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Associação Protetora de Animais de Blumenau
Março - 2010
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APRABLU
Da farra-de-homens mal-acostumados,
contra bois indefesos
Sônia T.Felipe
Do boi e do homem voltamos sempre a falar, no Estado de Santa
Catarina, a cada ano, com a aproximação das festas da
ressurreição. Sempre a pretexto de se preservar a cultura e a
tradição açorianas, trazidas para a Ilha de Santa Catarina,
aficcionados cidadãos, rasgando a Constituição e ridicularizando
a ética e a justiça, reúnem-se, levando crianças, tão vulneráveis
à violência e à morte como o boi, para correr atrás de um boi em
estado de pânico. Parece muito inocente, essa “farra” que mata
jovens e meninos, todos os anos, erroneamente denominada
“farra do boi”, pois, a bem da verdade, ela é simplesmente a
farra de alguns poucos homens, com gosto de sangue a lhes
anuviar o sabor da própria vida.
O boi corre, exausto, faz investidas contra os que o maltratam,
estaca, senta-se, bufa, as narinas dilatadas, o pulmão em sufoco,
o coração em disparada, um toco ensanguëntado no lugar da
cauda. A desproporção entre a massa muscular ou volume de
seu corpo e suas pernas, capacidade pulmonar e resistência
cardíaca para esforços em velocidade é o que se apresenta de
modo objetivo ao olhar dos Homo sapiens, incapazes de
reconhecerem os indicadores da constituição vulnerável do
bovino.
Por natureza, esse animal não é de corrida, muito menos de luta.
Ele não tem garras nem presas. Não ataca a não ser em legítima
defesa, não morde, nem fere, se deixado em paz. O volume de
seu corpo, porém, excita os machos que fazem a farra.
Confrontar-se com tal volume parece propiciar-lhes o que lhes
falta: virilidade. E esta não se mostra boa-coisa. É bruta. Machuca e mata.
Investir contra os que o atacam, nem sempre resulta eficaz para o boi. Para poder investir com sucesso, faltam-lhe os
músculos típicos do arranque veloz e da corrida-de-fundo. Falta-lhe, ainda, treinador, massagista, fisioterapeuta, benesses
dos reais lutadores humanos, que sobem às arenas do boxe, e das demais lutas nas quais homens confrontam-se
fisicamente e fazem a farra da carne maltratada.
Mas, não se trata apenas da constituição anatômica e fisiológica do animal, mas também de sua constituição psíquica. O
boi investe contra esse outro animal que o provoca, não porque ache isso uma delícia de brincadeira. Ele o faz, tentando
demover o agressor de aproximar-se demasiadamente do seu corpo. Afinal, um corpo enorme, pesando mais de meia
tonelada, sustentado e transportado por quatro pernas pequenas e finas, com músculos impróprios para a luta, é tudo o
que o animal tem, para mostrar ao homem que se excita em sua presença, que essa tradição não apenas é de pouco
bom-gosto, mas cruel em seu propósito, pois parte do suposto de que os animais são objetos da diversão de homens
entediados. Bois são lentos ao caminhar.
Grande é a queima de oxigênio para mover seu corpo, por isso ele se move com lentidão. Falta-lhe oxigênio.
O mesmo nos acontece. Sofremos quando temos de nos deslocar em velocidade superior à da reposição de oxigênio. Por
essa razão, comemoramos tanto o velocista olímpico, o maratonista. Pois o atleta força sua natureza a superar-se.
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A diferença é que ele escolhe o desafio e o custo de romper seus próprios limites biológicos. O boi não tem escolha. É
simplesmente forçado a compor uma cena que jamais poderá lhe propiciar qualquer benefício. Enquanto os atletas
treinam anos a fio sua fisiologia, para superar a condição natural e competir com seus iguais, na arte treinada, a maioria
dos seres humanos não se dedica a nada disso, pois não vê benefício algum em gastar tanta energia, para compor a
cena final da competição, e servir de espetáculo para os sedentários.Somos como os bois. Sem treino para o jogo.
Qualquer esforço sobre músculos do nosso corpo, não utilizados nas atividades sedentárias diárias, resulta em falta de ar,
pulsação acelerada, perda de líquido, dores horríveis durante o esforço desmesurado e no dia seguinte. Em nosso
psiquismo a reação que se esboça é a de uma profunda angústia, medo de parada cardíaca, medo de sufocar, medo da
dor. Sentamos na calçada, ofegantes. Mas, ninguém nos dá cutucadas nem chutes para que prossigamos.
