Resumos 18º Congresso Português de Obesidade

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Resumos 18º Congresso Português de Obesidade
18º Congresso Português de Obesidade´
RESUMOS APRESENTADOS NO CONGRESSO
e
Resumos premiados
Comunicações Orais
CIRURGIA BARIÁTRICA__________________________________________________________
CO 1
Pré-diabetes e implicações nos resultados da cirurgia bariátrica: estudo prospectivo de uma
população hospitalar
Lau E1,4, Oliveira J1,4, Cunha F1,4, Saavedra A1,4, Costa MM1,4, Bettencourt R1, Magalhães D1,Freitas P1,2,3,
Varela A1,2,3, Queirós J1,2, Correia F1,2,4, Carvalho D1,4 e Grupo AMTCO2
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE
2
Consulta de Avaliação Multidisciplinar do Tratamento Cirúrgico da Obesidade do Centro Hospitalar de
São João, EPE
3
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
4
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A obesidade aumenta o risco de anomalias do metabolismo da glicose. Vários estudos
estabeleceram associações entre diabetes tipo 2 e resultados da cirurgia bariátrica. Contudo, sendo a
pré-diabetes o início de um continuum das anomalias da glicose, torna-se relevante compreender se
esta situação confere já diferenças nos resultados cirúrgicos. Objectivo: Avaliar as implicações da prédiabetes nos resultados de cirurgia bariátrica. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, de
doentes avaliados na consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade
entre Janeiro/2010-Dezembro/2013. Analisados parâmetros antropométricos e metabólicos.
Alterações de metabolismo de glicose definidas pela ADA. Resultados: De 983 doentes, foram
excluídos 252 por diagnóstico prévio de diabetes, 68 por dados insuficientes e 1 por idade < 18 anos.
Dos 662 doentes incluídos, 581 (87,8%) eram do sexo feminino, com mediana de idades de 42 anos
(âmbito interquartil[AIQ], 34-51) e índice de massa corporal (IMC) de 43,5 kg/m2 (AIQ, 40,6-47,1); 55
eram diabéticos e 328 pré-diabéticos, não existindo diferenças relativamente ao IMC. Os prédiabéticos apresentavam níveis mais elevados de colesterol total (CT), LDL, triglicerídeos, pressão
arterial sistólica e HOMA-IR, comparativamente aos euglicémicos (p<0,05). Quando comparados com
os euglicémicos, aos 12 meses pós-cirurgia, os pré-diabéticos tiveram uma redução mais significativa
da glicemia em jejum, HbA1c e HOMA-β; uma redução menos significativa do CT, LDL e pressão arterial
diastólica (p<0,05); e , ainda, uma menor % de excesso de IMCperdido (%EIMCP) (66,0% vs. 75,2;
p<0.001), não existindo diferenças nesta %EIMCP comparativamente aos diabéticos. Conclusão: Na
nossa população, a pré-diabetes é um determinante de resultados da cirurgia bariátrica.
Relativamente à %EIMCP, os resultados indicam que a diferença estatisticamente significativa está
relacionada com a passagem do estado euglicémico para a pré-diabetes, e não da pré-diabetes para a
diabetes. Estes dados corroboram a necessidade de uma intervenção precoce nos doentes obesos,
antes de se estabelecerem anomalias do metabolismo da glicose
Palavras-chave: pré-diabetes obesidade cirurgia bariátrica
CO 2
Impacto da Cirurgia Bariátrica no Estado Nutricional de Vitamina A em Gestantes
Suzana Nunes, Adryana Cordeiro, Eliana Milagres, Silvia Pereira, Carlos Saboya, Cláudia Saunders,
Andrea Ramalho.
Universidade Federal do Rio de Janeiro
[email protected]
Introdução: Mais de 80% dos pacientes que se submetem à cirurgia bariátrica são mulheres em idade
reprodutiva. A perda de peso propiciada pela cirurgia promove a melhora da fertilidade, e assim, a
gestação passa a ser uma realidade. Porém, nesse cenário as deficiências nutricionais são
preocupantes e nesse escopo, encontra-se a deficiência da vitamina A (DVA). Objetivo: Avaliar o
estado nutricional de vitamina A através de indicadores bioquímicos (retinol e beta-caroteno) e
funcional (Cegueira Noturna Gestacional - CNG), em gestantes submetidas à Gastroplastia Redutora
com Reconstituição em Y de Roux (GRYR) comparado a gestantes não submetidas à referida cirurgia.
Metodologia: Estudo transversal analítico com gestantes no 3° trimestre gestacional, pareadas por
idade e Índice de Massa Corporal Pré-Gestacional (IMCPG). Grupo 1 (G1): 80 gestantes sem submissão
prévia à GRYR. Grupo 2 (G2): 40 gestantes previamente submetidas à GRYR e suplementadas
diariamente com 5000UI de acetato de retinol. Foi utilizado método CLAE-UV para quantificação do
retinol e β-caroteno e a avaliou-se CNG através de entrevista padronizada e validada pela Organização
Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde. Resultados: A média de idade do G1 foi
29,3± 5,3 e do G2 30,8±4,4. O IMCPG médio encontrado no G1 foi 25,7±3,2 e no G2 26,8±3,1,
caracterizando sobrepeso. As médias de retinol e β-caroteno séricos foram significativamente maiores
no G1, 1,8±0,9; 87,4±62,2 (p = 0,000) em comparação ao G2, 0,99±0,39; 22,7±18,0 (p = 0,000),
respectivamente. A CNG esteve presente em 75,0% das gestantes do G2 e 20,0% do G1 (p = 0,000).
Conclusão: Os resultados mostram uma prevalência significativamente maior de DVA no G2 e que a
suplementação administrada não atende as necessidades desse momento de maior demanda
nutricional, que ainda se associa às mudanças na fisiologia digestiva após a GRYR. Assim, recomendase maior vigilância durante o pré-natal para subsidiar suplementação adequada.
Palavras-chave: cegueira noturna, cirurgia bariátrica, gestação, gastroplastia redutora com
reconstituição em Y de roux, vitamina A.
CO 3
Anemia ferropénica refractária após cirurgia bariátrica
Rosa Cardiga, Margarida Proença, Marisa Alface, Leonor Fernandes, Ana Leitão, Cândida Fonseca
Hospital de Dia de Especialidades édicas, Hospital São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa
Ocidental
[email protected]
A obesidade é uma das componentes do síndrome metabólico e representa um importante problema
de saúde pública. A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz. Embora os benefícios sejam
evidentes, devem ser sempre consideradas as complicações pós-operatórias, como anemia e outras
citopenias. Objetivo: Avaliar a prevalência de doentes com anemia ferropénica refratária à terapêutica
oral que foram submetidos a cirurgia bariátrica e descrever os respetivos fatores de agravamento.
Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes submetidos a cirurgia bariátrica desde 2005 num hospital
central e que mantinham seguimento em consulta externa em 2013. Foram avaliadas as características
dos doentes com anemia por deficiência de ferro que necessitaram de administração de ferro
endovenoso em 2013, entre as quais déficites nutricionais e outras causas de anemia. Resultados:
Foram incluídos 200 doentes: idade 47,5 ± 11,0 anos, sexo feminino 85% (n=170). 27 doentes (13,5%)
com anemia por deficiência de ferro tiveram indicação para terapêutica com ferro endovenoso; idade
42,7±7,4 anos; sexo feminino 92,6% (n=25), uma em fase pós-menopausa; índice de massa corporal
(IMC) antes da cirurgia, 41,5±5,5kg/m2; diagnóstico de anemia 1.123±646 dias após a cirurgia; bypass
gástrico 92,6%. Na altura do diagnóstico de anemia: IMC de 28,1±5,9kg/m2; hemoglobina 9,9±1,7g/dl,
VCM 78,8±7,9fL, ferro sérico 30,0±19,3ug/dl, ferritina 13,6±33,7ng/ml. 63,6% das mulheres (n=14)
teve menorragias desde a cirurgia. Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico foi encontrado em quatro
e dois doentes, respectivamente. Todos os doentes realizaram estudo endoscópico que não revelou
alterações. Conclusão: A anemia ferropénica deve constituir motivo de preocupação após cirurgia
bariátrica, especialmente em mulheres menstruadas. Apesar da administração oral de ferro e
vitaminas, é frequente a necessidade de terapêutica com ferro endovenoso.
Palavras-chave: Cirurgia bariátrica, anemia ferropénica
CO 4
Variação do perfil lipídico é diferente ao primeiro e segundo ano após cirurgia bariátrica com
diferentes contributos do tipo de cirurgia e da perda de peso
Filipe Cunha, Joana Oliveira, Ana Saavedra, Maria Costa, Eva Lau, Daniela Magalhães, Rita BettencourtSilva, Joana Queirós, Paula Freitas, Ana Varela, Davide Carvalho
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João
[email protected]
Introdução: A perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica modifica o perfil lipídico (PL). Avaliamos o
papel do tipo de cirurgia nos valores de colesterol total (CT), LDL, HDL e triglicerídeos (TG) ao longo de
2 anos e estudamos determinantes de variação de PL. Métodos: Estudo retrospectivo de doentes
morbidamente obesos submetidos a cirurgia bariátrica (GBA:gastroplastia com banda ajustável;
BG:bypass gástrico ou SG:Sleeve gástrico) entre 2010-2012. Seguimento: 2 anos. Comparação entre
dados basais, a 1 ano (1a) e 2 anos (2a). Contruído modelo multivariado de regressão linear para
avaliar determinantes de variação de PL. Resultados: Estudados 373 doentes (GBA:142; BG:204;
SG:27). BG: mais novos, IMC pré-cirúrgico mais elevado e perderam mais excesso de peso
comparativamente com GBA e SG (62.3%±16.4; 30.0%±22.2; 52.4%±14.3 no 1a, respectivamente; e
63.9%±19.8; 30.5%±24.2; 47.2%±116.6 no 2a, respectivamente; p<0.001 todas comparações). PL inicial
semelhante entre os grupos. Apenas no BG houve diminuição do CT ao 1a (203mg/dL±39 para
176mg/dL±30; p<0.001) com aumento ao 2a (183mg/dL±33; p=0.001). Houve aumento significativo do
HDL em todos os tipos de cirurgia ao 1a; apenas no BG se manteve aumento HDL ao 2a. Houve
redução significativa do LDL ao 1a tanto no BG (mais) como na GBA; não houve alteração no SG; sem
mais redução em nenhum grupo ao 2a. Todas as cirurgias reduziram significativamente os TG ao 1a,
sem redução adicional ao 2a. A variação do LDL ao 1a era determinada pelo tipo de cirurgia; ao 2a, a
variação de peso também passava a ser determinante. Apenas a variação de peso, e somente ao 2a,
era determinante para a subida de HDL e descida os TG. Conclusões: A melhoria do PL ocorre ao
sobretudo ao primeiro ano. O BG produz as maiores melhorias no PL. O efeito da perda de peso sobre
as variações do PL manifesta-se mais tardiamente.
Palavras-chave: Obesidade Perfil lipídico Cirurgia bariátrica Perda peso
CO 5
Deficiência de vitamina d e obesidade: avaliação retrospectiva da variação de vitamina D em obesos
submetidos a cirurgia bariátrica
Magalhães D1, Bettencourt-Silva R1, Saavedra A1,2, Costa MM1,2, Cunha F1,2, Oliveira J1,2, Lau E1,2,
Moreira AC3, Santos AC4, Freitas P1,5,6, Varela A1,5,6, Queirós J1,5, Correia F1,2,5, Carvalho D1,2, e Grupo
AMTCO5.
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
3
USF Viver Mais – ACES Maia/Valongo
4
Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública
5
Consulta de Avaliação Multidisciplinar do Tratamento Cirúrgico da Obesidade do Centro Hospitalar de
São João, EPE
6
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
2
[email protected]
INTRODUÇÃO Parece existir uma relação causal entre a deficiência de vitamina D (vitD) e a obesidade,
mas a natureza dessa associação permanece controversa. OBJETIVOS Avaliar: (1)a prevalência de
deficiência de vitD em obesos submetidos a cirurgia bariátrica antes e aos 12 meses após cirurgia; (2)a
variação da vitD ao longo de 12 meses de seguimento; (3)correlação entre a vitD e o excesso de IMC
perdido (EIMCP). MÉTODOS Estudo retrospetivo de 983 doentes submetidos a cirurgia bariátrica entre
Janeiro/2010 e Junho/2013 no Centro Hospitalar de São João. Recolhidos dados demográficos,
antropométricos e analíticos. Os doentes foram divididos por técnica cirúrgica - gastroplastia com
banda ajustável (GBA), bypass gástrico (BG), gastroplastia vertical (GV). Incluídos doentes com
doseamentos basal e aos 12 meses pós-cirurgia de vitD. RESULTADOS Avaliados 245 doentes, 13,1%
homens e 86,9% mulheres, com mediana de idades de 43,0 anos (âmbito interquartil (AIQ) 35,0053,00), peso de 113,05kg (AIQ 103,78-127,00), e IMC de 43,5940kg/m2 (AIQ 40,1463-46,6769). VitD
basal mediana de 12,0ng/mL (AIQ 8,0-17,0). Uma maior percentagem de doentes apresentou
deficiência de vitD antes (80,8%) do que aos 12 meses após cirurgia (42,9%), tendo se verificado um
aumento médio da vitD aos 12 meses de 9,19±11,006ng/mL (p<0,001). A variação de vitD foi
estatisticamente significativa nos três grupos (p=0,004), com mediana de 10,0ng/mL na GBA (AIQ 2,015,0), 7,0ng/mL no BG (AIQ 0,0-15,0), e 13,0ng/mL no GV (AIQ 6,5-20,0). A perda ponderal aos 12
meses foi estatisticamente significativa (p<0,001), com perda mediana de -17,800kg na GBA [AIQ 9,975-(-17,800)]; -38,000kg no BG [AIQ -31,800-(-44,900)]; -28,150kg no GV [AIQ -21,600-(-41,650)].
Não houve correlação entre a vitD e o EIMCP. CONCLUSÕES Confirmou-se elevada prevalência de
deficiência de vitD na nossa população de estudo. Houve aumento significativo da vitD com a perda
ponderal e ao longo dos 12 meses de seguimento. Contudo, não se verificou existir uma correlação
entre a vitD e o EIMCP.
Palavras-chave: vitamina D, obesidade, cirurgia bariátrica
CO 6
O papel da infecção por Helicobacter pylori na insulino-resistência, função de células beta e
síndrome metabólico numa população de obesos
Lau E1,4, Oliveira J1,4, Cunha F1,4, Costa MM1,4, Saavedra A1,4, Magalhães D1, Bettencourt R1, Freitas P1,2,3,
Varela A1,2,3, Queirós J1,2, Correia F1,2,4, Carvalho D1,4 e Grupo AMTCO2
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Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE
2
Consulta de Avaliação Multidisciplinar do Tratamento Cirúrgico da Obesidade do Centro Hospitalar de
São João, EPE
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Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
4
Introdução: Estudos recentes têm demonstrado que a infecção por Helicobacter pylori (Hp) pode
contribuir para a insulino-resistência (IR), disfunção das células beta e síndrome metabólica (SM),
através da activação da secreção de citocinas pró-inflamatórias e desregulação da resposta
imunológica. No entanto, esta associação é inconsistente e controversa. Objectivo: Avaliar a
associação da infecção por Hp com IR, função de células beta e SM. Métodos: Estudo transversal de
983 obesos, avaliados na primeira consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de
Obesidade entre Janeiro/2010 e Dezembro/2013. Analisados parâmetros antropométricos e
metabólicos. IR definida pelo HOMA-IR; função das células beta pelo HOMA-β. S determinado pelos
critérios da IDF. Pesquisa de Hp efectuada por biópsia, através de endoscopia digestiva alta.
Resultados: Dos 983 doentes, foram excluídos 252 por diagnóstico prévio de diabetes, 13 por dados
insuficientes e 1 por idade < 18 anos. Dos 717 doentes incluídos, 629 (87,7%) eram do sexo feminino,
tinham uma mediana de idades de 41 anos (âmbito interquartil[AIQ], 35-51) e IMC de 43,5 kg/m2
(AIQ, 40,6-47,1). Apresentavam índice de adiposidade corporal de 47,0% (AIQ, 46,4-47,5), insulina 16,9
μU/mL (AIQ, 11,12-25,0), HOMA-IR 242,3 (AIQ, 2,3-5,6) e HOMA-β 242,3 (AIQ, 144,4-402,3). A
mediana da PCR era 6,3 mg/L (AIQ, 2,6-12,0). O SM estava presente em 57% (IC95%; 53,1-60,9) e
15,3% (IC95%; 12,7-17,9) eram fumadores. O Hp foi positivo em 60,1% (IC95%; 55,8-64,4) dos doentes.
Quando comparados os doentes Hp positivo versus Hp negativo não se encontraram diferenças
estatisticamente significativas, relativamente ao género, idade, IMC, índice de adiposidade corporal,
tabagismo, HOMA-IR, HOMA-β ou S . Conclusão: Na nossa população, o Hp não parece conferir risco
acrescido de IR, disfunção de células beta ou SM. Deste modo, será prematuro advogar medidas de
intervenção específicas no que diz respeito à erradicação de Hp em doentes obesos, que possam
diminuir o seu risco cardiovascular.
Palavras-chave: Helicobacter pylori insulino-resistência síndrome metabólico
CO 7
Tempo de espera para Cirurgia Bariatrica – Casuística de um centro de referência com a utilização da
escala de Edmonton
Carlos Tavares Bello, J Sequeira Duarte, Rute Ferreira, Catarina Moniz, Clotilde Limbert, Manuela
Oliveira, José Cardoso, Carlos Nascimento, António Machado Saraiva
Hospital Egas Moniz - Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
[email protected]
Introdução: A escala de Edmonton fornece útilidade clinica na avaliação do risco associado à
obesidade e na prioritarização da terapêutica, que habitualmente assenta no IMC (Indice de Massa
Corporal) e na adesão (avaliações e alterações do estilo de vida) observada durante a fase de avaliação
Objectivos: Analisar o tempo de espera e as suas determinantes num centro hospitalar central durante
o periodo de 2008 até 2013. Métodos: Estudo retrospectivo que incluiu 395 doentes submetidos a
cirurgia bariátrica de 2007 até 2012 num centro de referência. Doentes sujeitos a 2 procedimentos
foram excluidos. O tempo de espera para a cirurgia foi determinado nos restantes 360 doentes e
consideradas as seguintes variaveis: género, idade, IMC inicial, comorbilidades, tipo de cirurgia e
estadio de Edmonton. Os dados foram analisados com recurso a métodos estatisticos descritivos e
apresentados como média e desvio padrão. Resultados: A idade média dos doentes à data da cirurgia
foi de 46 +/- 10 anos e 304 doentes (84.4%) eram do sexo feminino. O tempo de espera médio para
cirurgia bariatrica para cada estadio da escala de Edmonton foi: estadio 1 – 1.7 anos ; estadio 2 – 2,3
anos ; estadio 3 – 1,4 anos ; estadio 4 – 0.7 anos. Conclusão: Para além do IMC, a síndrome de apneia
obstructiva do sono foi uma variavel determinante na seleção dos doentes para cirurgia, apesar de
esta comorbilidade colocar os doentes no estadio 2 na escala de Edmonton. Nos doentes observados,
o tempo de espera para a cirurgia foi inesperadamente menor nos doentes em estadio 1
comparativamente com os doentes em estadio 2. A utilização desta escala poderá potencialmente
alterar a estrategia terapeutica bem como a priorizar os candidatos para cirurgia bariátrica.
CO 8
Cirurgia bariátrica como terapêutica hipo-uricemiante numa população de obeso
Maria Manuel Costa1,5, Ana Saavedra1,5, Joana Oliveira1,5, Filipe Cunha1,5, Eva Lau1,5, Daniela
Magalhães1, Rita Silva1, Ana Clara Moreira2, Ana Cristina Santos3,5, Paula Freitas1,4,5, Ana Varela1,4,5,
Joana Queirós1,4,5, Flora Correia1,4,6, Davide Carvalho1,5, Grupo AMTCO
1
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João, EPE, Porto
USF Viver Mais, ACES Maia/Valongo
3
Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública, Faculdade de Medicina
da Universidade do Porto
4
Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento Cirúrgico de Obesidade Mórbida (AMTCO),
CHSJ, Porto
5
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
6
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
2
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Introdução: Hiperuricemia é considerada por alguns autores como fator de risco para doença
cardiovascular tendo vários estudos demonstrado associação entre a hiperuricemia e o aumento da
mortalidade cardiovascular. A cirurgia bariátrica (CB) para além da diminuição do peso pode originar
melhoria nas co-morbilidades da obesidade, nomeadamente da hiperuricemia. Objetivos: Avaliar a
prevalência de hiperuricemia numa população de obesos submetidos a CB antes e 12 meses após o
procedimento. Métodos: Estudo transversal retrospetivo de uma população de obesos observados na
consulta de AMTCO com CB entre janeiro 2010 e junho 2013. Incluiram-se doentes com doseamento
de ácido úrico (AU) aos 0 e 12 meses após cirurgia. Comparamos a uricemia e a prevalência de
hiperuricemia antes e após o procedimento. Consideramos hiperuricemia um valor de AU superior a
6,8mg/dL. Resultados: Foram analisados 791 doentes, 687 do sexo feminino, com média de idades
42,7±10,8 anos e IMC médio 44,4±5,6 Kg/m2. Observamos diminuição da uricemia na amostra total
(antes 5,9 vs 12m 4,6 mg/dL, p<0,001), no sexo feminino (antes 5,8 mg/dL vs 12m 4,3 mg/dL,
p<0,001) e no sexo masculino (antes 6,6mg/dL vs 12m 6,5mg/dL, p<0,001). Relativamente a
hiperuricemia verificou-se uma redução da prevalência: global – antes 12,9% vs 12m 4,2%; sexo
feminino - antes 8,2% vs 1,8%; sexo masculino – antes 44,7% vs 20,4% (p<0,001 para todas.)
Discussão/Conclusão: Os valores de AU e a prevalência de hiperuricemia foram superiores no sexo
masculino, o que está em concordância com outros estudos. A longo prazo a CB revelou uma redução
dos valores de AU e diminuição da prevalência da hiperuricemia. Estes resultados demonstram a
eficácia da CB como terapêutica hipo-uricemiante. Em doentes obesos com gota a fazer fármacos
hipo-uricemiantes, a CB eventualmente poderá resultar numa oportunidade de suspensão destes.
Palavras-chave: obesidade, cirurgia bariátrica, hiperuricemia
Prémio Melhor Comunicação
Cirurgia Bariátrica
CO 9
A gastroplastia com banda ajustável não apresenta diminuição dos monócitos um ano após cirurgia
Filipe Cunha, Joana Oliveira, Ana Saavedra, Maria Costa, Eva Lau, Daniela Magalhães, Rita
Bettencourt-Silva, Joana Queirós, Paula Freitas, Ana Varela, Davide Carvalho
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João
[email protected]
Introdução: Os monócitos associam-se a aterosclerose e doença cardiovascular. A obesidade é um
estado de inflamação crónica e cursa com elevação do valor de monócitos. Avaliamos a evolução dos
monócitos plasmáticos 1 ano (1a) após cirurgia bariátrica e estudamos determinantes da sua
variação. Métodos: Estudo retrospectivo de doentes com obesidade mórbida submetidos a cirurgia
bariátrica (GBA:gastroplastia com banda ajustável; BG:bypass gástrico ou SG:Sleeve gástrico) entre
2010-2012. Seguimento: 1 ano. Excluídos doentes sem fórmula leucócitaria pré-cirúrgia ou ao 1a.
Comparação das contagem celulares basais e ao 1a. Avaliada correlação entre monócitos e: IMC,
insulinorresistência (HOMA2-IR), triglicerídeos (TG) e HDL. Usada análise multivariada de regressão
linear para estudar determinantes de variação dos monócitos. Resultados: Estudados 796 doentes
(GBA:248; BG:466; SG:82). Doentes submetidos a BG eram mais novos; GBA tinham menor IMC e
valores de HOMA2-IR menores. A perda de peso ao 1a foi menor na GBA. GBA tinha valores iniciais de
monócitos mais baixos comparativamente com BG e SG [0.46 (0.38-0.58); 0.53 (0.43-0.64) e 0.52
(0.43-0.68), respectivamente; p<0.001]. Um ano após cirurgia, houve subida significativa monócitos
na GBA [0.50 (0.40-0.66); p<0.001], enquanto houve redução no BG e SG [0.47 (0.38-0.58); p<0.001 e
0.48 (0.40-0.62); p=0.005, respectivamente)]. Os neutrófilos diminuiram 1a após qualquer das
cirurgias (menos na GBA); também houve diminuição nos eosinófilos (excepto na GBA). Na avaliação
basal não havia correlação entre monócitos e IMC inicial (rho=-0.07; p=0.20); havia uma correlação
fracamente positiva entre monócitos e HOMA2-IR (rho=0.16; p=0.02); e uma correlação fracamente
negativa entre monócitos e HDL (rho=-0.13; p<0.001). Na regressão linear, a cirurgia de GBA era
preditiva de elevação de monócitos em relação a cada um dos outros tipos de cirurgia. Conclusões:
Os diferentes tipos de cirurgia bariátrica conduziram a variaçães das contagens de monócitos. A GBA
associa-se a elevação de monócitos independentemente da idade, sexo, insulinorresistência e perfil
lipídico.
Palavras-chave: Monócitos, Cirurgia bariátrica, Obesidade
OBESIDADE INFANTIL__________________________________________________________________
CO 10
Conhecimentos nutricionais e ingestão alimentar em adolescentes
Vera Ferro-Lebres, Gustavo G. Silva, Pedro Moreira, José Carlos Ribeiro
Centro de Investigação em Actividade Física e Lazer
[email protected]
Introdução: Os conhecimentos nutricionais têm sido referidos na literatura como determinantes do
consumo alimentar em adultos, mas poucos estudos foram feitos em adolescentes. Métodos: Estudo
transversal com 734 adolescentes portugueses. As características sócio-demográficas e os
conhecimentos nutricionais foram avaliados por questionário. Foram realizadas medidas
antropométricas objectivas. A ingestão dietética e nutricional foi avaliada numa sub-amostra de 291
adolescentes, recorrendo a diário alimentar de três dias. Resultados: Em geral os adolescentes
revelaram fracos conhecimentos nutricionais e uma dieta com baixa adequação nutricional. Os
adolescentes do sexo feminino e mais velhos mostraram conhecimentos nutricionais
significativamente superiores. A adequação nutricional foi significativamente superior nos
adolescentes do sexo masculino e nos mais novos. Não se encontrou uma correlação significativa entre
os conhecimentos nutricionais e a adequação nutricional da dieta. Conclusões: Os dados revelam
conhecimentos nutricionais pobres e uma baixa adequação nutricional, salientando a necessidade de
intervenções de saúde pública efectivas para estas idades em Portugal. Apesar de necessário o
conhecimento nutricional parece não ser suficiente para garantir adequação nutricional da dieta em
adolescentes. Projecto Financiado: PTDC/DTP-DES/1328/2012 (FCOMP-01-0124-FEDER-028619); and
Research Center supported by: PEst-OE/SAU/UI0617/2011.
Palavras-chave: Adolescentes, conhecimento nutricional, adequação nutricional
CO 11
Blood Pressure, Anthropometry and Adiposity in a Paediatric Sample
Sara Nascimento, Margarida Nazareth, Bruno Oliveira, Emídio Carreiro, Helena Jardim, Carla Rêgo
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
LIAAD–INESC Tec. Porto
Hospital CUF Porto
Centro Hospitalar do Porto;
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
CINTESIS
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto;
Escola Superior de Biotecnologia – UCP
[email protected]
Introduction: Hypertension prevalence in paediatric ages has risen greatly in the last decades. Since it
was suggested that this increase is concomitant to the rise of obesity prevalence, major importance
has been given to research focusing on somatic indicators that may predict this condition. Material
and Methods: A sample of 214 children and adolescents (6-17 years) followed in an outpatient clinic
context for: a) health surveillance; b) overweight/obesity; c) sports guidance, was studied. This is a
retrospective study, with blood pressure register being the inclusion criteria. Height was measured
whereas, weight, body mass index (BMI) and body composition were directly given by InBody® 230.
Both waist circumference (WC) and blood pressure (BP) were collected while waist-to-height ratio
(WHtR) was calculated. Nutritional status and growth pattern were performed using World Health
Organization criteria as reference. Results: A high prevalence of obesity (57.5%) was observed and
90.3% of our sample showed a WHtR above the cut-off point indicating cardiometabolic risk. BP above
90th percentile prevalence was 45.8%, and 25.3% of our sample showed high systolic blood pressure
(SBP) and/or diastolic blood pressure (DBP). Weak correlations were found between SBP and BMI zscore (R=0.210 p=0.002), WHtR (R=0.382 p<0.001) and %FM (R=0.170 p=0.018) and between DBP and
BMI z-score (R=0.185 p=0.007) and fat mass percentage (R=0.221 p=0.002). In the multivariate analysis
only fat mass had a significant effect (medium effect size) on adjusted BP. Conclusion: Children and
adolescents with increased BMI z-score, fat mass percentage and/or WHTR are more susceptible to
have high BP. This effect appears to be more significant for SBP. In future studies it would be
interesting to include Ambulatory Blood Pressure Monitoring due to its established correlation with
cardiometabolic risk in the adult population.
