Edição de Janeiro de 2010.

Transcrição

Edição de Janeiro de 2010.
Jornal de
www.jornaldeoleiros.com
Ano 1, Nº4, Janeiro de 2010
Preço: 0,50 • Edição Mensal
Director: Paulino B. Fernandes
OLEIROS
• Peixes Frescos Grelhados
• Grelhados
• Cabrito Estonado
• Bucho e Maranho
INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA
AMIEIRA, freguesia
que se afirma
Continuando a fazer o acompanhamento
do Concelho, entrevistámos o Presidente
da Junta de Freguesia da Amieira, Senhor
Francisco Mateus, que se apresentou aos
eleitores com um projecto concreto de
actividades a executar, baseados em
cinco pontos principais, dos quais afirma,
ter já assegurados a concretização de três
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Campeonato OPEN de RALIS 2010
Rali ROTA DO MEDRONHO
20 e 21 de Março
Um upgrade de qualidade !
Depois
do
sucesso conseguido com a
prova organizada pela Escuderia Castelo Branco em 2009, integrada no Campeonato Open de Ralis, o
clube albicastrense decidiu apostar num
verdadeiro “upgrade” de qualidade, deslocando a prova para uma outra zona da
Beira-Baixa, que desde o lançamento da
ideia, a acolheu de braços abertos.
A procura de classificativas mais
interessantes para os concorrentes, com
desenho e competitividade exemplares, levou
a Escuderia Castelo Branco a rumar a terras
de Oleiros e Proença-a-Nova, para avaliar a
disponibilidade de estradas, algumas delas
outrora utilizadas em terra, nos ralis dos anos
70 e 80, que o “progresso asfaltou”
Passagem de Ano
em Oleiros
Oleiros entrou em 2010 com a convicção de que este será um ano
de afirmação continuada. Novo Centro de saúde, novo Hotel
e outras realizações que acompanharemos de perto.
A Pirotecnia Oleirense exibiu um grandioso fogo de artifício,
tão nobre e espectacular como aqueles que vêm produzindo em todo o Mundo
2 Jornal de OLEIROS
JANEIRO 2010
EDITORIAL
ENTREVISTA
AMIEIRA,
freguesia que se afirma
Homenagem
Em 6 de Setembro de 1924, Augusto Martins, Director de O
HERALDO DE OLEIROS jornal que nos antecedeu, afirmava:
“ Rapazes, cheios de mocidade e de vida, que mourejamos longe da
terra que nos foi berço e amamos com um amor que a saudade avigora,
resolvemos fundar este jornal, onde nos lançamos com denodo à defesa
dos interesses desse pequeno torrão pátrio abandonado”.
Numa outra nota desta primeira edição de O HERALDO DE
OLEIROS, podia ler-se: “ Esperamos que este jornal seja bem recebido,
porque ele representa um grande esforço nosso, e não tem outro fim
senão o de engrandecer a nossa terra”.
Com estas duas notas, prestamos homenagem a quem nos antecedeu
com os mesmos propósitos.
Um Novo ano
Partimos para 2010 com fé redobrada. Se em Outubro de 2009 o
JORNAL DE OLEIROS era um projecto animado e crente na
possibilidade de fazer um jornal interessado na defesa do concelho, do
distrito e mesmo do país, hoje, após as primeiras edições, estamos
confiantes que o rumo traçado e em cada mês consolidado, nos
propiciará novas responsabilidades e maior afirmação.
Cresce a adesão
Rompendo os limites do concelho que se afirma no conjunto dos
concelhos do distrito, chegamos em cada dia mais longe (encontrará nota
em separado nesta edição referindo onde nos pode encontrar) e, agora,
apoiados com o site www.jornaldeoleiros.com, cumpriremos com
melhores meios a função de unir os que estão na terra aos que partiram e
pelo mundo se encontram.
Portugal em nova encruzilhada
Com um défice a aproximar-se de 100% do PIB, um desemprego
galopante a aproximar-se dos 11% e dos 600 000 desempregados,
Portugal não terá em 2010 um ano fácil.
Será um ano que requer coragem, novas capacidades, clarividência nas
decisões, rigor na actuação, justiça clara e célere.
Teremos essa capacidade?
Desejamos que sim.n
Director
[email protected]
e-mail: [email protected]
Telef.: 272 107 999
Agora com pagamento de facturas domésticas
e carregamento de telemóveis
“ A propósito, diz Francisco
Mateus, quero salientar a
excelente relação que possuo
com o Presidente da Câmara e
Vereação, sem a qual não era
certamente possível anunciarlhe isto, desvalorizando e
esvaziando desde já interpretações que se fizeram com o
facto da minha candidatura ser
independente. É apenas uma
forma de estar pessoal”
A AMIEIRA, freguesia desde
1804, fica situada a norte de
Oleiros e possui 28,2 kms2 de
área. Tem uma população de
cerca de 150 pessoas, possuindo S. Francisco de Assis
como Padroeiro e uma Capela
com o mesmo nome.
Além da sede da freguesia,
possui ainda outras localidades
que a integram como a Abitureira, Urraca e Sendinho da
Senhora.
Todas estão ligadas
por estrada.
JO: Quais são os projectos que tanto o
animam?
FM: “ São projectos
estruturantes e que trarão
à freguesia a concretização de sonhos antigos,
justos e a resolução de
problemas pendentes.
Destaco o Cemitério
novo, a Casa Mortuária e
a reestruturação da
escola que dará origem a
um Centro de Dia tão
reclamada justamente.
Destaquei as duas
primeiras porque preservar a memória de um
povo é garantir-lhe o
futuro.
Também
procurarei
concretizar a estrada da
Abitureira
para
as
margens do Zêzere, com
1,5 kms de extensão, de forma a
criar uma plataforma flutuante,
ancoradouro para barcos, dinamizando do ponto de vista
Continuando a fazer
o acompanhamento
do Concelho,
entrevistámos
o Presidente da Junta
de Freguesia da Amieira,
Senhor Francisco Mateus,
que se apresentou
aos eleitores
com um projecto concreto
de actividades a executar,
baseados em cinco pontos
principais,
dos quais afirma,
ter já assegurados
a concretização
de três
turístico e de lazer a minha
região”
JO: A tranquilidade da zona
tem trazido estrangeiros para a
Sua região. O que se passa
afinal?
FM: “ É verdade e quero
salientar como estão integradas
estas famílias inglesas.
São pessoas normalmente de
cultura elevada que animam um
estilo próprio de vida. Actualmente são 4 famílias com o total
de cerca de 20 elementos. Praticam uma alimentação racional,
auto-sustentada, vivem perto
entre si mas gostam de manter a
privacidade.
Trabalham arduamente e os
filhos frequentam a escola em
Oleiros.
Por se sentirem bem aqui, vão
gradualmente chamando outras
famílias. Fogem do stress das
grandes cidades.
JO: Quer destacar outros
problemas?
FM: “ Não são propriamente
problemas, são dificuldades que
resultam do isolamento
e da pouca densidade
populacional, dispersa.
Mais de 95% da
população possui água
e electricidade. Apenas
o
saneamento
é
extremamente difícil
pela dispersão que originaria custos insuportáveis”.
JO: Está então confiante?
“
Muito.
FM:
Concretizarei os projectos e reforçarei a
relação com a autarquia principal. Com
esta postura, trarei
sempre melhores condições para a população, razão principal
e única para a minha
candidatura”.
Bom
trabalho
Presidente e até breve, despedimo-nos, anotando a postura
de um Homem decidido, de
convicções sólidas.n
2010 JANEIRO
Jornal de OLEIROS 3
A “VILLA” DE ÁLVARO E O SEU PATRIMÓNIO RELIGIOSO
Património religioso:
As outras Capelas
Na Praça da Misericórdia, logo
abaixo da Igreja Matriz, e um
pouco abaixo da antiga Casa da
Câmara, pode ver-se um pequeno
oratório, a Capela da Senhora da
Nazaré, encastrada na correnteza
de casas que formam o lado Norte
da rua. A sua gestão pertence à
Santa Casa da Misericórdia. Tem
um pequeno altar com a Senhora
da Nazaré, imagem de vulto do
século XVIII, e duas imagens de
roca de grande dimensão, assentes
sobre dois andores, que saiem em
6ª Feira Santa, na Procissão do
Senhor dos Passos: S. João
Evangelista e a Verónica, que tem
nas mãos o pano com que limpou
o rosto macerado de Cristo a
caminho do Calvário.
No sítio do Chão do Paço, na
zona poente da Aldeia, com uma
vista extraordinária sobre o Rio
Zêzere, foi construída uma Capela
dedicada a Santo António.
Datada provavelmente do século
XVII, é alpendrada, de uma única
nave rematada em cúpula; foi
sujeita a reformas sucessivas, uma
das quais, já no século XX,
alterou
profundamente
as
proporções do alpendre, bem
como do recinto envolvente. Tem
um retábulo simples, naíf, com
várias fiadas de anjinhos, encimando as colunas e delimitando
espaços. Possui apenas uma
imagem moderna de Santo
António com o Menino. Os
quadros que a envolvem são
reproduções a cores dos Sagrados
Corações de Jesus e de Maria, de
meados do século XX. Por cima,
na parte central, tem uma pintura
da Virgem Maria, óleo sobre tela,
com uma moldura em talha, muito
provavelmente
coeva
da
construção da Capela. Á direita de
quem entra encontra-se uma
pequena Pia de Água Benta, sobre
a qual existe uma bonita tampa de
talha dourada, do século XVII,
que a protege.
No extremo nascente, oposto ao
da Capela de Santo António
encontra-se a pequenina Capela
de S. Gens, santo padroeiro dos
agricultores, evocado contra a
seca1. Dela se vislumbra
igualmente uma paisagem extraordinária sobre o lado contrário do
Rio. A imagem do padroeiro é
recente, encontra-se em nicho
central, e veio substituir a imagem
antiga. Numa peanha do lado
esquerdo do altar, pode ver-se a
mutilada
de
um
imagem
presbítero, provavelmente S.
Francisco Xavier, “apóstolo das
Indias”, que enviado por D. João
III para a Índia, dinamizou um
apostolado marcante em todo o
Oriente, ou São Caetano de Thiene,
“caçador de almas para o céu”2. Na
peanha simétrica, do lado direito do
altar, encontra-se a imagem de S.
Martinho, santo cultuado em todo o
país, símbolo da caridade e da
partilha cristãs. Nascido no século
IV, foi soldado romano. Converteuse ao cristianismo e chegou a ser
Bispo de Tours. O seu culto está
também ligado à agricultura, nomeadamente à festa do vinho e das
castanhas. A imagem é do século
XVIII.
