Relatório e Contas 2011

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Relatório e Contas 2011
2011
A FORÇA DOS NOSSOS VALORES
Relatório e Contas
ÍNDICE
Mensagem aos accionistas ___________________________________________________________________________________________________ 3
Órgãos Sociais ________________________________________________________________________________________________________________4
Estrutura Accionista _________________________________________________________________________________________________________ 5
Enquadramento Macro - Económico __________________________________________________________________________________________ 6
Conjuntura Internacional ___________________________________________________________________________________________ 7
Conjuntura Nacional _______________________________________________________________________________________________ 9
BCN no sistema bancário Nacional _________________________________________________________________________________ 9
Síntese da actividade bancária _______________________________________________________________________________________________10
Recursos de Clientes________________________________________________________________________________________________11
Carteira de crédito _________________________________________________________________________________________________ 11
Análise da situação económico - financeira _________________________________________________________________________ 12
Evolução do activo _________________________________________________________________________________________________ 13
Evolução do passivo ________________________________________________________________________________________________ 13
Evolução da situação liquída _______________________________________________________________________________________ 13
Evolução da margem financeira ____________________________________________________________________________________ 14
Evolução da margem complementar _______________________________________________________________________________ 14
Evolução dos custos de funcionamento ____________________________________________________________________________ 14
Evolução dos resultados líquidos do exercício ______________________________________________________________________ 14
Principais indicadores e rácios prudenciais _________________________________________________________________________15
Principais iniciativas desenvolvidas___________________________________________________________________________________________16
Gabinete de Marketing e Produtos / Área Comercial ________________________________________________________________17
Direcção de Gestão de Riscos _______________________________________________________________________________________18
Gabinete de Recuperação de Crédito _______________________________________________________________________________ 19
Gabinete de Compliance ____________________________________________________________________________________________19
Direcção de Operações e Qualidade _________________________________________________________________________________ 20
Gabinete de Sistemas Informáticos ________________________________________________________________________________ 20
Direcção de Auditoria Interna ______________________________________________________________________________________ 21
Gabinete de Provedoria do Cliente __________________________________________________________________________________ 21
Balanço Social de Recursos Humanos ______________________________________________________________________________ 22
Evolução previsível da sociedade ___________________________________________________________________________________________24
Eventos subsequentes ______________________________________________________________________________________________________ 24
Proposta de aplicação de resultados _________________________________________________________________________________________ 25
Demonstrações Financeiras _________________________________________________________________________________________________ 26
Anexos às demonstrações financeiras _______________________________________________________________________________________ 33
Relatório do Auditor Independente _________________________________________________________________________________________ 77
Relatório e Parecer do Conselho Fiscal _______________________________________________________________________________________ 79
MENSAGEM AOS ACCIONISTAS
Senhores Accionistas:
Merece ainda destaque a estratégia de diversificação das fontes de financiamento do
Banco, que em 2011 foi concretizada através da obtenção de um empréstimo de médiolongo prazo, em condições favoráveis, junto da Proparco, o que igualmente reflecte a
O ano de 2011 foi marcado pelo abrandamento do ritmo de expansão das principais
economias mundiais, após um princípio de recuperação económica verificada em 2010,
merecendo particular destaque o agravamento da crise de dívida soberana ocorrida na
credibilidade da nossa Instituição junto de outras Instituições Financeiras Externas.
O Banco concluiu o ano de 2011 com uma estrutura de capitais próprios muito sólida,
que se traduz, entre outras medidas, num rácio de solvabilidade de cerca de 12,4%,
confortavelmente acima das exigências regulatórias, e que abre claras perspectivas
para o desenvolvimento sustentado da nossa Instituição.
Zona Euro e pressionou os governos a anunciar políticas orçamentais mais restritivas
com vista a recolocar as finanças públicas em trajectória sustentável. Por outro lado, as
chamadas economias emergentes e em desenvolvimento continuam a liderar o crescimento económico, apresentando uma dinâmica mais forte que as desenvolvidas, o que
tem contribuído para o aumento do seu peso relativo na economia mundial.
No final de mais um ano de importantes desafios superados, o Conselho de Administração gostaria de expressar a sua gratidão a todos quantos contribuíram positivamente
para o desenvolvimento do Banco Caboverdiano de Negócios em 2011, designadamente
Cabo Verde, enquanto economia aberta e com fortes laços com a União Europeia, sentiu
igualmente dificuldades crescentes, sendo notória a desaceleração do crescimento
económico, o aumento dos indicadores de incumprimento creditício e a prossecução de
políticas monetárias restritivas por parte do Banco de Cabo Verde, o que influirá
certamente na redução do acesso ao crédito e no aumento das taxas de juro.
aos seus Clientes pela sua preferência, aos seus Colaboradores pelo seu empenho e
sentido profissional e às Autoridades de Supervisão pela sua actuação fundamental
para o eficaz funcionamento do mercado.
Num contexto desafiante, o Banco Caboverdiano de Negócios concluiu o exercício
económico de 2011 com um resultado líquido de cerca de 54 milhões de escudos, o que,
sendo uma redução de cerca de 30% face ao exercício anterior, expressa as pressões
crescentes a nível da margem financeira e complementar, e o aumento do peso das
imparidades de crédito, em parte contra-balançados por uma redução dos custos
operativos. Com efeito, os resultados antes de imparidade e impostos fixaram-se em
cerca de 270 milhões de escudos, o que corresponde a um crescimento de cerca de 3%
face ao exercício anterior.
Para o Banco Caboverdiano de Negócios, 2011 foi ainda marcado pela continuidade das
suas políticas de selectividade na concessão de crédito, que expressam quer um objectivo de redução gradual do rácio de transformação, quer uma perspectiva mais conservadora na avaliação do risco de crédito, num ano em que os rácios de crédito vencido
aumentaram substancialmente e em que o Banco continua a manter um reforço
prudente dos níveis de imparidade, justificados pela actual conjuntura económica.
- O Presidente do Conselho
de Administração -
- Vice-Presidente do Conselho
de Administração -
Dr. Manuel Casimiro de Jesus Chantre
Dr. António Manuel Rocha Moreira
Em face das crescentes pressões sobre a rentabilidade, o Banco tem vindo (e dará
continuidade em 2012) a explorar um renovado enfoque na contenção de custos. Neste
âmbito, o Banco, em Dezembro de 2011, decidiu encerrar duas sub-Agências (Ponta do
Sol e Órgãos), mantendo contudo a integralidade da sua cobertura da sua Rede de
Agências, ou seja, continuando a assegurar uma presença nas 9 ilhas do arquipélago.
Assim, em 2011 houve ganhos de eficiência e produtividade, que permitiriam que o rácio
de Cost-to-Income continue a reduzir-se, tendo-se fixado em 60,5% (vs. 62,6% em 2010).
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Mesa de Assembleia Geral:
Presidente
- Dr. Joaquim Filipe Marques dos Santos*
Primeiro Secretário
- Dr. Pedro Mendes Barros
Segundo Secretário
- Eng. José do Rosário Gomes Almeida Cardoso
Conselho de Administração:
Presidente
- Dr. Manuel Casimiro de Jesus Chantre
Vice-Presidente
- Dr. António Manuel Rocha Moreira
Vogal
- Eng. Fernando André Belchior Rodrigues
ÓRGÃOS SOCIAIS
À DATA DE 31 DE DEZEMBRO
Vogal
- Dr. Abraão Santos Lima
Vogal
- Dr. Paulo Alexandre Macieira Baptista
Conselho Fiscal:
Presidente
- Dr. Dario Dantas dos Reis
Vice-Presidente
- Dr. António Olavo de Oliveira Rocha
Vogal
- Ernst & Young Audit & Associados
Comissão de Vencimentos:
Presidente
- Dr. Joaquim Filipe Marques dos Santos*
Vogal
- Dr. José António Vinhas Mouquinho
Vogal
- Eng. Alexandre Figueiredo
* Pedido de renúncia aos cargos desempenhados datado de 15 de Março de 2012.
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ESTRUTURA ACCIONISTA
O Capital Social de 900 milhões de escudos a 31 de Dezembro de 2011 encontrava-se
distribuído conforme a estrutura accionista apresentada no quadro abaixo:
Accionistas
N.º Acções
Valor (CVE)
Percentagem
BANIF SGPS
465.182
465.182.000
51,69%
SEPI
394.818
394.818.000
43,87%
Cruz Vermelha de Cabo
Verde
40.000
40.000.000
4,44%
900.000
900.000.000
100%
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ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO
Conjuntura Internacional
mento de cerca de 2,9% no último trimestre do ano e uma redução da taxa de desemprego, que passou de 9,1% no 3º trimestre para 8,7% no 4º trimestre. Ao longo do ano a
confiança das empresas e das famílias deteriorou-se de forma marcada, afectada pela
O ano de 2011 foi marcado pelo abrandamento do ritmo de expansão das principais
economias mundiais, após a recuperação económica verificada em 2010. De acordo com
o FMI, a economia global terá crescido 3,8% em 2011, face a um crescimento de 5,2% em
2010, tendo o crescimento sido mais acentuado nos países emergentes e mais
elevada volatilidade dos mercados financeiros e pelo downgrade do risco de crédito
soberano.
moderado na generalidade das economias avançadas.
A Reserva Federal Norte-Americana (FED) optou ao longo do ano pela manutenção das
A sustentabilidade do ciclo de expansão foi condicionada por um conjunto de factores
temporários, de entre os quais: i) os efeitos do terramoto e consequente tsunami no
Japão; ii) a crise política em países do Norte de África e Médio Oriente, em particular na
Líbia, e os efeitos ao nível do preço do petróleo; e, iii) o agravamento da crise de dívida
taxas de juro, tendo sinalizado que estas se iriam manter a níveis reduzidos por um
período prolongado. Paralelamente, continuou com um processo de aquisição de dívida
em mercado secundário (vulgarmente designado por quantitative easing), que havia
sido iniciado em Novembro de 2010 e que se prolongou até Junho de 2011, envolvendo
soberana ocorrida na Zona Euro, com o contágio para a economia portuguesa e, na
um montante aproximado de 600 mil milhões de dólares. Em Setembro, a FED anunciou
segunda metade do ano, para as economias espanhola e italiana.
a “operação twist”, que consiste na troca de dívida de curto prazo por dívida de médio e
longo prazo, com a qual pretende estimular a economia através da redução das taxas
de juro de longo prazo.
A crise na Zona Euro condicionou o acesso ao crédito por parte das famílias e das
empresas, devido às dificuldades de refinanciamento da banca, e pressionou os governos a anunciar políticas orçamentais mais restritivas com vista a recolocar as finanças
públicas em trajectória sustentável, caso da França, da Grécia, de Espanha, de Itália e
No continente asiático, a actividade económica permaneceu robusta, mas abrandou no
primeiro semestre na sequência das disrupções na cadeia de produção, sobretudo nos
sectores automóvel e de componentes electrónicos, causadas pelo terramoto e tsunami
no Japão. Algumas economias registaram um abrandamento no crescimento das expor-
Portugal. Estas medidas contraccionistas condicionam de forma significativa o
processo de recuperação económica em curso. Paralelamente, os governos da
Alemanha e França insistiram na necessidade de envolver os investidores privados nos
programas de resgate financeiros dos países em dificuldade, o que veio agravar ainda
mais o sentimento dos investidores.
tações, tendo embora a procura doméstica continuado a ser suportada pelo crescimento do crédito e da confiança empresarial e dos fortes mercados de trabalho.
As economias emergentes e em desenvolvimento continuam a liderar o crescimento,
apresentando uma dinâmica mais forte que as desenvolvidas, o que tem contribuído
Na economia japonesa, os dados mais recentes apontam para uma contracção do PIB
em 2011 de -0,9%, em virtude da quebra das linhas de abastecimento de matériasprimas e bens intermédios às indústrias, após o terramoto de Março, e da queda das
para o aumento do seu peso relativo na economia mundial. Esta dinâmica superior tem
influenciado positivamente o preço de matérias-primas e a inflação a nível global. Adicionalmente estas economias permanecem com amplo espaço de manobra ao nível
monetário e fiscal que permite compensar um abrandamento da actividade das economias desenvolvidas que se reflicta negativamente sobre as exportações das economias
exportações. O abrandamento externo e a apreciação do iene têm contribuído para a
deterioração da balança comercial, que apresentou em Dezembro o 9º défice consecutivo em termos ajustados de sazonalidade. No último trimestre o volume de exportações
aumentou para os EUA mas caiu fortemente para a EU e ligeiramente para a Ásia.
emergentes.
O ambiente externo, em particular as tensões financeiras provocadas pela crise na zona
euro, está a afectar o sentimento empresarial japonês e as empresas estão a reportar
o adiamento de decisões de investimento. Os consumidores, por seu turno, continuam a
A economia norte-americana perdeu dinâmica em 2011, com o crescimento a desacelerar de cerca de 3% em 2010 para 1,8% em 2011, tendo no entanto registado um desempenho distinto no primeiro e no segundo semestre do ano. Nos meses finais do ano,
beneficiou dos efeitos técnicos positivos que resultaram da recuperação dos choques
negativos sofridos na primeira metade de 2011, em particular em resultado da subida
do preço do petróleo e das quebras do abastecimento da cadeia de produção, na
sustentar a economia, suportados pelo novo programa governamental para a aquisição
de viaturas, assim como pelo aumento do poder de compra em termos reais, dada a
expectativa de continuação da deflação. Paralelamente, o esforço de reconstrução das
infra-estruturas pós-terramoto deverá sustentar a recuperação na primeira metade de
2012.
sequência do terramoto do Japão. Esta recuperação permitiu alimentar um cresci -
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Relatório e Contas 2011
De acordo com o FMI, a China registou um abrandamento do crescimento em 2011, de
10,4% para 9,2%. Este abrandamento está relacionado com a envolvente externa, sobretudo uma menor procura por parte da UE, que está a afectar o comportamento das
exportações. Paralelamente, o investimento imobiliário começou a corrigir fortemente
na segunda metade de 2011. No entanto, com a inflação a cair de forma consistente
desde o máximo de 6,5% atingido em Julho, situando-se em 4,1% em Dezembro, a política
monetária alterou-se, passando o foco do combate à inflação para a estabilização do
crescimento. Neste sentido, o Banco da China baixou o rácio de reservas legais dos
bancos e existe ampla margem de manobra para continuar as medidas de estímulo
monetário, assim como a política orçamental, que deverá ser igualmente acomodatícia,
com cortes de impostos e mais despesa na habitação social, segurança social e agricultura.
A Zona Euro registou um ano marcado por elevada volatilidade dos mercados
financeiros e riscos crescentes à estabilidade financeira. Os custos de financiamento
dos Estados soberanos e dos bancos aumentaram nos países periféricos e a instabilidade propagou-se, por contágio, a países que até então tinham permanecido relativamente imunes, como Itália, Bélgica, Espanha, Áustria e até a França.
Após um primeiro trimestre relativamente forte, a actividade económica desacelerou de
forma significativa na segunda metade do ano, tendo a Zona Euro, no seu conjunto,
registado um crescimento de 1,6% em 2011, após um crescimento de 1,9% em 2010. Este
abrandamento, que se prolonga para 2012, fica a dever-se a uma combinação de
factores, dentre os quais a subida das yields de dívida soberana, os efeitos sobre a
economia real da desalavancagem bancária e os impactos da consolidação orçamental
adicional anunciada pelos vários governos. Estes factores, em conjunto, tiveram
impacto muito negativo sobre a confiança dos consumidores e dos empresários, que
afectou também os países centrais da Zona Euro. A divergência de crescimento entre os
vários países europeus acentuou-se em 2011, com alguns países a operarem a níveis
próximos dos registados antes da crise (Dinamarca, Alemanha, Holanda, Polónia, Suécia,
entre outros), e outros a níveis marcadamente inferiores, onde se incluem a periferia da
Zona Euro (Grécia, Irlanda, Portugal).
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Conjuntura Nacional
BCN no sistema bancário nacional
A economia Cabo-verdiana, classificada como uma economia com grau de abertura
considerável, teve o seu desempenho fortemente condicionado pela conjuntura
internacional que se viveu em 2011, especialmente pela situação económica e financeira
O Banco Caboverdiano de Negócios (BCN) é um Banco que dispõe de uma rede de
Agências com cobertura nacional, estando presente nas nove ilhas habitadas do País,
sendo o terceiro Banco em número da Agências, com uma quota de mercado de aproxi-
da Europa, de onde provêm mais de 90% da procura turística, mais de 70% de consumo
das exportações, mais de 80% das transferências de emigrantes, cerca de 90% dos
influxos de capitais para investimento e proporção considerável da ajuda ao desenvolvi-
madamente 18%.
A evolução menos favorável dos indicadores de confiança nos sectores da construção,
No que respeita à carteira de crédito, o Banco continuou a política de aposta no financiamento de novas operações de crédito com bons níveis de risco, conjugada com a
redução da exposição em clientes de risco agravado, normalmente integrados em sectores cuja actividade está mais condicionada pela conjuntura económica. O saldo global
comércio em estabelecimento e indústria bem como a evolução do consumo justificam
desta política de gestão de risco traduziu-se numa redução da carteira de crédito em
também o abrandamento da actividade económica do país.
aproximadamente 4% em 2011, o que deverá implicar um decréscimo de 1 p.p. na quota
de mercado do Banco, fixando-a em aproximadamente 11%.
mento.
O Banco de Cabo Verde prevê assim um crescimento do PIB num intervalo de 4 a 5% em
2011.
No seguimento da estratégia comercial de reforço e dispersão da carteira de recursos
em clientes particulares e de redução do peso dos clientes do segmento Empresas e
Institucionais, o BCN implementou uma série de medidas que produziram resultados
globalmente positivos, muito embora tenham contribuído para uma evolução negativa
A Inflação média anual continuou com a tendência crescente que se tem verificado
desde meados de 2010. O seu valor atingirá os 4,5% em 2011. Este comportamento é
explicado essencialmente pela aceleração dos preços internacionais dos bens alimentares e combustíveis sobretudo na primeira metade do ano.
da carteira de recursos em 2011. Com efeito, a carteira registou uma variação negativa
de aproximadamente 14% face ao ano anterior, o que deverá implicar uma redução de
1,5 p.p. na quota de mercado, fixando-a em cerca de 8%.
As contas externas indicam uma deterioração como resultado de um nível de exportação de bens e serviços insuficiente para compensar o aumento das importações, a alta
de preços nos mercados fornecedores e a diminuição de donativos.
No que respeita aos canais ATM e POS, as quotas de mercado do Banco deverão manterse estáveis, em torno de 17% e 13%, respectivamente.
Os activos externos líquidos poderão decrescer assim em aproximadamente 21% face a
2010 em resultado da redução das reservas internacionais líquidas do Banco de Cabo
Verde e do aumento dos passivos externos dos bancos comerciais.
No seguimento da sua Política Monetária e com o objectivo de estabilizar as reservas
externas do país, o Banco de Cabo Verde deliberou, em Junho de 2011 pelo alargamento
da base de incidência das reservas obrigatórias para incluir 50% dos depósitos do
sector público administrativo e posteriormente, com efeitos a partir de Dezembro de
2011, esse alargamento da base de incidência passou a incluir 100% dos depósitos do
sector público administrativo.
De igual forma, no final de 2011, o Conselho de Administração do Banco de Cabo Verde
deliberou ainda aumentar o coeficiente das Disponibilidades Mínimas de Caixa (DMC) em
2 p.p., passando de 16% para 18% e aumentar a taxa directora em 1,5 p.p., passando de
4,25% para 5,75% com efeitos a partir de 01 de Janeiro de 2012.
Banco Caboverdiano de Negócios
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SÍNTESE DA ACTIVIDADE BANCÁRIA
Recursos de Clientes
Carteira de Crédito
As rubricas do balanço que constituem os Recursos totalizavam 8.090 Milhões de
escudos no final de 2011, reflectindo uma diminuição de 16,1% em relação ao ano de
2010, em consequência da estratégia comercial de redução do peso dos recursos de
A carteira de crédito bruta (incluindo juros a receber e comissões diferidas) em 31 de
Dezembro de 2011 era de 9.655,5 Milhões de escudos, o que representa uma variação
negativa de aproximadamente 4,1% face ao ano anterior (10.068,1 Milhões de escudos),
clientes do segmento Empresas/Institucionais, tradicionalmente mais caros e mais
instáveis e da maior aposta na captação de recursos de clientes particulares, que
proporcionam maior estabilidade à carteira e colocam menos pressão na margem
em resultado de uma política de maior selectividade no financiamento de novas operações de crédito, conjugada com medidas de redução da exposição em clientes de risco
agravado, integrados em sectores cuja actividade está mais condicionada pela
financeira.
conjuntura económica.
Os Depósitos à Ordem e Depósitos a Prazo e de Poupança registaram variações negativas de 13,1% e 14,1%, respectivamente. No entanto, os depósitos de Emigrantes, que
são os recursos mais estáveis, tiveram um crescimento de 53%, aumentando o peso
deste segmento na carteira de recursos do Banco em 7,4%. A evolução bastante
positiva desta rubrica deveu-se em boa parte às campanhas comerciais bem sucedi-
No que respeita à sua composição por segmentos, Empresas e Particulares, a estrutura da carteira de crédito do Banco a 31 de Dezembro de 2011 conheceu uma ligeira
alteração face ao período homólogo, reflectindo o objectivo de redução do nível de
concentração no segmento empresas, que passa de 56% em 2010 para 54% em 2011.
das levadas a cabo em 2011.
(em milhares de
escudos - contos)
2011
Designação
2010
Variação
Valor
Mix
Valor
Mix
Abs
%
Depósitos à Ordem
2.870.105
35,5%
3.301.677
34,2%
- 431.572
-13,1%
Emigrantes
1.384.448
17,1%
905.038
9,4%
479.410
53,0%
Outros
Depósito a Prazo e
Poupança
3.418.115
42,2%
4.686.685
48,6%
- 1.268.570
-27,1%
4.802.563
59,4%
5.591.723
58,0%
- 789.160
-14,1%
Outros débitos
2.989
0,0%
8.381
0,1%
- 5.392
-64,3%
Encargos a pagar
Títulos cedidos com
acordos de recompra
Encargos a pagar
124.639
1,5%
154.240
1,6%
- 29.601
-19,2%
284.783
3,5%
586.070
6,1%
- 301.287
-51,4%
5.659
0,1%
4.558
0,0%
1.101
24,2%
As 20 maiores exposições do Banco representam em final de 2011 cerca de 23% do total
da carteira, quando em final de 2010 representavam 24%, traduzindo o esforço de
Total
8.090.738
100%
9.646.648
100%
- 1.555.911
-16,1%
diversificação que tem vindo a ser seguido.