Palavras-chave: Blood pressure, Anthropometry, Adiposity, Paediatrics
CO 12
Associação entre composição corporal e aptidão física de jovens escolares
Amanda Santos, Sandra Santos, Susana Vale, Jorge Mota
Faculdade de Desporto da Faculdade do Porto
[email protected]
Introdução: A composição corporal é um dos componentes da aptidão física relacionados à saúde,
devido a sua associação com doenças crônicas não transmissíveis como a obesidade que actualmente
é tida como epidemia na sociedade moderna. O objetivo do presente estudo foi verificar a associação
entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e o desempenho em testes de aptidão físicos de jovens em
idade escolar. Métodos: A amostra foi composta de 163 jovens (47,2% meninas), com média de idade
de 9,43 ± 0,39 anos, recrutados em escolas localizadas na área metropolitana do Porto, Portugal. O
IMC foi classificado de acordo com a International Obesity Task Force. Os testes físicos utilizados
foram: Saltar com os dois pés juntos e saltar com um dos pés, ambos numa distância de 7 metros e
shuttle run 10x5 metros. Foi utilizado para as análises estatísticas o SPSS 20.0. Resultados: As
prevalências de peso normal e sobrepeso/obesidade foram de 58,1% e 41,9%, nos meninos, e 59,7% e
40,3%, para meninas, respectivamente. Através da regressão linear múltipla, verificamos que o
desempenho nos testes físicos é influenciado significativamente pela composição corporal nos
meninos (Saltar com os dois pés juntos: B = 0,46; p ≤ 0,05; Saltar com um dos pés: B = 0,70; p ≤ 0,05;
Shuttle run: B = 1,97; p ≤ 0,05), ajustado à idade das crianças. No entanto, nas meninas a associação
não foi significativa (Saltar com os dois pés juntos: B = 0,08; p > 0,05; Saltar com um dos pés: B = 0,08;p
> 0,05; Shuttle run: B = 0,58; p > 0,05). Conclusões: Estes resultados sugerem que a aptidão física pode
ser prejudicada pela composição corporal em crianças em idade pré-escolar, principalmente do sexo
masculino. Mais pesquisas são necessárias para confirmar esses dados.
Palavras-chave: Índice de massa corporal, aptidão física, jovens, escolares
CO 13
Socioeconomic factors on school aged children´s overweight in the context of a community based
program - MUN-SI, Portugal. A contribution for the EU project OPEN.
Ana Rito, Ana Valente, Erica Doroana
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
CEIDSS
[email protected]
Portugal is one of the countries within the WHO European Region with higher prevalence of childhood
overweight (over 30%) and obesity but not all children are affected equally by the burden of obesity
and poor health. Children in families that do not have adequate resources are more likely to be obese
and face a greater burden of ill health than children who grow up in families that are better off. Based
on the rationale that local governments exert an important and decisive role in counteracting
childhood obesity, MUN-SI program (www.mun-si.com) was developed in Portugal. MUN-Si is an ongoing community-based program at local level which aims to promote lifestyles changes in the longterm, and it is also a member of the EPODE International Network. Along with other 11 European
programs, MUN-SI is a partner in the EU project “OPEN”, an innovative project to scale up efforts to
prevent childhood obesity across Europe. In order to fully contribute to the design of local actions to
promote active living and healthier dietary behaviours, and detailed children´s nutritional status
assessment, evaluation and association of its multivariable factors including socio-economic was
needed to support following interventions. The objective of this study was to address the association
between socioeconomic indicators and children´s nutritional status (NS) of the two rounds of the
MUN-SI NS surveys (2009 and 2011). It was performed an observational cross-sectional study of
elementary school children from five cities. A total of 2726 children (round 1 (R1) = 1126; round 2
(R2)= 1600) aged between 6-12 years old were evaluated. The Childhood overweight and obesity
prevalence was assessed according to WHO criteria, adopted by the Ministry of Health of Portugal.
Low socioeconomic status was defined according to three criteria: family income, parents occupation
and education level. These socioeconomic characteristics were obtained by a self response
questionnaire developed within the MUNSI program. In R1 (2009), the prevalence of overweight was
39.4% (n = 444), of which 15.8% (n = 178) were obese. In the second round (2011) similar prevalence
were obtained (40.8% of overweight, in which 16.9% obese). In both rounds, 69% of the families had a
low income (<1500 €). other's education level was mainly up to 12th grade (79%) and more than
50% of fathers had an education level up to 9th grade. Parents occupation were manly (>45%)
unqualified or semi-qualified. In R1, a family income of 0-1500 € was associated with higher obesity
prevalence (OR = 2,37; IC95%: 1,11-5,02). In R2, no significant association between obesity prevalence
and low family income (p=0.494) was observed. Families where the parents had a non-qualified or
semi-qualified occupation had a higher probability (mother - OR ≥ 3.4; father - OR ≥ 2.7) to have
children with obesity. Low education level of the parents was also proved to be associated with higher
childhood obesity prevalence. This study observed that low socioeconomic status is an important risk
factor to development of childhood obesity in Portuguese population. These results support that
further intervention is needed on low socio-economic families.
Palavras-chave: Socioeconomic children overweight obesity MUNSI
CO 14
Sodium intake according to weight status in children
Mariana Pinto, Patrícia Padrão, Joana Madureira, Pedro Graça, João Breda, André Moreira, Pedro
Moreira, Eduardo Fernandes
Faculty of Nutrition and Food Sciences, University of Porto
Faculty of Nutrition and Food Sciences; Directorate General for Health
Division of Noncommunicable Diseases and Life-course, WHO Regional Office for Europe
Department of Immunology, Faculty of Medicine, University of Porto
Institute of Mechanical Engineering and Industrial Management, Faculty of Engineering
[email protected]
Abstract Background: WHO has adopted global targets on obesity and salt intake to achieve a
reduction of the NCD burden by 2025. Obesity is often associated with nutritional inadequacy. Data
from studies assessing the intake of sodium according weight status are limited. The aim of this study
was to evaluate the association between sodium intake and weight status of 7-11 year-old children.
Methods: A cross-sectional survey was carried out from January to June 2014 and included 488
primary school children of whom 202 (41.4%) agreed to collect a 24-h urine sample. Sodium intake
was estimated by 24-h urine sodium excretion and coefficient of creatinine was used to validate
completeness of urine collections; 38 (18.8%) samples of urine were excluded. Height and weight were
measured according to international standards. In order to estimate weight status, body mass index
(BMI) was calculated and children were classified according to WHO BMI-for-age cut-offs in normal
weight, overweight and on obesity. Unconditional logistic regression models were performed to
quantify the association between weight status categories and high 24-h sodium intake (according to
WHO), by sex, adjusting for age, and energy intake. Results: The mean urinary sodium excretion was
2938 ± 1096 mg/day in boys, and 2427 ± 1056 mg/day in girls (p=0.001); 67.7% of children did not
meet the WHO recommendations for sodium intake. The prevalence of overweight and obesity were
15.9% and 21.3%, respectively. Boys classified with obesity had a sodium excretion higher from those
with normal weighty (OR = 6.29, 95% CI: 1.33-29.85). No such significant association was found in
obese girls (OR= 2.09, 95% CI: 0.65-6.78) neither in overweight children from both sexes. Conclusions:
Obesity was associated with excessive sodium intake in boys. These findings warrant further research
on sodium inadequacy in obese children and on how these two problems may cluster together.
Palavras-chave: Sodium intake Children Obesity 24-h urinary excretion
CO 15
Variação da adiposidade ao longo da adolescência e pressão arterial na coorte de base populacional
EPITeen
Joana Araújo, Henrique Barros, Elisabete Ramos
EPIUnit - Instituto de Saúde Pública, UP; Dep. Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde
Pública, FMUP
[email protected]
Objetivo: Avaliar a associação da variação no índice de massa corporal (IMC) e na percentagem
gordura corporal (%GC) ao longo da adolescência com a pressão arterial elevada (PAE) aos 17 anos.
Métodos: No âmbito da coorte EPITeen, foram avaliados 1584 adolescentes aos 13 e 17 anos. Foram
calculados z-scores de IMC baseados nas referências do CDC, e a %GC foi avaliada através de
bioimpedância elétrica. A variação no IMC e na %GC foi calculada pela diferença entre os dois
momentos de avaliação e categorizada em: “redução” da adiposidade (P25&≤P75); “aumento” (>P75).
Aos 17 anos, considerou-se PAE para valores de pressão arterial sistólica e/ou diastólica >P90, de
acordo com os critérios da American Academy of Pediatrics. A razão das taxas de incidência (RTI) e
intervalos de confiança a 95% (IC95%) foram estimados através de modelos de regressão de Poisson,
com ajuste para o sexo e IMC (ou %GC) aos 13 anos. Resultados: A prevalência de PAE aos 17 anos foi
21,9%. Considerando a classe de “manutenção” como referência, os indivíduos que registaram um
decréscimo de IMC apresentaram um risco 32% inferior de PAE aos 17 anos (RTI=0,68; IC95%:0,520,90). Pelo contrário, o grupo “aumento” apresentou um risco acrescido de PAE (RTI=1,26; IC95%:
0,98-1,63). Após análise estratificada, verificou-se que a magnitude da associação no grupo “redução”
foi superior nos adolescentes com excesso de peso/obesidade (RTI=0,58; IC95%:0,38-0,87) e nos
normotensos (RTI=0,59; IC95%:0,39-0,90) aos 13 anos. Os resultados foram semelhantes, quando
consideradas as alterações na %GC. Conclusão: Verificou-se que a redução de adiposidade entre os 13
e os 17 anos diminuiu o risco de PAE aos 17 anos, sendo este benefício superior nos adolescentes com
peso inadequado e nos que apresentavam pressão arterial normal aos 13 anos. Alterações na
adiposidade, ainda que em períodos relativamente curtos da adolescência, permitem modificar o risco
cardiovascular.
Palavras-chave: Adolescência, adiposidade, pressão arterial, coorte
CO 16
Dietary habits and overweight risk in pre-school children
Aristides Machado-Rodrigues, Augusta Gama, Isabel Mourão, Helena Nogueira, Victor Rosado, Cristina
Padez
Universidade de Coimbra
Research Centre for Anthropology and Health, University of Coimbra
UTAD
[email protected]
Background: Childhood obesity is an important public health issue with a multifactorial nature. A likely
source of excess energy intake, and thus a potential contributor to the increased prevalence of
overweight and obesity, is the consumption of sweetened beverages, such as regular soft drinks, and
sweet snacks and candy. Although several risk factors for consumption of the afore-mentioned
nutritional items have been identified among school-aged children and adolescents, limited research
has been conducted among pre-school children. In context of the preceding trends, the present study
aimed to examine the relationships between dietary intake and overweight risk in a sample of female
pre-school children. Methods: The sample comprised 4349 pre-school children (2210 males) aged 3-5
years. Height and weight were measured. Body Mass Index (BMI) was calculated subsequently and
participants were classified as normal weight or overweight/obese (Cole et al., 2000). Eating
behaviours were assessed by questionnaire as well as sedentary behaviours (i.e. TV viewing). Logistic
regressions were used, with adjustments for age, sex, time spent sedentary, and parental education.
Results: After controlling for confounders, children who consumed soft drinks in a daily basis were 1.52
times more likely to be classified as overweight/obese than their peers without regular consumption
of those beverages. The final regression model also showed that children who consumed chocolate
regularly were 72% more likely to be classified as overweight/obese children. Conclusion: The present
study revealed that regular sweet beverages and chocolate intake were independently associated with
an increased prevalence of overweight in pre-school children. These findings may help health
professionals to advocate for policies that reduce sweet food, particularly soft drink consumption
among children.
Palavras-chave: Dietary habits, obesity, pre-school, sedentary behaviour, public health
Melhor Comunicação
Obesidade Infantil
CO 17
Relation between CDC and WHO BMI z-score with metabolic syndrome and insulin resistance in
obese adolescents
Henrique Nascimento, Cristina Catarino, Denisa Mendonça, Pedro Oliveira, Ana Inês Alves, Ana Filipa
Medeiros, Petronila Rocha-Pereira, Carla Rêgo, Helena Mansilha, Luísa Aires, Alexandre Quintanilha,
Alice Santos-Silva, Luís Belo
Laboratório de Bioquímica, Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Farmácia,
Universidade do Porto
Departamento de Estudos de Populações, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS),
Universidade do Porto
Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer – CIAFEL, Faculdade de Desporto,
Universidade do Porto
Centro de Investigação em Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior
Centro da Criança e do Adolescente. Hospital Cuf Porto. CINTESIS –
Faculdade de Medicina, Universidade do Porto
Departamento da Infância e Adolescência/Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar do Porto
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: Obesity associates with cardiovascular risk factors namely metabolic syndrome (MS).
Thus, an accurate characterization of obesity is crucial for identifying individuals at increased risk.
During pediatric ages BMI z-score (BMIzsc) is used to evaluate child and adolescents nutritional status.
Two criteria used to define BMIzsc are those from the Centre for Disease Control and Prevention
(CDC), recommended for use in Portugal until 2012, and from the World Health Organization (WHO),
presently used. This study aimed to evaluate differences in BMIzsc determined by using the criteria of
CDC and WHO, and their relation with MS, insulin resistance (IR) and associated features. Methods:
246 obese adolescents (10-18 years, 122 females) participated in the study. Anthropometric variables,
blood pressure, plasma lipids, glucose and insulin were determined. MS was defined according to the
International Diabetes Federation. IR was considered for HO AIR ≥2.5. Results: No difference
between both BMIzsc in identifying MS was noticeable by a ROC analysis. Nevertheless, for both
indexes the area-under-the-curve increased for older groups. CDC-BMIzsc was the best predictor of
MS by logistic regression when all population was considered, however MS was better predicted by
WHO-BMIzsc for females and by CDC-BMIzsc for males. Younger girls and older boys were at
increased risk for MS. The analysis was repeated replacing MS for IR and dividing the population in
presenting or not IR. The results were similar to those previously obtained, though, CDC-BMIzsc was
the best predictor of IR by regression analysis for all groups (except for young males – no BMIzsc
entered the model) Conclusion: No clear difference was observed between the two BMIzsc regarding
their associations with MS and IR. These associations seem to be weaker, or not yet present, for
younger individuals, especially males. An increased risk of MS for older males and younger females
was found. Acknowledgements: Funding by FEDER funds through the Operational Competitiveness
Programme – COMPETE and by National Funds through FCT under the project FCOMP-01-0124FEDER-028613 (PTDC/DTP-DES/0393/2012).
Palavras-chave: BMI z-score, CDC, WHO, metabolic syndrome, insulin resistance
CO 18
Association between healthy and unhealthy dietary habits with weight status in male 7-9 year-old
children
Aristides Machado-Rodrigues, Rômulo Fernandes, Augusta Gama, Helena Nogueira, Isabel Mourão,
Victor Rosado, Cristina Padez
Universidade de Coimbra
Paulista State University – UNESP
Research Centre for Anthropology and Health, University of Coimbra
UTAD
[email protected]
Background: The Portuguese prevalence of childhood obesity has reached epidemic proportions.
Studies have identified several sociodemographic and behavioural risk factors which play an important
role on overweight/obesity. Among others, some dietary habits are common assumed as a main
concern (i.e. consumption of sweetened beverages and candy; skipping breakfast; and so on).
Therefore, the present study aimed to analyse associations between different food habits and the risk
of overweight/obesity in children. Methods: The sample comprised 2258 male children aged 7-9 years.
Height and weight were measured. Body Mass Index (BMI) was calculated subsequently and
participants were classified as normal weight or overweight/obese (Cole et al., 2000). Eating
behaviours (i.e. have breakfast; consumption of soup and vegetables, and soft drinks and chocolate)
were assessed by questionnaire as well as sedentary behaviours (i.e. TV viewing). Logistic regressions
were used, with adjustments for age, sex, time spent sedentary, and parental education. Results: After
controlling for confounders, children who have breakfast in a daily basis were 2.8 times less likely to be
classified as overweight/obese than their peers who skipping breakfast regularly. Contrary to our
expectation, there was no significant main effect neither of the soft beverages and chocolate
consumption nor soup and vegetables in the weight status of children. Conclusion: The present crosssectional study revealed an inverse relation between breakfast consumption and child weight. Future
research should extend similar design in males and females to assess multiple meals that include a
wider range of foods and beverages to confirm or not some of the afore-mentioned findings.
Palavras-chave: Nutritional habits, Children, Breakfast, Obesity
COMPORTAMENTO, ATIVIDADE FÍSICA E NUTRIÇÃO__________________________________
CO 19
O impacto das perturbações do comportamento alimentar na satisfação sexual
Maria João Fagundes, Patrícia Brás, Paula Câmara, Sofia Andrade, Maria João Brito, Raquel Carvalho,
Ema Nobre, Florbela Ferreira, Isabel do Carmo, Mário Mascarenhas
Hospital de Santa Maria
ISPA
[email protected]
Objectivo:
Pretende-se avaliar o impacto das perturbações do comportamento alimentar, especificamente das
crises bulimicas, na satisfação sexual de mulheres candidatas a cirurgia bariátrica.
Este estudo apresenta resultados preliminares da caracterização da consulta de Obesidade Grave de
um
Hospital
central
Introdução
Os distúrbios da imagem corporal e a baixa auto-estima podem contribuir para a diminuição da
satisfação sexual. Tal tem sido amplamente descrito nas perturbações do comportamento alimentar
mas não está suficientemente está estudado na população com obesidade grave. Por outro lado
estima-se que a prevalência de comportamentos bulímicos nesta população possa atingir os 30%.
Coloca-se
a
hipótese:
Será que as mulheres com crises bulímicas tem uma maior insatisfação sexual que as mulheres obesas
sem
crises
bulimicas?Método:
Foi feita uma pesquisa, retrospectiva de 104 processos até se obter uma amostra de 60 mulheres
avaliadas,em consulta de Psicologia , que constituíssem 2 grupos n=30. G1 com crises bulímicas idade
18-65 média 42,7 IMC média 43,6 e G2 sem crises bulimicas .idades 8-65 anos média, 49,8 anos, IMC
médio 40. Na avaliação foram aplicados o questionário EDI para avaliação da Bulimia, FSFI para
avaliação
da
Satisfação
Sexual
e
SCL-90
para
despiste
de
Psicopatologia.
Resultados: Considerando a hipótese: Espera-se que as mulheres com crises bulímicas tenham uma
redução da satisfação sexual. Neste sentido, utilizou-se o teste correlação de Pearson para verificar se
existia relação entre as variáveis Bulimia, adquirida através do teste psicométrico EDI e a variável
Satisfação Sexual, admitida através do teste psicométrico FSFI. Verifica-se a nossa hipótese [F(0,103),
p>0,05].
Discussão:
Os resultados vão ao encontro da nossa hipótese. Na nossa amostra as mulheres com obesidade grave
apresentavam valores de insatisfação sexual superiores aos da população em geral. Verificou-se ainda
que as mulheres com crises bulimicas apresentam um agravamento dessa insatisfação. Estes
resultados podem revelar-se de grande relevância na intervenção terapêutica permitindo uma
abordagem mais específica.
Palavras-chave: Satisfação Sexual Obesidade Grave Crises Bulímicas
CO 20
Excessive skin and sexual function in women after bariatric surgery
Sofia Ramalho, Ana Bastos, Cátia Silva, Ana Vaz, Paulo Machado, Eva Conceição, Isabel Brandão.
Universidade do Minho
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: After bariatric surgery, the majority of patients present excessive hanging skin. This
condition can negatively influence the psychological benefits associated with bariatric surgery. The
present study aims to explore the relationship between overall daily impairment related to the
presence of excessive skin, body image, depressive symptomatology, sexual functioning and weight
regain in a sample of women after bariatric surgery. Methods: Sixty-one women
(BMI=30.45±5.35kg/m2) with excessive skin who underwent to bariatric surgery 19.02±9.98 months
before, were evaluated as part of a cross-sectional study through a sociodemographic and clinical
semi-structured interview, and a set of self-report measures. A path analysis using AMOS for SPSS was
conducted to explore the relationships between the variables under study. Results: The model tested
with path analysis showed a good fit to the data (χ2 = 2.837, df=4, p=0.585; CFI=1.000, TLI=1.058,
IFI=1.02, RMSEA=0.000) and suggests that sexual functioning and overall daily impairment caused by
excessive skin was associated with concerns with body image and depressive symptomatology, which
in turn is related to greater percentage of excessive weight regain. Conclusion: These data stress the
importance of considering relationships of sexual intimacy and body image to optimize psychological
and weight outcomes after bariatric surgery.
Palavras-chave: Bariatric Surgery Excessive Skin Female Sexual Functioning Weight Regain Depression
CO 21
Correlatos psicopatológicos do comportamento alimentar em estudantes do ensino superior
Rui Poínhos, Bruno Oliveira, Flora Correia
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto (FCNAUP)
LIAAD,
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tec. e Ciências
Centro Hospitalar de São João, E.P.E.;
Unidade de Investigação e Desenvolvimento de Nefrologia, Fac. de Medicina, U.P.
[email protected]
Introdução: As perturbações do comportamento alimentar estão associadas a diversas formas de
comprometimento psicológico, mas poucos trabalhos têm estudado as relações entre sintomas
psicopatológicos e dimensões do comportamento alimentar. Foi nosso objectivo principal estudar as
relações entre sintomas psicopatológicos e dimensões do comportamento alimentar numa amostra
não-clínica. Métodos: Foram analisados dados de 258 estudantes do ensino superior (62,4% do sexo
feminino) com idades entre os 18 e os 27 anos. Avaliaram-se diversas dimensões do comportamento
alimentar (ingestão emocional, ingestão externa, controlo flexível e controlo rígido do comportamento
alimentar, ingestão compulsiva e auto-eficácia alimentar), que se relacionaram com sintomas
psicopatológicos (avaliados pelo Inventário de Sintomas Psicopatológicos). Resultados e Conclusões:
Encontrámos evidência de diversas associações entre o comportamento alimentar e a sintomatologia
psicopatológica em participantes não-clínicos. Apesar de algumas associações entre os dois grupos de
constructos parecerem diferir entre sexos, de um modo geral a ingestão emocional, ingestão externa e
ingestão compulsiva associaram-se positivamente com os sintomas psicopatológicos, verificando-se
associações negativas para a auto-eficácia alimentar. Os resultados obtidos fornecem também pistas
para estudos futuros.
Palavras-chave: Comportamento alimentar; Sintomas psicopatológicos; Estudantes do ensino superior
CO 22
Percepção da imagem corporal em pessoas com diabetes tipo 2
Ana Raimundo Costa, Rita Pereira, João Filipe Raposo
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
[email protected]
Introdução: Na diabetes tipo 2 (D2) a terapêutica nutricional tem sido descrita como um dos maiores
desafios. A auto-percepção da imagem corporal pode influenciar comportamentos relacionados com a
saúde e afectar o controlo da diabetes. O objectivo foi avaliar a percepção da imagem corporal e a
satisfação com a mesma em pessoas com D2. Métodos: Estudo transversal com amostra não-aleatória
de pessoas com D2, idades entre os 18-65 anos, seguidas na APDP. Avaliou-se o peso, a altura e o
perímetro de cintura (PC) e aplicou-se um questionário para avaliar a imagem corporal percebida (ICP),
imagem corporal desejada (ICD), peso corporal percebido (PCP), tentativa de perda de peso e variação
de peso. Para identificar a ICP e a ICD utilizou-se uma escala de silhuetas. A diferença entre as duas
determinou o score de discrepância (SD), em que valores próximos de zero traduzem maior satisfação
com IC. Resultados: Foram incluídas 206 pessoas com idade média de 57,8±6,3 anos, 54,9% do sexo
masculino. 54,3% e 37,3% dos participantes apresentaram obesidade e pré-obesidade,
respectivamente, com PC associado a risco metabólico aumentado em 97% das mulheres e 90% dos
homens (p=0,025). Embora 70% das pessoas se tenham classificado em silhuetas inferiores às reais, foi
encontrada uma correlação entre a ICP e o PCP com o IMC (rS=0,670, rS=0,595, p=0,000). Não houve
correlação com a HbA1c. Cerca de 80% das pessoas revelaram insatisfação com a IC (SD≠0), sendo esta
maior em quem estava a tentar perder peso (p=0,003), quem tinha IMC mais elevado (rS=0,555,
p=0,000) e quem teve peso anterior mais baixo (rS=0,401, p=0,000). Conclusões: Na educação
nutricional para perda de peso na D2, para além da prescrição dietética, pode ser importante explorar
previamente a ICP e a instatisfação com a mesma como forma de gerir as expectativas de perda de
peso e melhorar a adesão ao plano terapêutico.
Palavras-chave: Imagem corporal Diabetes Obesidade
CO 23
Comportamento alimentar em estudantes de Nutrição: Comparação com outros cursos
Rui Poínhos, Diogo Alves, Elisée Vieira, Sílvia Pinhão, Bruno Oliveira, Flora Correia
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto (FCNAUP)
Centro Hospitalar de São João, E.P.E
LIAAD,
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Tec. e Ciências
Unidade de Investigação e Desenvolvimento de Nefrologia, Fac. de Medicina, U.P.
[email protected]
Introdução: Apesar do reconhecimento da importância deste tema, os trabalhos que abordam o
comportamento alimentar em estudantes e profissionais da área das Ciências da Nutrição estudam
sobretudo a prevalência ou risco de perturbações do comportamento alimentar, sendo que poucos
avaliam as dimensões do comportamento alimentar. O nosso principal objectivo foi comparar o
comportamento alimentar de estudantes do ensino superior a frequentar a Licenciatura de Ciências da
Nutrição com os de outros cursos. Métodos: Avaliaram-se diversas dimensões do comportamento
alimentar em 154 estudantes de Nutrição e 263 estudantes de outras áreas. A ingestão emocional e a
ingestão externa foram avaliadas pelo Questionário Holandês do Comportamento Alimentar, a
restrição alimentar foi medida através das sub-escalas de controlo flexível e controlo rígido do
comportamento alimentar propostas por Westenhoefer et al. (1999), a ingestão compulsiva foi
medida usando a Escala de Ingestão Compulsiva e a auto-eficácia alimentar através da Escala de AutoEficácia Alimentar Geral. Resultados: Encontraram-se níveis mais elevados de controlo flexível e
controlo rígido nos estudantes de Nutrição de ambos os sexos quando comparados com os de outros
cursos. As estudantes de Nutrição apresentaram também níveis mais elevados de ingestão compulsiva
do que as suas colegas de outros cursos. Conclusões: Desconhecemos a existência de trabalhos
prévios que tenham avaliado em estudantes de Ciências da Nutrição todas as dimensões do
comportamento alimentar consideradas no presente estudo. Para além dos resultados propriamente
ditos, os dados obtidos fornecem pistas para o desenvolvimento de estudos futuros nesta área ainda
insuficientemente abordada.
Palavras-chave: Comportamento alimentar; Estudantes de Ciências da Nutrição; Estudantes do ensino
superior; Índice de Massa Corporal
CO 24
The moderation effect of weight influenced self-esteem on eating disorders
Ana Pinto Bastos, Eva Conceição, Ana Vaz, Paulo Machado
Universidade do Minho
[email protected]
Background: Self-esteem based on weight and body shape is a central characteristic for eating
disorders (ED) diagnosis but little is known about how the perception of weight moderated the
relationship between weight and ED psychopathology. This study has two aims: 1)to investigate the
moderating effect of weight-influenced self-evaluation in the relationship between BMI and ED
psychopathology; 2)to provide psychometric properties of The Weight Influenced Self-Esteem
Questionnaire–WISE-Q for the Portuguese population. Methods: A total of 884 students recruited
from university campus participated in this study and completed the WISE-Q and the Eating Disorder
Examination-Questionnaire – EDE-Q. What comes to the first questionnaire, it measures the influence
of weight and body shape negative perceptions in the multiple dimensions of self-esteem. WISE-Q
generates 2 subscales, the Expected subscale, which measures the impact of weight gain in related
areas, such as appearance, self-control, physical shape; while the Generalized subscale measures the
impact of weight gain not to be related with it, such as performance, social/moral conduct and
personality. The EDE-Q measure was used to access ED symptoms. Results: Moderation analysis
showed that the relationship between BMI and ED is stronger when moderated by WISE expected
variable, i.e., the higher the overall self-esteem influenced by perceptions of weight/body shape, the
greater the impact of the BMI on eating psychopathology, F(1,827)=8.15, R2=.01, p<.01. Our results
demonstrated that WISE-Q has good psychometric properties showing good internal consistency, for
the global scale and subscales (Cronbach’s alpha =.91–.98); good convergent validity with significant
correlations between the WISE-Q and EDE-Q scales. Conclusion: Our data suggest the importance of
weight influenced self-esteem in understanding of the relationship between BMI and ED
psychopathology. WISE-Q showed to be good self-report measure to evaluate the negative influence
of weight and body shape perceptions in several dimensions of self-esteem on Portuguese students.
