ANO X – N0 3

Transcrição

ANO X – N0 3
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - ANO X - Nº 3 - JULHO/SETEMBRO 2015
Educação
nutricional na escola
e doença
cardiovascular
• Entrevista
• Highlights
Tudo sobre os Jogos Olímpicos - Rio
2016 com Dr. Nabil Ghorayeb
Residências multiprofissionais na área da
saúde cardiovascular: uma nova visão do
ensino em cardiologia
Conectividade
Mais um recurso importante do Portal CardioNet
Com seu celular, tablet ou
laptop, agora você poderá
acessar, de onde estiver, os
laudos de seus pacientes
com muito mais rapidez e
facilidade.
Portal CardioNet da Cardios
+10 milhões
de exames e laudos transmitidos
Transmissão via Internet
e Sistemas de Análise
Rapidez, Segurança e Praticidade: para sua maior comodidade
fibrilação
atrial
+ Componente de Análise do CardioSmart
SAIBA + WWW.CARDIOS.COM.BR
Tel. Geral: 11 3883-3000 Vendas: 11 3883-3030
Fax: 11 3883-3060
SSC: 11 3883-3010
Gravadores Digitais de Holter e
Monitores de MAPA
Ergonômicos, com design premiado, tecnologia de ponta e
confiabilidade de 38 anos
Sempre ao seu lado
Sumário
4
Editorial
5
Entrevista
8
10
12
Em Debate
14
Turismo
Síndrome Coronariana Aguda: como
proceder no primeiro atendimento?
17
Inglês para médicos
Highlights
18
Regionais
19
Agenda
Tudo sobre os Jogos Olímpicos - Rio 2016
com Dr. Nabil Ghorayeb
Destaque
Residências multiprofissionais na área da
saúde cardiovascular: uma nova visão do
ensino em cardiologia
Educação nutricional na escola e doença
cardiovascular
Orlando para adultos
5
10
14
Editorial
DIRETORIA DA SOCESP BIÊNIO 2014/2015
Presidente
Francisco Antonio Helfenstein Fonseca
Vice Presidente
Rui Fernando Ramos
Caros leitores do Socesp em destaque,
Primeiro Secretário
Luciano Ferreira Drager
Segundo Secretário
Guilherme Drummond Fenelon
Primeiro Tesoureiro
Ibraim Masciarelli Pinto
Segundo Tesoureiro
Rui Manuel dos Santos Povoa
Diretor Científico
Raul Dias dos Santos Filho
Diretor de Publicações
Luiz Aparecido Bortolotto
Diretor de Regionais
Celso Amodeo
Diretor de Promoção e Pesquisa
Ricardo Pavanello
Diretor de Tecnologia da Informação
Juan Yugar Toledo
Diretor de Qualidade Assistencial
Jose Francisco Kerr Saraiva
Diretor do Centro de Emergências
Agnaldo Pispico
Coordenadores de Pesquisa
José Luiz Aziz
Andrei Carvalho Sposito
Coordenador de Eventos
Hermes Toros Xavier
Coordenador de Políticas de Saúde
Walter Jose Gomes
Coordenador de Estudos Epidemiológicos
Otávio Berwanger
Coordenador de Hands On
João Fernando Monteiro Ferreira
SOCESP em Destaque é editado trimestralmente
pela Diretoria de Publicações da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, Avenida
Paulista, 2.073 – Horsa I, 15º andar, cj. 1.512,
São Paulo/SP CEP 01311-300.
Telefone: 11 3179-0044
Jornalista responsável
Ana Carolina de Assis
Atha Comunicação e Editora
Tel/Fax: (11) 5087-9502 / 5579-5308 - [email protected]
Coordenação editorial, planejamento,
criação e diagramação
Neste número destacamos assuntos de
suma importância para a prevenção de
doenças cardiovasculares, sobretudo no
que tange as ações conjuntas de profissionais de saúde engajados em diferentes
frentes de atuação.
A nutrição infantil, sobretudo nas escolas, é parte fundamental da prevenção de
doenças cardiovasculares e metabólicas,
e todos os esforços para a melhoria da alimentação nesta fase de vida terá um impacto marcante no futuro cardiovascular
destas crianças.
O outro ponto de destaque é a expansão
das residências multiprofissionais com envolvimento de diferentes áreas da saúde
com foco na prevenção e no tratamento das
doenças cardiovasculares, incluindo o
atendimento de pacientes críticos. Essas
residências têm por objetivo formar profissionais que possam atuar em grupo
com uma nova visão multidisciplinar de
atenção ao paciente cardiopata, com um
ganho espetacular para o paciente e também para o médico que terá o suporte integrado destes profissionais.
Por fim, os cuidados com a atividade física, sobretudo em academias, são abordados com muita propriedade em entrevista
com o especialista Dr. Nabil Ghorayeb.
Uma excelente leitura a todos!
E-mail: [email protected]
Impressão: Duograf
Tiragem: 6.130 exemplares
O conteúdo dos artigos dessa publicação é de responsabilidade de seus
autores, suas opiniões apresentadas não refletem necessariamente a opinião
desta publicação. Toda correspondência deve ser enviada para Atha Comunicação e Editora, à R. Machado Bittencourt, 190 - 4º andar, São Paulo/SP,
CEP: 04044-000. [email protected]
4
Luiz A. Bortolotto
Editor-chefe
Entrevista
Tudo sobre os Jogos
Olímpicos - Rio 2016
com Dr. Nabil Ghorayeb
Dr. Nabil Ghorayeb
Dr. Nabil Ghorayeb é cardiologista especialista em Medicina do Esporte, Chefe de Seção Médica de Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Coordenador da Clínica Integrada de Medicina do Esporte e Exercício
(CIMEEX) do HCor e médico clínico do Hospital do Coração
da Associação do Sanatório Sírio de São Paulo. Editor Geral do
Jornal da SBC e Presidente do DERC-SBC: Departamento de
Ergometria, Exercício, Esporte e Reabilitação Cardiovascular
da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Confira em entrevista
todos os detalhes sobre o atendimento aos atletas antes e durante os Jogos Olímpicos - Rio 2016.
Como será a estrutura para atendimento
aos atletas no Rio de Janeiro durante os
Jogos Olímpicos?
O Comitê Olímpico Internacional coordena os Jogos com
ajuda de um Comitê Olímpico Local, que se reporta ao Internacional, em todos as edições há um hospital com estrutura completa, no caso do Rio será o Hospital das Américas.
Haverá uma equipe multiprofissional para atendimento exclusivo dos atletas. O médico estrangeiro, que vir junto com
uma determinada delegação, terá que apresentar uma licença
especial para atuar no Rio de Janeiro, como foi feito na Copa
do Mundo. Neste caso, o médico poderá realizar a ação diagnóstica inicial, porém quando o atleta for encaminhado para
Hospital, será atendido por médicos brasileiros. Tudo isso tem
sido feito por meio de reuniões no Conselho Federal de Medicina com a finalidade de melhorar as condições de atendimento ao atleta.
