resumos enap 2012 - DBI - Departamento de Biologia ( UFLA )

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resumos enap 2012 - DBI - Departamento de Biologia ( UFLA )
HISTÓRICO
A realização do primeiro Encontro Nacional dos Estudantes de Pósgraduação em Microbiologia Agrícola e o III Fórum de Coordenadores dos
Programas de Microbiologia da área de Ciências Agrárias foi no ano de 2006,
organizado pelos estudantes do Programa de Pós-graduação em Microbiologia
Agrícola da ESALQ-USP. A partir de 2006, a cada ano, um dos programas de
Pós-graduação
em
Microbiologia
da
área
de
Ciências
Agrárias
ficou
responsável pela organização e realização do encontro. Assim, o evento já foi
organizado pelos programas da Universidade Federal de Lavras (UFLA),
Unesp/Jaboticabal, Universidade Federal de Viçosa e Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. Neste ano, novamente, a UFLA tem a honra de organizar
e sediar o VII Encontro Nacional de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
(ENAP-MICRO) e IX Fórum dos Coordenadores de Programas de Pós-graduação
em Microbiologia da área de Ciências Agrárias, em mais uma oportunidade de
aprimorar as discussões sobre as questões que envolvem a Microbiologia no
cenário nacional, confrontar as necessidades e perspectivas dos docentes e
discentes da área, além de conferir aos discentes a oportunidade de apresentar
projetos de pesquisa, trabalhos científicos e participar de cursos, palestras e
mesas redondas nas diferentes áreas da Microbiologia Agrícola.
APRESENTAÇÃO
O ENAP MICRO é um evento tradicional realizado pelos alunos de Pósgraduação em Microbiologia Agrícola, tendo como objetivo reunir professores e
estudantes desta área de todo o país, promovendo assim a integração entre os
Programas de Pós- graduação em Microbiologia Agrícola existentes, a fim de
discutir objetivos, avanços e perspectivas do profissional com formação em
Microbiologia Agrícola. Atualmente, são sete os Programas de Pós-graduação
em Microbiologia Agrícola da área de Ciências Agrárias:
- Universidade de São Paulo/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(ESALQ/USP) - Piracicaba, SP;
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Jaboticabal, SP;
- Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) - Rio Claro, SP;
- Universidade Federal de Lavras (UFLA) - Lavras, MG;
- Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Viçosa, MG;
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) - Cruz das Almas, BA;
- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Porto Alegre, RS.
O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA (PPGMA) DA UFLA
O PPGMA / UFLA teve início no ano de 2001, apenas com o mestrado e no
ano de 2006 deu início também ao doutorado. Tem como principal objetivo
fornecer subsídios intelectuais para a formação de profissionais para atuarem
em instituições públicas ou privadas de ensino e/ou pesquisa, além de empresas
privadas, no desenvolvimento de processos, produtos, controle de qualidade e
desenvolvimento
Microbiologia
Microrganismos,
tecnológico
do
Solo,
Genética
nas
seguintes
Microbiologia
de
de
Microrganismos,
ÁREAS
DE
Alimentos,
CONHECIMENTO:
Fisiologia
Microbiologia
Aplicada
de
à
Agroindústria e Microbiologia Ambiental e Industrial. As atividades de
pesquisa são distribuídas em uma área de concentração (Microbiologia
Agrícola) e três grandes LINHAS DE PESQUISA: Ecologia, Genética e Fisiologia de
Microrganismos; Biotecnologia de Microrganismos Aplicada à Agropecuária e
ao Meio Ambiente e Qualidade e Segurança Microbiológica de Alimentos.
A pesquisa em Microbiologia Agrícola na UFLA encontra-se consolidada,
com a participação de professores de diferentes departamentos, em projetos de
pesquisa e na orientação de estudantes de iniciação científica, mestrado e
doutorado, com uma atuação marcante no ensino, pesquisa e extensão da
Universidade. Atualmente, o PPGMA apresenta CONCEITO 5. Contudo, tem como
grande objetivo nos próximos 5 anos a conquista do conceito 6 para se
consolidar como um programa de nível internacional.
Comissão Organizadora do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
COORDENADOR DA PÓS-GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA – UFLA
Prof. Dr. Eustáquio Souza Dias
PRESIDENTE DOCENTE DO VII ENAP-MICRO
Profa. Dra. Rosane Freitas Schwan
PRESIDENTE DISCENTE DO VII ENAP-MICRO
Jessé Valentim dos Santos
VICE-PRESIDENTES DISCENTES DO VII ENAP-MICRO
Claudia Cristina Auler do Amaral Santos
Fabiana Aparecida Couto
RECEBIMENTO DE RESUMOS E EDITORAÇÃO DOS ANAIS
Maíra Maciel Mattos de Oliveira
Glécia de Cássia Aleixo
Monique Suela Silva
Comissão Organizadora do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
TESOURARIA E
DOCUMENTOS
SECRETÁRIA
INSCRIÇÕES
CULTURA E
EVENTOS
Maria Gabriela Miguel
Michelle Terra
Beatriz Carvalho
Noelly Lopes
Karla Teixeira
Vanessa Mesquita
Igor Moreira
Andréia Santos
Kedma Mattos
Cecília Cordeiro
Gláucia Moreira
PATROCÍNIO
INFRAESTRUTURA
CIENTÍFICA
DIVULGAÇÃO
E LOGÍSTICA
Simone Marques
Leonardo Barbosa
Wesley Rangel
Emerson Tokuda
Angélica de Souza
Vanessa Pereira
Thiago Souza
William Maciel
Mariana de Souza
Luciana Dias
Alessandra Millezi
Carol Collela
Suzana Evangelista
Manuela de Brito
Pedro Gadoni
Aparecida Domingues
Janaira Nunes
Kelly Reis
Mariana Dias
Maiara dos Santos
Igor Moreira
Maria Aparecida Dias
Revisores do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
Dr. Bruno Lima Soares – DCS / UFLA
Dra. Cássia Roberta Arantes Campos – DCS / UFLA
Dr. Diego Cunha Zied – DBI / UFLA
Dra. Fernanda de Carvalho – DCS / UFLA
Dra. Maria Gabriela da Cruz Pedrozo Miguel – DBI / UFLA
Dra. Karina Teixeira Magalhães – DBI / UFLA
Dra. Ligiane Aparecida Florentino – DCS / UFLA
Dra. Maíra Maciel Mattos de Oliveira – DBI / UFLA
Dra. Patrícia Lopes Leal – DCS / UFLA
Dra. Sílvia Maria de Oliveira – DCS / UFLA
Dra. Simone Cristina Marques – DBI / UFLA
RESUMOS EM ORDEM
ALFABÉTICA
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ADAPTAÇÃO DO SISTEMA DE CLONAGEM E EXPRESSÃO DE Kluyveromyces lactis PARA
Kluyveromyces marxianus UFV-3 VISANDO A PRODUÇÃO DE BIOMOLÉCULAS DE INTERESSE
BIOTECNOLÓGICO
Caio R. S. Bragança*; Lívia T. Colombo; Flávia M. L. Passos.
*[email protected]
Avenida Peter Henry Rolfs, s/n - BIOAGRO / Laboratório de Fisiologia de Microrganismos, Bairro Campus
Universitário, Viçosa/Minas Gerais.
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais.
Uma vez que a escolha de hospedeiros para produção de proteínas heterólogas é feita com o objetivo de aumentar a
quantidade e a pureza da proteína de interesse, a levedura Kluyveromyces marxianus têm apresentado diversas
propriedades vantajosas do ponto de vista biotecnológico. Dentre elas, incluem a alta diversidade metabólica, sendo
capazes de assimilar grande variedade de compostos carbônicos encontrados na natureza, o que potencialmente favorece
maior rendimento de biomassa celular e consequentemente de proteínas recombinantes, além de ser reconhecida pelo
status GRAS, permitindo desta forma, sua utilização na indústria farmacêutica e de alimentos. Embora apresente
propriedades fisiológicas interessantes para produção de proteínas recombinantes, a levedura K. marxianus foi utilizada
poucas vezes como hospedeira para síntese dessas biomoléculas. Em compensação, mais de 40 proteínas já foram
produzidas utilizando a K. lactis como sistema hospedeiro para produção de proteínas heterólogas, incluindo proteínas de
bactérias, fungos, plantas, mamíferos e vírus. Deste modo, realizou-se a adaptação do sistema de clonagem e expressão de
K. lactis para K. marxianus UFV-3 com o objetivo de produzir biomoléculas de interesse biotecnológico. A adaptação do
vetor teve como base o vetor pKLAC2 (New Englands BioLabs Inc®). A marca de seleção deste vetor foi substituída pelo
gene kan cujo produto confere resistência a geneticina. O gene kan foi amplificado do plasmídeo pYG107 utilizando os
oligonucleotídeos iniciadores Kan2-XmaI (5’-GCCCCGGGCAGCTGAAGCTTCGTACGC-3’) e Kan2-BsrGI (5’GCTGTACAGCATAGGCCACTAGTGGATCTG-3’) criando sítios de restrição para XmaI e BrsGI respectivamente. O
produto de PCR foi clivado com XmaI e BrsGI e ligado ao vetor pKLAC2 previamente clivado com as mesmas enzimas.
Como perspectivas, genes sintéticos que codificam proteínas estruturais e não-estruturais do vírus da dengue (sorotipos 1
e 3) serão clonados neste vetor que será posteriormente utilizado para transformação da levedura K. marxianus UFV-3
para obtenção de linhagens recombinantes hospedeiras para a expressão e secreção de proteínas virais para estudos
vacinais.
Apoio financeiro: CNPq.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA DA POPULAÇÃO DE Mycosphaerella fijiensis POR
MEIO DA TÉCNICA IRAP BASEADA EM RETROTRANSPOSONS
Casley Borges de Queiroz1*; Gilvan Ferreira da Silva2; Elza Fernandes de Araujo1; Eduardo Seiti Gomide
Mizubut1; Marisa Vieira de Queiroz1
1
Universidade Federal de Viçosa (UFV) -Viçosa, MG. 2Embrapa Amazônia Ocidental/CPAA - Manaus, AM.
*E-mail: [email protected]
A sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis, é atualmente considerada como uma das
mais graves doenças da bananeira no mundo, em razão de sua alta agressividade. Devido à susceptibilidade
dos cultivares é necessário o uso de múltiplos fungicidas, relativamente em altas frequências. Porém, as
aplicações são potencialmente detrimentais, não somente ao ambiente, mas também para aqueles que vivem
e trabalham nas áreas nas quais as bananeiras são tratadas para o controle da doença. A doença é ainda mais
devastadora para os pequenos produtores que não tem recursos para usar fungicidas e assim não possuem
meio prático e eficiente para controle da doença. Estima-se que as perdas causadas pela sigatoka negra em
bananas e plátanos alcancem a faixa de 20 a 80% na ausência de fungicidas. Em virtude da ausência de
dados sobre a diversidade genética da população de M. fijiensis do Brasil, o uso de marcadores disponíveis
na literatura e o desenvolvimento de novos marcadores se fazem necessário à análise da diversidade e
detecção do patógeno. Os marcadores baseados em retrotransposons detectam alto grau de polimorfismo
devido a sua abundância nos genomas e a sua habilidade de criar novas cópias. Marcadores IRAP (InterRetrotransposon Amplified Polymorphism) tem se destacado por sua simplicidade e baixo custo no uso da
técnica. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar a diversidade genética e traçar o perfil das
populações de M. fijiensis encontradas em diferentes regiões do Brasil por meio de marcadores IRAP. Desse
modo, nossos resultados associados aos resultados de pesquisas realizadas em outras instituições, como por
exemplo, a análise de virulência do patógeno, contribuirão para a pesquisa de M. fijiensis visando ao controle
da doença.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE DA INFECTIVIDADE DE ESPÉCIES DE Begomovirus BRASILEIROS EM Manihot
esculenta
Adriana dos Santos*1; Eduardo de Andrade2
1
Mestranda , Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia; Rua Alvaro R Chiacchio, 490, Inocoop, cruz das Almas/Ba; email: [email protected]
2
Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura; e-mail: [email protected]
O gênero Begomovirus (Fam. Geminiviridae) abriga espécies de vírus que possuem o genoma composto de
DNA fita simples circular. São de grande importância econômica em função das elevadas perdas causadas,
principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. Entre as culturas afetadas destacam o feijoeiro,
tomateiro, fumo, algodoeiro e mandioca, além de plantas espontâneas que atuam como um reservatório
natural de begomovírus. A incidência e severidade das doenças causadas por begomovírus no Brasil têm
aumentado devido à introdução do biótipo B de mosca-branca (Bemisia tabaci), que possui ampla gama de
hospedeiros, facilitando a transferência de begomovírus de plantas espontâneas para as cultivadas. Dentre as
doenças que afetam a mandioca, a principal é conhecida como “doença do mosaico da mandioca” (Cassava
mosaic disease - CMD), causada por um complexo de begomovírus, e acarreta perdas de até 95% da
produção. O CMD é restrito ao continente africano. A provável explicação pela ausência de begomovírus em
mandioca no Brasil está no fato das populações de B. tabaci biótipo B brasileiras não colonizarem a
mandioca. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a infectividade de begomovírus
brasileiros em mandioca. Serão avaliados tanto clones infecciosos de begomovírus, como begomovírus presentes
em plantas espontâneas coletadas em áreas de produção. A inoculação será feita via biobalística em diferentes
cultivares de mandioca, tendo como controle suscetível, plantas de Nicotiana benthamiana. As plantas inoculadas
serão mantidas em estufa e observadas para o surgimento de sintomas até 50 dias após a inoculação, e a infecção
será confirmada via PCR. O (s) begomovírus que se mostrar (em) capaz (es) de infectar a mandioca terá o DNA
amplificado por RCA e serão caracterizados molecularmente, por meio da clonagem e sequenciamento de seu
genoma. Espera-se com este estudo avaliar se existe (m) espécie (s) de begomovírus nativos capaz (es) de infectar
mandioca.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE DE LINHAGENS RECOMBINANTES DE Penicillium griseoroseum VISANDO O
AUMENTO DA PRODUÇÃO DE FERULOIL ESTERASE
Mariane Paludetti Zubieta1*, Thamy Lívia Ribeiro Corrêa1, Janaina Aparecida Teixeira1, Marisa Vieira de
Queiroz1, Denise Mara Soares Bazzolli1, Elza Fernandes de Araújo1
1
Departamento de Microbiologia/BIOAGRO, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.
*E-mail: [email protected]
Feruloil esterases (FAEs) (EC 3.1.1.73) são enzimas que hidrolisam ligações éster de ácidos ferúlicos e
outros ácidos hidroxicinâmicos presentes em cadeias de polissacarídeos da parede de células vegetais. As
FAEs apresentam um grande potencial de aplicação, o que tem aumentado os estudos envolvendo essas
enzimas. As FAEs podem ser utilizadas no processamento de papel e celulose, e como aditivo alimentar para
facilitar a assimilação dos nutrientes. Além disso, essas enzimas também podem ser utilizadas na produção
de etanol de segunda geração, pois auxiliam na completa hidrólise dos componentes da parede de células
vegetais, o que é necessário para a obtenção de açúcares fermentáveis. Para a exploração comercial de FAEs
torna-se necessário aumentar a produção e uma estratégia é a manipulação genética e a utilização de
linhagens fúngicas hospedeiras, que sejam eficientes na expressão e secreção de proteínas. O fungo
Penicillium griseoroseum tem sido utilizado como hospedeiro para a produção de proteínas homólogas e
heterólogas. Nos experimentos de co-transformação, a linhagem mutante P. griseoroseum PG63 nia tem sido
utilizada. Uma sequência de nucleotídeos de 1643 pb de Penicillium chrysogenum 1273 foi isolada , clonada
e sequenciada. Essa sequência foi avaliada e a proteína putativa deduzida apresentou similaridade com
enzimas FAE do tipo C. Considerando a aplicação da FAE, linhagens transformantes de P. griseoroseum
PG63 foram obtidas, após a co-transformação utilizando vetores de expressão contendo o gene fae de P.
chrysogenum. Deste modo, faz se necessário a avaliação dos transformantes obtidos e seleção de linhagens
recombinantes por PCR, contendo o gene fae integrado no genoma, como também a caracterização da
enzima FAE por meio de atividade enzimática. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho é obter linhagens
de Penicillium griseoroseum com alta produção de feruloil esterase.
Apoio financeiro: Capes / Proex.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE MOLECULAR E QUÍMICA DE MICROCISTINA EM LINHAGENS DE
CIANOBACTÉRIAS MARINHAS
Marcelo Gomes Marçal Vieira Vaz1,2 e Marli de Fátima Fiore1
Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA/USP (Avenida Centenário, 303, Piracicaba/SP, Brasil).
Progrma de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” –
ESALQ/USP (Avenida Pádua Dias, 11, Piracicaba/SP, Brasil).
1
2
Cianobactérias são micro-organismos fotossintéticos oxigênicos pertencentes ao domínio Bacteria, e que
apresentam distribuição cosmopolita na Terra. Esses organismos têm sido alvo de estudos de bioprospecção, já
sendo reportados o isolamento e caracterização de diversas substâncias produzidas por membros desse grupo.
Destas, destacam-se as cianotoxinas, toxinas produzidas por diversos gêneros de cianobactérias, e prejudiciais
aos humanos e animais. De acordo com seu efeito biológico essas toxinas são classificadas como
hepatotoxinas, neurotoxinas, citotoxinas e dermatotoxinas. Dentre as hepatotoxinas destaca-se a microcistina,
um heptapeptídeo cíclico biossintetizado por via não-ribossômica. O objetivo deste trabalho foi avaliar o
potencial de produção de microcistina por linhagens de cianobactérias isoladas de áreas costeiras do Estado de
São Paulo. Três genes envolvidos na biossíntese desta cianotoxina foram investigados por PCR: mcyD que
codifica para uma PKS modular e, mcyE e mcyG, que codificam para enzimas híbridas contendo módulos
NRPS/PKS. Para amplificação de fragmentos dos genes mcyD (~818 pb), mcyE (~809-812 pb) e mcyG (~385560 pb) utilizaram-se, respectivamente, os iniciadores mcyDF/mcyDR, mcyEF2/mcyER4 e mcyGF/mcyGR. A
produção de microcistina foi avaliada por espectrometria de massas. Das quinze linhagens avaliadas para
presença do fragmento do mcyD, cinco apresentaram resultado positivo, enquando que das oito linhagens
testadas para a presença dos fragmentos gênicos mcyE e mcyG, seis apresentaram amplificação. As linhagens
Nostoc sp. CENA158, Nostoc sp. CENA159, Nostoc sp. CENA 175 e Nostoc sp. CENA184, apresentaram
resultados positivos para amplificação dos três genes analisados. O sequenciamento e análises por BLAST de
fragmentos do gene mcyG dos isolados Nostoc sp. CENA175 e Nostoc sp. CENA184 indicaram similaridade
com sequências de enzimas do tipo PKS. A linhagem Synechococcus sp. CENA157 apresentou amplificação
dos genes mcyE e mcyG e, nas análises por espectrometria de massas, valores de m/z correspondentes aos
esperados para microcistina, indicando o potencial de produção desta toxina por linhagens de cianobactérias
marinhas.
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE QUALITATIVA DA PRODUÇÃO DE ENZIMA QUITINASE POR FUNGOS
CAVERNÍCOLAS BRASILEIROS
Danielly de Souza Gama*; Mônica Cristina Pereira Monteiro; Diego Rocha; Larissa M. Ladeira; Patrícia
Gomes Cardoso
*
Laboratório de Bioprospecção e Genética de Fungos - UFLA
Universidade Federal de Lavras - UFLA, Lavras – MG.
E-mail: [email protected]
Os microrganismos são importantes produtores de enzimas, dentre eles encontram-se os fungos filamentosos.
A quitinase é uma enzima hidrolítica capaz de degradar a quitina. No setor agro-tecnológico é enfatizado o
uso da quitinase produzida por microrganismos como bio-inseticidas, atuando na decomposição do
exoesqueleto dos insetos. Considerando a importância que o estudo das enzimas e suas diversas aplicações
biotecnológicas nas indústrias, o presente estudo teve como objetivo avaliar a produção de quitinase por
fungos filamentosos isolados em cavernas. Foram utilizados 21 isolados pertencentes aos gêneros
Aspergillus, Penicillium e Cladosporium. Os isolados foram crescidos em meio contendo quitina como
única fonte de carbono. Após 7 dias a 25 e 30º C as placas foram analisadas quanto ao crescimento e
formação de halo de degradação. Nenhum dos isolados avaliados produziu quitinase, já que não foi
verificado crescimento da colônia no meio especifico. Outros fungos também isolados em cavernas estão
sendo avaliados quanto à produção desta enzima. A presença de insetos no ambiente cavernícola indica alta
concentração de substratos alternativos para os microrganismos. Assim, trabalhos de bioprospecção são
importantes e podem ser o primeiro passo na seleção de microrganismos com potencial biotecnológico.
Referências Bibliográficas
NARAYANA, K.J..P.; VIJAYALAKSHMI, M. Chitinase Production by Streptomyces sp. ANU 6277. Braz. J.
Microbiol., v. 40, n. 4, p. 725-733, 2009.
FLEURI, L.F.; KAWAGUTI, H.Y.; SATO, H.H. Production, purification and application of extracellular chitinase
from Cellulosimicrobium cellulans 191. Braz. J. Microbiol., v. 40, n. 3, p. 623-630, 2009.
MATHIVANAN, N.; KABILAN, V.; MURUGESAN, K.. Purification, characterization and anti-fungal activity from
Fusarium chlamydosporum, a mycoparasite to groundnut rust, Puccinia arachidis. Can. J. Microbiol., v. 44, p. 646651, 1998.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ANÁLISE DE RESTRIÇÃO DE DNA RIBOSSOMAL DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE
COMPOSTO
Manuela Brito*, Débora Marques, Simone Marques, Moysa Godinho e Eustáquio Dias.
E-mail: [email protected]
Universidade Federal de Lavras, Lavras -MG
A compostagem é um processo que pode ser utilizado para transformar diferentes tipos de resíduos orgânicos
em um produto que poderá ser usado como substrato para cultivo de cogumelos, ou ainda na agricultura
como fertilizante. Esse processo ocorre em dois estágios, no primeiro os resíduos orgânicos são umedecidos,
distribuídos em camadas e revolvidos a cada duas semanas, e no segundo estágio o composto resultante é
condicionado e pasteurizado (Chang e Milles, 2004). Essa segunda fase será determinante para a qualidade
final do composto uma vez fungos filamentosos, bactérias e actinobactérias termofílicos estão presentes
desempenhando importante papel na decomposição da matéria orgânica, além disso, o calor resultante da
pasteurização é responsável por eliminar nematoides e patógenos que possam ter resistido à fase I (Sánchez,
2004). Pelo exposto, objetivou-se verificar a diversidade genética de 120 isolados de bactérias termofílicas
provenientes da segunda fase da compostagem para o cultivo do cogumelo comestível
Agaricusbrasiliensis.Para isso, foi realizada uma análise da região ITS do rDNA utilizando a técnica
ARDRA (Análise de Restrição do DNA Ribossomal). Para a Reação de Cadeia da Polimerase (PCR) foram
utilizados os primers universais 16SF-R2e 23SR-R10. Os produtos da PCR foram clivados com as enzimas
de restrição HaeIIIeHindIII, seguindo as instruções do fabricante. A técnica de ARDRA mostrou-se eficiente
para detectar polimorfismos das bactérias, o que poderá facilitar uma identificação futura.
Chang, S.T.; Miles, P.G. (2004).Mushrooms: cultivation, nutritional value, medicinal effect, and environmental impact.
CRC Press, Boca Ratón.
Sánchez, C. (2004). Modern aspects of mushroom culture technology.Appl.Microbiol.Biotechnol.,64, 756-762.
Apoio: Fapemig, CAPES/REUNI, CNPq
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
Aspergillus SEÇÃO Nigri PRODUTORES DE OCRATOXINA A EM UVAS VINÍFERAS DO
BRASIL
Michelle F. Terra1*, Luís R. Batista1 e Giuliano E. Pereira2
1
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência dos Alimentos, Caixa Postal 3037, CEP 37200000, Lavras, MG, Brasil.
Email: [email protected]
2
Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido, BR 428, Km 152, Zona Rural, CEP 56302-970,
Petrolina, PE, Brasil.
Os fungos do gênero Aspergillus Seção Nigri são os principais responsáveis pela contaminação de uvas e
vinhos com Ocratoxina A (OTA), micotoxina considerada como uma das mais prejudiciais para a saúde
humana. Neste estudo, um total de dez amostras de uvas para vinhos foram coletadas, no estágio final de
maturação da baga, em vinícolas do Nordeste do Brasil para avaliar a ocorrência de fungos ocratoxigênicos
do gênero Aspergillus Seção Nigri. As variedades de uvas estudadas foram Syrah, Grenache, Petit Verdot,
Chenin Blanc, Sauvignon Blanc, Viognier e Verdejo. O isolamento dos fungos foi realizado após o
plaqueamento direto de 100 bagas e 100 sementes, selecionadas aleatoriamente, de cada amostra de uva. As
espécies do gênero Aspergillus Seção Nigri foram identificadas por características morfológicas. Todos os
isolados obtidos foram testados quanto ao potencial de produção de OTA pelo método Plug Agar. O maior
número de bagas (91%) e sementes (49%) infectadas foi detectado nas amostras das variedades Grenache e
Petit Verdot, respectivamente. Os isolados obtidos (127) foram identificados nas espécies A. niger (42), A.
niger Aggregate (31), A. foetidus (27), A. carbonarius (15), A. aculeatus (7), A. spp. (4) e A. japonicus (1). A
espécie obtida com maior frequência das uvas foi A. niger (33.1%), entretanto nehnum dos isolados foram
produtores de OTA. Apenas 15 (11.8%) isolados foram ocratoxigênicos, sendo todos da espécie A.
carbonarius. Embora a maioria dos Aspergillus Seção Nigri tenha sido obtido das bagas (54.3%), a semente
foi a fonte primária do fungo A. carbonarius. As espécies do gênero Aspergillus Seção Nigri são comuns nas
uvas do Nordeste brasileiro, e o maior risco de contaminação destas uvas com OTA ocorre com a presença
do fungo A. carbonarius.
Apoio: CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE Aristolochia galeata (ANGELICÓ) FRENTE A BACTÉRIAS
GRAM-POSITIVAS E GRAM-NEGATIVAS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
Álan A. Aleixo, Vidyleison N. Camargos, Karina M. S. Herrera*, Juliana T. de Magalhães, Luciana A. R. S.
Lima e Jaqueline M. S. Ferreira
* Rua Sebastião Gonçalves Coelho 400 Bairro Chanadour – Divinópolis/MG Cep: 35501-296
[email protected]
Universidade Federal de São João Del Rei – Divinópolis/MG
Espécies do gênero Aristolochia utilizadas na medicina popular têm atraído o interesse de pesquisadores por
serem fonte de compostos fisiologicamente ativos. Considerando a produção de substâncias com atividade
antibacteriana pelas plantas medicinais e a emergência de bactérias multirresistentes em ambiente hospitalar,
o objetivo deste trabalho foi avaliar o extrato bruto hidroalcóolico da espécie Aristolochia galeata in vitro
frente a bactérias de importância médica. Foram testadas amostras padrão das bactérias Gram-positivas
Staphylococcus aureus (ATCC 29213), Enterococcus faecalis (ATCC 19433) e Streptococcus mutans
(ATCC 25175) e das bactérias Gram-negativas Klebsiella pneumoniae (ATCC 4352), Pseudomonas
aeruginosa (ATCC 25853) e Salmonella typhi (ATCC 19430). Para avaliação da atividade antibacteriana, o
extrato de A. galeata foi submetido à determinação da concentração inibitória mínima (CIM) pela técnica de
microdiluição em caldo descrita pela CLSI (2003), com modificações. O extrato foi testado nas
concentrações de 1,25; 1,0; 0,750; 0,500; 0,250 e 0,150mg/mL e 100 μL de caldo Muller Hinton (MH) em
placas de 96 poços. Os seguintes controles foram utilizados: negativo (DMSO 20%), positivo (Streptomicina
1,0mg/mL), crescimento (caldo MH com inóculo), esterilidade do caldo (caldo MH) e branco da amostra
(caldo MH com extrato). As placas foram incubadas a 37ºC durante 24h e a leitura dos resultados foi
realizada em leitor de ELISA (490nm). A CIM foi avaliada com base na menor concentração do extrato
capaz de inibir o crescimento microbiano. O extrato de A. Galeata frente às bactérias Gram-positivas S.
aureus, E. faecalis e S. mutans exibiu uma CIM de 250µg/mL, 500 µg/mL e 500µg/mL, respectivamente.
Entretando, frente a todas as bactérias Gram-negativas testadas, foi observada uma CIM superior a
1250µg/mL. Os resultados obtidos demonstram a existência de atividade antibacteriana e estimulam o
aprofundamento dos estudos como o isolamento de substâncias, para a descoberta de compostos candidatos
ao desenvolvimento de novos antibióticos.
Referências bibliográficas
CLSI. Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria That Grow Aerobically; Approved Standard
- Sixth Edition. CLSI document M7-A6 [ISBN 1-56238-486-4]. CLSI, 940 West Valley Road, Suite 1400, Wayne,
Pennsylvania 19087-1898 USA, 2003.
PACHECO, A. G. et al. Estudo químico e atividade antibacteriana do caule de Aristolochia esperanzae Kuntze
(Aristolochiaceae). Química Nova, v.33, n. 8, p. 1649-1652, 2010.
TIAN-SHUNG, W. et al. Chemical constituents and pharmacology of Aristolochia species. Studies in natural
products chemistry, v. 32, p. 855-1018, 2005.
Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG/UFSJ.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE CONSTITUINTES DE ÓLEOS ESSENCIAIS CONTRA
CEPAS DE Pseudomonas aeruginosa
Maíra M. M. de Oliveira*, Danilo F. Brugnera, Roberta H. Piccoli
Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal
de Lavras, Câmpus Universitário, Lavras, Minas Gerais.
*[email protected]
Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista Gram-negativo, envolvido em infecções nosocomiais e
conhecido por sua baixa exigência nutricional. É resistente a maioria dos antibacterianos convencionais, o
que demanda a pesquisa de novas alternativas. A atividade antibacteriana de constituintes de óleos essenciais
foi avaliada contra cepas de P. aeruginosa. Carvacrol, citral, eugenol, terpinen-4-ol e cinamaldeído (Sigma
Aldrich) foram testados contra P. aeruginosa ATCC 15442, 10145, 9027 e 27853, pela técnica de difusão
em disco. Para a padronização dos inóculos foi utilizado o tubo 0,5 da escala de McFarland, correspondente
a 1,5 x 108 UFC/mL (DO620nm 0,08-0,1). Para tanto, foram utilizadas culturas crescidas em ágar triptona de
soja e solução salina 0,85% (p/v) como diluente. Os inóculos bacterianos (100 µL) foram depositados na
superfície de ágar Mueller Hinton e espalhados com alça de Drigalski. Discos de papel filtro (6 mm de
diâmetro) foram depositados na superfície do meio de cultura. Os constituintes foram diluídos na (1:1) em
dimetilsulfóxido foram depositados (6 µL) sobre os discos. As placas foram incubadas a 37°C/24 horas.
Foram feitas três repetições e os diâmetros dos halos de inibição foram mensurados utilizando-se
paquímetro. O citral não apresentou atividade antibacteriana. Os halos de inibição variaram de 6,92±0,52
(carvacrol) a 10,83±1,89 (cinamaldeído) para o ATCC 15442, de 7,08±1,13 (terpinen-4-ol) a 9,83±4,48
(eugenol) para o ATCC 10145, de 6,25±0,43 (carvacrol) a 13,67±2,31 (cinamaldeído) para o ATCC 9027 e
de 7,33±0,76 (terpinen-4-ol) a 13,67±5,51 (cinamaldeído) para o ATCC 27853. A maioria dos constituintes
apresentou atividade antibacteriana, sendo observados diferentes padrões de sensibilidade dentre as cepas. O
cinamaldeído se destacou como uma nova alternativa para o controle de P. aeruginosa. Mais estudos serão
conduzidos para determinação das concentrações mínimas inibitórias, bem como para avaliação da atividade
destes constituintes em biofilmes, comunidades onde as bactérias encontram-se mais resistentes do que na
forma planctônica.
Apoio financeiro: CAPES (PNPD Institucional), CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE CONSTITUINTES DE ÓLEOS ESSENCIAIS CONTRA
Listeria monocytogenes
Danilo F. Brugnera*, Maíra M. M. de Oliveira, Roberta H. Piccoli
Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal
de Lavras, Câmpus Universitário, Lavras, Minas Gerais.
*[email protected]
Atualmente, diferentes patógenos tem se destacado como contaminantes de produtos alimentícios. Dentre
eles, encontra-se Listeria monocytogenes, espécie psicrotrófica de distribuição ubíqua, capaz de se
multiplicar em diferentes substratos e de tolerar situações adversas. Com o intuito de garantir a segurança
microbiológica dos alimentos, métodos efetivos capazes de inativar L. monocytogenes devem ser
desenvolvidos para reduzir a probabilidade de ocorrência de listeriose. Neste estudo, a atividade
antibacteriana de constituintes de óleos essenciais foi avaliada. Citral, timol, cinamaldeído, eugenol, αterpineol, carvacrol e terpinen-4-ol (Sigma Aldrich) foram testados contra L. monocytogenes ATCC 19117,
7644 e 15313, pela técnica de microdiluição em caldo para determinação da Concentração Mínima Inibitória
(CMI). Os inóculos foram padronizados para 108 UFC/mL com base nas curvas de crescimento. Foram
utilizadas microplacas de poliestireno com 96 cavidades, onde concentrações dos constituintes (0 a 1% v/v)
foram preparadas em caldo triptona de soja (TSB) suplementado com 0,6% (p/v) de extrato de levedura
(TSB-YE) e adicionado de 0,5% (v/v) de Tween 80. O volume de líquido nas cavidades foi de 150 µL. TSB
contendo o inóculo bacteriano foi adicionado às cavidades no volume de 10 µL. A incubação foi realizada a
37°C/24 horas. A absorbância foi lida a 620 nm (Anthos 2010) antes e após o tempo de incubação. As
menores concentrações que resultaram em completa inibição do crescimento bacteriano foram denominadas
CMIs. Todos os constituintes apresentaram atividade antibacteriana, sendo observados diferentes padrões de
sensibilidade dentre as cepas. As CMIs variaram de 0,06% (cinamaldeído) a 0,5% (eugenol, carvacrol e
terpinen-4-ol) para o ATCC 19117, de 0,12% (citral e cinamaldeído) a 0,5% (α-terpineol, carvacrol e
terpinen-4-ol) para o ATCC 7644 e de 0,06% (citral e cinamaldeído) a 0,5% (eugenol, α-terpineol, carvacrol
e terpinen-4-ol) para o ATCC 15313. O citral e o cinamaldeído apresentaram menor CMI , podendo ser uma
nova alternativa no controle de L. monocytogenes.
Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATIVIDADE DE ANTIMICROBIANOS NATURAIS SOBRE ENDÓSPOROS DE Clostridium
Perfringens EM MORTADELAS
Aline P. Martins (1)*; Roberta R. Piccoli (2); Eduardo M. Ramos (3)
(1) Mestranda da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos. [email protected]
(2) Professora da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos Lavras.
(3) Professor da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos Lavras.
A atual demanda no mundo pelo uso de aditivos de origem natural trás consigo a necessidade desses serem
estudados. Na literatura os óleos essenciais são muito estudados quanto a sua atividade bactericida, porém,
estes estudos são in vitro. Assim, vê-se a carência de pesquisas na área de conservação de alimentos
utilizando-se esses óleos já comprovadamente bactericidas e também a combinação destes óleos essenciais
com outros antimicrobianos naturais. Outro fato relevante é a possibilidade de redução da concentração
utilizada de nitrito/nitrato, fato altamente desejável pela comunidade científica e pelo consumidor. Essa
possibilidade advém do possível sinergismo que os óleos essenciais podem possuir juntamente com o
nitrito/nitrato. Como a mortadela é muito consumida e apresenta grande possibilidade de crescimento de
micro-organismos esporulados patogênicos, pesquisas nessa área têm grande aplicabilidade comercialmente,
podendo-se até chegar a uma formulação para disposição no mercado. Diante disso, o objetivo deste trabalho
seráavaliar o efeito sinergístico de óleos essenciais, nisina, quitosana e nitrito sobre endósporos de
Clostridium perfringens tipo A ATCC 13124 inoculado em mortadela, bem como sua atividade sobre a
oxidação lipídica do produto. As análises microbiológicas serão realizadas no Laboratório de Microbiologia
de Alimentos e a produção de mortadela e as análises físico-químicas serão realizadas no Laboratório de
Tecnologia de Carnes e Pescado localizados no Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade
Federal de lavras (DCA-UFLA). Para a realização desde projeto será realizada primeiramente a
padronização, estocagem e preparo do inóculo dos endósporos de Clostridium perfringens. Posteriormente,
será observada a inibição da germinação do endósporo (ação esporostática), sendo realizadas a determinação
da concentração mínima inibitória (MIC) dos óleos essenciais, nisina e quitosana. A partir dos melhores
resultados obtidos com o MIC será realizado as combinações entre óleos essenciais, nisina e quitosana, a fim
de se obter uma mistura entre os antimicrobianos utilizados neste trabalho para serem testados na mortadela.
A elaboração das mortadelas será baseada em formulações sem utilização de carne mecanicamente separada,
sendo adicionados diferentes níveis de nitrito de sódio (NaNO2). Nas mortadelas serão realizadas análises
microbiológicas, tais como: Enumeração de Clostridium perfringens; Contagem de endósporos de
Clostridium perfringens e controle microbiológico e quanto às análises físico-químicas dos produtos serão
realizadas: Estabilidade da Emulsão; Determinação do pH; Determinação da Atividade de Água (Aw);
Concentração Residual de Nitrito de Sódio (NaNO2); Cor Objetiva e Oxidação lipídica (índice de TBARs).
Referências bibliográficas
BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBECK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects of essential oils – A
review.Food and ChemicalToxicology.v.46, n.446–475, 2008.
BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and
potential applications in food: a review.
InternationalJournalofFoodMicrobiology, Amsterdam, v. 94, n. 3, p. 223-253, 2004.
Agradecimento: A equipe agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATIVIDADE DE CELULASES DE LINHAGENS DE Lentinula edodes
Maiara A Carvalho*, Débora M S Santos, Eustáquio S Dias, Disney R Dias
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Microbiologia, Caixa Postal 3037,
Lavras/MG.
*[email protected]
A utilização de substratos lignocelulósicos por cogumelos depende da produção de enzimas para converter a
lignocelulose em compostos que podem ser utilizados pelo microrganismo. O objetivo do trabalho foi
verificar a produção de endo-1,4-β-glucanase, exo-1,4-β-glucanasee β-glicosidase de linhagens de Lentinula
edodes.O meio básico (10,0 g L-1 de glicose; 1,0 g L-1de KH2PO4; 0,5 g L-1 de MgSO4.7H2O; 1,0 g L-1 de
(NH4)2SO4; 0,5 g L-1 deCaCl2) acrescido de 0,01% de extrato de levedura foi utilizado, substituindo-se a
glicose do meio por carboximetilcelulose, avicel ou celobiose para a indução de endo-1,4-β-glucanase, exo1,4-β-glucanase e β-glicosidase, respectivamente. Para isso, foram utilizados frascos Erlenmeyer de 500 mL
contendo 250 mL de meio líquido.A inoculação foi feita adicionando-se 12 discos de 10 mm contendo o
micélio de cada linhagem por frasco. A incubação foi feita a 25ºC, a 110 rpm, por 7 dias. As atividades de
endo-1,4-β-glucanase, exo-1,4-β-glucanasee β-glicosidase foram determinadas utilizando-se metodologia
descrita por Lever, 1972.A dosagem de proteínas foi realizada segundo o método de Bradford (1976). Foram
feitas 3 repetições, as médias das atividades enzimáticas foram comparadas pelo teste de Scott-Knott,
utilizando-se o software SISVAR (FERREIRA, 2008).As linhagens LE4 e LE6 não apresentaram atividade
de exo-1,4-β-glucanase e β-glicosidase. A maior atividade de β-glicosidase foi observada para a linhagem
LE3 (0,937 U mg proteína-1) enquanto que para endo e exo-1,4-β-glucanase a linhagem LE5 foi a que
apresentou a maior atividade, sendo 16,033 e 24,675 U mg proteína-1,respectivamente. As linhagens de
Lentinula edodes apresentaram diferenças na produção das enzimas do complexo celulase. Duas linhagens
(LE4 e LE6) provavelmente dependem de um tempo maior para adaptação ao meio para iniciar a produção
de exo-1,4-β-glucanase e β-glicosidase sendo necessários mais estudos para verificar a capacidade dessas
linhagens em produzir essas enzimas em um período de incubação maior.
Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq
Referências bibliográficas
BRADFORD, M. M.A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the
principle of protein-dye binding.Analytical Biochemistry, New York, v. 72, n. 7, p. 248-254, May 1976.
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, n. 1,
p. 36-41, 2008.
LEVER, M.A new reaction for colorimetric determination of carbohydrates.Analytical Biochemistry, New York, v.
47, n. 1, p. 273-279, May 1972.
22
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ATUAÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS (Origanum vulgare E Ocimum basilicum) SOBRE
Staphylococcus aureus
Alessandra P. S. Salimena*, Maria das Graças Cardoso, Luiz R. de Abreu, Roberta H. Piccoli
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Microbiologia, Caixa Postal 3037,
Lavras/MG.
*[email protected]
Diversos estudos têm sido realizados com óleos essenciais das mais diversas plantas, e sua atividade
antimicrobiana sobre microrganismos deterioradores tem sido comprovada (Gutierrez et. al., 2008). O
presente estudo objetivou determinar in vitro a Concentração Mínima Inibitória (MIC) dos Óleos Essenciais
(OE) de Origanum vulgare (Orégano) e Ocimum basilicum (Manjericão), sobre Staphylococcus aureus
ATCC 25923. A extração dos OE foi realizada empregando-se o método de hidrodestilação, utilizando o
aparelho de Clevenger modificado com duração de 2 horas. Após esse período, procedeu-se a centrifugação
do hidrolato (separação da fase aquosa da orgânica).A metodologia empregada para análise da atividade
antimicrobiana dos OE foi realizada conforme PEREIRA et. al (2008), com algumas modificações. Os OE
foram diluídos em DMSO (Dimetil Sulfóxido) nas seguintes concentrações em %(v/v): 0; 0,39; 0,78; 1,56;
3,12; 6,25; 12,5; 25 e 50. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, utilizando SISVAR (Ferreira, 2003). Conforme os
resultados expressos pela média dos diâmetros dos halos de inibição, formados em função das diferentes
concentrações dos OE sobre S. aureus, o OE de O. vulgare foi o que obteve melhor resposta antibacteriana
(MIC de 3,12%) comparado com o OE de O. basilicum (MIC de 12,5%). Verifica-se que as maiores
concentrações de OE levaram à formação de halos inibitórios também maiores e isto provavelmente, resultou
da maior concentração do princípio ativo. PEREIRA et al. (2008), avaliaram os OE de O. vulgare e Syzygium
aromaticum e concluíram que estes também apresentaram efeito inibitório sobre as bactérias S. aureus e
Escherichia coli. Os resultados obtidos demonstram atividade antibacteriana dos OE testados sobre S.
aureus, sendo que O. vulgare foi mais efetivo. O presente trabalho sugere estudos futuros quanto à
potencialidade antimicrobiana destes OE sobre outras linhagens de microrganismos patogênicos.
Referências bibliográficas
FERREIRA, D. F. SISVAR. –Sistema de análise de variância para dados balanceados: programa de análises estatísticas
e planejamento de experimentos Versão 4.6. Lavras: DEX/UFLA, 2003. Software.
GUTIERREZ, J.; BARRY-RYAN, C.; BOURKE, P. The antimicrobial efficacy of plant essential oil combinations and
interactions with food ingredients. International Journal of Food Microbiology v.124, p.91-97, 2008.
PEREIRA, A. A.; CARDOSO, M. G.; ABREU, L. R.; MORAIS, A. R.; GUIMARÃES, L. G., SALGADO, A. P. S. P.
Caracterização química e efeito inibitório de óleos essenciais sobre o crescimento de Staphylococcus aureus e
Escherichia coli. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.32, n.3, p.887-893, maio/jun., 2008.
Apoio Financeiro: CNPq, CAPES e FAPEMIG
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DA BIOTOXICIDADE DE CÁDMIO E CHUMBO EM SOLOS, UTILIZANDO
LEVEDURAS COMO BIOINDICADORES
Ana Cláudia Lo Buono Tavares1*; Marcos Yassuo Kamogawa1; Luiz Humberto Gomes1; Simone Possedente
Lira1
1
Laboratório de Química, Departamento de Ciências Exatas, Universidade de São Paulo), Piracicaba, São
Paulo, Brasil.
Email: [email protected]
Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns metais como: Cobalto, Manganês, Cobre,
Molibidênio, Estrôncio e Zinco, para a realização de funções vitais. Outros como metais Cádmio (Cd) e o
Chumbo (Pb) são altamente reativos e acumulativos e não possuem nenhuma função no organismo, pelo
contrário causam problemas de saúde. O cádmio é amplamente utilizado nas indústrias automobilísticas e de
telecomunicações, pilhas e baterias, sendo também aplicado em menores proporções no preparo de
pigmentos (de tintas e vernizes), indústrias de PVC e de plásticos, corretivos para acidez de solo, fertilizantes
fosfatados, fungicidas, curtumes e etc. O Chumbo teve uma ampla utilização no século XX devido ao
automobilismo, sendo utilizado na fabricação de baterias e presença nos combustíveis fósseis. Portanto hoje
podem ser encontrados em resíduos de siderurgia, lixo urbano, lodo de esgoto e rios. A consequência deste
descaso resultou em solos contaminados por estes metais. Muitos organismos vêm sendo estudados como
bioindicadores da presença destes metais no solo. Dentre esses organismos, as leveduras se mostram como
uma excelente opção por possuírem uma resposta rápida a alterações ambientais e serem de fácil cultivo e
manutenção. Nos testes realizados para avaliar a toxidez de solos são utilizadas plantas ou minhocas como
indicadores, porém estes testes são longos e trabalhosos. O objetivo deste trabalho é desenvolver uma
metodologia analítica para avaliar os níveis de toxicidez de cádmio e chumbo em solos utilizando leveduras
como bioindicadores. Com este objetivo diferentes leveduras serão avaliadas quanto a seu crescimento frente
a diferentes doses de cádmio e chumbo provenientes de solos contaminados por estes metais.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DA COLONIZAÇÃO DE Fusarium oxysporum f. sp. cubense EM DISCOS DE
RIZOMA DE BANANEIRA POR ANÁLISES DE IMAGENS DIGITAIS
Liliane S. Luquine1,Kaliane S. Araújo3,Rosiani S. Vieira1, Emanuelle B. Cardoso1,
Élida B. Corrêa1, HarllenS.A. Silva2*
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA; 2Embrapa Mandioca e Fruticultura,
Cruz das Almas, BA; 3Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
*
[email protected]
Fusarium oxysporum f. sp. cubense, agente etiológico do mal-do-Panamá, vem provocando perdas elevadas
na cultura da bananeira, sendo fator limitante ao cultivo de variedades apreciadas pelo mercado. O presente
trabalho objetivou comparar dois métodos de inoculação deste fungo, utilizando a técnica de avaliação por
imagens digitais. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em esquema fatorial
3x2 (três variedades, com seis repetições por tratamento: Maçã, Prata Comum e Prata Anã e duas formas de
aplicação do inóculo: disco (0,7 cm) de micélio com esporos e suspensão de conídios (104 con.mL-1).