Palavras-chave: Eating Disorders, Self-Esteem, Weight/Body Shape, Moderation, Validity
CO 25
Physical Activity, but not Sedentary Behavior, is associated with Intima-Media Thickness
António Ascenso, António Palmeira, Luís Pedro, Sandra Martins, Helena Fonseca
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Hospital de Santa Maria
[email protected]
Introduction: Carotid Intima-Media Thickness (CIMT) is a reliable marker of primary atherosclerosis
associated with obesity, and inversely associated with Cardiorespiratory Fitness (CRF). Thus, Sedentary
Behavior, as well as Physical Activity (PA) may be associated with CIMT. The aim of this study was to
analyze the associations between Sedentary Behavior, PA, and CRF, with CIMT in obese adolescents,
since they may represent the pediatric higher risk group of primary atherosclerosis. Methods: Weight,
Height, Body Mass Index, Waist Circumference, Trunk and Whole Body Fat, as well as Trunk and Whole
Body Peripheral Fat were assessed from 54 Caucasian obese adolescents. The association of
anthropometric measures, Sedentary time and PA determined by accelerometry, CRF determined by
the shuttle-run test, and CIMT was analyzed using partial correlations (controlling for Age and Sex) and
multiple linear regressions. Further correlations between CRF and all the other variables controlling for
Age, Sex and Sedentary time, were also performed. Differences between participants with healthy and
unhealthy CRF, was analyzed with independent-sample t test. Results: Sedentary time was not
correlated with any other variable. Light Physical Activity correlated positively with Mean CIMT
(r(38)=.36, p=.024), and Moderate Physical Activity (MPA) correlated positively with both Mean
(r(38)=.37, p=.018) and Maximum (r(38)=0.33, p=.039) CIMT. On the other hand, CRF showed to be
inversely associated with Mean CIMT (r(40)=-.36, p=.019), even when controlling for Sedentary time
(r(37)=-.35, p=.030). MPA and Weight showed to be the best predictors of CIMT. Independent-sample
t-test did not shown statistically significant differences on CIMT between participants with
healthy/unhealthy CRF. Conclusion: Lower levels and intensities of PA may impair the possible
beneficial effect of CRF, and emphasize the adverse effect of Weight on CIMT in obese adolescents.
Thus, the enhancement of Vigorous PA in order to improve CRF among obese adolescents seems to be
crucial to avoid CIMT development.
Palavras-chave: Adolescence Obesity PhysicalActivity Sedentary Intima-MediaThickness
Prémio Melhor Comunicação
Nutrição
CO 26
Composição corporal e perfil nutricional dos centenários em Portugal
Alda Pereira da Silva, Andreia Matos, Isanete Alonso, Ricardo Ribeiro, Ângela Gil, Manuel Bicho,
Gorjão Clara
Laboratório de Genética e Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa
Oncologia Molecular IPO
Instituto Rocha Cabral
[email protected]
Introdução: A avaliação da composição corporal é importante na determinação do estado nutricional
do idoso. A massa livre de gordura (FFM) tem um significado funcional no envelhecimento. O objetivo
foi caracterizar a composição corporal e perfil nutricional de centenários. Métodos: Dados clínicos e
antropométricos foram adquiridos a partir de 235 centenários (100.01± 2.13 anos) usando
procedimentos padrão. A composição corporal foi avaliada por bioimpedância bipolar e numa
subamostra (n = 12) por tetrapolar usado para testar a validade bipolar. Os métodos estatísticos
foram o T-Student/MannWhitney e correlação Pearson/Sperman. Resultados: Os centenários
apresentaram 50.6±10.8Kg, estatura 1.55±0.07m, IMC 20.9±3.7. Os homens apresentaram mais
excesso de peso que as mulheres, mais representadas no subgrupo de baixo peso (IMC<18.5). Em
1.9% dos verificou-se IMC>30 kg/m2. Não se observou excesso de gordura localizada (perímetro da
cintura 85.4±10.9cm; índice de gordura visceral 10.0±0.3). A massa gorda (MG) foi 10.6±6.6Kg e FFM
de 40.7±7.4kg. Os homens diferiram das mulheres em todos os parâmetros, exceto no perímetro da
anca, MG e IMC. O peso esteve correlacionado com a massa óssea e muscular (r = 0.65, p <0.001 e r =
0.67, p <0.001, respectivamente) e a idade com o peso e IMC (r = -0.19, p = 0.007 e r = -0.177, p =
0.027, respectivamente). Houve uma correlação positiva entre todos os parâmetros avaliados com os
dois métodos de bioimpedância. Verificou-se concordância entre o valor da impedância e índice de
massa magra (IMM) obtido pelo método bipolar (r = -0.903, p <0.001) e tetrapolar (r = -0.925, p
<0.001). A idade metabólica calculada foi de 83.5±1.1 anos. Conclusão: Os centenários portugueses
são em geral magros, com índices de gordura visceral baixos e com idade metabólica inferior à real.
Lições para a longevidade poderão ser retiradas do perfil de composição corporal dos centenários.
Palavras-chave: centenarios, composição corporal, impedância bioeléctrica, antropometria
Melhor Comunicação
Psicologia e Comportamento
CO 27
Médicos de família e enfermeiros face à obesidade nos cuidados de saúde primários: semelhantes
nas crenças, diferentes nas práticas
Filipa Valente Teixeira, José Pais-Ribeiro, Ângela Maia
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: Os profissionais de saúde, em contexto de cuidados de saúde primários, assumem um
papel primordial na promoção da mudança comportamental e adoção de um estilo de vida saudável.
No entanto, no que diz respeito à obesidade, estudos indicam que os médicos de famíla e os
enfermeiros apresentam uma ação inconsistente e descoordenada, assim como crenças e atitudes
negativas face à obesidade e aos obesos que parecem influenciar negativamente as práticas destes
profissionais. Neste estudo pretendemos caracterizar as crenças, atitudes e práticas de médicos de
família e enfermeiros face à obesidade e aos obesos nos cuidados de saúde primários e perceber se
existem diferenças entre estes grupos. Método: Entre Maio e Agosto de 2014, um questionário,
desenvolvido para os propósitos do estudo, foi distruibuído por 604 profissionais de saúde afetos a
unidades de saúde familiar na zona norte de Portugal. Foram devolvidos 385 questionários, sendo
que 170 pertenciam a médicos e 215 pertenciam a enfermeiros. Resultados: Médicos e enfermeiros
apresentam crenças semelhantes quanto à obesidade, às suas causas e consequências e à forma
como descrevem os obesos, que surgem como doentes que recorrem constantemente a desculpas e
que procuram perder peso de forma fácil e sem sacrifícios. No entanto, verificam-se diferenças
quanto à perceção da obesidade como uma doença crónica e à sua associação com problemas graves
de saúde. Ao contrário dos enfermeiros, os médicos consideram o tratamento da obesidade como
parte integrante das suas funções, sentem-se menos desconfortáveis na abordagem desta doença,
mas consideram o tratamento difícil de realizar e insistem menos do que os enfermeiros. Verificam-se
diferenças quanto à importância dada à colaboração com nutricionistas e psicólogos. Conclusão: É
peremptório desenvolver competências que facilitem a abordagem e tratamento da obesidade e que
fomentem a comunicação e partilha de conhecimentos, contribuindo para a implementação de
práticas concertadas entre estes dois grupos.
Palavras-chave: obesidade, cuidados de saúde primários, profissionais de saúde, crenças, atitudes
Comunicações livres sob a forma de cartazes
OBESIDADE INFANTIL___________________________________________________________
C1
Obesidade abdominal em idades escolares: fatores e comportamentos associados
Bebiana Sabino, Ana Rodrigues, Maria João Almeida, Joana Teixeira, Carina Basílio, Marta Ascensão
Faculdade de Desporto
Universidade da Madeira
Universidade de Coimbra
[email protected]
Introdução: A obesidade abdominal em idades pediátricas está associada ao desenvolvimento de
doenças cardiovasculares no indivíduo adulto. A identificação dos fatores que poderão influenciar este
estado é determinante. Assim, o objetivo central deste estudo é determinar a influência da atividade
física (AF), comportamentos alimentares e sedentários na obesidade abdominal.
Métodos: A amostra é constituída por 1357 crianças e adolescentes de ambos os sexos a frequentar o
5º e 7º anos de escolaridade escolas em públicas da Região Autónoma da Madeira. O perímetro da
cintura foi utilizado para determinar a obesidade abdominal (Katzmarzyk et al., 2004). O nível de
atividade física foi avaliado através do questionário PAQ-C (Crocker et al., 1997) e os comportamentos
alimentares foram avaliados através do questionário desenvolvido por Wilson et al. (2008), adaptado e
validado para português por Sabino (2011). Recorremos ao software SPSS para realizar o tratamento
estatístico. Resultados: A maioria da amostra (65,3%) dos alunos avaliados apresentou obesidade
abdominal. O sexo feminino apresentou valores percentuais superiores de obesidade abdominal, em
relação ao sexo masculino ( 2=65,37; p<0,001). Despender mais de 120 minutos por dia em atividades
sedentárias e/ou consumir bebidas açucaradas e alimentos processados 6 ou mais vezes ao dia não
estava associado à presença de obesidade abdominal (p>0.05). No entanto, o aluno que durante os
intervalos passava mais tempo sentado ou parado em pé apresentava um risco 2,161 vezes superior
(IC 95%: 1,31-3,68) de ter obesidade abdominal. O aluno que tinha somente a educação física como
prática de AF formal apresentou um risco 1,9 vezes superior (IC 95%: 1,43-2,59) de ter obesidade
abdominal. Conclusões: A focalização na prática de AF dos jovens, seja ela formal ou informal, deve ser
considerada nos programas de combate à obesidade abdominal.
Palavras-chave: obesidade abdominal, atividade física, comportamentos, jovens
C2
Prevalence of obesity among preschool children using three definition criteria
Teresa Sancho, Sandra Cruz, Elisabete Pinto, Jorge Mota, Susana Vale,
Administração Regional de Saúde do Algarve, IP
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: Several southern European countries have presented increased high levels of childhood
obesity in younger ages, and Portugal is not an exception. Objective: To characterize the prevalence of
overweight and obesity among preschool children from public preschools in Faro Municipality using
three different criteria. Methods: The study was conducted between October and November 2013,
covering the 11 classrooms existing in Faro Municipality. Two hundred and eleven children, aged 5.3
(±0.5) years, 108 females (51.2%) were assessed by the same trained nutritionist to minimize interobserver error. Body height and weight were determined by standard anthropometric methods.
Weight was measured using a digital balance (Tanita® model BC 418) and height was measured using a
portable stadiometer (Seca® model 214). Body mass index (BMI) was calculated and specific
prevalence of underweight, normal, overweight and obesity was determined using three different
criteria, namely International Obesity Task Force (IOFT), World Health Organization (WHO), and Center
for Disease Control and Prevention (CDC). Differences in the prevalence of BMI categories according
genders were tested using Chi-square test. Results: No statistical differences were found between boys
and girls for either criteria used. The prevalence of underweight, normal, overweight and obesity was:
IOFT, 11.8%, 72.5%, 10.9%, and 4.7%, respectively; WHO, 2.4%, 73.9%, 13.3%, and 10.4%, respectively;
and according to CDC, 4.7%, 71.1%, 12.3%, and 11.8%, respectively. Conclusion: Data found in this
study reveal that a standardization of criteria used to interpret BMI is essential, given the significant
differences among them. Although prevalence of overweight and obesity among preschool children
from Faro be slightly lower than described in studies of other regions of Portugal, intervention
programs to continue the child obesity combat are request.
Palavras-chave: Preschool children, overweight, obesity, prevalence
C3
Avaliação do índice de massa gorda em crianças do sexo masculino estudantes do ensino básico em
uma escola do Porto/Portugal
Juliana Melo, Monique Albuquerque, Susana Vale, Jorge Mota
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A obesidade infantil constitui na atualidade um dos mais sérios desafios aos programas de
saúde pública. Dados recentes confirmam que 1/3 das crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos de idade
apresentam excesso de peso, sendo 14,6% obesas. Crianças com excesso de peso têm um risco
acrescido de se tornarem adultos obesos e de desenvolverem outras doenças crônicas associadas a
obesidade, como doenças cardiovasculares e cancro, que contribuem para um risco aumentado de
morte prematura e perda de qualidade de vida. Objetivos: Este estudo teve por finalidade, avaliar a
influência de uma intervenção nutricional e de planos de exercícios com duração de 12 semanas no
índice de massa gorda de crianças do sexo masculino, estudantes do 1º ciclo de ensino básico.
Métodos: Trata-se de uma pesquisa de corte descritivo, com amostra de 22 sujeitos, com idade média
7,86 ± 0,9 anos, tendo idades compreendidas entre os 6 e 10 anos de idade. O instrumento utilizado
para a coleta dos dados antes e após a intervenção, foi a balança de bioimpedância InBody230. O
plano nutricional foi entregue aos pais para ser seguido em tempo integral. O plano de exercícios
consistiu em atividades programadas por profissional de Educação Física, sendo realizadas 3 sessões
por semana com duração média de 1 hora cada. A análise estatística dos dados foi feita por intermédio
do programa SPSS-PC versão 21. Resultados: Após verificar a normalidade das variáveis, constatou-se
através do teste paramétrico de emparelhamento, que não houve diferença significativa entre o índice
de massa gorda antes e depois da intervenção do grupo em estudo, sendo o valor de p > 0,05.
Conclusões: Não foi constatada diferença significativa entre as variáveis, sugerindo a realização de
novos estudos com intervenções de maior duração ou utilização de aparelhos mais precisos na coleta
dos dados.
Palavras-chave: Obesidade infantil Índice de massa gorda Projeto de intervenção
C4
Efeitos de um programa de intervenção no índice de massa corporal, aptidão física e coordenação
motora de crianças com excesso de peso.
Catarina Vasques, Vitor Lopes, Maria Mota
Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Educação
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro - UTAD - Vila Real
[email protected]
Introdução: A prevalência mundial de obesidade infantil têm vindo a aumentar de forma preocupante
nas últimas décadas. Estes indicadores têm suscitado a necessidade de se intervir na tentativa de
inverter esta tendência. Neste sentido, foram objetivos da presente pesquisa, caracterizar um
programa de intervenção com exercício físico (EXF) e estudar os seus efeitos na composição corporal,
aptidão física (ApF) e coordenação motora (CM) de crianças com sobrepeso e obesidade. Métodos: A
amostra foi constituída por 46 sujeitos de ambos os sexos, com idades entre os 6 e os 14 anos. O
programa teve a duração de 18 meses e as atividades desenvolvidas foram: jogos de equipas,
atividades de academia e videojogos interativos. Todas as crianças foram medidas (4 em 4 meses) nos
seguintes parâmetros: estatura, massa corporal, pregas de adiposidade subcutânea, perímetro da
cintura, bateria de testes de ApF (Prudential Fitnessgram) e de CM (KTK). Para estimar os efeitos do
programa foi utilizada a modelação hierárquica linear (software HLM5). Resultados e conclusões: As
sessões de EXF apresentaram uma intensidade leve a moderada (2,16±0,01 METs a 3,12±0,02 METs)
utilizando como componente de intervenção o EXF extracurricular com exercícios de caráter lúdico.
Verificaram-se mudanças significativas do IMC z score, tendo decrescido 0,12 unidades entre cada
momento de avaliação. Ocorreram também mudanças estatisticamente significativas nas provas de
push-up (PU) e corrida/marcha (CMM) da milha. Sendo que, para o grupo de intervenção verificou-se
um aumento da estimativa do valor médio de PU de 0,22 repetições entre cada momento de avaliação
e na CMM decresceram 0,90 minutos no tempo de conclusão da prova, comparativamente ao grupo
de controlo. O programa implementado surtiu um efeito positivo na diminuição do IMC z score e
melhoria da ApF das crianças intervencionadas.
Palavras-chave:
motora.
Obesidade infantil; programa de intervenção; IMC; aptidão física; coordenação
INVESTIGAÇÃO BÁSICA E DE TRANSLAÇÃO_________________________________________
C5
Uma variante polimórfica da catalase poderá estar envolvida no stress oxidante associado à
obesidade
Andreia Matos, Alda Pereira da Silva, Cristina Monteiro, Luís Sardinha, Maria José Laires, Pilar Levy,
Manuel Bicho, Constança Coelho
Laboratório de Genética e Instituto de Saúde Ambiental, Faculdade de Medicina da Universidade de
Lisboa
Desporto e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa
Instituto Rocha Cabral
[email protected]
Introdução: É conhecida a associação da obesidade com um aumento de espécies reativas de oxigénio
(ROS). A catalase (CAT) e a NADPH oxidade (p22phox) poderão ser moduladores de ROS e da
obesidade (OB). A relação causal ROS – OB ainda não está completamente esclarecida. Métodos: A
amostra estudada foi constituída por 396 indivíduos, sendo 144 crianças e adolescente (7-18, média
13.34±2.16 anos); 213 adultos (25-79, média 48.63±12.84 anos). Tendo em conta o IMC (kg/m2) ou o
valor de corte de Cole, os indivíduos foram classificados em normoponderais (NP, 18.5-24.9), excesso
de peso (EP, 25-29.9) e obesos (OB, ≥ 30). Destes, 38 (33.5%) crianças eutróficas e 39 (44.8%) adultos
NP. Os genótipos para os polimorfismos 242 C/T da p22phox (C/C; C/T; T/T) e 262C/T da CAT (CC; CT;
TT) foram determinados por PCR-RFLP. Os métodos estatísticos utilizados foram o Qui-quadrado,
regressão logistica binária e cálculo do odds ratio (OR) com intervalo de confiança (IC) a 95%.
Resultados estatisticamente significativos para valores de p<0.05. Resultados: Observaram-se
diferenças significativas, apenas, para CAT 262 C/T entre NP e EP/OB, tendo o genótipo TT sido mais
prevalente no último grupo (NP 14.3% vs EP/OB 35.3%, respectivamente) (p = 0.001). Os indivíduos
com a variante T (TT+CT) estiveram associados a maior risco de OB (OR= 3.420, IC 95% - 1.362-8.584,
p=0.009), mesmo quando ajustado para a idade. Conclusão: Independentemente da produção de ROS,
a atividade catalítica da CAT determinada pelo seu genótipo e nomeadamente a variante T, poderá ser
determinante para o desenvolvimento de excesso de peso e obesidade.
Palavras-chave: p22phox catalase stress-oxidante obesidade
C6
Potentional radiosensitizer effect of TUDCA in a obesity model of brain tumor cells
Liliana Silva, Joana Almeida, Pedro Coelho, Isabel Faria, Armanda Monteiro, Raquel Soares, Mónia
Vieira, Cristina Prudêncio, Ruben Fernandes
School of Allied Health Sciences, Polytechnic of Porto
Departement of Biochemestry (U38-FCT), Faculty Medicine, UP
Radiotherapy Service of S. João Hospital
[email protected]
Introduction: Obesity may play an important role in the biology of several types of cancer, but the
correlation with glioma is still not very well defined. Former studies indicated that obesity may be
related with an decreased resistance to radiation and increased redox status in brain tumors. Since
radiotherapy is the most commonly treatment modality used in this type of tumor, we create a new
model of experiments to determinate the influence of obesity in glioma cells in the presence of
radiation with an imbalance of redox status. Methods: BC3H1 glioma cells were treated with t-BOOH
(150μM), TUDCA (25μM) and a mix of t-BOOH and TUDCA (150μM and 25μM respectively) in serumfree DMEM or conditioned media (CM) from differentiated 3T3-L1 adipocytes. Afterwards the cells
were irradiated with a total dose of 2 Gy. Subsequently BC3H1 viability was evaluated, by MTT assay,
after 4 and 12 hours. Results: We observed an increase in viability in all cells treated solely with 3T3-L1
CM. Interestingly, in the presence of CM plus TUDCA or t-BOOH, the viability of BC3H1 was inferior of
TUDCA or t-BOOH treatments alone, this effect was independent of irradiation. After 12 hours the
viability of the glioma cells was significantly higher on irradiated cells treated only with CM, this effect
was not yet observed at the 4 hours time point. But, in the presence of mix of t-BOOH and TUDCA,
with CM and irradiation the cells viability decrease significantly. Discussion / Conclusion: The 3T3-L1
MC increase the cell viability in the presence of radiation or not, after 12 hours expose. But in the
presence of oxidative inducer and, in specially, with the antioxidant TUDCA, the BC3H1 viability
significantly decrease. So, we observed a potential radiosensitizer effect of TUDCA in BC3H1 in the
presence of 3T3-L1 adipocytes.
Palavras-chave: Glioma, Obesity, Radiotherapy, TUDCA
C7
Adipose Tissue Secretome Differentially Modulates Melanocytes Migration, Adhesion and
Clonogenic Potencial
Pedro Coelho, Liliana Silva, Joana Almeida, Cristina Prudêncio, Ruben Fernandes, Raquel Soares
Department of Biochemistry (U38-FCT), Faculty of Medicine, University of Porto, Porto, Portugal
Chemical and Biomolecular Sciences, School of Allied Health Sciences, Polytechnic Institute of Porto,
Vila Nova de Gaia, Portugal
[email protected]
Background: Obesity, favored by the modern lifestyle, acquired epidemic proportions nowadays.
Obesity has been associated with various major causes of death including malignant neoplasms.
Obesity involvement in melanoma etiology has been recognized, but the implicated mechanisms
remain unclear. We propose to investigate the influence of distinct fat depots secretome and
melanoma progression. Methods: Visceral adipose tissue (VAT) and subcutaneous adipose tissue (SAT)
fragments, 3T3-L1 pre-adipocytes and B16F10 melanocytes were cultured in DMEM. 3T3-L1 preadipocytes were differentiated into mature adipocytes using an established cocktail of 500 µM 3isobutyl-1-methylxanthine, 250 nM dexamethasone and 10 µg/mL insulin. Subsequently, B16F10 cells
were exposed to conditioned medium (CM) obtained from the adipose tissue fragments or 3T3-L1
cultures, for a 24 hours period. Later on, treated B16F10 cells migration, adhesion and in vitro colony
formation were accessed. Results: In the migration assay, the number of cells that migrated following
a chemotactic gradient was significantly higher in all CM, yet SAT CM exerts this effect to a much larger
extent – 6 fold increase (*p<0,05; n=9). Although both the secretomes of SAT and VAT enhanced
melanocytes adhesion (*p<0,05; n=9), it was the CM from VAT fragments that greatly potentiated B16
cell adhesion. In the colony formation assay, SAT released factors induced an 400% increase in the
number of colonies formed, but only 3T3-L1 CM significantly increased the mean colony area of B16
cells (*p<0,05; n=3). Conclusion: Cell migration and adhesion, as well the lack of it, are prominent
features that malignant cells must acquire for successfully metastasizing. Our results show that distinct
adipose tissue depots differentially modulate melanocytes malignancy: SAT is more prominent in
stimulating malignant melanocytes migration and clonogenic potencial, however VAT enhances
B16F10 adhesion capacity. These preliminary results obtained in the present study show the distinct
influence of different fat depots in melanoma metastasis. Acknowledgements: Foundation for the
Science and Technology (FCT) and FEDER-COMPETE for financial support through the research unit
PEst-OE/SAU/UI0038/2011, the research project PTDC/SAU-OSM/102083/2008 and the PhD grants
attributed to P.C. (SFRH/BD/80434/2011)
Palavras-chave: adipose tissue, melanoma, obesity
C8
Estudo do efeito da hipóxia e da vildagliptina na fibrose do tecido adiposo
Ana Marques, Marta Estrada, Cláudia Cavadas, Joana Rosmaninho-Salgado
CNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra, Portugal
[email protected]
Introdução: O tecido adiposo (TA) em condições de obesidade é caracterizado por uma inadequada
oxigenação e remodelação da matriz extracelular, levando a uma situação de hipóxia e por outro lado
ocorre o processo de fibrose no TA (1-2). A presença de fibrose a nível do tecido subcutâneo contribui
para uma menor perda de massa gorda após cirurgia bariátrica (3). O silenciamento do colagénio 6 em
murganhos obesos melhora o seu metabolismo. Os inibidores da DPPIV (gliptinas), fármacos usados na
terapêutica da diabetes, diminuem a fibrose que ocorre no coração em ratos diabéticos (4). Neste
trabalho pretendemos estudar o efeito das gliptinas na formação de fibrose que ocorre no tecido
adiposo na obesidade.
Métodos: A fibrose ou a hipóxia foram induzidas nos préadipócitos de murganho (3T3-L1) incubando
as células com TGFβ1 (2,5 ng/mL) ou com CoCl2 (100 µM; mimético da hipóxia), na presença ou
ausência de vildagliptina (2 nM). A adipogénese foi determinada pela quantificação, por western
blotting, da proteína PPARγ. A formação de fibrose foi avaliada pelos níveis de actina α do músculo liso
(αS A) e de Colagénio 6. A acumulação lipídica foi avaliada pela técnica de Oil red-O.
Resultados: A hipóxia (CoCl2) e a fibrose (TGFβ1) induziram um aumento da expressão αS A e do
Colagénio 6, indicando formação de fibrose. A vildagliptina diminuiu os níveis de αS A e Colagénio 6
induzidos pela TGFβ1 ou com CoCl2. Por outro lado, a vildagliptina inibiu a acumulação lipídica e a
expressão da PPARγ.
Conclusões: Estes resultados sugerem que: 1) a hipóxia induz fibrose no TA; 2) A vildagliptina diminuiu
a fibrose no TA. Estes resultados podem explicar a ausência de aumento de peso observado em
doentes tratados com este inibidor da DPPIV.
(1) N. Hosogai et al., “Adipose tissue hypoxia in obesity and its impact on adipocytokine
dysregulation.” Diabetes, 56: 901-11,. 2007; (2) . Spencer et al., “Adipose tissue macrophages in
insulin-resistant subjects are associated with collagen VI and fibrosis and demonstrate alternative
activation.” Am.J Physiol.. Endocr. etabol., 299, E1016-27,. 2010. (3) A. Divoux et al., “Fibrosis in
Human Adipose Tissue: Composition, Distribution and Link With Lipid etabolism and Fat,” Blood,.
59,. 2817-2825, 2010. (4) . Lenski et al., “Effects of DPP-4 inhibition on cardiac metabolism and
function in mice.” J ol Cell Cardiol., 51, 906-18, 2011.
Financiamento: FCT (SFRH/BD/51674/2011, PEst-C/SAU/LA0001/2013-2014), and QREN - Projeto Mais
Centro - "Aging, Stress And Chronic Diseases: From Mechanisms To Therapeutics" (Centro-07-St24Feder-002006) COMPETE and FEDER.
Palavras-chave: tecido adiposo, vildagliptina, hipóxia, fibrose
OBESIDADE E CO-MORBILIDADES 1___________________________________________________
C10
Composição corporal em idosos assistidos no ambulatório
José Cardoso
Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Hospital de Santa Marta
[email protected]
Introdução: A esperança média de vida continua a aumentar em Portugal. Com o envelhecimento
ocorre aumento da gordura corporal total (obesidade) e alteração da sua distribuição, com aumento
da gordura abdominal visceral e diminuição da gordura subcutânea. Simultaneamente ocorre redução
da massa e força musculares (sarcopenia).
Objetivo: Estudar a composição corporal em idosos assistidos pela Consulta de Medicina,
estratificados por género.
Metodologia: Foram incluídos idosos dos dois géneros com idades entre 65 e 80 anos. Os critérios de
exclusão foram presença de doença aguda e/ou crónica agudizada, sinais de hiperhidratação ou
desidratação, serem portadores de pacemaker ou de cardioversor desfibrilhador implantável e
amputação dos membros.
A massa gorda foi avaliada pelo índice de massa corporal (IMC).
A massa muscular esquelética foi avaliada por análise de impedância bioelétrica (BIA) com monitor
tetrapolar BF-511, determinando o índice muscular esquelético (IME). Foram também avaliadas as
gorduras corporal total e visceral.
Foram determinadas médias e desvios-padrões das variáveis estudadas nos dois géneros. A
significância estatística foi definida por p < 0.05.
Resultados: Foram incluídos 10 homens e 10 mulheres sem critérios de exclusão e segundo código de
aleatorização.
Destacaram-se diferenças com significado estatístico na gordura corporal total mais acentuada nas
mulheres (p = 0.000) e IME mais elevado nos homens (p = 0.000). Não houve significância estatística
quando se compararam o IMC (p = 0.059) e a gordura visceral (p.= 0.740).
Conclusão: As diferenças encontradas entre os dois géneros refletem algumas das alterações
associadas ao envelhecimento.
Será interessante determinar a prevalência da obesidade sarcopénica, entidade que associa as duas
condições, em amostra de maior dimensão. Mas para definir sarcopenia é necessário que haja redução
da massa (IME > dois desvios -padrões abaixo dos valores médios específicos de cada género em
adultos jovens) mas também da força muscular, a avaliar por metodologia adequada (ex:
dinamometria).
Palavras-chave: Idosos Obesidade Sarcopenia Obesidade Sarcopénica
C11
Sistema de estadiamento de obesidade de Edmonton: uma mais-valia.
