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Transcrição

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VOLUME 1
As aventuras de Sherlock Holmes
VOLUME 2
As memórias de Sherlock Holmes
VOLUME 3
A volta de Sherlock Holmes
VOLUME 4
O último adeus de Sherlock Holmes
VOLUME 5
O livro de casos de Sherlock Holmes
(a sair)
VOLUMES 6 E 7
Os romances de Sherlock Holmes
em vermelho . O signo dos quatro
.Estudo
O cão dos Baskerville . O vale do medo
(a sair)
VOLUME 4
O Último Adeus de Sherlock Holmes
Edição e notas:
Leslie S. Klinger
com pesquisa adicional de Patricia J. Chui
Tradução:
Maria Luiza X. de A. Borges
Rio de Janeiro
Título original:
The New Annotated Sherlock Holmes
(Vol.2: The Return of Sherlock Holmes, His Last Bow, The Case-Book of Sherlock Holmes)
Tradução autorizada da primeira edição norte-americana
publicada em 2005 por W.W. Norton, de Nova York,
Estados Unidos, em acordo com Wessex Press, LLC.
Copyright © 2005, Leslie S. Klinger
Copyright da edição brasileira © 2007:
Jorge Zahar Editor Ltda.
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A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo
ou em parte, constitui violação de direitos autorais. (Lei 9.610/98)
Preparação de originais: André Telles
Projeto gráfico e composição: Mari Taboada
Capa: Miriam Lerner
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.
Doyle, Arthur Conan, Sir, 1859-1930
Sherlock Holmes, v.4: o último adeus de Sherlock Holmes /
D784s
v.4 Arthur Conan Doyle. — Ed. definitiva, comentada e il. — Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
il.
Tradução de: The new annotated Sherlock Holmes, v.2: The
return of Sherlock Holmes; His last bow; The case-book of Sherlock Holmes
ISBN 978-85-7110-984-1
1. Holmes, Sherlock (Personagem fictício) - Ficção. 2. Watson,
John H. (Personagem fictício) - Ficção. 3. Detetives particulares
- Inglaterra - Ficção. 4. Ficção policial inglesa. I. Klinger, Leslie.
II. Borges, Maria Luiza X. de Almeida (Maria Luiza Xavier de Almeida), 1950-. III. Título. IV. Título: O último adeus de Sherlock
Holmes.
CDD: 823
07-0688
CDU: 821.111-3
S UMÁRIO
O Ú LTIMO A DEUS DE S HERLOCK H OLMES
Prefácio
9
11
Vila Glicínia
13
O Círculo Vermelho
50
“A mensagem secreta”
76
Os Planos do Bruce-Partington
78
“Uma iminente mudança de governo” 116
“Guerra naval” 117
“Os motetos polifônicos de Lassus” 119
O Detetive Moribundo
121
O Desaparecimento de Lady Frances Carfax
“Eles poderiam enterrá-la...”
O Pé do Diabo
Seu Último Adeus
142
171
175
206
Sociedades sherlockianas em funcionamento 229
A web sherlockiana 249
Sobre Leslie S. Klinger 253
VOLUME 4
O ÚLTIMO ADEUS DE SHERLOCK HOLMES
1
1. A primeira edição inglesa do volume de contos intitulado His Last Bow foi publicada por John Murray em
22 de outubro de 1917; 10.684 exemplares foram impressos. Uma edição Colonial de 10.122 exemplares foi
publicada simultaneamente pela G. Bell and Sons, Ltd. A primeira edição americana foi publicada pela George
H. Doran Company no mesmo mês.
P REFÁCIO
O
s amigos de Mr. Sherlock Holmes gostarão de saber que ele continua vivo e bem,
embora um pouco prejudicado por ataques ocasionais de reumatismo.1 Ele vive há
muitos anos numa fazendola nos Downs,2 a oito quilômetros de Eastbourne, onde divide
seu tempo entre a filosofia e a agricultura. Durante esse período de repouso, recusou as
mais principescas ofertas para assumir vários casos, tendo decidido que sua aposentadoria
tinha caráter permanente. A aproximação da guerra alemã levou-o, contudo, a pôr sua
notável combinação de atividade intelectual e prática à disposição do governo, com resultados históricos que são narrados em “Seu último adeus”. Várias experiências anteriores,
que haviam permanecido muito tempo em meu portfolio, foram acrescentadas a O último
adeus de Sherlock Holmes de modo a completar o volume.3
Dr. John H. Watson
1. O reumatismo de Holmes é estudado em detalhe no penetrante livro de Rosemary Michaud, “All in Your
Hands, Mr. Holmes”. A partir dos indícios encontrados no Cânone, Michaud conclui que a artrite de Holmes era
nas mãos e que ela se agravou depois do Grande Hiato. Isso explica por que Holmes praticamente abandonou o
violino e talvez explique sua incapacidade de evitar o ataque a Watson em “Os três Garrideb”. O incidente, afirma
Michaud, revelou para Holmes de uma vez por todas que ele não podia mais dar continuidade a certos aspectos
de seu trabalho de detetive sem pôr Watson e a si mesmo em perigo e o levou a se aposentar pouco depois. John
Hall, no entanto, em Sidelights on Holmes, sugere que Watson está enganando deliberadamente o leitor aqui,
para acobertar as atividades de espionagem de Holmes depois do “O último adeus”.
2. Detalhes posteriores revelam que Watson refere-se aqui aos South Downs ou Sussex Downs, cadeia de morros
de greda que divide o condado de Sussex em distrito litorâneo e distrito florestado.