Como será formada a equipe médica para
atendimento dos competidores?
Haverá um grupo formado por 800 médicos que fará o atendimento geral dentro das arenas. Toda a equipe será treinada e
trabalhará voluntariamente. Houve uma polêmica sobre o trabalho médico voluntário, mas sempre foi assim, no mundo todo.
São profissionais que trabalham com satisfação por estarem participando dos Jogos Olímpicos, há um evento científico antes e,
5
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
no final, uma certificação oficial. Recebemos inscrições de médicos da Inglaterra,
Alemanha, Estados Unidos e de diversos
países. A preferencia é para os médicos
especializados em Medicina do Esporte, mas
a equipe será formada por diferentes especialidades. Haverá com revezamento de plantão, a
ideia é estruturar um regime de sete dias seguidos de trabalho e sete de descanso.
E para população geral?
A prefeitura do Rio de Janeiro é responsável pela estrutura de atendimento à população
durante os Jogos. É uma estrutura grandiosa, sem
dúvida, haverá cerca de 150 ambulâncias disponíveis para torcedores e uma equipe médica que
denominamos extra arena.
Como serão realizados os exames
preparatórios dos atletas para os
Jogos Olímpicos de 2016?
As federações e confederações são livres para
indicar centro de referências, porém o participante
pode realizar os exames exigidos onde preferir, o ponto
mais determinante será a localização, ou seja, o grau de
facilidade de acesso a centros especializados. Mas, por
exemplo, em São Paulo recebemos atletas olímpicos de cidades próximas, porque o Instituto Dante Pazzanese e o HCor
são centros de referência, mas não é obrigatório a realização dos
exames nesses hospitais.
Como será realizado o treinamento para
os médicos?
A assistência médica é coordenada e centralizada pela
Universidade Estácio de Sá, localizada no Rio de Janeiro. A
Sociedade Brasileira de Cardiologia-SBC ofereceu ao Comitê
Organizador dos Jogos Olímpicos o serviço de treinamento
para parada cardíaca chamado, TECA A, TECA B e TECA L,
que substitui ACLS e BLS. Tanto o ACLS e BLS ainda são aplicados em alguns lugares do Brasil, por exemplo, na Socesp. O
TECA A, TECA B e TECA LEIGO estão validados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pelo Governo Federal, o treinamento contempla todos os assuntos que devem ser abordados para preparar a extensa equipe médica que trabalhará nos
Jogos Olímpicos, porém todo treinamento será realizado com
autorização e gerenciamento da Universidade Estácio de Sá.
E os treinadores? Receberão algum
treinamento especial?
Haverá cursos voltados aos treinadores com importantes
temas médicos, como, por exemplo: O que é uma avalição pré
-participação? Como é realizada a prevenção de morte súbita
no esporte? Eu dou aulas para treinadores olímpicos no Rio de
Janeiro e tem funcionado muito bem.
Quais são os exames pré-competição
exigidos aos atletas?
Existe um mínimo de exames que são solicitados e devem
ser feitos; consulta clínica, exames de laboratório, teste ergométrico feitos nos padrões éticos de protocolo, com a presença
do médico no local e o ecocardiograma. Por que isso deve ser
feito? Para evitar o maior medo dos atletas, a morte súbita. E
sabemos que a prevenção de morte súbida é feita por meio de
exames que possam prever as doenças mais frequentes que vem
eventualmente a causar morte súbita.
Quais os maiores riscos comuns à prática
do esporte?
Existe o risco inerente à cada esporte, cada modalidade
tem seu próprio risco. Veja que coisa dramática: no atletismo
os riscos são por acidentes ortopédicos; lesões, torções, rompimentos de tendão, faturas expostas ou de estresse. Nos esportes que utilizam equipamentos como, dardo, bola e peso, pode
acontecer choque direto com o indivíduo e provocar ferimentos
graves. O dardo é uma lança, já aconteceu de se fixar no corpo
de pessoas, na perna, por exemplo. Nas corridas individuais os
riscos são de lesões musculares. Nos esportes de contato físico, como as lutas, sempre acontecem problemas, dificilmente o
atleta sai ileso, sempre há um rompimento de ligamento ou uma
lesão na coluna. Na ginástica artística, as argolas, o cavalo, as
barras, podem proporcionar acidentes com lesões gravíssimas,
e até paralisias. Então cada esporte tem sua peculiaridade de
lesões, por isso precisamos ter médicos que entendam de tudo,
de diversas especialidades. Neste ponto, ter experiência é muito importante, porque o médico estará preparado para prever os
cuidados que vão minimizar os riscos.
Qual esporte apresenta maior risco
cardiovascular?
O risco cardiológico pode acontecer em diversas modalidades, tanto no atletismo como durante uma luta é possível a ocorrência de arritmias e mal-estar. Recentemente tivemos casos de
indivíduos que foram obrigados a abandonar o esporte por arritmia grave. Nos Jogos Pan-Americanos, 2% dos atletas examinados foram diagnosticados com problemas cardíacos. É um
índice baixo, mas houveram casos de afastamento. Tivemos um
atleta de salto triplo que apresentou muita arritmia, diagnóstico
de miocardite, e com tratamento realizado em tempo, apresentou cura total antes de iniciar os Jogos Pan-Americanos. Por
isso, recomendamos fortemente a realização dos exames com
seis meses de antecedência, pois caso ocorra algum problema
existem chances de realização de tratamentos que resultem na
permanência do atleta nas competições. Então é importante
que o atleta passe por avaliação com antecedência.
Quando o atleta está fora de risco?
É importante pontuar que não há risco zero, e por não existir, sempre consideramos uma porcentagem pequena. Em torno
de 2 a 3% mesmo sendo considerado normal, fora de risco, o
6
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Importante lembrar da
gravidade de eventuais
abusos, como, por exemplo,
desidratação, calor
extremo, hipotermia, uso
de substâncias proibidas,
entre outros. Fatores que
podem provocar risco de
morte súbita em indivíduos
considerados normais na
avaliação cardiológica
atleta pode ter um mal súbito. Então o médico deve fazer o
diagnóstico de doenças que podem colocar o atleta sobre risco
de morte. Há as doenças acima dos 35 anos de idade chamadas
doenças degenerativas ou congênitas, e também podemos incluir algumas adquiridas, como as infecciosas. A aterosclerose
é a doença coronária que mais causa morte súbita no indivíduo
com mais de 35 anos. Então, para esse grupo de indivíduos a
avaliação é muito importante, é preciso diagnosticar a presença
de uma doença genética, e, portanto, se há um risco maior.
Quais outros fatores podem agravar os
riscos?
