2 - Jornal Bombeiros de Portugal

Transcrição

2 - Jornal Bombeiros de Portugal
CACILHAS
Uma equipa que vai
onde as outras não vão
Página 15
Novembro de 2013
E dição : 326
A no : XXXI
1,25€
D irector : R ui R ama da S ilva
Presidente da Liga “aperta” ministra da Agricultura
MAI garante avaliação rigorosa de tudo
Páginas 4 e 5
LEMBREMOS
OS BOMBEIROS
FERIDOS
Páginas 12 e 13
Penalva do Castelo
Miranda do Douro
Beato
Um quartel para esquecer
Página XX
2
NOVEMBRO 2013
BAIÃO
Calendário serve para obter apoios
U
Nem sei que dizer
m indivíduo, condenado como incendiário,
em vez da cadeia foi contemplado com
uma “solene advertência”. Este caso, que tem
causado natural estupefacção e revolta, foi
tema de notícia do “JN” elaborada pelo jornalista Miguel Gonçalves.
A advertência ao incendiário, decretada pelas instâncias judiciais, aconteceu, sublinhe-se, depois do incumprimento do plano de
reinserção alternativo à prisão a que havia
sido condenado e depois de sair do país.
Como explicar, como é possível isto acontecer, aos muitos milhares de bombeiros que
andaram a calcorrear montes e vales a apagar
incêndios e que perderam companheiros na
mesma luta?
Na técnica jurídica, em mera teoria, pode
estar tudo certo, mas moralmente estará tudo
errado. Acho eu e, por certo, muita gente.
O tal indivíduo, identificado como incendiário, foi condenado em 2009 pelo Tribunal de
Alcobaça a 4 anos e 3 meses de cadeia pelo
crime de incêndio. A pena ficou suspensa com
a obrigação do indivíduo cumprir um plano de
reinserção social. O mesmo, não só não cumpriu o plano, como até ausentou-se do país e,
segundo a notícia, mudou reiteradamente de
residência sem comunicar.
O Ministério Público (MP), alertado pelo Instituto de Reinserção Social para o incumprimento da pena atribuída, requereu a prisão
efectiva e a 1ª Instância concordou.
O incendiário que, segundo a notícia, se encontrava em parte incerta, recorreu para o Tribunal da Relação de Coimbra. Na perspectiva
do recorrente não tinha sido cumprido o direito de contraditório e não lhe tinha sido dada a
oportunidade de ser ouvido sobre a alteração
da pena.
O Tribunal da Relação de Coimbra, ao invés,
discordou da posição do MP e do Tribunal de
1ª Instância e avançou que o incendiário merecia nova oportunidade e apenas uma “solene advertência”.
Nem sempre se passa assim. Sabemos que,
fruto do trabalho das autoridades policiais e
judiciais e, em especial da Polícia Judiciária,
há muitos incendiários investigados, condenados e a cumprir pena efectiva.
Contudo, basta que haja um caso, como
aqui relatamos com base na notícia do “JN”,
para que se possa concluir ou pelo menos intuir que a defesa da floresta, por um lado, e a
penalização efectiva de quem atenta contra
ela, por outro, não estarão a ser um desígnio
e um objectivo exemplares da nossa sociedade.
Como atrás ficou dito, até admito que a
ciência jurídica tenha explicação para o aqui
fica relatado. Mas é também lícito e legítimo
que nos questionemos sobre o entendimento,
o significado e o resultado disso. Por muito
menos, os Tribunais, no âmbito da colaboração do Instituto de Reinserção Social com as
nossas Associações, mandam-nos todos os
dias indivíduos condenados a penas de trabalho comunitário/ reinserção alternativas a prisão.
Na sequência dessa colaboração, nem sempre facilitada, tendo em conta o perfil psicológico problemático de alguns dos indivíduos
que nos aparecem, até seria recomendável
que os incendiários condenados a reinserção,
como é o caso relatado no “JN”, pudessem
cumprir esse plano precisamente nas associações de bombeiros.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
A
Equipa de Salvamento do Corpo de Bombeiros Voluntários de Baião associou o engenho
e a arte para procurar obter os recursos necessários à aquisição de mais e melhor equipamento a
utilizar nessa missão de socorro.
Assim, com base num conjunto de fotos de
bom recorte técnico e estético, acabam de lançar
um calendário para 2014 cuja venda irá reverter
precisamente para a obtenção do equipamento
de salvamento em grande ângulo com que os Voluntários de Baião pretendem reforçar a sua capacidade de resposta naquela disciplina.
Uma boa iniciativa que, estamos certos, também irá ter bons resultados, a bem dos bombeiros mas, ainda, das vítimas que possam vir a resgatar com o novo equipamento.
QUELUZ
A
Boletim retrata novidades
caba de sair mais uma edição de “O Voluntário”, o boletim da
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Queluz,
relativa ao mês de outubro último.
O boletim dá nota da entrada ao serviço do recém-inaugurado
veículo de combate a incêndios florestais, do terceiro estágio de
verão realizado pela instituição e que trouxe, de novo, muitos jovens à associação, da campanha “empresa associada”, do programa do 92º aniversário, entretanto comemorado, e prossegue a
secção alusiva aos “órgãos sociais – discurso direto”.
CONTABILIFÉNIX
A
II Encontro de Formação
Contabilifénix vai realizar em 7 de dezembro, na Aldeia de Santo Antão, Batalha, o II Encontro/
Formação destinado às associações suas clientes.
Com este segundo encontro a Contabilifenix “pretende criar uma maior consciencialização quando
à otimização dos serviços administrativos e de gestão, através da racionalização de meios e de tempo,
uniformizando processos”.
O encontro desta empresa, participada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, inicia-se às 9h00 e
termina com um almoço - convívio previsto para as 13h30.
FERREIRA DO ZÊZERE
[email protected]
N
Junta premeia
bombeiro
Bombeiros de Portugal na net
os últimos anos, associações e corpos de
bombeiros muito têm investido na comunicação, tanto a nível interno, como também
para o exterior, numa clara estratégia de proximidade com as populações que servem.
Boletins, jornais começaram por ser meios
de informação dos quartéis de norte a sul do
país, depois as newsletters, os sítios e os blogues assumiram um papel fundamental na divulgação da atividade diária, das formações,
das mais diversas intervenções, dos diferentes
teatros de operações onde os bombeiros se
desdobram para cumprir o desígnio de salvar
vidas.
Muitos e bons exemplos existem nesta área,
a prová-lo, o trabalho do blogue do Corpo de
Bombeiros de Bragança (http://cbbraganca.
blogspot.pt), que há cinco anos se assume
como referência, registando mais de um milhão de visitas.
Numa outra vertente, sublinhe-se a importância dos blogues “generalistas” que há muito fomentam o debate, a
discussão e a análise dos temas que importam ao setor. Nasceram, desenvolveram-se, sofreram ajustes editoriais mas continuam a ser ponto
de encontro dos bombeiros com e sem farda. Neste grupo, destacam-se
os bem-sucedidos projetos Bombeiros Portugueses (http://www.bombeiros.pt), Bombeiros para Sempre (http://bombeirosparasempre.blogspot.pt) e, mais recentemente, Vida de Bombeiro (http://vidadebombeiro49.blogspot.pt).
Entretanto, num saudável processo de “quase contágio”, todos os dias
associações e corpos de bombeiros ganham espaço e o merecido protagonismo nas redes sociais, que permitem, com toda a facilidade, como-
didade e economia dar a conhecer o dia-a-dia
dos efetivos, marcado não apenas pela atividade operacional, mas também pelas formações,
pelos exercícios e simulacros e por muitas outras atividades.
Obviamente que é com natural satisfação e
entusiasmo que acompanhamos esta evolução
que permite amplificar a missão cumprida com
rigor e entrega por milhares de homens e mulheres voluntários e abnegados que, defendemos, seria injusto votar ao anonimato.
Assim sendo, porque importa seguir os bons
exemplos, também o jornal Bombeiros de Portugal publicação vai tentando dar resposta a
novas exigências, com o firme e único propósito de servir mais e melhor os leitores no geral
mas os bombeiros em particular.
Assim, para além das alterações introduzidas, mês após mês, na edição em papel, concretizou-se agora, a imperiosa modernização
do sítio www.bombeirosdeportugal.pt, que, há
já duas semanas, se apresenta completamente renovado.
Neste investimento o jornal Bombeiros de Portugal teve como parceira
a QuarkCore, uma jovem empresa que abraçou este projeto com enorme
profissionalismo e grande entusiasmo, respondendo com know-how, celeridade e eficácia e, também, alguma paciência ao desafio que lhe foi
proposto.
Também nós com o intuito de servir mais e melhor, deixamos aos nossos leitores a avaliação da nova página, afirmando-nos, atentos às sugestões que visem melhorar este que é o arauto de todos bombeiros de
Portugal.
Sofia Ribeiro
A
Junta de Freguesia de Ferreira agraciou com o
“Prémio Voluntariado” o bombeiro de 3.ª Luís
Carlos Nunes Figueiredo, pelas 1827 horas de
serviço prestado ao corpo de bombeiros.
Instituindo em 2011 este galardão visa distinguir o operacional, que em regime voluntário,
mais horas empresta à causa.
Na cerimónia de entrega do prémio, executivo
da autarquia elogiou a abnegação de Luís Figurando, e agradeceu “o empenho em prol da população”, fazendo questão de reconhece publicamente “enorme gratidão por estes heróis”.
3
As coisas são como são
A
s coisas são como são, e não
como alguns por vezes fazem
ou querem fazer crer. A vontade de protagonismo cega muita gente, mesmo que para isso haja que
tentar denegrir a imagem dos outros,
a sua forma de lutar e os próprios resultados.
Esta confederação representativa
dos bombeiros portugueses, ao contrário de outros, nunca optou, por
sistema, pelo método do falar alto ou
gritar para ganho de causa em matérias diversas que dizem respeito aos
bombeiros. Isso não quer dizer que,
quando entende ser o momento, não
deixe de, com firmeza e evidência,
não mostre publicamente o que sente, o que pensa, o que reivindica
para os bombeiros.
Tudo tem o seu momento num
processo negocial. É certo que criar
polémica é sempre um bom número
mediático, suscetível de parangonas
nos jornais e aberturas de telejornais. Mas o que se passa a seguir?
Que estratégia está para além do barafustar? Que sustentabilidade e longevidade garantem, desde logo, a
um eventual processo negocial que
teve logo assim início?
Criar confusão, por vezes, significa
apenas querer ganhar espaço, independentemente da eventual lógica e
oportunidade do tema. Mas, essa
via, desde logo, é suscetível de por
em causa a própria lógica e oportunidade do tema. Para nós, o tema está
acima de tudo. Depois, cuidamos do
modo como lá chegaremos, da forma
de o debater, apresentar e ganhar.
Muitas vezes, simplesmente, com
tanto bom senso e urbanidade, como
firmeza e respeito mútuo, é possível
chegar à concretização dos objetivos
a que nos propomos.
Podemos sempre optar por uma ou
outras vias mas, por certo, o benefí-
cio real para os bombeiros não seria
proporcional ao protagonismo e às
parangonas que alguns disputam entre si. Mas esse, diga-se, não é o
nosso campeonato. Somos duros
quando entendemos sê-lo. Mas, de
uma maneira ou outra, sem o espetáculo que outros promovem mas
com a eficácia que os mesmos também não alcançam. As coisas são
como são, e é isso que distingue uns
dos outros. Entre o berro de uns e a
nossa firmeza. Entre o espetáculo de
uns e o processo negocial contínuo
que temos mantido, porventura pouco visível mas, no final, eficaz.
Estão na ordem do dia um conjunto de questões que, enquanto uns
desestabilizam ou tentam desestabilizar, nós temos vindo a debater com
a tutela. Os seguros, a bonificação
do aumento do tempo de serviço, a
proteção nas doenças profissionais e
acidentes de serviço de voluntariado,
as carreiras de oficial bombeiro,
bombeiro e bombeiro especialista, o
regulamento de carreiras, também a
carreira de bombeiro especialista, o
serviço operacional mínimo obrigatório ou até as readmissões. Falo de
matérias que estão na ordem do dia
e que a Liga paulatinamente tem vindo a debater com a tutela.
Dispenso-me de elencar muitas
outras situações que, aparentemente, de um momento para o outro,
têm aparecido resolvidas. Aparentemente, por que, de facto, não resultam de um momento para o outro
mas, na verdade, de um processo
negocial determinado, nem sempre
fácil e sequencial, na defesa do melhor para os bombeiros. Mesmo que
o resultado nem sempre seja o desejável ou o ótimo mas, pontualmente,
o possível. Caso em que admitimos,
não como um destino final mas como
um mero patamar alcançado a que
Foto: Marques Valentim
NOVEMBRO 2013
se seguirão outros, então sim, até à
solução final.
Não foi preciso registarem-se perdas humanas para que re-equacionássemos o problema dos seguros.
Há muito que temos vindo a falar
com a tutela e outras instâncias sobre a urgência de os atualizar e adequar. A dramática realidade vivida
este ano só veio dar-nos mais razão
em todo o processo negocial que temos vindo a manter, e que queremos
fechar rapidamente. Vamos continuar a trabalhar, sem desfalecimentos e com a mesma determinação de
sempre, dentro dos princípios e valores que constituem, pautam e padronizam os princípios da LBP. Sem
qualquer receio das recentes coligações, duvidosas e oportunistas, que
por aí vão calcorreando os caminhos
do infinito deserto.
Hoje, como sempre, as coisas são
o que são.
4
NOVEMBRO 2013
BALANÇO MARCADO POR RECADOS À AGRICULTURA
“Não me lembro de ter
Há muito que as palavras estavam guardadas e no passado dia 19 de
novembro, dia da cerimónia de balanço do DECIF 2013, o Presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses olhou a ministra da Agricultura olhos
nos olhos e perguntou-lhe onde tinham andado os responsáveis das
florestas quando o país ardia e os bombeiros iam a enterrar.
Foi este o momento que mais marcou a cerimónia e Miguel Macedo não
conseguiu esconder o desconforto face à resposta da colega de
Governo.
Texto: Patrícia Cerdeira
Fotos: Marques Valentim
O
recado não podia ter sido
mais duro e foi num tom
crítico mas contido que teve início mais uma sessão de balanço
do DECIF 2013. Perante uma
plateia cheia de responsáveis
dos ministérios da administração interna, agricultura e defesa, bem como muitos bombeiros que foram convidados para
a cerimónia, Jaime Marta Soares sublinhou que nunca o país
tinha tido um dispositivo tão
“robusto”. O presidente da Liga
lembrou que o verão deste ano
ficará marcado pelos piores
motivos, a “morte em serviço
de 9 companheiros”, razão mais
que suficiente para se analisar
agora, de forma “honesta” e
“corajosa” o correu menos bem
e o que correu bem este ano.
Jaime Marta Soares sublinhou o “clima de diálogo” que
se estabeleceu com o ministério
da Administração interna, um
cenário “inédito” que proporcionará agora um debate sério
porque o DECIF não “está isento de correções”.
Dirigindo-se a Assunção Cristas, a ministra da Agricultura
que se encontrava na primeira
fila, o presidente da Liga fez gelar a sala ao deixar um conjunto
de perguntas à responsável
pela tutela das florestas. Começando por dizer que o problema
dos incêndios está principalmente numa floresta “mal tratada”, Marta Soares lançou algumas perguntas: “Senhora Ministra, onde está o cadastro da
floresta?; O que tem feito nos
últimos meses em matéria de
prevenção?; Irá o seu orçamento reforçar as verbas para a
prevenção estrutural?; Que garantias poderá dar aos bombeiros quanto a uma floresta mais
segura no próximo verão?,
questionou em tom critico. De
seguida o recado que fez gelar
todos os presentes: “Lamento
só agora poder endereçar-lhe
estas questões mas não encontrei ninguém das florestas durante todo o verão, por onde
andei, e foram muitos os locais,
nem tão pouco na hora de homenagear aqueles que perderam a vida a defender a floresta
que tutela”. A frase, dita pausadamente, causou de imediato
uma reação de agrado entre a
maioria dos presentes, nomeadamente entre os bombeiros,
que há muito aguardavam poder dar este recado.
Já no discurso que preferiu,
Assunção Cristas, num tom
mais moderado, aproveitou
para desmentir a ideia de que
nada tem sido feito.
”Posso dizer que se nada tivesse sido feito, então, nós este
ano não teríamos 144 mil hectares de área ardida, teríamos
300 mil, 400 mil, 500 mil hectares ou mais. Isto só foi possível
porque está mais afinado e sofisticado o mecanismo de combate, mas também a parte toda
da prevenção”, frisou a ministra
da Agricultura que sem nunca
se dirigir ao presidente da Liga
acabou por dizer “nesta matéria, é muito fácil procurar atirar
culpas para outro lado, mas
essa não é a minha abordagem
e perspetiva”, referiu a responsável.
À semelhança do que tem
acontecido em anos anteriores,
a cerimónia de balanço do DECIF foi assinalada pela apresentação pública dos resultados
dos três pilares do dispositivo:
prevenção estrutural, prevenção operacional e combate.
Pela área do dispositivo de
combate, os números foram
apresentados por José Manuel
Moura, o Comandante Operacional Nacional (CONAC) (ver
caixa), uma apresentação que
logo no início obrigou todos os
presentes a lembrar os 8 bombeiros mortos em combate em
este ano. As fotografias alinhadas com o rosto dos bombeiros
que perderam a vida marcaram
o início de um discurso onde o
CONAC fez questão de subli-
DECIF em números
nhar que as estatísticas do verão ficaram “sempre marcadas”
pela negativa com as perdas
humanas registadas este ano.
José Manuel Moura sublinhou
como “muito positiva” a resposta “excecional” do dispositivo
humano num ano marcado por
índices muito “adversos” em
matéria de “severidade meteorológica”. E num balanço aos
números, que demonstram
bem o “desgaste” a que homens e máquinas estiveram sujeitos, o CONAC terminou a
apresentação com um slide com
• 9 vítimas mortais, oito dos
quais bombeiros
a seguinte frase: “O difícil foi
feito de imediato. O impossível
durou algum tempo”.
MAI admite entregar
multas à polícia
Coube ao ministro da Administração Interna encerrar a cerimónia realizado no LNEC em
Lisboa. Visivelmente incomodado, Miguel Macedo admitiu que
os avanços da prevenção estrutura “demoram” algum tempo”,
mas como referiu o país não
pode “esperar tanto tempo”.
• 140.944 hectares de área ardida. 63 por cento em área de matos
• Dispositivo sujeito a grande e
continuado esforço. Em média estiveram no terreno 6.419 operacionais/dia. 9.811 no dia 21 agosto e
10.355 no dia 28 agosto.
• 2013 foi o pior ano dos últimos
14 em matéria de severidade meteorológica
• A eficácia do ataque inicial
foi este ano de 90,3 por cento,
contra 89,7 em 2012.
• Em agosto registou-se uma média de 221 ignições por dia
Tempos médios
• Tivemos 11 dias consecutivos
com mais de 300 ignições
• Os distritos de Viana do Castelo,
Vila Real, Viseu, Braga, Porto, Guarda e Bragança concentraram 90
por cento do total da área ardida. 93 por cento da área ardida de
matos e 72 por cento do total das
ocorrências
• Tempo médio de despacho de
meios foi de 21’’
• Tempo médio de saída do primeiro meio à ocorrência após despacho foi de 2 minutos
• Tempo médio de chegada do primeiro meio (Ataque inicial) foi de
11 minutos e 43 segundos. Todos estes valores forem inferiores a
2012
Uma resposta clara ao discurso
da colega de Governo que admitiu que a reforma da floresta
poderá levar “dois a cinco
anos”. Depois de agradecer a
todos os empenho em mais
uma época critica, com sublinhado especial à memória das
vítimas mortais, Miguel Macedo
disse que o verão deste ano o
tornou “menos tolerante”. Defendeu por isso que a aplicação
de coimas, no âmbito da proteção de matas e florestas, deve
passar das autarquias para as
polícias.
• Entre julho e setembro foram
mobilizados 331 grupos (GRIF/
GRUATA/ BCIN E EPCO)
• As máquinas de rasto foram mobilizadas 276 vezes
• Foram mobilizados 58 pelotões
para missões de rescaldo e vigilância após-incêndio e 760 pelotões
patrulhamento áreas florestais
• As equipas GAUF foram chamadas a 104 missões
• Os meios aéreos voaram 6736
horas, num total de 6755 missões
• Entre 15 de maio e 15 de outubro, os helicópteros pesados Kamov
estiveram 2.318 horas inoperacionais
5
NOVEMBRO 2013
BALANÇO MARCADO POR RECADOS À AGRICULTURA
visto alguém das florestas”
Miguel Macedo afirmou que
há um conjunto de autos levantados pelas forças de segurança, nomeadamente pela
GNR, que “não têm qualquer
consequência”. “Há um trabalho, levanta-se o auto, está
identificada a contraordenação
e, depois, não há consequências. Isso não pode acontecer,
porque isso faz com que haja
um sentimento de desresponsabilização”. Para alterar esta
situação, Miguel Macedo defendeu que a solução terá de passar por uma mudança de quem
aplica a coima da contraordenação, que atualmente são as
autarquias. O ministro avançou
que poderá passar para as polícias. “Temos de tornar isso
mais efetivo, porque assim estamos a trabalhar sem que
haja consequências, mas sobretudo não cumpre a função
que tem esse tipo de procedi-
mento, que é de forma efetiva
fazer com que as pessoas façam o que têm de fazer, para
proteção de todos”, concluiu o
responsável.
Já sobre os inquéritos que
estão a ser efeitos aos acidentes com vítimas, Miguel Mace-
do disse que está a ser feita
“uma avaliação rigorosa” de todos os incidentes, que vai ser
pública, mas que o trabalho
ainda não terminou. “Não deixaremos de avaliar até ao último pormenor tudo aquilo que
aconteceu”, disse o ministro.
ANPC
P
Segundo CODIS não tomou posse
or despacho do presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), de 16 de outubro
de 2013, foi nomeado para o cargo de 2.º comandante operacional distrital de Bragança, o major
Tavares Cordeiro, oficial da Força Aérea Portuguesa. Mal foi conhecido o teor do despacho, várias
foram as vozes que colocaram em causa a legalidade do processo já que o oficial em causa não é
licenciado, condição imposta pela Lei Orgânica da
ANPC revista este ano. Por outro lado,, o currículo
em causa também não abrange nenhuma das exceções que a legislação contempla para o exercício
deste tipo de cargo. Confrontada com esta situação, em nota enviada ao ‘BP’, a ANPC confirma e
informa que “numa análise mais atenta e cuidada”
do currículo do Major Tavares Cordeiro, feita pelos
serviços competentes da ANPC, veio a constatar-se que o candidato “não reunia” todos os requisitos legais exigíveis para lhe ser conferida posse. A
ANPC acrescenta que o ato de posse não chegou a
verificar-se, tornando em si mesmo o ato administrativo inicial de nomeação como “inválido”.
