PPP 2012 - COLÉGIO ESTADUAL JOÃO SAMPAIO
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PPP 2012 - COLÉGIO ESTADUAL JOÃO SAMPAIO
1 APRESENTAÇÃO O ato da reflexão é sempre tarefa oportuna e necessária diante da proposta de ressignificação do trabalho na escola, bem como da renovação das práticas educacionais e do posicionamento ético dos sujeitos envolvidos com a educação. Avaliar de maneira sistemática, o interior e as práticas desenvolvidas no contexto escolar implica também no esforço em concretizar procedimentos que favoreçam transformações idealizadas como possibilidade de melhorias significativas para a organização do trabalho escolar e para o bom desempenho do processo educativo. Nessa perspectiva o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual João Sampaio, além de tentar definir o papel social da escola contemporânea, também observa a sociedade na qual a escola se encontra inserida. A instituição que atende a região leste, na cidade de Londrina, através desse documento, tenta expressar a esperança de seus profissionais diante da árdua tarefa de auxiliar na formação do cidadão crítico, que ao entender sua realidade também pode buscar formas de transformá-la, com a perspectiva de uma sociedade cada vez mais democrática, igualitária e justa. Para tanto, a comunidade escolar lança mão deste projeto que a princípio, fixa indicadores a serem alcançados pelo coletivo, de forma flexível em seus meios, porém, rígido na aplicação dos seus fundamentos teóricos, filosóficos e legais. O Projeto Político Pedagógico tenta desvelar, em consonância com o Regimento, a fisionomia da escola, com a determinação de onde quer chegar, como, para quem e com quem, sempre correspondendo às suas necessidades e às vontades daqueles que diariamente a constrói. Direção Geral 2 JUSTIFICATIVA O Projeto Político Pedagógico é um documento elaborado pelo coletivo escolar, que expressa a identidade e tem como finalidade principal nortear a prática educativa. Este documento, que passou a ser uma exigência legal a partir da LDBEN 9.394/96, expressa os fundamentos legais, conceituais, filosóficos, ideológicos, metodológicos e operacionais, refletindo as especificidades do estabelecimento de ensino. Este documento se caracteriza por uma necessidade de renovação, exigindo mudança de mentalidade em direção à autonomia e participação de todos os segmentos, voltados para uma gestão democrática. Portanto, todo projeto supõe rupturas com o presente e visa transformações para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. (Gadotti, 2001). Nesse sentido o Projeto Político Pedagógico possibilita uma ação intencional, ou seja, um compromisso sócio-político no sentido de compromisso com a formação do cidadão, para um tipo de sociedade e um compromisso pedagógico no sentido em que deve definir as ações educativas e as características necessárias à escola para que essa cumpra seus propósitos e sua intencionalidade. 3 1. ORGANIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO 1.1 IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO COLEGIO ESTADUAL JOAO SAMPAIO Ensino Fundamental e Médio Educação de Jovens e Adultos NRE: Londrina Município: Londrina Entidade Mantenedora o Governo do Estado do Paraná Dados Cadastrais: ( código 138000303 ) CNPJ/MF: 76.416.965/0001-21 Endereço: Rua Flamengo n.162 Bairro: Vila Yara Zona: Urbana - região Leste CEP: 86026-060, Fone: (0xx43) – 33254709, E-mail: ldajoaosampaio.seed.pr.gov.br 4 1.2 HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO Colégio Estadual João Sampaio - Ensino Fundamental Séries Finais, Ensino Médio Organizado por Blocos de disciplinas semestrais, EJA – Educação de Jovens e Adultos - Fundamental Fase II, Ensino Médio e PROEJA, (código 138000303), localiza-se em região urbana, na zona leste da cidade de Londrina, em uma área de 2.533,88 metros quadrados, tendo como mantenedor o Governo do Estado do Paraná. Atende uma extensa comunidade da qual fazem parte os seguintes bairros: Vila Yara, Jardim Castelo, Novo Amparo, Parque Oriente, Vila Casone, Parque Waldemar Hauer, Jardim Ideal, Santa Terezinha, Eucaliptos, São Rafael, São João, Parque das Industrias Leves, Santa Fé, Vila Marizia, Pindorama, Jardim Felicidade, Santa Luzia, Farid Libos, Milton Gavetti, Jardim Aliança, Conjunto Lindóia, Misther Thomas, Jesualdo Garcia, Vila Isabel, Eucaliptos, Conjunto Jose Mauricio Barroso, Três Figueiras, Indusville, Durante o ano de 2010, foram matriculados na instituição escolar, 700 alunos (setecentos alunos), distribuídos, no período matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total geral de 21 turmas, sendo 13 turmas de 5ª a 8ª séries (Ensino Fundamental), 7 turmas de Ensino Médio, 1 turma do CELEM-Espanhol, e uma turma da EJA, com atendimento coletivo e individual. O Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio originou-se durante o Governo do Exmo.Sr. Ney Aminthas de Barros Braga, pelo Decreto Nº 10.747, em 26/01/1963 com o nome de “Grupo Escolar da Vila Yara”, sendo solenemente inaugurado no dia 15 de Setembro de 1962, com a presença do Governador do Estado, Sr. Ney Aminthas de Barros Braga, do Secretário de Educação e Cultura, Professor Jacundino Furtado, do senhor Prefeito Municipal Milton Ribeiro Menezes e demais autoridades tanto locais como as integrantes da Comitiva Governamental. Contudo suas atividades escolares tiveram início no dia 1º de fevereiro de 1963, sendo abertas matrículas para as quatro séries primárias nos dias 01 a 04 de fevereiro de 1963. O total de matrículas efetivadas totalizaram 449 alunos matriculados para 15 salas de aula em funcionamento. As aulas iniciaram com efetividade no dia 05 de fevereiro de 1963, com apenas três classes, sendo as restantes atendidas a partir de 07 de março de 1963. Na época a escola construída em madeira, com apenas 04 salas de aula, 5 recebeu ampliação em períodos de anos, primeiramente de 02 salas e posteriormente 04, perfazendo o total de 10 salas de aula. Os documentos que se seguem auxiliaram na estruturação, implementação e credibilidade do Estabelecimento de ensino: • 1963: Decreto de Criação do Estabelecimento - Decreto nº 10.747 de 26/01/1963 – Diário Oficial Nº 266 de 28/01/1963; • 1970: Através da Portaria Nº 4.031 de 17/04/70, autorizou-se o funcionamento do Curso Primário Noturno, mantido em atividade até dezembro de 1994 e com cessação definitiva através da Resolução Nº 3.942/95; • 1971: Através do Decreto Nº 797 de 20/09/71, a escola passou a denominar-se Grupo Escolar João Sampaio; • 1972: Foram implantadas as 5ª e 6ª séries; • 1977: Através do Decreto nº 2.781/77 de 04/01/77, autorizou-se o funcionamento do Ensino Fundamental; Autorização de Funcionamento do Estabelecimento - Diário Oficial de 10/01/1977 • 1983: Através da Resolução Nº 4.240/83 de 20/12/83 – Diário Oficial Nº 1.700 de 12/01/84, autorizou-se o funcionamento de 5ª a 8ª séries. Neste mesmo ano, no governo do Exmo.Sr. José Richa, a escola de madeira foi demolida e o prédio escolar reconstruído em alvenaria, com três pavimentos, quadra esportiva e dependências administrativas. Através da Resolução Nº 202/83, a escola passou a denominar-se Escola Estadual João Sampaio - Ensino de 1º Grau e Supletivo de 1º Grau; • 1986: Através da Resolução Nº 3.940/86 de 12/09/1986 – Diário Oficial Nº 2.367 de 23/09/1986, foi reconhecido o Curso de 1º Grau – 1ª a 8ª séries; • 1994: Através da Resolução Nº 413/94 de 18/01/94, autorizou-se o funcionamento do Curso de 2º Grau Supletivo, passando a denominarse Colégio Estadual João Sampaio; • 1995: Através da Resolução Nº 3.942/1995, ocorreu a cessação do Curso Primário Noturno; 6 • 2001: Autorizada e reconhecida através do Parecer 164/2001 – Conselho Estadual de Educação, a Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio / Presencial, matrícula por disciplina / módulo; • 2004: Através da Resolução Nº 1.971/04 – Conselho Estadual de Educação autorizou-se o funcionamento do Ensino Médio, sendo sua implantação de forma gradativa. • 2007: Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar - Parecer Nº 249/07 de 03/04/2007. • 2007: Reconhecimento do Curso de Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio (E.J.A). Autorização de funcionamento - Resolução nº 3699 de 27/08/2007 – Diário Oficial de 24/10/2007. • 2007: Reconhecimento- Resolução nº 3699 de 27/08/2007 – Diário Oficial de 24/10/2007. • 2008: Autorização do Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais. Resolução nº 5590/08 – Sec. do Estado da Educação do Paraná. • 2009: Através da Resolução nº 5590/08 – SEED - O estabelecimento de Ensino optou pela oferta do Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais, com Matriz Curricular única de acordo com a Instrução 004/2009 – SUED/SEED. • 2011: Última renovação. Resolução nº 375 de 14/02/2006 – Diário Oficial de 24/02/2006 (válido até 14/02/2011) 1.3 OFERTA E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR Atualmente o atendimento do Colégio à comunidade é efetivado nos três períodos (matutino, vespertino e noturno): Período Matutino: atende 1 turma de 8º ano, 3 turmas de 9º ano, 2 turmas de 1º ano do Ensino Médio, 2 turmas de 2º ano e 2 turmas de 3º ano, perfazendo um total de 4 turmas das Séries Finais do Ensino Fundamental e 6 turmas de Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais. 7 Período Vespertino: 4 turmas de 6º ano, 3 turmas de 7º ano e 2 turmas de 8º ano, perfazendo um total de 9 turmas das Séries Finais do Ensino Fundamental. Período Noturno: turmas da E.J.A – Educação de Jovens e Adultos com atendimento individual/por disciplinas ou atendimento coletivo. O Colégio através da resolução nº 5.590/08 – SEED está autorizado a ofertar o Ensino Médio Organizado em Blocos de Disciplinas Semestrais, conforme consta na organização Curricular as disciplinas da Matriz Curricular estarão organizadas anualmente em dois Blocos ofertados concomitantemente e semestralmente, seguindo a matriz única conforme segue no Capítulo da “Organização Didático-Pedagógica”. O Colégio também oferta o Curso de Formação em Língua Estrangeira Moderna CELEM – Língua Espanhol –1º ano, no período noturno. É disponibilizado aos alunos do 6º ano, atendimento em Sala de Apoio. As atividades são realizadas em período de contra-turno. 1.4 Diagnóstico – Perfil / Expectativas da Comunidade Atendida De acordo com reflexão realizada pelo corpo docente, funcionários, alunos e demais membros envolvidos com o espaço escolar, atualmente, o perfil da comunidade na qual se encontra inserido o Colégio João Sampaio, é parte integrante de uma sociedade organizada de forma desigual. Segundo análise, a desigualdade permeia as mais diversas áreas, tornando-se mais visível na distribuição de renda, no processo educacional, social, cultural e na saúde que prioriza o individualismo e a divisão de classes. Um dos efeitos mais perversos neste contexto está na “política de cada um por si”, na qual o fracasso diante de objetivos não alcançados torna-se responsabilidade individual, implicada pela falta de esforço, pelo desinteresse, pela própria reprovação e pelo afastamento do aluno da escola. Tais situações nem sempre são vinculadas às condições materiais e sociais do aluno, às intransigências seguidas de resquícios tradicionais e burocráticos presentes no espaço escolar ou mesmo ainda, imposições governamentais. Diante da proposta de “gestão democrática” a instituição apresenta uma prática que permite “autonomia” diante de certas iniciativas propostas pela 8 comunidade escolar. Dentre as justificativas apresentadas pela escola; quanto a participação dos pais nas atividades desenvolvidas, a instituição apresenta como justificativa, o pouco responsáveis interesse da comunidade para com a escola, o perfil dos pelo aluno, maioria trabalhadores assalariados e o pouco compromisso dos pais para com a educação de seus filhos. A escola sonhada, “utópica”, solidária e igualitária, na qual os sujeitos tenham condições de construir sua própria emancipação e lutar por uma sociedade mais justa, parece ainda estar distante do real. Porém existe como intencionalidade e ousadia de mudança, o desafio de, através do trabalho coletivo, promoção de atividades culturais e pedagógicas além da valorização do trabalho de todos profissionais da escola e a adesão de membros da família dos alunos, assegurar a possibilidade de integração entre escola e comunidade. A partir do entendimento, de que a escola pública e democrática caracteriza-se como um espaço de inclusão, de respeito às diferenças e aos diferentes saberes, conclui-se que tal espaço admite e compreende conflitos e que sabe administrá-los democraticamente. Desse contexto surge a possibilidade da escola ser entendida como instituição de ensino em que as decisões pedagógicas e administrativas devam ser tomadas de forma coletiva, envolvendo todos os segmentos (pais, alunos, professores e funcionários) da comunidade escolar. Essa conscientização favorece o fazer político-pedagógico que deve buscar a superação dos índices de reprovação e evasão, permitindo que a organização do conhecimento rompa com a fragmentação, com a seletividade e com os conteúdos alheios à realidade e ao saber do aluno. Dessa forma a escola pública torna-se espaço na qual a organização curricular e o fazer político-pedagógico devam preocupar-se com a qualidade do conhecimento e com a contextualização da realidade. O envolvimento dos alunos ao apresentar uma postura critica com interação e engajamento, fortalece a participação de todos que consideram a escola um espaço de luta por uma educação de qualidade visando a formação de um sujeito autônomo, que saiba reivindicar seus direitos ao mesmo tempo em que tem o discernimento de cumprir com suas obrigações perante a família, sociedade e Estado. Perfil do aluno do Colégio João Sampaio 9 Durante a análise do “aluno que temos”, ou seja, dos educandos que atualmente freqüentam regularmente o Ensino Fundamental e o Ensino Médio e EJA, no Colégio João Sampaio, ficou constatado que o perfil do aluno diferencia-se nos diferentes períodos, matutino, vespertino e noturno. Sendo que no período noturno os alunos que freqüentam a instituição já são adultos e demonstram interesse diferenciado pelos estudos, haja vista já ter desistido dos estudos no passado e agora retornar para concluí-lo. De acordo com pesquisa realizada, a maioria são moradores da região próxima à escola, enquanto outros se deslocam de bairros mais afastados para estudar na escola. Alguns alunos constituem-se parte integrante de famílias coniventes com receptação, uso de substâncias entorpecentes, drogas diversas, alcoolismo, baixo poder aquisitivo e nível de escolarização (semi-alfabetizados). Neste contexto, de acordo com a análise desenvolvida da comunidade escolar, o aluno atual pode ser identificado como um sujeito com dificuldade sobre o entendimento de seu papel na sociedade. Muitos alunos não consideram importante seu próprio envolvimento com a comunidade local, diante de determinados problemas ligados à busca por direitos individuais e coletivos. Alguns alunos, após triagem, são indicados, em horário oposto ao escolar, para participar de atividades ligadas a projetos envolvendo instituições ou empresas da região tais como: Epesmel, Cesumar, Liberdade Assistida – Projeto Murialdo. Como intervenção, nesses projetos, recebem conhecimentos voltados para Cidadania, Direitos Humanos, Meio Ambiente, Curso Profissionalizante. Outros alunos, apoiados pela própria família (carente, com pessoas desempregadas) trabalham desde a infância em serviços diversos tais como: catador de papel, reciclagem de lixo, auxiliar de pedreiro, babá, ajudante em lanchonete, entre outros, recebendo baixa remuneração. Muitos alunos são carentes de atenção, de incentivo e de cuidados familiares, fato explicitado de forma transparente diante dos atos de revolta ou vandalismo generalizado, executado às vezes como “pedido de socorro, ou atenção”. Ainda, a gravidez precoce por volta dos quatorze anos de idade e o envolvimento com substâncias entorpecentes, demonstram a dificuldade que o adolescente encontra diante da procura de sua própria identidade pessoal. 10 Como conseqüência, tais problemas acabam por gerar baixa autoestima, agressividade, falta de motivação intrínseca, “não se permitem grandes sonhos”, além de não possuírem grandes perspectivas de melhoria na qualidade de vida. A escola também acolhe alunos portadores de necessidades especiais, tais como, deficiência visual no qual deve ser providenciado ampliação de materiais, paralisia cerebral-com acompanhamento da APAE e cadeirante. Diante do quadro, como sugestão de mudança, fica a expectativa de procurar mostrar aos responsáveis pelo educando a importância de seu papel na formação do sujeito enquanto ser social, sensibilizando-os de diferentes maneiras para uma ação mais concreta quanto à importância da escola, da formação integral do aluno, da formação básica de valores tais como: limite, respeito, regras de convivência, entre outros, no espaço escolar. E, através de momentos de integração entre alunos, comunidade e escola, buscar-se-á viabilizar formas de valorização, de compromisso do aluno para com seu meio, para que esse possa, de forma responsável, exercer sua cidadania, superar situações conflituosas, buscando através de orientação saudável, soluções para superá-las, de acordo com suas necessidades. Para que o conhecimento referente a comunidade escolar fosse mais abrangente e aprofundado foi desenvolvido e aplicado um questionário com uma amostragem de 36% da população escolar, com o objetivo de conhecer o perfil dos estudantes atendidos pelo estabelecimento de ensino. Demonstrando os dados coletados gráficos foram criados, facilitando a visualização dos resultados obtidos pelo referido instrumento de verificação. Gráfico 1- Estado de Nascimento. 11 Diante do questionamento - Em que estado da Federação você nasceu? Pode-se observar que a grande maioria é natural do estado do Paraná, tendo a segunda maior população, porém num número muito reduzido, proveniente do estado de São Paulo, encontram-se também alunos advindos dos seguintes estados: Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Roraima, Paraíba, Amazonas e também alunos nascidos no exterior. Foram analisados dados referentes a quantidade de irmãos, sendo a predominância de um e dois irmãos entre os entrevistados, encontrando-se também um número expressivo com quatro ou mais irmãos. Gráfico 2: Quantidade de irmãos. 12 Gráfico 3: Cor / Raça. A grande maioria se considera branca, seguido de pardo ou mulatos, com alguns negros e pouca expressão de orientais e indígenas. 13 Gráfico 4: Religião. A religião predominante entre os alunos é a Católica, seguida da protestante, com um número considerado de outras religiões, e uma pequena porcentagem de espíritas. Gráfico 5: Com quem você mora? 14 Os alunos apresentam, em sua maioria uma família tradicional, com os pais ocupando a mesma residência, porém um número expressivo mora só com a mãe, sendo interessante notar o convívio só com o pai aparecendo em uma parcela dos entrevistados. Sendo a maioria das residências compostas por quatro ou cinco pessoas e duas ou três, seguido de famílias compostas por cinco ou seis pessoas além do entrevistado, sendo interessante a quantidade de alunos que moram com só mais uma pessoa. Gráfico 6: Quantas pessoas moram com você? A violência é uma constante nos dias de hoje. Considerando esse aspecto, os alunos foram questionados quanto à região onde vivem. 15 Gráfico 7: Você considera a região onde mora violenta? A grande maioria considera a região onde mora só um pouco violenta. Os que consideram a região violenta e as que não consideram obtiveram quase os mesmos índices. Sendo os principais aspectos de violência encontrados no bairro onde mora o tráfico de drogas, seguido de roubos, e em menor expressão os homicídios e as Ganges. Gráfico 8: Principais aspectos da violência no bairro. Principaisaspectosda violência no bairro 33 11 98 21 Roubo Tráfico de Drogas Gangues Homicídeos Não Responderam 117 16 Quando o tema da violência recai sobre a escola os principais aspectos levantados em ordem decrescente são: ameaças a alunos, agressões, ameaças a professores e funcionários, roubo e furtos e por último tráfico de drogas. Gráfico 9: Aspectos da violência na escola. Conforme o gráfico abaixo os alunos foram questionados sobre o momento de maior predomínio da violência em relação á escola. Gráfico 10: Você considera que o maior índice de violência está em qual momento? Vocêconsideraque o maior índicede violênciaestá emqual momento? 11 13 63 Horário de entrada Horário de saída Trajeto Não Responderam 143 17 Os resultados encontrados foram: 143 alunos responderam que a saída da escola é o horário de maior violência, 63 consideraram o trajeto mais violento e outros a entrada. Gráfico 11: Quem cobre os gastos financeiros de sua casa? Observa-se que os gastos da maioria das casas é subsidiados por ambos os pais, sendo a mãe sozinha responsável pelo sustento da casa em segundo lugar, seguido do trabalho também do aluno para a ajuda no custeio das despesas domésticas. Sendo a renda familiar predominante de um a dois salários mínimos e até um salário mínimo com um número expressivo de famílias que se sustentam com esse montante. Gráfico 12: Em relação a renda familiar: 18 Quando questionados quanto à escolaridade familiar obtiveram-se os seguintes dados conforme gráfico abaixo. Gráfico 13: Qual o maior grau de escolaridade em sua casa? Para o maior grau de escolaridade encontrado entre os membros residentes das casas dos alunos, observa-se que a maioria possui o Ensino Médio 19 ou o Ensino Fundamental das séries finais. Havendo um equilíbrio entre os que possuem o Ensino Superior e o Ensino Fundamental das séries iniciais. Gráfico 14: Em qual escola você estudou até hoje? Pode-se observar que a maioria dos alunos estudou somente em escola pública, durante toda sua trajetória acadêmica. Explorando os conhecimentos diversos dos alunos a sequência de perguntas tem como objetivo conhecer os hábitos culturais dos mesmos. Gráfico 15: Você possui conhecimento de língua inglesa? 20 Assim observa-se uma diversidade em relação aos níveis de conhecimento em relação á língua inglesa, pois as respostas obtiveram índices bem próximos em todas as alternativas. Sendo importante destacar que a maioria considera não possuir conhecimento algum em relação à língua inglesa. Gráfico 16: Quantidade de livros lidos. 21 Em relação a leitura, os alunos foram questionados sobre a quantidade de livros lidos durante o ano, a maioria informou que leu no máximo dois livros, obtendo um empate os alunos que não leram nenhum livro e os que leram mais de três livros. Sendo o tipo de literatura irrelevante para sua leitura, e os que indicaram a preferência apontaram os romances como os mais lidos, de acordo com o gráfico abaixo. Gráfico 17: Que tipo de livros você mais lê? Gráfico 18: Com que freqüência você lê jornal? 22 De acordo com o gráfico assim, percebe-se que a maioria nunca lê jornal, seguido pelos que lêem raramente e outros que lêem algumas vezes por semana. Os assuntos preferidos são esporte e cultura e arte, ressaltando que a maioria não tem preferência de assunto. Gráfico 19: Quais assuntos do jornal você mais lê? 23 De acordo com o gráfico abaixo a maioria dos alunos raramente freqüenta a biblioteca escolar, com um número considerável de alunos que não a freqüentam e em contrapartida um número razoável que sempre freqüenta a biblioteca. Gráfico 20: Você utiliza a biblioteca da sua escola com que frequência? Gráfico 21: Exceto as horas de aula. Quantas horas semanais você dedica aos estudos? 24 Exceto ashorasdeaula. Quantashoras semanaisvocêdedica aosestudos? 50 79 Uma Duas a três Trêsa cinco 18 Mais de seis Não possuo hábito de estudo 20 43 Quanto aos hábitos de estudos de acordo com as respostas obtidas pode-se observar que os alunos se dedicam apenas uma hora por semana aos estudos e uma quantidade considerável não possui esse hábito, e uma boa parte dedica-se de duas a três horas aos estudos. E para as pesquisas escolares a maioria absoluta utiliza a internet como fonte principal de pesquisa, sendo o acervo da biblioteca pouco utilizado pelos alunos. Gráfico 22: Que fontes você utiliza para realizar suas pesquisas escolares? 25 Gráfico 23: Você pratica atividade física com que frequência? Observando o gráfico acima sobre atividade física, a grande maioria dos alunos diz que pratica alguma atividade com muita ou razoável freqüência, o que demonstra hábitos saudáveis. 26 Gráfico 24: Preferência em relação a atividades artístico-culturais. Quanto às atividades artístico-culturais o cinema é o preferido entre os alunos, seguido de shows diversos, porém os que não preferem nenhuma atividade correspondem a um número considerável. Gráfico 25: Você possui Microcomputador em sua casa? 27 Seguindo uma bateria de perguntas referente ao computador e seu uso, podemos constatar que a maioria dos alunos entrevistados possui computador em suas residências e além de utilizá-lo em casa, fazem o uso compartilhado com amigos e também em cybers, com maior frequência. Gráfico 26: Lugares onde se utiliza o computador. O computador para os alunos da escola, como é comum para a grande maioria da população atualmente é utilizado constantemente, porém, observa-se que um grande número de estudantes o utiliza pouco ou nunca utiliza. Gráfico 27: Com que frequência você utiliza o Microcomputador? 28 O computador para os mesmos é utilizado preferencialmente para entretenimento, com um número elevado dos que utilizam para trabalhos escolares e também para comunicação via e-mail. Gráfico 28: Com que finalidade você utiliza o Microcomputador? Encerrando essa parte da pesquisa, os alunos foram questionados quanto ao acesso á internet, conforme gráfico abaixo. 29 Gráfico 29: Você tem acesso à internet? Pode-se constatar que o uso diário desse meio de comunicação é comum a maioria dos alunos, e os que não tem acesso, ou utilizam esporadicamente não perfazem o montante que a utiliza. A seguir a pesquisa procurou identificar a relação do aluno com a escola, buscando o olhar do aluno sobre o que acontece e como é a escola. Gráfico 30: O que você acha da merenda da nossa Escola? 30 Em relação a merenda da escola, de acordo com o respondido na pesquisa, pode-se constatar que a maioria dos alunos não consomem a merenda servida pela escola, uma boa parte dos que consumem a consideram regular e um número razoável a considera boa ou ótima. Gráfico 31: Em sua escola qual técnica de ensino os professores mais utilizam? 31 Segundo o apontado pelos alunos, a maioria dos professores transmite seu conteúdo através de aulas expositivas, com a participação dos alunos, utilizam também com freqüência trabalhos em grupo, aulas práticas, porém um número elevado mantém uma didática tradicional onde apenas o professor fala durante a aula. Gráfico 32: Como você caracteriza os recursos audiovisuais da sua escola? Muitos alunos considera os recursos audiovisuais da escola adequados e amplos, em contrapartida a maioria considera que os recursos possuem alguma deficiência: é amplo mais inadequado; adequado, mas restrito; restrito e inadequado; ou ainda que os recursos são insuficientes. Gráfico 33: Qual o maior problema de nossa escola? 32 Diante do questionários os alunos constataram que o maior problema da escola são os alunos indisciplinados, consideraram também que os espaços e matérias da escola são inadequados ou insuficientes. Os mesmos listaram ainda uma gama de outros problemas como: reformar a escola (pintura, carteiras, banheiros); desorganização; racismo; falta de segurança; falta de respeito dos alunos; roubos; quadra não coberta; salas sem porta; falta de material para as aulas de Arte; falta de sala para separar alunos bagunceiros. Gráfico 34: Os Professores demonstram domínio atualizado da disciplina que ministra na escola? OsProfessoresdemonstramdomínio atualizadoda disciplinaque ministrana escola? 11 33 6 61 39 Sim, todos Sim, maior parte Os Sim, apenas emparte Alguns não demonstram Não, nenhum 25 Não responderam 68 professores, segundo os alunos, em sua maioria dominam os conteúdos ministrados em sua disciplina, alguns, ao contrario, segundo a visão dos alunos, não demonstram o domínio ou possuem alguma deficiência quando ministram suas disciplinas. Sendo que a grande maioria somente as vezes utiliza-se de atividades diferenciadas ou nunca utilizam tal recurso. Gráfico 35: Considerando a metodologia em sala de aula, utilizada pelo professor: utiliza atividades diferenciadas? Gráfico 36: Durante a aula você presta atenção nas explicações dadas? 34 Metade dos alunos entrevistados sempre presta atenção durante as aulas e os outros somente às vezes. Gráfico 37: Ações dos alunos em sala de aula. Em relação às ações dos alunos durante as aulas, pode-se observar que a maioria somente às vezes faz questionamentos ao professores sobre suas 35 dúvidas ou anota as explicações do mesmo, uma parte considerável nunca realiza qualquer uma dessas atividades. Gráfico 38: Qual é o instrumento de avaliação predominante entre os Professores na sua escola? Quanto aos instrumentos de avaliação os professores utilizam formas diversas para realizar esse procedimento, porém a grande maioria ainda tem nas provas escritas ou dissertativas o principal meio de avaliação dos alunos. A seguir o questionário traz algumas questões dissertativas, onde os alunos podem expor de forma mais precisa suas resposta. Quando questionados sobre que projeto você gostaria de participar em Nossa Escola? Obtivemos as seguintes respostas: Volei; Ginastica; Dança; Futsal; Arte; Basquete; Futvolei; Canto; Natação; Queriam morar na escola; Jogos; Música; Atividades legais; Computação / Informatica; Culinária; Teatro; Desafios; Teatro; Futsal para meninas; Passeios; Espanhol; Ed. Física; Aulas de Hip Hop; Campeonatos; Reforço; Esportes; Gincanas; Grêmio; Paz na Escola. Diante da pergunta: O que você mais gosta em nossa Escola? Observou-se as seguintes respostas: Recreio; Aula de Educação Física; Dos professores; Comprar lanche; Encontrar os amigos; Dos projetos; Tudo; Do pátio; Os 36 amigos; Passeio; Educação dos professores; Jogar vôlei; Aulas de Ciências; Aulas de Arte; A atenção da equipe pedagógica; Aulas de História; Orientadoras atenciosas; Alguns professores; Conversar na aula; Atividades extracurriculares; O apoio de alguns professores e funcionários; Atividades diferenciadas; Aula de Matemática; As amizades; O respeito e a educação dos que trabalham na escola; As aulas; Cantina; Quadra; O profº Dida; Aulas de Português; Futsal; Quadra; Da profª Josy; Biblioteca; Ir embora; O método de ensino; Das meninas; Campeonatos; O ensino; Alguns secretários; Dos bons professores; Da direção; Jogar bola; As brincadeiras. Finalizando, perguntamos: O que você não gosta em nossa Escola? Os alunos responderam: Da quadra pequena; Da merenda; Alguns funcionários; Brigas entre alunos; Lanche; Desrespeito dos alunos; Visual da escola; Festas; Violência; Aulas de matemática; Aulas de Geografia; Roubos; Xingamentos; Aulas de Ensino Religioso; Quadra não coberta; Aulas de Ciências; Roubo de material escolar; Alguns professores; Ficar depois do sinal; Alunos que roubam; Falta de respeito de alguns professores; Os moleques que mexem com as meninas; Alguns professores ignorantes; Alunos que cheiram a cigarro; Aulas de Arte; O muro, que é feio; Falta de opção da merenda; Alunos que faltam muito; Vandalismo; Das salas, espaço físico; Materiais didáticos; Brigas; Indisciplina; Recreio; Aulas de Português; Ameaças; Professores que gritam; Os pagodeiros com celular alto; Do cortinas; Dos banheiros; O pátio; Provas e trabalhos; Escrever; Racismo; Bagunça; Desorganização; Algumas matérias; Dos homens; Aula de Sociologia; De alguns alunos; Falta de entretenimento; Falta de eventos; Lanche da cantina; Da escola; Carteiras e portas; Os secretários; Do tédio, é sempre a mesma coisa. Diante do perfil levantado dos alunos e de sua ótica em relação à escola e os procedimentos realizados por ela, é possível de maneira mais específica tratar e promover ações que melhor se enquadrem na resolução e viabilização de ações no interior da escola, buscando a qualidade e supremacia do que se faz, com o objetivo de formar cidadãos críticos e comprometidos com a sociedade e com o futuro. 1.5 Equipe Multidisciplinar 1. Conforme determinação das Leis 10.639/03, 11.645/08, Instrução 017/06 – SUED/SEED e Deliberação 04/06 – CEE, é obrigatório o ensino 37 sobre a História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena em todos os Estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio. Com isso, além do trabalho realizado de acordo com proposta curricular da escola, contemplados convencionalmente na disciplina de História, torna-se necessário resgatar as contribuições africanas e do indígena na formação da cultura e identidade brasileira, objetivando um trabalho pedagógico interdisciplinar envolvendo o currículo escolar, e toda comunidade atendida. Foi criado recentemente uma equipe multidisciplinar, com o intuito de aprimorar melhor o desenvolvimento dessa prática pedagógica, fundamentada na Resolução Nº 3399/2010 GS/SEED, que estabelece: […] as Equipes Multidisciplinares são instâncias de organização do trabalho escolar, preferencialmente coordenadas pela equipe pedagógica, e instituídas por Instrução da SUED/SEED, de acordo com o disposto no art. 8o da Deliberação no 04/06 – CEE/PR, com a finalidade de orientar e auxiliar o desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena, ao longo do período letivo […]. A mesma resolução ressalta ainda que as Equipes Multidisciplinares se constituem através da articulação das disciplinas da Base Nacional Comum, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica e Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, com a finalidade de trabalhar a História e Cultura da África, dos Africanos, Afrodescendentes e Indígenas no Brasil, objetivando contribuir para que o aluno negro e indígena vivencie a valorização da história de seu povo, da cultura, da contribuição para o país e para a humanidade . Cabe, acrescentar que, à medida que aprofundamos estudos e reflexões sobre estes temas, passamos a desenvolvê-los não apenas como um cumprimento legal, mas como um compromisso social. 1.6 Relação de Recursos Humanos. Para atendimento da demanda existente nos três turnos de funcionamento, o estabelecimento conta com 06 funcionários para os serviços gerais, 08 técnico-administrativos, 05 pedagogas, 01 secretário, 01 diretor e 1diretor auxiliar e 38 professores. Vejamos o nosso quadro de funcionários: 38 Direção: Vlademir Nunes Ribeiro (diretor), Idi Cachione Rossi (direção auxiliar). Secretário: Filipe Antônio de Oliveira Pedagogo: Daiane Faune Martins; Emília Aparecida Silva; Fabiana Vizinho Mori; Marlo Fávaro Técnico Administrativo: Andréia Nakayassu Kerm; Lídia Maria da Silva; Lilian Suzane Pimenta; Luciano Felippi Ducci; Marta Maria Salla de Oliveira, Neli Teresinha M. Gonçalves; Odisséia de Fátima Truber (professora redaptada na função de bibliotecária); Roberto Gransoti; Sueli Ishikawa. Auxiliar de Serviçoes Gerais: Cristina Isabel Teixeira; Elizabete Pereira Santos; Maria Aparecida Batista; Maria Aparecida Martins; Maria Aparecida Rodrigues; Maria Aparecida Alexandrino; Corpo Docente: Ademir Rodrigues Siqueira; Adriana Gonçalves; Adriana Helena Rosar; Adriane de Mello Vieira; Adriano Junior da Silva; Albertino Bernardino Filho; Alessandra Basso Squarça; Alessandro Vitturi Cilião; Aline Aparecida Urquiza; Ana Lúcia K. Pereira; Andrey Negro Andrade; Augusto Raimundo da Silva; Carla Montenegro Balan; Cinthia Mayumi N. Shiozawa; Cláudia Almeida Perozim; Claudia Regina Resende Miranda; Cleuza Ribeiro Machado; Cristiano Messias Ramalho Ultramar; Denise Cristina de Barros; Ednéia Maria dos Santos; Elaine Isse Dias Clemente Marcon; Elen Carla Ceolin; Fernanda da Silva; Flávio Dancs; Gabriela da Mota Ferreira; Helen Cristina da Silva; Hernandes Souza Cordeiro; Izana Frejuelo; José Antonio de Martine Lopes Vilar; Josy Neves Lucas Boleti; Juliana Barion; Juneliza Almeida Dantas; Katia Regina Ines Aguiar; Kelen Suamaia Ramos; Laisne Salgado Chicarelli; Ligia Pascual Domingues;Lilian Casagrande Mendonça; Luciana Lima dos Santos; Marcelo Birello Marchi; Marcelo Henrique Violin; Marcia Cristina Cornélio; Margarida Sebastiana Lopes; Maria Sebastiana Martinha Bueno; Marilda Francischini Ghiraldi; Marta Aparecida B. Herek; Michele Cristina Cordeiro; Monica Cecília Alves ribeiro; Nilda Munhoz Albano; Nilton Viana Rosa; Otacilio Pires Tomaz Junior; Pâmela Cristina Schell; Roberto Antonio de Oliveira; Rodrigo Lima de Oliveira; Rogério de Souza Nogueira; Silvia Lúcia Mascaro; Simone Aparecida Tenório Pinto; Sueli Pereira Gonçalves; Sueli Silvana Alves L. Manzini; Terezangela Navarro da Silva; Thiago de Almeida Vicent; Vagner José Juliani; Vagnes Gonçalves da Silva; Vivian Maria da Silva. 39 2 REGIME DE FUNCIONAMENTO 2.1 Organização por níveis e modalidades, horários, turnos, turmas, n° de alunos O Colégio João Sampaio está organizado de acordo com a tabela abaixo: Nº Turnos Horário Funcionamento Oferta 01 Matutino 07:30 – 11:55 Ensino Fundamental e Médio 02 Vespertino 13:20 – 17:45 Ensino Fundamental 03 Noturno 19:00 – 23:20 EJA Fase II e EJA Ensino Médio COLÉGIO ESTADUAL JOÃO SAMPAIO – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO TURNO SÉRIE Nº TURMAS Nº ALUNOS M 8° ano / Ens.Fundamental 01 38 9° / Ens.Fundamental 03 91 A 1º / Ens. Médio 02 68 2º / Ens. Médio 02 40 T 3º / Ens. Médio 02 45 U TOTAL 10 282 Equipe Pedagógica 02 T Corpo Docente 24 I Agentes de Execução I 04 Agentes de Execução II 04 N *Direção Geral 01 O TURNO SÉRIE Nº TURMAS Nº ALUNOS V 6° ano / Ens.Fundamental 04 121 7° ano / Ens.Fundamental 03 102 E 8° ano / Ens.Fundamental 02 61 TOTAL 09 284 S Equipe Pedagógica 02 P Corpo Docente 19 Agentes de Execução I 04 E Agentes de Execução II 06 R T I *Direção Geral 01 N O TURNO N O T U R N SÉRIE CELEM EJA / Fase II EJA / Ensino Médio TOTAL Equipe Pedagógica Corpo Docente Agentes de Execução I Agentes de Execução II Nº TURMAS 01 01 01 03 01 20 03 04 *Direção Auxiliar 01 O * Direção Geral – 01 Diretor responsável pelos períodos matutino e vespertino. * Direção Auxiliar – 01 Diretor responsável pelo período noturno. Nº ALUNOS 30 56 41 127 40 Quanto ao horário das disciplinas, aprovado anteriormente em Calendário Escolar, a escola tem o compromisso de procurar segui-lo com rigor. Tal fato no período matutino, vespertino e noturno tem permitido, maior valorização da carga horária à que o aluno tem direito. O “subir aula” por falta de professores; fato que prejudicava a organização interna da escola e o interesse dos alunos pelas atividades propostas, acontece somente como raras exceções. A carga horária não cumprida em sua íntegra, pela falta do professor da disciplina, durante o bimestre, deve ser reposta aos sábados, (reposição) ou ainda sob forma de trabalho de pesquisa bibliográfica (roteiro de estudo), efetivado pelos alunos, dependendo do conteúdo a ser trabalhado. Fica sob responsabilidade do professor a elaboração de um projeto de trabalho que contemple o conteúdo pendente, devendo este ser analisado pela equipe pedagógica e direção. 2.2 Matriz Curricular A Matriz Curricular está organizada de acordo com a Instrução 08/2011, aprovada pelo Conselho Escolar e com Base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei. 9394/96: Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver; MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO FUNDAMENTAL NRE: 18 - LONDRINA ESTABELECIMENTO: ENDEREÇO: TELEFONE: MUNICÍPIO: 1380 - LONDRINA 00303 – COLÉGIO ESTADUAL JOÃO SAMPAIO ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO E PROFISSIONAL RUA FLAMENGO, 162 - VILA YARA (43) 3325-4709 41 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 4039 ENSINO FUNDAMENTAL 6º / 9º ANO TURNO: TARDE MÓDULO: 40 SEMANAS ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2012 FORMA: SIMULTÂNEA DISCIPLINAS / ANOS 6º 7º 8º 9º 2 3 3 1 3 3 4 4 2 3 3 1 3 3 4 4 2 4 3 3 3 4 4 2 3 3 3 4 4 4 23 23 23 23 L. E. M. - Inglês 2 2 2 2 Subtotal Total Geral Matriz Curricular de acordo com a LDB no 9394/96. 2 25 2 25 2 25 2 25 BASE NACIONAL COMUM Arte Ciências Educação Física Ensino Religioso* Geografia História Língua Portuguesa Matemática Subtotal PARTE DIVERSIFICADA *Ensino Religioso - Disciplina de matrícula facultativa MATRIZ CURRICULAR DO ENSINO MÉDIO BLOCADO MATRIZ CURRICULAR: ENSINO MÉDIO ORGANIZADO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS NRE; 18 - Londrina MUNICÍPIO: 1380 - Londrina ESTABELECIMENTO: 0030-3 - Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná CURSO: 0010 – Ensino Médio TURNO: Manhã ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2010 FORMA DE IMPLANTAÇÃO: Simultânea 1ª SÉRIE BLOCO 1 H.A. BLOCO 2 H.A. BIOLOGIA 04 ARTE 04 ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04 FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04 HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06 L.E.M. - INGLÊS 04 SOCIOLOGIA 03 LÍNGUA PORTUGUESA 06 QUÍMICA 04 Total Semanal 25 Total Semanal 25 2ª SÉRIE 42 BLOCO 1 BIOLOGIA ED. FÍSICA FILOSOFIA HISTÓRIA L.E.M. - INGLÊS LÍNGUA PORTUGUESA Total Semanal H.A. 04 04 03 04 04 06 25 BLOCO 1 BIOLOGIA ED. FÍSICA FILOSOFIA HISTÓRIA L.E.M. - INGLÊS LÍNGUA PORTUGUESA Total Semanal H.A. 04 04 03 04 04 06 25 BLOCO 2 ARTE FÍSICA GEOGRAFIA MATEMÁTICA SOCIOLOGIA QUÍMICA Total Semanal 3ª SÉRIE BLOCO 2 ARTE FÍSICA GEOGRAFIA MATEMÁTICA SOCIOLOGIA QUÍMICA Total Semanal H.A. 04 04 04 06 03 04 25 H.A. 04 04 04 06 03 04 25 Matriz Curricular EJA MATRIZ CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual João Sampaio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: LONDRINA NRE: LONDRINA ANO DE IMPLANTAÇÃO:1º semestre / 2007 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1920/1932 HORAS-AULA ou 1600/1610 HORAS DISCIPLINAS LÍNGUA PORTUGUESA ARTE LEM –INGLÊS EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS Total de horas Total de horas/aula 280 94 213 94 280 213 336 112 256 112 336 256 43 HISTÓRIA GEOGRAFIA 213 213 256 256 ENSINO RELIGIOSO * 10 12 1600/1610 1920/1932 TOTAL * DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. MATRIZ CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual João Sampaio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: LONDRINA NRE: LONDRINA ANO DE IMPLANTAÇÃO:1º semestre / 2007 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440 HORAS-AULA ou 1200 HORAS DISCIPLINAS LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA LEM –INGLÊS ARTE FILOSOFIA SOCIOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA QUÍMICA FÍSICA BIOLOGIA HISTÓRIA GEOGRAFIA *LEM - ESPANHOL TOTAL Total de horas Total de horas/aula 174 106 54 54 54 54 174 106 106 106 106 106 106 208 128 64 64 64 64 208 128 128 128 128 128 128 1200/1306 1440/1568 44 *LEM – ESPANHOL, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO 3 CONDIÇÕES FÍSICAS E MATERIAIS 3.1 Espaço Físico O espaço físico do Colégio está organizado em: 01 sala para Direção Geral 02 salas para Equipe Pedagógica 10 salas de aula com TVs Pendrive e DVD.(estrutura vertical e escadas estreitas impossibilitando o trânsito de mais de uma turma) Todas as salas de aula possuem ventiladores, cortinas e carteiras 02 sala para armazenamento de arquivo de documentos; 01 sala de aula para atendimento ao CELEM –-Centro de Línguas Estrangeiras Modernas com TV. 01 sala - Secretaria com 08 computadores; 04 impressoras, 01 armário c/ servidor para rede. 01 sala de almoxarifado; 03 retro projetores; 04 tocas cds, 01 caixa amplificada; 02 microfones com fio; 02 microfone profissional sem fio; 01 mesa de som com 02 caixas de sons amplificadas; 01 Data Show com tela. 01 Cantina 01 Cozinha 01 Salão de Refeitório coberto - com 09 mesas e bancos de madeira 01 Área Coberta 17 Banheiros (alunos, professores e funcionários) 01 Quadra Poli Esportiva descoberta 01 Biblioteca, na qual encontram-se acondicionados aproximadamente 6000 livros, o acervo para a biblioteca dos professores e dos alunos. A instituição possui assinatura da Folha de Londrina. 45 3.2 AMBIENTES PEDAGÓGICOS Biblioteca A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico disponível a toda comunidade escolar, estando a cargo de 02 Agentes de Execução II responsáveis no atendimento e orientações necessárias. O horário de atendimento está organizado de acordo com a necessidade do colégio, vez que o mesmo possui três turnos de atendimento. A Biblioteca Escolar do Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio tem como: Objetivos Gerais: •Constituir-se em ambiente com oferta permanente de acervo literário diversificado e atualizado, bem como, de materiais complementares de aprendizagem voltados ao desenvolvimento da criatividade, imaginação e senso crítico. •Constituir-se em um ambiente acolhedor e atrativo aos alunos, de contato permanente com a leitura e a pesquisa de forma que se sintam motivados a frequentá-la; • Constituir-se em ambiente voltado para promoção em cooperação com o corpo docente, de atividades que estimulem o gosto pela leitura e pesquisa; Objetivos Específicos: •Organização e manutenção do funcionamento permanente; • Realização • Elaboração e controle de empréstimo de livros aos alunos e professores; de programação e execução de atividades pertinentes à Biblioteca; • Coletar informações das necessidades dos usuários propondo enriquecimento do acervo; • Efetuar tombamento, classificação e codificação do acervo da Biblioteca periodicamente; Composição do Acervo: 46 • Acervo composto de aproximadamente 6.000 títulos abrangendo diversas áreas do conhecimento; • Acervo de 23 fitas VHS e 105 DVDs que compõem a Videoteca da TV ESCOLA. Laboratório de Ciências, Biologia, Química e Física Considerando que a diversidade do conhecimento, aliada às exigências de ensino, se renovam a cada dia, é necessário que ocorra ampliação dos espaços de conhecimento, para além da sala de aula. O Laboratório é um espaço pedagógico destinado ao desenvolvimento de experiências e trabalhos que conduzam os alunos a um aprendizado concreto. A percepção do mundo através das Ciências, Biologia, Química e Física, se tornará mais significativa, se as informações obtidas em sala de aula, estiverem aliadas à verificação prática daquilo que se pretende aprender. Cabe ressaltar que em função da precariedade do espaço e estrutura física do estabelecimento, atualmente o Laboratório deixou de ser utilizado pelos alunos de forma efetiva. Após adequação, seguindo as necessidades da escola, o laboratório passou a funcionar como sala dos professores e esse espaço da sala dos professores, tornou-se um laboratório de informática. Objetivos Gerais: •Constituir-se em espaço apropriado à realização de experiências para busca de respostas às indagações científicas; •Possibilitar ao aluno aulas que permitam a comprovação de fatos científicos através de pesquisas e atividades práticas; •Despertar interesse pela pesquisa científica, através de atividades práticas atraentes que facilitem a aprendizagem de conceitos e teorias relativas às leis das ciências; •Comprovar através da prática, noções básicas de Ciências, Biologia, Química e Física. Laboratório de Informática 47 Objetivando ampliação de política educacional, o governo do Estado, implantou um projeto de inclusão digital das escolas públicas do Estado do Paraná, denominado Paraná Digital, que se fundamenta na disponibilização dos meios educacionais através de computadores e da Internet, objetivando ampliação do conhecimento através do acesso à tecnologia digital e consequentemente busca da melhoria de qualidade no ensino. Os meios educacionais disponibilizados digitalmente são a TV Paulo Freire, Portal Dia-a-Dia, TV Multimídia e os Laboratórios de Informática. O Laboratório de Informática do colégio está integrado ao Projeto Paraná Digital, proporcionando aos professores e alunos acesso tecnológico à informação digital. Se a educação visa ao desenvolvimento da pessoa como um todo, a dimensão pedagógica do Ensino Fundamental, Médio e de Jovens e Adultos, deve levar em conta que o processo educativo não se encerra na sala de aula, vai muito além. Considerando que vivemos num mundo em que os avanços dos meios de informatização se processam de forma muito rápida e imperceptível, a Informática vem adquirindo cada vez mais relevância. Sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem se ampliando de forma rápida no meio educacional. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia, considerando a necessidade de que os alunos devam ter acesso à sua busca e utilização. A mudança da função do computador como meio educacional demonstra que ele pode ser um importante aliado no ensinar e aprender. Neste contexto o laboratório de informática do Colégio tem como objetivos: •Oportunizar ao aluno acesso à tecnologia digital e ao mundo social informatizado; •Utilizar o computador como instrumento de apoio às disciplinas e aos conteúdos trabalhados, 3.3 Recursos Materiais 48 • Uma caixa de som amplificador • 08 Computadores • Uma antena parabólica • TV Pendrive em todas as salas de aula • Um aparelho de fax • Dois bebedouros • Dez armários • Um armário de aço • Estantes de aço • Seis prateleiras • Dois fogões semi-industrial • Um freezer • Cinco arquivos de aço • Duas geladeiras domésticas • Duas linha telefônica com Internet • Quatro mesas de refeitório • Uma mesa de reunião • Quinze mesas escrivaninhas • Ventiladores • Três relógios • Uma bomba a jato para limpeza • Dois retro projetores • Um microscópio • Um Spin light • 2 Aparelhos Mini Systen • Videoscópio • Spin Light • Mapas Variados • Globo Terrestre • Conjunto de Videoscópio • Kits de Construção Geométrica para professores • Episcópio • Tela Portátil 49 • 10 Lâminas para Spin Light O Colégio conta ainda com quantidade significativa de materiais, didáticos- pedagógicos ricos e diversificados a serem utilizados pelo professor para o enriquecimento do processo ensino- aprendizagem, e com um acervo bibliográfico de aproximadamente 6 mil livros. 3.4 Organização do Tempo e Espaço Escolar A organização do tempo escolar é de fundamental importância para um trabalho pedagógico de qualidade. Ao longo do processo histórico que envolve o ensino-aprendizagem, organizado sob o formato escolar, a gestão dos tempos e dos espaços escolares sempre foi relevante. A organização social do tempo é um elemento que reflete e constitui as formas organizacionais mais amplas de uma dada sociedade. Dentre os meios de organização do tempo social destaca-se o tempo de escola que, é referência para a vida das crianças e adolescentes, tem sido, no mundo contemporâneo, um pilar para a organização da vida em família e da sociedade em geral. (CAVALIERE, 2007, p. 1015). Com o intuito de contribuir com melhorias no uso do tempo escolar, o Colégio João Sampaio opta por intervalos diferenciados, projetos que possibilitam a extensão do tempo do aluno na escola e ainda a opção pelo Ensino Médio em Bloco que possibilita um melhor aproveitamento das disciplinas por parte dos alunos aproveitamento melhor do tempo em sala de aula, onde o professor pode trabalhar o conteúdo, fazer as atividades e avaliar o desempenho do aluno; mais tempo efetivo para cada matéria; redução no tempo perdido entre aulas; menos matérias por dia; simplificação do horário, propiciando uma melhor interação professor-aluno. O horário dos professores são construídos na tentativa de deixá-los o mínimo fragmentado possível, e as horas atividades dos professores são momentos utilizados para a troca de informações, planejamento, estudos, avaliação e reflexão sobre a prática pedagógica. 