Importante lembrar da gravidade de eventuais abusos,
como, por exemplo, desidratação, calor extremo, hipotermia, uso
de substâncias proibidas, entre outros. Fatores que podem provocar risco de morte súbita em indivíduos considerados normais
na avaliação cardiológica. Quando acontece uma intercorrência
pode ser considerada por causas não detectáveis, mas na verdade
pode ser por conta de meio ambiente, calor ou frio excessivo,
o que pode sim levar esse indivíduo a danos, desidratação com
perda de eletrólitos, ou até mesmo a uma parada cardíaca.
Apesar da equipe formada por voluntários,
os investimentos para montar uma
estrutura são excessivamente elevados?
Em momento de crise, é preciso gerir os custos, as verbas
estão restritas. É importante lembrar que a maioria do patrocínio
dos Jogos Olímpicos é oriunda de empresas privadas. Apenas
cerca de um terço é governamental, o que poder ser considerado um fator de equilíbrio, visto que o montante que seria financiado pelo Governo está a cargo de empresas privadas, por isso
não será preciso usar todo o investimento dos cofres públicos
como aconteceu na Copa do Mundo.
Como será a política antidoping?
O Conselho Federal de Medicina pela Câmara Técnica
está preparando uma cartilha com todos os remédios que podem causar doping. Doping é todo ato, como uso de medicação ou equipamentos, que modifique o estado natural de
uma pessoa. Estimulantes, calmantes e energéticos, todos tem
limites, até mesmo a cafeína. A Agência Mundial Antidoping
-Wada, aqui representada pelo Dr. Eduardo de Rose, entrega
ao atleta uma cartilha na qual há recomendações radicais: não
beba água se você não souber a procedência, ou, não coma
nenhum alimento que desconheça o modo de preparo. Porque
já tivemos problemas de gastroenterite causada por alimentos contaminados propositalmente para atrapalhar a vida do
atleta. Também já houve casos de atletas que não passaram
no exame antidoping porque estavam indo no ortomolecular e
tomando diurético para emagrecer, o uso inadequado de diurético não emagrece, e sim desidrata, e esse remédio mascara
a utilização de substâncias proibidas. Então a cartilha antidoping será distribuída a 400 mil médicos, só em São Paulo são
60 mil, todo medicamento antidoping estará listado. O objetivo é evitar casos como o da Maurren Maggi, campeã de salto
a distância, que usou uma pomada à base de clostebol e ficou
suspensa durante dois anos. Não há desculpa para o atleta,
é regra não poder utilizar nenhum medicamento sem antes
checar com o médico da equipe.
O que podemos trazer de aprendizado da
Copa do Mundo?
Por coincidência, no mês passado durante o Congresso
Europeu de Cardiologia (ESC), o maior congresso de cardiologia do mundo, com 35 mil participantes, eu estive entre os
poucos brasileiros que realizaram palestras, com o tema Copa
do Mundo e atendimentos. Na mesma mesa estava o Diretor
Médico dos Jogos Olímpicos de Londres, e ele fez uma abordagem panorâmica sobre tudo o que aconteceu, o número
de atendimentos entre arenas e extra arenas, e foi uma troca
muito produtiva. Sempre há melhorias, também com relação
à parte de organização, o evento movimenta milhares de pessoas. Minha filha, Carolina Gorayeb, começou como voluntária e agora é Head Manager Event Rio 2016 do atendimento
ao torcedor, é um trabalho de alta complexidade, ver desde o
banheiro até o sanduíche, tudo deve estar nas normas e ser
bem feito para preservar a segurança e o bem estar de todos.
Houve uma experiência nos Jogos Pan-Americanos onde não
se respeitava o lugar assento, são coisas que foram modificadas para a Copa do Mundo e com certeza estarão normalizadas nos Jogos Olímpicos.
7
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Destaque
Síndrome
Coronariana Aguda:
como proceder no primeiro
atendimento?
Dr. Marden A. Tebet
Membro titular da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI)
Cardiologista Intervencionista dos Serviços de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular da
Rede D”Or de Hospitais do Brasil - Unidades Morumbi/SP e Brasil/Santo André
A síndrome coronariana aguda (SCA) é caracterizada por
um espectro de manifestações clínicas e laboratoriais de isquemia miocárdica aguda e pode ser dividida em dois grandes grupos: a SCA com supradesnível de segmento ST e a SCA sem
supradesnível de segmento ST, que, por sua vez, pode também
ser dividida em angina instável (AI) e infarto agudo do miocárdio sem supradesnível de segmento ST (IAMSST), conforme
ausência ou presença da elevação dos biomarcadores de necrose miocárdica (MNM).
A doença arterial coronariana (DAC) continua sendo a principal causa de morte e incapacidade em países desenvolvidos e
em desenvolvimento. Estatísticas americanas e europeias tem
mostrado uma diminuição na incidência de IAM com supradesnível (IAMCST) com um aumento em IAMSST. Aproximadamente 2/3 dos pacientes tem SCASST.
Assim, diante de um paciente com suspeita de SCA, a
abordagem recomendada é a seguinte: anamnese e exame físico direcionados, além do eletrocardiograma (ECG) dentro de
10 minutos da admissão e, medida sérica de MNM. Associamse também, a monitorização com cardioversor/desfibrilador,
acesso venoso calibroso, controle da dor, redução da ansiedade e administração de ácido acetilsalicílico 200-300mg. A dor
torácica não é necessária para o diagnóstico de IAM (cerca de
1/3 não apresentam), mas, quando presente, influencia no processo de decisão e pode exclusivamente definir a SCA. O ECG
é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico de uma
SCA e permite classificar o paciente dentro de dois grupos:
8
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
a) IAMCST: elevação do segmento ST ou bloqueio do ramo
esquerdo novo ou supostamente novo e; b) SCASST (IAMSST
ou AI): depressão segmento ST, inversão das ondas T ou elevação transitória do segmento ST. A troponina é o MNM de
escolha para o diagnóstico devido à sua especificidade aumentada e melhor sensibilidade. Com o advento das troponinas de
alta sensibilidade, a elevação destes biomarcadores tornou-se
mais comum, com elevação dos casos falso-positivos, havendo
uma necessidade de um espírito clínico adequado no julgamento desta nova ferramenta diagnóstica.
A doença arterial
coronariana (DAC)
continua sendo a
principal causa de morte
e incapacidade em países
desenvolvidos e em
desenvolvimento.
Nos pacientes com SCASST, a estratificação precoce de
risco baseada na história e apresentação clínica é crítica para
seleção de uma estratégia de tratamento ótima e para identificar pacientes de risco imediato e de longo prazo para morte
e eventos cardiovasculares, em quem uma estratégia invasiva
precoce com terapia medicamentosa adjunta pode reduzir os
riscos. Pacientes com choque cardiogênico ou depois de ressuscitação devem ser submetidos à angiografia coronária imediata
pela alta probabilidade de DAC crítica, mas é igualmente importante identificar pacientes de baixo risco, em que tratamento medicamentoso e invasivo produz pouco benefício ou pode
até ser prejudicial. Vários escores de risco foram desenvolvidos,
de diferentes populações, resultados e tempos diversos. Na prática, escores mais simples são preferidos e mais convenientes.