Mas as dúvidas não se ficam por aqui. Fonte da
Federação de Bombeiros do Distrito de Vila Real
referiu ao ‘BP’ que o caso do 2.º CODIS de Bragança não é “único”, referindo a mesma fonte que a
nomeação do comandante do Agrupamento Norte,
Paulo Esteves, também “não cumpriu” os requisitos legais.
Em resposta a uma questão solicitada pelo nosso jornal, a ANPC justificou caso a caso as mais
recentes nomeações. O CADIS Norte, esclarece a
Autoridade, foi nomeado nos termos do disposto
na alínea c) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º
73/2013, de 31 de maio. E o que diz a alínea C do
artigo relativo ao Recrutamento Excecional Transitório: “Exercerem ou terem exercido cargos dirigentes, funções de inspeção, de coordenação do
centro nacional de operações de socorro, de coordenação dos centros distritais de operações de socorro, de comandante ou 2.º comandante operacional nacional, de comandante ou 2.º comandante operacional distrital, de adjunto de operações
nacional, de adjunto de operações distrital ou de
chefe de operações em centros operacionais de
âmbito nacional, durante mais de cinco anos, podendo estes ser cumulativos”. Com esta explicação
de âmbito jurídico a ANPC esclarece que a nomeação de Paulo Esteves é legal. E, vai mais longe fazendo referência a todas as nomeações da estrutura com correspondente aplicação da nova Lei
Orgânica.
Segundo a ANPC, o CADIS Centro Norte foi nomeado nos termos do disposto nos números 1 e 2
do artigo 22.º do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31
de maio.
O CODIS de Bragança foi nomeado nos termos
do disposto na alínea a) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio.
Já o CODIS de Santarém, foi nomeado nos termos do disposto números 1 e 3 do artigo 22.º do
Decreto-Lei n.º 73/2013, de 31 de maio. O 2.º CODIS Santarém foi nomeado nos termos do disposto
na alínea b) do artigo 30 do Decreto-Lei n.º
73/2013, de 31 de maio.
Com esta informação, a Autoridade conclui que
agiu de acordo com a legislação em vigor.
Patrícia Cerdeira
6
NOVEMBRO 2013
Macau: Onde a Fénix ficou para a História
Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista
F
alar da história do serviço
de incêndios e/ou dos bombeiros portugueses significa, também, presença no espaço universal.
Nesta oportunidade, fazemos
uma incursão pelo antigo território de Macau.
Começamos por visitar, do
ponto de vista iconográfico, o
quartel da Estrada Coelho do
Amaral, inaugurado a 2 de Outubro de 1923, há, portanto, 90
anos, e que durante décadas
acolheu os serviços centrais do
Corpo de Bombeiros de Macau
(CBM). A dada altura classificado como edifício de interesse
arquitectónico, é actualmente o
museu daquela força de segurança, cuja colecção compreende mais de 700 peças e documenta a evolução histórica do
CBM e das diferentes realidades
sobre o combate a incêndios
que o antecederam.
No âmbito da mesma visita e
como quem ciceroneia apresentamos uma fotografia datada,
talvez, dos anos 40 do século
passado, de aprumados bombeiros macaenses, em desfile
junto à sede do Leal Senado,
sob o olhar da população da cidade.
Chamamos a atenção para o
modelo de capacete então usado, tipo inglês, fabricado em
couro, dando a conhecer, a propósito, o exemplar original que
faz parte da colecção da Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP). Semelhante ao utilizado
pelos demais corpos de bombeiros do país, embora com li-
geiras diferenças nalgumas das
suas linhas, ostentava um dragão oriental, simbologia relativa, entre outros predicados, à
força e protecção.
A presença dos bombeiros
em Macau conta oficialmente
com 130 anos de história e
constitui uma matéria complexa, porquanto deriva e envolve
a sucessão de vários factos.
Resultante da iniciativa do
governo do território, a criação
do “Regulamento do Serviço
dos Incêndios em Macau”, de 2
de Maio de 1883, que passou a
estabelecer um sistema organizado e em moldes permanentes, marca o início de uma longa caminhada.
Por ocasião do centenário do
Corpo de Bombeiros de Macau,
este publicou uma breve resenha histórica, disponível para
consulta no Núcleo de História e
Património Museológico da LBP,
que recorda e caracteriza bem a
generosidade do povo macaense.
Muito antes de 1883, o combate ao fogo dependia da acção
do povo, apoiado por material
adquirido às suas expensas, armazenado em recintos instalados na cidade. A saber: bombas
de picota, agulhetas, tubos de
lona, escadas de madeira, escadas de bambu e celhas de madeira de diversos tamanhos.
Os segmentos da população
que geralmente se dedicavam a
essa função pertenciam ao comércio e à indústria, que em
troca do serviço prestado recebiam dos moradores dos bairros
sinistrados várias ofertas, tais
como, porcos assados e aguardente chinesa, conhecida por
liupum.
Procurando dar novo incremento ao serviço de incêndios,
o governo determinou que todas as casas que tivessem poços passariam a estar à disposição do pessoal interveniente no
combate a fim da utilização da
sua água. Refira-se que todas
as casas nessa circunstância tinham tabuletas à porta, com a
inscrição da palavra “poço”.
Caso um incêndio deflagrasse
no período da noite, os proprietários eram obrigados a ilumi-
nar as referidas tabuletas através da colocação de lanternas,
para que a localização dos poços estivesse facilmente identificável e acessível.
Já com o serviço subordinado
a outros cuidados, o Leal Senado entendeu tomar novas medidas, tal como a obrigatoriedade
de os carregadores comerciais
e industriais, inscritos nos registos das repartições públicas,
terem de contribuir com 24 horas anuais de trabalho na extinção de incêndios.
Reza a história, também,
numa outra fase organizativa,
que dois tiros de canhão, a partir da Fortaleza do Monte, serviam de sinal de alerta nas situações mais difíceis que exigiam a mobilização do pessoal
de reserva, bem como de auxiliares, designadamente, cantoneiros e varredores da Câmara
Municipal. Não menos curioso
era o sinal de alerta utilizado
para a chamada dos meios afectos aos postos particulares dispersos por Macau, integrados
por empregados e mancebos fi-
sicamente robustos, responsáveis pelo transporte de material.
Dados coligidos pelo CBM referem-se “ao som de tan-tans”.
Tratava-se, segundo os mesmos, da “percussão dum instrumento metálico”, ou antes, o
“bater de uma pequena barra de
ferro numa chapa metálica”.
O Corpo de Bombeiros de
Macau, com o qual a Liga dos
Bombeiros Portugueses manteve sempre o melhor relacionamento, foi a única estrutura de
protecção e socorro, com origem na diáspora lusa, que resistiu até aos nossos dias, mantendo-se inalterável em muitos
aspectos da sua orgânica, mes-
AMARANTE
TORRES NOVAS
R
Morre o decano dos Bombeiros Portugueses
aul Pedro Sequeira, nasceu
a 1 de abril 1911 e faleceu
a 17 de outubro de 2013, aos
102 anos de idade.
De entre a extensa folha de
serviços do Comandante QH
Raul Pedro Sequeira Voluntários Torrejanos, importa salientar alguns registos dignos
de realce.
Alistou-se nos Voluntários
Torrejanos a 1 de outubro de
1932, menos de uma ano após
a fundação da AHBV Torrejanos que tinha acontecido em 5
de outubro de 1931, tendo-lhe
sido atribuído o n.º 46/32.
Participou no IV Congresso
dos Bombeiros Portugueses
realizado em Tomar em agosto
de 1934, tomou parte na II
Grande Parada dos Bombeiros
Portugueses, realizada em Lisboa, em junho de 1935 e tam-
bém na Parada dos Bombeiros
do Distrito de Santarém, no
ano de 1936 e no VI Congresso
dos Bombeiros Portugueses,
realizado na cidade de Portalegre, no ano de 1938.
Nomeado para monitor do
Corpo de Cadetes a 21 de junho de 1936, devendo salientar-se que o Corpo de Cadetes
dos Bombeiros Voluntários Torrejano foi o primeiro a ser criado no país.
De entre os muitos louvores
que constam na sua folha de
serviços, registamos um do
Comandante dos Bombeiros
Voluntários Torrejanos, pela
muita dedicação e boa vontade
reveladas na Instrução do Corpo de Cadetes, contribuindo
em muito para os bons resultados conseguidos pelo mesmo
Corpo de Cadetes, no Congres-
so de Portalegre no ano de
1938.
Promovido a Chefe de Secção em 06.09.46, ficando a
exercer as funções de Chefe da
2.ª Secção dos B.V. Torrejanos.
Passou para o Quadro Honorário, a seu pedido, em 24 de
dezembro de 1954.
Assumiu o cargo de 1.º comandante em 28 de fevereiro
de 1971 por convite que lhe foi
dirigido pela direção, de que
aliás fazia parte desde 1968.
mo depois da administração do
território ter transitado para a
responsabilidade do governo
chinês. O exemplo mais marcante vê-se consubstanciado no
respectivo símbolo, que continua a ser a Fénix renascida das
cinzas (somente foi alterado o
brasão, o qual, em substituição
das armas de Portugal, apresenta, no centro, o emblema
regional de Macau), acompanhada do velho lema “Vida por
Vida”.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
Passou novamente ao Quadro Honorário, a seu pedido,
em 30 de outubro de 1971.
De entre as muitas condecorações com que foi distinguido
ao longo dos anos, registamos
a Medalha de Ouro da Câmara
Municipal de Torres Novas na
passagem do 50.º aniversário
da AHBV Torrejanos em 05 de
outubro de 1981.
O Comandante Sequeira foi
ao longo de muitos anos uma
figura carismática dos Bombeiros Torrejanos, mas os seus
cadetes estavam sempre na
primeira linha da sua memória
e em todas as conversas que
mantinha acerca dos Bombeiros Portugueses. Até há poucos anos era figura sempre
presente nas festas de aniversário da sua associação.
Carlos Pinheiro
A
Quartel perde
comandante Matias
rtur de Melo Matias
de Magalhães foi
comandante dos Bombeiros Voluntários de
Amarante durante quase meio século, entre
outubro de 1953 e
agosto de 2001. Aos 83
anos de idade, o comandante Matias, como
era conhecido, faleceu.
O papel desempenhado
nos bombeiros e na comunidade local, em geral, foi de tal
modo importante que o município de Amarante decretou
um dia de luto no concelho pelo seu falecimento.
No voto de pesar que acompanhou a deliberação para
o cumprimento de um dia de luto em 13 de novembro, é
referido que “em vida e quando solicitado, sempre demonstrou o Comandante Matias, como era carinhosamente conhecido, o maior empenho, sensibilidade e espírito de colaboração na resolução de problemas do Município, pelo que é nosso dever dar desse facto público reconhecimento”.
7
NOVEMBRO 2013
BEATO
Capital tem o pior quartel do país
O quartel dos Bombeiros do Beato, na
capital Lisboa, é, certamente, o pior do
País. Só mesmo uma vontade férrea,
sobre-humana, de servir o próximo, pode
justificar a permanência dos mais de 40
voluntários nas antigas cavalariças do
Duque de Lafões, onde falta tudo,
sobretudo condições dignas para acolher os
operacionais. Ironicamente esta é uma
associação que depois de vicissitudes
várias, conseguiu “arrumar a casa” que
agora ameaça, literalmente, vir abaixo.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
C
om a “casa arrumada”
mas sem instalações dignas dessa classificação,
comando e direção dos Voluntários de Beato continuam a lutar
pela resolução um problema
que se arrasta há muitos anos.
Faltam alternativas mas, sobretudo, escasseia a “vontade política” necessária para garantir
condições de trabalho e conforto aos cerca de quarenta bombeiros que servem a cidade e o
país.
O “pior quartel do país é o
que mais serviços faz na cidade
de Lisboa”, denuncia o comandante Mário Ribeiro, no decorrer de uma visita jornal Bombeiros de Portugal às precárias
instalações da Rua do Grilo.
Lá dentro um amontoado de
cacifos, colchões, sofás são,
ironicamente, reflexo do esforço para garantir “as condições
mínimas” aos homens e mulheres que integram o contingente
dos Voluntários do Beato, conforme revela Mário Ribeiro. Não
obstante uma ou outra inter-
venção para garantir algum
conforto, a verdade é que exiguidade e a degradação do imóvel, não permitir ganhos.
“O pessoal dorme no chão,
não temos janelas, chove cá
dentro. No inverno o pessoal
não aguenta o frio, já no verão
o calor é insuportável”, conta o
comandante.
Num espaço labiríntico, tudo
é improvisado, desde a sala de
convívio, à cozinha, passando
pelas duas camaratas, a divisão
onde é guardado o equipamento e o “gabinete” de comando.
Não destoando, num cenário de
caos, também falta tudo nas
paupérrimas instalações sanitárias.
No exterior, as 11 viaturas
que servem o quartel estão expostas os caprichos do tempo e
à fúria do vandalismo. Durante
algum tempo, no âmbito de um
acordo com a junta de freguesia, a associação usou um barracão para resguardar parte da
frota, acontece que o isolamento dessa infraestrutura acabou
por ser um convite aos amigos
do alheio que “não só roubaram
tudo o que puderam, como ain-
da estragaram muito equipamento”, segundo nos diz o responsável operacional.
Depois das promessas dos
políticos, resta o desalento do
comando e direção que tudo
têm feito para tentar, junto das
entidades competentes, encontrar uma solução que permita
ultrapassar o “impasse”.
O presidente José Alves Nunes conta que em 2011 houve a
ideia de instalar os bombeiros
na desativada Escola Secundária Afonso Domingues, só que
na voragem das promessas feitas em períodos pré-eleitorais o
mesmo espaço foi apalavrado a
tantas entidades que o “projeto” acabou por cair por terra.
Entretanto, o futuro pode passar pela instalação de um pavilhão, uma infraestrutura verdadeiramente operacional, num
terreno localizado nas imediações desse antigo polo de ensino.
“A construção do quartel ficará a cargo dos bombeiros voluntários”, garante o dirigente,
considerando ser esta a alternativa para agilizar o processo.
Também Mário Ribeiro, garante que a vontade de deixar
as antigas cavalariças é tanta
que os homens e mulheres da
instituição estão dispostos a arregaçar as mangas, tanto na dinamização de iniciativas que
garantam verbas à instituição,
como ajudando “nos trabalhos
de construção civil”.
Refira-se que em 2009 parecia inevitável a extinção do corpo de bombeiros do Beato, contudo a direção com o apoio do
comandante Mário Ribeiro conseguiram, com muito trabalho,
travar decisão de Autoridade
Nacional de Proteção Civil. O
processo foi complexo passou
pelo afastamento de “87 operacionais”, mas uma gestão musculada tanto dos recursos humanos como dos financeiros
permitiu contrariar o curso da
história e garantir o futuro desta instituição fundada em março 1932, mas o desígnio desta
equipa continua por cumprir até
ao dia em que operacionais e
viaturas deixem em definitivo a
Rua do Grilo, para pela vez, experimentarem condições de trabalho e operacionalidade.
8
NOVEMBRO 2013
FEDERAÇÕES REUNIRAM NAS CALDAS DA RAINHA
Bombeiros não podem correr atrás das estatísticas
A
Liga dos Bombeiros Portugueses reuniu-se, no passado dia 16 de novembro, nas
Caldas da Rainha, para analisar
o combate aos fogos e a participação dos bombeiros no DECIF
2013.
Numa reunião bastante participada, a Liga colocou à discussão um documento de avaliação, elaborado pelo Conselho
Nacional Operacional (CNO),
documento sufragado pelos
presentes, o qual vai ser agora
reforçado com as muitas propostas apresentadas pelas federações distritais de bombeiros.
Logo na abertura dos trabalhos, Jaime Marta Soares fez
questão de sublinhar que o documento que incluirá as conclusões dos bombeiros irá ser
tema de debate “junto da tutela” para melhorar ou alterar o
que correu “menos bem”. A ver-
são final deste documento, que
será “construído” com as propostas apresentadas pelas federações, vai ainda ser apreciado e votado, em janeiro, no primeiro Conselho Nacional de
2014 o qual terá lugar em Vila
de Rei.
As principais criticas saídas
deste encontro foram dirigidas
ao Ministério da Agricultura,
com a maioria dos presentes a
dizer que o estado da floresta
constitui o “maior inimigo” dos
bombeiros. O presidente da
Liga prometeu endurecer a atitude junto da tutela das florestas, sublinhando que não faz
sentido olhar apenas para as
“estatísticas” num ano em que
o pais perdeu oito “dos seus
melhores”. Marta Soares considerou que “neste tempo em
que as coisas estão mais calmas” os gabinetes ministeriais
devem empenhar-se e preparar
infraestruturas, planos de intervenção e de ordenamento da
floresta “para que todos os
anos não se repita este flagelo”.
Sobre isto, refere o documento de análise elaborado
pela Liga que o combate é condicionado pelas “incipientes atividades de prevenção estrutural, vigilância, deteção e fiscalização”. Em matéria de combate, a Liga insiste na necessidade
de ser criada uma estrutura de
“comando próprio” para os
bombeiros, de abrangência nacional e distrital, de caracter
“permanente”.
Acrescenta a Liga que o combate deve ficar em “exclusivo”
nas mãos dos bombeiros e que
o país deve ser divido em “zonas operacionais” com correspondência distrital.
É ainda reclamado o aumento do valor a pagar pela reposição dos veículos e do combustí-
vel que, consideram os bombeiros, deve se pago a preço de
“mercado”.
Das várias intervenções, ficou claro que muito há ainda a
fazer, “ajustamentos” que não
serão alheios também aos bombeiros.
Ouviram-se críticas ao modelo de contratualização das GUATAS, ao apoio logístico dado aos
homens em combate, e à gestão dos meios feita por alguns
CADIS.
No final do encontro, Jaime
Marta Soares mostrou-se satis-
feito face à “participação” demonstrada nesta reunião e
ciente de que só uma “avaliação
“honesta” e “serena” poderá ter
o “impacto necessário” junto da
tutela para que os bombeiros
possam atingir os objetivos” a
que se propõem.
LBP
N
Conselho Superior Consultivo reúne na Lixa
o passado dia 26, reuniu no quartel dos Bombeiros Voluntários
da Lixa, o Conselho Superior Consultivo da Liga dos Bombeiros
Portugueses (CSC/LBP), tendo por missão, conforme se encontra
definido nos estatutos da confederação, e no regulamento do seu
funcionamento, nomeadamente, “acompanhar a actividade estratégica da Confederação, em especial no domínio das opções politicas para o sector de Bombeiros e emitir parecer sobre as mesmas,
a pedido do Conselho Executivo ou sobre as quais entenda pronunciar—se e exercer as demais atribuições e missões que lhe sejam
confiadas ou solicitadas pelo Conselho Executivo”.
Constituído por um conjunto de relevantes figuras do mundo dos
bombeiros portugueses desde a década de 80, altura em que foi
constituído o extinto Serviço Nacional de Bombeiros, dele fazem
parte ex-presidentes daquele serviço, ex órgãos da Liga dos Bombeiros Portugueses, da ex Proteção Civil, da Escola Nacional de
Bombeiros, da ex Inspeção Superior e Inspeções Regionais.
Recebidos no Quartel pelos responsáveis da Associação – assembleia Geral e direção, os conselheiros foram ainda acompanhados pelo comandante Luís Morais, membro do conselho executivo
da Liga que fez o relato das atividades e preocupações que estão a
merecer cuidado e acompanhamento por parte do conselho execu-
tivo e que respeitam à solução dos problemas que preocupam os
bombeiros portugueses e a vida das associações.
Da agenda de trabalhos constou, a análise dos incêndios florestais, a problemática respeitante às dificuldades de gestão
das Associações, quer no aspeto administrativo quer no financeiro. Do debate havido foi elaborado parecer a remeter ao
conselho executivo, para sua análise e, eventualmente, para
que possa fazer chegar às entidades responsáveis pelas politicas de reconhecimento e apoio às associações e corpos de
bombeiros, tendo em conta o papel incomensurável e insubstituível dos bombeiros portugueses junto das populações donde
emanam.
Ressaltou da discussão no CSC/LBP “duas evidências que
urge defender com denodo e até à exaustão”.
Em primeiro lugar, fazer com que os bombeiros voltem a ter
um comando próprio e representantes em quem se revejam,
devidamente estruturado, representativo do setor, com comando próprio saído do seu meio.
Em segundo, criar-se um departamento na Liga que monitorize, gira e defenda a imagem dos bombeiros portugueses.
No final, os conselheiros foram obsequiados pela direção dos
Bombeiros da Lixa com um almoço regional, seguindo-se depois uma visita à Quinta da Lixa.
FORMAÇÃO EM 2014
O
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Escola
Nacional de Bombeiros (ENB) fizeram um acordo para a realização de
32 cursos em emergência médica
já no próximo ano destinados aos
bombeiros.
O contrato-programa foi assinado no passado dia 5 de novembro e
prevê que com a realização destes
32 cursos, 168 bombeiros possam
ter acesso a formação em Tripulan-
ENB e INEM assinam acordo
te de Ambulância de Socorro (TAS)
e que 600 profissionais tenham a
oportunidade de recertificar os
seus cursos de técnicas de emergência médica.
A ENB vai realizar sete cursos de
formação de TAS e 25 cursos de recertificação de TAS, recebendo ao
abrigo do contrato-programa, um
total de 81.477 euros do INEM pela
formação. O acordo prevê também
que o INEM realize 14 laboratórios
de formação em Suporte Básico de
Vida e Desfibrilhação Automática
Externa (SBV-DAE) a cerca de 112
formadores de cursos de Tripulante
de Ambulância de Transporte.
“Com a realização destas formações irá registar-se um acréscimo
significativo de formadores/bombeiros com competências para formar novos operacionais de DAE,
dotando-os de competência para a
utilização de desfibrilhadores em
contexto de emergência médica
pré-hospitalar”, refere o INEM em
comunicado.
Segundo dados do Instituto, o
INEM tem atualmente 274 ambulâncias de socorro localizadas em
corporações de bombeiros e com
estes cursos “vai conseguir capacitar um maior número de bombeiros
para atuar em situações de emergência médica”.
PC
9
NOVEMBRO 2013
PRESIDENTE DA AR DE ACORDO COM A LBP
Bombeiros não aceitam perder 15 anos de bonificação
A
Liga dos Bombeiros Portugueses
(LBP) foi recebida, no passado dia
9 de novembro, pela Presidente da
Assembleia da República. A Confederação foi sensibilizar Assunção Esteves para os efeitos “negativos para os
bombeiros” que decorrem da aprovação do diploma que aproxima as regras das pensões dos funcionários
públicos, pagas pela Caixa Geral de
Aposentações (CGA) às do regime
geral da Segurança Social. Segundo
Jaime Marta Soares, esta intenção do
executivo prejudicará os bombeiros
que são funcionários públicos já, à luz
da redação do diploma, os soldados
da paz arriscam perder os 15 anos de
bonificação de contagem de tempo
para a reforma. Se o Governo acha
está a “fazer convergir direitos” está
enganado, referiu o presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses ao
‘BP’, sublinhando que com a provação
deste diploma “assistiríamos a direitos diferentes entre bombeiros”.
