DoWnloAD
Transcrição
DoWnloAD
C O N V E R G Ê N C I A R EG U L ATÓ R I A , C A D E I A S G LO B A I S E O D E S E N V O LV I M E N TO D A I N D Ú S T R I A D E S A Ú D E N O B R A S I L O Setor de Equipamentos e Insumos em uma Análise Regional R EG U L ATO R Y C O N V E R G E N C E , G LO B A L C H A I N S A N D T H E D E V E LO P M E N T O F T H E H E A LT H I N D U S T R Y I N B R A Z I L A Regional Analysis of the Medical Devices Industry C O N V E R G E N C I A R EG U L ATO R I A , C A D E N A S G LO B A L E S Y E L D E S A R R O L LO D E L A I N D U S T R I A D E L A S A LU D E N B R A S I L El Sector de Equipos e Insumos en un Análisis Regional CIP- Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Convergência Regulatória, Cadeias Globais e o Desenvolvimento da Indústria de Saúde no Brasil – O Setor de Equipamentos Médicos em uma Análise Regional / Regulatory Convergence, Global Chains and the Development of the Health Industry in Brazil – A Regional Analysis of the Medical Devices Industry / Convergencia Regulatoria, Cadenas Globales y el Desarrollo de la Industria de la Salud en Brasil – El Sector de Equipos e Insumos en un Análisis Regional Rio de Janeiro: CEBRI, Dezembro de 2013. ISBN: 978-85-89534-09-3 Bibliografía incluida / Bibliography included / Bibliografía incluida 1.Brasil 2.Saúde 3.Política Industrial 4.Cadeias Globais 5.Convergência Regulatória / 1.Brazil 2. Health 3.Industrial Policy 4.Global Chains 5. Regulatory Convergence / 1.Brasil 2.Salud 3.Politica Industrial 4 Cadenas Globales 5. Convergencia Regulatoria Todos os direitos reservados a / All rights reserved to / Todos los derechos reservados a CENTRO BRASILEIRO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS – CEBRI Rua da Candelária 09 – 2º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ – BRASIL T.: 21 2206-4444/F.:21 2558-3006 Sumário INTRODUÇÃO 6 A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA POSIÇÃO NAS 11 CADEIAS GLOBAIS DE MERCADORIAS 1 C adeias Globais de Mercadorias e Cadeias 11 Globais de Valor 2 O Reposicionamento nas Cadeias Globais 13 PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALAR-ODONTOLÓGICOS (EMHO) 14 1 A Definição 14 2 O Setor de emho no brasil 16 3 Oportunidades e o Desempenho no Comércio 17 Exterior Brasileiro Regulação e convergência regulatória em EMHO 24 1 Aspectos Básicos da Regulação de EMHO 24 2 Competição Versus Convergência Regulatória 26 3 Convergência Regulatória em EMHO 27 4 C onvergência Regulatória e Desenvolvimento do 28 Setor de Emho Conclusões 31 ANEXO – P rodutos Utilizados nas Estatísticas de 32 Comércio Exterior do Setor de EMHO REFERÊNCIAS 35 NOTAS 37 LISTA DE SIGLAS, ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS 39 TABELAS, QUADROS, GRÁFICOS E FIGURAS (POR ORDEM DE APARIÇÃO) Tabela 1 Participação no mercado mundial (2008) 16 Quadro 1 Subsetores do setor de Emho pesquisados 16 Tabela 2 Exportações totais do setor de Emho 18 Tabela 3 Importações totais do setor de Emho 18 Gráfico 1 Saldo da balança comercial do setor de Emho 19 Gráfico 2 Exportações por subsetores de Emho 19 Gráfico 3 Exportações totais do setor de Emho por destino 20 Gráfico 4 Exportações totais do setor de Emho por principais 21 destinos na América do Sul Gráfico 5 Importações totais do setor de Emho por principais origens 21 Gráfico 6 Importações por subsetor de Emho 22 Gráfico 7 Saldo comercial por subsetor de Emho 23 Figura 1 Ciclo de vida de um produto médico-hospitalar-odontológico 25 TA B L E O F C O N T E N T S SumArio INTRODUCTION 42 INTRODUCCIÓN 78 THE STRATEGIC IMPORTANCE OF THE POSITION 47 LA IMPORTANCIA ESTRATÉGICA DE LA POSICIÓN 83 1 G lobal Commodity Chains and Global Value Chains 47 1 L as Cadenas Globales de Mercancías y las Cadenas 2 Repositioning in Global Chains 49 MEDICAL DEVICES (MD) 50 1 Definition 50 2 The MD Sector in Brazil 52 3 Opportunities and Performance of the MD Sector 53 IN THE COMMODITY CHAINS in Brazil’s Foreign Trade REGULATION AND REGULATORY CONVERGENCE 60 IN THE MD INDUSTRY EN LAS CADENAS DE MERCANCÍAS 83 Globales de Valor 2 El Reposicionamiento en las Cadenas Globales 85 PRODUCTOS MÉDICO-HOSPITALARIO- 86 ODONTOLÓGICOS (EMHO) 1 L a Definición 86 2 El Sector de EMHO en Brasil 88 3 Oportunidades y el Desempeño en el Comercio 89 Exterior Brasileño REGULACIÓN Y CONVERGENCIA REGULATORIA EN EMHO 96 1 Basic Elements in the Regulation of MD 60 1 Aspectos Básicos de la Regulación de EMHO 96 2 Competition Versus Regulatory Convergence 62 2 Competición Versus Convergencia Regulatoria 98 3 MD and Regulatory Convergence 63 3 Convergencia Regulatoria en EMHO 99 4 Regulatory Convergence and the Development 64 4 C onvergencia Regulatoria y Desarrollo 100 of the MD Sector del Sector de Emho CONCLUSIONS 67 CONCLUSIONES 103 ANNEX – Products from MD Foreign Trade Statistics 68 ANEXO – P roductos Utilizados en las Estadísticas 104 REFERENCES 71 NOTES LIST OF SYMBOLS, ACRONYMS & ABBREVIATIONS de Comercio Exterior del Sector de EMHO REFERENCIAS 107 73 NOTAS 109 75 LISTA DE SIGLAS, ACRÓNIMOS Y ABREVIATURAS 111 TABLAS, CUADROS, GRÁFICOS Y FIGURAS (POR ORDEN DE APARICIÓN) TABLES & FIGURES (ORDER OF APPEARANCE) Table 1 World market share (2008) 52 Tabla 1 Figure 1 Sub-sectors of the MD sector studied 52 Cuadro 1 Subsectores del sector de EMHO investigados 88 Table 2 Total exports of the MD sector 54 Tabla 2 Exportaciones totales del sector de EMHO 90 Table 3 Total imports of the MD sector 54 Tabla 3 Importaciones totales del sector de EMHO 90 Figure 2 Trade balance of the MD sector 55 Gráfico 1 Saldo de la balanza comercial del sector de EMHO 91 Figure 3 Exports by MD sub-sector 55 Gráfico 2 Exportaciones por subsectores de EMHO 91 Figure 4 Total exports of the MD sector by destination 56 Gráfico 3 Exportaciones totales del sector de EMHO por destino Figure 5 Total exports of the MD sector by main destinations 57 in South America Figure 6 Figure 7 Figure 8 Figure 9 Participación en el mercado mundial (2008) 88 92 Gráfico 4Exportaciones totales del sector de EMHO por principales 93 destinos en América del Sur Total imports in the MD sector by main origin 57 Imports by MD sub-sectors 58 Gráfico 5Importaciones totales del sector de EMHO por principales orígenes 93 Gráfico 6 Importaciones por subsector de EMHO 94 Trade balance by MD sub-sectors 59 Gráfico 7 Saldo comercial por subsector de EMHO The life cycle of a medical device 61 Figura 1 95 Ciclo de vida de un producto médico-hospitalario-odontológico 97 IN TROD U Ç Ã O 6 O desenvolvimento da indústria de produtos para a saúde assume papel de destaque nos processos de desenvolvimento econômico, não apenas porque setores desta indústria desenvolvem e incorporam tecnologia de ponta, mas também porque a oferta interna de produtos para a saúde é fundamental para a amplitude e o sucesso das políticas de saúde. O Brasil desfruta de uma situação privilegiada na América do Sul, no que diz respeito às possibilidades de desenvolvimento de sua indústria de produtos voltados para o setor de saúde. Esta situação decorre da presença e amadurecimento de uma série de sistemas institucionais e atores públicos com recursos significativos para a elaboração e implementação de políticas públicas de saúde, que podem favorecer a expansão e a capacitação tecnológica da indústria. Em primeiro lugar, há o Sistema Único de Saúde (SUS), instituído pela Constituição Federal do Brasil de 1988. Segundo informações do Ministério da Saúde, o SUS atualmente mobiliza 6,1 mil hospitais credenciados e 45 mil unidades de atenção primária, sem contar as mais de 30 mil equipes de Saúde da Família, realizando 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais anuais, 19 mil transplantes, 236 mil cirurgias cardíacas, 9,7 milhões de procedimentos de quimioterapia e radioterapia e 11 milhões de internações, beneficiando 190 milhões de pessoas 1 , ou seja, mais de 90% da população brasileira com base nas estimativas populacionais do IBGE2 . Trata-se, assim, de um sistema de referência, que atua simultaneamente como instrumento de universalização do acesso à saúde e de políticas públicas voltadas para o segmento da saúde, inclusive por meio de compras públicas de produtos para o setor. Contudo, sua gestão descentralizada atua como um limitador do alcance do SUS no fomento ao desenvolvimento industrial. Ao passo que a União responde por metade dos gastos e formula as políticas, estados e municípios são responsáveis pela outra metade dos gastos e pela implementação destas políticas. Juntamente com o SUS, o Brasil dispõe de um sistema de regulação e certificação de produtos médicos, hospitalares e odontológicos de competência comprovada. Com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 7 criada pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), criado pela Lei 5.966 de 11 de dezembro de 1973, o Brasil já dispõe de um sistema maduro capaz de garantir a qualidade e segurança dos produtos. Mais recentemente, o país desenvolveu uma abordagem articulada do setor de saúde, a partir do conceito de complexo industrial da saúde (CIS). Como explica Gadelha (2003, p. 524), o CIS deve ser entendido como “...envolvendo um conjunto de indústrias que produzem bens de consumo e equipamentos especializados para a área e um conjunto de organizações prestadoras de serviços em saúde que são as consumidoras dos produtos manufaturados pelo primeiro grupo, caracterizando uma clara relação de interdependência setorial”. Esta visão articulada vem se refletindo nas políticas voltadas para as indústrias ligadas ao setor. Desta forma, temos a incorporação do complexo industrial da saúde na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP)3 lançada priedade Industrial (INPI), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).4 Em 2011, é lançado o Plano Brasil Maior e o CIS é incorporado nas diretrizes estruturantes de sua dimensão setorial, em particular quanto à Ampliação e Criação de Novas Competências Tecnológicas e de Negócios – prevendo-se o incentivo a atividades e empresas com potencial para ingressar em mercados dinâmicos e com elevadas oportunidades tecnológicas e uso do poder de compra do setor público para criar negócios intensivos em conhecimento e escala – e à Diversificação das Exportações (mercados e produtos) e Internacionalização Corporativa – prevendo-se a promoção de produtos manufaturados de tecnologias intermediárias e de fronteira intensivos em conhecimento, o aprofundamento do esforço de internacionalização de empresas via diferenciação de produtos e agregação de valor, e o enraizamento de empresas estrangeiras e estímulo à instalação de centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no país.5 em 2008, tendo por objetivo a promoção da competitividade na produção de equipamentos médicos, materiais reagentes e dispositivos para diagnóstico, hemoderivados, imunobiológicos, intermediários químicos e extratos vegetais para fins terapêuticos, princípios ativos e medicamentos para uso humano; assim como desenvolver o conhecimento científico-tecnológico em áreas estratégicas visando à redução da vulnerabilidade do SUS. Assim, temos a criação do GECIS – Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde, ainda em 2008, com a incumbência de regular o setor e reduzir problemas legais, tributários e financeiros que afetam a produção industrial e impedem a superação da dependência de produtos, equipamentos e tecnologia estrangeiros. O GECIS é coordenado pelo Ministério da Saúde, com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Ministério da Fazenda (MF), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Casa Civil da Presidência da República, Anvisa, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Nacional da Pro- A importância mais imediata da indústria de produtos médicos, hospitalares e odontológicos pode ser aferida pelo fato de que, segundo dados da associação setorial (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório – ABIMO), em 2012 o valor da produção do setor alcançou R$ 4,79 bilhões. Este valor significativo se distribuiu entre: implantes (20%), equipamentos médicos (47%), materiais de consumo (17%) e odontologia (16%)6. No Brasil, o setor de saúde como um todo representa cerca de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e movimenta R$ 160 bilhões por ano. O mercado mundial da saúde é avaliado em 1 trilhão de dólares, do qual o Brasil tem uma fatia de aproximadamente 1,2% enquanto cerca de 80% está concentrado nos Estados Unidos, Alemanha, França, Holanda e Japão. A preocupação com a saúde tem aberto também novas possibilidades de cooperação na América do Sul, como demonstra a criação do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS), em 2009, pelo Conselho de Saúde da União de Nações Sul-americanas (Unasul). 8 O ISAGS é uma entidade intergovernamental de intercâmbio em política e governança de saúde na América do Sul, que visa contribuir para a melhoria da qualidade do governo em saúde no continente por meio da formação de lideranças, gestão do conhecimento e apoio técnico aos sistemas de saúde. 7 Assim, dada a relevância da indústria de produtos médicos, hospitalares e odontológicos para a política de saúde brasileira, bem como as possibilidades de integração regional na América do Sul, o trabalho ora proposto focará o setor de equipamentos e insumos da área médica, excluindo medicamentos e serviços médicos, visando a oferecer uma proposta de cooperação comercial no setor no âmbito da América do Sul de forma a, simultaneamente, desenvolver a indústria brasileira e sul-americana de equipamentos e insumos médicos, hospitalares e odontológicos (EMHO) 8. preços internacionalmente competitivos. A cooperação entre os países com respeito à regulação de produtos para a saúde, por conseguinte, é condição básica para que a indústria dos países em desenvolvimento possa alcançar a maturidade. Em segundo lugar, a absorção de tecnologia mais complexa é favorecida quando as regulações do país receptor são compatíveis com as regulações do país onde operam as empresas com tecnologia mais avançada. Regulações heterogêneas e discrepantes são um obstáculo para a difusão tecnológica para a indústria dos países em desenvolvimento. Todavia, tornar regulações compatíveis não significa simplesmente reproduzir as regulações dos países desenvolvidos. Não apenas as necessidades de segurança no manuseio dos produtos de saúde podem ser diferentes entre os vários países, como as características mais gerais dos mercados podem demandar a adequação das regulações dos países, em alguma medida, às realidades nacionais. Isso sem mencionar o fato de que uma determinada regulação em um país estrangeiro pode atender às competências das empresas daquele país, mas não às competências das empresas dos países em desenvolvimento. Este estudo objetiva, portanto, apresentar uma reflexão sobre a complexidade da cooperação regulatória (ou convergência regulatória), argumentando-se que esta não é mera unificação de leis e regulamentos, exigindo traçar uma estratégia de desenvolvimento regional face à importância das cadeias produtivas globais. Isso porque o posicionamento nessas cadeias é fundamental para uma participação mais favorável na produção do excedente global 9, o que significa abordar o reposicionamento da indústria regional de EMHO, considerando o objetivo maior de fortalecer a indústria local e tornar o Brasil e a América do Sul plataformas integradas de produção e exportação. Tendo este objetivo central em vista, serão identificados oportunidades e obstáculos para a cooperação (convergência) regulatória no âmbito da saúde, visando ao reposicionamento da indústria brasileira nas etapas de maior valor agregado da indústria de EMHO. Antes, porém, é necessário compreender melhor É neste cenário que o debate sobre a convergência regulatória – ou cooperação regulatória – assume importância fundamental. Pelo papel estratégico deste setor, como foi destacado por Maldonado, Gadelha, Costa e Vargas (2012, p. 33), a discussão da convergência regulatória no setor de EMHO torna-se ainda mais relevante para o desenvolvimento do setor. Segundo estes autores, “a ampliação de demanda e oferta dos serviços de saúde e o próprio desenvolvimento tecnológico da indústria estão estreitamente ligados. Esse fato realça o caráter estratégico dessa base produtiva ao apontar a interdependência entre a dinâmica inovadora da indústria e o processo evolutivo dos serviços de saúde, em especial considerando-se a transição demográfica, as características epidemiológicas e a crescente pressão pela diminuição dos custos de atenção à saúde”. Este debate, portanto, é relevante, em primeiro lugar, porque as diferentes regulações nacionais podem funcionar como barreiras significativas à expansão dos mercados de produtos para a saúde. Regulamentações nacionais distintas criam muitas vezes impedimentos para as exportações dos países em desenvolvimento, quando estas exportações são necessárias para que as indústrias destes países realizem economias de escala e, com isso, possam oferecer seus produtos a 9 a questão do reposicionamento da indústria. Para isto, será discutido na primeira seção o conceito de cadeias globais de mercadorias e sua relação com as cadeias globais de valor. Em seguida, se discutirá a caracterização do setor de EMHO. A terceira seção apresentará os aspectos básicos da regulação de EMHO, fará a contraposição entre competição e convergência regulatória e abordará a relação entre convergência regulatória e desenvolvimento do setor de EMHO. Uma breve seção de conclusões encerra o trabalho. Cabe ressaltar que, embora para atingir seu objetivo o trabalho apresente um rápido e preliminar panorama da indústria de produtos de saúde, mais especificamente a indústria de produtos médicos, hospitalares e odontológicos, com ênfase na relação comercial com a região sul-americana (seção 2), ele está longe de pretender esgotar o assunto, mas sim criar expectativa de que outros trabalhos mais extensos e detalhados se sigam a este. Esta seção, portanto, tem o intuito de avançar um pouco no conhecimento do setor e de ajudar a reduzir a lacuna causada pela escassez quase que absoluta de trabalhos sobre o segmento, no Brasil e na América do Sul. 10 A I M P O RTÂ N C I A E S T R AT ÉG I C A DA P O S I Ç ÃO N A S C A DE I A S DE M E R C A DO R I AS 1 C adeias Globais de Me rcadorias e Cadeias Globais de Valor Quando se trata de cadeias produtivas globais, é comum encontrar dois conceitos sendo empregados: o conceito de cadeias globais de valor e o conceito de cadeias globais de mercadorias. O conceito de cadeias de mercadorias é apresentado com clareza por Chase-Dunn (1998, p. 39). Segundo ele, “a economia mundial é composta de “cadeias de mercadorias”, elos para a frente e para trás do processo de produção. (...) Essas cadeias de mercadorias ligam matérias primas, trabalho, o sustento do trabalho, processamento intermediário, processamento final, transporte e consumo”10 , sendo que estas cadeias produtivas frequentemente atravessam as fronteiras dos países. Assim, as cadeias de mercadorias são relações verticais de bens, estabelecidas entre produtores (empresas e indivíduos), necessárias ao desenvolvimento normal da produção de um bem ou serviço, desde a elaboração da matéria-prima até o seu consumo final, incluindo não apenas a garantia de acesso ao produto nos seus vários estágios de produção, mas também ao sustento dos trabalhadores envolvidos. O fato é que estas cadeias não se restringem às fronteiras nacionais, mas atravessam estas fronteiras e ligam países desenvolvidos (“centro”) aos países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos (“periferia”) (Chase-Dunn, 1998, p. 39). Esta compreensão é de extrema relevância, uma vez que dela resulta alguns fatos da maior importância para a formulação de qualquer estratégia de desenvolvimento setorial: a) As cadeias de mercadorias dificilmente se situam exclusivamente dentro das fronteiras de um só país. Com efeito, como explica Chase-Dunn (1998, 11 p. 133), ainda que o capitalismo sempre tenha sido internacional, desde o final do século XX a internacionalização das atividades econômicas tem se acelerado significativamente. Entretanto, neste estudo será mantido o conceito de cadeias globais de mercadorias. Isso porque, além de a distinção entre cadeias de mercadorias e cadeias de valor ser uma questão mais conceitual do que empírica, em que as últimas procuram reconhecer mais explicitamente a flexibilidade nas cadeias produtivas globais, como também admitem Gereffi, Humphrey e Sturgeon (2005), o conceito de cadeias de mercadorias permite identificar com precisão os fluxos industriais, que é o tema deste trabalho. Contudo, o reconhecimento dessas cadeias globais de mercadorias só responde parte da questão. Ele indica que a autonomia completa ou quase completa é impossível, mas não é suficiente para definir qual posição deve ser buscada nessas cadeias. Por conseguinte, será discutido a seguir o problema do reposicionamento nas cadeias globais de mercadorias. b) Assim, qualquer pretensão à autoctonia completa deve ser abandonada como política de desenvolvimento industrial. c) No capitalismo moderno, políticas de desenvolvimento industrial devem visar ao reposicionamento do setor industrial em tela nas cadeias produtivas globais, e não à reprodução de todas as etapas de uma cadeia em um único país. d) Essa necessidade de reposicionamento nas cadeias produtivas globais torna o comércio e a integração regionais ainda mais importantes. Com efeito, abre-se a possibilidade de se formular políticas regionais de reposicionamento conjunto dos países, com ganhos mútuos realizados simultaneamente , na medida em que a cooperação na formulação de políticas facilita o reposicionamento de suas indústrias locais. e) Para que estes ganhos mútuos possam ser concretizados, é fundamental a identificação de complementaridades nas cadeias regionais de produção entre as indústrias dos vários países envolvidos. O conceito alternativo na literatura é o conceito de cadeias globais de valor. Este conceito vem sendo empregado mesmo por alguns dos autores que ajudaram a formular o conceito de cadeias globais de mercadorias, como Gary Gereffi, em vários de seus trabalhos sobre o tema 11 . A razão disso é a crescente flexibilidade das cadeias globais de produção, em que produtores internacionais podem ser rapidamente substituídos, ou etapas do processo de produção simplesmente eliminadas (Gereffi, Humphrey e Sturgeon, 2005). Consequentemente, foi sugerida a expressão “cadeias de valor”, para dar conta do fato de que o que é administrado são os valores produzidos. 12 Com o objetivo de se estudar estas cadeias na indústria de produtos médico-hospitalar-odontológicos (EMHO), pretende-se aqui adotar como referencial o paradigma denominado por Bair (2005) de cadeia global de mercadorias (CGM). Este paradigma investiga como se constituem as cadeias industriais globais, enfatizando especialmente o papel das firmas que comandam estas cadeias globais. Trata-se, por conseguinte, de um paradigma que não apenas observa as relações econômicas ao longo da cadeia industrial em um plano internacional (quem produz para quem, o que é produzido e em quais países ou regiões), mas admite prontamente elementos de hierarquia e comando nestas relações. Esses elementos de hierarquia e comando colocam determinadas firmas em posição privilegiada no que diz respeito à produção e apropriação do excedente ao longo da cadeia em nível global. Gereffi (1995) identificou quatro dimensões a partir das quais as CGMs podem ser analisadas: (1) estrutura de insumo-produto; (2) localização geográfica; (3) estrutura de governança; (4) contexto institucional. Sem desprezar as duas primeiras dimensões, este estudo buscará integrar a terceira e a quarta dimensões, uma vez que se pretende discutir a forma pela qual a regulação – entendida de forma ampla, de modo a reconhecer o papel de destaque dos sistemas nacionais de saúde – contribuiria para a constituição de cadeias de mercadorias em produtos de saúde na América do Sul, com formas de governança adequadas ao desenvolvimento dos elos de maior valor agregado. 2 O Rep o si ci ona m ento nas C ade i as G lobai s É importante considerar que as atividades desenvolvidas nos países desenvolvidos (o “centro”) são diferentes daquelas desenvolvidas na periferia, ainda que estejam todas ligadas em cadeias globais de mercadorias. As etapas da cadeia nos países desenvolvidos, em geral, são capital-intensivas, envolvem tecnologia de ponta e mobilizam trabalho qualificado e bem-remunerado, enquanto que as atividades na periferia são, em geral, pouco intensivas em capital, envolvem tecnologias já difundidas e tradicionais e trabalho pouco qualificado (Chase-Dunn, 1998, p. 39). A consequência dessa distribuição das diferentes etapas nas cadeias de mercadorias globais é que o valor adicionado é maior (por serem atividades intensivas em tecnologia de ponta e que empregam trabalho mais qualificado) nas atividades que se concentram nos países desenvolvidos do que nas atividades que se concentram nos países em desenvolvimento. Por outro lado, também por se tratar de atividades intensivas em tecnologia de ponta e que empregam trabalho mais qualificado, a pressão competitiva é menor nas atividades que se concentram nos países desenvolvidos do que nas atividades que se concentram nos países em desenvolvimento, pelo simples fato de que indústrias de ponta são mais difíceis de serem reproduzidas, e assim se limitam aos países desenvolvidos, enquanto que indústrias mais tradicionais – isto é, de menor conteúdo tecnológico – se difundem pelo globo e sofrem uma pressão competitiva mais intensa. Resulta daí que as margens de lucro nas atividades que se concentram nos países desenvolvidos são significativamente maiores do que aquelas obtidas nas etapas das cadeias globais que se concentram nos países em desenvolvimento. Com isso, o excedente global proporcionado pelo comércio internacional se concentra nos países desenvolvidos. Para reverter isso, é preciso reposicionar o país nas cadeias globais de mercadorias, rumo às etapas de maior valor adicionado. 13 Produtos Médico - H ospita l arOdontoló gicos ( E M H O) 1 A D ef i n i çã o A diretiva 93/42/EC da União Europeia, de 14 de junho de 1993, emendada pelas diretivas 2000/70/ EC de 16 de novembro de 2000, 2001/104/EC de 7 de dezembro de 2001 e pela diretiva 2007/47/EC de 5 de setembro de 2007, estabelece que produto médico-hospitalar-odontológico significa qualquer instrumento, aparelho, software, material etc., usado isoladamente ou em combinação (incluindo o software a ser usado especificamente para diagnóstico e/ou propósitos terapêuticos, que seja necessário para a aplicação adequada), tendo como objetivo pretendido pelo seu fabricante a utilização em seres humanos com o propósito de: iagnose, prevenção, monitoramento, tratamento D ou alívio de doença; iagnose, monitoramento, tratamento, alívio ou D compensação de ferimentos ou deficiências; I nvestigação, substituição ou modificação da anatomia ou de um processo fisiológico; Controle da concepção. Impõe também a condição de que, adicionalmente, o item em questão não alcance sua principal ação pretendida no ou sobre o corpo humano por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, mas que podem ser assistidos em suas funções por estes meios. Esses produtos incluem os respectivos acessórios, entendendo-se por acessório um artigo que, embora não seja um equipamento médico, é apresentado pelo seu fabricante como sendo destinado especificamente a ser usado com um equipamento médico, de forma a permitir que o referido equipamento médico seja empregado da forma recomendada pelo fabricante deste. 14 Não é de se surpreender que Brolin (2008, p. 5) tenha observado que “equipamentos médicos são tudo, desde band-aids a máquinas de raios-x, lentes de contato, implantes de quadril, marca-passos, muletas, leitos hospitalares e equipamentos de diagnóstico in vitro ” 12 . Trata-se, assim, de um setor essencialmente heterogêneo do ponto de vista da sua tecnologia, demanda de mercado, grau de competição etc., em cada subsetor que o compõe. Não obstante a diversidade dos subsetores que compõem o setor, incluindo subsetores de baixo conteúdo tecnológico e baixas margens de lucro, há vários subsetores intensivos em conhecimento, agregando tecnologias como a microeletrônica, a mecânica de precisão e a química fina (Brolin, 2008, p. 188). Há ainda a peculiaridade de frequentemente um mesmo equipamento combinar diferentes plataformas tecnológicas (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 186). Embora a agregação de diferentes tecnologias, com subsetores de elevada e baixa tecnologia várias vezes combinados no mesmo equipamento, torne as cadeias de mercadorias extremamente complexas em cada subsetor, ao mesmo tempo abre possibilidades de tecnológico mais elevado, como monitores cardíacos, aparelhos de hemodiálise e de ultrassom, até equipamentos e instrumentos de baixo nível tecnológico, tais como leitos hospitalares; Implantes: inclui material ortopédico (próteses e órteses), implantes cardíacos e neurológicos. Apresentam conteúdo tecnológico variável; aterial de consumo médico-hospitalar: de uma M maneira geral, é o subsetor de menor conteúdo tecnológico: inclui gaze, ataduras, seringas, agulhas, luvas etc; dontológico: incorpora desde equipamentos como O mesa e cadeira de dentista, aparelhos de raio-x odontológico, etc, até material de consumo como amálgamas, implantes, anestesiantes, etc e equipamentos como brocas, pinças, etc. upgrade em termos de valor agregado para as indústrias nacionais de países periféricos. A classificação adotada pela ABIMO, e reproduzida em Pieroni, Reis e Souza (2010, p. 188), divide o setor em seis subsetores: Laboratório: equipamentos, reagentes, materiais para análises clínicas etc; adiologia e diagnóstico de imagem: equipamenR tos, processadores de imagens e acessórios para raios-x, tomografia, e ressonância magnética; E quipamentos médico-hospitalares: é possivelmente o subsetor com maior variedade de produtos. Este incorpora desde produtos eletromédicos de nível 15 país não apenas quanto à base tecnológica, mas também quanto ao tamanho das empresas. Ainda de acordo com a mesma fonte, as empresas apresentam um padrão fortemente concentrado regionalmente, sendo que em torno de 75% das empresas se concentram somente no estado de São Paulo e a região Sudeste concentra aproximadamente 60% do faturamento do setor. A fim de permitir uma visualização mais imediata do posicionamento dos subsetores de EMHO no comércio exterior brasileiro, será adotada uma classificação um pouco mais simples do que a anteriormente apresentada. Esta classificação se encontra descrita no Quadro 1 a seguir, que descreve os subsetores que compuseram o setor de EMHO no escopo deste estudo14 . 