apostila gramatica 9° Ano - 2 bismestre

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apostila gramatica 9° Ano - 2 bismestre
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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.
Professora - Nair A. Mendes.
Apostila de Leitura e Interpretação de Textos – 9ano.
1ª edição. Curitiba – Paraná, 2016.
LEITURA .... O que é leitura? O que é ler?
A palavra “ler” segundo o Dicionário Houaiss da língua portuguesa apresenta os seguintes sentidos:
1.
percorrer com a vista ( texto, sintagma, palavra), interpretando-o por uma relação estabelecida entre as sequências dos sinais gráficos escritos ( alfabéticos, ideográficos) e os sinais linguísticos próprios de uma língua natural ( fonemas, palavras, indicações gramaticais).
2.
ter acesso a texto através de sistema de escrita, valendo-se de outro sentido que não o da
visão.
3.
conhecer, através de exame mais ou menos extenso o conteúdo de um texto, obra literária,
etc.
4.
dedicar-se, entregar-se à leitura como hábito ou como paixão.
5.
interpretar (ideia, conceito mais ou menos complexo ou pensamento de um autor, pensador,
etc.); compreender.
6.
atribuir (significado, sentido ou forma) a (algo que se vê); interpretar.
7.
perceber, adivinhar, interpretar ( sentimentos, pensamentos não formulados ou ocultos), guiando-se por indícios mais ou menos subjetivos; decifrar o que não se revela facilmente, o que está
além do literal.
8.
deduzir, guiando-se por indícios objetivos (alguma coisa não explícita, não declarada mas
indiretamente constatável); inferir.
9.
prever, presumir (algo), formular (hipóteses), a partir de dados objetivos, conjecturar.
Conforme se vê, ler é uma atividade bem mais complexa do que parece. Se, por um lado,
pode consistir em simplesmente decodificar sinais, por outro pode incluir também interpretar, decifrar o que está além do literal.
A linguagem é um poderoso instrumento de expressão do ser humano e, como tal, um
meio de aproximação, de interação e de comunhão entre as pessoas. Assim como a linguagem pode
ser oral ou escrita, a leitura vai além do universo da palavra escrita.
Ler bem, ou ser um leitor competente, não é apenas compreender o que está dito, mas
compreender também o não dito, as entrelinhas, o implícito do texto.
O leitor crítico é aquele que, diante de qualquer texto, verbal ou não verbal, coloca-se numa postura ativa, de análise, de resposta ao texto lido. Ele não só analisa o texto, mas também os
demais elementos da situação de produção: quem fala, para quem fala, em qual contexto e momento
histórico, em que meio ou suporte de divulgação, com qual intenção, etc.
Como se sabe, ninguém fala ou escreve sem ter um destinatário em mente. Quando alguém produz um texto, tem uma intenção e supõe ou tem um interlocutor real, tem portanto, um
alvo.
Nenhum texto é neutro, despretensioso. Todo texto está carregado de intenções, significados explícitos e implícitos e ideologia que dependem do contexto em que foi produzido. Um mesmo
texto pode ter, em um e outro contexto, sentidos completamente diferentes, ou seja, a situação participa da construção do sentido do texto.
Todas as intenções e todos os significados, os explícitos e os implícitos precisam ser lidos e interpretados de modo crítico e competente. Ler, nesse sentido, é assumir uma postura ativa
diante do que lemos ou escutamos, só assim podemos ser leitores competentes e críticos.
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Leitura é a ação de ler algo. É o hábito de ler. A palavra deriva do Latim "lectura", originalmente com o significado de "eleição, escolha, leitura". Também se designa por leitura a obra ou
o texto que se lê. A leitura é a forma como se interpreta um conjunto de informações (presentes em
um livro, uma notícia de jornal, etc.) ou um determinado acontecimento. É uma interpretação pessoal.
O hábito de leitura é uma prática extremamente importante para desenvolver o raciocínio, o senso crítico e a capacidade de interpretação. O prazer da leitura deve ser despertado logo na
infância. Ler faz parte da formação cultural de cada indivíduo. A leitura estimula a imaginação,
proporciona a descoberta de diferentes hábitos e culturas, amplia o conhecimento e enriquece o vocabulário.
No meio tecnológico, a leitura é o processo de decodificação de dados armazenados em
um suporte, por exemplo, a leitura dos dados de um CD através do computador. O registro das informações feitas por um instrumento de medida são também designadas por leitura, por exemplo, a
leitura da água ou da luz.
CEREJA,William Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar. CLETO, Ciley – Conecte – Interpretação de Textos. Editora Saraiva – São Paulo, 2014
TEXTO 01 – questões 01 a 09.
A etiqueta nas redes sociais
Ryana Gonçalves
Ultimamente, temos passado mais tempo no convívio social cibernético do que
no convívio social pessoal. Aqui adivinhamos emoções, não há toque, não há olhares silenciosos
cheios de significados, não há presença, não há corpo. Há apenas o teclado, o mouse, a tela, o curtir, o compartilhar, o tweeetar, retweetar, participar, excluir, bloquear, responder, perguntar. Apesar
de serem espaços sociais diferentes, igualmente vale a etiqueta que aprendemos em casa antes de
sair para o mundo.
Todos têm suas manias, receios, ideias, caráter, costumes e essa coisa toda, mas
todos devem ser, acima de tudo, RESPEITADOS. Assim como tem aquele cara que nunca posta
nada, existe a menina que se expõe demais. Pra ela, pode não ser exagero, mas pros outros sim. Vale o mesmo para caso inverso, existem pessoas sem noção de ambos os sexos, ignorem as estatísticas. Não tem essa de mulher trai menos, homem é mais cafajeste. Aqui é todo mundo igual. Junta a
quantidade de gente sem
noção, de puritanos, de revolucionários, revoltados, ignorantes e ignorados. Cada um tem algo a
dizer, sempre.
Na realidade, o chato começa quando um começa a reclamar de tal coisa, daí aparece o fulano reclamando do que o ciclano tá reclamando, e aí um monte de gente começa a reclamar dos dois que estão reclamando, e uns começam a reclamar dos outros, e daí já aparecem outros
status reclamando ... e eu estou reclamando dessa gente que como eu só reclama e não faz nada.
Vamos trocar ideias? Porque reclamar não acrescenta nada, só desabafa e daqui a
pouco o vazio do desabafo vira mais reclamação, chateação e falta do que fazer.
Mas daí aparece um ser reclamando daquele que posta algo produtivo, que reclama daquele que não posta algo produtivo, segue reclamando, e assim por diante.
Ah, a etiqueta das redes sociais! Que coisa complicada de se entender. Quanto
mais a gente tenta colaborar, parece que mais piora. Pedir perguntas no Ask não significa se expor
totalmente, compartilhar no Facebook não significa que concorda plena e totalmente com o que está
escrito (todos têm direito de achar legal, simplesmente), curtir não significa “dar em cima” e assim
por diante.
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Temos que entender que assim como temos nossas preferências quanto à comida,
e manias quanto as nossas coisas, também tem pessoas com suas particularidades, e ter uma rede
social não significa mostrar sua intimidade para o mundo. Ninguém é obrigado a nada.
E sabe o que é uma boa etiqueta, um comportamento muito refinado? Educação.
Sim, aprecia-se a boa educação, o respeito, a igualdade. Isso faz falta. Assim como faz falta um
bom diálogo frente-a-frente e sair pra dar uma pedalada num dia de sol pra entorpecer o corpo de
vitamina D. Pense nisso!
01)O texto classifica-se como:
( ) narrativo
( ) argumentativo
(
(
)informativo
) descritivo
02) A autora usa a expressão de lugar “aqui” para fazer referência a quê?
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03)No 1º parágrafo, separe os elementos e ações que são distinguidas para cada ambiente social.
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04)Por que a palavra “respeitados” foi escrita de forma diferente?
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05) Qual é o problema apresentado no texto?
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06) O que a autora propõe como forma de amenizar esse problema?
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07) Apesar da argumentação se desenvolver acerca das redes sociais, no fim do texto a autora revela
sua opinião sobre a importância de nos desprendermos do mundo virtual. O que ela sugere?
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08) Elabore um comentário sobre o conteúdo. Lembre-se de que o gênero textual comentário serve
para expormos uma curta análise de um determinado assunto, permitindo que manifestemos nossa
opinião, concordando ou discordando.
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09) Observe a charge. Escreva de que forma é possível relacioná-la ao tema do texto.
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TEXTO E DISCURSO – INTERTEXTO E INTERDISCURSO
Segundo Mikhail Bakhtin, nenhum discurso é original. Toda palavra é uma resposta à
palavra do outro, todo discurso reflete e refrata outros discursos. É nesse terreno que se situa o caráter dialógico da linguagem e suas múltiplas possibilidades de criação e recriação.
Texto- é a unidade linguística concreta, percebida pela audição (na fala) ou pela visão
(na escrita), que possui um sentido e apresenta uma intenção comunicativa. O conjunto de fatores
que formam a situação na qual é produzido o texto chamamos contexto discursivo. E ao conjunto da
atividade comunicativa, ou seja, à reunião de texto e contexto discursivo, chamamos de discurso.
Exemplo: uma música, um poema, uma carta, uma charge, etc.
Discurso- é a atividade comunicativa - constituída de texto e contexto discursivo
(quem fala, interlocutores, com quem fala, com que finalidade, contexto) - capaz de gerar sentido
desenvolvido entre interlocutores. Exemplo: na charge (texto) abaixo, o autor utiliza-se da charge
para transmitir seu discurso, no qual faz uma crítica à violência no país.
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Dialogismo - A linguagem é por natureza, dialógica, isto é, sempre estabelece o diálogo
entre pelo menos dois seres, dois discursos, duas palavras.
Intertextualidade - acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um
texto em outro. É a relação entre dois textos caracterizada por um citar o outro. Todas as vezes que
lemos um texto e nos lembramos de outros, estamos diante de um dos fatores constitutivos da produção textual: a intertextualidade. Esse fator trata especificamente da relação que um texto mantém com outros textos
de forma explícita, pressuposta ou subentendida. (XAVIER, 2001, p. 83). Sua leitura e produção exigem o
conhecimento prévio do leitor.
Ex.: paráfrase.
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo
novo texto, a alusão ocorre para atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o que já foi dito.
Pode-se destacar oito tipos de intertextualidade:
* Epígrafe - constitui uma escrita introdutória a outra. É um título ou frase que serve de
tema a algum assunto. Alguns exemplos de epígrafe são citações da Bíblia, versos de uma poesia,
provérbios ou o pensamento de grandes autores. Citação de pequena extensão ou fragmento de texto, colocada no início de um capítulo ou em página única de trabalhos acadêmicos, livros, que não
se mistura com o texto produzido, mantendo com este, pensamento relacionado ao conteúdo da obra. Acompanhado da indicação de autoria.
Epígrafe – exemplo 1
“Ainda que eu falasse a língua dos homens, e falasse a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria”.
(Renato Russo, 1989)
Epígrafe – exemplo 2
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem”.
(Mário Quintana, 2006)
* Citação - é uma transcrição do texto alheio, marcada por aspas. É usar as palavras de
outra pessoa. Ex.: Segundo José de Alencar, "Macunaíma foi um livro que se destacou por mostrar
o..."
o texto ficará entre aspas, porque não é seu, é de outra pessoa, a que está sendo citada. É um tipo de
intertexto que efetua a transcrição de parte do texto original diretamente, tal como foi escrito pelo
autor citado ou indiretamente parafraseado. Esse recurso intertextual é, geralmente, utilizado em
trabalhos científicos com a finalidade de validar o ponto de vista do produtor do texto, seja para
aprovação ou reprovação de uma determinada ideia, conferindo-lhe credibilidade pelas referências
citadas.
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* Paráfrase - é a reprodução do texto do outro com a palavra do autor. Ela não se
confunde com o plágio, pois o autor deixa claro sua intenção e a fonte. A paráfrase origina-se do
grego “para-phrasis” (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo
com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Na paráfrase as
palavras são mudadas, porém a ideia do texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para
atualizar, reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com outras palavras o
que já foi dito. É um tipo de intertexto que reproduz livremente as ideias de um autor contidas em
um texto de origem, redigida pelo produtor do texto, sem desvirtuar do pensamento do autor citado.
Portanto, parafrasear é simplesmente dizer o já dito em outras palavras. Esse tipo de intertexto está
presente na maioria dos trabalhos acadêmicos, sinopses, e, principalmente, em textos literários.
Exemplo de paráfrase:
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
É o mesmo tema - saudosismo
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)
É o mesmo tema - saudosismo
* Paródia - é uma forma de apropriação que, em lugar de endossar o modelo retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente. Ela perverte o texto anterior, visando à ironia, ou à crítica.
É uma imitação cômica de uma composição literária (também existem paródias de filmes e músicas), sendo portanto, uma imitação que possui efeito cômico, utilizando a ironia e o deboche. Ela
geralmente é parecida com a obra de origem, e quase sempre tem sentidos diferentes. Modernamente, define-se a paródia como um jogo intertextual, mantido por uma relação antagônica com o texto
original. O redator desconstrói e desvirtua o pensamento do autor, sem, contudo, perder a identidade
do texto fonte. Tem por objetivo satirizar, contestar ou ridicularizar fatos sócio- históricos que ocorrem cotidianamente. A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma
ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e
das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade
real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo
dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. A paródia é um tipo de
relação intertextual em que um texto cita o outro geralmente com o objetivo de fazer-lhe uma crítica
ou inverter ou distorcer suas ideias. ( Magalhães & Cereja. 2009)
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Exemplo 1:
Texto Original
Paródia
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)
Tema - saudosismo
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”)
Tema diferente - nacionalismo
Exemplo 2:
Como é grande o meu amor por você
Roberto Carlos
Paródia mocreia
Eu tenho tanto pra lhe falar, mas com palavras não Eu tenho tanto pra reclamar, mas te xingando, não sei
sei dizer. Como é grande o meu amor por você... dizer. Como é feia essa roupa em você.
*Pastiche - é uma noção originária da língua francesa. O termo é usado para nomear o
trabalho que é criado a partir da combinação de componentes presentes em trabalhos de outras pessoas. Desta forma, pastiche é apresentado como se fosse um trabalho novo e original, embora seja
uma compilação de elementos conhecidos. O autor de um pastiche de todos os modos, pode reconhecer sua criação como uma imitação do estilo dos outros autores. Imitando algo já feito por outros artistas, pode haver a intenção de fazer uma homenagem, embora às vezes o pastiche é também
uma paródia. É um tipo de intertexto que se realiza no plano formal da obra, isto é, segue um modelo, uma estrutura já consagrada para recriar um programa de TV, um quadro de humor, uma obra de
arte, uma prosa, um poema de forma lúdica. O programa de humor “Os Trapalhões”, apresentado
pela TV Globo, é um exemplo típico de recriação, do humor-pastelão, representado pelos “Três
patetas”, na década de 60, em sua segunda edição. (GESTAR II, 2008, p. 142). Observe o exemplo:
Oração do Bebum
Whisky e Vodka, que estão no bar.
Alcoolatrado seja o nosso fígado.
Venha a nós o copo cheio nunca apenas pelo meio.
Seja feita a nossa cachaçada.
Assim no boteco como na calçada.
O mé nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas bebedeiras
Assim como nós perdoamos.
A quem não tenha bebido.
Não nos deixai cair na Coca Diet.
E livrai-nos da água gasosa, Barmem
* Tradução - a tradução está no campo da intertextualidade porque implica na recriação
de um texto.
*Alusão - é um tipo de intertexto que faz referência, de modo explícito ou implícito, a
uma obra de arte, a um fato histórico ou a uma celebridade, para servir de termo de comparação e
que apela à capacidade de associação de ideias do leitor que ativa seu conhecimento prévio, sem o
qual o sentido não pode ser alcançado.
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Alusão – exemplo: Esse computador, sem dúvida, é um “presente de grego”. A expressão presente de grego só faz sentido para quem conhece a história da Guerra de Troia. Presente de
grego significa presente ou oferta que traz prejuízo.
*Referência - é o tipo de intertexto utilizado, geralmente, em contratos. Consiste na
citação direta de fragmentos da lei, ou seja, faz remissão à lei para validar cláusulas de contrato.
Esse intertexto realiza-se também quando nos referimos a uma pessoa célebre, estabelecendo comparação com o outro texto ou quando estamos citando autores em trabalhos acadêmicos.
Referência – exemplo: Cláusula Terceira: DAS OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA
1.1
– Estar regularmente habilitada para a prestação do serviço, mediante autorização de funcionamento expedido pela ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar do Ministério da Saúde,
nos termos do art. 19 da Lei nº. 9656/98 e Medida Provisória nº. 2177-44/2001. Os planos oferecidos deverão estar devidamente registrados na ANS.
Intencionalidade discursiva - São as intenções explícitas ou implícitas existentes
nos enunciados.
Interdiscursividade - é um dialogar entre discursos. Onde um age como resposta,
ou se refere a outro, ou contrapõe-se ao outro. Essa interação linguística não se dá apenas pela fala
(modo literal). É a relação entre dois discursos caracterizados por um citar o outro. Toda relação
interdiscursiva é também uma relação intertextual. Contudo, a interdiscursividade é mais ampla,
pois faz referência não apenas a um texto ou a partes dele, mas também à ideologia nele subjacente.
É necessário também que haja alguns outros fatores:
*Circunstâncias sociais
*Circunstâncias histórias
*Conhecimento de mundo do interlocutor
*Intenção do locutor
*Os papéis sociais que os interlocutores desempenham
Leia os textos abaixo:
Meus oito anos
Casimiro de Abreu
Oh! Que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[…]
Meus oito anos
Oswald de Andrade
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
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Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais.
[…]
O primeiro poema foi escrito no século XIX por Casimiro de Abreu, poeta romântico. O
segundo foi escrito por Oswald de Andrade, escritor modernista do século XX.
Em seu poema, Oswald de Andrade cita explicitamente o poema de Casimiro de Abreu.
Quando um texto cita outro, dizemos que entre eles existe intertextualidade. Mas, o texto de Oswald não é uma mera citação do texto de Casimiro. Com seu poema, Oswald pretendia dialogar
com o poeta romântico. Quando há um diálogo entre os dois discursos, dizemos que, além de intertextualidade, existe entre eles também interdiscursividade. Toda relação interdiscursiva é também
uma relação intertextual. Contudo, a interdiscursividade é mais ampla, pois faz referência não apenas a um texto ou a partes dele, mas também à ideologia nele existente.
CEREJA,William Roberto. MAGALHÃES, Thereza
Cochar. CLETO, Ciley – Conecte – Interpretação de Textos. Editora Saraiva – São Paulo, 2014.
TEXTOS 02 e 03 - questões 10 a 12.
TEXTO 02
Meus oito anos
Casimiro de Abreu
Oh! Que saudade que tenho
Da aurora da minha vida.
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[...]
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TEXTO 03
Meus oito anos
Oswald de Andrade
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
De minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais.
[...]
10)Ambos os poemas se intitulam "Meus oito anos". Compare-os.
a) Qual é o tema de ambos os textos?
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b) Como o tema é abordado no poema de Casimiro de Abreu?
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c) E como é abordado no poema de Oswald de Andrade?
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11)Oswald de Andrade cita explicitamente o poema de Casimiro de Abreu, mas muda alguns de
seus elementos, como o verso "debaixo dos laranjais", que troca por "sem nenhum laranjais".
a) Como você explica a concordância, ou a falta de concordância, em "sem nenhum laranjais"?
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b) Que efeito de sentido essa opção provoca no texto?
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c) Na opinião do poeta modernista, como seria uma infância de verdade, no Brasil?
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12)Os dois poemas podem ser tomados como discursos, isto é, textos produzidos por um locutor
numa determinada situação histórica e com a finalidade de criar certos sentidos, de atingir determinados interlocutores, etc. Levando em conta que todo discurso reflete uma ideologia, isto é, uma
forma particular de ver e pensar o mundo. O discurso de Oswald de Andrade confirma, aplaude ou
nega o discurso de Casimiro de Abreu?
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TEXTO 04 – questão 13.
ENEM 2013 - O que a internet esconde de você.
Sites de busca manipulam resultados. Redes sociais decidem quem vai ser seu
amigo — e descartam as pessoas sem avisar. E, para cada site que você pode acessar, há 400 outros
invisíveis. Prepare-se para conhecer o lado oculto da internet.
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GRAVATÁ, A. Superinteressante, São Paulo, ed. 297, nov. 2011 (adaptado).
13) Analisando-se as informações verbais e a imagem associada a uma cabeça humana, compreende-se que a venda:
A) representa a amplitude de informações que compõem a internet, às quais temos acesso em redes
sociais e sites de busca.
B) faz uma denúncia quanto às informações que são omitidas dos usuários da rede, sendo empregada no sentido conotativo.
C) diz respeito a um buraco negro digital, onde estão escondidas as informações buscadas pelo usuário nos sites que acessa.
D) está associada a um conjunto de restrições sociais presentes na vida daqueles que estão sempre
conectados à internet.
E) remete às bases de dados da web, protegidas por senhas ou assinaturas e às quais o navegador
não
tem acesso.
TEXTO 05 - questão 14.
ENEM 2013
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de
alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida quotidiana”.
(HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva,
2004.)
14) Segundo o texto, o jogo comporta a possibilidade de fruição. Do ponto de vista das práticas
corporais, essa fruição se estabelece por meio do (a):
A)
fixação de táticas, que define a padronização para maior alcance popular.
B)
competitividade, que impulsiona o interesse pelo sucesso.
C)
refinamento técnico, que gera resultados satisfatórios.
D)
caráter lúdico, que permite experiências inusitadas.
E)
uso tecnológico, que amplia as opções de lazer.
TEXTO 06 - questão 15.
ENEM 2013 - A diva
Vamos ao teatro, Maria José?
Quem me dera,
desmanchei em rosca quinze kilos de farinha
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tou podre. Outro dia a gente vamos
Falou meio triste, culpada,
e um pouco alegre por recusar com orgulho
TEATRO! Disse no espelho.
TEATRO! Mais alto, desgrenhada.
TEATRO! E os cacos voaram
sem nenhum aplauso.
Perfeita.
(PRADO, Adélia. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.)
15)Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas reconhecidas pelo leitor
com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto “A diva”:
A) narra um fato real vivido por Maria José.
B) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.
C) relata uma experiência teatral profissional.
D) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora.
E) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral.
TEXTO 07 - questão 16.
ENEM 2013 O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns casos, até mesmo exige
– a participação de diversos autores na sua construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor e a
revisão dos modelos tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexões, ele facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da
comunicação e a aquisição de informação de maneira cooperativa. Embora haja quem identifique o
hipertexto exclusiva - mente com os textos eletrônicos, produzidos em determinado tipo de meio ou
de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa forma organizacional que tanto
pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. É claro que o texto virtual permite
concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente inviáveis: a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diversos aprofundamentos de um tema,
como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos.
(RAMAL, A. C. Educação na Cybercultura: hipertextualidade, leitura,
escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.)
16) Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação, como rádio, jornal,
TV, internet, segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como um (a):
A) elemento originário dos textos eletrônicos.
B) conexão imediata e reduzida ao texto digital.
C) novo modo de leitura e de organização da escrita.
D) estratégia de manutenção do papel do leitor com perfil definido.
E) modelo de leitura baseado nas informações da superfície do texto.
9º Ano
13
TEXTO VERBAL E TEXTO NÃO VERBAL.
O texto pode ser considerado uma manifestação da linguagem, ou seja, a linguagem é
o meio pelo qual o texto se materializa.
O que é linguagem? É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre
as pessoas. A linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também
de gestos e imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou pela escrita. Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a
linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. O texto verbal é
toda ocorrência sócio- comunicativa que remete a uma unidade verbal concreta oral ou escrita, usada pelos falantes de uma língua, em uma situação discursiva, com sentido e função interativa.
A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal, não se utiliza do vocábulo,
das palavras para se comunicar. O objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer
dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais. Linguagem não verbal é o uso de imagens,
figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura
e gestos como meio de comunicação.
Assim: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no
jornal escrito ou televisionado, um bilhete é uma linguagem verbal! No entanto: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não
fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação de “feminino” e “masculino” através de figuras na
porta do banheiro, as placas de trânsito, são exemplos de linguagem não verbal!
Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal, usando palavras escritas e figuras/ imagens ao mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e anúncios publicitários.
CEREJA,William Roberto. MAGALHÃES, Thereza Cochar. CLETO, Ciley – Conecte – Interpretação de Textos. Editora Saraiva – São Paulo, 2014.
Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem verbal (óxente, polo norte 2100) e não verbal (imagem: sol, cactus, pinguim).
Placas de trânsito – à frente “proibido andar de bicicleta”.
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Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário masculino”.
Imagem indicativa de “silêncio”.
Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”.
O que é possível ler e interpretar deste texto?
Fonte: www.chargesonline.com.br. Acesso em 05/08/2013.
Algumas leituras possíveis:
2.
Os edifícios e outros grandes empreendimentos estão explorando os grandes centros
urbanos.
3.
As residências, provavelmente, não farão mais parte do cenário das grandes metrópoles.
4.
É a vertificação dos grandes centros urbanos.
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TEXTOS 08 e 09 - questão 17.
ENEM 2013 TEXTO 08
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram
a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes
davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que
muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre:
L&PM, 1996 (fragmento).
TEXTO 09
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm
Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 2013. (Foto: Reprodução)
17)Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
A) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
B) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
C) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
D) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
E) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momentos histórico, retratando a colonização.
TEXTO 10 - questão 18.
ENEM 2013 - Jogar limpo
Argumentar não é ganhar uma discussão a qualquer preço. Convencer alguém de
algo é, antes de tudo, uma alternativa à prática de ganhar uma questão no grito ou na violência física
– ou não física. Não física, dois pontos. Um político que mente descaradamente pode cativar eleitores. Uma publicidade que joga baixo pode constranger multidões a consumir um produto danoso ao
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ambiente. Há manipulações psicológicas não só na religião. E é comum pessoas agirem emocionalmente, porque vítimas de ardilosa – e cangoteira – sedução. Embora a eficácia a todo preço não
seja argumentar, tampouco se trata de admitir só verdades científicas – formar opinião apenas depois de ver a demonstração e as evidências, como a ciência faz. Argumentar é matéria da vida cotidiana, uma forma de retórica, mas é um raciocínio que tenta convencer sem se tornar mero cálculo
manipulativo, e pode ser rigoroso sem ser científico.
18) No fragmento, opta-se por uma construção linguística bastante diferente em relação aos padrões normalmente empregados na escrita. Trata-se da frase “Não física, dois pontos”. Nesse contexto, a escolha por se representar por extenso o sinal de pontuação que deveria ser utilizado:
A) enfatiza a metáfora de que o autor se vale para desenvolver seu ponto de vista sobre a arte de
argumentar.
B)diz respeito a um recurso de metalinguagem, evidenciando as relações e as estruturas presentes
no enunciado.
C)é um recurso estilístico que promove satisfatoriamente a sequenciação de ideias, introduzindo
apostos exemplificativos.
D) ilustra a flexibilidade na estruturação do gênero textual, a qual se concretiza no emprego da
linguagem conotativa.
E) prejudica a sequência do texto, provocando estranheza no leitor ao não desenvolver explicitamente o raciocínio a partir de argumentos.
TEXTO 11 - questão 19.
ENEM 2013.
Disponível em: www.filosofia.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010. (Foto: Reprodução)
19) Pelas características da linguagem visual e pelas escolhas vocabulares, pode-se entender que
o texto possibilita a reflexão sobre uma problemática contemporânea ao:
A) criticar o transporte rodoviário brasileiro, em razão da grande quantidade de caminhões nas estradas.
B) ironizar a dificuldade de locomoção no trânsito urbano, devida ao grande fluxo de veículos.
C) expor a questão do movimento como um problema existente desde tempos antigos, conforme
frase citada.
D) restringir os problemas de tráfego a veículos particulares, defendendo, como solução, o transporte público.
E) propor a ampliação de vias nas estradas, detalhando o espaço exíguo ocupado pelos veículos nas
ruas.
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TEXTO 12 - questão 20.
UNIFESP – 2013
20) O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo quadrinho, considerar que “carinho” e “caro” sejam vocábulos:
a) derivados de um mesmo verbo.
b) híbridos.
c) derivados de vocábulos distintos.
d) cognatos.
e) formados por composição, ou seja, trata-se de uma palavra composta.
TEXTO 13 – questões 21 a 29.
O açúcar
Ferreira Gullar.
O branco açúcar que adoçará me café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça,
água na pele,
flor que se dissolve na boca.
Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina
e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
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Em lugares distantes, onde não há
hospital nem escola,
homens que não sabem ler e morrem
aos vinte e sete anos
plantaram e colheram a cana
que viria a ser o açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga e dura
produziram este açúcar branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
21) Assinale os sinônimos do verbo dissolver no verso “flor que se dissolve na boca”.
( ) se desmancha
( ) se acaba
( ) se esparrama
( ) se dilui
22) Marque a opção em que a palavra “amarga” possui o mesmo significado do texto:
( ) Aquela sobremesa estava amarga.
( ) Vivia de mau humor; era uma pessoa muito amarga.
( ) Passamos por uma fase muito amarga, mas agora estamos bem.
23)Marque a opção em que a palavra “ dura” possui o mesmo significado do texto:
( ) Realizamos uma dura tarefa.
( ) O móvel era feito de madeira muito dura.
( ) O seu jeito duro afasta as pessoas.
24) Reescreva a frase “homens de vida amarga e dura produziram este açúcar”, substituindo as palavras destacadas por um sinônimo.
________________________________________________________________________________
25) A que tipo de açúcar o eu-lírico está se referindo?
( ) ao açúcar mascavo
( ) ao açúcar refinado
( ) a qualquer tipo de açúcar.
26) A que elementos o açúcar é comparado?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
27) Descreva o retrospecto que é feito sobre o açúcar.
________________________________________________________________________________
28) Na última estrofe, o que se opõe à doçura do açúcar?
________________________________________________________________________________
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29) Por que os homens que trabalham nas usinas fabricando o açúcar têm a vida amarga?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Para que serve a linguagem? Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão
e de comunicação das coisas do mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos
para representar o que pensa, o que sente, o que quer, o que faz. Sendo assim, o que conseguimos
expressar e comunicar através da linguagem? Para que ela funciona?
Funções da linguagem são as formas como cada indivíduo organiza sua fala dependendo da mensagem que se quer transmitir. A linguagem pode ser usada para expressar sen-
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timentos, para informar, para influenciar outras pessoas etc. A transmissão dessa mensagem pressupõe um emissor, um receptor, um contexto, um código e um canal entre o emissor e o receptor.
Veja como funciona o sistema de comunicação, utilizando a linguagem verbal.


Aquele que emite a mensagem, codificando-a em palavras chama-se EMISSOR.
Quem recebe a mensagem decodifica, ou seja, apreende a ideia, é chamado
de RECEPTOR.

Aquilo que é comunicado, o conteúdo da comunicação é chamado de MENSAGEM.

CÓDIGO é o sistema linguístico escolhido para a transmissão e recepção da mensagem.

REFERENTE, por sua vez, é o contexto em que se encontram o emissor e o receptor.

O meio pelo qual esta mensagem é transmitida é nomeado CANAL.
A linguagem, uma eficiente forma de comunicação, é elemento fundamental para estabelecermos comunicação com outras pessoas. Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do falante, divide-se em seis funções ou finalidades básicas:
01-Função referencial ou denotativa: palavra-chave: referente
Transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não
faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou
plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades de
outra interpretação além da que está exposta. Em alguns textos é mais predominante essa função,
como: científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências comerciais. Referente é
o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial privilegia justamente o referente
da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele.
Exemplos:' "Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de alterações bioquímicas, fisiológicas e imunológicas coletivamente denominadas inflamação." Descrição da inflamação
em um artigo científico.
“Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. ( O Popular, 16 out. 2008. )
02- Função emotiva ou expressiva: palavra-chave: emissor
O objetivo do emissor é transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida
sob o ponto de vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma
característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação
emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A ideia de destaque do locutor
dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A
presença de interjeições, pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a
função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor,
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ou seja, que exemplificam melhor essa função. São os textos líricos, as autobiografias, as memórias,
a poesia lírica e as cartas de amor. Essa é a função emotiva.
Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos
óculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)
03-Função conativa ou apelativa: palavra-chave: receptor
O objetivo é de influenciar, convencer o receptor de alguma coisa por meio de
uma ordem (uso de vocativos), sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em propagandas. A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciálo, ou chamar sua atenção, o contexto torna-se a parte mais importante da mensagem. Geralmente,
usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no
imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de autoajuda. Como a mensagem centra-se no
outro, ou seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte de seu universo.
Exemplos: "Beba Coca-Cola"
"Vem pra caixa você também"
Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!
Não deixe para última hora! Programe suas férias.
04-Função metalinguística: palavra-chave: código
Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código
usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema.
Exemplo: “Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
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Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código
(poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema.
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida como a linguagem
que fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de falar ou escrever. Programas de TV que
falam sobre a própria TV ou programas de TV que falam sobre a própria mídia. Peças de teatro que
falam sobre o teatro. Exemplos: Vídeo Show, observatório da imprensa. A linguagem (o código)
torna-se objeto de análise do próprio texto1 . Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem.