Diana Oliveira, Sandra Paiva, Diana Martins, Dírcea Rodrigues, Luísa Ruas, Patrícia Oliveira, Joana
Saraiva, Carolina Moreno, Daniela Guelho, Margarida Balsa, Nuno Vicente, Luís Cardoso, Francisco
Carrilho
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Centro Hospitalar do Baixo Vouga
[email protected]
Introdução: Os parâmetros antropométricos têm limitações importantes na avaliação global do doente
obeso. O reconhecimento da importância das comorbilidades associadas levou ao desenvolvimento de
sistemas de classificação mais abrangentes, como o de Edmonton (Edmonton Obesity Staging System –
EOSS). Com este estudo pretendeu-se primariamente avaliar a correlação entre uma escala centrada
no índice de massa corporal – a escala da Organização Mundial de Saúde (OMS) – e uma escala
baseada nas complicações e co-morbilidades associadas à obesidade (EOSS). Métodos: Foram
seleccionados doentes avaliados na Consulta de Obesidade do SEDM-CHUC no período de 20/05/2014
a 22/07/2014. Feita consulta do processo clínico complementada com inquérito telefónico, análise
descritiva e analítica de variáveis demográficas, clínicas e comorbilidades associadas à obesidade. A
população estudada foi classificada de acordo com a OMS e EOSS. Foi efectuado o estudo da
correlação entre a variação das duas escalas utilizando o teste estatístico de Spearman. Resultados: A
amostra foi constituída por 46 doentes: 37 mulheres e 9 homens, média de idades de 41,7 ± 12,3 anos.
A média de IMC na amostra foi de 34,3 ± 5,0 Kg/m2. Classificando os doentes de acordo com a OMS
obteve-se 7 doentes na classe I, 12 na classe II, 24 na classe III. Segundo o EOSS, 4 doentes
encontravam-se no estádio 1, 22 no estádio 2, 19 no estádio 3, 1 no estádio 4. Não houve correlação
estatisticamente significativa entre a variação das duas escalas (p=0,562). Analogamente, a diferença
das médias de IMC entre os estádios 2 e 3 do EOSS não foi estatisticamente significativa (p=0,352).
Discussão: Na amostra estudada, a maioria dos doentes distribuiu-se pelas classes II e III da OMS e
pelos estádios 2 e 3 do EOSS. A ausência de correlação entre as duas escalas salienta a importância de
uma classificação abrangente e centrada em complicações e co-morbilidades relacionadas com a
obesidade. A extensão do estudo a uma amostra de maior dimensão permitirá cimentar os resultados
encontrados.
Palavras-chave: obesidade classificação edmonton
C12
Significado cardiometabólico do peso excessivo/obesidade na síndrome do ovário poliquístico
Pedro Marques, Florbela Ferreira, Ana Paula Soares, Joaquim Nunes, Sandra Sousa, Ana Aguiar, Carlos
Calhaz-Jorge
Departamento de Obstetrícia/Ginecologia e Medicina da Reprodução, Unidade de Medicina da
Reprodução, Hospital de Santa Maria
[email protected]
Introdução: A síndrome do ovário poliquístico (SOP) afeta 6-20% das mulheres em idade reprodutiva.
A obesidade tem sido associada a diversas anomalias metabólicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar
a prevalência e impacto do excesso de peso/obesidade nas caraterísticas clínico-laboratoriais de
mulheres inférteis com SOP. Métodos: Revisão dos processos clínicos de mulheres inférteis com SOP
(critérios Roterdão, 2003) acompanhadas na Unidade de Medicina da Reprodução do CLHN-Hospital
Santa Maria, entre 2004 e 2013. As mulheres com SOP e excesso de peso/obesas (índice de massa
corporal (I C) ≥25 kg/m2) foram comparadas com as com SOP e não obesas para diferentes
parâmetros clinico-laboratoriais. Resultados: Foram identificadas 263 mulheres com SOP. A média de
idades foi 30 anos; 156(59,3%) tinham excesso de peso/obesidade; 193(80,4%) tinham perímetro da
cintura >80cm; 13(4,9%) eram hipertensas. Hiperandrogenismo clinico e/ou bioquímico foi identificado
em 125(47,5%). Anomalias do metabolismo glicídico, hipertrigliceridemia e colesterol-HDL baixo foram
encontradas em 26(11,9%), 21(9,1%) e 105(45,5%), respetivamente. Identificou-se um elevado
número de mulheres insulino-resistentes (41%), predominantemente em contexto de excesso de
peso/obesidade (88% dos casos insulino-resistentes). A análise comparativa entre doentes com
excesso de peso/obesas vs peso normal identificou maiores taxas de insulino-resistência,
hiperandrogenismo, hipertensão, bem como valores médios mais elevados de perímetro da cintura,
insulinemia, glicemia, triglicerídeos, colesterol-LDL, e valores mais baixos de colesterol-HDL e SHBG no
primeiro grupo (com significado estatístico). Foram estabelecidas correlações positivas entre o IMC e a
insulinemia, glicemia, trigliceridemia e o índice HOMA-IR, e verificaram-se correlações negativas entre
o IMC e os níveis de SHBG e colesterol-HDL. Conclusão: O estado ponderal das mulheres com SOP
provou constituir um fator decisivo para o metabolismo glicídico e para os restantes componentes
cardiometabólicos nesta população. O excesso de peso, como fator determinante de consequências
adversas para a saúde, deve ser valorizado e tratado atempadamente nas mulheres com SOP.
Palavras-chave: Síndrome do ovário poliquístico obesidade insulino-resistência
TRATAMENTO/ NUTRIÇÃO_____________________________________________________________
C13
Formação precoce das preferências alimentares – Conhecimentos da grávida
Maria Antónia Vigário, Rui Poínhos, Flora Correia
Centro Hospitalar Médio Ave, E.P.E.
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
Centro Hospitalar S. João, E.P.E.
[email protected]
INTRODUÇÃO As escolhas alimentares da grávida e da aleitante influenciam as caraterísticas olfativas e
gustativas do líquido amniótico e do leite materno. No feto, por volta dos 6 meses, estão
desenvolvidas as estruturas sensitivas que processam estes estímulos. Através da alimentação
materna, alguns paladares de rejeição inata (como o ácido e o amargo, caraterísticos dos
hortofrutícolas, por exemplo) podem fazer parte do ambiente sensorial da criança, familiarizando-o
com eles, e, consequentemente, diminuindo a aversão a alimentos cuja introdução deve ocorrer ao
longo do primeiro ano de vida. Durante a complementaridade ao aleitamento, a escolha do tipo,
consistência e momento em que ocorre a introdução dos alimentos interfere também na sua
aceitação. Foi objetivo deste trabalho estudar os conhecimentos de grávidas sobre a possibilidade de
uma influência precoce nas preferências alimentares dos filhos. MÉTODOS Estudou-se uma amostra de
254 grávidas. Aplicou-se um questionário com questões fechadas agrupadas em 3 temas: Alimentação
saudável na gravidez; Influência da alimentação da grávida e da aleitante na formação das preferências
alimentares da criança; e Introdução dos alimentos complementares. Resultados O tema Alimentação
saudável na gravidez foi aquele em que se verificou maior proporção média de respostas corretas. As
gestantes com partos anteriores obtiveram maior pontuação média às questões sobre a
complementaridade alimentar. A formação das preferências alimentares foi o tema que apresentou a
mais baixa proporção média de respostas corretas. CONCLUSÕES Destes resultados ressalta a
necessidade de melhorar os conhecimentos da grávida sobre a oportunidade e responsabilidade de
proceder a escolhas alimentares, enquanto grávida e aleitante, que propiciem a aquisição de hábitos
alimentares saudáveis do seu filho. Este trabalho permitiu identificar temas fundamentais a incluir na
informação a disponibilizar às grávidas.
Palavras-chave: formação precoce das preferências alimentares conhecimentos da grávida
C14
Dietas Hospitalares para Obesos: Padronização e Adequação Nutricional
Vera Lebres, António Fernandes, Ana Oliveira, Sabrina Trento, Susana Gomes, Tatiana Guimarães.
Instituto Politécnico de Bragança - Escola Superior de Saúde
[email protected]
Introdução: A obesidade é uma doença crónica com génese multifatorial e atualmente considerada um
problema de Saúde Pública. Em Portugal a sua prevalência é de 14,2% em adultos dos 18 aos 64 anos.
Sendo a dieta hospitalar parte essencial da terapia do paciente hospitalizado parece fundamental
existirem dietas padronizadas para doentes com excesso de peso. Não se tem conhecimento de
estudos nacionais acerca da padronização de dietas hospitalares, em particular dietas para obesos.
Objetivo: Analisar os valores nutricionais dos Manuais de Dietas Hospitalares, comparar alguns destes
valores da dieta padronizada indicada para a obesidade com os da dieta geral e com as guidelines
existentes. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, observacional, quantitativo, envolvendo
os hospitais do Sistema Nacional de Saúde. Foi feita uma pesquisa bibliográfica relativamente a linhas
orientadoras, nomenclaturas e valores nutricionais das mesmas sobre os Manuais de Dietas
Hospitalares. Criou-se uma matriz específica para este estudo, onde foram analisados critérios como
valor energético, proteico e glucídico, da dieta geral e indicada para obesidade, quando existente. O
software estatístico utilizado foi IBM SPSS Statistics 22. Foram calculadas as médias e o desvio padrão
dos nutrientes e utilizado o teste T student para uma amostra. Resultados: Dos centros hospitalares
que forneceram dados apenas 44,4% apresentam uma dieta padronizada com indicação para utentes
com excesso ponderal. Evidenciou-se que em alguns manuais existem dietas padronizadas indicadas
para a obesidade com valor energético superior em relação às dietas gerais dos restantes manuais.
Conclusão: Não são seguidas quaisquer linhas orientadoras na elaboração dos Manuais de Dietas
Hospitalares, em Portugal, uma vez que estas não existem Sabe-se que existem diferenças entre as
quantidades padronizadas e as servidas, pelo que se propõe estudos futuros que avaliem se a
quantidade servida está de acordo com as orientações.
Palavras-chave: Obesidade; Dietas Hospitalares; Valores Nutricionais
C16
Testando dieta de muito baixo valor calórico em idosos portadores de obesidade grave
Vivian Leal, Laila Santos, Thomas Araujo, Sergio Braga
Clinica da Obesidade
[email protected]
Introdução: Segundo a Organização Mundial de Saúde, aproximadamente 75% das mortes causadas
por DCV podem ser reduzidas através de mudanças do estilo de vida e adequação do peso corporal.
Dietas de muito baixo valor calórico (<800Kcal/dia), se mostraram excelentes na redução do peso e
controle das dislipidemia em idosos obesos. Métodos: Ensaio clínico que estudou 20 idosos obesos
(IMC > 40 kg/m²), internados na Clinica da Obesidade em Camaçari, Bahia, que consumiram dieta de
800 Kcal, por um período de 90 dias. A dosagem de colesterol total (CT), LDLc, HDLc e triglicérides (TG)
foi realizada no momento da admissão, 30 e 90 dias após o internamento. Resultados: Os idosos
tinham idade média de 65,45 (DP ± 2,54) anos. No momento da admissão 55% apresentavam
hipercolesterolemia e o mesmo percentual apresentava hipertrigliceridemia. A mediana de peso era
107,15 (95-124)Kg, de CT 202 (166-226), LDLc 128 (79-151), HDLc 44 (40-53), TG 170 (121-199). Nos
primeiro mês de observação houve perda de 7,69 (DP ± 3,63) Kg, o percentual de indivíduos com
hipercolesterolemia caiu para 10% e 25% mantinham alteração de triglicérides. A mediana de peso era
99,60 (93-114)Kg, de CT 143 (121-173), LDLc 74 (57-93), HDLc 40 (37-49), TG 118 (92-159). Ao final do
estudo a perda foi de 14,72 (DP ± 5,42)Kg. Não havia mais indivíduos com colesterol elevado e apenas
1 doso (5%) mantinha a hipertrigliceridemia. . A mediana de peso era 88,30 (77-111)Kg, de CT 148
(123-160), LDLc 90 (61-97), HDLc 46 (36-51), TG 88 (71-103). Conclusão: Apesar de toda cautela para
promover perda ponderal em idosos, o tratamento dietoterápico, dieta de muito baixo valor calórico,
foi eficaz para a promoção da perda de peso e quase erradicação da dislipidemia na amostra, podendo
ser uma alternativa coadjuvante para a prevenção das doenças cardiovasculares em indivíduos idosos
e obesos.
Palavras-chave: obesidade; idosos; hipocalorico; dislipidemia
ACTIVIDADE FÍSICA__________________________________________________________________
Prémio Melhor Comunicação
Actividade Física
C17
Health-Related Issues in Rural Communities: waist circumference and objectively measured
sedentary behaviour in adolescents
Aristides Machado-Rodrigues, Manuel Coelho-e-Silva, Luís Ribeiro, Rômulo Fernandes, Jorge Mota,
Robert Malina
Universidade de Coimbra
Universidade Estadual Paulista – UNESP
Universidade do Porto
Tarleton State University, Stephenville, Texas
[email protected]
Background: Given the transformation of rural areas in many countries, interest in rural health issues
and medicine has increased. Residents in rural communities with relatively low population densities
often have limited access to health services per se and to a variety of specialized health professionals
compared with residents of urban centres. Furthermore, research on relationships between lifestyle
behaviours and adiposity in school youth is potentially important for identifying subgroups at risk.
This study evaluates the associations among objective measures of sedentary behaviour (SB) and
waist circumference (WC) in a sample of rural school adolescents. Methods: The sample included 254
youth (114 males, 140 females), 13-16 years of age, from rural regions of the Portuguese midlands.
Height, weight, and WC were measured. Cardiorespiratory (CRF) was assessed with the 20-m shuttlerun test. A uniaxial accelerometer (e.g. GT1M) was used to obtain five consecutive days of physically
activity (PA) and SB. Multiple linear regression was used to test associations between SB and WC,
adjusted for several potential confounders (age, sex, PA, CRF, parental education). Results: SB was
significantly associated with the WC (β=0.92; 95% CI, 0.08 to 1.76) after adjustment for five potential
confounders. After adjusting for age and sex, the strength of the relationship between SB and WC was
improved. PA, specifically moderate-to-vigorous activity (MVPA) was inversely associated with SB in
model 3 (β=-1.04; 95% CI, -1.27 to -0.80) and model 4 (β=-1.05; 95% CI, -1.29 to -0.81). Conclusion:
WC was independently associated with SB time in rural school adolescents, independently of MVPA.
Palavras-chave: health promotion, physical activity, urbanization, accelerometry, youth
C18
Escola de Verão: Exercício|Alimentação|Saúde
Ana Carvalhas, Nathalie Cunha, Roberta Frontini, Marina Montezuma, Ricardo Melo
ACES Baixo Mondego
Faculdade Psicologia Universidade de Coimbra
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Escola Superior de Educação de Coimbra
[email protected]
Introdução: A obesidade infantil é a doença nutricional em idade pediátrica mais prevalecente no
mundo actual. Da etiologia da obesidade fazem parte factores como o comportamento alimentar e o
exercício físico, os mais influentes na magnitude da expressão clínica da doença. Neste quadro, teve
lugar em Coimbra, durante a última quinzena de Junho de 2014, a “Escola de Verão: Exercício,
Alimentação e Saúde”, que envolveu uma equipa multidisciplinar constituída por nutricionistas,
médicos, enfermeiros, psicólogos e docentes de desporto. Os objectivos foram: incutir alimentação
equilibrada e prática de exercício físico, para prevenir e tratar a obesidade infantil; diminuir o
sedentarismo inerente à época de férias; e envolver os familiares na mudança de comportamentos de
risco Metodologia: 36 crianças praticaram diversas actividades desportivas e assistiram a sessões de
educação para a saúde. Realizaram-se, no início e no final do campo de férias, avaliações
antropométricas e da composição corporal, usando um estadiómetro e uma balança de
bioimpedância. O estado nutricional foi determinado a partir das curvas de crescimento da OMS.
Resultados: 36 crianças apresentavam uma média de idades de 8 anos (Desvio-Padrão (DP) =1 ano),
sendo 52,8% (n=19) do sexo feminino. No início, 45,7% (n=16) apresentavam excesso de peso, e destas
34,3% (n=12) eram obesas. No final observou-se uma diminuição dos valores do IMC, com significado
estatístico (p<0,041). Quanto à massa gorda não se verificaram alterações com significado estatístico.
Conclusões: Durante a Escola de Verão, as crianças, no quadro das respetivas famílias, melhoraram os
seus hábitos alimentares e tomaram consciência da importância da actividade física na prevenção da
obesidade e na promoção da saúde. Este projecto contribuiu para mudar comportamentos de risco
que levam à obesidade. Programas deste tipo têm grande impacto sobre o estado nutricional e de
saúde não só das crianças, mas também das respectivas famílias
Palavras-chave: Obesidade infantil, exercício, alimentação, saúde
C19
Relação entre aptidão física e obesidade abdominal em crianças pré-escolares
Sandra Santos, Armanda Santos, Susana Vale, Jorge Mota
Faculdade de Desporto, Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A aptidão física tem sido considerada como um poderoso marcador de saúde pública em
crianças e adolescentes. Os estudos sobre a relação entre a aptidão física e excesso de peso ou
obesidade em crianças e adolescentes indicaram que existe uma relação inversa entre estes dois
fatores. Sendo a obesidade abdominal um estado de acumulação excessiva de gordura subcutânea
central e visceral, emergiu assim como um preditor principal para complicações metabólicas e efeitos
adversos à saúde. O rácio cintura-altura (RCA) é simples e eficaz, na medição da obesidade abdominal
sendo assim um bom preditor de risco de doença cardiovascular em crianças. Objetivo: Analisar a
associação entre aptidão física e a obesidade abdominal numa amostra de crianças pré-escolares.
Métodos: O estudo incluiu 230 crianças pré-escolares, com idade compreendida entre 4-6 anos de
idade. RCA foi calculada como a razão da cintura (cm) e altura (cm). Shuttle run 10x5m e salto a pés
juntos numa distância de 7 m foram utilizados para avaliar a aptidão física. Resultados: Verificamos
que os valores médios de obesidade abdominal foram de 0,52±0,05 para meninas e 0,50±0,03 para os
meninos (p≤0,05). Ao realizamos a regressão linear múltipla, averiguamos que em ambos os sexos
existe uma relação significativa entre a obesidade abdominal e os dois testes aptidão física, ajustando
para a idade das crianças. Assim sendo a associação com o salto a pés juntos foi de B=9,75; p≤0,05
para meninas e B=9,97; p≤0,05 para os meninos e com o teste do shutlle run B=15,64; p≤0,05 e
B=30,91; p≤0,05 para as meninas e para os meninos, respectivamente. Conclusões: Neste estudo
podemos constatar que as crianças pré-escolares com maior obesidade abdominal demoram mais
tempo a realizar os teses de aptidão física ou têm mais dificuldade em realizar os testes de aptidão
física. Novos estudos são necessários para confirmar estes dados.
Palavras-chave: Aptidão física rácio- cintura altura Crianças
C20
Estudo da influência do género, idade e IMC no padrão de atividade física de adolescentes do
concelho de Viseu
Goreti Botelho1,2,3, António Ferrão4, Marco Aguiar4
1: Departamento de Ciência e Tecnologia Alimentar, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto
Politécnico de Coimbra, Bencanta, 3045-601 Coimbra, Portugal 2: Unidade I&D CERNAS, Escola
Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, 3: ISEIT, Instituto Piaget,
3515-776 Galifonge, Lordosa, Viseu, Portugal. 4: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila
Real. Portugal
[email protected]
Introdução: Durante a adolescência a prática regular de atividade física promove o desenvolvimento
harmonioso do corpo e melhora a aparência corporal. No entanto, o padrão de atividade física nos
adolescentes tem vindo a mudar em resultado do aumento de número de horas dispendido em
atividades sedentárias (ver televisão, vídeojogos, internet). Este estudo teve por objetivo estudar a
existência de relações entre o género, a idade e o estado nutricional com o padrão de atividade física
de adolescentes no concelho de Viseu.
Métodos: Foi desenvolvido um questionário baseado no QAPACE (Barbosa et al., 2007) e no HBSC
(2001-02) e, depois da avaliação da sua repetibilidade foi aplicado. Foi utilizada uma amostra aleatória
de 1403 estudantes, com idades entre os 9-14 anos (idade média: 10,64±0,76 anos; 50,0% rapazes e
49,9% raparigas; 0,1% não responderam) pertencentes a 7 escolas públicas do concelho de Viseu
(86,9% da população escolar). O Índice de Massa Corporal (IMC) foi determinado de acordo com as
orientações do CDC (EUA).
Resultados: A avaliação do estado nutricional mostrou que, 4,4% apresentam baixo peso (2,0%
rapazes, 2,4% raparigas), 68,1% são normoponderais (32,5% rapazes, 35,6% raparigas), 18,6%
apresentam sobrepeso (10,3% rapazes, 8,3% raparigas) e 8,6% obesidade (5,2% rapazes, 3,4%
raparigas). Analisando a atividade física em função da idade, foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas (p<0,05) entre os adolescentes de diferentes idades, apenas nos últimos
sete dias (30 min. por dia). Em geral, a prática de atividade física aumentou com a idade. Considerando
a influência do género, foi encontrada diferença estatística significativa (p<0,05) entre o padrão de
atividade física de rapazes e raparigas, sendo os rapazes aqueles que dispenderam mais tempo em
atividades físicas nos últimos sete dias e numa semana normal do ano.
Conclusões: A prevalência de sobrepeso e de obesidade nos adolescentes do concelho de Viseu é uma
realidade que deverá ser monitorizada no futuro. A atividade física está relacionada com a idade
aumentando a sua prática com o aumento da idade. Os rapazes praticam atividade física durante mais
tempo do que as raparigas, sendo esta diferença estatisticamente significativa.
Palavras chave: questionário, adolescentes, género, idade, IMC, atividade física
Referências
Barbosa N, Sanchez C, Vera J, Perez W, Thalabard J, Rieu M (2007). Journal of Sports Science and
Medicine, 6, 505-518.
HBSC, US Department of Health and Human Services. Health Behavior in School-Aged Children, 20012002 doi:10.3886/ICPSR04372.v2.
Financiamento: Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito
do projeto PEst-OE/AGR/UI0681/2014 para CERNAS.
OBESIDADE E CO-MORBILIDADES 2____________________________________________________
C21
Importância da identificação de comorbilidades na estratificação clínica e terapêutica do doente
obeso
Diana Martins, Carla Baptista, Diana Oliveira, Dírcea Rodrigues, Luísa Ruas, Patrícia Oliveira, Joana
Saraiva, Carolina Moreno, Daniela Guelho, Nuno Rodrigues, Luís Cardoso, Margarida Balsa, Francisco
Carrilho
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SEDM) do Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, CHUC-HUC, EPE
[email protected]
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1997, classificou a obesidade em várias
classes, tendo como base o Índice de Massa Corporal (IMC). Esta classificação tem sido usada em
múltiplos estudos epidemiológicos, contudo não infere sobre o nível de funcionalidade e
comorbilidades coexistentes com a obesidade. MÉTODOS: Foram selecionados aleatoriamente 46
doentes, avaliados em consulta de Obesidade no SEDM-CHUC, entre 20/05/2014 e 22/07/2014.
Procedeu-se à consulta do processo clínico, suplementada por inquérito telefónico, realizando-se
análise descritiva e analítica de parâmetros demográficos, bioimpedância, perfil analítico e
comorbilidades associadas à obesidade. RESULTADOS: De uma amostra de 46 doentes, verificou-se
que 80,4% eram do sexo feminino e 19,6% do sexo masculino, com média de idades 41,7±12,3 anos. O
IMC médio foi de 34,250 ± 4,9702. Aplicando a Classificação da OMS, verificou-se que 6,5% dos
doentes tinham excesso de peso, 15,2% obesidade classe I, 26,1% classe II e 52,2% classe III.
Recorrendo ao Sistema de Estadiamento de Obesidade de Edmonton (EOSS) verificou-se que 8,7% se
encontravam no estádio 1, 47,8% no estádio 2, 41,3% no estádio 3 e 2,2% no estádio 4. Na avaliação
das comorbilidades, verificou-se serem mais prevalentes: as alterações psiquiátricas minor (47,8%),
hipertensão arterial (HTA) (39,1%), osteoartrose (32,6%), dislipidemia (32,6%) e diabetes mellitus tipo
2 (DM2) (23,9%). Confirmou-se que a maioria dos doentes apresentavam 2 ou mais comorbilidades
associadas (58,7%). Considerando a classificação de EOSS, verificou-se ainda correlação
estatisticamente significativa entre distribuição no estádio 3 e a presença de osteoartrose (p=0,008) e
de alterações psiquiátricas minor (p=0,041). CONCLUSÕES: Na amostra estudada verificou-se uma
elevada prevalência de comorbilidades, sendo as mais prevalentes as alterações psiquiátricas minor,
HTA, osteoartrose, dislipidemia e DM2. Assim, conclui-se que a aplicação de escalas mais abrangentes
permitirá definir quais os doentes prioritários para tratamento (nomeadamente cirúrgico), auxiliando
também no seguimento e determinação da eficácia das intervenções realizadas.
Palavras-chave: Obesidade Comorbilidades Classificação IMC Edmonton
C22
Lipodistrofias genéticas – o tecido adiposo noutra perspectiva
Joana Oliveira, Eva Lau, Sandra Belo, Paula Freitas, Davide Carvalho
Centro Hospitalar de São João
[email protected]
Introdução: As lipodistrofias compreendem um grupo de doenças caracterizado pela deposição
anormal de tecido adiposo, sendo genéticas ou adquiridas. Associam-se frequentemente a
insulinorresistência, diabetes mellitus (DM), dislipidemia, hipertensão arterial (HTA) e esteatose
hepática. A gravidade destas alterações metabólicas correlaciona-se com a extensão de perda de
tecido adiposo – importante órgão endócrino e reservatório de triacilgerois. Apresentam-se 4 casos
clínicos de lipodistrofias genéticas. Caso clínico 1.Mulher 31a., caucasiana. Sem antecedentes
patológicos relevantes. Diminuição progressiva do tecido adiposo facial com início na puberdade. Ao
exame, lipoatrofia facial e hipoplasia mamária, com preservação do tecido adiposo do abdómen e
membros inferiores. Sem hepatoesplenomegalia, acantose nigricante ou hirsutismo. Analiticamente,
baixo nível plasmático de C3: <18mg/dL(83–177). As características clínicas e bioquímicas levaram-nos
ao diagnóstico de Síndrome de Barraquer-Simons. Caso clínico 2.Mulher 24 a., caucasiana, gestante de
7 semanas. Antecedentes de pancreatite aguda, dislipidemia e DM2. Apresentava diminuição da
gordura subcutânea nas extremidades e tronco e aumento da gordura no queixo. Hipertrigliceridemia
1566 mg/dL(<150mg/dL) e necessidade de altas doses de insulina (1,8U/Kg/dia). Estudo genético
revelou a presença de mutação heterozigótica c.1444C>T(p.ArClg482Trp) do gene LMNA - Lipodistrofia
do tipo Dunnigan. Caso clínico 3.Mulher 60 a., caucasiana. Antecedentes de dislipidemia, DM2, HTA,
xantoma eruptivo e pancreatite aguda. Hipertrigliceridemia 25000mg/dL, colesterol total 6g/dL. Perda
gradual da gordura dos membros, com aumento da gordura facial e perímetro abdominal desde os 30
anos. Apresentava lipoatrofia dos membros superiores, inferiores e glúteos com proeminência
abdominal. Estudo genético detectou mutação heterozigótica no gene PPARG(c.482G>T) - Lipodistrofia
Familiar Parcial tipo 3. Caso clinico 4.Duas irmãs, 32 a. e 29 a., caucasianas. Antecedentes de DM2,
dislipidemia e pancreatite aguda. Ao exame, ausência de gordura subcutânea com proeminência
muscular, fácies acromegalóide, acantose nigricante, hirsutismo, hepatomegalia, herniação umbilical e
clitoromegalia. Estudo genético revelou mutação no gene BSCL2, cromossoma 11q13 que codifica a
proteína seipina – Síndrome de Berardinelli-Seip.
Palavras-chave: Lipodistrofia, tecido adiposo, insulinorresistência
C23
Lipoprotein(a) an old cardiovascular risk booster with new links¿ Role of overall adiposity
Paulo Bispo, Firmina Lebre, Augusta Marques, Pedro Rodrigues
FCM/CEDOC/UNL
[email protected]
Background: Lipoprotein(a), an well-known cardiovascular (CV) risk factor, is mainly regulated by
genetic factors. The degree of adiposity, by changing the genotype/phenotype environment, can
modulate the risk factor properties of Lp(a) and their association with several other CV risk factors.
Methods: The sample population was composed by 77 adults from both genders. Blood was sampled
after an overnight fast and analysed for glucose, triacylglycerols, total cholesterol, HDL-c, ApoA1, ApoB
and hsCRP. Lp(a) was determined by immunoturbidimetric assay (COBAS, Roche) and endothelial
lipase (EL), insulin and oxLDL by ELISA. LDL and HDL molecular subfractions by electrophoresis
(LIPOPRINT®). Nonparametric test, Spearman’s correlation coefficient, are used. Results: For entire
population, by bivariate analysis, no significant correlations were observed between Lp(a) and BMI,
age or the analysed CV risk factors. However, in a sub-group analysis, we found a negative association
between Lp(a) and IL-6 (p<0.5). After stratified for BMI the median values for Lp(a) in normal weight,
overweight and obese subjects were 0.230, 0.170 and 0.250 g/L, respectively. In normal weight
subjects Lp(a) correlated negatively with HOMA-IR (rs= -0.537, p= 0.018) and an inverse but not
significant association was observed with EL (p= 0.104). In overweight group Lp(a) correlated
negatively with HDL-c and ApoA1 (p= 0.05 and p= 0.059, respectively) and, although in the border of
significance (p= 0.056), positively with sdLDL. In obese subjects both large (MID)-LDL (rs= 0.442, p=
0.021) and Intermediate-HDL subfractions (rs= -0.417, p= 0.034) significantly correlated with Lp(a).
