Anuário brasileiro de hortaliças 2013

Transcrição

Anuário brasileiro de hortaliças 2013
Anuário Brasileiro de
997721780897133
ISSN 2178-0897
Brazilian Vegetable Yearbook
2013
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Inor Ag.
Ag. Assmann
Assmann
Inor
ANUÁRIO BRASILEIRO de hortaliças 2013
1
Sílvio Ávila
expediente | Publishers and Editors
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-Presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
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Santa Cruz do Sul, RS
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ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS 2013
Editor: Romar Rudolfo Beling; editor assistente: Daniel Neves da Silveira; textos: Cleonice de Carvalho, Benno Bernardo Kist e Heloísa Poll; supervisão: Romeu Inacio Neumann;
tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e
divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira
Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marketing: Maira Trojan
Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
ISSN 2178-0897
Inor Ag. Assmann
É permitida a reprodução de informações
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine
is allowed, provided the source is cited.
Ficha
A636
Anuário brasileiro de hortaliças 2013 / Cleonice de Carvalho ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
Gazeta Santa Cruz, 2013.
88 p. : il.
ISSN 2178-0897
1. Horticultura - Brasil. 2. Hortaliças. I. Carvalho, Cleonice de.
CDD : 635
CDU : 635
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
2
Seu portal para fazer
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www.brasilglobalnet.gov.br
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;
Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;
Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;
Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria
pesada e megaeventos esportivos.
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Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
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O Brasil é um dos líderes da
agropecuária no mundo, com recordes
de produção a cada ano. Praticamente
tudo o que os brasileiros consomem
passa pela cadeia produtiva do
agronegócio, o que movimenta a
economia e garante cerca de
30 milhões de empregos no país.
Parte da produção é exportada,
contribuindo significativamente para
a balança comercial. Por isso, investir
na agropecuária é investir no Brasil.
Com o Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014, mais de 5 milhões de
propriedades rurais podem contar com
crédito para desenvolver a produção:
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armazenagem e muito mais. E assim
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64
56
68
sumário | Summary
08 | Apresentação | Introduction
52 | AS PRINCIPAIS | Major ones
Um setor essencial na economia, sinônimo
de saúde, emprego e renda
O cenário atualizado da produção e da comercialização
nas 10 espécies que mais se destacam
A sector essential for the economy,
synonymous with health, jobs and income
Garlic, potato, sweet-potato, onion,
carrot, leafy, cassava and potato
10 | PRODUÇÃO | Production
84 | PAINEL | panel
Cadeia de hortaliças movimenta em torno
de R$ 25 bilhões no Brasil
Os ganhos oferecidos pela adubação
orgânica de uma empresa gaúcha
Vegetable supply chain has the power
to move R$ 25 billion in Brazil
Gains provided by an organic fertilizer
company in Rio Grande do Sul
28 | MERCADO | market
86 | EVENTOS | events
O esforço realizado para aumentar
gradativamente as exportações
Atividades congregam agentes da horticultura
em várias regiões do País
Efforts to gradually increase exports
Activities attracted agents from several regions
76
72
6
80
Sílvio Ávila
apresentaçÃO | Introduction
Gostinho
de quero
mais
Se a socioeconomia de um País fosse
organizada como um cardápio de restaurante, qual deveria ser a entrada, a primeira grande pedida, a fim de assegurar uma base para
todo o resto? Uma boa salada. E quais as matérias-primas que jamais
poderiam faltar nesse prato? As hortaliças, obviamente.
E se, em seguida, o ilustre cliente (a população desse País) se
preocupasse com o prato principal, que lhe fornecesse
a
energia suficiente para atender a suas necessidades calóricas, que alimentos não poderiam ser esquecidos? Mais
produtos hortigranjeiros, sem dúvida.
Aí está. Hortaliças e verduras nunca são um acompanhamento. Devem ser, sempre, para uma vida saudável
e para um organismo em equilíbrio, que assegure vitalidade e plenitude, componentes essenciais. Centenas de espécies e de variedades conformam esse
mosaico de lavouras e de canteiros em granjas e
hortas pelo Brasil afora.
De lá, semana após semana, são colhidos
e transportados para grandes centrais de abastecimento espalhadas por todo o território nacional.
Destes entrepostos, uma vez mais imitando um coração
pulsante, numa metáfora orgânica, circulam por milhares
de caminhos até chegar em atacados e mercados varejistas de
pequeno, médio ou grande porte. E é ali que a população se abastece, todo santo dia, garantindo, na hora das refeições, uma mesa
farta em pratos suculentos, nutritivos e coloridos.
Esse mesmo trajeto, de um imenso complexo de produção e de
8
comercialização de hortigranjeiros, é o da renda: por isso, raras são as
cadeias produtivas que propiciam, de forma tão eficiente, a inclusão
social e econômica. Mini, pequenos e grandes propriedades convivem em iguais condições de sustentabilidade e podem, em sintonia,
atuar nos mais seletos e remuneradores mercados, dentro e fora do
País. Esse exemplo, essa estrutura e essa potencialidade são uma espécie de escola que a horticultura oferece à economia brasileira.
E, em se tratando
de escola, reparando nas estatísticas
que traduzem o desempenho de produção
e de mercados, fica evidente que as
lições estão sendo muito bem assimiladas. A cadeia cresce, se
consolida, se moderniza e
obtém índices cada vez mais
satisfatórios.
Em conformidade com o
que hoje já acontece nas frutas, é mais do que certo
que dentro de poucos
anos o Brasil será um
importante fornecedor de hortaliças para o mundo. O abastecimento doméstico vai sendo garantido,
e com isso, agora, o olhar pode ser dirigido com
mais interesse e com mais ousadia para as necessidades
globais. As mesas do mundo todo estão logo ali. Há um gostinho
de quero mais...
It tastes
like more
If socio-economy in the Country
was structured like a restaurant menu, what about the first course, the first order, just for a pleasant start for what
is coming next? Salad, no doubt. And what choice greens should always be present in the
dish? Vegetables, of course.
And if the discerning client (in this case, the Brazilian population) was concerned about
the energetic properties of the main course, in line with the daily calorie needs, which foods
could not be left out? Horticultural products, without any doubt.
That’s it. Vegetables and salads are not just side dishes. If a healthy life is at stake,
they should always be viewed as essential components of a main course. They
are responsible for keeping the body in balance and full of vitality.
Hundreds of species and varieties compose this mosaic
in fields and plant-beds across Brazil.
From remote corners, week after week, huge
amounts of vegetables are harvested and sent to distribution centers over the entire national territory. Through
these distribution centers, like vigorously beating hearts,
in an organic metaphor, vegetables circulate through
thousands of routes to their final destinations: small,
medium and large wholesale and retail outlets. This
is where people go for their vegetable purchases, all
day long, as an assurance for healthy meals, with
plenty
of succulent, nutritious and colored dishes.
This same trajectory, consisting of an immense vegetable production
and trading complex, is followed by the income side. That is why only few supply chains
provide for social and economic inclusion in such an efficient manner. Mini, small and big
farms share the same sustainability conditions and can, side by side, serve the best remunerating and most discerning markets, both at home and abroad. This example, this structure
and this potentiality is a kind of school horticulture offers to Brazilian economy.
And, on the subject of schools, taking a look at the statistical numbers that mirror
the performance at field and market level, there is no doubt about how intensively the
lessons are assimilated. The chain grows, consolidates, gets modernized and reaps everincreasing results.
In accordance with what is happening with the fruit segment, it is more than evident that
Brazil will soon become a huge supplier of vegetables around the globe. Domestic supplies are
under control and, therefore, the time has come for a confident look at the global needs. The
dinner tables of the whole world are just a phone call away. It tastes like more...
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Sílvio Ávila
produção | Production
Horta
cheia
Produção mostra a força da
olericultura, com importantes avanços
e plenas condições de atender a maior
demanda, que ainda deixa a desejar
A horticultura brasileira, no decorrer dos
últimos anos, dá mostras de seu potencial
produtivo, com evolução em diversos índices e condições para ir ao encontro das
demandas. Estas, no entanto, ainda não correspondem às expectativas: em nível interno,
o consumo fica aquém das necessidades; e
no plano externo, há déficit entre entradas e
10
saídas de produtos. O avanço neste quadro é
um dos desafios do setor, ao mesmo tempo
em que a cadeia busca maior conhecimento
e reconhecimento, diante da real importância que assume na socioeconomia nacional.