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal rompe a manhã. São
muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de
encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida.
Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de
novo ao centro da praça.” ( Carlos Drummond de Andrade)
Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como escrever poemas... Ou
seja, a criação literária fala sobre si mesma. Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o
modo como ele faz seus desenhos em um próprio cartoon; ele demonstra o ato de fazer cartoons e
como são feitos.
Outro exemplo: Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.
( Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)
05- Função fática: palavra-chave: canal
O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato
para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para dilatar a conversa. Quando estamos em
um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este
tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”. O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar
o canal. A Função fática seria basicamente o diálogo.
exemplo: "Alô ?!", "Entenderam ?", Etc...
- Alô! Como vai?
- Tudo bem, e você?
- Vamos ao cinema hoje?
- Prometo pensar no assunto. Retorno mais tarde para decidirmos o horário.
06- Função poética: palavra-chave: mensagem
Nessa função o objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que
podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar
novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música. É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, numa
mensagem, suplementa o sentimento da mensagem através do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer estético e
a surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
Exemplos:
a) “... a lua era um desparrame de prata”. (Jorge Amado)
b) Se eu não vejo a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que eu não vejo (Daniel Borges)
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Canção
Ouvi cantar de tristeza,
porém não me comoveu.
Para o que todos deploram.
que coragem Deus me deu!
Ouvi cantar de alegria.
No meu caminho parei.
Meu coração fez-se noite.
Fechei os olhos. Chorei.
[...] ( Cecília Meireles )
Observações: * Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante
é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
* As funções para a linguagem foram bem caracterizadas em 1960, por um famoso
linguista russo chamado Roman Jakobson, num célebre ensaio intitulado "Linguística e Poética".
TEXTO 14 – questão 30.
Na função poética o objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de
textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além
de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música. É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo
o que, numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem através do jogo de sua estrutura, de
sua tonalidade, de seu ritmo, de sua sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer
estético e a surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
30)Sobre a função poética da linguagem, é correto afirmar, exceto:
A) Está entre as seis funções da linguagem prescritas pelo linguista russo Roman Jakobson e, assim
como as demais, está associada aos elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto).
B) A função poética coloca em evidência o lado palpável, material dos signos, conforme definição
de Roman Jakobson. Isso significa dizer que a função poética está voltada para a própria mensagem.
C) Nesse tipo de função, a mensagem está centrada no emissor, pois a intenção do produtor do texto
é posicionar-se em relação ao tema abordado.
D) Na função poética predomina a linguagem metafórica, o que produz o efeito de subjetividade e
lirismo aos textos em que essa função predomina.
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TEXTO 15 – questão 31.
31) Sobre o texto publicitário propaganda, é correto afirmar:
A) Apenas o texto não verbal é responsável pela persuasão.
B) Quanto maiores as frases, mais convincente será o anúncio.
C) Toda propaganda tem como proposição básica uma destas intenções: vender um produto ou
conscientizar sobre um tema social.
D) O texto publicitário não é, necessariamente, argumentativo.
E) O público-alvo não é um elemento decisivo na elaboração de uma propaganda.
TEXTO 16 – questão 32.
A primeira peça publicitária do Brasil talvez tenha sido a Carta de Pero Vaz de
Caminha, dirigida ao rei de Portugal dom Manuel, enaltecendo as belezas da nossa terra.
O que caracteriza a publicidade é o uso de uma linguagem retórica. Retórica é a
arte de convencer, de persuadir. Veiculada num anúncio de revista, num outdoor ou na internet, o
objetivo da linguagem publicitária é convencer o leitor, criar uma atitude favorável ao produto ou
ao serviço que está sendo vendido. A linguagem da publicidade é uma linguagem centrada no receptor ou destinatário da mensagem.
(Heidi Strecker, Pedagogia & Comunicação Filosófica e Educadora.)
32) Analise as afirmações e assinale a alternativa correta.
I. Um dos recursos da linguagem utilizados para persuadir o interlocutor é o modo verbal imperativo.
II. Slogan é a frase que resume a imagem que o publicitário deseja firmar no mercado sobre a identidade do produto.
III. Uma das figuras de linguagem mais utilizadas em propagandas é a metáfora.
A) Apenas a alternativa I.
B) Apenas a alternativa II.
C) Apenas a alternativa III.
D) Nenhuma alternativa está correta.
E) Todas as alternativas estão corretas.
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TEXTO 17 – questão 33.
ENEM 2013 - Lusofonia
rapariga: s.f., fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada
no café, em frente da chávena de café, enquanto
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este
poema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavra
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então,
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café,
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga
que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não
fique estragada para sempre quando este poema atravessar o
Atlântico para desembarcar no Rio de Janeiro. E isto tudo
sem pensar em África, porque aí lá terei
de escrever sobre a moça do café, para
evitar o tom demasiado continental da rapariga, que é
uma palavra que já me está a pôr com dores
de cabeça até porque, no fundo, a única coisa que eu queria
era escrever um poema sobre a rapariga do
café. A solução, então, é mudar de café, e limitar-me a
escrever um poema sobre aquele café onde nenhuma
rapariga se pode sentar à mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.
33)O texto traz em relevo as funções metalinguística e poética. Seu caráter metalinguístico justificase:
A) pela discussão da dificuldade de se fazer arte inovadora no mundo contemporâneo.
B) pela defesa do movimento artístico da pós-modernidade, típico do século XX.
C) pela abordagem de temas do cotidiano, em que a arte se volta para assuntos rotineiros.
D) pela tematização do fazer artístico, pela discussão do ato de construção da própria obra.
E) pela valorização do efeito de estranhamento causado no público, o que faz a obra ser reconhecida.
TEXTO 18 - questões 34 a 40.
O Vilares
Viriato Correa
Havia, no colégio, três companheiros desagradáveis. Um deles era o Vilares. Menino forte, cara bexigosa, com um modo especial de carregar e de franzir as sobrancelhas autoritariamente. Parecia ter nascido para senhor do mundo.
No recreio queria dirigir as brincadeiras e mandar em todos nós. Se a sua vontade
não predominava, acabava brigando e desmanchava o brinquedo. Simplesmente insuportável. Ninguém, a não ser ele, sabia nada; sem ele talvez não existisse o mundo. Vivia censurando os companheiros, metendo-se onde não era chamado, implicando com um e com outro, mandando sempre.
(…)
Não tinha um amigo. A meninada do curso primário movia-lhe a guerra surda. E,
um dia, os mais taludos se revoltaram e deram-lhe uma sova. Foi um escândalo no colégio. O vigilante levou-os ao gabinete do diretor. O velho Lobato repreendeu-os fortemente. Mais tarde, porém,
chamou o Vilares e o repreendeu também.
Eu estava no gabinete e ouvi tudo.
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- É necessário mudar esse feitio, menino. Você, entre os seus colegas, é uma espécie de galo de terreiro. Quer sempre impor a sua vontade, quer mandar em toda a gente. Isso é
antipático. Isso é feio. Isso é mau. Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa do que numa estrada cheia de pedras e buracos. Você, com essa maneira autoritária, está cavando buracos e amontoando pedras na estrada de sua vida.
E, continuando:
- Você gosta de mandar. Mas é preciso lembrar-se de que ninguém gosta de ser
mandado. Desde que o mundo é mundo, a humanidade luta para ser livre. O sentimento de liberdade nasce com o homem e do homem não sai nunca. É um sentimento tão natural, que os próprios
irracionais o possuem. E louco será, meu filho, quem tiver a pretensão de modificar sentimentos
dessa ordem. Ou você muda de feitio, ou você muito terá que sofrer na vida.
34) Assinale a alternativa que combina com o texto.
a. ( ) O texto é sério, porque relata um acontecimento desagradável.
b. ( ) É formativo porque, através do diretor do colégio, mostra como se deve corrigir um comportamento reprovável.
c. ( ) É um texto cômico, engraçado.
35)Quais são as personagens do texto?
________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
36) Assinale a alternativa correta:
a. ( ) O narrador não é personagem do texto.
b. ( ) O narrador é personagem do texto, porque ele se inclui entre as pessoas que participam da
história.
c. ( ) Não existe narrador nesta história.
37)Quem é o protagonista da história?
_______________________________________________________________________________
38) O autor descreve o Vilares informando algumas características dele. Transcreva a parte do texto
em que o narrador descreve os aspectos físicos do Vilares.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
39) No texto, o diretor usou três frases para caracterizar o autoritarismo do Vilares. Assinale-as:
a. ( ) “… é uma espécie de galo de terreiro.”
b. ( ) “Caminha-se mais facilmente numa estrada lisa”.
c. ( ) “Quer sempre impor a sua vontade.”
d. ( ) “… quer mandar em toda a gente.”
e. ( ) “… ninguém gosta de ser mandado.”
40) Assinale as alternativas que resumem as mensagens do texto:
a. ( ) A convivência com uma pessoa autoritária é desagradável.
b. ( ) A meninada da escola costuma mover guerra surda.
c. ( ) Os diretores são autoritários em suas repreensões.
d. ( ) As pessoas têm um forte sentimento de liberdade e geralmente não aceitam as imposições
das pessoas autoritárias e mandonas.
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TIPOLOGIA TEXTUAL - Tipos e Gêneros de Texto.
1)
Narração – modalidade em que o narrador, participante ou não, conta um fato, real ou fictício que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Refere-se a objetos do mundo real. Há uma relação de anterioridade e posteridade. O tempo verbal predominante é o
passado. Estamos cercados de narrações desde as que nos contam histórias infantis até às piadas do
cotidiano. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento,
piada, relato, etc.
2)
Descrição – um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um
animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Significa “criar” com palavras a imagem do
objeto descrito. É fazer uma descrição minuciosa do objeto ou da personagem. É um tipo textual
que se agrega facilmente aos outros tipos em diversos gêneros textuais. Tem predominância em
gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3)
Dissertação – é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.
3.1)Dissertação-exposição: apresenta um saber já construído e legitimado, ou um saber teórico.
Apresenta informações sobre assuntos, expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo objetivo. O
texto expositivo apenas expõe ideias sobre um determinado assunto. A intenção é informar, esclarecer. Ex: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc.
3.2)Dissertação-argumentação: um texto dissertativo-argumentativo faz a defesa de ideias ou
um ponto de vista do autor. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando
convencê-lo de algo. Caracteriza-se pela progressão lógica das ideias. Geralmente utiliza linguagem
denotativa. É tipo predominante em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas.
4)
Injunção/ instrucional – indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso
do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens, pedidos, súplica, desejo,
manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de
comportamentos; textos de orientação ( ex: recomendação de trânsito); receitas, cartões com votos e
desejos ( de natal, aniversário, etc)
Muitos estudiosos do assunto listam apenas os tipos acima. Alguns outros consideram que existe
também o tipo predição.
5)
Predição – caracterizado por predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, a
qual ainda está por ocorrer. É o tipo predominante nos gêneros: previsões astrológicas, previsões
meteorológicas, previsões apocalípticas.
Alguns estudiosos listam também o tipo Dialogal ou Conversacional. Entretanto, esse nada mais é
que o tipo narrativo aplicado em certos contextos, pois toda conversação envolve personagens, um
9º Ano
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momento temporal (não necessariamente explícito), um espaço (real ou virtual), um enredo ( assunto da conversa) e um narrador, aquele que relata a conversa. Dialogal ou conversacional – caracteriza-se pelo diálogo entre os interlocutores. É o tipo predominante nos gêneros: entrevista, conversa
telefônica, chat, etc.
Os gêneros textuais são as estruturas com que se compõem os textos, sejam eles orais ou escritos,
Essas estruturas são socialmente reconhecidas, pois se mantêm sempre muito parecidas, com características comuns, procuram atingir intenções comunicativas semelhantes e ocorrem em situações
específicas. Pode-se dizer que se tratam das variadas formas de linguagem que circulam em nossa
sociedade, sejam eles formais ou informais. Cada gênero textual tem seu estilo próprio, podendo
então, ser identificado e diferenciado dos demais através de suas características. Exemplos:
1)Carta – quando se trata de “carta aberta” ou “carta ao leitor”, tende a ser do tipo dissertativoargumentativo com uma linguagem formal, em que se escreve à sociedade ou a leitores. Quando se
trata de “carta pessoal”, a presença de aspectos narrativos ou descritivos e uma linguagem pessoal é
mais comum. No caso da “carta denúncia”, em que há o relato de um fato que o autor sente necessidade de o expor a seu público, os tipos narrativos e dissertativo-expositivo são mais utilizados.
2)Propaganda- é um gênero textual dissertativo-expositivo onde há o intuito de propagar informações sobre algo, buscando sempre atingir e influenciar o leitor apresentando, na maioria das vezes,
mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade do mesmo.
3)Bula de remédio – trata-se de um gênero textual descritivo, dissertativo-expositivo e injuntivo
que tem por obrigação fornecer as informações necessárias para o correto uso do medicamento.
4)Receita – é um gênero textual descritivo e injuntivo que tem por objetivo informar a fórmula para
preparar tal comida, descrevendo os ingredientes e o prepara destes, além disso, com verbos no imperativo, dado o sentido de ordem, para que o leitor siga corretamente as instruções.
5)Tutorial – é um gênero injuntivo que consiste num guia que tem por finalidade explicar ao leitor,
passo a passo e de maneira simplificada, como fazer algo.
6)Editorial – é um gênero textual dissertativo-argumentativo que expressa o posicionamento da
empresa sobre determinado assunto, sem a obrigação da presença da objetividade.
7)Notícia – pode-se identificar características narrativas, o fato ocorrido que se deu num determinado momento e num determinado lugar, envolvendo determinadas personagens. Características do
lugar, bem como dos personagens envolvidos são, muitas vezes, minuciosamente descritos.
8)Reportagem – é um gênero textual jornalístico de caráter dissertativo-expositivo. A reportagem
tem, por objetivo, informar e levar os fatos ao leitor de uma maneira clara, com linguagem direta.
9)Entrevista – é um gênero textual fundamentalmente dialogal, representado pela conversação de
duas ou mais pessoas, o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre ou do
entrevistado, ou de algum outro assunto. Geralmente envolve também aspectos dissertativo-
9º Ano
28
expositivos, especialmente quando se trata de entrevista a imprensa ou entrevista de emprego, ou
aspectos descritivos, como na entrevista médica.
10)História em quadrinhos – é um gênero narrativo que consiste em enredos contados em pequenos quadros através de diálogos diretos entre seus personagens, gerando uma espécie de conversação.
11)Charge – é um gênero textual narrativo onde se faz uma espécie de ilustração cômica, através de
caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento
atual, em sua maioria.
12)Poema – trabalho elaborado e estruturado em versos e estrofes. Rimas e métrica também podem
fazer parte de sua composição. Pode ou não ser poético. Dependendo de sua estrutura, pode receber
classificações específicas, como: haicai, soneto, epopeia, poema figurado, dramático, etc. Em geral,
a presença de aspectos narrativos e descritivos são mais frequentes neste gênero. Importante também é a distinção entre poema e poesia.
Poesia é o conteúdo capaz de transmitir emoções por meio de uma linguagem, ou seja, tudo o que
toca e comove pode ser considerado como poético. Assim, quando se aplica à poesia ao gênero poema, resulta num poema poético, quando aplicada à prosa, resulta na prosa poética ( até mesmo uma
peça ou um filme pode ser assim considerados).
13) Canção – possui muitas semelhanças com o gênero poema, como a estruturação em estrofes e
as rimas. Ao contrário do poema, costuma apresentar em sua estrutura um refrão, parte da letra que
ser repete ao longo do texto, e quase sempre tem uma interação direta com os instrumentos musicais.
14)Adivinha – é um gênero cômico, o qual consiste em perguntas cujas respostas exigem algum
nível de engenhosidade. Predominantemente dialogal.
15) Anais – trata-se de um registro da história resumido, estruturado ano a ano. Atualmente, é utilizado para publicações científicas ou artísticas que ocorram de modo periódico, não necessariamente
a cada ano. Possui caráter fundamentalmente dissertativo.
16) Anúncio publicitário – utiliza linguagem apelativa para persuadir o público a desejar aquilo que
é oferecido pelo anúncio. Por meio do uso criativo das imagens e da linguagem, consegue utilizar
todas as tipologias textuais com facilidade.
17) Boletos, faturas, carnês – predomina o tipo descrição nestes casos, relacionados a informações
de um indivíduo ou empresa. O tipo injuntivo também se manifesta, através da orientação que cada
um traz.
18)Profecia – em geral, estão em um contexto religioso, e tratam de eventos que podem ocorrer no
futuro da época do autor. A predominância é a do tipo preditivo, havendo também características
dos tipos narrativo e descritivo.
9º Ano
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Domínio Principal
Científico
Jornalístico
Religioso
Comercial
Instrucional
Gêneros textuais
Artigo científico
Verbete de enciclopédia
Nota de aula
Nota de rodapé
Tese
Dissertação
Trabalho de conclusão
Biografia
Patente
Tabela
Mapa
Gráfico
Resumo
Resenha
Editorial
Notícia
Reportagem
Artigo de opinião
Entrevista
Anúncio
Carta ao leitor
Resumo de novela
Capa de revista
Expediente
Errata
Programação semanal
Debate
Oração
Reza
Lamentação
Catecismo
Homilia
Cântico religioso
Sermão
Nota de venda
Nota de compra
Fatura
Anúncio
Comprovante de pagamento
Nota promissória
Nota fiscal
Boleto
Código de barras
Rótulo
Logomarca
Comprovante de renda
Curriculum vitae
Receita culinária
Manual de instrução
Manual de montagem
Regra de jogo
Roteiro de viagem
9º Ano
30
Jurídico
Publicitário
Humorístico
Interpessoal
Contrato
Horóscopo
Formulário
Edital
Placa
Catálogo
Glossário
Receita médica
Bula de remédio
Contrato
Lei
Regimento
Regulamento
Estatuto
Norma
Certidão
Atestado
Declaração
Alvará
Parecer
Certificado
Diploma
Edital
Documento pessoal
Boletim de ocorrência
Propaganda
Anúncio
Cartaz
Folheto
Logomarca
Endereço postal
Piada
Adivinha
Charge
Carta pessoal
Carta comercial
Carta aberta
Carta do leitor
Carta oficial
Carta convite
Bilhete
Ata
Telegrama
Agradecimento
Convite
Advertência
Bate-papo
Aviso
Informe
Memorando
Mensagem
Relato
Requerimento
Petição
Ordem
9º Ano
31
Ficcional
E-mail
Ameaça
Fofoca
Entrevista médica
Poema
Conto
Mito
Peça de teatro
Lenda
Fábula
Romance
Drama
Crônica
História em quadrinhos
TEXTO 19 – questão 41
A linguagem da publicidade é uma linguagem de massas, que deve ser direta e
acessível. Por isso os textos publicitários usam uma linguagem simples e de fácil entendimento.
Evita sintaxe rebuscada ou termos eruditos. Apesar disso, a linguagem da publicidade é a norma
culta: erros gramaticais ou ortográficos só são utilizados de propósito, e pode apelar para licença
poética, usando também neologismos. O uso de termos vulgares e de palavrões também não faz
parte da linguagem da publicidade.
(Heidi Strecker, Pedagogia & Comunicação Filosófica e Educadora.)
41) Sobre as características dos gêneros textuais, é INCORRETO afirmar que:
a) Os gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base
em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido.
b) Os gêneros textuais são estruturas relativamente padronizadas que variam de acordo com as várias situações comunicativas.
c) Os gêneros textuais são estruturas bem definidas, limitadas, e podem apresentar-se sob a forma
de cinco diferentes tipos de texto.
d) Os gêneros textuais podem ser representados na linguagem verbal e não verbal, em anúncios publicitários, charges, tirinhas e também em reportagens, notícias, e-mails, etc.
e) Os gêneros textuais, por adequarem-se às necessidades linguísticas dos falantes de acordo com as
mudanças históricas e sociais, são incontáveis, diferentemente do que acontece com os tipos textuais.
TEXTO 20 - questão 42.
ENEM 2010
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE
ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
Revista Época. N° 424, 03 jul.
2006.
42)Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:
A) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
B) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
9º Ano
32
C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.
TEXTO 21 - questão 43.
O texto faz parte do nosso dia a dia, não é verdade? Para pedir o café da manhã,
para convencer a mãe a liberar o carro no final de semana, para convidar um amigo para uma
festa, para declarar o amor, para solicitar que o banco cancele o cartão de crédito, para reivindicar melhorias no transporte, o que utilizamos? O texto, claro! Seja oral ou escrito.
43) Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se a partir de características gerais de um
determinado gênero, identifique os gêneros descritos a seguir:
I. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à vida cotidiana. Apresenta certa dose de
lirismo e sua principal característica é a brevidade;
IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens, que geralmente se movimentam em
torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminhamse diretamente para um desfecho;
V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais de eletrodomésticos, jogos eletrônicos,
receitas, rótulos de produtos, entre outros.
São, respectivamente:
A) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta argumentativa.
B) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
C) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
D) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
E) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta argumentativa.
TEXTO 22 - questão 44.
A outra noite
Rubem Braga
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá
como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias
que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem
irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá
em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra –
pura, perfeita e linda.
- Mas, que coisa...
9º Ano
33
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.
- Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa noite” e um “muito obrigado
ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.
44)Analisando as principais características do texto lido, podemos dizer que seu gênero predominante é:
A) Conto.
B) Poesia.
C) Prosa.
D) Crônica.
E) Diário.
TEXTO 23 - questões 45 a 53.
O índio.
Edson Rodrigues dos Passos.
- Meu Deus, é ele!
Quem já conversou com um índio, assim um papo aberto, sobre futebol, religião, amor... ? A primeira ideia que nos vem é a da impossibilidade desse diálogo, risos, preconceito, talvez. O que dizer então da visão dos estrangeiros, que pensam que andamos nus, atiramos em capivaras com flechas envenenadas e dançamos literalmente a dança da chuva pintados com urucu na
praça da Sé ou na avenida Paulista? Pois na minha escola no ano de 1995 ocorreu a matrícula de um
índio. Um genuíno adolescente pataxó.
A funcionária da secretaria não conseguiu esconder o espanto quando na manhã de segunda-feira abriu preguiçosamente a portinhola e deparou-se com um pataxó sem camisa com o
umbigo preto para fora, dois penachos brancos na cabeça e a senha número "um" na mão, que sem
delongas
disse:
– Vim matricular meu filho.
E foi o que ocorreu, preenchidos os papéis, apresentados os documentos, fotografias,
certidões, transferências, alvarás, licenças etc. A notícia subiu e desceu rapidamente os corredores
do colégio, atravessou as ruas do bairro, transpôs a sala dos professores e chegou à sala da diretora,
que levantou e, em brado forte e retumbante, proclamou:
– Mas é um índio mesmo?
Era um índio mesmo. O desespero tomou a alma da pobre mulher; andava de um lado
para o outro, olhava a ficha do novo aluno silvícola, ia até os professores, chamava dois ou três,
contava-lhes, voltava à sala, ligava para outros diretores pedindo auxílio, até que teve uma ideia:
pesquisaria na biblioteca. Chegando lá, revirou Leis, Decretos, Portarias, Tratados, o Atlas, Mapas
históricos e nada. Curiosa com a situação, a funcionária questionou: – qual o problema para tanto
barulho?
– Precisamos ver se podemos matricular um índio; ele tem proteção federal, não sabemos
que língua fala, seus costumes, se pode viver fora da reserva; enfim, precisamos de amparo legal. E
se ele resolver vir nu estudar, será que podemos impedir?
Passam os dias e enfim chega o primeiro dia de aula, a vinda do índio já era notícia
corrente, foi amplamente divulgada pelo jornal do bairro, pelas comadres nos portões, pelo japonês
tomateiro da feira, pelos aposentados da praça, não se falava noutra coisa. Uma multidão aguardava
em frente da escola a chegada do índio, pelas frestas da janela, que dava para o portão principal, em
cima das cadeiras e da mesa, disputavam uma melhor visão os professores – sem nenhuma falta –, a
diretora, a supervisora de ensino e o delegado.
O porteiro abriu o portão – sem que ninguém entrasse – e fitou ao longe o final da avenida; surgiu entre a poeira e o derreter do asfalto um fusca, pneus baixos, rebaixado, parou em frente da escola, o rádio foi desligado, tal o silêncio da multidão que se ouviu o rangido da porta abrir,
desceu um menino roliço, chicletes, boné do Chicago Bulls, tênis Reebok, calça jeans, camiseta,
walkman nas orelhas, andou até o porteiro e perguntou:
– Pode assistir aula de walkman?
9º Ano
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45) Na escola, tudo corria tranquilamente. O que vem mudar esta situação?
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46) Por que a diretora consultou os documentos citados no texto?
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47)Em quais documentos a diretora poderia encontrar amparo legal para matricular o índio?
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48) Por que a comunidade tinha expectativa pela chegada do índio?
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49) O menino pataxó correspondeu à expectativa que a comunidade tinha a respeito dele?
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50) O menino chega mascando chicletes, usando boné do Chicago Bulls, tênis Recep, calça jeans,
walkman nas orelhas. A que cultura associou os elementos citados?
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51) Das frases abaixo, qual é a que mais se aproxima da questão cultural indígena tratada no texto?
a) É bom que todos tenham a oportunidade de partilhar os avanços tecnológicos.
b) É uma pena que os povos percam sua identidade.
c) Eu uso esses produtos, mas o índio usando é estranho.
52) A expressão “brado retumbante” se refere a um intertexto. Qual? Explique:
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53) Como o conflito se resolve no final?
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INTENCIONALIDADE DISCURSIVA
Intencionalidade Discursiva nada mais é do que a verdadeira intenção que há por trás
de alguma mensagem ou informação. Às vezes é comum nos depararmos com um determinado texto ou informação que diz uma coisa, porém lá no fundo o seu objetivo é dizer outra. A verdadeira
mensagem é a intencionalidade discursiva de seu autor. É por isso que é muito comum encontrar
questões que perguntam a respeito da intencionalidade discursiva de um determinado texto: essa é a
natureza da interpretação de texto. Isso é bastante explorado no universo publicitário.
Às vezes, as propagandas aparentemente transmitem uma mensagem, mas lá no fundo
estão dizendo outra coisa. A propaganda é a arte de se vender ideias e não propriamente produtos. Somos levados a comprar a ideia de que verão combina com mulheres bonitas e com cerveja,
de que Natal combina com magia e Coca-Cola, de que preço baixo é qualquer coisa vírgula 99, de
que o remédio contra a gripe deixa as pessoas tão felizes a ponto de saírem cantando por aí. Os vendedores são treinados para vender e, para tanto, eles sabem perfeitamente explorar os campos da
comunicação e da linguagem. Já os compradores, que somos nós, não somos treinados para comprar
e, às vezes, nem percebemos que a maior parte da interpretação de texto ocorre fora da sala de aula.
Observe a piada abaixo:
- Por favor! Me joga uma corda que eu estou me afogando!
- E além disso ainda quer se enforcar?
9º Ano
35
Nessa situação, a comunicação entre os interlocutores não ocorre com
sucesso.
Ao pedir a corda, o locutor deseja ser socorrido, prendendo-se a ela. O interlocutor, entretanto, interpreta sua pergunta como se o locutor desejasse se enforcar. O humor é extraído
do fato de as personagens não levarem em conta um princípio básico das interações
verbais: a intencionalidade discursiva de seus interlocutores. Toda vez que interagimos com outras
pessoas por meio da linguagem, sempre há em nossa fala uma intenção de modificar o
pensamento ou o comportamento de nossos interlocutores.
Intencionalidade discursiva – são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.
O sucesso de nossas interações verbais, seja na condição de locutor, seja na
de interlocutor, depende muito de nossa capacidade de lidar com a intencionalidade. Por
meio dela podemos, por exemplo, impressionar, ofender, persuadir ou informar nosso interlocutor; podemos também pedir, solicitar, implorar, reivindicar, etc. A intencionalidade discursiva
não se restringe ao enunciado propriamente dito; ela se define também a partir de outros componentes que participam da situação comunicativa, como quem fala, para quem se fala e
em que contexto sócio- histórico é produzido o enunciado.
CEREJA,William Roberto. MAGALHÃES,
Thereza Cochar. CLETO, Ciley – Conecte – Interpretação de Textos. Editora Saraiva – São Paulo,
2014.
TEXTO 24 – questões 54 a 56.
Um adolescente chega da escola com os tênis cheios de barro. Sem descalçar os tênis,
vai direto para a sala. Lá encontra sua mãe, que havia acabado de limpar o chão. Ela lhe diz:
_ Menino, eu acabei de limpar o chão da sala!
54) Qual é a intencionalidade subjacente nesse enunciado?
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55) De que outra forma a mãe poderia falar, explicitando sua intenção?
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56)
Imagine e descreva outra situação, em que o mesmo enunciado pudesse ter um sentido diferente:
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TEXTO 25 - questões 57 a 60.
Anarquistas graças a Deus.
Zélia Gattai
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a
invasão cada vez maior dos automóveis importados, circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos,
situados nas laterais externas dos carros, despendiam, em violentas explosões, gases e fumaça escura. Estridentes fonfons de buzinas , assustando os distraídos, abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras, infringiam as regras de transito, muitas vezes
chegando ao abuso de alcançar mais de 20 quilômetros à hora, velocidade permitida somente nas
estradas. Fora esse detalhe, o do trânsito, a cidade crescia mansamente. Não havia surgido ainda a
febre dos edifícios altos; nem mesmo o “ Prédio Martinelli” – arranha-céu pioneiro em São Paulo,
se não me engano do Brasil – fora ainda construído. Não existia rádio, e televisão, nem em sonhos,
Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba e
9º Ano
36
manivela. Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém andava depressa. Não se abreviavam com siglas os nomes completos das pessoas e das coisas em geral. Para que isso? Por que o
uso de siglas? Podia-se dizer e ler tranquilamente tudo, por mais longo que fosse o nome por extenso – sem criar equívocos – e ainda sobrava tempo para ênfase, se necessário fosse.
Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a
nossa, eram poucos. Os valores daqueles idos, comparados aos de hoje, no entanto, eram outros; as
mais mínimas coisas, os menores acontecimentos, tomavam corpo, adquiriam enorme importância.
Nossa vida simples era rica, alegre e sadia. A imaginação voando solta, transformando tudo em festa, nenhuma
barreira a impedir meus sonhos, o riso aberto e franco. Os divertimentos, como já disse, eram poucos, porém suficientes para encher o nosso mundo.
57) No relato de memória extraído do livro Anarquistas graças a Deus, a autora faz algumas comparações entre o passado e o presente. Dos trechos transcritos a seguir, marque o que está fazendo
uma comparação entre o passado e o presente:
A) “Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados”.
B) “ Não se curtia som em aparelhos de alta fidelidade. Ouvia-se música em gramofones de tromba
e manivela.”
C) “ Havia tempo para tudo, ninguém se afobava, ninguém se afobava, ninguém andava com pressa”.
58) Para que o leitor construa uma imagem do passado rememorando pela autora, ela usa termos
que qualificam e caracterizam algumas passagens de suas memórias. Assinale a alternativa em que
os termos destacados não são caracterizadores:
A) “Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”
B) “ o riso aberto e franco”.
C) “ abriam passagem para alguns deslumbrados motoristas que, em suas desabaladas carreiras”.
D) “ Havia tempo para tudo, ninguém se afobava”.
59) Assinale o trecho no qual a presença da voz do narrador, interrompendo o relato, expressa um
recurso de interação entre autor e leitor:
A) “ Não havia surgido a febre dos edifícios altos; nem mesmo o Prédio Martinelli”.
B) “ Para que isso? Para que o uso de siglas?”
C) “ Os divertimentos, existentes então, acessíveis a uma família de poucos recursos como a nossa,
eram poucos.”
D) “ Nossa vida simples era rica, alegre e sadia.”
60) Assinale a alternativa que expressa as marcas temporais que identificam um passado distante:
A) “ Havia tempo para tudo” e “ Não havia surgido ainda”.
B) “ ninguém se afobava “ e “ sobrava tempo para ênfase”
C) “ Fora esse detalhe” e “ ainda sobrava tempo para ênfase”.
D) “ Naqueles tempos” e “ daqueles idos”.
TEXTO 26- questões 61 e 62.
“RIO – Com dois gols de um iluminado Robinho, que entrou na segunda etapa,
o Real Madrid derrotou o Recreativo por 3 a 2, fora de casa, em partida da 26ª rodada do Campeonato Espanhol. Raul fez o outro gol do time de Madri, com Cáceres e Martins marcando para os
anfitriões. O Real vinha de duas derrotas consecutivas na competição, justamente as partidas em
que o craque brasileiro, machucado, esteve fora.”
O Globo on line – 02/03/08
9º Ano
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61) Qual é o interlocutor preferencial do texto?
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62) Quais informações permitem identificar o interlocutor preferencial do texto? Relate- as:
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TEXTO 27 - questões 63 e 64.
“O cantor Jerry Adriani interpreta sucessos do disco Forza Sempre, além
de versões em italiano de canções do grupo Legião Urbana e do cantor Raul Seixas. O show acontece hoje no palco da Sala Baden Powell.”