Conclusions: Our data highlight the role of BMI in Lp(a) association with several CV risk factors. By
previous works and present results, the involvement of members of the proprotein convertase gene
family can, partially, explain the correlations found here.
Palavras-chave: Lipoprotein(a); adiposity; cardiometabolic markers; LDL and HDL molecular
subfractions; endothelial lipase
C24
LBP, an endotoxemia biomarker, is associated with inflammation in obesity.
João Coelho, Ana Neves, Roncon-Albuquerque
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
Introduction: Metabolic endotoxemia (ME) is suggested to activate pro-inflammatory pathways via
TLR4 activation in obese subjects. The resulting chronic low-grade inflammation has been implied in
cardiometabolic diseases. We aimed to explore whether ME and high-sensitivity C-reactive protein
(hsCRP) were associated, as well as their relationship with obesity and other cardiovascular risk
factors. Methods: A transversal study including 20 obese (B I ≥30 kg/m2) and 20 matched lean
controls was performed. Patient medical history, lifestyle factors and anthropometric parameters were
assessed, and plasmatic levels of LBP, sCD14 and hsCRP were quantified. Results: LBP and sCD14
concentrations correlated with obesity (p<0.001 and p=0.003), waist circumference (p<0.001, R=0.511
and p=0.025, R=0.354), waist-to-height (p<0.001, R=0.579 and p=0.030, R=0.344) and waist-to-hip
ratios (p=0.039, R=0.327 and p=0.050, R=0.312). The association with obesity persisted in a
multivariate model for LBP but not for sCD14 (p<0.012 vs p=0.261). LBP concentrations were
significantly associated with diabetes (p=0.029) and metabolic syndrome (p<0.001) in univariate
analysis; nevertheless, adjustment for hsCRP and other factors resulted in the elimination of these
associations. Conclusions: The attenuation after adjustment for hsCRP suggests that chronic low-grade
inflammation might have an important effect on the cardiometabolic effects of TLR4 activation.
Palavras-chave: Obesity, endotoxemia, cardiovascular diseases, metabolic syndrome, gut microbiota
INVESTIGAÇÃO BÁSICA E DE TRANSLAÇÃO________________________________________
C25
O tecido adiposo castanho de ratos obesos apresenta aumento de marcadores de Fibrose e Hipóxia
Ana Marques, Lígia Sousa-Ferreira, Cláudia Cavadas, Joana Rosmaninho-Salgado
CNC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra, Portugal
[email protected]
Introdução: O tecido adiposo castanho (TAC) é especializado no gasto energético. A obesidade induz
hipóxia e fibrose no tecido adiposo branco (TAB), mas não se conhece as alterações que ocorrem na
vasculatura e matriz extracelular do TAC. O objectivo deste trabalho consistiu em estudar o efeito da
obesidade na vasculatura e matriz extracelular do TAC.
Métodos: Ratos foram alimentados com dieta rica em gordura (20%) e após 8 semanas apresentaramse ratos obesos (aumento de 59,6 g peso em relação aos animais em dieta normal). O TAC e o TAB
foram colhidos e foram quantificados os seguintes marcadores: hipóxia (HIF1α), células endoteliais
(CD31), matriz extracelular, (TGFβ1, αS A) e proliferação celular (PCNA).
Resultados: O TAB e o TAC de ratos obesos apresentaram menores níveis de CD31, e maiores níveis de
HIF1α, sugerindo uma diminuição da vasculatura e um aumento da hipóxia em ambos os tecidos. Por
outro lado, no TAB ocorreu um aumento de TGFβ1, αS A e PCNA, indicando um aumento da fibrose.
No TAC ocorreu uma diminuição de TGFβ1, αS A e PCNA, sugerindo uma diminuição da síntese de
proteínas da matriz e da proliferação celular.
Conclusões: Estes resultados sugerem que numa situação de obesidade, a vasculatura do TAB diminui
levando a uma situação de hipóxia e também de fibrose. Por outro lado, o tecido adiposo castanho em
condições de obesidade apresenta diminuição de formação de matriz extracelular e vasculatura.
Financiamento: FCT (SFRH/BD/51674/2011, PEst-C/SAU/LA0001/2013-2014), and QREN - Projeto Mais
Centro - "Aging, Stress And Chronic Diseases: From Mechanisms To Therapeutics" (Centro-07-St24Feder-002006) COMPETE and FEDER.
Palavras-chave: tecido adiposo branco, tecido adiposo castanho, hipóxia, fibrose, obesidade
C26
Dieta híper-lipídica e restrição energética associam-se a um aumento da expressão de TGF-β no
tecido adiposo do rato
Bernardo Pinto, Laura Gonçalves, Adriana Rodrigues, Maria Salazar, Inês Tomada, Henrique Almeida,
Delminda Neves, Alexandra Gouveia
Departamento de Biologia Experimental-FMUP, IBMC
FCNAUP
[email protected]
Introdução: O TGF-β (transforming growth factor beta) contribui para a patogénese da obesidade,
tendo um papel importante no tecido adiposo ao nível da adipogénese, secreção de adipocinas e
inflamação. De facto, níveis aumentados deste factor foram encontrados no tecido adiposo de
ratinhos obesos e também em humanos com obesidade mórbida. Neste trabalho procurámos avaliar
se a expressão adiposa do TGF-β e de proteínas das vias de sinalização por ele activadas variam
consoante a dieta, tipo de tecido adiposo e idade. Métodos: Recolheu-se tecido adiposo subcutâneo e
visceral peri-renal de ratos de 12 e 18 meses, previamente submetidos a dieta híper-lipídica (DHL;45%
energia preveniente de lípidos), restrição energética (RE; ingestão de 75% de ração relativamente aos
controlos) ou dieta controlo (4% energia proveniente de lípidos). Foram avaliados vários parâmetros
bioquímicos (perfil lipídico, proteína C-reactiva, adiponectina) no soro destes animais. A expressão de
TGF-β foi determinada por real-time PCR. A implicação das vias das ERK1/2 e Akt foi avaliada por
Western-blotting. Resultados: No tecido adiposo visceral peri-renal de ratos com 12 meses, verificouse maior expressão do mRNA de TGF-β e das proteínas ERK1/2 e Akt nos ratos submetidos a DHL e a
RE, comparativamente aos ratos controlo. Estes resultados correlacionam-se com os níveis séricos de
proteína C-reactiva. Observou-se ainda níveis mais elevados de mRNA de TGF-β no tecido adiposo de
ratos de 12 meses, comparativamente aos ratos de 18 meses. Conclusões: A ingestão de uma DHL e,
contrariamente ao expectável, a RE estão associadas a um aumento da expressão de TGF-β e dos
factores activados pela sua cascata de sinalização no tecido adiposo. Face aos níveis de proteína Creactiva, estes resultados sugerem um aumento dos níveis de inflamação no tecido adiposo de ratos
com RE e sujeitos a DHL. No tecido adiposo visceral, verifica-se menor activação destes factores em
idades mais avançadas. SFRH/BPD/92868/2013
Palavras-chave: TGF-beta Restrição energética Dieta Hiperlipídica Tecido Adiposo
Prémio Melhor Comunicação
Investigação Básica e Translação
C27
O papel das melanocortinas na diferenciação de adipócitos brancos em beges/castanhos
Maria Salazar, Adriana Rodrigues, Henrique Almeida, Alexandra Gouveia
Departamento de Biologia Experimental-FMUP, IBMC
FCNAUP
[email protected]
Introdução: O tecido adiposo castanho apresenta um papel importante no dispêndio energético,
libertando energia sob a forma de calor. Os adipócitos beges apresentam características funcionais e
estruturais semelhantes aos castanhos e localizam-se dispersos na massa de tecido adiposo branco.
Surgem por transdiferenciação dos adipócitos brancos quando sujeitos a determinadas condições, tais
como estimulação β-adrenérgica crónica, exposição ao frio e ligandos de PPARy. O objectivo deste
trabalho foi investigar se os neuropéptidos melanocortinas apresentam também a capacidade de
induzir alterações semelhantes nos adipócitos brancos, promovendo a sua diferenciação em
adipócitos beges/castanhos. Métodos: Após a estimulação de adipócitos 3T3-L1 com a melanocortina
alfa-MSH foi avaliada a expressão dos genes UCP-1, Cidea e Resistina através da técnica de PCR em
tempo real. A fosfo-activação das Perilipinas foi determinada por western-blotting e a sua localização
celular por imunofluorescência. A taxa de lipólise foi avaliada pela quantificação dos níveis de ácidos
gordos não-esterificados (NEFAs) e glicerol no meio de cultura. A quantificação mitocondrial foi
estimada por ligação do fluorocromo 10-N-nonyl acridine orange. Resultados: A estimulação de
adipócitos com alfa-MSH induziu o aumento da expressão de UCP-1, característico de adipócitos
beges/castanhos e diminuiu a expressão de Resistina, marcador de adipócitos brancos. O número de
mitocôndrias aumentou após 24h de estímulo. Curiosamente diminuiu a expressão do gene Cidea,
apesar da sua expressão ser associada a adipócitos castanhos. No entanto, nos adipócitos brancos a
Cidea delimita as gotículas lipídicas, tal como as Perilipinas, protegendo os triglicerídeos. A diminuição
da expressão de Cidea é por isso concordante com o aumento dos níveis de lipólise promovidos pela
alfa-MSH (aumento dos níveis de glicerol e NEFAs), fosforilação das Perilipinas e sua dissociação das
gotículas lipídicas. Conclusões: A melanocortina alfa-MSH parece induzir características de adipócitos
beges/castanhos em adipócitos 3T3-L1. Agradecimentos: SFRH/BPD/92868/2013 e Tanita Healthy
Weight Community Trust
Palavras-chave: Tecido Adiposo Branco Castanho Melanocortinas Obesidade
C28
Depleção de luteína e β-criptoxantina séricas associada com a obesidade em diabéticos do tipo 2
sem angiopatia
Ana Valente, Manuel Bicho, Rui Duarte, João Raposo, Helena Costa
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P., Universidade Atlântica
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Instituto de Investigação Científica Bento da Rocha
Cabral
Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal
REQUIMTE, Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto
[email protected]
INTRODUÇÃO: A luteína e a β-criptoxantina são antioxidantes essenciais na prevenção da retinopatia
diabética. A obesidade promove alterações fisiológicas como o aumento do stresse oxidante e a
inflamação que podem comprometer a disponibilidade, transporte e a acção destes carotenóides. O
objectivo do presente estudo consiste em avaliar uma possível relação dos níveis séricos de luteína e
de β criptoxantina com a obesidade em diabéticos do tipo 2 sem angiopatia e controlos. ÉTODOS:
Estudo caso-controlo em 75 diabéticos do tipo 2 recrutados na Associação Protectora dos Diabéticos
de Portugal e 143 controlos da Universidade Internacional para a Terceira Idade. Os níveis séricos de
luteína e β criptoxantina foram determinados por um método validado de HPLC. Os critérios do I C,
perímetro abdominal e de gordura corporal foram utilizados para avaliar a obesidade. Os valores
médios de luteína e β-criptoxantina no soro foram ajustados por uma análise de covariância. Para a
várias associações foi aplicado um modelo de regressão linear. RESULTADOS: Os níveis médios de
luteína não foram estatisticamente diferentes. A concentração média de β criptoxantina nos controlos
(0,382 µM) foi significativamente superior à verificada nos diabéticos (0,154 µM). Os níveis séricos de
luteína estão inversamente relacionados com o I C (β = -0,261; p = 0,024), perímetro abdominal (β = 0,386; p = 0,001) e gordura corporal (β = -0,256; p = 0,002) nos diabéticos e com o IMC e gordura
corporal nos controlos. As concentrações séricas de β-criptoxantina estão também inversamente
associadas com o IMC e o perímetro abdominal nos diabéticos e controlos. CONCLUSÃO: A obesidade
está relacionada com a depleção de luteína e β criptoxantina séricas em diabéticos tipo 2 sem
angiopatia, podendo promover o aparecimento de retinopatia. Os hortícolas e citrinos são as principais
fontes alimentares destes carotenóides em Portugal, sendo por isso recomendado o consumo
adequado destes alimentos especialmente em diabéticos com obesidade.
Palavras-chave: Luteína, β-criptoxantina, Diabetes tipo 2, Obesidade
NUTRIÇÃO________________________________________________________________
C30
Diet supplementation with canned sardines increase LDL particle size and decrease oxidized LDL
without significantly changing LDL-chol levels: data from 3 month intervention study
Paulo Bispo, Pedro Rodrigues, Firmina Lebre, Augusta Tavares, Narcisa Bandarra, Gilda Cunha
FCM/CEDOC/UNL
DIVAV/IPMA
ESTeSL, IPL
[email protected]
Background: The recommendations for fish-based dietary consumption is supported mainly by
maintenance of cardiometabolic health and/or improve CVD primary prevention. However, the exact
mechanisms that support such recommendations remain to be fully elucidated. This work aimed to
assess the effect of canned sardines supplementation twice-a-week (≈500mg/day of n-3 HUFA), as an
integral part of the diet, in CVD risk factors. Methods: Seventy-four adults started and 56 completed
the study. Fasting venous blood were collected for lab analysis at 0(BL), 1(T1), and 3(T3) month’s time.
A small group of participants were randomly assigned for a 6.5(WO) month visit. In this primary
analysis, significance between different times were performed by using Friedman´s (ANOVA) by ranks
or paired sample t-test. Results: After three months intervention there are no significant changes in
total-chol, HDL-c, LDL-c, TAG, ApoA1, hsCRP, Lp(a) or EL mass. Conversely, ApoA1/ApoB (BL vs T1) and
LDL-c/ApoB (BL vs T1 and T3) ratios and glucose (BL vs T1) significantly increased and ApoB
significantly decreased (BL vs T1). In addition, large (MID)-LDL subfractions increased (p=0.041) in T3
compared with baseline and oxLDL decreased (p<0.001) in T3 compared with T1 and BL. In a subset of
the same population, the leptin/adiponectin ratio and the TNFa significantly decreased after 3 months.
For instance, the LDL/ApoB ratio closely returned to baseline values after the wash-out (WO) period
(p>0.05). Conclusions: In this population, canned sardines supplementation increased less atherogenic
larger, more buoyant, LDL particles and decreased oxLDL, a strong CVD predictor. Beyond the inverse
association between LDL particles size and oxLDL levels, (immuno-)inflammatory modulation and a
more protective leptin/adiponectin balance seem to be also mechanistically involved.
Palavras-chave: fish diet supplementation; LDL molecular subfractions; oxLDL; cardiometabolic
markers
C31
Estado nutricional dos doentes oncológicos seguidos numa consulta de dietética e nutrição
Cláudia Penedo, Aida Ribas, Helena Cortez-Pinto
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Serviço de Dietética e Nutrição do Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE – Hospital de Santa Maria
Departamento de Gastrenterologia, Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE
[email protected]
Introdução: a doença oncológica é uma das principais causas de morte em Portugal. A desnutrição em
doentes oncológicos pode variar entre 40–80%. No entanto, existe evidência recente que o excesso de
peso/ obesidade se pode associar a maiores taxas de incidência de alguns tipos de cancro. Tendo em
conta esta realidade, deve existir uma valorização do estado nutricional do doente oncológico por
parte dos profissionais de saúde. Métodos: foi realizado um estudo longitudinal prospetivo com
doentes adultos com cancro, referenciados para a Consulta de Dietética e Nutrição do Serviço de
Oncologia Médica do Hospital de Santa Maria, EPE. A avaliação do estado nutricional incluiu: avaliação
antropométrica, análise de impedância bioelétrica e o Patient-Generated Subjetive Global
Assessement (PG-SGA), validado para oncologia. Resultados: a amostra incluiu 51 doentes, 78,4% do
género feminino, com idades entre 24–82 anos. O cancro da mama foi o diagnóstico mais prevalente
(52,9%). De acordo com o Índice de Massa Corporal (IMC), a maioria dos doentes (n=30, 58,8%)
apresentou excesso de peso/ obesidade; a desnutrição foi raramente observada (n=5, 9,8%). A
obesidade abdominal foi encontrada em 84,6% (n=22) dos 26 doentes avaliados. A percentagem de
gordura corporal foi obtida em 30 doentes. A maioria apresentou uma percentagem excessiva (n=22,
73,3%) e 13,3% (n=4) uma percentagem abaixo do recomendado. O PG-SGA permitiu categorizar
21,6% (n=11) dos doentes como moderadamente desnutridos e 7,8% (n=4) como gravemente
desnutridos; os restantes (n=36, 70,6%) foram classificados como bem nutridos. Foi possível avaliar a
eficácia da intervenção em 37,3% (n=19): a maioria dos doentes (n=15) cumpriu o objetivo
estabelecido – redução ponderal (n=10) e aumento ponderal (n=4); alterações positivas na classe de
IMC (n=3); sem alterações na categoria de PG-SGA (n=0). Conclusões: este estudo fornece dados sobre
a prevalência de desnutrição e sobrepeso/ obesidade em doentes oncológicos de acordo com
diferentes ferramentas de avaliação do estado nutricional.
Palavras-chave: Oncologia  Estado nutricional  Malnutrição  Avaliação nutricional
C32
Assessment of elementary school teachers capacity and health and nutrition training needs
Emília Alves, Ana Rito
CEIDSS
INSA
[email protected]
Introduction: On addressing childhood obesity, education and health promotion at school
environment play a major role, particularly at elementary schools settings, where teachers act as main
pivots to reach and educate children and their families. In this context an assessment of teachers
capacity and knowledge on food and nutrition and their needs of Health and Nutrition literacy and
training was needed. Methodology: Cross-sectional descriptive study using a convenience sample of
23 teachers from the portuguese city Oeiras. Self-administrated questionnaire was developed and
applied with 59 questions assessing the knowledge of the teachers in food and nutrition, their eating
habits and practices of nutrition education in the classroom. Descriptive statistical methods included
frequencies and valid percentages. Results: Although 65% of the teachers have never had any training
in Nutrition, 91% said they include issues of food and nutrition in its elementary educational
curriculum. 61% expressed the need of Nutrition training. In the evaluation of knowledge related to
food and nutrition, none of the teachers surveyed had 100% of correct answers, 30,4% achieved 58%
of the correct answers and 26,1% answered correctly 50% of the questions. Regarding eating habits,
87% always takes breakfast; 91% eat sweet desserts more than 4 times a week; 65% refers to drink
water as their drink of choice at main meals, but only 34% drinks at least 1,5L of water per day and
83% eats 4 or more meals per day. Conclusion: These findings show that there is a substantial need for
improvement in Health and Nutrition literacy of elementary schools. Moreover it would also improve
their nutrition behaviour. Considering full training and Nutrition capacity in elementary school,
through Educational programs, should be a top priority in order to counteract childhood obesity.
Palavras-chave: obesity,teachers,nutrition,training
OBESIDADE INFANTIL__________________________________________________________
C33
Associations of different adiposity measures and inflammation markers in Portuguese adolescents
José Oliveira-Santos, Sandra Abreu, Carla Moreira, Luís Lopes, André Fernandes, César Agostinis, Carla
Gonçalves, Pedro Silva, Pedro Moreira, Jorge Mota, Rute Santos
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto – CIAFEL
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
ISMAI/CIDAF
[email protected]
Introduction: Obesity seems to be related with low-grade chronic inflammation. We aimed to evaluate
the associations of different adiposity measures with some inflammation markers in Portuguese
adolescents. Methods: This is a cross-sectional school-based study with 529 Portuguese adolescents
(268 girls) aged 12–18 years. Weight, height, waist circumference (WC), subscapular and triceps
skinfolds were measured with standardized procedures and body fat percentage (BF%) with bioimpedance. Waist-to-height ratio (WHtR) and body mass index (BMI) were calculated. Intravenous
blood samples were taken to determine the inflammatory markers C-reactive protein (CRP),
interleukin-6 (IL-6), tumour necrosis factor (TNF), fibrinogen and adiponectin. Linear regression
analysis adjusted for sex and age were performed. Results: CRP was associated with all measures of
adiposity (WHtR: β=3.122; WC: β=2.757; BF%: β= 0.835; BMI: β= 2.042; skinfolds sum: β= 0.907,
p<0.001 for all). Fibrinogen was associated with all measures of adiposity (WHtR: β=0.368; WC:
β=0.331; BF%: β= 0.096; BMI: β= 0.225; skinfolds sum: β= 0.104, p<0.001 for all). Adiponectin was also
associated with all measures of adiposity (β=-0.721 for WHtR and WC; BF%: β=-0.153; BMI: β=-0.549;
skinfolds sum: β=-0.125, p<0.01 for all). IL-6 was only associated with BF% (β=0.179, p<0.05). TNF was
not associated with any adiposity measures. WHtR models explained highest percentages of variances
for CRP (14%) and fibrinogen (9.3%), WC model for adiponectin (10.9%), and BF% model for IL-6
(0.5%). Conclusion: All measures of adiposity were related to CRP, fibrinogen and adiponectin, but BF%
was the only measure of adiposity associated with IL-6. None of the adiposity measures was associated
with TNF.
Palavras-chave: Obesity Adiposity measures Inflammation Adolescents
C34
Impacto da educação alimentar em crianças em idade pré-escolar na aquisição de conhecimentos
sobre o pequeno-almoço saudável.
Helena Fernandes, Liliana Carola, Elisabete Pinto
Universidade Católica Portuguesa
Movimento Hiper Saudável – Continente
[email protected]
Introdução: O consumo de um pequeno-almoço completo e saudável, deverá integrar a alimentação
das crianças, podendo influenciar positivamente a sua saúde e bem-estar. Este deve ser baseado em
escolhas diárias que englobem uma variedade de alimentos considerados saudáveis, especialmente
ricos em fibra como os grãos integrais, fruta e produtos lácteos. Objetivos: Avaliação da eficácia de
uma sessão de educação alimentar sobre o pequeno-almoço, com crianças em idade pré-escolar de
vários concelhos de Portugal Continental. Determinação da frequência e tipo de pequeno-almoço
praticado, diariamente, por essas crianças. Metodologia: Realizou-se um estudo quase-experimental,
onde se avaliaram os conhecimentos de 170 crianças relativamente ao pequeno-almoço, antes e após
uma sessão de educação alimentar. A recolha de dados efetuou-se através de um questionário aos
encarregados de educação. Através do SPSS efetuou-se a análise descritiva das variáveis categóricas, a
comparação de proporções efetuou-se através do teste de qui-quadrado ou teste exato de Fisher,
como adequado. Considerou-se um nível de significância de 5%. As variáveis contínuas foram
submetidas ao teste Kolmogorov-Smirnov para averiguar a normalidade da sua distribuição, quando
não seguiam uma distribuição normal, foram descritas através de mediana e respetivo intervalo
interquartil (P25; P75). Resultados: O pequeno-almoço foi ingerido diariamente por 93,4% das
crianças. Na maioria dos casos o pequeno-almoço realizou-se em casa, com a família. Dos 6,6% que
não o ingeriram, as razões mais apontadas para a sua omissão foram a falta de tempo e a falta de
apetite. Apesar da percentagem elevada de crianças que realizou o pequeno-almoço, não o efetuaram
com a qualidade desejável. Apenas 1 em 122 crianças ingeriu um pequeno-almoço completo e
saudável, 8 crianças consumiram um lácteo e um cereal saudável, omitindo a fruta e um quarto das
crianças (n=27) consumiu apenas leite. A sessão de educação alimentar demonstrou resultados
positivos, verificando-se alterações estatisticamente significativas nos grupos de alimentos
selecionados, principalmente ao nível da fruta. Conclusões: Este estudo demonstrou que para além de
ser importante instruir para a toma diária do pequeno-almoço, é fundamental educar para a melhoria
da sua qualidade, para que as crianças recebam todos os nutrientes necessários ao começo de um
novo dia.
Palavras-chave: crianças pré-escolar pequeno-almoço
C35
Protocolo de Atuação em Obesidade Infantil nos Cuidados de Saúde Primários
Carla Pereira
USF Fafe Sentinela
[email protected]
Introdução: A obesidade é hoje considerada um dramático problema de saúde pública, uma síndrome
complexa, conducente a alterações físicas, psíquicas e sociais graves, com a sua génese em idade
pediátrica. Estudos realizados em Portugal evidenciam uma prevalência alta e em tendência crescente,
pelo que urge o investimento em programas de prevenção, e de diagnóstico e tratamento precoce.
Objetivo e Métodos: Com o objetivo de realizar um protocolo de avaliação, seguimento e abordagem
terapêutica da Obesidade Infantil/Excesso de Peso nos Cuidados de Saúde Primários (CSP), em
articulação com os Cuidados de Saúde Secundários (CSS), realizou-se uma pesquisa bibliográfica entre
janeiro e a março de 2014. Resultados: O Médico de Família (MF) como primeiro contacto do utente
com o sistema de saúde, assume um papel chave no diagnóstico e orientação precoce. Nas consultas
de Saúde Infantil, realizadas em idade-chave preconizadas pela Direção Geral de Saúde, o MF deve
estar sensibilizado e ter um papel ativo na pesquisa de sinais e sintomas desta patologia, realizando
uma anamnese e exame objetivo dirigido. A alteração dos estilos de vida, primeira linha de tratamento
desta patologia, que inclui a educação alimentar, atividade física e a educação comportamental deve
ser desde logo promovida a todos os doentes sinalizados. Assim como um estudo bioquímico
complementar para avaliação de comorbilidades associadas a doença, que influenciam o algoritmo de
seguimento. A farmacoterapia e a referenciação para cirurgia bariátrica deve ser promovida por
profissionais treinados, em contexto de CSS. Conclusão: A obesidade é uma síndrome multifatorial e
crónica, apresentando-se como uma das doenças mais difíceis e frustrantes de tratar. O MF como
principal responsável pela promoção da saúde e prevenção da doença em idade pediátrica, tem um
papel fundamental no diagnóstico, tratamento e referenciação atempada, de forma a aumentar os
ganhos em saúde da população.
Palavras-chave: Obesidade Infantil; Cuidados de Saúde Primários
C36
O médico de família e a Obesidade – Caso clínico de Obesidade Infantil
Daniela Sá
USF Ouriceira
[email protected]
A obesidade é considerada a epidemia do século XXI. A etiologia é multifatorial, maioritariamente de
causa exógena, com implicações biopsicossociais. Caso clínico: Menina, 12 anos, de Ribamar, no 7º
ano da Escola Básica da Ericeira. Família nuclear (filha única), funcional (APGAR), classe II de Graffal,
fase IV do ciclo de Duvall. Pai e mãe com Índice de massa corporal (IMC) >40Kg/m2. Apresenta astenia
fácil, baixa auto-estima e dificuldade nas relações sociais. Hábitos alimentares desequilibrados, faz
algumas refeições na escola. Reduzida prática de exercício físico. Atividades lúdicas sedentárias. Peso à
nascença 4220g. Sem outros antecedentes pessoais de relevo. Ao exame objetivo apresenta peso
corporal=98 Kg e altura de 1,55m (IMC=40,8 Kg/m2, >P97), sem outras alterações de relevo. Há 3 anos
referenciada a endocrinologia – sem causas endógenas identificadas – abandonou consulta por falta
de motivação. Expressa, agora, necessidade e vontade de mudar comportamento. Avaliação:
Obesidade infantil com complicações psicosociais. Intervenção: Acordo de objetivos; Plano alimentar e
de exercícios personalizado (consulta de nutrição indisponível); Participação da família; Colaboração
da escola através de docentes e psicólogo – estratégias de apoio e integração; Referenciação à
psicologia. A desmotivação ao longo do tratamento da obesidade é frequente e gere resistência à
mudança. A identificação precoce de fatores de risco e uma intervenção multidimensional são
essenciais. É imprescindível o envolvimento de família e todos os prestadores de cuidados à criança na
mudança de hábitos e comportamentos. O médico de família tem um papel fulcral na prestação de
cuidados e coordenação de recursos.