À saída do encontro com a Presidente do Parlamento, Marta Soares
sublinhou que Assunção Esteves demonstrou total “disponibilidade” para
o assunto, acreditando a presidente
que perante os motivos apresentados, será encontrada uma “boa solução” para este problema.
O diploma sobre a convergência de
pensões levou a Liga a reunir tam-
bém com os grupos parlamentares do
PSD, PCP e Verdes, os quais se mostraram preocupados com os “efeitos
práticos” destas medidas. O PSD prometeu tudo fazer para que os bombeiros “não saiam prejudicados”.
Entretanto, a última palavra está
agora nas mãos do Tribunal Constitucional. Recordo que, no passado dia
23 de novembro, Cavaco Silva anunciou que requereu a fiscalização preventiva da constitucionalidade do regime de convergência de pensões entre o setor público e privado. O Chefe
PROTOCOLO JÁ FOI ASSINADO
ENB já chegou à Madeira
O
Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira (SRPCM) vai passar a dispor de um polo
de formação da Escola Nacional de Bombeiros
(ENB). O protocolo assinado, no passado dia 11
de novembro, define as bases de cooperação e
articulação na área de formação e prevê também a constituição de um polo de formação naquela região autónoma. Pretende-se desenvolver uma sinergia entre as duas instituições que
garanta a qualidade da formação dos agentes
de proteção e socorro madeirenses. No acordo
agora firmado, compete à ENB assegurar a formação e certificação de formadores, validação
dos programas de formação e respetiva produção de recursos técnico-pedagógicos, bem como
a realização de avaliações e auditorias à formação ministrada. Este novo protocolo vem reforçar a relação de cooperação e articulação desenvolvida ao longo dos anos e através da qual
têm sido formados os elementos que integram o
Dispositivo de Resposta Operacional Regional. A
cerimónia realizada na sede da ENB, em Sintra,
foi presidida pelo secretário de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo D’Ávila e contou
com as presenças do secretário regional dos Assuntos Sociais, Francisco Jardim Ramos, presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil,
tenente-general Manuel Mateus Couto, presidente do SRPCM, coronel Luís Neri, presidente
da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, bem como de outros representantes das principais entidades da proteção e socorro nacional. Para o responsável madeirense, este acordo é um “reconhecimento”
relativamente à formação que será certificada
pela Escola Nacional de Bombeiros em áreas em
que “temos experiência e podemos dar formação”. “Este protocolo vai permitir, em parte,
poupar algum dinheiro”, referiu o responsável.
Entretanto, já foi aberto um concurso para a
construção dos cenários, que vão ficar junto à
sede da Proteção Civil na Madeira onde serão
realizados treinos de situações de desencarceramento e fogos urbanos.
de Estado, Cavaco Silva, pediu ao Tribunal Constitucional que verificasse a
conformidade destas normas com a
Lei Fundamental, designadamente
com os princípios da unidade do imposto sobre o rendimento, da capacidade contributiva, da progressividade
e da universalidade, e com o princípio
de proteção da confiança, quando
conjugado com o princípio da proporcionalidade”.
A Liga aguarda agora a decisão dos
juízes do Palácio Raton.
Patrícia Cerdeira
10
N
NOVEMBRO 2013
ARGANIL
BARCELINHOS
Apresentado campo de treinos
Associação recebe ajuda da população
o passado dia 3 de novembro, após uma homenagem
aos bombeiros e diretores já falecidos, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários
Argus de Arganil apresentou o
campo de treinos e onde simbolicamente foi hasteada a bandeira da instituição
Com as exigências formativas e a perspetiva de uma melhor prestação de serviço á comunidade, o corpo de bombeiros sentiu necessidade de investir ainda mais na formação
dos operacionais com a criação
de uma infraestrutura “que reúna as diferentes valências da
formação contínua e inicial do
bombeiro, numa tentativa de
garantir o sucesso de todas as
operações.
Localizado na Peneda Talha-
da, campo de treinos, dispõe de
várias valências, nomeadamente espaços destinados à formação de Incêndios Urbanos e Industriais, Salvamento e Desencarceramento e Incêndios Florestais.
O complexo dispõe de instalações sanitárias, permitindo
aos bombeiros tomar banho
O
após a formação e a muda do
equipamento de proteção individual.
Com estas estruturas, o Corpo de Bombeiros Voluntários de
Arganil, garante dar “um salto
qualitativo ficando na vanguarda das condições que proporciona aos bombeiros nas áreas
da formação e instrução”.
Auditório S.Bento Menni,
em Barcelos, foi pequeno
para os muitos que quiseram
assistir ao espetáculo de fado
de Carla Cortez, cujas receitas
se destinam a apoiar Bombeiros Voluntários de Barcelinhos
na construção de um novo
quartel.
José Costa, o Presidente dos
Bombeiros de Barcelinhos mostrou-se “emocionado com o
apoio dos barcelenses à causa
dos bombeiros” deixando um
agradecimento especial ”à Barceltécnica, que no âmbito das
comemorações do 25.º aniversário da empresa, promoveu
esta iniciativa para apoiar os
Bombeiros”.
Recorde-se que no passado
mês de outubro o projeto do
Secção Desportiva oferece
monitores de parâmetros vitais
Secção Desportiva dos Voluntários de Macedo de Cavaleiros, ofereceu ao corpo de
bombeiros dois Monitores de
Parâmetros Vitais, adquiridos
com fundos angariados em vários eventos.
“Tendo em conta que a monitorização de funções vitais é
uma das mais importantes e
essenciais ferramentas no socorro a doentes críticos, estes
equipamentos serão instalados nas ambulâncias, de forma, a melhorar os cuidados
O
prestados em emergência”, revela fonte da secção desportiva.
Solidários com os bombeiros
projeto “SIC Esperança” e
os Bombeiros Voluntários
de Barcarena estiveram, recentemente, envolvidos na remodelação das instalações da associação.
A primeira de dez iniciativas
no âmbito deste projeto solidário levou ao quartel de Barcarena inúmeros voluntários que
pintaram, assentaram pavimentos, instalaram janelas, remodelaram instalações sanitá-
rias e colocaram mobiliário
novo oferecido por várias entidades e que permite a otimização do espaço.
“A vontade de ajudar e o trabalho em equipa permitiu unir
os operacionais” referiu o comandante Carlos Gomes, ressalvo que esta intervenção permite motivar os bombeiros para
a prestação de um ainda melhor serviço à comunidade.
Sérgio Santos
ALCOENTRE
A
Festas garantem equipamentos
Comissão de Festas de Alcoentre de 2013, através da
recolha de fundos que realiza,
conseguiu proporcionar aos
Bombeiros Voluntários de Alcoentre a aquisição de 35 equipamentos completos de proteção individual ignifugos para
combate a incêndios florestais.
A apresentação do referido
equipamento realizou-se recentemente, conforme nos foi relatado pelo comandante do corpo
de bombeiros, Eifel Garcia. Os
Voluntários de Alcoentre pretendem, naturalmente, obter mais equipamentos de modo a, logo que possível, dotar todos os elementos do corpo de bombeiros desses meios de proteção fundamental.
GAIA
A
Companhia de Bombeiros Sapadores de
Vila Nova de Gaia tem prosseguido com
o plano traçado para a sensibilização da população escolar sobre conceitos de prevenção e segurança, incluindo a divulgação do
número municipal de emergência.
O plano arrancou em fevereiro último e
terminará em dezembro próximo, abrangendo toda a população escolar do 1.º ciclo e o
5.º ano do 2.º ciclo.
Até ao momento, foram abrangidas 1347
crianças pela dezena de ações promovidas
pelos Sapadores de Gaia. Em detalhe, as
ações realizaram-se no Agrupamentos de
Segundo José Beleza, estão
assim “ abertas as portas para o
sucesso” da candidatura a fundos comunitários, no âmbito do
Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), que permitem a concretização de um sonho antigo.
BARCARENA
MACEDO DE CAVALEIROS
A
novo quartel dos Voluntários de
Barcelinhos foi aprovado pela
Autoridade Nacional de Proteção Civil, um “passo decisivo”
para a concretização de “um sonho muito antigo” corpo de
bombeiros, conforme refere o
comandante.
Sensibilização a mais de um milhar
Escolas Júlio Dinis (EB 2/3 Grijó, EB 1 Santo
António, EB 1 Vendas, EB1 de Loureiro e EB
1 de Murraceses), no Agrupamento de Escolas de Oliveira do Douro 1 (Escola Básica Vilar de Andorinho), Agrupamento de Escolas
Soares dos Reis (Escola Básica 1.º Ciclo Joaquim Nicolau de Almeida), na Escola Básica
e Secundária de Canela, do Agrupamento de
Canela, e na Escola Básica do Cedro.
Todas as ações de sensibilização incluíram
uma apresentação multimédia interativa desenvolvida para o efeito, incluindo conceitos
de segurança e prevenção explicados de forma simples e direta alertando as crianças
para os riscos e comportamentos a assumir.
No final, os participantes têm recebido um
conjunto de panfletos onde estão tipificados
13 riscos, uma pen disk com a apresentação
multimédia e um íman com o número municipal de emergência.
Segundo nos informou o comandante dos
Sapadores de Gaia, engenheiro Salvador Almeida, todo o material produzido pela direção municipal de bombeiros e proteção civil
utilizado nestas ações teve a comparticipação do programa comunitário Novo Norte 2
do QREN. Esse material está também reproduzido no site municipal.
11
NOVEMBRO 2013
ALMADA
Centenário estabelece
novas prioridades
A comemorar um século de serviço à
comunidade, a Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Almada, não se
entrega à euforia das celebrações,
preferindo aproveitar a efeméride para se
reinventar, dando resposta a novas e
crescentes exigências.
As apostas na formação dos homens e o
investimento em novos equipamentos são
prioridades de uma instituição procura a
excelência no cumprimento da missão.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
comandante José Santos
mostra com orgulho o
quartel, que embora antigo, se mantém operacional,
preparado para responder às
necessidades dos Bombeiros
Voluntários de Almada, mercê
de um esforço coletivo. Muitas
das intervenções, das pequenas
e grandes obras, são asseguradas pelos elementos do corpo
ativo que arregaçam as mangas
e trabalham na renovação de
várias áreas do quartel, na requalificação das camaratas, na
manutenção do material do parque de viaturas, na remodelação da câmara de fumos onde
fazem formação em incêndios
urbanos e industriais. Em de Almada toda a mão-de-obra é
aproveitada a bem de todos.
“Há muito mais trabalho a fazer”, refere um comandante orgulhoso dos cerca de 60 operacionais que, dentro e fora do
quartel, dão o melhor si tanto
em proveito da associação,
como das populações que servem.
José Santos assumiu o comando há cerca de um ano, um
desafio enorme, que a experiência de 25 anos de bombeiro o
ajudou a enfrentar com determinação e entusiasmo. Congratula-se com o caminho já trilhado com ganhos para instituição,
nomeadamente a nível dos serviços pré-hospitalares, a que o
corpo de bombeiros não conseguia responder por falta de
meios humanos e de veículos,
mas que, após uma re-estrutu-
ração, curiosamente assente no
voluntariado, já garante resultados “muito positivos”.
“Com a recente aquisição de
um veículo florestal e de uma
ambulância podemos considerar
que estamos bem equipados”,
refere o comandante defenden-
do que na atual conjuntura económica importa aproveitar e valorizar os recursos existentes
nomeadamente a nível do município e nesse âmbito defende
que “o concelho de Almada está
muito bem equipado, sobretudo
a nível de material pesado”.
Neste esforço de servir melhor, os Voluntários de Almada,
contam com o apoio da autarquia que muito tem contribuído para a modernização e apetrechamento dos três corpos
de bombeiros do município.
“Depois da casa arrumada a
formação é, agora, a aposta
deste comando” refere José
Santos, salientando que só investindo na preparação dos
homens é possível melhorar a
resposta.
O comandante mostra-se
esperançado no futuro, pois
não obstante a falta de incentivos para os voluntários, há
sempre gente nova a aparecer
no quartel e a mostrar interesse em integrar o contingente
de soldados da paz. A iniciativa
“Bombeiros por 5 dias” é disso
exemplo, pois para além de levar muitas crianças e jovens
ao quartel, a conhecer a realidade e a dinâmica da associação, tem permitido assegurar
reforços pois se é certo “alguns
vêm pela experiência, em busca de aventura, outros por insistência dos pais, mas depois,
por vontade própria, muitos
acabam por ficar”.
Refira-se que as comemorações do centenário prosseguem já no dia 30 de novembro, com um torneiro de futsal
promovido pela associação e
culminam em meados de dezembro com a realização de simulacro.
12
NOVEMBRO 2013
INCÊNDIOS
Futuro impõe o regresso
Há poucos dias, quase no final do mês de um
novembro muito frio, Portugal continuava a arder,
um fenómeno estranho, mas que ainda assim ajuda
a não votar ao cómodo esquecimento a tragédia
que bateu à porta de tantos quartéis deste país e
enlutou a grande família dos bombeiros.
Em Penalva do Castelo, tal como em Miranda do
Douro, este duro combate só terminará quando
todos os feridos nos incêndios do verão de 2013
estejam totalmente recuperados e regressem ao
ativo.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim e Sérgio Santos
E
m Penalva do Castelo cuida-se dos feridos enquanto
em Miranda do Douro, o
corpo de bombeiros une-se na
dor pela perda de Daniel Falcão
e António Ferreira, mas também no apoio aos três camaradas feridos, a enfrentaram um
lento e sempre penoso processo de recuperação.
A comoção ainda ensombra o
dia-a-dia no quartel de Miranda
do Douro. Comando e direção
trazem no rosto as marcas de
perdas irreparáveis, que nem
mesmo as homenagens mitigam.
O incêndio no Cicoto, no dia 1
de agosto, ficará para sempre
inscrito como um episódio negro na história da instituição.
Já se passaram mais de três
meses mas para comando e direção este é um acontecimento
demasiado recente.
Emocionado, o comandante
Irundino João conta que nesse
primeiro de agosto o quartel recebeu o alerta de incêndio
numa ceifeira e que “de imediato os bombeiros saíram”.
Uma das equipas constituída
por cinco operacionais “depois
de dominaram uma frente de
fogo recebe indicação de comando para se juntar a outra
dos Voluntários do Vimioso que
se encontrava numa outra área.
As chamas acabaram por travar
os bombeiros a meio do percurso e, apesar da tentativa de
fuga, o veículo em que seguiam
foi tomado e a tragédia tornou-se inevitável.
António Ferreira e Daniel Falcão acabaram por falecer no
hospital, dias após o acidente.
Raquel Teixeira, Nélio Seixas e
Vitor Ribeiro, prosseguem os
tratamentos, mas que, em me-
Em Miranda do Douro a união tem feito a força para recuperar da tragédia de agosto
mória dos camaradas que tombaram nesta batalha, anseiam
pelo regresso ao ativo.
António Ferreira faleceu aos
42 anos, depois de mais de uma
década ao serviço dos Voluntários de Miranda do Douro, onde
desempenhava as funções de
operador de central. O “Toninho” era, segundo o comandante, “o rei da boa-disposição”.
António Ferreira, depois de uma
dura batalha pela vida, partiu
no dia 6 de setembro.
Daniel Falcão, tinha 25 anos,
um sorriso estampado no rosto
e uma força inesgotável. Inte-
Daniel Falcão, Vitor Ribeiro e Raquel Teixeira dos Voluntários de Miranda do Douro
grava a Equipa de Intervenção
Permanente (EIP), mas em regime de voluntariado, “era o
faz-tudo do quartel”, recorda o
presidente da direção, Ulisses
Firmino. Dias antes do acidente
este bravo soldado tinha assegurado a revisão geral e a pintura do veículo que o conduziu
à derradeira missão. Daniel faleceu no dia 4 de agosto
“Ninguém os esquece e a
nossa maior homenagem a estes soldados da paz é continuar
a apagar incêndios, a salvar vidas, a ajudar as populações.
Temos que ter força…”, revela o
comandante.
Aos 30 anos, Nélio Seixas,
fala com orgulho da sua ainda
curta carreira de bombeiro. Ingressou nos Voluntários de Miranda do Douro, “há meia dúzia
de anos” com o irmão, e três
meses após acidente, garante
não ter esmorecido a vontade
de servir o próximo.
“As marcas na face e nos
membros superiores vão desparecer” diz-nos, denunciando
outras que vão demorar muito
mais tempo a sarar, apesar de
todo o apoio da direção, do comando e do corpo ativo.
Raquel Teixeira prossegue os
tratamentos tal como Vitor Ribeiro, ferido com gravidade no
incêndio Cicoto, mas que ainda
assim “não sai do quartel”, conforme nos conta do comandante dos Bombeiros de Miranda do
Douro.
José Luís Carvalho foi a ferido mais grave do grupo de Pe-
nalva do Castelo que combatia
um incêndio Povolide, no distrito de Viseu, no dia 22 de setembro. O bombeiro sofreu
queimaduras de segundo e terceiro grau nos pés, nas mãos e
na cara, quando tentava salvar
das chamas uma das viaturas
da associação, mas que acabou
por ficar completamente queimada.
Ainda fugindo aos pormenores deste acidente, a equipa
reunida no quartel conta que foi
surpreendida por uma mudança
de vento e não esconde a aflição do momento, mas em Penalva do Castelo, perante a tamanha tragédia nacional, tudo
parece bem menos penoso.
A recuperação de José Luís
Carvalho, depois de 25 dias de
internamento dos hospitais da
Universidade de Coimbra e de
Viseu, continua a preocupar direção, comando e corpo ativo,
ansiosos pelo regresso do operacional ao serviço, sinal que,
Nuno Pereira, dos Bombeiros de Carregal do Sal
13
NOVEMBRO 2013
GRUPO DE TRABALHO AVALIA PAPEL DA FAP EM MISSÕES AÉREAS
N
DE VERÃO
ao ativo
José Luís Carvalho acompanhado por José António Loureiro, João Manuel Matos, Paulo Alexandre Augusto
e André Pinto, dos Voluntários de Penalva do Castelo
afinal, o pesadelo não passou
disso mesmo.
O bombeiro refere que voltar
a entrar no quartel, dias após a
alta médica “foi complicado”,
contudo garante que “com a
ajuda do comandante e dos outros bombeiros” já volta a sentir-se em casa, e, até que o regresso à atividade já se tornou
uma prioridade. Por enquanto
José Luís terá que continuar a
cumprir as sessões de fisioterapia de recuperação às mãos e
às pernas.
A equipa, para além de José
Luís Carvalho, integrava José
António Loureiro, João Manuel
Matos, Paulo Alexandre Augusto e André Pinto, que sofreram
pequenas escoriações, mas
que ainda assim tiveram que
receber apoio psicológico.
“Temos dado a maior atenção aos feridos, até porque
nestas situações escasseiam os
apoios”, denuncia o presidente
da direção José Albuquerque,
acrescentado que os acidentes
deste ano serviram para tornar
António Ferreira
públicas as injustiças de que os
bombeiros são alvo, do esquecimento a que são votados.
“O José Luís, felizmente,
está a ser bem tratado, não lhe
falta nada, nós não deixamos
que lhe falte nada”, afiança.
Não escondendo a revolta, o
dirigente fala das parcas coberturas dos seguros que considera serem uma afronta para todos aqueles que servem nos
quartéis do país.
No rescaldo deste acidente o
comandante Manuel Pereira
congratula-se com a “união
EMA chamada a dar apoio técnico
uma altura em que ainda não foi publicado
o despacho que extingue a Empresa de
Meios Aéreos do Estado, o Governo chamou a
EMA a dar apoio técnico na avaliação que o
executivo está a fazer com vista ao envolvimento futuro dos meios aéreos da Defesa em
missões de combate a incêndios e emergência
médica. Segundo o Despacho n.º 14718/2013,
publicado em Diário da República, no dia 14
de novembro, os ministérios da Administração
Interna, Defesa e Saúde, determinam a criação de um grupo de trabalho com o objetivo
de apresentar um estudo com opções para o
“futuro envolvimento ativo da Força Aérea”
com meios aéreos na prevenção e combate a
incêndios e em evacuações aeromédicas no
território continental e insular, assim como a
articulação dos mesmos meios no âmbito de
outras missões de interesse público e respetivo modelo de coordenação e gestão.
Segundo o documento, a condução dos trabalhos deve ter como referência orientadora
a organização de meios necessários para satisfazer os seguintes requisitos: “Uma estrutura permanente de combate a incêndios;
Uma estrutura permanente para evacuações
sanitárias primárias e secundárias, devidamente articuladas; os requisitos para a satisfação das necessidades de apoio às forças de
segurança; uma aproximação pragmática à
realidade nacional, o máximo aproveitamento
de sinergias, a utilização flexível e a polivalência de meios entre os diversos tipos de
missões e para a satisfação dos requisitos, incluindo a compatibilização com requisitos militares; modelo de gestão e coordenação de
meios; que os trabalhos decorrentes do ponto
anterior, incluam um levantamento exaustivo
da necessidade e requisitos dos meios, atinente tipologia de investimentos e respetiva
cronologia, conceito de operação e de coordenação interorgânica, custos e modelo de sustentabilidade financeira e enquadramento dos
meios na perspetiva civil/militar, considerando na máxima extensão possível a adequação
de meios e capacidades nacionais já existentes.
Ainda segundo o despacho, o Grupo de Trabalho agora constituído será composto por um
representante do Ministério da Defesa Nacional, e coordenador do Grupo, como representante do Ministério da Administração Interna,
o Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Tenente-General Manuel Mateus
Costa da Silva Couto, com o apoio técnico da
Empresa de Meios Aéreos, através do presidente do conselho de administração, Rogério
Manuel Lucas Estrela Pinheiro; como representante do Ministério da Saúde, a presidente
do conselho diretivo do Instituto Nacional de
Emergência Médica, Regina Pimentel; como
representante da Força Aérea, o subchefe do
Estado -Maior, Major-General António Afonso
dos Santos Allen Revez.
O estudo deverá estar concluído até ao dia
31 de janeiro de 2014.
Daniel Falcão
desta família que tem permitido confortar este grupo”, encarando o futuro com natural otimismo.
Entretanto, Nuno Pereira, o
bombeiro de Carregal do Sal
que há meses se encontra internado no Hospital de Santa
Maria, começa a recuperar, a
ganhar pequenas batalhas,
ainda que por enquanto, segundo o comandante Miguel
David, o estado do jovem bombeiros ainda inspire todos os
cuidados e muitas preocupações.
Nélio Seixas recebe o apoio do comando, direção e corpo ativo dos Bombeiros de Miranda do Douro
OBSERVATÓRIO DE PROTEÇÃO CIVIL & SAFETY
Espaço de debate e intervenção
A
caba de ser lançado o Observatório de Proteção Civil &
Safety (OPC&S), um espaço técnico, científico e cultural que tem
por objetivo “contribuir para o
conhecimento”, a melhoria, a qualidade e racionalidade dos variadíssimos recursos utilizados
nas áreas da Proteção Civil, da Segurança no Trabalho, da Segurança Contra Incêndios em Edifícios, do Socorro, da Emergência e da Comunicação e Informação.