Entre esses, o TIMI e o GRACE são os mais utilizados. O escore TIMI é simples para usar, mas com acurácia discriminativa
inferior ao do GRACE, que por sua vez tem estimativa mais
complexa, dependendo de computador ou smartphones para
seu cálculo, embora atualmente facilitado pela ampla difusão
destes. Mais do que qualquer sistema de escore específico, a
identificação e reconhecimento das variáveis comuns aos diferentes sistemas de escores, como a evidência de instabilidade
hemodinâmica, idade avançada, insuficiência cardíaca crônica
(ICC), disfunção renal, alterações ECG e alterações nos MNM
são mais importantes na avaliação inicial.
Com base em escores prognósticos, podem ser adotadas
duas abordagens. Uma estratégia conservadora (pacientes de
baixo risco), com tratamento farmacológico inicial e indicação
para angiografia na presença de isquemia ou instabilidade hemodinâmica ou arrítmica. Uma segunda alternativa é a estratégia invasiva precoce, ou seja, diagnóstico de angiografia com
intenção de realizar revascularização dentro de até 72 horas,
nos pacientes de moderado/alto risco (até 24 horas naqueles de
maior risco: escore de GRACE > 140, alterações dinâmicas do
ST-T e aumento ou queda importante na troponina), frequentemente mais utilizada pelos benefícios já demonstrados em
vários estudos clínicos e metanálises com diminuição de morte,
IAM e novos episódios de revascularização. Os principais objetivos da angiografia coronária e subsequente revascularização
são o alívio dos sintomas e melhora do prognóstico.
Finalmente, em pacientes com IAMCST, a terapia de reperfusão imediata (indicada nas primeiras 12 horas) usando o tratamento com fibrinolíticos (porta-agulha < 30 min) ou intervenção
coronária percutânea primária (ICPP), com tempo porta-balão
< 90 min, associada à terapêutica medicamentosa: aspirina, inibidor do receptor P2Y12, estatina, betabloqueador, inibidor da
enzima de conversão, são responsáveis pela diminuição da mortalidade nos últimos anos, principalmente obtida pela ICPP. As
taxas de patência obtidas com ICPP se traduzem em redução da
mortalidade e das taxas de reinfarto em relação à terapia fibrinolítica. Este benefício é ainda maior em pacientes com choque
cardiogênico. ICCP também produz uma diminuição do risco de
hemorragia intracraniana e acidente vascular encefálico (AVE),
tornando a estratégia de reperfusão de escolha.
9
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Highlights
Residências
multiprofissionais na área
da saúde cardiovascular:
uma nova visão do ensino
em cardiologia
Prof. Dr. Luiz Aparecido Bortolotto
Diretor da Unidade de Hipertensão do InCor. Professor Livre-Docente do Departamento de
Cardiologia da FMUSP. Coordenador do programa de Residência Multiprofissional Prevenção
e Terapêutica Cardiovascular da Faculdade de Medicina da USP.
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde aprovou vários programas de residência multiprofissional em diferentes áreas da
saúde e envolvendo profissionais de diversas áreas, visando a formação de profissionais especializados, sobretudo para atuação no
atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde.
Em nosso país, as principais causas de morte são por doença cardiovascular, reconhecidamente o acidente vascular cerebral e a doença arterial coronária, e entre as principais causas
de hospitalização está a insuficiência cardíaca. Para melhorar
estes índices, é muito importante o reconhecimento e tratamento precoce dos fatores de risco para estas doenças, tais
como a hipertensão arterial, a obesidade, a dislipidemia, o diabetes mellitus, entre outros. Além disso, o paciente cardiopata
pode necessitar de procedimentos mais complexos que exigem
internação, e uma recuperação mais prolongada. Em todas estas
fases da doença cardiovascular, desde a prevenção, até o tratamento mais invasivo especializado, a participação isolada do
médico não atinge os objetivos de um tratamento eficaz e completo. Por isso, a equipe multiprofissional torna-se uma arma
fundamental no melhor acompanhamento destes pacientes.
10
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Esta atividade
tem produzido um
aprendizado para todas
as áreas, inclusive para
o médico
É reconhecido que as grandes instituições hospitalares, sobretudo nas grandes cidades, dispõem de equipes profissionais da
área da saúde com boa formação e especializada no atendimento
de pacientes com cardiopatia. No entanto, a atuação conjunta e
integrada destes profissionais nem sempre é feita de forma a ter
um tratamento mais universal junto com o profissional médico.
Sendo assim, a formação de profissionais da área da saúde na área de Cardiologia, em programas de residências,
torna-se um grande passo para a melhoria do atendimento,
tanto ambulatorial, quanto hospitalar do paciente portador de
doenças cardiovasculares.
Com esta ideia, iniciamos em março de 2014, o programa de
Residência Multiprofissional em Prevenção e Terapêutica Cardiovascular no Instituto do Coração (InCor). O programa inclui
as áreas de Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Farmácia, Serviço Social e Fisioterapia, trabalhando em conjunto nas diferentes
áreas do hospital, incluindo ambulatório, área de diagnósticos,
internação, emergência, transplante, unidades de terapia intensiva e recuperação cirúrgica. Os residentes trabalham em sua
área específica de atuação, supervisionados pelos profissionais
de cada área, e atuam conjuntamente no acompanhamento de
pacientes, juntamente com os residentes da área médica.
Uma das principais atividades do programa de residência é
a discussão de casos conjunta com todos os residentes das áreas
profissionais e também médicos, coordenadas por médicos
assistentes das respectivas Unidades ou pelo coordenador do
programa. Nestas reuniões são discutidos casos selecionados,
portadores de diferentes cardiopatias, e cada profissional discorre sobre sua avaliação e conduta, e quais as interações com
as outras áreas de atuação. Ao final, um relatório é elaborado,
e o paciente recebe a orientação completa integrada de todos
os profissionais. Esta atividade tem produzido um aprendizado
para todas as áreas, inclusive para o médico, e tem um impacto
importante para a melhor adesão do paciente ao tratamento, à
dieta, às atividades físicas, e também melhora na qualidade de
vida. A ideia é que esta atividade se dissemine entre os profissionais, além do âmbito da residência, para que esta visão multiprofissional torne-se uma rotina dentro do hospital. Essa rotina
já está sendo desenvolvida em algumas áreas do ambulatório,
internação e unidades de terapia intensiva, e vai ao encontro de
exigências para a certificação de qualidade hospitalar.