Discos de rizoma não inoculados compuseram o controle. O isolado foi cultivado em BDA sob luz
fluorescente, a 25 ºC por dez dias. Os rizomas foram escalpelados, cortados em discos de 7 cm de diâmetro e
1 cm de espessura e desinfestados superficialmente. Em seguida foram colocados em caixas plásticas (11 x
11 x 3,5 cm), contendo papel de filtro umedecido com água esterilizada. Após a inoculação do fungo, os
rizomas foram mantidos em B.O.D com luz fluorescente e temperatura de 25 ºC durante dez dias. A área
colonizada dos discos foi quantificada por meio de imagens digitais, utilizando o programa Image Tool, onde
cada disco foi fotografado, para verificação da área (mm²) de crescimento micelial no rizoma. O tratamento
com disco de micélio proporcionou maior crescimento micelial (1286,1), que o tratamento com a suspensão
de conídios(1132,3), sendo a cultivar Maçã a que apresentou maior área de crescimento micelial (1544,4),
seguida da Prata Comum (1282,3) e Prata Anã (1031,5). A técnica de avaliação por imagens pode ser
aplicada em trabalhos onde se quer quantificar danos causados por patógenos.
Apoio financeiro: FAPESB
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DA DIVERSIDADE BACTERIANA EM SEDIEMNTOS DE VIVEIROS DE
AQUICULTURA
Daniele B. da Silva*, Aylan k.Meneghine, Bernardo P. de Figueiredo, Rodrigo N. Millan, Lucia H. SipaúbaTavares, Eliana G. M. Lemos, Lucia M. C. Alves
*Laboratório de Bioquimica de Microrganismos e de Plantas, Departamento de Tecnologia.
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, FCAV/Unesp – São Paulo,
*[email protected]
Os sedimentos de viveiros de aqüicultura são relacionados com os processos biogeoquímicos e estes
processos são amplamente mediados por procariotos. As bactérias de sedimentos profundos constituem a
maior fração global das bactérias bentônicas totais e desempenham um importante papel na maior parte dos
ciclos biogeoquímicos (TURLEY e DIXON, 2002). As propriedades e particularidades dos sedimentos são
extremamente relacionadas com a estrutura das comunidades microbianas presentes no meio. A piscicultura
tem demonstrado que afeta a composição microbiológica do sedimento por introduzir nutrientes, causando
depleção de oxigênio e, ocasionalmente, expondo o sedimento a antibióticos (TAMMINEN et al, 2011).
Estudos moleculares que utilizam a análise do gene 16S rRNA permitem a obtenção de informações
relevantes acerca da ecologia microbiana, pois acredita-se que apenas 10% desses microorganismos podem
ser cultivados. Assim, o uso de métodos moleculares para descrever populações microbianas torna-se uma
ferramenta extremamente importante para a avaliação da diversidade da microbiota presente nos sedimentos.
O objetivo do presente estudo é avaliar a diversidade de bactérias em sedimentos de viveiros de aquicultura
através de abordagem metagenomica e sequenciamento do gene 16S rRNA. Será realizado extração de DNA
através de kit, em diferentes períodos (seca e chuva), amplificação do gene 16S rRNA e, após serão
construídas bibliotecas de diversidade. As sequências obtidas através do sequenciamento, utilizando
sequenciador capilar ABI3100 – Perkin Elmer, serão avaliadas junto ao GenBank e analisadas no programa
Phred/Phrap Consed. O estudo fenético, será realizado através do programa Mega 4 ( TAMURA et al,
2007).
Apoio Financeiro: CAPES
Referências Bibliográficas
TAMMINEN M, KARKMAN A, CORANDER J, PAULIN L, VIRTA M.Differences in bacterial community
composition in Baltic Sea sediment in response to fish farming. Aquaculture, v.313, p. 15-23, 2011.
TAMURA, K.; DUDLEY, J.; NEI, M. & KUMAR, S. MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics Analysis (MEGA)
software version 4.0. Molecular Biology Evolution, 24:1596-1599. 2007.
TURLEY, C.M. & DIXON, J.L. 2002. Bacterial numbers and growth in surficial deep-sea sediments and phytodetritus
in the NE Atlantic: Relationships with particulate organic carbon and total nitrogen. Deep-Sea Research, 49: 815-826.
26
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE AERÓBIA DE SILAGENS DE MILHO INOCULADAS COM
DIFERENTES CEPAS DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO
Andréia de Oliveira dos Santos*, Milena Christy Santos, Carla Luiza da Silva Ávila, Rosane Freitas Schwan
Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG
*[email protected]
O milho é umas das plantas forrageiras mais utilizadas para ensilagem no mundo, entretanto, a deterioração
aeróbia é um dos principais problemas na sua conservação. Sabe-se que a utilização de inoculantes pode
inibir o crescimento de microrganismos aeróbicos indesejáveis1. Assim, objetivou-se avaliar os efeitos da
inoculação de bactérias do ácido lático (BAL) na estabilidade aeróbia de silagens de milho. Nove cepas de
BAL foram avaliadas em silos experimentais de PVC. Após 60 dias de fermentação os silos foram abertos e
2Kg de amostra foram colocados em baldes plásticos e armazenados em ambiente com temperatura
controlada. As temperaturas das silagens foram obtidas por meio de Data Logger’s, a cada 30 minutos,
durante sete dias de aerobiose. Avaliou-se a quebra da estabilidade aeróbia, sendo esta, o tempo gasto, em
horas, para a massa de silagem elevar 2ºC acima da temperatura do ambiente1, a temperatura máxima (Tm) e
o tempo para alcançar a Tm. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas, pelo
teste de Scott-Knott, utilizando-se o software SISVAR2. Não foram observadas diferenças significativas
(P>0,05) entre os valores de Tm e o tempo necessário para alcança-la, nos diferentes tratamentos. Entretanto,
as silagens inoculadas com as cepas UFLA SLM 11, 47, 52, 68 e 73 apresentaram as menores temperaturas.
Avaliando-se o tempo necessário para atingir a Tm, constatou-se que os tratamentos controle e inoculados
com as cepas UFLA SLM 11 e 68 resistiram por um período maior até que Tm fosse alcançada,
aproximadamente 90 horas. Avaliando os dados de quebra da estabilidade aeróbia, nota-se que as silagens
inoculadas com as cepas UFLA SLM 11, 68 e 70 tiveram destaque, pois foram necessárias, respectivamente,
28, 31 e 24 horas. As silagens inoculadas com as cepas UFLA SLM 11 e 68 apresentaram os melhores
resultados após o tempo de exposição aeróbia.
Referências
1
KUNG JÚNIOR, L.; STOKES, M. R.; LIN, C. J. Silage additives. In: BUXTON, D.R.; MUCK, R. E.; HARRISON,
J.H (Ed.). Silage Science and Technology. Madison: American Society of Agronomy, 2003. p. 305-360.
2
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Symposium, Lavras, v. 6, n. 2,
p. 36-41, jul./dez. 2008.
APOIO FINANCEIRO: FAPEMIG, CNPq e CAPES.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO LÁTICO POR COCOS ISOLADOS DE ALIMENTOS
DETERIORADOS COM CONTROLE DO PH
Ângela Romero Lopes*1, Alexandre Nunes Ponezi2 e Dejanira F. de Angelis1.
* Depto de Bioquímica e Microbiologia - Av. 24A, n. 1515, Bela Vista Rio Claro
[email protected] *1
1. UNESP, Rio Claro - SP. 2. CPQBA/ UNICAMP, Paulínia - SP.
O grupo das bactérias produtoras de ácido lático pode incluir bacilos ou cocos anaeróbios aerotolerantes que
exigem condições nutricionais rígidas, bem como um controle de pH essencial para garantir uma boa
produção do ácido. Trata-se de um produto do metabolismo fermentativo de bactérias láticas a qual tem
aplicações em vários setores industriais como: alimentício, química, engenharia biotecnológica e
biopolímeros. Esse trabalho teve como objetivos analisar e quantificar a produção de ácido lático a partir de
isolados de amostras de alimentos deteriorados visando sua produção. As bactérias isoladas de carne
bovina e embutidos deteriorados foram diluídas até 10-6, plaqueadas em MRS sólido purificadas por
esgotamento. As fermentações foram conduzidas padronizando o inoculo a o.d entre 0,08 a 1,0 (625nm). Em
meio MRS padrão e modificado 40% glicose. O ácido lático produzido foi quantificado por lactímetro,
glicose pelo método do ADNS (Miller, 1959) e o pH ajustado com NaOH (3M) durante período dos
experimentos. De um total de 5 isolados 2 apresentaram uma produção ≥ 16% g L-1 com rendimento
aproximado 40%. Durante os experimentos foi observado que o controle do pH é um fator importante para a
produção de ácido lático. Sendo as bactérias isoladas de fontes ambientais seu rendimento pode ainda ser
melhorado otimizando as condições de cultivo: pH, fonte de carbono, temperatura e aeração.
Referências Bibliográficas:
MUSSATTO, S. I. et al. Effects of medium supplementation and pH control on lactic acid production from brewer’s
spent grain. Biochemical Engineering Journal, 2008.
28
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DE DESPRENDIMENTO DE CÉLULAS SÉSSEIS PARA
ENUMERAÇÃO DE BIOFILMES BACTERIANOS
Danilo F. Brugnera*, Maíra M. M. de Oliveira, Roberta H. Piccoli
Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal
de Lavras, Câmpus Universitário, Lavras, Minas Gerais.
*[email protected]
Diferentes métodos têm sido utilizados para o desprendimento de células sésseis e enumeração de biofilmes,
especialmente durante estudos com antimicrobianos. Objetivou-se avaliar três métodos para o
desprendimento de células de Listeria monocytogenes (ATCC 19117 e 7644) aderidas sobre aço inoxidável
AISI 304: (A) swab, (B) vórtex e (C) vórtex com pérolas de vidro. Os biofilmes foram formados durante 48
horas sobre a superfície de cupons (20x10x1 mm), utilizando-se caldo triptona de soja como substrato,
agitação de 70 rpm e inóculo inicial de 108 UFC/mL. Para tanto, os cupons foram dispostos em um suporte
de aço inoxidável o qual foi colocado no interior de um béquer (1000 mL). Após o tempo de incubação, os
cupons foram lavados três vezes em água peptonada 0,1% (p/v) para remoção das células planctônicas. Para
o método A, o swab foi passado 100 vezes sobre uma face dos cupons, colocado em tubo de ensaio contendo
água peptonada (10 mL) e agitado em vórtex (2 minutos). Para o método B, os cupons foram colocados em
tubos de Falcon de 50 mL contendo 10 mL de água peptonada e agitados em vórtex (2 minutos). No método
C foram adicionadas 6 pérolas de vidro (3 mm de diâmetro) aos tubos de Falcon. Foi realizado plaqueamento
(10 µL) pela da técnica de microgota em ágar triptona de soja suplementado com 0,6% (p/v) de extrato de
levedura. Foi utilizado delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições. Não houve diferença
entre os métodos avaliados (p>0,05). As contagens variaram de 4,52±0,22 (A) a 4,84±0,11 (B) Log UFC/cm2
para o ATCC 19117 e de 4,21±0,21 (A) a 4,68±0,91 (B) Log UFC/cm2 para o ATCC 7644. Embora não
verificada diferença entre os métodos utilizados, enfatiza-se que o método B apresentou-se mais prático,
além de eliminar um possível erro ou variação na análise devido à passagem manual do swab.
Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DE LEVEDURAS ISOLADAS DO SOLO DO CERRADO E DA
AMAZÔNIA, CULTIVADAS EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE GLICEROL PURO E
BRUTO
Karla Silva Teixeira; Rosane Freitas Schwan; Disney Ribeiro Dias
Laboratório de Enzimas/Setor de Microbiologia, Departamento de Biologia – Universidade Federal de
Lavras
A produção de biodiesel tem liberado grandes quantidades de glicerol residual, o que pode se tornar um
problema ambiental caso não seja destinado a alguma aplicação. Nesse sentido, o presente trabalho teve
como objetivo avaliar o crescimento das leveduras Yarrowia lipolytica (isolada do solo da Amazônia),
Candida tropicalis, Lidnera saturnus e Cryptococcus laurentii (isoladas do solo do cerrado), em meio
contendo diferentes concentrações de glicerol. Os isolados foram oriundos da coleção de culturas de
microrganismos do laboratório de Microbiologia, Departamento de Biologia, da Universidade Federal de
Lavras, e reativados em YEPG por 24 horas. Após este período, os isolados foram repassados para placas
com o meio composto por extrato de levedura 20 g/l; peptona 20g/l e concentrações de 10, 20 e 30% de
glicerol puro (reagente analítico) e glicerol bruto (resíduo da indústria de biodiesel), cedido pelo laboratório
de Biodiesel da Universidade Federal de Lavras. Os isolados foram incubados em temperatura de 28ºC e o
crescimento avaliado em 24 e 48 horas. De acordo com os resultados, pode-se observar que todas as espécies
de leveduras apresentaram um ótimo crescimento quando submetidas a meio com 10% de glicerol puro.
Lidnera saturnus foi a única espécie que não apresentou crescimento nas concentrações de 20 e 30% desse
mesmo glicerol. Com relação ao glicerol bruto, destacam-se as espécies Candida tropicalis, que apresentou
ótimo crescimento na concentração de 10% e Yarrowia lipolytica que cresceu nas concentrações de 10 e
20%. Conclui-se que o glicerol puro é utilizado pelas leveduras testadas no seu crescimento, e que a espécie
Yarrowia lipolytica merece estudos mais detalhados uma vez que foi capaz de crescer em diferentes
concentrações de glicerol bruto, apresentando potencial biotecnológico.
Palavras-chave: Biodiesel, Glicerol bruto, Yarrowia lipolytica.
Apoio financeiro: FAPEMIG/CAPES
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO DO USO DE NÃO-SACCHAROMYCES EM CO-CULTURA COM S. CEREVISIAE
NA FERMENTAÇÃO DE CALDO DE CANA PARA PRODUÇÃO DE CACHAÇA.
Juliana C. Amorim*, Whasley F. Duarte, Rosane F. Schwan
*Graduanda
7º módulo Ciências Biológicas – Departamento de Biologia, Universidade Federal de
Lavras (UFLA), Campus Universitário, 37200-000. Lavras, Brasil.
[email protected]
Cachaça é uma designação típica e exclusiva da aguardente produzida no Brasil, obtida pela destilação do
caldo de cana-de-açúcar fermentado (Brazil, 2005). A cachaça possui qualidades sensoriais peculiares
conferidas pelos metabólitos produzidos por microrganismos presentes na fermentação (Schwan et al.,
2001). Vários estudos têm sido desenvolvidos visando estudar a influência de leveduras não-Saccharomyces
na qualidade final de bebidas (Viana et al., 2008; Zott et al., 2008). No entanto, não existem estudos na
literatura sobre o uso de culturas mistas de leveduras na produção da cachaça. O objetivo deste estudo foi
avaliar a influência do uso de uma cultura mista, composta por S. cerevisiae UFLA CA11 e Pichia caribbica
UFLA CAF733, como cultura iniciadora na fermentação para produção de cachaça. P. caribbica UFLA
CAF733 e S. cerevisiae UFLA CA11 foram inoculadas conjuntamente (107 e 108 células/mL
respectivamente) para fermentação do caldo de cana. O experimento foi conduzido em frascos Erlenmeyer
contendo 250mL de caldo de cana 16°Brix mantidos a 28°C. Amostras foram coletadas para a avaliação do
desempenho fermentativo e caldo fermentado foi submetido a análises de GC-FID e CLAE. A fermentação
com o inoculo misto resultou em menores concentrações de açúcares residuais (glicose, frutose e sacarose –
50.41 g/L), alta conversão de açúcares (87.61%), alta concentração de etanol (75.37 g/L) e alta produtividade
volumétrica de etanol (Qp - 1.98 g/L/h). O inoculo misto permitiu um aumento nas concentrações de
compostos voláteis desejáveis como hexanoato de etila (99.24 µg/L), 2-feniletanol (24.49 µg/L), linalol
(151.31 µg/L), butirato de etila (27.84 µg/L), acetato de feniletila (246.86 µg/L), dietilsuccinato (120.11
µg/L) e geraniol (29.50 µg/L). O uso do inoculo misto de P. caribbica UFLA CAF733 e S. cerevisiae UFLA
CA11 é uma alternativa interessante para uso na produção de cachaça, uma vez que foram constatadas
melhorias processo fermentativo, tradicionalmente conduzido usando apenas S. cerevisiae.
Referências Bibliográficas
Brasil (2005) Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº. 13, de 29 de junho de
2005. Aprova o regulamento técnico para fixação dos padrões de identidade e qualidade para aguardente de cana e para
cachaça. Brasília: Diário Oficial da União, seção 1, pp. 3–4, de 30 de junho de 2005.
Schwan RF, Mendonça AT, Silva JJ, Silva JR, Rodrigues V, Wheals AE. 2001. Microbiology and physiology of
cachaça (aguardente) fermentations. Antonie van Leeuwenhoek 79:89–96.
Viana F, Gil JV, Genovés S, Vallés S, Manzanares P. 2008. Rational selection of non-Saccharomyces wine yeasts for
mixed starters based on ester formation and enological traits. Food Microbiology 25:778-785
Viana F, Gil JV, Genovés S, Vallés S, Manzanares P. 2008. Rational selection of non-Saccharomyces wine yeasts for
mixed starters based on ester formation and enological traits. Food Microbiology 25:778-785
Zott K, Miot-Sertier C, Claisse O, Lonvaud-Funel A, Masneuf-Pomarede I. 2008. Dynamics and diversity of nonSaccharomyces yeasts during the early stages in winemaking. International Journal of Food Microbiology 125:197-203.
Apoio financeiro: CNPq / Fapemig
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO ENZIMÁTICA QUALITATIVA DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE FRUTOS DO
CERRADO MINEIRO
Marcela Magalhães Melo1, Tatiana Silveira Junqueira de Moraes1*, Mariana Dias1, Cristina Ferreira Silva1,
Rosane Freitas Schwan1.
1
Departamento de Biologia - Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras - MG
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira muito rica em espécies frutíferas, no entanto o
estudo da microbiota associada a estes frutos ainda é escasso. As espécies microbianas epifíticas de frutos do
Cerrado podem apresentar aplicações biotecnológicas como a produção de enzimas. O objetivo do trabalho
foi selecionar bactérias isoladas de frutos do Cerrado mineiro nas regiões de Arcos, Passos e Luminárias
(MG) produtoras de celulases. A avaliação qualitativa da produção de celulases foi realizada segundo Kasana
et al.(2008). As culturas bacterianas foram padronizadas na escala de Mc Farland 1, contendo
aproximadamente 3 x 108 cel/mL e em seguida inoculadas pela técnica de plaqueamento por microgota em
ágar CMC (g/L)(2,0 NaNO3; 1,0 K2HPO4; 0,5 MgSO4; 0,5 KCl, 2,0 carboximetilcelulose (CMC); 0,2
peptona e 17,0 ágar). As placas foram incubadas a 28°C por 48 horas e a revelação do halo foi realizada
adicionando- se solução aquosa de iodo (KI 0,67%, iodo 0,33% m/v) na superfície deixando em contato por
3 min. A hidrólise de carboximetilcelulose foi evidenciada pela formação de um halo de coloração clara ao
redor da colônia. A atividade enzimática qualitativa foi determinada através da relação entre o diâmetro do
halo de degradação e o diâmetro da colônia, expressa como índice enzimático da atividade (IE). Foram
consideradas fortes produtoras de celulases as bactérias cujo IE foi superior a 4,0. Das 24 cepas testadas,
aproximadamente 17% (4) revelaram ser fortes produtoras, o isolado UFLABCEF 1130 teve o maior IE,
igual a 6,5. Este resultado revela que esse isolado pode ser testado em trabalhos de otimização da celulase.
Sete cepas apresentaram valores de IE entre 3,1 e 3,75. O menor IE observado foi 1,6 do isolado
UFLABCEF 1585, além disso, oito cepas não foram capazes de degradar a celulose. Análises moleculares
serão realizadas para identificação dos melhores produtores de celulase.
APOIO: FAPEMIG e CNPq
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO in vitro DA ATIVIDADE BACTERICIDA E BACTERIOSTÁTICA DO EXTRATO
HIDROALCOÓLICO BRUTO DE CASCAS DE Hymenaea sp.
Alan Aleixo, Jaqueline Ferreira, Karina Herrera, Vidyleison Camargos, Juliana Magalhães, Luciana Alves,
Adriano Parreira*
* Av. Sebastião Gonçalves Coelho 400, Bairro Chanadour – Divinópolis MG, CEP 35501-296.
E-mail: [email protected]
UFSJ- Universidade Federal de São João Del Rei -Campus CCO (Divinópolis- MG)
Atualmente, a rápida e crescente disseminação da resistência bacteriana a muitas drogas disponíves no
mercado tem tornado o uso de antimicrobianos de origem natural uma alternativa bastante interessante. Neste
contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade bactericida e bacteriostática de extratos de cascas
de Hymenaea sp. frente às bactérias Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae,
Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada
pela técnica descrita por CLSI (2003). Alíquotas de 125 μL dos inóculos foram adicionadas a 25 μL de
extrato bruto a 1,25; 1,0; 0,750; 0,500; 0,250 e 0,150 mg mL-1 em DMSO 20%, solubilizadas em meio
Mueller Hinton (MH) (100 μL) em placas de 96 poços. As placas foram incubadas a 37 ºC por 24h. A CIM
foi avaliada com base na menor concentração do extrato capaz de inibir o crescimento microbiano. Para a
Concentração Bactericida Mínima (CBM), alíquotas de 25 μL do extrato nas diferentes concentrações foram
transferidas para placas contendo ágar MH e a CBM avaliada como a concentração do extrato que resultou
em crescimento de até 0,1% do inóculo inicial. Os extratos brutos de Hymenaea sp. apresentaram atividade
antibacteriana, destacando-se E. faecalis e S.aureus que apresentaram CIM de 250μg/mL e CBM de
750μg/mL, para ambas. Relatos na literatura demonstram que concentrações abaixo de 1000 μg/mL de
extrato bruto vegetal apontam para resultados bastante promissores. Estudos preliminares da atividade
bactericida e bacteriostática de extratos brutos de Hymenaea sp. revelam uma espécie vegetal com grande
potencial para o desenvolvimento de fármacos a serem empregados na terapia antibacteriana. Avaliações
complementares fazem-se necessárias a fim de elucidar os componentes químicos com atividade
antibacteriana presentes no extrato e seu espectro de ação frente a outros microrganismos.
Referências
1.
TORRES, A. F. C. et al. (2010). Toxicon. Vol. 55. p. 795-804
2.
STOPPA, M. A. et al. (2009). Quim. Nova. Vol. 32. p. 498-502
3.
CLSI, 2003. Methods for Dilution Antimicrobial Susceptibility Tests for Bacteria
Aerobically;Approved Standard-Sixth Edition. CLSI document M7-A6 (ISBN 1-56238-486-4).
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG/UFSJ
That
Grow
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SALADAS CRUAS COMERCIALIZADAS EM
RESTAURANTES SERF-SERVICE NA CIDADE DE CRUZ DAS ALMAS-BAHIA
Marly Silveira Santos1*, Norma Suely Evangelista Barreto2, Isabela Mattos3
1
Discente do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola da Universidade Federal da Bahia.
2
Orientadora do projeto - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
3
Co-orientadora do projeto-Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
*Autora para correspondência: [email protected]
Nos últimos anos, tem crescido o número de estabelecimentos comerciais de alimentação, em especial, os do
tipo “self-service”, onde a salada é um dos alimentos mais consumidos. Entretanto, a contaminação
microbiana desses produtos tem relevância para a saúde pública devido ao risco na transmissão de doenças
de origem alimentar. Os principais micro-organismos envolvidos na contaminação de saladas em
estabelecimentos de refeição coletiva são as bactérias, os fungos e os vírus provenientes de falhas durante a
manipulação dos alimentos, matéria prima contaminada, contaminação cruzada e falha na higienização
pessoal e dos utensílios. Esses fatores ao comprometer a inocuidade dos alimentos expõem a população a
riscos alimentares como, por exemplo, a salmonelose. Em virtude disso, a lesgilação brasileira impõe limites
para a presença de algumas bactérias patogênicas de importância para a saúde publica, ao descrever os
procedimentos que devem sem adotados desde o recebimento da matéria prima até a mesa do consumidor.
Outra forma de prevenção a fim de assegurar a inocuidade dos alimentos é a capacitação dos manipuladores.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo avaliar os parâmetros microbiológicos das saladas cruas
comercializadas em diferentes restaurantes “serf-service” na cidade de Cruz das Almas, Bahia. Para isso,
serão analisadas amostras de saladas cruas nos estabelecimentos perfazendo um total de 20 amostras usando
os bioindicadores bactérias heterotróficas mesófilas aeróbicas, o grupo dos coliformes, Salmonella e
Staphylococcus coagulase positiva. Este tipo de trabalho demonstra a importância das boas práticas de
fabricação e manipulação em unidades de alimentação de modo que os cuidados durante as preparações
sejam de fundamental importância para garantir a seguridade do alimento ao consumidor.
34
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA DE ESTIRPES DE Bradyrhizobium japonicum E B. elkani EM
DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE VERMELHO CONGO
Isaac Carvalho Soares1*; Leonardo de Paiva Barbosa1; Márcia Rufini1; Paula Rose de Almeida Ribeiro1;
Fatima Maria de Souza Moreira1.
1
Laboratório de Microbiologia do Solo - Universidade Federal de Lavras - Lavras - MG
As bactérias fixadoras de nitrogênio possuem grande valor econômico e ambiental. A produção comercial de
inoculantes para leguminosas enfrentam um grande desafio relacionado ao seu controle de qualidade. O
objetivo deste trabalho foi avaliar se há variação nas características morfológicas das colônias em diferentes
concentrações do indicador vermelho congo. Para os testes foram feitas diluições seriadas com quatro
estirpes recomendadas para soja [Bradyrhizobium elkanii SEMIA 587 e SEMIA 5019 (BR 29) e
Bradyrhizobium japonicum SEMIA 5079 (CPAC 15) e SEMIA 5080 (CPAC 7)] e dois isolados com
características morfológicas diferentes de Bradyrhizobium, utilizados como controle, pertencentes à coleção
do laboratório de Microbiologia do Solo da UFLA. Os isolados controle apresentam absorção dos
indicadores azul de bromotimol e vermelho congo. Os testes foram realizados a partir da contagem do
número de células viáveis em meio de cultura “79” contendo o indicador vermelho congo em diferentes
concentrações (0,25%, 0,38% e 0,50%), pH 6,8. Como controle foi utilizado meio “79” com o Azul de
Bromotimol (pH 6,8) para avaliar a coloração da colônia com outro indicador. Foram realizadas diluições
seriadas decimais de 10-1 a 10-8 em solução salina (0,85%). As diluições foram agitadas em vórtex por 30s e
adicionadas alíquotas de 0,1 mL das diluições de 10-5 a 10-8 na superfície dos meios de cultura nas placas de
Petri. A incubação foi realizada em estufa a 28º C, e avaliadas durante 10 dias. Ao longo deste período foram
avaliadas as características morfológicas das colônias. Espera-se obter uma condição padrão na coloração
das estirpes recomendadas para soja, facilitando assim os métodos de controle de qualidade de inoculantes.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DA ENZIMA CELULASE PRODUZIDA POR FUNGOS
FILAMENTOSOS DE AMBIENTES CAVERNÍCOLAS
Natália da Costa Maia; Mônica Cristina Pereira Monteiro, Rayssa Cristina Faria Pedroso ; Eduardo
Mateus Nery*, Ian Willy Trommer Faria, Patrícia Gomes Cardoso.
Laboratório de Bioprospecção e Genética de Fungos Filamentosos - BIOGENE/ UFLA.
E-mail: [email protected]
1. Universidade Federal de Lavras – UFLA, Lavras – MINAS GERAIS.
A celulose é um dos polissacarideos mais abundantes na natureza, sendo degradada pela hidrólise enzimática
da celulase. Esta enzima tem um importante papel nos processos de utilização de resíduos agroindustriais e
destaca-se na hidrólise de material lignocelulósico para a produção de biocombustíveis. O isolamento e a
seleção de microrganismos produtores de celulases são de grande importância, devido a crescente demanda
por novas enzimas e seu uso em diversas aplicações biotecnológicas. Muitos microrganismos são produtores
de celulases, dentre estes os fungos filamentosos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção da enzima
celulase por fungos filamentosos isolados de ambientes cavernícolas da caatinga brasileira. 21 isolados
foram crescidos em meio de cultivo BDA. Os isolados pertencem aos gêneros Aspergillus, Cladosporium e
Penicillium. Após um período de sete dias, os isolados foram inoculados em meio específico para celulase e
incubados a 25ºC. Para a avaliação, foi determinado o índice enzimático (IE). Foram encontrados três bons
produtores de celulase pertencentes ao gênero Aspergillus. Os índices enzimáticos foram 1,96 para o isolado
G221, 1,94 para HE 188A e 1,8 para HE 189A. Estudos serão realizados visando identificar esses isolados a
espécie e avaliar a atividade especifica de celulase. O estudo da biodiversidade de fungos isolados em
cavernas é importante e espécies promissoras podem ser isoladas desses ambientes.
Referências bibliográficas
BHAT, M. K.; Cellulases and related enzymes in biotechnology. Biotechnology Advances, New York, v. 18, n. 5, p.
355-383, Aug. 2000.
CARDONA, C. A.; QUINTERO, J. A.; PAZ, I. C. Production of bioethanol from sugarcane bagasse: status and
perspectives. Bioresouce Technology, Essex, v. 101, n. 13, p. 4754-4766, July 2010
KASANA R. C. et al. A Rapid and easy method forth e detection of microbial cellulases on agar plates using gram’s
iodine. Current Microbiology, New York, v. 57, n. 5, p. 503-507, 2008.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
AVALIAÇÃO SEMIQUANTITATIVA DA PRODUÇÃO DE LACASE DE LINHAGENS DE
Lentinula edodes
Maiara A Carvalho*, Débora M S Santos, Eustáquio S Dias, Disney R Dias
Universidade Federal de Lavras, departamento de Biologia, Setor de Microbiologia, Caixa Postal 3037,
Lavras/MG
*[email protected]
O fungo Lentinula edodes é um eficiente biodegradador de lignocelulose devido à produção de enzimas
hidrolíticas e oxidativas. Lentinula edodes tem sido descrito como produtor de lacase e manganês
peroxidase, sendo suas atividades relacionadas e dependentes da composição do substrato e fatores
ambientais. O objetivo do trabalho foi avaliar semiquantitativamente a capacidade de produção de lacase de
linhagens de Lentinula edodes em meio básico com baixa concentração de extrato de levedura. A avaliação
semiquantitativa de lacase foi feita com modificações do método de Poiting (1999). Ao meio básico (10,0 g
L-1 de glicose; 1,0 g L-1 de KH2PO4; 0,5 g L-1 de MgSO4.7H2O; 1,0 g L-1 de (NH4)2SO4; 0,5 g L-1 de CaCl2;
15,0 g L-1 de ágar)com 0,01% de extrato de levedura foi acrescido 0,1% de ABTS (2,2 'azino-bis (3-ácido
etilbenzothiazoline-6-ácido sulfônico) e um disco de 10 mm contendo micélio foi inoculado no centro da
placa. A incubação foi feita a 25ºC, por 7 dias. A produção de lacase foi observada pela formação de uma cor
verde no meio de crescimento. Os diâmetros do halo verde e da colônia foram medidos para o cálculo do
índice enzimático (IE) (HANKIN; ANAGNOSTAKIS, 1975). Os índices enzimáticos das linhagens foram
comparados pelo teste de Scott-Knott utilizando-se o software SISVAR (FERREIRA, 2008). A reação com o
ABTS foi imediata para as linhagens LE3, LE4 e LE6. As linhagens LE4 e LE6 apresentaram maior índice
enzimático com cinco dias de incubação, 5,33 e 5,00, respectivamente. As linhagens LE, LE2 e LE3
apresentaram o mesmo comportamento, enquanto a linhagem LE5 possuiu o menor índice enzimático. As
linhagens de Lentinula edodes foram capazes de produzir lacase no meio avaliado e apresentaram um
comportamento diferente na produção dessa enzima, sendo necessária a realização de ensaios quantitativos
para melhor definir as linhagens que mais produzem essa enzima.
Apoio: CAPES, FAPEMIG, CNPq
Referências bibliográficas
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium, Lavras, v. 6, n. 1,
p. 36-41, 2008.
HANKIN, L.; ANAGNOSTAKIS, S. L. The use of solid media for detection of enzymes production by fungi.
Mycologia, New York, v. 67, n. 3, p. 597-607, May 1975.
POINTING, S. B. Qualitative methods for the determination of lignocellulolytic enzyme production by tropical fungi.
Fungal Diversity, Hong Kong, v. 2, n. 1, p. 17-33, Mar. 1999.
37
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS COMO PROMOTORAS DO CRESCIMENTO DE MUDAS
MICROPROPAGADAS DE BANANEIRA
Emanuelle B. Cardoso1*; Elisabeth M. Ramos1; Kaliane S. Araújo3; Liliane S. Luquine1; Rosiane Silva
Vieira1; Harllen S. A. Silva2
E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, Bahia, 2Embrapa Mandioca e Fruticultura,
Cruz das Almas, Bahia, 3Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais
A micropropagação constitui uma alternativa para produção de plantas sadias e homogêneas. Entretanto, esta
técnica elimina microrganismos benéficos para o desenvolvimento vegetal. Avaliou-se a promoção do
crescimento de mudas micropropagadas de bananeira aplicando bactérias endofíticas nas fases de
enraizamento e aclimatação. Bactérias isoladas de raízes, pseudocaule e folhas, das variedades Prata Anã e
Prata Comum foram selecionadas quanto a capacidade de sintetizar ácido indolacético. Ensaios de antibiose
recíproca possibilitaram as combinações T1 (APC33, ARZ48, BF3 e BRZ9), T2 (BF6, BF10, ARZ33 e
ARZ53), T3 (BF27, ARZ 35, ARZ56 e ARZ42), T4 (BF36, BF38, ARZ34, ARZ46 e ARZ47) entre os
isolados, compondo os tratamentos dos ensaios posteriores. Os explantes foram microbiolizados em
suspensão bacteriana, de 109 ufc mL-1, transferidos para frascos contendo 60mL de meio de enraizamento,
com e sem ácido naftalenoacético, utilizando cinco repetições por tratamento, sendo dois explantes por
repetição. Os frascos foram mantidos em estufas por 20 dias após o qual o enraizamento foi avaliado. Na
fase de aclimatação, explantes enraizados foram transplantados para tubetes, adicionando-se 40mL da
suspensão de células (109 ufc mL-1) ao substrato de cultivo. Utilizaram-se dez repetições por tratamento,
sendo uma muda por repetição para cultivares ‘Thap Maeo’ e ‘Grande Naine’. Após sessenta dias,
avaliaram-se: a altura das plantas, os pesos secos da parte aérea e do sistema radicular. Comparou-se a média
das dez repetições aplicando-se teste de Tukey. A aplicação das endófitas na fase de enraizamento causou
morte em todos os explantes. A etapa de aclimatação revelou os tratamentos T1, T2 e T3 para cultivar
‘Grande Naine’ e o tratamento T2 para a cultivar ‘Thap Maeo’ como os de melhor desempenho, obtendo-se
índices de crescimento de 467,13, 476,65, 437,23, 444,52, respectivamente, significativamente superiores ao
controle. Bactérias endofíticas podem ser incorporadas ao processo de produção de mudas micropropagadas
quando aplicadas na fase de enraizamento.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BACTÉRIAS ENDOFÍTICAS EM FRUTOS DE Coffea canephora.
Paulo Sérgio Balbino Miguel1, Júlio César Delvaux1*, Larissa Cassemiro Pacheco Monteiro1, Marcelo
Nagem Valério de Oliveira1, Célia Alencar de Moraes1, Marcos Rogério Tótola1, Maurício Dutra Costa1,
Arnaldo Chaer Borges1.
1
Universidade Federal de Viçosa/Viçosa/Minas Gerais
[email protected]
Bactérias endofíticas em frutos são as que habitam as partes internas sem causar danos ou sintomas
aparentes. Entretanto, a presença e diversidade delas em frutos de Coffea canephora não foram ainda
relatadas na literatura. No presente estudo relata-se a diversidade e filogenia de bactérias endofíticas
cultiváveis três estádio de maturação em frutos dessa espécie, avaliadas por métodos moleculares, FAMEs e
sequenciamento de rDNA 16S dos isolados. O isolamento e a quantificação foram realizados em meio R2A,
sendo obtidos 140 isolados, agrupados com base em características morfológicas das colônias em 21
morfotipos, sendo 55 % de Gram-positivas. Na comunidade foram identificadas representantes dos
filosActinobacteria, Firmicutes, Bacteroidetes, Alpha- e Gamma-Proteobacteria, com 14 gêneros e 18
espécies. Kocuriatur fanensis e Pantoea vagans são pela primeira vez identificadas como espécies
endofíticas. Sete das 18 espécies identificadas como endofíticas em frutos de C. canephora não são espécies
descritas como endofíticas em frutos, a saber: Bacillus thuringiensis, Bacillus licheniformis, Agrobacterium
tumefaciens, Escherichia coli, Enterobacter hormaechei, Chryseobacterium sp.e Ochrobactrum sp.. A
diversidade das bactérias endofíticas cultiváveis mostrou-se distintanos três estádios de maturação dos frutos,
sendo maior no estádio de verdes, em que a predominância foi de Bacillus subtilis. Nos dois primeiros
estádios de desenvolvimento o número de isolados de Gram-positivas foi maior que o de Gram-negativas,
enquanto nos frutos maduros o número de colônias de Gram-positivas e Gram-negativas foi similar. No
último estádio de maturação a diversidade de espécies de bactérias endofíticas foi menor e a Klebsiella
oxytocafoi a espécie dominante, fato atribuído a prováveis efeitos da maior concentração de cafeína e
açúcares nos frutos.
Apoio: FAPEMIG, CAPES e CNPq.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BACTÉRIAS NODULÍFERAS DE CAUPI E FEIJÃO, ISOLADAS EM SOLO DE MINERAÇÃO DE
BAUXITA EM REABILITAÇÃO E CAPAZES DE PRODUZIR ÁCIDO INDOLACÉTICO
Emanuelly Silva Assis*, Maiara Paparele Santos, Juliana dos Santos Costa, Cássia Roberta Arantes Campos,
Fatima Maria de Souza Moreira
Laboratório de Microbiologia do Solo - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
A atividade mineradora provoca degradação ambiental e técnicas de revegetação são indicadas para reabilitar
estas áreas. A eficiência e a diversidade de bactérias nodulíferas fixadoras de nitrogênio em leguminosas são
de extrema importância, uma vez que estas participam de processos de ciclagem de nutrientes e contribuem
para a sustentabilidade dessas áreas, além de promover o crescimento vegetal por sintetizar naturalmente o
ácido indolacético (AIA). O objetivo do trabalho foi avaliar a capacidade de estirpes isoladas em áreas
mineradas da ALCOA Alumínio S/A Poços de Caldas, sob dois ambientes distintos de campo e serra, em
produzir ácido indolacético. Foram estudados 15 isolados, cultivados em meio “79” sólido e em seguida,
transferidos para frascos contendo 20 mL do meio líquido. Após o crescimento das estirpes, o inoculo foi
padronizado utilizando a escala MC Farland nº 2 (3x108 células) acrescentando solução salina (0,85%).
Deste inóculo alíquotas de 500 µL de solução bacteriana foram inoculadas em 20 mL de meio Dygs, sem
triptofano e com 100 mg.L-1 de triptofano e as culturas incubadas por 72 horas a 28°C sob agitação
constante. Em seguida as células centrifugadas a 13000 rpm por 10 min, e a três mL do sobrenadante
adiciona-se dois mL do Reagente de Salkowski, reservando o material por 30 minutos no escuro para o
desenvolvimento da coloração rósea, indicativo da produção de AIA. A intensidade da cor foi determinada
em espectofotômetro a 535 nm. Houve variabilidade na produção de AIA pelos isolados.
Apoio financeiro: CNPq e CAPES.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BACTÉRIAS TERMOFÍLICAS ISOLADAS DA FASE 2 DA COMPOSTAGEM PARA OBTENÇÃO
DE SUBSTRATO PARA CULTIVO DE Agaricus subrufescens
Simone C. Marques, Claudinelli Galvão, Manuela Brito, Fernanda M. de Andrade*, Cibelli Paula de Castro,
Eustáquio S. Dias
Laboratório de Microbiologia, Departamento de Biologia, CP 3037, CEP 37200 000, Universidade Federal
de Lavras, Lavras-MG
E-mail: [email protected]
O processo de compostagem para obtenção de substrato para cultivo de Agaricus subrufescens (Agaricus
blazei ss. Heinemann; A. brasiliensis) compreende duas fases: na primeira ocorre a umidificação e
distribuição do composto em camadas com reviragens periódicas enquanto na segunda fase o composto
resultante é pasteurizado e acondicionado. Essa etapa será determinante na qualidade final do composto, pois
diversas pragas são eliminadas em função do calor produzido na pasteurização. Nessas condições
microrganismos termofílicos (bactérias, actinobactérias e fungos filamentosos) se desenvolvem e convertem
amônia livre em proteína microbiana, essa conversão terá um papel crucial na preparação de um composto
apropriado para colonização do cogumelo. Em função do exposto objetivou-se isolar e identificar bactérias
termofílicas da fase 2 de compostagem para obtenção de substrato de cultivo de A. subrufrescens. Foram
analisadas 25 amostras (n= 5) que corresponde a cinco pontos distintos do composto e cinco períodos do
processo de compostagem . As amostras foram homogeneizadas em água peptonada 0,1%, diluídas
serialmente no mesmo diluente e 100 ul inoculados na superfície do ágar nutriente. As placas foram
incubadas a 45ºC por 24 horas, após este período realizou-se a contagem das colônias, cálculo das unidades
formadoras de colônia (UFC), separação dos morfotipos, purificação, triagem pelo teste de coloração de
Gram e identificação por provas bioquímicas. Os isolados caracterizados como Gram-positivo foram
submetidos ao teste de esporulação e aqueles identificados como esporo positivo foram submetidos as provas
aos testes de catalase, oxidase e motilidade e os não produtores de esporo foram submetidos as provas
bioquímicas de fermentação do manitol e teste de Voges-Proskauer. Obteve-se um contagem média de 3,48 x
108 UFC/g e identificados 55 morfotipos sendo identificados Bacillus cereus, Bacillus megaterium, Bacillus
subtilis e Latobacillus casei. A microbiota termofílica predominante nesse trabalho foi composto por
bactérias esporuladas pertencentes ao gênero Bacillus.
Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BIODIVERSIDADE DE BACTÉRIAS DA RIZOSFERA DE LEGUMINOSAS DA CAATINGA
Milena Duarte Lançoni¹²*, Rodrigo Gouvêa Taketani², Itamar Soares de Melo²
1. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP.
2. Laboratório de Microbiologia Ambiental – EMBRAPA Meio Ambiente, Jaguariúna, SP.
Caatinga é o nome dado ao representante brasileiro do clima semi-árido, conhecido por sua baixa
pluviosidade e temperatura elevada. Por esse motivo, este clima promove a adaptação de espécies vegetais e
também a presença de espécies endêmicas. Dos vegetais endêmicos, a família mais numerosaé a
Leguminosae. Sabe-se que o crescimento da planta pode ser diretamente influenciado pelascaracterísticas
presente no solo onde esta se encontra fixada, como atividade dos micro-organismos que habitam seu redor,
ou então, pelos fatores físico-químicos, ambos principalmente quando em solo rizosférico. Assim, o objetivo
deste trabalho é avaliar a biodiversidade de bactérias presentes no solo rizosférico de leguminosas da
caatinga com o auxílio de ferramentas e técnicas moleculares como Reação em Cadeia da Polimerase (PCR),
Terminal RestrictionFragmentLengthPolymorphism(T-RFLP) e sequenciamento, a fim de caracterizar
diferentes comunidades microbianas em solo rizosférico de Mimosa tenuiflora e Piptadeniastipulacea
(Benth.)Ducke, através do gene 16S rRNA desses micro-organismos. Foram realizadas coletas em cinco
estados: Bahia, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte. Extraiu-se o DNA ambiental das
amostras e com o auxílio de primers específicos foram feitas amplificações das regiões desejadas para
análise qualitativa do T-RFLP. Para avaliação da comunidade, realizou-se Análise Multivariada dos dados,
sendo possível observar alta significância para “sazonalidade” (p=0.001), “variação espacial” (p=0.001) e
“variação inter-amostras” (p=0.001), para p<0.05.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BIOPROSPECÇÃO DE FUNGOS ENDOFÍTICOS ISOLADOS DE GUARANAZEIROS DO
AMAZONAS
*Luciana Elias, João Lúcio de Azevedo, Thana Esashika, Joelma Marcon, Luiz Humberto Gomes, Simone
Lira
Universidade de São Paulo. Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Departamento de Ciências
Exatas. Avenida Pádua Dias, 11. Caixa Postal 09. CEP: 13418-900. Piracicaba/SP – Brasil.
Fone: (19) 3429-4151.