Palavras-chave: Obesidade Infantil, Médico família
OBESIDADE E CO-MORBILIDADES 3_______________________________________________
C39
Contributos para o estudo do Síndrome metabólico em diabéticos tipo 2
Cristina Prudêncio, Ruben Fernandes, Rui Pimenta, Hugo Paiva, Salomé Cardoso, Emília Branco
USF Abel Salazar,
ESTSP-IPP,
Centro de Farmacologia e Biopatologia Química, FMUP
Centro de Saúde de Mira, Extensão Seixo
[email protected]
Introdução: Os critérios para síndrome metabólica têm evoluído desde a definição original feita pela
OMS em 1998. Actualmente considera-se que engloba um conjunto de factores de risco de
desenvolvimento de doença cardiovascular, diabetes tipo 2 e vários tipos de cancro. Estimativa da sua
prevalência em Portugal é de 1/3 da população adulta. Objectivo: Caracterizar a evolução dos
parâmetros abaixo descritos numa amostra de diabéticos tipo 2. Métodos : Amostra: Todos os
doentes diagnosticados como diabéticos tipo 2, desde 1º trimestre de 2010 no Centro de Saúde de
Mira, extensão Seixo e seguidos até 1º trimestre de 2013. Parâmetros: IMC, HbA1C,HDL/LDL, Risco
cardiovascular, Taxa de Filtração Glomerolar e Co-morbilidades. Estatística: descritiva e Teste de
Kolmogorov-Smirnov e t, coeficiente de Spearman. Resultados: Observa-se diminuição no IMC da
amostra total, mas aumento nas mulheres e diminuição nos homens, sendo que estes estão na sua
maioria (53,8%) com IMC entre 25-30 enquanto que as mulheres apresentam IMC >30. Em 22% da
amostra a HbA1C é >7%, sobretudo no sexo feminino (16%), mas a variação média de HbA1C é
significativamente superior nos homens quando comparado com as mulheres. A idade apresenta
correlação significativa com o LDL (r=0,301, p=0,034). Tendo-se observada ainda as seguintes
correlações significativas entre a Idade e o tempo de Diagnóstico (r=0,337, p=0,017) e entre a TFG e
HbA1C (r=0,318, p=0,024). Observou-se ainda que a variação média de HbA1C foi significativamente
superior nos homens quando comparado com as mulheres (t=-2,278, p=0,027) Os valores de LDL
apresentam grande descida (-12,7 mg/dl) no total da amostra, mais acentuados no sexo masculino (18,7 mg/dl). Das Co-morbilidades associadas destaca-se a Dislipidémia (92%) e a Hipertensão (82%).
Conclusões: Foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre vários dos parâmetros
estudados. Estes resultados podem contribuir para uma melhor caracterização da relação entre
diabetes tipo 2 e o síndrome metabólico em Portugal
Palavras-chave: sindrome metabólico, diabetes tipo 2
C40
Percentual de gordura corporal: associação com alterações metabólicas
Tania Kadima Ferreira, Amélia Lima, Cátia Ferreira, Rosana Imbroisi, Adriane Sales
Mútua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro
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Introdução: Impedância elétrica avalia medição global antropométrica da composição corporal.
Gordura, componente químico, e principalmente a abdominal (relação cintura quadril (RCQ)),
refletindo tecido adiposo visceral, é preditora de doenças crônicas. Objetivo do estudo foi avaliar
percentagem de gordura corporal (PGC) e sua relação com Índice de Massa Corporal (IMC), Relação
Cintura Quadril (RCQ) e alterações metabólicas. Métodos: estudo transversal, observacional de 70
prontuários (amostra aleatória) dos participantes do check up de Operadora de Saúde (2013),
submetidos à avaliação da composição corporal (IMC, PCG e RCQ) por BIA (In Body 370, 5; 50 e 250
Khz), seguindo protocolo do fabricante. Análise estatística por Software Minitab, considerando p-value
≤ 0,05. Bioquímica após jejum de 12 horas; estatura mensurada por estadiômetro Prime éd (0,80 a
2,02 m). Referências conforme IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias. Resultados: Idade média= 51
anos, d.p.16,10. Gênero feminino (n=40): µIMC=28,02 d.p. 5,43; µPGC= 39,37 d.p. 6,90 ; µRCQ= 0,93
d.p. 0,06; µtriglicerídeos=120,53 d.p. 52,75; µcolesterol=202,63 d.p. 37,86; µHDL=57,40 d.p. 13,24;
µLDL=120,83 d.p. 31,67; µglicose= 89,49 d.p. 9,54; µinsulina= 8,69 d.p. 5,74; masculino (n=30): µIMC=
27,87 d.p. 3,36 ; µPGC=26,83 d.p. 7,43 ; µRCQ= 0,95 d.p. 0,06; µtriglicerídeos= 148,8 d.p. 70,5;
µcolesterol= 194,83 d.p. 36,34; µHDL= 47,43 d.p. 9,86; µLDL= 117,9 d.p. 31,55; µglicose= 94,83 d.p.
13,07; µinsulina= 8,69 d.p. 4,6. Correlação de Pearson positiva (gênero feminino) forte; moderada;
fraca entre PGC e IMC (r= 0,79); RCQ (r=0,60) e triglicerídeos (r=0,53); insulina (r=0,44);
respectivamente; no masculino, positiva forte; moderada; fraca entre PGC e RCQ (r=0,83); IMC
(r=0,73); triglicerídeo (r= 0,33) e insulina (r=0,38), respectivamente. Regressão linear
(feminino/masculino) significativa (p=0,000): PGC versus fatores de risco, S=3,25 R2=84,24% e R2
(adj)=78,99 e S=3,02 R2=89,37% e R2 (adj)=84,37%, respectivamente. Conclusão: Alteração do PGC,
medida pela BIA, é determinada por alterações antropométricas (IMC/RCQ) e metabólicas, preditores
de doenças crônicas, ratificando dados da literatura médica.
Palavras-chave: composição corporal, percentual de gordura corporal, perfil lipídico, resistência
TRATAMENTO – NOVAS OPÇÕES______________________________________________________
C41
NEXT.STEP: upgrade da plataforma e-terapêutica para controlo do peso
Pedro Soares Gaspar, Helena Fonseca, Pedro Sousa
Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Leiria, Portugal
Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Portugal
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Introdução: A disponibilização de informações de saúde e de terapias personalizadas beneficia muito
do desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação. Os sistemas interativos com
objetivos e-terapêuticos devem ser reconhecidos pelos seus utilizadores como eficazes e eficientes, e
também proporcionadores de satisfação, enquanto critérios fundamentais da usabilidade. O teste de
uma versão protótipo revelou reduzidas taxas de adesão, mas uma perceção global positiva em todos
os domínios da avaliação da sua usabilidade e destacou a necessidade introduzir algumas alterações
(user-centered design). Método: Com base no protótipo desenvolveu-se uma nova plataforma nas
linguagens PHP, HTML5 e JavaScript, mais centrada no utilizador. As principais características da nova
plataforma (Next.Step) são: (1) ser uma ferramenta de autor, facilitando a alteração dos conteúdos,
mensagens e media pelos administradores, (2) permitir quatro tipos de utilizadores distintos administradores, especialistas, utentes e responsáveis (pais) dos utentes - com permissões restritas e
funcionalidades adequadas a cada perfil, (3) guardar em mySQL todos os dados de utilizadores assim
como o progresso e interações dos utentes ao longo do seu percurso. Esta plataforma está a ser
utilizada numa amostra de adolescentes que frequentam a Consulta de Obesidade Pediátrica do
Hospital de Santa Maria. Está a ser desenvolvido um ensaio clínico randomizado para estudo da
efetividade da plataforma e também da sua usabilidade. Resultados: Espera-se avaliar a efetividade de
um programa de intervenção direcionado para o combate à obesidade na adolescência (Next.Step)
alicerçado na utilização e potencialização das TIC como estratégia complementar às abordagens
tradicionais. Conclusão: Com este trabalho pretendemos apresentar as principais características,
ferramentas, recursos e potencialidades do Next.Step e divulgar os resultados entretanto obtidos no
ensaio clínico.
Palvras-chave: eTerapia, obesidade, adolescentes,
C42
Os adversários eletrônicos na luta contra obesidade infantil: revisão sistemática
Monique Albuquerque, Juliana Melo, Susana Vale, Jorge Mota
FADEUP
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Introdução: O estudo trata especificamente da influência ambiental, no que tange a cultura eletrônica,
como fator agravante na obesidade infantil. Método: As bases de dados utilizadas para tal
levantamento foram PubMed, LILACS, e SciELO. No decorrer da pesquisa utilizou-se os seguintes
termos descritores: childhood obesity, electronic appliances, environment, physical inactivity, IMC. O
tratamento e a sistematização dos dados indicaram que dos 112 artigos de 2002 a 2013, inicialmente
rastreados apontaram relação entre obesidade infantil, ambiente e aparelhos eletrônicos. Para análise
especifica do tema foram selecionados 31 artigos publicados em inglês, português e espanhol, com
objetivos claramente definidos quanto aos fatores de risco para obesidade infantil e que incluíram: (a)
amostra composta por crianças de seis a doze anos de idade; de ambos gêneros; e classes sociais
distintas. (b) estudos longitudinais; análise descritiva; e proposta de intervenção (c) métodos
embasados em questionários socioculturais; análise da composição corporal; IMC; e gasto energético.
Posteriormente, foram excluídos os artigos com enfoque em crianças acima de 12 anos, classe social e
gênero específicos, e que tratasse exclusivamente de videogames. Resultados: Dos 31 artigos, 29
apontaram relação direta e significativa entre o tempo gasto em frente à TV e riscos de obesidade,
agravando a manutenção de hábitos sedentários. Crianças que dedicam de 2 a 5 horas diárias à TV
apresentaram riscos quanto ao percentil de massa corporal: sobrepeso (p85≤I C < p95) e sobrepeso
(I C ≥p95), além de não cumprirem com as recomendações internacionais mínimas de 60 minutos
diários de atividade física moderada ou vigorosa. 5 dos 29 artigos, citaram a transição nutricional
veiculada pela TV aliada ao consumo excessivo de fast-foods. Conclusão: a partir do compromisso
familiar e do reconhecimento, da relação diretamente proporcional entre obesidade infantil e tempo
despendido em frente à TV, é possível estabelecer metas que auxiliem crianças obesas a dedicar mais
tempo de suas rotinas a atividades físicas moderadas e vigorosas vinculadas a hábitos alimentares
saudáveis, junto à equipe multidisciplinar no combate contra a obesidade infantil
Palavras-chave: childhood obesity, electronic appliances, environment, physical inactivity, IMC.
C43
Programa de Emagrecimento em Grupo
Ana Carvalhas, Nathalie Cunha, Philippe Botas, Albano Tomaz, Luís Lavrador, Miguel Santos, Miguel
Costa
ACES Baixo Mondego
SAS da Universidade Coimbra
Agrupamento Escolas Martim Freitas
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Introdução: A obesidade é uma doença crónica com prevalência crescente, sendo importante a sua
prevenção e tratamento. Neste quadro, teve lugar em Coimbra, no 2.º semestre de 2013, o Programa
de Emagrecimento em Grupo (PEG), envolvendo uma equipa formada por nutricionistas, médicos,
psicólogos, chefes de cozinha e professores de educação física. Objetivo: Alcançar uma redução de,
pelo menos, 5% do peso inicial através de mudanças comportamentais baseadas numa alimentação
equilibrada e na prática regular de exercício físico. Metodologia: Participaram no PEG, com a duração
de seis meses, 22 adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) superior ou igual a 25 kg/m2. O
programa consistiu de oito sessões de grupo, focadas na promoção da alimentação saudável e na
prática de exercício físico. Para conhecer o seu impacto foram realizadas avaliações antropométricas e
da composição corporal, usando uma balança de bioimpedância. A análise dos resultados foi efectuada
através de software estatístico adequado. Resultados: Dos 22 participantes, 8 desistiram. Os 14
restantes (12 mulheres e 2 homens) tinham uma média de idade de 43 anos. Verificou-se que, após o
PEG, todos os participantes perderam peso: a redução média de peso foi de 6%. Ocorreu uma
diminuição com significado estatístico tanto do peso total (4,5 kg, p=0,001) como da massa gorda (2,3
kg, p=0,007). Conclusões: O PEG proporcionou uma perda de peso superior ao mínimo pretendido, o
que faz antever melhorias clinicamente significativas de comorbilidades associadas à obesidade. Além
disso, levou a mudanças de hábitos alimentares.
Palavras-chave: Obesidade; Programa de Emagrecimento em Grupo.
C44
Infusão de Camellia Sinensis na redução de peso por paciente com Epilepsia, em uso de Ácido
Valpróico: Relato de caso
Eliana Milagres, Adryana Cordeiro, Susana Machado, Andréa Ramalho.
Instituto de Neurologia Deolindo Couto/UFRJ
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Introdução: Algumas drogas antiepilépticas, em especial o ácido valpróico, podem contribuir para o
aumento ponderal, comprometendo a adesão ao tratamento. Metodologia: O estudo foi realizado no
ambulatório de nutrição do Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de
Janeiro. A coleta dos dados foi realizada mediante consulta ao prontuário. Paciente ECS, etnia branca,
gênero feminino, 31 anos, solteira, sedentária, com diagnóstico de epilepsia e em uso de ácido
valpróico e carbamazepina, desde a adolescência. Estatura 156,5cm, peso atual (PA) 52,2Kg, Índice de
Massa Corporal (IMC) 21,3Kg/m2. Foi verificada restrição energética diária (1400 Calorias), pela
facilidade de ganho ponderal. Resultado: Nos primeiros cinco meses de tratamento a paciente
conseguiu manter o plano alimentar proposto (2000 Calorias/dia) bem como hábitos alimentares
saudáveis, caminhadas (30 minutos diários), reduzindo 900g do peso inicial (1,75%), PA 51,3Kg, IMC
20,9Kg/m2. Após 11 meses afastada do tratamento, a paciente retornou ao ambulatório de nutrição
apresentando ganho ponderal total de 9,1Kg (17,7%), PA 60,4Kg, IMC 24,6Kg/m 2, embora tenha
aumentado o tempo das caminhadas para 45 minutos. Foi orientada a retomar as orientações
nutricionais anteriores e acrescentar a infusão da planta C. sinensis, na forma de chá branco, devido a
melhor aceitação pela paciente, numa proporção de 2 colheres de chá da erva para cada 100mL de
água, três vezes ao dia. Após sete meses com novo tratamento, apresentou perda ponderal de 9,1Kg
(15,06%), PA 51,3Kg, IMC 20,9Kg/m2. O percentual de perda ponderal foi maior quando o consumo da
infusão da C. sinensis foi associado ao plano alimentar proposto, quando comparada a perda ponderal
sem a utilização da infusão. Conclusão: Ressalta-se a importância da utilização do fitoterápico C.
sinensis, como forma alternativa e complementar no tratamento do controle ponderal iatrogênico.
Palavras-chave: peso corporal ácido valpróico epilepsia camellia sinensis
TRATAMENTO/NUTRIÇÃO___________________________________________________________
C45
A eficiência da educação nutricional no estímulo ao consumo diário de frutas e hortaliças
Paula Martins, Leide Chaves
Secretaria de Estado da Saúde do DF/Brasil
Universidade Paulista de Brasília
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Introdução: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003), as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) são responsáveis por quase 60% das mortes em todo o mundo, e um consumo
diário suficiente de frutas e hortaliças auxilia sua prevenção. A OMS recomenda o consumo diário de
400g desses alimentos como marcador de alimentação saudável (BARRETO et al., 2005). No entanto, o
consumo de frutas e hortaliças sobre o valor energético total da alimentação dos brasileiros é baixo,
variando de 3% a 4%, entre 1974-2003 (OMS, 2002), tornando-se um dos principais fatores de risco
para DCNT (PALMA, 2009). A Educação Nutricional deve ser incentivada no âmbito da saúde pública
com o objetivo de incitar a população à mudança dos hábitos alimentares. Ela pode ser realizada por
meio de grupos educativos de acompanhamento permanente, como o Grupo de Diabetes e
Hipertensão (DM/HAS) do Centro de Saúde da Candangolândia/DF/Brasil (CSCA). Métodos: A amostra
é de 156 pacientes diabéticos e/ou hipertensos acompanhados no mínimo 2 vezes pelo Grupo
DM/HAS do CSCA, e constituída por adultos (84) e idosos (72) de ambos os sexos entrevistados em
2013 com o questionário do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Analisou-se os
marcadores de consumo alimentar de frutas, saladas cruas e verduras cozidas, considerando
adequado apenas os que relataram consumi-las em todos os 7 dias anteriores à entrevista. Os valores
do grupo foram comparados aos do SISVAN/DF/2013 e do SISVAN/Brasil/2013. Resultados: A
porcentagem dos idosos que relataram consumir frutas/salada crua/verduras cozidas diariamente foi
82%, 43%, 40%, e dos adultos, 57%, 27%, 37% respectivamente. Os dados do SISVAN/DF/2013
mostraram que 67%, 40%, 36% dos idosos e 48%, 36%, 25% dos adultos consumiram diariamente
frutas/salada crua/verduras cozidas. O SISVAN/Brasil/2013 mostrou que 35%, 27%, 24% dos idosos e
30%, 24%, 18% dos adultos ingeriram diariamente os alimentos supracitados. Conclusão: A
porcentagem dos participantes do Grupo DM/HAS que relataram consumir frutas e/ou salada crua
e/ou verduras cozidas diariamente é, em geral, maior que a dos indivíduos avaliados no DF e no Brasil,
sugerindo eficiência do trabalho de educação nutricional no referido grupo. É necessário incentivar
ações educativas proficientes, pois um consumo adequado de hortaliças e frutas previne e trata DCNT
além de promover qualidade de vida.
Palavras-chave: educação nutricional, frutas, hortaliças
C46
A importância do nutricionista na avaliação do estado nutricional e dos hábitos alimentares na
gravidez
Noélia Arruda
Gestus consultórios médicos
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Introdução: Os hábitos alimentares da mulher influenciam o desenvolvimento fetal desde a
preconceção. Em relação ao aumento de peso na grávida é importante a monitorização do peso e
Índice de Massa Corporal. O diagnóstico da diabetes Gestacional deve ser aplicado a todas as mulheres
que iniciem a vigilância da gravidez seguindo as novas guidelines. Objetivos: Avaliar o estado
nutricional e os hábitos alimentares em gestantes. Métodos: Entre Janeiro de 2012 e Março de 2014,
nos Consultórios Gestus, em Lisboa, duas ginecologistas/obstetras, referenciaram 54 gestantes a
consultas de nutrição, por excessivo ganho de peso ou por diagnóstico de diabetes gestacional. Na
primeira consulta de nutrição avaliamos o peso e o IMC e este é classificado segundo o número de
semanas de gestação. Quando as grávidas traziam resultados de análises registava-se a Hemoglobina
Glicada A1c. Para avaliar os hábitos alimentares foi aplicado um Inquérito Alimentar das 24 horas
anteriores. Resultados: Amostra constituída por 54 gestantes entre os 23 e 40 anos que apresentam,
em média, 20 semanas de gestação. O IMC é normal para 27,7% gestantes, 35,1% têm excesso de peso
e 37% são obesas. Na primeira consulta de nutrição 12.9% das mulheres apresentam diabetes
gestacional e registámos valores de HgA1c em 27.7% das gestantes. Dos inquéritos analisados, 93%
não consomem leguminosas; 85% consomem pão ou cereais ao PA, e ao almoço e jantar consomem
massa, arroz ou batata; 54% consome dois ou mais alimentos ricos em açúcar simples por dia; 30%
consomem 2 a 3 peças de fruta por dia; 28% não consomem legumes ou vegetais ao almoço e 17% ao
jantar; 15% não consome hidratos de carbono ao longo do dia ou fazem restrição nas refeições
principais. Conclusão: A avaliação nutricional antes da conceção, é muito importante para uma
abordagem inicial por parte do nutricionista. É necessária uma maior sensibilização para motivar as
pacientes para as consultas de nutrição desde a preconceção. O que acontece atualmente na
referenciação da ginecologista/obstreta à especialista em nutrição é ainda e apenas como atuação
secundária para remediar um aumento excessivo de peso ou para controlo da diabetes gestacional.
Apesar dos poucos dados analíticos sobre a HgA1c, verificou-se que gestantes com IMC mais elevados
apresentam valores de HgA1c mais elevados, aumentando o risco de desenvolver a diabetes
gestacional, como constatámos em 13% casos. A alimentação na gravidez deve ser minuciosamente
avaliada pois as necessidades nutricionais devem ser adequadas aos vários estadios da gestação.
Palavras-chave: estado nutricional, hábitos alimentares, gravidez
C47
Evolução ponderal de uma amostra de doentes com excesso de peso a frequentar uma consulta de
nutrição
Catarina Dias, Joana Pinto, Filipa Fernandes, Diva Melim, Rui Poínhos, Sílvia Pinhão
CHSJ, EPE – Porto
FCNAUP
[email protected]
Introdução: A intervenção plano estruturado/aconselhamento alimentar é fundamental para o
combate ao excesso de peso, através da alteração do estilo de vida. Objetivo e Métodos: Com o
objetivo de estudar a evolução ponderal de doentes em acompanhamento para perda de peso,
avaliaram-se 573 doentes com índice de Massa Corporal (IMC) > 25kg/m2, que frequentam a consulta
externa de Nutrição-Endocrinologia do CHSJ-EPE. Recolheram-se dados sócio-demográficos e
antropométricos (peso; estatura; perímetro da cintura e anca e calculou-se o IMC) através dos
processos clínicos eletrónicos, de doentes com idade ≥18 anos; cuja 1ª consulta (diagnóstico excesso
de peso), ocorreu entre setembro/2010 e março/2013; com consultas subsequentes concordantes
com um dos três momentos: 3, 6 e 12 meses. Resultados: 79,2% são mulheres , a idade média é de
46,1anos (dp=15,0). O IMC médio das mulheres (37,0kg/m2) é superior ao dos homens (33,7kg/m2)
(p<0,001). Ao fim de um ano, a diminuição de IMC é de 1,5kg/m2 nos homens e 2,1kg/m2 nas
mulheres, no entanto a intervenção é eficaz até aos 3 meses nos homens e até aos 6 meses nas
mulheres pois a diminuição do IMC estabiliza a partir desses momentos. A diminuição do IMC médio é
independente do tipo de intervenção alimentar (p>0.05). Maior número de consultas associa-se a
perda ponderal mais acentuada, significativa nas mulheres. 70,8% dos homens e 66,9% das mulheres
perde <5% do peso inicial em 6 meses. Conclusão: Neste estudo, aproximadamente ⅓ da amostra
atinge perdas de peso ≥ 5%.
Palavras-chave: pré-obesidade/obesidade, IMC, evolução ponderal, sucesso, acompanhamento
C48
Vício de comer e sua relação com IMC e Perímetro da cintura
Joana Pinto, Catarina Dias, Filipa Fernandes, Diva Melim, Rui Poínhos, Sílvia Pinhão
FCNAUP
CHSJ, EPE-Porto
[email protected]
Há um interesse cada vez maior em definir a obesidade como um “vício de comer”, por isso têm
aumentado os estudos que estabelecem esta associação. O presente estudo investigou a possível
associação entre o vício de comer e o Índice de Massa Corporal (IMC) e Perímetro da Cintura (PC), em
mulheres com pré-obesidade ou obesidade, a serem seguidas em consulta de nutrição para perda de
peso, através da aplicação da Yale Food Addiction Scale (YFAS). A investigação foi do tipo transversal,
numa amostra de 113 mulheres com média de idades de 40,9±12,0 anos e de IMC de 34,79±5,77
kg/m2. A associação entre o vício de comer e o IMC e PC foi avaliada. Mais de quinze por cento
(20,2%) das mulheres cumpriram os critérios de adição alimentar propostos pela YFAS. Não se
observou nenhuma associação entre o vício de comer e IMC (p=0,922) e o vício de comer e PC
(p=0,970). Da mesma forma, apesar de existir uma tendência para a diferença, não se encontraram
diferenças significativas entre as doentes vistas pela primeira vez e as que estão já a ser seguidas,
relativamente ao diagnóstico de adição alimentar (p=0,070). Assim, o estado ponderal da doente não
tem uma relação com o diagnóstico de adição alimentar, assim como com o facto de a doente já estar
ou não a ser seguida. Estudos prospetivos futuros poderão ajudar a esclarecer a associação estudada,
podendo ainda contribuir para o desenvolvimento de uma ferramenta mais adequada, que poderá ser
importante no acompanhamento para perda de peso.
Palavras-chave: Vício de comer; obesidade; Perímetro cintura;
OBESIDADE INFANTIL____________________________________________________
C49
Obesidade Infantojuvenil e Estado Socioeconómico
Andreia Ferreira, Joana Sousa, Carla Nunes
Hospital Beatriz Angelo
Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa
Escola Nacional de Saúde Pública
[email protected]
Introdução: Atualmente, o nível socioeconómico é um dos mais poderosos preditores do estado de
saúde, com grande influência no desenvolvimento da obesidade. O orçamento famíliar, os níveis de
educação dos pais e o desemprego são fatores que podem influenciar as escolhas alimentares dos
mais jovens. Métodos: Estudo ecológico, analítico, observacional e transversal. Foram avaliados dados
socioeconómicos (taxa de desemprego, rendimento médio/trabalhador, contribuição para o PIB
nacional, proporção da população residente que beneficia do rendimento social de inserção,
proporção da população residente com ensino superior completo). Os dados foram recolhidos por
distrito e correlacionados com a prevalência de excesso de peso e de obesidade infantojuvenil de
Portugal continental. Resultados: A prevalência de obesidade e excesso de peso é significativamente
diferente em cada distrito (p = 0,008). Não se verificaram relações significativas com as variáveis
socioeconómicas e a prevalência de excesso de peso e obesidade por distrito, com exceção da taxa de
desemprego, em que se verificou relação positiva com a prevalência de obesidade (p = 0,02).
Conclusões: Assim, com a realização do estudo verificou-se que a região/ distrito onde a criança vive
pode influenciar significativamente a prevalência de obesidade. Em relação ao nível socioconómico
demonstrou-se que a taxa de desemprego está correlacionada com maior prevalência de obesidade
infantouvenil. Deste modo, demonstra-se que o nível socioeconómico, como fator etiológico da
obesidade infantojuvenil é um campo de emergente análise e intervenção.
Palavras-chave: obesidade infantojuvenil; adolescência; nível socioeconómico
C50
Persistência da Síndrome Metabólica em crianças e adolescentes obesos
Anajás Cantalice, Neusa Collet, Carla Medeiros
Universidade Federal da Paraíba
Universidade Estadual da Paraíba
[email protected]
Introdução: Embora vários critérios para o diagnóstico da síndrome metabólica (SM) em crianças e
adolescentes já tenham sido propostos, os parâmetros para essa população ainda são controversos.
Desta forma, objetivou-se verificar a persistência da SM em crianças e adolescentes com excesso de
peso de acordo com os critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do National Cholesterol
Education Program- Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP III). Materiais e Métodos: Estudo
longitudinal, realizado no Centro de Obesidade Infantil de abril/2009 a abril/2012, envolvendo 133
crianças e adolescentes com excesso de peso. A avaliação se deu num primeiro momento e após 24
meses de seguimento, em ambos se realizou antropometria, seguida da classificação nutricional,
verificação dos componentes da SM e seu diagnóstico, posteriormente dividido em três grupos: SM
negativa, intermitente e persistente. Foi realizada a análise descritiva e a de concordância dos dois
critérios, bem como entre os grupos pelo índice de Kappa, no programa SPSS versão 19.0(IC95%).
Resultados: Entre os avaliados a maioria era do sexo feminino (60,9%) e adolescente. Cursava com
obesidade acentuada (68,4 e 63,9%, respectivamente), com surgimento de eutróficos (3%). Dentre os
componentes da SM, a glicemia de jejum, os níveis pressóricos e a resistência insulínica sofreram
redução no período. Embora não tenha sido verificada concordância significativa entre os critérios
diagnósticos de SM nos dois momentos, observou-se coincidência significativa nos que apresentaram a
SM persistente (p=0,002). Conclusões: Observou-se discrepância entre os critérios diagnósticos da SM
na faixa etária infanto-juvenil, porém concordantes ao tratar de persistência em um período.
Palvras-chave: Síndrome X Metabólica. Obesidade. Criança. Adolescente
C51
Estado nutricional materno e o excesso de peso em crianças e adolescentes
Anajás Cantalice, Nathanielly Santos, Neusa Collet, Carla Medeiros
Universidade Federal da Paraíba
Universidade Estadual da Paraíba
[email protected]
Introdução: Embora não se conheça todos os mecanismos condicionantes e determinantes da
obesidade infantil, compreende-se que multifatores são responsáveis por esta condição crônica em
criança e adolescentes dentro do contexto familiar, como fatores genéticos, metabólicos, ambientais,
comportamentais e socioculturais, seja de forma isolada ou em associação. Desta forma, o objetivo do
presente estudo é verificar a relação existente entre o estado nutricional materno e o excesso de peso
em crianças e adolescentes atendidos em um centro de referência no município de Campina Grande,
Paraíba, Brasil. Métodos: Estudo transversal, realizado no Centro de Obesidade Infantil de abril/2009 a
abril/2010, envolvendo 204 crianças e adolescentes com excesso de peso. Realizou-se antropometria
(peso e estatura) das crianças e adolescentes atendidas e suas mães, seguida da classificação
nutricional. Para testar a associação entre as variáveis utilizou-se o qui-quadrado de Pearson e a
análise de variância, considerando o nível de significância de 5% no programa SPSS versão 17.0.
Resultados: A maioria dos avaliados era do sexo feminino (60,3%) e adolescente (40,2%). A média do
IMC das mães das crianças e adolescentes que cursavam com obesidade acentuada foi
significativamente superior aqueles com sobrepeso (p=0,000) Conclusões: Observou-se relação entre
estado nutricional materno e excesso de peso em crianças e adolescentes.
Palavras-chave: Obesidade. Criança. Adolescente. Mães. Estado Nutricional.