4 PRINCÍPIOS LEGAIS E DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS DO ESTABELECIMENTO 50 DE ENSINO 4.1 Objetivos do Estabelecimento de Ensino O Colégio Estadual João Sampaio tem o compromisso , de acordo com as novas concepções que se fundamentam em princípios legais, éticos e políticos da educação, a Educação Básica, tem por finalidade o desenvolvimento integral do aluno em seus aspectos físico, psicológico, cognitivo, emocional, religioso e social, complementando a ação da família e da comunidade, visando a cooperação e a autonomia. (SEVERINO, 1998). O Colégio tem entre seus desafios, a necessidade de fazer dos alunos cidadãos conscientes da importância de seu papel na sociedade. Educar significa então, capacitar, potencializar suas capacidades cognitivas, para que o educando seja capaz de buscar ele próprio a resposta do que pergunta, ou seja, significa formar para autonomia. Objetivos: Compreender a cidadania como participação histórica, social e política, bem como a necessidade de conhecer direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito; Propiciar um ambiente de trabalho prazeroso. Utilizar o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais. Metas a serem atingidas Acesso e permanência do aluno gradativamente a melhoria da qualidade de ensino. Diminuir os índices de evasão escolar. na escola, buscando 51 Atualização e capacitação permanente. Maior comprometimento e compromisso com a escola. Avaliação e reflexão acerca do trabalho docente. Envolvimento da Comunidade Escolar na tomada de decisões e reflexões, consolidando os princípios da Gestão Democrática. Conquistar um maior envolvimento da família no acompanhamento das atividades escolares. Incentivar os estudos adicionais como tarefas prazerosas e essenciais para a convivência escolar, corrigindo, consolidando e aprofundando os conhecimentos adquiridos na trajetória escolar. Melhorar o desempenho dos alunos na Prova Brasil, bem como melhorar o IDEB. Melhorar a frequência na sala de apoio Implementação e criação de projetos que possibilitem a extensão do tempo escolar, diminua a evasão, e possibilite além do desenvolvimento dos alunos, a socialização dos mesmo; 4.2 Concepções que norteiam e fundamentam a pratica pedagógica do Colégio Estadual João Sampaio Os conceitos presentes no Projeto Político Pedagógico devem estar associados a uma visão pedagógica, isto é, a uma concepção de homem e educação coerentes com os objetivos que se deseja alcançar. E, é neste ponto que reside uma das questões fundamentais para a discussão da importância da efetivação do respectivo documento nas instituições de ensino. Concepção de Homem: Segundo Paro o homem cria valores e, partir deles, estabelece objetivos a serem realizados (2001). A presença do homem no mundo não é a de quem a ele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história. Faz-se necessário, assim, que a escola tenha claro quais são os objetivos que pretende atingir, fundamentados em uma concepção de homem e educação que venha a satisfazer os interesses de uma maioria. Para tanto é necessário “entender a educação como atualização 52 histórica do homem e condição imprescindível, embora não suficiente, para que eles, pela apropriação do saber produzido historicamente, construa sua própria humanidade histórico-social, parece justo admitir que a escola deve pautar-se pela realização de objetivos numa dupla dimensão: individual e social” (PARO, 2000:34). Salientamos neste sentido a importância em formar um aluno crítico, consciente, autônomo, capaz de intervir e transformar a sua realidade. Contudo o compromisso do professor é grande e pode contribuir para que a escola seja um lugar de crescimento e humanização. Assim, é importante primar pela sua atualização constante, buscando referências, subsídios e apoios didático- pedagógicos para inovar sua prática docente; trabalhar coletivamente, priorizar espaço onde possa vivenciar e fazer troca de experiências, revisando sempre sua formação profissional. Concepção de Sociedade: Entendemos que a sociedade possível se constitui num processo de construção coletiva, onde o ser humano, enquanto parte integrante da natureza deve ser o parâmetro de vida. Queremos uma sociedade onde haja justiça com ampla visão do mundo, em que os seres humanos sejam capazes de superar os preconceitos sociais. Uma sociedade em que todos usufruam dos direitos e deveres presentes na Constituição Brasileira. Para tanto o “ser humano deve, portanto, construir ou conquistar o seu ser. Ele não nasce pronto, se faz ser humano, se torna pessoa. O grande desafio de nossas vidas é este processo de construção do nosso ser” (SUNG e SILVA, 1995, p.15). Daí o compromisso da Escola em assegurar aos alunos os seus direitos de respeito à diversidade, de exercer sua potencialidade e de conquistar sua autonomia na relação entre crianças, adolescentes, jovens e os adultos, ou seja, entre educandos e professores. O respeito, a solidariedade, a cooperação, a amizade e a justiça, são valores construídos e cultivados na escola, principalmente, através das interações entre os alunos, seus pares e seus educadores. Concepção de Escola: A escola é entendida como uma instituição de ensino formal que objetiva o desenvolvimento do ser humano em todos os sentidos, principalmente no que se refere ao respeito, ao senso crítico, a criatividade e a convivência. Deve ser um local agradável que propicie também o desenvolvimento da cidadania. Portanto a instituição Escola é um Instrumento real de transformação social, espaço de trocas em que se aprende e se convive com outros. 53 Concepção de Educação: Entende-se a Educação como “uma prática social que busca formar indivíduos que possam desenvolver-se e adaptar-se à sociedade em que lhes coube viver” (DELVAL 2001, p.79), será ela então, um processo de humanização, pois “para sermos plenamente humanos, temos de viver entre humanos, isto é, não apenas “como” os humanos, mas também com os humanos” (SAVATER 1996, p.16), ou seja, em sociedade. Nesse sentido, Freire (1997, p.37), adverte que se respeita a natureza do ser humano, o ensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à formação moral do educando. Educar é substantivamente formar”. Segundo Vasconcellos, “O desafio é propiciar o desenvolvimento humano pleno, a apropriação crítica, criativa, duradoura e significativa dos saberes e elementos da cultura necessários para a formação da consciência do caráter e da cidadania”. ( 2005, p.19). Concepção de Cultura: Certamente já nos perguntamos, sobre o que seja a cultura. Vivendo num país onde tanto se fala da variedade cultural que permeia de forma emblemática o nosso povo Com isso espera-se que tenhamos uma ideia concebida sobre o que venha a ser esse fenômeno tão expressivo e característico da nossa gente. De acordo com Williams: “é todo um conjunto de práticas e expectativas, sobre a totalidade da vida: nossos sentidos e distribuição de energia, nossa percepção de nós mesmos e nosso mundo. É um sistema vivido de significados e valores – constitutivo e constituidor – que, ao serem experimentados como práticas, parecem confirmar-se reciprocamente” A definição de Cultura é muito ampla, porém faz necessário perceber a importância da mesma nas relações estabelecidas entre os seres humanos, A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, sofre mudanças, alguns traços se perdem e outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades. Para Paulo Freire: A cultura como o acrescentamento que o homem faz ao mundo que não fez. A Cultura como o resultado de seu trabalho. Do seu esforço criador e recriador. O sentido transcendental de suas relações. A dimensão humanista da cultura. A cultura como aquisição sistemática da experiência humana. Como uma incorporação, por isso crítica e criadora, e não como uma justaposição de informes ou prescrições “doadas”. A democratização da cultura — dimensão da democratização fundamental. O aprendizado da 54 escrita e da leitura como uma chave com que o analfabeto iniciaria a sua introdução no mundo da comunicação escrita. O homem, afinal, no mundo e com o mundo. O seu papel de sujeito e não de mero e permanente objeto (Freire, 1983:109). Concepção de Trabalho: O termo Trabalho se refere a uma atividade própria do homem, porém não pode ser reduzido a um meio de obtenção de bens e sustento. Para Marx, o trabalho é uma dimensão ineliminável da vida humana, isto é, uma dimensão ontológica fundamental, pois, por meio dele, o homem cria, livre e conscientemente, a realidade, bem como o permite dar um salto da mera existência orgânica à sociabilidade. (LUCKÁCS, 1981, p.12). E através do trabalho que a subjetividade se constitui e desenvolve-se constantemente, num processo de auto- criação de si. É necessário compreender que o homem possui a capacidade potencial de realizar- se como ser livre e universal, ao efetivar-se, no curso histórico, e, ao mesmo tempo, dar novos rumos à sua existência, pois, o homem está em um constante processo de auto-construção, tanto em sua dimensão subjetiva quanto intersubjetiva, possibilitada por sua atividade essencial, o trabalho. Portanto é necessário valorizar as relações de trabalho, e a importância do mesmo no ambiente escolar. Concepção de Tecnologia: Pode-se dizer que as mudanças oriundas das últimas décadas possibilitaram o surgimento de uma nova era, a era da informação, onde uma informação é transmitida em questão de segundos para todo o mundo. Estamos vivenciando uma nova experiência do tempo intrinsecamente ligada às novas tecnologias que parecem provocar impactos significativos nos processos cognitivos e que, conseqüentemente, indicam a urgência de pensar mudanças nas formas de pensar a seleção e transmissão do conhecimento e da informação. É fato que o campo da educação, na contemporaneidade, parece ter se rendido às chamadas novas tecnologias, sendo necessário ao profissional da educação estejam aptos a fazer uso das novas tecnologias, pois, ss mudanças implicam em possibilidades ampliadas, em simulações de experiências atemporais, na tradução da imagem em informação, na virtualidade como campo de possibilidade da experiência, a uma mudança no estatuto temporal e, portanto, nos 55 fluxos e mudanças da experiência do próprio observador, com a horizontalidade expressa hoje em rápidas conexões e não nas antigas verticalidades, marcas que ainda persistem em nossos currículos atuais, em nossas práticas e políticas educacionais. Concepção de Cidadania: Pensar na formação para a cidadania não é um dado pronto e acabado, mas uma condição a ser construída e instaurada. É uma qualificação do exercício da própria condição humana. As relações entre cidadania, democracia e educação são muito estreitas e interdependentes. A cidadania só se constrói da relação cooperativa entre os seres humanos, onde a ação do indivíduo diante dos demais deve ocorrer de tal modo que, para preservar seus direitos, é necessário também que se garanta a preservação dos direitos dos demais indivíduos. A educação é o recurso que a sociedade possui para que a produção cultural da humanidade não se perca passando de geração em geração. Sem a cultura não há apropriação da cidadania e nem condições do indivíduo desempenhar seu papel social à altura de seu tempo. Daí a importância da formação ética e política no processo de conscientização das novas gerações, com relação aos problemas a serem enfrentados. Sendo assim, a escola não pode se ausentar de sua importante função social, política e cultural; preparando indivíduos que tenham uma visão de mundo com consciência crítica e com potencial para mudar nossa realidade injusta e desigual. A escola precisa buscar caminhos para a formação de sujeitos ativos, conscientes de sua realidade e aptos a intervir na transformação social. A educação escolarizada deve ser um elemento potencial de transformação da sociedade, na qual as camadas populares participem do processo de luta para a superação das precárias condições de vida das camadas populares. Paulo Freire em sua obra “Pedagogia da autonomia” (1996) afirma que “ensinar não é transferir conhecimento”. Para isso, é necessário relacionar o conteúdo proposto com os conhecimentos prévios trazidos pelos alunos, relacionar teoria e prática e buscar tornar cada vez mais significativo o conteúdo aos alunos. Também explicitar a realidade concreta, os acontecimentos atuais e compará-los e relacioná-los com os conteúdos propostos. Existe a urgente necessidade de um processo de humanização nas práticas pedagógicas. As formas de relacionamento e de resolução de problemas 56 estão muito “frias”, mecânicas e desumanizadas. O resgate da humanização é fundamental para uma educação escolar progressista e transformadora. A inquietude do profissional da educação deve estar presente na prática pedagógica do professor, ou seja, ele deve estar refletindo sobre sua prática constantemente e buscando alternativas diferenciadas de formação. Uma das coisas que os professores precisam entender é que as formas de formação, punição e relacionamento; praticadas tradicionalmente não cabem mais no contexto atual. Outra crença que precisa ser extinguida é a de que quanto mais rude e punitiva for a escola, maior será o aprendizado dos alunos. Concepção de Conhecimento: Sendo o conhecimento um processo humano, histórico, incessante, de busca de compreensão, de organização, de transformação do mundo vivido e sempre provisório, tem origem na prática do homem e nos processos de transformação da natureza. E, tamb ém, uma ação humana atrelada ao desejo de saber. Só o homem, por ser pensante, pode ser sujeito: somente ele pode desejar a mudança, porque só a ele lhe falta a plenitude. Neste sentido o principal papel da escola é mediar o conhecimento entre o aluno e a realidade, preocupando-se com a formação de habilidades e convicções, tornando os alunos críticos e portadores de opinião, ou seja, os pontos de partida e chegada apontam sempre à mesma direção e o processo educativo é sempre a prática social. Daí a necessidade de respeito aos alunos e professores, fazendo da escola um ambiente sócio-moral, um espaço de descoberta, de discussão, de construção e reconstrução de novos conhecimentos e da cidadania, isto é, “a qualificação do exercício da própria condição humana. O gozo dos direitos civis, políticos e sociais é a expressão concreta desse exercício Concepção de Infância e Adolescência: A Escola se depara com alunos que trazem junto a si, a esperança, a vida. É o aluno, um sujeito de direito, um sujeito histórico e social, inserido num contexto cultural e virtual; é um sujeito que necessita do olhar do adulto para crescer, desenvolver-se, conhecer e viver. A modernidade, os avanços tecnológicos e o mundo, hoje, colocam os educadores diante de uma difícil tarefa, isto é, não lhes cabe apenas conceituar a infância e adolescência, mas sim entendê-la, defendê-la e construí-la. 57 É necessário que o processo ensino-aprendizagem considere as diversas etapas do desenvolvimento do educando, contemplando a Infância e a adolescência como etapas únicas e que devem ser conhecidas e respeitadas no processo de aquisição de conhecimento do aluno. O Estatuto da criança e do adolescente considera como criança e adolescente: Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Portanto partido da definição de criança dada pelo referido Estatuto, o aluno que chaga para as séries iniciais do Ensino Fundamental é considerado criança, e nesse sentido deve-se desenvolver um trabalho que considere esta fase, trabalhando numa perspectiva de humanização, de resgate da experiência, de conquista da capacidade de ler o mundo, de escrever a história coletiva, se apropriando das diversas formas de produção da cultura, gerando experiências de educação e socialização, com práticas solidárias entre crianças e jovens , alunos e professores, bem como com a comunidade escolar como um todo, desenvolvendo ações coletivas, estabelecendo elos e laços capazes de gerar o sentido e dar significado ao processo de ensino-aprendizagem, concebendo assim a criança como sujeitos sociais e históricos marcadas pelas contradições das sociedades que estão inseridas. Concepção de Alfabetização e Letramento: É necessário que a prática pedagógica considere as diversas linguagens da criança e conheça as definições de alfabetização e letramento necessário ao desenvolvimento da aprendizagem. Pois é na instituição escolar que as crianças e adolescentes ampliam a sua capacidade de compreensão e produção de textos orais e escritos o que favorece sua convivência e possibilidades de realizar reflexões em diferentes contextos. É necessário para se ler, entender a estrutura de escrita, a essência de nossa língua que são a importância dos signos fundamentais suas letras, seus sons, e, principalmente, as inter-conecções essenciais para a formação da linguagem. Quando entendemos os processos proposicionais declarativos de nossos textos, entendemos o que eles querem dizer. Muitas vezes, vemos que os nossos alunos até lêem, mas não conseguem entender o que está escrito. Alfabetização 58 Portanto, tanto o letramento, quanto a alfabetização, são essenciais a educação, pois são princípios para uma educação de qualidade . Letramento não é ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (SOARES, 2003). Portanto letrado, significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato” (MICHAELIS), e que agora passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo, quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever(ser alfabetizado), mas sim aquele que utiliza a escrita e sabe "responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente" Concepção de Avaliação: Muitos autores têm se debruçado sobre esse tema, e ao contemplarem o processo avaliativo, ressaltam que todo o momento estamos avaliando e sendo avaliados, que o “avaliar”, se faz presente no dia-a-dia das pessoas, a cada instante fazemos um julgamento de valor sobre algo ou alguém. Pode-se dizer que avaliar é emitir um juízo de valor. pois realizam-se comparações atribuindo características que influenciam na tomada de decisões, nas escolhas pessoais, sendo estas definidas por códigos pré-estabelecidos de acordo com a subjetividade de cada um. Wachowicz ( s.d, p.01) afirma Um mesmo trabalho de aluno pode receber uma nota dez de um professor e uma nota quatro de outro professor, por exemplo. Mais que isso: um mesmo professor pode dar uma nota diferente para um mesmo trabalho, se for corrigi-lo pela manhã, à tarde ou à noite. Esses fatos, ainda que pareçam estranhos, foram comprovados por pesquisas, na época em que os concursos vestibulares de instituições de Educação Superior passou a incluir a prova de Redação como uma prova classificatória, entre outras, devido ao número excessivo de candidatos, se comparado ao número de vagas por instituição e por curso. Nesse sentido, podemos perceber o “poder” do avaliador, assim como o professor em sala de aula tem autonomia para decidir que objetivos pretende alcançar com a realização de seu trabalho, tem o poder de exercer 59 influência sobre aqueles que aprendem com seus ensinamentos e que mais do que a transmissão de conteúdos decide se a formação social deve alienar ou levar à transformação, dependendo das suas concepções. Contudo se o professor só demonstra para o aluno o interesse em receber a devolução do conteúdo trabalhado, estará nas entrelinhas, demonstrando que a aplicação desses novos saberes não possui outra serventia. Para Kenski (1991, p.137) Se a opção do professor for por uma educação que possibilite aos alunos o acesso a instrumentos que vão auxiliar na transformação da sociedade os seus objetivos devem enunciar claramente essas proposições. Deve ficar evidente o que vai ser essencial para a aprendizagem daquele grupo de alunos, os conteúdos que serão relevantes, as habilidades e atitudes que irão contribuir, no âmbito de sua disciplina, com a formação de um indivíduo consciente, crítico e capaz de orientar o seu próprio aprendizado. Porém, em alguns casos a avaliação se sobrepõe ao processo de ensino-aprendizagem e ganha destaque, tornando-se o centro das ações da escola que desloca o trabalho pedagógico para a atribuição de notas e não para a aquisição do conhecimento. Segundo Libâneo (1994, p.198), “A prática da avaliação em nossas escolas tem sido criticadas, sobretudo por reduzir-se à sua função de controle mediante a qual se faz uma classificação quantitativa dos alunos relativa às notas que obtiveram nas provas” Nessa perspectiva muitas questões são levantadas, como a característica classificatória e seletiva da educação que reproduz na escola o modelo de sociedade vigente. Os instrumentos de avaliação tornam-se instrumentos de dominação. Conforme Luckesi : (...) a sociedade é estruturada em classes e, portanto, de modo desigual; a avaliação da aprendizagem, então, pode ser posta, sem a menor dificuldade, a favor do processo de seletividade, desde que utilizada independentemente da construção da própria aprendizagem. No caso, a avaliação está muito mais articulada com a reprovação do que com a aprovação e daí vem a sua contribuição para a seletividade social, que já existe independentemente dela. (1999,p.27) No Cotidiano da escola nos deparamos com alunos indisciplinados, 60 desinteressados, desmotivados, que passam por conflitos familiares e sociaiscada um com uma realidade distinta, uma particularidade, portanto não podem ser considerados de forma homogênea, ignorando sua subjetividade e suas condições objetivas de ter bom desempenho na escola. O papel da escola fora em diversas ocasiões distorcido, ou seja, o processo de ensino-aprendizagem tem sido desgastante para professores e alunos. A resistência é muito grande quando se trata de inovar, de encontrar um ou outro sentido que não seja a nota. Vasconcellos (2005, p.22) sugere a busca de um novo sentido: É preciso criar um outro tipo de poder: o vínculo, o partilhar um projeto, a admiração, a curiosidade, a autoridade (não o autoritarismo), o desejo de aprender, a competência, a ética, o respeito. Na perspectiva do desenvolvimento da autonomia, é fundamental que o educando aproprie-se da (auto) avaliação como instrumento de crescimento, que não fique esperando do outro, mas, antes de tudo, comprometa-se com a superação de suas eventuais limitações, em um autêntico automovimento. Não tendo consciência da função política que exercemos dentro da escola e da influência que temos sobre aqueles com os quais contribuímos para formação e crescimento não teremos condições de promover uma educação transformadora que de fato forme cidadãos críticos e reflexivos como tanto se ouve falar. A avaliação escolar é, antes de tudo, uma questão política, ou seja, está relacionada ao poder, aos objetivos, às finalidades, aos interesses que estão em jogo no trabalho educativo; numa sociedade de classes, não há espaço para a neutralidade... A avaliação escolar está relacionada a uma concepção de homem, de sociedade (que tipo de homem e sociedade queremos formar), do Projeto Pedagógico da Instituição. (Vasconcellos, 1993, p.45) Enquanto as relações entre os principais atores da escola, professor e aluno, for orientada pela “Pedagogia do Medo” ou pela “Pedagogia do Exame” (LUCKESI, 1999) ficaremos só no discurso de uma realização de trabalho pedagógico transformador, que emancipe e não domestique, que conscientize e não aliene. Freitas (1995, p.225) aponta que existe um tripé avaliativo instrucional, disciplinar e de valores com forte visão punitiva. Ele eleva o poder do professor na sala de aula e dá sustentação pedagógica à atual organização do trabalho na escola. Neste contexto, a escola e o professor colocam como objetivo 61 central - passar no exame - processo que se integra ao campo das atitudes. O papel da avaliação é controlar os alunos, cabendo ao professor enfatizar as “atitudes certas” e, aos alunos “passarem nos exames”. Se as ações da escola estão voltadas para a avaliação, temos que repensar essa ordem e dar o verdadeiro valor que a mesma tem, entendendo-a como parte de um processo (aprendizagem), como meio para se atingir tal fim. Não basta repensar a necessidade de se rever exclusivamente os encaminhamentos em relação à avaliação. Saul, (1994, p.64, grifo do autor) afirma ... A avaliação é intrinsecamente ligada ao processo pedagógico que nós estamos desenvolvendo. A avaliação faz parte desse processo, mas não podemos fazer o caminho inverso – ter a crença de que mudando o processo de avaliação, exclusivamente, melhora-se a qualidade da educação. A avaliação formal da escola requer aferição de notas, uma vez que a escola pública obedece a um sistema. Ainda assim, pensando a escola como um espaço de contradição, é possível romper com a visão de ênfase na nota, que, sutilmente, coloca o conhecimento em segundo plano. Na verdade, a avaliação deve ser o suporte da relação ensinoaprendizagem. Conforme Luckesi (1999, p.43): “a avaliação diagnóstica é um instrumento dialético de avanço, instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos”. A avaliação sugere então, reflexão sobre a prática, tanto para o professor quanto para o aluno que devem fazer dos resultados obtidos, instrumentos norteadores para a efetivação dos ajustes necessários para garantir a aprendizagem. ( ...) avaliar a aprendizagem escolar implica estar disponível para acolher nossos educandos no estado em que estejam, para, a partir dai poder auxiliá-los em sua trajetória de vida... Por conseguinte, a avaliação da aprendizagem escolar não implica aprovação ou reprovação do educando, mas sim orientação permanente para o seu desenvolvimento, tendo em vista tornar-se o que o seu SER pede. (LUCKESI, 2000,p.11) Para Hadji (2001, p.109), a avaliação será verdadeiramente formativa se houver uma comunicação útil, um "esforço para compreender melhor como as coisas se passam". É justamente com esse intuito que apontamos a 62 necessidade de estabelecer com o professor uma relação dialógica que nos aproxime das concepções e práticas avaliativas de aprendizagem que esse profissional estabelece na sala de aula com seus alunos. Aprofundar essa discussão se faz necessário também, tendo em vista a própria alegação dos professores, de que o avanço nas formas de organizar o ensino não têm tido correspondência nas práticas avaliativas, ocasionando uma discrepância entre as inovadoras práticas educativas e as vigentes formas avaliativas. Nesse sentido, se faz indispensável avançar nas discussões quanto à importância da construção coletiva do Projeto Político Pedagógico (PPP). É bem verdade que nos últimos tempos a elaboração desse “documento” tornou-se até uma exigência das redes de ensino. Mas, mais do que um cumprimento burocrático, a elaboração do PPP significa a própria organização do trabalho pedagógico da escola. A construção coletiva é essencial, pois além de fazer com que toda comunidade escolar envolvida em sua construção se torne co-responsável pelo alcance dos objetivos traçados, deixa claro, qual referencial fundamenta sua construção e sua intencionalidade. Para Veiga (2003, p. 167) Essa clarificação conceitual deverá ocorrer em processo dialógico envolvendo, em momentos específicos e oportunos, toda a comunidade escolar (professores, alunos e pais). Dela deverão emergir as concepções e teorias que definirão a proposta pedagógica da escola, na consensualidade possível em um grupo humano que, respeitando as subjetividades, constrói sua identidade. Nesse sentido cabe refletir sobre alguns questionamentos que tem como pressuposto, a intencionalidade: como avaliar? Para que avaliar? O compromisso deve estar em recuperar nota ou retomar a aprendizagem? Que aluno se deseja formar? Legalmente, é possível se observar respaldo para a mudança e superação. A Nova LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional destaca a idéia de se incorporar uma gestão democrática na escola, rompendo com a hierarquia e possibilitando a tomada de decisões coletivas. (art 3ª inciso VIII), assim como a construção coletiva do PPP (art. 12). 63 Sendo assim, é preciso conceber a educação como um caminho que se destina a transmitir bens culturais historicamente produzidos pelos homens e, a escola precisa ser visualizada como um espaço de apropriação e desenvolvimento, de descoberta. Não pode ser este, um espaço que tolhe a criatividade e a formação de consciência. Deve, de fato, formar cidadãos críticos e reflexivos. Para tanto, cabe à avaliação deixar de ser obstáculo no processo pedagógico. Como educadores temos o compromisso de democratizar o conhecimento, especialmente estando na escola pública. Portanto, analisar as concepções e práticas avaliativas do professor, significa buscar compreender sua dinâmica pedagógica e os desdobramentos didáticos que dela decorrem. 4.3 Ensino Fundamental A Proposta Pedagógica para o Ensino Fundamental de nove anos fundamenta-se nas Diretrizes Curriculares Nacionais para ampliação do Ensino Fundamental de Nove anos de duração em um ambiente que favoreça a integração do aluno em um contexto lúdico e prazeroso favorecendo o pleno desenvolvimento do educando em todos os aspectos : físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo. Dentro de tal perspectiva o Conselho Nacional de Educação estabelece as seguintes Diretrizes: Art. 7º De acordo com esses princípios, e em conformidade com os art. 22 e 32 da Lei no 9.394/96 (LDB), as propostas curriculares do Ensino Fundamental visarão desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, mediante os objetivos previstos para esta etapa da escolarização, a saber: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, das artes, da tecnologia e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – a aquisição de conhecimentos, habilidades e a formação de atitudes e valores como instrumentos para uma visão crítica do mundo; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 64 De acordo com as Diretrizes acima citadas o ensino-aprendizagem deste estabelecimento de ensino se organiza de maneira contextualizada possibilitando aos alunos maiores condições de apropriar-se dos conhecimentos historicamente acumulados e nesse sentido poder atuar como cidadãos nos tempos e espaços além da escola. Propõe-se que o processo ensino-aprendizagem se centre em atividades articuladas com os conteúdos curriculares dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, considerando as diversas etapas do desenvolvimento do educando, contemplando a Infância e a adolescência como etapas únicas e que devem ser conhecidas e respeitadas no processo de aquisição de conhecimento do aluno. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, Lei 9394/96 o papel da escola é o desenvolvimento integral da criança, portanto esta deve ser considerada nas dimensões: afetiva, cognitiva, social e psicológica. É importante que o professor compreenda que a criança constrói conhecimentos por meio de trocas com parceiros, e neste sentido o professor deve mediar o contato com o conhecimento historicamente produzido pela humanidade, é necessário o comprometimento da escola com o atendimento das necessidades básicas de falar, escutar, respeitando os direitos do aluno. 4.4 O Ensino Médio O Ensino Médio, etapa final da educação básica, com duração de três anos letivos, terá como finalidade premente a formação integral do cidadão além de objetivar especificamente a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento aos estudos como possibilidade de articulação entre a educação básica e profissional e a integração entre trabalho e cultura. A preparação e a orientação básica, continuada e diversificada para o trabalho e para o exercício ético da cidadania do educando, presente na LDB 9394/96, reforça a possibilidade da escola capacitar o sujeito, para que este seja capaz de se adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação ou de 65 aperfeiçoamento posteriores e integrar-se a uma equipe, grupo social ou comunidade. Também reforça o aprimoramento do educando como ser humano, incluindo a formação ética e religiosa, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, bem como da definição e da avaliação de metas para um aprendizado duradouro. O Ensino Médio deve buscar formas de unir a atual dicotomia do ensino através de uma educação pautada na formação integral dos sujeitos preparando-os para a vida e o trabalho. Apropriando-se dos conhecimentos historicamente construídos, desenvolvendo um olhar crítico e reflexivo sobre essa constituição. Ao mesmo tempo deve buscar desenvolver a compreensão dos princípios técnico-científicos presentes no atual contexto histórico, que sob diversas formas acabam por afetar as relações sociais e de trabalho. Buscar o real significado do aluno concreto é de fundamental importância nesta perspectiva de trabalho, visto que, ela fornece elementos para compreender o aluno como sujeito histórico, superando uma visão limitada e classificatória, que restringe a existência desse aluno à sua dimensão cotidiana, interpretando-o por suas características visíveis, aparentes, empíricas, perdendo-se a dimensão essencial do vir-a-ser. Nesta perspectiva o ser humano, o sujeito, o aluno concreto é uma síntese de múltiplas determinações sociais. 4.4.1 O Ensino Médio Integrado à Educação Profissional O processo de retomada, pelo sistema público, da oferta gratuita da formação para o trabalho além de assumir uma concepção de ensino e currículo em que o trabalho, a cultura, a ciência e a tecnologia constituem os princípios fundamentais para a construção do conhecimento, trazem nova perspectiva para a escola e os sujeitos que a freqüentam. A formação profissional além de permitir a inclusão no mundo da produção, aponta para o horizonte da empregabilidade, meio essencial para a formação de um cidadão autônomo e responsável. Nesse contexto o colégio localiza-se próximo a um polo industrial. Nas adjacências do bairro, encontram-se frigoríficos de carne bovina e aves, curtume de couro, fábrica de baterias de carro, tintas, móveis, marmoraria, 66 madeireira, ração, manipulação de fumo, indústria química, veneno, além de empresa que privilegia o trabalho com eletricidade industrial e mecânica pesada, entre outros. Tais indústrias precisam de profissionais com formação específica para cada área. Assim, existe uma real necessidade dos alunos participarem de cursos profissionalizantes visando qualificação, para sua própria inserção no mercado de trabalho local. 4.4.2 O Ensino Médio Blocado Fundamentada na legislação educacional e instruções da SEED/NRE de Londrina, após estudo e análise pela comunidade escolar, o Ensino Médio em 2010, passou a ser disponibilizado de forma blocada, ou seja, com carga horária e conteúdo das disciplinas, concentradas em um único semestre. A proposta de Ensino Médio Blocado foi aprovada pela comunidade escolar, como possibilidade de enfrentamento da evasão e repetência. Assim, a Matriz Curricular passa a ser organizada por Blocos de Disciplinas Semestrais. Os blocos de disciplinas passam a ser ofertadas de forma concomitante, em turmas pares, durante o semestre. Cada bloco de disciplinas, de forma alternada em todas as turmas, deverá ser cumprido em, no mínimo 100 dias letivos, previstos no calendário escolar. Nessa nova perspectiva a matrícula do aluno, ocorre de forma semestral, obedecendo o disposto na Deliberação nº 09/01 – CEE. De acordo com a proposta apresentada pela SEED/NRE, o ensino médio seriado por blocos, ofertado a comunidade, segue a seguinte organização: Disciplinas do Bloco 1 H.A Disciplinas do Bloco 2 H.A Biologia 04 Arte 04 Educação Física 04 Física 04 Filosofia 03 Geografia 04 História 04 Matemática 06 LEM - Inglês 04 Sociologia 03 Língua Portuguesa 06 Química 04 Total Semanal 25 Total Semanal 25 67 Dentre os autores utilizados para reflexão sobre o tema, podemos citar Kuenzer (2005), ao destacar que atualmente é preciso levar em conta que a melhoria dos índices de atendimento da população, na faixa etária de 15 a 19 anos na escola, não depende apenas da expansão de vagas, mas da diminuição da evasão e repetência. Assim a organização do Ensino Médio em Blocos visa propiciar ao aluno, “de acordo com documentação disponibilizada”, “o direito à continuidade dos estudos”, bem como o aproveitamento dos estudos parciais realizados anteriormente. 1ºA 1ºB 2ºA 2ºB 3ºA 3ºB 3ºA Bloco 1 3ºB Bloco 2 3ºA Bloco 2 3ºB Bloco 1 ORGANIZAÇÃO DAS TURMAS: 1ºA Bloco 1 1ºB Bloco 2 1ºA Bloco 2 1ºB Bloco 1 1º SEMESTRE 2ºA 2ºB Bloco 1 Bloco 2 2º SEMESTRE 2ºA 2ºB Bloco 2 Bloco 1 4.5 Educação Inclusiva Pensar a Diversidade no contexto escolar significa entendê-la em conjunto com as classes sociais, pois com elas agregam-se outras condições tais como: pertencimento étnico, diferenças etárias, de gênero, diferenças geográficas, religiosas, de visões de mundo, projetos individuais, valores e experiências de vida. Ao buscar nos iguais a convivência com os diferentes, o sujeito muitas vezes acaba por expressar de forma abrupta sentimentos nem sempre favoráveis a uma boa relação social. A Diversidade significa variedade, diferença e multiplicidade, seres diversos em suas experiências culturais, únicos em sua personalidade, diversos em suas formas de perceber o mundo. Desde a Conferência Mundial de Educação para Todos em 1990, foram delineados caminhos para a educação inclusiva no espaço escolar. 68 Tratar a diversidade e o processo da docência em relação à implementação da proposta de inclusão no ambiente escolar, às vezes exige reflexão, ligada as resistências e ao temor do professor de não corresponder as expectativas, pelo fato de não terem sido preparados para lidar com esses alunos, ou por razões menos nobres como preconceito e discriminação. Problematizar tais relações no espaço escolar torna-se necessidade premente diante da possibilidade de buscar melhores formas de trato com os diferentes, porém num contexto de igualdade. 4.6 Educação Especial Historicamente, os cidadãos que apresentavam qualquer tipo de “anormalidade”, que fugisse dos padrões de normalidade socialmente aceitos, sofreram não só exclusão mas humilhação e até agressões físicas dependendo do contexto. No período medieval, os nascidos com deficiência (física ou mental) eram considerados castigados por Deus e mortos. Segundo Gaio (2004), a partir do final do século XIX as condutas e concepções sobre os cidadãos especiais, passaram de explicações cunhadas na ideologia da igreja para as explicações com base científicas, com os avanços da medicina. Assim surge o paradigma da Institucionalização, que tinham com finalidade a segregação em instituições para tratamento médico e cuidado. Isto impulsionou a concepção de deficiência baseada em critérios de definição fundamentalmente orgânicos, desconsiderando os demais aspectos constituintes do desenvolvimento do ser humano. Nessa concepção que durou até há pouco tempo, a deficiência se confunde com patologia e apresenta perigo à sociedade. O caráter do atendimento era assistencial e filantrópico, já que não tinha finalidade pedagógica, mas de proteção dos membros da sociedade, por meio da reclusão das pessoas ditas anormais. Com as transformações sociais mais amplas e com o processo de industrialização, a evolução do capitalismo, a organização de movimentos sociais e o surgimento do Estado de Bem Estar Social, esse quadro de exclusão rude se modifica. Esse paradigma da institucionalização permaneceu até a década de 50, onde cria-se um clima de insatisfação social sistematizado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. “O intenso movimento mundial de defesa dos direitos das minorias, 69 que caracterizou a década de 60, associado a críticas contundentes ao Paradigma da Institucionalização da pessoas com doença mental e de pessoas com deficiência, determinou novos rumos às relações das sociedades com esses segmentos populacionais” (Brasil, 2004 apud Diretrizes Curriculares para Educação especial, 2006). Com isso, as pessoas com deficiência passam a ser vistas como cidadãos, com direitos e deveres de participação social, embora persista a ótica assistencial e o viés de medicalização em sua educação. As primeiras ações no Brasil de atenção à deficiência de caráter público foram motivadas pela mobilização social e os movimentos socioeconômicos mundiais. Foi na nossa primeira LDB 4024/61 que inclui a menção à oferta de serviços educacionais aos portadores de deficiência “dentro do possível no ensino regular”, apesar de não se garantir apoio financeiro. Surge nesse contexto o Paradigma dos Serviços, que busca a oferta de serviços em instituições ainda segregadas. Da segregação total, passou-se a buscar a integração das pessoas com deficiência, após capacitadas, habilitadas ou reabilitadas. Com isso, no Brasil há uma proliferação de serviços e recursos especializados, com caráter clínico-terapêutico, que objetivavam a reabilitação de aspectos anatômico-fisiológicos das pessoas; mudando o quadro de oferta da educação especial. No âmbito público, proliferam-se as classes especiais nas escolas regulares, como forma de absorver a crescente demanda de alunos com dificuldades de aprendizagem, incorporando as chamadas deficiências leves e os distúrbios de aprendizagem. O avanço da democracia e as novas possibilidades de apropriação do conhecimento, nas décadas de 70 e 80, exigiu da sociedade uma nova relação com os grupos estigmatizados socialmente. Isso subsidiou um novo modelo denominado Paradigma de Suportes, que busca a disponibilização de suportes sociais, econômicos, físicos e instrumentais; além da não segregação dos cidadãos favorecendo a inclusão social que implica em mudanças de representação social em torno das pessoas com deficiência. “No final do século XX, se fortalece o debate em torno dos direitos sociais das pessoas com deficiência, impulsionado por inúmeras transformações sociais: a organização político-social de organizações não-governamentais de defesa de direitos de pessoas com deficiência, a introdução das teorias sócio-históricas acerca da aprendizagem aos debates educacionais, os 70 avanços tecnológicos e sua utilização na reabilitação (...), entre outros aspectos importantes (Diretrizes Curriculares para a Educação Especial, 2006) A partir da década de 80, leis e documentos são publicados ocasionando uma revolução de instrumentos jurídicos que garantem os direitos sociais de todos os cidadãos, com atenção especial aos grupos estigmatizados. No sistema público de ensino existiam as classes especiais, mas a Constituição Federal de 1988 afirma que esse atendimento deverá ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino. Também estabelece diretrizes para a compreensão da educação especial como modalidade de educação escolar, obrigatória e gratuita. Com relação à flexibilização curricular, não devemos alimentar uma abordagem reducionista, na qual se flexibiliza apenas para os alunos com necessidades especiais; isto porque na LDB está assegurado o direito de direitos e oportunidades iguais a todos os cidadãos. Com relação aos pontos positivos e negativos da implementação do princípio da flexibilização no currículo escolar, por parte da direção, equipe pedagógica e professores, podemos destacar que de uma maneira geral estamos acostumados a um sistema engessado de currículo, mas procurar-se-á maior sensibilidade para perceber quando e como é necessária a flexibilização. Por parte do estado do Paraná já está em andamento a rede de apoio e serviços especializados e na escola estaremos mais atentos à diversidade. A questão da educação para alunos com necessidades educacionais especiais tem sido abordada e veiculada pela SEED-NRE para que as escolas desenvolvam a capacidade de identificar esses alunos e buscar os recursos disponíveis e necessários para um processo pedagógico satisfatório. Ao identificar aluno com necessidades educacionais especiais, pensa-se em estratégias diferenciadas para que os mesmos possam acompanhar com êxito os conteúdos desenvolvidos, tendo como critério, o respeito à sua potencialidade. 4.7 Diversidade Sexual Pode-se dizer que nossa sociedade vivencia profundas 71 transformações que não podem ser ignoradas por nenhuma instituição democrática, e devem ter considerável importância para a educação como instrumento necessário para enfrentar situações de preconceitos e discriminação e garantir oportunidades efetivas de participação de todos nos diferentes espaços sociais. A escola deve contribuir de maneira eficaz no enfrentamento do que impede ou dificulta a participação social e política e que, ao mesmo tempo, contribui para a reprodução de lógicas opressão e incremento das desigualdades. Temos assistido ao crescente interesse em favor de ações mais abrangentes no enfrentamento da violência, do preconceito e de discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Cada vez mais a homofobia é percebida como um grave problema social, e a escola é considerada um espaço decisivo para contribuir na construção de uma consciência crítica e no desenvolvimento de práticas pautadas pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos. Para tanto a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, através do Parecer nº 04/09 do Ministério Público/Paraná e o Parecer CP/CEE nº 01/09, que recomendam às instituições do Sistema Estadual de Ensino do Paraná, por meio de seus colegiados, a promoção de amplo debate sobre a inclusão do nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou transexual nos documentos escolares internos, a Superintendência da Educação e a Diretoria de Administração Escolar no uso de suas atribuições, instrui: 1- Que o nome civil, constituído por prenome e sobrenome é um dos principais direitos de personalidade ou direitos personalíssimos, e estes, segundo o Código Civil, são intransmissíveis e irrenunciáveis. O nome social é o nome pelo qual travestis e transexuais, femininos ou masculinos se reconhecem e preferem ser chamados. 2- Os estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão incluir, a partir do ano letivo de 2010, o nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou transexual, maior de 18 anos, que requeira, por escrito, esta inserção, nos documentos escolares internos das escolas, tais como: espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. No espelho do livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim, será emitido, automaticamente, do Sistema 72 SERE WEB, apenas o nome social pelo qual o aluno e/ou a aluna travesti ou transexual se identificam. 3- A declaração de solicitação de inserção do nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou transexual nos documentos escolares internos deverá ficar arquivada na Pasta Individual do aluno e/ou da aluna. 4- Os documentos escolares oficiais, tais como: Histórico Escolar, Certificado, Diploma, Ficha Individual, Relatório Final e Edital de Classificação para ingresso nos cursos técnicos profissionais, deverão permanecer inalterados. 5- As decisões tomadas sobre os procedimentos a serem adotados referentes ao contido na presente Instrução deverão ser regimentadas. 6- No Sistema SERE/SEJA será criada uma nova função no Cadastro do Aluno para a inclusão do nome social. O Sistema emitirá automaticamente no espelho do Livro Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar, apenas o nome social. 5 PROPOSIÇÃO DE AÇÕES Partindo dos questionários aplicados a Professores, pais alunos e funcionários foi possível traçar algumas ações na tentativa de melhoria do espaço escolar, tanto no que se refere ao processo ensino-aprendizagem, quanto melhorias do atendimento, e qualidade de ensino. 5.1 DIREÇÃO Considerando que a principal finalidade do trabalho da direção em instituições escolares, deve centrar-se na garantia de cumprimento dos objetivos educacionais, definidos no Projeto Político Pedagógico da escola, elencamos o plano de ação estruturado pela direção para ser executado durante o ano letivo. Oportunizar Grupo de Estudos com Agentes Educacionais I e II, com o objetivo de Promover Formação Continuada dos Agentes Educacionais I e II, reunindo bimestralmente os funcionários, para discussão e reflexão sobre o papel 73 que desempenham pertinente a sua função, buscando redirecionar ou implementar as práticas de trabalho, promovendo assim, a socialização destes funcionários no contexto escolar, bem como conscientização da importância de sua participação na formação do educando. Práticas Pedagógicas: Oportunizar a troca de experiências entre os professores e a reflexão sobre a prática pedagógica diária. Para isso pretende-se reunir mensalmente os professores, para discutir e refletir sobre o papel que desempenham pertinente a sua função, buscando redirecionar as metodologias de ensino-aprendizagem, proporcionando troca de experiências e vivências, promovendo assim, a formação continuada. Conselho de Classe: Reunir corpo docente e equipe pedagógica para discutir, refletir, avaliar e implementar medidas pedagógicas de intervenção que venham a contribuir para a melhoria da aprendizagem dos educandos que apresentam baixo rendimento escolar. Promover Formação Continuada do Corpo Docente, reunindo conforme previsto em Calendário Escolar, os professores, para discutir, refletir e avaliar aspectos positivos e negativos da prática pedagógica diária, buscando redirecionar ou implementar a atuação em sala de aula, tendo como elemento norteador, pressuposto teórico o Projeto Político Pedagógico. Manutenção: Aquisição de Equipamentos Disponibilizar equipamentos para o trabalho pedagógico, administrativo e operacional Propiciar manutenção dos equipamentos existentes e viabilizar a aquisição de outros que venham a implementar o trabalho pedagógico, administrativo e operacional. Manutenção do Espaço Escolar garantindo qualidade dos ambientes escolares.Manutenção das condições de uso do espaço físico escolar, proporcionando higienização, conservação ou reparos destes ambientes, de forma a garantir qualidade para que se tornem eficientes à aprendizagem. Reforma Cobertura da Quadra Esportiva, Construção de Sala Multiuso Dar continuidade às reivindicações junto aos setores responsáveis, buscando construção de reforma e cobertura da Quadra Esportiva, buscando a qualidade da prática esportiva.uma sala multi-uso que atenda a realização de projetos implantados e /ou a serem implantados. Participação nos Projetos Institucionais assegurando a participação em Projetos e Avaliações Institucionais. Incentivar a participação dos 74 educandos e professores em Projetos Institucionais tais como, Olimpíadas de Matemática, Português, Física e Química, Prova Brasil, ENEM, FERA, COMCIÊNCIA, etc. Incentivar o trabalho interdisciplinar com Projetos, que apresentem atividades voltadas para conscientização dos educandos, sobre a riqueza da Cultura Africana e Afro-Brasileira, enfatizando a música, costumes, tradições e o processo histórico dos eventos ligados aos temas. Execução do Projeto Sala de Apoio com o objetivo de atender alunos de 6º ano com baixo rendimento escolar nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, propiciando atendimento direcionado, novas metodologias e oportunidades, buscando sanar as dificuldades de aprendizagem detectadas pelos professores. Grêmio Estudantil Proporcionar o protagonismo juvenil através do Grêmio Estudantil. Incentivar os membros do Grêmio na formação de lideranças atuantes e participativas na comunidade escolar. Escola de Pais - Implantação, implementação de Escola de Pais Promover encontros bimestrais com os pais dos educandos, oportunizando acesso ao ambiente escolar para dialogar, discutir, refletir e trocar experiências sobre a educação dos filhos. Conselho Escolar - Manter em ativo funcionamento o Conselho Escolar. Convocar periodicamente os membros do Conselho Escolar para deliberar sobre assuntos pertinentes ao âmbito da ação escolar, garantindo participação nas decisões do dia-a-dia do estabelecimento escolar. A.P.M.F. Trabalhar conjuntamente com a A.P.M.F. em eventos para captação de recursos, garantido legalidade e transparência na aplicação e prestação de contas. Feira Cultural - Divulgar aos pais e comunidade as produções acadêmicas dos alunos. Promover integração escola-comunidade. Incentivar a promoção da Feira Cultural aberta aos pais e a comunidade local, para divulgação das produções acadêmicas dos alunos contemplando atividades lúdicas e esportivas, visando valorizar o trabalho de alunos e professores. 75 Comemorações Cívicas - Resgatar o civismo, cultura histórica e popular, promovendo o resgate do civismo, da cultura histórica e popular, priorizando as principais Datas Comemorativas: Dia do Índio, Dia do Meio Ambiente, Dia do Folclore, Semana da Pátria, etc. Integração Escola/Família - Promover através de comemorações, a integração e socialização da escola com a comunidade por meio de atividades festivas, lúdicas e recreativas, priorizando as principais Datas: Dia das Mães, Dia dos Pais, Festa Junina, Semana da Criança, etc. 5.2 EQUIPE PEDAGÓGICA Para Libâneo, o Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias educativas, diretas ou indiretamente ligadas a organização e aos projetos de transmissão e assimilação ativa de saberes, modos de ação, tendo em vista a função de acolher e orientar o educando, para que tome consciência de sua realidade. Em outras palavras, o Pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos e situações referentes à prática educativa, em suasvárias modalidades e manifestações. Sua tendência é assegurar a participação de todos os envolvidos no Trabalho Pedagógico, coordenando o processo de discussão, reflexão, estudo e tomada de decisões. A identidade profissional do Pedagogo se reconhece no campo da investigação e na variedade de atividades voltadas para o educacional e o educando. Podemos dizer que a função do Pedagogo está relacionada a todas as atividades de aprendizagem e de desenvolvimento humano, seja em crianças, jovens e adultos, em conformidade às atribuições do cargo de Professor Pedagogo. Organização – Espaço-Tempo - Organizar espaço - tempo escolar Calendário Escolar - Formação de turmas - Definição e elaboração do Horário das aulas - Livro Registro de Classe - Período de avaliação e recuperação Concomitante. Assegurar a efetivação do trabalho pedagógico baseado na política educacional da SEED e das Diretrizes Curriculares Nacional e Estadual, além de construir coletivamente e assegurar a execução e legitimação do PPP. 76 Práticas Pedagógicas- Oportunizar a troca de experiências entre os professores e a reflexão sobre a prática pedagógica diária.Reunir bimestralmente os professores, para discutir e refletir sobre o papel que desempenham pertinente a sua função, buscando redirecionar as metodologias de ensino-aprendizagem, proporcionando troca de experiências e vivências, promovendo assim, a formação continuada. Reunir os professores bimestralmente, para realizar o Planejamento Participativo, proporcionando desta forma uma visão globalizada dos conteúdos a serem trabalhados em cada uma das disciplinas, oportunizando também que conteúdos afins, sejam abordados, interdisciplinarmente. Conselho de Classe- Discutir, reorganizar, propor medidas de intervenção pedagógica Reunir corpo docente e equipe pedagógica para discutir, refletir, avaliar e implementar medidas pedagógicas de intervenção que venham a contribuir para a melhoria da aprendizagem dos educandos que apresentam baixo rendimento escolar. Promover Formação Continuada do Corpo Docente Reunir conforme previsto em Calendário Escolar, os professores, para discutir, refletir e avaliar aspectos positivos e negativos da prática pedagógica diária, buscando redirecionar ou implementar a atuação em sala de aula, tendo como elemento norteador, pressuposto teórico o Projeto Político Pedagógico. Desafios Contemporâneos – Assegurar o andamento e a otimização do trabalho da Equipe Multidisciplinar. Execução do Projeto Sala de Apoio - Atender alunos com baixo rendimento escolar nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática Possibilitar aos alunos do 6º ano com baixo rendimento escolar nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, atendimento direcionado, novas metodologias e oportunidades, buscando sanar as dificuldades apresentadas, que refletem no ensino-aprendizagem. Assegurar a execução da Hora-atividade - Organizar e acompanhar a execução da Hora-atividade para garantir a finalidade a que foi criada. Assegurar a participação em Projetos e Avaliações Institucionais. Incentivar a participação dos educandos e professores em Projetos Institucionais tais como, Olimpíadas de Matemática, Português, Física e Química, Prova Brasil, ENEM, FERA, COMCIÊNCIA, etc. 77 Proporcionar o protagonismo juvenil através do Grêmio Estudantil. Incentivar os membros do Grêmio na formação de lideranças atuantes e participativas na comunidade escolar. Manter em ativo funcionamento o Conselho Escolar. Participar como membro titular ou suplente, mediante escolha entre seus pares ou convocação. Trabalhar conjuntamente com a A.P.M.F. Auxiliar na Implantação, implementação de Escola de Pais. Promover encontros bimestrais com os pais dos educandos, oportunizando acesso ao ambiente escolar para dialogar, discutir, refletir e trocar experiências sobre a educação dos filhos. Divulgar aos pais e comunidade as produções acadêmicas dos alunos. Promover integração escola-comunidade. Promover anualmente a Feira Cultural aberta aos pais e a comunidade local, para divulgação das produções acadêmicas dos alunos contemplando atividades lúdicas e esportivas, visando valorizar o trabalho de alunos e professores. Promover através das comemorações, a socialização da escola e comunidade por meio de atividades festivas, lúdicas e recreativas, Resgatar o civismo, cultura histórica e popular. Promover através das comemorações, o resgate do civismo, da cultura histórica e popular, priorizando as principais Datas Comemorativas: Dia do Índio, Dia do Meio Ambiente, Dia do Folclore, Semana da Pátria, etc. 5.3 AGENTES EDUCACIONAIS I Considerando que cabe aos Agentes Educacionais I, a realização de atividades preventivas, de manutenção e operacionais, no estabelecimento escolar, após reunião, definiram que dentre suas atribuições, se responsabilizarão pelas seguintes ações: Para iniciar, uma boa recepção aos alunos, acolhendo-os com mais calor humano, procurando cumprimentá-los, estendendo isso aos pais quando o acompanham. No pátio procurar estar sempre por perto, prestando atenção no comportamento, atitudes e ações diversas. Durante o recreio sempre dar maior atenção aos lugares fechados como banheiros (uso de drogas). 