E-mail: [email protected]
O guaraná, fruto do guaranazeiro (Paullinia cupana, var. sorbilis (Mart.) Duke) é nativo da Amazônia e é um
dos principais produtos dos estados do Amazonas e Bahia. A cultura do guaranazeiro é de grande
importância para o Brasil, tanto do ponto de vista econômico quanto social. A demanda pelo guaraná tem
aumentado consideravelmente, inclusive no mercado exterior, para várias finalidades. Entretanto, a produção
de guaraná na região amazônica vem sendo cada vez mais afetada por condições fitossanitárias
desfavoráveis, principalmente pela presença da antracnose do guaranazeiro, uma doença causada pelo fungo
Colletotrichum spp. Levando em consideração que ainda não existem estudos onde se utilizam compostos
bioativos produzidos por fungos endofíticos para o controle da antracnose do guaranazeiro e o possível
controle de doenças por meio do emprego destes, o presente projeto de pesquisa tem como objetivo a
prospecção química e biológica destes compostos, uma vez que os fungos endofíticos são uma promissora
fonte de produtos naturais, apresentam grande diversidade química estrutural bioativa e foram pouco
explorados até o momento. Para tanto, após o isolamento e cultivo desses micro-organismos, serão gerados
extratos brutos e frações, os quais serão submetidos a análises químicas e ensaios biológicos contra o
crescimento micelial “in vitro” do fungo Colletotrichum spp. Considerando que a quantidade de espécies
fúngicas conhecidas é baixa, segundo a literatura, pode-se concluir que existe um grande potencial a ser
explorado, sugerindo que estas espécies poderão fornecer importantes informações para a comunidade
científica.
43
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BIOPROSPECÇÃO DE SOLANÁCEAS (SOLANACEAE) COM ATIVIDADE FUNGITÓXICA À
Moniliophthora perniciosa
Flávio Rocha1*; Cleber Novais Bastos4; Keila Maria Roncato Duarte3, Luiz Humberto Gomes2; Simone
Possedente de Lira1
1; 2 *
Laboratório de Química Orgânica de Produtos Naturais, Departamento de Ciências Exatas, Escola
Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ-USP), Piracicaba, São Paulo; 3Instituto de Zootecnia
(IZ), Nova Odessa, São Paulo; 4Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), Belém,
Pará.
*
[email protected]
O Brasil já esteve à frente do mercado exportador de cacau, mas atualmente ocupa apenas a sexta posição. O
principal motivo pela queda brasileira no cenário mundial é atribuído ao fitopatógeno responsável pela
doença do cacaueiro, a vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo Moniliophthora perniciosa. Os métodos
atuais de controle desta doença são onerosos ou apresentam algum risco ao ecossistema, motivo pelo qual se
faz necessário a busca por mais alternativas. Estudos anteriores realizados pelo nosso grupo de pesquisa
comprovaram a eficácia de um composto isolado das folhas e frutos de Solanum Lycopersicum, com
atividade antifúngica “in vitro” contra M. perniciosa. A literatura relata que diferentes metabólitos
secundários de solanáceas possuem atividade antifúngica. Visto que o Brasil possui a maior biodiversidade
florística do planeta, considera-se também como uma fonte promissora na busca de compostos bioativos de
interesse agronômico, área pouco explorada pela comunidade científica. Portanto, este trabalho tem por
objetivo explorar o potencial biológico e químico de metabólitos secundários produzidos por plantas da
família Solanaceae que apresentem atividade antifúngica à M. perniciosa. Para isto, plantas solanáceas serão
coletadas em campo e terão seus extratos e frações puras obtidas a partir de folhas, avaliadas biologicamente
quanto sua atividade antifúngica “in vitro” e “in vivo” e também analisadas quimicamente. Caso se trate de
um composto inédito, serão obtidos os espectros de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) mono e
bidimensionais de hidrogênio e carbono; espectros de Infravermelho (IV), Ultravioleta (UV) e Espectros de
Massas (MS) para elucidação estrutural dos compostos bioativos.
Apoio Financeiro: CAPES
44
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
BUSCA DE GENES ENVOLVIDOS NA SÍNTESE DE CILINDROSPERMOPSINA EM
LINHAGENS BRASILEIRAS DE Cylindrospermopsis raciborskii
Patricia Dayane Carvalho Schaker1,2*; Caroline Hoff-Risseti2; Marli de Fátima Fiore1,2
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba - SP, Brasil.
2
Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba - SP, Brasil.
1
A eutrofização artificial dos sistemas hídricos utilizados para abastecimento público tem se tornado um
problema à medida que as condições nutricionais e climáticas encontradas nestes ambientes favorecem o
crescimento exagerado de cianobactérias. A espécie Cylindrospermopsis raciborskii tem sido descrita em
diversas florações no Brasil, e a sua capacidade de produzir toxinas, dentre as quais saxitoxina (SXT), uma
neurotoxina, e cilindrospermopsina (CYN), uma hepatotoxina, causa preocupação aos órgãos
governamentais responsáveis pela regulação da qualidade de água potável no país. No entanto, até o
momento, a produção de cilindrospermopsina não foi detectada em nenhuma linhagem brasileira de C.
raciborskii ou floração em que esta estivesse presente. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi acessar o
potencial genético de linhagens brasileiras de C. raciborskii para produção de CYN por meio da busca de
genes envolvidos na sua biossíntese. Para tanto, oligonucleotídeos iniciadores foram desenhados para regiões
de domínios conservados de nove genes responsáveis pela síntese de CYN, representativos de
aproximadamente 20% do cluster completo, e os mesmos utilizados para amplificação e posterior
sequenciamento nas linhagens C. raciborskii CENA302 e C. raciborskii CENA303. As sequências geradas
foram comparadas com as depositadas nos bancos de dados disponíveis. Até o momento, quatro regiões do
cluster foram amplificadas e sequenciadas para a linhagem C. raciborskii CENA 302, todas apresentando
identidade de 100% e cobertura maior que 94%. Para a linhagem C. raciborskii CENA 303, três regiões
foram amplificadas e sequenciadas, com identidade e cobertura maiores que 92% e 99%, respectivamente.
Todas as sequências geradas apresentaram-se mais proximamente relacionadas a linhagens de C. raciborskii
e Raphidiopsis curvata. Os resultados obtidos indicam o potencial de linhagens brasileiras produzirem CYN
e poderão ser utilizados na descrição do cluster completo da CYN nestas linhagens, colaborando nos estudos
sobre a síntese e regulação de cianotoxinas.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO ENZIMÁTICA E FISIOLÓGICA DE ISOLADOS ENDOFÍTICOS DE
ACTINOBACTÉRIAS COM POTENCIAL PARA O CONTROLE BIOLÓGICO DE Bipolaris
sorokiniana
Elisandra Minotto, Luciana Milagre, Michele Bertoni Mann*, Cristina Spadari,Sueli Van Der Sand
*Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia/ICBS/UFRGS. Sarmento Leite, 500/
Laboratório 209. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
[email protected]
Os actinomicetos têm despertado grande interesse como potenciais agentesde biocontrole de doenças
fitopatogênicas. Isso se devea sua capacidade de produzir antibióticos e diversas enzimas extracelulares que
hidrolisam resíduos contendo celulose, pectina, lipase, esterase, quitina e outras. Além disso, podem
promover o crescimento de plantas pela produção de ácido 3-indol acético (AIA), sideróforos, solubilização
de fosfatos e fixação de nitrogênio. O fitopatógeno B. sorokiniana, responsável pela helmintosporiose, gera
significativas perdas na produção de cereais, como trigo e cevada. Este trabalho teve como objetivo
caracterizar a produção enzimática e fisiológica, em diferentes temperaturas, deisolados endofíticos de
actinobactérias com potencial para biocontrole de B. sorokiniana.Os 16 isolados de actinobactérias que
apresentaram maior atividade antifúngica, em ensaios prévios,foram avaliados neste ensaio. Para tanto, as
actinobactérias foram repicadas, pelo método de picada, para placas de petri ou tubos de ensaio contendo
meio de cultivo específico para: catalases, pectinases, celulases, lipases, esterases, fixação de N, produção de
AIA, solubilização de P e produção de sideróforos. Os micro-organismos foram submetidos a 25, 28 e 30°C,
por 7-14 dias. O índice enzimático (IE) foi determinado pela relação halo/colônia, obtida pela equação:
média do diâmetro do halo/ média do diâmetro da colônia. Os testes foram realizados em duplicata. A
produção de catalase, pectinase, esterase e lipase foi observada por pelo menos 15 isolados,
independentemente da temperatura de incubação, enquanto que o maior número de isolados (3) a degradar
celulose ocorreu a 30°C. As maiores médias de IE foram apresentadas pela degradação de lipases e as
menores pela atividade das celulases. O número de actinobactérias solubilizadoras de fosfatos e fixadoras de
Nitrogênio aumentou de forma crescente com a elevação da temperatura (de 12-15 e 7 -13,
respectivamente).A produção de AIAe sideróforos,a 28°C, foi realizada por 16 e 13 actinobactérias,
respectivamente.
Apoio: CAPES e CNPq.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E PERFIL DE TOLERÂNCIA A FATORES ABIÓTICOS DE
ESTIRPES DE BACTÉRIAS FIXADORAS DE NITROGÊNIO NODULÍFERAS DE
LEGUMINOSAS PROVENIENTES DA PRÉ – AMAZÔNIA MARANHENSE
Katia Pereira Coelho1*; Tércia Cristina dos Reis Silva2; Danúbia Lemes Dadalto2; Emanoel Gomes de
Moura2; José Geraldo Donizetti dos Santos3. Rua Prof. Azarias Ribeiro n° 77, apto 103, Centro – Lavras MG,
[email protected]
1) Universidade Federal de Lavras – Lavras - MG; 2) Universidade Estadual do Maranhão – São Luís –MA;
3) Universidade Federal do Tocantins - Araguaina – TO
A obtenção e caracterização de novas estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio nodulíferas de
leguminosas (BFNNL) consiste no primeiro passo para o desenvolvimento de inoculantes mais eficientes
para diversas leguminosas. Em virtude do exposto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de
caracterizar fenotipicamente estirpes de BFNNL provenientes da região Pré-Amazônica Maranhense, além
de realizar testes de tolerância dessas estirpes a fatores abióticos. Foi desenvolvido um experimento em casa
de vegetação, conduzido em vasos contendo solo, utilizando Gliricidia sepium, Clitoria fairchildiana e
Leucaena leucocephala como plantas iscas. Os nódulos obtidos foram utilizados para a obtenção de colônias
puras das estirpes, que foram caracterizadas fenotipicamente. Nos testes de tolerância a extremos de pH,
salinidade e temperatura, os isolados foram repicados para: 1) meio YMA com pH ajustado para 4,0 e 12; 2)
meio YMA (pH 6,5) modificado para as concentrações de NaCl de 1%, 2% e 3% e 3) meio YMA incubado a
temperatura de 45°C. Uma matriz binária foi construída a partir das características de tolerância dos isolados
a pH, salinidade e temperatura e outra a partir das características fenotípicas das colônias. Os dados foram
agrupados por meio do método UPGMA baseado no índice de Jaccard (J), usando o programa NTSYSpc
versão 2.1 para geração de um dendograma de similaridade fenotípica e outro com base no perfil de
tolerância a fatores abióticos. Verificou-se que no solo estudado ocorrem BFNNLs com elevada diversidade
fenotípica. Os isolados da comunidade nativa demonstraram boa tolerância a extremos de temperatura e
salinidade e a maioria dos isolados apresentaram tolerância a pH alcalino, mas não a pH ácido.
Apoio financeiro: Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do
Maranhão (FAPEMA) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO ISOENZIMÁTICA DO FITOPATÓGENO Bipolaris sorokiniana ISOLADOS
DE TRIGO E CEVADA
Michele Mann¹*; Elisandra Minotto¹; Thaisa Feltrin¹; Cristina Spadari¹, Sueli Van Der Sand¹
Rua Sarmento Leite, 500 lab.209 Micologia Ambiental, Porto Alegre/ RS
*[email protected]
¹Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde(ICBS),
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Bipolaris sorokiniana é um fungo fitopatogênico que infecta as culturas de trigo, cevada, triticali e demais
gramíneas ocasionando moléstias como a podridão comum da raiz, carvão do nó, ponta preta dos grãos e
mancha marrom. No Brasil, este fitopatógeno encontra-se disseminado em todas as regiões tritícolas,
ocasionando grandes perdas econômicas na cultura deste cereal. A identificação deste fitopatógeno é
dificultada pela grande variabilidade fisiológica e morfológica que o mesmo apresenta. A análise de
isoenzimas é uma ferramenta utilizada no diagnóstico do fitopatógeno em complemento a análise
morfológica. O presente estudo teve por objetivo caracterizar isolados monospóricos e polispóricos do
fitopatógeno, provenientes de diferentes regiões do Brasil e coleções Internacionais, utilizando nove sistemas
enzimáticos (Álcool desidrogenase, esterase, glicose desigidrogenase, malato desidrogenase, fosfatase ácida,
glutamato desidrogenase, Glicero 3 fosfato, Superóxido dismutase e Peroxidase). Para tanto, 25 isolados
polispóricos e 75 monospóricos foram crescidos em caldo batata dextrose (BD) e mantidos em estufa a 28 0 C
por 7 dias. Após o micélio foi filtrado e macerado com nitrogênio liquido, e a ele acrescido 1ml de tampão
de extração Tris- HCl 0,6173 M pH 6,8 e mantido sob refrigeração durante 12 horas. Os extratos foram
aplicados em gel de poliacrilamida em sistemas descontínuos (10% e 4,5%) submentidos a eletroforese
durante 4 horas e posteriormente os sistemas isoenzimáticos foram revelados. Dentre os isolados estudados,
quando submetidos aos sistemas isoenzimático álcool desidrogenase, glutamato desidrogenase, superoxido
dismutase e peroxidase, exibiram perfis monomórficos enquanto, para as isoenzimas fosfatase ácida,
esterase, glicose desidrogenase, glicero 3 fosfato e malato desidrogenase apresentaram um padrão
polimórfico. As isoenzimas álcool desidrogenase e fosfatase ácida apresentaram perfil de bandas quanto a
intensidade que diferenciaram os isolados brasileiros de internacionais. Os resultados não apontam
diferenças no perfil entre isolados polispóricos e monospóricos oriundos da mesma cepa assim como para
isolados do Brasil e isolados internacionais.
48
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE SILAGENS DE MILHO INOCULADAS COM
DIFERENTES CEPAS DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO
Andréia de Oliveira dos Santos*, Carla Luiza da Silva Ávila, Carolina Pereira Rezende, Beatriz Ferreira
Carvalho, Rosane Freitas Schwan
Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG
*[email protected]
A utilização de inoculantes microbianos em silagens tem sido recomendada com o objetivo de otimizar o
processo fermentativo e reduzir a deterioração aeróbia1. Neste contexto, objetivou-se avaliar os efeitos da
inoculação de bactérias do ácido lático (BAL) na microbiota envolvida na ensilagem de milho. Nove cepas
de BAL foram avaliadas em silos experimentais. Após 60 dias de fermentação os silos foram abertos e
amostras de 25g foram diluídas em 225mL de água peptonada 0,1% e agitadas. A contagem de BAL,
leveduras e fungos filamentosos foi realizada, respectivamente, nos meios MRS e DRBC, após incubação a
30ºC/48h. A população de Clostridium spp. foi determinada em RCA após incubação sob anaerobiose
(37°C/7 dias). A contagem de enterobactérias e esporos de Bacillus spp. foi feita em VRBG e ágar nutriente,
após incubação a 37ºC/24h. Listeria spp., foi verificada no meio Oxford e confirmada em API-Listeria. Os
dados foram submetidos à análise de variância e suas médias, comparadas, pelo teste de Scott-Knott,
utilizando-se software SISVAR2.Não houve diferença significativa (P>0,05) entre as populações dos
microrganismos patogênicos e deterioradores das silagens inoculadas com diferentes cepas e silagens
controle. Um aumento significativo (P<0,05) na população de Bacillus spp. e Clostridium spp. foi observado
após 60 dias de fermentação. Com a fermentação houve redução (P=0,00) nas contagens de leveduras,
fungos filamentosos e enterobactérias. A adição dos inoculantes influenciou (P<0,05) a população de BAL e
as silagens com as cepas UFLA SLM 6, 11, 68 e 73 apresentaram maior população de BAL ao final do
processo fermentativo. Não foi verificada presença de Listeria spp. nas silagens com as cepas UFLA SLM 6,
8 e 51. As diferentes cepas inoculadas interferiram na população de BAL e na presença de Listeria spp. nas
silagens. Baseando-se nestes resultados, as cepas UFLA SLM 6 e 11 foram as mais promissoras.
Referências
KUNG JÚNIOR, L.; STOKES, M. R.; LIN, C. J. Silage additives. In: BUXTON, D.R.; MUCK, R. E.; HARRISON,
J.H (Ed.). Silage Science and Technology. Madison: American Society of Agronomy, 2003. p. 305-360.
2
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Symposium, Lavras, v. 6, n. 2, p. 3641, jul./dez. 2008.
Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq e CAPES.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS ESTRUTURAS DE REPRODUÇÃO SEXUADA DE
Agaricus bisporus POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
Janaira Nunes*; Diego Zied1; Eduardo Alves; Eustáquio Dias; Eloisa Leite.
E-mail: [email protected]
Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG.1.Faculdades Integradas de Bauru, Bauru-SP
O Agaricus bisporus é uma das espécies mais importantes na indústria de alimentos (Novaes & Novaes, 2005)
representando cerca de 40% da produção mundial de cogumelos comestíveis (Royse & Chalupa, 2009). A
escolha da linhagem é um fator fundamental para obter-se sucesso no cultivo de cogumelos, pois podem diferir
quanto à velocidade de crescimento, resistência a fungos contaminantes, temperatura e umidade ótima de
incubação, formação, tamanho e forma dos basidiomas, eficiência biológica e produtividade (Diamantopoulou
& Philippoussis, 2001). No Brasil, faltam dados que expressem realmente o perfil dos cogumelos cultivados
no país (Sales & Campos et al, 2009). O objetivo do trabalho é caracterizar morfologicamente as estruturas de
reprodução sexuada de isolados de Agaricus bisporus. O material biológico constituiu amostras de lamelas de
cinco linhagens (Porto Belo 06, China, Márcia, Itu Verão, Gildo) de Agaricus bisporus. Porções das lamelas
dos isolados foram retiradas em pontos equidistantes e a preparação das amostras para a visualização no
microscópio eletrônico de varredura foi realizadas de acordo protocolo padrão (Bossola & Russell, 1998;
Alves, 2004). Foi observadas lamelas com basídios e basidiósporos em diferentes estágios, demonstrando que
o desenvolvimento dessas estruturas ocorre de maneira assincrônica. As linhagens possuem frequência
predominante de basídios bispóricos, mas também apresentaram basídios monospóricos (China, Márcia, Itu
Verão, Gildo), Trispóricos (todas as linhagens) tretraspóricos (Porto Belo 06).
Referências Bibliográficas
ALVES, E. Curso introdutório de microscopia eletrônica de transmissão. Lavras: UFLA, 2004, 52 P.
BOSSOLA, J.J.; RUSSELL, L.D. Electron microscopy. Boston: Jones and Bartlett, 1998. 670p.
DIAMANTOPOULOU, P.; PHILIPPOUSSIS, A. Production atributes of Agaricusbisporus white and off-white strains
and the effect of calcium chloride irrigation on productivity and quality. Scientia Horticulturae, Athens, v. 91, p. 379391, 2001
NOVAES, M. R. C. G.; NOVAES, L. C. G. Fármaco-nutrientes em cogumelos comestíveis Agaricales e outros
basidiomicetos. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 181-187. 2005.
ROYSE, D. J.; CHALUPA, W. Effects of spawn, supplement and phase II compost additions and time of re-casing
second break compost on mushroom (Agaricus bisporus)yield and biological efficiency. Bioresource Technology,
Essex, v. 100, p. 5277-5282, 2009.
SALES-CAMPOS, C.; OLIVEIRA, L. A.; ARAUJO, L. M.; VAREJÃO, M. J. C.; ANDRADE, M. C. N. Composição
mineral de uma linhagem de Pleurotus ostreatus cultivada em resíduos madeireiros e agroindustriais da região
amazônica. Ciência e Tecnologia dos Alimentos, v.29, n.4, p. 868-872. 2009.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPQ e FAPEMIG
50
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CINÉTICA DE CRESCIMENTO E ADAPTAÇÃO DE Staphylococcus aureus NA AUSÊNCIA E
PRESENÇA DE ÓLEOS ESSENCIAIS
Millezi, Alessandra1,2 *; Sousa, Ana Margarida 2; Pereira, Maria Olivia2, Piccoli, Roberta3
E-mail: [email protected]
1
Departamento de Ciências Biológicas, Setor de Microbiologia Agrícola, Universidade Federal de Lavras, ,
Minas Gerais, Brasil; 2Departamento de Engenharia Biológica, Universidade do Minho, Braga, Portugal; 3
Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil.
Os óleos essenciais (OEs) são provenientes do metabolismo secundário vegetal. Os OEs e seus compostos
podem contribuir para a obtenção de novos produtos antimicrobianos e desenvolvimento de novas drogas. O
objetivo desse trabalho foi verificar a cinética de crescimento e adaptação Staphylococcus aureus na
ausência e presença e óleos essenciais de canela e palmarosa. As soluções de OE foram preparadas nas
concentrações 0,0; 0,06%; 0,09%; 0,12%, 0,36% e 0,48%. Utilizou-se DMSO como diluente. O inóculo
bacteriano em TSB de aproximadamente 108 UFC mL-1 foi adicionado em tubos com as respectivas
concentrações de OEs. Incubou-se a 36 ºC / 24 horas e 120 rpm. A quantificação de células viáveis foi
realizada após 0,5; 1; 2; 4; 6; 8; 10 e 24 horas pelo plaqueamento de superfície e contagens expressas em
UFC mL-1. Ao final das 24 horas de cultivo S. aureus alcançou 8,39 Log UFC em solução de TSB sem a
presença de óleos essenciais. A redução das células viáveis ao longo do período de cultivo, em 0,06% (OE de
canela) não foi satisfatória, após 24 horas houve a maior redução, de 0,92 Log UFC. Após 2 horas, na
concentração de 0,36% a redução foi de 5,20 Log CFU. Em 0,48%, após 0,5 horas obteve-se redução de 6,38
Log UFC e após 1 hora a solução teve efeito bactericida. Para o OE de palmarosa, em 0,9% após 8 horas,
4,37 Log CFU foram reduzidos e após 8 horas, a concentração de 0,48% foi bactericida. Diversos estudos já
publicados, porém utilizando técnicas de determinação da Concentração Mínima Inibitória, relatam a
atividade antibacteriana de OEs. Verificou-se que Staphylococcus aureus quando submetida ao tratamento
com OEs em baixas concentrações pode adaptar-se aos mesmos, 0,48% de OEs inibiu totalmente o
crescimento bacteriano, demonstrando ser potencialmente satisfatórias para impedir o crescimento
bacteriano.
Referências bibliográficas:
Duarte, M.C.T. et al. Activity of essential oils from Brazilian medicinal plants on Escherichia coli. Journal of
Ethnopharmacology. 111, 197-201, 2007
Millezi, A. F., Caixeta, D. S.; Rossoni, D. F.; Cardoso, M. das G.; Piccoli, R. H. In vitro antimicrobial properties of
plant essential oils Thymus vulgaris, Cymbopogon citratus and Laurus nobilis against five important foodborne
pathogens. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, xx(x): x-x, xxx.-xxx. 2012.
Agradecimentos: Os autores agradecem à CAPES e FAPEMIG pelo apoio financeiro.
51
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CLONAGEM DO GENE DA CAPA PROTÉICA DO PMWaV PARA PRODUÇÃO DE
ANTICORPOS
Keilla C. dos Santos1* ; Eduardo C. de Andrade2
1Universidade Federal do Recôncavo da Bahia- UFRB/EMBRAPA-CNPMF, Cruz das Almas- Bahia.
2Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical- CNPMF, Cruz das Almas-Bahia
A murcha do abacaxi é uma doença que causa grandes perdas à cultura do abacaxi. A planta infectada
geralmente apresenta sintomas como perda de turgescência dos tecidos foliares e partes suculentas da planta,
fazendo-a definhar progressivamente, podendo levá-la à morte. Apresenta-se como agente etiológico um
complexo viral denominado Pineapple mealybug associated vírus- (PMWaV-1,2 e 3). Além dos danos
diretos que o vírus pode causar na produção das plantas, os danos indiretos são preocupantes, pois em alguns
casos as plantas contaminadas não apresentam sintomas, dificultando a seleção de mudas para o plantio. A
detecção do PMWaV pode ser realizada por técnicas moleculares e sorológicas. A técnica molecular utilizada
para a detecção do PMWaV é a RT-PCR (Reação em cadeia polimerase com transcrição reversa), é uma
técnica mais sensível, porém de alto custo. Embora os testes sorológicos tenham um custo menor que os
moleculares, no caso específico da detecção do PMWaV, a técnica sorológica empregada é denominada
“tissue blotting immunoassay” (TBIA), cuja execução é mais complicada e demanda maior tempo para sua
realização. Uma alternativa é o uso da técnica de ELISA, que é sensível, específica, de baixo custo e
possibilita o teste de um grande número de amostras em curto espaço de tempo. Entretanto há necessidade de
produzir anticorpos. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi clonar os genes da capa proteica (CP) do
PMWaV-1, PMWaV-2 e PMWaV-3, para futuramente serem expressos e a proteína purificada utilizada para a
produção de anticorpos. Os genes da capa proteica (CP) do PMWaV-1 e PMWaV-2 foram amplificados via
RT-PCR, a partir do RNA total extraído de plantas infectadas, utilizando oligonucleotídeos específicos para
cada vírus, contendo sítios de restrição em suas extremidades 3’. Os fragmentos amplificados foram
clonados utilizando o Kit pGEM-T easy (Promega). Atualmente os genes CP estão sendo transferidos para o
vetor de expressão pRSET-A.
Referências
BARBIERI, M.R; CARVALHO, G.M; ZAMBOLIM E.M; ZERBINI F.M. Expressão em Escherichia coli da Proteína
Capsidial do Watermelon mosaic virus e Produção de Anti-Soro. Fitopatologia, Viçosa, v.29,n.2,p.215-218,2004.
RADAELLI, PAULA; FAJARDO, M.V.T; NICKEL, OSMAR; EIRAS, MARCELO; PIO-RIBEIRO, GILVAN.
Production of polyclonal antisera using recombinant coat proteins of Grapevine leafroll-associated virus 2 and
Grapevine virus B. Pesquisa agropecuária, v.43, n.10, p.1405-1411,2008.
VELAME et al. Produção de anti-soro contra o vírus associado com a murcha do abacaxizeiro (Pineapple mealybug
wilt- associated vírus). Summa phytopathol, v. 30, n. 3, p 346-349, 2004.
VENTURA, J.A.; ZAMBOLIM, L. Controle das doenças do abacaxizeiro. In: ZAMBOLIM, L.; VALE, F. X. R. do;
MONTEIRO, A. J. A.; COSTA, H. (Org.). Controle de doenças de plantas frutíferas. Viçosa, v1, p445-509,2002.
Apoio financeiro: Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.
*Ibirapitanga-Bahia, Travessa Maria Amélia, Centro, nº97; [email protected]
52
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
COMPOSTING "INDOOR" METHOD FOR CULTIVATION OF Agaricus subrufescens AND
CHEMICAL CHARACTERISTICS OF THE BASIDIOCARPS.
Diego Cunha Zied1,*, Eustáquio Souza Dias1, Marli Teixeira de Almeida Minhoni2
1
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais
2
Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Botucatu, São Paulo
The Agaricus subrufescens, a synonym of Agaricus blazei ss. Heinemann (A. brasiliensis), is a
Basidiomycete fungus called the Medicinal Mushroom or Almond Mushroom. It has many medicinal
properties such as the presence of glucan proteins with tumor-inhibition activity. It is grown in lignocellulosic composts with a C/N ratio of 37/1. A critical step in the cultivation of this mushroom is the
production of the compost, which implies the use of various processes. The aim of the present work was to
evaluate the influence of the composting "Indoor" process in the agronomic performance (yield, number and
weight of basidiocarps, precociousness and earliness) of A. subrufescens and their chemical characteristics,
"in natura" mushrooms, dehydrated mushrooms and freeze-dried mushroom. The experiment followed a
simple factorial with 3 composts (coming from different composting "Indoor" installations, which were
produced through varied methods) with five replicates per treatment. The compost factor affected the yield
and the number of basidiocarps, but not affected the weight of the basidiocarps, the precociousness and the
earliness. The compost process for the cultivation of A. subrufescens is still unknown, requiring further
research with management approaches, methods and formulations to be used for the production of the
compost. The method of dehydration of the basidiocarps for its conservation is efficient (little change in the
chemical characteristics of the mushrooms was checked) and does not have a high cost of production when
compared to the free-dried.
Financial Support: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES- No.1184/09-1).
53
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
COMUNIDADE MICROBIANA E NUTRIÇÃO NITROGENADA EM FLORESTAS PLANTADAS
DE EUCALIPTO
Julio Cesar Delvaux1, Paulo Sérgio Balbino Miguel1, Fernanda de Souza Freitas1, Marcelo Nagem de
Oliveira1, Maurício Dutra Costa1, Júlio Cesar Lima Neves1, Marcos Rogério Tótola1, Fernando Palha Leite2,
Guilherme Luiz de Jesus2, Arnaldo Chaer Borges1.
1
2
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais
Celulose Nipo-Brasileira – CENIBRA, Belo Oriente, Minas Gerais
O Brasil possui 42 % de sua superfície coberta por florestas nativas densas, 7 % por florestas naturais abertas
e 17 % por outras formas de vegetação. As florestas plantadas estão distribuídas, em sua maioria, no Paraná,
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. As árvores acumulam grandes
quantidades de carbono e nitrogênio, liberadas para o solo na forma de resíduos e de exsudatos. A introdução
de fotoassimilados no solo pelas raízes representa importante fonte de carbono para a microbiota, sendo um
dos principais fatores que determinam a presença e atividade dessa comunidade na rizosfera. A quantidade e
a qualidade do carbono e do nitrogênio disponíveis no solo influenciam a dinâmica das populações e
processos microbianos. O eucalipto apresenta baixa resposta à adubação nitrogenada, possivelmente porque
a mineralização do nitrogênio orgânico ao longo do ciclo de desenvolvimento da planta pode representar a
principal fonte desse nutriente. Observações sobre o ciclo do nitrogênio ao longo dos séculos indicam que
florestas tropicais acumulam e reciclam grandes quantidades de nitrogênio quando comparadas a florestas
temperadas. Essa circulação do nitrogênio pelos compartimentos do sistema solo-planta parece sofrer efetivo
controle do componente planta, que age como um nitrostato, regulando de forma dinâmica as concentrações
em ambos os compartimentos. O nitrogênio fixado pela atividade diazotrófica pode representar aporte
significativo de nitrogênio nesses sistemas, que é lentamente incorporado à matéria orgânica do solo. Neste
contexto o objetivo é determinar a influência do aporte de carbono sobre a disponibilização de nitrogênio nos
plantios de eucalipto mediada pelos diazotróficos e pela comunidade microbiana. Serão avaliadas a
diversidade, atividade e abundância microbianas em amostras de solo, folha e exsudato xilemático por meio
de PCR-DGGE, Respirometria e PCR Real Time.
Apoio: CENIBRA, CAPES, CNPq e FAPEMIG.
54
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CONTROLE BIOLÓGICO DE Botrytis cinerea POR LINHAGEM Streptomyces sp. ASBV-1
*Leonardo J. da Silva, Tiago D. Zucchi, Itamar S. de Melo. (Conselheiro Leopoldo Seckler, n° 36, Pl. Verde,
CEP: 13843-188 Mogi Guaçu - SP)
E-mail: [email protected]
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA/CNPMA – Jaguariúna – SP. Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP – Piracicaba – SP.
Doenças decorrentes a infestação do fungo B. cinerea geram prejuízos em campo aberto e câmaras de
armazenamento (MORANDI, 2001). No Brasil, a doença prevalece nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio
Grande do Sul (ALFENAS et. al., 2004). Importante integrante ao Manejo Integrado de Pragas - MIP, o
controle biológico é um fenômeno que consiste na regulação de plantas e animais, por inimigos naturais. O
controle pode ser decorrente à antibiose, parasitismo, competição, predação ou hipovirulência (SCHWANESTRADA ; STANGARLIN ; CRUZ, 2000). Em estudos preliminares, a linhagem Streptomyces sp. ASBV1 demonstrou-se capaz de controlar o desenvolvimento do Aspergillus parasiticus diretamente nos grãos de
amendoim (ZUCCHI, 2008). O objetivo deste projeto será avaliar o potencial da linhagem Streptomycessp.
ASBV-1 em controlar o desenvolvimento do fitopatógeno Botrytis cinerea em pós-colheita de morango. Para
isso, as linhagens Streptomycessp. ASBV-1 e Botrytis cinerea serão cedidas pela Coleção de Cultura do
Laboratório de Microbiologia Ambiental – Embrapa Meio Ambiente. A avaliação do potencial de controle
será realizada in vitro através dos testes de antagonismo e antibiose. Ao ensaio in vivo, os frutos serão
desinfestados, secos, inoculados e colonizados pela linhagem Streptomycessp. ASBV-1 em concentrações
equivalentes a 1 x 104, 1 x 106 e 1 x 108 u.f.c. por processo de pulverização. As amostras serão incubadas à
28°C, por 24, 48 e 72 horas. Após o período determinado, as amostras serão imersas em solução de esporos
do fitopatógeno B. cinerea em concentrações equivalentes a 1 x 104, 1 x 106 u.f.c. Os frutos serão
acondicionados em caixas gerbox contendo 9 unidades. A faixa térmica de avaliação será entre 4 e 20°C.
Avaliações diárias serão realizadas para verificar o desenvolvimento da linhagem patogênica.
Referências bibliográficas:
ALFENAS, A. C. ; ZAUZA, E. A. V. ; MAFIA, R. G. ; ASSIS, T. F. Clonagem e doenças do eucalipto. Tese de
Doutorado. Universidade Federal de Viçosa – UFV, 2004.
MORANDI, M. A. B. Influência de fatores bióticos e abióticos no estabelecimento de Clonostachys rosea em tecidos
de roseiras e controle biológico de Botrytis cinerea pelo antagonista em restos culturais. Tese de Doutorado.
Universidade Federal de Viçosa – UFV, 2001.
SCHWAN-ESTRADA, K. R. F. ;STANGARLIN, J. R. ; CRUZ, M. E. S.Uso de extratos vegetais no controle de fungos
fitopatogênicos. Revista Floresta.Curitiba, v. 30, n. 1 e 2, p. 129-137. 2000.
SOUZA, P. ; DUTRA, M. Fungicidas no controle e manejo de doenças de plantas. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de Lavras – UFLA, 174 p. 2003.
ZUCCHI, T. D. ; MORAES L. A. B. ; MELO, I. S. Streptomyces sp. ASBV-1 reduces aflatoxins accumulation by
Aspergillus parasiticus in peanut grains. Journalof Applied Microbiology, v. 105, p. 2153-2160, 2008.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CONTROLE DA PODRIDÃO VERMELHA DO SISAL COM EXTRATOS DE PLANTAS
NATIVAS DO SEMIÁRIDO DA BAHIA
Rafael Mota da silva1*; Ana Cristina Fermino Soares1; Franceli Silva1; Jefferson Oliveira de Sá1,2; Caroline
Lopes Damasceno1
E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CCAAB, , Cruz das Almas, Ba, 44380-000. *Mestrando em
Microbiologia Agrícola. 2Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Baiano, Bom Jesus da Lapa, 47600-000.
O sisal (Agave sisalana) pertence à família Agavaceae, trazida para o Brasil, por volta de 1903. Esta cultura
tem um importante papel socioeconômico no semiárido da Bahia. O Estado da Bahia responde por 96% da
produção nacional (IBGE, 2010). Nas últimas décadas a cultura vem sofrendo um declínio na produtividade
devido à podridão vermelha, causada pelo Aspergillus niger (SÁ, 2009). São necessárias medidas de
controle, alternativas ao controle químico, a exemplo de extratos vegetais com efeito fungicida. As plantas
apresentam um grande potencial para obtenção de produtos naturais biologicamente ativos
(PURKAYASTHA, 1995). Objetiva-se no presente trabalho avaliar o potencial dos extratos aquoso e não
aquoso de juá no crescimento micelial, esporulação de A. niger e controle da podridão vermelha em mudas
de sisal. As folhas de juá serão obtidas na região semiárida da Bahia, secas e trituradas em moinho. Para
obtenção dos extratos serão utilizadas 10g de folha moída para 100 ml de solvente. Para avaliação in vitro
será realizada a transferência de esporos de A. niger para o centro da placa de Petri contendo BDA + extratos
nas concentrações 0, 5, 10, 20 40%. Após a incubação serão realizadas contagens de esporos e medições no
diâmetro das colônias. Mudas de sisal com 20 a 30 cm de altura serão transplantadas para sacos de
polietileno, contendo 2 litros de solo. O caule e raízes das mudas serão imersos em diferentes concentrações
dos extratos por 12 e 24 horas. Para a inoculação, serão feitos quatro furos equidistantes no caule e este
inoculado com A. niger, por meio de aspersão da suspensão de conídios (107 conídios/ml). A avaliação da
doença será realizada 30 dias após a inoculação das mudas, através do corte da planta e observação da
presença dos sintomas no caule, através da escala de notas desenvolvida por Sá (2009).
Referências Bibliográficas
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA Levantamento. Sistemas. Produção.
Agrícola. Rio de Janeiro v.24 n.08, p.110,. 2011.
PURKAYASTHA, R.P. Progress in phytoalexin research during the past 50 years. In: DANIEL,M.;
PURKAYASTHA,R.P. (Ed.). Handbook of Phytoalexin Metabolism and Action. Marcel Dekker, p.1-39, 1995.
SÁ, J. O de. Patogênese de Aspergillus niger e biocontrole da podridão vermelha do sisal por Trichoderma spp.,
2009. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 2009.
56
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CONTROLE DA PODRIDÃO VERMELHA DO SISAL COM Penicillium citrinum
Caroline Lopes Damasceno1*; Ana Cristina Fermino Soares1; Jefferson Oliveira de Sá1,2; Rafael Mota da
Silva1; Cristiano Oliveira do Carmo1.
E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, CCAAB, , Cruz das Almas, Ba, 44380-000. *Mestranda em
Microbiologia Agrícola. 2Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Baiano, Bom Jesus da Lapa, 47600-000.
O sisal (Agave sisalana) é de extrema importância para regiões semi-áridas da Bahia, pois constitui fator de
fixação do homem ao campo em regiões nas quais o clima limita a produção agrícola (ALVES, 2004). No
entanto, a podridão vermelha, causada pelo fungo Aspergillus niger, vêm reduzindo a produtividade desta
cultura (SÁ, 2009). Neste contexto, faz-se imprescindível a adoção de medidas, como o controle biológico,
que pode ser feito por meio do uso direto de micro-organismos ou de substâncias secretadas por eles
(BERGAMIN et al, 1995) . Fungos do gênero Penicillium sp., são bastante conhecidos em virtude de sua
capacidade em secretar grande variedade de metabólitos secundários, os quais possuem aplicações diversas,
destacando-se os antibióticos. Este trabalho visa identificar substâncias presentes nos metabólitos
secundários de Penicillium citrinum que atuam no controle biológico de A. niger. O isolado de P. citrinum
será cultivado em meio liquído Czapeck Yeast Agar (CYA), incubado a temperatura ambiente 28±2ºC em
mesa agitadora orbital (120 rpm) para produção de metabólitos secundários. Desta cultura então, serão
extraídos os metabólitos por meio de centrifugação à 2265g por 30 minutos e filtragem. Serão testados
diferentes períodos de incubação para a produção de metabólitos secundários (24, 48, 72, 96 e 120h) e por P.
citrinum, que apresentem maior poder inibitório frente a A. niger. Esses metabólitos serão separados em
bandas, por meio de cromatografia. Os metabólitos separados por cromatografia serão testados quanto à
inibição da germinação de esporos, crescimento micelial e esporulação de A. niger. Posteriormente será feita
a identificação das substâncias que apresentarem potencial de controle deste patógeno do sisal. Assim,
espera-se com este trabalho, identificar substâncias presentes nos metabólitos secundários de P. citrinum,
que atuem no controle da podridão vermelha do sisal.
Palavras-chave: Controle biológico, metabólitos secundários e Aspergillus niger.
Referências Bibliográficas
ALVES, M. O.; SANTIAGO, E. G.; LIMA, A. R. M. Diagnóstico socioeconômico do setor sisaleiro no nordeste
Brasileiro. Documentos do Etene (Escritório técnico de recursos socioeconômicos do Nordeste), vol. 4, Fortaleza:
Banco do Nordeste, 2004.
BASTOS, C.N. Ação antibiótica de metabólitos de Penicillium citrinum Thom. Sobre Phytophthora palmivora
(Buti.) Buti. Revista Theobroma 17(1): 31-37, Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus, Bahia, Brasil, 1987.
BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed.
São Paulo: Agronômica Ceres, 1995. v.1.
HOUBRAKEN J.; FRISVAD, J.C.; SAMSON R. A. Taxonomy of Penicillium citrinum and related species. Fungal
Diversity, 2010. DOI: 10.1007/s13225-010-0047-z.
SÁ, J. O de. Patogênese de Aspergillus niger e biocontrole da podridão vermelha do sisal por Trichoderma spp.,
2009. 53 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 2009.
57
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
CULTIVO DO COGUMELO Agaricus subrufescens, COM A REDUÇÃO DA TEMPERATURA NA
INDUÇÃO DA FRUTIFICAÇÃO
Pedro Paulo Gadoni Junqueira*, Emerson Tokuda Martos, Diego Cunha Zied, Eustáquio Souza Dias.
E-mail: [email protected]
Rua Geraldo Melo 27, Vila Martins ; Lavras- MG.Universidade Federal de Lavras, MG.
Temperaturas baixas são comumente utilizadas para a indução da frutificação de cogumelos de clima
temperado. Considerando que o cogumelo Agaricus subrufescens requer temperatura de aproximadamente
25º C para o seu cultivo,ainda não se conhece o efeito de temperaturas abaixo de 20º C sobre a sua
frutificação. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do choque térmico (temperatura de 17º C) sobre a
produtividade e a uniformidade de produção do cogumelo. Foram utilizadas duas linhagens do A.
subrufescens, uma comercial e outra da coleção micológica da UNESP Botucatu. Foram avaliados períodos
distintos de tempo de choque térmico a 17º C: 4, 6 e 8 dias. Além do choque térmico inicial, após cada ciclo
de cultivo, o tratamento era repetido usando os mesmos períodos de tempo. Os resultados preliminares
indicam que a linhagen da Unesp apresentou com tratamento de 8 dias uma eficiência biológica e
produtividade total respectivamente de 22,17% e 8,87%; o tratamento de 6 dias, valores de 19,40% e 7,76%,
o tratamento 4 dias 18,13% e 7,25% e o tratamento controle 8,67% e 3,47%. A linhagem comercial
apresentou valores de eficiência biológica e produtividade respectivamente da seguinte forma, 8 dias 11,04%
e 4,42%, 6 dias 8,35% e 3,34%, 4 dias 9,52% e 3,81% e o tratamento controle 6,44% e 2,88%. As duas
linhagens respondem positivamente ao choque térmico, porém, é necessário o término do cultivo, para
avaliar com segurança a resposta aos tratamentos.
Referências bibliográficas:
PARDO A., PARDO J.E., DE JUAN J.A., Cobertura y fructificación del champiñón cultivado, Agaricus bisporus
(Lange) Imbach: materiales y aspectos prácticos. Avances en la tecnología de la producción comercial del
champiñón y otros hongos cultivados. Patronato de Promoción Económica-Diputación Provincial de Cuenca, 1999,
101-130 p.
Wisitrassameewong K., Karunarathna S. C., Thongklang N., Zhao R., Callac P, Moukha S., Férandon C., Chukeatirote
E., Hyde K. D. Agaricus subrufescens: A review. Saudi Journal of Biological Sciences. 2012, 131–146p.
Apoio Financeiro: FAPEMIG /CAPES/ CNPQ.
58
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE DNA EXTRAÍDO DE Aspergillus carbonarius PRODUTOR
DE OCRATOXINA ISOLADO DE UVAS VINÍFERAS
*Noelly A. Lopes1, Cristina F. S. E Batista1, Luís R. Batista1
*[email protected]
Laboratório de Micologia e Micotoxinas em Alimentos – Departamento de Ciência dos Alimentos - UFLA
1
Universidade Federal de Lavras, Lavras/MG.
A ocorrência de ocratoxina A (OTA) em uvas e produtos derivados (BATTILANI e PIETRI, 2002) é de
grande preocupação, tendo em vista seus efeitos nefrotóxicos, hepatotóxicos e possivelmente carcinogênicos
sobre a saúde humana (PFOHL-LESZKOWICZ et al, 2007). Considerando seu alto risco à segurança de
alimentos e bebidas, é importante o desenvolvimento de técnicas de rápida e segura detecção de fungos
produtores de OTA em produtos agrícolas. Dentre as espécies potencialmente ocratoxigêncas, Aspergillus
carbonarius é conhecido por sua freqüente ocorrência em uvas viníferas. O presente trabalho tem, portanto,
o objetivo de padronizar a técnica de PCR quantitativo (qPCR) para a detecção e quantificação de A.
carbonarius em uvas viníferas. Para isto, fungos da espécie A. carbonarius isolados de uvas viníferas
coletadas no Vale do São Francisco (Casa Nova – BA) serão testados quanto ao seu potencial ocratoxigênico
pelo método Plug Agar. Alíquotas das amostras de uvas homogeneizadas em água peptonada (0,9 ml) serão
inoculadas com 0,1ml de diferentes concentrações da suspensão de esporos de A. carbonarius produtores de
OTA (103, 104, 105 e 106 conídios ml-1). Um mililitro de água estéril sem esporos será inoculada como
controle negativo. O procedimento de extração do DNA será realizado logo em seguida à homogeneização
da amostra utilizando kit comercial (Wizard Genomic DNA Purification Kit). O DNA extraído das cinco
diferentes amostras será quantificado pela técnica de qPCR utilizando-se kit comercial (Veriquest Sybr
Green qPCR). Os resultados de quantificação obtidos pela pPCR serão correlacionados com as
concentrações de esporos inoculadas, previamente determinadas. Espera-se com a conclusão deste projeto
que se obtenha uma padronização da detecção de A. carbonarius através da qPCR para que, posteriormente,
a técnica possa ser utlizada diretamente em amostras de uvas.
BATTILANI P., PIETRI A. Ochratoxin A in grapes and wine. European Journal of Plant Pathology, v.108, n.7, p.639–
643, 2002.
PFOHL-LESZKOWICZ, A.; MANDERVILLE, R. Ochratoxin A: An overview on toxicity and carcinogenicity in
animals and humans. Molecular Nutrition & Food Research, v.51, p.61-99, 2007.