3. “A caixa de papelão”, que apareceu primeiro em livro após “Vila Glicínia”, foi restaurada a seu lugar de direito
em Memórias de Sherlock Holmes. Ver vol.2, “A caixa de papelão”.
11
O único dos sete novos casos relatados em O último adeus de Sherlock Holmes a ocorrer antes do
desaparecimento do Mestre em 1891, “O detetive moribundo” (que os estudiosos situam em geral entre
1887 e 1890) provocou controvérsias acerca do cruel tratamento que Holmes dispensa ao seu melhor amigo,
o dr. Watson. Aqui ele finge estar doente para enganar um assassino. Ao fazê-lo, não só permite que Watson
acredite que está morrendo, como aparenta denegrir os talentos do amigo como médico. Embora a captura
do criminoso por Holmes seja inegavelmente dramática, é a tensão na relação entre ele e Watson que nos
prende a atenção. A mentira que Holmes prega em Watson prenuncia seu logro muito maior (e mais cruel) em
“O problema final” em 1891, quando deixou que o médico acreditasse durante três anos que ele, Holmes,
estava morto. A publicação tardia desta história pode indicar a relutância de Watson em revelar esse lado frio
do caráter de seu amado amigo.
1. Um fac-símile do manuscrito de “The Dying De-
M
rs. Hudson, a senhoria de Sherlock Holmes, era uma
tective” de Sir Arthur Conan Doyle foi publicado em
1991. Há pequenas diferenças textuais entre o manuscrito datado de 27 de julho de 1913 e a versão finalmente publicada na Strand Magazine em dezembro
de 1913; as diferenças significativas são registradas
abaixo.
mulher muito paciente. Não só seu apartamento no térreo
2. Que diferença da situação em que Holmes se encontrava em Estudo em vermelho! Em 1878, o custo
dos quartos em Baker Street era “demais para a bolsa
de Holmes”, que assim tratou de dividir as despesas
com Watson. A renda de Watson de 11 xelins e seis
pence por dia levava-o à mesma necessidade; podese supor portanto que a renda de Holmes na época
era próxima da do médico. Não é possível determinar
quanto Watson ganhava na época com seus escritos;
Arthur Conan Doyle ficou rico em decorrência de seu
envolvimento com o dr. Watson, mas nada se sabe
acerca dos acordos financeiros entre eles.
sua vida que deviam submeter sua resignação a uma rude
era invadido a toda hora por hordas de figuras singulares e
com freqüência indesejáveis, como seu extraordinário inquilino mostrava uma excentricidade e uma irregularidade em
prova. Seu incrível desmazelo, seu costume de tocar violino
em horas inusitadas, sua ocasional prática de tiro ao alvo
dentro de casa, seus esquisitos e muitas vezes malcheirosos
experimentos científicos e a atmosfera de violência e perigo
que o envolvia faziam dele sem dúvida o pior inquilino de
Londres. Por outro lado, ele a pagava principescamente.2
Não tenho dúvida de que a casa poderia ter sido comprada
pelo preço que Holmes pagou por seus aposentos durante
os anos que passei com ele.
A senhoria nutria o mais profundo respeito por ele e
nunca ousava interferir em sua vida, por mais ultrajante que
a sua conduta pudesse parecer. Gostava dele, também, por-
121
que era de notável gentileza e cortesia ao tratar com mu-
3. Gustave Doré e Blanchard Jerrold, em seu magnífico
nha vida de casado e me contou sobre o triste estado a que
London: A Pilgrimage (1872), descrevem Rotherhithe,
a vizinhança dos estaleiros do Tâmisa, como “lugares
miseráveis, imundos”, com “casas baixas e pobres, em
meio a indolentes vagabundos ribeirinhos”, e observam “a intensidade da temeridade sórdida” da área. Os
moradores de Rotherhithe não tinham muito que fazer
com “janotas” ou “gente do West End”, e poucos londrinos se aventuravam ali à noite desacompanhados.
meu pobre amigo estava reduzido. “Ele está morrendo, dr.
4. Que quarto é esse? William S. Baring-Gould o iden-
lheres. Tinha antipatia e desconfiança delas, mas era um
adversário cavalheiresco. Sabendo como a estima de Mrs.
Hudson por ele era genuína, ouvi sua história com atenção
quando ela foi ao meu apartamento no segundo ano de mi-
Watson”, disse ela. “Faz três dias que vem definhando e
duvido que passe de hoje. Não quis me deixar chamar um
médico. Esta manhã, quando vi os ossos ficando salientes
em seu rosto e seus olhos grandes e brilhantes me fitando,
não pude mais suportar aquilo. ‘Com ou sem a sua permissão, Mr. Holmes, vou chamar um médico agora mesmo’,
disse eu. ‘Então que seja o Watson’, respondeu ele. Acho
que deve ir agora mesmo, doutor, ou corre o risco de não
o pegar vivo.”
Fiquei horrorizado, porque não tinha tido nenhuma
notícia de sua doença. Não preciso dizer que corri para
pegar meu paletó e meu chapéu. No carro, a caminho de
Baker Street, pedi detalhes.
“Não posso lhe contar muita coisa, doutor. Ele andou
trabalhando num caso em Rotherhithe,3 numa viela perto do rio, e trouxe essa doença de volta consigo. Caiu de
cama na tarde da quarta-feira e não se levantou mais. Durante estes três dias não comeu nem bebeu nada.”
“Meu Deus! Por que não chamou um médico?”
“Ele não quis, doutor. Sabe como é autoritário. Não
ousei desobedecê-lo. Não ficará muito tempo neste mundo, como logo o senhor verá com seus próprios olhos.”
Holmes pareceu realmente um espetáculo deplorável.