Tudo o que mais abominariam, caso alguém se atrevesse a fazer contra seus corpos, na farra do boi, esses homens
fazem contra o animal. Toda a crueldade é praticada em nome da tradição, como se a defesa de um costume fosse um
valor absoluto, mesmo quando o costume aparece aos olhos de todos os demais como brutal, violento, inútil, injusto,
expressão de um atraso moral inqualificável, pois não faltam argumentos contrários aos mesmos, na mídia impressa,
escrita e televisionada.
Os açorianos, quando começaram a brincar com bois soltos nas ruas, certamente o fizeram num tempo em que não havia
mais nada para distrair a multidão aborrecida, a não ser os rituais religiosos. A farra é um ato não-religioso, fere os
princípios mais básicos da moralidade humana, o sentido de justiça e o próprio conceito de humanidade que a tanto custo
se tem procurado construir na natureza dos animais dotados de razão e sensibilidade.
Os animais sensíveis não sentem apenas a dor, têm consciência e angústia do limite de seu corpo. A crueldade contra
eles expressa simplesmente o nível de crueldade da qual o homem é capaz, contra os seres de sua própria espécie.
Um país que vilipendia sua própria Constituição, que deixa os policiais observando as práticas de crueldade contra os bois
sem levar preso quem farreia, julga-se acima da moralidade humana, acima dos padrões internacionais de civilidade,
acima do dever de compaixão e de justiça.
Nesse país, por conta de sua tradição hipócrita e indiferente ao sofrimento de quem sofre a crueldade, exatamente,
perecem meninos, vítimas dessa farra contra a vida, que, hoje, ao redor do planeta, só no Brasil se pratica com desdém,
pois em outros lugares a morte vem pela mão do inimigo, não do que está próximo. No Brasil, há uma farra contra a vida
dos seres vulneráveis à brutalidade alheia, que se estabelece a cada dia. Ora o boi é usado como arma para matar a
criança, ora o automóvel, ou o hábito de consumir drogas fornecidas por um mercado de violência e morte.
Em uma região apenas, de Santa Catarina, temos essa farra repulsiva, a repetir-se cada ano. O povo do resto do Estado
envergonha-se de encabeçar, na quaresma, a lista de violadores dos direitos animais, ao redor do planeta. Mas, a matriz
cognitiva e moral da violência é de uma mesma natureza: sua matança em massa, nos centros de confinamento dos
animais para o abate, e pela tortura contra os bois escolhidos para a farra dos mal-acostumados a uma tradição que
apenas nos achincalha, nosso Estado está batendo todos os recordes internacionais de maldade contra os animais. Há
alguém que sente orgulho disso?
Jamais presenciamos qualquer animal praticando atos que excedam sua capacidade física natural. E, menos ainda, o
fazem contra nós. Sempre que presenciamos uma cena dessas, esses animais estão em nosso poder e são forçados, por
medo de chibatadas, medo da morte ou angústia artificialmente produzida, a fazerem o que, por livre e espontânea
vontade jamais fariam.
A farra dos homens contra o boi é uma farra andro-chauvinista, exclusiva do homem. Emoções fortes é o que esse
procura, ao colocar um boi na jogada. As mesmas emoções, com nenhum prejuízo ético, esse homem pode conseguir
correndo colina acima, para chegar por primeiro. Imagine se um boi o perseguisse colina acima! Farra, na qual uma das
partes nada ganha e tudo perde, e outra se regozija é gozo, não é brincadeira. A perversão moral leva o homem a julgar
que deve preservar a tradição que lhe assegura o privilégio de gozar às custas da dor e do sofrimento alheios. O estupro
é uma prática sexual tradicional. A violência contra as mulheres, também. Não por coincidência, ambas são práticas
tradicionais de homens, contra seres vulneráveis.
Se seres superiores a nós em inteligência nos capturassem e nos levassem em gaiolas para seus territórios, nos usassem
em brincadeiras aterrorizantes, incompreensíveis para nosso intelecto, certamente não expressaríamos em sua língua o
sofrimento ao qual nos sujeitariam, mas, estarrecidos, constataríamos a existência de seres capazes da maldade,
resultante do uso de sua superioridade intelectual e racional para troçar cruelmente de nós. O modo como toleramos a
crueldade e extermínio de animais não-sapiens revela, lamentavelmente, o quanto toleramos a crueldade contra
adolescentes nas ruas, negros, homossexuais, mulheres, idosos, pobres e sem-teto. Para mudarmos nossa relação com
esses últimos, urge que nos demos conta do que fazemos a todos os seres que julgamos inferiores a nós.