No que respeita à maturidade da carteira, cerca de 82% dos créditos concedidos são,
em final de 2011, de duração superior a um ano, quando em final de 2010 este número
se situava em 67%, o que traduz um enfoque no controlo e redução do número de
descobertos de reduzido montante.
Em termos sectoriais não se registaram alterações significativas face a 2010, continuando a “Habitação” a representar o maior peso na carteira, com 26,4% (23,8% em
2010), seguido do “Comércio” com 12%, (11% em 2010) e “Serviços” com 9,2% (9% em
Banco Caboverdiano de Negócios
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Relatório e Contas 2011
2010).
Análise da situação económico-financeira
De salientar todavia a diminuição ocorrida na carteira de crédito concedida às empresas ligadas ao sector “Operações sobre Imóveis” que conheceu uma redução de aproximadamente 1,9%, equivalente em termos absolutos a 227,4 Milhões de escudos.
Igualmente o sector “Construção” conheceu uma redução, na ordem de 1%, correspondente a cerca de 121 Milhões de escudos. Em sentido contrário, o crédito concedido à
Habitação conheceu um aumento de cerca de 2,6%, o que significa em termos absolutos mais 147,8 Milhões de escudos.
As demonstrações financeiras do BCN referentes ao exercício de 2011, produzidas de
acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (NIRF’s), demonstram um
Resultado Líquido do exercício de 54.091 Milhões de escudos.
Balanço
Valores em Milhões de Cve
A qualidade da carteira de crédito continuou a merecer uma atenção especial em 2011,
devido ao contexto desfavorável verificado nalguns sectores de actividade, o que levou
ao condicionamento
da actividade
de muitas
empresas.
di i
d
i id d d
i
O indicador de Qualidade de Crédito, nos termos da Circular A n.º 150 do Banco de Cabo
Verde, registou um acréscimo de aproximadamente 4,2 p.p., passando de 2,2% em 2010
para 6,4%, devendo, todavia, situar-se abaixo da média do mercado, à semelhança de
anos anteriores.
O montante total de imparidade de crédito apurado em Dezembro de 2011 foi de 547,6
Milhões de escudos, (373,7 Milhões de escudos em 2010), o que significa um aumento
de cerca de 46,5%, em resposta à evolução dos riscos associados à carteira do Banco.
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Evolução do Activo
Evolução da Situação Líquida
No final do exercício de 2011, o Activo Líquido do BCN ascendia a 12.057 Milhões de
escudos, o que representa um ligeiro decréscimo face a 2010, de cerca de 4,0%. A
variação ocorrida expressa o esforço de desalavancamento do balanço, sendo evidentes os resultados decorrentes da politica de selectividade a nível da concessão creditícia. Merece ainda destaque o aumento verificado na rubrica “Aplicações em Instituições de Crédito” que conheceu um aumento substancial face ao ano anterior,
A Situação Líquida do Banco aumentou cerca de 38 Milhões de escudos em 2011, um
acréscimo de 3,4%, face a 2010.
Demonstração de resultados
(valores expressos em milhares de escudos)
reflectindo quase que na totalidade (95,8%) aplicações em títulos no Banco de Cabo
Verde efectuadas em finais de 2011.
Evolução do Passivo
O total do Passivo também conheceu um ligeiro decréscimo, passando de 11.457
Milhões de escudos para 10.917 Milhões de escudos (-4,7%), explicado pela evolução da
carteira de Recursos de Clientes (-16%) em termos de redução, parcialmente compensada pelo aumento da carteira de Recursos de OIC (+30%) em 2011. Os Recursos a
Outras Instituições de Crédito conheceram um aumento, reflectindo não só o recurso
ao mercado monetário interbancário nacional, mas também o recurso a linhas com
maior maturidade, junto do Banif e Organismos internacionais, no seguimento da
estratégia definida de diversificação de fontes de financiamento, atendendo sobretudo à variável custo de financiamento.
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Evolução da Margem Financeira
A Margem Financeira apresentou um comportamento estável, fixando-se em 519
Milhões de escudos, praticamente o mesmo resultado alcançado no ano anterior.
A diminuição ocorrida no recebimento de juros associados às operações activas encontra justificação principalmente no decréscimo ocorrido nos juros de crédito a clientes,
facto directamente ligado à evolução da carteira de crédito em 2011.
A evolução favorável dos juros de operações passivas é explicada sobretudo pelo
decréscimo da sua principal componente, os juros de recursos de clientes na forma de
depósitos, face à evolução da carteira de recursos em 2011.
Evolução da Margem Complementar
A Margem Complementar apresenta um decréscimo na ordem dos 15,7 Milhões de
escudos, o que significa uma variação negativa de cerca de 8,7% face ao valor alcançado em 2010. A principal componente da Margem Complementar, Outras Comissões
Recebidas, muito dependente do negócio associado à concessão de crédito, mantevese estável e a rubrica Outros Resultados de Exploração decresceu cerca de 33,7%.
Perante uma Margem Financeira estável e uma Margem Complementar com um
decréscimo na ordem dos 8,7%, o Produto Bancário regista um decréscimo de cerca de
2,3%.
Evolução dos Custos de Funcionamento
Os Custos de Funcionamento (Fornecimentos e Serviços de Terceiros, Pessoal e
Amortizações) tiveram uma evolução positiva, reduzindo-se em cerca de 5,5%.
Esta evolução expressa o aumento nos Gastos Gerais Administrativos (+8,3%),
explicado pela evolução desfavorável dos Impressos e Materiais de Consumo Corrente,
Comunicações e Despesas de Expedição, Deslocações, Estadias e Representações,
Material Informático, Conservação e Reparação.
Os Custos com o Pessoal, por seu lado, diminuíram 4,4% em resultado das medidas de
produtividade e eficiência implementadas em 2011.
O Cash Flow de Exploração fixou-se em 316,8 Milhões de escudos, o que significa uma
diminuição de 6,7% face ao ano anterior.
Evolução do Resultado Líquido do Exercício
Os Resultados Líquidos do exercício de 2011, calculados de acordo com as Normas
Internacionais de Relato Financeiro atingiram os 54.091 Milhões de escudos, registaram uma variação negativa de 31,8%, em consequência do reforço observado nas
Imparidades do crédito.
Banco Caboverdiano de Negócios
14
Relatório e Contas 2011
Principais indicadores e rácios prudenciais
O BCN terminou o exercício de 2011 cumprindo todos os limites impostos pela Supervisão, destacando-se o rácio de solvabilidade, que atingiu 12,41%, sendo bem demonstrativo da solidez do Banco.
A rendibilidade dos activos e dos capitais próprios fixaram-se nos 0,45% e 4,74%,
respectivamente, em resultado da redução do valor dos resultados líquidos face ao
ano anterior.
O principal factor explicativo para a redução da rentabilidade pode ser encontrado na
evolução das perdas por imparidade do exercício, que apresentaram um acréscimo de
21,1% face a 2010, traduzindo uma política conservadora de provisionamento, num
contexto de aumento dos níveis de incumprimento creditício. Com efeito, não considerando o impacto das perdas por imparidade, o resultado antes de imparidades e impostos aumentou em 2011 cerca de 3,7%.
De igual modo, a redução do produto bancário foi mais do que compensada pela
redução dos custos operacionais, o que conduziu a uma redução do rácio cost to
income, fixando-se nos 60,5% (62,6% no ano anterior), dando assim continuidade ao
processo de obtenção de ganhos de eficiência operacional realizado nos últimos anos.
Banco Caboverdiano de Negócios
15
Relatório e Contas 2011
Banco Caboverdiano de Negócios
16
Relatório e Contas 2011
SÍNTESE DAS PRINCIPAIS INICIATIVAS DESENVOLVIDAS EM 2011
Marketing e Comunicação
Gabinete de Marketing e Produtos /
Área Comercial
As actividades de marketing e comunicação no BCN estão a cargo do Gabinete de
Marketing e Produtos (GMP), que tem por missão a optimização da oferta de produtos
de serviços do Banco e a execução da estratégia de comunicação.
Na área de planeamento e estratégia de marketing, destaca-se a elaboração e
acompanhamento do exigente plano anual de campanhas comerciais levado a cabo em
A Direcção Comercial do BCN tem por missão o desenvolvimento dos negócios do Banco,
nos segmentos de particulares, profissionais liberais, empresários em nome individual
e empresas/institucionais, através da sua rede de Agências, presente em todas as
ilhas do Arquipélago de Cabo Verde.
2011, em estreita articulação com a Direcção Comercial, bem como a gestão operacional do Manual de Produtos e Manual de Preçário do Banco.
O posicionamento do Banco face à concorrência é analisado regularmente pelo GMP,
tendo sido produzidos ao longo do ano vários estudos de benchmarking e de análise
comparada do portfólio de produtos e serviços do Banco, face ao mercado.
A Direcção encontra-se estruturada em duas áreas geográficas, a área do Sotavento,
que integra as Agências localizadas nas ilhas de Santiago, Maio, Fogo e Brava, e a área
do Barlavento, que integra as Agências localizadas nas ilhas de São Vicente, Santo
Antão, Sal, Boavista e São Nicolau.
Em 2011 foram criadas novas soluções de poupança para os clientes do Banco, que à
semelhança de anos anteriores, deram um forte contributo para o reforço do posicio-
No seguimento da estratégia comercial de reforço e dispersão da carteira de recursos
dos clientes particulares, tradicionalmente mais estáveis, e de redução do peso dos
clientes do segmento Empresas/Institucionais, o BCN implementou uma série de
medidas que produziram resultados globalmente positivos, sendo de registar, no
namento do Banco no segmento dos particulares, dando sequência à estratégia
comercial de redução do nível de concentração em clientes Empresas/Institucionais.
entanto, a evolução negativa observada na carteira de recursos do Banco.
Foram criados em 2011 o sistema de incentivos do plano anual de campanhas (SIPAC)
e o sistema de incentivos dos macro-objectivos comerciais (SIMO), que visam contribuir
como factor de motivação adicional para os colaboradores da Direcção Comercial.
Ainda no decurso de 2011 foram dados os primeiros passos na definição e lançamento
da rede de canais agenciados do BCN, no seguimento da estratégia de alargamento
dos canais de distribuição dos produtos do Banco.
No segmento da Emigração merecem destaque as iniciativas comerciais e de marketing levadas a cabo junto da comunidade cabo-verdiana residentes nos EUA, que
incluíram várias visitas a este país em 2011.
Banco Caboverdiano de Negócios
17
Relatório e Contas 2011
Decorrente da sua actividade operacional o Banco está exposto aos seguintes
principais riscos:
Foi dada continuidade à política de comunicação e imagem traçada nos últimos anos,
que visa o reforço da notoriedade do Banco, tendo sido utilizados vários meios de
comunicação, com destaque para a presença assídua na televisão, rádio, imprensa
escrita e internet.
Sob o título “Banco Caboverdiano de Negócios inicia operações nos Estados Unidos em
Fall River”, o Gabinete de Marketing e Produtos lançou em 2011 a publicação da
Newsletter “Di Nôs”, dirigida a clientes e potenciais clientes, com o objectivo de
divulgar os novos produtos e serviços disponibilizados pelo Banco.
Em 2011 o BCN deu continuidade à sua política selectiva na concessão de crédito, tendo
privilegiado o financiamento de novas operações com bons níveis de risco e tomando
medidas de redução da exposição em alguns clientes de risco agravado.
A avaliação de risco de crédito é feita com base em modelos internos de análise, que no
caso de clientes particulares têm por base essencialmente aspectos de carácter
comportamental, enquanto no caso de empresas requerem informação económicofinanceira e de natureza qualitativa, como por exemplo a qualidade de gestão, sector
onde se insere, perspectivas de evolução futura, entre outras variáveis.
Gestão e Controlo de Riscos
Pese embora o carácter transversal a toda a estrutura organizativa do Banco, a gestão
e controlo de riscos de actividade é feita de uma forma independente e centralizada,
estando essa função no âmbito das competências da Direcção de Gestão de Riscos
Em 2011 houve um acompanhamento contínuo das operações de crédito, com auxílio
da ferramenta de gestão SIC, que foi objecto de melhorias, com a introdução de novas
(DGR), a qual tem como responsabilidade implementar as estratégias e políticas de
risco definidas pelo Conselho de Administração, com vista a garantir a prevenção e
mitigação dos diversos riscos a que o Banco está sujeito no exercício de sua actividade.
funcionalidades, permitindo um acompanhamento mais eficaz das várias exposições
do Banco.
Durante 2011 as actividades de gestão e controlo de riscos centraram-se nas
seguintes linhas de actuação:
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$
O Banco avalia frequentemente a sensibilidade ao risco da taxa de juro, definido como
a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou na situação
líquida, devido a movimentos adversos das taxas de juro.
Com periodicidade mínima semestral, o Banco avalia a sua capacidade em absorver
variações adversas nas taxas a que se encontra exposto, através da análise de sensibilidade da margem financeira e do capital a uma descida das taxas de juros, considerando a totalidade dos instrumentos da carteira bancária sensíveis à taxa de juro
distribuídas pelas respectivas classes de maturidade.
da carteira com a utilização generalizada de modelos internos de Rating
para o segmento empresas e Scoring para particulares;
!
"
a todo o Banco, que se materializou na produção de mais um relatório de
Controlo Interno, com o levantamento de deficiências nas várias áreas do
Banco e monitorização das respectivas medidas correctivas.
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primento dos clientes. O risco de crédito está essencialmente presente nos empréstimos e garantias prestadas, sendo o maior dos riscos a que o Banco está sujeito.
Direcção de Gestão de Riscos
No âmbito da sua actividade creditícia, o Banco está sujeito ao risco de crédito que
resulta da possibilidade de ocorrência de perdas financeiras, decorrentes do incum-
A nível de marketing e comunicação, destaque ainda para a renovação operada no site
do Banco, com nova imagem, novos conteúdos e maior possibilidade de interacção
Banco/Cliente.
Probability of Default (PD) e de Loss Given Default (LGD);
#
$
'<
Risco de Crédito
O Banco também marcou presença em várias feiras e eventos organizados em Cabo
Verde e no estrangeiro, com o objectivo de estar próximo dos clientes e detectar
oportunidades de negócio.
O risco de liquidez decorre da probabilidade do Banco incorrer em dificuldades tanto de
financiar os activos por prazos de maturidade e a taxas apropriadas como de liquidar
atempadamente posições em carteira e a preços razoáveis.
A gestão de liquidez é feita diariamente, sendo analisados os prazos residuais de
maturidade dos diferentes activos e passivos do balanço, para cada um dos intervalos
Banco Caboverdiano de Negócios
18
Relatório e Contas 2011
Gabinete de Recuperação de Crédito
considerados, bem como os respectivos gaps de liquidez. Para o efeito, o Banco estabeleceu um Plano de Contingência de Liquidez assente em linhas de tesouraria intragrupo, obtidas junto do Banif S.A., no valor aproximado de 2.316 milhares de escudos, a
qual se encontra utilizada por 987 milhares de escudos.
A área da recuperação de crédito voltou a merecer uma atenção especial da Comissão
Executiva em 2011, face ao aumento esperado do número de clientes em situação de
incumprimento.
Os maiores níveis de incumprimento registaram-se nos créditos a empresas em geral,
Risco Operacional
sem destaque para nenhum sector, mas também nos créditos ao consumo, no
segmento dos clientes particulares.
O risco operacional pode ser definido pelo risco de perdas directas ou indirectas
resultantes da inadequação ou deficiência de processos internos ou condutas do
A nível organizativo, foi dada continuidade ao modelo de recuperação de crédito
pessoal, dos sistemas internos ou de acontecimentos externos.
introduzido no ano anterior, tendo sido aperfeiçoados alguns mecanismos de gestão
No decurso de 2011, o Banco continuou a introduzir melhorias na gestão do Risco
dos processos em pré-contencioso, tendo em vista acelerar a recuperação dos
créditos.
Operacional, aumentando o grau de automatização, centralização e uniformização de
processos, tendo em vista a minimização de falhas humanas, sendo de destacar as
seguintes medidas implementadas:
Foi atribuído também um papel de maior destaque aos recuperadores de crédito, que
assumiram o papel central no contacto com os devedores, com o objectivo de assegurar, sempre que possível, a recuperação pela via negocial.
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@"
centralmente pela Direcção de Operações e Qualidade (DOQ);
No seguimento da política de formação do Banco, foi ministrada formação específica
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W
"
Modelo de Contrato de Crédito, com ganhos decorrentes de uniformidade e
sobre recuperação de crédito a todos os colaboradores com responsabilidades nesta
área, com enfoque especial nos temas “reestruturação de crédito” e “execução
judicial”, com o objectivo de melhorar as suas capacidades nestas áreas específicas.
redução de risco operacional; e
WX
[W\]
"
de preenchimento.
Gabinete de Compliance
Ainda no âmbito do risco operacional, iniciou-se em 2011 com o apoio do Grupo Banif
um processo de estudo, elaboração e implementação do Plano de Continuidade de
Negócios (PCN), transversal a toda a estrutura do Banco, visando definir as condições
de segurança e meios necessários para assegurar a continuidade do negócio, quer ao
Durante o ano 2011 o Gabinete de Compliance (GC) prosseguiu com a implementação
do programa de compliance estabelecido para o período 2010-2011, cujas prioridades
de actuação são:
a) Processo de Abertura de Conta de Cliente
nível das áreas de negócio, quer a nível de sistemas centrais e departamentais, em
caso de desastre local ou regional.
b) Reformulação de Processos e Procedimentos
c) Know Your Customer
O Banco durante 2011 deu ainda continuidade à utilização da ferramenta informática
de gestão de risco operacional SAS OpRisk.
d) Risk Rating Framework - Classificação do Cliente
e) Validação e Aceitação do Cliente
f) Prevenção do Branqueamento de Capitais e Sanções Financeiras Interna
cionais
g) Implementação de Sistemas de Monitorização
h) Controlo Interno
O Núcleo de Prevenção do Branqueamento de Capitais assegurou a análise e monitorização contínua de clientes e transacções em matéria de prevenção e combate ao
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo e sanções internacionais.
Em 2011 foi concebido e implementado uma aplicação informática, a CPSI – Compliance,
Políticas e Sanções Internacionais, com vista à monitorização e filtragem de entidades
Banco Caboverdiano de Negócios
19
Relatório e Contas 2011
constantes da lista de sanções internacionais, garantindo assim uma maior fiabilidade
da Base de Dados de clientes, em linha com as práticas do Grupo e com as melhores
práticas e mais recentes exigências legais.
Visa Fácil; e
O Gabinete de Compliance, no decurso de 2011, passou ainda a assegurar o controlo
(verificação/validação e envio) de todos os reportes feitos às entidades externas, por
forma a garantir não só a qualidade de informação reportada mas também o envio dos
mesmos em tempo oportuno.
ƒ"$
numa melhoria significativa do controlo dos movimentos efectuados com o
exterior.
Gabinete de Sistemas Informáticos
Durante o ano de 2011 inúmeras actividades foram levadas a cabo pelo Gabinete de
Sistemas Informáticos, no intuito de melhorar as condições internas de trabalho e
Controlo Interno
prover o Banco de mecanismos mais modernos a nível de sistemas informáticos,
capazes de incrementar a qualidade de serviços prestados aos consumidores dos
serviços oferecidos pelo BCN.
Ao nível de Controlo Interno elaborou-se mais um relatório de controlo interno no
cumprimento do Aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal, extensível às instituições
sujeitas à supervisão do Banco de Portugal em base consolidada. O relatório visou
sobretudo fazer o follow up da implementação das medidas correctivas identificadas
De entre as actividades levadas a cabo, destacam-se os seguintes projectos:
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Periodicamente foi controlada a implementação das medidas correctivas nas diversas
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áreas funcionais, e, com carácter bimensal, tem-se vindo a fazer o follow up das
deficiências de forma a acompanhar a correcta implementação das medidas correctivas aprovadas pela Comissão Executiva. As deficiências de controlo uma vez detectadas são monitorizadas de uma forma contínua, independentemente da implementação
ou não das medidas correctivas a 100%, reforçando assim o ambiente de controlo da
instituição.
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Direcção de Operações e Qualidade, com destaque para as seguintes:
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buir para uma simplificação e eficácia dos trabalhos;
Outras actividades desenvolvidas
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contratos de crédito, que se encontravam dispersos em grande número,
Direcção de Operações e Qualidade
Dando seguimento à política de concentração das operações bancárias sob uma única
Direcção, de modo a mitigar o risco operacional e aumentar a celeridade na efectivação
dos trabalhos, ao longo do ano de 2011, várias iniciativas foram levadas a cabo pela
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entidades);
num modelo único, ao mesmo tempo com a introdução ou alteração de
algumas cláusulas, o que veio sem dúvida acrescentar uma maior eficácia e
segurança nas operações de crédito;
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de abertura de contas depósitos à ordem;
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controlo mais efectivo e eficiente das operações relacionadas com Cartões
Banco Caboverdiano de Negócios
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Branca;
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do BCN
20
Relatório e Contas 2011
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Os relatórios emitidos foram analisados no Comité de Auditoria Interna (CAI) constituída pelos membros da Comissão Executiva, Director da Auditoria Interna e Director
da Área que foi objecto da acção de auditoria. Todas as recomendações foram posteriormente monitorizadas com vista a acompanhar a implementação das medidas
correctivas aprovadas pelo CAI.
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Tendo em consideração a dimensão do BCN, a sua função de auditoria interna
encontra-se dotada de um modelo organizacional sólido, coerente e consistente, que
incorpora os requisitos regulamentares, as orientações e as melhores práticas de
Direcção de Auditoria Interna
A função de auditoria interna implementada no Banco Caboverdiano de Negócios
procura cumprir os requisitos de controlo interno da função, designadamente, os
auditoria interna, reconhecidas e aceites a nível nacional e internacional para a
prossecução da sua visão, missão, objectivos estratégicos e atribuições.
definidos no Aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal. Procura igualmente desenvolver a
sua actividade em conformidade com os princípios de auditoria interna reconhecidos e
aceites a nível internacional.