Este Observatório assume-se como uma entidade da sociedade civil, autónoma, sem fins lucrativos, criado em estreita cooperação e parceria com o Instituto Superior de Educação e Ciências em Lisboa (ISEC Lisboa). Podem integrar o
OPC&S todas as pessoas, instituições, organizações, entidades públicas ou privadas, empresas e
associações entre outras, que o requeiram. Para
já a nova estrutura está disponível através do
email [email protected] e, no
site do ISEC em www.isec.universitas.pt.
O Observatório tem já calendarizado um ciclo
de conferências mensais denominado “Mais Debate” que será lançado a partir de janeiro, o qual
versará sobre vários temas da atualidade, especialmente vocacionados para “criar maça crítica”
nas áreas do OPC&S. O observatório promete
ainda uma Newsletter eletrónica, de divulgação
de todas as suas iniciativas.
A curto prazo este observatório propõe-se analisar, avaliar e refletir sobre as opções estratégicas do sistema de proteção civil, socorro, segurança e comunicação, bem como, apoiar os cursos do ISEC Lisboa e propor novas abordagens
aos ciclos de estudos, garantindo uma “aberta
cooperação” com os colégios de especialidade
das ordens profissionais, Instituto Nacional de
Emergência Médica (INEM), Autoridade Nacional
de Proteção Civil (ANPC), Escola Nacional de
Bombeiros (ENB), Centro de Estudos e Formação
Autárquica (CEFA), o Centro de Formação de Jornalista (CENJOR), o Instituto de Tecnologias Navais (ITN) entre outros.
14
NOVEMBRO 2013
CASCAIS
Bernardo e Ana Rita homenageados em dia municipal
Foto: Marques Valentim
C
ascais assinalou, a 3 de
novembro, o Dia Municipal do Bombeiro, iniciativa que visa homenagear o trabalho dos homens e mulheres
que integram os cinco corpos
de bombeiros do concelho.
O evento teve como momento maior a distinção, a título
póstumo, com a Medalha Municipal de Mérito e Solidariedade
os bombeiros Ana Rita Pereira
(Alcabideche) e Bernardo Figueiredo (Estoris) que faleceram tragicamente, no passado
mês de agosto, quando combatiam um violento incêndio na
Serra do Caramulo.
Na ocasião, também os voluntários dos Estoris, que este
ano assumiram a organização
das cerimónias, agraciaram
Bernardo Figueiredo com a medalha de Grau Ouro Soldado e
atribuíram o nome do jovem e
bravo soldado da paz a uma
nova viatura de combate a incêndios.
“Nós não esquecemos”, disse
o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, recordando os voluntários
que tombaram na batalha “a
centenas de quilómetros de
casa”
Defendendo que “tudo aquilo
o que se possa fazer será sempre demasiado pequeno comparado com aquilo que estes
bombeiros deram ao seu país”,
o autarca disse ser importante
“perpetuar a memória de dois
cidadãos exemplares”.
Assim, para além da Medalha
Municipal de Solidariedade do
Município, a câmara decidiu
ainda atribuir os nomes dos
bombeiros a duas ruas que
unem as freguesias de Alcabideche e do Estoril, estando ainda prevista a instalação, num
dos parques urbanos de Cascais, de um monumento de homenagem aos voluntários do
concelho.
Em jeito de recado “a todos
aqueles que têm responsabilidades neste país”, Carlos Carreiras defendeu que “Portugal
não pode nunca mais ser complacente com este inimigo que,
ao contrário do que pensa a
maioria, não é sazonal”, dando
como exemplo de boas práticas
do município que há muito tempo “declarou uma guerra permanente aos fogos”, “doze meses por ano”, mesmo “quando
não há fumo nem fogo”.
“Combatemos os incêndios
COJA
F
Tributo aos bombeiros falecidos
oi numa cerimónia simples mas muito comovente a que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja promoveu
para homenagear os bombeiros falecidos em setembro de 2012.
No centro da localidade de
Barril de Alva foram descerradas placas alusivas e proferidas algumas palavras pelos responsáveis da associação e também da autarquia
arganilense.
Este sentido tributo terminou com uma peregrinação
até ao local do fatídico aci-
dente que vitimou Patrícia e
Pedro, cumprida por dezenas
de populares e autarcas, que
desta forma demonstraram
reconhecimento e pesar pela
morte dos bombeiros ao serviço da defesa do património
da comunidade.
Sérgio Santos
com ações de prevenção, promovendo a limpeza e manutenção dos povoamentos florestais, com ações de fogo controlado, com a manutenção de caminhos no Parque Natural
Sintra-Cascais assumindo uma
competência que não é nossa,
mas sim do Estado”. O autarca
valorizou ainda o “funcionamento em rede” de todos os
corpos de bombeiros do concelho, bem como dos restantes
agentes de proteção civil e das
instituições com jurisdição sobre a floresta.
Carlos Carreiras falou então
da bem-sucedida parceria que
impõe “uma preocupação per-
manente” em garantir aos operacionais “todos e equipamentos que garantam a sua segurança”.
Em dia de homenagem aos
homens e mulheres que servem
o lema “Vida por Vida” a LBP
agraciou ainda, com medalhas
de Coragem e Abnegação o
comandante dos Voluntários
dos Estoris, Carlos Coelho, o
chefe Joaquim Barbosa Fernandes, o subchefe Francisco Martins e os bombeiros de 2.ª Filomena Ferreira, Skeijzen Sadiku
e Nuno Vaz, a equipa que, no
dia 29 de janeiro, salvou uma
mulher apanhada pelo mar revolto da Praia da Azarujinha no
Estoril. Da mesma forma a liga
distinguiu a agente da Policia de
Segurança Pública Zélia Campelo, que presente no local, foi
“inexcedível” no apoio aos bombeiros dos Estoris.
O programa festivo, que teve
como cenário os Jardins do Casino Estoril, incluiu ainda a entrega de uma viatura de transporte adaptado a cada uma das
cinco associações. Estes veículos permitem aos bombeiros
continuar a assegurar as deslocações de uma centena de munícipes deficientes ou com mobilidade reduzida, para a escola, o emprego ou para atividades lúdico terapêuticas.
Associaram-se às comemorações, que terminaram com um
desfile apeado e motorizado, entre outras entidades, o vice-presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses, Rui Rama da Silva,
o presidente da Federação dos
Bombeiros do Distrito de Lisboa,
António Carvalho, o Comandante Operacional Distrital (CODIS)
de Lisboa, Carlos Mata, para
além de muitos operacionais e
dirigentes associativos e autarcas do concelho de Cascais.
Sofia Ribeiro
15
NOVEMBRO 2013
CACILHAS
Uma equipa que vai onde outras não vão
Criada em 1995 a Equipa de Salvamento e Resgate dos
Bombeiros Voluntários de Cacilhas é hoje exemplo de
operacionalidade. Trabalho, muito, dois treinos semanais, e
preparação física são os requisitos exigidos aos homens e
mulheres que integram este grupo de elite.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
N
uma manhã chuvosa deste
rigoroso outono, a queda
de uma pessoa numa falésia,
na Costa de Caparica, de uma
altura de cerca de 60 metros,
faz soar o alarme no quartel
dos Voluntários de Cacilhas,
que de imediato acionam para
o local a Equipa de Salvamento e Resgate. Este foi o cenário
criado para mais um dos dois
treinos que a equipa cumpre
semanalmente e que permitem apurar técnicas, testar
equipamentos e fomentar o
companheirismo, fundamental, neste tipo de missão, conforme explica aos jornalistas o
chefe Alberto Duarte, responsável por esta verdadeira brigada de intervenção especial
que “vai onde as outras não
vão”.
“Temos que nos conhecer bem, saber trabalhar
em equipa, confiar um
nos outros, só desta
forma podemos assegurar êxito nos
vários teatros
de operações”, diz Alberto
Duarte, declarando que “esta é
uma equipa que vai onde as
outras não vão”.
A Equipa de Salvamento e
Resgate dos Bombeiros de Cacilhas foi constituída em 1995,
com o objetivo de “salvar e recuperar pessoas e bens em
áreas difícil acesso, onde os
meios normais não conseguem
atuar”, nomeadamente a falésia da Arriba Fóssil ou os de
grande altura, que constituem
aliás as maiores preocupação
dos operacionais.
“Os suicídios nesta área são,
infelizmente, frequentes, e
muitas vezes só é possível o
resgate pelo topo de falésia”,
uma missão que exige muita
preparação, conforme salienta
o comandante Miguel Silva,
defendendo a importância dos
corpos de bombeiros poderem
contar com equipas “de muita
qualidade operacional”.
Todas as operações são desenvolvidas com o recurso de
técnicas de alpinismo, sendo
que muitas vezes estes operacionais cumprem a suas missões a 100 metros do solo.
“Enquanto comandante orgulho-me muitos destes bombeiros a quem são exigidos
técnica, conhecimentos e
prontidão, pois todas estas variáveis podem ser decisivas no
sucesso da operação”, acrescenta.
O 2.º comandante dos Voluntários de Cacilhas, Jorge
Paulo, que, também, integra
esta equipa, sublinha que a
“formação tanto a nível nacional e como internacional, entre
outras, nas áreas do socorrismo, técnicas de escalada, manobras de corda, salvamento e
desencarceramento e orientação”. Por outro lado, com o intuito de reciclar e ampliar conhecimentos e técnicas, o gru-
po participa, regularmente,
em ações de treino na Serra
de Estrela, na Arrábida e na
Ilha da Madeira.
“Todos os bombeiros podem
ter formação nesta área, mas
nem todos estão talhados para
este tipo de missões”, considera Jorge Paulo, adiantando que
“aos candidatos a integrar a
Equipa de Salvamento e Resgate são exigidos uma série de
requisitos, embora os testes
psicotécnicos sejam determinantes numa primeira seleção”.
Ainda assim, tem sido possível assegurar a renovação do
grupo que se prepara, agora
para receber um reforço. Bruno Portugal está a poucas semanas de terminar o estágio e
tudo indica que tem perfil para
trocar o macaco azul de “caloiro” pelo laranja usado pelos
“veteranos”, sendo certo que
o futuro continuará a exigir
“formação intensa, continua e
de longo prazo”, conforme faz
questão de sublinhar o chefe
Alberto Marques.
O trabalho deste grupo merece o reconhecimento não só
do comando, mas também da
direção que muito tem investido em equipamento, um apoio
que Miguel Silva faz questão
de valorizar, dando como
exemplo “a mais recente aquisição”, um tripé que custou à
associação mais 2500 euros. O
estrito cumprimento de todas
as regras de segurança pesa
na fatura, mas é aposta prioritária.
Esta equipa integra o 2.º comandante Jorge Paulo, o chefe
Alberto Duarte, o subchefe
José Cruz, os técnicos Ricardo
Carvalho e Mafalda Fonseca,
os
técnicos-recuperadores
Mauro Sequeira e Paulo Surgi
e o estagiário Bruno Portugal.
16
NOVEMBRO 2013
VILA REAL DE S
Gosto pela causa e v
Um enorme complexo acolhe a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Vila Real de Santo António, uma instituição
que a poucos meses de assinalar 124 anos,
assume com garbo e brio a responsabilidade
que o peso história lhe confere.
O pioneirismo de outras épocas inspira,
agora, uma nova equipa de dirigentes,
determinada a devolver à instituição todos
os símbolos que as distinguiam, mas que
nos últimos anos (quase) caíram em
desuso.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
“gosto pela causa e a
vontade de trabalhar”
levaram Nuno Pereira e
sua equipa para a direção dos
Bombeiros de Vila Real de Santo António, onde garante o presidente “muito há fazer”, nada
que, contudo, demova um punhado de homens bons “disponíveis a colaborar, a trabalhar,
em prol desta instituição centenária”, a única do país que serve dois municípios: Vila Real de
Santo António e Castro Marim,
missão assumida nos idos de
1890, mas que os atuais dirigentes continuam a cumprir
com zelo e excelência.
Embora esta não seja uma
questão pacífica, havendo
amiúde quem defenda a “separação de águas”, Nuno Pereira
garante não existirem motivos,
para alterar esta situação, defendendo mesmo que, na atual
conjuntura, uma duplicação de
meios o que “não se justifica”
Na prestação de socorro não
existem fronteiras administrativas e, assim sendo, a área de
intervenção que ronda os 60
km2, é um território único,
com uma população fixa a rondar os 23 mil habitantes. Quando a gravidade das ocorrências
o exige, nomeadamente a nível
de fogos florestais, funciona e
funcionará a triangulação de
meios envolvendo os bombeiros de Vila Real de Santo António, os de Alcoutim e os de Tavira.
Esta nova direção assumiu a
arriscada missão “de alterar, de
mudar as regras que nos últimos tempos que vigoraram
nesta casa”, tudo para recuperar “o espírito do voluntariado”,
que se começava a perder nesta instituição, conforme revela
Nuno Ferreira.
O presidente, que durante
muitos anos envergou a farda
de bombeiro, recorda outros
tempos quando a entrega à
causa, o espírito de união desta
família fomentavam o crescimento e engrandecimento da
instituição. Hoje os tempos são
outros, contudo esta equipa,
ainda em início de mandato, já
começou a “agitar as águas”.
“Esta é uma casa muito
grande de difícil gestão, mas
tudo será bem mais fácil se todos remarmos no mesmo sentido, é essa a mensagem que
estamos a passar, até porque
temos como prioridade devolver o orgulho do bombeiro voluntário aos cerca de 70 ele-
mentos que servem nesta
casa”, diz Nuno Ferreira
Em Vila Real de Santo António, como em quase todo o território algarvio, a sazonalidade
é um problema. No verão,
quando a população aumenta
exponencialmente e os níveis
de alerta são, obviamente,
mais elevados, os quartéis de
bombeiros perdem operacionais.
“No verão é difícil segurar os
voluntários, que, obviamente
aproveitam as ofertas de tra-
balho, que, na época baixa,
escasseiam tanto em Portugal
como em Espanha”, refere o
comandante, dando conta das
dificuldades de “ motivar e
aliciar as pessoas para a causa”.
Ainda assim, o comandante
Paulo Simões fala com natural
entusiasmo das escolas que
associação promove anualmente e que sempre garantem reforços a este contingente da paz, no entanto, lamenta a falta de incentivos
para que os jovens ingressem
na carreira de bombeiro, por
isso todos os procuram essa
via são na instituição muito
bem recebidos.
Esta é uma casa enorme,
com instalações que reúnem as
condições de exceção, onde na
verdade há espaço para tudo.
O complexo alia a funcionalidade da área operacional ao conforto dos espaços sociais.
No que toca a equipamentos “o quartel está bem servido, tanto a nível de “viaturas
como de equipamentos de
proteção individual”, assegura o comandante Paulo
Simões, até porque “a população espera muito dos
bombeiros e nós temos a
17
NOVEMBRO 2013
SANTO ANTÓNIO
vontade de trabalhar
obrigação responder com eficácia”.
O encerramento do Centro
de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) Algarve é uma
das questões que, quase um
ano depois da polémica decisão da tutela, ainda causa
mal-estar e merece muitas críticas. Segundo o responsável
operacional os Bombeiros de
Vila Real de Santo António ainda “sofrem com isso no dia-a-dia”, porque a centralização
na capital dos pedidos de socorro pelo 112, está na origem
de muitos “casos”, de atrasos,
de equívocos, de “uma enorme
descoordenação”, diz, denunciando que “muitos doentes
deixaram de ligar para o INEM
e passam a ligar para os bombeiros”.
“Nós saímos ao primeiro minuto, ainda que isso tenha custos para a associação, porque a
nossa missão é socorrer, salvar
vidas”, adianta Paulo Simões.
Mantendo inalterado o objeto desta instituição, fundada 15
de janeiro de 1890, o comando
e a direção do século XXI,
olham o amanhã com otimismo, e acreditam que o futuro
da instituição também passa
pelo pioneirismo, que foi a
chancela desta instituição.
Importa recordar que o visionário comandante Luís Cardoso de Figueiredo foi o ideólogo do “Serviço 202”, uma espécie de 112 local, que os bom-
beiros de Vila Real de Santo
António instituíram, em 1968,
com o intuito de “Acudir às necessidades urgentes das populações dos concelhos de Vila
Real de Santo António e outros”,
Este era um serviço marcado pela inovação, único no
país, na área do socorrismo,
assegurado em permanência
por um piquete, e que disponibilizava à comunidade “ambulâncias, médicos, enfermeiros,
parteiras e de pessoal especializado do Corpo de Bombeiros,
material de SOS, recuperadores, oxigénio, talas, injectáveis
de emergência, etc”, conforme
revelam os arquivos da associação.
E
Corpo de bombeiros
procura reforços
stão abertas inscrições para bombeiro voluntário no
quartel de Vila Real de Santo António.
O Curso de Formação Inicial de Bombeiro destina-se
a homens e mulheres dos 18 e o 45 anos de idade, e
com o 9.º ano de escolaridade, determinados a integrarem o quadro ativo.
Este curso, que tem a duração de 250 horas, terá início a 1 de janeiro e término a 31 de Dezembro.
A associação dos Bombeiros de Vila Real de Santo
António informa ainda que sendo possível reunir o mínimo 16 estagiários, como o 9.º escolaridade e ativos
no mercado de trabalho “existe a possibilidade de ministrar formação no âmbito do POPH, através de parceria com uma empresa de consultadoria e formação, que
dará acesso ao CAP de bombeiro, após a conclusão dos
diversos módulos de formação”.
18
NOVEMBRO 2013
CELORICO DE BASTO
T
A7 substitui maternidade
udo aconteceu na manhã do dia 20 de outubro, cerca das 10.30, na A7 no sentido de
Guimarães quando foi necessário parar a ambulância e fazer o parto em plena autoestrada.
Dada a chamada de emergência para o quartel os bombeiros Daniel Nazareth e Carlos Sousa partiram, como habitualmente, preparados
para tudo. Sabiam que se tratava de uma grávida mas não imaginavam do desfecho de mais
esta missão.
“Foi uma experiência extraordinária, trazer
uma criança ao mundo em plena ambulância,
foi uma experiência nova mas muito gratificante e que me enriquece muito enquanto bombeiro”, referiu Daniel Nazareth, Tripulante de
Ambulâncias de Socorro.
“Já fui visitar a mãe e menina e as duas estão bem”, adiantou o bombeiro.
SINES
O
s Bombeiros Voluntários de
Sines estiveram de prevenção, no passado dia 3, numa
prova de Kartcross/Autocross.
Durante o evento não se assinalaram quaisquer incidentes
Bombeiros fazem parto
o passado dia 21, pelas
6h22m o CODU Norte
(INEM) solicitou aos Bombeiros
Voluntários de Barcelos um pedido de socorro para a freguesia
de Tamel São Veríssimo dando
conta que no local estava uma
grávida que necessitava de ser
transportada para o Hospital de
Braga.
Para o local foi a ambulância
INEM tripulada por dois bombeiros TAS. Chegados ao local e depois de avaliarem a senhora grávida, de 28 anos e já com dois
filhos, solicitaram ao CODU
apoio da VMER (Viatura Médica
de Emergência e Reanimação),
pois o parto estava iminente.
Os bombeiros foram então informados que iria para o local a
VMER de Braga, para darem início ao transporte e quando as
viaturas se encontrassem o
transporte passaria a contar
com acompanhamento Médico.
Deram início ao transporte
assistido e já na freguesia da
Lama por volta das 07h00m, foi
necessário parar a ambulância
pois o bebé estava prestes a
nascer. Então, os dois bombeiros
ainda sem o apoio médico lá fizerem a parto sozinhos.
Depois do parto realizado a
ambulância esperou no local pela
chegada da VMER, para que a
equipa médica pode-se avaliar a
parturiente e o recém-nascido.
Depois de feita a avaliação de
ambos, verificou-se que estava
tudo bem iniciando-se novamente a marcha a caminho de Braga
Entrados na maternidade do
Hospital de Braga pela mão dos
bombeiros, mãe e recém-nascido
do sexo feminino, estão os dois
bem de saúde.
ERICEIRA
Explosão fere operacionais
m bombeiro dos Voluntários
da Ericeira ficou ferido quando combatia um incêndio no exterior de uma habitação.
Continuam por apurar as causas da explosão que provocou a
derrocada de uma parede do 1.º
andar apanhando um bombeiro
que se encontrava nas operações de combate às chamas.
A prontidão dos operacionais
da Ericeira permitiu a rápida
evacuação do ferido para a unidade hospitalar, e a eficaz resolução do sinistro.
Estiveram no teatro de operações várias equipas dos Bombeiros Voluntários da Ericeira, da
Guarda Nacional Republicana,
do INEM e do serviço municipal
de proteção civil de Mafra.
Sérgio Santos
Foto: BVE
U
com os participantes, registando-se apenas um caso de ligeira
indisposição. No local esteve
presente uma equipa de socorro,
apoiada por uma ambulância.
O evento serviu para assinalar
o aniversário da Associação
“Ases do Volante”, responsável
pela organização de provas automobilísticas que se realizam
várias vezes durante o ano na
Cadaveira, em Sines.
MARCO DE CANAVEZES
BARCELOS
N
Prevenção em prova automobilística
O
Transporte de gás em teste
município de Marco de Canaveses foi palco de um
“acidente” com um camião cisterna carregado de gás natural
liquefeito (GNL), no passado
dia 31 de outubro, mas o que
poderia ser um real não passou
de um simulacro promovido
pela Transgás, empresa do grupo Galp Energia que assegura a
gestão logística do transporte
rodoviário de GNL, em interação com o sistema de Proteção
Civil Municipal do Marco de Canaveses, com particular intervenção dos Bombeiros Voluntários de Marco de Canavezes.
Este exercício decorreu durante toda a manhã, junto ao
jardim de infância de Vila Nova,
em Tuías, com o objetivo de
testar o plano de emergência
interno desta empresa e a capacidade de intervenção das
suas equipas de resposta a
emergências deste tipo.
No local estiveram presentes
representantes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e da Direção-Geral
de Geologia e Energia (DGEG),
bem como Manuel Moreira, presidente da Câmara Municipal do
Marco de Canaveses.
Os simulacros são meios
úteis de perceber se todos os
processos estabelecidos para
tuar em determinadas situações decorrem de forma eficaz
e eficiente e permitem identificar oportunidades de melhoria.
Neste caso serviu para testar a
agilidade e operacional das
equipas. “Nunca tivemos o registo de um acidente, nem de
incidentes, mas só treinando é
que se conseguem melhorar os
processos”, explicou Gonçalo
Monteiro, responsável da Transgás.
Assegurar o transporte de
uma matéria perigosa exige
cuidados redobrados e, na execução deste simulacro, a Transgás decidiu realizar este simulacro, em colaboração com o
Serviço Municipal de Protecção
Civil do Marco de Canaveses.