2 O S eto r de EMHO no B r asi l O setor é dominado por empresas cujas matrizes se encontram nos Estados Unidos, Japão, Alemanha e Grã-Bretanha, que juntos controlavam mais de 60% do mercado mundial em 200813 (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 189), como pode ser visto na Tabela 1. No Brasil, segundo ABDI (2008, p. 51), a maioria das empresas do setor é de pequenas e médias empresas. Contudo, em torno de 70% do faturamento total do setor se concentra em grandes empresas, com participação significativa de empresas multinacionais, embora a grande maioria das empresas (mais de 90%) seja de capital nacional (ABDI, 2008, p. 53). Trata-se, assim, de um setor que é heterogêneo no Tabela 1 - Participação no mercado mundial (2008) País % ESTADOS UNIDOS 40,7 JAPÃO 10,9 ALEMANHA 5,9 GRÃ-BRETANHA 4,7 FRANÇA 3,7 BRASIL 1,4 Fonte: Pieroni, Reis e Souza (2010, p. 189) Quadro 1 – Subsetores do Setor de EMHO Pesquisados EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES (INCLUINDO MATERIAL DE CONSUMO) IMPLANTES E PRÓTESES ODONTOLOGIA MATERIAL PARA LABORATÓRIOS RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 16 teressantes para caminhar em direção a posições de maior valor na cadeia do setor (upgrade). Contudo, uma avaliação mais precisa e consistente das possibilidades de upgrade no setor, de forma a constituir a base para uma política industrial, exigiria um mapeamento prévio das cadeias globais do setor de EMHO, com a indicação das posições ocupadas pela indústria local – e possíveis parceiros sul-americanos. Sem este mapeamento, a discussão quanto às possibilidades da indústria local permanece em grande medida desarticulada e pontual, sem oferecer uma perspectiva abrangente para o setor. Ainda assim, por tratar-se de um setor que envolve uma diversidade tão ampla de plataformas tecnológicas e de níveis de complexidade, qualquer agregação se mostra imperfeita. Portanto, o ideal seria proceder à análise no maior nível de desagregação possível, combinada com um mapeamento da posição de subsetores e até de empresas nas cadeias globais. Entretanto, este maior detalhamento dos subsetores de EMHO, assim como o levantamento das cadeias globais, excede o escopo e objetivo desta pesquisa. Desta forma, um primeiro aspecto a ser considerado, o qual pode ser tomado como indicador da competitividade internacional do setor EMHO, são as exportações totais do setor15 . Como pode ser observado na Tabela 2, há uma 3 Op o rt u ni dades e o D ese m penh o no C om ér ci o Exte ri or B r asi le i r o Um panorama geral e preliminar da inserção internacional do setor é importante para o estabelecimento das bases de trabalhos futuros, que venham a desenvolver um levantamento mais detalhado da cadeia global em EMHO e a posição ocupada pelas empresas brasileiras. Embora o complexo industrial da saúde no Brasil seja, em termos gerais, fortemente deficitário, a avaliação consensual na literatura sobre o setor é a de que o subsetor odontológico da indústria de EMHO se destaca pela sua competitividade internacional, com exportações significativas para Alemanha e Estados Unidos (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 205). Isso indicaria um subsetor a ser fortalecido, possivelmente no segmento de imagem (raios-x), tanto mais porque, após a abertura comercial dos anos 1990, produtos de imagem teriam sofrido um deslocamento de sua posição internacional, com piora do posicionamento da indústria brasileira, sendo o segmento de imagem propriamente dito aquele em que o Brasil tem o menor volume de exportações, com concentração em produtos de baixo nível tecnológico (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 205). Outras possibilidades de desenvolvimento apontadas na literatura são: elevada variabilidade das exportações do setor. Em um espaço de tempo relativamente curto (2008-2012), a taxa de crescimento anual das exportações agregadas vai de um decréscimo de 10,6% em 2009 a um crescimento de 15,2% em 2011, voltando a retrair-se 3,9% em 2012. Tamanha variação nas taxas de crescimento sugere um setor com grande dificuldade de ganhar parcelas no mercado internacional de forma consistente. Esta constatação, a respeito da dificuldade do setor se posicionar competitivamente no mercado internacional, é reforçada pela diferença entre os valores das exportações e das importações, o que pode ser observado comparando-se as Tabelas 2 e 3. Significativa variabilidade é também observada nas importações, mas, ao contrário do que é verificado no caso das exportações, as taxas de crescimento são sempre positivas. L aboratório: equipamentos de menor porte para diagnóstico, fabricação e reagentes de maior valor agregado e testes rápidos (Landim et al, 2013, pp. 190-1); adiologia e diagnóstico por imagem: equipamenR tos de menor valor unitário, como aparelhos de ultrassom (Landim et al, 2013, p. 196) e software para interpretação de imagem (pp. 197-8); Implantes: novos materiais com incorporação de biotecnologia (Landim et al, 2013, p. 201). Vale destacar, ainda que de passagem, que vários produtos de elevado conteúdo tecnológico demandam software não apenas para interpretação das informações, mas também para transmissão de informação e controle de gestão, podendo oferecer perspectivas in17 Tabela 2 - Exportações Totais do Setor de EMHO Ano US$ Milhões Variação % 2008 255,4 _ 2009 228,3 -10,6% 2010 261,7 14,6% 2011 301,5 15,2% 2012 289,7 -3,9% Fonte: ALICEWEB/ MDIC Tabela 3 - Importações Totais do Setor de EMHO Ano US$ Milhões Variação % 2008 1.877,80 _ 2009 1.888,30 0,6% 2010 2.518,40 33,4% 2011 2.738,10 8,7% 2012 2.866,20 4,7% Fonte: ALICEWEB/ MDIC Enquanto as exportações mal ultrapassam eventualmente os US$ 300 milhões, as importações se situam em um patamar significativamente superior e crescente, passando de US$ 1.877,80 milhões em 2008 a US$ 2.866,20 milhões em 2012. Não é de surpreender, portanto, que o déficit da balança comercial seja crescente, como indica o Gráfico 1, onde se observa um déficit comercial de US$ 2,5 bilhões em 2012 frente a US$ 1,6 bilhão em 2008. Essa tendência a um déficit crescente possui consequências que ultrapassam a questão do equilíbrio na balança comercial e eventuais problemas cambiais resultantes. O déficit crescente do setor de EMHO possui impacto na política de saúde do país, não apenas por sujeitar os custos desta política às oscilações cambiais, mas principalmente por afetar a disponibilidade de equipamentos e o próprio desenho da política, condicionada à oferta internacional. 18 Gráfico 1 - Saldo da Balança Comercial do Setor de EMHO (US$ milhões) -1.000 -1.200 -1.400 -1.600 2008 2009 -1.800 -2.000 -2.200 2010 -2.400 2011 -2.600 2012 -2.800 Fonte: ALICEWEB/ MDIC O mesmo pode ser dito para o subsetor odontológico, que aparece em terceiro lugar na pauta de exportações do setor. Curioso notar que, não obstante ser apontado na literatura como o subsetor com maior competitividade internacional no setor de EMHO, o subsetor odontológico aparece apenas em terceiro lugar em termos de valor exportado, e com oscilação significativa. Por último, apresentam-se os subsetores de material para laboratórios e de radiologia e diagnóstico por imagem, com exportações muito reduzidas (menos de 20 milhões de dólares), e oscilantes. Ao se desagregar por subsetor, pode-se observar também grande variação das exportações em termos de valores e de tendências (Gráfico 2). Em primeiro lugar, destacam-se as exportações de implantes e próteses, não apenas por apresentarem os valores mais elevados no setor, mas também pela clara tendência de crescimento (não obstante a diminuição da taxa de crescimento em 2012). Em seguida, situam-se os produtos médico-hospitalares, com uma significativa oscilação no comportamento das exportações, o que dificulta a definição de uma tendência. Gráfico 2 - Exportações por Subsetores de EMHO (US$ milhões) 160 140 Implantes e próteses 120 Equipamentos médico-hospitalares Odontologia 100 80 Radiologia e diagnóstico por imagem 60 Material para Laboratórios 40 20 0 2008 2009 2010 2011 Fonte: ALICEWEB/ MDIC 19 2012 O Gráfico 3 registra o desempenho das exportações brasileiras de EMHO segundo seu destino. A União Europeia (UE) aparece em primeiro lugar, com valores acima de US$ 60 milhões. Logo em seguida, destaca-se a América do Sul, excluindo-se o Mercosul 16 , que em 2011 chegou a rivalizar com a UE como principal destino das exportações brasileiras de EMHO. Também é digno de nota o crescimento acelerado das exportações aos Estados Unidos da América (EUA), praticamente igualando-se à América do Sul (excluindo-se o Mercosul) em 2012. Aparecendo em quarto lugar, e com um comportamento mais errático, estão as exportações para o Mercosul. Por último, com um valor muito reduzido, mas crescendo aceleradamente desde 2010, estão as exportações para o Japão. A partir destes dados, pode-se inferir, portanto, que haveria boas perspectivas para a exportação brasileira de EMHO para a América do Sul, em particular o Merco- sul, quando se considera o agregado das exportações. Contudo, ao se desagregar as exportações brasileiras de EMHO, segundo seus países de destino na América do Sul, o quadro fica menos claro, como pode ser visto do Gráfico 4. Com efeito, os dois principais destinos das exportações brasileiras, Venezuela e Argentina, apresentam uma notável queda nos valores importados do Brasil em 2012. Já a Colômbia e, de forma algo oscilante, o Chile apresentam uma tendência crescente a importar produtos brasileiros do setor de EMHO. Considerando-se as importações, nota-se no Gráfico 5 que elas se concentram na UE e nos EUA. Como vimos anteriormente, estes também se destacam como destino das exportações brasileiras de EMHO. Essa coincidência sugere, portanto, a possibilidade de comércio intrafirmas pelas empresas multinacionais. A confirmação desta hipótese, contudo, demandaria estudos mais detalhados. Gráfico 3 - Exportações Totais do Setor de EMHO por Destino (US$ milhões) 80 União Europeia 70 América do Sul (excl. Mercosul) 60 EUA Mercosul 50 Japão 40 30 20 10 0 2008 2009 2010 2011 Fonte: ALICEWEB/ MDIC 20 2012 Gráfico 4 - E xportações Totais do Setor de EMHO por Principais Destinos na América do Sul (US$ milhões) 25 Venezuela Argentina Colômbia 20 Chile Peru Equador 15 Paraguai Bolívia Uruguai 10 5 0 2008 2009 2010 2011 2012 Fonte: ALICEWEB/ MDIC Gráfico 5 - Importações Totais do Setor de EMHO por Principais Origens (US$ milhões) 1200 União Europeia EUA 1000 Japão 800 600 400 200 0 2008 2009 2010 2011 Fonte: ALICEWEB/ MDIC 21 2012 Desagregando-se as importações por subsetor no Gráfico 6, os destaques ficam com o produtos médico-hospitalares , com tendência crescente, e para implantes e próteses , estes últimos com tendência de crescimento acelerado. Já as importações dos subsetores produtos para laboratórios e produtos de radiologia e diagnóstico por imagem parecem indicar uma perda de dinamismo a partir de 2010. Vale ressaltar ainda que, não obstante seu valor extremamente baixo, as importações do subsetor odontológico vêm crescendo de forma mais ou menos consistente no período, podendo indicar uma perda de competitividade, ao passo que uma perda de dinamismo também foi observada quanto às exportações deste subsetor (Gráfico 2). O comportamento do subsetor odontológico vem se refletindo no decréscimo do saldo comercial do único subsetor a apresentar saldo positivo, como pode ser visto no Gráfico 7, com este saldo situando-se bem próximo de zero. Por outro lado, o déficit comercial vem crescendo aceleradamente no subsetor implantes e próteses, a ponto de suplantar o déficit no subsetor radiologia e diagnósticos por imagens e no subsetor de produtos para laboratórios. O déficit mais elevado, porém, se situa ainda no subsetor de equipamentos médico-hospitalares. Gráfico 6 – Importações por Subsetor de EMHO (US$ milhões) 100 Equipamentos médico-hospitalares 900 Implantes e próteses Odontologia 800 Radiologia e diagnóstico por imagem 700 Laboratórios 600 500 400 300 200 100 0 2008 2009 2010 2011 Fonte: ALICEWEB/ MDIC 22 2012 Gráfico 7 – Saldo Comercial por Subsetor de EMHO (US$ milhões) 100 Odontologia 0 Implantes e próteses -100 Radiologia e diagnóstico por imagem -200 Laboratórios -300 Equipamentos médico-hospitalares -400 -500 -600 -700 -800 -900 -1000 2008 2009 2010 2011 Fonte: ALICEWEB/ MDIC 23 2012 Regul ação e C on v erg ê ncia Regul ató ria em E M H O 1 A spectos Básicos da Regu laçã o de EMH O Uma vez apresentado um panorama geral do setor de EMHO do Brasil e, levando-se em conta as características da indústria global de saúde e os objetivos da política industrial brasileira para o complexo de saúde, é necessário explorar a política regulatória para o setor, tendo-se em mente sua relevância para a inserção do Brasil em etapas superiores da cadeia de valor global do setor. Desta forma, este capítulo discute brevemente aspectos básicos da regulação de EMHO. Como explica o documento da Organização Mundial da Saúde (OMS), Medical Device Regulations: Global overview and guiding principles (OMS, 2003), é preciso inicialmente reconhecer que a segurança total de um produto médico-hospitalar-odontológico não pode ser garantida. A regulação de um produto é um processo de gestão de risco, em que o rigor da regulação é proporcional aos danos que o produto pode causar. Nesta avaliação são considerados: em que medida o equipamento é invasivo, a duração do contato com o equipamento, os sistemas corporais afetados e se os efeitos são locais ou sistêmicos (OMS, 2003, pp. 3-4); com o objetivo de maximizar o benefício do produto e minimizar os seus riscos. Os próprios produtores também usam a gestão de riscos na produção: a ISO 14971:2000 e sua revisão, a ISO 14971:2007 especificam um processo para os produtores identificarem problemas e danos que os produtos possam causar, assim como estimar, avaliar e controlar os riscos associados e monitorar a efetividade do controle exercido. Cabe ao produtor demonstrar que todos os possíveis riscos associados ao equipamento foram considerados e que medidas apropriadas foram adotadas. Nesta tarefa, os certificadores acreditados têm um papel importante a desempe24 adequadas podem afetar severamente a segurança do paciente e o desempenho do equipamento. Já na fase de fabricação, uma gestão do processo produtivo de má qualidade pode comprometer um produto que tenha sido adequadamente concebido. A fase em que o produto é embalado é fundamental para garantir que o produto não sofra alterações no seu deslocamento até o lugar em que será utilizado, o que poderia comprometer o seu uso. A rotulagem, por sua vez, garante que as informações necessárias para uma utilização segura e um desempenho ótimo do produto sejam transmitidas ao usuário. nhar, não apenas como terceira parte auxiliando as empresas a obter registro em órgãos governamentais da área, mas também para adequar o produto a regulações e mercados internacionais. Esta tarefa não é simples, quando se considera que todas as etapas no ciclo de vida de um produto médico-hospitalar-odontológico, descritas na Figura 117 , podem envolver riscos. Na concepção e desenvolvimento, a aplicação dos princípios científicos ao produto tem de ser adequada. Por exemplo, um equipamento de radioterapia deve emitir radiação com determinadas propriedades. Variações em relação às propriedades Fonte: OMS (2003, p. 5) 25 DESCARTE UTILIZAÇÃO VENDA PUBLICIDADE EMBAL AGEM E ROTUL AGEM FABRICAÇÃO CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO Figura 1 – Ciclo de Vida de um Produto Médico-Hospitalar-Odontológico A publicidade deve garantir que o produto não crie falsas expectativas quanto ao seu desempenho. A etapa da venda, se bem executada, garante que os produtos adequados cheguem aos que deles necessitam. A fase de utilização é muito importante para que o produto seja manuseado de forma correta, evitando-se que o produto seja utilizado para fins diferentes daqueles para o qual foi proposto, ou que seja reutilizado, o que acarretaria riscos ou problemas de desempenho, ou ainda que sua manutenção ou ajuste não sejam adequados, etc. Por último, temos a questão do descarte. Esta questão vem ganhando progressivo destaque, não apenas pelos riscos que o descarte inapropriado de equipamentos pode causar para a saúde humana (o descarte de seringas após o uso seria um exemplo trivial), mas também os riscos que o descarte descuidado pode gerar para o meio ambiente, como no caso do descarte das baterias dos equipamentos. O crescente rigor nas legislações ambientais dos países vem colocando a questão do descarte como uma possível fonte de barreira ao comércio de produtos médico-hospitalar-odontológicos. 2 C ompetição versu s Convergênc ia Regu latória A literatura sobre a questão da competição e da cooperação (convergência) regulatória é ampla. Sua produção iniciou-se de forma mais significativa nos anos 1990, por conta da integração econômica global. Trachtam (1993, p. 1-2) ilustra muito bem o tipo de preocupação que norteou o debate sobre cooperação regulatória entre os países desde o início, ainda que a partir de um ponto de vista particular (norte-americano). Segundo ele, teria havido um deslocamento do debate nos Estados Unidos com relação ao nível de regulação, da simples oposição “regulação versus desregulação” para o fato de que “a quantidade e tipo de regulação não podem mais ser determinados sem um olhar prudente com relação à quantidade e tipo de regulação imposta por outros Estados”18 , em função da pressão competitiva imposta por empresas de fora dos Estados Unidos. Assim, a discussão sobre cooperação (convergência) regulatória está, desde o seu início, marcada pela sua antítese, a competição regulatória, entendida como a utilização do arcabouço de regras institucionais de regulação econômica para favorecer as empresas de um determinado país. A partir daí, o debate assumiu nuances variadas como, por exemplo, Sykes (2000, p. 257) que afirma que a questão não seria cooperação versus competição regulatória, mas sim quanto reguladores de diferentes jurisdições devem cooperar entre si. Ou seja, não se trata de rejeitar a cooperação regulatória, mas sim de definir até onde e em que pontos cooperar. Já Radaelli (2004) questiona os pressupostos simplistas de vários modelos convencionais de competição regulatória, como o pressuposto de que a competição regulatória resultaria de um processo de arbitragem em relação aos ganhos dos possíveis sistemas regulatórios. Quando se trata da relação entre regulação econômica e comércio internacional, a literatura econômica mais convencional tem se concentrado nos conflitos entre regulação e comércio, e como estes conflitos podem ser superados, de forma a evitar que a regulação estabeleça barreiras não-comerciais a políticas 26 de integração ou liberalização comercial. Assim é que, por exemplo, Hoekman, Mattoo e Sapir (2007) discutem o maior acesso dos interesses constituídos locais às instâncias regulatórias de cada país, como uma fonte de barreiras a políticas comerciais vantajosas. Há, com efeito, uma clara tendência na teoria econômica dominante ( mainstream ) a colocar este tipo de problema em segundo plano ou, quando muito, tentar determinar o nível ótimo de regulação doméstica frente aos ganhos de bem-estar em um contexto de liberalização comercial, como é o caso de Stephen (1999). No campo oposto, Vogel (1995) defende que mais regulação é melhor do que menos. Segundo ele há um trade-off entre a liberação dos fluxos comerciais 3 C onvergênc ia Regu latória em EMH O Segundo a OMS (2003), regulações nacionais para produtos de saúde sempre terão como objetivo central a segurança dos pacientes. Entretanto, reconhece que não existe um modelo capaz de atender às necessidades de todos os países. Por outro lado, a OMS sugere que governantes deveriam seguir o movimento crescente em direção à harmonização de sistemas regulatórios, uma vez que a proliferação de diferentes sistemas nacionais aumentaria custos, inibiria o acesso a tecnologias e poderia até mesmo colocar em risco a segurança dos pacientes, ainda que não houvesse esta intenção. Ou seja, ao reconhecer a especificidade dos países, sugere que políticas regulatórias nacionais sejam compatíveis, mas não idênticas, e não concorrentes entre si. Essas recomendações ganham importância quando se observa que a questão regulatória tem papel fundamental em acordos comerciais, podendo inclusive alterar estratégias empresariais e decisões de investimento, o que pode ocorrer mediante as negociações em andamento no Acordo de Parceria Transpacífica ( Trans- de bens e serviços e os eventuais ganhos em termos econômicos que daí resultam e os riscos ambientais e de saúde que esta ampliação dos fluxos pode provocar. Ele aponta inúmeros casos em que acordos de livre comércio resultaram em danos ambientais e aos consumidores, tornando as experiências de liberalização comercial, em determinadas situações, verdadeiros jogos de soma zero. Por sinal, uma consequência política direta destes riscos foi, segundo estes exemplos, o fato de que acordos de livre comércio provocaram uma expansão concomitante na atuação de associações de consumidores e ambientalistas nos Estados Unidos, Alemanha e Dinamarca, que passaram a pressionar por maiores garantias (regulação) de proteção à saúde dos consumidores e ao meio ambiente. Conforme foi visto, a proposta deste trabalho adota uma perspectiva teórica distinta, que visa a recolocar a questão do desenvolvimento econômico no centro da discussão acerca da relação entre políticas comerciais versus sistemas nacionais de regulação, destacando a questão da modernização industrial dos países da América do Sul, em particular do Brasil. Nesta perspectiva, portanto, a convergência regulatória será discutida do ponto de vista do desenvolvimento do setor de EMHO. -Pacific Partnership Agreement - TPP) 19 , na Aliança para o Pacífico 20 , e no Acordo Transatlântico ( Transatlantic Trade and Investment Partnership - TTIP)21 . Discutindo o TPP, Faunce e Townsend (2011, p. 84) salientam que, não obstante a ênfase na questão dos medicamentos, outras normas regulatórias são igualmente importantes, tais como as que tratam com substâncias tóxicas ou carcinogênicas, descarte e tratamento de lixo e controle da água. Destacam ainda, e que devem ser objeto de cuidado, as regras que permitem a investidores acionarem governos pelo que consideram violações de direitos consagrados nos tratados comerciais. 27 desenvolvimento do setor. Regular em função de uma política industrial de upgrading do setor de EMHO, todavia, esbarra em algumas dificuldades importantes no quadro brasileiro atual, entre as quais se destacam: a) O setor de EMHO frequentemente incorpora diferentes plataformas tecnológicas no mesmo produto. Um equipamento de diagnóstico por imagem, por exemplo, combina hardware e software. Assim, a implementação de uma política industrial de upgrading do setor exige articular empresas de setores diferentes. Para isso, uma estratégia de desenvolvimento industrial tem de explicitar como se dará esta articulação, em particular quais os agentes públicos envolvidos e sua forma de ação/cooperação. 4 C o nve r gênc i a Regulató r i a e D esenv olvi m ento do Setor de EM H O Especialmente no caso brasileiro, além das motivações apontadas pela OMS (2003), surgem questões que transcendem a dicotomia “competição versus convergência regulatória” e que tornam o quadro muito mais complexo. Isso porque a posição que a indústria brasileira ocupa na cadeia internacional de EMHO exige maior cuidado na análise e proposta de políticas. Um exemplo da necessidade de superar a dicotomia competição versus convergência regulatória, em nome de uma abordagem que reconheça a complexidade da análise da regulação de EMHO ao longo de todo o ciclo de vida do produto (abordado no capítulo 3 desta seção) é a chamada “ambientrônica”, ou seja, a necessidade de se adequar produtos eletrônicos a normas ambientais, especialmente com relação ao descarte de materiais, e que pode afetar significativamente as exportações de EMHO com componentes eletrônicos, especialmente para países desenvolvidos, os quais, conforme visto, são os principais mercados para os produtos brasileiros. A questão da ambientrônica indica claramente que o ponto de partida não deve ser a competição ou a convergência em si, como princípios abstratos, mas sim como a definição das normas de EMHO pode ajudar na capacitação das empresas brasileiras para a exportação, em particular para os países mais desenvolvidos. Isso porque a capacitação exportadora somente pode ser alcançada visando-se os mercados mais exigentes em termos de qualidade, os quais demandam uma maior competência tecnológica das empresas exportadoras para se adequarem a uma regulação mais elaborada e complexa que é adotada nestes mercados. Dito de outra forma, a regulação deve resultar de uma estratégia de upgrading na cadeia de mercadorias, e não ser tratada como um elemento autônomo calcado em um princípio universal de convergência ou de competição, isolada da política industrial de b) A competitividade das empresas no setor de EMHO depende, com frequência, da oferta de soluções integradas que reduzam os custos derivados da combinação de equipamentos com diferentes padrões tecnológicos. Isso faz com que grandes empresas multinacionais, em geral diversificadas, com competências acumuladas em diferentes áreas, possuam vantagens na competição internacional, limitando as possibilidades de crescimento de empresas locais em países em desenvolvimento, mesmo em nichos de mercado favorecidos e com regulação adequada. Uma estratégia de desenvolvimento industrial no setor tem de levar isso em consideração e identificar oportunidades de upgrading nas cadeias globais, evitando o equívoco de tentar reproduzir as competências das empresas multinacionais ( core competencies ), o que consumiria um elevado montante de recursos com escassas chances de sucesso, dado o longo processo de aprendizagem ( learning by doing ) demandado por essas core competencies. c) Frequentemente há importantes ativos intangíveis no setor, associados a marcas e reputação. Não basta, assim, uma regulação que favoreça 28 o upgrading da tecnologia produtiva empregada pelas empresas. É preciso que as empresas consigam construir marcas visíveis e reputações positivas. Isso estabelece um desafio que transcende os instrumentos de política industrial clássica, fortemente centrada em incentivos e subsídios. Neste sentido destaca-se a parceria entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a ABIMO, em que a marca Brazilian Health Devices reúne as indústrias exportadoras do setor e as representa internacionalmente. Entre 2002 e 2012 a parceria teria resultado em um aumento de 260% nas vendas externas do setor.2 2 de grandes empresas multinacionais se torna muito difícil. f) A política de margens de preferências do SUS ainda tem se concentrado em fármacos, mais do que produtos EMHO. Contudo, ela também exige a construção de uma estratégia de upgrading tecnológico clara para as empresas do setor, o que não existe até o momento. Além dos desafios listados, é importante destacar a necessidade de uma política abrangente para o desenvolvimento do setor, que envolva não apenas os agentes reguladores que o afetam diretamente, mas também outros agentes que são fundamentais no apoio à atuação dos agentes reguladores, como os certificadores, conforme foi destacado no capítulo 1 desta seção. O papel dos certificadores tem sido apresentado, tanto por reguladores quanto por empresários do setor, como de grande relevância. Mas, atualmente há certificadores em número insuficiente para a demanda de certificações de produtos. Esta política abrangente, portanto, deve considerar a questão da convergência regulatória de um ponto de vista estratégico, e por estratégia aqui se deve entender a articulação e posicionamento nos mercados globais. Apesar da importância observada anteriormente de alguns mercados sul-americanos, em particular Venezuela, Colômbia e Bolívia, os mercados mais importantes para as exportações brasileiras são os Estados Unidos e a União Europeia, muito possivelmente por conta do comércio intrafirma, em função da importância das empresas multinacionais no setor. Isso coloca um desafio claro na formulação de uma estratégia de upgrading industrial em EMHO: d) A própria regulação tem de encontrar um equilíbrio entre um detalhamento excessivo das normas que venha a constranger o desenvolvimento de novas capacidades em um setor extremamente dinâmico, e uma flexibilidade excessiva da normatização que seja permissiva em relação a mercados e competidores internacionais de baixa qualidade, quando se olha do lado das importações brasileiras. e) D ado o objetivo de upgrading, a política industrial deve favorecer a incorporação de novas tecnologias, de modo a propiciar o desenvolvimento das empresas locais. Não se trata apenas de favorecer empresas nacionais com proteção e incentivos, como no passado. Trata-se de favorecer empresas nacionais inovadoras , se possível na fronteira tecnológica dos seus ramos de atuação, e que estejam voltadas para a competição internacional. Em casos específicos, isso pode envolver a negociação de alianças com grandes empresas multinacionais. Tal negociação, contudo, exige uma estratégia de upgrading tecnológico clara para as empresas do setor, de forma a maximizar os benefícios da transferência tecnológica. Sem esta estratégia, a identificação de possíveis empresas nacionais a atuarem como parceiras a convergência regulatória deve possuir um caráter mais global do que simplesmente regional, ou seja, deve-se elaborar uma estratégia de negociação das normas regulatórias considerando-se os vários mercados envolvidos de interesse da indústria brasileira. Da mesma forma, tal convergência não pode ser entendida como uma harmonização ou uniformização das regras e procedimentos, uma vez que há 29 especificidades em qualquer mercado. Por sinal, mesmo que se considere os mercados mais desenvolvidos como parâmetros para a convergência regulatória, é notório que há diferenças substantivas entre as regulações dos Estados Unidos, Europa e Japão, em razão dessas especificidades. Essas preocupações têm um sentido concreto, uma vez que o Brasil – por meio da ANVISA – vem participando do Fórum Internacional de Reguladores de Produtos para a Saúde ( International Medical Device Regulators Forum – IMDRF). O IMDRF conta com reguladores dos Estados Unidos, União Europeia, Japão, Brasil, China, Austrália, Canadá, além da Organização Mundial da Saúde (OMS) como observadora oficial e de agentes reguladores do México e da Rússia como observadores convidados. O IMDRF trata de pontos vitais para o futuro da competitividade da indústria internacional de EMHO, tais como o desenho de um roteiro para a implementação de um sistema de identificação única de equipamentos. Esta identificação única, além de funcionar como um sistema de rastreamento internacional, deve criar um registro da segurança e eficácia dos produtos, juntamente com uma lista de padrões reconhecidos. O IMDRF conta também com um fórum de partes interessadas ( Stakeholder Forum ) que, além dos reguladores, incorpora representantes da indústria, médicos e acadêmicos. A participação brasileira nesse fórum internacional dá, portanto, um sentido concreto e de urgência à formulação de uma estratégia de posicionamento nas cadeias globais da indústria de EMHO que contemple o upgrade tecnológico e a competitividade internacional da indústria brasileira. 