Os relatórios emitidos foram analisados no Comité de Auditoria Interna (CAI) constituída pelos membros da Comissão Executiva, Director da Auditoria Interna e Director
O BCN faz parte do universo de organizações aderentes às boas práticas no que
respeita à implementação de um Processo de Avaliação da Qualidade e
da Área que foi objecto da acção de auditoria. Todas as recomendações foram posteriormente monitorizadas com vista a acompanhar a implementação das medidas
Aperfeiçoamento da função de auditoria interna. Em 2011 a Direcção de Auditoria
Interna (DAI) efectuou uma auto-avaliação da actividade desenvolvida, da qual
correctivas aprovadas pelo CAI.
resultou a identificação de oportunidades de melhoria a introduzir no decorrer do
corrente ano.
Gabinete de Provedoria do Cliente
Durante o ano 2011 a Direcção de Auditoria Interna (DAI) continuou a desempenhar o
seu papel de zelar pelo cumprimento das normas internas e da conformidade das
disposições legais que regulam a actividade da instituição, reportando os factos e as
A figura do Provedor do Cliente, à semelhança do que tem vindo a fazer desde a sua
criação, desenvolveu a sua actividade a partir das queixas e reclamações de clientes,
adoptando uma atitude positiva e construtiva face às mesmas, visando a celeridade
situações que se constituem como desvios ao que se encontra determinado nos
normativos em vigor.
nas respostas e melhoria dos serviços prestados.
O Gabinete da Provedoria do Cliente respondeu, assim, a 100% das reclamações que
deram entrada ao longo do ano de 2011.
Em linha com o Programa de Auditoria aprovado pela Comissão Executiva, a DAI,
através de acções do tipo presencial, à distância e contínuo, levou a cabo auditorias às
diversas áreas funcionais do Banco, com vista a monitorizar os controlos implementados para mitigar o risco operacional nas estruturas comerciais e em alguns serviços
centrais, contribuindo assim para o reforço do controlo interno instituído.
As principais áreas objecto de auditoria em 2011 foram aquelas que são consideradas
de maior risco: meios de segurança interna, arquivo, tesouraria, processos de abertura
de contas, transferências, cartões de débito, cumprimento do regulamento interno do
crédito e crédito vencido, preçário, competências delegadas e, finalmente, prevenção
do branqueamento de capitais.
No total foram realizados 36 trabalhos de auditoria que abrangeram todas as
Unidades de Negócios do Banco e alguns Serviços Centrais.
Em 2011 foi implementada uma aplicação informática para gerir os trabalhos de
auditoria (planeados e executados) e respectiva documentação, auxiliar as tarefas de
seguimento da implementação das acções correctivas às deficiências identificadas e
produzir informação de gestão. Essa aplicação contribuiu assim para uma melhoria do
desempenho da função de auditoria interna.
Banco Caboverdiano de Negócios
21
Relatório e Contas 2011
As reclamações aconteceram na sua maioria na área comercial do Sotavento, ficando
a ilha de Santiago com 51% do total das reclamações que deram entrada no Gabinete
de Provedoria do Cliente.
As agências da Boa Vista, Santa Cruz, Maio, São Nicolau e Brava não foram alvo de
reclamações no ano de 2011.
vinculados com contratos a prazo.
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dos colaboradores detêm o Ensino Secundário, 50% o Ensino Universitário e apenas 2%
possuem o Ensino Básico. Esta tendência tem sido evidenciada pelo aumento do
número de colaboradores admitidos que frequentam o ensino superior.
No que se refere às matérias alvo de mais reclamações, destacam-se os serviços do
cartão pré-pago Visa Fácil, processos de crédito e contas DO.
Admissões e Desvinculações
Durante o ano 2011 registou-se um total de 26 admissões e 29 desvinculações.
Balanço Social e Recursos Humanos
O “turn over” estimado foi de 1,8%, verificando-se um acréscimo de 0,5 p.p. relativamente ao ano anterior, cuja taxa situou-se nos 1,3%.
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colaboradores em 2010), dos quais 67% corresponde a colaboradores do sexo feminino
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No que se refere aos grupos funcionais, continua a verificar-se a predominância dos
˜” 
™ $ š’– € = funcionais “Técnicos” e “Gerência/Responsável Unidade” registou um acréscimo de 1
p.p. face ao período homólogo.
Absentismo
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‚~€—|`cias ao trabalho com maior incidência nas faltas motivadas por doença (39%) e Licença
de Maternidade (38%). Comparativamente ao ano transacto registou-se um aumento
À semelhança do ano anterior, a Direcção de Rede de Agências continua a ocupar um
[—’–]
!
\
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77 colaboradores no final do ano.
na ordem de 100% das ausências ao trabalho derivado sobretudo do aumento do
número de faltas por licença de maternidade.
Quanto à repartição por área geográfica, constata-se a maior concentração na ilha de
Santiago, seguida da ilha de S. Vicente.
Œ { @ @" ‚ $ ’š– mantém um vínculo definitivo com o Banco, enquanto cerca de 55% encontram-se
Banco Caboverdiano de Negócios
22
Relatório e Contas 2011
Motivos de Ausências
0%
1%
0%
0%
<ustif.
20%
Injust.
2%
38%
Doença
Matern.
Núpcias
Nojo
39%
Autoriz.
Susp
De referir que o sistema de Gestão de Assiduidade baseado em tecnologia biométrica,
implementado em 2011 veio permitir um maior controlo da assiduidade e aumento da
fiabilidade dos dados.
Formação
Durante o ano 2011 manteve-se a política de formação adoptada nos anos anteriores
sendo ministradas acções de formação de cariz interno e externo.
Foram levadas a cabo 39 acções de formação, das quais 22 corresponderam a acções
externas enquanto as internas totalizaram 17 acções. Foram registadas cerca de 286
participações, correspondendo a um total de 3.319 horas de formação.
Das 17 acções de formação levadas a cabo a nível interno, destacam-se formações na
área de Gestão de Crédito, Recuperação de Crédito Vencido, Contas de Depósito, Aplicação e Funcionamento do Sistema de Gestão de Desempenho e Acções vestibulares
proporcionadas aos colaboradores admitidos.
A nível externo, destacam-se duas tipologias: acções presenciais e na vertente
e-Learning. Esta última com incidência sobre as Operações Bancárias Gerais, por
intermédio da adesão à plataforma WebBanca. A nível presencial, evidencia-se a
participação no Curso Integrado de Gestão Bancária (CIGB) ministrado pelo IFB Instituto de Formação Bancária de Portugal com a duração de 3 meses.
participação no Curso Integrado de Gestão Bancária (CIGB) ministrado pelo IFB Instituto de Formação Bancária de Portugal com a duração de 3 meses.
Banco Caboverdiano de Negócios
23
Relatório e Contas 2011
EVOLUÇÃO PREVISÍVEL DA SOCIEDADE
O Conselho de Administração considera que no próximo exercício se manterão prevalecentes as principais variáveis macro-económicas verificadas em 2011, designadamente no que concerne à evolução da economia caboverdiana.
Em termos de evolução do mercado de serviços financeiros, projecta-se um crescimento moderado da base de recursos, com continuação do crescimento do crédito a
níveis superiores aos dos recursos, com a consequente subida da taxa de transformação. De igual modo, o crédito vencido do mercado deverá manter-se em linha com os
valores verificados em 2011.
Neste contexto, a actividade do Banco Caboverdiano de Negócios em 2012 deverá ser
norteada pelo enfoque no reforço da sua base de captação de recursos junto de
clientes e na continuidade da política de maior selectividade na concessão de crédito,
por forma a conter e minorar o crescimento da carteira de crédito vencido e consequentemente o esforço de provisionamento.
Em termos de margem financeira, prevê-se uma ligeira redução, compensada pela
continuação na aposta no crescimento da margem complementar e na redução da
base de custos operacionais.
EVENTOS SUBSEQUENTES
À data da preparação das presentes demonstrações financeiras pelo Conselho de
Administração não se verifica nenhum acontecimento subsequente a 31 de Dezembro
de 2011 que exigissem ajustamentos ou divulgações suplementares às demonstrações financeiras.
Banco Caboverdiano de Negócios
24
Relatório e Contas 2011
PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS
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quatro milhões, noventa mil e seiscentos e onze) Escudos de Cabo Verde seja
distribuído da seguinte forma, nos termos e para os efeitos da alínea b) do n.º 1 e do n.º
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•¡‘¡~—~<?¢
Praia, 30 de Abril de 2012
Banco Caboverdiano de Negócios
25
Relatório e Contas 2011
Banco Caboverdiano de Negócios
26
Relatório e Contas 2011
27
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Banco Caboverdiano de Negócios
Relatório e Contas 2011
Balanço em 31 de dezembro de 2011
(valores expressos em milhares de escudos)
O Técnico de Contas
Banco Caboverdiano de Negócios
O Conselho de Administração
28
Relatório e Contas 2011
Demonstração de resultados em 31 de dezembro de 2011
(valores expressos em milhares de escudos)
O Técnico de Contas
Banco Caboverdiano de Negócios
29
O Conselho de Administração
Relatório e Contas 2011
(emmilharesdeescudoscontos)
0
54.091
0
0
79.271
2010
AlteraçõesnojustovalordeActivosFinanceirosDisponíveisparaVenda
0
ResultadoLiquídodoExercício
AlteraçõesnojustovalordosActivosTangíveis
79.271
O Conselho de Administração
Totaldorendimentointegral,líquidodeimpostos
O Técnico de Contas
30
Relatório e Contas 2011
54.091
2011
Demonstração do rendimento integral para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010
Banco Caboverdiano de Negócios
31
O Co
onselho de Adm
ministração
Relatório e Contas 2011
DEMO
ONSTRAÇÃO DE
D ALTERAÇ
ÇÕES NO CAP
PITAL PRÓPR
RIO EM 31 DE
E DEZEMBRO
O DE 2011 E 2010
2
O Técnico de
e Contas
Banco Caboverdiano de Negócios
(25.180)
33.991
(31.065)
(1.475)
1.144
(19.818)
Variação
79.271
161.032
77.789
21.278
183
0
(1.740.133)
228.685
1.439.483
34.923
797.658
28.883
435.087
1.182.368
2010Reexpresso
(377)
1.518.069
(168.000)
(1.021.348)
(38.079)
(293.166)
(1.556.295)
2.510
(1.217.315)
(17.948)
(9.698)
5.901
3.927
2011
(194)
0
(222.064)
60.685
418.135
(3.156)
504.492
(1.527.412)
437.597
(34.948)
(8.657)
3.299
(9.047)
(17.818)
Notas
(26.605)
(6.399)
(3.146)
3.927
(14.405)
3.397
Fluxosdecaixadasactividadesdeinvestimento(2)
32
11e12
18
(32.223)
3.397
54.091
195.023
46.724
19.803
1.144
(19.818)
6
7e32
8
10
9,32
15
16
17
19
3.397
1.167.946
Rubricas
Demonstração de fluxos de caixa em 31 de dezembro de 2011 e 2010
(em milhares de escudos - contos)
ActividadeOperacional
ResultadosdeExploração
ResultadoLíquidodoExercício
ImparidadedoExercício
AmortizaçõesdoExercício
DotaçãoparaImpostosdoExercício
Impostosdiferidos
Dividendos
11e12
11e12
11e12
11e12
11e12
3.397
(1.231.720)
1.281.218
1.217.444
(63.774)
(63.774)
1.182.706
98.512
1.281.218
2.512.938
1.281.218
(1.231.720)
(1.231.720)
(49.680)
(14.094)
(63.774)
(1.231.720)
(63.774)
1.167.946
1.167.946
Relatório e Contas 2011
1.133.026
84.418
1.217.444
O Conselho de Administração
4
5
22
Fluxosdecaixadasactividadesdefinanciamento(3)
(63.774)
32
Variaçãodecaixaeseusequivalentes(4)=(1)+(2)+(3)
VariaçãodosActivosePassivosOperacionais:
Diminuição/AumentodeActivosFinanceirosaoJustoValorAtravésdeResultados
Diminuição/AumentodeActivosFinanceirosDisponíveisparavenda
Diminuição/AumentoAplicaçõesemInstituiçõesdeCrédito
Diminuição/AumentodeInvestimentosdetidosatéamaturidade
Diminuição/AumentodeCréditoaClientes
AumentodeOutrosActivos
Diminuição/AumentoRecursosdeOutrasInstituiçõesdeCrédito
Diminuição/AumentoRecursosdeClienteseOutrosEmpréstimos
Aumento/DiminuiçãodeOutrosPassivos
Fluxosdeactividadeoperacionais(1)
ActividadedeInvestimento
AquisiçãodeOutrosActivosTangíveis
AlienaçãodeOutrosActivosTangíveis
AquisiçãodeOutrosActivosIntangíveis
AlienaçãodeOutrosActivosIntangíveis
Outros
ActividadesdeFinanciamento
AumentodeCapital
VariaçãoemReservaseResultadosTransitados
Efeitodasdiferençasdecâmbio
Variaçõesdecaixaeseusequivalentes
Caixaeseusequivalentesnoiníciodoperíodo
Caixaeseusequivalentesnofimdoperíodo
Valordobalançodecaixaeseusequivalentes:
Caixaedisponibilidadesembancoscentrais
Disponibilidadesemoutrasinstituiçõesdecrédito
O Técnico de Contas
Banco Caboverdiano de Negócios
Informação geral
ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1.
O BCN - Banco Caboverdiano de Negócios, SA (adiante designado por BCN ou Banco), com a sua génese em 2002, está sedeado
na Cidade da Praia, na República de Cabo Verde, tendo por objecto o exercício de actividade bancária, e podendo praticar
todas as operações bancárias e financeiras permitidas pela Lei Caboverdiana.
BCN e das outras entidades que formam o grupo BANIF, de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade, tal como
O BCN é detido directamente em 51,69% pelo BANIF, SGPS, S.A. empresa mãe que consolida as demonstrações financeiras do
Adopção de normas internacionais de relato financeiro novas ou revistas
adoptadas pela União Europeia, e cujas acções encontram-se admitidas à cotação na Euronext Lisboa.
2.
As políticas contabilísticas adoptadas no exercício são consistentes com as utilizadas nos exercícios anteriores, com
excepção, e sempre que aplicável ao Banco, da adopção das seguintes novas normas e interpretações, alterações ou revisões
de Normas e novas interpretações emitidas pelo IASB/IFRIC. Esta adopção e não teve efeitos na posição financeira ou
performance do Banco.
As principais alterações são as seguintes:
IAS 24 (Revista) Transacções entre Partes Relacionadas
relacionadas, designadamente as resultantes de influência significativa e empreendimentos conjuntos.
A definição de parte relacionada foi clarificada com o objectivo de simplificar a identificação das relações entre partes
Foi introduzida uma isenção parcial de divulgações de partes relacionadas quando existam transacções com entidades
Nome da administração pública e natureza da sua relação com a entidade relatora (isto é, controlo, controlo
ligadas à administração pública. Estas entidades deverão divulgar o seguinte:
Uma indicação qualitativa ou quantitativa da respectiva dimensão em relação a outras transacções que sejam no
Natureza e quantia de cada transacção individualmente significativa;
conjunto ou influência significativa);
x
x
x
seu conjunto mas não individualmente significativas;
IAS 32 (Emenda) Instrumentos Financeiros: Apresentação – Classificação de direitos de emissão
A emenda altera a definição de passivos financeiros para passar a classificar os direitos de emissão (e certas opções e
x
contrapartida de uma quantia fixa de qualquer moeda.
Forem usados para adquirir um número fixo de instrumentos de capital próprio da própria entidade em
capital não derivados da entidade;
Os direitos forem atribuídos de forma proporcional a todos os proprietários da mesma classe de instrumentos de
warrants) como instrumentos de capital próprio se:
x
A sua aplicação retrospectiva leva a que direitos em moeda estrangeira anteriormente reconhecidos como
direitos como derivados com variações no justo valor a serem registadas em resultados;
As entidades que emitem direitos (fixados numa moeda diferente da funcional) não são obrigadas a tratar os
Em consequência desta emenda:
x
x
derivados terão de ser reclassificados para instrumentos de capital e os correspondentes ganhos e perdas
acumulados em resultados terão de ser reclassificados para capital próprio.
IFRS 1 (Alteração) Adopção pela primeira vez das IFRS – Isenções para algumas das divulgações exigidas pela IFRS 7
Esta alteração permite que as entidades que adoptem as IFRS pela primeira vez usufruam do mesmo regime transitório da
IFRS 7 (Instrumentos financeiros – Divulgações), o qual não exige a apresentação de comparativos relativamente às
33
Relatório e Contas 2011
divulgações exigidas pela IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações quando os exercícios comparativos iniciem numa data
anterior a 31 de Dezembro de 2009.
Banco Caboverdiano de Negócios
A emenda à IFRIC 14 estabelece mais orientações na determinação do valor recuperável de um activo de fundos de benefício
IFRIC 14 (Emenda) Requisitos de Financiamento Mínimo
definido. Adicionalmente, a emenda permite uma entidade registar como activo um pagamento antecipado relativamente a
financiamentos mínimos de fundos de pensões.
IFRIC 19 – Extinção de passivos financeiros com instrumentos de Capital Próprio
A IFRIC 19 clarifica que instrumentos de capital emitidos para um credor com o objectivo de extinguir passivos financeiros
são considerados pagamentos para efeitos do parágrafo 41 da IAS 39. Desta forma, instrumentos de capital emitidos num
Equity Swap devem ser mensurados ao justo valor dos instrumentos de capital emitidos, se este puder ser determinado com
fiabilidade, ou no caso de não ser possível determinar o justo valor com fiabilidade, ao justo valor do passivo financeiro
extinto na data da sua extinção. Qualquer ganho ou perda é imediatamente reconhecida como ganhos ou perdas. Esta IFRIC
não se aplica a situações em que o acordo original já previa a extinção de passivos por via da emissão de instrumentos de
capital nem para situações que envolvam directa ou indirectamente proprietários actuando como tal.
IFRS 1 Adopção pela primeira vez das IFRS
Melhorias do Ano 2010:
Permite às entidades com actividades reguladas ou que detenham activos fixos tangíveis ou activos intangíveis que
directamente em resultados transitados (ou se apropriado, noutra rubrica do capital próprio).
Demonstrações Financeiras em IFRS sejam emitidas. Os ajustamentos daí decorrentes devem ser reconhecidos
como o seu custo considerado, ainda que o evento ocorra após a data de transição mas antes das primeiras
(subsequente à data de transição), devido a um acontecimento como uma privatização ou uma oferta pública inicial
Permite que um adoptante pela primeira vez das IFRS utilize um justo valor mensurado numa determinada data
as IFRS.
acordo com a IAS 34, deverá explicar as alterações efectuadas e actualizar as reconciliações entre o anterior PCGA e
utilizar algumas das excepções previstas na IFRS 1 após a apresentação de um relatório financeiro intercalar de
Esclarece que um adoptante pela primeira vez das IFRS que decida alterar as suas políticas contabilísticas ou
A emenda:
x
x
x
de anteriores PCGA, ainda que esta quantia inclua valores que não são elegíveis para capitalização de acordo com as
estão ou foram sujeitos a operações de taxas reguladas, utilizar como custo considerado uma quantia escriturada
IFRS. A excepção deverá ser aplicada individualmente a cada item. À data da transição para as IFRS, uma entidade
deve testar a imparidade em conformidade com a IAS 36 para cada item em relação ao qual tenha usado esta
isenção.
IFRS 3 Concentrações de actividades empresariais
x
x
x
x
Pagamento com Base em Acções.
34
Relatório e Contas 2011
empresariais como modificações dos prémios de pagamento com base em acções em conformidade com a IFRS 2
ou de outros prémios de pagamento com base em acções no quadro de uma concentração de actividades
Requer que uma entidade numa concentração de actividades empresariais registe a troca de opções sobre acções
aquisição, salvo se as IFRS exigirem outra base de mensuração.
Todas as outras componentes dos interesses que não controlam devem ser mensuradas pelo justo valor à data da
reconhecidas para os activos líquidos identificáveis da adquirida.
b) Pela parte proporcional que os interesses de propriedade presentes representam em relação às quantias
a) Pelo justo valor; ou
parte proporcional dos activos líquidos da entidade em caso de liquidação:
na adquirida que constituem interesses de propriedade presentes e conferem aos seus detentores o direito a uma
empresariais, a adquirente deve mensurar à data de aquisição os componentes de interesses que não controlam
Limita o âmbito das opções de mensuração dos interesses não controlados. Para cada concentração de actividades
da IFRS 3 (revista em 2008).
decorrentes de uma concentração de actividades empresariais cuja a data de aquisição seja anterior à aplicação
retribuições contingentes decorrentes da revisão da IFRS 3 em 2008, não se aplicam às retribuições contingentes
Apresentação e IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração que eliminaram a excepção às
Clarifica que alterações ocorridas à IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações, IAS 32 Instrumentos Financeiros:
Esta emenda:
Banco Caboverdiano de Negócios
Se a adquirente substituir os prémios da adquirida, a totalidade ou parte da mensuração baseada no mercado dos prémios
empresariais.
de substituição da adquirente deve ser incluída na mensuração da retribuição transferida na concentração de actividades
Todavia, nas situações em que os prémios da adquirida caducariam em resultado dessa concentração de actividades
empresariais e em que a adquirente substitui esses prémios sem que estivesse obrigada a fazê-lo, a totalidade da
mensuração baseada no mercado dos prémios de substituição deve ser reconhecida como custo de remuneração nas
demonstrações financeiras pós-concentração em conformidade com a IFRS 2.
Adicionalmente, a emenda especifica o tratamento contabilístico de pagamento com base em acções que o adquirente não
Se os respectivos direitos já tiverem sido adquiridos, essas transacções de pagamento com base em acções da
troca por transacções de pagamento com base em acções da sua responsabilidade:
x
Se os respectivos direitos ainda não tiverem sido adquiridos, os mesmos são mensurados ao valor de mercado na
adquirida fazem parte do interesse que não controla na adquirida e são mensuradas ao seu valor de mercado.
x
data de aquisição e alocados aos interesses que não controlam e às despesas de pós-concentração.
IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações
Enfatiza a interacção que deverá existir entre as divulgações quantitativas e qualitativas e a natureza e extensão
A emenda:
x
Clarifica que apenas os activos financeiros cuja quantia escriturada seja diferente da sua exposição máxima ao
aumentos de crédito e, salvo se impraticável, uma estimativa do seu justo valor quando os activos financeiros
Remove a divulgação da descrição das garantias colaterais detidas pela entidade a título de caução e outros
que, caso contrário, estariam vencidos ou com imparidade.
Remove a necessidade de divulgar a quantia escriturada de activos financeiros cujos termos foram renegociados e
melhor representa a exposição máxima ao risco de crédito.
melhorias da qualidade de crédito, bem como do respectivo efeito financeiro, no que diz respeito à quantia que
Requer para todos os activos financeiros uma descrição das garantias detidas a título de caução e de outras
risco terão de providenciar mais divulgações sobre o montante máximo de exposição a esse risco.
dos riscos resultantes de instrumentos financeiros.
x
x
x
x
estejam vencidos à data de relato mas não com imparidade e activos financeiros individualmente considerados com
imparidade à data do relato.
IAS 1 Apresentação de Demonstrações Financeiras
A emenda clarifica que para cada componente do capital próprio, uma entidade deve apresentar, na demonstração de
alterações no capital próprio ou nas notas, uma análise por item dos outros rendimentos integrais.
IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas
Uma entidade deve aplicar as emendas aplicadas à IAS 21 Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio decorrentes das
alterações à IAS 27 prospectivamente aos períodos anuais com início em ou após 1 de Julho de 2009. Se uma entidade aplicar
a IAS 27 (emendada em 2008) a um período anterior, as emendas devem ser aplicadas a esse período anterior.
IAS 34 Relato Financeiro Intercalar
x
x
x
Alterações nos passivos contingentes e activos.
Alterações nas classificações de activos financeiros; e
Transferência de instrumentos financeiros entre os diferentes níveis de hierarquia do justo valor;
As circunstâncias possíveis de afectar o justo valor dos instrumentos financeiros e a sua classificação;
A emenda estabelece orientação sobre a aplicação dos princípios vertidos na IAS 34 e requer informação adicional sobre:
x
IFRIC 13 Programas de fidelização de clientes
A emenda clarifica que quando o justo valor dos créditos de prémio é mensurado por referência ao justo valor dos prémios
Relatório e Contas 2011
pelos quais podem ser trocados, este deve ter em conta a quantia correspondente aos descontos ou incentivos que seriam
35
oferecidos aos restantes clientes que não ganharam créditos de prémio.
Banco Caboverdiano de Negócios
Uma entidade não desreconheça na totalidade os activos financeiros.
continuado nesses activos (opções ou garantias nos activos transferidos); e
Uma entidade desreconhecer activos financeiros transferidos na sua totalidade, mas mantiver um envolvimento
A emenda à IFRS 7 requer novas divulgações qualitativas e quantitativas relativas a transferência de activos financeiros
IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações
quando:
x
x
IFRS 1 (Emenda) Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro
Quando a data de transição para as IFRS ocorrer na data, ou após data, em que a moeda funcional cesse de ser uma moeda
cessação e que foram sujeitas aos efeitos de uma economia hiperinflacionária, ao seu justo valor na data da transição para
de uma economia hiperinflacionária, a entidade pode mensurar todos os activos e passivos detidos antes da data da
IFRS. Este Justo valor pode ser utilizado como o custo considerado para esses activos e passivos na data de abertura da
demonstração da posição financeira.
A emenda remove adicionalmente as datas fixas na IFRS 1 relativas ao desreconhecimento de activos e passivos financeiros e
de ganhos e perdas em transacções no reconhecimento inicial, a nova data passa a ser considerada a data da transição para
as IFRS.
As alterações à IFRS 1 serão aplicáveis para os exercícios iniciados após 30 de Junho de 2011. A aplicação antecipada é
permitida desde que divulgada.
NORMAS EMITIDAS AINDA NÃO EFECTIVAS
IFRS 9 – Instrumentos financeiros (Introduz novos requisitos de classificação e mensuração de activos e passivos
A primeira fase da IFRS 9 Instrumentos financeiros aborda a classificação e mensuração dos activos e passivos financeiros. O
financeiros)
IASB continua a trabalhar e a discutir os temas de imparidade e contabilidade de cobertura com vista à revisão e
substituição integral da IAS 39. A IFRS 9 aplica-se a todos os instrumentos financeiros que estão no âmbito de aplicação da
IAS 39.
Esta norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação antecipada é permitida desde
que devidamente divulgada. A aplicação antecipada das disposições relativamente aos activos é permitida, desde que
devidamente divulgada. A aplicação das disposições relativas aos passivos financeiros pode ser também antecipada desde
que em simultâneo com as disposições relativas aos activos financeiros.
O impacto da adopção desta norma depende dos instrumentos detidos na data da adopção, pelo que não é exequível a
quantificação dos seus potenciais efeitos.
IFRS 10 – Demonstrações Financeiras Consolidadas
O IASB emitiu a IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas que substitui os requisitos de consolidação previstos na SIC
12 Consolidação e na IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e Individuais.
A IFRS estabelece um novo conceito de controlo que deverá ser aplicado para todas as entidades e veículos com finalidade
especial. As mudanças introduzidas pela IFRS 10 irão requerer que a Gestão faça um julgamento significativo de forma a
determinar que entidades são controladas e consequentemente ser incluídas nas Demonstrações Financeiras Consolidadas
da empresa-mãe.
Esta norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é retrospectiva podendo ser
antecipada desde que a entidade aplique simultaneamente a IFRS 11, IFRS 12, IAS 27 (revista em 2011) e IAS 28 (revista em
2011).
O impacto da adopção desta norma depende da natureza das relações entre o Banco e outras entidades na data da adopção,
pelo que não é exequível a quantificação dos seus potenciais efeitos.
36
Relatório e Contas 2011
operações controlados conjuntamente) e redefine o conceito de consolidação proporcional para estas operações,
Define ainda o conceito de operações conjuntas (combinando os conceitos existentes de activos controlados e
entidades através do método da equivalência patrimonial.
através do método da consolidação proporcional, passando uma entidade a contabilizar o seu interesse nestas
Altera o conceito de controlo conjunto e remove a opção de contabilizar uma entidade conjuntamente controlada
Contribuições Não Monetárias por Empreendedores.
Substitui a IAS 31 Interesses em empreendimentos Conjuntos e a SIC 13 Entidades Conjuntamente Controladas —
IFRS 11 – Empreendimentos Conjuntos
x
x
x
A IFRS 11:
Banco Caboverdiano de Negócios
possuem nos activos, passivos, rendimentos e custos.
devendo cada entidade registar nas suas demonstrações financeiras os interesses absolutos ou relativos que
Esta norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é retrospectiva podendo ser
antecipada desde que a entidade aplique simultaneamente a IFRS 10, IFRS 12, IAS 27 (revista em 2011) e IAS 28 (revista em
2011).
O impacto da adopção desta norma depende da natureza das relações entre o Banco e outras entidades na data da adopção,
pelo que não é exequível a quantificação dos seus potenciais efeitos.
IFRS 12 – Divulgação de Participações em Outras Entidades
A IFRS 12 - Divulgação de Participações em Outras Entidades estabelece o nível mínimo de divulgações relativamente a
empresas subsidiárias, empreendimentos conjuntos, empresas associadas e outras entidades não consolidadas.
Esta norma inclui, por isso, todas as divulgações que eram obrigatórias nas IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e
Separadas referentes às contas consolidadas, bem como as divulgações obrigatórias incluídas na IAS 31 Interesses em
Empreendimentos Conjuntos e na IAS 28 Investimentos em Associadas, para além de novas informações adicionais.
Esta norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é retrospectiva podendo ser
antecipada desde que a entidade aplique simultaneamente a IFRS 10, IFRS 11, IAS 27 (revista em 2011) e IAS 28 (revista em
2011).
O impacto da adopção desta norma depende da natureza das relações entre o Banco e outras entidades na data da adopção,
pelo que não é exequível a quantificação dos seus potenciais efeitos.
IFRS 13 – Mensuração do Justo valor
indica quando uma entidade deverá utilizar o justo valor, mas estabelece uma orientação de como o justo valor deve ser
A IFRS 13 estabelece uma fonte única de orientação para a mensuração do justo valor de acordo com as IFRS. A IFRS 13 não
mensurado sempre que o mesmo é permitido ou requerido.
Esta norma é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação antecipada é prospectiva
permitida desde que divulgada.
O impacto da adopção desta norma depende dos activos e passivos detidos na data da adopção, pelo que não é exequível a
quantificação dos seus potenciais efeitos.
IAS 1 (Emenda) Apresentação de Demonstrações Financeiras
A emenda à IAS 1 altera a agregação de itens apresentados na Demonstração do Rendimento Integral. Itens susceptíveis de
serem reclassificados (ou “reciclados”) para lucros ou perdas no futuro (por exemplo na data de desreconhecimento ou
liquidação) devem ser apresentados separados dos itens que não susceptíveis de serem para lucros ou perdas.
Esta emenda não altera a natureza dos itens que devem ser reconhecidos na Demonstração de Rendimento Integral, nem se
os mesmos devem ou não ser susceptíveis de serem reclassificados em lucros ou perdas no futuro.
As alterações à IAS 1 serão aplicáveis para os exercícios iniciados após 30 de Junho de 2012. A aplicação é retrospectiva
podendo ser antecipada desde que devidamente divulgada.
Esta alteração apenas é relativa a aspectos de apresentação pelo que não tem impacto na posição financeira ou resultados
do Banco.
IAS 12 Impostos sobre o Rendimento
A emenda à IAS 12 clarifica que a determinação de imposto diferido relativo a Propriedades de Investimento mensuradas ao
justo valor, ao abrigo da IAS 40, deverá ser calculada tendo em conta a sua recuperação através da sua alienação no futuro.
Esta presunção pode ser no entanto rebatível caso a entidade tenha um plano de negócios que demonstre que a
recuperação desse imposto será efectuado através do seu uso.
Adicionalmente, a emenda refere ainda que os impostos diferidos reconhecidos por activos fixos tangíveis não depreciáveis
que sejam mensurados de acordo com o modelo de revalorização devem ser calculados no pressuposto de que a sua
recuperação será efectuada através da venda destes activos.
As alterações à IAS 12 serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2012. A aplicação é
retrospectiva podendo ser antecipada desde que devidamente divulgada.
Relatório e Contas 2011
O Banco não detém activos classificados como Propriedades de Investimento mensurados ao justo valor, pelo que não espera
37
que esta emenda tenha impactos na sua posição financeira ou resultados.
Banco Caboverdiano de Negócios
IAS 19 (Revista) Benefícios dos Empregados
independentemente do direito ao benefício do empregado já ter sido conferido.
A distinção entre benefícios de curto e longo prazo será baseado na tempestividade da liquidação do benefício
acordo com a IAS 37.
compromisso na sua atribuição não possa ser retirado e (ii) a provisão por reestruturação seja constituída de
Benefícios de cessação de emprego deverão ser reconhecidos no momento imediatamente anterior: (i) a que
alterações em cada um dos principais pressupostos actuariais.
quantitativa relativamente a análises de sensibilidade à responsabilidade dos benefícios definidos a possíveis
norma, bem como novas divulgações ou divulgações revistas. Nestas novas divulgações inclui-se informação
Os objectivos para as divulgações relativos a planos de benefício definido são explicitamente referidos na revisão da
lucros ou perdas.
definido devem ser reconhecidas na Demonstração do Rendimento Integral ,sem subsequente reclassificação para
juros líquidos. Todas as restantes alterações no valor líquido do activo (passivo) decorrente do plano de benefício
passados (que inclui os ganhos e perdas nos cortes), ganhos e perdas na liquidação e custos (proveitos) relativos a
mesmos ocorrem. Os valores reconhecidos nos lucros ou prejuízos são limitados: ao custo corrente e de serviços
corredor”; Ganhos e Perdas actuariais são reconhecidos na Demonstração do Rendimento Integral quando os
A eliminação da opção de diferir o reconhecimento dos ganhos e perdas actuariais, conhecida pelo “método do
A IAS 19 Benefícios de empregados (Revista), sendo as principais alterações as seguintes:
x
x
x
x
As alterações à IAS 19 serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é
retrospectiva podendo ser antecipada desde que devidamente divulgada.
Com a introdução da IFRS 10 e IFRS12, a IAS 27 limita-se a estabelecer o tratamento contabilístico relativamente a
IAS 27 (revista em 2011) Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas
subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas nas contas separadas.
As alterações à IAS 27 serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é
(revista em 2011).
retrospectiva podendo ser antecipada desde que a entidade aplique simultaneamente a IFRS 10, IFRS 11, IFRS 12 e IAS 28
Com as alterações à IFRS 11 e IFRS 12, a IAS 28 foi renomeada e passa a descrever a aplicação do método de equivalência
IAS 28 Investimentos em Associadas e Empreendimentos conjuntos
patrimonial também às entidades conjuntamente controladas à semelhança do que já acontecia com as associadas.
As alterações à IAS 27 serão aplicáveis para os exercícios iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2013. A aplicação é
Bases de apresentação e políticas contabilísticas
(revista em 2011).
retrospectiva podendo ser antecipada desde que a entidade aplique simultaneamente a IFRS 10, IFRS 11, IFRS 12 e IAS 27
3.
3.1. Bases de apresentação de contas
As demonstrações financeiras do BCN estão preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato
Financeiro (NIRF) emitidas e adoptadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), no âmbito das disposições do
Aviso nº2/2007, do Banco de Cabo Verde, de 25 de Fevereiro.
As demonstrações financeiras foram preparadas numa base de custo histórico, com excepção da reavaliação de imóveis e de
instrumentos financeiros valorizados ao justo valor. As principais políticas contabilísticas utilizadas pelo BCN são
apresentadas nas notas seguintes.
3.2. Informação comparativa
A Sociedade não procedeu a alterações de políticas contabilísticas, pelo que em geral os valores apresentados são
comparáveis, nos aspectos relevantes, com os do exercício anterior.
Em 2011 o Banco procedeu à reclassificação de algumas rubricas de Balanço e Demonstração de Resultados. Para efeitos
38
Relatório e Contas 2011
comparativos, as demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2010 foram igualmente sujeitas às
reclassificações efectuadas em 2011.
Banco Caboverdiano de Negócios
Apresentam-se seguidamente as rubricas de Balanço e Demonstração de Resultados afectadas, e correspondentes
ReexpressãoDemonstrações
Financeirasapresentadasno
períodofindoem31Dez2011
2010
10.078.306
10.195
26.892
39.167
10.068.111
0
0
68.186
DemonstraçõesFinanceiras
apresentadasnoperíodofindoem
31Dez2010
2010
10.136.297
4.537
2.410
2.127
10.195
10.195
26.892
29.019
Diferenças
Balanço
10.134.170
4.537
53.357
2.127
ACTIVO
0
55.767
57.894
0
TOTALdoefeitonoActivo
PASSIVO
32
18
Outros Passivos – Operações Passivas a Regularizar (2.410 milhares de escudos).
39
Relatório e Contas 2011
Activas a Regularizar apresentava-se com saldo credor, razão pela qual foi reclassificada para a rubrica de
Em consequência das reclassificações referidas em a), b), c) e d), a rubrica de Outros Activos – Operações
Devedores e Aplicações. (4.537 milhares de escudos).
em Provisões, no Passivo, passando agora a ser apresentada no Activo, em Imparidade de Outros
A imparidade que se encontrava associada ao activo mencionado na alínea c) apresentava-se registada
Outros Devedores e Aplicações (5.433 milhares de escudos).
Operações Activas a Regularizar, tendo-se procedido à respectiva reclassificação para Outros Activos -
Os valores a recuperar referentes a fraudes encontravam-se classificados como Outros Activos - Outras
na rubrica de Activos por Impostos Correntes (26.892 milhares de escudos).
2008 e 2010, encontravam-se registados na rubrica de Outros Activos, passando agora a ser apresentados
O imposto a recuperar referente a 2009 e os valores reclamados à DGCI pelas liquidações correctivas de
(10.195 milhares de escudos).
judiciais, relacionados com processos de recuperação de crédito, assim como da respectiva Imparidade
Procedeu-se à reclassificação de Outros Activos para Créditos de Clientes, dos abonos com despesas
Provisões
OutrosPassivos
9
9
14
13
55.767
10.078.403
CréditoaClientes(valoresbrutos)
ImparidadedeCrédito
ActivosporImpostosCorrentes
OutrosActivos
TOTALdoefeitonoPassivo
10.078.403
a)
b)
c)
d)
e)
Notas
nas Demonstrações Financeiras de 31 de Dezembro de 2011 e os apresentados nas Demonstrações Financeiras de 31 de
comentários explicativos para as diferenças entre os montantes comparativos referentes ao exercício de 2010 apresentados
Dezembro de 2010.
Comentário
Explicativo
a)
a)
b)
b)ec)
d)
e)
TOTALdoefeitonoBalanço
Balanço (em milhares de escudos)
Banco Caboverdiano de Negócios
12.592
DemonstraçõesFinanceiras
apresentadasnoperíodofindoem
31Dez2010
160.357
12.592
Diferenças
Demonstração de Resultados (em milhares de escudos)
0
0
ReexpressãoDemonstrações
Financeirasapresentadasno
períodofindoem31Dez2011
32
160.357
Notas
Provisõeslíquidasereposições
32
172.949
DemonstraçãodeResultados
f)
Imparidadedecréditolíquidae
recuperações
173.624
Comentário
Explicativo
f)eg)
675
0
32
161.032
Imparidadedeoutrosactivos
financeiroslíquidadereversõese
recuperações
161.032
g)
Imparidade de Crédito.
Reclassificação da Imparidade de Outros Activos Financeiros (173.624 milhares de escudos) para
Financeiros (-675 milhares de escudos) e para Imparidade de Crédito (13.267 milhares de escudos).
Reclassificação das provisões líquidas (12.592 milhares de escudos) para Imparidade de Outros Activos
TOTALdoefeito
f)
g)
3.3. Uso de estimativas na preparação das demonstrações financeiras
do Banco, os quais afectam o valor dos activos e passivos, réditos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados.
A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a adopção de pressupostos pela Gestão
Na elaboração destas estimativas, a Gestão utilizou o seu julgamento, assim como a informação disponível na data da
preparação das demonstrações financeiras. Consequentemente, os valores futuros efectivamente realizados poderão diferir
das estimativas efectuadas.
O uso de estimativas e pressupostos por parte da gestão mais significativos são as seguintes:
Continuidade das operações
As demonstrações financeiras foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, dado que a gestão do
Banco considera que o Banco tem os meios e capacidade de continuar os negócios no futuro previsível. Para este julgamento
o Banco teve em consideração as diversas informações que dispõe sobre as condições actuais e projecções futuras de
rentabilidade, cash flows e capital.
Imparidade em Instrumentos de capital
Os activos financeiros disponíveis para venda são analisados quando existam indícios objectivos de imparidade,
nomeadamente quando se verifica um significativo ou prolongado declínio nos justos valores, abaixo do preço de custo. A
determinação do nível de declínio em que se considera “significativo ou prolongado” requer julgamento. Neste contexto o
Grupo considera que um declínio no justo valor de um instrumento de capital igual ou superior a 30% ou um declínio durante
mais de 1 ano pode ser considerado significativo ou prolongado.
Os créditos de clientes com posições vencidas e responsabilidades totais considerados de montante significativo são objectos
Perdas por imparidade em crédito a clientes
de análise individual para avaliar as necessidades de registo de perdas por imparidade. Nesta análise é estimado o montante
e o prazo dos fluxos futuros. Estas estimativas são baseadas em assumpções sobre um conjunto de factores que se podem
modificar no futuro e como tal susceptíveis de alterar os montantes de imparidade. Adicionalmente, é também realizada uma
Relatório e Contas 2011
análise colectiva de imparidade por segmentos de crédito com características e riscos similares e determinadas perdas por
40
imparidade com base no comportamento histórico das perdas para o mesmo tipo de activos.
Imóveis de serviço próprio
Banco Caboverdiano de Negócios
O justo valor de imóveis de serviço próprio, classificados em Outros Activos Tangíveis, são determinados com base em
manutenção ou substituição e ainda valores comparáveis de mercado.
avaliações efectuadas por peritos independentes. Estas avaliações têm por base estimativas de rendimento e de custos de
O reconhecimento de impostos diferidos activos pressupõe a existência de resultados e matéria colectável futura. Os
Impostos diferidos
impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actualmente em vigor ou em
legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na interpretação da legislação fiscal podem influenciar o valor dos
impostos diferidos.
3.4. Transacções em moeda estrangeira
As transacções em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio em vigor à data de transacção. Os activos e passivos
monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos para escudos de Cabo Verde à taxa de câmbio em vigor na data
do balanço. As diferenças cambiais resultantes desta conversão são reconhecidas em resultados. Os activos e passivos não
monetários registados ao custo histórico, expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio à data da
transacção. Activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira registados ao justo valor são convertidos à
taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor foi determinado.
3.5. Caixa e seus equivalentes
Para efeitos da demonstração de fluxos de caixa, caixa e seus equivalentes incluem moeda nacional e estrangeira, em caixa,
depósitos à ordem junto de bancos centrais, depósitos à ordem junto de outros bancos no país e estrangeiro, cheques a
cobrar sobre outros bancos. Equivalentes de caixa são investimentos a curto prazo, altamente líquidos que sejam
prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a um risco insignificante de
alterações de valor.
Reconhecimento e mensuração inicial de instrumentos financeiros
3.6. Instrumentos financeiros
3.6.1.
As compras e vendas de activos financeiros que implicam a entrega de activos de acordo com os prazos estabelecidos, por
regulamento ou convenção no mercado, são reconhecidos na data da transacção, isto é, na data em que é assumido o
compromisso de compra ou venda. Os instrumentos financeiros derivados são igualmente reconhecidos na data da
transacção.