Assim, a operação acabou por
envolver as equipas da GNR,
dos Bombeiros Voluntários do
Marco de Canaveses, dos GIPS
(GNR) e da Câmara do Marco
de Canaveses, que se juntaram
aos meios próprios do transportador e da empresa distribuidora local.
Além da assistência a um su-
posto atropelamento e a um capotamento da cisterna transportadora do gás, foi ainda realizada uma evacuação da escola, de forma a proteger os mais
pequenos dos efeitos do “acidente”.
Apesar de se tratar de um
gás, o simulacro não pôs em
perigo os envolvidos. “Este produto tem características especiais que acrescentam segurança, ou seja, se fosse um combustível líquido era muito mais
perigoso porque haveria derrames e mais fontes de ignição.
Mesmo que tivéssemos aqui
uma situação de fuga, devido
às características do gás natural, que é mais leve do que o ar,
ele iria subir naturalmente, não
colocando nem edifícios nem
pessoas em perigo”, informou
Gonçalo Monteiro.
No final da iniciativa, Luís Vales, vereador com o pelouro da
Proteção Civil fez um balanço
positivo. “A grande conclusão a
retirar foi que, de facto, o nosso
plano da Proteção Civil implementado está adequado e está
a responder de forma otimizada
e em tempo útil, mediante um
acidente desta natureza. Isto
permitiu-nos testar e comprovar que estamos à altura para
proteger os bens mas, principalmente, as pessoas envolvidas aqui no município de Marco
de Canaveses, em algum tipo
de situação menos positiva”,
destacou.
Na noite anterior a este exercício havia já decorrido, no Auditório Municipal do Marco de
Canaveses, uma ação de formação sobre os riscos relacionados com o transporte rodoviário de GNL e sobre os procedimentos corretos de atuação
por parte das forças de proteção e socorro e das empresas
envolvidas, em caso de acidente ou emergência.
(Com a colaboração do
jornal “A Verdade”)
19
NOVEMBRO 2013
MADEIRA
Intervenção em túneis
A
modernização da rede viária
da Madeira e sua adaptação
à orografia da ilha, caracterizada por uma sucessão de montes e vales, implicou o recurso a
um complexo e dispendioso
conjunto de infraestruturas,
onde avultam os túneis, as pontes e os viadutos.
De entre estas, os túneis,
pela sua profusão e extensão, e
ainda pelas características específicas de que se revestem,
têm constituído, para a Proteção Civil regional, uma séria
preocupação no que concerne
às condições de segurança dos
utilizadores e, não menos importante, quanto à capacidade
de intervenção em situações de
sinistro, por parte das equipas
de socorro e combate a incêndios das Corporações de Bombeiros da Região.
Para uma rede viária regional
com cerca de 650 Km, 13% da
sua extensão são túneis, ou
seja, 84 quilómetros Existem
150 túneis, 46 dos quais com
mais de 500 metros e 21 com
mais de 1000 metros.
Por essa razão, desde 2009,
o Serviço Regional de Proteção
Civil da Madeira (SRPC, IP
RAM), tendo em conta a ausência de capacidade formativa
nesta área em Portugal, especialmente quanto à sua componente prática, fez já deslocar a
Oviedo, Espanha, - onde está
sedeada a TST - Tunnel Safety
Testings, SA - 72 bombeiros das
várias corporações, uma equipa
médica de intervenção rápida
(EMIR), o responsável operacional da unidade de socorro da
delegação regional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), dez
técnicos e dirigentes do Serviço, e dois operacionais das con-
cessionárias da rede viária que
integra os principais túneis.
A TST é uma empresa certificada que gere o Centro Experimental de San Pedro de Anes,
Oviedo, onde dispõe de um túnel com 600 metros de exten-
RIBEIRA BRAVA
N
Treino na Encumeada
o âmbito do plano de formação interno, os Voluntários da
Ribeira Brava realizaram, recentemente, um exercício de
resgate em montanha nas serras da Encumeada.
No treino, que envolveu sete operacionais e duas viaturas, foi
encenado um cenário que resgate de uma vítima a mais de 60
metros de altura, uma operação com elevado risco, mas que
equipa cumpriu com êxito.
são, especificamente construído para formação, com os vários sistemas de ventilação, deteção e extinção de incêndios
instalados.
O curso, com uma carga horária de 16,5 horas, tem permi-
tido uma importante abordagem teórico prática à problemática das intervenções em incêndios em túneis, fazendo
parte do seu programa, entre
outros, os seguintes temas e
conteúdos: evolução do fogo
em túneis e observação do fenómeno de estratificação e laminação de fumo, práticas da
evolução do fumo, incidências
da ventilação, metodologias de
intervenção, sistemas de ventilação, segurança ativa, sistemas de extinção e evacuação,
abordagem ao “stress térmico”,
exercícios de orientação, busca
e resgate de sinistrados e exercícios de combate e extinção de
incêndios.
Até este momento, o investimento feito neste tipo de formação foi de cerca de 170 mil
euros, à razão de 42.500 euros
por curso, valor que engloba a
formação propriamente dita, o
aluguer de instalações e equipamentos, estadia, alimentação
e transportes aéreos e terrestres dos participantes.
Apesar dos avultados montantes investidos, o SRPC, IP
RAM, considera que a aposta na
formação nesta área tem constituído uma importante mais-valia para os bombeiros da Região, os quais, face aos riscos
específicos que os túneis representam, se encontram hoje
muito mais bem preparados
para neles intervirem em quaisquer situações de acidente e,
designadamente, de incêndios.
Razão pela qual se propõe manter a aposta, estando mesmo a
equacionar a realização, em
2014, de um curso de nível
avançado, especialmente dirigido a quadros de chefia e comando.
20
NOVEMBRO 2013
ESPINHO
Formação conjunta faz crescer agrupamento
T
erminou recentemente o
primeiro curso de instrutores do Agrupamento de Associações de Bombeiros Voluntários da Cidade de Espinho (AABVCE). Deu-se assim cumprimento a mais uma das etapas
para a unificação dos dois corpos de bombeiros existentes
na cidade de Espinho.
Há vários anos que tem vindo a ser debatida a constituição de um único corpo de
bombeiros na cidade de Espinho. Essa ação passou por várias etapas e, em 1999, houve
até uma tentativa formal de o
concretizar. Contudo, diferendos entre ambas as partes impediram então a concretização
do processo.
Nos últimos três anos, segundo refere uma nota da AABVCE, “a vontade e a visão de
futuro sensível de ambos os
comandantes dos dois corpos
de bombeiros, aliada à conjun-
tura socioeconómica e à crescente dificuldade de recursos
humanos, permitiu que a discussão fosse retomada”.
Os presidentes de ambas as
direções das associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros, aproximaram as suas posições e o diálogo em função deste novo desafio. De igual modo, a Câmara
Municipal de Espinho, diretamente através do seu presidente, também tem estado envolvida no processo desde o
início.
Em fevereiro deste ano, no
âmbito das comemorações do
85.º aniversário dos Bombeiros Voluntários Espinhenses,
foram assinados dois documentos estruturantes para a
fusão dos corpos de bombeiros: criação do Agrupamento
de Associações Humanitárias
de Bombeiros Voluntários da
Cidade de Espinho e assinatura
do Protocolo de Medidas de
Promoção da Integração dos
Corpos de Bombeiros da Cidade de Espinho.
No primeiro caso, permitiu,
com o apoio da Câmara Municipal de Espinho, lançar a candidatura ao Programa Operacional Temático de Valorização
do Território (POVT) para a
construção de um quartel de
bombeiros único na cidade, estrutura tipo 5, a maior permitida em Portugal. A candidatura
foi entregue em 31 de agosto
passado, estando neste momento em fase de avaliação. A
Câmara Municipal já disponibilizou o terreno do antigo quartel do Formal em Silvalde, com
uma área superior a 9000 metros quadrados.
A direção do Agrupamento
também já tomou posse e nomeou de imediato o coman-
dante operacional do agrupamento. A presidência do AABVCE foi assumida pelo presidente da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de
Espinho, Conde Figueiredo, e o
comando pelo comandante dos
Bombeiros Voluntários Espinhenses, Pedro Louro.
A formação conjunta é uma
das medidas assumidas com o
objetivo de “uniformização de
procedimentos e funcionamento em conjunto das diversas
estruturas funcionais, formação em conjunto e criação de
forças operacionais conjuntas
para missões específicas”. Segundo a AABVCE, “é precisamente nesse âmbito que decorreu durante duas semanas
o primeiro curso de instrutores
que visa agora dotar todos os
bombeiros de uma doutrina
comum e treino em conjunto”.
Operacionais apostam
em formação especializada
Gás reúne cerca de 30
erca de 30 elementos dos Bombeiros da Ribeira Brava (Madeira), conjuntamente com o comando, participaram, recentemente, num Curso de Prevenção e técnicas de luta Contra
Fogos de Gás (nível 1), ministrado pela DIGAL, ação que o grupo considerou importante no
reforço das aptidões destes operacionais.
O
s Bombeiros Municipais de Santarém envolveram parte do efetivo em ações de formação
especializada.
A exigência dos cursos e a especificidade das
formações permitem reforçar as aptidões dos
operacionais nas áreas de busca e resgate em
estruturas colapsadas, salvamento em grande
ângulo e escoramentos.
Sérgio Santos
BARREIRO
O
Simulacro no fórum
s Bombeiros Voluntários do Sul e Sueste (Barreiro) realizaram no dia
6 de novembro um simulacro de incêndio no interior de uma loja do
Forum Barreiro, no âmbito do respetivo Plano de Emergência Interno.
O cenário deste exercício configurou um incêndio numa loja situda no
piso 1 do centro comercial, visou testar a capacidade de intervenção do
corpo de bombeiros na resposta a situações reais.
Participaram nesta ação 12 operacionais, apoiados por quatro viaturas.
reconhecimento por parte da
organização”.
No entender do presidente
da AABVCE, Conde Figueiredo,
“o Agrupamento de Bombeiros
da Cidade de Espinho é, assim, um processo sem retorno, que vai certamente saber
preservar a história de cada
corpo de bombeiros, mas que
vai também criar um novo capítulo, possibilitando uma economia de escala a longo prazo,
uma importante melhoria em
termos operacionais no socorro à população de Espinho e
na ajuda externa ao concelho,
retirando as atuais estruturas
de um risco enorme de sustentabilidade que assola muitos corpos de bombeiros do
país”.
SANTARÉM
RIBEIRA BRAVA
C
Segundo o comandante Pedro Louro, “foi uma formação
intensiva apelidada de “formação quebra mitos” devido às
várias barreiras de técnicas e
procedimentos que se alteraram, mas o verdadeiro mito
quebrado foi o da impossibilidade dos dois corpos de bombeiros trabalharem em conjunto e, com isso, melhorarem
a sua resposta operacional”.
Exemplo do bom andamento desse processo, segundo o
mesmo responsável, “foi em
maio último a força operacional conjunta para representar
os Bombeiros da Cidade de Espinho num exercício internacional de catástrofe em Sevilha (Espanha), cujos resultados foram alvo de distinção e
21
NOVEMBRO 2013
SINES
O
Exercício na Euroresinas
mês de novembro, ficou
marcado por mais um exercício operacional numa das fábricas do complexo industrial
de Sines. O exercício deu-se no
passado dia 20, de manhã, e
teve a participação conjunta
entre os Bombeiros Voluntários
de Sines e a equipa da Euroresinas.
O teatro de operações contou com uma suposta rotura numa armazenagem de formaldeído,
prontamente controlada pela equipa de primeira
intervenção da Euroresinas. Em seguida, coube
aos bombeiros o socorro a uma suposta vitima e
a certificação se a válvula estaria corretamente
isolada e fechada, recorrendo ao equipamento de
proteção individual, técnicas e procedimentos
adequados, sempre acompanhados pela equipa
de primeira intervenção da Euroresinas.
O exercício contou com a presença de 13 operacionais, um veículo urbano de combate a incêndios, duas ambulâncias de socorro, um veículo
tanque e um de comando.
No local esteve também presente o delegado
da Proteção Civil Municipal de Sines que, a par de
outros exercícios, tem tido a preocupação de
acompanhar os bombeiros nas suas missões,
prestando todo o apoio necessário e dando sempre a sua importante contribuição.
O formaldeído tem um baixo risco de incêndio
mas, no entanto, acarreta algumas preocupações
para o ambiente e para o ser humano, tornando
assim o cenário deste teatro de operações bastante interessante e especifico para a formação
do Bombeiro.
Segundo o comando dos Voluntários de Sines,
“este exercício possibilitou uma aproximação do
nosso corpo de bombeiros à Euroresinas, fomentando o diálogo e conhecimento entres ambas a
instituições, fatores importantíssimos em possíveis intervenções que possam vir a acontecer”.
ALCANENA
Resgate nas nascentes do Alviela
LISBOA
Treino conjunto em acidentes ferroviários
O
s operacionais dos corpos de
bombeiros de Arruda dos Vinhos
e Odivelas participaram este mês de
novembro num treino na vertente
dos acidentes ferroviários.
Este treino incluiu ações de desencarceramento ferroviário e rodoviário, e ainda as técnicas de elevação
de emergência dos equipamentos de
circulação.
A formação, conduzida por instrutores dos corpos de bombeiros de Algés, Camarate e Odivelas, realizou-se nas instalações da empresa
“Transucatas” que tem vindo a colaborar com os
bombeiros na cedência do material circulante.
No balanço desta iniciativa os intervenientes,
sublinham a importância desta formação que pri-
vilegiou a componente técnica, mas também o
trabalho de equipa, fomentando nos operacionais
a motivação e a entreajuda.
Sérgio Santos
PORTO
Simulacros nos hospitais
O
O
desaparecimento de dois
alunos, durante um visita
de estudo às nascentes de
Olhos de Água, no Rio Alviela,
foi cenário recriado pelos Bombeiros Municipais de Alcanena,
num exercício de resgate e salvamento em grande ângulo.
Tendo em conta que uma das
vítimas se encontrava caída no
interior de uma gruta junto do
leito do rio e a outra estava desaparecida, a intervenção das
equipas de socorro centrou-se
na estabilização do politraumatizado, retirado do local com recurso a equipamento de resgate. Entretanto, uma equipa cinotécnica encontrou o outro jovem.
Esta ação de treino envolveu
40 operacionais e 10 veículos
dos corpos de bombeiros de Alcanena, Minde, Constância e
ainda a Força Especial de Bombeiros – Canarinhos, Serviço
Municipal de Proteção Civil e
Guarda Nacional Republicana.
Sérgio Santos
Batalhão de Sapadores
Bombeiros do Porto (BSB)
realizou no passado dia 13 no
Hospital de S. António, e, no
dia 19, no Hospital de S. João,
no Porto, exercícios de simulacro de incêndio, com o objetivo principal de testar os planos de emergência internos
dos dois estabelecimentos.
No decorrer dos exercícios,
foi feita a evacuação parcial
dos Hospitais e assistiu-se à
atuação das equipas de primeira intervenção, que utilizaram extintores e os carretéis
do sistema de incêndios do
hospital.
Os elementos do BSB, depois de chegarem ao local,
efetuaram busca e salvamento
às enfermarias afetadas e extinguiram os “incêndios”.
Participaram também nos simulacros a PSP e o INEM.
Os simulacros pretendem testar a capacidade de resposta
dos hospitais em caso de emergência, nomeadamente, em
caso de ocorrência de um incêndio nas infraestruturas do hospital, e, articular a resposta à
CARCAVELOS E SD RANA
O
Chefes de equipa certificam competências
s Bombeiros Voluntários de Carcavelos e S. Domingos de Rana promoveram entre 13 e 17 de
Novembro, um curso de salvamento e desencarceramento para chefes de equipa num total de 25 horas.
Com este curso 10 elementos com responsabilidades de chefia naquele corpo de bombeiros viram certificadas as suas competências.
Para o comandante Paulo Santos, importa dirigir
“um agradecimento ao segundo comandante dos Voluntários de Linda-a-Pastora, João Gouveia, pela forma voluntária como ministrou o referido curso”.
emergência com as equipas de
socorro externas.
Estes simulacros são uma boa
forma de treino para os operacionais do BSB porque ficam a
conhecer melhor as infraestruturas e os seus riscos, e, treinam na prática os seus conhecimentos.
Sendo o socorro uma tarefa
de todos para todos, enaltece-se a evolução da cultura de segurança das instituições como
prioritária na gestão de crises.
Textos e fotografias:
Subchefe 2ª classe António Oliveira
22
BUCELAS
FÁTIMA
Comandante toma posse
Estrutura reforçada
corpo de bombeiros da Associação Humanitária dos
Bombeiros de Bucelas tem um
novo comandante. Trata-se de
Rui Máximo Santos, bombeiro
voluntário de carreira, licenciado em Geografia Física e técnico superior de Higiene e Segurança no Trabalho.
O comandante Rui Santos ingressou nos Voluntários de Loures em 1985, foi promovido a
bombeiro de 3.ª em 86 e prosseguiu nos diferentes postos
até chefe, em 2001, passando a
liderar a 2.ª secção daquele
corpo de bombeiros.
Em 2003, Rui Santos foi nomeado 2.º comandante dos Voluntários do Zambujal, até
2007. Nesse ano, foi convidado
para comandante dos Bombeiros de Sacavém, onde se manteve no exercício dessas funções durante dois anos e meio.
E, em Maio último, aceitou o
convite que lhe foi dirigido para
assumir o comando dos Voluntários de Loures.
O comandante Rui Santos,
profissionalmente, exerceu funções no serviço municipal de
protecção civil de Loures durante 17 anos, tendo sido o seu
primeiro técnico. Em 2007, por
decisão da administração municipal passou a exercer funções
de técnico na área do planeamento de equipamentos e infraestruturas. A partir de Janei-
O
Foto: Marques Valentim
O
NOVEMBRO 2013
comando dos Bombeiros
Voluntários de Fátima conta
com dois novos adjuntos, Pedro
Pereira e Hugo Fonseca, cuja
posse decorreu recentemente.
Pedro Pereira é bombeiro
desde 2000. Ingressou inicialmente nos Voluntários de Leiria
e em 2010 pediu transferência
para os Bombeiros de Fátima.
Hugo Fonseca começou a
carreira de bombeiro em 1998
nos Voluntários de Ourém e pediu transferência para os Bombeiros de Fátima em 2004.
ALBUFEIRA
Quartel acolhe 14 recrutas
ro de 2011 acompanha as equipas de sapadores florestais ao
serviço do município de Loures
e é responsável pelo gabinete
técnico florestal municipal.
Participaram na sessão de tomada de posse realizada no
“Quartel Gustavo Soromenho”
diversas entidades, nomeadamente, a presidente da Assembleia Municipal de Loures, Fernanda Santos, a vice-presiden-
te da assembleia-geral da instituição, Carla Reis, os vice
presidentes da Liga dos Bombeiros Portugueses e da Federação de Bombeiros do Distrito
de Lisboa, respectivamente, Rui
Rama da Silva e Pedro Araújo, o
comandante distrital de socorro
da ANPC, Carlos Mata, o presidente da direção, José Falcão
Ribeiro, bem como os restantes
órgãos sociais da Associação.
C
omando e direção dos Bombeiros de Albufeira, receberam, o passado dia 2 de novembro, os 14 elementos, que concluíram com
sucesso o processo de seleção, ingressando no
Curso de Instrução Inicial de Bombeiro.
Ao longo de aproximadamente oito meses,
duas vezes por semana, os recrutas vão frequentar um programa de formação, com cerca
de 350 horas, composto por seis módulos versando matérias como a Introdução ao Serviço
de Bombeiros; Técnicas de Socorrismo; Equipamentos, Manobras e Veículos; Técnicas de
Salvamento e Desencarceramento; Operações
de Extinção de Incêndios Urbanos e Industriais; Operações de Extinção de Incêndios Florestais.
CANTANHEDE
Forum marca comemorações
A
s comemorações do 111.º
aniversário da Associação
Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) iniciaram-se a 26 de outubro com o fórum “Contributo do
Bombeiro perante o Doente
Hemodialisado”, iniciativa do
gabinete de saúde, coordenado
pelo médico Jorge Balteiro, e
que contou com a presença de
vários profissionais da área da
saúde, bombeiros, autarcas e
público em geral.
Na conferência científica, o
nefrologista Rui Alves (CHUC)
referiu que o número de doentes hemodialisados vai aumentar com o envelhecimento da
população. Neste momento, a
ARS do Centro gera 19 por cento do total de doentes a nível
nacional, a maioria do século
masculino (12%), com mais de
65 anos (60%), com baixo grau
de escolaridade (mais de 50
por cento são analfabetos ou
têm o 4º ano), sendo que 12
por cento se deslocam em cadeira de rodas e 7 por cento em
maca, assim sendo doentes
com pouca ou nenhuma autonomia, muito frágeis e com
graves carências.
Na perspetiva de técnico,
Fernando Macário, nefrologista
e presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, o
cumprimento dos horários é
importante no transporte dos
doentes hemodialisados, assim
como a observância das normas de segurança e a qualidade do transporte, sobretudo no
regresso a casa.
A experiência da AHBVC no
transporte dos doentes hemodialisados foi testemunhada
pelo adjunto de comando Nuno
Carvalho e pelo bombeiro e enfermeiro José Reis, que defenderam a adequação a condução
ao trajeto de forma a criar o
mínimo de desconforto aos
doentes, bem como respeitar e
valorizar as suas queixas. O in-
tercâmbio humano e pessoal
entre os bombeiros e os doentes aumenta a autoestima e a
confiança destes, melhora a
comunicação e alivia a ansiedade. Um inquérito de satisfação
realizado pela AHBVC em 2013
revelou um grau de satisfação
muito elevado com 35,1% dos
doentes satisfeitos e 64,9 por
cento totalmente satisfeitos
com o serviço prestado pelos
Bombeiros de Cantanhede.
No encerramento do fórum,
Rogério Marques, referiu que a
adesão á iniciativa “superou as
melhores expectativas”; confirmando “o interesse do assunto,
a qualidade das intervenções e
dos testemunhos apresentados”..
Ao início da manhã de 27 de
outubro, no cumprimento do
programa do aniversário, após
o içar das bandeiras no quartel
realizou-se a romagem ao ce-
mitério, com a deposição de
uma coroa de flores na sepultura de Fausto Torres, o único
bombeiro falecido ao serviço da
associação, numa homenagem
extensível a todos os elementos dos órgãos sociais e bombeiros que já partiram.
Seguidamente foi inaugurada a exposição de fotografia,
resultado de um trabalho realizado pela FotografARTE. A
mostra contemplou cerca de 30
imagens alusivas aos Voluntários de Cantanhede que foram
ofertadas para angariação de
fundos para a instituição.