78 Com relação ao Espaço-tempo Escolar, pretendem dar suporte à organização do espaço-tempo escolar, a partir do Cumprimento dos Horários: Sinal de entrada, Sinal entre-aulas, Sinal de saída, Intervalo-Recreio, Abertura e fechamento de janelas, portas e portões, Verificação de manutenção em eletros diversos que compõem o bom andamento da rotina escolar. Dar suporte à segurança do estabelecimento escolar, inclusive guardando sob sua responsabilidade as chaves do estabelecimento. Acionar/desacionar os sistemas de segurança do estabelecimento e Controlar entrada buscando a identificação, circulação e saída de pessoas no estabelecimento escolar. Dar suporte a, organização do estabelecimento de ensino, quanto a questão de limpeza, procurar manter os ambientes em boas condições de uso, varrer, limpar, higienizar, lavar os ambientes, salas, pátios, costurar, passar cortinas,limpeza de materiais de copa e cozinha. Conscientizar os alunos de como é bom e agradável freqüentar um ambiente limpo. Procurar preparar alimentos que agrade o paladar dos alunos. Orientá-los quanto a questão do desperdício. Embalar e acondicionar quando necessário, alimentos e demais suprimentos ligados a merenda, observando sua validade, encaminhando, removendo-os quando se fizer necessário. Auxiliar o Conselho Escolar para que esse se mantenha em ativo funcionamento participando de reuniões como membro titular ou suplente, mediante escolha entre seus pares ou convocação.Também trabalhar conjuntamente com a A.P.M.F., quando se fizer necessário, participando como membro titular ou suplente, mediante escolha entre seus pares ou convocação. A avaliação do Plano de Ação será contínua no decorrer do processo de desenvolvimento de cada item proposto. 5.4 AGENTES EDUCACIONAIS II Considerando que aos Agentes Educacionais II, cabe realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar, apresentamos à seguir, dentre as atribuições do cargo, as atividades que merecem maior atenção do grupo de profissionais, para auxiliar no bom desempenho do que a instituição se propõe realizar de forma coletiva: Os profissionais Agentes Educacionais II, se dispõem a dar suporte à organização do espaço-tempo escolar observando o Cumprimento dos Horários: 79 Sinal de entrada, Sinal entre-aulas, Sinal de saída, Recreio/Intervalo, Abertura e fechamento de janelas, porta e portões. Também se propõe a dar suporte à segurança do estabelecimento escolar, guardando sob sua responsabilidade as chaves do estabelecimento. Além de acionar/desacionar os sistemas de segurança/alarme do estabelecimento. Como também auxiliar no controle de entrada, identificação, circulação e saída de pessoas no estabelecimento escolar. Atualizar endereços e telefones dos alunos, em cadastro, para facilitar localização dos responsáveis pelos alunos quando se fizer necessário. Incentivar professores a participarem de projetos. Participar das reuniões do Conselho Escolar, sempre que se fizer necessário, assim como também trabalhar conjuntamente com a A.P.M.F., participando como membro titular ou suplente, mediante escolha entre seus pares ou convocação. Além de dar suporte administrativo à organização e execução das atividades propostas, auxiliar no que se fizer necessário, dentro das competências e do compromisso dos profissionais. 5.5 CORPO DOCENTE No presente ano letivo, além das atividades desenvolvidas em sala de aula, ligadas aos diferentes conteúdos de cada disciplina, os docentes do colégio vem desenvolvendo com todas as turmas de 6º a 9º ano vários projetos, no entanto ainda enfrentam dificuldades quanto ao tempo para planejamento, espaço físico restrito para atendimento ao aluno e ao desenvolvimento das atividades, além de uma maior integração entre os docentes, funcionários e alunos envolvidos. Os professores apresentam a consciência e o compromisso de continuarem ofertando, dentro das possibilidades, ensino de qualidade, abordando conteúdos que façam sentido para o momento presente e que ao mesmo tempo favoreçam o aprendizado de que o processo de aprender é permanente. Existe o desejo de que a escola, com o desenvolvimento de seu trabalho seja capaz de: Formar sujeitos que de alguma forma interfiram na realidade para transformá-la, além de buscarem sua própria integração ao mercado de trabalho. 80 Conscientizar o aluno da necessidade de aprender, proporcionando ao aluno condições para que esse se desenvolva de forma integral, construindo significados e estabelecendo relações sobre os conteúdos que fazem parte da aprendizagem, bem como construção de valores morais, éticos, políticos e culturais. De forma Interdisciplinar trabalhar a história do bairro, fotografias, cores, entre outros. Levantamento de obras, esculturas etc. revitalização da praça ao lado do colégio, contextualizá-la na formação do bairro. Trabalhar o incentivo a mudança de comportamento conflituoso. Reflexão sobre a condição de vida buscando transformações, sempre que possível para melhor. Desenvolvimento da socialização entre a comunidade escolar, Participação mais efetiva da comunidade escolar e da comunidade local. 5.6 PROFESSOR - CELEM Cabe ao professor, em uma ação conjunta, com a direção e equipe pedagógica, empenhar-se de forma comprometida, visando alcançar uma prática pedagógica condizente com o que apresenta o Projeto Político Pedagógico e a Proposta Curricular da Disciplina. Entendendo ainda que, o envolvimento dos pais com a vida escolar de seus filhos propicia ao professor a oportunidade de aproximação da realidade extraescolar em que vivem seus alunos. De acordo com as DCE “o professor deve considerar a diversidade de gêneros existentes e a especificidade do tratamento da Língua Estrangeira na prática pedagógica, a fim de estabelecer critérios para definir os conteúdos específicos para o ensino”. (DCE, 2008, p. 31) “Propõe-se que, nas aulas de Língua Estrangeira Moderna, o professor aborde os vários gêneros textuais, em atividades diversificadas, analisando a função do gênero estudado, sua composição, a distribuição de informações, o grau de informações presente ali, a intertextualidade, os recursos coesivos, a coerência e, somente depois de tudo isso, a gramática em si. Sendo assim, o ensino deixa de priorizar a gramática para trabalhar com o texto, sem, no entanto, abandoná-la.” (DCE, 2008, p.33) A diversidade na LDB 9394/96, entendida como orientação legal para a construção das diretrizes curriculares nacionais, em seu artigo 26, confere liberdade 81 de organização aos sistemas de ensino, desde que se orientem a partir do eixo central: Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base comum nacional que será complementada em cada sistema de ensino e em cada escola, por uma parte diversificada, valorizando-se características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da população atendida. Desafios educacionais tais como: História e cultura afro, educação do campo, educação indígena, ECA, Estatuto do Idoso, diferentes formas de discriminação, condutas típicas, Lei Maria da Penha, educação ambiental, entre outras, são questões que envolvem justiça social e que considera o mundo do trabalho para além da teoria do capital humano. Assim entendida, assumir a diversidade é posicionar-se contra as diversas formas de dominação, exclusão e discriminação. É entender a educação como um direito social e o respeito à diversidade no interior de um campo político. Ainda de acordo com a DCE, “é importante que o aluno tenha acesso a textos de várias esferas sociais: publicitária, jornalística, literária, informativa, etc.” (DCE, 2008, p.33) “A língua será tratada de forma dinâmica, por meio de leitura, de oralidade e de escrita que são as práticas que efetivam o discurso”. (DCE, 2008, p.30) O professor deverá buscar nas atividades ligadas a leitura o objetivo de trazer um conhecimento de mundo que permita ao leitor elaborar um novo modo de ver a realidade, na produção de textos, um processo dialógico ininterrupto, enquanto que na oralidade aprender a expressar idéias em LEM mesmo com as limitações individuais. (DCE, 2008, p.36-37) Ainda cabe ao professor participar de forma responsável do desenvolvimento de uma linha de trabalho comum aos docentes visando a: • Elaboração de materiais didáticos e planejamento das atividades a serem desenvolvidas, com antecedência; • Tornar o ambiente da sala de aula atrativo; • Ter bom relacionamento com os alunos e pais de alunos; • Ter bom relacionamento entre os professores, pedagogos, secretaria, administração e serviços gerais; • Atualizar-se através de leituras e grupos de estudo; • Motivar o interesse, o esforço e a responsabilidade dos alunos; • Disciplinar os alunos para um bom relacionamento entre professores, funcionários e alunos; 82 • Complementar os conteúdos através de atividades extra-classe, passeios, visitas, entre outros; • Procurar acompanhar a situação familiar dos alunos problemáticos encaminhando-o ou buscando sugestões caso necessário; • Desenvolver por meio de debates o senso crítico, a criatividade e a curiosidade dos alunos; • Diagnosticar o nível de cada aluno dentro do processo ensino- aprendizagem, tendo em vista sua evolução. 5.7 Estágio Não-Obrigatório Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da Instrução 006/2009 SUED/SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. 6. PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 6.1 Disciplina: Arte Ementa O ensino da Arte tem a preocupação de conscientizar o aluno, da importância da Arte no dia-a-dia, levando em conta os grandes registros deixados por civilizações antigas e que estão presentes até hoje na nossa história. E também capacitar o aluno na visualização e identificação de obras e registros da arte com seu contexto histórico e sua capacidade de criação. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Ensino Fundamental: Elementos básicos das linguagens artísticas, produções e manifestações artísticas, elementos contextualizadores. 83 Ensino Médio: Elementos formais, composição, movimentos e períodos, tempo e espaço. Objetivos • Realizar produções artísticas individuais ou coletivas, nas diferentes linguagens, refletindo e compreendendo os diferentes processos produtivos, como manifestações sócio culturais e históricas; • Apreciar produções de artes em suas várias linguagens, desenvolvendo a análise estética em conhecimento a fim de compreender o caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico, psicológico e tecnológico, entre outros; • Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações de arte em suas múltiplas linguagens; • Possibilitar manifestações musicais, incluindo músicas de outras culturas; • Adotar atitudes de respeito mútuo, justiça e solidariedade e diálogo entre as pessoas; • Conhecer de modo integrado as noções básicas sobre o meio ambiente do ponto de vista local, regional, nacional e internacional; • Compreender a saúde como direito de cidadania adotando hábitos de auto cuidado, respeitando o limite do próprio corpo, protegendo-se da exploração presente em determinados relacionamentos, inclusive sexuais; • Identificar os problemas e possíveis soluções, repudiando todas as formas de discriminação e desvalorização de tipos de trabalho, incluindo a exploração do trabalho infanto-juvenil; • Reeducar as relações étnicas raciais e decidir que sociedade queremos construir e desfazer mentalidade racista e discriminadora. Conteúdos: • Qualidades plásticas de forma e espaço, Elementos visuais, Qualidades plásticas, Composição biodimensional, Composição tridimensional, Historia da arte, Teatro, Música. 84 Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental Qualidade plástica de Forma e Espaço: • Posição (anterior e posterior), Proporção (das partes com o todo), Movimento (tensão), Pontos de vista (frontal); Elementos Visuais • Ponto, Linha, Plano,Textura (própria e produzida), Cores, Qualidades Plásticas, Equilíbrio, Harmonia. Composição Bidimensional • Desenho, Pintura, Mural Vitral, Gravura, História em quadrinhos, Composição Tridimensional, Modelagem, Escultura, Maquete, Móbile, Estábile. História da Arte • História da arte no Brasil, Semana da arte moderna, Movimentos modernistas, Cultura afro-brasileira/ etnias raciais, Folclore. Teatro • História do teatro (personagens), Espaço cênico (expressão verbal e gestual), Apresentação de uma peça de teatro infantil. Música • Qualidade do som, Classificação do som, Construção de instrumentos musicais, Música (popular e folclórica). 7º ano do Ensino Fundamental Qualidades plásticas da forma e espaço • Posição (anterior e exterior), Proporção (relação das partes como todo). Movimento (peso), Ponto de vista (frontal, topo e perfil) Elementos Visuais • Ponto, Linha, Plano, Volume, Luz (contraste), cromáticas),Textura (própria e produzida). Qualidades plásticas • Equilíbrio, Harmonia, Dinâmica Composição Bidimensional Datas Comemorativas • Desenho, Pintura, Mural, Mosaico, Vitral, Gravura Cor (escalas 85 Composição Tridimensional • Escultura, Modelagem, Maquete, Estruturas de encaixe História da Arte • Arte Rupestre, Arte Egípcia, Arte Grega , Arte Romana, Cultura afrobrasileira brasileira / etnias raciais, Folclore Teatro •História do teatro, Personagens, Espaço Cênico, Limitações, Representações de peças teatrais Músicas • Elementos sonoros, Qualidades sonoras, Utilização dos elementos sonoros Movimentos corporais em relação a tempo e espaço 8º ano do Ensino Fundamental Elementos Visuais • Ponto (localização), Linha (direção e posição), Plano (limites), Volume (desdobramento), Luz (claro e escuro), Cor (tonalidade), Textura (própria e produzida) Composição Bidimensional • Retrato, Paisagem, Natureza morta, Propaganda, Fotografia, Desenho Pintura Composição Tridimensional • Módulo, Escultura, Maquete, Estrutura de encaixe História da Arte • Arte Cristã, Arte Bizantina, Arte Romântica, Cultura afro—brasileira / etnias raciais, Folclore Teatro • História do teatro, Personagens, Espaço cênico, Ação dramática, Mímica. Música • Elementos sonoros, Qualidades sonoras, Movimentos corporais em relação ao espaço, Dinâmica, Intensidade do movimento e movimento com velocidade variada, Instrumentos musicais. 86 9º ano do Ensino Fundamental Qualidades plásticas • Simetria, Assimetria, Rítmo, Equilíbrio, Peso, Harmonia Elementos Visuais • Ponto, Linha, Volume, Cor, Textura, Luz e sombra Composição Bidimensional e tridimensional • Desenho, Pintura, Propaganda, Paisagem, Escultura, Modulo, Estrutura de encaixe História da Arte • Neoclássica, Romântica, Bizantina, Movimentos modernistas, Cultura afro-brasileira / etnias raciais, Folclore Teatro Ação dramática a partir de: • Temas folclóricos, Musicais, Textos literários, Poesias Personagens poderão representar: • Teatro de arena, Teatro de vanguarda,Teatro romântico Música • Folclórica, Populares, Atuais, Diferenças culturais 1º ano Ensino Médio • História da Arte – do Paleolítico ao Neolítico • Arte no Egito, Arte na Grécia, Arte em Roma, Arte Pré-Colombiana, Arte Oriental • Arte Africana, Arte Medieval, Renascimento Barroco, Teatro, Música Clássica 2º ano Ensino Médio • O Neoclassicismo e o Romantismo, O Realismo, Movimento das Artes e Ofícios, O Impressionismo, O Expressionismo, O Cubismo, O Abstracionismo • Futurismo, Dadaísmo, Surrealismo, Op Art e Pop – Art • Teatro (ação dramática),Teatro com temas: folclóricos, musicais, poesias e textos • Música Contemporânea 87 3º ano Ensino Médio • Op Art e Pop – Art, Arte da sociedade industrial, Pré – História brasileira, A Arte dos índios brasileiros, O Barroco no Brasil, Movimento modernista do séc. XX, Semana da Arte Moderna, Arte Contemporânea • Teatro • Arte engajada, Arte Paranaense, Rap, Funk, Techo, Música Serial Hip – Hop, Dança Moderna OBS: trabalhar de acordo com o período da história – pintura, escultura, música, dança, teatro e arquitetura. Metodologia Produções artísticas através de expressões plásticas • Analise dos elementos plásticos nas obras de arte • Identificação dos elementos plásticos e sua produção artística • Identificação dos elementos do teatro e sua relação e organização • Elaboração e confecção do espaço cênico • Elaboração e confecção da sonoplastia • Prática do teatro com linguagem e ensaio • Identificação dos elementos musicais e produções sonoras • Composição dos diferentes gêneros musicais e formais • Analise da composição musical • Introduzir música na parte teatral • Releitura de imagens ( pintura e escultura) • Análise de vídeos com conteúdos referentes a diferentes • Trabalhos elaborados através das principais datas comemorativas Avaliação A avaliação no processo de ensino e aprendizagem de arte precisa ser realizada com bases nos conteúdos, objetivos e orientação do projeto educativo na área e tem três momentos para sua concretização: 88 • A Avaliação pode diagnosticar o nível de conhecimento artístico e estético dos alunos, nesse caso costuma ser prévia a uma atividade; • A Avaliação pode ser realizada durante a própria situação de aprendizagem, quando o professor identifica como o aluno interage com os conteúdos e transforma seus conhecimentos; • A Avaliação pode ser realizada ao término de um conjunto de atividades que compõem uma unidade didática para analisar como a aprendizagem ocorreu. • A Avaliação pode ser realizada diariamente com atividades em sala, trabalhos individuais ou em grupos, levando em conta o interesse, a participação, a pontualidade, a organização, a assiduidade e a criatividade. Bibliografia PARANA Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de primeiro grau. Currículo Básico para a escola pública do Paraná. Curitiba, SEED:1992 PROENÇA, G. História da Arte. São Paulo: Ática, 2003 6.2 Disciplina: Biologia Ementa A Biologia se constitui como conhecimento e percebe-se que o objeto de estudo disciplinar sempre esteve pautado pelo fenômeno vida, influenciado pelo pensamento historicamente construído, correspondente a concepção de ciência de cada época e a maneira de como conhecer a natureza. Através de suas implicações sociais, políticas, econômicas e ambientais, que envolvem a apropriação desse conhecimento biológico pela sociedade, sendo capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento priorizando o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos e propiciando reflexão constante sobre as mudanças e tais conceitos em decorrência de questões emergentes. 89 Objeto de estudo da disciplina: O Fenômeno da vida: Pensamento biológico descritivo, pensamento biológico mecanicista, pensamento biológico evolutivo, pensamento biológico de manipulação genética. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Organização dos seres vivos, Mecanismos biológicos, Biodversidade, Implicações dos avanços biológicos no fenômeno da vida. Objetivos Abordar de forma integrada conceitos oriundos das diversas ciências de referência da biologia com um aprofundamento conceitual e reflexivo para significado dos referidos conteúdos. Conteúdos : 1° Ano Ensino Médio Características e organização dos seres vivos, Citologia (Célula animal e vegetal), Fotossíntese, fermentação e respiração, Ácidos nucléicos (DNA e RNA) Divisão celular (Mitose e Meiose), Origem da vida, Histologia (tipos de tecidos e funçôes), Reprodução Animal, Embriologia 2° Ano Ensino Médio - Sistema de classificação dos seres vivos, Vírus (Características gerais, Doenças- Agente etiológico, transmissão, prevenção, manifestações) - Reino Monera, Reino Fungi, Reino Protista, Reino Animalia (Poríferos e Cnidários), Reino Animalia (Platelmintos), Reino Animalia (Nematódeos) Reino Animalia (Anelídeos) Reino Animalia ( Moluscos) Reino Animalia Reino Animalia( Equinodermos), (Artrópodes), Reino Animália (Cordados, protocordados, peixes, anfíbios), Reino Animalia (Répteis, Aves e 90 Mamíferos), Reino Plantae (Briófitas), Reino Plantae (Pteridófitas) Reino Plantae (Gimnospermas), Reino Plantae (Angiospermas) 3°Ano Ensino Médio - Genética (histórico e terminologia) - 1ª Lei de Mendel- experimentos de Mendel e suas conclusões, Noções de probabilidade , Monoibridismo com dominância completa ( Herança autossômica dominante e recessiva), Monoibridismo com dominância incompleta; genes letais e sub-letais; produção de gêmeos), Alelos múltiplos (Polialelia) , Grupos Sanguíneos do Sistema ABO, 2ª Lei de Mendel (diibridismo, triibridismo e poliibridismo), Interação gênica , Herança quantitativa ( Multifatorial e Poligênica) Pleiotropia, Linkage (ligação fatorial ou Ligação gênica), Herança sexual, Herança ligada ao sexo, restrita ao sexo, influenciada pelo sexo, Mutações cromossômicas numéricas e estruturais, Mutações gênicas, Engenharia genética. Evolução, Ecologia. Metodologia - Aula expositiva-dialogada, Resolução de atividades do livro adotado e outros; - Trabalhos individuais ou em grupos, Aulas práticas no laboratório de Biologia; - Projeção de filmes de vídeo, Atividades extra-classe Avaliação - Provas bimestrais dos conteúdos estudados - Trabalho e atividades em sala, no laboratório e tarefas - Conceito (comportamento e assiduidade) Bibliografia Carvalho, Wanderley. Biologia em Foco, volume único.2.ed.São Paulo. Favareto, José Arnaldo; Mercadante Clarinda. Biologia, Volume único.São Paulo.ed. Moderna,2003. 91 Amabis e Martho. Biologia dos Organismos.2.ed.São Paulo. Ed. Moderna,2004. 6.3 Disciplina: Ciências Ementa: O objeto de estudo da disciplina de Ciências são os fenômenos naturais (físicos, químicos e biológicos). O currículo de Ciências permite aos alunos estabelecer relações entre o mundo natural (conteúdo e ciência), o mundo construído pelo homem (tecnologia) e seu cotidiano (sociedade). Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Corpo humano e Saúde, Ambiente, Matéria e Energia, Tecnologia. Objetivo • Compreender a constituição e origem do universo; • Conhecer as característica dos seres vivos; • Distinguir as adaptações dos seres vivos e suas estratégias reprodutivas e de comunicação; • Utilizar os conceitos sobre saúde, sexualidade e ambiente em beneficio próprio e da coletividade; • Saber os conceitos sobre energia, matéria e sua relações diretas com a existência da vida; • Entender as mudanças corporais e comportamentais da adolescência; • Compreender que todos os seres vivos são constituídos por uma ou mais células, identificando suas partes e diferenciando a célula animal da vegetal; • Compreender os diferentes níveis de organização dos seres vivos; • Conhecer as características básicas e comuns aos seres vivos; 92 • Entender a reprodução como garantia da perpetuação da espécie, diferenciando os tipos de reprodução; • Compreender o conceito de gene como responsável na transmissão hereditária; • Conhecer o desenvolvimento da teorias evolucionistas de Darwin Lamarck; • Identificar as variações do ambiente como fatores do processo evolutivo; • Reconhecer os fósseis como instrumento para o estudo da evolução; • Conhecer o desenvolvimento das teorias da Abiogenese e Biogenese; • Conhecer os cinco reinos dos seres vivos e o processo de classificação para agrupá-los; • Conhecer a estrutura de um vírus, as principais doenças causadas por vírus e as vacinas usadas para evitar as viroses; • Conhecer as características básicas dos seres vivos que constituem os reinos: monera, protista e fungi; • Conhecer as principais doenças causadas por bactérias, fungos e protozoários; • Conhecer as características básicas dos filos que compoem os invertebrados e vertebrados; • Conhecer os diferentes (digestório, respiratório, excretor e etc) dos animais, através de estudo comparativo; • Compreender o ciclo vital, a transmissão e a profilaxia das doenças causadas por platelmintos e nematelmintos; • Identificar as características dos vegetais em seus diferentes grupos; • Distinguir angiospermas e gimnospermas; • Identificar vegetais menos complexos (briófitas e pteridófitas); • Conhecer os principais grupos de algas e sua importância nos ecossistemas aquáticos; 93 • Reconhecer as adaptações morfológicas e fisiológicas dos vegetais, entendendo a importância de suas principais funções (fotossíntese, respiração, transpiração, gustação e seus processos reprodutivos); • Identificar as diferenças entre os diversos ecossistemas terrestres; • Identificar as diferenças entre os ambientes marinhos e de água doce; • Compreender a importância dos elementos do ecossistema e a importância da preservação do meio ambiente. Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental Astronomia Vida e ambiente - Condições para a vida - Ecossistema e habitat - Troca de Energia - Alterações do ambiente O ar e o meio ambiente - Composição do ar - Doenças transmitidas pelo ar - Previsão do tempo Água e o meio ambiente - Estados físicos - Tipos de agua - Fonte de energia - Agua poluída e contaminada - Doenças relacionadas à água Rochas, minerais e solo - Camadas da Terra - Tipos de rochas - Tipos de solo 94 - Combate à erosão - Doenças relacionadas ao solo Recursos Naturais - Recursos renováveis e não-renováveis 7º ano do Ensino Fundamental Astronomia - universo; - sistema solar; - movimentos celestes e terrestres; - astros; - origem e evolução do universo; - gravitação universal. Matéria - Constituição da matéria. - Propriedades da matéria. SISTEMAS BIOLÓGICOS - Célula animal e célula vegetal e suas organelas. - Tecidos, Órgãos, Sistemas. - Respiração: aeróbica e anaeróbica. - Nutrição: heterotrófica e autotrófica. - Reprodução: sexuada e assexuada. ENERGIA - Formas de energia. - Obtenção de energia: Fotossíntese. - O Conversão de energia. - Transmissão de energia: energia dos alimentos. BIODIVERSIDADE - Organização dos seres vivos. - Sistemática. - Ecossistemas. - Interações ecológicas. - Origem da vida. 95 - Evolução dos seres vivos. 8º ano do Ensino Fundamental • Alimentos. • Substâncias orgânicas. • Substâncias inorgânicas. • Sistema digestório. • Sistema Sensorial: • Visão. • Auditivo. • Olfativo. • Gustativo. • Tato. • Doenças relacionadas aos órgãos dos sentidos. • Pessoas com necessidades educacionais especiais: visual, auditivo, motora, mental. • Sistema Circulatório: • Sangue. • Coração e vasos sanguíneos. • Grupos Sanguíneos: • Sistema ABO e Fator Rh. • Pressão sanguínea. • Sistema Respiratório: • Órgãos envolvidos. • Trocas gasosas. • Poluição atmosférica. • Sistema Nervoso: • Neurônio. • Encéfalo. • Sistema Nervoso Central. • Sistema Nervoso Periférico. 96 • Sistema Autônomo. • Drogas. • Bebidas alcoólicas. • Sistema Endócrino: • Glândulas. • Sistema Exócrino: • Glândulas. • Sistema Urinário: • Masculino. • Feminino. • Doenças relacionadas aos Sistemas endócrino, exócrino e urinário. • Sistema Reprodutor: • Feminino: • Órgãos envolvidos. • Ovulação. • Ciclo Menstrual. • Masculino: • Órgãos envolvidos. • Tipos de parto. • Aborto. • Clonagem. • Projeto Genoma. • Terapia Gênica. 9º ano do Ensino Fundamental • MATÉRIA: • Propriedades da matéria: • Compressibilidade. • Elasticidade. • Impenetrabilidade. • Indestrutibilidade. 97 • Inércia. • Massa e Peso. • Unidades de medida de massa e volume. • Estados físicos da matéria. • Mudanças dos estados físicos da matéria. • QUÍMICA: • ESTRUTURA BÁSICA DO ÁTOMO: próton, elétron (eletrosfera) e nêutron • Modelos atômicos: Dalton, Thompson, Rutherford e Bohr. • ELEMENTO QUÍMICO E ÍON: • Classificação dos elementos químicos: metais, não-metais e gases nobres. • NÍVEIS ELETRÔNICOS: K, L, M, N, O, P, Q. • Substâncias Simples e compostas. • Ligações químicas: ligação eletrovalente e covalente. • Aplicação dos não-metais e dos gases nobres. • Utilização das substâncias químicas nas indústrias: substâncias orgânicas, inorgânicas, sintéticas • REAÇÕES QUÍMICAS: • Velocidade das reações químicas. • Enzimas. • LEIS DAS REAÇÕES QUÍMICAS: • Lei de Lavoisier. • Lei de Proust. • ÁCIDOS: características exemplos. • BASES: características exemplos. • SAIS: características exemplos. • MISTURAS. • Fracionamento das misturas entre sólidos. Fracionamento das misturas entre líquidos. • FÍSICA: • ENERGIA: • Energia e suas manifestações: calor, som, luz, eletricidade e eletromagnetismo. 98 • Formas de energia: Mecânica, acústica, termologia, óptica e eletromagnetismo. • CONVERSÃO DE ENERGIA: • Usina eólica. • Usina térmica. • Usina hidrelétrica. • Usina nuclear. • Conservação de energia. • FONTES DE ENERGIA: • Renováveis e não-renováveis. • ESTUDO DAS ONDAS: • Classificação das ondas quanto à natureza: Ondas mecânicas e ondas eletromagnéticas. • Elementos de uma onda: cristas, vales, comprimento de onda, amplitude e freqüência (Hertz, quilohertz e megahertz). • ENERGIA SONORA: • Reflexão do som: eco e reverberação. • Ultrassom, Infra-som. Elementos do som: timbre, intensidade, altura. • ENERGIA LUMINOSA: • Fontes naturais e Fontes artificiais. • Corpos luminosos e Corpos Iluminados. • Espectro de comprimento de onda. • Corpos transparentes, Translúcidos e Opacos. • Propagação da luz: eclipses do Sol e da Lua. • Velocidade de propagação. • Refração da luz. • Espelhos: plano, esférico côncavo e esférico convexo, • Reflexão da luz. • Lentes: Convergente e Divergente. • RADIOATIVIDADE: • Desintegração radiativa. 99 • Efeito da radiatividade sobre os organismos. • Fissão nuclear. • Fusão nuclear. • Eletromagnetismo. • 20 DE NOVEMBRO: DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Metodologia: Atividades práticas de sala de aula e de laboratório, vídeos, mostra de trabalhos, pesquisa, feira de ciências, discussão dos temas, resolução de exercícios, trabalho dirigido individual ou em grupo, jogos, tabela, gráficos, produção de cartazes. Os alunos aprendem melhor conteúdos relacionados ao seu dia-a-dia que envolvem conceitos de medicina, tecnologia, meio ambiente, saúde pública, sexualidade, entre outros. As Diretrizes Curriculares propõe que os conteúdos e as práticas educativas da disciplina contemplem os aspectos éticos, sociais, morais, econômicos, políticos, ambientais, tecnológicos, históricos, religiosos e culturais, de modo que o aluno construa seu conhecimento científico, tornando-o capaz de interferir na construção de uma sociedade mais democrática. A importância de se ensinar a disciplina encontra-se presente na promoção da alfabetização científica, ou seja, aquisição de conhecimentos que possibilite ao aluno tornar-se um cidadão crítico, reflexivo, agente transformador da realidade que o cerca. Avaliação: • Observação do processo de aprendizagem, no dia-a-dia da sala • Observação das atividades produzidas pelos educandos, como de aula. resumos, cartazes, trabalhos individuais ou em grupo. • Avaliações objetivas e subjetivas. • Relatórios referentes às atividades práticas, das de campo, filmes e vídeos. 100 • Avaliação das atividades práticas dos educandos. Bibliografia: ALVARENGA, J. P. ; PEDERSOLI, J. L. ; FILHO, M. A. A. ; GOMES, W. C., CIÊNCIAS NATURAIS NO DIA A DIA. 7ª série. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 2000. BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson Roberto. OS SERES VIVOS – 5ª a 8ª séries. São Paulo: Ática, 1997. COSTA, Alice, CIÊNCIAS E INTERAÇÃO - 7ª série. Curitiba: Positivo, 2006. CRUZ, Daniel. Ciências & Educação Ambiental - 5ª a 8ª séries. São Paulo: Ática, 2002. Gowdak, Demétrio; Martins, Eduardo. CIÊNCIAS NOVO PENSAR - 8ª série. São Paulo: FTD, 2006. Diretrizes Curriculares de Ciências. Diretrizes Curriculares de Biologia. 6.4 Disciplina: Educação Física Ementa Disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal do movimento, formando e instrumentalizando o sujeito para, através de participação em jogos, esportes, dança, lutas, ginástica usufruir de benefícios que possibilitem uma melhor qualidade de vida. O estudo desse conhecimento visa apreender a expressão corporal como linguagem. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Ensino Fundamental: Movimento corporal humano, manifestações esportivas, manifestações ginásticas, jogos, brincadeiras e brinquedos, dança e teatro. 101 Ensino Médio: Ginástica, Jogos, dança, lutas, esporte. Objetivos • Participar de atividades corporais, reconhecer e respeitar características físicas e desempenho motor sem discriminar caracteristicas e aptidões físicas de si e dos outros; • Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações de cultural corporal do Brasil e do mundo, percebendo como recurso valioso; • Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas repudiando qualquer espécie de violência; • Adotar hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando sobre sua própria saúde e melhoria da qualidade de vida; • Reconhecer condições de trabalho que comprometam o processo de crescimento e desenvolvimento; • Conhecer diversidade de padrões de beleza e estética corporal que existem nos diversos grupos sociais, analisando criticamente tais padrões divulgados pela mídia, evitando assim o consumismo e o preconceito; • Participar de atividades esportiva, reconhecendo como uma necessidade básica e direito do cidadão; • Reconhecer a importância da atividade motora frente a possibilidade de redução do risco de aparecimento das doenças degenerativas; • Distinguir efeitos gerais e específicos sobre o organismo aos diferentes esforços físicos, reconhecendo limites; • Abordar questões como orientação sexual, ética, saúde, violência, exclusão, preconceitos; • Consumo de álcool, fumo e drogas, sobre o organismo trabalho; • Conceitos básicos relacionados a nutrição e saúde; • Etiologia da obesidade, nutrição, controle do peso. Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental 102 • Jogos Populares Bola Queimada Pega Bandeira • Esporte( coletivos e individuais) Futsal Basquete Volei Atletismo • Danças Populares: Quadrilha • Ginastica: Ginástica Ritmica • Lutas: Capoeira 7º ano do Ensino Fundamental Esporte coletivo Handebol : Dribles, passes, arremessos, fintas, progressões. Jogo propriamente dito. Futsal: Domínio e condução da bola, chutes, passes, dribles. Jogo propriamente dito. Estudo de regras. Voleibol: Manchete, toque, saque, movimentação e colocação na quadra para recepção do saque e defesa das cortadas. Jogo propriamente dito. Estudo das regras. Basquetebol: Passes e recepção, condução de bola, arremesso bandeja. Estudo do sistema de táticas. Jogo propriamente dito. Estudo de regras. Xadrez – distribuição das peças no tabuleiro, movimentação e funções daspeças. Ginástica – importância, evolução, tipos e hábitos posturais. Danças diversas. Cálculo da zona de treinamento e frequência cardíaca. Exercício físico e esporte. Exercício físico na promoção da saúde. Vantagens de exercitar os músculos. 103 Fadiga muscular e cãimbras. 8º ano do Ensino Fundamental Capacidades Físicas: Resistência Aeróbia e Anaeróbia, força, flexibilidade e velocidade; Atividades que envolvem componentes da aptidão física relacionadas a saúde; Handebol: Estudo dos sistemas; Táticas, passadas e arremessos; Progressões; Fintas; Estudo de regras; Práticas do jogo. As atividades mais indicadas na promoção da saúde. Futsal: Chutes, fintas, passe, drible, condução de bola, marcação e desmarcação; Prática de jogo; Estudo de regras. Orientações para praticar exercícios físicos corretamente e evitar complicações; Controle da intensidade do esforço físico; Atividade física e hidratação. Voleibol: Toque, saque, manchete, cortada; Bloqueio simples; Cobertura de bloqueio; Estudo de regras; Estudo dos sistemas; Táticas; Prática do jogo. A ciência da caminhada; Resistência Cardiorespiratória; Flexibilidade; Resistência Muscular Localizada. Basquetebol: Passes, dribles, arremessos, bandeja; Estudo de regras; Prática do jogo; Estudo dos sistemas; Táticas, marcação individual, zona, 2.1.2; Xadrez. 9º ano do Ensino Fundamental ATLETISMO: Corridas, saltos e arremessos; organização e regras; Histórico. VOLIBOL: Regras e fundamentos básicos; jogo; histórico. JOGOS RECREATIVOS, SENSORIAIS E SOCIABILIZANTES. DANÇA: Dança típica e ritmos. 104 GINÁSTICA: Alongamento; atividades de percepção e domínio corporal; a ginástica como recurso para melhoria de coordenação motora; Corpo e movimento: ossos e músculos. 1° Ano Ensino Médio FUTSAL: Regras, fundamentos básicos, jogo. VOLEIBOL: Regras e fundamentos básicos; jogo; contexto histórico e social do esporte. JOGOS E BRINCADEIRAS: Cooperativos e sociabilizantes; diferença entre competição e participação; assimilação de regras e organização. DANÇA: Coreografias/ensaios; dança como expressão corporal; recortes de contextos históricos, sociais e econômicos da dança através dos tempos. GINÁSTICA: Alongamento; ginástica de academia; treinamento desportivo e seu contexto social; mídia X corpo ideal X saúde; distúrbios em busca de padrões estéticos. ATLETISMO: Histórico; provas; regras básicas. 2° Ano Ensino Médio BASQUETE: Regras básicas, fundamento, jogo. FUTEBOL: Regras básicas, fundamentos, jogo. VOLEIBOL: Influência da mídia no voleibol; fair play; fundamentos e regras básicas, jogo. JOGOS E BRINCADEIRAS: Jogos sociabilizantes e pré-desportivos. Brincadeiras de rua, folclóricas, regras de organização. Análise de preceitos éticos dos jogos. Abordagem histórico-crítica. DANÇA: Histórico; dança como forma de expressão cultural e social; coreografias e ritmos. GINÁSTICA: Consciência do esquema corporal; atividade aeróbica; alongamento; escultura corporal; padrões de beleza e saúde. ATLETISMO: Histórico; provas; regras básicas. 3° Ano Ensino Médio 105 VOLEIBOL: Regras/táticas/jogo/fair play; diferença entre esporte escolar e esporte de rendimento; fundamentos: saque, manchete, toque, cortada, bloqueio. JOGOS E BRINCADEIRAS: Cognitivos, sociabilizantes; jogos de salão: xadrez, dama, dominó. Brincadeiras de rua. Assimilação de regras e preceitos éticos na organização de um jogo. DANÇA: Dança como forma de expressão social e cultural; histórico; ritmos e pequenas coreografias. GINÁSTICA: Alongamento; escultura corporal; ginástica de academia – prós e contras; mídia de beleza do corpo. BASQUETE: Teoria e prática; fundamentos; regras básicas. FUTSAL: Teoria e Prática; fundamentos; regras básicas. Metodologia: - Trabalhos em sala de aula. - Atividades lúdicas. - Atividades práticas relacionadas com o conteúdo que se está estudando, coletivas, individuais. - Leitura, análise, discussão, reflexão e vivência dos temas. Avaliação: Através da observação diária, pretende-se avaliar se o aluno demonstra segurança para experimentar, tentar e arriscar situações propostas em sala de aula ou situações cotidianas de aprendizagem. Se o aluno participa adequadamente das atividades respeitando regras e organização com empenho quanto a utilização de movimentos adequados. A verificação dar-se-á através de provas teóricas, trabalho escrito, cartazes, pesquisa, competições, jogos e brincadeiras. Os processos de avaliação deverão possibilitar ao professor, ao aluno e a família parâmetros de como se deu o processo de ensino aprendizagem nos seguintes aspectos: Também observar como o aluno realiza as práticas da cultura corporal do movimento e como participa de diferentes manifestações culturais envolvendo datas comemorativas e demais atividades.. Pretende-se avaliar se o 106 aluno realiza as atividades, agindo de maneira cooperativa, utilizando formas de expressão que favoreçam a integração grupal, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade, ou seja: • Observação • Avaliação escrita. • Trabalhos em sala de aula. • Participação nas atividades práticas. • Trabalhos de pesquisa • Apresentações dos trabalhos. • Avaliação formativa: assiduidade/ uniforme/ participação/ aprendizagem/ respeito a regras. Bibliografia: COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo. Cortes, 1992. OLIVEIRA, A A B. PALMA, A T V. PALMA, J A V. Educação Física e a organização curricular. Londrina. Eduel, 2010. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros currciculares nacionais. Brasília. Autor, 1997. PARANÁ. Governo do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Paraná. Autor, 2008. SEED, Diretrizes Curriculares do Ensino da Educação Física 6.5 Disciplina: Ensino Religioso Ementa: A disciplina de Ensino Religioso no ensino fundamental possibilita o conhecimento da diversidade cultural, das diferentes populações humanas e a compreensão sobre si e sobre outro. Dessa forma, é preciso realizar a contextualização da produção cultural humana sobre o fenômeno religioso. O fundamental com o ensino da diversidade cultural é combater o preconceito e incentivar o respeito e a liberdade às opções religiosas e também 107 contribuir, de forma extensiva, para a convivência pacífica dos grupos que compõem a sociedade. O Ensino Religioso está presente nas séries iniciais do ensino fundamental, 6º e 7º ano, a fim de aproximar os alunos de temas como, as organizações religiosas, os lugares sagrados, textos e símbolos religiosos. E ainda, temporalidade, festas e ritos sagrados, entre outros conteúdos básicos estruturantes. Além dos temas já citados, é pertinente que o professor desenvolva os aspectos éticos e democráticos afetos ao conhecimento sócio-político e cultural trabalhados nos conteúdos de Ensino Religioso. É importante realizar a reflexão e a socialização do conhecimento religioso proporcionando o respeito e o convívio com o diferente. Considerando as necessidades do público que pretende-se atingir, alunos de 6º e 7º ano da rede pública, o Ensino Religioso desempenha a tarefa de revelar princípios contidos na diversidade religiosa, destacando os valores humanos produzidos culturalmente. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Objetivos do Ensino Religioso - Possibilitar ao aluno a compreensão da maneira pela qual se forma e se registra uma mensagem religiosa; - Descobrir a presença divina nas realidades do mundo. Como resultado das relações sociais que se completam e se conflitam de modo que se perceba nelas um elemento ativo; - Proporcionar a concepção de cidadania como uma prática transformadora, a partir da tolerância e respeito ao diferente; - Conscientizar da importância do entendimento da totalidade da diversidade religiosas, e que o objeto de estudo do ensino religiosos é o conhecimento e as possíveis explicações dos fenômenos religiosos; 108 - Entender que todas as religiões, bem como todos os sujeitos, são portadores de uma cosmo visão e essa é responsável pela maneira de ser e de agir das instituições e das pessoas no mundo. Da forma como entendemos Deus, depende nossa compreensão de religião, tradições religiosas ou religiosidade; - Valorizar autenticidade no relacionamento com as pessoas em sua fé pessoal; - Estabelecer um esquema básico de interpretação das simbologias religiosas; - Despertar a consciência da existência de multiplicidade no sagrado e no divino; - Perceber que a vida do ser humano vai além do físico. Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental - Terminologias, Conceitos e Definições do Ensino religioso; - Que é religião, Religiões semitas, Quem foi Abraão, Diferentes manifestações religiosas; - O que é animismo. - O estudo da religião como cultura, Budismo, Hinduismo. - O que é Hinduismo, Gandhi e sua importância para hinduísmo, principais deuses e textos sagrados hindus, sistema de casta hindu; - Cristianismo, origem, Bíblia sagrada, divisão no cristianismo; - Relação existe entre mito e religião. - Protestantismo; - Como definir os protestantes pentecostais? Origem do movimento; - Principais igrejas do ramo pentecostal, Definição de batismo com o espírito santo; - Marketing religioso, Forma como a mídia interfere na religiosidade do povo brasileiro; Relação entre mito e religião. 109 7º ano do Ensino Fundamental - Terminologia, conceito e definições do Ensino Religioso; - O estudo da religião como cultura, Religiões Semitas, Abraão, Diferentes manifestações religiosas, O que é Animismo. - O estudo da religião como cultura; - Budismo, Buda critica o hinduísmo, O que leva o budista dizer que Buda não é Deus; - Como é o sagrado caminho das oito vias, O que é Hinduismo. - O que é Hinduismo, Quem foi Gandhi? Qual foi a sua importância para hinduismo?; -Quais são os principais deuses e textos sagrados hindus, Como funciona o sistema de casta hindu; - Cristianismo, Como surgiu o Cristianismo, Porque a Bíblia sagrada é considerada livro importante, Que divisão há no cristianismo, Que relação existe entre mito e religião. - Ressurreição/Reencarnação; - Quais as respostas mais conhecidas para a possibilidade de vida pós morte; - Quem são e o que defendem os adeptos da ressurreição; - Porque os exemplos de Jesus é tão importante para os cristãos; - O que é ancestralidade? Como surgiu os deuses gregos?; - Como os reencarnacionistas expressam sua religiosidade; - Que relação existe entre mito e religião. Metodologia: - Análise e discussão de documentários, filmes e entrevistas; - Leitura a análise de texto, Aulas expositivas, Dramatização,Confecção de desenhos; Pesquisa bibliográfica. Avaliação: - Reflexão e análise de questões envolvendo o livro sagrado, avaliação discursiva, auto-avaliação. 110 Referência Bibliográfica: SEED - Cartilha: Diversidade Religiosa e Direitos Humanos 6.6 Disciplina: Filosofia Ementa O ensino da filosofia, como disciplina de ensino médio nas escolas públicas do estado do Paraná, tem sido amplamente discutido, principalmente a partir de 1996. A sua necessidade como disciplina autônoma, e não mais como conteúdo transversal, faz-se sentir principalmente em função do intento de possibilitar ao estudante o desenvolvimento não apenas da sua capacidade de fixar conteúdos, mas principalmente de desenvolver um estilo próprio de pensamento, priorizando a criação e a capacidade de elaborar e ressignificar conceitos. O estudante é um sujeito ativo no processo de conhecimento, e a disciplina de filosofia pretende, a partir da análise de problemas filosóficos e da história da filosofia, oferecer a este estudante subsídios para que opere seu senso crítico acima daquilo que se conhece por senso comum, capacitando o estudante para exercer sua cidadania de forma plena. Os valores da sociedade, tanto no sentido ético, como no político, estético ou epistemológico, são tratados e discutidos na disciplina de filosofia, contribuindo como forma de investigação de problemas e possibilitando que com base nessas investigações, surjam opções para ações transformadoras da sociedade. Conteúdos Estruturantes: Mito e Filosofia, Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Filosofia da Ciência, Estética. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. 111 Objetivos Pretende-se, a partir do ensino da disciplina de filosofia, munir os estudantes de elementos para que possam exercer uma cidadania plena, dominando o uso da razão como forma de elaborar um pensamento lógico, priorizando a capacidade de formação e ressignificação de conceitos, a capacidade crítica e comparativa, além de instigar o estudante a buscar por si mesmo a continuidade das reflexões fora da sala de aula. Conteúdos: 1° Ano Ensino Médio - Saber Mítico - Relação Mito e Filosofia - O Deserto do Real - Ironia e Filosofia - O Problema do Conhecimento - O problema da Verdade - Filosofia e Método - Perspectivas do Conhecimento 2° Ano Ensino Médio - A Virtude em Aristóteles e Sêneca -Ética e Felicidade - Amizade - Liberdade - Liberdade em Sartre - Em Busca da Essência do Político - A política em Maquiavel -Ética e Política - Política e Violência - A Democracia em Questão 3° Ano Ensino Médio - O Progresso da Ciência 112 - Pensar a Ciência - Bioética - Pensar a Beleza - A Universalidade do Gosto - Necessidade ou Fim da Arte? - O Cinema e uma Nova Percepção Metodologia: O ensino de Filosofia não se confunde apenas com o ensino de conteúdos. Os conteúdos são elementos mediadores fundamentais para que se possa desenvolver o ensino da Filosofia por meio da sensibilização, problematização, investigação e criação/recriação de conceitos. A diferenciação clássica apontada por Kant entre a filosofia e o filosofar guiam o educador em seu método de ensino. O ensino da filosofia enquanto história do pensamento humano é um ensino parcial da filosofia, pois, acima de tudo, ensina-se a filosofar. Para que se atinja isso, a filosofia é tratada através de problemas ou temas, e estes temas são trabalhados historicamente. O estudante, não recebe passivamente o conhecimento do educador. Este instiga o estudante a participar do processo de ensino, sendo incentivado a discutir, refletir, comparar, criticar, conceituar e ressignificar as mais importantes questões da história da filosofia. As aulas, deste modo, não se resumem ao expositivo, mas também ao diálogo, ao debate sobre temas contemporâneos, a trabalhos de interpretação de textos filosóficos e inclusive não filosóficos, demonstrando ao estudante a possibilidade de analisar de forma filosófica elementos de seu cotidiano, como filmes, revistas, Internet, entre outros. Avaliação Mais importante que a capacidade de ‘absorção’ do conhecimento, é a capacidade de refletir, criticar e problematizar o conhecimento adquirido. As avaliações, assim, pretendem analisar essa competência do estudante conjuntamente com o conhecimento mais objetivo. Serão aplicadas provas com questões objetivas e subjetivas, estas últimas instigando os alunos à reflexão. Os 113 trabalhos também apresentarão este viés reflexivo e crítico, sendo avaliada a construção dos argumentos e a problematização dos temas. Além dessas avaliações escritas, será também avaliada a participação dos alunos nos debates e discussões. Bibliografia: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2001. COTRIM, Gilberto. Fundamentos de filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2004. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Trad. João Azenha Jr. São Paulo: Cia das Letras, 1996. JAEGER, Werner. Paidéia. Trad. Artur M. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 2001. MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: história da filosofia greco-romana. 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1973. MORENTE, Manuel Garcia. Fundamentos de filosofia. Trad. Guilhermo de la Cruz Coronado. São Paulo: Mestre Jou 6.7 Disciplina: Física Ementa A Física como um campo estruturado de conhecimentos que permite a compreensão dos fenômenos físicos que cercam o mundo macroscópico. O universo como objeto de estudo da Física: sua evolução, suas transformações e as interações que nele se apresentam. Quadro conceitual da Física: Movimento, Termodinâmica e Eletromagnetismo Conceitos fundamentais: espaço, tempo, massa; calor, entropia, carga elétrica, pólos magnéticos e campos. 114 Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Objetivos: - Levar o aluno a refletir sobre o mundo das ciências – perspectiva de que o mundo não é apenas fruto da pura racionalidade científica. - Contribuir para a formação do sujeito crítico capaz de admirar a beleza da produção científica. - Compreender a necessidade do conhecimento científico para entender os fenômenos que o cerca. - Perceber influência dos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais na ciência física. Conteúdo Estruturante: Os conteúdos estruturantes podem ser organizados em 3 dimensões: 1- Movimento; 2- Termodinâmica e 3- Eletromagnetismo. Conteúdos: 1º ano Ensino Médio - Movimento, Espaço, tempo e massa (vetores e unidades), Velocidade, 1ª Lei de Newton, Impulso, 2ª Lei de Newton, Aceleração , Gravidade, Lei de Kepler, Lei da Gravitação, 3ª Lei de Newton. - Energia e principio de conservação e energia, equilíbrio, massa, fluido. 2º ano do Ensino Médio - Calor e temperatura, Escalas termométricas, Dilatação térmica dos sólidos, líquidos e gases, Capacidade Calorífica dos sólidos e gases, Calor específico; - Calor latente, Calor sensível, Calor como energia,Trabalho sobre um gás,1ª Lei da Termodinâmica, 2ª Lei da Termodinâmica, Máquinas térmicas, Variação de energia de um sistema, Trabalho, Potência e Rendimento, Ciclo de Carnot; - Entropia e 3ª lei da termodinâmica, Optica, Luz, Refração, Reflexão; - Espelhos. 115 3º Ano do Ensino Médio - Carga elétrica; -Processos de eletrização, Força eletrostática, Campo elétrico, Campo elétrico de várias cargas, Potencial elétrico,Trabalho em um campo elétrico, Campo elétrico uniforme, Corrente Elétrica,Tensão elétrica,Resistores e a Lei de Olivera Associação de Resistores, Geradores elétricos, Circuitos com Geradores reais Potência e energia elétrica, Campo magnético. Metodologia Partindo do conhecimento prévio dos alunos (seu cotidiano) e assim com a mediação do professor surge a possibilidade de ocorrer a evolução dos conceitos físicos sobre a vida do aluno. Como metodologia serão utilizadas Aula expositiva, experiência prática no laboratório, trabalho em grupo. Avaliação Será utilizado como critério de Avaliação, avaliações objetivas, dissertativas, trabalhos em grupo e individual, visando analisar se o aluno se apropriou do conteúdo. - Avaliações diárias, para observação de alguns fatores importantes: - participação e comportamento do aluno, - interesse em participação de experimentos em grupo para observação de fenômenos naturais. A recuperação de conteúdos será realizada de forma concomitante. Bibliografia BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9394/96. PARANÁ/SEED/DEB. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/2008. 6.8 Disciplina: Geografia Ementa 116 Estudo da globalização e as transformações por ela acarretadas nas escalas têmporo-espaciais nas relações de trabalho e poder, os fluxos migratórios e suas relações com o contemporâneo processo de urbanização. O movimento hegemônico e mundial denominado neoliberalismo e as suas implicações, a retomada da cartografia e a utilização dos recursos como os sistemas de Informações Geográficas (SIGs), Geografia Sócio-ambiental e Geografia Cultural. Conteúdos Estruturantes Ensino Fundamental e Ensino Médio: Relação de Trabalho; Relação de Poder; Relações Culturais. Cartografia: localização e orientação, coordenadas, fusos, os mapas, escala e projeção, representação gráfica, tecnologias modernas cartográficas, sensoriamento remoto. Geografia física e meio ambiente: estrutura geológica, deriva e placas, as formas de relevo, classificação, o clima, tipos de chuva, fenômenos climáticos, o solo, erosão, a hidrografia, bacias, biomas e formações vegetais, características, domínios, unidades. Economia e comercial/industrial/financeiro, geopolíticas: o desenvolvimento subdesenvolvimento, DIT, do capitalismo a geopolítica, reordenação, pós guerra fria, o comércio internacional, blocos econômicos. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Principais conceitos/teorias /práticas da disciplina: Lugar, paisagem, território, região, natureza, sociedade, rede (escala de análise) Objetivos • Compreender que os elementos da natureza existem interligados e formando paisagens específicas; • Analisar a degradação ambiental decorrente do modelo de desenvolvimento do país; • Analisar as diferenças entre as divisões regionais proposta para o Brasil para o mundo; 117 • Analisar as desigualdades regionais e mundiais; • Analisar os complexos econômicos regionais sem esquecer o âmbito mundial; • Analisar o processo de ocupação do espaço brasileiro, relacionando a dinâmica, composição e mobilidade populacional, juntamente com as transformações do espaço; • Contribuir decisivamente para que os alunos venham a ser sujeitos de si e da história, portanto agentes geográficos criativos, ou seja, participes, conscientes do processo de produção coletiva do espaço. Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental Você é morador do planetaTerra - Descobrindo lugar; - As paisagens da terra; - Como se localizar no planeta terra; - Representando o espaço geográfico. A diversidade de paisagens, sociedades e culturas no planeta azul - As paisagens do planeta azul; - Seis bilhões de seres humanos ocupam espaço na nave terra; - Os seres humanos atravessam fronteiras e territórios em busca de horizontes; - Cidade e campo: espaços complementares onde vivem os seres humanos. Terra, um sistema vivo: origens e formas - Tempo geológico: eras geológicas; - As camadas da terra; - Placas tectônicas e deriva continental; - Vulcanismo; - Rochas e minerais; - Rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas; - Formas de paisagens e relevo terrestre. 118 As sociedades modificam o espaço do planeta pelas atividades econômicas - As produções extrativistas e agropecuária estabelecem relações entre o rural e o urbano; - A atividade industrial e os problemas ambientais; - Os serviços: Atividade econômica que dinamiza o espaço urbano; - O espaço de circulação de pessoas idéias e mercadorias; - Trabalho, emprego, subemprego, consumo e consumismo; - Terra um sistema vivo; - Natureza e sociedade integram o sistema vivo; - Água: fonte de vida no planeta azul; - De onde vem o ar que respiramos; - Vegetação, fonte de oxigênio, alimentos. 7º ano do Ensino Fundamental Brasil: vastidão de terras e águas - Brasil: que país é esse; - Modelo terrestre e ocupação econômica do espaço brasileiro; -Rios: Caminhos navegáveis e fonte de energia; - Sol, chuvas, geadas, secas, a diversidade climato-botânica brasileira. Desigualdades em um dos países mais populosos do mundo - Formação do espaço socioeconômico brasileiro e povoamento; - No Brasil, diferentes povos formam uma grande nação; - População Brasileira: estrutura e dinamismo; - Organização do espaço urbano e agrário no Brasil: Contrastes, complementação e conflitos. Brasil: um dos países mais ricos do mundo - Contrastes na ocupação do espaço agrário brasileiro: degradação ambiental e produção de riqueza; -Brasil um país urbanizado em um mundo globalizado; - Circulação de pessoas, de mercadorias no Brasil; - Produção e consumo: a comercialização no Brasil; - Faces contrastantes de um grande e populoso país. 119 - As diferentes regionalizações do Brasil - Região da amazônia: biodiversidade, exploração, cobiça e ecoturismo; - Região nordeste: belas praias e marcante presença da cultura popular; -Região Centro-sul:industrialização, informação degradação ambiental e graves problemas urbanos. 8º ano do Ensino Fundamental Desvendando o espaço do continente americano - A ocupação do espaço nas Américas: conflitos e contrastes; - A formação dos blocos econômicos; -Globalização: o Colonialismo do terceiro milênio; - Américas: uma diversidade de Paisagens, povos e culturas. Regionalização a porção sul-americana - Países PLatinos: um rio, uma história e um mercado; - Brasil: o gigante sul-americano; -América Andina e a instabilidade política; - Guiana: uma colonização diferenciada. América Central: Agricultura tropical e turismo -Países do istmo: exportação de produtos primários; - Caribe: monocultura, exploração mineral e turismo; - Exploração e dependência nas Antilhas; -Cuba e o socialismo na América; - As faces contrastantes dos países do NAFTA; - México: um país Latino-Americano; América do Norte -Canadá: o grande país do Extremo Norte; - Estados Unidos: A maior economia dentre os “Sete Grandes”. 9º ano do Ensino Fundamental Europa: unificada por um túnel um parlamento e uma moeda - Da Europa para o mundo: Cristianismo e Revolução Tecnológica; - União Européia: uma questão de sobrevivência para a Europa; - Alemanha, França, Reino Unido e Itália:entre as sete maiores economias do mundo; 120 - Da Escandinávia ao Mediterrâneo: outras nações do espaço europeu. O Desmoronamento - Do Marxismo-Lenismo ao Capitalismo periférico; - A reorganização do EX-Império Vermelho; -Leste Europeu: após o autoritarismo, a crise da transição; - Sérvia e Montenegro: o que restou da EX-Iugoslávia. África: natureza e povo, uma história de exploração -A herança portuguesa na África; - Espaço Islâmico e a organização norte-africano; - Organização do espaço africano; - África Meridional: um espaço diferenciado. A organização do Espaço asiático: conflitos, diversidades e parcerias - Muçulmanos japoneses e chineses: três forças Asiáticas; - Povos e países da Ásia Meridional; - Sudeste Asiático: uma área comercialmente estratégica; - Ásia e Oceania: crescentes relações socioeconômicas. 1º ano do Ensino Médio Cartografia - Localização e orientação; - Os mapas; - Representação Gráfica; - Tecnologias modernas; - Geografia Física e Meio Ambiente; - Estrutura Geológica; - As estruturas e formas de relevo. - Clima; - Solo; - Hidrografia; - Biomas e formação vegetal; - O espaço urbano e o processo de urbanização; - O espaço urbano do mundo contemporâneo; - As cidades e a urbanização brasileira, Impactos ambientais urbanos. 121 2º ano do Ensino Médio - Brasil; - Industrialização Brasileira; - A economia Brasileira contemporânea; - Produção de energia; - População; - Características e crescimento da população mundial. - Os fluxos migratórios e a estrutura da população; - A população brasileira; - O espaço rural e a produção agrícola; - Atividades econômicas no espaço rural; - A agricultura brasileira. 3º ano do Ensino Médio - Mundo Contemporâneo: Economia e geopolítica; - Processo de desenvolvimento do capitalismo; - O subdesenvolvimento; - Geopolítica e economia do período pós-segunda guerra. - O comércio internacional; - Industrialização e Geopolítica; - A geografia das indústrias; - A produção mundial de energia; - Reino Unido e França - os primeiros países a se industrializarem; - Os Estados Unidos: o processo de industrialização da superpotência. Metodologia Trabalhos escritos, aulas expositivas, discussões, debates, seminários, apresentações de telejornais, teatro, paródia, painéis e murais, pesquisa de opinião, mapas, maquetes, trabalhos de campo, prova escrita, produção de textos e outros meios que se fizerem necessários. Avaliação Os critérios de avaliação devem contemplar tanto a operacionalização dos conceitos como procedimentos, valores e atitudes. A observação constante permite 122 verificar o grau de comprometimento de cada aluno com as tarefas propostas, sua participação ativa, não para comparar os alunos entre si e atribuir valores, mas para verificar a evolução individual. Instrumentos como a auto-avaliação, individual ou em grupo é avaliação recíproca. Bibliografia BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9394/96. PARANÁ/SEED/DEB. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/2008. 6.9 Disciplina: História Ementa O ensino de história tem a preocupação de favorecer a construção do valor da cidadania e a tomada de consciência do aluno sobre seu papel na sociedade, refletindo e problematizando os vários significados historicamente construídos em torno da participação ativa dos indivíduos em cada lugar, a cada tempo. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Ensino Fundamental: Introdução ao estudo da história Ensino Médio: Relações de trabalho, relações de poder, relações de cultura Objetivo • Perceber o processo histórico na sua totalidade; • Entender que o processo histórico é resultado de fatores econômicos, sociais, políticos e culturais; 123 • Relacionar as estruturas econômicas e sociais das diferentes épocas históricas; • Identificar a terminologia básica necessária à compreensão do processo histórico; • Desenvolver a capacidade de perceber as raízes históricas dos fatos contemporâneos e as futuras perspectivas do presente; • Desenvolver a capacidade de interpretar e de criticar fatos e situações reais da sua região, do país e do mundo; • Desenvolver a capacidade de percepção de si mesmo como ser histórico e a sua integração na sociedade; • Compreender a relação passado-presente, relacionando-a sempre que possível à sua vivência; • Desenvolver no educando a capacidade de percepção de si como ser histórico e sua integração na sociedade; • Compreender que a sociedade brasileira é formada por pessoas que pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura e história próprias, e igualmente valiosas e que em conjunto constroem, na nação brasileira, sua história; • Conduzir ao conhecimento e a valorização da história dos povos africanos e da cultura afro-brasileira na construção histórica e cultural brasileira; • Situar as diversas produções da cultura – as linguagens, artes, filosofia, religião, ciências, tecnologias e outras – nos contextos históricos de sua constituição e significação; • Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a partir do reconhecimento do papel do individuo nos processos históricos simultaneamente como sujeito e como produto dos mesmos; • Levar ao conhecimento e a valorização da história dos povos africanos e da cultura afro-brasileira na construção histórica e cultural brasileira, bem como, a desconstrução, por meio de questionamentos e análises criticas do preconceito existente entre negros e brancos. Conteúdos: 6º ano do Ensino Fundamental 124 • Introdução aos estudos históricos, O Trabalho do historiador, O tempo e a história, Memória e documentos familiares, As origens e a evolução do ser humano, A vida humana no Paleolítico, O Neolítico e a revolução agrícola, A idade dos Metais, O surgimento das cidades. • O povoamento da América, O ser humano chega ao Brasil, Como viviam os primeiros habitantes no Brasil, Os povos indígenas no Paraná – xetas, kaingangues, xoklengs, tupi-guarani. • Civilizações Fluviais: Mesopotâmia e Egito, Mesopotâmia: O berço da civilização, A África e sua diversidade cultural, O Egito e o rio Nilo, Como se governava no Egito Antigo, A religião e a escrita, Civilizações fluviais: China e Índia, Fenícios e hebreus • Civilização Grega, Civilização Romana Avaliação : Será contínua através de pesquisas, relatórios e trabalhos em grupo. Filmes: 10.000 A.C. – Pré História, Moisés: Egito – Hebreus 7º ano do Ensino fundamental • Posse e propriedade da terra, Propriedade coletiva, pública, privada, A formação da Europa feudal, Romanos e Germânicos, Império Franco e a Idade Média, O Império Carolíngio e a Igreja Católica, A formação do feudalismo, A sociedade feudal, A economia feudal e sua transformação, A cultura e a ciência na Europa feudal, O mundo além da Europa, Os árabes e a Arábia, O nascimento e a consolidação do islamismo, A sociedade muçulmana, A África dos grandes reinos, A áfrica das sociedades tribais, China, o império da prosperidade. Mudanças na Europa: • O crescimento do comércio e das cidades, A saúde pública, A peste negra e as revoltas camponesas, A formação das monarquias nacionais, O saber e as artes, Mudança na arte e na religião, A Europa na Baixa Idade Média, O Renascimento, O humanismo, A Reforma Protestante, A Contra-Reforma. • O encontro entre dois mundos; • Europa: comércio, riqueza e poder, Europa: nobre e mercantil; • A expansão marítima portuguesa, A expansão marítima espanhola; 125 • América: terra de grandes civilizações, A civilização asteca, A civilização inca, A conquista espanhola, A exploração dos impérios Coloniais, A colonização espanhola na América, As atividades econômicas na colônia, O império ultramarino português, A colonização portuguesa na América, A administração da América portuguesa, As primeiras cidades brasileiras: formação das câmaras municipais, Colonização do território paranaense. • O nordeste colonial, A economia açucareira, A vida nos engenhos, A escravidão:captura, resistência e luta, Trocas e conflitos, A expansão colonial; • A União Ibérica e a invasão holandesa, O fim da União Ibérica, A conquista do sertão, As missões jesuíticas, Crise e rebeliões na colônia, O trabalho nas sociedades indígenas, Sociedade patriarcal e escravocrata, Mocambos, Quilombos e as resistências na colônia, Remanescentes dos Quilombos. 8º ano do ensino Fundamental • Introdução aos estudos históricos, A época do ouro no Brasil, Portugal e o ouro brasileiro, O crescimento do mercado interno e a vida urbana, A vida cotidiana nas cidades mineira; • A Inglaterra absolutista e as treze colônias, O Absolutismo, O absolutismo inglês, As Revoluções inglesas, O fim do período regencial; • O Segundo reinado, A expansão cafeeira no Brasil, A abolição do tráfico negreiro, Emancipação política do Paraná, Os imigrantes no Brasil, Desvalorização do trabalho. 9º ano do Ensino Fundamental Introdução aos estudos históricos: A era do Imperialismo • A segunda Revolução Industrial, As novas tecnologias, A era dos impérios, O surgimento da sociedade de massas, Da cultura erudita à cultura de massas; • A República chega ao Brasil, A questão escravista no Brasil imperial, A Proclamação da República no Brasil, A Republica: dos militares às oligarquias, A Guerra de Canudos, A industrialização e o crescimento das cidades,O movimento operário na Primeira República, Reformas e revoltas na capital. 126 A primeira Guerra Mundial e Revolução Russa, Antes, durante e pós Guerra, A Rússia dos Czares, A Revolução socialista na Rússia, A arte e a cultura na Europa dos anos 1920,A crise do capitalismo e a Segunda Guerra Mundial, Os anos 1920, a crise de 1929 e o New Deal; • Os regimes autoritários tomam conta da Europa, O Nazismo Alemão; • A Segunda Guerra Mundial, A eclosão da guerra. A Era Vargas, A Revolução de 1930, O Estado Novo, A Era do Rádio, O mundo Bipolar, A Guerra Fria, Industria, Cultura e Esporte, O Estado do Bem-Estar Social, A descolonização da África, Revolução na Ásia, A questão judaico-palestina, Revolução e Ditadura na América Latina Democracia e Ditadura no Brasil • O Brasil depois de 1945, Anos Dourados, Governo João Goulart e o Golpe de 1964, Repressão e Abertura, Democratização e Governo Sarney, A nova Ordem mundial, O fim da União Soviética, O fim do Socialismo no Leste Europeu, A nova ordem mundial, A globalização e seus efeitos, O Brasil e a nova ordem mundial 1º ano do Ensino Médio A construção da História, As origens e o desenvolvimento inicial da humanidade, Os primeiros Estados, A identidade do homem americano; Mesopotâmia, As civilizações hebraicas e fenícias, A civilização as margens do Nilo, O legado da Grécia para a civilização ocidental, O esplendor de Roma. Alta e Baixa Idade Média, Nascimento e expansão do islamismo; A civilização Bizantina, A consolidação das monarquias na Europa moderna, O Renascimento cultural e científico, A Reforma Protestante e a Reforma Católica, A expansão ultramarina européia, A política econômica dos Estados nacionais europeus. 2º ano do Ensino Médio As culturas indígenas americanas, A colonização da América espanhola e da América inglesa, Organização político-administrativa na América portuguesa, Atividades econômicas na América portuguesa, A presença holandesa no nordeste açucareiro, A mineração no Brasil colonial, Religião e sociedade na América portuguesa, O Iluminismo; 127 As revoluções inglesas, A Revolução francesa, O Império Napoleônico; O Congresso de Viana, A independência da América Inglesa; O Congresso de Viena e as revoluções liberais. Mercantilismo e expansão marítima; O processo de independência da América portuguesa e da América; espanhola, O governo de D. Pedro I, O Período Regencial, O governo de D. Pedro II, O Brasil na primeira República, A América Latina no séc. XIX. 3º Ano do Ensino Médio • O imperialismo na África e na Ásia, A Primeira Guerra Mundial, A Revolução Russa, A crise de 1929 e seus reflexos na economia mundial, Ascensão dos regimes totalitários na Europa, O Governo de Getúlio Vargas, A segunda Guerra Mundial • Governo populista no Brasil, Experiência de esquerda na América Latina, O Regime autoritário no Brasil, Brasil: redemocratização, Conflitos internacionais, A Globalização e o futuro da economia mundial Metodologia Os conteúdos serão ministrados através de aulas expositivas, discussão dos temas, textos informativos, estudo dirigido, fontes documentais, pesquisa, recursos áudio visuais, entrevistas, dramatizações, debates, seminários e trabalho em grupo. A metodologia deverá auxiliar na construção da consciência histórica e compreensão do processo de construção do conhecimento histórico. Problematização dos temas e conteúdos trabalhados. Discussões motivadas por análises documentais de fontes variadas. Sistematização do conhecimento histórico. Organização a partir do trabalho investigativo no processo do conhecimento bem como o desenvolvimento do pensamento crítico. Recursos Didáticos: Quadro de giz, livro didático, textos complementares, mapas, documentário em vídeo, recursos audiovisuais, material didático confeccionado pelo professor e pelos alunos além do uso da biblioteca e do laboratório de informática. 128 Avaliação A Avaliação será contínua. Serão avaliados toadas as atividades propostas, levando-se em consideração a participação e o interesse do aluno, bem como seu desempenho no processo de ensino e aprendizagem. Bibliografia PETTA, Nicolina Luiza e BAEZ, Eduardo Aparício. Historia – uma abordagem integrada VICENTINO Cláudio. Viver a historia DREGUER, Carlos e TOLEDO Eliete. História Cotidiano e mentalidades 6.10 Disciplina: Língua Portuguesa Ementa A disciplina oferece ao aluno uma compreensão maior da Língua Portuguesa, ampliando seus horizontes lingüísticos para maior desenvolvimento do universo da comunicação, da expressão oral, leitura e escrita. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Discurso como prática social Objetivo • Utilizar a língua oral e desenvolver a língua escrita nas mais diferentes situações, adequando-a aos contextos, desvendando as intenções implícitas nos discursos e na escrita, observando as práticas discursivas. • Desenvolver a reflexão através dos textos lidos, ouvidos e produzidos bem como, estabelecer paralelos entre os mesmos através de discussões em grupos e na sala de aula; 129 • Propiciar, através de filmes, documentários, romances e outros, a capacitação de crítica elaborada e contextualizada de acordo com as informações recebidas; • Desenvolver a sensibilidade relacionada à estética, construir diálogos e trabalhos de forma lúdica; • Expressar-se em diferentes situações: formal e informal usando adequadamente as classes gramaticais; • Conhecer e respeitar as variedades lingüisticas do português falado; • Saber distinguir e compreender o que dizem diferentes gêneros literários; • Expressar sentimentos , experiências idéias e opções individuais; • Ser capaz de identificar e analisar criticamente os usos da língua enquanto instrumento de divulgação de valores e preconceitos de raça, etnia, gênero, credo ou classe; • Reconhecer os elementos gramaticais utilizados na organização dos textos, a tipologia dos textos; • Distinguir os gêneros apresentados nas obras literárias. Literatura africana: Uma das grandes tarefas da educação atualmente é contribuir com a discussão sobre a igualdade racial, reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos. Tendo como marco legal a lei 10.639/2003 e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A lei 10.639/2003 determina a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afrobrasileira e africana nos currículos escolares. Diante disso, podemos afirmar que apenas a criação da lei que determina que seja incluído no currículo escolar o ensino da História e Cultura AfroBrasileira e africana, não é suficiente para garantir a sua implementação na prática. É preciso envolver a comunidade escolar em debates, discussões e reflexões em relação a esta temática, pois, embora as raízes étnicas do Brasil sejam, em larga medida, africanas, o desconhecimento em relação ao continente faz com que proliferem visões estereotipadas e preconceituosas sobre ele. 130 A Literatura é muito importante neste contexto e cabe neste momento a inclusão juntamente com as demais leituras a Literatura Africana, também com o objetivo de desmistificar e integrar as culturas e raças. A literatura africana, como um conjunto de obras literárias que traduzem uma certa africanidade, toma esta designação porque a África é o motivo da sua mensagem ao mundo, porque os processos técnicos da sua escrita se erguem contra o modismo europeu e europeizante. Nesta literatura, o centro do universo deixa de ser o homem europeu e passa a ser o homem africano. A “literatura de tambor”, a discussão da questão do negro e questões politicamente engajadas são características marcantes na literatura africana dos anos 1960, como se pode ver em “A vida verdadeira de Domingo Chavier” de Luandino Vieira e “Sagrada esperança” de Agostinho Neto, estes são textos impregnados de marcas visíveis da revolta política que mais se traduzem nos quatros cantos do mundo, esta fase vai até a independência (meados da década de 70). Após a independência muitos autores buscam aproximação do Brasil, tendo como principais influências Guimarães Rosa e Jorge Amado. Porém, hoje muitos autores da literatura africana se mostram preocupados em reescrever a sua história, dando voz a personagens marginalizados pelo colonizador, mas também falando de questões existenciais, de amor, do poético e do ser humano, nas quais “a cor não vai condicionar o tratamento dado às personagens”. Tendo em mente a importância da Literatura Africana, todo o contexto histórico impregnado, os professores trabalharão em todas as séries, periodicamente conforme seu planejamento, sendo sugeridas as seguintes obras relacionadas abaixo, entre outras, de acordo com série a ser trabalho o tema. - Desonra, de J. M. Coetzee (África do Sul). - À espera dos bárbaros, de J. M. Coetzee. - Sagrada Esperança, Agostinho Neto - A renúncia impossível, Agostinho Neto - Predadores, Pepetela (Angola) - Venenno de Deus remédios do diabo, Mia Couto(Moçambique) 131 - Meio sol amarelo, Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria) - Contornos do dia que vem vindo, Léonora Miano, (País Senegal) - Barroco Tropical, José Eduardo Agualusa (Angolana) - O Túmulo da Fênix, Valentinous Velhinho (Cabo Verde) Literatura Infanto-Juvenil: CONTEÚDOS Gêneros literários OBJETIVOS ENCAMINHAMENTOS ESTRUTURANTES Literatura METODOLÓGICOS 132 6º e 7º ANO • contos Conteúdos: populares, mitos e lendas brasileiros; • fábulas; • diários e crônicas; • histórias de aventuras. -Desenvolver o hábito de - Leitura de livros uma vez por leitura; semana, em sala de aula; -entrar em contato com obras - elaboração de um roteiro de diversificados leitura; da literatura nacional; - estudo do enredo; -ampliar vocabulário; - -desenvolver aspectos de análise dos elementos da narrativa. Livros: leitura e compreensão de • Os colegas texto; - Trabalhos com a reconstrução • -desenvolver habilidades de da história através de descrições A bolsa amarela síntese e de compreensão de ambiente e personagens, • O sofá estampado de características enumeração dos fatos principais • Contos de adivinhação tempo/espaço • Assombrações da Terra presentes no ambiente social em • Afinal, é a felicidade? • Adolescente lua crescente • Bichos Raros • Teiniá – A princesa moura próprias das narrativas. da história, estudo e de do valores que o fato ficcional é retratado – Elaboração de um pequeno livro retratando os aspectos elencados. encantada 10. A ilha do tesouro 8º e 9º ANO • histórias de -Desenvolver o hábito de - Leitura de livros uma vez por leitura; semana, em sala de aula; aventuras, ficção e de preconceitos -entrar em contato com obras - elaboração de um roteiro de raciais; diversificadas leitura; • poemas; • contos e teatro da literatura nacional; - estudo do enredo; -ampliar vocabulário; - -desenvolver aspectos de análise dos elementos da narrativa. leitura e compreensão de Livros: Histórias maravilhosas de povos texto em produções poéticas - Trabalhos com a reconstrução e narrativas; da história através de descrições felizes; -estender habilidades de de ambiente e personagens, A vingança de Ishitar síntese e de compreensão enumeração dos fatos principais O menino poeta de características da história, estudo do tempo e Cabelos molhados das narrativas. valores presentes no tempo e Histórias de Mukashi - posicionar-se diante dos ambiente social em que o fato O cavaleiro do sonho conflitos ficcional Família Composta personagens e pelas opções Elaboração de um pequeno livro Amor não tem cor encontradas retratando Viagem ao reino das sombras los; elencados. Sonhos de arrepiar - Conhecer particularidades -Produção de ilustrações para a Livros de poemas diversos do gênero poético: estrutura - ilustração do livro, como forma a versos, de representação visual. – -Elaboração vividos para escritura estrofes próprias e em rimas pelas resolvê- a foi retratado os de – aspectos resumos e linguagem: mais sintética e resenhas, a partir das leituras permeada realizadas. linguagem. de figuras de - Releitura de poemas através da 133 6° ano do Ensino Fundamental - prática de leituras de textos literários: conto maravilhoso, popular em prosa e verso, contemporâneo, lenda, fábula, poema narrativo, poema, pequenas crônicas, biografia. - Estrutura textual dos gêneros discursivos (conteúdo e forma). - Partes que compõem o todo de um livro. - Comparação, leitura contrastiva e intertextualidade entre as obras literárias. - Expressões figuradas e seus significados nos contextos dos textos. - Biografias dos grandes autores da literatura infanto-juvenil (clássicos, modernos, populares, de Cordel...) - Bibliografias sugeridas. - Escuta de leituras feitas pela professora e pelos alunos, referentes a textos orais e escritos. - Exposição oral dos alunos referentes às suas experiências linguísticas no tocante à linguagem oral. - Produção escrita de textos diversificados: práticos, científicos, literários e extraverbais. - Estrutura de narrativas (conto, fábula, história em quadrinhos, poema narrativo), da biografia, do poema, do parágrafo dissertativo. - Interpretação oral de textos (enfocando perguntas referentes a conteúdo, estrutura e análise do discurso). - Fonema e letra. - Classificação das palavras quanto ao número de sílabas. -Encontros consonantais e vocálicos (uso correto do dicionário e sua funcionalidade). - Frase verbal e nominal. - Pontuação. - Ortografia (encontros consonantais, dígrafos, sons nasais). - Acentuação gráfica. - Léxico (vocabulário contextualizado e formação de novos períodos utilizando-os; sinônimos e antônimos). - Morfologia (substantivo: classificação e flexões, adjetivo: classificação quanto à forma, flexão, numeral, artigo, pronome pessoal, possessivo, demonstrativo, interrogativo, verbo). 134 - Termos essenciais da oração: sujeito e predicado. - Linguagem formal (culta) e informal (coloquial). - Literatura africana. 7° ano do Ensino Fundamental ORALIDADE - Papel do locutor e interlocutor: participação e cooperação; turnos de fala; - Coerência; - Articulação na sequência da exposição das ideias; - Uso de elementos reiterativos ou conectores (repetições, substituições pronominais, sinônimos); - Intencionalidade dos textos; - As variações linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e à escrita; - Frases curtas e frases longas; - Redundância e concisão; - Entonação e ritmo. LEITURA - Inferências e coerência de sentido; - contextualização; - compreensão, - interpretação; - vocabulário; - intertextualidade; - identificação do tema ou ideia central; - identificação da orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes presentes no texto; - identificação do argumento principal e dos secundários. ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS E ANÁLISE LINGUÍSTICA -Formação da Língua; -classe de palavras: revisão; -acentuação; -dúvidas ortográficas; -g/j 135 Gênero textual - Autobiografia. * -Uso h, s/z -pontuação; -classes gramaticais: preposição/advérbio; -crase; -conhecimento prévio: conhecimento lingüístico, textual e de mundo necessários para a compreensão de texto; -concisão da linguagem Gênero textual - Resumo. -Verbo regular e irregular; -conjugação verbal; -sujeito e predicado; -núcleo do sujeito; -núcleo do predicado; Gênero textual: -história em quadrinhos; * -fábulas. * -Complementos verbais; -aposto/vocativo Gênero textual -poema.* * Estudo das idéias principais e secundárias contidas no texto e Análise dos recursos empregados na construção do gênero. Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana. 8° ano do Ensino Fundamental ORALIDADE: - Papel do locutor e interlocutor: participação e cooperação; turnos de fala; - Coerência; - Articulação na seqüência da exposição das ideias; -Uso de elementos reiterativos ou conectores (repetições, substituições pronominais, sinônimos); 136 - Intencionalidade dos textos; - As variações linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e à escrita; - Frases curtas e frases longas; - Redundância e concisão; - Entonação e ritmo. LEITURA - Inferências e coerência de sentido; - contextualização; - compreensão, - interpretação; - vocabulário; - intertextualidade; - identificação do tema ou ideia central; - identificação da orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes presentes no texto; - identificação do argumento principal e dos secundários. ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS E ANÁLISE LINGUÍSTICA -Língua portuguesa; -acentuação; -crase; -regência verbal e nominal; -complemento nominal; Gênero textual -crônica. * -Ortografia: dúvidas ortográficas: s/z; c/ç; x/ch; -dúvidas do dia a dia; -Pontuação – interrogação; exclamação; vírgula; ponto e vírgula; reticências, aspas , travessão e parênteses; -concordância verbal e nominal; -mito; * -descrição física e psicológica;* Gênero textual: -propaganda.* 137 -Formas nominais do verbo; -locução verbal; -vozes do verbo e agente da passiva; Gênero textual -poema; * -O período composto e as conjunções; -período composto por coordenação; -orações coordenadas; Gênero textual: -carta do leitor.* Gêneros textuais * Estudo das ideias principais e secundárias e análise dos recursos empregados na construção dos textos. Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana. 9° ano do Ensino Fundamental − Prática de leituras de textos literários: conto contemporâneo, crônica, peça teatral, novela, poema, Literatura Brasileira (linguagem simples e complexa). - Estrutura textual dos gêneros apreciados (conteúdo e forma). - Partes que compõem o todo de um livro. - Comparação, leitura contrastiva e intertextualidade entre as obras literárias. - Expressões figuradas e seus significados nos contextos dos textos. - Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana - Biografias dos grandes autores da literatura infanto-juvenil (clássicos, modernos, populares, de Cordel...) - Bibliografias sugeridas. - Escuta de leituras feitas pela professora e pelos alunos, referentes a textos orais e escritos. - Exposição oral dos alunos referentes às suas experiências linguísticas no tocante à linguagem oral. - Produção escrita de textos diversificados: práticos, científicos, literários e extraverbais. - Estrutura narrativa (conto, crônica, novela), peça teatral, charge, poema, dissertação, currículo, carta comercial e de apresentação. 138 - Interpretação oral e escrita de textos (enfocando perguntas referentes a conteúdo, estrutura e análise do discurso). - Estrangeirismo. - Ordem dos nomes e dos verbos no período. - Palavras homônimas. - Conjunções coordenativas / sentido das orações coordenadas. - Houvera / houve, Esse /este. - Figuras de linguagem. - Estruturação do período: a coordenação e a subordinação. - Substantivo / Sentido das orações subordinadas substantivas. - Adjetivo / sentido das orações subordinadas adjetivas. - Advérbio / Sentido das orações subordinadas adverbiais. - Uniformidade de tratamento. - Mau / mal, a ver/ haver. - Palavras parônimas. - Nomes / concordância de nomes. - Verbo / concordância de verbos. - Nomes / regência nominal. - Verbos/ regência verbal. - Língua falada e escrita / Norma culta. - Crase. 1º ano Ensino Médio ORALIDADE - Coerência; - Articulação na sequência da exposição das ideias; - Uso de elementos reiterativos ou conectores (repetições, substituições pronominais, sinônimos); - Intencionalidade dos textos; - As variações linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e à escrita; - Frases curtas e frases longas; - Redundância e concisão; - Entonação e ritmo. 139 LEITURA - Inferências e coerência de sentido; - contextualização; - compreensão, - interpretação; - vocabulário; - expressão de subjetividade através do diálogo e da interação; - intertextualidade; - identificação do tema ou ideia central; - Identificação da orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes presentes no texto; - identificação do argumento principal e dos secundários. ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS E ANÁLISE LINGUÍSTICA Gênero textual: -Seminário; -variedades linguísticas; - características próprias do texto literário e não-literário; - a linguagem do texto literário; - gêneros do discurso; - denotação/conotação; - figuras de linguagem; - Estilos de época e estilo pessoal - características dos gêneros textuais: o fábula o Descrição objetiva e subjetiva o Poemas Conteúdos aplicados ao estudo e produção de textos através dos gêneros textuais trabalhados em sala de aula: - análise dos efeitos de sentido dos recursos linguístico-discursivos; - unidade temática; - atendimento à natureza da informação ou do conteúdo veículado; -adequação ao nível de linguagem; 140 - recursos coesivos; - Literatura Portuguesa: Trovadorismo, Humanismo e Classicismo; - características dos gêneros textuais: o Texto teatral o Carta pessoal - Literatura de Informação; -Barroco e Arcadismo Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana. 2º ano Ensino Médio ORALIDADE - Atividade articulada com os conteúdos de leitura e escrita a partir dos gêneros textuais trabalhados. - Coerência; - articulação na sequência da exposição das ideias; - uso de elementos reiterativos ou conectores (repetições, substituições pronominais, sinônimos); - intencionalidade dos textos, - as variações linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e a escrita; - frases curtas e longas; - redundância e concisão; - entonação e ritmo; - papel do locutor e interlocutor; - elementos extralinguísticos (gestos, entonação, pausas, representação cênica) x sinais gráficos. LEITURA - Inferência e coerência de sentido; - contextualização; - compreensão; - interpretação; - vocabulário; - expressão da subjetividade através do diálogo e da interação; - intertextualidade; - identificação do tema ou ideia central; 141 - identificação da orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes presentes no texto; - identificação do argumento principal e dos secundários. ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS E ANÁLISE LINGUÍSTICA - Visão ideológica e características da linguagem literária durante os períodos Barroco e Árcádico – Revisão; - Classe de palavras: substantivo, adjetivo; - linguagem, ideologia, contexto histórico na produção poética do período romântico; -discurso citado, direto, indireto e indireto livre. Gênero textual: -o cartaz; -O Romantismo na prosa: o romance romântico, regional e indianista; - Classe de palavras: pronome, verbo; Gênero textual: - O conto – elementos da narrativa; -Realismo/Naturalismo/Parnasianismo: fragmentos de textos representativos de cada estilo (romances, poemas) Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana. 3º ano Ensino Médio ORALIDADE - Atividade articulada com os conteúdos de leitura e escrita a partir dos gêneros textuais trabalhados. - Coerência; - articulação na sequência da exposição das ideias; - uso de elementos reiterativos ou conectores (repetições, substituições pronominais, sinônimos); - intencionalidade dos textos, - as variações linguísticas e a adequação da linguagem ao contexto de uso: diferentes registros, grau de formalidade em relação à fala e a escrita; - frases curtas e longas; - redundância e concisão; - entonação e ritmo; - papel do locutor e interlocutor; 142 - elementos extralinguísticos (gestos, entonação, pausas, representação cênica) x sinais gráficos. LEITURA - Inferência e coerência de sentido; - contextualização; - compreensão; - interpretação; - vocabulário; - expressão da subjetividade através do diálogo e da interação; - intertextualidade; - identificação do tema ou ideia central; - identificação da orientação ideológica e reconhecimento das diferentes vozes presentes no texto; - identificação do argumento principal e dos secundários. ESCRITA – PRODUÇÃO DE TEXTOS E ANÁLISE LINGUÍSTICA -concordância e concordância verbal; -concordância nominal -colocação pronominal -O pré-Modernismo - A linguagem do Modernismo; -o contexto modernista; -estudo das vanguardas: Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Surrealismo; -vanguardas brasileira; -A Semana de Arte Moderna.; -estudo de fragmentos de textos representativos do modernismo: brasil (poema Oswald de Andrade) Macunaíma (prosa Oswald de Andrade) Evocação de Recife; (poema Manuel Bandeira) Gaetaninho; (conto Alcântara Machado) Gênero textual -crônica -O romance de 30 – Rachel de Queiroz; -a carta de leitor; -o Nordeste no Romance de 30 – Graciliano Ramos; 143 -leitura do fragmento de São Bernardo; - pontuação; Gênero dissertativo -O texto argumentativo e a seleção de argumentos; - Literatura Infanto-Juvenil e Literatura Africana. Metodologia Aulas expositivas, Atividades individuais e em grupos, Estudo de textos diversos: leitura, análise e contextualização, Exercícios estruturais, Análise linguística dos textos, Pesquisa: Temas Transversais e Datas Comemorativas, Apresentação e uso de recursos como jornais, revistas, livro didático e paradidático, Apresentação oral e escrita, Uso da videoteca – análise de fita de vídeo, Uso de rádio – análise de textos musicais Avaliação Os critérios de avaliação servirão para verificar a evolução individual do aluno, ainda deve contemplar tanto a operacionalização dos conceitos como procedimentos, valores e atitudes. Oralidade: A oralidade será avaliada considerando-se a participação do aluno nos diálogos. - Atividades diárias; - trabalhos em grupo; - apresentações orais; - interpretação e produção de textos; - avaliação escrita onde será verificado a aplicação dos conteúdos trabalhados Bibliografia ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo:Parábola,2003. _____Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho.SãoPaulo: Prarábola, 2007. BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9394/96. GERALDI. Concepções de linguagem e ensino de Português. In: GERALDI,João W. (org) O texto na sala de aula.2 ed. São Paulo:Ática,1997. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais 144 de ensino de Curitiba: SEED, 2008. KOCH. A inter-ação pela Linguagem. São Paulo: Contexto, 1995 LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo:Ática, 2001 RETTICH Juliana, Literatura africana: desconhecimento e preconceito, Jornal da UFRJ, Maio 2006. 6.11 Disciplina: Matemática Ementa A matemática tem por objetivo o desenvolvimento das estruturas de pensamento e do raciocínio lógico utilizando a linguagem oral e escrita como meio de entender os aspectos práticos da vida, concorrendo para a formação de uma consciência sólida, ao que tange à observância das leis naturais e físicas, desenvolvendo a consciência de que a ordem e a precisão são as qualidades do criador. O ensino da matemática contribui para as transformações sociais não apenas através da socialização do conteúdo matemático, mas também através de uma dimensão política que é intrínseca a essa socialização. A matemática também tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo, porém desempenha um papel instrumental, pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas as atividades humanas. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: Ensino Fundamental: Números, operações e álgebra, medidas, geometria, tratamento da informação Ensino Médio: Números e Álgebra Objetivos: 145 • Relacionar etapas da história da matemática com a evolução da humanidade; • Ler e interpretar e utilizar textos e representações matemáticas; • Compreender as necessidades práticas que levaram à criação dos números, relacionando o desenvolvimento dos sistemas de numeração com a história da humanidade; • Reconhecer e explorar os números naturais em diferentes contextos; • Retomar e ampliar os conhecimentos sobre as operações; • Resolver situações-problema envolvendo números naturais aplicando corretamente técnicas de cálculos; • Calcular o valor numérico de uma expressão envolvendo adição, subtração, multiplicação e divisão com números naturais; • Buscar relacionar idéias: ser divisível por ser múltiplo de e ser divisor de; • Utilizar as operações com números decimais na resolução de problemas; • Reconhecer múltiplos, divisores e estabelecer relações entre eles; • Resolver situações-problema do cotidiano que envolvam a noção de múltiplos; • Reconhecer números primos, números compostos; • Utilizar representação geométrica para trabalhar com frações; • Aplicar o conceito de fração no cálculo de porcentagem; • Interpretar gráficos e tabelas; • Identificar números decimais e fracionários estabelecendo associações entre eles; • Conceituar e nomear questões ligadas a cálculos geométricos; • Calcular perímetro e área de figuras planas; • Enumerar elementos da geometria; • Utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumento de medição e de desenho. Conteúdos: 146 6° ano do Ensino Fundamental Numeração e sistema de numeração – Algebra, Números Naturais, Números Racionais, Números Decimais, Grandezas e Medidas, Organização do sistema métrico decimal e do sistema monetário, Geometria, Tratamento da informação. 7° ano do Ensino Fundamental - Conceitos e Propriedades, Reta, Segmento, Desenho geométrico, Polígono Perímetro e área, Círculo, Poliedro. - Potências e Raízes, Conjunto dos números Inteiros. - O conjunto dos Números Racionais. - Equações, Proporção e Regra de Três. 8° ano do Ensino Fundamental - Revisão de Números naturais, inteiros, racionais, reais e suas operações. - Representação de Figuras geométricas no plano. - Expressões Algébricas. - Fatoração, Frações, Equações fracionárias, Gráfico da função de grau. - Sistema de Coordenada Cartesiano, Regra de três, Grandeza direta e inversamente proporcional. 9° ano Ensino Fundamental - Números Reais; - Propriedades dos radicais; - Equação do 2o grau; - Teorema de Pitágoras; - Equações Irracionais; - Equações - Biquadradas; - Regra de Três - Composta. - Relações Métricas no - Triângulo Retângulo; 147 - Trigonometria no Triângulo Retângulo. - Noção intuitiva de Função Afim. - Noção intuitiva de Função Quadrática. - Geometria Plana; - Geometria Espacial; - Geometria Analítica; - Geometrias não euclidianas. - Noções de Análise - Combinatória; - Noções de Probabilidade; - Estatística; - Juros Compostos. 1º ano do Ensino Médio - Trigonometria, Álgebra, Funções, Funções do 1º grau. - Função do 2º grau, Equação Exponencial, Função exponencial, Equação e Função Logarítmica. 2º Ano do Ensino Médio - Trigonometria, Identidade trigonométrica. - Álgebra, Seqüência. 3º Ano do Ensino Médio - Geometria, Geometria Analítica. - Geometria Analítica, Algebra. Metologia: Aulas expositivas, trabalhos em grupos, lista de exercício, construção do ábaco, aula prática (construção civil), lista de exercícios, recursos audio-visuais, aula prática em feira e supermercado, laboratório de informática, material dourado, receitas culinárias, aula prática de transformação das unidades de medidas, juros e descontos no comércio, modelagem, construção de figuras (programa no computador), jogo de xadrez, tirar fotos de formas geométricas encontradas no cotidiano, jogo batalha naval, cálculo de área e perímetro de objetos, construção do 148 ábaco, juros compostos, combinação de jogos, uso de calculadora, jogos envolvendo as quatro operações, desafios, associar teorias a situações reais, utilização de materiais concretos. Avaliação: Avaliação contínua cumprindo um papel de mediação no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, o ensino e a aprendizagem devem ser vistos como integrantes de um mesmo processo. A avaliação deve ser uma orientação para o professor na condução de sua prática docente e jamais um instrumento para reprovar ou reter alunos na construção de seus esquemas de conhecimento teórico e prático. Conteúdos a serem retomados serão organizados com novas situações que favoreçam a aprendizagem do aluno, buscando soluções e utilizando o conhecimento matemático, com isso valorizar o progresso do aluno como um todo, visando sempre a aprendizagem significativa. 6.12 Disciplina: Química Objetivos: - Propiciar um aprendizado que tenha significado para a vida do educando; - Possibilitar ao aluno a compreensão dos processos químicos e da construção de um conhecimento científico em estrita relação com as aplicações e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. Conteúdos Estruturantes: Matéria e sua natureza, Estrutura da matéria, Misturas, Processos de separação de misturas, Fenômenos Físicos e Químicos, Histórico da Química, Da Alquimia à Quimica, Estrutura atômica, Química Sintética, Introdução a química orgânica, Química do Carbono, Funções dos Hidrocarbonetos, Hidrocarbonetos fontes e usos, Funções oxigenadas, Funções nitrogenadas, Isomeria, Conceito de Isomeria, Isomeria Plana, Isomeria Espacial, Polímeros, Polímeros Sintéticos, Polímeros Naturais, Polímeros – poluição e lixo 149 Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos: 1° Ano Ensino Médio - Matéria: História da Química, constituição da matéria, estrutura atômica, conceito de átomo. - Estados de Agregação: Substância – simples e composta, misturas, processos de separação de misturas, fenômenos, P. F. E. P. E. - Modelos Atômicos: Rutherford, Thomson, Dalton, Borh – isótopos, isótonos e isóbaros. - Configuração Eletrônica: Diagrama de Linus Pauling. - Tabela Periódia: Histórico, aplicação e classificação dos elementos, períodos, simbologia, propriedades físicas (eletronegatividade). - Ligações: iônica,covalente, metálica, geometria, polaridade e ligações de hidrogênio. - Funções Orgânicos: estudo do carbono e suas propriedades, cadeias e classificação das cadeias, nomenclatura dos compostos orgânicos, funções oxigenadas e nitrogenadas, isomeria. 2° Ano Ensino Médio - Funções Inorgânicas: ácidos, bases, sais, óxidos – classificação, nomenclatura, reações. - Reações Químicas: classificação balanceamento por tentativas, noções de nox. - Estequiometria: mol, massa molar, Avogadro. - Soluções: solubilidade, concentração, diluição, densidade. 3° Ano Ensino Médio - Termoquímica: tipos de reações, variação de entalpia, calorias, equações, princípios da termoquímica, lei de Hess. - Cinética Química: lei das reações químicas, condições para ocorrência das reações, fatores que interferem na velocidade das reações, lei da velocidade. 150 - Equilíbrio Químico: reações químicas reversíveis, concentração, constante de equilíbrio, deslocamento, equilíbrio em meio aquoso. - Eletroquímica: número de oxidação, pilhas. - Radioatividade: elementos químicos radioativos, fenômenos radioativos – fusão e fissão nuclear, decaimento, aplicação. Metodologia: Aulas expositivas, aulas práticas no laboratório, utilização da TV Pendrive, leitura de textos, resolução de exercícios, trabalhos individuais e em grupo, visitas a instituições de pesquisa. Avaliação: A avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa, sob os condicionantes diagnósticos e da continuidade, Leitura e interpretação de textos, produção de textos, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratórios, apresentação de seminários e provas escritas. Bibliografia: NOBREGA, Olimpio Salgado. Química. Vol. Único USBERCO, João. Química essencial. Vol. Único DCE – Diretrizes Curriculares de Química para a educação básica 6.13 Disciplina: Sociologia Ementa: A disciplina objetiva a compreensão das transformações sociais, políticas, culturais, econômicas e ecológicas que envolvem a sociedade capitalista. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afro-brasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. Conteúdos Estruturantes: 151 Processo de socialização e as Istituições Sociais, Cultura e indústria cultural, Trabalho, produção e Classes Sociais, Poder, Política e Ideologia. Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais. Objetivos: - Conceituar a Sociologia, Desenvolver no aluno a criticidade através da Sociologia; - Possibilitar a problematização, a investigação e a ressignificação de conceitos, Rever posicionamentos. Conteúdos: 1° Ano Ensino Médio - O desenvolvimento da ciência e da razão; - Pensamento científico e o senso comum. - Positivismo; - Marxismo; - Sociologia compreensiva; - Sociologia brasileira. - Processo de socialização, grupos sociais; - A instituição escola; escola no Brasil; - A instituição religião; - A instituição família; - Instituições de ressocialização: prisões, manicômios, educandários, asilos, etc. 2° Ano Ensino Médio - Conceitos de cultura; - Principais escolas Antropológicas; - Processo de transformação cultural; - Diversidade cultural brasileira; - Etnocentrismo; - Relação entre cultura e capitalismo; 152 - Indústria cultural: - Transformação de cultura em mercadoria. - Cultura popular e cultura erudita; - Cultura de massas; - Meios de comunicação de massa; - Ideologia e fetichismo; - Cultura afro-brasileira. - A categoria trabalho como elemento fundamental na formação humana; - O trabalho a partir de diferentes culturas; - Trabalho na sociedade capitalista; - Trabalho a partir da concepção marxista. - Trabalho e desigualdades sociais; - Trabalho a partir da concepção liberal; - Taylorismo, fordismo e toyotismo; - Flexibilização do trabalho e das relações sociais; - Globalização; - Trabalho no Brasil. 3° Ano Ensino Médio - A Política na vida do ser humano; - Conceitos de poder; - Conceitos de ideologia - Conceitos de dominação; - Conceitos de política; - Formação do Estado - Moderno; - Modelo liberal; - Modelo socialista;, - Modelo social democrata; - Desigualdades sociais. - Direito, cidadania e movimentos sociais; - Cidadania - Liberal, social e do consumidor; 153 - Conceito de movimento social; - Movimentos sociais urbanos; - Movimentos sociais rurais; - Movimentos sociais progressistas e conservadores; - Relações de poder e luta entre as classes sociais; - Propriedade privada; - Reforma agrária. Metodologia: Será desenvolvida através de leituras, debates, produção de texto, pesquisa, atividades investigativas e de fixação. Avaliação: A Avaliação deve possuir função diagnóstica como possibilidade do professor e aluno redimensionarem seu pensamento crítico e sua capacidade de argumentação, identificando os limites de suas idéias e disposição para rever posicionamentos. Produção de textos, provas, debates, seminários, participação e pesquisas. Bibliografia: BRASIL/MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9394/96. PARANÁ/SEED/DEB. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/2008. BRASIL, Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2002. BRASIL, Secretaria de Educação do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 6.14 Disciplina: Língua Estrangeira Moderna – Inglês Ementa: A Língua Estrangeira é o discurso enquanto prática social, efetivados por meio das práticas discursivas, as quais envolvem a leitura, a oralidade e a escrita. Os conteúdos serão desdobrados a partir de textos (verbais e não-verbais). Os 154 textos escolhidos para o trabalho pedagógico definirão os conteúdos lingüísticosdiscursivos a serem trabalhados. Conteúdos Estruturantes: Oralidade: • Aspectos contextuais do texto oral; • Intencionalidade dos textos; • Adequação da linguagem oral em situações de comunicação, conforme as instâncias de uso da linguagem; • Diferenças léxicas, sintáticas e discursivas que caracterizam a fala formal e informal. Leitura: • Compreensão do texto de maneira global e não fragmentada; • Contato com diversos gêneros textuais; • Entendimento do aluno sobre o funcionamento dos elementos lingüísticos/gramaticais do texto; • Importância dos elementos coesivos e marcadores de discurso; • Provocar outras leituras; • A abordagem histórica em relação aos textos literários. Escrita: • Trabalho com o texto visando provocar reflexão, transformação; • Adequar o conhecimento adquirindo a norma padrão; • Clareza na exposição de idéias; • Utilização dos recursos coesivos. Partindo dessas reflexões os conteúdos selecionados serão os mesmos para todas as séries e poderão ser retomados a cada momento em que se faça necessário, porém terão um grau seqüencial de aprofundamento. Temas Contemporâneos: Educação Ambiental, Educação Fiscal, Enfrentamento a Violência, História e Cultura Afrobrasileira e Indígena, Prevenção ao uso indevido de drogas e Sexualidade. 