A classificação dos instrumentos financeiros na data de reconhecimento inicial depende das suas características e da
intenção de aquisição. Todos os instrumentos financeiros são inicialmente mensurados ao justo valor acrescido dos custos
directamente atribuíveis à compra ou emissão, excepto no caso dos activos e passivos ao justo valor através de resultados
Mensuração subsequente de instrumentos financeiros
em que tais custos são reconhecidos directamente em resultados.
3.6.2.
Activos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados
Estas rubricas incluem os activos e passivos financeiros classificados pelo Banco de forma irrevogável no seu
reconhecimento inicial como ao justo valor através de resultados, de acordo com a opção prevista no IAS 39 (fair value
O instrumento financeiro integra um ou mais derivados embutidos, excepto quando os derivados embutidos não
devidamente documentada; ou
performance avaliada numa base de justo valor, de acordo com uma estratégia de investimento e gestão de risco
Os activos e passivos financeiros são parte de um grupo de activos ou passivos ou ambos que é gerido e a sua
e reconhecimento dos respectivos de ganhos ou perdas (accounting mismatch);
A designação elimina ou reduz significativamente inconsistências de mensuração de activos e passivos financeiros
option), desde que satisfeitas as condições previstas para o seu reconhecimento, nomeadamente:
i.
ii.
iii.
análise, que a separação dos derivados embutidos não possa ser efectuada.
modifiquem significativamente os fluxos de caixa inerentes ao contrato, ou seja claro, com reduzida ou nenhuma
financeiros são reflectidos em resultados do exercício.
Após reconhecimento inicial os ganhos e perdas gerados pela mensuração subsequente do justo valor dos activos e passivos
O Banco classifica em activos financeiros ao justo valor através de resultados a quase totalidade da carteira de títulos
constituída no âmbito da actividade bancária, cuja gestão e avaliação da performance tem por base o justo valor, com
41
Relatório e Contas 2011
excepção das participações estratégicas e de títulos para os quais não é possível a obtenção de valorizações fiáveis.
Activos financeiros disponíveis para venda
Banco Caboverdiano de Negócios
São classificados nesta rubrica instrumentos que podem ser alienados em resposta ou em antecipação a necessidades de
liquidez ou alterações de taxas de juro, taxas de câmbio ou alterações do seu preço de mercado, e que o Banco não
classificou em qualquer uma das outras categorias. Deste modo, à data de referência das presentes demonstrações
quais não é possível a obtenção de valorizações fiáveis.
financeiras, esta rubrica inclui essencialmente participações consideradas estratégicas e/ou instrumentos de capital para os
Após o reconhecimento inicial são subsequentemente mensurados ao justo valor, ou mantendo o custo de aquisição no caso
de instrumentos de capital para os quais não seja possível apurar o justo valor com fiabilidade, sendo os respectivos ganhos
e perdas reflectidos na rubrica “Reservas de Reavaliação” até à sua venda (ou ao reconhecimento de perdas por imparidade),
momento no qual o valor acumulado é transferido para resultados do exercício para a rubrica “Resultados de activos
financeiros disponíveis para venda”.
Os juros inerentes aos activos financeiros são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e reconhecidos em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
Os dividendos são reconhecidos em resultados na rubrica “Rendimentos de instrumentos de capital”, quando o direito ao seu
recebimento é estabelecido.
É efectuada uma análise da existência de evidência de perdas por imparidade em activos financeiros disponíveis para venda
em cada data de referência das demonstrações financeiras. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados na
rubrica “Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações”.
Os activos financeiros detidos até à maturidade compreendem os investimentos financeiros com pagamentos fixos ou
Activos financeiros detidos até à maturidade
determináveis e maturidades fixas, sobre os quais existe a intenção e capacidade de os deter até à maturidade.
Após o reconhecimento inicial são subsequentemente mensurados ao custo amortizado, usando o método da taxa de juro
efectiva, deduzido de perdas por imparidade. O custo amortizado é calculado tendo em conta o prémio ou desconto na data
reconhecida em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.
de aquisição e outros encargos directamente imputáveis à compra como parte da taxa de juro efectiva. A amortização é
As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados na rubrica “Imparidade de outros activos financeiros líquida de
reversões e recuperações”.
Aplicações em outras Instituições de Crédito e Crédito a clientes
Estas rubricas incluem aplicações junto de instituições de crédito e crédito concedido a clientes do Banco.
São activos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo, que não sejam activos
adquiridos ou originados com intenção de alienação a curto prazo (detidos para negociação) ou classificados como activos
financeiros ao justo valor através de resultados no seu reconhecimento inicial.
Após o reconhecimento inicial, normalmente ao valor desembolsado que inclui todos os custos inerentes à transacção,
incluindo comissões cobradas que não tenham a natureza de prestação de serviço, estes activos são mensurados
subsequentemente ao custo amortizado, usando o método da taxa efectiva, e sujeitos a testes de imparidade.
O custo amortizado é calculado tendo em conta rendimentos ou encargos directamente imputáveis à originação do activo
como parte da taxa de juro efectiva. A amortização destes rendimentos ou encargos é reconhecida em resultados na rubrica
de “Juros e rendimentos similares”. As perdas por imparidade são reconhecidas em resultados na rubrica “Imparidade do
crédito líquida de reversões e recuperações”.
Recursos de outras instituições de crédito, Recursos de clientes e outros empréstimos
Os restantes passivos financeiros, que incluem essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes, são
reconhecidos inicialmente pela contraprestação recebida líquida dos custos de transacção directamente associados e
subsequentemente valorizados ao custo amortizado, usando o método da taxa efectiva. A amortização é reconhecida em
resultados na rubrica “Juros e encargos similares”.
Justo valor
Conforme acima referido, os instrumentos financeiros registados nas categorias de Activos e Passivos financeiros ao justo
valor através de resultados e Activos financeiros disponíveis para venda são valorizados pelo justo valor.
O justo valor de um instrumento financeiro corresponde ao montante pelo qual um activo ou passivo financeiro pode ser
42
Relatório e Contas 2011
vendido ou liquidado entre partes independentes, informadas e interessadas na concretização da transacção em condições
normais de mercado.
Banco Caboverdiano de Negócios
O justo valor utilizado na valorização de activos e passivos financeiros de negociação, classificados como ao justo valor por
contrapartida de resultados e activos financeiros disponíveis para venda é determinado de acordo com os seguintes
No caso de instrumentos transaccionados em mercados activos, o justo valor é determinado com base na cotação
critérios:
x
No caso de instrumentos não transaccionados em mercados activos, o justo valor é determinado com recurso a
técnicas de valorização, que incluem preços de transacções recentes de instrumentos equiparáveis e outros
de fecho, no preço da última transacção efectuada ou no valor da última oferta (“bid”) conhecida; e
x
métodos de valorização normalmente utilizados pelo mercado (“discounted cash flow”, modelos de valorização de
opções, etc.).
Os activos de rendimento variável (v.g. acções) e instrumentos derivados que os tenham como subjacente, para os quais não
Imparidade de Activos Financeiros
seja possível a obtenção de valorizações fiáveis, são mantidos ao custo de aquisição, deduzido de eventuais perdas por
imparidade.
3.6.3.
Activos Financeiros ao custo amortizado
O Banco avalia regularmente se existe evidência objectiva de imparidade nos activos financeiros registados ao custo
amortizado, nomeadamente, aplicações em instituições de crédito, instrumentos detidos até à maturidade, crédito concedido
e de valores a receber. As perdas por imparidade identificadas são relevadas por contrapartida de resultados.
Sempre que num período subsequente, se registe uma diminuição do montante da perda por imparidade estimada, o
montante previamente reconhecido é revertido pelo ajustamento da conta de perdas por imparidade. O montante da
reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados na mesma rubrica.
Um crédito, ou uma carteira de crédito sobre clientes, definida como um conjunto de créditos de características de risco
carteira de créditos sobre clientes, e cuja mensuração possa ser estimada com razoabilidade.
Quando esse evento (ou eventos) tenha um impacto no valor recuperável dos fluxos de caixa futuros do crédito ou
reconhecimento inicial e,
Exista evidência objectiva de imparidade resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu
semelhantes, está em imparidade sempre que:
a)
Análise individual
Para determinação das perdas por imparidade são utilizados dois métodos de análise:
A avaliação da existência de perdas por imparidade em termos individuais é realizada através de uma análise casuística da
situação de clientes com exposição total de crédito considerada significativa. Para cada cliente o Banco avalia, em cada data
x
Situação económico-financeira do cliente;
de balanço, a existência de evidência objectiva de imparidade, considerando nomeadamente os seguintes factores:
Exposição global do cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento no Banco e no
x
Análise do sector de actividade em que o cliente se integra, quando aplicável;
Informações comerciais relativas ao cliente;
sistema financeiro;
x
x
As ligações do cliente com o Banco em que se integra, quando aplicável, e a análise deste relativamente às
variáveis anteriormente referidas em termos do cliente individualmente considerado.
x
Na determinação das perdas por imparidade em termos individuais são considerados os seguintes factores:
A viabilidade económico financeira do cliente gerar meios suficientes para fazer face ao serviço da dívida
O património do cliente em situações de liquidação ou falência e a existência de credores privilegiados.
O valor das garantias reais associadas e o montante e prazo de recuperação estimados;
no futuro;
x
x
x
Os créditos analisados individualmente, para os quais não se tenha verificado a existência objectiva de imparidade, são
Os créditos analisados individualmente para os quais se tenha estimado uma perda por imparidade não são incluídos para
agrupados tendo por base características de risco semelhantes e avaliados colectivamente para efeitos de imparidade.
efeitos da avaliação colectiva.
Sempre que seja identificada uma perda de imparidade nos créditos a clientes avaliados individualmente, o montante da
futuros estimados, descontados à taxa de juro efectiva da operação.
43
Relatório e Contas 2011
perda é determinado pela diferença entre o valor contabilístico desse crédito e o valor actual dos seus fluxos de caixa
Banco Caboverdiano de Negócios
O crédito a clientes apresentado no balanço é reduzido pela utilização de uma conta de perdas por imparidade e o montante
reconhecido na demonstração de resultados na rubrica “Imparidade do crédito líquida de recuperações e reversões”. Para
créditos com taxa de juro variável, a taxa de desconto utilizada para determinar qualquer perda por imparidade é a taxa de
efectiva anual, determinada pelo contrato.
Análise colectiva
possam resultar da recuperação e alienação do colateral, deduzido dos custos inerentes à sua recuperação e venda.
O cálculo do valor actual dos cash flows futuros estimados de um crédito com garantias reais reflecte os fluxos de caixa que
b)
Os créditos avaliados numa base colectiva são agrupados por segmentos com características e riscos similares. As perdas
por imparidade para estes créditos são estimadas considerando a experiência histórica de perdas em carteiras de risco
semelhante, a envolvente económica e sua influência sobre o nível de perdas históricas. O Banco procede, com uma
periodicidade regular, à actualização dos parâmetros históricos utilizados para estimar as perdas na análise colectiva.
Sempre que um crédito é considerado incobrável, sendo a sua perda por imparidade estimada de 100% do valor do crédito, é
efectuada a respectiva anulação contabilística por contrapartida do valor da perda. O crédito é assim abatido ao activo e
relevado em contas extrapatrimoniais.
Se forem recuperados créditos abatidos, o montante recuperado é creditado em resultados na mesma rubrica de
“Imparidade do crédito líquida de recuperações e reversões” acima referida.
Activos Financeiros disponíveis para venda
Um declínio significativo ou prolongado do valor de mercado abaixo do preço de custo.
totalidade;
ou legal em que o emissor opera que indique que o custo do investimento não venha a ser recuperado na
Informação sobre alterações significativas com impacto adverso na envolvente tecnológica, de mercado, económica
ainda os seguintes indícios específicos para imparidade em instrumentos de capital:
Para além dos indícios de imparidade acima referidos para activos financeiros registados ao custo amortizado, a IAS 39 prevê
Em cada data de referência das demonstrações financeiras os activos financeiros disponíveis para venda são analisados,
quando existam indícios objectivos de imparidade, nomeadamente quando se verifica um significativo ou prolongado declínio
nos justos valores, abaixo do preço de custo. A determinação do nível de declínio em que se considera “significativo ou
prolongado” requer julgamentos. Neste contexto o Banco considera que um declínio no justo valor de um instrumento de
capital igual ou superior a 30% ou um declínio por mais de 1 ano pode ser considerado significativo ou prolongado.
reservas são transferidas para custos do exercício sob a forma de perdas por imparidade, sendo registadas na rubrica
Sempre que exista evidência objectiva de imparidade, as menos - valias acumuladas que tenham sido reconhecidas em
“Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações”.
As perdas por imparidade em instrumentos de capital não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais-valias potenciais
posteriormente sejam determinadas menos valias adicionais, considera-se sempre que existe imparidade, pelo que são
originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na “Reserva de justo valor”. Caso
reflectidas em resultados do exercício.
Relativamente a activos financeiros registados ao custo, nomeadamente instrumentos de capital não cotados e cujo justo
valor não possa ser mensurado com fiabilidade, o Banco efectua igualmente análises periódicas de imparidade. Neste âmbito,
reflicta de forma adequada o risco associado à sua detenção.
o valor recuperável corresponde à melhor estimativa dos fluxos futuros a receber do activo, descontados a uma taxa que
O montante de perda por imparidade apurado é reconhecido directamente em resultados do exercício. As perdas por
imparidade nestes activos não podem igualmente ser revertidas.
3.7. Outros activos tangíveis
A rubrica de Outros activos tangíveis inclui os imóveis de serviço próprio, veículos e outros equipamentos.
São classificados como imóveis de serviço próprio, os imóveis utilizados pelo BCN no desenvolvimento das suas actividades. Os
imóveis de serviço próprio são valorizados ao justo valor, determinado com base em avaliações de peritos, deduzido de
subsequentes amortizações e perdas por imparidade.
Os imóveis de serviço próprio do Banco são avaliados com a regularidade necessária, para que os valores contabilísticos não
44
Relatório e Contas 2011
difiram significativamente do seu justo valor na data do balanço, utilizando-se como referência um período de três anos
entre reavaliações.
Banco Caboverdiano de Negócios
medida que essa variação constitua reversão de perdas do mesmo activo reconhecidas em resultados, em que essa variação
As variações positivas de justo valor são creditadas em reservas de reavaliação, incluídas em capital próprio, excepto e até à
positiva deve ser reconhecida em resultados.
As variações negativas do justo valor são reconhecidas em resultados, excepto e na medida em que possam ser
compensados com reservas de reavaliação positivas existentes para o mesmo activo.
Os restantes activos fixos tangíveis encontram-se registados pelo seu custo, deduzido de subsequentes amortizações e
perdas por imparidade. Os custos de reparação e manutenção e outras despesas associadas ao seu uso, são reconhecidos
como custo quando ocorrem.
Veículos
Imóveis
2 - 12
8
10 - 25
Os activos tangíveis são amortizados numa base linear, de acordo com a sua vida útil esperada, como segue (em anos):
Outro equipamento
Na data de transição, o Banco utilizou a opção permitida pelo IAS de considerar como “custo estimado” de activos tangíveis o
respectivo justo valor.
Um activo tangível é desreconhecido quando vendido ou quando não é expectável a existência de benefícios económicos
líquido de venda e o valor líquido contabilístico é reconhecido em resultados na rubrica “Outros Resultados de exploração”.
futuros pelo seu uso ou venda. Na data do desreconhecimento o ganho ou perda calculado pela diferença entre o valor
3.8. Outros activos intangíveis
Os Outros activos intangíveis, que correspondem essencialmente a “software”, encontram-se registados ao custo de
ao longo da vida útil estimada dos activos, que actualmente se situa nos 3 anos.
aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas. As amortizações são registadas numa base linear,
3.9. Imposto sobre o rendimento
Em 31 de Dezembro de 2011, o Banco está sujeito ao Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR), à taxa de 25%, e a uma taxa
de incêndio de 2% sobre o imposto apurado, o que corresponde a uma taxa agregada de imposto de 25,5%.
O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a
ajustamentos à matéria colectável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas
serão considerados noutros períodos contabilísticos.
O Banco regista como activos e passivos por impostos diferidos os valores respeitantes ao reconhecimento de impostos a
recuperar e a pagar no futuro, decorrentes de diferenças temporárias dedutíveis e tributáveis, respectivamente.
Os activos e passivos por impostos diferidos são calculados e avaliados numa base anual, utilizando as taxas de tributação
que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou
substancialmente aprovadas na data do balanço. Os passivos por impostos diferidos são sempre registados. Os activos por
permitam o seu aproveitamento.
impostos diferidos apenas são registados na medida em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que
Os impostos sobre o rendimento são registados por contrapartida de resultados do exercício, excepto em situações em que
os eventos que os originaram tenham sido reflectidos em rubrica específica de capital próprio, nomeadamente, no que
respeita à valorização de activos disponíveis para venda e imóveis de serviço próprio. Neste caso, o efeito fiscal associado às
valorizações é igualmente reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.
3.10. Provisões e Passivos Contigentes
Uma provisão é constituída quando existe uma obrigação presente (legal ou construtiva) resultante de eventos passados
onde seja provável o futuro dispêndio de recursos, e este possa ser determinado com fiabilidade. A provisão corresponde à
melhor estimativa do Banco de eventuais montantes que seria necessário desembolsar para liquidar a responsabilidade na
data do balanço.
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os passivos contingentes são
apenas objecto de divulgação, a menos que a possibilidade da sua concretização seja remota.
3.11. Dividendos atribuídos pela sociedade
Os dividendos são reconhecidos como passivo e deduzidos da rubrica de Capital quando são aprovados pelos accionistas. Os
Relatório e Contas 2011
dividendos relativos ao exercício aprovados pelo Conselho de Administração após a data de referência das demonstrações
45
financeiras são divulgados nas Notas às Demonstrações Financeiras.
Banco Caboverdiano de Negócios
3.12. Reconhecimento de proveitos e custos
contabilístico da especialização de exercícios, isto é, são registados à medida que são gerados, independentemente do
Em geral os proveitos e custos reconhecem-se em função do período de vigência das operações de acordo com o princípio
momento em que são cobrados ou pagos. Os proveitos são reconhecidos na medida em que seja provável que benefícios
económicos associados à transacção fluam para a Sociedade e a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.
Para os instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado e para os instrumentos financeiros classificados como
“Activos Financeiros disponíveis para venda” os juros são reconhecidos usando o método da taxa efectiva, que corresponde
à taxa que desconta exactamente o conjunto de recebimentos ou pagamentos de caixa futuros até à maturidade, ou até à
próxima data de repricing, para o montante líquido actualmente registado do activo ou passivo financeiro. Quando calculada
a taxa de juro efectiva são estimados os fluxos de caixa futuros considerando os termos contratuais e considerados todos
os restantes rendimentos ou encargos directamente atribuíveis aos contratos.
3.13. Rendimentos e encargos por serviços e comissões
O Banco cobra comissões aos seus clientes pela prestação de um amplo conjunto de serviços. Estas incluem comissões pela
prestação de serviços continuados, relativamente aos quais os clientes são usualmente debitados de forma periódica, ou
comissões cobradas pela realização de um determinado acto significativo.
As comissões cobradas por serviços prestados durante um período determinado são reconhecidas ao longo do período de
duração do serviço. As comissões relacionadas com a realização de um acto significativo são reconhecidas no momento em
que ocorre o referido acto.
Os dividendos são reconhecidos quando estabelecido o direito de receber o pagamento.
3.14. Garantias financeiras
No decurso normal das suas actividades bancárias, o Banco presta garantias financeiras, tais como cartas de crédito,
garantias bancárias, e créditos documentários.
As garantias financeiras são reconhecidas inicialmente como um passivo, pelo seu justo valor. Subsequentemente, o passivo
é escriturado pelo montante da estimativa de gastos futuros para liquidar a obrigação, à data do balanço. As comissões
obtidas pela prestação das garantias financeiras são reconhecidas de forma linear em resultados, na rubrica “Rendimentos
Caixa e disponibilidades em bancos centrais
de serviços e comissões”, durante o período de vigência das mesmas.
4.
2010
49.995
136.456
1.523
69.839
2011
43.176
78.474
992
41.402
924.893
Notasemoedasestrangeiras
968.981
1.182.706
Caixa
Notasemoedasnacionais
Notas
Moedametálica
Caixasautomáticas
DepósitosàordemBCV
BancodeCaboVerdeMN
1.133.026
A rubrica Notas e Moedas Nacionais diz respeito às existências nas tesourarias das Unidades de Negócios e Tesouraria Geral.
A conta “Caixas automáticas” releva o saldo existente nas caixas de pagamento automático da Rede Vinti4 geridas pelo BCN.
Os valores expressos em moeda estrangeira encontram-se valorizados ao câmbio médio em vigor no final do exercício.
A rubrica Banco de Cabo Verde - MN, releva os depósitos à ordem constituídos no Banco de Cabo Verde, que visam satisfazer
as exigências de disponibilidades mínimas de caixa. De acordo com as disposições do Banco de Cabo Verde, estas
Relatório e Contas 2011
disponibilidades deverão corresponder a 16% da média das responsabilidades efectivas em moeda nacional e estrangeira.
46
Nos exercícios de 2011 e 2010, estes depósitos não foram remunerados.
Banco Caboverdiano de Negócios
5.
0
38.693
24.729
20.996
2011
98.512
1.765
74.474
15.862
6.411
2010
Disponibilidades em outras instituições de crédito
A composição desta rubrica é a seguinte:
Depósitosnoestrangeiro
ChequesacobrarnoPaís
ChequesacobrarnoEstrangeiro
Acréscimodejuros
84.418
A rubrica Depósitos no Estrangeiro releva o contravalor dos depósitos em moeda estrangeira constituídos em
9.739
1.102
10.855
16.997
2011
74.474
15.125
27.096
840
31.413
2010
correspondentes estrangeiros, os quais representam a seguinte composição:
BancodeInvestimentoGlobal,SA
BancoInternacionaldoFunchal,SA
BankofNewYorkMellon
BancoSantanderTotta
38.693
Estes depósitos encontram-se valorizados ao câmbio médio de divisas no último dia útil do exercício.