O Globo on line – 02/03/08
63) Qual é o interlocutor preferencial do texto? e as informações que permitem você identificar o
interlocutor preferencial do texto?
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64) Quais informações permitem identificar o interlocutor preferencial do texto?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
TEXTO 28 - questões 65 a 67
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Camões, Luís de. In: SALGADO JÚNIOR, Antônio (Org.). Luís de Camões: obra
completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.p.475-476
65) Nesses versos, o eu lírico compara o destino das pessoas no mundo. A que conclusão ele chegou?
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66) Como a vida do eu lírico foi afetada por essa visão?
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67) O que significa o título, tendo em vista os dois últimos versos?
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9º Ano
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GÊNEROS DO DISCURSO
Os gêneros do discurso são um elemento fundamental no processo de produção de
textos, porque são os responsáveis pelas formas que estes assumem. Qualquer manifestação verbal
organiza-se, inevitavelmente, em algum gênero do discurso, seja uma conversa, uma tese de doutorado, seja linguagem oral ou escrita.
Os gêneros são, portanto, formas de enunciados produzidas historicamente, que
se encontram disponíveis na cultura, como: notícia, reportagem, conto (literário, popular, maravilhoso, de fadas, de aventuras…), romance, anúncio, receita médica, receita culinária, tese, monografia, fábula, crônica, cordel, poema, repente, relatório, seminário, palestra, conferência,
verbete, parlenda, adivinha, cantiga, anúncio, panfleto, sermão, artigo de opinião, entre outros.
Os gêneros se caracterizam pelos temas que podem veicular, por sua composição
e marcas linguísticas específicas. Assim, não é qualquer gênero que serve para se dizer qualquer
coisa, em qualquer situação comunicativa.
Se alguém pretender discutir uma questão polêmica, como a descriminalização
das drogas ou a pena de morte, precisará organizar o seu discurso em um gênero como artigo de
opinião, por exemplo, que é o gênero que pressupõe a argumentação a favor ou contra questões
controversas, mediante a apresentação de argumentos que possam sustentar a posição que se defende e refutar aquelas que forem contrárias àquilo que se defende.
Por outro lado, se a finalidade for relatar um fato ocorrido no dia anterior, certamente a notícia deverá ser o gênero escolhido. Se o que se pretende é orientar alguém na realização
de determinada tarefa, pode-se escrever um manual ou relacionar instruções, por exemplo. Se a
intenção for apresentar algum ensinamento por meio de situações exemplares, colocando animais
como protagonistas para representar determinadas características humanas, então a fábula é o gênero mais apropriado.
Portanto, saber selecionar o gênero para organizar um discurso implica conhecer suas características, para avaliar a sua adequação aos objetivos a que se propõe e ao
lugar de circulação, por exemplo. Quanto mais se sabe sobre esse gênero, maiores são as possibilidades do discurso ser eficaz.
Dessa forma, a proficiência do aluno em Língua Portuguesa depende também do
conhecimento que ele tem sobre os gêneros e de sua adequação às diferentes situações comunicativas. Suas características, portanto, devem ser objeto de ensino e tema das atividades que se organizar.
Já nos disse Bakhtin, filósofo russo, que todas as esferas de atividade humana
estão ligadas pela palavra. E que cada esfera destas produz seus repertórios de discursos relativamente estáveis (os gêneros do discurso).
Este enunciado que pode nos parecer difícil pode ser explicado da seguinte maneira. Cada um de nós, ao longo de nosso dia-a-dia, através de nosso cotidiano, nos deparamos com
uma infinidade de tipos de discursos, ou seja, com tipos de textos. Conhecemos todos eles através
da
prática.
Produzimos e lemos em todos os momentos da nossa vida textos escolares, literários, jornalísticos,
pessoais, oficiais, e ainda reconhecemos em cada um as suas características próprias.
Além dos textos formais e informais, temos os tipos de textos verbais e nãoverbais. Os primeiros são aqueles predominantemente escritos. Com a palavra como meio de compreensão. São os tipos de textos mais aceitos como textos. Porém também há os textos não-verbais
que se caracterizam ou pela oralidade, pelo som, ou pela visão. Um exemplo de texto oral é a música, que podemos chamar de textos, pois tem um autor que a direciona ao leitor, ou ouvinte; as músicas são produzidas geralmente com um sentido; têm um contexto e tem uma estrutura material.
Mesmo as músicas que não tem letra foram produzidas seguindo rigorosas regras, produzindo uma
sensação, produzindo um sentido. Quem compõe música sabe disso, não é possível produzir uma
sem seguir as regras deste tipo de texto.
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Além da música, que é um tipo de texto sonoro, podemos classificar como texto também a pintura, um texto visual. Cada autor tem sua forma de se expressar através de um quadro. O traçado, a cor, a forma, tudo isso direciona um sentido para a pintura. Temos como tipos de
texto a dança, que têm a música e o movimento a seu favor, podemos dizer as mesmas coisas que
dissemos aos anteriores dela. A dança, a música e o quadro são tipos de textos não-verbais, pois
para os compreendermos não lemos pa-la-vras, escritas nem ouvidas, mas o movimento, a pintura e
o som organizados são importantes para se inferir os significados.
Dependendo do meu papel na sociedade, ou dos meus interesses eu vou me
manifestando com tantos tipos de textos eu precisar, por isso torna-se tão importante conhecermos e
compreendermos cada característica de tipos de texto diversos. A minha vida e as atividades humanas das quais eu participo vão determinar a minha fluência ou não para cada texto. Texto e contexto
se desenrolam com a nossa vida. Uma existe para a outra assim como a palavra para o escritor, ou o
traçado para o pintor, ou o som para o compositor.
(Eduardo Eide Nagai – Brasil Escola, Kátia Lomba Bräkling - acervo Educarede
Brasil )
TEXTO 29- questões 68 a 74.
O Pequeno Herói da Holanda.
William J.Bennet.
A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes
muralhas chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente. Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país
continue seco e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados
constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
Há muitos anos, vivia na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios
pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto
brincava:
_ Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego.
Se você andar ligeiro e não parar para brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.
O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o pobre cego,
contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no mar. De repente, lembrouse da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa.
Quando passava pelo canal, percebeu como as chuvas tinham feito subir o nível da água
e que elas estavam batendo forte contra o dique, e pensou nas comportas do pai.
“ Que bom que elas são tão fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos
lindos ficariam inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão “zangadas”. Parece que ele acha
que elas estão zangadas por ficarem presas tanto tempo.”
O menino parava a toda hora para pegar umas florzinhas azuis que cresciam à beira do
caminho, ou para escutar o barulhinho dos coelhos andando pela relva. Mas, com maior frequência
sorria ao pensar no pobre cego que tão poucos prazeres tinha e tanto apreciava suas visitas.
De repente, percebeu que o solo estava se pondo e escurecia rápido. “ Minha mãe preocupada” , pensou ele, já correndo para chegar logo em casa.
Nesse exato momento, ouviu um barulho. Parecia água respingando! O menino parou e
foi procurar de onde vinha. Encontrou um buraquinho no dique por onde estava correndo um fio de
água.
Qualquer criança na Holanda morre de medo só de pensar num vazamento dos diques.
Peter compreendeu o perigo imediatamente. Se a água passasse por um buraco qualquer, de pequeno ele logo se tornaria grande, e todo o país seria inundado. O menino prontamente percebeu o que
deveria fazer. Jogou fora as flores, desceu a encosta lateral do dique e enfiou o dedo no furo.
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A água parou de vazar1 E Peter ficou pensando com seus botões: “ Ahá! As águas zangadas vão ficar presas. Posso contê-las com meu dedo. A Holanda não vai ser inundada enquanto eu
estiver aqui.”
Correu tudo bem no inicio, mas logo escureceu e esfriou. O menino começou a gritar bem
alto:
_ Socorro! Alguém, venha até aqui!
Mas ninguém ouviu; ninguém veio ajudar.
Foi fazendo cada vez mais frio; o braço começou a doer e a ficar dormente. Ele tornou a
gritar:
_Será que ninguém vai vir até aqui? Mãe! Mãe!
Mas ela já tinha procurado pelo menino várias vezes desde que o sol se fora, olhando pelo
caminho do dique até onde a vista alcançava, e decidiu voltar para a casa e fechar a porta, achando
que ele havia decidido passar a noite com o amigo cego, e estava disposta a ralhar com ele no dia
seguinte de manhã por ter ficado fora de casa sem sua permissão.
Peter tentou assobiar, mas os dentes batiam de frio. Pensou no irmão e na irmã, aconchegados no calor de suas camas, e no pai e na mãe queridos. “ Não posso deixa-los afogar. Preciso ficar
aqui até que alguém venha, mesmo que passe a noite inteira.”
A lua e as estrelas brilhavam, iluminando o menino recostado numa pedra junto ao dique. A
cabeça pendeu para o lado, os olhos se fecharam, mas Peter não adormeceu, pois toda hora esfregava a mão que estava detendo o mar zangado.
“De alguma forma, eu vou aguentar!” pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as
águas.
De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido
enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede
da muralha.
_ O que aconteceu? Você está machucado?
_ Estou contendo a água do mar! _ gritou Peter. _ Mande vir socorro logo!
O alerta foi dado imediatamente. Chegaram várias pessoas com pás, e logo o furo estava
consertado.
Peter foi levado para casa, ao encontro dos pais, e rapidamente todos ficaram sabendo que
eles lhes havia salvo as vidas naquela noite. E até hoje, ninguém se esquece do corajoso pequeno
herói da Holanda.
68) Com base no texto, assinale a afirmativa incorreta:
A) Diques são enormes muralhas construídas pelo homem para impedir que o mar invada a terra.
Na Holanda, os diques são importantes porque evitam a inundação desse país, cuja maior parte do
território fica abaixo do nível do mar.
B) Naquele dia, Peter saiu de casa escondido de sua mãe. Ele não contou a ela para onde ia.
C) A mãe de Peter desistiu de procurar o filho porque pensou que ele havia decidido passar a noite
na casa do amigo.
D) A atitude do menino pode ser considerada um ato de bravura, porque ele não pensou só em si,
mas em sua família e no povo que vivia nesse país.
69) Após a leitura do texto, preencha o esquema a seguir. Ele será a base para o resumo que você
fará dessa história.
a)tempo ( quando aconteceu a história?)
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b)lugar ( onde?)
_______________________________________________________________________________
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c)características do país onde a história aconteceu.
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________________________________________________________________________________
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_______________________________________________________________________________
d) apresentação do personagem principal.
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e) conflito da história.
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f) solução do problema e desfecho da historia.
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70) Releia o 1º parágrafo do texto. Depois assinale a alternativa incorreta:
A Holanda é um país cuja maior parte do território fica abaixo do nível do mar. Enormes muralhas
chamadas diques são o que impede o Mar do Norte de invadir a terra, inundando-a completamente.
Há séculos o povo se esforça para manter as muralhas resistentes, a fim de que o país continue seco
e em segurança. Até as crianças pequenas sabem que os diques precisam ser vigiados constantemente e que um buraco do tamanho de um dedo pode ser algo extremamente perigoso.
A)No 1º parágrafo, predomina o uso dos verbos no tempo presente.
B)O uso do tempo presente, nesse parágrafo, deve-se ao fato de as informações transmitidas não
fazerem parte da história de Peter. São informações reais sobre o país onde se originou a história.
C) No 1º parágrafo, as informações foram inventadas pela imaginação do autor.
D) Se o autor usasse o tempo passado nesse trecho, os leitores pensariam que a Holanda deixou de
existir.
71)Releia este trecho do texto que inicia no 2º parágrafo, observando os verbos em destaque.
Há muitos anos, viviam na Holanda um menino chamado Peter. Seu pai era uma das pessoas
responsáveis pelas comportas dos diques. Sua função era abri-las e fechá-las para que os navios
pudessem sair dos canais em direção ao mar aberto.
Numa tarde do início do outono, quando Peter tinha oito anos, a mãe o chamou enquanto
brincava:
_ Venha cá, Peter. Vá levar esses bolinhos do outro lado do dique para o seu amigo cego. Se
você andar ligeiro e não parar brincar, vai chegar em casa antes de escurecer.
Analise as afirmativas seguintes e assinale a incorreta:
A)No início desse trecho, o autor passa a usar outro tempo verbal para remeter o leitor a algo que
aconteceu em um passado distante.
B) O tempo verbal usado nesse trecho cria um clima de encanto, fantasia, preparando o leitor para
conhecer uma história fantástica.
C) A forma do verbo “chamar (chamou, no terceiro parágrafo) marca o fim da descrição de ações
habituais, dando início a um fato novo, diferente, que irá mudar o rumo da história.
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D) No 4º parágrafo, os verbos em destaque indicam a fala do narrador, sugerindo que ele está inseguro, que ele não sabe exatamente se quer fazer o personagem vir ou ir.
72)Releia o 5º parágrafo, observando a expressão em destaque.
O menino gostou da tarefa e partiu feliz da vida. Ficou um bom tempo com o “ pobre cego”, contando-lhe sobre o passeio da vinda e o sol e as flores e os navios lá no mar. De repente, lembrou-se
da mãe dizendo para voltar antes de escurecer, despediu-se do amigo e tomou o rumo de casa. Nesse contexto, a expressão em destaque significa que o amigo de Peter:
A)inspirava pena;
B)não possuía bens materiais;
C) era um mendigo
D) era um pedinte
73) Releia este parágrafo e assinale a alternativa correta:
“ Que bom que elas são fortes! Se quebrassem, o que seria de nós? Esses campos lindos ficariam
inundados. Meu pai sempre diz que as águas estão “zangadas”. Parece que ele acha que elas estão
zangadas por ficarem presas tanto tempo.” (...) Nesse parágrafo, a expressão em destaque:
A)é um figura de linguagem, um recurso expressivo usado para atribuir a seres inanimados (sem
vida) características de seres animados ( com vida), é chamado de personificação;
B)é um absurdo, pois as águas não podem ficar zangadas;
C)é um recurso usado para descaracterizar as aguas;
D)não deveria ser usado no texto porque é inadequado.
74) Releia este trecho, depois assinale a afirmativa correta:
“De alguma forma, eu vou aguentar! pensava ele. E passou a noite inteira ali, contendo as águas.
De manhã, bem cedinho, um homem a caminho do trabalho achou ter ouvido um gemido enquanto passava por cima do dique. Inclinou-se na borda e encontrou o menino agarrado à parede da
muralha.
_ O que aconteceu? Você está machucado?
_ Estou contendo a água do mar! _ gritou Peter. _ Mande vir socorro logo!
A)No 21º parágrafo, as aspas foram usadas para indicar a fala direta do pai do menino.
B)As aspas foram usadas nesse trecho para indicar ao leitor que, naquele momento, não se ouviu a
voz do personagem, pois, nesse texto, as aspas indicam os pensamentos do personagem.
C)Nesse trecho, o 1º e o 2º travessão indicam a fala direta dos personagens: a 1ª é do homem que
encontrou o menino e a 2ª é de Peter.
D)Na última fala desse trecho, foram usados dois travessões para intercalar uma explicação do narrador.
TEXTO 30 - questões 75 a 80.
Liberdade
Cecília Meireles.
Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra
LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa
a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de
liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o
maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou
morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós", e nós
recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em
certo instante. Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de
cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela. Ser livre como diria o famoso conselhei-
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ro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho
que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a
órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes. Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das
crianças deseja ir. (As vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...) Os papagaios vão
pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse
chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!( ... ) Acontece, porém, que
um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida. E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem
à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!( ... )
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão
ingrato. Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos
linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de
Babel...
75)O texto afirma que:
(A) a escravidão depende das escolhas das pessoas.
(B) a liberdade de um acaba onde começa a liberdade de outrem.
(C) as criaturas combatem a liberdade com entusiasmo juvenil.
(D) os sentimentos sombrios deslumbram a liberdade.
76)O resultado de ser livre é:
(A) ampliar a órbita da vida.
(C) viver sem sonhar.
(B) cantar a liberdade como nossos avós.
(D) viver sem qualquer obrigação.
77)A liberdade é tão fundamental ao homem que:
(A) certamente se prefere a morte à liberdade.
(B) com liberdade tudo se consegue na vida.
(C) onde não há liberdade não há pátria.
(D) sem liberdade não se constrói coisa alguma.
78)Em “Ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado (...)"os
termos destacados se referem a pessoas que:
(A) comportam-se de forma imprevisível.
(B) desobedecem às regras e às convenções.
(C) fazem só o que os outros lhes determinam.
(D) sabem muito bem o que devem realizar.
79)No segundo parágrafo do texto, entende-se que a Liberdade é:
(A) a inspiração para cantos antigos e modernos.
(B) o bem mais precioso do homem.
(C) um bem esquecido por nossos parentes.
(D) uma luta que, às vezes, vale a pena travar.
80)A questão central tratada no texto:
(A) a emoção dos antepassados.
(C) a liberdade humana.
(B) a felicidade das pessoas
(D) o combate à escravidão.
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TEXTO 31 - questões 81 e 82.
81)O anúncio promove um novo produto e para isso utiliza a linguagem verbal (texto) e a linguagem não verbal (imagem). Como o texto, na parte inferior do anúncio visa persuadir o consumidor.
Nesse caso, que recursos foram empregados?
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82) Todo núncio visa persuadir o consumidor. Nesse caso, que recursos foram empregados?
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TEXTO E CONTEXTO – A CONTEXTUALIZAÇÃO.
A leitura de um texto se dá primeiramente a partir do processo de decodificação,
quando temos contato com o “conteúdo” e buscamos compreendê-lo. Existem elementos que nos
ajudam a interpretar os textos que estão a nossa volta, mas para que se possa compreender bem um
texto é necessário identificar o contexto (social, cultural, estético, político) no qual ele está inserido.
Essa identificação vai depender do conhecimento sobre o que está sendo abordado e as
conclusões referentes ao texto. Em determinados textos a informação sobre acontecimentos passa-
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dos contribui para sua compreensão. Por isso, quanto mais variado o campo de conhecimento, mais
facilidade encontrará o leitor para ler e interpretar textos.
*O que é contextualizar? - essa palavra tem origem no latim e quer dizer ‘colocar
alguém a par de algo’. O contexto é a ligação entre o texto e o que existe fora dele.
Quando contextualizamos, queremos apresentar a conjuntura de uma situação, ou seja,
todas as circunstâncias – sociais, históricas, culturais, políticas, econômicas – em torno de um acontecimento.
Na verdade, tudo o que falamos ou escrevemos faz parte de um contexto. Até quando
alguém conta uma piada, rimos porque evocamos o contexto que está relacionado a ela. Provavelmente, a pessoa que não riu não entendeu a piada, de alguma forma, não conseguiu recuperar o seu
contexto e o seu significado ficou comprometido.
Compreender o contexto é muito importante para conseguirmos saber o sentido dos
textos escritos – uma reportagem no jornal, um e-mail, um livro – e também dos textos orais – desde um bate papo entre amigos a uma apresentação na escola ou na faculdade.
Para entender um acontecimento precisamos capturar o contexto, quando escrevemos,
temos que deixar nossas ideias bem ancoradas nele. Assim, os argumentos ficam mais claros para o
leitor.
O termo contextualizar se refere ao fato de adicionar uma situação, acontecimento ou
discurso ao ambiente onde está inserido. Assim, esta expressão de deve fundamentalmente ao ambiente discursivo, onde um determinado texto produz certo significado em relação a outro. O fato de
contextualizar é importante para uma atribuição de sentido adequado, de modo que apenas algumas
circunstâncias podem ser compreendidas.
Do ponto de vista do discurso, pode-se dizer que contextualizar é colocar um texto
dentro do outro a partir de um determinado tema. Neste sentido, podemos destacar as observações
de Mikhail Bakhtin sobre os gêneros discursivos. Conforme suas afirmações, cada discurso se submete a um determinado tipo de regras e interage com outros discursos sobre o mesmo tema. Desta
forma, é importante perceber que se torna impossível compreender um texto se entender o seu contexto.
Contextualização é o ato pelo qual se leva em conta o contexto de uma situação, acontecimento ou fato, seja este privado ou público. É sem dúvida de grande importância conhecer a
contextualização que se pode realizar de uma situação porque ela não será a mesma dos outros contextos. Portanto, se a contextualização não foi devidamente desenvolvida, pode facilmente levar a
mal entendidos e confusões, assim como a erros científicos de má interpretação histórica (por exemplo, quando os elementos que causam o decorrer histórico são retirados e isolados do contexto
particular em que ocorrem).
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
SILVA, Marina Cabral Da. "O texto e o contexto"; Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/redacao/o-texto-contexto.htm>. Acesso em 11 de abril de 2016.
TEXTO 32 - questão 83.
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83)
O rato Níquel Náusea, falando indiretamente, tenta ensinar a seu companheiro um pouco de
etiqueta. Qual teria sido a intenção do quadrinista nesse texto?
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TEXTO 33 - questões 84 a 100.
84)A história em quadrinhos é um texto? Por quê?
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85) Nos três quadrinhos. Quantos personagens aparecem?
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86)Como é indicada a fala dos personagens?
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87)Só a leitura dos balões não basta para entender a história. O que mais é preciso observar?
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88) Explique como acontece a linguagem na história em quadrinhos.
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89) No primeiro quadrinho, uma baratinha provoca o rato Níquel. O que ela diz ao rato?
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90)Qual foi a reação do rato?
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91)Como e onde estão desenhados os dois personagens?
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92)Como sabemos, só de olhar para o desenho, que estão conversando?
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93) No 2º quadrinho, Níquel e a baratinha estão deslizando por uma corrente de água. Como é essa
água?
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94) No 3º quadrinho, sabemos que Níquel está saindo do esgoto porque ele fala isso. O desenho
ajuda a ver que ele está saindo do esgoto? Por quê?
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95) O esgoto desemboca na praia. Níquel gosta de descobrir isso? Explique :
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96) Como o desenho de Níquel mostra essa reação?
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97) A frase que ele disse tem dois recursos que também mostram isso. Um recurso é a escolha de
um adjetivo, outro é a pontuação. Explique.
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98) a) O 1º e o 2º quadrinhos mostram um ambiente fechado. O 3º quadrinho mostra um ambiente
aberto. Qual é o ambiente dos dois primeiros quadrinhos? E o do 3º quadrinho?
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99) Como o desenho mostra que Níquel saiu de dentro do esgoto, que ele agora está do lado de fora?
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100) Níquel diz que é genial o esgoto sair direto na praia. Por que ele diz isso? Explique:
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TEXTO 34 - questões 101 e 102.
ORDEM DE SERVIÇO Nº 01 – DRH
O Chefe Geral do Departamento de Recursos Humanos, no uso de suas atribuições legais e CONSIDERANDO que o regulamento interno admite que sejam relevadas até três
faltas do funcionário durante o mês, motivadas por doença comprovada mediante apresentação imediata do atestado médico;
CONSIDERANDO a necessidade de haver controle rigoroso com relação às faltas do funcionário
até 03 (três) dias, justificadas mediante a utilização de atestados médicos emitidos por profissionais
particulares e/ou SAS;
CONSIDERANDO, ainda, o dever funcional imposto ao funcionário de se submeter à inspeção
médica sempre que for determinado pela autoridade competente, até como forma de assegurar melhores condições de saúde dos funcionários pertencentes ao Quadro de Pessoal dessa Empresa RESOLVE:
RECOMENDAR aos chefes de Departamento, sempre que lhes forem apresentados atestados médicos particulares para justificar até três ausências no período de um mês, ou que excederem o limite
de 09 (nove) ao ano, que adotem providências para que seja o funcionário encaminhado à Divisão
de Medicina e Saúde Ocupacional, para submeter-se à inspeção e avaliação de suas condições de
saúde.
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101) De acordo com o texto, é CORRETO afirmar:
a) O funcionário tem assegurado o direito de faltar ao serviço, sem necessidade de comprovação,
três vezes por mês.
b) Os funcionários deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional da empresa toda vez que justificar faltas apresentando atestados médicos emitidos por profissionais particulares ou SAS.
c) Os chefes de Departamento têm até três dias para apurar com rigor as faltas de funcionários.
d) Deverão ser encaminhados à Divisão de Medicina e Saúde Ocupacional os funcionários que apresentarem três atestados médicos no período de um mês e os que apresentarem mais de nove faltas durante o ano.
e) A finalidade do chefe do Departamento de Recursos Humanos é informar os chefes de departamento sobre os direitos dos funcionários de poderem faltar três dias por mês.
102)O termo “relevadas”, em destaque no texto, pode ser substituído, sem perda do sentido,
por:
a) perdoadas.
b) punidas.
c) confirmadas.
d) impostas.
e) reexaminadas.
TEXTO 35 - questões 103 a 105.
O homem entrou na favela desarmado.
A polícia entrou na favela desarmada.
103)Pode-se afirmar que as 2 frases são ambíguas, ou seja, têm duplo sentido? Explique:
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104) Reescreva a oração 1, alterando seus termos, de forma que não altere seu sentido.
________________________________________________________________________________
105) Reescreva a oração 2, de forma a desfazer a ambiguidade.
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TEXTO 36 - questões 106 a 113.
Esfregar a mão num machucado diminui a dor?
Yuri Vasconcelos
Sim. Quem não se lembra de um dia, quando criança, ter levado um tombo, correr chorando para os braços do pai ou da mãe, receber um carinho no dodói e, como num passe de mágica, sentir a dor abrandar ou sumir? Pois bem, se você tem filhos, deve ter continuado a repetir a
receita, mas sempre pensando que os efeitos benéficos do carinho eram resultado apenas de uma,
digamos, sugestão psicológica, certo? Errado. Massagear, pressionar ou friccionar um machucado
ajuda mesmo a amenizar a dor. A razão para isso é neurológica, conforme explica Cláudio Fernandes Correa, coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia do Hospital 9 de Julho, de São
Paulo.
“Quando nos machucamos, os estímulos dolorosos são percebidos por terminações nervosas existentes na pele e conduzidos por um grupo de fibras nervosas chamadas A-delta e C, espalhadas por todas as regiões do nosso corpo, para a medula espinhal e depois para o cérebro. Acontece que, quando pressionamos ou friccionamos o local, ativamos outra fibra nervosa, chamada Abeta, que ajuda a inibir na medula a propagação do estímulo de dor para o cérebro”, diz o médico. Com isso, o estímulo “morre” na medula e, como não chega ao cérebro, não percebemos a
sensação dolorosa. Moral da história: muitas vezes um carinho é mesmo o melhor remédio.
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106)Entre os trechos abaixo, qual mais se aproxima da linguagem oral? Assinale-o:
A) “ Pois bem, se você tem filhos, deve ter continuado a repetir a receita, mas sempre pensando
que os efeitos benéficos do carinho eram resultado apenas de uma, digamos, sugestão psicológica,
certo? Errado.”
B) “Quando nos machucamos, os estímulos dolorosos são percebidos por terminações nervosas
existentes na pele e conduzidos por um grupo de fibras nervosas chamadas A-delta e C, espalhadas
por todas as regiões do nosso corpo, para a medula espinhal e depois para o cérebro.
C) “Moral da história: muitas vezes um carinho é mesmo o melhor remédio.”
107)Marque a alternativa que expressa o efeito de sentido dado pelo uso da linguagem oral no
trecho que você marcou na questão anterior:
A) Fazer com que o leitor pare de ler para responder aos questionamentos feitos.
B) Simular um diálogo com o leitor, antecipando seus possíveis comentários, para despertar seu
interesse pessoal no assunto.
C) Dar maior credibilidade às informações apresentadas.
108)O texto foi escrito de maneira informal. Que palavra, no título, evidencia essa informalidade?
_______________________________________________________________________________
109)No início do texto, foi usado um termo que revela informalidade de maneira explícita. Qual é
essa palavra e por que é tão informal?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
110) Que provérbio foi usado para escrever a moral da história do texto?
________________________________________________________________________________
111) Provérbios são manifestações da sabedoria popular, pois fazem parte da cultura oral de um
povo. Por isso, são muito usados em conversas informais, típicas do cotidiano. Nesse caso, qual o
efeito do uso do provérbio como forma de concluir um texto com assunto de natureza científica?
Marque a alternativa CORRETA:
A) Romper com a estrutura e a organização do texto, pois não se relaciona com o assunto ou com a
forma como ele foi escrito.
B) Aproximar o leitor do tema abordado tratado por meio do uso de um recurso típico de conversas
informais, cotidianas, para concluir o texto.
112)Releia os trechos do texto:
a) “Com isso, o estímulo “morre” na medula e, como não chega ao cérebro, não percebemos a sensação dolorosa.”
A expressão “com isso” expressa, nesse contexto, uma ideia de:
(
) explicação
(
) conclusão
(
) oposição
b) As informações: “ o estímulo morre na medula” e “ (o estímulo) não chega ao cérebro” estabelecem entre si uma relação de:
( ) causa e consequência
(
) comparação
(
) conclusão
113) Selecione as principais informações do texto, escrevendo, de maneira sucinta ( resumida, curta) o que é informado no texto sobre:
a)as atitudes que ajudam a amenizar ( abrandar, acalmar) a dor:
________________________________________________________________________________
b)a natureza da razão pela qual a dor é amenizada.
________________________________________________________________________________
9º Ano
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TEXTO 37 - questões 114 a 119.
Quando a fila não anda.
Tese da UnB verifica comportamento dos brasileiros na espera. Eles não gostam de brigar e
preferem ignorar os furões.
(Agência UnB) – Cordial e pacífico. O brasileiro não gosta de brigar por seus direitos,
principalmente quando o assunto é fila, seja no banco, no supermercado, na rodoviária ou no aeroporto. E , até mesmo quando ele percebe que alguém “furou” a ordem, prefere fingir que não viu.
No máximo, cutuca o ombro do intruso e diz de um jeito tranquilo: “Ô, amigo, a fila terminal á
trás!”. As principais reações dos indivíduos nas filas foram observadas e analisadas pelo pesquisador Fábio Iglesias, do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). Ele é o único do
Brasil a estudar o assunto.
O psicólogo defendeu a tese de doutorado Comportamento em filas de espera: uma abordagem multimétodos em março de 2007. Antes de chegar a essas conclusões, Iglesias realizou
seis estudos, por isso o nome multimétodos. Ele elaborou instrumentos, bancou o “fura-filas”e descobriu comportamentos inusitados. Entre eles, a diferença entre o que o brasileiro fala e o que ele
realmente faz. “Muitos dizem que vão reclamar se alguém faz isso”, revela.
Em um dos experimentos, Iglesias furava a fila na rodoviária do Plano Piloto, sempre na
10a posição. Em 206 intrusões, ele observou que 80% dos indivíduos não reagiam e o restante apenas falava cordialmente. Em nenhuma das vezes houve violência física. As intromissões foram feitas de três modos: uma mulher furava a fila, um homem ou um casal. Em todos os casos, eles ficavam apenas 40 segundos e depois saíam da fila. O maior grau de incômodo foi causado pelo casal e
não houve diferenças se o intruso era homem ou mulher ou ainda se quem estava na fila na posição
posterior a ele também era homem ou mulher.
DESAGRADÁVEL – embora quase todo mundo pense que a fila é um local desagradável, uma escala com 20 itens desenvolvida por Iglesias e aplicada em 302 usuários no Distrito
Federal mostrou que o maior fator de incômodo é não saber quanto tempo o indivíduo terá de esperar. Para resolver o problema, o psicólogo sugere a colocação de um visor, ou a simples justificativa
da demora.
Nessa fase do estudo, Iglesias também descobriu que, entre aqueles que têm nível de
escolaridade maior, há mais reclamações quanto à demora, do que entre o de nível mais baixo. “Nas
classes mais baixas, as opções são mais restritas e os indivíduos já estão mais acostumados a tolerar
a espera. É o caso, por exemplo, dos serviços bancários”, explica o psicólogo.
(….)
Em uma outra etapa da pesquisa, foram feitas duas simulações: uma fila de banco e
outra de cinema. O pesquisador descreveu o cenário de intrusão na fila para 218 indivíduos. O caso
do banco gerou mais reações que o do cinema. “As pessoas não têm tanto controle sobre situações
de banco, que são obrigatórias, quanto têm no cinema, que é uma atividade de lazer e opcional. Por
isso, se aborrecem mais com a primeira simulação”, explica Iglesias.
As reações descritas pelos indivíduos na situação sugerida foram mais intensas quando
comparadas ao experimento realizado na rodoviária, onde ele apenas invadia a fila e outros pesquisadores observavam o comportamento. “Isso mostra que os indivíduos dizem uma coisa, mas se
comportam de outra forma na prática”, explica Iglesias, que dá aulas em uma faculdade particular
de Brasília. Em uma escala de 0 a 100,66% disseram que reagiriam de alguma forma.
O psicólogo também filmou, durante dois meses, filas no horário de pico do almoço de
um restaurante coletivo e observou 57 intrusões. Não houve diferença significativa entre os sexos e
geralmente os furões entravam “como quem não quer nada”, ou falando ao celular, olhando para o
lado ou cumprimentando alguém da fila. A maior parte dos que já estavam na fila fingiu não ver.
(…)
Todos os experimentos não demonstraram diferenças significativas entre homens e
mulheres.