Apoio: FAPEMIG, CAPES, EMBRAPA.
59
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MÍNIMA BACTERICIDA (CMB) DE DIFERENTES
ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE Clostridium perfringens TIPO A
Heloísa H. A. Martins*, Luara Ap. Simões, Roberta H. Piccoli
* [email protected]
Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal
de Lavras, Campus Universitário, Lavras, Minas Gerais
Com a busca incessante por mais qualidade de vida, longevidade e bem estar, os consumidores estão
preferindo produtos cada vez mais próximos aos naturais, assim, o estudo dos óleos essenciais estão se
destacando, pois estes podem ser utilizados na segurança alimentar, por possuírem atividade antimicrobiana
e antioxidante. O Clostridium perfringens é uma bactéria causadora de toxinfecções alimentares, que se
destaca por sobreviver ao tratamento térmico devido aos seus endósporos termoresistentes, e está associada
principalmente a produtos cárneos curados. Objetivou-se com este trabalho determinar a concentração
mínima bactericida (CMB) de diferentes olés essenciais sobre Clostridium perfringens tipo A. A
determinação da Concentração Mínima Bactericida (CMB) foi realizada utilizando tubos de rosca. Foi
preparado o caldo BHI (Brain Heart Infusion Broth) suplementado com 0,5% de glicose e acrescido de 0,5%
de Tween 80 para a diluição dos óleos essenciais. Foram utilizados os óleos essenciais de cravo da índia,
orégano, tomilho, cardamomo e canela nas seguintes concentrações (%): 0; 0,2; 0,5; 1; 1,25; 1,50; 1,75; 2,0;
2,25; 2,5; 2,75; 3,0; 3,25; 3,5; 3,75; 4,0; 4,25; 4,5; 4,75; 5,0.Alíquotas de 20 μL da cultura padronizada foram
transferidas para tubos de rosca contendo 5 mL de caldo BHI acrescidos das concentrações de óleos
essenciais. Após a homogeneização os tubos foram incubados a 37°C/24h em condições anaeróbicas. Após
esse período, 100 μL da cultura foi plaqueada em Ágar SPS, empregando-se a técnica de profundidade com
sobrecamada. As placas foram incubadas a 37°C/24h e após esse tempo foi determinado a concentração
bactericida. O procedimento foi realizado em três repetições em duplicata. A CMB dos olés essenciais de
orégano e tomilho foi de 0, 5 %, enquanto o óleo de cravo da índia, canela e cardamomo apresentaram CMB
de 0,2%; sendo considerado um resultado satisfatório, já que as concentrações mínimas bactericidas foram
baixas.
Apoio finaceiro: FAPEMIG, CAPES e CNPq.
60
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DETERMINAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PECTINASES POR BACTÉRIAS PARA
FERMENTAÇÃO DO CAFÉ (Coffea arábica L.) PROCESSADOS VIA SECA E SEMI-SECA
Cecília Cordeiro*, Danielle Vilela, Cristina Silva, Disney Dias, Rosane Schwan
[email protected]
Universidade Federal de Lavras- UFLA- Lavras - MG
O café é uma commodity cujo valor agregado está associado à qualidade. Uma das fases que influencia na
qualidade da bebida é o processo de fermentação de ação da microbiota indígena. Há uma grande variedade
de espécies de bactérias e leveduras naturalmente presentes no café. Estes microrganismos atuam na
degradação da polpa (fermentação) devido à produção de pectinases. O objetivo do trabalho foi a seleção de
microrganismos capazes de produzir pectinases em meio contendo casca e polpa de café. Setenta e seis
isolados bacterianos foram testados quanto à capacidade de sintetizar pectinases em meio de cultura
contendo casca e polpa de café. Destes, seis isolados foram selecionados por apresentarem potencial de
atividade pectinolítica sendo avaliado quantitativamente a produção de pectina liase (PL), poligalacturonase
(PG) e pectina metilesterase (PME). Os isolados identificados como Bacillus megaterium UFLACN415 e B.
cereus UFLACN446 e B. subtilis 452 apresentaram atividade de PME (2.202,6 e 1.940,75 U mL −1,
respectivamente) no entanto, nenhum isolado apresentou atividade significativa de PG (inferior a 84 U mL
−1
). Deste modo, é possível apontar estes microrganismos como atuantes no processo de fermentação de
frutos de café.
BORÉM, F. M. Processamento do café: In: BOREM, F. M., Pós-colheita do Café.Lavras: Ed. UFLA, 2008. p 129-156.
SILVA, C.F.; SCHWAN, R.F.; DIAS, E.S.; WHEALS, A.E. Sucession of bacterial and fungal communities during
natural coffee (Coffea arabica) fermentation. Food Microbiology, Kidlington Oxford, United Kingdom,v. 25, n. 1, p.
951-957, 2008b.
VAAST, P., BERTRAND, B., PERRIOT, J-J., GUYOT, B., GÉNARD, M. Fruit thinning and shade improve bean
characteristics and beverage quality of coffee (Coffea arabica L.) under optimal conditions. J. Sci. Food. Agric., v. 86,
p.197-204, 2006.
VILELA, D.M, PEREIRA, G.V. DE M., SILVA, C.F., BATISTA, L.R., SCHWAN, R.F. Molecular ecology and
polyphasic characterization of the microbiota associated with semi-dry processed coffee (Coffea arabica L.). Food
Microbiology, v. 27, p.1128-1135, 2010.
Apoio financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG
61
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DISTRIBUIÇÃO DE GENES DA CITOTOXINA CILINDROSPERMOPSINA EM
RESERVATÓRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Andresa Maíra da Fonseca1*; Caroline Hoff-Risseti2; Marli de Fátima Fiore2
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba - SP, Brasil.
Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba - SP, Brasil.
1
2
A cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii representa um grande problema para os órgãos públicos
devido a sua capacidade de formar florações em corpos d’água, principalmente nos utilizados para captação
de água para abastecimento público e também, devido à habilidade de algumas dessas linhagens para
produzir toxinas. Os escassos estudos da literatura mostram que as populações de C. raciborskii presentes em
ecossistemas brasileiros de água doce produzem saxitoxina (STX) [1], enquanto que em outros países essa
espécie de cianobactéria comumente produz cilindrospermopsina (CYN) [2], uma citotoxina que inibe a
síntese de proteínas em células renais, pulmonares e cardíacas de animais. Estudos recentes realizados em
nosso laboratório com duas linhagens de C. raciborskii mostraram a presença dos genes cyrA, cyrB e cyrC
envolvidos na síntese de CYN [3]. As análises filogenéticas das sequências de aminoácidos mostraram alta
identidade (98-100%) com as sequências de aminoácidos de linhagens de C. raciborskii isoladas em corpos
d’ água de outros países e que produzem CYN, indicando a necessidade de maiores investigações dessas
populações no Brasil, uma vez que essas toxinas podem estar presentes na água usada para abastecimento
público. Sendo assim, este trabalho tem como objetivos verificar a presença de genes (cyr) envolvidos na
biossíntese de CYN em amostras de água de quatro reservatórios de abastecimento do Estado de São Paulo,
durante a ocorrência de florações de cianobactérias, sendo eles: Billings, Salto Grande, Barra Bonita e
Jaguari. Bem como, analisar a produção da toxina CYN através de análises por LC/MS. As informações
geradas neste estudo serão valiosas para os órgãos governamentais responsáveis pela regulação da qualidade
de água potável no país, uma vez que CYN está entre as toxinas encontradas em corpos d’ água mais
prejudiciais à saúde humana.
[1] Lagos et al., 1999. The first evidence of paralytic shellfish toxins in the fresh water cyanobacterium
Cylindrospermopsis raciborskii, isolated from Brazil. Toxicon 37: 1359–1373.
[2] Everson et al., 2011. Extreme differences in akinete, heterocyte and cylindrospermopsin concentrations with depth
in a successive bloom involving Aphanizomenon ovalisporum (Forti) and Cylindrospermopsis raciborskii
(Woloszynska) Seenaya and Subba Raju. Harmful Algae 10: 265-276.
[3] Hoff-Risseti et al., 2012. Cylindropermopsin synthetase genes of Brazilian isolates of Cylindrospermopsis
raciborskii. Jornal Environmental Microbiology, submetido.
62
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSDIDADE MICROBIANA E ALTERAÇÕES FÍSICO-QUÍMICAS DURANTE A
FERMENTAÇÃO DO CALUGI
Marianna R. R. M. Santos*, Cláudia C. A. do A. Santos, Maria G. da C. P. Miguel, Rosane F. Schwan
*Departamento de Biologia - Laboratório de fermentações, Campus Universitário, Cx. Postal 37, CEP
37.200-000 - Lavras - Minas Gerais, [email protected]/ Universidade Federal de Lavras,
Lavras – MG. Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras-MG.
Calugi é um alimento fermentado não alcoólico produzido pelo povo indígena Javaé, habitante do estado do
Tocantins, Brasil. É um mingau preparado à base de arroz e milho e é inoculado com o líquido da mastigação
da batata doce. Este trabalho teve como objetivos utilizar a Reação em Cadeia da Polimerase seguida da
análise de Eletroforese em Gel de Gradiente Desnaturante (PCR-DGGE) para identificação dos
microrganismos. Além de empregar as técnicas de Cromatografia Gasosa acoplada a um detector de
ionização de chama (CG-FID) e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) para estudo das
alterações físico-químicas e metabólitos produzidos durante o processo fermentativo do calugi. Amostras
foram coletadas em intervalos de 12 horas durante 48 horas de fermentação. Pela técnica de PCR-DGGE
seguida de sequenciamento foram identificadas as espécies: Lactobacillus plantarum, Lactobacillus
paracasei, Lactobacillus casei, Streptococcus salivarius, Streptococcus parasanguis, Weissella confusa,
Weissella cibaria, Enterobacter cloacae, Bacillus cereus e Corynebacterium variabile. A maltose foi o
carboidrato mais abundante e atingiu o pico de 54.05 g/L em 12 h de fermentação, podendo ser relacionada à
hidrólise do amido presente nos substratos. O glicerol foi o álcool encontrado em maior concentração
(3,04 g/L em 48 h de fermentação). O ácido lático atingiu concentrações de 8,06 g/L após 48h, sendo
provavelmente produzido pelas diversas bactérias do ácido lático identificadas no processo fermentativo.
Vinte e um compostos minoritários foram detectados e quantificados por CG-FID, sendo que, os compostos
presentes em maiores concentrações foram: o álcool furfurílico (20.398,15 µg/L), ácido nonanóico
(580,18 µg/L) e ácido decanóico (475,91 µg/L) logo após a inoculação (0 h), e 1,1-dietoxietano (89,12 µg/L)
após 36 horas de fermentação. Com este trabalho espera-se compreender o papel destes microrganismos no
processo fermentativo do calugi e também selecionar cepas com potencial uso como culturas starter.
Apoio Financeiro: FAPEMIG e CNPq
63
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE ACTINOBACTÉRIAS EM SOLOS DE CERRADO MINEIRO
Monique Suela Silva1 *, Rosane Freitas Schwan1, Disney Ribeiro Dias2
* [email protected]
1 – Departamento de Biologia; 2 – Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras
– UFLA. Lavras - MG, CEP: 37200-000 Brasil
O filo Actinobacteria possui microrganismos ubíquos, predominantes nos solos. Constituem bactérias grampositivas, capazes de degradar macromoléculas tais como proteínas, amido, quitina, húmus, celulose e
lignocelulose presentes no solo. Os solos de cerrado, devido as suas características ambientais especiais e à
riqueza de actinobactérias ainda não muito bem exploradas, constituem excelente fonte para a busca de
novas enzimas e substâncias bioativas. Portanto, pretendeu-se realizar um levantamento das espécies de
actinobactérias presentes em solos de cerrado mineiro durante a estação de baixa pluviosidade (setembroabril), afim de que, as espécies encontradas, fossem analisadas quanto à produção de metabólitos e enzimas
bioativas. Bem como, estabelecer meios de cultura adequados para analisar a diversidade de actinobactérias.
Amostras compostas de solos de cerrado das regiões de Arcos, Passos e Luminárias, Minas Gerais, foram
coletadas em forma de círculos concêntricos com raios de 3 e 6m em relação ao ponto central e uma
profundidade de 0-20cm. Amostras dos solos foram homogeneizadas em água peptonada estéril a 0,1% e
submetida à agitação de 125 rpm/30 min. Realizou-se a diluição seriada dos solos em água peptonada estéril
a 0,1% e o plaqueamento por espalhamento em superfície, nos meio Aaronson’s e Vitamina-ácido húmico, e
incubadas a 28ºC/5 dias. Os 459 isolados obtidos foram analisados quanto às características morfológicas e à
capacidade de assimilar compostos orgânicos distintos (cisteína, valina, fenilalanina, histidina, sacarose,
inositol, raminose, rafinose, adonitol, melibiose, xilitol, celobiose, galactose, lactose, maltose, celulose,
salicina, xilose, amido, arbutina e manitol), e agrupados. A partir deste agrupamento, selecionaram-se
isolados representativos de cada grupo. Cada representante foi submetido ao REP-PCR (utilizando-se do
primer GTG 5) e, novamente agrupados, desta vez de acordo com o perfil de similaridade das bandas. 281
isolados foram seqüenciados para confirmação da espécie. Os resultados do sequenciamento mostraram
grande variedade de espécies de Actinobacteria com aplicação biotecnológica, sugerindo pesquisas.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq e CAPES.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE BACTÉRIAS ASSOCIADAS AOS COGUMELOS DE MATA ATLÂNTICA NO
ESTADO DE SÃO PAULO
Joshua Andrew Halsey* e Fernando Dini Andreote
[email protected]
*ESALQ/USP / Ciência do Solo. Avenida Pádua Dias, 11, Piracicaba, São Paulo. CEP: 13418-900
A imensa diversidade de micro-organismos no solo deixa uma inevitável riqueza de interações entre
espécies. Por esta razão, esse projeto será o primeiro que concentra-se na identificação dos cogumelos e a
comunidade bacteriana associada na Mata Atlântica do Brasil. Usando corpos de frutificação dos fungos
(cogumelos) como indicadores para sistemas ricos em nutrientes, as amostras foram coletadas para investigar
as interações entre os fungos (Basidiomycota) e as bactérias presentes no solo em volta das hifas fúngicas
(ambiente micosférico). As análises foram feitas com técnicas dependentes e independentes de cultivo;
enquanto que o isolamento de bactérias e/ou fungos buscará fornecer informações sobre a funcionalidade
microbiana; as análises independentes de cultivo (análise PCR-DGGE, sequenciamentoSanger de fragmentos
de ITS/18S e pirosequenciamento de tagsda região V4 de 16S DNAr) geraram amplos dados sobre a
diversidade bacteriana selecionada pela presença das estruturas fúngicas no solo. Desta forma, o
desenvolvimento deste projeto trará ganhos no conhecimento sobre a diversidade e a funcionalidade de
grupos bacterianos que interagem com fungos no solo na forma de maior resolução. Embora os dados de
pirosequenciamento ainda em andamento, os perfis iniciais da comunidadebacteriana sobre análise de DGGE
revelaram clara distinção entre as amostras dos solos micosféricos e os solos controles correspondentes.
Estas diferenças são variadas dependendo das Famílias (Hygrophoraceae, Marasmiaceae, Lepiotaceae,
Entolomataceae, Inocybaceae, Strophariaceae e Cortinariaceaevia sequenciamento Sanger de fragmentos
de ITS/18S)dos cogumelos encontrados e também pelas três diversas parcelas de estudo, indicando os efeitos
nas escalas de micro-habitat e região, respectivamente. O bioma da Mata Atlântica oferece um exemplo do
como a ecologia intacta da comunidade microbiana existe, e essa informação pode ser aplicada em vários
ambientes, embora nem todos os detalhes de suas interações são ainda conhecidas. Agradecemos a FAPESP,
o Programa BIOTA/FAPESP e o CAPES pelo apoio financeiro.
Referências bibliográficas
Boersma, F.G.H.; Warmink, J.A.; Andreote, F.A. & van Elsas, J.D. 2009. Selection of sphingomonadaceae at the base
of Laccaria proxima and Russula exalbicans fruiting bodies. Appl Environ Microb. Vol. 75: 1979–1989.
de Boer, W.; Folman, L.B.; Summerbell, R.C. & Boddy, L. 2005. Living in a fungal world: impact of fungi on soil
bacterial niche development. FEMS Microbiol. Vol. 29: 795–811.
Kobayashi, D. & Crouch, J.A. 2009. Bacterial/Fungal Interactions: From Pathogens to Mutualistic Endosymbionts.
Annu. Rev. Phytopathol. Vol. 47: 63–82.
Nazir, R; Warmink, J.A.; Boersma, H. & van Elsas, Jan Dirk. 2010. Mechanisms that promote bacterial fitness in
fungal-affected soil microhabitats. FEMS Microbiology Ecology. Vol: 71(2): 169-185.
Warmink, J.A.; Nazir, R. & van Elsas, J.D. 2009. Universal and species- specific bacterial ‘fungiphiles’ in the
mycospheres of different basidiomycetous fungi. Environ. Microbiol. Vol. 11: 300–312.
65
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE FERRUGENS DO NORDESTE BRASILEIRO
Jaqueline Maria O. do Nascimento*1, Eliana Maria R. Sousa1 Franciane dos S. França1
Jorge T. de Souza1, Anibal A. de C. Junior2
*E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas – BA
2
Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro – RJ.
Ferrugens são doenças vegetais causadas por fungos do filo Basidiomycota e subfilo Pucciniomycota. Esses
fungos atuam como parasitas obrigatórios evoluídos, capazes de colonizar intercelularmente os tecidos
vegetais e produzir haustórios. São assim denominados por apresentarem lesões amareladas de aspecto
ferruginoso também denominadas pústulas que são constituídas por estruturas reprodutivas do fungo.
Apresentam ação devastadora sobre seu hospedeiro provocando perdas como queda na produção, redução do
processo fotossintético e desfolha. As ferrugens estão amplamente distribuídas devido a dispersão dos
esporos a longas distâncias. Existem espécies não descritas e algumas apresentando características muito
próximas, o que torna o uso de caracteres morfológicos insuficiente para a identificação dessas espécies. As
ferramentas moleculares, como o sequenciamento de genes específicos, são utilizadas para resolver questões
taxonômicas. Esse trabalho tem como objetivo estudar a diversidade de ferrugens do Nordeste brasileiro por
meio de caracteres morfológicos e moleculares. O trabalho será dividido em dois capítulos. No capítulo I,
analises morfológicas, como tamanho, forma, diâmetro e espessuras dos esporos, fase do ciclo, textura e
organização micelial serão utilizadas para a identificação de ferrugens coletadas em diversas áreas de
conservação do Nordeste. No capítulo II, serão realizadas análises moleculares por meio do sequenciamento
de fragmentos da região ribossomal do DNA para conhecer as relações filogenéticas entre as espécies
estudadas. Esses serão os primeiros dados moleculares obtidos para ferrugens do Nordeste brasileiro.
Apoio Financeiro: CAPES
Referências
AIME, M. C. 2006. Toward resolving family-level relationships in rust fungi (Uredinales). Mycoscience 47:112–122.
CUMMINS, G. B. & HIRATSUKA, Y. Illustrated genera of rust fungi. 3. ed. St. Paul: APS , 2003. 225p.
FIGUEREDO, M. B.; PASSADOR, M. M. Morfologia, funções dos soros e variações dos ciclos vitais das ferrugens.
Arquivo do Instituto Biologico, São Paulo, v.75, n.1, p.117-134, jan./mar., 2008.
HIBBETT, D.S. A Higher-level Phylogenetic Classification of the Fungi. Mycological Research 111: 509-547. 2007.
LITTLEFIELD, L. J & HEALTH, M. C. Ultrastructure of rust fungi. Toronto: Academic Press, 1979. 275p.
RESENDE, D. V.; DIANESE, J. C. Revisão taxonômica de algumas espécies de Ravenelia em leguminosas do cerrado
brasileiro. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 28, n.1, p.27-36, 2003.
66
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE FMA EM ÁREAS CONTAMINADAS COM ELEMENTOS-TRAÇO SOB
DIFERENTES PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO
Isabelle Gonçalves de Oliveira Prado1*, Patrícia Leal Lopes1, José Oswaldo Siqueira1
E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal de Lavras, UFLA. Lavras-MG.
*Aluna do PIBIC. Laboratório de Microbiologia do Solo, Departamento Ciência do Solo. Campus UFLA.
A ocorrência de Fungos Micorrízicos Arbusculares (Filo Glomeromycota – FMAs), em solos com elevada
poluição química, tem sido relatada pela literatura bem como a ação fitoprotetora da simbiose micorrízica ao
excesso de elementos-traço no solo (Klauberg-Filho et al., 2005). O objetivo deste trabalho foi avaliar a
composição, estrutura e diversidade das comunidades de FMAs, em solo contaminado com elementos-traço
sob diferentes programas de reabilitação, em Três Marias-MG. As áreas de estudo foram: (1) Contaminada e
reabilitada com Eucalyptus camaldulensis nas linhas (A1L) e sem cobertura nas entrelinhas (A1EL); (2)
Contaminada e reabilitada com Eucalyptus camaldulensis nas linhas (A2L) e semeada Brachiaria
decumbens, nas entrelinhas (A2EL); Cerrado (C); Pastagem (P) e área contaminada sem vegetação (SV). O
solo coletados das diferentes áreas foi utilizado para montagem de vasos de cultura armadilha. Após 4 meses,
coletou-se 50 g-1 solo de cada vaso de cultura armadilha para extração de esporos, segundo Gerdemann e
Nicolson (1963). Posteriormente, foram realizadas contagem e identificação das espécies de FMAs segundo
caracteres morfológicos. Um total de 13 morfotipos foi recuperado. Não foi verificada a ocorrência de
espécies de FMAs comum a todas as áreas. Glomus sp. foi a espécie de maior frequência de ocorrência em
três dos ambientes estudados (A1L, A1EL e C). As espécies Paraglomus occultum, Acaulospora morrowiae
e Rhizophagus intraradices apresentaram maior frequência de ocorrência nas áreas A2EL e SV, A2L e P,
respectivamente. A maior média de riqueza de espécies (2,4) ocorreu na área A1L. Nas áreas A2L e A2EL,
ocorreram as maiores densidades de esporos. A taxa de colonização micorrízica variou de 51 a 66%, sendo
os maiores valores encontrados nas áreas C, P, A2L e A2EL. Conclui-se que os programas de revegetação
representados pelas áreas A2L e A2EL proporcionaram melhores condições para a multiplicação de esporos
de FMAs e melhor estabelecimento das associações micorrízicas.
Referências Bibliográficas:
AUDET, P. & CHAREST, C. Dynamics of arbuscular mycorrhizal symbiosis in heavy metal phytoremediation: Metaanalytical and conceptual perspectives. Environmental Pollution, 147: 609-614, 2007.
KLAUBERG-FILHO, O.; SIQUEIRA, J.O.; MOREIRA, F.M.S.; SOARES, C.R.F.S.; SILVA, S. Ecologia, função e
potencial de aplicação de fungos micorrízicos arbusculares em condições de excesso de metais pesados. In: VIDALTORRADO, P.; ALLEONI, L.R.F.; COOPER, M.; SILVA, A.P.; CARDOSO, E.J. (Ed.). Tópicos em Ciência do Solo.
Viçosa: UFV; Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005. p.85-144.
SILVA, S.; SOARES, C.R.F.S. & SIQUEIRA, J.O. Fungos micorrízicos no crescimento e extração de metais pesados
pela Brachiaria decumbens Stapf. em solo multicontaminado. Pesq. Agropec. Bras., 41:1749-1757, 2006.
Apoio financeiro: FAPEMIG e CAPES
67
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE FUNGOS CELULOLÍTICOS DA RESTINGA DE GUAIBIM-BA E SEU
POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO
Jackeline Andrade*1, Phellippe Marbach1, Rodrigo Nascimento2, Jorge T. de Souza1
*E-mail: [email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas – BA
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro - RJ
As restingas brasileiras vêm sendo destruídas devido a ações antropogênicas. Infelizmente, pouco se sabe
sobre a diversidade biológica desse bioma. Esse cenário não é diferente para a restinga da Área de Proteção
Ambiental de Guaibim, Valença – BA, que enfrenta problemas com especulação imobiliária, abertura de
estradas e depósito de lixo. O fato do solo desse ambiente ser arenoso e pobre em nutrientes sugere que a
micobiota celulolítica ocupa uma posição central no aporte de carbono orgânico no solo a partir da
decomposição de materiais ricos em celulose. Essa micobiota é produtora da enzima celulase, complexo
enzimático constituído por três enzimas diferentes: as Endoglucanases e Celobiohidrolase I e II. Estas
enzimas possuem muitas aplicações biotecnológicas, mas a principal é a produção de bioetanol. Esse estudo
tem como objetivo conhecer a diversidade de fungos filamentosos celulolíticos na Formação Arbustiva
Aberta - FAA (moita e entre moita) da restinga de Guaibim e avaliar seu potencial biotecnológico. Os fungos
serão isolados de amostras de solo, por meio da técnica de diluição seriada, quantificados e avaliados quanto
a taxa de crescimento. Todos os isolados serão agrupados morfologicamente nos diferentes gêneros e
posteriormente identificados em nível de espécie por características morfológicas e por filogenia molecular.
O potencial biotecnológico desses isolados será verificado, comparando a quantificação da atividade
celulásica com a quantificação das proteínas totais. Espera-se conhecer a diversidade da micobiota
celulolítica da restinga, gerando informações sobre seu potencial biotecnológico para utilização em trabalhos
posteriores com processos biotecnológicos e que essas informações possam ainda embasar políticas de
conservação para as restingas do Brasil.
Apoio Financeiro: CAPES
Referências
ANDRADE, J.P.; BISPO, A. S. da R.; MARBACH, P. A. S. e RODRIGO, P. do N. Production and Partial
Characterization of Cellulases from Trichoderma sp. IS-05 Isolated from Sandy Coastal Plains of Northeast Brazil,
Enzyme Research, v.1, n. p. 7, 2011.
CASTRO, A. M. de e J, N. P. Produção, propriedades e aplicações de celulases na hidrólise de resíduos agroindustriais.
Quimica Nova. V.33, n. 1. P. 181-188, 2010.
HIBBETT, D.S. A Higher-level Phylogenetic Classification of the Fungi. Mycological Research 111: 509-547. 2007.
PEREIRA, M.C.A.; CORDEIRO, S.Z. e ARAUJO, D.S.D. Estrutura do estrato herbáceo na formação aberta de Clusia
do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(3): 677-687. 2004.
ROSA, C.A.; MORAIS, P. B.; SANTOS, S.R.; PERES-NETO, P.R.;MENDONÇA-HAGLER, L.C. & HAGLER, A.N.
Yeast communities associated with different plant resources in sandy coastal plains of Southeastern Brazil. Mycological
Research. 99: 1047-1054. 1995.
68
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE DE FUNGOS TERMOFÍLICOS ISOLADOS DE COMPOSTO COM O USO DE
REP-PCR
Débora M. S. Santos*; Thiago P. Souza; Simone Marques; Eustáquio S. Dias
[email protected]
Departamento de Biologia, Campus Universitário, Cx. Postal 37, CEP 37.200-000 - Lavras - Minas Gerais,
Universidade Federal de Lavras, Lavras – MG.
A compostagem consiste na transformação de matéria orgânica, como resíduos de atividades agropecuárias e
agroindustriais, no chamado composto. Esse produto pode ser usado como substrato de cultivo de plantas e
cogumelos comestíveis. Alguns microrganismos participam naturalmente desse processo e a forma de
atuação destes, pode alterar o produto de forma significativa. Diferenças genéticas entre esses
microrganismos podem ser verificadas usando técnicas como a REP-PCR. Esta consiste numa PCR com o
uso de primers de sequências repetitivas que encontram homologia ao longo do genoma de forma aleatória,
amplificando, assim, fragmentos de diferentes tamanhos ao longo do genoma do microrganismo. O objetivo
desse trabalho foi verificar polimorfismos no DNA genômico de isolados dos fungos termofílicos
Thermomyces ibadanensis, Scytalidium thermophilum e Thermomyces lanuginosus, obtidos a partir de
composto para cultivo de Agaricus subrufescens, por meio da técnica de REP-PCR. Isolados de 26 fungos
termofílicos foram cultivados em meio líquido levedura glicose (5g de extrato de levedura, 10g de glicose e
1000mL de água) sob agitação de 160 rpm a 45C° por 5 dias. O DNA de cada isolado foi extraído por meio
de protocolo por maceração com nitrogênio líquido. As reações de REP-PCR foram realizadas utilizando-se
o kit GoTaq® Hot Start Master Mix, com a adição do primer GTG5. A eletroforese foi realizada em gel de
agarose a 2% por 5 horas a 50v. O gel foi visualizado em luz UV e os dados foram analisados com o uso do
software BioNumerics. Os resultados mostraram similaridade entre 80 e 99% entre os isolados, de modo que
houve intervalos de 85 a 99% para os isolados de T. ibadanensis, 92 a 99% para S. thermophilum e 94 a 99%
para T. Lanuginosus. A partir dos resultados deste teste, conclui-se que o a REP- PCR permite a verificação
da diversidade entre esses fungos termofílicos.
SALAR, R. K. and ANEJA, K.R. Thermophilic Fungi: Taxonomy and Biogeography. Journal of Agricultural
Technology, v.3, p. 77-107, 2007.
GUREL, Filiz; ALBAYRAK, Gulruh; DIKEN, Ozlem; CEPINI, Elif and TURNALIZ, Berna. Use of Rep-PCR for
Genetic Diversity Analyses in Fusarium culmorum. Journal of Phytopathology, v.158, p.387–389 ,2010.
ABACI, O.; HALIKI-UZTAN, A; OZTURK, B.; TOKSAVUL, S.; ULUSOY, M.; BOYACIOGLU, H.. Molecular
typing of Candida albicans strains isolated from denture wearers by repetitive sequence-based PCR. European
Journal Clinical Microbiology Infectious Disease, v.30, p.141–149, 2011.
Apoio: FAPEMIG, CAPES.
69
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
DIVERSIDADE MICROBIANA E FUNCIONAL EM ESPODOSSOLOS
Elisa Rabelo Matos1*, Marcio Rodrigues Lambais1
1
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil
Os solos de maior ocorrência na planície costeira do litoral do Estado de São Paulo são os Espodossolos,
caracterizados pela presença do horizonte espódico (Bh ou Bhm). Ainda são poucas as informações
relacionadas à gênese destes solos em regiões tropicais, assim como há poucos estudos detalhados avaliando
as características da matéria orgânica (MO) nos mesmos. Na face sul da Ilha Comprida (litoral sul do Estado
de São Paulo) há um barranco exposto pela erosão, no qual é possível visualizar a grande variação
morfológica dos Espodossolos presentes. Devido à grande variedade de feições morfológicas evidentes, da
representatividade e da facilidade de acesso aos Espodossolos essa área foi escolhida para este trabalho na
tentativa de elucidar alguns mecanismos relacionados à formação desses solos em ambientes costeiros. A
podzolização é caracterizada pelo transporte em solução de matéria orgânica (MO) associada ou não a ferro e
alumínio dos horizontes superficiais aos mais profundos do solo. A hidrologia pode influenciar nesse
processo e está relacionada principalmente com o transporte da MO através do solo. É possível que microorganismos envolvidos na degradação seletiva da MO sejam importantes para a gênese de espodossolos.
Embora a importância dos organismos do solo seja amplamente reconhecida, estudos esclarecendo seus
papéis funcionais ainda são reduzidos, principalmente em espodossolos. O objetivo do projeto é obter
informações que possam elucidar a dinâmica da evolução das substâncias húmicas (SH), determinar a
diversidade microbiana e associar micro-organismos específicos com mecanismos microbianos envolvidos
com as entradas, transformações, transporte e deposição de MO ao longo dos perfis de Espodossolos bem e
mal drenados, localizadosna face sul da Ilha Comprida. Para isso serão feitas análises de pirosequenciamento
das regiões do gene 16S para bactérias e ITS para fungos e para o estudo da diversidade genética funcional
será utilizado sequenciamento metagenômicoutilizando o equipamento HiScanSQ desenvolvido pela
Illumina.
Apoio Financeiro: FAPESP
70
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EFEITO ANTIBACTERIANO DE ÓLEOS ESSENCIAIS E DO CINAMALDEÍDO CONTRA
CÉLULAS PLANCTÔNICAS E SÉSSEIS DE Escherichia coli ENTEROPATOGÊNICA E Listeria
monocytogenes
Maíra M. M. de Oliveira*, Danilo F. Brugnera, Josianne A. do Nascimento, Nádia N. Batista, Roberta H.
Piccoli
Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal
de Lavras, Câmpus Universitário, Lavras, Minas Gerais
*[email protected]
Biofilmes representam riscos à qualidade dos alimentos, pois bactérias podem se desprender, contaminando
produtos durante o processamento. Dentre as espécies envolvidas, destacam-se: Escherichia coli
enteropatogênica (EPEC) e Listeria monocytogenes, causadoras de infecções alimentares. Visando eliminar
riscos à saúde, alternativas ao procedimento de sanitização vêm sendo desenvolvidas, como a utilização de
óleos essenciais (OE) e seus constituintes. A primeira etapa deste estudo foi realizada para avaliar a atividade
antibacteriana dos OEs (Ferquima) de Melaleuca alternifolia, Cymbopogon flexuosus e Cinnamomum cassia,
utilizados sozinhos ou combinados, contra células planctônicas e sésseis. Após a realização de um screening,
foram determinadas as concentrações mínimas inibitórias sobre células planctônicas e avaliada a ação de
diferentes concentrações sobre células aderidas em microplacas de poliestireno. O OE de C. cassia destacouse e foi selecionado para a elaboração de soluções a serem utilizadas em biofilmes formados sobre cupons de
aço inoxidável. O OE de C. cassia (2,0% v/v, 20 minutos) foi capaz de eliminar as células viáveis dos
biofilmes formados em condições estáticas sobre aço inoxidável. Na segunda etapa, o OE de C. cassia e seu
constituinte majoritário cinamaldeído (Sigma Aldrich) foram testados em diferentes concentrações (0-1,0%
v/v OE, 0-0,8% v/v cinamaldeído) e tempos de contato (1-21 minutos, 40°C) contra biofilmes monoespécie e
multiespécie. Estes ensaios foram realizados em aço inoxidável na presença de matéria orgânica (leite
integral). Combinações específicas de tempo de contato e concentração foram capazes de eliminar as células
viáveis do biofilme monoespécie de EPEC e do biofilme multiespécie contendo ambas as bactérias. A ação
dos compostos testados foi, na maioria dos casos, superior ou equivalente a de sanitizantes químicos
comerciais (quaternário de amônio, hipoclorito de sódio e peróxido de hidrogênio). O OE de C. cassia e o
cinamaldeído mostraram-se opções naturais promissoras para elaboração de sanitizantes a serem utilizados
em indústrias de alimentos.
Apoio financeiro: CAPES (PNPD Institucional), CNPq e FAPEMIG.
71
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EFEITO DE INDUTORES NA PRODUÇÃO DE TANASE POR Aspergillus sp. GM4
Alessandra G. de Melo1, Rayssa Cristina Faria Pedroso*1, Luis Henrique Souza Guimarães2,
Patrícia G. Cardoso¹
E-mail: [email protected]
1
2
Departamento de Biologia, Setor Microbiologia, Universidade Federal de Lavras
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Tanase é uma enzima hidrolítica, induzida na presença de galotaninos, com aplicação nas indústrias de
alimentos, bebidas, farmacêutica, e em processos de biorremediação. A partir da hidrólise de taninos são
produzidos glicose e ácido gálico. O objetivo desse trabalho foi testar a indução da produção de tanase por
Aspergillus sp. GM4 em diferentes substratos e selecionar a melhor fonte de carbono para produção da
enzima. Aspergillus sp. GM4 foi cultivado em meio Adams. Subsequentemente, o micélio foi lavado e
transferido em condições assépticas para meio Adams com ácido tânico 1% e 2%; chá verde 1%; metil galato
1%, ácido gálico 1% e glicose 1% como fonte de carbono e, como controle, em frascos sem fonte de
carbono. O cultivo foi incubado por mais 48 horas. A atividade de tanase foi dosada (Deschamps, 1983) e o
conteúdo de proteínas foi estimado. A taxa de indução foi determinada dividindo a atividade de tanase
induzida pela atividade basal. O micélio foi transferido para os meios para checar indução ou repressão das
fontes de carbono sobre a produção de tanase. A atividade basal apresentada por Aspergillus sp. GM4 foi
1,29 U/mg. A atividade de tanase aumentou com ácido tânico 2% no meio de cultura comparado com 1%.
Metil galato apresentou taxa de indução menor que ácido tânico 2% e em chá verde houve uma baixa
atividade de tanase. Em meio contendo glicose, nenhuma atividade de tanase foi detectada sugerindo que a
produção é induzida por substrato. Aspergillus sp. GM4 produziu tanase na presença de ácido gálico.
Aspergillus sp. GM4 produziu tanase na presença de diferentes substratos. A maior taxa de indução foi com
ácido tânico 2% como fonte de carbono. Ácido gálico também induziu a produção da enzima, característica
interessante para continuidade da produção mesmo com o aumento do produto no meio de cultura.
Referências bibliográficas
ADAMS, P. R. Mycelial amylase activities of thermophilic species of Rhizomucor, Humicola and Papulaspora.
Mycopatology, 112: 35-37, 1990.
AGUILAR, C. N.; AUGUR, C.; FAVELA-TORRES, E.; VINIEGRA-GONZÁLEZ, G. Induction and repression
patterns of fungal tannase in solid-state and submerged cultures. Process Biochemistry, 36: 565–570, 2001.
BRADFORD M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the
principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry 72:248-254, 1976.
DESCHAMPS, A. M., OTUK, G., LEBEAULT, J. M. Productions of tannase and degradation of chesnut tannis by
bacteria. Journal fermentation technology, 61: 55-59, 1983.
APOIO FINANCEIRO: CAPES, FAPEMIG, CNPq
72
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EFEITO INIBITÓRIO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE ÓLEOS ESSENCIAIS SOBRE
O CRESCIMENTO DE Clostridium perfringens Tipo A ATCC 13124
Aline P. Martins(1)*; Roberta R. Piccoli (2); Eduardo M. Ramos (3)
(1) Mestranda da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos. [email protected]
(2) Professora da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos Lavras.
(3) Professor da Universidade Federal de Lavras. Lavras. Minas Gerais – Departamento de Ciência dos
Alimentos Lavras.
Nas últimas décadas os óleos essenciais encontrados em plantas medicinais, aromáticas e condimentares têm
interessado as indústrias alimentícias, por apresentarem propriedades antimicrobianas e antifúngicas, além de
conferirem sabor aos alimentos, logo estes podem ser utilizados como alternativa no controle do Clostridium
perfringens responsável por intoxicações alimentares clássicas devido à produção de enterotoxinas. Diante
disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de óleos essenciais sobre endósporos de Clostridium
perfringens Tipo A ATCC 13124. Os endósporos do Clostridium perfringensforam padronizados e estocados
para serem utilizados ao longo do experimento. Para determinação da concentração mínima inibitória (MIC)
dos óleos essenciais de Cinnamomum zeylanicum (canela), Cymbopogon citratus (capim limão), Zingiber
officinale (gengibre), Ocimum basilicum (manjericão/basilicão) e Citrus reticulata (tangerina), foram
utilizadas séries de onze tubos de ensaio, adicionados de 1 mL de Caldo BHI, 0,5% de glicose e 0,5% de
Tween 80, para cada tubo, exceto para o primeiro. Para obtenção de concentrações decrescentes de óleos,
foram adicionados 2mL de óleos essenciais no primeiro tubo (tubo vazio), do qual 1 mL foi transferido para
o segundo tubo, contendo 1 mL de Caldo BHI, este foi homogeneizado em agitador tipo vórtex e o
procedimento foi repetido sucessivamente até o tubo de número 9. Os tubos 10 e 11 foram considerados
como o controle positivo e negativo, respectivamente. Desse modo, foram obtidas as seguintes concentrações
aproximadas de óleo essencial expressas em %: 100 (tubo 1), 50 (tubo 2), 25 (tubo 3), 12,5 (tubo 4), 6,3
(tubo 5), 3,1 (tubo 6), 1,5 (tubo 7), 0,8 (tubo 8), 0,4 (tubo 9). A cada tudo foram adicionados 200 µL da
suspensão padronizada (105 UFC/mL) do endósporo, previamente submetida a choque térmico. Após o
período de incubação foi realizado o plaqueamento em meio SPS. Constatou-se com este trabalho que o óleo
de Cinnamomum zeylanicum foi o que obteve melhor resposta antimicrobiana com MIC de 0,8%, seguido do
óleo de Cymbopogon citratus e Zingiber officinale com MIC de 3,1%. Já os óleos de Ocimum basilicum e
Citrusreticulata apresentaram MIC de 6,3% e 12,5%, respectivamente. Portanto, observa-se uma viabilidade
da utilização destes óleos essenciais a fim de inibir o desenvolvimento do endósporo do Clostridium
perfringens.
Referências bibliográficas
BAKKALI, F.; AVERBECK, S.; AVERBECK, D.; IDAOMAR, M. Biological effects of essential oils – A
review.Food and ChemicalToxicology.v.46, n.446–475, 2008.
BURT, S. Essential oils: their antibacterial properties and potential applications in food: a review. International
Journal of Food Microbiology, Amsterdam, v. 94, n. 3, p. 223-253, 2004.
Agradecimento
A equipe agradece ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
73
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EFEITOS DA INTERAÇÃO E TOXICIDADE DAS PROTEÍNAS CRY1AA, CRY1AC E VIP3AA
DE Bacillus thuringiensis EM POPULAÇÕES DE SPODOPTERA. (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)
Claudio Pavani*; Najara da Silva; Manoel Victor Lemos
[email protected]
Rua professora Odila Bete Meneguim 261 residencial verdeville Jaboticabal –SP
Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - Campus de Jaboticabal
O complexo de espécies do gênero Spodoptera (Lepidoptera: Noctuidae) mostrou um alto potencial de dano
em várias plantas cultivadas, causando prejuízos significativos para a alimentação (Santos, 2007).Entre as
alternativas de controle disponíveis para diminuir problemas de impacto ambiental está o controle biológico
de pragas, usando bactérias, fungos, vírus e outros organismos com tais habilidades. Nesse contexto o
presente trabalho tem como objetivo estudar a toxicidade e a interação das proteínas Cry1Aa, Cry1Ac e
vip3Aa para o controle de três populações de Spodoptera (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE). As toxinas
Cry1Aa, Cry1Ac e Vip3A, serão preparadas a partir de linhagens recombinantes de B. thuringiensis e
Escherichia coli expressando uma única toxina (Ecogen Inc.), ativadas e purificadas por cromatografia como
descrito por Sayyed et al. (2000). As populações de Spodoptera serão obtidas da criação da Empresa
Gravena de Jaboticabal e mantidas em tubos de vidro contendo dieta artificial desenvolvida por Hensley &
Hammond (1968) em sala climatizada com 28±1oC, UR de 50±10% e fotoperíodo de 16:8 h.A
susceptibilidade das larvas neonatas de Spodoptera às toxinas Vip3A, Cry1Aa e Cry1Ac será testada por
meio de bioensaios realizados no Laboratório em sala climatizada com 28±1 oC, UR de 50±10% e
fotoperíodo de 16:8 h. As toxinas purificadas serão incorporadas em dieta artificial semi-sólida segundo Wu
et al (2009), serão utilizadas dez diferentes concentrações de proteína para determinação da CL50 no controle
das larvas de Spodoptera. Os dados de mortalidade das larvas de Spodoptera obtidos pela exposição às
toxinas de Cry1Ac, Cry1Aa e Vip3A, serão analisados segundo Huang et al (2007) e Wu et al (2009). Para
obtenção da CL50 os dados de mortalidade obtidos para cada isolado nas diferentes concentrações testadas
serão submetidos a uma análise de PROBIT, utilizando o programa POLO-PC (FINNEY, 1962).
Referencias bibliográficas
FINNEY, D.J. “Probit Analysis.” Cambridge: Univ. Press, 1962.
HENSLEY, S.D.; HAMMOND, A.M. Laboratory techniques for rearing the sugarcane borer on an artificial diet. J
Econ Entomol. v.6, n.6, p.1742-1743,1968.
HUANG, F.; LEONARD, B.R.; WU, X. Resistance of sugarcane borer toBacillus thuringiensis-Cry1Ab toxin.
Entomol Exp App. v.124, 117-123, 2007.
Santos, W.J., 2007. Manejo das Pragas do Algodão com destaque para o Cerrado Brasileiro. In: Freire, E.C. (Ed.),
Algodão no Cerrado do Brasil. Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Brasília, pp. 403–521.
SAYYED, A. H.; HAWARD, R.; HERRERO, S.; FERRÉ, J.; WRIGHT, D. J. Genetic and biochemical approach for
characterization of resistance to Bacillus thuringiensis toxin Cry1Ac in a field population of the diamondback moth,
Plutella xylostella. Appl Environm Microbiol. v.66, n.4, p.1509-1516, 2000.
WU, X.; LEONARD, R.B.; ZHU, Y.C.; ABEL, C.A.; HEAD, G.P.; HUANG, F. Susceptibility of Cry1Ab-resistant and
-susceptible sugarcane borer (Lepidoptera: Crambidae) to four Bacillus thuringiensis toxins. J Invertebr Pathol. v.
100, p.29–34, 2009.
Apoio Financeiro: CNPq
74
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EFICIÊNCIA DA VANCOMICINA ASSOCIADA AO PENTACLORINOBENZENO PARA
ELIMINAÇÃO DE CONTAMINATES NA AVALIAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE
INOCULANTES COMERCIAS PARA A SOJA
Ricardo Henrique Barbosa1* ; Paula Rose de Almeida Ribeiro1; Márcia Rufini1; Paula Rose de Almeida
Ribeiro1; Leonardo de Paiva Barbosa1; Bruna mayrinck de Freitas1; Fatima Maria de Souza Moreira1.
