Sidney Levy, o novo diretor da Rio 2016

Transcrição

Sidney Levy, o novo diretor da Rio 2016
Revista da
Câmara de
Comércio
Americana
para o Brasil
Desde 1921 nº278
nov/dez 2012
Sidney Levy,
o novo diretor
da Rio 2016
Entrevista
John Creamer:
os planos do
cônsul-geral
dos EUA no Rio
Brasil Urgente
As lições do
mensalão
Perfil
Comitê de
Logística e
Infraestrutura
da Amcham Rio
editorial
O
ano de 2013 promete ser de grande complexidade para o Brasil.
Temos importantes desafios pela frente, e a Câmara tem que estar
à altura, dando sua contribuição para vencermos essas batalhas.
Reestruturamos nossa organização e vamos focar em um dos nossos mais
importantes objetivos, que é o de proporcionar um adequado networking
aos nossos associados, construindo uma sólida agenda de negócios e eventos para 2013.
Construímos um detalhado plano de marketing, que nos revelou uma
gama de mais de 70 produtos e serviços que, a partir de agora, passam a ser
oferecidos com a possibilidade, inclusive, de ser combinados à demanda
de cada empresa, já que reunimos diversidades no tocante a setores e porte
das companhias aqui contempladas.
Como um dos resultados desse trabalho surge agora o Amcham Rio
Digital, uma plataforma em fase final de construção que vai proporcionar
ainda mais interação entre os nossos associados e ficará disponível a todos
no decorrer do primeiro trimestre de 2013.
Trata-se de um conjunto de ações que irão permitir aos associados se
comunicar não só com a Câmara, mas também interagir com os demais
associados por meio de uma plataforma que irá dispor de um site moderno
e bilíngue e de uma rede corporativa exclusiva aos membros, além de um
aplicativo para celular que dará acesso a esse universo de possibilidades.
Essa iniciativa é o reconhecimento de que o mundo é hoje cada vez mais
digital, e a Amcham Rio, apesar dos seus quase 100 anos de existência,
que serão comemorados em 2016, não poderia deixar de acompanhar essa
tendência que cada vez mais fará com que a velocidade da comunicação
represente competitividade e integração.
Se analisarmos o que fizemos em 2012, podemos dizer que foi um ano
de muitas transformações e muito planejamento. Em 2013, certamente, a
Amcham Rio estará ainda mais aparelhada e presente nas discussões dos
grandes temas que tenham como objetivo melhorar o ambiente de negócios e o arcabouço regulatório do País.
Encerro com um convite para que todos os associados que ainda não
tenham conhecido as nossas novas instalações nos façam uma visita e
compartilhem conosco desse novo espaço, participando dos eventos e
das diversas reuniões de comitês que são aqui realizadas. Muito obrigado
e boa leitura!
Conselho editorial
Helio Blak
Henrique Rzezinski
João César Lima
Omar Carneiro da Cunha
Rafael Sampaio da Motta
Roberto Castello Branco
Robson Barreto
Editora-chefe e jornalista responsável
Andréa Blum (MTB 031188RJ)
[email protected]
Colaboraram nesta edição:
Fábio Matxado (edição de arte), Cecília Acioli,
Gianne Carvalho e Pedro Kirilos (fotos),
Luciana Maria Sanches (revisão)
e Cláudio Rodrigues (texto)
Canal do leitor
[email protected]
Os artigos assinados são de total
responsabilidade dos autores, não representando,
necessariamente, a opinião dos editores e a da
Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro
artigos relacionados
24 Os resultados da reforma: uma
estratégia vencedora, por Adriano
Pires e Rafael Schechtman, diretores
do Centro Brasileiro de Infraestrutura
(CBIE)
Publicidade
Liliane Dippolito
[email protected]
26 As novas rodadas e as promessas de
mudanças, por João Carlos de Luca,
presidente do Instituto Brasileiro de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)
A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares,
é comprovada por Ernst & Young Terco
28 Energia indispensável para o
desenvolvimento, por Jorge Alcaide,
diretor para a área de Energia da
Wärtsilä Brasil
Impressão: Walprint
Uma publicação da Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15, 5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ
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presidente da Câmara
de Comércio Americana
do Rio de Janeiro
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fotos cecília acioli
Leia a revista também pelo site amchamrio.com
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Em Foco
Notícias sobre as empresas associadas e
a agenda de eventos da Amcham Rio para 2013
Entrevista
Sidney Levy começa o ano com a tarefa de liderar,
como diretor-geral, o time à frente da Rio 2016
Perfil
As novidades do Comitê de Logística e
Infraestrutura da Amcham Rio, que terá
como chairman Álvaro Palma de Jorge,
sócio do Barbosa, Müssnich & Aragão
Brasil Urgente
Os aprendizados do mensalão e o que este
revela sobre o Brasil, na visão do professor
da USP Víctor Gabriel Rodríguez
Ponto de Vista
O potencial do private equity no Brasil
pela diretora de Estratégias e Produtos
da Local Invest, Flavia Bendelá
Radar
Brasil e o Protocolo de Madri, por Andreia
de Andrade Gomes e José Graça Aranha
Especial
Os desafios para a área de Petróleo e Gás em 2013
Ponto de Vista
Os softwares especializados no planejamento
financeiro podem ajudar as empresas a realizar
com mais eficiência
Entrevista
Os planos e as perspectivas sobre as relações
bilaterais aos olhos do cônsul-geral dos EUA
no Rio, John Creamer
From the USA
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton,
comemora a escolha do senador John Kerry para
sucedê-la no posto
Diálogos
Como tornar a nossa economia mais produtiva
por meio da inovação? Os consultores Clemente
Nobrega e Jorge Ferreira mostram como é possível
Ponto de Vista
As tendências de mão de obra nas empresas
de óleo e gás pelo consultor da Robert Walters
Alexandre Nascimento
Amcham News
A cobertura dos eventos realizados
pela Amcham Rio
em foco
ExxonMobil lança site com a história
dos seus 100 anos de Brasil
Após comemorar o seu centenário de Brasil em 2012, a ExxonMobil disponibiliza para consulta do público os principais fatos e
acontecimentos que fizeram a história da companhia no site exxonmobil100.com.br, em que relembra, entre outros marcos, a primeira
bomba de gasolina do País – em 1921, na Praça XV, no Rio – e personagens icônicos como o Tigre e as Gotinhas Esso. O apoio ao jornalismo brasileiro – por meio do Repórter Esso e o Prêmio Esso de
Jornalismo, ainda ativo em seu 57º ano – também é destaque. Hoje, a
ExxonMobil atua em três linhas de negócio: Exploração e Produção,
no Rio de Janeiro, Químicos, no Rio e em São Paulo, e ainda mantém um Centro de Serviços Compartilhados no qual atende diversas
áreas da companhia em mais de 50 países em que atua. Ao todo, são
cerca de 1.600 funcionários no Brasil, dos quais 99% são brasileiros.
Construção do prédio
da companhia, em
1934, no Centro do Rio
RioContentMarket 2013
A Câmara de Comércio Americana do Rio, por meio de
seu Comitê de Entretenimento, Negócios e Turismo, vai
apoiar o maior evento de conteúdo audiovisual multiplataforma da América Latina, o RioContentMarket, que será
realizado no Rio de Janeiro entre 20 a 22 de fevereiro de
2013, no Hotel Windsor Barra. A terceira edição do evento
trará keynotes, painéis, sessões de pitching e rodadas de
negócios. Executivos de broadcast e mobile, programadores, criadores e produtores irão apresentar ideias, cases e
modelos de negócio relevantes para o desenvolvimento de
parcerias e coproduções nas indústrias que mais crescem
no mundo: tecnologia, informação e entretenimento. O
evento é uma realização da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão (ABPITV).
8_Edição 278_nov/dez 2012
RH é essencial
para crescer?
Estudo idealizado pela KPMG International e realizado pela Economist
Intelligence Unit revela que o recrutamento e a retenção de profissionais
são percebidos como essenciais para
o sucesso de qualquer negócio, apesar
de líderes de negócios considerarem as
atividades de gestão de Recursos Humanos não prioritárias, e, em alguns
casos, ineficazes. A pesquisa global
“Repensando os Recursos Humanos
em um Mundo em Transformação”
avaliou as forças que influenciam a atividade de Recursos Humanos nos negócios. De acordo com o estudo, 81%
dos entrevistados dizem que uma estratégia de gerenciamento de talentos
eficaz será fundamental para o sucesso
competitivo. Quase 60% dos 418 entrevistados acreditam que o RH vai ganhar
maior importância estratégica nos próximos anos. Porém, apenas 17% dos
executivos ouvidos afirmam que o RH
faz um bom trabalho demonstrando de
fato sua importância para os negócios.
As principais conclusões da pesquisa estão centradas na necessidade
de se atingir a compreensão e a antecipação em relação às necessidades por uma força de trabalho global
e flexível. Embora a tecnologia tenha
gerado uma mudança profunda na atividade do RH, a grande oportunidade
está assentada no uso efetivo de dados
analíticos com o objetivo de melhor
gerir a força de trabalho.
[email protected]
Áreas de Prática | Practice Areas
Administrativo
Antitrust and Competition
Aeronáutico
Arbitration and Mediation
Ambiental
Arbitragem e Mediação
Bancário e Financeiro
Comércio Exterior
Credit Recovery & Corporate Reorganization
Energy
Financiamento de Projetos
Entertainment
Fusões e Aquisições
Environmental
Mineração
Naval
Petróleo e Gás
Private Equity
Propriedade Intelectual
Recuperação de Créditos e de Empresas
Seguro e Resseguro
Societário
Tecnologia da Informação
Telecomunicações
Trabalhista e Previdenciário
Tributário
SÃO PAULO
Av. das Nações Unidas,
12.995 / 18º andar
Brooklin – 04578-000 – SP
Tel.: (55 11) 5505-4001
Fax: (55 11) 5505-3990
Corporate Immigration
Entretenimento
Mercado de Capitais
RIO DE JANEIRO
Av. Presidente Wilson,
231 / 23º andar
Castelo – 20030-021 – RJ
Tel.: (55 21) 3824-4747
Fax: (55 21) 2262-4247
Consumer Law
Energia Elétrica
Infraestrutura
setembro
19/9 Prêmio Brasil Ambiental
Compliance
Corporate
Imobiliário
agosto
26/8 Brazil Energy and Power
Capital Markets
Contracts
Imigração Empresarial
julho
5/7 III Fórum de Comércio Internacional
Banking and Finance
Contencioso
Governança
abril
5/4 Cerimônia de Posse da nova
diretoria da Amcham Rio
Aviation
Consumidor
Contratos
Amcham Rio
Administrative
Aduaneiro
Antitruste e Concorrência
Agenda 2013
outubro
31/10 I Prêmio de Inovação
ATTORNEYS-AT-LAW
www.veirano.com.br
PORTO ALEGRE
Rua Dona Laura,
320 / 13º andar
Rio Branco – 90430-090 – RS
Tel.: (55 51) 2121-7500
Fax: (55 51) 2121-7600
Export / Import and Customs
Information Technology
Infrastructure
Insurance & Reinsurance
Intellectual Property
International Trade
Labor and Social Security
Litigation
Mergers & Acquisitions
Mining
Oil & Gas
Private Equity
Project Finance
Real Estate
Shipping
Tax
Telecommunications
VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS
BRASÍLIA
SCN Qd. 2 –
Ed. Corp. Financial Center – Bloco A
10º andar conj 1001 – 70712-900 – DF
Tel.: (55 61) 2106-6600
Fax: (55 61) 2106-6699
entrevista
Sidney Levy,
diretor-geral da Rio 2016
Que venha
a Olimpíada
Sidney Levy, ex-presidente
da Amcham Rio e da
Valid S.A., fala com
exclusividade à Brazilian
Business às vésperas
de assumir o posto de
diretor-geral da Rio 2016
Por Andréa Blum Fotos Cecília Acioli
“N
“Londres teve outros
problemas, como a
dificuldade de engajar as
pessoas. Aqui certamente
isso não vai acontecer”
10_Edição 278_nov/dez 2012
os primeiros cinco minutos
eu disse sim. Acho que foi
uma decisão instintiva. Mas
senti como se fosse uma missão, algo que
eu tinha de fazer.” Foi com essa emoção
que o engenheiro Sidney Levy se tornou o
diretor-geral do Comitê Organizador dos
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016
(Rio 2016), posto que assume a partir de 7
de janeiro de 2013. Carioca, 56 anos, ele é
presidente do Conselho de Administração
da Valid S.A., empresa na qual está há 31
anos e que presidiu entre 1994 e 2011. Muito empolgado com o novo desafio, Levy é
só sorrisos e bom humor quando fala da
oportunidade de liderar a organização dos
jogos, que acontecem pela primeira vez na
América do Sul. O evento multiesportivo será realizado no segundo semestre de
2016, no Rio de Janeiro. A cidade foi escolhida como sede durante a 121ª Sessão do
Comitê Olímpico Internacional (COI), em
Copenhague, na Dinamarca, em outubro
de 2009. Além de muita tranquilidade e
otimismo, o que certamente não faltará a
Levy é trabalho. Leia a seguir a íntegra da
entrevista concedida por Sidney Levy com
exclusividade à Brazilian Business, em seu
escritório, no centro da cidade, a menos de
um mês de assumir o posto de diretor-geral
da Rio 2016.
Edição 278 Brazilian Business_11
entrevista sidney levy
Brazilian Business: Qual será o seu papel à frente da Rio 2016
como diretor-geral?
Sidney Levy: Em Londres, foi adotado um sistema de gestão para
o evento semelhante ao das empresas de capital aberto na Bolsa,
composto por um chairman e um chief executive officer (CEO),
pois como havia muitos fundos de investimentos que transitavam
pelo comitê organizador, foi necessário trabalhar com as regras de
governança e transparência. Como chairman, trouxeram Sebastian
Coe, um grande atleta responsável por coordenar politicamente
todo o movimento de trazer a Olimpíada à cidade, e como CEO
contrataram um empresário, Paul Deighton, que conhecia muito
de negócios. Londres foi um sucesso estrondoso muito por conta
desse modelo de gestão estruturado para liderar e realizar esse grande evento, com transparência e prestação de contas continuamente,
inclusive dividindo os problemas que surgiam ao longo do processo.
No Brasil, a ideia foi repetir esse modelo. Fui contratado para introduzir no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
uma governança semelhante à das empresas abertas, à medida que
envolve os fundos privados, que lidam com patrocínios, fundos do
comitê internacional, vendas de ingressos etc. Em paralelo, há outra
questão mais ampla, que são os fundos públicos, como a construção
do Metrô. É outra governança, que o comitê olímpico não domina,
não é de sua responsabilidade, mas caminham em paralelo.
BB: Mas é fundamental que haja um diálogo com o poder público.
SL: Existe um alto comando dos jogos composto pelas forças po-
líticas que, unidas, precisam fazer o modelo de evento funcionar.
Ele reúne a presidente da República, Dilma Rousseff, o prefeito e o
governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e Sérgio Cabral, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, o presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio
Fortes, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Quando o Brasil ganhou a candidatura para sediar o evento, ele se comprometeu com o
Comitê Olímpico Internacional a fazer dessa forma integrada para
funcionar, pois só será possível realizar os jogos com sucesso se houver obras estruturais, modernizações de que o Rio de Janeiro sempre
precisou, e está usando esta oportunidade como um polarizador.
