Dois cafés mocha e a conta com Helder Galvão

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Dois cafés mocha e a conta com Helder Galvão
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Mauro Ventura
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COLUNA
CLARISSA LUZ
[email protected] A COLUNA É PUBLICADA AOS DOMINGOS NA REVISTA O GLOBO
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05/11/2015 10:02
Dois cafés mocha e
a conta com
Helder Galvão
Advogado cria coletivo para doar
conhecimento jurídico a pessoas
inovadoras e criativas com poucos
recursos
Helder Galvão: 'Em vez de doar dinheiro,
nós doamos tempo e conhecimento
jurídico' ­ Mauro Ventura / O GLOBO
Ao fim das aulas de propriedade industrial
na PUC, Helder Galvão notava que seus
alunos de design vinham com perguntas
“triviais”: “como registro uma marca?”,
“posso usar essas imagens em meu site?”,
“como faço um contrato?”, “como entro
num edital?”. “Faltava orientação para
esses jovens”, lembra esse advogado
carioca de 35 anos. Ele chamou então sete
colegas (Ariel Bandeira, Felipe
Hanszmann, João Pedro Leal, Luciana
Noronha, Marcelo Figueira, Veronica
Sartori e Vicente Rosenfeld) e criou o
NÓS8. “É a primeira plataforma de troca
de conhecimento jurídico do mundo. E é
voltada para pessoas criativas com poucos
recursos”, diz Helder, que, mesmo com
uma filha de 40 dias, arruma tempo para
ajudar. A maioria das consultas é on-line
ou por telefone. Basta acessar o site
www.nos8.com.br, ver qual o tópico de
interesse — propriedade intelectual,
contratos, cinema, software,
financiamentos, direito esportivo, marcas,
patentes, franquias, startups, mídias
digitais e pirataria, entre outros — e
mandar mensagem para um dos
advogados. O projeto tem só três meses,
mas já disputa a categoria Prêmio Especial
do Innovare, que premia práticas
inovadoras no Direito, e concorre ao The
Latin American Innovating Justice
Challenge.
REVISTA O GLOBO: Qual é a ideia
do NÓS8?
HELDER GALVÃO: Em vez de doar
dinheiro, nós doamos tempo e
conhecimento jurídico. O foco são os
iniciantes, inquietos e inovadores, porém
menos abonados, que não contam com
nenhum tipo de orientação especializada
ou dinheiro para contratar uma banca de
advogados e concretizar seu invento ou
impulsionar seu pequeno negócio. Não é
para alguém já estabelecido. É para o
empreendedor, o universitário criativo, o
desenvolvedor de aplicativos, o designer, a
produtora de TV e cinema, o músico, o
artista plástico. São pessoas que têm
ótimas ideias, mas não sabem por onde
começar e precisam de um empurrão para
decolar. Tiramos dúvidas, fazemos
consultas, mediamos conflitos, damos
assessoria. Tudo sem cobrar nada.
Cite exemplos de pessoas e projetos
já ajudados.
Tem o Vibox, de um casal de Olaria. Eles já
criaram três aplicativos, e um deles está
concorrendo a um prêmio. Fizemos o
contrato de coprodução entre eles e os
orientamos quanto a direitos autorais, uso
de imagens e exigências para pôr o
aplicativo na plataforma. Duas costureiras
da Rocinha criaram estampas que
despertaram o interesse de uma grande
marca. Elaboramos o contrato de
licenciamento com a empresa e orientamos
as duas sobre como proteger as estampas
do uso não autorizado por outra confecção.
Outro exemplo: um aluno e uma aluna da
PUC fizeram um aplicativo de banco de
dados de produtos científicos. Fez sucesso
e eles ganharam uma bolsa de uma
aceleradora inglesa. Mas brigaram. Para
evitar a ida ao judiciário, fizemos a
mediação. Ela vendeu sua parte e ganha
royaltes. Já ele pôde incubar o projeto na
Inglaterra. Há um fotógrafo da Cruzada
que tira fotos de pessoas na rua e queria
saber o que podia publicar no blog.
Ensinamos os padrões para evitar
processos.
É um leque bem variado de
“clientes”, não?
Sim. Estamos dando orientação legal a um
grupo de 30 roteiristas que reivindica
melhores condições contratuais. Há ainda
um artesão que tem uma oficina na PUC e
cria peças de bambu. Ele recebeu convite
para fazer o estande de uma empresa.
Ficou desesperado com o contrato e nos
procurou. Atendemos uma cenógrafa que
fez uma régua que ajuda na confecção de
cenários de teatro e queria licenciar para
alguém fazer em alta escala. Damos
assessoria jurídica ao coletivo de design
Goma. Já os criadores do festival de
música e ocupação urbana Dia da Rua
tinham dúvidas sobre contrato e registro
de marca.
Qual o sonho de vocês?
Resolvemos arregaçar as mangas, parar de
reclamar e compartilhar nosso
conhecimento em busca de uma sociedade
melhor e mais criativa. O Brasil é muito
incipiente em tecnologia e inovação.
Queremos contribuir para melhorar esse
panorama. E que venham mais iniciativas
como a nossa. Recebemos o currículo de
um advogado, interessado em participar.
Ainda não sabemos como vai ser. Pode
virar NÓS8 + 1. Ou quem sabe amanhã não
surjam outros NÓS8, com amigos se
reunindo para doar know how a quem
precisa, nas várias áreas do Direito, num
movimento cíclico, coletivo, gratuito e
inédito?
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