Nessa inauguração, o comandante Jorge Jesus, apelou
à urgência de cada um “ver as
suas obrigações, os seus deveres de cidadãos perante uma
nação que vai definhando ano
após ano por causa das cicatrizes profundas, sulcadas a negro na paisagem agreste”. Ter-
minou deixando ficar um “sincero reconhecimento a todos
os valorosos soldados da paz
de Cantanhede, do distrito de
Coimbra, e de Portugal, que
sempre deram o melhor de si, e
muito particular aos familiares
da Ana Rita, Cátia Pereira, Bernardo Cardoso, Bernardo Figueiredo, Daniel Falcão, Fernando Reis, Pedro Rodrigues e
António Pereira” (bombeiros falecidos nos incêndios deste Verão).
O presidente da direção da
AHBVC fez um balanço positivo
dos três anos transatos, agradecendo o esforço de todos
com o qual foi possível aumentar significativamente o trabalho operacional e consequentemente assegurar a estabilidade
financeira da instituição, referindo, no entanto, que “o reapetrechamento de uma corporação de bombeiros é um tra-
balho inacabado face às exigências
crescentes”,
apresentando alguns projetos
para o futuro.
Na presença do presidente
do município, João Carlos Vidaurre Pais de Moura, foi descerrada uma placa no parque
de viaturas em homenagem a
José Trindade Dias Vidaurre, bisavô do autarca e primeiro comandante e grande impulsionador da criação do Corpo de
Bombeiros de Cantanhede.
Depois da missa solene, o
padre Luís Francisco peocedeu
à bênção de uma ambulância
de socorro ABSC05, de um veículo de comando tático e de
uma mota de água de socorro
náutico, esta última oferecida
por Manuel Pereira Simões Moreira de Pedralva-Vilarinho do
Bairro, na pessoa do seu filho,
Luís Manuel Jesus Moreira, residente em Cantanhede.
23
NOVEMBRO 2013
CAMPO DE OURIQUE
Bombeiros homenageiam autarcas
N
ove autarcas da cidade de
Lisboa foram homenageados
pela Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de Campo
de Ourique no decurso da sessão
solene comemorativa do 97.º
aniversário da instituição.
A homenagem, por proposta
da direção, traduziu-se na atribuição da medalha de serviços
distintos grau cobre da Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP) a 7
deles e a mesma medalha, grau
prata, a mais 2. No primeiro
caso, foram distinguidos, os presidentes das juntas de freguesia,
da Ajuda, José Videira, de Campolide, André Couto e Miguel
Marques (vice), de Alcântara,
Maria Isabel Faria, dos Prazeres,
João Manuel Pereira, de Santo
Condestável, Pedro Cegonho, e
de S. Francisco Xavier, José Filipe
Carvalhosa. No segundo caso, da
medalha grau prata, foram distinguidos os presidentes das juntas de freguesia de Santa Maria
de Belém e Santa Isabel, respetivamente, Fernando Rosa e João
Serra.
Outro ponto alto da cerimónia
foi a entrega do crachá de ouro
da LBP ao subchefe Rudesindo
Alves da Rocha, após 35 anos de
efetiva e laboriosa atividade nos
bombeiros.
A sessão solene foi presidida
pelo vereador da Câmara Municipal de Lisboa responsável pela
proteção civil, Carlos Castro, na
presença dos vice presidentes da
LBP e da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, respetivamente, Rui Rama da Silva e
Rui Ferreira, do comandante distrital da ANPC, Carlos Mata, do
comandante do Regimento de
Sapadores Bombeiros de Lisboa,
Joaquim Leitão.
Na oportunidade, o representante da LBP, lembrou à Câmara
Municipal de Lisboa os protocolos
com as associações de bombeiros voluntários da cidade, anunciados há anos precisamente
AGUALVA-CACÉM
Reforços em dia de aniversário
A
passagem do 82.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Agualva – Cacém ficou
marcada pelo vasto reconhecimento ao trabalho e dedicação
dos soldados da paz, mensagem que transpareceu em todas as intervenções, nomeadamente, na do presidente da
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime
Marta Soares.
Numa cerimónia realizada no
dia 17 de novembro foram muitos os convidados e população
em geral que se juntaram no
largo da república para assistir
a uma briosa formatura do corpo ativo que honradamente recebeu as entidades convidadas.
Já no salão nobre alguns associados viram os seus anos de
amizade para com a associação
serem distinguidos com emblemas, a que foram seguidos alguns bombeiros com medalhas
por vários anos de bons e efetivos serviços da Liga dos Bombeiros Portugueses, Câmara
Municipal de Sintra e da própria
associação.
A aposta no futuro do corpo
de bombeiros ficou patente
com a promoção de 12 elementos que nesta data integraram
o corpo ativo, após o juramento ao lema “vida por vida”.
Houve ainda a imposição dos
galões de adjunto de comando
ao oficial bombeiro de 2.ª Luís
Luz.
No decorrer das intervenções
o presidente da direção Luís
Silva e o comandante Luís Pimentel, reforçaram o trabalho
coeso e num único rumo para a
estabilidade da instituição, que
tem um crescimento tanto associativo como operacional que
impõe uma gestão rigorosa.
Agradecimentos a autarquia de
Sintra e empresas locais também foram proferidos como
parceiros fundamentais para o
melhoramento das capacidades
do corpo de bombeiros.
No âmbito operacional, foram traçados elogios ao perfil
dos operacionais que tem sabido responder prontamente a
todas as solicitações, sendo
para o comando necessário
continuar a apostar na formação dos bombeiros e no ingresso de mais jovens nas fileiras,
como mais uma dezena que
irão incorporar para breve uma
nova recruta.
A efeméride contou ainda
com a inauguração de um monumento de homenagem ao
ALVERCA
A
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Alverca comemorou 87.º aniversário com uma cerimónia
que reuniu esta grande família.
Iniciada com o habitual hastear das bandeiras, esta celebração incluiu a romagem ao
cemitério da cidade onde foi
prestada uma honrada homenagem aos dirigentes e bombeiros falecidos.
Já no quartel foram entregues medalhas da Liga dos
Bombeiros Portugueses a vários
bombeiros por 5, 10, 15 e 20
anos de bons e efetivos serviços
prestados à causa do voluntariado.
Sérgio Santos
Família reunida
bombeiro Isidro Amadeu Silva
e ainda a abertura de uma artéria daquela cidade com o
nome do 2.º comandante Henrique Amaro.
Entre as entidades convidadas destacam-se o presidente
da Câmara Municipal de Sintra,
Basílio Horta; o presidente da
LBP; o diretor nacional de bombeiros, Pedro Lopes (ANPC); o
comandante Pedro Araújo da
Federação bombeiros de Lisboa; o comandante distrital
Carlos Mata e representantes
de associações congéneres do
distrito.
Sérgio Santos
numa sessão comemorativa dos
Voluntários de Campo de Ourique, e que afinal ainda não saíram do papel. Os protocolos estabeleciam uma estratégia conjunta de intervenção dos voluntários e sapadores na prestação
do socorro na cidade de Lisboa,
com deveres e meios a disponibilizar que, no segundo caso, nunca se vieram a concretizar.
24
NOVEMBRO 2013
MORTÁGUA
Associação assinala 90.º aniversário
N
o dia 27 de outubro, os Voluntários de Mortágua comemoraram o 90.º aniversário, com o
vasto programa que incluiu a formatura e o hastear da bandeira,
o desfile apeado e motorizado,
assinalando a chegada ao quartel
de uma nova viatura ligeira de
combate a incêndios florestais.
Marcaram presença no desfile
a fanfarra de Santa Comba Dão,
bem como representantes dos
Bombeiros de Schengen, com
quem a instituição de Mortágua
mantém “uma relação de amizade e uma parceria de muitos
anos”. Coube aos convidados luxemburgueses o privilégio da
abertura do desfile e a condução
do carro mais antigo da associação, que pode ser visto durante
todo o ano no átrio principal do
quartel.
As comemorações continuaram no pavilhão gimnodesportivo
do quartel, com a sessão solene,
bem como a entrega das medalhas de assiduidade e serviços
prestados aos bombeiros e a troca de lembranças entre os bombeiros de Mortágua e os de
Schengen.
Associaram-se às comemorações, entre outras entidades,
Jaime Marta Soares, presidente
da Liga dos Bombeiros Portugueses, Pedro Lopes, Diretor Nacional dos Bombeiros Marc Mamer,
presidente da federação dos
bombeiros do Luxemburgo e o
comandante de Wormeldange
Erni Schumacher.
SEVER DO VOUGA
Dezassete novos bombeiros asseguram futuro
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Sever do Vouga comemorou o 53.º
aniversário com a inauguração
de duas viaturas operacionais e
promoções a bombeiros e a chefes.
Foram promovidos 17 elementos estagiários a bombeiros e os
subchefes, João Oliveira e Joaquim Asêncio, ao posto de chefe.
Antes desta cerimónia decorreu a tradicional formatura, o
hastear das bandeiras, a romagem aos cemitérios e a missa em
memória de bombeiros, associados e dirigentes falecidos, celebrada na igreja matriz pelo padre
Alberto Gomariz.
Mais tarde decorreu a bênção
e inauguração das duas novas
viaturas, um autotanque ofereci-
do pela empresa “Grupo A. Silva
Matos” e um veículo urbano de
combate a incêndios (VUCI), obtido através de candidatura ao
QREN no valor de mais de 188
mil euros, comparticipado em 85
por cento e o restante custeado
pela Câmara Municipal de Sever
do Vouga.
No âmbito do aniversário foram ainda apresentadas as obras
de remodelação e ampliação do
quartel, também suportadas no
âmbito do QREN e com apoio
municipal, que implicaram um
investimento de 188 mil euros. A
intervenção permitiu um melhor
aproveitamento do espaço tornando-o mais funcional e qualificado já que, segundo o presidente da direção, António Rodrigues,
“ o edifício encontrava-se num
elevado estado de degradação”.
Para o comandante Sebastião
Lourenço, as obras revestiram-se de particular importância ao
garantirem melhores condições
de habitabilidade para os bombeiros e, entre outros aspetos,
resguardar também as viaturas.
A direção e o comando, sublinham as melhorias alcançadas,
que eram inadiáveis, mas não
deixam de referir que a operacionalidade do quartel vai continuar
a não ser a melhor, apontando os
constrangimentos existentes a
isso. No futuro, segundo os mes-
mos responsáveis, será necessário dotar os bombeiros de um
quartel amplo e térreo ao contrário do modelo em altura que ainda mantém há 30 anos.
Durante a sessão comemorativa foi lembrada a campanha em
curso para a obtenção de uma
ambulância de socorro fruto da
parceria entre a Associação e Rotary Clube de Sever do Vouga.
Essa questão foi também abordada pelo novo presidente da
Câmara Municipal, António Coutinho, neste primeiro ato público
após posse.
25
NOVEMBRO 2013
SANTA MARINHA DO ZÊZERE
Comemorado um quarto de século
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de
Santa Marinha do Zêzere, comemorou em 20 de outubro último
o 25.º aniversário.
O programa comemorativo incluiu uma homenagem aos 19
fundadores, que ainda se mantém no ativo, e a atribuição do
crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) ao comandante do Quadro de Honra
(QH) José Miranda.
As comemorações tiveram
também como pontos altos as
inaugurações do Núcleo de Proteção e Sensibilização Ambiental, de uma viatura de combate
a incêndios e outra de transporte
de doentes. As respetivas inau-
gurações foram apadrinhadas,
respetivamente, pelo secretário
de Estado da Administração Interna, Filipe Lobo d’Ávila, pelo
presidente da Câmara Municipal
de Baião, José Luís Carneiro, e
pelo gerente da firma “Mediação
de Seguros, Lda.”, Paulo Portela.
Durante a sessão solene foram entregues várias condecorações, com destaque para a
medalha de dedicação - grau
ouro da Federação de Bombeiros
do Distrito do Porto, entregues
aos 19 elementos da fundação
do corpo de bombeiros que ainda se mantém no ativo, a medalha de serviços distintos grau
prata da LBP a três diretores dos
órgãos sociais cessantes, a me-
dalha de serviços distintos grau
ouro da LBP ao presidente da
Câmara Municipal de Baião, José
Luís Carneiro, e o crachá de ouro
da LBP ao comandante do QH,
José Miranda.
Entretanto, no decorrer da
sessão tomaram posse, o novo
comandante, Márcio Vil, o 2.º
comandante, Fernando Pinto, e
o adjunto de comando, Rodrigo
Jesus.
As comemorações prosseguiram com o desfile apeado e motorizado de todo o corpo de
bombeiros, presenciado por centenas de pessoas que aplaudiram os bombeiros à passagem.
TROFA
Quartel recebe ambulância e equipamentos em dia de festa
Nas comemorações do 37.º aniversário, a
Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários da Trofa recebeu uma
ambulância e alguns equipamentos para
melhorar o serviço em prol da comunidade.
Cátia Veloso/ “Jornal O Noticias da Trofa”
[email protected]
A
30 de setembro de 1976
nasceu oficialmente a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa.
Trinta e sete anos depois, a coletividade que presta um serviço único no concelho à população tem muitas histórias para
contar, mas também muitas necessidades para colmatar.
Nas comemorações do 37.º
aniversário, para ajudar a corporação a apetrechar os meios
utilizados na missão de servir a
comunidade, o grupo Frezite
ofereceu uma ambulância de
socorro pré-hospitalar.
Segundo o presidente do conselho de administração, José
Manuel Fernandes, “já há algum
tempo” que o grupo “pensava
em participar”, até para corresponder à “cultura de responsabilidade social”. “Quando me
contactaram pela primeira vez,
tomei logo a decisão. Cinquenta
por cento estava decidido e, depois, reuni com o grupo e as coisas correram normalmente. É
uma satisfação para o grupo e
colaboradores termos assumido
esta posição e correspondermos
à criação de valor integrado
que, para nós, é uma envolvente da empresa com a sociedade
e um retorno da empresa para a
sociedade”, explica.
A ambulância vai reforçar o
parque automóvel, mas não cobre todas as necessidades, res-
salva o presidente da associação humanitária. Pedro Ortiga
esclarecendo que a nova viatura vem substituir “uma que ficou totalmente inutilizada”,
num acidente ocorrido no verão, mas à data do sinistro, a
direção já pensava adquirir uma
viatura similar, para render uma
que está “com elevadíssima
quilometragem”. “Mantemos a
necessidade de urgência de outra ambulância similar a esta,
mas esta preciosa colaboração
permite, no imediato, colmatar
algo que podia colocar em causa a disponibilidade permanente de meios em quantidade,
para o socorro pré-hospitalar”,
afirma.
Em dia de aniversário, os
bombeiros foram ainda agraciados com um monitor de sinais
vitais, dádiva das empresas Armaco e Trofa Malhas, um desfibrilhador, oferecido pela Fisitrofa, e 40 lanternas adquiridas
com uma verba angariada na
campanha feita nas redes sociais e na qual a população contribuiu “com cerca de mil euros”.
Apesar das doações, a lista
de carências não se fica por
aqui e estende-se a “novos
meios de comunicação via rá-
dio, reforço e reposição de
equipamentos de proteção individual ao bombeiros, entre outras de cariz financeiro, que
permitam manter sempre o esforço na formação permanente
dos valiosos recursos humanos,
que são os bombeiros”.
CABANAS DE VIRIATO
A
7 de setembro de 1935 nascia em
Cabanas de Viriato a Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários, uma instituição que aos 78 anos
muito se desenvolveu garantindo uma
posição de relevo no seio da comunidade.
Em ambiente familiar decorriam os
festejos de mais um aniversário que incluíram o tradicional hastear das bandeiras, a visita ao monumento ao bombeiro no cemitério local, onde foram
recordados os bombeiros e diretores já
falecidos com lembrança especial para
o bombeiros Luís Carlos Gomes Nobre
que perdeu a vida a 23 de fevereiro
deste ano. Mais tarde foi celebrada
missa, pelo Pe. Marco Cabral, a na igreja paroquial, ao que se seguiu a sessão
solene no salão nobre do antigo quartel
”O Teatro”.
Marcaram presença na sessão, entre
outras entidades o presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal, Atí-
Ao serviço da população há 78 anos população
lio Nunes, o presidente da Federação
de Bombeiros do Distrito de Viseu, Rebelo Marinho, o Comandante Operacional Distrital de Viseu, Tenente Coronel
Lúcio Campos e em representação da
Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandante dos bombeiros de Moimenta
da Beira José Requeijo.
Cumprido um minuto de silencio em
memória dos bombeiros falecidos em
serviço, a sessão teve ainda como momentos maiores a atribuição do diplo-
ma de sócio benemérito à empresa Riportico Engenharia e a atribuição do
crachá de ouro da Liga dos Bombeiros
Portugueses ao presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária
de Cabanas de Viriato, José Pereira
Dias, em reconhecimento pela “entrega
e dedicação à causa dos bombeiros voluntários”.
Quase todos os oradores recordaram
o terrível verão pelo qual passaram os
bombeiros de Portugal, em especial os
do distrito de Viseu, que perderam Cátia Pereira Dias e de Bernardo Cardoso
dos Voluntários de Carregal do Sal.
Após a sessão solene, já no novo
quartel foram inaugurados e benzidos
dois novos veículos de combate a incêndios florestais e uma torre de iluminação, oferta de uma conceituada empresa, recuperada por amigos e elementos do corpo de bombeiros.
As comemorações prosseguiram com
descerramento de uma placa homena-
geia o município de Carregal do Sal, na
pessoa do presidente Atílio Santos Nunes, pelo apoio dado à instituição na
construção do novo quartel.
A fechar os festejos o desfile motorizado e o tradicional almoço convívio,
confecionado e servido pelos elementos dos órgãos sociais “com a ajuda de
duas cozinheiras de mão cheia”.
Que venham mais 78 anos de muita
entrega e dedicação à população!
Filipa Rodrigues
26
NOVEMBRO 2013
ALCANENA
Tributo aos da casa
O
s Municipais de Alcanena
assinalaram o 73.º aniversário reconhecendo o serviço
exemplar prestado à comunidade pelos seus bombeiros.
O programa comemorativo
integrou a romagem ao cemitério e a justa homenagem aos
bombeiros falecidos e ainda a
distinção de vários elementos
com medalhas da Liga dos
Bombeiros Portugueses pelos
vários anos de serviço cumprido.
Já durante a sessão solene
os efetivos receberam elogios
pela ação desenvolvida na época dos incêndios florestais,
bem como em muitas outras
missões que lhe são confiadas,
conforme salientou o comandante Jorge Frazão.
Na ocasião, o responsável
operacional referiu ainda que o
veiculo tanque que, recentemente, sofreu um acidente
num teatro de operações, será
substituído por um de maior
capacidade, que será adquirido
pela autarquia com apoio da
Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Por sua vez, a presidente da
câmara municipal de Alcanena, Fernanda Asseiceira salientou o empenho do executivo em intensificar o trabalho
que une autarquia, população
e beneméritos considerando
que só desta forma será possí-
vel dar seguimento aos melhoramentos no quartel e o apetrechamento do corpo de
bombeiros.
Marcaram presença na na
cerimónia, o comandante Adelino Gomes, em representação
da Liga dos Bombeiros Portu-
gueses, o 2º comandante distrital da ANPC José Guilherme,
o comandante Vítor Bertelo da
Federação dos Bombeiros do
Distrito de Santarém e representantes da Guarda Nacional
Republicana.
Sérgio Santos
CORUCHE
Aniversário com novos operacionais e veículos
O
85.º aniversário dos Bombeiros Municipais de
Coruche ficou marcado pela inauguração de
dois novos veículos e o ingresso de novos elementos no corpo ativo.
A efeméride realizada na Praça da Água juntou
inúmeros populares que assistiram à inauguração
e bênção de um veículo ligeiro de combate a incêndios (VLCI), de uma ambulância de transporte
de doentes (ABTD) e ainda de um desfibrilhador
automático externo (DAE), equipamentos adquiridos com apoio de algumas empresas locais e
com fundos angariados em várias campanhas.
No momento das alocuções, o presidente da
autarquia de Coruche, Dionísio Mendes disse que
os novos veículos visam reforçar a primeira intervenção, deixando um agradecimento especial aos
operacionais. O edil terminou apelando à união
do corpo de bombeiros para que seja possível
manter “um trabalho brilhante ao serviço da comunidade”.
Por sua vez, o comandante Luís Fonseca mostrou-se satisfeito pela entrega dos seus bombei-
ros na época do dispositivo de combate aos incêndios florestais, realçando a resposta enérgica
dos operacionais. Reforçar a prontidão, alterando
métodos de trabalho foi um dos aspetos ressalvados pelo responsável operacional que encontra
no trabalho desta equipa a exigência essencial
para a prestação de um serviço de excelência à
comunidade.
Na ocasião, foi ainda inaugurado um memorial
no talhão dos bombeiros no cemitério local.
Marcaram ainda a celebrações a atribuição de
medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e
da autarquia a vários elementos do corpo ativo e
o ingresso de três elementos, um reforço importante para os Municipais de Coruche.
Sérgio Santos
PRAIA DA VITÓRIA
Fotos: BVPV
Associação distingue bombeiros
A
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Praia da Vitória, ilha Terceira
nos Açores comemorou a passagem do seu 29.º aniversário
distinguindo os seus bombeiros.
A cerimónia reuniu inúmeros
convidados, recebidos por uma
imponente formatura do corpo
ativo e da charanga, numa clara demonstração do brio e do
rigor imposto a este do corpo
de bombeiros.
Reconhecer a dedicação dos
homens e mulheres que, norteados pelo lema “vida por
vida”, prestam serviço voluntário foi o principal momento da
sessão solene com a condecoração de alguns operacionais
com medalhas da Liga dos
Bombeiros Portugueses por 5,
10, 15, 20 e 25 anos de serviço.
Houve ainda promoções na
carreira de bombeiro nas categorias de bombeiro de 3.ª, 2.ª
e 1.ª e 14 estagiários receberam os respetivos machados.
O presidente da direção e o
comandante Eduardo Arruda
foram unânimes no reconhecimento do desempenho dos soldados da paz, destacando
aqueles que abdicaram das
suas férias para, nos meses de
agosto e setembro, marcarem
presença no combate aos incêndios nos concelhos de Mação e Sardoal. Neste âmbito foram distinguidos o chefe Alexandre Cunha, os subchefes
Ricardo Silva, Fernando Leite,
José Luís Melo, os bombeiros
de 1.ª Hélder Lima, Bruno Espínola, Leonel Raimundo e os de
2.ª Carlos Pacheco, Maria Rita
Costa e Hugo Sales.
Este ano, o bombeiro de 2.ª
Pedro Fabiano Barcelos recebeu o título de “Bombeiro do
Ano”, um galardão instituído
pela associação da Praia da Vitória.
Nesta ocasião, foi ainda inaugurado, pelo secretário regional
da saúde, Luís Cabral, o monu-
mento “Vida por Vida” junto da
fachada principal do quartel.
As comemorações do 29.º
aniversário dos Voluntários da
Praia da Vitória ficaram ainda
marcadas pela assinatura do
acordo de geminação que une
os bombeiros terceirenses aos
seus congéneres do Sardoal e
de Mação.
Sérgio Santos
27
NOVEMBRO 2013
CICLISMO
O
Português é campeão nacional
bombeiro Pedro José Viegas
de Brito, de S. Brás de Alportel é campeão do mundo de
BTT, na categoria de veteranos
II, um título conquistado no
passado mês de setembro, em
Huesca Espanha.