Fonte: http://www.anda.jor.br/?p=11176:
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Ronronterapia
Gatos têm poderes terapêuticos, aliviam o stress, a ansiedade e evitam até
doenças cardíacas!vPerseguidos em diferentes épocas e vítimas históricas de
preconceito, os gatos estão ganhando absolvição por meio de um papel
inesperado: o de terapeutas. Em seu recém-lançado livro “La Ronron Thérapie”,
a jornalista francesa Véronique Aïache explica, devidamente ancorada por
trabalhos científicos, como o convívio com um bichano pode melhorar a vida das
pessoas. Ela relata, por exemplo, pesquisas como a do veterinário francês
ean-Yves Gauchet, que testou o poder do ronrom – o som emanado pelos gatos
quando estão em repouso – em 250 voluntários, submetidos a uma gravação de
30 minutos do ruído de Rouky, o gato do veterinário. Ao fim do estudo, os
participantes declararam sentir mais bem-estar, serenidade e uma facilidade
maior para dormir. O poder tranquilizante dos felinos foi o porto seguro da gerente
comercial Cris Sakuraba, 46 anos. “Não desmerecendo o medicamento, mas minha gatinha mudou minha vida”, diz. Cris
sofria de ansiedade, stress, depressão e agorafobia (medo de espaços abertos ou aglomerações), doenças que estavam
minando sua qualidade de vida.“Agora estou 95% curada dos problemas.” A gatoterapeuta Marisa Paes afirma que é
capaz de fazer até quem não gosta dos bichanos se beneficiar da presença deles. “Mesmo quem tem medo de gato me
procura. Comigo como mediadora, a pessoa vai se desbloqueando”, afirma.
Os tratamentos terapêuticos envolvendo animais começaram a ser desenvolvidos no Brasil no começo da década de 50,
pela psiquiatra Nise da Silveira. O tratamento foi uma alternativa com resultados palpáveis às terapêuticas agressivas,
como lobotomia e eletrochoque. “Com o gato ronronando no colo, por exemplo, a pessoa desacelera, pois ocorre a
mudança de frequência das ondas cerebrais do estado de alerta para o relaxamento”, diz Hannelore Fuchs, doutora em
psicologia e especialista na relação do ser humano com o animal. Faz sentido. A frequência do ronrom é entre 25 e 50
hertz, a mesma utilizadas na medicina esportiva para acelerar cicatrizações e recuperar lesões. No ano passado, a
gigante de tecnologia Apple lançou em parceria com o veterinário Gauchet um aplicativo para iPhone que usa o ronrom
para amenizar os efeitos que a diferença de fuso horário em viagens provoca. Um estudo de 2008 da Universidade de
Minesota, nos Estados
Unidos, mostrou que um bichano em casa reduz em até 30% o risco de ataque cardíaco, por ajudar a relaxar e aliviar o
stress. Só não pode ser alérgico a pelos.
Sete mitos sobre os gatos
1. Gatos têm sete vidas
A lenda deve ter surgido por causa das habilidades especiais dos felinos. Ágil e elástico, o gato não é uma presa fácil.
Tem um grande senso de equilíbrio e sabe girar o corpo no ar para cair quase sempre sobre as quatro patas. Mas não se
engane: uma queda da janela do seu apartamento pode ser fatal.
2. Gatos não precisam de cuidados
O gato é mais independente que o cachorro. Mas, como todo animal doméstico, precisa de alimentação regular,
instalações limpas, visitas ao veterinário – e muito carinho.
3. Gatos são cruéis
Gatos conseguem girar as patas dianteiras de modo que a parte de baixo fique voltada para dentro. Eles utilizam essa
habilidade para “brincar” com sua caça, jogando o infeliz ratinho de uma pata para a outra. Parece sadismo, mas é só um
comportamento instintivo.
4. Gatos não aprendem nada
Com paciência, carinho e alguma técnica, pode-se ensinar um gato a atender quando chamado pelo nome. O bichano
também é capaz de aprender truques simples.
5. Gatos têm asma
Seu bichano pode sofrer de asma ou bronquite, mas essas doenças não são comuns a todos os gatos. Ocorre que quem
não está acostumado com o ronronar característico do felino doméstico às vezes imagina que ele tem problemas
respiratórios. Há também quem pensa que o gato provoca asma. Crendice sem fundamento. Pessoas asmáticas, no
entanto, podem ter crises alérgicas em ambientes compartilhados com gatos. A substância que detona essas crises está
na saliva do bichano.