30 C onc lus õ es Em função do quadro do setor de EMHO e, em particular, do debate sobre regulação anteriormente apresentados, fica claro que a elaboração de uma estratégia visando à articulação e posicionamento nos mercados globais exige previamente um mapeamento das cadeias globais de mercadorias no setor de EMHO . Somente a partir desse mapeamento seria possível traçar uma estratégia de desenvolvimento tecnológico do setor, que contemple, de forma ampla, os desafios e identifique as oportunidades eventualmente existentes. Mas para isso, faz-se necessário inicialmente superar a ênfase quase exclusiva em medicamentos, ainda que ditada pelas necessidades de saúde pública, que tem caracterizado a intervenção pública no CIS. Não que as necessidades de saúde pública não devam fazer parte de uma política para o setor de EMHO, muito pelo contrário. Ela representa uma dimensão importante, mas que precisa ser articulada com uma estratégia de desenvolvimento tecnológico no longo prazo para o setor de EMHO também. Sem esta articulação, a eficácia da própria política de saúde será, quando muito, limitada e transitória, não apenas porque os produtos do setor de EMHO fazem parte das terapias assim como os medicamentos, mas também – e talvez principalmente – porque os subsetores mais dinâmicos do setor de EMHO estão em permanente processo de inovação e transformação, fazendo a fronteira tecnológica se mover permanentemente “para a frente”. Na medida em que o núcleo de dinamismo tecnológico em EMHO permaneça no exterior, caberá à própria política de saúde o papel limitado de atuar de forma reativa e com atraso a mudanças tecnológicas. Da mesma forma, esta estratégia ampla, traçada a partir de um mapeamento das cadeias produtivas globais, também exige um maior diálogo entre empresas e agentes públicos no setor, não apenas para eliminar entraves burocráticos, eliminar o desconhecimento dos agentes privados sobre os trâmites necessários e agilizar processos administrativos, mas, principalmente, para esclarecer as empresas de EMHO nacionais sobre as diretrizes de política para o setor e estabelecer parcerias efetivas com os agentes privados. Como demonstrou Peter Evans em seu livro Autonomia e Parceria (EVANS, 2004), o estabelecimento de relações cooperativas com o setor privado via troca de informações e de feedback sobre a implementação de políticas é fundamental para o sucesso de iniciativas de transformação industrial, como ilustram os casos de países como Coréia do Sul e Taiwan, ilustrados em Evans (2004). Essa parceria ainda está longe de ser construída no país, como ilustram as avaliações opostas acerca da atuação da ANVISA na capacitação tecnológica do setor de EMHO por parte de empresas do setor e da própria ANVISA. 31 AN EXO - P RO D U TO S U T I L I Z A DO S N A S E S TAT Í S T I C A S DE COMÉ RC I O E X TE RI O R DO S E TO R DE E M H O PRODUTOS PARA LABORATÓRIOS 902720 Cromatógrafos e aparelhos de eletroforese 902730 Espectrômetros, espectrofotômetros e espectrógrafos que utilizem radiações ópticas (uv, visíveis, iv) 902750 Outros aparelhos e instrumentos para análises físicas ou químicas que utilizem radiações ópticas (uv, visíveis, iv) 902780 Outros instrumentos e aparelhos para análises físicas ou químicas, para ensaios de viscosidade porosidade, tensão superficial ou semelhantes, ou para medidas calorimétricas, acústicas ou fotométricas (incluídos os indicadores de tempo de exposição) 902790 Micrótomos; partes e acessórios de polarógrafos, espectrômetros, espectrógrafos e outros instrumentos e aparelhos para análises físicas ou químicas RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 901812 Aparelhos de diagnóstico por varredura ultra-sônica (scanners) 901813 Aparelhos de diagnóstico por visualização de ressonância magnética 901814 Aparelhos de cintilografia 902212 Aparelhos de tomografia computadorizada 902214 Aparelhos baseados no uso de raios-x, para usos médicos, cirúrgicos ou veterinários23 902219 Aparelhos de raios-x, de radiofotografia ou de radioterapia, para outros usos 902221 Aparelhos de radiação alfa, beta, gama, para usos médicos, cirúrgicos, odontológicos ou veterinários. 902229 Aparelhos de radiação alfa, beta, gama, para outros usos 902230 Tubos de raios-x 902290 Outros dispositivos geradores de raios-x, mesas de comando, telas de visualização e partes e acessórios da posição 9022 32 PRODUTOS MÉDICO-HOSPITALARES 841920 Esterilizadores médico-cirúrgicos ou de laboratórios 842119 Outros centrifugadores 901110 Microscópios estereoscópicos 901120 Outros microscópios, para fotomicrografia, cinefotomicrografia ou microprojeção 901180 Outros microscópios ópticos 901190 Partes e acessórios para microscópios ópticos 901811 Eletrocardiógrafos 901819 Outros aparelhos de eletrodiagnóstico 901820 Aparelhos de raios ultravioleta ou infravermelhos, para uso médico, cirúrgico, odontológico ou veterinário 901850 Outros instrumentos e aparelhos para oftalmologia 901890 Outros instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia ou veterinária 901910 Aparelhos de mecanoterapia, de massagem ou de psicotécnica 901920 Aparelhos de ozonoterapia, de oxigenoterapia, de aerossolterapia e outros de terapia respiratória 902000 Outros aparelhos respiratórios e máscaras contra gases, exceto as de proteção desprovidas de mecanismo e de elemento filtrante amovível 940290 Outros mobiliários para medicina, cirurgia, odontologia ou veterinária 33 IMPLANTES E REABILITAÇÃO 902110 Artigos e aparelhos ortopédicos ou para fraturas, inclusive partes e acessórios 902121 Dentes artificiais 902129 Outros artigos e aparelhos de prótese dentária 902131 Próteses articulares 902139 Válvulas cardíacas, lentes intraoculares e outros artigos e aparelhos de prótese, inclusive partes e acessórios 902140 Aparelhos para facilitar a audição dos surdos, exceto as partes e acessórios 902150 Marca-passos (estimuladores) cardíacos, exceto as partes e acessórios 902190 Outros aparelhos transportados à mão ou sobre as pessoas ou implantados no organismo para compensar deficiências PRODUTOS ODONTOLÓGICOS 901841 Aparelhos dentários de brocar, mesmo combinados com outros equipamentos dentários 901849 Outros instrumentos e aparelhos para odontologia 902213 Aparelhos baseados no uso de raios-x, para uso odontológico 940210 Cadeiras de dentista, para salões de cabeleireiro e cadeiras semelhantes, e suas partes 34 R e f erê ncias ABDI. Panorama Setorial: Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos. Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2008. Série cadernos da Indústria ABDI, vol. VII. Disponível em http://www.abdi.com.br/Estudo/volume%207.pdf Acessado em 23 de agosto de 2013. BROLIN, Sandra. Global Regulatory Requirements for Medical Devices. Tese de Doutorado. Mälardalen University, 2008. CHASE-DUNN, Christopher. Global Formation: Structures of the world-economy. Maryland, Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 2 a ed., 1998. ABIMO. Dados Econômicos. Disponível em http://www.abimo. org.br/modules/content/content.php?page=dados-economicos. Acessado em 25 de agosto de 2013. CUNHA, Adriana Marques da. (coord.). Relatório de Acompanhamento Setorial (Volume IV): Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos. Projeto: Boletim de Conjuntura Industrial, Acompanhamento Setorial e Panorama da Indústria. Campinas/SP: ABDI e NEIT/IE/UNICAMP, fevereiro de 2009. _______. PSI Brazilian Health Devices. Disponível em http://www. abimo.org.br/modules/content/content.php?page=apex-brasil. Acessado em 25 de agosto de 2013. EVANS, Peter. Autonomia e Parceria: Estados e transformação industrial. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2004. BAIR, J. From Commodity Chains to Value Chains and Back Again? Mimeo, Yale University Department of Sociology, 2005. FAUNCE, Thomas A.; TOWNSEND, Ruth. The Trans-Pacific Partnership Agreement: challenges for Australian health and medicine policies. Medical Journal of Australia, vol. 194 no. 2, p. 83-86, 2011. BAIR, Jennifer; GEREFFI, Gary. Local Clusters in Global Chains: The causes and consequences of export dynamism in Torreon’s blue jeans industry. World development, v. 29, n. 11, p. 1885-1903, 2001. BARAN, Paul A.; SWEEZY, Paul M. Monopoly Capitalism. New York: Monthly Review Press, 1966. GADELHA, Carlos Augusto Grabois. O Complexo Industrial da Saúde e a Necessidade de um Enfoque Dinâmico na Economia da Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 8, no. 2, p. 521-35, 2003. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estimativas de População. Disponível em http://www.ibge.gov. br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/estimativa_dou. shtm. Acessado em 18 de setembro de 2013. GEREFFI, Gary. The global economy: organization, governance, and development. In SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (Eds.). The handbook of economic sociology. Princeton: Princeton University Press, 2005. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. AliceWeb (Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior). Disponível em: http://aliceweb2.mdic.gov.br/ _______. International trade and industrial upgrading in the apparel commodity chain. Journal of international economics, v. 48, n. 1, p. 37-70, 1999. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP). Disponível em http://www.pdp.gov.br/. Acessado em 23 de agosto de 2013. _______. Global production systems and third world development. In STALLINGS, Barbara (ed.). Global Change, Regional Response: The new international context of development. New York: Cambridge University Press, 1995. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Plano Brasil Maior. Disponível em http://www. brasilmaior.mdic.gov.br/. Acessado em 23 de agosto de 2013. _______; HUMPHREY, John; STURGEON, Timothy. The Governance of Global Value Chains. Review of International Political Economy, v. 12, n. 1, p. 78-104, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em http://www.brasil.gov.br/saude/2009/12/sus. Acessado em 24 de setembro de 2013. _______; KORZENIEWICZ, Miguel (Ed.). Commodity chains and global capitalism. Westport, Connecticut: Greenwood Publishing, 1994. _______. Ministério da Saúde. Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde. Disponível em http://portal.saude.gov. br/portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Acessado em 23 de agosto de 2013. _______ , et al. Introduction: Globalisation, Value Chains and Development. IDS bulletin, v. 32, n. 3, p. 1-8, 2001. 35 HOEKMAN, Bernard; MATTOO, Aaditya; SAPIR, Andre. The Political Economy of Services Trade Liberalization: A Case for International Regulatory Cooperation? Oxford Review of Economic Policy, v. 23, n. 3, p. 367–391, 2007. LANDIM, André; GOMES, Renata; PIMENTEL, Vitor; REIS, Carla; PIERONI, João Paulo. Equipamentos e Tecnologias Para Saúde: Oportunidades para uma inserção competitiva da indústria brasileira. BNDES Setorial, vol. 37, p. 173-226, 2013. LINEHAN, John H.; PATÉ-CORNELL, M. Elisabeth; YOCK, Paul G.; PIETZSCH, Jan B.; SHLUZAS, Lauren A. Study on Medical Device Development Models, Final Report. Palo Alto, CA: Stanford University, 2007. MALDONADO, José; GADELHA, Carlos Augusto Grabois; COSTA, Laís Silveira; VARGAS, Marco. A Dinâmica Inovativa do Subsistema de Base Mecânica, Eletrônica e de Materiais. Revista de Saúde Pública, vol. 46 (supl.), p. 29-36, 2012. OMS. Medical Device Regulations: Global overview and guiding principles. Genebra: Organização Mundial da Saúde, 2003. Disponível em http://www.who.int/medical_devices/publications/ en/MD_Regulations.pdf PIERONI, João Paulo; REIS, Carla; SOUZA, José Oswaldo Barros de. A Indústria de Equipamentos e Materiais Médicos, Hospitalares e Odontológicos: Uma proposta de atuação do BNDES. BNDES Setorial, vol. 31, pp. 185-226, 2010. RADAELLI, Claudio M. The Puzzle of Regulatory Competition. Journal of Public Policy, v. 24, n. 01, p. 1-23, 2004. STEPHAN, Paul. Regulatory Cooperation and Competition - The Search for Virtue. University of Virginia Law School, Legal Studies Working Paper, n. 99-12, 1999. SYKES, Alan O. Regulatory Competition Or Regulatory Harmonization? A silly question? Journal of International Economic Law, v. 3, n. 2, p. 257-264, 2000. TRACHTMAN, Joel P. International Regulatory Competition, Externalization, and Jurisdiction. 34 Harvard International Law Journal, 47, 1993. UNASUL. Instituto Sul-americano de Governo em Saúde (ISAGS). Disponível em http://www.isags-unasursalud.org/Default. asp?lang=1. Acessado em 23 de agosto de 2013. VOGEL, David. Trading up: Consumer and environmental regulation in a global economy. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1995. 36 N OTAS 1 V er sítio do Ministério da Saúde:http://www.brasil.gov.br/ saude/2009/12/sus. Acessado em 24 de setembro de 2013. 2 I nformação disponível no sítio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/populacao/estimativa2013/estimativa_ dou.shtm. Acessado em 18 de setembro de 2013. 9 O excedente de uma sociedade pode ser definido simplesmente como a diferença entre o valor da produção de uma sociedade e o custo incorrido para obter esta produção: ver Baran e Sweezy (1966, p. 76). Segue-se que o excedente global em uma indústria é a soma dos excedentes produzidos pela indústria em questão em cada país. Uma participação mais favorável na produção do excedente global demanda o posicionamento da indústria local nas etapas do processo produtivo de maior valor agregado. 3 A PDP tem como objetivo promover a competitividade de longo prazo da economia brasileira a partir de uma maior integração dos instrumentos de política em curso, promovendo simultaneamente a coordenação entre instituições de governo e aprofundamento da articulação com o setor privado. Para saber mais, acesse: http://www. pdp.gov.br/ 10 T radução livre de “The world economy is composed of “commodity chains”, forward and backward linkages of processes of production (…). These commodity chains link raw materials, labor, the sustenance of labor, intermediate processing, final processing, transport, and final consumption”. 4 I nformação disponível no sítio do Ministério da Saúde http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/ visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Acessado em 08 de setembro de 2013. 11 B air e Gereffi (2001); Gereffi (2005, 1999, 1995); Gereffi, Humphrey e Sturgeon (2005); Gereffi et al. (2001) e Gereffi e Korzeniewicz (1994). 5 P ara saber mais acesse http://www.brasilmaior.mdic. gov.br/. 12 T radução livre de “(... ) medical devices are everything from band aids to x-ray machines, contact lenses, hip implants, pacemakers, crutches, hospital beds and in vitro diagnostic devices.” 6 D ados disponíveis no sítio da Abimo: http://www.abimo. org.br/modules/content/content.php?page=dadoseconomicos Acessado em 25 de agosto de 2013. 13 Embora não tenham sido obtidos dados mais recentes, não há indícios de que as parcelas tenham mudado significativamente no período recente. 7 P ara saber mais, acesse http://www.isags-unasursalud. org/Default.asp?lang=1 14 Não há uma convenção geralmente aceita definindo quais os produtos que devem ser considerados no setor de EMHO. Desse modo, a seleção de produtos sempre envolverá alguma arbitrariedade do pesquisador. O leitor pode encontrar os produtos utilizados na construção das estatísticas desta pesquisa no Anexo. 8 A indústria de EMHO “pode ser subdividida nos seguintes subsetores, de acordo com o tipo/destino dos produtos: de implantes, próteses e equipamentos de reabilitação; de radiologia e de diagnóstico por imagem; de odontologia; de equipamentos médico-hospitalares; e de laboratório, podendo incluir também o subsetor de materiais de consumo médico-hospitalares, conforme classificação da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Hospitalares, Odontológicos e de Laboratórios (ABIMO) utilizada por distintos trabalhos sobre a indústria” (Cunha, 2009). Este trabalho utilizará o termo “produtos médico-hospitalarodontológicos” e/ou “EMHO”, a título de simplificação. 15 Em todas as tabelas optou-se por utilizar apenas dados oficiais, não obstante suas eventuais limitações, como forma de assegurar a credibilidade da análise. 16 Foram considerados integrantes do MERCOSUL, apenas os fundadores originais - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - o que não inclui a Venezuela. 37 17 Embora esta Figura 1, a qual foi retirada de OMS (2003), apresente as etapas do ciclo de vida de um produto do setor de EMHO, ela não reflete a complexidade do processo de inovação e produção de EMHO. Contudo, ela atende ao objetivo deste capítulo que é o de propiciar ao leitor uma visualização simplificada desse ciclo. Para um exemplo de como a complexidade é superior ao esquema simplificado utilizado, sugerimos a consulta de Linehan et al (2007). 18 Tradução livre de “ The appropriate quantity and type of regulation can no longer be determined without casting a wary eye at the quantity and type of regulation imposed by competing states” . 19 Acordo comercial em negociação, que envolve os Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, México, Chile, Singapura, Vietnã, Malásia, Brunei e Peru. 20 Acordo comercial em negociação entre México, Colômbia, Chile e Peru. 21 Acordo comercial em negociação, entre Europa e Estados Unidos. 22 http://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=apex-brasil Acessado em 16 de setembro de 2013. 23 Para alguns itens infelizmente não foi possível separar os produtos médico-hospitalares dos veterinários. 38 L I S TA DE S I G L A S , A C R Ô N I M O S e a b rev iaturas ABDI Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial ABIMO A ssociação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratório ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária Apex-Brasil A gência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social CGM Cadeias Globais de Mercadorias CIS Complexo Industrial da Saúde EMHO E quipamentos e Insumos Médicos, Hospitalares e Odontológicos Finep Financiadora de Estudos e Projetos Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz GECIS Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMDRF Fórum Internacional de Reguladores de Produtos para a Saúde Inmetro Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial ISAGS Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde MCT Ministério da Ciência e Tecnologia MDIC Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio MF Ministério da Fazenda MPOG Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão MRE Ministério das Relações Exteriores MS Ministério da Saúde OMS Organização Mundial de Saúde P&D Pesquisa e Desenvolvimento PDP Política de Desenvolvimento Produtivo PIB Produto Interno Bruto SUS Sistema Único de Saúde TPP Acordo de Parceria Transpacífica TTIP Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento UE União Europeia UNASUL União das Nações Sul-Americanas 39 CEBRI – CENTRO BRASILEIRO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS O CEBRI é um think tank - centro de pensamento - que tem por objetivo desenvolver o conhecimento e promover o debate sobre temas das relações internacionais, oferecendo subsídios para a definição de políticas públicas. Busca também fomentar o diálogo entre diferentes atores, públicos e privados, visando a um melhor entendimento da agenda internacional, bem como do papel do Brasil no cenário global. É reconhecido pelo Ministério da Justiça como uma entidade sem fins lucrativos e que desenvolve atividades de interesse geral da sociedade, o que lhe confere a classificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Seu Estatuto Social prevê dispositivos que garantem transparência e responsabilidade em sua atuação. O Centro desenvolve projetos que resultam em estudos, policy papers e relatórios e ainda edita Associe-se O CEBRI oferece às pessoas físicas e jurídicas a possibilidade de serem seus associados, mediante contribuição anual. O apoio financeiro assim obtido permite ao CEBRI cumprir sua missão de fomentar o conhecimento, promover o debate e produzir cada vez mais informação. O caráter multidisciplinar do Centro e o seu poder de penetração em veículos de imprensa e mídias sociais atrai um público crescente e diversificado e confere grande visibilidade a seus associados. Por ser uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), seus apoiadores podem usufruir da dedução do Imposto de Renda prevista na Lei n.º 9.790/99. O associado do CEBRI dispõe dos seguintes benefícios: Garantia de presença em eventos públicos uma linha de publicações periódicas e produz conteúdo multimídia. O CEBRI também realiza palestras, workshops, conferências, seminários, mesas-redondas, forças-tarefa e grupos de estudo. Acesso a eventos reservados Sugestão de temas para estudos Sugestão de temas para projetos e pesquisas Para maiores informações sobre como se associar, entre em contato no telefone (21) 2206-4444 ou email [email protected]. 40 Conselho Curador Presidente de Honra Fernando Henrique Cardoso Presidente Luiz Augusto de Castro Neves Vice-Presidente Tomas Zinner Vice-Presidentes Eméritos Daniel Miguel Klabin José Botafogo Gonçalves Luiz Felipe Palmeira Lampreia Membros Armando Mariante Arminio Fraga Neto Carlos Mariani Bittencourt Celso Lafer Claudio Frischtak Gelson Fonseca Junior Georges Landau Henrique Rzezinski José Aldo Rebelo Figueiredo José Luiz Alquéres José Pio Borges de Castro Filho Marcelo de Paiva Abreu Marco Aurélio Garcia Marcos Castrioto de Azambuja Marcus Vinícius Pratini de Moraes Maria Regina Soares de Lima Pedro Malan Roberto Abdenur Roberto Teixeira da Costa Ronaldo Veirano Sebastião do Rego Barros Netto Vitor Hallack Winston Fritsch Membros Eméritos Célio Borja Eliezer Batista Hélio Jaguaribe João Clemente Baena Soares Conselho Consultivo Internacional Albert Fishlow Andrew Hurrell Julia Sweig Kenneth Maxwell Leslie Bethell 41 In trod u c ti o n 42 The development of products for the health industry has taken on an important role in the processes of economic development, not only because sectors in this industry develop and use leading-edge technology, but also because the domestic supply of health care products is essential for the broader access and the success of health care policies. Brazil enjoys a special position in South America with regard to the possibilities of development of its health care products industry. This situation is the result of the existence and maturation of a series of institutional systems and public agencies with significant resources to assist in the development and implementation of public health policies that can foster the growth and an increase in technological capacity of the industry. First, there is the Unified Health System (SUS) instituted under the Federal Constitution of Brazil of 1988. According to information provided by the Ministry of Health, the SUS currently covers 6,100 accredited hospitals and 45,000 first aid clinics, without including the more than 30,000 Family Health teams operating to perform 2.8 billion outpatient procedures every year, 19,000 transplants, 236,000 cardiac surgeries, 9.7 million chemotherapy and radiation therapy procedures and 11 million hospitalizations, for the benefit of 190 million people 1 , in other words, 90% of the population of Brazil based on the population estimates of the IBGE2 . Thus it becomes a reference-point as a system that acts simultaneously to provide universal access to healthcare and as a public policy instrument devoted to the health segment, which includes the use of government procurement policies for products for the sector. However, the decentralized management of the system acts as a factor limiting the impact of the SUS system in the promotion of industrial development. Although the federal government accounts for the formulation of policies and half of the spending, state and municipal governments are responsible for the other half of spending as well as for the implementation of these policies. Jointly with the SUS, Brazil has at its disposal a system for the regulation and certification of medical, 43 hospital and dental products of proven competence: the Brazilian Health Surveillance Agency (Anvisa) created by Law 9.782 dated January 26, 1999, and the National Institute for Metrology, Quality and Technology (Inmetro) created by Law 5.966 dated December 11, 1973. Brazil has, therefore, a mature system capable of assuring the quality and safety of health products. More recently, Brazil developed an articulated approach to the health sector, based on the concept of the Health Industry Complex (CIS). As Gadelha (2003, p. 524) explains, the CIS is best understood as “involving a group of industries that produce consumer goods and specialized equipment for the area and a set of organizations that are health service providers and are the consumers of the products manufactured by the first group, characterizing a clearly interdependent relationship in the sector.” This articulated vision is reflected in the policies directed to the industries linked to the sector. Thus the health industrial complex is incorporated in the Productive Development Policy (PDP) 3 introduced in the National Economic and Social Development Bank - BNDES, the National Institute of Industrial Property (INPI), the Brazilian Agency for Industrial Development (ABDI), The National Institute for Metrology, Quality and Technology (Inmetro) and the Financing Agency for Studies and Projects (Finep).4 In 2011 the Brazil Master Plan was introduced and the CIS was incorporated in the guidelines for structuring the dimension of the sector specifically with regard to the Expansion and Creation of New Technological and Business Competencies – with the aim to provide incentives to activities and companies with the potential to participate in dynamic markets with great technological opportunities, and the use of the purchasing power of the public sector to create knowledge and scale intensive business activities – and the Diversification of Exports (markets and products) and Corporate Internationalization - for the promotion of manufactured products with intermediate and leading-edge technologies and knowledge intensive, and increasing the internationalization efforts for companies through the differentiation of products and the aggregation of value, and the attraction and settlement of foreign companies by encouraging the installation of centers for Research and Development (R&D) in Brazil.5 2008, designed to promote the ability of the production of medical equipment, reagents, and items for diagnosis, hemoderivatives imuno-biological products, intermediate chemical products and vegetable extracts for therapeutic use, active ingredients and medications for human use; as well as developing technical-scientific knowledge in strategic areas to reduce the vulnerability of the SUS. In 2008 the GECIS – The Executive Group of the Health Industry Complex – was created and given the responsibility for regulating the sector and eliminating some of the legal, fiscal and financial problems that affect industrial production and impede the ability of the sector to overcome its dependency on foreign products, equipment and technology. The GECIS is coordinated by the Ministry of Health with the participation of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC), the Ministry of Science and Technology (MCT), the Ministry of Planning, Budgeting and Management (MPOG); the Ministry of Finance (MF), the Ministry of External Relations (MRE), the Chief of Staff’s Office of the President, Anvisa, the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz), The growing importance of the medical, hospital and dental products industry can be verified by observing the fact that, according to data from the industry association (Brazilian Health Devices/ABIMO), in 2012 the total value of production from sector was R$ 4.79 billion. This was distributed as follows: implants (20%), medical equipment (47%), consumables (17%) and dental (16%)6 . In Brazil the health sector as a total represents approximately 8% of gross domestic product (GDP) and approximately R$160 billion per year. The world market for health product is evaluated at US$1 trillion, of which Brazil has a share of approximately 1.2%, while 80% of the market is concentrated in the United States, Germany, France, Holland and Japan. Health concerns have opened new possibilities for cooperation in South America as shown by the creation 44 of the South American Health Government Association –ISAGS in 2009, by the Health Council of the Union of South American Nations (Unasur). The ISAGS is an intergovernmental institution for the exchange of health care policies and governance in South America whose goal is to improve the quality of government in the Health sector through the formation and training of leaders, knowledge management and technical support for healthcare systems7 . Given the relevance of the medical devices industry to Brazilian health policy, as well as the possibilities for regional integration in South America, this paper will focus on the equipment and inputs sector of the medical area, excluding drugs and medical services, in order to be able to offer a proposal for cooperation in trade for the sector in South America, by simultaneously encouraging the development of the Brazilian and South American medical devices (MD) industry8 . economies of scale that would allow them to offer their products at prices that were internationally competitive. Cooperation among countries with regard to the regulation of products for healthcare is, as a result, a basic condition for allowing industries in developing countries to reach maturity. In the second place, the ability to absorb new and more complex technology is improved when the regulations in the receiving country are compatible with the regulations in the countries where the more technologically advanced companies operate. Heterogeneous regulations with various discrepancies are an obstacle to the diffusion of technology in the industries in the developing countries. However, making the regulations more compatible does not simply mean reproducing the regulations of the developed countries. Not only are the needs for safety in the administration of health products different in various countries, but the general conditions of the markets might require the modifications of regulations of the country’s regulations to certain features of the domestic realities. Not to mention the fact that a given regulation in a foreign country may be designed to meet the conditions and skill sets of that country and not the capabilities of companies in developing countries. The goal of this study, therefore, is to offer some considerations about the complexity of regulatory cooperation (or regulatory convergence), arguing that this is not just the accommodation/internalization of laws and regulations, but a movement that requires the development of a regional strategy because of the importance of global commodity chains. The right position in these commodity chains is essential for a more significant share in the production of global surplus 9 , and implies an approach to repositioning It is against this background the discussion about regulatory convergence – or regulatory cooperation - assumed fundamental importance. Because of the strategic importance of this sector, as pointed out by Maldonado, Gadelha, Costa e Vargas (2012, p. 33), regulatory convergence in the MD sector became even more important for the development and growth of the sector. According to the authors, “the increase in the demand and the supply of health services and the technological development of the industry itself, are very closely linked. This fact underscores the strategic character of this production base by highlighting the interdependent relationship between the innovative dynamics of the industry and the evolving process of healthcare services, especially so given demographic transition, the epidemiologic characteristics and growing pressure to reduce healthcare costs.” This discussion, therefore, is relevant in the first place, because the different national regulations often function as significant barriers to the expansion of markets for health products. Different national regulations often create barriers to the exports from developing countries. These exports are necessary for the industries in developing countries to obtain the regional MD industry given the larger objective of strengthening domestic industry and making Brazil and South America integrated platforms for production and export. With this central objective in view, opportunities and obstacles to regulatory cooperation (or convergence) will be identified in the health industry in order to reposition Brazilian 45 industries to upper stages in the MD global chain where value added is greater. First, however, it is necessary to better understand the question of repositioning of the industry. Therefore, in the first section the concept of global commodity chains and their relationship to global value chains will be discussed. Next, the features of the MD industry will be discussed. The third section describes basic features of the regulations in the MD industry and will show the differences between competition and regulatory convergence, and will approach the relationship between regulatory convergence and the development of the MD industry. A brief section describing the conclusions of the study is included at the end of this report. It must be said that although the objective of this study is to present a quick and preliminary overview of the health products industry, and more specifically the medical, hospital and dental products industry, with emphasis on the trade relationships in the South American region (section 2), it is far from pretending to be an exhaustive study, but rather offers a survey of the terrain in the hopes of encouraging other more intensive and detailed work on the issue to follow this one. This section, therefore, hopes to add to the knowledge about the sector and help reduce the gaps caused by the almost total lack of research on the segment both in Brazil and in South America. 