INSTRUMENTUM LABORIS

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INSTRUMENTUM LABORIS
VII CONFERÊNCIA GERAL
INSTRUMENTUM LABORIS
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Caríssimos participantes na VII Conferência Geral,
Enviamo-vos o Instrumentum Laboris: é o texto que será a base para a reflexão e a discussão durante
os nossos trabalhos em Varsóvia, de 16 a 24 de Maio, acerca do tema “Dehonianos em Missão ad gentes”.
Este texto de trabalho é o resultado de um processo iniciado já no XXI Capítulo Geral quando foi
pedido que “seja convocada uma Conferência Geral sobre as missões; se elabore para a Congregação uma
‘política’ para a missão ad gentes” (Dehonianos em Missão – Coração Aberto e Solidário, n. 65).
Este processo viveu várias fases: uma carta a todos os missionários, para recolha de experiências e
sugestões, o questionário enviado a todas as Províncias e que obteve uma participação coral (todas as
entidades enviaram o seu contributo), as reuniões da comissão nomeada para a preparação da Conferência
que avaliou os diferentes contributos e elaborou os vários textos, além de programar o seu desenvolvimento,
o texto Lineamenta que suscitou uma boa participação com novas sugestões, acrescentos e correcções.
Baseando-se mesmo neste trabalho que já envolveu toda a Congregação, foi elaborado o presente
Instrumentum Laboris.
É um texto sucinto que privilegia frases breves, que procura pôr em evidência aquilo que deveria ser a
Conferência: um momento de reflexão, para elaborar orientações para a missão ad gentes na nossa
Congregação e, assim, suscitar um renovado empenho missionário. Procurou-se dar importância às propostas
para a acção mais que a outros tipos de reflexão. Será tarefa da assembleia avaliá-las e propô-las à
Congregação como instrumentos para o serviço à evangelização.
A vós que participareis na Conferência, pedimos que estudeis este material, eventualmente vos
confronteis com outras pessoas que vos sejam próximas, de modo que a reflexão seja rica e frutuosa para
atingir os objectivos desta Conferência: dar um novo impulso ao empenho missionário no interior da
Congregação e lançar critérios e orientações para o empenho na missão.
Acompanhemos a leitura e o estudo com a oração, para dela obtermos o dom do Espírito: deixandonos guiar por Ele, encontraremos os caminhos que somos chamados a percorrer no hoje de Deus.
Roma, 16 de Abril, Páscoa da Ressurreição 2006
A Comissão de Preparação
P. Claudio Dalla Zuanna, scj (CU)
P. Leopold Mfouakouet, scj (CM)
P. Jerzy Sędzik, scj (CM)
P. Paulus Sugino, scj (IN)
P. Eduardo Emilio Agüero, scj (PHI)
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1. MISSÃO AD GENTES
1.1.
Deus quer que todos os homens se salvem, e para isso enviou o seu Filho, único mediador desta
salvação. Ele quis associar a Igreja a esta obra de salvação e tornou-a capaz de colaborar na missão
com a acção do Espírito Santo.
1.2.
A Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus foi suscitada pelo Espírito, na Igreja, como dom
para o bem de todos. Como para a Igreja, assim também para nós, o serviço à missão é constitutivo do
nosso ser, é a nossa resposta ao convite de Cristo para colaborar na sua missão, fiel à inspiração dada
pelo Fundador, para quem “a actividade missionária constitui uma forma privilegiada de serviço
apostólico” (Cst 31).
1.3.
Reconhecemos na expressão “actividade missionária” (Cst 31) aquilo que a tradição e tantos
documentos da Igreja definem como missão ad gentes. Mesmo se esta expressão não esgota a missão
da Igreja, sublinha a consciência que a Igreja tem do seu dever de anunciar Cristo Salvador a todos os
povos do mundo.
1.4.
A missão ad gentes tem por tarefa o primeiro anúncio e é, portanto, dirigida de modo especial aos
povos, aos grupos, aos contextos sócio-culturais que ainda não receberam o Evangelho (cf. RM 33).
Tem uma dimensão universal e supera, portanto, os tradicionais critérios geográficos, levando o
primeiro anúncio também ao interior dos novos fenómenos (presentes mesmo em países de antiga
tradição cristã), ligados à urbanização e às migrações de massa, nos sectores do mundo das
comunicações, da investigação científica, das relações internacionais e noutras realidades, que
constituem os modernos Areópagos (cf. RM 37).