Não existe um carioca que ache desnecessário ter o Metrô para a
Barra da Tijuca, ou o Maracanã e os aeroportos reformados. Acho
que o público mistura um pouco as obras que precisam acontecer
para a realização dos jogos, durante os 17 dias de evento, e aquelas
que, por oportunidade, irão ficar como legado.
“Fui contratado para
introduzir no Comitê
Organizador dos Jogos
Olímpicos e Paraolímpicos uma
governança semelhante à das
empresas abertas”
12_Edição 278_nov/dez 2012
BB: O ganho da candidatura é um ganho para a cidade
do Rio de Janeiro?
SL: Acho que são dois ganhos. Naturalmente, há um ganho para a
cidade em termos de legado de infraestrutura, mas também algumas reformas pontuais que o evento oportuniza e vão ficar para a
cidade, como a construção, por exemplo, de 48 novos hotéis. Esse
evento é um grande catalisador de esforços, pois faz com que as coisas aconteçam mais rapidamente. Há outro ganho não tão palpável,
mas igualmente desafiador e significativo, que é poder mostrar para
o mundo inteiro outro Rio de Janeiro, o que funciona, onde as coisas
acontecem na hora, que tem uma vida cultural riquíssima. Temos de
mostrar esse lado da cidade, a nossa capacidade de ser uma cidade
que funcione, além da festa e da alegria.
BB: Qual a sua expectativa em relação
à aparelhagem da cidade para ancorar
os jogos?
SL: É um projeto fabuloso e muito ambicioso.
São os quatro anéis do BRT, o Metrô, a construção dos hotéis, a reforma do Porto e a nova Marina. Os principais financiamentos já estão colocados e depois a iniciativa privada vai explorar
esses modelos – um sistema feito em Londres e
que deu muito certo. Um dia depois de encerrada a Olimpíada, já havia um órgão privado para
administrar, dar a concessão e tocar adiante. Por
outro lado, precisa haver mão de obra qualificada para sustentar todas essas instalações, que
fale inglês. São desafios enormes, mas que estão
sendo endereçados nessas várias esferas. O que
me parece muito interessante é o discurso coeso
das diferentes lideranças, determinadas a usar
essa oportunidade para fazer uma transformação tão necessária.
BB: Que oportunidade isso significa
para o setor empresarial?
SL: Temos as PPPs sendo feitas, todas as concor-
rências da Olimpíada serão internacionais, os
patrocinadores internacionais. No Rio de Janeiro, por exemplo, tivemos o caso recente da Nissan, que, ao anunciar a construção de sua fábrica
no Estado, teve como estratégia de marketing
também declarar o patrocínio oficial à Olimpíada. Mas não vai ser fácil. É um negócio muito
complexo e muito grande, que envolve bastante
dinheiro e dialoga com vários poderes. Mas eu
acho que a gente alcança. Sou extremamente otimista. Existem comprometimento e verba destinados e também esse alinhamento entre os diferentes poderes que, sem ele, seria impossível.
BB: Qual a sua percepção sobre a oferta de
mão de obra propiciada pelos jogos?
SL: Só o comitê organizador vai disponibilizar
4 mil vagas até 2016, mas todos terão que falar
inglês. Acho que isso é certamente um gargalo, principalmente quando penso em serviços,
como os atendentes dos hotéis, motoristas de
táxis e ônibus etc. Mas acredito que haverá saídas possíveis para isso até lá. Dentro do comitê, por exemplo, existe uma área de Educação,
que vai realizar treinamento à distância para
os prestadores de serviços, com ferramentas
de e-learning, e dar conta também de treinar
70 mil voluntários. O idioma é ainda uma barreira. Londres teve outros problemas, como a
dificuldade de engajar as pessoas. Aqui certamente isso não vai acontecer. Cada cidade tem
a sua peculiaridade.
“Temos de mostrar a nossa
capacidade de ser uma
cidade que funcione, além
da festa e da alegria”
BB: Como a tecnologia vai contribuir para a realização dos jogos?
SL: Quando estive em Londres para conhecer a organização dos
jogos, eles me disseram que no começo dos trabalhos não existia o
Facebook, por exemplo. Provavelmente, ao longo dos próximos anos
teremos que lidar com novidades e incorporá-las, mas são realidades ainda distantes. Na experiência londrina, eles fizeram algo muito
interessante, que foi construir uma base de dados com milhões de
pessoas para articular pequenas soluções para os problemas locais.
Fiquei também muito impressionado com a qualidade do serviço de
broadcast da Olimpíada de Londres. Havia 2.500 câmeras de televisão cobrindo os eventos. Nós não temos essa quantidade de equipamentos no Brasil. Teremos que importá-los. Só o Comitê Olímpico
Internacional tem 1.500 câmeras próprias de alta geração e precisão.
Já os softwares de segurança e acesso o Brasil já tem. Quanto a isso
não teremos problemas. As mídias sociais e o site oficial já estão se
comunicando muito bem. Mas temos que ir num crescente que vai
ser acelerado depois da Copa do Mundo de 2014. Temos que planejar
bem agora para, nos últimos dois anos anteriores ao evento, concretizar. Mas temos que ser flexíveis ao longo do caminho.
BB: Você acredita que os advogados vão ficar muito ocupados?
SL: O COI é muito organizado nesse sentido. Nesse item estou muito
tranquilo, pois já existem termos bem claros e resolvidos quanto à
proteção de marca. E a marca dos cinco anéis é muito forte.
BB: Como vamos lidar com o arsenal de equipamentos e
jornalistas necessários para a cobertura de mídia?
SL: A mídia realmente é um assunto muito relevante entre as tarefas
que temos pela frente. Está em construção um centro de mídia e alojamentos para a imprensa. O COI é o líder desse ponto, pois tem uma
experiência brutal nesse sentido. Participei de uma reunião em que
estavam presentes todos os lados da experiência – o chefe suíço de
mídia, o responsável por liderar a experiência londrina e o head associated press, um parceiro internacional que cobre sempre a Olimpíada, além de um grupo de jornalistas que faz a cobertura dos jogos
há anos. Juntos, eles fazem um balanço das experiências vividas para
aperfeiçoar a capacidade de atender as necessidades da imprensa. São
detalhes, mas que na repercussão dos jogos fazem toda a diferença,
como a conexão wi-fi, que precisa ser muito sofisticada, o intervalo
de tempo dos transportes para levar a imprensa, por exemplo, alimentação etc. Tudo é negociado com a rede de jornalistas internacional para ser bem-sucedido. Isso eu achei uma experiência incrível.
entrevista sidney levy
BB: Como você recebeu o convite para ser
o diretor-geral da Rio 2016? O que você
sentiu e como vê esse desafio?
SL: Quando recebi o convite do [Carlos
Arthur] Nuzman eu imediatamente aceitei. Não sei se foi uma decisão racional ou
emocional, ou ainda instintiva. Mas senti
como se estivesse aceitando uma missão.
Tem coisas na vida que a gente sabe que
tem que fazer. Quando fui à Suíça para me
reunir com os organizadores, ao chegar ao
aeroporto, procurava a placa com o meu
nome quando percebi um rapaz com a
imagem apenas do logo da Olimpíada, os
anéis, na mão. É uma força impressionante que a marca representa, pois simboliza
muitas coisas: significa organização, transparência, esforço, tradição, humanidade.
Se você pensar no lema dos ingleses para a
Olimpíada, To Inspire a Generation, é esta
a potência que vejo nos jogos. Temos que
usar os jogos como uma ferramenta para
os jovens pensarem em ter outras opções
à violência. Este é um papel que a Olimpíada pode ter, que é muito importante
para a sociedade. Além disso, a Olimpíada apresenta uma gama de opções de esportes, não apenas o futebol. É parte da
educação do povo norte-americano, por
exemplo, usar o esporte como elemento
da formação. Muitos CEOs foram grandes
jogadores na escola e universidade. O próprio [Barack] Obama jogou basquete por
muitos anos, e ainda joga. E com certeza
aprendeu alguma coisa com isso. É um
elemento de educação para a vida. O Brasil precisa incorporar esse espírito.
BB: Os jogos são o despertar, mas como dar uma continuidade?
SL: Tem que haver uma cultura que perpetue os esforços que fare-
mos para realizar os jogos. O meu trabalho termina em dezembro
de 2016, mas depois deve haver um esforço do poder público e da
iniciativa privada para aproveitar esses espaços criados. Na Inglaterra, por exemplo, a empresa que ajudou a construir as piscinas
para os jogos, depois de encerrados, fez uma concessão para explorar o espaço comercialmente. Uma semana depois, havia 10 mil
pessoas pagando ingresso ou usufruindo daquele legado por meio
de convênios com a prefeitura e as escolas. É aproveitar para fazer
desses espaços um legado social.
BB: Como você percebe o papel da Câmara de Comércio
Americana do Rio nesse cenário?
SL: É uma instituição muito importante e tradicional. Eu sou um
exemplo vivo de um associado que extraiu muito da Câmara. Foi
uma instituição que me melhorou como pessoa e como profissional. Eu dei muito à Amcham Rio, mas também recebi muito ao
longo dos anos em que trabalhei ativamente, desde 1996, quando
entrei como diretor, até virar presidente, em 2005. Desde 2007, estou no Comitê Executivo da Amcham Rio, posto que deixarei em
abril de 2013.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
PRACTICE AREAS
Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura
Administrative Law
Direito Societário
Corporate Law
Mercado Financeiro e de Capitais
Financial and Capital Markets
Direito da Concorrência
Competition Law
Direito da Energia
Energy Law
Direito Tributário
Tax Law
Contencioso Judicial e Administrativo
Judicial and Administrative Litigation
Arbitragem
Arbitration
Contratos
Contracts
Direito Imobiliário
Real-Estate Law
Direito do Trabalho
Labor Law
Direito Previdenciário
Pension Law
Direito Ambiental
Environmental Law
Direito Eleitoral
Election Law
Propriedade Intelectual
Intellectual Property
Direito Internacional
International Law
“O que me parece muito interessante é o
discurso coeso das diferentes lideranças,
determinadas a usar essa oportunidade para
fazer uma transformação tão necessária”
Rua Dias Ferreira 190, 7º andar
Rua Sete de Setembro 99, 18º andar
Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar
Leblon – Rio de Janeiro – RJ
Centro – Rio de Janeiro – RJ
Itaim Bibi – São Paulo – SP
22431-050 – Brasil
20050-005 – Brasil
04543-000 – Brasil
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640
T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100
clcmra.com.br
14_Edição 278_nov/dez 2012
perfil
A lacuna para o desenvolvimento
Álvaro Palma de Jorge, sócio do Barbosa, Müssnich
& Aragão, responsável pelo grupo de Infraestrutura
e pela área de Direito Público do escritório,
será o novo chairman do Comitê de Logística
e Infraestrutura da Amcham Rio Por Andréa Blum
“O
desenvolvimento do País passa
necessariamente pelos avanços
em infraestrutura e logística.
Haverá sempre limitações de crescimento
com gargalos estruturais.” A afirmação é do
novo chairman do Comitê de Logística e Infraestrutura da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Álvaro Palma de
Jorge, sócio do escritório Barbosa, Müssnich
& Aragão, no qual responde pelo grupo de
Infraestrutura e pela área de Direito Público. A partir de janeiro de 2013, ele lidera o
grupo da Amcham Rio que visa consolidar
debates em torno desses setores e ajudar o
mercado e as empresas a transformar essas
lacunas em oportunidades.
Há 12 anos no BM&A e sócio do escritório desde 2008, Palma de Jorge acredita
que, apesar desse cenário ser um consenso, ainda pairam muitas dúvidas sobre
como solucionar esse problema. Segundo
ele, o comitê tem como papel ser um instrumento de formação e contribuição para
encontrar propostas e modelos que ajudem
as instâncias públicas a tomar decisões, já
que naquele grupo estão representadas as
empresas privadas que, além de saber detalhadamente as reais necessidades do setor, podem endereçar as contribuições de
forma mais transparente e consolidada.
“A primeira mola propulsora, considerando esse ambiente de negócios, é saber que
infraestrutura e logística são áreas que não
vão se desenvolver sozinhas e precisam
da participação ativa da iniciativa privada
para contribuir na modelagem dos projetos
do Governo”, afirmou.
O momento não poderia ser mais propício tanto
para a ativação do Comitê quanto para o País
16_Edição 278_nov/dez 2012
O momento não poderia ser mais propício tanto para a ativação do comitê quanto para o País, que ingressa num estágio de
aceleração de investimentos no ambiente
nacional e também para o Rio de Janeiro.
“Agora, há um pouco mais de controle e
podemos escolher para onde vamos. Temos um conjunto de possibilidades concretas, que são motores importantes rumo
ao desenvolvimento, como o porto e os
aeroportos”, disse. Segundo ele, a Amcham
Rio pode ser um fórum de diálogo entre as
empresas e lideranças públicas e de geração
de conteúdos relevantes aos associados que
os ajude na tomada de decisão e na geração
de futuros negócios.
“É fundamental – e vejo o comitê como
este lugar – um espaço de estudo e interação privado para a discussão desses temas,
muitas vezes difícil de ser encontrado num
ambiente de muita concorrência, mas necessário para fomentar a troca das informações que realmente interessam para as
empresas ali representadas”, defendeu ele
como mais uma das missões do grupo.
“Essas são as linhas mestras da proposta que percebo para trabalhar ao longo de
2013 e que será debatida com os associados
para entrar em consonância com seus desejos. Acredito que este ano promete trazer
temas palpitantes para o Brasil, como as
concessões de ferrovias e rodovias, portos,
aeroportos, rede hoteleira e transporte urbano, que darão bastante combustível para
as reuniões, os eventos e as propostas do
comitê. Esperamos ter mais adesões de empresas que também estão chegando ao Rio
e possam agregar ao grupo”, concluiu.
Álvaro Palma de Jorge ingressou no
BM&A em março de 2001 e se tornou sócio
do escritório em 2008. É mestre em direito
constitucional pela Harvard Law School.
Edição 278_Brazilian Business_17
brasil urgente
As sete lições
do mensalão
O desafio da cobertura jornalística ao acompanhar
diariamente a “novela do mensalão” aos olhos
de um jurista e como o trabalho empenhado pelo STF
diz muito sobre um Brasil ainda a ser descoberto
Víctor Gabriel Rodríguez_professor e mestre em direito penal da Universidade de São Paulo
U
ma opinião pessoal, como não poderia ser diferente, mas que
acho que tem muito em comum com a experiência de todos
os nossos leitores. De um momento a outro, os estudiosos do
direito penal nos tornamos voz importante para explicar o que parte
da imprensa – a boa imprensa – já apostava ser um divisor de águas.
Pessoalmente, eu duvidava bastante do encaminhamento técnico do
veredicto, apesar de haver conhecido com alguma intimidade o sério
trabalho do Supremo Tribunal Federal. Mas, ao fim dessa experiência
de diária análise do julgamento do século, idealizada pela equipe do
Valor Econômico e por um brilhante penalista, que capitaneou nosso
conjunto de professores respeitando opiniões e divergências, as lições
que aprendi foram para além de confirmar a utilidade de crer nas previsões dos mais sábios. De um modo tão pontual como cabalístico, outros seis ensinamentos ficaram bem claros. Para mim, digo.
Aprender que os caminhos da economia e da justiça coincidem
foi o primeiro ponto. Em um plano bem geral, a AP 470 se mostrou
idêntica aos índices de desenvolvimento econômico do País que há
pouco foram divulgados: as distâncias sociais diminuíram, o que é
excelente para toda a sociedade. O tablado do Supremo foi espelho
disso, porque vimos cidadãos do alto poder sendo tratados quase
como réus comuns. Não significa que haja deixado de existir uma
justiça de ricos e outra de pobres (que em geral não acodem à Suprema Corte), mas que ao menos as grandes imunidades pereceram,
até mesmo para se provar do amargo sabor da injustiça, que não se
deseja sequer ao pior criminoso. Pobre ou rico.