1
Laboratório de Microbiologia do Solo - Universidade Federal de Lavras - Lavras – MG
A formulação e produção comercial de inoculantes de leguminosas requer a integração de diversos
parâmetros que favorecem a sobrevivência e atividade de populações de microrganismos por períodos
prolongados, de modo que um número mínimo de células viáveis de bactérias fixadoras de nitrogênio
nodulíferas estejam presentes nos inoculantes comerciais, garantindo sua funcionalidade. Nas análises
laboratoriais para o controle de qualidade de inoculantes observa-se um alto número de contaminantes na
composição do produto que dificultam a contagem de células das estirpes dos inoculantes. O objetivo deste
trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes concentrações do antibiótico vancomicina e do antifúngico
pentacloronitrobenzeno na inibição de contaminantes de inculantes comerciais líquidos para a soja. O
pentaclorinitrobenzeno foi testado na concentração de 4,0 mg.L-1 e a vancomicina nas concentrações de 1,0 e
2,0 mg.L-1. O pentaclorinitrobenzeno inibe o crescimento de fungo e a vancomicina inibe a presença apenas
de bactérias gram positivas. Os testes foram realizados a partir da contagem do número de células viáveis em
meio de cultura “79” contendo o indicador vermelho congo (0,25 g.mL-1), pH 6,8. Foram realizadas diluições
seriadas decimais (10-1 a 10-9) em solução salina (NaCl 0,85%) e alíquotas de 0,1 mL, das diluições de 10 -4 a
10-9, foram adicionadas na superfície dos meios de cultura nas placas de Petri. Essas alíquotas foram
distribuídas na superfície do meio pelo método de espalhamento, em triplicata e incubação a 28ºC, e
avaliadas durante 10 dias. Ao longo desse período foi avaliado o tempo de crescimento das colônias, número
de UFC, caracterização morfológica e ao final do experimento teste de Gram utilizando KOH 3%. Houve
presença de fungos apenas no tratamento controle. Colônias bacterianas atípicas às estirpes presentes no
inoculante [Bradyrhizobium japonicum (SEMIA 5079) e B. elkani (SEMIA 587)] foram obsevadas nas
diferentes concentrações de vancomicina.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
75
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ELEMENTOS TRANSPONÍVEIS EM Mycosphaerella fijiensis, AGENTE CAUSAL DA
SIGATOKA-NEGRA DA BANANEIRA
Mateus Ferreira Santana* 1, Elza Fernandes de Araújo2 e Marisa Vieira de Queiroz3
Departamento de Microbiologia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil
A bananeira é uma planta monocotiledônea pertencente ao gênero Musa, cujo centro de origem é a sudeste
asiático. É uma das culturas mais importantes em países em desenvolvimento, com uma produção anual de
cerca de 100 milhões de toneladas, sendo o Brasil o segundo maior produtor, com produção anual de 7
milhões de toneladas. A bananeira é acometida por várias pragas e doenças, sendo que a doença foliar mais
importante é a Sigatoka-negra causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis que pode levar a perdas de 35100% da produção, necessitando de um controle rigoroso a base de fungicidas onerosos. O uso freqüente e
alto de fungicidas pode levar a redução da sensibilidade e ao aparecimento de resistência aos compostos
ativos. Pesquisas usando híbridos experimentais estão sendo realizadas na tentativa de obter plantas
geneticamente resistentes a M. fijiensis. Entretanto, a alta diversidade genética encontrada neste fungo pode
representar um entrave ao desenvolvimento de plantas resistentes, visto que a suplantação da resistência pode
ocorrer de forma rápida. Neste contexto, um dos processos geradores de variabilidade em fungos
fitopatogênicos é a atividade de elementos transponíveis. Esses podem ser os principais responsáveis pela
alta adaptabilidade e plasticidade apresentada por muitas espécies de fungos. A atividade do elemento
transponível pode estar associada a estresse ambiental como forma de resposta adaptativa do genoma. Além
disso, a análise de transposons de espécie fitopatogênica pode contribuir para estudos evolutivos. Esses
elementos podem ser utilizados como marcadores para traçar o perfil de populações. Com o advento do
seqüenciamento do genoma de M. fijiensis fomentado pelo Doe Joint Genome Institute
(http://www.jgi.doe.gov/) e devido à importância que os transposons podem ter no processo evolutivo de M.
fijiensis, este trabalho tem como objetivos determinar a estrutura populacional de elementos transponíveis
em M. fijiensis.
Apoio financeiro: CNPq.
76
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ENHANCING THE MEDICINAL PROPERTIES OF Agaricus subrufescens BY GROWING
PRACTICES
Diego Cunha Zied* 1, E.S. Dias1, M.A. Carvalho1, Marli Teixeira de Almeida Minhoni2
1
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, Minas Gerais.
Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA/UNESP), Botucatu, São Paulo.
2
During the 1980s, the A. subrufescens was imported to Japan due to its alleged health effects and is widely
used today in Oriental countries both as an edible mushroom, considered a functional food, and as a natural
therapy in the form of a medicinal extract. In accordance with Brazilian tradition, it could be useful against a
variety of diseases, such as diabetes, atherosclerosis, hepatitis, hypercholesterolemia and heart disease,
among others. In general, the compositional analysis of A. subrufescens mushrooms is water (84-87%),
protein (30-33%), fat (0.82-1.3%), fiber (5.6-6.8%) and minerals (5.9-7.1%), with β-glucan contents between
4.4 and 6.9 g 100 g-1 of mushroom. Thus the aim of this study was to analize the content of β-glucans of
mushrooms due to different practices of growing. So five strains, three composts, four casing layers and four
growing environments were studied. The ABL 04/49 strain cultivated with Massai straw and sugar cane
bagasse showed the highest concentrations of β-glucans, but not a best yield, which was achieved by the
ABL 99/30 strain cultivated with oat straw + sugar cane bagasse and obtained good β-glucan content and
high yield. For agronomic performance, soil + composted pine bark was highlighted, influenced by the
cultivation environment, to achieve high yield. Finally, following the presentation of a series of results, the
creation of a growing protocol is suggested, which seeks to adopt cultivation practices that enhance the
presence of β-glucans in the mushrooms.
Financial Support: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES – No.
1184/09-1).
77
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ESTUDO CINÉTICO DE BACTÉRIAS DO ÁCIDO LÁTICO, BACTÉRIAS DO ÁCIDO
ACÉTICO E LEVEDURAS ISOLADAS DE FERMENTAÇÕES ESPONTÂNEAS DE
CACAU
Viana, R.O.* 1, Pereira, G.V.M. 1, Schwan, R.F. 1
1
UFLA - Universidade Federal de Lavras
Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG, Brasil
A fermentação de cacau é uma etapa fundamental durante a transformação das sementes de cacau em
chocolate, onde bactérias do acido lático (BAL), bactéria do acido acético (BAA) e leveduras são os
principais grupos microbianos atuantes. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento fermentativo de
isolados de BAL, BAA e leveduras em meios de cultura que simulam polpa de cacau. Um total de 12 BAL,
14 BAA e 20 leveduras, isolados de fermentações espontâneas de cacau e previamente identificados por
métodos tradicionais e moleculares, foram inoculadas em 500 ml dos seguinte meios de cultura: PSM-LAB
para isolados de BAL; PSM-AAB para isolados de AAB; PSM-YEAST para isolados leveduriformes. As
fermentações foram realizadas em triplicada por um período de 24 h à 30°C. As concentrações de etanol,
metanol, acido lático, ácido acético, ácido cítrico, glicose, frutose e sacarose foram determinadas em 0, 12 e
24 h de fermentação por cromatrografia líquida de alta eficiência (CLAE). Linhagens de levedura
Saccharomyces cerevisiae mostraram maior produção de etanol em 24 h de fermentação, embora algumas
outras espécies de leveduras não-Saccharomyces também produziram significativas quantidades de etanol,
assim como Debaromyces etchellsii, Candida humilis, Pichia kluyveri e Issatchenkia orientalis. Para isolados
de BAL, linhagens de Lactobacillus fermentum foram caracterizadas por rápida conversão de ácido cítrico e
glicose em ácidos lático e acético. Todas as espécies de BAA oxidaram etanol e ácido lático e ácido acético;
linhagens de Acetobacter tropicalis mostrarm maior eficiência nestes processos oxidativos, seguido por A.
senegalensis e A. ghanensis. Em conclusão, as linhagens de L. fermentum UFLA CBE8.12, S. cerevisiae
UFLA CYC7.04 e A. tropicalis UFLA CBE16.01 foram selecionadas como culturas iniciadoras que podem
levar a um melhor controle e padronização do processo fermentativo de cacau.
Referências Bibliográficas:
SCHWAN, R.F. 1998. Cocoa fermentations conducted with a defined microbial cocktail inoculum. Appl. Environ.
Microbiol. 64:1477–1483.
Apoio Financeiro: FAPEMIG e CNPq
78
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ESTUDO DA DIVERSIDADE BACTERIANA EM ÁGUAS DE VIVEIROS DE
AQUICULTURA
Aylan K. Meneghine*, Daniele B. da Silva, Bernardo P. de Figueiredo, Rodrigo N. Millan, Lucia H.
Sipaúba-Tavares, Eliana G. M. Lemos, Lucia M. C. Alves
*Laboratório de Bioquimica de Microrganismos e de Plantas, Departamento de Tecnologia.
[email protected]
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, FCAV/Unesp – São Paulo
Um grande avanço nos estudos de ecologia microbiana foi dado com o advento de uma técnica da biologia
molecular chamada metagenoma[1]. Através do sequenciamento do gene 16S rRNA, ferramenta da biologia
molecular, o estudo e identificação dos microrganismos em um determinado habitat mostra-se importante.
Muitos métodos diferentes, baseados na amplificação e comparação da sequência do gene 16S rRNA, tem
sido aplicados em amostras do meio ambientes, incluindo diferentes tipos de solo e água[2]. Tendo em vista
essas metodologias, e também alguns problemas encontrados na piscicultura, principalmente envolvendo
adição de antibióticos em rações para peixes, é importante conhecer e caracterizar a diversidade dos
microrganismos que habitam o ambiente aquático em questão, já que existe uma grande variedade de
microrganismos que podem ser patogênicos a peixes e/ou seres humanos. Sendo importante identificar
também os que participam dos ciclos biogeoquímicos. Considerando-se as técnicas moleculares atuais de
estudo de populações microbianas de diversos biomas sem a necessidade de isolamento dos microrganismos,
a importância desses organismos nos processos de reciclagem da matéria orgânica e a baixa quantidade de
informações sobre a população microbiana nos sistemas de aquicultura, o objetivo geral é o estudo da
diversidade de bactérias em viveiros de aquicultura através de abordagem metagenômica. Realizou-se
extração de DNA metagenômico da água, através de kit específico, em diferentes períodos (seca e chuva),
com posterior amplificação do gene 16S rRNA. Será realizado clonagem dos amplicons, e a partir dos clones
a construção de bibliotecas de diversidade. O sequenciamento dos clones, após extração do DNA plasmidial,
será feito em sequenciador capilar ABI3100 – Perkin Elmer. As sequências obtidas serão avaliadas junto ao
GenBank para comprovação de sua identidade. As sequencias serão analisadas no programa Phred/Phrap
Consed, e o estudo fenético, com construção da árvore fenética será feito através do programa Mega 4[3].
Referências Bibliográficas:
[1] PACE, N. R. A molecular view of microbial diversity and the biosphere. Science. v.276, p.734-740, 1997.
[2] GILBRIDE, K.A.; LEE, D.-Y.; BEAUDETTE, L.A. Molecular techniques in wastewater: Understanding microbial
communities, decting pathogens, and real-time process control. Journal of Microbiological Methods, v 66, p. 1-20,
2006.
[3] TAMURA, K.; DUDLEY, J.; NEI, M. & KUMAR, S. MEGA4: Molecular Evolutionary Genetics Analysis
(MEGA) software version 4.0. Molecular Biology Evolution, 24:1596-1599. 2007.
Apoio Financeiro: CAPES
79
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ESTUDO DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE ISOLADOS DE MELEIRA (“Papaya meleira
virus”) PROVENIENTES DO ESPÍRITO SANTO
Cleidiane Borges Daltro* 1; Eduardo Chumbinho de Andrade2.
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/CNPMF, Cruz das Almas- BA
*São Gonçalo dos Campos- BA; Avenida Cazumbá, nº 28; [email protected]
2
Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF), Cruz das Almas- BA
O estado do Espírito Santo é o segundo maior produtor brasileiro de mamão, no ano de 2011 foi responsável
pela produção de 560.576 toneladas do fruto. Com uma área de 7,3 mil ha dedicada ao cultivo do mamoeiro
(Carica papaya L), o ES tem apresentado os maiores índices de produtividade do país, 80 toneladas de
mamão por hectare. Os vírus estão entre os principais patógenos do mamoeiro, provocando declínios na
produtividade, causando perdas anuais superiores a R$1,2 milhão somente no ES. A meleira, cujo agente
causal é o “Papaya meleira virus” (PMeV), foi relatada na década de 80 afetando pomares no sul da Bahia e
norte do Espírito Santo. O PMeV atinge os laticíferos do mamoeiro provocando exsudação espontânea de
látex que em contato com o ar oxida, conferindo um aspecto melado ao fruto, desvalorizando-o
comercialmente. Após vinte anos do surgimento da meleira poucas informações foram geradas para o
completo entendimento deste patossistema e nenhuma sequência genômica foi depositada no banco de dados
públicos. O objetivo deste trabalho foi analisar a diversidade genética do PMeV no ES, visando identificar
regiões conservadas no genoma viral, essenciais ao desenvolvimento do método de controle baseado na
produção de plantas transgênicas resistentes. Foi realizada a extração de dsRNA viral a partir do látex, o
dsRNA foi utilizado como molde para amplificação via RT-PCR de uma região correspondente a uma parte
do gene da replicase viral (RdRp). Os fragmentos amplificados de nove isolados foram clonados e
sequenciados. As sequências foram alinhadas e comparadas entre si pelo programa ClustalW. O grau de
identidade observado entre as sequências de nucleotídeos variou de 88% a 99%. O grau de identidade entre
as sequências de aminoácidos variou de 91% a 100%. Regiões altamente conservadas entre os diferentes
isolados foram identificadas, demonstrando seu potencial uso, no desenvolvimento de transgênicos
resistentes.
Referências Bibliográficas:
ARAUJO, M.M., TAVARES, E.T., SILVA, E.R., MARINHO, V.L., JUNIOR, M.T. Molecular detection of Papaya
meleira virus in the latex of Carica papaya by RT-PCR. Journal of Virological Methods, n.146, p. 305-310, 2007.
BEIRAL, P.R.S. LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA: Levantamento Sistemático da
Produção Agrícola para o Espírito Santo confirma elevação na produção da maioria dos produtos da pauta agrícola
estadual em 2011. In: Resenha de Conjuntura. Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). Ano V. n.08. Março de 2012.
CORREA, F.J.F.; FRANCO, B.J.D.C.; WATANABE, H.S.; SAKAY, M.Y.; YAMASHITA, E.M.A. Estudo preliminar
sobre exudação do látex do mamoeiro - Teixeira de Freitas. Anais do 2º Simpósio Brasileiro Cultura do mamoeiro.
Jabuticabal, SP. p. 409-428. 1988.
INFORMATIVO ESPECIAL DO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA TÉCNICA E
EXTENSÃO RURAL. Incaper em Revista. Ano 1. Nº 1. Janeiro a Dezembro de 2010. Disponível:
<http://incaper.web407.uni5.net/revista.php?idcap=978>. Acesso: 25/04/2012.
RODRIGUES, C.H.; ALVES, F.L.; MARIN, S.L.D.; MAFFIA, L.A; VENTURA, J.A.; GUTIERREZ, A.S.D. Meleira
do mamoeiro no estado do Espírito Santo: enfoque fitopatológico. In: Selecta de Trabalhos sobre a Meleira do
mamoeiro. Linhares, EMCAPA. 1989 a.
TAVARES, E.T.; TATAGIBA, J.S.; VENTURA, J.A.; SOUZA JR., M.T. Dois novos sistemas de diagnose precoce da
meleira do mamoeiro. Fitopatologia Brasileira, v.29, n.5, p. 563-566, 2004.
ZHOU, C.; YANG, Y.; JONG, A.Y. Mini-prep in ten minute. Biotechniques, Natick, v. 8, n. 2, p. 172-173, 1990.
Apoio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB
80
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ESTUDO DOS PARÂMETROS LIMNOLÓGICOS APÓS INFESTAÇÃO DE MACRÓFITA
EM VIVEIRO DE PISCICULTURA
Érica C. Oliveira*, Cecília A. Boareto, Lúcia H. Sipaúba-Tavares
Av. Dr. Liberato da Costa Fontes, n° 206, Aparecida, Jaboticabal – SP
[email protected]
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – Jaboticabal - SP
A aquicultura mundial obteve forte aumento na produção de biomassa, ocasionando acréscimo de nutrientes
decorrentes de técnicas inadequadas de manejo, gerando impacto no ambiente aquático e tornando-o
favorável para desenvolvimento e provável infestação de macrófitas aquáticas. Este trabalho visa estudar os
parâmetros limnológicos de um viveiro de piscicultura anteriormente infestado por macrófitas, cujos
resultados promoveram eutrofização. Após um ano sem adição de ração e manutenção da biota local, o
viveiro será avaliado durante oito meses (janeiro a agosto de 2012), envolvendo os períodos seco e chuvoso,
onde as amostragens estão sendo realizadas em um viveiro de piscicultura do CAUNESP (21°15’ S e
48°18’W). Até o presente momento foram realizadas quatro amostragens em cinco pontos, onde, P1 e P3 =
entrada de água, P2 = entre as entradas, P4 = centro e P5 = saída de água. Ao longo do viveiro a
concentração de coliformes termotolerantes aumentou, uma vez que P4 (78 a 3300 NMP.100 mL-1) e P5 (45
a 4900 NMP.100 mL-1) estiveram mais correlacionados com esse parâmetro. Provavelmente esse resultado
se deve ao efluente de ranicultura que deságua no viveiro sem tratamento elevando a carga orgânica do
sistema. Devido ao período chuvoso a concentração de STS manteve-se alta nos pontos de entrada de água
(P1 = 16 a 39 mg.L-1; P3 = 2 a 53 mg.L-1), associada a maiores concentrações de DBO5 (2,9 a 9,6 mg.L-1;
0,9 a 8,8 mg.L-1, respectivamente). O ponto central às entradas, P2 apresentou também grande correlação
com ambos os parâmetros (STS, 10 a 32 mg.L-1 e DBO5, 4,2 a 8,3 mg.L-1). Consequentemente os pontos
seguintes apresentaram maior condutividade elétrica (P4 =102 a 109 µS.cm-1 e P5 =101 a 108 µS.cm-1). Os
dados preliminares evidenciaram que o viveiro ainda apresenta elevados valores de alguns parâmetros
ambientais em função da ação antrópica e manejo inadequado.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ESTUDOS ULTRAESTRUTURAIS DA BIOACUMULAÇÃO DE ELEMENTOS-TRAÇO
EM ESPÉCIES DE Agaricus spp.
Luciana Pereira Dias*, Emerson Tokuda Martos, Pedro Paulo Gadoni Junqueira, Eustáquio Souza Dias,
Eduardo Alves
*[email protected]
Departamento de Biologia- Universidade Federal de Lavras
Campus Universitário; Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras – MG
Vários estudos têm demonstrado o potencial dos cogumelos para retenção de elementos-traço no ambiente. O
objetivo deve trabalho será avaliar a capacidade de acumulação de As, Cd,Cu,Pbe Zn em Agaricus bisporus
e Agaricus brasilienses. Primeiramente, será avaliada a tolerância dos elementos-traço em meio BDA em
água destilada comsoluções individuais de Na2HAs04.7H20,Cu SO4.5H2O,PbSO4 e ZnSO4.7H20 em 0,
250,500, 750 e 1.200 ppm. Para Cd, será utilizada a solução CdSO4.8H2O em 0, 50, 150 ppm.O pH será
ajustado de acordo com o controle. Em seguida, será inoculado e incubado (10 dias a 28° C). Será analisado
o crescimento micelial (mm/dia) e os dados serão avaliados por regressão a 5% de probabilidade. Para o
cultivo dos cogumelos, utilizará a metodologia tradicional. Posteriormente, os elementos-traço serão
adicionados individualmente naterra de cobertura (Latossolo Vermelho distroférrico de barranco), sendo que
os tratamentosseguirãoas proporções de tolerância apresentadas em placa. Em seguida, será utilizado solo
contaminado da mineração de Três-Marias e saiscomtodos os elementos-traço na proporção de 0, 25, 50, 75
e 100%.OpH do solo será ajustado atravésde calcário calcítico.Cada tratamento teráseis repetições e os dados
serãoavaliados através do delineamento em blocos casualizados. Após o crescimento dos cogumelos, será
realizada a coleta em triplicata das amostras dos diferentes tratamentoseestágios de desenvolvimento. Em
seguida, será realizada a análise no Microscópio eletrônico de varredura LEO EVO e microscópio eletrônico
de transmissão Zeiss EM 109 a 80 v. daslamelas, estipes e micélio, cortadasá mão livre para varredura
(máximo, 2 cm2) e para transmissão (máximo 1 mm de largura), retirando as amostras de quatro pontos
equidistantes e fixadas em Karnovsky (24 h). Os elementos-traço serão mensurados através do sistema de
microanálises de raios X (EDS) acoplado ao MEV.
Apoio financeiro: Capes, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
EVOLUÇÃO ADAPTATIVA DE LINHAGENS DE Saccharomyces cerevisiae PARA
TOLERÂNCIA AOS ESTRESSES ETANÓLICO E ÁCIDO
Elisângela S. Miranda* 1; Camila S. Varize1; Natália Alexandrino1; Nara G. Bortolazzo1; Stefania Vital1;
Renata M. Christofoleti-Furlan1; Elisa A. Lucatti; Luiz C. Basso1
Depto de Ciência Biológicas, Universidade de São Paulo “ESALQ” Av. Pádua Dias, Piracicaba-SP
* [email protected]
1
O bagaço de cana-de-açúcar é um resíduo agroindustrial abundante e uma promissora matéria prima para o
etanol de segunda geração. No entanto a hidrólise deste material é acompanhada da formação de inibidores,
como o ácido acético, que potencializa a ação tóxica do etanol, com efeitos depressivos sobre a fermentação.
Portanto linhagens tolerantes à ação estressante destes inibidores serão de grande importância para a
fermentação do hidrolisado de bagaço. Assim o presente trabalho pretende obter linhagens de
Saccharomyces cerevisiae com capacidade de tolerância simultânea aos estresses ácido e etanólico, mediante
a evolução adaptativa. Linhagens isoladas de fermentações industriais foram submetidas à evolução
adaptativa, mediante cultivo em condições estressantes (etanol e ácido acético), ao longo de cerca de 80
gerações. A população evoluída será submetida à cariotipagem eletroforética na tentativa de se identificar
linhagens prevalentes. Estas linhagens serão avaliadas quanto às suas tolerâncias a estes inibidores em
comparação com as leveduras iniciais. Para tal serão conduzidas fermentações, simulando as condições da
indústria, com reciclo fermentativos, sendo que os mostos serão adicionados de ácido acético. Os efeitos
tóxicos serão avaliados mediante parâmetros bioquímicos, fisiológicos e tecnológicos (rendimento em etanol,
formações de biomassa e glicerol, teores de açúcares residuais, viabilidade celular e conteúdo celular de
trealose). Assim forçara a obtenção do fenótipo desejado com maior tolerância aos mesmos fatores de
estresses indicado acima devido a eventos de mutação durante as gerações que selecionará as células mais
bem adaptadas ao ambiente de estresse aumentado.
Apoio Financeiro: CNPQ- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
83
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
FILOGENIA E CARACTERIZAÇÃO FUNCIONAL DE GENES DA VIA BIOSSINTÉTICA
DE PURINAS
Fenícia B. Santos* 1; Phellippe A. S. Marbach1
*Rua Minas Gerais, nº58, Urbis II, Sapeaçu-BA, 44530-000
[email protected]
1
UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Cruz das Almas, Bahia
A via biossintética de purinas (VBP) produz Inosina monofosfato (IMP) através de 10 reações enzimáticas.
IMP é precursor dos ácidos nucleicos, e outras moléculas importantes. Dos 13 genes envolvidos na síntese
do IMP, cinco são análogas, codificam proteínas não homólogas, mas que são funcionalmente equivalentes.
Isso acontece na terceira etapa da VBP onde o composto GAR (Glicinamida ribonucleotídio) é convertido
em FGAR (N-Formilglicinamida ribonucleotídio). Essa reação pode ser realizada pelas enzimas PurN ou
PurT, que usam diferentes mecanismos e substratos. Contudo, os genes purT e purN não estão igualmente
distribuídos nas linhagens procarióticas. Sendo que na maioria das espécies é o gene purN que está presente,
sugerindo que esse gene é preferencialmente utilizado ou que esses genes têm diferentes níveis de expressão.
O mesmo ocorre na 9ª e 10º etapas da VBP. As proteínas PurP e PurO são análogas aos domínios AICARFT
e IMPCH, respectivamente, da proteína PurH. Em algumas espécies de bactérias e archaeas os domínios
IMPCH e AICARFT são codificados por genes distintos, purJ e purV, respectivamente. Estas espécies não
possuem os genes purH, purP e purO no seu genoma, o que nos leva a inferir que purJ e purV são
funcionalmente equivalentes aos domínios IMPCH e AICARFT da enzima PurH. Assim, este trabalho
propõe avaliar o nível de expressão dos genes purT e purN, através de qPCR em diferentes fases da curva de
crescimento da bactéria Escherichia coli. A fim de avaliar a correspondência funcional dos genes purO e purJ
com o domínio IMPCH da proteína PurH e do gene purV com o domínio AICARFT da mesma, serão
realizados ensaios de complementação utilizando E. coli. Serão feitas análises filogenéticas dos genes purH,
purO, purJ, purV, purT e purN. Os resultados gerados fornecerão informações que ampliarão o
conhecimento sobre a evolução e diversidade da VBP em procariotos.
Apoio Financeiro: CAPES
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
FLUXOS DE CH4 PROVENIENTES DA VINHAÇA, EM DIFERENTES SISTEMAS DE
DISTRIBUIÇÃO E AVALIAÇÃO DA BIODIVERSIDADE FUNCIONAL ASSOCIADA À
PRODUÇÃO DESTE GÁS DO EFEITO ESTUFA
Bruna Oliveira* (1,2); Brigitte Feigl (2)
(1) Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de
Pós-graduação em Microbiologia Agrícola, Piracicaba, SP.
(2) Universidade de São Paulo, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Piracicaba, SP.
O uso de fontes de energia renovável e com baixo teor de carbono é uma das estratégias para a mitigação da
emissão de gases do efeito estufa (GEE). O etanol da cana-de-açúcar, que apresenta balanço energético
significativamente favorável, é uma alternativa disponível comercialmente e com grande potencial de rápida
expansão em muitos países. Como co-produto deste processo é gerado a vinhaça, que apesar de apresentar
muitos benefícios quando aplicada ao solo, apresenta poucos dados sobre os possíveis impactos que causa no
ambiente, sobretudo no que se refere às emissões de GEE. Sabe-se que o GEE de maior impacto proveniente
da vinhaça é o CH4, porém não se sabe quais são os fatores interferentes na produção deste GEE e sua
correlação com os micro-organismos metanogênicos. Sendo assim, o presente projeto visa quantificar a
emissão de CH4 proveniente da vinhaça presente em diferentes sistemas de distribuição e analisar a
diversidade microbiana relacionada à produção deste gás. As amostragens de CH4 ocorrerão ao longo de
uma safra inteira de cana-de-açúcar objetivando monitoramento de influências sazonais nas emissões, as
análises ocorrerão por cromatografia gasosa e técnica de infravermelho. Concomitante às amostragens de
GEE, ocorrerão análises dos parâmetros interferentes nas comunidades microbianas e conseqüentemente nas
emissões de CH4, como potencial redox, oxigênio dissolvido, composição da vinhaça, entre outras. A
diversidade será determinada pela amplificação do gene microbiano relacionado à produção de CH4, mcrA,
através da reação em cadeia da polimerase (PCR), seguido de análise por T-RFLP (Terminal Restriction
Fragment Length Polymorphism) e qPCR (PCR quantitativo). Em uma primeira etapa os estudos se
concentrarão no levantamento prévio dos diferentes sistemas de distribuição de vinhaça encontrados nas
usinas situadas em região representativa da produção de etanol no Brasil, para através deste determinar as
áreas de estudo e posteriormente realizar as amostragens de GEE, sobretudo CH4. Com isto, espera-se obter
dados importantes provenientes da vinhaça nestes diferentes sistemas visando à identificação de
modificações nas emissões ao longo da safra de cana-de-açúcar.
85
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
FUNGOS ASSOCIADOS A LESÕES FOLIARES EM ESPÉCIES VEGETAIS DA
CAATINGA
Franciane dos Santos França*, Jaqueline Maria O. do Nascimento, Jorge Teodoro de Souza
Rua Fronteira, 35, Conceição II, Feira de Santana/BA. E-mail: [email protected]
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Cruz das almas/BA
Dentre os países tropicais, o Brasil se destaca por ser detentor de uma megadiversidade, favorecida por sua
localização geográfica e por possuir seis biomas distintos. A caatinga é o único bioma exclusivamente
brasileiro, ocupa 12% do território nacional em 10 estados e corresponde a cerca de 70% da região nordeste.
Sua vegetação é constituída, principalmente, de espécies lenhosas, herbáceas, dotadas de espinhos, além de
bromeliáceas e cactáceas. Nas últimas décadas, um esforço crescente de pesquisadores para inventariar a
diversidade de fungos no Nordeste vem sendo notado. Como resultado de tal esforço, espécies novas de
fungos têm sido descritas e ocorrências novas têm sido publicadas. Nesse projeto, propõe-se o estudo de
fungos presumivelmente fitopatogênicos em plantas nativas da caatinga. Amostras de plantas doentes serão
coletadas e identificadas no Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana. No
Laboratório de Fitopatologia e Microbiologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia serão
confeccionadas lâminas para a identificação morfológica dos fungos mediante observação e mensuração das
estruturas reprodutivas de valor taxonômico em microscópio de luz. Chaves dicotômicas e descrições
disponíveis em bibliografia especializada também serão utilizadas para comparação. Os fungos serão
isolados e fragmentos de regiões como o ITS do rDNA e TEF1-a (Fator de transcrição e elongação 1-alfa da
RNA polimerase) serão sequenciados para a identificação molecular. Os resultados contribuirão para o
conhecimento da diversidade de fungos fitopatogênicos em plantas nativas da caatinga.
Referências Bibliográficas:
ANDRADE-LIMA, D. 1981. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica 4: 149-163.
Apoio Financeiro: CAPES
86
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM SOLOS DE SISTEMAS DE
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA COM E SEM APLICAÇÃO DE HERBICIDA
Rodrigo A. M. Freitas1 , Patrícia L. Leal2 , Rodrigo M. Marques2 , Diego H. Silva2 , Fabia G. V. Assis* 3,
Fatima M. S. Moreira2
Departamento de Fitotecnia – UFV – Universidade Federal de Viçosa (CEP:36570-000, Viçosa/MG),
2
Departamento de Ciências do Solo – UFLA – Universidade Federal de Lavras,
3
Departamento de Biologia UFLA – Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
Campus Universitário da UFLA, Cx. Postal: 3037 - CEP: 37200-000 - Lavras/MG.
[email protected]
1
Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs – Filo Glomeromycota) representam um importante componente
da microbiota do solo em ecossistemas naturais e agrícolas e são simbiontes mutualísticos que estabelecem a
associação micorrízica arbuscular com as raízes de mais de 90% das famílias de plantas. Nesta associação, os
FMAs aumentam a absorção de nutrientes com baixa mobilidade como o fósforo e assim, são de particular
importância nos trópicos onde solos apresentam baixa fertilidade (MOREIRA E SIQUEIRA, 2006). Os
FMAs ocupam um importante nicho ecológico nos ecossistemas, e são influenciados pelas práticas de
manejo do solo como aração e adubação, monoculturas extensivas e os agrotóxicos, que podem reduzir a
incidência de algumas espécies de FMA (SIQUEIRA et al; 1989). O objetivo deste estudo foi avaliar a
ocorrência e diversidade de FMAs em solos sob experimento de integração lavoura-pecuária. O experimento
foi conduzido em condição de campo na Estação Experimental do aeroporto, pertencente ao campus da
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG e teve 4 tratamentos: Solo cultivado com milho em consórcio
com braquiária com aplicação de herbicida (T1) e sem aplicação de herbicida (T2); Solo cultivado apenas
com braquiária com aplicação de herbicida (T3) e sem aplicação de herbicida (T4). O cultivar de milho
utilizado foi o híbrido simples (AGN 30A00) em integração com Bracchiaria brizantha (BRS Piatã). Em
amostras diretas do campo, realizou-se a extração de esporos de FMAs e a identificação das espécies
conforme caracteres morfológicos, no laboratório de Microbiologia do Solo da Universidade Federal de
Lavras. Foi recuperado um total de 9 morfotipos, com predominância de espécies do gênero Acaulospora. O
tratamento T2 apresentou a maior densidade de esporos e juntamente com o tratamento T1, foi verificada
diferença quanto ao índice de diversidade em relação aos tratamentos T3 e T4.
Referências Bibliográficas:
MOREIRA, F. M. S; SIQUEIRA, J. O. 2006. Microbiologia e Bioquímica do solo. Universidade Federal de Lavras,
Lavras. 729 p.
SIQUEIRA, J. O; COLOZZI-FILHO, A; Oliveira E. Ocorrência de Micorrizas Vesicular-Arbusculares em
Agroecossistemas do Estado de Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 24 (12): 1499-1506, 1989.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
IDENTIFICAÇÃO DE ACTINOBACTÉRIAS PRESENTES EM AMOSTRAS DE SOLOS
DA REGIÃO DE PASSOS - MG DURANTE ESTAÇÃO DE BAIXA PLUVIOSIDADE
Monique Suela Silva* 1, Rosane Freitas Schwan1, Disney Ribeiro Dias2,
Departamento de Biologia, Universidade Federal de Lavras – UFLA;
Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras – UFLA
Lavras - MG, CEP: 37200-000 Brasil. * [email protected]
1
2
Dentre todos os habitats, as Actinobactérias colonizam principalmente os solos, formando um grupo de
bactérias gram-positivas, capazes de degradar macromoléculas presentes no solo. Os solos do cerrado
abrigam uma rica diversidade de populações de actinobactérias ainda não muito bem explorada, constituindo
uma excelente fonte para a busca de novos metabólitos bioativos. Solos do município de Passos, Minas
Gerais, cuja vegetação típica é o cerrado, foram analisados quanto às características físico-químicas e à
diversidade microbiana nos períodos de baixa pluviosidade (abril a setembro). A avaliação da população de
Actinobacteria foi feita através do plaqueamento por espalhamento em superfície das amostras de solo prétratadas em meio Aaronson’s e Vitamina-ácido húmico e incubadas a 28ºC por 5 dias. Os resultados das
análises físico-químicas revelaram que os solos de Passos apresentam pH entre 4,7 a 5,2, concentrações de
alumínio entre 0,2 a 0,5 mg/ dm3, fósforo 1,4 e 1,7 mg/dm3, potássio entre 54 a 134,28 mg/ dm3, magnésio
entre 0,1 mg/ dm3, alumínio mais hidrogênio 4,5 a 13,4 mg/ dm3 e matéria orgânica 1,7 a 3,9 dag/ Kg. Os
resultados obtidos condizem com dados da literatura, os quais referem aos solos do cerrado como sendo
solos normalmente ácidos e com elevadas concentrações de alumínio. A população bacteriana isolada no
meio Aaronson’s foi 7,33 log UFC/g e no meio Vitamina-Ácido húmico 6,738 log UFC/g. As espécies de
Actinobacteria encontradas diferiram entre os meios de cultura utilizados, comprovando que o uso em
conjunto de meios de cultura diferentes resulta em maior diversidade de espécies. Três gêneros
predominaram em todas as amostras de solos: Arthrobacter, Streptomyces e Microbacterium, que são
microrganismos ubíquos e colonizam tipicamente os solos. Diversas espécies isoladas apresentaram dados da
literatura que corroboram para sua utilização em diversos processos biotecnológicos e na biorremediação,
principalmente, sugerindo necessidade de pesquisas futuras.
Referências Bibliográficas:
AZEREDO, L. A. I; FREIRE, D. M. G.; SOARES, R. M. A.; LEITE, S. G. F.; COELHO, R.R.R. Production and partial
characterization of thermophilic proteases from Streptomyces sp. isolated from Brazilian cerrado soil. Enzyme and
Microbiol Technology, p. 354–358, 2004.
DIAS, D. R.; SCHWAN, R. F. Isolamento e identificação de leveduras. In: MOREIRA, F. M. S.; Huising, E. J.;
Bignell, D. E. (Org.). Manual de biologia dos solos tropicais - amostragem e caracterização da biodiversidade. Lavras:
UFLA, 2010, p. 227-277.
MOHAPATRA, B. R.; BROERSMA, K.; MAZUMDER, A. Comparison of five rep-PCR genomic fingerprinting
methods for diferentiation of fecal Escherichia coli from humans, poultry and wild birds. FEMS Microbiol Lett, p. 98106, 2007.
MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e bioquímica do solo, 2nd edn. Edidora UFLA, Lavras, 2006.
PEREIRA,G. V. M.; RAMOS, C. L.; GALVÃO, C.; DIAS, E. S.; SCHWAN, R. F. Use of specific PCR primers to
identify three important industrial species of Saccharomyces genus: Saccharomyces cerevisiae, Saccharomyces bayanus
and Saccharomyces pastorianus. Applied Microbiology, p. 131-137, 2010.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq e CAPES.
88
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
IDENTIFICAÇÃO DE Aspergillus flavus EM SOLO DO CERRADO E AVALIAÇÃO DO
POTENCIAL CELULOLÍTICO
Luísa Freire; Mônica C. Monteiro; Fabiana A. Couto*; Luís R. Batista.
* [email protected] - Universidade Federal de Lavras, Lavras – Minas Gerais.
A utilização dos fungos filamentosos e seus metabólitos nos processos de biorremediação vêm crescendo, em
virtude do alto potencial degradativo (CONCEIÇÃO et al., 2005). Na indústria alimentícia, as celulases são
usadas em vários processos, principalmente, na extração de componentes do chá verde, proteína de soja,
óleos essenciais, aromatizantes e do amido da batata doce. Essas enzimas participam, ainda, dos processos de
produção do vinagre de laranja e do ágar e na extração e clarificação de sucos de frutas cítricas (ORBERG,
1981). Em virtude da grande importância destas enzimas, este estudo teve como objetivo avaliar o potencial
celulolítico de fungos da espécie Aspergillus flavus isolados de solo do Cerrado. A pesquisa foi desenvolvida
no Laboratório de Microbiologia dos Alimentos DCA/ UFLA. As amostras de solo foram coletadas na região
do Sul de Minas Gerais. Para o plaqueamento utilizou-se a técnica de diluição seriada em meio de cultura
DG18% e CMA. Estes foram incubados a 25º C durante sete dias, e em seguida foram purificados em meio
de cultura MA. Os isolados foram identificados em meios de cultura específicos: CYA (Czapeck Yeast
Ágar) a 25° e 37° C e MEA (Extrato de malte) a 25° C. Após a identificação dos isolados, o teste de celulase
foi realizado em dez isolados de Aspergillus flavus utilizando o meio Ágar CMC em triplicata. Após cinco
dias de crescimento foi feito a revelação usando o corante lugol e então realizou-se a medição do diâmetro
médio do halo de degradação e do diâmetro médio da colônia para o cálculo do índice de produção
enzimática. Dos dez isolados testados, todos apresentaram revelação positiva para o teste de celulase. O
índice médio de produção enzimática foi de 1,44. Estes resultados indicam a importância da identificação de
fungos produtores de celulase, uma vez que esta possui diversas aplicações na indústria.
Referências Bibliográficas:
CONCEIÇÃO, D. M. et al. Fungos filamentosos isolados do rio Atibais, SP e refinaria de petróleo biodegradadores de
compostos fenólicos. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v. 72, n. 1, p. 99-106, jan./mar. 2005.
ORBERG, P. K. Studies on cellulases production from annual ryegrass straw by Trichoderma reesei.Oregon, 1981.
Dissertação - (Mestrado), Oregon State University.
Apoio Financeiro: FAPEMIG
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
IDENTIFICAÇÃO MORFOLÓGICA, FISIOLÓGICA, MOLECULAR E PROTEÔMICA
DE ESPÉCIES DO GÊNERO Aspergillus, SEÇÕES Nigri, Flavi E Circumdati
Fabiana A. Couto*, Thiago P. Souza, Eustáquio S. Dias, Luis R. Batista
Universidade Federal de Lavras, [email protected]
Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais
As espécies do gênero Aspergillus são capazes de colonizar uma grande variedade de produtos agrícolas
(Takahashi & Carvalho, 2010). Este gênero possui grande importância econômica, pois é reconhecido como
um grande produtor de substâncias bioativas, mas também são responsáveis pela deterioração de alimentos e
produção de micotoxinas. Embora tenham sido descritas mais de 260 espécies desse gênero (Samson &
Varga, 2009), a classificação está em constante processo de mudança. Os últimos estudos taxonômicos têm
demonstrado que este gênero tem sido reclassificado através do uso da Taxonomia Polifásica. O objetivo
deste trabalho será identificar os isolados do gênero Aspergillus pertencentes às Seções Nigri, Flavi e
Circumdati pela aplicação de uma abordagem polifásica, incluindo métodos fenotípicos, fisiológicos,
moleculares, proteômicos e identificar as espécies de fungos que produzem fumonisinas, aflatoxinas e
ocratoxina A. Sessenta isolados de fungos de diferentes substratos serão identificados utilizando as técnicas
morfológicas. Os fungos serão cultivados em diferentes meios de cultivo e temperatura (CYA 25°C e 37°C,
MEA 25°C) por 7 dias. Os isolados serão testados quanto à produção de micotoxinas, através da
cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Vinte isolados de diferentes espécies de Aspergillus serão
selecionados para a identificação molecular, utilizando a região parcial do gene β-tubulina e a região
espaçadora transcrita (ITS). Para a identificação dos isolados, as sequências nucleotídicas obtidas serão
comparadas com as que já estão depositadas no banco de dados do National Center for Biotecnology e
Information (NCBI), utilizando o BLAST. Os isolados de Aspergillus também serão identificados utilizando
o perfil de proteínas gerado pela técnica de MALDI-TOF (Dessorção a Laser Assistida por Matriz em
Tempo de Vôo).
Referências Bibliográficas:
SAMSON, R. A.; VARGA J. What is a species in Aspergillus? Medical Mycology, v. 47 (Supplement 1), p.813-820,
2009.
TAKAHASHI, J.A.; CARVALHO, S.A. Nutritional potential of biomass and metabolites from filamentous fungi.
Technology and Education Topics in Applied Microbiology and Microbial Biotechnology. p. 1126-1135, 2010.
Apoio Financeiro: CAPES
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
INFLUÊNCIA DA Salvinia auriculata AUBLET NAS VARIÁVEIS ABIÓTICAS E NA
COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA
Cecília A. Boareto* 1; Lúcia H. Sipaúba Tavares2
1
Pós-graduanda da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (UNESP), Programa de Pós-graduação em
Microbiologia Agropecuária. E-mail: [email protected]. Bolsista Capes
2
Prof. Dr. da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Centro de Aquicultura. E-mail: [email protected]. Endereço: Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Centro de Aqüicultura, Via de Acesso Prof. Paulo
Donato Castellane s/n, Jaboticabal, SP, Brasil – CEP: 14884-900
Macrófitas aquáticas em condições eutróficas crescem demasiadamente e causam mudanças nos parâmetros
limnológicos, influenciando as características estruturais, como composição, distribuição, densidade e
diversidade do zooplâncton. Esse estudo avaliou o efeito da presença de Salvinia auriculata Aublet, em um
viveiro de piscicultura e seu efeito nas variáveis abióticas e na comunidade zooplanctônica. As amostragens
foram realizadas em um viveiro do CAUNESP (2115’ S e 4818’W) durante dois períodos distintos, na
presença (Fevereiro e Março/2009) e ausência da macrófita (Maio e Junho/2009). Foram amostrados cinco
pontos sendo: P1 e P3 = entrada de água, P2 = entre as entradas, P4 = centro e P5 = saída de água. Todas as
variáveis abióticas citadas foram estatisticamente significativas (p<0,05). No período coberto por macrófita,
as famílias de Rotifera dominantes foram Gastropodidae, Lecanidae, Trichocercidae, Proalidae, Filiniidae,
Colurellidae como também, a classe Copepoda, associadas às elevadas concentrações de coliformes
termotolerantes (30,8 a 1.315,7 NMP.100ml-1), amônia (225,8 a 635,6 µg.L-1), DBO5 (3,4 a 8,4 mg.L-1),
temperatura (20,9 a 27,1°C) e alcalinidade (75,7 a 131,7 mg.L-1). As mudanças na concentração dos
parâmetros limnológicos no período com macrófitas causaram elevação no gradiente de eutrofização
reduzindo a riqueza de espécies, selecionando as mais tolerantes, como Rotifera. Já no período sem
macrófita foram dominantes as famílias de Asplanchnidae, Brachionidae, Euchlanidae, Synchaetidae como
também, a ordem Cladocera. Estes organismos estavam presentes quando o viveiro encontrava-se com
elevada concentração de OD (1,3 a 5,5 mg.L-1). O aumento da concentração de OD e diminuição do teor de
matéria orgânica influenciaram diretamente na abundância de Cladocera. Pode-se concluir que a macrófita
alterou bruscamente alguns parâmetros limnológicos favorecendo a ocorrência de Rotifera. Com a retirada
das plantas aquáticas a concentração de OD aumentou, as concentrações de DBO5 e coliformes
termotolerantes diminuíram favorecendo o desenvolvimento de Cladocera, que é mais indicado como fonte
de alimento para peixes.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
INFLUÊNCIA DO pH DO MEIO DE CULTIVO NO CRESCIMENTO DE Rhizobium etli
ESTIRPE UFLA 02-100 E UFLA 02-68
Márcia Rufini* (1); Paulo Ademar Avelar Ferreira(1); Bruno Lima Soares(1); Fatima Maria De Souza
Moreira(1)
(1)
Laboratório de Microbiologia e Bioquímica do Solo - Universidade Federal de Lavras - Lavras, MG
O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris), além de ser excelente fonte de proteína para a população e ser
importante economicamente é capaz de formar simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico.