1.5.
Na situação actual, a missão ad gentes insere-se num contexto de comunhão e de colaboração entre as
Igrejas locais, abertas ao dom e acolhimento recíprocos.
1.6.
Acolhendo o chamamento do Evangelho, abrimo-nos ao diálogo sincero com o homem de hoje, com
as culturas e as religiões. Para nós, o diálogo é um método e um instrumento para a evangelização.
1.7.
O empenho na primeira evangelização é testemunho de fé, da vitalidade e da fidelidade da nossa
Congregação ao Espírito que a suscitou e este empenho dá-lhe um novo vigor.
Para a acção
1.8.
Este empenho impele-nos a olhar para a nossa realidade com olhos novos e atentos, descobrindo à
nossa volta e nas nossas actividades as áreas em que o Evangelho deve ainda ser anunciado e
despertando-nos do torpor e da tentação de nos contentarmos com aquilo que já fazemos.
1.9.
A missão ad gentes deve tornar-se perspectiva de toda a nossa actividade apostólica. O empenho de
dar a conhecer o Evangelho a toda a criatura deve animar cada membro e cada actividade do Instituto.
1.10. Cada entidade é, por isso, chamada a promover e a suportar a primeira evangelização, tanto no interior
como também fora das presenças já começadas, colocando à disposição, tanto pessoal como os
recursos necessários.
1.11. Cada entidade da Congregação reveja os seus empenhos apostólicos e, em cada serviço, preste atenção
a quem não conhece ou está afastado de Cristo.
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2. CARACTERÍSTICAS DEHONIANAS DA MISSÃO AD GENTES
2.1.
No espírito dehoniano, o Ecce Venio de Cristo, de que deriva o nosso, tem um lugar privilegiado. Da
solidariedade de Cristo para com a nossa humanidade, aprendemos a viver a solidariedade de Cristo
com o homem de hoje, especialmente com os pobres e os últimos da sociedade. Neste espírito se
inspira o nosso modo de ser missionários ad gentes.
2.2.
O missionário dehoniano caracteriza-se como aquele que, na experiência pessoal do amor de Deus, na
escuta atenta da Palavra e na centralidade da Eucaristia celebrada e adorada, encontra a força que o
ampara e o motiva para a missão e o impele a atravessar os confins das suas seguranças, para dar a
conhecer o Deus de Jesus Cristo. Responde ao amor de Deus, assumindo a sua vontade de salvação e
dedicando as suas energias pelo advento do seu Reino.
2.3.
O Padre Dehon afirma que a missão ad gentes, sobretudo em contextos de pobreza e que exigem
deixar a “própria terra”, é uma condição favorável para “viver a vocação” (À mes missionnaires: AD B
38/6; Inv. 668.01). Ainda hoje podemos afirmar que a missão ad gentes nos ajuda a viver a nossa
vocação e, por sua vez, a nossa espiritualidade nos impele para a missão e caracteriza-a.
2.4.
O espírito de oblação predispõe para a disponibilidade necessária para deixar as seguranças que vêm
de uma cultura conhecida, de um ambiente que nos é familiar, da própria terra; ao mesmo tempo, a
disponibilidade que a missão ad gentes exige estimula-nos a viver concretamente a nossa oblação.
2.5.
O espírito de reparação, que convida a dar remédio aos muitos males causados pela recusa de Deus,
encontra na missão ad gentes uma expressão significativa e provocante.
2.6.
O espírito de comunhão, vivido na partilha comunitária daquilo que se é, se possui e se faz, muitas
vezes, num contexto de interculturalidade, dá testemunho da mensagem de que somos portadores e
ensina-nos o caminhos do diálogo e da reconciliação, impelindo-nos a fazer da nossa vida um dom e a
empenhar-nos pela construção do Reino de Deus “nas almas e na sociedade”.
Para a acção
2.7.
A nossa espiritualidade é também elemento iluminativo no processo do necessário discernimento para
assumir empenhos pastorais no vasto campo da missão ad gentes. Os âmbitos fundamentais são dois,
os rostos da única missão: o anúncio do Evangelho e o empenho por um desenvolvimento integral da
pessoa.
2.8.
Os campos apostólicos a privilegiar são:
2.8.1.
No anúncio do Evangelho:
o diálogo ecuménico e inter-religioso; a construção de comunidades de crentes vivas e
apertas ao testemunho; a evangelização da cultura, usando os meios de comunicação de
massas; a formação do laicado, do clero e dos religiosos; a missão urbana nas áreas pobres
das grandes cidades.