Na luz baça de um dia enevoado de novembro, o quarto do
doente4 era um lugar sombrio, mas o que me deu um ca122
SHERLOCK HOLMES
tifica como o quarto de dormir de Holmes, como o faz
Watson, que se refere a ele explicitamente como tal ao
dizer que ouviu “a porta do quarto de dormir ser aberta
e fechada”. Julian Wolff, contudo, afirma em “I Have
My Eye in a Suite in Baker Street” que se trata da sala
de estar convertida em quarto de doente.
5. A “héctica” é uma febre flutuante mas persistente-
mente recorrente.
6. Trabalhador não especializado vindo da Ásia, em
geral da Índia ou da China (da palavra hindi kuli, uma
tribo aborígene; ou do tâmil kuli, que significava “salários”). Na década de 1840, a abolição da escravidão
levou os empregadores nas colônias britânicas a se valerem cada vez mais da mão-de-obra barata fornecida
pelos cules. Esses trabalhadores assinavam contratos
comprometendo-se a trabalhar por cinco anos (embora o prazo variasse) em troca de salários mínimos e do
custo da passagem. As condições durante a viagem,
em particular para os cules chineses, eram horrendas:
milhares morriam a bordo dos navios. Ocasionalmente, cules eram seqüestrados e forçados a trabalhar. A
Índia britânica proibiu a emigração de seus trabalhadores não especializados em geral em 1922; outros
países, como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, ressentiram-se do fluxo de mão-de-obra barata
e, perto do final do século XIX e início do século XX,
começaram a aprovar leis destinadas especificamente
a impedir a entrada de imigrantes chineses em seus
territórios.
7. Segunda maior ilha da Indonésia, Sumatra foi cobi-
çada e disputada pelos britânicos e os holandeses durante todo o século XIX. Os holandeses, tendo chegado primeiro, em 1596, reivindicavam seus direitos
e no início do século XX impuseram sua autoridade
administrativa e econômica sobre a ilha.
lafrio foi aquele rosto macilento e devastado olhando para
mim da cama. Seus olhos tinham o brilho da febre, havia um rubor héctico5 nas suas faces e crostas escuras em
seus lábios; as mãos magras sobre a colcha crispavam-se
constantemente e a voz era áspera e espasmódica. Quando
entrei no quarto estava deitado apaticamente, mas minha
aparição despertou um lampejo de reconhecimento em
seus olhos.
“Bem, Watson, parece que estamos em maus lençóis”,
disse ele, com uma voz débil, mas com algo de seu velho
jeito negligente.
“Meu caro amigo!” exclamei, aproximando-me.
“Não se aproxime! Fique aí!” gritou ele, com a imperiosidade brusca que eu só associava a momentos de crise. “Se chegar perto de mim, Watson, vou mandar que saia desta casa.”
“Mas por quê?”
“Porque é o meu desejo. Isto não basta?”
Sim, Mrs. Hudson estava certa. Ele estava mais autoritário que nunca. Dava pena, contudo, ver seu depauperamento.
“Só quis ajudar”, expliquei.
“Exatamente! Ajudará melhor fazendo o que eu mandar.”
“Com certeza, Holmes.”
Suas maneiras tornaram-se menos ríspidas.
“Não está zangado?” perguntou, arquejando.
Pobre coitado, como eu poderia estar zangado vendo-o
prostrado diante de mim naquela situação?
“É para o seu próprio bem, Watson”, gemeu ele.
“Para o meu bem?”
“Sei qual é o meu problema. É uma doença dos
cules6 de Sumatra7 — um mal sobre o qual os holandeses sabem mais que nós, embora lhe tenham dado pouca
O D ETETIVE M ORIBUNDO
123
importância até hoje. Só uma coisa é certa. É infalivelmente mortal e horrivelmente
contagioso.”
Falava agora com uma energia febril, as mãos longas crispando-se e contraindo-se
em espasmos ao fazer gestos para que eu me afastasse.
“Isto é, contagioso pelo toque, Watson... sim, pelo toque. Fique a distância e tudo
estará bem.”
“Céus, Holmes! Supõe que uma consideração desse tipo pode me deter sequer
por um instante? Ela não me afetaria no caso de um estranho. Imagina que isso me
impediria de cumprir meu dever para com um velho amigo como você?”
Avancei de novo, mas ele me repeliu com um olhar iracundo.
“Se ficar aí eu falo. Se não, terá de sair do quarto.”
Tenho tamanho respeito pelas qualidades extraordinárias de Holmes que sempre
me submeti a seus desejos, por menos que os compreendesse. Mas naquele momento
todos os meus instintos profissionais foram despertados. Que ele fosse o meu mestre
em outros lugares; pelo menos ali, num quarto de doente, eu era o dele.
“Holmes”, disse eu, “você está fora de si. Um doente não passa de uma criança, e vou tratá-lo como tal. Quer goste, quer não, vou examinar seus sintomas e
medicá-lo.”
Ele me fitou com olhos malévolos.
“Se vou ter um médico, quer queira ou não, deixe-me pelo menos ter alguém em
quem tenho confiança”, disse.
“Então não tem nenhuma em mim?”
“Na sua amizade, certamente. Mas fatos são fatos, Watson, e afinal de contas
você é apenas um clínico geral com experiência limitada e qualificações medíocres. É
doloroso ter de dizer estas coisas, mas você não me deixa escolha.”
Fiquei profundamente magoado.