Dessa forma, pode substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados, diminuindo os custos
de produção e a poluição do solo e água. A acidez do solo é um dos principais fatores que pode afetar essa
simbiose. No entanto, pode-se induzir uma pré-adaptação às condições ácidas quando a bactéria é exposta
previamente a um pH levemente ácido. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi verificar se o cultivo de
estirpes de Rhizobium etli em meios com diferentes condições de pH, interfere no crescimento. Foram
estudadas as estirpes de Rhizobium etli, UFLA 02-100 e UFLA 02-68, que vem mostrando em experimentos
de campo alta eficiência em fixar N2 em simbiose com Phaseolus vulgaris. Estas estirpes foram cultivadas
em meio de cultura “79” líquido, com diferentes valores de pH (5,0; 6,0; 6,9), onde avaliou-se o crescimento
da estirpe pela contagem do número de unidades formadoras de colônia (UFC) e por densidade ótica. Com
base no número máximo de UFC.mL-1, as estirpes apresentaram melhor crescimento no pH 6,0, onde
observou-se também maior densidade ótica do meio de cultivo. Estes resultados demonstram a possibilidade
de produção dos inoculantes em pH 6,0, permitindo uma pré-adaptação as condições ácidas dos solos.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
INVESTIGAÇÃO DA ATIVIDADE DESINFETANTE E ANTIBIOFILME DE
COMPOSTOS NATURAIS
Alessandra Millezi* 1,2 *; Maria Olivia2 Pereira; José Maria2 Oliveira; Roberta Piccoli3
1
Departamento de Ciências Biológicas, Setor de Microbiologia Agrícola, Universidade Federal de Lavras ,
Minas Gerais, Brasil, e-mail: [email protected];
2
Departamento de Engenharia Biológica, Universidade do Minho, Braga, Portugal;
3
Departamento de Ciência dos Alimentos, Universidade Federal de Lavras, Lavras, Minas Gerais, Brasil.
O termo biofilme foi criado para descrever a forma séssil de vida microbiana, caracterizada pela aderência de
microrganismos às superfícies bióticas ou abióticas, com produção de exopolissacarídeo Na indústria de
alimentos, causam problemas como o bloqueio do fluxo de calor, aumento da resistência ao atrito e aumento
na taxa de corrosão de superfícies. Antimicrobianos naturais representam uma abordagem interessante para
limitar o surgimento e a propagação microbiana. Nessa perspectiva, uma abordagem é o uso de óleos
essenciais, vários já foram descritos como antibacterianos (Millezi 2012; Nostro et al, 2007). Este estudo
teve como objetivo avaliar o potencial desinfetante e antibiofilme de óleo essencial (OE) de canela sobre
Escherichia coli e Staphylococcus aureus. Para a atividade sanificante, biofilmes foram cultivados por 24
horas em cupons de aço inoxidável AISI 304 suspensos em frascos contendo 200 mL de TSB estéril. Após
esse período, os cupons foram submetidos à ação do OE (nas concentrações 0,0; 0,12%, 0,48%; 0,96% e
1,92%) e eugenol por 15 minutos. No teste da atividade antibiofilme, o OE (mesmas concentrações) e
eugenol foram incubados por 24 horas juntamente com os inóculos. Após 24 horas realizou-se a
quantificação das células bacterianas viáveis e da biomassa (Stepanovic, 2000) e análise por microcopia de
fluorescência. Os dados foram analisados usando o software Prism (GraphPad Software). Teste t-test and
One-way ANOVA foram realizados e p < 0,05 foi considerado significativo. Eugenol e OE demonstraram
potencial sanificante contra células viáveis em biofilmes formados pelas duas bactérias, entretanto, a ação
sobre a biomassa não foi satisfatória em nenhuma concentração (p > 0,05), já a atividade antibiofilme
demonstrou eficiência contra as células e a formação de biomassa em todas as concentrações (p < 0,05).
Nesse estudo, verificou-se que a utilização do OE de canela e eugenol na função de antibiofilme foram mais
eficientes.
Referências Bibliográficas:
MILLEZI, A. F.; CARDOSO, M. G; ALVES, E. A.; PICCOLI, R. H. Reduction of Aeromonas hidrophyla biofilm on
stainless stell surface by essential oils. Brazilian Journal Microbiology. (paper accepted for publication), 2012.
Nostro, A. et al. 2007. Effects of oregano, carvacrol and thymol on Staphylococcus aureus and Staphylococcus
epidermidis biofilms. J. Med. Microbiol., 56 519-523.
Oliveira, M. M. M., 2010. Biofilm formation by Listeria monocytogenes on stainless steel surface and biotransfer
potential. Braz. J. Microbiology, 41, 97-106.
Stepanovic, S. et al. 2000. A modified microtiter-plate test for quantification of staphylococcal biofilm formation.
Journal of Microbiological Methods. 40, 175–179.
Apoio Financeiro: CAPES e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ISOLAMENTO DA MICROBIOTA PRESENTE EM DIFERENTES CAMADAS DE
COBERTURA NO CULTIVO DO COGUMELO Agaricus subrufescens
Emerson Tokuda Martos, Pedro Paulo Gadoni*, Débora Marques da Silveira e Santos, Simone Cristina
Marques, Eustáquio Souza Dias.
Laboratório de Microbiologia, Departamento de Biologia, CP 3037, CEP 37200 000, Lavras MG.
[email protected]
Dentre as etapas de cultivo de Agaricus subrufescens, sinônimo de Agaricus blazei ss. Heinemann (A.
brasiliensis) um cogumelo conhecido por suas características medicinais está à indução da frutificação, por
adição de uma camada de cobertura ao composto colonizado, a qual merece destaque por ser indispensável
para sua produção além de influenciar na produtividade, no entanto pouco se sabe sobre a microbiota
mesofílica presente nessa camada. Pelo exposto objetivou-se isolar e identificar a bactérias e actinobactérias
presentes em diferentes formulações de camadas de cobertura. As formulações analisadas foram: Bioplant®;
Fibra de coco 100%; Bioplant® 50% e areia grossa 50%; Fibra de coco 50% e areia grossa 50%; Bioplant®
50% e Latos solo Vermelho distroférrico de horizonte B 50%; Fibra de coco 50% e Latos solo vermelho
distroférrico de horizonte B e Latos solo vermelho distroférrico de horizonte B. Foram realizadas quatro
amostragens em intervalos de 30 dias do cultivo. As amostras foram homogeneizadas em NaCL 0,9%,
diluídas 100 ul inoculados na superfície do ágar nutriente e ágar Aronson, para enumeração de bactérias e
actinobactérias respectivamente. As placas foram incubadas a 35ºC por 48 horas para bactérias e 35° por 96
horas para actinobactérias . A contagem da população microbiana em todos os isolamentos variou de 1010
UFC/g a 1012 UFC/g para bactérias e de 108UFC/g a 1010UFC/g para actinobactérias, demonstrando elevada
população, porém foi observado somente dez morfotipos diferentes, caracterizando pouca variabilidade
microbiana, sua posterior identificação permitirá conhecer o gênero e a espécie a que esses isolados
pertencem e servirá de base para realização de testes para determinação dos benéficos para a otimização da
produção.
Referências Bibliográficas:
PARDO A., PARDO J.E., DE JUAN J.A., Cobertura y fructificación del champiñón cultivado, Agaricus bisporus
(Lange) Imbach: materiales y aspectos prácticos. Avances en la tecnología de la producción comercial del
champiñón y otros hongos cultivados. Patronato de Promoción Económica-Diputación Provincial de Cuenca, 1999,
101-130 p.
WISITRASSAMEEWONG K., KARUNARATHNA S. C., THONGKLANG N., ZHAO R., CALLAC P, MOUKHA
S., FÉRANDON C., CHUKEATIROTE E., HYDE K. D. Agaricus subrufescens: A review. Saudi Journal of
Biological Sciences. 2012, 131–146p.
Apoio Financeiro: A co-autora Simone C. Marques é beneficiária de suporte financeiro da CAPES – Brasil,
os autores também agradecem o apoio do CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ISOLAMENTO E CLONAGEM DE GENES QUE CODIFICAM ENZIMAS
LIGNOCELULOLÍTICAS DE UM CONSÓRCIO MICROBIANO TERMOFÍLICO NA
LEVEDURA Kluyveromyces marxianus UFV-3
Lívia T. Colombo*, Caio R.S. Bragança, Robson de A. Souza, Wendel B. da Silveira, Flávia M. L.Passos
Universidade Federal de Viçosa, Departamentode Microbiologia, Viçosa, MG
[email protected]
Trabalhos recentes realizados no laboratório de Fisiologia de Micro-organismos da Universidade Federal de
Viçosa selecionaram comunidades microbianas termofílicas a partir de ambientes naturais como esterco de
gado em compostagem e bagaço de cana em decomposição, para obtenção de um coquetel enzimático
(lignocelulolítico) com potencial para ser usado na degradação e conversão de biomassa lignocelulósica.
Essas comunidades microbianas selecionadas podem servir como fontede genes que codificam enzimas
lignocelulolíticas que poderão ser usados para clonagem e expressão na levedura Kluyveromyces marxianus
UFV-3, como uma estratégia para adaptar essa levedura em processos de fermentação e sacarificação
simultâneos. Objetivou-se isolar e caracterizar genes que codificam hemicelulases, celulases, lacases e
peroxidases das comunidades microbianas termofílicas selecionadas, e clonar e expressar tais genes na
levedura Kluyveromyces marxianus UFV-3. O DNA foi extraído a partir das amostras das comunidades
microbianas produtoras do coquetel lignocelulolítico o qual será utilizado para construção de uma biblioteca
metagenômica e posterior screening de genes que codificam enzimas lignocelulolíticas. Estes genes serão
utilizados para clonagem e expressão na levedura Kluyveromyeslactis UFV-3. A expressão será analisada
pela determinação da atividade enzimática específica de hemiceulases, celulases, laccases e peroxidases.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ISOLAMENTO E SELEÇÃO DE LEVEDURAS PARA CONVERSÃO DE XILOSE EM
ETANOL E XILITOL
Camila S. Varize* 1; Nara G. Bortolazzo1; Natália Alexandrino1; Stefania Vital1, Renata M. ChristofoletiFurlan1, Elisângela S. Miranda1, Elisa A. Lucatti, Luiz C Basso1
1
Depto. De Ciências Biológicas, Universidade de São Paulo “ESALQ” Av. Pádua Dias, Piracicaba – SP.
*[email protected]
O bagaço de cana-de-açúcar é um resíduo agroindustrial gerado em grandes quantidades, despertando o
interesse pela sua conversão em produtos de maior valor agregado. A xilose, integrante da fração
hemicelulósica, representando cerca de 30% dos açúcares do bagaço. Neste contexto o presente trabalho
busca a obtenção de linhagens de leveduras não Saccharomyces, de ambientes naturais e industriais, para a
bioconversão da xilose em xilitol ou etanol, mediante processos fermentativos. Leveduras com capacidade de
crescimento em xilose foram isoladas de torta de filtro e bagaço de cana-de-açúcar, de destilarias do Estado
de São Paulo, empregando-se o protocolo descrito por Cadete et al. (2009). Tais linhagens, juntamente com
outras pertencentes à coleção de leveduras da UFMG, foram avaliadas quanto ao metabolismo em meio de
xilose como fonte de carbono (2% de xilose, 1% de extrato de levedura, 1% de peptona e 0,02% de
cloranfenicol), a 30oC e 160 rpm. Amostras foram removidas em intervalos pré-estabelecidos para as
dosagens de biomassa (DO600nm), consumo de xilose e formações de xilitol e etanol, mediante
cromatografia líquida de alta performance. O isolado 3TII de torta de filtro apresentou uma produção xilitol
de 10,1g/L (YP/S = 0,505) em 24 horas, enquanto o isolado de bagaço 3BII se mostrou o maior produtor no
período de 48 horas (11,9g/L), com YP/S = 0,595. As leveduras NRRL-Y e HM19.1a apresentaram pouca
capacidade de produção de xilitol (YP/S de 0,015 e 0,030, respectivamente), porém com as maiores
capacidade de produção de etanol (YP/S de 0,300 e 0,256, respectivamente). O presente estudo demonstrou o
potencial biotecnológico de linhagens de leveduras não Saccharomyces, de ambientes industriais e naturais,
com capacidade de biotransformação de xilose em xilitol ou etanol.
Referencias Bibliográficas:
CADETE et al, 2009. Spathaspora arborariae sp.nov., a D-xylose-fermenting yeast species isolated from rotting wood
in brazil. FEMS Yeast Res 9 (2009) p. 1338-1342, 2009.
Apoio Financeiro: CNPq
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
ISOLAMENTO E TOLERÂNCIA AO ARSÊNIO DE BACTÉRIAS DE NÓDULOS DE
LEGUMINOSAS CRESCIDAS EM SOLO DE ÁREA CONTAMINADA COM ARSÊNIO
Wesley de M. Rangel* 1, Paulo A. A. Ferreira1, Silvia M. de Oliveira2, Cláudio R. F. S. Soares3, Luiz R. G.
Guilherme1, Fátima M. S. Moreira1
1
Departamento de Ciência do Solo, Programa Pós-Graduação em Ciência do Solo, Universidade Federal de
Lavras, Cx. Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras/MG. *[email protected]
2
Departamento de Biologia, Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola, Universidade Federal
de Lavras, Cx. Postal 3037, CEP: 37200-000, Lavras/MG.
3
Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade
Federal de Santa Catarina, Cx. Postal 476, CEP: 88040-900, Florianópolis/SC.
Bactérias fixadoras de N2 capazes de estabelecer simbiose com leguminosas têm sido consideradas uma
ferramenta promissora para programas de revegetação de solos contaminados com arsênio (As). Portanto, os
objetivos do presente estudo foram isolar e caracterizar bactérias fixadoras de N2 de nódulos de leguminosas
crescidas em solo contaminado com As, bem como ainda, avaliar a tolerância dos isolados ao As. Foram
isoladas e caracterizadas bactérias de nódulos de Crotalaria spectabilis e Stizolobium aterrimum crescidas
em solo de área contaminada com As e de Phaseolus vulgaris utilizado como planta isca para a captura de
rizóbios de solo da mesma área. As bactérias foram isoladas e caracterizadas fenotipicamente em meio 79,
com azul de bromotimol em pH 6.9. Observou-se uma alta variação fenotípica. Posteriormente, foi avaliada a
concentração mínima inibitória (CMI) de As (0, 50, 100, 150 e 200 mmol As L-1) e a resistência a 15
antibióticos. Foram utilizados um total de 38 isolados juntamente com 7 estirpes tipo ou referência
pertencentes aos gêneros Azorhizobium, Bradyrhizobium, Mesorhizobium, Rhizobium e Burkolderia. Nota-se
que a resistência dos isolados ao As mostrou relação com suas respectivas características fenotípicas, como
tempo de crescimento, modificação do pH do meio e produção de exopolissacarídeo. A resistência dos
isolados aos antibióticos demonstra estar relacionada com a tolerância ao As. Nas concentrações de 50 e 100
mmol As L-1 observou-se crescimento em torno de 63% dos isolados, já em 150 mmol As L-1 foi de 55%,
enquanto na concentração de 200 mmol As L-1 este valor caiu para 35%. Percebe-se uma alta tolerância dos
isolados até a concentração de 150 mmol As L-1, uma vez que a porcentagem de crescimento ficou acima de
50%. A elevada tolerância ao As apresentada pelos isolados torna-os uma ferramenta em potencial, que
merece mais estudos visando a aplicabilidade destes em biorremediação.
Apoio Financeiro: Os autores agradecem à Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão das
bolsas de estudo. Luiz R. G. Guilherme e Fátima M. S. Moreira agradecem ao CNPq pelas bolsas de
produtividade.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
MELHORAMENTO GENÉTICO DE LEVEDURAS PARA A FERMENTAÇÃO INDUSTRIAL
COM ALTO TEOR ALCOÓLICO
Thalita P. Basso*; Luiz C. Basso; Luiz H. Gomes; Gonçalo A.G. Pereira
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Av. Pádua Dias, 11 Piracicaba-SP CEP 13.418-900
([email protected])
O presente projeto tem como objetivo redução dos custos de produção do etanol de primeira geração
mediante fermentação com alto teor alcoólico. Para tal se buscará, mediante hibridações, mutagênese e
evolução adaptativa, linhagens de Saccharomyces cerevisiae com habilidades de conduzirem fermentações
com elevados teores alcoólicos em condições próximas daquelas operantes nas destilarias do país. As
linhagens industriais mais amplamente empregadas nas destilarias brasileiras (PE-2, CAT-1 e SA-1) serão
mutagenizadas por radiação UV, bem como através de ciclos de congelamento/descongelamento. As
populações de mutantes serão submetidas ao processo de adaptação evolutiva em condições que simulem,
tanto quanto possível, as condições da fermentação industrial. A evolução adaptativa será conduzida por
cerca de 50-100 gerações. As condições de estresses serão gradativamente aumentados: de 30 para 40oC e de
8 para 16% etanol. O estresse do tratamento ácido será constante (pH=2,5 por 2 horas). A população
evoluída será periodicamente avaliada mediante cariotipagem eletroforética, na busca de variantes
dominantes, provavelmente com rearranjos cromossômicos peculiares. Tais variantes serão resgatados e
avaliados quanto seus atributos fermentativos (crescimento em biomassa, formação de glicerol, açúcares
residuais, rendimento em etanol, viabilidade celular, velocidade de fermentação e conteúdos celulares de
trealose) em fermentações com reciclo de células, simulando o processo industrial e comparando-os com a
linhagem inicial. Os mutantes selecionados serão submetidos à esporulação e após recombinação entre si dos
haploides serão novamente submetidos ao processo de seleção. Mutantes, assim obtidos das 3 linhagens
iniciais, serão esporulados e recombinados entre si, gerando híbridos entre os mutantes finais das várias
linhagens iniciais. Tais híbridos serão novamente submetidos à evolução adaptativa, sendo os mutantes
dominantes isolados e avaliados em fermentações com reciclo. Finalmente, retro-cruzamentos entre os
híbridos selecionados e as linhagens iniciais serão novamente evoluídos em bateladas seqüenciadas. Os
variantes dominantes serão avaliados em fermentações com reciclo e comparados com as linhagens originais.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
METAGENOMA DA RIZOSFERA DE MANDACARU NA CAATINGA
Clederson Ferreira* 1,2, Rodrigo G. Taketani2, João L. da Silva2, Carlos A.T. Gava3, Itamar S. Melo2, Rodrigo
Mendes2.
1
ESALQ-USP - Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, SP.
Embrapa Meio Ambiente - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Jaguariúna, SP.
3
Embrapa Semiárido - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Petrolina, PE.
*Clederson: [email protected]
2
Variações climáticas como a seca e altas temperaturas da região do nordeste brasileiro caracterizam o bioma
caatinga. Esse ambiente ainda guarda grande riqueza biológica que diminui ao nível que aumenta o processo de
desertificação. Essas características junto com as chuvas sazonais exigem muito da vegetação local, evidenciando a
presença de plantas caducifólias e cactáceas. Neste contexto, destaca-se o mandacaru (Cereus jamacaru) da família
Cactaceae, resistente a seca e altamente adaptado às condições impostas pelo clima semiárido. Considerando que
os micro-organismos associados às plantas em condições extremas também desenvolvem mecanismos de
adaptação às condições adversas, esse estudo é importante para acessar o microbioma da rizosfera que auxilia a
sobrevivência de mandacaru nas condições climáticas da Caatinga. O solo rizosférico utilizado foi coletado em
triplicata a partir de três plantas distintas de mandacaru localizadas em Petrolina (PE). Após a coleta fizemos o
isolamento do DNA por meio de kit de extração e para o sequênciamento metagenômico das amostras usamos o
seqüenciador PGM Ion Torrent. Os dados foram então, classificados pelo MG-RAST, que utiliza um conjunto de
ferramentas exclusivas onde compara os fragmentos com diversos bancos de dados. Analisando os dados gerados,
onde foram geradas mais de um milhão de sequências com um comprimento médio de 160 pb, capazes de
representar a estrutura da comunidade microbiana da rizosfera associada ao mandacaru. No geral, o microbioma foi
dominado por bactérias (90%), constituindo como os filos mais abundantes, Proteobacteria (38%), Actinobacteria
(34%) e Firmicutes (5%). Em relação à distribuição das categorias funcionais encontradas no COG (Cluster of
Orthologus Group), foram encontradas mais de 180 mil funções, sendo aproximadamente 19% relacionadas aos
mecanismos de defesa, tradução, transdução e envelopamento de proteína, 17% com alguma função desconhecida
e mais de 47% relacionadas a produção, conversão e transporte de aminoácidos, revelando a diversidade da
rizosfera do mandacaru.
Apoio Financeiro: FAPESP.
99
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
MICROBIOMA DA CANA-DE-AÇUCAR
Fábio Sérgio Paulino da Silva* 1, Marcio Rodrigues Lambais1
1
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz,
Universidade de São Paulo, Piracicaba, São Paulo, Brasil.
Todos os organismos vivem em uma estreita relação com micro-organismos. Interações entre plantas e
animais com o mundo microbiano, tem sido estudadas principalmente no contexto de estados de doenças ou
relações simbióticas. Sabe-se que organismos não vivem isoladamente, mas evoluíram no contexto de
comunidades complexas. Com base nesta concepção o termo Microbioma pode ser entendido como a
totalidade de micro-organismos, seus elementos genéticos (genoma), e as interações ambientais em um
ambiente particular. Microbiomas estão sendo caracterizados em muitos outros ambientes, tais como solo,
sistemas marinhos e de água doce. Porém este termo foi primeiramente proposto, para argumentar que
micro-organismos que habitam o corpo humano devem ser incluídos como parte do seu genoma devido à sua
influência sobre a fisiologia, uma vez que a proporção de células microbianas no corpo pode ser dez vezes
superior que células humanas. O estudo do microbioma em plantas é incipiente. Especula-se que interação
entre vegetais e micro-organimos possam ter ocorrido quando as plantas colonizaram o meio terrestre,
portanto, destrinchar a relação da diversidade microbiana e sua funcionalidade em plantas de importância
econômica, pode ser de grande ganho para agricultura. A cana-de-açúcar é atualmente a cultura de maior
importância agrícola do Estado de São Paulo, representando elevada importância social e econômica
principalmente devido à produção de etanol e açúcar. Este projeto tem como objetivo descrever o
Microbioma associado à cana-de-açúcar (Bactérias - epifíticas e endofíticas) do Estado de São Paulo ao
longo do desenvolvimento fenológico da planta. Propõe-se quantificar a comunidade bacteriana por meio da
amplificação de PCR em tempo real (qPCR), e determinar a afiliação filogenética destes organismos por
pirosequenciamento das regiões do gene 16S para bactérias.
Referências Bibliográficas:
Grice E.A., Kong H.H., Conlan S., Deming C.B., Davis J., Young A.C., (2009). "Topographical and Temporal
Diversity of the Human Skin Microbiome". Science 324: 1190–2.
Arumugam M.; (2010). "Enterotypes of the human gut microbiome". Nature 473 (7346): 174–80.
Carvalho E.P.: Perspectivas da agroenergia. Em: Seminário BM&F perspectivas para o Agribusiness em 2007 e 2008.
São Paulo, SP, abril de 2007.
Apoio Financeiro: CNPq
100
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
MICROBIOTA DO SOLO EM ÁREAS CILIARES DO RIO ITAPECERICA:
IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO
Ana Carolina Rodrigues Faria* 1, Renata Bernardes Faria Campos1, Newton Moreno Sanches2 e Saul
Moreira Silva3
1
Instituto Superior de Educação/UEMG; Divinópolis - MG
Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal – MG
3
Universidade Federal de Uberlândia – Campus Ituiutaba – MG
2
A expressão matas ou florestas ciliares envolve todos os tipos de vegetação arbórea vinculada ao entorno dos
cursos d’água (MYERS, 1997). O reconhecimento da importância da conservação das matas ciliares tem
motivado a criação de projetos que visam a conservação e recuperação destas áreas (BARBOSA, 2004). Em
Divinópolis, o projeto Nova Margem: Vida Nova ao Itapecerica recupera áreas ciliares do Rio Itapecerica
desde 2003, e a avaliação destes ecossistemas reflorestados é um importante elemento neste tipo de projeto.
Em virtude dos microrganismos estarem na base da cadeia trófica, e intrinsecamente associados aos diversos
processos ecológicos (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006), este estudo utilizou parâmetros microbiológicos do
solo como indicadores da recuperação de áreas ciliares, com o objetivo de investigar se o reflorestamento de
matas ciliares leva a recuperação da microbiota do solo. Para isto, avaliou-se a riqueza local de fungos
filamentosos, o carbono da biomassa microbiana do solo (CBMS) e a respiração microbiana do solo (RMS),
em amostras de solos sob dez fragmentos de matas ciliares, localizados no município de Divinópolis-MG,
sendo cinco reflorestados, três em regeneração natural, um impactado sem regeneração e um nativo. As
amostras de solos foram coletadas na profundidade de 0-20 cm, no período chuvoso do mês de maio de
2011. Foram realizadas avaliações da contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) de fungos
filamentosos em meio BDA, nas diluições 10-3 e 10-4; da produção de CO2 por respiração basal, e a
quantificação do CBMS. Tanto a riqueza local de fungos filamentosos, quanto o CBMS e a RMS mostraram
variação entre as áreas estudas, o que evidencia que o reflorestamento leva a modificação da microbiota do
solo. Desta forma, o processo de reflorestamento é de grande importância para a recuperação de ecossistemas
ciliares.
Referências Bibliográficas:
BARBOSA, L. M. 2004. Considerações gerais e modelos de recuperação de formações ciliares. In: RODRIGUES,
R.R.; LEITÃO FILHO, H.F (Org.). Matas Ciliares: Conservação e Recuperação. São Paulo: EDUSP. pp. 289-312.
MOREIRA, F.M.; SIQUEIRA, J.O. 2006. Microbiologia e bioquímica do solo. 2ªEd. Lavras: Editora UFLA, 729p.
MYERS, N. 1997. Florestas tropicais e suas espécies, sumindo, sumindo...? WILSON, E.O. (Coord.). Biodiversidade.
Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, p.36-45.
101
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
MICROBIOTA ENVOLVIDA NA FERMENTAÇÃO DE CACAU
Igor Magalhães da Veiga Moreira¹, Jessimara Ribeiro* ¹, Rosane Freitas Schwan2
1
Departamento de Ciência dos Alimentos - Universidade Federal de Lavras – UFLA – Lavras – MG
2
Departamento de Biologia - Universidade Federal de Lavras – UFLA – Lavras – MG
O termo fermentação de cacau implica em um processo microbiológico, de ação enzimática e de produção
dos precursores do aroma e sabor de chocolate. Estudos microbiológicos da fermentação certificam a
presença de várias espécies de microrganismos associados ao processo, como leveduras, bactérias do ácido
lático e acético e espécies de Bacillus. Devido a importância da etapa de fermentação, o trabalho teve como
objetivo realizar a enumeração dos microrganismos envolvidos no processo fermentativo de clones de cacau
resistentes a algumas doenças e que estão sendo cultivados no Sul da Bahia. Foram coletadas 13 amostras a
cada 12 horas durante 7 dias de fermentação realizada em cocho de madeira. Para a contagem de leveduras,
bactérias do ácido acético (BAA) e Bacillus sp. foi utilizada a técnica de espalhamento em superfície das
diluições seriadas (10-2, 10-3, 10-4) no meios de cultura YEPG (Ágar extrato de levedura), GYC (Glicose,
extrato de levedura e carbonato de cálcio) e AN (Ágar nutriente), respectivamente. A contagem de bactérias
do ácido lático (BAL) foi realizada pela técnica de plaqueamento em profundidade, utilizando meio de
cultura - MRS ágar (De Man Rogosa Sharpe). As placas foram incubadas a 28°C/3 dias. Nas primeiras 24
horas do processo prevaleceram leveduras, observando-se uma média de contagem de 4,12 log UFC/mL para
esse intervalo. Após 24 horas de fermentação, as populações de bactérias do ácido acético e ácido lático
dominaram o processo, com médias de contagens de 4,47 log UFC/mL e 4,06 log UFC/mL, respectivamente.
A população de Bacillus sp. não apresentou grandes variações durante todo o processo, com uma contagem
em torno de 2,45 log UFC/mL. As populações de BAL e BAA foram maiores durante quase todos os tempos
de fermentação, o que indica uma maior quantidade de ácidos no interior das amêndoas e consequentemente
um sabor ácido mais acentuado do cacau.
Apoio: CAPES, CNPq e FAPEMIG
102
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
NOVOS REGISTROS DE Sphenospora kevorkianii CAUSANDO FERRUGENS EM ORQUÍDEAS
Eliana M. R. Sousa*, Jaqueline M.O. do Nascimento e Jorge Teodoro de Souza
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA, Brasil
[email protected]
A família orchidaceae é a maior do reino vegetal com distribuição principalmente na região tropical. No Brasil, o
Estado da Bahia é um dos maiores centros de endemismo de orquídeas. A diversidade existente tem estimulado os
cultivos comerciais, os quais, por sua vez, criam condições favoráveis para o ataque de patógenos. Alguns fungos
do filo Basidiomycota causam doenças conhecidas como ferrugens, caracterizadas por pústulas com esporos de
coloração alaranjada. Apesar das ferrugens serem muito estudadas, por serem bastante conspícuas, pouco se sabe
sobre a ocorrência de ferrugens em espécies nativas de orquídeas. Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo
examinar espécies nativas e cultivadas de orquídeas para a observação da ocorrência das doenças conhecidas como
ferrugens. Coletas foram realizadas na Chapada Diamantina e em orquidário comercial na cidade de Camaçari, BA.
Folhas que apresentavam sintomas e sinais de ferrugens foram coletadas para a identificação do agente patogênico,
por meio da caracterização morfológica. Lesões com coloração amarela ao marrom-alaranjado, cobertas
com massas de uredinosporos ovóides, medindo 17-25 x 17-27 µm foram encontradas nas espécies nativas
Oeceoclades maculata, Polystachya concreta e Cyrtopodium aliciae e no híbrido cultivado Dendrobium
phalaenopsis var. schroederianum x Dendrobium bigibbum var. compactum. A caracterização morfológica
permitiu identificar a espécie Sphenospora kevorkianii (Uredinales: Raveneliaceae) como única causadora de
ferrugem nessas espécies de orquídeas. No entanto, os urediniosporos foram ligeiramente maiores no híbrido
cultivado. A identificação molecular será feita por meio do sequenciamento de fragmentos da região ribossomal do
DNA. Sphenospora kevorkianii é registrada pela primeira vez nessas espécies de orquídeas.
Referências Bibliográficas:
AIME, M. C. Toward resolving family-level relationships in rust fungi (Uredinales). Mycoscience. v.47, pag.112–122, 2006.
PEREIRA, L.O.; CAVALLAZZI, J.R.P.; ROLLEMBERG, C.L. KASUYA, C.M.. Sphenospora kevorkianii, a rust fungus
(Uredinales: Raveneliaceae) on the orchid Pleurothallis mentigera. Brazilian Journal of Microbiology. V.33, pag. 155-156,
2002.
JUNQUEIRA, A.H. & PEETZ, M.S. Os pólos de produção de flores e plantas ornamentais do Brasil: uma análise do potencial
exportador. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental,v.8, p.25-47, 2002.
Apoio Financeiro: CAPES e CNPq
103
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
O USO DE ÓLEO ESSENCIAL E COMPOSTOS MAJORITÁRIOS NO CONTROLE DE
Clostridium perfringens EM MORTADELA
Glécia de C. Aleixo* 1, Juliane Correia 2, Monalisa P. Dutra 2, Eduardo M. Ramos 2, Roberta H. Piccoli 2
1*
Departamento de Biologia. Universidade Federal de Lavras - Lavras, MG. [email protected]
2
Departamento de Ciência dos Alimentos. Universidade Federal de Lavras
Clostridium perfringens é um microrganismo comumente envolvido em surtos de toxinfecções alimentares
veiculados por produtos cárneos, sendo a mortadela um desses alimentos. Os sais de cura (nitrato/nitrito de
sódio) são adicionados em embutidos cárneos visando sua conservação e desenvolvimento de cor e sabor,
entretanto, essas substâncias apresentam potencial carcinogênico sendo interessante a redução de sua
concentração. Assim, os óleos essenciais e, ou, seus compostos podem ser utilizado como alternativa pois
possuem atividade antimicrobiana e conferem sabor ao alimento. O objetivo do trabalho é avaliar o efeito
sinergístico dos óleos essenciais, dos compostos majoritários e nitrito de sódio sobre o endósporo de C.
perfringens inoculados em mortadelas e seu efeito sobre as características físico-químicas e cor do produto.
A cultura estoque será reativada em anaerobiose pela transferência de alíquotas para Caldo Clostridium
suplementado com 0,5% (m/v) de glicose e incubação a 37°C/24h e nova repicagem para caldo BHI
suplementado com 0,5% (m/v) de glicose e incubação a 37°C/24h. A cultura será padronizada para 108
UFC/mL . Após padronização, a cultura será utilizada para obtenção de endósporos em meio AK n° 2. As
placas inoculadas serão incubadas a 37°C/ 5 dias em anaerobiose. Os endósporos serão coletados em solução
salina, a suspensão padronizada para 105 UFCendósporos/mL, sendo os endósporos submetidos ao choque
térmico (70°C/15 min.) e ao banho de gelo a 0° C/15 min . Será realizado o MIC dos óleos de alecrim,
cravo-da-índia, orégano e dos compostos majoritários eugenol, carvacrol, timol, terpineol e aldeído cinâmico
e suas combinações. Destas, as que apresentarem maior atividade antimicrobiana serão utilizadas em
mortadelas inoculadas com 108 UFCendósporos/g de C. perfringens. As amostras serão incubadas a 25°C e
avaliadas diariamente até 15 dias de armazenamento. Concomitantemente serão realizadas análises de pH,
nitrito residual, TBARs e cor.
Apoio Financeiro: FAPEMIG
104
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
OBTENÇÃO DE LINHAGENS RECOMBINANTES DE Penicillium griseoroseum COM
ALTA PRODUÇÃO DE LIPASE/CARBOXILESTERASE
Thamy Lívia Ribeiro Corrêa1, Mariane Paludetti Zubieta* 1, Janaina Aparecida Teixeira1, Marisa Vieira de
Queiroz1, Marcos Rogério Tótola1, Elza Fernandes de Araújo1
1
Departamento de Microbiologia/BIOAGRO, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.
* [email protected]
Lipases (E.C. 3.1.1.3) ou carboxilesterases (E.C. 3.1.1.1) catalisam a hidrólise e biossíntese de ligações
ésteres presentes em acil gliceróis de cadeia longa ou curta, respectivamente. São produzidas por animais,
plantas e micro-organismos como bactérias, leveduras e fungos filamentosos e, dentre os últimos, devem ser
ressaltadas as espécies pertencentes ao gênero Penicillium. Lipases e carboxilesterases microbianas
pertencem à família das hidrolases α/β e apresentam a sequência consenso Gly-X-Ser-X-Gly que comporta o
resíduo de serina pertencente à tríade catalítica Ser-His-Asp/Glu. A versatilidade destas enzimas tem atraído
a atenção dos pesquisadores e favorecido o emprego das mesmas em diversos setores industriais como
indústria química, têxtil, de detergentes, de alimentos, cosméticos, couro, tratamento de efluentes, polpa e
papel e produção de biodiesel. Vários estudos com a linhagem P. griseoroseum PG63 nia- tem sido
conduzidos em nosso laboratório e tem evidenciado a importância do mesmo como hospedeiro para
expressão de proteínas homólogas e heterólogas. A sequência que codifica lipase/carboxilesterase será
isolada do fungo P. expansum GF e empregada para construção do vetor onde sua expressão passará a ser
controlada por um promotor forte e constitutivo. Esse vetor de expressão será utilizado na co-transformação
de protoplastos de P. griseoroseum PG63 e a atividade de lipase/carboxilesterase será avaliada nos
transformantes obtidos e a linhagem recombinante será caracterizada. Posteriormente, a enzima será
caracterizada quanto à especificidade ao substrato e alguns parâmetros cinéticos. Tendo em vista a ampla
aplicação industrial que estas enzimas apresentam, o objetivo deste trabalho é a obtenção de linhagens de P.
griseoroseum com aumento da produção de lipase/carboxilesterase.
Apoio financeiro: Capes / Proex.
105
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
OBTENÇÃO DE MUTANTES DE Saccharomyces cerevisiae POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA
(UV)
Mariana Lino de Souza*, Simone Cristina Marques, Thiago Pereira de Souza, Fernanda Marcondes de
Andrade, Eustáquio Souza Dias
* Departamento de Biologia, Laboratório de Microbiologia, Universidade Federal de Lavras, CP 3037, CEP
37200 000, Lavras MG. [email protected]
O melhoramento genético clássico é uma estratégia viável para microrganismos com capacidade de
reprodução sexuada, possuindo a vantagem de contar com processos que a própria natureza vem utilizando
ao longo do processo evolutivo. Essa estratégia traz consigo a vantagem de permitir a obtenção de linhagens
estáveis e sem estigma de um organismo geneticamente modificado. Além de ser simples e de menor custo
de execução quando se buscam linhagens com características controladas por vários genes, como as vias
metabólicas envolvidas nos processos fermentativos, associadas às outras características como produção de
toxinas killer e mecanismos responsáveis pela maior tolerância a níveis elevados de alcoóis, ácidos e
açúcares, os quais são importantes para leveduras utilizadas nos processos industriais. Pelo exposto
objetivou-se obter mutantes das estirpes de S.cerevisiae D2-7, GF-33A, CCA083, SAC 76, utilizando
radiação UV. Os isolados foram cultivados em 15ml de caldo YEPG a 28°C/48h, centrifugados (4000
rpm/3min), com descarte do sobrenadante e lavagem três vezes com 15 ml de solução salina (0,9% de NaCl),
seguida de centrifugação. Acrescentou 15ml de solução salina e dilui 10X, realizando a leitura em
espectrofotômetro (660 nm). Após resultado da absorbância fez-se uma conversão da quantidade de células
utilizando tabela descrita por Burke, Dawson e Stems, (2000), para obter-se 2000 células/ml. Células foram
irradiadas com UV por 3 segundos a 100 micros Joule. Placas foram incubadas 28°C/7 dias e embaladas
para evitar contato com a luz e possível reversão da mutação. Observou-se a coloração das colônias as que
apresentaram cor rósea, estirpe D2-7, considerando-a como mutante, as demais com a coloração clara foi
indicativo de não mutação. O produto haplóide será obtido por indução da esporulação, e a partir de estirpes
de mating-type distinto será realizado o cruzamento. A linhagem obtida do cruzamento será submetida a
vários testes de fermentação para avaliar se as melhorias no processo fermentativo foram obtidas.
Referências Bibliográficas:
BURKE, D.; DAWSON, D.; STERNS, T.; Methods in Yeast Genetica . A Cold Spring Harbor Laboratory Course
Manual; edition 2000.
Apoio Financeiro: O Co-autor é beneficiário de suporte financeiro pela Capes – Brasil.
106
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
OBTENÇÃO DE UMA LINHAGEM RECOMBINANTE DE Penicillium griseoroseum PG63
COM PRODUÇÃO AUMENTADA DE INULINASE
Danilo Tosta Souza* 1, Francisco Singulani Castanon1, Marisa Vieira de Queiroz1, Maria Catarina Megumi
kasuya1, Denise Mara Soares Bazzolli1 .
1
Laboratório de Genética Molecular de Micro-organismo, Departamento de Microbiologia, Bioagro,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais.
A inulina consiste em uma cadeia principal de unidades de frutose, unidas por ligações β-(2,1)frutofuranosídicas, com uma unidade de D-glicose terminal. Os tubérculos de várias plantas, como
alcachofra de Jerusalém, chicória, dália e yacon contêm expressivas quantidades de inulina. Este
polissacarídeo pode ser hidrolisado por inulinases microbianas (endo ou exoinulinases) produzindo frutose,
glicose e inulooligossacarídeos, de acordo com o padrão de ação das enzimas envolvidas. As inulinases
microbianas, especialmente de fungos filamentosos e leveduras, destacam-se na indústria principalmente na
obtenção de xaropes de frutose altamente concentrados, os quais tem assumido grande importância como
agentes responsáveis pela doçura em alimentos e bebidas por serem mais doces que a sacarose, no entanto
menos calóricos. Os frutooligossacarídeos provenientes da quebra da inulina também podem atuar como
fibras dietéticas, do tipo solúvel, sendo considerados prebióticos importantes. Além do potencial nutricional
envolvendo a ação de inulinases, atualmente estas podem ser empregadas com sucesso na produção de
biocombustíveis. Neste sentido, este trabalho tem como objetivos a seleção de um fungo filamentoso
produtor de inulinase, determinar os parâmetros ótimos para a produção enzimática, identificar o padrão de
ação da inulinase produzida utilizando a técnica de cromatografia de camada fina, isolar e caracterizar o
respectivo gene a partir do genoma da linhagem estudada e transformar protoplastos de Penicillium
griseoroseum PG63 para finalmente obter uma linhagem recombinante produtora de inulinase.
Referências Bibliográficas:
SINGH, R.S.; SINGH, R.P. Fructooligosaccharides from Inulin as Prebiotics. Food Technol. Biotechnol. 48 (4)
435–450 (2010).
VIJAYARAGHAVAN, K.; YAMINI, D.; AMBIKA, V.; SRAVYA SOWDAMINI, N. Trends in inulinase
production - a review. Critical Reviews in Biotechnology, 29(1), 67-77 (2009).
Apoio Financeiro: CAPES e FAPEMIG
107
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
OCORRÊNCIA E DIVERSIDADE DE FMA EM FLORESTA NEBULAR DO SUL DE
MINAS
Letícia Pereira*, Isabelle Prado, Jullyanna Carvalho, Patrícia Leal, Fernanda Carvalho, Fátima M. S. Moreira
Departamento de Ciência do Solo, Laboratório de Microbiologia do solo.
Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário da UFLA, Caixa Postal 3037, Lavras,
CEP 37200-000 - [email protected]
Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) realizam relação simbiótica com as raízes de pelo menos 90%
das famílias de plantas (van Oaij, 2011). Essa associação favorece o estabelecimento das plantas,
principalmente por contribuir com a absorção de água e nutrientes, em especial o fósforo. Benefícios como
retenção de umidade, agregação e estabilidade dos solos, são também atribuídos à associação micorrízica
arbuscular. Estudos de ocorrência e diversidade de FMAs, nos mais diversos ecossistemas, estão bem
documentados na literatura (Siqueira et al., 1989.; Leal, et al. 2009; Carvalho et al. 2011), no entanto são
escassos os registros sobre a ecologia destes fungos em solos de floresta nebular. Sendo assim, objetivo do
presente trabalho foi avaliar a ocorrência e diversidade de FMAs em solos de uma Floresta Nebular, no
município de Itamonte – MG. Determinou-se 24 parcelas para a amostragem da área, onde foram coletadas,
para cada parcela, 18 amostras simples de solo rizosférico de espécies vegetais pré-definidas. A partir destas
amostras simples obteve-se uma amostra composta. Para cada amostra composta, realizou-se a extração de
esporos de FMAs e a identificação das espécies conforme caracteres morfológicos, no laboratório de
Microbiologia do Solo da Universidade Federal de Lavras. Neste estudo, foi recuperado um total de 15
morfotipos de FMA que se encontravam distribuídos em 4 famílias (Acaulosporaceae, Glomeraceae,
Gigasporaceae e Paraglomeraceae), sendo que espécies do gênero Acaulospora ocorreram em maior
predominância (53,33%). Apoio: CNPq e Capes
Referências Bibliográficas:
SIQUEIRA, J.O.; COLOZZI FILHO, A.; OLIVEIRA, E. 1989. Ocorrência de micorrizas vesicular-arbusculares em
agro e ecossistemas do estado de Minas Gerais. Pesquisa Agropecuária Brasileira 24: 1499-1506.
LEAL, P. L.; STÜRMER, S. L.; SIQUEIRA, J. O. 2009. Occurrence and diversity of arbuscular mycorrhizal fungi in
trap cultures from soils under different land use systems in the Amazon, Brazil. Brazilian Journal of Microbiology,
40(1): 111-121.
DE CARVALHO, F.; DE SOUZA, F. A.; CARRENHO, R.; MOREIRA, F. M. S.; JESUS, E. C.; FERNANDES, G. W.
The mosaic of habitats in the high-altitude Brazilian rupestrian fields is a hotspot for arbuscular mycorrhizal fungi.
Applied Soil Ecology (Print), v. 52, p. 9-19, 2012.
CHRISTIAAN VAN OOIJ. Symbiosis: Fungus seeks plant Nature Reviews Microbiology 9, 148-149, 2011.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
108
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PATOGENICIDADE DE Lecanicillium fungicola EM LINHAGENS DE Agaricus sp
Diego Zied1; Janaira Nunes*; Eustáquio Dias; Eduardo Alves;
1. Faculdades Integradas de Bauru, Bauru-SP
Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG
[email protected]
O Lecanicillium fungicola conhecido popularmente como “Bolha seca” é uma das maiores preocupações em
cultivos de cogumelos comerciais no Brasil. Esse patógeno provoca grandes perdas econômicas, tornando o
custo de produção elevado e conseqüentemente o preço para o consumidor. Neste contexto, objetivou-se
realizar testes de patogenicidade com a inoculação de L. fungicola em dez linhagens (Amycel, Márcia, Mario
Cheng, Gilberto, Gurilan, Wendy, Cabreuva, Gildo, PB 01/01 e Angelo) comerciais de Agaricus sp, visando
selecionar as variedades mais resistentes ao patógeno. Para isso, o composto foi inoculado com as
diferentes linhagens, sendo dispostos em caixas plásticas contendo 8 kg composto + 80 g de inóculo, onde os
tratamentos foram incubados a 25° C por 10 dias. Após três dias da adição de camada de cobertura (75%
solo/ 25% carvão vegetal), aplicou-se uma irrigação da solução de conídios (Gea Alegria et al., 2003) em
metades das caixas, que foram conduzidas para uma câmara climatizada. A outra metade das caixas (sem
irrigação da solução de conídios) foi levada à outra câmara para avaliar o comportamento agronômico das
linhagens. O tempo de cultivo foi de 45 dias. Foi avaliada a resistência das linhagens submetidas ao teste de
patogenicidade e também seu respectivo comportamento agronômico seguindo a metodologia de Zied
(2010). Na câmara em que não se inoculou o patógeno, as linhagens Amycel, Márcia, Mario Cheng,
Gilberto, Gurilan, apresentaram as maiores produtividades, variando de 19,88 a 15,67%; enquanto que
Wendy, Cabreuva, Gildo, PB 01/01 e Angelo apresentaram as menores produtividades, variando de 3,2 a
11,5%. Na câmara em que se inoculou o patógeno, as linhagens Amycel, Angelo, Gurelan, Gilberto
apresentaram as maiores produtividades, variando de 17,94 a 11,71%; enquanto que Wendy, PB 01/01 e
Gildo apresentaram as menores produtividades, variando de 1,9 a 4,85%.
Referências Bibliográficas:
GEA ALEGRÍA, F.J.; TELLO, J.C; NAVARRO, M.J. Occurrence of Verticillium fungicola var. Fungicola on Agaricus
bitorquis Mushroom Crops in Spain. Journal of Phytopathology 151, 98-100, 2003.