O culto a S. Sebastião é
também generalizado em todo o
Portugal, sobretudo a partir do
século XVI. Ele é o santo protector
da peste, da fome e da guerra e tal
como encontramos em Álvaro, as
suas capelas estão geralmente fora
do perímetro urbano da localidade,
“ fora de portas”, pois que eram
sítios
onde
se
cumpriam
quarentenas ou se aguardava a
permissão para entrar na Villa. No
caso de Álvaro, é interessante a
localização, que parece ser a única
possível!... Se se recordar que
Álvaro era um local de passagem
de viandantes, entende-se a
necessidade imperiosa de isolar a
aldeia dos perigos que daí
pudessem vir.
A história da Villa
de Álvaro,
envolvida pelos
enigmas da sua
fundação e do seu
nome, tece-se
por entre as
malhas do seu
património
religioso
Assim, logo abaixo da Capela
de Santo António encontra-se, do
lado direito, um caminho que se
dirige a um local ermo, um
pequeno morro que forma como
que uma espécie de “promontório”
sobre a Ribeira de Alvelos. O adro,
um espaço amplo naturalmente
arredondado, foi lajeado, e serviu
como eira comunitária até há
pouco tempo. Infelizmente, e à
revelia do plano existente para a
reabilitação do local, foi calcetado
e deformado.
Uma escadaria central, que
vence o acentuado desnível do
terreno, dá acesso ao alpendre, de
onde se pode ver a porta principal,
de cantarias rectas de granito,
sobre o qual assenta um nicho de
madeira onde se encontrava até
2003, um Cristo Crucificado, em
pedra policroma. No Verão de
2003, houve um enorme incêndio
que ameaçou Álvaro; nessa altura
retiraram da capela o Crucifixo e a
imagem de S. Sebastião. A meio
do amplo alpendre encontra-se
uma mó perfurada, local onde se
coloca a Cruz, aquando da
Procissão dos Passos.
O interior da Capela, que teve
uma reforma desastrosa nos anos
80 do século XX, apresenta apenas
um altar do século XVIII, de talha
Jornal de
dourada e policroma, de características populares, que necessita
de um arranjo urgente. A cimalha
do altar é suportada por quatro
anjinhos que a sustêm com a
cabeça, levando uma das mãos a
apoiá-la, enquanto a outra cruza
sobre o peito, num gesto
característico das mulheres que
vindas da fonte seguram os
cântaros à cabeça… Estes
anjinhos estão apoiados num cesto
formado pelas próprias asas, que
arremata centralmente com um
medalhão em flor. O Altar tem
ainda o painel central pintado com
motivos vegetalistas, enquanto
que as partes laterais, mostram os
dois santos fundadores das Ordens
Mendicantes: São Francisco,
vestido de burel, recebendo os
estigmas, e São Domingos, de
túnica e escapulário brancos, e
capa negra, segurando na mão
direita o báculo e na mão esquerda
as Sagradas Escrituras.
Há ainda duas Capelas na área
adjacente a Álvaro:
a da Senhora da Consolação
num local aprazível, ainda hoje
isolado, é uma Capela de Romaria,
que teve grande número de
romeiros. Tem um alpendre
semelhante ao da Capela de Santo
António, e também como ela foi
alterada por obras no século XX.
Como testemunho da devoção à
Senhora da Consolação resta um
Ex-voto na Capela da Misericórdia.
A Capela de S. Pedro, do
século XVII, outrora local de
Romaria, situa-se a cerca de dois
quilómetros da Vila, num monte
sobranceiro à Ribeira de Alvelos.
Para além do Património
religioso existem ainda alguns
edifícios com aspectos interessantes, como o da Casa da
Comenda da Ordem de Malta, do
século XVIII, em ruínas. Foi
adquirido por particulares que dele
fizeram uma casa para receber
hóspedes. No parede da casa que
dá para a varanda da parte traseira,
encontrava-se encastrado um
pequeno lavatório. A casa apresentava os tectos pintados nas
salas. A cozinha mostrava a zona
de estar, com sobrado de madeira,
contrastando com uma zona
lajeada, mais baixa, onde se fazia
o lume. Aí ainda se podia há pouco
tempo observar o gancho onde se
pendurava o caldeiro sobre o
lume.
O Barbeiro era uma pessoa
importante numa Villa isolada
como esta, dado que para além de
fazer a barba e o cabelo, estava
autorizado a sangrar e a fazer
emplastros e outros tratamentos,
para além de poder receitar chás e
mezinhas diversas. Próximo da
Capela de S. Gens, pode ver-se
esculpida na ombreira de uma
porta uma referência à residência
de um Barbeiro, em 1838…n
Ana Faria
1 - TAVARES, 1999, p. 65
2 - Olhando atentamente a imagem
pode ver-se que a sua mão direita
segurava um objecto, que poderá ter
sido um Crucifixo, o que justifica a sua
identificação como São Francisco
Xavier, jesuíta, que viveu entre 15061552, tendo sido um dos primeiros
companheiros de Santo Inácio de
Loyola. Foi canonizado no século
XVII, época em que o seu culto teve
grande expansão. Por outro lado, a
imagem apresenta-se como um
presbítero, vestindo-se como os
Teatinos, de sotaina preta, sobrepeliz
branca e estola, podendo também ser
identificada como S. Caetano de
Thiene. Este santo viveu entre 14801547, época da Reforma, foi fundador
da Ordem dos teatinos, clérigos
regulares, que tinha como propósito
restaurar a verdadeira vida apostólica
no interior do clero; foi canonizado no
século XVII, época em que o culto se
divulgou. Cf. GIORGI, 2002, pp. 139 e
146; QUEIROZ, s.d., p. 179; DAIX,
2000, p.80; NEVES, 2006, pp.145-148;
ROMÁN, 1999, p. 99; TAVARES,
1990, p. 60; LEITE, 2006, pp. 13-24.
OLEIROS
COMERCIAL
E CORRESPONDENTES
O Jornal de Oleiros, edições
Online e em papel, procura
cooperação de COMERCIAL
experiente, pretendendo a
cobertura de algumas das zonas
abaixo indicadas. Os interessados podem ainda considerar a
possibilidade de cooperar com o
Jornal Povo de Portugal ( ver em
www.jornalpovo deportugal.eu)
. Sertã
. Vila de Rei
. Proença-a-Nova
. Belmonte
. Vila Velha de Ródão
. Covilhã
. Idanha-a-Nova
. Castelo Branco
Agradecemos aos interessados o
favor de enviar email’s para
[email protected]
[email protected]
Indicando o que considerem útil para valorização de candidatura.
Telef. 967 258 298
AGORA COM A GERÊNCIA DO RESTAURANTE SALINAS
4 Jornal de OLEIROS
REVISTA
JANEIRO 2010
O ANO EM REVISTA
DE ALGUNS EVENTOS DE 2009
2009 foi um ano terrível a nível
nacional e internacional. O
terrorismo veio para ficar e
transformou o mundo. As guerras
nunca mais têm fim e muitos
milhares de pessoas – incluindo
crianças – morrem em nome de
interesses que na maior parte das
vezes nem percebemos bem
porquê. A crise económica
motivou uma floresta humana e
ilimitada de desempregados, mas
os Bancos portugueses apresentaram lucros de milhões de euros,
com a excepção que todos bem
conhecem e para esse todos pagamos (?). Os senhores do mundo
não conseguiram sequer chegar a
acordo em Copenhaga quanto à
redução de gases com efeito de
estufa. Uma vergonha! A gripe A
matou e continua a matar e a
controvérsia, mesmo no seio dos
médicos, persiste sobre a vacina.
O sismo abanou Portugal mas
felizmente não deixou destruição
mas as cheias e tornados que se
verificaram em muitas zonas de
Portugal continental, Açores e
Madeira, essas, especialmente as
dos últimos dias do ano, foram
catastróficas na destruição de
casas, culturas, carros e outros
bens. Torres Vedras teve apagão,
pois só postes de alta tensão foram
26 ao chão e no Algarve, as
culturas também foram destruídas.
Outros locais também foram
BIG bar
atingidos criando ainda mais
pobreza e desânimo. E, como
sabem, enchíamos este jornal com
a lista de tantas outras preocupações que todos gostaríamos não
se repetissem em 2010 mas, todos
sabemos, que quando os elegemos, até parece que passam a
viver noutro planeta e que não
fomos nós os seus eleitores. Um
mundo cheio de egoísmo, de jogos
políticos, de estratégias mais
partidárias do que de interesse
nacional, cheios de palavreado a
mais e algum até de muito baixo
nível, criando um descrédito
generalizado. Todos queremos e
exigimos é soluções para 2010 e
seguintes. Entendam-se!
Concentremo-nos, agora, no
concelho de Oleiros, respigando
para este jornal o que, a meu ver,
merece evidência neste resumo de
acções levadas a efeito pelas autarquias e outros agentes culturais e
desportivos. Por motivos de
espaço, não podemos ser tão
exaustivos como desejávamos.
Mesmo assim, já é longo, o que de
alguma maneira demonstra que
muito se fez em 2009.
Alguns eventos marcaram, pela
positiva, o concelho de Oleiros,
numa dimensão envolvente, importante e que extravasou as fronteiras desta terra. Deram lugar a
notícias em televisões, rádios,
jornais e revistas. Oportunidades
Sérgio André Martins Henriques
Estr. Nac. 238, Ameixoeira • Telem. 965 839 770
muito bem aproveitadas para
divulgação das nossas realidades e
potencialidades culturais, gastronómicas e turística. Poderei
afirmar mesmo que, a meu ver, foi
um ano bem aproveitado na comunicação social, colocando o
nosso concelho no mapa
aumentando o pontinho que nos
indica a situação geográfica.
- A 9ª Feira do Pinhal decorreu
em Agosto em estreita ligação com
a festa de Santa Margarida (as
festas do concelho) e marcaram o
Verão de 2009. Este evento foi um
dos que não passou ao lado dos
media e proporcionou a quem
esteve
presente,
momentos
absolutamente inesquecíveis. Integrados neste período, decorreram
várias acções de complemento,
como colóquios e exposições. Na
abertura do certame esteve
presente o então Secretário de
Estado da Protecção Civil.
- Em Novembro tivemos a
realização da 3ª edição da Mostra
Gastronómica - Semana do
Medronho e da Castanha – tendose afirmado como um projecto
com muitas potencialidades turísticas do concelho. Sete restaurantes aderiram à iniciativa e as
suas ementas puderam ser apreciadas por muitos dos residentes e
muitos visitantes que puderam ter
uma visão das nossas riquezas a
vários níveis e que são, já hoje, a
porta para o futuro de Oleiros:
turismo em várias vertentes.