46 T he St r at eg i c I m p o rta n c e o f t h e P o siti o n i n t h e C o m m o di t y C h a i n s 1 G lobal Commod ity Ch ain s an d Global Valu e Ch ain s When dealing with global supply chains, it is common to find two concepts being used: the concept of global value chains and the concept of global commodity chains. The concept of global commodity chains is presented quite clearly by Chase-Dunn (1998, p. 39) when he says that “the world economy is composed of ‘commodity chains’, forward and backward linkages of processes of production (…). These commodity chains link raw materials, labor, the sustenance of labor, intermediate processing, final processing, transport, and final consumption”, and these commodity chains frequently cross national boundaries. Thus, commodity chains are vertical relationships established between producers of goods (companies and individuals) necessary for the normal development of the production of a good or service, from the preparation of raw materials to the end consumer, including not only guaranteed access to the product in its various stages of production, but also the livelihood of the workers involved. The fact is that these chains are not confined to national boundaries but cross these borders and link the developed countries (the “center”) to developing countries and less developed countries (the “periphery”) (Chase-Dunn, 1998, p. 39). This understanding is of utmost importance, since this relationship results in some facts of the greatest importance for the formulation of any strategy for sector development: a) Commodity chains are rarely confined within the borders of a single country. Indeed, as explained Chase-Dunn (1998, p. 133), although capitalism has always been international, since the end of 47 the twentieth century the internationalization of economic activity has accelerated significantly. b) Therefore any pretense of autochthony as a basis for industrial development should be completely abandoned. c) In a modern capitalist system, industrial development policies should try to re-position the industrial sector in global production chains and not to recreate all the steps in a chain in a single country. d) This need for repositioning in global production chains makes trade and regional integration even more important. Indeed, it opens the possibility of formulating regional policies to reposition all the countries with mutually realized gains simultaneously, according to the extent in which cooperation in the formulation of policy facilitates the repositioning of its local industries. e) For these mutual gains can be realized, it is essential that the complementarities in regional production chains across industries of various countries involved be identified. The alternative concept in the literature is the concept of global value chains. This concept has been employed by some of the same authors who helped formulate the concept of global commodity chains such as Gary Gereffi, in several of his papers on the topic10. chains allows the industrial flows to be more accurately identified, which is the theme of this study. Nevertheless, the recognition of these global commodity chains only deals with part of the question. It shows that the complete or nearly complete autonomy is impossible, but it is not sufficient to determine what position should be sought in these chains. Consequently, the problem of global repositioning in the commodity chains will be discussed below. This is because of the growing flexibility of global production chains, where international producers can be quickly replaced, or stages of the production process simply eliminated (Gereffi, Humphrey and Sturgeon, 2005). Consequently, it was suggested the term “value chains”, to account for the fact that what is managed are the values produced. However, in this study the concept of global commodity chains will be retained. That is because in addition to the fact that the differences between commodity chains and value chains are more conceptual than empirical, in that the latter seek to be more explicit about the flexibility in global production chains, but as Gereffi, Humphrey and Sturgeon (2005) admit the concept of commodity 48 chain (GCC) will be used here as a reference. This paradigm explores how the chains of global industries are constituted, with special emphasis on the role of the companies who command these global chains. It is, therefore, a paradigm that not only observes the economic relations in the industrial chain at an international level (who produces for whom, what is produced and in which countries or regions), but readily identifies the hierarchical and command elements in these relationships. These elements of hierarchy and command place certain firms in a privileged position with regard to the production and appropriation of surplus along the chain at a global level. Gereffi (1995) identified four dimensions from which the GCCs may be considered: (1) the input-output structure, (2) geographic location, (3) governance structure, (4) institutional context. Without minimizing the importance of the first two dimensions, this study will seek to integrate the third and fourth dimensions, since we intend to discuss the ways in which regulation - understood in its broadest sense, so as to recognize the important role of national health systems - helps to build commodity chains in health products in South America, with forms of governance suitable to the development of links with higher added value. 2 R ep o s i t i oni ng i n G lo ba l C ha i ns It is important to take into account that activities developed in advanced countries (the “center”) are different from those developed in the periphery, even if they are all linked into global commodity chains. The steps of the commodity chains in developed countries, in general, are capital-intensive, involving technology and using skilled and well-paid workers, while the activities in the periphery are generally less capital intensive, involving technologies already widely known and traditional technology and unskilled labor (ChaseDunn, 1998, p. 39). The consequence of this distribution of the different steps in the global commodity chain is that the value added is higher (because they are technologically intensive activities and employ more highly skilled labor) in activities that are concentrated in developed countries than in the activities concentrated in developing countries. On the other hand, also because in dealing with more technologically intensive activities employing skilled labor, the competitive pressure is less for activities that are concentrated in developed countries than in activities in developing countries, simply because leading technology industries are more difficult to reproduce, and thus are limited to developed countries, while more traditional industries - that is, lower technology industries - are spread throughout the globe and experience a more intense competitive pressure. It follows that the profit margins in activities concentrated in developed countries are significantly higher than those obtained in the steps of global commodity chains in the developing countries. This means that the overall surplus provided by international trade is concentrated in developed countries. To overcome this, it is necessary to reposition the country in global commodity chains, focusing on the steps with higher value added. In order to study these chains in the medical hospital and dental products industry (MD), the paradigm Bair (2005) called the global commodity 49 Medica l D e v i c e s ( MD) 1 Definition The European Union, in directive 93/42 EC, dated 14 June 1993, and amended by directives 2000/70/EC of 16 November 2000, 2001/104/EC of December 2001, and directive 2007/47/EC dated 5 September 2007, determined that a medical device means any instrument, appliance, software, material etc., used in isolation or in combination (including the software to be used specifically for diagnosis and/ or therapeutic purposes that are necessary for the use), intended by the manufacturer and to be used in human beings for the purpose of: d iagnosis, prevention, monitoring, treatment or relief from illness; d iagnosis, prevention, monitoring, treatment or compensation for injuries or deficiencies; investigation, replacement or modification of the autonomy or a physiological process: p revention of conception. It also imposes the condition that, in addition, the item may not be able to achieve its principal purpose on or in the human body through pharmacological, immunological or metabolic means but may be assisted in these functions by these means. These products include the respective accessories, that are understood to refer to an article that although it is not medical equipment per se, it is presented by its manufacturer as destined for the specific use with a medical equipment so as to allow that equipment to be used in the manner indicated by the manufacturer. It is not surprising that Brolin (2008, p. 5) has observed that: “(...) medical devices are everything from band-aids to x-ray machines, contact lenses, hip implants, pacemakers, crutches, hospital beds and 50 in-vitro diagnostic devices.” It is, therefore, a sector that is essentially heterogeneous from the point of view of technology, market demand, degree of competition, etc. in every sub-sector of the industry. The diversity of the sub-sectors that make up the sector, notwithstanding, including some sectors with lower technological content and low profit margins, there are various sub-sectors that are knowledge intensive, and bring together different technologies such as microelectronics, precision mechanics and pharmaceutical chemistry (Brolin, 2008, p. 188). In addition there is a unique characteristic of the segment in which the same equipment will frequently combine different technological platforms (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 186). Although the aggregation of different technologies, with sub-sectors including both high and low technology often combined in the same equipment, making the commodity chains extremely complex for each sub-sector, at the same time it opens possibilities for upgrading in terms of added value for domestic industries in peripheral countries. The classification adopted by the ABIMO and reproduced in Pieroni, Reis e Souza (2010, p. 188), divides the sector into six subsectors: way to low technology equipment and instruments, such as hospital beds. I mplants includes or thopedic material (prosthetics and orthotics), cardiac and neurological implants. These are characterized by varied technological content. aterial for medical-hospital consumption; M generally speaking this is the sub-sector with the least technological content: it includes gauze, bandages, syringes, needles, gloves, etc. ental: includes everything from equipment such D as a dentist’s table and chair, x-ray and dental equipment etc., consumables such as amalgams, implants, anesthetics, and equipment like drills, bits, pincers, etc. Laboratory equipment, reagents, material for clinical analyses, etc. adiology and image diagnostics: equipment for R image processing and accessories for x-rays, tomography, and magnetic resonance. edical and hospital equipment: this is possibly the M sub-sector with the greatest variation in products. It includes everything from the highest technology electro medical products, such as cardiac monitors, hemo-dialysis and ultrasound equipment, all the 51 means that the sector is heterogeneous in Brazil not only with respect to the technological base, but also with respect to the size of the companies. Further, according to the same source, these companies are heavily concentrated regionally, with around 75% of the companies concentrated in the state of São Paulo and the Southeast region concentrates approximately 60% of the revenues of the sector. To permit a more immediate visualization of the positioning of the sub-sectors of the MD sector in Brazil’s international trade, a classification system will be used that is somewhat simpler than the one presented before. This classification is described in Figure 1 below, which shows the sub-sectors that make up the MD covered by this study12 . 2 T h e MD Sector i n Bra zi l The sector is controlled by companies whose roots can be found in the United States, Japan, Germany and Great Britain that together held a more than 60% share of the total world market in 200811 (Pieroni, Reis and Souza, 2010, p. 189), as is shown on Table 1. In Brazil, according to ABDI (2008, p. 51), the majority of the companies in the sector are small and medium-sized. Nevertheless, around 70% of the total revenues in the sector are concentrated among the large companies, with a significant share of these being multinational corporations, although the large majority of companies (more than 90%) are based on domestic capital (ABDI, 2008, p. 53). This Table 1 – World Market Share (2008) Country % UNITED STATES 40.7 JAPAN 10.9 GERMANY 5.9 GREAT BRITAIN 4.7 FRANCE 3.7 BRAZIL 1.4 Source: Pieroni, Reis and Souza (2010, p. 189) Figure 1 – Sub-sectors of the MD Sector Studied MEDICAL, HOSPITAL EQUIPMENT (INCLUDING CONSUMABLES) IMPLANTS AND PROSTHESES DENTAL LABORATORY MATERIALS RADIOLOGY AND IMAGE DIAGNOSIS 52 prospects for moving in the direction of positions of higher value in the sector commodity chain (upgrade). Nevertheless, a more precise evaluation consistent with the possibilities of upgrades in the sector in order to form a base for industrial policy will require at prior mapping of the global commodity chains in the MD sector indicating the positions occupied by local industry - and possible South American partners. Without this mapping, the discussion of the possibilities for local industry will remain largely disconnected and occasional without offering expanded prospects for the sector. Even so, because it deals with the sector that involves a wide variety of technological platforms and levels of complexity, any aggregation might appear to be imperfect. Therefore, the idea would be to carry out the analysis at the highest possible level of disaggregation, combined with a mapping of the position of sub-sectors and even companies in the global chain. This detailed mapping of the sub-sectors of the MD industry, however, as well as a survey of global commodity chains, lies outside the scope and objective of this paper. Thus the first factor to be considered, and one that could be taken as an indicator of international competitiveness in the MD industry, is the total exports of the sector 13 . As can be observed on Table 2, there is a high degree of variability in the exports of the sector. In a relatively short period of time (2008-2012), the annual growth rate of aggregate exports ranges from a decline of 10.6% in 2009 to a growth of 15.2% in 2011, returning to a decline of 3.9% in 2012. Variations in the rates of growth of the size suggest a sector that has great difficulty in achieving market shares in a consistent manner. This statement, with regard to the difficulty of the sector in positioning itself competitively in the international market, is reinforced by the difference between the values of exports and imports which can be observed by comparing Tables 2 and 3. Significant variability can also be observed in imports, but unlike what was seen in the case of exports, the rates of growth are always positive. 3 O p p o rt uni t i es a nd P er fo rm a nce of t he MD Sector i n Bra zi l’ s Forei gn Tra de A general and preliminary overview of the placement of the sector internationally is important for the establishment of the basis for future studies that will develop a more detailed survey of the global commodity chains in the MD industry and the position occupied by Brazilian companies. Although the health industry complex in Brazil is operating, in general terms, at a deficit, the consensus in the literature about the sector is that the dental subsector of the MD industry is highly competitive and has significant exports to Germany and the United States (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 205). This suggests a sub-sector that could be strengthened, possibly in the image segment (x-rays), even more so because, after the trade liberalization of the 1990s, imagebased products suffered a shift in their international position with a worsening of the position of Brazilian industry, where the image segment strictly speaking is that in which Brazil has the smaller volume of exports, concentrating mostly in low technology products (Pieroni, Reis e Souza, 2010, p. 205). Other possible areas for development identified in the literature are: Laboratory: smaller sized equipment for diagnoses, manufacturing and reagents with higher value added and rapid testing (Landim et al., 2013, pp. 190-1); adiology and image diagnostics: devices with a R lower unit value, such as ultrasound equipment (Landim et al. , 2013, p. 196) and software for image interpretation (pp. 197-8). Implants: new materials with incorporation of biotechnology (Landim et al., 2013, p. 201). It should also be pointed out in passing that the various products with high technological content demand software not only for the interpretation of information but also for the transmission of information and management control, and can offer interesting 53 Table 2 – Total Exports of the MD Sector year US$ million Percent Change 2008 255.4 _ 2009 228.3 -10.6% 2010 261.7 14.6% 2011 301.5 15.2% 2012 289.7 -3.9% Source: ALICEWEB/ MDIC Table 3 - Total Imports of the MD Sector year US$ million Percent Change 2008 1,877.80 _ 2009 1,888.30 0.6% 2010 2,518.40 33.4% 2011 2,738.10 8.7% 2012 2,866.20 4.7% Source: ALICEWEB/ MDIC While exports barely exceed US$300 million, imports remain at a level that is significantly higher and growing, increasing from US$1,877.8 million in 2008 to US$2,866.2 million in 2012. It is not surprising, therefore, that the deficit in the trade balance is growing as shown in Figure 2, where the trade deficit of US$2.5 billion in 2012 contrasts with the trade deficit of US$1.6 billion in 2008. The trend of a growing trade deficit holds consequences that go beyond the question of equilibrium in the balance of trade and the foreign exchange problems that result. The growing deficit in the MD sector has an impact on Brazil’s public health policy, not only because it subjects the costs of these policies to variations in the exchange rate, but mainly because it impacts the availability of equipment and the structure of the policy itself, which is constrained by international supply. 54 Figure 2 – Trade Balance of the MD Sector (US$ million) -1,000 -1,200 -1,400 -1,600 2008 2009 -1,800 -2,000 -2,200 2010 -2,400 2011 -2,600 2012 -2,800 Source: ALICEWEB/ MDIC The same thing can be said about the dental sub-sector, which appears in third place on the list of exports of the sector. Curiously, despite being indicated in the literature as the internationally most competitive sub-sector in the MD industry, the dental sub-sector appears in third place in terms of the value exported, and shows significant oscillation. Finally, come the sub-sectors of material for laboratories and radiology and image diagnosis with very low (less than US$ 20 million) and fluctuating levels of exports. If the sector is disaggregated by sub-sector, a great variation in exports in terms of both value and trends emerges (Figure 3). In the first place it shows that exports of implants and prosthetics not only have the highest export values in the sector, but also clearly show a tendency for growth (the reduction in the rate of growth 2012, notwithstanding). In second place are medical-hospital products , which show a significant oscillation in the behavior of exports, which makes the identification of a trend difficult. Figure 3 - Exports by MD Sub-sector (US$ millions) 160 Implants and prostheses 140 Medical Hospital devices 120 Dental 100 Radiology and Image diagnosis Laboratory 80 60 40 20 0 2008 2009 2010 2011 Source: ALICEWEB/ MDIC 55 2012 when disaggregating MD exports from Brazil by their destination countries in South America, the picture is less clear, as can be seen in Figure 4. In effect, the two main destinations for Brazilian exports, Venezuela and Argentina, show notable decline in the amounts imported from Brazil in 2012. Colombia, and in a somewhat oscillating fashion, Chile, show an increasing tendency to import Brazilian products from the MD sector. Considering imports, Figure 6 shows that they are concentrated in the EU and the United States. As we have seen above, these regions are important destinations for Brazilian MD exports. This coincidence suggests, therefore, the possibility of intra-firm trade among multinational corporations. The confirmation of this hypothesis, however, will require more detailed studies. Figure 4 shows the performance of Brazil’s exports from the MD sector by destination. The European Union (EU) appears in first place with amounts of more than US$60 million. Then comes South America, not including Mercosur 14, which in 2011 closely rivaled the EU as the main destination for Brazilian exports of MD. The rapid growth of exports to the United States, practically equaling exports to South America not including Mercosur in 2012 is also worth noting. Appearing in fourth place, and showing more erratic behavior, are the exports to Mercosur. Last, with a very small, but since 2010, a rapidly growing volume of exports, comes Japan. Based on these numbers we can infer that there are excellent prospects for Brazilian exports in the MD industry to South America, particularly to Mercosur, when aggregate exports are considered. However, Figure 4 - Total Exports of the MD Sector by Destination (US$ million) 80 European Union 70 South America (except Mercosur) 60 United States Mercosur 50 Japan 40 30 20 10 0 2008 2009 2010 2011 Source: ALICEWEB/ MDIC 56 2012 Figure 5 - Total Exports of the MD Sector by Main Destinations in South America (US$ million) 25 Venezuela Argentina Colombia 20 Chile Peru Ecuador 15 Paraguay Bolivia Uruguay 10 5 0 2008 2009 2010 2011 2012 Source: ALICEWEB/ MDIC Figure 6 - Total Imports of the MD Sector by Main Origin (US$ million) 1200 European Union United States 1000 Japan 800 600 400 200 0 2008 2009 2010 2011 Source: ALICEWEB/ MDIC 57 2012 Disaggregating imports by sub-sector as shown in Figure 7, the leading sub-sector is medicalhospital products with a growth trend and implants and prosthetics , with an accelerated growth trend. Imports in the sub-sectors products for laboratories and products for radiology and image diagnosis appear to show a declining dynamism beginning in 2010. It should be emphasized that notwithstanding their extremely low value, imports in the dental sub-sector are growing at a more or less consistent rate over the period, which could indicate a loss of competitiveness as at the same time a loss of dynamism was observed with regard to exports from this sub-sector (Figure 2). The behavior of the dental sub-sector is reflected in the decline in the trade balance of the only subsector that had a positive balance, as can be seen in Figure 8, with this balance approaching zero. On the other hand, the trade deficit has been growing rapidly in the sub-sector implants and prosthetics , to the point where it supplants the deficit in the radiology and image diagnostics sub-sector and in the products for laboratories subsetor. The highest deficit, however, is still in the medical-hospital equipment sub-sector. Figure 7 – Imports by MD Sub-sectors (US$ million) 100 Medical Hospital devices 900 Implants and prostheses Dental 800 Radiology and Image diagnosis 700 Laboratory Equipment 600 500 400 300 200 100 0 2008 2009 2010 2011 Source: ALICEWEB/ MDIC 58 2012 Figure 8 – Trade Balance by MD Sub-sectors (US$ million) 100 Dental 0 Implants and prostheses -100 Radiology and Image diagnosis -200 Laboratory Medical Hospital devices -300 -400 -500 -600 -700 -800 -900 -1000 2008 2009 2010 2011 Source: ALICEWEB/ MDIC 59 2012 Reg ul ati o n a nd R eg u l ato ry Con ve rge nc e i n the MD I n du s t ry 1 B asic elemen ts in th e regu lation of MD Against the general overview of the MD sector in Brazil and, taking into account the characteristics of the global health industry and the objectives of Brazil’s industrial policy for the health complex, we now need to explore the regulatory policy for the sector, keeping in mind its importance for the insertion of Brazil at higher levels in the global value chain of the sector. This section, therefore, will briefly discuss the basic elements of MD regulation. As the World Health Organization (WHO) publication “Medical Device Regulations: Global Overview and Guiding Principles (WHO, 2003) explains, it is necessary to recognize beforehand that there are no guarantees for the complete safety of a medical device product. The regulation of a product is a process of risk management, in which the rigor of the regulation is proportional to the harm that the product might cause. In this evaluation we consider: the degree to which the equipment is invasive, the duration of the contact with the equipment, the systems of the body that are affected and whether the effects are local or systemic (WHO, 2003, pp. 3-4); with the goal of maximizing the benefits and minimizing the risks of the product. The manufacturers use risk management in production as well: ISO 14971:2000, later revised to ISO 14971:2007 specifies a process that producers might use to identify problems and the possible harmful effects of the products, as well as ways to estimate, assess and control the risks and monitor the effectiveness of the controls used. The producer has to demonstrate that all possible risks associated with the equipment were considered and that appropriate measures had been adopted. Accredited certification 60 appropriate properties can severely affect patient safety and the performance of the equipment. In the manufacturing stage, poor management quality of the production process can adversely affect a product that has been properly designed. The stage at which the product is packaged is critical to ensure that the product does not undergo changes during transportation to the place where it will be used, which would interfere with its use. Correct labeling, in turn, ensures that the necessary information for safe and maximum performance of the product is transmitted to the user. agencies have an important role to play in this task, not only as a third party assisting companies in obtaining registration with the government agencies in the area, but also in tailoring the product to regulations in international markets. This is not an easy task considering that all stages in the life cycle of a medical device, described in Figure 9 15 , may involve risk. In the design and development stages, the application of scientific principles to the product must be appropriate. For example, a radiotherapy device must deliver radiation with certain properties. Variations in relation to the Source: WHO (2003, p. 5) 61 DISPOSAL USE SALES ADVERTISING PACK AGING AND L ABELING MANUFACTURING CONCEPTION AND DEVELOPMENT figure 9 – The Life Cycle of a Medical Device Advertising must ensure that the product does not create false expectations about its performance. The sales step, if executed properly, ensures that the right products reach the patients that need them. The use stage is very important because the product must be handled correctly, keeping the product from being used for purposes other than those for which it was intended or from being reused, which carries risks and/or performance problems, or even inappropriate maintenance or adjustment etc.. Finally, there is the question of disposal. This question has been gradually increasing in importance, not only because inappropriate waste disposal of equipment can be harmful to human health (dispose of used syringes would be a trivial example), but also the risks that careless disposal can cause to the environment, such as the disposal of the batteries and/or equipment. The increasingly strict environmental laws in different countries have made the issue of disposal a possible barrier to trade medical devices. 