“Essa observação é indigna de você, Holmes. Ela me mostra muito claramente o
estado dos seus nervos. Mas se não tem nenhuma confiança em mim, não lhe imporei meus serviços. Deixe-me trazer Sir Jasper Meek ou Penrose Fisher, ou algum dos
melhores homens em Londres. Mas precisa ser visto por alguém, e isto é definitivo. Se
pensa que vou ficar aqui vendo-o morrer sem nem ajudá-lo eu mesmo, nem trazendo
alguma outra pessoa para ajudá-lo, está muito enganado.”
124
SHERLOCK HOLMES
8. “Velho e obstinado Watson!” no manuscrito. A versão manuscrita da observação parece inadequada para
a data precoce da aventura, que ocorreu no máximo
oito ou nove anos após 1881 (ver vol.2, Quadro Cronológico). Mas quando lembramos que o dr. Watson
escreveu a narrativa desta aventura mais de 25 anos
depois que ela ocorreu, a observação pode ser vista
como uma interpolação afetuosa.
“Sua intenção é boa, Watson”,8 disse o doente, com algo
entre um soluço e um gemido. “Preciso demonstrar sua própria ignorância? Que sabe você, por favor, sobre a febre de
Tapanuli? Que sabe sobre o cancro negro de Formosa?”9
“Nunca ouvi falar de nenhuma dessas doenças.”10
“Há muitos problemas de saúde, muitas possibilidades
9. Muitos estudiosos desconsideraram estas duas do-
enças como invenções, mas William S. Baring-Gould,
entre outros, declara que ambas eram na realidade o
chamado tifo rural, também conhecido como febre de
tsutsugamushi. Transmitido por piolhos portadores do
parasita Rickettsia (assim chamado em homenagem
ao patologista americano Harold Taylor Ricketts, que
identificou o microrganismo antes de morrer de tifo
em 1910), o tifo rural provoca muitos dos sintomas
simulados por Holmes. A pessoa acometida da doença desenvolve uma lesão negra, incrustada, no local
da picada, seguida por dor de cabeça, febre, calafrios,
dores generalizadas e gânglios linfáticos inchados. Depois de uma semana, uma erupção rosada se espalha
pelo torso e ocasionalmente pelos braços e pernas.
Nos casos mais extremos, apatia, anormalidades cardíacas e pulmonares e colapsos circulatórios podem se
desenvolver durante a segunda semana sintomática.
A argumentação de Baring-Gould é levada adiante
por Hugh L’Etang, que, em “Some Observations on
the Black Formosa Corruption and Tapanuli Fever”,
observa que a doença é encontrada no sul do Pacífico, especialmente em Formosa, Sumatra, no Japão,
na Nova Guiné, no norte da Austrália e nas Filipinas.
Embora Formosa (Taiwan) seja muito conhecida, “o
nome Tapanuli”, admite L’Etang, “soa decididamente
espúrio”. Ele salienta contudo que Tapanuli é de fato
uma região montanhosa de 24.270km2 na costa noroeste de Sumatra.
Observe-se que Holmes não diz que contraiu nenhuma dessas duas doenças, apenas que tem conhecimento delas e Watson não.
patológicas estranhas no Oriente, Watson.” Fazia uma pausa após cada frase para reunir as forças que lhe sobravam.
“Aprendi isso durante algumas pesquisas recentes que têm
um aspecto médico-criminal. Foi no curso delas que contraí
esta enfermidade.11 Você não pode fazer nada.”
“Possivelmente não. Mas por acaso sei que o dr. Ainstree, a maior autoridade viva em doenças tropicais, encontra-se em Londres agora. Não adianta reclamar, Holmes.
Vou buscá-lo agora mesmo.” Voltei-me resolutamente para
a porta.
Eu nunca sofrera um choque como aquele! Num instante, com um salto de tigre, o moribundo havia me interceptado. Ouvi o estalo seco de uma chave sendo torcida. Um momento depois ele voltara cambaleando para a cama, exausto e
arfando depois daquela tremenda explosão de energia.
“Não vai tirar a chave de mim a força, Watson. Eu o
peguei, meu amigo. Você está aqui e aqui ficará até que
eu decida outra coisa. Vou satisfazer o seu desejo.” (Tudo
isto com a voz entrecortada, com terríveis arquejos entre as
palavras.) “Você só deseja o meu bem. Claro que sei disso
perfeitamente. Poderá fazer o que quer, mas dê-me tempo
10. O fato de Watson não ter familiaridade com es-
sas doenças não deveria, segundo Roger Butters, ser
acrescentada à ladainha das críticas sherlockianas de
que sua capacitação médica deixava a desejar. Butters
rejeita avaliações desse tipo como injustas, raciocinando que, pelo menos neste caso, “haveria pouca necessidade de tratar [a febre de Tapanuli ou o cancro negro de Formosa] em Kensington. De todo modo, muito
provavelmente Holmes os inventou.”
para reunir forças. Não agora, Watson, não agora. São quatro horas. Às seis você poderá ir.”
“Isso é loucura, Holmes.”
“Só duas horas, Watson. Prometo que irá às seis. Pode
esperar?”
“Parece que não tenho escolha.”
O D ETETIVE M ORIBUNDO
125
11. O manuscrito acrescenta a frase intrigantemente
suprimida: “que ameaça remover a última peia de um
ou dois cavalheiros que eu poderia mencionar.”
“Ouvi o estalo seco de uma chave sendo torcida.”
[Walter Paget, Strand Magazine, 1913]
“Absolutamente nenhuma, Watson. Muito obrigado, não
preciso de ajuda para arrumar os lençóis. Queira por favor
manter-se à distância. Agora, Watson, há uma outra condição
que gostaria de estabelecer. Você irá pedir ajuda, mas não ao
homem que mencionou e sim àquele que eu escolher.”