Também ficou comprovado que traduzir o blindado discurso jurídico não é algo impossível, e parte da imprensa o fez muito bem. Se
qualquer simplificação parecerá ao cientista sempre herética, há no
fenômeno dois aspectos que temos de aceitar: primeiro, que o direito
somente se concretiza quando os cidadãos o legitimam, e para legitimar é necessário compreender; depois, e talvez mais relevante, que
os olhos da opinião pública conseguem ver o que a técnica não alcança. Que existem nos julgamentos interesses, e contatos, e palavras, e
mensagens subliminares que o cientista não nota ou finge não notar
apenas porque não consegue inserir tantas variáveis em sua exata
equação. O direito é um corte da sociedade, mas analisar o fenômeno
na integralidade é louvável tarefa, entre outras, do jornalista.
Reflexão necessária
Em sentido bem contrário, exagera-se ao observar o julgamento
como um fenômeno político-partidário. A lição então é de que ainda
há um longo caminho para se consolidarem socialmente os conceitos
institucionais, entre os quais está a independência do Judiciário. Não
houve dia que, publicando-se um mediano artigo de minha autoria,
deixasse eu de receber algumas mensagens de leitores que transformavam minhas palavras em uma borbulhante exaltação ao PT ou
PSDB, ao Lula ou Fernando Henrique, como se o plenário fosse um
campo de disputa de dois times de futebol pelos quais se nutrem paixões das mais cegas e guturais.
Para mim foi de fato uma nova experiência receber críticas passionais de alguns personagens que eu acreditava serem o baluarte da
frieza e imparcialidade de análise. Curioso, porque não consigo prever se nosso futuro nos reserva melhor compreensão técnica ou o
recrudescimento desses ardores.
18_Edição 278_nov/dez 2012
“Falta muito para o País
tomar consciência
de que necessita repensar
a si próprio”
Foi também um tanto decepcionante confirmar o que há tempos
defendia, sem grande aprofundamento técnico: que todos nós pensamos narrativamente. Fez-se inviável acompanhar o julgamento
sem criar uma figura de um ministro herói e outro antagonista. Falsa polarização, em especial se for aceita minha observação de que, se
não houvesse nas sessões uma aguda divergência de opiniões, aí sim
teríamos um real motivo para suspeitar do comportamento da corte.
A divisão ilusória entre mocinhos e bandidos jamais permitirá uma
boa apreciação fática, e estão de parabéns os meios de informação
que ao menos tentaram dissolver esse sintomático mito de lobo mau,
que meu desconhecimento de psicologia social impede analisar.
Dessa mesma lógica narrativa, fica também o aprendizado de
que falta muito para o País tomar consciência de que necessita repensar a si próprio. Predicativos, lançados em alguns noticiários,
como “a novela do mensalão”, demonstraram o total desprezo para
com o momento histórico. Acreditar que já se comentou demais
sobre o julgamento denota total rejeição à atividade de reflexão sobre nossos rumos, pois qualquer sociedade minimamente desenvolvida teria a certeza de que a Ação Penal 470 foi um fato sobre o
qual ainda restam milhões de linhas a serem escritas no decorrer
das próximas décadas.
Notícia de ontem
A última lição reverte à primeira, mas em outra face. Escrever com regularidade a um jornal diário de ampla repercussão
fez notar o quanto é árido o cotidiano dos jornalistas, estes que
nós juristas amamos criticar. Construir com velocidade um texto
curto e preciso, com a responsabilidade de se desnudar para um
público atento, que nota com facilidade erros lógicos e preconceitos que o próprio autor ignora, é uma responsabilidade e tanto. Um risco, melhor dito.
Depois de todo o esforço, ver seu texto se desatualizar e perder
sentido em questão de horas, como um pão amanhecido, tampouco é a melhor das experiências. É só mais uma lição de respeito
que a vida nos dá diariamente, a que todos já deveríamos estar
habituados. Mas não estamos.
*Artigo publicado pelo jornal Valor Econômico em 3/12/2012
Edição 278_Brazilian Business_19
S:7.992”
ponto de vista
Flavia Bendelá
Sócia e diretora de Estratégias
e Produtos da Local Invest
O potencial do private equity no Brasil
O
que mais se fala hoje no País é sobre o
momento histórico em que vivemos,
de aquecimento econômico e crescimento.
O tema é empolgante! Principalmente se
observarmos que mostra o aumento do
poder aquisitivo da sociedade, criando uma
migração de classes associada a um movimento de inclusão social.
Todo esse cenário de otimismo faz com
que, mesmo em época de crise e quebra dos
poderes econômicos globais, o Brasil siga
seu caminho como se nada fosse atingi-lo.
Mas não é bem assim. Um país que vem
perdendo sua indústria de transformação e
voltando a se concentrar na exportação de
commodities e na prestação de serviços
deve ligar o sinal de alerta.
É preciso investir em crescimento de
base e desenvolver segmentos da economia
que antes ficavam dependentes do Governo
e outros tantos que atendam às mudanças
de comportamento e demandas de consumo da “nova classe média”. Esses segmentos
são os chamados setores emergentes, que,
por ainda apresentar um grande potencial
de crescimento, são considerados as grandes oportunidades de futuro retorno de
investimento, como infraestrutura, educação, saúde, óleo e gás, energia, tecnologia,
logística, turismo e entretenimento.
“Um país que vem perdendo
sua indústria de
transformação e voltando
a se concentrar na
exportação de commodities
e na prestação de serviços
deve ligar o sinal de alerta”
20_Edição 278_nov/dez 2012
De olho nesses mercados, o setor financeiro vem se movimentando na estruturação de operações que possibilitem aos
investidores alcançar esses ganhos, e os fundos de private equity vêm se mostrando competentes para isso. Porém, para oferecer produtos que tenham a capacidade de aproveitar as margens
agressivas dos segmentos emergentes, é preciso que as gestoras
de recursos façam mais que seu trabalho de gestão.
Isso porque as empresas que compõem esses setores não
adotam modelos de gestão profissionalizados. Apesar de elas
apresentarem potencial de expansão, faltam planejamento, processos de governança corporativa e políticas financeiras que
garantam um equilíbrio de fluxo de caixa para investir no crescimento sem se agarrar aos empréstimos bancários.
Somente com um trabalho de assessoria e coaching será
possível aos private equities conseguir atender aos objetivos de
investimento dos setores emergentes. Como não se tratam de
start-ups, a dinâmica de relação é diferente da que os venture
capitals e seed moneys costumam ter com suas investidas. É
preciso às assets mais que conhecimento do mecanismo financeiro, mais inteligência de mercado e visão estratégica, que possibilitem comunicação entre empresas de middle market e o
mercado de capitais.
A prova de que esse é o caminho é o próprio cenário de
private equity global. Enquanto no mundo inteiro o ticket
médio de um fundo desses é em torno de US$ 50 milhões, no
Brasil esse número é de R$ 400 milhões. Outro fator é a baixa
aderência que o Bovespa Mais vem tendo por conta das empresas médias ainda não estarem preparadas para esse tipo de mercado e o custo ainda ser elevado. O private equity nesse caso
funcionaria como uma aceleradora, preparando a companhia
para um futuro IPO.
As assets precisam mostrar que sua expertise as faz capaz
não só de analisar o risco do investimento, mas, principalmente, de garantir uma estratégia de negócios consistente para um
crescimento autossustentável e rentável.
Nosso futuro depende de inovação
Nosso futuro depende de inovação
para operarmos de forma mais limpa,
Nosso
futuro depende
de inovação
para operarmos
de forma
mais limpa,
mais segura e mais inteligente.
para
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A cada ano, investimos bilhões
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A cada
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para o desenvolvimento de petróleo e gás,
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introduzimos
formas de energia
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investimos
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projetos inovadores
com
ideias brilhantes para o futuro.
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Portanto, não apenas pensamos
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Dr. John Kelly III
Dr. John KellySênior
III
Vice-presidente
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Dr.
KellySênior
III
IBM John
Research
IBM
Research
Vice-presidente
Sênior
IBM
IBM Research
IBM
John McDonald
John McDonald
Vice-presidente
e Diretor de
Vice-presidente
e Diretor de
John McDonald
Tecnologia
Tecnologia
Vice-presidente
e Diretor de
Chevron
Chevron
Tecnologia
Chevron
radar
Protocolo
de Madri:
Colômbia
e México já
aderiram.
E o Brasil?
O Protocolo de Madri, cujo objetivo
principal é a simplificação do
sistema do registro internacional
de marcas, diminuindo seus custos
e prazo para obtenção do registro
da marca em outros países,
ainda é discutido no Brasil
Andreia de Andrade Gomes_Sócia na área de Propriedade
Intelectual de TozziniFreire Advogados e vice-chairperson do
Subcomitê de PI da Amcham Rio, e José Graça Aranha_
Ex-presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi)
D
esde 2001, vem se analisando as
vantagens e desvantagens de uma
possível adesão do Brasil ao sistema. Na época, a adesão foi defendida pela
direção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com a argumentação de
que há redução considerável tanto dos prazos para obtenção dos registros de marcas
no mercado internacional, como das despesas para a proteção desses registros em todos
os países membros do protocolo.
A Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também apoiaram o protocolo, citando
como benefício adicional o provável aumento do número de pedidos de registro feitos
no exterior por empresas brasileiras. No
sistema atual, diversos procedimentos são
exigidos para que uma empresa nacional
obtenha registro de marcas no exterior ou
uma empresa estrangeira registre sua marca
no Brasil. Essa lista é extensa, e as exigências
variam de país para país. O custo e o tempo
demandados podem ser impeditivos reais à
obtenção dos registros em mais países.
O Protocolo de Madri dispensa a maioria desses requisitos e os resume em um único depósito internacional, com efeitos para
até 87 países, incluindo quase todos os grandes parceiros comerciais do Brasil.
Não podemos ter medo do protocolo e
de suas consequências para os profissionais
da área de Propriedade Industrial. É possível que, caso o Brasil venha a fazer parte do
protocolo, o trabalho burocrático de preenchimento de formulários diminua sensivelmente, mas o trabalho técnico-jurídico que
se segue ao simples depósito de um pedido
de registro de marca não só aumentará, em
função das novas marcas que virão para o
Brasil, como continuará fundamental para a
proteção desses ativos intangíveis dos titulares de marcas – os verdadeiros interesses que
devemos proteger.
Como argumento contrário à adesão do
Brasil ao Protocolo de Madri, alega-se que
marcas estrangeiras virão para o País e congestionarão ainda mais o Inpi. É um equívoco: com base nos dados oficiais da Organização Mundial da Propriedade Intelectual
(Ompi), prevê-se que o Brasil receberá de
3 mil a 4 mil pedidos de registro no primeiro
ano, no caso de adesão ao protocolo. Esses
números representam menos de 3% do que
é depositado anualmente no País.
No total, 87 países fazem parte do Protocolo de Madri. Estão incluídos todos os
países da Europa, inclusive o escritório da
Comunidade Europeia – também Parte
Contratante do Protocolo – os Estados Unidos, alguns países africanos e árabes, Japão,
Austrália, China, Coreia do Norte, Coreia
do Sul, Cingapura, Cuba, Filipinas, Israel e
Nova Zelândia, para citar alguns. A adesão
de outros já está a caminho: Índia, Tailândia,
certos países do Golfo e África do Sul. Somente nas Américas a adesão ao Protocolo
de Madri ainda não é expressiva: Colômbia,
México, Cuba e Antígua e Barbuda, além dos
Estados Unidos. Ironicamente, as empresas
da América Latina têm que pagar mais para
registrar suas marcas do que empresas europeias e americanas.
Para o Brasil, a adesão ao tratado internacional deverá trazer um aumento no
volume de marcas brasileiras protegidas no
exterior. Sabemos que empresas estrangeiras
que se instalam no Brasil protegem sua marca independentemente do custo, ao contrário das pequenas e médias empresas exportadoras brasileiras, que muitas vezes se veem
impossibilitadas de fazer isso em países do
exterior, pelo custo dos registros.
Dados da Fiesp mostram que há cerca
de 22 mil empresas exportadoras no País
que com o Protocolo de Madri precisarão de
assessoria dos profissionais de propriedade
intelectual para entender as vantagens e os
mecanismos do tratado.
Em linha com esses dados, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou
recentemente um manifesto da indústria
brasileira pedindo a imediata adesão do
Brasil ao tratado. A importância das exportações para a economia brasileira indica que
o Brasil deve fazer parte de acordos e tratados internacionais que facilitem o acesso
aos grandes mercados, caso do Protocolo de
Madri. Na busca pelos mercados de exportação, é essencial que a empresa brasileira
tenha custos mais baixos para competir em
um mercado globalizado.
Um Inpi ágil, equipado com recursos humanos e materiais, é, sem dúvida, o melhor
dos cenários e uma questão prioritária para
o sucesso total da implantação do Protocolo
de Madri. Mas ficar discutindo esse assunto por mais longos anos enquanto se espera pelo completo aparelhamento do órgão
é deixar passar ao largo uma oportunidade
que pode incrementar nossas exportações e
melhorar a imagem do Brasil no exterior.
Confiamos que o atual governo brasileiro, atento às questões que afetam o comércio exterior, reconheça a importância
do registro de marcas e anuncie, em curto
período de tempo, a adesão do País ao Protocolo de Madri.
“A importância das exportações
para a economia brasileira indica que
o Brasil deve fazer parte de acordos
e tratados internacionais que facilitem
o acesso aos grandes mercados,
caso do Protocolo de Madri”
Edição 278_Brazilian Business_23
especial
Os resultados da reforma:
O
DIVULGAÇÃO PETROBRAS / HELMUT OTTO
Adriano Pires e Rafael Schechtman_
Diretores do Centro Brasileiro
de Infraestrutura (CBIE)
24_Edição 278_nov/dez 2012
setor de exploração e produção de
petróleo no Brasil experimentou um
período de grande prosperidade ao longo
do processo de abertura da área, iniciado
no fim da década de 1990. Sob o modelo
de concessão, foram realizadas dez rodadas
de licitação de áreas exploratórias, atraindo
investimentos das gigantes internacionais
(BG, Shell, Statoil, Repsol etc.), fortalecendo a Petrobras e possibilitando a criação de
empresas privadas nacionais (OGX, QGEP,
HRT etc.). As reservas provadas no Brasil
saltaram de 7,1 bilhões de barris para 14,2
bilhões de barris, enquanto a produção se
elevou em 150% no período 1997/2011. A
arrecadação acumulada entre 1997 e 2011
de participação especial e royalties foi de
R$ 164,5 bilhões.