Outra atividade iniciada com a residência multiprofissional
foi desenvolvida no ambulatório com o acompanhamento em
grupo de pacientes portadores de múltiplos fatores de risco,
visando a educação do paciente em todos os aspectos, desde o
uso adequado da medicação, os cuidados gerais com a saúde, a
adoção de dietas adequadas, atividades físicas, e o melhor manuseio do estresse. Estas reuniões feitas em um grupo piloto de 22
pacientes mostrou um resultado muito significativo, com redução
do número de medicações, diminuição do peso, melhor desempenho físico e melhora na qualidade de vida. Isso certamente
tem impacto assistencial, pois o melhor controle dos fatores de
risco implicará em menor chance de eventos cardiovasculares.
Além do aspecto assistencial, o programa de residência também tem um enfoque na pesquisa. Como exemplo, os resultados
deste acompanhamento em grupo originaram trabalhos nas diferentes áreas de atuação multiprofissional, e foram apresentados
no Congresso da SOCESP deste ano, resultando um deles em
um prêmio de melhor trabalho da área de Serviço Social.
Também no âmbito social, os residentes do programa tem
participado de ações educativas junto a comunidade com orientações de hábitos de vida saudável e no rastreamento de hipertensão arterial e outros fatores de risco, contribuindo para
disseminar a mensagem da importância do controle dos fatores
de risco para a prevenção de doenças cardiovasculares.
Além deste programa do InCor, outros programas estão
sendo desenvolvidas em outras instituições, sobretudo no
cuidado do paciente idoso, dos pacientes com cuidados paliativos e também intensivos na área da Cardiologia. Esta nova
visão de ensino em Cardiologia com a equipe multiprofissional irá trazer com certeza muitos benefícios na assistência ao
paciente cardiopata, com a formação de profissionais bem
treinados e capacitados. O futuro do tratamento de doenças
cardiovasculares está na assistência médica integrada com a
equipe multiprofissional.
11
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Em Debate
Educação
nutricional na escola
e doença cardiovascular
Dra. Marcia M. Godoy Gowdak
Doutora em Ciências na Área de Cardiologia-FMUSP, Nutricionista do Programa de Educação
Nutricional da Escola Vera Cruz.
Nas últimas décadas, a prevalência de sobrepeso e obesidade na infância aumentou consideravelmente. Dados do IBGE
mostram que o excesso de peso entre as crianças praticamente
triplicou nos últimos vinte anos. No Brasil, um terço delas está
acima do peso ou apresenta obesidade. Este dado é preocupante porque a dificuldade de manutenção de peso adequado
na idade adulta é maior entre aqueles que já foram obesos na
infância. Se esta realidade não mudar, dificilmente conseguiremos diminuir o número de mortes causadas por doenças dependentes do estilo de vida, entre elas, a cardiovascular.
É fundamental que a prevenção primária das doenças relacionadas ao coração comece na infância, preferencialmente nos primeiros anos de vida. Esta fase da formação de bons hábitos e implantação de rotinas no dia-dia da criança pode ser decisiva para
a manutenção de um estilo de vida saudável ao longo dos anos.
A alimentação adequada na infância depende também do
esclarecimento dos pais quanto às mudanças das necessidades
dos filhos durante o crescimento. Nos primeiros dois anos de
vida, a rápida velocidade de ganho de peso e estatura está diretamente associada com a boa aceitação de todos os grupos alimentares. Nos primeiros doze meses, o bebê triplica o seu peso
de nascimento e dobra a sua estatura. Por volta dos dois anos
de idade, ocorre a diminuição da necessidade calórica, que é
decorrente da diminuição de sua velocidade de crescimento. É
nesta fase que os pais ou cuidadores cometem vários equívocos
que podem comprometer a qualidade alimentar da criança. A
12
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
mudança de comportamento dos filhos passa a ser um desconforto para os pais, que estavam habituados com a aceitação da
maior quantidade e variedade. Nesta fase, as crianças passam
a ter outros interesses, além da alimentação. A escolha pelos
alimentos que fornecem rápida energia cresce e tem o propósito de aumentar o tempo das brincadeiras, que se tornam cada
vez mais interessantes. Os pais, diante da maior dificuldade,
começam a unir a diversão com o horário da refeição. Aparelhos
eletrônicos, tais como, televisão, tablets ou jogos em celulares
são utilizados para que a criança se distraia e aceite melhor o
maior número de colheradas.
Este comportamento estimula a alimentação inadequada
e o consumo superestimado da criança e, portanto, aumenta o
risco de sobrepeso, obesidade e hábitos inadequados.
A deficiência de micronutrientes como o cálcio, vitamina A
e fibras são frequentemente encontradas em escolas públicas e
privadas situadas em diversas regiões brasileiras.
Os dados desfavoráveis da situação atual quanto à quantidade e qualidade da alimentação infantil apontam para a necessidade de reforços educacionais que incluam pais, crianças e
profissionais da área de saúde.
Em virtude dos fatos mencionados, a educação nutricional
nas escolas é necessária e pode contribuir com pais e crianças
na implantação de novos hábitos alimentares, ou ainda, reforçar
o que já foi aprendido em casa.
Em nossa experiência, a investigação da lancheira trazida
por cerca de 200 alunos de 3 e 4 anos de idade, em escola particular, mostrou quantidades elevadas de gordura saturada, açúcar e sódio. A quantidade de sódio encontrada em uma porção
de lanche que deveria suprir cerca de 10 a 15% da necessidade
da criança era semelhante à quantidade diária recomendada
para esta faixa etária. Além disso, o conteúdo calórico trazido
na lancheira era o dobro do que é recomendado para a idade.
Apesar do reduzido número de refeições na escola, o impacto da oferta de opções saudáveis pode favorecer mudanças
significativas no dia a dia da criança.
Alguns fatores como ambiente de aprendizagem, contato social
com outras crianças e atitude positiva dos professores na hora do
lanche podem ser decisivos no processo de educação nutricional.
Além disso, a inserção de princípios básicos da nutrição na área de
ciências e saúde na grade curricular dos estudantes do 3º ao 5º anos
oferece a oportunidade do aluno unir a teoria com a prática diária
do lanche saudável. Neste sentido, é fundamental que o programa
de educação nutricional envolva a equipe de educadores, abrangendo professores, orientadores e diretores, além dos alunos.
O objetivo do lanche na escola é oferecer preparações com
menos açúcar, sal e gordura, além de aumentar a frequência da
oferta de frutas e cereais integrais. Além de controlar a quantidade dos nutrientes que, em excesso, prejudicam a saúde o
programa deve ter como objetivo ensinar o aluno a fazer combinações mais adequadas nas refeições.
O treinamento dos educadores e funcionários que preparam o lanche deve ser realizado periodicamente e normalmente
é conduzido pelo nutricionista para fortalecer o conhecimento
da equipe sobre nutrição, além de responder dúvidas da prática
diária. O educador precisa ter consciência de que a mudança
de hábito geralmente ocorre a médio e longo prazo. A aceitação
e inclusão de novos alimentos na rotina diária é um processo
gradativo. Desta forma, os resultados podem aparecer em meses ou até anos de exposição aos lanches mais saudáveis.
