadas em solução de hipoclorito de sódio 1%, lavadas em água destilada e coradas com safranina 1,0% e safrablau (safranina 1% e azul de Astra 0,1%) para secções paradérmicas e transversais, respectivamente. Posteriormente foram montadas lâminas semipermanentes com glicerol 50%. O material foi observado em microscópio fotônico, fotografado e as medidas foram realizadas no software ImageTool. Avaliou-se: densidade estomática, funcionalidade estomática e espessuras de epidermes das faces abaxial e adaxial e de parênquimas esponjoso e paliçádico. Os resultados mostraram que Inga cinnamomea possui folhas do tipo hipoestomática, com estômatos do tipo paracítico. A densidade estomática foi de 296 estômatos/mm2 e a funcionalidade teve como valor 0,52. Maior funcionalidade está relacionada à redução na transpiração. No presente trabalho a funcionalidade apresentou valor intermediário possivelmente porque a umidade relativa do ar nas condições da câmara de germinação era menor que a alta umidade natural da região Amazônica (origem de I. cinnamomea) de onde as sementes foram obtidas. As espessuras médias das epidermes das faces abaxial e adaxial foram de 15,96 µm e 12,43 µm, respectivamente. O parênquima esponjoso apresentou espessura de 57,10 µm enquanto que a espessura do parênquima paliçádico foi de 26,70 µm. Maiores valores de espessura do parênquima paliçádico em comparação com o esponjoso evidenciam maior taxa fotossintética das plantas. Palavras-chave: Ingazeiro, Frutíferas da Amazônia, Descrição anatômica. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil; 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Botânica Estrutural, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 62 ASPECTOS DA MORFOLOGIA DO PÓLEN DE ESPÉCIES NEOTROPICAIS DE Pouteria Aubl. (SAPOTACEAE) Erica DUARTE-SILVA1, Wenia SOUZA1, Jéssica MACHADO¹, Marccus ALVES2, Anderson ALVES-ARAUJO*¹, O presente trabalho é parte de um amplo estudo da sistemática e evolução de Pouteria Aubl. (Sapotaceae) baseado em análises biogeográficas, morfológicas, anatômicas, palinológicas e filogenéticas. Objetivou-se realizar uma caracterização palinológica preliminar com as espécies neotropicais: Pouteria bilocularis (Winkl.) Baehni; P. brachyandra (Aubr. & Pellegr.) T.D. Penn.; P. ciliata Alves-Araujo & M.Alves; P. coelomatica Rizzini; P. grandiflora (A. DC.) Baehni.; P. pachycalyx T.D. Penn.; P. plicata T.D. Penn.; P. procera (Mart.) Radlk.; P. stenophylla Baehni. O material polínico foi proveniente de espécimes coletados, herborizados e depositados no Herbário UFP. Anteras desidratadas foram fragmentadas, acetolisadas e centrifugadas. Os grãos-de-pólen foram removidos, corados com Safranina aquosa a 1% e montados em lâmina e lamínula com gelatina glicerinada para observação em microscopia óptica. Foram amostradas as características: forma do grão; morfologia do teto; número de aberturas; tipo de abertura; presença/ausência de especialização na abertura. As espécies amostradas de Pouteria apresentam pólen de formato esferoidal (4 spp.) a prolato (5 spp.), tri- ou tetra-aperturados (5 e 4 spp. respectivamente), a maioria colporados (7 spp). P. brachyandra é porado e Pouteria grandiflora, colpado. Teto protundente na endoabertura ocorre em todas as amostras exceto P. triloculares e P. grandiflora. P. grandiflora é tectada, com ornamentação verrucada. Os demais grãos são tectados, microfossulados. P. stenophylla apresenta um padrão semi-tectado e reticulado. A perda parcial de teto fornece aeração e leveza ao pólen no momento da dispersão e polinização. P. stenophylla apresenta o maior comprimento e largura dos grãos amostrados, camada basal espessa e estratificação visível em microscopia óptica. Os resultados, mesmo que parciais, apontam a clara distinção entre linhagens evolutivas, as espécies tri-aperturadas e as tetra-aperturadas. Neste último agrupamento, os dados polínicos corroboram análises macromorfológicas e filogenéticas previamente realizadas, diferentemente do grupo com grãos triaperturados, que morfológica e filogeneticamente se apresenta bastante heterogêneo. Até o momento não foi detectada correlação espécie/ambiente. Para melhor compreensão das possíveis linhagens evolutivas ocorrentes em Pouteria, têm-se como perspectivas, o aumento do número de amostras e espécies além da realização de análises de microscopia eletrônica de varredura. Palavras-chave: Palinologia, Esporoderme, Taxonomia. Créditos de financiamento: Capes 1 Universidade Federal do Espírito Santo. Centro Universitário Norte do Espírito Santo. Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas. CEP 29932-540, São Mateus–ES, Brasil. 2 Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Biologia Vegetal, CEP 50670-901 Recife, PE, Brasil * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 63 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DE GENÓTIPOS DE EUCALIPTO SUBMETIDOS A ESTRESSE HÍDRICO Daniela Sousa da SILVA11, Tamiris Lopes ELERATI1, Karina Lucas Barbosa LOPESMATTOS1, Edival A. Valverde ZAUZA2, Kacilda Naomi Kuki3, Samuel Cordeiro Vitor MARTINS1, Edgard Augusto de Toledo PICOLI1* O presente trabalho objetivou avaliar o comportamento de variáveis fisiológicas de clones de eucalipto, divergentes quanto a tolerância a seca de ponteiros, submetidos a estresse hídrico. O experimento foi realizado em blocos casualizados, onde cada bloco apresentava a combinação de quatro tratamentos (fatorial 4X4) (1 – água em abundância, 2 – manejo padrão de viveiro, 3 – aplicação de solução de 100g L-1 de polietileno glicol 6000 de dois em dois dias e 4 - aplicação de solução de 300g L-1 de polietilenoglicol 6000 de dois em dois dias) e quatro genótipos (híbridos de E. grandis x E. urophylla: A - tolerante à seca, B medianamente tolerante à seca, C - suscetível à seca e D – não disponível). As medições das variáveis transpiração (E), condutância estomática (gs), fotossíntese (A), eficiência instantânea (A/E) e intrínseca (A/gs) do uso da água e relação Ci/Ca foram realizadas por blocos no período de 9:00 ás 11:30 h. Independente do clone, a Relação Ci/ Ca, transpiração e condutância estomática foram maiores para os tratamentos com maior disponibilidade de água. Nesta situação, maior imparidade bioquímica para o processo de assimilação carbônica é sugerida para o clone D por apresentar redução da fotossíntese apesar da elevação da relação Ci/Ca. Por outro lado, a fotossíntese, A/E e A/gs apresentaram comportamento variado entre os clones e quanto a disponibilidade de água, revelando a intrínseca plasticidade dos clones aos estresses aplicados. Portanto, a identificação dos clones quanto à tolerância ou suscetibilidade à seca de ponteiros somente com base nas características fisiológicas isoladas parece ser inadequada. Considerando as respostas observadas, sugere-se que, através de ferramentas estatísticas apropriadas, os dados fisiológicos sejam analisados em conjunto e juntamente com outras características de natureza morfológica, anatômica e metabólica. Esta abordagem permitirá uma avaliação mais verossímil dos genótipos de Eucalipto quanto à tolerância à seca de ponteiros. Palavras-chave: Seca de ponteiros, Polietilenoglicol, Fotossíntese. Créditos de financiamento: Suzano Papel e Celulose 1 : Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, Av. P.H Rolfs, s/nº, Viçosa -MG, Brasil. 2: Suzano Papel e Celulose, Unidade Mucuri, Rod BR 101Km 945 s/n, Mucuri, Bahia, Brasil. 3: Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa, 4: Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Viçosa, * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 64 ASPECTOS MORFOANATÔMICOS DE CALOS DE Miconia ligustroides (DC.) Naudim (Melastomataceae) Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Renato PAIVA2 , Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3, Marcela Carlota NERY4 e Rosana Gonçalves de Assis Reis1 Objetivou-se caracterizar morfoanatomicamente os calos produzidos in vitro a partir de explantes foliares, nodais e radiculares de Miconia ligustroides. Amostras de calos obtidos de cultura in vitro com 60 dias após a inoculação foram coletadas e fixadas em FAA, por 24 horas, e em seguida, armazenadas em álcool 70%. As amostras foram incluídas em ágar 50g L-1 e os blocos foram cortados em micrótomo rotativo com 12 µm de espessura. Os cortes foram corados com Lugol, para detectar a presença de amido e Sudan III, para a identificação de corpos lipídicos. As análises realizadas em calos vindos de explantes foliares de M. ligustroides revelaram que a primeira modificação estrutural visualizada nas folhas foi o aumento do volume celular do parênquima lacunoso, algumas destas células começavam a entrar em divisão na parte mais interna do calo. Nos calos formados a partir de explantes nodais foi evidenciada uma proliferação de células do centro do explante para as bordas. Já nos calos vindos de explantes radiculares observaram-se células pequenas, isodiamétricas, que podem ser caracterizadas como células meristemáticas, sendo formados a partir de células hipertrofiadas do parênquima cortical do explante. Os calos vindos dos diferentes explantes apresentaram maior porcentagem de coloração marrom (74%). A presença de amido e de corpos lipídicos foi verificada nas células em divisão quando os calos foram corados. O conhecimento dos aspectos morfológicos dos calos produzidos a partir de diferentes partes da planta é importante para se determinar o estado de desenvolvimento e presença de anormalidades durante a fase de proliferação celular e definir um protocolo para a micropropagação, via organogênese, para diferentes espécies. Palavras–chave: Cultura de tecidos, Calogênese, Espécie florestal. Crédito de financiamento: CNPq e Fapemig. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, CEP: 36301-160, São João Del Rei, MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 4 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 65 ASPECTOS MORFOANATÔMICOS DE CALOS DE Miconia pepericarpa (DC.) Naudim (Melastomataceae) Débora de Oliveira PRUDENTE1, Fernanda Carlota NERY1*, Miguel Augusto VIOL1, Renato PAIVA2, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA3 e Marcela Carlota NERY4 Objetivou-se caracterizar morfoanatomicamente os calos produzidos in vitro a partir de explantes foliares, nodais e radiculares de Miconia pepericarpa. Amostras de calos obtidos de cultura in vitro com 60 dias após a inoculação foram coletadas e fixadas em FAA, por 24 horas e, em seguida, armazenadas em álcool 70%. As amostras foram incluídas em ágar 25g L-1 e os blocos foram cortados em micrótomo rotativo com 12 µm de espessura. Os cortes foram corados com Lugol, para detectar a presença de amido e Sudan III, para a identificação de substâncias lipídicas. Observou-se nos calos vindos de todos os explantes que as células perivasculares são menos diferenciadas. As análises realizadas em calos vindos de explantes foliares de M. pepericarpa revelaram que houve uma intensa divisão começando pelas bordas do explante. Nos calos formados a partir de explantes nodais de M. pepericarpa, foi evidenciado uma proliferação de células no centro dos explantes. Já nos calos de explantes radiculares observaram-se células pequenas, isodiamétricas, que podem ser caracterizadas como células meristemáticas. A presença de amido e de substâncias lipídicas foi verificada nas células em divisão quando os calos foram corados. Os calos apresentaram maior porcentagem de coloração marrom (67%). O conhecimento dos aspectos morfológicos dos calos produzidos a partir de diferentes partes da planta é importante para se determinar seu estado de desenvolvimento e presença de anormalidades durante a fase de proliferação celular e definir um protocolo micropropagação para diferentes espécies. Palavras–chave: Desdiferenciação, Micropropagação, Miconia. Créditos de financiadora: CNPq e Fapemig. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, São João Del Rei, MG, Brasil. CEP: 36301-160. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura. Caixa postal 3037, Lavras, MG. CEP 37200-000. 4 Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 39801-000, Diamantina, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 66 ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE CALOS DE Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers. (Bignoniaceae) Mairon César COIMBRA1, Marlúcia Souza PÁDUA2, Eduardo ALVES3, Ana Hortência Fonsêca CASTRO1* Pyrostegia venusta é uma espécie com potencial medicinal e a utilização de ferramentas biotecnológicas como a cultura de calos pode contribuir para a produção de células e metabólitos secundários in vitro. Diversos trabalhos descrevem técnicas utilizadas para o estabelecimento de curvas de crescimento de calos, entretanto, poucos relatam sobre a utilização de análise de imagens para compreender, não somente, a organogênese e embriogênese, mas, sobretudo aspectos morfológicos que podem ser empregados para caracterizar células ou aglomerados destas, que apresentem particularidades que possam estar associadas a características fisiológicas, bioquímicas e fitoquímicas de interesse. Este trabalho teve como objetivo caracterizar morfologicamente, através da microscopia eletrônica de varredura, calos de P. venusta obtidos durante o estabelecimento da curva de crescimento, empregando-se meio MS, suplementado com 30 g.L-1 de sacarose, solidificado com 7 g.L-1 de agar e acrescido de 4,52 µM de 2,4-D e 8,88 µM de BAP, na ausência de luz. A partir da determinação das fases lag (0-20 dias), exponencial (20-30 dias), linear (30-50 dias), desaceleração (50-70 dias), estacionária (70-90 dias) e de declínio (90-120 dias), pôde-se caracterizar morfologicamente os calos produzidos para cada fase da curva. As observações evidenciaram que os calos na fase lag apresentaram células arredondadas, organizadas em estruturas granulares compactas e não embriogênicas, enquanto que nas fases exponencial e linear, células isodiamétricas em divisão, arranjadas em massas celulares pouco compactas puderam ser vistas. Aos 50 dias de cultivo a cultura entrou na fase de desaceleração apresentando células mais alongadas, formando uma massa granular. Na fase estacionária observaram-se aglomerados celulares compactos e durante o período de declínio da cultura notou-se a presença de massas celulares compactas e inúmeras células com formato arredondado. Estes atributos, associados a outros estudos realizados sob microscopia eletrônica de transmissão, análises bioquímicas e de viabilidade celular podem contribuir para a caracterização das culturas de calos de P. venusta, fornecendo dados importantes relacionados ao processo morfogenético in vitro, e ainda, auxiliar na identificação de fatores que desencadeiam mudanças fisiológicas nos explantes e calos. Palavras-chave: Calos, Morfologia, Microscopia Eletrônica de Varredura 1 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Campus Centro-Oeste Dona Lindu, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras – UFLA, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil 3 Universidade Federal de Lavras – UFLA, Departamento de Fitopatologia, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultra Estrutural, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 67 ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO DESENVOLVIMENTO DA PLÂNTULA E MORFOANATÔMICO DA PLANTA JOVEM DE Eugenia stipitata MC VAUGH ssp. sororia MC VAUGH (Myrtaceae)1. Angela Maria da Silva MENDES2*, Maria Sílvia de MENDONÇA2 O araçá-boi desperta interesse pelas qualidades organolépticas do fruto e pelo índice de produção da planta. A falta de conhecimento da propagação das espécies frutíferas nativas motivou analisar, os aspectos morfológicos do desenvolvimento da plântula e os aspectos morfoanatômicos da planta jovem de E. stipitata. A descrição do desenvolvimento da plântula foi feita utilizando 100 sementes; a semeadura foi realizada logo após o beneficiamento e as sementes não foram submetidas a tratamentos assépticos ou pré-germinativos. A análise anatômica da planta jovem foi feita aos 60 dias após a emergência do epicótilo. A partir do material coletado foi elaborado um laminário semi-permanente. Os cortes foram obtidos em micrótomo de mesa de amostras da raiz principal (1 cm do ápice), epicótilo (2 cm do coleto) e lâmina foliar (folhas medianas). As eletromicrografias de varredura foram obtidas em microscópio eletrônico de varredura; o preparo do material seguiu metodologia descrita na literatura, de acordo com o tipo de equipamento utilizado. A germinação das sementes é lenta, sendo criptocotiledonar hipógea e, inicia-se com o intumescimento e expansão da protuberância meristemática na extremidade aguda da rafe da semente, formando um pequeno “botão germinativo”. Cinco a sete dias da formação do botão germinativo, ocorre a protrusão da raiz primária e, a emergência do epicótilo só ocorre após seu alongamento, também no botão germinativo; os eofilos surgem tardiamente, quando este atinge, em média 3,5 cm de altura. O crescimento da plântula também é lento; com 60 dias após a emergência, a planta jovem apresenta em média, 7,5 cm de altura, 1,5 mm de diâmetro de colo e três a cinco pares de nomofilos. Em seção transversal da raiz primária, observa-se início de formação dos tecidos vasculares secundários e manutenção das demais estruturas em estágio primário, porém com características hipocotilar com a presença de medula parenquimática; o parênquima do córtex compõe um tecido aerenquimático, mais evidente próximo ao ápice. Em secção transversal do epicótilo observa-se crescimento semelhante à raiz; o córtex é heterogêneo; observou-se uma camada de idioblastos circundando a endoderme conspícua. Os nomofilos são simples, dorsiventrais com filotaxia oposta decussada; na superfície da lâmina foliar observa-se tricomas tectores simples; são hipoestomáticos com estômatos paracíticos e, apresentam cavidades secretoras subepidérmicas na face abaxial. Em secção transversal verifica-se uma organização dorsiventral; as células epidérmicas são isodiamétricas recobertas por espessa cutícula em flanges cuticulares. O mesofilo é heterogêneo, composto por parênquima paliçádico unisseriado e três a cinco camadas de parênquima esponjoso, de células irregulares. Palavras-chave: Eugenia stipitata, Myrtaceae, Fruteira nativa, Araçá-boi, Botânica aplicada. 1 Parte da Tese da primeira autora. Programa de Pós-Graduação em Agronomia Tropical da Universidade Federal do Amazonas 2 Universidade Federal do Amazonas/ Laboratório de Botânica Agroflorestal (UFAM). [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 68 ASSEPSIA E MÉTODOS DE ESCARIFICAÇÃO NA GERMINAÇÃO in vitro DE Passiflora cincinnata Mast. (Passifloraceae) Ana Luísa Corrêa SOARES1*, Renato PAIVA1, Fernanda da Conceição MOREIRA1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1, Michele Valquíria dos REIS1, Fernanda Carlota NERY2 Passiflora cincinnata é uma espécie de ampla distribuição na América do Sul e possui alto potencial de mercado devido a características alimentícias, ornamentais e medicinais. É resistente a doenças e pragas, o que a torna interessante para uso como porta-enxerto de variedades comerciais e em programas de melhoramento. Objetivo deste estudo foi analisar o efeito do tempo de exposição ao hipoclorito de sódio na assepsia de sementes e testar diferentes métodos de escarificação na germinação in vitro de P. cincinnata. Em câmara de fluxo laminar as sementes foram imersas em álcool etílico 70% por um minuto e, posteriormente, em hipoclorito de sódio (2,5% de cloro ativo) com uma gota de Tween20 por diferentes tempos (10, 20, 30, 40 minutos). Posteriormente as sementes foram lavadas três vezes em água destilada e autoclavada. Dois métodos de escarificação dos tegumentos foram testados: (i) corte com bisturi na extremidade oposta à micrópila e (ii) corte na região próxima à micrópila. Os explantes foram inoculados em meio MS (meia força) e mantidos em sala de crescimento a 25±2°C com 16 horas de fotoperíodo por 30 dias. A porcentagem de germinação, contaminação, altura da plântula e número de folhas foram avaliadas. A semente foi considerada germinada quando apresentou radícula protrundida. Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias testadas de acordo com teste de Tukey (p≤0.05). Não houve interação entre assepsia e métodos de escarificação. Não houve diferença significativa com relação ao tempo de exposição das sementes à solução de hipoclorito de sódio (2,5% de cloro ativo) onde 100% dos explantes foram desinfestados. O método de escarificação foi significativo, e o corte na região da micrópila proporcionou os melhores resultados para: porcentagem de germinação (52,5%), altura das plântulas (3,5 cm) e número de folhas (1,4). A escarificação na região da micrópila é o melhor método para germinação de sementes de P. cincinnata após a desinfestação em hipoclorito de sódio (2,5% de cloro ativo) por 10 minutos. Palavras-chave: Maracujá-do-mato, Dormência, Desinfestação, Cultivo in vitro. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas (DEPEB), Campus Dom Bosco, Praça Dom Helvécio, 74, 36301-160 - São João Del Rey – MG, Brasil. * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 69 ASSOCIAÇÃO DE SILÍCIO E ZINCO EM UMA ESPÉCIE DE CYPERACEAE COM USO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA Flávia Maia SERRA1*, Olívia Graziela Gelioli do CARMO1, Jéssica Cristina TEODORO1, Douglas Carvalho AMARAL2, Cláudia Regina Gontijo LABORY³, Luiz Roberto Guimarães GUILHERME4. Atualmente, a poluição por metais pesados tem sido considerada um dos mais sérios problemas ambientais, principalmente em áreas influenciadas pela atividade antrópica, como a atividade de mineração. A fitorremediação estuda vários métodos para minimizar os efeitos negativos da contaminação do solo, como por exemplo, a utilização de plantas associadas para restaurar ou recuperar áreas degradadas já que, as plantas possuem a capacidade de absorver elementos do solo potencialmente tóxicos e, dessa maneira, promover sua descontaminação com teores excessivos de metais. O objetivo do trabalho foi testar o potencial fitorremediador da espécie Dichromena sp. (Cyperaceae), coletada em uma cava de mineração de zinco, localizada no município de Vazante, Minas Gerais. Amostras de raízes e folhas foram fixadas em solução Karnovsky modificada e preparadas segundo metodologia do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultra Estrutural e avaliadas utilizando-se Microscopia Eletrônica de Varredura e de um detector de Espectroscopia de Energia Dispersiva com Raios-X para fim de quantificação e qualificação dos elementos-traço na planta. Foram encontrados silicatos de zinco em espécimes de raiz, devido às altas proporções de silício quantificadas pelo detector, que variaram de 0,53% a 42,51%, acompanhado de valores de zinco, que variaram de 0,85% a 19,75% e oxigênio, comumente encontrado. Nas amostras de folha, também foram encontrados os elementos descritos acima como silício e zinco, porém, em menores proporções e em um número menor de espécimes. Os teores de silício variaram de 0,97% a 21,48%, já os teores de zinco variaram de 0,68% a 5,26%. Com base nos resultados obtidos, há indícios de que o silício atue como amenizante da fitotoxicidez do zinco causado na planta. A menor proporção de zinco encontrado na folha, indica que o silício encontrado na forma de silicato permita que a raiz de Dichromena sp. possua barreiras que impedem a translocação do metal para a parte aérea e, consequentemente, reduz a proporção do elemento na folha, se comparado a quantidade deste presente na raiz. O acúmulo de zinco em Dichromena sp. torna possível a utilização da espécie na recuperação de áreas degradadas pela mineração, sem que cause danos para a mesma. Palavras-chave: Dichromena sp., áreas de mineração, silicato de zinco, fitotoxicidez, Microanálise de Raios-X. Créditos de financiamento: Fapemig, CNPq, Capes. 1 Graduando, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Mestrando, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Pós Doutoranda, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Professor, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 70 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE Litchi chinensis Sonn. (Sapindaceae) Marisa de Oliveira LOPES1*, Ana Flávia da SILVA1, Diego Pinto de OLIVEIRA1, Luis Felipe Cunha dos Reis1, Lucas Batista de Souza1, Jorge Kleber CHAVASCO1 A necessidade de estudos à procura de novos medicamentos através das plantas medicinais é tão relevante quanto à preocupação com a resistência dos micro-organismos ao arsenal de fármacos atuais. A espécie Litchi chinensis Sonn., popularmente conhecida como lichieira, é originária da China, sendo considerada uma espécie medicinal em muitos países, em especial pela medicina tradicional chinesa. No Brasil é conhecida por seu fruto, a lichia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antimicrobiana de extratos secos de raiz, caule e folhas desta espécie. Esta atividade foi testada contra fungos e bactérias mantidos no Laboratório de Microbiologia e Imunologia Básicas da Universidade Federal de Alfenas. A ação antimicrobiana foi testada por difusão em Ágar seguindo as metodologias propostas nos documentos Clinical and Laboratory Standards Institute M7-A6 para bactérias e M44-A2 para fungos. Os extratos secos foram obtidos no Laboratório de Plantas Medicinais da Universidade Federal de Alfenas, através de material vegetal colhido no município de Alfenas-MG. Após separação, os órgãos vegetais foram secos em estufa com circulação de ar a 45ºC, pulverizados em moinho de facas e submetidos à granulometria. Foi então realizada a extração por meio de percolação simples utilizando mistura hidroetanólica 70%. Os extratos foram reduzidos através de rotaevaporação e secos por liofilização. As placas foram preparadas utilizando Ágar Mueller-Hinton para bactérias e Ágar Mueller-Hinton adicionado de 2% de glicose para as leveduras. A suspensão de micro-organismos, preparadas de acordo com a turvação correspondente ao tubo 0,5 da Escala MacFarland foram inoculadas na superfície do meio de cultura com swab. Volumes de 40 µL de uma solução dos extratos com concentração de 50 mg/ml foram colocados em poços previamente perfurados neste meio de cultura, sendo utilizados como controle negativo a água destilada e como controle positivo uma solução de clorexidina a 0,12%. Após as placas serem incubadas a 37°C por 24 horas, foram realizadas as leituras dos diâmetros dos halos de inibição do crescimento microbiano. Foi observada atividade antimicrobiana similar para os três extratos frente às seguintes bactérias gram-positivas: Bacillus subtilis, Bacillus cereus, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis, Staphylococcus aureus e à bactéria gram-negativa Proteus mirabilis. Não foi observada atividade contra as duas leveduras testadas: Candida albicans e Sacharomyces cerevisae. Palavras-chave: Lichia, Atividade antimicrobiana, Plantas medicinais. Créditos de financiamentos: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG. 1 Universidade Federal de Alfenas, Departamento de Alimentos e Medicamentos, Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, CEP 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 71 ATIVIDADE DA ENZIMA POLIGALACTURONASE EM ‘SABARÁ’ EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO JABUTICABAS Ana Carolina VILAS BOAS1*, Adones SALES1, Fernanda Salamoni BECKER1, Lucas Silveira TAVARES1, Eduardo Valério de Barros VILAS BOAS1 O presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade da enzima poligalacturonase na casca e polpa de jabuticabas ‘Sabará’ (Myrciaria jaboticaba Berg) em diferentes estádios de maturação. O experimento foi conduzido no Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras, utilizando-se frutos de jabuticabeira obtidos em pomar localizado na cidade de Lavras-MG. Os frutos foram colhidos, manualmente, aproximadamente 30 dias após o auge do florescimento, e separados em cinco diferentes estádios: 1 (fruto totalmente verde), 2 (fruto com início de pigmentação), 3 (fruto com predominância roxo claro), 4 (fruto totalmente roxo) e 5 (fruto totalmente roxo-escuro). A atividade da poligalacturonase (EC 3.2.1.15) foi determinada pela medida dos grupos redutores liberados do ácido poligalacturônico, incubando-se o extrato enzimático com solução de ácido poligalacturônico a 0,25%, em tampão acetato de sódio 37,5 mM, pH 5, a 30°C, por 3 h. A reação foi interrompida em banho-maria fervente. Os grupos redutores foram determinados usando-se ácido galacturônico como padrão. A unidade de atividade enzimática (UAE) foi definida como sendo a capacidade da enzima em catalisar a formação de um nanomol de açúcar redutor. A atividade da poligalacturonase foi significantemente afetada pelo grau de maturação dos frutos, aumentando gradativamente, chegando em seu máximo nos frutos no estádio 4, atingindo valores de 143,15 e 155,85 nmol/g min na polpa e casca, respectivamente. Sabe-se que a PG catalisa a hidrólise de ligações α-1,4 entre dois resíduos adjacentes de ácido galacturônico. Sendo assim, a alta atividade da poligalacturonase na polpa e casca de jabuticaba sugere que esta enzima deve ser a principal responsável pela solubilidade das pectinas durante o processo de amaciamento dos frutos dessa espécie. Palavras-chave: Myrciaria jaboticaba, Amaciamento, Qualidade. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Programa de PósGraduação em Ciência dos Alimentos, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP 37200000, Lavras, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 72 ATIVIDADE DAS INVERTASES EM FRUTOS DE CAFEEIROS CULTIVADOS EM TRÊS ALTITUDES NA SERRA DA MANTIQUEIRA Lorena Gabriela ALMEIDA1*, Meline de Oliveira SANTOS2, Lissa Vasconcellos VILAS BOAS1, Helbert Rezende de Oliveira SILVEIRA2, Sandro Costa BOMFIM2, José Donizeti ALVES2, Antonio CHALFUN JUNIOR2 Em maiores altitudes o ciclo de maturação dos frutos do cafeeiro é mais longo, possivelmente em decorrência das temperaturas mais baixas, o que ocasiona uma menor velocidade das reações enzimáticas e, consequentemente, menores taxas fotossintéticas, menor respiração e menor taxa de transporte de fotoassimilados. As invertases desempenham um importante papel no particionamento da sacarose e no transporte a longa distância, regulando a sua partição entre armazenamento e crescimento. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da altitude na atividade das invertases em frutos de cafeeiros cultivados na região da Serra da Mantiqueira. Para isto, foram selecionadas três faixas de altitude (< de 1000, 1000 a 1200, > de 1200 m) e dois talhões com diferentes incidências de radiação: soalheira (com predominância de radiação no período da tarde) e contra-face (com predominância de radiação pela manhã). As avaliações foram realizadas mensalmente (janeiro a julho), no terço médio das plantas, nos dois sentidos da rua, sendo um lado que recebe o sol da manhã e outro que recebe o sol da tarde. Após a colheita, os frutos foram separados nos estádios frutos em expansão, verde, verde cana e cereja, nos quais foi quantificada a atividade das enzimas invertase ácida do vacúolo e invertase neutra do citosol. Nas coletas dos meses de janeiro e fevereiro, não foram encontradas grandes diferenças na atividade das invertases em frutos em expansão e verdes, oriundos das três altitudes. Nas coletas dos meses de abril e maio, pôde-se observar uma maior atividade tanto da invertase ácida do vacúolo quanto da invertase neutra do citosol em frutos verde cana e cereja das menores altitudes. Na maior altitude, um aumento na atividade das invertases foi encontrado a partir da coleta de maio, na qual foi observado o aparecimento de frutos verde cana. Nas coletas dos meses de junho e julho, não foram encontradas grandes diferenças na atividade das invertases em frutos verde cana e cereja das três altitudes. A maior atividade das invertases em frutos verde cana e cereja pode estar relacionada ao padrão climatérico de maturação dos frutos de cafeeiros, o qual envolve um aumento na produção de etileno e na respiração, uma vez que essas enzimas estão envolvidas no fornecimento de substratos para a respiração. Com isso fatores que afetam o transporte de fotoassimilados, influenciam diretamente o tempo de amadurecimento, prolongando-o ou encurtando-o. Palavras-chave: Coffea arábica L. (Rubiaceae), Maturação, Invertase ácida do vacúolo, Invertase neutra do citosol. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduação em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 73 ATIVIDADE LARVICIDA DO EXTRATO AQUOSO DA FOLHA DE Annona crassiflora Mart. (Annonaceae) Dayana Aparecida da SILVA1, Lucas Vieira de faria2, Lília Rosário RIBEIRO2* Um grupo numeroso de mosquitos é responsável pela propagação de importantes doenças tropicais. Uma delas é a filariose, causada pelo nematoide Wuchereria bancrofti que no Brasil, tem como principal vetor a fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus Say. Visando o controle químico alternativo desses mosquitos, várias espécies vegetais têm sido estudadas no intuito de se descobrir substâncias com propriedades inseticidas seletivas para serem usadas em formulações comerciais. Annona crassiflora Mart. é uma espécie endêmica do bioma do cerrado, pertencente à família Annonaceae, popularmente conhecida como marolo ou araticum. Trabalhos prévios com outras espécies desta família comprovaram a presença de compostos bioativos denominados “acetogeninas de anonáceas” que apresentam diversas atividades biológicas, dentre elas, ação larvicida contra o mosquito Aedes aegyptis. Desta maneira objetivou-se verificar a atividade larvicida do extrato aquoso da folha de A. crassiflora sobre larvas do mosquito Culex quinquefasciatus. Larvas de terceiro estágio foram submetidas às concentrações de 20, 40, 60, 80 e 100% do extrato aquoso bruto mais o grupo controle com água destilada. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 5 repetições de 20 larvas. Para todos os tratamentos observou-se que a atividade larvicida foi dose-dependente atingindo taxas máximas de 77%, 52%, 32%, 13% e 9% respectivamente nos tratamentos com concentração de 100%, 80%, 60%, 40% e 20% de extrato. O bioensaio demonstrou a ação larvicida do extrato aquoso das folhas de Annona crassiflora sobre o mosquito Culex quinquefasciatus, revelando o potencial dessa espécie para o fornecimento de compostos a serem usados em formulações de inseticidas comerciais. Palavras-chave: Araticum, Acetogeninas, Extrato foliar, Controle de mosquito, Culex quinquefasciatus. 1 Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Citogenética, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG, CEP: 35570-000, Formiga-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 74 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE EPÍFITAS VASCULARES DE PRAÇAS DE RESENDE-RJ Gleice Martins de Oliveira da SILVA1*, Mariana Esteves MANSANARES2, Pedro Paulo DE SOUZA3 Epífitas são plantas que se desenvolvem sobre um suporte, sem retirar deste nenhum tipo de nutriente. Muitas epífitas apresentam grande importância ecológica proporcionando um microambiente favorável para o desenvolvimento de diversas outras espécies. O objetivo do presente trabalho foi determinar as espécies de epífitas vasculares de três praças de Resende; determinar a categoria ecológica de cada espécie e caracterizar a distribuição das epífitas nos forófitos. A área de estudo (Praça do Centenário, Praça do Rosário e Praça Oliveira Botelho), localiza-se no Município de Resende, Estado do Rio de Janeiro. Foram encontradas 16 espécies nativas e duas espécies exóticas, distribuídas em 13 gêneros e 8 famílias, sendo Bromeliaceae (5) e Polypodiaceae (5) as famílias com maior riqueza de espécies vegetais vasculares, contribuindo com 52% da riqueza específica da área, seguidas de Araceae, Cactaceae e Moraceae com duas espécies cada, contribuindo com 33 % da riqueza, Araliaceae, Orquidaceae e Urticaceae contribuem com uma única espécie cada, com apenas 15 % da riqueza. Os gêneros mais diversificados foram Tillandsia, Pleopelti e Ficus, apresentando quatro, três e duas espécies respectivamente. A Praça Oliveira Botelho e a Praça do Rosário possuem maior número de espécies em comum, embora sejam pontos geograficamente com maior distância. De acordo com a categoria ecológica, das 18 espécies observadas, 77,7% (14) foram classificadas como holoepífitas características. Com relação à distribuição vertical dos epífitos nos forófitos, 12 espécies ocorreram no fuste inferior. No fuste superior houve predomínio da família Bromeliaceae e Polypodiaceae, que juntas somaram 12 espécies. Na copa ocorreram 8 espécies, das quais 50% pertencem a família Polypodiaceae. A abordagem deste trabalho contribui com o conhecimento sobre a riqueza de epífitas vasculares nas árvores das praças de Resende. Além disso, fornece subsídio para futuros estudos de carater conservacionistas em tal ambiente, bem como contribui com informações sobre o epifitismo vascular no estado do Rio de Janeiro. Pelo fato de ter sido desenvolvido em área urbana, os indivíduos pertencentes a cada espécie estudada são de fundamental importância para a preservação da fauna local e também de outras espécies epifítivas. Palavras-chave: Conservação, Epifitismo, Flora urbana. 1 Governo do Estado do Rio de Janeiro (Seeduc-RJ)/Cederj – Rua Raphael Antônio Andrea, 31, Centro , CEP 27511-330, Resende-RJ, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras - Departamento de Biologia 3 Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Biologia Vegetal *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 75 AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Senna multijuga (Rich) H. S. Irwin & Barneby (Fabaceae) EM DIFERENTES TEMPERATURAS Jéssica Putini Luizi CAMPOS1, José Marcio Rocha FARIA2, Wilson Vicente Souza PEREIRA2, Raniere José de ANDRADE2, Natália Cristina Nogueira SILVA2, Paulo Roberto MAGISTRALI2, Olívia Alvina Oliveira TONETTI2 Conhecida popularmente como cássia verrugosa, a Senna multijuga é uma espécie florestal brasileira muito utilizada em programas de restauração ambiental. Tem ocorrência em quase todo o país, principalmente na mata pluvial da encosta atlântica. Sabe-se que a temperatura é um dos principais reguladores ambientais da germinação de sementes. Diferentes espécies apresentam diferentes faixas de temperatura para a germinação, havendo um valor ótimo no qual se registra o máximo de germinação em um menor espaço de tempo. O grau de sensibilidade das sementes a diferentes temperaturas nos fornece indicativos biológicos e ecológicos da adaptabilidade da espécie e das condições ideais para a emergência de plântulas. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da temperatura na germinação de sementes de Senna multijuga. O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes Florestais da Universidade Federal de Lavras, utilizando delineamento inteiramente casualizado com 4 repetições. As sementes foram escarificadas mecanicamente (lixa número 120) para superar a dormência tegumentar. Posteriormente foram colocadas para germinar em placas de Petri, contendo duas folhas de papel filtro umedecidas em mesa termogradiente sob luz constante branca fluorescente. Foram utilizadas oito temperaturas (±2ºC): 11ºC, 14ºC, 17ºC, 20ºC, 23ºC, 25ºC, 28ºC, 31ºC. A germinação foi avaliada diariamente durante 21 dias, tendo como critério de germinação à protrusão da radícula igual ou superior a 2 mm. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Em relação às variáveis analisadas (porcentagem de germinação, IVG, plântulas normais, sementes mortas, sementes duras e dormentes) não houve diferença significativa quanto à porcentagem de germinação (p=0,06) (cv =10,03) nas temperaturas analisadas, entretanto, a velocidade de germinação mais alta foi observada na temperatura de 23ºC (média de 6,273) (cv=10,03%). O maior índice de mortalidade das sementes e de plântulas anormais foi observado na temperatura mais alta (31ºC) e houve um decréscimo na velocidade de germinação nas temperaturas mais baixas (11ºC e 14ºC). Em suma, fica evidente a influência da temperatura na germinação das sementes de Senna multijuga. A espécie em questão demonstrou ser adaptável a diferentes regimes térmicos, sendo que a temperatura mais adequada para a germinação foi a de 23ºC. Palavras-chave: Silvicultura, Espécie nativa, Fisiologia de sementes, Cássia verrugosa. Créditos de financiamento: Agradecimento à FAPEMIG pela Bolsa de Iniciação Científica concedida à primeira autora, ao CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduanda em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 76 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE MUDAS DE Dalbergia nigra Vell. (Fabaceae) EM VIVEIRO Genilson Fernando da COSTA1*, Leandro CARLOS2, Nelson VENTURIN3, Regis VENTURIN4, Marilisa Gallegos MARTINS¹, Samara Cristina dos SANTOS¹ Os métodos não destrutivos para avaliação da qualidade de mudas têm um papel importante, pois muitas vezes não podemos abrir mão das mudas produzidas para analisá-las por métodos destrutivos. Tanto o diâmetro quanto a altura são importantes, pois são métodos não destrutivos de coleta de dados e os dois têm uma boa relação com a qualidade das mudas, porém nunca devem ser analisados separadamente, e a relação altura/diâmetro, corresponde ao equilíbrio de desenvolvimento das mudas no viveiro. O objetivo do trabalho foi analisar a qualidade de procedências de mudas de jacarandá em viveiro. Para tanto foram realizadas medições aos oito meses de idade, e foram medidas altura e diâmetro, e calculada a relação altura/diâmetro. Foi utilizado o delineamento em blocos com quatro procedências, Lavras, Rio Doce, Santa Tereza e Rio Doce inoculada com a estirpe de Rizobium BR 4808. A análise de variância mostrou diferenças significativas para todos os parâmetros analisados. Para variável altura, a procedência de Santa Tereza apresentou maior valor (32,92 cm), seguida por inoculada com Rizobium e Rio Doce com 28,80 e 28,76 cm e por último a procedência de Lavras com 24,38 cm de média. A procedência de Santa Tereza também apresentou melhor desempenho em diâmetro 4,59 mm, seguido por Lavras, Rizobium e Rio Doce com 4,10; 3,99 e 3,97 respectivamente. A relação altura/diâmetro obteve os maiores valores nas procedências Rizobium, Rio Doce e Santa Tereza (7,49; 7,46 e 7,07 respectivamente). Esse índice constitui um dos mais importantes parâmetros morfológicos para se estimar o crescimento das mudas após o plantio definitivo no campo. Analisando todos os parâmetros é possível concluir que a procedência Santa Tereza apresentou melhor qualidade na formação das mudas. Também é possível inferir que a inoculação por Rizobium não foi efetiva na formação das mudas em viveiro. Palavra chave: Jacarandá da Bahia, Procedências, Espécies florestais. Créditos de financiamento: FAPEMIG e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Graduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Docente do DCF, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Pesquisador da EPAMIG, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 77 AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM FRUTOS DE Byrsonima intermedia A. Juss. E Byrsonima verbascifolia (L.) DC. (Malpighiaceae) Thaiz Rodrigues TEIXEIRA1*, Ana Hortência Fonsêca CASTRO2, Ariana Campos TORTELOTE1, Mairon César COIMBRA3, Fernanda Marinez de SOUSA1, Victor Ventura de SOUZA1, Rayza Martins MIRANDA1 As espécies do gênero Byrsonima pertencentes à família Malpighiaceae são comumente conhecidas como murici e estão distribuídas nos campos cerrados e savanas neotropicais. Os frutos, quando maduros, possuem casca e polpa suculenta de coloração amarela, com sabor e cheiro característicos, apresentando propriedades nutritivas e medicinais. Este trabalho teve como objetivo avaliar e comparar os teores de fenóis, taninos e flavonóides totais em frutos de Byrsonima intermedia e Byrsonima verbascifolia. Os frutos foram coletados em área de formação campestre com fisionomia de Cerrado sensu stricto, localizada no município de Ijaci, situado ao sul do Estado de Minas Gerais. Aproximadamente 200 mg do epicarpo e mesocarpo fresco foram utilizados no preparo dos extratos hidrometanólicos (1:1). A mistura foi homogeneizada durante 1 hora em agitador magnético e posteriormente centrifugada a 3000 rpm, por 5 minutos. O sobrenadante foi empregado na determinação dos teores de fenóis, taninos e flavonóides totais a partir dos métodos de Folin-Denis, difusão radial e Stahl e Schild, respectivamente. Uma alíquota de 50 µL do extrato foi utilizada para a determinação dos teores de fenóis totais e o resultado expresso em percentagem de ácido tânico, por g de matéria fresca. Para o doseamento de taninos, 5 mL do extrato foi concentrado e posteriormente retomado com metanol:água (1:1). Uma alíquota de 15 µL foi utilizada na determinação e o resultado foi expresso em percentagem de tanino, por g de matéria fresca. Para flavonóides, uma alíquota de 500 µL do extrato previamente preparado foi utilizada, sendo o resultado expresso em percentagem de flavonóide, por g de matéria fresca. Os resultados mostraram que os frutos de ambas as espécies apresentam baixos teores de fenóis e flavonóides totais quando comparados, por exemplo, com o teor desses compostos fenólicos em outros órgãos das plantas como cascas. Apesar dos teores encontrados serem considerados baixos, os frutos de B. intermedia apresentam quase o dobro de fenóis e flavonóides totais (1,46 e 0,16%, respectivamente) em relação a B. verbascifolia (0,77 e 0,09%, respectivamente). Não foram detectados taninos nos frutos das espécies testadas. Os resultados sugerem que a coloração amarela característica dos frutos maduros de Byrsonima não está diretamente relacionada com a presença de compostos de natureza fenólica como, por exemplo, as antocianinas. Palavras-chave: Murici, Fenólicos totais, Extrato hidrometanólico. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ – Campus Centro-Oeste Dona Lindu – Laboratório de Farmacobotânica e Plantas Medicinais – LFPM – Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Chanadour, 35501-296, Divinópolis, MG. * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 78 AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE MUDAS DE Dypteryx alata Vogel (Fabaceae) SOB DOSES DE CALAGEM Marilisa Gallegos MARTINS1*, Leandro CARLOS2, Nelson VENTURIN3, Regis Pereira VENTURIN4, Genilson Fernando da COSTA¹, Samara Cristina dos SANTOS¹ Conhecida como Baru, cumbaru, côco-feijão, Dypteryx alata Vogel é uma espécie secundária que habita tanto o Cerrado e Cerradão quanto as florestas estacionais, preferindo solos secos e bem drenados, sendo pouco exigente na fertilidade de solos. O trabalho objetivou avaliar o efeito de doses de calagem na qualidade de mudas de Dypteryx alata. O experimento foi instalado em casa de vegetação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Unidade Regional EPAMIG Sul de Minas, cidade de Lavras, seguindo o delineamento experimental em blocos casualizados com 4 tratamentos, 4 repetições e parcela constituída por uma planta por vaso. As doses de calagem foram: 0; 0,52; 1,032 e 1,48 t/ha (correspondentes às doses necessárias à elevação do nível de saturação por bases para 25% estado natural solo, 45, 65 e 85%) incorporados em vasos plásticos com capacidade para 5 Kg de solo. O solo utilizado foi Latossolo Vermelho, coletado à profundidade de 0 a 20 cm. O corretivo utilizado foi uma mistura de carbonato de cálcio (CaCO3) e carbonato de magnésio (MgCO3), obedecendo a relação Ca:Mg de 4:1. Após 8 meses foram feitas avaliações de altura da planta, diâmetro do colo e posteriormente as mudas foram separadas em parte aérea e sistema radicular. Este material foi seco em estufa de circulação forçada a 70° C até estabilizar o peso. Foi realizada analise de variância e regressão para as variáveis: diâmetro de coleto, altura, matéria seca da parte aérea e matéria seca de raiz. Com os dados foi calculado o índice de qualidade de mudas de Dickson e foi feita análise de regressão para o mesmo. O parâmetro altura não apresentou diferenças significativas. Tanto para diâmetro, matéria seca da parte aérea e matéria seca de raiz o efeito foi significativo, obtendo as melhores doses: 25, 45 e 65%, não havendo diferença significativa, mostrando assim que espécies de Cerrado estão adaptadas a solos ácidos e tendem a não responder significativamente a elevação da saturação por bases. O melhor índice de qualidade de mudas de Dickson foi de 4,19 g. Podese concluir que a melhor dose de saturação por bases para qualidade de mudas de Baru foi de 37 %. Palavras chave: Baru, Nutrição florestal, Espécies florestais nativas. Créditos de financiamento: EPAMIG, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Graduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Docente do DCF, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Pesquisador da EPAMIG, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 79 AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE MUDAS DE Dypteryx alata Vogel (Fabaceae) SOB DOSES DE FÓSFORO Marilisa Gallegos MARTINS1*, Leandro CARLOS2, Nelson VENTURIN3, Regis Pereira VENTURIN4, Genilson Fernando da COSTA¹, Samara Cristina dos SANTOS¹ O Baru (Dypteryx alata Vogel), que é nativo da vegetação do cerrado brasileiro e das faixas de transição da Mata Atlântica para o cerrado (na floresta latifoliada semidecidual) tem sua importância desde sua madeira resistente, até suas sementes que viram castanhas e seus frutos que são antirreumáticos. O trabalho objetivou avaliar o efeito de doses de fósforo na qualidade de mudas de Baru. O experimento foi instalado em casa de vegetação da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, Unidade Regional EPAMIG Sul de Minas, Lavras, seguindo o delineamento experimental em blocos casualizados com 4 tratamentos, 4 repetições contendo uma planta por vaso. As doses de fósforo foram: 0, 100, 300 e 500 mg.Kg-¹ incorporados em vasos plásticos com capacidade de 5 Kg de solo. Como fonte de fósforo foi utilizado o fosfato monoamônico e corrigindo-se a quantidade de Nitrogênio com ureia. O solo utilizado foi coletado em área de cerrado sobre um Latossolo Vermelho, à profundidade de 0 a 20 cm, seco e peneirado. Uma semana antes da instalação do experimento, realizou-se a adubação básica sugerida por Malavolta. Após 8 meses foram feitas avaliações de altura da planta, diâmetro do colo e posteriormente as mudas foram separadas em parte aérea e sistema radicular. Este material foi seco em estufa de circulação forçada a 70° C até estabilizar o peso. Foi realizada analise de variância e regressão para as variáveis diâmetro do coleto, altura de planta, matéria seca da parte aérea e matéria seca de raiz. Com os dados foi calculado o índice de qualidade de mudas de Dickson e foi feita análise de regressão para o mesmo. O parâmetro altura não respondeu significativamente ao tratamento. Já o diâmetro do coleto respondeu positivamente sendo o maior valor, 7,4 cm, obtida pela dose 500 mg.kg-1, valor praticamente igual ao encontrado na dose de 300 mg.kg1 ,7,33 cm. Os parâmetros matéria seca de folha, caule e raiz responderam positivamente, tendo um crescimento notório até a dose 300 mg.kg-1, reduzindo consideravelmente quando a dose seguinte de 500 mg.kg-1 foi aplicada. Para matéria seca da parte aérea e matéria seca de raiz o efeito foi significativo, apresentando melhores valores de crescimento de 9,25 g e 6,83 g, respectivamente, na dose de 300 mg.Kg-¹, para ambos. Pode-se concluir que a melhor dose de fósforo para qualidade de mudas de Baru foi de 250 mg.Kg-¹. Palavras-chave: Baru, Nutrição florestal, Espécies florestais nativas. Créditos de financiamento: EPAMIG, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Graduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Docente do DCF, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Pesquisador da EPAMIG , Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 80 AVALIAÇÃO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA O CULTIVO Catasetum cernuum L. (Orchidaceae) José Luiz de SENE1*, Liliana Avelar PASIN2, Edson SIMÃO3 O substrato é fator limitante da orquídea, refletindo no bom desenvolvimento das mudas. A procura de substratos alternativos motivou o uso da casca de pau jacaré e casca de corticeira em teste de substituição a (fibra de côco em chips e casca de pinus), comercialmente utilizados para o cultivo de Catasetum Cernuum L. O desenho experimental consistiu-se em um fatorial (4x2x1), sendo quatro substratos, duas condições de luz e uma espécie. Os substratos foram testados em estufa sob condições de sol pleno e tela de sombreamento 50%. Foram instalados 8 tratamentos com 12 repetições, totalizando 96 vasos. Em cada vaso foi plantado um bulbo com gemas em início de desenvolvimento lateral. Para acompanhar o desenvolvimento das mudas foram avaliadas as seguintes características: comprimento do bulbo, diâmetro, número e tamanho de folhas e brotações durante oito meses. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as medias comparadas pelo teste de Tukey 5%. Observou-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos para comprimento e diâmetro do bulbo. Quanto ao número de folhas emitidas, o substrato pau-jacaré, na condição de sombreamento, se destacou em relação aos demais tratamentos. Já a casca de corticeira em sol pleno apresentou o maior número de brotos. A casca de pinus no sol pleno foi menos favorável ao desenvolvimento da espécie. Conclui-se que os substratos alternativos testados fornecem condições adequadas para o desenvolvimento da espécie estuda e podem substituir com melhor qualidade os substratos casca de pinus e fibra de côco. Palavras-chave: Orquídeas epífitas, Substratos alternativos, Fibra de côco, Casca de pinus. 1 Graduado em Ciências biológicas pelo Centro Universitário de Itajubá - FEPI, caixa postal: Av. Dr. Antonio Braga Filho 687 - Varginha CEP: 37501-002, Itajubá - MG, Brasil 2011. 2 Doutorado em Agronomia - Fitopatologia pela universidade Federal de Lavras, MG, Brasil (2000). Professor Adjunto do Centro Universitário de Itajubá - FEPI, caixa postal: Av. Dr. Antonio Braga Filho 687 - Varginha CEP: 37501-002, Itajubá - MG, Brasil. 3 Doutorado em Ciências Biológicas - Biologia Vegetal pela Universidade Estadual Paulista Campus Rio Claro, Brasil (2009) - Professor Adjunto I da Universidade Federal de Uberlândia, Brasil. * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 81 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE Salvinia molesta M. (Salviniaceae) EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE LUMINOSIDADE E NUTRIENTES Ivan Becari VIANA1*, Elisa da silva BARRETO1, Ricardo Ildefonso CAMPOS¹ Salvinia molesta, pode exibir diferentes taxas de crescimento em decorrência de fatores ambientais, como a disponibilidade de nutrientes e a taxa de luminosidade. O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar em laboratório o desempenho de crescimento dessa macrófita aquática em diferentes condições de luminosidade e teores de nutriente. O desenho experimental foi composto por nove gerbox (11x11 cm) com capacidade máxima de 300 ml. Cada gerbox representou um tipo de tratamento e foi submetido a diferentes combinações de luz e nutriente. O experimento foi delineado em esquema fatorial 3x3 durante o período de 42 dias. As soluções utilizadas foram Hoagland & Arnon com força total, com ½ força, e água destilada. Para simular diferentes taxas de luminosidade (utilizando lâmpadas fluorescentes) foram estabelecidos três níveis de luz por meio da utilização de papéis celofane nas cores transparente, vermelho e a combinação de vermelho com azul. Cada tratamento foi iniciado com um total de 5 pares de folhas. Realizou-se semanalmente a troca das soluções nutritivas e da água destilada, assim como a contagem do número de folhas novas. Ao final do experimento, determinou-se o peso fresco e seco de todas as plantas. Independente da luminosidade, todos os tratamentos com água destilada obtiveram os menores valores de número de folhas novas. No entanto, os tratamentos com solução completa e ½ força não diferiram em termos de número de folhas novas. Em relação ao grau de luminosidade, apenas para o tratamento com solução de ½ força houve um maior número de folhas novas no gerbox com papel transparente quando comparado com o vermelho e o vermelho e azul. Esses dois últimos não diferiram entre si. Para os outros tipos de solução (total e água destilada) não houve diferença quanto ao número de folhas novas entre os diferentes tratamentos de luz. Finalmente, não houve diferenças significativas para o peso seco e úmido entre os nove tratamentos analisados. Conclui-se que pelo menos em termos de número de folhas novas, a solução de Hoagland & Arnon beneficia o crescimento S. molesta quando comparada a água destilada. Esse crescimento independe se a solução de Hoagland & Arnon utilizada apresenta ½ de força ou força total. Além disso, pelo menos para um tipo de solução, a planta estudada apresenta maior crescimento quando cultivada em maior luminosidade, indicando assim uma possível preferência por locais de pleno sol. Palavras-chave: Luminosidade, Solução de Hoagland & Arnon, Biomassa. 1 Universidade Federal de Viçosa Avenida P.H. Rolfs, s/n, Campus Universitário, CEP 36570000, Viçosa - MG, Brasil. Departamento de Biologia Geral, CCB. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 82 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE Schinus molle L. (Anacardiaceae) EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA E TEMPO DE ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES Felipe Fogaroli CORRÊA1*, Fabricio José PEREIRA2, Márcio Paulo PEREIRA2, Sandro BARBOSA1, Evaristo Mauro de CASTRO2 O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento inicial de plântulas de Schinus molle L., cujas sementes foram armazenadas em duas temperaturas distintas ao longo o tempo de armazenamento. Os frutos foram coletados de populações cultivadas em Alfenas-MG, sendo despolpados e secos em temperatura ambiente. Suas sementes foram desinfestadas com hipoclorito de sódio 50% por 10 minutos e secas em estufa a 35ºC. Posteriormente, foram colocadas em embalagens de papel Kraft e armazenadas em duas temperaturas diferentes: sob refrigeração (4ºC com 66% de umidade relativa) e à temperatura ambiente (22ºC com 83% de umidade relativa), durante 12 meses. Foram realizadas quatro avaliações com intervalos de três meses, sendo que as sementes foram separadas por gravimetria, escarificadas com ácido sulfúrico durante 1 minuto, colocadas em gerbox contendo vermiculita e irrigadas diariamente. Os experimentos foram conduzidos em sala de crescimento com luz e temperatura constantes. Após trinta dias de semeadura, as plântulas foram coletadas, pesadas em balança analítica e fotografadas. Foram avaliadas: a massa fresca em balança analítica, o comprimento de parte aérea e raiz em software de análise de imagens, sendo posteriormente calculada a relação raiz/parte aérea. O delineamento foi inteiramente casualizado em esquema fatorial de 4x2 composto por 10 repetições. Em nenhuma das características avaliadas houve interação entre tempo e temperatura de estocagem das sementes. Contudo, houve um incremento de 14,28% na massa fresca de plântulas oriundas das sementes estocadas em temperatura ambiente. Essa resposta pode estar associada à melhor preservação das reservas energéticas nesse ambiente. Já para os comprimentos de parte aérea e raiz, não houve diferença entre as duas condições de armazenamento. No entanto, as três características apresentaram queda em função do tempo, o que pode estar associado à degradação natural das sementes, principalmente da quantidade das reservas energéticas. A relação raiz/parte aérea, por sua vez, não apresentou diferenças significativas, demonstrando um equilíbrio funcional entre a absorção de água e nutrientes pelas raízes e a taxa fotossintética. Dessa forma, o armazenamento em temperatura ambiente é mais adequado para estocagem das sementes dessa espécie, já que parece haver uma melhor preservação de suas reservas energéticas nesse ambiente. Palavras-chave: Armazenamento de sementes, Aroeira-Salsa, Massa fresca. Créditos de financiamento: CNPq, CAPES e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, Rua Gabriel Monteiro da Silva 700, CEP 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 83 AVALIAÇÃO DO EFEITO DO GENÓTIPO NA EMBRIOGÊNESE SOMÁTICA DO CAFÉ Kalynka Gabriella do LIVRAMENTO1*, Luana Ferreira TORRES1, Filipe Vaneli BARBOSA2, Luciano Vilela PAIVA1 Em café, a cultura de tecidos é um passo requerido para a propagação de genótipos economicamente importantes, para obtenção e seleção de novas cultivares mediante a transformação genética. A embriogênese somática é um método comumente utilizado na regeneração de plantas de café e depende de uma variedade de condições, tais como o estado fisiológico da folha, o tempo de cultivo, as condições atmosféricas e o genótipo. A embriogênese somática indireta em café passa por uma etapa de formação de calos embriogênicos, caracterizados como amarelos e friáveis, que é determinante ao sucesso da regeneração das plantas. Com o objetivo de determinar a capacidade embriogênica entre as cultivares de Coffea arabica Catuaí amarelo, Catiguá MG2, o desenvolvimento de calos embriogênicos foi avaliado em dois diferentes meios de indução. Folhas provenientes de plantas mantidas em casa de vegetação foram desinfestadas e inoculadas por 30 dias em meio primário de indução, sendo meio A (18.56µM Cinetina, 4.52µM 2,4-D) e meio B (2,25µM 2,4-D, 4,93µM 2iP). Após esse período todas as folhas que apresentaram calos primários foram transferidas para meio C (4,50µM 2,4-D, 17,75µM BAP), na qual permaneceram por 6 meses. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com oito repetições e cinco plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo Teste Tukey (P<0.05). O meio não teve influência na capacidade embriogênica da cultivar Catiguá MG2, sendo que cerca de 25% dos explantes foliares formaram calos embriogênicos. O mesmo foi encontrado para a cultivar Catuaí amarelo 62, no entanto, cerca de 50% dos explantes formaram calos embriogênicos. Nessas condições, esses resultados demonstram que a capacidade embriogênica em café depende do genótipo e, evidentemente, independe dos meios de indução utilizados. Palavras-chave: Coffea arabica, Cultura de tecidos, Embriogênese somática. Créditos de financiamento: Fapemig, CNPq e Capes. 1 Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Centro Universitário de Lavras, Rua Padre José Poggel, 506, Centenário. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 84 AVALIAÇÃO DO ENRAIZAMENTO DE PLÂNTULAS DE CAFÉ CULTIVADAS IN VITRO Filipe Vaneli BARBOSA1*, Kalynka Gabriella do LIVRAMENTO2, Luana Ferreira TORRES2, Luciano Vilela PAIVA2, Carolina Valeriano de CARVALHO3. As técnicas de cultura de tecidos têm sido aplicadas ao gênero Coffea arabica visando multiplicação de mudas em larga escala e em programas de melhoramento genético. Para a obtenção de plantas geneticamente transformadas pelo sistema Agrobacterium rhizogenes torna-se obrigatório o conhecimento dos aspectos fisiológicos que influenciam o sistema radicular. Após a regeneração das plântulas, sabe-se que a fase de enraizamento é importante para se obter plantas in vitro com qualidade e, também, para diminuir as perdas durante sua manutenção e aclimatização. O objetivo deste trabalho foi promover e comparar a eficiência do enraizamento in vitro de embriões somáticos de Coffea arabica cv. Catuaí, Bourbon e Catucaí em dois diferentes meios de cultura. Embriões, com tamanhos aproximados de 1,0 cm, foram inoculados em meio A (25 g.L-1 sacarose, 2,5 mg.L-1 ANA, 0,5 g.L-1 de carvão ativado) e em meio B (30 g.L-1 de sacarose, com ausência de ANA e carvão ativado), com renovação do meio após 30 dias. Os frascos contendo os embriões foram mantidos em câmara de crescimento com temperatura de 27 ± 2ºC, fotoperíodo de 16 h e intensidade luminosa de 1500 lux durante todo o processo. Após os 60 dias as raízes obtidas foram medidas em milímetros. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente ao acaso, com três repetições e quinze plantas por parcela. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo Teste Tukey (P<0.05). O meio de cultura B proporcionou maior porcentagem de enraizamento in vitro e maior comprimento de raízes para as três cultivares estudadas. Palavras-chave: Coffea arabica, Cultura de tecidos, Embriogênese somática. Créditos de financiamento: Fapemig, CNPq e Capes. 1 Centro Universitário de Lavras - UNILAVRAS, Rua Padre José Poggel, 506, Centenário. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Química, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, Câmpus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP 37200-000 LavrasMG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 85 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ALELOPÁTICO E INSETICIDA ESPÉCIES ARBÓREAS CULTIVADAS EM QUINTAIS URBANOS DE Rosilene Almeida MAGALHÃES 1*, Fabiane do ESPÍRITO SANTO2, Marina Neiva ALVIM ¹ A alelopatia pode influenciar o manejo das espécies, sendo o uso dos aleloquímicos como inseticidas botânicos uma opção de controle biológico. Porém é necessária a determinação do potencial inseticida e também dos possíveis efeitos na espécie vegetal receptora. O objetivo foi identificar o potencial alelopático, repelente e inseticida do extrato aquoso de folhas secas de quatro espécies frutíferas comuns em quintais urbanos, Myrciaria cauliflora Berg. (Jabuticaba) Morus nigra L.(Amora), Citrus reticulata L. (Mexerica) e Syzygium jambos L. (Jambo) na germinação e crescimento inicial de Brassica oleracea L. (couve) e na motilidade do Brevicoryne brassicae L. (pulgão). Os extratos foram obtidos por maceração a frio em água destilada (10%p/v). Para avaliar a porcentagem e tempo médio de germinação por 7 dias, 25 sementes de couve, em cada uma das 4 repetições, foram semeadas em placa de petri e embebidas nos extratos em 7 concentrações. Para avaliar o crescimento inicial mudas de couve foram crescidas individualmente em areia e vermiculita (1:1), sendo 8 repetições. As plântulas foram regadas alternadamente com solução nutritiva e água durante 30 dias. Após 15 dias de plantio iniciou-se a pulverização foliar com os extratos aquosos, sendo determinado o crescimento da raiz e da parte aérea. Para o bioensaio de potencial inseticida foram colocados 10 pulgões na área central da arena de teste, sendo três arenas por tratamento, pulverizadas com os extratos e observadas a motilidade dos pulgões em intervalos periódicos por 3h. Em todos os testes foi utilizada água destilada como controle. Os dados obtidos foram transformados quando necessário e submetidos à ANOVA sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Todas as espécies apresentaram potencial alelopático, demonstrado pela inibição da germinação sob todos os extratos a partir da concentração de 5% e pela promoção do crescimento com os extratos de amora e jabuticaba. Os resultados sugerem potencial repelente contra o pulgão em todas as espécies tendo em vista a ocorrência de alta motilidade dos pulgões após 5 minutos da pulverização com os extratos nas concentrações superiores a 10% O potencial inseticida foi observado nas mesmas concentrações para jabuticaba, amora e jambo, pelo fato de ocorrer redução da motilidade apartir de 1h do tempo de avaliação. Palavras-chave: Alelopatia, Agroecologia, Agricultura Orgânica. 1 Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix CEP:30160-012 Belo Horizonte- MG. Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri CEP: 39100-000 Diamantina- MG. *[email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 86 AVALIAÇÃO DO TECIDO DE RESERVA DE SEMENTES DE Inga cinnamomea Spruce ex Benth (Fabaceae) Raoni GWINNER1*, Renata Alves Lara SILVA1, Joyce Dória Rodrigues SOARES1, Filipe Almendagna RODRIGUES1, Gabrielen de Maria Gomes DIAS1; Moacir PASQUAL1, Edvan Alves CHAGAS2 A espécie Inga cinnamomea é vulgarmente conhecida como ingá de chinelo, apresenta frutos grandes, do tipo legume. Assim como para outras espécies nativas da Amazônia, I. cinnamomea ainda não tem sua anatomia e principal composição química satisfatoriamente estudadas. O conhecimento da principal substância de reserva da semente pode auxiliar no entendimento de vários processos fisiológicos inerentes ao desenvolvimento inicial da planta bem como na sua propagação em outras regiões brasileiras. Os testes histoquímicos são importantes, uma vez que norteiam a cerca das propriedades nutracêuticas e do potencial industrial de um fruto baseado na sua composição química. Dessa forma, este trabalho objetiva identificar o principal composto armazenado nos tecidos de reserva em sementes de I. cinnamomea, por meio de testes histoquímicos. As análises foram realizadas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Para as análises histoquímicas foram utilizadas sementes de ingazeiro provenientes da Embrapa Roraima, as quais foram previamente lavadas em água corrente e despolpadas manualmente. Foram realizadas secções à mão livre com auxílio de lâmina de barbear e, posteriormente, procedeuse ao tratamento das secções com diferentes corantes específicos, sendo: o Azul de comassie para detectar a presença de proteínas, Cloreto de ferro III para compostos fenólicos, Lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em lâminas semipermanentes, o material foi observado em microscópio Olympus CX41 acoplado com câmera digital Belcam DIV-3000 e, posteriormente, fotografado. Os testes histoquímicos das secções tratadas com os corantes evidenciaram a presença de amido no cotilédone de sementes de ingá, sendo possível classificá-la como semente do tipo amilácea. Os testes para a presença de proteínas e compostos fenólicos foram negativos para a espécie estudada. Palavras-chave: Teste histoquímico, Ingazeiro, Frutíferas da Amazônia, Semente, Amilacea. Créditos de financiamento: CNPq, a Capes e a FAPEMIG 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil; 2 : Embrapa Roraima (CPAF-RR), caixa postal, CEP: 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 87 AVALIAÇÃO DOS TEORES DE FENÓIS E FLAVONÓIDES TOTAIS EM Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers (BIGNONIACEAE) Karina de Queiroz BRAGA11*, Ana Hortência Fonsêca CASTRO1, Mairon César COIMBRA2, Rayza Martins MIRANDA1, Thaiz Rodrigues TEIXEIRA1, Fernanda Marinez de SOUZA1 Pyrostegia venusta ou cipó-de-são-joão é uma importante espécie medicinal do Cerrado, com ampla distribuição no Brasil. As partes aéreas são empregadas como tônico e antidiarréico, o extrato alcoólico de flores e folhas para tratar manchas brancas no corpo e as raízes são importantes nos tratamentos de infecções uterinas e trato genital feminino, erisipela e icterícia. Suas propriedades estão associadas principalmente aos flavonóides, encontrados nas folhas e caule e alantoína presente nas raízes. Este trabalho teve como objetivo avaliar e comparar os teores de fenóis e flavonóides totais nos diferentes órgãos de cipó-de-são-joão. Amostras de raízes, caules, folhas e flores foram coletadas e submetidas a secagem em estufa à 40oC. Para o preparo dos extratos, aproximadamente 200 mg das amostras secas foram extraídas com 10mL de uma mistura de metanol:água 50%, sob maceração a frio, com agitação constante por 4 horas. Uma alíquota de 50 µL do extrato foi utilizada para a determinação dos teores de fenóis totais, através do método de Folin-Dennis, empregando-se ácido tânico como padrão. O doseamento de flavonóides foi feito de acordo com procedimento descrito por Stahl e Schild modificado, empregando-se rutina como padrão, em solução de cloreto de alumínio, utilizando-se um volume de 500 µL do extrato. Todas as determinações foram feitas em triplicata e os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Os resultados mostraram que os teores de fenóis e flavonóides totais nos diferentes órgãos de P. venusta é variável. Maiores teores de fenóis totais foram observados em flores (2,63%, em média) seguidos pelas folhas (1,87%), enquanto que menores valores foram encontrados em raízes e caule (0,92%). Níveis superiores de flavonóides totais foram encontrados em folhas (0,45%), em oposição às flores (0,29%), caules (0,19) e raízes (0,15%) (p<0,05). Esses resultados mostraram-se interessantes do ponto de vista químico e indicam que a intensa coloração alaranjada das flores não está diretamente relacionada a presença de pigmentos de natureza fenólica nos vacúolos das células florais. Palavras chave: Cipó-de-são-joão, Planta medicinal, Compostos fenólicos. 1 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ, Curso de Farmácia, Campus CentroOeste Dona Lindu, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil 2 Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Campus Centro-Oeste Dona Lindu, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 88 AVALIAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE ESPÉCIES DE Annona spp. Pollyana Cardoso CHAGAS1*, Railin Rodrigues de OLIVEIRA2, Sara Thiele Moreira SOBRAL2, Julio Rodrigues da SILVA2, Leandro Camargo NEVES3, Edvan Alves CHAGAS4 Existem inúmeras espécies de frutíferas nativas da Amazônia extremamente importantes para o desenvolvimento regional, ainda inexploradas, mas que podem originar frutas de maior valor econômico. Neste contexto, torna-se necessário conhecer as características físicas e químicas de espécies de Annona spp. mais adaptadas às condições de lavrado de Roraima com o objetivo de conhecê-las e iniciar a formação de uma coleção de trabalho, que futuramente se converterá no Banco Ativo de Germoplasma de fruteiras nativas da Escola Agrotécnica (EAGRO) da Universidade Federal de Roraima. Para tal, as primeiras espécies selecionadas para a realização do trabalho foram aquelas da família Annonaceae. Coletou-se frutos de Graviola, Ata e Cherimoia oriundos de pomares domésticos. Os frutos de cada espécie foram avaliados no setor de fruticultura da EAGRO quanto as variáveis físicas: comprimento (cm), diâmetro (cm), massa fresca total do fruto (kg), massa do exocarpo (g), massa das sementes (g), massa da polpa (g), rendimento de polpa (%) e químicas: ºBrix, pH e acidez. O delineamento foi inteiramente casualizado, com 10 repetições de 1 fruto cada. Os resultados foram submetidos à análise de variância através do Software estatístico SISVAR e as médias submetidas ao teste de Tukey. Dentre as espécies estudadas, verificou-se que a Cherimoia foi a que apresentou estatisticamente maiores frutos expressas pelo maior comprimento, diâmetro e massa do fruto, massa da casca e massa de semente; seguida pela Graviola e ATA. Com relação ao rendimento de polpa, a Graviola e a Cherimoia apresentaram maiores valores. Quanto ao ºBrix, a Graviola apresentou valores superiores quando comparada a ATA e Cherimoia. A Cherimoia apresentou maior acidez, seguida da ATA e Graviola. Constatou, ainda, com base nos resultados obtidos, que a ATA é mais recomendada para o consumo in natura e a Cherimoia e Graviola para o processamento. Palavras-chave: Annonaceae, Annona muricata L., Annona cherimola Mill., Annona crassiflora Mart., Fruticultura Créditos de financiamento: PICEM-CNPq 1 Eng. Agr., D.Sc., Profa. da Escola Agrotécnica da UFRR, orientador. Estudante do Curso Técnico em Agropecuária da Escola Agrotécnica da UFRR, bolsista PICEM-CNPq. 3 Eng. Agr., D.Sc., Prof. do CCA/UFRR. Laboratório de Tecnologia de Alimentos. 4 Eng. Agr., M.Sc., Pesquisador da Embrapa Roraima. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. 2 * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 89 AVALIAÇÃO HISTOQUÍMICA DE SEMENTES DE Annona mucosa Jacq. (Annonaceae) Raoni GWINNER1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES1 , Filipe Almendagna RODRIGUES1, Renata Alves Lara SILVA1 , Gabrielen de Maria Gomes DIAS1 , Moacir PASQUAL1 A família Annonaceae possui inúmeras espécies frutíferas de importância econômica. Algumas delas são pouco conhecidas, porém apresentam elevado potencial de comercialização e industrialização. Plantas deste gênero tem sido alvo de estudos por apresentarem compostos químicos com propriedades farmacológicas, caracterizadas como acetogeninas, substancias bioativas de potencial para elaboração de produtos para o controle de alguns insetos. A espécie Annona mucosa Jacq., conhecida popularmente como biribá, é uma frutífera amplamente consumida principalmente na região Nordeste e Amazônica. Além da polpa, utiliza-se a sua madeira, e as sementes são utilizadas na medicina popular contra enterocolite. O objetivo deste trabalho foi identificar o tipo de reserva da semente de biribá, através de diferentes testes histoquímicos, os quais são fundamentais para a melhor compreensão do desenvolvimento inicial da planta assim como aspectos relacionados ao armazenamento das sementes. As análises foram realizadas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras. Para as análises histoquímicas foram utilizadas sementes de biribá provenientes da Embrapa Roraima as quais foram previamente lavadas em água corrente e despolpadas manualmente. Foram realizadas secções à mão livre com auxílio de lâmina de barbear em três partes da semente: parte inferior, mediana e superior. Posteriormente, procedeu-se ao tratamento das secções com diferentes corantes específicos, sendo: o Azul de comassie para detectar a presença de proteínas, Cloreto de ferro III para compostos fenólicos, Lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em lâminas semipermanentes e o material foi observado em microscópio Olympus CX41 acoplado com câmera digital Belcam DIV-3000. O teste histoquímico apresentou resultado negativo para cloreto de ferro III, azul de comassie e lugol, sendo positivo apenas para o sudan IV, evidenciando a presença de oleossomos. Concluímos que as sementes de biribá possuem reserva do tipo lipídica. Palavras-chave: Teste histoquímico, Biribá, Semente, Lipídios Créditos de financiamento: CNPq, Capes e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 90 AVALIAÇÃO INICIAL de MUDAS DE Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (Fabaceae) cultivadas sob DIFERENTES SUBSTRATOS, COM E SEM ADUBAÇÃO. Anani Morilha ZANINI1*, Rafaella Carvalho MAYRINCK¹, Rodolfo Soares de ALMEIDA¹, Gabriel de Resende BARONI¹, Fábio José GOMES¹, Bruna Anair Souto DIAS2 Os substratos, assim como, seus constituintes são de extrema importância tanto na produção como adaptação das mudas quando são transferidas para campo. Na escolha do substrato ideal deve ser levado em consideração vários aspectos físicos e químicos contidos no substrato que atenda as exigências da espécie a ser cultivada. Um mesmo constituinte do substrato quase sempre não atende todas as exigências, desse modo, são incorporados outros tipos de constituindo que juntos possa atender todas essas exigências. Corriqueiramente, o viveirista se vê de frente a aspectos práticos e financeiros que dificultam na sua tomada de decisão na produção de mudas. Ao adquirir os componentes básicos para a formulação do substrato uma das principais dúvidas é quanto à proporção de cada constituinte na mistura, fato que influencia na quantidade de recursos necessários e na qualidade da muda produzida. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento de mudas de Leucena (Leucaena leucocephala) em dois substratos sob duas doses de adubação. O experimento foi realizado no Viveiro Florestal da UFLA, instalado em delineamento inteiramente casualizado, em fatorial 2 x 2, correspondendo a dois tipos de substratos (S1: 3 partes de fibra coco + 3 partes de esterco +1 parte de vermiculita + 3 partes de casca arroz; S2: 6 partes de fibra coco +2 partes de esterco +1 parte de vermiculita + 1 parte de casca de arroz); com e sem adubação. Nos tratamentos com adubação foi utilizado adubo de liberação lenta de formulação 16:06:10 NPK – 4 kg/m³, com 6 repetições de 48 mudas cada. Foram semeadas aproximadamente três sementes por tubete. Aos 20 dias após a semeadura foi realizado o desbaste, deixando-se apenas uma muda por recipiente. O crescimento das mudas de Leucena foi avaliado aos 45, 75 e 105 dias após a semeadura, por meio da mensuração de altura (H) e diâmetro (DC). Os resultados preliminares apontaram o melhor substrato para a produção de mudas é o substrato 2 (S2), com adubação. Palavras-Chave: Qualidade das Mudas, Viveiro florestal, Leucena Apoio: Núcleo de Estudos em Silvicultura 1 Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Professora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 91 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA DIVERSIDADE DE Asteraceae EM CAMPOS RUPESTRES DO COMPLEXO DA BOCAINA, MINAS GERAIS Mariana Esteves MANSANARES1*, Daniel Quedes DOMINGOS2, Jaiane da Silva GONÇALVES3, Caroline Cambraia Furtado CAMPOS4 O estado de Minas Gerais, com sua topografia predominantemente serrana apresenta entre outras fitofisionomias, os cerrados e os campos rupestres, que recobrem as regiões mais altas de algumas serras tais como o Complexo da Bocaina. A família Asteraceae Bercht. & J. Presl apresenta distribuição cosmopolita, com aproximadamente 1600 gêneros e 23000 espécies. No Brasil a família está representada por cerca de 300 gêneros e 2000 espécies. Os levantamentos florísticos recentes em diversas localidades demonstram sua importância na composição destas áreas, ressaltando-se o fato de ser uma das famílias mais ricas em diversidade no país. Em Minas Gerais, os raros tratamentos florísticos também demonstram a importância desta família na composição florística, sendo uma das mais importantes no bioma dos cerrados, incluindo os campos rupestres. O objetivo deste trabalho foi realizar a avaliação da diversidade de espécies de Asteraceae nos campos rupestres das Serras do Complexo da Bocaina, contribuindo para o conhecimento da família nos campos e cerrados rupestres de Minas Gerais. As coletas de material botânico foram realizadas de janeiro de 2010 a fevereiro de 2012 nos municípios de Lavras, Itumirim, Itutinga, Carrancas e Minduri. Os locais de coleta foram estabelecidos de maneira a cobrir toda extensão da região de estudo, favorecendo as áreas mais bem conservadas e representativas de vegetação original. Todo o material coletado foi depositado no Herbário ESAL da Universidade Federal de Lavras. As espécies foram identificadas através de análises morfológicas e taxonômicas, de literatura especializada, comparação com materiais do acervo ESAL. Até o presente foram coletadas e identificadas 106 espécies de Asteraceae, pertencentes a nove tribos da família. Estas espécies representam 47 gêneros da família. As tribos mais ricas em espécies são Vernonieae (cerca de 38) e Eupathorieae (cerca de 25), seguidas de Heliantheae (14). Os gêneros mais representativos foram Lessingianthus com 17 espécies, Mikania com 10 espécies e Baccharis com 8 espécies, das quais a maioria das espécies são típicas das fisionomias de cerrados e campos rupestres. Dos gêneros encontrados, alguns são endêmicos aos campos rupestres brasileiros, como os gêneros da subtribo Lycnhophorinae, Chresta, Hololepsis e Lychnophora. A partir dos resultados parciais obtidos até o presente, pode-se concluir que a família Asteraceae apresenta grande importância na composição da vegetação desta área. Palavras-chave: Asteraceae, Serra da Bocaina, Diversidade Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Botânica, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 92 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA DIVERSIDADE HERBÁCEO-ARBUSTIVA NOS CAMPOS E CERRADOS RUPESTRES DO COMPLEXO DA BOCAINA, MG. Geovany Heitor REIS1*, Daniel Quedes DOMINGOS2, Mariana Esteves MANSANARES3 Os campos rupestres ocorrem principalmente acima de 900 m de altitude, em montanhas cujas rochas são de origem pré-cambriana que foram remodeladas por movimentos tectônicos a partir do Paleógeno, estando associados, principalmente, a afloramentos de quartzito, arenito e minério de ferro. O fato de muitas espécies endêmicas aos campos rupestres apresentarem uma distribuição restrita a pequenas áreas significa que elas estão constantemente em risco de extinção. A sobrevivência destas espécies depende da proteção de todo este ambiente, sendo necessários conhecimentos sobre a vegetação na qual elas são encontradas. O objetivo desse trabalho foi avaliar a diversidade do estrato herbáceo-arbustivo em campos e cerrados rupestres das Serras do Complexo da Bocaina, contribuindo para o conhecimento da flora dos campos e cerrados rupestres de Minas Gerais. As Serras do Complexo da Bocaina estão localizadas no planalto do Sul de Minas Gerais, atravessando os municípios de Lavras, Itumirim, Itutinga e Carrancas, em uma região conhecida por Campos das Vertentes. O clima dominante na região é tropical de altitude, com temperatura média anual variando de 19 – 21° C e de precipitação média anual entre 1.200 – 1.500 m. Material botânico fértil foi coletado, mensalmente, de janeiro de 2010 a fevereiro de 2012 em campos e cerrados rupestres das Serras do Complexo da Bocaina. Os locais de coleta foram estabelecidos de maneira a cobrir toda extensão da região de estudo, favorecendo as áreas mais bem conservadas e representativas de vegetação original. As espécies foram identificadas através de literatura especializada, comparação com materiais no herbário da ESAL e confirmados por especialistas. As plantas coletadas ainda estão em processo de identificação e até o momento foram identificadas 363 espécies pertencentes a 49 famílias. As famílias que apresentaram o maior número de espécies até o momento foram Asteraceae (103), Melastometaceae (33), Orchidaceae (24), Poaceae (23), Fabaceae (22), Myrtaceae (19), Malpighiaceae (17), Cyperaceae (12), Eriocaulaceae e Verbenaceae (10), Lamiaceae e Euphorbiaceae (8), Apocynaceae e Convolvulaceae (7). Apesar das formações campestres serem dominadas fisionomicamente por gramíneas, Asteraceae representa, até o momento, a família de maior importância para a constituição florística da região. Ainda pretende-se realizar comparações entre as espécies registradas para o Complexo da Bocaina com outras áreas de fitofisionomias relacionadas. Palavras-chave: Campo rupestre, Serra da Bocaina, Flora herbácea. 1: Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2: Graduando do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3: Docente do Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 93 BANDEAMENTO Ag-NOR EM ESPÉCIES DE Senna M. (Leguminosae) Janaína MAURI1,2, Dayana Aparecida da SILVA2, Kátia Ferreira Marques de RESENDE2, Lisete Chamma DAVIDE2 ,Giovana Augusta TORRES2* Senna Mill., (Caesalpinioideae-Cassieae-Cassiinae), é composto, no Brasil, por 80 espécies, 4 subespécies e 55 variedades, sendo algumas de importância botânica, medicinal e madeireira. A tendência de homogeneidade no número e morfometria cromossômica faz com que técnicas citogenéticas mais informativas, como o bandeamento cromossômico, sejam necessárias para o entendimento da evolução cariotípica dentro de Senna. O objetivo do trabalho foi avaliar o padrão de bandeamento Ag-NOR e o número de nucléolos de quatro espécies do gênero Senna M. com 2n = 28 cromossomos (Senna cernua (Balbis) Irwin e Barneby; Senna corymbosa (Lam.) Irwin e Barneby, Senna occidentalis (L.) Link e Senna pendula (Willd.) Irwin e Barneby). Pontas de raiz pré-tratadas com solução de 8-hidroxiquinoleína a 2mM, a 30ºC, foram digeridas com solução enzimática de pectinase e celulase (100/200 U), a 37°C. As lâminas foram montadas pelo método de esmagamento, coradas com solução de nitrato de prata 50%, em câmara úmida, a 65ºC, por dois minutos, lavadas em água destilada e desidratadas em série alcoólica (70%, 90% e 100%) por 5 minutos. Na espécie S. cernua, que tem dois pares de cromossomos satelitados, foram observados seis e oito nucléolos. Em S. pendula e S. occidentalis, que têm um par cromossômico satelitado, a variação foi, respectivamente, de dois a sete nucléolos (quatro mais frequente) e de um a quatro nucléolos (dois mais frequente). Em S. occidentalis foi observada variação no tamanho dos nucléolos. Já S. corymbosa apresentou um ou dois grandes nucléolos. Somente para S. pendula e S. occidentalis foi obtido o bandeamento Ag-NOR, com bandas teloméricas em um e dois pares de cromossomos, respectivamente. Em S. occidentalis houve variação no tamanho das bandas entre os dois pares cromossômicos. As incongruências entre número de constrições, de bandas Ag-NOR e de nucléolos sugerem a existência de RONs sem definição morfológica nos cromossomos mitóticos e/ou atividade parcial de RONs na intérfase. Em S. occidentalis a variação no número de nucléolos pode estar associada à diferença de dosagem gênica de rRNA ou de nível de atividade transcricional revelada pela diferença de tamanho das bandas Ag-NOR. Para a verificação dessas hipóteses é importante a localização das sequências de rDNA 45S por meio de hibridização in situ fluorescente. Palavras-chave: Caesalpinioideae, Cassiinae, Citogenética, Nucléolo, rDNA. Créditos de financiamento: CAPES, FAPEMIG. 1 : Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras – MG, Brasil 2: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 94 BIOACUMULAÇÃO E ALOCAÇÃO DE CHUMBO EM PLANTAS JOVENS DE Schinus molle L. (Anacardiaceae) Márcio Paulo PEREIRA1*, Fabricio José PEREIRA1, Felipe Fogaroli CORRÊA2, Cynthia de OLIVEIRA1, Evaristo Mauro de CASTRO1, Sandro BARBOSA2 Espécies arbóreas apresentam grande importância para sistemas de fitorremediação. Contudo, a capacidade de concentrar altas quantidades de metais em seus tecidos deve ser avaliada para construção de sistemas mais eficientes. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi analisar a bioconcentração e alocação de chumbo (Pb) em plantas jovens de Schinus molle. Plantas provenientes de sementes recém germinadas foram cultivadas em bandejas plásticas contendo vermiculita como substrato e solução nutritiva de Hoagland e Arnon por 30 dias. Em seguida, essas plantas foram expostas a concentrações crescentes de Pb(NO3)2 sendo: 0,0; 0,5; 1,0; 2,0; e 5,0 mM durante 45 dias. Após esse período, foi realizada a coleta das plantas e separado o sistema radicular da parte aérea. Esse material foi seco em estufa a 45°C e triturado. As amostras foram submetidas à digestão ácida (HNO3) e as determinações do Pb foram feitas por espectrometria de absorção atômica. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos e três repetições e os dados foram submetidos à análise de variância e regressão. A concentração de Pb nas raízes das plantas foi maior que na parte aérea em todas os tratamentos contendo Pb e apresentou aumento linear a medida que as concentrações aumentaram, chegando a 825 mg Kg-1 na maior concentração. A translocação de Pb para a parte aérea foi reduzida com o aumento das concentrações, contudo, o conteúdo total desse metal na massa seca total da planta aumentou linearmente chegando a 915 mg Kg-1 na concentração de 5,0 mM. Comparado a metais como cádmio e zinco que são encontrados frequentemente na parte aérea das plantas, o Pb tem baixa mobilidade e fica comumente concentrado nas raízes de plantas tolerantes. O nível de toxicidade crítica para o Pb fica em torno de 0,6–28 mg Kg-1, e plantas consideradas hiperacumuladoras de Pb possuem concentrações maiores que 1000 mg Kg-1 em seus tecidos. Dessa forma, S. molle tolera concentrações acima das estabelecidas como críticas para espécies não tolerantes e acumula quantidades de Pb bem próximas a concentrações encontradas em plantas hiperacumuladoras. Portanto, S. molle tem capacidade de acumular Pb tanto na raiz quanto na parte aérea e esse metal fica mais concentrado no sistema radicular das plantas. Palavras-chave: Aroeira, Fitorremediação, Metais Pesados. Créditos de Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, Rua Gabriel Monteiro da Silva 700, CEP 37130-000, Alfenas-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 95 BIOMETRIA DE FRUTOS DE Miconia (MELASTOMATACEAE): ESPÉCIES COM POTENCIAL ZOOCÓRICO NO SUL DE MINAS GERAIS Thaís Berger MOREIRA1, Rosário de Maria Ribeiro SARGES2* O estudo foi realizado com o objetivo de descrever o tipo, a cor, o peso, o comprimento, o diâmetro, a espessura dos frutos e o número de sementes por frutos de duas espécies do gênero Miconia, descritas como componentes importantes da dieta dos diversos tipos de fauna. Os frutos de Miconia pepericarpa e Miconia sp1. são bagas de coloração verde quando imaturos e negra quando maduros. Os resultados de análise de variância revelaram que não existe diferença significativa entre o peso do fruto e o número de sementes para as espécies utilizadas neste estudo. Foi fixado o valor de 0,1% para determinação de níveis de confiança para M. pepericarpa, que apresenta diferenças significativas no comprimento, diâmetro (P< 0,01) e espessura (P> 0.01). No entanto, para Miconia sp1. existem diferenças significativas entre o número de sementes e o comprimento do fruto (P> 0.01). Os resultados obtidos em estudos em andamento permitirão compreender aspectos da interação entre agentes dispersores das sementes e seus possíveis efeitos na reprodução e ecologia das espécies. Palavras-chave: Melastomataceae, Miconia, Biometria de frutos, Zoocoria. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia. Lavras-MG, Brasil. Projeto temático - Ants and dung beetle: use of food resources, seed dispersal in contrasting landscapes at Cerrado, Brazil. Projeto Pós-doutorado. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 96 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE BARBATIMÃO Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville (Leguminosae-Mimosoideae) Elaine Cristina TEIXEIRA1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Maria Aparecida dos SANTOS1, Leticia Camila Correa VALDEZ1, Yasser Alabi OIOLE1 O barbatimão é uma planta de cerrado, com alto potencial medicinal, devido a produção de fenóis e taninos, sendo utilizado chás de sua casca como ótimo cicatrizante, anti-inflamatório, anti-bacterianos e no tratamento de lesões gástricas. É uma espécie que tem sido explorada indiscriminadamente em diversas regiões do cerrado, levando a sua degradação no ambiente. Seu uso em programas de recuperação de áreas degradadas pode contribuir para a manutenção da mesma em suas condições naturais. Este trabalho teve como objetivo avaliar as características biométricas dos frutos e sementes do barbatimão e sua interação inseto-fruto. Foram coletados 100 frutos de diferentes árvores, em uma área do cerrado de Chapadão do Sul - MS. Em cada fruto foram medidos o comprimento, a largura, a espessura, a massa do fruto, a massa total de todas as sementes, o número de sementes por fruto e o número de danos causados por insetos nos frutos e nas sementes. De cada fruto foram retiradas três sementes sadias para determinação da largura, da espessura, do comprimento e da massa total das três sementes. Em média foram encontradas doze sementes por fruto, 3,8 sementes danificadas e 2,2 furos por fruto. O comprimento do fruto variou de 6,00 a 10,00 cm, a largura de 1,04 a 1,46 cm e a espessura de 1,02 a 1,86 cm. A amplitude de massa de fruto foi de 5,00 a 14,25 g, enquanto a amplitude de sementes foi de 0,65 a 2,03 g. O comprimento, a largura e a espessura de sementes variaram de 0,50 a 0,99 cm, 0,3 a 1,0 cm e 0,13 a 0,50 cm. O barbatimão apresentou maior frequência de frutos nas classes de 7,64 a 8,43 cm; 1,04 a 3,75 cm; 1,19 a 1,36 cm e 6,85 a 8,70 g, respectivamente para comprimento, largura, espessura e massa de frutos. A maior frequência de sementes por fruto foi encontrada nas classes 0,79 a 0,89 cm, 0,44 a 0,58 cm, 0,28 a 0,35 cm e 0,93 a 1,20 g, respectivamente para comprimento, largura, espessura e massa de sementes. O barbatimão apresentou em média 32% das sementes danificadas, entretanto, como o número de sementes encontradas por fruto é alto, isso contribui para a sobrevivência da espécie no ambiente, também pode contribuir na produção de mudas visando projetos de recuperação de áreas degradadas, evitando, assim, a degradação da espécie. A massa e a espessura de sementes foram as características que apresentaram maior variação, com 212 e 285 %, respectivamente. Palavras-chave: Cerrado, Planta medicinal, Degradação. Créditos de financiemento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 97 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE BAUHINIA Bauhinia longifolia (bong.) Steud (Fabaceae) Yasser Alabi OIOLE1*, Ana Paula Leite de LIMA1, Sebastião Ferreira de LIMA1, Arlindo Ananias Pereira da SILVA1, Wesley Gomes da SILVA1, Ana Paula Mezoni CORREA1 A bauhinia é uma espécie arbórea de ocorrência comum nos cerrados. Floresce durante todo o ano e tem crescimento acelerado, entretanto, a germinação de suas sementes fica abaixo de 50%. O estudo biométrico permite conhecer melhor as diferenças fenotípicas determinadas pelas variações ambientais e dessa forma auxiliar a pesquisa na propagação e manutenção da espécie no ambiente. Este trabalho teve como objetivo avaliar as características biométricas de frutos e sementes de bauhinia. Em 152 frutos coletados em diferentes árvores em um remanescente de cerrado de Chapadão do Sul, MS, foram avaliados o comprimento, a largura e a espessura de frutos, a massa de cada fruto e de cada semente e o número de sementes por fruto. Do total de sementes encontradas, foram retiradas três para a determinação do comprimento, largura e espessura. Foram encontradas em média, 8,9 sementes por fruto. O comprimento, largura e espessura de frutos variaram de 2,17 a 24,70 cm, 1,22 a 2,32 cm e 0,23 a 0,60 cm, respectivamente. A massa por fruto variou de 2,02 a 18,0 g, enquanto a massa por semente variou de 0,05 a 2,65 g. O comprimento, largura e espessura de sementes variaram de 0,10 a 1,52 cm, 0,39 a 1,23 cm e 0,08 a 0,90 cm, respectivamente. A maior frequência para comprimento, largura e espessura de fruto ocorreu nas classes de 15,69 a 20,19 cm, 1,88 a 2,10 cm e 0,378 a 0,452 cm e para sementes nas classes de 0,952 a 1,236 cm, 0,726 a 0,894 cm e 0,08 a 0,244 cm, respectivamente. A maior frequência para massa de frutos foi de 8,4 a 11,60 g, para massa de sementes foi de 0,56 a 1,09 g e para número de sementes por fruto foi de 8,40 a 11,60. As maiores variações biométricas ocorreram para comprimento de frutos e sementes e para massa de sementes. Essa espécie produz uma grande quantidade de frutos por planta e de sementes por fruto, características interessantes por propiciar a propagação da espécie em condições ambientais e facilitar a coleta e produção de mudas pelo produtor. O número de sementes por fruto variou de 1 a 20, mostrando que essa característica está muito sujeita as condições ambientais, o que pode prejudicar sua sobrevivência em condições onde a produção seja reduzida. Da mesma forma, a massa de sementes também é muito dependente das condições climáticas, isso pode contribuir para menor enchimento dos legumes. È uma espécie que tem grande potencial para utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas. Palavras-chave: Morfometria, Cerrado, Unha-de-vaca. Créditos de financiamento: UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 98 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE FAVEIRO Dimorphandra mollis Benth (Leguminosae-Mimosoideae) Rita de Cássia Mariano de PAULA1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Vespasiano Borges de PAIVA NETO1, Mariana Victor da COSTA1; Ana Paula Mezoni CORREA1 A espécie Dimorphandra mollis, conhecida como faveiro ou canafístula tem grande ocorrência no cerrado sul mato-grossense e apresenta importância no mercado tanto por seu caráter paisagístico e madeireiro quanto para recuperação de áreas degradadas, pois apresenta média resistência ao ataque de organismos xilófagos e se adapta a terrenos secos e pobres. A análise biométrica permite avaliar as diferenças fenotípicas causadas pelos diferentes ambientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características biométricas de frutos e sementes de faveiro, em Chapadão do Sul, MS. Foram coletados 100 frutos de diferentes árvores e separadas 3 sementes de cada fruto, nos quais foram avaliados o comprimento, largura e espessura, a massa de cada fruto e das 3 sementes e o número de sementes por fruto. Foram encontradas em média 13,92 sementes por fruto. O comprimento, largura e espessura de frutos variaram de 8,90 a 18,00 cm, 1,50 a 3,80 cm e 1,00 a 1,49 cm, respectivamente. A massa por fruto variou de 16,03 a 44,92 g, enquanto a massa por semente variou de 0,74 a 1,16 g. O comprimento, largura e espessura de sementes variaram de 0,45 a 1,65 cm, 0,50 a 1,00 cm e 0,30 a 0,55 cm, respectivamente. O maior número de frutos foi encontrado na classe de comprimento entre 12,54 e 14,36 cm; largura entre 2,88 e 3,34 cm; espessura entre 1,20 e 1,29 cm e massa fresca entre 27,58 e 33,36 g. As classes de comprimento entre 1,17 e 1,41 cm; largura entre 0,60 e 0,70 cm; espessura entre 0,40 e 0,45 cm e massa entre 0,82 e 0,91 g apresentaram o maior número de sementes. É uma espécie que apresenta grande número de sementes por fruto, que deve contribuir para sua manutenção no ambiente, uma vez que mesmo ocorrendo consumo eventual das sementes, a quantidade pode contribuir para minimizar os efeitos deletérios. A maior variação morfométrica em frutos ocorreu para largura, com 153% e a menor para espessura, com 49%. A variação encontrada para massa de frutos (180%) foi bem superior a de sementes (57%), indicando que os frutos estão mais susceptíveis as variações ambientais, enquanto as sementes devem possuir maior controle genético no acúmulo de massa. De modo geral, a maior frequência para frutos e sementes, em todas as características avaliadas, ocorreu na classe mediana ou imediatamente próximo. Palavras-chave: Morfometria, Cerrado, Canafístula. Créditos de Financiamento: CNPq 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 99 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE IPÊ VERDE Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. (Bignoniaceae) Kattyane Vieira RAMOS1*, Ana Paula Leite de LIMA1, Sebastião Ferreira de LIMA1, Aleteia Cristina PAULESKI1, Patriky Rangell Leal SANTANA1, Maria Aparecida dos SANTOS1 O ipê verde, também conhecido como caroba-de-flor-verde, é nativo do Brasil e pertence aos biomas caatinga, cerrado, mata atlântica e pantanal. É uma espécie pioneira, não exigente com as condições do solo e muito usada para recuperação de áreas degradadas. Com características morfológicas bem distintas, suas flores são totalmente verdes e os frutos maduros expõem suas sementes ao vento, que são leves, brancas e aladas para a dispersão pelo vento. Possui fácil geminação, desenvolvimento lento sendo usado em paisagismo urbano e para uso medicinal. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características biométricas de frutos e sementes de ipê verde. Foram coletados 100 frutos em uma área remanescente de cerrado de Chapadão do Sul-MS. Foram avaliados o comprimento, largura, espessura e massa de cada fruto. Para as sementes foram avaliados o comprimento, a largura de sementes com asa e sem asa, bem como a massa e número de sementes por fruto. Foram encontradas em média 213 sementes por fruto de ipê verde. O comprimento, largura e espessura dos frutos variaram de 13,50 a 27,00 cm, de 4,40 a 8,20 cm e de 2,43 a 3,50 cm, respectivamente. Nas sementes com asa, a largura e o comprimento variaram entre 2,8 e 8,1 cm e 2,0 e 5,1 cm, respectivamente e nas sementes sem asa, os mesmos parâmetros variaram entre 0,5 e 1,4 cm e 0,4 e 1,8 cm, respectivamente. A massa de fruto variou de 36,18 a 116,24 g, enquanto a massa de sementes variou entre 4,20 e 21,75 g. A maior frequência de frutos foi encontrado nas classes de 18,90 e 21,6 cm, 5,92 e 6,68 cm, 2,88 e 3,07 cm e 84,22 e 100,23 g, respectivamente para comprimento, largura, espessura e massa de frutos. A maior frequência para sementes com asa foram obtidas nas classes de 4,92 e 5,98 cm e 4,48 e 5,1 cm, para comprimento e largura, respectivamente. Nas sementes sem asa, a maior frequência foram obtidas nas classes entre 1,22 e 1,40 cm e entre 1,52 e 1,80 cm, para comprimento e largura, respectivamente. Para massa de sementes, a maior frequência foi obtida para a classe entre 14,73 e 18,24 g. A variação para massa de sementes foi bem superior (418%) a encontrada para massa de frutos (221%), de toda forma, a variação foi grande, indicando que existe grande influência do ambiente no enchimento das sementes e na formação do fruto. Por ser uma espécie que produz muitas sementes por fruto, isso pode beneficiar sua manutenção no ambiente. Palavras-chave: Informações ecológicas, Distribuição geográfica, Cerrado. 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 100 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE JATOBÁ-DO-CERRADO Hymenaea stigonocarpa (Mart.) Ex Hayne (fabaceae-Cesalpinoideae) Wesley Gomes da SILVA1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Kattyane Vieira RAMOS1, Filipi Duran de MATTOS1, Rita de Cássia Mariano de PAULA1 O jatobá-do-cerrado é uma espécie comum em toda extensão do bioma do cerrado, sua floração ocorre no período de janeiro a fevereiro e os frutos começam a amadurecer de agosto a setembro. As espécies existentes no bioma cerrado sofrem devido a escassez de nutrientes, desenvolvendo fenótipos variados e apresentando características diferentes na floração e na formação dos frutos. O estudo biométrico ajuda a entender as variações que ocorrem em diferentes plantas dentro da mesma espécie. O estudo tem por objetivo avaliar as características biométricas de sementes e frutos de jatobá-do-cerrado. Foram coletados 128 frutos aleatoriamente de árvores de um remanescente de cerrado de Chapadão do Sul, MS. Nos frutos e sementes foram determinados o comprimento, a largura, a espessura e a massa. Também foi determinado o número de sementes por fruto. Obteve-se a média de 9 sementes por fruto, variando de 3 até 15 sementes. O comprimento, a largura e a espessura dos frutos variaram de 10,20 a 18,10 cm, 3,39 a 6,10 cm e 2,70 a 5,86 cm, respectivamente. A massa de frutos variou de 33,13 a 172,48 g, enquanto a massa de sementes variou de 2,09 a 7,30 g. O comprimento, a largura e a espessura das sementes variaram de 1,00 a 3,60 cm, 1,00 a 2,85 cm e 0,50 a 2,30 cm, respectivamente. A maior frequência para frutos foi encontrada nas classes de 13,46 a 14,94 cm; 4,47 a 5,02 cm; 3,33 a 3,96 cm e 88,87 e 116,74 g, respectivamente para comprimento, largura, espessura e massa. Para as sementes, a maior frequência foi obtida para as classes de 2,04 a 2,56 cm, 1,74 a 2,11 cm, 1,22 a 1,58 cm e 3,10 a 4,50 g, respectivamente para comprimento, largura, espessura e massa. Em frutos, a maior variação ocorreu na massa, 421%, seguido da espessura com 117%. A variação na massa de sementes, 249% foi alta, mas menor que a variação observada em frutos, indicando que esta característica sofre menor interferência ambiental. Os frutos são grandes e a quantidade de sementes por fruto relativamente alta, fator de alta valoração na sobrevivência da espécie em condições naturais, uma vez que são consumidas, principalmente por insetos. Para a exploração humana, esse potencial de produção de sementes facilita sua multiplicação e favorece a reprodução da mesma, reduzindo os riscos de perdas de material genético e possibilitando uso em projetos de recuperação de áreas degradadas. Palavras-chave: Morfometria, Biodiversidade, Cerrado. 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 101 BIOMETRIA DE FRUTOS E SEMENTES DE Schefflera macrocarpa Frodin (Araliaceae) EM REMANESCENTE DE CERRADO Lívia Gabriela Souza MAGALHÃES1*, Ana Paula Leite de LIMA1, Sebastião Ferreira de LIMA1, Arlindo Ananias Pereira da SILVA1 Schefflera macrocarpa, popularmente conhecido como o Mandiocão-do-Cerrado é uma espécie pioneira que ocorre em Cerrado e Mata de Galeria. Encontrados em solos pobres, bem drenados e argilosos, são espécies arbóreas tropicais que apresentam grande variabilidade nas características morfométrica de frutos e sementes. Ok Cerrado apresenta longos períodos de seca, sua vegetação é formada por arvoretas e arbustos, lenhosas, com troncos geralmente não eretos e torcidos. Estudos biométricos permitem conhecer melhor as diferenças fenotípicas determinadas pelas variações ambientais. O objetivo deste trabalho foi de avaliar as características biométricas de frutos e sementes que exibe um período prolongado de frutificação. Para avaliação da biometria foram utilizados 180 frutos e 360 sementes, em remanescente localizado na área urbana do município de Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul. O comprimento, largura e espessura de frutos variaram de 0,62 a 1,20 mm, 0,58 a 1,91 mm e 0,50 a 1,70 mm, respectivamente. A massa por fruto variou de 0,13 a 0,67g, enquanto a massa por semente variou de 0,01 a 0,22 g. O comprimento, largura e espessura de sementes variaram de 0,31 a 0,62 mm, 0,32 a 0,82 mm e 0,19 a 0,60 mm, respectivamente. Foram encontradas em média, duas sementes por fruto. As maiores frequências estatísticas avaliadas em todos os 180 frutos, ocorreram-se em classes que variam de 0,74 a 0,85 cm de comprimento, de 0,85 a 1,11 cm de largura e de 0,5 a 0,74 cm de espessura. E em classe pra as 360 sementes as frequências estatísticas variaram de 0,5 a 0,56 cm de comprimento, de 0,52 a 0,62 cm de largura e de 0,17 a 0,35 cm de espessura. As maiores frequências para massa de frutos e sementes ocorreram nas classes 0,35 a 0,45 g e 0,09 a 0,14 g, respectivamente. A maior variação em frutos e sementes ocorreu para espessura com 240% e 215%, respectivamente. O Mandiocão produz grande quantidade de frutos e sementes e por ser uma pioneira, é uma espécie que pode ser usada para projetos de recuperação de áreas degradadas e produção de mudas, podendo ser explorada comercialmente. Palavras-chave: Morfometria, Pioneiras, Mandiocão-do- Cerrado, Áreas degradadas. 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 102 BIOMETRIA E GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Araucaria angustifolia (BERT.) O. KUNTZE (Araucariaceae) EM MATRIZES PROVENIENTES DA REGIÃO SUL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. , Natália Reguera CARVALHO2, Dulcineia de CARVALHO1 Joelma Aparecida Rabelo de PÁDUA1 1* Araucaria angustifolia é uma gimnosperma neotropical e historicamente foi a espécie arbórea de maior valor econômico para o Brasil. Desde a década de setenta a espécie encontra-se nas listas oficiais das espécies arbóreas sul-americanas em risco de extinção. O objetivo desse trabalho foi avaliar a biometria e germinação de sementes provenientes de duas populações naturais de A. angustifolia localizadas nas cidades de Alagoa (MG) e Aiuruoca (MG). Foram coletadas sementes de onze árvores, sendo sete em Aiuruoca e quatro em Alagoa. As características biométricas (peso, largura, espessura e comprimento) e os componentes (testa, endosperma e embrião) foram avaliadas em 310 sementes. A porcentagem de germinação foi mensurada em 770 sementes (70 de cada matriz) em estufa com 50% de sombra, com irrigação controlada em temperatura ambiente. As sementes foram semeadas em tubetes de 120 cm3. Foi utilizado substrato composto por 60% de fibra de coco, 20% de casca de arroz, 20% de esterco e N-P-K (4-14-8) 6 kg (considerando-se 1m3 de substrato). Em torno de 40 dias após a semeadura iniciou-se a germinação. A germinação total foi de 80%, ou seja, das 770 sementes 614 germinaram. As características biométricas das sementes apresentaram ampla variação de massa (3,43 a 12,44 g), largura (5,01 a 19,27 mm), espessura (0,45 a 14,56 mm) e comprimento (28,26 a 62,02 mm). Todas as características biométricas tiveram correlações positivas entre si, sendo demonstrando que o crescimento das sementes mostrou-se uniforme em tamanho e massa. Em relação à estrutura da semente, a maior proporção de massa fresca na população de Aiuruoca foi representada pelo endosperma (5,04± 1,23), seguido da testa (1,64± 0,43) e do embrião (0,14 ± 0,04), resultado semelhante ao da população de Alagoa onde maior proporção de massa fresca foi representada pelo endosperma (5,80 ± 1,44), testa (2,16 ± 0,48) e embrião (0,160 ± 0,044). A ampla variação nas características biométricas das sementes associada à alta taxa de germinação indicam elevada diversidade morfológica dentro das populações estudadas. Essas informações devem ser consideradas em programas de conservação e de manejo para a espécie. Palavras-Chave: Gimnosperma, Populações naturais, Características biométricas. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 103 BRIÓFITAS DO HERBÁRIO MARANHÃO, BRASIL PROF. ALUISIO BITTENCOURT, CAXIAS, Naiara Assunção SAMPAIO11*, Débora Andrade de SOUSA1, Gonçalo Mendes da CONCEIÇÃO1 O Herbário é um valioso banco de dados que armazena informações sobre a fitodiversidade, constituindo-se em um instrumento de preservação de espécimes para consulta e referência futuras. O Herbário Prof. Aluisio Bittencourt (HABIT) foi criado em 2006 e cadastrado na Rede Brasileira de Herbários, cujo objetivo é armazenar informações sobre a diversidade de espécies da flora do estado do Maranhão. Para o conhecimento do acervo foram analisados dados relacionados a: família, gênero, espécie, substrato, data da coleta, coletor e identificador. De acordo com os dados obtidos, o Herbário possui 1.181 espécimes, distribuídos em 89 espécies, 46 gêneros e 24 famílias, a saber: Archidiaceae, Bartramiaceae, Bryaceae, Calymperaceae, Dicranaceae, Ditrichaceae, Entodontaceae, Erpodiaceae, Fabroniaceae, Fissidentaceae, Frullaniaceae, Helicophyllaceae, Hypnaceae, Lejeuneaceae, Lepidoziaceae, Pilotrichaceae, Plagiochilaceae, Pottiaceae, Pterobryaceae, Rhachitheciaceae, Sematophyllaceae, Splachnobryaceae, Stereophyllaceae e Thuidiaceae. Os substratos solo, corticícola, epífita e rupícola foram os mais representativos entre as espécies pesquisadas. O número expressivo de espécimes e espécies retrata o esforço de coleta realizado no cerrado de Caxias, possibilitando desta forma o conhecimento da diversidade vegetal do estado do Maranhão. Palavras-chave: Brioflora, Coleção botânica, Herborização. : Universidade Estadual do Maranhão, Departamento de Química e Biologia, Núcleo de Pesquisa dos Recursos Biológicos dos Cerrados Maranhenses/RBCEM, Centro de Estudos Superiores de Caxias, Morro do Alecrim, Praça Duque de Caxias S/N, CEP: 65.604-380, Caxias/MA, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 104 CARACTERÍSTICAS DA ANATOMIA FOLIAR DE Eichhornia azurea Kunth (Pontederiaceae), CULTIVADA EM EFLUENTES DE TRUTÁRIO Katiúcia Dias FERNANDES*1, Evaristo Mauro de CASTRO2, Tácio de Souza Pádua DIAS3, Estefânia Santos RIBEIRO1, Marinês Ferreira PIRES1, Cláudia Lopes Selvati de Oliveira MORI4 A fitorremediação utilizando macrófitas aquáticas, capazes de promover a remoção do excesso de matéria orgânica, é um método de remedição que poderá auxiliar na melhoria das condições ambientais. Estudos sobre a utilização desses vegetais no tratamento de efluentes de aquicultura são recentes no Brasil. O objetivo desse trabalho foi identificar modificações anatômicas em folhas de Eichhornia azurea cultivadas em efluentes de trutário. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, utilizou-se bandejas plásticas com 4 L de solução repostas diariamente, em delineamento inteiramente casualizado com 2 tratamentos: T1- Efluente de trutário (após tanque de sedimentação) e T2- Controle (água deionizada), 3 repetições com 4 fotomicrografias por repetição e 3 medições por fotomicrografia. As plantas foram armazenadas em etanol 70%, até o momento das análises. Para análises anatômicas de folha de Eichhornia azurea foram realizados cortes transversais, em micrótomo de mesa, que foram corados com Azul de toluidina. As fotomicrografias das lâminas foram analisadas em software para análise de imagens UTHSCSA-Imagetool, medindo-se espessura da epiderme na face abaxial e adaxial, espessura do parênquima paliçádico e esponjoso. As folhas das plantas cultivadas em efluente de trutário apresentaram lâmina foliar mais espessa quando comparado com folhas das plantas cultivadas em água deionizada. Tanto parênquima paliçádico quanto parênquima esponjoso das folhas de plantas cultivadas em efluente de trutário apresentaram maior espessura quando comparado com folhas de plantas cultivadas em água deionizada. Não se observou diferença entre as plantas cultivadas em efluente de trutário e água pura em relação à epiderme da face adaxial, quanto à epiderme da face abaxial observou-se uma maior espessura nas folhas cultivadas em efluente de trutário. As modificações anatômicas indicam que Eichhornia azurea é tolerante ao excesso de matéria orgânica quando cultivada em efluente de trutário. Palavra-chave: Macrófita, Parênquima esponjoso, Água residuária, Aguapé Agradecimento: FAPEMIG – Fundação de Amparo a Pesquisa e Ensino de Minas Gerais 1Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 2 Professor adjunto - Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia – DBI Lavras-MG, Brasil 3 Programa Iniciação Científica - Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Lavras-MG, Brasil 4 Recém Doutor Júnior FAPEMIG Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Lavras-MG, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 105 CARACTERÍSTICAS DAS DIMENSÕES DAS FIBRAS MICROFIBRILAR DE ESPÉCIES DO GÊNERO Khaya A. Juss E ÂNGULO Alessandra De Oliveira RIBEIRO1*, Selma Lopes GOULART2, Cassiana Alves FERREIRA2, Luíz Eduardo de Lima MELO2, Carolina Rezende Pinto NARCISO2, José Tarcísio LIMA2 As fibras fazem parte da constituição anatômica da madeira, tendo como função principal sua sustentação mecânica, estando estas, relacionadas diretamente com as microfibrilas. Nas camadas da parede secundária das fibras do lenho de árvores, principalmente na camada S2, elas formam ângulos com o eixo axial das fibras. Estudos que retratam a morfologia das fibras e a inclinação das microfibrilas são de extrema importância na determinação do uso final da madeira. Nesse contexto, objetivou-se neste trabalho determinar as dimensões das fibras e avaliar o ângulo microfibrilar das madeiras de Khaya ivorensis e Khaya senegalensis, provenientes do Estado do Pará, com idade de 11 anos. As amostras foram retiradas de discos a 1,30 m do nível do solo. A metodologia aplicada no trabalho foi aquela tradicionalmente recomendada para estudos em anatomia de madeira. Posteriormente realizou-se uma análise de correlação de Pearson com as médias de dimensões das fibras em função do ângulo microfibrilar. Observou-se nos resultados que tanto K. ivorensis quanto K. senegalensis apresentam fibras curtas do tipo libriforme, com comprimento médio de 1334,89 µm e 1178,83 µm respectivamente. K. ivorensis possui fibras de parede espessa, média de 4,40 µm, diâmetro médio do lume de 8,03 µm e largura média da fibra de 16,83 µm, sendo a média do ângulo microfibrilar de 12,6º. K. senegalensis também apresenta fibras de parede espessa, média de 3,90 µm, diâmetro médio do lume de 8,66 µm e largura média da fibra de 16,46 µm, sendo a média do ângulo microfibrilar de 10,8º. Verificou-se que na interação do ângulo microfibrilar com a parede, lume e o comprimento das fibras foi positiva para ambas as espécies. Os resultados demonstram que tanto as dimensões das fibras quanto o ângulo das microfibrilas das espécies analisadas, apresentam características tecnológicas relevantes que confirmam as boas propriedades de resistência de suas madeiras, com características semelhantes a outras espécies florestais como o eucalipto e o cedro australiano. Palavras-chave: Dimensões das fibras; ângulo microfibrilar; Khaya. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Ciência & Tecnologia da madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência:[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 106 CARACTERÍSTICAS DE TROCAS GASOSAS DE COPO-DE-LEITE EM FUNÇÃO DE GRAUS-DIA DE DESENVOLVIMENTO Marcelo RODRIGUES1*, Thaís de Oliveira Fontes MANSUR1, Caio Morais de Alcântara BARBOSA1, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA1, João Paulo Rodrigues Alves Delfino BARBOSA1 O copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) é uma planta ornamental com crescente aceitação no mercado nacional. Todavia, seu cultivo pode ser restrito de acordo com condições climáticas como a temperatura. Objetivou-se avaliar as trocas gasosas em função de graus-dia de desenvolvimento - GDD, para definir a melhor época de plantio da espécie. Assim, rizomas foram plantados individualmente no outono e inverno em vasos e mantidos em casa de vegetação. A cada 30 dias foram avaliados as características de trocas gasosas foliares. Não foi observado diferença entre as épocas de plantio outono e inverno em mudas de copode-leite para as características déficit de pressão de vapor, condutância estomática e eficiência fotoquímica do fotossistema II. Mudas de copo-de-leite plantadas no outono apresentam maior eficiência do uso da água; maior eficiência do uso da luz; maiores valores médio de fotossíntese líquida; maior densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativos e maior produção de hastes florais. O plantio de inverno apresentou maior taxa de transpiração, devido aos maiores valores de temperatura e GDD após esse período. Sendo possível caracterizar os estágios de desenvolvimento e idade foliar de acordo com os níveis de trocas gasosas. O copo-de-leite necessita de irradiância entre 250 a 450 µmol m-2 s-1, com temperaturas entre 25 a 30 oC na fase inicial de crescimento até atingir 1000 GDD, seguido de redução da temperatura entre 12 a 15 oC até atingir 3500 GDD, possibilitando maior produção de hastes florais. Palavras-chave: Zantedeschia aethiopica. Fotossíntese. GDD. Créditos de financiamento: CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 107 CARACTERÍSTICAS ESTOMÁTICAS DE Eleocharis spp. (Cyperaceae) DE POPULAÇÕES DO SUL DE MINAS GERAIS Gabriel Resende Naves SILVA1, Fabricio José PEREIRA1, Evaristo Mauro De CASTRO1, Márcio Paulo PEREIRA1, Marines Ferreira PIRES1, Gabriel de Resende BARONI1 O gênero Eleocharis apresenta cerca de 250 espécies que ocorrem em solos úmidos ou alagados. O objetivo deste trabalho é analisar as características estomáticas entre Eleocharis acutangula (Roxb.) Schult., Eleocharis sellowiana kunth. e Eleocharis elongata Chapm. em populações naturais do Sul de Minas Gerais. Foram coletados dez exemplares por espécie em populações localizadas em açudes naturais. As plantas foram fixadas em etanol 70% e realizadas secções paradérmicas na região mediana do colmo, montadas lâminas semipermanentes, fotografadas em microscópio óptico acoplado à câmera digital e avaliadas no software UTHSCSA-Imagetool. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizados com três tratamentos e dez repetições, sendo avaliados cinco campos por repetição. Os dados foram submetidos à análise de variância e teste de Scott-Knott a p<0,05. A densidade de células epidérmicas que E. acutangula possui valores 8,35% maiores que E. sellowiana e 36,81% maiores que E. elongata, o que pode refletir uma epiderme mais compacta, impedindo a entrada de patógenos e a radiação excessiva protegendo os tecidos internos. O diâmetro polar em E. sellowiana apresenta médias 15,76% maior que a E. elongata e 46,68% maior do que a E. Acutangula. O diâmetro equatorial em E. sellowiana é 5,79% menor que nas outras espécies. A espécie E. acutangula possui a densidade estomática 30,2% maior que E. elongata e 58,63% em comparação com E. sellowiana. Os dados do índice estomático mostra que a espécie E. sellowiana é 36,23% menor que as outras espécies, e a análise da funcionalidade estomática mostra-se 22,98% maior que E. elongata e 55,61% que E. acutangula. Os resultados da densidade estomática e índice estomático, mostra que E. acutangula possui maior capacidade de captação de CO2 em comparação com as outras espécies podendo promover um maior potencial fotossintético, assim, essas espécie podem ter um maior potencial de crescimento em relação à E. sellowiana, entretanto, observando os dados de funcionalidade estomática mostra que E. sellowiana investe em menor quantidade de estômatos, porém com maior funcionalidade. Dessa forma, pode haver uma compensação na quantidade de estômatos pela funcionalidade estomática. Isso pode promover uma vantagem, pois permite a essa espécie tolerar períodos de restrição hídrica e sobreviver em maior quantidade em comparação com as outras. Uma menor densidade estomática também irá promover redução na transpiração, corroborando essa hipótese. Palavras-chave: Macrófitas, Anatomia vegetal, Limnologia. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Botânica Estrutural, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 108 CARACTERÍSTICAS ESTOMÁTICAS DE Typha domingensis (Typhaceae) PROVENIENTES DE DIFERENTES ADENSAMENTOS POPULACIONAIS CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA Carolina Toledo Garib SORIANO¹1*, Fabricio José PEREIRA1; Hugo Machado MOREIRA1; Márcio Paulo PEREIRA1; Gabriel Resende Naves da SILVA1, Evaristo Mauro de CASTRO1 As macrófitas como a taboa Typha domingensis Pers. (Typhaceae) são plantas aquáticas importantes como produtoras e podem gerar problemas em função de seu crescimento populacional, ocorrendo diferentes adensamentos populacionais no ambiente e esses podem relacionar-se com a estrutura e função de seus órgãos. O objetivo desse trabalho foi avaliar as características estomáticas de T. domingensis proveniente de áreas de alto e baixo adensamento populacional em açudes naturais na região de Lavras – MG. As plantas foram coletadas em locais de alto e baixo adensamento populacional e propagadas em casa de vegetação durante 90 dias. Após esse período, as plantas foram selecionadas quanto ao tamanho e número de folhas e transferidas para bandejas contendo 4 L de solução nutritiva de Hoagland e Arnon a 40% da força. Após 30 dias, foram coletados fragmentos da região mediana de folhas completamente expandidas sendo fixados em etanol 70%. Foram realizadas secções paradérmicas das faces adaxial e abaxial das folhas, sendo coradas com safranina 1% e montadas em lâminas semipermanentes. As lâminas foram fotografadas em microscópio óptico acoplado à câmera digital, sendo as fotomicrografias avaliadas no software UTHSCSA-Imagetool. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com dois tratamentos e 14 repetições, sendo avaliados 15 campos por repetição. Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott para P<0,05. Os estômatos das folhas de populações muito adensadas possuem diâmetro polar 6,41% maiores, diâmetro equatorial 4,6% menores, e funcionalidade estomática 11,11% maior na face abaxial das folhas. Contudo, sem diferenças significativas para densidade e índice estomáticos em função do adensamento populacional. Na face adaxial, resultados semelhantes ocorreram, sendo que as plantas de populações muito adensadas possuem estômatos com diâmetro polar 3,6% maiores e os estômatos são 4,79% mais funcionais em relação aos estômatos das populações pouco adensadas. Contudo para o diâmetro equatorial, densidade e índice estomáticos não ocorreram diferenças significativas nos estômatos das plantas em função dos diferentes adensamentos populacionais. Portanto, diferentes populações de taboa possuem diferenças nas características estomáticas, sendo que as populações com alto adensamento populacional possuem estômatos mais funcionais que podem otimizar a captação de CO2 e a fotossíntese. Palavras-chave: Taboa, Macrófitas aquáticas, Adensamento populacional. Financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 109 CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS DE VARIEDADES DE OLIVEIRAS EM MARIA DA FÉ- MG Fábio Oseias dos Reis SILVA1*, José Darlan RAMOS1, Marcelo Caetano de OLIVEIRA1, Débora dos Santos LOPES1, Rodrigo Amato MOREIRA1, Ana Claudia COSTA1 O cultivo da oliveira (Olea europaea) ainda é recente no Brasil e com isso é necessário o levantamento de informações consistentes em nível nacional que dêem suporte aos produtores de cada região. A espécie apresenta ampla gama de variedades as quais apresentam diversidade com relação às exigências edafoclimáticas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características fenológicas das variedades de oliveiras em Maria da Fé, Minas Gerais. O experimento foi realizado na Fazenda experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), microrregião da serra da Mantiqueira, no Sul do estado, no período de janeiro de 2008 a março de 2011. As avaliações foram efetuadas nas variedades Alto D´Ouro, Arbequina, Galega, Grappolo 541, Grappolo 561, Grappolo 575, Negroa, Penafiel, Ropades 392 e Santa Catalina. Foram avaliadas as características fenológicas nos ciclos 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011. Os resultados indicam que o período de florescimento das variedades variou de julho a outubro e de colheita de janeiro a março, sendo que a mais precoce foi a variedade Arbequina e as mais tardias Galega, Grappolo 575 e Santa Catalina. Palavras-chave: Olea europaea, Florescimento, Frutificação. Os autores agradecem ao CNPq, CAPES e FAPEMIG pela concessão das bolsas. 1 :Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura (DAG), Campus Universitário, Caixa Postal 3037, 37200-000, Lavras, MG, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 110 CARACTERÍSTICAS MICRONUTRICIONAIS E ANATÔMICAS RADICULARES DE Eicchornia azurea Kunth (Pontederiaceae) EM ÁGUA RESIDÁRIA DE CAFÉ Marinês Ferreira PIRES1*, Evaristo Mauro de CASTRO1, Cynthia OLIVEIRA2, Ana Carolina Oliveira DUARTE3,Virgílio Anastácio SILVA4, Fabrico José PEREIRA1 O impacto que as águas residuárias da lavagem, descascamento e desmucilagem de frutos do cafeeiro causam ao ambiente é grande, pelo enorme volume de água limpa utilizado no processamento do fruto, e pela carga orgânica que essas águas possuem, podendo trazer muitos prejuízos aos corpos d’água receptores. Dentre as soluções propostas para tratamento de águas residuárias ricas em material orgânico e nutrientes, destaca-se a utilização de macrófitas capazes de extrair durante seu crescimento o excesso de nutrientes presentes nessas águas. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar os aspectos anatômicos e micronutricionais de raízes de Eicchornia azurea submetidas a diferentes concentrações de água residuária do beneficiamento dos frutos do cafeeiro. Plantas foram coletadas e propagadas em solução nutritiva em casa de vegetação. Posteriormente, plantas da terceira geração foram dispostas em caixas d’água de 217 L contendo os diferentes tratamentos: 0% (controle), 25%, 50%, 75% e 100%. Após 10 dias foram coletadas amostras de folhas para análise nutricional e para análise anatômica que foram armazenadas em etanol 70%. As análises anatômicas demonstraram redução no diâmetro total das raízes, espessamento da endoderme e aumento de aerênquimas no córtex em raízes expostas a água residuária, além de indícios de danos nas células epidérmicas das raízes sob 100% de água residuária. Em relação aos micronutrientes, houve uma redução nas concentrações de zinco e manganês na presença da água residuária; um aumento na concentração de cobre ao longo dos tratamentos; e um aumento inicial, seguido de queda na concentração de ferro sob 100% de água residuária. O aumento de aerênquima e o espessamento na endoderme podem indicar um mecanismo de tolerância ao excesso de nutrientes na água, sendo a endoderme considerada uma barreira aploplástica que minimiza a translocação para parte aérea. No entanto, a redução na concentração de alguns micronutrientes, a redução no diâmetro total das raízes e os danos na epiderme sob a maior concentração de água residuária podem indicar um efeito de toxicidade do excesso de nutrientes na água. Palavras-chave: Filtro biológico, micronutrientes, anatomia, aguapé. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPq 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 2 Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 3 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200000, Lavras MG 4 Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Departamento de Agricultura, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 111 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA MADEIRA DE Schizolobium parahyba var. amazonicum (FABACEAE) PROVENIENTE DE FLORESTA PLANTADA Luiz Eduardo De Lima MELO1*, Camilo Antônio Costa Barcelos DIAS1, Cláudia de Jesus SILVA, Cláudia Viana URBINATI1, Iedo Souza SANTOS2, Débora Fernanda Reis NASCIMENTO1 Pesquisas a cerca da estrutura anatômica do lenho de espécies provenientes tanto de ocorrência natural em mata nativa como também em floresta plantada, têm auxiliada cada vez mais na solução de questões relacionadas à xilogenese, taxonomia, ecologia e no entendimento do comportamento da madeira frente a sua utilização como material. A espécie Schizolobium parahyba var. amazonicum Huber ex. Ducke (paricá) tem sido largamente plantada no estado do Pará, e é fonte de madeira de qualidade para indústrias de painéis de compensado da região, entretanto o conhecimento geral das características das células que compõem seu lenho ainda é informação de difícil acesso na literatura. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi caracterizar anatomicamente a madeira de paricá proveniente de floresta plantada. Foram derrubadas 10 árvores de nove anos de idade, plantadas em diferentes espaçamentos no município de Garrafão do Norte/PA. De cada árvore foram retirados discos a 1,30 do nível do solo. Para avaliação das estruturas, foram retirados corposde-prova com aproximadamente 2 cm3 a aproximadamente 2 cm do câmbio vascular. Estes foram então seccionados em micrótomo de deslize com espessura entre 16 µm e 18 µm, posteriormente sendo montados em laminas permanente e sua estrutura anatômica analisada em microscópio de luz, seguindo procedimento padrão em anatomia da madeira. Observou-se que o lenho da espécie apresentou camadas de crescimento bem demarcadas por zonas escuras de tecido fibroso, onde ocorre espessamento diferencial da parede das fibras associadas a finíssimas linhas de parênquima marginal e alargamento dos raios. Elementos de vasos difusos, tendendo ao arranjo diagonal, majoritariamente solitários, placas de perfuração simples; pontuações intervasculares alternas, pontuações guarnecidas presentes, pontuações radio-vasculares com aréolas distintas semelhantes às intervasculares em tamanho e forma, diâmetro médio de 244 µm, comprimento médio de 407 µm. Parênquima axial aliforme simples de extensão losangular, por vezes confluentes em trechos curtos, presente também paratraqueal vasicêntrico e apotraqueal em finíssimas linhas irregulares aparentemente concêntricas. Raios mais largos tetrasseriados ou mais (30,94%), trisseriados (52,88%), bisseriados (12,33%), unisseriados (4,18), todas as células do raio são procumbentes, raios por mm linear média de 8, largura média de 32 µm, altura média de 326 µm, não estratificados. Fibras libriformes, comprimento médio de 1143 µm, diâmetro do lume de 19 µm e espessura da parede média de 2,5 µm. De forma geral a descrição anatômica da espécie esta coerente com o prescrito em literatura para as espécies lenhosas da família Fabaceae, com exceção da demarcação das camadas de crescimento pelo alargamento dos raios. Palavras-chaves: Paricá, Anatomia descritiva, Floresta plantada, Região Amazônica. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Universidade do Estado do Pará, Departamento de Tecnologia da Madeira, Belém-PA, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 112 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DA SEMENTE DE Erythroxylum tortuosum Mart. (Erythroxylaceae) Luciana da SILVA1*, Adriana Tiemi NAKAMURA1 A família Erythroxylaceae é umas das mais representativas no cerrado e suas espécies são reconhecidas pela presença de flores alvas heterostílicas e pela cor vermelha dos frutos carnosos. Este trabalho teve por objetivo descrever anatomicamente a semente de Erythroxylum tortuosum Mart. visando subsidiar futuros trabalhos sistemáticos, filogenéticos, ecológicos e de restauração de áreas degradadas. Foram coletados frutos de inúmeros indivíduos da espécie ocorrentes na Estação Ecológica do Panga, Uberlândia-MG. O material foi fixado em Karnovsky e conservado em etanol a 70%. Frutos maduros foram desidratados em série etílica e incluídos em hidroxietil-metacrilato. Com auxílio do micrótomo de deslize, foram realizadas secções transversais de quatro frutos. O material produzido foi corado com azul de toluidina e as lâminas permanentes foram confeccionadas a partir da montagem da lamínula sobre a lâmina utilizando-se resina sintética. A semente é bitegumentada, albuminosa e possui embrião axial, com eixo hipocótilo-radícula reto e cotilédones carnosos. A exotesta apresenta uma camada de células cubóides, alongadas radialmente, com composto fenólico. A mesotesta possui células parenquimáticas, com formato e tamanho variados e presença de inúmeros idioblastos com compostos fenólicos. A camada da endotesta é muito semelhante a da mesotesta. O exotégmen possui uma camada de células alongadas radialmente, com parede espessa e lignificada. O mesotégmen apresenta várias camadas de células parenquimáticas, tamanho e formato variado, em algumas regiões esta camada apresenta-se comprimida. O endotégmen apresenta células alongadas tangencialmente e reserva de composto fenólico, estando comprimida em algumas regiões junto ao mesotégmen. O endosperma possui várias camadas de células parenquimatosas com tamanho e formato variado. O embrião apresenta protoderme com células de formato variado e citoplasma denso. O meristema fundamental é composto por células de formato e tamanho variados, núcleo evidente e parede fina. As células do procâmbio estão em início de diferenciação, imersas no meristema fundamental. Observam-se células contendo compostos fenólicos dispersos nos tecidos meristemáticos do embrião e no tegumento, os quais podem atuar na defesa contra a herbivoria, fato que ocorre intensamente no cerrado. A semente de E. tortuosum apresenta caracteres anatômicos típicos de representantes de Erythroxylaceae. Palavras-chave: Anatomia, Órgãos Reprodutivos, Cerrado Apoio financeiro: FAPEMIG 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 113 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DE DUAS ESPÉCIES MICROPROPAGADAS DE Anthurium andreanum Lindl. (Araceae) ACLIMATIZADAS Gabrielen de Maria Gomes DIAS1*; Joyce Dória Rodrigues SOARES1; Filipe Almendagna RODRIGUES1; Moacir PASQUAL1; Ana Cecília Ribeiro de CASTRO2; Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2 O gênero Anthurium Schott. (Araceae) compreende mais de 600 espécies, normalmente herbáceas, epífitas, nativas da América tropical, conhecidas popularmente por antúrio. Todas as espécies são ornamentais e destacam-se pela beleza da folhagem; uma delas, o Anthurium andreanum Lindl., sobrepuja às demais pela preferência do público como planta ornamental devido ao tamanho e colorido de suas “flores”. O trabalho teve por objetivo caracterizar e quantificar a anatomia foliar de dois Anthurium andreanum Lindl., provenientes do banco de germoplasma in vitro da Embrapa (CNPAT), aclimatizadas em casa de vegetação. O trabalho foi realizado no Laboratório de Anatomia Vegetal no Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA). As porcentagens de sobrevivência foram de 100% para as duas espécies. Para as análises, foram utilizadas 5 folhas de cada planta de antúrio cv. Eidibel e Rubi. As amostras foram fixadas em F.A.A.70% e armazenadas, posteriormente, em etanol 70%. Secções paradérmicas das faces abaxial e adaxial foram realizadas à mão livre, enquanto que as secções transversais foram feitas em micrótomo de mesa. As secções foram colocadas em placas de Petri contendo hipoclorito de sódio 1%, durante, aproximadamente, 10 minutos. Em seguida, foram transferidas para água destilada por 10 minutos e coradas com safranina 1,0% e safrablau (safranina 1% e azul de Astra 0,1%) para secções paradérmicas e transversais, respectivamente. Posteriormente foram montadas lâminas semipermanentes com glicerol 50%. O material foi observado em microscópio Olympus CX41 acoplado a câmera digital Belcam DIV-3000, fotografados (15 campos de cada cultivar) e as medidas foram realizadas no software ImageTool 3.0. Avaliou-se a densidade estomática, relação diâmetro polar/diâmetro equatorial dos estômatos, funcionalidade, espessura da epiderme das faces abaxial e adaxial e espessura de parênquimas esponjoso e paliçádico. Os resultados mostraram que antúrios cv. Eidibel e Rubi possuem folhas do tipo hipoestomática, caracterizadas por apresentarem estômatos apenas na face abaxial, sendo os referidos estômatos classificados como paracíticos. As densidades estomáticas foram de 22 e 21 estômatos/mm2 e a funcionalidade tiveram como valores 1,37 e 1,22, respectivamente. As espessuras médias das epidermes abaxial foram de 36,99 µm e 48,99 µm e adaxial de 37,74 µm e 57,02 µm, respectivamente. O parênquima esponjoso apresentou espessura de 141,45 µm e 209,76 µm enquanto que a espessura do parênquima paliçádico foi de 66,99 µm e 92,22 µm, respectivamente. Concluindo que as plantas não sofreram qualquer tipo de anomalia ou alteração anatômica durante o processo de micropropagação. Palavras- chave: Anthurium andreanum, Ornamental, Descrição anatômica. Agradecimentos: Os autores agradecem ao CNPq, a FAPEMIG e à CAPES. 1 2 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Caixa postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG. Embrapa Agroindústria Tropical (CNPAT,) Planalto do Pici, CEP 60511-110, Fortaleza - CE. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 114 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DE FOLÍOLOS E INFLORESCÊNCIAS UTILIZADOS PARA INDUÇÃO DE CALOS EMBRIOGÊNICOS EM DENDEZEIRO Marlúcia Souza PÁDUA1*, Leandro de Oliveira LINO2, Vanessa Cristina STEIN3, Luis Gustavo Texeira da SILVA1, Evaristo Mauro de CASTRO4, Luciano Vilela PAIVA1 O dendezeiro é a planta que apresenta a maior produtividade de óleo por área cultivada e devido à sua importância econômica, estudos científicos têm buscado aprimorar a propagação vegetativa. Neste intuito, a cultura de tecidos vegetais, por meio da embriogênese somática, é uma ferramenta favorável para a redução do tempo requerido para a obtenção de mudas uniformes e com alta qualidade fitossanitária e acelerando também os programas de melhoramento genético. Para o estabelecimento de protocolos eficientes de embriogênese é importante conhecer a estrutura anatômica e o potencial morfogenético dos tecidos que serão utilizados. O objetivo desse trabalho foi caracterizar anatomicamente folíolos e inflorescências de dendezeiro utilizadas para a indução de calos embriogênicos. Folíolos e inflorescências foram fixados em álcool 70% por 24 horas, seccionados transversalmente, clarificados com hipoclorito de sódio 1% de cloro ativo, corados com Safranina e Azul de Astra (Safrablau 7:3), montados em lâminas semipermanentes e fotomicrografados. Os folíolos do dendezeiro apresentam epiderme simples. As células da epiderme adaxial têm formato retangular e são cobertas por cutícula espessa. As células da epiderme abaxial são predominantemente elípticas e cobertas por cutícula bem delgada. Abaixo da epiderme adaxial e abaxial os folíolos possuem uma hipoderme biestratificada e idioblastos dispostos geralmente entre os feixes vasculares. No mesofilo, o parênquima clorofiliano paliçádico é irregularmente multiestratificado e o parênquima clorofiliano lacunoso é formado por células poligonais irregulares com espaços intercelulares reduzidos. Essas células parenquimáticas possuem núcleo ativo e paredes celulares primárias delgadas, podendo se desdiferenciar e dar origem a massas celulares (calos) que podem seguir rotas embriogênicas, formando embriões somáticos. As inflorescências apresentam, na base e na parte mediana da ráquis, inúmeros feixes vasculares colaterais organizados concentricamente no parênquima fundamental que por ser pouco diferenciado possui alta capacidade de formação calos. Na parte mediana da ráquis essa organização se mantém e na parte apical da ráquis observa-se o início da formação das gemas florais que possuem alta capacidade de diferenciação celular. Palavras-chave: Elaeis guineensis Jacq, Cultura de tecidos vegetais, Anatomia vegetal, Embriogênese somática. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Biologia Molecular, Programa de Pósgraduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. [email protected] 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Góias, Campus Jataí, Rodovia 364, Km 2800, Setor Industrial, Cep 75.800.000, Jataí-Go, Brasil 4 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 115 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DE ÓRGÃOS VEGETATIVOS DE Physalis Peruviana L. (Solanaceae) Filipe Almendagna RODRIGUES1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES1, Renata Alves Lara SILVA1, Edwaldo dos Santos PENONI1, Luciana Alves Caldeira BRANT1, Moacir PASQUAL1 Objetivou-se com este trabalho caracterizar anatomicamente os órgãos vegetativos (caule e folha) de Physalis peruviana L. (Physalis). No Laboratório de Anatomia Vegetal, do Departamento de Biologia da UFLA, realizou-se a caracterização anatômica de órgãos vegetativos, sendo coletadas as duas primeiras folhas completamente expandidas e fragmentos de cerca de 5 cm de ramos ortotrópicos caulinares de plantas adultas cultivadas na casa de vegetação do Departamento de Agricultura da UFLA. Em seguida, estes materiais foram fixados e armazenados em etanol 70% até o momento da realização das análises. As seções transversais foram obtidas da região mediana das folhas, utilizando-se micrótomo de mesa. Já as secções paradérmicas foram obtidas na epiderme adaxial e abaxial na região mediana foliar. Em seguida foram realizadas as fotomicrografias. Observa-se que a folha da Physalis apresenta mesofilo dorsiventral, com uma camada de parênquima paliçádico logo abaixo da epiderme da face adaxial e em seguida parênquima esponjoso. A região da nervura central da folha, em seção transversal, possui epiderme uniestratificada, presença de colênquima angular logo abaixo da epiderme e sistema vascular composto de xilema voltado para a face adaxial e floema para a face abaxial. Ocorre uma porção de parênquima fundamental abaixo do colênquima e no entorno do sistema vascular. Os estômatos da Physalis são do tipo anomocítico, encontrando-se limitados à superfície abaxial da folha, sendo, portanto, classificada como hipoestomática. As células estomáticas encontram-se elevadas em relação à epiderme. A Physalis apresenta grande quantidade de tricomas, tanto no caule quanto nas folhas. Nas folhas e no caule, ocorre a presença de tricomas tectores unisseriados e multisseriados, tanto na epiderme da face abaxial quanto adaxial. O caule da Physalis possui epiderme unisseriada, recoberta pela cutícula. Já internamente à epiderme encontra-se o córtex, que apresenta de três a quatro camadas de células de colênquima e parênquima cortical com células achatadas decorrentes do início do desenvolvimento dos tecidos vasculares secundários. O sistema vascular composto por feixes colaterais abertos delimita um caule. O sistema vascular na região amostrada já se encontra em início do desenvolvimento dos tecidos vasculares secundários, formados por floema mais externo e xilema mais interno sendo produzidos pelo câmbio vascular formado por uma camada de células. Palavras-chaves: Fruticultura, Physalis, Anatomia. Os autores agradecem à FAPEMIG, ao CNPq e à CAPES pelo apoio financeiro. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 116 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DESCRITIVA DO XILEMA SECUNDÁRIO DE Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss Alessandra De Oliveira RIBEIRO1*, Cassiana Alves FERREIRA2, Luíz Eduardo de Lima MELO2, Carolina Rezende Pinto NARCISO2, Cláudia Viana URBINATI2, Fábio Akira MORI2 O estudo anatômico do xilema secundário fornece dados significativos para a identificação e diferenciação de espécies, capazes de subsidiar estudos relativos à filogenia e anatomia ecológica, assim como de suas propriedades tecnológicas. A espécie Khaya senegalensis (Desr.) A. Juss, conhecida vulgarmente como mogno africano pertence à família Meliaceae, possui grande importância para o setor moveleiro devido a sua ampla utilização na confecção de produtos. Desta forma, o trabalho teve como objetivo caracterizar microscopicamente a madeira de Khaya senegalensis. O material utilizado para o estudo foi proveniente do município de São Miguel do Guamá – PA, onde foram retiradas amostras de uma árvore com 11 anos de idade. As amostras foram retiradas de discos a 1,30 m do nível do solo, posteriormente confeccionaram-se lâminas histológicas para estudo anatômico, sendo a descrição anatômica realizada conforme International Association of Wood Anatomy. Os vasos mostraram-se difusos, dispostos em arranjo com padrão indefinido, ocorrendo predominante múltiplos (58,50%), sendo 39,87% germinados, múltiplos de 3 e 4 com 10,78% e 7,84%, respectivamente, observando-se também solitários (41,50%), com diâmetro e comprimento médios de 111,27 µm e 291,23 µm, pouco obstruídos com tilose esclerosada. Presença de apêndices em ambas extremidades dos vasos, com placa de perfuração simples, pontuações intervasculares e raiovasculares em disposição alternas de formato arredondadas e diminutas. Fibras libriformes curtas; comprimento médio de 1178,83µm, espessura da parede com média de 4,40µm e diâmetro médio do lume de 8,03µm. Parênquima axial paratraqueal vasicêntrico variando de 5-9 células por série. Raios heterogêneos, com corpo formado por células procumbentes com uma fila de células marginais quadradas ou eretas, com predominância de multisseriados variando de 4 à 9 células de largura, podendo-se observar raramente unisseriados e bisseriados altura média de 0,23mm e freqüência de 5,47 raios/mm linear. Presença de raios amilíferos e idioblastos cristalíferos. Palavras-chaves: Meliaceae, Anatomia da madeira, Khaya senegalensis. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Ciência & Tecnologia da madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência:[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 117 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO PERICARPO DE Erythroxylum tortuosum Mart. (Erythroxylaceae) Luciana da SILVA1*, Adriana Tiemi NAKAMURA1 A família Erythroxylaceae compreende quatro gêneros e cerca de 240 espécies com distribuição pantropical. A maioria das espécies pertence ao gênero Erythroxylum P. Browne, e seu representante mais conhecido e estudado é Erythroxylum coca Lam. No Brasil, as espécies do gênero são comumente encontradas no bioma cerrado apresentando súber espesso e galhos retorcidos. Apesar da importância farmacológica do gênero, há poucos estudos anatômicos, principalmente relacionados aos órgãos reprodutivos. O objetivo deste trabalho foi descrever a anatomia do pericarpo de Erythroxylum tortuosum Mart. Foram estudados os aspectos anatômicos do fruto maduro por meio da análise de laminário permanente contendo cortes transversais, corados com azul de toluidina. O fruto apresenta três lóculos distintos, um fértil e dois inférteis. O exocarpo é multisseriado, apresentando células com formato cuboide e grande parte com reserva de compostos fenólicos. O mesocarpo apresenta-se subdividido em: externo, médio e interno. O mesocarpo externo possui uma camada de células parenquimáticas de formato alongado radialmente, as quais se destacam das demais camadas do mesocarpo por apresentar tamanho avantajado. Verifica-se que as células desta camada apresentam capacidade meristemática e acrescentam células no mesocarpo médio. Esta última camada exibe células de parênquima fundamental com formato isodiamétrico e internamente apresenta, ainda, células alongadas tangencialmente, feixes vasculares e alguns idioblastos com conteúdo fenólico. O mesocarpo interno é composto por inúmeras camadas de esclereídes que circundam os lóculos. O endocarpo delimita internamente os três lóculos, e apresenta células parenquimáticas alongadas tangencialmente e espessadas. O fruto descrito caracteriza os representantes de Erythroxylum pois é carnoso, apresenta coloração avermelhada típica e possui um pirênio. Apesar de ser tratado como uma drupa, a partir dos resultados obtidos, conclui-se que E. tortuosum apresenta fruto drupóide e que o pirênio tem origem do mesocarpo interno e do endocarpo. Palavras-chave: Fruto drupoide, Morfoanatomia, Cerrado Apoio financeiro: FAPEMIG 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 118 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA EM FOLHAS DE Platonia insignis Mart. (Clusiaceae) Alessandra Resende GOMES1; Gabrielen de Maria Gomes DIAS1*; Joyce Dória Rodrigues SOARES1; Filipe Almendagna RODRIGUES1; Moacir PASQUAL1 Edvan Alves CHAGAS2 A planta Platonia insignis Mart. pertencente à família Clusiaceae é popularmente chamada bacurizeiro, é uma espécie frutífera e madeireira, com centro de origem na Amazônia Oriental Brasileira, mais precisamente no Estado do Pará. Existem poucas informações sobre Platonia insignis Mart., sendo que os estudos existentes referem-se à composição da polpa do bacuri e sementes, não existindo informações sobre folhas. Tendo em vista que pouco se conhece a respeito da anatomia foliar de espécies nativas da Amazônia, este trabalho teve por objetivo caracterizar anatomicamente as folhas de Platonia insignis Mart., para sua melhor identificação. As análises foram realizadas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Para análise, foram coletadas as primeiras folhas totalmente expandidas de diferentes plantas. As amostras foram fixadas em F.A.A.70% e armazenadas, posteriormente, em etanol 70%. Secções paradérmicas das faces abaxial e adaxial foram realizadas à mão livre, enquanto que as secções transversais foram feitas em micrótomo de mesa. As secções foram colocadas em placas de Petri contendo hipoclorito de sódio 1%, durante, aproximadamente, 10 minutos. Em seguida, foram transferidas para água destilada por 10 minutos e coradas com safranina 1,0% e safrablau (safranina 1% e azul de Astra 0,1%) para secções paradérmicas e transversais, respectivamente. Posteriormente foram montadas lâminas semipermanentes com glicerol 50%. O material foi observado em microscópio Olympus CX41 acoplado a câmera digital Belcam DIV-3000, fotografado (15 campos) e as medidas foram realizadas no software ImageTool 3.0. Avaliou-se a densidade estomática, relação diâmetro polar/diâmetro equatorial dos estômatos, espessura da epiderme das faces abaxial e adaxial e espessura de parênquimas esponjoso e paliçádico. Os resultados mostraram que Platonia insignis possui folhas do tipo hipoestomática, caracterizadas por apresentarem estômatos apenas na face abaxial, sendo os referidos estômatos classificados como paracíticos. A densidade estomática foi de 288 estômatos/mm2 e a funcionalidade teve como valor 0,87. As espessuras médias das epidermes abaxial e adaxial são 9,26 µm e 6,13 µm, respectivamente. O parênquima esponjoso apresentou espessura de 182,56 µm enquanto que a espessura do parênquima paliçádico foi de 31,67 µm. Características típicas de espécies pertencentes à família Clusiaceae. Palavras- chave: Bacurizeiro, Estrutura, Descrição. Créditos de financiamento: Os autores agradecem ao CNPq, a FAPEMIG e à CAPES. 1 2 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Caixa postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG. Embrapa CPAFRR, CEP: 69304-000. Boa Vista-RR. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 119 CARACTERIZAÇÃO BIOMÉTRICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE POPULAÇÕES DE CAMU-CAMU, CARACARAÍ, RORAIMA. Maraisa Hellen TADEU1*, Kelly Nascimento SILVA1, Jhon klynton Benício ALVES2, Edvan Alves CHAGAS3 , Christinny Giselly BACELAR-LIMA4, Ricardo Manuel Bardales LOZANO5 O camu-camu é uma planta da região Amazônica encontrada geralmente em áreas inundáveis, é considerado como uma das espécies de grande potencial para a fruticultura na região Norte, tem ocorrência abundante no estado de Roraima. Seus frutos têm despertado interesse de vários setores industriais, tais como: fármaco, cosmético, conservante natural e alimentício. Devido a importância desta frutífera para a região objetivou-se realizar a caracterização de frutos de duas populações nativas de camu-camu para se conhecer a variabilidade agronômica e botânica existente, também selecionar genótipos promissores através de avaliações biométricas comparativas de frutos de camu-camu para a formação de banco de germoplasma em Roraima-RR. A expedição para prospecção foi realizada no período de frutificação em duas áreas distintas do município de Caracaraí-Roraima/RR, Corredeiras do Bem-Querer (N1 09.857 W61 20.335, 50 m de altitude) e Lago do Rei (N0 41.285 W61 34.047, 74 m de altitude), no médio Rio Branco. Em cada localidade foram coletadas 15 amostras de frutos das plantas que estavam frutificando, coletando-se 50 frutos por individuo que no presente trabalho foi considerado como acesso. Os frutos foram colocados em sacos plásticos de 2 kg e em seguida acondicionados em caixa de isopor com gelo para serem transportados até o laboratório de fruticultura, localizado na Embrapa Roraima em Boa Vista. No laboratório foram realizadas as avaliações físico-químicas tais como: altura e diâmetro do fruto (mm), medido com o auxilio de paquímetro digital; massa (g) do fruto, massa da casca e da semente, pesadas em balança eletrônica; sólidos solúveis, determinados com o auxilio de refratômetro digital de bancada, expresso em °Brix. As amostras (n=30) foram inteiramente casualizadas, com 3 repetições, compostas cada uma por 10 frutos. As populações nativas de camu-camu do Bem-Querer e do Lago do Rei apresentam variabilidade quanto à biometria e teores de sólidos solúveis dos frutos. As duas populações podem fornecer genótipos importantes quanto ao tamanho dos frutos (grandes) para a implantação do banco de germoplasma em Roraima e futuro programa de melhoramento da espécie. Palavras-chave: Banco de germoplasma, Camucamuzeiro, Frutífera nativa. Apoio financeiro da CAPES, CNPq e FEMARH. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduando em Agronomia, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 2: Universidade Federal de Roraima, Graduando em Agronomia, Embrapa Roraima - Boa, Vista-RR, Brasil. 3: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. 4: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agroflorestal (Embrapa Roraima), Programa de Pós-Doutoramento (CAPES/PNPD). 5: Universidade Federal de Roraima, Mestrando do Curso de Agronomia (POSAGRO) da UFRR/Embrapa Roraima. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 120 CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA DA ARBORIZAÇÃO DO BAIRRO NOVA LAVRAS, EM LAVRAS-MG Altamir Fernandes de OLIVEIRA1*,2 Gabriel de Assis PEREIRA São inúmeros os benefícios que as árvores trazem à população, como fornecimento de sombra, criação de micro-climas agradáveis, valorização imobiliária, bem-estar psicológico dentre outros. Também, a atração da fauna e preservação ambiental são fatores mais do que justificáveis para a manutenção de árvores em boas condições nos perímetros urbanos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi o de identificar quais são as principais espécies e famílias botânicas encontradas no Bairro Nova Lavras na cidade de Lavras-MG. Para isso, no mês de Agosto de 2012, foi realizado um inventário censo quali-quantitativo identificando todos os indivíduos arbóreos plantados nas vias púbicas do bairro, classificando-os em famílias e identificando as espécies. Foi verificado um quantitativo de 86 indivíduos, separados em 19 famílias e 25 espécies. As famílias mais expressivas foram: Fabaceae, com 24 indivíduos (27,91%); Malvaceae, com 18 indivíduos (20,93%) e Bignoniaceae, com 12 indivíduos (13,95%), todas perfazendo o total de 62,79% de todos os indivíduos inventariados. As espécies mais encontradas foram o hibisco e a sibipiruna - Hibiscus rosa-sinensis (20,93%) e Caesalpinia peltophoroides (20,93%). Espécimes que tiveram expressão única foram: Bico de pato (Machaerium nyctitans), Grevilha anã (Grevillea banksii), Escumilha africana (Lagerstroemia speciosa), Jacarandá mineiro (Machaerium villosum), Cerejeira (Prunus serrulata), Pinheiro de natal (Araucaria sp.), Primavera (Bougainvillea glabra), Cheflera (Schefflera arboricola Hayata), Mamão (Carica papaya), Ipê roxo (Handroanthus impetiginosus) e Cipreste (Cupressus sempervirens). Os resultados indicam pouca diversidade arbórea, o que pode ser visto como um plantio não planejado, sem apoio técnico, e que possivelmente traz ou pode trazer alguns problemas para a infra-estrutura urbana. Assim, é necessário que se façam adequações ambientais, conscientizando a todos a respeito dos benefícios das árvores certas plantadas nos locais certos, sempre atentando-se para a preferência por espécies nativas e que vão de algum modo, contribuir com a ecologia local. Palavras-chave: Caracterização botânica, Arborização urbana, Famílias, Espécies. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 121 CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA E DA HETEROCROMATINA EM ESPÉCIES DO GÊNERO Epidendrum L. (Orchidaceae: Subgênero Amphiglottium) Sarah NASCIMENTO1*, Enoque MEDEIROS NETO1, Álex William de Lira OLIVEIRA1, Felipe Nollet Medeiros de ASSIS1, Irenice Gomes de OLIVEIRA1, Leonardo Pessoa FELIX1 Epidendrum é o maior gênero neotropical da família Orchidaceae, com cerca de 1500 espécies. O alto grau de polimorfismo é especialmente elevado em alguns grupos sulamericanos pertencentes ao subgênero Amphiglottium, que também apresentam elevada variação cromossômica numérica. Ainda não há tratamento taxonômico formal para o grupo, principalmente por causa da escassez de informações moleculares e citogenéticas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a heterocromatina em três espécies do gênero Epidendrum. Para as análises mitóticas, foram coletadas raízes submetidas à pré-tratamento com 8hidroxiquinoleína, fixadas em Carnoy e estocadas em freezer a −20º C. As raízes foram digeridas a 37º C por 30 minutos em solução de celulase e pectinase. As lâminas foram preparadas com uma gota de ácido acético, coradas com CMA e DAPI, e montadas em glicerol e tampão McIlvaine. As metáfases foram capturadas com uma vídeo-câmera acoplada a um microscópio AxioCam MRm Zeiss. Epidendrum xanthinum Lindl. (2n = 28), coletado em Nova Friburgo (RJ), apresentou três bandas terminais CMA+/DAPI¬, e quatro bandas terminais CMA¬/DAPI+, duas das quais adjacentes a pequenas bandas CMA0/DAPI¬ e uma banda intersticial CMA¬/DAPI+. Epidendrum secundum Jacq., coletado em Atibaia (SP), com 2n = 56, apresentou quatro bandas terminais CMA+/DAPI¬, além de duas bandas CMA¬/DAPI+. O citotipo de Nova Friburgo (RJ), possuindo 2n = 58, diferiu do anterior por apresentar apenas três bandas CMA+/DAPI¬ correspondentes as regiões organizadoras do nucléolo. Epidendrum cinnabarinum Salzm. (2n = 220) da população de Serraria (PB) apresentou 20 bandas terminais CMA¬/DAPI+. Bandas terminais CMA0/DAPI- foram visualizadas em 20 cromossomos, das quais seis correspondem as regiões organizadoras do nucléolo. Bandas pericentroméricas DAPI-/CMA+ foram observadas em sete cromossomos. Apenas uma banda pericentromérica DAPI+/CMA- foi observada. Dados inéditos de caracterização da heterocromatina para todas as espécies analisadas são apresentados aqui. A poliploidia apresenta um importante papel na diversificação cariotípica do gênero, associada a outras alterações cromossômicas, como a disploidia observada em E. secundum. Inversões ou translocações poderiam explicar a banda intersticial CMA¬/DAPI+ em E. xanthinum. Regiões heterocromáticas que se estendem do centrômero por todo o braço curto foram identificadas em outros gêneros em Orchidaceae. Palavras-chave: Alterações cromossômicas, Fluorocromos, Poliploidia. 1 : Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia-PB, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 122 CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DE Oenocarpus bataua Mart. (Arecaceae) Gabriel de Siqueira GESTEIRA1*, Natália Padilha de OLIVEIRA1, Maria do Socorro Padilha de OLIVEIRA2, Lisete Chamma DAVIDE1 O gênero Oenocarpus (Arecaceae) é composto por espécies de grande importância para a população amazônica, assim como para a economia do país pelos diversos produtos obtidos de seus constituintes. Entretanto, são escassos os trabalhos que relatam as características cromossômicas das espécies desse gênero. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi caracterizar o complemento cromossômico da espécie Oenocarpus bataua Mart. Foram utilizadas 20 sementes obtidas de cachos maduros, de três indivíduos da espécie. Após os procedimentos de germinação das sementes foram coletadas pontas de raízes com aproximadamente 1 cm, as quais foram pré-tratadas em solução de 8-hidroxiquinoleína 2mM por 7 horas em geladeira, fixadas em solução Carnoy 3:1 (álcool etílico:ácido acético) e armazenadas em freezer a -20°C. No momento de utilização, as raízes foram submetidas à digestão enzimática com pectinase/celulase por 45 minutos em estufa a 37°C. As lâminas foram confeccionadas utilizando-se a técnica de esmagamento com ácido acético 45%, coradas com orceína acética 1% e analisadas em microscópio de campo claro equipado com microcâmera. Dez metáfases com bom espalhamento foram selecionadas e digitalizadas para contagem dos cromossomos, das quais cinco foram utilizadas na confecção dos cariótipos. Foram obtidas as medidas do braço curto e longo dos cromossomos utilizando o programa Image Tool 3.0. A partir das medidas dos braços foram calculados o comprimento total do cromossomo, o comprimento relativo de cada cromossomo, relação de braços, o índice centromérico e o comprimento total do lote haploide. A morfologia cromossômica e simetria do cariótipo foram determinadas a partir dos valores de relação de braços. A espécie apresentou número cromossômico 2n=36, confirmando relatos anteriores. O cariótipo é simétrico, com 6 cromossomos metacêntricos, 11 submetacêntricos e 1 acrocêntrico, sendo os pares 7 e 9 satelitados. O comprimento total do lote haploide, expresso em µm, é 52,67. O maior e o menor tamanhos médios encontrados para os pares de cromossomos, expressos em µm, e seus valores relativos (%) foram: 4,46 (8,5%) e 1,06 (2,0%), respectivamente. Embora já exista relato sobre o número cromossômico desta espécie, os demais resultados deste trabalho são inéditos e podem servir como ferramenta auxiliar no estudo taxonômico da mesma. Palavras-chave: Citogenética, Cariótipo, Patauá, Palmeira. Auxílio financeiro: CNPq, FAPEMIG, Embrapa Amazônia Oriental. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas. Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, CPATU, Belém, Pará. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 123 CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DE Oenocarpus minor MART. (Arecaceae) Natália Padilha de OLIVEIRA1*, Gabriel de Siqueira GESTEIRA1, Lisete Chamma DAVIDE1, Maria do Socorro Padilha de OLIVEIRA2 Popularmente denominada de bacabinha, a espécie Oenocarpus minor Mart. apresenta grande importância para a população amazônica, fornecendo produtos utilizados na alimentação e artesanato. Estudos que venham contribuir para o conhecimento da espécie, como os citogenéticos, são relevantes. Dessa forma, objetivou-se caracterizar o complemento cromossômico da espécie O. minor. Para tanto, raízes com aproximadamente 1 cm foram coletadas, pré-tratadas com solução de 8-hidroxiquinoleína 2mM por 7 horas, fixadas em solução Carnoy 3:1 (álcool etílico: ácido acético) e armazenadas até o momento de utilização, para obtenção de cromossomos metafásicos. Em seguida, as pontas de raízes foram submetidas à digestão enzimática com pectinase/celulase (100/200u) por 45 minutos em estufa a 37°C. As lâminas foram confeccionadas pela técnica de esmagamento, utilizando-se ácido acético 45% como meio de montagem e orceína 1% como corante, sendo analisadas em microscópio de campo claro equipado com microcâmera. Dez metáfases foram digitalizadas para a contagem de cromossomos, das quais cinco foram utilizadas na construção do cariótipo. Foram obtidas as medidas dos braços curto e longo dos cromossomos, utilizando-se o programa Image Tool 3.00, para o cálculo do comprimento total do cromossomo, comprimento relativo de cada par, índice centromérico e comprimento total do lote haploide. A morfologia de cada par de cromossomos foi determinada pela relação de braços. Foi verificada também a simetria do complemento cromossômico. O cariograma foi confeccionado com auxílio do programa Adobe Photoshop CS2. A espécie apresentou número de cromossomos 2n=36. O cariótipo foi considerado simétrico, composto por 2 pares metacêntricos, 11 submetacêntricos e 5 acrocêntricos, sendo os pares 1 e 5 satelitados. O comprimento do lote haploide, expresso em µm, foi de 56,7. O maior e menor tamanhos médios dos cromossomos e seus tamanhos relativos, expressos em µm, foram 5,30 (9,4%) e 1,15 (2,0%), respectivamente. Os satélites estão posicionados no braço longo a 0,77 e 0,98 µm do telômero nos pares 1 e 5, respectivamente. Os resultados no presente trabalho são inéditos para a espécie e podem ser utilizados como ferramenta auxiliar na taxonomia da mesma. Palavras-chave: Citogenética, Cariótipo, Palmeira, Bacabinha. Agradecimentos: Embrapa, CNPq e Fapemig. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, CPATU, Belém, Pará. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 124 CARACTERIZAÇÃO DA CAPACIDADE EMBRIOGÊNICA DE SUSPENSÕES CELULARES DE CAFÉ POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA Luana Ferreira TORRES1*, Marlúcia Souza PÁDUA1, Kalynka Gabriella do LIVRAMENTO1, Filipe Vaneli BARBOSA2, Luciano Vilela PAIVA1, Eduardo ALVES3 A cultura de tecidos vegetais proporciona propagação em larga escala, rápida, independente da estação do ano. Dentre as diversas técnicas para esse fim, a embriogênese somática indireta, que consiste na obtenção de embriões somáticos a partir de tecidos com potencial embriogênico, tem recebido destaque. Para aumentar a multiplicação dos tecidos embriogênicos e mantê-los viáveis durante todo o cultivo, existe a possibilidade de se estabelecer uma cultura de células embriogênicas em suspensão, resultado da inoculação de calos embriogênicos friáveis em meio líquido, sob agitação constante. Para checar a qualidade dessas culturas durante sua manutenção, análises histológicas, por meio de microscopias fotônica e eletrônica, são requeridas, uma vez que permitem inferir se o material possui características embriogênicas. Neste estudo, suspensões celulares de Coffea arabica cv. Bourbon cultivadas há 10 meses em meio de multiplicação modificado com 500 mg/L de ácido cítrico foram observadas por microscopia eletrônica de varredura. Para a análise de microscopia, foram realizadas duas coletas (consistindo duas amostras) das suspensões com intervalo de 30 dias. As amostras foram imersas em solução fixadora de Karnovisk durante 24 h e lavadas em tampão de cacodilato e pós-fixados durante 1 hora numa solução de 1% de tetróxido de ósmio a temperatura ambiente. Posteriormente, foram lavadas em água destilada e em seguida desidratadas em acetona. Foram montadas em stubs para metalização e cobertas com ouro. A visualização foi feita em microscópio eletrônico LEO Evo 40. As análises mostraram a presença de aglomerados celulares, compactos, com células pequenas, isoadiamétricas, além da presença de células em divisão, células essas, que evidenciam o alto metabolismo celular indicando a multiplicação constante desse material, que associado às outras características visualizadas demonstra o potencial embriogênico das células em suspensão estudadas neste trabalho. Em algumas regiões, observou-se a presença de células grandes, murchas e rompidas, em menor quantidade em relação às células com características embriogênicas. Esse tipo celular indica processo de apoptose, ou seja, morte celular programada, confirmada pelo rompimento da parede celular. Não houve diferença entre as duas coletas, o que indica que o material vegetal manteve seu potencial embriogênico mesmo com 10 meses de cultivo, e que as mesmas possuem potencial para regenerar plantas. Palavras-chave: Coffea arabica, Cultura de tecidos, Potencial embriogênico. Agradecimentos: CNPq, CAPES e FAPEMIG. 1 : Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Centro Universitário de Lavras, Rua Padre José Poggel, 506, Centenário 3 : Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 125 CARACTERIZAÇÃO DA MADEIRA DE PORTA SEMENTES DE Schizolobium parayba var. amazonicum (Fabaceae) AOS 14 ANOS DE IDADE Cláudia Viana URBINATI1*, Cleber Rodrigo de SOUZA3, Selma Lopez GOULART1, Angel Thiane Boschiero FERREIRA2, Fábio Akira MORI1, Mário TOMAZELLO FILHO2 O paricá (Schizolobium parayba var. amazonicum) é uma espécie nativa da Amazônia que vem sendo plantada em larga escala no Norte do Brasil e que despertou o interesse do setor florestal por apresentar incremento volumétrico elevado e por ter na madeira, características que valorizam seu uso como a quase ausência de nós e seu aspecto sedoso. Os estudos relacionados à espécie ainda são poucos se comparados a outras plantadas, e referem-se especialmente a aplicação da madeira na indústria de painéis. Além disso, as características intrínsecas ao xilema secundário de porta sementes são pouco conhecidas e podem influenciar diretamente na qualidade da madeira. O estudo objetivou caracterizar a variabilidade física e características de porta sementes de paricá aos 14 anos de idade. Os indivíduos analisados foram doados pelo grupo CONCREN - Pará, Brasil. Discos foram obtidos a 0%, 50%, e 100% da altura comercial do fuste. Em laboratório, corpos de prova foram retirados no sentido medula-casca. A quantificação dos elementos celulares seguiu as orientações da International Association of Wood Anatomists e a determinação da densidade básica seguiu a norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Para delimitação das fases da madeira utilizou-se, além da anatomia, a densitometria de raio-x como ferramenta. O trabalho foi realizado nos Laboratórios de Anatomia da Madeira da Universidade Federal de Lavras e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. A madeira de paricá aos 14 anos de idade, no sítio analisado, apresentou coloração branca pardacenta à levemente amarelada, quando seca; suave distinção entre cerne e alburno com medula parenquimatosa bem delineada e pouco descentralizada. A região do cerne é marcada pela deposição de extrativos que parecem delimitar os anéis de crescimento, os quais são bem espaçados, evidenciando o elevado incremento volumétrico da espécie. Os anéis são definidos e demarcados principalmente, por finas regiões de fibras com paredes mais espessas e discreta redução do diâmetro dos vasos no lenho tardio. O comprimento das fibras, elementos de vaso e a análise pela densitometria de raio-X, indicaram a demarcação da madeira juvenil até aproximadamente 6 a 7 cm da medula, seguida da formação de madeira intermediária. A densidade tende a aumentar no sentido medula-casca, porém com algumas variações. A análise das características da madeira de paricá aos 14 anos de idade, confirma suas qualidades para uso nas indústrias de compensado e MDF, sendo uma excelente alternativa às madeiras comumente utilizadas no setor de painéis. Palavras-chave: Madeiras tropicais, Densitometria de Raio X, Anatomia da madeira. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 . Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós Graduação em Recursos Florestais, Caixa Postal 09, Avenida Pádua Dias n. 11, CEP: 13418-330, Piracicaba - SP, Brasil. 3. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 126 CARACTERIZAÇÃO DA MEIOSE DE GENÓTIPOS NATURALIZADOS DE AZEVÉM (Lolium multiflorum L. (Poaceae) Aline Silva FREITAS1*, Vânia Helena TECHIO1, Andrea MITTELMANN2 O azevém anual é uma forrageira que se destaca pela resistência ao frio, qualidade nutricional e adaptação ao pastoreio e ao excesso de água. Por ser umas das gramíneas de inverno de maior distribuição na região Sul do Brasil e apresentar grande variabilidade entre e dentro de populações, avaliações citogenéticas são ferramentas importantes para subsidiar os programas de melhoramento genético, fornecendo informações para o conhecimento da diversidade genética. Nesse sentido, o presente trabalho visou avaliar o comportamento meiótico de acessos de azevém do Banco de Germoplasma da Embrapa Gado de Leite/Embrapa Clima Temperado, coletados na Região Sul do Brasil. Foram avaliados 12 acessos, utilizando protocolo convencional para estudos meióticos por meio da técnica de esmagamento e coloração com carmim propiônico 1%. De modo geral, as plantas analisadas apresentaram meiose regular com formação de sete bivalentes em forma de anel e com quiasmas terminalizados. Os acessos CNPGL215a, CNPGL212, CNPGL203a, CNPGL202, CNPGL184a, CNPGL103 apresentaram diferenças quanto ao número de cromossomos ligados ao nucléolo, podendo ter um, dois ou três, demonstrando ocorrer variação em relação a essa característica entre as variedades de azevém. Os acessos Comum Germitec e CNPGL 211a apresentaram algumas irregularidades na anáfase I e telófase I (ascensão precoce dos cromossomos, pontes, comossomos atrasados e presença de micronúcleos). Palavras-chave: Comportamento meiótico, Cromossomos, Lolium multiflorum. Os autores agradecem a FAPEMIG e CNPq pelo apoio financeiro à pesquisa. ¹ Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Citogenética Vegetal – Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Embrapa Gado de Leite/Embrapa Clima Temperado – Juiz de Fora-MG/Pelotas-RS 1 * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 127 CARACTERIZAÇÃO DE CÉLULAS EM SUSPENSÃO DE DENDEZEIRO SUBMETIDAS A DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDO CÍTRICO Marlúcia Souza PÁDUA1*, Luana Ferreira TORRES1, Elaine Cristina CARVALHO2, Luis Gustavo Texeira da SILVA1, Vanessa Cristina STEIN3, Luciano Vilela PAIVA1 O dendezeiro tem grande interesse econômico devido à alta produtividade de óleo, sendo visado principalmente para a produção de biocombustíveis. Porém, a produção de mudas de dendezeiro não atende a demanda, necessitando de técnicas que otimizem o fornecimento de mudas aos agricultores. Neste contexto, como alternativa pode-se utilizar as técnicas de cultura de tecidos, como a suspensão celular (ECS), que consiste na multiplicação de células em um meio de cultivo líquido, que podem ser regeneradas e originar inúmeras plantas. Durante a multiplicação celular em meio líquido, as análises citológicas são determinantes no processo, pois permitem identificar características celulares embriogênicas. O objetivo deste trabalho foi identificar o potencial embriogênico das ECS de Elaies guineensis híbrido Tenera. Os calos foram selecionados pela coloração (branco e bege) e mantidos em meio de cultivo MM durante 120 dias, posteriormente transferidos para meio de cultivo MM líquido suplementado com diferentes concentrações de ácido cítrico (250 e 500 mg.L¯1), sendo denominados meio de cultivo A e B respectivamente. Aos 30 dias foram coletadas amostras das ECS para avaliação citológica. As amostras foram fixadas em FAA (formaldeído, ácido acético glacial e álcool etílico, 50%) durante 48h, conservadas em álcool 70%, desidratadas em série etílica e emblocadas em historesina Leica de acordo com o protocolo do fabricante. O material foi seccionado em micrótomo rotativo, com espessura de 3 µM, corado com Azul de Toluidina 0,1% e visualizado em microscópio fotônico Zeiss. As ECS produzidas a partir dos calos brancos e cultivadas em meio de cultivo A, apresentaram algumas células de formato irregular e outras células arredondadas com núcleo proeminente e dispersas. Nas ECS obtidas dos calos brancos inoculados em meio de cultivo B visualizou-se grande número de células, algumas em divisão e outras organizadas em aglomerados com interior formado por células pequenas e a periferia por células grandes e irregulares. As células das ECS obtidas de calos de coloração bege em meio de cultura A demonstraram células grandes e irregulares. As ECS obtidas dos calos bege em meio de cultura B apresentaram células formando grandes aglomerados, onde as células do interior eram pequenas, arredondadas e com núcleo, representando um estágio que precede a formação do embrião. Em conclusão as ECS obtidas dos calos bege inoculados em meio de cultivo B demonstraram maior potencial embriogênico. Palavras-chave: Elaies guineensis jacq., Cultura de tecidos vegetais, Potencial embriogênico, Microscopia fotônica. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Biologia Molecular, Programa de Pósgraduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. [email protected] 2 Centro Universitário de Lavras, Rua Padre José Poggel, 506 - Centenário 37200-000. LavrasMG, Brasil. 3 Universidade Federal de Góias, Campus Jataí, Rodovia 364, Km 2800, Setor Industrial, Cep 75.800.000, Jataí-Go, Brasil Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 128 CARACTERIZAÇÃO DE DIÁSPOROS E SISTEMAS DE DISPERSÃO EM UM BREJO DE ALTITUDE, PARAÍBA, BRASIL Rafaella Guimarães PORTO1*, Ramon da Silva SANTOS¹, Lenyneves Duarte Alvino de ARAÚJO¹ O processo de dispersão representa a ligação entre a última fase reprodutiva da planta com a primeira fase do recrutamento da população que com a sua ausência a progênie está geralmente fadada à extinção e a regeneração em novos locais não é possível. O seu conhecimento é fundamental para a compreensão da estrutura e dinâmica das comunidades, bem como para o entendimento dos seus processos de regeneração, constituindo uma importante ferramenta para a conservação. Este trabalho teve como objetivo a caracterização dos diásporos e a determinação dos diferentes sistemas de dispersão no Parque Estadual Mata do Pau-Ferro, localizado a 5 km da cidade de Areia, com uma vegetação do tipo Floresta Ombrófila Aberta. Foram realizadas excursões mensais para a coleta de amostras de frutos através de caminhadas aleatórias ao longo das trilhas. Para cada fruto coletado foram registrados os dados de coloração na fase de maturação, tipo do fruto, deiscência e consistência do pericarpo. As síndromes de dispersão foram classificadas em zoocórica, anemocórica e autocórica (incluindo barocórica e balocórica). Foram analisadas 185 espécies distribuídas em 57 famílias, das quais 34% são arbóreas, 32% arbustos, 28% herbáceas e 6% trepadeiras. Frutos com as cores marrom/preto foram os mais frequentes, correspondendo a 36% das espécies, seguidos por frutos nas cores vermelho (12%), branco/bege (9%), amarelo/laranja (8%) e azul/roxo (4%). Foram determinados seis tipos principais de frutos entre eles cápsula (28%), baga (16%), drupa (14%) e legume (14%), estes tipos de frutos somaram 29 subtipos, dos quais os tipos bacóide (10%), drupóide (9%) e cápsula loculicida (9%) foram os mais frequentemente encontrados. As síndromes de dispersão identificadas expressaram valores semelhantes ao registrado em outros estudos em áreas de Mata Atlântica e Caatinga, correspondendo a 53% para Zoocoria, 34% para Autocoria e 13% para Anemocoria, reforçando a teoria de que os Brejos de Altitude sejam áreas de Mata Atlântica sob forte influência da Caatinga. A dispersão por animais, como esperado, foi registrada em um maior número de espécies, ressaltando o importante papel das interações plantas-animais na manutenção da área estudada. Os resultados sugerem que, apesar da forte pressão antrópica, a área estudada ainda mantém uma flora capaz de disponibilizar recursos frugívoros para a fauna local. Palavras-chave: Mata Atlântica, Caatinga, Zoocoria. 1 . Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Biológicas, Campus II, Areia, PB, CEP 58397-000. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 129 CARACTERIZAÇÃO DE DOIS TIPOS DE SUSPENSÕES CELULARES DE Coffea arabica L. (Rubiaceae) ATRAVÉS DE MICROSCOPIA FOTÔNICA Kalynka Gabriella do LIVRAMENTO1*, Luana Ferreira TORRES1, Filipe Vaneli BARBOSA2, Jéssica de Castro e ANDRADE1, Luciana Lima FREIRE2, Luciano Vilela PAIVA1 A cultura in vitro é um promissor instrumento para o desenvolvimento de pesquisas que visam a produção de mudas, conservação e melhoramento do material genético. Dentre as técnicas de micropropagação destaca-se a embriogênese somática, para qual é necessária a fase intermediária de formação de calos embriogênicos. Uma alternativa para aumentar a multiplicação desses tecidos embriogênicos e mantê-los viáveis, é o estabelecimento de culturas de células embriogênicas em suspensão (ECS), resultado da inoculação de calos embriogênicos friáveis em meio líquido sob agitação constante. O objetivo deste trabalho foi avaliar as características morfológicas de dois tipos de suspensão celular de Coffea arabica cv. Catuaí. Após serem passadas por uma peneira, foram estabelecidos dois tipos de ECS: tipo 1, representado por células que atravessaram a peneira, resultando em células pequenas, sem a formação de grumos e coloração amarelo claro e a do tipo 2, representado por células que ficaram presas pela peneira, resultando em aglomerados celulares visíveis, de coloração marrom claro. Amostras foram coletadas e após 30 dias de cultivo, uma nova coleta foi realizada. As ECS foram fixadas em FAA 50% por 48 horas sob temperatura ambiente e depois desidratadas em série etílica (60, 70, 80, 90 e 100%) por uma hora em cada. Posteriormente, as amostras foram infiltradas durante 24 horas com solução 1:1 de resina e etanol e depois 24 horas em resina pura. Após infiltração, as amostras foram emblocadas e cortes com espessura de 3µm foram realizados em micrótomo rotatório manual, corados com solução de azul de toluidina e lugol. As lâminas foram observadas sob microscópio de luz (Zeiss, Axio Scope). A análise dos cortes histológicos em todas as amostras mostrou diferenças entre os tipos celulares 1 e 2, mas não entre os tempos de coleta. O tipo 1 apresentou características embriogênicas, tais como células pequenas, isoadiamétricas, formando massas pró-embriogênicas (PEMs), núcleo e nucléolo proeminente e citoplasma denso. Em algumas células foi possível a visualização de células em divisão, indicando multiplicação celular ativa. No tipo 2, houve a presença das PEMs, porém em menor quantidade e misturadas com células grandes e alongadas. Estes resultados indicam que as células do tipo 1 encontram-se em multiplicação possuem características embriogênicas, sendo estas características conservadas durante sua manutenção por 30 dias. Palavras-chave: Cultura de tecidos, Morfologia celular, Embriogênese. Agradecimentos: CNPq, FAPEMIG e CAPES 1 : Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Centro Universitário de Lavras, Rua Padre José Poggel, 506, Centenário *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 130 CARACTERIZAÇÃO DOS NÚCLEOS INTERFÁSICOS DE Byrsonima verbascifolia (L.) DC. (Malpighiaceae) Raquel Bezerra CHIAVEGATTO1*, Vânia Helena TECHIO1, Ana Hortência Fonsêca CASTRO2 O núcleo interfásico, de maneira geral, constitui uma característica constante dentro de uma espécie, de forma que pode ser usado como um importante indicador taxonômico, além de fornecer informações preliminares acerca de alterações cariotípicas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o núcleo interfásico de (Byrsonima verbascifolia (L.) DC.) (murici-cascudo), uma espécie típica do Cerrado, com importância medicinal e alimentícia. As radículas foram obtidas a partir de plântulas com 60 dias de idade, provenientes de embriões germinados in vitro, as quais foram fixadas em solução Carnoy (álcool etílico: ácido acético 3:1), por 24 h e estocadas em freezer para posterior análise. Para o preparo das lâminas, as radículas foram submetidas à hidrólise ácida com HCl 1N, a 60 °C, por 10 minutos. As lâminas foram montadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa 10%, por 5 minutos. As lâminas com núcleos interfásicos apropriados foram analisadas e fotografadas. Os núcleos interfásicos foram classificados em função da organização da cromatina. B. verbascifolia apresenta núcleos interfásicos arreticulados, ou seja, não apresentam eucromatina condensada, ficando os cromocentros bem distintos, enquanto o restante do núcleo mostra-se pouco corado. O resultado obtido pode contribuir para a caracterização citogenética e taxonômica da espécie em estudo, permitindo a comparação dos resultados com outras espécies de Malpighiaceae. Palavras-chave: Cerrado, Citogenética, Murici cascudo. Apoio financeiro: CAPES 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 : Universidade Federal de São João Del-Rei, Campus Centro-Oeste D. Lindu, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, CEP: 35501-296, Divinópolis-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 131 CARACTERIZAÇÃO ESTOMÁTICA DE Roupala montana (Proteaceae) EM DIFERENTES ALTITUDES Katiúscia Freire de SOUZA1*, Patrícia Vieira POMPEU2, Cíntia Oliveira SILVA1, Tácio de Souza Pádua DIAS1, Marco Aurélio Leite FONTES2, Fabrício José PEREIRA1 O Complexo da Serra da Mantiqueira estende-se pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, constituindo uma importante área de conservação de diversidade biológica. Em altas altitudes, ocorre diminuição na temperatura e da disponibilidade hídrica, bem como, tem-se ventos mais fortes e um aumento da radiação incidente. Roupala montana Aubl., é um representante da família Proteaceae, popularmente conhecida por carne-de-vaca que ocorre em diferentes altitudes. O objetivo deste trabalho foi avaliar modificações nas características estomáticas de Roupala montana ao longo de diferentes altitudes no Complexo da Serra da Mantiqueira em Minas Gerais. Foram coletadas cinco folhas completamente expandidas de indivíduos de R. montana presentes nas altitudes de 1500 m, 1700m, 1900 m e 2100 m. As folhas foram armazenadas em potes de vidro contendo etanol 70%. As análises anatômicas foram conduzidas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras, sendo realizadas secções paradérmicas com o uso de lâminas de aço na face abaxial das folhas. As secções foram clarificadas com hipoclorito de sódio 50%, lavadas em água destilada duas vezes por 10 minutos, coradas com solução de safranina 1,0% e montadas em lâmina e lamínula com glicerol 50%. As lâminas foram fotografadas em microscópio óptico acoplado à câmera digital e analisadas no software UTHSCSA-Imagetool. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo avaliados cinco campos por repetição. Em Roupala montana os estômatos são do tipo paracítico. A altitude promoveu uma redução na densidade estomática de R. montana, onde as maiores médias foram observadas em 1500 m (419 estômatos.mm-2) ocorrendo uma queda de 51,55% nas altitudes de 1700 e 1900 m. Nas maiores altitudes, ocorreu novamente uma redução de 22,54%. Altitudes entre 1700 e 2100 m também promoveram uma queda de 14,7% no diâmetro polar dos estômatos, contudo, sem diferenças significativas para o diâmetro equatorial. Essas modificações nas características estomáticas de Roupala montana podem estar relacionadas à uma menor captação de CO2 e preservação do potencial hídrico da planta. Palavras- chave: Roupala montana , Altitude, Estômatos. Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG. 1 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 132 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA POLPA DE JABUTICABAS ‘SABARÁ’ EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO Ana Carolina VILAS BOAS1*, Adones SALES1, Fernanda Salamoni BECKER1, Lucas Silveira TAVARES1, Eduardo Valério de Barros VILAS BOAS1 O presente trabalho teve como objetivo avaliar as características físico-químicas da polpa de jabuticabas ‘Sabará’ (Myrciaria jaboticaba (Vell.) O.Berg – Myrtaceae) em diferentes estádios de maturação. O experimento foi conduzido no Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras, utilizando-se frutos de jabuticabeira obtidos em pomar localizado na cidade de Lavras-MG. Os frutos foram colhidos, manualmente, aproximadamente 30 dias após o auge do florescimento, e separados em cinco diferentes estádios: 1 (fruto totalmente verde), 2 (fruto com início de pigmentação), 3 (fruto com predominância roxo claro), 4 (fruto totalmente roxo) e 5 (fruto totalmente roxo-escuro). As seguintes análises foram realizadas: pH, sólidos solúveis e acidez titulável. O pH foi medido por potenciômetro com eletrodo de vidro. A acidez titulável foi determinada por titulação do filtrado (diluição 1:5) com NaOH 0,1 N e expressa em mg de ácido cítrico/100 g de tecido. O teor de sólidos solúveis foi avaliado, por meio de um refratômetro digital Atago PR-100, modelo “Palette”, com compensação automática de temperatura, sendo os resultados expressos em ºBrix. Os teores de sólidos solúveis aumentaram em função dos estádios de maturação, atingindo valores máximos de 14,67 ºBrix na polpa de frutos no estádio 5. Os teores de acidez titulável mostraram-se mais elevados nos frutos do estádio 1, decrescentes com o aumento da maturação, sofrendo variações significativas em função do estádio de maturação, obtendo-se valores de 0,30 % de ácido cítrico em frutos do estádio 5. O pH apresentou um incremento à medida que se aumentou o grau de maturação, atingindo valores de 3,1 em frutos no estádio 5. A tendência da redução da acidez e o aumento de sólidos solúveis após completa expansão do fruto mostraram o equilíbrio entre os sabores doce e ácido e evidenciaram que a jabuticaba deve ser colhida em seu estádio de completa maturação (estádio 5), para armazenamento, processamento ou consumo in natura. Palavras-chave: Myrciaria jaboticaba, Caracterização, Qualidade. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Programa de PósGraduação em Ciência dos Alimentos, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 133 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE FISALIS EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO AO LONGO DO ARMAZENAMENTO Paôla de Castro HENRIQUE1 *, Ana Carolina VILAS BOAS1, Edwaldo dos Santos PENONI2, Camila Argenta FANTE1, Luiz Carlos de Oliveira LIMA1 O fisalis (Physalis peruviana L.) é uma solanácea amplamente cultivada na Colômbia e na África do Sul e seu cultivo está expandindo em várias regiões do Brasil. Os frutos são alaranjados e saborosos na maturidade e podem ser consumidos in natura ou processados, como na forma de sucos, geléias e doces. Esse fruto tem chamado a atenção dos consumidores pela boa aparência e pelas citações de efeitos positivos à saúde. O presente trabalho teve como objetivo a caracterização físico-química de fisalis em diferentes estádios de maturação ao longo do armazenamento. Os frutos foram colhidos no Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras e levados ao Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças da Universidade Federal de Lavras, onde foram selecionados e divididos em 3 estádios de maturação: verde, de vez e maduro. Em seguida, foram acondicionados em embalagem de polipropileno com tampa própria e armazenados a 10ºC por 10 dias. As seguintes análises foram realizadas nos frutos nos diferentes tempos (0, 5 e 10 dias): cor do cálice, com o auxílio de um colorímetro Minolta, nas coordenadas L*, a* e b*; pH, com o auxílio de um pHmetro digital e sólidos solúveis totais, com o auxílio de um refratômetro digital. Os resultados mostraram que os frutos nos três estádios apresentaram um aumento nos valores de L*, indicando que o cálice dos frutos foram se tornando mais claros com o decorrer do período de armazenamento. A variável a* apresentou valores negativos no primeiro estádio durante todo o armazenamento, indicando que os frutos apresentavam coloração verde. Os frutos de vez apresentaram valores de a* que variaram de -0,75 no dia 0 até 2,0 no dia 10. Já os frutos maduros apresentaram valores de b* que variaram de 12 a 19, mostrando que os frutos estavam amarelos. O teor de sólidos solúveis totais mostrou diferença entre os tratamentos, sendo que os frutos verdes apresentaram 17 ºBrix, os frutos de vez 25 ºBrix, e os frutos maduros 27 ºBrix no início do armazenamento. Os valores de pH aumentaram no decorrer do período experimental, atingindo, no dia 10, 3,48 nos frutos verdes, 3,51, nos frutos de vez e 3,61, nos frutos maduros. Desta forma, pode-se concluir que a mudança dos estádios de maturação de fisalis é marcada pela mudança de cor (de verde para amarelo), pelo aumento de sólidos solúveis e de pH. Palavras-chave: Physalis peruviana, Maturação, Qualidade. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Programa de PósGraduação em Ciência dos Alimentos, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 134 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE FRUTOS DE Myrciaria jaboticaba (Vell) Berg Cynthia Natally de ASSIS1* , Paula Nogueira CURI2 , Maraísa Hellen TADEU1, Pedro Henrique Abreu MOURA2, Matteus Heberth Ribeiro do VALLE1 , Andrei Spaziani TIBERTI1 A flora brasileira é rica em frutas silvestres comestíveis, as quais constituem um patrimônio de grande valor genético e cultural. Dentre as espécies nativas de importância do Brasil, destaca-se a jabuticabeira (Myrciaria sp), pertencente à família Myrtaceae, a qual foi domesticada e incorporada à cultura popular pelos indígenas tupis.Trata-se de uma planta originária da região de Minas Gerais, mas que, hoje, encontra-se amplamente distribuída em quase todas as regiões brasileiras. Os frutos da jabuticabeira são do tipo baga globosa, apresentam casca avermelhada quase preta, polpa esbranquiçada e saborosa. A jabuticaba pode ser consumida in natura ou em geléias, ou ainda, ser fermentada para produção de licor e vinho. É um fruto tropical de grande valor nutricional, possuindo alto teor de carboidratos, fibras, vitaminas, flavonóides e, ainda, sais minerais como ferro, cálcio e fósforo. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar as características físico-químicas de frutos de jabuticabeiras produzidos do setor de fruticultura da Universidade Federal de Lavras em 2012. No mês de agosto, foram coletados uma amostra de 40 frutos em plena produção das plantas para a determinação das variáveis físicas (massa unitária dos frutos (g) com o auxílio de uma balança semi-analítica digital, comprimento e diâmetro médio dos frutos, com auxílio de paquímetro digital) e variáveis químicas: acidez total titulável (obtida através da titulação das amostras com soluções de NaOH 0,1Mol L-1 e expressa como g de ácido cítico/100g de fruto e sólidos solúveis totais (com auxílio de refratômetro portátil da marca ATAGO, modelo PAL-1, a temperatura de 20ºC, com leitura expressa em ºBrix).O comprimento médio registrado de seus frutos foi de 1,92 cm, o diâmetro de 1,91cm e a massa unitária foi de 4,27 g. Apresenta baixo valor de acidez (0,85) confirmando a razão pela qual é indicada para o consumo ao natural. O teor de sólidos solúveis foi de 13,20° Brix, situando-se dentro da faixa conhecida para as jabuticabas, que é de 11,6 a 17,9, °Brix. Acredita-se que os mesmos possam ser usados na confecção de geléias e sucos, devido ao sabor peculiar de seus frutos. Palavras-Chave: Frutas silvestres, Jabuticaba 'sabará, qualidade. Apoio financeiro: CNPq, Fapemig, UFLA. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduando em Agronomia, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 135 CARACTERIZAÇÃO FLORÍSTICO-ESTRUTURAL DE UMA COMUNIDADE DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM LAGES, SANTA CATARINA. Francieli PSCHEIDT1, Bruna SALAMI¹, Pedro HIGUCHI¹, Tássio Dresch RECH², Ana Carolina SILVA¹, Marcelo BONAZZA¹, Fernando Buzzi JÚNIOR¹, Roni Djeison ANSOLIN¹. A fragmentação de áreas naturais é o resultado de perturbações naturais, eventos climáticos e/ou atividades antrópicas. As mudanças na composição florística e estrutural em habitats fragmentados podem modificar a comunidade de polinizadores, dispersores e organismos responsáveis pela ciclagem de nutrientes, gerando efeitos sobre a própria comunidade vegetal e comprometendo ou alterando o funcionamento dos sistemas. Objetivou-se com o trabalho caracterizar o padrão florístico e estrutural do componente arbóreo em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Planalto Sul Catarinense. O experimento foi realizado no município de Lages, localizado na latitude 27°48’58’’S e longitude 50°19’30’’O. Sua altitude é em torno de 916 m e a vegetação é classificada como Floresta Ombrófila Mista Montana. Foram estabelecidos cinco transectos de 100m x 20m, alocados com a distância mínima entre si de 100 m. Cada transecto foi subdividido em 10 sub-parcelas de 10x20 m. Para cada árvore viva com CAP igual ou superior a 15,7 cm foi realizada a identificação botânica e as medidas (circunferência a altura do peito, medida a 1,30 m do solo – CAP, e altura total). As espécies foram classificadas nas famílias de acordo com o sistema APG III. Para a quantificação da diversidade de cada fragmento, foi calculado o índice de Shannon-Wiener (H’) e a equabilidade de Pielou (J’). A estrutura da comunidade arbórea foi descrita a partir do cálculo da densidade absoluta (DA), freqüência absoluta (FA), dominância absoluta expressa pela área basal (DoA), densidade relativa (DR), freqüência relativa (FR), dominância relativa (DoR) e valor de importância (VI). O fragmento apresentou 1.516 indivíduos.ha-1, com uma área basal de 36,12 m2.ha-1, distribuídos em 69 espécies e 30 famílias. As espécies com o maior valor de importância foram Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, Lithraea brasiliensis March., Podocarpus lambertii Klotz., Calyptranthes concinna DC. e Dicksonia sellowiana Hook, com 12,663%, 5,046%, 4,803%, 4,166% e 3,987% respectivamente. O índice de Shannon para o fragmento foi de 3,505 nats.ind e a equabilidade de Pielou resultou em 0,827. As parcelas 9, 3, 6, 8 e 5 foram as que apresentaram os maiores índices de Shannon, com 3,486, 3,258, 3,218, 3,208 e 3,202, respectivamente. O fragmento se encontra em estágio avançado de regeneração, com um grande número de espécies com baixo número de indivíduos. Palavras-chave: Floresta com Araucária, fragmentação florestal, Planalto Catarinense. 1 :Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro Agroveterinário, Departamento de Engenharia Florestal, Av. Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, CEP: 88520-000 - Lages, SC – Brasil. 2: Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Lages, Estação Experimental de Lages, R. João José Godinho, s/n, Morro do Posto, CEP: 88502-970, Caixapostal: 181- Lages, SC – Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 136 CARACTERIZAÇÃO HISTOQUÍMICA EM SEMENTES DE Platonia insignis Mart. (Clusiaceae) Gabrielen de Maria Gomes DIAS1*; Joyce Dória Rodrigues SOARES1; Filipe Almendagna RODRIGUES1; Renata Alves Lara SILVA1; Luciana Alves Caldeira BRANT1; Moacir PASQUAL1 1 O bacurizeiro (Platonia insignis Mart.) é uma espécie frutífera originária da Amazônia que apresenta madeira com boa característica físico-mecânica, além dos frutos que apresentam uma grande demanda na região. Para o estudo da composição química em sementes tem-se adotado, em geral, técnicas bioquímicas. Todavia, esta pode ser detectada in situ por meio de técnicas histoquímicas específicas, as quais permitem informações mais detalhadas sobre a organização e distribuição dos compostos no tecido. Tendo em vista que pouco se conhece a respeito da composição química de sementes de espécies nativas da Amazônia, este trabalho teve por objetivo caracterizar histoquimicamente as sementes de Platonia insignis Mart. Para as análises, foram utilizadas sementes de bacuri, colhidas na região da Amazônia, as quais foram previamente lavadas em água corrente. Para o estudo histoquímico, um lote de 10 sementes foram conservadas em geladeira durante 10 dias, e em seguida fixadas em álcool 70%. A região mediana do cotilédone das sementes fixadas foram seccionada à mão livre com auxílio de lâmina de aço e, posteriormente, procedeu-se ao tratamento das secções com diferentes corantes específicos, sendo: o azul de Comassie para detectar a presença de proteínas, Cloreto de ferro III para compostos fenólicos, Lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em lâminas semipermanentes e o material foram observado e fotografado em microscópio Olympus CX41 acoplado com câmera digital Belcam DIV-3000. Os grãos de amido, corados com Lugol foram evidenciados em pequena quantidade por todo material analisado (meristema fundamental medular e embrião). A presença de lipídeos foi confirmada com o reagente Sudan IV, identificado em toda a região da semente (meristema fundamental medular e embrião), classificando-a como sendo oleaginosa. Em relação aos testes para detecção de proteínas e compostos fenólicos, o resultado foi negativo no material analisado (meristema fundamental medular e embrião). De acordo com os resultados dos testes histoquímicos, as sementes de Platonia insignis Mart. possuem baixo teor de umidade e altos teores de reserva lipídica, favorecendo seu uso para fins energéticos. Palavras-chave: Bacurizeiro, Óleo, Lipídico. Créditos de financiamento: Os autores agradecem ao CNPq, a FAPEMIG e à CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Caixa postal: 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 137 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE Cryptanthus beuckeri (Bromeliaceae) SOBRE DIFERENTES CONDIÇÕES DE LUMINOSIDADE E. Morren Láiza Araujo VALFRÉ1*, Mariana Maciel MONTEIRO¹, Elisa Mitsuko AOYAMA1 A variação nas estruturas das folhas de Bromeliaceae representa uma importante fonte de dados para o estudo filogenético, ontogenético, fisiológico, ecológico e taxonômico. Este trabalho teve como objetivo caracterizar morfologicamente as folhas da espécie Cryptanthus beuckeri E. Morren em diferentes condições de luminosidade, identificando as variações na estrutura foliar e as implicações destas variações sobre o processo de captura de luz. Os indivíduos coletados foram cultivados em estruturas de sombrite de malha 20 mm expostas a três regimes de luminosidade: pleno sol, 30% e 50% de luminosidade, com 15 indivíduos cada. No tempo inicial, que antecede o cultivo nas estruturas de sombrite, foram coletadas folhas para análises de biomassa e biometria. Após 107 dias foram coletados cinco folhas de cada indivíduo para cada condição de luz. Para obtenção dos dados biométricos foram mensurados a espessura foliar, número de folhas, altura, comprimento e largura do ápice e base foliar, comprimento e número das raízes, biomassa fresca e seca. Observando os dados obtidos o tratamento de 50% luminosidade apresentou diferença significativa para os parâmetros, número de folha, número de raiz, comprimento da base foliar e comprimento da raiz. O parâmetro largura da base foliar apresentou diferença significativa nos tratamentos de 50% e 30% luminosidade, em relação às do tempo inicial, para o parâmetro comprimento do ápice foliar, os tratamentos de pleno sol e 30% apresentaram diferenças significativas comparando com as plantas do tempo inicial, já o tratamento de 50% luminosidade não apresentou diferença significativa comparando com o tempo inicial, mas apresentando diferença significativa comparando com o tratamento de pleno sol. Para o parâmetro largura do ápice foliar, apenas as folhas de pleno sol diferiram significativamente dos outros tratamentos, apresentando folhas mais estreitas. Para o parâmetro altura, os tratamentos de pleno sol e 30% luminosidade apresentaram diferença significativa em relação às plantas do tempo inicial e 50%. Para biomassa, a massa fresca da parte aérea foi a que apresentou diferença significativa comparando com os outros tratamentos. Foi concluído que as análises dos parâmetros biométricos e de biomassa indicam que Cryptanthus beuckeri não possui mecanismos para lidar com a alta intensidade de luminosidade a que foi submetida em cultivo, não se adaptando a condições de intensa luminosidade, e sim em condições sombreadas. Palavra-Chave: Morfologia, Fotossíntese, Bromélia. Bolsista PibicUFES - 2012 : Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia BR 101 Norte km 60, Litoraneo, CEP: 29932-540, São Mateus-ES, Brasil. 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 138 CARACTERIZAÇÃO POLÍNICA DE Chresta scapigera (LESS.) GARDNER E C. plantaginifolia (LESS.) GARDNER (ASTERACEAE) Guilherme Tomaz BRAZ¹*; Mariana Esteves MANSANARES² Chresta Vell. ex DC. é endêmico ao Brasil, com distribuição das suas 11 espécies concentrada nos estados de Bahia, Goiás e Minas Gerais, principalmente em altitudes entre 800 e 1200 metros. Existem incertezas quanto à circunscrição de Chresta, e a caracterização polínica pode ser um subsídio para estudos taxonômicos. Portanto, este trabalho visa a caracterização polínica das espécies Chresta scapigera (Less.) Gardner e C. plantaginifolia (Less.) Gard. a fim de contribuir para o conhecimento palinológico e auxiliar em questões taxonômicas. O material botânico foi coletado em campos e cerrados rupestres de Carrancas, Minas Gerais e o material testemunho depositado no herbário ESAL. Os botões florais foram fixados em Carnoy 3:1 e posteriormente armazenados à -20°C. O material polínico foi submetido à acetólise para a observação em microscopia de luz. Foram medidos, aleatoriamente, 25 grãos de pólen de cada espécie em vista equatorial para a obtenção do diâmetro polar e equatorial. Grãos de pólen não acetolisados foram preparados seguindo o protocolo padrão do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultra-Estrutural– UFLA, com algumas modificações, para a análise sob microscopia eletrônica de varredura, sendo analisados em aparelho MEV-LEO-EVO40. Os grãos de pólen de Chresta scapigera e C. plantaginifolia são isopolares, oblato-esferoidais (relação entre diâmetro polar e equatorial – P/E – igual a 0,95 para C. scapigera e P/E = 0.97 para C. plantaginifolia), tricolporados e espinhosos. Em C. scapigera, o diâmetro equatorial variou de 31,28 - 43,24 µm e o polar de 30,67 - 42,59 µm. Já C. plantaginifolia apresentou um diâmetro equatorial variando de 35,97 - 41,15 µm e um diâmetro polar de 33,23 - 40,25 µm. As imagens de microscopia eletrônica de varredura permitiram caracterizar os grãos de pólen como equinofados, com espinhos nas extremidades dos muros e perfurações ao longo dos muros. Os tamanhos médios polínicos são semelhantes entre as espécies, não indicando que dados polínicos sejam bons caracteres taxonômicos para o gênero. Entretanto, observou-se uma variação significativa nas dimensões dos polens de C. scapigera, o que sugere irregularidades durante a microsporogênese, indicando que novos estudos biossistemáticos também devem ser aplicados a estas espécies. Palavras-chave: Palinologia, Caracteres taxonômicos, Microsporogênese. Apoio: FAPEMIG, CNPQ, CAPES. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 139 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DO CAULE DE Leonotis nepetifolia L. (Lamiaceae) ANALISADOS POR CLAE-DAD Diego Pinto de OLIVEIRA1, Ana Flávia SILVA1, Marisa LOPES1, Thiago Corrêa de SOUZA1, Geraldo Alves da SILVA1, Marcelo Aparecido da SILVA1 Leonotis nepetifolia (L.) R. Br., (Lamiaceae) conhecida popularmente como Cordãode-Frade ou Cordão-de-São-Francisco é um arbusto nativo da áfrica com distribuição pancontinental, utilizada como planta medicinal no tratamento de diversas doenças. Considerada também uma erva daninha por infestar solos produtivos, inviabilizando o cultivo de outras culturas. Variados estudos mostram a presença de diterpenos e polifenóis, porém não foi estabelecido ainda um marcador químico específico para a espécie. Apesar de não haver estudos clínicos e os estudos em animais serem escassos, estes sinalizam uma atividade anti-inflamatória e antimicrobiana da espécie. A cromatografia líquida de alta eficiência é uma ferramenta usada amplamente na caracterização e isolamento de substâncias químicas dos extratos vegetais, o detector de diarranjo de diiodos é importante ferramenta para caracterização de compostos com capacidade de absorção na região ultravioleta. O estudo tem o objetivo de caracterizar quimicamente o extrato pela presente técnica a cerca de compostos com capacidade de absorção no ultravioleta . A análise foi realizada em cromatógrafo Shimadzu UFLC acoplado a detector de diarranjo diiodos (DAD) e coluna Shimadzu C18 CLC-ODS (250x 4,6 mm; 5 µm de tamanho de partícula). Os eluentes utilizados foram solução de ácido acético 0,1 % (v/v) (eluente A) e metanol (eluente B) o volume de injeção foi de 25 µL e fluxo de 1,0 mL/min. A análise iniciou a 10% de B e seguiu gradiente linear até 100% de B em 30 min. A concentração de B foi mantida até 50 min. Depois a concentração de B foi retomada à inicial para preparar a coluna para a próxima análise. O cromatograma apresentou cinco picos dois foram eluidos em menor tempo e com absorção no ultravioleta característica de compostos fenólicos, ou outros picos não apresentaram absorção no ultravioleta. Verifica-se que o cromatógrafo líquido de alta eficiência acoplado ao detector de diarranjo de diiodos é uma ferramenta importante para definir a impressão digital do extrato e identificação de compostos fenólicos, auxiliando a caracterização química e padronização do extrato. Palavras-chave: Leonotis nepetifolia, CLAE-DAD, Caracterização química. Faculdade de Ciências *[email protected] 1 Farmacêuticas; Universidade Federal de Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. Alfenas. 140 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO PARA ESPÉCIES ARBÓREAS DA BACIA DO SÃO FRANCISCO BASEADA EM CARACTERES VEGETATIVOS Charles Marques de SOUZA1*, Hisaias de Souza ALMEIDA1, Vilany Matilla Colares CARNEIRO2, Eduardo VAN DEN BERG2 O uso de caracteres vegetativos como filotaxia, presença ou ausência de exsudatos, estípulas, glândulas, entre outros, visando à identificação de famílias ou até mesmo espécies, em diversas formações florestais, é uma ferramenta bastante útil para alunos, professores e, principalmente, por aqueles que realizam constantemente inventários florísticos e fitossociológicos. Tais características dendrológicas são úteis, pois a maioria delas permanecem disponíveis durante o ano todo. Deste modo o presente trabalho teve por objetivo elaborar um projeto preliminar para confecção de uma chave de identificação, baseada em caracteres vegetativos, tais como: filotaxia e formato de folha, presença ou ausência de estípulas, glândulas extraflorais, indumentos e exsudatos. O material botânico foi coletado em seis áreas de transição entre o Cerrado sensu stricto, Florestas Deciduais e Semideciduais na região da Bacia do rio São Francisco em Minas Gerais. Para a elaboração da chave dicotômica foram utilizados os caracteres vegetativos de 28 espécies distribuídas em seis famílias, sendo elas Anacardiaceae, Annonaceae, Bignoniaceae, Malvaceae, Rubiaceae e Vochysiaceae. Para uma maior funcionalidade da chave foram obtidas imagens das exsicatas, dando ênfase às características mais importantes para a identificação. Estas informações serão utilizadas futuramente para a elaboração de um guia virtual e uma chave de identificação dendrológica abrangendo um maior número de espécies, tornando assim uma ferramenta ainda mais aplicável durante a identificação das espécies da região. Palavras-chave: Dendrologia, Chave Dicotômica, Morfologia. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG, CAPES, Laboratório de Ecologia Vegetal UFLA. 1 : Universidade Federal de Lavras-UFLA, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras-UFLA, Departamento de Biologia, Programa de Pósgraduação em Ecologia Aplicada, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 141 1 CHUVA DE SEMENTES EM ÁREA DE CABRUCA NA REGIÃO CACAUEIRA DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL. Paula Bastos VIEIRA¹*, Walace Barbosa da SILVA², Yasmim Smarsaro BONFÁ³, Luis 4 Fernando Tavares de MENEZES No Espírito Santo, o sistema “cabruca” (cultivo de cacau sob a floresta raleada) se estende por 17 mil hectares ao longo das margens do Rio Doce em Linhares. O sistema de plantio do cacau esta sendo importante para a preservação da flora restante, por isso este trabalho foi realizado com os seguintes objetivos: identificar quais são as espécies nativas que chegam à área por meio da chuva de sementes; descrever qual o padrão de dispersão das sementes contidas na chuva de sementes; verificar se existe similaridade florística entre as espécies identificadas e as da área de estudo. Logo a partir da análise da chuva de sementes, pretendeu inferir, se o manejo realizado nesse tipo de cultivo compromete a conservação da biodiversidade das florestas de tabuleiro na região. A área estudada localiza-se no Sítio Santa Catarina, próxima a Floresta nacional de Goytacazes, onde o Sítio tem área total de aproximadamente 44 ha. São mantidos na cultura alguns tratos como o corte periódico da vegetação rasteira. Assim, para o estudo foram feitas 30 parcelas de 10 X 10 m. No centro de cada parcela foi instalado um coletor de sementes circular de abertura igual a 157 cm de circunferência, estruturado com arame, costurado em tela de náilon com malha 1x1 mm na profundidade de 50 cm, totalizando 30 coletores, que foram instalados com duas estacas onde cada um destes são mantidos suspensos do solo á 1,20 m. Foram obtidos 796 diásporos, com média de 99,5 propágulos por mês. Quanto à composição florística, foram aportados 26 morfotipos. Desses, seis estão identificados até família, cinco em gênero oito em espécie. A síndrome de dispersão que prevaleceu foi à anemocórica com 40% dos diásporos. As espécies nativas que chegaram por meio da chuva de sementes, foram de: Rollinia laurifolia Schltdl, Spondias macrocarpa Eng, Tapirira guianensis Aubl, Tabebuia cristata A.H.Gentry, Myrcia multiflora (Lam.)DC. Com isso tal sistema vai de encontro ao conceito de sustentabilidade, pois a atividade econômica entra em consonância com o meio. Logo, perante a importância da comunidade vegetal presente, se faz necessário mais tempo de pesquisas voltadas para o conhecimento da ecologia que envolve esse sistema, para fornecer suporte técnico para o manejo e conscientização do patrimônio ambiental existente nessa forma de cultivo. Palavras-chave: diásporos, florística, dispersão, manejo. Créditos ao CNPq e FAPES, pelo auxílio e bolsas fornecidas. 1 :Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Biologia, Programa de Pósgraduação em Biodiversidade Tropical, Campus de São Mateus, Cep: 29000-100, São Mateus, ES. Brasil; 2 :Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia de Restinga e Mata Atlântica, Campus de São Mateus, Cep: 29000-100, São Mateus, ES. Brasil; 3 :Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Biologia, Laboratório de Ecologia de Restinga e Mata Atlântica, Campus de São Mateus, Cep: 29000-100, São Mateus, ES. Brasil; 4 :Universidade Federal do Espírito Santo, Professor adjunto do Departamento de Biologia,Campus de São Mateus. Cep: 29000-100, São Mateus, ES. Brasil. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 142 CITOGENÉTICA DE ESPÉCIES ÁRBOREAS DE Cassia L. E Chamaecrista M. (Leguminosae) Clara Mitre do PRADO1, Janaína MAURI2, Kátia Ferreira Marques de RESENDE3, Lisete Chamma DAVIDE3, Giovana Augusta TORRES3* Chamaecrista Moench. e Cassia L. sensu stricto compõem, juntamente com Senna Mill., a subtribo Cassiinae. Chamaecrista é composto por espécies perenes, herbáceas a arbóreas, distribuídas em seis secções botânicas, formando complexos taxonômicos. O gênero Cassia tem apenas espécies arbóreas, sendo o mais confuso com relação à definição das categorias infragenéricas e do número de espécies. Informações citogenéticas têm sido pouco exploradas como subsídio para elucidação de questões taxonômicas dessa subtribo, que passa por uma revisão de classificação das espécies dos seus três gêneros. O objetivo do trabalho foi descrever o tipo de núcleo interfásico e o número cromossômico de duas espécies de Chamaecrista M. (Chamaecrista ensiformis (Vell.) H. S. Irwin e Barneby e Chamaecrista brachystachya (Benth.) Conc., L. P. Queiroz e G. P. Lewis) e duas espécies de Cassia L. (Cassia fistula L. e Cassia javanica subsp. nodosa (Buch.-Ham. ex Roxb.) K. Larsen e S. S. Larsen. Pontas de raiz foram pré-tratadas com solução de 8hidroxiquinoleína a 2mM, a 30ºC, e digeridas com solução enzimática de pectinase e celulase (100/200 U), a 37°C. As lâminas foram preparadas pelo método de secagem à chama e coradas com Giemsa 10%. Todas as espécies apresentaram núcleo interfásico arreticulado, com fina granulação e intensa coloração da cromatina difusa. Foi possível distinguir dois subtipos: núcleos com cromocentros pontualmente delimitados, nas duas espécies de Chamaecrista, sendo estes cromocentros maiores em Chamaecrista ensiformis; e núcleos sem cromocentros evidentes nas duas espécies de Cassia. O número cromossômico encontrado foi 2n = 28 para todas as espécies, o mesmo relatado para Cassia fistula e Cassia javanica subsp. nodosa, em indivíduos ocorrentes na Nigéria e na Índia. Para outras 15 espécies de Cassia foram observados 2n = 22, 24, 26, 28, sendo o último o mais frequente. Em Chamaecrista, a maioria das espécies descritas na literatura são diploides com 2n = 14 e 16 cromossomos, sendo encontradas também espécies poliploides com 2n = 32 e uma espécie (Chamaecrista cathartica) com 2n=28. A homogeneidade das características avaliadas dentro e entre as espécies indica que uma caracterização mais detalhada do complemento cromossômico (morfometria, bandeamento e citogenética molecular) de um número maior de espécies é necessária para entender a evolução cariotípica e subsidiar a delimitação taxonômica na subtribo Cassiinae. Palavras-chave: Caesalpinioideae, Cassiinae, Citogenética, Núcleo interfásico, Número cromossômico. Apoio Financeiro: CAPES, FAPEMIG; CNPq/PIBIC. 1 : Universidade Federal de Lavras, Curso de bacharelado em Ciências Biológicas, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 2 : Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras – MG, Brasil 3: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 143 CITOTOXICIDADE DO EXTRATO AQUOSO DA CASCA DE Annona crassiflora Mart. (Annonaceae) Maria de Fátima SANTOS1*; Lília Rosário RIBEIRO1; Quênia Mara SILVA1 Annona crassiflora Mart. é uma espécie arbórea endêmica do cerrado brasileiro que apresenta importantes propriedades biológicas atribuídas aos alcaloides, flavonoides e a uma classe especial de substâncias denominadas acetogeninas das anonáceas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade citogenotóxica do extrato aquoso da casca de Annona crassiflora Mart. sobre o ciclo celular de Lactuca sativa L. Semente de L. sativa foram tratadas com cinco concentrações do extrato aquoso da casca de A. crassiflora (0,1 g.L-¹, 0,08 g.L-¹, 0,06 g.L-¹, 0,04 g.L-¹ e 0,02 g.L-¹) e colocadas para germinar por 48 horas em estufa do tipo BOD a 24ºC. Para as análises citogenéticas, as raízes de L. sativa foram fixadas em Carnoy após 48 horas de exposição aos extratos. As lâminas foram confeccionadas utilizando-se a técnica de esmagamento; o índice mitótico (IM) foi avaliado em 5000 células e comparado ao grupo controle tratado com água destilada. O efeito citotóxico foi avaliado pelo IM e o efeito genotóxico pela presença de alterações cromossômicas. Constatou-se atividade citotóxica (p<0,05) em todas as concentrações do extrato da casca em relação ao controle, sendo verificadas também alterações cromossômicas como pontes, cromossomos perdidos e Cmetáfases. Os resultados desse estudo sugerem que o extrato aquoso da casca da árvore de A. crassiflora possui atividade citotóxica, aneugênica e clastogênica sobre Lactuca sativa. Palavras-chave: Araticum, Citogenotoxicidade, Índice mitótico. : Centro Universitário de Formiga – UNIFOR-MG, CEP: 35570-000, Formiga-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 144 CLASSIFICAÇÃO DE NÚCLEOS INTERFÁSICOS DE FEIJÃO DE ORIGEM ANDINA E MESOAMERICANA Laiane Corsini ROCHA1*, Fernanda Oliveira BUSTAMANTE1, Gustavo Costa SANTOS1, Flavia Barbosa Silva BOTELHO2, Lisete Chama DAVIDE1 O feijão, umas das principais culturas do Brasil, foi domesticado em pelo menos duas regiões distintas, resultando em feijões Andinos (Andes e altiplanos do México) e feijões mesoamericanos (América Central). Esses feijões desenvolveram expressões fenotípicas bem distintas para algumas características ao longo do processo evolutivo. Feijões andinos apresentam grãos grandes de cor bege com rajas/pontuações de cor vinho e os feijões de origem mesoamericana apresentam grãos pequenos de cor creme e estrias marrons. As diferenças fenotípicas podem estar relacionadas com alterações genéticas e epigenéticas, passíveis de serem investigadas através de análises citogenéticas, como a classificação de núcleos interfásicos que considera a proporção e a distribuição da heterocromatina. O objetivo deste trabalho foi classificar os núcleos interfásicos do feijão da cultivar Carioca (Origem Mesoamericana) e a cultivar BRS-Radiante (Origem Andina). Para realizar as análises, raízes de 1 a 2 cm de ambas cultivares de feijão foram fixadas em Carnoy (3:1) e após 24 horas as raízes foram submetidas à maceração enzimática em solução de pectinase/celulase (40%:4%) por 3 horas. As lâminas foram confeccionadas pelo método de esmagamento e coradas com Giemsa 10% por 5 minutos. Foram observados 300 núcleos interfásicos (100 por raiz) para cada cultivar. Embora diferenças fenotípicas sejam evidentes entre as duas cultivares, os núcleos foram classificados como arreticulados em ambas, não havendo, dessa forma, diferenças entre os feijões Mesoamericano e Andino para a característica em questão. Palavras-chave: Phaseolus vulgaris L., Núcleo interfásico, Giemsa. Os autores agradecem a FAPEMIG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro à pesquisa. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Programa de PósGraduação em Agronomia, Campus Universitário de Sinop, caixa postal 3037, CEP: 378060-900, Cuiabá-MT, Brasil. * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 145 COLEÇÃO DE CYPERACEAE DO HERBÁRIO PROF. ALUISIO BITTENCOURT, CAXIAS, MARANHÃO Daniele Souza dos SANTOS1*, Gonçalo Mendes da CONCEIÇÃO1 As coleções botânicas são fundamentais para a pesquisa em sistemática e levantamentos florísticos. Esses acervos são de inestimável importância para todo e qualquer trabalho de pesquisa relacionado aos aspectos da diversidade, estrutura, classificação, distribuição dos organismos vegetais. Evidentemente, o aspecto mais importante a considerar num Herbário é a boa apresentação e conservação das exsicatas e principalmente sua correta identificação, levada tanto quanto possível ao nível de espécie e, quanto for o caso até variedade. Cyperaceae apresenta distribuição cosmopolita, sendo uma das famílias mais representativas no Neotrópico e no Brasil. Sendo que no Brasil ocorrem em diversos biomas. O presente trabalho consiste no levantamento de dados da família Cyperaceae no Herbário do Laboratório de Biologia Vegetal, do Centro de Estudos Superiores de Caxias, da Universidade Estadual do Maranhão. Foram registradas 151 exsicatas, sendo que apenas 39 destas estavam identificadas. No geral listou-se 17 espécies, distribuídas em sete gêneros, sendo Cyperus o mais representativo, seguido de Rhynchospora, Fimbristylis, Fuirena, Diplacrum, Kyllinga e Eleocharis. O presente estudo foi de extrema importância, por possibilitar a atualização das identificações e a necessidade de novos levantamentos, para o aumento do acervo. Palavras-chaves: Coleção botânica, Herbário, Cyperaceae, Maranhão. 1 : Universidade Estadual do Maranhão/UEMA, Núcleo de Pesquisa dos Recursos Biológicos dos Cerrados Maranhenses/RBCEM, Praça Duque de Caxias s/n, Morro do Alecrim, Caxias/MA, CEP 65.604-380 *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 146 COMPARAÇÃO ESTRUTURAL DAS COMUNIDADES ARBÓREAS EM UM continuum VEGETACIONAL EM CAPITÓLIO, MINAS GERAIS. Eduardo de Paiva PAULA1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Felipe de Carvalho ARAÚJO¹, Polyanne Aparecida COELHO¹, Matheus Santos LUZ¹, Aline Martins MOREIRA¹. A transição entre duas ou mais comunidades diferentes, denominada Ecótono é uma zona de união ou um cinturão de tensão, onde há uma interpenetração florística das comunidades adjacentes, além dos organismos característicos dele próprio. O objetivo do estudo consistiu comparar a estrutura das comunidades arbóreas, as quais formam um continuum vegetacional. O estudo foi realizado em um remanescente florestal a margem do lago de Furnas, município de Capitólio-MG. Foram alocadas 31 parcelas de 300m² distribuídas sistematicamente por toda área de estudo. Todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito ≥ 15,7cm foram incluídos na amostragem. A partir da realização prévia de uma Análise de Agrupamento (Dendrograma), foram delimitados três grupos: cerrado denso (8 parcelas), ecótono (15 parcelas) e floresta estacional semidecidual montana (8 parcelas). As relações estruturais entre os agrupamentos foram estabelecidas por meio dos parâmetros de densidade, dominância, índice de diversidade de Shannon e equabilidade de Pielou. Foram amostradas um total de 120 espécies e 43 famílias botânicas, sendo que: cerrado denso (53 espécies), ecótono (77 espécies) e floresta (62 espécies), e 15 espécies ocorreram nos três grupos. Os valores de densidade e dominância encontrados foram: cerrado denso (2308 indivíduos/ha e 15,5m²/ha), ecótono (2091 indivíduos/ha e 17,3m²/ha) e floresta (1358 indivíduos/ha e 16,6m²/ha). O índice de diversidade de Shannon e a equabilidade de Pielou foram: cerrado denso (3,46 e 0,873), ecótono (3,60 e 0,828) e floresta (3,54 e 0,858), apresentando alta equabilidade. Ou seja, uma relativa uniformidade da distribuição dos indivíduos entre as espécies amostradas nas diferentes comunidades. Apesar dos três grupos apresentarem o índice de diversidade similar, há um decréscimo da densidade de indivíduos e um aumento da relação dominância/densidade do cerrado denso para a floresta estacional semidecidual montana. Demonstrando, portanto, que enquanto o cerrado denso está investindo em densidade de indivíduos, a floresta investe em área basal. A partir disso, supõe-se que o histórico de perturbação através do fogo ocasionalmente ocorrente, de forma mais intensa no cerrado denso, além dos fatores edáficos, tais como ph, concentração de Alumínio, profundidade efetiva, entre outros, podem estar condicionando o estabelecimento das diferentes comunidades dentro do continuum vegetacional, bem como da formação de gradientes estruturais distintos. Palavra-chave: Estrutura de comunidade, Ecótono, floresta estacional semidecidual montana. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, Campus Universitários caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 147 COMPARAÇÃO FLORÍSTICA DE TRÊS DIFERENTES CLASSES DE TAMANHO D A REGENERAÇÃO NATURAL EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA MONTANA EM LAGES, SC Fernando BUZZI Junior1* Roni Djeison ANSOLIN1, Bruna SALAMI 1, Pedro HIGUCHI1, Marco Antonio BENTO¹, Amanda KOCHE MARCON1, Tiago de Sousa FERREIRA¹ Os estudos sobre regeneração natural são importantes para se compreender os estágios de sucessão de uma floresta e também o funcionamento dos processos de dinâmica florestal, subsidiando a definição de estratégias que visão a conservação e restauração de remanescentes florestais. Com isso, este trabalho objetivou comparar a composição florística de três diferentes classes de tamanho da regeneração natural em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana em Lages, SC. O trabalho foi conduzido em sub-parcelas com diferentes dimensões de acordo com o tamanho das plantas (Classe 1: 5m2, indivíduos com 0,2 à 1m de altura; Classe 2: 10m2, indivíduos com 1 à 3m de altura; e Classe 3, 20m2, indivíduos com >3m de altura até circunferência na altura do peito (CAP) <15,7cm), onde todos os regenerantes arbóreos foram identificados, contados e classificados de acordo com a classe de altura. Para se avaliar a similaridade entre os componentes foi calculado o índice de similaridade de Jaccard . Na classe 1 forram encontrados 83 espécies pertencentes a 35 famílias, na classe 2 tinham 65 espécies em 30 famílias e na classe 3, 80 espécies em 25 famílias. A família com maior riqueza nas três classes de altura foi a família Myrtaceae. Foram encontradas 37 espécies comuns nas três classes, 21 espécies exclusivas da classe 1 e seis e três espécies exclusivas respectivamente nas classes 2 e 3. As classes mais similares foram a 2 e a 3 sendo que as menos similares foram as classes 1 e 3. A similaridade encontrada entre as classes 1 e 2 foi de 0,59. Já entre a segunda e terceira classe foi de 0,69 e entre a classe 3 e 1 foi de 0,49. Enquanto a classe 1 possui uma maior riqueza de espécies e de famílias e um maior número de espécies exclusivas, as classes 2 e 3 apresentaram maior similaridade florística. Os resultados sugerem a existência da partição vertical do componente regenerativo no fragmento estudado, que pode ser resultado do processo de sucessão ecológica e de diferenças ecológicas das espécies regenerantes. Palavras-chave: Estágios de sucessão, Regenerantes arbóreos, Similaridade. 1: Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Departamento de Engenharia Florestal, UDESC-CAV. Av. Luiz de Camões, 2090 Conta Dinheiro - 88.520-000, Lages – SC, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 148 COMPARAÇÃO IN SILICO DE PROTEÍNAS RELACIONADAS À RESISTÊNCIA A DOENÇAS EM ESPÉCIES DE ROSACEAE Rodrigo de Oliveira ALMEIDA1*; Emi Rainildes LORENZETTI2; João Carlos BESPALHOK FILHO1 As espécies consideradas frutíferas, como a macieira, morangueiro, pereira e pessegueiro, são destaque na família Rosaceae. Por este destaque na fruticultura, intensificaram-se os trabalhos na área de genômica e proteômica desta família. Microorganismos fitopatogênicos são responsáveis por consideráveis perdas na produção das rosáceas. Entretanto, na interação planta-patógeno, as plantas são capazes de resistir ao ataque do patógeno sintetizando diversas proteínas específicas de defesa. Estas proteínas relacionadas a resistência a doenças em espécies de rosáceaes foram encontradas, sequenciadas e depositadas em bancos de dados públicos, como National Center for Biotechnology Information (NCBI), European Molecular Biology Laboratory (EMBL) e DNA Data Bank of Japan (DDBJ). Assim, objetivou-se analisar quanto ao tamanho, in silico, as proteínas relacionadas a resistência a doenças de quatro espécies da família Rosaceae. Sequências proteicas das espécies Malus x domestica Borkh, Fragaria x ananassa Duch, Prunus persica (L.) Batsch, e Pyrus pyrifolia (Burm.f.) Nakai oriundas do GenBank foram utilizadas neste trabalho, totalizando 4.969 sequências. O desenvolvimento dos scripts para a solução de problemas biológicos computacionais foi feito em linguagem de programação Perl (Pratical Extraction and Report Language), sob a plataforma Linux. Sequências sob a anotação “unnamed protein product” foram retiradas das análises, totalizando 828 sequências descartadas. Após este procedimento, foram selecionadas 247 sequências contendo o termo “disease resistance” e separadas em grupos de acordo com o número de aminoácidos. Através de análise prévia, constatou-se que 243 sequências proteicas continham de 100 a 200 aminoácidos. Para estas 243 proteínas, cinco grupos foram formados (D1, D2, D3, D4 e D5). Destes, cada grupo consistia de 101-120, 121-140, 141-160, 161-180 e 181-200 aminoácidos. Nenhuma sequência foi encontrada para o grupo D5. Para os grupos D1, D2, D3 e D4, foram encontradas 1, 3, 168 e 71 sequências proteicas, respectivamente. Os resultados demonstram que as proteínas envolvidas com resistência a doenças nas rosáceaes predominam no tamanho de 141 a 160 aminoácidos, sendo também muito similares entre si. Palavras-chave: Bioinformática, Perl, Proteínas. 1 : Universidade Federal do Paraná, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Produção Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 19061, CEP: 80035050,Curitiba-PR, Brasil. 2 : Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP 36180-000, Rio Pomba-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 149 COMPORTAMENTO DE MUDAS DE Hylocereus undatus H. (Cactaceae) SUBMETIDAS À APLICAÇÃO DE BIOESTIMULANTES E FERTILIZANTES FOLIARES Conceição Aparecida COSSA1*; Tamiris Tonderys VILLELA¹; Thalyta Coelho de OLIVEIRA¹; Isabela Rubis DIAS¹; Leandro Mazo ROCHA¹; Maria Aparecida da Fonseca SORACEA¹; Robinson OSIPE¹ A pitaya encontra-se entre as frutíferas tropicais pouco conhecidas, porém com elevado potencial para os mercados interno e externo. Entretanto, o crescimento e a produtividade dessa planta variam em função de vários fatores, entre eles, a disponibilidade de nutrientes. Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento vegetativo em mudas de pitaya submetidas a aplicação de bioestimulantes e fertilizantes foliares. O experimento foi realizado durante os meses de novembro e dezembro de 2011, na Universidade Estadual do Norte do Paraná, município de Bandeirantes/PR. Foram utilizadas mudas uniformes de pitaya variando de 3 a 4 cm de altura, estas foram mantidas em ambiente protegido com umidade superior à 60% e temperatura em torno de 28°C, durante todo o experimento. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com 5 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram: T1- testemunha, pulverizadas com água deionizada; T2- Stimulate® (bioestimulante composto); T3 – Amino Peixe Natural® (fertilizante organomineral); T4 – Mistura Comercial (MC) (fertilizante foliar); T5 – Ácido giberélico na concentração de 2000 mg.L-1. As plantas foram avaliadas quanto à altura e diâmetro antes da aplicação e posterior a aplicação aos 15, 30 e 45 dias. Os dados foram submetidos ao teste de Tukey a 5%, onde o T5 apresentou maior altura, porém não diferindo estatisticamente de T2 e T5 diferindo de T3 e T4 com os menores valores. Após a ultima avaliação T4 apresentou mais de 90% das plantas mortas, acreditando-se que este fato deva ter ocorrido devido à inadequação da dose utilizada. Conclui-se, portanto que o bioestimulante, o fertilizante organomineral e o ácido giberélico não interferiram no desenvolvimento de plantas de Hylocereus undatus. A mistura comercial de reguladores vegetais e nutrientes minerais requer adequação da dose, visto que sob a dose utilizada a ação deste pode levar à morte das plantas. Palavras-chave: Pitaya, Desenvolvimento, Giberelina. Apoio financeiro: CNPq e Fundação Araucária 1 : Universidade Estadual do Norte do Paraná - CLM, Centro de Educação e Pesquisa Ambiental (CEPA), caixa postal 261, CEP: 86360-000, Rodovia BR 369, Km 54,Bandeirantes-PR, Brasil. *Autor para correspondência [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 150 COMPORTAMENTO DO BIOTESTE Lactuca sativa L. (ASTERACEAE) FRENTE À TOXICIDADE DE EFLUENTES TÊXTEIS BRUTO E TRATADO Adolfo Luís dos SANTOS1*; Murilo PAZIN2; Luiz Carlos de Almeida RODRIGUES3; Sandro BARBOSA1; Fábio KUMMROW4; Breno Régis SANTOS1 Devido à grande preocupação com contaminantes ambientais oriundos do setor têxtil, testes ecotoxicológicos têm sido utilizados na avaliação dos efeitos de seus efluentes visando identificar possíveis problemas de poluição. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a fitotoxicidade dos efluentes brutos e tratados gerados por uma indústria têxtil utilizando como organismos-teste L. sativa. Amostras de efluente bruto e tratado foram coletadas em uma indústria têxtil localizada na região sul de Minas Gerais. Cipselas de Alface (Lactuca sativa L. cv Grand Rapids) foram expostas às amostras nas concentrações 25, 50, 75 e 100% em delineamento inteiramente casualizado com nove tratamentos e quatro repetições. Para isso, as cipselas foram colocadas em placas de Petri com dois discos de papel filtro umedecidos com 3 mL das diferentes concentrações das amostras, em câmara de germinação com temperatura controlada de 20±2 ºC e fotoperíodo de 12 h. Água destilada foi utilizada como controle negativo. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de significância. Foi realizada a curva de embebição utilizando-se 25 mg de cipselas e aferindo-se o ganho de massa em intervalos de 0,5; 1; 2; 3, 4, 5 e 6 h. A porcentagem de germinação foi determinada após 24 h, enquanto o comprimento das raízes, a porcentagem de plântulas e a biomassa fresca foram determinados após 72 h de exposição. Posteriormente, as amostras foram levadas à estufa de secagem a 45° C até atingir peso constante e foi aferida a biomassa seca. A curva de embebição evidenciou que as concentrações testadas dos efluentes bruto e tratado não influenciaram a absorção de água pelas cipselas de alface, pois ocorreu uma estabilização das massas nos últimos intervalos observados de forma semelhante ao controle. Não foi observado efeito estatisticamente significativo dos efluentes bruto e tratado para nenhum dos parâmetros de fitotoxicidade avaliados no presente trabalho. Conclui-se, portanto, que as amostras de efluentes estudadas não são fitotóxicas para a cultivar Grand Rapids do organismo-teste L. sativa. Palavras-chave: Lactuca sativa L., Efluente têxtil, Fitotoxicidade Agradecimentos: à CAPES e à FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza (ICN), Alfenas - MG, CEP: 37130-000, Brasil. 2 Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – USP, Ribeirão Preto-SP, Av do Café, s/n, CEP 14040-903, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 4 Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas - Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, CEP 09910-720, Diadema-SP, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 151 COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE FLORÍSTICA DE UM REMANESCENTE DE FLORESTA ALUVIAL, PORÇÃO ALTA DO RIO GRANDE-MG Caroline Cambraia Furtado CAMPOS1*, Charles Marques de SOUZA2 , José Magno das CHAGAS JÚNIOR 1 , Eduardo VAN DEN BERG1, Vilany Matilla Colares CARNEIRO1 As matas ciliares, e entre elas a floresta aluvial, são áreas de preservação permanente obrigatória, pois garantem o fluxo dos rios e fornecimento de água potável. No entanto se os atuais debates em torno de mudanças no código florestal brasileiro em relação ao tamanho da área a ser desmatada, não for respeitada a extensão específica de acordo com a largura dos rios, elas estarão mais vulneráveis e suscetíveis ao desaparecimento. Em Minas Gerais pouco se sabe sobre a florística e fitossociologia que compõe este tipo de formação florestal e assim assegurar a sua preservação. Considerando então a importância das áreas aluviais, assim como a escassez de estudos nestas florestas, os objetivos deste trabalho foram elaborar uma lista florística e calcular a diversidade da área contribuindo para o conhecimento e conservação da flora aluvial de Minas Gerais. As coletas foram realizadas entre setembro de 2010 a agosto de 2011 numa área de aproximadamente 1,8 hectare no município de Piedade do Rio GrandeMG ao longo da porção alta do Rio Grande. Foram identificados e mensurados 400 indivíduos com diâmetro a altura do peito maior ou igual a 5 cm em 100 pontos quadrantes, equidistantes 15 m entre si. Para a análise de diversidade foram calculados os índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’). Foram identificadas 57 espécies, 41 gêneros e 26 famílias. As famílias mais ricas em espécies foram Myrtaceae (13), Fabaceae (5), Salicaceae (4), Anacardiaceae e Lauraceae (3 cada), que, juntas, respondem por 58% da riqueza local. Os gêneros mais representativos em espécies foram Eugenia (6), Casearia, Machaerium e Myrcia (3 cada). Os valores de H’ e J´ para a área foram respectivamente 3,11 nats/ind. e 0,77. As espécies mais abundantes na área foram Eugenia sp. (70 indivíduos), Actinostemon concolor (Spreng.) Müll. Arg. (59) e Casearia sylvestris Sw. (30). Assim, o presente trabalho confirma o padrão observado em florestas aluviais, de baixa diversidade de espécies arbóreas e elevada dominância ecológica. Porém, para este tipo de floresta que apresenta condições limitantes como o encharcamento do solo, o valor de riqueza encontrado é alto indicando a necessidade de esforços maiores para a conservação e manutenção de sua biodiversidade. Palavras-chave: Florestas ripárias, Diversidade de espécies, Conservação Financiamento: FURNAS, ANEEL, CAPES, CNPq, FAPEMIG 1 :Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 :Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 152 COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE FLORÍSTICA DE UM REMANESCENTE DE FLORESTA ALUVIAL, PORÇÃO MÉDIA DO RIO GRANDE-MG Caroline Cambraia Furtado CAMPOS1*, Charles Marques de SOUZA2 , Hisaias de Souza ALMEIDA1 , Eduardo VAN DEN BERG1, Vilany Matilla Colares CARNEIRO1 As espécies que compõem o ambiente das florestas aluviais apresentam características morfológicas adaptadas às restrições de saturação hídrica permanente ou temporária do solo, são elas que mantêm a proteção dos recursos hídricos, integridade ecológica das áreas de várzea, além de contribuírem como corredores ecológicos para a fauna e flora. Assim o presente estudo teve por objetivo conhecer a flora e a diversidade arbustivo-arbórea de um trecho de floresta aluvial pertencentes à Bacia do Rio Grande, Minas Gerais. As coletas foram realizadas entre setembro de 2010 a agosto de 2011 numa área de aproximadamente 1 hectare no município de Lavras-MG, ao longo da porção média do Rio Grande-MG. Foram mensurados e identificados 400 indivíduos com diâmetro a altura do peito maior ou igual a 5 cm em 100 pontos quadrantes, equidistantes 15 m entre si. Para a análise de diversidade foram calculados os índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’). A composição florística foi composta por 52 espécies, 32 gêneros e 19 famílias. As famílias mais ricas em espécies foram Fabaceae (7), Anacardiaceae, Euphorbiaceae, Myrtaceae e Salicaceae (4 cada), Lauraceae, Meliaceae e Rutaceae (3 cada), que, juntas, respondem por 64% da riqueza. Os gêneros mais representativos em espécies foram Casearia (3), Croton, Diospyros, Machaerium, Matayba, Myrsine, Nectandra, Psychotria e Schinus (2 cada). Os valores de H’ e J´ para a área foram respectivamente 2,98 nats/ind. e 0,76. As espécies mais abundantes na área foram Inga vera Kunth. (83), Alchornea granulosa Poepp. (56) e Psidium guajava L. (31). Em suma, considerando-se os limites físicos estabelecidos pelo encharcamento do solo, os valores de riqueza são próximos aos obtidos em outras áreas conservadas deste tipo florestal na região. Faz-se necessário enfatizar a importância de se conservar os remanescentes ainda existentes, bem como procurar conhecer melhor sua constituição florística e estrutura fitossociológica para posteriormente se definir padrões ecológicos e fitogeográficos para estas formações. Palavras-chave: Florestas inundáveis, Riqueza florística, Conservação Financiamento: FURNAS, ANEEL, CAPES, CNPq, FAPEMIG 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 :Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 153 COMUNIDADE ARBÓREA DE ECOUNIDADES EM GRADIENTE INUNDAÇÃO DE UMA PLANÍCIE DO MÉDIO SÃO FRANCISCO DE Diego Gualberto Sales PEREIRA1*, Rubens Manoel dos SANTOS2, Warley Augusto Caldas CARVALHO2, Deborah Mattos Guimarães APGAUA2, Paola Ferreira SANTOS2, Ravi Fernandes MARIANO2 O regime hidrológico é um dos principais condicionantes da distribuição e composição da vegetação em áreas ribeirinhas. Os processos de sedimentação e erosão, oriundos da ação fluvial, criam mosaicos de unidades geomorfológicas com diferentes níveis de susceptibilidade a inundação, podendo ser colonizadas por comunidades vegetais específicas (ecounidades). O presente estudo objetivou caracterizar e comparar a composição e estrutura da comunidade arbórea em diferentes ecounidades em uma área de inundação do Médio São Francisco, foz do Rio Carinhanha (BA). Foram reconhecidas 5 ecounidades com diferentes níveis de susceptibilidade ao alagamento: Terraço Superior, Planície Alta, Planície Baixa, Dique Marginal e Terraço Inferior. Em cada ecounidade foram alocadas três parcelas (400 m2), totalizando 15 parcelas com área amostral de 0,6 ha. Foram identificados todos os indivíduos arbóreos com circunferência à altura do peito maior que 10 cm. As relações florísticas entre as ecounidades foram estabelecidas através de análise de similaridade (índice de Sorensen) e Análise de Correspondência Destendida. A estrutura horizontal foi caracterizada em termos de área basal, densidade, proporção de indivíduos perfilhados e intensidade de perfilhamento. Foram amostrados 701 indivíduos pertencentes a 68 espécies e 27 famílias com índice de diversidade de Shannon de 3,51 ind.nat-1 e equabilidade de Pielou de 0,83. As espécies com maior valor de importância foram Triplaris gardneriana Weddell, Hymenaea martiana Hayne, Inga vera Willd, Annona spinescens Mart. e Randia armata (Sw.) DC. Houve pronunciada diferenciação florística entre as ecounidades, refletidas pelos elevados autovalores da Análise de Correspondência Destendida (eixo1=0,84 e eixo 2=0,64) e a alta dissimilaridade florística (índices de similaridade inferiores a 50% entre as comparações pareadas). As ecounidades frequentemente alagadas (Terraço Inferior e Dique Marginal) apresentaram menor diversidade, maior dominância, menor densidade e área basal concentrada em indivíduos com alto grau de perfilhamento quando comparadas as ecounidades menos susceptíveis a inundação (Terraço Superior e Planície Alta). A comunidade arbórea da foz do Rio Carinhanha foi caracterizada por comunidades distintas distribuídas pelas ecounidades que formam o gradiente de inundação ao longo da planície, sugerindo que o regime de inundação é o principal condicionante da distribuição, composição e estrutura da vegetação na área de estudo. Palavras-chave: Planície de inundação, Rio São Francisco, Ecologia. Agradecimentos: FAPEMIG, Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 154 CONCENTRAÇÕES DE SACAROSE E TIPOS DE VEDAÇÃO MULTIPLICAÇÃO in vitro DE Stryphnodendron adstringens M. (Fabaceae) NA Jorge Marcelo Padovani PORTO1*, Renato PAIVA1, Ana Luísa Corrêa SOARES1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1, Fernanda Carlota NERY2, Raírys Cravo HERRERA3 O [Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville] é uma espécie arbórea, de ocorrência no Cerrado brasileiro e apresenta grande valor medicinal. O extrativismo vem contribuindo para a diminuição das populações naturais, fato agravado pela irregularidade no seu processo de germinação e pelo lento desenvolvimento das suas mudas no campo. Objetivou-se estudar a influência da sacarose e de tipos de vedação na multiplicação in vitro de S. adstringens. Segmentos nodais contendo uma gema axilar, oriundos de plantas pré-estabelecidas in vitro, foram inoculados em meio MS acrescido de diferentes concentrações de sacarose (0, 15, 30, 45, 60 g/L-1). Cinco explantes foram inoculados em cada frasco, sendo os frascos vedados com tampas plásticas contendo um filtro que permite trocas gasosas (com aeração) ou sem esse filtro (sem aeração). Após a inoculação, os explantes foram mantidos em sala de crescimento com 16 horas de fotoperíodo. Após 45 dias, foram mensurados o número e o comprimento das brotações, o número de gemas e de folhas formadas. Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias testadas pelo teste de Scott-Knott (p≤0.05). Verificou-se que não houve formação de múltiplos brotos, sendo a média de um broto por explante. Para comprimento das brotações, número de gemas e de folhas, foram observadas diferenças estatísticas, sendo as maiores médias encontradas nos tratamentos contendo 30, 45 e 60 g/L-1 de sacarose em frascos com aeração, obtendo respectivamente as seguintes médias: 2,91, 1,85 e 1,44 cm de comprimento por brotação; 3,58, 3,33 e 3,25 gemas por brotação; e 3,58, 3,25 e 3,25 folhas por brotação. Conclui-se que a troca gasosa e maior fornecimento de sacarose influenciam positivamente no crescimento de brotos e formação de gemas e folhas de S. adstringens. Palavras-chave: Barbatimão, fotoautotrófico, troca gasosa. Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 1 2 Universidade Federal de São João Del-Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas (DEPEB), Campus Dom Bosco, Praça Dom Helvécio, 74, 36301-160 - São João Del Rey – MG, Brasil. 3 Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Altamira, Rua Coronel José Porfírio, 2515, São Sebastião, 68372-040 - Altamira, PA - Brasil. * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 155 CONDICIONAMENTO FISIOLÓGICO EM SEMENTES DE Styrax camporum Pohl. (Styracaceae) Rafaella Carvalho MAYRINCK1*, Natália Cristina Nogueira SILVA¹, Tatiana Arantes Afonso VAZ¹, Paulo Roberto MAGISTRALI¹, Ailton Gonçalves Rodrigues JUNIOR¹, Antonio Claudio DAVIDE¹ O condicionamento fisiológico tem sido utilizado com o objetivo de melhorar a porcentagem, velocidade e uniformidade da geminação, bem como na indução de mecanismos de proteção contra diversos tipos de estresses ambientais. Styrax camporum é conhecida popularmente por estoraque-do-campo e benjoeiro. É indicada para reflorestamentos destinados à recomposição de áreas degradadas. A espécie produz grande quantidade de sementes viáveis, em frutos carnosos, os quais são dispersas por aves. O objetivo desta pesquisa foi verificar os efeitos do hidrocondicionamento e osmocondicionamento sobre a germinação de sementes de Styrax camporum. As sementes foram colhidas na região de Lavras-MG, beneficiadas em peneiras por meio de maceração manual sob água corrente. O grau de umidade das sementes frescas foi determinado pelo método da estufa (103 oC/17 horas). As sementes destinadas ao tratamento controle foram submetidas ao teste de germinação sem nenhum tratamento prévio. Para realização do hidro e osmocondicionamento, as sementes foram colocadas em tubos falcon contendo água ou solução de polietilenoglicol (PEG 6000) no potencial de -1,2 MPa e mantidas em incubadora tipo BOD na temperatura de 20 °C e escuro por 7 dias. Para manter a oxigenação das soluções, os tubos foram furados na tampa e colocados em misturador elétrico. Posteriormente, foram secas em sala climatizada (20 °C e 40 % de umidade relativa do ar) e submetidas a um teste de germinação constituído por 4 repetições de 25 sementes cada, em placas de Petri com papel para germinação umedecido em água, e colocadas em câmaras de germinação do tipo BOD a 25 °C e luz contínua. A germinação foi avaliada durante 45 dias. A umidade das sementes frescas foi de 27,5%. As sementes que haviam sido submetidas ao osmocondicionamento apresentaram 11% de germinação, estatisticamente inferior aos tratamentos de hidrocondicionamento e controle, que apresentaram 42% e 39% de germinação respectivamente, sendo estes, estatisticamente iguais de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados mostram que os tratamentos não foram eficientes no aumento da germinação. Palavras-chave: Hidrocondicionamento, Osmocondicionamento, Germinação. Apoio FAPEMIG. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 156 CONHECIMENTO PRÉVIO DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O TEMA BOTÂNICA - UM ESTUDO DE CASO. Reneida Ap. Godinho MENDES1*, Júlia Viegas MUNDIM2, Cristina Pimentel do NASCIMENTO1, Vanessa N. PERES3 Uma articulação do conteúdo abordado em sala com a realidade do aluno é muito importante para os professores de qualquer área dentro das Ciências Naturais. Nesse sentido, a Botânica adquire uma complexidade ainda maior, uma vez que, sua abordagem na escola é meramente descritiva. Dentro das Ciências Naturais, o campo de estudo da Botânica é muito amplo e diversificado, apresentando assim, uma relativa dificuldade de ser compreendia por grande parte dos alunos do ensino fundamental. Na maioria das vezes, se o aluno não tiver, desde sua infância contato com a natureza, como muitos que vivem nas grandes cidades, no momento em que for estudar, por exemplo, classificação vegetal, o conteúdo pode não ficar bem claro. A falta de conhecimentos prévios suficientes, disponíveis na estrutura cognitiva dos alunos para poder fazer uma relação com o conteúdo apresentado pode dificultar a aprendizagem. Dessa forma, um entendimento sobre o conhecimento prévio dos alunos é importante para o direcionamento do trabalho pedagógico do professor de Ciências, principalmente em relação ao conteúdo de Botânica. Com o objetivo de se obter informações neste contexto aplicou-se, para cento e cinco alunos em uma escola pública do Distrito Federal, o CEF 02 de Brazlândia, questionário contendo dez questões relativas ao conteúdo de Botânica, de acordo com o currículo da educação básica da secretária de educação vigente. De acordo com as respostas dos alunos às questões apresentadas, observou-se que na questão relacionada à fotossíntese 82% alunos alcançaram êxito na escolha da alternativa. Nas questões referentes aos órgãos vegetativos (raiz, caule e folha) e a adaptação das plantas ao cerrado mais de 60% dos alunos acertaram as perguntas. Já nas questões relacionadas aos órgãos reprodutivos (flor, fruto e semente) os alunos apresentaram maior grau de dificuldade em responder corretamente, contabilizando menos de 20% de acerto entre os participantes. Com base nas informações apresentadas e nos dados coletados, sugere-se que os assuntos relativos aos órgãos reprodutivos das plantas sejam trabalhados com maior enfoque e riqueza de detalhes, para os alunos do ensino fundamental, tenham uma melhor compreensão do conteúdo, possibilitando assim, uma aprendizagem efetivamente significativa. Palavras-chave: Ensino de Ciências, Ensino em Botânica, aprendizagem significativa. Universidade de Brasília, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica. Campus Universitário Darcy Ribeiro, - CEP 70910-900 – Brasília-DF Brasil. 2 Universidade de Brasília - Graduação em Ciências Naturais. Campus Planaltina, - CEP 70910-900 – Brasília-DF Brasil. 3 Universidade de Brasília - Graduação em Gestão Ambiental. Campus Planaltina, - CEP 70910-900 – Brasília-DF Brasil *[email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 157 CONSTITUIÇÕES DE CÁPSULA E MEIO DE CULTURA NA SOBREVIVÊNCIA DE UNIDADES ENCAPSULÁVEIS DE MANGABEIRA Paulo Augusto Almeida SANTOS1*, Renato PAIVA1, Ana Cristina de SOUZA1, Jorge Marcelo Padovani PORTO1, Luciano Coutinho SILVA1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1 A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma frutífera com alto potencial econômico mas atualmente vem sofrendo pressões antrópicas nas suas áreas de ocorrência. Apesar disso, ainda são escassos os estudos sobre a propagação massal com o emprego de técnicas de micropropagação. A tecnologia de unidades encapsuláveis utilizando meristemas apicais de parte aérea é uma possibilidade para a propagação clonal em larga escala e intercâmbio entre instituições de pesquisa. A constituição da cápsula e o meio de cultura empregado para o crescimento dos explantes são os principais pontos a serem investigados no uso desta técnica. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar diferentes constituições de cápsulas bem como o melhor meio para germinação das unidades encapsuláveis. Brotações de mangabeira estabelecidas in vitro tiveram os ápices caulinares excisados com o auxílio de um microscópio estereoscópico, em seguida, os meristemas foram imersos em matriz de alginato de sódio 2,5% constituído das formulações de sais WPM ou MS, ambas acrescidas de 2 mg L-1 de benzilaminopurina (BAP) e pH ajustado em 5,8. Os ápices foram resgatados individualmente e gotejados em solução de cloreto de cálcio (100 mM) para a complexação durante 20 minutos. As cápsulas complexadas foram imersas em solução de nitrato de potássio (100 mM) por 15 minutos para a descomplexação e, em seguida, lavadas com água destilada e autoclavada. As unidades encapsuláveis foram inoculadas nos diferentes meios de cultura WPM ou MS, também acrescido de 2 mg L-1 BAP e suplementado com 30 g L-1 sacarose, 7 g L-1 ágar e pH ajustado em 5,8. Após a inoculação, cápsulas foram mantidas em sala de crescimento a 25±2°C e 16h de fotoperíodo. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2 (cápsulas x meios) com nove repetições. Após 30 dias foi avaliada a sobrevivência dos ápices. Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05) utilizando o software Sisvar. Não houve diferença significativa entre os tratamentos. Foi observada uma alta taxa de sobrevivência (70%) dos ápices caulinares. Palavras-chave: Hancornia speciosa, Unidades encapsuláveis, Cultivo in vitro. Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 158 CONTRIBUTION OF SEED COAT TO THE CONTROL OF GERMINATION OF Stylosanthes humiliS (Fabaceae) H.B.K. SEEDS Izabel de Souza CHAVES1*, Danilo de Castro SILVA1, Nilo César Queiroga SILVA1, Lucas Luiz GUSMÃO1, Marcel Viana PIRES1, Raimundo Santos BARROS1 Seeds of Towsville stylo (Stylosanthes humilis HBK), a tropical annual forage legume, exhibit a seed coat barrier to water and solutions imposed mainly by its macrosclereids, elongated palisade cells. Some growth regulator solutions are capable to penetrate the seed coat stimulating embryo growth, wich causes then coat rupture, leading to germination. When seeds are scarificed mechanically with sandpaper following treatments with regulators for 48 or 72 h, dormancy is partially broken, showing that regulators had penetrated through the seed coat. The growth regulators which mostly permeate seed coat thus promoting germination were: 1-amino-1-cyclopropane-1-carboxylic acid, thiourea and the combination 2chloroethylphosphonic acid (CEPA) plus benzyladenine (BA). CEPA and BA, isolatedily, were also able to break dormancy, depending on the seed lot studied. Seed coat became highly permeable to water and growth regulators after mechanical (with sandpaper) and chemical (with sulfuric acid) scarification. KEYWORDS: Dormancy, Growth regulators Towsville stylo. ACKNOWLEDGEMENTS: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n, CEP: 36570-000, Viçosa-MG, Brazil * corresponding author: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 159 CONTROLE DA CONTAMINAÇÃO IN VITRO DE SEGMENTOS CAULINARES DE CAMU-CAMUZEIRO Maria da Conceição da Rocha ARAÚJO1, Marcela Liege da SILVA1, Edvan Alves CHAGAS2, Samuel da SILVA3, Moacir PASQUAL4, Olisson Mesquita de SOUZA3 Objetivou-se avaliar diferentes doses de antibióticos no controle da contaminação bacteriana in vitro de segmentos caulinares de camu-camuzeiro. Foram testados três antibióticos (eritromicina, ampicilina e cloranfenicol), em diferentes dosagens (100, 200, 300 e 600 mg L1 ) adicionados ao meio de cultura WPM. Em câmara de fluxo laminar, os explantes foram imersos em álcool 70% por 1 minuto, seguido de imersão em hipoclorito de sódio a 1,5%, por 20 minutos, logo após foram inseridos nos tubos de ensaio contendo os diferentes tratamentos. Avaliaram-se a porcentagem de descontaminação bacteriana e de sobrevivência dos explantes aos 7, 14, 21 e 30 dias. Observaram-se que os melhores resultados, 100% de controle da contaminação, foram obtidos com a adição do antibiótico cloranfenicol ao meio de cultura. O uso de ampicilina também foi eficiente no controle da ocorrência de contaminação, sendo que na dose de 600 mg L-1 observaram-se controle total da contaminação. No entanto, considerando-se que no tratamento em que foi utilizado 100 mg L1 de ampicilina foi observada 98% de descontaminação e elevada sobrevivência dos explantes, esta dose foi considerada a mais apropriada. A eritromicina apresentou-se menos efetiva no controle da contaminação bacteriana presente nos explantes de camu-camu. Observou-se maiores porcentagens de sobrevivência dos explantes quando adicionou-se 600 mg L-1 de ampicilina no meio de cultura, obtendo-se 50% de sobrevivência. O antibiótico eritromicina também mostrou-se eficiente na sobrevivência dos explantes de camu-camu, porém, dosagens maiores que 300 mg L-1 resultaram em menores as porcentagens de sobrevivência dos explantes. Para o antibiótico cloranfenicol, observaram-se que as dosagens superiores a 200 mg L-1 mostraram-se fitotóxica aos explantes, ocasionando 0% de estabelecimento. Portanto, recomenda-se a adição de ampicilina ao meio de cultura para controle da contaminação in vitro de camu-camuzeiro. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Micropropagação, Frutífera nativa, Antibiótico. 1 Doutoranda em Biodiversidade e conservação - Rede Bionorte – RR Email: [email protected]* (autor para correspondência). Embrapa Roraima Caixa Postal 133 CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 2 Pesquisador Embrapa Roraima. BR 174, Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 3 Universidade Federal de Roraima, Graduando Agronomia, Bolsista PIBIC/UFRR. Embrapa Roraima Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 4 Professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), CP 3037, 37200-000, Lavras, MG, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 160 CONTROLE DE QUALIDADE FARMACOBOTÂNICO DE CAPIM-LIMÃO OBTIDOS NO COMÉRCIO DE LAVRAS E BELO HORIZONTE-MG Joyce Pereira ALVARENGA1*, Helena Botelho de ANDRADE¹, Suzan Kelly Vilela BERTOLUCCI¹, Márcio Paulo PEREIRA2, José Eduardo Brasil Pereira PINTO¹1 A identificação botânica incorreta de uma planta medicinal compromete sua eficácia, podendo oferecer riscos à saúde do consumidor. Cymbopogon citratus (DC) Stapf (Poaceae), popularmente denominado capim-limão, é amplamente conhecido e utilizado para fins medicinais, além de possuir aplicações em diversas indústrias. Objetivou-se realizar o controle de qualidade farmacobotânico de amostras comerciais de capim-limão desidratadas adquiridas no comércio de Lavras e Belo Horizonte, MG. Dentre as amostras três foram adquiridas em Lavras (A1 a A3) e seis em Belo Horizonte (A4 a A9), cada amostra foi analisada em triplicata. As amostras foram hidratadas em água destilada em banho-maria, durante 2:30 h. Cortes das secções transversais da lâmina foliar foram realizados à mão livre. As lâminas foram coradas com solução de safra-blau e analisadas em microscópio óptico com aumento de 100x. As amostras foram comparadas com duas amostras de referência, uma de C. citratus e outra de C. nardus (L.) Rendle e com a descrição microscópica do C. citratus, segundo a Farmacopéia Brasileira V. As amostras A3, A5, A6, A7 e A9 são similares à descrição da literatura e a amostra de referência, sendo evidentes a presença de papilas na face abaxial e a configuração dos feixes vasculares. Contudo, os tratamentos A1, A2 e A8 refletem claramente que se tratam de outra espécie, devido a ausência das características descritas e pela presença marcante de depressões na epiderme formadas pela projeção das extensões da bainha dos feixes vasculares de médio e grande porte. Além dessas projeções, observaram-se tricomas na epiderme que revestem as extensões da bainha do feixe da face abaxial. Tais características observadas em A1, A2 e A8 são semelhantes àquelas observadas para o C. nardus. Conclui-se que, na amostragem analisada, a qualidade de 28% dos C. citratus comercializados não possuem condição de estarem disponibilizados no mercado, necessitando de rigorosa vigilância sanitária, a fim de coibir a sua comercialização, uma vez que, encontram-se gravemente comprometidos nas questões de identificação botânica. Palavras-chave: Cymbopogon citratus (DC) Stapf (Poaceae), Controle de Qualidade, Droga vegetal. Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG e CAPES. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 161 CONVOLVULACEAE DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO, BRASIL Domingos Lucas dos Santos SILVA1*, Daiana Sousa da SILVA1, Gonçalo Mendes da CONCEIÇÃO1 Convolvulaceae é uma família cosmopolita, seu nome deriva do latim convolvo, que significa entrelaçar-se, e refere-se, em termos gerais, à forma do seu crescimento. A maioria de suas espécies apresentam-se como trepadeiras em forma de subarbustos ou ervas, volúveis ou prostradas. A família possui larga distribuição mundial, com numerosas espécies nos trópicos e pouquíssimas nas zonas temperadas. A família engloba 55 gêneros, distribuídos em 1.930 espécies. No Brasil ocorrem 20 gêneros, com aproximadamente 350 espécies. Possui um elevado número de espécies importantes na indústria alimentícia, apresentam ainda potenciais paisagísticos devido às suas flores vistosas. Apesar de existirem vários estudos no país demostrando sua grande representatividade, para o estado do Maranhão estudos ainda são raros. O presente trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento das Convolvuaceae ocorrentes na Área de Proteção Ambiental Municipal do Inhamun. As coletas do material botânico ocorreram mensalmente no ano de 2011, entre os meses de abril e novembro. Foram registradas 13 espécies, incluídas em quatro gêneros. De todas as espécies coletadas o gênero ipomoea foi o mais representativo. As espécies mostram predominância em locais abertos, sendo a maioria com habito trepador e com a forma de vida hemicriptófita. Esforços de coletas serão empreendidos para o aumento do nível de conhecimento desta família. Palavras-chave: Cerrado, Ipomoea, Diversidade de espécies. 1 : Universidade Estadual do Maranhão, Centro de Estudos Superiores de Caxias, Departamento de Química e Biologia, Laboratório de Biologia Vegetal. Praça Duque de Caxias, s/n, CEP.: 65604-380, Caxias – Maranhão – Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 162 CORRELAÇÃO ENTRE A FOSFORILAÇÃO DA HISTONA H3 E A COESÃO ENTRE CROMÁTIDES IRMÃS NA MEIOSE Cristina Maria Pinto de PAULA1*, Aline Silva FREITAS1, Vânia Helena TECHIO1, Fausto de SOUZA SOBRINHO2 As histonas são as principais proteínas associadas ao DNA dos eucariotos. Modificações póstraducionais na cauda N-terminal das histonas que compõem os nucleossomos, geralmente estão associadas com funções biológicas distintas. Entre as várias modificações, destaca-se a fosforilação da histona H3 na serina 10 (H3S10f), embora a sua função durante a meiose em plantas ainda não esteja bem determinada, as hipóteses levantadas apontam para um papel na condensação cromossômica e/ou na manutenção da coesão entre cromátides irmãs. Apesar das histonas e algumas de suas modificações serem altamente conservadas, tem sido demonstrado que o papel e a distribuição da H3S10f podem diferir durante o ciclo celular entre as espécies. O objetivo do presente trabalho foi determinar o padrão de distribuição da histona H3 fosforilada na serina 10 durante a meiose em genótipos diploides e tetraploides de espécies de Brachiaria, por meio da técnica de imunodetecção. As anteras foram fixadas em paraformaldeído 4%, maceradas em tampão fosfato salino 1x, bloqueadas com Albumina de Soro Bovino 3% e encubadas com anticorpo primário (Rabbit polyclonal IgG, Sta Cruz Biotechnology, USA) contra H3S10f, que posteriormente foi detectado por um anticorpo secundário (Goat anti-rabbit IgG-FITC, Sta Cruz Biotechnology, USA). Os resultados revelaram diferenças na distribuição cromossômica da H3S10f quando comparadas a primeira e a segunda divisão meiótica. Durante a meiose I, cromossomos inteiros foram fosforilados e a fosforilação da H3 terminou próximo à telófase I, já na meiose II a fosforilação foi restrita a região pericentromérica. Não houve variação no padrão de fosforilação entre genótipos diploides e tetraploides. As alterações na fosforilação da H3 durante a meiose correlacionaram-se com a manutenção para coesão das cromátides irmãs e, consequentemente, com a atuação das coesinas (complexo proteico que promove a coesão entre cromossomos e cromátides irmãs). Essas proteínas do complexo coesina se associam primeiramente as regiões próximas ao centrômero e depois se difundem para os braços do cromossomo com a finalidade de manter os bivalentes intactos. Sendo assim, com base na coordenação espaço-temporal nas espécies de Brachiaria avaliadas a H3S10f está relacionada com a manutenção da coesão entre cromátides irmãs durante a meiose. Palavras-chave: Brachiaria, Epigenética, Fosforilação de histonas, Imunodetecção. Os autores agradecem a FAPEMIG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro à pesquisa. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal , CEP: 372000-000, Lavras-MG, Brasil. 2 : Embrapa Gado de Leite (CNPGL), Rua Eugênio do Nascimento, 610, Bairro Dom Bosco, CEP 36038-330, Juiz de Fora-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 163 CORRELAÇÃO ENTRE REPRODUÇÃO E TAMANHO EM Geonoma schottiana Mart. (ARECACEAE) NO SUL DE MINAS GERAIS. Carolina Njaime MENDES1*, Écio Souza DINIZ¹, Jeannot Katya KAVUYA¹, Marcela de Castro Nunes SANTOS¹, Marco Aurélio Leite FONTES¹ As florestas tropicais compõem comunidades extremamente diversas tanto em grupos taxonômicos quanto em guildas, onde se encontram espécies em diferentes estratos da vegetação. Essas diferenças se expressam em mudanças estruturais, arquiteturais e alométricas nos indivíduos. Eventos como a abertura de clareiras em ambientes sombreados, tal como nos sub-bosques das florestas tropicais, e a porcentagem de radiação fotossinteticamente ativa que atinge o chão das florestas são extremamente importantes para as espécies tolerantes à sombra em ambientes onde a luz é limitada. Neste sentido, o objetivo deste estudo foi verificar a influência do tamanho do indivíduo na produção de frutos de Geonoma schottiana Mart., espécie de sub-bosque associada a solos úmidos. Para tanto, foram amostrados 25 indivíduos contendo cachos com frutos ainda verdes em Floresta Semidecídua, no Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, em Lavras, MG. Os cachos foram coletados com a ajuda de um podão de alumínio e acondicionados em sacos plásticos. Ainda no campo foram coletadas as duas maiores larguras de copa, utilizando-se uma trena flexível e, em laboratório, cada cacho teve seus frutos contados. Foi ajustada uma equação linear com n° de frutos em função do tamanho. A equação ajustada foi significativa pelo teste F (F calculado igual a 11,945 e p igual a 0,002145) e os parâmetros significativos pelo teste t (p igual a 0,00214). Os resultados mostraram uma baixa correlação entre número de frutos e profundidade de copa, ao contrário do que afirmam vários autores, ao defenderem que o tamanho atingido por espécies de sub-bosque representa uma maior capacidade de captação de energia e consequente aumento na fecundidade, além de afirmarem que o tamanho é o melhor indicador do fitness da planta. Em matas de galeria no Brasil central já havia sido encontrado resultado semelhante, com a reprodução não sendo afetada pelo comprimento total da planta. Tais resultados mostram que para G. schottiana o tamanho não é o melhor indicador de aptidão, o que pode ser devido ao comportamento variável da radiação ao longo do ano nas Florestas Semidecíduas. Palavras-chave: Floresta Semidecídua; Fitness; Sub-bosque; Radiação. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 164 CRESCIMENTO Cattleya walkeriana (Orchidaceae) EM DIFERENTES SISTEMAS DE MICROPROPAGAÇÃO André Luis MOREIRA1, Aline dos SANTOS1*, Adriano Bortolotti da SILVA1 As orquídeas são plantas cultivadas pela exoticidade e beleza de suas flores. Na natureza estas espécies apresentam problemas na propagação, o que justifica o emprego de técnicas de micropropagação visando à produção em larga escala de plantas. O objetivo do presente trabalho foi verificar o crescimento in vitro de orquídeas (Cattleya walkeriana) em diferentes sistemas de micropropagação cultivadas em biorreator, sistema de ventilação natural e convencional. Plantas de Cattleya walkeriana foram obtidas a partir da germinação de sementes em meio de cultura Knudson. Após a germinação, as plantas foram uniformizadas com aproximadamente 1,0 cm de comprimento e inoculadas nos diferentes tratamentos. Os tratamentos contaram dois sistema de micropropagação (convencional e ventilação natural) e três meios de cultura (liquido, solido com 5 e 6 g L-1 de ágar). Foram realizados dois tratamentos adicionais em biorreator de imersão temporária e contínua. O biorreator de imersão temporária promoveu o maior crescimento da parte aérea e do sistema radicular, maior acúmulo de massa seca e melhor controle da perda de água em orquídeas crescendo nesse sistema de propagação medido através da pesagem de parte da folha fresca de dez em dez minutos por duas horas. O sistema de ventilação natural permitiu a ocorrência de trocas gasosas entre o frasco de cultivo e meio externo, possivelmente reduzindo os efeitos inibitórios do etileno, aumentando os teores de clorofila a e b, reduzindo a perda de água pelos tecidos foliares das plantas in vitro. O biorreator de imersão temporária promove o maior crescimento e melhor controle da perda de água de orquídeas. Palavras-chave: Cattleya walkeriana, Biorreator de imersão temporária, Biorreator de contínua, Sistema de ventilação natural, Cultura de tecido de planta. Créditos de financiamento: CNPq 1 Universidade José do Rosário Vellano, UNIFENAS, Faculdade de Agronomia, Departamento de Biotecnologia Vegetal. Rodovia MG 179 - km 0, Caixa Postal 23, 37130000 Alfenas, MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 165 CRESCIMENTO CLONAL DE Typha domingensis (Typhaceae) PROVENIENTES DE DIFERENTES ADENSAMENTOS POPULACIONAIS CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA Hugo Machado MOREIRA1*, Fabricio José PEREIRA1; Carolina Toledo Garib SORIANO1; Márcio Paulo PEREIRA1; Gabriel Resende Naves da SILVA1, Evaristo Mauro de CASTRO1 A taboa (Typha domingensis) é uma macrófita aquática encontrada em diferentes ambientes de água doce. Essa espécie tem sido registrada em todo o mundo e às vezes é até mesmo considerada uma espécie daninha extremamente agressiva, contudo, diferentes adensamentos populacionais são observados no ambiente. O presente trabalho teve por objetivo verificar os efeitos do tempo e de dois diferentes adensamentos populacionais na reprodução vegetativa da taboa. Plantas de T. domingensis foram coletadas em açudes na região Sul de Minas Gerais de áreas com alto (mais de 50% da área coberta pela espécie) e baixo (menos de 50% da área coberta pela espécie) adensamentos populacionais e propagadas durante 90 dias na casa de vegetação. Após esse período, as plantas foram selecionadas e colocadas em bandejas com 4 L de solução nutritiva de Hoagland e Arnon a 40% de força iônica. Foi colocada apenas uma planta por bandeja e o crescimento clonal foi avaliado contando-se o número de plantas filhas geradas aos 30 e 60 das de experimento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x3 com 14 repetições. Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott para P<0,05 ou regressão. Ocorreram diferenças significativas em função do tempo e do adensamento populacional e interação entre esses fatores (Fc= 7,71; p=0,0009). Analisando o desdobramento do adensamento dentro de cada nível no tempo, não houve diferença significativa nos diferentes adensamentos populacionais nos tempos 0 e 30 dias (Fc ≤ 3,699 e P > 0,05). Contudo, aos 60 dias, as plantas provenientes de populações mais adensadas apresentaram um crescimento clonal 53,86% maior em relação às plantas de populações menos adensadas. Quando analisado o desdobramento de tempo dentro de cada nível, observou-se um crescimento linear em função do tempo para a produção de clones nas populações muito e pouco adensadas. Contudo, a inclinação da reta nas populações pouco adensadas é menor do que a encontrada nas populações muito adensadas (67,27% maior nas mais adensadas) denotando uma maior produção de clones por unidade de tempo. Dessa Forma, ao longo do tempo as diferenças no crescimento clonal são acentuadas entre as populações de diferentes origens, sendo maior nas plantas de taboa oriundas de populações muito adensadas. Palavras-chave: Taboa, Adensamento populacional, Crescimento clonal. Financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000 Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 166 CRESCIMENTO DE Eicchornia azurea Kunth (Pontederiaceae) CULTIVADA EM ÁGUA RESIDUÁRIA DO BENEFICIAMENTO DO CAFÉ Marinês Ferreira PIRES1*, Ana Carolina Oliveira DUARTE2, Evaristo Mauro de CASTRO1, Cynthia OLIVEIRA3, Fabrico José PEREIRA1, Marcio Paulo PEREIRA1 A atividade de lavagem e despolpa de frutos do cafeeiro, necessária para obtenção de redução do custo de secagem dos grãos e melhoria na qualidade de bebida, é geradora de grandes volumes de águas residuárias, ricas em material orgânico em suspensão e constituintes orgânicos e inorgânicos em solução. A fim de estabelecer uma estratégia viável de tratamento de águas residuárias vem sendo desenvolvidos trabalhos utilizando plantas capazes de tolerar e remover o excesso de nutrientes, funcionando como filtro biológico. Desse modo, este estudo teve por objetivo avaliar a tolerância de Eicchornia azurea na presença de diferentes concentrações de água residuária do beneficiamento dos frutos do cafeeiro por meio de uma análise de crescimento. Plantas de E. azurea foram coletadas e propagadas em solução nutritiva em casa de vegetação. Posteriormente, plantas da terceira geração foram dispostas em caixas d’água de 217 L contendo os diferentes tratamentos: 0% (controle), 25%, 50%, 75% e 100%. Ao fim do período experimental coletou-se amostras de plantas para obtenção da massa seca e área foliar que foram utilizadas para obtenção das variáveis de crescimento. Os resultados demonstraram efeito da água residuária em todas as variáveis analisadas: a taxa de crescimento, a taxa assimilatória líquida e razão raiz/parte aérea apresentou um aumento nas concentrações iniciais, seguido por uma queda a partir de 75% de água residuária; da mesma forma a razão de área foliar e área foliar específica também apresentaram um aumento na presença da água residuária, tendendo a uma redução na maior concentração. O comportamento apresentado por E. azurea na presença de água residuária pode indicar que nas menores concentrações houve um favorecimento de seu crescimento, que pode também representar uma maior absorção de nutrientes. No entanto, sob concentrações mais elevadas de água residuária o excesso de nutrientes provavelmente tornou-se estressante a ponto de reduzir o crescimento das plantas. Palavras chave: Filtro biológico, aguapé, nutrientes. Agradecimentos: FAPEMIG, CAPES, CNPQ 1 1 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG 2 Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200000, Lavras MG 3 Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 167 CRESCIMENTO DE MUDAS DE ABACAXIZEIRO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES CONDIÇÕES DE RADIAÇÃO Wellington Farias ARAÚJO1*, Jefferson Bittencourt VENÂNCIO2; Rafael de Souza MELO3; Edvan Alves CHAGAS4, Verônica Andrade dos SANTOS5, Evaristo Mauro de CASTRO6 Objetivou-se com este trabalho verificar o efeito de diferentes malhas de sombreamento sobre o crescimento de mudas de abacaxizeiro. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada no Setor de Fruticultura da Embrapa Roraima, Boa Vista, RR. O delineamento experimental foi em blocos inteiramente casualizado, com quatro repetições e quatro plantas por repetição. Os tratamentos foram dispostos em esquema fatorial 4x3, sendo compostos por 4 ambientes de luz (Exposição ambiente; sombrite preto 50% de sombreamento; malha vermelha 50% de sombreamento; malha azul de sombreamento e três cultivares de abacaxizeiro (‘Pérola’; ‘Vitória’ e ‘Imperial’). As plantas foram cultivadas em casa de vegetação sob condições controladas de temperatura (28± 2oC) e umidade relativa do ar 70%. A eficiência das malhas de sombreamento coloridas sobre o crescimento das plantas de abacaxi foi avaliada pelas seguintes variáveis: altura da planta, número de folhas e diâmetro do caule. A cultivar Pérola apresenta maior crescimento em todos os ambientes de cultivo, seguido da Vitória e Imperial. Já, a cultivar Vitória apresenta maior número de folhas. As malhas de sombreamento afetaram, significativamente, o crescimento das cultivares estudadas, sendo mais eficiente em exposição ambiente, seguido de sombrite preto e malha vermelha, em proporções semelhantes, e menos eficiente em malha azul. As diferentes condições de radiação afetam o crescimento de mudas de abacaxizeiro, sendo que a exposição à radiação ambiente é mais eficiente para o crescimento das plantas e a cultivar Pérola apresenta um maior desempenho independentemente da condição de radiação. Palavras-chave: Fruticultura, Ananas comosus, Produção de mudas Apoio Financeiro CAPES/CNPq/FEMARH 1 Prof. Associado da Universidade Federal de Roraima. Email: [email protected]. *autor para correspondência: 2 Eng. Agr., Mestrando do curso de Agronomia da UFRR (POSAGRO). E-mail: [email protected]. 3 Estudante de Graduação em Agronomia da UFRR. Email: [email protected] 4 Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Roraima), Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq. Email: [email protected]. 5 Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Roraima), Bolsista PósDoc/PNDP/CAPES. Email: [email protected] 6 Prof.do Associado da Universidade de Lavras. Email: Anais Iº Simpósio InternacionalFederal de Botânica Aplicada e Iº [email protected] Simpósio Nacional de 168 Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. CRESCIMENTO DE MUDAS DE Inga marginata Willd. (Fabaceae) PRODUZIDAS EM SUBSTRATO COM SUBPRODUTO AGRÍCOLA Paulo Roberto MAGISTRALI1*, Janice Ferreira do NASCIMENTO1, Rafaella Carvalho MAYRINCK1 A demanda crescente por mudas florestais de qualidade vem impulsionado pesquisas relacionadas à otimização e redução de custo de produção, principalmente para espécies nativas com potencial para recuperação ambiental. Inúmeros estudos enfocam a utilização de subprodutos agrícolas como alternativas econômicas para produção de mudas em viveiros. A casca de arroz carbonizada é um subproduto agrícola inerte que apresenta características como baixo custo, fácil manuseio e alta porosidade. O Inga marginata é uma espécie nativa da Mata Atlântica, indicada para recomposição de matas ciliares e programas de restauração ambiental. O objetivo desse estudo foi avaliar o crescimento de mudas de Inga marginata produzidas em substrato comercial misturado com casca de arroz carbonizada. As mudas foram produzidas em tubetes cônicos de 180 cm3 em casa-de-vegetação no viveiro florestal da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. O experimento foi montado no mês de agosto de 2009 utilizando sementes do programa Bolsa de Sementes. A irrigação foi automatizada e o delineamento experimental foi em blocos ao acaso com oito repetições por tratamento. Empregou-se a marca comercial Carolina Soil® (CS) como substrato, e uréia, superfosfato simples e cloreto de potássio (250-4000-200 g/m³) como fertilizantes. A incorporação da casca de arroz carbonizada (CAC) ao substrato foi realizada em betoneira. Os tratamentos foram denominados de S1 (100% CS), S2 (90% CS e 10% CAC), S3 (80% CS e 20% CAC) e S4 (70% CS e 30% CAC). Após três meses as mudas foram transferidas para uma casa-desombra (malha de 50%). A cada 30 dias foram avaliados o diâmetro do coleto (cm) e a altura (cm) das mudas, finalizando as avaliações aos 240 dias. Os dados foram submetidos à análise de regressão utilizando o software Sisvar 5.3. As mudas apresentaram tendências lineares e rápido incremento até os 90 dias, estabilizando o crescimento até os 150 dias. Esse comportamento pode ser explicado pela troca de ambiente que ocorreu neste período, visando a rustificação das mudas. Por apresentar os maiores valores de diâmetro e altura (19,7 e 3,8 cm, respectivamente), bem como, as melhores tendências de crescimento, conclui-se que a incorporação de 30% de casca de arroz carbonizada (S4) no substrato testado, é a melhor opção para a produção das mudas de Inga marginata. Palavras-chave: Silvicultura, Viveiro florestal, Qualidade de mudas. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 169 CRESCIMENTO DE MUDAS DE Leucaena leucocephala(Lam.) de Wit (FABACEAE) EM DIFERENTES SUBSTRATOS Rodolfo Soares de ALMEIDA1*, Gabriel de Resende BARONI2, Rafaella Carvalho MAYRINCK1, Anani Morilha ZANINI1 , Bruna Anair Souto DIAS3, André da Silva OLIVEIRA1 Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar, preliminarmente, a influência de substratos no crescimento de mudas de Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit (Leucena). O experimento foi realizado em viveiro e instalado em blocos casualizados com três tratamentos (composições de substrato): substrato 1 (mistura de 3 partes de fibra coco, 3 partes de esterco, 1 parte de vermiculita e 3 partes de casca arroz); substrato 2 (mistura de 6 partes de fibra coco, 2 partes de esterco, 1 parte de vermiculita, 1 parte de casca arroz) e; substrato 3 (mistura de 2,5 de terra, 5 partes de esterco e 2,5 partes de fibra coco), com seis repetições e 10 plantas por parcela. Os substratos foram acondicionados em tubetes de polipropileno de 115cm3. O crescimento das mudas de Leucena foi avaliado aos 105 dias após a semeadura, por meio da mensuração de altura e diâmetro do coleto das mudas. A altura das mudas de Leucena foi influenciada significativamente (p ≤ 0,05) pelo substrato utilizado. As mudas produzidas no substrato 3 apresentaram maior altura (média de 3,49 cm) do que as mudas produzidas no substrato 1 (média de 3,13 cm) e substrato 2 (média de 3,22 cm), sendo que as mudas produzidas nos substratos 1 e 2 não diferiram estatisticamente (p > 0,05) entre si. Porém, o diâmetro do coleto das mudas não foi influenciado significativamente (p > 0,05) pelos diferentes substratos testados. O diâmetro do coleto médio das mudas foi de 2,14 mm, 2,27 mm e 2,32 mm, respectivamente, para as mudas produzidas nos substratos 1, 2 e 3. Pelos resultados observados na avaliação preliminar da produção de mudas de Leucena, espera-se encontrar o melhor crescimento em altura utilizando o substrato 3, composto pela mistura de 2,5 de terra, 5 partes de esterco e 2,5 partes de fibra coco. Palavras-chave: produção vegetal, substrato, produção de mudas. Apoio: Núcleo de Estudos em Silvicultura 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia Florestal CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil – ([email protected])* 2: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduando em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Professora do Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 170 CRESCIMENTO DE PORTA-ENXERTOS DIFERENTES TIPOS DE COBERTURA DE CAMU-CAMU SOB Cynthia Natally de ASSIS1, Assis Francisco FERREIRA1, Isabel Garcia RIBEIRO2, Edvan Alves CHAGAS3, Jaqueline Vilena de OLIVEIRA2, Verônica Andrade dos SANTOS4 O camu-camu é uma espécie da família Myrtaceae, dispersa em quase toda a Amazônia, sendo encontrada, em seu estado natural, às margens dos rios, em regiões de várzea e igapó. Em relação à propagação desta espécie as condições e formato da sementeira podem afetar a emergência e germinação das sementes. O substrato ao ideal é aquele que possui boa retenção de água, não seja fonte de inócuo e não favoreça o desenvolvimento de patógenos, seja de baixo custo e de fácil aquisição e não contenha ou libere quaisquer substâncias fitotóxicas. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de diferentes ambientes e substratos na obtenção de porta-enxertos de camu-camu. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação e Laboratório de Sementes da Embrapa Roraima, em conjunto com a Universidade Federal de Roraima. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial 7x3, com quatro repetições e 10 sementes por repetição. As sementes foram obtidas de frutos maduros oriundos de plantas selecionadas em plantios extrativistas. Após retirada da polpa as sementes foram submetidos à secagem em ambiente de temperatura e umidade relativa do ar controlada. A semeadura foi realizada em três ambientes distintos contendo sete diferentes substratos (T1=areia, T2=solo, T3=vivatto, T4=serragem, T5=areia+solo, T6=areia+solo+vivato T7=areia+solo+serragem. Ambientes foram compostos de três tipos de sementeiras: 1 – sementeira sem cobertura; 2 – sementeira com cobertura de tela sombrite 50% e; sementeira coberta com plástico tipo estufa. As variáveis porcentagem de emergência e o comprimento da parte aérea foram avaliados respectivamente em intervalos de sete e quinze dias e aos noventa dias o comprimento do sistema radicular (cm), massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular (g). A maior porcentagem de emergência e desenvolvimento das plântulas de camu-camu ocorreu quando semeadas no substrato formulado com areia + solo + serragem e areia + solo em ambiente com sombrite. Palavras-chave: Substratos, Amazônia, Propagação vegetativa. 1 Apoio financeiro da CAPES, CNPq e FEMARH 1Estudante do curso de Agronomia- Universidade Federal de Lavras. 2Estudante do curso de Agronomia-Universidade Federal de Roraima. 3Eng. Agrônomo, Pesquisador da Embrapa-RR. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. E-mail: [email protected] 4 Eng. agrônoma, pesquisadora/pós–doutoranda Embrapa/UFRR. Email: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 171 CRESCIMENTO EM VIVEIRO DE MUDAS DE DUAS PROCEDÊNCIAS DE Colubrina glandulosa P. (Rhamnaceae). Patrick Santos SILVA1*, Gabriel de Assis PEREIRA¹, Natália Cristina Nogueira SILVA2, Antônio Cláudio DAVIDE3 O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento das mudas em viveiro de Colubrina glandulosa, com sementes oriundas de duas procedências diferentes. O experimento foi conduzido no Viveiro Florestal da Universidade Federal de Lavras. As sementes foram coletadas na região de Arcos, Minas Gerais e Chupinguaia, Rondônia. O delineamento foi inteiramente casualizado com quatro repetições. Cada parcela constituiu das 16 mudas centrais de cada bandeja. Foram semeadas aproximadamente três sementes por tubete (55 cm³), e o substrato era composto por uma mistura de esterco de curral curtido peneirado, fibra de coco, casca de arroz carbonizada, vermiculita granulometria média e terra de subsolo peneirada, na proporção de 3:3:2:1,5:0,5 em volume seco, respectivamente, com a adição do fertilizante Osmocote® 3M, na dose de 11,5Kg.m¯³. Aos 30 dias foi realizado o desbaste, deixando apenas uma muda por recipiente, posteriormente foi feito a alternagem. Foi avaliada altura e o diâmetro de coleto das mudas, que foram mensurados a cada 15 dias a partir dos 60 dias após a semeadura, até aos 165 dias. O crescimento em altura e diâmetro das mudas teve um comportamento linear para ambas as procedências, sendo que aos 165 dias após a semeadura a procedência Arcos, Minas Gerais e Chupinguaia, Rondônia atingiram a altura de 13,2cm e 14,3cm e o diâmetro de 4,28mm e 3,80mm, respectivamente. As duas procedências de Colubrina glandulosa analisadas não atingiram aos 165 dias a altura mínima recomendável para expedição ao campo, que é de 20 cm. O contrário foi observado para a variável diâmetro, onde as duas procedências alcançaram valores satisfatórios para a expedição. Palavras-chave: Colubrina glandulosa P., Viveiro florestal, Procedência. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Professor Titular, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 172 CRESCIMENTO IN VITRO E ANATOMIA FOLIAR DE Cattleya walkeriana CULTIVADA EM SISTEMA DE VENTILAÇÃO NATURAL Adriano Bortolotti da SILVA1*, Poliana Patrícia LIMA1, Livia Emanuelle Simão de OLIVEIRA1, Andre Luis MOREIRA1,Aline dos SANTOS1* O sistema de ventilação natural facilita as trocas gasosas em plantas cultivadas in vitro através da tampa com membrana, ocasionando mudanças no tecido foliar, as quais podem ser avaliadas pela anatomia foliar, e possibilita um cultivo mais próximo ao da micropropagação fotoautotrófica. O presente trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos no crescimento in vitro e na anatomia foliar de Cattleya walkeriana cultivadas em sistema de ventilação natural e convencional com diferentes concentrações de sacarose. As plantas receberam concentrações variadas de sacarose (0, 15, 30 e 45 g.L-1) em combinação com diferentes sistemas de cultivo (micropropagação convencional e sistema de ventilação natural). O meio de cultura foi composto pelos sais do meio MS, sendo o pH ajustado para 5,8 e solidificado com 7 g.L-1 de ágar. Foram distribuídos 40 mL de meio de cultura em frascos de 250 mL de conteúdo, os quais foram autoclavados a 120 °C por 20 minutos. O maior crescimento das plantas, bem como a maior espessura foliar foi observado com emprego de 15 g.L-1 de sacarose em sistema de ventilação natural. As plantas cultivadas em sistema de ventilação natural apresentaram maior espessura do mesofilo foliar, resposta diretamente relacionada com cultivos fotoautróficos. O sistema de ventilação natural proporcionou estômatos com o formato mais elípticos e possivelmente mais funcionais. Palavras-chave: Micropropagação, orquídea, cultura de tecidos, trocas gasosas. 1 Universidade José do Rosário Vellano, UNIFENAS, Faculdade de Agronomia, Departamento de Biotecnologia Vegetal. Rodovia MG 179 - km 0, Caixa Postal 23, 37130000 Alfenas, MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 173 CRESCIMENTO INICIAL DE BACUPARI SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ESCARIFICAÇÃO DAS SEMENTES E DE LUZ Amanda Ávila CARDOSO1*, Fabricio José PEREIRA2, Hetiene Pereira MARQUES3, Natália Chagas FREITAS3, Breno Régis SANTOS3 O bacupari (Garcinia brasiliensis Mart. – Clusiaceae) é uma espécie frutífera nativa que despertou um crescente interesse comercial e medicinal nos últimos anos. Contudo, pouco se conhece sobre condições de cultivo dessa espécie, sendo essas informações essenciais para o manejo do vegetal. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da escarificação de sementes e da luz sobre o crescimento inicial de plantas jovens de Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae). Sementes com e sem tegumento foram colocadas para germinar em bandejas de plástico, contendo vermiculita autoclavada irrigadas diariamente até a capacidade de campo. Estas permaneceram em sala de crescimento a 25 °C em diferentes condições de luz (Luz contínua à 45 µmol m-2 s-1, fotoperíodo de 12 horas à 45 µmol m-2 s-1 e ausência de luz). Após 15 dias de crescimento sob as condições de tratamento foram avaliados: comprimento, massa fresca e massa seca da parte aérea e raízes. O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x2 sendo cinco repetições de 10 plantas. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de significância. Apenas a condição de luz teve efeito sobre as características avaliadas. A luz contínua favoreceu o aumento da massa fresca da parte aérea em relação às demais condições de luz, enquanto a ausência de luz promoveu aumento significativo no comprimento da parte aérea. Embora a massa fresca tenha sido afetada pela condição de luz contínua, a massa seca, que representa o acúmulo de biomassa vegetal, não foi afetada. O aumento na massa fresca da parte aérea na presença de luz pode ser relacionado com uma maior condutividade hidráulica, promovida pela abertura dos estômatos na presença de luz. Além disso, o crescimento acentuado da parte aérea na condição de escuro pode ser explicado pelo evento de estiolamento. Dessa forma, assim como a escarificação, as condições de luz testadas não afetam o crescimento inicial de plântulas de bacupari. Palavras-chave: Garcinia brasiliensis Mart., Botânica Aplicada, Produção de mudas. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal, CEP: 36.570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3: Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, Programa de PósGraduação em Ecologia e Tecnologia Ambiental, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 174 CRESCIMENTO INICIAL DE FEIJOEIRO SUBMETIDO À ULTRADILUIÇÕES DE Rhizobium Renata Bonfá BENEVENUTO1*; Emi Rainildes LORENZETTI1 O feijoeiro comum é a espécie mais cultivada entre as demais do gênero Phaseolus sendo no Brasil relegado a áreas marginais deficitárias em nutrientes. Esse tipo de planta é capaz de formar associações simbióticas com bactérias formando os rizóbios, contudo, a nodulação do feijoeiro tem como função fazer a fixação biológica de nitrogênio, auxiliando na nutrição da planta. Objetivou-se avaliar o crescimento de parte aérea de feijoeiro, com a utilização de ultradiluições e inoculantes de Rhizobium comercial e nativo. Para elaboração do inoculante, a base de Rhizobium nativo (RN) foram coletados nódulos ativos em plantas de feijoeiro de uma área de produção. Estes nódulos foram mantidos em solução de sacarose. O Rhizobium comercial (RC) foi obtido em lojas de produtos agrícolas. As ultradiluições nas CH3, CH6, CH12 e CH24 foram elaboradas seguindo os procedimentos da Farmacopéia Homeopática Brasileira. Sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) foram imersas durante 15 minutos em solução contendo 10mL de água e 0,1mL da quantidade dos preparados, no caso dos Rhizobium, para o comercial seguiram-se recomendações do fabricante, e para o nativo, este foi misturado às sementes. Foram realizadas seis repetições, considerando nove plantas cada repetição, em um delineamento inteiramente casualizado. Aos sete dias as plantas foram medidas com auxílio de régua milimétrica. Os valores obtidos submetidos a análise de variância e teste de Skot-Knott. Todas as ultradiluições do RC foram superiores aos demais tratamentos, sendo que as plantas que apresentaram maior crescimento foram das concentrações de CH3 e CH6, seguidas por CH24 e CH12, todos estes superiores a testemunha. Em feijoeiro, as ultradiluições de RC demonstraram eficiência na potencialização do crescimento inicial, necessitando mais estudos dos possíveis benefícios no desenvolvimento e produção das plantas de feijoeiro. Palavras-chave: Phaseolus vulgaris, agrohomeopatia, nodulação. 1 1: Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba. Departamento de Agricultura e Ambiente. Av. Dr. José Sebastião da Paixão, s/n. Rio Pomba – MG. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 175 CRESCIMENTO INICIAL DE Lactuca sativa L. (Asteraceae) TRATADA COM BIOFERTILIZANTES Joara Secchi CANDIAN1; Rodrigo de Paula FERREIRA1; Emi Rainildes LORENZETTI1*; Marcos Luiz Rebouças BASTIANI1 O modelo de produção baseado em pacotes tecnológicos, uso intensivo de agrotóxicos, grandes extensões de terras com uma única cultura, gera grandes impactos ao ambiente. Com isso, há interesse pelo consumo de produtos que são cultivados de forma ambientalmente correta, pois, evitam a exaustão dos recursos naturais e oferecem melhor qualidade a seus consumidores. Os biofertilizantes são uma alternativa barata e prática, reduzindo a dependência de produtos sintéticos e permitindo que sejam utilizadas as fontes orgânicas disponíveis em sua propriedade. Quando aplicados logo após o transplantio podem auxiliar no crescimento inicial, reduzindo o efeito do estresse às plantas. A alface (Lactuca sativa L.) é uma das hortaliças de maior expressão no mercado consumidor brasileiro e responde bem ao sistema orgânico de produção. O objetivo foi analisar o crescimento inicial de cultivares de alface com a aplicação de três biofertilizantes (Supermagro, extrato de algas marinhas e extrato de peixe). O experimento foi conduzido em blocos casualizados composto por subparcelas. Utilizaram-se quatro cultivares de alface (Lisa, Crespa, Americana e Mimosa). As mudas foram transplantadas em área previamente encanteirada. Após três dias do transplantio, foram aplicados os tratamentos com auxílio de pulverizador até o escorrimento, semanalmente foram realizadas novas aplicações. A análise do crescimento inicial foi feita aos 22 dias após o transplantio. Para análise do crescimento inicial avaliou-se o número de folhas por planta e diâmetro de cabeça. Apenas para a cultivar Mimosa foi observado maior número de folhas quando tratada com o Supermagro se comparada aos demais tratamentos. Mais análises deverão ser conduzidas com o intuito de confirmar se este efeito inicial perdura até a produção desta cultivar. Em relação apenas ao crescimento inicial, o Supermagro mostra-se como boa opção, pois é fabricado com resíduos animais obtidos de reaproveitamento da própria propriedade rural. O sistema de produção orgânico, juntamente com o incentivo ao uso de biofertilizantes, vem para alterar as prioridades do sistema de produção vigente e buscar níveis adequados do balanço da produção de alimentos e os impactos ambientais. Palavras-chave: Solução nutritiva, Orgânico, Supermagro. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP: 36180-000, Rio Pomba – MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 176 CRESCIMENTO INICIAL DE MUDAS DE MURICI EM FUNÇÃO DE DOSES DE PÓ DE ROCHA Valdinar Ferreira MELO1*, Marina Keiko WELTER2, Edvan Alves CHAGAS3, Sandra Cátia Pereira UCHÔA4 Uma alternativa mais ecológica para reposição de nutrientes ao solo pode ser o uso do pó de rocha, um resíduo de mineração para produção de brita, cuja solubilidade é mais lenta, disponibilizando os nutrientes para as plantas por um maior período de tempo. Os fertilizantes alternativos como pó de basalto podem propiciar a redução dos custos com a reposição de adubação. Nesse sentido, o objetivo no presente trabalho foi avaliar o crescimento inicial de mudas de murici ([Byrsonima crassifolia (L.) H.B.K.]) em função de doses de pó de basalto. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, num delineamento experimental em blocos casualizados, com cinco repetições, em esquema fatorial (5x2+1), sendo cinco doses de pó de basalto (0; 0,42; 1,04; 2,08; 4,17 e 8,33 g kg-1), duas granulometrias do pó (0,05 e 0,10 mm de diâmetro) e uma testemunha, usando um Latossolo Amarelo Distrófico textura média. As plantas foram cultivadas em vasos de polietileno com 14 litros de solo. O solo nos vasos foi incubado com as doses de pó por 120 dias, após esse período fez-se o plantio das plântulas. Após seis meses do plantio foram determinados altura, diâmetro do colo, número de ramos e biomassa da parte aérea e de raiz das mudas. Em função destes dados foram calculados os índices relações biomassa de raiz e biomassa da parte aérea, relação altura da parte aérea e diâmetro do colo, relação altura da parte aérea e biomassa da parte aérea e o índice de qualidade de Dickson. As doses de 100 e 200 t ha-1 de basalto moído apresentaram maiores concentrações de Ca e Mg no solo, mas os acréscimos observados não foram suficientes para atingir valores satisfatórios às necissidades das culturas. As concentrações de Zn obtidas com o uso do basalto moído atingiram níveis considerados não limitantes às culturas. Maior desenvolvimento das mudas de murici foi obtida aplicando-se 100 e 200 t ha-1 de pó de basalto. Os tratamentos sem pó de basalto (0 t ha-1) e a dose 10 t ha-1 produziram mudas de menor qualidade na granulometria 0,05 mm e na 0,10 mm. Mudas formadas em substratos contendo dosagens com granulometria de 0,05 mm apresentaram melhor crescimento. O pó de basalto em granulometria inferior a 0,0 mm de diâmetro pode ser usado como fertilizante alternativo para produção de fruterias. Palavras-chave: muricizeiro, fertilizante alternativo, rochagem Créditos de financiamento: Capes e CNPQ. 1 Dept. Solos e Engenharia Agrícola/CCA-UFRR. 2 Programa de Pós-Graduação em Agronomia//CCA-UFRR, Campus Cauamé, Boa Vista, RR. 3 Embrapa Roraima, BR 174, Km 8, C.P.133, 69301-350, Boa Vista, RR. 4 Dept. Solos e Engenharia Agrícola/CCA-UFRR. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 177 CRESCIMENTO VEGETATIVO DE COPO-DE-LEITE EM FUNÇÃO DE GRAUSDIA DE DESENVOLVIMENTO Marcelo RODRIGUES1*, Caio Morais de Alcântara BARBOSA1, Daniela ANDRADE1, Kamilla Rodrigues CRUZ1, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA1, João Paulo Rodrigues Alves Delfino BARBOSA1 O copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica) é uma planta ornamental pertencente à família Araceae, com crescente aceitação no mercado brasileiro. Todavia, existem restrições quanto a seu cultivo devido ao desconhecimento dos fatores ambientais que regulam seu crescimento, com especial destaque para a temperatura. Objetivou-se neste trabalho estudar o crescimento de copo-de-leite em função de graus-dia de desenvolvimento – GDD para caracterizar a melhor época de plantio e produção vegetal. Rizomas não enraizados de copo-de-leite foram plantados individualmente em vasos no outono e inverno e mantidos em casa de vegetação. Mensalmente foram avaliadas as características: número de folhas; área foliar total (cm2); altura das plantas (cm); número de brotações; diâmetro do colo dos pecíolos (cm); número de raízes primárias, comprimento radicular total (cm); massa fresca total (g), massa seca total (g) e produção de hastes florais em ambos os experimentos. Além das avaliações de crescimento, valores de temperatura máxima, mínima e temperatura de base foram incorporadas no modelo de GDD a partir da data de plantio. Os resultados foram submetidos à análise de regressão e as curvas de crescimento foram ajustadas utilizando o ajuste sigmoidal. Mudas plantadas no outono apresentaram maior crescimento e produção de hastes florais. As plantas permaneceram maior tempo na fase vegetativa antes do início do florescimento e atingiram menor valor de GDD. Já as mudas plantadas no inverno permaneceram menor tempo na fase vegetativa atingindo maior valor de GDD, resultando em menor produção de hastes florais, tendo maior acúmulo de reservas nos rizomas, como mecanismo de adaptação. Palavras-chave: Zantedeschia aethiopica, Curva de crescimento, GDD. Créditos de financiamento: CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 178 CRIOPRESERVAÇÃO DE ÁPICES CAULINARES DE Stryphnodendron adstringens M. (Fabaceae) Jorge Marcelo Padovani PORTO1*, Renato PAIVA1, Luciano Coutinho SILVA1, Paulo Augusto Almeida SANTOS1, Mario Pereira da Silva FILHO1, Fernanda da Conceição MOREIRA1 O Stryphnodendron adstringens, conhecido como barbatimão, é uma espécie arbórea, de ocorrência no Cerrado brasileiro e apresenta grande valor medicinal. Entretanto, a cada ano, o extrativismo predatório desta espécie vem aumentando, contribuindo significativamente para a diminuição das populações naturais, fato agravado pela irregularidade no seu processo de germinação e pelo lento desenvolvimento das suas mudas no campo. A tecnologia de criopreservação de plantas tem sido a maneira mais promissora no armazenamento a longo prazo dos recursos genéticos vegetais . Por essa razão, este trabalho teve como objetivo estabelecer a criopreservação de ápices caulinares de barbatimão. Ápices caulinares obtidos de brotações in vitro foram isolados e com o auxílio de bisturi e lupa estereoscópica, foram deixados no explante apenas 3 ou 4 primórdios foliares recobrindo o meristema apical, ficando o explante com aproximadamente 1,0 mm de diâmetro. Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS suplementado com 0,3M de sacarose por 24 horas, sendo este processo denominado pré-cultivo. Para o processo de criopreservação, os ápices caulinares foram imersos na solução de PVS2 (Plant Vitrification Solution 2) nos tempos de 15, 30, 45 e 60 minutos e logo depois armazenados por 1 hora em nitrogênio líquido. Após esse período, os explantes foram descongelados em uma solução à 25ºC contendo MS e 1,2 M de sacarose, ficando imersos por 15 minutos e, então, inoculados no meio de pós-cultivo, também contendo MS e 0,3M de sacarose, por 2h horas. Os explantes foram transferidos para o meio MS contendo 0,25 mgL-1 de benzilaminapurina por 15 dias e depois para o meio MS na ausência de do regulador de crescimento por mais 15 dias, em sala de crescimento sob 16 horas de fotoperíodo. Foram utilizados sete explantes por tratamento, sendo cada tratamento disposto em uma placa de petri. Após 30 dias avaliou-se a sobrevivência dos ápices caulinares e formação de calos na base do explante. A variável formação de calos não apresentou diferença estatística e obtive média de 22 %. Verificou-se diferença estatística para a variável sobrevivência dos ápices caulinares, no qual para tempos de 15, 30 e 45 minutos de exposição ao PVS2 observou-se maiores médias de sobrevivência (42, 57 e 28 %, respectivamente). Os resultados apresentados mostram que os ápices caulinares congelados no nitrogênio líquido, expostos anteriormente à solução de PVS2 no período de 15 até 45 minutos são ideais para a sua sobrevivência. Palavras-chave: Barbatimão, Vitrificação, PVS2. Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 1 * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 179 CROMATICIDADE DE JABUTICABA ‘SABARÁ’ EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO Adones SALES1*, Ana Carolina VILAS BOAS1, Fernanda Salamoni BECKER1, Lucas Silveira TAVARES1, Eduardo Valério de Barros VILAS BOAS1 O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade de cor de jabuticabas ‘Sabará’ (Myrciaria jaboticaba Berg) em diferentes estádios de maturação. O experimento foi conduzido no Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras, utilizando-se frutos de jabuticabeira obtidos em pomar localizado na cidade de Lavras-MG. Os frutos foram colhidos, manualmente, aproximadamente 30 dias após o auge do florescimento, e separados em cinco diferentes estádios: 1 (fruto totalmente verde), 2 (fruto com início de pigmentação), 3 (fruto com predominância roxo claro), 4 (fruto totalmente roxo) e 5 (fruto totalmente roxo-escuro). De cada estádio, tomaram-se ao acaso 20 frutos para as caracterizações de cor. A coloração foi determinada na região equatorial em dois pontos equidistantes da casca, utilizando-se colorímetro Minolta CR-400, com determinação no modo CIE L*a*b*. Os parâmetros de cor medidos com relação à placa-padrão foram: luminosidade (L*), que varia da cor preta (0) à branca (100); a*, que varia da cor verde (-60) à vermelha (+60) e b*, que varia da cor azul (60) à amarela (+60). Estes parâmetros foram usados em cálculos para a determinação dos índices de cor: Hue (ângulo hue), que é um indicativo de tonalidade e Chroma, que define a intensidade de cor. As mudanças de coloração de verde para roxo escuro evidenciadas nos diferentes estádios de maturação estão associadas à diminuição dos pigmentos cloroplastídicos devido à degradação da clorofila da casca dos frutos e síntese de antocianinas no decorrer da sua maturação. Desta forma, uma diminuição dos valores de L* e b* foram observadas, indicando que os frutos foram tornando-se mais escuros, bem como um aumento dos valores de a*, indicando que os frutos ficaram menos verdes à medida que o estádio de maturação avançava. Para o índice Hue, os frutos no estádio 5 (totalmente roxo-escuro) apresentaram os menores valores. De acordo com o sistema CIE L*a*b*, quanto maior o ângulo for mais amarelo é o fruto, e, quanto menor for mais vermelho é o fruto. O Chroma indica a intensidade de cor, ou seja, quanto maior, mais vívidas são as cores. Teve valor máximo no primeiro estádio e foi decaindo com o amadurecimento. A mudança nos diferentes estádios de maturação de jabuticabas da cultivar ‘Sabará’ é caracterizada pela mudança de cor do fruto. Palavras-chave: Myrciaria jaboticaba, Cor, Ângulo hue, Chroma. 1 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 180 CULTIVO DE SEGMENTO NODAL DE Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae). Natália Chagas de FREITAS1, Plinio Rodrigues dos SANTOS FILHO1*, Letícia Rios VIEIRA1, Breno Regis SANTOS1, Sandro BARBOSA1, Luis Alberto BEIJO1 A espécie Garcinia brasiliensis, comumente conhecida como Bacupari, é nativa da Amazônia e usada na medicina popular para tratamentos de diferentes doenças. Plantas do gênero Garcinia L. são ricas em metabólitos secundários bioativos, especialmente benzofenonas polipreniladas. Entretanto, existem poucos trabalhos sobre a propagação in vitro dessa planta. Assim, o objetivo desse trabalho foi induzir brotações em segmentos nodais Garcinia brasiliensis. Os segmentos nodais (1,5 cm) foram obtidos de plantas cultivadas in vitro em meio Wood plant medium. Os explantes foram inoculados em tubos contendo 15 mL de meio suplementado com 30 g L-1 de sacarose, 7 g L-1 de ágar e diferentes concentrações (0,25; 0,50; 0,75 e 1 mg L-1) de 6-Benzilaminopurina e Cinetina e 0,05 mg L-1 de ácido naftalenoacético. Os tubos foram mantidos em sala de crescimento com intensidade de luz de 30 µmol m-2s-1 e temperatura de 24±2°C. Os dados foram coletados 90 dias após a inoculação e submetidos à análise de variância seguido do teste Scott-Knott. Ambas as citocininas foram capazes de induzir brotações nos segmentos de Bacupari, mas a 6-Benzilaminopurina foi mais eficiente (p<0,05), contudo não houve diferença entre as concentrações. A presença de uma pequena concentração de auxina (Ácido naftalenoacético) não interferiu nos resultados. Houve formação de folhas na presença de 0,25, 0,5 e 0,75mg L-1 de 6-Benzilaminopurina e 0,25 mg L-1 de Cinetina. A partir dos resultados, conclui-se que o uso do regulador de crescimento BAP nas concentrações de 0,25; 0,5 ou 0,75 mg L-1 é eficiente para induzir brotações e formação de folhas em segmentos nodais de Garcinia brasiliensis. Entretanto, recomenda-se o uso da menor concentração (0,25 mg L-1) para economia de regulador. Palavras-chave: Bacupari, Reguladores de crescimento, Segmento nodal. Financiamento: PNPD-CAPES e FAPEMIG. 1 Laboratório de Biotecnologia Ambiental & Genotoxicidade-BIOGEN. Universidade Federal de Alfenas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700- CEP 37.130.000 Alfenas-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 181 CULTIVO IN VITRO DE Cyrtopodium saintlegerianum Rchb. F. (Orquidaceae) 1 Dayana Rotili Nunes PICOLOTTO *; Vespasiano Borges de PAIVA NETO2; Amanda Galdi BOARETTO3; Matheus de Aguiar TORREZAN4; Janaína Fernanda de OLIVEIRA4, Fábio de BARROS5 Cyrtopodium saintlegerianum é uma espécie epífita típica da região Centro-Oeste e de interesse comercial devido ao porte e beleza da inflorescência. O etileno é um fitorregulador que em pequenas concentrações afeta a resposta do explante. Devido à ação negativa do etileno nas culturas in vitro, há estudos sobre os inibidores de etileno, um deles é o nitrato de prata. O objetivo deste trabalho foi avaliar ação do nitrato de prata e vedação dos frascos na multiplicação in vitro de Cyrtopodium saintlegerianum. Para tal, protocormos de 120 dias oriundos de sementes de C. saintlegerianum germinadas in vitro, foram inoculados em frascos com capacidade de 250 cm3, contendo 40 mL de meio de cultura Murashige & Skoog (MS) combinado ou não com nitrato de prata, resultando nos seguintes tratamentos: MS força total; MS meia força; MS força total com 10mg L-1 de nitrato de prata termo estéril; MS meia força com 10mg L-1 de nitrato de prata termo estéril; MS meia força com 10mg L-1 de nitrato de prata filtro estéril; MS meia força com 10mg L-1 de nitrato de prata termo estéril vertido em frascos vedados com tampa Bio Sama®; MS meia força com 10mg L-1 de nitrato de prata termo estéril vertido em frascos vedados com filme plástico transparente; MS meia força com 10mg L-1 de nitrato de prata filtro estéril vertido em frascos vedados com tampa Bio Sama®. Todos os meios continham 30g L-1 de sacarose, 0,1g L-1 de inositol, foram solidificados com 5,5g L-1 de Agar e o pH ajustado para 5,8±0,1. Os dados foram transformados (X+1)^0.5 e avaliados pelo teste de Tukey 0.5%. Após 90 dias verificou-se que para o número de folhas e comprimento de parte aérea, as plantas dos meios com a concentração total de sais apresentaram valores maiores. Os meios sem a adição de 10mg L-1 de nitrato de prata apresentaram valores menores para todas as variáveis analisadas. No entanto, para os meios com nitrato de prata o modo de esterilização, ou seja, por autoclavagem ou por filtro esterilização, não interferiram na eficiência do mesmo. Os frascos vedados com tampa Bio Sama® apresentaram valores menos satisfatórios para o desenvolvimento desta espécie de orquídea do que os frascos vedados com filme plástico de PVC transparente. Por fim concluise que o desenvolvimento in vitro de plântulas de C. saintlegerianum foi favorecido em meio MS força total quando cultivadas em frascos vedados com filme PVC e na ausência de 10mg L-1 de nitrato de prata. Palavras chave: Orquídea, Cultura de tecidos, Etileno. Créditos de Financiamento: CAPES, CNPq, FUNDECT 1 1: Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campus de Chapadão do Sul, Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 112, CEP: 79560000, Chapadão do Sul-MS, Brasil 2 - Professor adjunto, Campus de Chapadão do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 3 - Técnica de Laboratório, Campus de Chapadão do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 4 - Discente do curso de Agronomia, bolsista PIBIC/CNPq, Campus de Chapadão do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 5 – Pesquisador científico do Instituto de Botânica *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 182 DESCONTAMINAÇÃO DE GEMAS DE RIZOMA DE Achillea millefolium L.(Asteraceae) UTILIZANDO HIPOCLORITO DE SÓDIO E ANTIBIÓTICOS Sâmia Torres SILVA 1*, Ivan Caldeira Almeida ALVARENGA1, Andreísa Fabri LIMA1, Helena Botelho de ANDRADE1, José Eduardo Brasil Pereira PINTO1, Suzan Kelly Vilela BERTOLUCCI1. Achillea millefolium L. é utilizada para tratar dispepsia, inflamações, febre e cólicas. Seu óleo essencial é constituído principalmente por terpenóides. Objetivou-se comparar tratamentos para a descontaminação de gemas de rizoma de A. millefolium para seu estabelecimento in vitro. O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2x2x2, sendo 2 tempos de imersão em hipoclorito de sódio 30% v/v (10 e 20 minutos), 2 tipos de meios: MS completo (com 30 gL-1 de sacarose) e MS (apenas sais) e solução de antibióticos: ausência e presença (2 mgL-1 de kanamicina, 25 mgL-1 de Rifampicina, 50 mgL-1 de Estreptomicina). Esta foi filtrada com Millipore® 0,22 µm e adicionada ao meio de cultura autoclavado. As gemas foram lavadas com Protex® e enxaguadas em água corrente por 30 minutos. Em seguida, foram imersas em fungicida RovralSC® (0,5 gL-1) por 1 hora, lavadas 2 vezes com água estéril , imersas em álcool 70% por 30 segundos e por fim,em hipoclorito,seguido de 5 lavagens com água estéril . As gemas foram inoculadas e mantidas em sala de crescimento com fotoperíodo de 16 horas luz/8 horas escuro, sob intensidade luminosa de 25 µmol m -2 s-1, à temperatura de 26+1 ºC. Aos 12 dias, avaliou-se a contaminação (fúngica e/ou bacteriana) e a emissão de brotação. Não ocorreram resultados significativos para os tipos de meios. A interação entre os tratamentos tempo e solução de antibióticos foi significativa para a variável contaminação. Com a imersão de gemas em hipoclorito de sódio 30% por 20 minutos e a inoculação em meio com antibióticos, obteve-se a menor contaminação (47,23%). Obteve-se também com este tratamento maior emissão de brotação observada (40,23%). O tratamento foi adequado para a descontaminação das gemas, mas a concentração dos antibióticos indicou um provável efeito fitotóxico: a brotação emitida permaneceu com altura média de 0,5cm, não desenvolveu. Palavras- chave: Gemas de rizoma, in vitro. Agradecimentos: a CAPES, CNPq e FAPEMIG pela concessão de bolsas e auxílio financeiro. 11 Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário - Cx. Postal 37, 37200-000 Lavras, MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 183 DESEMPENHO PRODUTIVO DE RUBUS ROSIFOLIUS SM.(ROSACEAE) NO OESTE PARANAENSE Paula Nogueira CURI1 *, Rafael PIO1, Pedro Henrique Abreu MOURA1, Marcelo Angelo CAMPAGNOLO2, Filipe Bittencourt Machado de SOUZA1. Madeleine Alves de FIGUEIREDO1 O cultivo de grãos no Paraná vem se tornando inviável em pequenas propriedades rurais. A fruticultura poderia viabilizar a exploração econômica nessas unidades produtivas. A inserção da amora-preta e da framboesa se tornou uma excelente opção de diversificação nessa região. Uma outra opção seria a exploração da amora-vermelha, frutífera nativa da serra da Mantiqueira e que ainda não foi explorada comercialmente. Assim, o objetivo do presente trabalho foi quantificar a produção de amoreira vermelha na região Oeste do Paraná. O experimento foi conduzido no município de Marechal Cândido Rondon, PR. Nos ciclos produtivos 2009/10 e 2010/11 os estádios fenológicos (início da brotação, início, término e duração da florada e da colheita) foram avaliados à partir da poda realizada em primeiro de abril até o encerramento da colheita. As variáveis produtivas, número de frutos por planta, massa fresca dos frutos (g), produção (g por planta) e produtividade estimada (kg ha-1), nos dois ciclos produtivos, foram avaliadas. Os frutos coletados em cada colheita, que foi realizada a cada três dias, foram contados e pesados com o auxílio de uma balança semianalítica digital. Ao final do ciclo de produção somaram-se todas as massas registradas para a determinação da produção por planta e posteriormente calculou-se a produtividade estimada. Durante a colheita, para cada cultivar, no mês de dezembro de 2010, foram coletados frutos para a determinação das variáveis físicas (comprimento e diâmetro médio dos frutos) e variáveis químicas (acidez total titulável, sólidos solúveis totais e a relação sólidos solúveis totais e acidez). A brotação das plantas se iniciou em abril no primeiro ciclo produtivo e em março no segundo ciclo, com duração da floração de 173 dias e 248 dias no segundo ciclo, onde o período de floração registrado variou entre final de março a final de novembro e, consequentemente, a produção de frutos de maio a janeiro no segundo. As plantas produziram 367 frutos no primeiro ciclo e 1.136,5 frutos no segundo ciclo, mas devido ao tamanho diminuto desses, a produção por planta registrada foi 582,9 g e 1.709,3 g, respectivamente, que propiciou uma produtividade de 11.395,9 Kg ha-1 no segundo ciclo produtivo. Ressalta-se ainda que os frutos possuem baixa acidez e alto teor de sólidos solúveis. A amoreira-vermelha apresentou elevada produção de frutos e demonstrou-se uma excelente opção para o processamento, devido a reduzida dimensão de seus frutos. Palavras-chave: Fenologia, qualidade de frutos, produtividade. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Rua Pernambuco, n. 1777, Caixa Postal 1008, Centro, 85960-000, Marechal Cândido Rondon, PR. 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 184 DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE PAU’DARCO SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MINERAL EM REJEITO DE VERMICULITA Girlânio Holanda da SILVA1*, Gregório Mateus SANTANA¹, Rosivânia Jerônimo de LUCENA², Francisco Tibério Alencar MOREIRA¹, Rivaldo Vital dos SANTOS¹ O Pau’Darco é uma espécie pertencente à família Bignoniácea e possui grande importância botânica por ser utilizada na recuperação de áreas degradadas. Objetivou-se neste trabalho avaliar o efeito de doses de rejeitos de vermiculita com matéria orgânica e fertilização PK na produção de mudas de Pau’Darco. O experimento foi conduzido em vasos de 7 L no viveiro Florestal da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, no período de Junho a Setembro de 2010. Foram realizadas mensurações semanais da altura e diâmetro ao longo do experimento. Ao término do experimento as mudas foram separadas em raiz, caule e folhas, em seguida, o material foi posto em estufa para secagem e posterior pesagem. Ao final do experimento foram calculados índices morfométricos que permitem inferir sobre a qualidade ótima para a transferência das mudas para o campo através do índice de qualidade de Dickson (IQD), taxa de crescimento relativo (TCR) e relações biométricas como: altura/diâmetro, altura/crescimento radicular, massa seca de raiz/massa seca de parte aérea. O delineamento utilizado foi o DIC com sete doses de matéria orgânica (MO) (0, 5, 10, 15, 20, 25 e 30%) e três de fertilização PK (PK0, PK100, PK200) com quatro repetições. Para as doses de MO foi aplicado análise de regressão polinomial e para a fertilização PK aplicou-se teste de Tukey a 5% de probabilidade. A ANAVA mostrou que houve diferenças significativas para as doses de MO nas para as variáveis: Massa seca de raiz, massa seca de parte aérea, porém não diferiram estatisticamente para PK e PK+MO. A análise de regressão indicou que houve efeito linear e quadrático para as variáveis: Massa seca de raiz, massa seca de parte aérea. As relações altura/diâmetro e altura/crescimento radicular não foram significativas pelo teste de Tukey a 5% entre os tratamentos, porém os resultados apontaram que o substrato utilizado é adequado para o cultivo da espécie. Quanto ao IQD os cálculos apresentaram diferenças significativas, indicando que mudas tratadas com 20% de matéria orgânica adicionadas com PK200 apresentam o melhor padrão de qualidade. A taxa de crescimento relativo corroborou com os resultados dados pelo IQD, onde as maiores taxas de crescimento se deram a 20% de matéria orgânica, produzindo mudas mais vigorosas e de boa qualidade. Dessa forma, quando se pretende produzir mudas de Pau’Darco de qualidade superior recomenda-se o uso de rejeito de vermiculita em conjunto com 20% de matéria orgânica. Palavras-chaves: Desenvolvimento, Botânica, Nutrição, Produção, Solos. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras MG, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] 2Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal do CSTR - Universidade Federal de Campina Grande, Cx. P. 64, Cep: 58.700-970, Patos PB, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 185 DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE PITANGUEIRA EM DIFERENTES SUBSTRATOS Paulo Cícero da Silva STORTI5, Carolina Ruiz ZAMBON4, Bruna Santana MORAIS 1*, Oscar José SMIDERLE2, Edvan Alves CHAGAS2, Christinny Giselly BACELARLIMA3 Para obtenção de mudas de qualidade é necessária a utilização de técnicas de formação de mudas que proporcionem um bom desenvolvimento inicial das plantas, sendo que o substrato está entre os fatores mais importantes. Os melhores substratos devem apresentar boa textura e estrutura. São consideradas escassas no norte do Brasil pesquisas sobre a formação de mudas de Pitangueira e substratos que possam ser utilizados para proporcionar um desenvolvimento satisfatório desta espécie. O objetivo do trabalho foi de estudar a viabilidade de diferentes substratos na propagação da Pitangueira. A pesquisa foi realizado em casa de vegetação, no setor de Fruticultura da Embrapa Roraima. No laboratório de sementes, foi extraído manualmente o endocarpo de sementes de aproximadamente 300 frutos de pitanga, por meio de lavagem em água corrente. Após secagem à sombra por 24 h, as sementes foram semeadas em canteiro de areia. O transplantio das 270 plântulas ocorreu aos 90 dias para sacos plásticos de 20 X 28 cm contendo os substratos: T1: solo + areia (3:1); T2: substrato comercial (vivato 100%); T3: 25% solo+areia + 75% esterco de bovino; T4: 50% solo+areia + 50% esterco; T5: 75% solo+areia + 25% esterco de bovino; T6: 25% solo+areia + 75% palha de arroz carbonizada; T7: 50% solo+areia + 50% palha de arroz carbonizada; T8: 75% solo+areia + 25% palha de arroz carbonizada e T9: 50% solo+areia + 25% esterco de bovino + 25% palha de arroz carbonizada. Foram realizadas sete avaliações em intervalos de 30 dias desde a instalação do experimento. Foram obtidos dados de comprimento de parte aérea (cm) e diâmetro de caule (cm) com auxílio de régua e paquímetro digital, o comprimento da parte aérea (cm) e diâmetro do caule (cm) das plantas, totalizando sete avaliações até aos 210 dias. O delineamento estatístico utilizado foi inteiramente casualizado, com 9 tratamentos e 3 repetições e cada repetição composta por 10 mudas. O desenvolvimento de mudas de Pitangueira apresentou crescimento linear para todos os substratos utilizados. Os substratos compostos pela mistura de solo (Latossolo) + areia + matéria orgânica (esterco bovino) apresentam melhores resultados para o desenvolvimento das mudas. Palavras-Chave: Eugenia uniflora L. (Myrtaceae), Pitanga, Propagação. Apoio financeiro da CAPES, CNPq e FEMARH 1 UFRR, Departamento de Agronomia, Programa de Pós-Graduação, Campus Cauamé: BR 174, Km 12. Monte Cristo. CEP: 69300-000. Boa Vista, RR. e Bolsista PIBIC/CNPq. Email: [email protected]. 2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Rodovia BR-174, Km 8. Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR. 3Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq. 4 Embrapa Roraima, modalidade PNPD/CAPES. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 186 DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae) PRODUZIDAS COM CASCA DE ARROZ CARBONIZADA Raddi Paulo Roberto MAGISTRALI1*, Janice Ferreira do NASCIMENTO1, Rafaella Carvalho MAYRINCK1 Natália Cristina Nogueira SILVA1, Jéssica Putini Luizi CAMPOS1 A aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius) é uma árvore de rápido crescimento, ampla distribuição geográfica e grande importância ecológica, muito utilizada em programas de reflorestamento e recuperação ambiental. Em viveiros esta espécie é comumente propagada sexuadamente utilizando substratos comerciais que podem elevar o custo de produção. Desta forma, substratos para a produção de mudas compostos com casca de arroz carbonizada podem ser uma alternativa econômica em locais que apresentem abundância deste subproduto agrícola. O objetivo desse estudo foi avaliar o crescimento de mudas de Schinus terebinthifolius produzidas em substrato comercial misturado à casca de arroz carbonizada. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, com irrigação automatizada no viveiro florestal do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria - RS. As sementes foram obtidas através do programa Bolsa de Sementes, parceria UFSM/AFUBRA. Utilizou-se como substrato a marca comercial Carolina Soil® (CS) e uréia, superfosfato simples e cloreto de potássio (250-4000-200 g/m³) como fertilizantes. A casca de arroz carbonizada (CAC) foi incorporada ao substrato em betoneira. Os tratamentos foram denominados de T1 (Testemunha: 100% CS), T2 (90% CS e 10% CAC), T3 (80% CS e 20% CAC) e T4 (70% CS e 30% CAC). O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com seis repetições por tratamento. A semeadura foi realizada em tubetes cônicos com 180 cm³ em julho de 2009. As mudas permaneceram na casa de vegetação por três meses, sendo transferidas para canteiros sombreados (malha de 50%) após este período. Foram avaliados o diâmetro do coleto (cm) e a altura (cm) das mudas aos 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Os dados foram submetidos à análise de regressão utilizando o software Sisvar 5.3. As curvas de crescimento apresentaram padrões lineares e incremento acelerado até os 90 dias. O tratamento T3 apresentou a melhores tendências de desenvolvimento, com a altura e o diâmetro médios de 16,8 e 3,02 cm aos 180 dias. A pior tendência de crescimento foi observada no tratamento testemunha (T1), o qual apresentou 14,4 e 2,71 cm de altura e diâmetro, respectivamente. Conclui-se neste trabalho que a melhor maneira de produzir mudas de Schinus terebinthifolius é utilizando casca de arroz carbonizada na proporção de 20%, visto que não prejudicou o desenvolvimento e a qualidade das mudas. Palavras-chave: Silvicultura, Viveiro florestal, Aroeira-vermelha. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 187 DESENVOLVIMENTO DE PLÂNTULAS DE CUPUAÇU CULTIVADAS EM DIFERENTES SUBSTRATOS SOB CONDIÇÃO DE SOMBREAMENTO Kelly Nascimento SILVA1, Assis Francisco FERREIRA2, Elias Ariel de MOURA3, Edvan Alves CHAGAS4, Cristiny Giselly Bacelar LIMA5, Marcela Liege da SILVA6 O cupuaçuzeiro é uma das frutíferas mais atrativas da região Amazônica e sua polpa possui ótimas características de sabor e aroma. As principais formas de propagação do cupuaçu são por sementes ou por propagação vegetativa. A caracterização das condições mais apropriadas para o desenvolvimento inicial das plântulas propagadas de modo seminífero propicia melhores condições para o crescimento inicial em campo. Estas condições podem estar associadas, entre outros, ao tipo de substrato. Os substratos têm como principal função dar sustentação às sementes, tanto do ponto de vista físico como químico. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento inicial de plântulas de cupuaçu submetidas a diferentes substratos. Para realização do experimento foram utilizadas sementes de frutos maduros de plantas localizadas no campo experimental da Serra da Prata pertencente a Embrapa – RR. Após a coleta os frutos foram transportados para a Embrapa – RR, as sementes foram retiradas da polpa e lavadas por um minuto em hipoclorito de sódio a 20% e em seguida foram semeadas em canteiros com diferentes substratos em condições de sombreamento 50% de acordo com os seguintes tratamentos: T1 – Areia; T2 – Solo (Latossolo Amarelo); T3 Vivatto Slim (Casca de Pinus Bio-Estabilizada, Vermiculita, Moinha de Carvão Vegetal, Água e Espuma Fenólica); T4 Serragem; T5 Areia + Solo (1:1); T6 Areia + Solo + Vivatto (1:1:1); T7 areia + Solo + Serragem (1:1:1). O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com 7 tratamentos, 4 repetições e 10 sementes por repetição, totalizando 280 sementes. Ao final dos 50 dias de cultivo, notou-se que o substrato serragem foi o que proporcionou maior comprimento de parte aérea (18,68 cm), enquanto o substrato areia+solo+vivatto apresentou o menor comprimento (13,83 cm). O maior comprimento do sistema radicular foi obtido nos substratos serragem e vivatto, que não diferiram entre si estatisticamente (16,66 cm e 16,53 cm respectivamente), enquanto o menor comprimento do sistema radicular observado (10,83 cm) foi obtido no substrato areia. O substrato serragem apresenta melhores condições para o desenvolvimento inicial da parte aérea, enquanto que os substratos serragem e vivatto apresentam melhores condições para o comprimento do sistema radicular de Theobroma grandiflorum. Os substratos formados por serragem e vivatto proporcionaram melhores condições para a emergência e desenvolvimento das plântulas de Cupuaçu. Palavras-chave: Theobroma grandiflorum, Fruteiras nativas, Emergência, Propagação. Apoio financeiro da CAPES, CNPq e FEMARH 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Bolsista CAPES do Programa PET Agronomia Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade Federal de Lavras (UFLA) 3 Universidade Federal de Roraima, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Boa Vista-RR. 4 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) 5 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Bióloga, Bolsista pós doc/PNDPCAPES, Boa Vista-RR. 6 Rede Bionorte, Programa de Doutorado em Conservação e Biodiversidade da Amazônia, CEP 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 188 DESENVOLVIMENTO DOS ESTAMES E DO GRÃO DE PÓLEN DE TRÊS ESPÉCIES DE Piper L. (Piperaceae) Afonso Ricardo de SOUZA1*, Adriana Tiemi NAKAMURA2, Giovana Augusta TORRES2 O desenvolvimento da antera e do grão de pólen de Piper aduncum L., Piper affinis hispidinervum C.DC. e Piper hispidinervum C.DC. foram estudados visando a contribuir com a taxonomia do grupo. Inflorescências das três espécies foram coletadas no banco de germoplasma da Embrapa/Acre, fixadas em Karnovsky e conservadas em etanol a 70%. Foram preparadas lâminas permanentes com cortes longitudinais e transversais segundo técnicas usuais em anatomia vegetal. As anteras são tetrasporangiadas; o desenvolvimento da parede da antera é do tipo monocotiledôneo; o endotécio exibe espessamento em “U”; camada média é efêmera com células parenquimáticas de formato alongado tangencialmente; o tapete é do tipo secretor. A microsporogênese é simultânea; as tétrades são tetraédricas; os grãos de pólen são levemente esféricos e dispersos na forma bicelular. As espécies apresentam caracteres anatômicos similares entre si e entre as demais Piperaceae. Observou-se, nas três espécies, assincronia na diferenciação dos quatro estames. Apesar da diferenciação não concomitante dos estames, na mesma flor, a maturação da antera e do grão de pólen dos quatro estames ocorreu simultaneamente. Também foi observada uma singela diferença na maturação das anteras ao longo da inflorescência (ápice, base e região mediana), provavelmente devido à característica da mesma, inflorescência indefinida, do tipo espiga. Os caracteres observados são constantes para a família e para as angiospermas basais. Palavras-chave: Angiospermas basais, Esporogênese, Gametogênese. Créditos de financiamento: CAPES, CNPq, EMBRAPA. 1 Bolsista PET Agronomia, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG, Brasil Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 189 DESENVOLVIMENTO in vitro DE EMBRIÕES SOMÁTICOS DE MURICIPEQUENO (Malpighiaceae) Mariana Aline Silva ARTUR1, Renato PAIVA1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1, Ana Cristina de SOUZA1, Nádia Alves CAMPOS1, Jorge Marcelo Padovani PORTO1 O murici-pequeno (Byrsonima intermedia A. Juss.) é uma planta lenhosa de importância medicinal, nativa do cerrado brasileiro, que apresenta dificuldade de propagação sexuada no ambiente natural. Técnicas de cultivo in vitro podem representar uma boa alternativa para a propagação desta espécie. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi analisar o desenvolvimento de embriões somáticos de murici-pequeno obtidos in vitro submetidos a diferentes concentrações de ácido giberélico (GA3) e carvão ativado no meio de cultivo. Calos embriogênicos foram induzidos em meio MS + 30 g L-1 de sacarose + 1 g L-1 de carvão ativado + 7 g L-1 de ágar, contendo 0,54 µM de ácido naftalenoacético (ANA) e 4,76 µM de cinetina, após 30 dias foram transferidos para meio MS + 30 g L-1 de sacarose + 1 g L-1 de carvão ativado, obtendo-se embriões somáticos. Para o desenvolvimento, analisou-se o efeito da interação entre carvão ativado (0; 0,5; 1; 2 e 3 g L-1) e GA3 (0 e 28,87 µM) em meio WPM + 30 g L-1 de sacarose + 2,5 g L-1 de Phytagel®. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado com 12 repetições por tratamento, a análise estatística feita por teste de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (P ≤ 0,05). Após 30 dias avaliou-se a formação de folhas, raízes, embriões secundários e calos. A interação entre GA3 e carvão ativado não foi significativa para as variáveis analisadas. O uso de GA3 (28,87 µM), isoladamente, influenciou significativamente apenas a indução de parte aérea (80%), não influenciando nas demais variáveis analisadas. Para uso de carvão ativado, observou-se que na concentração de 0,81 g L-1, isoladamente obteve-se maior formação de parte aérea, cerca de 77,86%. A utilização do carvão ativado foi prejudicial na rizogênese, sendo observada maior formação de raízes (49,76%) na sua ausência no meio de cultivo. O uso de carvão ativado na indução de embriões secundários e de calos diferiu estatisticamente, sendo que o uso de 0,5 g L-1 permitiu a formação de 38% e 63%, respectivamente. É necessária a otimização de protocolos que visem um melhor desenvolvimento de embriões somáticos de murici-pequeno e formação de plântulas normais a partir destes embriões. Palavras-chave: Byrsonima intermedia A. Juss, Embriogênese somática, Micropropagação. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG e CAPES. 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 190 DESENVOLVIMENTO INICIAL DE GENÓTIPOS DE CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO CERRADO DE RORAIMA BANANEIRA NAS Teresinha Costa Silveira de ALBUQUERQUE1*; Otoniel Ribeiro DUARTE1; Olisson Mesquita de SOUZA2 A bananeira é a fruteira de maior expressão econômica em Roraima, por ter garantia de mercado durante todo o ano, tanto para consumo interno, como no mercado de Manaus. As variedades mais plantadas são Prata e Pacovan, no entanto nos arredores de Boa Vista, são cultivadas outros tipos, com destaque para as cultivares Nanica e Prata Anã, no entanto é importante disponibilizar ao bananicultor novas opções de cultivo. Este trabalho teve como objetivo avaliar a biometria das plantas por ocasião da emissão da primeira inflorescência, observando-se as seguintes características: altura da planta, diâmetro do pseudocaule, números de perfilhos emitidos e número de folhas vivas em 22 cultivares de bananeira nas condições climáticas do cerrado em Roraima. As mudas oriundas do Programa de Melhoramento Genético da Embrapa foram obtidas por técnica de cultura de tecidos e implantadas na forma de coleção em outubro de 2009, na área experimental da Embrapa Roraima em Boa Vista, em fileiras duplas no espaçamento de 3,0 x 2,0 x 1,8 m. O experimento foi instalado em blocos casualizados com três repetições e quatro plantas por parcela. As cultivares avaliadas foram: Bucanero, Caipira, Calypso, Fhia 02, Fhia 17, Fhia 18, Fhia 23, Garantida, Grande Naine, Japira, JV 42-135, Maçã, Maravilha, PA 42-44, PA 94-01, Pacovan Ken, Prata Anã, Princesa, PV 79-34, Thap Mae, Tropical, YB 42-03. A avaliação agronômica da coleção de bananeiras possibilitou a seleção dos genótipos: Maçã, JV 42-135, PA 94-01, Prata Anã, Fhia 18 e PA 42-44, por apresentarem altura ideal para colheita, em torno de 200 cm, manterem uma quantidade adequada de folhas vivas (± 10 folhas), ou seja, fotossinteticamente ativas, possuírem perímetro do pseudocaule acima de 46,50 cm, e apresentarem em média 3,85 perfilhos, número relativamente adequado para que não seja necessário um desbaste intenso das touceiras. Palavras-chave: Musa sp., Ensaio regional, Avaliações biométricas. 1 2 Pesquisador Embrapa Roraima. Caixa Postal 133, 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil Bolsista CNPq, Caixa Postal 133, 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 191 DESENVOLVIMENTO PÓS-SEMINAL DE Alcantarea imperialis (Carrière) Harms (Bromeliaceae) CULTIVADAS IN VITRO E EX VITRO Elisa Mitsuko AOYAMA1*, Catarina Carvalho NIEVOLA2, Solange Cristina MAZZONI-VIVEIROS3 O cultivo in vitro de bromélias, embora seja uma técnica para aperfeiçoar a produção, carece de avaliação morfológica, visando detectar alterações que comprometam a qualidade do lote. Também não existem estudos que comparem o desenvolvimento da bromélia imperial Alcantarea imperialis (Carrière) Harms - desenvolvidas in vitro e ex vitro. O objetivo foi acompanhar o desenvolvimento pós-seminal da espécie, a fim de verificar se o cultivo in vitro pode acarretar alterações estruturais nas plântulas que possam prejudicar a posterior aclimatização. No lote cultivado in vitro, as sementes após desinfestação superficial foram inoculadas em meio Murashige & Skoog (MS), com metade da concentração dos macronutrientes (MS/2). Foram utilizadas placas de Petri com 10 ml de meio de cultura cada. Para o lote cultivado ex vitro, sementes foram germinadas em gerbox com papel de filtro. O experimento foi conduzido com delineamento experimental inteiramente casualizado, onde cada condição de cultivo teve quatro repetições com 50 sementes cada. Foram mantidas em fotoperíodo de 12 h e 26 ± 2ºC. As observações foram diárias até 20 dias, sendo avaliado o tempo de germinação, aspectos morfológicos e tempo de emergência das plântulas. Apresenta tipo de germinação epígea, com plântula do tipo criptocotiledonar com cotilédone de reserva. As plântulas normais se caracterizavam por possuírem raiz principal curta e cônica, raízes adventícias surgindo a partir do colo, bainha cotiledonar verde e carnosa. A primeira folha é plana, lanceolada, de bordos inteiros e superpostos na base, formando a roseta. Não foram observadas diferenças morfológicas entre as plântulas desenvolvidas no cultivo in vitro quando comparadas com as do cultivo ex vitro. Foi observado um desenvolvimento mais rápido nas plântulas das condições in vitro de aproximadamente 2 dias, notadamente a partir do aparecimento da primeira folha, por volta dos 10 dias; fato semelhante ocorre quando do aparecimento da segunda folha. Nas plântulas desenvolvidas no cultivo in vitro, as raízes adventícias também tiveram predominância de aparecimento em relação às plântulas com mesma idade cultivadas ex vitro. Portanto, em condições in vitro utilizadas neste trabalho, às elevadas porcentagens de germinação na presença de luz e o curto período para a germinação, associados à baixa ocorrência de plantas anômalas, são características importantes para a produção de plantas desta espécie, visando à sua preservação e comercialização. Palavras chave: Bromélia imperial, Propagação, Tillandsioideae. Créditos de financiamento: Capes. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, BR Rodovia BR 101 Norte km 60, Bairro Litorâneo, 29932-540, São Mateus, Espírito Santo, Brasil. 2 Instituto de Botânica, Núcleo de Pesquisas em Plantas Ornamentais, Av. Miguel Stéfano, 3687 - CEP 04301-902 - Água Funda, São Paulo, SP, Brasil. 3 Instituto de Botânica, Núcleo de Pesquisas em Anatomia, Av. Miguel Stéfano, 3687 - CEP 04301-902 - Água Funda, São Paulo, SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 192 DESINFESTAÇÃO DE EXPLANTES CAULINARES DE MARACUJAZEIRO NATIVO Nádia Alves CAMPOS1*; Renato PAIVA1; Mayara Caroline Carvalho PINTO1; Jorge Marcelo Padovani PORTO1; Breno Regis SANTOS2; Danielly Aparecida COSTA1 A cultura do maracujazeiro possui significativa participação no mercado nacional. A evolução da produção do maracujá-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) possibilitou ao Brasil se destacar como maior produtor mundial. Entretanto, a produtividade nacional ainda é baixa devido a problemas fitossanitários, técnicas inadequadas de cultivo e ausência do uso de cultivares superiores. A micropropagação é uma técnica que permite a produção em larga escala oferece uma boa alternativa para essa cultura, pois podem ser produzidos, em grande escala, de clones selecionados de variedades com interesse comercial. Entretanto um dos entraves para a micropropagação é a desinfestação eficaz do material vegetal, que deve ser completa e eficiente. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi estabelecer um protocolo eficiente de desinfestação de explantes oriundos de plantas de maracujazeiro da espécie Passiflora gilberti cultivadas em casa de vegetação. Os segmentos caulinares de 2 a 3 cm de comprimento, foram lavados em água corrente por 20 min, logo após, em câmara de fluxo laminar, os explantes foram imersos em álcool 70% por 1 min, e em seguida. Após esse período, os explantes foram então submetidos a diferentes concentrações da solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) com 2% ou 1% de cloro ativo e por diferentes tempos (0, 5, 10, 15 e 20 min). Após a desinfestação os explantes foram lavados cinco vezes em água destilada autoclavada. Foram utilizadas 10 repetições por tratamento, sendo cada repetição constituída por um tubo com um explante caulinar cada. Após o processo de assepsia os explantes foram inoculados em meio MS e mantidos em sala de crescimento com temperatura de 25±2°C e fotoperíodo de 16h na luz até as avaliações. Foi avaliada a porcentagem de explantes contaminados a cada semana durante o primeiro mês após a assepsia. Não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos, não sendo também observada interação entre o tempo de exposição e a concentração de hipoclorito de sódio. É recomendado o uso de NaOCl com 1% de cloro ativo por cinco minutos para a desinfestação de segmentos caulinares de Passiflora gilbertii. Palavras-chave: Passiflora gilbertii, Espécie nativa, Micropropagação, Cultivo asséptico. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Alfenas, Rua Gabriel Monteiro da Silva, nº 700 Sala V8B, Centro, 37130-000 - Alfenas, MG, Brasil. * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 193 DESINFESTAÇÃO DE MERISTEMAS DE Eucalyptus urograndis (Myrtaceae) Marcela Nogueira C. Q. Santos1*, Natânia de Cássia Faria FERREIRA1, Rafaela Prado ROCHA¹, Luciene de Oliveira RIBEIRO2, Breno Régis SANTOS1, Luiz Alberto BEIJO1 O eucalipto tem origem na Oceania, mas se adaptou muito bem ao clima brasileiro. Apresenta grande importância econômica devido à alta aplicabilidade industrial de sua madeira, além de ser empregado no reflorestamento de áreas degradadas. A desinfestação de material vegetal é uma técnica amplamente utilizada na cultura de tecidos principalmente para materiais provindos diretamente do campo e tem por objetivo evitar futuras contaminações. Uma alternativa para desinfestar meristemas é o uso de pastilhas de paraformoldeído. O presente trabalho teve por objetivo estabelecer o melhor tempo de exposição às pastilhas de paraformoldeído para desinfestação de meristemas provindos de matriz de eucalipto. Para a desinfestação de meristemas foram utilizadas aproximadamente três pastilhas de paraformoldeído em intervalos de tempos diferentes (15, 30, 45 e 60 minutos). Posteriormente os meristemas foram lavados com água destilada autoclavada para remoção do excesso da solução desinfestante. Os explantes foram inoculados em meio MS suplementado com 30g L-1 de sacarose, 6g L-1 de ágar e com a adição dos reguladores de crescimento AIA e BAP nas concentrações de 1,0 mg L-1 e 0,05mg L-1, respectivamente. A avaliação foi realizada aos 11 dias após a inoculação e as variáveis analisadas foram contaminação, sobrevivência do explante e necrose. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, composto de 7 repetições por tratamento, sendo cada repetição composta por 3 tubos de ensaio, totalizando 21 explantes por tratamento. Resultados: Para a variável contaminação, os tratamentos diferiram entre si significativamente (p modelo = 0,0029). Sendo o p covariável = 0,0046, isto significa que aumentar o tempo de exposição ao tratamento interfere na contaminação ou não. O tempo de exposição ao tratamento apresentou-se como fator significativo segundo o modelo de regressão logística dada por: Logit Pi = -1,5210 + (0,0428*tempo). O valor odds ratio (razão de chance) foi igual a 1,0437. Deste modo, pode-se inferir que para cada unidade no tempo, aumenta o risco de contaminar em 4,37%. A partir dos dados pode-se concluir que a desinfestação com paraformoldeído foi ineficiente, pois o tempo de exposição não impediu a contaminação e provocou a morte dos explantes. Palavras-chave: Eucalyptus sp., Cultivo in vitro, Paraformoldeído, Contaminação. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG. 1 Universidade Federal de Alfenas, Instituto Ciências da Natureza, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 194 DESINFESTAÇÃO DE SEMENTES PROPAGAÇÃO IN VITRO DE JEQUITIBÁ BRANCO PARA Sanzio DIAS11, Talita Oliveira de ARAÚJO1, Fernanda Raquel SARTOR1*, Cláudio Hiroshi FUKUSHIMA1, Anderson Martins PILON1 Cariniana estrellensis (Lecythidaceae), conhecida como jequitibá branco, é uma das maiores árvores da flora brasileira e muito utilizada na construção civil e na indústria madeireira. Atualmente está ameaçada de extinção devido à exploração indiscriminada. Por ser uma espécie de difícil multiplicação via semente, a micropropagação in vitro é uma alternativa para obtenção de grande número de mudas com elevada qualidade fitossanitária e em curto período de tempo e espaço. O objetivo do trabalho foi avaliar qual o melhor metodologia de desinfestação para sementes de C. estrellensis, de modo que posteriormente possa ser empregado no cultivo in vitro em larga escala dessa espécie. Os agentes desinfestantes utilizados foram hipoclorito de cálcio (2%), hipoclorito de sódio (1%), peróxido de hidrogênio e dióxido de cloro estabilizado (TecsaClor® 10%). Cada tratamento conteve 50 repetições. As sementes foram submersas em etanol 70% e então submetidas aos tratamentos com os agentes desinfestantes por 20 minutos e posteriormente enxaguadas 3 vezes com água destilada estéril antes de serem inoculadas nos meios de cultivo MS e WPM. O meio MS foi escolhido por ser um dos mais utilizados no cultivo in vitro de plantas, sendo adequado para um grande número de espécies. A escolha do meio WPM deu-se uma vez que o mesmo é o mais indicado para o cultivo in vitro de plantas lenhosas. A contaminação das sementes foi observada semanalmente, durante 3 semanas. Ao final da segunda semana, todas as sementes tratadas com TecsaClor® exibiram contaminação. Na terceira semana, todas as sementes submetidas ao tratamento com hipoclorito de sódio e 98% das sementes tratadas com hipoclorito de cálcio estavam contaminadas. Cerca de 80% da contaminação em todos os tratamentos foi observada já na primeira semana. Apenas 4% das sementes tratadas com peróxido de hidrogênio apresentaram contaminação. Dessa forma, sugere-se o uso de peróxido de hidrogênio na desinfestação de sementes de C. estrellensis para obtenção de mudas por meio de propagação in vitro. Palavras-chave: Cariniana estrellensis, Micropropagação, Contaminação. Créditos de financiamento: CNPq 1 Fitoclone. Av. Oraida Mendes de Castro n°6000. Parque Tecnológico de Viçosa, sala 50, bairro Novo Silvestre – Viçosa/MG *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 195 DESINFESTAÇÃO DE SEMENTES DE Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn. (Fabaceae - Caesalpinoideae) PARA GERMINAÇÃO Ailton Gonçalves RODRIGUES JUNIOR1*, Tatiana Arantes Afonso VAZ¹, José Marcio Rocha FARIA2, Wilson Vicente Souza PEREIRA¹; Jéssica Putini Luizi CAMPOS3 O objetivo neste trabalho foi avaliar o efeito da desinfestação sobre a germinação de sementes de Senna multijuga. Foi utilizada solução de hipoclorito de sódio em diferentes concentrações e tempos de imersão sobre as sementes, sendo estes: 1) imersão em hipoclorito de sódio 1% por 2 minutos; 2) imersão em hipoclorito de sódio 1% por 5 minutos; 3) imersão em hipoclorito de sódio 2% por 2 minutos; 4) imersão em hipoclorito de sódio 2% por 5 minutos. Sementes não desinfestadas foram utilizadas como controle. Após a desinfestação as sementes foram lavadas em água corrente por três vezes, para remoção do hipoclorito de sódio. Para superação de dormência as sementes foram imersas em água com temperatura inicial de 80 °C, durante 12 horas. Após este tratamento, as sementes foram mantidas em rolo de papel umedecido, a 25 °C e luz constante e avaliado durante 30 dias, para avaliação do percentual de germinação e percentual de plântulas normais. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos contendo quatro repetições de 25 sementes. Os dados foram submetidos a teste de normalidade, análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade. A desinfestação das sementes não influenciou no percentual de germinação, mantendo todos os tratamentos percentuais acima de 79%. O uso do hipoclorito de sódio também não influenciou na formação de plântulas normais, não diferindo nenhum dos tratamentos em relação ao controle. Pelo fato da germinação das sementes de Senna multijuga ocorrer muito rapidamente após a superação de dormência (cerca de três dias), evita-se um maior tempo de exposição aos patógenos durante o teste de germinação. Devido a isso, a desinfestação não contribuiu para aumentar o percentual de germinação das sementes nem o percentual de plântulas normais. Conclui-se que a desinfestação das sementes de Senna multijuga para testes de germinação não é necessária, devido à rápida germinação das sementes quando superada a dormência. Palavras-chave: Leguminosa, Cássia verrugosa, Hipoclorito de sódio. Créditos de financiamento: à CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pósgraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduação em Ciências Biológicas, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 196 DETECÇÃO DE TERPENÓIDES EM PLANTAS IN VIVO E IN VITRO DE CANDEIA Thainá de OLIVEIRA1, Ana Luiza de Oliveira TIMBÓ2*, Mariane Aparecida RODRIGUES3, José Eduardo Brasil Pereira PINTO4, Suzan Kelly Vilela BERTOLUCCI5, Fabrício José PEREIRA6 A candeia, Eremanthus erythropappus (DC.) Mac Leish, é uma espécie arbórea de grande valor comercial por possuir propriedades medicinais, ser eficaz na recuperação de áreas degradadas, além de possuir madeira resistente. O uso medicinal da candeia se deve a presença de um terpenóide, o α- bisabolol, encontrado no óleo extraído da planta e bastante empregado na profilaxia e cuidados da pele. Objetivou-se identificar por meio de análises histoquímicas a presença de óleos essenciais em folhas, caules e raizes de plântulas mantidas em condições in vitro e plantas em casa de vegetação. Para isto foram coletadas amostras frescas de raiz, caule e folha das plântulas e plantas, as quais foram mantidas em gelo até a realização dos cortes a mão-livre. Posteriormente, os cortes foram clarificados em hipoclorito e submetidos a duas lavagens com água destilada. Para identificação dos óleos essenciais os cortes foram corados com o reagente de Nadi no escuro, por 60 minutos. Após este período, os cortes foram lavados com tampão fosfato de sódio 0,1 M, pH 7,2 por 1 minuto. As lâminas foram montadas com glicerina e observadas em microscópio de campo claro. Foi observada a presença de oleossomos, corados de azul, caracterizando a presença de óleos essenciais rico em terpenóides em todas as amostras de tecidos vegetais analisadas. Nas folhas in vitro e in vivo, houve uma grande quantidade de oleossomos no parênquima paliçádico esponjoso e no parênquima da nervura central do sistema vascular. Nos caules in vitro e in vivo foram observados a presença de oleossomos no parênquima cortical e floema. Enquanto, que nas raízes in vitro e in vivo foram observadas uma pequena quantidade de oleossomos no parênquima do cilindro cortical. As análises evidenciaram que plantas de Eremanthus erythropappus mantidas in vivo ou in vitro apresentam óleos essenciais nas folhas, caules e raízes. Palavras-chave: Eremanthus erythropappus, Histoquímica, Óleo Essencial. Créditos de financiamento: Capes, CNPq e FAPEMIG 1 Graduanda em Agronomia na Universidade Federal de Lavras /Departamento de Agricultura, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Bolsista CAPES PNPD e Pós-doutoranda em Fitotecnia na Universidade Federal de Lavras /Departamento de Agricultura, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 3 Graduanda em Agronomia na Universidade Federal de Lavras /Departamento de Agricultura, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Professor da Universidade Federal de Lavras /Departamento de Agricultura, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 5 Professora da Universidade Federal de Lavras/Departamento de Agricultura, caixa postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 6 Professor da Universidade Federal de Lavras/Departamento de Biologia, Programa de PósGraduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *Autor para correspondência [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 197 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ALELOPÁTICA DAS FOLHAS DE Labramia bojeri A. DC. (Sapotaceae) Fernanda Heringer de SOUZA1*, Nivia Rodrigues STUCKENBRUCK1, Arielly Rodrigues Ribeiro BARRETO1, Gilberto Dolejal ZANETTI1 Labramia bojeri, árvore conhecida popularmente por denominações como Abricó-da-Praia, tem origem em Madagascar e é cultivada em todo o litoral brasileiro. Esta planta é utilizada popularmente no combate à hipertensão, arterioesclerose e em dermatoses. Ultimamente está em foco a atividade anti-cárie de uma lectina isolada a partir das sementes. Este trabalho teve por objetivo a determinação da atividade alelopática do extrato aquoso obtido a partir das folhas de Labramia bojeri quando em contato com cipselas de Lactuca sativa var. capitata L., pois observou-se a campo a dificuldade de germinação de outras espécies junto a mesma. As folhas de Labramia bojeri foram coletadas no município de Rio das Ostras, RJ, durante o mês de maio. O material foi desidratado e levado a pó. Os cipselas de Lactuca sativa foram obtidos em comércio local. A atividade alelopática foi determinada por ensaios de inibição da germinabilidade de Lactuca sativa, utilizando extrato aquoso a 2 %, em temperatura de 22 + 2° C, com 35 cipselas por placa de petri e leitura de germinabilidade com observações do estado geral das plântulas a cada 24 horas totalizando cinco dias de leitura. A germinabilidade das sementes de Lactuca sativa quando em contato ao extrato de Labramia bojeri não apresentou diferença estatisticamente significativa ao controle em que foi usado água destilada. Contudo, o estado das plântulas foi drasticamente alterado, uma vez que a partir do terceiro dia as plântulas enegreceram e definharam, não ocorrendo o desenvolvimento das folhas, e no quinto dia de leitura 14 % das plântulas havia morrido. Com este ensaio ficou determinado atividade alelopática significativa dos extratos aquosos obtidos a partir das folhas de Labramia bojeri pelo fato dos mesmos impedirem o desenvolvimento das plântulas. Palavras chaves: Alelopatia, Lactuca sativa L., Germinabilidade. Créditos de financiamento: UFRJ 1 Universidade Federal do Rio de Janeiro, Laboratório de Pesquisa Integrada, Campus UFRJMacaé, caixa postal, CEP: 27930-560, Macaé-RJ, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 198 DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE FLAVONÓIDES DE Labramia bojeri A. DC. (Sapotaceae) E DO TEOR DE Fernanda Heringer de SOUZA1*, Thayana Musse Alves SILVA1, Nivia Rodrigues STUCKENBRUCK1, Arielly Rodrigues Ribeiro BARRETO1, Gilberto Dolejal ZANETTI1 Labramia bojeri, tem origem em Madagascar e é cultivada em todo o litoral brasileiro, sendo uma planta tipicamente tropical, não tolera baixas temperaturas, é popurlamente conhecida como abricó-da-praia. Esta planta é utilizada popularmente no combate à hipertensão, arterioesclerose e em dermatoses, a sua multiplicação é exclusivamente por sementes e seu fruto é comestível. Este trabalho teve como objetivo determinar a atividade antioxidante e o teor de flavanoides dos extratos aquosos obtidos a partir a partir das folhas de L. bojeri. As folhas de L. bojeri foram coletadas no município de Rio das Ostras, RJ, durante o mês de maio. O material foi desidratado e levado a pó. A atividade antioxidante foi obtida pelo ensaio de DPPH com o extrato aquoso aplicado nas concentrações de 100, 200, 300, 1000, 2000, 3000 e 4000 µg/mL, em placa de gel de silica e revelado em solução metanólica de DPPH a 50%. Como controle positivo foi utilizado ácido ascórbico nas mesmas concentrações. O teor de flavonóides foi determinado em espectrofotometro, para isso foi utilizado como padrão a rutina em concentrações entre 25 e 400 µg/mL. As amostras de L. bojeri foram obtidas utilizando extrato bruto seco, todas as amostras foram diluidas em metanol. Os extratos obtidos a partir das folhas de L. bojeri apresentaram a presença de princípios ativos com atividade antioxidante. Quanto ao teor de flavonoides, foi encontrada uma concentração de 276,36 µg/mL. Com estes ensaios ficou determinada atividade antioxidante significativa dos extratos aquosos obtidos a partir das folhas de L. bojeri pelo fato dos mesmos mostrarem potente atividade antioxidante frente ao DPPH e um teor de flavonóides significativo. Palavras chaves: DPPH, Antioxidante, Rutina, Ácido ascórbico, Flavonóides. Créditos de financiamento: UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro, Laboratório de Pesquisa Integrada, Campus UFRJMacaé, caixa postal, CEP: 27930-560, Macaé-RJ, Brasil 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 199 DETERMINAÇÃO DA CURVA DE EMBEBIÇÃO DE SEMENTES DE ARAÇÁ DO SEMIÁRIDO BAIANO Márcia Adriana Carvalho dos SANTOS1*; Bárbara França DANTAS2; Manoel Abilio de QUEIRÓZ3; O araçá (Psidium spp.) pertencente à família mirtácea, é uma planta nativa propagada por sementes e pouco se sabe sobre seus processos germinativos. O conhecimento desses processos é de fundamental importância para auxiliar nos estudos de impermeabilidade de tegumento, escolha do melhor tempo de exposição das sementes em soluções promotoras da germinação, dentre outros, sendo determinada através da curva de embebição. Assim objetivou-se com este trabalho determinar a curva de embebição de sementes de araçá do semiárido baiano. Inicialmente foi obtido o peso inicial de oito repetições de 20 sementes de um acesso de araçá. Em seguida, as sementes foram dispostas em caixas gerbox e em seguida conduzidas ao germinador BOD a 25ºC. As sementes foram pesadas após uma hora e nos intervalos de horas de 3, 6, 24, 26, 30, 48, 50, 54, 72, 74, 78, 96, 98, 102, 120 h; e depois a cada 24 horas, até completar 408 horas de embebição. Com os valores das pesagens consecutivas foi calculado o ganho no volume de água em relação ao peso inicial das sementes, a fim de se estabelecer a curva de embebição. Os dados foram avaliados a partir do erro padrão da média. Observou-se que houve um aumento do peso das sementes em relação ao peso inicial, à medida que aumentou o tempo de embebição, sendo possível observar claramente a caracterização da fase I (FI) que foi completada em 30 horas. Na fase II, denominada de estacionária, também ficou bem clara, tendo apresentado uma duração de 264 horas, sendo considerada longa. A fase III, caracterizada como fase de absorção ativa de água, também ficou bem clara. Neste estágio ocorreu um novo aumento no grau de umidade das sementes e observou-se a emissão de raiz primária. A fase III (FIII) iniciou-se após 284 horas de embebição, quando foi verificado 10% de plântulas com protrusão da raiz e houve um aumento mais acentuado da embebição de água pelas sementes. Assim observa-se que o araçá apresenta um padrão trifásico, não apresentando dormência, pois só as sementes não dormentes conseguem atingir a fase III. Palavras-chaves: Psidium spp., Planta nativa, Processos germinativos, Modelo trifásico. 1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Ciências Agrárias - Campus II Rodovia BR 079 - Km 12, 58.397-000 Areia, Paraíba, Brasil 2 Embrapa Semiárido, BR 428, Km 152, Zona Rural, 56302-970 Petrolina, Pernambuco, Brasil. 3 Universidade do Estado da Bahia, Avenida Edgard Chastinet Guimarães, s/n, Bairro São Geraldo, 48905-680, Juazeiro, Bahia, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 200 DETERMINAÇÃO DE CUMARINA NOS XAROPE DE GUACO ARMAZENADOS EM DIFERENTES TEMPERATURAS Ronilson Ferreira FREITAS1*, Carlos Rafael Altino CORREIA2, Paulo Francisco Afonso da SILVA JUNIOR2, Eurislene Moreira Antunes DAMASCENO1, 2 Mikania glomerata S., conhecida popularmente como guaco, há muito tempo tem sido utilizada para tratamento farmacológico. O poder medicinal do guaco é avaliado nas folhas, onde é possível identificar cumarinas, óleos essenciais, taninos, guacosídeos, flavonóides e outros. As cumarinas são consideradas os principais marcadores químicos quando as formulações forem à base de guaco para analisar controle de qualidade. O xarope é forma farmacêutica mais aplicada na administração do guaco para tratamento de doenças pulmonares graças ao efeito broncodilatador, e é composto por água, sacarose, metil parabeno entre outros. Objetivou-se com este estudo determinar a presença de cumarina no xarope de guaco armazenado em diferentes temperaturas, comparando a variação da cumarina em relação aos dois xaropes analisados. Os extrato do guaco utilizado foi o guaco edulito 81,5mg/mL e o guaco xarope 0,1mL/mL adquiridos no comércio da cidade de Montes Claros, norte de Minas Gerias, Brasil. Foi utilizado aproximadamente 90 mL de cada xarope, sendo 30mL a uma temperatura de 15° C, 30mL a 30° C e 30 mL a 45 °C, estes armazenados em um béquer presentes na estufa por 24 horas. Para os testes cromatográficos utilizaram-se placas de sílica gel que foram ativadas em uma estufa a 120°C por 30 minutos. Decorrido este período, o extrato foi diretamente aplicado na placa com auxilio de um tubo capilar. Para a eluição da placa utilizou-se um sistema de fase móvel composto por uma mistura de toluenodiclorometano- acetona (45:25:35). Após a eluição e evaporação do solvente na placa, esta foi colocada na capela de exaustão para secagem no período de 5 minutos e a mesma foi revelada com vapores de KOH. As manchas formadas foram devidamente marcadas e medidas para o cálculo dos fatores de retenção (RF). Por meio do perfil cromatográfico em camada delgada (CCD) do extrato de guaco, foi identificado manchas dispostas uniformemente com valores de retenção bem definidos no xarope de guaco edulito e guaco xarope. Os valores de RF encontrados para guaco edulito e o guaco xarope nas diferentes temperaturas foram respectivamente, 15° C, RF = 0,87 e RF = 0,88; 30° C, RF = 0,82 e RF = 0,84 e a 45° C, RF = 0,82 e RF = 0,81. De acordo com os valores dos fatores de retenção e das condições experimentais, notou-se a presença de substância complexa (cumarina) que pode estar relacionada à propriedade medicinal encontrada no xarope de guaco. Palavras-chave: Mikania glomerata, Temperatura, Xarope, Cumarina, Armazenamento. Créditos de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. 1 2 Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMoc, Montes Claros-MG. Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI, Montes Claros-MG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 201 DETERMINAÇÃO DO SISTEMA REPRODUTIVO DO TUCUMÃ-DO-AMAZONAS Santiago Linorio Ferreyra RAMOS1, Jeferson Luis Vasconcelos de MACÊDO2, Elizabeth Ann VEASEY1, Maria Teresa Gomes LOPES3∗∗ O tucumã-do-Amazonas (Astrocaryum aculeatum G. Meyer. Arecaceae) é uma espécie não domesticada, cujas populações naturais apresentam grande variabilidade nos diferentes caracteres morfológicos, importantes para o processo de domesticação e melhoramento da espécie. A utilização dos marcadores moleculares permite apoiar as diferentes etapas dos programas de melhoramento genético. O objetivo desse trabalho foi estudar o sistema reprodutivo do tucumã-do-Amazonas, empregando marcadores microssatélites. Foram coletados folíolos e frutos maduros de 11 matrizes de uma população natural visando obter 25 plantas de cada progênie por planta matriz. A partir dos frutos foram extraídas as sementes e produzidas as progênies utilizadas no estudo do sistema de reprodução. Extraiu-se o DNA dos folíolos das plantas pelo método Cationic Hexadecyl Trimethyl Ammonium Bromide e realizou-se a quantificação em gel de agarose, por comparações visuais de sua fluorescência, com padrões de DNA de massa molecular conhecida. Oito locos de microssatélites de pupunha (Bactris gasipaes Kunth, Palmae), transferidas para tucumã-do-Amazonas, foram amplificados por reação da polimerase em cadeia. A genotipagem dos locos foi visualizada em seqüenciador automático Mega Base 1000. Foi utilizado o programa Multilocus Mating System Program para estimar as taxas de cruzamentos mistos e correlacionados, baseado em algoritmos de probabilidades de Máximas Esperanças. Os resultados mostraram que as estimativas da taxa de cruzamento uniloco e multilocos coincidiram em 0,978, indicando que a espécie é alógama. A diferença negativa entre as taxas de cruzamento multiloco e uniloco (-0,001), sugere que não ocorrem cruzamentos endogâmicos na população. A correlação de paternidade detectada (0,176) foi baixa, demonstrando que as progênies são constituídas principalmente por meios-irmãos. O coeficiente de coancestria nas progênies foi -0,133, o esperado em progênies de meios-irmãos (0,125). Os marcadores microssatélites transferidos de pupunha para tucumã-do-Amazonas foram eficientes no estudo do sistema reprodutivo. Palavras-chave: Tucumã-do-Amazonas, microssatélites, Taxa de cruzamento. Astrocaryum aculeatum, Marcadores Créditos de financiamento: FAPEAM/ Projeto CTIAFAM - Processo 01.06.0380.04 (FINEPFAPEAM) 1 Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Departamento de Genética, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, caixa postal 83, CEP: 13400-970, Piracicaba-SP, Brasil. 2 Embrapa Amazônia Ocidental, AM 010, caixa postal 319, CEP: 69048-660, Manaus-AM, Brasil. 3 Universidade Federal do Amazonas, Faculdade de Ciências Agrárias, CEP: 60077-000, Manaus-AM. autor para correspondência: [email protected] ∗ Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 202 DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE METIL JASMONATO NA FORMAÇÃO DE TRICOMAS FOLIARES DE Piper molicomum L. (Piperaceae) Lara Siqueira Oliveira CARVALHO1*, Fernanda Ventorim PACHECO1; Sara DOUSSEAU1; Ingrid F. Santana ALVARENGA1; Amauri A. ALVARENGA1 As plantas possuem diferentes formas de defesa, os quais se destacam a produção de compostos secundários e estruturas como tricomas. Os compostos secundários vêm ganhando destaque na agricultura, podendo ser usados no controle de fitopatógenos e insetos. A Piper mollicomum L. (Piperaceae) produz compostos eficazes contra alguns desses organismos. Os tricomas são estruturas que estão associados na defesa contra herbívoros (tectores) e podem armazenar e produzir compostos bioativos. Estudos demonstram que é possível induzir o aumento da produção de compostos bioativos por meio de substâncias elicitoras, como o metil jasmonato, as quais promovem diferentes formas de sinalização de respostas de defesa. Assim o trabalho avaliou o efeito de diferentes concentrações de metil jasmonato sobre a produção de diferentes tricomas foliares em Piper molicomum. Para o experimento foram utilizadas mudas de Piper molicomum mantidas em casa de vegetação. Os tratamentos foram a elicitação por diferentes concentrações de metil jasmonato (0,5; 2,0 e 8 mM) sendo estabelecidos dois controles (plantas não pulverizadas e plantas pulverizadas apenas com o solvente). Ao final de 28 dias após a elicitação, as folhas (presentes no primeiro ou segundo nó) foram coletadas e conduzidas para análise de microscopia eletrônica de varredura. Foi observado a presença de tricomas tanto na superfície abaxial e adaxial sendo uma maior quantidade verificada na superfície abaxial. Na superfície adaxial houve uma maior produção de tricomas glandulares nas plantas controle e nas pulverizadas com 8 mM de metil jasmonato, sendo que as plantas controle apresentaram um valor médio de 13 tricomas glandulares e as pulverizadas com 8mM apresentaram um valor médio de 12 tricomas glandulares. Na superfície abaxial os tricomas glandulares não diferiram, mas a produção dos tectores foi maior na concentração de 2 mM de metil jasmonato, que apresentou um valor médio de 44 tricomas tectores. Desta forma observa-se que a concentração de metil jasmonato influencia na produção de tricomas foliares de Piper molicomum podendo atuar nas diferentes relações de defesa dessa espécie. Palavras-chave: Compostos bioativos, Substâncias elicitoras, Produção de tricomas. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 203 DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DO MEIO MS E SACAROSE NO CULTIVO in vitro DE SEMENTES DE CAMU-CAMU Marcela Liege da SILVA1*, Edvan Alves CHAGAS2, Maria da Conceição da Rocha ARAÚJO1, Elias Ariel de MOURA3, Olisson mesquita de SOUZA3, Maria Isabel Garcia RIBEIRO3 O camu-camu é uma espécie frutífera nativa da Amazônia que possui elevado teor de ácido ascórbico. Sua propagação vem sendo estudada visando garantir maior produtividade e as qualidades desejáveis da planta-mãe. O cultivo in vitro é um método que se utilizam meios nutritivos determinados com formulações de acordo com as necessidades de cada vegetal. Neste trabalho objetivou-se determinar a melhor concentração de sacarose para o crescimento e desenvolvimento de plântulas de camu-camu. As sementes de camu-camu foram escarificadas com uma esponja, lavadas em água corrente e tratadas com hipoclorito de sódio a 2%. Após, foram mantidas por 1 hora em solução fúngica constituída de Derosal 500® (5 mL L-1) e Cerconil® ( 2 g L-1). As sementes foram lavadas em água corrente e transportadas à câmara de fluxo laminar, onde permaneceram imersas em álcool 70% por 5 minutos. Em seguida, foram submetidas à solução hipoclorito de sódio a 2% e 1 gota de tween 20 por 25 minutos. Após, as sementes foram lavadas 3 vezes com água destilada e autoclavada e, inoculadas em frascos contendo 30 ml de meio, conforme os tratamentos constituídos de diferentes concentrações do meio MS (25, 50, 75 e 100%), combinados com 0, 15, 30 e 45 g L-1 de sacarose, acrescido de 100 mg L-1 de mio-inositol, 7 g L-1 de ágar e 4,5 g L-1 de carvão ativado. Após inoculação, os tratamentos foram mantidos em sala de crescimento com temperatura de 26ºC e fotoperíodo de 16 horas. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com 16 tratamentos, 4 repetições, 5 frascos por repetição e 2 sementes por frasco. Após 70 dias da inoculação, observou-se que o maior comprimento de parte aérea (1,5 cm) foi obtido na ausência de sacarose. Comportamento semelhante foi observado para o comprimento de raiz (5,2 cm), e para o número de brotações (1,2). A adição de sacarose nas diferentes concentrações do meio de cultura MS influenciou de forma negativa em todas as variáveis avaliadas, devido ao aumento do potencial osmótico do meio, dificultando dessa maneira a absorção de sais e de água. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Cultura de tecidos, Domesticação. Créditos de financiamento: CAPES, CNPq e FEMARH. 1 Rede Bionorte, Programa de Doutorado em Conservação e Biodiversidade da Amazônia, CEP 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. 2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pesquisador, Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. 3 Universidade Federal de Roraima, Departamento de Fruticultura, Rodovia BR 174, km 08, CEP. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 204 DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO E TAMANHOS DE SEMENTE NA PROPAGAÇÃO DE CAMU-CAMU Matteus Heberth Ribeiro do VALLE1*, João Pedro Sales BUENO1, Jaqueline Vilena OLIVEIRA2, Maria Isabel Garcia RIBEIRO2, Edvan Alves CHAGAS3, Teresinha C.S. ALBUQUERQUE3 Objetivou-se avaliar o desempenho na emergência e crescimento inicial de plântulas de camucamu quando propagadas utilizando-se frutos em diferentes estádios de maturação, o que comumente é encontrado no momento da colheita, e diferentes tamanhos de sementes. Os frutos foram coletados de plantas nativas de camu-camu, em plantios de exploração extrativista, localizados às margens do Rio Cauamé, entorno de Boa Vista-RR. Os frutos foram classificados de acordo com o estádio de desenvolvimento (verde: quando os frutos atingiram seu máximo tamanho, mas continuavam com 100% de sua epiderme de coloração verde; De vez: frutos comumente denominados “de vez” e que ainda não atingiram a maturação, mas estão completamente desenvolvidos apresentando 50% de sua epiderme vermelha; Maduro, frutos apresentando 100% de coloração vermelha) e tamanho (pequeno, médio e grande). Após o ajuste dos diferentes tratamentos, as sementes foram semeadas em tubetes contendo substrato constituído de uma mistura de terra: esterco: areia (3:3: 1). Após a semeadura, todos os tratamentos foram mantidos em casa de vegetação com sistema de irrigação automatizado. Avaliaram-se a porcentagem de emergência e crescimento inicial da plântula, em intervalos de dois e sete dias, respectivamente. Aos 90 dias avaliou-se também o comprimento da parte aérea e do sistema radicular (cm) e a massa fresca e seca da parte aérea e do sistema radicular (g). Em meio aos tamanhos e estádios de desenvolvimento testados, as sementes de frutos de tamanho grande e maduros apresentaram melhores resultados. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Propagação, Fruteira nativa Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduando em Agronomia, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 2 Acadêmica do Curso de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, Campus do Cauamé, BR 174, Km 12, Distrito de Monte Cristo, CEP 69310-250, Boa Vista, RR. Bolsista de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFRR). Email: [email protected] 3 Pesquisador da Embrapa Roraima, Rod. BR 174, Km 8, C.P. 133, Distrito Industrial, 69301970, Boa Vista-RR. Bolsista Produtividade em Pesquisa CNPq 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 205 DINÂMICA DA COMUNIDADE ARBÓREA EM BORDA NATURAL E ANTRÓPICA EM FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL Thomaz Lage GAYA1*, Rubens Manoel dos SANTOS1, Marco Aurélio LEITE FONTES1, Paulo Oswaldo GARCIA1, Ary Teixeira OLIVEIRA FILHO2 Estudos de dinâmica florestal são fundamentais, pois possibilitam monitorar mudanças demográficas e em biomassa de comunidades arbóreas. O presente estudo objetivou avaliar as taxas de mortalidade e recrutamento de indivíduos arbóreos, perda e ganho em área basal em habitats de borda (subdividida em inferior e superior) em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual, localizada no município de Lavras, Minas Gerias. Em 2000, foram alocadas, 29 parcelas de 20 x 20m, distribuídas sistematicamente em oito transecções. Somente os extremos das transecções corresponderam às bordas florestais, denominadas borda inferior (natural) e superior (antrópica). Os indivíduos com circunferência à altura do peito, (medido a 1,30 m acima do nível do solo) ≥ a 15,7 cm foram marcados com etiquetas numeradas e mensurados. Em 2005, no segundo inventário, foram incorporados os recrutas, registrados os mortos e remedidos os sobreviventes com intervalo de 5 anos entre as medições. Para a amostra total, foi registrada a redução da abundância de 1.267 indivíduos em 2000 para 1.220 em 2005, como resultado de taxas de mortalidade (2,97% ano-1) superiores às de recrutamento (2,24% ano-1). Observou-se redução da área basal, de 32,55 m2 em 2000 para 30,88 m2 em 2005. Entre os setores, foram registradas para a borda inferior, taxas de rotatividade em abundância mais acelerada (3,1% ano-1), em comparação à borda superior (2,3% ano-1), devido as elevadas taxas de mortalidade (3,3% ano-1) e recrutamento (2,8% ano1 ). A área basal deste setor apresentou taxa de rotatividade mais baixa (1,5 %ano-1) em relação à borda superior (1,9 %ano-1), no entanto, houve incremento em área basal, sugerindo que o setor encontra em fase de estruturação, devido à menor influência de distúrbio, em função de sua posição no relevo. Na borda superior, constatou-se taxas de mortalidade mais acelerada (2,9 ano-1) em relação a taxa de recrutamento (1,8 ano-1), com taxa de perda em área basal (2,0% ano-1) mais acentuada em relação a taxa de ganho (1,7 ano-1). Como o setor ocupa a porção mais elevada do terreno, exposto a maior luminosidade e ventos, a sua estrutura pode estar em processo de degradação, devido às elevadas taxas de mortalidade e perda em área basal. Os resultados sugerem, para a borda inferior, o acompanhamento da comunidade para avaliar o processo de sucessão florestal, já para o setor superior, recomenda-se ações de restauração, para evitar o processo de empobrecimento de sua estrutura. Palavras-chave: Dinâmica florestal, Borda Florestal, Floresta Estacional Semidecidual 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Botânica, Instituto de Ciências Biológicas, caixa postal 486, CEP: 31270-901, Belo Horizonte, MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 206 DINÂMICA DA POPULAÇÃO REGENERANTE DE Guarea macrophylla Valh (Meliaceae) EM RELAÇÃO ÀS VARIAÇÕES EDÁFICAS Wedley Gonçalves VELOSO1*, Pedro HIGUCHI2, Suely de Cássia Antunes de SOUZA1, Ary Teixeira de OLIVEIRA-FILHO3, Marco Aurélio Leite FONTES1, Paulo Oswaldo GARCIA1 Estudos sobre dinâmica de espécies vegetais se mostram importantes para a compreensão de processos ecológicos. Características do solo como fertilidade e saturação por água são alguns dos fatores ambientais que influenciam a dinâmica dos fragmentos florestais. Este trabalho investigou a dinâmica da população regenerante de Guarea macrophylla em diferentes classes de solos na Mata da Subestação, fragmento de floresta Estacional Semidecidual Montana, Lavras/MG. Foram alocadas 49 parcelas de 7×7m, onde foram amostrados os indivíduos da espécie com DAS(diâmetro à altura do solo) ≥1cm e DAP(diâmetro à altura do peito) <5cm (medido a 1,30m altura do solo). No fragmento ocorrem Nitossolos, Cambissolos e Latossolos (LatoA e LatoB conforme a acidez e soma de bases trocáveis). A 1ª medição foi realizada em janeiro/2004 e a 2ª em janeiro/2005. Foram calculadas as taxas médias anuais de mortalidade e recrutamento de indivíduos, decremento e incremento em área basal, bem como as taxas de mudança líquida e rotatividade em abundância e área basal. A abundância de mortos e recrutas foi comparada através de contagens de Poisson. Para a área total, G. macrophylla apresentou taxas positivas de mudança líquida em abundância de 24,4% ano-1 e área basal de 14,2% ano-1, propiciando o aumento destas. Entre as classes de solo, verificaram-se os acréscimos em número de indivíduos e área basal, que não foram significativos apenas nos Cambissolos. As parcelas sobre Nitossolos apresentaram 56 indivíduos, correspondendo a 55% da abundância total. Essa concentração de indivíduos pode ser relacionada à drenagem em Nitossolos, visto que a espécie tem preferência por solos mal drenados. Esses estão localizados em áreas mais planas e com maior teor de matéria orgânica, sendo a drenagem menos pronunciada. As maiores taxas de rotatividade 21,8% ano-1 em abundância e 21,1% ano-1 em área basal foram apresentadas pelas populações sobre LatoB, caracterizando-o como a porção mais dinâmica da área. Esses foram encontrados na encosta do fragmento, em áreas com maiores incidências de luz, ventos e surgimento de clareiras, o que pode ter ocasionado à aceleração da rotatividade. Acredita-se que em longo prazo ocorra altas taxas de mortalidade, pois LatoB potencialmente não representa um ambiente favorável à espécie devido à acentuada drenagem e menores teores de nutrientes. Assim, nesse estudo a população de G. macrophylla aumentou em abundância e área basal, indicando uma população estruturada. Palavras-chave: Regeneração natural, Crescimento, Solos, Dinâmica populacional. Créditos de financiamento: FAPEMIG 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Departamento de Engenharia Florestal, Av Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, CEP: 88520-000, Lages-SC, Brasil. 