rca – 12 – a importância do treinamento de pessoal - FCAP
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v.12, Ago. – Dez. 2015 ISSN 1982 – 2065 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO DE PESSOAL PARA A MELHORIA DA ORGANIZAÇÃO NO SETOR BANCÁRIO Marco Antonio Themoteo de França1 Ana Maria Sotero Pereira2 RESUMO Neste artigo enfatiza-se a importância do treinamento para o desenvolvimento das pessoas e para a sobrevivência das organizações no setor bancário, demonstrando que a opção de investir no “treinamento e desenvolvimento”(T&D), como instrumento de capacitação e de alinhamento aos propósitos da organização é uma decisão assertiva, que tem levado efetivamente ao cumprimento de metas conjugadas da empresa tais como: desenvolver os colaboradores para realizar com mais qualidade sua atividade, melhorar o clima organizacional e, aperfeiçoar a produtividade. O objeto empírico da pesquisa é um banco da cidade de Recife, onde foram aplicados questionários dirigidos aos funcionários de todos os setores. Visando uma análise teórica comparativa e um melhor embasamento das questões exploradas junto aos funcionários, foi realizada ampla pesquisa bibliográfica em livros, dicionários, publicações em revistas, sites eletrônicos de buscas, e consultas em bibliotecas. Os dados coletados junto aos trabalhadores bancários evidenciam o entendimento de que instrumentos de T&D, quando implantados de forma criteriosa e estratégica (com o controle e acompanhamento sendo executados pelas pessoas de modo dinâmico e interativo), tornamse um diferencial competitivo da organização. Tanto é verdade que, a organização investigada, onde todos os colaboradores responderam ter participado de processos de T& D, é a adquirente de maior lucro líquido no Brasil, além de ser reconhecida publicamente pelo seu comportamento ético. PALAVRAS-CHAVE: Capacitação. Qualidade. Produtividade. ABSTRACT This paper emphasizes the importance of training for the development of people and for the survival of organizations in banking, demonstrating that the option to invest in "training" and "development" (T & D), as training tools linked to the alignment of the purposes of the organization is an assertive decision that has effectively drived to the organization goals such as: developing employees to achieve higher quality in their activity, improve the organizational climate and improve productivity. The empirical object of the research is a bank in the city of Recife, where questionnaires to employees of all sectors were applied. Aiming a comparative theoretical analysis and a better foundation of the issues explored with employees, extensive literature survey was conducted in books, dictionaries, publications in journals, electronic search sites, and consultations in libraries. The data collected from the bank employees show the understanding that T & D instruments, when implemented judiciously and strategically (with the control and monitoring being performed by people of dynamic and interactive mode), become a competitive advantage of the organization. So much that, the organization investigated where all employees reported having participated in T& D processes, is the largest purchaser of net income in Brazil, as well as being publicly recognized for its ethical behavior. KEYWORDS: Training. Quality. Productivity 1 Especialista em MBA em Gestão de Serviços pela FCAP-UPE ([email protected]) Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco, investigadora colaboradora da Universidade do Porto - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Portugal, professora assistente da Universidade de Pernambuco, Campus Mata Norte – UPE, Recife -PE 2 1 INTRODUÇÃO Novos argumentos produtivos e inusitadas demandas trazidas pela modernização forçam as empresas a se adaptarem. Escolhem, para tal, diferentes caminhos, mecanismos e ferramentas, num esforço visando a eficácia na utilização dos recursos produtivos, ao mesmo tempo em que buscam a melhor adequação das pessoas ao local de trabalho. O único recurso de uma organização capaz de autodirecionamento e autodesenvolvimento, são “as pessoas”. Estas são, sem dúvida, o principal recurso da organização moderna, dotado do mais alto potencial para o crescimento e a transformação. Como resposta, todos os setores produtivos precisam estar melhor estruturados para maximizar resultados frente a esse novo quadro econômico social, e o capital humano das organizações (formado por pessoas, que vão desde o mais simples funcionário ao mais alto executivo da empresa) passou a ser visto como algo vital para o sucesso de uma empresa, tornando-se o diferencial competitivo das organizações bem sucedidas. Para o sucesso, as organizações necessitam de pessoas com vivacidade, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos, pois são os indivíduos, enfim, que fazem a teoria se tornar efetivamente em prática. Tornase imperioso e aparente, em contextos organizacionais constituídos por tais demandas, que o “treinamento e o desenvolvimento das pessoas”, se constitua como estratégia. Os exemplos clássicos de gestão, estabelecidos com embasamento nas particularidades da sociedade industrial, congregavam uma visão restrita sobre o papel do ser humano nas organizações. Como consequência, as atuações relativas à aplicação do pleno potencial dos trabalhadores eram administradas de maneira limitada. A atual ambiência de negócios requer a superação dessas limitações. Na sociedade da informação, faz-se indispensável criar condições mais favoráveis para tirar o melhor proveito na utilização do potencial criativo e inovador de todos os trabalhadores, e isso efetivamente se alcança com ações que promovam o pleno desenvolvimento das pessoas. Analisando o panorama atual das empresas, seus desafios e o de seus funcionários, no que se refere ao desempenho de suas competências, enfatiza-se a importância que se deve dar ao treinamento para o desenvolvimento das pessoas e, Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 por conseguinte, para o sucesso no propósito da organização. Ou seja: vantagens competitivas e uma fundamental participação no atingimento do sucesso pessoal de todo colaborador da empresa, estão imbricadas. O recorte que se expõe aqui é a importância do treinamento de pessoal para a sobrevivência da organização no setor bancário, que tem se mostrado como importante opção estratégica na área de gestão de pessoas, contribuindo para enfrentar o desafio cotidiano dentro das empresas. Treinamento é um processo educacional para determinar crescimento e transformações de comportamento. Uma grande maioria dos programas tem por escopo mudar atitudes reativas e conservadoras das pessoas para atitudes proativas e inovadoras. A partir deste cenário introdutório ao tema, veremos, na sequência, os desafios da gestão na organização bancária, e os motivos de se optar pelas pessoas como diferencial competitivo. Apresentamos a metodologia, sua análise e discussão, pesquisa bibliográfica, encerrando com algumas considerações finais. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 2 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES As organizações estão demonstrando o treinamento e o desenvolvimento como ferramenta de habilitação indispensável e necessária no intuito de desenvolver os colaboradores para executar sua atividade com qualidade, aprimorando a produtividade. Logo se faz necessário ressaltar o modo como a aceitação dessa nova possibilidade colabora para o reposicionamento estratégico do treinamento de pessoas, assim como os momentos determinados nas principais atividades e desenvolvimento de pessoal. Pois no panorama contemporâneo, em que modernos atributos profissionais auferem elevada importância, direcionando a um efetivo alinhamento de pessoal, o gerenciamento dos talentos de uma organização é, hoje, um grande desafio. Embasando-se na história da evolução do homem, novas necessidades e recursos surgem para a sociedade, tornando-se indispensáveis e essenciais, alterações nas relações de trabalho. Os impactos do treinamento e do desenvolvimento são fundamentais tanto para indivíduo quanto para as organizações, garantindo a produtividade e competitividade, tornam-se desafiadoras quando se considera o complexo processo no mundo do trabalho, onde as mudanças colocam novos desafios para o desenvolvimento das pessoas. As organizações que têm o seus colaboradores devidamente alinhados com seus propósitos, tendem a melhorar constantemente seus processos, produtos e serviços, contribuindo para um clima participativo, onde cada indivíduo percebe que tem a capacidade e a responsabilidade de mudar pra melhor. Do mesmo modo, têm a certeza de que o contrário é nocivo para o desempenho da organização, comprometendo o índice de eficiência, e a qualidade dos processos, produtos e serviços, pelo simples fato, que nestas empresas bancárias, não existem excedente de mão de obra, cada um possui papel vital no desempenho da empresa. Chiavenato (1998, p. 174) diz que: Há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Apesar dos métodos serem parecidos, a sua perspectiva de tempo é diferente. Enquanto o treinamento está focado para o cargo atual, buscando melhorar as capacidades exigidas para o desempenho imediato do cargo, o desenvolvimento de pessoas objetiva os cargos a serem ocupados futuramente e as novas habilidades que serão requeridas. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 Nesta passagem, Chiavenato deixa claro a diferença entre treinamento e desenvolvimento, sendo o primeiro focados no alinhamento, preparação do cargo que ocupa, a forma de conduzir suas atividades no dia-a-dia, e o esclarecimento das responsabilidades, pessoais e departamentais, e o segundo na melhoria do patamar do capital intelectual da organização, preparando pessoas para assumirem mais desafios hierárquicos ou não. Portanto, nas grandes organizações, o treinamento não é apenas custos, mas com certeza um valioso investimento, na organização e nas pessoas que nela trabalham,. Por conta disso, treinar e desenvolver pessoas vêm sendo cada vez mais essenciais para as organizações, mediante as profundas transformações tecnológicas, políticas e sociais que distinguem o cenário internacional. De acordo com Chiavenato (1998, p. 295): Treinamento é o processo de desenvolver qualidades nos recursos humanos para habilitá-los a serrem mais produtivos e contribuir melhor para ao alcance dos objetivos organizacionais. O proposito do treinamento é aumentar a produtividade dos indivíduos em seus cargos, influenciando seus comportamentos. E, complementa o autor: Treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizado, através do qual as pessoas aprendem conhecimento, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. É o processo de ensinar aos novos empregados as habilidades básicas que eles necessitam para desempenhar seus cargos. (CHIAVENATO, 1998, p. 295). Tais complementos corroboram a visão de que, através do treinamento, o indivíduo pode absorver informações, instruir-se para habilidades, aumentar atitudes e comportamentos distintos e ampliar conceitos contemplativos. Igualmente, atingese que transversalmente ao treinamento, os resultados serão aceitáveis tanto para os indivíduos como para as organizações. Carvalho (1993, p. 196) assegura que os principais objetivos do treinamento são: Preparar os colaboradores para a execução imediata das inúmeras tarefas características da organização por meio da transmissão de informações e do desenvolvimento de habilidades; dar oportunidades para o contínuo desenvolvimento pessoal, não somente em seus cargos atuais, como também para as outras funções para as quais o indivíduo pode ser considerado; mudar as atitudes dos indivíduos, com Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 o objetivo de criar um clima satisfatório entre os empregados, aumentando a motivação