Este ano, a seleção nacional
de bombeiros ciclistas, marcou
presença no Campeonato do
Mundo de Ciclismo e BTT para
Bombeiros, com apenas dois
atletas, pois os incêndios inviabilizaram a deslocação dos restantes elementos.
Refira-se que Pedro José Viegas de Brito é bombeiro em S.
Brás de Alportel, onde aliás
Simulador
de
capotamento
nasceu a 22 de fevereiro de
1962, há já alguns anos que se
destaca nestas provas tendo
em 2010, no campeonato europeu, em Valência, conquistado
duas medalhas, uma de prata e
outra de bronze, nas modalidades de BTT e ciclismo.
SALTO
O
SINES
Mais de uma centena “invade”
terras de barroso
s Voluntários de Salto promoveram mais
um passeio de BTT, um iniciativa já com
créditos firmados que visa promover a região,
o turismo, a modalidade e acima de tudo, desenvolver uma atividade que junte os bombeiros de todo o distrito num merecido convívio
após um verão de muito trabalho.
Mais de uma centena de ciclistas, foram desafiados a cumprir um percurso de 55 quiló-
metros para os mais resistentes e um outro
alternativo de 35, e a conhecer o que melhor
tem a vila de Salto, desde os prados, às minas
da Borralha, com especial enfoque para os
monumentos religiosos.
Nem a chuva foi obstáculo para os participantes que deixaram, desde logo, a promessa
de voltar a viver esta que é uma aventura única.
U
ma equipa dos Bombeiros Voluntários
de Sines experimentou a sensação de
capotamento num veículo rodoviário, num
simulador, no âmbito de uma iniciativa da
Escola de Condução Sudoeste que visou
sensibilizar a população para a importância
do cinto de segurança e a sua correta colocação.
CONDEIXA-A-NOVA
Bombeiros na Alemanha
U
ma comitiva da Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de Condeixa-a-Nova esteve, recentemente, em Bretten na Alemanha.
O grupo que integrou o adjunto de comando Jody Rato, os chefes Carlos Claro e Vítor
Martins, o subchefe Sérgio Ferreira e os bombeiros Jorge Picão e Marco Alexandre e ainda
do chefe QH Carlos Peça marcou presença em
PÓVOA DO VARZIM
Q
BTT garante investimento no socorro
uatro centenas de pessoas
participaram no passeio de
BTT promovido pela Bikeservice,
em parceria com o Centro Desportivo de Navais e a Câmara
Municipal da Póvoa do Varzim,
cuja verba apurada com as inscrições reverteu para os bombeiros voluntários da cidade.
Manuel Zeferino, mentor da
atividade, sublinhou a “justiça
deste gesto de reconhecimento
aos bombeiros”.
“Procuramos sensibilizar a
população para o facto de que
os donativos não devem ser entendidos como uma ajuda aos
bombeiros, mas antes como um
investimento no socorro. E, felizmente, estas iniciativas por
parte da comunidade têm vindo
a aumentar, o que nos conforta”, refere a comandante Ilda
Cadilhe
Também o presidente da Associação Humanitária, Rui Coelho, se congratula com a iniciativa sublinhando que a verba
angariada vai permitir melhorar
os equipamentos técnicos dos
bombeiros, aproveitando para
“agradecer às várias coletividades, bem como às dezenas de
pessoas de concelhos limítrofes
que se associaram ao evento”.
várias cerimónias oficiais dos bombeiros locais, bem como noutras iniciativas realizadas
naquela cidade.
A receção dos homólogos alemães merece
os maiores elogios da comitiva portuguesa
que num agradecimento público sublinha a
simpatia do comandante dos bombeiros de
Bretten, Philip Pannier.
Sérgio Santos
28
NOVEMBRO 2013
BEJA
Gala da Juve muito participada
M
ais um ano e o Núcleo Distrital da
JuveBombeiro de Beja, com o
apoio dos Núcleos ativos do Distrito
levaram a efeito a sua II Gala Distrital
no passado dia 12, em Ferreira do
Alentejo.
A gala teve início com a entrega aos
comandos e cireções dos corpos de
bombeiros, com núcleos ativos, um
agradecimento pelo apoio prestado à
JuveBombeiro. No final da entrega, o
comandante António Piteira agradeceu
em nome de todos os comandos e, em
nome de todas as direções, o presidente dos Bombeiros de Aljustrel,
prof. Luís Bartolomeu, homem com
uma sensibilidade enorme para a causa dos Bombeiros, lembrou a todos a
história da JuveBombeiro e incenti-
F
vou-a a desenvolver a sua atividade
cada vez com mais afinco, para que os
Corpos de Bombeiros possam ter cada
vez mais sangue novo.
Sob proposta dos Núcleos, foram
reconhecidos pelo seu contributo e
apoio prestado nas atividades desenvolvidas, pelo Núcleo da JuveBombeiro de Aljustrel o seu ex-comandante
António Monteiro, pelo Núcleo de Cuba
o bombeiro de 3ª Jorge Lacão, pelo
Núcleo de Moura, o bombeiro de 3ª,
Miguel Dinis, pelo de Vila Nova de Milfontes o 2º comandante Francisco
Santos, pelo Alvito o bombeiro de 1ª
Manuel Amador, pelo Núcleo de Beja,
o comandante Manuel Baganha, por
Ferreira do Alentejo, na pessoa do
chefe Carlos Oriola todo o Corpo Ativo.
Os restantes Núcleos não apresentaram propostas.
A Coordenação Distrital atribuiu a
distinção de honra à Comissão Coordenadora Distrital da JuveBombeiro
de Setúbal, ao Núcleo de Vila Viçosa,
assim como, à Associação de Municípios do Alentejo Central, pelo apoio
prestado ao longo do ano à JuveBombeiro do Distrito de Beja.
Foram ainda distinguidos, o bombeiro de 2ª, Luis Fonseca, como o delegado mais ativo, o bombeiro de 3ª, Alvaro
Tavares, como subdelegado mais ativo
e a JuveBombeiro de Ferreira do Alentejo, como o núcleo mais ativo. Foi ainda prestado reconhecimento à bombeira de 3ª, Sónia Calhegas, dos Bombeiros de Mértola, que, apesar de não ter
Núcleo ativo no seu corpo de bombeiros, ao longo dos anos não tem deixado
de participar e apoiar as atividades desenvolvidas pela JuveBombeiro.
Depois da apresentação de fotos das
atividades desenvolvidas ao longo dos
anos, o coordenador distrital, João Lemos, aproveitou o momento para retribuir o agradecimento a todos, pelo
apoio disponibilizado à JuveBombeiro,
apelando à participação nas atividades
programadas.
A Federação Distrital de Bombeiros
de Beja, foi também agraciada, tendo o
do Coordenador Distrital entregue o reconhecimento ao Comandante António
Piteira na qualidade de vice-presidente.
Ainda no decorrer da Gala, o Núcleo da
JuveBombeiro de Ferreira do Alentejo,
CELORICO DE BASTO
CANTANHEDE
Convívio encerra época de ECINs
Mais uma prova mais um êxito
oi num salutar convívio que os Voluntários Celoricenses, reunidos na secção da Mota, deram por encerrada a “época de incêndios”, que este ano não deu
tréguas aos bombeiros.
A iniciativa visou “fortalecer laços entre os elementos do corpo de bombeiros e fomentar a camaradagem”, conforme explica o comandante Marinho Gomes.
“Tivemos um Verão muito quente com os nossos
bombeiros a trabalhar arduamente para dar resposta
a todas as chamadas. Mesmo cansados, com noites
em branco, mostraram-se incansáveis. Agora é tempo
de descansar e aprimorar os laços que nos unem, porque vivemos tantas horas juntos que nos damos como
uma verdadeira família, contamos uns com os outros
e ajudamo-nos mutuamente”, salienta o responsável
operacional dos Celoricenses, António Marinho Gomes.
O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Celoricenses, Fernando Freitas,
destaca a necessidade destas ações para manter o
corpo ativo unido, pronto a enfrentar as adversidades.
“Estes convívios são fundamentais para unir o corpo ativo. Acima de tudo trata-se de um grupo de amigos que, têm os seus atritos, mas que, na generalidade, se comportam como verdadeiros heróis e, como
todos os heróis, merecem algum descanso e momentos lúdicos. Temos que cuidar dos nossos homens para
que eles possam socorrer a humanidade”, refere.
O convívio teve como ementa porco assado no espeto e foi animado pelas concertinas e acordes mais
populares.
S
ó com a colaboração de um
elevado número de bombeiros, dirigentes, sócios e amigos
da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) foi possível
realizar, no passado dia 11 de
novembro, mais um passeio todo-o-terreno, prova que, nesta
terceira edição, contou com a
participação mais de uma centena motas e 70 jipes.
Esta iniciativa teve como cenário as aldeias do concelho
magníficas paisagem do concelho. O percurso de 80 quilómetros para as motas e de 40 para
os jipes, permitiu aos participantes descobrir as aldeias do
concelho, usufruindo de magnificas paisagens.
Outras atividades animaram
o evento, nomeadamente a pista de obstáculos instalada, no
Chão do Conde (Cantanhede),
onde uma ponte suspensa de
madeira, trajeto de cruzamento
de eixos e muita lama proporcionaram aos mais afoitos momentos únicos de diversão.
Em jeito de balanço direção e
comando dos Voluntários de
ALVERCA
O
em particular, distinguiu o presidente
da Junta de Freguesia pela sua cooperação ao Núcleo local, pessoa disponível e incansável que está em todos os
momentos da vida do Núcleo e do corpo de bombeiros.
O fado também não ficou de fora
deste evento e, quase no final, o Comandante dos Bombeiros de Ferreira
do Alentejo, António Gomes, emocionou os presentes com o já habitual
fado do Bombeiro. No decorrer da Gala
Distrital, a música, teatro e animação
ficou a cargo do curso de animação sociocultural da escola secundária de Ferreira do Alentejo. Terminado o jantar e
a cerimónia de entrega de distinções a
noite prosseguiu com baile pela noite
dentro.
salão nobre dos Bombeiros
Voluntários de Alverca acolheu uma exposição de miniaturas de todo o “mundo dos bombeiros”.
Centenas de peças estiveram
patentes ao público que pode
apreciar as mais diversas viaturas, helicópteros, motas, barcos
e muitas outras peças das coleções pessoais do subchefe João
Correia e dos bombeiros Paulo
Martins e Luís Valadas.
Sérgio Santos
Miniaturas em exposição
Cantanhede sublinham a “notória satisfação dos mais de 350
participantes”, que muito elogiaram a organização e a quali-
dade dos trajetos, bem como
apoios de várias empresas, que
viabilizaram a realização de
mais este passeio.
29
NOVEMBRO 2013
FÁTIMA
N
Bombeiros “dão o nó”
ove anos depois de se conhecerem nos bombeiros
voluntários de Fátima, Márcio
Filipe Estrela Vieira e Cláudia
Pereira Vieira, uniram-se na
igreja de Santa Catarina da
Serra numa cerimónia presidida
pelo pároco de Fátima Rui Marto.
Márcio e Cláudia ingressaram
como aspirantes neste corpo de
bombeiros em 2004. O noivo,
atualmente bombeiro de 2.ª
com o curso de TAT trabalha na
secretaria da associação exercendo funções de contabilista.
Por sua vez a noiva, bombeira
de 3.ª com o curso de TAS, foi
GOUVEIA
admitida como profissional na
instituição em 2005.
Pela simpatia, amizade e espírito de entreajuda que caracteriza o casal foram muitos os
elementos desta grande família
que marcaram presença na cerimónia.
Os noivos, a quem apresentamos votos de felicidade, foram de núpcias para “terras de
Tio Sam”.
PAMPILHOSA DA SERRA
Soldados da paz peregrinos
M
Antigo bombeiro doa quadro
iguel Dinis, antigo bombeiro voluntário de
Gouveia, atualmente a residir em Inglaterra,
decidiu ajudar a corporação que integrou durante
vários anos, através da doação de um quadro,
que o próprio pintou.
Miguel Dinis admitiu que ficou bastante sensibilizado com os acontecimentos do passado verão. Assim sendo, e também motivado pela passagem no mundo dos bombeiros, pelas recordações, e sobretudo pelo orgulho no trabalho dos
soldados da paz, Miguel Dinis resolveu doar à as-
sociação um dos quadros que pintou, esperando
que alguém compre a obra.
«Sejam 100 ou 1000 mil euros tenho a certeza
que a verba irá dar jeito ao corpo de bombeiros»
refere o benemérito, que espera com este gesto
servir de exemplo, e que “outros contribuam para
esta causa”.
A iniciativa contou com o apoio da transportadora Transtuga, que assegurou o transporte do
quadro de Inglaterra para quartel dos Voluntários
de Gouveia, onde será leiloado.
PORTO
R
A
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Pampilhosa
da Serra realizou a primeira peregrinação ao santuário de Fátima.
Durante dois dias, os 17 bombeiros
caminhantes e os nove que prestavam
apoio logístico estiveram juntos numa
jornada de fé que em muito fortaleceu
o espírito de união e de entreajuda do
grupo.
Para o cumprimento desta missão
os peregrinos contaram ainda com a
solidariedade, amparo de camaradagem da direção da associação, bem
como da secção de Alvares dos Voluntários de
Góis e ainda dos corpos de bombeiros de Figueiró
dos Vinhos, Alvaiázere e Vila Nova de Ourém.
Esta é uma experiência que os estes soldados
da paz querem repetir já no próximo ano. não só
por uma demonstração da sua fé, bem como pelos momentos de fortalecimento da corporação.
Sérgio Santos
Voluntários reativam fanfarra
eativada há pouco meses, a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários Portuenses já se apresentou nos
mais variados eventos, nomeadamente no Desfile de
Trajes de Papel, na Foz do
Douro, motivo de orgulho
para o jovem agrupamento.
Mais de 40 músicos abrilhantaram pelas ruas da Foz,
recolhendo aplausos do público. Já na tribuna, instalada junto ao Forte
de S. João Baptista, a fanfarra dos Portuenses
interpretou a marcha de continência, naquele
que terá sido um momento maior desta atuação.
Cláudia Pereira
ANIVERSÁRIOS
1 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Sines . . . . . . . . . . . . 70
Bombeiros Voluntários de Tarouca . . . . . . . . . . . 39
3 de dezembro
Bombeiros Voluntários
de Fornos de Algodres . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5 de dezembro
Bombeiros Voluntários
de Freixo de Espada à Cinta . . . . . . . . . . . . . . . 86
Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Paiva . . . 38
Bombeiros Voluntários de Sendim . . . . . . . . . . . 33
6 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Valadares . . . . . . . . . 99
7 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Ourique . . . . . . . . . . . 36
8 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Rio Maior . . . . . . . . . 121
Bombeiros Voluntários de Murça . . . . . . . . . . . . 85
10 de dezembro
Bombeiros Voluntários da Batalha . . . . . . . . . . . 36
11 de dezembro
Bombeiros Municipais de Gavião . . . . . . . . . . . . 66
12 de Dezembro
Bombeiros Voluntários Lisbonenses . . . . . . . . . 103
Bombeiros Voluntários de Ribeira Brava . . . . . . . 27
13 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Arronches . . . . . . . . . 34
15 de dezembro
Bombeiros Voluntários
de Vila Nova de Oliveirinha . . . . . . . . . . . . . . . . 79
16 de dezembro
Bombeiros Municipais de Abrantes . . . . . . . . . 153
17 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Viatodos . . . . . . . . . . 31
Bombeiros Privativos do Meridien–Porto . . . . . . . 27
19 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Figueira da Foz . . . . 131
Bombeiros Voluntários de Portalegre . . . . . . . . 115
Bombeiros Voluntários de Ansião . . . . . . . . . . . 56
Bombeiros Voluntários de Portel . . . . . . . . . . . . 34
20 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Anadia . . . . . . . . . . . 80
Bombeiros Voluntários de Vila Verde . . . . . . . . 100
22 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Alfândega da Fé . . . . . 80
25 de dezembro
Bombeiros Voluntários
de Vila Pouca de Aguiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
26 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Bombarral . . . . . . . . . 89
29 de dezembro
Bombeiros Voluntários
de Moimenta da Beira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
Bombeiros Voluntários de Montalegre . . . . . . . . 64
30 de dezembro
Bombeiros Voluntários de Pedrouços . . . . . . . . . 32
31 de dezembro
Bombeiros Voluntários Tirsenses . . . . . . . . . . . . 84
Fonte: Base de Dados LBP
“J
Josefa, a bombeira
osefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação
para a não conhecermos. Afinal, uma jovem
daquelas que frequentamos nas revistas de
consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores
impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista
com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatária de juventude.
Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso
no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira
e bombeira de Verão.
Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente
dissesse dela: “Ela era das poucas pessoas
com que um gajo sabia que podia contar nas
piores alturas.”
Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse
um azar... Aconteceu: Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos
outros que foi apagar de graça. A morte de
uma jovem é sempre uma coisa tão enorme
para os seus que, evidentemente, nem trato
aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que
ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que
são estudantes e trabalhadores e bombeiros,
sem nós sabermos.
Como é possível, nos dias comuns e não de
tragédia, não ouvirmos falar das “Josefas que
são o sal da nossa terra?”
Ferreira Frennades,
in Diário de Notícias
30
NOVEMBRO 2013
A propósito dos incêndios florestais: O que se passa, passou e passará?
orque, durante a época de
verão, muita “gente” falou, e
opinou, de incêndios florestais,
e agora nos encontramos numa
época de acalmia daquele fenómeno sazonal, que é como
quem diz: “esqueçamos os
bombeiros pois este peditório já
acabou”, senti vontade de deixar aqui um simplesmente e
pequeno pensamento, na esperança de que algumas agoirentas vozes que por aí campeiam
se calem, e, ao contrário, alguns calados mas com imensas
responsabilidades neste importante setor dos bombeiros, possam vir a público, como é seu
dever, defender sem tibieza de
qualquer espécie, aqueles que
quase tudo resolvem quando
muitos não cumprem, fogem às
suas obrigações, ou se acantonam em lugares penumbrosos e
donde saem, apenas para colherem louros, ou ficarem em
fotografias, ou ajuntamentos de
circunstância.
Costumo afirmar aos meus
alunos, ou formandos, para
lhes tirar a “má” ideia sobre o
fogo, que este, o “fogo”, é um
bem ao nosso dispor e não é
uma calamidade.
Costumo ainda juntar a esta
afirmação, assim seca, e para
muitos irrealista e cruel, a de
que após a descoberta do fogo,
o mundo evoluiu, deu passos
largos rumo ao progresso e desenvolvimento, e o homem passou a ter bem-estar, comodidade, satisfação e prazeres.
Com efeito, todos sabemos
que é a partir do “bom uso do
fogo”, que em muitos locais
deste Portugal que amamos, se
consegue ter bons cabritos, boa
carne barrosã, mirandesa, maronesa, arouquesa e outras,
bem como bom queijo da serra
e muitas outras iguarias que
nos satisfazem e cujo resultado
é, também, uma mais-valia
económica para muitas regiões
e para o País, bem como o sustento e bem-estar de muitas famílias.
Se a tudo isto juntarmos o
potencial económico que a floresta é, e tem, é urgente que
saibamos adequar o fogo à
nossa floresta, para que o incêndio, ou os incêndios, a não
devastem como ciclicamente
acontece, e tem acontecido no
presente, agravado este ano
com a morte de oito bombeiros, martirização de um povo
que se sente só, desamparado
e abandonado à sua sorte,
quando confrontado com os
episódios, dantescos, de incêndio que nos mostram as televisões, nos relatam as rádios,
nos descrevem os jornais, e a
mais das vezes, agravados pelas afirmações de uns tantos
“representantes”, não sei de
quê ou de quem, que ao invés
de esclarecerem usam a perfídia para aumentar a confusão e
outras coisas mais.
Importará então perguntar
então. Será assim porque:
Temos um país de incendiários e malucos?
Não temos leis, autoridades e
responsáveis?
Não temos cientistas, e técnicos e conhecedores do assunto?
Não temos diagnósticos, relatórios e soluções apontadas?
Não temos donos dos terrenos?
Não temos planeamento controlo e comandamento?
Não temos bombeiros bons,
formados e experientes?
Bem… as interrogações poderiam continuar por aí fora e,
claramente, com as respostas
mais diversas.
Por mim, e porque temos
tudo para responder às interrogações atrás referidas, acho
que tudo se resume a uma frase
simples, seca, controversa talvez, mas do meu ponto de vista
realista, e que é:
Tudo isto acontece, e passa,
porque nós – TODOS – assim
queremos.
Sim! Porque nos acomodamos e não assumimos, cada um
a seu nível, a sua responsabilidade neste domínio.
Senão vejamos:
- Não é crível, nem aceitável,
que num país onde surgem
mais de trezentos (300) fogos
num dia, afirmemos com relativa naturalidade, que o sucedido
é fruto de incendiários, malucos, ou outras coisas que tais.
Ao falarmos assim, estamos
a esquecer-nos da nossa incúria
e negligência, porque não limpamos o que é nosso, o que é
meu, só meu, ou não denunciamos quem põe em risco as nossas vidas, os nossos bens e o
património coletivo.
Sim, porque denunciar não é
crime!
Mas é hipocrisia, direi mesmo
covardia, afirmarmos depois
que quem está preso, e ou, recebe subsídios do Estado, é que
deve tratar do que é meu porque é pago com os meus impostos. Mas se assim fosse, ou
viesse a ser, também não seria
legítimo exigir que quem assim
está, alguns infelizmente nessa
situação devido à conjuntura
que o País atravessa, também
deveria tratar do meu quintal,
pintar-me a casa, etc., etc.?
- Também temos leis (boas
leis), autoridades e responsáveis. E conhecemo-las e conhecemo-los.
Então, se assim é, faça-se
cumprir as leis!
Vigie-se, fiscalize-se, elaborem-se processos de contra ordenação e, aplique-se as coimas. E se não queremos que
sejam as Câmaras Municipais a
tratar, como má da fita deste
assunto, crie-se, ou atribua-se
a uma autoridade respeitada,
como é a Autoridade Tributária,
por exemplo, a aplicação e recebimento da dita coima, fazendo reverter, para entidade
que tem o dever, e obrigação,
de prevenir, limpar, ordenar e
gerir a floresta, as receitas co-
bradas, impondo, e fazendo, a
verdadeira prevenção, em vez
de se despender o que se despende no combate, que é, como
todos sabemos, o ultimo recurso que temos para parar a sanha destruidora do Incêndio.
-Temos também, e felizmente, bons cientistas e técnicos
conhecedores do fenómeno,
que espalham o seu conhecimento, e saber, pelo mundo e
são respeitados.
Ouçamo-los, e façamos o que
nos indicam e propõem. Calemos, e não ouçamos, em nenhum fórum público, ou privado, os que não sabem, não ensinam nem fazem nada a não
ser dividir para reinar.