9º Ano
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114) Que motivos levaram o redator do texto a atribuir ao brasileiro, já no início do texto, os adjetivos “cordial e pacifico”? Que outros termos poderiam ser usados para sugerir características semelhantes nesse contexto?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
115) Fábio Iglesias, o responsável pela pesquisa, é psicólogo e membro do Instituto de Psicologia
da Universidade de Brasília. Qual a importância dessas informações para o texto?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
116) De que maneira o pesquisador evidenciou, no título de sua tese, o uso de diferentes instrumentos de pesquisa?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
117) Para ser publicado em uma revista, além de trazer veracidade, o texto de uma notícia deve apresentar as informações de maneira acessível e agradável ao maior número possível de leitores que
compõem o seu público- alvo.
a) Quais grupos, entre os citados a seguir, representam a maioria do público- alvo de uma revista de
natureza científica? Assinale 3 opções:
( ) crianças
( ) adolescentes
( ) universitários
( ) empresários
( ) professores
(
) vendedores
b) Quanto à linguagem, pode-se afirmar que o texto foi escrito:
(
) de acordo com a norma-padrão, em seu aspecto mais formal, pois trata de um assunto comprovado pela ciência.
( ) de acordo com a norma-padrão, com alguns trechos apresentados aspectos próprios da linguagem informal, como o uso dos “termos fura-fila”, “furões” e da expressão “entravam como quem
não quer nada”.
(
) for a da norma-padrão, pois apresenta, já no primeiro parágrafo, termos como “furou” e frases como “O, amigo, a fila terminal á atrás!”, fora de contexto.
118) As aspas são recursos comuns em textos de função informativa, com a notícia, e podem ser
usadas com diferentes finalidades. No texto “Quando a fila não anda”, as aspas foram utilizadas
diversas vezes, a fim de marcar diferentes situações. Copie:
a)Dois termos, típicos da linguagem popular, usados para fazer referência ao comportamento de
quem não respeita a ordem das filas:
________________________________________________________________________________
b)Um trecho que revele a citação da fala literal de outra pessoa, ou seja, de alguém que não é o
autor do texto e que representa uma autoridade no assunto:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
c)Um trecho em que foi feita a simulação da fala de um personagem fictício para ilustrar uma situação escrita:
________________________________________________________________________________
d)Uma expressão comum na oralidade, usada para caracterizar a maneira como aconteciam as intrusões:
________________________________________________________________________________
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119) A que conclusões se chegou, por meio da pesquisa, no que diz respeito:
a)ao que os brasileiros dizem em relação ao que fazem?
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b)Ao que mais incomoda as pessoas?
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________________________________________________________________________________
c)Ao nível de escolaridade em relação às reações?
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
d)Às reações em situações obrigatórias e de lazer?
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e)Às diferenças entre as reações de homens e de mulheres?
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TEXTO 38 – questão 120
ENEM 2015Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado
em Indiana, México e França, usando os mais avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na Coréia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias, feitas em Nova York para serem veiculadas no mundo todo. Teias globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente.
120)A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupões o uso de:
A) linhas de montagem e formação de estoques
B) empresas burocráticas e mão de obra barata
C) controle estatal e infraestrutura consolidada
D) organização em rede e tecnologia de informação
E) gestão centralizada e protecionismo econômico
TEXTO 39 – questão 121.
ENEM 2015Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por
imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode
agregar valor econômico na medida de seu incremento técnico, amplitude do espelhamento e da
atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas
com supostos “ganhos distributivos”(a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo do ˜espelhamento˜.
121)A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza:
a) a prática identitária autorreferente
b) a dinâmica política democratizante
c) a produção instantânea de notícias
d) os processos difusores de informações
e) os mecanismos de convergência tecnológica
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TEXTO 40 – questão 122.
ENEM 2015Crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos
dominar todas as coisas pelo cálculo.
122) Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o (a):
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência
TEXTO 41 – questão 123.
ENEM 2015Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil conceberam o chamado ˜princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente,
ainda que não se possa avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado
por eles, deve-se evitá-los ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avalições antes de sua
liberação.
123) O texto expõe uma tendência representativa do pensamento social contemporâneo, na qual o
desenvolvimento de mecanismos de acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo:
a) priorizar os interesses econômicos em relação aos seres humanos e à natureza.
b) negar a perspectiva científica e suas conquistas por causa de riscos tecnológicos
c) instituir o diálogo público sobre mudanças tecnológicas e suas consequências.
d) combater a introdução de tecnologias para travar o curso das mudanças sociais
d) romper o equilíbrio entre benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico.
TEXTO 42 – questão 124.
ENEM 2015
Só num sentido muito restrito, o indivíduo cria com seus próprios recursos
o modo de falar e de pensar que lhe são atribuídos. Fala o idioma de seu grupo; pensa à maneira de
seu grupo. Encontra a sua disposição apenas determinadas palavras e significados. Estas não só determinam, em grau considerável, as vias de acesso mental ao mundo circundante, mas também mostram, ao mesmo tempo, sob que ângulo e em que contexto de atividade os objetos foram até agora
perceptíveis ao grupo ou ao indivíduo.
MANNHEIM, K. Ideologia e utopia. Porto Alegre: Globo, 1950 (adaptado).
9º Ano
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124)Ilustrando uma proposição básica da sociologia do conhecimento, o argumento de Karl Mannheim defende que o (a):
a) conhecimento sobre a realidade é condicionado socialmente.
b) submissão ao grupo manipula o conhecimento do mundo.
c) divergência é um privilégio de indivíduos excepcionais.
d) educação formal determina o conhecimento do idioma.
e) domínio das línguas universaliza o conhecimento.
TEXTO 43 – questão 125.
ENEM 2015
A Unesco condenou a destruição da antiga capital assíria de Nimrod, no Iraque,
pelo Estado Islâmico, com a agência da ONU considerando o ato como um crime de guerra. O grupo iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueológicos em uma área reconhecida como um dos berços da civilização.
(Unesco e especialistas condenam destruição de cidade assíria pelo Estado Islâmico. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar. 2015 - adaptado).
125)O tipo de atentado descrito no texto tem como consequência para as populações de países como o Iraque a desestruturação do (a):
a) homogeneidade cultural.
b) patrimônio histórico.
c) controle ocidental.
d) unidade étnica.
e) religião oficial.
TEXTO 44 – questão 126.
ENEM 2015
A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de concepções políticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação
ambiental, que sugere uma ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu aproveitamento econômico sob qualquer justificativa.
PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 - adaptado.
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126) Considerando as atuais concepções políticas sobre a questão ambiental, a dinâmica caracterizada no texto quanto à proteção do meio ambiente está baseada na:
a) prática econômica sustentável.
b) contenção de impactos ambientais.
c) utilização progressiva dos recursos naturais.
d) proibição permanente da exploração da natureza.
e) definição de áreas prioritárias para a exploração econômica.
TEXTO 45 – questão 127.
ENEM 2015
Algumas regiões do Brasil passam por uma crise de água por causa
da seca. Mas uma região de Minas Gerais está enfrentando a falta de água no campo tanto em tempo de chuva como na seca. As veredas estão secando no norte e no noroeste mineiro. Ano após ano,
elas vêm perdendo a capacidade de ser a caixa-d’água do grande sertão de Minas.
127)As veredas têm um papel fundamental no equilíbrio hidrológico dos cursos de água no ambiente do Cerrado, pois:
a) colaboram para a formação de vegetação xerófila
b) formam os leques aluviais nas planícies das bacias
c) fornecem sumidouro para as águas de recarga da bacia
d) contribuem para o aprofundamento dos talvegues à jusante.
e) constituem um sistema represador da água na chapada.
As veredas constituem um sistema que guarda a água na chapada, como uma represa. Veja
abaixo a foto de uma represa.
TEXTO 46 – questão 128.
ENEM 2015
Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um
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plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.
128) A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de:
a) monitoramento da produção
b) valorização do preço da terra
c) correção dos fatores climáticos
d) divisão de tarefas na propriedade
e) estabilização da fertilidade do solo.
TEXTO 47 – questão 129.
ENEM 2015
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a
água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem
das coisas, em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar,
porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.
129) O que, de acordo com Nietzche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais
b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas
c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes
d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas
e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
TEXTO 48 – questão 130.
ENEM 2015
Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina
americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora
amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo
americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.
ZIZEK. S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Bom Tempo.
2003.
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130)A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do (a):
a) prática da diplomacia.
b) exercício da alteridade.
c) expansão da democracia.
d) universalização do progresso.
e) conquista da autodeterminação.
TEXTO 49 – questão 131.
ENEM 2015
Bandeira do Brasil, é hoje a única. Hasteada a esta hora em todo o
território nacional e só, não há lugar no coração do Brasil para outras flâmulas, outras bandeiras,
outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não consentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo!
131) O discurso proferido em uma celebração em que as bandeiras estaduais eram queimadas diante da bandeira nacional revela o pacto nacional proposto pelo Estado Novo, que se associa à:
a) supressão das diferenças socioeconômicas entre as regiões do Brasil, priorizando as regiões estaduais
carentes.
b) orientação do regime quanto ao reforço do federalismo, espelhando-se na experiência política
norte-americana.
c) adoção de práticas políticas autoritárias, considerando a contenção dos interesses regionais dispersivos.
d) propagação de uma cultura política avessa aos ritos cívicos, cultivados pela cultura regional brasileira.
e) defesa da unidade do território nacional, ameaçando por movimentos separatistas contrários à
política varguista.
TEXTO 50 – questão 132.
ENEM 2015
Atualmente, as represálias econômicas contra as empresas de informática
norte-americanas continuam. A Alemanha proibiu um aplicativo dos Estados Unidos de compartilhamento de carros; na China, o governo explicou que os equipamentos e serviços de informática
norte-americanos representam uma ameaça, pedindo que as empresas estatais não recorram a eles.
SCHILLER, D. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 11 nov. 2014 - adaptado.
132)As ações tomadas pelos países contra a espionagem revelam preocupação com o (a):
a) subsídio industrial.
b) hegemonia cultural.
c) protecionismo dos mercados.
d) desemprego tecnológico.
e) segurança dos dados.
TEXTOS 51 e 52 – questão 133.
ENEM 2015 (adaptado)
TEXTO 51
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho,
dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1987.
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TEXTO 52
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um
rapaz de 16 a 18 anos, um preto alto e magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as
armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa
guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina,
1902.
133) Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos
sertanejos, respectivamente, como fruto da:
a) manipulação e incompetência.
b) ignorância e solidariedade.
c) hesitação e obstinação.
d) esperança e valentia.
e) bravura e loucura.
TEXTOS 53 e 54 – questão 134.
ENEM 2015 (adaptado)
TEXTO 53
Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas
em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a
partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania
negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 - adaptado.
TEXTO 54
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de
Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e
com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e
dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa
de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda
parte.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 - adaptado.
134) Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no 1º texto que complementa os
argumentos apresentados no 2º texto é o (a):
a) variedade das estratégias de resistência dos cativos.
b) controle jurídico exercido pelos proprietários.
c) inovação social representada pela lei.
d) ineficácia prática da libertação.
e) significado político da Abolição.
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TEXTO 55 – questão 135.
ENEM 2015
A participação da África na Segunda Guerra Mundial deve ser apreciada sob
a ótica da escolha entre vários demônios. O seu engajamento não foi um processo de colaboração
com o imperialismo, mas uma luta contra uma forma de hegemonia ainda mais perigosa.
MAZRUI, A. “Procurai primeiramente o reino do político …” In:
MAZRUI, A., WONDJI, C. (Org.).História geral da África: África desde 1925. Brasília: Unesco,
2010.
135)Para o autor, a “forma de hegemonia” e uma de suas características que explicam o engajamento dos africanos no processo analisado foram:
a) Comunismo / rejeição da democracia liberal.
b) Capitalismo / devastação do ambiente natural.
c) Fascismo / adoção do determinismo biológico.
d) Socialismo / planificação da economia nacional.
e) Colonialismo / imposição da missão civilizatória.
TEXTO 56 – questão 136.
ENEM 2015
Não nos resta a menor dúvida de que a principal contribuição dos diferentes
tipos de movimentos sociais brasileiros nos últimos vinte anos foi no plano da reconstrução do processo de democratização do país. E não se trata apenas da reconstrução do regime político, da retomada da democracia e do fim do Regime Militar. Trata-se da reconstrução ou construção de novos
rumos para a cultura do país, do preenchimento de vazios na condução da luta pela redemocratização, constituindo-se como agentes interlocutores que dialogam diretamente com a população e com
o Estado.
(GOHN, M. G. M. Os sem-terras, ONGs e cidadania. São Paulo: Cortez, 2003 - adaptado).
136) No processo da redemocratização brasileira, os novos movimentos sociais contribuíram para:
a) diminuir a legitimidade dos novos partidos políticos então criados.
b) tornar a democracia um valor social que ultrapassa os momentos eleitorais.
c) difundir a democracia representativa como objetivo fundamental da luta política.
d) ampliar as disputas pela hegemonia das entidades de trabalhadores com os sindicatos.
e) fragmentar as lutas políticas dos diversos atores sociais frente ao Estado.
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TEXTO 57 – questão 137.
ENEM 2015 – adaptado.
A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença
entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela
reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes,
2003.
137)Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles:
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.
TEXTO 58 – questão 138.
ENEM 2015
SCHWARCZ, L. M. As barbas do imperador. D. Pedro II, um monarca nos
trópicos. São Paulo: Cia. Das Letras, 1998 (adaptado).
9º Ano
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138) Essas imagens de D. Pedro II foram feitas no início dos anos de 1850, pouco mais de uma década após o Golpe da Maioridade. Considerando o contexto histórico em que foram produzidas e os
elementos simbólicos destacados, essas imagens representavam um:
a) jovem maduro que agiria de forma irresponsável.
b) imperador adulto que governaria segundo as leis.
c) líder guerreiro que comandaria as vitórias militares.
d) soberano religioso que acataria a autoridade papal.
e) monarca absolutista que exerceria seu autoritarismo.
TEXTO 59 – questão 139.
ENEM 2015
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária proeminência da
palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a
discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo
político.
VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 – adaptado.
139) Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função:
a) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
b) permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
c) constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
d) reunir os exercícios para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de
guerra.
e) congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
TEXTO 60 – questão 140.
ENEM 2015
No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais,
unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse
sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 - adaptado.
140)Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
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TEXTO 61 – questão 141.
ENEM 2015
Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (14601475) e cada uma delas representa um mês, de janeiro a dezembro.
Disponível em: www.ac-grenoble.fr. Acesso em: 10 mai. 2012.
141) Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção de tempo:
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.
b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.
TEXTOS 62 e 63 – questão 142.
ENEM 2015 – adaptado.
TEXTO 62
O processo de concentração urbana no Brasil em determinados locais teve
momentos de maior intensidade e, ao que tudo indica, atualmente passa por uma desaceleração do
ritmo de crescimento populacional nos grandes centros urbanos.
BAENINGER, R. Cidades e metrópoles: a desaceleração no crescimento populacional e novos arranjos regionais. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso
em: 12 dez. 2012 - adaptado.
TEXTO 63
Cresc. Vegetativo = (Número de nascimentos – Número de mortes)%
A população ainda está crescendo, entretanto, esse fluxo está indo com maior intensidade para o
interior dos Estados e do país.
Podemos citar alguns fatores:
9º Ano
63
1 – Realocação da atividade industrial
2 – Melhor qualidade de vida no interior
3 – Menor custo de vida. Menor preço de casas, terrenos, escolas, serviços.
4 – Melhor fluxo de trânsito.
5 – Melhora da infraestrutura das médias cidades.
Veja na tabela abaixo que se 1970 a 2000 a população de SP quase dobrou. Enquanto que de 2000 a
2010 a população cresceu menos de 10%.
142)Uma causa para o processo sócio- espacial mencionado no texto é o(a):
a) carência de matérias-primas.
b) degradação da rede rodoviárias.
c) aumento do crescimento vegetativo.
d) centralização do poder político.
e) realocação da atividade industrial.
TEXTOS 64 – questão 143.
ENEM 2015
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do
piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua
vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim.
( AQUINO. T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 - adaptado).
143) No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de
a) refrear os movimentos religiosos contestatórios.
b) promover a atuação da sociedade civil na vida política.
c) unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
d) reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
e) dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
TEXTO 65 – questão 144.
ENEM 2015
A Justiça Eleitoral foi criada em 1932, como parte de uma ampla reforma no processo eleitoral incentivada pela Revolução de 1930. Sua criação foi um grande avanço institucional,
garantindo que as eleições tivessem o aval de um órgão teoricamente imune à influência dos mandatários.
TAYLOR, M. Justiça Eleitoral. In: AVRITZER, L.; ANASTASIA,
F. Reforma política no Brasil. Belo Horizonte: UFMG, 2006 (adaptado).
9º Ano
64
144) Em relação ao regime democrático no país, a instituição analisada teve o seguinte papel:
a) Implementou o voto direto para presidente.
b) Combateu as fraudes sistemáticas nas apurações.
c) Alterou as regras para as candidaturas na ditadura.
d) Impulsionou as denúncias de corrupção administrativa.
e) Expandiu a participação com o fim do critério censitário.
TEXTO 66 – questão 145.
ENEM 2015
Voz do sangue
Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue.
Ó negro esfarrapado
do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South
Ó negro da África
negros de todo o mundo
Eu junto
ao vosso magnifico canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.
Eu vos acompanho
pelas emaranhadas Áfricas
do nosso Rumo.
Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a nossa história
meus irmãos.
Disponível em: www.agostinhoneto.org. Acesso em: 30 jun. 2015.
145)Nesse poema, o líder angolano Agostinho Neto, na década de 40, evoca o pan-africanismo
com o objetivo de:
a) incitar a luta por políticas de ações afirmativas na América e na África.
b) reconhecer as desigualdades sociais entre os negros de Angola e dos Estados Unidos.
c) descrever o quadro de pobreza após os processos de independência no continente africano.
d) solicitar o engajamento dos negros estadunidenses na luta armada pela independência em Angola.
e) conclamar as populações negras de diferentes países a apoiar as lutas por igualdade e independência.
9º Ano
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TEXTO 67 – questão 146.
ENEM 2015
Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte com representações de
bandeirantes no acervo do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que homenageava o
sertanista que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por
verba estadual, foi simultânea à emergência de uma interpretação histórica que apontava o fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo,
concepção essa que se consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do século XX.
( MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, 2007. )
146)A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como
propósito a construção de uma memória que:
a) afirmava a centralidade de um estado na política do país.
b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira.
c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional.
d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social.
e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial.
TEXTO 68 – questão 147.
ENEM 2015
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a
justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam
no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No
entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS. J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
147) O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava
que a correlação entre justiça e ética é resultado de:
a) determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
9º Ano
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TEXTO 69 – questão 148.
ENEM 2015
Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é
compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais
decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas
entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do
afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras,
1995.
148)Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na:
a) rigidez das normas jurídicas.
b) prevalência dos interesses privados.
c) solidez da organização institucional.
d) legitimidade das ações burocráticas.
e) estabilidade das estruturas políticas.
TEXTO 70 – questão 149.
ENEM 2015
O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.
LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado)
149)A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia
como elemento promotor da:
a) expansão da fronteira agrícola.
b) remoção de populações nativas.
c) superação da condição de pobreza.
d) valorização de identidades coletivas.
e) implantação de modernos projetos agroindustriais.
9º Ano
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TEXTO 71 – questão 150.
ENEM 2015
Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência.
Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos
capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
150)Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que:
a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação.
b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.
e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria.
TEXTO 72 – questão 151.
ENEM 2015
Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das estações e as alternâncias de dia e noite.
Com a iluminação noturna, a escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a separação tradicional entre trabalho e descanso – todas as partes do dia podem ser aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO. A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza: Museu
do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
151)Em relação ao mundo do trabalho, a transformação apontada no texto teve como consequência
a:
a) melhoria da qualidade da produção industrial.
b) redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
c) permissão ao trabalhador para controlar seus próprios horários.
d) diminuição das exigências de esforço no trabalho com máquinas.
e) ampliação do período disponível para a jornada de trabalho.
TEXTO 73 – questão 152.
ENEM 2015
Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno está esmagado
por um profundo sentimento de impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado, para
as catástrofes que se avizinham. Por isso, desde já, saliente-se a necessidade de uma permanente
atitude crítica, o único modo pelo qual o homem realizará sua vocação natural de integrar-se, superando a atitude do simples ajustamento ou acomodação, aprendendo temas e tarefas de sua época.
FREIRE. P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2011.
9º Ano
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152)Paulo Freire defende que a superação das dificuldades e a apreensão da realidade atual será
obtida pelo (a):
a) desenvolvimento do pensamento autônomo.
b) obtenção de qualificação profissional.
c) resgate de valores tradicionais.
d) realização de desejos pessoais.
e) aumento da renda familiar.
TEXTOS 74 e 75 – questão 153.
ENEM 2015 (adaptado)
TEXTO 74
Durante a Idade Média, a sociedade cristã possuía três ordens sociais: 1º Estado:
clero; 2º Estado: nobreza; 3º Estado: camponeses. Essa organização foi defendida pela Igreja para
justificar a divisão social do feudalismo. Nesta, os estamentos clerical e senhorial eram sustentados
pelo terceiro estado, formado principalmente pelos servos. O resultado dessa relação de dominação
e exploração suscitou numerosas rebeliões de camponeses, a mais célebre das quais foi a Jacquerie,
na França do século XIV.
TEXTO 75
A casa de Deus, que acreditam una, está, portanto, dividida em três: uns oram,
outros combatem, outros, enfim, trabalham. Essas três partes que coexistem não suportam ser separadas; os serviços prestados por uma são a condição das obras das outras duas; cada uma por sua
vez encarrega-se de aliviar o conjunto… Assim a lei pode triunfar e o mundo gozar da paz.
ALDALBERON DE LAON, In: SPINOSA, F. Antologia de textos históricos
medievais. Lisboa: Sá da Costa, 1981.
153) A ideologia apresentada por Aldalberon de Laon foi produzida durante a Idade Média. Um
objetivo de tal ideologia e um processo que a ela se opôs estão indicados, respectivamente, em:
a) Justificar a dominação estamental / revoltas camponesas.
b) Subverter a hierarquia social / centralização monárquica.
c) Impedir a igualdade jurídica / revoluções burguesas.
d) Controlar a exploração econômica / unificação monetária.
e) Questionar a ordem divina / Reforma Católica.
9º Ano
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TEXTO 76 – questão 154.
ENEM 2015
A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a
saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem
Lei, nem Rei, e essa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem
medida.
GÂNGAVO, P M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 - adaptado
154)A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada demonstra a:
a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras.
b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização.
c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena.
d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses.
e) dificuldade experimentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa.
TEXTO 77 – questão 155.
ENEM 2015
O principal articulador do atual modelo econômico chinês argumenta que o
mercado é só um instrumento econômico, que se emprega de forma indistinta tanto no capitalismo
como no socialismo. Porém os próprios chineses já estão sentindo, na sua sociedade, o seu real significado: o mercado não é algo neutro, ou um instrumental técnico que possibilita à sociedade utilizá-lo para a construção e edificação do socialismo. Ele é, ao contrário do que diz o articulador, um
instrumento do capitalismo e é inerente à sua estrutura como modo de produção. A sua utilização
está levando a uma polarização da sociedade chinesa.
OLIVEIRA, A. A Revolução Chinesa. Caros Amigos, 31 jan. 2011 (adaptado)
155)No texto, as reformas econômicas ocorridas na China são colocadas como antagônicas à construção de um país socialista. Nesse contexto, a característica fundamental do socialismo, à qual o
modelo econômico chinês atual se contrapõe é a:
a) desestatização da economia.
b) instauração de um partido único.
c) manutenção da livre concorrência.
d) formação de sindicatos trabalhistas.
e) extinção gradual das classes sociais.
9º Ano
70
TEXTO 78 – questão 156.
ENEM 2015
Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outros 4
milhões corriam risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram em quase todos os EUA
e muitas famílias acabaram devendo mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso
desencadeou uma espiral de execuções hipotecárias que diminuiu ainda mais os valores das casas.
Em Cleveland, foi como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas abandonadas, com
tábuas em janelas e portas, dominaram a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na
Califórnia, também se enfileiraram casas abandonadas.
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo 2011.
156)Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu proporções globais, devido ao (à):
a) superprodução de bens de consumo.
b) colapso industrial de países asiáticos.
c) interdependência do sistema econômico.
d) isolamento político dos países desenvolvidos.
e) austeridade fiscal dos países em desenvolvimento.
TEXTO 79 – questão 157.
ENEM 2015 (adaptado)
A indústria têxtil utiliza grande quantidade de corantes no processo de tingimento dos tecidos. O escurecimento das águas dos rios causado pelo despejo desses corantes pode
desencadear uma série de problemas no ecossistema aquático.
157)Considerando esse escurecimento das águas, o impacto negativo inicial que ocorre é o (a):
a) proliferação de algas.
b) inibição da fotossíntese.
c) fotodegradação da matéria orgânica.
d) aumento da quantidade de gases dissolvidos.
9º Ano
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TEXTOS 80, 81 e 82 – questão 158.
ENEM 2015 (adaptado)
TEXTO 80
Vacinas são substâncias, que podem ser proteínas, toxinas, partes de bactérias ou vírus, ou mesmo vírus e bactérias inteiros, atenuados ou mortos, que ao serem introduzidas
no organismo de um animal, suscitam uma reação do sistema imunológico semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um determinado agente patogênico, desencadeando a produção de
anticorpos que acabam por tornar o organismo imune ou, ao menos mais resistente, a esse agente (e
às doenças por ele provocadas).
TEXTO 81
Tanto a febre amarela quanto a dengue são doenças causadas por vírus do
grupo dos arbovírus, pertencentes ao gênero Flavivírus, existindo quatro sorotipos para o vírus causador da dengue. A transmissão de ambas acontece por meio da picada de mosquitos, como o Aedes
aegypti. Entretanto, embora compartilhem essas características, hoje somente existe vacina, no Brasil, para a febre amarela e nenhuma vacina efetiva para a dengue.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de
Saúde. Dengue. Instruções para pessoal de combate ao vetor. Manual de Normas Técnicas. Disponível em http://portal.saude.gov.br Acesso em 7 agosto de 2012 – adaptado.
TEXTO 82
Ao tomar a vacina, ocorre a primeira exposição ao antígeno e temos a primeira resposta
imunológica, com a produção de anticorpos. O objetivo da vacina é que o corpo já saiba se proteger
e possua anticorpos contra os vírus ou bactérias em questão.
O problema é que às vezes o vírus sofre mutações genéticas e as vacinas obtidas no
passado (que produziam outros anticorpos) passam a não ter mais eficácia. Ainda não se consegue
fazer uma vacina eficaz contra a dengue, pois, o vírus da dengue é resistente aos anticorpos que
seriam produzidos através da resposta imunológica à vacina. A variabilidade antigénica é um mecanismo importante que os patógenos utilizam para evitar a atividade neutralizante dos anticorpos.
Esse mecanismo permite que os vírus da dengue sejam tão resistentes aos anticorpos.
9º Ano
72
158) Esse fato pode ser atribuído à:
a) maior taxa de mutação do vírus da febre amarela do que do vírus da dengue.
b) alta variabilidade antigênica do vírus da dengue em relação ao vírus da febre amarela.
c) menor adaptação do vírus da dengue à população humana do que do vírus da febre amarela.
d) presença de dois tipos de ácidos nucleicos no vírus da dengue e somente um tipo no vírus da febre amarela.
e) baixa capacidade de indução da resposta imunológica pelo vírus da dengue em relação ao
da febre amarela.
TEXTOS 83 e 84 – questão 159.
ENEM 2015 (adaptado)
TEXTO 83
Os anfíbios foram os primeiros animais que conseguiram “sair da água” na escala
evolutiva. Entretanto, ainda apresentam várias características que os impedem de viver de maneira
independente da água. A sobrevivência do grupo dos anfíbios permanece restrita a ambientes úmidos ou aquáticos porque sua pele é fina e constantemente úmida, pouco queratinizada e altamente
permeável, sua reprodução depende da água tanto para o ato em si, quanto para a vida dos girinos.
Além disso, excretam ureia, que precisa de bastante água para sua solubilização.
TEXTO 84
A maioria das espécies de anfíbios possui reprodução “explosiva” com a liberação de
inúmeros óvulos e espermatozoides na água. A vida do girino também depende da água, desde o
zigoto até os últimos estágios da sua metamorfose.
Os girinos podem fazer dois tipos de respiração, a pulmonar e a cutânea. Eles não apresentam regulação térmica por endotermia, na verdade, sua temperatura depende da temperatura do
ambiente, por isso são mais comuns em climas tropicais.
Sobre a locomoção por membros anteriores e posteriores desenvolvidos, sabemos que
eles se movimentam por saltos. Então não podemos dizer que houve toda essa evolução. Eles foram
os primeiros animais a conseguir viver (pelo menos parcialmente) fora da água.
Vale lembrar que os animais que conseguiram uma independência maior do ambiente
aquático foram os répteis, que possuem ovos de casca grossa, pele com queratina, excretam ácido
úrico.
159)Os anfíbios representam o primeiro grupo de vertebrados que, evolutivamente, conquistou o
ambiente terrestre. Apesar disso, a sobrevivência do grupo ainda permanece restrita a ambientes
úmidos ou aquáticos, devido à manutenção de algumas características fisiológicas relacionadas à
água. Uma das características a que o texto se refere é a:
a) a reprodução por viviparidade.
b) respiração pulmonar nos adultos.
c) regulação térmica por endotermia.
d) cobertura corporal delgada e altamente permeável.
e) locomoção por membros anteriores e posteriores desenvolvidos.
9º Ano
73
TEXTO 85– questão 160.
ENEM 2015
A definição de queimaduras é bem ampla, porém, basicamente, é a lesão causada
pela ação direta ou indireta produzida pela transferência de calor para o corpo. A sua manifestação
varia desde bolhas (flictenas) até formas mais graves, capazes de desencadear respostas sistêmicas
proporcionais à gravidade da lesão e sua respectiva extensão. Muitas vezes, os primeiros socorros
prestados à vítimas, ao invés de ajudar, acabam agravando ainda mais a situação do paciente.
160)Ao se deparar com um indivíduo que sofreu queimaduras com formação de flictena, o procedimento de primeiros socorros que deve ser realizado antes de encaminhar o paciente ao hospital é:
a) colocar gelo sobre a flictena para amenizar o ardor
b) utilizar manteiga para evitar o rompimento da flictena
c) passar creme dental parar diminuir a ardência da flictena
d) perfura a flictena para que a água acumulada seja liberada.
e) cobrir a flictena com gazes molhados para evitar a desidratação.
TEXTO 86– questão 161.
ENEM 2015
O rap, palavra formada pelas iniciais de rhythm and poetry (ritmo e poesia), junto
com as linguagens da dança (o break dancing) e das artes plásticas (o grafite), seria difundido, para
além dos guetos, com o nome de cultura hip hop . O break dancing surge como uma dança de rua. O
grafite nasce de assinaturas inscritas pelos jovens com sprays nos muros, trens e estações de metrô
de Nova York. As linguagens do rap , do break dancing e do grafite se tornaram os pilares da cultura hip hop.
(DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG. 2005 - adaptado)
161)Entre as manifestações da cultura hip hop apontadas no texto, o break se caracteriza como um
tipo de dança que representa aspectos contemporâneos por meio de movimentos:
a) retilíneos, como crítica aos indivíduos alienados.
b) improvisados, como expressão da dinâmica da vida urbana.
c) suaves, como sinônimo da rotina dos espaços públicos.
d) ritmados pela sola dos sapatos, como símbolo de protesto.
e) cadenciados, como contestação às rápidas mudanças culturais.
TEXTO 87– questão 162.
ENEM 2015
Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever.
Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde
sempre, das coisas
e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se
vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í.
(Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
9º Ano
74
162) A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história
da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que:
a) recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.
b) desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.
c) resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.
d) transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.
e) satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científico.
TEXTO 88– questão 163.
ENEM 2015
Riscar o chão para sair pulando é uma brincadeira que vem dos tempos do Império Romano. A amarelinha original tinha mais de cem metros e era usada como treinamento militar.
As crianças romanas, então, fizeram imitações reduzidas do campo utilizado pelos soldados
e acrescentaram numeração nos quadrados que deveriam ser pulados. Hoje as amarelinhas variam
nos formatos geométricos e na quantidade de casas. As palavras “céu” e “inferno” podem ser escritas no começo e no final do desenho, que é marcado no chão com giz, tinta ou graveto.
Disponível em: www.biblioteca.ajes.edu.br. Acesso em: 20 maio 2015 (adaptado).
163) Com base em fatos históricos, o texto retrata o processo de adaptação pelo qual passou um
tipo de brincadeira. Nesse sentido, conclui-se que as brincadeiras comportam o (a):
a) caráter competitivo que se assemelha às suas origens.
b) delimitação de regras que se perpetuam com o tempo.
c) definição antecipada do número de grupos participantes.
d) objetivo de aperfeiçoamento físico daqueles que a praticam.
e) possibilidade de reinvenção no contexto em que é realizada.