dos mesmos e tornando-os mais receptíveis à supervisão e gerência. Carvalho amplia a visão de Chiavenato pois fundamenta que a preparação imediata das inúmeras tarefas deve ser feita através da transmissão de informações e do desenvolvimento de suas habilidades, logo entende-se que está fundamentado em determinadas perguntas como o porquê, quem e como treinar. Para tal, a princípio, é imperativo um diagnóstico das necessidades do treinamento que pode ser feito iniciando-se da análise organizacional, das tarefas a serem destacadas, da perspectiva individual e coletiva, não sendo uma forma fixa, e imutável, mas sim um processo revisitado constantemente, alinhado sempre com os atuais objetivos e necessidades do departamento, setor, ou da empresa. Segundo Milkovich (2000, p. 79), o cumprimento desse treinamento deve considerar diversos tipos de treinamento: De integração (objetiva adaptar as pessoas à organização); técnicooperacional (busca a capacitação do indivíduo para o desempenho das tarefas específicas a serem realizadas); gerencial (procura desenvolver a competência técnica, administrativa e comportamental); comportamental (tem como intuito solucionar os problemas das interrelações no contexto do trabalho). Figura 1 – Tipos De Treinamento Integração Técnico-Operaciona Comportamental Gerencial Fonte: Milkovich (2000, p. 79) Fica completamente claro que há muitas formas de se determinar quais habilidades devem ser enfocadas quando se define um treinamento. Logo é Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 importante ponderar e escolher o procedimento, podendo ser: o processo de produção dentro de uma empresa, focando tópicos como produtos rejeitados, barreiras, problemas de relacionamentos interpessoais, processos ineficientes ou defeituosos, custos elevados dentre outros. Deste modo, quando implantado de maneira correta, o treinamento proporciona grandes vantagens estruturais, tais qual a probabilidade de análise das necessidades de toda empresa, a fixação das prioridades de cada setor, a caracterização dos diversos tipos de desenvolvimento de pessoas que podem ser sobrepostos, a elaboração de planos de capacitação de profissionais de curto, médio e longo prazo, sendo imprescindível nas organizações o treinamento de pessoal, valorizando-os e capacitando-os para um desenvolvimento perfeito dos empresários que controlam as empresas. O foco, para fins deste artigo, é na abordagem e discussão dos benefícios advindos do treinamento correto de pessoal e debate referente ao confronto das concepções de treinamento e explanar a respeito de treinamento que de uma maneira geral é a aquisição sistemática de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultam no desempenho melhorado no ambiente laboral, compreendendo a importância do treinamento de pessoal para a melhoria geral da organização bancária. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 3 OS DESAFIOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL NO SETOR BANCÁRIO, A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DO DESENVOLVIMENTO Com a evidente vinculação de sistemas e programas específicos para a realização do trabalho e suas referentes repercussões voltadas para o trabalho humano, as organizações são obrigadas a criar programas de treinamento e desenvolvimento, estabelecido para atualizar os funcionários na nova realidade, Martocchio e Baldwin, 1997 apud Muchinsky (2004, p.173) divulga essa perspectiva nitidamente “em uma era de inovação tecnológica em que robôs, telecomunicações, inteligência artificial, software e laser realizam tarefas rotineiras, as habilidades do trabalhador logo se tornam obsoletas”, em outras palavras, Os cargos de hoje requerem novas e diferentes habilidades em todos os níveis da organização. Os funcionários precisam aumentar suas capacidades para realizar seu trabalho de maneira satisfatória, e o treinamento e os desenvolvimentos auxiliam e oferecem oportunidade para que as pessoas entrem no mercado de trabalho e permaneçam empregadas com os requisitos necessários para desempenhar novas funções. (Baldwin, apud Muchinsky, p. 173). Com base nesta visão as organizações estão aplicando constantes e evolutivos esforços em todas suas áreas para que o trabalho fique mais eficiente e aperfeiçoado à qualidade dos bens e serviços, onde os procedimentos de trabalho necessitam de melhoria contínua no desenvolvimento das atividades, fazendo mais, em menos tempo e reduzindo os gasto para as organizações. Embasado nisso o treinamento e o desenvolvimento propende melhorar o relacionamento entre o que o cargo exige e os atributos do ser humano, e direcionando para os futuros movimentos do mercado inovador. De acordo com Boog (2006, p. 49): “além de gostar do treinamento, os participantes aplicam em seu trabalho o que aprenderam no treinamento, e os resultados são visíveis”, vejamos aqui que a conclusão de Boog, esclarece em definitivo a importância do treinamento, pois melhora o clima organizacional, tem efeito motivador, o aprendizado é aplicado, “... e os resultados são visíveis”. Acontece que o treinamento e o desenvolvimento não são levados tão a sério pelas organizações, visto por muitas ainda como custos, no lugar de investimento que pode convir como alternativa para que empresas cresçam em maior velocidade, superem o momento injurioso, ou impeça que decretem falência. Contrariamente as Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 organizações não devem preocupar em diminuir seu quadro de funcionários em tempos difíceis, mas sim melhorar todo o seu capital intelectual por meio de cursos e alinhamento de ações, cultura organizacional e propósitos. Contudo não faço apologia ao protecionismo dos cargos em demasia, mas que as reduções de quadro sejam feitas com a certeza de não haver mercado suficiente para atuar com a política definida, e não pela incapacidade de atuação de seus colaboradores no mercado competitivo. A opção da redução de