A mudança de comportamento relacionada à alimentação
do aluno pode ter um impacto importante na rotina em casa,
pois a criança geralmente transmite aos familiares o que foi
aprendido na escola.
A oferta de lanche saudável, aliado ao aprendizado teórico
de 140 crianças do 5º ano em escola particular, mostrou que
41% delas passaram a incluir frutas e vegetais na alimentação
ao final de um ano de experiência prática.
Importante salientar que a execução da educação nutricional é igualmente necessária em escolas públicas e privadas e
deve envolver cantinas e restaurantes das escolas que funcionam em período parcial ou integral.
O conhecimento dos principais pontos comerciais que circulam a escola pode contribuir positivamente com o programa.
O nutricionista pode e deve encorajá-los a oferecer opções
saudáveis para facilitar a escolha das crianças e adolescentes.
Se isso acontecer, podemos aumentar ainda mais a chance de
manutenção dos hábitos saudáveis aprendidos.
A educação nutricional na escola é, portanto, uma área de
atuação ampla e promissora. Conforme discutido, o aprendizado precoce da importância de hábitos e escolhas saudáveis pode
potencialmente diminuir o risco de doenças cardiovasculares
na idade adulta. É imprescindível entender, no entanto, que
o sucesso da execução deste grande projeto irá depender do
envolvimento da equipe escolar.
13
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Turismo
Orlando para
adultos
A imagem de Orlando como destino de férias infantil já ficou para trás. Não só famílias e os pequenos optam pelas atrações da cidade, mas também casais e grupos de amigos. A diversão é garantida. Além dos magnânimos parques de diversão,
dos complexos fabulosos no mundo da Disney, as compras, as
opções de adrenalina e a vida noturna surpreendem os viajantes. O ideal é se preparar para gastar energia, porque os dias são
intensos e os roteiros repletos de opções.
Os famosos Hollywood Studios e Magic Kingdom podem
ser visitados no mesmo dia. O Hollywood Studios proporciona uma viagem ao mundo do cinema, o que encanta o público.
Outra grande atração deste parque é a emocionante montanha
-russa do Aerosmith e também a Torre do Terror. Se destaca por
oferecer diversos shows, musicais e brinquedos 3D. O Magic
Kingdom é conhecido pelos fantásticos desfiles e queima de fogos. Por isso a dica é ir no período da tarde para curtir o Festival
of Fantasy com o Castelo da Cinderela enfeitando o cenário.
No Universal Studios, você vai entrar na realidade do Harry
Potter recriada a partir do famoso Beco Diagonal. Neste parque a montanha-russa que arranca gritos dos tripulantes é a
Hollywood Rid-Ride-Rockit. No mesmo complexo visite Springfield e os brinquedos da divertidíssima família, Simpsons,
aproveite para uma parada estratégica no almoço antes de ir
para o Islands of Adventure e deixar o queixo cair aos pés do
Castelo de Hogwarts, e arrepiar os cabelos com as montanhas
-russas do Hulk e do Homem-Aranha.
14
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
No Epcot a sensação é tomar café da manhã com personagens da Disney, para ver seu personagem preferido faça uma
reserva com bastante antecedência. Se a opção não lhe parece
muito atraente, pense novamente, porque uma manhã no mundo mágico dos desenhos animados pode alegrar qualquer um.
Há atrações para o dia todo e aproveite para jantar no próprio
Epcot, o complexo oferece culinária de todas as partes do mundo. Não deixe de visitar algum parque aquático sediado na cidade de Tampas, a 2 horas de Orlando, e também o Sea World. Conheça as maravilhas marinhas, com diversas espécies, baleias,
golfinhos, leões marinhos e fabulosos os shows.
Planeje um dia mais arejado para fazer um intervalo da
intensidade dos parques. Siga para a i-Drive, a avenida mais
famosa da cidade ou a percorra de bonde. Conheça Downtown
Disney, passeie por pubs, sorveterias, confeiteiras, cafés, restaurantes, visite o clássico Planet Hollywood. Namore as lojas,
faça compras, sinta o clima e considere investir no passeio de
balão que mostra a vista Walt Disney World.
Vida noturna
São muitas as opções para os que gostam de conhecer a
noite durante uma viagem de lazer. A Orange Avenue é uma das
mais famosas de Orlando, e sedia o Sky Sixty localizado no alto
de um hotel e dispõe de uma vista que justifica a visita. Com
iluminação personalizada, Djs e decoração moderna atraem os
clientes com performances e dançarinos.
A Taverna Opa, em Pointe Orlando, proporciona uma experiência inesquecível com autêntica cozinha grega e entretenimento. O local importa queijos, azeitonas e óleo diretamente da
Grécia, a carta de vinhos também é formada por rótulos do país.
Oferecem uma seleção abundante de frutos do mar frescos, com
opções como a costeleta de cordeiro, um dos pratos mais vendidos no restaurante. O delicioso Tzatziki, homus e o iogurte grego são feitos diariamente. Durante a noite os clientes podem ser
surpreendidos por dançarinos e dançarinas do ventre que vão
despertar os sentidos com muita música grega e mediterrânea
autêntica. O programa é indicado para quem viaja em grupo, o
encontro vai começar com ótima culinária mediterrânea e pode
terminar com pessoas dançando sobre as mesas, em uma atmosfera sem dúvida, descontraída.
O IceBar é parada obrigatória. Localizado na International Drive, o maior bar de gelo do mundo é feito com 50 toneladas de gelo
esculpido. São paredes e até copos e assentos feitos de gelo, além
de animais esculpidos. Há também uma sala de estar chamada Fire
que é perfeita para se aquecer, dançar e experimentar drinks.
O B.B. King’s Blues Club traz a alma do blues e do clássico
rock and roll acompanhada por um menu completo influenciado por sabores desde New Orleans até o Mississippi, incluindo
o autêntico churrasco estilo Memphis (costela suína com molho
barbecue, fininha por dentro e com uma casquinha crocante por
fora.) Aberto diariamente para almoço, jantar e refeições tarde
da noite, o restaurante intimista apresenta música ao vivo com
artistas renomados. O clube também está localizado no centro
comercial e de entretenimento Pointe Orlando na International
Drive e é próximo ao Centro de Convenções Orange County,
vários hotéis e outras atrações populares no coração da cidade.
15
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Espetáculos
O espetáculo La Nouba foi criado especialmente para
Downtown Disney, que é uma pequena cidade de entretenimento na Disney. O show fica em cartaz o ano todo. Trata-se de
um espetáculo que fala sobre o sonho de pessoas que passam
por situações inusitadas. A performance mostra malabarismos,
corda bamba, balé aéreo entre outras atrações. Sempre fabuloso
e inesquecível o enredo deste espetáculo do Cirque du Soleil
traça um paralelo entre o mundo real e o lúdico. Um show imperdível. Outro espetáculo que divide as atenções com o Cirque
As montanhas-russas mais
emocionantes de Orlando
Rock’N’Roller Coaster
Famosa e popular, os fãs de Aerosmith não podem perder.