155 Objetivos • Experimentar, na aula de LEM, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas; • Usar a língua em situações de comunicação oral e escrita; • Realizar leituras compreensivas, localizando informações e identificando idéias principais no texto; • Compreender que os significados são social e historicamente construídos e, portanto passíveis de transformação na prática social; • Ter maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade; • Reconhecer e compreender a diversidade lingüística e cultural, constatando seus benefícios o desenvolvimento cultural do país; • Expressar-se num vocabulário básico utilizando recursos lingüísticos. Conteúdos: 6° ano do Ensino Fundamental • Oralidade, leitura e escrita. • Leitura e interpretação de diversos gêneros textuais: diálogo, anúncios, cartão postal, HQ, músicas. • Greetings. • Adjetivos. • Verbo To be (presente). • Artigos. • Pronomes: pessoais, demonstrativos e possessivos. • Wh – Questions. • Vocabulário: numerais, cores, profissões, nacionalidades, família, objetos escolares, animais. • Utilização de textos que tratem das questões sociais: saúde, meio ambiente, vida familiar e social, diversidade cultural, etc. • Cultura Afro-brasileira. 7° ano do Ensino Fundamental • Oralidade, leitura e escrita. 156 • Discussão e leitura de textos de diversos gêneros: diálogos, anúncios, músicas. • Verbos no presente simples e presente contínuo. • Pronomes possessivos e adjetivos. • Wh – Questions. • Preposições. • Advérbios. • Plural. • Imperativo. • Vocabulário diversificado (partes da casa, lugares, serviços, dias da semana, meses do ano, estações, alimentos e bebidas, atividades de rotina e lazer, horas). • Temas sociais: saúde, meio ambiente, vida familiar e social. • Cultura Afro-brasileira. 8° ano do Ensino Fundamental • Oralidade, leitura e escrita. • Leitura e interpretação de textos de gêneros diversos (diálogos, anúncios, cartão postal, correspondência, músicas, receitas). • Verbos no presente simples. • Verbo To be no passado. • Verbos no passado simples (regulares e irregulares). • Preposições. • Advérbios de frequência. • Adjetivos (graus comparativo e superlativo). • Descrição física de pessoas. • Vocabulário diversificado. • Temas sociais, saúde, meio ambiente, vida familiar e social. • Cultura Afro-brasileira. 9° ano do Ensino Fundamental • Oralidade, leitura e escrita. 157 • Leitura e interpretação de textos de diversos gêneros (diálogos, anúncios, cartão postal). • Reportagem, HQ, músicas. • Verbos no passado. • Simples, futuro, futuro imediato, imperativo. • Pronomes (pessoais, demonstrativos, adjetivos, possessivos, reflexivos). • Wh – Questions. • Preposições. • Vocabulário diversificado (lugares, pontos turísticos, serviços, datas comemorativas, alimentos e bebidas. • Temas sociais. • Saúde, meio ambiente, vida familiar e social. • Cultura Afro-brasileira. 1ª Série do Ensino Médio • Oralidade, leitura e escrita. • Leitura e interpretação de diversos gêneros textuais: diálogo, HQ, músicas. • Days od the week. • Months of the years. • Seasons of the year. • Verbo To be (presente). • There + to be – Simple Present. • There + to be – Simple Past. • The suffix - ING. • Numbers. • Simple present. • Simple Future and Immediate Future. • Ordinal numbers • Percentage. • Fractions. • Subject pronouns and Object pronouns. • Possessive Adjectives. 158 • Possessivepronouns. • Regularand irregular verbs:Simple past • Past continuous and Past Perfect. • Reflexive pronouns 2º Série do Ensino Médio • Oralidade, leitura e escrita. • Discussão e leitura de textos de diversos gêneros: diálogos, músicas. • Wh – Questions. • Present Perfect. • Present perfect contínuous. • Indefinite article. • The definite article. • Many/ Much/ Few/ Little. • Indefinite pronous. • Degrees of adjectives.( Comparative and superlative) • Preposições. • Gerund. • Infinitive. • Question - tag. • The Imperative. • Temas sociais: saúde, meio ambiente, vida familiar e social. • Cultura Afro-brasileira 3º Série do Ensino Médio • Oralidade, leitura e escrita. • Leitura e interpretação de textos de gêneros diversos (diálogos, anúncios, cartão postal, correspondência, músicas, receitas). • Relative pronouns. • Modals • Conditional Tense. • Conditional Perfect. 159 • Prepositions. • Conjunctions. • The passive voice. • Reported speech. • Adverbs. • Short answers. • Temas sociais, saúde, meio ambiente, vida familiar e social. • Cultura Afro-brasileira. Metodologia •Leitura e interpretação de textos selecionados em livros didáticos, jornais, revistas, propaganda e internet; •Trabalhos em grupo; •Seminário; •Filmes; •Atividades escritas de compreensão e interpretação; •Atividades de escuta; •Atividades orais. Recursos: DVD, Tv Pendrive, vídeo cassete, aparelho de CD, quadronegro, livro didático, apostila, computador, revistas, entre outros. Avaliação O aluno será avaliado de acordo com seu empenho, disciplina e participação. Serão consideradas as diferentes naturezas da avaliação diagnóstica, somativa e formativa que se articulem com os objetivos específicos selecionados. Bibliografia DIRETRIZES CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL, SEED, Curitiba, 2006. FERARRI, A & RUBIN, S. G. Inglês para o Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2002. 160 MORINO, E. C & FARIA, A. B. Start. São Paulo: Ática, 2004. ROCHA, A. M. e FERRARI, Z. A. Take your time. São Paulo: Moderna, 1999. ROCHA, A. M. e FERRARI, Z. A. Get Ready. São Paulo: Moderna, 1999. 7 PROGRAMAS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES CURRICULARES DESENVOLVIDAS DURANTE O TEMPO ESCOLAR 7.1 Mais Educação O Programa Mais Educação, instituído pela Portaria Interministerial n.º17/2007, tem como objetivo ampliar espaços, tempos e oportunidades educativas; ofertar novas atividades educacionais e reduzir a evasão, a repetência e distorções de idade-série, por meio de ações culturais, educativas, esportivas, de educação ambiental, de educação em direitos humanos e de lazer. Esses são alguns dos principais objetivos do programa, que visa qualificar a experiência educativa das crianças e jovens das escolas públicas de ensino fundamental. O programa é composto por sete macrocampos, referentes ao acompanhamento pedagógico; ao meio ambiente; ao esporte e ao lazer; aos direitos humanos e à cidadania; à cultura e às artes, à inclusão digital; à saúde, à alimentação e à prevenção. No estado do Paraná o programa foi adaptado e é utilizado como Atividade Complementar Curricular em Contra-turno para atender a Instrução 004/11 SUED/SEED. As atividades do Programa Mais Educação devem: a) ser realizadas de 2 ª feira a 6ª feira, em contra-turno, perfazendo um total de 7 horas diárias de atividades pedagógicas, respeitado o turno em que foi autorizado, tendo em vista o benefício do aluno; b) ser desenvolvidas respeitando o Calendário Escolar; c) contar com professores que possuem formação específica para cada atividade, supridos com 04(quatro) horas-aula e 01(uma) hora aula para planejamento. Esse profissional será responsável pelo plano de trabalho docente, desenvolvimento efetivo dos trabalhos com os alunos em sala, avaliação, acompanhamento e coordenação das atividades dos monitores; 161 d) contar com monitores, preferencialmente acadêmicos de curso de graduação, para o desenvolvimento das atividades pedagógicas, consideradas de natureza voluntária, na forma definida pela Lei Nº 9.608 de 18 de fevereiro de 1998. e) o ressarcimento das despesas de transporte e alimentação dos monitores deverá ser calculado de acordo com o número de turmas monitoradas, conforme Manual de Educação Integral do Ministério da Educação; f) ser registrada no Sistema de Registro Escolar – SERE, no Livro Registro de Classe e constar no Histórico Escolar do aluno participante, a carga horária cumprida no programa. De acordo com o estabelecido o funcionamento do Programa Mais Educação no Estabelecimento de Ensino, funcionará com as seguintes atividades: Teatro; Cineclube; Matemática; Software Educacional(Informática); Futsal e Escultura. 7.2 Sala de Apoio Em atendimento a Legislação vigente a Sala de Apoio a Aprendizagem atende alunos do 6º ano do Ensino Fundamental. O programa prevê o atendimento aos alunos no contra-turno, com defasagem nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, com o objetivo de trabalhar as dificuldades referentes à aquisição dos conteúdos de oralidade, leitura, escrita, bem como às formas espaciais e quantidades nas suas operações básicas e elementares. 7.3 CELEM Visando o atendimento a Legislação vigente, o colégio disponibiliza o curso de Língua Estrangeira Moderna - Espanhol, na modalidade CELEM, no período noturno, cumprindo a seguinte indicação: Composição de oferta semanal, de 4 aulas teóricas e práticas, organizadas em dois dias letivos, não consecutivos, no período Noturno, das 19h às 20h 40 min, perfazendo um total de 160 hs/aula anuais. A carga horária do curso será ofertada durante dois anos consecutivos, perfazendo um total de 320 horas/aula. 7.3.1 PROPOSTA CURRICULAR - CELEM 162 A Organização Curricular De acordo o Projeto político Pedagógico a organização Curricular deverá assegurar formação básica comum, respeitando as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, optando pela organização que melhor se adeque a realidade escolar, seguindo seus diferentes e entrelaçados eixos. Apresentação da Disciplina: Em uma política de pluralismo linguístico, devemos considerar para inclusão de uma língua estrangeira no currículo escolar os fatores relativos à história, em que o ensino de uma Língua Estrangeira adquire maior importância quando serve de apoio para compreender fatos históricos e atuais da prática social, associado ao engajamento discursivo. No ensino de uma Língua Estrangeira a aprendizagem é colocada de forma padrão (gramática, ortografia...), contudo existem várias diferenças na maneira de expressar-se de acordo com os grupos sociais, região, etnia, gênero etc. A pluralidade cultural torna-se extremamente significativa no sentido de expor ao aluno a compreensão real e a percepção crítica das tradições de um país. A relação entre língua estrangeira e língua materna na aprendizagem proporciona o aumento do conhecimento sobre a linguagem que o aluno construiu sobre a língua materna, por meio de comparação com a Língua Estrangeira. Também apresenta a possibilidade que o aluno, ao se envolver nos processos de construir significados, se constitua em um ser discursivo. Nessa perspectiva o Centro de Línguas Estrangeira Moderna é uma oferta extracurricular e gratuita, de ensino de Língua Estrangeira, disponibilizado para as escolas da rede estadual no Estado do Paraná fundamentada na Lei Federal nº 11.161/05 que dispõe sobre a Língua Espanhola. O Parecer nº 331/09 – CEE, a Resolução nº 3904/2008 e a Instrução n°019/2008 – SUED/SEED, que refere à oferta de Língua Espanhola nas instituições de ensino. Justificativa As últimas Conferências internacionais enfocando a educação, realizadas a partir de 1990, na qual o Brasil se fez presente, em Jomtien na Tailândia, na Conferência Mundial de Educação para Todos, convocada pela Organização das 163 Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD e Banco Mundial, até o Relatório Jacques Delors (1996) e o encontro em Dakar (2001), apresentam como um de seus anseios a formação da consciência crítica do cidadão, com o objetivo de contribuir com as demandas da sociedade globalizada. Dentre as demandas que sugerem maior atenção, destaca-se a redução das desigualdades sociais. Carvalho (2010, p.18) ainda argumenta que documentos tais como: Declaração de princípios sobre a Tolerância (1995), Diversidade criadora (1997), Declaração universal sobre a diversidade cultural (2002), Relatório de desenvolvimento humano: liberdade cultural num mundo diversificado (2004), reafirmam a adesão da Unesco, ao pleno reconhecimento dos direitos humanos e da liberdade de consciência, pensamento e crença. Ainda, a Unesco, integra a valorização e o reconhecimento das diferenças ao seu discurso, com o objetivo de contribuir para o combate ao racismo, a intolerância e diferentes formas de preconceito, visando a criação de um desenvolvimento humano mais harmonioso, como estratégia para minimização da exclusão social. Diante dessa perspectiva o conhecimento de uma língua estrangeira é hoje considerado direito e requisito básico para que a população pratique o exercício da cidadania plena. Paralelo a isso, o ensino de língua estrangeira, além de ampliar as perspectivas de conhecer, de construir a realidade, permite que o aluno/cidadão, possa entrar em contato com outras culturas, inteirando-se dos valores que a norteiam, o quê favorece a oportunidade de engajamento e interação social, tanto local quanto global. Assim é que, visando contribuir com tal demanda, pesquisadores passaram a analisar a função da Língua Estrangeira Moderna, e a partir de então, apresentam estudos com objetivo de subsidiar dentre outras propostas, a elaboração das diretrizes Curriculares da Educação Básica para Língua Estrangeira Moderna (DCE). A partir dessas reflexões, cabe à escola, dentre suas funções, permitir que o ensino da LEM considere através do discurso, as relações que possam ser estabelecidas entre a língua estudada e a inclusão social, com vistas ao desenvolvimento do papel das diferentes línguas diante da diversidade cultural. 164 Ao se buscar o perfil da comunidade atendida pelo Colégio, de acordo com o P.P.P., constatou-se que essa, é parte integrante de uma sociedade organizada de forma desigual. Segundo análise, a desigualdade permeia as mais diversas áreas, tornando-se mais visível na distribuição de renda, no processo educacional, social e na saúde que prioriza o individualismo e a divisão de classes. Um dos efeitos mais perversos neste contexto está na “política de cada um por si”, na qual o fracasso diante de objetivos não alcançados torna-se responsabilidade individual, pela falta de esforço, pelo desinteresse, pela reprovação e pelo afastamento do aluno da escola não os vinculando às condições materiais, sociais, intransigências tradicionais e burocráticas no espaço escolar e ainda, imposições governamentais. Mesmo apresentando um discurso de “escola democrática” a instituição ainda não apresenta uma prática que permite “autonomia” diante de certas iniciativas propostas pela comunidade escolar. Dentre as justificativas apresentadas pela escola; quanto à pouca participação dos pais nas atividades desenvolvidas, a instituição apresenta como justificativa, a falta de interesse da comunidade para com a escola, pais atuantes no campo de trabalho assalariado e o descompromisso dos pais para com a educação de seus filhos. A escola sonhada, “utópica”, solidária e fraterna, na qual os sujeitos tenham condições de construir sua própria emancipação e lutar por uma sociedade mais justa, parece ainda estar distante do real. Porém existe como intencionalidade e ousadia de mudança, o desafio de, através do trabalho coletivo, promoção de atividades culturais e pedagógicas além da valorização do trabalho voluntário assegurar a possibilidade de integração entre escola e comunidade. Entendendo, que a escola pública e democrática caracteriza-se como um espaço de inclusão, de respeito às diferenças e aos diferentes saberes, que admite e compreende o conflito e que sabe administrá-lo democraticamente, escola passa a ser entendida como um espaço em que as decisões pedagógicas e administrativas são tomadas de forma coletiva, por todos os segmentos (pais, alunos, professores e funcionários) da comunidade escolar. Neste contexto o fazer político-pedagógico busca a superação das dificuldades, permitindo que a organização do conhecimento rompa com a fragmentação, com a seletividade e com os conteúdos alheios à realidade e ao saber do aluno. 165 Continua a expectativa de mostrar aos responsáveis pelo educando a importância de seu papel na formação do sujeito enquanto ser social, sensibilizandoos de diferentes maneiras para uma ação mais concreta quanto à importância da escola, da formação integral do aluno, da formação básica de valores tais como: limite, respeito, regras de convivência, entre outros, no espaço escolar. Fundada nessa perspectiva a escola pública torna-se espaço na qual a organização curricular e o fazer político-pedagógico devam preocupar-se com a qualidade do conhecimento e com a contextualização da realidade, para que os alunos se envolvam criticamente, fortalecendo dessa forma a participação de todos que consideram a escola um espaço de luta por uma educação de qualidade e uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. Partindo dos princípios já mencionados e dos apontamentos delineados pelo Projeto Político Pedagógico da instituição, identifica-se na pedagogia crítica, o referencial teórico que sustenta a valorização da escola como espaço social, responsável pela apropriação crítica e histórica do conhecimento como meio de compreensão das relações sociais e, por conseguinte o vislumbre de uma futura transformação social. De acordo com Lugli (2005, p.205), os discursos sociais que compõem a Língua Estrangeira, manifestados sob forma de textos diversos, se efetivam primeiramente durante as práticas discursivas realizadas no interior da sala de aula. A autora ainda destaca que trabalhar a leitura com os gêneros textuais, limitando a atividade de leitura à extração de informações, significa trabalhar com textos de um modo artificial, sem que haja uma relação entre tais gêneros e sua importância na rotina social. Nesse sentido, visando o alcance da criticidade através da leitura, torna-se necessário, além da extração de informações do texto, o entendimento em saber atribuir outras informações que estejam relacionadas a ele; significa também proporcionar ao aluno maior número possível de situações que possam ser utilizadas de forma significativa. Entendendo a LEM, como instrumento de comunicação Segundo as DCE, (2008, p. 23), a língua se apresenta como espaço de construção discursiva, carregada de significados culturais, o quê permite ao aluno observar de diferentes ângulos, os gêneros textuais diante da diversidade do uso da língua com a utilização da descrição, narração, inferências, entre outros. 166 Ainda seguindo as Diretrizes (2008), ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de construir sentidos, é formar subjetividades, independentemente do grau de proficiência atingido. Assim, o ensino da língua favorece o acesso ao conhecimento lingüístico, discursivo e cultural, oportunizando o discurso, a percepção de possibilidades de construção de significados sociais historicamente construídos e transformados pela prática social. Objetivos: - Experimentar, na aula de LEM, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas; - Utilizar-se da língua em situações de comunicação oral e escrita; - Compreender que os significados são social e historicamente construídos e, portanto passíveis de transformação na prática social; - Possibilitar maior consciência sobre o papel das línguas na sociedade; - Reconheçer e compreender a diversidade lingüística e cultural, constatando seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país. 1º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano de Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada um dos anos. Segue relação dos gêneros na apresentação da metodologia. CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA • Tema e finalidade do texto;Interlocutor; Aceitabilidade do texto;Situacionalida- 167 de do texto;Informações explícitas, Elementos composicionais do gênero;Discurso direto e indireto, Léxico; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem. ESCRITA • Tema e finalidade do texto; Interlocutor; Discurso direto e indireto, Informativi- dade; Elementos composicionais do gênero; • Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem; • Acentuação gráfica;Ortografia;Concordância verbal / nominal. ORALIDADE • Tema do texto;Finalidade;Papel do locutor e interlocutor;Elementos extralin- güísticos: entonação, pausas, gestos;Adequação do discurso ao gênero;Turnos de fala;Variações linguísticas;Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos. DESAFIOS EDUCACIONAIS: Lei 11645/08 referente à História e Cultura Afrobrasileira e Africana, Educação no Campo, Educação Indígena, ECA, Estatuto do Idoso, diferentes formas de discriminação, condutas típicas, Lei Maria da Penha, Educação Ambiental, entre outras, são questões que envolvem justiça social e que considera o mundo do trabalho para além da teoria do capital humano. ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA LEITURA • Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Consideração dos conhecimentos prévios dos alunos; • Inferências sobre informações explícitas do texto; • Discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade; • Contextualização da produção: suporte / fonte, interlocutores, finalidade, épo- 168 ca; • Utilização de materiais audio-visuais e gráficos (fotos, vídeos, músicas, gráfi- cos, imagens, mapas, e outros;) para interpretação de textos orais, visuais e escritos. • Socialização das idéias dos alunos sobre o texto. ESCRITA • Produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gêne- ro, da finalidade;Reestrutura e reescrita textual; Reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos. ORALIDADE • Apresentações de textos produzidos pelos alunos; • Contações de histórias reais ou fictícias; • Seleção de discurso de outros, como: entrevista, cenas de desenhos/progra- mas infanto-juvenis, reportagens; • Análise dos recursos próprios da oralidade; • Orientação sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Reflexão sobre os argumentos utilizados nas exposições orais. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO CONTEXTO LEITURA • Identificar o tema; leitura compreensiva do texto;Localizar informações ex- plícitas no texto;Ampliar seu horizonte de expectativas; léxico; idéia principal do texto; o gênero, os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto; opiniões a respeito do que foi lido. ESCRITA • idéias com clareza; • Elaborar / reelaborar textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); à continuidade temática; 169 • Diferenciar o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Recursos textuais como: coesão e coerência, informatividade; • Recursos linguísticos. ORALIDADE • Discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal);idéias • Compreensão de argumentos no discurso do outro; sequência de fala; • Analisar os argumentos apresentados pelos colegas de classe em suas apre- sentações e/ou nos gêneros orais trabalhados;Participação ativa nos diálogos, relatos, discussões, quando necessário, em língua materna. 1º e 2º BIMESTRE Conteúdos Específicos: − Cumprimentos, Alfabeto, Família − Pronomes Pessoais,Pronomes Possessivos, Verbos Ser/Estar, Vogais − Dias da semana, Objetos da sala de aula − Artigo/ contração, Verbo Ter − Graus de parentesco, Numerais, Meses do ano, Estações do ano − Adjetivos possessivos/qualificativos, Corpo Humano, Verbos regulares 1ª e 2ª conjugação, As cores, As horas, Expressões Adverbiais de tempo − Verbos regulares/ irregulares 3ª conjugação, Pronomes reflexivos − Verbo gostar Conteúdos Complementares − Textos diversos, Compreensão auditiva, Músicas, Filmes − Dramatização com fantoches, Jogos diversos, Oralidade − Produção de pequenos textos com recortes de revistas 3º e 4º BIMESTRE Conteúdos Estruturantes: O discurso como prática social – Leitura – Escrita e Oralidade. 170 Conteúdo Específico: − Verbo pretérito indefinido, Os animais, Verbos pretérito composto, Situações ao telefone, Verbos pluscuamperfecto(mais que perfeito), Graus do adjetivo e advérbio, Apócope, Verbos futuro imperfeito do indicativo, Condicional do indicativo, Órgãos e outras partes do corpo, Tipos de veículos, Pronomes relativos/interrogativos, Preposição, Uso dos sinais de pontuação, Correspondência, Cartas comerciais, Verbo presente do subjuntivo, Verbo pretérito imperfeito subjuntivo, Verbo futuro subjuntivo, Meios de comunicação, Heterogênicos, Meio ambiente, Complementos diretos/indiretos, Pronomes complementares, Palavras Homônimas/ parônimas, Heterotónicos, Imperativo, Heterosemânticos, Festas populares na Espanha Conteúdos Complementares − Produção de textos, Produção de poemas, Leitura de textos diversos, Dramatização corporal /fantoche, Pesquisa na internet (temas diversos), Jogos diversos, Oralidade, Filmes, Músicas, Compreensão auditiva 2º ANO CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL GÊNEROS DISCURSIVOS Para o trabalho das práticas de leitura, escrita, oralidade e análise linguística, serão adotados como conteúdos básicos os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada um dos anos. Segue relação dos gêneros na apresentação da metodologia. CONTEÚDOS BÁSICOS LEITURA 171 a) Conteúdo temático;Interlocutor;Finalidade do texto;Aceitabilidade texto;Informatividade;Situacionalidade;Temporalidade;Intertextualidade;Vozes do so- ciais presentes no texto;Discurso direto e indireto;Elementos composicionais do gênero;Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos como: (aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem.Semântica: operadores argumentativos; ambiguidade; sentido conotativo e denotativo das palavras no texto; expressões que denotam ironia e humor no texto. Léxico; ESCRITA • Conteúdo temático;Interlocutor;Finalidade do texto; Informatividade;Situacio- nalidade;Intertextualidade;Temporalidade;Discurso direto e indireto;Vozes sociais presentes no texto;Elementos composicionais do gênero;Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto, pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito); • Concordância verbal e nominal; • Semântica:operadores argumentativos;ambiguidade;significado das palavras; figuras de linguagem;sentido conotativo e denotativo; expressões que denotam ironia e humor no texto.Acentuação gráfica;Ortografia. ORALIDADE - Conteúdo temático;Finalidade;Aceitabilidade do texto;Informatividade; - Papel do locutor e interlocutor;Elementos extralinguísticos: entonação, ex- pressões facial, corporal e gestual, pausas;Adequação do discurso ao gênero; - Turnos de fala;Variações linguísticas; - Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, semântica; - Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições); - Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito. DESAFIOS EDUCACIONAIS: Lei 11645/08 referente à História e Cultura Afrobrasileira e Africana, Educação no Campo, Educação Indígena, ECA, Estatuto do Idoso, diferentes formas de discriminação, condutas típicas, Lei Maria da Penha, Educação Ambiental, entre outras, são questões que envolvem justiça social e que 172 considera o mundo do trabalho para além da teoria do capital humano. ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA LEITURA • Práticas de leitura de textos de diferentes gêneros; • Consideração dos conhecimentos prévios dos alunos; • Inferências sobre informações explícitas do texto; • Discussões sobre: tema, intenções, intertextualidade; aceitabilidade, informa- tividade, situacionalidade, temporalidade, vozes sociais e ideologia; • Contextualização da produção: suporte/fonte, interlocutores, finalidade, épo- ca; • Utilização de materiais gráficos diversos (fotos, gráficos, imagens, mapas, e outros;) para interpretação de textos; • Relações dialógicas; • Socialização das idéias dos alunos sobre o texto; • Identificação e reflexão das diferenças decorridas do uso de palavras e/ou ex- pressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor; • Percepção dos recursos utilizados para determinar causa e consequência en- tre as partes do texto; • Reconhecimento do estilo dos diferentes gêneros. ESCRITA • Produção textual a partir: da delimitação do tema, do interlocutor, do gênero, da finalidade, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia; • Reestrutura e reescrita textual; • Reflexão dos elementos discursivos, textuais, estruturais e normativos; • Uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como de expressões que denotam ironia e humor. ORALIDADE 173 • Apresentações de textos produzidos pelos alunos; levando-se em considera- ção a aceitabilidade, informatividade, situacionalidade e finalidade do texto; • Contações de histórias de diferentes gêneros, utilizando-se dos recursos ex- tralingüísticos, como: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas; • Seleção de discurso de outros para análise dos recursos de oralidade, como: entrevista, cenas de desenhos/programas infanto-juvenis, reportagens; • Análise dos recursos próprias da oralidade em seu uso formal e informal; • Orientação sobre o contexto social de uso do gênero oral selecionado; • Reflexão sobre os argumentos utilizados nas exposições orais. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO NO CONTEXTO LEITURA • Identifique o tema; • Realize leitura compreensiva do texto; • Localize informações explícitas e implícitas no texto; • Amplie seu horizonte de expectativas; • Amplie seu léxico; • Identifique a idéia principal do texto; • Perceba o ambiente no qual o gênero circula; • Posicione-se argumentativamente; • Reconheça palavras e/ou expressões que denotem ironia e humor no texto; • Compreenda as diferenças decorridas do uso de palavras e/ou expressões no sentido conotativo e denotativo; • Deduza os sentidos das palavras e/ou expressões a partir do contexto. ESCRITA • Expresse as idéias com clareza; • Elabore / reelabore textos de acordo com o encaminhamento do professor, atendendo: - às situações de produção propostas (gênero, interlocutor, finalidade...); - à continuidade temática; • Diferencie o contexto de uso da linguagem formal e informal; • Use recursos textuais (coesão e coerência, informatividade, dentre outros); 174 • Utilize adequadamente recursos linguísticos; • Empregue palavras ou expressões no sentido conotativo e denotativo, bem como expressões que indicam ironia e humor, em conformidade com o gênero proposto. ORALIDADE • Utilize o discurso de acordo com a situação de produção (formal/ informal); • Apresente suas idéias com clareza; • Compreenda os argumentos no discurso do outro; • Organize a sequência de sua fala; • Respeite os turnos de fala; • Analise os argumentos apresentados pelos colegas de classe em suas apre- sentações e/ou nos gêneros orais trabalhados; • Participe ativamente dos diálogos, relatos, discussões, quando necessário em língua materna. • Exponha seus argumentos objetivamente; • Explore a oralidade, em adequação ao gênero proposto; • Utilize conscientemente expressões faciais corporais e gestuais, pausas e en- tonação nas exposições orais, entre outros elementos linguísticos; • Analise recursos da oralidade em cenas de desenhos, programas infanto-ju- venis, entrevistas, reportagem, entre outros. Gêneros discursivos ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO EXEMPLOS DE GÊNEROS COTIDIANA Adivinhas, Bilhetes, Carta Pessoal, Cartão, Cartão Postal, Convites, Exposição Oral, Fotos,Músicas,Piadas,Provérbios, Receitas, Relatos de Experiências Vividas,TravaLínguas LITERÁRIA / ARTÍSTICA, Autobiografia,Biografias,Contos,Fábulas,Histórias em 175 Quadrinhos,Letras de Músicas,Narrativas de Aventura,Narrativas de Humor,Paródias Poemas CIENTÍFICA Artigos,Conferência,Debate,Palestra,Pesquisas,Resumo ESCOLAR Cartazes,Diálogo/Discussão Argumentativa,Resenha,Exposição Oral,Júri Simulado, Mapas,Palestra,Pesquisas,Resumo,Seminário,Texto Argumentativo IMPRENSA Agenda Cultural,Anúncio de Emprego,Artigo de Opinião,Classificados,Entrevista (oral e escrita),Fotos,Horóscopo,Mapas,Mesa Redonda,Notícia,Sinopses de Filmes,Tiras PUBLICITÁRIA Anúncio,Cartazes,Comercial para TV,Folder,Fotos,Slogan,Músicas,Outdoor, Paródia,Placas POLÍTICA Abaixo-Assinado,Carta de Emprego,Carta de Reclamação,Carta Solicitação,Debate Mesa Redonda,Panfleto JURÍDICA Depoimentos,Discurso de Acusação,Discurso de Defesa,Requerimentos PRODUÇÃO E CONSUMO Bulas,Manual Técnico,Placas,Regras de jogo,Rótulos/Embalagens MIDIÁTICA Desenho Animado,E-mail,Entrevista,Filmes Recursos didáticos - Livros didáticos e paradidáticos;Dicionários (biblioteca da escola); - TV pen-drive;TV Paulo Freire; Portal Dia-a-Dia Educação; - OAC (Objeto de Aprendizagem Colaborativa); de 176 - Revistas e jornais;DVDs (músicas e filmes);CDs (músicas e diálogos); - Dramatização; Jogos;Usos da Internet (Laboratório- Dicionários); - Revistas e jornais (biblioteca da escola); Gravação de diálogos. METODOLOGIA A metodologia utilizada deverá favorecer uma formação crítica, e o entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação. O trabalho deve oportunizar ao aluno a possibilidade de interpretar, entender, falar, ler e escrever a partir do domínio do sistema formal da língua, buscando a utilização do idioma em situações reais de comunicação, transformando modos de entender o mundo e de construir significados. Os alunos nessa abordagem deverão ser encorajados a construir uma postura crítica frente aos textos, envolvendo questionamentos acerca de diferentes temáticas e visões de mundo. Essa correlação deve cooperar para trocas interacionais nos campos da convivência, cultura, ciência e trabalho, valores, crenças, respeito às diferenças, entre outros. Como possibilidade real de comunicação sugere-se o contato com publicações, filmes, músicas, correspondências, textos, dramatizações, visando garantia de interação com as mais variadas expressões lingüísticas. Os conteúdos estruturantes devem abordar as questões linguísticas, as sociopragmáticas, culturais e discursivas, assim como as práticas de uso da língua: leitura, escrita e oralidade. Sendo assim, os conteúdos específicos a serem desdobrados a partir dos conteúdos estruturantes serão estabelecidos com referência aos textos de diferentes tipos destacando seus elementos linguísticodiscursivos como indica as DCEs. Os textos devem abordar uma prática reflexiva e crítica, desenvolvendo conhecimentos linguísticos, percebendo as implicações sociais, históricas e ideológicas presentes nos mesmos. Segundo as DCEs (2008, p.33) “o ponto de partida da aula de Língua Estrangeira Moderna será o texto, verbal e não-verbal, como unidade de linguagem em uso”. Sendo assim, o professor fará uso de um material selecionado que inclui atividades de leitura e interpretação de textos de diversos gêneros, escritos ou orais. Serão realizadas discussões, pesquisas em sites, revistas, livros, trabalhos em 177 grupos e leitura reflexiva de textos, instigando assim a reflexão e o reconhecimento do estilo próprio de diferentes gêneros. Os recursos utilizados deverão ser variados como: internet, datashow, vídeo clips, músicas, textos literários ou práticos com a intenção de despertar uma participação ativa dos aprendizes. Nesse sentido e a partir de uma seleção de textos e outros recursos audiovisuais já citados que reproduzam cenas cotidianas, temas atuais e de interesse geral, que são capazes de traduzir os conteúdos culturais e gramaticais necessários buscar-se-á um satisfatório desempenho do estudante como emissor e receptor de mensagens e como um ser eminentemente cultural. Acredita-se que ao trabalhar com as diferentes culturas, é importante que o aluno, ao contrastar a sua cultura com a do outro, perceba-se como sujeito histórico e socialmente constituído e assim elabore a consciência da própria identidade. Os textos literários serão apresentados aos alunos de modo que provoquem reflexão e façam com que os mesmos o percebam como uma prática social de um determinado contexto sócio-cultural particular. Destaca-se que as reflexões discursivas e ideológicas dependem de uma interação primeira com o texto. Isso não representa privilegiar a prática da leitura em detrimento às demais no trabalho em sala de aula, visto que na interação com o texto, há uma simultânea utilização de todas as práticas discursivas: leitura, escrita e oralidade. Com relação à escrita, entende-se que ela deva ser vista como uma atividade sócio-interacional, ou seja, significativa. Os conhecimentos linguísticos serão trabalhados dependendo do grau de conhecimento dos alunos e estarão voltados para a interação que tenha por finalidade o uso efetivo da linguagem e não da memorização de conceitos. O ensino de língua estrangeira estará articulando com as demais disciplinas do currículo, objetivando relacionar os vários conhecimentos. Isso não significa obrigatoriamente, desenvolver projetos envolvendo inúmeras disciplinas, mas fazer com que o aluno perceba que conteúdos de disciplinas distintas podem muitas vezes estar relacionados entre si. A língua estrangeira será trabalhada de maneira a proporcionar: a inclusão social, o desenvolvimento da consciência do papel das línguas na sociedade, o reconhecimento da diversidade cultural e o processo de construção das identidades transformadoras. Os alunos, nesta abordagem de ensino são 178 encorajados a reconhecer e compreender a diversidade lingüística e cultural aos textos que lhe são apresentados, envolvendo-os em atividades críticas e problematizadoras, que se concretizam por meio da língua como prática social. O trabalho com a Língua Estrangeira em sala de aula precisa partir do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação. A Língua Estrangeira Moderna possibilita conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e de construir significados. Salienta-se que, para desenvolver as práticas de uso da língua, serão adotados os gêneros discursivos conforme suas esferas sociais de circulação de acordo com o Projeto Político Pedagógico, com a Proposta Pedagógica Curricular, com o Plano de Trabalho Docente, ou seja, em conformidade com as características da escola e com o nível de complexidade adequado a cada um dos anos. AVALIAÇÃO De acordo com o Projeto Político Pedagógico da instituição, o sistema de Avaliação do desempenho do aluno e de seu Rendimento Escolar, deverá ser contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos qualitativos. Os resultados deverão ser expressos em notas de 0,0 à 10,0 (zero a cem). A nota do bimestre, mínima para aprovação (6,0), será resultante da somatória dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na seqüência e ordem de conteúdos. A avaliação deve ser diagnóstica, ou seja, tendo como objetivo identificar as dificuldades dos alunos para que o professor possa rever sua metodologia e intervir no processo de ensino e aprendizagem. Os objetivos deverão partir das necessidades concretas do aluno no contexto histórico-cultural, a fim de que através da socialização do saber, possa-se desvendar os mecanismos de dominação existente, instrumentalizar as camadas populares do conteúdo para que participem da transformação social. Torna-se necessário dar ênfase à avaliação diagnóstica e qualitativa, contínua, gradual e constante. Valorizando sua função que consiste em informar ao professor e aos alunos a trajetória do progresso. Ainda possibilita ao professor avaliar seu próprio desempenho, sua proposta pedagógica, bem como a correção 179 que se fizer necessária no processo de ensino e na reformulação dos objetivos educacionais. As técnicas e os instrumentos utilizados na avaliação deverão ser diversificados, a fim de atender as peculiaridades dos alunos e oportunizar uma avaliação adequada aos diferentes objetivos. Diante dessa perspectiva o aluno participante no CELEM, será avaliado de acordo com seu desempenho, organização e participação. Serão consideradas as diferentes naturezas da avaliação diagnóstica, somativa e formativa que se articulam com os objetivos específicos selecionados. Poderão ser utilizados como instrumento de avaliação provas escritas, orais, auditivas e participação em atividades extraclasse. O professor não avaliará somente um momento e com um único instrumento. A participação efetiva do aluno nas aulas e atividades servirão para que o professor observe as práticas de uso da língua que os alunos desenvolveram. Seguindo esses critérios, para obter-se a nota bimestral, somar-se-ão as notas parciais obtidas, através dos diversos instrumentos já mencionados. Os critérios para aprovação / reprovação estão descritos no Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar. Acervo disponibilizado pela Biblioteca do Colégio aos alunos e professores BRIONES, Ana Isabel. Espanol ahora. São Paulo: Moderna, 2005 DIAZ Y GARCÍA – TALAVERA, Miguel. Dicionário Santillana para Estudantes; revisor técnico Francisco Zaragoza Zaldívar. - 2ª ed. rev. e ampl. - São Paulo: Moderna, 2008. (10 exemplares). SEÑAS: Diccionario para la Enseñanza de la Lengua Española para Brasileños / Universidad de Acalá de Henares. Departamento de Filologia; tradução de Eduardo Brandão, Claudia Berliner. 2ª ed. - São Paulo: Martins Fontes, 2001. (01 exemplar). Gran Diccionario Usual de la Lengua Española / edición y coordenación editorial Pilar Remirez. São Paulo: Larousse do Brasil, 2006. (01 exemplar). FILHO, José C. P. de Almeida. O professor de língua estrangeira em formação. Campinas, S.P. Pontes, 2005. LIPSKI, John. El Espanol de América.Madrid: Longman Group,, 2005 ALONSO, Encina. Como ser professor y querer seguir siendolo.Madrid, Edelsa Grupo Didascalia: 1994. 180 DURÃO, Adja. Análisis de errores em la interlengua de brasilenos aprendices de espanol y de espanoles aprendices de português. Londrina, EDUEL:2004. FANJUL, ADRIAN, Gramática de espanol paso a paso.São Paulo: Moderna, 2005 7.4. Projeto: Estágio Curricular não-obrigatório Considerando que a educação é crucial como um dos instrumentos de transformação social, pautada, sobretudo pelos atributos de qualidade e equidade de oportunidades. Considerando a Lei Nº 11.788 de 25 de Setembro de 2008, que dispõe sobre o Estágio de Estudantes e a Instrução Nº 006/2009 – SUED / SEED de 06/08/2009; Considerando que os objetivos expressos no Projeto Político Pedagógico e os pressupostos da Proposta Curricular dos níveis de ensino ofertados na instituição escolar de acordo à Legislação vigente; A nova lei de estágio reafirma a prática de estágio como ato educativo. O Estágio Curricular não-obrigatório, ainda que objetive a preparação para o trabalho produtivo, vai além da formação articulada para o mercado de trabalho, constituindo-se em atividade complementar à formação acadêmica e/ou profissional realizada por livre escolha do educando. Para que o Estágio Curricular não-obrigatório possibilite ao educando a conquista de sua emancipação sócio-econômica e política através da aquisição de conhecimentos que permitam a atuação do educando no mundo do trabalho, a formação do sujeito deve ser contemplada pelas diferentes disciplinas que favoreçam a aquisição pelo aluno de subsídios teóricos historicamente construídos que possam ser integrados a prática do Estágio e permitam a utilização do estágio para além da escola, para a formação integral do sujeito. Como descrito acima, o Estágio Curricular não obrigatório, ofertado pelo Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio tem sua base legal na Lei LDBEN 9.394/96, na DCNEM de 98 e na Lei 11.788 de 25 de Setembro de 2008, além de estar regulamentado no Regimento Interno da Instituição. 181 No Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio, a modalidade de Estágio Curricular não-obrigatório será ofertada aos alunos: • Dos anos finais do Ensino Fundamental ( 7ª e 8ª séries ); • Dos anos iniciais e finais do Ensino Médio ( 1º, 2º e 3º anos ); Para que as atividades do estágio extracurricular não-obrigatório ocorram, faz-se necessário o estabelecimento de direitos e deveres dos sujeitos envolvidos: • Agente de integração ( intermediário ); • Unidade de Ensino ( escola de ensino regular ); • Instituição Concedente ( unidade sede do estágio) e • Estagiário ( aluno ); Quanto a Unidade de Ensino, caberá a indicação de Professor Pedagogo, membro da Equipe Pedagógica, para acompanhamento do que se faz necessário ao cumprimento dos seguintes itens: I. Acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo aluno, de forma não-presencial através de relatórios emitidos semestralmente pela Unidade Concedente; II. Informar aos professores das turmas que tiveram alunos que realizam estágio não-obrigatório para que os professores possam contribuir com a relação teoria-prática; III. Avaliar e registrar junto com o aluno a relevância do estágio para a sua formação para o mundo de trabalho; IV. Quanto a Unidade Concedente / Agente de Integração se faz necessário o cumprimento dos seguintes itens ( conforme lei 11.788/08 ): V. Plano de estágio constando às atividades desenvolvidas pelo estagiário; VI. Vinculação das atividades com o campo de formação acadêmico/ profissional; aulas; VII. Vinculação a uma situação real de trabalho; VIII. Adoção de horário de Estágio que não coincida com o horário de 182 O aluno não pode ter vínculo empregatício com a instituição que IX. pretende estabelecer o vínculo como estagiário; X. O estágio não pode exceder a 02 ( dois ) anos; Estabelecer XI. termo de compromisso entre as instâncias envolvidas e zelar por seu cumprimento; Emitir relatório semestral das atividades / desempenho do XII. estagiário e enviar a unidade de ensino; XIII. Quanto ao papel do aluno estagiário se faz necessário o cumprimento dos seguintes itens: XIV. Cumprir as normas estabelecidas no termo de compromisso firmado com a Unidade concedente; XV. Estabelecer horário do Estágio de acordo com as orientações da Unidade, desde que não interfiram no período escolar; Desta forma, ficam estabelecidos os itens que devem ser cumpridos e os responsáveis para sua execução na modalidade de Estágio Curricular nãoobrigatório. 8. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, PROMOÇÃO 8.1 Conselho de Classe O Conselho de Classe tem fundamental importância para uma boa qualidade no ensino, e constitui-se em diversos momentos, necessários para a investigação, reflexão e elaboração de estratégias objetivando o sucesso escolar. O Pré-conselho é realizado bimestralmente com alunos, professores, equipe pedagógica e direção. Nesta oportunidade, reflete-se sobre a metodologia dos professores, bem como todo o trabalho pedagógico desenvolvido dentro do âmbito escolar, a fim de que possamos fazer as devidas retomadas, revendo as estratégias quando necessário. São levantados também dados parciais referentes ao aproveitamento dos alunos nas diferentes disciplinas de forma individual e sempre que necessário, estes são repassados aos pais ou responsáveis a fim de juntos fazermos intervenções, visando sempre o desenvolvimento pleno dos alunos, pois acreditamos no sucesso da parceria entre família e escola. 183 O Conselho de Classe é um momento de Avaliação coletiva e reflexão sobre os resultados que a escola vem alcançando com os alunos. Mobiliza toda a comunidade escolar no sentido de definir as ações para a melhoria dos resultados, devendo ser valorizadas as recomendações de intervenções pedagógicas, das quais o professor pode se utilizar para resgate da aprendizagem. O Conselho de Classe deve ser formado pelo Diretor, pelo Pedagogo e por todos os professores que atuam em uma mesma série. Será realizado a cada bimestre, em datas previstas no Calendário Escolar ou sempre que se fizer necessário. O Conselho de Classe deve ter como plano de Ação: Analisar o Rendimento global de cada turma, quanto aos aspectos quantitativos e qualitativos da Avaliação; Atuar com critérios consultivos, normativos e deliberativos em assuntos didáticos-pedagógicos e disciplinares; Possibilitar maior integração entre atividades docentes e os serviços de Orientação Educacional e Supervisão Escolar; Proporcionar encontros entre professores de mesma turma, visando à realização de estudo da turma como um todo, incluindo análise dos educandos em seus aspectos sócio afetivo, psicomotor e cognitivo. Favorecer a compatibilização de procedimentos e critérios de avaliação utilizados pelos professores com o Sistema de Avaliação adotados pela Escola. Decidir sobre medidas a serem tomadas para solucionar os problemas constatados, referentes à aprovação, estudando caso por caso, com base nos resultados das observações registradas pelos professores, Pedagogo e Diretor. Nas reuniões do Conselho de Classe deve ser lavrada ata, em livro próprio, para registro, divulgação ou comunicação aos interessados. No pós-conselho é dada a devolutiva aos pais e alunos através de reunião onde os resultados são repassados a fim de juntos fazermos intervenções, visando sempre o desenvolvimento pleno dos alunos, pois acreditamos no sucesso da parceria entre família e escola. Nesta oportunidade elaboramos ações com o objetivo de sanar os problemas detectados no conselho de classe. Conselho de Classe Final 184 O Conselho de Classe Final decidirá pela aprovação ou não do aluno que: • Não atingir/alcançar média final 6,0 – (sessenta). • Permanecer durante 3 anos em uma mesma série, (porém antes observar possibilidade de promoção através de verificação da vida escolar do aluno). Serão ainda analisados, durante as diferentes fases de desenvolvimento do aluno, os aspectos: sócio-afetivo, psicomotor e cognitivo, observando-se e respeitando-se seu desenvolvimento individual, de acordo com suas potencialidades. 8.2 AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO A Avaliação deve representar um esforço do professor em observar e compreender o que os alunos fazem e os significados atribuídos por eles aos conteúdos trabalhados nas situações vivenciadas em sala de aula e nos demais contextos sociais. Os objetivos devem partir das necessidades concretas do aluno no contexto histórico-cultural, a fim de que através da socialização do saber, possam desvendar os mecanismos de dominação existente, instrumentalizando as camadas populares de conteúdo que permita participação na transformação social. Isso propicia o entendimento de que se deve avaliar o aluno não somente nos conhecimentos ligados ao aproveitamento teórico-prático, como também o desvelamento de suas competências. Torna-se necessário dar ênfase à avaliação diagnóstica e qualitativa, contínua, gradual e constante, tendo como função: - Informar ao professor juntamente com os alunos a trajetória do progresso deste. - Possibilitar ao professor avaliar seu próprio desempenho, sua proposta pedagógica, bem como a correção que se fizer necessária no processo de ensino e na reformulação dos objetivos educacionais. - A proposta de avaliação a ser seguida será a que torna possível uma avaliação qualitativa com funções diagnóstica e formativa para verificar o 185 desempenho do educador e do educando. A avaliação busca o progresso do aluno em relação a si mesmo e a superação dos seus limites dentro de uma perspectiva democrática que não gere medo ou ansiedade em relação à avaliação, mas sim um caráter de constante motivação e desafio, na busca da construção dos conhecimentos científicos, humanos e sociais. - As técnicas e os instrumentos utilizados na avaliação devem ser diversificados, a fim de atender as peculiaridades dos alunos e oportunizar uma avaliação adequada aos diferentes objetivos. 8.3. Recuperação de Estudos O método de recuperação utilizado é a Concomitante, neste processo o professor considera a aprendizagem no decorrer do processo e, para aferição do bimestre, entre a nota da avaliação e da recuperação, prevalecerá sempre a maior. Após a apuração dos resultados finais de aproveitamento e freqüência, serão definidas as situações de aprovação ou reprovação dos alunos. Será considerado aprovado o aluno que apresentar, no Ensino Fundamental (6° ao 9° anos) e Ensino Médio freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do período letivo e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da média aritmética dos bimestres, nas respectivas disciplinas. Ensino Médio Blocado Semestral: A organização curricular do ensino médio é efetivada por bloco de disciplinas e por série. O Ensino Médio apresenta carga horária distribuída da seguinte forma: • Período diurno: 1ª, 2ª e 3ª série – 24 horas/aula, A distribuição da carga horária do Ensino Médio, apresenta-se de acordo com os pressupostos da LDB9394/96 e das Diretrizes Curriculares Nacionais, ou seja: 75% (setenta e cinco por cento) base nacional comum e 25% (vinte e cinco por cento) na parte diversificada, estando ambas integradas. Os conteúdos trabalhados no Ensino Médio Blocado, visam a aquisição e desenvolvimento de competências básicas para quê, como cidadão, o sujeito possa 186 intervir em seu ambiente social com o objetivo de auxiliar em sua transformação.. Tem-se observado que esse procedimento já tem demonstrado resultados positivos com relação à criticidade, socialização, argumentação, respeito mútuo, contextualização, interdisciplinaridade. Linhas de ação: A organização curricular do Ensino Médio será por disciplina e série. Compreendendo a carga horária de 24 horas/aula semanal com duração de 50 minutos, para o Ensino Fundamental e Médio (Noturno) e 24 horas/aula para o Fundamental (diurno). Justificativa: As matrizes curriculares foram assim organizadas a fim de obedecer o mínimo de 800 (oitocentas) horas/anuais, 200 (duzentos) dias letivos, 4 (quatro) horas de trabalho diário, como determinado na LDB 9394/96. Sendo distribuídas 75% da carga horária na base nacional comum e, 25% na parte diversificada, estando ambas integradas. Tendo em vista a realidade da comunidade, a parte diversificada atende as necessidades da mesma, complementando, na prática, algumas disciplinas da base comum. A organização curricular, deste estabelecimento, com relação aos conteúdos e competências, visam contemplar os pressupostos da LDB9394/96 e Diretrizes Curriculares tais como: • acesso a conteúdos mínimos, • reverter quadro de exclusão e discriminação, • proposta curricular que deve articular fundamentos teóricos embasando a relação entre conhecimentos e valores voltados para a vida cidadã, • coerência com os valores estéticos, políticos e éticos que inspiram a Constituição de 1988 e a LDB 9394/96, organizadas sob três consigmas: sensibilidade, igualdade, identidade, • Currículo voltado para as competências básicas, interdisciplinaridade e contextualização. Princípios Axiológicos: • Fortalecimento dos laços de solidariedade e de tolerância recíproca; • Formação de valores, • Aprimoramento como pessoa humanizada; • Formação ética e exercício da cidadania. 