A olericultura se posiciona entre os segmentos com maior expressão produtora no
destacado agronegócio brasileiro. Ainda em
vias de definir mais profundamente seu perfil,
já se sabe que está entre os primeiros lugares
na produção agrícola, ainda mais quando se
inclui a tradicional cultura da mandioca. Afora
esta, e considerando 32 produtos, a Embrapa
Hortaliças levantou em 2011 total de 19,2
milhões de toneladas colhidas. No Instituto
de Economia Agrícola (IEA), de São Paulo,
número semelhante (de 19,6 milhões de t) foi
apurado apenas em 11 itens, entre os quais a
mandioca de mesa. Porém, apenas esta espécie, calculada integralmente, segundo o IBGE,
soma 25 milhões de toneladas no ano.
Em termos econômicos e sociais, Waldemar Pires de Camargo Filho e Avani Cristina
Produtividade
incorpora
tecnologia
e apresenta
crescimento a
cada ano
de Oliveira, do IEA, estimam que a produção
de 19,6 milhões de toneladas movimenta
em torno de R$ 25 bilhões no País. Estudo
da Associação Brasileira do Comércio de
Sementes e Mudas (ABCSEM), com 17 segmentos, efetuado em 2010, avalia que o valor
chega a R$ 40,6 bilhões, incluindo o varejo.
Já o número de empregos gerados no setor,
conforme verificou Nirlene Junqueira Vilela,
da Embrapa, em 2009, deve envolver pelo
menos 7,3 milhões de pessoas. Além disso,
é lembrada sua relevância para a saúde, pois
o consumo de hortaliças, ao lado das frutas,
contribui para prevenir doenças.
A produção brasileira de hortaliças cres-
ceu 31% entre 2000 e 2011, conforme os
últimos levantamentos da Embrapa Hortaliças. A economista da empresa evidencia que
a quase totalidade do incremento se deu na
produtividade, com 83,7%, graças à adoção
de novas tecnologias. A área praticamente
não se alterou, mantendo-se em cerca de
800 mil hectares. Inclusive já esteve um pouco maior neste período (824 mil hectares em
2002). Na relação com o aumento populacional, a disponibilidade também se elevou,
na ordem de 17,4%. Quanto ao consumo, no
entanto, pesquisa do IBGE revela que ele diminuiu 1,92 kg/habitante entre 2002 e 2008,
ficando em 27,08 quilos.
Este fato, junto com os benefícios dos
produtos, motiva campanhas de estímulo
à sua inserção no cardápio da população e
iniciativas de adequação às exigências do
mercado. Da mesma forma, não se pode descuidar do mercado externo, como mostram
os dados. Embora a exportação avançasse
14% entre 2000 e 2011 (em números, o aumento ficou em 33 mil toneladas), ainda é
inexpressiva diante da produção e depende
basicamente do desempenho da fruta olerácea melão. Já a importação cresceu 118,7%,
principalmente em batata inglesa, cebola e
alho, já as mais adquiridas então do exterior,
situação que remete a análise e reação.
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Sílvio Ávila
Lush vegetable
garden
Over the past years, Brazilian horticulture has signaled its productive potential, showing evolution in different areas and in a position to meet demand. The latter, nonetheless, has not yet lived up to
expectations: at home, consumption is lagging behind the real needs;
and in the foreign scenario, there is still a deficit between imports
and exports. Advances in this picture are one of the challenges of the
sector and, in the meantime, the supply chain is in search of more
knowledge and recognition, in light of the real importance horticulture assumes in national socioeconomic terms.
Olericulture is a segment that assumes great productive expression amid Brazil’s renowned agribusiness operations. Still seeking
an accurate definition of its profile, it is already known that the
segment is one of the frontrunners in agricultural production, and
this is all the more true if the traditional cassava is included. Apart
from it, and taking into consideration 32 products, Embrapa Vegetables refers to a harvest of 19.2 million tons in 2011. The Institute
of Agricultural Economics (IEA), in São Paulo, ascertained a similar
12
number (19.6 million tons), from 11 items, including edible cassava.
However, the latter crop alone, if integrally calculated, amounts to
25 million tons a year, according to IBGE sources.
In economic and social terms, Waldemar Pires de Camargo Filho
and Avani Cristina de Oliveira, of IEA, estimate that the 19.6 million
tons involve revenues of approximately R$ 25 billion in the Country.
A study by the Brazilian Association of Seed and Seedlings (ABCSEM),
involving 17 segments, conducted in 2010, maintains that the value
amounts to R$ 40.6 billion, including retail sales. As to the number of
jobs generated by the sector, according to Nirlene Junqueira Vilela, of
Embrapa, in 2009, should involve at least 7.3 million people. Furthermore, the health benefits are also mentioned, since regular consumption of vegetables and fruit is believed to ward off diseases.
Vegetable production soared 31% from 2000 to 2001, according to
the latest surveys by Embrapa Vegetables. The economist of the company credits the use of technology and the resulting higher productivity rates, which went up 83.7%, with the bigger production volumes.
Production attests to the
strength of olericulture,
with relevant advances
and prepared to meet
soaring demand, which is
still lagging behind
The area devoted to vegetables has practically remained unchanged
at 800 thousand hectares. It had once been bigger during the period
(824 thousand hectares in 2002). In relation to the ever growing
population, availability also soared 17.4%. As to consumption, nevertheless, a survey by IBGE detected a decrease of 1.92 kg/person from
m2002 to 2008, remaining at 27.08 kilograms.
This reality, along with the benefits of the products, is triggering campaigns encouraging people to add vegetables to their daily
diets, along with market adjustment initiatives. Likewise, the foreign market should not be overlooked, as shown by the figures. Although exports rose 14% from 2000 to 2011 (in numbers it means
33 thousand tons), shipments abroad are still negligible in view
of the huge volume produced in Brazil and they also depend basically on the performance of the melon , a fruit of the gourd family.
In the meantime, imports increased by 118.79%, especially potatoes, onions, garlic, the leading horticultural products purchased
abroad, a situation that calls for analysis and reaction.
VIDA DE GRANJA | farm life
Situação das hortaliças no Brasil
32 produtos
Área (mil ha)
Produção (mil t)
Produtividade (t/ha)
Disponibilidade (kg/hab)
2000
799
14.685
18,4
86
2011
809
19.235
23,8
101
1.709
23.044
1.733
25.349
Mandioca
Área (mil ha)
Produção (mil t)
Fonte: IBGE/Embrapa Hortaliças
COMÉRCIO INTERNACIONAL
Exportação (mil t)
Importação (mil t)
20002011
236
353
269
772
Fonte: Secex/MDIC/Embrapa Hortaliças/Anuário Hortaliças
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Inor Ag. Assmann
Liderança
paulista
Com 20% da produção e 22% do
consumo, o Estado de São Paulo
aquece os negócios, destacando-se em
praticamente todas as espécies
O Estado de São Paulo possui o maior setor produtivo de olerícolas do Brasil, com 20%
da produção, e o principal mercado consumidor, que absorve 22% do produzido. Em 2011,
computadas 11 culturas, a quantidade colhida chegou a 2,7 milhões de toneladas, em 86 mil
hectares, segundo informações do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Porém, o instituto tem
pesquisa estadual mais ampla, do mesmo ano, que abrange o cultivo de 53 hortaliças: neste
caso, em área de 141,1 mil hectares, o resultado obtido foi de 4 milhões de toneladas.
Tanto em São Paulo como no Brasil, são praticamente os mesmos os produtos da olericultura que se destacam. Sem levar em conta a mandioca como um todo, sobressaem-se a
batata inglesa e o tomate (para mesa e industrial), que no território paulista ocupam, respectivamente, 26,2 mil, 8,5 mil e 3,5 mil hectares. A produção de cada um deles, em 2011,
pela mesma ordem, alcançou 665 mil, 587 mil e 276 mil toneladas. Ainda passam de 200
mil toneladas, no mesmo Estado: a beterraba, a cebola, a melancia, o repolho e as alfaces.