6. Gatos gostam da casa, não do dono
Calúnia! Gatos são animais extremamente afetivos e adoram seus donos. Há inclusive casos, embora mais raros do que
entre os cachorros, de gatos que sofrem de ansiedade da separação: ficam angustiados quando o dono sai e se põem a
destruir a casa.
7. Cães e gatos são inimigos
Um lulu criado sem a companhia de um bichano talvez ataque o gato malandro que entrar em seu território. Mas não é
uma implicância particular: a mesma agressividade seria demonstrada diante de um gambá, por exemplo. Cachorros não
são predadores naturais dos gatos. Criados juntos, eles aprendem a conviver socialmente.
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A revolta da baleia
A morte da treinadora Dawn Brancheau em 24/02
no SeaWorld Adventure Park, em Orlando , Flórida,
por Tilikum, uma baleia Orca, foi uma tragédia
chocante e terrível.
Não há palavras que consolem sua família e entes
queridos, cuja perrda é incalculável.
Ainda mais perturbador é o fato de que a tragédia
foi um acidente isolado. Orcas em cativeiro são
regularmente envolvidas em mortes de instrutores.
A morte da treinadora é a segunda em apenas
alguns meses. Alexis Mertinez, um treinador de
Loro Parque de Tenerife morreu no final de
dezembro, após ter seu peito comprimido por uma
baleia que era conhecida por "bruta ".Tilikum, matou
sua treinadora na Sealand do Pacífico em 1991. O
corpo de um homem sem-teto foi encontrado nas
costas no SeaWorld, em 1999.
A lista continua, registrando-se perto de 20 ataques - A maioria não-fatal - desde a década de 1970. Juntamente com
o incidente de ontem, triste imprevisível, tais tragédias levantam algumas questões importantes sobre a formação e
manutenção de orcas em cativeiro.
Se Tilikum fosse um leão,um lobo ou um urso, a morte da treinadora tão surpreendente para nós? Imagens de
treinadores abraçando-as e jogando peixinhos depois de uma brincadeira inocente, são as primeiras coisas que
surgem à mente das pessoas.Mas as pessoas esquecem que Orcas são animais predadores.Na natureza,caçam e
comem focas,leões-marinhos e tudo o que quiserem.
Mais o que provoca um ataque como este, e porque é que eles continuam acontecendo?
O local em que nós vemos estes animais - um iluminado tanque SeaWorld, com música, aplausos e truques
sensacionais - faz as pessoas pensarem que Orcas são super felizes com a vida em cativeiro", diz Coutney Vail, da
Whale and Dolphin Conservation Society (WDCS) "as pessoas não podem ver dentro da mente de um animal
".Segundo Vail, das 136 Orcas levadas para o cativeiro desde desde 1961, 123 morreram, com um tempo médio de
quatro anos, depois de capturadas. Para uma espécie que vive em média 35 anos no oceano, é uma forma de
desistir de viver.
A questão é que estes animais são muito lucrativos.Uma reportagem investigativa revelou que SeaWorld pagou
875.000 dólares por uma orca em meados de 1990 e depois foram vendidas a outros parques por "milhões de
dólares."
Das 41 orcas atualmente vivas em cativeiro em todo o mundo, apenas 13 são selvagens. Ainda assim,os programas
de reprodução em cativeiro precisam de sangue novo de populações selvagens para manter a viabilidade genética.
Os animais continuarão a serem tirados da natureza,simplesmente porque eles são fabricantes de dinheiro.
"O mais triste é que depois de passado o impacto da morte da jovem treinadora, que hoje está nas manchetes dos
jornais do mundo inteiro, as pessoas vão esquecer da tragédia e logo voltarão a rir da desgraça e sofrimento de
elefantes, leões e tantos outros animais escravizados e infelizes em parques e circos espalhados mundo afora.