O sucesso do modelo de concessão está
relacionado à construção de um arcabouço institucional definido em sintonia com
o mercado e instituído pela Lei nº 9.478,
de 2007. Esse arcabouço se constituiu de
três pilares básicos: estabilidade regulatória, segurança jurídica e respeito às regras
de mercado. A segurança jurídica foi estabelecida pela própria lei, que garantiu
igualdade de condições entre a Petrobras
e as demais empresas que desejassem participar do mercado brasileiro de exploração de petróleo e gás. A segurança jurídica passou a ser garantida pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que foi constituída
como uma agência reguladora autônoma
e independente, capaz de organizar o mercado e garantir a concorrência. O respeito
às regras de mercado se deu pela desregulamentação dos preços dos combustíveis,
que teve como objetivo estabelecer um sinal correto do ponto de vista de preço final
e, consequentemente, de remuneração dos
investimentos das empresas participantes
desse mercado.
uma estratégia vencedora
O modelo de concessão possibilitou que o Brasil alcançasse a
longamente almejada autossuficiência na produção de petróleo,
proporcionada pela elevação dos investimentos no setor. O resultado da atração de grandes players mundiais do setor foi a notável
elevação tanto das reservas quando da produção de petróleo, fazendo com que o Brasil passasse a ocupar um lugar de destaque no
mercado mundial de petróleo.
Embora tenha perdido o monopólio da exploração e produção
de petróleo com a abertura do mercado, a Petrobras na prática se
fortaleceu, tornando-se uma empresa de petróleo de fato internacional, com presença em mais de 28 países, além do Brasil.
O progresso do setor também possibilitou o investimento e o
desenvolvimento de novas tecnologias na exploração e produção
de petróleo e gás natural, que culminaram na descoberta das reservas do pré-sal em águas ultraprofundas. Paralelamente, observa-se
um forte desenvolvimento de vários setores pertencentes à cadeia
da atividade de E&P, incentivados pela cláusula de conteúdo local.
Ganharam com isso vários setores industriais, gerando emprego,
renda e competitividade para a indústria nacional.
Do ponto de vista fiscal, a arrecadação de receitas provenientes
das participações governamentais já é uma fonte de recursos importante, tanto para a União quanto para os Estados e municípios.
O montante elevado que já vem sendo arrecadado e a perspectiva
de crescimento dos recursos por conta da exploração do pré-sal
trouxeram um conflito distributivo entre Estados produtores e não
produtores, uma vez que estes desejam aumentar sua participação
na divisão das receitas com participações governamentais.
Diante do sucesso do modelo de concessão, cabe o questionamento em relação aos motivos para sua substituição pelo da partilha
nos próximos leilões dos blocos do pré-sal. Tal mudança foi feita sob
a alegação de que a elevada rentabilidade projetada pelos campos do
pré-sal exigiria um novo marco regulatório, que garantisse a apropriação dos recursos pelo “povo brasileiro”. O novo arranjo institucional estabeleceu o modelo de partilha e trouxe consigo vários
retrocessos em relação ao modelo de concessão. O primeiro ponto
diz respeito à quebra da estabilidade regulatória, por conta da substituição do modelo. Em segundo lugar, o novo modelo de partilha
retoma o monopólio da Petrobras na operação dos campos e dá um
mínimo de 30% para a estatal nos futuros leilões do pré-sal, retirando a igualdade de condições de todas as empresas nas licitações. As
mudanças introduzidas no marco regulatório após o anúncio do présal têm gerado inúmeras incertezas quanto à continuidade do ciclo
virtuoso que o setor de petróleo viveu no Brasil durante a vigência
exclusiva do modelo jurídico da concessão.
A incerteza sobre o marco regulatório
é um dos fatores que estão provocando
o adiamento de novas rodadas de licitação. A última rodada foi realizada em
dezembro de 2008. Com esse adiamento,
reduz-se a área em exploração, impede-se
a descoberta de novas reservas e freia-se o
crescimento da produção. Ao não realizar
novos leilões, a União abre mão de receitas. Estima-se que somente com bônus de
assinatura, a perda seja de US$ 15 bilhões
anuais, totalizando US$ 60 bilhões em quatro anos. Em outras palavras, o Brasil está
cometendo diversos equívocos no setor – e
equívocos caros. 
*Este artigo faz parte do livro Petróleo:
Reforma e Contrarreforma do Setor Petrolífero Brasileiro, com organização de Fabio
Giambiagi e Luiz Paulo Vellozo Lucas, uma
publicação da editora Campus Elsevier.
“O novo arranjo institucional
estabeleceu o modelo de partilha e trouxe
consigo vários retrocessos em relação
ao modelo de concessão”
Edição 278_Brazilian Business_25
artigo
especial
As novas rodadas e as
promessas de mudanças
Preparado
para crescer?
26_Edição 278_nov/dez 2012
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TM Rio 2016
“A discussão sobre a distribuição dos royalties
do petróleo entre Estados produtores e não
produtores ameaça paralisar o setor e gerar
uma briga judicial longa e sem vencedores”
Tanto é verdade que o IBP realizou, em
conjunto com a consultoria Bain & Company, um amplo estudo sobre conteúdo local e política industrial no Brasil. No trabalho, finalizado em 2012, foram mapeados o
setor de Petróleo e Gás e as interações com a
cadeia produtiva. Foram feitas várias avaliações, como demanda por máquinas, equipamentos, serviços e a da competitividade
brasileira e suas principais restrições. Houve ainda estudos de casos de outros países e
sugestões de políticas públicas para o desenvolvimento do conteúdo local no Brasil.
Representando 231 empresas e instituições do mercado petrolífero, o IBP sempre
trabalhou com governos, parlamentares e
órgãos reguladores na busca do modelo que
traga desenvolvimento econômico e social
para os Estados e para o País. E ressalta que
as companhias que atuam na exploração e
produção de petróleo no Brasil nunca perderam o apetite em investir e aplicaram
somas expressivas no Brasil. Até 2004, por
exemplo, os investimentos anuais ficavam
abaixo de US$ 10 bilhões. A partir do ano
seguinte, ultrapassaram os dois dígitos: ao
fim de 2011, foram mais de US$ 50 bilhões.
E a expectativa é que os investimentos cresçam mais ainda em 2013.
O IBP sempre alertou sobre a importância do respeito aos contratos e às regras
já definidas, sinal de segurança jurídica e
de estabilidade de que o setor tanto precisa para continuar crescendo. Estamos
confiantes que o Brasil conseguirá driblar
esses desafios e manter um ambiente de
negócios capaz de atrair novos e maiores
investimentos e de impulsionar o desenvolvimento do País.
© 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados.
divulgação/Fabio Kotinda
E
ntramos em 2013 com esperança e apreensão sobre as importantes discussões e mudanças que acontecem no cenário do
setor de petróleo e gás que atua no Brasil.
A indústria, que até a última edição da Rio Oil & Gas, realizada
em setembro do ano passado, vivia momentos de extrema preocupação com a ausência de rodadas de licitação para novas áreas
exploratórias, tranquilizou-se com o anúncio, durante o evento, de
que teremos a 11ª rodada de licitações no primeiro semestre de
2013 e a primeira rodada do pré-sal no segundo semestre.
Há cinco anos sem rodadas, as empresas já instaladas no Brasil
veem se aproximar o esgotamento de suas áreas; as que se prepararam para entrar no mercado não conseguem oportunidade; o País
perde investimentos essenciais; o Governo, receitas que seriam
fundamentais para a promoção do desenvolvimento. O anúncio
mostrou que o poder executivo está sensibilizado com a importância das rodadas tanto para o desenvolvimento do setor como para
o crescimento do País.
Passada a espera por um anúncio de rodadas, um novo desafio coloca o setor em um cenário de incertezas. A longa discussão
sobre a distribuição dos royalties do petróleo entre Estados produtores e não produtores ameaça paralisar o setor e gerar uma briga judicial longa e sem vencedores. Surgem iniciativas perigosas
como o projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro de criação de uma taxa para compensar a possível perda de
royalties do Estado. O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) já manifestou sua intenção de recorrer à Justiça
para defender a indústria de medidas que só trazem insegurança
jurídica e penalizam as empresas. A taxa afeta a previsibilidade dos
projetos, impossibilita o planejamento e impacta diretamente na
capacidade de investimento.
Outro tema que mobilizou o setor em 2012 foi o conteúdo
local. A indústria está comprometida com o desenvolvimento do
País e pronta a contribuir para uma política industrial de incentivo ao conteúdo nacional. O IBP e seus associados apoiam a maximização do conteúdo local em bases competitivas, com regras e
metodologias claras. Seja pela diminuição do risco cambial, seja
pela proximidade com o fornecedor, faz sempre mais sentido para
a companhia de petróleo comprar perto do empreendimento que
está realizando do que trazer bens e serviços de outros países.
Trabalhe conosco: ey.com.br/carreiras
João Carlos de Luca_Presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP)
artigo
especial
Energia indispensável
para o desenvolvimento
Jorge Alcaide_Diretor para a área de Energia da Wärtsilä Brasil
divulgação
A
“O crescimento de um
país emergente como o
Brasil está diretamente
condicionado à maturidade
do sistema de energia”
28_Edição 278_nov/dez 2012
discussão a respeito de soluções de
geração energética que tragam equilíbrio entre meio ambiente, indústria e população está aquecida no mundo inteiro –
o nosso maior exemplo é a polêmica sobre
a construção da hidroelétrica Belo Monte,
que ocupou boa parte dos noticiários no
último ano. O fator ambiental já impulsiona uma corrida tecnológica global, em busca de estratégias sustentáveis. No quesito
socioeconômico, é preciso garantir formas
seguras de fornecimento elétrico permanente – eliminando riscos de apagões e racionamento –, afinal, o crescimento de um
país emergente como o Brasil está diretamente condicionado à maturidade do sistema de energia. Tais questões já começam
com uma premissa: toda forma de geração
de energia tem riscos, mas é necessária para
o desenvolvimento econômico.
Não existe energia 100% limpa. Ainda
assim, o setor busca maneiras mais eficientes de geração, que minimizem os impactos
ambientais, incorporando novas tecnologias e abrindo cada vez mais o diálogo com
a população local e as entidades de proteção ao meio ambiente. Nosso país possui o
privilégio de ter diversas alternativas, o que
nos coloca em posição de vantagem para
aperfeiçoar e utilizar novos modelos de soluções energéticas. Uma matriz energética
diversificada oferece mais segurança e autonomia para o sistema elétrico.
No Brasil, cerca de 75% da energia vem
das usinas hidrelétricas, que têm custo e
impacto relativamente baixos, na escala em
que a utilizamos. A questão é que a energia
elétrica não pode ser armazenada e precisa
ser gerada no momento do uso, de acordo
com a demanda. Assim, fontes complementares são acionadas quando o nível dos
reservatórios das hidrelétricas se mostra
inferior ao necessário ou quando há pico de
demanda. Em tempos de condições climáticas cada vez mais adversas, resta analisar
as melhores alternativas.
A inserção de fontes alternativas enfrenta
muitos desafios, e os sistemas térmicos ainda
são o modelo mais seguro para ser usado na
geração elétrica para o País, pois dependem
apenas de uma ativação mecânica, alimentada por combustíveis, ao contrário de outras
fontes, que também dependem das condições climáticas. Cabe mencionar que, no
Brasil, os combustíveis a serem utilizados em
cada usina termoelétrica – gás, carvão, óleo –
são definidos nos leilões públicos de energia.
As termoelétricas construídas e operadas pela Wärtsilä somam cerca de 2,5 GW
no Brasil, à disposição do Sistema Nacional.
A empresa desenvolveu mais de 25 projetos
no País desde 1990. A Usina Termoelétrica
(UTE) de Linhares, no Espírito Santo, por
exemplo, foi chamada a despachar no mesmo dia em que entrou em operação, em 1º de
janeiro do ano passado, funcionando por 14
dias ininterruptos. Esta é maior planta a gás
da Wärtsilä na América Latina, com capacidade de produção total de 204 MW.
Num momento em que as expansões da
geração e da transmissão têm de fazer frente ao aumento do consumo nacional – que,
segundo a Empresa de Pesquisa Energética
(EPE), foi de 110.727 gigawatts-hora (GWh)
no terceiro trimestre de 2012, um crescimento de 1,8% em relação a um ano – o melhor
caminho seria diversificar as fontes energéticas de nosso sistema. Precisamos buscar
soluções viáveis na geração e aumentar o nível de eficiência no uso para que o País não
deixe de crescer por falta de energia. Antes
de pensar em incrementar ainda mais nossa matriz energética, é importante aprender
a utilizá-la de forma mais consciente. Este é
um compromisso que deve ser assumido por
toda a sociedade e não apenas por governantes e pelos agentes desse setor.
Compromisso de longo prazo
com o desenvolvimento do país
A BG Brasil é parte do BG Group, companhia integrada de gás natural que atua na exploração e produção
de hidrocarbonetos em mais de 25 países e que possui participação no gasoduto Bolívia-Brasil.
Presente no Brasil desde 1994, a BG Brasil tem compromisso de longo prazo com o país e conta com um
programa multibilionário para o pré-sal. A companhia apresenta alta taxa de sucesso no programa de
perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, tendo já investido mais de US$ 5 bilhões no país.
A educação e o desenvolvimento de capital humano voltado à economia do conhecimento estão entre
as prioridades da BG Brasil. A estratégia de sustentabilidade da companhia tem foco em tecnologia,
investimento social, conteúdo local, meio ambiente e segurança – pilares que guardam estreita sintonia
com os interesses nacionais.
www.bg-group.com/brasil
ponto de vista
David Sattam_Diretor de Produtos
MXM Sistemas
O desafio do planejamento orçamentário empresarial
A
ssunto de grande recorrência, mas que
ainda provoca calafrios em muitos
profissionais de finanças, o planejamento
orçamentário nas empresas vem se tornando cada vez mais complexo em razão do
crescente número de variáveis e de seus desdobramentos, que, hoje, tornaram-se fundamentais para a compreensão do contexto
geral dos negócios.
É preciso pensar nas pessoas e em todas
as necessidades que as cercam, porque
desejamos ser uma das Melhores Empresas
para Trabalhar e reter todos os talentos que
compõem as nossas equipes de trabalho.
Devemos considerar todas as dezenas, ou
centenas, de canais de comunicação que o
marketing pretende atingir para fortalecer
a nossa marca (branding), ampliar o
market share e ter maior penetração em
todas as classes.
Também não podemos esquecer da tecnologia da informação, que precisa prover
um ambiente de alta disponibilidade, acessível de qualquer lugar, e ainda resguardar
as nossas informações contra incontáveis
tipos de worms, trojans, phishing attacks,
hackers, crackers, entre outros. Sem falar, é
claro, da força de vendas, com suas despesas
de representação, participação em eventos e
ações promocionais. E a área de produção?
“Esse tipo de solução
transforma uma tarefa
‘quase’ artesanal em um
processo industrial seguro
e eficiente para as empresas
que levam orçamento
a sério”
30_Edição 278_nov/dez 2012
Um planejamento estruturado sobre peças orçamentárias
estanques não consegue mais auxiliar os executivos nos processos de tomada de decisão. A dinâmica dos novos negócios exige
dos responsáveis pelo orçamento a mesma flexibilidade que o
mercado exige, demandando na maioria das vezes duas ou três
revisões ao longo do ano.
Além disso, a profissionalização da gestão financeira, muitas
vezes motivada pela participação de fundos de investimentos e
acionistas, vem exigindo dos empresários e empreendedores
informações mais detalhadas sobre o emprego dos recursos
obtidos e os resultados efetivamente alcançados.
Entram em cena o Valor Econômico Agregado (EVA), Valor
de Mercado Agregado (MVA), Lucro Antes dos Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização (Ebitda) e o Fluxo de Caixa
Descontado. Esses indicadores têm sido cada vez mais utilizados para medir o quanto uma empresa tem gerado de recursos
e retornos, excluindo o custo do capital.
