Garota de programa foi morta por cliente em S. José

QUINTA-FEIRA, 5 DE AGOSTO DE 2010
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VIOLÊNCIA URBANA MULHER FOI ESPANCADA ATÉ A MORTE, APÓS ENCONTRO
Garota de programa foi morta
por cliente em S. José, diz DIG
Polícia Civil identifica homem suspeito de ter assassinado brutalmente a vítima na madrugada de domingo, na região sul
GUILHERMO CODAZZI
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Quatro dias após o crime, a
polícia começa a desvendar os
mistérios que cercam a execução brutal da garota de programa Eliane Cardoso Mariano,
de 31 anos, ocorrido na madrugada de domingo na região sul
de São José dos Campos. Um
suspeito foi identificado e, em
breve, deverá ser pedida sua
prisão temporária à Justiça.
Para a DIG (Delegacia de
Investigações Gerais), responsável pela apuração do caso,
Eliane foi assassinada por um
cliente, logo depois de ter mantido relações sexuais com ele
dentro de um terreno baldio
no bairro Residencial União.
De acordo com a polícia, o
fim do caso está próximo e a
hipótese de um acerto de contas do tráfico -- uma das hipóteses iniciais, pois a vítima era
usuária de crack -- está descartada, ao menos no momento.
“Acreditamos que ela foi assassinada por um cliente, houve um desentendimento após
o programa e isso levou à morte da Eliane. Não posso adiantar detalhes, mas faltam agora
O CRIME
Morte
“A Eliane foi morta por
um cliente, essa é a nossa
linha de investigação, nós
identificamos um suspeito,
está perto do fim.”
NEIMAR CAMARGO MENDES
DELEGADO ASSISTENTE DA DIG
4
dias
após o assassinato a Polícia
Civil de São José concluiu
que o crime foi realizado
por um cliente da vítima
EXECUÇÃO BRUTAL
A garota de programa teria
sido assassinada na madrugada de sábado para domingo em um terreno baldio na
rua Antonio José Matos Lima, no Residencial União,
bairro na zona sul de São José dos Campos. Ela foi espancada até a morte e teve o rosto completamente desfigurado, de acordo com a DIG
Perícia
PROVAS NA CENA DO CRIME
O corpo foi encontrado após
a Polícia Militar ter sido acionada por moradores, já na
manhã de domingo. No local, foram encontrados perto do corpo preservativos
usados, bitucas de cigarro e
a bolsa da vítima. Material é
recolhido pela Polícia Científica e pode ser decisivo no
esclarecimento do crime, se
necessário o exame de DNA
apenas detalhes”, disse ontem
o delegado assistente da DIG,
Neimar Camargo Mendes.
O delegado, responsável pelo setor de homicídios, admitiu
que já há um suspeito. “Temos
uma linha de investigação, um
suspeito”, disse ao O VALE.
Na cena do crime, um terreno baldio na rua Antonio José
Matos Lima, foram recolhidos
pela perícia preservativos usados, achados ao lado do corpo
de Eliane. O material genético
pode ser comparado ao do suspeito, por meio de um exame
de DNA, se for necessário.
Investigação. O corpo da vítima foi localizado na manhã de
domingo, após denuncia feita à
Polícia Militar. No local, a equipe da DIG colheu informações
iniciais com pessoas que acompanhavam, por curiosidade, o
trabalho da perícia técnica.
Eliane não portava nenhum
documento e estava desfigurada. Foi morta por espancamento. Com a vítima, foi encontrada uma bolsa, com preservativos, moedas, cigarros, um pino
de cocaína vazio e fósforos.
Com base nos dados obtidos
no local, a polícia localizou o
namorado da vítima.
O rapaz, em depoimento
prestado segunda-feira, informou ao delegado que Eliane
era moradora do acampamento sem-teto do Pinheirinho e
viciada em crack e, por causa
do vício, vendia o corpo.
Os policiais fizeram incursões no acampamento e acharam o barraco em que a vítima
vivia. Conseguiram identificar
a garota de programa, enterrada na terça-feira (leia texto
nesta página) e colher pistas.
Próximos Passos. Segundo a
DIG, a investigação continua e
o objetivo é reunir provas que
comprovem a autoria do crime
e pedir a prisão do suspeito.
Em 2010, até junho, a unidade esclareceu 26 assassinatos,
sendo 16 praticados esse ano e
10 em 2009, obtendo assim a
melhor média de solução de
homicídios da região, de acordo com a Polícia Civil.
No caso de Eliane, a delegacia aguarda a emissão do laudo necroscópico da vítima. De
acordo com a polícia, ele deve
ser entregue pelo IML (Instituto Médico Legal), em um prazo
aproximado de dez dias. l
VÍCIO
Enterro é
realizado em
São José
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
O corpo da garota de programa Eliane Cardoso Mariano, de 31 anos, foi enterrado
terça-feira pela manhã, às 10h,
no cemitério municipal Colônia Paraíso, na zona sul de São
José dos Campos.