Houve
várias
actividades
integradas nesta semana, como a
3.ª Maratona de BTT “Rota do
Medronho”, que contou com 150
elementos e deu visibilidade a
nível nacional. No posto de turismo podiam ser adquiridos
vários produtos e as montras dos
estabelecimentos davam um
colorido diferente nestas datas
enquanto o S. Martinho era
festejado nas Piscinas Municipais.
A “Mostra” teve honras de
presença na RTP1 no programa
“Praça da Alegria”.Oleiros já era
considerada a “capital do cabrito
estonado”, agora também se tem
afirmado como “capital do
Medronho”.
- O Carnaval em Oleiros mais
uma vez se realizou com apoio do
município, das Juntas de Freguesias e Associações. Um Carnaval que não coincide com os
meses quentes e, por isso,
abandona o “jeito brasileiro” para
ser muito ao nosso estilo.
- As Piscinas Municipais, que
festejaram o seu 3º aniversário no
final de Dezembro) têm sido um
pólo de dinamização de várias
acções. Facto que sublinhamos de
muito interessante. A “Semana das
Piscinas” é uma delas com a
utilização gratuita de todos os
utentes já com as instalações e
água climatizadas. No Verão
foram um êxito esperado com alto
índice de frequência. Fazem parte
de largo complexo desportivo, o
ginásio, as piscinas com bar, um
parque infantil, campo de futebol
de 7, campo de ténis e um circuito
de manutenção. Uma realidade a
servir Oleiros com todas as
condições.
- Em 2009, o então Secretário de
Estado Adjunto da Obras Públicas
visitou Oleiros para se aperceber
do andamento das obras da estrada
351 no troço que liga a Isna ao
Pontão do Laranjeiro. Esta é uma
via útil que dá continuidade às
características da estrada que
morria de qualidade na Isna, mas
não é esta ainda que resolve a
ligação necessária à capital do
Distrito.
- Ainda não foi este ano que o
troço de estrada entre a Sertã e
Oleiros (estrada 238). Tudo se
encaminha para que a vejamos,
agora em 2010, a rasgar os
montes. O processo já passou por
onde deveria passar, mas
entretanto temos o Orçamento
para 2010… e a verdade até aqui é
que ainda não foi feita. Há mesmo
quem diga por aqui que ela está
embruxada!
- A Estalagem de Santa
Margarida encorpou visivelmente
e a Câmara Municipal deu já o
segundo passo, ou seja, o concurso
para os arranjos paisagísticos ao
nível dos espaços verdes. Arruamentos, iluminação pública,
construção de piscinas exteriores e
ainda jacuzzi compreendem o
mesmo passo. Uma realidade que
vai engrandecer Oleiros decisivamente e que é peça fundamental
para o suporte de muitos dos
projectos a realizar neste vasto
concelho.
- A 18 de Outubro, a Associação
Humanitária dos Bombeiros de
Oleiros celebrou 61 anos. O aniversário foi realizado com toda a
dignidade.
- Também a Filarmónica
2010 JANEIRO
Jornal de OLEIROS 5
realizou
a
sua
Oleirense
Assembleia Geral a 28 de Novembro, onde já foram apresentadas as
contas de gerência do mandato
2007-2008, que foram aprovadas.
Na mesma Assembleia foram já
eleitos os novos corpos gerentes.
- No mesmo mês (3 e 4) a Casa
do Benfica comemorou o seu 2º
aniversário nas Sarnadas de São
Simão. Embora a sua sede tenha
muita dignidade, as actividades
que desenvolvem e nos têm
surpreendido, efectuam-se em
diversos locais. A “casa” não se
fecha ao seu espaço, e só assim
tem sentido. Tem sido muito
dinâmica.
- Na noite de 5 de Outubro
(feriado) Oleiros pode contar com
uma realização cultural designada
por “IV Encontro de Ranchos de
Oleiros”. Decorreu no Pavilhão
Desportivo e estiveram presentes,
para além do Rancho Folclórico e
Etnográfico de Oleiros, o Grupo
Folclórico “O Arrais” de Ilhavo e
o Rancho Folclórico Pescadores
de Matosinhos. Foi um ótimo
momento, na sequência de outros
que já realizaram.
- A 21 de Novembro “Trilho
Estreito” levou a efeito a 10ª
edição do passeio turístico de TT
(Todo o Terreno). Estas iniciativas
têm tido o imprescindível apoio do
Grupo Desportivo Águias do
Moradal. Mais uma vez se
traduziu num êxito assinalável.
São estas iniciativas que
diversificam as ofertas nas acções
que se realizam.
- Já a 27 de Setembro, o Grupo
Maltez do Mosteiro promoveu um
passeio de motorizadas que
percorreu algumas das freguesias
do nosso concelho e que criou
momentos de autêntico convívio
aos participantes. Foi bom.
- Este ano, decorreu também a 1ª
Maratona designada por “Oleiros
a correr” promovida pelas Piscinas
Municipais.
- A 8 de Novembro a iniciativa
veio da ARCVASO – Associação
Recreativa e Cultural de Vale de
Souto – realizando um passeio
inédito de tractores, mas já vai na
sua IV edição. Muitas são as
pessoas que gostam de ver este
tipo de evento.
- Já a finalizar o ano o Grupo
Desportivo e Recreativo do
Milrico levou a efeito o seu
primeiro passeio de Motorizadas.
Mais uma iniciativa que movimenta a juventude e que cria
oportunidades para se aperceberem das lindas paisagens deste
concelho.
- Oleiros passou a contar com
uma casa de convívio no lugar de
Adgiraldo, freguesia de Orvalho.
- D. António Dias, Bispo da
Diocese de Portalegre e Castelo
Branco, veio ao concelho, mais
propriamente às freguesias de
Sobral e Madeirã. Na Cava,
presidiu à celebração da missa na
capela que teve melhoramentos
realizados recentemente. Estiveram presentes muitos cristãos
que assim puderam assistir à santa
missa. Note-se que, também aqui,
existe a Associação Recreativa e
de Melhoramentos.
- O Município, com o objectivo
claro de promover os produtos
locais, produziu um cabaz de
Natal tipo, com várias hipóteses
para o seu recheio, de cheiros e
sabores, colocando tudo isso no
Posto de Turismo. Esta medida,
conjuntamente com muitas outras
que foram tomadas em 2009,
foram importantes e o resultado se
verá num futuro próximo.
- Também no Posto de Turismo
esteve
em
exposição
“O
Presépio”, cujo autor é Luís
Alenquer. Trata-se uma obra feita
essencialmente com materiais
como a pedra, o ferro e a madeira .
- Falando de época e símbolos
de natal, as ruas de Oleiros, este
ano, tiveram uma iluminação
muito bonita. As pessoas gostaram
imenso e a Vila ficou mais
natalícia e maravilhosa.
- No auditório da Junta de
Freguesia do Orvalho, decorreu no
dia 20 de Dezembro, um excelente
Concerto de Natal com a
Orquestra Típica de Alcains. Uma
acção a aplaudir com muita
alegria.
- Oleiros, mais uma vez esteve
na televisão, e desta vez na noite
de Natal (depois da missa do galo)
onde se assistiu à forma como se
prepara e o que é o cabrito
estonado à moda de Oleiros.
Aconteceu no programa “Gestos
dos Sabores”. Já noutra data
anterior esta situação tinha estado
em programa de grande audiência
nacional. Recorde-se que, foi
publicado no D. R. o Despacho
BAR CALADO: [email protected]
Estr. Nac. 238, Alverca, Oleiros
Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial)
25483/2009 que “viabiliza a
continuidade da produção de
Cabrito Estonado, sem prejudicar
as adequadas condições de
segurança alimentar”.
- Em Novembro já o nosso
concelho e o Geopark Naturtejo
estiveram nas câmaras da RTP2,
num documentário designado por
GEOPORTUGAL. Este programa
foi de âmbito mais alargado
“abordando os
geoparques
portugueses e a importância das
Ciências da Terra”
- A Câmara de Oleiros entregou,
em Novembro, uma casa nova
mobilada, a um casal com duas
filhas menores. Esta família não
tinha meios nem onde morar. O
investimento rondou os 50 mil
euros e foi construída na povoação
do Moucho, freguesia de Oleiros.
Os terrenos foram oferecidos por
familiares. Um bom Natal para
esta família e fica a sensibilidade
da autarquia para as questões
sociais.
- Depois de realizados
melhoramentos, a 20 de Setembro,
foi inaugurada e requalificada a
Escola Básica nº 1 do Orvalho
(EB1).
- A junta de Freguesia de Oleiros
passou a disponibilizar à população
um Serviço de Psicologia contando
com um Gabinete de Apoio e
Aconselhamento, Funciona todas
as terças-feiras da parte da manhã.
Uma Freguesia que se preocupa
com outras situações que, não são
somente, limpezas e caminhos.
- Várias exposições foram feitas
em Oleiros, numa aposta cultural
que serve todos os alunos e a
população em geral. Já indicámos
algumas, mas relembramos a de
“Xistos, Barros, Formas e Figuras”
da autoria de Elisabete Lyon de
Castro. Já em Lisboa, na Casa da
Comarca da Sertã, esteve o artista
Abílio Lourenço, durante um mês,
com a exposição “Pura Paixão”.
Um êxito.
- Na Casa da Comarca foi
dedicado um dia à gentes do
concelho de Oleiros, estando
presentes o Presidente da Câmara,
Grupos e Ligas do Concelho e
outros. Os órgãos da própria CCS
estiveram neste jantar de cerimónia,
nomeadamente o seu Presidente da
Direcção Eng. Pedro Amaro.
- No futebol, os “Águias do
Moradal” continuaram a manter-se
sempre na parte cimeira da
classificação, enquanto que,
Oleiros (ARCO) nunca desceu, mas
mantém-se na tabela numa situação
alguns pontos mais abaixo. A
verdade é que a rivalidade saudável
entre estas duas equipas continua a
marcar o momento alto do
campeonato aqui para os nossos
sítios. Em 2009 nada fugiu à regra.
- O Futsal foi uma modalidade
em destaque e que movimenta mais
equipas. Tudo isto é possível pelas
excelentes condições que foram
criadas para a prática do desporto.
Uma aposta ganha e que a
juventude agarrou definitivamente.
- Já quase no final do ano (19/12)
a Casa do Benfica levou a efeito um
Encontro de Escolas de Futebol, do
nível B, em Oleiros. Na parte da
manhã, estiveram presentes, além
da equipa da Casa, o Desportivo C,
Valongo B1 e Valongo B2 , no
campo municipal. Já de tarde
foram os alunos da Escolinha de
Futebol com idades entre 5 e 7
anitos que participaram em
Proença-a-Nova.