2 C ompetition versu s Regu latory Con vergen ce There is an extensive literature on the issue of competition and regulatory cooperation (convergence). It began most significantly in the 1990s, due to the global economic integration. Trachtam (1993, p. 1-2) illustrates very well the concerns that have marked the debate on regulatory cooperation between countries since the beginning, even from a particular viewpoint (United States). He argues that there would have been a change in the debate in the United States regarding the level of regulation, from the simple opposition “regulation versus deregulation” to a discussion of the fact that “the appropriate quantity and type of regulation can no longer be determined without casting a wary eye at the quantity and type of regulation imposed by competing states”, because of the competitive pressure from companies outside the United States. Thus, the discussion of regulatory cooperation (convergence) has been, from the beginning, marked by its antithesis, the regulatory competition, understood to be the use of the framework of institutional rules of economic regulation to favor the companies in a given country. From there, the debate took varying shades of meaning, such as in Sykes (2000, p. 257) for example, where he argues that the issue is not one of regulatory competition versus cooperation, but rather of how much regulators from different jurisdictions should cooperate. The question is not whether to reject regulatory cooperation, but a definition of to what extent and where to cooperate. Radaelli (2004) questions the simplistic assumptions of many conventional models of regulatory competition, such as the assumption that regulatory competition would result from arbitration proceedings in relation to the possible gains inherent in different regulatory systems. When it comes to the relationship between economic regulation and international trade, conventional 62 economic literature has focused on the conflict between regulation and trade, and how these conflicts can be overcome, in order to avoid the case where regulation sets up non-tariff barriers to integration or trade liberalization policies. Thus, for example, Hoekman, Mattoo and Sapir (2007) discuss the question of greater access by local vested interests to the regulatory agencies in each country as a possible source of barriers to advantageous trade policies. There is indeed a clear trend in mainstream economics to relegate this problem to a position of secondary importance or, at best, to try to determine the optimal level of domestic regulation for the maximization of welfare gains in the context of trade liberalization, as in Stephen (1999). On the opposite side, Vogel (1995) argues that more regulation is better than less. According to him there is a trade-off between trade liberalization in goods and services, and the occasional gains in economic terms that result, and environmental and health risks that the increased trade flows might cause. He points to countless cases where free trade agreements have resulted in harmful effects to the environment and consumers, making the experience of trade liberalization, in certain situations, true zerosum games. In fact, a direct political consequence of these risks was, according to these examples, the fact that free trade agreements have caused a concomitant expansion of the role of consumer and environmental associations in the United States, Germany and Denmark, that began to push for greater guarantees (regulation) to protect consumer health and the environment. As we have seen, this study takes a different theoretical perspective, which seeks to reposition the issue of economic development to the center of the debate on trade policy versus national regulatory systems, highlighting the issue of industrial modernization in the countries of South America, particularly Brazil. From this perspective, therefore, regulatory convergence will be discussed from the point of view of the development of the MD sector. 3 MD and Regulatory Convergence According to WHO (2003), national regulations for health products will always place patient safety at the center of their concerns. However, WHO recognizes that there is no model that will fit the needs of all countries. On the other hand, WHO suggests that governments should join the growing movement towards harmonization of regulatory systems, since the proliferation of different national systems would increase costs, inhibit access to technologies and could unintentionally jeopardize the safety of patients. In other words, recognizing the unique conditions of each country, suggests that national regulatory policies need to be compatible, but not identical, and not competitive among countries. These recommendations increase in importance when we look at the question of trade regulation, which may even affect business strategies and investment decisions, and may occur through the ongoing negotiations of the Transpacific Partnership (Trans-Pacific Partnership Agreement - TPP) 16 , the Alliance for the Pacific 17 and the Transatlantic Agreement (Transatlantic Trade and Investment Partnership - TTIP) 18 . Discussing the TPP, Faunce and Townsend (2011, p. 84) point out that despite the emphasis on the issue of drugs, other regulatory standards are also important, such as those dealing with toxic or carcinogenic substances, the treatment and disposal of waste and water control. Moreover, in the same study, the authors point out that care should be taken in designing the rules that allow investors to challenge governments on what they consider to be violations of rights under trade agreements (investorstate dispute settlement). 63 the MD sector, however, faces some serious challenges in the current Brazilian scenario, among which are: a) The MD sector often incorporates different technological platforms in the same product. A diagnostic imaging device, for example, combines hardware and software. Thus, the implementation of an industrial policy for upgrading the sector requires articulating companies in different sectors. To do so an industrial development strategy has to say how this connection will be made, and in particular which public agencies would be involved as well as their mode of action/cooperation. 4 R eg u l atory Convergence a n d t h e Develop m ent o f t h e MD sector Turning specifically to the Brazilian case and the MD sector, besides the motivations described by the WHO (2003), there are issues that transcend the “competition versus regulatory convergence” dichotomy and make the picture more complex. This is because the position that the Brazilian industry occupies in the international MD commodity chain requires greater care in the analysis and the suggestion of policy options. An example of the need to overcome the competition versus regulatory convergence dichotomy on behalf of an approach that recognizes the complexity of the analysis of MD regulation over the life cycle of the product (discussed in Chapter 3 of this section) is called “environtronics”, that is the need to adapt electronics to environmental standards, specifically with regard to the disposal of materials, and can significantly affect MD exports containing electronics, particularly for the developed countries, which, as we have seen, are the main markets for Brazilian products. The issue of “environtronics” clearly indicates that the starting point should not be competition or convergence per se in the abstract, but rather how b) The degree to which companies are competitive in the MD sector often depends on the availability of integrated solutions that reduce costs derived from the combination of devices with different technology standards. Large multinational companies, which are generally diversified and have accumulated skills in different areas, are therefore in a better position in international competition, limiting the potential growth of local companies in developing countries, even in favored niche markets and with proper regulation. A strategy of industrial development in the sector has to take this into consideration and identify opportunities for upgrading in global chains, instead of trying to reproduce the skills of multinational companies (core competencies), which consume large amounts of resources and have little chance of success, given the long process of learning by doing demanded by these core competencies. the definition of MD standards can help in adapting Brazilian companies to export markets, particularly in the more developed countries. That is because increasing export capacity can be achieved only by aiming for the most demanding standards in terms of quality; those that require greater technological competence by firms producing for export under a more elaborate and complex set of regulations used in those markets. Put another way, the regulation should be the result of a strategy of upgrading in the commodity chain, and not be treated as an autonomous element based on the universal principle of convergence or competition, separate from industrial policy for sector development. The normal function of an industrial policy for upgrading c) T here are often important intangible assets in the industry, associated with trademarks and reputation. Thus a set of regulations that encourages the upgrading of production technology employed by companies is not sufficient. The companies must create visible brand names and positive reputations. This sets a challenge that transcends the classical instruments of industrial policy, 64 strongly concentrated on incentives and subsidies. The partnership between the Brazilian Agency for Export Promotion and Investment (Apex-Brazil) and ABIMO, where the brand Brazilian Health Devices brings together the export industries in the sector and represents them internationally would be an example. Between 2002 and 2012 this partnership has resulted in an increase of 260% in exports by the sector.19 In addition to the challenges identified before, it is important to highlight the need for a comprehensive policy for the development of the sector, involving not only the regulatory agencies that affect them directly, but also other agents that are critical in supporting the activities of regulators, such as the certification agencies described in section 1 of this paper. The role of certification agencies has been represented, both by regulatory agencies and entrepreneurs as having great importance, but there is currently an insufficient number of accredited certification agencies to meet the demand for product certification. A comprehensive policy, therefore, should consider the issue of regulatory convergence from a strategic point of view, and strategy here is understood as the articulation and positioning in global markets. Despite the importance previously noted of some South American markets, particularly Venezuela, Colombia and Bolivia, the most important markets for Brazilian exports are the United States and the European Union, quite possibly due to the intra-firm trade, because of the importance of multinational companies in the sector. This poses a clear challenge in formulating a strategy for an industrial upgrade in the MD sector: regulatory convergence should be more global than regional in nature, i.e., a trade strategy for the negotiation of regulatory standards should take into account the various markets involved that are of interest to Brazil’s industry. Similarly, convergence should not be seen as the harmonization or unification/standardization of rules and procedures, since there are specific characteristics in each market. Also, even if the more developed markets are taken as parameters for regulatory convergence, it is clear that there are substantive differences among the regulations of the United States, Europe and Japan, because of these specific characteristics. These concerns are well founded, since Brazil through Anvisa - has participated in an international forum for regulators of health products, the International Medical Device Regulators Forum - IMDRF. The IMDRF includes regulatory agencies from the United States, d) The regulations have to strike a balance between excessive in the rules that could constrain the development of new capabilities in an extremely dynamic industry, and excessively flexible and permissive regulations with respect to low quality markets and international competitors, when viewed from the perspective of Brazilian imports. e) Given the goal of upgrading, industrial policy should favor the incorporation of new technologies in order to foster the development of local businesses. It is not just about favoring domestic companies with protection and incentives, as policies in the past have done. It is about encouraging innovative domestic companies, if possible companies working with leading-edge technology in its areas of activity, and that are oriented to international competition. In specific cases, this may involve the negotiation of alliances with big multinational companies. This negotiation, however, requires a clear strategy of technological upgrading for companies in the sector, in order to maximize the benefits of technological transfer. Without a well-defined strategy, identifying domestic companies as possible partners for large multinational companies becomes very difficult. f) T he SUS policy of margins of preference is still focused more on drugs than on MD products. However, it also needs a clear strategy for technological upgrading for companies in the sector, which does not exist as yet. 65 the European Union, Japan, Brazil, China, Australia, Canada, and the World Health Organization (WHO) as an observer and official regulatory agencies from Mexico and Russia as invited observers. The IMDRF deals with the essential points to the future of competitiveness of the international MD industry, such as preparing an outline for the implementation of a single identification system for devices. Unique identification, in addition to functioning as an international tracking system, creates a record of safety and efficacy of the product, along with a list of recognized standards. The IMDRF also has a forum for interested parties, (the Stakeholder Forum), that includes industry representatives, physicians and academics in addition to regulators. Brazil’s participation in this international forum gives real meaning and urgency to the formulation of a positioning strategy in global MD commodity chains industry including both the technological upgrade and international competitiveness of the Brazilian industry. 66 C o n c lu sio ns Given the outlook for the MD sector particularly in light of the regulatory discussion presented so far, it is clear that the development of a strategy for articulating and positioning the sector in global markets requires a prior mapping of global chains of goods in the MD sector. Only then would it be possible to devise a broad strategy for technological development in the industry identifying the challenges and opportunities that might exist. But first it is necessary to overcome the almost exclusive emphasis on drugs, although being dictated by public health needs that has characterized public intervention in the health complex. Not that the public health needs should not be part of a policy for the MD sector, quite the contrary. It is an important dimension, but it needs to be combined with a strategy to promote long-term technological development in the MD industry as well. Without this coordinated approach, the effectiveness of health policy is limited and temporary at best, not only because the MD sector – along with medication - is part of therapy, but also - and perhaps primarily - because the most dynamic sub-sectors of the MD sector are in a permanent process of innovation and transformation, causing a permanent process of expansion of the technological frontier. As long as the center of dynamism in MD technology remains located abroad, health policy will have a very limited role to play, with delayed reactions to technological changes. Similarly, this broad strategy, drawn from a mapping of global production chains, requires more dialogue between companies and public officials in the sector, not only to eliminate bureaucratic obstacles, to deal with the lack of knowledge of private sector agents about the necessary procedures and to streamline administrative processes, but primarily to explain to the domestic MD companies what the national policy guidelines for the sector are and establish effective partnerships with private stakeholders. As demonstrated by Peter Evans in his book Autonomia e Parceria 20 (Evans, 2004), the establishment of cooperative relations with the private sector through exchange of information and feedback on the implementation of policies is critical to the success of industrial transformation initiatives, as was the case with countries like South Korea and Taiwan, illustrated in Evans (2004). This partnership is still far from being a reality in Brazil, as illustrated by the contrasting assessments by companies in the industry and Anvisa itself on the performance of Anvisa in technologically upgrading the MD sector. 67 An n ex – P ro d u c ts f r o m MD Fore i gn T ra d e S tat ist i c s LABORATORY PRODUCTS 902720 Chromatography and electrophoresis 902730 Spectrum meters, spectrophotometers and spectrographs using optical radiations (UV, visible, IR) 902750 Other instruments and devices for physical or chemical analysis using optical radiations (ultraviolet, visible, infrared) 902780 Other instruments and apparatus for physical or chemical analyzes, tests for porosity viscosity, surface tension or the like, or for measuring heat, sound or photometric (including indicators of exposure time) 902790 Microtomes, parts and polarography accessories, spectrometers, spectrographs and other instruments and devices for physical or chemical analysis RADIOLOGY AND DIAGNOSTIC IMAGING 901812 Diagnostic device by ultrasonic scanning (scanner) 901813 Diagnostic device by magnetic resonance imaging 901814 Scintigraphy devices 902212 Computer tomography devices 902214 Devices based on the use of X-ray method for use by physicians, surgical or veterinarians 21 902219 X-ray machines, radiography or radiotherapy for other uses 902221 Alpha, beta or gamma radiation devices for medical, surgical, dental or veterinary use. 902229 Alpha, beta or gamma radiation devices for other uses 902230 X-ray tubes 902290 Other X-ray generators, control desks, visualization screens and parts and accessories 68 HOSPITAL-MEDICAL PRODUCTS 841920 Sterilizers for physician, surgical or laboratory use 842119 Other centrifuges 901110 Stereoscopic microscopes 901120 Other optical microscopes, for photomicrography, cinephotomicrography or micro-projection 901180 Other optical microscopes 901190 Parts and accessories for optical microscopes 901811 Electrocardiograph machines 901819 Other electro-diagnostic devices 901820 Ultraviolet or infrared machines, for physician, surgical, dental or veterinary use 901850 Other instruments and devices for ophthalmology 901890 Other instruments and devices for medical, surgical or veterinary use 901910 Mechanical-therapy devices, massage or psychotherapy 901920 Ozone therapy, oxygen therapy, aerosol therapy and other respiratory therapy 902000 Other respiratory apparatus and gas masks, excluding protective devices devoid of mechanical parts nor replaceable filters 940290 Other equipment for medical, surgical, dental or veterinary use 69 IMPLANTS AND REHABILITATION 902110 Articles and orthopedic equipment for fractures, including parts and accessories 902121 Artificial teeth 902129 Other articles and equipment for Dental prosthesis 902131 Prostheses joint 902139 Heart valves, intraocular lenses and other items and prosthetic appliances, including parts and accessories 902140 Apparatus for facilitating hearing for the deaf, excluding parts and accessories 902150 Cardiac pacemakers, excluding parts and accessories 902190 Other equipment transported by hand or on people or implanted in the body to compensate for deficiencies DENTAL PRODUCTS 901841 Dental drilling appliances, even those combined with other dental equipment 901849 Other instruments and appliances used in dental treatment 902213 Devices based on the use of X-rays for use dental 940210 Dentist chairs for offices and similar chairs and parts thereof 70 References ABDI [Brazilian Agency for Industrial Development]. Panorama Setorial: Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos. [Industry Overview: Hospital, Medical and Dental Devices]. Brasília: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 2008. Série Cadernos da Indústria ABDI, vol. VII. Available at: http://www.abdi.com.br/Estudo/volume%207.pdf Accessed on August 23, 2013 International Trade]. Plano Brasil Maior [The Greater Brazil Plan]. Available at: http://www.brasilmaior.mdic.gov.br/. Accessed on August 23, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde [Brazilian Ministry of Health]. Sistema Único de Saúde (SUS) [Unified Health System]. Available at: http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/atendimento. Accessed on August 23, 2013. ABIMO [Brazilian Medical Devices Manufactures Association]. Dados Econômicos. [Economic Statistics]. Available at: http://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=dados-economicos. Accessed on August 25, 2013. _______. Ministério da Saúde [Brazilian Ministry of Health]. Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde [The Executive Group of the Health Industry Complex]. Available at: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/ visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Accessed on August 23, 2013. _______. PSI Brazilian Health Devices. Available at: http://www. abimo.org.br/modules/content/content.php?page=apex-brasil. Accessed on August 25, 2013. BROLIN, Sandra. Global Regulatory Requirements for Medical Devices. PhD Thesis, Mälardalen University, 2008. BAIR, J. From Commodity Chains to Value Chains and Back Again? Mimeo, Yale University Department of Sociology, 2005. CHASE-DUNN, Christopher. Global Formation: Structures of the World-Economy. Maryland, Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 2nd ed., 1998. BAIR, Jennifer; GEREFFI, Gary. Local Clusters in Global Chains: The causes and consequences of export dynamism in Torreon’s blue jeans industry. World Development, v. 29, n. 11, p. 18851903, 2001. CUNHA, Adriana Marques da. (coord.). Relatório de Acompanhamento Setorial (Volume IV): Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos [Sector Report: Medical, Hospital and Dental Devices]. Projeto: Boletim de Conjuntura Industrial, Acompanhamento Setorial e Panorama da Indústria. Campinas/ SP: ABDI e NEIT/IE/UNICAMP, February 2009. BARAN, Paul A.; SWEEZY, Paul M. Monopoly Capitalism. New York: Monthly Review Press, 1966. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). [Brazilian Institute of Geography and Statistics] Estimativas de População [Population Estimates]. Available at: http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/estimativa_ dou.shtm. Accessed on September 18, 2013. EVANS, Peter. Autonomia e Parceria: Estados e transformação industrial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2004. FAUNCE, Thomas A.; TOWNSEND, Ruth. The Trans-Pacific Partnership Agreement: Challenges for Australian Health and Medicine Policies. Medical Journal of Australia, vol. 194 no. 2, p. 83-86, 2011. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Brazilian Ministry of Development, Industry and International Trade]. AliceWeb (Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior) [System of Analysis of International Trade Information]. Available at: http://aliceweb2.mdic.gov.br/ GADELHA, C. A. G. O Complexo Industrial da Saúde e a Necessidade de um Enfoque Dinâmico na Economia da Saúde. [The Health Complex Industry and the Need for a Dynamic Approach for Health Economy] Ciência e Saúde Coletiva, vol. 8, no. 2, p. 521-35, 2003. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Brazilian Ministry of Development, Industry and International Trade]. Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) [Productive Development Policy]. Available at: http://www.pdp.gov.br/. Accessed on August 23, 2013. GEREFFI, Gary. The global economy: organization, governance, and development. In SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (Eds.). The handbook of economic sociology. Princeton: Princeton University Press, 2005. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Brazilian Ministry of Development, Industry and 71 _______. International trade and industrial upgrading in the apparel commodity chain. Journal of international economics, v. 48, n. 1, p. 37-70, 1999. TRACHTMAN, Joel P. International Regulatory Competition, Externalization, and Jurisdiction. 34 Harvard International Law Journal, 47, 1993. _______. Global production systems and third world development. In STALLINGS, Barbara (Ed.). Global Change, Regional Response: The new international context of development. New York: Cambridge University Press, 1995. UNASUL. [Union of South American Nations] Instituto Sulamericano de Governo em Saúde (ISAGS). [South American Health Government Association] Available at: http://www. isags-unasursalud.org/Default.asp?lang=1. Accessed on August 23, 2013. _______; HUMPHREY, John; STURGEON, Timothy. The Governance of Global Value Chains. Review of International Political Economy, v. 12, n. 1, p. 78-104, 2005. VOGEL, David. Trading up: Consumer and environmental regulation in a global economy. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1995. _______; KORZENIEWICZ, Miguel (Ed.). Commodity chains and global capitalism. Westport, Connecticut: Greenwood Publishing, 1994. WHO. Medical Device Regulations: Global overview and guiding principles. Geneva: World Health Organization, 2003. Available at: http://www.who.int/medical_devices/publications/ en/MD_Regulations.pdf _______ et al. Introduction: Globalization, Value Chains and Development. IDS bulletin, v. 32, n. 3, p. 1-8, 2001. HOEKMAN, Bernard; MATTOO, Aaditya; SAPIR, Andre. The Political Economy of Services Trade Liberalization: A Case for International Regulatory Cooperation? Oxford Review of Economic Policy, v. 23, n. 3, 2007, p. 367–391. LANDIM, André; GOMES, Renata; PIMENTEL, Vitor; REIS, Carla; PIERONI, João Paulo. Equipamentos e Tecnologias Para Saúde: Oportunidades para uma inserção competitiva da indústria brasileira. [Devices and Technology for the Health Sector: Opportunities for a Competitive Insertion of Brazilian Industry]. BNDES Setorial, vol. 37, 2013, p. 173-226. LINEHAN, John H.; PATÉ-CORNELL, M. Elisabeth; YOCK, Paul G.; PIETZSCH, Jan B.; SHLUZAS, Lauren A. Study on Medical Device Development Models, Final Report. Palo Alto, CA: Stanford University, 2007. MALDONADO, José; GADELHA, Carlos Augusto Grabois; COSTA, Laís Silveira; VARGAS, Marco. A Dinâmica Inovativa do Subsistema de Base Mecânica, Eletrônica e de Materiais. [The Innovative Dynamic of the Mechanical, Electronic, and Materials Base Subsystem]. Revista de Saúde Pública, vol. 46 (supl.), 2012, p. 29-36. PIERONI, João Paulo; REIS, Carla; SOUZA, José Oswaldo Barros de. A Indústria de Equipamentos e Materiais Médicos, Hospitalares e Odontológicos: Uma proposta de atuação do BNDES [The Medical Devices Industry: a proposal for BNDES]. BNDES Setorial, vol. 31, 2010, pp. 185-226. RADAELLI, Claudio M. The Puzzle of Regulatory Competition. Journal of Public Policy, v. 24, n. 01, p. 1-23, 2004. STEPHAN, Paul. Regulatory Cooperation and Competition - The Search for Virtue. University of Virginia Law School, Legal Studies Working Paper, n. 99-12, 1999. SYKES, Alan O. Regulatory Competition or Regulatory Harmonization? A silly question? Journal of International Economic Law, v. 3, n. 2, p. 257-264, 2000. 72 NOTES 1 F or information, please see site of the Ministry of Health, http://www.brasil.gov.br/saude/2009/12/sus. Accessed on September 24, 2013. 2 ata available on the site of the Instituto Brasileiro de D Geografia e Estatística (IBGE), http://www.ibge.gov.br/ home/estatistica/populacao/estimativa2013/estimativa_ dou.shtm. Accessed on September 18, 2013. 3 T he objective of the PDP is to promote the long term competitive ability of the Brazilian economy based on a better integration of the instruments of the policies in force, simultaneously promoting the coordination of activities of Government agencies and an increased articulation with the private sector. For more information please see: http://www.pdp.gov.br/ 4 9 I nformation available on the site of the Ministry of Health, http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/ visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Accessed on September 08, 2013. 5 P ara saber mais acesse http://www.brasilmaior.mdic. gov.br. 6 ata available on the website of Abimo: http:// D www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=dadoseconomicos. Accessed on August 25, 2013. 7 F or more information please see http://www.isagsunasursalud.org/Default.asp?lang=1 8 T he MD industry “can be subdivided into the following sub-sectors, according to the type/use of the product: implants, prostheses and rehabilitation devices; radiology and image diagnosis; dental; medical and hospital devices; and laboratory equipment, which may also include materials for consumption in hospitals, according to the classification by the industry association Brazilian Medical Devices (ABIMO) used by various studies of the industry (Cunha, 2009). This study will use the term “medical-hospital-dental devices” and/or “MD”, for the purposes of simplification. 73 T he surplus from society can be defined simply as the difference between the value of output and the costs incurred to obtain this output: See Baran & Sweezy (1966, p. 76). It follows that the global surplus of an industry is the sum of all the surpluses produced by the industry in question in each country. A more favorable share in the production of global surplus demands a position of the local industry in the stages of production where there is higher value added. 10 B air e Gereffi (2001); Gereffi (2005, 1999, 1995); Gereffi, Humphrey e Sturgeon (2005); Gereffi et al. (2001) e Gereffi e Korzeniewicz (1994). 11 A lthough there are no more recent data available, there is no indication that the shares have changed significantly in recent times. 12 T here is no generally accepted convention to define which products should be considered as part of the MHDE industry. Thus the selection of products always involves arbitrary decisions by the researcher. The reader will find the products used in the construction of the statistics in this study in the Annex. 13 I n all of the tables that follow, we have chosen to use only official statistics, despite occasional limitations, as a way of assuring the credibility of the analysis. 14 M embers of MERCOSUL were considered to be only the founding members: Brazil, Argentina, Uruguay and Paraguay – which does not include Venezuela. 15 A lthough Figure 9, which was taken from the WHO (2003), shows stages in the life cycle of a product in the MD sector, it does not reflect the true complexity of the innovation process and production of MD. Nevertheless, it meets the objective of this sub-section, which is to provide the reader with a simplified view of this cycle. For an example of how the complexity is greater than the simplified version used here, we suggest consulting Linehan et al. (2007). 16 TPP is a proposed free trade agreement under negotiation by United States, Australia, New Zealand, Canada, Mexico, Chile, Singapore, Vietnam, Malaysia, Brunei and Peru. 17 Trade Agreement under negotiation by Mexico, Colombia, Chile and Peru. 18 Trade agreement under negotiation between the European Union and the United States. 19 http://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=apex-brasil Accessed on September 16, 2013. 20 This book was originally published by Princeton University Press in 1995 with the title “Embedded Autonomy: States and Industrial Transformation”. 21 For a few items, unfortunately it was not possible to separate medical from veterinary devices. 