9º Ano
75
TEXTO 89– questão 164.
ENEM 2015
Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara
um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá
estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro
de 1914.
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1985.
164) No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos narrados, destaca-se a:
a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto.
b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos.
d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais.
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor.
TEXTO 90– questão 165.
ENEM 2015
Disponível em: www.behance.net. Acesso em: 21 fev. 2013 (adaptado).
Uma empresa com prêmios internacionais não poderia oferecer menos do que a melhor
qualidade em impressão digital do mundo.
165)A rapidez é destacada como uma das qualidades do serviço anunciado, funcionando como estratégia de persuasão em relação ao consumidor do mercado gráfico. O recurso da linguagem verbal
que contribui para esse destaque é o emprego:
a) do termo “fácil” no início do anúncio, com foco no processo.
b) de adjetivos que valorizam a nitidez da impressão.
c) das formas verbais no futuro e no pretérito, em sequência.
d) da expressão intensificadora “menos do que” associada à qualidade.
e) da locução “do mundo” associada a “melhor”, que quantifica a ação.
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TEXTO 91– questão 166.
ENEM 2015
As narrativas indígenas se sustentam e se perpetuam por uma tradição de transmissão
oral (sejam as histórias verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guerras recentes ou antigos;
sejam as histórias de ficção, como aquelas da onça e do macaco). De fato, as comunidades indígenas nas chamadas “terras baixas da América do Sul” (o que exclui as montanhas dos Andes, por
exemplo) não desenvolveram sistemas de escrita como os que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita do português), sejam ideogramáticos (como a escrita dos chineses) ou outros. Somente
nas sociedades indígenas com estratificação social (ou seja, já divididas em classes), como foram os
astecas e os maias, é que surgiu algum tipo de escrita. A história da escrita parece mesmo mostrar
claramente isso: que ela surge e se desenvolvem qualquer das formas – apenas em sociedades estratificadas (sumérios, egípcios, chineses, gregos etc.). O fato é que os povos indígenas no
Brasil, por exemplo, não empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a conservação e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histórias passadas e, também, das narrativas que sua
tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se transmitiram e
se desenvolveram assim. E não foram poucas: por exemplo, foram os índios que domesticaram
plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, criando o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas outras mais (e também as desenvolveram muito; por exemplo, somente
do milho criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda a América).
D’ANGELIS, W. R. Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas
e tradição oral popular no Brasil. Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012.
166) A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, nas sociedades indígenas brasileiras, a oralidade possibilitou:
a) a conservação e a valorização dos grupos detentores de certos saberes.
b) a preservação e a transmissão dos saberes e da memória cultural dos povos.
c) a manutenção e a reprodução dos modelos estratificados de organização social.
d) a restrição e a limitação do conhecimento acumulado a determinadas comunidades.
e) o reconhecimento e a legitimação da importância da fala como meio de comunicação.
9º Ano
77
TEXTO 92– questão 167.
ENEM 2015 - Assum preto
Tudo em vorta é só beleza
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto
Pra ele assim, ai, cantá mió
Assum preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil veiz a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Disponível em:
www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (fragmento).
167) As marcas da variedade regional registradas pelos compositores de Assum preto resultam da
aplicação de um conjunto de princípios ou regras gerais que alteram a pronúncia, a morfologia, a
sintaxe ou o léxico. No texto, é resultado de uma mesma regra a:
a) pronúncia das palavras “vorta” e “veve”.
b) pronúncia das palavras “tarvez” e “sorto”.
c) flexão verbal encontrada em “furaro” e “cantá”.
d) redundância nas expressões “cego dos óio” e “mata em frô”.
e) pronúncia das palavras “ignorança” e “avuá”.
TEXTO 93– questão 168.
ENEM 2015 Exmº Sr. Governador:
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[…]
ADMINISTRAÇÃO
Relativamente à quantia orçada, os telegramas custaram pouco. De ordinário vai
para eles dinheiro considerável. Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do interior não
ponha no aram proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao Governo do Estado, que não precisa disso; todos os acontecimentos políticos são badalados. Porque se
derrubou a Bastilha – um telegrama; porque se deitou pedra na rua – um telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – um telegrama.
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929. Graciliano Ramos, G. Viventes
das Alagoas . São Paulo: Martins Fontes, 1962.
9º Ano
78
168) O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na época, prefeito de Palmeira dos Índios, e
é destinado ao governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o texto chama a atenção por contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o autor:
a) emprega sinais de pontuação em excesso.
b) recorre a termos e expressões em desuso no português.
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para conotar intimidade com o destinatário.
d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar conhecimento especializado.
e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com forte carga emocional.
TEXTO 94– questão 169.
ENEM 2015 -
Pode aparecer onde menos se espera em cinco formas diferentes. É por isso que o Dia
Mundial Contra a Hepatite está ai para alertar você. As hepatites A, B, C, D e E tem diversas causas
e muitas formas de chegar até você. Mas, evitar isso é bem simples. Você, só precisa ficar atento
aos cuidados necessários para cuidar do maior bem que você tem: A SUA SAÚDE!
Algumas maneiras de se prevenir:
• Vacine-se contra as hepatites A e B.
• Use água tratada e siga sempre as recomendações quanto à restrição de banhos em locais públicos
e ao uso de desinfetantes em piscinas.
• Lave SEMPRE bem os alimentos como frutas, verduras e legume.
• Lave SEMPRE bem as mãos após usar o toalete e antes de se alimentar.
• Ao usar agulhas e seringas, certifique-se da higiene do local e de todos os acessórios.
• Certifique-se de que seu médico ou profissional da saúde esteja usando a proteção necessária, como luvas e máscaras, quando houver a possibilidade de contato de sangue ou secreções contaminadas com o vírus.
Disponível em: http://farm5.static.flickr.com. Acesso em: 26 out. 2011 (adaptado)
169) Nas peças publicitárias, vários recursos verbais e não verbais são usados com o objetivo de
atingir o público-alvo, influenciando seu comportamento. Considerando as informações verbais e
não verbais trazidas no texto a respeito da hepatite, verifica-se que:
a) o tom lúdico é empregado como recurso de consolidação do pacto de confiança entre o médico e
a população.
b) a figura do profissional da saúde é legitimada, evocando-se o discurso autorizado como estratégia
argumentativa.
c) o uso de construções coloquiais e específicas da oralidade são recursos de argumentação que simulam o discurso do médico.
d) a empresa anunciada deixa de se autopromover ao mostrar preocupação social e assumir a responsabilidade pelas informações.
e) o discurso evidencia uma cena de ensinamento didático, projetado com subjetividade no trecho
sobre as maneiras de prevenção.
9º Ano
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TEXTO 95– questão 170.
ENEM 2015 Casa dos Contos
& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.
170) O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos
Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea
revela que:
a) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da
realidade social.
b) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da
Inconfidência Mineira.
c) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por
uma linguagem erudita.
d) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
e) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão
vivido pelos inconfidentes.
TEXTO 96– questão 171.
ENEM 2015 João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE). Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e escritor de literatura de cordel, já publicou 33 folhetos e ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde 1973, vivendo exclusivamente da venda de livretos de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola.
Grande divulgador da poesia popular nordestina no Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto.
EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N. (Coord.). Gêneros do
discurso na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez,
2000.
9º Ano
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171) A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua singularidade. No caso específico de uma biografia como a de João Antônio de Barros, um
dos principais elementos que a constitui é:
a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
c) a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.
TEXTO 97– questão 172.
ENEM 2015 A Pátria
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera,
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha…
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.
172) Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção
na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que:
a) a paisagem natural ganha contornos surreais, como o projeto brasileiro de grandeza.
b) a prosperidade individual, como a exuberância da terra, independe de políticas de governo.
c) os valores afetivos atribuídos à família devem ser aplicados também aos ícones nacionais.
d) a capacidade produtiva da terra garante ao país a riqueza que se verifica naquele momento.
e) a valorização do trabalhador passa a integrar o conceito de bem-estar social experimentado.
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TEXTO 98– questão 173.
ENEM 2015 Yaô
Aqui có no terreiro
Pelú adié
Faz inveja pra gente
Que não tem mulher
No jacutá de preto velho
Há uma festa de yaô
Ôi tem nêga de Ogum
De Oxalá, de Iemanjá
Mucama de Oxossi é caçador
Ora viva Nanã
Nanã Buruku
Yô Yôo
Yô Yôoo
No terreiro de preto velho iaiá
Vamos saravá (a quem meu pai?)
Xangô!
( Viana, G. Agô, Pixinguinha 100 anos. Som Livre, 1997.)
173) A canção Yaô foi composta na década de 1930 por Pixinguinha, em parceria com Gastão Viana, que escreveu a letra. O texto mistura o português com o iorubá, língua usada por africanos escravizados trazidos para o Brasil. Ao fazer uso do iorubá nessa composição, o autor:
a) promove uma crítica bem-humorada às religiões afro-brasileiras, destacando diversos orixás,
b) ressalta uma mostra da marca da cultura africana, que se mantém viva na produção musical brasileira.
c) evidencia a superioridade da cultura africana e seu caráter de resistência à dominação do branco.
d) deixa à mostra a separação racial e cultural que caracteriza a constituição do povo brasileiro.
e) expressa os rituais africanos com maior autenticidade, respeitando as referências originais.
TEXTO 99– questão 174.
ENEM 2015 -
MAGRITTE, R. A reprodução proibida. Óleo sobre tela, 81,3 x
65 cm. Museum Boijmans Van Buningen, Holanda, 1937.
O objetivo do surrealismo era resolver a contradição entre os sonhos e a realidade.
9º Ano
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174) O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início do século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em suas produções. Um
traço do Surrealismo presente nessa pintura é o (a):
a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho.
b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para frente.
c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais.
d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem.
e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho.
TEXTO 100– questão 175.
ENEM 2015 -
Máscara senufo, Mati. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.
175)As formas plásticas nas produções africanas conduziram artistas modernos do início do século
XX, como Pablo Picasso, a algumas proposições artísticas denominadas vanguardas. A máscara
remete à:
a) preservação da proporção.
b) idealização do movimento.
c) estruturação assimétrica.
d) sintetização das formas.
e) valorização estética.
TEXTO 101– questão 176.
ENEM 2015 Ao se apossarem do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga
sabedoria, povoado por homens e bens unidos por um sistema integrado. A recusa em se inteirar dos
valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma descrição simplista desses grupos e à sua
sucessiva destruição. Na verdade, não existe uma distinção entre a nossa arte e aquela produzida por
povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos comuns.
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.). Mostra
do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil
500 anos artes visuais, 2000.
9º Ano
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176) De acordo com o texto, inexiste distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos
colonizados, pois ambas compartilham o (a):
a) suporte artístico.
b) nível tecnológico.
c) base antropológica.
d) concepção estética.
e) referencial temático.
TEXTO 102– questão 177.
ENEM 2015 Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA, em Nova Iorque,
a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num
total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um,
e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.
ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br. Acesso em: 4 nov. 2013.
177) O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências contemporâneas e se caracteriza pela:
a) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu.
b) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público.
c) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas.
d) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage.
e) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.
TEXTO 103– questão 178.
ENEM 2015 da sua memória
mil
e
mui
tos
out
ros
ros
tos
sol
tos
pou
coa
pou
coa
pag
amo
meu
9º Ano
84
ANTUNES, A.2 ou + corpos no mesmo espaço. São Paulo: Perspectiva, 1998.
178)Trabalhando com recursos formais inspirados no Concretismo, o poema atinge uma expressividade que se caracteriza pela:
a) interrupção da fluência verbal, para testar os limites da lógica racional.
b) reestruturação formal da palavra. para provocar o estranhamento no leitor.
c) dispersão das unidades verbais, para questionar o sentido das lembranças.
d) fragmentação da palavra, para representar o estreitamento das lembranças.
e) renovação das formas tradicionais, para propor uma nova vanguarda poética.
TEXTO 104– questão 179.
Crianças do RN perdem as digitais na quebra da castanha de caju.
Meninos e meninas têm as mãos queimadas por ácido e perdem as digitais dos dedos no
processo de quebra da castanha de caju. Mesmo após denúncias, o problema persiste no Rio Grande
do Norte. Passado um primeiro momento de grande arrancada na prevenção e eliminação do trabalho infantil no Brasil, do início dos anos 1990 a meados dos anos 2000, o país enfrenta um novo
desafio para manter o ritmo de queda.
Enquanto a primeira fase foi marcada pela retirada de crianças e adolescentes das cadeias
formais de trabalho, o novo desafio são as piores formas de exploração, como o processamento da
castanha, que o poder público tem mais dificuldade de erradicar. O trabalho informal e precário
atinge especialmente os adolescentes e jovens e está relacionado à evasão escolar e à falta de alternativas oferecidas pelo mercado.
(http://blogtdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/09/20/criancas-do-rn-perdem-as-di...)
179) De acordo com as informações do texto:
A) de 1990 a 2000, o trabalho infantil cresceu desordenadamente e, a partir de então, desapareceu
nos estados do Norte.
B) muitos meninos e meninas sofrem quedas perigosas no trabalho de processamento da castanha
de caju.
C) graças a denúncias, o trabalho de quebra da castanha de caju realizado por meninos e meninas
inexiste de 2000 para cá, persistindo outras formas de exploração infantil.
D) as crianças e os adolescentes infratores são retirados das cadeias para ajudarem no processo de
quebra da castanha de caju.
E) o trabalho de quebra da castanha de caju é considerado uma das piores formas de trabalho infantil, e acaba por corroer a pele das mãos.
TEXTO 105 – questões 180 a 195.
Círculo Vicioso
Machado de Assis
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
_ “Quem me dera que fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
_ “Pudesse eu copiar o transparente lume,
Que da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela!”
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
9º Ano
85
_ “Mísera! Tivesse eu aquela enorme,
Aquela claridade imortal, que toda luz resume!”
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
_ “Pesa-me esta brilhante auréola de nume…
Enfara-me esta azul e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vaga-lume?”
VOCABULÁRIO:
01- fitar = olhar fixamente
02- lume = luz,fogo,fogueira
03- gótica = estilo arquitetônico florido da Idade Média
04- fronte = frente, testa
05- rútila = muito brilhante
06- nume = poder celeste, espírito sobrenatural
07- enfarar = aborrecer, entediar
08- umbela = guarda-chuva
09- contemplar = observar atentamente, considerar com amor e admiração
10- mísera= miserável, desgraçado
11- auréola= círculo luminoso em torno da cabeça, diadema, halo
12- inquieto= apreensivo, agitado
180) A Frase que traduz o sentido do texto:
a) O sofrimento universal é inevitável.
b) Ninguém está contente com a própria sorte.
c) O desencanto da vida é um bem.
d) Nada como um dia atrás do outro.
e) O olho do dono é que engorda o gado.
181) Situação que se relaciona com o texto:
a) Cada um procura cuidar de si, sem se preocupar com o que acontece aos que estão ao seu redor.
b) Gemes e ninguém dá ouvidos à tua dor, porque estão indiferentes ao teu sofrimento.
c) O rato comeu o queijo, o gato comeu o rato, o cão matou o gato.
d) O vento sopra onde quer , e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem pra onde vai.
e) Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; para o lugar onde vão os rios, para
aí tornam eles a ir.
182) Adjetivo empregado em sentido figurado, na primeira estrofe:
a) inquieto
b) eterno
d) eternal
e) estrela
183) A palavra “lume”( verso 5) só não pode ser substituída por:
a) luminar
b) luz
d) luzidio
e) iluminar
184)Frase que se relaciona com o verso 13:
a) A sombra da noite lhe causava temor.
b) Não te conformes com a tua sorte.
c) Conhece-te a ti mesmo.
d) A princesa sentia-se entediada por viver só, no imenso palácio.
e) A inveja, em certos aspectos, é força que impulsiona o ser humano.
185) Verbo elíptico ( oculto) 3 vezes no texto:
9º Ano
c) loura
c) lunação
86
a) querer
d) dizer
b) luzir
e) responder
c) poder
186) O autor usou o adjetivo “ inquieto” ( estrofe 1) motivado pelo (a):
a) movimentação constante e fosforescência intermitente do vaga-lume.
b) luminosidade mágica e ofuscante da loura e distante estrela.
c) brilho pálido e desprezível do vaga-lume.
d) existência efêmera ( pouco duradoura) do vaga-lume.
e) beleza da noite do céu azul e estrelado.
187)Tem-se como antônimo de “rútilo” ( verso 11):
a) translúcido
b) opaco
d) pálido
e) rutilância
188)“Claridade imortal” :
a) janela
d) estrela
189)“Mísera”, refere-se ao (à):
a) estrela
d) sol
190) “eterno azul”
a) auréola
d) lume
c) transparente
b) vaga-lume
e) sol
b) lua
e) umbela
b) vela
e) umbela
191) O verso “Por que nasci eu simples vaga-lume?” traduz:
a) inveja
b) euforia
d) nostalgia/ saudade
e) raiva/ ciúme
c) lua
c) vaga-lume
c) céu
c) curiosidade
192) Três definições de palavras do soneto de Machado de Assis:
1- círculo ou coroa luminosa
2- cobertura, grinalda
3- divindade
Identifique o item que, pela ordem, apresenta as 3 palavras correspondentes a essas definições:
a)
fronte/ umbela/ vela
b)
capela/ janela/ rútilo
c)
auréola/ estrela/ nume
d)
coluna/ lume/ estrela
e)
auréola/ capela/ nume
193) Quem disse: “Por que nasci eu simples vaga-lume?” ( verso 14):
a) sol
b) estrela
d) capela
e) lume
c) lua
194) Para o sol, ser um astro de tanta grandeza e importância é motivo de:
a) grande orgulho e felicidade
b) extrema preocupação
c) profundo tédio e pesar
d) grande raiva e desconforto
e) extremo horror e medo.
195) Copie do texto dois versos que comprovam a resposta da questão anterior.
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9º Ano
87
TEXTO 106 – questões 196 a
O Relógio
Cassiano Ricardo
205 .
Diante de coisa tão doída
Conservemo-nos serenos.
Cada minuto de vida
Nunca é mais, é sempre menos.
Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser.
Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer.
196)O desconhecimento, a ignorância do homem sobre o além-vida, transparece na expressão:
a) ser
b) morte
c) nascimento
d) não ser
e) doída
197) Segundo o texto, quando uma criança completa 5 anos:
a) o poeta diria que ela tem mais 5 anos.
b) nós diríamos que ela tem menos 5 anos.
c) o poeta diria que ela tem menos 5 anos.
d) nós diríamos que ela tem mais 5 anos.
e) o poeta diria que ela tem 5 anos.
198) Copie os 2 versos do texto que comprovam sua resposta na questão anterior:
199) Assinale a expressão que não condiz com o diferente ponto de vista do poeta em relação à
vida:
a) começa a morrer
b) menos
c) apenas uma face
d) mais
e) não ser
200) O único adjetivo que não pode ser aplicado ao relógio:
a) inacreditável
b) imutável
c) implacável
d) inabalável
201) Conforme o texto O RELÓGIO o que o poeta chama o não ser é, na verdade:
a) a eternidade
b) a morte
c) a vida
d) o paraíso
e) o céu
202) O relógio provoca no poeta um sentimento de:
a) terror incontido
b) aparente calma
c) perturbadora tranquilidade
d) perturbadora intranquilidade
e) conformação com o inevitável
9º Ano
88
203) O relógio simboliza:
a) a superioridade do homem sobre a máquina
b) a tirania da máquina
c) a ciência humana
d) a incapacidade do homem diante do inevitável
e) a possibilidade de o homem mudar seu destino.
204) O poeta aconselha-nos a:
a) lutar pela sobrevivência
c) ter tranquilidade diante do inevitável
e) revoltar-se contra a máquina
b) ficarmos alheios às coisas do mundo
d) ter confiança na existência futura
205) Copie dois versos que comprovam a resposta da questão anterior:
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________________________________________________________________________________
TEXTO 107– questões 206 a 215 .
A Sopa.
Malba Tahan
Quando um criado, humilde e delicado, procurava despejar a primeira colherada de sopa no prato de
Sua Majestade , uma gota, arredondada e gordurosa, soltando-se inesperadamente da rica e trabalhada concha, foi cair e manchar levemente o punho de seda do soberano.
Vermelho, colérico, ergueu-se o rei Olderico, dando murros formidáveis na mesa.
_ Inferno!! Com mil bombas!! Este cão não sabe servir uma sopa.
E gritando pelo comandante da guarda ordenou:
_ Enforquem imediatamente este desastrado!!
O rapaz, que ficara no meio da sala, pálido, imóvel, ao ouvir aquela sentença de morte por uma falta
insignificante e ridícula, não se conteve, atirou a sopeira na cara do rei.
Essa agressão brutal na pessoa sagrada do rei causou indescritível espanto. Fidalgos, nobres e cavalheiros correram em auxílio do soberano, que dava passos cambaleantes, apertando as mãos no
rosto ferido, enquanto o autor daquele crime de lesa-majestade era preso e algemado, como se fosse
a um bandido sanguinário e perigoso.
_ Quero ouvir esse homem!! – bradou o rei, enquanto uma dama da corte limpava-lhe o rosto e as
barbas com uma toalha perfumada.
O criado criminoso foi trazido de rojo à presença do rei. Interpelou-o o monarca:
_ homem!! Por que fizeste isso?
_ Eu queria morrer com a consciência tranquila, senhor – respondeu o infeliz. Se eu fosse enforcado pela primeira falta praticada, Vossa Majestade havia de ser tido , para o resto da vida, como um
rei cruel e injusto. Diriam todos: “O rei Olderico é um homem malvado, mandou matar um pobre
criado por causa de uma gota de sopa”. Agora não. Depois que atirei a sopeira em Vossa Majestade, ninguém mais poderá acusar o meu soberano de injusto e perverso. Pelo contrário, agora minha
condenação é justa, dado o crime insultuoso que pratiquei.
Reconheceu o rei que o jovem tinha razão, e resolveu perdoá-lo. E desse dia em diante não mais
castigava os culpados senão de acordo com as falhas praticadas.
E, ainda hoje, no país do rei Olderico, quando um juiz julga sem critério, proferindo sentenças iníquas e descabidas, usando do excessivo rigor para com os pobres e fracos, dizem logo:
_ Esse juiz está precisando que lhe atirem uma sopeira à cara!!
VOCABULÁRIO:
1-colérico= impulsivo, raivoso, agressivo
3-insultuoso= que causa insulto
2-rojo= levar de arrasto, arrastar
4-iníquas= injusta, perversa
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5- lesa = que causa lesão, ataque
7- proferir= dizer, falar
6- interpelou= perguntou, chamou
206) Atirando a sopeira à cara do rei, o desastrado criado revoltou-se contra a:
a) injustiça e crueldade de sua intempestiva condenação.
b) atitude superior e zombeteira que percebeu nos rostos dos fidalgos e cavalheiros.
c) bajulação das damas da corte.
d) falsas e mentirosas acusações que pesavam contra a sua pessoa.
207) Os fidalgos e nobres, diante da atitude desvairada do jovem de jogar a sopeira na cara do rei,
mostraram-se:
a) alegres
b) espantados
c) irritados
d) impassíveis
e) acovardados e medrosos
208) Depois da agressão ao soberano, a reação do rei, que não revelou seu estado de fúria incontida,
foi:
a) querer ouvir o criado.
b) dirigir-se aos gritos, ao comandante da guarda.
c) xingar, ofender com palavras o serviçal.
d) esmurrar a mesa de refeições.
e) ficar vermelho e amarrar a cara, ficar carrancudo.
209) O criado foi desastrado:
a) porque era a primeira colherada de sopa.
b) embora a concha fosse rica e trabalhada com ricos adornos.
c) apesar da presença dos fidalgos, nobres e cavalheiros.
d) apesar de toda humildade e delicadeza.
e) porque era insignificante e ridículo.
210) Ao ter seu punho de seda inesperadamente manchado, o soberano reagiu com:
a) prepotência e descontrole
b) fingimento e zombaria
c) zelo, cuidado e prudência
d) seriedade e maturidade
e) franqueza e sensibilidade
211) A primeira manifestação de lucidez e bom senso do rei surgiu quando:
a) deu ouvidos ao comandante da guarda.
b) prenderam e algemaram o infeliz serviçal.
c) resolveu interpelar o criado.
d) começou a cambalear, com o rosto ferido.
e) a gota manchou se punho de seda.
212) O criado, ao explicar o gesto de arremessar a sopeira, pode ter sido sincero e fiel ao seu rei,
mas nem por isso deixou de ser também:
a) traiçoeiro e vingativo
b) desajeitado e inconveniente
c) presunçoso e arrogante
d) ridículo e importunador
e) astucioso e bajulador
213) Uma concha rica e trabalhada é:
a) feita de material colorido e transparente
b) de metal pesado e difícil de encontrar
c) antiga e que já servira os antepassados do monarca
d) de tamanho e formato completamente desproporcionais
9º Ano
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e) de metal precioso e cheio de ornamentos.
214) Quando o jovem criado arremessou a sopeira na cara do rei, os fidalgos, nobres e cavalheiros
reagiram com:
a) surpresa e zelo
b) ironia e secreto contentamento
c) agressividade e violência
d) compreensão e justiça
e) paciência e visível contentamento
215) Levando em conta a expressão “ agressão brutal na pessoa sagrada do rei ”, conclui-se que o
criado, além da agressão física, cometeu um ( a):
a) suicídio
b) profanação
c) calúnia
d) traição
TEXTO 108 – questões 216 a 231.
Prova Falsa
Stanislaw Ponte Preta
Quem teve a ideia foi o padrinho do caçula – ele me conta. Trouxe o cachorro de presente e logo a
família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de ter um animalzinho em
casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação.
_ Mas o cachorro era um chato – desabafou.
Desses cachorrinhos de raça, cheios de nhém-nhém-nhém, que comem comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse, implicava com o
dono da casa.
_ Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas quando eu entrava em casa vinha logo com aquele
latido fininho e antipático, de cachorro de francesa.
Ainda por cima era puxa-saco. Lembrava certos políticos da oposição, que espinafram o ministro,
mas quando estão com o ministro ficam mais por baixo que tapete de porão. Quando cruzava num
corredor ou qualquer outra dependência da casa, o desgraçado rosnava ameaçador, mas quando a
patroa estava perto abanava o rabinho, fingindo-se seu amigo.
_ Quando eu reclamava, dizendo que o cachorro era um cínico, minha mulher brigava comigo, dizendo que nunca houve cachorro fingido e eu é que implicava com o pobrezinho.
Num rápido balanço, poderia assinalar: o cachorro comeu oito meias suas, roeu a manga de um paletó de casimira inglesa, rasgara diversos livros, não podia ver um pé de sapato que arrastava para
locais incríveis. A vida lá em sua casa estava se tornando insuportável. Estava vendo a hora em que
se separava por causa daquele bicho cretino. Tentou mandá-lo embora umas vinte vezes e era uma
choradeira das crianças e uma espinafração da mulher.
_ Você é um desalmado – disse ela, uma vez.
Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do adversário. O cãozinho começou a
fazer pipi onde não devia. Várias vezes exemplado, prosseguiu no feio vício. Fez diversas vezes no
tapete da sala. Fez duas na boneca da filha maior. Quatro ou cinco vezes fez nos brinquedos do
caçula. E tudo culminou com o pipi que fez em cima do vestido novo de sua mulher.
_ Aí mandaram o cachorro embora? _ perguntei.
_ Mandaram. Mas eu fiz questão de dá-lo de presente a um amigo que adora cachorros. Ele está
levando um vidão em sua nova residência.
_ Ué… mas você não o detestava? Como é que ainda arranjou essa sopa pra ele?
_ Problema de consciência – explicou.
_ O pipi não era dele.
E suspirou cheio de remorso.
216) “Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula...” A ideia consistiu em :
a) levar o cachorro embora.
b) preferir um cachorro de raça.
c) presentear a família com um cachorro.
d) escolher um cachorro pequeno.
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e) aborrecer o dono da casa.
217) Ele não seria contra se o cachorro fosse:
a) vigilante e assustador.
c) grande e vira-lata.
e) pequeno e de raça.
b) dócil e sossegado.
d) carinhoso e sadio.
218) Lendo o texto, compreende-se que um “chato de galocha” é alguém:
a) que vive incomodando e aborrecendo os outros por ninharia, por pouca coisa.
b) que destrói sem piedade tudo o que encontra pela frente.
c) que, na frente dos outros, está sempre fingindo ser o que não é.
d) pouco acessível, que se julga superior a todo mundo.
e) que detesta o convívio com outras pessoas.
219) Certos políticos da oposição que, em relação ao ministro, se comportam como o autor descreve:
a) experientes e justos.
b) habilidosos e educados.
c) sinceros e íntegros
d) radicais e intransigentes
e) hipócritas e subservientes.
220) O cachorro, pelo menos, era um pouco mais corajoso e autêntico que certos políticos da oposição descritos pelo autor, porque:
a) latia fininho.
b) precisava de muitos cuidados.
c) rosnava na frente dele.
d) nunca houve cachorro fingido.
e) só comia comida especial.
221) Desse modo, de acordo com o texto e usando comparações com o comportamento do cachorro,
tal qual o autor fez, podemos dizer que, diante do ministro, certos políticos da oposição :
a) são uns chatos de galocha.
b) abanam a cauda.
c) rosnam ameaçadoramente.
d) latem fininho.
e) espinafram os outros.
222) O cachorro era um cínico, pois:
a) no duro, no duro, não precisava de nenhuma comidinha especial.
b) destruía todas as peças de vestuário que encontrava pela casa.
c) não era obediente nem tinha um mínimo de educação.
d) na presença da patroa, mudava de comportamento em relação ao dono da casa.
e) fazia pipi em todos os cantos e coisas da casa.
223) Uma “guerra fria” é aquela:
a) em que não há vencedores e vencidos.
b) em que os adversários estão em igualdade de condições.
c) cujos motivos não são conhecidos.
d) em que os combatentes de ambos os lados não se conhecem.
e) em que não há ataques diretos e frontais entre os adversários.
224) A “guerra fria” foi vencida, de fato, graças:
a) a uma artimanha do dono da casa.
c) à má vontade da patroa.
e) a uma travessura do cachorro.
b) à paixão dos familiares.
d) à consciência do chefe da família.
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225) O que impedia o dono da casa de mandar embora o cachorro antipático era o (a):
a) reação emocional dos familiares.
b) fato de o animal ser cheio de nhém-nhém-nhém.
c) remorso que fatalmente teria.
d) comportamento sempre amistoso do bicho.
e) medo de que, por causa de sua fragilidade, o animal não sobrevivesse.
226) O comportamento do cachorro quase provoca o (a):
a) desagregação familiar.
c) impaciência da patroa.
e) irritação do chefe da família.
b) remorso do dono da casa.
d) antipatia do caçula.
227) Apesar de seus livros terem sido rasgados, suas meias comidas e sua roupa destruída, a família não deu nenhuma bola. Isso prova que:
a) Ninguém é profeta em sua terra.
b) Casa de ferreiro, espeto de pau.
c) Quem foi rei nunca perde a majestade.
d) Amor com amor se paga.
e) Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
228) “pobrezinho e vidão”. Um diminutivo e um aumentativo que, no texto, não significam nem
diminuição nem aumento. Os dois, na história, querem dizer, respectivamente:
a) afetividade e excelência
b) desprezo e irritação
c) ironia e superioridade
d) superioridade e carinho
e) insignificância e ironia
229) Pelo texto, percebe-se que, ao ser “várias vezes exemplado” o cachorro:
a) era vítima de uma grande injustiça.
b) só fazia piorar sua situação doméstica.
c) não se emendava.
d) estava se vingando da animosidade do dono da casa.
e) servia de exemplo educativo para as crianças.
230) Assinale o par de adjetivos que, segundo o relato do dono da casa, não pode ser aplicado ao
cachorro:
a) desalmado e culpado
b) enjoado e cínico
c) cretino e desgraçado
d) ameaçador e deseducado
e) bajulador e falso
231) A expressão do texto que justifica o título da história é:
a) “Você é um desalmado…”
b) “Problema de consciência…”
c) “Ele está levando um vidão…”
d) “Mas o cachorro era um chato…”
e) “O pipi não era dele…”
TEXTO 109 – questões 232 e 233.
Entrevista - A anfitriã americana
Diretora da maior agência de intercâmbio de estudantes nos EUA pede a consulados no
Brasil que facilitem vistos para brasileiros. As empresas de intercâmbio de estudantes, que enviam
13 mil jovens todo ano aos Estados Unidos para estudar, podem definhar por conta das dificuldades
impostas para conceder vistos. Para evitar que isso aconteça, a vice-presidente do American Institute for Foreign Study (Aifs), Marcie Schneider, veio ao Brasil conversar com os responsáveis nas
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embaixadas americanas no Rio de Janeiro e em São Paulo. A ideia é divulgar os programas de intercâmbio da empresa e de sua parceira no Brasil, a Experimento, além de entender como o processo de obtenção de visto está correndo por aqui. Depois de deixar foto e impressões digitais no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, Marcie falou a ÉPOCA.
ÉPOCA – A dificuldade de conseguir visto para os EUA está prejudicando o intercâmbio?