- Os técnicos da área de Desporto
da CMO lançaram o cartão gratuito
“Plena Vida”, com autorização da
Câmara. Os utentes daquele
Ginásio e das Piscinas podem agora
verificar a sua condição física e de
saúde. Falamos da percentagem de
massa gorda, gordura visceral e
massa muscular. A pressão arterial,
índica de matéria corporal, o nível
cardiovascular e peso ideal, são
outras que podem ser medidas. Isto
mostra que este Pólo dinamizador
tem vindo a realizar várias acções
de extrema importância. Nas
Piscinas também se organizaram
semanas temáticas como as
“semana da boa acção” e “semana
do aluno”, entre outras.
- Montarias a Javalis foram
acontecimentos repetidos, a atender
pela nossa principal fonte.
- A Comissão de Melhoramentos
da Gaspalha, na freguesia de Álvaro,
promoveu em 10 de Outubro, na
Casa da Cultura daquela localidade,
uma noite de fados.
- Em 2009 tivemos eleições para a
Assembleia da República e para as
Autárquicas (11 de Outubro).
Nestas, José Santos Marques, antigo
e actual Presidente da Câmara pelo
PSD foi o que obteve a maior
percentagem nacional (75,16%) O
PS não concorreu a nenhuma
Freguesia, mas tem um Vereador.
Em Proença, foi o candidato e agora
Presidente da Câmara que teve
também uma vitória retumbante. A
CMO tomou posse no dia 26 de
Outubro e a Assembleia Municipal
em 27 do mesmo mês tendo tomado
posse 27 Deputados Municipais. Nas
legislativas o PSD ganhou com
55,37%.
- Trimestralmente foi editada pela
CMO a “Agenda Cultural”, com
muito interesse e de leitura e
sucesso. Esta agenda, trata de uma
questão específica em cada número,
como o linho, o milho, o mel, etc. A
coordenação tem sido do Vereador
Victor Antunes.
- a 15 de Outubro, fomos nós
“Jornal de Oleiros” que aparecemos
com
o
primeiro
número,
pretendendo ser e ter um trabalho
sério, leal e estimulador de novos
projectos no concelho e região.
- O nosso concelho é o que teve
menor índice de desemprego. No
entanto, a crise chegou a todos, mas
levou a “fábrica dos brinquedos”
(como é conhecida) a ter de despedir
várias pessoas. A crise sentiu-se
também fortemente ao nível do
negócio das madeiras, que é uma
vertente
económica
muito
importante neste concelho, muito
embora a enorme dimensão ardida
nos anos transactos.
- Abriu na Vila uma clínica de
fisioterapia, que muito ajudará as
pessoas deste concelho, especialmente quando tiver estabelecido
acordos com várias entidades.
Mesmo assim já funciona (foi alvo
de reportagem deste jornal).
- Abrimos 2009 com cheias , frio e
neve. Encerrámos o ano com muita
chuva e frio.
- Também terminámos o ano, com
excelente fogo de artifício. Ao que
sabemos, a Pirotecnia Oleirense e
grupo em que está associada
apresentou excelentes espectáculos
na capital do Distrito e deslumbrou
Lisboa mais uma vez.
Este resumo foi possível
fundamentalmente com recurso à
página da Câmara Municipal (www.
cm-oleiros.pt) que recomendamos
visitar e fica o nosso agradecimento.
E para 2010, desejamos ter muitas
e boas notícias a dar e um resumo
melhor no final do ano.n
Luís Mateus
[email protected]
6 Jornal de OLEIROS
JANEIRO 2010
O Testamento de D. João Maria,
Bispo de Angra (28º) - IV
Disposições
patrimoniais
(continuação)
e
posterior
correcção,
aditamento
e
alteração.
No número anterior ficou a
transcrição das mais primeiras e
mais importantes disposições
sobre bens patrimoniais. Prosseguimos com as restantes e
finais disposições. O testamento
veio a ser corrigido, aditado e
alterações
que
alterado,
ultimam esta transcrição.
“…”
- Outras disposições “Finalmente queremos que no
ano do nosso falecimento se dê a
quantia de cinquenta mil réis para
o Dinheiro de São Pedro.
Declaramos que as quantias
mencionadas, que forem satisfeitas no continente serão pagas
pela moeda forte, e as que o forem
neste Arquipélago, em moeda
fraca corrente.
Nomeamos nossos testamenteiros
os presbíteros Manoel Maria da
Costa, nosso Secretario particular, e
António Maria Ferreira, nosso
familiar, aos quais pedimos queiram
tomar sobre si este encargo, e
queremos que se apossem de todos
os bens que Nos pertencerem logo
depois do nosso falecimento,
excepto dos existentes em Oleiros, e
os administrem até darem
cumprimento ás disposições deste
testamento e instruções que lhes
dermos, podendo, se for necessário
vender ou distratar quaisquer
títulos ou acções de bancos ou
companhias, que possuímos, ou
receber quaisquer capitais, juros ou
dividendos, para satisfazerem os
legados e encargos do presente
testamento, e cumprirem nossa
ultima vontade.
Crucifixo e castiçais em prata no museu de Angra do Heroísmo. Oferta de D. João Maria
O tempo que marcamos para o
cumprimento das disposições do
presente testamento é de três anos.
Entretanto, os ditos nossos
testamenteiros ficam por Nós
encarregados de cobrarem todas
as dívidas activas de que formos
credor, e de Nos representarem em
juízo em quaisquer pendências ou
causas que possam suscitar-se
sobre a execução das disposições
do presente testamento. Das
dívidas activas que cobrarem
receberão a decima parte pelo seu
trabalho. Na sua falta, ou
passados os três anos da administração dos ditos nossos testamenteiros, passarão as suas
atribuições e poderes para s
nossos Sucessores, aos quais
pedimos as queiram exercer, por
si, ou pelo Vice-Reitor do Seminário, até inteira execução do
presente testamento.
Os ditos nossos testamenteiros
ficam por Nós autorizados a
dispor como bem lhes aprouver da
roupa do nosso uso, excepto das
MINI MERCADO
DO POVO
• Variedade de produtos de qualidade
ao melhor preço.
• Pagamos na hora facturas da EDP,
Telefones, TVCabo, Seguros etc...
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vestes pontifícias, e alfaias de
pequeno valor, segundo as instruções que lhes dermos.
Tendo Nós disposto em vida
dalguns objectos, dos quais
poderão existir ainda alguns em
nosso poder por ocasião do nosso
falecimento, e tendo os ditos
nossos testamenteiros muitos móveis e alfaias próprias no Paço,
sendo aliás incapazes de quererem
o que lhes não pertencer, queremos e ordenamos que ninguém
lhes peça conta dos nossos bens, a
não serem os legatários de seus
respectivos
legados
e
a
Autoridade Pública da satisfação
dos legados pios.
A conservação e reparos da
nossa capela funerária no
cemitério do Livramento fica a
cargo dos nossos testamenteiros; e
findos os três anos da sua
administração, ficará a cargo do
Seminário Diocesano, sob a
inspecção cuidado dos nossos
Sucessores.
Declaramos que todos os bens
que deixamos ao Seminário desta
Diocese d’Angra são para a
dotação permanente do mesmo, e
não para se gastar em despesas
correntes. E recomendamos aos
nossos Sucessores que elevem a
mesma dotação, capitalizando as
novas doações juros vencidos,
pelo menos á soma de vinte contos
de réis, para que posam render
anualmente um conto de réis.
Se o governo não conceder licença para que a nossa Quinta do
Imaculado Coração de Maria seja
propriedade da Mitra desta
Diocese, depois do falecimento do
nosso Secretario, o presbítero
Manoel Maria da Costa; ou se em
algum tempo pretender vendê-la,
queremos que por esse facto fique
pertencendo ao Seminário desta
Diocese.
Igualmente determinamos que
se alguém impugnar ou se opuser
às disposições do presente testamento perca todo o legado ou
vantagem que dele lhe possa
provir.
Deixamos a nossa propriedade
literária, segundo a Lei, ao nosso
familiar o presbítero António Maria Ferreira.
E finalmente declaramos que os
nossos Testamenteiros poderão
dispor das nossas alfaias e bens de
pequeno valor ao modo que lhes
aprouver e na conformidade das
instruções que lhes dermos.
E queremos que as despesas que
houverem de fazer-se, ou
contribuições que hajam de
pagar-se com a transmissão dos
legados que deixamos à Mitra
desta Diocese, ao Seminário, e ao
nosso Secretário sejam satisfeitas
pelos bem que deixarmos.
E deste modo damos por
concluído o presente Testamento,
se
cumpra
que
queremos
inteiramente como nele se declara,
revogando todas as disposições
testamentárias, que dantes tivermos
feito. Feito, escrito rubricado e
assinado por Nós e selado com o
selo das nossas armas no dia 24 de
Maio de 1885.”
“Lugar do selo. João Maria,
Bispo d’Angra.”
Termina o testamento inicial.
2010 JANEIRO
Jornal de OLEIROS 7
HOMENAGEM
Contudo, mais tarde, veio a ser
sujeito a uma “correcção e aditamento”, e a “outra declaração e
disposição”
passo
a
que
transcrever.
Correcção e aditamento
“ EM NOME DE DEUS AMEN
.Nós João Maria Pereira do
Amaral e Pimentel, Bispo d’Angra
do Heroísmo, tendo feito o nosso
testamento, que foi aprovado em
três de Junho de 1885, e que por
este confirmamos, excepto a parte
em que o alteramos, havemos por
bem fazer-lhe a seguinte correcção e aditamento, que queremos se cumpra como se nele se
fossem exaradas, a saber:
- Deixamos o usufruto da nossa
quinta do Imaculado Coração de
Maria, sita no lugar da Estrela,
subúrbios desta cidade, em que
vivemos, compreendendo a casa da
mesma quinta e tudo o que nela se
encontrar à hora do nosso
falecimento, excepto o numerário,
que será aplicado até onde chegar
para o cumprimento das nossas
disposições testamentárias assim
como todas as suas dependências e
acessórios, aos nossos dois
familiares e testamenteiro os
presbíteros Manoel Maria da Costa e António Maria Ferreira, simultaneamente, e sobrevivência dum
ao outro; devendo passar a propriedade da mesma quinta, e casa e
do que nela se encontrar, que nos
tenha pertencido, à Mitra desta
diocese só por morte do último
usufrutuário, como se acha disposto no mencionado testamento.
Além disso declaramos que todo
o resto de nossos bens, que
deixamos ao Seminário desta Diocese é como esmola e subscrição
para a dotação do mesmo
Seminário, subscrição que por
Nós foi aberta por pastoral de 22
de Dezembro de 1880; e à qual
queremos sejam aplicados aos
mesmos bens.
Queremos e pedimos que estas
disposições sejam consideradas
como fazendo parte do mesmo
testamento, e a ele adicionadas.