74 L I S T OF S YMB OLS , ACRONYM S & A B B REV I AT I ONS ABDI The Brazilian Agency for Industrial Development ABIMO B razilian Medical Devices Manufactures Association Brazilian Health Devices Anvisa Brazilian Health Surveillance Agency Apex-Brasil B razilian Agency for Export Promotion and Investment BNDES The National Economic and Social Development Bank CIS Health Industry Complex EU European Union Finep Financing Agency for Studies and Projects Fiocruz Oswaldo Cruz Foundation GDP Gross Domestic Product GECIS Executive Group of the Health Industry Complex GVC Global Commodity Chain IBGE Brazilian Institute of Geography and Statistics IMDRF International Medical Device Regulators Forum Inmetro National Institute for Metrology, Quality and Technology INPI National Institute of Industrial Property ISAGS South American Health Government Association MCT Ministry of Science and Technology MD Medical Devices MDIC Ministry of Development, Industry and Foreign Trade MF Ministry of Finance MPOG Ministry of Planning, Budgeting and Management MRE Ministry of External Relations MS Ministry of Health PDP Productive Development Policy R&D Research & Development SUS Unified Health System TPP Trans-Pacific Partnership Agreement TTIP Transatlantic Trade and Investment Partnership UNASUR Union of South American Nations WHO World Health Organization 75 CEBRI – BRAZILIAN CENTER FOR INTERNATIONAL RELATIONS CEBRI is a think tank that aims at developing knowledge and promoting debate on topics of international relations, offering subsidies to the definition of public policy. It also seeks to foster dialogue between different players from both the public and private realms, aiming at a better understanding of the international agenda as well as Brazil’s role in the global scenario. Recognized by the Brazilian Ministry of Justice as a nonprofit entity that develops activities of general interest to society, CEBRI was awarded the status of Civil Society Organization of Public Interest (OSCIP). The Center develops projects that result in studies, policy papers and reports, besides a number of periodical publications and multimedia content that are regularly produced. CEBRI also organizes lectures, workshops, conferences, seminars, round tables, task forces and study groups. JOIN CEBRI CEBRI offers individuals and legal entities the possibility to be associates by annual contribution. The financial support allows CEBRI to fulfill its mission to foster knowledge, promote debates and produce content. The multidisciplinary character of the Center and its strong presence in both conventional and social media attract an increasing and diverse audience and confers great visibility to its members. Because of CEBRI’s Civil Society Organization of Public Interest status, its supporters may benefit from income tax deduction as described in Law no. 9.790/99. CEBRI´s members enjoy the following benefits: G uaranteed seats in public events A ccess to private events S uggestion of themes for studies S uggestion of themes for projects and research For further information on membership, contact us at +55 21 2206-4444 or [email protected]. 76 Board of Trustees Honorary Chairman Fernando Henrique Cardoso Chairman Luiz Augusto de Castro Neves Vice-Chairman Tomas Zinner Vice-Chairmen Emeritus Daniel Miguel Klabin José Botafogo Gonçalves Luiz Felipe Palmeira Lampreia Members Armando Mariante Arminio Fraga Neto Carlos Mariani Bittencourt Celso Lafer Claudio Frischtak Gelson Fonseca Junior Georges Landau Henrique Rzezinski José Aldo Rebelo Figueiredo José Luiz Alquéres José Pio Borges de Castro Filho Marcelo de Paiva Abreu Marco Aurélio Garcia Marcos Castrioto de Azambuja Marcus Vinícius Pratini de Moraes Maria Regina Soares de Lima Pedro Malan Roberto Abdenur Roberto Teixeira da Costa Ronaldo Veirano Sebastião do Rego Barros Netto Vitor Hallack Winston Fritsch Members Emeritus Célio Borja Eliezer Batista Hélio Jaguaribe João Clemente Baena Soares International Advisory Board Albert Fishlow Andrew Hurrell Julia Sweig Kenneth Maxwell Leslie Bethell 77 IN TROD U C C I Ó N 78 El desarrollo de la industria de los productos para la salud asume un papel de destaque en los procesos de desarrollo económico, no solo porque los sectores de esta industria desarrollan e incorporan tecnología de punta, sino también porque la oferta interna de los productos para la salud es fundamental por cuenta de la amplitud y para el éxito de las políticas para la salud. Brasil disfruta de una situación privilegiada en América del Sur en lo que respecta a las posibilidades de desarrollo de su industria de productos destinados al sector salud. Esta situación es decurrente de la presencia y madurez de una serie de sistemas institucionales y actores públicos con recursos significativos para la elaboración e implementación de políticas públicas de salud, que pueden favorecer la expansión y la capacitación tecnológica de la industria. En primer lugar, existe el Sistema Único de Salud (SUS), instituido por la Constitución Federal de Brasil de 1988. De acuerdo a informaciones del Ministerio de Salud, el SUS actualmente moviliza 6,1 mil hospitales autorizados y 45 mil unidades de atención primaria, sin contar con los más de 30 mil equipos de Salud de la Familia, realizando 2,8 mil millones de procedimientos ambulatorios anuales, 19 mil trasplantes, 236 mil cirugías cardiacas, 9,7 millones de procedimientos de quimioterapia y radioterapia y 11 millones de internaciones, beneficiando 190 millones de personas 1 , o sea, más del 90% de la población brasileña, según las estimativas poblacionales del IBGE2 . Se trata de un sistema de referencia, que actúa simultáneamente como instrumento de universalización de acceso a la salud y de políticas públicas volcadas para el segmento de salud, inclusive a través de compras públicas de productos para el sector. Sin embargo, su gestión descentralizada actúa como un limitador del alcance del SUS en el fomento al desarrollo industrial. Mientras que la Unión es responsable por la mitad de los gastos y formula las políticas, los estados y municipios son responsables por la otra mitad de los gastos y por la implementación de esas políticas. Juntamente con el SUS, Brasil dispone de un sistema de regulación y certificación de productos 79 médicos, hospitalarios y odontológicos de capacidad comprobada. Con la Agencia de Vigilancia Sanitaria (Anvisa), creada por la Ley nº 9.782, del 26 de enero de 1999, y el Instituto Nacional de Metrología, Calidad y Tecnología (Inmetro), creado por la Ley 5.966 del 11 de diciembre de 1973, Brasil ya dispone de un sistema maduro para garantizar la calidad de sus productos. Recientemente, el país desarrolló un abordaje articulado del sector salud, a partir del concepto de complejo industrial de la salud (CIS) . Como explica Gadelha (2003, p. 524), el CIS debe ser entendido como “… envolviendo un conjunto de industrias que producen bienes de consumo y equipos especializados para el área y un conjunto de organizaciones prestadoras de servicio de salud que son las consumidoras de los productos manufacturados por el primer grupo, caracterizando una clara relación de interdependencia sectorial”. 3 Gestión (MPOG), el Ministerio de la Hacienda (MF), el Ministerio de Relaciones Exteriores (MRE), la Casa Civil de la Presidencia de la República, Anvisa, la Fundación Oswaldo Cruz (Fiocruz), el Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social (BNDES), el Instituto Nacional de Propiedad Industrial (INPI), la Agencia Brasileña de Desarrollo Industrial (ABDI), el Instituto Nacional de Metrología, Calidad y Tecnología (Inmetro), la Financiadora de Estudios y Proyectos (Finep). 5 En el 2011, es lanzado el Plan Brasil Mayor y el CIS es incorporado en las directrices estructurantes de su dimensión sectorial, en particular en lo que respecta a la Ampliación y Creación de Nuevas Competencias Tecnológicas y de Negocios – esperándose el incentivo a las actividades y empresas con potencial para ingresar en mercados dinámicos y con elevadas oportunidades tecnológicas y uso de poder de compra del sector público para crear negocios intensivos en conocimiento y escala – y a la Diversificación de las Exportaciones (mercados y productos) e Internacionalización Corporativa – esperándose la promoción de los productos manufacturados de tecnologías intermediarias y de frontera intensivos en conocimiento, la profundización del esfuerzo de internacionalización de las empresas, vía la diferenciación de productos y agregación de valor, y el enraizamiento de empresas extranjeras y estímulo a la instalación de centros de Investigación y Desarrollo (I&D) en el país. 6 Esta visión articulada se refleja en las políticas volcadas para las industrias vinculadas al sector. De esta forma, tenemos la incorporación del complejo industrial de la salud en la Política de Desarrollo Productivo (PDP) 4 lanzada en 2008, con el objetivo de promocionar la competitividad en la producción de equipos médicos, materiales reactivos y dispositivos para diagnóstico, hemoderivados, inmunobiológicos, intermediarios químicos y extractos vegetales para fines terapéuticos, principios activos y medicamentos para uso humano, así como para desarrollar conocimiento científicotecnológico en áreas estratégicas con el objetivo de reducir la vulnerabilidad del SUS. Así, tenemos la creación de GECIS – Grupo Ejecutivo del Complejo Industrial de la Salud, en el 2008, con la tarea de regular el sector y reducir los problemas legales, tributarios y financieros que afectan la producción industrial e impiden la superación de la dependencia de productos, equipos y tecnología extranjeros. El GECIS es coordinado por el Ministerio de Salud, con la participación del Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior (MDIC), el Ministerio de Ciencia y Tecnología (MCT), el Ministerio de Planeamiento, Presupuesto y La importancia inmediata de la industria de productos médicos, hospitalarios y odontológicos puede ser medida por el hecho de que, según los datos de la asociación sectorial (Asociación Brasileña de la Industria de Artículos y Equipos Médicos, Hospitalarios y de Laboratorio – ABIMO), en 2012 el valor de la producción del sector alcanzó R$ 4,79 mil millones. Este valor significativo fue distribuido entre: implantes (20%), equipos médicos (47%), materiales de consumo (17%) y odontología (16%)7. En Brasil, el sector salud como un todo representa cerca del 8% del Producto Interno Bruto (PIB) y mueve R$ 160 mil millones por año. El mercado mundial de salud se valora en 1 billón de dólares, del 80 cual Brasil tiene una tajada de aproximadamente 1,2% mientras que cerca del 80% está concentrado en Estados Unidos, Alemania, Francia, Holanda y Japón. La preocupación con la salud ha abierto también nuevas posibilidades de cooperación en América del Sur, como lo demuestra la creación del Instituto Suramericano de Gobierno en Salud (ISAGS), en 2009, por el Consejo de Salud de la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur). El ISAGS es una entidad intergubernamental de intercambio en política y gobernanza de salud en el continente, que tiene por objetivo contribuir a la mejoría de la calidad del gobierno en salud en América del Sur por medio de la formación de liderazgos, gestión de conocimiento y apoyo a los sistemas de salud. 8 demográfica, las características epidemiológicas y la creciente presión por la disminución de los costes de atención a la salud” 10 . Este debate, por lo tanto, es relevante, en primer lugar, porque las diferentes regulaciones nacionales pueden funcionar como barreras significativas a la expansión de los mercados de productos para la salud. Reglamentaciones nacionales distintas crean muchas veces impedimentos para las exportaciones de los países en vías de desarrollo, cuando estas exportaciones son necesarias para que las industrias de estos países realicen economías de escala y, con eso, puedan ofrecer sus productos a precios internacionalmente competitivos. La cooperación entre los países a respecto de la regulación de productos para la salud, por consiguiente, es una condición básica para que la industria de los países en vías de desarrollo pueda alcanzar la madurez. En segundo lugar, la absorción de tecnología más compleja es favorecida cuando las regulaciones del país receptor son compatibles con las regulaciones del país donde operan las empresas con tecnología más avanzada. Regulaciones heterogéneas y discrepantes son un obstáculo a la difusión tecnológica para la industria de los países en vías de desarrollo. Sin embargo, crear regulaciones compatibles no significa simplemente reproducir las regulaciones de los países desarrollados. No únicamente las necesidades de seguridad en el manejo de los productos de salud pueden ser diferentes entre los varios países, como también las características más generales de los mercados pueden demandar la adecuación de las regulaciones de los países, en cierta medida, a las realidades nacionales. Eso sin mencionar el hecho de que una determinada regulación en un país extranjero puede atender a las capacidades de las empresas de aquel país, pero no a las capacidades de las empresas de los países en vías de desarrollo. Este estudio tiene la finalidad, por lo tanto, de presentar una reflexión sobre la complejidad de la cooperación regulatoria (o convergencia regulatoria), argumentando que esta no es una mera Así, dada la importancia de la industria de productos médicos, hospitalarios y odontológicos para la política de la salud brasileña, así como las posibilidades de integración regional en América del Sur, el trabajo ora propuesto se concentrará en el sector de equipos médicos e insumos del área médica, excluyendo medicamentos y servicios médicos, con el fin de ofrecer una propuesta de cooperación comercial en el sector en al ámbito de América del Sur a modo de, simultáneamente, desarrollar la industria brasileña y suramericana de equipos e insumos médicos, hospitalarios y odontológicos (EMHO) 9. Es en este escenario que el debate sobre la convergencia regulatoria – o cooperación regulatoria – asume importancia fundamental. Por el papel estratégico del sector, como fue destacado por Maldonado, Gadelha, Costa y Vargas (2012, p. 33), la discusión de la convergencia regulatoria en el sector de EMHO se vuelve aún más relevante para el desarrollo del sector. Según estos autores, “la ampliación de la demanda y oferta de los servicios de salud y el propio desarrollo tecnológico de la industria están ligados estrechamente. Este hecho realza el carácter estratégico de esa base productiva al indicar la interdependencia entre la dinámica innovadora de la industria y el proceso evolutivo de los servicios de salud, especialmente considerándose la transición 81 unificación de leyes y reglamentos, exigiendo trazar una estrategia de desarrollo regional ante la importancia de las cadenas productivas globales. Eso porque el posicionamiento en esas cadenas es fundamental para una participación más favorable en la producción del excedente global , lo que significa abordar el reposicionamiento de la industria regional de EMHO, considerando el objetivo principal de fortalecer la industria local y transformar a Brasil y América del Sur en plataformas integradas de producción y exportación. Con ese objetivo central a la vista, serán identificadas oportunidades y obstáculos para la cooperación (convergencia) regulatoria en el ámbito de la salud, con la finalidad del reposicionamiento de la industria brasileña en las etapas de mayor valor agregado de la industria EMHO. Antes, sin embargo, es necesario comprender mejor la cuestión del reposicionamiento de la industria. Para esto, será discutido en la primera sección el concepto de cadenas globales de mercancías y su relación con las cadenas globales de valor. Enseguida, se discutirá la caracterización del sector de EMHO. La tercera sección presentará los aspectos básicos de la regulación de EMHO, hará la contraposición entre competición y convergencia regulatoria y abordará la relación entre convergencia regulatoria y desarrollo del sector EMHO. Una breve sección de conclusiones encierra el trabajo. Cabe resaltar que, aunque para alcanzar su objetivo el trabajo presenta un panorama rápido y preliminar de la industria de productos de salud, más específicamente de productos médicos, hospitalarios y odontológicos, con un énfasis en la relación comercial con la región suramericana (sección 2), él está lejos de pretender agotar el asunto, pero si crear expectativa de que otros trabajos más extensos y detallados sigan después de este. Esta sección, por lo tanto, tiene el intuito de avanzar un poco en el conocimiento del sector y de ayudar a reducir la laguna causada por la escasez casi absoluta de trabajos sobre el segmento, tanto en Brasil como en América del Sur. 82 La I m p orta nci a E s tr at ég ic a de l a Po s ición en l a s C a den a s de Merc a nc í a s 1 L as Cad en as Globales d e Mercan cías y Las Cad en as Globales d e Valor Cuando se trata de cadenas productivas globales, es común encontrarse con dos conceptos siendo utilizados: el concepto de cadenas globales de valor y el concepto de cadenas globales de mercancías. El concepto de cadenas de mercancías es presentado claramente por Chase-Dunn (1998, p. 39). Según él, “la economía mundial está compuesta de ‘cadenas de mercancías’, eslabones antes y después del proceso de producción. (…) Esas cadenas de mercancías enlazan las materias primas, el trabajo, el sustento del trabajo, el procesamiento intermediario, el procesamiento final, el transporte y el consumo” 12 y estas cadenas productivas frecuentemente atraviesan las fronteras de los países. Así, las cadenas de mercancías son relaciones verticales de bienes, establecidas entre productores (empresas e individuos), necesarias para el desarrollo normal de la producción de un bien o de un servicio, desde la elaboración de la materia prima hasta su consumo final, incluyendo no solo la garantía de acceso al producto en sus diferentes fases de producción, sino también al sustento de los trabajadores envueltos. El hecho es que estas cadenas no se restringen a las fronteras nacionales, ellas atraviesan las fronteras y conectan los países desarrollados (“centro”) a los países en vías de desarrollo o menos desarrollados (“periferia”) (Chase-Dunn, 1998, p. 39). Esta comprensión es de vital relevancia, ya que de ella resultan algunos hechos de gran importancia para la formulación de cualquier estrategia de desarrollo sectorial: a) L as cadenas de mercancías difícilmente se sitúan exclusivamente dentro de las fronteras 83 de un solo país. Como lo explica Chase-Dunn (1998 p. 133), aunque el capitalismo siempre haya sido internacional, desde fines del siglo XX la internacionalización de las actividades económicas se ha acelerado significativamente. b) A sí, cualquier pretensión de autoctonía completa debe ser abandonada como política de desarrollo industrial. c) En el capitalismo moderno, las políticas de desarrollo industrial deben tener por objetivo el reposicionamiento del sector industrial en las cadenas productivas globales, y no en la reproducción de todas las etapas de una cadena en un único país. d) Esa necesidad de reposicionamiento de las cadenas productivas globales torna al comercio y a la integración regional aún más importantes. En efecto, se abre la posibilidad de formular políticas regionales de reposicionamiento conjunto de los países, con ganancias mutuas realizadas Sin embargo, en este estudio será mantenido el concepto de cadenas globales de mercancías. Eso porque, además de que la distinción entre cadenas de mercancías e cadenas de valor es una cuestión conceptual más de que empírica, en que las últimas buscan reconocer más explícitamente la flexibilidad en las cadenas productivas globales, como también admiten Gereffi, Humphrey y Sturgeon (2005), el concepto de cadenas de mercancías permite identificar con precisión los flujos industriales, que es tema de este trabajo. No obstante, el reconocimiento de estas cadenas globales de mercancías solo responde a parte de la cuestión. Él indica que la autonomía completa o casi completa es imposible, pero no es suficiente para definir cuál posición debe ser buscada en estas cadenas. Por consiguiente, será discutido a seguir el problema del reposicionamiento en las cadenas globales de mercancías. simultáneamente, en la medida en que la cooperación en la formulación de políticas facilita el reposicionamiento de sus industrias locales. e) Para que estas ganancias mutuas se puedan concretizar, es fundamental la identificación de las complementariedades en las cadenas regionales de producción entre las industrias de los diferentes países envueltos. El concepto alternativo en la literatura es el concepto de cadenas globales de valor. Este concepto viene siendo empleado por algunos autores que ayudaron a formular el concepto de cadenas globales de mercancías, como Gary Gereffi, en varios de sus trabajos sobre el tema 13. La razón de esto es la creciente flexibilidad de las cadenas globales de producción, en la que los productores internacionales pueden ser rápidamente sustituidos, o etapas del proceso de producción simplemente eliminadas (Gereffi, Humphrey e Sturgeon, 2005). Consecuentemente, fue sugerida la expresión “cadenas de valor”, para lidiar con el hecho de que lo que es administrado son los valores producidos. 84 globales de mercancías, rumbo a las etapas de un mayor valor agregado. Con el objetivo de estudiar estas cadenas en la industria de productos médico-hospitalario-odontológicos (EMHO), se pretende adoptar como referencia el paradigma denominado por Bair (2005) de cadena global de mercancías (CGM). Este paradigma investiga cómo se constituyen las cadenas industriales globales, enfatizando especialmente el papel de las firmas que comandan estas cadenas globales. Se trata por consiguiente, de un paradigma que no solo observa las relaciones económicas a lo largo de la cadena industrial en un plano internacional (quién produce para quién, qué es producido y en cuáles países o regiones), pero admite rápidamente elementos de jerarquía y comando en estas relaciones. Estos elementos de jerarquía y comando colocan a determinadas firmas en una posición privilegiada en lo que respecta a la producción del excedente a lo largo de la cadena a nivel mundial. Gereffi (1995) identificó cuatro dimensiones a partir de las cuales las CGMs pueden ser analizadas: (1) estructura insumo-producto; (2) localización geográfica; (3) estructura de gobernanza; (4) contexto institucional. Sin despreciar a las dos primeras dimensiones, este estudio buscará integrar la tercera y cuarta dimensiones, ya que pretende discutir la forma por la cual la regulación – entendida de forma amplia, a modo de reconocer el papel de destaque de los sistemas nacionales de salud – contribuirá para la constitución de cadenas de mercancías en productos de salud en América del Sur, con formas de gobernanza adecuadas al desarrollo de los eslabones de mayor valor agregado. 2 e l rep osi ci ona mi ento en las c a d en as glob a les Es importante considerar que las actividades llevadas a cabo en los países desarrollados (el “centro”) son diferentes de aquellas llevadas a cabo en la periferia, aunque que estén todas vinculadas en cadenas globales de mercancías. Las etapas de la cadena en los países desarrollados, en general, son capital intensivo, envuelven tecnología de punta y movilizan trabajo calificado y bien remunerado, mientras que las actividades en la periferia son, en general, poco intensivas en capital, envuelven tecnologías ya difundidas y tradicionales y trabajo poco calificado (Chase-Dunn, 1998 p. 39). La consecuencia de esta distribución de las diferentes etapas en las cadenas de mercancías globales es que el valor adicionado es mayor (por ser actividades intensivas en tecnología de punta y que emplean trabajo más calificado) en las actividades que se concentran en los países desarrollados de que las que se concentran en los países en vías de desarrollo. Por otro lado, por tratarse también de actividades intensivas en tecnología de punta y que emplean trabajo más calificado, la presión competitiva es menor en las actividades que se concentran en los países desarrollados de que en las actividades que se concentran en los países en vías de desarrollo, por el simple hecho de que las industrias de punta son más difíciles de ser reproducidas, y así se limitan a los países desarrollados, mientras que industrias más tradicionales – de menor contenido tecnológico – se difunden por el planeta y sufren una presión competitiva más intensa. De ahí resulta que los márgenes de lucro en las actividades que se concentran en los países desarrollados son significativamente mayores de aquellos que son obtenidos en las etapas de las cadenas globales que se concentran en los países en vías de desarrollo. Con esto, el excedente global proporcionado por el comercio internacional se concentra en los países desarrollados. Para revertir eso, es necesario reposicionar el país en las cadenas 85 Producto s M é dico - H o s p ita l a rio Odontológicos ( E M H O) 1 La d efin ición La directiva 93/42/EC de la Unión Europea, de 14 de junio de 1993, emendada por las directivas 2000/70/ EC del 16 de noviembre de 2000, 2001/104/EC del 7 de diciembre de 2001 y por la directiva 2007/47/EC del 5 septiembre del 2007, establece que el producto médico-hospitalario-odontológico significa cualquier instrumento, aparato, software, material, etc., usado aisladamente o en combinación (incluyendo el software a ser usado específicamente para el diagnóstico y/o propósitos terapéuticos, que sean necesarios para la aplicación adecuada), teniendo por objetivo pretendido por su fabricante la utilización en seres humanos con el propósito de: D iagnóstico, prevención, monitoreo, tratamiento o alivio de enfermedad; iagnóstico, monitoreo, tratamiento, alivio o D compensación de heridas o deficiencias; Investigación, sustitución o modificación de la anatomía o de un proceso fisiológico; Control de la concepción. Impone también la condición de que, adicionalmente, el ítem en cuestión no alcance su principal acción pretendida en el cuerpo humano por medios farmacológicos, inmunológicos o metabólicos, pero que pueden ser asistidos en sus funciones por estos medios. Esos productos incluyen los respectivos accesorios, entendiéndose por accesorio un artículo que, a pesar de que no sea equipo médico, es presentado por su fabricante como destinado específicamente para ser usado con un equipo médico, para permitir que el referido equipo médico sea empleado de la forma recomendada por su fabricante. 86 incorpora desde productos electromédicos de nivel tecnológico más elevado, como monitores cardiacos, aparatos de hemodiálisis y de ultrasonido, hasta equipos e instrumentos de bajo nivel tecnológico, tales como lechos hospitalarios; No es sorpresa que Brolin (2008, p. 5) haya observado que “equipos médicos son todo, desde curitas a máquinas de rayos-x, lentes de contacto, implantes de cadera, marcapasos, muletas, lechos de hospital y equipos de diagnóstico in vitro ” 14. Se trata de un sector esencialmente heterogéneo desde el punto de vista de su tecnología, demanda de mercado, grado de competición, etc., en cada subsector que lo compone. No obstante la diversidad de los subsectores que componen el sector, incluyendo los subsectores de bajo contenido tecnológico y bajos márgenes de lucro, hay varios subsectores intensivos en conocimiento, agregando tecnologías como la micro-tecnología, la mecánica de precisión y la química fina (Brolin, 2008, p. 188). Hay aún la peculiaridad de que un mismo equipo pueda combinar diferentes plataformas tecnológicas (Pieroni, Reis y Souza, 2010, p. 186). A pesar de que la agregación de diferentes tecnologías, con subsectores de elevada y baja tecnología varias veces combinadas en el mismo equipo, torne a las cadenas de mercancías extremamente complejas en cada subsector, al mismo tiempo abre posibilidades de upgrade en términos de valor agregado para las industrias nacionales de países periféricos. La clasificación adoptada por el ABIMO, y reproducida en Pieroni, Reis y Souza (2010, p. 188), divide el sector en seis subsectores: Laboratorio: equipos, reactivos, materiales para análisis clínicos, etc; Implantes: incluye material ortopédico (prótesis y órtesis), implantes cardiacos y neurológicos. Presentan contenido tecnológico variable; aterial de consumo médico-hospitalario: de M una manera general es el subsector de menor contenido tecnológico, incluye gasa, vendas, jeringas, agujas, guantes, etc.; dontológico: incorpora desde equipos como O mesa y silla de dentista, aparatos de rayo-x odontológico, etc., hasta material de consumo como amalgamas, implantes, anestesia, etc., equipos como brocas, pinzas, etc.; adiología y diagnóstico de imagen: equipos, R procesadores de imágenes y accesorios para rayos-x, tomografía y resonancia magnética; E quipos médico-hospitalarios: es posiblemente el subsector con mayor variedad de productos. Este 87 país no solo en la base tecnológica, sino también en el tamaño de las empresas. Aún de acuerdo con la misma fuente, las empresas presentan un estándar fuertemente concentrado regionalmente, siendo que alrededor del 75% de las empresas se concentran solamente en el estado de San Pablo y la región Sudeste concentra aproximadamente 60% de la facturación del sector. Con la finalidad de permitir una visualización más inmediata del posicionamiento de los subsectores de EMHO en el comercio exterior brasileño, será adoptada una clasificación un poco más simple de que la anteriormente presentada. Esta clasificación se encuentra descrita en el Cuadro 1 a seguir, que describe los subsectores que compusieron el sector de EMHO en el alcance de este estudio16. 2 . 2 el s ector de EM HO en Br a s il El sector es dominado por empresas cuyas matrices se encuentran en los Estados Unidos, Japón, Alemania, y Gran Bretaña, que juntas controlaban más del 60% del mercado mundial en 2008 15 (Pieroni, Reis y Souza, 2010, p. 189), como se puede observar en la Tabla 1. En Brasil, según el ABDI (2008, p. 51), la mayoría de las empresas del sector es de pequeñas y medias empresas. Sin embargo, cerca del 70% de la facturación total del sector se concentra en grandes empresas, con una participación significativa de empresas multinacionales, aunque la gran mayoría de las empresas (más del 90%) sea de capital nacional (ABDI, 2008, p. 53). Se trata, así, de un sector que es heterogéneo en el Tabla 1 – Participación en el mercado mundial (2008) País % ESTADOS UNIDOS 40,7 JAPÓN 10,9 ALEMANIA 5,9 GRAN BRETAÑA 4,7 FRANCIA 3,7 BRASIL 1,4 Fuente: Pieroni, Reis and Souza (2010, p. 189) Cuadro 1 – Subsectores del Sector de EMHO Investigados EQUIPOS MÉDICO-HOSPITALARIOS (INCLUYENDO MATERIAL DE CONSUMO) IMPLANTES Y PRÓTESIS ODONTOLOGÍA MATERIAL PARA LABORATORIOS RADIOLOGÍA Y DIAGNÓSTICO POR IMAGEN 88 control de gestión, pudiendo ofrecer perspectivas interesantes para caminar en dirección a posiciones de mayor valor en la cadena del sector (upgrade). Sin embargo, una evaluación más precisa y consistente de las posibilidades de upgrade en el sector, para constituir la base para una política industrial, exigiría un mapeo previo de las cadenas del sector de EMHO, con la indicación de las posiciones ocupadas por la industria local – y posibles socios suramericanos. Sin este mapeo la discusión sobre las posibilidades de la industria local permanece desarticulada en gran medida y puntual, sin ofrecer una perspectiva amplia para el sector. Aun así, por tratarse de un sector que envuelve una diversidad tan amplia de plataformas tecnológicas y de niveles de complejidad, cualquier agregación se muestra imperfecta. Por lo tanto, lo ideal sería proceder al análisis en el mayor nivel de desagregación posible, combinada con un mapeo de la posición de subsectores y hasta de empresas en las cadenas globales. Sin embargo, este mayor detalle de los subsectores de EMHO, así como el levantamiento de las cadenas globales, excede el alcance y el objetivo de esta investigación. De esta forma, un primer aspecto a ser considerado, el cual puede ser tomado como indicador de la competitividad internacional del sector de EMHO, son las exportaciones totales del sector17. Como puede ser observado en la Tabla 2, hay una elevada variabilidad de las exportaciones del sector. En un espacio relativamente corto (2008-2012), la tasa de crecimiento anual de las exportaciones agregadas va de una disminución de 10,6% en 2009 a un crecimiento de 15,2% en 2011, volviendo a disminuir 3,9% en 2012. Tal variación en las tasas de crecimiento sugiere un sector con una gran dificultad de ganar espacio en el mercado internacional de forma consistente. Esta constatación, a respecto de la dificultad del sector para posicionarse competitivamente en el mercado internacional, es reforzada por la diferencia entre los valores de las exportaciones y de las importaciones, lo que puede ser observado comparando las Tablas 2 y 3. Esta significativa variabilidad se observa también en las importaciones, pero, al contrario de lo que verifica en el caso de las exportaciones, las tasas de crecimiento son siempre positivas. 