Frente a tudo isso, quando pensamos que 95% dos profissionais ainda desenvolvem seus orçamentos com as onipresentes planilhas eletrônicas, ficam as perguntas: podemos confiar
nas informações que recebemos? Mudanças de contexto podem
ser rapidamente assimiladas e o orçamento redesenhado? Como
fica o histórico de alterações? Orçamento é uma competência
da empresa, ou do profissional que o elaborou?
Para superar essas incertezas, as empresas que desejam amadurecer seus processos orçamentários precisarão adicionar mais
um item à sua cesta de TI: softwares especializados no planejamento financeiro. Apesar de ainda serem pouco conhecidos,
estes já oferecem uma ampla gama de recursos avançados para
quem tem que lidar com esse tipo de tarefa.
Além do ferramental básico como criação de múltiplos
cenários, análise de variância, análise gráfica, análise de tendência, análises what-if, planejamento top-down ou bottomup, relatórios e gerenciamento de portfólio, esse tipo de solução transforma uma tarefa “quase” artesanal em um processo
industrial seguro e eficiente para as empresas que levam orçamento a sério.
entrevista
John Creamer_Cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro
O diplomata serviu nas embaixadas na
Nicarágua, África do Sul, no Haiti, na
Argentina e Colômbia. Em Washington,
trabalhou como diretor das áreas Brasil,
África do Sul e Colômbia. Antes de
completar três meses no novo posto,
Creamer esteve com a diretoria da
Amcham Rio para debater os planos à
frente do consulado e expor sua visão
sobre a relação entre os dois países
“O Brasil está no centro
das atenções dos EUA”
Por Andréa Blum Fotos Pedro Kirilos
L
ogo após assumir o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, o americano John Creamer esteve na
Amcham Rio para participar de três eventos da instituição,
sendo um deles a reunião mensal realizada entre os membros da
diretoria. Durante o encontro, teve a oportunidade de expor seus
planos à frente do consulado dos Estados Unidos no Rio e expressar sua percepção sobre a visão que aquele país tem sobre o Brasil.
Ele sinalizou como a potência norte-americana mudou completamente o foco de estratégia de relacionamento com o País, em virtude de seu movimento político-econômico dos últimos tempos, e
dialogou com os membros da Amcham Rio sobre as barreiras que
ainda impedem um avanço para a concretização de um Acordo de
Livre Comércio entre os dois países.
Em sua carreira como diplomata, Creamer passou por vários
países da América do Sul, como Argentina, Colômbia e Bolívia, e
teve a experiência de liderar o “Brazil Desk”, em Washington, durante três anos, até 2001. Ele substitui Dennis Hearne, que deixou o
Brasil em agosto do último ano para trabalhar como adido político
do comando de operações do exército norte-americano, após três
anos no Brasil. Antes de assumir o posto de cônsul-geral no Rio,
o diplomata atuava como encarregado de Negócios da embaixada
americana em La Paz, na Bolívia. O novo cônsul-geral dos EUA no
Rio de Janeiro tem título de bacharel em Governo pela Universidade de Georgetown, Juris Doctor pelo Núcleo de Direito da Universidade de Georgetown e mestrado em estratégia de segurança
nacional pela Universidade de Defesa Nacional. Leia a seguir a entrevista completa, concedida à Brazilian Business durante a visita
de Creamer à Amcham Rio.
“Uma das minhas grandes alegrias em vir
ao Brasil e trabalhar em linha direta com
Washington é a de ampliar e alargar esse
relacionamento multidisciplinar existente
entre os dois países”
32_Edição 278_nov/dez 2012
Edição 278 Brazilian Business_33
entrevista john creamer
Brazilian Business: O que mudou na visão dos EUA sobre o Brasil?
JC: Em termos de relações bilaterais, quando trabalhei em
Creamer com o diretorsuperintendente da
Amcham Rio, Helio Blak
Washington, de 1999 a 2001, as duas outras agências que, segundo
o governo americano, estariam interessadas nas relações bilaterais
com o Brasil eram o Tesouro Americano, muito mais envolvido
nas questões da desvalorização cambial, que teria uma linha direta com o Brasil a fim de se manter informado sobre o que estava
acontecendo no País, e a USTR (Escritório do Representante Especial para o Comércio), que possuía uma vasta agenda no Brasil em
questões comerciais. Fora isso era difícil fazer com que as pessoas
no governo americano se concentrassem em uma gama de assuntos
que fossem de interesse comum aos dois países. Isso vocês sabem
que mudou radicalmente. Quando eu estava em Washington me
preparando para vir para cá, foi reforçada a grande atenção dada
nos altos escalões por todo o governo americano à relação entre os
dois países. Não estamos mais falando do Tesouro ou do USTR,
mas a Casa Branca também está envolvida em assuntos como o
Conselho de Segurança da ONU, serviços de saúde, Departamento
de Comércio, energias renováveis, entre outros temas.
BB: Certamente, houve uma conquista do Brasil...
JC: E é por isso que eu não canso de dizer que o Brasil está no cen-
tro das atenções do governo americano, porém, em muitos casos,
essa atenção, ironicamente, ainda não se encontra nos mais altos
escalões de estrategistas da política de governo e ainda não está devidamente traduzida numa conscientização a respeito da importância que o Brasil tem para os Estados Unidos. Mas acredito que,
em geral, todos os níveis do governo americano estão realmente
focados no Brasil. Ambos os países compartilham uma gama de
valores comuns – nossos sistemas políticos, a natureza heterogênea
das nossas sociedades eminentemente compostas por imigrantes
e mistura racial etc. – que, de muitas maneiras, nos aproximam.
Uma das minhas grandes alegrias em vir ao Brasil e trabalhar em
linha direta com Washington é a de ampliar e alargar esse relacionamento multidisciplinar existente entre os dois países.
BB: Como o consulado vem trabalhando para intensificar
a maturidade dessa relação?
JC: O consulado tem inúmeros papéis-chave no estreitamento
dessa relação em termos de ampliar e aprofundar esses laços. O
primeiro deles, em 2012, foi emitir 250 mil vistos somente aqui no
Rio, com tempo de espera reduzido de 140 dias para apenas dois,
para a emissão de visto, além da redução do tempo de permanência do requisitante dentro do consulado, que chega a cerca de 20
minutos. O que é realmente impressionante, visto que em nenhum
outro consulado americano que eu me recorde seja tão rápido. O
Rio de Janeiro não é modelo apenas para o Brasil, mas também
para outras missões ao redor do mundo. Praticamente dobramos o
nosso quadro de funcionários no último ano, alcançando mais de
300 pessoas somente no Rio. Isso não só reflete um trabalho árduo,
mas também a importância do Brasil e o reconhecimento da relevância econômica e comercial, além do nosso desejo de construir
um laço entre as pessoas dos dois países.
34_Edição 278_nov/dez 2012
BB: E em termos econômicos,
quais serão as prioridades?
JC: O segundo assunto-chave e foco do
nosso trabalho no consulado está exatamente na esfera econômica e comercial.
Como vocês sabem, o setor de petróleo e
gás é particularmente importante na medida do enorme aumento nos interesses
das empresas americanas na Petrobras.
Olhando no longo prazo, tendo em vista o
crescimento do papel do Brasil nesse mercado como grande produtor e exportador
de petróleo, é nítido o interesse das empresas americanas, e que só vai aumentar nos
próximos anos. Mas a relevância do Brasil e
do Rio vai muito além do setor de petróleo
e gás para outros, como entretenimento e
o automotivo, mais recentemente, ambos
com grande potencial de crescimento e certamente com um papel importante a fim de
garantir uma base sólida para esse tipo de
trocas comerciais e econômicas.
BB: Como o consulado pretende ajudar
o Brasil a realizar os megaeventos
esportivos que iremos receber?
JC: A atmosfera do Rio está completamen-
te diferente da do passado e as expectativas
são as melhores. Vocês terão eventos que
servirão como grandes catalisadores dessa
mudança e também vão mostrar ao mundo que o Rio está de volta, começando com
os eventos do próximo ano, com a Copa
das Confederações, e culminando com a
Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada
de 2016. Tudo isso é muito animador. Do
ponto de vista do governo americano, queremos ajudar ao máximo para que as coisas
aconteçam, não só por meio de empresas
privadas, mas também por meio do governo, pois já realizamos vários desses megaeventos e queremos ser capazes de transferir
algumas experiências para que no Brasil esses eventos sejam tão maravilhosos quanto
se espera.
“Vocês terão eventos que servirão
como grandes catalisadores dessa mudança
e também vão mostrar ao mundo
que o Rio está de volta”
BB: O senhor acredita que durante esses eventos esportivos o
consulado terá um papel proativo em oferecer ajuda ou propor
parcerias com o governo brasileiro?
JC: Essa tem sido uma atividade bem proativa e existem coisas já
acontecendo. Tivemos pessoas de Atlanta que estiveram aqui em contato com autoridades municipais e estaduais. No nível federal, discutimos uma gama de ações relacionadas à segurança e outros tipos de
cooperação. Com o comitê olímpico temos falado sobre mecanismos
de compras e as experiências em eventos similares nos EUA, expertise
política, além do interesse de empresas americanas no País e a compra de produtos e serviços que o Brasil não possui e que podem ser
fornecidos por outros países. Não enxergamos esse tipo de postura
passiva por parte do consulado. As pessoas estão realmente engajadas
em comitês com todas as esferas de governo, e isso já começou com
o meu antecessor, Dennis Hearne, e esperamos continuar. E o mais
importante é a grande receptividade dos brasileiros em todos os níveis governamentais. Acho que, na verdade, é o reconhecimento de
que a cidade e o Estado do Rio vão dar a volta por cima e realmente
cimentar o progresso e as mudanças que vêm acontecendo ao longo
dos últimos anos. No nível federal, acho que é uma oportunidade para
o Brasil se mostrar e se apresentar ao mundo como um anfitrião de
sucesso de dois eventos de grande magnitude. Portanto, há um grande comprometimento para transformar tudo isso em um sucesso. À
parte disso, acho que existe um reconhecimento de que o Brasil tem
muito a aprender, não só com os Estados Unidos, mas também com
Londres e Pequim, enfim, com outras cidades que sediaram grandes
eventos. Eu sinto que as autoridades brasileiras reconhecem que há
muito a aprender e que não podem fazer tudo sozinhas.
BB: Quais as áreas focais de aproximação com o governo brasileiro?
JC: Nós certamente estamos trabalhando duro focando especialmente
na área de Educação. Muitos de vocês sabem sobre nossos programas
de ensino de inglês e o nosso melhor trabalho ao lado do Governo Federal, o programa Ciência sem Fronteiras. Realmente existe no Brasil
um grande mercado na área de educação em língua inglesa para explorar cursos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos, mas
também estamos interessados em que instituições americanas tragam
estudantes para estabelecer vínculo com instituições brasileiras congêneres. Estamos em um momento muito dinâmico e gostaríamos de
apoiar todas essas atividades no consulado.
BB: Em que velocidade avançam os acordos comercias?
JC: O Brasil, sendo a sexta ou sétima economia mundial, com um
PIB de US$ 2,5 trilhões, estará envolvido em qualquer discussão
econômica internacional daqui em diante, e certamente o governo
reconhecerá a importância do Brasil na esfera econômica. O Acordo de Livre Comércio é o ponto principal na agenda comercial, em
particular, dando, desse modo, a importância econômica devida ao
crescente papel que o Brasil exerce na esfera diplomática e a rápida expansão da atuação do Itamaraty que, nos últimos dez anos,
cresceu de mil para 1.500 seu quadro de diplomatas, e também o
aumento no número de consulados e embaixadas brasileiras no
mundo. Isso mostra que o Brasil veio para ficar no cenário mundial
e reforça a posição de parceiro do governo americano, demonstrando que, apesar das nossas diferenças, há muito mais interesses
em comum e que nos unem do que alguns interesses particulares.
entrevista john creamer
BB: Com a entrada da Venezuela no
Mercosul, como podemos progredir e
chegar a um Acordo de Livre Comércio
com os Estados Unidos? Todos nós
queremos isso, apesar de parecer
difícil concretizá-lo...
JC: Obviamente, quando eu trabalhava no
“Brazil Desk” e depois no Departamento de
Estado há alguns anos, havia muitas discussões a respeito desse assunto. O assunto foi
engavetado depois em 2005, quando houve uma reunião de cúpula na Argentina,
onde não se chegou a um acordo. Hoje em
dia, percebo a política comercial americana
muito positiva; os acordos com a Colômbia
e o Panamá foram aprovados pelo congresso americano, mas do lado do atual governo
não existe nenhum compromisso em lançar
novos negócios sobre livre comércio. Certamente, isso não depende apenas do presidente, mas também do congresso e de sua
composição partidária. Historicamente, o
partido republicano tem sido favorável, porém, existem outras questões internas mais
importantes no momento. Essa é a visão dos
Estados Unidos quanto a um acordo de livre
comércio somente com o Brasil, sendo que o
País participa do Mercosul, do qual também
participam outros países, então seria uma
negociação EUA-Mercosul. Eu devolveria
a pergunta: como o Brasil lidaria com seus
outros parceiros do Mercosul, caso decidisse assinar um tratado de livre comércio
com os Estados Unidos?
“O Rio de Janeiro não é modelo apenas
para o Brasil, mas também para outras
missões ao redor do mundo”
BB: E em termos de posições políticas no cenário global,
qual a perspectiva para o Brasil?
JC: Em linhas gerais, o Brasil está tendo um papel cada vez mais
importante na agenda global, apesar de assuntos como o lugar do
Brasil no Conselho de Segurança da ONU ainda estarem pendentes,
pois são mais complexos e vão além da esfera de interesse individual
de um país ou de outro. Mas vejo que pouco a pouco se nota um
rearranjo de forças em nível internacional. Do meu ponto de vista, a
relação entre o Brasil e os Estados Unidos não pode ser subestimada
e não está apenas no campo do diálogo, e sim na real troca de informações, como no campo da energia nuclear, do comércio, da segurança. Muitas dessas conversas estão se transformando em ações
reais, como em um acordo sobre as drogas na Bolívia ou na ajuda
humanitária na África ou até na experiência brasileira no Haiti, onde
o Brasil teve um papel fundamental com seu exército, seu trabalho
de desenvolvimento e suas ONGs se envolvendo e trabalhando com
a população para superar as adversidades. Portanto, estou muito
mais otimista com o progresso que tem sido feito, talvez mais do
que vocês, e concordo que muito mais precisa ser feito em termos
desses diálogos. Acredito que tenhamos hoje mais território para tirar esses assuntos sensíveis do plano das discussões e transformá-los
em ações práticas, tendo em vista que existe muito mais cooperação
entre os dois países. Independentemente do que esteja em debate –
forças de segurança internacional, terrorismo, governança internacional ou questões comerciais e financeiras –, não vamos concordar
em todas essas questões – algumas vezes não iremos concordar –,
mas acho que existe agora um nível de coordenação que pode ser
visto quando o Brasil senta à mesa de negociações que não existia
antes. Estamos todos muito otimistas! Eu estou muito feliz em estar
aqui neste momento. Do nosso lado aqui do consulado é literalmente muito bom trabalhar com vocês e com a Amcham Rio, nossa parceira natural. Com tradução de Alexandre Nabhan
ENERGIA PARA CRESCER
Formamos um time de especialistas, globais e locais, em Audit, Tax e Advisory com
foco e profundo conhecimento do Setor de Energia e Recursos Naturais, que abrange
Oil&Gas, Mining e Power&Utilities, com o objetivo de auxiliar organizações na gestão
e na melhoria de performance de seus negócios em toda sua cadeia de valor.