187 Como princípios pedagógicos estruturadores do currículo foram propostas a interdisciplinaridade e contextualização para atender o que a lei estabelece quanto às competências de: • Vincular a educação ao mundo do trabalho e a prática social; • Compreender o significado do conhecimento, valorizar o ensino e a aprendizagem; • Preparar-se para o trabalho e exercício da cidadania; • Ter autonomia intelectual e pensamento crítico; • Compreender os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos; • Relacionar a teoria com a prática. Recuperação de Estudos Para alunos de baixo rendimento escolar será proporcionada Recuperação de Estudos, de forma concomitante, ao longo da série ou período letivo. A recuperação de estudos será planejada constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos. A carga horária da Recuperação de Estudos não será inserida no cômputo das 800 (oitocentas) horas anuais. Na Recuperação de Estudos o professor avaliará a aprendizagem do aluno no decorrer do processo e para aferição do bimestre, entre a nota da Avaliação e da Recuperação, prevalecerá a maior, seguindo dispositivo da lei. Após a apuração dos resultados finais de aproveitamento e freqüência, serão definidas as situações de aprovação ou reprovação de cada aluno. Será considerado aprovado o aluno que apresentar: freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária do período letivo e média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero), resultante da média aritmética dos bimestres, nas respectivas disciplinas, como segue: 1º B. +2º B. + 3º B. + 4º B 4 = 6,0 188 • freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero), em três disciplinas mesmo após a recuperação de estudos de forma concomitante, ao longo da série ou período letivo. Será considerado reprovado o aluno que apresentar: a) freqüência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga horária do período letivo e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero). b) freqüência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) sobre o total da carga horária do período letivo, com qualquer média anual. c) O aluno que apresentar freqüência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero), será submetido à análise do Conselho de Classe que definirá pela sua aprovação. Recuperação Concomitante No decorrer do ano letivo, havendo alunos que apresentam rendimento insuficiente em relação à aprendizagem de determinados conteúdos relativos às diversas áreas do conhecimento, cabe ao professor, elaborar uma proposta de estudos concomitante ao período letivo e as avaliações que são por ele realizadas. A proposta do estudo deve priorizar os conteúdos básicos necessários para que o aluno possa dar continuidade ao seu processo de aprendizagem e deve prever o atendimento dos alunos no decorrer dos 200dias letivos e das 800 horas aulas previsto em lei. 8.4 A sistemática da Avaliação A sistemática da Avaliação do desempenho do aluno e de seu Rendimento Escolar será contínua e cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos de acordo com o Currículo e objetivos propostos pelo estabelecimento de Ensino e os resultados expressos em notas de 0,0 a 10,0 (zero a dez vírgula zero). A nota bimestral será resultante da somatória dos valores atribuídos em cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na seqüência e ordem de conteúdos. Como instrumento de avaliação sugere-se que 189 seja considerado provas dissertativas, objetivas, trabalhos escritos, seminário/apresentação oral, individual ou em grupo. Quando o aluno não conseguir nota mínima em uma das estratégias utilizadas, recomenda-se a recuperação concomitante, prevalecendo a nota maior. 8.5 Proposta de avaliação para o Ensino Médio Blocado Objetivos: Avaliar o aluno como um todo, visando aproveitamento, ou seja, apropriação teórico – prático dos conteúdos de aprendizagem. Justificativa: Sugerimos essa forma de avaliação para que o aluno atinja satisfatoriamente as competências em todas as áreas, dominando diferentes linguagens, compreendendo fenômenos, enfrentando diversas situações, construindo argumentações e elaborando propostas. Metodologia: A metodologia a ser desenvolvida como instrumento de avaliação irá considerar a efetiva aprendizagem adquirida, mediante a apresentação de resultados. Serão considerados pelo menos, dois instrumentos de avaliação durante o bimestre, ainda indicando atividades desenvolvidas dentro ou fora de sala de aula, tais como: tarefas, trabalhos de pesquisa, trabalhos de ordem prática e demais atividades previamente estruturadas pelo professor, com auxílio da equipe pedagógica. 8.6 Classificação e Reclassificação Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme Regimento Escolar. Devendo considerar as seguintes regulamentações: • a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional N º 9394/96, em seu artigo 23, § 1°; • a Deliberação N.º 09/01 do Conselho Estadual de Educação, em seus artigos 24, 25, 26 e 27; • o Parecer N.° 588/08 do Conselho Estadual de Educação em resposta à consulta sobre normas para o processo de reclassificação de alunos; 190 • instrução N° 20/2008 – SUED/SEED. A classificação tem caráter pedagógico centrado na aprendizagem, é o procedimento que o Estabelecimento adota, segundo critérios próprios, para posicionar o aluno na etapa de estudos compatível com a idade, experiência e desempenho, adquiridos por meios formais ou informais. A classificação pode ser realizada: a) por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento, a série, etapa, ciclo, período ou fase anterior na própria escola; b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas do país ou do exterior, considerando a classificação na escola de origem; c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série, ciclo, período, fase ou etapa adequada. A reclassificação é um processo pedagógico que se concretiza através da avaliação do aluno matriculado e com freqüência na série/ano/disciplina(s) sob a responsabilidade do estabelecimento de ensino que, considerando as normas curriculares, encaminha o aluno à etapa de estudos/carga horária da(s) disciplina(s) compatível com a experiência e desempenho escolar demonstrados, independentemente do que registre o seu Histórico Escolar. O processo de reclassificarão poderá ser aplicado como verificação da possibilidade de avanço em qualquer série/ano/carga horária da(s) disciplina(s) do nível da Educação Básica, quando devidamente demonstrado pelo aluno, sendo vedada a reclassificação para conclusão do Ensino Médio. Reclassificação é o processo pelo qual a escola avalia o grau de experiência do aluno matriculado, levando em conta as normas curriculares gerais, a fim de encaminhá-lo à etapa de estudos compatível com sua experiência e desempenho, independentemente do que registre o seu histórico escolar. 9. GESTÃO ESCOLAR 9.1 Gestão Democrática 191 A política da Gestão Democrática, implantada no sistema de ensino com a Constituição de 1988, reforçou o caráter público e democrático da escola como uma instância viva de participação da comunidade nas decisões. Desse modo com a aprovação da LDB 9394/96, seguindo os Artigos 3°, 4° 12°, 14°,15°, 67°, determinou-se legalmente a implementação de um trabalho pedagógico articulado. Tal articulação surge como possibilidade de elaboração de um projeto educacional que vincule as ações dos profissionais da educação a um projeto educativo mais amplo, que vislumbre pela educação, o enfrentamento da exclusão social, da reprovação, bem como a emancipação social e política de todos. De acordo com VEIGA (1995), a gestão democrática ao envolver as dimensões pedagógica, administrativa e financeira, ainda inclui a valorização do magistério, socialização do poder, e a ampla participação dos representantes da comunidade escolar nas decisões administrativo-pedagógicas. O envolvimento da comunidade pode contribuir para a eliminação da discriminação e redução da passividade e dependência de órgãos intermediários que tornam a escola uma mera executora de determinações alheias. Segundo alguns autores a qualidade encontrase intimamente ligada à formação continuada, às condições de trabalho – recursos didáticos, físicos, humanos e materiais, entre outros. 9.2 Instâncias Colegiadas O envolvimento da comunidade com o Conselho Escolar, APMF e Grêmio Estudantil, ainda não se concretiza como o esperado. Muito embora o Conselho Escolar deva constituir-se um dos mais importantes mecanismos de democratização da gestão da escola. A comunidade ainda deve ser despertada para o compromisso de auxiliar a escola na tarefa de educar. A participação da APMF encontra-se identificada de forma sutil e sem muito comprometimento, talvez por falta de maiores esclarecimentos por parte daqueles que compõem a comunidade escolar interna. Conselho Escolar 192 De acordo com PARO (2001, p. 81-82), definir as atribuições e o papel político da equipe gestora e do Conselho Escolar torna-se fundamental para o avanço da gestão de forma democrática na escola. Dentre as principais atribuições do Conselho destacam-se sua função de coordenação do coletivo da escola e a criação de mecanismos de participação. A participação efetiva no processo de escolha do diretor da escola, constitui-se uma de suas ações de maior relevância, haja vista que, o Conselho de Escola quando dotado de funções diretivas, assume uma co-responsabilidade juntamente com o diretor. Nesta perspectiva os objetivos do Conselho Escolar são elencados da seguinte forma: realizar a gestão escolar numa perspectiva democrática, contemplando o coletivo, e valorizando as propostas educacionais contidas no Projeto Político-Pedagógico da escola. Constituir-se em instrumento de democratização das relações no interior da escola, ampliando os espaços de efetiva participação da comunidade escolar nos processos decisórios sobre a natureza e a especificidade do trabalho pedagógico escolar. Articular a integração e a participação dos diversos segmentos da comunidade escolar na construção de uma escola pública de qualidade. Estabelecer políticas e diretrizes norteadoras da organização do trabalho pedagógico na escola, a partir dos interesses e expectativas histórico-sociais, em consonância com as orientações da SEED e a legislação vigente. Acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico desenvolvido na escola pela comunidade escolar, realizando as intervenções necessárias para a construção da escola pública, além de garantir o cumprimento da função social e da especificidade do trabalho pedagógico da escola numa perspectiva democrática. O Estatuto do Conselho Escolar, ao tratar sua Natureza e Fins, apresenta a função deliberativa como referente à tomada de decisões. A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para anular dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência. A função avaliativa se refere ao acompanhamento sistemático das ações educativas desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas, propondo alternativas para melhoria de seu desempenho, garantindo a transparência do processo pedagógico, administrativo e financeiro. A função fiscalizadora, ou seja, de avaliação, acompanha a execução das ações pedagógicas, administrativas e finan- 193 ceiras, avaliando e garantindo o cumprimento das normas das escolas e a qualidade social do cotidiano escolar. APMF – Associação de Pais, Mestres e Funcionários Considerando que a missão do estabelecimento escolar é oferecer uma educação pública de qualidade, é importante reconhecemos que as APMFs, são instituições vitais para o funcionamento das escolas públicas. Injusto seria não reconhecermos a sua importância, considerando que por meio destas associações, promova-se a participação efetiva da comunidade escolar nas tomadas de decisões administrativas ou pedagógicas. Conhecer uma comunidade, com o intuito de poder compreendê-la e, conseqüentemente, articular-se a ela, demanda tempo e reciprocidade de interesses e ações. Só assim é possível conhecer as suas carências, suas expectativas, suas angústias e suas necessidades mais imediatas. Entendemos que o compromisso dos órgãos colegiados escolares vai além da questão meramente financeira escolar. Não é essa a única razão de sua existência, ao contrário, eles podem e devem agir diante das dificuldades pedagógicas e administrativas que o estabelecimento escolar vivencia. Somente assim os colegiados, como as APMFs, despertariam para a necessidade de buscar uma escola pública democrática, participativa e com qualidade pedagógica. A APMF do estabelecimento escolar tem participação efetiva nos encaminhamentos dentro do âmbito de sua competência no que se refere a: • Discussão das ações de assistência ao educando, de aprimoramento do ensino e integração família / escola / comunidade, enviando sugestões à Equipe Administrativa e Pedagógica; • Assistência aos educandos, professores e funcionários, assegurando- lhes melhores condições de trabalho escolar, em consonância com o Projeto Político Pedagógico do Estabelecimento de Ensino; • Busca da integração dos segmentos da sociedade organizada, no contexto escolar, discutindo a política educacional, visando sempre a realidade desta comunidade, proporcionando condições ao educando de participar de todo o processo escolar; 194 • Representação dos reais interesses da comunidade escolar, contribuindo, dessa forma, para a melhoria da qualidade do ensino, visando uma escola pública, gratuita e universal; • Promoção do entrosamento entre pais, alunos, professores e funcionários e toda a comunidade, através de atividades sócio educativas, culturais e desportivas; • Colaboração na manutenção e conservação do prédio escolar e suas instalações, conscientizando sempre a comunidade local da importância desta ação; • Observação das disposições legais e regulamentares vigentes, inclusive Resoluções emanadas da Secretaria de Estado da Educação, no que concerne à utilização das dependências da Unidade Escolar para a realização de eventos próprios do Estabelecimento de Ensino; • Colaboração, dentro das possibilidades financeiras legais, para atendimento às necessidades dos alunos comprovadamente carentes; • Trabalho em conjunto com o Conselho Escolar, na destinação dos recursos financeiros advindos de convênios públicos mediante elaboração do Plano de Aplicação; • Apresentação de Balancete Semestral à comunidade escolar e local, da aplicação dos recursos, bem como Prestação de Contas anual e conjunto com o Conselho Escolar; A Associação de Pais, Mestres e Funcionários do estabelecimento escolar de acordo com o princípio da representatividade e proporcionalidade, previsto na lei vigente, constitui-se pelos seguintes segmentos: a) Diretor; b) Representante da equipe pedagógica (titular e suplente); c) Representante do corpo docente / professores (titular e suplente); d) Representante dos funcionários administrativos (titular e suplente); e) Representante dos funcionários de serviços gerais (titular e suplente); f) Representante do corpo discente / alunos (titular e suplente); g) Representante dos pais de alunos (titular e suplente); h) Representante do Grêmio Estudantil (titular e suplente); i) Representante dos movimentos sociais organizados da comunidade / APMF, Associação de Moradores, Igrejas, Unidades de Saúde, etc. (titular e suplente); 195 As reuniões ordinárias de trabalho são realizadas na última 5ª feira do mês em vigência e as extraordinárias, mediante necessidade. Grêmio Estudantil O Grêmio estudantil é uma organização sem fins lucrativos que representa o interesse dos estudantes que possui fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. É o órgão máximo de representação dos estudantes da escola. No grêmio os alunos defendem seus direitos e interesses e aprendem questões de ética e cidadania na prática. Ele permite que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. O Grêmio é também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos 10. FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO A Formação de professores é um campo muito amplo que requer, para sua compreensão, visualizá-la como um espaço constituído de diversas ideologias, concepções e práticas culturais, políticas e educacionais. Num campo mais restrito, são necessários os entendimentos de escola, professor e de formação de professores, temática que queremos refletir com referência à formação continuada de professores. A Formação Continuada do Corpo Docente tem sido nos últimos anos, tema de discussão e estudo dado a sua complexidade. A Formação Continuada encontra respaldo legal na: Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, art. 63, inciso III, e art. 67, inciso II; Na Lei Nº 9.424/96, que instituiu o FUNDEF ( 40% para manutenção e formação );Na Resolução Nº 03/97, do CNE, art. 5º; No PNE ( Plano Nacional de Educação ) - Lei nº 10.172/2001; No Projeto Político Pedagógico do estabelecimento escolar; Do ponto de vista de políticas educacionais públicas, a Formação Continuada de Professores tem seu amparo legal na LDB Nº 9.394/96 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional Brasileira, a regulamentação do que já determinava a Constituição Federal de 1988, ou seja, a instituição da inclusão nos Estatutos e Planos de Carreira do Magistério Público, do 196 Aperfeiçoamento Profissional Continuado, inclusive em serviço, na carga horária do professor. Estes horários, segundo a normativa legal, são reservados para estudos, planejamento e avaliação, com o intuito de propiciar uma formação fundamentada na íntima associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço. No Art. 13, inciso V ( LDB Nº 9.394/96 ) se enuncia que os docentes incumbir-se-ão de ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar, integralmente, dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional. Esta Lei, como qualquer outra de caráter geral para todo o país, tem permitido inúmeras interpretações e, por conseguinte, variadas formas de práticas de formação continuada de professores. Os estados e municípios brasileiros a têm acomodado em situações de conjuntura política e, principalmente financeira, dando resultados pouco satisfatórios quanto à qualidade da formação a qual é justificada ou contestada, quase sempre, pelos escassos recursos econômicos. Diante destas situações, neste estabelecimento de ensino, existe o entendimento que o tempo de formação continuada no espaço escolar é o tempo particular de todos que fazem parte da instituição, ele só tem um sentido institucional, se organizado coletivamente. Neste entendimento, o tempo de formação é aquele que o coletivo define institucionalmente e é assumido de forma individual e coletiva no cotidiano escolar mediante as atividades previstas no projeto de formação. Visto com caráter histórico, a formação continuada é o que foi, o que está sendo e o que virá a ser. Este vir a ser depende, em grande parte, do que se está sendo feito com base no já acontecido. A Formação Continuada que queremos está sendo construída e será a que fizermos acontecer. Para alcançar os objetivos que almejamos, não é suficiente deixar passar o tempo, é necessário planejamento e gestão. A implementação de nossa formação continuada perpassa pelos eixos: • No próprio professor e/ou profissional da educação e suas experiências profissionais e de vida; • Na profissão e na postura profissional e seus saberes agregadores; 197 • No próprio estabelecimento escolar e no seu Projeto Político Pedagógico; Não adianta decretar um período, um dia, uma hora para a formação continuada (seja dentro ou fora do horário de trabalho ), se esse tempo não é realmente assumido para essa atividade pelo profissional beneficiado. Posto isto, o que se espera do professor e/ou profissional da educação deste estabelecimento é: • Aprofundamento nos conhecimentos sobre a formação continuada de professores mediante processos de pesquisa e estudos coletivos que constituam o tempo e o espaço escolar em processos coletivos de formação de formadores de professores e demais profissionais da educação que pensam e atuam em educação; • Compromisso com esta formação no sentido de que ela é um direito e não apenas um dever; • Clareza por parte do professor e/ou profissional da educação de que sua formação não se embasa somente no acumulo de títulos, certificados e progressão na carreira, mas sim através de um trabalho reflexivo e crítico sobre a sua prática de trabalho através da reconstrução dos saberes; • Mudança de postura profissional buscando inovações nas formas de trabalho. 11. AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL A avaliação Institucional contribui para a melhoria na qualidade do ensino, a partir de um processo de Gestão Democrática. A avaliação vem ganhando grande destaque e relevância na atualidade. Por contribuir com a gestão, no sentido de melhoria da instituição, esse tipo de estratégia traz de forma eficaz auxílio para a tomada de decisões que norteiam os caminhos educacionais. O Colégio Estadual João Sampaio é avaliado pela PROVA BRASIL e IDEB, tendo alcançado o resulto esperado. 11.1 Índice de Aprovação e Reprovação 198 Para melhor entendimento da realidade escolar, a visualização das taxas de rendimento caracterizam de forma precisa o desenvolvimento dos alunos atendidos pela instituição. Conforme segue, podemos visualizar os percentuais resultantes do trabalho desenvolvido ao longo do ano de 2009. Tabela 3: Taxas de Aprovação, Reprova, Abandono e Transferência em 2009 Taxa de 2009 Taxa de Taxa de Taxa de Aprovação Reprovação Abandono Transferência 83,62% 11,25% 5,87% 11,66% 88,50% 83,80% 86,40% 72,20% 8,30% 13,50% 5,20% 18,00% 3,10% 2,50% 8,30% 9,60% 15,04% 8,27% 12,72% 10,63% 81,43% Regular 1º ANO 69,00% 2º ANO 86,50% 3º ANO 88,80% FONTE: SERE/ABC 8,46% 9,96% 8,78% 19,70% 5,70% 0,0% 11,20% 7,60% 11,10% 4,93% 7,14% 14,28% Ensino/Série Ensino Fundamental 5ª SÉRIE 6ª SÉRIE 7ª SÉRIE 8ª SÉRIE Ensino Médio De acordo com o quadro acima podemos observar que a média de aprovação é maior no Ensino Fundamental, porém o maior índice é observado no 3° ano do Ensino Médio. Outro fator importante é o alto índice de abandono no Ensino Médio e também a taxa de transferência elevada, no 3° ano, pois a maioria dos alunos procura o ensino noturno por ingressarem no mercado de trabalho e o colégio não contar com tal modalidade de ensino no referido período. Destaca-se ainda a reprovação decrescente no Ensino Médio, chegando a 0% no 3° ano, já no Ensino Fundamental os índices de reprova são muito variáveis. As transferências são constantes durante todos os anos por motivos diversos, mas principalmente por mudança. 199 É importante ressaltar que esses percentuais juntamente com os resultados da Prova Brasil formam o IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, importante indicador para quantificar a qualidade da educação. A Prova Brasil é uma avaliação diagnóstica, em larga escala, desenvolvida pelo Inep/MEC, que objetivam avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos. Nos testes, os estudantes respondem a itens (questões) de Língua Portuguesa, com foco em leitura, e Matemática, com foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico, os estudantes fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar associados ao desempenho. Professores e diretores das turmas e escolas avaliadas também respondem a questionários que coletam dados demográficos, perfil profissional e de condições de trabalho. Tabela 4: Resultado Prova Brasil Brasil Estado Município Escola Resultado 2005 Língua Matemática Portuguesa 222,63 237,56 227,09 247,43 237,23 259,26 246,05 269,20 Fonte: MEC – Inep Resultado 2007 Língua Matemática Portuguesa 228,93 240,56 235,71 252,18 242,24 257,64 243,51 255,80 Resultado 2009 Língua Matemática Portuguesa 236,96 240,29 246,45 250,97 252,62 254,75 244,29 251,42 A prova Brasil é aplicada juntamente aos alunos de 9° ano no caso específico de nossa instituição de ensino estando seus resultados no ano de 2005 superiores as médias nacional, estadual e municipal. Já no ano de 2007 apesar dessa superioridade se manter, quando comparados os respectivos anos das provas os resultados da escola sofreram uma pequena baixa em Língua Portuguesa, porém uma baixa significativa na disciplina de matemática ficando inclusive abaixo da média municipal. No ano de 2009 houve uma alta mínina na disciplina de Língua Portuguesa em relação ao ano de 2007, porém a média manteve-se inferior as médias estaduais e municipais, quando analisada a disciplina de Matemática a queda em relação aos outros anos é grande, apesar de a média encontrar-se acima da nacional e estadual. 200 Nosso objetivo é promover uma melhora constante, pois a criação dessa prova permite uma avaliação mais precisa, propiciando uma possível comparação regional dos resultados e assim direcionar os recursos técnicos, financeiros, estabelecendo metas para a implantação de ações pedagógicas e administrativas a fim de alcançar de forma objetiva a melhoria e a qualidade do ensino. Tabela 5: Índices do IDEB IDEB OBSERVADO 2005 2007 2009 3,8 3,9 4,1 Fonte: MEC - Inep 200 200 METAS PROJETADAS 201 201 201 201 201 2021 7 3,8 9 4,0 1 4,2 9 5,5 5,7 3 4,6 5 5,0 7 5,3 O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) reuni num só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, ou seja, a Prova Brasil. Ele agrega ao enfoque pedagógico os resultados das avaliações, pois através de resultados sintéticos, facilmente assimiláveis, permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas. As metas são estipuladas de acordo com o patamar atual de cada instituição, mas todas devem melhorar seus índices. O cumprimento das metas do IDEB por municípios, estados e escolas implica no recebimento de verbas. Apesar de alguns índices pouco favoráveis, principalmente quando se fala em reprova, observamos que o colégio sempre se manteve acima das metas estipuladas pelo MEC, para o IDEB, porém isso não é empecilho para que o colégio continue trabalhando para melhor a qualidade da educação oferecida. ENEM- 2009 ENSINO MÉDIO REGULAR Nº E ALUNOS MATRICULADOS Nº DE PARTICIPANTES MÉDIA DA PROVA OBJETIVA MÉDIA TOTAL OBJETIVA+REDAÇÃO 38 13 491,4 536,07 201 ENSINO MÉDIO EJA EMR + EM EJA 97 1 - - 135 14 493,1 531,36 12 PROPOSTA PEDAGÓGICO-CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 12.1 Objetivo da Oferta de Educação de Jovens e Adultos A Educação de Jovens e Adultos (EJA), como modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidades e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo que os educandos aprimorem sua consciência crítica, e adotem atitudes éticas e compromisso político, para o desenvolvimento da sua autonomia intelectual. O papel fundamental da construção curricular para a formação dos educandos desta modalidade de ensino é fornecer subsídios para que se afirmem como sujeitos ativos, críticos, criativos e democráticos. Tendo em vista esta função, a educação deve voltar-se a uma formação na qual os educandos possam: aprender permanentemente; refletir de modo crítico; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir do uso metodologicamente adequado de conhecimentos científicos,tecnológicos e sóciohistóricos (KUENZER, 2000, p. 40). 12.2 Perfil do educando De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais – EJA – compreender o perfil do educando na EJA, requer conhecer a sua história, cultura e costumes, entendo-o como um sujeito com diferentes experiências de vida e que em algum momento afastou-se da escola devido a fatores sociais, econômicos, políticos e/ou culturais. Entre esses fatores, destacam-se o ingresso prematuro no mundo do trabalho, evasão ou a repetência escolar. 202 Inserido a essas especificidades se dá o perfil dos educandos do Colégio Estadual João Sampaio, onde a presença de adolescente se apresenta de forma explícita, geralmente oriundos de um fracasso escolar. Mas, também existe a presença de jovens e adultos com o objetivo da escolarização formal para serem inseridos no mundo do trabalho. 12.3 Caracterização do Curso Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial, que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como: 1. pesquisa e problematização na produção do conhecimento; 2. desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar; 3. registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos; 4. vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural. Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o Guia de Estudos aos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade. 12.4 Organização Coletiva Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com 203 previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professoreducandos e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando. A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido. 12.5 Organização Individual A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm possibilidade de freqüentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e horários das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriados. 13. NÍVEL DE ENSINO - EJA 13.1 Ensino Fundamental – Fase II Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio. 13.2 Ensino Médio 204 O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 02 de 07 de abril de 1998/CNE, nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica. 13.3 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS Este Estabelecimento Escolar desenvolverá ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria. 13.4 FREQÜÊNCIA A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio, sendo que a freqüência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula. 13.5 EXAMES SUPLETIVOS Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei n.º 9394/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos. 13.6 FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS 205 A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004) A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a educandos-trabalhadores, tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos, construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos. Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com: a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça; c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos–cultura, trabalho e tempo; Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, 206 tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história. A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que através deste, busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana. É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características. Conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná: I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; III. Os conteúdos específicos articulados à realidade, de cada disciplina, deverão estar considerando sua dimensão sócio- histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros; IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social; 207 I. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento. Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber: - Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem; - Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios educandos; - O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; - Possibilitar trajetórias de aprendizado individuais com base na referência, nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho; - Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e democráticos; Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não refere-se exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade sócio-cultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desse grupos. 13.7 INDICAÇÃO DA FASE DE ESTUDOS 208 Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos. 13.8 MATRIZ CURRICULAR Ensino Fundamental – Fase II MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: Londrina NRE: Londrina ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2011 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 H/A ou 1200/1210 HORAS DISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula LÍNGUA PORTUGUESA 280 336 ARTE 94 112 LEM - INGLÊS 213 256 EDUCAÇÃO FÍSICA 94 112 MATEMÁTICA 280 336 CIÊNCIAS NATURAIS 213 256 HISTÓRIA 213 256 GEOGRAFIA 213 256 ENSINO RELIGIOSO* 10 12 Total de Carga Horária do Curso 1600/1610 horas ou 1920/1932 h/a *DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. Ensino Médio MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - ENSINO MÉDIO ESTABELECIMENTO: Colégio Estadual João Sampaio – Ensino Fundamental e Médio ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO:Londrina NRE: Londrina MPLANTAÇÃO: 2º Sem/2010 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS DISCIPLINAS Total de Horas Total de horas/aula LÍNG. PORTUGUESA E LITERATURA LEM – INGLÊS ARTE FILOSOFIA 174 106 54 54 208 128 64 64 209 SOCIOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA QUÍMICA FÍSICA BIOLOGIA HISTÓRIA 54 54 174 106 106 106 106 64 64 208 128 128 128 128 GEOGRAFIA 106 128 LÍNGUA ESPANHOLA * 106 128 TOTAL 1200/1306 1440/1568 * LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. 13.9 CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sócio-cultural que propicia a valorização dos diversos grupos que a compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino. Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegure o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades. Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes. 210 No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, idéias, princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica. 14. PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO 14.1 Concepção de Avaliação A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta. A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios: • investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; • contínua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; • sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; • abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempo- 211 escola do educando; • permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, com oferta diária de 04(quatro) horas-aula por turno, com avaliação presencial ao longo do processo ensino- aprendizagem. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, transformações que marcaram as experiências o seu trajeto acumuladas e as educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos. É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de aferição. O r esultado das atividades avaliativas, será analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as conseqüentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica. 14.2 Procedimentos e Critérios para Atribuição de Notas a) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; b) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no Regimento Escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem 212 não terão registro de nota para fins de promoção e certificação. c) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual; d) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; e) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); f) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; g) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver; h) na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04 (quatro) notas para fins de cálculo da média final; i) no Ensino Fundamental - Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação escolar, por não ser objeto de retenção. 14.3 Recuperação de Estudos A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da 213 aprendizagem, possibilitando concomitantemente ao a reorientação dos processo estudos. ensino-aprendizagem, Ela se dará considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 14.4 Aproveitamento de Estudos O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos. 14.5 Classificação e Reclassificação Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar. 14.6 REGIME ESCOLAR O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos, número de salas de aula e capacidade, com a expressa autorização do Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação. As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. 214 O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular. Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócioeducativas, no sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil acesso, dentre outros. 14.7 FORMAS DE ATENDIMENTO A educação neste Estabelecimento Escolar é de forma presencial, com as seguintes ofertas: a) organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva; b) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva. Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio No Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio considerar-se-á, a oferta de 100% da carga horária total estabelecida. 14.8 MATRÍCULA Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos: a) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente; b) será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora; c) educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente; d) no Ensino Fundamental - Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é 215 de matrícula facultativa para o educando; e) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas concomitante; f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina, por exames supletivos, série(s) e de período(s) / etapa(s) / semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento Escolar; g) para os educandos que não participaram do processo de escolarização formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar; h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola, no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos, desde que o prazo de desistência não ultrapasse 02 (dois) anos, a partir da data da matrícula inicial; i) educando desistente, por mais de dois anos, a contar da data de matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá refazer a matrícula inicial, podendo participar do processo de reclassificação; j) educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de 02 (dois) meses consecutivos ou por mais de dois anos, a contar da data de matrícula inicial, no seu retorno, deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina. No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas. O educando será orientado pelos professores das diferentes 216 disciplinas, que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos: • a organização dos cursos; • o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar; • a dinâmica de atendimento ao educando; • a duração e a carga horária das disciplinas; • os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos; • o material de apoio didático; • as sugestões bibliográficas para consulta; • a avaliação; • outras informações necessárias. 14.9 MATERIAL DIDÁTICO O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos. 14.10 AVALI AÇÃO a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente; b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02(duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar; d) a avaliação será realizada no processo de ensino e 217 aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0(seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% (cem por cento) na organização individual; f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário, terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; g) a média final, de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; i) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver; j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da disciplina de Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima de 6,0 (seis vírgula zero) e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina; k) no Ensino Fundamental - Fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação escola, por não ser objeto de retenção. l) para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino 218 Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de 75%(setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina. 14.11 - RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação concomitantemente ao processo dos estudos. ensino-aprendizagem, Ela se dará considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 14.12 - APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente. ÁREA DE ATUAÇÃO As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora. 219 15. ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional, desenvolvido no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. COORDENAÇÕES As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora. Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas: Coordenador Geral - Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE. - Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação. - Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do Estabelecimento. - Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento. - Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema. - Organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos. - Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas. 220 - Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos educandos de todas as turmas. - Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-atividade dos professores. - Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino- aprendizagem. - Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que necessitam de escolarização. - Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes. - Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente. - Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação; Coordenador Itinerante - Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos. - Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas. - Observar e registrar a presença dos professores. - Atender à comunidade nas solicitações de matrícula. - Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico. - Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos. - Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação. - Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer problema neste procedimento. - Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade. - Participar das reuniões pedagógicas e da hora com os professores; atividade, juntamente 221 Coordenador de Exames Supletivos - Acompanhar e viabilizar todas as ações referentes aos Exames Supletivos - Tomar conhecimento do edital de exames. - Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital. - Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser executados. - Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos. - Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da emissão de Relatório de Inscritos. - Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para execução dos exames. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DET/CEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais. - Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames. - Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs. - Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e o preenchimento dos cartõesresposta. - Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames. - Divulgar as atas de resultado. - Acompanhar e executar todas as ações referentes aos Exames On Line. 222 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição. BRZEZINSKI, Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. CARNEIRO, Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. CARVALHO, R.E. Removendo barreiras à aprendizagem. Porto Alegre, 2000, p.17 (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR - Deliberação 014/99 – CEE. - Deliberação 09/01 –CEE. - Deliberação 06/05 – CEE. - Indicação 004/96 – CEE. - Deliberação 06/06 - CEE - Deliberação 01/06 - CEE - Deliberação 06/09 - CEE. - Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios). - Conselho Nacional de Educação - Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. - Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. - Parecer 015/98 –Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. - Resolução 03/98 – CEB. Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação : Um tesouro a descobrir. São Paulo : Cortez ; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP : Papirus, 1997. DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. mimeog. Decreto 2494/98 da Presidência da República. Decreto 2494/98 da Presidência da 223 República. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LDBEN nº 9394/96. KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000, p.40. OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004. Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos. SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN. SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN. SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição. 16 PROPOSTA CURRICULAR DA EJA EJA – Educação de Jovens e Adultos: Concepção, conteúdos e seus respectivos encaminhamentos metodológicos “A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural.” (FREIRE, 2005. p. 209. Grifos nossos) A Concepção,Conteúdos e Encaminhamentos Metodológicos, a seguir apresentados, foram organizados em regime de colaboração coletiva, envolvendo os professores da rede pública estadual das diversas áreas do conhecimento, nos cursos de formação continuada promovidas pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. 16.1 DISCIPLINA DE ARTE 224 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira (1792-1800) – Reforma Pombalina - o ensino da Arte tornou-se irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma de Desenho Geométrico. Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de educação pública de massa. No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música. O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro. Esse breve passeio pela história nos dá uma idéia dos conceitos que permearam a educação de Arte no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização dos nativos, até aquela com fins puramente tecnicistas. Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no Brasil até o início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro. 225 Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos educandos e das educandas. Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a idéia é que se busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma formação omnilateral,1 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14). Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou etnia, fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentada, geradora dos incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade que não é alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares outras vozes que estão presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e a educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas. A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística é concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques2: “Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, na 1 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que o ho- mem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas, as artes, a sociologia, e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor. 2 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005. 226 escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.” A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de transmissão e recepção de idéias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz). Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar. Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade. É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem. Linguagem artística. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula. 227 ARTE E ESTÉTICA Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986) A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1- estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”. Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma reflexão sobre a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a manipulação dos elementos da linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação Artística e Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 30) ARTE E IDENTIDADE É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise? O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2consciência da persistência da própria identidade, 3- o que faz com que uma coisa 228 seja a mesma que outra, 4- conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la. A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico, fazer (se) reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da linguagem artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropológicas e psicológicas. Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das idéias que as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas idéias e como afirma Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística. Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que: Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de idéias estéticas. A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão próximos da vida concreta do educando, produzindo aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se propõe. Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades, compreende a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva. 229 ARTE E SOCIEDADE ... concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153) A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais. A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas artístico-culturais. A abordagem crítica e intertextualizada é necessária para que no cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem com o trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros. Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer, dialogar e transformar a realidade que o circunda. No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e igualitária. “A ação da escola será de 230 mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social” (Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31). Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de estudo terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda. Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado “validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente pelas seguintes perguntas: 1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura, Trabalho e Tempo?; 2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e Sociedade e Arte e Estética? 3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional, nacional e mundial)? É flexível? 4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos e educandas da EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc)? Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102): 1. Textos – Repertórios. 2. Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina). 3. Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 231 Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada linguagem artística (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte educando e da educanda dos conteúdos propostos na célula de aula. ARTES VISUAIS a) Forma Composição, Experimentação (como os elementos da linguagem visual se articulam?); Suportes (onde está proposta a idéia imagética?); Espacialidade – bidimensionais e tridimensionais (como está projetada, composta ou representada no espaço?); Texturas / acabamentos (como se apresenta?); Movimento: dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam, ritmo?). b) Luz Decomposição da luz branca; Cor /pigmento / percepção da cor Tons Valores / classificação das cores; Sombras e luz; Contraste. MÚSICA a) distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/ melodia). b) distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/ harmonia), c) qualidades do som e suas variações: 232 - intensidade (dinâmica) - duração (pulsação/ ritmo) - altura (grave/ agudo) - timbre (fonte sonora/ instrumentação) d) estruturas musicais (organização e articulação dos elementos da linguagem musical/ forma musical). TEATRO a) Elementos dramáticos: - a personagem: agente da ação; - enredo: como desdobramento de acontecimentos, desenvolvidos pela persona- gem; - espaço cênico: local onde se desenvolve a ação cênica. b) Signos da Representação Teatral: - da personagem: - visuais: figurinos, adereços, gestual; - sonoros: fala (entonação) - do espaço cênico: visuais: cenário, adereços de cena, iluminação; sonoros: sonoplastia; c) Gêneros Teatrais: - Tragédia e suas características: a fatalidade, o sofrimento, o pesar; - Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco; - Drama e suas características: o conflito. DANÇA Elementos do Movimento: - corpo: articulações, superfícies, membros, tronco, quadril, cabeça. - espaço: kinesfera (amplitudes), progressões espaciais, tensões espaciais, proje- ções espaciais, orientação espacial, forma. - ações: torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, cair, expandir, recolher, saltar. 233 - dinâmicas: peso, espaço, tempo, fluência. - relacionamentos. REFERÊNCIAS CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002 CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002. FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998. _____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 _________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997. 