“Como queira.”
“Estas são as duas primeiras palavras sensatas que pronuncia desde que entrou neste quarto, Watson. Encontrará
alguns livros ali. Estou exausto; imagino como se sente uma
bateria quando despeja eletricidade num não-condutor! Às
seis, Watson, voltaremos a conversar.”
Mas a conversa estava destinada a recomeçar muito antes dessa hora, e em circunstâncias que me causaram um
choque quase tão grande quanto o provocado pelo salto que
ele dera até a porta. Eu passara alguns minutos olhando a
126
SHERLOCK HOLMES
12. Apesar do descomunal hábito de fumar de Holmes, este é o único caso em que há indicação de que
ele usava um receptáculo tradicional para seu tabaco
em lugar do tantas vezes mencionado chinelo persa
(“A casa vazia”, “O cliente ilustre”, “O Ritual Musgrave”, “O tratado naval”) ou do balde de carvão (“A Pedra
Mazarin”).
figura silenciosa na cama. Seu rosto estava quase coberto
13. Presumivelmente estas eram usadas para injetar
cocaína. Em O signo dos quatro fica claro que Holmes
consome cocaína por via subcutânea.
perambulando a esmo, aproximei-me do aparador da la-
pelos lençóis e ele parecia dormir. Então, incapaz de me
acomodar para ler, pus-me a caminhar lentamente pelo
quarto, examinando os quadros de criminosos célebres
com que todas as paredes estavam decoradas. Por fim,
reira. Sobre ele se espalhava uma profusão de cachimbos,
tabaqueiras12, seringas13, canivetes, cartuchos de arma de
fogo e outras bugigangas. No meio de tudo isso havia uma
pequena caixa de marfim preta e branca com tampa deslizante. Era uma coisinha muito elegante, e eu estendera
minha mão para examiná-la mais de perto quando...
Foi um grito medonho que ele deu — um berro que poderia ter sido ouvido da rua. Minha pele ficou gelada e meu
cabelo se arrepiou com esse horrível brado. Ao me virar, dei
com um rosto convulsionado e olhos frenéticos. Fiquei paralisado, a caixinha na mão.
“Largue isso! Largue, neste instante, Watson — neste
instante, estou dizendo!” Sua cabeça caiu de volta no travesseiro e ele soltou um profundo suspiro de alívio quando pus a caixa de volta no aparador. “Detesto que toquem
nas minhas coisas, Watson. Sabe muito bem disto. Está me
enervando de maneira insuportável. Você, um médico...
você é o bastante para levar um paciente para o hospício.
Sente-se, homem, e me deixe descansar!”
O incidente deixou-me uma impressão sumamente desagradável. A excitação violenta e sem motivo, seguida por essa maneira rude de falar, tão distante de sua
suavidade usual, mostrou-me como a desorganização de
sua mente era profunda. De todas as ruínas, a de uma
mente nobre é a mais deplorável. Sentei-me em silêncio,
abatido, até que o tempo estipulado passasse. Ele parecia ter estado olhando o relógio tanto quanto eu, pois mal
O D ETETIVE M ORIBUNDO
127
eram seis horas quando começou a falar
com a mesma animação febril de antes.
“Agora, Watson”, disse. “Tem alguns
trocados no bolso?”
“Tenho.”
“Alguma moeda de prata?”
“Muitas.”
“Quantas meias coroas?”
“Tenho cinco.”
“Ah, pouco demais! Pouco demais!
Que pena, Watson! Mesmo assim, ponhaas no bolso do relógio. E ponha todo o resto
do seu dinheiro no bolso esquerdo da calça. Muito obrigado. Assim você ficará muito mais bem equilibrado.”
“Largue isso! Largue, neste instante, Watson —
neste instante, estou dizendo!”
[Walter Paget, Strand Magazine, 1913]
Isso era insanidade delirante. Ele teve
um estremecimento e novamente produziu um som entre uma tosse e um soluço.
“Agora você vai acender o gás, Watson, mas proceda com muito cuidado para que
nem por um instante ele fique aceso mais que pela metade. Eu lhe imploro que tenha
cuidado, Watson. Obrigado, assim está ótimo. Não, não precisa baixar a persiana. Agora
tenha a bondade de pôr algumas cartas e papéis sobre esta mesa, ao meu alcance. Muito
obrigado. Agora um pouco daqueles objetos em desordem sobre o aparador. Excelente,
Watson! Há uma pinça para açúcar ali. Por gentileza levante aquela caixinha de marfim com a ajuda dela. Ponha-a aqui entre os papéis. Ótimo! Agora pode ir chamar Mr.
Culverton Smith, de Lower Burke Street no 13.”
Para falar a verdade, meu desejo de ir chamar um médico diminuíra um pouco,
pois o pobre Holmes estava tão obviamente delirante que parecia perigoso deixá-lo. No
entanto, agora ele se mostrava tão ansioso por consultar a pessoa citada como estivera
antes obstinado em recusar-se a fazê-lo.
“Nunca ouvi esse nome”, disse eu.
“Possivelmente não, meu bom Watson. Talvez o surpreenda saber que o homem
mais versado nessa doença na face da Terra não é um médico, mas um agricultor. Mr.
128
SHERLOCK HOLMES
14. Stephen Hayes sugere que “o rato gigante de Sumatra” — o intrigante caso que Holmes menciona de
passagem em “O vampiro de Sussex” — talvez tenha
sido um animal experimental usado por Culverton
Smith em seu estudo de bactérias. Foi a investigação
feita por Holmes do navio empestado Matilda Briggs
(também mencionado em “O vampiro de Sussex”),
atingido pela peste, continua Hayes, que levou o rato
de Sumatra para Londres e conduziu Holmes a descobrir as iniqüidades de Smith. Mary Ann Kluge identifica o próprio Smith como o rato gigante de Sumatra.