Baleias, ou qualquer animal selvagem, não foram feitos para serem mantidos em cativeiro, muito menos para fazer
shows e espetáculos. Se me prendessem e me colocassem em exposição, todos os dias, em um espaço confinado,
eu também enloqueceria"
Fonte: http://www.xpg.com.br/site/blog-detalhes/1742938303336230/45129
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Os Protetores e os Animais Humanos
Sheila C. Wehling
Um sujeito enviou um e.mail para saber “se é possivel deixar com vocês quatro gatos vira-lata, porém
todos estão vermífugados e são bem tratados, só como eu e minha noiva se mudaremos para um
apartamento não poderemos levá-los juntos”(sic). E ainda se achou no direito de ameaçar, se não
buscássemos os animais eles seriam sacrificados. Bacana ele, não é mesmo? Outra pessoa sem noção:
”Tenho uma gata de um ano +/-, não posso mais ficar com ela, moro em apto e o pelo dela está
prejudicando meu filho. Posso levar à vocês? Ou vocês não aceitam?” (sic)
O que será que passa na cabeça de uma pessoa dessas? Que os protetores são todos milionários, não
precisam trabalhar e tem um local paradisíaco e infinito para abrigar todos os animais do mundo? Que os
protetores existem para solucionar seus problemas? Que os protetores lêem estes absurdos, dão uma
gargalhada e continuam suas vidas como se não estivessem diante um crime? Belo exemplo da má
educação que estas pessoas darão para seus filhos. E estes reproduzirão a falta de comprometimento,
compromisso e responsabilidade de seus pais.
Protetores recebem centenas de e-mails ou telefonemas de pessoas que querem descartar seus animais
de estimação, seus companheiros, seu amigos, como se fossem lixo. As desculpas são sempre as
mesmas. Mudam as pessoas, não as desculpas. As mais ouvidas são: casei, separei, engravidei, mudei,
viajei. E claro, o aparecimento súbito de uma alergia. O animal vive há um ano com a família e agora
surge do nada uma alergia. Antes que alguém resolva me dar uma aula sobre alergias, eu lhes digo:
conheço muito bem como acontecem as alergias, tenho rinite alérgica e convivo perfeitamente bem com
cinco gatos no meu apartamento. Além dos meus filhos felinos queridos, ainda lido com todos os gatos
que hoje vivem em um abrigo. Alimento cachorros e gatos nas ruas. Morri? Não! Continuo aqui, firme e
forte, lutando pelos animais. Talvez se eu vivesse dentro de uma redoma de vidro, longe de todos os tipos
de ácaros ou outros alergenos, nunca mais tivesse uma crise alérgica. Mas não dá pra viver na redoma. O
mundo está ai, coberto de bactérias, vírus, ácaros, entre tantos outros microorganismos que podem
prejudicar nossa saúde. A mamãe do e-mail acima deveria comprar máscaras e luvas e esterilizar tudo o
que seu filho tocar. É mais fácil do que escovar a gata para retirar os pelos mortos e o ácaro. Para isto é
preciso ter comprometimento, compromisso e responsabilidade. Coisas que ela parece não ter!
Eu vejo pessoas histéricas nas vitrines de pet shops por causa das gracinhas que estão lá, tratadas como
coisas, como mercadorias. Num impulso consumista, sem avaliar o próprio nível de comprometimento a
pessoa entra no pet shop, escolhe o “brinquedinho”, passa o cartão de crédito, parcela em até seis vezes
e leva pra casa um animalzinho porque ele é bonitinho e faz gracinhas. Naquele momento, enternecida
pela fofurinha que adquiriu, esta pessoa não pensa que aquele ser vivo precisa ser levado ao veterinário
no mínimo uma vez ao ano para as vacinas e TODAS as vezes que estiver doente. Não lembra que este
animalzinho precisa de uma alimentação de qualidade. Não lembra que ele pode se transformar de uma
criaturinha de meio quilo em um gigante de 25 quilos ou mais. Sendo que o volume de alimentos, fezes e
urina também aumentam proporcionalmente. Não lembra que ele arranha, pula nos móveis, morde, tem
pelos. Não lembra que ele ficará velho, frágil e ainda mais dependente. Não lembra que é sua obrigação
zelar por ele, custe o que custar!
Numa adoção nunca se deve perguntar o que o animal pode fazer por você, mas sempre se deve
perguntar o que você pode fazer pelo animal. Não é você que depende dele pra viver. É ele que depende
de você! Do momento que você assume esta relação até o dia em que “a morte (natural) os separe” todas
as suas decisões vão afetar o animal.
Se você sabe que não aprendeu nada sobre comprometimento, compromisso e responsabilidade, não
insista: você não serve para ter um animal. Simplesmente não tenha! Você não é uma má pessoa por isto!
Mas assumir um relacionamento com um animal e depois descartá-lo é um ato monstruoso. É imoral! É
CRIME!