Marcie Schneider – Ainda não quantificamos o problema, mas estamos preocupados.
Há políticos americanos receosos de que essas medidas afetem o turismo e o número de estrangeiros interessados em estudar em universidades americanas, por exemplo. Temos de prevenir para que
isso não aconteça.
ÉPOCA – Como?
Marcie Schneider – Estou me concentrando nos responsáveis pela concessão de visto a
estudantes nas embaixadas. Pretendo ver como esse processo está acontecendo por aqui. Não queremos que as novas regras de obtenção de visto prejudiquem a procura de estudantes brasileiros
pelo intercâmbio. Boa parte dos estudantes que atendemos é do Brasil. O que fazemos é um lobby
com o governo americano para que isso não se torne um obstáculo grande demais para quem deseja
estudar nos Estados Unidos.
ÉPOCA – Que tipo de lobby?
Marcie Schneider – Pressionamos para que não haja muitos entraves à obtenção do
visto. Explicamos quão positiva pode ser a experiência de intercâmbio, tanto para o estudante estrangeiro como para o americano que o recebe. Nesse ponto, as embaixadas até têm nos ouvido
bem. Elas também querem ter certeza de que, se o estudante pega o visto de um ano, vai voltar para
casa quando esse tempo passar.
ÉPOCA - Há um perfil específico do brasileiro que tem chances de conseguir o visto
e do que não tem?
Marcie Schneider – As embaixadas americanas dão preferência aos que sabem realmente o que querem fazer. A maior preocupação não é em relação a terrorismo vindo do Brasil.
Um brasileiro que, na entrevista na embaixada, diz que vai estudar nos Estados Unidos porque quer
ser professor, aprimorar o inglês ou conseguir um emprego melhor quando voltar tem maiores
chances de conseguir o visto. A pessoa deve mostrar que possui objetivos claros. Já quem tem muitos parentes nos Estados Unidos vai ter dificuldades.
ÉPOCA – A determinação do governo de Bush de exigir a identificação de brasileiros que pisam nos Estados Unidos fez com que o Brasil passasse a exigir o mesmo dos americanos.
O que você acha disso?
Marcie Schneider – O Brasil é o único país que está fazendo isso e acho justo. Se os
brasileiros têm de ser identificados quando vão para os Estados Unidos, é justo que façam o mesmo
com os americanos.
( Revista Época, 09 fev.
2004, p. 49.)
232) Assinale a alternativa que apresenta adequadamente o grupo defendido pela empresária
norte-americana no texto:
a) Embaixadas norte-americanas antiterroristas.
b) Estudantes brasileiros em busca de intercâmbio nos Estados Unidos.
c) Estudantes estrangeiros que permanecem nos Estados Unidos após o fim da validade do visto.
d) Políticos norte-americanos preocupados com estudantes estrangeiros no Brasil
e) Professores brasileiros que pretendem se aperfeiçoar nos Estados Unidos.
233) Com base no texto, assinale a alternativa correta quanto às causas e aos efeitos das exigências norte-americanas para fins de entrada naquele país:
a) Estudantes estrangeiros entravam e continuam entrando nos Estados Unidos sem problemas.
b) Há pouca atenção quanto aos efeitos destas exigências sobre o turismo nos Estados Unidos.
9º Ano
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c) O governo brasileiro determinou que norte-americanos sejam fotografados e deixem suas impressões digitais quando chegam ao Brasil.
d) O intercâmbio escolar preocupou o governo norte-americano porque havia um fraco desempenho dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos.
e) O risco de terrorismo nos Estados Unidos é um aspecto secundário para estas exigências.
TEXTO 110 – questões 234 a 249.
Vale por dois
Fernando Sabino
Pela manhã, a sair de casa, olha antes à janela:
_ Estará fazendo frio ou calor?
Veste um terno de casimira, torna a tirar, põe um de tropical. Já pronto para sair, conclui que está
frio, devia ter ficado com o de casimira. Enfim .... Consulta aflitivamente o céu nublado: será que
vai chover?
Volta para pegar o guarda-chuva – um homem prevenido vale por dois: pode ser que chova. Já no
elevador, resolve mudar de ideia: mas também pode ser que não chova. Carregar esse trambolho!
Torna a subir, larga em casa o guarda-chuva.
Já na esquina, coça a cabeça, irresoluto: de ônibus ou de táxi? Se passar um lotação jeitoso eu tomo.
Eis que aparece um: não é jeitoso. Vem em disparada, quase o atropela, para deter-se ao sinal que
lhe fez. Não, não entro: esse é dos doidos, que saem alucinados por aí.
Deixa que outros passageiros entrem - quando afinal se decide também a entrar, é barrado pelo
motorista: não tem mais lugar. De táxi, pois. Passa um táxi vazio, fica em dúvida, não lhe faz sinal
algum. Logo virá outro – pensa, irritado, e se vê de súbito entrando num lotação. Ainda bem... não
se sentara, já se arrependia: é um absurdo, são desvairados esses motoristas, como é que deixam
gente assim tirar carteira? Assassinos – assassinos do volante. Melhor saltar aqui, logo de uma vez.
Poderia esperar ainda dois ou três quarteirões, ficaria mais perto.... Deu o sinal: salto aqui, decidiuse. O lotação parou.
_ Pode tocar, foi engano - balbuciou para o motorista.
Já de pé na calçada, vacila entre as duas ruas que se oferecem: uma, mais longa, sombreada; outra,
direta, castigada pelo sol. Não iria chover, pois: sua primeira vitória neste dia.
_ Se for por esta rua, chego atrasado, mas por esta outra, com tanto calor....
Só então se lembra que ainda não tomou café: entra no bar da esquina e senta-se a numa das mesas:
_ Um cafezinho.
O garçom lhe informa que não servem cafezinho nas mesas, só no balcão. Pensa em levantar-se,
chega mesmo a empurrar a cadeira para trás, mas reage: pois então tornaria outra coisa ora essa.
Como também pode simplesmente sair do bar sem tornar nada, não é isso mesmo?
_ Me traga uma média – ordena, com voz segura que a si mesmo espantou. Interiormente sorri de
felicidade – mais um problema resolvido.
_ Simples ou com leite? Pergunta o garçom, antes de servir.
Ele ergue os olhos aflitos para o seu algoz, e sente vontade de chorar.
234) O tema do texto é o ( a):
a) repúdio à violência
b) indecisão humana
c) prevenção de acidentes
d) modernização das grandes cidades.
e) lazer espontâneo e ocasional do dia-a-dia.
235) Passagem do texto que confirma a resposta correta à pergunta anterior:
a) “Só então se lembra que ainda não tomou café”.
b) “ Vem em disparada, quase o atropela, para deter-se ao sinal que lhe fez”.
c) “ O garçom lhe informa que não servem cafezinho nas mesas”.
d) “ Me traga uma média – ordena, com voz segura que a si mesmo espantou”.
e) “Já na esquina, coça a cabeça, irresoluto: de ônibus ou de táxi?”
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236) Pode-se considerar como símbolo prosaico do homem prevenido:
a) táxi
b) cafezinho
c) guarda-chuva
d) terno de casimira
e) média com leite
237) ‘Será que vai chover?” Justifica-se a dúvida do personagem porque:
a) ia sair muito cedo de casa
b) olhou à janela
c) o céu estava nublado
d) fazia frio
e) vestiu um terno de casimira.
238) Pelo texto, concluímos que:
a) terno de casimira é próprio para dias frios
b) terno de tropical é impróprio para tempo quente
c) terno de tropical é aconselhável para o tempo frio
d) é indiferente o uso de casimira ou tropical no inverno
e) é indiferente o uso de casimira ou tropical no verão
239) Coçar a cabeça é uma manifestação gestual característica de quem:
a) já tomou uma decisão.
b) não está sequer pensando no assunto.
c) se sente irritado e ofendido.
d) está em algum dilema.
e) se lembra de algo que esquecera de fazer.
240) Assim como coçar a cabeça, outros gestos são típicos e reveladores de sentimentos. Identifique
o item errado, isto é, o sentimento/ estado que não caracteriza o gesto apresentado:
a) franzir a testa: contentamento, euforia
b) baixar os olhos: pudor, timidez
c) menear a cabeça: discordância, administração
d) arregalar os olhos: surpresa, admiração
e) sacudir os ombros: desinteresse, despreocupação
241) Passagem em que não se caracteriza a descortesia e insensatez dos motoristas de lotação:
a) “saem alucinados por aí ”
b) “são desvairados esses motoristas”.
c) “ como é que deixam gente assim tirar carteira”.
d) “ O lotação parou”.
e) “ Assassinos - assassinos do volante”.
242) “Não iria chover, pois: sua primeira vitória neste dia”. Ele venceu porque:
a) saiu de tropical e não levou guarda-chuva.
b) saiu de casimira e não levou guarda-chuva.
c) resolveu tomar a rua mais longa e sombreada.
d) não foi para a cidade de táxi.
e) decidiu não saltar do lotação.
243) Um efêmero momento de decisão do personagem ocorre quando:
a) cogita sobre qual das duas ruas iria tomar.
b) deixa passar um táxi vazio.
c) ordena ao garçom que lhe traga uma média.
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d) permite a entrada dos outros passageiros no lotação.
e) olha à janela, antes de sair de casa, pela manhã.
244) Possível justificativa para não se servir cafezinho nas mesas:
a) A inexistência de guarnição apropriada ( toalha e guardanapo).
b) O preço do cafezinho teria de ser bem mais caro, o que afugentaria os fregueses.
c) Vinha se tornando cada vez menor o número de fregueses que tomavam cafezinho nas mesas.
d) O tempo de ocupação da mesa e do garçom não compensa a pequena despesa.
e) Pela distância das mesas ao balcão, o cafezinho acabaria por ser servido frio.
245) Para o personagem, o garçom tornou-se algoz porque:
a) o tratou com indelicadeza e desprezo.
b) recusou-se a servir média simples.
c) exagerou na solicitude.
d) o obrigou a mais uma decisão.
e) riu anteriormente de seu momento de felicidade.
246) “De táxi, pois.”/ “Não iria chover, pois “. A conjunção pois é bastante adequada ao desenvolvimento do tema, pois:
a) continua a indicar a mesma incerteza que caracterizou as afirmações anteriores.
b) representa uma hipótese alternativa de uma decisão já tomada.
c) sugere uma ilusória decisão que acaba não se concretizando.
d) introduz uma explicação/justificativa para os indecisos pensamentos anteriores.
e) apresenta uma afirmação conclusiva, em seguida a tantas dúvidas e hesitações.
247) Além da conjunção pois, outra características linguística do texto, de acordo com o tema, é o
( a ):
a) predomínio de locuções verbais que denotam convicção, certeza.
b) ocorrência frequente de expressões alternativas.
c) abundância de formas verbais imperativas.
d) uso constante de expressões afirmativas e categóricas.
e) ausência de adjetivos e advérbios reveladores dos sentimentos do personagem.
248) Exemplifica a resposta correta à pergunta anterior:
a) “ Consulta aflitivamente o céu nublado”.
b) “Simples ou com leite?”
c) “ Só então se lembra que ainda não tomou café”.
d) “Deu o sinal: salto aqui, decidiu-se”
e) “ Pela manhã, a sair de casa, olha antes à janela”.
249) “ Pela manhã, a sair de casa, olha antes à janela”. Pela presença da crase, percebemos que o:
a) olhar do personagem se dirige para a janela.
b) personagem se dirige à janela para olhar.
c) olhar do personagem se fixa na janela.
d) personagem passa a olhar pela janela.
e) personagem passa a olhar a janela.
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TEXTO 111 – questões 250 a 263.
O homem; as viagens
Carlos Drummond de Andrade.
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte _ ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte,
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro _ diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
Vê o visto _ é isto?
idem
idem
idem
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para te ver?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora do solar
a colonizar.
Ao acabarem todos só resta ao homem ( estará
equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas
entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.
250) O que levou o ser humano a aventurar-se na conquista da Lua?
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251) Por que o homem, tendo conquistado a Lua, passou a sonhar com a conquista de Marte?
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252) Explique o que o poeta quer dizer com estes versos da terceira estrofe:
a) “Marte humanizado, que lugar quadrado”.
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b) “O homem põe o pé em Vênus.
Vê o visto_ é isto?”
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253) Na terceira estrofe, o que o poeta quer sugerir com: “idem / idem/ idem’?
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254) Releia: “Põe o pé e: / mas que chato é o Sol, falso touro/ espanhol domado”.
É válido afirmar que, se o sol não fosse um “falso touro espanhol” e sim um touro espanhol genuíno, verdadeiro, ele causaria uma frustração ao ser humano? Explique:
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255) Qual é, segundo o poeta, a missão mais difícil e perigosa que o ser humano terá que realizar
algum dia?
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256) O poema é um elogio ou uma crítica ao desejo de conquista e aventura?
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257) em uma das estrofes do poema, podem ser identificadas duas ‘vozes”, além da do poeta.
a) Identifique essa estrofe e aponte de quem são as duas “vozes”.
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b) Que figura de linguagem ocorre na estrofe em questão? Justifique:
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258) A que viagens o poeta se refere no poema?
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259) Segundo o poeta, qual delas seria a mais difícil? Por quê?
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260) Qual o tema do poema?
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261) Identifique e copie os versos que mostrem o seguinte:
a) a inquietude, a chateação e o espírito de constante busca do ser humano.
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_______________________________________________________________________________
b) o espírito conquistador e desbravador do homem.
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________________________________________________________________________________
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c) a insatisfação constante do homem.
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________________________________________________________________________________
262)Nos versos: “ O homem chega ao Sol ou dá uma volta só para tever?” A expressão tever, inventada pelo poeta, apresenta sonoridade semelhante à do termo TV. Que viagem ao espaço realizada pelo homem representou uma conquista para a humanidade e foi amplamente divulgada pela
TV?
_______________________________________________________________________________
263) Leia os versos:
“ o homem põe o pé em Vênus
vê o visto _ é isto?
idem
idem
idem
a) Que reação o homem tem ao chegar a Vênus?
________________________________________________________________________________
b) Que expressão transmite essa ideia ao leitor?
________________________________________________________________________________
c) Qual foi o recurso empregado pelo autor para mostrar a repetição de uma mesma situação apresentada anteriormente?
________________________________________________________________________________
d) O que esses versos ressaltam sobre a atitude do homem?
________________________________________________________________________________
TEXTO 112 – questões 264 a 272.
Apenas
Mário Quintana.
Aula inaugural de uma pequena escola do interior. Os alunos, endomingados como requeria a ocasião. O professor, grave, de preto, voz cava. Pelo que bem se vê que a aula era de português. E eis
que no final, tão ansiado pela gente miúda como pela gente grande, ele tossiu, mudou de tom e disse:
_ Atenção, meninos! Para gravarem melhor a matéria exposta, copiem o esquema que vou traçar no
quadro-negro.
Perpassa pela sala um frio de pânico. Esquema ?! Meu Deus, que diabo seria aquilo?
Mas o professor, que, além de autodidata, era também humano, farejou a angústia daquelas alminhas e esclareceu então, com um esgar bondoso:
_ É uma sinopse, meus filhos, apenas uma sinopse....
264) Pelo que se pode perceber “aula inaugural de uma pequena escola do interior” é um fato:
a) corriqueiro, que não chega a despertar grande interesse na população.
b)cultural, que sempre dá orgulho e prestígio político à cidade.
c) histórico, que acontece uma vez por ano e mobiliza toda a comunidade.
d) marcante, que chega a mudar certos costumes e hábitos cotidianos dos alunos.
e) excepcional, que surpreende os moradores nas poucas vezes em que acontece.
265) A ocasião ( aula inaugural) requeria:
a) melhores trajes ( roupas)
c) mudanças no prédio da escola
e) silêncio
b) novos costumes
d) aula difícil
9º Ano
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266) A expressão que explica a resposta correta à pergunta anterior é:
a) sinopse
b) pânico
c) gente miúda
d) endomingados
e) professor
267) Para o autor, os professores de Português devem ou deviam ser sempre:
a) cheios de gestos e cacoetes
b) modernos, com muitas ideias diferentes
c) solenes e pretensiosos
d) tagarelas, incapazes de parar de falar
e) estranhos e amalucados
268)“Voz cava” é voz:
a) estridente, cortante, aguda, que fere os ouvidos
b) profunda, que parece sair de um túmulo
c) compassada, monótona, que cansa o ouvinte
d) gaguejante, que encomprida as palavras
e) ofegante, entrecortada de ânsias e soluços, como se a pessoa tivesse acabado de correr.
269) Se “esquema” provocou um “frio de pânico” na classe, “sinopse”
a) simplesmente encerrou a aula
b) acalmou o ambiente
c) assustou apenas aqueles que não costumam ser estudiosos
d) deu um toque de humor à explicação
e) aumentou a surpresa e o susto dos alunos
270) O professor “farejou a angústia”, isto é:
a) sentiu-a no ambiente
c) nem sequer a percebeu
e) arrependeu-se de tê-la provocado
b) ignorou-a com ar de superioridade
d) irritou-se bastante com ela
271) Afinal, o “esquema” que tanto pânico causou, não passava de uma das tradicionais etapas de
qualquer aula, inaugural ou não. É uma simples:
a) introdução
b) recapitulação
c) explicação
d) exemplificação
e) pergunta
272) Lendo todo o texto e ouvindo a explicação final do professor, tem-se:
a) Amor com amor se paga.
b) Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
c) Foi pior a emenda que o soneto.
d) Ninguém é profeta em sua terra.
e) Cada macaco no seu galho.
9º Ano
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TEXTO 113 – questões 273 a 285.
Jangada Triste
Gilberto Freyre
Ao longe, mui longe, no horizonte,
Além, muito além daquele monte,
Como ave que voa desdenhada,
Flutua tristemente uma jangada.
Nos zangados soluços do oceano,
Quase desaparece o canto humano
De quem no mar e céu inda confia
Porque em terra tudo lhe é melancolia.
Isso de terra firme e mar traiçoeiro
Nem sempre é certo para o jangadeiro
Mais preso ao fiel sal que à incerta areia.
Mistura ao grande azul as suas mágoas
E encontra no vaivém das verdes águas
Consolo às negras dores cá da terra.
273) Na primeira estrofe da poesia, o autor nos dá a sensação de distância, afastamento. A única
que não transmite essa ideia é:
a) longe
b) daquele
c) flutua
d) além
e) horizonte
274) “flutua tristemente uma jangada”. O poeta usou esse advérbio porque em toda a cena que descreve, predomina:
a) violência
b) solidão
c) irritação
d) fidelidade
e) traição
275) O pronome isso , que inicia a 3ª estrofe, refere-se ao fato de:
a) jangadas serem embarcações muito frágeis.
b) os jangadeiros serem pessoas rudes, simples, mas cheias de sentimento e poesia.
c) as aves sempre sobrevoarem descuidadamente as águas do oceano.
d) muita gente gostar de andar de barco.
e) a maioria das pessoas sentirem mais proteção em terra.
276) O que “nem sempre é certo para o jangadeiro” é a:
a) solidão do mar
b) segurança da terra
c) grandeza azul do céu
d) tristeza da jangada
e) traição do mar.
277) Embora espiritualmente se identifique com o jangadeiro, o poeta, espacialmente, encontra-se
em oposição a ele. Percebe-se isso na expressão”:
a) grande azul
b) muito além daquele monte
c) negras dores
d) vaivém das verdes águas
e) cá da terra.
278) Nas comparações da última estrofe, o autor realça o (a):
a) amplidão do céu em oposição à traição do mar.
b) turbilhão das ondas em oposição à serenidade da terra.
c) movimentação esperançosa do mar em oposição às aflições da terra.
d) tranquilidade ampla do céu em oposição à agitação agonizante das águas.
e) firmeza confiável da terra em oposição às angústias de um céu nublado.
279) A oposição vocabular que justifica a resposta à pergunta anterior é:
a) consolo / melancolia
b) azul / dores
c) desdenhados / zangados
d) flutua / mistura
e) firme / traiçoeiro
9º Ano
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280) Os “zangados soluços do oceano” são os (as ):
a) embarcações à vela.
b) gaivotas que sobrevoavam o mar.
c) ondas em seu movimento oscilatório.
d) barulhentas embarcações a motor.
e) ventos que sopram com violência do mar para a terra.
281) O poeta usou a palavra “soluços” para realçar :
a) fúria, violência
b) mansidão , quietude
c) tristeza, abandono
d) flutuação, equilíbrio
e) alternância, intermitência
282) O adjetivo “zangados” lembra o”
a) rugido das ondas.
c) assovio dos ventos.
e) canto humano.
b) ruído das aves aquáticas.
d) ronco dos motores dos barcos.
283) Conforme o texto, o jangadeiro “no mar e céu inda confia” porque :
a) não suporta o gênero humano.
b) só tem encontrado dissabores em terra.
c) é um homem extremamente religioso.
d) sua alma poética busca o isolamento.
e) é uma pessoa desconfiada e traiçoeira.
284) Outra afirmação que se pode fazer para explicar por que o jangadeiro “no mar e céu inda confia”:
a) No mar não se corre o risco de encontrar muita gente.
b) Entre o céu e o mar ele consegue a paz religiosa que tanto procura.
c) Sendo um aventureiro corajoso, ele gosta de enfrentar e vencer os perigos e traições do mar.
d) O vaivém das verdes águas acalma sua raiva e violência.
e) Do mar depende exclusivamente sua sobrevivência.
285) “fiel sal/ incerta areia”. Isso significa para o jangadeiro:
a) céu azul / verdes mares
b) mar perto/ terra longe
c) ave desdenhada / jangada triste
d) mar firme / terra traiçoeira
e) céu triste / azul melancólico
TEXTO 114 – questão 286.
286) Escreva ( sim ) ou ( não ) considerando ambiguidade dos textos, isto é, o texto que apresenta duplo sentido:
a) O policial deteve o ladrão em sua casa. ( _______________ )
b) Os políticos comunicaram suas últimas decisões. ( _____________ )
c) Aconteceu o que parecia improvável. ( __________________ )
d) Esta frase pode ter mais de um sentido. ( ________________ )
e) Peguei o ônibus correndo. ( __________________________ )
9º Ano
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TEXTO 115 – questões 287 a 304.
O lobo e o Cordeiro
Fedro
Um lobo e um cordeiro sequiosos
A um rio tinham vindo.
O lobo de cima estava e a rês cá muito embaixo
De improba gula eis movido o lobo,
Motivo levantou de queixa e disse:
Por que estando eu bebendo a água me turbas?
A lanígera rês repõe tremendo:
Como posso fazer, te rogo, ó lobo
O mal de que te queixas?
De ti corre a água para onde eu bebo.
Ele, das forças da verdade repulsado,
Há seis meses, lhe diz, me maldisseste:
Responde a rês: não era então nascido;
Certo teu pai, lhe torna, me maldisse:
E assim arrebatando-a com injusta morte a lacera.
Para aqueles homens se escreveu esta fábula,
que oprimem com fingidas razões os inocentes.
VOCABULÁRIO:
1- sequiosos= com sede
3- lacerar=ferir com morte, dilacerar
5- repulsa= repelir, recusar energicamente
7-rês= carneiro
9-maldizer= falar mal
2- turbar= turvar, sujar
4- lanígera= que possui lã
6- improbo (a) = desonesto, perverso
8-rogar= pedir
10-arrebatar= tirar com violência
287) Pode-se afirmar que a fábula só não foi escrita para os:
a) justiceiros
b) tirânicos
d) arbitrários
e) déspotas
c) opressores
288) Pelo desfecho, o final da fábula, pode-se concluir que:
a) o cordeiro foi um verdadeiro artista da dissimulação.
b) nem sempre a razão está ao lado dos inocentes.
c) manha e astúcia caracterizam os dois personagens.
d) a violência nada pode contra o senso de justiça.
e) desde o início, o lobo agira de caso pensado.
289) “Das forças da verdade repulsado” . Significa que:
a) o lobo não atendeu aos clamores, pedidos de piedade do cordeiro.
b) a lógica e a racionalidade contestavam a argumentação do lobo.
c) onde há violência e opressão não pode haver justiça.
d) o lobo não se satisfez com as explicações confusas do cordeiro.
e) o cordeiro nada entendeu das alegações, argumentos tradicionais do lobo.
290) Copie o verso que mostra que era impossível ao cordeiro praticar o ato de que o lobo, inicialmente o acusava:
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9º Ano
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291) Vencido pela argumentação, o derradeiro ( último) pretexto apresentado pelo lobo para castigar o cordeiro evoca :
a) peculiaridades geográficas
b) interpretações semânticas
c) razões de hereditariedade
d) pressões econômicas
e) afinidades zoológicas
292) Pensamento que se aplica perfeitamente ao conteúdo da fábula:
a) A força é a lógica dos poderosos.
b) A justiça tarda, mas não falha.
c) A razão sempre supera a opressão.
d) Quem se junta aos tolos, mais tolo ainda será.
e) Digas com quem andas e te direis quem és.
293) Numa segunda acusação, o lobo chama o cordeiro de:
a) covarde e corruptor
b) prepotente e violento
c) repulsivo e ladrão
d) velhaco e mentiroso
e) intrigante e difamador
294) A desculpa que o lobo usou para finalmente ferir e matar o cordeiro, foi:
a) que o cordeiro o irritara com suas explicações insanas.
b) que estava faminto e, usando de sua lógica sanguinária não se deteve.
c) que havia sido caluniado pelo cordeiro, por isso ia vingar-se.
d) que não podia conter sua vingança por ter sido caluniado pela família do cordeiro.
e) que estava com sua paciência prestes a se esgotar.
295) ‘Um lobo e um cordeiro sequiosos. “A um mesmo rio tinham vindo”. A expressão de valor
causal nos versos acima é:
a) lobo
b) sequiosos
c) mesmo
d) rio
e) tinham vindo.
296) Lobo e cordeiro, personagens costumeiros de inúmeras histórias, tornaram-se símbolos de sentimentos/comportamentos antagônicos (contrários, opostos). O item que, sem dúvida alguma, não
pode caracterizar e explicar a oposição simbólica lobo X cordeiro, é :
a) ferocidade x mansidão
b) crueldade x pureza
c) maldade x inocência
d) heroísmo x covardia
e) violência x brandura
297) Ao ouvir a queixa-acusação do lobo, o cordeiro:
a) não se deixou intimidar e respondeu à altura.
b) ignorou a truculência e brutalidade do lobo e continuou a beber a água do rio.
c) tentou fugir para o outro lado do rio.
d) ainda tentou argumentar racionalmente.
e) apelou para os sentimentos de bondade e tolerância do lobo.
298) A queixa-reclamação do lobo:
a) tinha total razão e procedência.
b) contrariava inteiramente a lógica.
c) podia, à primeira vista, parecer injusta, mas não era.
d) tinha suas razões claramente fundamentadas em questões hereditárias, por isso eram justas.
e) era inocente, dramática e coerente.
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299) Era impossível ao cordeiro praticar o ato de que o lobo o acusava inicialmente porque:
a) ele ainda era muito pequeno.
b) segundo o texto, a água estava totalmente limpa.
c) segundo o texto, a água já estava suja quando o cordeiro chegou à beira do rio para beber.
d) a localização do rio não permitia tal acusação.
e) a água corria do lobo para o cordeiro e não o contrário.
300) Conforme se depreende do texto, o real motivo, a verdadeira razão que fez com que o lobo
atacasse o cordeiro, foi:
a) seu medo e covardia.
b) sua incrível falta de lógica.
c) sua mal contida necessidade de vingança.
d) sua sede insaciável e egoísta.
e) sua voracidade maldosa e cruel.
301) “A lanígera rês repõe tremendo”. Significa que:
a) O cordeiro foge assustado.
b) O cordeiro desculpa-se explicando.
c) O lobo avizinha-se disfarçado.
d) O lobo intimida irritado.
e) O cordeiro responde amedrontado.
302) O pretexto, a desculpa da dissimulada lamentação do lobo para atacar e matar o cordeiro (segundo motivo) foi sua:
a) indisfarçável curiosidade.
b) paciência prestes a se esgotar
c) voracidade maldosa e cruel
d) necessidade de vingança
e) sede insaciável e egoísta.
303) O fabulista declara que a história foi escrita para os:
a) competentes
b) dependentes
d) inocentes
e) prepotentes
c) independentes
304) Copie o verso que mostra por que o cordeiro não poderia ter cometido a falta, objeto da segunda acusação que o lobo lhe fazia.
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TEXTO 116 – questões 305 a 316.
O rei que foi à caça
Vivaldo Coaracy.
Era uma vez um rei que gostava muito de caçar. Naqueles tempos, os reis deixavam como hoje, que
os ministros governassem; mas aproveitavam o tempo que assim ganhavam, para caçar ou fazer
guerra aos vizinhos. Eram esses os seus esportes prediletos.
Em certo dia, o rei projetou uma caçada em floresta longínqua. Chamou o Ministro do Tempo, que
era assim uma espécie de diretor do departamento de Meteorologia, e perguntou:
_ Vai chover?
O ministro fez os salamaleques da pragmática e respondeu:
_ Vossa Majestade pode partir tranquilo para a sua expedição. Para que os reais prazeres de Vossa
Majestade não sejam estragados, o tempo se manterá firme. Não choverá.
_ E aquelas nuvenzinhas brancas, de barriga preta, que aparecem lá no horizonte?
_ Saiba Vossa Majestade que aquelas nuvens apenas ousarão cobrir o sol, nas horas mais cálidas do
dia, para poupar a Vossa Majestade os ardores da canícula. Já receberam ordens nesse sentido.
_ Está bem.
E o rei partiu confiante, com a sua garrida comitiva, para dizimar os javalis da floresta longínqua.
Em meio da estrada, encontrou um caipira humilde, que vinha montado num burrinho, a caminho da
cidade, para vender as suas quitandas. O homem apeou-se depressa, para prostrar-se no pó, a espe-
9º Ano
106
rar que passasse a companhia real, como devem em todos os tempos, fazer os pagadores de impostos em face dos poderosos. Mas o rei estava de bom humor e, querendo honrar o seu humilde súdito com uma palavra graciosa, perguntou-lhe, por desfastio:
_ O tempo está firme?
_ Com perdão de Vossa Majestade, o tempo vai virar. Vem muita água.
O rei desatou a rir da ignorância do rústico, e foi adiante. Mal havia, porém, chagado à fímbria da
floresta, quando o céu veio abaixo, numa dessas nuvens torrenciais que fazem a gente se lembrar de
Noé e sua arca.
Molhadinho até aos ossos, a espirrar e fungar, coberto de lama, o rei voltou furioso. Antes, mesmo
de meter as reais pernas na tina de escalda-pés, despachou o Ministro do Tempo degredado para
uma Fernando de Noronha qualquer. Depois de bem agasalhado, tendo tomado um chá de canela e
alguns cálices de certo precioso licor com limão, mandou procurar o caipira que lhe anunciara a
chuva. Foi o homem encontrado e trazido, todo trêmulo, à real presença. Disse-lhe o rei:
_ Você vai ser o meu Ministro do Tempo, porque foi você que previu que ia chover. Você é um
sábio.
_ Com perdão de Vossa Majestade, o sábio não sou eu. É o meu jumento. É ele quem sabe o tempo
que vai fazer.
O rei quis explicações, e o homem as deu:
_ Quando o meu burrinho põe as orelhas para frente, é certo que vai chover; quando as põe para
trás, o tempo está firme; e quando troca as orelhas, tudo pode acontecer.
O rei não teve dúvidas. Mandou lavrar o decreto pelo qual o burro foi nomeado Ministro do tempo e
com isso fez a desgraça de seu reino, porque desde esse dia todos os jumentos do país se julgaram
aptos a ocupar altos cargos na administração pública.
Notem bem: eu não inventei esta história. Só estou repetindo. Quem a contou foi Abraão Lincoln. E
ele devia saber.
305) Naqueles tempos, como hoje:
a)os afazeres administrativos não davam aos soberanos muitas oportunidades de lazer.
b) o tédio e a monotonia dominavam completamente os ministros reais.
c) os monarcas gastavam a maior parte de seu tempo na ociosidade e no entretenimento fútil.
d) os sábios e ministros do reino não ousavam interferir nos assuntos de estado.
e) os negócios do reino, quaisquer que fossem, eram pessoalmente resolvidos pelos reis.
306) “O ministro fez os salamaleques da pragmática...”
a) ouviu com atenção as palavras reais.
b) saudou efusiva e respeitosamente o monarca.
c) fingiu-se bastante preocupado com o problema do soberano.
d) não deu muita atenção à real presença.
e) aguardou, em respeitosa imobilidade, que o rei lhe dirigisse a palavra.