234 SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35-55 SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995. SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986. 16.2 DISCIPLINA DE BIOLOGIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto escolar. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por 235 um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas a transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”. Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada a seu momento histórico.” As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie, depende do 236 equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino Médio – SEED-PR, “ na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”. As Diretrizes, ainda, consideram que: para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem. Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas”. Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e 237 espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando - que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; - as experiências dos educandos no mundo do trabalho; - a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, o tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica; - as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento cien- tífico. Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade 238 (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do 239 professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da idéia de que a metodologia deve estar respeitando o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de 240 resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram origem à sua exclusão do processo educativo. CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR. É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEEDPR, os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhes é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena. Segundo as Diretrizes, estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se 241 pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico.Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina. Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática. A sugestão de conteúdos básicos estão descritos a seguir: ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO PROCESSO DE BIODIVERSIDADE MODIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS DOS SERES VIVOS IMPLICAÇÕES DOS AVANÇOS BIOLÓGICOS NO CONTEXTO DA Organização celular Biomas terrestre e VIDA Origem e evolução Ciência e saúde e molecular: Aquáticos da Vida Pesquisas - membrana, - citoplasma e nú- Ecossistemas Origem das espécies científicas Biológicas cleo - divisão celular Ciclos - tecidos Biogeoquímicos Genética, Bioética Embriologia, Os seres vivos e o Desequilíbrio Ambiente ambiental urbano e rural Biotecnologia Fisiologia comparada 242 Saúde Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos Conteúdos básicos, descrita a seguir: Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacionálos sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia. Organização e distribuição dos seres vivos O estudo acerca da organização dos seres vivos, iniciou-se com as observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza. Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie von Leewenhoeck, o mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da Tecnologia. A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares. Como exemplos desta influência têm-se o estudo da anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII. No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming 243 estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este processo nas plantas. Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255)... a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básicos: uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser a base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básico da disciplina. Biodiversidade A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas ruprestes realizadas nas cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C. A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal. Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação. Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos. 244 Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de grandes desafios diante do progresso científico O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de espécimes mas entendendo que a observação e sistematização do observado é uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação e na taxionomia. (KRASILCHIK,2004) Processo de modificação dos seres vivos No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular tiveram um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a estrutura celular, e os primeiros micoorganismos, inicialmente denominados animáculos, foram observados (ROSSI, 2001). Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida, colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração Espontânea. Diferentes idéias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos microorganismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação. No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucléico), material químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite; 245 criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de eliminar doenças geneticamente transmitidas. A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são função importante da própria sociedade. Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002) Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela. É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas. A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186) Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ, 246 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral” e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas. Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e que assumamos todas as conseqüências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995). Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004). REFERÊNCIAS BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19 BASTOS, F. 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Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004. MORIN,E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES,M. A formação de Educadores a Ambientais Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores associados, 1993, p.20-28. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004). SIDEKUM,A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm 16.3 DISCIPLINA DE CIÊNCIAS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas 248 críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto escolar. Para tanto, devese reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciências. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade. Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências, que se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que neles se apresentam. Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se conhece. Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a 249 responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos. O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo, agindo e interagindo com o sistema. Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefíciomalefício da relação ciência-tecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69). É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida. O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131). Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. 250 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de melhores possibilidades de vida individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquiridos previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando - que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; - as experiências dos educandos no mundo do trabalho; - a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico; - as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. 251 Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Deve-se considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas 252 realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as conhecimentos. Os conteúdos situações-problemas e da busca por mais podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a 253 sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da idéia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus aspectos, oportunizando-lhe o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus 254 capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla: Universo. Sistema Solar. Planeta Terra. Matéria e Energia. Materiais, Átomos e Moléculas. Ligações, Transformações e Reações Químicas. Tipos de Energia, Movimentos, Leis de Newton. Calor, Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo. Água, Ar e Solo. Desequilíbrios Ambientais. Biosfera. Ecossistemas. Seres Vivos. Organismo Humano. Saúde e Qualidade de vida. Biotecnologia. Ciência, Tecnologia e Sociedade. REFERÊNCIAS BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996. CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990. _____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. _____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985. 255 CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994. _____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995. _____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.) Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. .A.; PERNAMBUCO, M. A. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. GASPAR, Alberto. 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São Paulo: Siciliano, 1989. 16.4 DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 256 Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento. Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa. Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como: (...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram. A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir das atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes culturas. Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensinoaprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um 257 ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A Educação de Jovens e Adultos – EJA, atende um público diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesma por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária mas a diversidade sócio-cultural dos mesmos. Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades. Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades como as “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento corporal humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato sua adequabilidade será mínima. Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais 258 específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas mesmas pessoas encontra-se em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino. Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador para o trabalho pedagógico da disciplina de Educação Física com jovens e adultos: - Quem são os alunos da EJA? - Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos? Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo1. É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na prática pedagógica do educador, expressando idéias e ações relacionadas a: sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das consequências do processo ensino-aprendizagem), conforme representados na figura 1: Sequenciação Temp o Cultura Comprometiment o Trabalho 1 Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar). Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção 259 Avaliação Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica. A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28), deve estar voltado para uma formação na qual os educandostrabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez. O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região. Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino, seja de caráter presencial ou semi-presencial. Os conteúdos que apresentamos – constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em função do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador . Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física (BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a participação e reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo, buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no desempenho e da eficiência, e conseqüentemente na exclusão do educando . O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os 260 conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e sócio-culturais dos alunos. Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço conjunto de professores e alunos através de situações concretas e significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de conhecimentos. Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma aprendizagem social regida por uma organização política e social. O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de expressão. A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que: o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. 261 Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso torna-se essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade. A avaliação deverá portanto compreender formas tais como: a linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que educando idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento. Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apóie em um diálogo constante. É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um auto-conhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos propostos. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 262 Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34). Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem: - a relação entre o conhecimento social e escolar do educando; - a identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição das praticas educativas; - ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento; - as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na formação do educando; - as múltiplas interações entre os diferentes saberes; - articulação entre teoria, prática e realidade social; - atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo. Baseado na perspectiva dos educadores, propomos a articulação do trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer. Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de, pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão histórico-política e social. 263 O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua ressignificação, e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo. Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais. O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta. A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento, conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de integração e relacionamento social. O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social. Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comuns ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino. CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO Ficaram definidos como 264 - Definição de saúde. - Atividade física na produção de saúde. - Sedentarismo. - Postura. - Anabolizantes e suas consequências. - Controle de frequência cardíaca. Definição de saúde. - Obesidade. - Stresse. - Hábitos alimentares. - LER e DORT. - Ergonomia. - Corpo do trabalhador e seus sacrifícios. - Controle de frequência cardíaca. - Envelhecer com saúde. Definições de esporte. ESPORTES - História e origem. (Ensino - Princípios básicos (fundamentos). SAÚDE (Ensino Fundamental) SAÚDE (Ensino Médio) Fundamental e - Táticas e regras. Médio) - Esporte como fenômeno global. - - Atividades práticas. Definição de jogo. JOGOS - Aspectos históricos sociais. (Ensino - Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdi- Fundamental e cos, jogos intelectivos, jogos de dramatização e jogos pré-desportivos. Médio) GINÁSTICA (Ensino Fundamental e - Diferentes manifestações culturais. - Atividades práticas. História e origem. - Tipos de ginástica: ginástica artística, ginástica rítmica, ginástica la- boral e ginástica de academia. - Princípios básicos. DANÇA - Atividades práticas. História e origem (Ensino - Tipos de dança: danças folclóricas, danças circulares, danças de sa- Médio) 265 lão, danças criativas. Fundamental e - Expressão corporal/atividades rítmicas. Médio) - Danças da cultura local. - Atividades práticas. - Definição de lazer. - Aproveitamento do tempo livre. - Lazer e benefícios para saúde. LAZER (Ensino Fundamental e Médio) REFERÊNCIAS BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002 COLL, C. Psicologia e currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. 2.ed. São Paulo: Ática, 1997. COLL, C.; POZO, J.I.; SARABIA, B.; VALLS, E. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes. 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Acesso em: 18 jan. 2005. 16.5 ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II CONCEPÇÃO DO ENSINO “Ao repensar nos dados concretos da realidade, sendo vivida, o pensamento profético, que é também utópico, implica a denúncia de como estamos vivendo e o anúncio de como poderíamos viver.” “É essencial que os enfoques da educação de adultos estejam baseados no patrimônio, na cultura, nos valores e nas experiências anteriores das pessoas, e que as distintas maneiras de por em prática estes enfoques facilitem e estimulem a 268 ativa participação expressão do educando” (FREIRE, Paulo. Declaração de Hamburgo sobre Educação de Adultos. Item 5, 1997). Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, a disciplina de Ensino Religioso está pautada no entendimento do conhecimento constituído sobre as diversas tradições e organizações religiosas, o qual deve dimensionar o respeito na inter-relação entre as diferentes manifestações e crenças religiosas. Esta concepção, que deve reger o Ensino Religioso, pautou-se na necessidade de superação de uma situação historicamente constituída, que se perfazia no ensino do catolicismo, o qual expressava a proximidade desde o Império com a Igreja Católica. Depois, com o advento da República, a nova constituição separou o Estado da Igreja e o ensino passou a ser laico. Mesmo assim, a presença das aulas de religião foi mantida nos currículos escolares, devido ao poder da Igreja Católica junto ao Estado brasileiro. Tal influência pode ser constatada em todas as Constituições do Brasil, nas quais o Ensino Religioso foi citado, com a representatividade hegemonicamente cristã no processo de definição dos preceitos legais. Em conseqüência, desde a época do Império, a doutrina cristã tem sido preferida na organização do currículo de Ensino Religioso. Entretanto, a vinculação do currículo de Ensino Religioso ao cristianismo e às práticas catequéticas já não corresponde ao sentido dessa disciplina na escola. Os debates em torno da sua permanência como disciplina escolar têm sido intensos e a busca de explicações que justificam as novas configurações da disciplina não se restringem ao contexto brasileiro. Costella (2004) afirma que três fatores ajudam a entender a necessidade de um novo enfoque para o Ensino Religioso: _ o primeiro é atribuído à pluralidade social, num Estado nãoconfessional, laico e que garante, por meio da constituição, a liberdade religiosa; _ o segundo fator diz respeito à própria maneira de apreender o conhecimento, devido às profundas transformações ocorridas no campo da epistemologia, da educação e da comunicação, e _ o terceiro fator, traço característico da cultura ocidental, mostra uma profunda reviravolta nas concepções, em especial no séc. XIX, que atinge seu ápice 269 na célebre expressão do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900): “Deus está morto”, metáfora do autor para dizer que sociedade não é capaz de crer numa ordenação cósmica transcendente e imanente. Isto conduz a uma repulsa aos valores absolutos e também ao questionamento em qualquer valor ditado por uma ordem superior, visto que o homem é um ser pensante, logo criador. Para Nietzsche, esta posição subjetiva leva a sociedade ao niilismo, à decadência moral-religiosa vinculada à manutenção de um local reservado ao princípio transcendente e imanente, o qual vem sendo destruído pela sociedade. Mesmo que aparentemente contraditório ao que se interpõem nos dias de hoje – uma sociedade racional e tecnologicamente equipada –, há uma necessidade social de retorno à busca de explicações no sagrado. Nesse contexto, há um ressurgimento das religiões, já que as limitações da racionalidade moderna e do saber científico se tornaram latentes, fenômeno já apontados e estudados por autores como o filósofo alemão Edmund Husserl (18591938), com a obra A Crise das Ciências Européias, e o filósofo austríaco Ludwig Joham Wittgenstein (1889-1951) com seus escritos a respeito do entendimento da linguagem que circunda o homem e o mundo. Foram críticas sobre a redutibilidade dos saberes do mundo à linguagem científica e a sua pretensa superioridade em relação às demais formas de conhecimento e expressão. Assim, faz-se necessário superar modelos lineares e fragmentados de compreensão da realidade e a busca de outros referenciais que permitam uma análise mais complexa da sociedade. É essa realidade que se coloca como desafio para a disciplina de Ensino Religioso e para toda a escola. Desta forma, o processo de ensino e de aprendizagem proposto para este documento, visa à construção e produção do conhecimento que se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida – real ou metódica – do confronto de idéias, de informações discordantes e, ainda, da exposição competente de conteúdos formalizados. Opõe-se a um modelo educacional que centra o ensino tão-somente na transmissão dos conteúdos pelo educador, o que reduz as possibilidades de participação do educando e não respeita a diversidade religiosa. Tanto as Diretrizes Curriculares como a Proposta Curricular da EJA, do Ensino Religioso, expressam a necessária reflexão em torno dos modelos de ensino e do processo de escolarização, diante das demandas sociais contemporâneas que exigem a compreensão ampla da diversidade cultural, postas também no âmbito 270 religioso entre os países e, de forma mais restrita, no interior de diferentes comunidades. Nunca, como no presente, a sociedade esteve consciente da unidade do destino do homem em todo o planeta e das radicais diferenças culturais que marcam a humanidade. Nesse contexto, está a escola e nela o currículo do Ensino Religioso, historicamente marcado como espaço de transposição do que era a catequese e que permitia a introdução sistemática e orgânica do complexo doutrinal cristão. Dentre os desafios para o Ensino Religioso na atualidade, pode-se destacar: a necessária superação das tradicionais aulas de religião; a inserção de conteúdos que tratem da diversidade de manifestações religiosas, dos seus ritos, das suas paisagens e símbolos; as relações culturais, sociais, políticas e econômicas de que são impregnadas as diversas formas de religiosidade. Além disso, é necessário que o Ensino Religioso escolar adquira status de disciplina escolar, a partir da definição mais consistente de seus conteúdos escolares, da produção de referenciais didático-pedagógicos e científicos, bem como da formação dos educadores. No processo de constituição do Ensino Religioso como disciplina escolar, ainda persistem dúvidas quanto aos conteúdos a serem tratados na escola; portanto, vale destacar que para a sociedade as religiões são confissões de fé e de crença. No ambiente escolar, as religiões interessam como objeto de conhecimento a ser tratado nas aulas de Ensino Religioso, por meio do estudo das manifestações religiosas que delas decorrem e as constituem. As diferenças culturais são abordadas para ampliar a compreensão da diversidade religiosa como expressão da cultura, construída historicamente e, portanto, são marcadas por aspectos econômicos, políticos e sociais. Dessa forma, reafirma-se o compromisso da escola com o conhecimento, sem excluir do horizonte os valores éticos que fazem parte do processo educacional. Em outras palavras, pode-se dizer que: aquilo que para as igrejas é objeto de fé, para a escola é objeto de estudo. Isto supõe a distinção entre fé/crença e religião, entre o ato subjetivo de crer e o fato objetivo que o expressa. Essa condição implica a superação da identificação entre religião e igreja, salientando sua função social e o seu potencial de humanização das culturas. Por isso, o Ensino Religioso 271 na escola pública não pode ser concebido, de maneira nenhuma, como uma espécie de licitação para as Igrejas (COSTELLA, 2004, pp. 97-107). Desse modo, assim como para as Diretrizes Curriculares para o Ensino Religioso, esta Proposta Curricular tem como objetivo orientar também a abordagem e a seleção dos conteúdos. Nessa perspectiva, todas as religiões podem ser tratadas como conteúdos nas aulas de Ensino Religioso, uma vez que o sagrado compõe o universo cultural humano e faz parte do modelo de organização de diferentes sociedades. Assim, o currículo dessa disciplina propõe-se a subsidiar os educandos, por meio dos conteúdos, à compreensão, comparação e análise das diferentes manifestações do sagrado, com vistas à interpretação dos seus múltiplos significados. A disciplina de Ensino Religioso subsidiará os educandos na compreensão de conceitos básicos no campo religioso e na forma como a sociedade sofre inferências das tradições religiosas ou mesmo da afirmação ou negação do sagrado. Por fim, destaca-se que os conhecimentos relativos ao sagrado e às suas manifestações são significativos para todos os educandos no processo de escolarização, por propiciarem subsídios para a compreensão de uma das interfaces da cultura e da constituição da vida em sociedade. OBJETO DE ESTUDO DO ENSINO RELIGIOSO O objeto de estudo da disciplina de Ensino Religioso é o sagrado, o qual é interpretado dentro das Diretrizes Curriculares como foco do fenômeno religioso por contemplar algo presente em todas as manifestações religiosas. Esta concepção favorece uma abordagem ampla de conteúdos específicos da disciplina. Tais conteúdos privilegiam o estudo das diferentes manifestações do sagrado e possibilitam sua análise e compreensão como o cerne da experiência religiosa que se expressa no universo cultural de diferentes grupos sociais. As expressões do sagrado diferem de cultura para cultura, ou seja, sua apreensão pode ser realizada somente de acordo com cada realidade. As religiões se apresentam como modalidades do sagrado que se revelam em processos históricos e em espaços marcados por representações da necessidade humana de se convergir em uma unidade sociocultural. 272 Como parte da dimensão cultural, o sagrado influencia a compreensão de mundo e a maneira como o homem, não somente o religioso, vive o seu cotidiano. Por isso, o sagrado perpassa todo o currículo de Ensino Religioso de modo a permitir uma análise mais complexa de sua presença nas diferentes manifestações religiosas, cujas instâncias podem ser assim estabelecidas: - Paisagem Religiosa: refere-se à materialidade fenomênica do sagrado, apreendida por meio dos sentidos. É a exterioridade do sagrado e sua concretude constituindo o os espaços sagrados. - Símbolo: é a apreensão conceitual dada pela razão para se conceber o sagrado, pelos seus predicados, reconhecendo sua lógica simbólica. É entendido como sistema simbólico e projeção comunicativa cultural. - Texto Sagrado: é a tradição e a natureza assumida do sagrado como fenômeno. Pode ser manifestado de forma material (escrito) ou imaterial (oral). É reconhecido por meio das Escrituras Sagradas, das tradições orais sagradas e dos mitos. - Sentimento Religioso: é o seu caráter transcendente e imanente não racional. É a experiência do sagrado em si, a qual escapa à razão conceitual em sua essência e é reconhecida por seus efeitos. Trata-se do que qualifica uma sintonia entre o sentimento religioso e o fenômeno sagrado. A partir do objeto de estudo, busca-se superar as tradicionais aulas de religião e entender esta disciplina escolar como processo pedagógico, cujo objetivo é o conhecimento: o entendimento sobre os cultos (culturas) e sobre o sagrado, de uma forma que a diversidade cultural e religiosa sejam respeitadas e que a sociedade, em seu sentido lato, efetive-se. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Propor o encaminhamento metodológico da disciplina de Ensino Religioso para Educação de Jovens e Adultos, não se reduz a determinar formas, métodos, conteúdos ou materiais a serem adotados em sala de aula, mas pressupõe um constante repensar das ações que subsidiarão esse trabalho. Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas pelo educador da disciplina poderão fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, o que amplia e valoriza o universo cultural dos educandos. 273 É importante ficar claro, que em se tratando da Educação de Jovens e Adultos, cabe ao educador despertar no educando uma nova forma de relação, buscando junto a ele, elementos oriundos de experiências vividas, que façam parte de seu contexto social. Dessa maneira, o educando deixa de ser um “depósito de informações” e passa a ressignificar conhecimentos anteriormente adquiridos. Também, faz-se necessário superar práticas que tradicionalmente têm marcado o currículo da disciplina de Ensino Religioso, desvinculando-as das aulas de religião, seja em relação aos fundamentos teóricos, ao objeto de estudos, aos conteúdos selecionados, ou, ainda, em relação ao encaminhamento metodológico adotado pelo educador. Assim, um dos encaminhamentos propostos para este documento é a abordagem dos conteúdos de Ensino Religioso, cujo objeto de estudo é o sagrado, conceito discutido nos fundamentos teórico-metodológicos das Diretrizes Curriculares da disciplina e a base a partir da qual serão tratados todos os demais conteúdos. Dessa forma, pretende-se assegurar a especificidade dos conteúdos da disciplina, sem desconsiderar sua aproximação com as demais áreas do conhecimento. Pode-se citar, por exemplo, que os espaços sagrados também constituem conteúdos de geografia e de arte; no entanto, o significado atribuído a esses espaços pelos adeptos desta ou daquela religião serão tratados de forma mais aprofundada nas próprias aulas de Ensino Religioso, cujo foco é o sagrado. A fim de que o Ensino Religioso contribua efetivamente para o processo de formação dos educandos, foram indicados, a partir dos conteúdos estruturantes paisagem religiosa, símbolos e textos sagrados, o conjunto de conteúdos específicos a serem observados pelo educador no Ensino Fundamental na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Os conteúdos propostos nestas Diretrizes contemplam as diversas manifestações do sagrado, entendidos como integrantes do patrimônio cultural, os quais poderão ser enriquecidos pelo educador, desde que contribuam para a construir, analisar e socializar o conhecimento religioso, para favorecer a formação integral dos educandos, o respeito e o convívio com o diferente. Para corresponder a esse propósito, a linguagem a ser adotada nas aulas de Ensino Religioso, referente a cada expressão do sagrado, é a pedagógica e não a religiosa, é a adequada ao universo escolar. Da mesma forma deve-se levar em 274 consideração que na educação de jovens e adultos as terminologias utilizadas também devem ser adequadas a realidade dos educandos. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Pela observância dos aspectos que marcam o sagrado e as relações que se estabelecem em decorrência dele, nas diferentes manifestações religiosas a serem tratadas pelo Ensino Religioso, ressalta-se a necessidade de definir como conteúdos estruturantes desta disciplina referenciais que incluam nos conteúdos escolares a pluralidade das tradições religiosas. Dessa forma, os conteúdos estruturantes compõem os saberes, os conhecimentos de grande amplitude, os conceitos ou práticas que identificam e organizam os campos de estudos a serem contemplados no Ensino Religioso. Apropriados das instâncias que contribuem para compreender o sagrado, os conteúdos estruturantes propostos para o Ensino Religioso são: _ a paisagem religiosa; _ o símbolo; _ o texto sagrado. Os conteúdos estruturantes de Ensino Religioso não devem ser entendidos isoladamente; antes, são referências que se relacionam intensamente para a compreensão do objeto de estudo em questão e se apresentam como orientadores para a definição dos conteúdos escolares. A relação do sagrado com os conteúdos estruturantes pode ser apresentada conforme o seguinte esquema: PAISAGEM RELIGIOSA 275 Por paisagem religiosa define-se a combinação de elementos culturais e naturais que remetem a experiências do sagrado, que por força dessas experiências anteriores remetem a uma gama de representações sobre o transcendente e o imanente. Os lugares considerados sagrados são simbolicamente onde o sagrado se manifesta. Para o homem religioso, a natureza não é exclusivamente natural; sempre está carregada de um valor sagrado. A idéia da existência de lugares sagrados e de um mundo sem imperfeições conduz o homem a suportar suas dificuldades diárias. O homem consagra determinados lugares porque necessita viver e conviver no mundo sagrado. Para as religiões, os lugares não estabelecem somente uma relação concreta, física, entre os povos e o sagrado; neles, há também uma relação preestabelecida entre ações e práticas. Nessa simbologia, não podem ser ignorados o imaginário e os estereótipos de cada civilização, impregnados de seus valores, identidade etc. Muitas pessoas necessitam de espaços aos quais lhes são atribuídos o sentido de sagrado, para manifestar a sua fé. Com esse lugar definido, entre outras atividades, organizam ritos, festas, homenagens em prol desse objeto. Nos momentos em que os grupos se reúnem para reverenciar o divino, para unir-se ao sagrado, os lugares se transformam num universo especialmente simbólico, resultante das crenças existentes nas tradições religiosas. A paisagem religiosa é fruto do espaço social e cultural construído historicamente, em vivências dos inúmeros grupos humanos. Portanto, a paisagem sagrada é uma imagem socialmente construída, de maneira que é preciso compreendê-la corretamente para entender tal aspecto do estudo do sagrado. SÍMBOLO A complexa realidade que configura o universo simbólico tem como chave de leitura as diferentes manifestações do sagrado no coletivo, cujas significações se sustentam em determinados símbolos religiosos. Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes 276 religiões no mundo. Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser uma palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma notação matemática, entre tantos outros. De modo geral, a cultura se sustenta por meio de símbolos, que são criações humanas cuja função é comunicar idéias. Os símbolos são parte essencial da vida humana, todo sujeito se constitui e se constrói por meio de inúmeras linguagens simbólicas. Ao abranger a linguagem do sagrado, os símbolos são a base da comunicação e constituem o veículo que aproxima o mundo vivido, cotidianamente, do mundo misterioso dos deuses, deusas, encantados, enfim, da linhagem de seres supra-sensíveis que habitam o território do inefável. O símbolo é um elemento importante porque para o estudo do sagrado também o é. TEXTO SAGRADO Os textos sagrados expressam idéias e são meios de dar viabilidade à disseminação e à preservação dos ensinamentos de diferentes tradições e manifestações religiosas, o que ocorre de diversas maneiras, como: dança sagrada, pinturas sacras, textos orais e escritos, entre outras. Ao articular os textos sagrados aos ritos – festas religiosas, situações de nascimento e morte –, as diferentes tradições e manifestações religiosas buscam criar mecanismos de unidade e de identidade do grupo de seguidores, de modo a assegurar que os ensinamentos sejam consolidados e transmitidos às novas gerações e novos adeptos. Tais ensinamentos podem ser retomados em momentos coletivos e individuais para responder a impasses do cotidiano e para orientar a conduta de seus seguidores. Algumas tradições e manifestações religiosas são transmitidas apenas oralmente ou revividas em diferentes rituais. Por sua vez, os textos sagrados registram fatos relevantes da tradição e manifestação religiosa, quais sejam: as orações, a doutrina, a história, que constituem sedimento no substrato social de seus seguidores e lhes orientam as práticas. O que caracteriza um texto como sagrado é o reconhecimento pelo grupo de que ele transmite uma mensagem originada do ente sagrado ou, ainda, que favorece uma aproximação entre os adeptos e o sagrado. A compreensão, interpretação e significação do texto pode ser modificada conforme a passagem do tempo ou, ainda, para corresponder às demandas do 277 tempo presente. Pode, também, sofrer alterações causadas pelas diversas interpretações secundárias, diferentes do texto original. Como conteúdo estruturante, o texto sagrado é uma referência importante para o Ensino Religioso, pois permite identificar como a tradição e a manifestação atribuem às práticas religiosas o caráter sagrado e em que medida orientam ou estão presentes nos ritos, nas festas, na organização das religiões, nas explicações da morte e da vida. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Os conteúdos específicos para a disciplina de Ensino Religioso têm como referência os conteúdos estruturantes, já apresentados. No caso do Ensino Religioso, o sagrado é o objeto de estudo da disciplina, portanto, o tratamento a ser dado aos conteúdos específicos estará sempre a ele relacionado. Ao tratar dos líderes ou fundadores das religiões, o educador enfatizará as implicações da relação que eles estabeleceram com o sagrado, quanto a sua visão do mundo, atitudes, produções escritas, posições político-ideológicas, etc. A organização dos conteúdos se referencia em manifestações religiosas menos conhecidas ou desconhecidas, a fim de ampliar o universo cultural dos educandos. Por sua vez, o conteúdo templos e espaços sagrados se inicia da discussão dos espaços físicos identificados como sagrados. Posteriormente, o educador tratará de espaços sagrados pouco conhecidos entre os educandos, como por exemplo: mesquitas, sinagogas, rios, montanhas, entre outros. Somente depois de trabalhar a composição e o significado atribuído a esses espaços sagrados, por seus adeptos, serão tratados os espaços sagrados já conhecidos pelos educandos, que então terão mais elementos para analisar as configurações e significados dos espaços sagrados que lhes são familiares. Tal organização curricular se repete nos demais conteúdos, conforme o quadro apresentado a seguir: 278 O ENSINO RELIGIOSO NA ESCOLA PÚBLICA Ao iniciar o processo pedagógico na disciplina de Ensino Religioso, faz-se necessário esclarecer os educandos acerca de algumas questões importantes, quais sejam: _ as orientações legais; _ os objetivos; _ as principais diferenças entre aulas de Religião e Ensino Religioso como disciplina Escolar. Respeito à Diversidade Religiosa Reconhecer os grupos sociais em sua diversidade cultural é um dado de realidade que deve ser sempre trabalhado em sala de aula, de modo que também é interessante que o educador apresente aos educandos alguns instrumentos legais que buscam assegurar a liberdade religiosa. Os principais são: 279 _ Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Brasileira: respeito à liberdade religiosa; _ Direito a professar fé e liberdade de opinião e expressão; _ Direito à liberdade de reunião e associação pacíficas; _ Direitos Humanos e sua vinculação com o Sagrado. Lugares Sagrados No processo pedagógico, educador e educandos podem caracterizar lugares e templos sagrados, quais sejam: lugares de peregrinação, de reverência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais. Destacam-se: _ lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras etc.; _ lugares construídos: templos, cidades sagradas etc. Textos sagrados orais e escritos São ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas religiosas, expressos na literatura oral e escrita, como em cantos, narrativas, poemas, orações etc. Os exemplos a serem apontados incluem: vedas (hinduísmo), escrituras bahá´ís, fé Bahá’I, tradições orais africanas, afro-brasileiras e ameríndias, Alcorão (islamismo), etc. Organizações Religiosas As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos de modo institucionalizado. Serão tratadas como conteúdos, sob a ênfase das principais características, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado. Poderão ser destacados: _ os fundadores e/ou líderes religiosos; _ as estruturas hierárquicas. Entre os exemplos de organizações religiosas mundiais e regionais, estão: o budismo (Sidarta Gautama), o cristianismo (Cristo), confucionismo (Confúcio), o espiritismo (Allan Kardec), o taoísmo (Lao Tsé), etc. 280 Universo Simbólico Religioso Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos podem ser trabalhados conforme os seguintes aspectos: _ dos ritos; _ dos mitos; _ do cotidiano. Entre os exemplos a serem apontados, estão: a arquitetura religiosa, os mantras, os paramentos, os objetos, etc. Ritos São celebrações das tradições e manifestações religiosas, formadas por um conjunto de rituais. Podem ser compreendidas como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior; servem à memória e à preservação da identidade de diferentes tradições e manifestações religiosas, e podem remeter a possibilidades futuras decorrentes de transformações contemporâneas. Destacam-se: _ os ritos de passagem; _ os mortuários; _ os propiciatórios, entre outros. Entre os exemplos a serem apontados, estão: a dança (Xire), o candomblé, o kiki (kaingang, ritual fúnebre), a via sacra, o festejo indígena de colheita etc. Festas religiosas São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes. Entre eles, destacam-se: _ peregrinações; _ festas familiares; _ festas nos templos; _ datas comemorativas. Entre os exemplos a serem apontados, estão: Festa do Dente Sagrado (budista), Ramadã (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (afrobrasileira), Pessach (judaica), Natal (cristã). 281 Vida e morte As respostas elaboradas para a vida além da morte nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: - o sentido da vida nas tradições e manifestações religiosas; - a reencarnação; - a ressurreição – ação de voltar à vida; - além da morte: ancestralidade, vida dos antepassados, espíritos dos antepassados que se tornam presentes, e outras. AVALIAÇÃO A avaliação é um meio e não um fim em si mesmo. É um processo contínuo, diagnóstico, dialético e deve ser tratada como parte integrante das relações de ensino-aprendizagem. Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem, é um recurso pedagógico sutil e necessário para auxiliar cada educador e cada educando na busca e na construção de si mesmo e do seu melhor modo de vida. Dentre as orientações metodológicas para a disciplina de Ensino Religioso, faz-se necessário destacar os procedimentos avaliativos a serem adotados, uma vez que este componente curricular não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas e ou conceitos. Ou seja, o Ensino Religioso não se constitui como objeto de reprovação, bem como não terá registro de notas ou conceitos na documentação escolar, isso se justifica pelo caráter facultativo da matrícula na disciplina. Mesmo com essas particularidades, a avaliação não deixa de ser um dos elementos integrantes do processo educativo na disciplina do Ensino Religioso na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Assim, cabe ao educador a implementação de práticas avaliativas que permitam acompanhar o processo de apropriação de conhecimentos pelo educando e pela classe, tendo como parâmetro os conteúdos tratados e os seus objetivos bem como a realidade e a experiência de vida de cada educando. Para atender a esse propósito, o educador terá que elaborar instrumentos que o auxiliem a registrar o quanto o educando e a turma se apropriaram ou têm se apropriado dos conteúdos tratados nas aulas de Ensino Religioso. Significa dizer 282 que o que se busca com o processo avaliativo é identificar em que medida os conteúdos passam a ser referenciais para a compreensão das manifestações do sagrado pelos educandos. Da mesma forma deve-se procurar perceber o quanto o conteúdo ministrado possui significado no cotidiano dos educandos. Nesse sentido, a apropriação do conteúdo que fora antes trabalhado pode ser observado pelo educador em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Pode-se avaliar, por exemplo, em que medida o educando expressa uma relação respeitosa com os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua; aceita as diferenças e, principalmente, reconhece que o fenômeno religioso é um dado da cultura e da identidade de cada grupo social; emprega conceitos adequados para referir-se às diferentes manifestações do sagrado. Diante da sistematização das informações provenientes dessas avaliações, o educador terá elementos para planejar as necessárias intervenções no processo de ensino e aprendizagem, retomando as lacunas identificadas no processo de apropriação dos conteúdos pelos educandos, bem como terá elementos para dimensionar os níveis de aprofundamento a serem adotados em relação aos conteúdos que irá desenvolver posteriormente. Nessa perspectiva, o educador de Ensino Religioso terá também, a partir do processo avaliativo dos educandos, indicativos importantes para realizar a sua auto-avaliação que orientará a continuidade do trabalho ou a imediata reorganização daquilo que já tenha sido trabalhado, tendo como referência este documento de diretrizes. É importante lembrar que a disciplina de Ensino Religioso está num processo recente de implementação nas escolas e que, o ato de avaliar é um dos fatores que poderá contribuir para a sua legitimação como um dos componentes curriculares. Mesmo que não haja aferição de notas ou conceitos que impliquem na reprovação ou aprovação dos educandos, estas diretrizes orientam que o educador proceda ao registro formal do processo avaliativo, adotando instrumentos que permitam à escola, ao educando, aos seus pais ou responsáveis, identificarem os progressos obtidos na disciplina. Com essa prática, os educandos, especificamente, terão a oportunidade de retomar os conteúdos, como também poderão perceber que a apropriação dos conhecimentos dessa disciplina lhes possibilita conhecer e compreender melhor a 283 diversidade cultural da qual a religiosidade é parte integrante, bem como possibilitará a articulação desta disciplina com os demais componentes curriculares, os quais também abordam aspectos relativos à cultura. REFERÊNCIAS CISALPIANO, M. Religiões. São Paulo: Scipione, 1994. COSGROVE, D. A geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens humanas. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHl, Z. Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998. COSTELLA, D. O fundamento epistemológico do ensino religioso. In: JUQUEIRA, S.; WAGNER, R. (Orgs.) O Ensino Religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004. CUNHA, A. G. da. Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. DURKHEIM, É. 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O Livro das Idéias: pensadores, teorias e conceitos que formam nossa visão de mundo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. SACHS, W. Dicionário do Desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes, 2000. WITTGENSTEIN, L. Investigações Filosóficas. Petrópolis: Vozes, 1994. 16.6 DISCIPLINA DE FILOSOFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidade desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processos de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo. As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante 285 diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula. Seguindo essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos. Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, autoposição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20). Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos. Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, ressignificar e criar conceitos. Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única 286 preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos. O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar, para o educando da EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos. O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a criação de conceitos. Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização. Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala. Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o 287 problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão. A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade. Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito nas idéias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico. É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz curricular. Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que, desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. 1. MITO E FILOSOFIA 288 O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas idéias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito, marca o advento de uma etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet. 1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 1.1.1 O nascimento da Filosofia; 1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega; 1.1.3 O mito a origem de todas as coisas; 1.1.4 Mito e razão filosófica; 1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico; 1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico; 1.1.7 Ciência e senso comum. 2. TEORIA DO CONHECIMENTO Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell. 2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 2.1.1 O problema do conhecimento; 2.1.2 Fundamentos do conhecimento; 289 2.1.3 Filosofia e método; 2.1.4 Racionalismo; 2.1.5 Empirismo; 2.1.6 Ceticismo; 3. ÉTICA Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa, um dos grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca. 3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO 3.1.1 Ética e moral; 3.1.2 Concepções éticas; 3.1.3 O que é liberdade?; 3.1.4 Liberdade e autonomia; 3.1.5 Liberdade e determinismo; 3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento; 3.1.7 Autoridade e autoritarismo; 3.1.8 Responsabilidade e liberdade; 3.1.9 Questões de gênero; 3.1.10 Diversidade e sociedade. 4. FILOSOFIA POLÍTICA Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo. 290 Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire. 4.1. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 4.1.1 O preconceito contra política; 4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política; 4.1.3 Nascimento da democracia; 4.1.4 Ética e Política; 4.1.5 Concepção liberal e Política; 4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo. 4.1.7 Essência da política; 4.1.8 Política e poder; 4.1.9 Política e violência; 4.1.10 Política e liberdade subjetiva; 4.1.11 Política e sociabilidade; 4.1.12 Formas de governo; 4.1.13 Liberdade Política; 4.1.14 Crise da política contemporânea; 4.1.15 A função do político na contemporâneidade. 5. ESTÉTICA Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl, Paul Valéry. 291 5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 5.1.1 Pensar a beleza; 5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?; 5.1.3 Concepções de estética; 5.1.4 Concepções de Arte; 5.1.5 Arte como conhecimento; 5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte; 5.1.7 Arte e Política; 5.1.8 Crítica do gosto; 5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança; 5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas. 6. FILOSOFIA DA CIÊNCIA É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendêlas. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer. 6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 6.1.1 O que é Ciência; 6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência; 6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência; 6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica; 6.1.5 Tendências da Bioética; 6.1.6 Bioética e Aborto; 6.1.7 Bioética e experiência Genética. AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA 292 Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão com o outro, como construção de conceitos essa disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação não resumir-se-á a perceber quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta Langón (2003, p. 94): Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil. Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos: - Qual conceito trabalhou e criou/recriou; - Qual discurso tinha antes; 293 - Qual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si mesma. REFERÊNCIA ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ëtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992. 294 KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RIBEIRO, R. J. Último vôo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 16.7 DISCIPLINA DE FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiam-se na Fundamentação Teórico-Metodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar - Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR. O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2). Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender 295 uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas. Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7) Nessa perspectiva, "... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento" (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138). 