C52
Visão dos especialistas sobre o controlo do peso com adolescentes num contexto hospitalar e
universitário
Susana Veloso, Margarida Matos, Helena Fonseca, Celeste Simões, António Palmeira, José Diniz
Universidade Lusófona
Centro de Malária e Outras Doenças Tropicais
Centro Hospitalar de Lisboa Norte
Faculdade de Motricidade Humana
[email protected]
A análise do funcionamento de programas de intervenção na comunidade representa uma
necessidade emergente no contexto da epidemia da obesidade pediátrica. O objectivo deste estudo
qualitativo foi analisar a visão de especialistas (pediatra, fisiologistas do exercício e psicólogo)
intervenientes num programa de controlo de peso com adolescentes resultante duma parceria entre
um hospital público e uma universidade privada. A análise das entrevistas sobre as forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças (SWOT), revelou como forças do programa, as bases científicas nas quais foi
estruturado e implementado, a relação estabelecida com os participantes e os recursos
disponibilizados; como fraquezas, algumas falhas de eficiência, de supervisão, no controlo da avaliação
e nas estratégias de adesão; como oportunidades, novas parcerias institucionais e mediatização; e
finalmente como ameaças, a sustentabilidade dos recursos humanos e o financiamento. A discussão
foca as necessidades específicas no planeamento de programas nesta área e população resultantes da
análise de dados, reforçando algumas recomendações recentes, mas especificando novas estratégias à
luz da Teoria da Auto-determinação na procura de programas sustentáveis que visem a mudança de
estilos de vida e simultaneamente o bem-estar psicológico dos jovens
Palavras-chave: análise qualitativa; programa controlo do peso; adolescentes; teoria da
autodeterminação
CIRURGIA BARIÁTRICA 1_______________________________________________________
C53
Efeito da Cirurgia Bariátrica no Perfil Glicémico dos doentes com Obesidade Mórbida
AC Moreira1,2, J Oliveira2,3, P Freita s2,3,5, E Lau2,3, F Cunha2,3, A Saavedra2,3, MM Costa2,3, D
Magalhães2, R Bettencourt2, AC Santos3,F Correia4,5, J Queirós2,5, A Varela2,3,5, D Carvalho2,3e
Grupo AMTCO
USF Viver Mais – Aces Porto III Maia/Valongo1, Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar São
João2, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto3, Faculdade de Ciências da Nutrição e
Alimentação da Universidade do Porto4, Consulta de Avaliação Multidisciplinar de Tratamento
Cirúrgico de Obesidade Mórbida ((AMTCO)5, Porto
[email protected]
Introdução: A obesidade e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) estão associadas, sendo a perda ponderal
uma medida de primeira linha na DM2. A perda de peso induzida pela cirurgia bariátrica pode
constituir um modificador do controlo glicémico.
Objetivo: Avaliar a prevalência das anomalias glicémicas em doentes com obesidade mórbida e
variabilidade do perfil glicémico aos 12 meses após 3 tipos de cirurgia bariátrica(banda gástrica (BG),
bypass gástrico (BPG) e Sleeve (SL).
Métodos: Estudo retrospetivo em doentes comobesidade mórbida, submetidos a cirurgia bariátrica,
entre Janeiro de 2010 e Junho de 2013. Foram avaliados parâmetros demográficos, antropométricos e
analíticos no pré-operatório (incluindo PTGO, glicose em jejum e A1c) e 12 meses após a intervenção.
Foram considerados 3 grupos (normoglicémicos, pré-diabéticos e diabéticos).
Resultados: Foram avaliados 683 doentes, com média de idade 40,6 anos, 87,8% mulheres e IMC précirúrgico de 44,04Kg/m2, sendo que 406 (59,4%) eram normoglicémicos, 259 (37,9%) eram prédiabéticos e 18 (2,6%) eram diabéticos.Os doentes com diabetes ou pré-diabetes tinham mais idade e
maior IMC. Aos 12 meses, 80,7% daqueles com pré-diabetes ficaram normoglicémicos e 8,1%
mantiveram a pré-diabetes. Dos doentes diabéticos, 61,1% ficaramnormoglicémicos, 16,7% prédiabéticos e 22,2% mantiveram a diabetes. Relativamente à técnica cirúrgica, daqueles submetidos a
BG com pré-diabetes, 73,5% ficaram normoglicémicos e 14,5% mantiveram a pré-diabetes; dos
diabéticos, 40% evoluíram para pré-diabetes e 60% mantiveram a diabetes. Daqueles submetidos a
BPG com pré-diabetes, 86,8% ficaram normoglicémicos e 3,5% permaneceram pré-diabéticos; dos
diabéticos, 90% ficaram normoglicémicos e 10% evoluíram para pré-diabetes. Dos doentes submetidos
a sleeve, 79,1% dos pré-diabéticos ficaram normoglicémicos e 12,5% permaneceram pré-diabéticos;
66,7% dos diabéticos evoluíram para normoglicemia e 33,3% mantiveram a diabetes.
Conclusões: A perda ponderal obtida pelas 3 técnicas de cirurgia bariátrica é eficaz comomodificador
das anomalias glicémicas, sendo o BPG aquele que se associou a uma maior regressão destas
alterações.
Palavras-chave: Obesidade, Diabetes, Intolerância à Glicose, Metformina, Cirurgia Bariátrica
C54
Avaliação da remissão da diabetes mellitus tipo 2 após cirurgia bariátrica aos 2 anos
Nuno Vicente, Luísa Barros, Luís Cardoso, Carolina Moreno, Daniela Guelho, Diana Oliveira, Diana
Martins, Dírcea Rodrigues, Patrícia Leitão, Luísa Ruas, Francisco Carrilho
Centro Hospitalar Universitário Coimbra, EPE
[email protected]
Introdução: O excesso de peso é o principal fator de risco para diabetes mellitus tipo 2 (DMT2). Sendo
a cirurgia bariátrica uma abordagem eficaz na redução do peso, são expectáveis melhorias
significativas no controlo glicémico de doentes diabéticos operados. Métodos: Coorte retrospetiva de
69 doentes submetidos a cirurgia bariátrica com diagnóstico prévio de DMT2 seguidos na consulta de
Obesidade. Avaliadas características demográficas, clínicas e analíticas. Análise comparativa da
remissão da DMT2 aos 2 anos de seguimento segundo o modelo A - consenso da ADA 2009 (remissão
parcial (RP): glicemia jejum 100-125 mg/dL e HbA1c < 6,5%; remissão completa (RC): glicemia jejum
<100 mg/dL e HbA1c < 6,0%), o modelo B – critérios HbA1c para diagnóstico de DMT2 (RP: HbA1c 5,76,5%; RC: HbA1c <5,7%) e o modelo C (RP: glicemia jejum 100-125 mg/dL ou HbA1c < 6,5%; RC:
glicemia jejum <100 mg/dL ou HbA1c < 6,0%). Em todos os modelos, pressupõe-se ausência de
terapêutica antidiabética durante pelo menos um ano. Resultados: Incluídos 69 doentes, 85,5%
(n=59) mulheres, com 50,0±7,8 anos, IMC médio de 47,7±7,4 Kg/m2, glicémia jejum média 137,4±50,1
mg/dL e HbA1c média 7,4±1,6%. Antes da cirurgia, 88,4% (n=61) realizavam terapêutica antidiabética
(média de 1,6±0,7 fármacos por doente e 64,4±31,6 UI de insulina). Os procedimentos efetuados
foram: gastrobandoplastia 30,4% (n=21), bypass gástrico 58% (n=40), derivação biliopancreática 1,4%
(n=1) e gastrectomia em sleeve 10,1% (n=7). Aos 6 meses, 1 e 2 anos, verificou-se uma redução
significativa (p<0,05) nos valores de HbA1c (5,94±1,12%; 5,87±1,20%; 5,86±1,47%) e glicemia em jejum
(99,4±34,4 mg/dL; 96,3±32,1 mg/dL; 125,7±130,1 mg/dL) e percentagem de excesso de peso perdido
(40,3±18,2%; 46,2±18,5%; 44,0±18,6%), respetivamente. Nos modelos 1, 2 e 3 ocorreu RP em 11,1%,
30,0% e 9,8% e a RC em 38,9%, 33,3% e 56,1%, respetivamente. Conclusão: A cirurgia bariátrica
parece ter eficácia, não só na perda ponderal, como na melhoria do controlo glicémico.
Palavras-chave: cirurgia bariátrica, diabetes mellitus tipo 2, remissão
C55
Eficácia a Longo Prazo da Cirurgia Bariátrica na Diabetes Mellitus
Luis Silva Cardoso, Dircea Rodrigues, Luísa Ruas, Patricia Oliveira, Joana Saraiva, Carolina Moreno,
Daniela Guelho, Nuno Vicente, Margarida Balsa, Diana Martins, Diana Oliveira, Francisco Carrilho
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE
[email protected]
Introdução: A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para a obesidade, com importantes efeitos
no controlo e/ou remissão da diabetes mellitus tipo 2 (DM2). A existência de poucos dados que
reportem longos períodos de seguimento tem motivado intensa investigação nesta área. Objectivo:
Determinar a eficácia a longo prazo da cirurgia bariátrica na remissão da DM2. Material e Métodos:
Foram incluídos no estudo todos os doentes com DM2 submetidos a cirurgia bariátrica no SEDM-CHUC
e que completaram pelo menos 5 anos de seguimento. A classificação da remissão da diabetes foi
realizada de acordo com o consenso da Associação Americana de Diabetes. Resultados: Preencheram
os critérios de inclusão 38 doentes (36 mulheres), com uma idade média de 45,4±7,7 anos e uma
média de seguimento de 7,5±2,2 anos. A duração média da diabetes era de 5,6 anos, com 10% dos
doentes sob insulinoterapia antes da cirurgia. Os valores pré-operatórios do índice de massa corporal,
glicemia e a HbA1C eram de 48,4 Kg/m2, 135,6 mg/dL e 7,1%, respectivamente. A hipertensão foi a comorbilidade mais frequente (84%), seguida pela dislipidemia (37%). A técnica cirúrgica mais utilizada
foi a banda gástrica (50%), seguida pelo bypass gástrico (40%) e gastrectomia tubular. Durante o
seguimento verificou-se uma taxa de remissão da DM2 de 58%, sendo que destas aproximadamente
20% foram remissões prolongadas. Cerca de 70% dos doentes submetidos a bypass gástrico
apresentou remissão, bem como 53% dos doentes submetidos a colocação banda gástrica. De todos os
doentes com remissão, apenas um apresentou recidiva da DM2 durante o período de seguimento.
Conclusão: A cirurgia bariátrica, particularmente o bypass gástrico, associou-se a uma elevada taxa de
remissão da DM2. Este efeito parece, pelo menos em parte, manter-se a longo prazo, sendo as
recidivas pouco frequentes.
Palavras-chave: cirurgia bariátrica, diabetes mellitus tipo 2, taxa de remissão
C56
Efeitos a longo prazo do bypass gástrico metabólico na diabetes
Marta Guimarães, Luciana Costa, Rui Almeida, Paulo Martins, António Reis, Gil Gonçalves, Mário Nora,
Mariana Monteiro
Serviço de Cirurgia Geral - Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga, Santa Maria da Feira
Dept of Anatomy, Multidisciplinary Unit for Biomedical Research (UMIB), ICBAS, University of Porto
[email protected]
Introdução: A eficácia da cirurgia bariátrica na indução de perda de peso e indução da remissão da
diabetes tipo 2 em doentes diabéticos obesos já foi extensamente documentada. No entanto, persiste
a dúvida sobre a manutenção destes efeitos da cirurgia a longo prazo. Objectivo: Avaliar a eficácia do
bypass gástrico na perda ponderal e controle metabólico de doentes diabéticos obesos num período
até 8 anos de seguimento. Material e Métodos: Doentes diabéticos obesos submetidos a bypass
gástrico laparoscópico com ansa biliopancreática de 200 cm foram avaliados prospectivamente,
quanto à evolução do IMC, % de IMC perdido, glicemia em jejum, HbA1c e necessidade de terapêutica
médica. Resultados: Os doentes avaliados (n=196, F: 169, M: 27) tinham à data da cirurgia uma idade
de 49.4 ± 0.58 anos, IMC de 43.3 ± 0.4kg/m2 e tempo prévio de diagnóstico da diabetes de 6.1 ± 0.57
anos. Após seguimento médio de 3.93± 0.15 anos observou-se uma redução significativa do IMC para
30.4± 0.49 kg/m2 (p <0.001), correspondente a uma % de excesso de IMC perdido de 75 ± 2.09%. A
glicose em jejum e HbA1c diminuíram significativamente de 154.7 ± 4.09 mg/dL para 95.28 ±1.5 mg/dL
e de 7.07% ± 0.13 para 5.8% ±0.05 (p<0.001), respetivamente. Sendo a taxa de remissão da diabetes
de 90.5% aos 2 anos, 86.8% aos 3 anos e de 58.2% nos doentes com mais de 5 anos de seguimento,
correspondente a uma taxa global de remissão da diabetes de 72.4%. Nos doentes sem remissão
observou-se uma melhoria significativa do controle metabólico. Conclusões: O bypass gástrico ansa
biliopancreática de 200 cm demonstrou ser uma técnica associada a excelentes resultados na indução
e manutenção da perda de peso e na melhoria do controle metabólico e indução da remissão da
diabetes a curto, médio e longo prazo, na maioria dos doentes tratados.
Palavras-chave: Obesidade, Bypass gástrico metabólico, Diabetes
CIRURGIA BARIÁTRICA 2-____________________________________________________________
C57
Contribuição das técnicas de gastrenterologia no tratamento da obesidade
José Sarmento, Rosa Azevedo, Susana Rodrigues, Andreia Albuquerque, Filipe Vilas Boas, Ângelo
Ferreira, John Preto, Guilherme Macedo
Serviço de Gastrenterologia - H. S. João
Serviço de Cirurgia – H. S. João
[email protected]
INTRODUÇÃO: As técnicas de Gastrenterologia tem papel importante no tratamento da obesidade,
quer directamente com a introdução de balões intragástricos, como na observação endoscópica pré
cirurgia bariátrica, ou monitorização das complicações das bandas gástricas (isquemia e migração),
assim como, tratamento de estenoses ou fístulas, nas derivações gástricas e “sleeve”. ATERIAL E
MÉTODOS: Descrevem-se as intervenções gastrenterológicas efectuadas num centro endoscópico de
um hospital terciário e universitário desde 2005, quando se introduziu o primeiro balão gástrico (BIB).
RESULTADOS: Foram introduzidos e retirados até à data 132 balões sob sedação anestésica, por vezes
com intubação naso-traqueal. A perda de peso média foi de 18 ±13 kg em 6 meses; verificou-se
diminuição significativa dos valores de PCR (proteína C reactiva) antes e depois do tratamento; dois
balões esvaziaram e migraram, com uma doente operada por quadro obstrutivo ileal e o outro com
saída espontânea; em dois doentes foi necessário retirar precocemente o balão por “obstrução” do
antro e em mais três, por marcada intolerância com vómitos intratáveis. Fizeram-se mais de 50
exames por suspeita de complicações de bandas, com quadros de vómitos repetidos e dôr epigástrica:
em quatro casos foi observada isquemia, uma só no fornix e noutros três mais alargada, por
deslocação distal da banda e mais três com subestenose por deslocação; retiraram-se 26 bandas
migradas para o estômago, tendo-se posto em quatro, indicação cirúrgica pós retirada (em dois
laparotomias negativas, num peritonite incipiente e perfuração punctiforme noutro); outra doente foi
operado por não têr sido possível retirar a banda, após corte da mesma; numa doente operada no
Brasil, retirou-se anel migrado abaixo da anastomose; fez-se ainda retirada de banda completamente
migrada para o estômago, onde ficou retida. Dilataram-se três estenoses de anastomose proximal pós
cirurgia, não se tendo ainda observado fístulas. CONCLUSÕES: As técnicas endoscópicas, para além do
tratamento da obesidade com BIB, permitiram identificar e na maioria dos casos tratar, complicações
de bandas e de cirurgias bariátricas, com excelente tolerância e praticamente sem complicações.
Palavras-chave: endoscopia; balão gástrico;bandas migradas;obesidade;complicações cirúrgicas
C58
Abordagem alternativa para tratamento das fistulas crónicas pós gastrectomia vertical
F. Ferreira, J. Coutinho, A. Ruivo, M. Ribeiro, C. Noronha Pereira, J.C . Mendes de Almeida
Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria
[email protected]
Introdução: A gastrectomia vertical (sleeve gástrico) por via laparoscópica tem vindo a destacar-se na
cirurgia bariátrica. As fístulas crónicas da junção gastro-esofágica, embora raras, são uma das
complicações mais letais deste procedimento e o seu tratamento é controverso. Métodos: Os autores
apresentam o caso de uma doente do sexo feminino de 38 anos, submetida a gastrectomia vertical
laparoscópica em Julho de 2012, na qual foi detectada fístula da junção gastro-esofágica ao 3º dia pós
operatório, complicada por colecção subfrénica e empiema. Foi realizada inicialmente terapêutica
endoscópica, com colocação de prótese esofágica metálica, bem sucedida. A doente manteve-se
assintomática até Abril de 2013, altura em que apresenta recidiva da fístula tendo sido realizado novo
tratamento endoscópico com colocação de clips. Manteve seguimento em consulta sem
intercorrências até Abril de 2014, altura em que inicia quadro de dor abdominal, náuseas e vómitos. A
TAC abdominal apresentava imagens compatíveis com abcessos hepáticos e colecção subfrénica
esquerda. Foi inicalmente tentada terapêutica endoscópica, interrompida por hemorragia significativa
do bordo da fístula. Posteriormente, foi realizado desbridamento cirúrgico com abertura do trajecto
fistuloso e gastro-jejunostomia látero-lateral em Y-de-Roux em torno do orifício da fístula. Resultados:
A doente não apresentou intercorrências no pós-operatório imediato. Realizou trânsito esófago
gástrico que revelou progressão do conteúdo exclusivamente através da anastomose gastro-jejunal.
Teve alta ao 12º dia pós-operatório. Mantém seguimento em consulta externa, tendo repetido o
estudo baritado após 2 meses e meio verificando-se manutenção do trânsito preferencialmente pela
anastomose. Conclusão: No caso apresentado, a realização de gastro-jejunostomia em Y-de-Roux
demonstrou ser um método eficaz e seguro para a resolução de fístulas crónicas da junção gastroesofágica, quando se verifica falência do tratamento endoscópico.
Palavras-chave: Gastrectomia vertical fistulas crónicas Y-de-Roux
C59
Fatores associados ao ganho de peso em pacientes bariátricos
Neidjane Sholl, Sérgio Braga, Thiago Oliveira, Marcia Magalhães
Clinica da Obesidade
[email protected]
Obesidade é atualmente uma questão de saúde pública no mundo que pode ser compreendida pelo
seu caráter multifatorial: históricas, biológicas, culturais, sociais e psicológicas. Os estudos na literatura
usam o IMC (Índice de Massa Corpórea) entre 30, 35 e 40 como medida para classificar o grau de
obesidade. O grau mais elevado é conhecido como obesidade mórbida e, superobesidade se o IMC for
maior que 50. O objetivo deste trabalho foi investigar alguns dos fatores como: Idade, IMC e
Comorbidades Psiquiátrica que interferiram no ganho de peso, no intervalo de tempo médio entre 01
a 02 anos, em pacientes obesos mórbidos pós-bariátricos. Participaram deste estudo 17 pacientes,
faixa etária entre 30 a 65 anos internados na clinica da obesidade. Dentre os pacientes 80%
participaram do grupo bariátrico. A coleta de dados, no grupo, foi feita 01 vez por semana durante 07
meses através de entrevista semiestruturada, e outra coleta foi feita pela psicologia com atendimento
individualizado e avaliação dos prontuários. O grupo foi composto por uma equipe transdisciplinar:
endocrinologista, nutricionista, psicóloga e psiquiatra. Segundo Segal (2002), não há uma investigação
sistemática das questões psiquiátricas no tratamento da obesidade. Corroborando com Segal foi
identificado que 83,3% desenvolveram compulsões, 40% desencadearam transtorno bipolar e
compulsão após a cirurgia. Pacientes dos 30 aos 45 anos ganharam 44% do seu peso mínimo,
enquanto que os pacientes acima de 45 anos ganharam 36% do seu peso mínimo em um intervalo de
tempo menor. Pacientes com o IMC acima de 50 ganham em média mais peso. Portanto, é
imprescindível uma investigação no pré-operatório acerca das questões psiquiátricas e emocionais
levando em consideração o IMC e a idade do paciente no intuito de prevenir futuros transtornos
psiquiátrico, bem como propiciar uma manutenção do peso à longo prazo.
Palavras-chave: obesidade, bariátrica, ganho de peso, comorbidades psiquiátrica,compulsão
C60
Perda de peso após 3 tipos de cirurgia bariátrica – resultados a 3 anos
Ana Saavedra, Maria Costa, Joana Oliveira, Filipe Cunha, Eva Lau, Daniela Magalhães, Rita Silva, Ana
Moreira, Ana Santos, Paula Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, AMTCO
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João EPE
USF Viver mais - ACES Maia/Valongo
Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A cirurgia bariátrica (CB) é um tratamento efetivo para a obesidade, existindo diferentes
técnicas disponíveis (restritivas, malabsortivas, mistas). Objetivo: Comparar o efeito sobre o peso,
índice de massa corporal (IMC) e percentagem de perda de peso alterável (PPA) ao longo de 3 anos
após 3 técnicas de CB - banda gástrica (BG), bypass gástrico (BGYR) e gastrectomia vertical (GV).
Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo dos doentes submetidos a CB no Centro Hospitalar S. João
entre Jan/2010 e Jun/2011. Variáveis analisadas em cada tempo (12, 24 e 36 meses): Peso (P),
Variação P, IMC, Variação de IMC; % de PPA – calculada a partir da fórmula: PPA= 100% x [(IMC inicial –
IMC tempo x)/(IMC inicial – 13)]. Resultados: Amostra constituída por 215 doentes, idade média 43,2 (10,1)
anos, sendo composta por 91,6% mulheres. 54,9% dos doentes colocaram BG (P médio 109,2 (15,6)Kg e
IMCmédio 43,2 (5,7) Kg/m2); 42,8% realizaram BGYR (Pmédio 121,3 (19,5)Kg e IMCmédio 46,2 (5,9)Kg/m2);
2,5% foram submetidos a GV (Pmédio 126,6 (19,5)Kg e IMCmédio 46,9 (5,7)Kg/m2). Para todos os tempos
verificou-se de forma estatisticamente significativa uma maior redução de peso com o BGYR, mas
próxima da obtida com o SG (BGYR 41,6/42,5/41,6 vs. BG 18.9/18.9/18.4 vs. GV 41,1/42,1/40,6
p=<0,001). O BGYR associou-se a redução significativamente maior do número de unidades de IMC, no
entanto, em todos os tipos de cirurgia verificou-se um ligeiro reganho do IMC aos 36 meses (BGYR
30,44/30,06/30,42; BG 35,73/35,69/35,89; GV 31,90/31,57/32,18). A % PPA foi significativamente
maior nos doentes submetidos a BGYR (BGYR 46,98/47,96/46,91 vs. BG 24,28/24,50/23,86 vs. GV
44,21/45,23/43,71). Discussão: Com estes resultados verificou-se que o BGYR é a técnica cirúrgica com
maior efeito na redução ponderal. No entanto, independentemente da técnica usada houve um
discreto reganho de peso/IMC 3 anos após a cirurgia, resultante da influência de outros fatores na
sustentabilidade da perda ponderal.
Palavras-chave: obesidade, cirurgia bariatrica, perda ponderal, IMC
C61
Avaliação do perfil hepático em indivíduos obesos submetidos a cirurgia bariátrica
Rita Silva, Daniela Magalhães, Ana Saavedra, Maria Costa, Filipe Cunha, Joana Oliveira, Eva Lau, Ana
Varela, Joana Queirós, Ana Santos, Flora Correia, Paula Freitas, Davide Carvalho, AMTCO
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João
Serviço Ciências Nutrição Alimentação UP
Consulta Avaliação Multidisciplinar Tratamento Cirúrgico Obesidade
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: A doença hepática não alcoólica ocorre em aproximadamente 90% dos doentes com
obesidade mórbida. Alguns estudos demonstram diminuição das transaminases séricas após a cirurgia
bariátrica. Objectivo: Avaliar a progressão do perfil hepático em obesos submetidos a cirurgia
bariátrica ao longo de dois anos de seguimento. Métodos: Estudo prospectivo de 323 obesos avaliados
na AMTCO entre Janeiro/2010-Dezembro/2013. Avaliados parâmetros antropométricos e analíticos
(albumina, AST, ALT, GGT, FA) pré-cirurgia e aos 12 e 24 meses (M) após gastroplastia com banda
ajustável (GBA), bypass gástrico (BG) ou sleeve gástrico (SG). Resultados: Na nossa amostra, 292 eram
mulheres (90,4%), com mediana de idade de 41 anos (AIQ 34-51) e índice de massa corporal médio
pré-cirurgia de 44,5±5,2 kg/m2; 40,5% foram submetidos a GBA, 53,6% a BG e 5,9% a SG. Na avaliação
pré-cirúrgica não encontramos diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros hepáticos
entre as diversas técnicas cirúrgicas. Aos 12M verificou-se aumento dos níveis de albumina (41,4±2,8
g/L vs 42,9±2,8 gL,p<0,001) e FA [69 U/L (AIQ 57-83) vs 74 U/L (61-90),p<0,001] e diminuição dos níveis
de AST [21 U/L (AIQ 18-28) vs 20 U/L (16-23),p<0,001], ALT [23 U/L (AIQ 17-32) vs 18 U/L (1425),p<0,001] e GGT [26 U/L (AIQ 19-39) vs 16 U/L (12-24),p<0,001]. Quando comparadas as técnicas
cirúrgicas, verificou-se redução significativa dos níveis de ALT e GGT nos três procedimentos; a AST
diminuiu nos submetidos a GBA e SG; a FA aumentou nos submetidos a BG e SG; a albumina aumentou
nos submetidos a GBA e BG. Aos 24M não houve diferenças nos níveis de albumina e AST em nenhum
procedimento cirúrgico; verificou-se redução da FA e ALT séricas nos submetidos a BG e da GGT nos
submetidos a GBA e a BG. Conclusão: A cirurgia bariátrica contribui para a melhoria do perfil hepático;
este efeito parece ser mais acentuado no primeiro ano pós-cirurgia.
Palavras-chave: Obesidade, perfil hepático, cirurgia bariátrica
C62
Prevalência de anemia e défice de micronutrientes relacionados após cirurgia bariátrica
Ana Saavedra, Maria Costa, Joana Oliveira, Filipe Cunha, Eva Lau, Daniela Magalhães, Rita Silva, Ana
Moreira, Ana Santos, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Paula Freitas, Davide Carvalho, AMTCO
Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar de São João EPE
USF Viver mais - ACES Maia/Valongo
Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
[email protected]
Introdução: Após cirurgia bariátrica (CB) podem ocorrer défices de micronutrientes como ferro,
vitamina B12 (vitB12) e ácido fólico (AcF), podendo contribuir para o desenvolvimento de anemia.
Objetivo: Determinar a prevalência de anemia antes e 12, 24, 36 meses(M) após banda gástrica (BG),
bypass gástrico (BGYR) e Gastrectomia vertical (GV). Comparar a prevalência dos défices de ferro,
vitB12 e AcF nos mesmos tempos de seguimento. Métodos: Estudo longitudinal retrospetivo dos
doentes submetidos a CB entre Jan/2010 e Jun/2013. Doentes sem registo de hemograma, cinética do
ferro, vitB12, AcF, necessidade de suplementação ou transfusão sanguínea foram excluídos. Definida
anemia segundo critérios da OMS. Défice de micronutrientes: ferro sérico <60ug/dL, saturação
transferrina <20% ou ferritina <15ng/mL; vitB12 <200pg/mL; AcF <2,2ng/mL. Resultados: Foram
incluídos 953 doentes, idade média 42,6 (10,8) anos, sendo 86% mulheres. BGYR realizado em 59,8%
dos doentes, BG 28,5% e SG em 11,6%. Prevalência de anemia pré-cirurgia 7,7% (N=953); 12M 13,1%
(N=847); 24M 17,3% (N=439); 36M 18,7% (N=251). Em todos os tempos, a maioria dos doentes com
anemia tinha realizado BGYR (12M: BGYR 71,2%/BG 15,3%/GV 13,5% p=0.002; 24M: BGYR 77,6%/BG
13,2%/GV 9,2% p=<0.001; 36M: BGYR 80,9%/BG 17,0%/GV 2.1% p=<0,001). O número de doentes com
défice de qualquer um dos micronutrientes foi sempre superior no caso do BGYR (com significado
estatístico no que respeita ao défice de ferro aos 24 e 36M e à vitB12). Na maioria dos momentos, não
se verificou associação entre défice de micronutrientes e perda ponderal. Doentes submetidos a BGYR
tinham maior utilização de suplementos. Realizada transfusão em 1 doente aos 12M e 36M.
Discussão: Os nossos resultados são semelhantes a outros previamente descritos, embora o
acompanhamento destes seja por vezes negligenciado. Conclusão: a avaliação do hemograma e dos
micronutrientes é indispensável ao longo do seguimento destes doentes.