Culverton Smith é um conhecido residente de Sumatra,14
agora em visita a Londres. Um surto da doença em sua fazenda, que era distante de recursos médicos, levou-o a estudá-la ele próprio, com algumas conseqüências bastante
consideráveis.15 Ele é uma pessoa muito metódica e eu não
quis que você partisse antes das seis porque sabia que não
o encontraria em seu gabinete. Se puder convencê-lo a vir
aqui e a nos dar o benefício de sua experiência singular des-
15. Esta frase foi posta (não se sabe se por Watson ou
por outrem) no lugar da seguinte, bastante estranha,
que aparecia no manuscrito: “Você encontrará o cavalheiro, cujos hábitos estudei, sentado no presente momento numa cadeira de bambu, as pernas esticadas,
um copo a seu lado e um comprido charuto de manilha entre seus dentes curiosamente animalescos.” Se
Watson registrou exatamente as palavras de Holmes
no manuscrito, é possível que ele próprio tenha alterado o texto para evitar embaraçá-lo, pois, ao chegar à
casa de Smith, viu-o sentado numa “espreguiçadeira”
(certamente não de bambu); não viu sinal de bebida
ou de tabaco e não fez nenhuma menção a dentes dignos de nota.
sa doença, cuja investigação tem sido seu mais caro hobby,
não tenho dúvida de que ele poderá me ajudar.”
Estou relatando as observações de Holmes como um
todo consecutivo, e não tentarei indicar como eram interrompidas por arquejos e aquelas contrações das mãos que
indicavam as dores que sofria. Seu aspecto mudara para pior
nas poucas horas que eu passara com ele. Aquelas manchas
hécticas eram mais pronunciadas, os olhos brilhavam mais
vivamente, estavam mais fundos e um suor frio luzia em sua
testa. Ele ainda conservava, no entanto, a cortesia elegante
de sua fala. Até o último suspiro, seria sempre o mestre.
[Lee Conrey, Seattle Post-Intelligencer,
25 de janeiro de 1914]
O D ETETIVE M ORIBUNDO
129
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PO Box 554
Mundaring, WA 6073
AUSTRÁLIA
AUSTR
LIA
BÉLGICA
LGICA
The 221Bees
Ivo Dekoning
Goeslaerstraat 45
3560 Lummen
CANADÁÁ
CANAD
The Singular Society of the Baker
Street Dozen
Charles Prepolec
3805 Marlborough Drive NE #D-308
Calgary, AB T2A 5M4
The C.P.R. Stockholder’s Society
Barry Patchett
2015 104-A Street
Edmonton, AB T7J 5A6
The Binomial Theorists of Nanaimo
W.E. Ricker
3052 Hammond Bay Road
Nanaimo, BC V9T 1E2
* Agradeço a Peter E. Blau pela compilação de todas as sociedades ramificadas. Para atualizações, consultar a página na internet:
http://members.cox.net/ sherlock1/Sherlocktron.html.
229
The Stormy Petrels of British Columbia
Peter H. Wood
1525 Pendrell Street # 201
Vancouver, BC V6G 1S6
The Great Herd of Bisons of the
Fertile Plains
Ihor Mayba
6 Melness Bay
Winnipeg, MB R2K 2T5
The Halifax Spence Munros
Mark J. Alberstat
5 Lorraine Street
Dartmouth, NS B3A 2B9
The Whodunit Society
Michael Shumacher
95 Ridout Street
South London ON N6C 3X3
Capital Holmes
Sheila Vaudrey
215 Chandler
Ottawa, ON K2C 0G3
The Bootmakers of Toronto
Edwin Van der Flaes
47 Manor Road West
Toronto, ON M5P 1E6
The Midland Electric Company
Bob Coghill
65 Coe Hill Drive # 2
Toronto, ON M6S 3E2
The Bimetallic Question
Wilfrid de Freitas
Box 883
Stock Exchange Tower
Montreal, QC H4Z 1K2
Regina’s Irregulars
Brian S. Brodie
2720 Thornton Avenue
Regina, SK S4S 1J1
The Casebook of Saskatoon
William A.S. Sarjeant
Department of Geological Sciences
University of Saskatchewan
Saskatoon, SK S7N 5E2
230
SHERLOCK HOLMES
DINAMARCA
The A.C. Doyle & Sherlock Holmes
Society of Copenhagen
Michael Morton
DK-2620 Albertslund
Sherlock Holmes Klubben i Danmark
(Os Baker Street Irregulars
Dinamarqueses)
Bjarne Nielsen
Sherlock Holmes Museet, Algade 3
DK-4500 Nykobing Sjaelland
The Great Greenland Expedition
Society
Bjarne Nielsen
Sherlock Holmes Museet, Algade 3
DK-4500 Nykobing Sjaelland
The Copenhagen Speckled Gang
(ramo do S.H. Klubben)
Mia Stampe
Hellebaekgade 19 (3.tv.)
2000 Copenhague N
ESPANHA
Circulo Holmes
Joan Proubasta
Camelies 83, 1.o 3.a.
08024 Barcelona
The Amateur Mendicant Society of
Madrid
Miguel Gonzalez Pedel
Modesto Lafuente 18 (6B)
28010 Madri
ESTADOS UNIDOS
The Genius Loci
Lee Erc Shackleford
Box 55704
Birmingham, AL 35255-5704
The Arkansas Valley Investors, Ltd.