Rock and roll em alto volume e velocidade é a combinação dessa
montanha-russa do Hollywood Studios. A atração retrata a história da banda, é como se o a fila fosse o estúdio de gravação
do Aerosmith e a banda estivesse atrasada para um show e precisa correr, a aventura começa em uma arrancada de arrepiar.
Expedition Everest
O paisagismo é o forte desta atração. O trajeto recria uma
aventura em busca de uma criatura que habita o Himalaia, guardião do Monte Everest. Em algum momento os exploradores
vão se deparar com o Pé-Grande, que coloca em risco a diversão
e aumenta a adrenalina. São quatro minutos de pura emoção.
Montanha-russa do parque Animal Kingdom desde 2006.
du Soleil é o Blue Man Group que tem estilo único misturando
ritmo, musica, percussão, cores, tecnologia e muita arte.
Compras
Para os que não resistem às compras, há dois endereços: International Drive e Vineland Avenue que abrigam a rede Outlet
Premium. O complexo conta com lojas de roupas, eletrônicos
e outros produtos a preços irresistíveis. Marcas como Adidas, Calvin Klein, GAP, Victoria’s Secret e Polo Ralph Lauren,
entre outras. O Florida Mall é uma alternativa, visite a Macy’s,
M&M’S, a Apple.
Space Mountain
Aberta em 1975 no Magic Kingdom não fica atrás das novatas. A
viagem espacial, como sugere o nome, desde o lançamento ao pouso, é pura emoção. As luzes e o carrinho individual ajudam a simular
a sensação de que o viajante será lançado para outra dimensão.
Incredible Hulk Coaster
Localizada na Marvel Super Hero Island essa montanha
-russa arranca gritos de visitantes do mundo todo. Repleta de
loopings e arrancadas, chega a percorrer 108 km/h em dois segundos. Criada em homenagem ao herói verde atrai admiradores de todas as idades.
Dragon Challenge
A maior sensação dos últimos tempos, a saga Harry Potter,
sem dúvida ganhou seu lugar na Disney. A montanha-russa foi
inspirada em um episodio da trilogia, conhecido pelos fãs como
“O Torneio Tribruxo”. Nessa atração do Islands of Adventure
dois dragões surgem para aumentar a emoção.
16
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
INGLÊS
PARA MÉDICOS
Ricky Silveira Mello
Traduções e versões, revisão de Medical Papers, aulas de conversação e estrutura
gramatical, tradução de teses.
Mobile: (11)99946 6361
[email protected]
Dear Readers,
Dr. Pedro Farsky nos enviou um material muito interessante e tenho certeza que todos vão apreciar.
Regards, Ricky.
Myocardial Stunning and Hibernation
Acute myocardial ischemia rapidly impairs regional contractile function. This dysfunction can persist for several hours
to days after transient ischemia but eventually is followed by
full functional recovery. This phenomenon is known as myocardial stunning. The concept of myocardial hibernation was
derived from clinical observations. More than 30 years ago, it
was observed that chronic myocardial dysfunction, could be recovered with revascularization, changing the concept that acinetic segments were not always a fibrotic segment.
Clinical Importance
Clinically, in different patients, similar degrees of LV
dysfunction may be associated with large differences in the
amount of viable myocardium, and even extreme degrees of
wall thinning do not necessarily indicate the absence of viability. The timing of coronary revascularization is very important because in some patients CAD progression may occur very
rapidly, precluding later interventions. Presence of viability is
always associated with better short and long term prognosis.
Several powerful imaging techniques can be used clinically
to identify viable tissue (and to distinguish it from scar) within
dysfunctional LV segments subtended by diseased coronary arteries. This information can be used to stratify patients more effectively and to guide their subsequent treatment. Before investigation it is mandatory to have arteries suitable for revascularization.
Left ventricular function recovery and survival
From the clinical perspective, recovery of global function
is more important than regional improvement. Several studies
have shown that LV ejection fraction (EF) improved significantly (ie, ≥5%) after revascularization.
Previous meta-analysis demonstrated an increase in LVEF
in patients with evidence of hibernating myocardium but no
improvement in those without hibernation.
STICH – Prospective randomized trial
These analyses are limited by their retrospective design,
heterogeneous methodology to define viability, lack of adjustment for key baseline variables such as age and comorbidities,
and the potential that selection of patients for CABG might
have been influenced in some studies by the results of viability
testing. Most importantly, these cohort studies were performed
before the advent of modern optimal medical treatment, with
very few patients receiving beta-blockers.
Stich trial is the only prospective randomized trial assessing viability. Patients with viable tissue represented a cohort
with a lower mortality of 37% versus 51% in patients without
myocardial viability. However, the viability analysis did not
identify patients who would preferentially benefit from CABG.
After adjustment for other prognostic variables, myocardial
viability was not associated with improved survival, suggesting
that patient comorbidities and severity of LV remodeling were
more important determinants of survival.
Conclusions
The presence of viability identifies a population with better
prognosis, but prognostic variables, like age, renal dysfunction
etc are more important than viability alone when deciding for
treatment options. In specific cases, the presence of viability
could be the deciding factor surgery indication.
Vocabulário
Dr. Pedro Silvio Farsky
Doutor em Ciências pela Faculdade de
Medicina da USP. Fellow da European
Society of Cardiology. Instituto Dante
Pazzanese de Cardiologia. Hospital
Israelita Albert Einstein.
Stunning= atordoado
Impairs= danifica,
deteriora debilita
Viable= viável
Thinning= estreitamento
Scar= cicatriz
Suitable= adequado, apropriado
Lack= falta, carência
Analyses= análises (plural)
Analysis= análise (singular)
Eventually= finalmente
17
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Regionais
Regional Bauru
Aconteceu em 18 de agosto de 2015 no Hotel Howard Johnson
Bauru, o Fórum de Fibrilação Atrial e AVC, com o objetivo de promover a capacitação de médicos cardiologistas, clínicos e intensivistas para o melhor atendimento ao paciente com AVC.
As aulas foram ministradas pelo Dr. Francisco Fonseca,
Dr. Guilherme Fenelon e Dr. Ricardo Pavanelo com programação
de aulas teóricas em Fibrilação arterial e Diretriz em coagulação
e foram abordados os temas: Ablação e cardioversão, Suspensão
e reintrodução de anticoagulantes e Conduta em idosos frágeis.
Após o evento foi servido jantar aos participantes.