quadro acarreta grandes gastos para as empresas e não tem resposta alguma, mas levando-se em conta que os funcionários treinados conseguirão lidar melhor com ambientes críticos, compreender as exigências dos clientes, criar um ambiente de melhoria contínua, melhorar o índice de eficiência, dessa maneira torna-se nítido que crer na criatividade e a adequabilidade é uma percepção inteligente, e o treinamento e desenvolvimento colaborem para obtenção destes bons resultados. Os gestores devem constatar qual área se quer desenvolver nos colaboradores, e direcionar o conteúdo para estruturar o conhecimento, habilidades e atitudes. Agora Chiavenato (2004, p.428) defende claramente a importância do T & D (Treinamento e desenvolvimento) nos diversos momentos das organizações: Os programas de T & D estão adquirindo enorme importância seja para alterações organizacionais ou mudanças culturais, seja para a criação e implementação de novas estratégias empresariais, seja para novos posicionamentos da empresa em relação ao mercado ou serviços etc., como meios de preparar e aglutinar a força de trabalho frente a novos rumos ou situações. Nesta perspectiva o treinamento e o desenvolvimento são analisados como um modo de desenvolvimento de competências nos funcionários e que tem por escopo aumentar e estimular a capacidade produtiva, criativa e inovadora, alinhados com os objetivos e propósitos da organização. Por meio disso o funcionário compreende melhor os conhecimentos referentes ao cargo que ocupa, aprende ou desenvolve habilidades, adota novas atitudes e comportamento, enfim, adquire novos conceitos. Com isso os resultados aguardados serão melhores que aceitáveis para o indivíduo e para organização. A maioria das empresas usam os programas com a finalidade de modificar o comportamento do funcionário pelo fato de que muitos têm vícios de comportamento Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 procedentes de empresas anteriores ou até atitudes conservadora demais, assim sendo o programa dirige-se a criar atitudes proativas e inovadoras para deste modo fornecer a equipe de trabalho e até mesmo novas criações, criando pessoas proativas, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos mensurados, com grande valor para a organização, além de estabelecer um ambiente participativo. Um ambiente de boa relação entre os empregados da empresa acresce a motivação e o clima organizacional, e os deixam mais participativos à supervisão e a gerência. Com o treinamento os colaboradores são amoldados para o conhecimento e realização de mais de uma tarefa, fazendo uso da comunicação interna e todos os elementos de informação para realização do trabalho, deste modo colaborando para o seu próprio desenvolvimento contínuo não atrelado a apenas uma função, mas também, enriquecendo suas habilidades. É fundamental a eficiência de todos os componentes do sistema, que as ações de T & D sejam rigorosamente relacionadas com os modelos teóricos de comportamento organizacional, utilizando princípios e técnicas advindos desse campo de conhecimento. (BORGESANDRADE, ABBAD E MOURAO, 2006, p.172). Entende-se que as ações de T & D (treinamento e desenvolvimento) exerce influência no comportamento humano no trabalho e que igualmente estão subjugadas às noções do comportamento organizacional, onde a necessidade de concretizar referidas ações. Deste modo o comportamento organizacional complementa essas intervenções no ambiente de trabalho. Com o profissional mais caracterizado, as organizações só têm a lucrar, porquanto em decorrência do treinamento espera-se maior produtividade e aumento dos resultados da organização. As pessoas são os fundamentais responsáveis pelo sucesso da empresa e para tanto é imprescindível que estejam dispostos a enfrentar desafios e tomar decisões coerentes com a situação. Desse modo, investir em treinamento é uma ferramenta de estratégia organizacional. Os funcionários estão acolhendo mais os treinamentos proporcionados pelas organizações e comprovando o duplo benefício: melhora o desempenho no cargo em que operam, tornando essas organizações mais qualificadas para o mercado. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 Para Robbins (2005, p.416) “o treinamento, portanto, é um meio de influenciar positivamente a alta eficácia, por fazer com que os funcionários se tornem mais dispostos a enfrentar as tarefas e a se esforçarem mais no trabalho”. As organizações não estão mais analisando as pessoas como apenas funcionários mas como parceiros, que aprimoram o comportamento da organização e ajudam no seu crescimento. Em razão disso as organizações estão progressivamente apostando em seu capital intelectual, qualificando-o para que obtenham resultados positivos na sua área de atuação. O treinamento principia desde a aprovação da pessoa na empresa, por meio da integração: uma maneira de elucidar como é o funcionamento da empresa, sua visão e valores institucionais. A integração proporciona a imersão do indivíduo na cultura da empresa, além de abrir caminho para a etapa seguinte, que é a efetivação: sua nova empreitada envolvendo conscientização quanto a responsabilidade que irá tomar. Além disso o treinamento deve ser contínuo, visando a estabilidade da pessoa na empresa - que ela realize bem seu trabalho, progredindo sempre. As organizações precisam focar no treinamento como um modo de acolher a todos, para que as pessoas ampliem a visão sistêmica da organização. Toda atividade que promova a melhoria do desempenho da pessoa no cargo é tida como treinamento. E muitas vezes é a única saída para empresas que estão vivenciando dificuldades e arriscadas a deixar de existir. Nesses casos, o desempenho das pessoas cumpre um papel muito importante, seja na comunicação empresarial, seja na execução das tarefas, ou ainda, na criação e implementação de novas ações como é o caso do encargo de vender os serviços. Em suma, as organizações dependem de pessoas para