Jason Rouby
11 McKinley Circle
Little Rock, AR 72207-6333
Harding Brothers of High Street
Paul D. Haynie
Box 12247
Harding University
Searcy, AR 72149-0001
The Desert Beekeepers
Doris e Richard Dale
Box 18635
Fountain Hills, AZ 85269-8635
The Family of Col. Moran
Gordon H. Palmer
111 Apache Circle
Thousand Oaks, CA 91362-3210
The Loungers and Idlers of the
Empire
Edna Jukofsky
5316 Huddart Avenue
Arcadia, CA 91006-5953
The Diogenes Club of the Monterey
Peninsula
Michael H. Kean
3040 Sloat Road
Pebble Beach, CA 93953-2837
The Goose Club of the Alpha Inn
John P. Sohl
20446 Orey Place
Winnetka, CA 91306-4246
Bow Street Runners
Fred H. Holt
350 Minnewawa Avenue #133
Clovis, CA 93612-0958
The Wax Vestas of the Dartmoor
Professor
Michael J. Brady
8551 California Avenue
Whittier, CA 90605-1518
The Trained Cormorants of Long Beach
Jim Coffin
6570 East Paseo Alcazaa
Anaheim Hills, CA 92807-4910
PORTUGAL
Os Náufragos do Norah Creina
Joel Lima
Largo do Mastro 29-3, Porta D
1100 Lisboa
IRGUISTÃOO
QUIRGUIST
The Seventeen Steppes
Loudmila Konkova
Kurmanjan-Datka Str 271
Osh Oblast Library, Soros Res. Ctr.
REINO UNIDO
The Crew of the S.S. May Day
Oscar Ross
19 Ardcarn Way
Belfast BT5 7RP, Irlanda do Norte
The Baskerville Hall Club of Sweden
Anders Wiggstrom
Byggmastarvagen 29
S-168 32 Bromma
The Bruce-Partington Planners
Within the Military/Industrial Complex
Jon L. Lellenberg
3133 Connecticut Avenue NW #827
Washington, DC 20008-5110
EUA
SUÍÇ
SU
ÍÇAA
segurança nacional
Société d’Études Holmesiennes de la
Suisse Romande
Vincent P. Delay
Chemin de la Chaumière 1
CH-1010 Lausanne
The Reichenbach Irregulars
Roger Biemann
Dammstrasse 61
CH-8702 Zollikon b/Zurique
EUA
The Forensic Faces of Sherlock
Holmes
Marina Stajic
425 East 51st Street, #4-A
Nova York, NY 10022-6465
EUA
ciência forense
The Baker Street Bar Association
David R. McCallister
8142 Quail Hollow Boulevard
Wesley Chapel, FL 33544-2021
EUA
The Ural Holmesian Society
Alexander Shaburov
U1. Cherepanova 4-334
Ekaterinburg 620034
Clerks of the Assizes
James Motylenski
537 Christie Street
South Hempstead, NY 11550-8004
funcionários do tribunal de
primeira instância
Por atividade:
RÚSSIA
SSIA
EUA
pesquisa educacional/psicometria
The Fierce Badgers in Ystad
Lars Jannedal
Hagermansgatan 16
S-261 32 Ystad
REPÚBLICA
REP
BLICA TCHECA
Ceska spolecnost Sherlocka Holmese
(Sociedade Sherlock Holmes Tcheca)
Ales Kolodrubec
130 00 Praga 3
The Board-School Beacons
Michael H. Kean
3040 Sloat Road
Pebble Beach, CA 93953-2837
Holmes in Scale
William C. Thomas
3308 North 4th Street
Broken Arrow, OK 74012-8267
EUA
artesãos e artistas de maquetes
advogados
Moriarty’s Mathematicians
John R. Clark
Box 821
Lowell, AR 72745-0821
The Black Pearl of the Borgias
Dolores (Dee) Script
887 West Ferry Street
Buffalo, NY 14209-1409
EUA
estudantes de especialização em
matemática
EUA
poesia/escrita/conferências
SUÉCIA
SU
CIA
The Swedish Pathological Society
Joakim Eklund
Bogatan 37-A
S-412 72 Goteborg
The Blanched Soldiers of NOAH
Marshall L. Blankenship
1555 Astor Street #12-NE
Chicago, IL 60610-5756
The Norwood Fire Brigade
Cap. Randall Getz
Hazelwood Fire Department
6800 Howdershell Road
Hazelwood, MO 63042
EUA
EUA
dermatologistas
corpo de bombeiros
SOCIEDADES SHERLOCKIANAS EM FUNCIONAMENTO
239
The Old Soldiers of Baker Street of
the Two Saults (Old SOB’s)
John S. Rabe
1742 Grevelia Street #1
South Pasadena, CA 91030-2734
Some Freaks of Atavism
Bullitt Lowry, Department of History
Box 13735, North Texas Station
Denton, TX 76203
221b Baker Street/Los Angeles
Chuck Kovacic
9337 Sophia Avenue
North Hills, CA 91343-2820
EUA
EUA
historiadores
EUA
estudo da sala no 221b
sherlockianos militares
The Old Soldiers of Baker Street,
Detachment 2218 (Flying Column)
Cel. Tel Schulz
The Pontine Pines
461 Forest Highlands
Flagstaff, AZ 86001-8428
EUA
sherlockianos militares e
ex-militares
The Practical, But Limited,
Geologists
Peter E. Blau
7103 Endicott Ct.
Bethesda, MD 20817-4401
EUA
geologia
The Red Lamp League
Edmond C. Noll
Box 4322
North Hollywood, CA 91617-0322
Stimson & Co.