E para que assim se cumpram
escrevemos por nossa própria
mão a presente declaração testamentária, que será competentemente aprovada em esta
Nossa quinta do Imaculado
Coração de Maria, aos 2 de
Agosto de 1887.
João Maria, Bispo d’Angra.”
declaração
e
Outra
disposição
“Em tempo, mais declaramos e
ordenamos que aos mencionados
nossos familiares e usufrutuários, os presbíteros Manoel Maria da Costa e António
Maria Ferreira, se não exija
caução alguma, nem mesmo
inventário dos bens de que lhes
deixamos o usufruto; não só
porque tudo confiamos da sua
consciência e probidade, mas
porque também dalguns objectos
do nosso espólio temos já
disposto, e doutros tencionamos
dispor em vida, outros são já
próprios dos mesmos usufrutuários, e finalmente porque é
nossa última vontade que para a
Mitra só venham a passar os
bens pertencentes ao nosso
espólio que existirem por ocasião do falecimento do último
usufrutuário ao qual recomendamos que em tempo competente
faça deles urna relação, para
que, por ocasião do seu
falecimento se não extraviem.
Assim queremos e mandamos
que se cumpra. Quinta do Imaculado Coração de Maria, aos 3
de Agosto de 1887.
João Maria, Bispo d’Angra.”
O testamento tem a aprovação
do tabelião José Julianno
Gonçalves Cotta, em data de três
do mês de Agosto de mil oitocentos oitenta e sete; servindo do
testemunhas João do Carvalhal da
Silveira, Vital de Betencourt
Vasconcellos e Lemos, João
Pereira Forjaz Pacheco de Mello,
Fernando Coelho Rocha, Francisco José da Silveira Ávila de
Bettencourt.
Foi aberto no dia 27 do mês de
Janeiro do ano da morte de D. João
Maria e acha-se registado a folhas
2 verso, do livro 48 da administração do concelho de Angra do
Heroísmo, em um de Fevereiro.
Termina aqui a transcrição do
testamento. Em próxima oportunidade, se tempo e inspiração
me forem bastantes, espero poder
voltar com outros escritos sobre
D. João Maria, nomeadamente
com alguns traços biográficos e
com uma perspectiva sobre a sua
obra intelectual e sobre as várias
polémicas em que viu envolvido.n
João H. Santos Ramos
[email protected]
António Manuel dos Reis
Torgal Mendes
António Manuel dos Reis Torgal
Mendes, descendente de uma
família tradicional do Estreito,
nasceu a 22 de Agosto de 1932,
tendo falecido precocemente no
dia 13 de Maio de 1986. Quem o
conheceu afirma que a sua escrita
estaria ao nível de um génio
literário como Fernando Pessoa,
Florbela Espanca ou Sophia de
Mello Breyner.
A sua passagem por Coimbra,
onde deixou incompleto o curso de
Direito, ficou marcada pela
colaboração no jornal humorístico
“Poney” e pelas diversas tertúlias
literárias
existentes,
tendo
posteriormente ingressado no
curso de professor liceal de ensino
particular, que o habilitou a
leccionar Matemática e Português
em Negais (Angola). Ainda em
Luanda, chegou a a ser Director de
Departamento do Sindicato dos
Trabalhadores do Comércio e
Indústria. À data da morte, estava
radicado em Castelo Branco onde
exercia solicitadoria.
Autor da primeira Marcha do
Outrora foste sol
E vento que já foste
Agora és brisa da tarde fresca
Que me embala amena pela vida fora
Outrora foste mar, agora és lago
Suave e calmo como as noites calmas
Onde eu, cansado, vou banhar a minha alma
Banhar as penas que na alma trago
Outrora foste
Mas passaram anos
Passaram tantos, quantos desenganos
Estreito, das Quadras de S. João e
do Vira da Serra, era dotado de
uma inteligência brilhante e de um
apurado espírito crítico, sendo
definido como um Homem à
frente do seu tempo. Ousado e sem
preconceitos, era um ser inquieto
que arriscava e assumia as suas
convicções, sendo ao mesmo
tempo um humanista de trato
afável que a todos encantava pela
sua rebelde solenidade.
Passaram sonhos e ilusões também
Outrora foste
Mas que importa outrora
Se outrora foste como o és agora
O meu enlevo doce, a minha mãe!
A. M. R. Torgal Mendes
TESTEMUNHOS
Nas deambulações cada vez mais
frequentes do nosso jornal por terras
do Concelho, encontrámos e
conversámos com um Homem
notável, empenhado em prestar
homenagem aos que um dia
rumaram a África para defender
aquilo que ao tempo era parte do
país.
Falamos de António dos Santos
Ferreira Nunes, do Estreito.
O, hoje Amigo, António Nunes
tudo tem feito para que esta
homenagem, que pode ser singela,
tenha lugar.
“ Partiram um dia, ainda nos seus
verdes anos mas no início da
plenitude das suas vidas, deixando
para trás as suas casas, a sua família,
muitas vezes constituída já por
mulher e filhos, em direcção ao
desconhecido”.
“Lá, para onde foi necessário ir,
eles deram de si o melhor, eles
combateram, eles foram feridos, eles
não regatearam mesmo a própria
vida, o seu bem mais precioso e
supremo”.
“Por tudo isto, é da mais elementar
justiça que, como noutros pontos do
país, a memória destes nossos
conterrâneos também aqui não seja
esquecida”.
Referimo-nos a parte de uma
“Exposição-Testemunho” que nos
foi facultada pelo António Nunes,
onde se fala ainda de uma Comissão
para tratar do projecto toponímico do
Estreito, constituída pelo Presidente
da Junta do Estreito, pelo Arqto.
Felipe Bartolo e pelo Magistrado
João Ramos que a partir das nossas
páginas, desejamos incentivar para
que concretizem a homenagem a que
nos associamos na qualidade de excombatentes. O nosso Concelho
pagou um alto preço em vidas que
desejamos recordar:
Perdemos 15 Homens, 13 do
Exército, 1 da Marinha e 1 da Força
Aérea, sendo:
3 do Orvalho, 4 do Estreito, 2 do
Mosteiro, 1 da Madeirã, 2 de
Oleiros, 2 de Cambas e 1 das
Sardeiras.
Recordamos os nomes:
. Alberto da Conceição Vaz;
. Américo das Neves Almeida;
. António Luís Fernandes;
. António Mendes Martins;
. António Vaz Mateus;
. David Lourenço do Carmo;
. João Farinha Castanheira;
. José Maria Antunes;
. José Martins Ramos;
. José Mateus;
. Lino Paula Martins;
. Manuel Ventura;
. Mário Antunes Nunes;
. Silvano Farinha Alves;
. Victor Garcia Guerra.
Aqui deixamos o nosso apoio a
todas as iniciativas que visem
enaltecer a abnegação destes nossos
conterrâneos e um abraço ao
António Nunes por nos receber.
Director
8 Jornal de OLEIROS
JANEIRO 2010
RURALIDADES
O azeite é o sumo de um fruto, a
azeitona, a qual provém da
Oliveira (Olea eropaea). Traz
bastantes benefícios para a saúde
devido à sua abundância em ácido
oleico,
um
ácido
gordo
monoinsaturado
ideal
para
prevenir os malefícios do
colesterol. Esta gordura é também
recomendada para prevenir a
obesidade e o cancro, duas
preocupações da sociedade actual
que se presume estarem correlacionadas.
Em Oleiros, assim como em
toda a região, a variedade dominante nos olivais é a Galega, de
onde se obtêm excelentes frutos
que estão na base de um produto
alimentar de elevada qualidade
como é o caso do “Azeite da Beira
Baixa”,
classificado
com
Denominação de Origem Protegida (DOP). As “azeitonas
“O ouro da terra”
galegas” caracterizam-se pelo seu
aroma frutado e suave, com sabor
herbáceo de fruta verde e algumas
notas amendoadas. Depois de
processadas, dão origem a um óleo
amarelo dourado, de sabor frutado
acentuado por notas picantes e
amargas: o verdadeiro “ouro da
terra”.
A qualidade do azeite
Quando falamos em qualidade
do azeite, convém referir que esta
depende de factores como a
região, a variedade, o grau de
maturação das azeitonas, o estado
sanitário dos frutos, o processo de
extracção do azeite e o seu modo
de conservação. Para controlar a
qualidade deste produto, podem
ser efectuadas análises físicoquímicas (onde são determinados
parâmetros como a acidez, o
índice de peróxidos ou a
absorvância) e análises sensoriais.
Neste último caso, importa
verificar as características organolépticas do produto, de onde o
cheiro e o sabor são as mais
importantes. Para o efeito, recorrese a um painel de provadores pessoas experientes que são
seleccionadas para apreciarem o
cheiro e o gosto de um azeite
aquecido num copo.
Após o processo de controlo de
qualidade, se a análise ao azeite
revelar que este não tem qualidade
suficiente para ser consumido, é
possível eliminar alguns dos seus
defeitos procedendo-se à Refinação, da qual se obtém o “azeite
refinado”. Este processo compreende as operações de neutralização (eliminação da acidez –
ou seja, dos ácidos gordos livres),
descoloração (eliminação de pig-
mentos) e desodorização (eliminação de mau gosto ou de aromas
indesejáveis).
Resumindo, a qualidade do
azeite é medida pela acidez,
estado de oxidação e existência
ou não de defeitos organolépticos (principalmente ao nível
da cor, cheiro e sabor). É a
conjugação destes parâmetros
que define os três tipos de qualidade de azeite: “azeite virgem
extra”, “azeite virgem” e “azeite
comum” que encontramos vulgarmente mencionados nos
rótulos e contra-rótulos das garrafas de azeite que consumimos.
Assim, de uma forma genérica,
os “azeites virgens” caracterizamse por serem obtidos directamente
de azeitonas unicamente por
processos mecânicos e o que
distingue um “virgem extra” de
um “virgem” é o facto de o primei-
ro ser considerado um azeite superior. O “virgem extra” é tido
como o melhor dos azeites, uma
vez que após o controlo de
qualidade se conclui que não
possui defeitos e que o parâmetro
acidez não é superior a 0,8%. O
“azeite virgem”, por seu lado, é
considerado um azeite de categoria inferior ao anterior, uma vez
que se admite nesta categoria a
existência de defeitos muito
ligeiros. Neste caso, o parâmetro
acidez não pode exceder os 2%.
Por último, a categoria “azeite
comum” diz respeito a azeites de
qualidade mais baixa, constituídos
por “azeites refinados” misturados
com outros azeites obtidos directamente de azeitonas, unicamente
por processos mecânicos (“virgens”) ou não.n
Inês Martins
CRÓNICA
Começo esta crónica por desejar
um Bom Ano de 2010 para todos.