As rubricas Cheques a cobrar relevam o montante existente em cheques sobre outras instituições em 31 de Dezembro. Os
cheques a cobrar correspondem a cheques sobre clientes de outros bancos enviados para compensação. A liquidação
2011
6.556
4.011
9.733
7.034
2.699
2010
10.567
ValorBruto Imparidade
6.556
4.011
0
Valor
Liquído
Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados
financeira ocorre no primeiro dia útil do exercício subsequente.
6.
1.599
462
Quantidade
A rubrica apresenta a seguinte a decomposição:
Título
InstrumentosdeCapital
Enacol
VISA
10.567
47
Relatório e Contas 2011
As variações dos justos valores, foram registadas na rubrica “Resultados de activos Financeiros ao Justo valor através de
resultados”.
Banco Caboverdiano de Negócios
7.
6.206
10.000
2010
6.334
10.000
16.206
Valor
Liquído
4.386
16.334
Imparidade
10.721
10.000
4.386
ValorBruto
2011
Activos financeiros disponíveis para venda
5.158
10.000
Quantidade
A rubrica apresenta a seguinte a decomposição:
Título
InstrumentosdeCapital
SITA
SISP
20.721
O Banco detém 10% do capital social da Sociedade SISP – Sociedade Interbancária e Sistemas de Pagamentos, S.A e 0,89% do
capital social da SITA.
A imparidade sobre as acções da sociedade SITA foi registada na rubrica “Imparidade de outros Activos financeiros líquidos
(51)
2011
220.000
9.760
9.462
0
2010
0
9.462
Aplicações em instituições de crédito
de reversões e recuperações” – ver nota 32.
8.
A rubrica apresenta a seguinte a decomposição:
InstituiçõesfinanceirasnoPaís
InstituiçõesfinanceirasnoEstrangeiro
Diferimentodejuros
229.709
Os saldos registados em “Instituições financeiras no País” dizem respeito a títulos de regularização monetária (TRMs) detidos
6.343.694
1.970.631
83.319
8.397.644
646.782
6.421.712
2.861.833
115.299
9.398.844
Relatório e Contas 2011
junto do Banco de Cabo Verde. O montante de 9.761 milhares de escudos, registado em “Instituições financeiras no
Crédito a clientes
1.228.158
30
11.855
1.240.042
58.708
(36.223)
(373.668)
2011
46.703
(28.884)
(547.627)
9.694.443
646.755
27
9.107.878
48
2010
Estrangeiro” corresponde a um depósito caução em dólares norte-americanos para garantia à sociedade VISA.
9.
Subtotal
RendimentosaReceber
Comissoeseoutrosproveitosdiferidos
Imparidadeacumulada
CréditoVencido
Capital
JurosVencidos
DespesasdeCréditoVencido
CréditoNormal
Empréstimos
Contascorrentescaucionadas
Descobertosemdepósitosàordem
Subtotal
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
Banco Caboverdiano de Negócios
Conforme referido na alínea a) da nota 3.2., o Banco procedeu à reclassificação dos abonos com despesas judiciais e
respectivas imparidades, no valor equivalente a 10.195 milhares de escudos.
As políticas de gestão de risco de crédito e as metodologias de avaliação de imparidade encontram-se descritas na nota 36.2.
10. Investimentos detidos até à maturidade
2011
1.058.340
14.983
10.977
1.145.191
2010
1.119.020
14.993
11.178
Esta rubrica tem a seguinte composição:
TítulosdeDívidaPública
Outrostitulosdedívida
Acréscimodejuros
1.084.300
Os títulos da dívida pública correspondem a obrigações de tesouro. A 31 de Dezembro de 2011 e 2010 as obrigações de
tesouro com acordo de recompra ascendiam a 284.783 contos e 586.070 contos respectivamente, conforme apresentado na
nota 17.
O Banco apresentou 150.000 milhares de escudos de obrigações do tesouro como colateral (nota 34) a um empréstimo obtido
junto do BAI (nota 16).
2011
4.993
9.990
14.983
2010
4.993
10.000
14.993
Os outros títulos de dívida correspondem a títulos das sociedades Sogei – Sociedade Gestora de Investimentos, Tecnicil
Imobiliária, S.A.:
Sogei
Tecnicil
A Administração do Banco considera ter condições financeiras para manter estes títulos até a sua maturidade. Nenhum
destes títulos foi reclassificado durante o exercício de 2011 para esta categoria.
11. Outros activos tangíveis
Durante o exercício de 2011, o Banco concluiu o processo de inventariação física dos activos tangíveis, tendo no decurso
49
Relatório e Contas 2011
desse processo identificado situações de inconsistência no inventário e cálculo das amortizações, as quais foram corrigidas
nas demonstrações financeiras do exercício de 2011.
Os outros activos tangíveis tiveram a seguinte evolução:
Banco Caboverdiano de Negócios
As depreciações são calculadas em quotas constantes de acordo com as vidas úteis estimadas evidenciadas na nota 3.7.
Conforme referido na nota 3.7., os imóveis de serviço próprio são registados pelo justo valor, actualizado de 3 em 3 anos. A
última reavaliação foi efectuada com referência a 31 de Dezembro de 2009, sendo a próxima efectuada durante o exercício
de 2012.
12. Outros activos intangíveis
Durante o exercício de 2011, o Banco concluiu o processo de inventariação física dos activos intangíveis, tendo no decurso
desse processo identificado situações de inconsistência no inventário e cálculo das amortizações, as quais foram corrigidas
nas demonstrações financeiras do exercício de 2011.
111.336
(99.967)
11.369
3.146
(9.548)
(3.927)
108.190
(86.492)
21.698
Software
Os Outros activos intangíveis, que se referem exclusivamente a Software, tiveram a seguinte evolução:
Movimento
31 de Dezembro de 2010
. Valor bruto
. Amortizações acumuladas
Evolução:
Aquisições
Depreciação
Regularizações
31 de Dezembro de 2011
. Valor bruto
. Amortizações acumuladas
50
Relatório e Contas 2011
As depreciações do Software são calculadas em quotas constantes de acordo com uma vida útil estimada de três anos,
conforme evidenciado na nota 3.8.
Banco Caboverdiano de Negócios
13. Activos por impostos diferidos e Passivos por imposto diferido
Activosporimpostodiferido
6.718
9.040
2010
0
3.397
Aumentodurante2011
1.344
2.487
Utilizaçãodurante2011
5.374
9.950
2011
Nestas rubricas encontram-se registados os impostos diferidos decorrentes das diferenças de transição para as NIRF.
Passivoporimpostodiferido
O aumento verificado no saldo referentes a “Activos por Imposto Diferido” em 2011 decorre da correcção a lançamentos
referentes a activos por imposto diferido – comissões (nota 22) resultantes da transição em 2009.
Durante o exercício de 2011 o Banco procedeu à utilização de 1/5 dos saldos dos Activos e Passivos por Imposto Diferido,
conforme previsto no Decreto -Lei nº 14/2010 de 26 de Abril.
É expectável que o Banco regularize os montantes que se encontram registados nestas rubricas até 2013.
14. Activos por Impostos Correntes
Os Activos por impostos correntes, no montante de 26.892 milhares de escudos, respeitam a imposto a recuperar referente a
2009 e a valores reclamados à DGCI pelas liquidações correctivas de 2008 e 2010. Conforme referido na alínea b) da nota 3.2.,
estes activos encontravam-se registados nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2010 na rubrica de Outros
Subtotal
2.145
17.636
1.750
6.026
25.412
7.574
10.819
(4.537)
3.324
11.925
4.238
16.163
13.763
10.454
2010
(6.298)
2011
Activos, tendo sido reclassificados para a rubrica de Activos por Impostos Correntes nas demonstrações financeiras de 31 de
Dezembro de 2011.
15. Outros Activos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Economato
Devedoresdiversos
OperaçõesActivasaRegularizar:
CompensaçãodeChequeseTransferências
(WesternUnion)
Acréscimodeproveitos
Outros
Outrosdevedores
Imparidadeacumulada
Conforme referido nas alíneas a), c), d) e e) da nota 3.2., o Banco procedeu, para o exercício de 2010, a reclassificações nesta
rubrica.
51
Relatório e Contas 2011
A imparidade, no montante de 6.298 milhares de escudos, visa fazer face a valores registados em Devedores diversos
(fraudes).
Banco Caboverdiano de Negócios
16. Recursos de outras instituições de crédito
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
551.325
986.947
245.031
522.350
827.009
2010
14.885
551.325
14.127
110.753
2011
11.079
111.217
3.386
Instituiçõesdecrédito:estrangeiras
Empréstimosacurtoprazoeoutrosrecursos
BANIF
Instituiçõesdecrédito:nacional
Depósitosaprazo
Empréstimosacurtoprazo
368
4.851
Encargosapagar
Instituiçõesmonetárias:nacionais
Depósitosàordem
Empréstimosamédiolongoprazo
Proparco
Empresasseguradoras
Depósitosàordem
Depósitosaprazo
18.483
1.727.507
Taxa
DataInicio
23122011
21122011
12122011
DataReembolso
23012012
19012012
08032012
31
29
87
Prazo
Limite
165.398
2.150.168
2.315.566
2.245.630
ValorUtilizado
44.500
942.427
986.927
Em 31/12/2011 o Banco tinha contratualizado com o Banif S.A. os seguintes financiamentos:
Facilidadesdescobertosemconta
Linhasdecrédito
220.530
330.795
391.102
942.427
Moeda ValoremCVE
EUR
EUR
EUR
4,75%
4,75%
5,00%
Em 31 de Dezembro de 2011 as condições dos empréstimos junto ao Banif eram as seguintes:
Capital
(emmilharesdeescudos/euros)
2.000
3.000
3.547
8.547
Estes empréstimos têm taxa de juro indexada à Euribor, sendo objecto de renovação periódica a cada 90 dias.
O empréstimo de médio e longo prazo foi contratado com a Proparco, sendo denominado em Euros, com plano de amortização
de capital e juros ao longo de 7 anos e taxa de juro indexada à Euribor a 6 meses. Em 31 de Dezembro de 2011 este
empréstimo vencia juros à taxa de 5,55%.
Os empréstimos de curto prazo obtidos junto de instituições nacionais dizem respeito a uma operação de mercado
interbancário efectuada com o Banco Africano de Investimentos por prazo de 90 dias, denominada em Escudos de Cabo
Relatório e Contas 2011
Verde, com taxa de juro fixa de 6,4%, e possibilidade de renovação pelo mesmo prazo. Conforme referido na nota 10, e para
52
garantia desta operação, o Banco apresentou colateral no montante de 150.000 milhares de escudos.
Banco Caboverdiano de Negócios
17. Recursos de clientes e outros empréstimos
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
2.870.105
4.802.563
2.989
124.639
284.783
5.658
290.441
9.056.020
3.301.677
5.591.723
8.381
154.240
586.070
4.558
590.628
2010
7.800.296
9.646.648
2011
Subtotal
8.090.737
8.901.780
Tituloscedidoscomacordosderecompra:
ObrigaçõesdoTesouro(Nota10)
Encargosapagar(Nota10)
Subtotal
Depósitosàordem
Depósitosaprazo
DepósitosPoupança
Outrosdébitos
Encargosapagar
Total
7.675.658
18. Imposto sobre o Rendimento
O Banco está sujeito ao Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR), à taxa de 25%, e uma taxa de incêndio de 2% sobre o
imposto apurado, o que corresponde a uma taxa agregada de imposto de 25,5%. Nos termos do Decreto-Lei nº 14/2010, de 26
de Abril, os impactos de transição para as NIRF apurados com referência a 1 de Janeiro de 2008 com efeitos nos capitais
próprios, que sejam considerados fiscalmente relevantes nos termos do regulamento do IUR, concorrem para a formação do
resultado tributável em partes iguais pelo período de cinco anos.
A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto verificada no exercício de 2011 pode ser demonstrada como
se segue:
RendimentodeTítulosdaDívidaPública
colocadosemmercadosecundário
Impostoapuradonabasedetaxanominal
1,69%
10,08%
25,50%
14
1.268
7.564
19.135
2011
Dividendosrecebidos
0,02%
0
Imposto
75.038
Donativos
0,00%
9.515
Taxa
Ganhosextraordinários
12,68%
Resultadosantesdeimpostos
OutrasPerdasexerciciosanteriores
19.803
2.487
26,39%
ActivosporImpostosdiferidos
1.344
Impostosobrelucrosdoexercício
PassivosporImpostosdiferidos
20.947
Relatório e Contas 2011
Nos termos da legislação em vigor, Lei nº 59/VI/2005, os rendimentos obtidos em títulos emitidos pelo Tesouro de Cabo Verde
53
e que tenham sido colocados no mercado secundário, estão isentos de tributação.
Banco Caboverdiano de Negócios
Nos termos do Código Geral Tributário aprovado pela Lei nº 37/IV/92, as autoridades fiscais têm a possibilidade de rever a
situação fiscal do Banco durante um período de cinco anos, podendo resultar, devido a diferentes interpretações da
legislação fiscal, eventuais correcções ao lucro tributável.
2011
9.177
508.814
37.585
55.767
2010
16.075
18.613
21.079
Na opinião do Conselho de Administração do Banco, não é previsível que qualquer correcção seja significativa para as
demonstrações financeiras.
.
19. Outros Passivos
Valoresapagaraosectorpúblico
Operaçõespassivasaregularizar
Outros
555.575
Conforme referido na alínea e) da nota 3.2., o Banco procedeu, para o exercício de 2010, a reclassificações nesta rubrica.
465.182
394.818
40.000
2010
Valor
%
900.000 100,0%
51,7%
43,9%
4,4%
465.182
394.818
40.000
51,7%
43,9%
4,4%
900.000 100,0%
2011
Valor
%
O Banco regista 475.186 milhares de escudos em “Operações passivas a regularizar” referentes a valor a pagar ao Banif
Cayman no âmbito de empréstimos sindicados em curso.
20. Capital
Os detentores do capital do Banco são os seguintes:
(em milhares de CVE - contos)
Entidades
BANIF – Banco Internacional do Funchal, SGPS, SA
SEPI – Sociedade de Estudos e Promoção de Investimentos, SA
Cruz Vermelha de Cabo Verde
O capital encontra-se integralmente subscrito e realizado, sendo representado por 900 000 acções ordinárias de valor
nominal de 1.000 Escudos cada.
21. Reservas de reavaliação
O montante de 4.042 milhares de escudos corresponde à reavaliação dos imóveis de serviço próprio, que conforme referido
2010
20.994
9.595
88.650
Relatório e Contas 2011
na nota 3.7 e na nota 11 são valorizados ao justo valor (de acordo com o modelo de revalorização) com base em avaliações de
2011
28.921
(6.243)
159.411
119.239
54
peritos, deduzido de subsequentes amortizações e perdas por imparidade.
22. Outras reservas e resultados transitados
Reserva legal
Outras Reservas
Resultados transitados
182.089
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
Banco Caboverdiano de Negócios
Nos termos da legislação em vigor em Cabo Verde (Lei nº 3/V/96), um mínimo de 10% do resultado líquido anual deve ser
destinado ao reforço da reserva legal. Esta reserva não é distribuível a não ser em caso de liquidação do Banco, podendo ser
utilizada para aumentar o capital ou para cobertura de prejuízos, depois de esgotadas as outras reservas.
A rubrica “Outras Reservas” corresponde às diferenças de transição para as Normas Internacionais de Relato Financeiro.
Durante o exercício o Banco identificou incorrecções nos ajustamentos de transição, tendo procedido às respectivas
(364.975)
(43.258)
(45.220)
(242.866)
(29.661)
(3.970)
883.685
440
1.085
795.062
61.470
25.628
-
518.852
(498.150)
(14.273)
(26.237)
(444.541)
(12.386)
(713)
1.017.002
972
79.955
828.468
60.466
47.141
-
2010
518.710
2011
correcções contabilísticas nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2011.
23. Margem Financeira
A margem financeira apresenta a seguinte decomposição:
Juros e rendimentos similares
Juros de disponibilidades
Juros de aplicações OIC
Juros de crédito a clientes
Juros de invest. detidos até à maturidade
Comissões associadas ao custo amortizado
Outros juros
Juros e encargos similares
Juros de recursos de outras ICs - no País
Juros de recursos de outras ICs - no Estrangeiro
Juros de recursos de clientes
Juros Títulos cedidos- Obrigações tesouro
Juros de outros recursos
Margem financeira
24. Rendimento de instrumentos de capital
2010
76.491
18.363
28.707
9.168
5.119
5.774
14.192
3.290
2.813
2.839
1.894
1.764
6.455
176.869
Relatório e Contas 2011
Esta rubrica ascende a 4.974 milhares de escudos, e corresponde ao reconhecimento dos dividendos recebidos, os quais são
55
87.771
14.783
31.203
8.025
4.616
6.583
15.797
2.644
3.577
3.422
2.316
2.836
8.043
191.616
2011
essencialmente suportados por dividendos da sociedade SISP (3.743 milhares de escudos).
25. Rendimentos com serviços e comissões
Serviçõesespecializados
Comunicação
Rendasealugueres
Deslocaçõeseestadas
Materialdeconsumocorrente
Publicidadeepublicações
Água,gáseelectricidade
Conservaçãoereparação
Seguros
Combustíveis
Transporte
Formação
Outros
Estas rubricas apresentam a seguinte decomposição:
Banco Caboverdiano de Negócios
A evolução negativa verificada na rubrica “Serviços relacionados com crédito” decorre da redução da actividade creditícia
durante 2011, designadamente no que concerne à produção de novo crédito. Quanto à evolução positiva verificada na
rubrica “Comissões de Depósitos à Ordem”, esta é explicada pela introdução de novas comissões ligadas à manutenção e
natureza iminentemente transaccional, como sejam despesas de levantamento de numerário, bem como comissões de
imobilização de contas de depósitos à ordem. A rubrica “Serviços Diversos” reflecte as comissões cobradas em serviços de
avaliação imobiliária e comissões e juros associados a uma operação específica (Paradise Beach).
26. Encargos com serviços e comissões
(16.263)
(3.887)
(11.845)
2010
(14.944)
(20.902)
(10.222)
(31.995)
2011
A rubrica apresenta a seguinte decomposição:
Comissões
Operações de Pagamento
Emissão de cartões VISA
Serviços diversos
(46.068)
O aumento verificado na rubrica “Emissão de Cartões Visa” decorre de uma alteração de procedimentos de cobrança,
(3.962)
(2.780)
(1.181)
13.768
11.210
2.558
3.478
(15.578)
(15.361)
(217)
19.056
13.502
5.554
2010
9.807
2011
designadamente no que concerne a comissões transacionais (fees).
27. Resultados de reavaliação cambial
Esta rubrica apresenta a seguinte decomposição:
Ganhosdereavaliaçãocambial
Emdivisas
Notasemoedasestrangeiras
Perdasdereavaliaçãocambial
Emdivisas
Notasemoedasestrangeiras
Resultadosdereavaliaçãocambial
28. Resultados de alienação de outros activos
56
Relatório e Contas 2011
O montante de 213 milhares de escudos registado nesta rubrica respeita ao resultado da alienação de viaturas detidas para
serviço próprio.
Banco Caboverdiano de Negócios
29. Outros resultados de exploração
(48.932)
(50)
(1.013)
(505)
(50.501)
38.134
21.060
9.002
3.251
3.217
74.665
37.387
(33.178)
(808)
(34)
(1.166)
(365)
(35.551)
13.163
29.698
4.139
3.290
22.648
72.938
2010
24.164
2011
Os ganhos e perdas apresentados nesta rubrica são os seguintes:
Outrosganhosdeexploração
Reembolsodedespesas
Recuperaçãodecrédito,jurosedespesas
Ganhosdiversosrelativosaexerc.anteriores
Vendadecheques
Outros
Outrasperdasdeexploração
Perdasrelativasaexerciciosanteriores
Quotizaçõesdedonativos
Multaseoutrasperdaslegais
Outroscustosdeexploração
Outrosimpostosetaxas
Outrosresultadosdeexploração
As perdas e ganhos relativos a exercícios anteriores respeitam a juros anulados de crédito vencido com mais de 90 dias, bem
como cheques devolvidos e operações de regularização relativas ao produto VISA Fácil. O aumento verificado na rubrica
23.437
138.967
162.404
2010
19.940
135.728
155.668
2011
15.798
17.438
4.061
21.499
183.903
914
3.500
20.212
175.880
57
Relatório e Contas 2011
“Reembolso de Despesas” expressa o aumento registado nas comissões de liquidação antecipada de crédito, renovação de
CCC e reestruturação de crédito.
30. Custos com pessoal
Encargos socias obrigatórios
Encargos socias facultativos
Indiminizações contratuais
Outros custo com pessoal
Remuneração dos orgãos de gestão e fiscalização
Remuneração empregados
Esta rubrica apresenta a seguinte composição:
Banco Caboverdiano de Negócios
31. Gastos gerais administrativos
Esta rubrica tem a seguinte composição:
Serviçõesespecializados
Comunicação
Rendasealugueres
Deslocaçõeseestadas
Materialdeconsumocorrente
Publicidadeepublicações
Água,gáseelectricidade
Conservaçãoereparação
Seguros
Combustíveis
Transporte
Formação
Outros
2011
87.771
14.783
31.203
8.025
4.616
6.583
15.797
2.644
3.577
3.422
2.316
2.836
8.043
191.616
2010
76.491
18.363
28.707
9.168
5.119
5.774
14.192
3.290
2.813
2.839
1.894
1.764
6.455
176.869
Os serviços especializados no montante de 87.771 milhares de escudos respeitam fundamentalmente a: assistência técnica
de serviços informáticos (31.105 milhares de escudos) pela empresa Exictos (Ex-Promosoft) e serviços prestados pela
utilização da rede vinti4 da SISP (31.457 milhares de escudos).
32. Provisões e Imparidades
Saldoem
31/12/2010
Correções
383.863
4.515
4.537
392.915
2010
Reexpressão
307.306
5.561
312.867
Reforços
(117.714)
(129)
(117.843)
Anulações
(25.828)
Utilizações
(3.800)
(29.628)
10.195
4.537
14.732
547.627
4.386
6.298
558.311
Saldoem
31/12/2011
Conforme referido na alínea d) da nota 3.2., o saldo da rubrica de Provisões em 31 de Dezembro de 2010 (4.537 milhares de
escudos) foi reclassificado para Imparidade de Outros Activos - Devedores e Aplicações.