2.8.2.
No empenho por um desenvolvimento integral da pessoa:
a atenção à juventude e à educação; o reconhecimento da dignidade da mulher; o empenho
pela justiça e a paz, colocando-nos ao lado dos mais pobres; a salvaguarda da criação, como
elemento importante do nosso empenho social.
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3. FORMAR-SE PARA A MISSÃO AD GENTES
3.1.
Uma resposta eficaz à missão ad gentes para a qual o Espírito nos chama, exige pessoas humanamente
maduras e formadas para uma fé adulta.
3.2.
A sensibilização para a missão ad gentes exige uma preparação adequada, iniciada e proposta desde os
primeiros anos de formação para a vida religiosa.
A) Formação inicial
3.3.
A formação humana, intelectual e espiritual, em vista da vida religiosa e do sacerdócio, coincide
globalmente com a preparação para a missão ad gentes.
Para a acção
3.4.
Nesta fase, é necessário valorizar certos conteúdos e experiências, prestando atenção:
3.4.1.
a uma espiritualidade de união a Cristo e à sua oblação, fazendo da procura da vontade de
Deus um critério de vida;
3.4.2.
à vida comunitária, aprendendo a projectar, realizar e avaliar juntos, desenvolvendo as
qualidades humanas que estão na base do diálogo, da disponibilidade e do serviço;
3.4.3.
à dimensão apostólica do nosso carisma, olhando mais além, fazendo do anúncio e do
testemunho de uma vida entregue a resposta ao amor que Deus teve por nós;
3.4.4.
ao conhecimento e ao respeito pela sua identidade cultural e pela interculturalidade;
3.4.5.
à comunhão inter-provincial e ao sentido de Congregação.
3.5.
Para formar para a dimensão missionária e preparar o empenho na missão ad gentes, propõe-se:
3.5.1. Apresentar a dimensão da missão ad gentes, desde a pastoral vocacional.
3.5.2. Garantir que, durante o tempo dos estudos, haja uma exposição sistemática da missiologia.
3.5.3. Manter os jovens em formação em contacto com a realidade missionária: missionários,
experiências, revistas missionárias.
3.5.4. Educar para a análise das realidades que nos rodeiam.
3.5.5. Velar por um estilo de vida sóbrio e de partilha e ensinar uma correcta gestão dos bens.
3.5.6. Exigir o conhecimento de uma segunda língua, antes da conclusão da formação inicial (de
preferência o inglês ou uma língua neolatina para os anglófonos).
3.5.7. Favorecer uma experiência suficientemente prolongada num outro país, numa comunidade
da Congregação, propondo também a possibilidade de um estágio missionário (1 ou 2 anos).
B) Formação específica e permanente
3.6.
Para além da formação inicial, deve-se prestar atenção a uma formação específica e permanente de
quem se empenha nas missão ad gentes, para aprender a abrir-se à realidade em que se é chamado a
evangelizar, tão diversificada e em mudança; e, para se educar à abertura e à relação com quem tem
uma história pessoal e uma visão do mundo diferente da sua.
Para a acção
3.7.
Como resposta a esta exigência, propõe-se o seguinte:
3.7.1.
Promover a constituição de pólos de formação, a nível de áreas geoculturais, para os vários
aspectos da formação específica e permanente, não apenas a missionária.
3.7.2.
Fazer da Cúria Geral o ponto de referência para a troca de notícias que visam possíveis
cursos de formação e de aggiornamento, dentro e fora da Congregação.
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3.7.3.
3.7.4.
3.7.5.
3.7.6.
3.7.7.
3.8.
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Organizar periodicamente (de 6 em 6 anos) um curso de formação permanente para os
missionários.
Favorecer (a nível de entidades ou áreas geoculturais) a participação em cursos existentes
nos centros de formação da sua área, ou mesmo fora da Congregação.
Participar na formação permanente que a Província de origem proporciona.
Utilizar frutuosamente o tempo sabático, programando-o convenientemente.
Educar-se em vista do estudo e da leitura pessoal.
Tomar conta dos missionários já é acção missionária. A reinserção dos missionários que regressam à
sua Província de origem deve ser preparada e acompanhada. São acolhidos como dom precioso, de
modo particular, os missionários doentes ou idosos que pedem para regressar à sua terra de origem.
4. ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA
A) A animação missionária nas nossas entidades
4.1.
Algumas Províncias da Congregação, através de Secretariados ou, por vezes, de confrades sozinhos,
promovem a animação missionária. Ela já é parte da missão ad gentes.
4.2.
As actividades de animação missionária (cf. RM 83) propõem-se:
4.2.1.
informar e formar, tanto os nossos religiosos, como o povo de Deus, para a missão universal
da Igreja, através de iniciativas de sensibilização e de envolvimento;
4.2.2.
favorecer o amadurecimento das vocações ad gentes, colaborando também na pastoral
vocacional;
4.2.3.
suscitar a cooperação na evangelização, recolhendo também os necessários meios
financeiros.
4.3.
No campo da animação missionária, têm um papel importante os secretários das missões, instrumentos
de promoção da colaboração entre as diferentes entidades da Congregação e de ajuda na construção do
“Nós Congregação”.
Para a acção
4.4.
A animação missionária é essencial para um novo impulso missionário na Congregação; por isso,
propõe-se que:
4.4.1.
Cada entidade estabeleça um secretariado, ou pelo menos uma pessoa responsável pela
animação missionária. As acções de animação podem ser: encontros dos nossos missionários
com os grupos ou comunidades paroquiais, promoção de jornadas missionárias, encontros
com as famílias dos missionários, publicações de boletins, intervenções nos meios de
comunicação social, animação de grupos de oração.
4.4.2.
Os secretariados das missões colaborem entre eles para troca de experiência e coordenação
de esforços.
4.4.3.
Os missionários colaborem mais na animação missionária, partilhando a sua própria
experiência e dedicando-se a actividades de sensibilização durante os tempos de visita aos
seus países de origem, mesmo em pregações de retiros ou cursos de missiologia nas casas de
formação.
4.4.4.
Haja rotação de pessoal e alguns missionários sejam temporariamente envolvidos na
animação missionária e vocacional nas Províncias de origem.
4.4.5.
Cada zona cultural da Congregação organize uma conferência sobre a missão.
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B) A relação com os leigos
4.5.
O objectivo da animação missionária é o envolvimento do povo de Deus, para que colabore no dar a
conhecer o plano de salvação a todo o ser humano. Toda a obra de evangelização exige a participação
dos leigos, não só como colaboradores, mas também como sujeitos de evangelização e de animação
missionária.
4.6.
As nossas iniciativas de missão ad gentes são chamadas a abrir-se à presença e colaboração dos leigos
ao lado dos nossos confrades, em vista de acções específicas e de partilha da espiritualidade, para além
da escolha do serviço missionário, envolvendo nisto também os leigos dehonianos.
Para a acção
4.7.
Para isso:
4.7.1.
Promover iniciativas que vejam os leigos, especialmente os jovens, como protagonistas na
evangelização e na promoção humana, oferecendo-lhes períodos de voluntariado, por tempos
mais ou menos prolongados.
4.7.2.
Assegurar aos leigos missionários que queiram apoiar as nossas comunidades um certo
conhecimento da nossa espiritualidade, suporte espiritual, apoio logístico, introdução na
nova realidade cultural e eclesial.
4.7.3.
Exigir maturidade humana, seriedade profissional, fé cristã vivida, atitudes de respeito,
diálogo e capacidade de trabalhar em equipa.
4.7.4.
Garantir uma necessária cobertura social aos leigos que trabalham nas nossas comunidades
missionárias por um tempo prolongado ou em vista de um empenho definitivo.
5. SUPORTE ECONÓMICO
5.1.
A vida dos missionários e o anúncio do Evangelho exigem solidariedade e suporte económico para
garantir o indispensável e favorecer uma presença qualificada, ainda que com meios simples.
Para a acção
5.2.
Os meios de que a missão tem necessidade para se suportar e desenvolver-se devem ser fruto da
partilha de toda a Congregação e ser procurados in loco. Em concreto, propõe-se:
5.2.1.
Gerir a economia das obras missionárias de acordo com o princípio da caixa comum.
5.2.2.
Fazer uma boa planificação e preparar orçamentos e balanços, de acordo com o esquema
trienal da Congregação, com a ajuda de pessoas competentes.
5.2.3.
Preparar análises económicas cuidadas, feitas por peritos, para o levantamento de possíveis
recursos locais e valorizá-las, evitando a excessiva dependência da ajuda externa.
5.2.4.