Espero que as festas de Natal e de
Passagem de ano tenham corrido
da melhor maneira.
O ano que se inicia será
concerteza um ano muito
importante para as Associações,
quer seja para a afirmação e
consolidação de algumas, quer
O Que Se Vê Daqui
seja para a continuidade do
trabalho desenvolvido por outras.
Pelo que se pode constatar, o
início do ano terá bastantes
motivos de interesse, desde logo
com o Torneio de Futsal para não
federados organizado pela ARCO,
com início a 15 de Janeiro. Numa
modalidade em clara expansão,
este será concerteza um torneio
com bastante interesse e onde
podem surgir novos valores. A
acompanhar aos fins-de-semana
no Pavilhão Gimnodesportivo de
Oleiros.
Para dia 23 de Janeiro esta
marcado o encerramento do 2º
Torneio de Sueca da Casa do
Benfica. Com início no mês de
Novembro, entra agora na fase
final com 6 equipas a disputarem o
1º Lugar.
Para o mês de Fevereiro esta
agendado um dia de aventura. No
dia 20, a Pinhal Total realiza o seu
já tradicional passeio Todo o
Terreno, neste caso o 3º . Uma
oportunidade para conhecer as
belas paisagens da nossa região,
num dia de contacto com a
T U R I S M O
S, Torcato do Moradal
Tel/Fax. 272 654 008 • Telem.: 964 437 401
natureza e de convívio que esta
Associação nos irá proporcionar.
Façam já a vossa inscrição.
Para terminar, desejo a todas as
Associações um excelente ano de
2010, que consigam atingir os
vossos objectivos.n
António Mendes
[email protected]
2010 JANEIRO
Jornal de OLEIROS 9
OPINIÃO
BREVES
Ano Novo, Vida Nova ?
Jornal de Oleiros visitou a
Casa da Comarca
da Sertâ
Na transição para o ano que se
inicia, seguindo uma tradição que
se perde nos tempos, olhamos
atentamente o relógio, contamos
regressivamente os últimos
segundos, comemos apressadamente as passas de uva, cada qual
acompanhada de um voto, um
desejo íntimo, até que a última das
doze badaladas da meia-noite nos
transmite a certeza daquilo que
esperávamos: o Ano Velho
morreu, viva o Ano Novo.
Dum só golpe, numa só cartada,
conseguimos um funeral e um
nascimento. Trata-se, sem dúvida
alguma, de um segundo carregado
de magia.
Escorraçado à pressa, sem dó
nem piedade, ninguém verte uma
lágrima pelo defunto, rápida e
postumamente alcunhado de Ano
Velho, por melhor que ele tenha
sido. Todos brindam, bebem,
dançam, pulam, cantam e sei lá
que mais, sempre e só em honra ao
recém-nascido. O Velho morreu,
viva o Novo.
E a vida recomeça …
Em termos práticos, o primeiro
dia de um ano não se diferencia de
outro qualquer dia do ano anterior.
Trata-se de uma necessidade
humana o estabelecer desta distinção.
Para se começar qualquer coisa,
seja ela qual for, necessitamos de
estabelecer pontos de partida e
metas. A mudança de ano, com
toda a tradição que em si mesma
encerra, serve tais propósitos
como nenhuma outra ocasião.
Fazemos promessas a nós
próprios e aos outros, tecemos
projectos, acalentamos novas
esperanças, sonhamos em voz alta
e, em menor ou maior grau, todos
acreditamos ser possível que,
como por magia, a vida se
(re)inicie a partir daquele segundo
como se passado não tivesse: sem
agruras ou dificuldades, sem
problemas, sem tristezas, sem
contratempos, sem sofrimentos…
Por melhor que o Ano Velho
tenha sido, faz parte da alma
humana desejar que o Novo seja
melhor, muito melhor, sempre
melhor. Igual é pouco…
As denominações de Velho e
Novo, mais não são que o
Mais um ano passou.
Não fugindo à regra e seguindo todos quantos
o antecederam,
morreu – paz à sua alma - com a tenra idade
de trezentos e sessenta e poucos dias.
Apesar disso, como que por ironia,
apelidamo-lo sempre de Ano Velho
resultado desse ensejo, dessa
esperança por todos e cada um de
nós acalentada.
Um Ano Novo, todos o
sabemos, raramente significa uma
vida nova. Constitui no entanto, e
sem dúvida alguma, um novo
alento para a vida que se segue, o
renascer de uma esperança que de
há muito se alimenta, o fortalecimento de um sonho que nunca
abandonámos, o anseio de uma
vida que pretendemos ver renovada.
Sonho e esperança são estados
de espírito positivos e inseparáveis
da alma humana. Deixá-los morrer
é desistir da vida.
Por falar em Ano Novo e em
esperança, ainda não consegui
definir se foi com ela ou sem ela
que fiquei, após ouvir a mensagem
de Ano Novo do Sr. Presidente da
República.
Trata-se, na opinião de alguns,
de um discurso que envolve um
certo alarmismo e no qual o Sr.
Presidente da República terá
assumido, na parte final, uma
atitude paternalista.
Ainda
relativamente
à
interpretação do discurso em
causa parece-me ter ficado bem
claro, pelo menos implícito, que o
Prof. Cavaco Silva pretende
recandidatar-se às próximas
eleições presidenciais, sendo que é
a primeira vez que deixa transparecer tal intenção.
Não creio, de modo algum, ter
sido esta subjacente intenção de
recandidatura que ditou o
alarmismo do discurso e/ou a
atitude paternalista eventualmente
assumida.
Julgo ser unânime a opinião
sobre a dignidade e seriedade do
Prof. Cavaco Silva em toda a sua
vida política, como unânime julgo
a opinião sobre a isenção com que
tem exercido a mais alta magistratura da Nação. É inegável,
por outro lado, a sua reconhecida
competência enquanto economista.
Todos já sabíamos ou, pelo
menos, tínhamos fortes suspeitas
sobre a grave situação em que o
país se encontra. O reiterar de tais
factos pelo Chefe de Estado
enquanto tal, e precisamente no
início de um novo ano, apenas nos
confirma que a situação do país é
de facto grave, provavelmente
muito mais grave do que
imaginávamos. Resulta daqui, em
minha opinião, que o discurso em
causa nada tem de alarmista mas,
bem ao contrário, reflecte uma fria
análise da realidade em que o país
se encontra. A ser assim, também a
eventual atitude paternalista se
torna perfeitamente compreensível.
Ninguém ignora o aumento da
pobreza e do desemprego, o
desequilíbrio das contas públicas,
o enorme endividamento externo,
as cada vez maiores assimetrias
sociais, a falta de credibilidade das
instituições, a quebra de confiança
dos portugueses nessas mesmas
instituições, etc, etc, etc…
Trata-se, de facto, como referiu
o Sr. Presidente da República, de
uma crise que para além de
económica, é também de valores.
De realçar, finalmente, ter sido
expresso pelo Presidente da
República o sentir dos portugueses
acerca dos políticos e dos partidos
que os integram. Continuamos, de
facto, à espera que de uma vez por
todas ponham de lado querelas
partidárias perfeitamente irrelevantes, jogos florais de assembleia
que a nada conduzem, interesses
partidários por vezes inconfessáveis e, de uma vez por todas,
unam esforços, conjuguem vontades e aproveitem o que de comum e positivo existe para, em
tempo útil, levar este barco a bom
porto.
A mensagem de Ano Novo do
Sr. Presidente da República não
foi, de modo algum, animadora ou
acalentadora de esperanças vãs.
Foi, isso sim, séria e responsável.
Neste ano que agora se inicia,
não queria terminar sem uma
palavra de apreço, e também de
renovada esperança, ao recémnascido “Jornal de Oleiros”.
Contrariando as previsões de
uns e a sistemática crítica de
outros tantos, o jornal nasceu,
cresceu, afirmou-se e tem vindo a
ganhar, a pouco e pouco, a
importância que merece.
Trata-se de um jornal de Oleiros
e para Oleiros, independente, sem
avenças certas ou colagens
camufladas, no qual os colaboradores escrevem sobre o que
querem e como bem lhes apetece.
Nas palavras do Director, é um
jornal aberto a todos quantos, séria
e responsavelmente, queiram
participar.
Por isto mesmo, mal se
entendem as críticas explícita ou
veladamente tecidas sobre a
utilidade da sua edição, a boa fé e
desinteressada atitude de todos
quantos nele colaboram, a
autenticidade, genuinidade e
intenção de tudo quanto se escreve.
Haverá sempre gente a vestir as
roupagens dos “Velhos do
Restelo”e outros que, não as
envergando, batem palmas sempre
que qualquer iniciativa cai por
terra. Quanto a esta, podem
esperar…
O “Jornal de Oleiros” veio para
ficar e o Director, grande
impulsionador deste projecto,
encontra-se de parabéns.
A todos quantos se encontram
ligados a esta iniciativa, aos
nossos amigos e leitores, os meus
votos de um excelente Novo Ano.n
António Romão de Matos
[email protected]
O Director do Jornal, acompanhado pelos Presidentes do
Conselho Editorial e de Fundadores,
Drs. Luis Mateus e João Ramos,
visitaram a Casa da Comarca da
Sertã e foram recebidos pelo
Presidente, Eng. Pedro Amaro e
Vice-Presidente, Dra. Maria Manuel
Simões.
Foram informados das actividades
em curso e a lançar pela nova
Direcção agora reeleita e que toma
posse em Fevereiro, sendo decidido
ampliar a proximidade entre ambas
as partes.
Salientamos a actividade intensa
da CCS que vai voltar a ter os bailes
para sócios.n
Torneio de Futsal
de Oleiros
O Torneio de
Futsal de Oleiros,
destinado a jogadores não federados,
teve início dia 15
de Janeiro.
A iniciativa é da Associação
Recreativa e Cultural de Oleiros
(ARCO) e tem o apoio da Câmara
Municipal e Junta de Freguesia de
Oleiros.
Os jogos disputar-se-ão no Pavilhão Gimnodesportivo de Oleiros.n
Academia de Xadrez
de Castelo ranco
No proximo mês de Fevereiro, “
A ACADEMIA DE XADREZ DE
CASTELO BRANCO vai realizar
cursos de iniciação (nivel 1;2;e 3) de
xadrez em OLEIROS para jovens a
partir dos 5 anos.
O curso terá inicio em Fevereiro e
será realizado a partir das 18 horas
ou fim de semana com a duração de
dois meses e meio.
Este curso visa formar jogadores
para disputar provas distritais e
nacionais.
O curso tem o custo unico de ?
20,00 que inclui um manual e um
diploma de aproveitamento no final.