Michael W. McClure
1415 Swanwick Street
Chester, IL 62233-1317
EUA
agentes funerários
EUA
The Sub-Librarians Scion of The
Baker Street
Irregulars in the American Library
Association
Marsha L. Pollak
1318 Mildred Avenue
San Jose, CA 95125-3855
EUA
bibliotecários
The Trifling Monographers
Graham Sudbury
Box 506
Taos, NM 87571-0506
EUA
alt.fan.holmes (Usenet/lnternet)
Chuck Lavazzi
Internet: [email protected]
WWIVnet: 3@3456
grupo de discussão
computadorizado
EUA
profissionais de relações públicas
EUA
membros da franco-midland
hardware co.
Outras:
The Sherlockian Oenophiles Tasting
Society (SOTS)
Maribeau Briggs
853 Lexington Avenue, #4-A
Nova York, NY 10021-6639
grupo feminino de interesses
específicos
The American Exchange
Robert M. Carter
Box 762
Fort Montgomery, NY 10922-0762
EUA
medicina
The Adventuresses of Sherlock
Holmes
Evelyn A. Herzog
360 West 21st Street, #5-A
Nova York, NY 10011-3310
The 140
John F. Farrell
25314 Woodward Avenue
Lomita, CA 90717-2250
EUA
The American Firm
Edward S. Smith Jr.
Box 353
Williston Park, NY 11596-0353
EUA
doação de livros em tipos grandes
para asilos
sherlockianos fumantes
sherlockianos alcoólicos
The Sir James Saunders Society
Don E. Hazelrigg
15 Victoria Drive
Newburgh, IN 47630-1500
EUA
dermatologistas
240
SHERLOCK HOLMES
The 140 Varieties of Tobacco Ash
Steven T. Doyle
540 West Sycamore Street
Zionsville, IN 46077-1755
The Apocryphal Calabash
Wayne B. Anderson
Box 250
Lake Hughes, CA 93532-0250
EUA
EUA
jantares com charutos de anéis
personalizados
sherlockianos fumantes
de cachimbo
The Arthur Conan Doyle Study
Group
Mark Chadderton
20 Delhi Road
Bournemouth, Dorset BH9 2SS
INGLATERRA
The Baker Street Juniors
(ramo do JSHC)
Sho Nakanishi
3-15-19 Sen-nin-cho
Hachioji-shi, Tóquio 193
The Boulevard Assassins
Huret, o Assassino do Bulevar
11 Greenway North
Albany, NY 12208-1803
EUA
JAPÃO
social mas secreto
sherlockianos jovens
membros da franco-midland
hardware co.
The Baker Street Branch Lines
Philip Weller
6 Bramham Moor, Hill Head
Fareham, Hampshire PO14 3RU
The BrettFretts
Ashley Lynn Decker
R.R. 1, Box 205
Graysville, PA 15337-9331
The Baker Street Ladies
(ramo do JSHC)
Yumiko Shigaki
1-27-9-B Fukazawa
Setagaya-ku, Tóquio 158
EUA
JAPÃO
fã-clube de Jeremy Brett
The Baker Street Streakers, Irregular!
Henry W. Gould
1239 College Avenue
Morgantown, WV 26505-5124
The Brown Bagatelle Club
Vic Lahti
5815 East 64th Street
Tulsa, OK 74133-7634
INGLATERRA
ferrovias holmisianas
The Baker Street Builders
Chuck Kovacic
9337 Sophia Avenue
North Hills, CA 91343-2820
EUA
construtores de ambientes
scherlockianos em tamanho
natural
The Baker Street Constables (Fans of
Jeremy Brett)
Kathleen L. Hinck
55 Eighth Street
North Arlington, NJ 07031-4754
EUA
fã-clube de jeremy brett
EUA
EUA
nudismo!
grupo de discussão dos
afghanistan perceivers
The BBC (Baskerville Bash
Committee)
Paula J. Perry
346 East 87th Street, #4-A
Nova York, NY 10128-4844
C.A.L.A.B.A.S.H. (Convivial
Attendant Liaisons Among BSI and
Adventuresses of Sherlock Holmes)
Paul B. Smedegaard
Crabapple Cottage
929 Lathrop Avenue
Racine, WI 53405-2339
EUA
jantar anual durante fim de
semana do aniversário
The Belles of Saint Monica
Ruthann H. Stetak
15529 Diagonal Road
La Grange, OH 44050-9531
EUA
homenagem à terceira diretriz dos
baker street Irregulars
EUA
The Baker Street E-regulars
<[email protected]>
1353 Samuel Drive
Vineland, NJ 08360-4471
EUA
lista de debate por e-mail
Cartwright’s Companions
Michael W. McClure
1415 Swanwick Street
Chester, IL 62233-1317
sherlockianas do meio-oeste
The Billy Club
Bill Vande Water
697 Greenbelt Parkway West
Holbrook, NY 11741-4216
EUA
sub-ramo da chester bBaskerville
society
EUA
The Baker Street Irregulars
Michael F. Whelan
Sussex Downs
7938 Mill Stream Circle
Indianapolis, IN 46278-2105
EUA
sociedade sherlockiana nacional
americana
bills e williams (citados/
wnvestidos)
A Case of Identifiers
Bill Vande Water
697 Greenbelt Parkway West
Holbrook, NY 11741-4216
The Birdy Edwards Society
J. Randolph Cox
Box 226
Dundas, MN 55019-0226
EUA
EUA
literatura policial do século xix
preservação de fotos de
sherlockianos
SOCIEDADES SHERLOCKIANAS EM FUNCIONAMENTO
241

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