ZIED, D.C.; MINHONI, M.T.A.; PARDO, J.E.; PARDO, A. A study of compost added to casing technique in Agaricus
bisporus cultivation from Phase III bulk compost. HortScience 45: 1649-1653, 2010.
Apoio Financeiro: CAPES e FAPEMIG.
109
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
POTENCIAL ANTIFÚNGICO in vitro DE ISOLADOS DE ACTINOBACTÉRIAS À
ISOLADOS DE Bipolaris sorokiniana
Elisandra Minotto*, Luciana Milagre, Cristina Spadari, Michele Bertoni Mann, Sueli Van Der Sand
*Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia/ICBS/UFRGS. Sarmento Leite,
500/ Laboratório 209. [email protected]
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
O fungo Bipolaris sorokiniana é o agente causal da podridão comum da raiz, manchas foliares, morte de
plântulas e ponto preto das sementes de trigo e cevada, causando redução significativa na produtividade.As
actinobactérias estão sendo avaliados como potenciais agentes de biocontrole, devido a sua capacidade de
interagir com outras populações microbianas, mediante a produção de metabólitos secundários. O objetivo
deste trabalho foi avaliar o potencial antifúngico de isolados endofíticos de actinobactéria no controle in
vitroB. sorokiniana. A atividade antifúngica de 23 isolados de actinobactérias contra 21 isolados de B.
sorokinianafoi determinada em meio sólido e em meio líquido pela técnica de dupla-camada e difusão em
agar, respectivamente. A otimização da produção dos metabólitos ativos em caldo foi realizada, para 4
isolados de actinobactérias, a cada 24 horas durante 7 dias nas temperaturas 20, 25, 28, 30 e 40°C.Após a
otimização, 16 actinobactérias foram submetidos a produção de compostos em cultura submersa, em
diferentes temperaturas. O índice de antibiose (IA) foi determinado pela relação halo/colônia, obtida pela
equação: média do diâmetro do halo/ média do diâmetro da colônia. Os testes foram realizados em triplicata.
No ensaio de dupla camada todos os isolados de actinobactérias foram capazes de inibir pelo menos um
isolado de B. sorokiniana, sendo que 16 isolados (69,6%) apresentaram atividade inibitória acima de 2,0
cm.A maior produção estatisticamente significativa de metabólitos ativos em cultura submersa, com
capacidade inibitória, ocorreu a 30°C, após 72 horas de incubação, para os isolados 6(2), 6(4) e 16(3) e
a20°C, após 168 horas de incubação, para R18(6). Dos 16 isolados de actinobactérias submetidos a difusão
em agar o maior número (≤ 12) com capacidade inibitória foi observado a 30°C, e o índice de antibiose para
os isolados 6(2), 6(4) e 16(3) ficou acima de 3,0 cm.
Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.
110
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PREDIZENDO VIDA ÚTIL DA CARNE in natura: DETERIORAÇÃO POR
PSICROTRÓFICOS
Letícia Anjos*, Alexandre Peres, Roberta Piccoli
* [email protected]
UFLA, Lavras-MG
A comercialização de carne in natura é impactada por perdas ocasionadas pelas falhas na cadeia do frio.
Assim, empresas buscam ferramentas que auxiliem no controle da qualidade da carne perante variações de
temperatura durante transporte, já que, quanto maior o tempo de exposição da carne a condições inadequadas
de temperatura menor sua vida útil. Necessita-se saber como micro-organismos deteriorantes se comportam
em diferentes temperaturas com pequenas variações de pH do produto. Para isso, pode-se utilizar a
microbiologia preditiva que baseia-se no conhecimento da resposta microbiana a mudanças ambientais. Esse
trabalho busca desenvolver modelos matemáticos que descrevam a influência da temperatura e do pH no
crescimento de Pseudomonas fluorescens e Brochothrix thermosphacta para predizer a qualidade e vida útil
de carne. Para isso após ser realizada padronização dos inóculos, alíquotas adequadas serão transferidas para
100mL de caldo de carne com pH ajustado para 5.5; 6.0 e 6.3, na concentração final de 104 UFC/mL e
incubados nas temperaturas de 4°C, 7°C e 12°C. O crescimento dos micro-organismos, em cada valor de pH
e temperatura será acompanhado até atingir 120h. Após diluições seriadas em água peptonada (0,1%),
alíquotas das culturas serão plaqueadas em ágar triptona de soja e incubadas à 28°C por 24h. Para o
desenvolvimento dos modelos de crescimento a taxa específica de crescimento máximo (µ m) e a fase lag (λ)
serão estimados para cada uma das combinações experimentais através do ajuste dos dados a equação
modificada de Gompertz. As estimativas que serão obtidas para µm serão ajustadas pelo modelo de
Ratkowsky para verificar o efeito da temperatura e do pH nos parâmetros de crescimento. Os modelos
gerados serão validados pelo acompanhamento do crescimento das bactérias inoculadas em carne in natura.
Apoio Financeiro: CAPES
111
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PRODUÇÃO DE ÁCIDO INDOLACÉTICO POR BACTÉRIAS ASSOCIATIVAS
ISOLADAS DO CERRADO
Juliana dos Santos Costa *(1); Mariana Gonçalves Souza (2); Ligiane Aparecida Florentino (3);
Fernanda de Carvalho(4); Fatima Maria de Souza Moreira(5)
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
Os microrganismos do solo desempenham várias funções como ciclagem de nutrientes, decomposição da
matéria orgânica e fixação biológica de nitrogênio atmosférico (N2), contribuindo assim para o aporte de
nutrientes no solo. As bactérias associativas fixadoras do N2, além do N, podem contribuir para o
crescimento vegetal através da produção de hormônios, como auxinas. O objetivo deste trabalho foi verificar
a capacidade de bactérias associativas fixadoras de N2 isoladas de solos do Cerrado Mineiro em produzir
ácido indolacético. Foram utilizadas 10 estirpes isoladas de solos do Cerrado e a estirpe BR 11001 como
estirpe controle. As bactérias foram cultivadas em meio GNA sólido e em seguida, transferidas para frascos
contendo 20 mL do meio líquido GNA, onde foram cultivadas até atingir a turbidez equivalente ao tubo 2,0
da Escala Mac Farland (turbidez equivalente a 3 x 108 células), para padronização do inóculo.
Posteriormente, alíquotas de 500 µL de solução bacteriana foram inoculadas em 20 mL de meio Dygs, sem
triptofano e com 100 mg.L-1 de triptofano. Foram incubadas por 72 horas a 28°C sob agitação constante. As
células foram centrifugadas a 13000 rpm por 10 min, em seguida, retirou-se três mL do sobrenadante e
adicionou-se dois mL do Reagente de Salkowski, reservando o material por 30 minutos no escuro para o
desenvolvimento da coloração rósea, indicativo da produção de AIA. A intensidade da cor foi determinada
em espectofotômetro a 535 nm. As estirpes não apresentaram produção de AIA quando cultivadas em meio
sem adição de triptofano, e das cultivadas na presença do aminoácido apenas a BR11001 produziu.
Palavras-chaves : bactérias associativas, produção de auxina e cerrado.
Apoio financeiro: CNPq, Capes, Projeto Biota Minas
112
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PRODUÇÃO DE CELULASES E XILANASES POR ACTINOBACTÉRIAS E SEU
POTENCIAL BIOTECNOLÓGICO
Aline S. da R. Bispo* 1, Islândia R. dos Anjos1, Rodrigo P. do Nascimento2, Hélio M. Kamida1 e
Ana Paula T. Uetanabaro3
*[email protected]
1- Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Av. Transnordestina, s/n, Feira de Santana/BA.
2- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) - Rio de Janeiro/RJ.
3- Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) – Ilhéus/BA.
As actinobactérias têm sido descritas como os principais micro-organismos produtores de compostos
bioativos no solo, entre os quais se destacam os antibióticos e as enzimas de interesse industrial e ambiental,
em especial, as celulases e xilanases. Anualmente, o uso da biomassa gera grandes quantidades de resíduos
orgânicos, resultando numa variedade de problemas ambientais e sociais. Assim, este estudo visa buscar
actinobactérias como potencial fonte de enzimas lignocelulolíticas que podem ser utilizadas na geração de
açúcares fermentáveis para a produção de etanol a partir de substratos como bagaço de cana-de-açúcar,
resíduo de sisal, milhocina e outros substratos lignocelulósicos gerados pela agro-indústria. As
actinobactérias serão obtidas das Coleções de Culturas de Microrganismos da UEFS (CCMB) e da Coleção
de pesquisa da UFRB e testadas quanto à produção de enzimas lignocelulolíticas segundo (BRECCIA et al.,
1995). Após seleção das estirpes promissoras, serão realizados experimentos utilizando planejamento
fatorial, com diferentes combinações das concentrações das fontes de carbono e nitrogênio para produção das
enzimas celulases e xilanases em diferentes resíduos agroindustriais por fermentação submersa. Em seguida,
será feita quantificação dos açucares redutores pelo método DNS (MILLER, 1959), como descrito por Ghose
(1987) e posteriormente, a caracterização enzimática dos sobrenadantes. A eficiência do extrato enzimático
obtido nas melhores condições pelas estirpes mais promissoras será testada na hidrólise de dois tipos de
bagaço de cana-de-açúcar (não tratado e tratado a explosão a vapor). Por fim, será realizada a caracterização
taxonômica das actinobactérias mais promissoras. Com este trabalho espera-se obter novas fontes de
actinobactérias capazes de converter materiais lignocelulósicos em açucares fermentáveis para produção de
enzimas, com características promissoras para o setor industrial, como alta estabilidade a pH e temperatura.
Com a otimização do processo, utilizando a ferramenta estatistica do Planejamento Fatorial, será possível
melhorar as condições de ensaio, aumentar a escala de produção da enzima em biorreatores e obter extratos
enzimáticos eficientes para serem aplicados em processos biotecnológicos, principalmente, na hidrólise da
biomassa lignocelulósica.
Referências Bibliográficas
BRECCIA, J. D.; CASTRO, G. R.; BAIGARI, M. D.; SIÑERIZ, F. Screening of xylanolitic bacteria using a colour
plate method. J. Appl. Bacteriol. v. 78, pp. 469-472, 1995.
GHOSE, T.K. Measurement of cellulase activities. Pure Appl Chem v. 59, pp. 257-268, 1987.
MILLER, L. Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing sugar. Analytical Chemistry, v. 31, p.
426-428, 1959.
Apoio Financeiro: FAPESB/BA
113
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PRODUÇÃO DE INULINASE PELA LEVEDURA Kluyveromyces marxianus NRRLY 7571
EM EXTRATO DE YACON
Leonardo A. Sathler*, Márcia L. Cazetta
*Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Campus de Cruz das Almas-BA, Centro, CEP: 44380-000.
[email protected]
A inulina é um polímero de armazenamento encontrado largamente em plantas como chicória, alcachofra,
yacon, banana, entre outras. Este polímero de frutose (polifrutana) varia em seu grau de polimerização (DP)
de 2 a 60 unidades, unidas por ligações glicosídicas do tipo β(2-1), terminando com um resíduo de glicose.
As enzimas que hidrolisam estas ligações são denominadas inulinases, as quais são utilizadas na produção de
xarope de frutose, liberando para o meio acima de 95% de frutose pura. Várias outras vantagens desta
enzima, como sua termoestabilidade e capacidade de produção de oligofrutosídeos são outros fatores
importantes para a sua aplicação industrial. Vários micro-organismos já foram descritos como bons
produtores de inulinase, tendo as leveduras apresentado alguns dos melhores resultados, especialmente as do
gênero Kluyveromyces. Vários produtos e subprodutos de origem agroindustrial são utilizados como
substratos para produção microbiana de enzimas, devido ao menor custo frente aos substratos sintéticos. De
acordo com a literatura, substratos derivados da planta Yacon (Smalanthus sonchifolius) foram pouco
explorados como substrato para produção de enzimas. Sendo uma fonte complexa de carboidratos,
especialmente a inulina, este trabalho tem como objetivo estudar a produção de inulinase pela levedura
Kluyveromyces marxianus NRRLY 7571 em extrato de yacon como fonte de carbono e milhocina como
fonte de nitrogênio. Além disso, será estudada a influência da temperatura, pH e agitação na atividade da
inulinase, bem como determinar a produção de biomassa nas diferentes condições de cultivo. Para isto será
empregada à metodologia estatística de Planejamento Fatorial Fracionado. Espera-se com este trabalho
verificar se o yacon é um bom substrato para produção de inulinase, estabelecer quais os melhores
parâmetros de cultivo neste substrato e otimizar a produção desta enzima.
Referência bibliográfica
CHI Z.M et al. Biotechnological potential of inulin for bioprocesses. Bioresource Technology, V. 102, P. 4295-4303,
2011.
CHI Z.M et al. Production, characterization and gene cloning of the extracellular enzymes from the marine-derived
yeasts and their potential applications. Biotechnology Advances, V. 27, P. 236- 255, 2009.
KALIL S.J et al. Evaluation of different parameters for the purification of inulinase using an ion exchange fixed bed.
Biotechnology and Bioprocess Engineering, V. 15, P. 676-679, 2010.
LIU X.Y et al. Inulin hydrolysis and citric acid production from inulin using the surface engineered Yarrowia lipolytica
displaying inulinase. Metabolic Engineering, V. 12, P. 469-476, 2010.
SANTISTEBAN B.O.Y.S et al. Agitation, aeration and shear stress as key factors in inulinase production by
Kluyveromyces marxianus, Enzyme and Microbial Technology, V. 36, P. 717-724, 2005.
SINGH R.S et al. Production of extracellular exoinulinase from Kluyveromyces marxianus YS-1 using root tubers of
Asparagus officinalis, Bioresource Technology, V. 99, P. 7418-7423 2008.
114
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PRODUÇÃO DE PECTINA LIASE POR LEVEDURAS ISOLADAS DE CAFÉ
Mariana Dias* 1, Gilberto Vinícius Pereira1, Cristina Ferreira Silva1, Rosane Freitas Schwan1
1
Departamento de Biologia - Universidade Federal de Lavras, UFLA, Lavras – MG.
A camada mucilaginosa dos frutos de café é composta, em sua maioria, de substâncias pécticas. O estudo de
pectinases tem sido considerado de grande importância para aplicação industrial dessas enzimas. Atualmente
as pectinases correspondem à cerca de 20% do mercado mundial e são produzidas naturalmente por plantas,
fungos, leveduras e bactérias. O trabalho teve como objetivo quantificar a produção de pectina liase (PL) por
três leveduras isoladas de café durante o processamento semi-úmido : UFLACN 722, UFLACN 731 (não
identificadas) e UFLACN 730 (Debaromyces hansenii). Estas cepas foram potencialmente produtoras de
pectinase em uma pré-seleção realizada a partir de teste qualitativo em placa com meio contendo pectina.
Para induzir a produção de PL, as leveduras foram crescidas em Erlenmeyers contendo 250 mL de meio
YEPG a 28° C mantidas sob agitação por 24 horas e em seguida 100 mL de cada Erlenmeyer foi transferido
em duplicata para frascos contendo 250 mL do meio para produção de PL (g/L) (0,1 glicose, 10 pectina
cítrica, 1,0 KH2PO4, 0,5 MgSO4.7H2O, 0,68 CaCl2.2H2O, 1,0 (NH4)2SO4). O cultivo foi realizado por 2 dias
e amostras foram coletadas a cada 12 horas. Para quantificação de pectina liase foi seguida a metodologia
estabelecida por Kashyap et al. (2000). A quantificação de proteínas totais foi determinada pelo método de
Bradford (1976). O maior valor observado da atividade específica para UFLACN 722 ocorreu com 12 horas
de fermentação 2095,5 U/mg. Para UFLACN 730 a melhor produção ocorreu após 36 horas de fermentação
sendo 1216,9 U/mg. A produção de UFLACN 731 a maior atividade específica foi durante as primeiras 24
horas no valor de 2170,9 U/mg. A melhor produção de PL em menor tempo da linhagem UFLACN 722
mostra seu potencial para ser utilizada como produtora desta enzima em escala comercial.
Apoio: CAPES, CNPq e FAPEMIG
115
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PROSPECÇÃO DE GENES MARCADORES EM BIBLIOTECA METAGENÔMICA DE
SOLOS TRATADOS COM VINHAÇA
Wellington P. Omori*; Eliana G. M. Lemos; e Jackson Marcondes
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV -Via de Acesso Professor Dr. Paulo Castelane s/n,
CEP 14884-900, Jaboticabal, SP - [email protected]
A metagenoma, que é a coleção de genes da população microbiana de um determinado ambiente, permite o
acesso à diversidade de micro-organismos e de genes funcionais a partir de ferramentas moleculares e de
bioinformática [1, 2]. Rica em potássio e em outros componentes, a vinhaça possuí um poder altamente
poluente quando disposta no meio ambiente. Quando aplicada na fertirrigação da lavoura da cana-de-açúcar,
ela eleva a atividade microbiana e a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), que são danosas às
células, podendo levá-las à morte. Superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) são enzimas que
combatem essas espécies reativas através da detoxificação das células e, por isso, o entendimento da
composição da população microbiana, aliada à expressão dessas enzimas frente a um contaminante, pode
constituir um conjunto de informações úteis ao biomonitoramento de locais poluídos em recuperação ou
recentemente contaminados, como aqueles tratados com vinhaça ou impactados por petróleo [3,4]. Bibliotecas
metagenômicas são meios eficientes de armazenamento de genes com potencial biotecnológico e, quando
apoiadas por análise da diversidade microbiana acessada a partir da amplificação parcial do gene 16S rRNA,
podem fornecer uma visão da diversidade de genes esperados nas bibliotecas metagenômicas [3]. O
desenvolvimento deste trabalho permitiu concluir alguns pontos específicos: os solos tratados com vinhaça
apresentavam riqueza em nutrientes e diversidade de microrganismos; alguns dos isolados obtidos da
amostra desses solos apresentaram diversidade de isoenzimas SOD que foram visualizadas em gel PAGE
não desnaturante; obtiveram-se aproximadamente 4.480 clones que compõem à biblioteca metagenômica
construída em vetor fosmidial pCC2FOS™ (EPICENTRE); e a construção e validação de um par de primes
específicos para Cu-Zn/SOD que apresentou ótimos parâmetros para ser utilizado como sonda na biblioteca
construída.
Referências Bibliográficas:
1
Abbai, N. S.; Govender, A.; Shaik, R.; Pillay, B. Pyrosequence analysis of unamplified and whole genome amplified
DNA from hydrocarbon-contaminated groundwater. Molecular Biotechnology, v. 50, n. 1, p. 39-48, 2012.
2
Handelsman, J.; Rondon, M. R.; Brady, S. F.; Clardy, J.; Goodman, R. M. Molecular biological access to the chemistry
of unknown soil microbes: a new frontier for natural products. Chemistry & Biology, v. 5, n. 10, p. 245-249, 1998.
3
Omori, W. P. Identificação de superóxido dismutase em isolados e bibliotecas metagenômicas de solos
contaminados com vinhaça. 2011. 113 f. Trabalho de Graduação (Graduação) – Faculdade de Tecnologia de
Jaboticabal, Jaboticabal, 2011.
4
Paixão, D. A. A. Prospecção gênica e diversidade bacteriana de um consórcio degradador de óleo diesel. 2009.
70f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, Jaboticabal, 2009.
Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq.
116
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PROSPECÇÃO DO GENE 16S rRNA EM RÚMEN BOVINO
Raphael B. de Jesus; *Wellington P. Omori; Eliana G. M. Lemos; e Jackson Marcondes
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV - Via de Acesso Professor Dr. Paulo Castelane s/n,
CEP 14884-900, Jaboticabal, SP - [email protected]
A comunidade microbiana ruminal estabelece associações mutualísticas que permitem converter celulose,
amido e outros polissacarídeos em açúcares fermentescíveis, dióxido de carbono, metano, gás hidrogênio e
ácidos orgânicos de baixo peso molecular [2]. Embora tanto o animal quanto a comunidade microbiana se
beneficiem destas relações sinergéticas e mutualísticas, entre os diferentes grupos de microrganismos
procarióticos e eucarióticos existentes, há um delicado balanço entre as populações. Os métodos
convencionais, com base em cultivo, para identificar e enumerar microrganismos ruminais estão sendo
substituídos por técnicas moleculares, as quais são mais acuradas e demandam menor tempo para análise [1].
Um dos fundamentos das técnicas moleculares está na sequência do gene 16S rRNA para membros dos
domínios Archaea e Eubacteria [1]. A análise de diversidade realizada através do sequenciamento 16S rRNA
do conteúdo ruminal bovino utilizada neste trabalho foi uma abordagem importante e inovadora,
considerando que a mesma abrange microrganismos que não seriam acessíveis por ferramentas clássicas
microbiológicas. Adicionalmente, uma análise visual baseada em microscopia óptica e eletrônica de
varredura permitiu avaliar a riqueza de formas microbiológicas presentes no rúmen de bovino. Vinte e quatro
UTOs (Unidades Taxonômicas Operacionais) distintas foram identificadas no conteúdo ruminal avaliado,
por meio da análise DOTUR. A presença de 01 grupo representado pela classe Thermococci do domínio
Archaea e 07 grupos representados pelas classes Actinobacteria, Bacteoidia, Flavobacteroidia, Chlorobia,
Clostridia, Alpha- e Gamma-proteobactéria do domínio Bacteria, foram ilustrados. A classe predominante foi
Bacteroidia do filo Bacteriodetes, seguida em menor número pelas classes Gammaproteobacteria e
Clostridia. A diversidade observada entre as UTOs demonstra um potencial de clones diferentes que podem
ser explorados, principalmente quando se considera a importância do metabolismo de alguns
microrganismos. Estas rotas metabólicas são particularmente interessantes quando a efetividade na
desconstrução de biomassa vegetal. Muitos destes microrganismos constituem-se em candidatos promissores
para explorações biotecnológicas.
Referências Bibliográficas:
1
KANG, S.; DENMAN, S.E.; McSWEENEY, C.S. The use of molecular tools for the study of rumen ecology. In:
SIMPÓSIO INTERNACIONAL AVANÇOS EM TÉCNICAS DE PESQUISA EM NUTRIÇÃO DE RUMINANTES,
2. Pirassununga. Anais... p.179-194, 2009.
2
SAMPAIO, A. A. M.; VIEIRA, P. F.; BRITO, R. M. Produção de amônia na fermentação in vitro de rações com
levedura, uréia ou farelo de algodão. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 29, n. 2, p. 598-602, 2000.
3
WEISBURG, W. G., et al. 16S ribosomal DNA amplification for phylogenetic study. Journal of Bacteriology, v.
173, n. 2, p. 697-703, 1991.
Apoio Financeiro: CNPq.
117
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
PROTEÍNAS DE ASSOCIAÇÃO AO NUCLEÓIDE (NAPs) EM Actinobacillus
pleuropneumoniae: IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA EXPRESSÃO
Lorena Vívien Neves de Oliveira*1; Carolina Maria de Araújo dos Santos1; Alexandre Magno Vicente1;
Marisa Vieira de Queiroz1; Maria Cristina Dantas Vanetti1; Antonio Galvão do Nascimento1; Denise Mara
Soares Bazzolli1.
1
Laboratório de Genética Molecular de Micro-organismos, Departamento de Microbiologia, BIOAGRO,
Universidade Federal de Viçosa-UFV, Viçosa, Minas Gerais. * [email protected]
Actinobacillus pleuropneumoniae, o agente etiológico da pleuropneumonia suína, é um parasita obrigatório
do trato respiratório de suínos, ocasionando grandes perdas econômicas na produção de suínos em todo o
mundo. Existem dois biotipos de A. pleuropneumoniae, sendo definidos 15 sorotipos até o momento. Os
principais fatores de virulência estabelecidos para A. pleuropneumoniae incluem polissacarídeos de
superfície, toxinas Apx, sistemas de absorção de ferro, componentes do metabolismo anaeróbio e proteínas
de membrana externa, que são importantes para o desenvolvimento e persistência da doença no hospedeiro.
A busca por novos alvos para tratamento dessa bactéria se torna relevante, uma vez que não há vacinas
polivalentes disponíveis. Proteínas de associação ao nucleóide (NAPs) são proteínas de ligação ao DNA e
capazes de influenciar a transcrição de uma maneira tanto positiva quanto negativa em uma escala global.
Como reguladores globais, muitas NAPs, tais como, H-NS, IHF, Fis e HU apresentam um papel essencial na
regulação de centenas de genes, incluindo genes de virulência, formação de biofilmes, resposta ao estresse e
funcionalmente relacionados com as específicas fases do crescimento bacteriano. Portanto, as proteínas
NAPs estão associadas à virulência e são bem caracterizadas em Escherichia coli e outras bactérias
patogênicas, porém pouco é descrito sobre a funcionalidade dessas proteínas em A. pleuropneumoniae.
Nesse contexto, o estudo dessas proteínas é essencial para que futuramente possamos determinar seu
envolvimento na regulação do metabolismo, fatores de virulência e patogênese de A. pleuropneumoniae.
Desta forma, o objetivo desse trabalho será investigar a presença e distribuição das NAPs nos 15 sorotipos de
A. pleuropneumoniae pela técnica de PCR, além de determinar o perfil de expressão das NAPs durante o
ciclo celular de A. pleuropneumoniae por qRT-PCR e pela expressão de gene repórter (GFP e XylE).
Apoio financeiro: CAPES e FAPEMIG.
118
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS COMERCIALIZADOS EM
RESTAURANTES JAPONESES DE DIVINÓPOLIS/ MG
Anna Paula R. Lopes*, Juliana T. Magalhães, Jaqueline Ferreira, Janice de Oliveira Soares, Adriana
Aparecida Gomes_Diretoria de Vigilância em Saúde- Secretaria Municipal de Saúde/Divinópolis-MG
Universidade Federal de São João del Rei, Divinópolis- MG
[email protected]
A obtenção de um alimento seguro implica na adoção de cuidados higiênico-sanitários em todas as etapas da
cadeia alimentar, desde a produção primária, transporte, estocagem até o consumo. Para que isso ocorra de
forma eficiente, é necessário um processo de conscientização, educação e treinamento dos indivíduos que
manipulam e comercializam gêneros alimentícios (Carvalho e Magalhães, 2007). Comida japonesa, segundo
a tradição, é consumida, na maioria das vezes, em pratos frios e crus, o que favorece a ocorrência de
toxinfecções. Infelizmente, nem sempre são detectadas práticas corretas nos procedimentos de higienização
pessoal, ambiente de produção e manipulação dos produtos (Andrade et al.,2003). Segundo dados da
Vigilância Sanitária da cidade de Divinópolis/MG, em 2010, ocorreram casos na cidade de intoxicação
alimentar decorrentes do consumo de comida japonesa. Neste contexto, este trabalho, visa avaliar as
condições microbiológicas dos alimentos produzidos nos restaurantes que comercializam este tipo de
comida, bem como verificar se as Boas Práticas de Fabricação estão sendo empregadas corretamente. Os
microrganismos que estão sendo analisados são Salmonella sp, Staphylococcus aureus e coliformes fecais e
totais segundo Silva et al.(2010) e os alimentos analisados são sushi, temaki, yakisoba e risoto da China.
Referências Bibliográficas:
CARVALHO, LRC, MAGALHÃES, JT (2007). Avaliação da qualidade microbiológica dos caldos de cana
comercializados no centro de Itabuna-BA e práticas de produção e higiene de seus manipuladores. Revista de Saúde
Pública, v. 31(2), 240p.
SILVA, N; JUNQUEIRA, VCA; SILVEIRA, NFA (2010). Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos
e água. São Paulo: 4ª edição, Varela.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq, UFSJ.
119
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
QUALIDADE MICROBIOLOGICA DE PRESUNTOS COZIDOS E COMERCIALIZADOS
NA REGIÃO CENTRO OESTE DE MINAS GERAIS
Leonardo Milani Avelar Rodrigues*, Marina Pereira Justino, Juliana Maria Valerio Resende, Gabriela Maria
Avelar Rodrigues Monteiro De Aguiar.
Universidade Federal de Lavras - UFLA
[email protected]
Dentre os diversos produtos cárneos comercializados no Brasil, o presunto destaca-se por ser muito
apreciado e consumido pela população. O padrão de identidade e qualidade do presunto define o mesmo
como um produto cárneo industrializado obtido do corte do membro posterior do suíno, desossado ou não,
adicionado de ingredientes e submetido a um processo térmico adequado. Os principais aditivos utilizados no
presunto visam melhorar as características sensoriais, a conservação do produto, e principalmente as
características microbiológicas. O presente trabalho tem como objetivo, avaliar a qualidade microbiológica
de cinco amostras de presuntos comercializados no centro oeste de Minas Gerais. As amostras foram
coletadas nos supermercados e padarias de três cidades, e posteriormente armazenadas nas condições ideais
de temperatura até a realização das análises. As análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório de
Microbiologia de Alimentos do Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET) da cidade de BambuíMG. O método utilizado para avaliar as amostras foi o de contagem global de microrganismos em
profundidade. A diluição das amostras foi feita em meio de água peptonada bacteriológica 0,1%, utilizando o
Agar PCA (Ágar Padrão para Contagem) nas placas, sendo feitas as seguintes diluições 10¹,10² e 10³, e em
seguidas as placas foram incubadas invertidas na estufa de crescimento com temperatura ótima de
crescimento de 37°C por 24 horas. Em seguida realizou-se a contagem das colônias nas placas entre 25 a 250
colônias. As análises foram realizadas em triplicata, e das cinco amostras, duas apresentaram contagem de
bactérias acima de 107, sendo então impróprias para o consumo. Diante dos resultados obtidos, pode-se
constatar que duas amostras não estavam dentro dos padrões exigidos pela legislação, podendo causar, após
o seu consumo, diversas doenças de origem alimentar.
120
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
QUALIDADE MICROBIOLÓGICA E ACOMPANHAMENTO DA VIDA ÚTIL DE LEITE
TIPO C DE DIFERENTES PRODUTORES
Leonardo Milani Avelar Rodrigues*, Juliana De Andrade. Marina Pereira Justino, Juliana Maria Valério
Resende, Gabriela Maria Avelar Rodrigues Monteiro De Aguiar
Universidade Federal de Lavras – UFLA
[email protected]
Antigamente no Brasil, o controle de qualidade do leite era baseado nas determinações dos padrões físicoquímicos como acidez, crioscopia, densidade, gordura e sólidos totais. Entretanto, após a publicação da
Instrução Normativa Nº 51, em 2002, estabeleceu-se novos padrões para a produção do leite cru, o qual
incluiu a contagem de células somáticas (CCS) como um parâmetro de qualidade a ser controlado. Enquanto
a contagem bacteriana total (CBT) reflete as condições de higiene na ordenha, armazenamento e transporte
do leite, a CCS indica o estado de saúde da glândula mamária dos animais, responsáveis pela síntese do leite.
O presente trabalho teve como objetivo fornecer informações sobre o efeito da qualidade microbiológica do
leite tipo C de 5 produtores distintos, em diferentes fontes de captação de leite "in natura" e sua posterior
pasteurização, avaliando a vida útil do leite através de análises microbiológicas de contagem total de
bactérias. O leite in natura foi coletado em propriedades rurais do município de Bambuí-MG, e
posteriormente enviado para os laticínios, passando por um processo de filtração e pasteurização ,sendo
armazenado em condições de refrigeração a 4°C. As análises microbiológicas foram realizadas no
Laboratório de Microbiologia de Alimentos do CEFET da cidade de Bambuí-MG nos dias 1,2,3,4,5,6,7 e 8.
O método utilizado para avaliar foi o de contagem de bactérias em profundidade. A diluição das amostras foi
em meio de água peptona bacteriológica 0,1%, utilizando o Agar PCA (Ágar Padrão para Contagem) nas
placas. Foram feitas as seguintes diluições 10¹,10² e 10³, e em seguida as placas foram incubadas invertidas
na estufa de crescimentos com em temperatura ótima de crescimento de 37°C por 24 horas. Em seguida
realizou-se a contagem das colônias nas placas entre 25 a 250 colônias. De acordo com as análises feitas, 3
produtores obtiveram um resultado satisfatório, podendo o leite ser consumido até o 6° dia, e 2 produtores
não obtiveram um bom resultado, pois apresentaram contagem acima de 108 no 4° dia útil, sendo então
impróprio para o consumo. Portanto, a qualidade do leite está diretamente relacionada com as boas condições
de ordenha, higienização, manejo, refrigeração e transporte, sendo todos estes fatores interferentes na
qualidade microbiológica do leite.
121
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
QUANTIFICAÇÃO DE BACTÉRIAS LÁTICAS, LEVEDURAS E FUNGOS
FILAMENTOSOS DE CANA-DE-AÇÚCAR
Fábia G. V. Assis*, Carla L. S. Ávila, Rosane F. Schwan
Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras/UFLA - Programa de Pós-Graduação em
Microbiologia Agrícola, (Campus Universitário da UFLA, Cx. Postal: 3037 - CEP: 37200-000) Lavras/MG
[email protected]
A população microbiana epifítica da cana-de-açúcar é bastante diversificada, tendo como microrganismos
geralmente isolados as bactérias do ácido lático (BAL), enterobactérias, leveduras e fungos. Modificações
nas populações microbianas podem ocorrer em função das características da forrageira como teor de
carboidratos, materia seca, estado de maturidade e também do clima, corte, secagem a campo e processos de
picagem (ÁVILA, 2007). Nas silagens de cana, as leveduras e fungos em presença de oxigênio se
multiplicam rapidamente, causando grandes perdas de nutrientes, deterioração aeróbia, aquecimento da
silagem e produção de micotoxinas por algumas espécies fúngicas. Por outro lado, BAL permitem rápida
acidificação do meio inibindo os microrganismos indesejáveis e proporcionando a estabilidade da silagem. O
objetivo do presente trabalho foi quantificar BAL, leveduras e fungos filamentosos presentes em amostras de
cana-de-açúcar. As amostras foram coletadas durante a ensilagem em pontos aleatórios a partir de um silo
trincheira, no município de Ijaci/Lavras. Posteriormente, as amostras foram diluídas e plaqueadas. Para BAL
foi utilizado o meio de cultivo MRS (acrescido de Nistatina 0,4%) incubado a 30oC/48 horas e para leveduras
e fungos o meio utilizado foi DRBC incubado a 28 oC/48 h/ 5 a 7 dias. O número de BAL foi igual a 5,7 x
105 UFC/g, similar ao encontrado por PAHLOW (2003) que registrou valores entre 10 4 a 105 ufc/g. Para
leveduras, o valor encontrado foi igual a 3,45 x 104 UFC/g e para fungos filamentosos igual a 3,25 x 104,
corroborando com os dados de FILHO (2010). Na literatura, são escassos trabalhos referentes à população de
microrganismos epifíticos em cana-de-açúcar. As BAL corresponderam a microbiota em maior número nas
amostras estudadas. Observou-se contaminação das amostras por leveduras e fungos. Será necessário realizar
testes bioquímicos e genéticos para a identificação das espécies microbianas encontradas.
Referências Bibliográficas:
ÁVILA, C.L.S. Isolamento e uso de Lactobacillus buchneri na ensilagem de capim-mombaça e cana-deaçúcar. 2007. 175f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2007.
FILHO, S. G. T. Avaliação da dinâmica da população de microrganismos em plantas de cana-de-açúcar IAC (933046). 2010. Dissertação de mestrado – Escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2010.
PAHLOW, G.; MUCK, R.E.; DRIEHUIS, F. Microbiology of ensiling. In: Silage Science and Technology. Madison.
Proceedings… Madison: ASCSSA-SSSA, Agronomy, 42: 31- 93, 2003.
Apoio financeiro: CNPq
122
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
QUANTIFICAÇÃO DE TANINOS DE DIFERENTES PRODUTOS VEGETAIS E
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE TANASE DE FUNGOS NESSES SUBSTRATOS
Natália da Costa Maia*, Patrícia Nirlane da Costa Souza, Patrícia Gomes Cardoso
[email protected]
Universidade Federal de Lavras – Lavras-MG
Os taninos são compostos fenólicos provenientes do metabolismo secundário vegetal sendo de grande
interesse econômico e ecológico por possuírem a capacidade de formar complexos insolúveis em água com
proteínas. A enzima tanase é uma hidrolase sintetizada por plantas, animais e microrganismos que atua sobre
taninos hidrolisáveis, com diversas aplicações industriais e comerciais. O objetivo deste estudo foi
quantificar os taninos de produtos vegetais usados como substratos para enzima tanase, bem como avaliar a
produção dessa enzima pelo fungo Aspergillus sp. Foram avaliadas folhas de jambolão, manga, goiaba, café,
casca de cacau, cascas de café seca, casca de arroz, casca de eucalipto, casca de romã, farelo de trigo, farinha
de mandioca, grão conilon e borra da folha de café. A quantificação de taninos foi determinada pelo método
colorimétrico de Folin-Denis. Para a atividade enzimática dez gramas de cada substrato, seco e triturado,
foram adicionados em Erlenmeyers de 250 mL e umedecidos com 10 mL de uma solução de sais, pH 5,0.
Posteriormente, foram inoculados 107 esporos/g de substrato e incubados a 30°C por 96 horas. Após foi
adicionado tampão fosfato pH 6,0, agitação 200 rpm por 1 hora e centrifugaçao a 10000 g por 5 min. O
sobrenadante foi utilizado para dosagem da atividade de tanase extracelular utilizando a metodologia descrita
por Deschamps et al.(1993). Dentre os substratos testados, a maior produção enzimática foi obtida em folha
de jambolão (8,760 U/g), casca de romã (6,903 U/g), folha de manga (4,785U/g) e o teor de taninos de
9,85%, 48,80% e 9,24% respectivamente. Substratos com alto teor de taninos são ideias na produção da
enzimatica, já que o uso de acido tânico purificado pode aumentar muito os custos de produção em larga
escala.
123
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
RIZOBACTÉRIAS NO BIOCONTROLE DE Radopholus similis E NA PROMOÇÃO DE
CRESCIMENTO DA BANANEIRA
Kaliane S. Araújo*1; Harllen S. A. Silva2; Celma C. Peixoto3; Aldo V. Trindade2
1
Universidade Federal de Lavras, 37200-000, Lavras, MG, [email protected]*;
2
Embrapa Mandioca e Fruticultura, CP 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA;
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco – Depto. de Fitossanidade, 50810-020, Recife, PE.
O ataque de Radopholus similis tem ocasionado perdas significativas à produção de banana. Devido a
obstáculos econômicos e ambientais dos métodos de controle tradicionais, o biocontrole com rizobactérias
tem sido estudado, bem como a promoção do crescimento de plantas. Objetivou-se isolar e avaliar
rizobactérias de plantas nematicidas para o biocontrole de R. similis e como promotoras do crescimento de
mudas de bananeira. A partir de solo rizosférico de Crotalaria juncea e Tagetes patula obtiveram-se 67
rizobactérias, cujos metabólitos foram avaliados quanto à toxidade ao R. similis, in vitro, após 24 e 36 horas
de exposição. Do total de isolados obtidos, 33 % apresentaram efeito nematicida ao nematoide, com uma
variação de 56,6 % a 100 % no índice de mortalidade destes. Cinco isolados (3TSA-CD, 4TSA-CD, 6TSACD, 7TSA-CD e 17KB-CR) foram selecionados para testes em casa de vegetação, por apresentar toxidade
em ambos os períodos avaliados. As rizobactérias não apresentaram resultados significativos para o
biocontrole em mudas de bananeira micropropagadas. Pode-se observar uma alta infestação de fêmeas e
juvenis nas raízes, comparado com os níveis encontrados no solo. Dessa forma, a produção de metabólitos a
Radopholus similis, não deve ser o único método de seleção de rizobactérias para controle do nematoide
cavernícola em mudas de bananeira. Em relação ao índice de promoção de crescimento das mudas, pode-se
verificar resultados significativos nos tratamentos 3TSA-CD, 4TSA-CD, 6TSA-CD, 7TSA-CD e 17KB-CR,
na ausência do R. similis.
Apoio Financeiro: FAPESB
124
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SCREENING DE FUNGOS FILAMENTOSOS ISOLADOS DE AMBIENTES
CAVERNÍCOLAS PRODUTORES DE LIPASE
Mônica Cristina Pereira Monteiro*; Rayssa Cristina Faria Pedroso; Natália Maia; Eduardo Mateus Nery
Laboratório De Bioprospecção E Genética De Fungos Filamentosos Biogene/ Ufla.
[email protected]*
1. Universidade Federal de Lavras- UFLA, Lavras - Minas Gerais.
Fungos filamentosos são capazes de produzir enzimas para diversas aplicações industriais. Uma dessas
enzimas é a lipase (triglicerol acil-hidrolases, EC 3.1.1.3). Esta enzima é sintetizada por plantas, animais e
microrganismos, sendo a fonte microbiana preferida. A lípase pode ter uma ampla aplicação nas indústrias
farmacêutica, alimentícia e química. Esta enzima também é utilizada no tratamento de águas residuárias,
reduzindo o impacto ambiental, especialmente em efluentes contendo elevados teores de lipídeos, como os
provenientes de laticínios, matadouros e da extração de óleos. Considerando a importância que esta enzima
apresenta, o objetivo deste estudo foi avaliar a produção de lípase por fungos filamentosos isolados de
cavernas da caatinga brasileira. Fungos pertencentes aos gêneros Aspergillus, Cladosporium e Penicillium
foram crescidos em meio contendo lipídeo como única fonte de carbono. Após sete dias a 25 e 30ºC foi
medido o halo ao redor das colônias e verificado a presença de precipitados devido a formação de cristais de
sais de cálcio. Dos 21 isolados avaliados, dois pertencentes ao gênero Aspergillus, e sete isolados do gênero
Penicillium foram produtores de lípase. Os resultados obtidos ressaltam a importância de avaliar o potencial
de fungos isolados em ambientes cavernícolas como produtores de enzimas de interesse biotecnológicos e
direcionam os estudos futuros de melhoramento na produção dessas enzimas.
Referências Bibliográficas:
COLEN, G. Isolamento e seleção de fungos filamentosos produtores de lípases, 2006. 206f. Tese (Mestrado em
Ciência dos Alimentos), Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
PASTORE, G. M.; Costa, V. S. R.; Koblitz, M. G. B. Purificação Parcial e Caracterização Bioquímica de Lipase
Extracelular Produzida por Nova Linhagem de Rizhopus sp. Ciência e Tecnologia de Alimentos,
vol.23 no.2 Campinas Mai/Aug. 2003.
RIGO, E. Aplicação de lipases como auxiliar no pré-tratamento de efluentes de frigoríficos de suínos e bovinos,
2004. 84f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos), Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e
das Missões, Campus de Erechim, 2004.
125
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO DE BACTÉRIAS RESISTENTES A FE3+ ISOLADAS DE SOLO DO CERRADO
DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Kelly Cristina dos Reis*1, Maria Luiza Beti2, Mateus Silva2, Cristina Ferreira Silva3, Rosane Freitas Schwan3
1
Mestrado em Microbiologia Agrícola
2
Graduação em Ciências Biológicas
3
Professor Adjunto/ DBI- Universidade Federal de Lavras, MG, Brasil
No Cerrado há uma biodiversidade ainda pouco conhecida com potencial a ser explorada em processos
biotecnológicos, como por exemplo, a resistência desses microrganismos a elementos traços em solo
contaminado. Este trabalho foi realizado como objetivo de selecionar bactérias resistentes a Fe3+ a partir de
solo do Cerrado mineiro pertencentes à Coleção de Culturas do Laboratório de Fisiologia e Microbiologia,
DBI/UFLA. Foi realizadaa técnica de esgotamento em estria composta, para o isolamento das bactérias, em
meio de cultura Agar Nutriente e incubados a 28ºC/ 24h. Cento e vinte e nove isolados bacterianos foram
caracterizados quanto à coloração de Gram e submetidos a teste de resistência a concentração de ferro. Esses
isolados foram avaliados nas concentrações de 5mg/L e 500mg/L da solução padrão de ferro em meio
quimicamente definido (QD) através de plaqueamento em microgotas, sendo que o meio QD sem adição de
ferro foi utilizado com controle. Trinta e sete por cento dos isolados apresentaram resistência ao meio na
maior concentração (500mg/L), sendo 5% com diâmetro da colônia superior a 0,6mm, considerados como
mais resistentes. Desses isolados,UFLACESB 057, UFLACESB 155 e UFLACESB 164 foram os que
apresentaram melhores resultados, quando comparado com o controle, respectivamente 0,7 mm, 0,9mm e
0,9mm, no meio com concentração de Ferro de 500 mg/mL. Destaque dá-se para o isolado UFLACESB 057
que apresentou diâmetro maior que o controle (0,7 mm). Estes resultados indicam há um potencial uso destes
isolados na remoção de ferro quando presente em concentrações superiores a 500mg/mL.
Apoio Finaceiro: FAPEMIG/VALE
126
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO DE FUNGOS FILAMENTOSOS PARA PRODUÇÃO DA ENZIMA FITASE
Natálie M. Alves*; Danielly Gama; Mônica C. P. Monteiro; Larissa M. Ladeira; Roberta H. Piccoli; Patrícia
G. Cardoso
*
Laboratório de Bioprospecção e Genética de Fungos – INCT/ UFLA.
E-mail: [email protected]
Universidade Federal de Lavras - UFLA, Lavras – MG.
Na maioria das matérias-primas de origem vegetal utilizadas na alimentação animal, parte do fósforo mineral
está armazenada na forma de ácido fítico ou fitato. Este é a principal forma de estocagem de fósforo dos
animais, porém não é prontamente assimilado na alimentação em baixas concentrações da enzima fitase. Esta
enzima promove hidrólise da molécula do fitato liberando fósforo, aumentando assim, sua biodisponibilidade
para alimentação animal. Fitase está distribuída nos tecidos animais e vegetais, além de ser sintetizada por
algumas espécies de fungos e bactérias. Assim, adição desta enzima na dieta de animais é essencial para
promover uma maior absorção de fósforo e também contribuir para diminuição nos níveis de fósforo
excretado pelos animais, diminuindo assim, a poluição provocada pelo excesso de fósforo no meio ambiente.
Fungos filamentosos são microrganismos importantes em diversos processos biotecnológicos e no presente
estudo o objetivo foi avaliar fungos filamentosos quanto à produção de fitase. Foram selecionados 21
isolados da micoteca do Laboratório de Bioprospecção e Genética de Fungos Filamentosos. As espécies
avaliadas pertencem aos gêneros Aspergillus, Penicillium e Cladosporium. Os isolados foram cultivados em
meio de cultura BDA e em seguida, inoculados em meio contendo ácido fítico como única fonte de carbono.