viver, sem pessoas não há produção e nem lucros, e quando insatisfeitas, comprometem a execução, a criação, a implementação, as vendas, e a qualidade. Rosenberg discuti o papel do treinamento declarando que ele é usado quando é necessário formatar a aprendizagem numa direção específica para apoiar os indivíduos na aquisição de uma nova habilidade, utilizar um novo conhecimento de uma determinada maneira ou em um determinado nível de proficiência e, algumas vezes, dentro de um específico período de tempo. (ROSENBERG, 2001 apud BORGES-ANDRADE, ABBAD E MOURAO, 2006, p.141). As pessoas são treinadas para que saibam que saberão usar contemporâneas habilidades de modo apropriado, em circunstâncias que necessitarão tomar decisões. Não podendo o treinamento ficar limitado somente a cursos oferecidos em sala de Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 aula, pois demanda contato direto da pessoa com o que vai ser estudado. É imprescindível destacar que os gestores devem ser reservados quanto a quem vai ganhar treinamento, pois muitas vezes não é isso o que a pessoa necessita. Algumas empresas misturam treinamento com desenvolvimento, sendo que eles têm definições distintas. Embora utilizem técnicas em comum, seus desígnios são bem diferenciados. O desenvolvimento busca o aperfeiçoamento do funcionário para que esse venha a ocupar um novo cargo e como consequência, novas capacidades são aprendidas, já “... o desenvolvimento de pessoal representa um conjunto de atividades e processos cujo objetivo é explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva do ser humano nas organizações”. (TACHIZAWA, FERREIRA E FORTUNA 2006, p.219), ou seja, visam preparar a pessoa para arquitetar novas habilidades, competências, e atitudes, que ampliam as possibilidades de crescimento pessoal na organização. Os colaboradores estão ajudando a organização no tocante ao aumento do conhecimento da empresa, preservando a estabilidade profissional de seus funcionários e, além disso, abrindo caminho para oportunidades de criação de cargos novos na organização, por isso as empresas estão explorando todas as maneiras de desenvolvimento desse profissional. Enfatize-se que os cursos instituídos não devem ser direcionados apenas para cargos gerenciais, mas deve compreender todos eles, até os operacionais, como por exemplo, os destinados ao desenvolvimento de características de liderança e à compreensão dos valores da organização. Finalmente, as organizações devem ter a noção em quem “investir” no desenvolvimento pessoal, avaliando que o processo pode ser de médio e longo prazo, pensando inclusive, em pessoas que serão imprescindíveis futuramente. Conforme Milkovich e Boudreau, (2000) apud Araújo (2006, p.94) o desenvolvimento consente “aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização”. Assim sendo, o colaborador é estimado e tomado como parceiros da organização, com a possibilidade de crescer, não só no cargo em que está, mas tendo a probabilidade de se desenvolver em outro. O desenvolvimento dentro da organização irá servir como ferramenta de apoio Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 e incentivo para o autodesenvolvimento, pois muito depende do próprio colaborador, seu empenho e crescimento dentro da empresa. As organizações exercem influência na participação planejada dos colaboradores nos programas destinados a incitar à reflexão e o interesse sobre assuntos como inovações, tecnologia, economia e comunicação. Desse modo o profissional irá desenvolver uma noção mais expandida e moderna, estará disposto a lidar com os desafios do mercado. Para efetivamente ocorrer esse desenvolvimento é importante que os colaboradores e a organização tenham consciência de que a informação adquirida sirva para ajudar na execução dos alvos organizacionais, e para despertar potencialidades até um determinado grau aspirado. O desenvolvimento é “como um processo de aprendizagem mais geral, porque propicia o amadurecimento de indivíduos de forma mais ampla, não especifica para um posto de trabalho” (SALLORENZO, 2000 apud BORGES-ANDRADE, ABBAD E MOURAO 2006, p.142). Em outras palavras, o processo de desenvolvimento está focado nas pessoas e não nos processos, a aprendizagem tendeu a ser mais importante para o desenvolvimento profissional, porque da mesma maneira que o indivíduo pode instruir-se ele pode igualmente desaprender ou abandonar velhos modelos. O desenvolvimento do funcionário por vezes pode sair mais barato para a empresa do que a contratação de um novo. O funcionário, nesse caso, irá se sentir mais adequado e determinado para assumir responsabilidades mais difíceis. Os funcionários que têm maior potencial e que compartilham o programa de desenvolvimento tem a propensão de assumir os novos cargos e funções sem problemas e a probabilidade de erros nas ascensões é mínima, assim, a organização tem a capacidade de fazer uma elencagem do tipo de profissional que carecerá no futuro. Boog (2006, p.283) diz que o desenvolvimento “é o processo de crescimento integral da pessoa, a expansão de sua habilidade de utilizar totalmente as suas experiências para a solução ou resolução de novas e diferentes situações”. As organizações estão preocupadas em proteger o desenvolvimento das pessoas, pois distinguem seu valor como uma tática para aprimorar o desempenho organizacional. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 As organizações necessitam afiançar que a ajuda das pessoas no referente à experiência de trabalho, sua constituição e desenvolvimento, sejam apreendidos como úteis à produtividade e que as mesmas sejam recompensadas mediante o avanço inserido na organização, e que as mutações que acontecem no ambiente de trabalho não emanem atrapalhar o desempenho das pessoas. É imprescindível enfatizar que, para que o desenvolvimento aconteça, a organização deve ser fundamentada no alinhamento entre identidade da empresa e a das pessoas, de modo que a pessoa se identifique com os valores institucionais e admita a missão da empresa, julgando-a importante para a comunidade – deste modo a trajetória de crescimento será conforme as necessidades ambicionadas pela organização. Por meio dos conceitos citados nota-se que o treinamento e o desenvolvimento são direcionados à aprendizagem, com o intuito da promoção das mudanças no comportamento das pessoas e, ao mesmo tempo, favorecendo a organização. É verdade que o processo de aprendizagem não é mais um simples valor adjunto ao funcionário mas urge ser analisado como uma estratégia de desenvolvimento organizacional asseverando a sobrevivência da organização. Ponderando que a aprendizagem é enorme tanto para o funcionário quanto para organização, Borges-Andrade e Mourão ressaltam que “a aprendizagem é um processo que se realiza exclusivamente no nível dos indivíduos, sendo que seus efeitos podem se propagar pelos grupos, pelas equipes ou pela organização como um todo”. (BORGES-ANDRADE, ABBAD E MOURAO 2006, p. 116). A obtenção de informação dos indivíduos nas organizações pode incidir tanto em processos formais e informais, durante o desempenho do próprio trabalho, em contato com cliente, fornecedores e eventos em geral. Em termos gerais, o treinamento e o desenvolvimento impulsionam o funcionário a estudar novos conhecimentos, habilidades através de informações, a novas atitudes e ideias e a novos costumes de comportamento, enriquecendo sua personalidade e habilidade. É um jeito de formar e consolidar a base de conhecimento da empresa e deixá-la compreensível para todos os funcionários. A “era da informação” é um lema constante no mundo de hoje, onde a tecnologia está posta em relação direta com a globalização, (onde surgiram novas formas de comunicação) e com as organizações. Estas não têm outra saída senão se Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 adequarem à modernidade, optando pelo treinamento e desenvolvimento para que o funcionário permaneça capaz de empregar as novas técnicas e conceitos que estão em permanente mudança. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 4 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa bibliográfica para coleta de informações e análise comparativa. buscou-se elementos pertinentes ao assunto, em livros, dicionários, publicações em revistas, sites de buscas em sistemas eletrônicos, e consultas em bibliotecas. Como instrumento de coleta de dados, foi repassado um questionário para funcionários de um banco na cidade do Recife. Foram feitas 4 perguntas: Existe algum tipo de treinamento dentro da instituição bancária em que você trabalha? Você já participou de algum tipo de treinamento dentro da organização? Você acredita na importância do treinamento de pessoal para melhoria da organização no setor bancário? O que você entende referente à relação treinamento e desenvolvimento? Os dados coletados junto aos trabalhadores bancários evidenciam o entendimento de que a organização bancária aceita políticas e estratégias de gestão de pessoas e que estas estão conexas ao direcionamento estratégico e admitem papel decisivo para a previsibilidade dos resultados pretendidos. Também ficou evidenciado que, na organização, dentre os funcionários “respondentes da pesquisa” que fazem investimentos em T & D, e os colaboradores, percebem que isso é um diferencial para integrar-se melhor na sua labuta diária e sob o entendimento do propósito da empresa. Entendem que o desempenho das atividades e os resultados obtidos melhoraram após o participação em processos de T & D. Não se pode considerar coincidência o fato de que esta instituição bancária, onde todos os colaboradores pesquisados responderam ter participados de processos de T & D, seja a adquirente de maior lucro líquido no Brasil, com aumento constante deste indicador a cada ano, e melhoria contínua em seu índice de eficiência, “ie” (relação entre a representatividade das despesas sobre o lucro bruto, versos o lucro líquido). Além do fato dessa organização também ser reconhecida publicamente pelo seu comportamento ético. Portanto identificamos nesta pesquisa um belo exemplo de ações esperadas e cumpridas, onde os investimentos em T & D é um ótimo caminho para obtenção de resultados próximos e sustentáveis. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Mediante os conceitos assinalados apreende-se que o treinamento e o desenvolvimento são intencionados à aprendizagem, com o intuito de requerer mudanças no comportamento das pessoas e favorecendo a organização. Percebe-se que o processo de aprendizagem não é mais simplesmente um valor adjunto ao funcionário mais realmente é apontado como uma estratégia de desenvolvimento organizacional para a sobrevivência da organização. Analisando que a aprendizagem é imprescindível tanto para o funcionário quanto para organização, Borges-Andrade e Mourão acentuam que “a aprendizagem é um processo que se realiza exclusivamente no nível dos indivíduos, sendo que seus efeitos podem se propagar pelos grupos, pelas equipes ou pela organização como um todo”. (BORGES-ANDRADE, ABBAD E MOURAO 2006, p. 116). Neste âmbito, a obtenção de conhecimento dos indivíduos nas organizações pode acontecer tanto em processos formais como informais, em meio à execução do próprio trabalho, diretamente com clientes, fornecedores e eventos em geral. O treinamento e o desenvolvimento impulsionam o funcionário a instruírem-se em conhecimentos originais, em habilidades por meio de informações, em novas atitudes, ideias, e modernos hábitos de comportamento, desse modo aperfeiçoam know-how e enobrecem sua personalidade. É um maneira, por outro lado, de desenvolver e concretizar a base de informação da empresa e deixá-la aberta a todos os funcionários. Como já referido, o mundo moderno respira a era da informação, onde tecnologia e globalização vão a par com novas formas de comunicação, e as organizações não encontram outra saída senão amoldar-se à modernidade, optando