296 Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o estudante a ter uma idéia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes idéias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42). Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico" (ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio. Também parece haver um consenso entre os professores em torno da idéia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum ... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25) 297 Assim, como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra) Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das idéias científicas” (PONCZEK, 2002, p. 22). Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo. Alem disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo. Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e entendendo que tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA,2001, p. 101-102) 298 Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência. Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente derem significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente. Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas idéias, sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta idéia remete aos estudos das concepções espontâneas ou idéias alternativas dos sujeitos: (...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as idéias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais, fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastante estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de idéias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2) O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas idéias tendo em vista a concepção científica. Assim, espera-se que esteja reelaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que abandone suas idéias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua 299 interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica. Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233). Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a ... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31) Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a contribuição para a formação dos sujeitos através das lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79) ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático 300 que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda, acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina. Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os educandos tornem-se passivos em sala de aula. É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, seqüenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8) A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos. (...), Não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40) Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e Adultos, identificou-se algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levado em conta a formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar e as 301 possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam: A abordagem da Física enquanto construção humana No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico, assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações tecnológicas na contemporaneidade. A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que idéias surgem e desaparecem, em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7) O papel da experimentação no ensino de Física O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78). O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do sujeito com um dado conhecimento, sendo portanto subjetiva. Seu potencial didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376) 302 O cuidado com os conceitos e definições em Física O educando traz idéias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas idéias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários. Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às idéias de conceitos espontâneos. Tais idéias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcedental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA;BABICHAK, 1997, p.22) O cotidiano dos alunos/contextualização O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas no processo da aprendizagem. Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d) O papel do erro na construção do conhecimento 303 Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagem devem ser considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar. É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. O incentivo à pesquisa e a problematização É importante incentivar os educandos para que ampliem seus conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de resultados. Para tanto, será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13) A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade. (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.2526). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física, porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser analisado. Os recursos da informática no ensino da Física O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz 304 presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo de entendimento sobre as tecnologias usuais e como utilizar-se desta ferramenta para ampliar os conhecimentos. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas. A utilização do material de apoio O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de outras alternativas de ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto. CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens significativas aos educandos da EJA. Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a idéia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam 305 dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140) Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir. INTRODUÇÃO À FÍSICA Campo de estudo e atuação da Física. História da Física. A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas. MECÂNICA Movimento retilíneos. Movimentos curvilíneos. Movimento circular uniforme. Queda-livre. Os Princípios da Mecânica (Leis de Newton). Energia. Trabalho. Potência. Impulso e quantidade de movimento. A Gravitação Universal. A Hidrostática. 306 FÍSICA TÉRMICA Fenômenos térmicos. O calor e a temperatura. O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases. As mudanças de estado físico da matéria. Trocas de calor. Transmissão de calor. Comportamento térmico dos gases. As Leis da Termodinâmica. ONDULATÓRIA Fenômenos ondulatórios. Ondas mecânicas e eletromagnéticas. Natureza ondulatória e quântica da luz. ÓPTICA Fenômenos luminosos. Princípios da Óptica Geométrica. Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz. Lentes e instrumentos ópticos de observação. Espelhos. A óptica e o olho humano. ELETRICIDADE E MAGNETISMO Fenômenos elétricos e magnéticos. Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade. A Lei de Coulomb. O campo elétrico . Potencial elétrico. A corrente elétrica. Geradores e circuitos elétricos. O campo magnético. Indução magnética. ENERGIA Energia e suas transformações. Fontes e tipos de energia. Energia, meio ambiente e os potenciais energéticos do Brasil. A energia elétrica nas residências. 307 REFERÊNCIAS ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991, p.18-46. ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época) AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA, Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d. BARROS, Henrique Lins.In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed.,Campinas: Autores Associados, 1997. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) GARCIA, N. M. Dias ; ROCHA,V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2. MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005. OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/ou/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101-107. 308 RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 2529/ janeiro, 1993. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45. ROSA, C. W. da; ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de las Ciencias. Vol.4, nº 1, 2005. SEED-PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto digitalizado. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 20-28. PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. In: htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. Acesso em 09/06/2005. 16.8 DISCIPLINA DE GEOGRAFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia. Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia? Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profundas transformações, tanto em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram 309 obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia. Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos. Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima ( calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre). Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-lhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo. Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a circulação no território. Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, faz-se uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”. Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial. A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de 310 ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si”. Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina-se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de uma saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”. Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cerca em sua dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”. Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível. Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e 311 as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional. Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”. O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde revelam-se as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações socioespaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe. É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas omissões. É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, 312 p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários. A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido. Nessa perspectiva a problematização surge como metodologia para a abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar: 1- Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade? 2- Quais mudanças foram provocadas por sua instalação? 3- Qual a sua importância para o município, estado, país? 4- Qual sua importância para a população? 5- Por que ela se instalou nessa região? 6- Como é seu processo produtivo? 7- Quais impactos vem causando no ambiente? Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade. A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento. Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico é fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de Geografia, em três grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza. 313 Esses eixos estabelecem relações entre si e permitem a compreensão da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da migração campocidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona a estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si. O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza articula-se as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa maneira, os conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas interrelações, rompendose com a compartimentalização e com a linearidade do conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do espaço pelas sociedades. Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a resignificação de sua visão de mundo. Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica. A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar diversas linguagens. Os objetos da avaliação no ensino de Geografia, são os três eixos mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-se-á da descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise para a compreensão das transformações que se processam no espaço e na maneira como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido. Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia-a-dia, possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena. 314 16.9 CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA Ensino Fundamental e Médio Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos, deve ser diferenciada nos níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos. Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando. EIXOS TEMÁTICA CONTEÚDOS DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide etária, padrão de vida, movimentos migratórios,. ATIVIDADES ECONÔMICAS: cadeias produtivas, redes de distribuição, transporte e comunicação, espaço agrícola, fontes de energia, comércio, indústria, turismo, RELAÇÃO circuitos produtivos, Divisão Internacional do Trabalho, flexibilização do trabalho, economia solidária. ESPAÇO CIDADE– POLÍTICAS PÚBLICAS: agricultura familiar, reforma agrária, assistência social, RELAÇÕS CAMPO educação, meio ambiente, habitação, cultura, saúde. SOCIAIS ORGANIZA URBANIZAÇÃO: expansão urbana, infra-estrutura, plano diretor urbano. NATUREZ ÇÃO SOCIO AGRÁRIA: estrutura fundiária, modernização do campo, conflitos no campo, A ESPACIAL agricultura familiar, políticas agrárias. CIDADANIA GEOPOLÍTICA: organização socioespacial, fronteira, estado, nação, território, territorialidade. REPRESENTAÇÃO SOCIOESPACIAL: Planeta Terra, localização espacial, orientação, coordenadas geográficas, cartografia. QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: degradação ambiental, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida. REFERÊNCIAS CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. 315 CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999. CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. DISCIPLINA DE HISTÓRIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. Hoje, por exemplo, a História busca os diversos aspectos que compõem a realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis 316 em direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que precisava ser legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função legitimar a identidade nacional. Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem recente. A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos: econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. O homem/mulher como sujeito da História, deve ser conhecedor dos porquês, dos problemas, das idéias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres. Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças. É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico. 317 É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história. Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias, capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da sociedade e do mundo em que vivem. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu mundo. No mundo contemporâneo um constante (re)pensar sobre a cultura escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas. Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretendese com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens. Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões 318 através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao contexto político e social, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos. Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987). É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino-aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral. Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às temáticas que por sua vez articulam-se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa concepção, refere-se ao tempo histórico. Os conteúdos selecionados, foram organizados em quatro temas plurais no Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e Propriedade; Cidadania e Trabalho e tres temas para o Ensino Médio: Diversidade Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania . É importante que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo. A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico. 319 Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação. É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria realidade. Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História na busca da autonomia e da cidadania. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS Ensino Fundamental e Médio EIXOS ORIENTADORES TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO FUNDAMENTAL 320 CULTURA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem um sujeito histórico, TRABALHO atuação do sujeito histórico-memória. TEMPO PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: conceito de ciência histórica, como o historiador reconstrói a história? IDENTIDADE CULTURAL diferentes temporalidades, fontes históricas, patrimônio cultural, a origem do homem e o começo dos tempos. ENCONTRO ENTRE DIFERENTES CULTURAS: o Paraná no Século XV, ocupação do espaço paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias, dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense. DIFERENTES MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA: Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista. CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: Capitanias hereditárias, sesmarias, reduções, engenhos, TERRA E PROPRIED ADE NOS DIFERENT ES PERÍODOS HISTÓRIC OS rendeiros/meeiros Quilombos, comunidades indígenas, leis de terras, imigração européia. TENTATIVAS DE REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL REPÚBLICA: Plano de metas, reforma de base, ditadura militar, proposta de Tancredo Neves, a questão da terra nos governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. CONFLITOS AGRÁRIOS PELA TERRA NO BRASIL: Canudos, Contestado, ligas camponesas, demarcação das terras indígenas, luta dos povos da floresta, movimento dos trabalhadores rurais sem terra. 321 ESTADO NEOLIBERAL: origem, emprego, flexibilização dos direitos sociais, neoliberalismo no Brasil . ESTADO DITATORIAL E TOTALITARIO: ditadura militar no Brasil, ditadura na América espanhola, princípios fundamentais do totalitarismo, contexto da Segunda Guerra. ESTADO POPULISTA: o populismo no Brasil e na América O ESTADO E AS RELAÇÕE S DE PODER espanhola. ESTADO INTERVENCIONISTA: revolução de 1930, Crise de 1929, Constituição de 1934. ESTADO OLIGARQUICO: Coronelismo, Revolução Federalista no Paraná, Tenentismo. ESTADO LIBERAL CLÁSSICO: Século das Luzes, Imperialismo, Primeira Guerra Mundial. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: O Estado Absolutista, O poder da Igreja no Brasil colônia. Separação entre Estado e Igreja no Brasil. CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CIDADANIA EM OUTRAS SOCIEDADES: Sociedade árabe, sociedade chinesa, Grécia e Roma. Servidão feudal. CIDADANI CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO AE CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural TRABALHO ,Revoluções burguesas e Iluminismo, formação da classe operária, relação capital e trabalho. Apartheid. DESAFIOS CIDADANIA E OBSTÁCULOS BRASILEIRA: NA trabalho CONSTRUÇÃO escravo e DA infantil, movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988 EIXOS ORIENTADORES TEMAS CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO 322 CULTURA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem/mulher TRABALH como sujeitos históricos, formação da identidade e alteridade, O TEMPO História local. DIVERSID PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: história como ADE ciência, natureza e cultura, diferentes temporalidades, fontes CULTURA L históricas, as primeiras civilizações, patrimônio cultural. DIFERENTES CULTURAS: formação sociedade da dominação brasileira, o e resistência mundo árabe, na a cosmovisão africana., cultura oriental, os diversos Brasis. A RELAÇÃO COLONIZADOR/COLONIZADO NA AMÉRICA: dominio cultural e político europeu, assimilação e aculturação. HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS: trabalho escravo, Formas de resistência, movimentos abolicionistas, guerra de secessão. LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO: Estado liberal clássico, as idéias iluministas, RELAÇÕE S DE PODER E MOVIMEN TOS SOCIAIS a partilha do mundo, Primeira Guerra Mundial. SÉCULO XX MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS: formação dos estados totalitarios, o mundo em guerra, descolonização afro-asiática, movimentos sociais no pós-guerra, conflitos culturais na América espanhola. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: emancipação política das colônias americanas, a construção do estado brasileiro, o período republicano. LUTAS PELA POSSE DA TERRA: posse da terra árabe-israelense. conflitos agrários pela no Brasil e na América espanhola, conflito 323 CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, MUNDO DO TRABALH OE CIDADANI A Revoluções burguesas e Iluminismo, Apartheid, o leste europeu, sociedade árabe, sociedade chinesa. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO SÉCULO XXI: movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988, a paz no mundo, desigualdade social. MUNDO DO TRABALHO: flexibilização do emprego, trabalho escravo e infantil, relação capital e trabalho, movimentos sindicais, a tecnologia no mundo globalizado. REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997. CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986. DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff, FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987. KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992. 324 16.10 DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais. Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando-o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais. O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a linguagem como interação. VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que se estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados. Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os 325 diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada sujeito. As idéias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que a prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo. As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros. Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica, historicamente, três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana. A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação social. A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a unidade semântica – em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência lingüística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica ou formal”. Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito à coesão. Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma seqüência de frases” (VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. 326 Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativo por meio dos fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos. Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato e, conseqüentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo. O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia “interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros. A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas lingüísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”. O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir um texto, envolvendo os três 327 mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta. Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da apreensão das diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise lingüística e produção textual. A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis. Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais. Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades lingüísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto. 328 Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se destina o texto. Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão. Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador. Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem como para as práticas de linguagem , foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os diferentes saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem. A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção de texto e análise lingüística, para que o educador possa reencaminhar seu planejamento. O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensino-aprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos. Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do 329 conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Variedades linguísticas Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros. Funções da linguagem. Linguagem verbal e não-verbal. Gêneros textuais ou discursivos Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.) Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros. Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógicodiscursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, idéia central, seqüência lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros. Discurso direto e indireto. Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc. Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação. Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título , legibilidade, aceitabilidade, entre outros. Ambigüidade como recurso de construção do texto. Ambigüidade como problema de construção do texto. Informações explícitas, implícitas e intertextualidade. Relações entre imagem e texto. Elementos Gramaticais na construção do texto Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-e-vírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros. Emprego da crase na construção do texto. 330 Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto. Sujeito e predicado na construção do texto. Vozes do verbo na construção do texto. Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto. Aposto e vocativo na construção do texto. Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na construção do texto. Concordância verbal e nominal na construção do texto. Colocação pronominal na construção do texto. Figuras de linguagem na construção do texto. Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição. Para o Ensino Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de Literatura: Arte literária e as outras artes. História e literatura. Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem. Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo brasileiro (literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, vanguarda européias, Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo. Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano. REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004. 331 FARACO, Carlos Alberto; CASTRO, Gilberto de. Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO, Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005. VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 16.11 DISCIPLINA DE MATEMÁTICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA A Educação Matemática é um importante ramo do conhecimento humano. A sua origem remonta à antigüidade clássica greco-romana. Os gregos conceberam a Matemática como um dos conteúdos da filosofia, portanto, como um dos instrumentos da arte de conhecer o mundo em sua totalidade. Dessa forma, o educador além de dominar os conteúdos matemáticos, deve também conhecer os fundamentos histórico-filósoficos da Matemática, e ainda, o(s) processo(s) pelo(s) qual(is) o educando aprende; aquisição do conhecimento. Nesse sentido, é importante que o educador tenha conhecimento das práticas pedagógicas que norteiam o ensino da Matemática na atualidade. Para tanto, é necessário resgatar o processo educacional vivenciado, especialmente, a partir da década de 60 do século passado. O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase 332 na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno. Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole. Vejamos como Morris Kline exemplifica, como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna: “A professora pergunta: ― Por que 2 + 3 = 3 + 2 ? ― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar. ― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta. ― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11 ? Novamente os alunos se apressam a responder: ― 9 e 1 são 10 e mais um é 11. ― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2, 9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] . Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa. (PETRONZELLI, 2002, pp.40-1) Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade 333 dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a matemática. Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material de existência humana e as manifestações teóricometodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida. Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza. O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade. Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de 334 descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das idéias matemáticas e sociais. Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sóciohistórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática - conteúdos escolares - e os conceitos sociais. Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática. Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas. A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos. Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentado, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural. A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”: Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria(...). As abstrações reunidas 335 na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução.(NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos) Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são freqüentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar. É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática. Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente. Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado sejam restabelecidos, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade estão diretamente ligados ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo. 336 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento. As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática. É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico. Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Nessa perspectiva,a contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado da idéias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27). De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo. 337 Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27). O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares, envolve um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem. No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles: . a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente. . os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto aos educandos. . a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes. . as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e totalidade no processo de elaboração do conhecimento. Nessa forma de organização curricular, as metodologias são um meio e não um fim para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar. Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensinoaprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): História da Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. 338 É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo. Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular. Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma articulada. esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos. É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre os conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que as idéias matemáticas ganham significado. Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social. É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador, bem como, com os objetivos que se pretende alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem. 339 O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento matemático. No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores: - considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema; - resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado-se de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático. - erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático. Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria escola. Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante elaboração e reelaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como um todo. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL Números e Operações Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação. Conjuntos numéricos: abordagem histórica. Algoritmos e operações. Raciocínio Proporcional. Porcentagem. 340 Grandezas diretas e inversamente proporcionais. Regra de três. Juros simples e composto. Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas. Potenciação e radiciação. Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem algébrica e viceversa. Operações com monômios e polinômios. Equações de 1º e 2º graus. Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis. Cálculo Mental e Estimativa. Geometria Conceitos de: direção e sentido; paralelismo e perpendicularismo. Reconhecimento dos sólidos (faces, arestas e vértices). Classificação dos sólidos (poliedros e corpos redondos). Conceituação dos poliedros. Identificar poliedros e polígonos: cubo – quadrado. paralelepípedo – retângulo. pirâmide – triângulo. Trabalhando a relação de figuras espaciais e percepção espacial. Noção de planificação (espaço para o plano). Planificação – construção das figuras espaciais (plano para o espaço). Identificar - faces, arestas e vértices. Identificar figuras planas. Classificação dos polígonos. Ângulos - construção Soma dos ângulos internos de um polígono. Classificação de triângulo quanto aos lados e ângulos. Ampliação e redução de figuras (percepção e criatividade). Ângulos notáveis (articulado com simetria e a construção de gráficos de setores). Relações entre figuras espaciais e planas. Decomposição e composição de figuras. Congruência e semelhança: figuras planas, triângulos. 341 Simetria (conceitos/aplicações). Teorema de Tales. Teorema de Pitágoras. Medidas de Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal uso das medidas de tempo e conversões de Temperatura (Corporal e Climática). Sistema Monetário e sua relação com SND. conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, euro, pesquisa de mercado. Medidas de: - ângulos. - comprimento. - superfície. - capacidade. - volume. Razão entre áreas de figuras semelhantes. Perímetro e área de figuras planas. Cálculo de volume de alguns sólidos geométricos. Medidas de Massa. Tratamento de Informação Probabilidade: experimentos e situações-problema. Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de dados Medidas de posição. Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem. Porcentagem, linguagem gráfica com análise quantitativa. ENSINO MÉDIO Números e Álgebra Organização dos Campos Numéricos. Razão e Proporção. Regra de três simples e composta. Possibilidade de diferentes escritas numéricas envolvendo as relações entre as operações: números decimais em forma de potência de 10, notação científica e potências de expoente negativo. 342 Radicais em forma de potência. A potenciação e a exponenciação. Propriedades da potenciação. A linguagem algébrica: fórmulas matemáticas e as identidades matemáticas. Decodificação, codificação e verificação de equações de 1º e 2º graus. Sistema de Equações (com duas variáveis). Funções Função afim. Função quadrática. Seqüências. Progressão Aritmética. Progressão Geométrica. Noções de: - Matrizes; - Determinantes; - Sistemas Lineares (3x3). Geometria e Trigonometria Relações entre formas: - espaciais e planas; - planas e espaciais. Representação geométrica dos números e operações. Geometria Espacial e Plana: - Relações entre quadriláteros quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e per- pendicularismo. - Congruência e semelhança das figuras. - Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos. - Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência. - Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa. - Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação. - Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera. - Cálculo de volumes e capacidades. Geometria Analítica: o ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta), a reta (distância entre retas), a circunferência. 343 Trigonometria: Ângulos, processo de triangulação, triângulo retângulo, semelhança de triângulos. As razões trigonométricas e o triângulo retângulo. Leis do seno e coseno. Tangente como a razão entre o seno e o coseno. Construção de tabelas de senos, cosenos e tangentes de ângulos. Cálculos de perímetros e áreas de polígonos regulares pela trigonometria. Ciclo Trigonométrico – Trigonometria da 1ª volta. Gráfico de funções trigonométricas. Tratamento de Informação Estatística: - Gráficos e tabelas - Medidas e tendência central - Polígonos de freqüência - Aplicações - Análise de dados - Sistematização da contagem: - Princípio multiplicativo; - Análise Combinatória; - Probabilidade: - Probabilidade de um evento; - União e intersecção de eventos; - Probabilidade condicional - Relação entre probabilidade e estatística Noções de Matemática Financeira: - Porcentagem; - Juro composto; - Tabela Price (aplicação e construção). REFERENCIAS Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 344 Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado) PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p. 16.11 DISCIPLINA DE QUÍMICA 345 CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12), o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos. Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive. A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em um certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes. Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a partir da Química como ciência. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultados inéditos, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultados esperados, aliás planejados, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe 346 portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e conforme MALDANER (2000, p.196), compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as idéias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida. Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, para DELIZOICOV | et.al.| (2002, p.34), a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio- historicamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos à e resultados ainda pouco acessíveis maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido. Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. 347 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, fazse necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica. Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa seria partir da seqüência: “fenômeno–problematização–representaçãoexplicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor, episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comuns ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184) Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8) Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico. 348 Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.” Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe causar problemas. Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco significativa. É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no 349 trabalho docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) ...a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50), o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos. Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dados e informações. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos prévestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma 350 boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como um dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida seqüência linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo. CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos. Matéria e substâncias Reações Químicas Funções Orgânicas e Inorgânicas Ligações Químicas Ligações entre as moléculas Tabela periódica e periodicidade Estrutura atômica Estequiometria Estudo dos Gases Radioatividade Propriedades coligativas 351 Eletroquímica Equilíbrio Químico Soluções Termoquímica É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais. A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que possam ser trabalhados, independentemente da seqüência usual presente nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, a forma como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver metodologias que visem evitar a fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina. Na perspectiva que se propõe, a avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. A avaliação é sempre uma atividade difícil de se realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, 352 dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61) Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química, estabelecendo uma perspectiva de torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso. REFERÊNCIAS BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. 16.12 DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA CONCEPÇÃO DO ENSINO Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e abusca da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para sua consolidação como ciência. 353 O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicações para os fenômenos sociais com os quais conviviam. As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram transformadas neste processo. O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de trabalho traz em seu bojo questões econômicas/culturais que precisam de respostas. Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e posicionamentos políticos. Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, este autor buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência deveria ser usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao progresso. Émile Durkheim (1858-1917) irá utilizar-se de conceitos de Comte na elaboração e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só faz sentido se :” compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente de manifestações individuais, exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). Sendo assim, a precedência da sociedade sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste processo. Em Max Weber(1864-1920) a orientação vai num outro sentido, para ele o indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações individuais. Para ele “compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros, é compreender o 354 agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”.(SEED, 2006, p.22). A sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade, rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(...) prover os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições – conduta de vida e conhecimento especializados – necessárias para realizar suas funções de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22). Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (1818-1883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral - que a história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais.(SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou emancipar o homem. Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menor exploração ou igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam. É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO No ensino da Sociologia propõe-se que sejam redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais. 355 É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os conteúdos específicos deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculado ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnológicas, dentre outras coisas. Neste sentido, destacam-se os conteúdos específicos da disciplina não precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma seqüencial, do primeiro ao último conteúdo listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de uma “amarração” com os demais. Sugere-se, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas principais teorias na análise/compreensão da realidade. No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimentos do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlações dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicitar e explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir prénoções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas á Transformação social. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 1-Conteúdo estruturante: O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas. Conteúdos específicos: Modernidade(Renascimento; Reforma Protestante; Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial). Desenvolvimento das Ciências; 356 Senso comum e Conhecimento científico; Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engels e Marx; Produção Sociológica Brasileira. 2- Conteúdo estruturante: O processo de socialização e as instituições sociais. Conteúdos específicos: Instituições familiares; Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições políticas, dentre outras. 3 - Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural. Conteúdos específicos: Conceitos antropológicos de cultura; Diversidade cultural; Relativismo; Etnocentrismo; Identidade; Sociedade de consumo; Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular; Questões de gênero e outras minorias. 4 - Conteúdo Estruturante: Trabalho, produção e classes sociais; Conteúdos específicos: Salário e lucro; Desemprego, desemprego conjuntural e desemprego estrutural; Subemprego e informalidade; Terceirização; Voluntariado e cooperativismo; Empreendedorismo; Agronegócios; Empregabilidade e produtividade; Capital humano; 357 Reforma trabalhista e Organização Internacional do Trabalho; Economia solidária; Flexibilização; Neoliberalismo; Reforma agrária; Reforma sindical; Toyotismo, Fordismo; Estatização e privatização; Parcerias público-privadas; Relações de mercado, entre muitos outros. 5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia Conteúdos específicos: Estado Moderno; Tipos de Estados; Conceito de poder; Conceito de dominação; Conceito de Política; Conceito de ideologia. 6- Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais. Conteúdos específicos: Conceito moderno de direito; Conceito de movimento social; Cidadania; Movimentos sociais urbanos; Movimentos sociais rurais; Movimentos sociais conservadores. AVALIAÇÃO A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos utilizados nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados 358 no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva marcada pela autonomia do educando. Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva, ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando. REFERÊNCIAS ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de sociologia:pequena introdução ao estudo da sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. BOSI, E. 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São Paulo: Ática, 1979. 16.12 DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM)INGLÊS A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005) É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria. A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira. Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais, música pop e propaganda. 360 Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as implicações político-ideológicas. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensinoaprendizagem. Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente pelos educandos. Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir. Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais, complexas e dependentes de contextos específicos. Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em 361 contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde. Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta, principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vêm prontos na linguagem. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características, o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto. 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos, narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folder, outdoors, placas de sinalização, etc. Identificação da idéia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc 1.1. Foco linguístico Substantivos. Adjetivos. Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos. Verbo to be e there to be. (afirmativa, interrogativa e negativa). 362 Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular de verbos mais comuns) e futuro com will. Imperativo: afirmativa e negativa PepsiCo’s (in, on, at, from, to…) Advérbios de tempo, lugar e freqüência. 1.2. Vocabulário básico Saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias da semana, meses do ano, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos, condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot, cool, warm), partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal). ENSINO MÉDIO 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) Identificação de diferentes gêneros textuais tais como: informativos, narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folder, outdoors, placas de sinalização, etc. Identificação da idéia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos, etc...) 1.1. Foco Linguístico Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativa, interrogativa e negativa. Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos) Verbos Modais: Can, may, could, should, must. Substantivos contáveis e incontáveis. 363 Some, any, no e derivados. 1.2. Vocabulário O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo. REFERÊNCIAS PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005. GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Educação de Jovens e Adultos A Educação de Jovens e Adultos (EJA ) – Ensino Fundamental Fase II e Ensino Médio têm como estrutura de organização, a matricula por disciplina conforme matriz curricular aprovada pela SEED. Para ingresso na EJA Fase II e EJA – Ensino Médio, a idade mínima exigida é de 18 anos. O aluno da Educação de Jovens e Adultos Ensino Fundamental – Fase II e/ou do Ensino Médio, poderá matricular-se em até quatro disciplinas. A Educação de Jovens e Adultos - Ensino Fundamental Fase II tem como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos como meios para que os alunos possam produzir os chamados bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. A Educação de Jovens e Adultos – Ensino Médio, tem como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes 364 Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer Nº 15/98 e Resolução Nº 02 de 07 de abril de 1998 - CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos. A escolarização, em todas as disciplinas será organizada de forma coletiva e individual, ficando a critério do aluno escolher a maneira que melhor se adapte às suas condições e necessidades, ou mesmo mesclar essas formas, ou seja, cursar algumas disciplinas organizadas coletivamente e outras individualmente. A Organização Coletiva será programada pela escola e oferecida aos alunos através de cronograma que determina período, dias e horários das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao aluno a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor / aluno considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada aluno. A Organização Individual será programada pela escola e oferecida aos alunos por meio de cronograma que determina o período, dias e horários das aulas, contemplando a relação pedagógica personalizada e respeitando o ritmo próprio de cada aluno, com referência à sua escolarização e os saberes já apropriados. PROJETOS INSTITUCIONAIS EJA Projetos Interdisciplinares Dentro do possível tem se desenvolvido alguns projetos interdisciplinares e contextualizados com conteúdo e eixo gerador, porém outras atividades exigem pouco do aluno, não levando a uma mudança de atitude, geralmente são de fixação. No ensino Médio (EJA), há um trabalho conjunto realizado pelos professores que busca incentivar a permanência dos alunos no curso, evitando-se assim a evasão escolar que às vezes ocorre por uma série de fatores que não são inerentes a realidade escolar. Assim a instituição busca desenvolver atividades: • que possibilitem a ação reflexiva. • mais participativas, no qual o aluno através de pequenas investigações, forme seus próprios conceitos, despertando uma atitude curiosa. 365 • que envolvam a comunidade familiar, principalmente a participação dos pais. • que utilizem recursos tecnológicos e outros materiais de apoio. • interdisciplinares e contextualizados. • criativas e originais com respostas diferentes a cada aluno. • em grupo, buscando a integração do aluno. • Para que todas as atividades se realizem se torna necessário a participação de todas as pessoas envolvidas no processo ensino/aprendizagem e a participação dos pais e familiares e toda a comunidade escolar. 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