O Sudeste brasileiro concentra a maior parcela da produção de hortaliças, destacando-se também Minas Gerais, que inclusive aparece na primeira posição no último Censo
Agropecuário do IBGE (2006), levando-se em conta o número de estabelecimentos dedicados à atividade: 5.449 unidades, do total de 27.374 no Brasil. O Sul igualmente é forte
no setor. O Paraná, inclusive, ocupava então a segunda posição no País entre os estados
com mais produtores: 3.857 propriedades, posicionado logo após São Paulo neste item.
Nos últimos anos, por outro lado, tem sido verificada maior descentralização da produção, que aparece de forma mais expressiva e extensiva em outros pontos, como Goiás,
no Centro-Oeste. Na Bahia, líder no Nordeste, também aparece em evidência a expansão
da olericultura em polos como Irecê e Chapada Diamantina.
14
Largest
producer
Accounting for 20% of the production
and 22% of consumption, the Sate of
São Paulo is the driving force behind
the vegetable business, and is a leading
producer of almost all species
The State of São Paulo is home to the
largest vegetable production segment in
Brazil, accounting for 20% of the total
volumes, and also the largest consumer
market, which absorbs 2% of what is
produced. In 2011, a total of 11 different crops resulted into 2.7 million tons,
harvested from 86 thousand hectares,
according to figures released by the
São Paulo State Institute of Agricultural
Economics (IEA). Nevertheless, a more
comprehensive survey of that same year
conducted by the institute, including the
cultivation of 53 vegetable species, on an
area of 141.1 thousand hectares, mentions a total of 4 million tons.
In São Paulo and in Brazil, the highlights are practically the same vegetable
crops. Without taking into consideration
cassava as a whole, the crops that predominate are potatoes and tomatoes
(for the kitchen and for industrial purposes), which occupy 26.2 thousand, 8.5
thousand and 3.5 thousand hectares,
respectively, in São Paulo. The harvested
volumes of each of them, in 2011, reached
665 thousand, 587 thousand and 276
thousand tons. Other crops that produce
upwards of 200 thousand tons in the State
are as follows: beets, onions, watermelons, cabbage and lettuce.
Most vegetables are produced in the
Southeast region, where Minas Gerais is
the leading producer. The state occupied
the leading position in the latest Census
of Agriculture, conducted by the IBGE, in
2006, taking into consideration the number of enterprises devoted to the activity:
5,449 units, of a total of 27,374 throughout Brazil. The South is also very representative in the sector. Back then the State
of Paraná ranked as second biggest producer among the States with the biggest
number of people devoted to vegetables:
3,857 farms, coming right after São Paulo
on that score.
Over the past years, nonetheless, production has gone through a decentralization process, now more expressive in
other parts of the Country, like Goiás, in
the Center-West.
15
Sílvio Ávila
A grande
família
Além das principais hortaliças, mais
um grande número de produtos é
cultivado e comercializado no País
para atender a mercados específicos
16
A horticultura brasileira ostenta vasta gama de produtos cultivados
nos mais diversos recantos. Conforme a Embrapa Hortaliças, registra-se a presença de mais de 70 itens, incluindo os não convencionais.
Nas suas estatísticas, são levantados 32, especificando oito (alho, batata, batata-doce, cebola, cenoura, melancia, melão, tomate – industrial
e de mesa) e inserindo outros 24 reportados pela Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) num grupo
identificado como “outras hortaliças”. No conjunto, estas teriam alcançado produção de 5,2 milhões de toneladas em 2011, em torno
de 12% a menos do que a registrada, por exemplo, em 2000.
O grupo prevê as folhosas, que são tema de avaliação específica
nesta publicação, ao contrário do que ocorre com melão e melancia,
entre as hortaliças mencionadas, uma vez que são contempladas no
Anuário Brasileiro da Fruticultura. O levantamento da Embrapa sobre
as 24 culturas, com dados da FAO, não traz informação individualizada sobre cada produto. No entanto, ela pode ser encontrada em
relação a alguns (os multiplicados por sementes) na pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas
(ABCSEM) em 2010. Referências mais distantes também são feitas no
Censo Agropecuário do IBGE, em 2006.
Entre as hortaliças pesquisadas pela ABCSEM, em que se salienta a grande diferença a mais encontrada na melancia (3,4 milhões de toneladas, contra 2 milhões de toneladas apuradas pelo
IBGE), chamam atenção as abobrinhas de modo geral (627,6 mil
toneladas) e a japonesa (540 mil toneladas). A entidade apontou
ainda entre os 10 principais produtos, além dos já conhecidos na
lista do IBGE e da Embrapa, o pepino, com 565,4 mil toneladas,
e o milho-doce, com 535 mil toneladas. Já no último Censo do
IBGE aparecem “abóbora, moranga e jerimum” com 384,9 mil
toneladas, enquanto a abobrinha ficava então com 158,8 mil toneladas. Constavam também, entre as de maior produção: chuchu
(270 mil toneladas), milho-verde (268,2 mil toneladas), pimentão
(248,7 mil toneladas) e pepino (215,1 mil toneladas).
VARIAÇÕES
A abóbora é representativa no País, com
diferentes denominações, como moranga, mais ao Sul; e jerimum, no Norte e no Nordeste. O Censo do IBGE evidenciou
o grande número de estabelecimentos rurais que se dedicavam
a seu cultivo: 127.738, com 88,2 mil hectares, e sua produção
destacava-se no Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e no Nordeste (tendo a Bahia à frente). É possível de ser consumida de
diversas formas, inclusive as suas sementes, torradas. Existem
diversas espécies e, além de materiais importados, também são
desenvolvidas novas variedades nacionais, como a ornamental
e comestível “Brasileirinha”, a decorativa “Linda” e a gila BRS
Portuguesa, todas em nível de Embrapa.
No milho-verde, destaca-se ultimamente o chamado milho-doce, que difere do comum por apresentar maiores quantidades de açúcar e menores de amido. É utilizado no consumo
humano, ainda em espiga ou em grãos verdes enlatados, onde
se dá sua maior destinação às indústrias de conservas. Mas se
amplia o mercado para consumo in natura, como comprova
Vanderlei Brauwers, da empresa Especialidades Vandrea, de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, que
possui ampla estrutura para verduras e legumes hidropônicos
fornecidos a grandes redes de supermercados.
Em relação ao milho-doce, especificamente, o empreendedor
tem ampliado a produção própria e com produtores integrados,
de variedade mais doce e macia, importada da Itália. Procura atender a um crescimento de demanda verificado com base na oferta exclusiva do produto no Sul e em divulgação na embalagem
de experiência jovem e caseira com preparação mais rápida no
microondas. Assim, projeta que deverá passar a colocar em 2013
quantia próxima de 700 mil espigas, enquanto no ano anterior
esse número ficou em cerca de 100 mil unidades.
17
Inor Ag. Assmann
Extended
family
Besides all major vegetables,
several other plants are cultivated
and traded in the Country to meet
specific market needs
Brazilian horticulture includes an array of crops cultivated in
the most remote regions. According to Embrapa Vegetables, if nonconventional vegetables are included, there are more than 70 species.
Embrapa statistics feature 32 species, and eight of them are specified
(garlic, potatoes, sweet potatoes, onions, carrots, watermelons, melons, tomatoes – industrial and table tomatoes), with the insertion
of another 24 reported by the Food and Agriculture Organization of
the United Nations (FAO), in a group identified as “other vegetables”.
Together they are supposed to have reached a total production of 5.2
million tons in 2011, down 12% from 2000, for example.
The group includes leafy vegetables, which are in fact the fo18
cus of this publication, contrary to what happens with melons,
watermelons, among the above mentioned vegetables, as they are
covered in the Brazilian Fruit Farming Yearbook. Embrapa’s survey of the 24 crops, relying on FAO data, contains no individual
information on every item. Nonetheless, some details about some
of them are available (the ones that are propagated by seed) in
the research conducted by the Brazilian Seed and Seedling Trade
Association (ABCSEM), in 2010. Somewhat more distant references
are also reported in the 2006 IBGE Census of Agriculture.