Sou dos que dizem, e não é
pretensiosismo, que nenhum
Governante precisa de assessores, nem de conselheiros ocasionais, nem os senhores ilustres deputados da Assembleia
da República, para saber tratar
destes assuntos. Bastará, para
ficar a saber o indispensável,
que ouça os comandantes e os
verdadeiros bombeiros da sua
terra, para ficarem informados
e sem custos.
Não posso deixar também de
afirmar que estes comandantes
terão de ser aqueles que assumem, na plenitude, a sua responsabilidade na sua área de
atuação própria, como se encontra definido na Lei, cumprindo assim, na totalidade, os deveres que lhe incumbe no cumprimento da sua importantíssima missão e função, não
abdicando dessas obrigações,
deveres, direitos e poder, passando-os, ou deixando que os
mesmos sejam assumidos por
outros, para poderem sair incólumes, perante algumas consequências menos boas, comportando-se como Pilatos, lavando
as mãos.
- É para mim óbvio, que face
aos diagnósticos, relatórios e
propostas de soluções, se planeia com o objetivo de minimizar os danos dos incêndios. Mas
não será que o planeamento, e
acionamento dos meios para o
combate está muito “ficcionado”?
Convém lembrar que o incêndio é um inimigo perigoso, traidor, lesto e imprevisto, que se
alia sem relutância a outros fatores, tais como: a temperatura, a falta de humidade, a orografia, o tipo específico de combustível, os acessos, o vento.
Sim! Mas o vento não pode
ser, a quase sempre razão dos
infortúnios, ou da demora na
extinção dos incêndios.
Por isso, às vezes me interrogo:
Não estará a ser demasiado
“militarizado” o planeamento
para o combate, bem com o
acionamento, tantas vezes
massivo (há quem lhe chame
musculado), dos meios de resposta, o tempo de decisão, o
tipo de comandamento e o controlo?
Foto: Marques Valentim
P
“O possível faz-se já. O impossível demora mais um bocadinho … “
(popular)
Por vezes parece que sim,
porque há gente a mais, e
quando há gente a mais em alguns locais, é sempre mais difícil a decisão, gostemos ou não
desta afirmação. Mas faço-a
aqui, e agora, até em memória
de um velho e saudoso bombeiro sem farda, de seu nome
Agostinho, que dizia muitas vezes em alguns incêndios complicados de outrora, que:
“Quem não estorva já ajuda
muito”, e nós sabemos, também todos, que em muitos casos, há muita gente a estorvar…
- E já agora, os donos dos
terrenos não existem? Não se
conhecem?
É claro que existem! E se
houver dificuldade em saber
quem são, coloque-se, como
diz um amigo meu um cartaz
dizendo: “vende-se” que logo o
proprietário estará encontrado
e, de imediato, deverá ser notificado para proceder à limpeza.
- E Bombeiros, temos? Conhecedores, formados e experientes?
Claro que temos, e deixemo-nos de conversas! E novos
como convém. E também conhecedores, formados, instruídos e experientes. E quando
não têm este ultimo requisito,
experiente, por força da sua
idade e juventude, são devidamente enquadrados por gente
experiente que sabe. Porque,
só é através dos jovens, que se
garante a continuidade destas
instituições, voluntárias por vocação mas profissionais na
ação, e que não obstante serem
tantas vezes alvo de referências
injustas e ingratas, são os únicos que constituem o exército
mais barato do País, e do mundo, que se disponibilizam para
servir, como ninguém mais faz,
os seus concidadãos, no combate a um inimigo que eles não
criaram nem elegeram como
tal, e que às vezes mata como
infelizmente este ano ocorreu.
Então o que é preciso fazer?
Do meu ponto de vista, coisas muito simples e fáceis como
disse no princípio, mesmo que
para tal, os nossos principais
responsáveis políticos, ou pelas
políticas, tenham que reconhecer que há coisas erradas, que
têm de ser corrigidas. E se há
decisão louvável e prestigiante
na política, a de reconhecer que
é possível, porque necessário
para o bem de todos, o mudar
de estratégias, repondo “coisas” de outros tempos, essa
atitude é sem sombra de dúvida
a maior e a mais nobre de todas.
Todos sabemos que havia
“coisas” que eram feitas, deixaram de o ser, e agora têm de
voltar a ser feitas.
Que há entidades, ou organismos que têm de ser extintos,
e outros recriados.
Que há entidades que têm
apenas, e só, de fazer aquilo
que está, ou esteve, e tem de
voltar a estar, na sua missão
específica.
Que cada um faça afinal o
que lhes compete como seja:
Que cada proprietário cuide
do que é seu. E que cada cidadão se previna, e alerte, dos
perigos de que se vê rodeado.
Que as autoridades policiais,
vigiem, fiscalizem e punam,
quando tal tiver de suceder,
sem desculpas e delongas.
Que seja aumentado o número de equipas de Sapadores
florestais, para limpeza dos espaços, e, consequentemente,
sejam criados locais para receção e rentabilização dos resíduos florestais, criando incentivos aos proprietários para contratação dessas equipas de limpeza, e transporte, até aos
locais de queima.
Reativem-se os guardas florestais, com vista à vigilância,
controlo e gestão florestal,
através do “bom uso do fogo”, e
consequente correto ordenamento florestal.
Dotem-se, as Comissões Municipais de Defesa da Floresta
Contra Incêndios, outrora designadas como CEFF, não só de
planos bonitos e bem feitos,
mas também de verbas, por
mais pequenas que sejam,
para cumprirem e fazerem a nível de cada município aquilo
que é essencial: limpeza de caminhos, criação de aceiros,
criação de pontos de água,
ações de sensibilização, etc., e
que tão bons resultados tiveram no passado.
Crie-se, sem medos ou tibiezas, um Serviço único que trate, represente, controle, inspecione, e comande os bombeiros, reconhecendo a estes,
Bombeiros, o seu insubstituível
papel no combate aos incêndios, e demais obrigações constantes da Missão que lhes está
atribuída por lei, e pela lei.
Deixemos de olhar para os
meios aéreos, como única ou
fundamental solução na debelação dos incêndios florestais,
porque todos sabemos, ou muitos de nós sabem, que estes,
são meios “cirúrgicos” de apoio
ao combate na fase inicial de
qualquer incêndio, numa situação limite de especial perigosidade, ou como “apoiadores” no
combate indireto a um incêndio
de grande envergadura. Tudo o
mais é mentira, e fruto de consentida e desmesurada especulação.
Responsabilizemos, sem quaisquer tipo de rebuço ou medo,
aqueles que têm responsabilidades nesta matéria, e deixemo-nos, de uma vez por todas, de
desculpas de mau pagador como
bem diz o nosso povo. Quanto
mais não seja, pelo sofrimento
daqueles que ficaram sem os
seus bens e haveres, pelo empobrecimento de Portugal e má
imagem do nosso País no mundo,
mas sobretudo, pelos valorosos
Bombeiros que se confrontaram
com inimigo traiçoeiro, sofrem de
mazelas, mas especialmente por
aqueles que morreram, vitimas
da incúria, negligência, irresponsabilidade e maldade de alguns.
A sua memória, o seu sofrimento, martírio e sacrifício, impõe a todos nós, uma verdadeira assunção das nossas responsabilidades, estejamos onde
estejamos, façamos o que façamos, sejamos quem quer que
sejamos, no cumprimento do
cargo, função ou missão na
qual estejamos investidos.
E se cada um de nós fizer o
que lhe compete, não me digam
que não é possível termos um
Portugal com muito menos fogos, e sobretudo com muito
menos Incêndios.
José S. Campos
(comandante dos Bombeiros
Voluntários da Lixa)
31
NOVEMBRO 2013
J
á na acalmia do período
mais crítico de incêndios florestais, os bombeiros do distrito de Viseu foram surpreendidos, nos seus quartéis, com
visitas “simpáticas” de elementos do SEPNA que, acomodados pela lei, inquiriram sobre as responsabilidades dos
ditos na manobra do contrafogo, advertindo dos eventuais
procedimentos futuros, inclusive criminais.
As inquirições foram feitas,
ignorando os comandantes
dos CBs, num claro desrespeito pelas estruturas internas
destes e respetivas cadeias
hierárquicas e, também grave,
marginalizando a ANPC/CDOS,
enquanto entidade de tutela.
O escrúpulo já não tem
dono e andou à solta.
Curiosamente, depois de
Episódios de um rescaldo, burlesco e folclórico
publicamente denunciadas, as
“investidas” pararam…
Não está, nem nunca esteve, em causa que o SEPNA
exerça, e dê um cumprimento,
às suas competências legais
de “investigar e reprimir os ilícitos”.
Apenas causa estranheza
que o SEPNA não seja tão
pronto e tão diligente no exercício das restantes competências, nomeadamente, as de
“zelar pelo cumprimento da legislação florestal” e de ”assegurar a coordenação…da atividade de prevenção, vigilância
e deteção de incêndios florestais”.
O que choca é a forma e o
modo, excessivos e intimidatórios, como as ações foram
desenvolvidas.
De índole corporativa, parciais e sectárias, as ditas ações
C
om o início de outubro chegam as primeiras
chuvas, os incêndios florestais dão tréguas aos
bombeiros, sabe bem, finalmente chega também
os primeiros segundos de descanso. Mas com tanta
água a cair dos céus a levar de arrasto o lixo do
asfalto a terra das serras, leva também a vontade
de fazer notícia dos bombeiros, as capas de jornal,
o tempo de antena, as iniciativas de solidariedade,
enfim, de volta ao esquecimento, qual a novidade.
Porém O importante aqui não é a publicidade que
se faz em torno das associações de bombeiros, não
é o reconhecimento publico, não é o tempo de antena nem muito menos mostrar as dificuldades de
cada corpo de bombeiros. O importante aqui é a
atitude. Hoje mais que nunca ser bombeiro é estar
mais próximo da sociedade e ser interativo com a
comunidade. Já lá vai o tempo em que apenas esperavam que o telefone tocasse para irem em auxílio do socorro, hoje a atitude é educar o cidadão e
prevenir. Aumentar a informação do senso comum
a respeito do trabalho do bombeiro é uma missão.
Ainda ontem ouvi alguém comentar que os bombeiros fazem o quem fazem porque são pagos e se o
fazem é porque gostam, ninguém os obrigou a abdicar da família para irem passar a noite ao quartel.
Esta última até pode ser verdade, mas é desagradável de ouvir. Basta. Ser bombeiro é muito abran-
O
Ainda não refeitos deste
grosseira investida, os bombeiros do distrito foram surpreendidos com a notícia de
1.ª página, do DN de 27 de setembro, que remetia para a
página 23, referenciando um
suposto relatório do SEPNA-Viseu, remetido ao Comando-Geral da GNR, com a denúncia da utilização ilegal do conta-fogo por CBs do distrito,
que colocou em risco a vida
dos militares da Guarda e dos
bombeiros e do Presidente da
Junta de Queirã, que acabou
por falecer.
Como tudo na vida tem limites, 26 dos 33 CBs do distrito
reunidos nos BV de Carregal
do Sal, a 1 de outubro, deliberaram, por unanimidade (ampliada, mais tarde, aos restantes 7 CBs, por contacto telefónico) não aceitar reunir com o
responsável distrital do SEPNA
enquanto este não lhes desse
a conhecer o dito documento,
considerado atentatório da sua
dignidade e ofensivo do seu
bom nome.
Não tendo chegado, entretanto, o referido relatório, os
30 comandantes presentes, no
dia 11 de Outubro, na reunião
com o CODIS, abandonaram a
2.ª parte da mesma, tendo-se
recusado a reunir com o responsável pelo SEPNA, muito
embora este se mostrasse disponível e interessado em fazê-lo.
Conto este episódio, apenas
para ilustrar como:
é possível, à volta de grandes causas (dignidade, brio,
caráter, orgulho) construirmos
a unidade e fortalecermos o
espírito grupal;
é mais fácil, a nível distrital,
De volta ao esquecimento
gente, e depende da interpretação de quem fala.
Mas basta de falar do que desconhecem. Ser bombeiro é alcançável por qualquer um, mas permanecer, a conversa é outra. Hoje como já disse a missão é informar, educar prevenir. Portanto depois
dos incêndios florestais, fica a nota, o bombeiro
continua a trabalhar. Aqueles homens que marcaram as páginas dos jornais, continuam a envergar
a farda com o mesmo orgulho e sentido de missão
e continuam o trabalho, buscas e resgates, acidentes de trânsito, inundações, aberturas de porta, pré
hospitalar, transporte de doentes, enfim uma lista
extensa de atendimentos realizados pelos bombeiros nas atividades diárias. Esqueçam lá o mediatismo as publicidades e coisas tais, concentrem se na
essência do homem bombeiro, e do bombeiro para
o cidadão da performance da corporação, no trabalho das equipas de bombeiros e na superação das
Parabéns!
s aniversários são sempre motivo de regozijo; a sua celebração significa que é mais um
ano que passa na vida quer das pessoas, quer
das instituições. Neste caso, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peso da Régua (AHBVPR) celebra o seu 133.º aniversário, o
que faz dela a mais antiga do distrito e uma das
mais antigas do País, motivo de orgulho para todos nós.
Para mim, escrever sobre os bombeiros portugueses não é tarefa fácil, já que, ao longo da minha carreira profissional, várias vezes tive que
fazer reportagens onde os bombeiros foram intervenientes, reportagens essas que em alguns
casos me marcaram para sempre. Nunca esquecerei aquele mês de setembro de 1985, pois coube-me a mim fazer a reportagem para a RTP da
grande tragédia que ocorreu em Armamar e da
qual resultou a morte de 14 soldados da paz. Foram momentos de grande consternação em que,
à medida que avançava, ia encontrando (e obrigado a filmar por dever profissional enquanto as
lágrimas me corriam pela face) os corpos carbonizados daqueles homens que deram a sua vida
em serviço do próximo.
No dia 15 de setembro, apenas 8 dias após
este triste acontecimento, deu-se o grande in-
dirigiram-se apenas e tão só
aos supostos autores materiais, esquecendo os morais e
selecionaram os executantes,
omitindo os mandantes, que
os houve.
A Federação de Bombeiros
do Distrito de Viseu nunca esteve a favor do uso excessivo e
indiscriminado do contrafogo,
defendendo antes, que, a ter
havido, se houve, algum exagero no seu emprego, o mesmo devia ter sido abordado em
reunião técnica, de perfil pedagógico e de sensibilização,
promovida pelos responsáveis
distritais dos diversos serviços
envolvidos e destinada ao universo generalizado dos quadros de comando do distrito.
Assim é que era trabalhar.
Fazer o contrário disto é não
ter sensibilidade.
Nem cuidado, nem jeito.
cêndio da Serra do Marão que devastou 3.000
hectares de pinheiro bravo, deixando a serrania
calcinada e despida de toda a sua vegetação. Foi
nesse incêndio que um bombeiro da AHBVPR salvou o veículo automóvel em que me desloquei
para a reportagem. O fogo desenvolvia-se em várias frentes e, na ânsia da melhor imagem, eu
concentrava-me na sua evolução na zona dos viveiros de trutas, onde punha em risco todo o estaleiro nos quais se guardavam grandes quantidades de combustíveis que poderiam explodir a
qualquer momento. Toda a minha atenção se focava neste aspeto enquanto, em cima, o fogo se
aproximava do local em que deixara o automóvel,
também junto às viaturas dos Bombeiros do Peso
da Régua. Nesse ínterim, o fogo atravessava a
estrada nesse local, e o quarteleiro Gouveia, conforme ia retirando os carros da corporação, fê-lo
também ao meu, pondo assim a salvo todas as
viaturas.
Aproveitando este aniversário, quero prestar a
minha homenagem a todos os bombeiros portugueses, que são um exemplo para o mundo, por
vezes pagando com a própria vida esse serviço
que prestam à comunidade, fazendo-o decerto
com gosto, mas também sob um perigo constante.
João Rodrigues
dificuldades da associação que representam. São
promotores da cultura, da região em que estão integrados são difundores da boa prática do desporto
são elementos de uma sociedade ativa. Não se esqueçam são bombeiros mas também homens que
merecem todo o respeito. Eles continuam cá a fazer
bem e melhor.
No entanto e Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos corpos de bombeiros, estes conseguem atingir um valor considerável de confiabilidade junto do cidadão. Metaforicamente eu comparo
reunir consensos e recolher
unanimidades, uns e outros,
demonstrativos de força e de
coesão;
o todo (nacional) também
se faz do somatório das pequenas partes (distritais/regionais) que, mobilizadas,
abrem caminhos e contornam
obstáculos;
Quando, em todos os distritos nos soubermos agrupar
em redor de interesses comuns, o impacto nacional será
uma evidência, e mais facilmente alcançável.
Vale a pena apostar neste
caminho, de mobilização de
vontades, e investir nestas
respostas, de aposta em dinâmicas locais.
Joaquim Rebelo Marinho,
Presidente da Federação de
Bombeiros do Distrito de
Viseu
a figura do bombeiro à mítica Asclepius pela capacidade de preservar vidas alheias.
Portanto, fica para trás a ideia que o bombeiro é
mero “carregador” de água, deixou de ser passivo
na espera da eclosão de um acidente ou pedido de
socorro ou incêndio, deixou de combater apenas os
efeitos para ajudar a combater as causas.
Os incêndios florestais ficaram para trás, mas
chegaram as chuvas…
Andreia Pinto
Bombeiros Voluntários da Cruz Branca
em novembro de 1993
32
NOVEMBRO 2013
CML APOSTA EM NOVO CICLO
Pedro Patrício é o novo comandante do RSB
É
oriundo da GNR e chegou a
desempenhar funções ligadas à área da proteção civil. O
Tenente Coronel, Pedro Patrício,
foi durante cerca de dois anos
número dois do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro
(GIPS) e atualmente encontrava-se no Estado Maior da Unidade de Intervenção da GNR. É
este o homem escolhido pela
Câmara Municipal de Lisboa
para suceder ao Coronel Joaquim Leitão no comando do Regimento e Sapadores Bombeiros da cidade. Pela primeira vez
na história do RSB o comando é
assumido por alguém não
oriundo do Exército.
Logo após as eleições autárquicas, e ao que o ‘BP’ apurou,
António Costa, presidente da
autarquia, terá garantido a Joaquim Leitão que “contava” com
ele para mais um mandato. Mas
mais recentemente, o comandante do RSB que assumiu a li-
derança do RSB em 2008, terá
sido informado pelo vereador
responsável pela proteção civil,
Carlos Castro, que afinal era
sua intenção substituir a equipa
de comando do RSB. Percebendo a intenção da autarquia,
Joaquim Leitão acabou por se
antecipara e apresentou a demissão, a qual foi aceite.
Publicamente, António Costa
justificou a decisão com a necessidade de se apostar “num
novo ciclo”, não deixando no
entanto de “agradecer” e subli-
RSB
N
Joaquim Leitão despede-se da LBP
a sequência da saída, a
seu pedido, do comando do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa
(RSB), o coronel Joaquim
Leitão deslocou-se à sede
da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em Lisboa.
No encontro com o presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e com
outros dirigentes da confederação, o ex-comandante
do RSB fez questão de sublinhar o bom
entendimento havido no relacionamento
entre as duas instituições e, como
exemplo, lembrou o facto de, no último
aniversário do Regimento,
um presidente da Liga ter
tido a oportunidade de,
pela primeira vez, ter intervido na cerimónia.
O comandante Jaime
Soares, por seu turno, elogiou a disponibilidade
sempre demonstrada pelo
coronel Joaquim Leitão
para o debate sobre as diferentes temáticas dos
bombeiros, desejando-lhe
as maiores felicidades nas
funções que vier a desempenhar no futuro próximo.
nhar o “trabalho” desenvolvido
pela equipa que liderou os profissionais da cidade durante os
últimos cinco anos.
A decisão da autarquia apanhou de surpresa todo o Regimento e em solidariedade para
com a equipa liderada por Joaquim Leitão, um grupo de bom-
beiros concentrou-se à porta da
sede do RSB, no passado dia 22
de novembro, em protesto.
À data de fecho desta edição
ainda não eram conhecidos os
nomes da futura equipa de comando, sendo que Pedro Patrício já assumiu funções.
Patrícia Cerdeira
LOUVOR/REPREENSÃO
À memória dos falecidos comandantes
Raul Pedro Sequeira, dos Voluntários Torrejanos, decano dos bombeiros portugueses, e
Raul Matias, dos Voluntários de Amarante, figura também incontornável da sua associação.
À ministra da Agricultura, Assunção Cristas, pela atitude demonstrada na apresentação dos resultados do DECIF 2013, como se
o que se passou, com trágicas consequências, não tivesse nada a ver com o seu departamento.
A Crónica
do bombeiro Manel
D
Fugir com o rabo à seringa
esculpe senhora ministra da Agricultura mas outro dia depois de
ouvir das boas e muito certas do nosso presidente da Liga respondeu com
umas coisas com as quais mais parecia, como diz o povo, estar a fugir com
o rabo à seringa.
Pelos vistos conforme disse a senhora ministra afinal até temos que
estar agradecidos ao seu Ministério da
Agricultura. A senhora ministra disse
que se não tivesse sido feito nada na
prevenção então não teríamos 144
mil hectares ardidos mas teríamos
300, 400, 500 mil ou mais hectares
ardidos. A sorte que tivemos pelos
vistos.
Senhora ministra, parece-me uma
pessoa simpática e determinada mas
agora estragou a imagem que tinha
de si. As faltas e os erros só há que
assumir e não lhe tinha ficado mal
fazê-lo, mesmo que as desculpas
apresentadas até nem nos convencessem. Agora, jogar ao ataque como
fez é que não. Não é que não tivesse
direito a isso. Mas com tudo aquilo
que vimos ao longo destes meses a
somar à desgraça de ver partir oito
dos nossos no combate julgo que só
lhe cabia explicar o que tivesse a explicar e acima de tudo não tentar desgraçadamente tapar o sol com a peneira. Ficou-lhe mal.
Ainda por cima quando o presidente
da Liga lhe disse olhos nos olhos que
lamentou a ausência de alguém do Ministério da Agricultura nas oito vezes
que levámos os nossos à última morada. Pelos vistos tudo isso passou-lhe
ao lado. Mas olhe, há oito famílias que
perderam um dos seus entes queridos, alguns até filhos únicos, por terem andado a combater o fogo em sítios de que muita gente e o Ministério
da Agricultura também não cuidaram
ou não obrigaram outros a cuidar.
Agora mudo de assunto para vos falar da plataforma do Ministério da
Saúde onde metem os doentes para
aceitarmos ou não transportar aos tratamentos. Têm-me contado muitas
histórias sobre isto. Aqui vai uma que
acontece aí para os lados de Lisboa.
Um casal, marido e mulher, com a
mesma morada, estão na dita plataforma e vão para tratamento ao mesmo local. Cabe na cabeça de alguém
que cada um vá transportado por associação de bombeiros diferente. E
pior quando uma das associações está
à beira da casa e a outra tem que fazer muitos quilómetros para fazer o
dito serviço.
[email protected]
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