3 o portunidades y el desempeño en el c o m e r ci o ext er i or b r a sileñ o Un panorama general y preliminar de la inserción internacional del sector es impor tante para el establecimiento de las bases de trabajos futuros, que desarrollen un levantamiento más detallado de la cadena global en EMHO y la posición ocupada por las empresas brasileñas. Aunque el complejo industrial de la salud en Brasil sea, en términos generales, fuertemente deficitario, la evaluación consensual en la literatura sobre el sector es la de que el subsector odontológico de la industria de EMHO se destaca por la competitividad internacional, con exportaciones significativas para Alemania y Estados Unidos (Pieroni, Reis y Souza, 2010, p. 205). Eso indicaría que este subsector podría ser fortalecido, posiblemente en el segmento de imagen (rayos-x), especialmente porque, después de la abertura comercial de los años 90, los productos de imagen habrían sufrido un desplazamiento en su posición internacional, con un empeoramiento del posicionamiento de la industria brasileña, siendo el segmento de imagen propiamente dicho aquel en el que Brasil tiene el menor volumen de exportaciones, con concentración de productos de bajo nivel tecnológico (Pieroni, Reis y Souza, 2010, p. 205). Otras posibilidades de desarrollo señaladas en la literatura son: Laboratorio: equipos de menor porte para diagnóstico, fabricación y reactivos de mayor valor agregado y pruebas rápidas (Landim et al., 2013, pp. 190-1); adiología y diagnóstico por imagen: equipos de R menor valor unitario, como aparatos de ultrasonido (Landim et al., 2013, pp. 196) y software para interpretación de imagen (pp. 197-8) Implantes: nuevos materiales con incorporación de biotecnología (Landim et al., 2013, pp. 201). Vale destacar, aunque sea de paso, que varios productos de elevado contenido tecnológico demandan software no solo para interpretación de las informaciones, sino también para la transmisión de información y 89 Tabla 2 – Exportaciones Totales del Sector de EMHO AÑo US$ Millones Variación % 2008 255,4 _ 2009 228,3 -10,6% 2010 261,7 14,6% 2011 301,5 15,2% 2012 289,7 -3,9% Fuente: ALICEWEB/ MDIC Tabla 3 – Importaciones Totales del Sector de EMHO AÑo US$ Millones Variación % 2008 1.877,80 _ 2009 1.888,30 0,6% 2010 2.518,40 33,4% 2011 2.738,10 8,7% 2012 2.866,20 4,7% Fuente: ALICEWEB/ MDIC Mientras las exportaciones apenas pasan eventualmente los US$ 300 millones, las importaciones se sitúan en un nivel significativamente superior y creciente, pasando de US$ 1.877,80 millones en 2008 a US$ 2.866,20 millones en 2012. No es sorpresa entonces que el déficit de la balanza comercial sea creciente, como indica el Gráfico 1, dónde se observa un déficit comercial de US$ 2,5 mil millones en 2012 ante US$ 1,6 mil millones en 2008. Esa tendencia a un déficit creciente posee consecuencias que ultrapasan la cuestión del equilibrio en la balanza comercial y eventuales problemas cambiales resultantes. El déficit creciente del sector de EMHO posee un impacto en la política de salud del país, no apenas por someter los costos de esta política a las oscilaciones cambiales, pero principalmente por afectar la disponibilidad de equipos y el propio diseño de la política, condicionada a la oferta internacional. 90 Gráfico 1 – Saldo de la Balanza Comercial del Sector de EMHO (US$ millones) -1.000 -1.200 -1.400 -1.600 2008 2009 -1.800 -2.000 -2.200 2010 -2.400 2011 -2.600 2012 -2.800 Fuente: ALICEWEB/ MDIC puede ser dicho para el subsector odontológico, que aparece en tercer lugar en la lista de exportaciones del sector. Es curioso notar que, a pesar de ser señalado en la literatura como el subsector con mayor competitividad internacional en el sector de EMHO, el subsector odontológico aparece apenas en tercer lugar en términos de valor exportado, y con una oscilación significativa. Por último, son presentados los subsectores de material para laboratorios y de radiología y diagnóstico por imagen, con exportaciones muy reducidas (menos de 20 millones de dólares), y oscilantes. Al separase por subsector, se puede observar también una gran variación de las exportaciones en términos de valores y tendencias (Gráfico 2). En primer lugar, se destacan las exportaciones de implantes y prótesis, no solo por presentar los valores más elevados en el sector, sino también por la clara tendencia al crecimiento (a pesar de la disminución de la tasa de crecimiento en 2012). En seguida se sitúan los productos médico-hospitalarios, con una significativa oscilación en el comportamiento de las exportaciones, lo que dificulta la definición de una tendencia. Lo mismo Gráfico 2 – Exportaciones por Subsectores de EMHO (US$ millones) 160 140 Implantes y prótesis 120 Equipos médico-hospitalarios 100 Odontología 80 Radiología y diagnóstico por imagen 60 Material para Laboratorios 40 20 0 2008 2009 2010 2011 Fuente: ALICEWEB/ MDIC 91 2012 El Gráfico 3 registra el desempeño de las exportaciones brasileñas de EMHO según su destino. La Unión Europea (UE) aparece en primer lugar, con valores por encima de los US$ 60 millones. Después se destaca América del Sur, excluyéndose al Mercosur18 , que en 2011 llegó a rivalizar con la UE como principal destino de las exportaciones brasileñas de EMHO. También vale la pena destacar el crecimiento acelerado de las exportaciones a los Estados Unidos de América (EUA), prácticamente igualando a América del Sur (excluyéndose al Mercosur) en 2012. Apareciendo en cuarto lugar, y con un comportamiento más errático, están las exportaciones para el Mercosur. Por último, con un valor muy reducido, pero creciendo aceleradamente desde el 2010, están las exportaciones para Japón. A partir de estos datos se puede inferir que habría buenas perspectivas para la exportación brasileña de EMHO para América del Sur, en particular para el Mercosur, cuando se considera el agregado de las exportaciones. Sin embargo, al separar las exportaciones brasileñas de EMHO, de acuerdo a sus países de destino en América del Sur, el cuadro queda menos claro, como puede ser visto en el Gráfico 4. En efecto, los dos principales destinos de las exportaciones brasileñas, Venezuela y Argentina, presentan una caída notable en los valores importados de Brasil en 2012. Por otro lado, Colombia y, de forma oscilante, Chile presentan una tendencia creciente a importar productos brasileños del sector de EMHO. Considerando las importaciones, se nota en el Gráfico 5 que ellas se concentran en la UE y los EUA. Como vimos anteriormente, estos también se destacan como destino de las exportaciones brasileñas de EMHO. Esa coincidencia sugiere la posibilidad de comercio intrafirmas por la empresas multinacionales. La confirmación de esta hipótesis, sin embargo, demandaría estudios más detallados. Gráfico 3 - Exportaciones Totales del Sector de EMHO por Destino (US$ millones) 80 Unión Europea 70 América del Sur (excepto Mercosur) 60 EUA Mercosur 50 Japón 40 30 20 10 0 2008 2009 2010 2011 Fuente: ALICEWEB/ MDIC 92 2012 Gráfico 4 – Exportaciones Totales del Sector de EMHO por Principales Destinos en América del Sur (US$ millones) 25 Venezuela Argentina Colombia 20 Chile Perú Ecuador 15 Paraguay Bolivia Uruguay 10 5 0 2008 2009 2010 2011 2012 Fuente: ALICEWEB/ MDIC Gráfico 5 - Importaciones Totales del Sector de EMHO por Principales Orígenes (US$ millones) 1200 Unión Europea EUA 1000 Japón 800 600 400 200 0 2008 2009 2010 2011 Fuente: ALICEWEB/ MDIC 93 2012 Separando las importaciones por subsector en el Gráfico 6, los destaques son para productos médico-hospitalarios , con tendencia creciente, y para implantes y prótesis , estos últimos con tendencia de crecimiento acelerado. Ya las importaciones de los subsectores productos para laboratorios y productos de radiología y diagnóstico por imagen parecen indicar una pérdida de dinamismo a partir del 2010. Vale la pena resaltar que, a pesar de su valor extremamente bajo, las importaciones del subsector odontológico vienen creciendo de forma más o menos consistente en el periodo, pudiendo indicar una pérdida de competitividad, mientras que una pérdida de dinamismo también fue observada en las exportaciones de este subsector (Gráfico 2). El comportamiento del subsector odontológico se refleja en la disminución del saldo comercial del único subsector en presentar saldo positivo, como puede ser visto en el Gráfico 7, con este saldo situándose muy próximo a cero. Por otro lado, el déficit comercial viene creciendo aceleradamente en el subsector de implantes y prótesis, al punto de suplantar el déficit en el subsector de radiología y diagnósticos por imágenes y en el subsetor de productos para laboratorios . El déficit más elevado, sin embargo, sigue situándose en el subsector de equipos médico-hospitalarios. Gráfico 6 – Importaciones por Subsector de EMHO (US$ millones) 100 Equipos médico-hospitalarios 900 Implantes y prótesis Odontología 800 Radiología y diagnóstico por imagen 700 Laboratorio 600 500 400 300 200 100 0 2008 2009 2010 2011 Fuente: ALICEWEB/ MDIC 94 2012 Gráfico 7 – Saldo Comercial por Subsector de EMHO (US$ millones) 100 Odontología 0 Implantes y prótesis -100 Radiología y diagnóstico por imagen -200 Laboratorio -300 Equipos médico-hospitalarios -400 -500 -600 -700 -800 -900 -1000 2008 2009 2010 2011 Fuente: ALICEWEB/ MDIC 95 2012 Regul a ción y C on ver g enci a Regul atori a en E M H O 1 Aspectos Básicos d e la Regu lación d e EMH O Después de presentado un panorama general del sector de EMHO en Brasil y, tomando en cuenta las características de la industria global de salud y los objetivos de la política industrial brasileña para el complejo de salud, es necesario explorar la política regulatoria para el sector, tomando en cuenta su relevancia para la inserción de Brasil en etapas superiores de la cadena global de valor del sector. De esta forma, este capítulo discute brevemente aspectos básicos de la regulación de EMHO. Como lo explica el documento de la Organización Mundial de la Salud (OMS), Medical Device Regulations: global overview and guiding principles (OMS, 2003), primeramente es necesario reconocer que la seguridad total de un producto médico-hospitalario-odontológico no puede ser garantizada. La regulación de un producto es un proceso de gestión de riesgo, en el que el rigor de la regulación es proporcional a los daños que el producto puede causar. En esta evaluación son considerados: en qué medida el equipo es invasivo, la duración del contacto con el equipo, los sistemas corporales afectados y si los efectos son locales o sistémicos (OMS, 2003, pp. 3-4); con el objetivo de maximizar el beneficio del producto y minimizar sus riesgos. Los propios productores también usan la gestión de riesgo en la producción: la ISO 14971:2000 y su revisión, la ISO 14971:2007 especifican un proceso para que los productores identifiquen problemas y daños que los productos puedan causar, así como estimar, evaluar y controlar los riesgos asociados y monitorear la efectividad del control ejercido. Cabe al productor demostrar que todos los riesgos posibles asociados al equipo fueron considerados y que las 96 producto debe ser adecuada. Por ejemplo, un equipo de radioterapia debe emitir una radiación con determinadas propiedades. Variaciones en relación a las propiedades adecuadas pueden afectar gravemente la seguridad del paciente y el desempeño del equipo. Ya en la fase de fabricación, una gestión del proceso productivo de mala calidad puede comprometer un producto que haya sido adecuadamente concebido. La fase en que el producto es embalado es fundamental para garantizar que el producto no sufra alteraciones en su desplazamiento hasta el lugar donde será utilizado, lo que podría comprometer su uso. El rotulado, a su vez, medidas apropiadas fueron tomadas. En esta tarea, los certificadores autorizados desempeñan un papel importante, no solo como una tercera parte auxiliando a las empresas a obtener el registro en órganos gubernamentales del área, sino también para adecuar el producto a las regulaciones y mercados internacionales. Esta tarea no es fácil, cuando se considera que todas las etapas en el ciclo de vida de un producto médico-hospitalario-odontológico, descritas en la Figura 1 19 , pueden envolver riesgos. En la concepción y desarrollo, la aplicación de los principios científicos al Fuente: OMS (2003, p. 5) 97 DESHECHO UTILIZACIÓN VENTA PUBLICIDAD EMBAL AJE Y ROTUL ADO FABRICACIÓN CONCEPCIÓN Y DESARROLLO Figura 1 – Ciclo de Vida de un Producto Médico-Hospitalario-Odontológico garantiza que las informaciones necesarias para una utilización segura y un desempeño óptimo del producto sean transmitidas al usuario. La publicidad debe garantizar que el producto no cree falsas expectativas sobre su desempeño. La etapa de venta, si es bien ejecutada, garantiza que los productos adecuados lleguen a aquellos que los necesitan. La fase de utilización es muy importante para que el producto sea manoseado de forma correcta, evitando que el producto sea utilizado para fines diferentes de aquellos para los cuales fue propuesto, o que sea reutilizado, lo que entrañaría riesgos o problemas de desempeño, o que su mantenimiento o ajustes no sean adecuados, etc. Finalmente tenemos la cuestión del desecho. Esta cuestión viene ganando un destaque progresivo, no solo por los riegos que el desecho inapropiado de equipos puede causar a la salud humana (el desecho de jeringas después del uso sería un ejemplo trivial), sino también los riesgos que el desecho descuidado puede generar para el medio ambiente, como en el caso del desecho de las baterías de los equipos. El creciente rigor en las legislaciones ambientales de los países coloca la cuestión del desecho como una posible fuente de barrera al comercio de productos médicohospitalario-odontológicos. 2 C ompetición versu s Con vergen cia Regu latoria La literatura sobre la cuestión de la competición y de la cooperación (convergencia) regulatoria es amplia. Su producción se inició de forma más significativa en los años 90, gracias a la integración global. Trachtam (1993, pp. 1-2) ilustra muy bien el tipo de preocupación que norteó el debate sobre la cooperación regulatoria entre los países desde el inicio, a pesar de que a partir de un punto de vista particular (norteamericano). Según él, hubo un desplazamiento del debate en los Estados Unidos con relación al nivel de regulación, de la simple oposición “regulación versus desregulación” para el hecho de que “la cantidad y el tipo de regulación no pueden ser determinados sin una mirada prudente con relación a la cantidad y tipo de regulación impuesta por otros Estados” 20, en función de la presión competitiva impuesta por empresas de fuera de los Estados Unidos. Así, la discusión sobre la cooperación (convergencia) regulatoria está, desde el comienzo, marcada por su antítesis, la competición regulatoria, entendida como la utilización del marco de reglas institucionales de regulación económica para favorecer a las empresas de un determinado país. A partir de allí, el debate asumió matices variadas como, por ejemplo, Sykes (2000, p. 257) que afirma que la cuestión no sería la cooperación versus la competición regulatoria, y sí en qué medida los reguladores de diferentes jurisdicciones deben cooperar entre sí. O sea, no se trata de rechazar la cooperación regulatoria, y sí de definir hasta dónde y en qué puntos cooperar. Ya Radaelli (2004) cuestiona los presupuestos simplistas de varios modelos convencionales de competición regulatoria, como el presupuesto de que la competición regulatoria resultaría de un proceso de arbitraje en relación a las ganancias de los posibles sistemas regulatorios. Cuando se trata de la relación entre la regulación económica y el comercio internacional, la literatura económica más convencional se ha concentrado en los conflictos entre regulación y comercio, y cómo estos conflictos pueden ser superados, para evitar 98 que la regulación establezca barreras no comerciales a políticas de integración o liberalización comercial. Así es que, por ejemplo, Hoekman, Mattoo e Sapir (2007) discuten el mayor acceso de los intereses constituidos locales a las instancias regulatorias de cada país, como una fuente de barreras a las políticas comerciales ventajosas. Hay una clara tendencia en la teoría económica dominante ( mainstream) para colocar este tipo de problema en segundo plano o, a lo mucho, intentar determinar el nivel óptimo de regulación domestica tomando en cuenta las ganancias de bienestar en un contexto de liberalización comercial, como es el caso de Stephen (1999). En el campo opuesto, Vogel (1995) defiende que más regulación es mejor de que menos. Según él, hay un trade-off entre la liberación de los flujos comerciales 3 C on vergen cia Regu latoria en EMH O Según la OMS (2003), las regulaciones nacionales para productos de salud siempre tendrán como objetivo central la seguridad de los pacientes. Sin embargo, reconoce que no existe un modelo capaz de atender a las necesidades de todos los países. Por otro lado, la OMS sugiere que los gobernantes deberían seguir el movimiento creciente en dirección a la armonización de los sistemas regulatorios, ya que la proliferación de diferentes sistemas nacionales aumentaría costes, inhibiría el acceso a tecnologías y hasta podría colocar en riesgo la seguridad de los pacientes, aunque no fuera esta la intención. O sea, al reconocer la especificidad de los países, sugiere que políticas regulatorias nacionales sean compatibles, pero no idénticas, y no compitan entre sí. Esas recomendaciones ganan importancia cuando se observa que la cuestión regulatoria tiene un papel fundamental en acuerdos comerciales, pudiendo inclusive alterar estrategias empresariales y decisiones de inversión, lo que puede ocurrir mediante las negociaciones en marcha en el Acuerdo Transpacífico ( Trans-Pacific Partnership Agreement - TPP) 21, en la Alianza para el Pacífico 22, y el Acuerdo Transatlántico ( Transatlantic Trade and Investment Partnership - TTIP) 23 . Discutiendo el TPP, Faunce y Townsend (2011, p. 84) resaltan que, a pesar del énfasis en la cuestión de los medicamentos, otras normas regulatorias son igualmente importantes, tales como las que tratan con sustancias toxicas o cancerígenas, el desecho y el tratamiento de la basura y el control del agua. Resaltan además, y que deben ser objeto de cuidado, las reglas que permiten a los inversionistas accionar a los gobiernos por lo que consideran violaciones de derechos consagrados en los tratados comerciales (mecanismo de resolución de disputas inversionista – Estado). de bienes y servicios y las eventuales ganancias en términos económicos que resultan de allí y los riesgos ambientales y de salud que esta ampliación de los flujos puede provocar. Él lista innúmeros casos en que acuerdos de libre comercio resultaron en daños ambientales y a los consumidores, haciendo con que las experiencias de liberalización comercial, en determinadas situaciones, resultan en verdaderos juegos de suma cero. A propósito, una consecuencia política directa de estos riesgos fue, según estos ejemplos, el hecho de que acuerdos de libre comercio provocaron una expansión concomitante en la actuación de las asociaciones de consumidores y ambientalistas en los Estados Unidos, Alemania y Dinamarca, que pasaron a presionar para mayores garantías (regulación) de protección a la salud de los consumidores y al medio ambiente. De acuerdo con lo visto, la propuesta de este trabajo adopta una perspectiva teórica distinta, que tiene por objetivo recolocar la cuestión del desarrollo económico en el centro de la discusión acerca de la relación entre políticas comerciales versus sistemas nacionales de regulación, destacando la cuestión de la modernización industrial de los países de América del Sur, en particular de Brasil. En esta perspectiva, por lo tanto, la convergencia regulatoria será discutida desde el punto de vista del desarrollo del sector de EMHO. 99 de competencia, aislada de la política industrial de upgrading del sector de EMHO. Sin embargo, regular en función de una política industrial de upgrading choca con algunas dificultades importantes en el marco brasileño actual, entre las cuales se destacan: a) E l sector de EMHO incorpora frecuentemente diferentes plataformas tecnológicas en el mismo producto. Un equipo de diagnóstico por imagen, por ejemplo, combina hardware y software. Así la implementación de una política industrial de upgrading del sector exige articular las empresas de sectores diferentes. Para eso, una estrategia de desarrollo industrial tiene que explicitar como será dada esta articulación, particularmente cuáles son los agentes públicos envueltos y su forma de acción/cooperación. b) La competitividad de las empresas en el sector de EMHO depende, frecuentemente, de la oferta de soluciones integradas que reduzcan los costes derivados de la combinación de equipos con diferentes estándares tecnológicos. Esto hace con que grandes empresas multinacionales, en general diversificadas, con capacidades acumuladas en diferentes áreas, posean ventajas en la competición internacional, limitando las posibilidades de crecimiento de empresas locales en países en vías de desarrollo, inclusive en nichos de mercado favorecidos y con regulación adecuada. Una estrategia de desarrollo industrial en el sector tiene que considerar eso e identificar las oportunidades de upgrading en las cadenas globales, evitando el equívoco de intentar reproducir las capacidades de las empresas multinacionales (core competencies), lo que consumiría un elevado montante de recursos con escasas chances de éxito, dado el largo proceso de aprendizaje (learning by doing) demandado 4 C o n v er genci a Regulator i a y D es a r r ollo del Sector d e E MH O Especialmente en el caso brasileño, además de las motivaciones señaladas por la OMS (2003) surgen cuestiones que trascienden la dicotomía “competición versus convergencia regulatoria” y que tornan el cuadro mucho más complejo. Esto porque la posición que la industria brasileña ocupa en la cadena internacional de EMHO exige un mayor cuidado en el análisis de políticas. Un ejemplo de la necesidad de superar la dicotomía competición versus convergencia regulatoria, en nombre de un abordaje que reconozca la complejidad del análisis de la regulación de EMHO a lo largo de todo el ciclo de vida del producto (abordado en el capítulo 3 de esta sección) y la llamada “ambientrónica”, o sea, la necesidad de adecuar los productos electrónicos a las normas ambientales, especialmente en relación al desecho de los materiales, y que puede afectar significativamente las exportaciones de EMHO con componentes electrónicos, especialmente para los países desarrollados, los cuales, como fue visto, son los principales mercados para los productos brasileños. La cuestión de la ambientrónica indica claramente que el punto de partida no debe ser la competición o la convergencia en sí, como principios abstractos, sino cómo la definición de las normas de EMHO puede ayudar en la capacitación de las empresas brasileñas para la exportación, en particular para los países desarrollados. Esto porque la capacitación exportadora solo puede ser alcanzada mirando a los mercados más exigentes en términos de calidad, los cuales demandan una mejor capacidad tecnológica de las empresas exportadoras para adecuarse a una regulación más elaborada y compleja que es adoptada en estos mercados. Dicho de otra manera, la regulación debe resultar de una estrategia de upgrading en la cadena de mercancías, por esas core competencies. c) F recuentemente hay importantes activos intangibles en el sector, asociados a marcas y reputación. Así, no solo basta una regulación que favorezca el upgrading de la tecnología productiva y no ser tratada como un elemento autónomo calcado en un principio universal de convergencia o 100 f) La política de márgenes de preferencias del SUS aún se concentra en fármacos, más de lo que en productos EMHO. Sin embargo, ella también exige la construcción de una estrategia de upgrading tecnológico clara para las empresas del sector, lo que no existe hasta el momento. Además de los desafíos listados, es importante destacar la necesidad de una política amplia para el desarrollo del sector, que envuelva no solo a los agentes reguladores que lo afectan directamente, sino también otros agentes que son fundamentales en el apoyo a la actuación de los agentes reguladores, como los certificadores, como fue destacado en el capítulo 1 de esta sección. El papel de los certificadores ha sido presentado, tanto por reguladores como por empresarios del sector, como de gran relevancia. Pero, actualmente, hay certificadores en un número insuficiente para la demanda de certificación de productos. Esta política amplia, por lo tanto, debe considerar la cuestión de la convergencia regulatoria desde un punto de vista estratégico, y por estrategia se debe entender la articulación y posicionamiento en los mercados globales. A pesar de la importancia observada anteriormente de algunos mercados suramericanos, particularmente Venezuela, Colombia y Bolivia, los mercados más importantes para las exportaciones brasileñas son los Estados Unidos y la Unión Europea, muy posiblemente por causa del comercio intrafirma, en función de la importancia de las empresas multinacionales en el sector. Eso coloca un claro desafío en la formulación de una estrategia de upgrading industrial en EMHO: la convergencia empleada por las empresas. Es necesario que las empresas consigan construir marcas visibles y reputaciones positivas. Esto propone un desafío que trasciende los instrumentos de la política industrial clásica, fuertemente centrada en incentivos y subsidios. En este sentido, se destaca la sociedad entre la Agencia Brasileña de Promoción de las Exportaciones e Inversiones (Apex-Brasil) y la ABIMO, en que la marca Brazilian Health Devices reúne las industrias exportadoras del sector y las representa internacionalmente. Entre 2002 y 2012 la sociedad indica haber resultado en un aumento del 260% en las ventas externas del sector. 24 d) La propia regulación tiene que encontrar el equilibrio entre un detallado excesivo de las normas que limiten el desarrollo de nuevas capacidades en un sector extremamente dinámico, y una flexibilidad excesiva de la estandarización que sea permisiva en relación a mercados y competidores internacionales de baja calidad, cuando se ve desde el lado de las importaciones brasileñas. e) Dado el objetivo de upgrading , la política industrial debe favorecer la incorporación de nuevas tecnologías, para propiciar el desarrollo de las empresas locales. No se trata solo de favorecer a las empresas nacionales con protección e incentivos, como en el pasado. Se trata de favorecer a las empresas nacionales innovadoras , si es posible en la frontera tecnológica de sus ramos de actuación, y que estén volcadas a la competición internacional. En casos específicos, esto puede involucrar la negociación de alianzas con grandes empresas multinacionales. Tal negociación, sin embargo, exige una estrategia de upgrading tecnológico regulatoria debe poseer un carácter más global de que simplemente regional, o sea, se debe elaborar una estrategia de negociación de las normas regulatorias considerándose los varios mercados envueltos en el interés de la industria brasileña. De la misma forma, tal convergencia no puede ser entendida como una armonización o uniformización de las reglas y procedimientos, ya que hay especificidades en cualquier mercado. A propósito, aunque se considere los mercados más desarrollados como parámetros clara para las empresas del sector, para maximizar los beneficios de la transferencia tecnológica. Sin esta estrategia, la identificación de posibles empresas nacionales a actuar como socias de grandes empresas se vuelve muy difícil. 101 para la convergencia regulatoria, es notorio que hay diferencias sustantivas entre las regulaciones de los Estados Unidos, Europa y Japón, por causa de esas especificidades. Esas preocupaciones tienen un sentido concreto, ya que Brasil – por medio de la Anvisa – participa del Forum Internacional de Reguladores de Productos para la Salud ( International Medical Device Regulators Forum – IMDRF). El IMDRF cuenta con reguladores de los Estados Unidos, de la Unión Europea, Japón, China, Australia, Canadá, además de la Organización Mundial de la Salud (OMS) como observadora oficial y de agentes reguladores de México y de Rusia como observadores invitados. El IMDRF trata de puntos vitales para el futuro de la competitividad de la industria internacional de EMHO como el diseño de un guión para la implantación de un sistema de identificación único de equipos. Esta identificación única, además de funcionar como un sistema de rastreo internacional, debe crear un registro de seguridad y eficacia de los productos, juntamente con una lista de estándares reconocidos. El IMDRF también cuenta con un forum de partes interesadas ( Stakeholder Forum) que, además de los reguladores, incorpora representantes de la industria, médicos y académicos. La participación brasileña en este forum internacional, por lo tanto, le da un sentido concreto y de urgencia a la formulación de una estrategia de posicionamiento en las cadenas globales de la industria de EMHO que contemple el upgrade tecnológico y la competitividad internacional de la industria brasileña. 