307) O Ministro do Tempo mostrou-se um:
a) cínico bajulador
c) cientista responsável
e) pesquisador discreto
b) charlatão grosseiro
d) amador experiente
308) O Ministro do Tempo:
a)sacrificou a verdade à lisonja
b)pôs os interesses reais a serviço da ciência
c) colocou a razão acima da emoção
d) preferiu os interesses da ciência às vantagens pessoais
e) subordinou as razões de estado à verdade científica
9º Ano
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309) Reflexo do bom-humor real:
a) ir à caça com sua comitiva de fidalgos
b) perscrutar ( observar com atenção) o horizonte em busca de sinais de chuva
c) dizimar ( exterminar, matar) javalis na floresta longínqua
d) fazer guerra aos soberanos vizinhos
e) permitir-se dialogar com os súditos mais humildes
310) Em relação aos poderosos, os pagadores de impostos:
a) não precisarão se preocupar mais com suas dívidas
b) fingirão sempre que não os conhecem
c) deverão sempre manter-se em atitude de vassalagem
d) verão, em breve, o dia em que a igualdade será conseguida
e) deixarão de prestar-lhe obediência servil
311) “O rei desatou a rir da ignorância do rústico....” , porque:
a) afinal de contas, não estava chovendo
b) sabia que os camponeses nada entendem de caçadas
c) ele próprio já tinha a real desconfiança de que ia chover.
d) o súbito não tivera nenhum medo da comitiva real
e) o caipira discordara da opinião do Ministro do Tempo
312) O precioso licor com limão deve ser bom para:
a) previsões de tempo
b) gripes e resfriados
c) caçar javalis
d) escalda-pés
e) aclamar nervos irritados
313) Chamado à presença do rei, o caipira:
a) mostrou-se pretensioso
c) irritou-se com a chuva
e) revelou seu segredo profissional
b) não escondeu sua alegria
d) demonstrou rara honestidade
314) Se o burrinho cruzar as orelhas:
a) pode-se ir caçar sem susto, pois o tempo estará firme
b) será um pouco arriscado sair à caça, pois poderá chover
c) os javalis não terão sossego, pois o tempo estará ótimo para as caçadas
d) só deverão ir à caça aqueles que gostem de se molhar
e) não vá à caça, pois sem dúvida voltará molhado e furioso
315) O Ministro do Tempo:
a) foi condenado à morte
b) teve de subordinar-se ao caipira
c) foi destituído ( mandado embora) e exilado
d) foi rebaixado com humilhação
e) acabou reinvestido ( reintegrado) no cargo
316) Abraão Lincoln devia saber, pois afinal:
a) tinha sido fazendeiro e entendia bastante de jumentos
b) era um conceituado meteorologista antes de ser político
c) fora Presidente da República e conhecia a administração pública
d) sempre trabalhara com pessoas que sabiam o que estavam dizendo e fazendo
e) apreciava muito caçar javalis nas florestas
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TEXTO 117 – questões 317 a 322.
O lobo e o cordeiro
Monteiro Lobato.
Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfomeado, de horrendo aspecto.
_ Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? _ disse o monstro arreganhando os dentes.
Espere, que vou castigar tamanha má-criação!....
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
_ Como turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.
_ Além disso – inventou ele _ sei que você andou falando mal de mim o ano passado.
_ Como poderia falar mal do senhor a ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
_ Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
_ Como poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho, veio com uma razão de lobo
faminto:
_ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!
_ E – nhoque! – sangrou-o no pescoço.
Contra força não há argumentos.
317) O texto lido é:
a) uma crônica em que o autor trata de um assunto do dia-a-dia.
b) uma fábula, ou seja, uma história com ensinamento moral.
c) uma dissertação em que o autor expõe um assunto e dá sua opinião acerca dele.
d) uma descrição detalhada sobre animais antagônicos entre si.
318) O lobo e o cordeiro foram ao mesmo córrego. Com que finalidade cada um se dirigiu para lá?
I- O lobo foi para devorar o cordeiro.
II- O cordeiro foi para beber água.
III- O lobo foi para beber água.
IV_ O cordeiro foi para se desculpar com o lobo.
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e V estão corretas.
d) todas estão corretas.
e) III e IV estão corretas.
319) Por que o lobo e o cordeiro, sendo animais, são personagens do texto?
a) porque antigamente os animais falavam.
b) porque o texto fala sobre eles.
c) porque, na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
d) porque o autor estava usando metáforas para falar de pessoas que ele conhecia na vida real.
320) Como o autor caracteriza o lobo?
a) O lobo aparece caracterizado como um animal carnívoro e que, portanto, alimenta-se de outros
animais para sobreviver.
b) Como um animal de aspecto horrível, cruel, ruim, mas com algum senso de justiça.
c) Como um animal muito faminto e com age desprovido de razão.
d) Como um animal insensível, impiedoso, mas que agia com justiça.
321) As respostas e os argumentos que o cordeiro apresentou ao lobo:
a) eram sem fundamento.
b) foram respostas com fundamento, válidas e justas.
c) eram respostas que o lobo não conseguia entender.
d) eram respostas absurdas, sem nexo.
9º Ano
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322)O que o autor quis sugerir no final da história, quando o cordeiro foi devorado pelo lobo?
a) quis sugerir que a força sempre vence a razão.
b) nem sempre quem tem razão leva a melhor.
c) podemos explorar os mais fracos.
d) que cada um colhe o que planta.
TEXTO 118 – questões 323 a 330.
O outro sapo
Jon Scieszka
Era uma vez um sapo. Certo dia, quando estava sentado na sua vitóriarégia, viu uma linda princesa descansando à beira do lago. O sapo pulou dentro da água, foi nadando até ela e mostrou a cabeça por cima das plantas aquáticas. “Perdão, ó linda princesa”, disse ele
com sua voz mais triste e patética. “Será que eu poderia contar com vossa ajuda?” A princesa estava
prestes a dar um salto e sair correndo, mas ficou com pena daquele sapo com sua voz tão triste e
patética. Assim, ela perguntou: “O que posso fazer para te ajudar, sapinho?” “Bem”, disse o sapo.
“Na verdade, eu não sou um sapo, mas um belo príncipe transformado em sapo pelo feitiço de uma
bruxa malvada. E esse feitiço só pode ser quebrado pelo beijo de uma linda princesa”. A princesa
pensou um pouco, depois ergueu o sapo nas mãos e lhe deu um beijo. “Foi só uma brincadeira”,
disse o sapo. Pulou de volta no lago, e a princesa enxugou a baba de sapo dos seus lindos lábios.
323)Na frase “foi nadando até ela”, a palavra “ela” refere-se à:
A) feitiço
B) beira do lago
D) bruxa
E) sapo
C) princesa
324)O sapo falou com a princesa usando voz triste e patética. A palavra “patética” significa:
A) Bonita
B) Entoada
C) Piedosa
D) Chocante
E) Aguda
325) “Perdão, ó linda princesa”, disse ele com sua voz mais triste e patética. “Será que eu poderia
contar com vossa ajuda?” Nesta parte do texto o sapo tinha a intenção de:
A) fazer um pedido à princesa
B) cumprimentar a princesa
C) fazer um elogio à princesa
D) pedir perdão à princesa
E) enganar a princesa.
326)“A princesa estava prestes a dar um salto e sair correndo”, pois:
A) A água do lago estava muito suja.
B) Avistou a vitória – régia.
C) Beijou um sapo verdadeiro.
D) Avistou um sapo.
E) Não se agradou da voz do sapo
327)“Perdão, ó linda princesa”. Podemos afirmar que o emissor desta mensagem é:
A) o sapo
B) a princesa
C) o narrador
D) o príncipe
E) não há emissor nesta mensagem
328) O que se entende quando o sapo diz que “foi só uma brincadeira”?
A) Que ele não sabia que não era príncipe.
B) Que a princesa não era realmente uma princesa.
C) Que a princesa era uma bruxa.
D) Que ele mentiu quando disse que era um príncipe.
E) Que não foi a bruxa que transformou- o em sapo.
9º Ano
110
329)Sobre o texto é correto afirmar que:
A) A princesa não acredita em príncipes encantados.
B) A princesa ajudou o sapinho prontamente.
C) O sapo tinha a intenção de enganar a princesa.
D) A princesa já sabia que o sapo era um príncipe, antes mesmo, de ele contar.
E) A princesa pensava que o sapo era a bruxa.
330) Explique como ocorre a intertextualidade no texto “ O outro sapo”
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TEXTO 119 – questão 331.
Por que a girafa não tem voz [...] O dia da corrida foi logo marcado. O leopardo, certo
de que ia vencer, convocou todos os animais da floresta para vê-lo derrotar a grandona. Os bichos
correram para se divertir e torcer pela derrota da girafa. Assim que foi dada a largada, os dois saíram lado a lado, mas logo o leopardo tomou a dianteira. Corria tanto que acabou chocando-se contra
uma árvore e teve de abandonar a competição. A bicharada ficou muito decepcionada ao ver a girafa se tornar campeã. Depois da vitória, ela ficou mais faladora ainda. Ninguém tinha mais paciência
para aguentar aquele blá-blá-blá infindável. Até que o macaco, esperto como ele só, resolveu dar
um jeito na questão. Ele tirou um bocado de resina de uma árvore e misturou-a na ramaria que a
girafa costuma mastigar. Depois, escondeu-se, esperando a falastrona chegar para comer.
As folhas prenderam-se no comprido pescoço da girafa e, por mais que ela tossisse e
cuspisse, ficaram grudadas em sua garganta, calando-a para sempre. Daí em diante, seus descendentes passaram a nascer sem voz.
Barbosa, Rogério Andrade. Histórias africanas para contar e recontar. / SP: Editora do Brasil, 2000
331)No trecho “... mais paciência para aguentar aquele blá-blá-blá infindável,” a expressão destacada:
(A) revela um tipo de música cantada pela girafa.
(B) ressalta o falatório da girafa.
(C) ratifica o grito de vitória da girafa.
(D) reforça a decepção dos animais com a vitória da girafa.
TEXTO 120– questão 332.
Vamos imaginar que a indústria farmacêutica desenvolveu uma pílula que pudesse prevenir doenças do coração, obesidade, diabetes e reduzir o risco de câncer, osteoporose, hipertensão
e depressão. Já temos esse remédio. E não custa nada. Está a serviço de ricos e pobres, jovens e
idosos. É a atividade física.
(Gro Harlem Brundtland, diretora geral da OMS – Organização Mundial da Saúde)
Folha de São Paulo, 6 abr. 2002.
332)De acordo com o texto, o remédio que não custa nada e está a serviço de ricos e pobres, jovens
e idosos:
(A) é uma pílula fabricada pela indústria farmacêutica.
(B) só é encontrado nas farmácias.
(C) é a atividade física.
(D) ainda não existe.
9º Ano
111
TEXTO 121– questão 333 a 339.
Aquecimento global: o planeta em perigo.
Nelson Bacic
Enchentes em regiões semiáridas: verões muito mais quentes em áreas temperadas do
hemisfério norte; as neves do monte Kilimanjaro, na África oriental e tema de livros e filmes, prestes a desaparecer; geleiras da Antártida e da Groelândida encolhendo; nível médio dos mares subindo de forma preocupante em várias áreas densamente habitadas. O que está acontecendo com o clima da Terra?
Evidências científicas indicam que houve aumento de 0,5 graus C na temperatura média do planeta desde de 1975. As médias térmicas nos últimos 30 anos são as maiores do milênio.
Desde 1990, vários anos figuram entre os mais quentes desde que se fazem registros térmicos sistemáticos. O aquecimento global é uma realidade e já afeta, direta e indiretamente, populações de
todos os recantos do planeta.
Duas correntes oferecem explicações distintas para o aquecimento global. Uma sustenta que o fenômeno é causado fundamentalmente por fatores naturais ligados às oscilações climáticas
da história geológica do planeta. A outra, com número crescente de adeptos, afirma que a causa
principal do fenômeno é antropogênica.
A contribuição das atividades humanas para a emissão de gases causadores do efeito
estufa, especialmente o dióxido de carbono, está mais que comprovada. Se as atividades primárias e
os desmatamentos geram importantes quantidades de CO2, sabe-se que cerca de 60% do total das
emissões de gases de estufa se origina da queima de combustíveis fósseis, especialmente do petróleo e carvão. O PIB (Produto Interno Bruto), o patamar de industrialização e a matriz energética
explicam o nível das emissões dos países.
Há poucos anos, as previsões indicavam aumento entre 1º C e 3,5º C nas temperaturas
médias globais durante o século XXI. Todavia, novas pesquisas sugerem aumento bem maior: 1,4º
C, na hipótese otimista, e 5,6º C, na hipótese pessimista. Entre as consequências, encontram-se inundações catastróficas em algumas áreas, secas terríveis em outras, derretimento sem precedentes
das geleiras e elevação do nível médio dos oceanos de 0,50cm a um metro.
Na década de 1960, o número de pessoas afetadas por inundações ao redor do mundo
foi de 7 milhões. Atualmente, esse contingente saltou para mais de 150 milhões. Tais impactos são
uma espécie de aviso para aquilo que pode estar nos esperando no futuro.
Um mundo mais quente trará grande variedade de impactos para o meio ambiente,
para a saúde humana e para a sociedade. O comportamento dos animais e das plantas já dá sinais de
mudança. Há alterações na duração das estações de crescimento dos vegetais, produção, colheita e
também na competição entre espécies animais, levando-as a se deslocarem por longas distâncias em
busca de novos habitats. Muitas espécies poderão inclusive ser extintas.
O impacto será catastrófico principalmente para os países com relevo de baixas altitudes, como Bangladesh, ou para as ilhas do Pacífico. Deve-se lembrar que pouco mais da metade
da população mundial vive em áreas costeiras. Das dezenove maiores cidades do planeta, dezesseis
são litorâneas e seriam seriamente afetadas com o aumento do nível dos oceanos causado pelo derretimento das geleiras tanto do hemisfério norte como da Antártida.
333)O texto desenvolve um tema bastante debatido nos meios científicos e políticos na última década. Que tema é esse?
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9º Ano
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334)Textos como este são chamados de divulgação científica. Indique, entre os itens que seguem,
aquele que traduz melhor a finalidade desse gênero textual:
A)ensinar como se faz um relatório científico.
B)convencer o interlocutor do ponto de vista defendido pelo autor.
C)relatar experiências pessoais.
D)expor um conteúdo de natureza científica.
335)A estrutura de um texto de divulgação científica não é rígida. Depende do assunto e de outros
fatores da situação, como: quem produz o texto, para quem, com que finalidade. Apesar disso, normalmente o autor apresenta a ideia principal, geralmente um conceito ou um ponto de vista sobre
um conceito, e procura fundamentá-la com provas ou evidencias, isto é, exemplos, comparações,
resultados objetivos de experiências, dados estatísticos, relações de causa e efeito. No texto “Aquecimento global: o planeta em perigo”.
a)O que o autor pretende desenvolver ou demonstrar?
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b)Para facilitar sua explicação, o autor apresenta as consequências do fenômeno de que trata, divulgadas amplamente pela imprensa. Quais são elas?
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c)Que provas quantitativas o autor apresenta para demonstrar a existência desse fenômeno?
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336)Após expor evidências de que nosso planeta passa por um aumento de temperatura, o autor se
refere às duas correntes que procuram explicar o fenômeno.
a)Quais são as explicações que cada corrente dá para o fenômeno?
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337)O texto apresenta algumas causas do aumento do efeito estufa e da consequente elevação de
temperatura.
a)Quais são as supostas causas naturais?
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b)Identifique algumas das possíveis causas antropogênicas.
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c)Na sua opinião, há relação entre o desenvolvimento dos países e o aquecimento do planeta?
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d)Se não houver equilíbrio na forma de desenvolvimento dos países, ou seja, se não houver um “desenvolvimento sustentável”, o aumento de temperatura trará vários impactos para o meio ambiente e
para o ser humano. Que exemplos desses impactos o texto fornece?
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338)É comum o texto de divulgação científica fazer uso de uma linguagem em que há vocabulário e
conceitos científicos básicos.
a)Identifique no texto conceitos, palavras ou expressões próprios da linguagem científica.
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9º Ano
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b)A que áreas científicas pertencem?
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339)No texto são propostas soluções para o problema do aquecimento global ou o autor limita-se a
alertar para as consequências desastrosas do fenômeno para o planeta?
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TEXTO 122– questão 340 a 343.
Racismo
Drauzio Varella.
Criadas por razões religiosas, étnicas, preferências sexuais, futebolísticas ou de outra natureza, as tensões e suspeições intergrupais são as grandes responsáveis pela violência no mundo.
O preconceito que resulta dessas divisões não é consciente, está arraigado nas profundezas do passado evolutivo, na tendência universal de formarmos coalizões que nos ajudem a enfrentar os desafios que a vida impõe.
Experimentos conduzidos nos últimos 30 anos mostram que nos reunimos em grupos,
mesmo em torno de objetos fúteis: o fã-clube de uma cantora, um time ou um piloto de corrida. E
que, ao nos incluirmos em tais agrupamentos, passamos a acreditar que nossos companheiros são
mais inteligentes, espertos, generosos e dotados de valores morais superiores aos dos membros de
outros grupos.
As pesquisas hoje estão dirigidas para as razões que nos levam a enxergar o mundo sob
essa perspectiva do “nós” e “eles”. Que fatores em nosso passado evolutivo forjaram a extrema
facilidade com que formamos coalizões e reagimos de forma preconceituosa contra estranhos a
elas?
(...)
Essa característica se deve ao fato de que a adaptação à vida grupal foi decisiva à sobrevivência da espécie. Isolados, não escaparíamos dos predadores ao descer das árvores nas savanas da
África, há cinco ou seis milhões de anos.
Como consequência, esperamos encontrar acolhimento e solidariedade quando estamos
entre “nós”, porque somos mais amigáveis, altruístas e pacíficos do que os de fora. Valores morais
dessa magnitude nos autorizam a agir com violência contra inimigos que julgamos não possuí-los,
em caso de disputas por territórios, prestígio social, empregos ou acesso a bens materiais.
(...)
A conclusão é de que nossas reações diante de estranhos fazem parte de um mecanismo
neural de detecção de ameaças, que nos permite distinguir rapidamente amigos de inimigos.
Milhões de anos de seleção natural engendraram um sistema de segurança que erra menos
ao disparar alarmes falsos do que se deixasse passar despercebidas uma ameaça real. Nem todos,
porém, reagem às sensações subjetivas de perigos da mesma maneira. Aqueles que apresentam reações exacerbadas e desproporcionais são justamente os mais sujeitos a exibir comportamento preconceituoso.
(...)
Embora o preconceito esteja alojado em áreas arcaicas do sistema nervoso central, sua expressão não é inevitável. Nosso córtex cerebral já evoluiu o suficiente para reprimi-lo, de modo a
abandonarmos a bestialidade do passado e adotarmos condutas racionais centradas na tolerância e
na aceitação da diversidade humana.
Folha de São Paulo, 6/9/2014.
9º Ano
114
Vocabulário
Coalizão = aliança, união.
Córtex = camada mais externa dos hemisférios cerebrais, sede de funções nervosas mais elaboradas, como os movimentos voluntários.
Magnitude = grandeza, importância.
340)Qual é o assunto principal do texto?
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341)Os autores de textos jornalísticos geralmente procuram abordar os assuntos de modo imparcial,
sem tomar uma posição a respeito deles. Apesar disso, há quase sempre nos textos jornalísticos um
posicionamento de seus autores, identificado por meio de marcas de avaliação apreciativa. No texto
lido:
a)Que expressão, no 1º parágrafo, evidencia que o autor tem um posicionamento crítico em relação
ao comportamento preconceituoso de certos grupos?
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b) Que expressões, no 2º parágrafo, revelam o posicionamento do autor em relação à origem do
comportamento preconceituoso?
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_______________________________________________________________________________.
342) O autor do texto fundamenta suas afirmações referindo-se a experimentos realizados nos últimos trinta anos e a pesquisar que se realizam atualmente.
a) Qual é a diferença principal entre esses dois tipos de pesquisa?
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b) Considerando que o texto é um artigo de opinião e que o autor deseja convencer seus leitores,
explique com que finalidade foram incluídas no texto as informações sobre essas pesquisas?
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343) No 4º parágrafo, há a afirmação de que dividimos o mundo em “nós” e “eles”.
a)Qual é o grupo identificado por nós? E o identificado por eles? Como vemos cada um desses grupos?
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b) Por que as palavras nós e eles estão entre aspas?
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9º Ano
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TEXTO 123– questões 344 a 346.
Pregão turístico do Recife
João Cabral de Melo Neto.
Aqui o mar é uma montanha
Regular, redonda e azul,
Mais altas que os arrecifes
E os mangues rasos ao sul.
Do mar podeis extrair,
Do mar deste litoral,
Um fio de luz precisa
Matemática ou mental.
Na cidade propriamente
Velhos sobrados esguios
Apertam ombros calcários
De cada lado de um rio.
Com os sobrados podeis
Aprender lição madura:
Um certo equilíbrio leve,
Na escrita, na arquitetura.
E neste rio indigente,
Sangue-lama que circula
Entre cimento e esclerose
Com sua marcha quase nula,
E na gente que se estagna
Nas mucosas deste rio,
Morrendo de apodrecer
Vidas inteiras a fio,
Podeis aprender que o homem
É sempre a melhor medida.
Mais: que a medida do homem
Não é a morte, mas a vida.
Vocabulário:
1-pregão = ato ou efeito de apregoar, anunciar em voz alta.
2-arrecife = recife, rochedo ou série de rochedos submersos próximos à costa.
3-esguio = alto e fino.
4- calcário = feito de cal.
5- indigente = muito pobre.
6- estagna = paralisa, parado.
344) Qual é o assunto apresentado nesse texto?
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345) Qual o gênero deste texto?
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346) Que características há neste texto que definem seu gênero textual?
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TEXTOS 124 e 125 – questões 347 a 349.
TEXTO 124
A raposa e o corvo.
O corvo conseguiu arranjar um pedaço de queijo em algum lugar. Saiu voando, com o
queijo no bico, até pousar numa árvore.
Quando viu o queijo, a raposa resolveu se apoderar dele. Chegou ao pé da árvore e começou a bajular o corvo:
_ Ó senhor corvo! O senhor é certamente o mais belo dos animais! Se souber cantar tão
bem quanto a sua plumagem linda, não haverá ave que possa se comparar ao senhor.
Acreditando nos elogios, o corvo pôs-se imediatamente a cantar para mostrar sua linda
voz. Mas, ao abrir o bico, deixou cair o queijo.
Mais que depressa, a raposa abocanhou o queijo e foi embora.
9º Ano
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TEXTO 125
A raposa e o corvo.
347) Qual é a relação entre a fábula e a charge apresentadas?
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348) Quem o corvo representa nessa charge?
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349) Explique de que forma o acesso ao conhecimento no mundo virtual mudou o rumo dessa historia:
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TEXTO 126 – questões 350 a 353.
Provérbio n.1
Provérbio n.2
Um por todos e todos por um.
Cada um por si e Deus por todos.
350)A que valores remete o 1º provérbio?
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351) Que valor ou valores está implícito no 2º provérbio?
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352) Qual a relação existente entre os dois provérbios? Explique:
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353) Os provérbios surgem na boca do povo, mas nem sempre indicam muita sabedoria ou comportamento moralmente positivos. Qual desses 2 provérbios é mais coerente com as necessidades do
mundo atual? Por quê?
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9º Ano
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TEXTO 127 – questões
354 a 360.
Era uma vez um motorista que bebeu. Fim.
Acabe com essa historia de acidente.
Se for dirigir, não beba.
( o anúncio acima, produzido para uma campanha de conscientização para o trânsito, foi premiado no ano de 2009 no 1º Prêmio RPC de criação. Gazeta do Povo, janeiro de 2009. – adaptado)
354) O anúncio foi publicado em um jornal de grande circulação, que tem um público-leitor bastante variado. Qual o público-alvo específico da campanha anunciada?
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355) Na exploração do caráter simbólico da linguagem, textos publicitários utilizam recursos que,
muitas vezes, são típicos de outras esferas textuais. Que textos costumam iniciar pela expressão
“era uma vez”?
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356) Os textos que costumam iniciar pela expressão “era uma vez” apresentam uma expressão bastante comum antes da palavra “fim”. Que expressão é esta?
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357) A simbiose entre a linguagem verbal e não verbal pode ser percebida no tipo de letra usado
para escrever o texto dentro da placa. O tipo de letra usado para escrever o texto nessa placa é adequado ao contexto? Explique :
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358) Entre os elementos de um texto tipicamente narrativo, destacam-se o protagonista, a situação
inicial de equilíbrio e o enredo, onde é apresentado o conflito e o clímax da história narrada. É no
enredo que são narrados os fatos, a historia propriamente dita.
a)Quem é o protagonista, o personagem principal do texto?
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b)O texto apresenta apenas uma situação inicial tipicamente narrativa, seguida da palavra “fim”.
Que atitude do protagonista justifica essa apresentação tão sintética da história?
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c)O que representa, nesse anúncio, a palavra “fim”?
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9º Ano
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d)Em um enredo típico, são narradas as aventuras e conflitos dos personagens, em especial, do protagonista que, em geral, passa por situações de forte emoção. O que sugere, nesse anúncio, a omissão do enredo?
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359) Textos publicitários costumam usar jogos de palavras, muitas vezes com duplo sentido, para
chamar a atenção do leitor e relacionar o anúncio ao produto ou à ideia divulgada. Releia o trecho
escrito na parte inferior do anúncio.
a) Que sentidos a expressão “Acabe com essa historia” pode assumir, nesse contexto?
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b)A frase “Se for dirigir, não beba” está relacionada ao teor da mensagem do anúncio como um
todo? Explique:
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360) Anúncios publicitários são escritos, em geral para divulgar um produto ou veicular uma ideia a
ser aderida. A qual ideia as pessoas são instigadas a aderir por meio da leitura desse anúncio?
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TEXTOS 128 e 129 – questões 361 a 379.
TEXTO 128
O lobo e o cordeiro
Jean de La Fotaine.
Na água limpa de um regato,
matava a sede um cordeiro,
quando, saindo do mato,
veio um lobo carniceiro.
de vós, nessa correnteza,
não posso sujar-vos a água.
_Não importa. Guardo mágoa
de ti, que ano passado,
me destrataste, fingido!
_ Mas eu nem tinha nascido!
_ Pois então foi teu irmão.
_ Não tenho irmão, Excelência.
Tinha a barriga vazia,
não comera o dia inteiro.
_ Como tu ousas sujar
a água que estou bebendo?
_ rosnou o lobo, a antegozar
o almoço. _ Fica sabendo
que caro vais me pagar!
_Chega de argumentação.
Estou perdendo a paciência!
_ Não vos zangueis, desculpai!
_ Não foi teu irmão? Foi teu pai
ou senão foi teu avô _
disse o lobo carniceiro.
E ao cordeiro devorou.
_ Senhor _ falou o cordeiro –
encareço a Vossa Alteza
que me desculpeis, mas acho
que vos enganais: bebendo,
quase dez braças abaixo
Moral da história: Onde a lei não existe, ao que
Parece, a razão do mais forte prevalece.
9º Ano
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TEXTO 129
O lobo e o cordeiro
Esopo.
Um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou e começou a beber,
um pouco mais para baixo. O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro:
_ Como é que você tem a ousadia de vir sujar a água que estou bebendo?
_ Como sujar? _ respondeu o cordeiro.
_ A água corre daí para cá, logo eu não posso estar sujando sua água.
_ Não me responda! _ tornou o lobo furioso.
_ Pois sei que você estragou todo o meu pasto – replicou o lobo sem perder o rebolado.
_ Como é que posso ter estragado seu pasto, se nem dentes eu tenho? _ respondeu o humilde cordeiro.
_ Além disso – rosnou o lobo – fiquei sabendo que você andou falando mal de mim há
um ano.
_ Como poderia falar mal do senhor há um ano, se sequer completei um ano?
O lobo, não tendo mais como culpar o cordeiro, usou sua razão de animal esfomeado e
não disse mais nada: pulou sobre o pescoço do pobre animalzinho e o devorou.
Moral da história: contra a força não há argumentos.
361)Em relação à forma, qual é a diferença entre a fábula de Esopo e a fábula de La Fontaine?
A)A 1ª é escrita em prosa; a de La Fontaine, em versos.
B)A 1ª apresenta a fala dos personagens em discurso direto; a de La Fontaine, não.
C)A 1ª possui moral; a de La Fontaine, não.
362)A estrutura do texto, em versos, pode caracterizá-lo como poema. Ele também possui características típicas da narrativa. Quais são essas características?
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363)O narrador, no texto de La Fontaine, está em 1ª pessoa, participando da narrativa, ou em 3ª
pessoa, observando os fatos de “fora” da historia?
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364)Releia a moral da historia O lobo e o cordeiro nas duas versões.
Contra a força não há argumentos.
Onde a lei não existe, ao que parece, a razão do mais forte prevalece.
a)A moral foi destacada nos dois textos. Por quê?
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b)A conclusão que a moral apresenta é diferente nos dois textos? Explique:
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365)Uma das morais apresentadas pelos textos dialoga com um conhecido provérbio popular.
Qual ?
( )contra fatos não há argumentos.
(
)em terra de cego quem tem um olho é rei.
(
)em briga de marido e mulher não se mete a colher.
9º Ano
120
366) Relacione:
( 1 )Quem espera sempre alcança.
( 2 ) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
( 3 )Quem tudo quer tudo perde.
( 4 )quem semeia vento colhe tempestade.
( 5 ) Entre a boca e a mão, vai um pedaço de chão.
( 6 ) Devagar se vai ao longe.
( )aconselhar uma pessoa a ter cautela, a agir sem pressa.
( )sugerir a uma pessoa que tenha paciência.
( )criticar alguém por ser muito ganancioso.
( )aconselhar alguém a ser persistente.
( )dizer a alguém que suas atitudes podem trazer consequências mais graves para si mesmo.
( )prevenir uma pessoa de que nem sempre uma promessa feita é cumprida.
367)Observe o uso da palavra logo:
1) _ Como sujar? _ respondeu o cordeiro. _ A água corre daí para cá, logo eu não posso estar
sujando sua água.
2)
_ Faça logo o que você tem para fazer e vá embora – disse o lobo.
a)
Em qual dos trechos a palavra “logo” introduz uma conclusão ?
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b)
Explique a diferença de sentido da palavra “logo” constantes nas frase 1 e 2.
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368) Na fábula, o narrador diz que o lobo respondeu “sem perder o rebolado”. Circule outra expressão que poderia substituí-la sem que o sentido do texto seja alterado:
A)Com a mão na roda.
B)Sem perder as estribeiras.
C)Sem dar o braço a torcer.
D)Sem pé nem cabeça.
E)De nariz em pé.
F)Sem fazer vista grossa.
369)Na fábula, os animais representam as diferentes características e comportamentos das pessoas,
possibilitando aos leitores que identifiquem quem é quem em cada história. No texto lido, que personagem representa:
*a fragilidade física, a mansidão ?
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*a força física?
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*a inteligência?
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*a brutalidade?
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*a capacidade de raciocinar e argumentar logicamente?
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*a incapacidade de elaborar um raciocínio lógico coerente?
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*o comportamento de quem se sente “dono do mundo”?
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*a humildade?
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*a arrogância?
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*a mentira e a injustiça?
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370)Para descobrir quais eram as características do personagem, é preciso:
A) observar as descrições físicas feitas pelo narrador;
B) analisar o comportamento de cada personagem: suas falas e argumentos;
C) relacionar o animal ao seu comportamento típico.
371)Toda narrativa tem um conflito. Assinale a alternativa que explica o conflito da fábula “O lobo
e o cordeiro”
A)O conflito ocorre entre dois personagens, porque eles estão disputando para ver quem é o mais
forte.
B)O conflito se dá entre dois personagens _ o lobo e o cordeiro _ isto é, entre a força física instintiva e a força da inteligência, da razão.
C)O conflito se dá entre dois animais: o lobo, predador natural do cordeiro, só pensa em provocar a
sua presa; e o cordeiro, que não consegue argumentar para se defender.
372) Que fato gerou o embate, a discussão, entre o lobo e o cordeiro?
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________________________________________________________________________________
373) Para cada argumento utilizado pelo lobo, o cordeiro apresenta um contra-argumento. Pensando
nisso, preencha a tabela:
Lobo ( argumentação )
Cordeiro (contra- argumentação)
O cordeiro sujou a água
O cordeiro estragou o pasto
O cordeiro falou mal do lobo há um ano
374) Os contra-argumentos do cordeiro revelaram que as acusações do lobo eram injustas, incoerentes ou inconsistentes. Para descobrir por quê, numere essas características às suas explicações:
( 1 ) injustas
(
) porque não faziam sentido
( 2 ) incoerentes
( ) porque o cordeiro não poderia cometer os crimes
( 3 ) inconsistentes
( ) porque os argumentos foram facilmente questionados
375)Sem encontrar um motivo justo e consistente para atacar a presa, o lobo usou a “razão de animal esfomeado”, revelando o predomínio:
A)da razão sobre a força.
B) da força física, do instinto animal sobre a razão.
C)da lógica sobre a fome.
D)da fome sobre a força.
376)Que outra mensagem, entre as relacionadas a seguir, poderia ser usada no texto “O lobo e o
cordeiro”. Assinale-a:
A)Quando um não quer, dois não brigam.
B)Tamanho não é documento.
C)A corda arrebenta sempre do lado mais fraco.
D)Águas paradas são profundas.
E)Quanto mais alto, maior é o tombo.
9º Ano
122
377)Entre as afirmativas a seguir, algumas apresentam informações que podem acontecer somente
em textos ficcionais, como a fábula do lobo e o cordeiro, e outras que podem ser verificadas no nosso dia a dia. Classifique-as de acordo com o seguinte código:
( 1 )fato de natureza não ficcional, típico do comportamento próprio dos animais.