Qualquer informação adicional,
contactar o tm 963 097 432” , Nuno
Miguel Abreu.n
10 Jornal de OLEIROS
JANEIRO 2010
DE “OLHO” NA EDUCAÇÃO
ME e SINDICATOS
Negociações à mesa de Natal
e Ano Novo
Tel. 272 682 250
Tlm. 926 786 616
O Ministério da Educação e a
Federação Nacional de Sindicatos da
Educação não chegaram a acordo perante
a proposta de Acordo de Novos
Princípios para a revisão do Estatuto da
Carreira Docente e Avaliação de
Desempenho.
«Considerando a necessidade de
proporcionar às escolas e aos docentes
um espírito de tranquilidade, que favoreça o cumprimento da missão da
escola pública e assegure a prioridade ao
trabalho com os alunos (…)» o ME
apresenta princípios que praticamente
não alteram muito as políticas anteriores,
nem dignificam e muito menos respeitam
a carreira docente. Vejamos, como exemplo, a divisão da carreira em duas
categorias: quão fácil foi, na anterior
legislatura, seriar os professores e
passado tão pouco tempo, acabar com
essa classificação – de professor titular a
professor ex-titular. Todos sabemos que
os professores lutaram e lutarão, se for
caso disso, para terminar com esta
divisão absurda, mas o parco tempo que
passou na meditação para decidir acabar
com essa mesma divisão demonstra,
igualmente, desrespeito pelo professor:
pôr e dispor como nos apraz – “És
professor titular, ponto final…Agora não
dá jeito nenhum, por isso voltas a
professor…”- Não parece que somos o
brinquedo preferido do Ministério da
Educação?! E é assim que o ME
considera poder dar às escolas, aos
alunos e professores “espírito de
tranquilidade”.
Conhecemos e aceitamos, naturalmente, que negociações são sempre
problemáticas e é difícil ter à mesma
mesa “Gregos” e “troianos”, mas estamos numa época particularmente tocante
e festiva no sentido mais espiritual da
palavra, pelo que deveria motivar os
corações dos nossos governantes a agir
com espírito de igualdade, fraternidade e
justiça. Não foram, pois, estas as iguarias
apresentadas pelo Governo na proposta
de acordo, mas sim uma tentativa de
tapar o sol com a peneira. Por isso, já
sabemos como será, em termos
profissionais, o ano de 2010 para os
docentes deste país, mais instabilidade e
luta.
Abordemos um pouco algumas das
propostas apresentadas, relativamente
aos objectivos da avaliação de
desempenho docente:
«12. São objectivos essenciais da
avaliação do desempenho:
a. Melhorar a qualidade do serviço
educativo e do desempenho docente;
b. Desenvolver a avaliação num
processo de acompanhamento e
supervisão da
prática docente;
c. Valorizar o trabalho e a profissão
docente;
d. Identificar as necessidades
formativas para um melhor
desempenho;
e. Promover a prestação de contas
quanto ao exercício da actividade
profissional;
f. Assegurar instrumentos de
desenvolvimento profissional e
mecanismos de
progressão na carreira que
promovam, reconheçam e valorizem o
mérito,
estimulando a melhoria do
desempenho.»
Como se pode melhorar a qualidade do
serviço educativo e do desempenho
docente, quando são os próprios docentes
a avaliar os seus colegas?! Parece-me
isto um paradoxo. E a este propósito
preciso de partilhar algo que me aflige
relativamente a estas questões da
valorização do trabalho e da profissão,
bem como supervisão da prática docente.
Há uns anos, como professora deambulante, por essas escolas públicas do
país, encontrei-me numa, que não
nomeio, por considerar desnecessário, já
que tenho a certeza que muitos dos meus
colegas se depararam com situações bem
piores do que aquela que passo a relatar:
a minha colocação nessa escola foi no
mínimo “sui generis”, visto que ocupei
um horário que não existia, não me fora
relatado a tempo pelo órgão de gestão da
escola que não haveria horário para mim
e que deveria retomar a fase seguinte do
concurso de modo a prestar as funções
para as quais trabalhei ao longo da minha
juventude, e assim, permaneci um ano
inteiro a prestar apoio na Educação
Especial (sem ter qualificação para
trabalhar com alunos tão especiais), pois
à escola dava imenso jeito ter mais um
professor nesta área tão pouco contemplada pela direcção Geral dos
Recursos Humanos da Educação. No
entanto, como pertencia a outro Grupo
Disciplinar, tinha de estar presente nas
reuniões do meu Grupo e Departamento
Curricular. Foi uma imensa confusão.
Nesse ano da minha vida profissional
como poderia eu melhorar o meu
desempenho se nem sequer estava a
prestar as funções para as quais me
licenciei?!
Continuando a narrativa, aconteceu que
numa dessas reuniões que mencionei
(acrescento que no actual acordo de
princípios do ME para a revisão da
avaliação de desempenho, os cargos de
orientação e coordenação e supervisão
pedagógica, assim como o cargo de
avaliador são reservados aos docentes
posicionados, pelo menos, no 4º escalão,
sendo que os do 3º escalão também, em
situações particulares, poderão exercer
essas funções) quem presidia à reunião
arremessou, a certa altura do seu discurso,
uma frase cujo contexto não me recordo,
mas a gaffe ficou na memória, uma vez
que não foi uma única vez que a ouvi, dos
mesmos lábios: “deiam” (certamente,
quereria dizer dêem). Ora de acordo com o
ME essa pessoa estaria em condições de
ser avaliador docente. Agora coloca-se a
questão - Estamos nós professores
dispostos a sermos avaliados por professores Relatores (nova terminologia para
professor observador de aulas e gestor da
avaliação de desempenho) que certamente
cometem estas e outras gaffes. Considero
que um modelo de avaliação que assente
nesta conduta, nunca poderá ser eficaz,
nem producente e por conseguinte a
avaliação não poderá ser justa e igual.
Não pretendo, como é óbvio, expor
criticamente ninguém, muito menos os
meus colegas de profissão, mas é verdade
que, embora todos erremos, pois ninguém
é perfeito, também é verdade que há
aqueles que trabalham para contrariar essa
tendência e há aqueles que se acomodam e
nada fazem para a alterar. Fiquei
surpreendidíssima com a entrevista que a
Senhora Ministra da Educação deu no dia
30 de Dezembro ao Canal 2, onde afirmou
que 0,5% dos professores, na última
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no Natal
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2010 JANEIRO
Jornal de OLEIROS 11
MEMÓRIAS
avaliação de desempenho, tinham
obtido INSUFICIENTE, e fiquei
assim porque julguei que era
praticamente impossível do ponto
de vista holístico da carreira
docente obter tal classificação. E
estava a Ministra feliz porque só
era aquele valor e eu, tristíssima,
por existir aquele valor…
Adoro a minha profissão e todos
os dias da minha vida tento dar o
meu melhor, quer a nível
científico, quer a nível pedagógico, embora, cada vez mais se
torne difícil levar o barco a porto
seguro, quando aqueles que me
deviam auxiliar a conduzir o
barco, remam contra a maré.
Um dos outros objectivos
essenciais da avaliação de desempenho, atrás referido é a necessidade de formação para melhorar o
desempenho. E aqui há, também,
uma palavra a dizer. Penso muitas
vezes em todas aquelas pessoas
(felizes!) cujas profissões têm
horário consentâneo e não trazem
trabalho para casa, podendo estar
mais tempo com as suas famílias e
penso, ainda, naqueles que também
como eu não terminam o trabalho a
uma hora exacta e não o deixam no
local de expediente para o retomar
no dia seguinte, mas que ao
contrário de mim têm compensações pelas horas que trabalham fora do expediente. Isto leva-me às horas de formação que tenho
de fazer na minha área científica e
fora dela, todos os anos, em horário
pós – laboral, a uma distância de 130
km, pois, por razões economicistas,
os centros de formação das zonas do
interior foram acabando para se
situarem nos grandes centros.
Com tantos reveses, questiono
se será possível chegarmos a
Muito Bom ou Excelente, pelo
menos aqueles professores que
vivem a prática docente no seu
quotidiano, com tantos níveis para
leccionar, com tantos alunos para
atender, individualmente, pois
cada um é tão distinto nas suas
necessidades, com tanta formação
para fazer e tantas vicissitudes que
não tranquilizam nem promovem
uma missão clara e inovadora para
a escola. E questiono o motivo
pelo qual um Bom não pode
trazer-me compensações salariais
na carreira, quando acredito que
por trás de alguns Muito Bom e
Excelente há algumas gaffes…
Pensando em 2010 desejo a
todos um novo ano cheio de
Saúde, Esperança e Boa Vontade e
faço votos para que a razão e o
coração nos brindem com novas
expectativas e motivações.n
30/12/2009
A professora Manuela Marques
[email protected]
Onde pode encontrar
o Seu Jornal de Oleiros
. OLEIROS
- Papelaria JARDIM
- Papelaria Alves
. ESTREITO
- Café “O LAPAREIRO”
Estreito
6100 Oleiros
. PROENÇA-A-NOVA
- Da Idalina de Jesus
Avenida do Colégio, nº 1
6150-410 Proença-a-Nova
E
- Tabacaria do Centro
Largo do Rossio
6150-410 Proença-a-Nova
Da Memória ao Presente
Neste início de ano, a preocupação geral vai para o desemprego que tem aumentado de uma
forma assustadora e no concreto,
para todos os que enfrentam a
incerteza do futuro. É o maior
flagelo social da actualidade que
atinge muitas famílias portuguesas.
As notícias sobre a economia do
país também não são animadoras.
Vem-me à memória, nas décadas
passadas de cinquenta e sessenta, o
que era ser trabalhador rural e
labutar na terra desde o nascer ao
pôr-do-sol. Nos campos cultivados
que davam apenas para a
subsistência, o trabalho findava,
após um momento de recolhimento,
com o toque das Trindades pelo
sino da igreja (vi esta imagem
retratada num impressionante
quadro, Angélus de Millet, no
Museu d´Orsay, em Paris).
E era na Praça da Vila, ao
Domingo de manhã, que os trabalhadores se juntavam esperando o
pagamento incerto pelo trabalho já
executado e a requisição para novas
tarefas.
Nesta época não havia subsídio
de desemprego, de férias ou de
Natal; abono de família; assistência na doença e outras regalias
sociais que para nós portugueses,
“orgulhosamente sós” e con-
finados ao país mais ocidental da
Europa, eram totalmente desconhecidas. Com a “Primavera
Marcelista” e a chegada da Democracia, fomos conseguindo alcançar benefícios sociais que nos
aproximavam do resto da Europa.
E entrámos na Comunidade
Europeia, na moeda única, recebemos fundos que aplicámos
fomentando assimetrias regionais,
reduzimos a mortalidade infantil e o
analfabetismo, assumimos a presidência da Comunidade e até
assinámos um tratado com o nome
da nossa capital. Será que tal como
na época dos Descobrimentos
fomos muito longe para ficar tão
perto...?