102 C onclu s iones En función del cuadro del sector de EMHO y, en particular, del debate sobre la regulación anteriormente presentado, queda claro que la elaboración de una estrategia objetivando la articulación y posicionamiento en los mercados globales exige previamente un mapeo de las cadenas globales de mercancías en el sector de EMHO . Solamente a partir de ese mapeo sería posible trazar una estrategia de desarrollo tecnológico del sector, que contemple, de forma amplia, los desafíos e identifique las oportunidades eventualmente existentes. Pero para eso, es necesario inicialmente superar el énfasis casi exclusivo en medicamentos, a pesar de ser dictada por las necesidades de la salud pública, que ha caracterizado la intervención pública en el CIS. No es que las necesidades de la salud pública no deban hacer parte de una política para el sector de EMHO, por el contrario. Ella también representa una dimensión importante, pero que precisa ser articulada con una estrategia de desarrollo tecnológico a largo plazo para el sector de EMHO. Sin esta articulación, la eficacia de la propia política de salud será, a lo mucho, limitada e transitoria, no solo porque los productos del sector de EMHO hacen parte de las terapias así como los medicamentos, sino también – y tal vez principalmente – porque los subsectores más dinámicos del sector de EMHO están en permanente proceso de innovación y transformación, provocando el desplazamiento de la frontera tecnológica permanentemente “hacia afuera”. En la medida de que el núcleo de dinamismo tecnológico en EMHO permanezca en el exterior, será responsabilidad de la propia política de salud el papel limitado de actuar de forma reactiva y con atraso a cambios tecnológicos. De la misma forma, esta estrategia amplia, trazada a partir de un mapeo de las cadenas productivas globales, también exige un mayor diálogo entre empresas y agentes públicos en el sector, no solo para eliminar trabas burocráticas, eliminar el desconocimiento de los agentes privados sobre los trámites necesarios y agilizar procesos administrativos, pero, principalmente, para esclarecer a las empresas nacionales de EMHO sobre las directrices de la política sobre el sector y establecer sociedades efectivas con los agentes privados. Como lo demostró Peter Evans en su libro Autonomía y Sociedad (EVANS, 2004)25, el establecimiento de las relaciones cooperativas con el sector privado vía el intercambio de información y de feedback sobre la implementación de políticas es fundamental para el suceso de iniciativas de transformación industrial, como lo ilustran los casos de países como Corea del Sur y Taiwán, ilustrados en Evans (2004). Esa asociación aún está lejos de ser construida en el país, como lo ilustran las evaluaciones opuestas acerca de la actuación de la Anvisa en la capacitación tecnológica del sector de EMHO por parte de las empresas del sector y de la propia Anvisa. 103 Anexo – Productos utilizados en las estadísticas de comercio e x terior del s ector de E M H O PRODUCTOS PARA LABORATORIOS 902720 Cromatógrafos y aparatos de electroforesis 902730 Espectrómetros, espectrofotómetros y espectrógrafos que utilicen radiaciones ópticas (uv, visibles, iv) 902750 Otros aparatos e instrumentos para análisis físicos o químicos que utilicen radiaciones ópticas (uv, visibles, iv) 902780 Otros instrumentos y aparatos para análisis físicos o químicos, para ensayos de viscosidad, porosidad, tensión superficial o semejantes, o para medidas calorimétricas, acústicas o fotométricas (incluidos los indicadores de tiempo de exposición) 902790 Micrótomos; partes y accesorios de polarógrafos, espectrómetros, espectrógrafos y otros instrumentos y aparatos para análisis físicos o químicos RADIOLOGÍA Y DIAGNÓSTICO POR IMAGEN 901812 Aparatos de diagnóstico por barrido ultrasónico (scanner) 901813 Aparatos de diagnóstico por visualización de resonancia magnética 901814 Aparatos de cintilografía 902212 Aparatos de tomografía computadorizada 902214 Aparatos basados en el uso de rayos x, para usos médicos, quirúrgicos o veterinarios26 902219 Aparatos de rayos x, de radiofotografía o de radioterapia, para otros usos 902221 Aparatos de radiación alfa, beta, gama, para usos médicos, quirúrgicos, odontológicos o veterinarios. 902229 Aparatos de radiación alfa, beta, gama, para otros usos 902230 Tubos de rayos x 902290 Otros dispositivos generadores de rayos x, mesas de comando, pantallas de visualización y partes y accesorios de la posición 9022 104 PRODUCTOS MÉDICO-HOSPITALARIOS 841920 Esterilizadores médico-quirúrgicos o de laboratorios 842119 Otros centrifugadores 901110 Microscopios estereoscópicos 901120 Otros microscopios, para fotomicrografía, fotomicrografía o micro proyección 901180 Otros microscopios ópticos 901190 Partes y accesorios para microscopios ópticos 901811 Electrocardiógrafos 901819 Otros Aparatos de electrodiagnóstico 901820 Aparatos de rayos ultravioleta o infrarrojos, para uso médico, quirúrgico, odontológico o veterinario 901850 Otros instrumentos y aparatos para oftalmología 901890 Otros instrumentos y aparatos para medicina, cirugía o veterinaria 901910 Aparatos de mecanoterapia, de masaje o de psicotécnica 901920 Aparatos de ozonoterapia, de oxigenoterapia, de aerosolterapia y otros de terapia respiratoria 902000 Otros aparatos respiratorios y máscaras contra gases, excepto las de protección desprovistas de mecanismo y de elemento filtrante desmontable 940290 Otros valores para medicina, cirugía, odontología o veterinaria 105 IMPLANTES Y REHABILITACIÓN 902110 Artículos y aparatos ortopédicos o para fracturas, inclusive partes y accesorios 902121 Dientes artificiales 902129 Otros artículos y aparatos de prótesis dental 902131 Prótesis articulares 902139 Válvulas cardíacas, lentes intraoculares y otros artículos y aparatos de prótesis, inclusive partes y accesorios 902140 Aparatos para facilitar la audición de los sordos, excepto las partes y accesorios 902150 Marcapasos (estimuladores) cardíacos, excepto las partes y accesorios 902190 Otros aparatos transportados a mano o sobre las personas o implantados en el organismo para compensar deficiencias PRODUCTOS ODONTOLÓGICOS 901841 Aparatos dentales de perforación, inclusive combinados con otros equipos dentales 901849 Otros instrumentos y aparatos para odontología 902213 Aparatos basados en el uso de rayos x, para uso odontológico 940210 Sillas de dentista, para salones de belleza y sillas semejantes, y sus partes 106 R e f erE nci a s ABDI. Panorama Setorial: Equipamentos Médicos, Hospitalares e Odontológicos [Panorama Sectorial: Equipos Médicos, Hospitalarios y Odontológicos]. Brasilia: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial [Agencia Brasileira de Desarrollo Industrial], 2008. Serie cuadernos de la Industria ABDI, vol. VII. Disponible en http://www.abdi.com.br/Estudo/volume%207.pdf Acceso el 23 de agosto de 2013. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Ministerio de Desarrollo, Indústria y Comercio Exterior]. Plano Brasil Maior [Plano Brasil Mayor]. Disponible en http:// www.brasilmaior.mdic.gov.br/. Acceso el 23 de agosto de 2013. BRASIL. Ministério da Saúde [Ministerio de Salud]. Sistema Único de Saúde (SUS) [Sistema Único de Salud]. Disponible en http://www.brasil.gov.br/saude/2009/12/sus. Acceso el 24 de septiembre de 2013. ABIMO. Dados Econômicos [Datos Económicos]. Disponible en http://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=dados-economicos. Acceso el 25 de agosto de 2013. _______. PSI Brazilian Health Devices [Proyecto Sectorial de EMHO]. Disponible en http://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=apex-brasil. Acceso el 25 de agosto de 2013. _______. Ministério da Saúde [Ministerio de Salud]. Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde [Grupo Ejecutivo del Complejo Industrial de la Salud]. Disponible en http://portal.saude.gov.br/ portal/saude/Gestor/visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Acceso el 23 de agosto de 2013. BAIR, J. From Commodity Chains to Value Chains and Back Again? [De las Cadenas de Mercancías a las Cadenas de Valor y la Vuelta] Mimeo, Yale University Department of Sociology, 2005. BROLIN, Sandra. Global Regulatory Requirements for Medical Devices [Requerimientos Regulatorios Globales para EMHO]. PhD Thesis [Tesis de Doctorado]. Mälardalen University, 2008. BAIR, Jennifer; GEREFFI, Gary. Local Clusters in Global Chains: The causes and consequences of export dynamism in Torreon’s blue jeans industry [Clusters Locales en las Cadenas Globales: las causas e las consecuencias del dinamismo exportador en la industria de jeans azul de Torreon]. World development, vol. 29, n. 11, pp. 1885-1903, 2001. CHASE-DUNN, Christopher. Global Formation: structures of the world-economy [Formación Global: estructuras de la economía mundial]. Maryland, Lanham: Rowman & Littlefield Publishers, 2 a ed., 1998. CUNHA, Adriana Marques da. (coord.). Relatório de Acompanhamento Setorial (Volume IV): equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos [Informe de Acompañamiento Sectorial (Volumen IV): equipos médicos, hospitalarios y odontológicos]. Projeto [Proyecto]: Boletim de Conjuntura Industrial [Boletín de Coyuntura Industrial], Acompanhamento Setorial e Panorama da Indústria [Acompañamiento Sectorial y Panorama de la Industria]. Campinas/SP: ABDI y NEIT/IE/UNICAMP, febrero de 2009. BARAN, Paul A.; SWEEZY, Paul M. Monopoly Capitalism [Capitalismo Monopolista]. New York: Monthly Review Press, 1966. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [Instituto Brasileño de Geografía y Estadística]. Estimativas de População [Estimativas de Población]. Disponible en http:// www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/ estimativa_dou.shtm. Acceso el 18 de septiembre de 2013. EVANS, Peter. Autonomia e Parceria: Estados e transformação industrial [Autonomía y Sociedad: Estados y transformación industrial]. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2004. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior]. AliceWeb (Sistema de Análisis de las Informaciones de Comercio Exterior). Disponible en: http://aliceweb2.mdic.gov.br/ FAUNCE, Thomas A.; TOWNSEND, Ruth. The Trans-Pacific Partnership Agreement: challenges for Australian health and medicine policies [El Acuerdo de Asociación Trans-pacífico: desafíos para las políticas de salud y de medicamentos de Australia]. Medical Journal of Australia, vol. 194 no. 2, pp. 8386, 2011. _______. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior [Ministerio de Desarrollo, Indústria y Comercio Exterior]. Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) [Política de Desarrollo Productivo]. Disponible en http://www.pdp.gov.br/. Acceso el 23 de agosto de 2013. 107 GADELHA, Carlos Augusto Grabois. O Complexo Industrial da Saúde e a Necessidade de um Enfoque Dinâmico na Economia da Saúde [El Complejo Industrial de la Salud y la Necesidad de un Enfoque Dinámico en la Economía de la Salud]. Ciencia y Salud Colectiva, vol. 8, no. 2, pp. 521-35, 2003. MALDONADO, José; GADELHA, Carlos Augusto Grabois; COSTA, Laís Silveira; VARGAS, Marco. A Dinâmica Inovativa do Subsistema de Base Mecânica, Eletrônica e de Materiais [La Dinámica Innovadora del Subsistema de Base Mecánica, Electrónica y de Materiales]. Revista de Salud Pública, vol. 46 (suplemento), pp. 29-36, 2012. GEREFFI, Gary. The Global Economy: organization, governance, and development [La Economía Global: organización, gobernanza y desarrollo]. En SMELSER, Neil J.; SWEDBERG, Richard (Eds.). The handbook of economic sociology [El manual de sociología económica]. Princeton: Princeton University Press, 2005. OMS. Medical Device Regulations: global overview and guiding principles [Regulaciones en EMHO: visión global y principios guías]. Ginebra: Organización Mundial de la Salud, 2003. Disponible en http://www.who.int/medical_devices/publications/ en/MD_Regulations.pdf _______. International Trade and Industrial Upgrading in the Apparel Commodity Chain [Comercio Internacional y Upgrading Tecnológico en la Cadena de Mercancía de Vestuario]. Journal of International Economics, vol. 48, n. 1, pp. 37-70, 1999. PIERONI, João Paulo; REIS, Carla; SOUZA, José Oswaldo Barros de. A Indústria de Equipamentos e Materiais Médicos, Hospitalares e Odontológicos: Uma proposta de atuação do BNDES [La Industria de Equipos y Materiales Médicos, Hospitalarios y Odontológicos: una propuesta de actuación del BNDES]. BNDES Sectorial, vol. 31, pp. 185-226, 2010. _______. Global Production Systems and Third World Development [Sistemas de Producción Global y el Desarrollo del Tercer Mundo]. En STALLINGS, Barbara (ed.). Global Change, Regional Response: The new international context of development [Desafío Global, Respuesta Regional: el nuevo contexto de desarrollo]. New York: Cambridge University Press, 1995. RADAELLI, Claudio M. The Puzzle of Regulatory Competition [Lo Rompe Cabezas de la Competición Regulatoria]. Journal of Public Policy, vol. 24, n. 01, págs. 1-23, 2004. _______; HUMPHREY, John; STURGEON, Timothy. The Governance of Global Value Chains [La Gobernanza de las Cadenas Globales de Valor]. Review of International Political Economy, vol. 12, n. 1, pp. 78-104, 2005. STEPHAN, Paul. Regulatory Cooperation and Competition - The Search for Virtue [Cooperación y Competición Regulatoria – la búsqueda por virtud]. University of Virginia Law School, Legal Studies Working Paper, n. 99-12, 1999. _______; KORZENIEWICZ, Miguel (Ed.). Commodity Chains and Global Capitalism [Cadenas de Mercancías y Capitalismo Global]. Westport, Connecticut: Greenwood Publishing, 1994. SYKES, Alan O. Regulatory Competition or Regulatory Harmonization? A silly question? [Competición o Harmonización Regulatoria? ¿Una pregunta tola?] Journal of International Economic Law, vol. 3, n. 2, pp. 257-264, 2000. _______ et al. Introduction: globalisation, value chains and development [Introducción: globalización, cadenas de valor y desarrollo]. IDS bulletin, vol. 32, n. 3, pp. 1-8, 2001. TRACHTMAN, Joel P. International Regulatory Competition, Externalization, and Jurisdiction [Competición Regulatoria Internacional, Externalización, y Jurisdiction]. 34 Harvard International Law Journal, 47, 1993. HOEKMAN, Bernard; MATTOO, Aaditya; SAPIR, Andre. The Political Economy of Services Trade Liberalization: a case for international regulatory cooperation? [¿La Política Económica de la Liberalización de Servicios: un caso para la cooperación regulatoria internacional?] Oxford Review of Economic Policy, vol. 23, n. 3, pp. 367–391, 2007. UNASUL. Instituto Suramericano de Gobierno en Salud (ISAGS). Disponible en http://www.isags-unasursalud.org/Default. asp?lang=1. Acceso el 23 de agosto de 2013. VOGEL, David. Trading up: Consumer and environmental regulation in a global economy [Trading up: regulación ambiental y del consumidor en la economía global]. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1995. LANDIM, André; GOMES, Renata; PIMENTEL, Vitor; REIS, Carla; PIERONI, João Paulo. Equipamentos e Tecnologias Para Saúde: oportunidades para uma inserção competitiva da indústria brasileira [Equipos y Tecnologías Para la Salud: oportunidades para una inserción competitiva de la industria brasileña]. BNDES Sectorial, vol. 37, pp. 173-226, 2013. LINEHAN, John H.; PATÉ-CORNELL, M. Elisabeth; YOCK, Paul G.; PIETZSCH, Jan B.; SHLUZAS, Lauren A. Study on Medical Device Development Models, Final Report [Estudio sobre Modelos de Desarrollo del Sector de EMHO, Relatoría Final]. Palo Alto, CA: Stanford University, 2007. 108 N OTAS 1 V er el sitio del Ministerio de Salud: http://www.brasil.gov. br/saude/2009/12/sus. Acceso el 24 de septiembre de 2013. 9 L a industria de EMHO “puede ser subdividida en los siguientes subsectores de acuerdo con el tipo/destino de los productos: de implantes, prótesis y equipos de rehabilitación; de radiología y de diagnóstico por imagen; de odontología; de equipos médico-hospitalarios; y de laboratorio, pudiendo incluir también el subsector de materiales de consumo médico-hospitalarios, conforme la clasificación de la Asociación Brasileña de la Industria de Artículos y Equipos Médicos, Hospitalarios y de Laboratorio (ABIMO) utilizada por distintos trabajos sobre la industria” (Cunha, 2009). Este trabajo utilizará el término “productos médico-hospitalario-odontológicos” y/o “EMHO”, a título de simplificación. 2 I nformación disponible en el sitio del Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE), http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/ estimativa_dou.shtm. Acceso el 18 de septiembre de 2013. 3 T raducción libre de: “...envolvendo um conjunto de indústrias que produzem bens de consumo e equipamentos especializados para a área e um conjunto de organizações prestadoras de serviços em saúde que são as consumidoras dos produtos manufaturados pelo primeiro grupo, caracterizando uma clara relação de interdependência setorial”. 10 T raducción libre de: “a ampliação de demanda e oferta dos serviços de saúde e o próprio desenvolvimento tecnológico da indústria estão estreitamente ligados. Esse fato realça o caráter estratégico dessa base produtiva ao apontar a interdependência entre a dinâmica inovadora da indústria e o processo evolutivo dos serviços de saúde, em especial considerandose a transição demográfica, as características epidemiológicas e a crescente pressão pela diminuição dos custos de atenção à saúde”. 4 L a PDP tiene como objetivo promover la competitividad de largo plazo de la economía brasileña a partir de una mayor integración de los instrumentos de la política en curso, promoviendo simultáneamente la coordinación entre instituciones del gobierno y el profundizado de la articulación con el sector privado. Para saber más acceda: http://www.pdp.gov.br/ 11 E l excedente de una sociedad puede ser definido simplemente como la diferencia entre el valor de la producción de una sociedad y el coste incurrido para obtener esta producción: ver Baran y Sweezy (1966, p. 76). El excedente global en una industria es la suma de los excedentes producidos por la industria en cuestión en cada país. Una participación más favorable en la producción del excedente global demanda el posicionamiento de la industria local en las etapas del proceso productivo de mayor valor agregado. 5 I nformación disponible en el sitio del Ministerio de Salud http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/ visualizar_texto.cfm?idtxt=32490. Acceso el 08 de septiembre de 2013. 6 P ara saber más, acceda http://www.brasilmaior.mdic. gov.br/. 7 D atos disponibles en el sitio de la Abimo: http:// www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=dados-economicos. Acceso el 25 de agosto de 2013. 12 T raducción libre de: “The world economy is composed of “commodity chains”, forward and backward linkages of processes of production (…). These commodity chains link raw materials, labor, the sustenance of labor, intermediate processing, final processing, transport, and final consumption.” 8 P ara saber más, acceda http://www.isags-unasursalud. org/Default.asp?lang=1 109 21 A cuerdo comercial en negociación, que envuelve a los Estados Unidos, Australia, Nueva Zelandia, Canadá, México, Chile, Singapur, Vietnam, Malasia, Brunei e Perú. 13 B air y Gereffi (2001); Gereffi (2005, 1999, 1995); Gereffi, Humphrey y Sturgeon (2005); Gereffi et al. (2001) y Gereffi y Korzeniewicz (1994). 14 T raducción libre de: “(...) medical devices are everything from band aids to x-ray machines, contact lenses, hip implants, pacemakers, crutches, hospital beds and in vitro diagnostic devices.” 22 A cuerdo comercial en negociación entre México, Colombia, Chile y Perú. 23 A cuerdo comercial en negociación entre Europa y Estados Unidos. 15 A pesar de que no hayan sido obtenidos datos más recientes, no hay indicios de que las partes hayan mudado significativamente en el periodo reciente. 24 h ttp://www.abimo.org.br/modules/content/content. php?page=apex-brasil. Acceso el 16 de septiembre de 2013. 16 N o hay una convención generalmente aceptada definiendo cuáles son los productos que deben ser considerados en el sector de EMHO. De este modo, la selección de los productos siempre envolverá alguna arbitrariedad del investigador. El lector puede encontrar los productos utilizados en la construcción de las estadísticas de esta Investigación en el Anexo. 25 T raducción libre. El título original del libro es Autonomia e Parceria: Estados e transformação industrial. 26 P ara algunos ítems, infelizmente no fue posible separar los productos médico-hospitalarios de los veterinarios. 17 E n todas las tablas se optó por utilizar apenas datos oficiales, a pesar de sus eventuales limitaciones, como forma de asegurar la credibilidad del análisis. 18 F ueron considerados los integrantes fundadores originales del MERCOSUR: Brasil, Argentina, Uruguay y Paraguay – que no incluye a Venezuela. 19 A pesar de que en esta Figura 1, la cual fue retirada de la OMS (2003), presente las etapas del ciclo de un producto del sector de EMHO, ella no refleja la complejidad del proceso de innovación y producción de EMHO. Sin embargo, atiende al objetivo de este capítulo que es el de propiciar al lector una visualización simplificada de ese ciclo. Para ejemplificar como la complejidad es superior al esquema simplificado utilizado, sugerimos la consulta de Linehan et al (2007). 20 T raducción libre de: “ The appropriate quantity and type of regulation can no longer be determined without casting a wary eye at the quantity and type of regulation imposed by competing states.” 110 L I S TA DE S I G L AS, A C R Ó N I M O S Y A B R E V I AT U R AS ABDI Agencia Brasileña de Desarrollo Industrial ABIMO Asociación Brasileña de la Industria de Artículos y Equipos Médicos, Odontológicos, Hospitalarios y de Laboratorio Anvisa Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria Apex-Brasil A gencia Brasileña de Promoción de las Exportaciones e Inversiones BNDES Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social CGM Cadenas Globales de Mercancías CIS Complejo Industrial de la Salud EMHO Equipos e insumos Médicos, Hospitalarios y Odontológicos Finep Financiadora de Estudios y Proyectos Fiocruz Fundación Oswaldo Cruz GECIS Grupo Ejecutivo del Complejo Industrial de la Salud I&D Investigación y Desarrollo IBGE Instituto Brasileño de Geografía y Estadística IMDRF Fórum Internacional de Reguladores de Productos para la Salud Inmetro Instituto Nacional de Metrología, Calidad y Tecnología INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial ISAGS Instituto Suramericano de Gobierno en Salud MCT Ministerio de Ciencia y Tecnología MDIC Ministerio de Desarrollo, Industria y Comercio Exterior MF Ministerio de la Hacienda MPOG Ministerio de Planeamiento, Presupuesto y Gestión MRE Ministerio de Relaciones Exteriores MS Ministerio de Salud OMS Organización Mundial de la Salud PDP Política de Desarrollo Productivo PIB Producto Interno Bruto SUS Sistema Único de Salud TPP Trans-Pacific Partnership Agreement TTIP Transatlantic Trade and Investment Partnership UE Unión Europea UNASUR Unión de Naciones Suramericanas 111 CEBRI – CENTRO BRASILEÑO DE RELACIONES INTERNACIONALES El CEBRI es un think tank – centro de estudios – que tiene el objetivo de desarrollar el conocimiento y promover el debate acerca de temas relacionados a las relaciones internacionales, ofreciendo subsidios para la definición de políticas públicas. También busca fomentar el dialogo entre los diferentes actores, públicos y privados, para un mejor entendimiento de la agenda internacional, así como del papel de Brasil en el escenario global. Siendo reconocido por el Ministerio de Justicia como una entidad sin fines de lucro y que desarrolla actividades de interés general de la sociedad, el CEBRI posee la clasificación de Organización de la Sociedad Civil de Interés Público (OSCIP). El Centro desarrolla proyectos que resultan en estudios, policy papers, e informes y además edita una línea de publicaciones periódicas y produce contenido multimedia. El CEBRI también realiza conferencias, talleres, seminarios, mesas redondas, grupos de trabajo y de estudio. ASÓCIASE El CEBRI ofrece a las personas físicas y jurídicas la posibilidad de convertirse en sus socios, mediante una contribución anual. El apoyo financiero obtenido de esta manera permite al CEBRI cumplir su misión de fomentar el conocimiento, promover el debate y producir cada vez más información. El carácter multidisciplinar del Centro y su poder de penetración en vehículos de prensa y medias sociales atrae un público creciente y diversificado y le da gran visibilidad a sus asociados Por ser una Organización de la Sociedad Civil de Interés Público (OSCIP), sus apoyadores pueden disfrutar de la deducción del Impuesto de Renta previsto en la Ley n.º 9.790/99. El asociado del CEBRI dispone de los siguientes beneficios: Garantía de presencia en eventos públicos Acceso a eventos reservados Sugestión de temas para estudios Sugestión de temas para proyectos e investigaciones Para informaciones adicionales sobre asociación, por favor contacta +55 21 2206-4444 o [email protected]. 112 Consejo Curador Presidente de Honra Fernando Henrique Cardoso Presidente Luiz Augusto de Castro Neves Vicepresidente Tomas Zinner Vicepresidentes Eméritos Daniel Miguel Klabin José Botafogo Gonçalves Luiz Felipe Palmeira Lampreia Miembros Armando Mariante Arminio Fraga Neto Carlos Mariani Bittencourt Celso Lafer Claudio Frischtak Gelson Fonseca Junior Georges Landau Henrique Rzezinski José Aldo Rebelo Figueiredo José Luiz Alquéres José Pio Borges de Castro Filho Marcelo de Paiva Abreu Marco Aurélio Garcia Marcos Castrioto de Azambuja Marcus Vinícius Pratini de Moraes Maria Regina Soares de Lima Pedro Malan Roberto Abdenur Roberto Teixeira da Costa Ronaldo Veirano Sebastião do Rego Barros Netto Vitor Hallack Winston Fritsch Miembros Eméritos Célio Borja Eliezer Batista Hélio Jaguaribe João Clemente Baena Soares Consejo Consultivo Internacional Albert Fishlow Andrew Hurrell Julia Sweig Kenneth Maxwell Leslie Bethell 113 Diretor Executivo do CEBRI CEBRI Executive Director | Director Ejecutivo de CEBRI Roberto Fendt Projeto: Produtos de Saúde: o Papel da Convergência Regulatória no Desenvolvimento da Indústria Brasileira Project: Medical Devices: the Role of Regulatory Convergence in the Development of the Brazilian Industry Proyecto: Dispositivos Médicos: El Rol de la Convergencia Regulatoria en el Desarrollo de la Industria Brasileña Coordenadora Coordinator | Coordinadora Revisão Technical Revision | Revisión Técnica Adriana de Queiroz Adriana de Queiroz Assistente Assistant | Asistente Produção Editorial Publishing Coordinator Producción Editorial Maria Julia Torres Pesquisador Researcher | Investigador Ronaldo Fiani Assistente Voluntária de Pesquisa Voluntary Research Assistant Asistente Voluntaria de Investigación Mariana Paredes Tradução Translation | Traducción Percy deForest Warner III (English) Julio Carpeo Zegarra (Español) Adriana de Queiroz Projeto Gráfico Graphic Design and Layout Proyecto y Diseño Gráfico PVDI Design Claudia Cohen Joana de Paula Soares Flavio Chin Chan Hugo Serrão Impressão Printing | Impresión Walprint Gráfica e Editora O pesquisador pertence ao Instituto de Economia da UFRJ. Ele agradece os comentários de Adriana de Queiroz e Mariana Paredes Teixeira, ressalvando que erros e omissões são de sua exclusiva responsabilidade. The researcher belongs to the Economics Institute of The Federal University of Rio de Janeiro - UFRJ. The author wishes to thank Adriana de Queiroz and Mariana Paredes Teixeira for their comments. The responsibility for any remaining errors or omissions rests entirely with the author. E l investigador pertenece al Instituto de Economía de la Universidad Federal del Río de Janeiro - UFRJ. Él resalta que los errores y omisiones son de su exclusiva responsabilidad y agradece a Adriana de Queiroz y a Mariana Paredes Teixeira por los comentarios. 114 Realização Prepared by | Realización Patrocínio Sponsors | Patrocinio O estudo foi produzido de forma independente pelo CEBRI e financiado por Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda. e pela ABIIS - Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde. O conteúdo do estudo e a opinião dos especialistas que trabalharam no seu desenvolvimento é de sua total e exclusiva responsabilidade, e não representam o posicionamento dos patrocinadores do estudo. O CEBRI conta com uma equipe de colaboradores e consultores com diferentes formações acadêmicas e experiências pessoais e profissionais. Esta diversidade e a independência de opinião de seus integrantes são fundamentais para o caráter multidisciplinar e imparcial do Centro, e para seu reconhecimento como um Centro independente, transparente e de interesse público. Cabe ao CEBRI, contudo, assegurar a qualidade do conteúdo produzido. This report was produced independently by CEBRI and funded by Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda. and ABIIS - Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde. The responsibility for its content and the views expressed here are exclusive to the specialists that worked during its development and do not represent the position of the sponsors of the report. CEBRI is comprised by a diverse staff and ad-hoc researchers with different academic background and professional and personal experiences. This diversity and their independence of opinion are fundamental for the multidisciplinary characteristic of the Center and its recognition as an independent, transparent and of relevance to society. CEBRI only assures the quality of the content it produces. El estudio fue producido de forma independiente por el CEBRI y financiado por la Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda. y por la ABIIS - Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde. Su contenido y opiniones son de total y exclusiva responsabilidad de los especialistas que trabajaran para su confección, y no representan la posición de los patrocinadores del estudio. CEBRI cuenta con uno equipo de colaboradores y consultores con diferentes formaciones académicas y experiencias personales y profesionales. Esta diversidad y la independencia de opinión de sus integrantes son fundamentales para el carácter multidisciplinar e imparcial del Centro, y para su reconocimiento como un Centro independiente, transparente y relevante para la sociedad. Cabe al CEBRI, todavía, asegurar la calidad del contenido producido. 115 Sugestão de citação: CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). 2013. Convergência Regulatória, Cadeias Globais e o Desenvolvimento da Indústria de Saúde no Brasil – o setor de equipamentos e insumos em uma análise regional. Rio de Janeiro. Disponível em http://www.cebri.org/midia/documentos/7.pdf Suggestion for citation: CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). 2013. Regulatory Convergence, Global Chains and the Development of the Health Industry in Brazil – a regional analysis of the medical devices industry. Rio de Janeiro. Available at http://www.cebri.org/midia/documentos/8.pdf Sugerencia de citación: CEBRI (Centro Brasileiro de Relações Internacionais). 2013. Convergencia Regulatoria, Cadenas Globales y el Desarrollo de la Industria de Salud en Brasil – el sector de equipos e insumos en un análisis regional. Río de Janeiro. Disponible en http://www.cebri.org/midia/documentos/9.pdf Este Estudo deu origem a dois encartes disponíveis para download Policy Briefs available for download | Policy Briefs disponibles para bajar Cadeias Globais e o Setor de Produtos Médicos, Hospitalares e Odontológicos (EMHO): qual a estratégia brasileira? http://www.cebri.org/midia/ documentos/1.pdf Produtos Médicos, Hospitalares e Odontológicos (EMHO): por que o Brasil deve ter uma estratégia de convergência internacional? http://www.cebri.org/midia/ documentos/4.pdf Global Chains and the Medical Device Sector: what should Brazil’s strategy be? http://www.cebri.org/midia/ documentos/2.pdf Medical Devices: why Brazil needs a strategy for international convergence ? http://www.cebri.org/midia/ documentos/5.pdf Cadenas Globales y el Sector de los Productos Médicos, Hospitalarios y Odontológicos (EMHO): ¿Cuál es la Estrategia Brasileña? http://www.cebri. org/midia/documentos/3.pdf Productos Médicos, Hospitalarios y Odontológicos (EMHO): ¿Por qué Brasil debe tener una Estrategia de Convergencia Internacional? http://www.cebri.org/midia/documentos/6.pdf 116