Regional ABCDM
Regional Jundiaí
A Regional ABCDM e seu presidente Dr. Rogério Krakauer
reuniram especialistas para a palestra ECG: Um velho ou novo
método? Que foi ministrada pelo Dr. Carlos Alberto Pastore em
20 de agosto, no Restaurante Baby, em Santo André.
Dra. Danielle Guallandro, falou sobre Atualização de risco
cirúrgico em cirurgia não-cardíaca em evento organizado pelo
Dr. Luíz Anibal L. Patino, presidente da Regional Jundiaí no
Hotel Transamérica Classic Jundiaí.
Regional Santos
Cardiologia no Esporte foi o tema central do evento organizado pela Regional de Santos que aconteceu em 22 de agosto na APM. O presidente da Regional, Dr. William da Costa
abriu o evento e logo após Dr. Nabil Ghorayeb discorreu sobre Mutações Genéticas que podem trazer risco ao atleta.
Após aconteceu o “pinga fogo” abordando os temas Cardiologia do esporte e Prevenção cardiovascular do exercício com
Dr. Carlos Alberto Cyrillo Sellera, Dr. Nabil Ghorayeb,
Dr. Daniel Jogaib Daher e Dr. Ricardo Contesini Francisco.
Estado da arte, avaliação pré-participação esportiva de
jovens adolescentes foi o tema da palestra do Dr. Daniel
Jogaib Daher. Finalizando o evento houve a discussão de
caso clínico com os Drs. Carlos Alberto Cyrillo Sellera e Luiz
Eduardo Mastrocola.
18
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Agenda
WEBMEETING
01/10 - AVC
29/10 - Interação medicamentosa
26/11 - Peculariedades na
atenção cardiovascular do idoso
10/12 - Saúde cardiovascular
na mulher – Do período fértil a
menopausa
OUTUBRO
Regional - ABCDM
Regional - Marília
Avaliação perioperatória em cirurgias
não-cardíacas
17/10/2015 - Marília / SP
Regional - Franca
Treinamento - ACLS
Treinamento - ACLS
17/10/2015 - 18/10/2015
São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS EP (Experienced Provider)
17/10/2015 - São Paulo / SP
Regional - Araraquara
Treinamento - SAVIC
20/10/2015 - 21/10/2015
São Paulo / SP
Fórum de dislipidemia e aterosclerose
01/10/2015 - Araraquara / SP
24/10/2015 - São Paulo / SP
Regional - Sorocaba
Hipertensão arterial resistente.
Novos conceitos terapeuticos
24/10/2015 - Araraquara / SP
Fórum de dislipidemia e aterosclerose
01/10/2015 - Presidente Prudente / SP
Departamento - Educação Física
XII Fórum de pesquisa em exercício físico e reabilitação cardiovascular
02/10/2015 - São Paulo / SP
Regional - Santos
Doença arterial coronária
03/10/2015 - Santos / SP
Departamento - Serviço social
Os instrumentos técnicos operativos de
intervenção do assistente social na saúde
13/11/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - BLS
Regional - Presidente Prudente
Casos clínicos
12/11/2015 - São Bernardo do Campo / SP
Simpósio cardiopulmonar
17/10/2015 - Franca / SP
II Curso básico de eletrocardiografia
30/09/2015 - 01/10/2015
Santo André / SP
Dilemas em nutrição esportiva - uso de
anabolizantes, termogênicos e suplementos
01/10/2015 - Sorocaba / SP
Regional - ABCDM
Regional - Araraquara
Treinamento - BLS
BLS Domingo
25/10/2015 - São Paulo / SP
Departamento - Fisioterapia
Reunião Científica - Fisioterapia Cardiovascular - das evidências à parte clínica:
Reabilitação, Fase I, no pós-operatório de
Cirugia Cardiovascular
26/10/2015 - São Paulo / SP
Departamento - Odontologia
14/11/2015 - 15/11/2015
São Paulo / SP
Regional - Bauru
Fórum de Dislipidemia e Aterosclerose
17/11/2015 - Bauru / SP
Treinamento - BLS
17/11/2015 - 18/11/2015
São Paulo / SP
Regional - Santos
Cardio - Hematologia
21/11/2015 - Santos / SP
Regional - ABCDM
Principais desafios clínicos em
cardiogeriatria
24/11/2015 - Santo André / SP
Departamento - Enfermagem
Assistência de enfermagem à circulação
mecânica
26/11/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
28/11/2015 - 29/11/2015
São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS EP (Experienced Provider)
28/11/2015 - São Paulo / SP
03/10/2015 - 04/10/2015
São Paulo / SP
Terapêutica medicamentosa em
Odontologia para pacientes com
necessidades especiais: uma abordagem
ambulatorial e hospitalar
27/10/2015 - São Paulo / SP
Regional - Araras
Regional - Jundiaí
Regional - ABCDM
Treinamento - BLS
Treinamento - ACLS
Treinamento - PALS
Treinamento - ACLS
Avaliação pré-operatória
03/10/2015 - Limeira / SP
06/10/2015 - 07/10/2015
São Paulo / SP
Regional - Campinas
Atualização em arritmias
28/10/2015 - Jundiaí / SP
31/10/2015 - 01/11/2015
São Paulo / SP
Fórum Hipertensão Arterial
06/10/2015 - Campinas / SP
Novembro
Departamento - Nutrição
Impacto da dieta cetogênica no risco cardiometabólico de crianças e adolescentes
04/11/2015 - São Paulo / SP
GENC - Educação nutricional para crianças e adolescentes
07/10/2015 - São Paulo / SP
Departamento - Nutrição
Departamento - Psicologia
DEZEMBRO
Casos clínicos
03/12/2015 - Santo André / SP
05/12/2015 - 06/12/2015
São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
ACLS semanal
08/12/2015 - 09/12/2015
São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
12/12/2015 - 13/12/2015
São Paulo / SP
Conversando com Especialista Cuidando de quem cuida: a importância
de oferecer suporte a equipe
06/11/2015 - São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
Curso de atualização em cardiologia
07/10/2015 - 08/10/2015
Botucatu / SP
Regional - ABCDM
Treinamento - ACLS
ACLS EP (Experienced Provider)
19/12/2015 São Paulo / SP
Regional - Botucatu
Casos clínicos
08/10/2015 - São Caetano do Sul / SP
07/11/2015 - 08/11/2015
São Paulo / SP
19/12/2015 - 20/12/2015
São Paulo / SP
Treinamento - ACLS
19
SOCESP EM DESTAQUE • JUL/SET 2015
Perto dos olhos,
perto do coração.
Cardi logia 24
horas
Pronto Atendimento em

Documentos relacionados

Setembro Vermelho

Setembro Vermelho Diretor de Qualidade Assistencial Jose Francisco Kerr Saraiva

Leia mais

ANO X – N0 2

ANO X – N0 2 Diretor de Qualidade Assistencial Jose Francisco Kerr Saraiva

Leia mais