Promover projectos sociais sustentáveis, fruto de programação comunitária; calcular os
custos de financiamento; tratar da relação com as ONG’s ou outras possíveis entidades
financiadoras.
5.2.5.
Que se estude a possibilidade de um centro, a nível da Congregação, para ajudar à
elaboração de projectos de desenvolvimento.
5.2.6.
Consolidar o FAG, partilhando parte dos lucros dos investimentos e parte das entradas
extraordinárias (como: doações, heranças, vendas de imóveis…), de modo que possa
suportar a actividade missionária da Congregação.
5.2.7.
Privilegiar um contacto cada vez mais directo com os benfeitores e desenvolver um sério e
verdadeiro conceito de solidariedade.
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6. PLANO MISSIONÁRIO DA CONGREGAÇÃO
6.1.
A continuação e a renovação do empenho missionário da Congregação exige que se faça uma
avaliação das actividades existentes e se elabore um plano comum de acordo com o espírito do “Nós
Congregação”.
6.2.
Deve-se ter em conta a nova situação da Congregação, as novas aberturas recentes, a crescente
exigência de nos abrirmos à internacionalidade, a necessidade de maior colaboração a nível pessoal, o
espírito de partilha dos recursos, a necessidade de maior coordenação.
Para a acção
A) Coordenação da actividade missionária
6.3.
Para poder implementar isto, é necessária uma coordenação a nível geral que gira os recursos humanos
e económicos.
6.4.
À coordenação geral, seja dada competência para responder à disponibilidade dos candidatos,
coordenar a animação, a formação específica e permanente dos missionários, promover e participar na
avaliação das iniciativas missionárias.
B) Pessoal para a Missão
6.5.
Para poder realizar um projecto comum de missão, é necessário que haja pessoal disponível. Para isso,
propõe-se que:
6.5.1.
Se faça um levantamento dos compromissos de primeira evangelização em que a
Congregação está envolvida e da necessidade de pessoal neles existente.
6.5.2.
Cada confrade tenha a possibilidade de declarar a disponibilidade para participar nas
actividades missionárias, de acordo com as necessidades e urgências existentes. O Superior
Geral dialogará com os respectivos Superiores e enviará as pessoas conforme as urgências
dos projectos congregacionais.
6.5.3.
Cada entidade (mesmo as de fundação recente) coloque à disposição de um compromisso ad
gentes, para além dos horizontes da própria Província, Região ou Distrito, pelo menos 10%
dos seus membros.
6.5.4.
A cada SCJ seja proposta e oferecida a possibilidade de um compromisso missionário ad
extra, ainda que ad tempus.
C) Projectos Missionários
6.6.
Diante de solicitações ou propostas para novas aberturas, sejam usados critérios de avaliação
acordados e tenham-se presentes as exigências que nascem de um plano global da Congregação.
6.7.
São condições para aderir a um novo projecto missionário que:
6.7.1.
O projecto responda a necessidades concretas e seja fruto de um envolvimento e
amadurecimento a nível da(s) entidade(s), em diálogo com a Igreja local.
6.7.2.
O projecto seja claro, realista e acordado, incluindo um plano de encontro de pessoal e de
fundos, como também a necessária substituição do pessoal e o seu desenvolvimento futuro.
6.7.3.
Se preveja, desde o início, a participação local, procurando os recursos para o futuro no
lugar, tanto para o pessoal como para os meios, adequando o estilo de vida da comunidade
religiosa à realidade em que se pretende inserir-se.
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6.7.4.
6.8.
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Se garantam presenças missionárias com a possibilidade de viver uma vida comunitária, com
comunidades de pelo menos três pessoas.
Estude-se a possibilidade e a exequibilidade da consolidação da nossa presença de primeira
evangelização na Ásia.
D) Internacionalidade
6.9.
A experiência das recentes aberturas missionárias leva-nos a valorizar e a promover uma maior
internacionalidade, a todos os níveis.
6.10. Acha-se oportuno que:
6.10.1. Se promovam e valorizem comunidades internacionais para a formação dos nossos
candidatos, favorecendo o intercâmbio desde as etapas de formação inicial.
6.10.2. Nos tornemos disponíveis para a colaboração em projectos inter-provinciais, solicitando
intercâmbio de pessoal para serviços específicos ad tempus.
6.10.3. Se promova uma nova reflexão, a nível da Congregação, sobre as estruturas adaptadas a
acompanhar e a gerir a situação de internacionalidade crescente.
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