Among all vegetables surveyed by the ABCSEM, where the biggest
difference is highlighted with regard to watermelons (3.4 million
paisagem | landscape
Últimas estimativas
Produção
(4 culturas – toneladas)
20122013
8.512
8.842
Fonte: LSPA/IBGE - Culturas: tomate, batata, cebola e alho
VARIATIONS
Pumpkins are very representative in
the Country, and they are known by such different names as
moranga (small pumpkin), in the South; and jerimum in the
Northeast. The IBGE Census showed the great number of farming
operations devoted to the cultivation of this vegetable: 127,738,
with a total of 88.2 thousand hectares, most of them located in
the Southeast (São Paulo and Minas Gerais) and in the Northeast (where Bahia is the most representative). Pumpkins can be
consumed in different ways, and the seeds can be toasted. There
are several species of this vegetable and, besides the imported
cultivars, there are national varieties being developed, like the
ornamental and edible “Brasileirinha”, the decorative “Linda”
and the Gila BRS Portuguesa, all of them at Embrapa level.
With regard to green corn, the highlight has been sweet corn
over the past years, and it differs from common corn in that it has
bigger sugar levels and less starch. It is appropriate for human
consumption, either on the cob or in canned form, which is the
leading destination given by the pickles industries. Nonetheless,
fresh consumption has been soaring lately, says Vanderlei Brauwers, of the Especialidades Vandrea company, located in Arroio
do Meio, in Vale do Taquari, State of Rio Grande do Sul, which is
well structured for the production of hydroponic vegetables and
legumes supplying huge supermarket networks.
Specifically, with regard to sweet corn, the processing company has expanded its own production and through the integrated system, of a sweeter variety, imported from Italy. The idea
is to meet soaring demand in its capacity as exclusive supplier
of the product in the South, with the packaging featuring new
experiences and messages as to how to microwave it almost instantly. This leads the company to project a production of 700
thousand corn ears for 2013, while in the previous year this figure remained at 100 thousand pieces.
tons, against 2 million tons ascertained by the IBGE survey), the
squash crop, in general, makes a difference (627.6 mil tons) and the
Japanese squash (540 thousand tons). Among the 10 major products,
in addition to the ones contained on the IBGE and Embrapa list, the
entity also pointed out the cucumber, with 565.4 thousand tons, and
sweet corn, with 535 thousand tons. The latest IBGE Census features
“pumpkins, squash and jerimum”, with 384.9 thousand tons, while
the squash crop remained at 158.8 thousand tons. Other vegetables
with huge production volumes contained on the list were as follows:
chayote (270 thousand tons), green corn (268.2 thousand tons), red
pepper (248.7 thousand tons) and cucumber (215.1 thousand tons).
sortimento | assortment
Outras hortaliças no Brasil - (Total de 24 culturas* )
Ano
Produção (mil toneladas)
Área (mil hectares)
Produtividade (t/ha)
20002011
5.920
5.210
351,5
325,2
16,8
16,0
Fonte: IBGE/FAO/Embrapa Hortaliças.
* Alcachofra, aspargos, abóboras, alface, berinjela, beterraba, couve, couve-flor, cogumelos, ervilhas verde e seca, espinafre, grão-de-bico, inhame, lentilha, milho-verde, morangos, pepinos, pimentas, pimentões, quiabo, repolho,
taro e vagem.
19
Inor Ag. Assmann
Mostrando
a cara
Setor olerícola brasileiro se organiza
para realizar amplo diagnóstico
socieconômico e destacar
os aspectos positivos
com ações promocionais
20
do de São Paulo, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae), em âmbito nacional,
que servirá de base para todos os estados
brasileiros”, informa Carlos Schmidt, presidente do instituto e gerente executivo da
Associação de Produtores e Distribuidores
de Horti-Fruti de São Paulo (Aphortesp).
Após várias reuniões, acertou-se a ação,
que deverá se iniciar em 2013.
A realização do diagnóstico é considerada
fundamental para melhor conhecimento da
importância do segmento e de sua devida
promoção e valorização junto ao mercado,
quanto a benefícios econômicos, sociais, ambientais e de saúde para toda a população.
Neste sentido, discutem-se no Ibrahort estratégias de governança da cadeia produtiva,
tendo em vista também um fundo de atividades voltadas a marketing, capacitação, inteligência competitiva e certificação. O incentivo
a um maior consumo da produção, particularmente, assume posição especial, como é
relatado em outro texto, na página 44.
Inor Ag. Assmann
O desenvolvimento de um completo perfil socioeconômico da olericultura no Brasil
encontra-se em nível prioritário no Instituto
Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), constituído em 2010 como instituição representativa nacional do setor. A ação se destaca na
agenda estratégica de 2013, apresentada no
final de 2012 pela entidade na Câmara Setorial de Hortaliças, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Estamos conseguindo alavancar o projeto, por meio de um plano piloto no Esta-
SOLUÇÃO URGENTE Entre ações específicas para o desenvolvimento do setor, a reunião realizada na Câmara Se-
torial, em dezembro de 2012, enfocou a regularização, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do uso de defensivos
agrícolas para as hortaliças chamadas Minor crops, como pimentão, pepino e morango. “O produtor brasileiro precisa de uma
solução urgente para estes produtos no combate às pragas e às doenças”, diz Waldir de Lemos, presidente da Associação Comercial
dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri) e novo presidente da câmara.
A exigência de padronização das embalagens usadas nas centrais de abastecimento foi outro assunto apreciado na oportunidade. Conforme Lemos, verifica-se ainda grande deficiência entre os mini e os pequenos produtores na utilização de embalagens
higienizadas e rotuladas que permitam a rastreabilidade das hortaliças.
O tema inclusive motivou a realização do Seminário Banco de Caixas, em fevereiro de 2013, em São Paulo, para debater as melhores
formas de operacionalizar esta estrutura nas Ceasas brasileiras. Para João Alberto Paixão Lages, então presidente da Associação Brasileira
das Centrais de Abastecimento (Abracen), pesquisas indicam que o uso de caixas adequadas pode reduzir as perdas de produtos em até
40%, representando grande avanço no setor. O presidente da Abracen a partir de abril de 2013 é o dirigente da Ceagesp, Mário Murici.
21
Inor Ag. Assmann
Out of the
shelter
Brazilian olericulture
sector is getting organized to conduct
a comprehensive socioeconomic
diagnosis, whilst highlighting positive
aspects with promotional initiatives
The development of a complex socioeconomic profile of Brazilian olericulture is now a
priority with the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort), set up in 2010 as a national
representative institution of the sector. The initiative occupies a prominent position on
the 2013 strategic agenda, presented in late 2012, by the entity at the Vegetables Sectoral
Chamber, to the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA).
“We are managing to leverage the project, through a pilot plan in the State of São
Paulo, jointly with the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae), at
national level, which is to serve as basis for all Brazilian states”, says Carlos Schmidt,
president of the institute and executive manager of the São Paulo State Horti-Fruti Association of Producers and Distributors (Aphortesp). After several meetings, all actions were
delineated, and they shall begin in 2013.
The diagnosis is considered to be of fundamental importance for a better knowledge
of the importance of the segment and the need to promote it throughout the market chain,
highlighting its economic, social, health and environmental benefits to the entire population. Within this context, at Ibrahort there are debates about the governance of the supply
chain, also with an eye towards activities focused on marketing aspects, capacity building, competitive intelligence and certification. Incentive to higher consumption of what
is produced is a very particular focus, as already reported in another article, on page 47.
22
URGENT SOLUTION
Among the specific initiatives for the development of the sector, the meeting held
at the Sectoral Chamber, in December
2012, focused on the regularization, by
the National Health Surveillance Agency
(Anvisa), of the use of agrochemicals for
the so-called Minor crops, like red pepper, cucumber and squash. “All Brazilian farmers need an urgent solution regarding products that fight diseases and
pests”, says Waldir de Lemos, president of
the Association of Commercial Producers
and Users of Ceasa Grande Rio (Acegri)
and new president of the chamber.
The requirement of standard packaging used at the central distribution
centers was another subject debated
on that occasion. According to Lemos,
there are still great deficiencies among
mini and small-scale farmers in the
utilization of hygienized and labeled
packaging for reasons of vegetable
traceability procedures.
The matter gave rise to the Box Seminar, in São Paulo, in February 2013, with
all debates focused on the best manner
to appropriately operate this structure in
all Brazilian Ceasas. João Alberto Paixão
Lages, president of the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen),
comments that surveys have shown that
the use of appropriate boxes could reduce losses by up to 40%, representing a
great step forward of the sector. As of April
2013, the president of Abracen is Ceagesp
official Mário Murici.