Após sete dias a 25ºC, as placas foram visualizadas quanto ao crescimento e presença de um halo
transparente ao redor das colônias. Dos 21 isolados testados, todos cresceram e formaram halos, exceto o
isolado G236 (Aspergillus). Os isolados HE189A e GLR494, pertencentes aos gêneros Aspergillus (seção
flavi) e Penicillium, respectivamente, apresentaram maior halo de degradação. Outros fungos estão sendo
avaliados quanto à capacidade de produção de fitase e os isolados selecionados serão avaliados quanto à
atividade específica da enzima. Seleção de fungos produtores de enzimas de interesse biotecnológico é um
passo importante na pesquisa, visando uma produção viável de biomoléculas com aplicação industrial.
Referências Bibliográficas:
BHAVSAR. K.; SHAH. P.; SONI.S.K.; KHIRE.J.M. (2008). Influence of pretreatment of agriculture residues on
phytase production by Aspergillus niger NCIM 563 under submerged fermentation conditions. African Journal of
Biotechnology Vol. 7 (8), pp. 1101-1106.
BOGAR. B.; SZAKACS. G.; PANDEY. A.; ABDULHAMEED.S.; LINDEN.J.C.; TENGERDY.R.P. (2003).
Production of Phytase by Mucorracemosus in Solid-State Fermentation. Biotechnol. Prog. , 19, 312-319.
CHALFOUN. S.M.; BATISTA. L.R. (2003). Fungos associados a frutos e grãos de café – Aspergillus e Penicillium.
Embrapa Informação Tecnológica. Brasília, DF. In.: SILVA. L.T.; MOREIRA. K.A.; PORTO. T.S.; PORTO. A.L.F.
(2010). Produção de fitase a partir de resíduos agroindustriais em fermentação no estado sólido utilizando fungos do
gênero Aspergillus. Jepex 2010 – Universidade Federal Rural de Pernambuco.
SILVA. A.C.; QUEIROZ. A.E.S.F.; COSTA. R.P.; PORTO. T.S.; SOUZA-MOTTA. C.M.; PORTO. A.L.F.;
MOREIRA. K.A. (2009). Produção de fitase por Aspergillus japonicus URM5633 através da fermentação sólida do
farelo de arroz. 50525-2 Jepex – Universidade Federal Rural de Pernambuco. In.: SILVA. L.T.; MOREIRA. K.A.;
PORTO. T.S.; PORTO. A.L.F. (2010). Produção de fitase a partir de resíduos agroindustriais em fermentação no estado
sólido utilizando fungos do gênero Aspergillus. Jepex 2010 – Universidade Federal Rural de Pernambuco.
127
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO DE LEVEDURAS CAPAZES DE CRESCER EM DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE FERRO PARA APLICAÇÃO EM PROCESSOS DE
BIORREMEDIAÇÃO
Vanessa Alvarenga Mesquita, Stefanie Louis Crivelari*, Cristina Ferreira Silva e Batista, Rosane Freitas
Schwan
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Campus Universitário; Caixa Postal 3037, CEP
37200-000, Lavras - MG. [email protected]
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
A poluição por elementos traço gerados pela mineração e metalurgia vem se tornando um sério problema
ambiental. O uso de leveduras como biosorvente para a detoxificação de efluentes e solos contaminados
parece como uma alternativa promissora às tecnologias existentes. O objetivo deste trabalho foi selecionar
leveduras capazes de atuar em processos de biorremediação em locais contaminados com ferro. Foram
testadas leveduras pertencentes à coleção de culturas do Laboratório de Microbiologia do Departamento de
Biologia da UFLA pertencentes aos gêneros Yarrowia spp., Pichia spp., Cryptococcus spp., Saccharomyces
spp. e Candida spp. Os isolados de leveduras foram reativados em caldo YW e transferidos em água
ultrapura estéril durante 24 horas. Para avaliar o crescimento das leveduras foi utilizado o meio de cultura
Quimicamente Definido (QD) g/L: 10 de glicose, 4.5 (NH4)2SO4, 0.1 KCl, 0.1 NaCl, 0.5 MgSO4.7H2O, 0.1
CaCl2.2H2O, 1.0 KH2PO4, 0.005 H3BO3, 0.002 CuSO4.5H2O, 0.01 ZnSO4.7H2O, 0.002 Na2MoO4.2H2O,
0.001 KI, 0,03 EDTA, 15 Agar (pH 5) usado como controle e acrescido de solução padrão de ferro nas
concentrações finais de 5, 500 e 1000 mg/L. O meio YW também foi utilizado como controle positivo. O
crescimento das leveduras foi analisado pela medição do halo de crescimento. Oitenta e oito isolados foram
avaliados. Todas as leveduras testadas foram capazes de crescer nas concentrações de 5, 500 e 1000 mg/L.
Houve pouca diferença representativa referente ao tamanho do halo de crescimento produzido pelas
leveduras. Este crescimento foi representativo, já que as reservas energéticas foram esgotadas e as leveduras
foram capazes de utilizar o ferro como única fonte de energia. Contudo, novos testes serão realizados, já que
ainda não se sabe o mecanismo que permitiu a resistência ao ferro.
Apoio financeiro: FAPEMIG/ CNPq
128
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO DE MICRORGANISMOS PARA FERMENTAÇÃO DE EXTRATO
HIDROSSOLÚVEL MISTO DE AMENDOIM E SOJA
Claudia Cristina Auler do Amaral Santos* 1, Bárbara da Silva Libeck1, Rosane Freitas Schwan3.
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras – MG.
O amendoim e a soja destacam-se como alternativas na elaboração de novos produtos fermentados, pela
qualidade nutricional de seus componentes e sua fácil disponibilidade. A fermentação lática utilizando
materiais vegetais vem sendo proposta para o desenvolvimento de alimentos funcionais destinados a
consumidores vegetarianos ou intolerantes à lactose. Os objetivos deste trabalho foram avaliar alterações
físico-químicas do extrato hidrossolúvel de amendoim e soja fermentado e selecionar microrganismos para o
processo fermentativo, afim de se obter um produto funcional aceitável. Amostras foram retiradas em
intervalos de 4 h durante 24 h de fermentação. Foram realizadas análises de acidez titulável e pH, além de
contagem dos microrganismos inoculados utilizando os meios De Man Rogosa Sharpe (MRS) para bactérias
ácido láticas (BAL) e Yeast Extract Peptone Glucose (YEPG) para leveduras. As bactérias probióticas
Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus rhamnosus, a cultura iniciadora de iogurte Lactobacillus
delbrueckii subsp. bulgaricus e as BAL Pediococcus acidilactici e Lactococcus lactis, além da levedura
Saccharomyces cerevisiae foram inoculadas em população inicial de 107 UFC/mL. Todos os microrganismos
atingiram populações finais entre 107 e 108 UFC/mL, população mínima recomendada para microrganismos
probióticos. Após 24 horas de fermentação à 37ºC as amostras permaneceram por mais 24 horas à + 4ºC, o que
confirmou a resistência dos microrganismos a baixas temperaturas, pois suas populações não sofreram decréscimos.
O 6 microrganismos produziram ácidos que reduziram o pH e elevaram a acidez titulável, fornecendo boas
características ao extrato fermentado, como odor agradável e cor e aparência desejáveis. O pH e a acidez titulável
final dos extratos fermentados variou de 6,50 a 4,54 e de 0,11 a 0,39% de ácido lático, respectivamente. Três
microrganismos foram escolhidos para a próxima etapa: fermentação do extrato misto em co-cultura. Entretanto,
estudos adicionais são necessários para responder adequadamente à investigação sobre o processamento das
matérias-primas em produtos úteis e comestíveis.
Apoio financeiro: CNPq e CAPES.
129
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO DE NOVAS CEPAS DE BACTÉRIAS LÁTICAS PARA INOCULAÇÃO EM
SILAGEM DE CANA-DE-AÇÚCAR
Beatriz Ferreira Carvalho* 1, Carla Luiza da Silva Ávila2, Andréia Oliveira Santos1, Milena Christy Santos3,
José Cardoso Pinto4, Rosane Freitas Schwan5
1
Doutoranda em Microbiologia Agrícola, UFLA, Lavras – MG
2
Pós Doutoranda em Zootecnia, UFLA, Lavras – MG
3
Graduanda em Agronomia, UFLA, Lavras – MG
4
Professor Associado, DZO, UFLA, Lavras – MG
5
Professora Associada, DBI, UFLA, Lavras – MG
A atividade metabólica de bactérias do ácido lático (BAL) desempenha um papel fundamental durante o
processo fermentativo da silagem. O objetivo desse trabalho foi avaliar cepas de BAL, isoladas da silagem
de cana-de-açúcar, na melhoria das características fermentativas desta forrageira, durante 126 dias de
fermentação. O experimento foi conduzido em um delineamento de blocos ao acaso com três repetições,
sendo utilizados tubos de PVC como silos experimentais. Dez novas cepas de BAL foram pré-selecionadas
para serem avaliadas. As cepas foram bioquimicamente caracterizadas usando o kit API 50 CHL
(BioMerieux SA). Os silos foram abertos com 12, 30, 61 e 126 dias após a vedação. Para as análises
microbiológicas e mensuração do pH, 25g de amostra foram inseridos em Erlenmeyers com 225 mL de água
peptonada estéril (0,1%). A partir desta amostra foram preparadas diluições seriadas para se proceder o
plaqueamento. A contagem de BAL foi realizada no meio MRS. O meio DRBC foi utilizado para contagem
de leveduras e fungos filamentosos. As placas foram incubadas a 28ºC e a contagem efetuada após 48 horas
de incubação. Sete cepas foram caracterizadas como Lactobacillus plantarum (heterofermentativa
facultativa) e três cepas como L. brevis (heterofermentativa obrigatória). Entre as cepas caracterizadas como
L. plantarum, as denominadas UFLA SIL 13.4 e 13.8 apresentaram padrão de fermentação de carboidratos
diferentes das demais. Os valores de pH não diferiram entre os tratamentos (P=0,91), mas variou ao longo do
período fermentativo (P<0,01). A maior população final de BAL foi observada no tratamento controle (8,02
log ufc/ g silagem) que não diferiu dos tratamentos com as cepas UFLA SIL 9.2, 11.5, 10.2, 10.4 e 13.4. Foi
observada interação entre tratamento e dias de ensilagem sobre a população de leveduras. O tratamento com
as cepas de L. brevis reduziu o número desse microrganismo durante a fermentação, sendo esses tratamentos
os que resultaram em silagens com melhor qualidade.
Apoio Financeiro:CNPq, CAPES, FAPEMIG
130
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE ACTINOBACTÉRIAS COM ATIVIDADE ANTIFÚNGICA
CONTRA ESPÉCIES DE Candida
Cristina Spadari, Elisandra Minotto*, Themis Antunes, Sueli Van Der Sand
* Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia/ ICBS/ UFRGS.
Sarmento Leite, 500. Laboratório 209. [email protected]
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
Os membros do gênero Candida são reconhecidos como as leveduras mais usualmente envolvidas na
etiologia de infecções micóticas. O tratamento dessas doenças acaba se tornando difícil pelo baixo número
de antifúngicos existentes e pelo surgimento de resistência desses micro-organismos às drogas utilizadas.
Sabe-se que as bactérias do grupo dos actinomicetos são conhecidas por produzirem metabólitos secundários
com grande potencial antibacteriano e antifúngico, assim,este trabalho tem como objetivo avaliar a atividade
antifúngica de 25 isolados de actinomicetos contra os isolados deCandidaalbicans, C. glabrata, C.
dubliniensis, C. parapsilosis, C. kruseie C. tropicalisde origem clínica.Para isso, foi realizado o ensaio de
dupla-camada em meio agar amido caseína (ACA), onde foram selecionadas as bactérias com potencial de
inibição.Osisolados que mostraram atividade foram submetidos àotimização da produção do composto ativo
em cultura submersa, foram avaliados a cada 24h durante oito dias em meio ISP2, AC e Bennet. Em seguida,
foram testados nas temperaturas de 25, 30, 35 e 40ºC. A atividade antifúngica foi observada através do índice
de antibiose (IA), determinado pela relação halo/colônia, obtida pela equação: média do diâmetro do
halo/média do diâmetro da colônia.No ensaio de dupla-camada os isolados R18(6), 1S e 6(2) mostraram
atividade frente às seis espécies de Candida. No cultivo submerso, o isolado 1S não demonstrou atividade
antifúngica, o isolado 6(2) apresentou atividade nos meios ISP2 e Bennet, no entanto contra apenas algumas
espécies de Candida testadas. Todos os isolados de Candida testados mostraram-se sensíveis aos compostos
extracelulares produzidos pelo isolado de R18(6)de actinomiceto. A maior média de produção de compostos
com atividade antifúngica, em cultura submersa, do isolado R18(6) foi observada a 30°C, após 72h horas de
incubação.
Apoio Financeiro: CNPq e CAPES
131
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE COMUNIDADES MICROBIANAS
TERMOFÍLICAS LIGNOCELULOLÍTICAS
Robson de Assis Souza*, Wendel Batista da Silveira, Flávia Maria Lopes Passos
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais
A biomassa lignocelulósica, um dos recursos biológicos mais abundantes do planeta, é constituída por
polímeros de celulose, hemicelulose e lignina. Na natureza, sua degradação ocorre pela ação de enzimas
produzidas por comunidades microbianas presentes nos mais diversos ambientes, como madeira em
decomposição e esterco de gado em compostagem. Dessa forma, a seleção e identificação das espécies
presentes em consórcios microbianos lignocelulolíticos são fundamentais para se entender as complexas
interações envolvidas na degradação dessa biomassa, além de representar uma plataforma para aplicações
biotecnológicas na conversão da biomassa. Com o objetivo de selecionar consórcios microbianos
termofílicos com habilidade de decompor celulose, amostras de 10 g de esterco em compostagem e 10 g de
bagaço de cana-de-açúcar em decomposição foram inoculadas, separadamente, em Erlenmeyers contendo
100 mL de solução Peptona-Celulose, acrescida de 1% (p/v) de bagaço de cana e uma fita de papel filtro (2,0
x 7,0 cm). Os frascos foram incubados a 55 °C sem agitação. Com cerca de três dias, se verificou a
degradação da fita de papel e então 1,0 mL da solução foi transferido para um novo frasco com meio de
cultura esterilizado. Esse procedimento foi repetido sucessivas vezes a fim de se preservar os consórcios
selecionados. Após extração do DNA total dos micro-organismos de cada cultivo, os genes 16S rRNA e 18S
rRNA foram amplificados e analisados em eletroforese em gel com gradiente desnaturante. Detectaram-se
oito bandas do gene bacteriano e três do gene de fungos na comunidade proveniente do esterco. Na
comunidade oriunda do bagaço foram detectadas sete e quatro bandas, respectivamente. Para se identificar os
micro-organismos presentes nos cultivos, esses fragmentos serão sequenciados.
Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.
132
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SÍNTESE DE CICLODEXTRINA GLICOSILTRANSFERASE POR BACTÉRIAS
ISOLADAS DE SOLOS DE CULTURA DE MANDIOCA E ÁGUA DE MANIPUEIRA
Sheila L. A. Coelho* e Marcia L. Cazetta
*Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Campus de Cruz das Almas-BA, Centro, CEP: 44380-000.
[email protected]
Ciclodextrina glicosiltransferase (CGTase; EC 2.4.1.19) é a enzima responsável pela conversão do amido em
ciclodextrinas. Estes açúcares pertencem à família dos maltooligossacarídeos não redutores, cujo arranjo
estrutural é composto de 6, 7 e 8 unidades de glicose, unidas por ligações do tipo α-1,4, formando estruturas
cíclicas denominadas α-, β- e γ-ciclodextrina, respectivamente. A formação de complexos de inclusão com
uma infinidade de substâncias faz desses compostos excelentes candidatos a diversas aplicações industriais,
melhorando as características físico-químicas das moléculas-hóspedes. As ciclodextrinas possuem inúmeras
aplicações biotecnológicas, principalmente nas indústrias alimentícia, cosmética e farmacêutica, química
analítica, biorremediação, bioconversão e fermentação. A produção de CGTase tem sido estudada em
inúmeras linhagens de bactérias, mas predominantemente em espécies do gênero Bacillus. O presente estudo
visa isolar bactérias produtoras de CGTase de solos de culturas de mandioca (Manihot esculenta Crantz)
irrigados e não irrigados com água de manipueira, além de lagoas de descarte de casas de farinha da região
de Cruz das Almas. O isolado identificado como melhor produtor da enzima será utilizado em testes de
fermentação com diferentes fontes de carbono: fécula de mandioca, farinha de mandioca e água de
manipueira. Também será utilizada a milhocina como fonte de nitrogênio. O estudo da produção de CGTase
será realizado por meio de Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR), de acordo com a matriz do
planejamento fatorial 22. As condições de fermentação serão pH 10,0, agitação 150 rpm e temperatura 35ºC,
segundo Alves Prado et al. (2002) modificada. A atividade enzimática será determinada segundo Mäkelä et
al. (1988) e a biomassa por meio de densidade ótica, a 600nm. Também será realizada a caracterização
enzimática, por meio da qual serão determinados os perfis de temperatura ótima, estabilidade térmica e pH
ótimo. Espera-se com este estudo o isolamento de bactérias com potencial industrial para a produção de
CGTase.
Referências Bibliográficas:
ALVES PRADO et al. Seleção de microrganismos produtores de ciclodextrina glicosiltransferase (CGTase), produção e
caracterização da enzima. Brazilian Journal of Food Technology, v. 5, p. 189-196, 2002.
ASTRAY et al. Factors controlling flavors binding constants to cyclodextrins and their applications in foods. Food
Research International, v. 43, p.1212-1218, 2010.
BENDER, H. Production, characterization, and application of cyclodextrins. Advances in Biotechnological Processes,
v. 6, p. 31-71, 1986.
BERTOLINI et al. Fécula e farelo de mandioca como substrato na produção de ciclodextrinas. Ciência e Tecnologia de
Alimentos, Campinas, v. 18, n. 2, maio-jul., 1998.
COSTA et al. Metodologia de seleção de cepas para produção da ciclodextrina glicosiltransferase e para purificação da
enzima. Acta Scientiarum: Health Science., v. 29, n. 1, p. 45-50, 2007.
DEL VALLE, E. M. M. Cyclodextrins and their uses: a review. Process Biochemistry, Salamanca, v. 39, p. 10331046, 2004.
MÄKELÄ et al. Nonchromatographic cyclodextrin assays: evaluation of sensitivity, and conversion mixture
applications. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 36, p. 83-88, 1988.
SZENTE, L., SZEJTLI, J. Cyclodextrins as food ingredients. Trends in Food Science and Technology, v. 15, p. 137142, 2004.
Apoio Financeiro: CAPES
133
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SOLUBILIZAÇÃO DE FOSFATO POR BACTÉRIAS ASSOCIATIVAS FIXADORAS DE
NITROGÊNIO ORIUNADAS DE SOLOS DO CERRADO
Maiara P. Santos* 1; Natana C. de Castro2; Ligiane A. Florentino1; Fatima M. S.Moreira2
1
Departamento de Biologia
Departamento de Ciências do Solo -Laboratório de Microbiologia e Bioquímica do Solo
Universidade Federal de Lavras- Lavras, MG
2
O fosforo constitui-se em um macronutrientes mais utilizados pelas plantas, no entanto, nos solos, grande
parte deste elemento encontra-se ligado a elementos químicos, como o Cálcio (Ca2+), Ferro (Fe3+) e
Alumínio (Al3+), tornando-se indisponível para as plantas. Alguns microrganismos, como fungos e bactérias,
são capazes de solubilizar o fosfato do solo e disponibilizá-lo para as plantas, sendo uma alternativa à
redução do uso de fertilizantes fosfatados. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a capacidade de 21
estirpes de bactérias associativas fixadoras de nitrogênio (BAFN) em solubilizar fosfato de Ca 2+ e de Al3+.
As bactérias foram cultivadas no meio GNA e o inóculo foi padronizado utilizando-se a escala Mc Farland nº
2. Vinte microlitros da suspensão de células foram inoculadas em quatro pontos da placa, sendo que cada
estirpe foi utilizada duas placas, totalizando oito repetições. O meio utilizado para a solubilização de fosfato
de Ca2+ foi o NBRIP e o meio de solubilização de fosfato de Al3+, o GES. A cada três dias, com o auxilio de
um paquímetro digital, foi medido o diâmetro do halo de solubilização, no período de 15 dias. A partir das
medidas, foi obtido o índice de solubilização (IS) e classificados pela sua capacidade de solubilização como:
baixa (IS<2 mm), média (2≤IS<4 mm) e alta (IS>4 mm). Também foram classificados como precoces
(solubilização até o terceiro dia), tardios (solubilização a partir do terceiro dia) e não solubilizadores (não
apresentaram solubilização visível até o 15º dia). Das 21 estirpes estudadas, duas não apresentaram
crescimento em ambos os meios. No meio NBRIP, apenas uma estirpe foi classificada como não
solubilizadora, e no meio GES, três estirpes foram não solubilizadoras. Os outros isolados cresceram e
solubilizaram fosfato em ambos osmeios, porém o IS foi baixo (IS<2). No meio NBRIP, todas as estirpes
que solubilizaram apresentaram o crescimento precoce, e no meio GES as estirpes se apresentaram com
crescimento tardio. A maioria das estirpes de BAFN foi capaz de solubilizar o fosfato de Ca2+ e de Al3,
podendo indicar que além do nitrogênio, pode contribuir parcialmente com o fósforo para o desenvolvimento
vegetal.
Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, Projeto Biota Minas.
134
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS, GENES DE RESISTÊNCIA E PERFIS DE
MACRO- RESTRIÇÃO DE ISOLADOS DE Actinobacillus pleuropneumoniae DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
Carolina Maria de Araújo dos Santos*1; Lorena Vívien Neves de Oliveira1; Anna Karolina Soares Silva1;
Marisa Vieira de Queiroz1, Hilário Cuquetto Mantovani1; Denise Mara Soares Bazzolli1.
1
Laboratório de Genética Molecular de Micro-organismos, Departamento de Microbiologia, BIOAGRO,
Universidade Federal de Viçosa- UFV, Viçosa, Minas Gerais. *E-mail: [email protected]
Actinobacillus pleuropneumoniae é o agente causal da pleuropneumonia suína, uma doença altamente severa
e contagiosa, responsável por grande parte das perdas econômicas da indústria de suínos em todo o mundo.
Há dois biotipos de A. pleuropneumoniae e atualmente 15 sorotipos são conhecidos. A prevalência de
determinados sorotipos varia com a localização geográfica, e alguns sorotipos são mais virulentos que
outros. Neste contexto, a sorotipagem é utilizada para o monitoramento epidemiológico da doença em
rebanhos de suínos e para auxiliar nas medidas de prevenção, terapia e erradicação. Entretanto, os métodos
de sorotipagem convencionais não fornecem informações acerca da relação genética entre os isolados. Logo,
a realização de técnicas de tipagem molecular contribuirá para o entendimento das relações genéticas,
evolução, variabilidade e dinâmica dessas populações bacterianas. Além disso, uma vacina segura e que
ofereça proteção satisfatória contra infecções por A. pleuropneumoniae ainda não foi desenvolvida.
Consequentemente, a terapia rápida e adequada com antimicrobianos continua sendo a estratégia mais
comum e efetiva para controle e tratamento da doença no campo. Muitos agentes antimicrobianos são
empregados clinicamente, entretanto, vários perfis de resistências a esses agentes são observados em muitos
estudos entre linhagens de diferentes locais geográficos, sorotipos e períodos de tempo. Porém, a situação
atual do Brasil, especificamente de Minas Gerais, é desconhecida. Sendo assim, um tratamento efetivo
requer informações detalhadas das atividades antimicrobianas desses agentes, sendo importante entender por
quais mecanismos ocorrem essas resistências, a fim de auxiliar o controle da doença. Visto isso, os objetivos
deste trabalho serão determinar os perfis de susceptibilidade de isolados clínicos de A. pleuropneumoniae a
diferentes agentes antimicrobianos por microdiluição em placa, estabelecendo a Concentração Inibitória
Mínima desses agentes; identificar e analisar a distribuição dos genes de resistência por PCR e Southern blot;
e investigar as relações genéticas dos isolados pela técnica de Pulse Field Gel Electrophoresis.
Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
135
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
SUSCETIBILIDADE ANTIMICROBIANA E VIRULÊNCIA EM ESTIRPES DE
Enterococcus faecalis
Camila de Souza Carneiro* 1, Norma Suely Evangelista Barreto 2
*Autora para correspondência: Rua Amado Queiroz, 565 Bairro Tabela – Cruz das Almas Bahia.
[email protected]
2
Orientadora do projeto - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
1
As bactérias do gênero Enterococcus são cocos Gram-positivo, catalase negativa e anaeróbios facultativos
que podem ser encontrados no solo, em alimentos, na água e animais. Crescem em ambientes com
concentrações de sal de ate 6,5%, pH entre 4,0 e 9,6 e temperatura de 10 a 45oC, o que permite seu
isolamento em ambientes marinhos e em frutos do mar. Quando relacionadas aos alimentos, este gênero
possui caráter ambíguo, uma vez que além de serem usados na produção de alimentos como queijos e
produtos cárneos fermentados, podem atuar como patógenos oportunistas relacionados a quadros de
infecções nosocomiais da corrente sanguínea, do sistema nervoso central, do trato urinário e do coração. O
tratamento terapêutico desse grupo de bactérias é considerado difícil por apresentarem resistência intrínseca
a algumas classes de antimicrobianos, além da capacidade em adquirir multiresistência. Neste contexto
torna-se necessário avaliar o perfil de sensibilidade a diferentes antimicrobianos bem como avaliar os fatores
de virulência de estirpes de Enterococcus faecalis isolados de amostras ambientais e de alimentos
provenientes da região do Recôncavo da Bahia, conhecida por seu forte apelo turístico. Para isso serão
realizados testes para determinar o perfil fenotípico de suscetibilidade aos antimicrobianos comerciais
ampicilina, ciprofloxacina, gentamicina, vancomicina, imipinem, nitrofurantoina e tetraciclina. Para a
determinação dos fatores de virulência serão realizados testes de produção de gelatinase, homolisina, DNase
e lípase. Serão verificados ainda a presença de genes codificadores de virulência do tipo gelatinase (gelE),
citolisina (cylA, cylB e cylM), agregação de substancias (agg), proteínas de superfície (esp), aderência da
parede celular (efaAfs e efaAfm) e ferormônios sexuais (cpd, cob e ccf). Com este estudo buscar-se-à obter
maiores informações cerca desse grupo de bactérias um vez que as regiões litorâneas têm apresentado
elevada poluição ambiental pela ação antrópica contra a natureza, alem de expor a população a estirpes
patogênicas.
136
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
TEOR DE GLOMALINA FACILMENTE EXTRAÍVEL E TOTAL EM SOLOS DE UMA
FLORESTA NEBULAR EM ITAMONTE, MINAS GERAIS
Jullyanna N. de Carvalho*; Letícia S. Pereira; Fernanda de Carvalho; Patrícia L. Leal; Fatima M. S. Moreira
*Universidade Federal de Lavras, Departamento de Ciência do Solo, Setor de Microbiologia e Bioquímica
do Solo, Campus Universitário, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000, Lavras, Minas Gerais.
[email protected]
Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) são membros importantes do sistema solo-planta, uma vez que a
própria diversidade desses fungos está intimamente ligada à diversidadee à produtividade de comunidades
vegetais. Os FMA são capazes de produzir glomalina, uma glicoproteína que contribui na formação de
agregados estáveis, no seqüestro de metais pesados e funciona como um reservatório de C e N nos solos.
Diante disso, este trabalho teve por objetivo quantificar os teores de glomalina facilmente extraível (GFE) e
de glomalina total (GT) de solos provenientes de uma Floresta Nebular na Serra da Mantiqueira situada na
região de Itamonte, MG. Os solos foram coletados na profundidade de 0-20cm próximos das raízes
totalizando 24 amostras compostas formadas cada uma delas por 18 amostras simples. A extração de
glomalina foi realizada segundo Wright & Upadhyaya (1998) e quantificado de acordo com Bradford
(1976). Os teores encontrados de GT foram entre 1,9 e 7 mg.g-1 de solo. Quanto ao teor de GFE, a
quantidade mínima foi de 1,9 mg. g-1 e a máxima de 4,2mg.g-1 . Comparando com outros ecossistemas, o
teor de glomalina encontrado no solo da Floresta Nebular em estudo é substancialmente maior do que o
obtido por Bird et al. (2002) no semi-árido do Novo México, 0,3-0,6 mg.g-1 de solo. Porém, é menor do que
o obtido de fragmentos de Mata Atlântica (Melo 2004), 22 mg.g-1 de solo, mas essa discrepância pode ser
explicada pela quantidade de matéria orgânica presente nesta área, o que segundo Rosier et al. (2006)
superestima os valores de proteína do solo relacionada a glomalina. Vale ressaltar ainda que os fatores
envolvidos no controle da produção de glomalina no ambiente ainda não são claros, porém concentrações de
nutrientes, clima e possivelmente a diversidade de FMA, bem como hospedeiro e sua produtividade, podem
influenciar a deposição e dessas proteínas no solo (Rillig et al, 2001).
Referências Bibliográficas:
BIRD, S.B., HERRICK, J.E., WANDER, M.M. & WRIGTH, S.F. 2002. Spatial heterogeneity of aggregate stability and
soil carbon in semi-arid rangeland. Environmental Pollution 116:445-455.
BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantities of protein utilizing the
principle of protein-dye binding. Anal. Biochem., v. 72, p. 248, 1976.
MELO, A.M.M. 2004. Fungos micorrízicos arbusculares (Glomeromycota) em fragmentos de Mata Atlântica no centro
de endemismo Pernambuco. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
RILLIG, M.C., WRIGHT, S.F., NICHOLS, K.A., SCHMIDT, W.F. & TORN, M.S. 2001. Large contribution of
arbuscular mycorrhizal fungi to soil carbon pools in tropical forest soils. Plant and Soil 233:167-177.
ROSIER, C.L., HOYE, A.T. & RILLIG, M. 2006. Glomalin related soil protein: assessment of current detection and
quantification tools. Soil Biology Biochemistry 38:2205-2211.
WRIGHT, S.F., UPADHYAYA, A. A survey of soils for aggregate stability and glomalin, a glycoprotein
produced by hyphae of arbuscular mycorrhizal fungi. Plant and Soil 198, 97-107, 1998.
Apoio Financeiro: CNPq
137
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
TESTE COLORIMÉTRICO NA AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE Bacillus subtilis ATCC
6633 EM MEIO LÍQUIDO COM HIDROCARBONETOS E BIODIESEL
Jaqueline M. Cruz* 1, Paulo R. M. Lopes1, Erica J. R. de Almeida1 e Ederio D. Bidoia1*
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de Biociências, Departamento de
Bioquímica e Microbiologia
*[email protected], [email protected]
1
Alguns microrganismos são capazes de biodegradar o petróleo e seus derivados, substâncias recalcitrantes
devido à presença de moléculas que persistem no ambiente por um longo tempo. Sabendo disso, buscam-se
combustíveis alternativos, como os biocombustíveis, que tem como proposta não causar danos ao ambiente,
devido à sua origem a partir de substratos renováveis. Para verificar a habilidade do microrganismo em
biodegradar uma substância, pode-se utilizaro indicador 2,6-diclorofenol-indofenol (DCPIP) como aceptor
de elétrons no meio em ensaios colorimétricos.Assim, épossível observar a mudança de cor do DCPIP de
azul (oxidado) para incolor (reduzido). No entanto, é necessário que o meio esteja livre de fonte de carbono
para avaliação do potencial de biodegradação do microrganismo. Deste modo, o caldo Bushnelhaas (BH) é
indicado por conter todos os sais necessários para o crescimento microbiano exceto a fonte de carbono
(BIDOIA et al., 2010). Neste contexto, o objetivo do estudo foi avaliar o potencial biodegradador deBacillus
subtilis ATCC 6633, em caldo BH com petróleo, óleo diesel puro e biodiesel de origem animal por meio de
ensaios colorimétricos com DCPIP. A solução indicadora de DCPIP utilizada foi de concentração igual a 1,0
g.L-1. A cultura de Bacillus subtilis ATCC 6633 foi reativada em 100 mL de meio caldo nutriente mantido
por 24 h a 35 ºC a 150 rpm. A partir deste inóculo, foram feitas 2 diluições em tubos de ensaio contendo 9,0
mL de caldo BH adicionados a 1,0 mL do inóculo nos tubos sucessivamente (10-2 e 10-3). A cada diluição foi
adicionado 50 µL do contaminante e 480 µL da solução de DCPIP. Os tubos foram mantidos em estufa a 35
°C e foram realizadas três medidas de absorbância em espectrofotômetro no comprimento de onda 600 nm
(Abs600). As leituras seguiram os intervalos determinados: tempo 0 (0 h), tempo 1 (24 h) e tempo 2 (48 h). A
partir das medidas de absorbância, observou-se maior redução de coloração no ensaio com biodiesel a
concentração de microrganismos de 10-2. Neste ensaio, a redução da concentração de DCPIP foi de 70%. No
entanto, nenhum dos ensaios tornou-se totalmente incolor após 48 h. Este fato pode ser devido a
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, de alto peso molecular existentes no petróleo e no diesel que são de
difícil biodegradação (KANALY; HARAYAMA, 2000).
Referências Bibliográficas:
BIDOIA, E.; MONTAGNOLLI, R. N.; LOPES, P. R. M. Microbial biodegradation potential of hydrocarbons evaluated
by colorimetric technique: a case study. Current Research, Technology and Education Topics in Applied
Microbiology and Microbial Biotechnology, p. 1277-1288, 2010.
KANALY, R. A.; HARAYAMA,S. Biodegradation of High-Molecular-Weight PolycyclicAromatic Hydrocarbons by
Bacteria.Journal of Bacteriology, v. 182, p. 2059-2067, 2000.
Apoio Financeiro: PRH-05/ANP/FINEP/MCT, FAPESP e CAPES
138
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
USO DE ISOLADOS BACTERIANOS NO CONTROLE BIOLÓGICO DA PODRIDÃO
VERMELHA DO SISAL
Valter Magalhães* 1, Jefferson de Sá1, Phellippe Marbach1, Ana Soares1
*[email protected]
1
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas – BA
A Agave sisalana possui grande interesse econômico para o Brasil. A perfeita adaptação dessa
monocotiledônea ao clima semi-árido aliado a característica de resistência a secas prolongadas e altas
temperaturas fazem com que essa planta seja cultivada em larga escala no Nordeste brasileiro. A fibra do
sisal representa cerca de 80 milhões de dólares em divisas para o Brasil, sendo esse o maior produtor
mundial com produção anual de 119 mil toneladas. Os problemas de origem fitossanitária são os principais
causadores do declínio desta cultura, dentre esses, a podridão vermelha, causada pelo fungo Aspergillus
niger, ocasiona sérios prejuízos aos produtores. As fibras das folhas das plantas afetadas por essa doença não
podem ser comercializadas, e as plantas com sintomas morrem com o progresso da doença. Até o momento,
não há descrito nenhum tipo de tratamento para a doença. Devido à falta de medidas de controle, e a
potencialidade de utilização do controle biológico, o principal objetivo do presente trabalho é avaliar o uso
de cepas bacterianas no controle biológico da podridão vermelha. Espera-se obter informações a cerca da
relação antagonista dos isolados bacterianos em estudo com A. niger em condições in vitro e em casa de
vegetação; obter isolados que possam controlar a podridão vermelha do sisal em condições de casa-devegetação; verificar se os isolados testados colonizam as mudas de sisal; reunir dados concretos sobre a
possível utilização dessas bactérias no controle da doença. Como resultado, pretende-se obter, pelo menos
um isolado com potencial para futuros testes de formulação de microrganismos, e aplicação em plantas nas
condições de campo na região sisaleira da Bahia.
Referências Bibliográficas:
BARRA, V. R.; SILVA. R.; FERRAZ, H. G. M.; MACAGNAM, D.; SILVA, H. S. A.; MOURA, A. B.; HALFELDVIEIRA, B. A.; MENDONÇA, H. L.; VIEIRA JR., J. R. Potencialidade antagonística detectada em alguns procariotas
agentes de biocontrole de enfermidades de plantas. Summa phytopathologica, Botucatu, v. 34, n. 2, jun. 2008.
COUTINHO, W. M.; LUZ, C. M.; SUASSUNA, N. D.; SILVA, O. R. R. F.; SUINAGA, F. A. A podridão do tronco
do sisal. Campina Grande, PB: Embrapa Algodão, Nov. 2006a, 4 p. (Embrapa Algodão. Comunicado Técnico, 281).
MATTOSO, L. H. C.; FERREIRA, F. C. & CURVELO, A. A. S. - “Lignocellulose-Plastic Composites”, Leão, A. L.;
Carvalho, F. X.; Frollini, E. (ed.), USP & UNESP, São Paulo (1997).
MEDINA, J. C. - “O sisal”, Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, São
Paulo (1954).
MELO, I.S.; AZEVEDO, J.L. eds. Controle Biológico, v. 1, 264p. Embrapa Meio Ambiente, Documento 11. 1998.
SILVA, O. R. R. da. O agronegócio do sisal no Brasil. Brasília, DF: Embrapa, 1999.
Apoio Financeiro: CAPES
139
Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
UTILIZAÇÃO DE ANTIBACTÉRIANO E ANTIFÚNGICO PARA ELIMINAÇÃO DE
CONTAMINATES NA AVALIAÇÃO DE CONTROLE DE QUALIDADE DE
INOCULANTES COMERCIAS PARA A SOJA
Bruna Mayrinck De Freitas* 1; Márcia Rufini1; Paula Rose De Almeida Ribeiro1; Leonardo De Paiva
Barbosa1; Ricardo Henrique Barbosa1; Fatima Maria De Souza Moreira1
1
Laboratório de Microbiologia do Solo - Universidade Federal de Lavras - Lavras - MG
A produção comercial de inoculantes para leguminosas requer um efetivo sistema de controle de qualidade
que promova sucesso no plantio da cultura de interesse. O crescimento excessivo de contaminantes pode
superestimar ou subestimar o número de células das estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio nodulíferas
de leguminosas - BFNNL no inoculante, comprometendo sua qualidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar
a eficiência do antifúngico ciclohexamida associado a diferentes concentrações do antibiótico vancomicina
na inibição do crescimento de contaminantes microbianos presentes em inoculantes comerciais líquidos para
soja. A ciclohexamida foi testado na concentração de 10 mg.mL-1 e a vancomicina nas concentrações de 1,0 e
2,0 mg.L-1. A ciclohexamida inibe o crescimento de fungo e a vancomicina inibe a presença apenas de
bactérias gram positivas. Os testes foram realizados a partir da contagem do número de células viáveis em
meio de cultura “79” contendo o indicador vermelho congo (0,25 g.mL-1), pH 6,8. Foram realizadas diluições
seriadas decimais (10-1 a 10-9) em solução salina (NaCl 0,85%) e alíquotas de 0,1 mL, das diluições de 10-4 a
10-9, foram adicionadas na superfície dos meios de cultura nas placas de Petri. Essas alíquotas foram
distribuídas na superfície do meio pelo método de espalhamento. Foram realizadas três repetições para cada
diluição. A incubação foi realizada em estufa a 28º C, e avaliadas durante 10 dias. Ao longo desse período foi
avaliado o tempo de crescimento das colônias, número de UFC, caracterização morfológica e ao final do
experimento teste de Gram utilizando KOH 3%.. A 1ª contagem de UFC foi realizada no 5º dia de incubação,
uma vez que bactérias do gênero Bradyrhizobium apresentam crescimento lento (4-5 dias). De acordo com as
características avaliadas, o tratamento com clicohexamida e vancomina na concentração de 2 mg.L -1
apresentou o menor número de células atípicas às estirpes presentes no inoculante, Bradyrhizobium
japonicum (SEMIA 5079) e B. elkani (SEMIA 587). Em todos os tratamentos, inclusive no controle, não foi
obervada a presença de fungos.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
UTILIZAÇÃO DE GLICERINA BRUTA NA ENSILAGEM DA CANA-DE-AÇÚCAR
Beatriz Ferreira Carvalho* 1, Jardel Neri2, Willian Pereira Santos3, Carla Luiza da Silva Ávila4,
Rosane Freitas Schwan5
1
Doutoranda em Microbiologia Agrícola, UFLA, Lavras – MG
2
Mestrando em Ciências Veterinárias, UFLA, Lavras – MG
3
Graduando em Agronomia, UFLA, Lavras – MG
4
Pós Graduanda em Zootecnia, UFLA, Lavras – MG
5
Professora Associada, DBI, UFLA, Lavras – MG
A glicerina pode ser utilizada como aditivo para compensar perdas energéticas em silagem de cana-deaçúcar. Pelas técnicas atualmente utilizadas, cada litro de biodiesel produzido gera aproximadamente 79 g do
subproduto glicerina bruta, contendo quantidades variáveis de glicerol e álcool, normalmente metanol. A
toxidez do metanol para animais tem sido descrita, entretanto não existe literatura sobre a susceptibilidade de
ruminantes a este composto. Em silagem de cana-de-açúcar aditivada com glicerina bruta contendo metanol,
a adição de leveduras metilotróficas, ou seja, com capacidade de utilizar metanol como fonte de energia,
poderia reduzir o nível de metanol ao mesmo tempo em que o valor energético da glicerina compensaria a
perda energética durante a fermentação da cana-de-açúcar. A espécie Pichia methanolica NCYC1381 é uma
levedura metilotrófica, e pode ser utilizada como potencial utilizadora do metanol. Essa levedura é incapaz
de utilizar a sacarose e o ácido lático como fonte energética, sendo assim, não estaria contribuindo para o
aumento de perdas fermentativas e prejuízos durante a fase de descarregamento do silo. Entretanto, a
segurança, a eficiência e as conseqüências da utilização da glicerina para estes fins devem ser avaliadas. Esse
projeto visa avaliar perdas, composição química e a microbiota associada à silagem de cana-de-açúcar
aditivada com glicerina. Serão utilizados tubos de PVC como silos experimentais. Os tratamentos serão
avaliados em arranjo fatorial 4 x 2 x 4, sendo: doses de adição de glicerina (0, 4, 8 e 12% MF de
cana), inoculação com levedura metilotrófica (com P. methanolica NCYC1381 e sem P.
methanolica NCYC1381) e tempos de fermentação da silagem (0, 15, 30 e 90 dias). Para que a
adição de metanol seja controlada, todos tratamentos terão a adição de metanol na dosagem de
11000 ppm e serão inoculados com inoculante microbiano L. buchneri (UFLA SIL 72) de acordo
com Ávila et al (2009).
Apoio Financeiro:CNPq, CAPES, FAPEMIG
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Anais do VII Encontro Nacional de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola
UTILIZAÇÃO DE Origanum vulgare E Ocimum basilicum COMO ANTIBACTERIANOS
NATURAIS NO CONTROLE DE Listeria monocytogenes
Alessandra P. S. Salimena*, Maria das Graças Cardoso, Luiz R. de Abreu, Roberta H. Piccoli
Universidade Federal de Lavras, Departamento de Biologia, Setor de Microbiologia,
Caixa Postal 3037, Lavras/MG
*[email protected]
A utilização de óleos essenciais para conservação de alimentos vem sendo estudada, propiciando o
desenvolvimento de técnicas que procuram reduzir os efeitos de microrganismos causadores de prejuízos às
indústrias alimentícias (Sasidharan et al., 2008). O presente estudo objetivou determinar in vitro a
Concentração Mínima Inibitória (MIC) dos Óleos Essenciais (OE) de Origanum vulgare (Orégano) e
Ocimum basilicum (Manjericão), frente à Listeria monocytogenes ATCC 19117. A extração dos OE foi
realizada pelo método de hidrodestilação (aparelho de Clevenger modificado) durante 2 horas. Após esse
período, procedeu-se a centrifugação do hidrolato (separação da fase aquosa da orgânica). A metodologia
empregada para análise da atividade antibacteriana dos OE foi realizada conforme PEREIRA et. al (2008),
com algumas modificações. Os OE foram diluídos em DMSO (Dimetil Sulfóxido) nas seguintes
concentrações em %(v/v): 0; 0,39; 0,78; 1,56; 3,12; 6,25; 12,5; 25 e 50. Os dados foram analisados
utilizando o programa estatístico SISVAR (Ferreira, 2003). Conforme os resultados expressos pela média
dos diâmetros dos halos de inibição, formados em função das diferentes concentrações dos OE sobre L.
monocytogenes, o OE de O. vulgare foi o que obteve melhor resposta antibacteriana (MIC de 3,12%)
comparado com O. basilicum (MIC de 25%). A bactéria utilizada neste estudo, L. monocytogenes, é Gram
positiva, o que pode facilitar a ação dos OE, ou seja, há maior incorporação do aditivo na parede celular
(Harpaz et al., 2003). Em estudo usando o mesmo teste realizado in vitro, Dorman & Deans (2000)
utilizaram OE de cravo da índia, orégano, gerânio e pimenta, para avaliar suas atividades sobre 25 espécies
de bactérias Gram positivas e negativas. Esses autores observaram que bactérias Gram positivas eram mais
suscetíveis aos OE estudados do que as Gram negativas. Os resultados obtidos demonstram atividade
antibacteriana dos OE testados sobre L. monocytogenes, sendo que o O. vulgare apresentou melhores
resultados.
Referências Bibliográficas:
DORMAN, H. J. D.; DEANS, S. G. Antimicrobial agents from plants: antibacterial activity of plant volatile oils.
Journal of Applied Microbiology, Oxford, v. 88, n. 2, p. 308-316, Feb. 2000
FERREIRA, D. F. SISVAR. –Sistema de análise de variância para dados balanceados: programa de análises estatísticas
e planejamento de experimentos Versão 4.6. Lavras: DEX/UFLA, 2003. Software.
HARPAZ, S.; GLATMAN, L.; DRABKIN, V.; GELMAN, A. Effects of herbal essential oils used to extend the shelf
life of fresh water reared Asian se a bass fish (Lates calcarifer). Journal of Food Protection. Ames, v. 66, n. 3, p. 410417, Mar. 2003.
PEREIRA, A. A.; CARDOSO, M. G.; ABREU, L. R.; MORAIS, A. R.; GUIMARÃES, L. G., SALGADO, A. P. S. P.
Caracterização química e efeito inibitório de óleos essenciais sobre o crescimento de Staphylococcus aureus e
Escherichia coli. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.32, n.3, p.887-893, maio/jun., 2008.
SASIDHARAN S.; ZURAINI Z.; YOGA LATHA L.; SNGETHA S.; SURYANI S. Antimicrobial activities of
Psophocarpus tetragonolobus (L.) DC extracts. Foodborne Pathogens Disease v.5, p.303-309, 2008.
Apoio Financeiro: CNPq, CAPES e FAPEMIG