"Para os animais não importa o que você pensa ou sente. Para eles, importa o que você faz". Nina Rosa
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Nossas histórias!
Kuki, o bom velhinho!
Hoje é um dia triste para minha casa.
Nosso querido amigo canino Kuki nos deixou. Ele estava bem
velhinho, com idade aproximada de 14 anos, porém, para nós
era um anjo canino. Cuidava de nossa casa e de nossa
segurança.
Era também metido a jardineiro, tendo feito diversos buracos
no jardim e replantado vários arbustos que não estavam de
seu agrado. Não tinha como ficar chateada, pois ele fazia
com tanto empenho e alegria que eu nem me aborrecia mais.
Esse cão, como muitos outros, foi vítima de abuso e maus
tratos. Ele morava numa borracharia nas imediações da
entrada do bairro Garcia e depois de inúmeras denuncias,
foi possível retirá-lo do local e depois disso, ficou sob a
guarda da Aprablu.
Chegou todo estropiado, sujo, muito magro e com uma perna machucada. Depois de algumas semanas, logo
adquiriu mais peso, sua perna melhorou, assim como sua disposição. Parecia um filhote, de tanto que
saracoteava em seu canil. Nos recebia sempre sorridente e adorava quando o visitávamos em seu jardim. Sim,
ele tinha um jardim só pra ele!
Ele também foi um dos animais destacados em nossa última campanha de outdoors alertando para o abandono
de animais no final do ano.
Estou dividindo com todos essa história pois ele foi muito especial para alguns voluntários da Aprablu que
acompanharam seu resgate e sua recuperação. Agradeço muito pela benção de tê-lo acolhido em minha casa,
ele foi um anjo em nossas vidas, minha e de minha irmã.
Kuki, quando foi retirado em maus tratos.
E depois feliz e bem cuidado em “seu” quintal!
Marley, reencontrou sua família!
Numa sexta feira de fevereiro, um vizinho fazia seu passeio matinal com seus
cãezinhos, mas dessa vez estava sendo seguido por um collie desconhecido.
Quando passou em frente à minha casa, me abordou perguntando se o conhecia.
Como nunca o tinha visto antes e pelo bom estado dele logo deduzimos
que estava perdido. Abriguei-o em minha casa e imediatamente pus anúncio no
site da Aprablu.
Felicidade! No domingo seguinte recebi a ligação de sua família que viu o anuncio e
o reconheceu. Vieram buscá-lo em seguida. Foi uma festa o reencontro deles, o cão
ficou saltitando de alegria.
Ele havia fugido com seu companheiro canino na sexta de manhã, poisuma pessoa
desatenta deixou o portão aberto. A família ficou bem desesperada e saiu a procura
deles. Felizmente o Marley passou em frente à minha casa, quando pude abrigá-lo,
porém seu companheiro não foi mais visto.
Para nós, protetores de animais, finais felizes como esse fazem nosso esforço e dedicação valer a pena!
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Tenha raça!!!
Adote um vira-lata!
Cão do mês
Bello
Bello é um macho de porte médio,
lindo , muito dócil e amigo. Tem
aproximadamente um ano e como
todos os cachorros doados pela
Aprablu está vacinado e
vermifugado!
Informações com:
Evelin (47) 9991 1734
Há vários amiguinhos em nosso site em busca de um lar!
www. aprablu.com.br
A Aprablu é uma Organização Não Governamental, que conta exclusivamente com
a solidariedade humana para ajudar os animais carentes da cidade de Blumenau.
Saiba como ajudar:
- Doando ração, medicamentos e outros produtos de uso animal;
- Oferecendo um lar temporário (não possuímos “abrigo”, todos os animais que
são recuperados pela Aprablu ficam em lares temporários, oferecidos por
voluntários que dedicam seu tempo e recursos. Atualmente o número de animais
abandonados necessitando de auxílio supera enormemente o número de
voluntários);
- Doando suas habilidades como voluntário (há várias funções a serem
desenvolvidas na ONG, todas as habilidades são sempre bem vindas);
- Doações em dinheiro (constantemente os animais recolhidos das ruas
necessitam de procedimentos veterinários, muitos chegam com fraturas e
doenças, além da necessidade de castração para o controle populacional)
Banco do Brasil Agência 5203-5 C/C 119.2068-8
Nossas reuniões ocorrem sempre na última terça-feira de cada mês, às 19 horas
na Rua Max Hering, nº 123.
www.aprablu.com.br
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