À mesa, ao lado
do presidente
da Amcham Rio,
Henrique Rzezinski,
no evento sobre
a Empresa de
Pesquisa Energética
/kpmgbrasil
36_Edição 278_nov/dez 2012
from the usa
Senator John F. Kerry,
the next Secretary of State
of the United States
Hillary Clinton_Secretary of State of the United States
“We need a leader with John Kerry’s
experience and talent at the helm
of the State Department and USAID
in the years ahead”
38_Edição 278_nov/dez 2012
Over the past four years, now as Chairman of the Senate
Foreign Relations Committee, Senator Kerry has been my trusted
partner on major foreign policy challenges facing our nation.
He helped us end the war in Iraq and advance a responsible
transition in Afghanistan, co-authored key assistance legislation
for Pakistan, won ratification of the New START Treaty with
Russia, led the way on climate change, and helped us navigate a
fast-changing Middle East.
President Obama and I have often asked Senator Kerry to
undertake delicate diplomatic missions and to deliver difficult
messages. He has forged strong relationships with leaders around
the world. As I have learned, being able to talk candidly as someone
who has won elections and also lost them is an enormous asset
when engaging with emerging or fragile democracies.
Through it all, Senator Kerry has fought for our nation’s diplomats
and development experts – and for investing in their mission and
America’s global leadership. And now, he is working closely with me
and my team to learn the lessons of the tragedy in Benghazi, further
protect our people and posts, and implement every single one of the
Accountability Review Board’s recommendations.
We need a leader with John Kerry’s experience and talent at
the helm of the State Department and USAID in the years ahead.
There is much more to do on all of these crucial challenges, from
Afghanistan to nonproliferation to climate change, and many others.
We also have to consolidate America’s expanded engagement in the
Asia-Pacific, continue championing the rights and opportunities of
women, pursue a new approach to development centered on dignity
and self-sufficiency, keep putting economics at the center of our
foreign policy, and practice the kind of smart power that harnesses
innovation and partnerships – with governments and with people –
to solve problems and seize opportunities.
The men and women of the State Department and USAID
represent the best traditions of a bold and generous nation. They
serve and sacrifice every day, often in dangerous circumstances. It
has been one of the great honors of my life to serve with such fine
public servants over the past four years. I could not be prouder
of all we have achieved together. They deserve the highest caliber
leadership, and that is exactly what they’ll get in John Kerry. 
*Statement on the President’s Nomination of Senator John F.
Kerry to Succeed Her as Secretary of State of the United States, on
December 21, 2012.
divulgação
T
oday, I spoke to Senator John Kerry
and congratulated him on his
nomination to be the next Secretary
of State. I also spoke with President Obama
and told him that he has made an excellent
choice. I hope Senator Kerry will be
confirmed quickly.
I have been privileged to know John
for many years and to call him a friend,
colleague, and partner. He will bring
decades of service to our country and deep
experience in international affairs. The
son of a career Foreign Service Officer,
diplomacy is in his blood. As a decorated
veteran, he knows what it takes to defend
our nation and our values. As a leader in
the Senate, he understands how to build
coalitions and craft compromises. As a
statesman respected around the world, he
will be able to sustain and extend America’s
global leadership.
John Kerry has been tested – in war, in
government, and in diplomacy. Time and
again, he has proven his mettle.
I remember watching young Lieutenant
Kerry’s testimony before the Senate Foreign
Relations Committee many years ago
and thinking that I had just seen a man of
uncommon courage and conscience. Years
later, as First Lady, I admired John’s integrity
and leadership as he returned to Vietnam
to uncover the truth about fellow American
soldiers who never came home, and to
help normalize relations. Then, as Senate
colleagues, we worked together on behalf
of wounded warriors, working families, and
other causes close to both our hearts.
Edição 278_Brazilian Business_39
diálog0s
Brasil: competitividade,
gestão e inovação
Clemente Nobrega
Físico e consultor especializado
em inovaçã0
Jorge Eduardo
Ferreira
Economista e consultor
O
ano de 2013 começa com certo baixo-astral no Brasil,
herdado de um triste 2012, com PIB fraquíssimo e investimentos represados. Algo afugenta o “espírito animal”
do empresariado. Nossa falta de produtividade e competitividade
é o centro das preocupações.
Passada a euforia, percebemos que não somos mais a “bola da
vez”, mas que podemos ser, sim, a caçapa que engolirá mais uma
vez as melhores esperanças dos brasileiros. Nos últimos tempos,
uma verdade fica mais e mais cristalina: sem forte reorientação
em nosso sistema educacional, não iremos a lugar algum. Esta é
a primeira prioridade para que nos tornemos mais produtivos.
Mas, outra questão precisa alcançar o mesmo destaque: como
tornar a nossa economia mais produtiva por meio da inovação?
Fala-se que o País investe pouco em inovação: cerca de 1% do
PIB. Países ricos investem duas a três vezes mais. Será que mais
alguns bilhões melhorariam nosso desempenho? Achamos que
só isso não resolveria. Devemos olhar não para o que as economias produtivas fazem, mas para o que fizeram antes de se tornar
produtivas. Estender nosso olhar não apenas para investimentos
em inovação, mas rearranjar recursos que já existem, colocando
o foco e a prioridade nos processos de gestão.
No mundo corporativo e na administração pública só o
que legitima uma iniciativa é o resultado alcançado – ou seja,
é output, não input. Sucesso não é medido pelo que entra no
sistema, mas pelo que sai. Não o número de policiais nas ruas,
mas a diminuição de crimes. Não as campanhas de vacinação,
mas a diminuição de doenças. Não esforço, mas resultado.
Claro que inputs são aproximações – proxys como dizem –
para resultados desejados (quanto mais gente entra na escola,
mais chance de termos mais pessoas educadas). Mas, quantidade
de pessoas com diplomas não é o que interessa, gente produtiva
sim. Devemos medir quão bem estamos nos aproximando desta
meta. A iniciativa privada pode ensinar coisas interessantes aqui,
pois existem princípios universais que norteiam tanto a geração
de valor econômico como social. Eles são unificados pela ideia de
gestão, um conceito muitas vezes ausente de nosso vocabulário e,
principalmente, de nossas práticas.
Numa empresa os dirigentes estabelecem metas a atingir e
meios para que elas sejam alcançadas, os recursos (inputs) que
vão ser alocados para que essa diretriz seja cumprida dependem
>
da meta a alcançar, não é óbvio?
“Os órgãos fomentadores de inovação devem
parar de se medir apenas pelo dinheiro que
injetam no sistema, como se isso garantisse
resultado. Sem gestão não garante”
40_Edição 278_nov/dez
278_nov/dez 2012
2012
ACESSO AO CORREDOR DE TODAS
AS CAMAS. ISSO MESMO, CAMAS.
ENTRADA E SAÍDA LIVRE EM TODAS AS
POLTRONAS-CAMA* DA BUSINESS ELITE.
DELTA.COM
/DeltaAirLinesBrasil
*As poltronas-cama podem não estar disponíveis em todos os voos.
diálog0s
Clemente Nobrega &
Jorge Eduardo Ferreira
42_Edição 278_nov/dez
278_nov/dez 2012
2012
O que as empresas inovadoras têm, e órgãos de fomento à
inovação deveriam ter também, são processos gerenciados em
função de metas de resultado. Numa visão simplificada, isso é feito se estabelecendo um “delta” de crescimento originado de inovações. Esse delta pode ser medido em termos de vendas novas,
market share, percentual de EBITDA etc., sempre relacionando
os recursos necessários para que essas metas sejam alcançadas.
No ambiente empresarial, implantar tal prática talvez seja
mais fácil. A unidade bateu sua meta de inovação? Prêmios, bônus, fanfarras. Não bateu? Bem, o que acontece com um vendedor que não vende? Com um financeiro que não planeja corretamente o fluxo de caixa? Não há mistério. Tem meta, tem prazo,
tem plano de ação, tem responsabilização. A cada período tudo
se repete com a introdução de um delta de crescimento via inovação, incorporando os ganhos do período anterior. É assim que
se aprende continuamente.
Isso também valeria para o setor público? Acreditamos que
sim. O problema não é a inexistência de indicadores (outputs)
– eles existem e são conhecidos. O nó é a gestão do processo, ou
seja: quantificação de metas, alocação de recursos, acompanhamento de sua aplicação e cobrança de resultados de inovação.
Os órgãos fomentadores de inovação devem parar de se medir apenas pelo dinheiro que injetam no sistema, como se isso
garantisse resultado. Sem gestão não garante. O input do conhecimento conta mais do que o do dinheiro. Um país pode e deve
ter metas como as empresas têm (aliás, sem meta não pode haver
gestão). Que tal ser um dos dez maiores países em patentes (de
certas categorias) em até uma década? Ou alcançar uma razão
P&D/PIB de 2% em cinco anos?
Gestão é mais fundamental que inovação, mas nossos policy
makers não são sensíveis a essa verdade e seguem se medindo por
inputs e exigindo cada vez mais. No passado, achava-se que a solução para aumentar a produtividade era trabalhar cada vez mais
(e mais duramente) até que a nova disciplina da gestão provou que
não era. Nas palavras de Peter Drucker, gestão é a maior inovação
do século 20. Não se trata de trabalhar mais, mas com mais inteligência. A mãe de todas as inovações é o conhecimento que leva a
isso, não um produto, não uma invenção, nem mesmo uma concepção de negócio. Esse conhecimento é que permite que a energia
nuclear, o microchip, a internet, os antibióticos, as novelas de TV
estejam, cada vez mais, ao alcance de mais pessoas.
Inovação está embutida no conceito (simples, mas não natural) de gestão, não o contrário. Gestão é fazer o que tem de ser
feito para se chegar a um resultado da forma mais eficiente; inovação é uma das maneiras de conseguir isso. É meio, não fim.
Aplicar conhecimento aos recursos disponíveis é o centro
da coisa. O McDonald’s fez isso treinando pessoas simples para
produzir mais hambúrgueres por minuto. Henry Ford fizera o
mesmo com carros, mas a GM o desbancou nos anos 1920 aplicando conhecimento novo à organização
em si, não a artefatos tecnológicos, nem a
“Líderes em inovação são
processos de produção. Sem método para
sempre – sem exceção –
aplicar conhecimento à força bruta, a hislíderes em produtividade”
>
tória do mundo teria sido outra.
diálog0s
Clemente Nobrega &
Jorge Eduardo Ferreira
Líderes em inovação são sempre – sem exceção – líderes em
produtividade. Líderes em “mais com menos”. A Amazon reduziu o giro do estoque de livros de 168 para 17 dias graças à
recombinação inteligente de inputs que estava aí ao alcance de
todos. O mesmo fez a Apple com o iPod. O que diferencia gestão normal de inovação é mudança em duas perspectivas com as
quais nos acostumamos: tempo e risco. Inovação envolve mais
tempo e riscos mais severos. Esse é o preço a pagar para incorporar conhecimento novo. Empresas como as farmacêuticas, ao
abrir seus processos de P&D (para ganhar produtividade), têm
de aprender a se relacionar com agentes estranhos ao seu DNA
corporativo (empresas de biotecnologia, universidades, laboratórios independentes). Tiveram de aprender a trabalhar em rede e a
dominar nuances novas de temas como propriedade intelectual.
Para o Brasil melhorar sua capacidade de inovar, precisa aprimorar a sua capacidade de gestão. Não vamos inverter a ordem –
o pragmatismo da gestão (resultado! resultado!) tem que vir primeiro. Rapidez é essencial. Se esperarmos demais, vamos perder
o bonde. As empresas que se dão melhor são as que aprendem
mais depressa a fazer o que é preciso para gerar mais com menos.
São, portanto, as que incorporam mais rápido o conhecimento
para fazer mais clientes pagarem por seus produtos o que elas
precisam que seja pago para permanecerem relevantes.
Estamos comprometidos com esse modelo de gestão para
inovação e produtividade no Brasil? Acreditamos que não. Talvez ainda tenhamos uma visão romântica e antiga. Adoramos
aquela imagem de inventores hipercriativos trabalhando em
garagens, isolados do mundo, e produzindo artefatos (o PC, o
iPod) ou conceitos de negócio geniais (o Google). Pensamos, erradamente, que indústrias como a farmacêutica, que vivem da
criação contínua de novos produtos, são confrarias de cientistas
malucos em laboratórios, tentando novidades ao seu bel-prazer
e criando pílulas de Viagra e Prozac graças a algum talento “especial”. Temos de esquecer esse negócio de inovação romântica.
É charmoso, mas não vai nos levar a lugar nenhum.
Exemplos da primazia da gestão existem aos montes. A IBM,
ressurgindo das cinzas no início dos anos 1990, graças à reinvenção, digamos, de suas tecnologias organizacionais. A Xerox/Parc
perdendo o bonde da história, gigantes tecnológicos – Nokia,
Sony, HP – em crises sérias, talvez terminais. A Kodak virando
fumaça. Empresas – ou países – que enfrentam competição (todos os que têm relevância) precisam descobrir permanentemente os meios de produzir qualidade com custo baixo. Mais com
menos. É uma busca sem fim. O melhor inovador será sempre o
mais produtivo, pois chegará mais rápido ao “mais com menos”.
O mais produtivo será sempre aquele com a melhor gestão e não
necessariamente o que injeta mais dinheiro no sistema.
“Para o Brasil melhorar sua
capacidade de inovar, precisa
aprimorar a gestão.
Rapidez é essencial”
44_Edição 278_nov/dez
278_nov/dez 2012
2012
ponto de vista
Alexandre Nascimento
Oil & Gas Recruitment consultant
at Robert Walters
Carreira, overview e tendências
do mercado de Óleo e Gás
N
o fechamento do ano 2012, momento
em que as empresas reduzem seus
processos de contratação e começam a planejar seus orçamentos para o ano seguinte,
já é possível fazer um overview do cenário
no que tange ao recrutamento de profissionais, bem como inferir quais as tendências
desse mercado para 2013.
O ano de 2012 não se mostrou como o
melhor ano para o mercado de Óleo e Gás,
o que contribuiu diretamente para a diminuição no ritmo de contratações para este
setor e, em certos casos, enxugamento do
quadro de profissionais de algumas empresas, fato que pode ser atribuído como reflexo de quatro anos sem rodadas de blocos
pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). Nota-se
que no ano de 2012 as maiores demandas
por profissionais para esse setor foram nas
áreas de construção naval, marítima e de
desenvolvimento de negócios, em virtude,
respectivamente, da necessidade de construção de plataformas e embarcações de
apoio marítimo utilizando mão de obra
local para atender às políticas de conteúdo
local da ANP, tripulações com experiências
em navios aliviadores e ampliação e desenvolvimento de carteira de clientes, bem
como algumas demandas estratégicas para
empresas em processos de farm-in.
A boa notícia é que o Governo aprovou a 11ª rodada para
maio de 2013, em que 87 blocos em terra e outros 87 em mar
serão leiloados. Notícia que, quando aliada ao positivo cenário de
desenvolvimento das reservas de petróleo e gás recém-descobertas no pré-sal, gera a expectativa de que até 2030 o Brasil possa
ser o país a ter o maior crescimento de produção de petróleo
quando comparado aos países pertencentes à Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep). Isso vai impactar no
aumento da necessidade de profissionais como geofísicos para
suportar os estudos da cadeia de dados sísmicos, desde a aquisição, passando pelo processamento, chegando a sua interpretação.
Consequentemente, profissionais das áreas de operações, como
químicos de fluidos de perfuração, direcionais, geólogos, engenheiros de poços e fiscais de sonda, bem como demandas na área
de produção como engenheiros de processamento.