Notas
9
7
15
373.668
4.515
378.183
No que respeita ao movimento das contas de Imparidade, este foi o seguinte:
Imparidadede:
Créditoaclientes
Activosfinanceirosdisponiveisparavenda(*)
Outrosdevedoreseaplicações
Os valores referidos na coluna de correcções respeitam às reclassificações mencionadas nas alíneas a), b), d), e), f) e g) da
nota 3.2.
No essencial, as Utilizações dizem respeito ao abate de créditos ao Activo.
79.271
900.000
2010
54.091
900.000
88
Relatório e Contas 2011
60
2011
Os critérios e metodologias utilizadas na determinação da imparidade sobre o crédito a clientes encontram-se descritos na
58
Ganho(perda)básicoediluídoporacção(expressoemEscudosporacção)
Básicos
Resultadodoexercício
Númeromédioponderadodeacçõesordináriasemitidas
33. Resultado por acção
nota 36.2.
Banco Caboverdiano de Negócios
O resultado diluído por acção é igual ao resultado básico por acção, não existindo qualquer diluição resultante de
instrumentos convertíveis, de opções ou warrants ou acções ordinárias que são só emitidas após satisfação das condições
especificadas.
34. Passivos Contingentes e Compromissos
535.932
35.570
150.000
150.000
552.451
442.872
109.579
107.503
2.076
792.835
847.292
54.457
522.350
522.350
7.193.641
6.799.092
394.549
368.460
26.089
2010
500.363
2011
Os passivos contingentes associados à actividade bancária encontram-se registados em rubricas extra-patrimoniais e
apresentam a seguinte decomposição:
Garantias Prestadas (das quais):
Garantias e Avales
Creditos documentários Abertos
Compromissos perante terceiros:
Compromissos Revogáveis
Activos dados em garantia
Titulos
Depósito e guarda de Valores
Titulos desmaterializados
Cobrança de valores
Os 150.000 milhares de escudos registados na rubrica activos dados em garantia – títulos correspondem a obrigações do
tesouro que foram apresentados como colateral a um empréstimo obtido junto do BAI (nota 10 e 16).
Os compromissos assumidos por terceiros apresentam-se detalhados abaixo, e representam o montante dos empréstimos
120.898
1.207.741
165.398
165.398
2010
1.328.639
2011
contratualizados junto do Banif que ainda se encontram por utilizar em 31 de Dezembro de 2011.
Compromissos assumidos por terceiros:
Linhas de credito revogáveis
Facilidades descobertos em conta
35. Segmentos Operacionais
O Banco tem os seus negócios organizados pelas áreas de Negociação e Vendas, Banca Comercial, Banca de Retalho e
Serviços Centrais. Neste contexto, e conforme requerido pela IFRS 8, as divulgações por segmentos operacionais do Banco,
x
x
x
captados junto de particulares; e
59
Relatório e Contas 2011
micro empresas. São incluídos neste segmento o crédito ao consumo, crédito hipotecário e também os depósitos
Banca de retalho - Compreende a actividade bancária junto dos particulares, empresários em nome individual e
de créditos sindicados, bem como o crédito ao Sector Público;
de projectos de investimento, desconto de letras, factoring, locação financeira mobiliária e imobiliária e a tomada
pequenas e médias empresas. Neste segmento, estão incluídos os empréstimos, contas correntes, financiamento
Banca comercial – Inclui as actividades creditícias e de captação de recursos junto de grandes empresas e
de corretagem. São incluídos neste segmento as aplicações e disponibilidades sobre outras Instituições de Crédito;
gestão de instrumentos de dívida emitidos, operações de mercado monetário e cambial, operações do tipo “Repo” e
Negociação e vendas – Compreende a actividade bancária relacionada com a gestão da carteira própria de títulos,
em 31 de Dezembro de 2011, correspondem à forma como a informação é analisada:
Banco Caboverdiano de Negócios
x
viços Centrais de
d suporte ao Negócio – unid
dades de back-office associad
das à execução
o das operaçõe
es, análise de
Serv
risco
o e serviços administrativos.
u
pela Gestão têm es
ssencialmente como base informação conta
abilística, não existindo diferrenças entre
Os reportes utilizados
as mensuraçõ
ões dos proveittos, das perdas
s, do activo e do passivo dos segmentos
s
rela
atáveis.
A Gestão não
o prepara nen
nhuma informação de gestã
ão por áreas geográficas atendendo que
e toda a sua actividade é
desenvolvida em Cabo Verde
e.
60
Relatório e Contas 2011
Com referênc
cia a 31 de Deze
embro de 2011
1 e 2010, a info
ormação relativ
va aos segmentos operaciona
ais utilizada do
o Banco pode
ser resumida da seguinte fo
orma:
Banco Caboverdiano de Negócios
Banco Caboverdiano de Negócios
61
Relatório e Contas 2011
62
Relatório e Contas 2011
e distribuição do Balanço pelo
os vários segme
entos operacio
onais, a situaçã
ão em 2011 e 2010 é a seguinte:
Em termos de
Banco Caboverdiano de Negócios
Banco Caboverdiano de Negócios
63
Relatório e Contas 2011
36. Riscos de instrumentos financeiros
36.1. Políticas de gestão de risco
As estratégias e políticas orientadoras para a Gestão Global de Risco, e para cada um dos principais riscos identificados, são
definidas pelo Conselho de Administração. A gestão dos riscos de actividade é exercida de forma independente e com
adequada segregação de funções.
A gestão e o controlo dos riscos, indispensáveis ao cumprimento das referidas políticas, são desenvolvidos pelos diversos
órgãos, cuja base assenta na identificação e análise da exposição do Banco aos diversos riscos (risco de crédito, mercado,
liquidez, operacional e cambial). A monitorização desses riscos é desenvolvida de forma continuada, permitindo a adopção de
medidas preventivas e correctivas, sempre que necessário.
O Banco promove a consciência colectiva da natureza e dimensão dos riscos inerentes, procurando contudo, a adopção de
estratégias de maximização dos resultados face aos riscos e aos limites de exposição consolidados estabelecidos.
informação de risco completo e tempestivo, suportado por tecnologias de informação específicas para a gestão dos diversos
O Banco tem vindo ao longo dos últimos anos a desenvolver um conjunto de acções que visam a obtenção de um sistema de
riscos das actividades desenvolvidas.
36.2. Risco de Crédito
O risco de crédito é a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou capital, devido à incapacidade de
uma contraparte cumprir os seus compromissos financeiros perante o Banco.
À semelhança dos anos anteriores, o Banco adoptou uma politica de crédito selectiva, continuando a utilizar critérios
rigorosos e a aperfeiçoar os seus modelos internos de análise de risco, tanto no segmento de retalho como no segmento de
empresas.
A gestão e monitorização do risco de crédito decorreram de acordo com os princípios e as regras de concessão de crédito
definidos no Regulamento Geral de Crédito do Banco, regulamentos específicos de crédito, regulamento de crédito vencido e
pelas regras estabelecidas pela entidade reguladora.
A gestão do risco de crédito assentou principalmente na monitorização e no acompanhamento da Carteira de Crédito,
principalmente no que tange à sua vertente qualidade e concentração (em termos sectoriais e de grandes riscos). Neste
âmbito o Banco continuou a utilizar a ferramenta informática SIC (Sistema de Informação Comercial), que beneficiou de
actualizações no decurso do ano. A ferramenta SIC fornece, numa base diária, a posição de todos os Clientes e/ou operação
as medidas preventivas necessárias no sentido de mitigação do risco de incumprimento.
de crédito, o que permite à rede comercial, em particular, reconhecer de forma atempada sinais de alerta e com isso tomar
Pelo seu impacto material, as grandes exposições são objectos de uma vigilância especial por forma a antecipar eventuais
situações de incumprimento e tomada de medidas concernentes à minimização de um eventual impacto seja via redução de
responsabilidades seja via reforço de garantias.
A par do controlo diário, mensalmente a monitorização é feita através do acompanhamento e controlo das exposições
mediante a preparação mensal de relatório de crédito com os principais indicadores de qualidade.
Avaliação do risco de crédito
as empresas e Scoring para particulares conferindo assim uma maior objectividade, celeridade e segurança nas decisões de
Na análise das operações de crédito o Banco continuou a utilizar, de forma generalizada, os modelos auxiliares de Rating para
crédito a par da redução dos custos associados ao processo de decisão.
Ainda no âmbito da avaliação do risco de crédito foi revisto o formulário de propostas de crédito, tendo o seu conteúdo
reorganizado e adequado permitindo assim aos diversos intervenientes nos processos de decisão de crédito informação clara
e precisa com vista a uma correcta e segura tomada de decisão.
O valor e natureza dos colaterais bem como grau de cobertura necessário dependem do resultado da avaliação do risco de
Políticas de gestão de colaterais de crédito
x
x
exigidas apenas garantias pessoais.
64
Relatório e Contas 2011
de garantia real, nomeadamente a hipoteca do imóvel. No crédito de curto prazo as Particulares são normalmente
No crédito de médio/longo prazo a Particulares, como o crédito imobiliário, o colateral tem normalmente a natureza
determinado tipo de crédito concedido, a saber:
critérios específicos de avaliação. No entanto, existem certo tipo de colaterais que, por natureza, estão associados a
O Banco dispõe de procedimentos internos no que respeita à aceitação de determinados tipos de colaterais com
crédito da contraparte.
Banco Caboverdiano de Negócios
x
x
x
No caso do crédito a Empresas, nomeadamente o crédito revolving, são solicitadas garantias pessoais dos sócios
sendo que, nalguns casos, são exigidas garantias reais, tais como a hipoteca de imóveis ou penhor de depósitos ou
títulos. Estas situações variam em função do risco atribuído ao cliente e da maturidade do crédito concedido a
Empresas. Sempre que se verifique qualquer agravamento do risco de crédito, é solicitado aos clientes a prestação
de colaterais adicionais.
No caso do crédito concedido a empresas pertencentes a grupos económicos, é prática corrente o Banco mitigar o
risco de crédito com colaterais prestados pela Empresa - mãe do Grupo.
colaterais ao crédito concedido. Os colaterais que, por incumprimento de clientes, são executados e passam para a
A gestão dos colaterais é desenvolvida de forma contínua, promovendo assim a manutenção da cobertura das
posse do Banco são, na sua generalidade, vendidos para o cumprimento total ou parcial da dívida, sendo raras as
situações em que o Banco permanece com a propriedade desses bens executados para seu uso comercial.
Avaliação da Imparidade
Crédito deteriorado
Provisão específica/
imparidade
Provisão específica/
imparidade
Créditos não
significativos teste imparidade
em base de
portfolio
homogéneo
Créditos
Significativos teste imparidade
caso a caso
Ao longo do ano 2011, numa base trimestral, até ao 3º trimestre e mensal a partir desse momento, o Banco efectuou análises
• Garantias
• Linhas de crédito
“provisões genéricas”
Imparidade colectiva para
portfolios de créditos
Crédito não deteriorado
de imparidade à sua carteira de crédito concedido, adoptando a seguinte metodologia de análise:
Carteira de
crédito
Extra
Patrimoniais
e/ou extra -patrimonial), tendo sido considerado deteriorados os clientes que apresentem uma operação de crédito com
A análise foi feita sempre numa óptica de responsabilidade total do cliente, (considerando a responsabilidade patrimonial
evidência de imparidade.
A evidência de imparidade resulta da existência de pelo menos uma operação vencida há mais 90 dias. Para cada cliente o
Banco avalia, em cada data de balanço, a existência de evidência objectiva de imparidade, considerando nomeadamente os
x
Exposição global do cliente e a existência de créditos em situação de incumprimento no Banco e no sistema
Situação económico-financeira do cliente;
seguintes factores:
x
x
x
As ligações do cliente com o Banco em que se integra, quando aplicável, e a análise deste relativamente às variáveis
Análise do sector de actividade em que o cliente se integra, quando aplicável; e
Informações comerciais relativas ao cliente;
financeiro;
x
anteriormente referidas em termos do cliente individualmente considerado.
Adicionalmente, os seguintes eventos são susceptíveis de serem considerados indícios ou sinais de imparidade, com a devida
x
x
x
Clientes que apresentam situações de atraso continuado na regularização das suas responsabilidades junto do
Deterioração significativa do valor da garantia de crédito;
Deterioração da situação económica, com base em informações financeiras ou de mercado;
Existência de pedidos de insolvência da empresa;
Crédito vencido no sistema bancário nacional, segundo CRC do Banco de Cabo Verde;
Relatório e Contas 2011
x
Banco;
65
x
ponderação da importância relativa dos mesmos:
Banco Caboverdiano de Negócios
x
x
x
Créditos reestruturados, quando apresentam situações objectivas de deterioração na situação prévia à
Inibição de uso de cheques pelo BCV ou existência de um historial de devolução de cheques a nível interno;
Incumprimento da finalidade contratual do crédito;
x
x
x
Existência de dificuldades a nível das empresas relacionadas.
Perfil de utilização de fundos irregular (Créditos em fase de utilização); e
Situação irregular na liquidação de juros decorrentes da Conta Corrente Caucionada em curso;
Existência de situações litigiosas (judiciais) com sócios, fornecedores ou outras entidades;
reestruturação;
x
Para efeitos do apuramento do valor de imparidade, e tendo por base um processo de actualização e de melhor adequação do
modelo de imparidade de crédito à carteira de crédito, o Banco procedeu à alteração dos segmentos da sua carteira de
x
A natureza do crédito / garantia associada.
não sejam significativamente diferentes; e
As características de risco de crédito semelhantes e cujas políticas de concessão, acompanhamento e recuperação
operações de crédito concedido face ao adoptado em 31 de Dezembro de 2010, tomando como orientação:
x
O processo conduziu à criação de 4 segmentos, cujos créditos englobados em cada um se acreditam ser homogéneos entre si
1º Nível: prende-se com a natureza do cliente, dividindo-se entre Particulares e Empresas;
em termos de perfil de comportamento de risco:
o
Crédito Bolsa de Estudos (1.3.2)
Crédito Automóvel (1.3.1)
Outros Créditos (1.3)
No caso de créditos de clientes Particulares:
o
Pequenos Negócios (1.3.3)
o
2º Nível: prende-se com o tipo de finalidade do crédito e tem as seguintes ocorrências:
o
Outros Créditos Pessoais (1.3.4)
Crédito Habitação (1.2)
o
No caso de créditos de clientes Empresa:
Contas Ordenado (1.1)
o
Empresas (2)
o
o
o
o
De salientar que a existência de 4 (quatro) subsegmentos no Segmento Particular – Outros Créditos, resulta do facto do n.º
de operações dos subsegmentos considerados não apresentarem uma dimensão estatística significativa que permitisse o
apuramento dos parâmetros individualmente.
As operações dos Clientes Não Deteriorados ou Clientes Deteriorados sem Exposição Significativa são avaliados de forma
colectiva, tomando por referência a segmentação das várias operações vigentes para cada cliente. Uma vez agrupados em
segmentos, são aplicados os parâmetros de PD e LGD desenvolvidas no modelo.
(Particulares - Habitação, Particulares - Ordenado, Particulares - Outros e Empresas), passando a constituir um subsegmento
As operações de clientes classificados como “Significativos”1 são ainda reclassificadas para o seu segmento de origem
no contexto desses segmentos, para os quais se determinam parâmetros (apenas PD) específicos.
Para as operações Significativas Deterioradas ou que apresentam sinais de imparidade e cuja eventual imparidade tenha um
efeito material no resultado, o apuramento das quantias recuperáveis e dos valores de imparidade, é efectuada através de
uma análise individual, num template próprio desenvolvido para o efeito. A eventual perda de imparidade, nesses casos,
resulta da diferença entre o valor actual dos fluxos de caixa futuros descontados à taxa anual efectiva da operação e o saldo
em Balanço, incluindo os juros corridos, no momento de análise.
Quando o Banco considera que determinado crédito é incobrável e tenha sido reconhecida uma perda por imparidade de
De acordo com o IAS 39, são considerados activos significativos, as operações:
100%, este é abatido ao activo.
- Forem materiais em relação ao total do crédito.
- Cuja eventual imparidade tiver um efeito material no resultado;
66
Relatório e Contas 2011
cliente possa ser considerado significativo. Nos casos em que existem evidência de imparidade (objectiva ou indícios) o cliente é objecto de análise casuística.
Em harmonia com o adoptado pelo Grupo Banif, determinou-se o montante de exposição a partir de 27.566.250 escudos (o equivalente a 250.000 euros), para que um
Banco Caboverdiano de Negócios
edido foi dividid
da em deteriorrada (D) (Evidê
ência Objectiva
a de imparidad
de) e Não dete
eriorada (ND)
A carteira de crédito conce
tenh
ham qualquer evidência objectiva de imparidade.
A Ca
arteira Não De
eteriorada eng
globa, por seu lado, todas as operações e responsabilid
dades de clientes que não
irrev
vogável de clien
ntes que apres
sentam pelo menos uma operração com evid
dência objectiv
va de imparidad
de; e
arteira Deteriorada engloba todas as operações de crédito e responsa
abilidades extra
a-patrimoniais de carácter
A Ca
sendo que:
x
x
O montante de
d imparidade apurado é reconhecido como
o custos, sendo reflectido no
o balanço como
o uma dedução
o ao valor do
crédito a que respeita.
Os mapas a seguir
s
evidenc
ciam o montan
nte apurado de
e imparidade para
p
2011 e 2010, consoante os segmento
os definidos,
tendo em con
nta as operaçõe
es Deterioradas e Não Deterio
oradas, sejam elas de Balanç
ço ou fora de Ba
alanço.
2011 (valores expressos em milhares de es
scudos – conto
os)
* Inclui as posições extra-patrimoniaiis
2010 (valores expressos em milhares de es
scudos – conto
os)
* Inclui as posições extra-patrimoniaiis
36.3. Riscco de Liquidez
O risco de liq
quidez, definid
do como a pro
obabilidade de
e ocorrência de
d impactos negativos
n
nos resultados ou
u no capital,
decorrentes da
d incapacidad
de da instituiçã
ão dispor de fu
undos líquidos para cumprir as
a suas obrigações financeiras, à medida
que as mesma
as se vencem, é gerido de forrma centralizad
da.
A monitorizaç
ção dos níveis de liquidez necessários em função
f
dos mo
ontantes e pra
azos dos comp
promissos assu
umidos e dos
recursos em carteira
c
é efectuada através da identificaçã
ão de gaps de liquidez.
As políticas de obtenção de funding, querr junto dos clie
entes, quer no
o mercado financeiro, têm ga
arantido a esta
abilidade dos
recursos, mantendo-se que
er o liquidity gap
g , quer o cu
umulative gap
p dentro dos limites definido
os para os várrios períodos
analisados.
o o acentuar da volatilidade dos
d mercados financeiros, a situação de liquidez correntte tem sido ob
bjecto de um
Considerando
acompanham
mento mais ape
ertado não ap
penas pelos in
ndicadores pre
esentes nas disposições ema
anadas do Ban
nco de Cabo
Verde, mas ta
ambém pelos in
ndicadores inte
ernos orientado
os a uma gestã
ão eficiente e dinâmica.
d
A carteira de títulos de dívid
da pública é uma alternativa
a à aplicação da
d liquidez do Banco,
B
quer em
m títulos do Ba
anco de Cabo
Verde, quer em
e títulos do Estado de Cabo Verde. Os títu
ulos de dívida pública
p
por sua
a vez, podem ser repassados ao mercado
secundário. O Banco dispõe ainda de linha
a de crédito con
ntratada junto
o do Banif para
a fazer face a uma eventual necessidade
pontual de liquidez.
Relatório e Contas 2011
es por prazos residuais con
ntratuais dos principais ins
strumentos financeiros aprresentam-se decompostos
d
Os montante
67
conforme qua
adro abaixo, o qual
q
foi preparrada de acordo
o com os seguin
ntes pressupos
stos:
Banco Caboverdiano de Negócios
x
Os saldos à ordem registados nas rubricas de Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais e
Os recursos de Outras I.C.’s e de clientes referentes a Depósitos à Ordem foram considerados como com
respectivos prazos residuais para vencimento.
68
Relatório e Contas 2011
Para as restantes rubricas, a distribuição pelos diferentes prazos foi considerada de acordo com os
(em execução judicial) foram consideradas como com prazo indeterminado;
Na rubrica referente a Crédito a Clientes, as despesas judiciais e as operações com contratos resolvidos
Disponibilidades em IC’s foram considerados como com prazo indeterminado;
prazo indeterminado;
x
x
x
Banco Caboverdiano de Negócios
(valores expressos em milhares de escudos – contos)
Activo
CaixaeDisponibilidadesemBancoCentrais
DisponibilidadesemoutrasinstituiçõesdeCrédito
Aplicaçõeseminstituiçõesdecrédito
Investimentosdetidosatéamaturidade
Créditoaclientes(saldoBruto)
Passivo
Recursosdeoutrasinstituiçõesdecrédito
RecursosdeClienteseOutrosEmpréstimos
2011
Até3Anos
Até1mês
Até3meses
Até6meses
Até1Ano
219.949
17.602
416.349
9.761
131.859
919.361
183.191
385.650
130.000
541.300
653.900
1.060.981
568.841
1.146.760
741.802
491.598
1.177.486
1.888.562
1.669.084
Diferencial
(1.234.662)
(608.104)
Até5anos
Até10anos
Mais10Anos
Indeterminado
Total
64.978
620.498
331.670
584.839
225.000
1.393.446
3.819.437
1.133.026
84.418
974.625
1.133.026
84.418
229.709
1.084.300
9.655.505
671.300
685.476
916.509
1.618.446
3.819.437
2.192.069
12.186.959
32.766
1.446.940
33.675
1.252.246
144.301
602.126
160.985
179.598
55.947
2.870.137
1.479.706
1.285.921
746.427
160.985
179.598
2.926.084
2.245.630
8.090.737
10.336.367
755.525
1.438.848
3.819.437
(910.865)
(614.621)
(60.951)
(734.015)
1.850.591
2010
Até1mês
Até3meses
Até6meses
Até1Ano
Até3Anos
Até5anos
Até10anos
Mais10Anos
Indeterminado
Total
825.435
825.435
9.733
37.762
775.052
822.547
1.086.847
1.086.847
38.833
590.348
629.181
506.531
957.258
1.463.789
284.400
744.402
1.028.802
277.665
1.347.318
1.624.983
3.741.451
3.741.451
1.182.706
98.512
1.281.218
1.128.828
1.689.878
2.818.706
220.530
920.909
1.141.439
2.160.908
2.160.908
1.216.522
1.216.522
6.312
6.312
378.148
3.652.119
4.030.267
1.182.706
98.512
9.733
1.145.191
10.068.111
12.504.253
1.727.507
9.646.648
11.374.154
1.457.478
1.028.802
1.624.983
3.741.451
Activo
CaixaeDisponibilidadesemBancoCentrais
DisponibilidadesemoutrasinstituiçõesdeCrédito
Aplicaçõeseminstituiçõesdecrédito
Investimentosdetidosatéamaturidade
Créditoaclientes(saldoBruto)
Passivo
Recursosdeoutrasinstituiçõesdecrédito
RecursosdeClienteseOutrosEmpréstimos
Diferencial
(1.993.271)
(318.892)
(1.074.061)
(587.341)
(2.749.049)
1.130.099
Banco Caboverdiano de Negócios
69
Relatório e Contas 2011
Gestão de Capital
Gerar uma rentabilidade adequada para a empresa, com criação de valor para o accionista, proporcionando-lhe a
Cumprir com as exigências regulamentares estabelecidas pelo Banco de Cabo Verde;
Os objectivos de gestão do Capital no Banco, norteiam-se pelos seguintes princípios gerais:
x
da sua actividade.