23
24
Inor Ag. Assmann
A cotação subiu
Principais produtos da horticultura nacional
registraram colheitas menores em 2012 e com isso
tiveram elevação nos preços durante o ano
O setor de hortaliças apresentou em 2012 produção menor
e, por decorrência, remuneração melhor para os produtores,
consideradas as informações existentes até então sobre os principais produtos, como tomate, batata e cebola, além da mandioca.
Questões climáticas e de mercado justificariam os resultados, que
a princípio voltariam a motivar nova elevação nos cultivos e nos
volumes para o ciclo seguinte.
As estimativas feitas no Levantamento Sistemático da Produção
(LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
revelam que tomate, batata, cebola e alho, somados, deverão ficar
em 8,5 milhões de toneladas no ano em foco, 11,75% a menos do
que na temporada anterior, já consolidada na Produção Agrícola
Municipal (PAM). Entre 2010 e 2011, conforme esta base de dados, houve aumento de 5,14% nos referidos produtos. O mesmo
ocorre na mandioca, que em 2012 aparece com 1 milhão de toneladas a menos do que no período antecedente, tendo a produção
estimada em 24,3 milhões de toneladas.
Não por acaso, os preços pagos para tais produtos neste intervalo mostraram-se bem mais encorpados. O Instituto Brasileiro
de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou
no início de novembro de 2012 que hortaliças, legumes e frutas vendidos semanalmente nas feiras livres, nos hortifrutis e nos
supermercados no País subiram em média 25,61% nos 12 meses
anteriores. Entre os 27 produtos pesquisados, destacaram-se justamente as altas na cebola (56,84%), no tomate (54,62%) e no
alho (42,67%). André Braz, economista do instituto, lembra que
isto se deveu principalmente a fatores climáticos.
A Ceasa Minas constatou em 2012 elevações de 94% na batata, 43,5% na cebola, 30% na mandioca e 23,6% no repolho, em
relação a 2011. O Entreposto Terminal São Paulo, maior central
de abastecimento da América Latina e terceira maior do mundo,
registrou aumento de 13,9% no seu movimento financeiro, que
alcançou R$ 5,72 bilhões, embora também ampliasse o resultado
físico. Flávio Godas, economista da Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais do Estado (Ceagesp), comentou que “mais pessoas tiveram acesso aos produtos comercializados em virtude da
elevação da renda e da procura por alimentos saudáveis. A maioria
dos setores produtivos apresentou boa rentabilidade em 2012”,
disse, esperando, por isso, maiores investimentos para 2013.
Inor Ag. Assmann
UM CLIMA ATÍPICO
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), em avaliação anual sobre as hortaliças tomate, batata,
cebola, cenoura e folhosas, nas principais áreas produtoras, também (e de maneira geral) confirmou menores cultivos em 2012.
Referiu-se a condições climáticas “bastante atípicas” e a sua influência na oferta e na rentabilidade ao produtor, que conseguiu valores mais altos, especialmente no segundo semestre.
Para 2013, ainda na passagem do ano, o seu setor de hortifruti previa estabilidade na área cultivada, dependendo ainda dos resultados da safra de verão. No IBGE, já se estimava
em fevereiro de 2013 que a maioria das culturas pesquisadas
mensalmente teria incrementos: próximo a 6% na produção da
batata e de mais de 2% no tomate e na cebola. A mandioca deveria manter-se em níveis semelhantes e o alho voltaria a recuar.
Manifestam-se altos e baixos comuns na adequação da oferta
e da procura, mas, diante da representatividade dos principais
produtos e da expectativa existente, 2013 tende a registrar crescimento nos números da horticultura brasileira.
25
26
Inor Ag. Assmann
Prices going up
The vegetable sector ended up with a
smaller crop in 2012 and, as a result, farm
gate prices soared, considering the information existing up to that time on all major
products, like tomatoes, potatoes, onions and
cassava. Weather and market conditions dictated the results which, in turn, encouraged
the farmers to increase their plantings and
volumes in the following cycle.
Estimates released by Systematic Survey
of Agricultural Production (LSPA, in the Portuguese acronym), of the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE), reveal that
tomatoes, potatoes, onions and garlic, together,
will amount to 8.5 million tons in the year in
question, down 11.75% from the previous year,
figures that have already been consolidated
at the Municipal Agriculture Production Department (PAM). From 2010 to 2011, according to this database, the said products were
up 5.14%. The same holds true for cassava,
which in 2012 suffered a deficit of 1 million
tons from the previous period, with an estimated production of 24.3 million tons.
Not by chance, prices fetched by these
products in the meantime, were much more
substantial. The Brazilian Economy Institute,
a division of the Getulio Vargas Foundation
(Ibre/FGV), in early November 2012, revealed
that legumes and fruits sold on a weekly
basis in street fairs, fruit stands and supermarket shelves went up 25.61% on average
over the previous 12 months. Among the 27
vegetables that were analyzed, the ones that
increased the most were onions (56.84%), tomatoes (54.62%) and garlic (42.67%). André
Braz, economist at the institute, recalls that it
happened mainly due to climate factors.
In 2012, Ceasa Minas ascertained price
increases of 94% in potatoes, 43.5% in onions, 30% in cassava and 23.6% in cabbage,
compared to 2011. The Terminal Distribution Center in São Paulo, largest supply center in Latin America, and third biggest in the
world, registered a 13.9-percent increase in
its financial movement, which reached R$
5.72 billion, whilst the physical result was
also up. Flávio Godas, economist at the
São Paulo General Warehousing and Centers Company (Ceagesp), commented that
“more people had access to commercialized
products due to their soaring purchasing
power, and because of healthier food concerns. Most productive sectors proved profitable in 2012”, he said and, as a result, more
investments are expected in 2013.
Inor Ag. Assmann
Major national horticulture products
registered smaller crops in 2012, resulting into
higher prices throughout the year
ATYPICAL CLIMATE The Center for Advanced Studies on Applied Economics of the University of São Paulo (Cepea/USP), at
its annual evaluation of the performance of such vegetables as tomatoes, potatoes, onions, carrots and leafy salads, in all major producing areas, also (and in general) confirmed smaller cultivations in 2012. There was reference to “very atypical” climate conditions and
their influence upon supply and farm gate prices, which soared substantially, especially in the second half of the year.
For 2013, on the turn of the year, the horticulture and fruit sector was supposed to repeat the cultivated area, but still depending on the
results of the Summer crop. In February 2013, IBGE sources pointed to bigger areas devoted to all monthly surveyed vegetables; close to 6%
for potatoes and 2% for onions and tomatoes. Cassava was to suffer no changes, while garlic was signaling reductions.
Ups and downs are common when it comes to adjusting supply and demand but, in view of the representativeness of all major products and the existing expectation, 2013 tends to register an uptrend in the numbers of Brazilian horticulture.
27
Inor Ag. Assmann
mercado | Market
Olhar
macro
Mais opções
em tamanhos
menores e itens
processados
ganham espaço
28
Mercado de
hortigranjeiros está
aberto para novos tipos
de produtos, a que o setor
procura ficar atento e
corresponder com as
adaptações exigidas
Influenciada pelas preferências dos
consumidores, a horticultura tem buscado
oferecer opções diferenciadas nos últimos
anos, com o propósito de manter e de ampliar a demanda dos seus produtos. Eventos
recentes no setor têm alertado justamente
para este aspecto na avaliação do mercado
olerícola. O cenário aponta de modo especial para alternativas já oferecidas e oportunidades representadas por itens em novas
formas de apresentação, como tamanhos
mais reduzidos, ou os industrializados.
Durante a última Hortitec, realizada em
junho de 2012, em Holambra (SP), várias
empresas produtoras de sementes apre-
sentaram investimentos em novas sementes
híbridas, com variedades melhoradas geneticamente, que possuem cores e formas
inusitadas. O assunto foi enfatizado em relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), citando
berinjela branca, listrada e achatada; tomate
de tonalidade laranja, verde e amarela; abobrinha com aparência de banana, abóbora
pequena e cenoura em miniatura.
Em termos de maior aceitação junto
aos consumidores, a análise chegou à conclusão que “hoje, devido a várias mudanças
sociais, como, por exemplo, a diminuição
do tamanho das famílias e os novos hábitos
de compra, um produto exageradamente
grande pode não ser um bom negócio”. Isto
justificaria o desenvolvimento de variedades
de hortaliças com frutos ou folhas menores.