Palavras-chave: cirurgia bariatrica, anemia, ferro, vitamina B12, ácido fólico
PSICOLOGIA_________________________________________________________________
C64
Criação e validação de questionários para avaliação da satisfação com o tratamento da Cirurgia
Bariátrica
Luísa Gonçalves, Isabel Silva, Susana Garrido, Ana Rita Caldas, Helena Cardoso
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Universidade Fernando Pessoa
Centro hospitalar do Porto
[email protected]
A obesidade, definida como índice massa corporal ≥30 kg/m₂, tem uma prevalência alta em Portugal, e
o seu tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Este estudo tem como objetivo criar e validar um
questionário para avaliação da satisfação dos doentes com o tratamento cirúrgico da obesidade. O
questionário foi desenvolvido em 3 fases (Desenvolvimento conceptual, primeira aplicação dos
questionários – teste, e segunda aplicação dos questionários – reteste), é composto por 22 itens, foi
aplicado a 86 doentes previamente submetidos a cirurgia bariátrica e seguidos em consulta externa
multidisciplinar de obesidade do Hospital Santo António, Centro Hospitalar do Porto. Os doentes
responderam ainda a um questionário sóciodemográfico, clínico e de expectativas em relação ao
tratamento. O Questionário de Satisfação de Cirurgia Bariátrica foi submetido a validação através de
análise da sua consistência interna, que mostrou um alfa de Cronbach de 0,94 na escala total, e foram
extraídos dois componentes através de análise fatorial, explicando 52,40% da variância total. A
correlação entre cada item e a subescala a que pertence (validade convergente), demonstrou uma
associação “alta” (r=entre 0,7 e 0,89) em 8 itens, “moderada” (r=entre0,4 e 0,69) em 13 itens e “baixa”
(r=entre 0,2 e 0,39) em apenas 1 item. Em 21 itens a correlação com as subescalas às quais não
pertencem (validade discriminante) demonstrou ser inferior à correlação com a subescala à qual
pertencem. A análise teste-reteste demonstrou uma correlação que variou entre o “muito alta” (r =
entre 0,9 e 1) e o “moderada” (r = 0,4 e 0,69). Foram ainda identificados os domínios que contribuem
para uma maior ou menor satisfação com o tratamento, concluindo-se que nenhum aspeto do
tratamento traz insatisfação para os pacientes, estando a maioria dos doentes “muito satisfeitos” a
“satisfeitos”.
Palavras-chave: Cirurgia bariátrica Obesidade Satisfação Questionário
C65
Obesidade ou outros fatores que influenciam o desempenho académico?
Maria Almeida, Ana Rodrigues, Joana Teixeira, Beatriz Teixeira, Sandra Brito, Bebiana Sabino
Universidade de Coimbra
Universidade da Madeira
Universidade do Porto
[email protected]
Evidência de que a obesidade infantil afeta o desempenho académico é limitado. No entanto,
comportamentos como a actividade física (AF) habitual e a nutrição, que estão associados à obesidade
parecem influenciar o desempenho académico. Assim, há uma necessidade de melhor investigar essa
relação.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi determinar a associação entre o desempenho académico e os
níveis de obesidade, assim como comportamentos alimentares, AF e aptidão física (AptF) em alunos do
2º e 3º ciclo de escolas públicas.
MÉTODOS: Participaram 2126 alunos (1119 rapazes e 1007 raparigas) entre os 10 e 14 anos de idade.
O desempenho académico foi determinado pela média de todas as disciplinas obrigatórias, e pela
média de Matemática, Ciências e Português. A %MG foi estimada de acordo com Slaughter et al.
(1998) e Lohman (1987). O auto-relato foi utilizado para avaliar a AF (Crocker et al., 1997) e os
comportamentos alimentares (Wilson et al., 2008). A AptF foi expressa pelo total de testes dentro ou
acima da zona saudável (ZSAF) da bateria Fitnessgram, e a capacidade aeróbia determinada pelo teste
do vaivem.
RESULTADOS: Verificou-se que 39,6% dos alunos apresenta uma %MG acima dos valores
recomendados. As associações encontradas entre a %MG e os scores académicos são não
significativas, verificando-se no entanto associações positivas entre aqueles scores e: AF geral (r=0,11;
p<0,01), aptidão cardiorrespiratória (r=0,21, p<0,001), total de testes na ZSAF (r=0,12, p<0,001)
comportamento alimentar saudável (r=0,14, p<0,001). Foram detectadas associações negativas com o
consumo de alimentos processados e bebidas açucaradas (r=-0,10, p<0,001). Por outro lado, a %MG
estava negativamente associada aos resultados da AptF (r=-0,49, p <0,001).
CONCLUSÃO: Apesar de não terem sido encontrada uma relação entre o desempenho académico e os
níveis de obesidade, estes estão negativamente associados à AptF, que por sua vez está associado um
melhor desempenho académico.
Palavras-chave: obesidade, desempenho académico, atividade física, aptidão física, comportamentos
alimentares
EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE COMUNITÁRIA__________________________________________
C66
Excesso de peso e obesidade no contexto africano
Zélia Santos, Miguel Amado, Daniela Alves, Rui Simões, Isabel Craveiro, Jorge Cabral, Luis Lapão,
Antonio Delgado, Artur Correia, Luzia Gonçalves
Instituto de Higiene e Medicina Tropical
FCT
Direcção-Geral da Saúde de Cabo Verde
Centro Nacional de Desenvolvimento Sanitário de Cabo Verde
[email protected]
Introdução As cidades são encaradas como realidades económicas, sociais e identitárias em constante
evolução. No continente africano, devido ao elevado crescimento demográfico, existem pressões nos
modos e qualidade de vida que expõem a fatores de risco para as doenças crónicas não transmissíveis,
sendo o excesso de peso e obesidade um problema de saúde pública que poderá tomar proporções
epidémicas. Material e métodos Após uma análise detalhada da morfologia da Cidade da Praia, em
Cabo-Verde, identificaram-se três unidades com planeamento urbano distinto (formal, informal e de
transição). Através de um método de amostragem baseado na selecção aleatória de coordenadas
geográficas, os residentes nestas áreas foram entrevistados através de um questionário (n=1912). Para
uma subamostra (n=599), foi avaliado o estado nutricional por método de bioimpedância e consumo
energético diário, através da aplicação de R24h. A análise estatística preliminar incluiu estatística
descritiva, testes não-paramétricos e modelos de regressão logística binária. Resultados Quanto ao
estado nutricional, existem diferenças significativas entre as unidades urbanas (p=0,002), destacandose, no total, as percentagens de excesso de peso e obesidade (32,3% e 24,5%, respectivamente). No
entanto, ao comparar as três unidades urbanas quanto aos valores médios do IMC, não se encontram
diferenças significativas (p=0,339). O valor energético total consumido, no sexo masculino parece
variar consoante a zona (p=0,025), sendo mais elevado na unidade formal, o que não se verifica no
sexo feminino (p=0,897). Conclusões As percentagens de excesso de peso e obesidade encontradas
são preocupantes num país em médio desenvolvimento. Outras variáveis como o gasto energético e a
sua interligação com o ambiente urbano e o que ele oferece, em termos de infraestruturas ligadas à
alimentação e ao exercício físico, exigem a aplicação de outros modelos estatísticos para uma melhor
compreensão desta problemática
Palavras-chave: Obesidade, Planeamento urbano, Nutrição e Dietética
C67
Diagnóstico de Diabetes Mellitus numa população de doentes obesos: PTGO ou A1c/glicemia
plasmática em jejum?
Joana Oliveira, Eva Lau, Filipe Cunha, Ana Saavedra, Maria Costa, Rita Silva, Daniela Magalhães, Paula
Freitas, Ana Varela, Joana Queirós, Flora Correia, Davide Carvalho, AMTCO
Centro Hospitalar de São João
[email protected]
Introdução: A obesidade associa-se a um risco aumentado de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), estando
a prova de tolerância à glicose oral (PTGO), a glicemia plasmática em jejum (GPJ) e a A1c igualmente
indicadas para o seu diagnóstico. Sendo a PTGO mais dispendiosa em tempo e custos e de menor
comodidade de realização é questionável a necessidade da sua realização em todos os doentes.
Objetivo: Comparar PTGO versus A1c ou GPJ no diagnóstico de DM em doentes obesos. Métodos:
Estudo transversal de 717 obesos, avaliados na primeira consulta de Avaliação Multidisciplinar de
Tratamento Cirúrgico da Obesidade entre Janeiro/2010-Dezembro/2013. Foram analisados
parâmetros demográficos, antropométricos e metabólicos. DM foi definida de acordo com os critérios
da ADA. Resultados: Dos 717 doentes, 629 (87,7%) eram mulheres; a mediana de idades foi de 41 anos
(âmbito interquartil [AIQ], 35-51) e de IMC 43,5 kg/m2 (AIQ, 40,6-47,1). Dos 707 doentes que
realizaram GPJ, 18 (2,5%) cumpriam critérios de DM; dos 657 doentes submetidos a PTGO, 37 (5,6%)
cumpriam critérios de DM; dos 673 que realizaram A1c, 25 doentes (3,7%) tinham DM por este
critério. 629 doentes realizaram as 3 provas de diagnóstico. Desses, 18 doentes (2,9%) não
apresentavam critérios de DM pela A1c ou GPJ, sendo diagnosticados pela PTGO. A GPJ ou A1c
diagnosticou DM em 12 doentes (1,9%) com PTGO negativa. O critério A1c ou GPJ mostrou uma
especificidade de 98% e uma sensibilidade de 48,6% para a identificação de doentes com DM quando
comparado com a PTGO. Conclusão: A PTGO diagnostica diabetes em doentes com GPJ e A1c normais.
A GPJ ou A1c mostraram uma baixa sensibilidade diagnóstica, o que reforça a importância da
realização da PTGO nos doentes obesos reduzindo o número de casos de diabetes subdiagnosticados.
Palavras-chave: Obesidade, diabetes mellitus, PTGO, glicemia em jejum, HbA1c
C68
Um dia da Obesidade na Comunidade
Inês Macedo, André Lourenço, Rita Pombal, Ana Marques, Ana Rocha, Pedro Castro
Usf Modivas - ACeS Póvoa Varzim/Vila do Conde
[email protected]
Introdução: A obesidade é considerada actualmente pela Organização Mundial de Saúde um problema
de saúde pública, estando classificada como a segunda causa de morte passível de prevenção.
Segundo as principais organizações de saúde internacionais um dos princípios fundamentais para a
disciplina de Medicina Geral e Familiar é a orientação para a comunidade. Assim e no contexto do Dia
Nacional de Luta contra a Obesidade, promoveu-se a acção “USF odivas Na Luta Contra A
Obesidade” no dia 24 de aio de 2014. O principal objectivo foi o de divulgar a problemática da
Obesidade, contribuindo para desenvolvimento de comportamentos de responsabilização e
autonomia face à saúde. Métodos: Procedeu-se ao registo e análise em Excel dos dados relativos ao
rastreio e inquérito de satisfação realizados durante a actividade. No rastreio foram avaliados os
parâmetros relativos a idade, sexo, peso, altura, IMC e perímetro abdominal. Resultados: Participaram
na actividade 54 utentes com idade média 53 anos, 74% dos quais do sexo feminino. Relativamente
aos rastreios verificou-se um peso médio de 80.5 kgs para um mínimo de 54kgs e máximo de 130kgs; a
altura média dos utentes foi de 1.61m, IMC médio de 31kg/m2 e o valor médio do perímetro
abdominal foi de 93cm. Aos inquéritos de satisfação responderam 36 utentes (67%), estes avaliaram a
Organização, 90% classificando-a como uito Boa e 17% como Boa; a Sessão “O que escondem os
alimentos?” foi considerada como uito Boa por 92%; a Sessão “Culinária saudável e saborosa”
avaliada como Muito Boa por 92%; as aulas de Zumba foram classificadas por 94% como Muito Boas e
os Rastreios de Obesidade foram considerados como 89% Muito bons. Conclusão: A maior parte dos
participantes enquadrou-se na população alvo, desta acção na comunidade. A população demonstrou
excelente receptividade a este tipo de iniciativa. Propõe-se a realização de mais acções deste âmbito.
Palavras-chave: obesidade comunidade educação saúde
C69
Estudo comparativo: pacientes bariátricos e pacientes obesos tratados com internação
Neidjane Sholl, Sergio Braga, Carina Nepomuceno
Clinica da Obesidade
[email protected]
Obesidade é atualmente uma questão de saúde pública no mundo que pode ser compreendido pelo
seu caráter multifatorial: biológicas, culturais, sociais e psicológicas. O IMC (Índice de Massa Corpórea)
é utilizado para classificar o grau de obesidade. A obesidade mórbida é diagnosticada pelo I C ≥ 40.
Objetivo deste trabalho foi comparar o ganho de peso entre pacientes bariátricos e pacientes obesos
mórbidos submetidos à internação em uma clinica especializada, bem como avaliar a eficácia do
programa pós-internamento para manutenção do novo peso, com acompanhamento mensal por
equipe transdisciplinar em um período de 02 anos. Para isso, comparamos o reganho de peso de
pacientes bariátricos que apresentaram dificuldades de adesão pós-cirurgia e, de pacientes que
realizaram o tratamento com internação e estão em manutenção. Participaram deste estudo 32
pacientes, sendo 16 bariátricos e 16 obesos mórbidos que realizaram tratamento em internação, na
faixa etária entre 30 a 65 anos. A avaliação foi realizada através de grupos terapêuticos, atendimento
individual, entrevista semiestruturada e avaliação de prontuários. Identificamos que os pacientes
bariátricos obtiveram em média um ganho de 40% do peso mínimo e os pacientes que fizeram o
tratamento com internação ganharam em média 17,6% do peso mínimo no mesmo intervalo de tempo
de 01 a 02 anos. Concluímos que o programa de manutenção é importante no controle do peso, o
retorno mensal garante a esses pacientes a oportunidade de refletir a cerca das dificuldades, bem
como buscar orientação nas estratégias de enfrentamento e, nas mudanças no estilo de vida:
reeducação alimentar e nos aspectos emocionais. Portanto o acompanhamento com uma equipe
transdisciplinar garante a manutenção de peso à longo prazo maior do que a ausência de
acompanhamento. Precisamos de mais estudos que possam analisar quais fatores influenciam esse
menor percentual de peso.
Palavras-chave: obesidade, manutenção de peso, ganho de peso
CIRURGIA BARIÁTRICA – CASOS CLÍNICOS_________________________________________
C70
Síndrome de Guillain-Barré ou Polineuropatia Após Cirurgia Bariátrica?
Luís Silva Cardoso, Dircea Rodrigues, Luisa Ruas, Patricia Oliveira, Joana Saraiva, Carolina Moreno,
Daniela Guelho, Nuno Vicente, Margarida Balsa, Diana Martins, Diana Oliveira, Francisco Carrilho
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE
[email protected]
Introdução: As complicações neurológicas da cirurgia bariátrica são raras. Porém, o crescente recurso a
técnicas cirúrgicas para o tratamento da obesidade tem aumentado a sua prevalência. Caso Clínico:
Mulher de 22 anos, caucasiana, submetida a bypass gástrico por obesidade de classe III. Três meses
depois da cirurgia, e após redução ponderal de 58Kg, desenvolveu quadro clínico caracterizado por
disartria, ataxia generalizada, tetraparésia, arreflexia generalizada e episódio auto-limitado de
acufenos e alterações da acuidade visual. No mês anterior apresentou episódio de tosse e febre, com
náuseas e vómitos associados, tendo sido medicada com domperidona, com resposta terapêutica
eficaz. Da medicação habitual refere-se levotiroxina 75μg por hipotiroidismo primário.
Laboratorialmente refere-se elevação da velocidade de sedimentação (43 mm/h), sem elevação da
proteína C reactiva; TSH 3,1 μUI/mL (valor de referência 0,4-4) e A1C de 6,5%. Relativamente aos
micronutrientes: ácido fólico 4.1ng/mL (>5.4), vitamina B12 780pg/mL (211-911), ferritina 384ng/mL
(10-120). O zinco, cobre, fosfato e magnésio séricos estavam normais. O estudo microbiológico do
plasma e liquor não identificou sinais de infecção ativa. A electroforese de proteínas e imunofixação
séricas não mostraram alterações. A citoquímica do liquor era normal. Ressonância magnética
encefálica sem alterações de relevo. Electromiografia com potenciais evocados mostrou
desmielinização focal periférica. Iniciou empiricamente tratamento com tiamina e imunoglobulina
endovenosa, com boa resposta clinica. Conclusão: A presença de neuropatia desmielinizante aguda,
associada a possível contexto infeccioso sugerem a hipótese de síndrome de Guillain-Barré. Porém, a
rápida redução ponderal, associada a provável ingestão não adequada de tiamina, quadro clínico de
disartria, alterações visuais e auditivas, bem como ausência de proteinorraquia aumentada levantam a
hipótese de deficiência de tiamina. Esta tende a instalar-se entre 4-12 semanas após a cirurgia,
sobretudo em mulheres com história de vómitos. O reconhecimento desta patologia, suplementação
nutricional adequada e o tratamento precoce são fundamentais para a resolução clínica sem sequelas.
Palavras-chave: síndrome de Guillain-Barré, polineuropatia, cirurgia bariátrica
C71
Glucagonoma after gastric bypass surgery
Marta Guimarães, Pedro Rodrigues, Sofia Pereira, Madalena Costa, Mário Nora, Gil Gonçalves,
Mariana Monteiro
Dept of General Surgery, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira
Dept of Anatomy, Multidisciplinary Unit for Biomedical Research (UMIB), ICBAS, University of Porto
Dept of Anatomy, Multidisciplinary Unit for Biomedical Research (UMIB), ICBAS, University of Porto
[email protected]
Glucagonomas are rare glucagon secreting pancreatic neuroendocrine tumors that can be associated
with glucagonoma syndrome. Case presentation: Two years after gastric bypass surgery for obesity
and type 2 diabetes treatment, a 54 year old female patient, developed postprandial hypoglycemia
episodes, which led to the finding of a 1.8 cm solid mass on the pancreatic head. The 72h fasting test
and plasma chromogranin A levels were normal; however, there was a single focus of abnormal
radiotracer uptake within the topography of the nodule in octreotide scintigraphy. There was no
glucagonoma syndrome and measurement of serum glucagon was not performed. After surgical
enucleation for suspected pancreatic neuroendocrine tumor, histopathology revealed a welldifferentiated low-grade neuroendocrine carcinoma with positive chromogranin A and glucagon
immunostaining. Conclusion: This is the first report of a glucagonoma after bypass surgery.
Glucagonoma are rare tumors and not always associated with glucagonoma syndrome. Routine
measurement of serum glucagon and glucagon immunostaining of the tumor could probably result in a
better assessment of the prevalence and natural history of glucagonomas among pancreatic
neuroendocrine tumors, as well as their incidence after bariatric surgery.
Palavras-chave: Diabetes, gastric bypass, glucagonoma, neuroendocrine tumor, obesity
C72
Polineuropatia após cirurgia bariátrica – apresentação de caso clínico
Joana Oliveira, Paula Freitas, Goretti Nadais, Joana Meireles, Flora Correia, AMTCO, Davide Carvalho
Centro Hospitalar de São João
[email protected]
Introdução: O aumento do recurso à cirurgia bariátrica como tratamento da obesidade tem-se
associado a um incremento das complicações pós-operatórias. As alterações neurológicas por
deficiências nutricionais pós-cirurgia bariátrica são pouco comuns com uma incidência de cerca de
4,6%, podendo resultar em graves consequências. Caso clínico: Doente de 30 anos, referenciada em
2010 a consulta de AMTCO do Centro Hospitalar de São João. Obesidade grau 3 (IMC de 50,6kg/m2),
submetida a bypass gástrico em Agosto/2011 sem intercorrências. 2 meses depois apresentou quadro
de vómitos incoercíveis que motivou internamento. Após a alta referiu défice motor dos membros
inferiores (MI) e posterior atingimento dos membros superiores, com incapacidade funcional
significativa. Referiu ainda diminuição da sensibilidade nos quatro membros. Ao exame neurológico
apresentava: tetraparesia de predomínio distal e dos MI, hipostesia em luva e peúga e ROTs abolidos,
com incapacidade de marcha autónoma. Admitida no Serviço de Neurologia por quadro compatível
com polineuropatia para investigação etiológica. Estudos de condução nervosa revelaram
polineuropatia sensitivo-motora axonal grave. Biópsia do nervo sural mostrou total ausência de fibras
mielinizadas. Do estudo analítico salienta-se: ácido fólico 1,9mg/dL (2,2-17,5) e vitamina D 9ng/mL
(N>30). Hemograma, cinética de ferro, vitamina B12, vitamina E e cobre normais. Restante estudo sem
alterações. A doente iniciou suplementação vitamínica (tiamina, ácido fólico e vitamina D),
apresentando recuperação progressiva dos défices. Actualmente apresenta marcha autónoma com
discreto défice motor na dorsiflexão do pé esquerdo e flexão do punho direito. Assumida
polineuropatia sensitivo-motora de etiologia carencial por défice vitamínico. Conclusão: Os défices
vitamínicos pós-cirurgia bariátrica podem cursar com polineuropatia grave, nem sempre totalmente
reversível. No que diz respeito à tiamina, devido à baixa reserva no organismo, a sua carência pode
desenvolver-se logo nos primeiros meses de pós-operatório. O presente caso pretende enfatizar a
necessidade de reconhecimento precoce de sinais e sintomas e a importância da suplementação
imediata.
Palavras-chave: Polineuropatia, cirurgia bariátrica, défice vitamínicos
TRATAMENTO – NOVAS OPÇÕES?_______________________________________________
C73
Body weight is decreased after vagotomy independently of gastro-intestinal hormones
Tiago Morais, MSc1, Sofia Pereira, MSc1, Angela Moreira, MSc1, Madalena Costa, BSc1, Duarte
Monteiro1 and Mariana P Monteiro, MD, PhD1
1
UMIB, Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar - UP, Porto, Portugal
Introduction: The vagus nerve is the major neuroanatomical link between the gastrointestinal tract
and the brain, but the mechanisms leading to decreased food intake and body weight after vagotomy
are still ill understood. The aim of this study was to evaluate the role of gastro-intestinal hormones and
energy expenditure in phenotype of vagotomized rats. Methods: Adult male Wistar rats were
submitted to sub diaphragmatic truncal vagotomy with piloroplasty (VAG), sham surgery (SHAM) fed
ad libitum or sham surgery pair fed to the vagotomy group (SHAM-PF). Successfulness of the
procedure was assessed with the feeding response to acute administration of CCK-8. Body weight and
food intake were daily monitored, basal metabolic rate was measured by indirect calorimetry and
spontaneous locomotor activity was recorded. Rats were sacrificed 30 days post-surgery when the
stomach, white (WAT) and brown adipose tissue (BAT) were weighed. Plasma levels of glucose,
insulin, ghrelin, GLP-1 and leptin were also measured. Samples from subcutaneous and visceral WAT
were placed for 24 hours in culture medium and their secretome was collected. Results: Food intake,
body weight and the percentage of WAT and BAT were significantly lower in vagotomized rats, with no
difference in basal energy expenditure or locomotor activity. Vagotomized animals also presented
significantly lower fasting blood glucose and insulin. Pair feeding of sham operated rats resulted in a
phenotype similar to the observed in vagotomized rat, with the exception of the stomach size that was
significantly higher. Plasma leptin levels were significantly lower in the VAG and SHAM-PF. Conclusion:
Truncal vagotomy decreases body weight and body fat content, although pair feeding is able to
reproduce most of the phenotypical modifications. These results suggest that changes in gastrointestinal motility might have a major role in short term regulation of food intake, since stomach size is
the sole characteristic that distinguishes VAG from Sham-PF.( Project grant co financed by the FCT
programs COMPETE and FEDER, PTDC/SAU-NMC/115700/2009)
C75
Associação da inadequação de vitamina D com sindrome metabólica em obesos classe III
Adryana Cordeiro, Eliana Milagres, Suzana Machado, Sílvia Pereira, Carlos Saboya, Andréa Ramalho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
[email protected]
Introdução: A obesidade, representada principalmente pela obesidade abdominal e a resistência à
insulina (RI) estão presentes na maioria dos indivíduos diagnosticados com Sindrome Metabólica (SM).
Avanços nas pesquisas demonstram que a vitamina D tem papel na prevenção de algumas doenças
crônicas e a deficiência dessa vitamina é atualmente considerada um fator de risco para a SM e
obesidade. Os estudos têm demonstrado correlações inversas entre as concentrações séricas de
vitamina D e o risco de SM. Metodologia: Estudo descritivo do tipo transversal realizado pelo Núcleo
de Pesquisa em Micronutrientes/UFRJ, com indivíduos obesos classe III, com idade entre 26 e 59 anos,
oriundos de uma clínica especializada no controle da obesidade. Obteve-se aferição da pressão arterial
e dados de peso, estatura, Indice de Massa Corporal (IMC), circunferência abdominal (CA), glicemia,
HDLc, triglicerídeos e vitamina D. O ponto de corte adotado para deficiência de vitamina D (25(OH)D)
foi ≤ 20 ng/ml, segundo Holick 2011. O diagnóstico da SM foi realizado segundo o critério do National
Cholesterol Education Program/Adult Treatment Panel III (NCEP/ATP III). Resultados: Dos 50
indivíduos, 86% eram mulheres e a média de IMC foi de 44,1±3,8 anos. A distribuição da amostra
segundo as concentrações séricas de 25(OH)D mostrou que 90% apresentavam inadequação dessa
vitamina. A totalidade da amostra apresentou CA acima do ponto de corte preconizado como um dos
critérios de diagnóstico de SM, e foi apresentada uma correlação negativa significativa entre CA e
concentração sérica de vitamina D (r=-0,320/p=0,023). O diagnóstico de SM foi confirmado em 56% da
amostra, e constatada diferença estatisticamente significativa nas concentrações séricas de 25(OH)D
(p<0,001). Dentre os obesos com SM, 34% (n=17) apresentavam RI. Conclusão: Foi observada uma alta
prevalência de reduzidas concentrações séricas de vitamina D (25(OH)D) nos indivíduos estudados,
associada ao diagnóstico de SM e valores de IMC mais elevados.
Palavras-chave: Obesidade Sindrome Metabólica Vitamina D Resistência Insulina
C76
A prevalência de Hipovitaminose D em doentes de uma consulta de multidisciplinar de obesidade
Bello Carlos1, Duarte Joao S1 , Oliveira Manuela M1, Limbert Clotilde G1, Fonseca1Ricardo, Roque1
Catarina, Ferreira Rute1, Moniz Catarina1, Azinheira Jorge2, Azinheira Jorge2, Cardoso Jose G3,
Nascimento Carlos3
1 - Serviço de Endocrinologia HEM
2 - Serviço de Patologia Clinica HEM
3 - Serviço de S. Cirurgia 2 HEM
[email protected]
Introdução: A hipovitaminose D (hipoD) vem sendo crescentemente identificada como uma carência
vitamínica frequente nos países desenvolvidos, Embora a dimensão do problema suscite interrogações
e controvérsia, é habitualmente atribuída não apenas a erros nutricionais, mas também à escassa
exposição actínica e ao envelhecimento populacional. A deficiência de vitaminas é igualmente uma
complicação bem reconhecida quer da obesidade quer da cirurgia bariátrica
Objetivo: Determinar a prevalência de hipoD em doentes numa consulta de obesidade e identificar
possíveis variáveis associadas.
Método: Estudo transversal e observacional onde foram incluídos todas as determinações da vitamina
D realizadas aos doentes da consulta multidisciplinar de obesidade no período de Março de 2012 a
Março de 2014. Os doentes foram estratificados em 4 grupos - 3 de acordo com a tipologia da cirurgia
bariátrica: sleeve, bypass gástrico e banda gástrica - e um pré-cirúrgico, em fase de avaliação e
seguimento. Em todos, foram apuradas as determinações plasmáticas efetuadas de [25hidroxivitamina D, 25(OH)D] e de cálcio, bem como registadas variáveis demográficas e os fatores
potencialmente relevantes para o metabolismo da Vit D. Foram utilizados métodos descritivos e o
teste não paramétrico de Kruskal-Walis.
Resultados: Foram encontrados 96 doentes obesos (IMC>30kg/m2), 74 do sexo feminino, dos quais
80,2% apresentavam valores de Vitamina D inferiores ao geralmente recomendado (30ng/ml), Em 15
doentes em que a PTHi foi determinada, a mediana estava no limite superior da normalidade, sendo as
calcemias normais . As medianas da Idade (anos) foram respetivamente de 47.5 nos obesos em fase de
avaliação (n=51); 57.7 nos que realizaram Sleeve gástrico (n=22), 47.7 nos que realizaram bypass
gástrico (n=16); 43.0 nos que colocaram banda gástrica(n=7) p=ns. As medianas da VitD3 -25OH foram
respetivamente de 24.4;22.0;21.4;18.6; (ng/ml) p=ns. As medianas do Cálcio foram respetivamente de
9.5;9.6;9.3;9.6 (mg/dl) P=ns.
Conclusão: A elevada prevalência de hipoD nos doentes obesos, mesmo nos que ainda não foram
submetidos a cirurgia bariátrica, mostra que deve ser sistematicamente rastreada e que o tratamento
profilático desta hipovitaminose se justifica e deve ser conduzido de um modo efetivo pelo
conhecimento das múltiplas consequências clínicas que esta acarreta. Estes resultados estão bem
acima das prevalências encontradas em muitos estudos.
Palavras-chave: Hipovitaminose D; cirurgia; obesidade

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