Assegurar a reputação da Instituição, através da preservação da integridade das operações praticadas no decurso
de risco da Instituição; e
sólida estrutura de capitais, capaz de responder ao crescimento da actividade e que se mostre adequada ao perfil
Sustentar o desenvolvimento das operações que o Banco está legalmente autorizado a praticar, mantendo uma
remuneração dos capitais aplicados;
x
x
x
prazo, tendo em vista o financiamento da sua actividade, sobretudo por recurso ao auto-financiamento e à captação de
Para atingir os objectivos descritos, o Banco procede a um planeamento das suas necessidades de capital a curto e médio
recursos alheios. Esse planeamento é efectuado a partir das estimativas internas de crescimento das operações de balanço.
A actividade das instituições de crédito em Cabo Verde é regulada pela Lei nº 3/V/96, de 1 de Julho, a qual assume um papel
primordial na regulamentação prudencial. A referida Lei, e instrumentos legais complementares, contemplam diversos
Determinação de que os Fundos Próprios nunca poderão ser inferiores ao Capital Social mínimo e que pelo menos
Obrigatoriedade de um Capital Social mínimo de 300 milhões de Escudos de cabo Verde, para os bancos;
domínios de regulação com influência na gestão do Capital, de que se salientam:
x
parabancárias, sociedades de serviços auxiliares, sociedades gestoras de fundos de pensões, sociedades gestoras
Os limites às participações em outras sociedades – que não sejam outras instituições de crédito, instituições
pertencentes a esse grupo; e
ao risco de contaminação que pode existir num dado grupo, em caso de incumprimento por uma ou mais entidades
próprio Grupo e em 25% para os restantes. Com esta medida privilegia-se a diversificação das carteiras, atendendo
percentagens indexadas ao valor dos Fundos Próprios, as quais, em termos individuais, se cifram em 20% para o
A imposição de limites à concentração de riscos face a um cliente ou grupo de clientes, através da introdução de
determinados volumes de Capital para fazer face a perdas inesperadas que possam ocorrer;
não poder ser inferior a 10%, o que na prática corresponde à necessidade de as Instituições de Crédito afectarem
A aplicação de instrumentos de carácter preventivo, como seja a exigência de o denominado Rácio de Solvabilidade
Social;
10% dos lucros líquidos apurados em cada exercício deverão ser afectos às Reservas Legais, até ao limite do Capital
x
x
x
x
de participações sociais que apenas detenham partes de capital nas sociedades antes referidas e empresas do
sector segurador, as quais não devem ultrapassar, se consideradas individualmente, 15% dos Fundos Próprios da
instituição participante e 60% desses Fundos, se for tomado o conjunto das participações qualificadas (¤ 10% do
capital ou dos direitos de voto da entidade participada).
A maioria dos requisitos e limites prudenciais têm por base o conceito de Fundos Próprios, os quais correspondem ao capital
regulamentar mínimo imposto pelo regulador. O seu cálculo regular e obrigatório é regulado na legislação nacional pela
publicação do Aviso nº 3/2007, de 19 de Dezembro, do Banco de Cabo Verde. O quociente do seu valor pelo montante
correspondente às denominadas posições de risco ponderadas constitui o rácio de solvabilidade, regulado pelo Aviso 4/2007,
de 25 de Fevereiro de 2008, do Banco de Cabo Verde, cujo valor terá de ser, no mínimo, igual a 10%.
Para analisar e dar resposta ao cumprimento dos requisitos legais impostos pela Supervisão Bancária, o Banco dispõe de
de Gestão de Risco.
mecanismos de articulação entre os diversos Departamentos internos, em especial com a área de Contabilidade, Financeira e
70
Relatório e Contas 2011
No quadro seguinte resume-se a composição do Capital Regulamentar do Banco, nos finais de 2011 e de 2010 (valores
expressos em milhares de escudos - contos):
Banco Caboverdiano
de Negócios
2010
Variação
1.124.811 1.076.81247.999
900.000 900.000 28.921 20.994 7.927
54.091 79.271
(25.180)
153.168 98.245 54.923
(11.369)
(21.698) 10.329
2011
FundosPrópriosdeBase
CapitalSocial
ReservasePrémios
ResultadoLíquido
ResultadosTransitadoseOutraReservas
ActivosIntangíveis
InsuficiênciasdeProvisões
4.042 4.042 0
4.042 4.042 0
GestãodoCapital
FundosPrópriosComplementares
ReservasdeReavaliação
1.128.853 1.080.854 47.999
1,4%
(717.645)
TotalFundosPrópriosElegíveis
11,02%
9.093.355 9.811.000
12,41%
TotaldoActivoPonderado
RáciodeSolvabilidade
Conforme se pode verificar no quadro anterior, o valor final dos Fundos Próprios resulta do somatório de três grandes
agregados, sendo que os montantes considerados apresentam algumas diferenças em relação aos valores constantes do
O Capital Social, as Reservas (excepto as de Reavaliação) e os Resultados Transitados, correspondem, na íntegra,
O Resultado do Exercício, o qual é incluído nos Fundos Próprios líquido dos impostos e dividendos a entregar aos
aos valores contabilísticos;
As deduções aos Fundos Próprios de Base, as quais correspondem a diversas rubricas que o regulador
accionistas e apenas se tiver sido objecto de certificação por Auditor Externo; e
considerou necessário serem introduzidas, numa perspectiva de prudência, como factor de correcção.
Cabo Verde.
Fundos Próprios Complementares: São constituídos por Passivos Subordinados sujeitos a aprovação pelo Banco de
x
x
x
componentes e valores considerados nos Fundos Próprios são:
Fundos Próprios de Base: Correspondem aos Capitais de maior estabilidade do Banco. As suas principais
balanço, traduzindo a aplicação de filtros prudenciais pelo regulador.
Assim:
i.
ii.
O valor destes Fundos Próprios Complementares não pode ultrapassar o referente aos Fundos Próprios de Base e a sua
iii.
x
x
x
x
Dívida Subordinada, de vencimento superior a 5 anos, considerada no até ao limite de 50% dos Fundos Próprios
Reservas de Reavaliação positivas se realizadas nos termos da Lei e autorizadas pelo Banco de Cabo Verde.
de Base; e
Próprios ou a 60% dos mesmos, no caso do montante agregado deste tipo de participações.
71
Relatório e Contas 2011
não sejam Financeiras ou Seguradoras, e cujo montante seja superior, individualmente, a 15% dos Fundos
Excedentes que possam ocorrer nas participações qualificadas (iguais ou superiores a 10%) em empresas que
financeiros em causa tenham sido recebidos; e
razão anual de 20% a partir do momento em que se completem dois anos sobre a data em que os activos não
O valor líquido de balanço dos activos não financeiros recebidos em reembolso de crédito próprio, calculado à
25% para as exposições perante outros Grupos;
prudenciais individuais, correspondem a 20% dos Fundos Próprios para as exposições perante o próprio Grupo e
Eventuais ultrapassagens aos limites estabelecidos para efeito de Grandes Riscos que, no caso dos elementos
delas seja titular;
percentagem, será deduzido apenas na parte que exceda 10% dos fundos próprios da instituição de crédito que
Crédito será deduzido o montante total dessa participação; no caso de participação inferior àquela
Nos casos em que Banco disponha de uma participação superior a 10% do capital social de uma instituição de
nomeadamente:
Deduções aos Fundos Próprios: Trata-se de um conjunto de deduções que resultam de imposições do regulador,
x
x
decomposição é a seguinte:
Banco Caboverdiano
de Negócios
Em termos dos Requisitos de Capital, os activos ponderados são hierarquizados em 4 factores de risco (0%, 20%, 50% e 100%),
de acordo com a natureza de cada activo e de cada contraparte, bem como de eventuais garantias que existam.
Um tratamento idêntico é adoptado para as posições extra-patrimoniais associadas às garantias prestadas e a outros
compromissos potenciais assumidos.
Em 2008 foi também introduzido o risco operacional, dando origem à necessidade de as Instituições calcularem requisitos de
fundos próprios adicionais para a sua cobertura, com base em 15% da média do Produto Bancário (quando positivo) dos
últimos três anos.
No que respeita à periodicidade de reporte, as instituições devem proceder ao cálculo dos seus fundos próprios pelo menos
no final de cada mês e informar o Banco de Cabo Verde, até ao décimo dia do mês seguinte, da composição dos seus fundos
próprios do respectivo rácio de solvabilidade.
36.4. Riscos de Mercado
Risco de mercado, ou de preço, define-se como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no
nomeadamente, por flutuações em taxas de juro, taxas de câmbio, cotações de acções ou preços de mercadorias.
capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos da carteira de negociação, provocados,
A política do Banco nesta matéria caracteriza-se pela prudência e sistematização, através da revisão e adequação dos limites
de actuação nos mercados respectivos pelos órgãos de gestão, pautando-se a intervenção, neste domínio, por regras de
práticas internacionais.
funcionamento e controlo devidamente reguladas por normativo interno e pelas normas de supervisão, seguindo as boas
Risco de taxa de juro
O risco da taxa de juros consiste na probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a
movimentos adversos das taxas de juros.
A generalidade das operações de crédito contratadas é de taxa fixa, o que implica a existência de risco de taxa de juro, mas
que é minimizado pela cobertura natural através das operações passivas.
Assim, quanto aos procedimentos de cobertura deste risco devemos destacar alguns aspectos que o Banco tem
a possibilidade de obtenção de passivos de longo prazo (acima de 5 anos).
Aumento das linhas de crédito em Euro, designadamente pela contratação junto de instituições internacionais com
informações sistemáticas feitas pela Direcção de Contabilidade e Gestão Financeira; e
aceite juridicamente, e no demais funciona com gestão coerente de activos e passivos, pelos instrumentos de
Os contratos de crédito prevêem possibilidade de alteração de taxas de juros sob certas circunstâncias, o que é
que possa ser utilizado como “referência” dos activos ou passivos;
A base para coberturas activas a taxa fixa é feita através dos depósitos e não existe qualquer indexante nacional
implementado:
x
x
x
São realizadas periodicamente análises de sensibilidade à taxa de juro, medindo-se o seu impacto para diversos cenários,
quer na margem de juros quer nos fundos próprios, de acordo com as normas da entidade de supervisão. O Banco não
apresenta um nível significativo de concentração ao nível dos riscos de mercado.
Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, o impacto no justo valor dos instrumentos financeiros sensíveis a risco de taxa de juro
(correspondente apenas ao efeito na margem financeira), de deslocações paralelas na curva de taxas de juro de referência
de 50, 100 e 200 “basis points” (bps), respectivamente, pode ser demonstrado pelo seguinte quadro abaixo. No apuramento
dos impactos apresentados no quadro abaixo, foi considerado que os activos e passivos sensíveis a taxa de juro em balanço
nas datas de referência do cálculo se manteriam estáveis ao longo dos exercícios de 2011 e 2010, respectivamente,
de renovação e o “spread” médio das operações vivas em 31 de Dezembro de 2011 e 2010.
procedendo-se à sua renovação, sempre que aplicável, considerando as condições de mercado vigentes nas referidas datas
Impacto2011
200pb
37.012
11.301
100pb
18.506
5.651
50pb
9.253
(5.651)
50pb
(9.253)
(11.301)
100pb
(18.506)
(22.602)
200pb
(37.012)
Relatório e Contas 2011
22.602
72
Impacto2010
(valores expressos em milhares de escudos – contos)
Banco Caboverdiano
de Negócios
O impacto (correspondente apenas ao efeito na margem financeira) de uma deslocação de 50, 100 e 200 bps nas curvas de
taxa de juro de referência de activos e passivos sensíveis corresponde aos cenários utilizados internamente pelos órgãos de
gestão no acompanhamento e monitorização da exposição a risco de taxa de juro.
O Banco não apresenta instrumentos financeiros com taxas de juro indexadas em valor significativo.
De referir que a informação contida no quadro acima diz respeito a um cenário estático, não tendo em consideração
variações nas taxas de juro de referência.
alterações na estratégia e políticas de gestão do risco de taxa de juro que o Banco possa adoptar em consequência de
36.5. Risco Cambial
O risco da taxa de câmbio consiste na probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital devido
a movimentos adversos nas taxas de câmbio.
O Banco procede de forma contínua ao controlo e avaliação do risco das suas operações. A monitorização dos limites da
exposição cambial e, bem assim, as posições em aberto são monitorizadas com regularidade.
A existência de paridade fixa entre o Escudo de Cabo Verde e o Euro (110,265/1 Euro), resultante do acordo de
cambial nos regulamentos do Banco de Cabo Verde vigentes.
convertibilidade existente entre Cabo Verde e Portugal, explica o facto de o Euro não ser considerado para efeito de posição
O Banco mantém uma posição cambial neutra em Dólares dos Estados Unidos (matching),e praticamente não tem posição em
outras moedas, o que só casuisticamente pode ocorrer, em pequenas transacções de retalho.
73
Relatório e Contas 2011
Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os instrumentos financeiros apresentam a seguinte decomposição por moeda:
Banco Caboverdiano
de Negócios
(Em milhares de escudos - contos)
Activo
Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais
Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito
Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados
Activos Financeiros disponíveis para Venda
Aplicações em Instituições de Crédito
Investimentos detidos até à maturidade
Crédito a Clientes
Outros activos tangíveis
Outros activos intangíveis
Activos por impostos correntes
Activos por impostos diferidos
Outros Activos
Passivo
Recursos de outras instituições de crédito
Recursos de Clientes e Outros Empréstimos
Passivos por impostos correntes
Passivos por impostos diferidos
Outros Passivos
CAPITAL
(Em milhares de escudos - contos)
Activo
Caixa e Disponibilidades em Bancos Centrais
Disponibilidades em Outras Instituições de Crédito
Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados
Activos Financeiros disponíveis para Venda
Aplicações em Instituições de Crédito
Investimentos detidos até à maturidade
Crédito a Clientes
Outros activos tangíveis
Outros activos intangíveis
Activos por impostos correntes
Activos por impostos diferidos
Outros Activos
Passivo
Recursos de outras instituições de crédito
Recursos de Clientes e Outros Empréstimos
Passivos por impostos correntes
Passivos por impostos diferidos
Outros Passivos
Exposição Líquida
Banco Caboverdiano
de Negócios
683.001
7.726.620
19.803
5.375
555.566
8.990.364
1.089.849
24.729
6.556
16.334
219.949
1.084.300
9.107.360
303.247
11.369
26.892
9.950
39.646
11.940.181
CVE
(1.803.119)
1.562.629
308.599
7
1.871.234
40.130
27.979
6
68.116
EUR
2011
2.949.817
1.133.026
84.418
10.567
16.334
229.709
1.084.300
9.107.878
303.247
11.369
26.892
9.950
39.652
12.057.342
Total
845
2.000
2.844
2.245.630
8.090.737
19.803
5.375
555.575
10.917.120
Outras
2.201
29.710
4.011
9.760
518
46.200
1.140.222
USD
55.519
3
55.522
2.844
1.182.706
98.512
9.733
16.206
9.462
1.145.191
9.694.443
307.420
21.698
26.892
9.040
39.167
12.560.470
(9.322)
5.066
324
5.390
1.727.507
9.646.648
21.278
6.718
55.767
11.457.918
Total
EUR
7.758
8.043
2.699
9.462
1.477
29.438
6.725
6.725
1.102.552
Outras
CVE
38.738
72.547
1.242
112.528
76.587
461
77.048
(1.335)
USD
1.131.144
17.598
7.034
16.206
1.145.191
9.694.443
307.420
21.698
26.892
9.040
36.448
12.413.114
1.072.964
263.358
3.832
1.340.154
(47.609)
2010
654.543
9.299.979
21.278
6.718
51.474
10.033.992
(1.227.626)
Relatório e Contas 2011
2.379.123
74
36.6. Risco Operacional
O risco operacional consiste no risco de perdas incorridas por inadequação ou deficiência de procedimentos, do pessoal ou
dos sistemas internos ou de acontecimentos externos, incluindo os riscos jurídicos.
O modelo de gestão do Risco Operacional definido para Grupo Banif, Grupo onde o Banco está inserido, encontra-se em fase
à gestão do risco operacional e ao cumprimento das melhores práticas de gestão neste domínio.
avançada de implementação. O Banco dispõe de estratégia, equipa, modelo de relação e instrumentos de trabalho adequados
O Banco tem vindo a trabalhar no sentido de constituição da sua base de dados contendo registo detalhados de eventos
susceptíveis de causarem perdas. Para o efeito estão a ser promovidas e serão reforçadas as acções de
formação/sensibilização sobre Risco Operacional no Banco, de forma a dar conhecimento sobre o tema a toda a estrutura.
A par disso, o Banco continuou a procurar minimizar o risco operacional através de desenvolvimento e implementação de
automatismos, reforçando assim a sua capacidade de controlar o risco intrínseco nos principais processos, desigualmente
crédito e abertura de contas.
36.7. Saldos e transacções com entidades relacionadas
No curso normal da sua actividade financeira, o Banco efectua transacções com partes relacionadas. Estas incluem créditos
e aplicações bancárias, depósitos, garantias e outras operações e serviços bancários.
As partes relacionadas do BCN são as seguintes:
Elementos chave de gestão
Dr. Manuel Casimiro de Jesus Chantre
Dr. António Manuel Rocha Moreira
Eng.º Fernando André Belchior Rodrigues
Dr. Abraão Santos Lima
Dr. Paulo Alexandre Macieira Baptista
Celina Maria Carvalho Cruz
Membros próximos da família dos Elementos chave de gestão
Shaine Castro Lima
Eline Cristina Soares Duarte
Erika Janice Sanches Reis
BANIF - Banco Internacional do Funchal, S.A.
Entidades do Grupo Banif destacando-se
BANIF SGPS, S.A.
BANIF Cayman
SEPI - Sociedade de Estudos e Promoção de Investimentos, S.A.
Outras entidades
SEPI IMNOVATION- Gestão de Investimentos Imobiliários, S.A.
Cruz Vermelha de Cabo Verde
são os seguintes:
75
Relatório e Contas 2011
O saldo das transacções com partes relacionadas registadas no balanço e respectivos custos e proveitos no exercício findo
Banco Caboverdiano
de Negócios
(emmilharesdeescudoscontos)
Activo
DisponibilidadesemOutrasInstituiçõesdeCrédito
CréditoClientes(*)
Outrosactivos
Passivo
RecursosdeOutrasInstituiçõesdeCrédito
RecursosdeClienteseOutrosEmprestimos
Outrospassivos
DemonstraçãodeResultados
Custos
Juroseencargossimilaresecomissões
Comissõespagas
Proveitos
Juroserendimentossimilaresecomissões
6.572
6.572
famíliadoselementos
chavedegestão
2011
2010
5.785
5.785
Outrasentidades
2011
2010
142.672
2.490
145.162
(388)
(388)
EntidadesdoGrupoBanif
2011
2010
130.861
2.490
133.351
(545)
(545)
Elementoschavedegestão
2011
2010
28.197
7.848
36.045
(1.341)
(1.341)
1.102
2.839
3.941
(7.852)
(7.852)
12.407
12.407
(828.751)
(1.174)
(829.925) 10.615
10.615
11.439
11.439
(26.232)
(71)
(26.303)
20.483
20.483
(13.174)
(30.121)
(383)
(30.504)
887
887
(988.776)
(477.388)
(1.466.164)
369
369
(13.174) (20.009)
(20.009)
* A rubrica Crédito Clientes incorpora o valor do crédito líquido de imparidades.
As transacções com entidades relacionadas são analisadas de acordo com os critérios aplicáveis a operações similares e são
suplementares às demonstrações financeiras.
76
Relatório e Contas 2011
nenhum acontecimento subsequente a 31 de Dezembro de 2011 que exigissem ajustamentos ou divulgações
À data da preparação das presentes demonstrações financeiras pelo Conselho de Administração não se verifica
Eventos Subsequentes
realizadas em condições normais de mercado. Estas operações estão sujeitas à aprovação do Conselho de Administração.
Banco Caboverdiano
de Negócios
77
Relatório e Contas 2011
RELATÓRIO DO AUDITOR INDEPENDENTE
Banco Caboverdiano
de Negócios
Banco Caboverdiano
de Negócios
78
Relatório e Contas 2011
Banco Caboverdiano de Negócios
RELATÓRIO E PARECER DO CONSELHO FISCAL
79
Relatório e Contas 2011
Banco Caboverdiano de Negócios
80
Relatório e Contas 2011

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