Por outro lado, conforme pesquisa de
mercado realizada pelo agrônomo Francisco Herberth Costa, da Embrapa Hortaliças,
junto a centrais de abastecimento de São
Paulo, Brasília e Fortaleza, ainda há espaço
para “frutos grandes da melancia, ao contrário dos menores, associados à alta frequência de imaturos”. Da mesma forma,
entre os produtos analisados, apontou-se
a valorização do pimentão verde graúdo e
do vermelho médio.
29
Inor Ag. Assmann
CAINDO DE MADURO Na verda-
de, há mercado para as mais diversas opções e, neste
sentido, vêm ganhando importância as chamadas hortaliças “mini” e “baby”, entre as quais se enquadram
minitomate, cenoura e alface, e as folhosas babyleaf.
O assunto foi tema de simpósio realizado pelo Grupo
de Estudos da Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP),
em novembro de 2012. No evento, enfatizou-se que
esses produtos são mais valorizados e que o seu mercado, embora ainda pequeno, registra crescimento,
especialmente entre os consumidores de maior renda.
Já para a população mais pobre e que consome em
grande escala, na opinião de Waldir de Lemos, presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri) e da Câmara Setorial
de Hortaliças, existem tipos de verduras, frutas e legumes de menor tamanho, e boa qualidade, que podem
ser comercializados com preços mais baratos no varejo.
Conforme Lemos, “via de regra, os supermercados colocam à venda os maiores, que, muitas vezes, também
são mais caros”. Por isso, defende a opção de compra
para esta faixa de consumidores, por meio do incentivo
às feiras livres, o que incrementaria o consumo.
30
Macro
view
Market for horticultural
products is open to new types
of crops, and the sector is
keeping a close watch on it and
trying to correspond with the
required adjustments
Under the influence of consumer
preferences, horticulture has offered a
variety of options over the past years,
with the purpose of retaining and expanding demand for its products. Recent
events staged by the sector have strongly
focused on this aspect in evaluating the
horticulture market. In particular, the
market is pointing to previously offered
alternatives and opportunities in the
form of items of different sizes, like small
ones or industrialized vegetables.
During the past Hortitec, held in June
2012, in Holambra (SP), several seed
companies presented investments in
new hybrid seed, with varieties genetically enhanced, of unusual colors and
shapes. The subject was emphasized in a
report by the Brazilian Micro and Small
Business Support Service (Sebrae), citing
striped and flat eggplant; tomatoes with
a shade of orange, green and yellow;
squash with the appearance of a banana, small pumpkin and mini carrots.
In terms of popularity among consumers, the analysis concluded that “nowadays, due to social changes, including
smaller families and new purchasing habits, an unusually big product might not
translate into good business”. This is sup-
POPULARITY ON THE RISE As a matter of fact,
there is market for a variety of options and, within this context, vegetables that are gaining momentum are the ones known as “mini” and
“baby”, which include mini tomatoes, carrots, lettuce and baby leaf vegetables. The subject was the focus of a symposium conducted by the Luiz
de Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the University of São Paulo
(USP), in November 2012. At the event, it was emphasized that these
products are highly valued and that their market, although still small,
is on an uptrend, especially among low income consumers.
posed to justify the development of vegetable varieties with smaller fruits and leaves.
On the other hand, according to market research conducted by agronomist Herberth Costa, of Embrapa Vegetables, at the
distribution centers in São Paulo, Brasília
and Fortaleza, there is still room for “large
size watermelons, to the detriment of
smaller fruits, as the latter are associated
with a high frequency of immature fruit”.
Likewise, among the analyzed products,
the large size green pepper and medium
size red pepper are now highly valued.
Among the poor, where there is large scale consumption, in the
opinion of Waldir de Lemos, president of the Association of Producers
and Users of Ceasa Grande Rio (Acegri) and of the Vegetables Sectoral
Chamber, there are types of vegetables, fruits and legumes of smaller
size, and of good quality, which normally sell for lower retail prices.
According to Lemos, “in general, supermarkets sell mostly bigger
vegetables and more expensive ones”. That is why he advocates better purchasing options for this class of consumers, like, for example,
street fairs, which would boost consumption.
More options
in smaller
sizes and
processed items
are gaining
momentum
31
32
Inor Ag. Assmann
Poder
de compra
O fator renda, que aumentou no Brasil
já desde 1994, em virtude da estabilização
econômica, melhorando o poder aquisitivo
da classe média, foi determinante para um
maior consumo de hortaliças processadas.
“Isso abre uma larga avenida de oportunidades para a olericultura brasileira”, afirma Paulo Eduardo de Melo, da Embrapa Estudos e
Capacitação, sediada em Brasília (DF).
Além de itens mais tradicionais e enlatados terem maior presença nos lares brasileiros, destaca novos produtos, entre os quais
tomates inteiros pelados e pimentas inteiras
em azeite, hortaliças congeladas de elevado
padrão, como ervilhas doces, couve-de-bruxelas e floretes de brócolis de cabeça única;
e diversos produtos processados de batata,
inclusive em mais versões nacionais.
A agroindustrialização de hortaliças,
sob o ângulo da geração de emprego e
de renda, esteve em evidência no 52º
Congresso Brasileiro de Olericultura, em
julho de 2012, em Salvador, na Bahia. Para
Warley Nascimento, pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia
da Embrapa Hortaliças, este é “um grande
desafio para as áreas de produção, processamento e pesquisa no Brasil”.
Entre os projetos de pesquisas já voltados
à área, Warley cita ervilha, milho doce e tomate indústria, pimentas para conservas e condimento, tecnologia para produção industrial de minicenouras e melhoramento em
pepino para picles e batata-doce para farinha.
Nascimento salienta ainda a necessidade
de cada parte atender às exigências qualitativas apresentadas. Quanto à ciência de
alimentos, entende ser preciso agregar mais
hortaliças com suas variadas formas, cores e
sabores, tendo em vista a preocupação de
diversificar a oferta de produtos com maior
qualidade e de fácil preparo. Isto deve resultar, em sua avaliação, também em maior
renda para os produtores.
Inor Ag. Assmann
Nichos de mercado para produtos diferenciados e
que aumentem a praticidade no consumo sinalizam
com renda extra em toda a cadeia
PARA OS TRÓPICOS O desenvolvimento de variedades e de híbridos para os trópicos, o direcionamento para
aspectos nutricionais e de conservação, e o incremento do consumo integram os desafios para o setor, ressaltou Celso Moretti,
chefe-geral da Embrapa Hortaliças, no 2º Curso de Tecnologia Pós-Colheita, em agosto de 2012, na Embrapa Instrumentação, em
São Carlos, São Paulo. Com a adoção de tecnologias, reforçou o dirigente, o mercado de hortaliças vem se expandindo em novas
fronteiras e em outras áreas, como a médica e de cosméticos.
Neste aspecto, segundo informou, tem-se trabalhado em compostos bioativos e estudos com foco em colesterol, infarto agudo
do miocárdio, estresses oxidativos, hipertensão arterial e diabetes tipo 2. O alto teor de fibras, vitaminas, sais minerais e antioxidantes nas hortaliças vem sendo ressaltado no empenho pelo aumento do seu consumo, onde, diante dos índices ainda baixos
verificados no País, observa-se acentuado potencial de crescimento.
33
Sílvio Ávila
Purchasing
power
34
Market niches for
differentiated products that
make consumption easier are
signaling extra income in the
entire supply chain
The income factor, which has been rising in Brazil since 1994,
by virtue of the economic stability that started improving the purchasing power of the middle class population, was a determining
factor for the soaring consumption of processed vegetables. “This
paves the way for a wide avenue of opportunities for Brazilian
vegetable operations”, says Paulo Eduardo de Melo, of Embrapa
Studies and Capacity Building, based in Brasília (DF).
Besides the increased presence of the usual and traditional
items on the Brazilian dining tables, there are new products coming in, and they include whole tomatoes and peppers preserved in
kitchen oil, high quality frozen vegetables, like sweet peas, Brussels
sprouts, single-head broccoli; and several potato-based processed
products, including national versions.