Grandes players internacionais do setor de exploração e
produção de petróleo estão desembarcando no Brasil, e a
ampliação dos já existentes está sendo cada vez mais significativa, aumentando o volume de vagas nesse segmento, principalmente nas diversas áreas técnicas como engenharias, geofísica,
química, petrofísica, entre outras. A dica para os profissionais
que estão interessados em aproveitar o ano novo para ingressar
no setor e/ou se movimentar dentro dele é atentar para o seguinte: embora as demandas por profissionais com expertises técnicas tenda a aumentar, a grande maioria das empresas tem buscado profissionais com algo a mais que não apenas o inglês
fluente, que por sua vez se tornou mandatório; buscam profissionais com experiência internacional, vivência em diferentes
cenários de exploração, seja com litologias variadas, uso de
novas tecnologias, ou com conhecimentos técnicos multidisciplinares que possam agregar em suas áreas de atuação.
“A grande maioria das
empresas tem buscado
profissionais com algo
a mais que não apenas o
inglês fluente; buscam
profissionais com
experiência internacional”
46_Edição 278_nov/dez 2012
news
Bernardo Figueiredo, presidente da EPL,
revela na Amcham Rio os planos de ação
do Governo para o setor de logística
Por Cláudio Rodrigues, do Rio
Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa
de Planejamento e Logística (EPL)
48_Edição 278_nov/dez 2012
fotos gianne carvalho
EPL anuncia
investimentos
em logística
no caminho do
crescimento
Da esq. à dir., Luiz Henrique Carneiro, diretor do grupo
Multiterminais; Bernardo Figueiredo, presidente da EPL; Henrique
Rzezinski, presidente da Amcham Rio; Álvaro Palma de Jorge,
chairman do Comitê de Logística e Infraestrutura da Amcham Rio
É
o famoso “custo Brasil”. Pelo menos três décadas de pouco
investimento em infraestrutura criaram enormes gargalos
logísticos. Desatar esses nós é a missão de Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
Além de atacar os problemas crônicos já conhecidos por todos,
o objetivo é fazer com que o transporte ferroviário aumente sua
participação em relação ao rodoviário. E a missão da EPL é apresentar novos projetos que resolvam as dificuldades antes que elas
se agravem. Os planos de ação foram apresentados no President’s
Lunch: Desafios Logísticos Brasileiros e o Papel da EPL, realizado
pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham
Rio), por meio do Comitê de Logística e Infraestrutura, em 26 de
novembro, com patrocínio da empresa Multiterminais Logística
Integrada e apoio da Metal Data e do Siqueira Castro Advogados.
O primeiro pacote de obras redundará em investimentos de
R$ 133 bilhões, sendo que R$ 79,5 bilhões deverão ser gastos já nos
próximos cinco anos. Do total, as rodovias terão R$ 42 bilhões e as
ferrovias R$ 91 bilhões. O trem de alta velocidade continua sendo
considerado prioritário. “Temos uma modelagem adequada, e noto
que não há mais questionamento se o projeto é importante ou não
para o País. Dá para não fazer nada entre Rio e São Paulo para atender à mobilidade? Não. Qual é a melhor ação: aeroportos, ferrovia ou
rodovia? Quando se coloca em patamar razoável de discussão técnica, não há dúvidas de que é a ferrovia. E ela será feita com a tecnologia
do século passado ou deste século? Hoje não se faz ferrovia de média
velocidade, essa tecnologia está ultrapassada, já foi de alta velocidade
no século passado, mas o padrão melhorou.”
Mais do que fazer a ligação entre as
duas principais cidades do País, o Governo
pretende criar uma malha na qual o trem
de alta velocidade chegue, a partir de São
Paulo, a cidades como Curitiba, Brasília e
Belo Horizonte.
Figueiredo foi aos números, ressaltando
que os gastos do País no setor pularam de
R$ 1 bilhão por ano para R$ 20 bilhões, a
partir de 2003. Mas o desafio é tão grande
que seriam necessários de R$ 300 bilhões a
R$ 400 bilhões para recuperar o déficit do
setor logístico brasileiro. “A logística ganha
ainda mais importância agora, com a retomada recente de um processo mais agudo de
crescimento. Com a economia em recessão,
havia uma situação confortável, com caminhões atendendo em grande parte a nossa
necessidade logística. O assunto deixou de
ser importante. Hoje pagamos o preço de
passar 30 anos negligenciando o assunto.”
Citando uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, o presidente da
EPL mostrou o tamanho da dependência nacional dos caminhões.
Sem considerar os trens que carregam minério de ferro, a participação da ferrovia e da navegação é de menos de 10%. Pior, os veículos
que levam a maior parte da carga brasileira têm idade média de 20
anos. “Nos Estados Unidos, o pessoal fala que com seis, sete anos de
uso o caminhão é descartado porque ele passa a ser antieconômico.
No Brasil, convivemos com motoristas dirigindo 19 horas por dia
e caminhões com excesso de peso. Por isso, transportar por caminhões fica relativamente barato e viável, mas não é sustentável. O
frete rodoviário acessível permite que o caminhão cumpra um papel
para o qual ele não é o mais adequado, principalmente quando se
fala de transporte em longas distâncias”, explicou Figueiredo.
A situação que hoje está financeiramente estável pode se transformar numa arapuca brasileira, ressaltou o presidente da EPL.
Com o crescimento econômico, mais carga precisará ser transformada: “À pressão de demanda, o quadro muda. Os motoristas com
certeza vão querer situações mais confortáveis de vida e não vão se
submeter a rodar 20 horas tomando rebite (droga que os caminhoneiros tomam para ficar acordados). Isso vai impactar o valor do
frete. E tira a competitividade do setor produtivo”.
“Seriam necessários de R$ 300 bilhões
a R$ 400 bilhões para recuperar o déficit
do setor logístico brasileiro”
Edição 278_Brazilian Business_49
Diante deste cenário, a própria criação
da EPL se justifica. O País precisa voltar a
investir de maneira contundente e planejada em logística. Neste momento, surgiram
as dificuldades do próprio Governo de executar grandes empreitadas. Mesmo quando
os recursos para as obras eram garantidos
pelo presidente, faltavam projetos, licenciamento ambiental, desapropriação de
áreas, entre outros problemas. “Faltavam
engenheiros, havia muita terceirização em
atividades vitais de órgãos públicos como
o Dnit. Estamos trabalhando para superar todas as dificuldades. O processo é de
longo prazo, mas temos melhorado, a cada
ano, o nível de execução dos nossos projetos”, justificou Figueiredo.
Cada real colocado na execução das
obras de infraestrutura tem a missão de
gerar uma cadeia de outras consequências
que visem aumentar o crescimento do País.
Para melhorar a mobilidade de cargas, os
projetos têm como objetivo articular ferrovias, portos e aeroportos. Estes dois últimos
também receberão um pacote próprio de
investimentos, dentro da mesma filosofia.
A logística é encarada de maneira integrada. “Estamos duplicando os eixos rodoviários estruturantes, restaurando ferrovias
centenárias e as trazendo para o patamar
do século 21. A cobertura ferroviária será
ampliada. Todas as regiões estarão interligadas por um sistema ferroviário moderno.
Essa mudança de configuração gera impactos especialmente nas áreas portuárias. Estamos incorporando áreas novas, que passam a ter alimentação moderna, com novas
alternativas logísticas.”
O modelo de negócios para a nova logística nacional dá destaque à iniciativa
privada. A concessão tem o objetivo não
apenas de mobilizar o capital privado, mas
a capacidade de gestão que as boas empresas modernas conseguem imprimir.
50_Edição 278_nov/dez 2012
gianne carvalho
news
“Hoje pagamos o preço
de passar 30 anos
negligenciando o assunto”
Os investimentos se concentrarão nos primeiros cinco anos.
Além disso, o Governo cria mecanismos que estimulam a cobrança da menor tarifa pelos serviços. “Concessão não é oportunidade
para melhorar a arrecadação pública. O pagamento de outorga
onera a concessão sem gerar benefício para seus usuários. Vejo
com muita paciência algumas críticas à seleção pela tarifa, mas
acho que falta uma reflexão mais profunda. Os problemas não
são produto da desqualificação de quem ganhou a concessão ou
da tarifa baixa. O programa de investimento é que era acanhado,
defasado em relação à necessidade atual. Há rodovias de pedágio
alto com qualidade ruim. O conceito de nível de serviço embutido
no que se passa para o concessionário é que gera serviço bom ou
ruim. Manter a menor tarifa para o usuário é a forma de passar
para ele o benefício da competição.”
O Governo também cuidará para que os centros urbanos não
sofram com a proximidade de pedágios. A ideia é criar mecanismos nos quais as curtas distâncias não acabem por subsidiar as
longas. Além disso, a cobrança pela passagem só poderá ser feita
quando pelo menos 10% das obras tiverem sido executadas. “O
motorista paga o pedágio, mas já recebe um pouco do benefício.
Antes, o pedágio era fonte principal de financiamento do investimento. Estamos invertendo a forma como era feito”, salientou o
presidente da EPL.
Para atrair as empresas para esta empreitada, o Governo oferecerá, via BNDES, linhas de financiamento especiais. Além disso, no caso das ferrovias, garantirá a compra de toda a capacidade
operacional. Com essas facilidades, o concessionário sabe que poderá trabalhar na melhor relação custo-benefício. “E criamos escala para a retomada dos investimentos no setor ferroviário, como a
construção de locomotivas e de vagões em território nacional. Isso
diminui os custos e move a economia”, concluiu Figueiredo.
news
Será mesmo o fim
da guerra fiscal?
Em evento na Amcham Rio, o advogado Gerson
Stocco, do Gaia, Silva, Gaede & Associados,
esclarece as dúvidas sobre a nova norma
em vigor desde o começo de janeiro de 2013
que prevê ICMS de 4% para transações
interestaduais de produtos importados ou que
contenham conteúdo importado acima de 40%
O especialista em direito tributário,
Gerson Stocco, sócio do Gaia, Silva,
Gaede & Associados
Rio de Janeiro e São Paulo,
que a rigor deveriam
perder com a norma,
apoiaram a medida
52_Edição 278_nov/dez 2012
fots cecília acioli
D
esde o começo de janeiro de 2013 está em vigor a nova
resolução do Senado Federal, n° 13/2012, que prevê a unificação da alíquota de ICMS (Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços) em 4% para as transações interestaduais de produtos prontos ou fabricados no Brasil com conteúdo
de importação superior a 40%. A intenção do Governo Federal é
terminar com a guerra fiscal entre os Estados e desestimular a oferta, por parte de algumas unidades da federação, de incentivos à
revelia do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) para
atrair empresas. A mudança faz com que os Estados que geram incentivos fiscais cujas mercadorias acabam sendo destinadas a outros Estados federados fiquem com uma fatia menor (4%) na saída
do produto importado para fora do Estado, e o adquirente pague
a diferença de alíquota para seu Estado federado. A nova regra desestimularia a concessão de descontos de forma unilateral.
Aprovada no Senado Federal em abril de 2012, a nova regra
trouxe uma série de dúvidas ao mercado, que correu contra o tempo para tentar compreender e se enquadrar na norma a tempo de
a medida entrar em vigor. Para ajudar a clarear este cenário, o sócio do escritório Gaia, Silva, Gaede & Associados Gerson Stocco
apresentou no Ideas Exchange ICMS – Alíquota de 4% –Produtos Importados, Aspectos Práticos e Jurídicos da Resolução 13 do
Senado Federal as principais alterações e novos procedimentos a
serem adotados nas operações interestaduais, em 20 de dezembro,
na sede da Amcham Rio, no Centro da capital fluminense.
“De acordo com o Confaz, porém, os Estados não poderiam
conceder incentivos fiscais de ICMS na importação sem aprovação, por unanimidade, deste órgão”, explicou Stocco. O Supremo
Tribunal Federal, em 2011, também julgou, em 14 ações diretas de
inconstitucionalidade de vários Estados que previam o benefício
de forma unilateral. Daí o Senado Federal tentar, via a aplicação da
alíquota de 4% de ICMS, reduzir a sede dos Estados em atrair empresas por meio de incentivos fiscais sem a apreciação do Confaz.
A nova medida estabelece que passam a pagar 4% de ICMS
interestadual as mercadorias totalmente importadas e aquelas que,
mesmo submetidas a processo de industrialização no País, tenham
mais de 40% de conteúdo importado. As demais seguem inseridas
nas alíquotas de 7% ou 12%. A regra não se aplica a produtos sem
similar nacional.
A mudança faz com que os Estados que
geram incentivos fiscais cujas mercadorias
acabam sendo destinadas a outros Estados
federados fiquem com uma fatia menor (4%)
Segundo ele, considerando as contas
que já foram feitas, os Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo, que a rigor deveriam
perder com a norma, justificando que são
grandes exportadores de mercadorias no
âmbito Brasil, apoiaram a medida e não sairiam perdendo, pois haveria um ponto de
equilíbrio. “Ao mesmo tempo que o Estado
exporta muito, também importa em grande escala. Consequentemente, boa parte do
ICMS que era do Estado de origem vai ficar
com o de destino. Nesse ponto, os Estados
não perderiam tanto”, clareou.
Apesar de o Governo Federal ter como
principal objetivo evitar a guerra fiscal,
ainda há divergências de opiniões sobre a
eficácia da nova norma.
Da esq. à dir., Adriana Albuquerque, Ana Lúcia
Pires e Gerson Stocco, do time do Gaia, Silva,
Gaede & Associados que foi à Amcham Rio
para esclarecer as dúvidas dos associados
Entre os possíveis impactos da alíquota de 4%, considerando os aspectos
comerciais e econômicos, Stocco ressalta a preocupação com a diminuição
da vantagem econômica para empresas instaladas em Estados que concedem benefícios fiscais; a reavaliação dos fluxos de importação adotados atualmente; empresas a mercê da variação cambial; a necessidade de renegociação dos preços com os clientes; obrigação de ajustes nos sistemas ERPs das
empresas; a geração de créditos acumulados de ICMS no importador.
O Governo Federal ainda tem expectativa de expandir as novas regras
para todas as operações interestaduais, inclusive para produtos nacionais.
Dessa forma uma parte maior do ICMS ficaria para o Estado que recebe a
mercadoria e não para o Estado que remete. Se a mercadoria foi comprada
e produzida no Brasil, sem nenhum conteúdo estrangeiro, seguiria a norma de 4%. Contudo, essas operações ainda não estão valendo.
A obrigatoriedade de entrega da Ficha de Conteúdo de Importação
(FCI) e de constar seu número na Nota Fiscal Eletrônica passa a valer
somente a partir de maio de 2013, conforme norma adicional publicada
em 24 de dezembro de 2012.
Edição 278_Brazilian Business_53
news
Amcham Rio encerra 2012 com jantar
de confraternização no Marriott
Em evento entre os membros da diretoria e associados, a
Câmara de Comércio Americana do Rio faz um balanço das ações
de 2012 e anuncia inovações em plataformas digitais para 2013
F
3
Por Andréa Blum Fotos Cecília Acioli
oi um ano de muitas realizações. De fato, 2012 entra para a história da Amcham Rio como um período de transformações, tanto
nas instalações, que foram completamente modernizadas, como
na criação de novos serviços e a preparação para a estreia, em 2013, de
uma nova fase de atuação da instituição. Estão em elaboração as plataformas digitais que serão os territórios inovadores de fomento a novos
negócios para os associados, como um novo site, dinâmico e interativo,
uma rede corporativa exclusiva aos membros e um aplicativo para mobile, além de um amplo portfólio de produtos capazes de serem combinados em pacotes para atender às necessidades de cada empresa. E,
naturalmente, conteúdos atualizados para incrementar as informações
capazes de contribuir na tomada de decisões do empresariado.