Nesta passagem de ano, no Largo
do Município e entre Oleirenses,
vendo subir nos céus luzes, desejos
e votos que se transmitem aos mais
próximos, um antigo combatente
teve este desabafo feliz: -“Partimos
de Oleiros para uma Angola em
guerra e para lá irão agora Oleirenses, em PAZ, levar a festa”.
São bons presságios de progresso
e paz para 2010.
Um bom ano para todos.n
Ana Neves
[email protected]
CONSELHOS EDITORIAL e de
FUNDADORES DO JORNAL DE OLEIROS
* João Ramos, Magistrado ilustre, estudioso e apaixonado pela região
do Pinhal Interior, oriundo da Freguesia do Estreito, é o Presidente do
Conselho Editorial e Provedor do Leitor do Jornal de Oleiros.
Velará pelo rigor de princípios do Jornal, pela manutenção da sua linha
editorial.
Pode
ser
contactado
através
do
email:
[email protected]
* Luís Mateus, Licenciado em Matemáticas, Oleirense insigne, é o
Presidente do Conselho de Fundadores e responsável pelas relações
institucionais do jornal. Pode ser contactado para o email:
[email protected] ou telefone 917 613 245.n
Ficha técnica
Jornal de OLEIROS
INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA
. CASTELO BRANCO
- Quiosque da Cláudia
Zona Industrial, lote P-6 C
Loja nº 4, Edifício Intermarché
6000 Castelo Branco
. AMEIXOEIRA
- BIG bar
Estação de Serviço
Estª Nacional 238
Ameixoeira
6 100 Oleiros
E-mail. [email protected]
Tel.: 272 321 050
CONTACTOS ÚTEIS
Agrupamento de Escolas
do concelho
de Oleiros – 272 680 110
Bombeiros Voluntários
de Oleiros – 272 680 170
Centro de Saúde – 272 680 160
Correios – 272 680 180
Farmácias
Estreito – 272 654 265
Farmácia – Oleiros – 272 681 015
Farmácia – Orvalho – 272 746 136
G.N.R – 272 682 311
Postos
de Abastecimento
. COVILHÃ
- Pedro Luz
Rua General Humberto Delgado
Quiosque
6200-014 Covilhã
VILA DE REI
- Quiosque Notícias Novas
e
- Papelaria Tertúlia
SERTÃ
- Papelaria Paulino & Irmão
Av. Gonçalo Rodrigues Caldeira,
46-A
PAMPILHOSA DA SERRA
- Livraria Riscos e Rabiscos
Galp (Oleiros) – 272 682 832
Galp (Ameixoeira) – 272 654 037
Galp (Oleiros) – 272 682 274
António Pires Ramos
(Orvalho) – 272 746 157
Infra-Estruturas
Câmara Municipal – 272 680 130
Piscinas Municipais/Ginásio
– 272 681 062
Posto de Turismo/Espaço net
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Luís da Silva Mateus, João H. Santos Ramos, Inês Martins, António Mendes, Manuela Marques, Ana Faria, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana Maria
Neves, Ivone Roque, Feliciano Barreiras Duarte • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Correspondente em Castelo Branco: Rui Manuel Almeida
Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fernandes (Lisboa) • Impressão: Gráfica: Coraze, Oliveira de Azeméis • Paginação: Imafix (www.imafix.08.com)
12 Jornal de OLEIROS
JANEIRO 2010
ENSAIO SOBRE O AMBIENTE
COMO FAZER DE UM DESAFIO…
UMA OPORTUNIDADE
A festa onde é costume comer
passas, beber champanhe, admirar o
fogo-de-artifício e dançar pela noite
dentro, este ano, deve ser encarada
como muito mais do que um mero
reveillon. Foi, isso sim, uma
passagem de ano que assinala a
entrada numa década verdadeiramente marcante para a
humanidade – precisamente a
segunda do século XXI. A década
que se avizinha é particularmente
importante na medida em que, num
sucinto balanço, podemos concluir
que os primeiros 10 anos deste
século mais não foram do que a
continuação de tudo aquilo que de
mau havíamos feito ao longo do
penoso e pernicioso século XX. De
facto, o século passado ficou
indelevelmente marcado como a era
dos conflitos armados à escala
global, com as I e II Guerras
Mundiais, a Guerra-fria e ameaça
nuclear a dominarem décadas a fio
do século XX. Para este cenário
muito contribuíram os ditadores
que o Mundo nos ofereceu nesses
100 anos – nomes que vão de Adolf
Hitler a Benito Mussolini, passando
por Mao Tse-tung, Josef Stalin,
Generalíssimo Franco ou Saddam
Hussein, ainda hoje nos fazem
temer (e tremer) perante a
possibilidade de que a história se
repita.
Por tudo isto, no último fôlego do
segundo milénio, há precisamente
10 anos, a esperança era muita. O
ocaso do século XX foi marcado
por um algo irracional medo do
desconhecido, mas também pela
inabalável fé de que o Homem seria
definitivamente capaz de se assumir
como raça una e indivisível,
ultrapassando diferenças de raça,
credo, nacionalidade ou religião,
unindo esforços para que este seja, a
cada dia que passa, um Mundo
melhor. Hoje, olhando para trás,
concluímos facilmente que essa
esperança era infundada… 10 anos
de terrorismo e contra-terrorismo
sob a égide de George W. Bush, e
eis que uma década subjugados aos
devaneios de um “líder do Mundo
livre” (que aos ditadores
do século XX não ficou a
dever nada no que
concerne a decisões
inenarráveis) é tudo o
que
temos
para
apresentar à entrada para
2010.
Finalmente, no dealbar
da segunda década deste
(ainda) novo século,
parece
que
as
mentalidades,
os
intérpretes e o discurso
estão mesmo a mudar – a
“guerra”, agora, só pode
ser uma: lutar por um
Mundo melhor, no
verdadeiro sentido da
palavra, sob pena de não
deixarmos nada para as
gerações vindouras. De
acordo com os mais
credíveis e sustentados
estudos científicos, o
Planeta está a morrer. O
aquecimento
global,
provocado por décadas a
fio de poluição, séculos
de actos irresponsáveis
na busca permanente da
evolução, da produtividade e do comodismo, é mesmo
uma realidade… Empurrados para
o abismo pelas normas impostas por
um capitalismo cada vez mais galopante (numa escalada desenfreada
que teve início na já longínqua
Revolução Industrial do século
XVIII), parecemos finalmente
perceber que as coisas vão mesmo
ter que mudar de uma vez por todas.
E porque o Mundo, tal como o
conhecemos hoje, não vai ser igual
daqui a 10 anos, esta é (tem mesmo
que ser!) a década da mudança de
mentalidades.
Em 2020 ninguém vai conduzir
automóveis a gasóleo ou gasolina,
já que os combustíveis fósseis estão
na recta final da sua existência e os
veículos movidos a energia
renovável tomarão o seu lugar com
toda a naturalidade. Se serão as
baterias de lítio ou a combustão a
mesmo a mudar. Em
2020 todos os telhados
das casas que hoje habitamos estarão equipados
com painéis solares que
nos permitirão não só
produzir a nossa própria
energia limpa, como até
ganhar dinheiro com essa
mesma produção. Em
2020 os limites impostos
pelo Protocolo de Quioto
para a emissão de GEE
(Gases Efeito de Estufa)
terão mesmo que ser
respeitados, e Cimeiras
como a de Copenhaga em
Dezembro de 2009 não
serão inconclusivas. Em
suma, em 2020 o Mundo
será, se tudo correr bem,
um lugar bem melhor
para se viver.
hidrogénio a tomar o lugar do petróleo, isso é irrelevante e
dependerá apenas dos próximos 2 a
3 anos de investigação, mas que
ninguém se iluda: os tempos estão
Rui Pedro Brás
É perante este desafio
de salvar o Mundo
(talvez o maior desafio
com que já nos deparámos) que se encontra
esta geração da Humanidade. Leu bem: esta geração, a nossa geração, a
nossa humanidade, tem
uma década para salvar o Mundo e
não pode mesmo falhar, sob pena
de ser tarde de mais. E chegado a
este ponto crítico do meu
raciocínio, dou também por mim na
génese da premissa que queria
transmitir desde o início deste texto
– toda a Zona do Pinhal de um
modo geral (e o Concelho de
Oleiros em particular) tem
condições para fazer deste desafio
uma verdadeira oportunidade. Uma
oportunidade única, irrepetível e,
acima de tudo, exequível…
Se tomarmos como exemplo o
distrito de Castelo Branco, que
apresenta uma componente eólica
superior a 50% da potência renovável do distrito e é já o distrito do
País com maior potência eólica
instalada, este dado por si só já é
digno de registo. Mas se tivermos
em conta que Castelo Branco ostenta
esta liderança num País que é já o
quarto produtor mundial de energia
eólica em termos relativos, então, o
feito assume contornos assombrosos! Mas não fiquemos por aqui –
a Estação de Biomassa cuja instalação está a ser equacionada para a
Freguesia de Orvalho, Concelho de
Oleiros, permitirá (caso o projecto se
concretize) a produção de energia a
partir da combustão de material
orgânico do nosso ecossistema. Uma
energia renovável de baixo custo,
pouco poluente, e que permite um
reaproveitamento de resíduos com
um balanço final nulo de emissões
de CO2.
Quer isto dizer que, sendo a Zona
do Pinhal um dos maiores
“pulmões” da Península Ibérica, se
a essa incomensurável dádiva da
Natureza conseguirmos juntar a
capacidade de produzir energias
renováveis em larga escala, a
conclusão só pode ser uma e é de
fácil dedução: o destino para onde
o Mundo inteiro pretende caminhar
na década que agora se inicia, é
precisamente o ponto onde nós nos
encontraremos muito em breve –
um habitat verde e limpo; puro e
sustentável; ecológico e natural.
Em suma… o Paraíso na Terra.
Para mim, para si, para nós, que conhecemos esta zona desde que
nascemos, isto não é novidade
nenhuma. Mas se conseguirmos
fazer passar esta mensagem de forma eficaz, talvez esteja encontrada
a forma de transformarmos o maior
de todos os desafios… na mais
valiosa das oportunidades.
PS – O Geopark Naturtejo da
Meseta Meridional (que une os
municípios de Castelo Branco,
Idanha-a-Nova, Nisa, Proença-aNova, Vila Velha de Ródão e, como
não podia deixar de ser, Oleiros) é
classificado pela UNESCO como
um dos mais importantes
santuários de vida selvagem da
Europa. E você? Já parou para
pensar como é que classifica o
Paraíso onde vive?n
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