Vegetable agroindustrialization operations, from a job and income generating viewpoint, was highlighted in the 52nd Brazilian
Olericulture Congress, in Salvador, State of Bahia, in July 2012.
Warley Nascimento, researcher and assistant chief of Embrapa
Vegetables Technology, maintains that “this is a big challenge for
the areas of production, processing and research in Brazil”.
Among the research projects already geared towards the area,
Warley cites peas, sweet corn and industrial tomato, peppers for
preserves and spices, technology focused on the industrial production of mini carrots, improvement of cucumbers for pickles and
sweet potatoes for flour.
Nascimento also stresses the need for all parties to comply with
qualitative requirements. Regarding the matter of food science, he understands that it is necessary to include more vegetables in a variety
of shapes, colors and flavors, in view of the concern about diversifying the supply of quality items that are easy to prepare. This should
result into higher profits for the farmers, he understands.
FOR THE TROPICS
The development of varieties and hybrids for the tropics, specifically oriented towards nutritional
aspects, preservation purposes and higher consumption, are all challenges of the sector, commented Celso Moretti, head of Embrapa
Vegetables, in the 2nd Post-Harvest Technology Course, in August 2012, at Embrapa Instrumentation, in São Carlos, São Paulo. With the
introduction of technologies, the official insisted, the vegetables market has been conquering new frontiers and working its way into
such distinct areas as medicine and cosmetics.
Within this context, he informed, work has been done on bioactive compounds and studies focused on cholesterol, acute myocardial
conditions, oxidative stresses, high blood pressure and type 2 diabetes. The high content of vitamins, mineral salts, fibers and antioxidants found in vegetables have been constantly mentioned in all attempts to make people consume more salads and legumes. The low
consumption levels across the Country suggest there is room for much growth on that score.
35
Inor Ag. Assmann
curvas
no caminho
36
Exportações do setor permanecem em nível pouco
expressivo, enquanto o volume de produtos
adquiridos do exterior é três vezes maior
O mercado externo ainda é um espaço
a ser conquistado na área da horticultura
brasileira. As vendas têm se mantido no patamar de 260 mil toneladas anuais, que somam apenas pouco mais de 1% do total da
produção, caso se leve em conta o último
volume levantado (de 19,2 milhões de toneladas, em 2011), ou bem menos ainda se
for incluída a forte cultura da mandioca. Enquanto isso, as importações são três vezes
superiores, e seus números também não se
alteram muito. Apenas o principal produto
importado, a batata inglesa, mais de 90% na
forma de “preparada”, representa quantidade próxima à exportação geral do setor.
Depois de pequeno acréscimo em 2011,
o total exportado de diversos produtos hortícolas em 2012 voltou a registrar redução.
Mesmo computando-se neste ano farinha e
fécula de mandioca (mais de 8,9 mil toneladas), o índice ainda se apresenta negativo em
relação ao anterior, na ordem de -3,35%. A
quantidade vendida ficou em 259,8 mil toneladas e o valor obtido nas transações, em
US$ 223,8 milhões. Esse montante também
se mostra um pouco abaixo do que foi alcançado na temporada anterior, quando se
apurou US$ 226,7 milhões.
O resultado ocorre mesmo que tenha
havido acréscimo no produto de destaque
entre os exportados, o melão, também
relacionado entre as frutas, sendo inclusive o campeão nas vendas externas deste
setor. A exportação da fruta olerácea, cuja
produção se destaca no Nordeste brasileiro, cresceu 7,19% em volume e 4,49%
em receita em 2012. Representando quase 70% do total destinado ao exterior no
segmento, os 181,7 milhões de toneladas
de melão vendidos neste ano ainda ficam
aquém das mais de 210 milhões de toneladas embarcadas em 2008, quando se instalou a crise econômica na Europa, principal
comprador. Por isso, os exportadores já estão buscando novos mercados.
DE PESO Outra frutácea ocupa o segundo lugar nas lista de olerícolas exportadas: a melancia, que se destaca na produção, com
mais de 2,2 milhões de toneladas, a partir do Rio Grande do Sul e em todo País. Para a venda externa, foram direcionadas 33,5 mil toneladas em 2012, o que significou crescimento de 14,53%. Em termos de receita, o aumento foi ainda maior: de 22,36%, chegando próximo
a US$ 17 milhões. Por outro lado, produtos hortícolas que têm presença na exportação apresentaram desempenho mais fraco em 2012.
É o caso do gengibre, que aparecia em 2011 com 6,6 mil toneladas e em 2012 registrou menos de 20 toneladas, sendo inserido dentro
do conjunto de condimentos e temperos. O milho-doce, que sempre é saliente nas vendas externas, desta vez apresentou movimento
diminuído em 4 mil toneladas. Da mesma forma, hortaliças que sobressaem entre as importadas, mas também são exportadas, reduziram
no exercício passado a sua participação nas saídas. A cebola, que teve 14 mil toneladas destinadas ao exterior em 2011, retraiu este volume
para 300 toneladas em 2012, enquanto a batata inglesa e o tomate tiveram, cada qual, envios menores, na ordem de 2,5 mil toneladas.
COM MUITOS SOTAQUES
O expressivo ingresso no mercado brasileiro de produtos da horticultura de outros países, por sua vez, não mostra grandes mudanças,
a começar pelo primeiro da relação, a batata inglesa. Sua importação
em 2012 ficou praticamente no mesmo volume do ano anterior, ou
seja, de 252,7 mil toneladas. No total de hortaliças compradas do exterior, chega-se a 782 mil toneladas, ultrapassando inclusive o número anterior levantado (772 mil toneladas). No atual cômputo foram
incluídas mandioca e lentilhas, não devidamente consideradas antes,
de modo que, se permanecessem excluídas, teria havido pequeno
decréscimo (-4%) no ingresso de produção externa.
O valor gasto também caiu um pouco, situando-se em US$
793,7 milhões, mas ainda expressivo. Entre os itens de peso nas
hortaliças importadas que tiveram menor compra externa em 2012
estão a cebola e o alho, respectivamente com 15 mil e 6 mil toneladas a menos. Igualmente nas ervilhas, que estão na quarta posição neste ranking, reduziu-se a aquisição em 2 mil toneladas. Já
os tomates, que vêm logo a seguir, registram acréscimo de 5,6 mil
toneladas na compra do exterior, de modo que as modificações no
quadro não chegam a ser tão representativas. Por outro lado, o sinal
positivo é de que já no ano anterior havia-se reduzido a importação,
o que pode sinalizar para tendência favorável ao setor.
37
Inor Ag. Assmann
WINDING
ROAD
Exports of the
sector are still
lagging behind,
while three times
as many products
are brought in
from abroad
The foreign market has not yet been conquered by the Brazilian horticulture segment. Sales have remained at only 260 thousand tons a year, representing just a little more than 1% of the
total production, if we consider the latest survey (19.2 million
tons in 2011), or even much less if cassava is included. In the
meantime, imports are three times bigger, and their figures have
not been changing much. Only the most imported product, Irish
potatoes, upwards of 90% ‘prepared’, represents an amount very
similar to the general exports of the sector.
After a slight increase in 2011, total exports of several Brazilian products receded again. Although factoring in cassava flour
and starch (more than 8.9 thousand tons), the amount is still
down 3.35% from the previous year. Shipments abroad amounted to 259.8 thousand tons, whilst revenue from the transactions
amounted to US$ 223.8 million. This total is also lower compared
to the previous year, when revenue reached US$ 226.7 million.
This result was obtained in spite of the shipment of bigger
volumes of melons, the flagship product among all exports, and
leader in foreign sales in the category of fruits. Shipments abroad
of this fruit, mostly produced in the Northeast, were up 7.19% in
volume and 4.49% in revenue, in 2012. Representing almost 70%
of the total destined for foreign markets, the 181.7 million tons of
38
melons sold over the year lag behind the 210 million tons shipped
abroad in 2088, when the economic downturn started in Europe,
a major buyer. This is why exporters are seeking new markets.
WEIGHTY
Another fruit that ranks second in shipments
abroad is the watermelon, with production volumes that amount
to 2.2 million tons, grown in the state of Rio Grande do Sul and
throughout the entire Country. In 2012, 33.5 thousand tons were
shipped abroad, up 14.53% from the previous year. In terms of revenue, there was an even larger increase: 22.36%, amounting to
almost US$ 17 million. On the other hand, horticulture products
on the export agenda had a weaker performance in 2012.