3 Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Botânica , Campus Universitário, CEP: 31270-901, Belo Horizonte- MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 207 DINÂMICA DAS POPULAÇÕES MAIS REPRESENTATIVAS DE UM INSELBERG NO SUL DE MINAS GERAIS Rafaela Guimarães SILVA1, Carolina Njaime MENDES¹, Felipe de Carvalho ARAÚJO¹, Gabriela Gomes PIRES¹, Gisele Cristina de Oliveira MENINO¹, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Marco Aurélio Leite FONTES¹ Inselbergs são “ilhas” de afloramentos de granito-gnaisse, formando centros de diversidade para determinados tipos de planta, onde as condições edáficas determinam a presença e adaptação de numerosas espécies. Concomitantemente, a vegetação de um inselberg é caracterizada como um mosaico de microhábitats onde um grande número de espécies se adequam em um espaço limitado e severo. A fim de saber qual o comportamento das populações mais representativas ao longo do tempo, foi realizado o estudo de dinâmica em um fragmento localizado sobre o Inselberg no município de Coqueiral, Minas Gerais. No ano de 2006 foram alocadas 5 parcelas de 400m2, no fragmento florestal. Todos os indivíduos arbóreos no interior destas parcelas com CAP (circunferência a altura do peito) maior ou igual a 15,7cm foram mensurados (CAP e altura total). Para realizar o estudo de dinâmica, no ano de 2011 todos os indivíduos mensurados em 2006 foram remedidos e quantificados os mortos, além de incluir novos indivíduos que atingiram o critério de inclusão. Na área de estudo, identificaram 64 espécies de plantas, sendo a Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg a espécie mais abundante (180 indivíduos.ha-1). Esta espécie apresentou maior taxa de incremento em área basal, pois dos seus trinta e seis indivíduos identificados dezenove multiplicaram seus fustes. Enquanto que Copaifera langsdorffii Desf. teve maior decremento, dos trinta indivíduos mensurados em 2006 quatorze morreram na dinâmica de 2011. O perfilhamento é uma característica de Myrciaria floribunda e produzir mais fustes é uma estratégia de sobrevivência em ambientes estressantes. A possível explicação seria que alocar recursos em reprodução clonal é menos dispendioso do que investir em reprodução sexuada. Já Copaifera langsdorffii, espécie de hábito generalista, é encontrada em ambientes mais úmidos e suscetíveis a distúrbios intermediários, como por exemplo, borda de mata, uma explicação plausível para a alta taxa de mortalidade encontrada nesta população no Inselberg. Portanto, o Inselberg, assim como outros afloramentos rochosos, é um ambiente de grande severidade ambiental, devido à profundidade do solo, estresse hídrico, altas temperaturas, entre outras características que ainda permitem a adaptação de grande número de espécies vegetais. Palavras-chave: Inselberg, Afloramentos rochosos, Dinâmica, Severidade Ambiental. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Caixa Postal 3037, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 208 DINÂMICA DE Jacaranda puberula Cham. (Bignoniaceae) EM UMA FLORESTA OMBRÓFILA MISTA, NO PLANTALTO CATARINENSE. Bruna SALAMI1*, Amanda Koche MARCON¹, Tiago de Souza FERREIRA¹, Pedro HIGUCHI¹, Fernando BUZZI Junior¹, Marco Antonio BENTO¹, Gabriela SALAMI¹ Jacaranda puberula Cham. pertence à família Bignoniaceae e é conhecida popularmente por “Carobinha” ou “Caroba”. Esta espécie apresenta potencial de uso para recomposição de áreas degradadas, por possuir rápido crescimento. Apesar da sua importância para a conservação e a recomposição destes ambientes, são raros os estudos a respeito da dinâmica de suas populações naturais. Assim, o objetivo desse trabalho foi conhecer a dinâmica de uma população de J. puberula em um período de quatro anos (2008-2012) em uma área de Floresta Ombrófila Mista Montana localizada em Lages, Santa Catarina. O estudo de dinâmica foi conduzido em 50 parcelas de 200 m² (10x20 m), as parcelas foram distribuídas ao longo de transectos, distanciadas 30 m entre si, dentro de cada transecto. Esta distribuição espacial foi definida com a finalidade de amostrar adequadamente as variações ambientais, tais como borda × interior e gradientes de topografia. As parcelas foram alocadas no ano de 2008, onde no mesmo ano todos os indivíduos da espécie com Circunferência a Altura do Peito (CAP medido a 1,30cm do solo) ≥ 15,7 cm foram mensurados. O inventário seguinte foi conduzido no ano de 2012, seguindo a mesma metodologia, incorporando-se os novos indivíduos que atingiram o nível de inclusão, remensurando os indivíduos sobreviventes e registrando os indivíduos mortos. Foram calculadas para o período as taxas de mortalidade e recrutamentos, as taxas de ganho e perda em área basal, a taxa média anual de rotatividade em número de árvores (Rotn) e em área basal (Rotab). A taxa de mortalidade (3,78%) foi maior que a de recrutamento (1,75%) e a taxa de perda (4,25%) superior a de ganho em área basal (2,92%), resultando em balanço negativo para a população. Em 2008 foram registrados 172 ind.ha-1 e área basal de 1,54 m2.ha-1, enquanto em 2012 foram 157 ind.ha-1 e área basal de 1,45 m2.ha-1. A taxa média anual de rotatividade em número de árvores (2,76%) foi menor que a taxa média anual de rotatividade em área basal (3,59%). Deste modo é possível concluir que a dinâmica de indivíduos arbóreos do fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana no Planalto Catarinense foi caracterizada pela instabilidade populacional de J. puberula, através do desequilíbrio entre as taxas de mortalidade e de recrutamento e de ganho e perda em área basal, indicando que a população está em processo de redução de densidade e biomassa. Palavras-chave: Inventário, População, Taxas de dinâmica. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Centro de Ciências Agroveterinárias CAV, Departamento de Engenharia Florestal, Av. Luiz de Camões, 2090 – Conta Dinheiro – 88520-000, Lages-SC, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 209 DINÂMICA POPULACIONAL DE Anadenanthera colubrina (VELL.) BRENAN EM UM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL Paola Ferreira SANTOS1*, Aline Martins MOREIRA1, Rubens Manoel dos SANTOS1, Paulo Oswaldo GARCIA1, Jean Daniel MOREL1, Matheus Henrique Mota BENÍCIO1 As Florestas Estacionais Deciduais (FEDs) são caracterizadas por apresentar mais de 50% da queda de folhas das árvores nos meses de menor déficit hídrico. Atualmente, as informações sobre estas são escassas e relativamente recentes, baseadas principalmente na composição florística, estrutura da floresta e correlações com características edáficas. Assim os estudos de dinâmica são de extrema importância, pois, têm objetivo de compreender o comportamento das espécies em escala espacial e temporal. Neste sentido este estudo tem o intuito de conhecer o comportamento de Anadenanthera colubrina, espécie de grande representatividade nas FEDs. Este estudo foi desenvolvido em um fragmento FEDs em Juvenilia, Minas Gerais. Em janeiro de 2005 foram alocadas 20 parcelas (20 x 20m) no interior deste fragmento e todos os indivíduos arbóreos no interior destas parcelas com critério de inclusão (CAP ≥ 10 cm) teve suas medidas de CAP e altura mensurados. Em janeiro de 2010, houve a re-mensuração dos indivíduos sobreviventes, com a incorporação de novos indivíduos que atingiram o critério de inclusão e o registro dos mortos. Para as variáveis de dinâmica foram calculadas as taxas anuais de mortalidade, recrutamento de árvores, de perda e ganho de área basal, de rotatividade em número de árvores e área basal e de mudança líquida no período, tanto para número de árvores como área basal. O número de indivíduos da espécie foi 137 em 2005 e 131 em 2010. A mortalidade foi de 1,04% ano-1 e recrutamento de 0,15% ano-1, resultando na rotatividade de 0,60% ano-1, em número de árvores. Já a área basal inicial foi 3,37 m2/ha e final de 3,67 m2/ha, com uma perda de 1,13% ano-1 e ganho de 2,81% ano-1, resultando em uma rotatividade de - 0,89% ano-1. O incremento foi de 0,48% ano-1, enquanto que o decremento foi de - 0,07% ano-1. A mudança líquida foi de - 1,97% ano-1 para número de árvores e de 1,73% ano-1 para área basal. A distribuição por classes de diâmetro não apresentou diferenças estatísticas pela contagem de Poisson, embora o padrão da distribuição diamétrica tenha modificado, pois o segundo inventário apresentou uma tendência de aumento no número de indivíduos de maior diâmetro. No teste G o número de indivíduos esperados e observados por classes de diâmetro e bem como o de mortos esperados e observados não foram significativos, respectivamente (p = 0,72 e 0,27). Com isso percebe-se que o número de indivíduos de maior porte está aumentando no fragmento estudado. Palavras-chave: Dinâmica, Escala espacial e temporal, População 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade; Departamento de Engenharia Florestal; Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 210 DIÓXIDO DE CLORO NA DESINFESTAÇÃO E ESTABELECIMENTO IN VITRO DE SEGMENTOS CAULINARES DE CAMU-CAMUZEIRO Guilherme LOCATELLI1; Maria da Conceição da Rocha ARAÚJO2*; Marcela Liege da SILVA2; Edvan Alves CHAGAS3; Alberto Moura de CASTRO4; Leidiane de Oliveira SOUSA1 O Camu-amuzeiro é uma frutífera nativa da Amazônia, que apresenta alto potencial econômico e nutricional, uma vez que o fruto é considerado a maior fonte natural de vitamina C, chegando a atingir 6112 mg de ácido ascórbico por 100 g de polpa. Objetivou-se com o presente trabalho testar diferentes concentrações do dióxido de cloro, combinado com diferentes tempos de exposição na assepsia dos explantes de segmentos caulinares de camucamuzeiro. Os tratamentos consistiram do uso de solução de dióxido de cloro nas concentrações de 0,25; 50; 75 e 100% do veromax® 80 (8%), combinados com diferentes tempos (0, 10, 20 e 30 minutos) de imersão dos explantes na solução desinfestante. Foram avaliadas a contaminação e a porcentagem de sobrevivência dos explantes aos 7, 14, 21 e 30 dias. Por meio da análise de variância, verificou-se que houve interação significativa entre as concentrações de dióxido de cloro e o tempo de exposição dos explantes ao produto. Na ausência do dióxido de cloro observou-se contaminação total. O maior índice de desinfestação (60%) foi obtido quando os explantes foram tratados com dióxido de cloro 50%, por 30 minutos. Para as concentrações de 75% e 100%, o comportamento foi semelhante, ou seja, quanto maior o tempo de imersão, maiores foram os índices de desinfestação dos explantes. Já para a concentração de 25%, observou-se aumento na descontaminação até o tempo de 20 minutos, a partir do qual se reduziu a porcentagem de descontaminação dos explantes. Para a variável porcentagem de estabelecimento, a maior porcentagem de explantes estabelecidos (60%) foi obtida quando os segmentos caulinares foram tratados com dióxido de cloro a 50% por 30 minutos. Para as concentrações 25% e 75%, notou-se que quanto maior a concentração e maior tempo de exposição, maiores foram as porcentagens de estabelecimentos. Na concentração de 100% do produto, observou-se um aumento (45%) nas porcentagens de explantes estabelecidos. Portanto, para desinfestação e estabelecimento in vitro de segmentos caulinares de camu-camuzeiro utilizando dióxido de cloro, recomenda-se utilizar 50% a concentração de 50% por 30 minutos. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Amazônia, Caçari, Micropropagação 1 Universidade Federal de Roraima, Graduando Agronomia, Bolsista PIBIC/UFRR. Embrapa Roraima Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 2 Doutoranda Rede Bionorte. Embrapa Roraima, Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 3 Pesquisador Embrapa Roraima. Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 4 Professor POSAGRO/UFRR. Universidade Federal de Roraima, Campi Cauamé, Monte Cristo. Boa Vista,RR – Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 211 DISTRIBUIÇÃO DE HETEROCROMATINA CONSTITUTIVA EM ESPÉCIES DO GÊNERO Acianthera SCHEIDW. (Orchidaceae: Pleurothallidinae) Irenice Gomes de OLIVEIRA1*, Enoque Medeiros NETO3, Felipe Nollet Medeiros de ASSIS1, Sarah do NASCIMENTO1, Gabriela Chagas de SOUSA2, Leonardo Pessoa FELIX1 O gênero Acianthera pertence à subtribo Pleurothallidinae, apresenta distribuição neotropical. O gênero possui cerca de 200 espécies, das quais 123 ocorrem no Brasil. Acianthera é um gênero taxonomicamente complexo, considerado anteriormente como sinônimo de Pleurothallis, atualmente reconhecido como gênero válido, com base em dados moleculares. O presente trabalho objetivou identificar o padrão de distribuição de heterocromatina através da dupla coloração com os fluorocromos CMA/DAPI, em seis espécies pertencentes ao gênero Acianthera. Foram citologicamente analisadas as espécies Acianthera bragae, A. ochreata, A. pectinata, A. recurva, A. saurocephalla e A. strupifolia. Exsicatas foram depositadas no Herbário Jaime Coelho de Moraes (EAN – UFPB). Para as análises mitóticas, raízes foram pré-tratadas com 8-Hq, fixadas em Carnoy e estocadas em freezer a −20 ºC. As raízes foram digeridas a 37 ºC por 60 minutos em solução de celulase e pectinase. As lâminas foram preparadas com uma gota de ácido acético, coradas com CMA e DAPI e montadas em glicerol e tampão McIlvaine. As melhores metáfases foram capturadas com uma vídeocâmera acoplada a um microscópio AxioCam MRm Zeiss. Os números cromossômicos variaram de 2n = 40 em A. bragae, A. ocreata e A. pectinata, até 2n = 52 em A. recurva. A. saurocephalla e A strupifolia apresentaram 2n = 42. Todas as espécies possuem núcleos interfásicos semi-reticulados, com cariótipos simétricos compostos por cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e em alguns casos cromossomos acrocêntricos. Foram identificadas regiões heterocromáticas terminais CMA+/DAPI-, geralmente associadas às RONs e regiões CMA-/DAPI+. Regiões pericentroméricas em Acianthera são predominantemente CMA+/DAPI-, com exceção de A. strupifolia que apresentou cinco cromossomos com regiões pericentroméricas CMA0/DAPI+. O número 2n = 40 foi o mais frequente dentre as espécies analisadas. A pequena variação cromossômica numérica observada em Acianthera pode ser em conseqüência do número de indivíduos analisados. A poliploidia, seguida de disploidia, fenômenos muito comuns na família Orchidaceae, podem estar atuando na diversificação cariotípica do gênero. O padrão de distribuição de bandas entre as espécies do gênero Acianthera é bastante conservado. Contudo, a variação no tamanho e número de bandas pode ser um indicativo da amplificação da heterocromatina como uma importante força que dirige a evolução das regiões heterocromáticas no gênero. Palavras-chave: Cariótipo, Fluorocromos, Variação cromossômica numérica. 1: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia-PB, Brasil. 2: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Campus II, CEP: 58397000, Areia-PB, Brasil. 3: Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CEP: 58429-500, Campina Grande-PB, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 212 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA FAMÍLIA LAURACEAE EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM MINAS GERAIS Ricardo Gabriel de Almeida MESQUITA1*, Gislene Carvalho de CASTRO2 A família Lauraceae possui em torno de 52 gêneros e aproximadamente 2500 espécies. A família é frequente em florestas tropicais montanas, com algumas espécies habitando grandes altitudes. São tipicamente arbóreas, variando de arbustos a árvores de dossel. As folhas são simples e alterno-espiraladas, raramente opostas. É uma família de grande importância econômica, com espécies utilizadas para consumo de frutos, condimentos, chás, perfumaria e madeira. Esse estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana em Santo Antônio do Amparo, MG (20º 53’ 28.8’’ S e 44º 52’ 47,1’’ W) com o objetivo de levantar o número de espécies e indivíduos da família Lauraceae, além da distribuição espacial dos mesmos. O fragmento possui aproximadamente 73 ha e altitude média de 1054 m. Foram demarcadas 25 parcelas de 20 x 20 m, distribuídas ao longo de 4 transectos, plotados no sentido da borda para o interior do fragmento. Todos os indivíduos com PAP (perímetro a altura do peito, a 1,30 m do solo) maior ou igual a 15,7 cm foram registrados. Para verificar a distribuição espacial das espécies foram contabilizados os números de indivíduos em cada parcela e a distância entre as parcelas e a borda do fragmento. As parcelas e suas localizações foram divididas da seguinte forma: de 0 a 20 m correspondem às parcelas de borda, de 20 a 230 m às parcelas de interior e de 230 a 300 m correspondem às parcelas das áreas paludosas (ou próximas aos cursos d’água). A família Lauraceae registrou dez espécies, descritas a seguir com seus respectivos números de indivíduos: Cryptocarya aschersoniana Mez (3); Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr (1); Nectandra nitidula Nees (2); Nectandra oppositifolia Ness (4); Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez (3); Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez (23); Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez (33); Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (28); Ocotea pulchella Mart. (2); Persea willdenowii Kosterm (4). As espécies Endlicheria paniculata, Nectandra nitidula, Nectandra reticulata e Ocotea odorifera se concentraram no interior do fragmento, já Nectandra oppositifolia, Ocotea corymbosa e Ocotea diospyrifolia ocorreram em todo o fragmento. Cryptocarya aschersoniana e Persea willdenowii tiveram seus picos de abundância na borda do fragmento e Ocotea pulchella ocorreu na borda e no interior do mesmo. Todas as espécies avaliadas apresentaram distribuição heterogênea ao longo do fragmento florestal analisado. Palavras-chave: Fragmentação, Distribuição espacial, Conservação. 1 Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências Florestais (DCF), Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, 37200-000, Lavras, Brasil 2 Professora/pesquisadora, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Departamento de Zootecnia (DEZOO). *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 213 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA FAMÍLIA RUBIACEAE EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM MINAS GERAIS Ricardo Gabriel de Almeida MESQUITA1*, Gislene Carvalho de CASTRO² A família Rubiaceae possui em torno de 637 gêneros e aproximadamente 10700 espécies, sendo uma das maiores famílias de dicotiledôneas. Ocorrem em todo o mundo, predominantemente nas regiões tropicais. Possui espécies com importância econômica, ornamentais e medicinais. Os hábitos são bem variados, podendo ser ervas, arbustos, arvoretas e árvores. Em geral apresentam folhas opostas e estípulas interpeciolares, já as inflorescências são basicamente cimosas e os frutos podem ser secos ou carnosos. Esse estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana em Santo Antônio do Amparo, MG (20º 53’ 28.8’’ S e 44º 52’ 47,1’’ W) com o objetivo de levantar o número de espécies e indivíduos da família Rubiaceae, além da distribuição espacial dos mesmos. O fragmento encontra-se isolado e circundado pela cultura do café, possui aproximadamente 73 ha e altitude média de 1054 m. Foram demarcadas 25 parcelas de 20x20 m cada, distribuídas ao longo de 4 transectos, plotados no sentido da borda para o interior do fragmento, sendo que a distância entre parcelas foi de aproximadamente 50 m. Todos os indivíduos com PAP (perímetro a altura do peito, a 1,30 m do solo) maior ou igual a 15,7 cm foram registrados. Para verificar a distribuição espacial das espécies foram contabilizados os números de indivíduos em cada parcela e a distância entre as parcelas e a borda do fragmento. As parcelas e suas localizações foram divididas da seguinte forma: de 0 a 20 m correspondem às parcelas de borda, de 20 a 230 m às parcelas de interior e de 230 a 300 m correspondem às parcelas das áreas paludosas (ou próximas aos cursos d’água). A família Rubiaceae registrou sete espécies, descritas a seguir com seus respectivos números de indivíduos: Alibertia edulis (L.C.Rich.) A.Rich.ex DC. (1); Amaioua guianensis Aubl. (29); Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum. (3); Faramea nigrescens Mart. (12); Ixora brevifolia Benth. (24); Psychotria vellosiana Benth. (11); Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. (26). As espécies Alibertia edulis, Ixora brevifolia, Coutarea hexandra e Rudgea jasminoides se concentraram no interior do fragmento, já Amaioua guianensis e Psychotria vellosiana tiveram seus picos de abundância na borda e a espécie Faramea nigrescens se concentrou nas áreas paludosas. Todas as espécies avaliadas apresentaram distribuição heterogênea ao longo do fragmento florestal analisado. Palavras-chave: Fragmentação, Distribuição espacial, Conservação. Universidade Federal de Lavras (UFLA), Departamento de Ciências Florestais (DCF), Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, 37200-000, Lavras, Brasil 1 Professora/pesquisadora, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Departamento de Zootecnia (DEZOO). 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 214 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE Chresta scapigera (Asteraceae) EM UM FRAGMENTO DE CERRADO SENTIDO RESTRITO E CAMPO RUPESTRE NA RESERVA BIOLÓGICA BOQUEIRÃO, INGAI, MG Rodolfo de Oliveira COSTA11*, Marconi Souza SILVA1 Composto predominantemente por formações savanicas, o Bioma Cerrado é ocupado por cerca de 70 % dos seus 2.000.000 de km2 de sua área por essas formações. Essas formações são conhecidas por cerrado sensu sticto, que são compostas por um estrato herbáceograminoso continuo sob um estrato arbustivo-arboreo esse por sua vez e descontinuo e esparso. A família Asteraceae, com cerca de 1.535 gêneros e aproximadamente com 23.000 espécies representa cerca de 10% da flora mundial ,dentre os gêneros pertencentes a família Asteraceae encontra-se o gênero Chresta sp. que possui 12 espécies endêmicas do cerrado brasileiro .O presente estudo teve como objetivo avaliar como os indivíduos de Chresta scapigera se distribuem em um fragmento de cerrado e campo rupestre. A reserva do Boqueirão, propriedade do Centro Universitário de Lavras (Unilavras), localiza-se no município de Ingaí, na região do Sul do estado de Minas Gerais, nas coordenadas geográficas definidas por latitude sul 21° 20`47” e longitude oeste 44° 59`27”, com altitude variando e 1.100 e 1.250 metros, Lavras tem um temperatura media anual de 19,3 C°, o clima da região é do tipo Cwb, segundo o sistema de classificação climática de Koppen, caracterizados por verões e invernos secos. .O estudo foi realizado de junho de 2012 a julho de 2012, foram demarcadas 18 parcelas de 21 x 19 (399 m2) totalizando 7.182 m2 de área amostrada, estas parcelas foram divididas em 12 parcelas no campo rupestre e 6 parcelas no cerrado. Os indivíduos foram marcados com placas de metal com numeração fixa, esses indivíduos foram medidos quanto a sua localização dentro da parcela, essas medidas foram tomadas com base em um modelo gráfico espacial X, Y. Foram avaliados um total de 117 indivíduos. As classes de distribuição em relação a distância X, foram de 4% dos individuos estavam de 0 a 2m, 11% de 2 a 4 m, 13% de 4 a 6m, 19% de 6 a 8m, 11% de 8 a 10m, 17% de 10 a 12m de 13% de 12 a 14m, 6% de 14 a 16m, 2% de 16 a 18m, 2% de 18 a 20m, 2% de 20 a 22m. Classes referentes a distância Y, foram 2% (0 a 2m), 8% (2 a 4m), 8% (4 a 6m), 19% (6 a 8m), 21% (8 a 10m), 17% (10 a 12m), 9% (12 a 14m), 13% (14 a 16m), 4% (16 a 18m). Os indivíduos de Chresta scapigera apresentaram distribuição não agregada no local estudado. Palavras-chave: Distribuição, Fragmento, Cerrado, Campo rupestre. :Centro Universitário de Lavras Unilavras, Departamento de Biologia, Ciências Biológicas, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 1 *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 215 DIVERSIDADE BETA EM FLORESTAS ESTACIONAIS DECIDUAIS Deborah Mattos Guimarães APGAUA1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Diego Gualberto Sales PEREIRA¹, Gisele Cristina de Oliveira MENINO¹, Gabriela Gomes PIRES¹, Marco Aurélio Leite FONTES¹ As florestas estacionais deciduais vêm sendo destacadas em estudos recentes por apresentarem grande substituição de espécies entre áreas, ou seja, grande diversidade Beta, devido às diferenças ambientais onde ocorrem. Apesar de sua importância biológica, pouco se conhece a respeito da diversidade das florestas estacionais deciduais e poucos são os esforços em termos de estratégias de conservação. Através de índices é possível mensurar a diversidade Beta a partir dos componentes a (riqueza compartilhada entre duas comunidades), b (número de espécies exclusivas da comunidade focal) e c (número de espécies exclusivas da comunidade vizinha). O domínio da Caatinga é a maior extensão territorial contínua das florestas estacionais deciduais. No entanto, embora contínua, a flora das caatingas apresenta dicotomia florística, devido às variações dos solos derivados tanto de rochas cristalinas como depósitos de areia. Este estudo buscou comparar a diversidade Beta de três áreas a oeste da calha do rio São Francisco, sobre terrenos sedimentares e três áreas a leste, sobre terrenos cristalinos. As áreas de estudo estão localizadas no município de Bonito de Minas, Itacarambi e Montalvânia em Minas Gerais; Iuiú, Guanambi e Caetité na Bahia. Foram estabelecidas parcelas de 400m² totalizando 4.32 hectares, seguindo as fitofisionomias, ou ecounidades, onde todos os indivíduos foram amostrados e incluídos nas análises. A partir de dados de presença/ausência calculou-se o índice de Sørensen, uma medida de continuidade dependente da variação no componente a. Foi encontrado um valor muito baixo de similaridade entre as áreas de Bonito de Minas e Caetité (0.250), mostrando que as mesmas compartilham poucas espécies. As áreas de terrenos cristalinos apresentaram baixa similaridade especialmente com a área de Bonito de Minas. As áreas mais similares de acordo com o cálculo deste índice foram Peruaçu/Bonito de Minas (0.467), Montalvânia/ Guanambi (0.415), Peruaçu/ Iuiú (0.463) e Montalvânia/ Iuiú (0.418). É interessante observar que nenhuma das comparações realizadas apresentou um valor maior ou igual a 0.5, indicando a alta dissimilaridade entre as áreas. Percebe-se que além da formação geológica do terreno, outros fatores influenciam na distribuição de espécies nas florestas estacionais deciduais como a presença de afloramento calcário e grau de lixiviação do solo. É possível concluir com este estudo a importância de ser considerada a diversidade Beta em florestas estacionais deciduais para o planejamento de áreas prioritárias de conservação. Palavras-Chave: Dissimilaridade, Índice de Sørensen, Caatinga, Distribuição. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES 1Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 216 DIVERSIDADE DE HETEROCROMATINA EM ESPÉCIES PERTENCENTES À SUBTRIBO Pleurothallidinae (Orchidaceae: Epidendroideae) Irenice Gomes de OLIVEIRA1*, Enoque Medeiros NETO3, Sarah do NASCIMENTO1, Erton Mendonça de ALMEIDA2, Ana Emília Barros e SILVA1 e Leonardo Pessoa FELIX1 A subtribo Pleurothallidinae apresenta aproximadamente 4000 espécies de distribuição exclusivamente neotropical. Em face de sua complexidade taxonômica, tem recebido atenção em relação à delimitação de seus gêneros, permitindo uma completa reorganização genérica, principalmente em Pleurothallis. Contudo, nenhum desses táxons foi analisado citologicamente, o que dificulta a interpretação de suas relações filogenéticas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar regiões heterocromáticas ricas em GC e AT em representantes da subtribo Pleurothallidinae. Foram citologicamente analisadas quatro espécies, as exsicatas foram depositadas no Herbário Jaime Coelho de Moraes (EAN-UFPB). Para as análises mitóticas, raízes foram pré-tratadas com 8-Hq, fixadas em Carnoy e estocadas em freezer a −20ºC. As raízes foram digeridas a 37ºC por 60 min em solução de celulase e pectinase. As lâminas foram preparadas com uma gota de ácido acético, coradas posteriormente com CMA e DAPI, montadas em glicerol e tampão McIlvaine. As melhores metáfases foram capturadas com uma vídeo-câmera acoplada a um microscópio AxioCam MRm Zeiss. Todas as espécies apresentaram cariótipos assimétricos, formados por cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e poucos acrocêntricos. Acianthera recurva (2n = 52) apresentou seis bandas pericentroméricas, seis bandas terminais CMA+/DAPI- em ambos os braços de três cromossomos e duas outras bandas CMA+/DAPI- terminais em cromossomos diferentes. Foram visualizadas duas bandas CMA-/DAPI+ adjacentes às bandas pericentroméricas. Anathallis rubens (2n = 28) apresentou seis bandas pericentroméricas e quatro bandas CMA+/DAPI- terminais, 10 bandas terminais CMA-/DAPI+ em cromossomos diferentes, quatro bandas em ambas as regiões terminais de um par cromossômico. Dracula lotax (2n = 40) apresentou duas bandas terminais CMA+/DAPI-, quatro bandas pericentroméricas CMA+/DAPI-, das quais duas formam blocos bem maiores. Além disso, apresentaram 22 bandas terminais DAPI+/CMA-. Stelis aff. expansa (2n = 34), com duas bandas terminais CMA+/DAPI- e oito bandas CMA+/DAPI- nas regiões pericentroméricas. As bandas mais brilhantes DAPI+ ou CMA+ observadas em muitos gêneros revelam a presença de sequências de DNA repetitivo ricos em AT ou GC, respectivamente. A subtribo Pleurothallidinae é cariologicamente diversificada, sugerindo que as diversas linhagens apresentam eventos recorrentes de poliploidia e disploidia. Palavras-chave: Pleurothallidinae, CMA/DAPI, poliploidia 1: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia-PB, Brasil. 2: Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Campus II, CEP: 58397000, Areia-PB, Brasil. 3: Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Biologia, Campus Universitário, CEP: 58429-500, Campina Grande-PB, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 217 DIVERSIDADE GENÉTICA DE Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardeaceae) EM NOVAS CONFIGURAÇÕES ESPACIAIS DA PAISAGEM Sheila Valéria Álvares CARVALHO1*, Jaqueline Fidelis DUARTE1, Glauber Santos PEREIRA2, Dulcinéia de CARVALHO1, Renata Silva MANN2 Com o aumento progressivo das taxas de desmatamento das florestas tropicais nas últimas décadas é necessário entender como as características genéticas e ecológicas das espécies são afetadas pelas novas configurações espaciais da paisagem. Sendo assim, a proposta deste trabalho foi avaliar as distâncias genéticas de indivíduos de pimenta-rosa (Schinus terebinthifolius Raddi.) em paisagem modificada (ilhas remanescentes) e inferir sobre a capacidade de manutenção da diversidade genética de suas populações. O estudo foi realizado em três regiões de intenso extrativismo dos frutos de pimenta-rosa, localizados em um trecho do Baixo São Francisco. O DNA foi extraído utilizando o protocolo brometo de cetil trimetil amônio 2% e as frequências alélicas foram obtidas por meio da análise de locos Inter Simple Sequence Repeats. A diferenciação genética foi analisada utilizando o programa AFLP-SURV versão 1.0 e o programa BOTTLENECK utilizado para testar se existe o equilíbrio entre mutação e deriva genética das populações. A obtenção de indicadores de conservação da paisagem foi por meio da metodologia sugerida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, identificada como modelo de indicadores de Pressão-EstadoImpacto/Efeito-Resposta, onde utilizou-se o índice desenvolvimento para classificar os graus de conservação de cada localidade por meio da escala de intensidade de comprometimento. A diversidade genética total foi 0,28 e o coeficiente de diferenciação genética entre populações foi 0,27. A diversidade genética dentro das populações foi responsável por 73,1% da diversidade genética total, indicando a existência de maior variabilidade ocorrendo dentro das populações do que entre as mesmas. Pelos testes de adequação aos modelos de mutação de infinitos alelos nenhuma população mostrou-se em equilíbrio, indicando ocorrência de gargalos populacionais (bottlenecks). A razão entre tamanho efetivo e tamanho amostral para cada região foi 0,5, enfatizando a ocorrência de fixação de alelos nas regiões e, consequentemente, perda da diversidade genética. Foram identificados sete indicadores de conservação e estes, em análise, evidenciaram que as três regiões apresentam níveis críticos de conservação. Percebe-se que as populações de pimenta-rosa podem não ter tido o tempo necessário de se adaptarem às novas configurações da paisagem e, portanto, com um alto risco de extinção local. Palavras-chave: Pimenta-rosa, Bottlenecks, Fixação de alelos, Mutação, Deriva Genética. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Sergipe, Núcleo de Pós-Graduação e Estudos em Recursos Naturais, Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, Av. Marechal Rondon, s/n. Jardim Rosa Elze, CEP 49100-00, São Cristóvão – SE, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 218 DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE ACESSOS DE ARAÇÁ DO SEMIÁRIDO BAIANO COM BASE EM DESCRITORES DE FRUTO Márcia Adriana Carvalho dos SANTOS¹; Manoel Abilio de QUEIRÓZ²; Aline da Silva SANTOS¹; Leonardo Carvalho dos SANTOS³; Fernanda de Carvalho ARAÚJO² O araçá (Psidium spp.) é nativo do Brasil e está representado em todos os seus biomas. Na Caatinga são encontrados vários tipos de araçá de forma silvestre com potencial de uso, tanto na forma direta no consumo in natura ou indireta na transferência de genes úteis para seus parentes silvestres cultivados comercialmente. Assim o objetivo deste trabalho foi estudar a diversidade genética entre acessos de araçá do semiárido baiano. Foram utilizados 50 acessos de araçá coletados nos municípios de Campo Formoso (vinte e três acessos), Senhor do Bonfim (um acesso), Jacobina (nove acessos), Morro do Chapéu (três acessos), Jaguarari (quatro acessos) e Uauá (dez acessos). Estes acessos foram caracterizados usando os parâmetros massa do fruto (g), comprimento longitudinal e transversal do fruto (cm), formato do fruto, acidez titulável, sólidos solúveis (ºBrix) e índice de maturação. A diversidade entre os acessos de araçá foi avaliada através do agrupamento de Tocher utilizando a distância Euclidiana média e a contribuição relativa de cada descritor para a diversidade genética foi avaliada pelo método de Singh. Houve variação entre os acessos de araçá para todos os descritores. A maior distância foi observada entre um acesso de Uauá e outro de Campo Formoso (3.199) e a menor distância entre dois acessos de Jacobina (0.134). Foram formados dois grupos pelo método de tocher, alocando 49 acessos no grupo I, envolvendo acessos de todos os municípios estudados e um acesso de Uauá no grupo II, sendo este o mais divergente. O grupo I foi reagrupado, formando dez subgrupos variando de um a vinte e dois acessos por subgrupo, alocando acessos de diferentes municípios de coleta em um mesmo subgrupo, assim como acessos de um mesmo município de coleta em diferentes subgrupos, mostrando que existe variação entre os acessos entre municípios e dentro do mesmo município de coleta. Os parâmetros que mais contribuíram para formação dos grupos foram massa de fruto (56,052%) e índice de maturação (43,77%). Assim, observa-se que existe diversidade genética entre os acessos de araçá na região semiárida baiana para descritores de fruto. Palavras-chaves: Psidium spp., Planta silvestre, Caracterização, Germoplasma i ¹ Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Ciências Agrárias - Campus II Rodovia BR 079 - Km 12, 58.397-000 Areia, Paraíba, Brasil. ² Universidade do Estado da Bahia, Avenida Edgard Chastinet Guimarães, s/n, Bairro São Geraldo, 48905-680, Juazeiro, Bahia, Brasil. ³Universidade de Pernambuco, BR 203 Km 2 S/N, Campus Universitario, Vila Eduardo, 56328 – 900, Petrolina, Pernambuco, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 219 DOMINÂNCIA NUCLEOLAR EM HÍBRIDOS DE Pennisetum purpureum E Pennisetum glaucum Gabriela Barreto dos REIS1*, Amanda Teixeira MESQUITA1, Édila Maria de REZENDE1, Larissa Fonseca ANDRADE-VIEIRA2, Lisete Chamma DAVIDE1 A hibridação entre Pennisetum purpureum (capim-elefante, 2n = 4x = 28 cromossomos, genoma A’A’BB) e Pennisetum glaucum (milheto, 2n = 2x = 14 cromossomos, genoma AA) é uma estratégia comumente utilizada nos programas de melhoramento de capimelefante para obter materiais superiores e de melhor aceitação pelos bovinos. Desse cruzamento obtém-se um híbrido triploide (2n = 3x = 21 cromossomos, genoma AA’B), cuja fertilidade é restaurada após duplicação cromossômica, resultando na produção do híbrido hexaploide (2n = 6x = 42 cromossomos, genoma AAA’A’BB). Nesses híbridos, a eliminação cromossômica é frequente e há relatos anteriores de que o capim-elefante pode exibir dominância nucleolar, fenômeno comum observado após eventos de hibridação. Os objetivos deste trabalho foram identificar a qual genoma pertencem os cromossomos associados aos nucléolos em híbridos triploides e hexaploides de capimelefante e milheto e verificar o efeito da duplicação cromossômica na dominância nucleolar por meio da hibridização in situ genômica (GISH). As análises foram realizadas em diplótenos/diacineses utilizando como sonda DNA de milheto. Em todas as células analisadas do híbrido triploide foram encontrados, pelo menos, dois bivalentes de capim-elefante associados ao nucléolo. Em menor frequência, foram observadas células com cromossomos de milheto associados aos bivalentes de capimelefante e em um número reduzido de células, um ou dois univalentes de milheto encontravam-se associados ao nucléolo. No híbrido hexaploide foram encontrados resultados semelhantes, sendo que também foram observadas células com apenas um bivalente de capim-elefante associado ao nucléolo e, com um bivalente de milheto associado ao nucléolo. A constância da associação dos cromossomos de capim-elefante ao nucléolo demonstra que existe dominância do genoma do capim-elefante em relação ao genoma de milheto para expressão dos genes relacionados à região organizadora do nucléolo. Palavras-chaves: Meiose, Hibridização in situ, Região Organizadora do Nucléolo. Auxilio financeiro: FAPEMIG e CNPq 1 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de PósGraduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2: Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Produção Vegetal, Alto Universitário, s/nº - Caixa Postal 16, CEP 29500-000, Alegre-ES, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 220 DURAÇÃO DAS FENOFASES REPRODUTIVAS DE Rubus rosifolius Smith (Rosaceae) Luana Aparecida Castilho MARO1*, Rafael PIO1, Thaís Cristina SILVA1, Andrei Spaziani TIBERTI1, João Pedro Sales BUENO1, Matteus Heberth Ribeiro do VALLE1 A amora vermelha (Rubus rosifolius) é uma espécie nativa, pertencente à família Rosaceae que produz frutos ocos e carnosos, de sabor doce e agradável. Apresenta grande potencial para exploração econômica devido a qualidade dos frutos que se prestam tanto para o consumo ao natural como na forma de doces e geléias. Estudos sobre a fenologia reprodutiva de espécies nativas são necessários para gerar parâmetros com vistas à conservação e exploração racional, conciliando sustentabilidade com economicidade. Este trabalho teve como objetivo conhecer a duração dos eventos fenológicos reprodutivos da amora vermelha, a fim de se obter informações que contribuam para os programas de produção de mudas, conservação e de melhoramento genético. A partir da poda realizada em setembro de 2010, avaliou-se o intervalo de tempo entre as fases de botão, flor totalmente aberta (antese), queda das pétalas, início (aparecimento do fruto verde) e término (fruto maduro) da frutificação. As avaliações foram feitas diariamente até a colheita dos frutos. Aos 23 dias após a poda foram marcados 60 botões florais, uniformes quanto ao tamanho e forma, em plantas cultivadas no pomar experimental da UFLA, Setor de Fruticultura. A antese ocorreu aos 36,7 ± 1,8 dias e aproximadamente dois dias após (38,8 ± 1,9) verificou-se a queda das pétalas. Independente da variação verificada na duração destes dois eventos, o início da frutificação ocorreu aos 51 dias para todos os botões florais estudados. A mudança de coloração do fruto de verde para vermelho ocorreu aproximadamente 22 dias após o início da formação do fruto (aos 73, 3 ± 2,3 dias após a poda). A colheita dos frutos se deu no 76,7o dia com variação de 1,9 dia. Palavras-chave: Fenologia, Caracterização, Pequenos frutos. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 221 ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DE DUAS FAMILIAS BOTÂNICAS NO SUL DE MINAS GERAIS Rafaela Guimarães SILVA1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, ¹, Carolina Njaime MENDES¹, Felipe de Carvalho ARAÚJO¹, Gabriela Gomes PIRES¹ , Gisele Cristina de Oliveira MENINO¹ Inselbergs são afloramentos rochosos de granito-gnaisse com padrões geomorfológicos e vegetacionais peculiares que dependem dos tipos de vegetação envolvente, principalmente da diferenciação florística entre esta “ilha” e sua matriz circundante. Este estudo objetivou comparar a vegetação de um inselberg e áreas remanescentes através da dinâmica das comunidades arbóreas realizada na região de Coqueiral, MG, a fim de conhecer o comportamento das famílias mais representativas em ambas as áreas. As áreas inventariadas seguem um gradiente determinado pela profundidade do solo e disponibilidade de água: Mata Ciliar (solos profundos e alta disponibilidade de água), Mata de Transição (área de conectividade e intermediária entre as outras áreas) e Inselberg (solos rasos e baixa disponibilidade de água). No ano de 2006 foram alocadas 20 parcelas de 400m2, sendo 15 parcelas de 10 x 40m na Mata de Transição e Mata Ciliar e 5 parcelas de 20 x 20m no Inselberg, devido às suas pequenas dimensões. Todos os indivíduos com cincunferência à altura do peito maior ou igual a 15,7cm no interior das parcelas foram mensurados, em 2011 foram remedidos e quantificado os mortos, além de incluir novos indivíduos que atingiram o critério de inclusão. Nas 3 áreas de estudo, as duas famílias mais representativas foram Myrtaceae (25 espécies) e Fabaceae (21 espécies). Estas famílias predominam, representando um total de indivíduos de 16% e 14,88% na Mata de Transição, 24,43% e 14,6% no Inselberg, 7,64% e 23,56% na Mata Ciliar, respectivamente. As famílias apresentaram diferenças quanto às taxas de mortalidade e recrutamento de indivíduos, mas o Inselberg apresentou a maior taxa de rotatividade (Fabaceae: 4,05%.ano-1 e Myrtaceae: 3,19%.ano-1). A Mata de Transição e a Mata Ciliar tiveram taxas de rotatividade mais baixas, elucidando a alta substituição de indivíduos em ambientes que apresentam alta severidade ambiental como o Inselberg. Fato que pode estar ligado a fatores edáficos tais como profundidade do solo, declividade da rocha, déficit hídrico, entre outros. Estes dados corroboram com a ampla distribuição destas famílias no Domínio Atlântico, encontradas em ambientes de grande variação ambiental. O hábito generalista e diferentes características ecológicas (Myrtaceae) de muitas espécies destas famílias explica a dominância em ambientes que sofrem distúrbios, principalmente da família Fabaceae, que é comum em estágios iniciais de sucessão de comunidades arbóreas. Palavras-chave: Inselberg, Myrtaceae, Fabaceae, Dinâmica. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Caixa Postal 3037, Lavras-MG, Brasil. *Autora para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 222 ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DE Handroanthus ochraceus (Cham.) BRENAN EM UM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL Paola Ferreira SANTOS1*, Aline Martins MOREIRA1, Rubens Manoel dos SANTOS1, Paulo Oswaldo GARCIA1, Jean Daniel MOREL1, Matheus Henrique Mota BENÍCIO1 As Florestas Estacionais Deciduais (FEDs) se caracterizam por possuir sobrevivência da vegetação ligada ao déficit hídrico e adaptada a um clima severo, com baixa precipitação anual que se distribui em um curto período do ano. Apesar das particularidades florísticas e da estrutura da comunidade vegetal, diagnostica-se a carência de pesquisas. Neste sentido o objetivo deste estudo é conhecer o comportamento de Handroanthus ochraceus, espécie que sofre grande pressão antrópica devido ao alto valor comercial da sua madeira. Este estudo foi desenvolvido em um fragmento de FEDs em Juvenilia, Minas Gerais. Em 2005 foram alocadas 20 parcelas (20 x 20m) no interior deste fragmento. Todos os indivíduos arbóreos no interior destas parcelas com critério de inclusão (CAP ≥ 10 cm) teve suas medidas de CAP e altura mensurados. Em 2010, houve a re-mensuração dos indivíduos sobreviventes, com a incorporação de novos indivíduos que atingiram o critério de inclusão e o registro dos mortos. Para as variáveis de dinâmica foram calculadas as taxas anuais de mortalidade, recrutamento, de perda e ganho de área basal, de rotatividade em número de árvores e de área basal e de mudança líquida no período, tanto para número de árvores como área basal. O número de indivíduos da espécie foi 131 indivíduos em 2005 e 159 em 2010. A mortalidade foi de 0,15% ano-1 e recrutamento de 3,95% ano-1, resultando na rotatividade de 2,05% ano-1, em número de árvores. Já a área basal inicial foi 0,71 m2/ha e final de 0,96 m2/ha, com uma perda de 0,05% ano-1 e ganho de 5,93% ano-1, resultando em uma rotatividade de 3,95% ano-1. O incremento anual apresentou média de 0,21% ano-1, enquanto que o decremento foi zero. A mudança líquida foi de 2,99% ano-1 para número de árvores e de 6,25% ano-1 para área basal. Nas classes diamétricas houve o aumento na densidade, embora essa variação só tenha sido significativa, pela contagem de Poisson, na segunda (p = 0,002) e terceira classe (p = 0,02), demonstrando que o número de indivíduos que entram nestas classes é maior do que o número que sai. Já no teste G não houve diferenças estatísticas entre o número de indivíduos esperados e observados (p = 0,53) e nem entre o de mortos esperados e observados por classe (p = 1,00). Com isso conclui-se que o número de indivíduos e a área basal da espécie no fragmento esta aumentando. Fato muito importante para a conservação do fragmento estudado, pois esta espécie é indicativa de ambientes mais preservados. Palavras-chave: Dinâmica, Escala espacial e temporal, População 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade; Departamento de Engenharia Florestal; Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 223 ECOLOGIA POPULACIONAL DE Xylopia aromatica (Lam.) Mart. EM continuum VEGETACIONAL NO SUL DE MINAS GERAIS. Eduardo de Paiva PAULA1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Felipe de Carvalho ARAÚJO¹, Polyanne Aparecida COELHO¹, Matheus Santos LUZ¹, Aline Martins MOREIRA¹. A espécie arbórea Xylopia aromatica distribui-se desde o norte ao sul do Brasil, com ocorrência nas fisionomias do cerrado, bordas de matas e áreas degradadas, podendo o indivíduo arbóreo atingir até 30cm de diâmetro a altura do peito. O objetivo do estudo consistiu em comparar a amplitude diamétrica com a estrutura de Xylopia aromatica em um continuum vegetacional. O estudo foi realizado em um remanescente florestal a margem do lago de Furnas, município de Capitólio-MG. Foram alocadas 31 parcelas de 300m² distribuídas sistematicamente por toda área de estudo. Todos os indivíduos com circunferência à altura do peito ≥ 15,7cm foram incluídos na amostragem. A partir da realização prévia de uma Análise de Agrupamento com os dados da comunidade, foram delimitados três grupos: cerrado denso (8 parcelas), ecótono (15 parcelas) e floresta estacional semidecidual montana (8 parcelas). A espécie Xylopia aromatica foi a 2º mais abundante da comunidade num total de 120 espécies. Das 15 espécies que ocorreram nos três grupos, Xylopia aromatica foi a mais abundante. Os indivíduos foram agrupados em classe diamétrica com amplitude de 2cm. Para avaliar as relações estruturais calculou-se a densidade, dominância e frequência da espécie em cada grupo. Foram amostrados um total de 99 indivíduos na área de estudo ocorrentes em 23 parcelas, sendo que: cerrado denso (32 indivíduos em 7 parcelas), ecótono (62 indivíduos em 13 parcelas) e na floresta (5 indivíduos em 3 parcelas). Os valores de densidade e dominância de Xylopia aromatica encontrados foram 106 indivíduos/ha e 0,536 m²/ha, respectivamente. Os valores de densidade e dominância em cada grupo foram: cerrado denso (133 indivíduos/ha e 0,549m²/ha), ecótono (137 indivíduos/ha e 0,718m²/ha) e na floresta (20 indivíduos/ha e 0,18m²/ha). A espécie apresentou maior abundância na primeira classe diamétrica de 5 a 7cm, compondo um total de 47,31 indivíduos/ha em toda área de estudo, sendo que: cerrado denso 79 indivíduos/ha e a floresta 8 indivíduos/ha. Já o ecótono apresentou 53 indivíduos/ha na amplitude diamétrica de 7 a 9cm e 51 indivíduos/ha de 5 a 7cm. Conclui-se que, apesar da espécie Xylopia aromatica ser típica de fisionomias de cerrado, pode se comportar como oportunista de recursos em floresta estacional semidecidual montana estabelecida em zonas de tensão ecológica e com elevada abundância em áreas ecotonais na mesorregião do centro oeste mineiro. Palavras-Chave: Estrutura de população, Amplitude diamétrica de população, Ecótono, floresta estacional semidecidual montana. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Engenharia Florestal, Programa de PósGraduação em Ciências Florestais, Campus Universitários caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 224 EFEITO DA ADIÇÃO CARVÃO ATIVADO DESENVOLVIMENTO in vitro DE SORVETÃO NO CRESCIMENTO E Michele Valquíria dos REIS1*, Patrícia Duarte de Oliveira PAIVA2, Luciano Coutinho SILVA1, Mayara Caroline Carvalho PINTO1, Renato PAIVA1, Daniella Nogueira Moraes CARNEIRO2 Zingiber spectabille Griff. (sorvetão, xampu etc) é uma espécie tropical e ornamental. A espécie vem ganhando destaque tanto no paisagismo como flor de corte. Apesar do aumento na procura dessa espécie pouco se conhece sobre sua micropropagação. Objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito carvão ativado na micropropagação do sorvetão. Plântulas com 56 cm de comprimento foram inoculadas em meio MS acrescido de 3% de sacarose e solidificado com 0,7 % ágar. Não foi adicionado nenhuma fonte de regulador de crescimento. Os tratamentos foram compostos de diferentes concentrações de carvão ativado 0,0; 0,1; 0,3% adicionados ao meio de cultura. Após 60 dias foram realizadas as avaliações do (i) comprimento de parte aérea (cm), (ii) comprimento da maior raiz (cm), (iii) número de folhas, (iv) número de folhas senescentes, (v) número de brotações e (vi) massa fresca (g). Os dados foram submetidos à ANAVA e as médias testadas por análise de regressão (p≤0,05). Não houve diferença estatística entre comprimento de parte aérea de plantas, massa fresca, número de brotações e número de folhas em plantas cultivadas com ou sem a presença de carvão ativado. O comprimento de raiz apresentou relação positiva com adição de carvão ao meio de cultivo nas duas concentrações utilizadas (raízes com comprimento médio 8,76 cm e 8,45 cm respectivamente). Plantas cultivada na presença de 0,3% de carvão ativado apresentaram menor número de folhas senescentes. De acordo com os dados encontrados, indica-se adição de 0,3% de carvão ativado ao meio cultura para micropropagação de sorvetão por induzir um melhor desenvolvimento de raízes e apresentar um menor número de folhas senescentes. Palavras-chave: Zingiber spectabille, Planta ornamental, Carvão ativado, Micropropagação, Senescência Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, UFLA. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 225 EFEITO DA ADUBAÇÃO RESIDUAL NA CULTURA DO MELÃO IRRIGADO NA SAVANA DO ESTADO DE RORAIMA Ignácio Lund Gabriel da Silva CARMO1*, Samuel da SILVA1, Guilherme LOCATELLI1, Ricardo Manuel Bordales LOSANO2, Roberto Dantas de MENDEIROS3, Wellington Farias de ARAÚJO4 O melão (cucumis melo L.) é uma cultura de grande importância para o mercado brasileiro. Em Roraima a produção do fruto ainda é insignificante em relação a outras regiões produtoras, como o nordeste, sendo que em 2011, no estado de Roraima, houve a produção de 212 toneladas do fruto. Isso é devido à baixa tecnificação adotada pelos produtores, a qual está relacionada ao manejo inadequado da irrigação e, principalmente, da adubação. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito residual de adubação de compostos orgânicos no meloeiro com a intenção de avaliar a produtividade da cultura. O trabalho foi realizado no período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012 no campo experimental da sede da Embrapa-Roraima. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com 4 repetições e 6 tratamentos. T1 - Sem matéria orgânica; T2 - 4,0 L. m de esterco de ovino; T3 – 400 g. m de Ribumim; T4 – 2,0 L. m de esterco; T5 – 20 ml. m de humitec; e T6 – 20 ml. m de humitec + 2,0 L. m de esterco. Em cobertura, foram aplicados 100 kg de uréia (fonte de Nitrogênio) e 40 kg de K2O (fonte de cloreto de potássio) aplicados via fertirrigação a partir de 12 dias após a emergência das plântulas de melão. As variáveis analisadas: a) número de frutos por parcela (NPF), massa média do melão (MMF), produtividade de frutos (PF) e sólidos solúveis totais (°Brix), determinados utilizando um refratômetro digital. Os resultados obtidos mostraram que a massa media por fruto e a produtividade média de frutos por parcela não foram influenciadas, significativamente por nenhum dos tratamentos, obtendo-se média geral de 1,62 kg por fruto e produtividade média de 20,13 kg de frutos por parcela (12 m2), equivalendo a 16,775 kg ha-1. O número de frutos por parcela e os teores de sólidos solúveis totais (°Brix) foram afetados estatisticamente pela adubação residual. O uso de 4,0 L. m de esterco ovino favoreceu o número de frutos por parcela (12 m²) e as médias dos sólidos solúveis totais (ºBrix). Palavras-chave: Cucumis melo L., Adubação residual, Produtividade, Qualidade dos frutos. Créditos de financiamento: CNPq/Embrapa-RR (Centro de Pesquisa Agroflorestal de Roraima) 1 Universidade Federal de Roraima, Departamento de Agronomia, Centro de Ciências Agrárias, CEP: 69300-000, Boa Vista-RR, Brasil. 2 Aluno de pós-graduação em Agronomia – POSAGRO/UFRR, BR 174, Km 12. Bairro Monte Cristo. CEP: 69300-000, Boa Vista, RR. 3 Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (EMBRAPA-CPAFRR): Rodovia BR-174, Km 8 Distrito Industrial. CEP: 69301-970 Boa Vista/RR. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 226 EFEITO DA CICLOFOSFAMIDA SOBRE O CICLO CELULAR DE Lactuca sativa L. (Asteraceae) Joice de Oliveira PALMEIRA1*, Sandro BARBOSA1, Bianca de Souza MASELLI1, Fábio KUMMROW2, Luiz Alberto BEIJO1, Vytória Piscitelli CAVALCANTI1 Bioensaios vegetais são amplamente utilizados na avaliação de alterações citogenéticas causadas por substâncias puras ou misturas complexas. As preparações citogenéticas permitem analisar o efeito de substâncias tóxicas sobre a cariologia e em especial a divisão celular. A ciclofosfamida é um agente alquilante inibidor da duplicação do DNA, sendo necessária sua caracterização para utilizá-lo como controle positivo em testes de citogenotoxicidade. Foi objetivo desse trabalho caracterizar os efeitos citogenotóxicos de diferentes concentrações de ciclofosfamida sobre Lactuca sativa L. cultivar Simpson. Os parâmetros avaliados foram índice mitótico e proporção de anormalidades cromossômicas (pontes, micronúcleos, cromossomos pegajosos e perdidos). Para a germinação, 40 cipselas foram incubados em placas de Petri contendo papel filtro umedecido com 3 mL de diferentes concentrações (0,4; 0,6; 1,6; 3,2; 6,4 g/L) de solução de ciclofosfamida, mantidas em câmara de germinação, a 20 ºC e fotoperíodo de 12 horas até a germinação. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado com cinco concentrações e duas repetições. Água destilada foi usada como controle negativo. Meristemas radiculares foram coletados, fixados em Carnoy e armazenados a -18 ºC. As preparações citogenéticas foram obtidas pelo método de esmagamento e a determinação do índice mitótico, bem como de anormalidades cromossômicas foram analisadas a partir de 3000 células por tratamento com o auxílio de microscópio óptico. Para as alterações do ciclo celular foi ajustado um modelo de regressão quadrática (p<0,05) com R2 = 98,03%, indicando que à medida que se aumenta a concentração o índice mitótico é reduzido de 35,0 para 0,26. As concentrações de ciclofosfamida testadas não apresentaram efeito significativo sobre a proporção de anormalidades (p>0,05), sendo todas as concentrações iguais quando comparadas ao controle. Índices mitóticos significativamente menores que aqueles do controle negativo podem indicar alterações provenientes da ação de substâncias químicas no crescimento e desenvolvimento dos organismos expostos e índices mitóticos maiores resultam do aumento na divisão celular, levando à proliferação celular desordenada. Embora a ciclofosfamida não tenha efeito sobre a proporção de anormalidades cromossômicas, embasado nos resultados obtidos para o índice mitóticos ela pode ser utilizada como controle positivo em testes de citogenotoxicidade. Palavras-chave: Efeito biológico, Genotoxicidade, Controle positivo. Créditos de financiamento: CNPq (475243/2011-0) – Bolsa de IC e FAPEMIG (Bolsa de Mestrado) 1 Laboratório de Biotecnologia Ambiental & Genotoxicidade-BIOGEN. Universidade Federal de Alfenas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700- CEP 37.130.000 Alfenas-MG, Brasil. 2 Professor DCET; Universidade Federal de São Paulo – Campus Diadema; Rua Prof. Artur Riedel, 275, Diadema-SP. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 227 EFEITO DA LUMINOSIDADE NAS CARACTERÍSTICAS FOTOSSINTÉTICAS DE ALGODOEIRO E CEDRO Felipe DELLA TORRE1*, Thiago Corrêa de SOUZA2 , Flavio Nunes RAMOS2 , Marcelo POLO3 A fotossíntese é a fonte primária de carboidratos que serão utilizados para o crescimento e manutenção das plantas, sua redução pode diminuir o crescimento, desenvolvimento. A variação da intensidade luminosa pode ser fator limitante para muitas espécies. Plantas de diferentes espécies apresentam comportamentos diferentes em relação à fotossíntese quando sombreadas? Diferentes condições de luminosidade interferem no desenvolvimento de plantas da mesma espécie? O presente estudo teve por objetivo analisar a resposta fotossintética de indivíduos de duas espécies florestais, cedro (Cedrela fissilis Vell) e algodoeiro (Bastardiopsis densiflora) a diferentes condições de luminosidade. Os indivíduos foram germinados em casa de vegetação e transplantados para tubetes de polietileno de 150 cm3 contendo substrato Plantimax®. As plantas foram submetidas a 3 tratamentos de luminosidade: A= 100%, B=50% e C=30%, irrigadas diariamente por dois meses e então realizadas as medidas. As curvas da taxa fotossintética líquida (A), em resposta a densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativos (DFFFA), foram determinadas através de um sistema portátil de fotossíntese (IRGA, modelo LI-6400XT, Li-Cor, Lincoln, Nebrasca, USA) com câmara com fonte de luz artificial (LI-6400-02B RedBlue, Li-Cor). Todas as medidas foram realizadas na primeira folha (de cima para baixo) totalmente expandida em 5 plantas por tratamento/espécie. As DFFFA utilizadas foram 1000, 800, 400, 300, 200, 100, 50, 25, e 0 µmol m-2 s-1 por 5 minutos, a 25 °C e com condições ambientes de CO2. Através da curva foi possível observar: taxa máxima de assimilação líquida (Amax) com valores variando de 6,40 a 10,22 para o algodoeiro (com diferenças significativas entre os tratamentos de A e B) e de 7,24 a 8,14 para o cedro. Taxa de respiração no escuro (Rd) apresentou diferenças entre os tratamentos A e C para as duas espécies. Ponto de compensação de luz (PCL) se mostrou mais expressivo no tratamento A quando comparado aos outros tratamentos. Tanto o ponto de saturação de luz (PSL) quanto o rendimento quântico aparente (α) variaram significativamente apenas para o algodoeiro. Com base nestes resultados conclui-se que ocorreu uma maior resposta fotossintética às condições de sombreamento avaliadas nas plantas de algodoeiro podendo estar relacionado à funcionalidade de grupos sucessionais. Palavras-chave: Cedrela fissilis Vell, Bastardiopsis densiflora, Trocas gasosas. Créditos de financiamento: CNPq 1 Universidade Federal de Alfenas, ICN, Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Genotoxicidade. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, Alfenas-MG 2 Universidade Federal de Alfenas, Departamento de Alimentos e Medicamentos, Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 3 Universidade Federal de Alfenas, ICN, Laboratório de Ecologia. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 228 EFEITO DA PRESENÇA DE GALHAS NA ALOCAÇÃO REPRODUTIVA DE Solanum lycocarpum St. Hil. (Solanaceae) Kira MALVES1* e Flávia de Freitas COELHO¹ O objetivo desse estudo foi verificar se a presença de galhas em Solanum lycocarpum St. Hil (Solanaceae) afeta negativamente a produção de suas flores e comparar essa produção de flores com três etapas de desenvolvimento das galhas: início de formação, quando a galha cessa seu crescimento e quando o inseto indutor se transforma em pupa dentro da galha. Analizamos cento e vinte indivíduos e comparamos a relação entre presença e ausência de galhas com o número total de flores produzidas por indivíduo, o tamanho e a biomassa das flores. Embora as flores nessa planta sejam produzidas o ano inteiro, indivíduos com galhas produziram menor número de flores por indivíduo e elas tiveram menor tamanho e menor biomassa em todos os períodos de desenvolvimento das galhas. Os resultados são consistentes com a hipótese de que os custos energéticos da produção de galhas exercem grande despesa para essas plantas, resultando em alteração na alocação de nutrientes e diminuição na formação de estruturas reprodutivas da planta hospedeira. Palavras-chave: Cerrado, Fruta-do-lobo, Sucesso reprodutivo, Flores, Herbivoria. ¹ Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, Cep.: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 229 EFEITO DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Guazuma ulmifolia Lam. (Malvaceae) Jéssica Putini Luizi CAMPOS1*, José Marcio Rocha FARIA2, Wilson Vicente Souza PEREIRA2, Raniere José de ANDRADE2, Natália Cristina Nogueira SILVA2, Paulo Roberto MAGISTRALI2. O estresse salino afeta o crescimento das plantas em vários estágios do seu desenvolvimento, incluindo a germinação e estabelecimento, crescimento vegetativo e finalmente, reprodução e produtividade. A importância relativa dos mecanismos de adaptação ao estresse varia entre espécies, com o tempo de exposição à salinidade, com a concentração do sal e com as condições ambientais locais, como a disponibilidade de água. É necessário compreender os mecanismos de tolerância das sementes a diferentes condições de estresse a fim de identificar e valorar espécies com potencial para recuperação de áreas degradadas. Desse modo, este trabalho objetivou verificar o desempenho germinativo de sementes de Guazuma ulmifolia quando submetidas a condições de estresse salino nos seguintes potenciais: 0,0 (água destilada); -0,2; -0,6; -1,0; -1,5 MPa. Para a superação da dormência tegumentar, as sementes foram imersas em ácido sulfúrico (98%) por 50 minutos e lavadas em água corrente por 15 minutos. O experimento foi conduzido em placas de petri, forradas com papel filtro e umedecidas com soluções salinas de NaCl ou CaCl2 nos potenciais osmóticos de 0,0 (água destilada); -0,2; -0,6; -1,0; -1,5 MPa. As placas (4 repetições por tratamento) foram seladas com papel filme e incubadas em BOD a 25ºC (±2ºC) sob luz constante branca fluorescente. As soluções teste foram trocadas a cada 2 dias. As variáveis analisadas durante 28 dias foram: porcentagem de germinação, IVG, plântulas normais, sementes mortas, duras e dormentes, comprimento de radícula e de plântula. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Verificou-se que o percentual de germinação decaiu com o aumento da intensidade do estresse, sendo que o limite de tolerância para o NaCl foi de -0,2 MPa e para o CaCl2 foi de -0,6 MPa. Foi demonstrado que o NaCl teve um efeito mais negativo em relação ao CaCl2 na germinação de sementes de mutamba. Houve um decréscimo no IVG à medida que o potencial osmótico foi reduzido para os dois sais, sendo que o controle obteve média superior (19,25). Para o comprimento de plântulas e de radícula não houve diferença significativa entre os potenciais 0,0 e -0,2 MPa para o NaCl, já para o CaCl2 as médias dos tratamentos 0,0 ; -0,2 e -0,6 MPa não diferiram estatisticamente. Portanto, Guazuma ulmifolia se mostrou tolerante a condições moderadas de estresse salino, sendo que o NaCl foi mais prejudicial em relação ao CaCl2. Palavras-chave: Silvicultura, Espécie nativa, Fisiologia de sementes, Mutamba. Créditos de financiamentos: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduanda em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 230 EFEITO DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Dalbergia miscolobium Benth. (Fabaceae) Rafaella Carvalho MAYRINCK1*, Natália Cristina Nogueira SILVA¹, Tatiana Arantes Afonso VAZ¹, Paulo Roberto MAGISTRALI¹, Ailton Gonçalves Rodrigues JUNIOR¹, Antonio Claudio DAVIDE¹ Dalbergia miscolobium é uma arvore heliófila, típica do cerrado, e costumeiramente, é encontrada em agrupamentos, popularmente conhecida como caviúna-do-cerrado. A dispersão de suas sementes se dá no final da estação da seca, e a germinação tem início com a estação das chuvas. O objetivo deste trabalho foi determinar o comportamento germinativo de sementes de Dalbergia miscolobium em três diferentes temperaturas. As sementes foram coletadas em área de cerrado, na região de Lavras-MG, retiradas dos frutos secos e desinfestadas com hipoclorito de sódio (1 %) por 10 minutos para o início dos testes. Os testes de germinação foram feitos em mesa termogradiente, nas temperaturas de 17 ºC, 22,5 ºC e 28 ºC. A cada temperatura foram utilizadas quatro repetições de 15 sementes, colocadas em placa de Petri com papel de germinação umedecido. Os dados foram submetidos à ANAVA e teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Foi observado que as sementes germinam em toda a faixa de temperatura testada, sendo que os valores de germinação são estatisticamente maiores em 28 ºC (81 %) do que em 22,5 ºC (36 %), e estes, significativamente maiores do que em 17 ºC (11 %). Em relação ao índice de velocidade de germinação, o maior valor encontrado foi em 28 ºC, estatisticamente superior aos valores encontrados em 22,5 ºC e 17 ºC, sendo que estes foram considerados estatisticamente iguais. Sendo assim, entre as temperaturas testadas, a melhor para a germinação de sementes de Dalbergia miscolobium é 28 ºC. Palavras-chave: Variação Térmica, Índice de velocidade de germinação, Caviúna-docerrado. Crédito de financiamento: FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 231 EFEITO DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO IN VITRO DE Piper aduncum L. e Piper hispidinervum C.DC. (Piperaceae) Paulo Cesar Alves de SOUZA 1*, Stênio Sterferson Silva e SOUZA2, Jonny Everson SCHERWINSKI-PEREIRA 3 As espécies Piper aduncum e Piper hispidinervum pertencem à família Piperaceae e apresentam óleo essencial rico nos respectivos compostos secundários, dilapiol e safrol. Esses compostos secundários apresentam interesse econômico por possuírem, principalmente, efeito fungicida, inseticida e larvicida. Devido ao potencial que apresentam, fazem-se necessários estudos a respeito de metodologias para a produção mais eficiente de mudas e para a conservação dos recursos genéticos e domesticação destas espécies. Neste trabalho objetivouse avaliar a influência de duas temperaturas (25 e 30 ºC), na germinação de P. aduncum e P. hispidinervum. As sementes foram inoculadas em meio de cultura com sais e vitaminas Wood Plant Medium, adicionado de 30 g.L-1 de sacarose e o pH ajustado para 5,8 antes da adição do agente geleificante Phytagel (2,5 g.L1). Os meios de cultura foram distribuídos em placas de petri (30 mL cada). Foram montadas 10 repetições para cada temperatura e cada repetição foi formada por uma placa contendo dez sementes para cada espécie, totalizando 100 sementes por tratamento. O material inoculado foi acondicionado em incubadoras refrigeradas com temperaturas ajustadas de 25º C e 30º C, ambas com fotoperíodo de 16 horas. O experimento foi avaliado por 30 dias, sendo as observações relativas à germinação avaliadas diariamente. Os resultados demonstraram que as sementes de P. hispidinervum incubadas a 25º C e 30º C apresentaram taxa de germinação de 100% e 96%, tempos médios de germinação de 190,320 e 215,250 horas e velocidade de germinação de 5,25 h-1 e 4,64 h-1, respectivamente. Já as sementes de P. aduncum apresentaram uma taxa de germinação de 81% e 74% para 25º C e 30º C, tempos médios de germinação de 240,593 e 333,081 horas e velocidade de germinação de 4,14 h1 e 3,00 h-1, respectivamente. As medidas de germinação demonstraram melhor desempenho de germinação nas sementes incubadas a 25º C para ambas as espécies. Palavras-chave: Micropropagação, Cultura de tecidos, Microestaquia. Departamento de Botânica Universidade de Brasília, CEP: 70904-970 Brasília- DF, Brasil Universidade de Brasília, CEP: 70910-900 Brasília, DF, Brasil 3 Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília - DF, Brasil 1 2 * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 232 EFEITO DAS CONDIÇÕES DE PREPARO E DA COMPOSIÇÃO DO FIXADOR NA QUALIDADE DAS PREPARAÇÕES CROMOSSÔMICAS Aline Silva FREITAS1, Roselaine Cristina PEREIRA1, Laiane Corsini ROCHA1, Vânia Helena TECHIO1 A fixação é uma etapa extremamente crítica para a obtenção de bons resultados em análises citogenéticas. Cuidados durante o preparo da solução são necessários para garantir a precipitação da cromatina e a manutenção da integridade estrutural dos cromossomos. O fixador tradicionalmente utilizado nas preparações cromossômicas é o Carnoy, também conhecido como Farmer´s fluid, cuja composição contém três partes de álcool etílico absoluto PA e uma parte de ácido acético glacial. A solução fixadora deve ser preparada imediatamente antes de ser utilizada e o volume empregado deve ser 10 vezes maior que o volume do material que será fixado. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os efeitos das condições de preparo e das concentrações dos fixadores sobre o ciclo celular da cebola (Allium cepa L). Para isso, raízes de cebola foram fixadas em quatro soluções fixadoras, variando a proporção de álcool etílico: ácido acético: 3:1 (controle); 1:3; 5:1; 1:5. Todas as soluções foram preparadas imediatamente antes do uso. O outro tratamento consistiu no uso da solução de Carnoy (3:1) preparada e armazenada por 3 horas antes do uso. As lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa. Os resultados mostraram que o fixador preparado 3 horas antes da fixação pode comprometer a qualidade da preparação, pois foram observadas diferenças na integridade dos núcleos e no contraste núcleo-citoplasma, que comprometeram a coloração, em comparação com as células do tratamento controle (Carnoy 3:1). Os efeitos da composição do fixador sobre as células e especialmente sobre os cromossomos foram mais acentuados. Nos tratamentos com fixadores contendo maior concentração de ácido acético (1:3 e 1:5), observou-se maior degradação da cromatina, alterações na morfologia do cromossomo, marcação do fuso mitótico e grau de coloração acentuado do citoplasma, decorrentes da desnaturação das proteínas e alterações na densidade do citoplasma. No tratamento com fixador contendo maior concentração de álcool etílico (5:1), o efeito da desidratação das células refletiu em alterações no citoplasma, com formação de granulações, debris e marcações do fuso mitótico. Esses resultados confirmam que a qualidade das análises e das preparações cromossômicas é diretamente dependente da etapa de fixação, a qual deve ser realizada com rigor para garantir a manutenção da integridade das células e da morfologia dos cromossomos. Palavras-chave: Fixação, ciclo celular, Allium cepa L. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Laboratório de Citogenética Vegetal – Departamento de Biologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 233 EFEITO DE BORDA NA DIVERSIDADE DA REGENERAÇÃO ARBÓREA EM UMA FLORESTA NO PLANALTO CATARINENSE Angélica DALLA ROSA1*, André Luiz GUIDINI¹, Marco Antonio BENTO¹, Bruna SALAMI¹, Ana Carolina da SILVA¹, Pedro HIGUCHI¹ Devido à influência do meio externo, a borda da floresta apresenta diferenças florísticas e estruturais em relação ao interior. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de borda sobre a riqueza, a diversidade e a equabilidade do componente arbóreo regenerante em um remanescente de Floresta Ombrófila Mista em Lages, SC. Para isso, foram alocadas cinco transeções perpendiculares à borda da floresta, com cinco parcelas cada transeção, totalizando 25 parcelas de 400m². Cada parcela foi divida em sub-parcelas com área variável de acordo com a classe de tamanho de planta: i) Classe 1, plantas com altura entre 15cm e 1m, avaliadas em 5m²; ii) Classe 2, plantas com altura entre 1 e 3m, avaliadas em 10m², e; iii) Classe 3, plantas com altura maior que 3m e DAP (diâmetro a altura do peito) menor que 5cm, avaliadas em 20m². As sub-parcelas estavam em diferentes distâncias da borda, definindo cinco setores: setor 1 – contato com a borda; setor 2 – 20m da borda; setor 3 – 40m da borda; setor 4 – 60m da borda e setor 5 – 80m da borda. As seguintes estimativas foram avaliadas em cada setor: a riqueza, avaliada por meio do número de espécies, a diversidade, calculada pelo índice de Shannon-Wiener, e a equabilidade, analisada pelo índice de Pielou. Para a comparação dos índices de diversidade entre os setores, foi utilizado o teste t de Hutcheson a 5% de significância, calculado aos pares. Foram amostrados 306 indivíduos pertencentes a 44 espécies. O setor 1 obteve o maior índice de diversidade (3,00 nat/ind), sendo que os demais setores, com índice de diversidade variando de 2,58 a 2,75 nat/ind, não diferiram entre si. A maior riqueza no setor 1 (27 espécies) provavelmente foi o fator que mais influenciou essa maior diversidade, já que a riqueza nos demais setores variou de 18 a 23 espécies. O índice de Pielou variou pouco entre os setores (0,86 e 0,94), sendo que a maior dominância encontrada foi nos setores 4 e 5 (0,86) e a maior equabilidade no setor 5 (0,94). O setor 1 obteve índice de Pielou intermediário, de 0,91. Esses valores de Pielou indicam pequena dominância ecológica em todos os setores. A maior diversidade na borda pode ter ocorrido em função das características ambientais desse setor, que permitiu uma maior mistura de espécies pertencentes a diferentes grupos ecológicos. Palavras-chave: Comunidade arbórea, Indivíduos regenerantes, Avaliação entre setores. Universidade do Estado de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 281, CEP: 88520-000, Lages-SC, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 234 EFEITO DE DOSES DE NPK NO CRESCIMENTO DE BARU Dipteryx alata Vog. Arthur Ribeiro XIMENES1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Vespasiano Borges de PAIVA NETO1, Livia Gabriela Souza MAGALHÃES1, Rita de Cássia Mariano de PAULA1 O baru é uma planta típica das formações de cerrado e cerradão, ocorrendo preferencialmente em áreas com tendência a melhor fertilidade natural. Apresenta diversas utilizações desde o uso como quebra-ventos e alimentação do gado até na culinária, sendo sua amêndoa comestível e bastante nutritiva. A fase inicial de crescimento é crítica, assim esse trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento inicial do baru submetido a doses de adubo NPK. O experimento foi disposto em blocos casualizados com 7 repetições em esquema fatorial. Foram utilizadas cinco doses de adubo formulado 08-24-12: 0,0; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 kg m-3 e quatro períodos de avaliação: 0, 20, 40 e 60 dias. Utilizaram-se mudas homogêneas com cerca de 90 dias de emergidas. Foram avaliadas altura de plantas, diâmetro do caule e número de folhas. Verificou-se que o aumento das doses propiciou redução na altura de plantas e um pequeno acréscimo no diâmetro do caule, enquanto o maior número de folhas foi verificado na dose de 3,0 kg m-3 de adubo aplicado no substrato. De toda forma o coeficiente de determinação obtido na análise de regressão foi baixo para as três características avaliadas. Em relação ao tempo houve um acréscimo linear para altura de plantas, diâmetro do caule e número de folhas. As equações encontradas foram: y = 18,64114286 + 0,11834286x R2 = 0,99; y = 0,42625714 + 0,00311286x R2 = 0,97 e y = 5,22285714 + 0,03757143x R2 = 0,99, respectivamente para altura de plantas, diâmetro do caule e número de folhas por planta. Significa que em dois meses as plantas aumentaram sua altura em 39,3% ou 7,3 cm, engrossaram seu caule 40,7% ou 0,18 cm e acrescentaram 42% ou 2,2 folhas por planta. Do ponto de vista prático, as doses não interferiram no desenvolvimento inicial das mudas, sendo dispensáveis na forma em que foram testadas, não significando que outras doses desse adubo ou outras fontes de adubo não possam trazer benefícios ao desenvolvimento das mudas. É possível que os nutrientes presentes no substrato tenham sido suficientes para suprir as necessidades das mudas. O tempo do tratamento, 60 dias, propiciou aumento em todas as características avaliadas, como era esperado, seguindo o ritmo de crescimento das plantas de cerrado, ou seja, muito lento. Assim, na produção de mudas, o produtor deve estar atento para o lento incremento inicial do baru, que é muito comum para plantas do cerrado. Palavras-chave: Cerrado, Adubação, Produção de mudas Créditos de Financiamento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 235 EFEITO DO ARSÊNIO E ÓXIDO NÍTRICO SOBRE A PRODUÇÃO DE GRUPOS SULFIDRILA EM Pistia stratiotes Gabriela A. LEÃO, Fernanda S. FARNESE1*, Juraci A. OLIVEIRA1, Fernanda V. CAMPOS1, Regiane A. CANATTO1, Cristiane J. SILVA1, Concentrações tóxicas de arsênio (As) no ambiente ocorrem em todo o mundo e comprometem a saúde humana e a biodiversidade. Uma possibilidade para a retirada deste poluente do ambiente consiste na utilização de plantas capazes de absorver As. Uma vez absorvido, o As desencadeia aumentos na produção de espécies reativas de oxigênio, caracterizando o estresse oxidativo. Dentre os mecanismos antioxidantes, capazes de eliminar as espécies reativas de oxigênio, destacam-se compostos contendo grupamentos sulfidrila, chamados em conjunto de tióis. Além de serem importantes antioxidantes, alguns tióis são capazes de se complexar com As, reduzindo o efeito tóxico do poluente. Assim, o presente trabalho analisou os grupos sulfidrila totais, proteicos e não proteicos em uma planta hiperacumuladora de As, Pistia stratiotes, na presença de As e de óxido nítrico (NO), um importante sinalizador em condições de estresse. Para isso, plantas de aproximadamente 10 g foram coletadas e submetidas a quatro tratamentos: controle (solução nutritiva), nitroprussiato sódico (SNP; 10 µg/L), As (1,5 mg/L) e As+SNP. SNP foi utilizado como doador de NO. Após 24 horas de exposição ao tratamento, amostras foliares foram coletadas e utilizadas para quantificação dos grupos sulfidrilas totais, proteicos e não proteicos. Realizou-se também o cálculo do índice de tolerância ao As. As plantas submetidas apenas ao tratamento contendo As apresentaram um ligeiro aumento na concentração de tióis. Na presença de NO, no entanto, este aumento foi bastante significativo, sendo que o maior aumento observado foi na concentração de tióis proteicos. Este aumento foi acompanhado por incrementos no índice de tolerância ao As. Desta forma é possível concluir que o NO aumenta a tolerância de Pistia stratiotes ao As, agindo principalmente como sinalizador para aumento na concentração de grupos sulfidrilas. Palavras-chave: Óxido nítrico, sinalizador, tolerância. Créditos de financiamento: CNPq 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de Pósgraduação em Fisiologia Vegetal. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 236 EFEITO DO ESPAÇAMENTO DE PLANTIO NOS RAIOS E FIBRAS DA MADEIRA DE PARICÁ Luiz Eduardo De Lima MELO1*, Débora Fernanda Reis NASCIMENTO 1, Cláudia de Jesus SILVA, Cláudia Viana URBINATI1, Iedo Souza SANTOS2, Camilo Antônio Costa Barcelos DIAS 1 Em virtude de seu rápido crescimento a espécie Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex Ducke) Barneby, vulgarmente conhecida como paricá, têm se destacado em plantios comerciais na região Norte do Brasil. Segundo a literatura, o espaçamento adotado entre árvores no plantio é uma prática silvicultural que pode afetar o crescimento do vegetal e conseqüentemente a morfologia das células no lenho. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi verificar a influência do espaçamento na morfologia do parênquima radial e das fibras da madeira de paricá, aos 9 anos de idade. Foram derrubadas no município de Garrafão do Norte/PA 5 árvores em cada espaçamento: 4 x 4m e 8 x 4m. De cada árvore foram retirados discos a 1,30 do nível do solo. Para avaliação, foram retirados corpos-de-prova a aproximadamente 2cm do câmbio vascular. A caracterização anatômica da madeira seguiu procedimento comum em estudo anatômico do lenho e os dados foram submetidos a analise de variância (P ≥ 0,005). Observou-se que a frequência, altura e largura dos raios, comprimento e espessura da parede das fibras foram influenciadas significativamente pelo espaçamento do plantio. Sendo os maiores valores encontrados no maior espaçamento, para o diâmetro do lume das fibras não foram observadas diferenças significativas. Acredita-se que este fato se deva a menor competição entre os indivíduos por água, luz e nutrientes nesse espaçamento. Condição esta que pode potencializar a capacidade fisiológica da planta, permitindo a produção de células de maiores dimensões e em maior frequência. Palavras-chaves: Schizolobium parahyba var. amazonicum, Variabilidade anatômica, Floresta plantada. 1 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade do Estado do Pará, Departamento de Tecnologia da Madeira, Belém-PA, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 237 EFEITO DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (Arecaceae) Paulo Roberto MAGISTRALI1*, Anderson Cleiton JOSÉ1, Antônio César Batista MATOS1, Túlio Gabriel Soares OLIVEIRA1, Ailton Gonçalves Rodrigues JUNIOR1 Syagrus romanzofianna, conhecida popularmente como jerivá, é uma palmeira nativa da América do sul, muito utilizada na arborização urbana. No Brasil, a espécie possui ampla distribuição ocorrendo em diversas fitofisionomias, tais como: cerrado, restinga, floresta ombrófila mista e floresta sazonalmente seca. Apresenta um palmito de boa qualidade, frutos muito procurados pela fauna e amêndoas com alto teor de óleo. De maneira geral, a propagação das palmeiras é considerada lenta, desuniforme e influenciada por inúmeros fatores, tais como o estádio de maturação. Por apresentar importância ecológica e falta de informações na literatura sobre a propagação da espécie, este trabalho teve como objetivo estudar o efeito do estádio de maturação na germinação de sementes de Syagrus romanzoffiana. Os frutos foram colhidos de indivíduos presentes no campus da Universidade Federal de Lavras – MG. Foram selecionados três estádios de maturação de acordo com a coloração dos frutos. Frutos com coloração esverdeada, amarelada e alaranjada, foram considerados respectivamente como verdes, intermediários e maduros. O beneficiamento foi realizado por despolpamento manual no Laboratório de Sementes Florestais da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O grau de umidade foi determinado pelo método da estufa (103°C/17 horas), sendo utilizadas quatro repetições de cinco diásporos por estádio de maturação. O experimento de germinação foi estabelecido em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições de 20 diásporos. Os pirênios foram semeados em bandejas plásticas contendo areia autoclavada como substrato e incubados em um germinador do tipo Mangelsdorf a 25°C com iluminação constante. Foram feitas avaliações diárias, tendo como critério de germinação a produção de plântulas normais. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade (Shapiro-Wilk), Anava e teste de comparação de médias (Scott-Knott). O grau de umidade inicial foi de 31,5% em pirênios verdes, 26,3% em intermediários e 14,8% nos maduros. A germinação iniciou-se aos 40 dias e a última contagem de germinação ocorreu aos 160 dias. A germinação de pirênios obtidos de frutos intermediários e maduros não apresentou diferença estatística (p<0,05) (47 e 59%, respectivamente), entretanto, pirênios obtidos de frutos verdes foram significativamente superiores (80%). Pelos resultados, conclui-se que devem ser utilizados pirênios obtidos a partir de frutos verdes para garantir alta germinação após a semeadura. Palavras-chave: Semente florestal, Fisiologia de semente, Dormência. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 238 EFEITO DO ESTRESSE HÍDRICO E LUMINOSO SOBRE A FISIOLOGIA FOLIAR EM Jatropha curcas L. (Euphorbiaceae) Lucas Eduardo Gonçalves CUSTÓDIO1*, Fernanda Juliana da SILVA¹, João Paulo de SOUZA¹ O pinhão manso é uma planta oleaginosa pertencente à família Euphorbiaceae. Apresenta hábito arbóreo com porte médio de 3 a 4 metros de altura, características ruderais e uma boa adaptação a condições edafoclimáticas adversas. Destaca-se sua relevância econômica a partir da extração do óleo presente nas sementes, com potencial uso na produção de biocombustíveis. Em conseqüência de seu potencial econômico, torna-se necessário conhecer a fisiologia básica da espécie visando o melhor entendimento dos fatores que afetam seu desenvolvimento. O trabalho tem o objetivo de avaliar as características fisiológicas de plantas de pinhão-manso submetidas a condições de estresse hídrico e luminoso. As plantas foram divididas em quatro tratamentos: controle, plantas sob iluminação plena com ciclos de interrupção de rega, plantas mantidas sob condições de sombreamento (60% de atenuação) com irrigação freqüente até a capacidade de campo do solo e plantas mantidas sob sombreamento (60% de atenuação) com ciclos de suspensão de rega. Utilizou-se o aparelho IRGA (LCA-4) para determinar os valores de transpiração, condutância estomática e fotossíntese líquida máxima. A determinação do teor de clorofila e potencial hídrico foram realizadas com o auxílio do ClorofiLOG (CFL1030) e uma Câmara de pressão portátil tipo Scholander, respectivamente. As medições ocorreram em três períodos: 133, 221 e 314 dias após o plantio. Os valores mais negativos de potencial hídrico foliar foram determinados nas plantas submetidas ao estresse hídrico (sombra e sol pleno) aos 314 dias após o plantio. A fotossíntese líquida máxima foi maior nas plantas do grupo controle (18,89) aos 221 dias pós o plantio, sendo que plantas sob sol e com estresse hídrico (5,95) apresentaram valores de fotossíntese líquida semelhante às plantas cultivadas sob sombra. Assim, com menor fotossíntese líquida as plantas de pinhão-manso sob sol e com estresse hídrico reduzem a alocação de biomassa para as folhas. A irradiância plena para plantas de pinhão-manso com déficit hídrico apresenta-se como um fator de estresse o que não acontece quando as plantas de pinhão-manso são irrigadas diariamente. A menor assimilação de carbono em folhas de plantas sob sol e déficit hídrico, mostrou uma estreita relação entre o balanço hídrico e de carbono em períodos com escassez de água no solo. Plantas de pinhão-manso apresentam modificações na fisiologia foliar quando cultivadas sob sombra, principalmente sujeitas ao estresse hídrico. Palavras-chave: Déficit hídrico, Fotossíntese líquida máxima, Potencial hídrico foliar. Créditos de financiamento: FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, laboratório de tecidos vegetais. Rodovia LMG 818, km 06, CEP35690-000, Florestal – MG. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 239 EFEITO DO ESTRESSE LUMINOSO SOBRE A MORFOLOGIA EM Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Hauman (Fabaceae) Jéssica Naiara REIS1*, Alessandro Dias HALFELD1, Bruna de Souza RIBAS1, Ingrid Naiara GOMES1, João Paulo de SOUZA1 O tamboril, Enterolobium contortisiliquum, é geralmente utilizado para reflorestamento, visto que esta espécie apresenta rápido crescimento inicial. Também é utilizada na produção de embarcações de pequeno porte, mobiliário, brinquedos e peças de madeira. Devido à importância econômica e ecológica, faz-se necessário o estudo sobre os fatores que afetam o desenvolvimento de plantas de tamboril. Neste trabalho foi avaliado como plantas de tamboril se desenvolvem em distintas condições de luz. Um grupo de plantas foi mantido a pleno sol e o outro mantido sob sombreamento (sombrite de 70% de transmitância). Aos 90 e 180 dias foram avaliados os seguintes parâmetros morfológicos: número, massa e área foliar, massa e comprimento do caule e da raiz. Observou-se que as variáveis morfológicas são significativamente influenciadas pela disponibilidade luminosa a que os indivíduos de tamboril foram submetidos. Nas coletas realizadas, 90 e 180 dias, os maiores valores de área foliar e área foliar específica foram encontrados nas plantas sombreadas. Em geral plantas crescendo sob sombra apresentam folhas com maior área e menor espessura do mesófilo foliar. Esses ajustamentos morfológicos garantem maior área fotossinteticamente ativa para captação de energia luminosa e realização da fotossíntese. O peso seco foliar, do caule e da raiz e também do comprimento do caule, foram maiores nas plantas crescendo sob pleno sol. Plantas de sombra apresentam menor alocação de biomassa (para folhas, caules e raízes), que pode ser resultado de uma menor assimilação de carbono, já que devido a menor disponibilidade luminosa as plantas tendem a diminuir a fotossíntese líquida máxima. A razão de área foliar foi menor para as plantas sob pleno sol aos 180 dias após o plantio. A razão de área foliar informa acerca da quantidade de área foliar produzida pela massa seca total da planta. Assim, as plantas de tamboril sob sombra investem mais recursos para aumento da área foliar em relação à alocação de biomassa para os órgãos vegetativos (caule e raiz). Esses ajustamentos morfológicos apresentados pelas plantas de tamboril crescendo sob sombra explicam a grande distribuição ecológica dessa espécie em diversas formações vegetacionais no Brasil e sua utilização em reflorestamentos. Palavras-chave: Área foliar, Área foliar específica, Sombreamento. 1 Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Rodovia LMG 818, km 06, CEP 35690-000, Florestal –MG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 240 EFEITO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE Lepidaploa rufogrisea (A. St.Hil.) H. Rob (Asteraceae) EM Lactuca sativa. Francielen Barroso ARAGÃO1*, Adésio FERREIRA2, Adilson Vidal COSTA3, Larissa Fonseca Andrade VIEIRA4 A alelopatia é uma interação natural entre as plantas, onde a liberação de substância alelopáticas pode ser benéfica ou prejudicial a outros organismos do meio. Lepidaploa rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob (Asteraceae) é uma espécie com grande potencial alelopático, devido a grande produção de metabólitos secundário, especialmente lactonas, sendo de grande importância agronômica e ecológica para a produção de herbicidas naturais para o controle de ervas daninhas. Este trabalho visou demostrar os efeitos alelopáticos do extrato hidroalcoólico de L. rufogrisea (A. St.-Hil.) H. Rob (Asteraceae) sobre a germinação e crescimento de Lactuca sativa. O experimento foi montado em delineamento inteiramente casualizado, com cinco repetições. Foram colocadas 50 sementes de Lactuca sativa em placas de petri forradas com papel filtro. Em seguida as sementes foram tratadas com 10 ml de extrato hidroalcoólico de L. rufogrisea. Foram testadas cinco concentrações [0,25; 0,5; 1; 2; 4% (m/v)] de extrato e como controle negativo foi utilizado água destilada, totalizando seis tratamentos. As sementes foram mantidas em câmara tipo BOD a 24°C por 48 horas. Durante o experimento o número de sementes germinadas foi avaliado após 8, 16, 24, 32, 40 e 48 horas. Após este período o comprimento da raiz de cada semente foi medido com o auxílio de um paquímetro digital. Determinou-se a porcentagem de sementes germinadas, a velocidade de germinação e o crescimento radicular. Todas as variáveis foram analisadas pela ANOVA seguida do teste de Dunnett (p < 0,05). Apesar de não haver a diferença em relação à germinação final, a partir da concentração de [4% (m/v)] observou-se diferença no índice de velocidade de germinação tendo redução de 16,68% comparando a maior concentração [4% (m/v)] com o controle. Foi observada diferença estatística no crescimento radicular a partir da concentração [0,5% (m/v)] do extrato, tendo uma redução em relação ao controle para os tratamentos [0,5; 1; 2; 4% (m/v)] respectivamente de 14,44%; 26,14%; 42,62% e 62,47%. Neste sentido conclui-se que o extrato hidroalcoólico de L. rufogrisea mesmo em baixas concentrações se mostra prejudicial para germinação das sementes e consequentemente o desenvolvimento da plântula. Esse efeito alelopático se mostra mais evidente com o aumento das concentrações. Palavras-chave: Crescimento radicular, Índice de velocidade de germinação, Germinação, Alelopatia. Universidade Federal Do Espírito Santo- Centro De Ciências Agrárias, Alegre – ES, Brasil. 2 Universidade Federal de Espírito Santo- Centro De Ciências Agrárias, Alegre – ES, Brasil. 3 Universidade Federal do Espírito Santo - Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Química e Física, Alegre – ES, Brasil. 4 Universidade Federal do Espírito Santo - Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Biologia, Alegre – ES, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 241 EFEITO DO EXTRATO PIROLENHOSO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE BARBATIMÃO Raniere José de ANDRADE1*, Anderson Cleiton JOSÉ1, Wilson Vicente Souza PEREIRA1, Jéssica Putini Luizi CAMPOS1, Natália Cristina Nogueira SILVA1 A influência do fogo na dinâmica das fitofisionomias do Cerrado é um processo complexo ainda pouco conhecido. O fogo apresenta um papel importante como agente de distúrbio e faz parte da organização de muitos ecossistemas. Recentemente foi descoberto que além do calor, a fumaça ou o extrato aquoso da fumaça podem funcionar como um estimulante da germinação de algumas espécies que ocorrem em ambientes com propensão a ocorrência de fogo anual. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de extrato pirolenhoso, extraído de madeira de eucalipto durante a carbonização na germinação de sementes de barbatimão (Stryphnodendron adstringens (Mart.)). O extrato obtido foi destilado a 100°C e diluído em água destilada nas seguintes concentrações: 1:50, 1:500, 1:5.000 e 1:50.000. As sementes foram previamente escarificadas em ácido sulfúrico por uma hora, lavadas em água corrente e posteriormente mantidas nas diferentes concentrações durante 16 horas. Após a embebição no extrato, foram montados testes de germinação em substrato Rolo de Papel utilizando folhas de papel tipo Germitest® umedecidas com água e colocadas para germinar em câmara de germinação à 25°C com fotoperíodo de 12 horas. A contagem da germinação foi realizada diariamente a partir do segundo dia após a embebição das sementes, usando como critério a protrusão da radícula (2 mm). Foi calculada a porcentagem e velocidade de germinação, mensuraram-se também os comprimentos de radícula e parte aérea. O experimento foi montado num delineamento inteiramente casualizado, com 5 tratamentos (diluições do extrato, mais testemunha embebida em água destilada) e 4 repetições de 20 sementes. Não foram observadas diferenças na porcentagem e velocidade final de germinação, porém houve efeito do extrato pirolenhoso sobre comprimento da raiz (p=0,003357) e da parte aérea (p=0,003261), sendo que o comprimento da raiz e da parte aérea foram reduzidos na concentração de 1:50. Conclui-se que o extrato pirolenhoso não apresenta efeito significativo sobre porcentagem e velocidade de germinação de sementes de barbatimão, porém há efeito sobre o crescimento da planta. Palavras-chave: Barbatimão, Componente da Fumaça, Butenoloide, Extrato Pirolenhoso. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras - UFLA, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Sementes Florestais. Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG. Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 242 EFEITO DO EXTRATO PIROLENHOSO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE CAGAITA Raniere José de ANDRADE1*, Andeson Cleiton JOSÉ1, Wilson Vicente Souza PEREIRA1, Jéssica Putini Luizi CAMPOS1, Natália Cristina Nogueira SILVA1 A influência do fogo na dinâmica das fitofisionomias do Cerrado é um processo complexo ainda pouco conhecido. O fogo apresenta um papel importante como agente de distúrbio e faz parte da organização de muitos ecossistemas. Recentemente foi descoberto que além do calor, a fumaça ou o extrato aquoso da fumaça podem funcionar como um estimulante da germinação de algumas espécies que ocorrem em ambientes com propensão a ocorrência de fogo anual. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de extrato pirolenhoso, extraído de madeira de eucalipto durante a carbonização na germinação de sementes de Cagaita (Eugenia dysenterica DC.). O extrato obtido foi destilado a 100°C e diluído em água destilada nas seguintes concentrações: 1:50, 1:500, 1:5.000 e 1:50.000. As sementes foram mantidas nas diferentes concentrações durante 2 horas. Após a embebição no extrato, foram montados testes de germinação em substrato Rolo de Papel utilizando folhas de papel tipo Germitest® umedecidas com água e colocadas para germinar em câmara de germinação à 25°C com fotoperíodo de 12 horas. A contagem da germinação foi realizada diariamente a partir do segundo dia após a embebição das sementes, usando como critério a protrusão da radícula (2 mm). Foi calculada a porcentagem de germinação e índice de velocidade de germinação. O experimento foi montado num delineamento inteiramente casualizado, com 5 tratamentos (diluições do extrato, mais testemunha embebida em água destilada) e 4 repetições de 20 sementes. O extrato pirolenhoso influenciou tanto a porcentagem quanto a velocidade de germinação. Sementes de cagaita quando expostas a concentração de 1:5000 apresentaram maior porcentagem de germinação. Quanto à velocidade de germinação, sementes expostas a concentração de 1:50 apresentaram menor velocidade, enquanto que as demais concentrações não apresentaram diferença estatística quando comparadas entre si. Conclui-se que houve efeito positivo do extrato pirolenhoso sobre a porcentagem de germinação de sementes de cagaita. Palavras-chave: Eugenia dysenterica DC., Componente da Fumaça, Butenoloide, Extrato Pirolenhoso. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Sementes Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 243 EFEITO DO EXTRATO PIROLENHOSO SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE TRÊS PROCEDÊNCIAS DE COPAÍBA Wilson Vicente Souza PEREIRA1*, Raniere José de ANDRADE1, Olívia Alvina Oliveira TONETTI1, José Márcio Rocha FARIA1, Anderson Cleiton JOSÉ1, Jéssica Putini Luizi CAMPOS1 A influência do fogo na dinâmica das fitofisionomias do Cerrado é um processo complexo ainda pouco conhecido. O fogo apresenta um papel importante como agente de distúrbio e faz parte da organização de muitos ecossistemas. Recentemente foi descoberto que além do calor, a fumaça ou o extrato aquoso da fumaça podem funcionar como um estimulante da germinação de algumas espécies que ocorrem em ambientes com propensão a ocorrência de fogo anual. Além disso, o ambiente no qual a planta se desenvolve pode influenciar tanto características físicas quanto fisiológicas das sementes produzidas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do extrato pirolenhoso sobre a germinação de sementes de três procedências de Copaifera langsdorffii Desf. As sementes foram obtidas de árvores da região de Montes Claros, Minas Gerais e em área de fisionomia de cerrado e de mata ciliar na região de Lavras, Minas Gerais. O extrato obtido foi destilado a 100°C e diluído em água destilada nas seguintes concentrações (extrato:água): 0:1 (apenas água), 1:50 e 1:5000. As sementes foram colocadas para embeber nestas concentrações por 48 horas. Em seguida, foram colocadas para germinar em rolo de papel umedecido em água, em germinador a 25°C/luz constante, sendo avaliada a germinação diariamente. Foram avaliados o índice de velocidade de germinação e o percentual final de germinação. Os dados foram analisados pelo programa R for Windows 2.15.1 por meio de análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade quando verificada diferenças entre o efeito dos tratamentos. O percentual final de germinação foi influenciado tanto pela procedência das sementes (p=0,001) quanto pela concentração do extrato pirolenhoso (p=0,03), não havendo interação entre os dois fatores (p=0,30) (cv=17,97%). Sementes de Montes Claros não apresentaram variação quanto ao percentual de germinação ou índice de velocidade de germinação. As procedências de Lavras apresentaram maior germinação quando embebidas na diluição de 1:5000 do extrato pirolenhoso, sendo que o lote do cerrado apresentou redução da germinação na diluição de 1:50. O índice de velocidade de germinação foi influenciado apenas pela procedência (p<0,0001), sendo maior nas sementes de Montes Claros, independente da concentração do extrato pirolenhoso. Conclui-se que o extrato pirolenhoso influencia a germinação de sementes de copaíba, sendo que há efeito diferenciado em função da procedência. Palavras-chave: Copaifera langsdorffii Desf., Efeito Ambiental, Extrato Pirolenhoso. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Sementes Florestais, Campos Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 244 EFEITO DO FLOROGLUCINOL NO CRESCIMENTO IN VITRO DE BROTAÇÕES DE Byrsonima intermedia A. JUSS. (Malpighiaceae) Luciano Coutinho SILVA1*, Renato PAIVA1, Ana Cristina de SOUZA1, Rodrigo Therezan de FREITAS1, Jorge Marcelo Padovani PORTO1, Mayara Caroline Carvalho PINTO1 Byrsonima intermedia A. Juss. é uma planta nativa do Cerrado Brasileiro que apresenta propriedades medicinais e dificuldades de propagação por meios convencionais. A cultura de tecidos é uma eficiente alternativa para a propagação de plantas. O floroglucinol é um composto fenólico utilizado para indução de raízes adventícias in vitro, entretanto, seu efeito incrementando o crescimento vegetal é pouco estudado. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito do floroglucinol no crescimento de brotações de Byrsonima intermedia cultivadas in vitro. As brotações foram inoculadas em meio WPM com 50% da concentração original de sais, 3% de sacarose, 5µM AIB e com 100, 500 ou 1000µM de floroglucinol e as brotações foram mantidas nessas concentrações pelos seguintes períodos: por 30 dias (i); 10 dias seguido por transferência para meio livre de auxina na ausência (ii) ou presença (iii) de 0,5gL1 de carvão ativado. Após 30 dias foram avaliados a porcentagem de incremento no peso fresco, no comprimento e no número de gemas. O comprimento das brotações não apresentou diferença estatística significativa. O cultivo de brotações com 500µM de floroglucinol por 10 dias antes da transferência para meio livre de auxina e na ausência de carvão ativado promoveu um incremento no peso fresco de 83% e no número de gemas em 53%. Já a aplicação de 0,5 gL-1 de carvão ativado nestas mesmas condições promoveu um aumento no número de gemas de 61% de acordo com o teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade. Palavras-chave: Planta medicinal, Composto fenólico, Cultivo in vitro, Espécie nativa. Créditos de financiamento: CAPES, CNPq, FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 245 EFEITO DO LIXIVIADO DE SEMENTES DE COPAÍBA SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ALFACE Wilson Vicente Souza PEREIRA1*, José Márcio Rocha FARIA1, Raniere José de ANDRADE1, Olívia Alvina Oliveira TONETTI1, Jéssica Putini Luizi CAMPOS1, Natália Cristina Nogueira SILVA1. Sementes de copaíba apresentam dormência relacionada à impermeabilidade do tegumento e presença de compostos inibidores da germinação tais como a cumarina. Esse trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito do lixiviado obtido de sementes de três procedências de copaíba (Copaifera langsdorffii (Desf.)) sobre a germinação de sementes de alface (Lactuca sativa L.). Foram coletadas sementes na região de Montes Claros, Minas Gerais e em dois ambientes em Lavras, Minas Gerais (cerrado e mata ciliar). Para a obtenção do lixiviado foram colocadas 50 gramas de sementes em igual peso de água durante 24 horas. Durante este período houve a liberação de compostos do tegumento da semente para a água, sendo as sementes descartadas. A solução obtida foi utilizada para umedecer o substrato utilizado para a germinação das sementes de alface. Foram utilizadas 4 repetições de 50 sementes que foram postas para germinar em placas de petri sobre duas folhas de papel, que foram mantidas em germinador a 20ºC sob luz constante, sendo feitas contagens diárias, avaliando o percentual final de germinação e índice de velocidade de germinação. Como controle, foram utilizadas sementes colocadas em substrato umedecido com água. Os dados foram analisados por meio de análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade quando verificada diferença entre os efeitos dos tratamentos. Quanto ao percentual final de germinação, não foram verificadas diferenças significativas entre os efeitos dos tratamentos (p=0,99; cv=5,66%), sendo as médias 87%, 96%, 95% e 96% respectivamente para as procedências Montes Claros, cerrado, mata ciliar e tratamento controle. Contudo, a velocidade de germinação foi diferente entre os tratamentos (p=0,0001; cv=20,13%), havendo maior velocidade de germinação em sementes do tratamento controle (23,75) e menor em sementes submetidas ao lixiviado de sementes da procedência Montes Claros (9,66). O lixiviado (independente da procedência) reduziu a velocidade de germinação das sementes, apesar de a germinação final ser estatisticamente igual para todos os tratamentos. Com base nestes resultados é possível concluir que, dependendo da procedência, sementes de copaíba podem apresentar maior ou menor quantidade de compostos que retardam a germinação de sementes de alface. Palavras-chave: Copaifera langsdorffii, Lactuca sativa, Dormência, Inibidores. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Laboratório de Sementes Florestais, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 246 EFEITO DO TEMPO DE DESIDRATAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE EMBRIÕES SOMÁTICOS DE MURICI-PEQUENO (Malpighiaceae) Mariana Aline Silva ARTUR1*, Renato PAIVA1, Michele Valquíria dos REIS1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1, Luciano Coutinho SILVA1, Rodrigo Therezan de FREITAS1 A embriogênese somática é um processo natural que vem sendo explorado in vitro para a propagação de espécies ameaçadas, pois permite superar algumas dificuldades com a propagação clonal. Tratamentos físicos, como a desidratação em câmara de fluxo laminar, podem influenciar a conversão de embriões somáticos em plantas, uma vez que a qualidade, sobrevivência e crescimento de plântulas regeneradas dependem das condições onde os embriões maduros foram formados e germinados. Neste contexto, este trabalho objetivou avaliar o efeito dos diferentes tempos de desidratação na germinação e desenvolvimento de embriões somáticos de murici-pequeno. Calos embriogênicos foram induzidos em meio MS + 30 g L-1 de sacarose + 1 g L-1 de carvão ativado + 7 g L-1 de ágar, com 0,54 µM de ácido naftalenoacético (ANA) e 4,76 µM de cinetina, após 30 dias foram transferidos para meio MS + 30 g L-1 de sacarose + 1 g L-1 de carvão ativado. Embriões no estádio cotiledonar foram submetidos a diferentes tempos de desidratação em câmara de fluxo laminar (0, 30, 60 e 90 minutos), posteriormente foram inoculados em meio WPM suplementado com 30 g L-1 de sacarose + 1 g L-1 de carvão ativado + 2,5 g L-1 de Phytagel®. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com 20 repetições por tratamento, a análise estatística feita por teste de variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (P ≤ 0,05). Após 40 dias do cultivo in vitro as porcentagens de formação de parte aérea, parte radicular, embriões secundários e calos foram avaliados. Os tratamentos aplicados não foram fonte de variação na formação de raízes, no entanto, para as variáveis formação de parte aérea, de calos e de embriões secundários, o tempo de desidratação afetou de maneira significativa. Com relação à formação de parte aérea os tempos de 0 e 30 minutos foram mais eficientes, apresentando uma média de 37,5%, não diferindo estatisticamente entre si. Estes tempos também favoreceram a proliferação de calos, não diferindo entre si e apresentando média de 67,5%. A ausência de desidratação favoreceu a proliferação de embriões secundários, apresentando média de 55%. A proliferação de calos e embriões secundários pode afetar o desenvolvimento de plântulas, uma vez que são processos de difícil controle, desta forma é necessário o desenvolvimento de protocolos que visem a maior proliferação de parte aérea e raízes para um melhor desenvolvimento de embriões somáticos e formação de plântulas a partir deles. Palavras-chave: Byrsonima intermedia A. Juss, Embriogênese somática, Germinação, Dessecação. Créditos de financiamento: CNPq, FAPEMIG e CAPES. 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 247 EFEITO DOS FITORREGULADORES E TEMPERATURAS NA MORFOLOGIA ESTOMÁTICA DE BASTÃO-DO-IMPERADOR CULTIVADA IN VITRO João Paulo Rodrigues MARTINS1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES2, Ana Catarina Lima de OLIVEIRA2, Filipe Almendagna RODRIGUES2, Moacir PASQUAL2 Estudos sobre as modificações estruturais anatômicas decorrentes dos processos de cultivo in vitro permitem compreender seus efeitos, elaborar protocolos mais eficientes e otimizar as técnicas de micropropagação. Assim, o objetivo foi avaliar o efeito da aplicação de fitorreguladores e da temperatura na morfologia estomática de Etlingera elatior (Jack) R.M. Smith (Zingiberaceae) (bastão-do-imperador) durante o cultivo in vitro. Segmentos nodais de bastão-do-imperador, extraídos de plantas previamente estabelecidas in vitro, foram usados como explantes. Estes foram inoculados em meio de cultivo de Murashige e Skoog suplementado com 30 gL-1 de sacarose, solidificado com 6 gL-1 de ágar e com ausência e presença de fitorreguladores (1,5 mgL-1 de BAP e 1,0 mgL-1 de ANA). O pH foi ajustado em 5,8 antes da autoclavagem a 120°C, durante 20 minutos. Após a inoculação em câmara de fluxo laminar, o material foi mantido em sala de crescimento sob duas temperaturas (25oC e 30oC). Após 45 dias os explantes foram fixados em etanol 70%. Secções paradérmicas na face adaxial e abaxial foram realizadas segundo procedimentos usuais em microtécnica vegetal. Foram realizadas fotomicrografias e essas analisadas no software UTHSCSA-Imagetool. O experimento foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2. Os dados obtidos foram submetidos à ANAVA e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Observou-se na face adaxial, que os valores do diâmetro polar e equatorial foram diferentes em função dos tratamentos e apresentaram interação entre os fatores. Estes foram maiores em presença dos fitorreguladores, sendo as maiores médias verificadas quando o cultivo foi sob 30oC (36,1 µM) e 25oC (47,5 µM), respectivamente. Na face abaxial, o diâmetro polar foi influenciado pelos fatores, mas independentemente. Esse foi maior na presença dos fitorreguladores e sob 30oC. O diâmetro equatorial teve interação significativa dos fatores, sendo maior quando se aplicou fitorreguladores e os explantes foram cultivados sob 30oC (35,5 µM). O diâmetro polar abaxial foi maior quando cultivado a 30oC e na presença de fitorreguladores. Dentre os tratamentos empregados, o uso de fitorreguladores combinado com o cultivo a 30oC foi mais promissor, por induzir maior funcionalidade estomática (relação diâmetro polar/diâmetro equatorial dos estômatos) na face adaxial e possivelmente menor desidratação das plantas nas primeiras fases da aclimatização. Palavras-chave: Etlingera elatior, Cultura de tecidos, Anatomia vegetal. Créditos de financiamento: CAPES 1 :Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 248 EFEITOS DA SIMULAÇÃO DE CHUVA ÁCIDA SOBRE Cupania vernalis Cambess. (Sapindaceae) Giuslan Carvalho PEREIRA1, 2 *, Zélia Terezinha Teixeira ROSSI 1, Graziele WOLFF 2, João Paulo R. A. D. BARBOSA 1 , Evaristo Mauro de CASTRO 1 Em estudos de biomonitoramento da qualidade do ar, as plantas que apresentam danos visíveis ou alterações anatômicas são consideradas indicadoras de reação; já as que reagem discretamente aos efeitos da poluição, sem sintomas visuais, mas apresentam danos ultraestruturais e ou fisiológicos são consideradas biosensores. O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da simulação de chuva ácida sobre as folhas de Cupania vernalis, avaliando alterações morfológicas, ultramicroscópicas e no rendimento quântico potencial do fotossistema II (Fv/Fm) desta espécie. Plantas de C. vernalis foram submetidas a chuvas simuladas com pH 6,0 (controle), e pH 3,0 (tratamento) por 15 minutos durante 10 dias consecutivos. Foram realizadas observações diárias para detectar o surgimento de dados morfológicos. O Fv/Fm foi obtido utilizando o fluorômetro portátil modulado MINI-PAM, após 30 minutos de aclimatação das folhas ao escuro nos dias 1, 3, 5, 7, 9 (antes da simulação da chuva) e no dia 11 (24 horas após a simulação da última chuva). Após o término do experimento foram coletadas folhas para microscopia eletrônica de varredura. O registro fotográfico foi realizado antes do início e ao final do experimento. As plantas não apresentaram sintomas de injúria foliar visíveis. A análise de regressão entre os dias do experimento e o Fv/Fv demonstrou que para o controle, o rendimento quântico potencial do FSII não diferiu entre os dias (p = 0,5400); já no tratamento, ocorreu um decréscimo significativo do Fv/Fm (p = 0,0014), demonstrando que a chuva ácida afeta o rendimento quântico potencial do FS II nesta espécie. Para determinar a partir de qual dia de simulação de chuva o Fv/Fm diferiu entre o controle e o tratamento foi realizado uma ANAVA, que demonstrou que a partir do sexto dia de simulação eles apresentaram diferença significativa. Em nível ultraestruturais foi observado erosão de ceras epicuticulares e a colonização das superfícies foliares por fungos. Esses resultados demonstram que C. vernalis apresenta potencial para ser utilizada como um biosensor da presença de chuva ácida. Palavras-chave: Poluição atmosférica, Biomonitoramento, Fv/Fm. Créditos de Financiamento: FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Ecologia Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Instituto Federal Minas Gerais, campus São João Evangelista, Av. 1º de Junho, 1043, CEP: 39705-000, São João Evangelista-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 249 EFEITOS DA TEMPERATURA CROMOSSOMOS MITÓTICOS DA COLCHICINA NA OBTENÇÃO DE Aline Silva FREITAS1*, Roselaine Cristina PEREIRA1, Laiane Corsini ROCHA1, Vânia Helena TECHIO1 Nas análises citogenéticas o desejável é produzir lâminas com boa resolução, permitindo observar inequivocadamente aspectos relacionados à funcionalidade e a estrutura da cromatina. Essas observações geralmente têm como alvo metáfases com bom espalhamento, em número suficiente e com a morfologia dos cromossomos bem definida. Para obtenção de metáfases com essas características, uma etapa essencial é a escolha do pré-tratamento com agentes físicos ou químicos, os quais impedem a organização/polimerização dos microtúbulos ou promovem a ruptura dos mesmos. A colchicina é a substância tradicionalmente usada com esse objetivo, empregando tempo de exposição e concentrações diferentes para várias espécies. Assim, o objetivo desse trabalho foi verificar os efeitos da temperatura da colchicina na obtenção de cromossomos mitóticos de cebola (Allium cepa). Para isso, raízes de cebola foram coletadas e submetidas a diferentes tratamentos: colchicina 0,1% e 0.5% por 3h, a 20ºC (controle) e colchicina 0,1% e 0,5% por 3h, a 28°C. As raízes foram fixadas com Carnoy (álcool etílico:ácido acético, 3:1) e as lâminas foram preparadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa. Nos tratamentos a 28ºC, observaram-se efeitos sobre a coloração, a resolução dos cromossomos e alterações na viscosidade do citoplasma, refletidas pela menor diferenciação do contraste núcleo-citoplasma, quando comparados aos tratamentos controle. Essas características comprometeram a qualidade da preparação e a definição da morfologia dos cromossomos. Palavras-chave: Allium cepa, Preparações cromossômicas, Colchicina. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 250 EFEITOS DO ACÚMULO DE FERRO NA COMPOSIÇÃO MINERAL DE DUAS ESPÉCIES DE GRAMÍNEAS Talita Oliveira de ARAÚJO1*, Larisse de Freitas SILVA1, Brenda Vila Nova SANTANA1, Guilherme Carvalho ANDRADE1, Kacilda Naomi KUKI1, Eduardo Gusmão PEREIRA2, Aristéa Alves AZEVEDO1, Luzimar Campos da SILVA1 A utilização de espécies vegetais na recuperação de áreas contaminadas por ferro exige conhecimento prévio sobre o comportamento dessas espécies em respostas a níveis elevados desse elemento. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência do ferro em excesso sobre a capacidade de acúmulo desse metal pesado sobre a composição mineral de Setaria parviflora (Poir.) Kerguélen e Paspalum urvillei Steudel. Mudas das espécies foram cultivadas em solução nutritiva de Hoagland a meia força iônica e submetidas, gradativamente, às diferentes concentrações de Fe3+, na forma Fe-EDTA (0,009;1; 2; 4; 7 mM). As plantas permaneceram expostas ao tratamento por 17 dias. Foram determinados os nutrientes na matéria seca da parte aérea e radicular, a composição química da placa de ferro presente na superfície radicular, foi calculado o fator de translocação (FT) e fator de bioconcentração (FBC) do ferro. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, comparadas pelo teste de Tukey, a 5%. Nas duas espécies, ocorreram aumento na concentração dos nutrientes Fe, Zn, P, Ca e diminuição de Mn, K, Mg na placa de ferro com o aumento das doses Fe-EDTA. As espécies acumularam maior teor de ferro nas raízes, demonstrado pelo FT inferior a 1. S. parviflora apresentou maiores valores de FBC na parte aérea em relação a P. urvillei, que apresentou maiores valores de FBC nas raízes comparativamente com S. parviflora. Na parte aérea e nas raízes, os maiores valores de FBC foram encontrados no tratamento com 1 mM de Fe-EDTA. S. parviflora acumulou nas raízes 266,25 mg/Kg de Fe-EDTA a mais do que P. urvillei. Na parte aérea, S. parviflora apresentou maiores teores de ferro em quase todos os tratamentos, exceto em 7 mM de Fe-EDTA. O excesso de ferro alterou significativamente o teor de Fe, Cu, K e Mg nas raízes e Fe, Mn, Zn, N, P, K, Ca e Mg na parte aérea. Além de tolerar altas concentrações de ferro no substrato, S. parviflora e P. urvillei acumularam elevados teores desse elemento na parte aérea e, principalmente, nas raízes. Apesar disso e da desordem nutricional de alguns nutrientes, o excesso de ferro não reduziu o crescimento das espécies estudadas. P. urvillei e S. parviflora são, portanto, espécies indicadas para utilização em áreas impactadas pelo excesso de ferro como fitoextratoras, principalmente P. urvillei que acumulou mais ferro na parte aérea do que S. parviflora. Palavras chave: Setaria parviflora, Paspalum urvillei, Poluição, Áreas contaminadas por ferro. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica, Campus Universitário, CEP: 36570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Viçosa, Campos Florestal, CAF, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, CEP: 35690-000, Florestal-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 251 EFEITOS DO EXCESSO DE CÁLCIO NA ANATOMIA FOLIAR DE ERVA-MATE Cristiano Rodrigues REIS1*, Eliziane Luiza BENEDETTI2, Larisse de Freitas SILVA1, Brenda Vila Nova SANTANA1, Nairam Félix BARROS3 e Luzimar Campos da SILVA1 A erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.: Aquifoliaceae), no Brasil, ocorre naturalmente em solos ácidos os quais se caracterizam por elevados teores de alumínio (Al) e baixos teores de cálcio (Ca). As espécies que crescem nesse tipo de solo podem tolerar altos níveis de Al. Ca e Al competem pelos mesmos tansportadores de membrana e o excesso de Al pode levar a uma deficiência de Ca. No solo, deve haver um teor mínimo de Ca que atenda a demanda nutricional da espécie de forma que ela continue tolerante ao Al. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito de diferentes concentrações de Ca na estrutura foliar de erva-mate. Mudas foram cultivadas em hidroponia com solução nutritiva de Wendling a meia força, durante 50 dias. As soluções foram trocadas a cada dez dias e o pH ajustado a cada dois dias para 4,5. Foram adicionados aos tratamentos 0 mg/L de Ca (controle) e 1.200 mg/L de Ca. Foram determinados os teores de Ca e Al nas folhas e coletadas amostras de folhas jovens para caracterização estrutural em microscopia de luz. No tratamento com 1.200 mg/L de Ca foram coletados fragmentos com sintomas visuais. As amostras foram fixadas em FAA 70%, incluídas em histosec® e processadas conforme as técnicas do laboratório de Anatomia Vegetal da UFV. As imagens foram capturadas em fotomicroscópio com câmera digital acoplada. Na folha do tratamento controle o teor de Ca foi 3,7 g/kg e de Al foi 121,8 mg/kg. No tratamento com 1.200 mg/L de Ca, os teores de Ca e Al foram 12,4 g/kg e 100,3 mg/kg, respectivamente. As alterações anatômicas iniciaram na face adaxial da folha e avançaram para o parênquima paliçádico e lacunoso. Houve alteração no relevo das células epidérmicas da face superior da folha que culminou na alteração no relevo foliar. Foram observadas hipertrofia e hiperplasia de algumas células. Em algumas regiões do mesofilo ocorreu desdiferenciação das células parenquimáticas com posterior deposição de parede celular formando um tecido de cicatrização. Houve acúmulo de compostos fenólicos nas células hipertrofiadas e colapso de células da epiderme e do parênquima paliçádico. Ocorreram necroses com colapso total das células da epiderme e do mesofilo, reduzindo a espessura da lâmina foliar. A espécie estudada apresentou alterações anatômicas foliares na maior concentração de Ca. Outras concentrações de Ca deverão ser estudadas para estipular níveis adequados desse nutriente em solos ácidos, que não causem danos anatômicos e prejuízo para a produtividade do vegetal. Palavras-chave: Ilex paraguariensis, Necroses, Tolerância ao alumínio Créditos de Financiamento: Projeto Floresta Escola, SECTES, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Laboratório de Anatomia Vegetal, Viçosa-MG, Brasil. 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Canoinhas-SC, Brasil. 3 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Solos, Programa de Pós-Graduação em Solos e Nutrição de Plantas, Viçosa-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 252 EFICIÊNCIA DE FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES NO DESENVOLVIMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA REGIÃO SEMIÁRIDA DA PARAÍBA Francisco Tibério de Alencar MOREIRA², Girlânio Holanda da SILVA², Lyanne dos Santos ALENCAR², Diércules Rodrigues SANTOS², Gregório Mateus SANTANA¹ Uma das alternativas para diminuir a inserção de insumos no reflorestamento de um solo degradado é propiciar melhor absorção de nutrientes naturais pelas plantas. Os microrganismos do solo promotores de crescimento de plantas podem ser uma das alternativas ao uso de fertilizantes químicos que, muitas vezes, onera ou inviabiliza a produção das mudas. Porém fungos micorrízicos (FMA) associados a espécies arbóreas são capazes de absorver nutrientes do solo transferindo para as raízes do hospedeiro. Dessa forma, os FMAs ajudam o sistema radicular das plantas aumentando a absorção de P e outros nutrientes. O presente trabalho objetivou analisar parâmetros morfométricos através de inóculos micorrízicos em duas espécies da caatinga: Mofumbo (Combretum leprosum Mart.). e Aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva All.). No experimento utilizou-se inoculante micorrízico de Glomus etunicatum e Gigaspora margarita, com propágulos de fungos nativos obtidos de vasos de cultivo com Sorgo bicolor L. em substrato esterilizado. Aos vasos foram acrescidos de 10 ml de uma suspensão contendo cerca de 50 esporos de cada espécie de FMA, puro, utilizando solo inóculo. A densidade dos esporos dos fungos nativos foi equiparada a do inóculo puro. Através das respostas à micorrização e aplicação de fósforo para produção de matéria seca da parte aérea, de plantas micorrizadas e não micorrizadas, as espécies foram categorizadas como: altamente responsivas (> 1000% do controle); muito responsivas (1000500%); responsivas (500-100%); pouco responsivas (< 100%) e não responsivas (sem efeito significativo). Através das análises as espécies Mofumbo e Aroeira mostraram-se pouco responsíveis a inoculação dos Fungos micorrízicos, ou seja, apresentaram baixa eficiência quando inoculado para o parâmetro crescimento em altura. Contudo algumas espécies podem tornar-se dependentes de micorrizas em uma fase posterior. Isto pode ocorrer, por exemplo, àquelas que contenham na semente grande quantidade de reserva e nutrientes suficientes para manter a planta independente de FMAs na fase inicial. De forma geral as espécies mostraramse pouco responsivas a micorrização para o parâmetro diamétrico. Já à resposta ao P foi realçada pela presença de FMA nas mudas indicando aumento da na divisão celular lateral destas espécies provocado pela inoculação do fungo micorrízico. Palavras-chave: Solos, Responsividade Fúngica, Fisiologia, Mudas. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras MG, Brasil. 2 Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal do CSTR - Universidade Federal de Campina Grande, Cx. P. 64, Cep: 58.700-970, Patos PB, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 253 EFICIÊNCIA DE USO DA RADIAÇÃO DE GRAMÍNEAS TROPICAIS Aline Mystica Silva de OLIVEIRA1*, Vinícius Sacramento PACHECO2, Carlos Augusto de Miranda GOMIDE3 Cerca de 45% da radiação proveniente do sol está dentro da faixa espectral de 380-710 nm, radiação fotossinteticamente ativa, a qual é utilizada para a fotossíntese. Na ausência de fatores limitantes, a fotossíntese e, por conseguinte, a produção de biomassa acompanha linearmente a disponibilidade de radiação. A eficiência de uso da radiação define a quantidade de biomassa produzida para cada unidade de radiação fotossinteticamente ativa interceptada. O estudo foi realizado no campo experimental da Embrapa Gado de Leite, em Coronel Pacheco, Minas Gerais, em parcelas de 5 X 4 m, no período de novembro de 2010 a novembro de 2011. Foram avaliadas as gramíneas Panicum maximum cultivares Mombaça e Tanzânia e Brachiaria brizantha, cv. Marandu. O estudo foi conduzido no delineamento em blocos completos ao acaso com quatro repetições, em um total de 24 parcelas. Foi realizado um corte de uniformização nas parcelas no dia 26/11/10 para início das avaliações. A altura do corte de uniformização foi de 20 cm para o capim-Marandu e de 30 cm para os Panicuns. Os cortes subsequentes foram realizados sempre que se acumulava 1000°C com base na temperatura média diária. Os dados climáticos foram obtidos em estação meteorológica próxima ao experimento. Foram avaliadas quatro épocas: Primavera/verão (29/11/2010 a 11/01/2010) com temperatura média de 24,0°C e precipitação de 284,8mm; Verão (25/01/2011 a 29/02/2011) com temperatura média de 25,14°C e precipitação 40,4mm; Outono/inverno (18/05/2011 a 06/07/2011) com temperatura média de 16,67°C e precipitação 13,2mm e Primavera (13/09/2011 a 25/10/11) com temperatura média de 20,72°C e precipitação 28,4mm. As parcelas foram adubadas com 80 kg N ha-1, após o corte de uniformização e após cada corte, usando a formulação 20-05-20 (N-P-K). Para estimativa da eficiência de uso da radiação, dividiu-se a biomassa produzida pela soma da radiação global registrada em cada período, transformada em MJ. m-2. A eficiência de uso da radiação variou entre as gramíneas apresentando valores médios de 0,55 gMS/MJ para os Panicuns e de 0, 30 gMS/MJ para a Brachiaria brizantha. A literatura realmente relata maiores produções de forragem para gramíneas do gênero Panicum relativamente à Brachiaria. Mais marcante foi o efeito de época do ano em que as eficiências variaram de 0, 91 gMS/MJ na primavera-verão até 0,056 gMS/MJ no inverno. Tal resposta se explica pelas condições climáticas desfavoráveis no inverno, principalmente precipitação e temperatura. Palavras-chave: Brachiaria brizantha, Biomassa, Condições climáticas, Panicum maximum. 1 Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Licenciada em Ciências Biológicas, Campus Arnaldo Janssen: Av. Luz Interior, 345 - Bairro Estrela Sul, CEP: 36030-776, Juiz de ForaMG, Brasil. 2 Graduando em Ciências Biológicas do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. 3 Pesquisador da Embrapa Gado de Leite. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Rua Eugênio do Nascimento, 610 – Dom Bosco, CEP: 36038-330- Juiz de Fora- MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 254 EFICIÊNCIA DO USO DE CAFEÍNA COMO ANTIMITÓTICO EM Allium cepa L. (Alliaceae) Laiane Corsini ROCHA1*, Raphaela Aparecida Duarte SILVEIRA1, Lisete Chamma DAVIDE1, Vânia Helena TECHIO1 A colchicina é a substância tradicionalmente usada como bloqueador de ciclo celular. Esta substância atua nos microtúbulos e impede a formação das fibras do fuso, permitindo a obtenção de metáfases com cromossomos espalhados. Embora seja empregada com eficiência nas preparações cromossômicas a colchicina é altamente tóxica e outras substâncias têm sido empregadas como alternativa, tal como a cafeína. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da cafeína como antimitótico para obtenção de metáfases no modelo biológico Allium cepa (cebola). Para avaliar a atuação da cafeína como antimitótico, raízes de cebola (cultivar Baia periforme) foram tratadas nas concentrações de 0,05% e 0,1% por três horas em temperatura ambiente, tendo como controle colchicina 0,05%. Posteriormente ao tratamento, as raízes foram fixadas em Carnoy (3:1). As lâminas foram confeccionadas pela técnica de esmagamento e coradas com Giemsa 10%. O efeito antimitótico foi evidenciado nas duas concentrações de cafeína testadas. Contudo, a cafeína, em ambos os tratamentos, não apresentou eficiência semelhante à colchicina, pois foi observada menor frequência de cmetáfases quando comparada ao tratamento controle. Palavras-chave: C-metáfase, Bloqueador, Cebola. Créditos de financiamento: CNPq, CAPES e FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 255 ELIMINAÇÃO CROMOSSÔMICA EM HÍBRIDO HEXAPLOIDE DE Pennisetum spp. Rich (POACEAE): IDENTIFICAÇÃO DOS GENOMAS ENVOLVIDOS Amanda Teixeira MESQUITA1*, Gabriela Barreto dos REIS1, Rodrigo Miranda BARBOSA2, Larissa Fonseca ANDRADE-VIEIRA2, Lisete Chamma DAVIDE1 Pennisetum Rich é um dos mais importantes gêneros da família Poaceae, sendo o capimelefante (Pennisetum purpureum Schumach), 2n = 4x = 28 cromossomos e genomas A’A’BB e o milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. Br.), 2n = 2x = 14 cromossomos e genoma AA, espécies forrageiras de grande importância econômica. A proximidade genética destas favorece a produção de híbridos triplóides (2n = 3x = 21 cromossomos e genomas AA’B) de grande interesse para forragem. No entanto, tal combinação híbrida é estéril. A restauração da fertilidade é feita por meio de indução de duplicação cromossômica. Os híbridos hexaplóides resultantes apresentam 2n = 6x = 42 cromossomos e genomas AAA’A’BB e constituem genótipos promissores para o programa de melhoramento do capim-elefante. Como resultado dos protocolos de duplicação cromossômica, plantas mixoploides (2n = 14 a 42) também são obtidas como consequência da eliminação cromossômica. O objetivo deste trabalho foi identificar quais genomas estão envolvidos nas eliminações cromossômicas do híbrido hexaploide por meio da hibridização in situ genômica (GISH), usando DNA genômico de milheto como sonda. As avaliações foram realizadas em células meristemáticas de raízes apresentando irregularidades como pontes em anáfases, cromossomos não orientados na metáfase ou perdidos na metáfase/anáfase e micronúcleos. Verificou-se que tanto cromossomos de capim-elefante quanto de milheto estão sendo perdidos, confirmando estudo anterior realizado em c-metáfases que relatam que a eliminação cromossômica nesses híbridos é aleatória. Palavras-chave: Mixoploidia, Ciclo celular, Hibridização in situ. Crédito de financiamento: FAPEMIG e CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP 37200000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Produção Vegetal, Alto Universitário, s/nº - Caixa Postal 16, CEP 29500-000, Alegre-ES, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 256 EMERGÊNCIA DE BARU Dipteryx alata Vog. (Fabaceae) SUBMETIDO A DIFERENTES QUEBRAS DE DORMÊNCIA Patriky Rangell Leal SANTANA1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Rita de Cássia Mariano de PAULA1, Mariana Victor da COSTA1, Arthur Ribeiro XIMENES1 O baru é uma leguminosa arbórea que ocorre em formações de cerrado e cerradão, geralmente em áreas mais férteis. Sua amêndoa é apreciada na alimentação humana, possuindo características químicas semelhantes ao amendoim. A madeira tem alta durabilidade e é utilizada para produção de mourões. As árvores são mantidas nas pastagens porque serve para alimentação do gado na época da seca. Possui uma taxa de germinação geralmente baixa. O objetivo do trabalho foi de avaliar diferentes métodos de quebra de dormência na emergência de plântulas de baru. O experimento foi instalado em viveiro na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, MS, utilizando sacos plásticos com uma semente em substrato de esterco bovino e solo, na proporção de 1:1. O delineamento consistiu em blocos casualizados com quatro repetições e cinco tratamentos. Os tratamentos foram compostos por: T1 = controle, T2 = fruto escarificado, T3 = ácido sulfúrico 50% por 6 horas, T4 = ácido sulfúrico 50% por 9 horas, T5 = ácido sulfúrico 50% por 12 horas. Foram avaliadas a percentagem de emergência, o tempo médio decorrido para iniciar a emergência e a duração da emergência após iniciada. A germinação média geral do baru foi de 36%, enquanto o tempo de início e a duração da emergência foram de 45,2 e 6,1 dias, respectivamente. Houve diferença estatística entre os tratamentos somente para emergência. O melhor tratamento para emergência foi o de fruto escarificado, com 59,5% de plântulas emergidas, mas não diferindo estatisticamente do tratamento com ácido sulfúrico 50% por 9 horas, cuja emergência foi de 41,5%. Os piores resultados para emergência foram encontrados para aplicação de ácido sulfúrico 50% por 6 e 12 horas. O tempo para iniciar a emergência também foi menor no tratamento com frutos escarificado, com 38 dias, no entanto, não diferiu estatisticamente dos demais tratamentos. Para o tempo de duração de emergência, a variação foi muito grande, tendo a aplicação de ácido sulfúrico 50% por 9 horas e por 6 horas, o maior tempo de emergência, com 17 dias e o menor tempo, com 1,5 dias, respectivamente. No tratamento com frutos escarificados, a emergência finalizou com 4 dias, propiciando uniformização das mudas. Considerando a percentagem de emergência e o tempo para iniciar a emergência, o tratamento com frutos escarificados pode ser indicado como opção para o produtor de mudas, não apresentando o custo do ácido no tratamento, demandando apenas a mão-de-obra para escarificação. Palavras-chave: Germinação, Cerrado, Produção mudas. Créditos de financiamento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 257 EMERGÊNCIA DE CAGAITA Eugenia dysenterica DC. (Myrtaceae) DIFERENTES TRATAMENTOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA EM Maria Aparecida dos SANTOS1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Tatiane FORLIN1, Ana Paula Mezoni CORREA1, Elaine Cristina TEIXEIRA1 A cagaita é uma espécie frutífera nativa do cerrado com ampla utilização no consumo humano, tanto “in natura” como na fabricação de sucos, sorvetes, geléias, entre outros. Pode ser cultivada com interesses econômicos ou ainda, produzida para compor projetos de recuperação de áreas degradadas. De toda forma, seu manejo pode reduzir a sua exploração indiscriminada. O objetivo do trabalho foi de avaliar diferentes métodos de quebra de dormência na emergência de plântulas de cagaita. O experimento foi instalado em viveiro na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, MS, utilizando sacos plásticos com uma semente depositada em substrato de composto de algodão e solo, na proporção de 1:1. O delineamento consistiu em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos por: T1 = controle, T2 = sementes imersas em água por 24 horas, T3 = sementes escarificadas, T4 = sementes sem tegumento, T5 = aplicação de ácido sulfúrico 98% por 5 minutos; T6 = idem anterior por 10 minutos, T7 = idem anterior por 15 minutos. Foram avaliadas a percentagem de emergência, o tempo médio decorrido para iniciar a emergência e a duração da emergência após seu início. A emergência média geral da cagaiteira foi de 60,7%, enquanto o tempo de início e a duração da emergência foram de 48,2 e 30,1 dias, respectivamente. Houve diferença estatística entre os tratamentos para tempo médio de início e duração da emergência. O melhor tratamento para emergência foi o de semente escarificada, com 75,0% de plântulas emergidas, enquanto o pior resultado foi obtido com sementes tratadas com ácido sulfúrico por 15 minutos, entretanto, não foi obtida diferença estatística entre os tratamentos. O menor tempo para iniciar a emergência foi obtida para os tratamentos com sementes sem tegumento e escarificadas, com 32,5 e 37,2 dias, respectivamente, diferindo estatisticamente dos tratamentos controle e imersão em água por 24 horas, cujo tempo para início da emergência foram de 60,5 e 67,7 dias, respectivamente. Para o tempo de duração da emergência, os melhores resultados foram obtidos com os tratamentos imersão em água por 24 horas e aplicação de ácido sulfúrico por 15 minutos, com o tempo de 16,7 e 17,9 dias, respectivamente. Assim, o tratamento controle, com 62,5% de emergência constitui uma boa opção ao produtor de mudas, uma vez que reduz o tempo de manejo e o uso de mão-deobra na semeadura, entretanto, com um tempo mais prolongado para o início da emergência. Palavras-chave: Germinação, Cerrado, Frutífera do cerrado. Créditos de financiamento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 258 EMERGÊNCIA DE MAMA-CADELA Brosimum gaudichaudii Tréc. (Moraceae) EM DIFERENTES TRATAMENTOS DE QUEBRA DE DORMÊNCIA Ana Paula Mezoni CORREA1*, Sebastião Ferreira de LIMA1, Ana Paula Leite de LIMA1, Leticia Camila Correa VALDEZ1, Aletéia Cristina PAULESKI1, Tatiane FORLIN1 A mama-cadela é uma espécie típica do cerrado, popularmente conhecida como algodãozinho e mamica-de-cadela, possui frutos adocicados e apreciados no consumo “in natura” ou na fabricação de sorvetes. Na medicina popular, suas raízes são empregadas no tratamento do vitiligo. A espécie também tem grande potencial na utilização em projetos de recuperação de áreas degradadas. O objetivo do trabalho foi de avaliar diferentes métodos de quebra de dormência na emergência de plântulas de mama-cadela. O experimento foi instalado em viveiro na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, MS, utilizando sacos plásticos com uma semente em substrato de composto de algodão e solo, na proporção de 1:1. O delineamento consistiu em blocos casualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos por: T1 = controle, T2 = sementes imersas em água por 24 horas, T3 = sementes escarificadas, T4 = sementes sem tegumento, T5 = aplicação de ácido sulfúrico 98% por 5 minutos; T6 = idem anterior por 10 minutos, T7 = idem anterior por 15 minutos. Foram avaliadas a percentagem de emergência, o tempo médio decorrido para iniciar a emergência e a duração da emergência após iniciada. A germinação média geral da mama-cadela foi de 77,4%, enquanto ao tempo de início e a duração da emergência foram de 29,7 e 22,2 dias, respectivamente. Houve diferença estatística entre os tratamentos para emergência e tempo médio de início da emergência. O melhor tratamento para emergência foi o de semente escarificada, com 95,8% de plântulas emergidas, mas diferindo estatisticamente apenas de imersão em água por 24 horas e ácido sulfúrico por 10 e 15 minutos. Os tratamentos controle e imersão em água por 24 horas apresentaram maior tempo para iniciar a emergência, 36,2 e 37,5 dias, respectivamente, diferindo significativamente dos demais tratamentos, cujo tempo para início da emergência variou de 26 a 28 dias. Para o tempo de duração da emergência, não houve diferença estatística entre os tratamentos, entretanto a variação mínima foi de 18,7 dias e a máxima de 27 dias. Assim, o tratamento com escarificação da semente apresentou a maior percentagem de emergência e o menor tempo para iniciar a emergência, constituindo uma boa opção para a produção de mudas. O uso da semente sem tratamento, também apresentou boa emergência, 83,3%, possibilitando a redução do tempo e mão-de-obra na semeadura desta espécie, entretanto, o tempo para iniciar a emergência é alto, 36,2 dias. Palavras-chave: Germinação, Cerrado, Mamica-de-cadela. Créditos de financiamento: CNPq/UFMS 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, CPCS - Campus Chapadão do Sul, Caixa Postal 112, CEP: 79560-000, Chapadão do Sul- MS, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 259 EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE BACUPARI SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE TEMPERATURA E SUBSTRATO Amanda Ávila CARDOSO1*, Fabricio José PEREIRA2, Hetiene Pereira MARQUES3, Natália Chagas FREITAS3, Breno Régis SANTOS3, Evaristo Mauro de CASTRO2 O objetivo do presente trabalho foi avaliar a emergência de plântulas de Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae) sob diferentes condições de temperatura e substrato. Sementes de G. brasiliensis foram previamente escarificadas com a remoção dos tegumentos e colocadas para germinar em três condições de substrato (vermiculita, areia e substrato composto de mistura de vermiculita e areia na proporção de 1:1) e duas condições de temperatura (25 e 35 °C). Foram avaliados a porcentagem de emergência (PE) e índice de velocidade de emergência (IVE) das plântulas durante um período de 90 dias. Os substratos foram irrigados diariamente mantendo a capacidade de campo e as bandejas mantidas em sala de crescimento sob luz contínua à 45 µmol m-2 s-1. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x2 com cinco repetições de 20 sementes. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANAVA) e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de significância. A emergência das plântulas iniciou-se ao 26° dia. Não foi encontrada interação entre as temperaturas e substratos, porém houve efeito dos dois fatores, de modo isolado. Os substratos vermiculita e mistura de vermiculita e areia promoveram maior porcentagem de emergência (45 e 47% respectivamente), bem como um aumento na velocidade de emergência das plântulas (0,20 e 0,26 respectivamente) em relação à areia. A temperatura de 35 °C promoveu uma porcentagem de emergência mais elevada (43%) em relação à temperatura de 25 °C (28%), além de promover uma velocidade de emergência duas vezes maior (0,24 e 0,12 respectivamente). Portanto, a germinação de sementes de bacupari, é favorecida utilizando-se vermiculita ou mistura de vermiculita e areia além da temperatura de 35 °C. Palavras-chave: Garcinia brasiliensis Mart., Produção vegetal, Germinação de sementes, Botânica aplicada. Créditos de financiamento: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal, CEP: 36.570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, Programa de PósGraduação em Ecologia e Tecnologia Ambiental, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 260 EMERGÊNCIA DE SEMENTES DE CUPUAÇU CULTIVADAS SOB DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS Elias Ariel de MOURA1*, Christinny Giselly Bacelar LIMA2, Edvan Alves CHAGAS3, Marcela Liege da SILVA4, Verônica Andrade dos SANTOS2, Guilherme LOCATELLI1 O cupuaçu é uma das principais frutas nativas da Amazônia sendo apreciada pelas características de sabor e aroma da polpa. A propagação vegetativa do cupuaçuzeiro é uma das opções mais promissoras para a formação de mudas de comprovado valor genético. Existem fatores essenciais para o desenvolvimento dos vegetais, como a luz que é a fonte primária de energia relacionada à fotossíntese, entretanto, sabe-se que algumas espécies têm melhor desenvolvimento em área sombreada. Desta forma, objetivou-se avaliar a influência do sombreamento na emergência de sementes e desenvolvimento de plântulas de cupuaçu, visando aprimorar as técnicas de produção de mudas. As sementes foram retiradas de frutos maduros caídos ao chão e lavadas por um minuto com hipoclorito de sódio a 20% e em seguida semeadas em canteiros de acordo com os seguintes tratamentos: T1 – cobertura com tela de sombreamento (50%); T2 – Estufa com cobertura plástica (100µm); T3 – Sem cobertura. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com 3 tratamentos, 7 repetições e 10 sementes por repetição, totalizando 210 sementes. Aos 20 dias após a emergência, avaliaram-se a porcentagem de emergência e o índice de velocidade de emergência (IVG). Aos 30 dias de cultivo, observou-se que a maior porcentagem de emergência das sementes foi obtida em condição de 50% de sombreamento, com 73% de emergência das sementes. Nas condições de cultivo em canteiro sem cobertura, observou-se emergência de 61%. Sendo que, a menor porcentagem de emergência, foi obtida em condições de estufa, apresentando apenas 27% de emergência. Em relação ao índice de velocidade de emergência, o maior IVG foi observado em condições de sombreamento 50% (5,1 sementes). Em canteiro sem cobertura o IVG foi de 4,2 sementes. O menor IVG apresentado foi em condições de estufa, 1,8 sementes. Constatou-se que os maiores valores para o comprimento da parte aérea foram 16,46 cm para condições de sombreamento 50% e 13,65 cm para o tratamento sem cobertura. A condição de 50% de sombreamento proporcionou melhor desempenho na emergência de sementes e no desenvolvimento inicial de plântulas de cupuaçu. Palavras-chave: Theobroma grandiflorum, Frutíferas nativas, Sombreamento, Propagação. Apoio financeiro da CAPES, CNPq e FEMARH. 1Universidade Federal de Roraima, Departamento de Fruticultura, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. 2 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Bolsista pós doc/PNDP-CAPES, Boa Vista-RR. 3Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Pesquisador, Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. 4Rede Bionorte, Programa de Doutorado em Conservação e Biodiversidade da Amazônia, CEP 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. *autor para correspondência: [email protected]. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 261 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS DE CAMU-CAMU EM MINI-CÂMARA Bruna Morais SANTANA1*, Edvan Alves CHAGAS2, Christinny Giselly BACELARLIMA3, Aline das Graças de SOUZA3, Ricardo Manuel Bardales LOSANO4, Verônica Andrade dos SANTOS3 O camu-camu ou caçari (Myrciaria dubia (H.B.K) Mc.Vaugh) é uma Myrtaceae arbustiva, dispersa naturalmente na margens dos igarapés e rios, desde a região central do Pará até a Amazônia peruana. O potencial econômico do camu-camu reside no fruto, por ter a maior fonte natural conhecida de vitamina C. A propagação do camu-camu é comumente realizada por sementes, mas devido ao seu processo de domesticação, o método de estaquia tem sido o mais utilizado quando se objetiva a obtenção de uniformidade e maior produção de frutos por área, diminuição do porte da planta, redução do período para início de floração e frutificação, entre outras características desejáveis. Este trabalho se propôs a avaliar o potencial de enraizamento de estacas de camu-camu em mini-câmara de nebulização no setor de Fruticultura da Embrapa Roraima-sede, em Boa Vista. Estacas caulinares com folhas nas fases juvenil, semi-lenhosa e lenhosa (com diâmetros de 5 – 8 e 12 mm x 18 de comprimento) foram coletadas de plantas de camu-camu do Rio Cauamé, em Boa vista, no período de maio de 2012. Cada estaca foi inserida à profundidade de 10 cm em mini-câmaras de nebulização nos seguintes substratos (vermiculita®; areia; serragem e areia; serragem, na proporção de 1:1 de v/v) a fim de serem avaliados após 60 dias a porcentagem de estacas enraizadas, brotadas e calejadas, número e comprimento (cm) de raízes. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 4, com 4 repetições e cada repetição constituída por 10 estacas. Fez-se à análise de variância realizada pelo programa computacional SISVAR e teste Turkey, à 5% de probabilidade para comparação de médias. O substrato areia foi o mais favorável para o enraizamento, chegando até 70,00 % de enraizamento para o tipo de estaca semi-lenhosa e 56,67% de enraizamento nas estacas de tipo herbáceas, apresentando diferenças significativas em relação às lenhosas com 43,33% de enraizamento. A areia também foi favorável para a estimulação e formação da brotação foliar. No substrato vermiculita, obteve-se 13,33% de enraizamento em estacas lenhosas, com o maior índice de formação de calos (46,67%), superando estatisticamente as estacas semi-lenhosas (0,00%) e herbáceas (6,67%). Estacas lenhosas no substrato areia, obtiveram a maior média de raízes com 4,08, deferindo estatisticamente dos tipos semi-lenhosas e herbáceas. Aos 60 dias, formaram-se raízes na base das estacas em número e comprimento médio de 1,22 e 1,39 cm em vermiculita. Os resultados para o substrato serragem e areia+serragem mostraram valores não significativos. A vermiculita pode ser uma alternativa de substrato para o enraizamento de estacas de camu-camu. O refinamento dessa técnica de propagação com vermiculita pode ser ensaiado em novos experimentos para melhores resultados. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Estaquia, Propagação, Melhoramento. Crédito de financiamento: CNPq, CAPES, UFRR e EMBRAPA-RR 1 Acadêmica do Curso de Agronomia da UFRR e Bolsista PIBIC/CNPq. Email: [email protected]; [email protected], 3 Pesquisadora da Embrapa Roraima, Programa de Pós-Doutoramento (CAPES/PNPD). Email: [email protected]; [email protected]; [email protected] 4 Mestrando POSAGRO/UFRR. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 262 ENRAIZAMENTO DE ESTACAS FOLIARES DE Psychotria viridis Ruiz & Pavón (Rubiaceae) EM DIFERENTES SUBSTRATOS Márcio Santos ALEIXO1*, Elisa Mitsuko AOYAMA2, Marcos Roberto FURLAN¹ A espécie Psychotria viridis Ruiz & Pavón, popularmente conhecida como chacrona, é matéria prima de um chá alucinógeno, Ayahuasca, difundido em rituais de diversas tribos indígenas e religiões. Seu consumo também traz benefícios, como remissão de desordens psíquicas prévias, além de não apresentar toxicidade aguda ou dependência fisiológica. O aumento na procura pela bebida acarreta extrativismo excessivo da chacrona o que, somado com a escassez de informações sobre a biologia da planta, representa risco para a conservação da espécie. Sendo assim, são necessários estudos relacionados à propagação e à adaptação para seu cultivo. Com base nisso, o objetivo do trabalho foi avaliar o enraizamento de estacas foliares de P. viridis em diferentes substratos. O experimento foi desenvolvido no Centro de Estudos de Plantas Medicinais, Condimentares e Aromáticas da Universidade de Taubaté, por um período de 60 dias. Utilizou-se 100 folhas de chacrona com o pecíolo íntegro, as quais foram esterilizadas, cortadas sobre a nervura primária das folhas e acondicionadas individualmente em sementeira NUTRIPLAN®. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, sendo quatro repetições, com cinco estacas foliares cada, em quatro tratamentos diferentes. Os tratamentos constituíram-se de: vermiculita (T1), areia lavada (T2), fibra de casca de coco verde (T3) e substrato comercial (80% terra vegetal e 20% esterco orgânico) (T4). Os tratamentos T1, T2, T3 e T4 foram mantidos em casa de vegetação com tela sombrite 50%, sendo as reposições de água feitas a cada 48 horas. Semanalmente avaliouse porcentagem de enraizamento, comprimento médio das raízes e número médio de raízes emitidas por folha. Em T1 foi observada a mais rápida gênese radicular, com 10 dias apenas. Ao final do experimento pode-se observar que T2 e T4 obtiveram a maior porcentagem de enraizamento, 95% e 90% respectivamente. Os mesmos obtiveram os maiores tamanhos de raíz, 7,9 cm ± 3,226 e 8,15 ± 6,915 respectivamente, e números médios de raízes emitidas, 10,3 ± 3,294 e 8,85 ± 6,823 respectivamente, por estaca. Verificou-se certa fragilidade das raízes de T2, portanto conclui-se que o substrato comercial é o mais adequado ao enraizamento de P. viridis. Palavras-chave: Chacrona, Propagação vegetativa, Enraizamento, Diferentes substratos. 1 Universidade de Taubaté, Departamento de Biologia, CEP: 12010-000, Taubaté-SP, Brasil Universidade Federal do Espirito Santo, CEUNES, DCAB, CEP:29932-540, São MateusES,Brasil. 2 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 263 ENRAIZAMENTO E MORFO-ANATOMIA DE ESTACAS CAULINARES DE Justicia brandegeana Wassh., & L.B. Sm. (Acanthaceae) Joice Paraguassú RODRIGUES1*, Rayanni Cezar BOROTO1, Elisa Mitsuko AOYAMA2 O presente trabalho visou estudar uma planta ornamental, propiciando resultados que sejam favoráveis a melhorar no processo de produção da mesma. A estaquia foi escolhida como método de propagação desta planta, por ser um dos mais utilizados com plantas ornamentais. Muitas plantas inclusive só podem ser multiplicadas economicamente através deste método. Ou porque produzem sementes pouco férteis, ou porque raramente produzem sementes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes substratos sobre o enraizamento das estacas de Justicia brandegeana. O experimento foi dividido em duas etapas. Na 1ª etapa foram feitas 54 estacas-ponteiro, sendo 18 em cada um dos três substratos. Estas foram plantadas em três bandejas, utilizando-se como substratos a vermiculita, Basplant® e fibra de coco. Na 2ª etapa, foram feitas 30 estacas-ponteiro, sendo 15 na vermiculita e 15 na a fibra de coco. Na 1ª etapa observou-se o comportamento das estacas por 90 dias, e na 2ª etapa por 50 dias. Foi avaliado a mortalidade, porcentagem de estacas enraizadas, aparecimentos de brotações e folhas, também foram realizadas análises anatômicas da região mediana das plantas. O experimento foi conduzido sob condições ambientes. Na 1ª etapa realizada a porcentagem de enraizamento em estacas caulinares foi de 0% para os três substratos utilizados. Na 2ª etapa realizada a porcentagem de enraizamento foi de 50% para a vermiculita e 0% para a fibra de coco. Verifica-se que apenas na vermiculita apresentou um índice significativo de enraizamento ao final da 2ª etapa do experimento. Uma vez que a propagação desta planta foi realizada por estaquia caulinar em substratos permeáveis, de boa fertilidade, sugere-se que a Justicia brandegeana não se multiplica facilmente por estacas. Pode-se destacar com relação à estrutura morfo-anatômica que as secções transversais evidenciaram que o caule possui epiderme unisseriada com estômatos, com ocorrência de cistólitos no parênquima de preenchimento e no colênquima angular. Com a presença de parênquima de armazenamento e de preenchimento. Justicia brandegeana neste experimento mostrou-se uma espécie de difícil enraizamento, porém, pode-se afirmar que a vermiculita foi o substrato de maior potencial, dentre os testados, para o desenvolvimento da planta, tendo em vista que foi o único em que as estacas enraizaram e mantiveram índice de sobrevivência no tempo de estudo. Palavras –chave: Planta ornamental, Estaquia, Propagação vegetativa 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Graduando, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia BR 101 Norte km 60, Litorâneo, CEP: 29932-540, São Mateus-ES, Brasil.; Bolsista Pivic 2011-2012 2 Universidade Federal do Espírito Santo, Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Professora, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Rodovia BR 101 Norte km 60, Litorâneo, CEP: 29932-540, São Mateus-ES, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 264 ENRAIZAMENTO in vitro DE BROTAÇÕES DE JARACATIÁ Luciano Coutinho SILVA1; Renato PAIVA1; Fernanda da Conceição MOREIRA1; Paulo Augusto Almeida SANTOS1; Nádia Alves CAMPOS1; Michele Valquíria dos REIS1 O jaracatiá (Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil.) é uma espécie nativa, pertencente a família Caricaceae, apresenta resistência ao Vírus da Mancha Anelar (PRSV) do mamoeiro, e que pode ser utilizada em programas de melhoramento vegetal de espécies do gênero Papaya. Trabalhos visando à propagação de espécies nativas são escassos, aliado ao fato de que a degradação de composições vegetais originais por ação antrópica vem aumentando a cada ano, um grande número de espécies nativas pode desaparecer se metodologias alternativas de propagação não forem estabelecidas. Neste contexto, a cultura de tecidos vegetais é uma alternativa para propagação dessas espécies. O objetivo deste trabalho foi enraizar brotações de Vasconcellea quercifolia cultivadas in vitro. Brotações de aproximadamente três centímetros de comprimento foram inoculadas em meio MS, suplementado com diferentes concentrações (0,5; 1 ou 2 µM) de ácido indolbutírico (AIB). Um tratamento extra consistindo de MS com 0,2 gL-1 de carvão ativado também foi utilizado. Após cinco dias de tratamento, os explantes foram transferidos para meio MS com presença ou ausência de carvão e com ausência de auxina, totalizando cinco tratamentos. Todos os meios foram suplementados com 3% de sacarose e 0,3% de Phytagel® e o pH foi ajustado para 5,8 antes da esterilização. Cada tratamento consistiu de 10 repetições. Após 30 dias de cultivo em sala de crescimento com 16h de fotoperíodo e temperatura de 25±2°C, foi avaliado o número de raízes por explante. Os dados foram analisados por análise de variância utilizando o software Sisvar e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). A aplicação de carvão ativado não promoveu o enraizamento nas brotações. A utilização de AIB, independente da concentração, foi significativamente diferente dos demais tratamentos e promoveu uma média de 2,5 raízes por explante. Palavras-chave: Vasconcellea quercifolia, Raízes adventícias, Auxina, Espécie nativa, Cultura de tecidos vegetais. Crédito de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 265 ENRAIZAMENTO IN VITRO DE EMBRIÕES DE JARACATIÁ Luciano Coutinho SILVA1*; Renato PAIVA1; Ana Luísa Corrêa SOARES1; Paulo Augusto Almeida SANTOS1; Jorge Marcelo Padovani PORTO1; Cibele Merched GALLO1. O jaracatiá (Vasconcellea quercifolia A. St.-Hil.) é uma espécie nativa, pertencente à família Caricaceae. Espécies desta família apresentam germinação lenta e desuniforme devido à presença compostos fenólicos na sarcotesta. O objetivo deste trabalho foi realizar o resgate de embriões e avaliar o efeito da luminosidade e de reguladores de crescimento no enraizamento de embriões de jaracatiá. Em câmara de fluxo laminar, frutos maduros foram desinfestados em álcool 70% por um minuto seguido de imersão em NaOCl com 1% de cloro ativo por 10 minutos. Em seguida, os as sementes foram extraídas e desinfestadas em álcool 70% por 30 segundos seguido de imersão em NaOCl com 1% de cloro ativo por cinco minutos. Com o auxílio de pinças, bisturi e de um microscópio esteroscópio os embriões foram resgatados e inoculados nos seguintes tratamentos: T0 – MS; T1 – MS + 5 µM GA3 (ácido giberélico); T2 – MS + 5 µM GA3 + 5 µM Kin (cinetina), T3 – MS + 5 µM GA3 + 1µM AIA (ácido indolacético) e T4 – MS + 5 µM GA3 + 5 µM Kin + 1µM AIA. Todos os tratamentos foram suplementados com 3% de sacarose, 0,3 % de Phytagel® e o pH foi ajustado para 5,8 antes da esterilização. Após a inoculação os explantes foram transferidos para sala de crescimento com temperatura de 25±2°C e16h de fotoperíodo ou na ausência de luz. Foram inoculados oito embriões por tratamento. A influência da luminosidade e dos tratamentos no enraizamento foi avaliada 15 dias após o início do experimento. Foi realizada a análise de variância utilizando o software Sisvar e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott (p≤0,05). A utilização de cinetina influenciou negativamente o enraizamento dos embriões. Tratamentos com ausência de cinetina apresentaram média de 1,3 (T0 e T1) e 1,6 (T3) raízes por embrião, tais resultados não diferiram estatisticamente entre si. A exposição à luz influenciou significativamente o enraizamento com média de 1,4 raízes por embrião. Recomenda-se o meio de cultura MS sem reguladores de crescimento e 16h de fotoperíodo para o enraizamento de embriões de Vasconcellea quercifolia. Palavras-chave: Vasconcellea quercifolia, Embriões zigóticos, Espécie nativa, Cultura de tecidos vegetais. Apoio: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 266 ENSINO DE BOTÂNICA: CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO EM ESCOLA DE TABULEIRO-MINAS GERAIS. Aline Mystica Silva de OLIVEIRA1*, Avaílton Benjamim CORINO2; Fernando Teixeira GOMES3 Inúmeras pesquisas sobre o ensino de Botânica têm sido relatadas na literatura, e têm apontado dificuldades nesse ensino, pois os estudos revelam inúmeras concepções dos estudantes, diferentes das aceitas pela comunidade científica. O objetivo desse trabalho foi avaliar as concepções dos alunos de uma escola estadual sobre o estudo dos vegetais. O estudo foi realizado na Escola Estadual Menelick de Carvalho localizada na cidade de Tabuleiro-Minas Gerais, com 29 alunos que cursam a segunda série do Ensino Médio. Para tal, foi aplicado um questionário com as seguintes questões: 1- Qual a importância dos vegetais? 2- O que você entende sobre o processo denominado FOTOSSÍNTESE? 3- O que você entende por GAMETÓFITO e ESPORÓFITO? Os obstáculos epistemológicos encontrados nas respostas foram classificados em três categorias: conhecimentos gerais (conhecimento vago, com sensação de que se sabe tudo), o obstáculo verbal (sinônimos errôneos) e o conhecimento pragmático (indução utilitária e unitária induz a generalizações amplas). Sobre a questão 1 que se refere a importância dos vegetais, uma resposta que se repetiu com frequência foi a seguinte: “Para alimentar e neutralizar gás carbônico”, o que denota um conhecimento geral e fragmentado. A maioria dos estudantes demonstrou uma explicação para a fotossíntese geralmente bastante limitada, mas que ao mesmo tempo refletia a forma que a professora explicava o fenômeno aos alunos. Alguns estudantes responderam sobre a fotossíntese: “É o processo em que as plantas absorvem gás carbônico e liberam oxigênio, produzem o seu próprio alimento que é a glicose”, ou também com uma maior frequência: “É o processo em que as plantas neutralizam gás carbônico e liberam oxigênio”; percebe- se a ocorrência de obstáculos verbais, ao afirmar que as plantas “neutralizam gás carbônico”. Na questão 3 sobre gametófito e esporófito, muitos alunos responderam “Gametófito onde ocorre a formação de gametas, e esporófito onde ocorre a formação dos esporos”, há tendência ao conhecimento generalizado, conhecimento pragmático induz a generalizações amplas. O ensino de Botânica precisa estar mais contextualizado ao cotidiano do aluno, para que dessa forma a aprendizagem ocorra de fato, não se restringindo apenas à repetição de conceitos, até mesmo muitas vezes errôneos, e o aluno e o professor possam de fato, construir saberes. Palavras-chave: Conhecimento vago, Ensino-aprendizagem, Fotossíntese, Gametófito e esporófito, Obstáculos epistemológicos. 1 1: Bióloga, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Campus Arnaldo Janssen: Av. Luz Interior, 345 - Bairro Estrela Sul, CEP: 36030-776, Juiz de Fora- MG, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] 2: Graduando em Ciências Biológicas do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora. 3: Professor de Fisiologia Vegetal e Botânica no Curso de Ciências Biológicas do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Campus Arnaldo Janssen. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 267 ENSINO DE BOTÂNICA ECONÔMICA: EXPERIÊNCIAS NO CURSO DE CIENCIAS BIOLOGICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, MG Karla Beatriz Lopes BALDINI1,2 A Botânica Econômica é uma disciplina obrigatória da maioria dos cursos de Ciências Biológicas. Tradicionalmente ocupa-se do estudo dos recursos econômicos vegetais. Existem muitos livros relacionados com a disciplina, porém faltam nestes, abordagens econômicas e ambientais precisas e mais atualizadas. Docentes e discentes não apresentam boas opiniões sobre a disciplina que é rica e interessante já que se trata de uma área aplicada. Há outros enfoques que talvez se relacionem muito mais às atividades dos biólogos do que os conhecimentos gerais sobre as plantas de valor econômico que os programas tradicionais enfocam. Temas como origem das plantas cultivadas, sua biogeografia evolução, espécies selvagens e taxonomicamente relacionadas às culturas tradicionais, melhoramento genético, programas de conservação do patrimônio genético, contribuição da biomassa relacionada ao uso da energia, e outros assuntos, são áreas nas quais a atuação do biólogo tem na atualidade uma importância crescente, merecendo então maior prioridade nas aulas. O objetivo geral é contribuir para o ensino de Botânica Econômica de uma forma critica e prática. Como objetivos específicos, apresentar as dificuldades das bibliografias disponíveis e apresentar práticas de ensino realizadas na UFJF. A disciplina foi ministrada de 2008 a 2010 para o curso de Ciências Biológicas com aulas teóricas – práticas abordando a economia e ecologia dos diferentes grupos de plantas ou por uso. Na montagem das aulas foi feito uma leitura critica das principais bibliografias da área. Realizou-se atividades práticas e visitas técnicas. Diversas avaliações foram aplicadas. Questionou-se os discentes a importância da disciplina na profissão do biólogo. A partir das atividades realizadas pode-se concluir que a Botânica Econômica é uma disciplina interdisciplinar que envolve diversas áreas. Pode-se afirmar que é indispensável no curso de Ciências Biológicas pela aplicabilidade no dia-a-dia dos conhecimentos adquiridos e tem a possibilidade de tornar-se mais interessante e aplicada se houver melhor acesso às bibliografias disponíveis e maior interesse dos docentes no desenvolvimento da disciplina. Palavras-chave: Prática de ensino, Botânica Econômica, Ensino superior 1 Professora substituta do Departamento de Botânica – Universidade Federal de Juiz de Fora. Rua Eduardo Junqueira, 31, Centro, Volta Redonda, Rio de Janeiro. CEP 27253-400 2 Doutoranda em Ciências Ambientais e Florestais – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 268 ENXERTIA in vitro DE Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen Mariana Futia TAQUETTI1; Marcela Morato NOTINI¹; Jéssica Laísca Fernanda de AZEVEDO¹; Leonardo Lucas Carnevalli DIAS¹; Cleber Witt SALDANHA¹; Wagner Campos OTONI¹. Pfaffia glomerata, conhecida popularmente por ginseng brasileiro, é uma espécie de grande importância medicinal, tendo atividade como antidepressivo, estimulante, anticancerígeno, sendo estas atividades relacionadas à presença do fitoecdisteroide 20-hidroxiecdisona (20E). Este metabólito secundário está ainda supostamente relacionado à proteção da planta contra insetos fitófagos. Por ser uma espécie não domesticada, a fáfia apresenta grande variabilidade genética que leva a diferentes conteúdos de metabólitos secundários. O uso da enxertia in vitro apresenta-se como um eficiente método de estudos na elucidação de possíveis interações de hipo e epibiotos de acessos de Pfaffia com níveis diferenciados de produção de 20E. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da enxertia in vitro na propagação in vitro de dois acessos de P. glomerata, LCT58 (alto produtor) e LCT 43 (baixo produtor), visando aumentar a produção do principio ativo. O experimento consistiu de seis tratamentos: LCT 58 sem enxerto, LCT 43 sem enxerto, LCT 58 como epibioto e hipobioto, LCT 43 como epibioto e hipobioto, LCT 58 como epibioto e LCT 43 como hipobioto, LCT 43 como epibioto e LCT 58 como hipobioto. As plantas enxertadas foram mantidas em tubos de ensaio por 45 dias e então avaliadas quanto ao nível de pegamento e mortalidade, altura e massa seca. Nossos resultados demonstram o sucesso da enxertia in vitro verificado pelo alto nível de pegamento de qualidade excelente e regular, igual ou superior a 60%. Os menores índices de pegamento foram obtidos quando o acesso LCT 58 foi usado como hipobioto. As análises de altura e massa seca mostraram que o testemunho 43 apresentou médias estatisticamente menores do que o restante dos tratamentos, além disso foi possível observar uma tendência de melhor desenvolvimento do enxerto epibioto LCT 43 e hipobioto LCT 58. Esses resultados demonstram o sucesso da enxertia in vitro como método propagativo obtendo-se plantas de desenvolvimento igual ou superior às não enxertadas. Palavras-chave: Fitoterápicos, metabólitos secundários, fitoecdisteroides. Créditos de financiamento: CNPq, CAPES (PNPD) e FAPEMIG (CAG-APQ-01036-09). 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 36570-000, Viçosa-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 269 ENXERTIA INTERESPECÍFICA DE CULTIVARES DE AMEIXEIRA EM REGIÃO TROPICAL Guilherme LOCATELLI1, Roberto Tadashi SAKAZAKI1, Edvan Alves CHAGAS2, Marcela Liege da SILVA3, Danverson Bentes CHAVES1, Rafael PIO4 O objetivo do trabalho foi de avaliar o desenvolvimento inicial da enxertia interespecífica de ameixeira em condições de viveiro, em Boa Vista - RR. O trabalho foi realizado no Setor de Fruticultura da Embrapa Roraima, localizado no município de Boa Vista-RR. O material propagativo foi obtido da Coleção de Trabalho, Setor de Fruticultura da Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG. As sementes para formação de porta-enxertos foram obtidas em novembro de 2010 e os enxertos (borbulhas) em junho de 2011. Para enxertia da ameixeira, foi realizada a enxertia tipo borbulha, das cultivares Gema de Ouro, GulfBlaze, Centenária, Reubennel, Roxa de Itaquera e Kelsey 31, em porta-enxertos de pessegueiro cv. Okinawa, de 7 meses de idade, no período de intenso crescimento, coincidindo com a época da poda de inverno, no Sul de Minas Gerais. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, utilizando-se 6 cultivares, com quatro repetições e cinco enxertos por parcela. Após a realização da enxertia, foi coletada a porcentagem de pegamento e diâmetro do enxerto aos 30 dias da enxertia, comprimento e diâmetro da brotação aos 60 dias. A enxertia interespecífica de Prunus sp. mostrou-se viável nas condições de Boa Vista-RR; As cultivares de ameixeira Roxa de Itaquera, Centenária e Reubennel foram as que apresentaram os melhores comportamentos quanto à formação e desenvolvimento inicial de mudas em condições de viveiro. Palavras-chave: Ameixa, Produção de mudas, Propagação vegetativa. Créditos de financiamento: CAPES e CNPq 1 Universidade Federal de Roraima, Graduando Agronomia, Bolsista PIBIC/UFRR. Embrapa Roraima Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 2 Pesquisador Embrapa Roraima. Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 3 Doutoranda Rede Bionorte. Embrapa Roraima, Caixa Postal 133 - CEP 69301-970. Boa Vista, RR – Brasil. 4 Professor da UFLA-MG, Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, Caixa Postal 3037 CEP 37200-000. Lavras, MG – Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 270 ENZIMAS ANTIOXIDANTES EM RAÍZES DE MUDAS DE Coffea arabica L. (Rubiaceae) SUBMETIDAS AO ALAGAMENTO Sandro Costa BOMFIM1*, Helbert Rezende de Oliveira SILVEIRA2, Meline de Oliveira SANTOS2, Kamila Rezende Dázio de SOUZA2, Cinthia Aparecida ANDRADE2; Jose Donizeti ALVES3 O excesso de água no solo pode ocasionar vários distúrbios fisiológicos em espécies sensíveis a estresses por hipoxia ou anoxia. Nessa condição de estresse a planta produz espécies reativas de oxigênio que modificam e/ou danificam as estruturas celulares, comprometendo o correto funcionamento do seu metabolismo. Para contornar esses efeitos citotóxicos, as plantas desenvolveram mecanismos de defesa, destacando-se o papel das enzimas antioxidantes. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade das enzimas dismutase do superóxido, catalase e peroxidase do ascorbato em raízes de mudas de duas cultivares de Coffea arabica L., Mundo Novo IAC 379-19 e Catuaí Vermelho IAC 44 sob condição de hipoxia. As mudas foram submetidas a três condições de disponibilidade de água no solo: capacidade de campo, encharcamento intermitente e encharcamento contínuo por um período de cinco meses após aplicação das lâminas d’água. De maneira geral até o segundo mês não foram encontradas diferenças na atividade da dismutase do superóxido, entre os tratamentos. Já a atividade da catalase foi maior nas mudas da cultivar Mundo Novo, sob encharcamento contínuo, quando comparado ao mesmo tratamento da cultivar Catuaí. Ainda no segundo mês, a peroxidase do ascorbato apresentou uma maior atividade na cultivar Mundo novo sob encharcamento contínuo. A maior atividade observada da peroxidase do ascorbato e da catalase neste mês pode estar relacionada à destoxificação através da redução de peróxidos que podem ter sido produzidos por outras fontes além da ação da dismutase do superóxido como forma de sinalização do estresse inicial. No quinto mês, a cultivar Catuaí apresentou atividade da superóxido dismutase significativamente maior nos tratamentos de capacidade de campo e encharcamento contínuo, já em relação à disponibilidade de água, foi observado uma maior atividade desta enzima nas mudas sob encharcamento contínuo em ambas cultivares. Neste mesmo mês as atividades das enzimas peroxidase do ascorbato e catalase seguiram o mesmo comportamento da dismutase do superóxido. Em geral a cultivar Catuaí apresentou maior atividade enzimática antioxidante. As respostas do metabolismo antioxidante pelas enzimas superóxido dismutase, catalase e peroxidase do ascorbato presente nas duas cultivares possivelmente está relacionada à maior capacidade de tolerância as espécies reativas de oxigênio, conferindo a sobrevivência por um período maior sob condições hipóxica. Palavras - chave: Café, Superóxido Dismutase, Catalase, Peroxidase do ascorbato, Estresse Oxidativo. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Iniciação Científica CNPQ, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Professor Associado III , Fisiologia Vegetal, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 271 ESPÉCIES ARBÓREAS CATARINA INDICADORAS E ETNOBOTÂNICA EM SANTA Roni Djeison ANSOLIN1*, Manoela Drews de AGUIAR1, Ana Carolina da SILVA1, Pedro HIGUCHI1, Amanda Koche MARCON1, Fernando BUZZI JUNIOR1 O resgate dos conhecimentos tradicionais do uso das florestas, em diferentes fitofisionomias, é de grande importância cultural, além de poder subsidiar trabalhos sobre o uso sustentável da biodiversidade. No Estado de Santa Catarina, destacam-se como fitofisionomias florestais principais a Floresta Ombrófila Mista, a Floresta Ombrófila Densa e as Florestas Estacionais, com cada uma delas possuindo espécies típicas que as caracterizam. O presente estudo buscou identificar as espécies arbóreas indicadoras dessas fitofisionomias no Estado de Santa Catarina e conhecer os padrões de utilização dessas espécies. Para se conhecer as espécies arbóreas indicadoras, foi feita a Análise de Espécies Indicadoras, que utilizou um banco de dados de presença e ausência de espécies arbóreas nas fitofisionomias estudadas. Para a identificação dos padrões de utilização de espécies arbóreas nas fitofisionomias, foi realizado um levantamento dos estudos etnobotânicos publicados no Estado e identificados quais espécies indicadoras possuem usos pelas comunidades estudadas. Foram reconhecidas nove espécies indicadoras da Floresta Ombrófila Mista, 33 espécies da Floresta Ombrófila Densa e sete espécies das Florestas Estacionais. Considerando-se todas estas fitofisionomias, observase que o principal uso das espécies indicadoras é para lenha. Os usos na alimentação e na construção vêm em segundo lugar. Destaca-se na Floresta Ombrófila Mista o uso da Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, que foi relatado uso para lenha (“galhos caídos” e “nós de pinho”), na alimentação (pinhão) e outros tipos de usos, que inclui o paisagismo e artesanato. O principal uso na Floresta Ombrófila Densa foi para lenha, com predominância de espécies da família Myrtaceae, como Myrcia glabra (O.Berg) D.Legrand e Myrcia spectabilis DC. Isso ocorreu devido, em geral, à alta densidade da madeira de espécies dessa família, associado, normalmente, ao pequeno porte das plantas, que dificultam outras formas de utilização madeireira. Nas Florestas Estacionais também houve predominância do uso madeireiro, com três espécies utilizadas para lenha e para construções: Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl., Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. e Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan. Apesar de ser possível distinguir, para cada fitofisionomia, espécies arbóreas indicadoras, e, assim, diferentes espécies sendo utilizadas, o uso dessas espécies segue o mesmo padrão, sendo predominante o uso para lenha. Palavras-chave: Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa, Florestas Estacionais, uso de espécies arbóreas. Créditos de financiamento: UDESC, pela concessão da bolsa de Iniciação Científica. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Agroveterinárias, Departamento de Engenharia Florestal, UDESC-CAV.Av. Luiz de Camões, 2090 - Conta Dinheiro - 88.520-000, Lages – SC, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 272 ESPÉCIES FRUTÍFERAS COM POTENCIAL DE EXTRAÇÃO EM RESERVA LEGAL NO ASSENTAMENTO MONJOLO, PLANALTINA-DF Marcos Vinicius Rezende de ATAÍDE1*, Denise BARBOSA-SILVA1, Janaína Deane de Abreu Sá DINIZ1, Dulce Maria Sucena da ROCHA1 Os frutos comestíveis de espécies nativas do Cerrado são consumidos e comercializados in natura, na forma de doces, polpas e sorvetes, entre outros, gerando fonte de renda complementar a populações rurais, principalmente em caráter sazonal. O aproveitamento dessas espécies pode vir a ser uma alternativa econômica para pequenos agricultores e um incentivo a mais para o estabelecimento e manutenção de reservas legais e outras áreas de preservação ou de conservação. O objetivo deste trabalho foi inventariar a vegetação de uma área de reserva legal identificando as espécies nativas com potencial para exploração de frutos comestíveis. O trabalho foi realizado em reserva legal composta de quatro áreas descontínuas abrigando três tipos de fitofisionomias do Cerrado (Cerrado Ralo, Cerrado Denso e Cerradão). Para o inventário foram estabelecidas dez parcelas de 20m x 50m, perfazendo 1ha de área amostrada. Foram considerados todos os indivíduos com perímetro ≤10cm a 30cm da base. Foram amostradas 1642 árvores distribuídas em 178 espécies, sendo que desse total, apenas 27 apresentaram frutos com uso regular na alimentação. Entretanto, somente 4 espécies (uma espécie de araçá, Psidium sp1; pimenta-de-macaco, Xylopia aromatica (Lam.) Mart.; jatobá, Hymenaea stigonocarpa Mart.; bacupari, Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don) encontram-se entre as 13 que apresentaram maior Índice de Valor de Importância e que, portanto, têm possibilidade de exploração. O índice de Shannon apresentou valor igual a 4,43, enquanto que o índice de diversidade de Simpson foi de 0,98, o que é considerado um valor alto para o Cerrado, indicando uma diversidade alta. A curva espécie área não estabilizou, no entanto, pode-se perceber que os maiores incrementos de espécies estão associados a mudanças de fitofisionomia. Espécies comumente utilizadas na alimentação, tais como pequi, cagaita e araticum apresentaram populações insipientes. Considerando-se apenas o número de indivíduos amostrados, é possível que apenas araçá (70 indiv/ha), jatobá (57 indv/ha) e bacupari (45 indv/ha) tenham real potencial de exploração visando incremento de renda às famílias dos assentados. Entretanto, é provável que o tamanho das populações das espécies de interesse e a produtividade dos indivíduos somente sejam vantajosos à exploração se houver um manejo adequado e enriquecimento das espécies em questão na área ou, se a demanda por essas espécies for pequena. Palavras Chaves: Cerrado, Reserva Legal, Frutíferas Nativas, Renda Familiar. Créditos de financiamento: Edital MCT/CNPq/MDA/SAF/Dater Nº 033/2009. 1 Universidade de Brasília, campus Planaltina, Vila Nossa Senhora de Fátima, Área Universitária nº 1, CEP: 73340-710, Planaltina, DF – Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 273 ESPÉCIES FRUTÍFERAS NATIVAS COM POTENCIAL DE EXTRAÇÃO EM UM FRAGMENTO DE CERRADÃO EM RESERVA LEGAL Reneida Aparecida Godinho MENDES1*, Wallace de Souza BEZERRA2, Denise BARBOSA-SILVA2, Janaína Deane de Abreu Sá DINIZ2, Dulce Maria Sucena da ROCHA2 No cerrado existe um grande número de espécies vegetais cujos frutos são explorados pelas populações rurais, sendo importantes fontes de nutrientes e renda. A reserva legal, área de conservação localizada dentro de uma propriedade rural, pode ser utilizada de forma sustentável pelos seus proprietários. O aproveitamento de frutos de espécies nativas pode vir a ser uma alternativa econômica para pequenos agricultores e um incentivo a mais para o estabelecimento e manutenção dessas áreas. O objetivo do trabalho foi identificar as espécies vegetais com potencial de exploração quanto à utilização de frutos de uma reserva legal de Cerradão no Núcleo Rural Sarandi em Planaltina-DF. Um inventário de 1ha da vegetação foi realizado utilizando o método de parcelas. Foram instaladas dez parcelas de 50m X 20m nas quais foram identificados todos os indivíduos lenhosos com diâmetro, a 30,0cm do solo, ≥ 5,0cm (DAB (30cm) > 5cm). Foi medido o diâmetro de todas as espécies para cálculo do Índice de Valor de Importância (IVI), que foi utilizado como critério para avaliar o potencial de exploração. Um total de 5140 indivíduos foi amostrado, os quais corresponderam a 93 espécies. Somente doze espécies (12,9% do total) são frutíferas, comumente exploradas pelas populações tradicionais, (Psidium salutare Kunth. e P. myrsinoides O. Berg. - araçá; Eugenia dysenterica DC. - cagaita; Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne – jatobá; Brosimum gaudichaudii Trécul - mama-cadela; Annona crassiflora Mart. - araticum; Byrsonima coccolobifolia H. B. & K. e B. pachyphylla A. Juss. - murici; Caryocar brasiliense Camb. pequi; Salacia crassifolia (Mart. ex Schult.) G.Don - bacupari; Anacardium humile Mart. cajuzinho; Hancornia speciosa Gomez. - mangaba). Estas 12 espécies juntas perfizeram 339 indivíduos, ou seja, 6,59% do total amostrado. Nenhuma das frutíferas apareceu entre as 10 de maior IVI. Pimenta-de-macaco Xylopia aromatica (Lam.) Mart., espécie que é utilizada como condimento, foi a que apresentou maior IVI (24,43) com 522 indivíduos amostrados, e poderia ser um recurso a ser explorado pela população local como forma de obter uma renda extra. Dentre as espécies frutíferas, araçá (Psidium salutare e P. myrsinoides) com 80 e 24 indivíduos, respectivamente e cagaita (Eugenia dysenterica) com 56 indivíduos possuem populações que poderiam ser melhor estudadas quanto à capacidade de extração e comercialização de seus frutos, ainda que em pequena escala. Palavras-chave: Frutos do Cerrado, Fitossociologia, Reserva Legal, Pequenos Agricultores. Créditos de financiamento: Edital MCT/CNPq/MDA/SAF/Dater Nº 033/2009. 1 Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Pós Graduação em Botânica, Campus Darcy Ribeiro, Brasília-DF, Brasil. 2 Universidade de Brasília (UnB), Faculdade UnB Planaltina, Campus de Planaltina, Vila Nossa Senhora de Fátima, Área Universitária nº 1, CEP 73340-710. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 274 ESPÉCIES VEGETAIS INCOMPATÍVEIS NO CONVÍVIO COM A REDE ELÉTRICA NO BAIRRO NOVA LAVRAS, EM LAVRAS-MG. Gabriel de Assis PEREIRA1*, Altamir Fernandes de OLIVEIRA2, Patrick Santos SILVA¹ A arborização urbana exerce um importante papel na melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos e cada vez mais as cidades devem se atentar para o convívio entre as árvores e os equipamentos urbanos. Este trabalho teve como objetivo fazer um diagnóstico de caráter quali-quantitativo das espécies que compõem a arborização das vias públicas do Bairro Nova Lavras, na cidade de Lavras, Minas Gerais, observando as interações entre as árvores e as redes elétricas. Para isso, foi realizado um inventário censo no mês de agosto de 2012, onde todas as vias públicas do bairro foram percorridas, catalogando os indivíduos arbóreos com a sua posição em relação à rede de distribuição elétrica. Com esse levantamento, foram identificados 86 indivíduos, distribuídos em 19 famílias e 25 espécies, onde 47,7% dos indivíduos eram de espécies nativas. Constatou-se a presença predominante das espécies hibisco (Hibiscus rosa-sinensis L.) e sibipiruna (Caesalpinia pluviosa DC.), com a frequência relativa de 20,93% para ambas as espécies. Ao analisar a compatibilidade dos indivíduos arbóreos com a rede elétrica, foram observados 28 indivíduos alocados sob a fiação elétrica (um terço do total), sendo que 53,6% deles pertencem a espécies que potencialmente oferecem risco à integridade do sistema elétrico, como a sibipiruna e o chorão (Salix babylonica L.). Os resultados indicam a concentração dos indivíduos em poucas espécies, ou seja, baixa diversidade. Também, a potencialidade de conflitos com a rede elétrica evidencia necessidades de melhorias na arborização do Bairro Nova Lavras. Logo, sugere-se um melhor planejamento urbano onde deve ser feita a substituição das espécies não apropriadas, levando em consideração o seu porte e valor paisagístico, além de promover uma convivência harmônica entre as árvores e a rede de distribuição elétrica. Palavras-chave: Rede de distribuição elétrica, Arborização urbana, Planejamento urbano. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 275 ESTABELECIMENTO E COMPOSIÇÃO DO MEIO DE CULTURA PARA GERMINAÇÃO DE GRÃOS DE PÓLEN DE MARMELEIRO Carolina Ruiz ZAMBON1*, Madeleine Alves de FIGUEIREDO2, Kelly Nascimento SILVA3, Assis Francisco FERREIRA3, Paula Nogueira CURI2, Rafael PIO2 . Esse trabalho objetivou ajustar os componentes básicos do meio de cultura e as condições ambientais para a realização de testes de germinação in vitro e viabilidade de grãos de pólen de marmeleiro (Cydonia oblonga Mill.), pertencente a família Rosaceae, cultivar Portugal, para fins de melhoramento genético. O pólen foi obtido de anteras provenientes de botões florais colhidos e armazenados por 24 horas em temperatura ambiente na ausência de luz para ocorrência da antese e liberação do pólen. Em seguida, o pólen foi espalhado sobre a superfície de placas de Petri, contendo 20 mL de meio de cultura dos seguintes experimentos seqüenciais: concentrações de ágar (4, 6, 8 e 10g L-1) e pH do meio (3,5; 4,5; 5,5 e 6,5); concentrações de sacarose (0, 30, 60, 90g L-1); concentrações de nitrato de cálcio (0, 200, 400, 800mg L-1); concentração de ácido bórico (0, 400, 800, 1200mg L-1); tempo de emissão do tubo polínico (0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas após inoculação). Para esse experimento o delineamento foi inteiramente casualizado e os dados foram submetidos à regressão linear ou quadrática, a nível de 5% de probabilidade. Com o meio de cultura estabelecido, a taxa de germinação de grãos de pólen para a cultivar Portugal foi determinada sendo as concentrações de 10g L -1 de ágar e 76g L -1 de sacarose, com 366 mg L -1 de ácido bórico, na ausência de nitrato de cálcio, com pH entre 5,8 e 5,9, e tempo de germinação do pólen de seis horas pósinoculação, as melhores condições para desenvolvimento do tubo polínico in vitro alcançando 72% de germinação do material inoculado. Palavras-chave: Cydonia oblonga Mill., Rosaceae, Viabilidade polínica, Melhoramento genético. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de graduação em Agronomia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 276 ESTABELECIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE PLÂNTULAS DE Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae) EM MANGUEZAL NO ESPÍRITO SANTO Amauri Pires BUENO1*, Daniela Souza ANTUNES¹, Lívia Soares Furtado RODRIGUES¹, Yasmine ANTONINI¹ A biota dos manguezais é adaptada aos ambientes com baixo teor de oxigênio, substrato pouco consolidado e, frequentemente, inundado pelas marés. O gênero Rhizophora domina grande parte dos mangues tropicais. Rhizophora mangle L. é uma espécie vivípara que produz grandes propágulos que se dispersam pela correnteza da água. O tamanho dos propágulos permite que eles armazenem energia, otimizando a taxa de sobrevivência durante o processo de dispersão e promove rápido estabelecimento e crescimento das plântulas. Assim, este estudo objetivou caracterizar os fatores abióticos (luminosidade, umidade e granulometria do solo) e, quando possível, correlacioná-los com o estabelecimento e distribuição de plântulas de R. mangle no estuário o Rio Piraquê-Açú, município de Santa Cruz no litoral norte do Espírito Santo. O estudo foi realizado ao longo de um transecto de 60 m. A cada 2,5 m do transecto, mediu-se a intensidade de luz que incidia sob o dossel com auxílio de um luxímetro. A título de comparação, a princípio, a área foi dividida em cinco áreas (nomeadas de 1 a 5) visualmente distintas considerando critérios como nível de alagamento, declividade e composição mais ou menos arenosa do solo. Em cada uma das áreas foram coletadas três amostras de solo, das quais foram verificadas a granulometria e umidade. Acerca da distribuição das plântulas foram selecionadas aleatoriamente 22 plantas adultas e dentro de um raio de 2 m ao seu redor foram registradas as seguintes informações sobre todas as plântulas: 1) distância entre a plântula e a planta mãe, 2) a posição em relação a planta mãe (medida em graus), 3) número de nós de crescimento e, 4) presença e ausência de ramificações. Não houve diferença na intensidade de luz que incide sob o dossel ao longo do transecto (p>0,05). Em relação a granulometria e umidade do solo a área apresentou dois diferentes perfis agrupando as áreas 1 e 2 e, as áreas 3, 4 e 5. Foram gerados gráficos circulares que representam a distribuição das plântulas ao redor da planta mãe. A densidade das plântulas aumenta de acordo com a homogeneidade das partículas componentes do solo e diminuição da correnteza d’água. O aumento do número de nós está diretamente relacionado com a ramificação das plântulas. O estudo corroborou que o fator ambiental que mais afeta o estabelecimento de mangues é a textura do solo (variando de muito arenoso a muito argiloso). Palavras-chave: Dispersão, Plântulas, Rhizophora mangle¸ Solo. 1 Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais, Campus Morro do Cruzeiro, CEP: 35400-000. Ouro Preto, MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 277 ESTABELECIMENTO in vitro DE ÁPICES CAULINARES DE Stryphnodendron adstringens M. (Fabaceae) Jorge Marcelo Padovani PORTO1*, Renato PAIVA1, Luciano Coutinho SILVA1, Paulo Augusto Almeida SANTOS1, Rodrigo Therezan de FREITAS1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1 O [Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville], conhecida como barbatimão, é uma espécie arbórea, de ocorrência no Cerrado brasileiro e apresenta grande valor medicinal. Entretanto, a cada ano, o extrativismo predatório desta espécie vem aumentando, contribuindo significativamente para a diminuição das populações naturais, fato agravado pela irregularidade no seu processo de germinação e pelo lento desenvolvimento das suas mudas no campo. A micropropagação é uma técnica no qual se produz uma grande quantidade de plantas em pouco tempo, e durante todo o ano. Os ápices caulinares podem também ser empregados na criopreservação. Este trabalho teve como objetivo estabelecer ápices caulinares de barbatimão em cultivo in vitro, visando sua utilização na criopreservação. Ápices caulinares obtidas de brotações in vitro foram isoladas e com o auxílio de bisturi e lupa estereoscópica, foram deixados no explante apenas 3 ou 4 primórdios foliares recobrindo o meristema apical, ficando o explante com aproximadamente 1,0 mm de diâmetro. Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS suplementado com diferentes concentrações de benzilaminapurina (BAP) (0,0; 0,25; 0,5; 1,0; 2,0 mgL-1). Após a inoculação, estes foram mantidos sob 16 horas de fotoperíodo em sala de crescimento. Foram utilizados dez explantes por tratamentos, sendo cada tratamento disposto em uma placa de petri. Após 30 dias avaliou-se a sobrevivência dos ápices caulinares e formação de calos na base do explante e aos 60 dias o comprimento das plântulas. As variáveis sobrevivência dos ápices caulinares e formação de calos não apresentaram diferenças estatísticas e obtiveram as médias de 94% e 14%, respectivamente. Verificou-se que houve diferença estatística somente para a variável comprimento de plântulas, no qual as concentrações de 0,25, 0,50 e 2,0 mgL-1 de BAP obtiveram maiores comprimentos (4,7; 4,35; 4,2 mm, respectivamente). Os resultados apresentados mostram que o BAP é um regulador de crescimento importante para o crescimento de ápices caulinares cultivados in vitro. Palavras-chave: Barbatimão, BAP, micropropagação. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas, Campus Universitário, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 1 * autor correspondente: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 278 ESTABELECIMENTO in vitro DE ÁPICES DE MANGABEIRA EM DIFERENTES MEIOS DE CULTURA Paulo Augusto Almeida SANTOS1*, Renato PAIVA1, Ana Cristina de SOUZA1, Jorge Marcelo Padovani PORTO1, Luciano Coutinho SILVA1, Diogo Pedrosa Corrêa da SILVA1 A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) pertence à família Apocynaceae, ocorre nas regiões dos tabuleiros costeiros do Nordeste e no Cerrado. A espécie produz frutos saborosos que podem ser consumidos in natura e na forma de suco e doces. A expansão da atividade agropecuária e especulação imobiliária são responsáveis pela redução das áreas de ocorrência natural da mangabeira, portanto, medidas com o intuito de preservar os recursos genéticos são necessárias. O estabelecimento de um protocolo de crescimento de ápices caulinares in vitro é uma das etapas para o desenvolvimento de protocolos de criopreservação. Plantas de mangabeira estabelecidas in vitro tiveram os seus ápices caulinares excisados com o auxílio de microscópio estereoscópico. O objetivo do trabalho foi investigar qual a melhor formulação de meio de cultura para o estabelecimento de ápices de mangabeira. Foram testados os meios de cultura WPM e MS, ambos com presença ou ausência de 2 mg L-1 benzilaminopurina (BAP). Os diferentes tratamentos foram suplementados com 20 ppm de ácido ascórbico, 30 g L-1 sacarose, solidificados com 7 g L-1 ágar e o pH foi ajustado em 5,8 antes da autoclavagem. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado e cada tratamento consistiu de 10 ápices por placa de Petri com cinco repetições. Após 30 dias foram avaliados o número de folhas e a massa fresca dos ápices. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05) através do software Sisvar. O meio MS suplementado com BAP apresentou diferença significativa comparado aos demais tratamentos com relação à massa fresca dos ápices caulinares. O número de folhas também foi maior no meio MS com BAP (4,61 folhas), seguido por WPM com BAP (3,71 folhas), enquanto os meios WPM e MS ambos sem regulador não diferiram entre si. Recomenda-se a utilização da formulação MS acrescida de 2 mg L-1 de BAP para a produção de maior massa fresca e maior número de folhas. Palavras-chave: Hancornia speciosa, Cultura de tecidos, Ápices caulinares. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 279 ESTABELECIMENTO in vitro DE GEMAS APICAIS E LATERAIS DE Hyptis suaveolens L. Poit. (Lamiaceae) Helena Botelho de ANDRADE1*, Andreisa Flores BRAGA1, Joyce Pereira ALVARENGA1, Suzan Kelly Vilela BERTOLUCCI1, José Eduardo Brasil Pereira PINTO1 Hyptis suaveolens L. Poit. do ponto de vista etnobotânico possui importância medicinal. Objetivou-se estabelecer gemas apicais e laterais in vitro desta espécie. Plantas matrizes cultivadas em casa de vegetação foram pulverizadas três vezes com fungicida Ridomil (2 g/L) na semana anterior a inoculação. Gemas apicais e laterais foram lavadas em água corrente por 15 minutos e, em seguida, imersas em água sanitária (30%) por 15 minutos. Ao fim, os agentes desinfestantes foram lixiviados com água destilada e autoclavada por cinco vezes. O delineamento experimental foi em esquema fatorial 3 x 2, sendo três tipos de meio de cultura (MS, MS/2 e MS/4) e duas concentrações de açúcar (5 e 20 g/L). Os materiais vegetais foram mantidos em sala de crescimento com controle de luz e temperatura. Aos 30 dias avaliaram-se a porcentagem de sobrevivência e contaminação, o comprimento da parte aérea e da maior raiz (cm), o número de raízes e as biomassas secas da parte aérea e das raízes (mg). Para a gema apical, a porcentagem de sobrevivência (85%) e a biomassa seca da parte aérea (13,20 mg) foram maiores no meio MS/2 com 20g/L de açúcar. Já para as variáveis, porcentagem de contaminação e número de raízes não houve significância estatística. Quanto ao tamanho da parte aérea e o tamanho e biomassa seca da raiz, com 20g/L de açúcar obtiveram-se as maiores médias de 2,67 cm; 0,6 cm e 0,09 mg, respectivamente. Para a gema lateral, a concentração de açúcar de 20g/L proporcionou melhor porcentagem de sobrevivência (60,83%) e menor porcentagem de contaminação (3,33%), assim como maiores comprimento (3,48 cm) e biomassa seca da parte aérea (20,91 mg). O número de raízes foi maior no meio MS/4 (0,52); o comprimento da raiz não foi significativo. No meio MS/2 houve o maior acúmulo de biomassa seca da raiz (2,0 mg). Portanto, a maior concentração de açúcar avaliada foi melhor para o estabelecimento de ambas as gemas. No entanto, no estabelecimento da gema apical o melhor meio foi o MS/2 e para a gema lateral o MS/4. Palavras-chave: Planta Medicinal, Propagação in vitro, Cultura de Tecidos. Créditos de financiamento: CAPES, FAPEMIG e CNPq. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 280 ESTADO NUTRICIONAL DE DUAS POPULAÇÕES DE Borreria verticillata (L.) G.F.W. MAYER (Rubiaceae) TRATADAS COM ARSÊNIO Samara Arcanjo e SILVA1*, Naiara Viana CAMPOS1, Priscila Gonçalves MALTA1, Ivan Becari VIANA1, Danilo DADALTO1, Aristéa Alves AZEVEDO1 A ampla ocorrência de plantas de Borreria verticillata em áreas contaminadas com arsênio (As), como o Morro do Galo em Nova Lima/MG, é um indício de sua tolerância ao poluente. Estudos anteriores demonstraram a tolerância diferenciada entre plantas de B. verticillata de sítio contaminado (Morro do Galo – MG) e não contaminado (Mata do Paraíso – MP) com As. Sabe-se ainda, que metais pesados/metaloides podem alterar o estado nutricional de plantas. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito do As sobre o acúmulo e a translocação de P, Ca, K, Mg e S em plantas destas duas populações e verificar se há diferenças quanto a nutrição mineral, relacionando-as com as respostas das populações ao As. As plantas foram aclimatizadas em solução nutritiva de Hoagland & Arnon à ½ força (pH 5,5), por 21 dias, e submetidas a 6,6µM de As (na forma de Na2HAsO4.7H2O), por 12 dias. Após exposição ao As, as plantas foram separadas em raiz e parte aérea, secas em estufa de ventilação forçada e moídas. Cerca de 0,1g de matéria seca de parte aérea e raízes foi digerida (HNO3 70% e H2O2 30%) para a determinação da concentração dos macronutrientes e de As. Os dados obtidos pela leitura em ICPOES demonstraram que não houve translocação de As para a parte aérea e que o acúmulo e a bioacumulação do poluente foram iguais entre as populações. O conteúdo total e o fator de translocação de Ca, Mg e S não apresentaram diferenças significativas nas duas populações, quando comparadas ao controle. O As reduziu a absorção de P nas plantas do MG e da MP, evidenciando a competição entre arsenato e fosfato por transportadores de membrana nas células da raiz de B. verticillata. Em ambas as populações, o conteúdo de K nas raízes foi maior nas plantas não tratadas com As, enquanto que o fator de translocação de K foi maior nas plantas tratadas. Embora o As tenha prejudicado a absorção deste nutriente, o teor de K não foi alterado na parte aérea. O conteúdo de S nas raízes das plantas da MP aumentou na presença de As, o que pode estar relacionado à maior síntese de compostos tiolados capazes de complexar-se com As, conforme descrito para outras espécies. Diante do exposto, conclui-se que baixas concentrações de As promoveram poucas alterações no estado nutricional das plantas, sendo o aumento do teor de S nas raízes das plantas oriundas da MP um possível indicativo da sua maior sensibilidade ao As. Palavras-chave: Nutrição mineral, Macronutrientes, Poluição. Créditos de financiamento: CAPES e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa. Avenida P.H. Rolfs, s/n, Campus Universitário, CEP 36570-000, Viçosa - MG, Brasil. Departamento de Biologia Vegetal, CCB. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 281 ESTIMATIVA DO CONTEÚDO DE DNA EM PROGÊNIES DE TETRAPLOIDES SINTÉTICOS DE Lolium multiflorum Lam. (Poaceae) Marco Túlio Mendes FERREIRA1, Roselaine Cristina PEREIRA1*, Laiane Corsini ROCHA1, Vânia Helena TECHIO1 , Andréa MITTELMANN2 A obtenção de plantas duplicadas em azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) visa maximizar características de interesse agronômico gerando genótipos mais vigorosos, com melhor qualidade da forragem e maior resistência a doenças. Além disso, é importante que as plantas tetraploidizadas e as suas progênies apresentem altas taxas de fertilidade e mantenham-se estáveis geneticamente para que possam dar respostas satisfatórias aos programas de melhoramento genético. No entanto, vale ressaltar que um dos problemas comumente encontrados no processo de poliploidização é a regeneração de plantas mixoploides, isto é, plantas que apresentam células com variações no número cromossômico em um mesmo tecido ou entre órgãos de uma mesma planta. Essas variações no número cromossômico e, possivelmente, no conteúdo de DNA comprometem a fertilidade e a estabilidade das plantas no campo, sendo indesejável sob o ponto de vista comercial e ou para fins de melhoramento genético. Assim, o objetivo desse trabalho foi estimar o conteúdo de DNA em progênies de plantas de L.multiflorum recentemente tetraploidizadas artificialmente com colchicina. Por meio de citometria de fluxo, foram avaliadas 42 progênies oriundas de plantas de L. multiflorum recentemente tetraploidizadas artificialmente com emprego de colchicina e uma planta diploide usada como controle. O conteúdo de DNA da planta diploide usada para fins de comparação foi de 6,1pg. Do total de progênies avaliadas, 25 apresentaram conteúdo de DNA (12,05pg) compatível com o nível tetraploide para Lolium multiflorum, demonstrando estabilidade do conteúdo de DNA na geração filial, o que viabiliza a incorporação dessas progênies ao programa de melhoramento. Palavras-chave: Forrageira, duplicação cromossômica, Melhoramento. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq. 1 Laboratório de Citogenética Vegetal, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Embrapa Gado de Leite/Clima Temperado, Juiz de Fora –MG/Pelotas-RS- Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 282 ESTRATÉGIAS DE USO DE ÁGUA DE ESPÉCIES DE CAMPO RUPESTRE SUBMETIDAS À EXCLUSÃO DE CHUVA Grazielle Sales TEODORO1*, Caroline Signori MÜLLER¹ e Rafael Silva OLIVEIRA¹ Eventos de secas extremas têm ocorrido com frequência nos últimos anos nas regiões tropicais e as regiões montanhosas são apontadas como mais frágeis frente a mudanças no clima. Pouco se sabe sobre as respostas de comunidades vegetais ricas em espécies às mudanças previstas no regime de precipitação. O objetivo desse trabalho foi avaliar as estratégias de uso de água apresentadas por espécies de campo rupestre, submetidas a um regime de exclusão de chuva. O estudo foi realizado em fisionomia de Campo Rupestre localizada no Parque Nacional da Serra da Canastra com seis espécies abundantes na área, sendo elas, Campomanesia pubecens Mart. (Myrtaceae), Eremanthus seidelii MacLeish & Schumacher e Vernonia sp. (Asteraceae), Mimosa claussenii Benth (Fabaceae), Vellozia nivea Smith. & Ayensu e Vellozia sp. (Velloziaceae). A exclusão de água da chuva foi feita mediante a instalação de 12 parcelas (4m X 4m), sendo quatro parcelas controle e oito parcelas experimentais. Ao redor das parcelas foram cavadas trincheiras e estas foram vedadas com plástico para evitar a influência da água do entorno. Medimos a cada três meses durante dois anos as seguintes variáveis ecofisiológicas: fotossíntese máxima (Amax) e condutância estomática (gs) máxima, potencial hídrico na madrugada e ao meio-dia (Ψ). Mudanças nas taxas de trocas gasosas, especialmente gs, em função da variação no Ψ evidenciaram que as espécies estudadas apresentam diferentes estratégias em relação ao uso de água. Em um extremo do contínuo de variação funcional temos C. pubecens que apresentou uma estratégia anisohídrica, mantendo as trocas gasosas (Amax e gs) com uma forte redução do Ψ (Ψ=-5.2 MPa). Para essa espécie, indivíduos na condição experimental, apresentaram um Ψ mínimo menor (Ψ=-5.2 MPa ) do que aqueles na condição experimental (Ψ=-3.4 MPa). No outro extremo, E. seidelii, manteve constante o Ψ durante as estações e até mesmo na condição experimental de seca, contudo mostraram uma forte redução na gs na condição experimental (gs no início do experimento (fev/2011)=0.63 ± 0.1; gs (ago/2012)= 0.073 ± 0.02 µmol.m-²s-¹), exibindo uma estratégia isohídrica. As demais espécies apresentaram respostas intermediárias ao comportamento anisohídrico e isohídrico. Esses resultados mostram que espécies de campo rupestre apresentam um contínuo de estratégias de uso de água que permitem tolerância ou resistência à seca. Palavras-chave: Isohídrica, Anisohídrica, Seca, Ecofisiologia. Créditos de financiamento: FAPESP (Processo FAPESP nº 2010/50327-8 e 2010/17204-0). 1 Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica, Campinas – SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 283 ESTRATIFICAÇÃO À FRIO NA SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA DE SEMENTES DE Solanum lycocarpum A. St.-Hil. (SOLANACEAE) Tatiana Arantes Afonso VAZ1*; Natália Cristina Nogueira SILVA1; Ailton Gonçalves RODRIGUES-JUNIOR¹; Rafaella Carvalho MAYRINCK1; Jéssica Putini Luizi CAMPOS¹. Para garantir maior sucesso na germinação de sementes de Solanum lycocarpum, é recomendado que as sementes sejam adquiridas de frutos dispersos naturalmente e as condições ideais de luz e temperatura são ciclos alternados de 20°C/30°C a cada 12h de luz/escuro. Para realização de determinadas pesquisas necessita-se que as sementes sejam colocadas para germinar a 25 °C, o que atrasa ou até impede que a degradação do endosperma ocorra, inviabilizando os estudos. Esta espécie apresenta dormência imposta pelo endosperma micropilar, que impõe uma resistência à protrusão radicular. Neste contexto, a estratificação em baixas temperaturas é um promissor mecanismo de superação deste tipo de dormência, pois o tratamento pode agir, dentre outras formas, na maturação do embrião, no aumento do nível endógeno de giberelina e na degradação de ácido abscísico (ABA). Para isto, sementes de Solanum lycocarpum colhidas em junho de 2009 no município de Lavras, e armazenadas por 3 anos em câmara fria a 5ºC (±2ºC) foram colocadas em gerbox contendo areia autoclavada e úmida. Os gerbox foram mantidos lacrados no escuro em câmara fria a 5ºC (±2 ºC) por períodos de 0 (tratamento controle), 7, 14, 21 ou 28 dias. Após cada um destes períodos, as sementes foram lavadas em água corrente e colocadas para germinar em placas de petri sobre papel de germinação umedecido com água em germinadores tipo BOD, ajustado na temperatura de 25 °C e luz constante. O experimento consistiu em 4 repetições de 25 sementes dispostas em delineamento inteiramente casualizado. Foram analisadas a porcentagem de germinação, índice de velocidade de germinação (IVG), o tempo (dias) para que houvesse 50% de germinação (T50) e a uniformidade da germinação. Os dados foram submetidos à análise de regressão utilizando o software SigmaPlot e o teste de médias pelo programa R através de Tukey a 5% de probabilidade. Todos os tempos de estratificação foram eficientes para aumentar a porcentagem, a velocidade e a uniformidade de germinação, bem como para diminuir o T50, sendo que 14 dias de estratificação a frio foi o tratamento mais eficiente em aumentar a porcentagem de germinação, atingindo 51% contra 4% do tratamento controle. Os períodos de 14, 21 e 28 dias de estratificação apresentaram os menores valores para T50. Logo, os tratamentos aplicados em sementes de S. lycocarpum foram eficientes para melhorar os parâmetros avaliados. Palavras-chave: Lobeira, Germinação, Estratificação a frio. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 284 ESTRESSE OXIDATIVO E TROCAS GASOSAS EM CULTIVARES DE ARROZ EXPOSTOS AO EXCESSO DE FERRO Samuel de Souza PINTO1*, Anna Elisa de SOUZA1, Camila Oliveira RIOS1, Eduardo Gusmão PEREIRA2 O ferro é um nutriente essencial para o desenvolvimento plantas, pois participa de processos fundamentais com fotossíntese, respiração e da síntese de DNA, hormônios e clorofila. Entretanto, no cultivo de arroz alagado, este nutriente pode tornar-se altamente disponível para as plantas, provocando fitotoxidade pela absorção excessiva. O excesso de ferro promove aumento na produção de espécies reativas de oxigênio, podendo causar danos, muitas vezes irreversíveis às plantas expostas a este estresse. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi entender como o estresse oxidativo em resposta ao excesso de ferro afeta a fotossíntese em arroz. Sementes das cultivares BR IRGA 409, SELETA e EPAGRI 107 foram colocadas para germinar. Após 10 dias transferiu-se plântulas para solução nutritiva em casa de vegetação. Aplicou-se o ferro na forma de Fe-EDTA nas concentrações de 0,019 mM (controle) e 7 mM (tratamento). Avaliou-se durante 9 dias após a aplicação dos tratamentos, com o auxílio de um analisador de gás no infravermelho, modelo LCA (ADC, UK), as variáveis de trocas gasosas: taxa fotossintética; condutância estomáti transpiração; razão entre a concentração interna e externa de CO2, sendo que, para as medições utilizou-se uma das folhas completamente expandidas de cada planta. Determinou-se ainda, o teor malonaldeído e o acúmulo de ferro na parte aérea das plantas. Com a aplicação de Fe-EDTA na concentração de 7 mM, observou-se acúmulo de ferro nas folhas em nível superior ao considerado crítico para as plantas. Concomitantemente, o aumento das espécies reativas de oxigênio fo evidenciado pelo incremento nos valores de malonaldeído. Como consequência do estresse oxidativo causado pelo ferro em excesso, houve redução na assimilação liquida de CO2 e aumento da razão entre concentração interna e externa de CO2. O cultivar BR IRGA 409 apresentou maior acúmulo de ferro em sua parte aérea, com seu aparato fotossintético mais afetado pelas espécies reativas de oxigênio. Verificou-se melhor controle homeostático do ferro para o cultivar EPAGRI 107, todavia, faz-se necessário futuras pesquisas sobre os mecanismos de controle e os efeitos sobre a produtividade dos cultivares. Palavras-chave: Oryza sativa, Fotossíntese, Malonaldeído, Toxidez. Créditos de financiamento: FAPEMIG, EMBRAPA, EPAMIG. 1 Discentes da Universidade Federal de Viçosa campus Florestal – UFV/CAF, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Rodovia LMG 818 - km 6, CEP: 35690-000, Florestal-MG, Brasil. 2 Professor adjunto da UFV/CAF. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 285 ESTRESSE OXIDATIVO EM FRUTOS DE CAFEEIROS CULTIVADOS EM TRÊS ALTITUDES NA SERRA DA MANTIQUEIRA Lissa Vasconcellos VILAS BOAS1*, Meline de Oliveira SANTOS2, José Donizeti ALVES2, Helbert Rezende de Oliveira SILVEIRA2, Lorena Gabriela ALMEIDA1, Isabel RODRIGUES BRANDÃO2, Antonio CHALFUN JUNIOR2 O processo de maturação de frutos se caracteriza por uma maior produção de espécies reativas de oxigênio e, consequentes danos às membranas celulares, pelo aumento da peroxidação lipídica. Em decorrência de menores temperaturas e maior radiação, ambientes com maior altitude podem ocasionar uma maior produção de espécies reativas de oxigênio, se não forem eficientemente removidas pelo sistema antioxidante. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da altitude nos níveis de peróxido de hidrogênio e de peroxidação lipídica em frutos de cafeeiros cultivados em três altitudes na região da Serra da Mantiqueira. Para isto, foram selecionadas três faixas de altitude (< de 1000, 1000 a 1200, > de 1200 m) e dois talhões com diferentes incidências de radiação: soalheira (com predominância de radiação no período da tarde) e contra-face (com predominância de radiação pela manhã). As avaliações foram realizadas mensalmente (janeiro a julho), no terço médio das plantas, nos dois sentidos da rua, sendo um lado que recebe o sol da manhã e outro que recebe o sol da tarde. Após a colheita, os frutos foram separados nos estádios frutos em expansão, verde, verde cana e cereja, nos quais foi quantificado o conteúdo de peróxido de hidrogênio e a peroxidação lipídica. Na menor altitude, observou-se um maior conteúdo de peróxido de hidrogênio já nas coletas de janeiro e fevereiro, quando os frutos ainda estavam nos estádios em expansão e verde, e um ligeiro aumento nas coletas de maio e junho, enquanto que na altitude intermediária houve um aumento crescente entre as coletas dos meses de fevereiro a maio, o que provavelmente resultou no amadurecimento mais rápido, com o aparecimento de frutos verde cana no mês abril. Por outro lado, na maior altitude, um aumento no conteúdo de peróxido foi observado apenas a partir da coleta do mês de maio, quando frutos verde cana passaram a ser encontrados. Um aumento nos níveis de peroxidação lipídica foi subsequente ao aumento nos níveis de peróxido de hidrogênio. Nas duas menores altitudes, os níveis de peróxido aumentaram a partir de fevereiro, resultando em um aumento da peroxidação lipídica no mês de abril. Já na maior altitude, tanto os níveis de peróxido de hidrogênio quanto de peroxidação lipídica aumentaram apenas a partir do mês de maio. Assim fatores que afetam a produção de espécies reativas de oxigênio, influenciam diretamente o desenvolvimento do fruto, prolongando ou encurtando o tempo de amadurecimento. Palavras-chave: Maturação, Peróxido de hidrogênio, Peroxidação lipídica. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduação em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 286 ESTRUTURA DE Calyptranthes clusiifolia O. Berg (Myrtaceae) EM TRÊS AMBIENTES DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL Jean Daniel MOREL1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Gisele Cristina de Oliveira MENINO¹, Paola Ferreira SANTOS¹, Matheus Santos LUZ¹ Calyptranthes clusiifolia é uma espécie arbórea semidecidual, heliófita e que ocorre, principalmente, no interior de florestas primárias. O objetivo deste trabalho foi verificar a estrutura de C. clusiifolia, através da densidade e área basal, em três ambientes de Floresta Estacional Semidecidual, situados na região do Alto Rio Grande, Minas Gerais. A espécie foi amostrada: 1. no município de Carrancas, em um fragmento natural, circundado por vegetação campestre nativa e livre de perturbações antrópicas; 2. no município de Lavras, em um fragmento antropizado, inserido em uma matriz de pastagem e submetido a constantes perturbações e; 3. no município de Minduri, em uma floresta contínua e com poucos indícios de antropização. A amostragem foi feita em transeções de 30m×150m e 30m×100m, respectivamente, nos fragmentos natural e antropizado. Na floresta contínua a amostragem foi feita em seis transeções de 10m×200m. Foram tomadas medidas de diâmetro de todos os indivíduos vivos de C. clusiifolia a 1,30m de altura, desde que estes apresentassem medida igual ou superior a 5cm. Foi calculada a densidade absoluta, que consiste no número de indivíduos por hectare; e a área basal, que leva em consideração o diâmetro dos indivíduos e é apresentada em metros quadrados por hectare. Verificou-se que o fragmento antropizado apresentou a menor densidade (10 indivíduos/ha) e a menor área basal (0,03474m²/ha). O fragmento natural apresentou a maior densidade (93,3 indivíduos/ha) e maior área basal (0,44445m²/ha), enquanto a área de floresta contínua apresentou densidade intermediária (22,5 indivíduos/ha) e área basal de 0,40322m²/ha. Através destes resultados, percebe-se que as perturbações antrópicas são prejudiciais à estrutura de C. clusiifolia, pois lhe confere baixa densidade e baixa área basal, o que implica em baixa ocupação. A fragmentação natural, por outro lado, parece favorecer a densidade da espécie. Entretanto, neste caso parece haver uma grande competição intraespecífica, pois os altos valores de área basal estão atrelados ao elevado número de indivíduos, indicando que apenas poucos deles poderão investir recursos para crescer em diâmetro. A situação mais equilibrada parece, então, ser a observada no ambiente de floresta contínua, onde um menor número de indivíduos apresentou uma alta área basal, indicando que os indivíduos estão melhor estabelecidos, provavelmente por se encontrarem em um ambiente onde há condições que favorecem o seu desenvolvimento. Palavras-chave: Ecologia florestal, Ecologia de populações, Fragmentação florestal. Créditos de financiamento: FAPEMIG, CNPq e CAPES. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 287 ESTRUTURA DE Rudgea jasminoides (CHAM.) MÜLL.ARG. (Rubiaceae) EM BORDA E INTERIOR DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL. Raisa Gonçalves FAETTI1*, Gisele Cristina de Oliveira MENINO¹ e Rubens Manoel dos SANTOS¹ A estrutura das populações de plantas, representada por suas características genéticas e demográficas, é afetada por fatores abióticos e/ou bióticos, destacando-se a competição e a intensidade luminosa. Além disso, variações na estrutura das populações podem estar relacionadas à presença de microhabitats favoráveis dentro de suas áreas de distribuição e indicam como certa espécie de planta explora o ambiente que ocupa. Assim, o objetivo do trabalho é comparar a estrutura populacional de Rudgea jasminoides em borda e interior de floresta através de parâmetros demográficos como densidade, área basal e altura. A coleta de dados foi feita numa Floresta Estacional Semidecidual Altomontana, no município de Itamonte, Minas Gerais. Foram lançadas 21 parcelas de 20mX20m distantes 10m entre si e distribuídas em 5 transecções, sendo 13 em interior e 8 na borda do fragmento. Foram registradas a circunferência a altura do peito e altura de todos os indivíduos com a primeira medida maior ou igual a 15,7 cm. Encontrou-se 163 indivíduos, dos quais 124 estavam em interior e 39 em borda de floresta. As respectivas densidades foram 238,46 ind.ha-¹ e 121,87 ind.ha-¹ e o teste de Tukey mostrou-se significativo (F0,05(1),1,19 =5,0891 e p=0,0342). A área basal total para o interior foi 2,91 m².ha-¹ e para borda foi 2,22 m².ha-¹ e o teste de Tukey não foi significativo(F0,05(1),1,19 =0,8815 e p= 0,63). A altura média encontrada para interior foi 11,3 m e para borda foi 12,2 m. O diâmetro a altura do peito (DAP) médio foi 11,62 cm e 14,26 cm, respectivamente. Desse modo, o fato de Rudgea jasminoides ser considerada espécie de sub-bosque, tolerante à sombra e classificada como secundária tardia, foi corroborado no presente estudo pela maior densidade encontrada em interior de floresta. O fato das variáveis altura e diâmetro a altura do peito médios terem sido maiores para a borda pode ser devido a fatores como o bom estado de conservação do fragmento; a borda se encontrar em processo de regeneração avançado e a incidência luminosa ser moderadamente maior que no interior do fragmento. A alta abundância dos indivíduos do interior da floresta e o maior tamanho vertical e radial dos indivíduos da borda podem ser entendidos como diferentes estratégias para aumentar o sucesso competitivo e as taxas de sobrevivência da espécie em ambientes diferentes, pois, de acordo com a literatura, a borda possui maiores taxas de competição e o interior possui a luminosidade como recurso limitante. Palavras-chave: Estrutura de população, Sub-bosque, Floresta Atlântica. Créditos de Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, Caixa postal: 3037 , CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 288 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS, PA Fernando Wallase Carvalho ANDRADE1*; Cláudia da Costa CARDOSO2; Paula Caroline Rocha ARAÚJO3; Lia de Oliveira MELO4; João Ricardo Vasconcellos GAMA4. O conhecimento da composição florística é essencial para o planejamento adequado do ciclo de corte em planos de manejo. A Floresta Nacional do Tapajós é uma unidade de conservação (UC) e tem como um dos objetivos o incentivo a pesquisa cientifica e a exploração racional de seus recursos. Neste sentido, para contribuir com informações sobre a fitossociologia desta UC foram estabelecidas sistematicamente trinta e seis parcelas de 0,5ha para se estudar o estrato adulto (Diâmetro à altura do peito (DAP) ≥ 10cm) e a regeneração natural (Altura total (Ht) ≥ 0,3cm até DAP < 10cm). Na análise da composição florística foram estimados os índices de Sorensen, de Shannon-Weaver, de Pielou, de Payandeh e o Quociente de Mistura de Jentsch. Realizou-se a análise da estrutura horizontal da floresta por meio dos parâmetros de densidade, dominância, frequência e Valor de Importância (VI). A floresta é caracterizada por uma grande quantidade de indivíduos de poucas espécies e famílias botânicas, distribuídos em 261 espécies e 50 famílias. A maior porcentagem de indivíduos corresponde à família Fabaceae (17,62%). O índice de Sorensen foi 0,74; Shannon-Weaver 4,36; Pielou 0,78 e Jentsch 1:3. Verificou-se que o padrão agrupado foi predominante, respondendo por 45% das espécies. Analisando todos os índices, no estrato adulto a espécie mais importante foi Pouteria guianensis Aubl., e na regeneração natural foi Aspidosperma inundatum Ducke. Cabe salientar que mais de 80% das espécies detiveram frequências relativas abaixo de 1%, o que pode indicar risco de extinção. A estrutura da floresta caracteriza-se por alta diversidade florística, poucas espécies dominantes e muitas espécies raras. Palavras - chave: Povoamento florestal, regeneração natural, Amazônia Universidade Federal de Lavras – UFLA, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. Engenheira Florestal da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA Professor Dr. do Instituto de Biodiversidade e Florestas – UFOPA *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 289 ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS POPULAÇÕES DE Actinocephalus polyanthus (Bong.) Sano (Eriocaulaceae) EM UM GRADIENTE ALTITUDINAL, SERRA DO CIPÓ (MG) Graciene da Silva MOTA1*, Nayara Mesquita MOTA2, Yule Roberta Ferreira NUNES2, Franciellen Morais COSTA3, Lilian de Lima BRAGA2, Geraldo Wilson FERNANDES3 A altitude é correlacionada com uma grande variedade de recursos reguladores do crescimento das plantas. O presente estudo busca a compreensão da distribuição das populações da sempre-viva Actinocephalus polyanthus no complexo rupestre na região da Serra do Cipó, em Minas Gerais, bem como verificar se a influência do gradiente altitudinal promove modificação na estruturação espacial dessa espécie. Foram definidas cinco cotas altitudinais (800, 900, 1100, 1300 e 1400 m). Em cada cota foi traçado um transecto de 250 m, no qual foram plotadas 13 parcelas de 100 m2 (10 m x 10 m). No interior das parcelas, os indivíduos com diâmetro a altura do solo ≥ 1 cm foram inventariados, sendo registrada a altura total. Os indivíduos foram divididos em cinco classes de tamanho, sendo: classe 1, indivíduos com altura de > 0 a 20 cm; classe 2, de 21 a 40 cm; classe 3, de 41 a 60 cm; classe 4, de 61 a 80 cm; e classe 5, que incluiu indivíduos>81 cm. Para verificar o padrão espacial, calculou-se o índice de Morisita (Id) e o índice de Morisita padronizado (Ip), para cada classe de tamanho, e para verificar a influência do gradiente altitudinal na estruturação espacial utilizou-se uma regressão simples no procedimento Modelo Linear Generalizado (GLZ), entre as cotas altitudinais e Id total. Foram amostrados 1611 indivíduos. A distribuição foi de: 40,9% na classe 1, 36,7% na classe 2, 9,4% na classe 3, 8,0% na classe 4 e 3,2 % na classe 5. O padrão espacial foi agregado para as classes 1, 2 e 3, em todas as cotas altitudinais, e agregado para as classes 4 e 5, somente nas cotas de 800 e 1100 m, pois para as outras cotas o número de indivíduos foi insuficiente para fazer o cálculo. A análise de regressão demonstrou uma relação entre altitude e Id (r = 0,921; p < 0,01), no qual a agregação diminui com o aumento da altitude. Esse padrão agregado observado, possivelmente, esta relacionado com as características edáfico-climáticas e, principalmente, às diferentes formas de disponibilização de recursos, que influenciam na distribuição dessa espécie no ambiente estudado. Palavras-chave: Distribuição Espacial, Altitude, Campo rupestre 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 1 2: Universidade Estadual de Montes Claros, Departamento de Biologia Geral, caixa postal 126, CEP: 39401-089, Montes Claros-MG, Brasil. 3: Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Biologia Geral, Instituto de Ciências Biológicas – ICB, caixa postal 486, CEP: 30161970, Belo Horizonte-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 290 ESTRUTURA HORIZONTAL DO COMPONENTE ARBÓREO EM FLORESTA DE TERRA FIRME NA AMAZÔNIA ORIENTAL, PARÁ, BRASIL. Vilany Matilla Colares CARNEIRO1*, Eduardo VAN DEN BERG1, Ana Paula Assunção TEIXEIRA2, João Carlos Costa GUIMARÃES3, Hisaias de Souza ALMEIDA3, Marcos Vinicius de Oliveira GARCIA3 A estrutura da comunidade arbórea é direta e indiretamente modificada a curto e a longo prazo pela extração seletiva de madeira via manejo florestal. O acompanhamento dessas alterações é fundamental para a correta avaliação da sustentabilidade ecológica deste processo de exploração. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi caracterizar a estrutura horizontal em uma floresta de terra firme na Amazônia Oriental, antes do manejo florestal, pertencente à empresa ORSA Florestal, localizada no município de Almeirim, Pará, Brasil. O levantamento fitossociológico foi realizado em 6 transectos de 10 × 250 m cada, totalizando uma área amostral de 1,5 ha. Todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito maior ou igual a 10 cm foram medidos e quando possível, foram identificados in loco ou morfotipados para posterior identificação por meio de consultas a especialistas, bem como à literatura especializada e ao Herbário IAN (EMBRAPA-CPATU). Para descrever a estrutura horizontal foram calculados parâmetros fitossociológicos de frequência relativa, densidade relativa e dominância relativa, que somadas contabilizam o valor de importância para cada espécie. Ao todo foram amostrados 765 indivíduos, distribuídos em 124 espécies, sendo que 9 delas são manejadas pela empresa. A área basal encontrada foi de 32,83 m2 ha-1. As espécies de maior valor de importância na estrutura da floresta foram Pouteria anomala (Pires) T.D. Penn. (16,82) (não manejada), Pouteria retinervis T.D. Penn. (11,60) (não manejada), Protium trifoliolatum Engl. (9,32) (não manejada), Sacoglottis guianensis Benth. (8,88) (não manejada) e Qualea paraensis Ducke (7,09) (manejada) que juntas contribuíram com 53,71 do valor de importância total. Portanto, pode-se considerar que na floresta primária em estudo estas são as espécies-chave na estrutura da floresta, sejam elas manejadas ou não pela empresa e devem receber especial atenção nos estudos de dinâmica da comunidade arbórea após o corte seletivo, servindo de indicador do grau das alterações sofridas pela composição e estrutura fitossociológica após a intervenção. Palavras-chave: Manejo florestal, Impacto, Espécies-chave Créditos de financiamento: CAPES, PELD, ORSA FLORESTAL, FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras-UFLA, Departamento de Biologia, Programa de Pósgraduação em Ecologia Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Pará, Ciências Ambientais, Rua Augusto Corrêa, 01-Guamá. CEP 66075-110. Caixa postal 479 Belém-PA 3 Universidade Federal de Lavas, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pósgraduação em Ciências Florestais. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 291 ESTRUTURA INTERNA DAS FOLHAS DE Pistia stratiotes L. (Araceae) EXPOSTAS AO CHUMBO Cynthia de OLIVEIRA1,2*, Evaristo Mauro de CASTRO1, Marinês Ferreira PIRES1,3, Ana Carolina Oliveira DUARTE1, Elícia Trindade ALVES1, Tuani Sales TORRES1 Elementos tóxicos como o chumbo têm provocado a contaminação de muitos corpos d’água devido ao lançamento impróprio de efluentes poluídos por estes elementos. Contudo, muitas plantas são capazes de sobreviver na presença do mesmo, absorvendo-o e acumulando-o em seus tecidos, por possuírem mecanismos que permitem tolerância a este poluente, sendo consideradas fitorremediadoras. As características de plasticidade anatômica dos vegetais constituem os mecanismos de tolerância dos mesmos a condições de estresse como a poluição por chumbo. Com isso, o objetivo deste trabalho foi verificar as características estruturais das folhas de Pistia stratiotes L. (Araceae) expostas à concentrações de chumbo, que constituem os mecanismos de tolerância desta espécie a este metal pesado. As plantas foram cultivadas em casa de vegetação e em solução nutritiva de Hoagland-Arnon e submetidas a concentrações crescentes de chumbo: 0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 mg L-1 pelo período experimental de 15 dias. Ao término deste período, foi analisada a anatomia foliar. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com seis tratamentos e cinco repetições, e os dados submetidos à análise de variância e ao teste de Scott-Knott para p<0,05. Constatou-se um aumento na densidade estomática e nos diâmetros polar e equatorial dos estômatos presentes nas faces adaxial e abaxial das folhas, e na espessura do mesofilo e no limbo foliar, de acordo com o aumento da concentração de chumbo em solução nutritiva. O número de feixes vasculares presente no limbo foliar também aumentou na presença de chumbo. A porcentagem de aerênquimas no limbo das folhas e a funcionalidade dos estômatos não apresentaram modificações quando as plantas foram submetidas ao metal. Diante do exposto, as plantas de P. satrtiotes apresentam características estruturais internas em suas folhas que contribuem com a tolerância dessas plantas à contaminação pelo chumbo, sem que as modificações anatômicas e fisiológicas resultem em prejuízos para essa espécie. Palavras-chave: Alface d’água, Fitorremediação, Anatomia foliar, Plasticidade, Metal pesado Créditos de Financiamento: CAPES, CNPq e FAPEMIG 1 Laboratório de Anatomia Vegetal, Setor de Botânica Estrutural, Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000 Lavras - MG. 2 Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fisiologia Vegetal 3 Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 292 ESTRUTURA INTERNA DE ÓRGÃOS VEGETATIVOS DE PLANTAS JOVENS DE Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae) Amanda Ávila CARDOSO1*, Fabricio José PEREIRA2, Felipe Fogaroli CORRÊA3, Márcio Paulo PEREIRA2, Breno Régis SANTOS3, Evaristo Mauro de CASTRO2 O objetivo do presente trabalho foi avaliar a anatomia de órgãos vegetativos do bacupari (G. brasiliensis) contribuindo para futuras aplicações taxonômicas, ecológicas e para o manejo dessa espécie. Sementes de bacupari foram germinadas em bandejas contendo vermiculita autoclavada irrigada diariamente até a capacidade de campo, mantidas sob luz contínua e 25±2 °C. Após germinação, as plantas foram cultivadas em sala de crescimento por 120 dias e fixadas em solução de formaldeído, ácido acético e etanol 70% (F.A.A70%) sendo que as raízes, caules e folhas foram submetidos aos procedimentos usuais em microtécnica vegetal. As lâminas foram fotomicrografadas e a montagem das pranchas realizadas com auxílio do software Corel Draw®. A folha primária de G. brasiliensis é dorsiventral, com epiderme unisseriada e cutícula espessa. Estômatos são encontrados apenas na face abaxial da folha (hipoestomática) sendo classificados como paracíticos. Na nervura central o floema está localizado em torno do xilema. Ocorrem canais secretores tanto no mesofilo quanto na nervura central. Em G. brasiliensis o caule em crescimento primário apresenta forma cilíndrica, constituído de uma epiderme unisseriada revestida de uma cutícula espessa. O sistema vascular inicia o desenvolvimento da estrutura secundária bem próximo ao ápice caulinar com xilema secundário internamente e floema secundário externamente. Canais secretores são encontrados no córtex, circundando toda a medula. A raiz primária se desenvolve pouco e com apenas alguns dias após o surgimento começa se deteriorar, contudo, as raízes adventícias são bem mais vigorosas, constituindo o sistema radicular definitivo da planta. As raízes adventícias são poliarcas com epiderme e endoderme unisseriadas. A anatomia da planta jovem de G. brasiliensis é similar a outras espécies de Clusiaceae e características anatômicas, como presença de cutícula espessa em folhas e caule, possibilitam a ampla distribuição da espécie. Palavras-chave: Anatomia vegetal, órgãos vegetativos, bacupari. Crédito de financiamento: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal, CEP: 36.570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 293 ESTRUTURA POPULACIONAL DE Combretum duarteanum Cambess. (Combretaceae) EM TRÊS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS DE UMA FLORESTA DECÍDUA. Ravi Fernandes MARIANO1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Diego Gualberto Sales PEREIRA¹ , Deborah Mattos Guimarães APGAUA¹ , Paola Ferreira SANTOS¹, Warley Augusto Caldas CARVALHO¹. Combretum duarteanum é uma espécie da família Combretaceae, possui hábito arbóreo e arbustivo, sendo típica de áreas de floresta estacional decidual da caatinga mineira. Este tipo de formação e, consequentemente, a espécie em estudo, vem sofrendo intensa degradação devido à indústria do carvão e à pecuária. Diante deste contexto torna-se necessário um maior conhecimento sobre a espécie no intuito de embasar ações de conservação para esta. Neste sentido este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura populacional de Combretum duarteanum em três estágios sucessionais de uma floresta decídua situada no domínio da caatinga, no município de Itacarambi, norte do estado de Minas Gerais. Foram identificados três estágios de regeneração distintos na floresta do estudo, sendo chamados de estágio inicial, intermediário e tardio. Foram alocadas 10 parcelas de 400 m² para cada estágio sucessional, totalizando 1,2 ha de área amostrada, sendo amostrados todos indivíduos da espécie com circunferência à altura do peito igual ou superior a 10 cm. A medição da circunferência dos indivíduos amostrados foi realizada utilizando-se uma fita métrica. Todos indivíduos amostrados foram marcados com plaquetas de alumínio numeradas, para futuros estudos de dinâmica. A identificação da espécie foi realizada por um botânico experiente. Foram amostrados 312 indivíduos, ocorrendo maior número destes nos estágios inicial (121) e tardio (124), ocorrendo 67 indivíduos no estágio intermediário. Foi realizada a distribuição dos valores de diâmetro dos indíviduos em três classes. No estágio inicial os valores de diâmetro apresentaram uma distribuição tipo “J-invertido”. Nos demais estágios ocorreram distribuições que tenderam a normalidade. A área basal encontrada no primeiro estágio de sucessão foi de 1,08 m²/ha, aumentando para 1,71 m²/ha no estágio intermediário, e para 2,32 m²/ha no estágio tardio. A espécie apresentou dominância do sub-bosque na maioria das parcelas dos três estágios. O aumento da área basal ao longo do gradiente sucessional mostra que apesar de haver uma frequência semelhante de indivíduos nos estágios inicial e tardio, neste último os indivíduos são de maior porte. No estágio intermediário ocorreram os indivíduos de maior porte da espécie, encontrando-se em número inferior em relação aos demais estágios. Foi observado na floresta estudada que a espécie em estudo é mais adaptada em habitar o sub-bosque, ocorrendo dominância desta na maioria das parcelas. Palavras-chave: População, Caatinga, Regeneração florestal. 1 : Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 294 ESTRUTURA POPULACIONAL DE Ocotea pulchella Mart. (Lauraceae) EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA Tiago de Souza FERREIRA11*, Bruna SALAMI1, Amanda Koche MARCON1, Fernando BUZZI JUNIOR1, Pedro HIGUCHI1, Ana Carolina da SILVA1 O conhecimento da estrutura populacional de espécies arbóreas em fragmentos florestais é fundamental, pois permite inferir sobre sua autoecologia e capacidade de regeneração natural. O objetivo deste estudo foi analisar a estrutura populacional de Ocotea pulchella em um fragmento de FOM (Floresta Ombrófila Mista) localizada em Lages, SC. Foram estabelecidas 50 parcelas de 200 m2(10 x 20m), distribuídas de forma sistemática, onde foram medidos DAP (diâmetro a altura do peito a 1,30m) e altura dos indivíduos arbóreos vivos com DAP ≥ a 5 cm. Os indivíduos foram distribuídos em classes de diâmetro e altura, onde o número de classes de diâmetro foi definido pelo método de amplitudes crescentes (Classe 1: 5-9,9 cm; Classe 2: 10-19,9 cm; Classe 3: 20-39,9 cm; Classe 4: > 40cm). As classes de altura foram definidas por meio da estratificação dos perfis verticais nas classes: inferior, intermediária e superior (Classe 1: ≤ 7,5 m; Classe 2: 7,6-12,2 m; Classe 3: > 12,2 m). Foi encontrado uma densidade de 39 ind./ha, área basal de 1,13 m2/ha e frequência de 54%. O número de indivíduos nas classes de diâmetro foi de: Classe 1: 11; Classe 2: 15; Classe 3: 12; Classe 4: 2. O número de indivíduos nas classes de altura foi de: Classe inferior: 9; Classe intermediária: 27; Classe superior: 3. A distribuição das frequências dos indivíduos nas classes de diâmetro, apesar de irregular, indica uma tendência a ocorrência do padrão de distribuição em “J-invertido", sugerindo um estoque regenerativo, contudo, não é o fato de ter maior densidade em classes diamétricas de menor tamanho que uma espécie garante sua manutenção na comunidade, mas sim a sua capacidade de competir dentro do seu nicho ecológico. A distribuição dos indivíduos em classes de altura diferiu do padrão “J-invertido”, indicando que na sua maioria a população estudada apresenta indivíduos de estatura média, com altura média de 9,9 m. Os resultados encontrados permitiram concluir que a análise da estrutura populacional de espécies florestais possibilita a detecção de problemas relativos a sua capacidade de regeneração, servindo como base para ações de conservação. Contudo, para se obter conclusões mais abrangentes, serão necessários estudos futuros voltados ao monitoramento ao longo do tempo, visando o acompanhamento da dinâmica populacional desta importante espécie da FOM, e, assim, subsidiar estratégias de conservação e manejo, com o objetivo de uso racional desta espécie. Palavras-chave: Floresta de araucária, Conservação e Manejo. 1 Universidade do Estado de Santa Catarina, Departamento de Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 281, CEP: 88520-000, Lages-SC, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 295 ESTRUTURA POPULACIONAL DE Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz (Fabaceae) EM TRÊS ESTÁGIOS SUCESSIONAIS EM FLORESTA DECIDUAL. Ravi Fernandes MARIANO¹*, Rubens Manoel dos SANTOS¹, Diego Gualberto Sales PEREIRA¹, Deborah Mattos Guimarães APGAUA¹, Paola Ferreira SANTOS¹. A Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz é uma espécie arbórea da família Fabaceae, subfamília Mimosoideae, ocorrendo em áreas de floresta estacional decidual do Brasil. É uma espécie heliófita, sendo utilizada na recuperação de áreas degradadas, possuindo também utilizações na construção civil e produção de móveis. Assim como as demais espécies arbóreas brasileiras, vem sofrendo diminuição de seu tamanho populacional devido às fortes pressões antrópicas. São escassos estudos de população desta espécie, sendo estes pertinentes para um melhor entendimento desta, permitindo ações de conservação mais efetivas. Neste sentido, este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura populacional de Poincianella pluviosa em três estágios sucessionais de uma floresta estacional decidual situada no domínio da caatinga, no município de Itacarambi, norte de Minas Gerais. Foram identificados três estágios de regeneração distintos na floresta estudada, sendo chamados de estágio inicial, intermediário e tardio. Foram alocadas 10 parcelas de 400 m² para cada estágio sucessional, totalizando 1,2 ha de área amostrada, sendo amostrados todos indivíduos da espécie em estudo com circunferência à altura do peito igual ou superior a 10 cm. A medição da circunferência dos indivíduos amostrados foi realizada utilizando-se uma fita métrica. Foram amostrados 361 indivíduos, havendo maior número de indivíduos da espécie no estágio inicial de sucessão (249) e menor número no estágio sucessional mais tardio (37). Foi observado a partir do teste de qui-quadrado, com 95% de probabilidade, que houve diferença significativa entre os valores de diâmetro das classes diamétricas entre os estágios de sucessão. Os valores de diâmetro dos indivíduos da população em estudo apresentaram uma distribuição normal nos estágios inicial e intermediário, ocorrendo maior número de indivíduos pertencentes à classe de menores diâmetros no estágio sucessional mais avançado. A área basal da espécie no primeiro estágio de sucessão foi 3 vezes maior que no estágio intermediário e 7 vezes maior que no estágio tardio, aproximadamente. Foi verificado na floresta estudada que a espécie em estudo teve como preferência habitar locais perturbados, onde há um processo inicial de 1 sucessão florestal. Estes locais têm como características maior incidência luminosa, menor umidade e menor teor de matéria orgânica no solo, explicando porque a espécie pode ser utilizada na recuperação de áreas degradadas. Palavras-chave: Sibipiruna, Caatinga, Regeneração florestal. 1: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 296 ESTRUTURA POPULACIONAL DE Protium spruceanum (Benth.) Engl. (Burseraceae) EM UM FRAGMENTO FLORESTAL EM MINAS GERAIS Carla Daniele de Carvalho GUIMARÃES1, Gabriela Aparecida de Oliveira COELHO2* & Grazielle Sales TEODORO3 Estudos da estrutura populacional de plantas e do ambiente no qual estas estão inseridas são fundamentais para compreender quais fatores influenciam os processos populacionais, regeneração e a manutenção das espécies nos ecossistemas. Protium spruceanum é uma espécie arbórea, secundária, característica de florestas úmidas Atlânticas e Amazônicas e de matas ciliares, estando entre aquelas de alto valor de importância (IVI) na região do Alto Rio Grande, MG. O objetivo do presente trabalho foi analisar a estrutura horizontal de P. spruceanum em um fragmento florestal paludoso no município de Santo Antônio do Amparo, MG. A amostragem foi realizada em 2009, quando foram alocadas no fragmento 10 parcelas de 200m2, totalizando uma área amostrada de 0,2ha. Todos os indivíduos de P. sprucenaum encontrados no interior das parcelas com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 5 cm foram marcados e tiveram sua altura e DAP medidos. Calculou-se a densidade absoluta (ind./ha), área basal (m2/ha) e a distribuição dos indivíduos por classes de diâmetro. Foram encontrados 87 indivíduos de P. spruceanum, ocorrendo em 80% das parcelas inventariadas. A densidade média encontrada foi 8,7 ind./parcela, a densidade absoluta de 435 ind./ha, e a área basal de 12,59 m2/ha, sendo estes valores maiores que os encontrados para a mesma espécie em outros estudos realizados em Minas Gerais. Os valores de diâmetro variaram de 5,12 cm a 48,54 cm, resultando em cinco classes diamétricas. O maior número de indivíduos está concentrado na primeira classe (5,0 - 8,9 cm), representando 35,6% do total de indivíduos. Todas as demais classes foram representadas por indivíduos de P. spruceanum, o que pode ser um indicativo de estabilidade da população na área estudada. Palavras-chave: Estrutura horizontal, fragmentação florestal, estabilidade populacional. 1 Universidade Federal de São João Del Rei, Departamento de Engenharia de Biossistemas, Programa de Pós-Graduação de Bioengenharia, Praça Dom Helvécio, 74, CEP: 36300-000, São João Del Rei-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Botânica, Programa de PósGraduação em Biologia Vegetal, Rua Monteiro Lobato, 255, CEP: 13083-862, Campinas-SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 297 ESTRUTURA POPULACIONAL DE Xylopia brasiliensis Spreng. (Annonaceae) SOB UM PLANTIO DE EUCALIPTO Matheus Santos LUZ1*, Rubens Manoel dos SANTOS2, Polyanne Aparecida COELHO1, Fernanda Maria de SOUZA1, Diego Gualberto Sales PEREIRA3, Aline Martins MOREIRA3, Gisele Cristina de Oliveira MENINO3, Deborah Mattos Guimarães APGAUA³. Os sub-bosques de plantações comerciais de espécies florestais, que já foram vistos como problema, pois prejudicavam varias operações de silvicultura, manejo e colheita, hoje são uma forma de manutenção da biodiversidade em áreas de produções homogêneas. O estudo de populações regenerantes nestas áreas é de grande importância, pois facilitaria os processos de recuperação de áreas degradadas próximas (fonte de mudas e sementes), proteção de solo (cobertura vegetal) entre outros. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar a estrutura, horizontal e vertical, da população em regeneração de Xylopia brasiliensis Spreng., espécie com grande potencial de uso para restauração de áreas degradadas. O estudo foi realizado em um plantio experimental de Eucalyptus spp. de aproximadamente 35 anos localizado no campus da Universidade de Federal de Lavras (UFLA), no município de Lavras MG com uma área total de 2,9 hectares. A área foi abandonada e está próxima de um fragmento florestal, grande fonte de propágulos. Foi registrado o diâmetro a altura do solo e altura de todos os indivíduos de X. brasiliensis encontrados. As distribuições diamétrica e de altura foram divididas em cinco classes. Foi registrado um total de 2987 indivíduos, com densidade absoluta de 1030 ind.ha-¹. A distribuição de diâmetro e altura apresentou uma forma de “J reverso”, ou seja, a maioria dos indivíduos pertencente à primeira classe, de altura com 2097 indivíduos e de diâmetro com 2142 indivíduos, e poucos pertencentes às classes seguintes. A área basal total foi de 4,85 m² tendo sua maior representatividade, 50% para altura e 38,5% para diâmetro, na quarta classe. O maior número de indivíduos na primeira classe pode ser explicado primeiramente pela grande fonte de propágulos existente próxima a área além da presença de indivíduos adultos no local. Embora a competição com o eucalipto seja grande, este tipo de distribuição indica que a população está tendo sucesso na colonização do local devido ao grande número de plântulas, e esta conseguindo se estabelecer, indivíduos adultos chegando ao dossel e maior participação destes indivíduos na área basal. Com o estudo pode-se concluir que há regeneração de X. brasiliensis sob o dossel do eucaliptal devido ao grande número de indivíduos encontrados e sua distribuição estrutural na forma de “J reverso” indicativa de populações auto-regenerativas. Palavras-chave: Estrutura horizontal, Estrutura vertical, Colonização. Créditos de financiamento: CNPq 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Graduando em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 2 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Professor Adjunto, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. 3 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 298 ESTRUTURA VERTICAL DA POPULAÇÃO REGENERANTE DE Cupania vernalis Cambess. (Sapindaceae), LAVRAS-MG Carlos Delano Cardoso de OLIVEIRA1*, Pedro HIGUCHI2, Suely de Cássia Antunes de SOUZA3, Ary Teixeira de OLIVEIRA-FILHO4, Marco Aurélio Leite FONTES5, Paulo Oswaldo GARCIA5 Os diferentes ambientes em uma floresta decorrem, dentre outros fatores, da variação de luminosidade entre os trechos. A adaptação e fases de desenvolvimento das espécies arbóreas nos distintos habitats florestais promovem a estratificação do dossel. Neste sentido, o estudo da estrutura vertical em uma floresta permite avaliar as características e desenvolvimento das espécies, possibilitando inferências sobre a ecologia da comunidade e, consequentemente, do processo de sucessão florestal. O objetivo desse estudo foi avaliar a estrutura vertical da população regenerante de Cupania vernalis na Mata da Subestação, um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual Montana localizado em Lavras, Minas Gerais. Foram alocadas 49 parcelas de 7 × 7 m, que foram estabelecidas conforme o gradiente de declividade, sendo amostrados os regenerantes de C. vernalis com DAS ≥ 1 cm e DAP < 5 cm (medido a 1,30 m acima do nível do solo). Esses receberam etiquetas numeradas de alumínio e tiveram mensurados o diâmetro e altura total. Os 109 indivíduos encontrados foram divididos em oito classes de altura: classe I (0,60-1,65 m), classe II (1,65-2,70 m), classe III (2,70-3,75 m), classe IV (3,75-4,80 m), classe V (4,80-5,85 m), classe VI (5,85-6,90 m), classe VII (6,907,95 m) e classe VIII (7,95-9 m). Os resultados obtidos demostraram que as classes I (26 ind.) e II (22 ind.) apresentaram maiores abundâncias, enquanto que as classes VII (8 ind.) e VIII (4 ind.) exibiram reduzido número de indivíduos, o que evidenciou a concentração destes nas classes de menor tamanho. Esse comportamento, característico em florestas inequiâneas, indica que a população se encontra estável, com regeneração natural assegurada. O decréscimo da abundância nas maiores classes de tamanho é frequente em florestas e se relaciona ao aumento da mortalidade por competição, determinando o baixo número de indivíduos que chegam à fase adulta. Isso evidencia a oligo dominância típica de florestas tropicais e que se associa aos elevados valores de diversidade. O equilíbrio na estrutura populacional de C. vernalis indica o desenvolvimento e manutenção da fisionomia florestal, pois esta espécie compõe o estrato de dossel na região. Visto tratar-se de espécie zoocórica, ou seja, que oferta recursos alimentares à fauna, a regeneração natural de C. vernalis na Mata da Subestação incrementa a complexidade trófica e demonstra a evolução do processo de sucessão florestal. Palavras-chave: Ecologia de Populações, Regeneração Natural, Estratificação Vertical. Créditos de financiamento: FAPEMIG 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade do Estado de Santa Catarina Av Luiz de Camões, 2090, Conta Dinheiro, CEP: 88520-000, Lages-SC, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 4 Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Botânica , Campus Universitário, CEP: 31270-901, Belo Horizonte- MG, Brasil. 5 Universidade Federal de Lavras, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 299 ESTUDO ANATÔMICO COMPARATIVO DE CONCENTRAÇÕES DE METIL JASMONATO SOJA SOB DIFERENTES Ana Clara TRANCOSO1*, Tássia Boeno OLIVEIRA2, Lara Siqueira Oliveira CARVALHO33, Amauri Alves de ALVARENGA44 A soja é a cultura que mais cresceu nas últimas três décadas. Seu cultivo se concentra sobretudo no Centro-Oeste e Sul do país. Devido à importância da cultura, diversas pesquisas vêm sendo realizadas visando maior eficiência no manejo com intuito de atingir melhores índices de produtividade. Objetivou-se nesse trabalho descrever e comparar número de estômato, densidade e funcionalidade estomática em plantas de soja submetidas a diferentes concentrações de metil jasmonato (0; 5; 25; 50 e 125 µM e proline). O trabalho foi realizado com a cultivar MGBR-46, denominada "Conquista". Os tratamentos foram aplicados via foliar quando as plantas atingiram o estádio fenológico V4. Foram analisadas 3 folhas localizadas de cada tratamento localizadas no 4o nó, conservadas em álcool 70%. Os cortes foram feitos aleatoriamente na região mediana e colocados para dissociação com solução de Jeffrey para obtenção de cortes paradérmicos, seguido de clareamento em hipoclorito de sódio 50%, lavado em água destilada e corado com safranina. Foram observadas fotografias de três campos de cada folha com aumento total de 40X no programa Image Tool. Os estômatos foram contados para cálculo da densidade, e medidos quatro estômatos quanto aos diâmetros polar e equatorial por campo para obtenção da área. Nas plantas controle, obtêve-se em média 16 estômatos, gerando uma densidade estomática de 1,83x10-6 mm2 e uma funcionalidade de 0,99. As plantas elicitadas com 05 e 50 µM, calculou-se em média 14 estômatos e gerando uma densidade estomática de 1,60x10-6mm2 cada um e uma funcionalidade de 0,90 e 1,07 respectivamente. Já nas plantas elicitadas com 25 µM, observou-se em média 10 estômatos, uma densidade de 1,15x10-6 e funcionalidade de 1,15. Nas plantas elicitadas com 125µM encontrou em média 11 estômatos, uma densidade estomática de 1,26 x10-6 mm2 e uma funcionalidade de 1,05. Com proline obtêve-se em média de 14 estômatos, uma densidade de 1,60x10-6 mm2 e uma funcionalidade de 1,36. De acordo com os resultados obtidos, o metil jasmonato não influenciou as variáveis analisadas. Palavras-chave: Glycine max (L.) Merrill, estômato, paradérmico, anatomia. 1 Graduanda de Agronomia da Universidade Federal de Lavras – UFLA. Mestranda de Fisiologia Vegetal/Departamento de Biologia – UFLA. 3 Graduanda de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Lavras – UFLA. 4 Professor titular da UFLA. *autor para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 300 ESTUDO ANATÔMICO DA DIMENSÃO DAS FIBRAS DE Goupia glabra Aublet (Goupiaceae) Luiz Eduardo De Lima MELO11*, Selma Lopes GOULART1, Alessandra De Oliveira RIBEIRO1, Carolina Rezende Pinto NARCISO 1, Fábio Akira MORI1, João Rodrigo Coimbra NOBRE1 A espécie Goupia glabra Aubl. pertence a família Goupiaceae, ocorre em abundância nas florestas de terra firma da Amazônia brasileira, onde, sua exploração é primordialmente destinada para fins madeireiros. Seu lenho apresenta qualidade para diversas aplicações, sendo particularmente empregada em estruturas na construção civil. Sabendo que as fibras, dentre as células que constituem o lenho de folhosas, é a que apresenta maior influencia nas propriedades da madeira, objetivou-se nesse trabalho conhecer as dimensões da fibra da madeira de G. glabra, bem como avaliar a variação radial dessa estrutura no sentido medula-câmbio. O material analisado foi coletado no município de Gurupá/PA. As amostras foram retiras de discos a 1,30 m a partir do nível do solo em cinco posições radiais no lenho: 0% (próximo a medula), 25%, 50%, 75% e 100% (próximo ao câmbio vascular). A metodologia aplicada no trabalho foi aquela tradicionalmente recomendada para estudos em anatomia de madeira. Para verificar o padrão de variação radial das variáveis analisadas foi aplicada analise de regressão linear. A madeira apresenta fibras longas do tipo libriforme com comprimento médio de 2425 µm, fibras de parede muito espessa média de 11 µm, diâmetro médio do lume de 5 µm e largura média da fibra de 26 µm e sendo o percentual de parede de fibra de 81%. Não foi observada tendência de variação definida para as variáveis anatômicas analisadas, resultado este, que foi confirmado pelos baixos coeficientes de determinação encontrados. Os resultados demonstram que as fibras da espécie analisada, apresentam características morfológicas que confirmam as boas propriedades de resistência de sua madeira. Ressalta-se também que em espécies nativas, a resposta de algumas células ao crescimento do vegetal, pode não seguir o padrão variação definido e crescente, como o que é comumente descrito em literatura. Palavras-chaves: Anatomia da madeira, Variação radial, Espécie amazônica. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 301 ESTUDO ANATOMICO DE CAULE E FOLHA DE CIPÓ-PRATA Sabrinna Maia T. SOUTO1*, Amanda de Melo CAMPOS1, Marcelo Aparecido da SILVA2, Marcelo Henrique dos SANTOS3, Luiz Alberto BEIJO4, Marcelo POLO5 Banisteriopsis oxyclada (Malpighiaceae) é uma liana nativa presente em diferentes ecossistemas, denominada popularmente de cipó-prata e utilizada como antiuricêmico e diurético. O objetivo do estudo foi caracterizar anatomicamente caule e folha de plantas cultivadas em viveiro (a pleno sol) e coletadas em seu ambiente nativo (interior de floresta semidecidual no sul do estado de Minas Gerais). Foram realizadas 4 coletas nas 2 condições de cultivo, nos meses de agosto e outubro de 2011 e fevereiro e abril de 2012, correspondendo às quatro estações, nas quais ocorrem variações climáticas e de fotoperíodo, visando estabelecer a influencia sazonal e registar as diferenças resultantes dos fatores ambientais. O material coletado foi fixado em F.A.A. e a seguir mantido em solução alcoólica 70%. Posteriormente processado de acordo com as técnicas usuais para inclusão em resina. Os blocos foram cortados em micrótomo de avanço automático, com navalhas de vidro, corados com azul-de-toluidina e observados em microscópio fotônico. As seguintes variáveis foram avaliadas: espessuras de mesofilo, parênquimas, epiderme, vasos, cutícula, diâmetro polar e equatorial dos estômatos bem como densidade estomática. Observaram-se diferenças anatômicas no caule entre os tratamentos, e quanto ao número e espessura dos vasos. As características estruturais da lâmina foliar demonstraram-se mais espessas nas plantas crescidas em viveiro, onde mesofilo, parênquima paliçádico e cutícula apresentaram essa diferença. Foi possível observar a presença de cristais prismáticos nas células do parênquima. A nervura mediana apresenta-se saliente com feixe vascular colateral, e o estômato é do tipo paracítico. Palavras-chave: Banisteriopsis oxyclada, cipó-prata, estrutura foliar, estrutura caulinar Créditos de financiamento: FINEP, FAPEMIG E CNPq. 1 Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Alfenas. Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, CEP 37130-000, Alfenas- MG, Brasil. 2 Laboratório de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Faculdade de Farmácia, UNIFAL-MG. 3 Laboratório de Fitoquímica e Química Medicinal (LFQM), Faculdade de Farmácia, UNIFAL-MG. 4 Instituto de Ciências Exatas, UNIFAL-MG. 5 Laboratório de Biotecnologia Ambiental & Genotoxicidade, ICN, UNIFAL-MG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 302 ESTUDO ANATÔMICO ULTRAESTRUTURAL DAS FIBRAS DE JACITARA Alessandra de Souza FONSECA11*, Alessandra de Oliveira RIBEIRO1, Jonnys Paz CASTRO1, Caroline Junqueira SARTORI1, Tatiana Paula Marques de ARRUDA1, Fábio Akira MORI1 A parede celular de fibras vegetais é formada por deposições de microfibrilas de celulose, dispostas em camadas de diferentes espessuras e ângulos de orientação. As fibras da palmeira amazônica jacitara (Desmoncus polyacanthos Mart.), apresentam propriedades de resistência e flexibidade que as qualificam ao uso na cordoaria, confecção de artefatos e utensílios domésticos bem como na substituição do rattan asiático (Calamus rotang Linn.), na indústria do vime, como relatado em literatura. A qualidade do material fibroso fornecido pela jacitara não tem comprovação técnico-científica. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi determinar o ângulo microfibrilar de fibras da jacitara, oferecendo informações técnicas úteis à predição das melhores formas de uso desta matéria-prima. O estudo foi desenvolvido nos estipes da jacitara, em cinco posições: base, meio, topo e nó, consideradas como tratamentos. Para cada tratamento foram utilizadas 5 repetições. As frações do estipe correspondentes a cada tratamento foram seccionadas no plano tangencial, em micrótomo de deslize, utilizandose navalha de aço do tipo C. Os cortes histológicos com 10 µm de espessura foram macerados com peróxido de hidrogênio e ácido acético 1:1 (v/v) a 50ºC por, aproximadamente 30 horas. Foi utilizado microscópio Olympus BX 51 com adaptador para a polarização da luz e uma mesa giratória, com escala de 0º e 360º, em objetiva de 20x. Para cada tratamento, foram mensuradas 30 fibras. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, aplicando-se os testes F e de Tukey, ambos a 95% de probabilidade. A porção basal do estipe foi o tratamento que apresentou menor valor de ângulo microfibrilar (12,83º) e foi estatisticamente superior aos demais tratamentos. O valor de ângulo microfibrilar da região do nó (14,50º) inseriu-se no intervalo obtido entre a base e topo (12,83º a 16,47º) e foi estatisticamente semelhante aos demais tratamentos. Apesar dos maiores valores de ângulo microfibrilar pertencerem aos tratamentos meio e topo (16,03º e 16,47º, respectivamente) todos os tratamentos avaliados apresentaram valores de ângulo microfibrilar abaixo de 17º, o que é bastante satisfatório para a utilização tecnológica das fibras, visto que, valores menores de ângulo microfibrilar estão correlacionados a uma alta resistência à tração paralela às fibras. Palavras-chave: Desmoncus polyacanthos Mart., Amazônia, Ângulo microfibrilar, Anatomia vegetal, Produto florestal não-lenhoso. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 303 ESTUDO DA FLORAÇÃO DE LICHIEIRAS CV. ‘BENGAL’ CULTIVADAS EM LAVRAS-MG Débora dos Santos LOPES1*, José Darlan RAMOS2, Fábio Oseias dos Reis SILVA33 A lichieira é uma planta em que sua cultura está em expansão no mundo, esta frutífera vem sendo considerada como alternativa de investimento ou como fonte de diversificação de renda na propriedade. O estudo da floração de lichieiras é de grande importância para a compreensão da dinâmica e da produtividade da planta. A inflorescência é em panícula, produzida no ramo do ano e composta de centenas de pequenas flores geralmente brancoamareladas. A florada da lichieira CV. ‘Bengal’ cultivada em Lavras - MG começa no fim do inverno e início da primavera e tem como característica produção alternante e dependente do número de flores funcionalmente masculinas por panícula. Ocorrem três tipos de flores, na mesma panícula ou na mesma planta: flor tipo I: funcionalmente masculina; flor tipo II: feminina; flor tipo III: masculina. Este trabalho foi conduzido com o objetivo de estudar a porcentagem de flores do tipo I, II e III em três partes da planta, divida em base, terço médio e ápice. O experimento foi conduzido em campo no período de agosto a setembro de 2012 no Setor de Fruticultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras-MG. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado (DIC). Coletou-se aleatoriamente 4 amostras da base, 4 amostras do terço médio e 4 amostras do ápice de plantas com 6 anos de idade totalizando 48 amostras. Analisou-se a quantidade de flores abertas em cada divisão e qual o tipo de flor encontrada. Obteve-se um total de 1917 flores abertas sendo encontradas na base 32,71 % de flores abertas onde 13,46 % eram do tipo II, 9,50 % do tipo III e 9,75 % do tipo I. No terço médio obteve-se 36,77 % de flores abertas e 15,39 % do tipo II, 4,22 % do tipo III e 17,16 % do tipo I. No ápice 30,52 % de flores abertas sendo 10,12 % flores do tipo II, 0 % do tipo III e 20,40 % de flores do tipo I. Conclui-se que o terço médio obteve maior quantidade de flores abertas e a maior quantidade de flores é do tipo I. Palavras-chave: Litchi Chinensis Sonn, Frutífera, Tipos de flores. Créditos de financiamento: Capes e ao CNPq. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Graduação em Agronomia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Professor Doutor do Departamento de Agricultura, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 304 ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO NA RESERVA NATURAL DA COMPANHIA VALE EM UMA MATA DE TABULEIRO, LINHARES – ES Renata Aparecida Serio ABRANCHES 1*, Cinthia Tamara Vieira ROCHA2 A Mata Atlântica brasileira é considerada um dos 34 hotspots mundiais, ou seja, uma região de biodiversidade abundante, alta taxa de endemismo (espécies que só ocorrem naquele determinado local) e alto grau de ameaça de extinção. Desta maneira, o objetivo deste trabalho é realizar um levantamento fitossociológico de um fragmento da Mata Atlântica localizado na Reserva Natural Vale (RNVRD) ao norte do estado do Espírito Santo e avaliar a sucessão ecológica da área, caracterizando a diversidade das espécies. A metodologia utilizada para realizar o levantamento fitossociológico foi de amostragem sistemática, sendo alocadas 35 parcelas de 1000m². Foram mensurados 1594 indivíduos arbóreos com circunferência maior ou igual a 10 cm, sendo identificadas 129 espécies, distribuídas em 33 famílias botânicas. As espécies foram numeradas e identificadas taxonomicamente e os materiais coletados depositados no Herbário da Companhia Vale do Rio Doce. Em resumo a área apresentou uma circunferência média dos indivíduos de 65 cm, uma densidade de 455,14 ind./ha e área basal de 20,24 m²/ha. Apesar dos impactos no entorno da RNVRD, a área localizada nos domínios da Floresta Ombrófila Densa apresentou 76 espécies endêmicas do Brasil e espécies raras como Couratari asterotricha, Moldenhawera papillanthera, Simira eliezeriana, Simira grazielae e Handroanthus arianeae, podendo ser classificada como uma área de interesse para manter a biodiversidade de espécies típicas do bioma Mata Atlântica. Palavras-Chave: Mata Atlântica, Fitossociologia, Amostragem 1 Pós-graduada no UNI-BH em Avaliação de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas; Engenheira Florestal da Empresa Bicho do Mato Meio Ambiente. 2 Bacharel em Ciências Biológicas UNIMONTES, Mestre em Engenharia Florestal UFLA, Doutora em Biologia Vegetal UFMG. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 305 ESTUDO HISTOQUÍMICO DAS FOLHAS DE Vernonia polyanthes L. (Asteraceae) Ronilson Ferreira FREITAS1, Tahiana Ferreira FREITAS2, Ellenhise Ribeiro COSTA3, Maria Olívia MERCADANTE-SIMÕES3, Vanessa de Andrade ROYO1,2,3 Vernonia polyanthes L., é uma espécie de planta da família Asteraceae, produtora de óleo essencial, conhecida vulgarmente por assa-peixe. Suas folhas são empregadas na medicina popular, apesar de serem escassos na literatura trabalhos que afirmem suas propriedades fitoterápicas. O presente trabalho teve como objetivo o estudo histoquímico das folhas de Vernonia polyanthes. A planta foi coletada na região de cerrado, no município de Montes Claros, norte de Minas Gerais. O estudo histoquímico foi realizado no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Estadual de Montes Claros através do corte a mão livre das folhas frescas da planta. Para os testes histoquímicos foram utilizados os corantes Sudan IV para lipídeos totais, azul do Nilo para lipídeos neutros e ácidos, reagente de Nadi para detecção de óleos essenciais e óleos-resinas, cloreto férrico para compostos fenólicos, vanilina clorídrica para taninos, DMACA para flavonóides, fluoroglucina para ligninas, reagentes de Dittimar, Wagner, Ellram, Dragendorff para alcalóides, lugol para amido e azul mercúrio de bromofenol para proteínas. As observações e a documentação fotográfica foi realizada utilizando-se microscópio de luz (modelo Ken-A-Vision, TT 1500) equipado com sistema fotográfico (Cannon A 620). A espécie apresentou reserva lipídica, que são compostos do metabolismo primário dos vegetais. Foi possível também verificar a presença de compostos fenólicos, que são compostos que contribuem para o sabor, odor e coloração de diversos vegetais, sendo muitas vezes utilizados como flavorizantes e corantes de alimentos. Observou-se também reserva de alcalóides, que são compostos eu apresentam ação analgésica, antipirética e anti-inflamatória, antimicrobiana, hiperglicêmica, daí o emprego do assa-peixe na medicina popular. E neste estudo também foi possível observar presença de uma certa quantidade de grãos de amido dispersos no parênquima do assa-peixe, entretanto esse composto está presente em quantidades bem reduzidas uma vez que na literatura está descrito que o acúmulo de amido se dá comumente em órgãos subterrâneos podendo estar relacionado à tolerância da planta a condições adversas do ambiente em que vive. Através desse estudo, conclui-se que o assa-peixe possui compostos primários e secundários que apresentam ação farmacológica, e que estudos destes metabólitos isolados podem trazer novas descobertas para o tratamento de diversas patologias. Palavras-chave: Assa-peixe, Estudo Histoquímico, Medicamentos Fitoterápicos. Agência Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais. 1 Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros – FIPMoc, Montes Claros-MG Faculdade de Saúde Ibituruna – FASI, Montes Claros-MG 3 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, Montes Claros-MG 2 *Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 306 ESTUDO HISTOQUÍMICO EM SEMENTES DE Psidium acutangulum DC(Myrtaceae) Suelen Francisca RIBEIRO 1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES 2, João Paulo Rodrigues MARTINS 1 , Renata Alves Lara SILVA 2 , Moacir Pasqual 33, Edvan Alves CHAGAS 4 A família Myrtaceae é constituída por importantes gêneros frutíferos de valor econômico e tradicional de ampla comercialização. Da família Myrtaceae o gênero Psidium é de grande destaque comercial devido principalmente à goiabeira (Psidium guajava) consumida in natura ou após processamento. Entretanto, outras espécies do gênero tem ganhado atenção para sua exploração econômica como o araçá-doce (Psidium acutangulum DC Myrtaceae) que apresenta frutos carnosos com 2-2,6 cm de largura, em formas de bagas com muitas sementes por fruto. O araçá-doce encontrado na região Amazônica apresenta estudos insuficientes sobre anatomia e composição química do fruto e sementes. Identificar a principal substância de reserva das sementes elucida melhor a sua anatomia, sua constituição nutricional e pode auxiliar no entendimento de determinados processos fisiológicos inerentes ao desenvolvimento inicial da planta bem como sua propagação. As principais substâncias de reserva da semente, foram visualizadas através dos testes histoquímicos. As análises foram conduzidas no Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Para os testes histoquímicos foram utilizadas sementes de araçá-doce provenientes da Embrapa Roraima, as quais foram previamente lavadas em água corrente, retirada a polpa manualmente e armazenadas em álcool 70% até a análise. Os cortes foram feitos no micrótomo de mesa modelo LPC, e posteriormente as secções submetidas aos corantes específicos: Azul de comassie, para evidenciar a presença de proteínas, Lugol que evidência amido, Sudan IV para substâncias lipídicas e Cloreto de ferro III para compostos fenólicos. As secções foram montadas em lâminas semipermanentes e o material observado e fotografado em microscópio Olympus CX41 acoplado com câmera digital Belcam DIV-3000. Devido a forte reação positiva com Sudan IV, evidenciou-se a presença de lipídios como a principal fonte de reserva energética dessa semente. O lipídio é uma importante substância de reserva energética que pode ser requisitada na germinação ou no desenvolvimento da plântula. Palavras-chave: Psidium acutangulum, Semente, Reserva, Lipídio. Créditos de financiamento: Capes pelo apoio financeiro e concessão de bolsas. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agronomia, Programa Nacional de PósDoutorado. Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agronomia, Professor Titular, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. 4: Embrapa Roraima (CPAFRR), Pesquisador, Rodovia BR-174, Km 8, Distrito Industrial, CEP: 69301-970, Boa Vista- RR, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 307 ESTUDO MORFOANATÔMICO DE Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae), VISANDO O CONTROLE DE QUALIDADE DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS Regislainy Gomes da SILVA1*, Hildeberto Caldas de SOUSA2 O uso de plantas medicinais tem se difundido nos últimos anos com a promessa de cura sem efeitos colaterais, o que contribui para um aumento da demanda desse tipo de terapia, mas torna também o seu uso tão indiscriminado. Diante deste cenário, estudos botânicos são importantes para a identificação da espécie que fornece a droga vegetal, de forma a validar a sua utilização. A mangaba (Hancornia speciosa) apresenta, segundo a sabedoria popular, seus órgãos vegetativos com ação hipoglicemiante, anti-hipertensiva e digestiva. Neste estudo foi feita uma caracterização morfoanatômica das folhas da mangabeira de populações ocorrentes no Parque Estadual do Rio Preto (São Gonçalo do Rio Preto) e no Parque Estadual da Baleia (Belo Horizonte), Minas Gerais, ambas crescendo em vegetação de cerrado. Também se avaliou a droga vegetal comercializada, adquirida no Mercado Central de Belo Horizonte, para a verificação da sua idoneidade e pureza. Folhas do quarto e quinto nó, de quatro indivíduos de cada população, foram fixadas em FAA50, e conservadas em etanol 70%. Para sua caracterização, foram feitos cortes histológicos da nervura central, margem e entre o meio e a margem da folha, bem como a diafanização e dissociação da epiderme, além de quarteamento e determinação de percentual de matéria estranha da droga vegetal adquirida no comércio, e a análise do rótulo. A folha de Hancornia speciosa, nos indivíduos das duas populações estudadas possui nervação pinada simples, com venação intersecundária camptódroma. O limbo foliar é dorsiventral e hipoestomático com epiderme glabra e unisseriada em ambas as faces, tendo duas camadas de parênquima paliçádico e 12 a 14 camadas de parênquima lacunoso. Laticíferos ramificados ocorrem associados às nervuras. As células epidérmicas na face adaxial possuem paredes retas a levemente curvadas, e na face abaxial essas se apresentam retas, curvadas a levemente sinuosas. Os estômatos são do tipo paracítico. O estudo da droga vegetal mostrou deficiências no cumprimento legislação e a presença de adulteração com média de 46, 89% em material adquirido em loja de ervas no Mercado Central de Belo Horizonte, mas os fragmentos foliares caracterizados macroscopicamente como pertencentes à mangaba mostraram-se morfoanatomicamente semelhantes aos das populações estudadas. Nossos resultados reforçam a importância de estudos farmacobotânicos, como a utilização da morfologia e anatomia vegetal para verificar a idoneidade de drogas oriundas de plantas. Palavras-chave: Folha, Anatomia, Mangabeira, Droga vegetal. 1 Graduanda em Farmácia pela Escola de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto. Universidade Federal de Ouro Preto, Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Campus Universitário, caixa postal 1704, CEP: 35421-000, Ouro Preto-MG, Brasil. *autora para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 308 ESTUDO PRELIMINAR DA ESTRUTURA ANATÔMICA DO ESTIPE DE UMA PALMEIRA AMAZÔNICA ESCANDENTE Alessandra de Souza FONSECA1*, Jessé Marques SOARES2, Caroline Junqueira SARTORI1, Jonnys Paz CASTRO1, Tatiana Paula Marques de ARRUDA1, Fábio Akira MORI1 A jacitara poderá apresentar grande importância para a macroeconomia regional da Amazônia por fornecer excelente matéria-prima fibrosa. O estipe apresenta faixa periférica densa, composta de macrofibras, popularmente denominadas fibras, que constituem a matéria-prima de diversos utensílios domésticos e artesanatos, confeccionados por comunidades extrativistas e povos tradicionais da Região Amazônica. Sobre a espécie há falta de informações técnicas e científicas. O objetivo do trabalho foi descrever a estrutura anatômica do estipe de jacitara. Foram coletados 5 indivíduos de jacitara, provenientes de 5 touceiras diferentes, no município de Novo Airão, Amazonas – Brasil. Retirou-se frações de 4 cm da base do estipe de cada indivíduo coletado. Lâminas histológicas semi-permanentes foram preparadas com cortes transversais e longitudinais das frações obtidas. Em seção transversal, o estipe dividiu-se em duas zonas bem distintas. A primeira zona apresentou uma faixa distinta de feixes fibrovasculares concentrados na região próxima à epiderme com porção fibrosa do feixe, proporcionalmente maior. As fibras apresentaram lúmen menor e deposição de compostos secundários, formando uma faixa fibrosa muito resistente, durável e fortemente unida. A segunda zona apresentou feixes fibrovasculares mais difusamente distribuídos com porção vascular, proporcionalmente maior. Feixes fibrovasculares do tipo colateral. Protoxilema ausente ou muito reduzido em feixes mais desenvolvidos, localizados mais externamente ao cilindro do estipe. Protoxilema destacado em feixes localizados no centro do cilindro. Metaxilema com elementos de vaso de variadas dimensões, sendo mais frequentes, os de maiores dimensões. Poros frequentes, em grupamentos solitários e múltiplos, visíveis a olho nu. Em seção longitudinal, observaram-se elementos de vaso de pontoações simples, disposição oposta, distribuição escalariforme e placas de perfuração escalariforme. Tecido fundamental formado por células parenquimáticas eretas e procumbentes de pontoações simples, diminutas. O estipe de jacitara apresentou estrutura anatômica padrão de monocotiledôneas de diferentes hábitos. As características morfo-anatômicas desta palmeira escandente devem ser estudadas com maior especificidade para contribuir com o conhecimento sobre comportamento, variabilidade, complexidade e estratégias de desenvolvimento de indivíduos da família botânica que mais gera produtos e subprodutos úteis ao homem na Amazônia. Palavras-chave: Desmoncus polyacanthos Mart., Amazônia, Descrição, Anatomia vegetal, Produto florestal não-lenhoso. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 309 ESTUDOS COM MICROSCOPIA DE UMA ESPÉCIE DE GRAMÍNEA COLETADA EM ÁREA DE MINERAÇÃO DE ZINCO Jéssica Cristina TEODORO1*, Olívia Graziela Gelioli do CARMO1, Flávia Maia SERRA1, Douglas Carvalho AMARAL2, Cláudia Regina Gontijo LABORY3, Luiz Roberto Guimarães GUILHERME4 A fitorremediação é uma técnica onde se utiliza plantas para descontaminação de ambientes contaminados por metais pesados, gerando o mínimo de perturbação aos mesmos. Diante disso, há a necessidade crescente de estudos que testem novas espécies de plantas a fim de encontrar aquelas capazes não só de tolerar, como também extrair e acumular esses elementos tóxicos. O objetivo do trabalho foi caracterizar, através da Microscopia Eletrônica de Transmissão, Microscopia Eletrônica de Varredura e Microanálise de Raios-X, a capacidade acumuladora de elementos-traço de uma espécie de Gramínea, Andropogon sp., visando a revegetação/recuperação de áreas degradadas pela extração de zinco na região de Vazante – Minas Gerais. Para o estudo foram selecionadas plantas desenvolvidas em área de depósito de rejeito, a qual contém elevados teores de elementos fitotóxicos, especialmente zinco, onde, após coletadas, amostras de raízes e folhas foram fixadas em solução Karnovsky modificada e preparadas segundo metodologia do Laboratório de Microscopia Eletrônica e Análise Ultraestrutural da Universidade Federal de Lavras. Posteriormente foram observadas e analisadas estruturalmente em Microscopia Eletrônica de Varredura e Transmissão, e analisadas quantitativa e qualitativamente quanto à composição química por Microanálise de Raios-X. Nas amostras de raiz foram quantificados elevados teores de zinco, variando entre 11,04% e 28,35%. Nas amostras de folha não foi quantificado o elemento de interesse. Posteriormente, devido aos elevados teores de zinco encontrados nas raízes, direcionou-se o estudo para análises em Microscopia Eletrônica de Transmissão a fim de encontrar alterações morfológicas e estruturais, que evidenciassem o acúmulo deste metal, onde foram localizadas vesículas contendo estruturas com características de cristais acumuladores de elementos fitotóxicos. O fato de não ter sido quantificado zinco na folha pode ser um indicativo de que a raiz de Andropogon sp. possui barreiras que impedem a translocação do metal para a parte aérea, onde este, em elevados teores, poderia ser prejudicial ao funcionamento do metabolismo da planta. Já as estruturas com aspecto de cristal, provavelmente, indicam alterações morfológicas na raiz (imobilização intracelular), como resposta aos elevados teores de zinco detectados indicando que Andropogon sp. possa ser uma espécie promissora para programas de fitorremediação. Palavras-chave: Andropogon sp., Fitorremediação, Elemento-traço, Microscopia Eletrônica, Microanálise de Raios-X. Créditos de financiamento: Fapemig, CNPq, Capes. 1 Graduanda, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Mestrando, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. ³ Pós-doutoranda, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 4 Professor, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 310 ETHYLENE PRODUCTION BY HIGHER PLANTS IN RESPONSE TO AUXINS Eduardo Ferreira MEDINA1*, Amana de Magalhães Matos OBOLARI1, Priscila Oliveira SILVA1, Raimundo Santos BARROS1, Dimas Mendes RIBEIRO1 The auxins IAA (indole-3-acetic acid, natural), 2,4-D (2,4-dichlorophenoxyacetic acid) and 2,4,5-T (2,4,5-trichlorophenoxyacetic acid, both synthetic) were applied to corn plants (Zea mays, monocot), and bean plants (Phaseolus vulgaris, dicot), aiming at investigating the differential responses between the two groups in relation to the metabolism of ethylene. To inhibit ethylene production and to isolate the effects of auxins, two inhibitors of ethylene biosynthesis, the aminoethoxyvinylglycine (AVG), inhibitor of 1-carboxylic acid 1-aminocyclopropane (ACC) synthase activity, and cobaltous ions, inhibitors of ACC oxidase activity, were also employed. The corn plants when treated with the three auxins, were not able to produce ethylene, not exhibiting any symptom of senescence or epinasty. The bean plants, on the other hand, showed epinasty and senescence when treated with the auxins and also in combination with the inhibitors of ethylene production. The production of ethylene in bean plants treated with 2,4-D and 2,4,5-T was approximately fifteen fold greater than in those treated with IAA. Moreover, in plants treated with auxins plus AVG and cobaltous ions, there was no emanation of ethylene. The data suggest that ethylene produced by dicot treated does not keep any relation with the symptoms observed upon application of auxins. Key-words: Auxins, Ethylene, Monocot, Dicot, Diferential response. Acknowledgments: CAPES, CNPq and FAPEMIG Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa-MG, Brasil. 1 *corresponding author: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 311 EVOLUÇÃO CARIOTÍPICA DE ESPÉCIES DE Senna M. (Leguminosae) DE MINAS GERAIS Kátia Ferreira Marques de RESENDE1, Clara Mitre do PRADO2, Lisete Chamma DAVIDE1, Giovana Augusta TORRES1* Senna Mill. é um dos gêneros com maior número de espécies, cerca de 300, da subfamília Caesalpinioideae (Leguminosae). No Brasil, ocorrem 80 espécies, 4 subespécies e 55 variedades, encontradas em campos, beiras de estrada e como pioneiras em florestas em formação, algumas das quais têm potencial medicinal, ornamental, madereiro e para recuperação de áreas degradadas. A variabilidade cariotípica descrita na literatura aponta para o potencial das informações citogenéticas para estudos evolutivos destas espécies. O objetivo do trabalho foi caracterizar o complemento cromossômico de 11 espécies de Senna de Minas Gerais e inferir sobre a evolução cariotípica do gênero. Para a análise citogenética foram utilizadas pontas de raiz de sementes germinadas após escarificação química com ácido sulfúrico 100%. As raízes foram pré-tratadas com solução de 8-hidroxiquinoleína a 2mM, a 30ºC, e digeridas com solução enzimática de pectinase e celulase (100/200 U), a 37°C. As lâminas foram montadas pelo método convencional de esmagamento e corada com solução Giemsa 10%. Foram obtidos os dados de caracterização de núcleo interfásico, de número e de tamanho cromossômico, bem como do comprimento total do lote haploide (CTLH) e da quantidade de DNA. Para as duas últimas variáveis foi feita análise de variância e teste de Scott-Knot (5%). Houve variabilidade interespecífica para tipo de núcleo interfásico, sendo encontrados núcleos arreticulados e semi-reticulados; número cromossômico (2n = 24, 26, 28 e 56); tamanho de genoma (0,95 a 2,63 pg/2C) e comprimento total do lote haploide (21,15 a 58,21 µm). Com relação à morfologia cromossômica todas as espécies apresentaram tendência para simetria, com predominância de cromossomos metacêntricos(m) e demais cromossomos submetacêntricos (sm), mas diferiram quanto à fórmula cariotípica (S. macranthera-2sm + 11m; S. rugosa-28m; S. splendida-5sm + 8m; S. cernua-2sm + 12m; S. pendula-5sm + 9m; S. siamea-14m; S. silvestris bifaria e S. alata-1sm + 13m; S. spectabilis7sm + 7m e S. multijuga-1sm + 11m). Observou-se variação cromossômica numérica entre células meristemáticas de um mesmo indivíduo para as espécies S. macranthera, S. rugosa e S. splendida. Os dados confirmaram que os mecanismos de poliploidia e disploidia são fenômenos importantes envolvidos na evolução cariotípica do gênero Senna. Palavras-chave: Caesalpinioideae, Cassiinae, Citogenética, Disploidia, Poliploidia. Créditos de Financiamento: CAPES, FAPEMIG; CNPq/PIBIC. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Laboratório de Citogenética, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil 2 Universidade Federal de Lavras, Curso de bacharelado em Ciências Biológicas, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 312 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE GOIABA NO BRASIL Pedro Henrique Abreu MOURA1*, Rafael PIO1, Paula Nogueira CURI1, Assis Francisco FERREIRA2, Filipe Bittencourt Machado de SOUZA1, Madeleine Alves de FIGUEIREDO1 A goiabeira (Psidium guajava L.) é uma planta perene originária da América Tropical, sendo o território brasileiro parte do seu centro de origem. Pertencente a família das mirtáceas, a goiabeira apresenta grande importância em regiões tropicais e subtropicais devido à excelente aceitação de seus frutos no consumo in natura, a sua capacidade de desenvolvimento em condições adversas e a grande aplicação industrial. Este trabalho tem o objetivo de apresentar um histórico da evolução da produção de goiaba nas diversas regiões do Brasil. Para isso, foram coletados os dados econômicos (área plantada) entre os anos de 1990 e 2010 e (quantidade produzida) entre os anos de 2001 e 2010 no IBGE, separados por região e estados da federação. No ano de 1990, a área plantada com a goiabeira no país era de 8.200 hectares, distribuídos principalmente nas Regiões Nordeste e Sudeste, que plantavam quase 4.000 hectares cada uma. Em 2010 essa área plantada praticamente dobrou e as Regiões Nordeste e Sudeste se mantiveram com a maior área plantada, 7.000 e 5.600 hectares respectivamente. A Região Norte, que não possuía nenhuma área plantada na década de 90, passou a plantar quase 1.500 hectares, ultrapassando as áreas plantadas do Sul e do Centro-Oeste, que de acordo com os dados coletados no ano de 2010 eram de 1.000 e de 570 hectares respectivamente. A produção de goiabas no Brasil em 2001 foi de 280.000 toneladas. Em 2010 o ano fechou com uma produção de 316.000 toneladas. As Regiões Nordeste e Sudeste se mantiveram todos estes anos com as maiores produções, fechando o ano de 2010 com uma média de 130.000 toneladas de frutos produzidos em cada uma. Vale ressaltar que a produção é crescente na Região Norte, passando de 1.000 toneladas em 2001 para 20.000 toneladas de frutos em 2010, produção vinte vezes maior em dez anos. O Sul e o Centro-Oeste fecham o ano de 2010 com 12.000 e 19.000 toneladas respectivamente. Com os dados analisados neste trabalho pode-se concluir que há uma expressiva evolução na produção de goiaba no Brasil, se destacando as Regiões Nordeste e Sudeste com 88% da produção nacional desta fruta. Os estados maiores produtores são Pernambuco, com a maior quantidade de frutos produzidos e São Paulo com a maior área plantada com a goiabeira. Por apresentar uma produção maior em menor área, Pernambuco é o estado com a maior média produtiva nacional, 26,3 toneladas por hectare e em seguida está o estado de São Paulo, com 23,7 toneladas por hectare. Palavras-chave: Psidium guajava L., Área plantada, Quantidade produzida. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2: Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduação em Agronomia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 313 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DO GUARANÁ NO BRASIL Paula Nogueira CURI1*, Pedro Henrique Abreu MOURA1, Matteus Heberth Ribeiro do VALLE2, Assis Francisco FERREIRA 2, Cynthia Natally de ASSIS2 , Maraísa Hellen TADEU2 O guaranazeiro (Paullinia cupana) é uma planta perene originária da cidade de Maués, no Amazonas, município maior produtor da planta. É um arbusto pertencente á família das Sapindaceas, seus frutos são pequenos e vermelhos e apresentam-se em cachos. Tem casca vermelha e, quando maduro, deixa aparecer a polpa branca. A colheita se realiza entre outubro e janeiro quando os frutos estão maduros. E, devido a suas propriedades estimulantes, é usado na fabricação de xaropes, barras, pós e refrigerantes. Por esse motivo, apresenta grande relevância econômica no Nordeste do Brasil. O objetivo deste trabalho é apresentar um histórico da evolução da produção de guaraná nas diversas regiões do Brasil. Para isso, foram coletados os dados econômicos (área plantada e a quantidade produzida) entre os anos de 1990 e 2010 no IBGE, separados por região e estados da federação. A área plantada com guaranazeiro no país margeava os doze mil hectares no ano de 1990. Nessa época não foram encontrados plantios na Região Sul e Sudeste, sendo quase dez mil hectares plantados na região Norte. Na região Nordeste encontrava-se apenas 1500 hectares e na região Centro Oeste oitocentos hectares. Em 2010, a Região Nordeste aumentou sua área plantada para 6.659 hectares e a Região Norte diminuiu para 6.847 hectares plantados com o guaraná. A média calculada da produção no país entre os anos de 1990 e 2010 resultou em 3276 toneladas de guaraná produzidas ao ano. O ano de menor produção foi 1993 com 1792 toneladas e os de maiores produções foram 1999 e 2009 com 5441 e 4604 toneladas produzidas, respectivamente. O ano de 2010 fechou com uma produção de 3740 toneladas. Separando estes valores por regiões, a Região Nordeste, maior produtora, produziu em 2010, 2.688 hectares toneladas e a Região Norte, 792 toneladas de guaraná. Assim como a área plantada, a produção na Região Sul e Sudeste não foi encontrada nenhum registro de produção de guaraná. Com os dados analisados neste trabalho pode-se concluir que há uma evolução na produção de guaraná no Brasil, porém essa produção é expressiva apenas para a Região Nordeste, que concentra mais de 72% da produção nacional desta fruta. Os estados maiores produtores, tanto em área como em quantidade produzida são os estados da Amazonas e Bahia. A maior média produtiva nacional encontrada foi de 0,16ton/ha na Amazonas. Palavras-chave: Paullinia cupana., Área plantada, Quantidade produzida. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Programa de PósGraduação em Fitotecnia, Campus Universitário, Caixa Postal 3037 CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduando em Agronomia, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 314 EXPANSÃO E TEMPO DE VIDA FOLIAR EM PINHÃO-MANSO SUBMETIDO AO ESTRESSE HÍDRICO E LUMINOSO Fernanda Juliana da SILVA1*, Lucas Eduardo Gonçalves CUSTÓDIO¹, João Paulo de SOUZA¹ O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma espécie perene bem adaptada a semi-aridez, sendo exigente de calor e luminosidade para se desenvolver. Devido à sua importância comercial, estudos envolvendo a aclimatação da espécie a estresses são importantes para melhorar o manejo de cultivo. A expansão e o tempo de vida foliar podem ser fatores determinantes para a aclimatação da planta, uma vez que a produção e a manutenção de uma folha envolvem custos. Assim o objetivo do trabalho foi verificar a influência do estresse hídrico e luminoso na expansão e tempo de vida foliar em plantas de pinhão-manso. Para realização do trabalho as plantas de pinhão-manso foram divididas em quatro tratamentos: controle, suspensão da irrigação com iluminação plena, irrigação diária com sombreamento (60% de atenuação) e suspensão de irrigação com sombreamento (60 % de atenuação). Cada ciclo de suspensão de irrigação era encerrado quando as plantas apresentavam sinais de sensibilidade à seca, como tombamento das folhas. Para cada tratamento foram medidos semanalmente a expansão foliar (comprimento e largura) e o tempo de vida foliar desde a emergência até a abscisão da folha. O tempo de vida foliar foi de 152,9+16,8 dias no grupo controle, 126,7+46,9 dias nas plantas sob sol com estresse hídrico, 163,8+46,2 dias nas plantas sob sombra sem estresse hídrico e 167,4+63,8 dias nas plantas sob sombra com estresse hídrico, não apresentando diferença significativa entre os tratamentos. Também não houve diferenças significativas no tempo de expansão foliar entre os quatro tratamentos, sendo que no grupo controle o tempo de expansão foliar foi de 29,6+0,7 e no grupo sob sombra e estresse hídrico foi de 31,4+1,6. Porém, houve diferenças entre os tratamentos quanto à largura e comprimento final das folhas, sendo que as plantas com irrigação e sombreamento atingiram os maiores valores enquanto plantas com ciclos de suspensão de irrigação e iluminação plena os menores. Plantas cultivadas em ambientes sombreados tendem a expandir sua área foliar buscando compensar o déficit luminoso. Folhas de plantas sob déficit hídrico diminuem o volume celular e a espessura devido à redução na turgescência celular, o que limita o crescimento da folha. Podemos concluir que as folhas de pinhão-manso apresentam modificações morfológicas frente a estresses, sendo que essas modificações auxiliam na aclimatação e estabelecimento das plantas em campo. Palavras-chave: Jatropha curcas L., Aclimatação, Morfologia. Créditos de Financiamento: FAPEMIG Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, departamento de Ciências Biológicas e da Saúde, Rodovia LMG 818, km 06, CEP35690-000, Florestal – MG 1 *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 315 EXTRAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE PIGMENTOS CLOROPLASTÍDICOS EM FOLHAS DE EUCALIPTO UTILIZANDO DIFERENTES SOLVENTES Ane Marcela das Chagas MENDONÇA1*, Joana Messias Pereira NOGUEIRA1, Vanessa da Fontoura Custódio MONTEIRO1, Marcelo RODRIGUES1, João Paulo Rodrigues Alves Delfino BARBOSA1 A eficiência fotossintética e a capacidade de aclimatação de plantas em diferentes ambientes estão relacionadas com os teores de pigmentos foliares. Sendo assim, o conhecimento sobre o melhor método de extração, possibilita a quantificação dos mesmos com maior precisão. Portanto, objetivou-se comparar a eficiência da acetona 80% e álcool etílico 95% no processo de extração de clorofila a, b e carotenóides em folhas de eucalipto (Eucalyptus sp.). Foram coletadas doze folhas, pesado 0,1 g de matéria fresca, seguido de maceração em 15mL dos respectivos solventes. As amostras foram analisadas em espectofotômetro (DU 640 Beckman) nos comprimentos de onda 663,2nm, 646,8nm e 470nm quando utilizado acetona 80%; e 664,1nm, 648,6nm e 470nm quando utilizado álcool etílico 95%. Observou-se que o uso de álcool etílico 95% foi mais eficiente na extração de clorofilas a e b, apesar de só haver diferença significativa para os valores de clorofila b (p≤0,05). Quando utilizado acetona 80% para quantificar os pigmentos foliares, observou-se valor médio de 0,48mg g-1 de matéria fresca de clorofila b. Ao utilizar álcool etílico 95% para quantificar o mesmo pigmento, observou-se média de 0,99mg g-1. Já para extração de carotenóides, a acetona 80% demonstrou ser mais eficiente e com resultados significativos (0,24mg g-1) (p≤0,05) em relação ao uso de álcool (0,13mg g-1). Os resultados encontrados podem ser explicados de acordo com a polaridade dos solventes utilizados. O álcool tem uma natureza mais polar, possibilitando maior extração de clorofilas, que por sua vez também apresentam característica polar. Todavia, os carotenóides reagem melhor com o solvente acetona 80%, pois ambas as moléculas são apolares, permitindo maior extração e melhor quantificação desses pigmentos em folhas de eucalipto. Palavras-chave: Eucalyptus sp., Pigmentos foliares, Técnicas de extração 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em FisiologiaVegetal, Laboratório de Ecofisiologia Vegetal e Funcionamento de Ecossistemas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras- MG, Brasil * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 316 FATOR DE BIOACUMULAÇÃO E ÍNDICE DE TOLERÂNCIA COMO FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE FITORREMEDIAÇÃO Gabriela A. LEÃO1, Fernanda S. FARNESE1*, Juraci A. OLIVEIRA1, Cristiane J. SILVA1, Regiane A. CANATTO1 A contaminação dos cursos d´água com arsênio (As) causa diversos danos à saúde humana e à biodiversidade. Dentre as diversas técnicas para remoção destes poluentes inclui-se a fitorremediação, técnica que utiliza plantas para realizar a descontaminação ambiental. Plantas utilizadas neste tipo de metodologia devem ser capazes de absorver e acumular grandes quantidades do poluente, além de serem resistentes aos danos associados a este acúmulo. O fator de bioacumulação é usado para determinar a habilidade de uma planta para retirar o poluente do ambiente, e é definido como a razão entre a concentração do metal na planta em relação ao meio, enquanto o índice de tolerância é um indicativo da tolerância da planta a um determinado xenobiótico. No presente estudo determinou-se o fator de bioacumulação e o índice de tolerância ao As em quatro macrófitas aquáticas potencialmente interessantes para programas de fitorremediação, a fim de se determinar sua eficiência na retirada dos poluentes. Para isso, espécimes de Lemna gibba, Salvina mínima, Pistia stratiotes e Azolla caroliniana foram coletadas e transferidas para recipientes de vidro contendo 0,5 L de solução nutritiva de Clark, contendo ou não As, nas concentrações de 0 e 1,0 mg L-1. As plantas permaneceram nestas condições por três dias, após os quais foram retiradas da solução e mantidas em estufa até obtenção do peso seco constante. As plantas secas foram trituradas, submetidas à digestão ácida com mistrura nitro-perclórica 3:1, e a quantidade de arsênio absorvida foi determinada por espectrometria de emissão em plasma. Calculou-se então a taxa de crescimento relativo, o fator de bioacumulação e o índice de tolerância ao As. A taxa de crescimento de todas as plantas sofreu grande decréscimo com a presença de As no meio. Todas as plantas, no entanto, foram capazes de manter uma taxa de crescimento positiva, o que não foi observado para outras plantas submetidas ao As, indicando tolerância ao poluente. L. gibba apresentou maior fator de bioacumulação entre as três plantas e também maior taxa de crescimento, o que provavelmente é consequência do maior índice de tolerância observado nesta planta. Desta forma, embora todas as plantas tenham apresentado resultado satisfatório, L. gibba é a macrófita mais indicada para a retirada de As da água. Palavras-chave: Contaminação Ambiental, Tolerância, Macrófitas aquáticas. Créditos de financiamento: CNPq 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de Pósgraduação em Fisiologia Vegetal. *[email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 317 FECUNDIDADE DE Geonoma schottiana Mart. (ARECACEAE) EM FLORESTA SEMIDECÍDUA NO SUL DE MINAS GERAIS Carolina Njaime MENDES1*, Wedley Gonçalves VELOSO², MICHEL BIONDI³, Marco Aurélio Leite FONTES¹ Modelos matriciais são excelentes ferramentas para a elaboração de planos de manejo conservacionista, associados às classes de tamanho desta população, já que permitem detectar expansões ou retrações populacionais. A partir da matriz de transição é calculada a taxa de crescimento finito populacional, ponto de partida para demais análises em ecologia de populações. Para a construção da matriz são necessárias informações sobre a probabilidade de permanência das plantas na mesma classe de tamanho, a probabilidade de passar para a classe seguinte, a probabilidade de retração e as fecundidades de cada classe reprodutiva. A espécie vem sendo estudada desde 2009, e os dados coletados até então se referem a sua dinâmica. Este trabalho visou o cálculo da taxa de fecundidade em uma população de Geonoma schottiana Mart. para sua posterior utilização em um modelo matricial. A espécie é de subbosque, monóica e associada a solos úmidos. Foram coletados, com a ajuda de podão, cachos de 40 indivíduos em Floresta Semidecídua no Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, em Lavras, sul de Minas Gerais. Os cachos foram coletados ainda imaturos, ou seja, verdes para evitar a perda de frutos por queda ou predação. Em seguida foram acondicionados imediatamente em sacos plásticos, também visando preservar o número original dos mesmos. Os frutos foram contados, calculando-se um valor médio de frutos por cacho. Assumindo-se que cada indivíduo reprodutivo produz em média 3 cachos por ano, e dividindo-se o total de frutos pelo total de indivíduos reprodutivos, chegou-se ao valor médio de 2930,78 frutos por indivíduo por ano. Esta conclusão indica que a espécie Geonoma schottiana pode ser considerada uma espécie-chave para o ambiente em questão visto que produz uma alta quantidade de frutos e que sua produção é distribuída ao longo do ano, fornecendo alimento para várias espécies em momentos de escassez. Para nos aprofundarmos na dinâmica populacional da espécie, a taxa calculada será utilizada em uma matriz de Lefkovitch. Palavras-chave: Modelos matriciais; Ecologia de populações; Taxa de crescimento populacional. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP 37200000, Lavras - MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] ² Laboratório de Conservação e Manejo de Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP 37200-000, Lavras - MG, Brasil. ³: Herbário ESAL, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Biológicas, Graduação em Ciências Biológicas, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP 37200000, Lavras - MG, Brasil. Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 318 FENOLOGIA DE Chresta scapigera, (ASTERACEAE) EM ÁREA DE CERRADO DA RESERVA BIOLÓGICA DO BOQUEIRÃO UNILAVRAS Rodolfo de Oliveira COSTA1*, Marconi Souza SILVA1 A fenologia é o estudo das fases ou atividades do ciclo de vida de plantas e animais em sua ocorrência temporal ao longo do ano. Os estudos fenológicos são de suma importância para o conhecimento da dinâmica dos ecossistemas florestais, porém estudos em regiões tropicais ainda são escassos. Para avaliar os eventos fenológicos de uma planta é necessário que se busque caracterizar a presença e a intensidade das fases de floração botão, frutificação, queda das folhas e brotação. Assim o presente estudo tem como objetivo avaliar fenofases reprodutivas de Chresta scapigera. A Reserva do Boqueirão, propriedade do Centro Universitário de Lavras (Unilavras), localiza-se no município de Ingaí, na região do Sul do estado de Minas Gerais, nas coordenadas geográficas definidas por latitude sul 21° 20`47” e longitude oeste 44° 59`27”, com altitude variando e 1.100 e 1.250 metros, Lavras tem um temperatura media annual de 19,3 C°, o clima da região é do tipo Cwb, segundo o sistema de classificação climática de Koppen, caracterizados por verões e invernos secos. Paro o estudo de fenologia 20 indivíduos de Chresta scapigera foram marcados com placas de metal com numeração fixa em agosto de 2012 e avaliados quinzenalmente. Os 20 indivíduos marcados encontram-se distribuídos em fragmentos de cerrado e campo rupestre. Nas primeiras observações foram encontrados 17 indivíduos com frutos secos e apenas 3 apresentaram fruto verde e nenhum deles apresentou brotos. Na segunda observação todos os 20 indivíduos apresentaram folhas velhas e frutos secos. Foram observados indivíduos com flores novas fora da área de estudo. Até o momento, foi possível observar que a senescência de folhas e a floração se iniciam no período seco do ano. Palavras-chaves: Fenologia, fenofases, Asteraceae. 1 Centro Universitário de Lavras Unilavras, Departamento de Biologia, Ciências Biológicas, CEP: 37200-000, Lavras - MG, Brasil. * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 319 FENOLOGIA DE ESPÉCIES PIONEIRAS ARBÓREAS AMAZÔNICAS Wescley Tavares DRAY1*; Niwton Leal FILHO2. O presente estudo teve como objetivo verificar as principais características fenológicas de 22 espécies arbóreas pioneiras mais comuns encontradas em um fragmento de floresta secundária de Manaus e comparar com os dados climáticos da região. A área de estudo localiza-se no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia, que apresenta uma área de 13 ha, localizado na cidade de Manaus-Am. Foi feito um levantamento em toda sua extensão, sendo identificados 209 indivíduos de 22 espécies, classificados como pioneiras com diâmetro mínimo de 15 cm. O número de indivíduos por espécie variou em função da disponibilidade (3 a 17 indivíduos). As espécies foram coletadas e identificadas no Herbário da Universidade Federal do Amazonas. O registro mensal das fenofases no período de 10 meses foi realizado com o auxílio de um binóculo, onde foi registrada somente a presença ou ausência da fenofase (floração, frutificação e mudança foliar). Os dados de precipitação e temperatura de Manaus para o ano de 2010/2011 foram obtidos do site do Instituto Nacional de Meteorologia. As espécies estudadas mostraram diferença em relação ao ciclo fenológico, como picos de floração, frutificação e mudança foliares, embora consideradas do mesmo grupo funcional. Observou-se que existem dois grupos distintos, um que tem seu pico reprodutivo no período seco e mais quente do ano indo até a transição para a época da chuva, com temperaturas mais amenas, quando ocorre uma queda nas taxas de floração e frutificação. O outro e formado pelas espécies que mantiveram a floração e frutificação praticamente constante durante o ano da pesquisa. As folhas velhas foram observadas durante toda a pesquisa, com uma porcentagem de 100% nos indivíduos arbóreos, podendo apresentar folhas novas e velhas ao mesmo tempo, não existe nenhuma espécie caducifólia. Dos indivíduos acompanhados (n=209), 95,21% floresceram, 93,30% frutificaram, 95,21% apresentaram folhas novas e todos os indivíduos apresentaram folhas velhas no período de menor precipitação (setembro, a novembro de 2010 e junho de 2011), enquanto que no período das chuvas (dezembro a maio de 2011), 82,29% dos indivíduos frutificaram, 87,08% floresceram, 91,86% apresentaram folhas novas e todos os indivíduos apresentaram folhas velhas. Existem variações entre os indivíduos da mesma espécie e em muitos casos mais de uma fenofase apresenta-se na mesma árvore, não havendo uma periodicidade distinta entre floração e frutificação. Palavras-chave: Ecologia vegetal, Botânica reprodutiva, Dados climáticos. Créditos de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas e INPA. 1 Universidade Federal do Amazonas, Programa de Pós-Graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia, Campus Universitário, Av. Gal. Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 3000. CEP. 69077-000, Manaus-AM, Brasil. 2 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Coordenação de Biodiversidade, Av. André Araújo Araújo, 2936, Aleixo, CEP 69060-001, Manaus - AM, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 320 FENOLOGIA DE FLORAÇÃO E FRUTIFICAÇÃO E SISTEMA REPRODUTIVO DE Tibouchina cerastifolia Cogn. (Melastomataceae) Mariana Condé MARQUES1*, Marcos Vinícius Ribeiro de Castro SIMÃO¹, Rúbia Santos FONSECA¹, Milene Faria VIEIRA¹ O gênero Tibouchina engloba 240 a 350 espécies distribuídas por todo o neotrópico. No Brasil, foram registradas 150 espécies, encontradas principalmente na região sudeste. Tibouchina cerastifolia apresenta flores melitófilas com corola rósea ou púrpura e frutos do tipo cápsula com minúsculas sementes dispersas pelo vento. Objetivou-se analisar a fenologia de floração e frutificação e o sistema reprodutivo em indivíduos de T. cerastifolia de uma população natural localizada em Floresta Estacional Semidecidual, no município de Viçosa, Minas Gerais, sudeste do Brasil. Treze indivíduos foram observados semanalmente de maio/2010 a julho/2011. Foram registradas as presenças de flores abertas e de frutos maduros e quantificados seus números. Foram calculados os índices de atividade (porcentagem de indivíduos) de cada fenofase. O sistema reprodutivo foi caracterizado por meio dos seguintes testes: polinização aberta (n = 7), autopolinização espontânea (n = 7) e agamospermia (n = 7). A viabilidade dos grãos de pólen foi avaliada através do teste de coloração com carmim acético. Para tanto, foram utilizados cinco botões de cinco indivíduos (n = 25) e foram contados 200 grãos/lâmina. Tibouchina cerastifolia apresentou padrão de floração anual intermediário, uma vez que as flores foram observadas nos meses de junho/2010 a julho/2010 e março/2011 a junho/2011. O padrão de frutificação foi sub-anual e os frutos registrados de junho/2010 a fevereiro/2011 e de maio/2011 a junho/2011. O pico de floração (100%) ocorreu em maio/2010, com média de 22,2 flores por indivíduo. A frutificação teve seu pico (100%) nos meses de maio/2010 a novembro/2010; a média de frutos maduros por indivíduo foi 102,8. Há disponibilidade de frutos inclusive na estação chuvosa, apesar da dispersão anemocórica ser comumente associada à estação seca. Foi registrada frutificação apenas no controle (71%). A viabilidade dos grãos de pólen foi de 91,3% (± 6,8). Esses resultados demonstram um sistema reprodutivo sexuado e alógamo. Dessa forma, há dependência da ação dos polinizadores para que ocorra a frutificação. Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual, Viabilidade polínica, Reprodução sexuada, Alogamia, Atividade de polinizadores. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 321 FENOLOGIA DE UM TRECHO DA SERRA DA MANTIQUEIRA, MINAS GERAIS. Écio Souza DINIZ1*, Rubens Manoel dos SANTOS¹ e Warley Augusto Caldas CARVALHO¹ A fenologia consiste do estudo do ciclo de vida das plantas, através das fases de floração, frutificação e emissão foliar, e pode fornecer informações sobre o estabelecimento de espécies, e os seus períodos de crescimento e reprodução. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência das fenofases floração e frutificação em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa Alto-montana da Serra da Mantiqueira, no município de Itamonte, Minas Gerais. Para tanto, foi feito o levantamento para verificar quais espécies se encontravam em fenofase, através de caminhamento aleatório, abordando em seu percurso áreas de borda, interior do fragmento e uma área com dossel mais aberto com dominância da espécie Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish (candeia). Os indivíduos coletados foram identificados ao nível de família, gênero e espécie. Foram encontradas 25 espécies em fenofase, com maior freqüência de atividade na borda da mata. A frutificação das espécies teve sua maior ocorrência na borda, e a floração foi maior no interior e menor no candeal. As famílias que se destacaram foram Melastomataceae e Rubiaceae. Para Melastomataceae, as espécies Leandra scabra DC., Leandra sp., e Tibouchina fothergillae (Schrank & Mart. Ex DC.) Cogn., se destacaram, pois apresentaram flor e fruto em todos os ambientes. As espécies do gênero Miconia spp encontradas na borda apresentaram maior frequência de flor, e aquelas no candeal tiveram mais frutos. A família Rubiaceae apresentou um padrão bastante parecido com a família Meslatomataceae, destacando o gênero Psychotria. Neste gênero a maioria das espécies exibiram flor e fruto, ocorrendo somente na borda. Já a espécie Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg., não apresentou fenofases simultaneamente. A família Asteraceae foi a terceira mais abundante e suas espécies exibiram somente flor, destacando a espécie Eremanthus erythropappus (DC.) MacLeish, que conforme o esperado, predominou no candeal. As plantas tropicais apresentam praticamente todos os comportamentos fenológicos possíveis, e assim, a floração e a frutificação depende não só do ambiente, mas também da espécie e de seu estádio de desenvolvimento. Concluiu-se com este trabalho, que embora as famílias e suas respectivas espécies possam apresentar padrões semelhantes, cada uma possui comportamento fenológico próprio. Estes resultados apontam ainda para diferenças dentro da mesma espécie influenciadas pelas características do habita, justificando a continuidade deste estudo. Palavras-chave: Fenofases, Frequência, Reprodução. Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 322 FENOLOGIA DE VARIEDADES DE ABACATEIROS EM SÃO BENTO DO SAPUCAÍ- SP Marcelo Caetano de OLIVEIRA1, José Darlan RAMOS1, Fábio Oseias dos Reis SILVA1*, Elisângela Aparecida da SILVA1, Thatiane Padilha de MENEZES1, Ranieri dos Reis LAREDO1. O abacateiro é uma frutífera altamente produtiva, possui diversas variedades as quais apresentam grande variação quanto à época de floração e produção de frutos em função da região. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar as características fenológicas de variedades de abacateiros em São Bento do Sapucaí, São Paulo. O estudo foi realizado na Fazenda Experimental da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral do estado de São Paulo (CATI), localizada no município de São Bento do Sapucaí, microrregião da serra da Mantiqueira no Norte do estado de São Paulo, entre o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2010. As avaliações foram efetuadas nas variedades Ouro Verde, Wagner, Campinas, Paulistinha, Fuerte, Pedroso, Margarida, Hass, Fortuna, Quintal e Reis. Foram avaliadas as características fenológicas nos ciclos 2008/2009 e 2009/2010. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso (DBC), com 11 tratamentos (variedades), 4 blocos e 4 plantas por parcela. Os resultados indicaram que o período de florescimento variou de agosto a novembro e o de frutificação de julho a novembro, sendo que a variedade Ouro verde foi a mais precoce e as variedades Fuerte, Campinas e Hass as mais tardias. Palavras-chave: Persea americana Mill., Frutificação, Florescimento. Créditos de financiamento: CNPq, CAPES e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura (DAG), Campus Universitário, Caixa Postal 3037, 37200-000, Lavras, MG, Brasil. * Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 323 FITOTOXICIDADE DO SULFATO DE ALUMÍNIO PARA Lactuca sativa L. (Asteraceae) e Allium cepa L. (Alliliaceae) Bianca de Souza MASELLI1, Marina de Lima NOGUEIRA1*, Karla Palmieri TAVARES1, Joice Oliveira PALMEIRA1, Sandro BARBOSA1, Fábio KUMMROW2 Testes de fitotoxicidade têm sido amplamente empregados para avaliação do perigo de substâncias puras e misturas complexas (ex.: efluentes industriais). Conhecer a sensibilidade das diferentes plantas empregadas como organismos-teste é uma etapa fundamental na padronização e validação desse tipo teste ecotoxicológico. O objetivo desse trabalho foi avaliar a sensibilidade de Lactuca sativa L. e Allium cepa L. ao sulfato de alumínio (Al2(SO4)3), uma substância reconhecidamente tóxica, visando a sua utilização como controle positivo nos testes de fitotoxicidade com estas espécies. Foram selecionadas cipselas de alface e sementes de cebola, as quais foram expostas a diferentes concentrações (0,5; 1; 2 x 10-3 M) de Al2(SO4)3. Após a germinação foi coletado seu tecido meristemático e lâminas para análises citogenéticas foram confeccionadas pela técnica de esmagamento. Os parâmetros avaliados foram índice mitótico e anormalidades cromossômicas (cromossomo perdido, stickness, micronúcleo, c-metáfase e ponte cromossômica), e para ambos foram analisadas 2000 células para cada concentração do Al2(SO4)3. Foi observada diferença de sensibilidade entre as espécies para o índice mitótico apenas na menor concentração testada em que sua redução foi de 12,93% para Lactuca sativa e 4,88% Allium cepa. A sensibilidade das duas espécies para as demais concentrações testadas foi semelhante, sendo a inibição do índice mitótico na concentração máxima de 62%. Para o parâmetro anormalidade cromossômica não houve diferença entre Lactuca sativa e Allium cepa. Em relação à frequência de anormalidades cromossômicas não foi observada diferença estatística entre o controle (2,89%) e a concentração de 2 x 10-3 M (3,80%) sendo que estas foram menores que o encontrado nas concentrações de 0,5 e 1 x10-3 M, com 4,10% e 5,77% anormalidades encontradas respectivamente. A baixa taxa de anormalidades cromossômicas na concentração de 2 x 10-3 M pode estar relacionada à redução do índice mitótico, acarretando na diminuição da probabilidade de detecção das ocorrências. Com base nesses resultados podemos concluir que a Lactuca sativa é mais sensível que o Allium cepa as diferentes concentrações de Al2(SO4)3 em relação ao parâmetro índice mitótico. Para o parâmetro anormalidade cromossômica ambas espécies empregadas apresentaram a mesma sensibilidade. Dessa forma recomendamos a utilização de pelo menos duas espécies vegetais para o estudo da genotoxicidade de substâncias puras ou de misturas complexas. Palavras-chave: Genotoxicidade, Sulfato de Alumínio, Lactuca sativa, Allium cepa. Créditos de financiamento: CNPq (475243/2011-0) e a FAPEMIG. 1 Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Genotoxicidade - Universidade Federal de Alfenas - Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714 – 37.130-000 - Alfenas-MG – Brasil. 2 Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas - Universidade Federal de São Paulo - campus Diadema, Rua Arthur Riedel, 275 – 09972-270 – Diadema-SP - Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 324 FLORA AMEAÇADA DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO: CATÁLOGO DAS PLANTAS AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO Luciana Maielo SILVA1*, Cinthia Tamara Vieira ROCHA2, Pedro Lage VIANA3, Renata Aparecida Serio Abranches4 O Quadrilátero Ferrífero (QF) compõe o extremo sul da Cadeia do Espinhaço e destaca-se por apresentar uma elevada diversidade florística, com diversas formações vegetacionais e uma grande variedade de habitats. Por isso, é considerado área prioritária para a conservação da biodiversidade. Mas, devido a pressões antrópicas nestes ambientes e o alto índice de endemismo, ocorrem várias espécies de plantas ameaçadas de extinção. Com base na compilação de informações de literatura, o objetivo deste trabalho é apresentar um catálogo com espécies de plantas vasculares ameaçadas de extinção que ocorrem no QF. Para a produção deste, foram compilados de bibliografia especializada (listagens florísticas e tratados taxonômicos) registros de espécies presentes em listas de espécies ameaçadas de extinção (em MG e no Brasil). Da bibliografia consultada, foram também obtidos dados como o ambiente de ocorrência, distribuição geográfica e endemismo. A partir do resultado obtido com a compilação dos dados, foi elaborado um catálogo de espécies ameaçadas de extinção existentes nas áreas do QF. Foram listadas 111 espécies distribuídas em 38 famílias, dentre as quais a mais representativa é Asteraceae com 21 espécies, seguida de Fabaceae com 11, Orchidaceae e Bromeliaceae com 9, Poaceae, Amaryllidaceae, Apocynaceae e Pteridaceae com 4, Cactaceae e Lamiaceae com 3. Assim, a escassez de estudos na região do QF, associada ao alto índice de endemismo vegetal, à exploração antrópica intensiva por atividades minerárias e crescimento urbano, é uma situação preocupante em termos de conservação, devido ao elevado número de espécies ainda não avaliadas quanto ao seu estado de conservação por deficiência dos dados disponíveis. Diante dos dados compilados, mostrase evidente a importância de medidas efetivas para conservação da flora desta região. Palavras-Chave: Quadrilátero Ferrífero, Espécies Ameaçadas, Catálogo 1 Pós-graduada no UNI-BH em Diagnóstico e Análise Ambiental; Botânica da Empresa Bicho do Mato Meio Ambiente. 2 Bacharel em Ciências Biológicas UNIMONTES, Mestre em Engenharia Florestal UFLA, Doutora em Biologia Vegetal UFMG. 3 Doutor em Biologia Vegetal UFMG, Botânico, Bicho do Mato Meio Ambiente. 4 Pós-graduada no UNI-BH em Avaliação de Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas; Engenheira Florestal da Empresa Bicho do Mato Meio Ambiente. Autor para correspondência: * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 325 FLORAÇÃO EM GENÓTIPOS DE BANANEIRA NAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO CERRADO DE RORAIMA Teresinha Costa Silveira de ALBUQUERQUE1*, Otoniel Ribeiro DUARTE1, Olisson Mesquita de SOUZA2 Em Roraima, a bananeira é uma das principais atividades da fruticultura, visando consumo interno e mercado de Manaus. As variedades mais plantadas são Prata e Pacovan, ocorrendo outros tipos, principalmente nos arredores de Boa Vista, com destaque para as cultivares Nanica e Prata Anã, no entanto é importante disponibilizar ao bananicultor novas opções de cultivo. Este trabalho teve como objetivo avaliar a fenologia da floração em uma coleção de bananeiras, identificando genótipos precoces nas condições de lavrado do estado de Roraima. As mudas oriundas do Programa de Melhoramento Genético da Embrapa e obtidas por técnica de cultura de tecidos foram implantadas em 28/10/2009, na área da Embrapa Roraima, em Boa Vista, em fileiras duplas no espaçamento de 3,0 x 2,0 x 1,8 m. O experimento foi instalado em blocos casualizados com quatro repetições e quatro plantas por parcela, com os genótipos: Bucanero, Caipira, Calypso, Fhia 02, Fhia 17, Fhia 18, Fhia 23, Garantida, Grande Naine, JV 42-135, Japira, Maçã, Maravilha, PA 42-44, PA 94-01, Pacovan Ken, Prata Anã, Princesa, PV79-34, Tropical, Thap Maeo e YB 42-03. As avaliações da emissão de inflorescências nos genótipo permitiram verificar a porcentagem de plantas floradas no período de agosto a dezembro de 2010, de 285 até 425 dias após o transplantio (DAT). O tempo decorrido em dias após o transplantio (DAT) para a emissão das inflorescências serviu de base para determinar a precocidade de cada genótipo estudado. Os genótipos PA 42-44, Prata Anã, Japira, FHIA 02, YB 42-03, e FHIA 18 foram os mais precoces, apresentando 50 % ou mais de plantas floradas até 300 DAT. Os genótipos mais tardios foram PA 94-01, Caipira, Calypso, Tape Mae e Tropical, sendo que FHIA 17 só floresceu após 400 DAT. Os genótipos Pacovan Ken e PV 79-34 apresentaram inflorescências em plantas com 285 até 400 DAT. Palavras-chave: Musa sp., Fenologia, Ensaio regional, Emissão de inflorescências. 1 2 Pesquisador Embrapa Roraima. Caixa Postal 133, 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. Bolsista CNPq, Caixa Postal 133, 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 326 FLORAÇÃO, FRUTIFICAÇÃO E SISTEMA REPRODUTIVO DE Clidemia hirta (L.) D. Don (Melastomataceae) NO SUDESTE BRASILEIRO Mariana Condé MARQUES1*, Marcos Vinícius Ribeiro de Castro SIMÃO¹, Rúbia Santos FONSECA¹, Milene Faria VIEIRA¹ Clidemia hirta está distribuída em todas as regiões brasileiras, sob os domínios da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. É espécie arbustiva e possui flores pentâmeras com corola e estames brancos e bagas atro-purpúreas. Os objetivos foram analisar a fenologia de floração e frutificação e o sistema reprodutivo em indivíduos de C. hirta localizados em população natural na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (20°48’07”S e 42°51’31”), maior fragmento de floresta semidecídua (195 ha) do município de Viçosa, Zona da Mata de Minas Gerais. O acompanhamento fenológico foi realizado semanalmente em 12 indivíduos, de julho/2010 a junho/2011. Foi registrada a presença/ausência de botões florais, flores e frutos maduros e calculado o índice de atividade (percentual de indivíduos) para cada fenofase. O sistema reprodutivo foi avaliado por meio dos seguintes tratamentos: polinização aberta (n = 17), autopolinização espontânea (n = 26) e agamospermia (n = 18). A viabilidade dos grãos de pólen foi estimada em cinco botões em pré-antese de cinco indivíduos (n = 25). Clidemia hirta produziu botões, flores e frutos maduros em todos os meses de avaliação, ou seja, apresentou um padrão contínuo de floração e de frutificação. O pico da fenofase botões florais (100%) ocorreu em julho/2010 e de novembro/2010 a janeiro/2011. O pico da floração (100%) foi registrado entre os meses de dezembro/2010 e janeiro/2011. A frutificação atingiu seu pico (91,7%) em fevereiro e março/2011. Houve frutificação nos testes de polinização aberta (53%), autopolinização espontânea (46%) e agamospermia (77%). A viabilidade polínica foi de 4,4% (± 4,2%). A produção contínua de flores com alta produção de frutos com sementes agamospérmicas e a baixa viabilidade do pólen demonstram que a espécie estudada se reproduz principalmente de forma assexuada e, portanto, independe de polinizadores. Esse conjunto de características reprodutivas possibilita a colonização constante de ambientes degradados, locais comuns de ocorrência de C. hirta. Palavras-chave: Fenologia, Viabilidade dos grãos de pólen, Agamospermia, Floresta Estacional Semidecidual. Créditos de financiamento: CNPq e FAPEMIG 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 327 FLORÍSTICA E ASPECTOS ECOLÓGICOS DE PTERIDÓFITAS EM UMA MATA ALTA DE TABULEIRO, ES, BRASIL Rafael Coelho ANDRADE1*, Luis Fernando Tavares de MENEZES1 Este trabalho teve como principal objetivo o levantamento florístico da pteridoflora (Licophyta e Monilophyta) e registro de alguns de seus aspectos ecológicos na Reserva Biológica do Córrego Grande, uma das áreas de mata alta de Florestas de Tabuleiro no norte capixaba. Estas áreas são consideradas um dos 14 centros brasileiros de diversidade e endemismo de plantas e hoje se encontram em áreas fragmentadas devido às ações humanas de comércio. Para o levantamento florístico e registro dos seus aspectos ecológicos, foram realizadas excursões à campo durante o período de um ano e realizadas caminhadas por toda a área da reserva, sendo estas mais concentradas em ambientes indicados como preferenciais para ocorrência do grupo. O registro dos aspectos ecológicos foi baseado em dados tais como habitats, forma de vida, ambiente preferencial e hábito e substrato. Neste estudo, registrou-se a ocorrência de 33 espécies de pteridófitas, distribuídas em 15 famílias e 24 gêneros, sendo Pteridaceae a família com maior riqueza específica e o gênero Adiantum com o maior número de espécies. Em relação aos aspectos ecológicos analisados nas espécies, verificou-se que mais da metade das espécies são terrestres (51%) e hemicriptófita (63%) e os ambientes preferenciais para a ocorrência de maior número de espécies foram o interior da mata (ocorrência de 24 espécies) e margens de regatos (ocorrência de 10 espécies). Tais preferências refletem o padrão altitudinal de distribuição das espécies já analisados em outros estudos, e a forma de vida predominante pode indicar a estacionalidade pluvial ou térmica, pois ocorre maior precipitação nos meses do inverno. A baixa riqueza encontrada, quando comparada com outros estudos, pode refletir suas características ambientais condicionadas a variações locais de solo e histórico de uso, assim como o reflexo do histórico de grande queimada na área da reserva, que destruiu cerca de um terço da mata nativa. Palavras-chave: Monilophyta, Floresta de Tabuleiro, Ecologia, Mata Atlântica. Créditos de financiamento: CNPq 1 Universidade Federal do Espírito Santo – UFES\Centro Universitário do Norte do Espírito Santo – CEUNES, Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, bairro Universitário, CEP: 29933-480, São Mateus, ES, Brasil. Bolsista PibicUFES – 2012. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 328 FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE UM REMANESCENTE DE CERRADÃO, MUNICÍPIO DE AQUIDAUANA - MS Evelyn Dias PINHEIRO¹*, Bruna Gardenal FINA¹ O município de Aquidauana, localizado no estado de Mato Grosso do Sul distante 130 km da capital, apresenta diferentes fisionomias vegetais, sendo predominante a de cerrado. Entretanto, na última década, suas áreas nativas vêm sofrendo drástica redução ocasionada principalmente por atividades antrópicas relacionadas à instalação de usina siderúrgica local, acarretando em implantação de novas carvoarias, plantio de monoculturas de Eucalyptus, entre outras. Este projeto tem por objetivo conhecer a flora do município de Aquidauana para futuramente subsidiar ações de manejo e conservação. O estudo foi realizado em um remanescente de cerradão localizado na Fazenda Rolândia, distante 15 km da cidade. Foram alocadas 30 parcelas de 10m x 10m distribuídas em 03 blocos, onde foram identificados e medidos os indivíduos com Circunferência à Altura do Peito ≥ 10 cm. No total foram amostradas 28 famílias, 47 gêneros e 94 espécies. As famílias que apresentaram maior riqueza foram Fabaceae e Vochysiaceae, as espécies de ampla distribuição foram Trichilia elegans, Qualea grandiflora, Xylopia aromatica e Callisthene fasciculata. A espécie de maior valor de importância foi Trichilia elegans, comumente encontrada no sub-bosque das florestas estacionais no Pantanal. O índice de diversidade de Shannon (H´) foi de 3,425 nats/indivíduo e equabilidade (J) foi 0,763 nats/indivíduo, fato que mostra alta diversidade para o remanescente. A análise de distribuição dos indivíduos por classe de altura e de diâmetro evidenciou que a área sofreu ações antrópicas no passado (atualmente protegida da ação do gado e da retirada de madeira), pois apresentou baixo índice de indivíduos de grande porte. Palavras-chave: Diversidade, Cerrado, Estrutura. 1 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, Curso de Ciências Biológicas, Caixa Postal – 135, CEP 79200-000, Aquidauana-MS, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 329 FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA DE UM REMANESCENTE DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM ÁREA URBANA Rosângela Alves Tristão BORÉM1*, Mônica Soares de MIRANDA2, Daniel Quedes DOMINGOS2, Ana Cristina Magalhães de FRANÇA2. Fragmentos de vegetação natural quando circundados pela matriz urbana são grandemente afetados pela pressão antrópica sendo alterados por isolamento, efeito de borda, bioinvasões, trilhas excessivas, acumulo de lixo entre outros. Essas áreas são importantes do ponto de vista ecológico devendo ser manejadas de forma sustentável que permita sua conservação. Este estudo teve como o objetivo estudar a composição florística e estrutura de um fragmento urbano de floresta estacional semidecidual, representado pela mata ciliar situado na Ecolândia - Centro de Educação Ambiental da Policia Militar de Minas Gerais, no município de Lavras, Minas Gerais. O Fragmento estudado possui uma área de 2,12ha de vegetação bem conservada, pois o local é destinado somente a trabalhos de pesquisa e educação ambiental. Na área de mata além de trilhas para caminhada de visitantes, existe uma nascente de fluxo contínuo. Para a amostragem da área foram implantadas 13 parcelas continuas de 400m², totalizando 0,52ha. O critério de inclusão adotado foi diâmetro à altura do peito (DAP) >5 cm. Foram amostrados 657 indivíduos de 58 espécies, 50 gêneros e 33 famílias. As espécies mais importantes na comunidade foram Alchornea triplinervea (Sprengel) Müller Argoviensis representando 65,97% do valor de importância (VI) da área e Nectandra nitidula Nees representando 22,13% do VI. A espécie A. triplinervea também se destacou em outros levantamentos realizados na região. O baixo valor do Índice de diversidade de Shannon (H’ = 2,97nats/ind.), bem como o de equabilidade de Pielou (J = 0,73) sugerem baixa diversidade para o fragmento, comparativamente ao contexto regional. Isso provavelmente se deve ao fato do fragmento estar inserido no meio urbano. O remanescente amostrado encontra-se em processo de regeneração. O estudo confirma a necessidade da conservação e manejo desses remanescentes para evitar redução e perda de diversidade. Palavras-chave: Fragmentação, Mata Atlântica, Educação Ambiental, Estrutura. Créditos de financiamento: Centro de Educação Ambiental da Policia Militar de Minas Gerais – Ecolândia. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Ecologia, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Lavras –MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 330 FLUORESCÊNCIA DA CLOROFILA a NA SELEÇÃO DE CULTIVARES DE ARROZ TOLERANTES AO EXCESSO DE FERRO Anna Elisa de SOUZA1*, Samuel de Souza PINTO1, Camila Oliveira RIOS1, Eduardo Gusmão PEREIRA1 A toxidez por ferro é um dos principais fatores que compromete o equilíbrio fisiológico das plantas de arroz. A utilização de cultivares tolerantes contribui para o aumento na produtividade da cultura e diminuição dos riscos econômicos para o produtor. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi estabelecer uma metodologia rápida, utilizando marcadores fisiológicos na identificação do grau de sensibilidade de diferentes cultivares de arroz expostos ao excesso de ferro. As sementes dos cultivares ATALANTA, BRA 01330, BRA 02691, BRA 02697, BRA 031001, BRA 031006, BRA 03118, BRA 041099, BRA 2706, BR IRGA 409, CARAVERA, EPAGRI 107, EPAGRI 108, IRGA 410, IRGA 412, OUROMINAS, PREDILETA, RELÂMPAGO e SELETA foram germinadas e as plântulas cultivadas por 10 dias em recipientes de 50 mL com solução nutritiva, em câmara de cultivo. O ferro foi aplicado como Fe-EDTA nas concentrações de 0,009 mM (controle) e 4 mM (tratamento). Após 7 dias de exposição ao tratamento com excesso de ferro, foram avaliados os teores de malonaldeido e algumas variáveis de fluorescência da clorofila a. O aumento nos teores de malonaldeido, induzido por espécies reativas de oxigênio, foi utilizado como indicador do dano causado pelo ferro, sendo eficiente para evidenciar o grau de sensibilidade dos diferentes cultivares. Dentre as variáveis de fluorescência da clorofila a, os processos primários de utilização da energia luminosa não foram afetados pelo excesso de ferro, havendo diferença significativa apenas entre os cultivares. No geral ocorreram alterações significativas nos valores de quenching fotoquímico e na taxa de transporte de elétrons em resposta a altas concentrações de ferro na solução, todavia não foram observadas diferenças no quenching fotoquímico entre os cultivares. Na taxa de transporte de elétrons foram verificadas diferenças expressivas entre os cultivares. Nos cultivares mais sensíveis ocorreu redução dos valores da taxa de transporte de elétrons, chegando a 8% no cultivar BRA 041099. Já nos cultivares tolerantes houve incremento nesses valores, atingindo 28% no cultivar IRGA 412. O aumento nos valores da taxa de transporte de elétrons pode ser explicado pelo papel fundamental do ferro no processo fotossintético, maximizado nos cultivares tolerantes. A taxa de transporte elétrons e os teores de malonaldeído, indicados como marcadores fisiológicos, expressam diferenças no grau de sensibilidade à toxidez por ferro dos cultivares estudados. Palavras-chave: Oryza sativa, Toxidez por ferro, Malonaldeído, Taxa de transporte de elétrons, Sensibilidade. Créditos de Financiamento: CNPq, FAPEMIG, EMBRAPA, EPAMIG. Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Campus Universitário, CEP: 35690-000, Florestal-MG, Brasil. 1 * autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 331 FORMAÇÃO DE CALOGÊNESE EM Swietenia Macrophylla K. (Meliaceae) Fábio de Oliveira NEVES1*, Breno Régis SANTOS1, Monique Ines SEGEREN2 Na floresta Amazônica, a extração de madeira é a principal atividade comercial. Como a exploração é realizada de forma indiscriminada, buscando espécies de alto valor econômico, alterações drásticas dos ecossistemas dessa formação florestal têm ocorrido, colocando em perigo de extinção várias espécies como, por exemplo, Switenia macrophylla K. (Meliaceae) conhecida popularmente como mogno. O objetivo desse trabalho, através da técnica de cultura de tecidos, foi conseguir o estabelecimento de brotações in vitro de mogno. Os tecidos vegetais foram esterilizados com NaOCl. Em seguida os materiais foram inoculados no meio MS com 4 diferentes fitorreguladores, 1° 1ng/L de carvão ativado, 1 ng/L zeatina e 0.5ng/L de GA3, 2° 0.25ng/L de BAP, 1ng/L de carvão ativado e GA3, 3° 1 ng/L de BAP e 0.5ng/L de AIA e 4°1 ng/L de BAP e 1 ng/L de AIA (50 inoculações para cada experimento, 40 discos foliares e 10 hastes) para tentativa de indução de suas brotações. No período de 15 dias foram realizadas avaliações quanto à formação de discos foliares e hastes. Para os tecidos desinfestados o resultado da análise de variância demonstrou que 15 dias de avaliação houve interação entre os fatores concentração de hipoclorito de sódio e tempo de imersão. A formação de calos teve início entre 15 a 30 dias após a inoculação. Em 3 dos 4 experimentos 2°, 3° e 4°. No segundo experimento houve a formação de 27 segmentos foliares e 3 hastes 60% do total, no 3° 6 segmentos foliares 12% do total e no 4° 6 segmentos foliares 12% do total. Já para o primeiro experimento não houve a formação de calos em segmentos foliares e hastes. Dessa forma, de acordo com as condições em que o presente trabalho foi realizado os dois tipos de explantes utilizados, segmento foliar e epicótilos, o foliar foi que apresentou a maior eficiência à formação de calos. Para as concentrações de fitorreguladores para a formação de calos a partir de segmentos foliares e hastes são 1ng/L carvão ativado combinado com 0.25ng/L BAP e giberelina. Não houve a formação de brotações nos 4 diferentes experimentos. A melhor assepsia dos segmentos ocorreu com álcool 70% por 1 minuto, seguido de hipoclorito de sódio a 2% por 15 minutos. Em suma o resultado do trabalho é considerado positivo para a formação de calos utilizando o meio Murashige & Skoog (1962) com diferentes concentrações de fitorreguladores. Palavras- chave: Calogênese, Fitorreguladores, Assepsia, Swietenia macrophylla. 1 Universidade Federal de Alfenas, Rua Gabriel Monteiro da Silva, 700, Centro, Alfenas/MG, Brasil 2 Laboratório de Micropropagação e Cultura de Tecidos- Próclone Biotecnologia Ltda- Rua dos Girassóis, 70, Centro, Holambra/SP, Brasil * [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 332 FOSFORILAÇÃO DA HISTONA H3 NA SERINA 10 DURANTE A MITOSE EM Brachiaria (Trin.) Griseb. (Poaceae) Cristina Maria Pinto de PAULA1*, Aline Silva FREITAS1, Vânia Helena TECHIO1, Fausto de SOUZA SOBRINHO2 Em eucariotos, o DNA nuclear está associado com histonas e outras proteínas em uma complexa estrutura denominada cromatina. O nucleossomo é a unidade fundamental da cromatina, que consiste em um centro proteico composto por um octâmero das quatro principais histonas (H3, H4, H2A, H2B). Cada uma das histonas que compõem o octâmero nucleossomal possui uma cadeia de aminoácidos terminais, denominada cauda N-terminal, que está sujeita a diversas modificações pós-traducionais. Entre estas modificações destaca-se a fosforilação da histona H3 na serina 10 (H3S10f), em que as hipóteses levantadas apontam para um papel na condensação cromossômica e/ou na manutenção da coesão entre cromátides irmãs. O objetivo do presente trabalho foi determinar o padrão de distribuição da histona H3 fosforilada na serina 10 durante a mitose em Brachiaria ruziziensis, Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha por meio da técnica de imunodetecção. Para tanto, raízes foram fixadas em paraformaldeído 4%, maceradas em tampão fosfato salino 1x, bloqueadas com Albumina de Soro Bovino 3% e encubadas com anticorpo primário policlonal de coelho contra H3S10f, o qual foi detectado com anticorpo secundário conjugado com FITC (isotiacianato de fluorosceína). A fosforilação da histona H3S10 foi similar nos cromossomos de B. ruziziensis, B. decumbens e B. brizantha, ou seja, a variação no nível de ploidia não interferiu nesta modificação pós-traducional. A fosforilação inicia-se no final da prófase quando os cromossomos já estão bastante condensados e prossegue na placa metafásica, onde todos os cromossomos apresentam fosforilação da H3, na região da cromatina pericentromérica, que se mantém na anáfase e desaparece gradualmente na telófase. A fosforilação foi coincidente com a coesão restrita a região pericentromérica, que é de fundamental importância para correta orientação do cinetócoro durante a divisão celular, além de estabilizar a conexão entre as cromátides irmãs mediante as forças geradas pelas fibras do fuso. A observação de que a fosforilação da histona H3 na serina 10 ocorre no final da prófase mitótica, em cromossomos já condensados, associado à imunodetecção localizada na região pericentromérica sugere que é improvável que esta modificação pós-traducional desempenhe um papel importante na condensação cromossômica na mitose das espécies de Brachiaria, mas que está diretamente relacionada com a manutenção da coesão entre cromátides irmãs na região pericentromérica. Palavras-chave: Coesão, Epigenética, Fosforilação de histonas, Imunodetecção. Créditos de Financiamento: FAPEMIG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro à pesquisa. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas, Campus Universitário, caixa postal , CEP: 372000000, Lavras-MG, Brasil. 2 Embrapa Gado de Leite (CNPGL), Rua Eugênio do Nascimento, 610, Bairro Dom Bosco, CEP 36038-330, Juiz de Fora-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 333 FRUTOS DO CERRADO COM POTENCIAL PARA O EXTRATIVISMO EM TRÊS RESERVAS LEGAIS DE AGRICULTORES FAMILIARES Denise BARBOSA-SILVA1, Reneida Aparecida Godinho MENDES2, Marcos Vinicius Rezende de ATAÍDE1, Thais Rodrigues FEITOSA3, Wátila José dos SANTOS1, Wallace de Souza BEZERRA1 Os frutos comestíveis de espécies nativas do Cerrado são consumidos e comercializados in natura ou processados, gerando fonte complementar de renda às populações rurais. O aproveitamento desses frutos pode ser uma alternativa econômica para pequenos agricultores e incentivo para a manutenção de reservas legais. O objetivo deste trabalho foi estimar o tamanho de populações de cinco espécies (araticum, Annona crassiflora Mart.; cagaita, Eugenia dysenterica DC.; jatobá, Hymenaea stigonocarpa Mart.; mangaba, Hancornia speciosa Gomes; pequi, Caryocar brasiliense Cambess.) para direcionar trabalhos que avaliem o potencial de produção e exploração das mesmas. Inventários foram realizados em reservas legais de três comunidades rurais do DF e entorno. Na primeira comunidade, cada propriedade tinha cerca de 1ha de Reserva, por isso foram inventariados, em cada uma, 80 indivíduos seguindo o método de ponto-quadrante com distância de 10m entre pontos. Em cada quadrante foram amostrados os dois indivíduos lenhosos mais próximos do ponto; um com perímetro ≥ 10cm e ≤ 30cm e o outro > 30cm ambos a 30 cm do solo. As reservas legais das outras comunidades apresentaram tamanho que permitiu o emprego do método de parcelas. Em cada uma foram estabelecidas 10 parcelas de 20mx50m e identificados todos os indivíduos lenhosos com perímetro ≥ 10cm a 30cm do solo. O número de indivíduos amostrados diferiu entre as áreas devido às diferenças fitofisionômicas. A primeira comunidade apresentou 1120 indivíduos e 70 espécies. Embora 4 das espécies de interesse ocorram na área, o tamanho das populações é insuficiente para extração em escala comercial. Na segunda comunidade foram amostrados 1642 indivíduos e 177 espécies. Apesar de 4 das espécies ocorrerem na área, somente o jatobá (57 ind.) justifica estudo mais aprofundado para avaliar a viabilidade de exploração. Na terceira comunidade foram encontrados 5140 indivíduos e 93 espécies, incluindo as espécies de interesse. Porém, apenas jatobá (76 ind.) e cagaita (65 ind.) justificam uma maior investigação do potencial produtivo. Os resultados indicam que nenhuma das áreas amostradas apresenta populações compatíveis com o extrativismo em larga escala sem que haja manejo adequado, uma vez que as reservas legais ou são pequenas demais ou estão localizadas em terrenos não produtivos. Palavras-chave: Agricultura Familiar, Frutos Nativos, Extrativismo, Reserva Legal. Financiamento: Edital MCT/CNPq/MDA/SAF/Dater Nº 033/2009. 1 Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Pós Graduação em Botânica, campus Darcy Ribeiro, Brasília-DF, Brasil. 2 Universidade de Brasília, campus Planaltina, Vila Nossa Senhora de Fátima, Área Universitária nº 1, CEP: 73340-710, Planaltina-DF, Brasil. 3 Instituto Federal de Brasília (IFB), campus Planaltina, Rodovia DF 128, km 21, Zona Rural, Planaltina-DF, Brasil *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 334 GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Aristolochia labiata Willd. (Aristolochiaceae) Victor Ventura de SOUZA1*, Ana Hortência Fonsêca CASTRO³, Fernanda Marinez SOUSA¹, Aparcida Célia Paula dos SANTOS4, Thaiz Rodrigues TEIXEIRA¹, Mairon Cesar COIMBRA², Aristolochia labiata Willd., atualmente Aristolochia brasiliensis var. parviflora Duch. é uma espécie nativa de Minas Gerais, cujas folhas e raízes são utilizadas na medicina popular, principalmente devido suas propriedades diurética e cicatrizante, respectivamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a presença de dormência tegumentar e fotoblastismo em sementes de A. labiata. As sementes foram coletadas em maio de 2012, no campus Dom Bosco, da Universidade Federal de São João Del-Rei, tratadas com Captan 5%, por 15 minutos e armazenadas em sacos plásticos, a 4ºC em geladeira. Após foram submetidas aos seguintes tratamentos: sementes sem incisão e expostas à luz (T1), sementes incisadas e expostas à luz (T2), sementes sem incisão e não expostas à luz (T3) e sementes incisadas e não expostas à luz (T4). Cada tratamento foi constituído por 40 sementes, distribuídas em duas placas de petri com 20 sementes cada, sobre papel de germinação, que receberam 5 mL de água destilada uma vez por dia. As sementes foram colocadas para germinar em sala de crescimento, à temperatura de 27ºC ± 1, com densidade de fluxo de fótons de 43 µmol s-¹ m-². Os tratamentos T1 e T2 foram submetidos à fotoperíodo de 16 horas e os tratamentos T3 e T4 foram mantidos ao abrigo da luz. As avaliações foram realizadas diariamente, durante 60 dias avaliando-se a percentagem de germinação das sementes e o desenvolvimento pós seminal da plântula. Os resultados mostraram que após 26 dias de avaliação, o tratamento T2 apresentou 80% de sementes germinadas e aos 35 dias, a percentagem de germinação foi superior a 90%. Em T1, a germinação iniciou-se a partir do 30o dia e apresentou 80% de sementes germinadas e aos 32º dia, 90% de germinação. As sementes submetidas aos tratamentos T3 e T4 (ausência de luz) não germinaram até o 60º dia. No 60º dia, observaram-se a presença de plântulas bem desenvolvidas, provenientes dos tratamentos T1 e T2, com dois pares de folhas expandidos, raiz ramificada e caule volumoso. Concluiu-se que as sementes de Aristolochia labiata são fotoblásticas positivas e não possuem dormência tegumentar, visto que apresentaram a mesma percentagem de germinação aos 32 e 35 dias, respectivamente. Palavras-chave: Germinação, Fotoblastismo, Dormência tegumentar. Agência fomento: FAPEMIG, bolsa de iniciação científica PIBIC/FAPEMIG/UFSJ. 1 Acadêmico(a) Curso de Farmácia Mestrando em Biotecnologia 3 Pesquisadora/Orientadora - Universidade Federal de São João Del-Rei – UFSJ – Campus Centro-Oeste Dona Lindu – Laboratório de Farmacobotânica e Plantas Medicinais – LFPM – Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400, Chanadour, 35501-296, Caixa postal: 110 Divinópolis, MG. 4 Universidade Federal de São João Del-Rei, Campus Dom Bosco, Laboratório de Cultura de Células e Tecidos Vegetais, caixa postal 110, CEP: 36301-16, São João Del-Rei, MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] 2 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 335 GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Garcinia brasiliensis Mart. (Clusiaceae) SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO Amanda Ávila CARDOSO1*, Fabricio José PEREIRA2, Breno Régis SANTOS3, Luana de Jesus PEREIRA1 O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito das condições de armazenamento sobre a germinação e vigor de sementes de G. brasiliensis. As sementes foram coletadas na região de Viçosa-MG e desinfestadas em hipoclorito de sódio 50% (v v-1) por cinco minutos, lavadas em água corrente e armazenadas em sacos de papel sob três condições por 6 meses (armazenamento das sementes em geladeira à 5 °C, em temperatura ambiente a 25 °C e armazenamento do fruto a 25 °C) e comparadas com o controle (sementes recém coletadas colocadas para germinar sem armazenamento). Após seis meses, as sementes foram colocadas para germinar em bandejas de plástico contendo vermiculita umedecida diariamente à capacidade de campo e mantidas sob luz contínua a 43 µmol m-2 s-1 e temperatura de 25±2 °C. A avaliação da percentagem de germinação (PG) foi realizada aos 90 dias e o índice de velocidade de germinação (IVG) foi realizado avaliando-se o número de sementes germinadas em função do tempo em dias e calculando-se o somatório. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro tratamentos e cinco repetições de 20 sementes. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste Scott-Knott a 5% de significância. As condições de armazenamento foram promoveram efeitos significcativos na germinação do bacupari. O grupo controle, apresentou os maiores valores de percentual de germinação e IVG (65% e 0,306). Dentre as condições avaliadas, a maior porcentagem de germinação foi encontrada por sementes que foram armazenadas dentro do fruto a 25°C (37%), seguida das sementes armazenadas a 25 °C (19%) e a 5 °C (2%). O maior vigor também foi encontrado em sementes armazenadas dentro do fruto (0,154) se diferindo estatisticamente dos vigores das sementes armazenadas a 25 °C (0,054) e 5 °C (0,005). Dessa forma, as sementes de bacupari se comportam como recalcitrantes e o armazenamento reduz drasticamente o percentual de germinação e IVG, contudo, o armazenamento das semente nos próprios frutos e em temperatura ambiente permitem uma melhor conservação da capacidade de germinação das sementes. Palavras-chave: Vigor, Temperatura, Bacupari. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de PósGraduação em Fisiologia Vegetal, CEP: 36.570-000, Viçosa-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 3 Universidade Federal de Alfenas, Instituto de Ciências da Natureza, CEP: 37130-000, Alfenas-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 336 GERMINAÇÃO IN VITRO DE Acacia mangium Wild (Fabaceae) Vanessa Pereira de ABREU1*, Carolina Shimohara de BARROS1, André Narvaes da Rocha CAMPOS2 A utilização de leguminosas arbustivas constitui importante estratégia para a recuperação de áreas degradadas, uma vez que muitas destas espécies apresentam crescimento rápido e as espécies do gênero Acacia são frequentemente recomendadas para este fim. Neste contexto, o estabelecimento de um sistema in vitro para o estudo da nutrição mineral e das associações biológicas desta espécie é fundamental. Objetivou-se estabelecer um protocolo para germinação de sementes da espécie arbórea Acacia mangium Willd in vitro. As sementes utilizadas foram obtidas no Departamento de Silvicultura da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizadas 4 tratamentos, à saber, quebra da dormência, quebra da dormência e esterilização, esterilização e quebra da dormência e esterilização, com 5 repetições de 10 sementes cada. Para a quebra da dormência as sementes foram imersas em água fervente à 100ºC durante 1 minuto e o processo de esterilização consistiu em duas lavagens das sementes em água destilada e autoclavada, pelo tratamento com álcool 70% por 5 minutos e em peróxido de hidrogênio a 35% durante 3 minutos. Após estes tratamentos, as sementes foram lavadas mais duas vezes em água destilada e autoclavada. Após tratadas, as sementes foram colocadas em placas de Petri, contendo meio de cultura Ágar Água e posteriormente armazenadas no escuro em temperatura ambiente. Foram avaliados a percentagem de germinação e a contaminação das sementes por uma semana. Observou-se que o tratamento esterilização e quebra de dormência apresentou a maior percentagem de germinação das sementes (86%) e que o tratamento esterilização apresentou a menor percentagem (8%). No total, apenas 8 sementes contaminaram. Conclui-se que o tratamento incluindo esterilização e quebra da dormência foi o mais eficiente, podendo ser utilizado posteriormente para estudos da fisiologia, nutrição e capacidade de associação desta importante espécie vegetal com micro-organismos benéficos do solo. Palavras-chave: Esterilização, Quebra da dormência, Sementes. Os autores agradecem o apoio financeiro do CNPq e do IF Sudeste MG – Campus Rio Pomba 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, Aluna(s) do Curso Bacharel em Agroecologia, CEP: 36.180-000, Rio Pomba – MG, Brasil. 2 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, Professor Orientador, CEP: 36.180000, Rio Pomba – MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 337 GERMINATION OF SALT-STRESSED SEEDS IS CONTROLLED BY ETHYLENE BIOSYNTHESIS ABILITY IN Stylosanthes (Fabaceae) SPECIES Priscila Oliveira SILVA1*, Amana de Magalhães Matos OBOLARI1, Eduardo Ferreira MEDINA1, Raimundo Santos BARROS1, Dimas Mendes RIBEIRO1 The mode of action of salt stress on seed germination of Stylosanthes humilis, S. capitata and S. guianensis cv. Mineirão treated with NaCl was investigated. Free and total contents of 1-aminocyclopropane-1- carboxylic acid (ACC) and ethylene biosynthesis were much larger in NaCl-treated seeds of S. guianensis than in seeds of S. humilis and S. capitata, this phenomenon keeping a tight relationship with the germination process. S. guianensis seedlings also displayed higher growth and survival rates than S. humilis and S. capitata under salt stress. Thus smaller ACC levels as well as the reduced ethylene biosynthesis by S. capitata seeds were accompanied by lower germination under salt stress. In addition S. capitata seedlings treated with NaCl solutions exhibited a relatively lower growth and survival rate in comparison with S. humilis and S. guianensis. Different abilities to synthesize ACC and ethylene by S. guianensis, S. humilis and S. capitata seeds explain the differences in tolerance to salt stress as displayed by the three species. Key words: ACC, Ethylene, Germination, Salt stress, Seeds. Acknowledgments: CAPES, CNPq, FAPEMIG 1 Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia vegetal,36570-000 Viçosa, MG, Brasil. *corresponding author: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 338 GRADIENTES FISIONOMICOS EM UMA FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL SOBRE AFLORAMENTO CALCÁRIO, SERRA DO IUIÚ, BA Deborah Mattos Guimarães APGAUA1*, Rubens Manoel dos SANTOS1, Diego Gualberto Sales PEREIRA1, Gisele Cristina de Oliveira MENINO1, Gabriela Gomes PIRES1, Marco Aurélio Leite FONTES1 As florestas estacionais deciduais podem ser encontradas sobre afloramentos calcários, um ambiente seletivo às espécies devido à associação do substrato rochoso ao estresse hídrico. Nestes afloramentos, são reconhecidas três comunidades vegetais diferenciadas principalmente pela composição florística: florestas estacionais deciduais localizadas na base do afloramento e sobre solos desenvolvidos; florestas estacionais deciduais localizadas sobre a encosta e florestas estacionais deciduais localizadas no topo do afloramento sobre rocha exposta. O objetivo deste estudo foi compreender como ocorre a distribuição de espécies de acordo com distribuição das unidades da vegetação ao longo de um afloramento calcário. Neste sentido, o presente estudo foi desenvolvido em uma área de afloramento de calcário localizado no município de Iuiú, BA, a 794 m de altitude, pluviosidade média de 788 mm e temperatura anual média de 24.3C°. Foram alocadas 15 parcelas (400m2) em três transecções totalizando 0.6 hectares, onde todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito ≥10 cm foram amostrados e identificados. A partir deste levantamento, utilizaram-se dados de presença/ausência em análises de classificação e ordenação (análise de Cluster e correspondência retificada). Foram encontradas no levantamento 95 espécies, 78 gêneros e 33 famílias, sendo que ocorrem espécies exclusivas para cada ambiente. Como exemplo, Ficus bonijesulapensis ocorreu apenas no topo do afloramento, Lonchocarpus montanus ocorreu apenas na encosta e Handroanthus spongiosus ocorreu na área de mata (base do afloramento). A análise de correspondência retificada apresentou eixo logo, com autovalor = 0.776, indicando grande substituição de espécies entre as parcelas. As análises mostraram a separação da área de floresta da base daquelas localizadas no afloramento mais exposto. A associação do afloramento com a água propiciou composição de espécies diferenciada em duas parcelas na encosta do afloramento, permitindo a existência de espécies semideciduais. Os resultados mostraram que a presença do afloramento calcário resulta em um gradiente de substituição de espécies dependente das condições ambientais em que ocorrem como disponibilidade de água e grau de maturidade do solo. A grande diversidade beta encontrada indica a importância de serem preservadas serras de afloramento calcário em florestas estacionais deciduais. Palavras-chave: Florestas estacionais deciduais, Diversidade beta, Fitofisionomia. Agradecimento: FAPEMIG, CAPES 1 Laboratório de Conservação e Manejo da Biodiversidade, Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciências Florestais, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 339 HIBRIDIZAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO DE HETEROCROMATINA E POLIPLOIDIA EM ESPÉCIES DO GÊNERO Epidendrum L. (Orchidaceae: Subgênero Amphiglottium) Sarah NASCIMENTO1*, Enoque MEDEIROS NETO1, Jéssica Nascimento de AGUIAR1, Felipe Nollet Medeiros de ASSIS1, Irenice Gomes de OLIVEIRA1, Leonardo Pessoa FELIX1 Epidendrum é o maior gênero neotropical de orquídeas, com cerca de 1500 espécies. O gênero apresenta extensa variabilidade morfológica e cromossômica numérica intra e interespecífica que, aliada a ocorrência de hibridização natural e poliploidia, dificulta a delimitação de suas espécies. As técnicas de bandeamento cromossômico têm sido utilizadas na citotaxonomia, contribuindo para o esclarecimento das relações filogenéticas em grupos taxonômicos complexos. O objetivo do trabalho foi analisar cariologicamente populações de Epidendrum fulgens Brongn. e Epidendrum secundum Jacq. e verificar a origem híbrida de um morfotipo encontrado em população simpátrica no município de São João do Tigre - PB. Para as análises mitóticas, foram coletadas raízes submetidas à pré-tratamento com 8hidroxiquinoleína, fixadas em Carnoy e estocadas em freezer a −20º C. As raízes foram digeridas a 37º C por 30 minutos em solução de celulase e pectinase. As lâminas foram preparadas com uma gota de ácido acético, coradas com CMA e DAPI, e montadas em glicerol e tampão McIlvaine. As metáfases foram capturadas com uma vídeo-câmera acoplada a um microscópio AxioCam MRm Zeiss. Na população de Panelas (Pernambuco), E. fulgens apresentou 2n = 24, cariótipo bimodal, um par de bandas terminais CMA+/DAPI¬ heteromórficas, seis bandas terminais CMA¬/DAPI+. Em São João do Tigre, E. fulgens apresentou cariótipo com 2n = 50, e ocorrência de um cromossomo B inteiramente CMA0/DAPI¬. Foram visualizadas 16 bandas terminais CMA¬/DAPI+, além de quatro bandas CMA0/DAPI¬ nas regiões terminais. Na mesma população, E. secundum apresentou 2n = 56, com oito bandas terminais CMA¬/DAPI+, três pequenas bandas CMA+/DAPI¬, duas delas formando satélites distendidos. Foi observada nesta mesma população indivíduos com características intermediárias, o qual foi denominado Epidendrum sp. aff. fulgens, e apresentou 2n = 64, com três bandas CMA+/DAPI¬ correspondentes as regiões organizadoras do nucléolo, além de 14 bandas terminais CMA¬/DAPI+. Nova contagem cromossômica para E. fulgens é apresentada no presente trabalho, com 2n = 50. A dupla coloração CMA/DAPI revelou a ocorrência de pelo menos três tipos principais de heterocromatina. Este padrão também foi encontrado em outros gêneros na família Orchidaceae, como no gênero Vanilla e Maxillaria. Os dados cariológicos comprovam a poliploidia em E. fulgens, bem como a ocorrência de hibridização entre espécies de diferentes níveis de ploidia para o gênero Epidendrum. Palavras-chave: Fluorocromos, Simpatria, Caracterização cariotípica. 1 Universidade Federal da Paraíba, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia, Campus II, CEP: 58397-000, Areia-PB, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 340 HIPOCLORITO DE SÓDIO E DIFERENTES TEMPOS DESINFESTAÇÃO DE SEMENTES DE CAMU-CAMU DE IMERSÃO NA Matteus Heberth Ribeiro do VALLE1*, Andrei Spaziani TIBERTI1, Marcela Liege da SILVA2, Edvan Alves CHAGAS3, Maria da Conceição da Rocha ARAÚJO2, Elias Ariel de MOURA4 O camu-camu é uma fruta que possui elevado conteúdo de ácido ascórbico e, devido a essa importância, sua domesticação vem sendo estudada há alguns anos. Dentre os métodos de propagação, o cultivo in vitro tem se destacado no processo de clonagem de materiais selecionados. A etapa de desinfestação tem papel fundamental, pois um dos maiores entraves da cultura de tecidos está na contaminação dos explantes. Este trabalho foi realizado com o objetivo de se obter um protocolo de desinfestação de sementes de camu-camu utilizando diferentes concentrações de hipoclorito de sódio e tempos de imersão. Para isso, as sementes foram escarificadas com auxílio de uma esponja, lavadas com água corrente e tratadas com hipoclorito de sódio (2%). Após, foram mantidas por 1 hora em solução fúngica constituída de Derosal500® + Cerconil® (2 g L-1). As sementes foram lavadas em água corrente e transportadas para a câmara de fluxo laminar, onde permaneceram imersas em álcool 70% por 5 minutos. Em seguida, as sementes foram submetidas aos seguintes tratamentos constituídos por diferentes concentrações de hipoclorito de sódio (0; 0,5; 1 e 2% de cloro ativo + 1 gota de tween 20), por 0, 20, 40 e 60 minutos. Ao final de cada tratamento, as sementes foram lavadas 3 vezes com água destilada e autoclavada e, inoculadas em frasco contendo 30 ml de meio de cultura MS acrescido de 30 g L-1 de sacarose, 100 mg L-1 de mio-inositol, 7 g L-1 de ágar e 4,5 g L-1 de carvão ativado. O pH foi ajustado para 5,7 ± 0,1 antes do processo de autoclavagem a 120 ºC e 1 atm por 20 minutos. Após inoculação, os tratamentos foram mantidos em sala de crescimento com temperatura de 26 ± 1 ºC e fotoperíodo de 16 horas. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 16 tratamentos, quatro repetições, cinco frascos por repetição e duas sementes por frasco, totalizando 640 sementes. Após 35 dias de inoculação, notou-se que os tratamentos em que as sementes foram imersas em hipoclorito de sódio a 0,5% por 20 minutos, 0,5% por 60 minutos e 1,0% por 20 minutos, apresentaram taxas de 100% de desinfestação. Palavras-chave: Myrciaria dubia, Cultivo in vitro, Assepsia. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Graduando em Agronomia, Campus Universitário, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Rede Bionorte, Programa de Doutorado em Conservação e Biodiversidade da Amazônia, CEP 69301-970, Boa Vista-RR, Brasil. 3 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. 4 Universidade Federal de Roraima, Departamento de Fruticultura, Rodovia BR 174, km 08, C.P. 133, Distrito industrial, CEP 69301-970, Boa Vista-RR. Autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 341 HISTOLOCALIZAÇÃO DE ÓXIDO NÍTRICO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O CRESCIMENTO VEGETAL EM CONDIÇÕES DE ESTRESSE Gabriela Alves LEÃO1, Fernanda Santos FARNESE1*, Juraci Alves de OLIVEIRA1, Cleberson RIBEIRO1, Cristiane Jovelina da SILVA1, Regiane Aparecida CANATTO1, Luhan Isaac SIMAN1 A contaminação ambiental com arsênio (As) é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Embora plantas possam ser utilizadas para a retirada de As do ambiente, sua alta toxicidade sobre processos fundamentais, como o crescimento vegetal, reduz a eficácia do processo. Tem-se buscado compreender a base dos mecanismos capazes de conferir resistência às plantas, com enfoque sobre o óxido nítrico (NO), molécula sinalizadora envolvida na tolerância à estresses abióticos. Assim sendo, o trabalho objetivou analisar a influência do As e do NO sobre o crescimento de Pistia stratiotes, bem como realizar a histolocalização de NO. Para isso, plantas de aproximadamente 10 g foram coletadas e submetidas a quatro tratamentos: controle (solução nutritiva), nitroprussiato sódico (SNP; 10 µg/L), As (1,5 mg/L) e As+SNP. SNP foi utilizado como doador de NO. Após 24 horas de exposição ao tratamento foi realizada a histolocalização de NO em folhas de P. stratiotes, utilizando-se diaminofluoresceína diacetato como marcador e microscópio confocal. Após sete dias de exposição ao tratamento foi determinada a taxa de crescimento relativo e o índice de tolerância ao As. O As teve efeito deletério sobre a taxa de crescimento relativo, sendo que as plantas apresentaram crescimento quatro vezes menor do que observado no controle. Embora não tenha sido capaz de manter a taxa de crescimento em níveis normais, o NO reverteu parcialmente o efeito danoso do As sobre o crescimento, garantindo também maior sobrevivência das plantas e maior índice de tolerância ao As. A exposição das plantas ao As resultou em elevada emissão de fluorescência, indicando que o As naturalmente desencadeia a produção de NO em folhas de P. stratiotes. No tratamento contendo As e SNP, no entanto, a fluorescência foi ainda mais elevada e foi localizada principalmente na camada de parênquima paliçádico logo abaixo da epiderme. Estudos prévios demonstraram que as principais alterações anatômicas decorrentes da adição de As ocorrem principalmente na camada de parênquima paliçádico, o que pode estar relacionado com o acúmulo de NO nesta região. Desta forma é possível concluir que o NO tem efeito benéfico sobre o crescimento vegetal, provavelmente agindo com um sinalizador, o que se reflete em maior tolerância ao poluente. Palavras-chave: Pistia stratiotes, sinalizador, tolerância. Apoio: CNPq Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Biologia Vegetal, Programa de Pósgraduação em Fisiologia Vegetal. *autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 342 HISTOQUÍMICA DE FOLHAS DE CAPIM LIMÃO INFECTADAS POR Puccinia nakanishikii Emi Rainildes LORENZETTI1; Rodrigo de Oliveira ALMEIDA2; Luis Vitor Silva do SACRAMENTO3 Cymbopogon citratus (DC.) Stapf, conhecida popularmente por capim limão, é uma gramínea perene, de grande importância para a indústria farmacêutica e alimentícia, fornecedora de óleo essencial. Um problema limitante para a produção comercial é a doença chamada ferrugem, causada pelo patógeno Puccinia nakanishikii Dietel. Objetivou-se compreender melhor a interação patógeno-hospedeiro através da análises anatômicas e histoquímicas de folhas de capim limão infectadas pelo patógeno. O material botânico utilizado constou de amostras de folhas que apresentavam sintomas da doença. Para a avaliação histoquímica da infecção do patógeno nas plantas efetuaram-se cortes transversais realizados a mão, com auxílio de navalha de aço inoxidável em folhas infectadas da gramínea. Os testes histoquímicos empregados constaram da aplicação de Sudan III, para a identificação de lipídios, Cloreto Férrico e Dicromato de Potássio, para a identificação de compostos fenólicos; Reagente de Bouchardt e Dragendorff, para a identificação de alcalóides. Estruturas do patógeno puderam ser observadas entre as células dos feixes vasculares, na epiderme da face abaxial. Com a formação das pústulas há desprendimento da cutícula e início da desestruturação do mesofilo com o avanço de estruturas pelas células do parênquima. Não observou-se o desenvolvimento do patógeno sob células que apresentam reforços de lignina. Através dos testes histoquímicos, as folhas da gramínea sadia apresentaram lipídios comprovado pelo teste de Sudan III, próximas à região parenquimática que envolve os feixes vasculares. Em folhas infectadas, as regiões nas quais o fungo está presente apresentam-se com coloração mais evidente. A espécie, tanto para folhas sadias, quanto para infectadas, apresenta ainda alcalóides, sendo o teste positivo para os Reagentes de Bouchardt e Dragendorff. Para os testes de compostos fenólicos, com Cloreto Férrico e Dicromato de Potássio, os resultados foram negativos. Para as folhas infectadas, os resultados para alcalóides foram menos evidentes. Palavras-chave: Plantas medicinais, Fisiologia do parasitismo, Anatomia foliar. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP: 36180-000, Rio Pomba – MG, Brasil. 2 Universidade Federal do Paraná, Departamento de Fitotecnia, Programa de Pós-Graduação em Agronomia/Produção Vegetal, Campus Universitário, Caixa Postal 19061, CEP: 80035050,Curitiba-PR, Brasil. 3 Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Campus Universitário, Rodovia Araraquara - Jaú Km 1, CEP: 14801-902, Araraquara – SP, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 343 HISTOQUÍMICA DE SEMENTES DE Physalis peruviana L. (Solanaceae) Luciana Alves Caldeira BRANT1, Filipe Almendagna RODRIGUES1*, Joyce Dória Rodrigues SOARES1, Edwaldo dos Santos PENONI1, Gabrielen de Maria Gomes DIAS1, Moacir PASQUAL1 A família Solanaceae é uma das maiores e mais importantes dentre as Angiospermas, com 92 gêneros e cerca de 2.300 espécies, tendo a América do Sul como um dos principais centros de diversidade e endemismo. No Brasil está representada por 32 gêneros e 350 espécies. O gênero Physalis possui cerca de 90 espécies, com distribuição pantropical, ocorrendo desde o sul da América do Norte até a América do Sul, com centros de diversidade no México, Estados Unidos e na América Central, tendo algumas espécies cultivadas por sua importância na alimentação humana. Sendo assim, o objetivo do trabalho foi verificar o tipo de reserva que ocorre em sementes de Physalis peruviana L. Frutos maduros de Physalis peruviana foram colhidos em casa de vegetação na época de maturação fisiológica, em Lavras-MG. Posteriormente, foram transportados para o Laboratório de Cultura de Tecidos do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), onde foram despolpados para a retirada das sementes. No Laboratório de Anatomia Vegetal, do Departamento de Biologia da UFLA, realizaram-se testes histoquímicos, sendo as sementes submetidas a secções transversais nas regiões apical, mediana e basal, sendo considerada basal a região calazal. Essas secções foram realizadas em micrótomo de mesa tipo LPC para determinar o tipo de reserva e presença de compostos fenólicos, utilizando-se corantes específicos sendo: o azul de comassie para detectar a presença de proteínas, cloreto de ferro III para compostos fenólicos, lugol para amido e Sudan IV para substâncias lipídicas. As secções foram montadas em glicerina 50% em lâmina e lamínula segundo metodologia para o preparo de lâminas semipermanentes. As observações foram realizadas em microscópio de luz Olympus CX41 acoplado à câmera digital, e com as quais foram realizadas fotomicrografias. De acordo com os resultados obtidos, observou-se nas sementes de Physalis peruviana a presença de lipídios, devido à reação positiva ao teste com Sudan IV nas diferentes regiões de corte na semente (apical, mediana e basal). O comportamento dos reagentes utilizados no estudo foi semelhante nas três regiões, onde foi possível verificar a grande quantidade de lipídios nas células. Os testes para a presença de proteínas, amido e compostos fenólicos foram negativos para todas as regiões amostradas. Conclui-se que a semente da Physalis peruviana apresenta reserva lipídica. Palavras-chaves: Fruticultura, Physalis, Semente. Os autores agradecem à FAPEMIG, ao CNPq e à CAPES pelo apoio financeiro. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Agricultura, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 344 HISTOQUÍMICA E CARACTERIZAÇÃO DE RESERVAS ENERGÉTICAS EM SEMENTES DE Schinus molle L. (Anacardiaceae) Gabriel de Resende BARONI1*, Fabricio José PEREIRA2, Márcio Paulo PEREIRA2, Luiz Carlos de Almeida RODRIGUES2, Evaristo Mauro de CASTRO2 A espécie Schinus molle L., conhecida popularmente como aroeira salsa, é intensamente utilizada em arborização urbana, reflorestamentos e pela indústria farmacêutica. As substâncias de reserva são importantes para a retomada de crescimento do embrião durante a germinação e compostos secundários de defesa frequentemente atuam como mecanismos de resistência contra patógenos e predadores além da utilização farmacológica. Portanto, o conhecimento dessas características é importante para o manejo e para a prospecção de compostos de interesse farmacológico, sendo ainda desconhecidos para S. molle. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi caracterizar as sementes de S. molle quanto ao tipo predominante de substância de reserva e à presença de compostos terpênicos. Sementes de S. molle foram coletadas de populações cultivadas para arborização urbana na região Sul de Minas Gerais, sendo armazenadas a 4ºC em sacos de papel até a data das análises. O tegumento de sementes de S. molle foi retirado e secções anatômicas transversais foram realizadas nos cotilédones com auxilio de lâminas de aço. Essas secções foram clarificadas, lavadas em água destilada e coradas com lugol, azul de comassie, sudan IV e reagente de Nadi para a detecção, respectivamente, de amido, proteínas de reserva, lipídeos e compostos terpênicos (óleos essenciais). As lâminas foram fotomicrografadas em microscópio optico acoplado à câmera digital. O teste com lugol não detectou a presença de grãos de amido nos cotilédones de S. molle, bem como o azul de comassie não ilustrou a presença de proteínas de reserva. Entretanto, o sudan IV revelou grande quantidade de oleossomos presentes no interior das células dos cotilédones, com intensa coloração vermelha. Esses oleossomos estão presentes em todas as células do tecido de reserva, destacando a presença de lipídios. Além da presença desses lípidios, foi detectada nessas estruturas, a presença de compostos terpênicos corando a maioria delas com intenso azul na presença de reagente de Nadi. Portanto, a reserva das sementes de S. molle é predominantemente lipídica, sendo ainda evidente a presença de óleos essenciais. Palavras-chave: Aroeira salsa, Óleos essenciais, Lipídios, Sementes florestais. Financiamento: CNPq, CAPES e FAPEMIG. 1 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Graduação em Engenharia Florestal, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras-MG, Brasil. 2 Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, Campus Universitário, caixa postal 3037, CEP: 37200-000, LavrasMG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 345 HORTA VERTICAL: FACILITANDO O ENSINO DE CIÊNCIAS Evelyn Dias PINHEIRO1*, Tainara Martins DIAS¹, Diego Fialho da SILVA¹; Bruna Gardenal FINA¹ O objetivo do presente projeto foi instalar uma horta vertical no âmbito escolar para obter-se um espaço de observação, pesquisa e ensino que através de técnicas didáticas auxiliará no processo de entendimento de muitas estruturas, antes abstratas, e que, com o as atividades práticas, poderão tornar-se mais concretas e plausíveis. Este projeto foi desenvolvido com alunos do ensino médio da Escola Estadual Roberto Scaff, município de Anastácio-MS, no período de março à junho de 2012. Inicialmente, acadêmicos do 7° semestre do curso de ciências biológicas ministraram palestras sobre as vantagens de se obter uma horta/jardim vertical, quais os vegetais e flores adequados, técnicas de plantio e sua manutenção. Em seguida, fez-se a coleta de garrafas PET para a confecção dos vasos; semeadura das hortaliças/flores em canteiros previamente estabelecidos e posteriormente, transplante das mudas e arranjo dos vasos suspensos. Adotou-se a técnica de compostagem para a obtenção de terra vegetal, possibilitando melhor aproveitamento dos resíduos orgânicos na própria escola. A instalação da horta proporcionou uso de conhecimentos e habilidades em diferentes áreas do saber, além de estimular a construção dos princípios de responsabilidade e comprometimento com a natureza, com o ambiente escolar e com a própria comunidade. A horta vertical no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades, pois representa um espaço para discussão acerca das atividades humanas e estimula reflexões sobre o ambiente que nos rodeia, contribuindo para a formação de cidadãos críticos. Esse projeto permitiu que os acadêmicos tivessem contato com atividades teórico-práticas de grande relevância para sua formação pessoal, estabelecendo o elo entre o saber acadêmico e a importante função de repassar os conhecimentos adquiridos para a comunidade local. Palavras-chave: Educação, Botânica, Sustentabilidade. 1 Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Aquidauana, Curso de Ciências Biológicas, Caixa Postal – 135, CEP 79200-000, Aquidauana-MS, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 346 HOSPEDEIRAS DE LORANTHACEAE NO CERRADO, DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MUNICIPAL DO INHAMUM, CAXIAS, MARANHÃO Silmara Gomes QUEIRÓS1*, Maria Ediane CONRRADO1, Gonçalo Mendes da CONCEIÇÃO1 As espécies de Loranthaceae são hemiparasitas que prejudicam árvores e arbustos ornamentais, além de parasitarem árvores nativas. A infestação intensa associada ás frutíferas causa a perda da qualidade, baixa produção de frutos e morte da planta. Estas constituem um grupo de interesse para diversos estudos ecológicos, pois podem modificar a estrutura e dinâmica da comunidade onde estão inseridas, reduzindo a biomassa e alterando a alocação de recursos das espécies hospedeiras. O presente estudo teve como objetivo conhecer as espécies de Loranthaceae (erva-de-passarinho) e suas respectivas hospedeiras no cerrado da Área de Proteção Ambiental Municipal do Inhamum, que se localiza nas coordenadas 04º55’30’’S/43º24’53’’W, à margem esquerda da BR-316, cortada verticalmente pela MA127, que liga Caxias a São João do Sóter, com uma área de aproximadamente 4.500ha. Caracteriza-se por apresentar uma vegetação típica do cerrado, que vai desde campo limpo até cerradão. As coletas do material botânico ocorreram mensalmente no ano de 2012. Foram registrados três gêneros, distribuídos em três espécies, a saber: Oryctanthus alveolatu Kunth, Psittacanthus dichrous Mart. e Phoradendron strongylocladus Eichl. O gênero mais representativo foi o Psittacanthus, que parasitou a Anacardium occidentales L. (cajueiro). Outros hospedeiros encontrados foram: Guazuma ulmifolia Lam (mutamba), Parkia platycephala Benth (faveira-de-bolota), Psidium eugeniaefolia Kiaersk (maria pretinha) e Lafoensia pacari Saint H (mirindiba). Os dados obtidos neste trabalho, não totalizam o número de espécies existentes para a área de estudo, entretanto são importantes para o conhecimento destas espécies e suas relações com os respectivos forófitos. Palavras – chave: Erva-de-passarinho, Hemiparasitas, Comunidade. Universidade Estadual do Maranhão, Departamento de Química e Biologia, Núcleo de Pesquisa dos Recursos Biológicos dos Cerrados Maranhenses/RBCEM, Centro de Estudos Superiores de Caxias, Morro do Alecrim, Praça Duque de Caxias S/N, CEP: 65.604-380, Caxias/MA, Brasil. *Autor para correspondência: [email protected] 1 Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 347 ÍNDICE DE EQUIVALÊNCIA DA TERRA DE Lactuca sativa L. (Asteraceae) CONSORCIADA COM RABANETE E COENTRO Joara Secchi CANDIAN1, Vanessa Pereira de ABREU1, Tatiana Pires BARRELLA1* O consórcio de culturas, em arranjos temporais e densidades populacionais de plantas preestabelecidas, tem sido apontado como uma prática vantajosa, particularmente quanto à sustentabilidade de sistemas de produção orgânica em base familiar. Esse método de cultivo é uma alternativa viável para os agricultores, pois permite economia de espaço na área cultivada e maior diversidade de produção. A alface (Lactuca sativa L.) é uma das hortaliças mais representativas, sendo cultivada de forma intensiva e em sua maioria, pela agricultura familiar, respondendo pela geração de aproximadamente cinco empregos diretos por hectare. Seu valor pode ser potencializado quando cultivada de forma orgânica e/ou agroecológica, se tornando uma alternativa para maximizar a renda do produtor. O experimento foi conduzido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, campus Rio Pomba com delineamento em blocos casualizados composto de subparcelas de 1 metro por 1,5 metro. Os espaçamentos utilizados foram de 0,2 metro entre plantas e 0,3 metro entre linhas de alface, 0,05 metro por 0,30 metro para rabanete e 0,10 metro por 0,30 metro para o coentro. Utilizou-se o cultivar da alface Lisa sob três tratamentos: Alface solteira (T1); alface consorciada com coentro (T2) e alface consorciada com rabanete (T3). O objetivo geral foi avaliar o desempenho da alface, rabanete e coentro (consórcio e monocultivo) em sistema de plantio orgânico sob as condições edafoclimáticas de Rio Pomba – MG. Observou-se que os índices de equivalência da terra para T2 e T3 foram de 1,73 e 1,93, respectivamente, significando que a produtividade total das culturas em consórcio quando equiparada ao monocultivo é maior, mas em relação ao peso fresco e diâmetro de cabeça das alfaces, o monocultivo apresentou melhores resultados. Concluiu-se que, apesar das vantagens ambientais, os consórcios utilizados nestas condições descritas não são indicados ao produtor, pois apresentam indivíduos fora dos padrões de comercialização. Palavras-chave: Raphanus sativus, Coriandrum sativum, Produção. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, campus Rio Pomba, Departamento de Agricultura e Ambiente, CEP: 36180-000, Rio Pomba – MG, Brasil. *autor para correspondência: [email protected] Anais do Iº Simpósio Internacional de Botânica Aplicada e Iº Simpósio Nacional de Frutíferas do Norte e Nordeste, 04 a 06 de novembro de 2012, Lavras-MG. 348 ÍNDICE E DENSIDADE DE ESTÔMATOS E TRICOMAS EM FOLHAS DE Cordiera sessilis (VELL.) KUNTZE (Rubiaceae) Thaiz Rodrigues TEIXEIRA1*, Ana Hortência Fonsêca CASTRO2, Ariana Campos TORTELOTE1, Mairon César COIMBRA3 Os estômatos são anexos epidérmicos importantes para a fotossíntese, pois regulam processos de trocas gasosas e os tricomas tectores associam-se à redução da perda de água, defesa contra insetos e diminuição de incidência luminosa. Cordiera sessilis (marmelinho) é um arbusto ramificado, cujas folhas e ramos são empregados em afecções da pele, na forma de cataplasmas, compressas ou banhos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o diâmetro, índice e densidade de estômatos e índice e densidade de tricomas tectores nas diferentes regiões da folha de C. sessilis. Folhas completamente expandidas foram coletadas, fixadas em FAA (formaldeído: álcool etílico: ácido acético - 9:1:1) e empregadas na obtenção dos cortes anatômicos à mão livre. Através de cortes paradérmicos, foram analisadas dez folhas de cinco indivíduos, em um total de 50 folhas. Para a determinação do índice e densidade de estômatos e tricomas 30 campos de cada região da folha (ápice, meio e base) foram avaliados, totalizando 450 campos. A medida dos diâmetros (polar e equatorial) foi realizada em um estômato por campo, totalizando 450 estômatos. A partir dos dados obtidos calculou-se o índice e a densidade de estômatos e tricomas. O índice (I) e a densidade (D) dos estômatos foram calculados pelas seguintes expressões: I(%)=ES/(ES+CE)x100 e D(est./mm2)=ES/A, respectivamente, onde ES representa o número de estômatos, CE o número de células epidérmicas e A a área (mm2). Para cálculo do índice e densidade dos tricomas empregaramse as mesmas expressões, substituindo-se ES, por TR (número de tricomas). Através dos resultados obtidos verificou-se que a folha é hipostomática, com estômatos do tipo anomocítico. O índice estomático não variou entre as diferentes regiões da folha, ficando em torno de 20,73% (p>0,05). Observou-se que a base apresenta menor densidade estomática (358,92 est./mm2) e as regiões do ápice e meio não diferem entre si (468,44 e 480,74 est./mm2, respectivamente). Os estômatos apresentam os mesmos diâmetros polares (24,00µm) e equatoriais (15,44µm) nas diferentes regiões da folha (p>0,05). Em ambas as epidermes verificaram-se a presença de tricomas tectores simples, porém em maior número na epiderme abaxial, sem diferença significativa no índice e densidade de tricomas (1,68% e 29,20 tri./mm2, respectivamente) entre as diferentes regiões da folha. Os resultados obtidos poderão auxiliar na elucidação futura da relação entre as trocas gasosas e a estrutura foliar de C. sessilis. Palavras-chaves: Marmelinho, Estômatos, Tricomas tectores. Créditos de financiamento: FAPEMIG 1 Acadêmica Curso de Farmácia 2 Pesquisadora/Orientadora - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia 3 Mestrando em Biotecnologia - Universidade Federal de São João Del-Rei – UFS