A vítima do assassinato vivia em um barraco simples no
acampamento sem-teto do Pinheirinho e era viciada em crack, droga que a teria levado
para a prostituição, de acordo
com os dados obtidos pela
DIG (Delegacia de Investigações Gerais) do município.
O delegado assistente da
unidade, Neimar Camargo
Mendes, informou que ela era
natural de São José e vivia com
um homem. O envolvimento
do namorado com o crime foi
totalmente descartado pela Polícia Civil. l
NOVO
RUMO
PARA
NAVIO
DO PÓ
ILHABELA
Os cerca de 160 alunos do projeto “Vela
para Todos” de Ilhabela começarão a utilizar
ainda este mês uma
das mais caras embarcações da navegação à
vela. Trata-se de um
veleiro do tipo RGS Cruiser, com cerca de 16
metros de comprimento e avaliado em R$
800 mil. O barco, que
era utilizado por uma
quadrilha de tráfico de
drogas foi apreendido
pela Polícia Federal e
doado à Prefeitura de
Ilhabela. Segundo os
educadores, o veleiro
também servirá para
ensinar uma profissão
aos alunos e inserí-los
no mercado náutico.
DIVULGAÇÃO
TRÁFICO DE DROGAS PRISÃO OCORREU DENTRO DE ÔNIBUS
PEDOFILIA
Jovem é presa ao transportar
cocaína para o Litoral Norte
Justiça de S. José
condena servidor
puro – e as outras substâncias
– usadas para multiplicar o volume da droga – à cidade natal.
O delegado da DIG, Luiz Antonio Cunha dos Santos, informou que a prisão foi efetuada
dentro do ônibus que fazia a
linha entre o Parque Meia Lua
em Jacareí e o terminal intermunicipal de São José.
A garota foi encaminhada à
cadeia de Santa Branca e responderá por tráfico de drogas.
Segundo a polícia, a
moça transportava
também substâncias
para aumentar o volume
da droga que seria
destinada a Caraguá
JACAREÍ
A Polícia Civil de Jacareí,
por meio da DIG (Delegacia de Investigações Gerais),
efetuou às 16h da última terça-feira a prisão em flagrante de B. V. C., de 19 anos, que
transportava dois quilos e
meio de cocaína, lidocaína e
cafeína em sua mochila.
A polícia chegou à garota,
oriunda de Caraguatatuba,
por meio da investigação de
agentes à paisana, e constatou que a jovem iria transportar a cocaína – em estado
DIVULGAÇÃO
Pacotes de lidocaína, cafeína e cocaína apreendidos terça-feira
com jovem de 19 anos, que seguia de ônibus para o Litoral Norte
Método. A jovem, B. V. C.
estaria acompanhada de uma
outra garota e um bebê de dois
anos de idade. “Essa tática
vem sendo comumente utilizada por traficantes, visando dispersar a atenção dos policiais”, alertou Santos.
Ainda de acordo com o delegado, não foi possível “vincular as meninas”, e a amiga de B.
V. C. foi apenas ouvida como
testemunha e liberada. l
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
A Justiça condenou a quatro anos de reclusão o servidor municipal de São José
dos Campos P.M.B., 40 anos,
por corrupção de menores.
O acusado, preso desde o
dia 14 de abril, pode recorrer
da sentença, que foi proferida pelo juiz da 4a Vara Criminal de São José, Carlos Gutemberg de Santis Cunha.
O processo tramita em segredo de justiça.
O servidor público foi preso em flagrante no Parque
Industrial, na zona sul, dentro de uma lan house. Segundo a polícia, ele teria assediado pela internet um adolescente de 14 anos.
O acusado foi preso após
a mãe do menor procurar os
policiais civis do 3o DP (Distrito Policial), para relatar os
contatos do homem com o
filho. O próprio adolescente
avisou à mãe que um homem
com 40 anos de idade desejava
marcar um encontro com ele.
A Polícia Civil passou a monitorar as conversas e o menor
-- orientado pelos investigadores -- marcou um encontro, na
lan house onde o acusado estava. Lá, ele foi preso e a polícia
apreendeu o computador.
Também foram feitas bus-
CRIME NA REDE
Pela internet, homem
queria marcar um encontro com um menor
de 14 anos, mas foi preso pela Polícia Civil
cas na casa do acusado, que há
26 anos trabalhava no departamento de fiscalização de posturas da prefeitura.
“As provas principais foram
a perícia no computador e também o depoimento da mãe e do
filho”, disse ontem o delegado
do 3o DP, Antonio Sérgio Pereira, que apurou o caso. l