( 2 )fato ficcional, que ocorre somente em fábulas e outros textos.
( ) lobos dão lições de educação a cordeiros.
( ) cordeiros bebem água em córregos.
( ) lobos arreganham os dentes para devorar suas vítimas.
( ) cordeiros argumentam com lobos para não serem punidos.
( ) lobos inventam mentiras para justificar suas ações.
378)Releia o trecho:
Certa vez, um lobo estava bebendo água num riacho. Um cordeirinho chegou e também e começou a beber, um pouco mais para baixo.
Identifique, nessa fala do narrador, as palavras ou expressões que indicam uma ideia vaga de tempo e espaço:
________________________________________________________________________________
379) Classifique os trechos de acordo com as funções que o travessão pode assumir:
( A ) introduzir personagem e indicar mudança de interlocutor.
( B ) separar o personagem do narrador.
( C ) isolar termo explicativo.
( D ) dar ênfase.
(
) _ Como poderia falar mal do senhor há um ano, se sequer completei um ano?
(
) É preciso que todos queiram resolver a questão – lobos e cordeiros _ para que não haja conflito.
(
) Hoje, mais do que nunca, as fábulas _ em especial, aquelas tradicionais _ estão sendo relidas
pelo publico.
(
) Dialogar com ele é como jogar uma bola contra a parede – ela volta contra a gente.
(
) Avante! – gritou o general.
TEXTO 130 – questões 380 a 386.
Quando o homem começou a falar
Marcelo Duarte.
Ninguém sabe dizer quando o homem aprendeu a falar. Acredita-se que ele tenha começado a falar - ou a tentar falar – cerca de 60 mil anos a.C. Essa possibilidade foi levantada após
a descoberta de um osso hioide – situado na base da língua – em uma caverna do Monte Carmelo,
em Israel.
Se ninguém sabe ao certo quando o homem começou a falar, claro que ninguém sabe
também quais foram as primeiras palavras. É provável que o ser humano tenha começado a imitar
os sons da natureza.
De acordo com a The Cambridge Encyclopaedia of Language, a origem da linguagem
já foi alvo de muito estudo e discussão entre especialistas. Em busca de um entendimento, o linguista dinamarquês Otto Jespersen (1860 – 1943) agrupou as hipóteses levantadas em cinco principais
teorias:
1-para a teoria do “bow-wow”, a fala nasceu de imitações que os homens faziam de
sons de aves e animais;
2-a teoria do “pooh-pooh” defende que os sons nasceram como respostas naturais e
instintivas a dores, sustos, raiva, prazer ou outras emoções;
9º Ano
123
3-para os que acreditam na teoria do “ding-ding”, as palavras surgiram de reações a
estímulos externos, como o termo mamãe, que em muitas línguas se pronuncia juntando os lábios,
da mesma forma que os bebês fazem ao se aproximar dos seios para mamar;
4-há ainda quem defenda a teoria do “yo-he-ho”: o esforço físico de pessoas trabalhando juntas teria gerado ruídos em determinados ritmos, que posteriormente se desenvolveram,
originando cantos (e depois a linguagem);
5-por fim, a teoria do “la-la”, defendida por Jespersen, diz que a linguagem humana
nasceu de impulsos românticos.
380)Conforme o texto, que fato marca a data provável do princípio da fala humana?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
381) No 1º parágrafo, foram usados travessões para isolar duas informações de naturezas diferentes.
Copie uma alternativa que melhor expressa a ideia sugerida em cada uma delas:
a) Explicar um termo que pode ser desconhecido para o leitor:
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
b)Complementar uma informação por meio de uma ressalva, explicitando uma dúvida a respeito do
que foi afirmado:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
382) O autor escreveu o nome de cada uma das teorias entre aspas. Marque, entre as alternativas a
que justifica o uso das aspas nessas situações:
A)O autor está citando fatos que extraiu de outros livros.
B)Os nomes das teorias estão em idioma diferente do idioma em que foi escrito o texto.
C)Os nomes das teorias não são palavras comum; são palavras que tenham imitar os sons que teriam dado origem às teorias.
D)Os termos entre aspas são palavras usadas em sentido figurado e não literal.
383) O texto Quando o homem começou a falar é ficcional ou apresenta informações reais? Explique:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
384) Qual é o principal objetivo desse texto? Marque:
A)Manifestar a opinião do autor a respeito da teoria em que ele acredita sobre a origem da fala humana.
B) Expor algumas teorias a respeito da origem da fala humana, sem emitir opinião pessoal em relação a elas.
C) Explicar detalhadamente a teoria que comprova o origem da fala humana.
385) Relacione as expressões em destaque nos trechos a seguir, ao sentido que elas expressam no
texto:
A) “Ninguém sabia dizer quando o homem aprendeu a falar.”
B) “Acredita-se que se tenha começado a falar – ou a tentar falar – cerca de 60 mil anos a.C.”
C) “É provável que o ser humano tenha começado a imitar os sons da natureza.”
D) “De acordo com a The Cambridge Encyclopaedia of Language, a origem da linguagem já foi
alvo de muito estudo e discussão entre especialistas.”
E) “Em busca de um entendimento, o linguista dinamarquês Otto Jespersen (1860 – 1943) agrupou
as hipóteses levantadas em cinco principais teorias.”
9º Ano
124
(
(
(
(
) fazer referência a uma fonte reconhecida para dar veracidade à informação.
) revelar a inexistência total de conhecimento acerca do assunto.
) indicar uma possibilidade.
) sugerir tentativa de explicação.
386) Para conferir maior credibilidade ao texto, muitas vezes, são usados dados objetivos e citadas
as fontes de onde provêm as informações. Quais informações conferem ao texto um caráter de credibilidade?
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________________________________________________________________________________
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TEXTO 131 – questões 387 a 390.
A noite em que os hotéis estavam cheios.
Moacyr Scliar.
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, são se sentia
bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde
que não fosse muito caro.
Não seria fácil, como eles descobriram. No primeiro hotel o gerente, homem de maus modos, foi
logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança
para o casal e resolveu pedir documentos.
_ E como pretende o senhor conseguir um lugar num hotel, se não tem documentos? _ disse o encarregado. _ Eu nem sei se o senhor vai pagar a conta ou não!
O viajante não disse nada. Tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também
não havia vaga. No quarto _ que era mais uma modesta hospedaria_ havia, mas o dono desconfiou
do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. contudo, para não ficar mal, resolveu
dar uma desculpa:
_ O senhor vê, se o governo nos desse incentivos, como dão para os grandes hotéis, eu já teria feito
uma reforma aqui. Poderia até receber delegações estrangeiras. Mas até hoje não consegui nada. Se
eu conhecesse alguém influente ... o senhor não conhece ninguém nas altas esferas?
O viajante hesitou, depois disse que sim, que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.
_ Pois então _ disse o dono da hospedaria_ fala para seu conhecido da minha hospedaria. Assim, da
próxima vez que o senhor vier, talvez já possa lhe dar um quarto de primeira classe, com banho e
tudo.
O viajante agradeceu, lamentando apenas que seu problema fosse mais urgente: precisava de um
quarto para aquela noite. Foi adiante.
No hotel seguinte, quase tiveram êxito. O gerente estava esperando um casal de conhecidos artistas,
que viajaram incógnitos. Quando os viajantes apareceram, pensou que fossem os hóspedes que aguardava e disse que sim, que o quarto já estava pronto. Ainda fez um elogio.
_ O disfarce está muito bom.
_ Que disfarce? _ perguntou o viajante.
_ Essas roupas velhas que vocês estão usando, disse o gerente.
_ Isso não é disfarce, disse o homem, são as roupas que temos.
O gerente aí percebeu o engano:
_ Sinto muito _ desculpou-se. _ Eu pensei que tinha um quarto vago, mas parece que já foi ocupado.
O casal foi adiante. No hotel seguinte, também já não havia vaga, e o gerente era metido a engraçado. Ali havia uma manjedoura, disse, por que não se hospedam lá? Não seria muito confortável,
mas em compensação não pagariam diária. Para surpresa dele, o viajante achou a ideia boa, e até
agradeceu. Saíram.
9º Ano
125
Não demorou muito, apareceram os Três Reis Magos, perguntando por um casal de forasteiros. E
foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já
chegados a Belém de Nazaré.
387) Explique por que “A noite em que os hotéis estavam cheios” é um intertexto:
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388) Cite elementos/ aspectos coincidentes entre esse conto e a história bíblica.
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389) “...O senhor não conhece ninguém nas altas esferas”. O viajante hesitou, depois disse que sim,
que talvez conhecesse alguém nas altas esferas.” A quem se referiam, respectivamente, o dono da
hospedaria e o viajante? Explique:
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390) Na verdade, os viajantes não foram aceitos nos diversos lugares por onde passaram pelo mesmo motivo. Qual foi? Explique:
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391) Qual o gênero desse texto: “A noite em que os hotéis estavam cheios”?
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TEXTO 132 – questões
A origem do café.
392 a 394.
Segundo a lenda, em tempos remotos, um joven pastor chamado Kaldi, tomando conta do seu rebanho de carneiros em uma montanha árida e ressecada no Iêmen, na Arábia, observou que, durante a
noite, alguns de seus carneiros desapareciam atrás da montanha durante algumas horas e voltavam
muito agitados. Kaldi fiocu irrequieto, pois estava convencido de que seus carneiros estvam possuídos por alguma foça maligna.
Uma noite ele os seguiu e viu os seus animais pastarem os pequenos e avermelhados grãos de um
arbusto que ele nunca tinha visto. Kaldi também provou esses frutos e comprovou seu poder excitante.
Com o tempo, outras pessoas também passaram a ingerir os frutinhos avermelhados, inclusive na
forma de infusões (ou seja, colocando-os na água fervente). E foi assim que os seres humanos passaram a consumir o café.
392) O que, inicialmente, o pastor pensou que provocava esse comportamento em seus animais?
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393) Qual era, na verdade, a causa das alterações observadas no rebanho?
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394) Como Kaldi descobriu o que de fato acontecia? Explique:
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9º Ano
126
TEXTO 133 – questões
Griffin e Sabine
Nick Bantock.
395 a 399.
Griffin,
Agora que chegou o momento de responder a suas perguntas e falar de mim, sinto-me estranhamente tímida. Não que seja uma razão para desistir, na verdade, tomo isso como um sinal para
prosseguir.
Não sei nada sobre meus verdadeiros pais. Fui entregue a meu pai e minha mãe de criação por
um velho que me encontrou nas encostas da montanha Pillow, “berrando no meio de metais negros
e quentes e vidro quebrado”. Meu pai (que naquela época era o único europeu na ilha) foi com os
vizinhos vasculhar a área. Mas era a estação das chuvas, a montanha estava deserta e um dos habituais desligamentos de terra tinha coberto tudo. Mais tarde, ele procurou em vão procurar algum
registro de queda de avião – mas parece que eu tinha surgido do nada. Eu devia ter seis meses
quando cheguei, com fome, mas sã e salva. Desse modo me tornei Sabine, filha de Gust e Tahi Strokemk e, graças à generosidade e afeição deles, cresci até meus atuais 28 anos.
Durante minha primeira infância, passei a maior parte do tempo com minha mãe, que é nativa de Katin e a única parteira de Siemon. Ela é divertida e sábia, mas aos 7 anos de idade me cansei
de crianças e nascimentos. Decidi trocar sua companhia pela companhia de meu pai que, em outros
tempos, foi curador do Museu de História Natural em Paris e tinha uma cabeça que guardava informações como papel de pegar moscas. Ele e eu saíamos perambulando em busca de espécimes para
seu Catálogo das Ilhas ( um livro que documentaria todas as espécies encontradas nas Siemons). Eu
saltitava ao seu lado, esperando sua bolsa de lona e ligada em todas as palavras que ele dizia.
Ele adorava falar tanto quanto eu adorava ouvir. De vez em quando era sobre Paris ou Amsterdã, ou sobre as outras cidades onde tinha morado, mas na maioria das vezes ele falava as ilhas e
das coisas que víamos e ouvíamos. Ele me incentivava a desenhá-las, prometendo-me a posição de
ilustradora oficial do Catálogo quando eu crescesse.
Eu me lembro de uma vez em que estávamos chegando ao vilarejo, depois de procurar
conchas na praia de Potemy, quando deixei cair um enorme caramujo no meu pé. Berrei de dor e,
numa árvore a nossa frente, houve uma explosão de araras azuis e amarelas. Meu pai, percebendo
que eu não sabia se cuidava do meu dedo ou dos emplumados fogos de artifício, riu e murmurou:
“Dor e beleza, nossas fiéis companheiras”. apesar de jovem, entendi.
[...]
Procurei ser cautelosa e descobri que tipo de pessoa você era antes de me revelar completamente. Por favor, não se sinta invadido – não é isso, juro. Mas estou impaciente para saber a seu
respeito. Escreva logo.
Sabine.
395) Por que o vocativo, nesta carta, não está acompanhado de uma expressão carinhosa como
“querido” ou “meu amigo”?
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________________________________________________________________________________
396) Explique o que são os metais negros e quentes e vidro quebrado de que Sabine trata no 2º
parágrafo?
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________________________________________________________________________________
397) Algumas expressões usadas por Sabine não estão em seu sentido literal, ou seja, ela usa recursos de linguagem e comparações criativas para, de certo modo, “ilustrar” o seu texto.
a) “[....] me cansei de crianças e nascimentos.”
________________________________________________________________________________
b) “[...] tinha uma cabeça que guardava informações como papel de pegar moscas”.
________________________________________________________________________________
9º Ano
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c) “[...] houve uma explosão de araras azuis e amarelas”.
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________________________________________________________________________________
d) “[....] emplumados fogos de artificio”.
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398) Qual a relação entre o acontecimento descrito e o comentário feito pelo pai de Sabine? Dor e
beleza, nossas fiéis companheiras.
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399) Qual o gênero desse texto “ Griffin e Sabine”?
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TEXTO 134 – questões 400 a 404.
Fotografia
Marcelo Duarte.
Dois franceses, Joseph Nicéphore Niepce (1765 – 1833) e Louis Jacques Mandé Daguerre (1787
– 1851), ajudaram a iniciar o ramo da fotografia na primeira metade do século XIX. Com um filem
rudimentar, Niepce capturou a primeira imagem fotográfica fixa, enquanto Daguerre aperfeiçoou as
primeiras câmeras.
Niepce chegou à fotografia graças a seu interesse por litografia, o processo de copiar desenhos
à mão sobre pedra, imprimindo-os depois sobre papel. Empregando as habilidades artísticas do
filho, Niepce estabeleceu uma próspera empresa na área. Mas, quando seu filho foi recrutado pelo
exercito francês, ele subitamente perdeu seu desenhista. Forçado a usar novamente sua capacidade
inventiva, uma vez que não tinha qualquer talento artístico, Niepce concebeu um processo que dispensava o desenhista – ele utilizava a luz ambiente para fixar uma cena em filme. Para isso, Niepce
usou vidro recoberto por um tipo de asfalto que se torna solúvel em água quando exposto a uma
quantidade suficiente de luz. Sua primeira fotografia mostrava um terreiro visto da janela superior
de sua casa de campo. Foi necessário tanto tempo para obter uma exposição adequada para capturar
a imagem que as sombras das árvores se moveram à medida que o sol avançou pelo céu da tarde. A
foto saiu bastante borrada, mas Niepce havia aberto a porta para uma nova indústria.
A ideia de Niepce não era assim tão original. Muitas décadas antes, cientistas haviam descoberto que certos sais de prata escureciam quando expostos à luz. O físico Thomas Wedgwood tirou
a primeira fotografia em 1802, ao passar uma camada fina e úmida de sais de prata sobre o pedaço
de papel e focalizar uma imagem sobre a superfície. A imagem apareceu, mas logo se apagou. Niepce, ao contrario, encontrou uma maneira de fixar a imagem no tempo.
Daguerre era um bem-sucedido pintor de paisagens, que traçava o contorno de um cenário
sobre lona utilizando uma câmera obscura – uma caixa oca com uma lente em um dos lados, que
projetava uma imagem ampliada sobre a superfície do lado oposto. Sabendo da descoberta de Niepce, Daguerre sugeriu, em 1829, que eles formassem uma sociedade, que durou até a morte de Niepce, quatro anos depois. Daguerre esforçou-se para aperfeiçoar a câmera e suas fotografias e, em
1837, estava produzindo fotos nítidas e detalhadas sobre placas de cobre prateadas. Ele e o filho de
Niepce acabaram por vender os direitos da invenção ao governo francês.
As câmeras continuaram a progredir e houve um rápido desenvolvimento quando as pesadas
chapas fotográficas foram substituídas por filmes de celulóide leves e flexíveis. O celulóide foi
transformado em produto comercial no ano de 1869, por um inventor americano, John Wesley
Hyatt (1837- 1920).
9º Ano
128
400) Explique a que parceria se deve a invenção da fotografia.
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
401) Comparando o ditado popular: Há males que vem pra bem. De que modo é possível relacionar
esse ditado ao trabalho de Niepce?
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402) Se o físico Thomas Wedgwood tirou a 1ª fotografia, por que não se atribuiu a ele o mérito dessa invenção?
_______________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
403) Marque a opção correta:
“... Niepce usou vidro recoberto por um tipo de asfalto que se torna solúvel em água quando exposto a uma quantidade suficiente de luz”.
A) O vidro se torna solúvel em água quando exposto a uma quantidade suficiente de luz.
B) O asfalto se torna solúvel em água quando exposto a uma quantidade suficiente de luz.
C) O vidro, recoberto por um tipo de asfalto, torna-se solúvel em água.
D) Um tipo de asfalto se torna solúvel em água quando exposto a uma quantidade suficiente de luz.
404) Marque a opção correta:
Daguerre era um bem-sucedido pintor de paisagens, que traçava o contorno de um cenário sobre
lona utilizando uma câmera obscura – uma caixa oca com uma lente em um dos lados, que projetava uma imagem ampliada sobre a superfície do lado oposto.
A) Daguerre projetava uma imagem ampliada sobre a superfície do lado oposto.
B) Uma imagem ampliada traçava o contorno de um cenário sobre a superfície do lado oposto de
uma câmera obscura.
C) Uma caixa oca com uma lente em um dos lados projetava uma imagem ampliada sobre a superfície do lado oposto.
D) Um bem-sucedido pintor de paisagens projetava uma imagem ampliada sobre a superfície do
lado oposto.
TEXTO 135 – questões 405 a 407.
405) Qual é o gênero textual?
________________________________________________________________________________
406) Qual(is) as linguagens apresentadas no gênero textual?
a) [ ] musical
b) [ ] verbal
c) [ ]gestual
d) [ ] não verbal
9º Ano
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407) Qual a tipologia (tipo) textual predominante do gênero textual acima?
a) [ ] narrativo
b) [ ] argumentativo
c) [ ] descritivo
d) [ ] dialogal
TEXTO 136 – questões 408 a 410.
408) Qual é o gênero textual?
_______________________________________________________________________________
409) Qual(is) as linguagens apresentadas no gênero textual?
a) [ ] musical
b) [ ] verbal
c) [ ]gestual
d) [
] não verbal
410)Qual a intenção comunicativa do gênero textual?
________________________________________________________________________________
TEXTO 137 – questões 411 a 413.
411) Qual é o gênero textual?
________________________________________________________________________________
412) Qual(is) as linguagens apresentadas no gênero textual?
a) [ ] visual
b) [ ] verbal
c) [ ] não verbal
d) [ ] gestual
413) Qual a tipologia (tipo) textual do gênero textual acima?
a) [ ] narrativo
b) [ ] argumentativo
c) [ ] descritivo
d) [ ] dialogal
9º Ano
130
TEXTO 138 – questões 414 a 417.
414) Qual é o gênero textual?
________________________________________________________________________________
415) Qual(is) as linguagens apresentadas no gênero textual?
a) [ ] musical
b) [ ] verbal
c) [ ] não verbal
d) [ ] gestual
416) Qual o assunto abordado nesta charge?
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417) Explique por que os pinguins estão no congelador.
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________________________________________________________________________________
TEXTO 139 – questões 418 a 421.
418) Qual é o gênero textual?
________________________________________________________________________________
419) Qual(is) as linguagens apresentadas no gênero textual?
a) [ ] musical
b) [ ] verbal
c) [ ] não verbal
d) [ ] gestual
9º Ano
131
420) Qual o assunto abordado nesta charge?
________________________________________________________________________________
421) Explique a fala da mãe no texto.
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TEXTO 140 – questões 422 a 428.
BRINQUEDOS
Cecília Meireles
Ora, uma noite, correu a notícia de que o bazar se incendiara. E foi uma espécie de festa fantástica. O fogo ia
muito alto, o céu ficava todo rubro, voavam chispas e labaredas pelo bairro todo. As crianças queriam ver o
incêndio de perto, não se contentavam com portas e janelas, fugiam para a rua, onde brilhavam bombeiros
entre jorros d’água. A eles não interessavam nada, peças de pano, cetins, cretones, cobertores, que os adultos
lamentavam . Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços, fechados, sufocados em suas caixas. Brinquedos que jamais teriam possuído, sonho apenas da infância, amor platônico.
O incêndio, porém, levou tudo. O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas.
Felizmente, ninguém tinha morrido, diziam em redor. Como não tinha morrido ninguém? – pensavam as
crianças. Tinha morrido um mundo, e , dentro dele, os olhos amorosos das crianças, ali deixados.
E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios. Em outras idades. De outros brinquedos. Até que
um dia também desaparecêssemos sem socorro, nós, brinquedos que somos, talvez, de anjos distantes!!
VOCABULÁRIO:
1- rubro = vermelho vivo
2- chispas = faíscas
3- pressentir = sentir antes
4- amor platônico = amor ideal
422) O texto é:
a) apenas dissertativo
c) dissertativo
b) apenas narrativo
d) descritivo e dissertativo
423) Com a expressão “festa fantástica”, a autora quis dizer:
a) festa animada, divertida, alegre, movimentada
b) festa com muito colorido e convidativa
c) algo que parece só poder existir na fantasia, na imaginação, algo que parece irreal.
424) Em que sentido foi empregada a palavra festa?
a) em sentido próprio, era mesmo uma festa que estava acontecendo, com luzes e fogos.
b) em sentido figurado, para indicar movimento, cores, ajuntamento de pessoas.
425) Que tipo de amor as crianças tinham pelos brinquedos?
a) amor platônico, ideal
b) amor egoísta
c) amor falso
426) As crianças e os adultos não lamentavam o incêndio sob o mesmo aspecto, da mesma maneira. Copie
do texto o(s) trecho(s) que comprova(m) essa afirmação.
R= 3 LINHAS.
427) Para as crianças, os brinquedos eram seres vivos. Assinale a(s) frase( s) ou expressão(ões) que comprova (m) essa personificação dos brinquedos:
a) ….sufocados em suas grandes caixas.
b) O bazar ficou sendo um famoso galpão de cinzas.
c) Como não tinha morrido ninguém??
d) Tinha morrido um mundo….
e) Sofriam pelos cavalinhos e bonecas, os trens e os palhaços fechados…
f) ….correu a notícia de que o bazar se incendiara.
g) O incêndio, porém levou tudo.
h) E começávamos a pressentir que viriam outros incêndios.
9º Ano
132
428) Qual o gênero desse texto?
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TEXTO 141 – questões 429 a 436.
Um demônio?
Ethevaldo Siqueira.
_ Anjo e demônio, o Homem vive a epopeia de uma cultura assombrosa. Faz poesia, música, monumentos, máquinas, computadores, veículos espaciais. Descobre o âmago da matéria, explode o átomo, formula teorias, códigos e religiões. Multiplica-se rapidamente. Ocupa ansiosamente toda a Terra.
Um anjo, então?
_ Anjo e demônio, feliz e desgraçado, rico e paupérrimo, o Homem ameaça hoje a estabilidade do
seu planeta, põe em risco a sua própria sobrevivência. Por milênios, ele tem ignorado as condições de manutenção da vida em seu mundo. Embora lute duramente pela liberdade, ainda não soube construir uma sociedade realmente livre. Edifica uma portentosa civilização, mas corre o risco de destruí-la em alguns minutos.
Ou em alguns decênios, pela impiedosa devastação da natureza.
Contudo, qual é a verdadeira face do homem?
_ Animal contraditório, o Homem pesquisa vacinas durante anos e depois fabrica armas que matam
milhões num segundo. Média entre São Francisco e Hitler, ele cria um inferno para cada milagre de sua inteligência. É capaz de amar ardentemente tanto quanto odiar até o extermínio de raças e povos irmãos. No
ápice de uma evolução de bilhões de anos, ele age como se não dependesse mais da natureza.
Mas o homem é feliz?
_ No coração e na mente do Homem, Deus se torna abstrato e distante, separado do mundo real, refúgio desesperado de sua desgraça.
Mas, afinal, esse é o homem?
_ Esse é o Homem que habita essa esfera azul que gira lentamente sob nossos olhos. Veja: é um frágil
planeta. Mas, ao mesmo tempo, maravilhoso, não acha? É uma pena que todos os homens não possam ver
sua Terra daqui. E pensar na sinfonia grandiosa que já existe, no mar, nas florestas, nas montanhas, nos campos, numa pequena lagoa, no voo de um pássaro, no canto da baleia, nas cores de uma borboleta, na interdependência de milhares de seres microscópicos e gigantes. Na sinfonia da ecosfera, tão complexa, quão delicada. Talvez, então, o Homem pudesse descobrir que tem uma Terra somente.
VOCABULÁRIO:
1- âmago= interior, centro, parte mais íntima;
2- ápice = vértice, cume, ponto mais elevado;
3- decênio = período de 10 anos;
4- ecosfera = região da atmosfera próxima à superfície da Terra;
5- extermínio = destruição total, aniquilamento;
6- interdependência = dependência mútua, recíproca
7- paupérrimo= muito pobre;
8- portentoso = grandioso, gigantesco;
9- epopeia = poema em que são narradas ações grandiosas e heroicas, acontecimentos extraordinários.
429) A ideia central do texto é:
a) O Homem à procura de Deus;
b) A devastação da natureza pelo homem;
c) O ser humano contraditório, com seus altos e baixos, entre o bem e o mal;
d) Todas as anteriores;
e) Nenhuma das alternativas.
430) De acordo com o texto como o ser humano considera Deus? Explique:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
431) Relendo o ultimo parágrafo do texto, o autor é alguém que observava a Terra à distância, como se estivesse nas alturas. Copie do texto a frase que comprova essa afirmação.
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9º Ano
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432) Explique o significado da expressão: “média entre São Francisco e Hitler” com relação ao homem. O
que representam São Francisco e Hitler?
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433) No trecho: Anjo e demônio, o Homem vive a epopeia de uma cultura assombrosa.” O autor usa um
recurso da linguagem chamado antítese ( uso de palavras contrárias) . Explique o que quis dizer com essa
expressão: Anjo e demônio.
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434) Durante todo o texto, o autor usa a palavra “Homem” com a letra “h” maiúscula. Explique por que:
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435) No texto há muitos exemplos de antíteses. Copie 3:
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436) Copie do texto o trecho que mostra, segundo o autor, como é o relacionamento do homem com Deus,
como o ser humano considera Deus.
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TEXTOS 142 e 143 – questões 437 a 445.
TEXTO 142
Bombaboa, a bomba que tinha coração.
Ivan Luz.
Esta é a historia de Bombaboa, a bomba que tinha coração.
Um dia, Bombaboa foi levada por um avião, para destruir uma cidade. De repente, ela
sentiu que estava caindo, caindo, caindo. Bombaboa fez então um grande esforço e conseguiu se
desviar do alvo, indo cair sobre um monte de feno, numa fazendinha. Como o feno era macio, ela
não explodiu: e o cansaço foi tanto, que ela adormeceu... E sonhou. Era um sonho lindo! Estava
cercada de crianças que lhe pediam para brincar. Mas o sonho durou pouco... Por outras mãos ela
foi levada. Não demorou muito a Bombaboa viu que estava sobre outra cidade. E novamente sentiu
que deveria matar e destruir. Fez uma grande esforço para se desviar do alvo. De nada adiantou.
EXPLODIU! Mas em lugar de morte e destruição, ela cobriu o céu de flores, numa explosão de
alegria. Naquele dia, os moradores da cidade cantaram e dançaram, comemorando o milagre florido.
LUZ, Ivan. Belo Horizonte: Editora Lê, 1994.
TEXTO 143
A Bomba Atômica
Vinícius de Moraes
A bomba atômica é triste
Coisa mais triste não há
Quando cai, cai sem vontade
Vem caindo devagar
Tão devagar vem caindo
Que dá tempo de pousar nela e voar....
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar!
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra....
Bomba atômica que aterra!!
Bomba atômica da paz!
Pomba tonta, bomba atômica
Tristeza, consolação
Flor puríssima do urânio
Desabrochada no chão
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Da cor pálida do hélium
E odor de rádium fatal
Loelia mineral carnívora
Radiosa rosa radical.
Nunca mais, oh bomba atômica
Nunca, em tempo algum, jamais
Seja preciso que mates
Onde houver morte demais
Fique apenas tua imagem
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz!
Vocabulário:
1- insigne= importante, célebre
2- loelia= um tipo de orquídea
3- urânio rádium= elemento radioativo usado na produção de energia atômica.
4- hélium= elemento químico pertencente à família dos gases nobres.
5- atônita= espantado, perturbado
437) Considerando o texto 142 - no trecho “Era um sonho lindo!” o ponto de exclamação indica:
A) Susto.
B) Admiração.
C) Medo.
D) Dúvida.
438) Copie do texto 143 quatro metáforas com as quais o poeta designa a bomba atômica.
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439)A bomba atômica é arma de destruição, de guerra por que o poeta (texto 143) a vê como bomba
da paz, arcanjo da paz? Explique:
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440) Que aspecto da civilização moderna é apresentada nos dois textos? Explique:
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441) Qual o gênero textual de cada um dos textos?
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442) O poeta não vê a bomba atômica como uma coisa: atribui-lhe características e ações próprias
dos seres humanos ( prosopopeia ou personificação). Copie 2 expressões em que aparece esse recurso poético.
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443) Na 2ª estrofe o poeta enumera tudo o que a bomba atômica mata. Por que a bomba atômica
mata esses elementos? Explique:
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444) Explique a intertextualidade presente no texto 142 em relação ao texto 143.
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445) Indique as semelhanças existentes entre os dois textos. Cite trechos dos dois textos que fundamente sua resposta.
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TEXTO 144 – questões 446 a 448.
Clementina, a gata
Sylvia Orthof
Clementina era uma gata de telhado, dessas gatas listradas. Vivia namorando, miando
e tendo gatinhos. Mas era mais pra namoradeira do que pra mamadeira, quer dizer: não cuidava
muito bem dos filhotes. Vivia esquecendo de dar de mamar.
Ainda bem que Boby também era bassê, da mesma raça de sua avó. Se você não leu
a história de sua avó, bem feito, vai pensar que estou falando de pessoa de sua família, Deus que me
livre! É que sua avó era o nome de um cachorro que tive, quando era menina, da mesma raça de
Boby, que tive quando meus filhos eram meninos.
Boby cuidava dos gatinhos de Clementina. Só não dava de mamar, por motivo de
Boby ser macho. Mas mãe como Boby nunca vi igual.
Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar os
gatinhos. Clementina, muito namoradeira, não queria vir, ficava requebrando em frente do portão,
esquecida de que era uma senhora gata com obrigações familiares.
ORTHOF, Sylvia. Os bichos que tive. Ed Salamandra, 2006, página61, fragmento.
446)Na frase " Mas mãe como Boby nunca vi igual!", o ponto de exclamação indica:
a) admiração
b) dúvida
c) indiferença
d) negação
447) "Boby chamava Clementina de três em três horas, para a desalmada vir alimentar..."
A palavra destacada tem o mesmo sentido de:
a) bondosa
b) cruel
c) amada
d) namorada
448) Quem era a sua avó?
a) nome de um cachorro
c) nome de uma galinha
TEXTO 145 – questões 449 e 450.
Eureka: no Pólo descobri a terra
Anne Heursel.
b) nome de um gato
d) nenhuma das alternativas está correta.
Acordamos às 6 horas no dia 20 de abril para ir a Iqaluit. Às 8 horas já tínhamos lotado
o ônibus com algumas toneladas de material e em poucos minutos estávamos no aeroporto. Partimos às 10 horas. Enquanto voávamos na direção norte, olhamos da janela do avião, vimos o terreno
mudar constantemente. O número de árvores diminuía cada vez mais, os lagos iam ficando congelados.
E o solo branco de neve. Depois de três horas de voo, descemos em Iqaluit, uma cidade de 3 mil
habitantes, antigamente um povoado de esquimós.
HEURSEL, ANNE. São Paulo. FTD 1992. Fragmento.
449) Esse texto pertence ao gênero:
a) carta
d) relato
b) conto
e) sinopse.
c) crônica
450) Em que pessoa verbal estão os verbos no texto acima?
a) primeira pessoa do singular
b) segunda pessoa do plural
c) primeira pessoa do plural
d) terceira pessoa do plural
9º Ano

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