pelo treinamento e desenvolvimento para que o funcionário permaneça capaz de empregar as novas técnicas e conceitos que estão em permanente mudança. De acordo com Araújo (2006, p.92) “o treinamento e o desenvolvimento enfatizam tanto a tarefa quanto a pessoa que executá-la, buscando um aprendizado ou aprimoramento como resultado final,” esse procedimento incide de forma gradual que é direcionado tanto para a pessoa ou equipe alcançando resultados finais extraordinários. A utilização do treinamento e desenvolvimento nas organizações tendeu a ser uma reflexo da necessidade. Hoje sua importância se amplia, daí ser imprescindível Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 aperfeiçoar tais técnicas junto a noção de mudança e inovação. Hoje essas práticas se colocam em novos patamares pois são simultaneamente sobrevivência e acontecimento, fundamentam-se na importância de se obter ganhos de produtividade e igualmente, de autocontentamento dos funcionários. Os gestores de RH precisam empregar o LNT (levantamento da necessidade de treinamento), a fim de identificar se há necessidade de treinamento para o cargo, considerando os aspectos do cargo e a performance do profissional em seu relacionamento com clientes e colegas de trabalho. E, além disso, se existe carencia por adaptação ou por aperfeiçoamento. Finalmente, o método de treinamento e desenvolvimento deve arrastar a alta cúpula da empresa, chefias e funcionários e com isso avalizando o sucesso do programa. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 6 TREINAMENTO COMO BASE DE ALINHAMENTO COMPORTAMENTAL E DE LINGUAGEM ORGANIZACIONAL PADRONIZADA Diante da globalização dos mercados e da produção, do incitamento da concorrência e das lutas de mercados, das apressadas modificações científicas, tecnológicas e sociais e do aparecimento da economia fundamentada no conhecimento, as organizações se deparam com o desafio constante de reaprender a aprender, ao tempo em que permanecem alinhadas com as estratégias organizacionais num ambiente totalmente competitivo. Essa transformação organizacional, de acordo com Mohrman e Mohrman (1995): ... pode ser concebida como um processo de aprendizagem. Portanto, o desafio de combinar eficiência e inovação exige das organizações um aprendizado ininterrupto. O aprendizado enquanto criação individual ou coletiva gera significado aproveitável. Nessa lógica, o aprendizado gera conhecimento, o qual serve para diminuir a incerteza. “O aprendizado e o conhecimento são, ambos, recursos estratégicos de primeira grandeza, cruciais para a vantagem competitiva”. De acordo com Richter (2002) a apreciação de gerenciamento do conhecimento foi tema de variadas altercações entre gerentes e executivos e, igualmente, entre responsáveis pela implantação da Gestão do Conhecimento em empresas europeias. Deste tema derivou entendimentos sobre processos que administram a criação, disseminação e emprego do conhecimento para abranger totalmente os objetivos da organização, como uma forma de alavancar a força organizacional, que se alimenta de informações contemporâneas sobre comportamento individual/grupal, frente as tecnologias de informação e os elementos estruturais da organização. Baseado nesta concepção de que o conhecimento da organização é produto das influências mútuas que incidem no ambiente e das inúmeras transformações no mundo dos negócios, surgem distintas abordagens que começam a explorar e abranger a relação entre organização, conhecimento e aprendizagem, na expectativa de se formular estratégias organizacionais aptas a determinar uma conveniência competitiva sustentável. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 7 AS PESSOAS COMO DIFERENCIAL NA QUALIDADE DO ATENDIMENTO NO SETOR BANCÁRIO As mudanças no mundo do trabalho, advindas, especialmente da reestruturação produtiva e das inovações tecnológicas, desafiam as organizações contemporâneas exigindo delas novas maneiras de gestão de pessoas. Apresentamse comprometidas com um conjunto de qualidades fundamentais: diferenciadas por uma gestão esquematizada, proativa, descentralizada, compartilhada, flexível e integrada. Norteada para resultados, e, principalmente, incentivadora da procura de novos conhecimentos, inovação e criatividade. Diante disso, tornam-se mais imprescindíveis certos padrões de referência típicos para as competências profissionais, onde num mundo cada vez mais competitivo, o diferencial está nas pessoas, são elas que aprendem e, em consequência são os próprios agentes do conhecimento. O setor bancário se compõe, conforme Morassutti e Grisci (2002): Num exemplo paradigmático no que diz respeito às transformações que sofre o mundo do trabalho e os modos de trabalhar. E a velocidade com que as novas tecnologias são introduzidas em todas as áreas do trabalho bancário exige que o trabalhador desenvolva flexibilidade para agregar novos conhecimentos e, principalmente, saiba aplicar esses conhecimentos em sua atividade profissional, transformando-os em melhores resultados organizacionais. O aprendizado permanente é uma exigência requerida neste contexto de mudanças organizacionais, impulsionando assim ações voltadas à educação corporativa continuada. A Educação Continuada Corporativa emerge na década de 80, como uma política e uma estratégia voltada à gestão e o desenvolvimento de aprendizagem corporativa, tendo em vista que na era da informação e do conhecimento, toda e qualquer organização passa a ser um espaço educacional, no qual o aprendizado se transformou em um compromisso para toda a vida (DELORS, 1999). As organizações estão cada vez mais investindo no setor de educação a fim de assegurar sua própria sobrevivência no futuro (DRUCKER, 1996). Meister (1999) define a educação corporativa enquanto estratégia competitiva face às mudanças no ambiente de negócios, buscando para isto o alinhamento dos programas e práticas educacionais com os resultados do negócio. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 Variadas empresas nacionais e internacionais estão contemporizando para a educação corporativa o sucesso de seus padrões empresariais de serviço, acessibilidade e tecnologia avançada. Essas convergências sinalizam para um novo e imprescindível caminho para a concepção de uma conveniência competitiva sustentável, que une empenho da organização com a educação e o desenvolvimento dos trabalhadores. Os resultados da educação continuada nas empresas são demorados, ao contrário do treinamento, que exige resultados pontuados e próximos. Já a educação seguida pensa em implicações que surgirão em longo prazo. A educação organizacional continuada dirige basicamente à competitividade, originando pessoas saudáveis e competentes. Diante do resultado da pesquisa fortaleço o posicionamento sobre a importância das organizações fazerem investimentos em T & D, haja vista o depoimento de funcionários que vivenciaram na prática este processo, e consideramse mais capazes, melhor preparados para colaborar e contribuir de forma ativa, para assumir riscos mensurados, tornarem-se mais eficientes para empresa, além de poderem assumir outras atividades e desafios. Some-se ainda ganhos como compreender os processos e ganhos de visão sobre atividades comuns as áreas, e melhor entendimento do mercado de atuação. Assim, o colaborador entende ter papel importante na organização, provocando melhoria ou geração da satisfação com a empresa e aumento do clima organizacional. Da mesma forma, analisando a organização pesquisada, onde labutam os colaboradores respondentes da pesquisa, e considerando que 100% deles haviam recebido ao menos treinamentos via web, quando não presencial, percebemos evidencias claras de bons resultados em várias frentes. Consideramos ser fundamental a capacitação dos colaboradores para os resultados dessa organização bancária, como por exemplo, o aumento constante do lucro líquido recorrente, a melhoria do índice de eficiência, o reconhecimento de seus clientes no sentido de considerar a organização ética e inovadora, por utilizar tecnologia de fácil utilização, além de simplificação de processos e principalmente obter um dos melhores ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) do mundo em empresas do segmento bancário. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 8 CONCLUSÃO A realização deste estudo confirma que as organizações, em suas práticas e processos relacionados à gestão do conhecimento e ao desenvolvimento das pessoas no espaço produtivo, vêm demonstrando uma tendência à migração de modelos de treinamento e desenvolvimento tradicional para os da educação corporativa, com isso, ganhando foco e força estratégica, evidenciando-se hoje como um dos pilares de uma gestão empresarial bem sucedida. O escopo da pesquisa teve por desígnio acender reflexões que induzam ao desenvolvimento de outros estudos catalogados às questões de aprendizagem organizacional, da gestão do conhecimento e da educação corporativa continuada, como forma de melhoria do desenvolvimento humano e a sobrevivência organizacional, numa situação de alta complexidade e competitividade. Mediante a constatação de que o treinamento pode ser um investimento que admite a aprendizagem, as organizações começam a investir em inovação na estrutura comportamental, onde as agilidades de seus componentes adotam uma dimensão em que autoriza a aprendizagem gradualmente no âmbito organizacional. Ante o atual panorama, percebe-se que muitos fatores devem ser analisados com rigor, quando o enfoque permanece no treinamento e no desenvolvimento, oferecendo-se mais atenção às necessidades de treinamento em afinidade com as estratégias da empresa, para que seja admissível conseguir as metas organizacionais. Importante estruturar a base com o alinhamento dos propósitos da organização, considerando-se o mercado inserido e suas tendências dentro do cenário econômico, pois ter colaboradores preparados para enfrentar dificuldades futuras, tratando na atualidade as soluções para os mercados projetados, produzemse mais acertos, mais eficiência, menos estresse, menos surpresas. Apostar na capacidade dos colaboradores, de se conduzirem alinhados e relativamente fieis ao propósito da empresa, provocará maior confiança geral para ultrapassar o momento desafiador do mercado, pois todos se empenharão à encontrar não somente uma solução, mas as melhores soluções para a organização e seus clientes. Estas empresas tendem a se ajustar ao modelo de gestão participativa, cuja natureza primordial é a hierarquia da ideia e da argumentação, acima da hierarquia dos cargos. Nesse modelo, as relações entre líderes e liderados são mais próximas, Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 abertas, com um grau importante de confiança e de esperança, depositada nas contribuições por parte dos que vivenciam os processos diariamente. Assim sendo, o melhor alicerce de uma relação de confiança, é crer completamente na capacidade acadêmica, profissional e emocional do colaborador (em seu amadurecimento e aptidões), para atuar em alinhamento com o propósito da organização, na certeza de cumprimento do princípio ético. E se, enfim, nos perguntarmos, como conseguir tudo isso, quem sabe a resposta que nos soe mais plausível seja: “treinando os colaboradores da organização.” Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.12, Ago. - Dez. 2015 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luís Cesar G. Gestão de Pessoas: Estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. BOOG, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento: Um guia de operações. 2. Ed. São Paulo: Makron Books, 2006. BORGES-ANDRADE, Jairo E. Et. al. Treinamento, Desenvolvimento e Educação em Organizações e Trabalho: Fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. CARVALHO, Antônio Vieira de. Administração de Recursos Humanos. 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