Com essa mensagem, o presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Henrique Rzezinski, recebeu os diretores e associados, assim como o novo cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio,
John Creamer, para um jantar de confraternização em 29 de novembro,
no hotel JW Marriott, na Zona Sul da cidade. “Estamos muito satisfeitos
em poder dividir as nossas realizações deste ano e as inovações que virão
e reforçarão a presença da Amcham Rio como uma das mais relevantes
entidades empresariais do Rio”, disse.
Guiado pelo novo lema “your business is our goal”, Rzezinski encerrou dizendo: “O Amcham Rio Digital inaugura uma nova fase desta
Câmara, em que a dinâmica entre os associados ganha uma perspectiva
inédita a partir de novas possibilidades de interações em meio digital,
intensificando o networking. Estamos trilhando o caminho que culminará nas comemorações do centenário desta instituição, em 2016. Nada
mais harmônico, tendo em vista a história que a própria cidade está
prestes a escrever nos anos vindouros”.
4
1
5
1. O presidente da Amcham Rio,
Henrique Rzezinski
3. Renato Wilmersdorfer
e Elaine Araújo, do Grupo
Case, e Flavio Kosminsky,
da Ernst & Young
2. Flavio Kosminsky, da Ernst
& Young; Renato Costa, da MXM
Sistemas; Daniel Orders, da C&C
Technologies; Rodrigo Carneiro,
da Dannemann Siemsen; Maurício
Felgueiras, da MXM Sistemas
4. Regina Fendt, Cristina
Motta Daibert e Alfredo
Lucena, do Ibeu
6
2
7
5. Noel De Simone, da
Casa da Criação; Rafael
da Motta, do Grupo Case;
Maurício Felgueiras, da MXM
Sistemas; Pedro Almeida,
da IBM Brasil; Mauricio
Vianna, da MJV Tecnologia;
Helio Blak, da Amcham Rio
6. André Martins e
Fabio Pereira, do
Veirano Advogados, e
Rodrigo Carneiro, da
Dannemann Siemsen
7. Joel Korn, ex-presidente
da Amcham Rio, Patrícia
Pradal, da Chevron,
e Henrique Rzezinski,
da Amcham Rio
54_Edição 278_nov/dez 2012
Edição 278_Brazilian Business_55
news
8
8. O novo cônsul-geral dos Estados Unidos
no Rio, John Creamer, e sua esposa,
Lisa Creamer
9. Robson Barreto, do Veirano Advogados,
e Julian Chediak, de Chediak Advogados
10. Maurício Felgueiras, da MXM
Sistemas; Manuel Domingues e Pinho,
da Domingues e Pinho Contadores
11. Italo Mazzoni e Gilson Freitas
de Souza, do Ibeu; Mauricio Vianna,
da MJV Tecnologia
12. Monika Kemper e Fernanda Mitsuya,
de Chediak Advogados
9
10
11
56_Edição 278_nov/dez 2012
12
news
pedro kirilos
O diretor-superintendente da
Amcham Rio, Helio Blak, recebe
o presidente e CEO da Charlotte
Regional Partnership, Ronnie Bryant
Executivos da
Carolina do Norte
e do Sul visitam
associados da
Amcham Rio
Missão trouxe uma comitiva de oito
executivos da Carolina do Norte e do
Sul para abrir possibilidade de negócios
com as empresas locais
58_Edição 278_nov/dez 2012
BP e Brasil. Mais de 50 anos
de parceria e compromisso.
A BP, uma das maiores empresas de energia do mundo,
está presente em mais de 70 países. No Brasil, nós
produzimos lubrificantes e distribuímos combustível de
aviação. Nossa operação em biocombustíveis é uma
das maiores do país. E ainda exploramos petróleo e gás
natural de uma maneira segura e confiável. As empresas
do Grupo BP estão no Brasil desde 1957, empregando
mais de 5 mil pessoas. Esperamos continuar essa
parceria com o Brasil no desenvolvimento do setor
energético, criando empregos e contribuindo para o
crescimento da economia.
A
Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro organizou, no dia 3 de dezembro, a segunda edição do evento
Amcham Rio Networking Coffee, que desta vez contou
com a participação especial de oito executivos da Carolina do
Norte e do Sul, dos Estados Unidos. O evento teve como principal
foco apresentar oportunidades de negócios daqueles estados norte-americanos às empresas associadas e suas metas empresariais,
além de fomentar o relacionamento e a troca de material institucional entre as empresas, contribuindo assim para o crescimento
de seus negócios.
O presidente e CEO da Charlotte Regional Partnership,
Ronnie Bryant, apresentou as principais propostas e oportunidades na cidade de Charlotte. “Situada entre Miami e Nova York, a
cidade é o segundo centro financeiro do país e o sexto aeroporto
em número de voos do mundo. Apresenta um tamanho ideal para
empresas brasileiras que tenham interesse em buscar uma presença de mercado”, comentou.
Bryant destaca que o trabalho conjunto de empresas brasileiras
e americanas pode trazer ganhos para ambos os países. “Já temos
parceiros em outros países e, quando buscamos a América do Sul,
temos interesse no Brasil, por ser uma economia em crescimento
e que vem ganhando espaço no cenário mundial. Temos muito
interesse em levar empresas brasileiras para Charlotte e também
em estabelecer parcerias comerciais.”
Patrocinador Oficial
news
Para o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak,
é papel fundamental da Câmara de Comércio Americana do Rio
de Janeiro criar oportunidades de integração e identificação de
interesses comuns para geração de novos negócios. “Com 300 associados só no Rio, procuramos realizar uma série de iniciativas
para integração de mercados, contribuindo para o crescimento de
empresas nacionais e internacionais”, explicou.
Segundo Renato Costa, diretor comercial da MXM Sistemas,
o modelo de encontro do networking coffee promovido pela
Amcham Rio deve ser fomentado constantemente, uma vez que
é uma clara oportunidade para conhecer representantes de empresas dos mais variados segmentos, estabelecer novos contatos
empresariais e até fazer negócios. “Os encontros são fundamentais
para a oxigenação empresarial”, disse.
Também presente no encontro, o representante do Grupo
Case, Renato Wilmersdorfer, acredita que, em função da proximidade dos eventos que o País irá sediar nos próximos anos, existe
um movimento de empresas americanas buscando o Brasil e, para
isso, é fundamental que estas tenham parceiros locais de confiança.
“Se você não aparece, não é lembrado. A Câmara é uma referência,
e acho fundamental que continuem acontecendo esses encontros,
pois isso contribuiu para aumentar as possibilidades de negócios.
É o segundo encontro e a segunda vez que a sala está cheia e as
pessoas estão abertas a fazer negócios”, comentou.
Ele lembra que o mais importante em um encontro de networking é conseguir implementar na prática o que está sendo
proposto. “A minha preocupação era falar com o representante de
Charlotte, e já combinamos que irão divulgar os nossos serviços.
Já é um passo à frente, e esperamos que desse ponto consigamos
trazer bons negócios para ambos”, comemorou.
Flavio Kosminsky, representante da
Ernst & Young, destacou também que
existe hoje no Brasil um grande investimento na área de Defesa, recuperando um
setor que estava abandonado e, por conta
dos eventos internacionais, está sendo reaquecido. “Essa é uma das indústrias que
estão no foco de negócios da Carolina do
Norte e do Sul”, explicou.
Na ocasião, ainda foram apresentadas
as principais inovações para 2013, que
seguirão a linha digital e comunicativa,
como o novo site, que irá trazer conteúdo interativo e bilíngue, no qual associados poderão se comunicar por meio de
uma plataforma única entre empresas e
colaboradores. Por essa rede corporativa
será possível acompanhar o andamento dos comitês, confirmar presença nos
eventos, além de aumentar a rede de relacionamento em um ambiente virtual.
Ainda será lançado o novo aplicativo para
celular, que oferecerá notícias, lista de associados em tempo real, além da agenda
completa de eventos.
A primeira edição do evento de aproximação entre os associados aconteceu
em 24 de outubro, na sede da Amcham
Rio, e contou com cerca de 60 representantes de empresas associadas.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
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fotos cecília acioli
“Procuramos realizar uma série de
iniciativas para integração de mercados,
contribuindo para o crescimento de
empresas nacionais e internacionais”
Membros das empresas associadas
interagem no networking coffee
60_Edição 278_nov/dez 2012
por dentro da câmara
Alteração no Quadro
de associados
Flexioffice Escritórios Flexíveis
Ltda.
Juliana Voicu Sócia Administradora
Av. Pres. Wilson, 231, 5º/9º - Centro
20030-021 Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2103-7600 Fax: 2103-7699
[email protected]
www.flexioffice.com.br
Cavalcante Ramos Advogados
Carlos Eduardo Cavalcante Ramos
Sócio Titular
Av. Rio Branco, 39, 10º/21º - Centro
20090-003 Rio de Janeiro, RJ
Tel./Fax: (21) 2221-0084
[email protected]
www.cavalcanteramos.adv.br
Ginter Transportes
Internacionais Ltda.
Roberto Leite - Diretor Comercial
Av. Fernando Cerqueira Cesar
Coimbra, 210/ 1º - Alphaville
06465-090 Barueri, SP
Tel.: (11) 4208-9600 Fax: 4208-9610
[email protected]
www.ginter.com.br
DMS Agenciamento de Cargas e
Logística Ltda. (DMS Logistics)
Fernando Esteves Arruda
Sócio-Proprietário
Rua Magalhães Correia, 112 parte
- Higienópolis - 21051-510
Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 2126-0622 Fax: 2573-9772
[email protected]
www.dmslog.com
Interlira Consultoria em Gestão
de Riscos Ltda.
(Interlira Risk Consultancy)
Vincent Soistier - Diretor
Rua Sete de Setembro, 92, s/2.105
Centro, 20050-002
Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 9572-1979
[email protected]
www.interlira.com
Rzezinski, Pittzer e Fux Advogados
(Rzezinski & Fux Advogados)
Leonardo Rzezinski - Sócio
Rodrigo Fux - Sócio
Av. Rio Branco, 177/ 18° - Centro
20040-007 Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 3520-5900 Fax: 3520-5901
[email protected]
www.rzfx.com.br
Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua.
Accounting and business management based on transparency and mutual trust.
solidity partnership
parceria
confiança
reliability
transparência
Albright Stonebridge Group (Asg)
Steven John Bipes - Diretor
Rua Santa Luzia, 651/ 26º
20030-041 Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 9855-1147
[email protected]
www.albrightstonebridge.com
Adriana Miranda de Farias
Gerente de Filial
Manpower Staffing Ltda.
Andrea Natal
Gerente-Geral
Companhia Hotéis Palace
(Copacabana Palace Hotel)
Francesco Santoro
Diretor-Geral
Oceaneering Brasil (Marine
Production System do
Brasil Ltda.)
Frédéric Ribault
Gerente-Geral
Nova Riotel
Empreendimentos
Hoteleiros Ltda. (Sofitel
Rio de Janeiro)
solidez
Novos Sócios
transparency
Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade.
Result: solid partnerships and excellence in productivity.
www.dpc.com.br
Rio de Janeiro
São Paulo
Av. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares
Centro - Rio de Janeiro - RJ
CEP: 20.040-903
Tel. 5521 3231 3700
Rua do Paraíso, 45, 4º andar
Paraíso - São Paulo - SP
CEP 04103-000
Tel. 5511 3330-3330
| [email protected]
Macaé
Rua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302
Centro - Macaé - RJ
CEP: 27.910-110
Edição 272_Brazilian Business_63
Tel. 5522 2773 3318
expediente
COMITÊ EXECUTIVO
PRESIDENTE
Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos
Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.
1º. VICE-PRESIDENTE
Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do
Brasil Seguros de Vida S.A.
2º. VICE-PRESIDENTE
Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente
de vendas da IBM Brasil
3º. VICE-PRESIDENTE
Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e
Seguros
DIRETOR-SECRETÁRIO
Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin
American Training Center
DIRETOR-TESOUREIRO
Manuel Domingues e Pinho_Presidente,
Domingues e Pinho Contadores
CONSELHEIRO JURÍDICO
Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio,
Chediak Advogados
EX-PRESIDENTES
João César Lima, Robson Goulart Barreto
e Sidney Levy
Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, CEO,
Brookfield Brasil
Manuel Domingues e Pinho_Presidente,
Domingues e Pinho Contadores
Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG
Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente Auto/
RE, Bradesco Seguros S.A.
Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.
Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de
Negócios e Relações Governamentais, Chevron
Brasil Petróleo Ltda.
Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente
de vendas da IBM Brasil
Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia –
Sociedade de Advogados
Richard Klien_Presidente do Conselho,
Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.
Marcos Guerra_Presidente, Findes
Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com
Investidores, Vale S.A.
Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin
American Training Center
Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor de
Mercado Internacional, Totvs Rio de Janeiro
DIRETORES EX-OFÍCIO
Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio
de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia
Nacional de Seguros
Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles
| Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella
Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de
Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima
| Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz
Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha
| Peter Dirk Siemsen | Robson Goulart Barreto |
Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva
| Sidney Levy
Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho,
Embratel
PRESIDENTES DE COMITÊS
Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do
Brasil Seguros de Vida S.A.
Fernando José Cunha_Gerente-executivo para
América, África e Eurásia - Diretoria internacional,
Petrobras
Assuntos Jurídicos - Julian Chediak
Propriedade Intelectual - Andreia
de Andrade Gomes
Tax Friday - Richard Edward Dotoli
Energia – Manuel Fernandes
Entretenimento, Negócios e Turismo - Steve Solot
Logística e Infraestrutura - Álvaro Palma de Jorge
Marketing - Noel De Simone
Meio Ambiente - Kárim Ozon
Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi
Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do
Brasil Ltda.
Relações Governamentais - João César Lima
Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos
Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.
Saúde - Gilberto Ururahy
Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal
Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu
Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz
Wancelotti
Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak
Advogados
Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros
64_Edição 278_nov/dez 2012
Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel
do Brasil S.A.
Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e
Indústria Ltda.
DIRETORES
Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker,
Banco Citibank S.A.
António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto
João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente,
Rede Tribuna
Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado
David Zylbersztajn_Diretor-geral, Agência Rio 360
Comunicação Ltda.
DIRETORES
Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e
Seguros
Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA
Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil
Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de
Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.
VICE-PRESIDENTE
Maurício Max_Diretor do Departamento de
Pelotização, Vale S.A.
Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral,
Rede Gazeta
PRESIDENTES DE HONRA
Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro
e de Relações com Investidores, Valid
PRESIDENTE
Otacílio José Coser Filho_Membro do Conselho
de Administração, Coimex Empreendimentos e
Participações Ltda.
Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor,
Accenture do Brasil
Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.
Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO
Seja um Associado
Amcham Rio.
Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral
Industrial, Fibria Celulose
Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco
Mineração
Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio
Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins
Simone Chieppe Moura_Diretora-geral,
Metropolitana Transportes e Serviços
Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro
Educacional Leonardo da Vinci
Negócios Internacionais
Marcilio Rodrigues Machado
Relações Governamentais
Maria Alice Paoliello Lindenberg
LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO
Diretor-superintendente: Helio Blak
(21) 3213-9205 |[email protected]
Administração e Finanças: Ednei Medeiros
(21) 3213-9208 | [email protected]
Produtos e Serviços: Helen Mazarakis
(21) 3213-9231 | [email protected]
Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 |
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Revista Brazilian Business: Andréa Blum
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