It is the case of common ginger, which belongs to the group of
seasonings and spices, with 6.6 thousand tons exported in 2011
and only 20 tons in 2012. Sweet corn, always predominant in
foreign sales, this time registered a decrease of 4 thousand tons.
Likewise, vegetables that predominate among imported products, but are also exported, had a weaker performance in last
year’s businesses abroad. The onion, with 14 thousand tons
shipped abroad in 2011, reached only a volume of 300 tons in
2012, while Irish potatoes and tomatoes equally shipped smaller
volumes abroad, about 2.5 thousand tons.
PARA O MUNDO | to the world
Exportações de hortaliças - 2012
Produto
US$Kg
Melão
134.114.090181.767.594
Melancia
16.979.92433.543.998
Mandioca
8.019.2838.920.983
Milho-doce
10.046.5848.743.201
Tomate
8.229.5656.068.319
Ervilha
4.847.4295.602.577
Condim./temperos10.220.271 3.252.560
Batata-doce
1.812.5382.811.180
Batata-inglesa
1.670.6661.114.079
Mostarda
571.022571.779
Cenoura/nabo
115.473314.033
Cebola
255.094304.794
Sementes diversas
14.531.924
299.578
Morango
622.233128.108
Beterraba
296.325125.414
Outros
11.497.5966.238.031
Total
223.830.017259.806.228
Fonte: MDIC/Aliceweb
Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças
DIFFERENT ACCENTS
Expressive purchases of horticulture products from other countries have equally shown few changes, starting with the first on the
list, Irish potatoes. Imports of potatoes in 2012 remained on a par
with the previous year, that is to say, 252.7 thousand tons. The total
amount of vegetables purchased abroad reaches 782 thousand tons,
outstripping the previous number (772 thousand tons). The present estimation includes cassava, lentils, not duly taken into consideration
before, so that, if they remained excluded, a small decrease would
have taken place (-4%) in the entrance of vegetables from abroad.
Values spent on foreign purchases went down slightly, too, reaching US$ 793.7 million, but still expressive. Among the relevant items
that were imported, the least purchased ones in 2012 include onions
and garlic, respectively with a reduction of 15 thousand and 6 thousand tons. With regard to lentils, which rank fourth on that score,
there was a reduction of 2 thousand tons in imports. Tomatoes come
next and purchases from abroad were up 5.6 thousand tons from
the previous year, leading to the conclusion that the changes in the
Picture are not much representative. On the other hand, the positive
sign is that imports had already been decreased in the previous year,
which could signal a favorable trend to the sector.
DE CHEGADA | of arrival
Importação de hortaliças - 2012
Produto
US$Kg
Batata-inglesa
257.387.150252.739.583
Cebola
68.112.012183.239.869
Alho
189.528.061159.172.453
Ervilha
26.569.11645.304.910
Tomate
38.404.48441.726.088
Mandioca
6.682.37227.388.528
Lentilha
10.105.72013.445.749
Grão-de-bico
9.474.2207.326.678
Cogumelo/trufa 19.079.1657.164.382
Condim./temperos24.360.938 5.892.097
Sementes diversas
75.009.980
4.512.803
Morango
6.884.7474.115.517
Mostarda
4.416.8502.694.289
Aspargo
6.053.8362.259.048
Milho-doce
2.783.3311.681.453
Outros
48.899.39023.617.478
Total
793.751.372782.280.925
Fonte: MDIC/Aliceweb
Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças
39
Sílvio Ávila
A ordem é
revitalizar
Plano Nacional de Abastecimento (PNA) propõe a
criação de órgão federal para articular ações
das centrais atacadistas que atuam no setor
A construção de uma nova etapa, de revitalização e de fortalecimento das centrais
de abastecimento no País, está em curso.
Responsáveis pela movimentação atacadista
de grande parte das hortaliças consumidas
no Brasil, essas unidades são o foco direto
do Plano Nacional de Abastecimento (PNA),
apresentado em 2012 pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). Entre diversos pontos específicos, propõe-se basicamente criar
um órgão capaz de articular nacionalmente
as ações das chamadas Ceasas e uma diretriz
macroestratégica para o setor.
Este, conforme foi salientado na apre40
sentação do plano, com base no diagnóstico feito em 2009 pela Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), reúne 72 entrepostos públicos, 11 mil empresas, 22 mil
produtores e, segundo dados de 2011, movimentou 18 milhões de toneladas de produtos e R$ 2,1 bilhões em recursos. A partir
da década de 1980, houve desagregação do
sistema nacional, criado na área, no decênio
anterior. Com isso, nas centrais hoje existentes passaram a predominar os mais diversos
modelos societários, iniciativas isoladas e
normas regionais, justificando a proposta
de diretrizes coordenadas em nível nacional.
O PNA, elaborado em parceria por Ceasas de todo o País, prevê a criação de uma
secretaria nacional vinculada ao Mapa para
gerir a política do setor, em parceria com o
Programa Brasileiro de Modernização do
Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Conab, no mesmo ministério. Paralelamente,
estabelece um conjunto de ações governamentais a serem adotadas visando à promoção e ao desenvolvimento da área. O assunto está sendo tratado de perto por grupo
de trabalho instituído pelo então ministro
da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, por
meio da Portaria nº 1.037, de 9 novembro
de 2012. O novo ministro, Antônio Andrade, que como deputado federal relatou o
projeto do PNA, disse que vai reforçar ainda
mais a atenção ao abastecimento.
Revitalization is
what matters
National Supply Plan (PNA) proposes the creation
of a federal organ to articulate the actions of the
wholesale centers that operate in the sector
The construction of a new step, geared
toward strengthening and revitalizing the
distribution centers across the Country, is now
underway. Responsible for all wholesale operations of a huge part of all vegetables consumed
in Brazil, these units are the direct focus of the
National Supply Plan (NSP), presented last
August by the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen) to the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA).
Among several specific points, the basic proposition is the creation of an organ capable of
articulating, at national level, all actions of the
so-called Ceasas, and the creation of a microstrategic directive for the sector.
The latter, as stressed at the moment the
plan was introduced, based on the diagnosis
conducted in 2009 by the National Supply
Company (Conab), comprises 72 public distribution centers, 11 thousand companies, 22
thousand farmers and, from data released
in 2011, involves 18 million tons of products
and revenue of R$ 2.1 billion. From the 1980s
onward, the national system, created in the
previous decade, was disrupted. This gave rise
to an array of different socio-oriented models
in the distribution centers in operation now,
along with isolated initiatives and regional
standards, a fact that justifies the proposal for
directives coordinated at national level.
The NSP, elaborated jointly by all Ceasas
throughout the Country, sets forth the cre-
ation of a national secretariat linked with
the Mapa for governing the policies of the
sector, jointly with the Brazilian Program
for the Modernization of the Brazilian Horticulture Market (Prohort), of Conab, in the
same ministry. At the same time, it sets forth
a set of government actions to be adopted
with an eye towards the development of the
area. The subject is now being dealt with by
a working group instituted by the then Minister of Agriculture Mendes Ribeiro Filho,
through Decree nº 1.037, of November 9,
2012. New minister Antônio Andrade who,
as federal deputy, was the rapporteur of the
PNA project, said he would further strengthen his focus on the question of supply.
41
A volta por cima
Entre as propostas específicas relacionadas no Plano Nacional
de Abastecimento (PNA), mencionado na matéria anterior, destaca-se a implantação do Programa de Recuperação das Centrais de
Abastecimento (Receasa). A preocupação é atualizar a estrutura física construída a fim de atender demandas, ainda da década de 1960.
Busca-se financiamento para a transformação dos entrepostos em
centros eficientes de distribuição dos produtos e em centros de informação, desenvolvimento, capacitação, controle de qualidade e
de apoio ao pequeno produtor, ao pequeno varejo e ao pequeno
serviço de alimentação, eliminando distorções.
Na avaliação de João Alberto Paixão Lages, presidente da Ceasa Minas, trata-se de grande oportunidade para revitalização
das centrais de abastecimento. Caio Rocha, secretário de Política
Agrícola do Mapa, por sua vez, destaca o diferencial evolutivo representado pelo Receasa e pelo novo modelo de funcionamento,
mais articulado e eficiente, projetado pelas demandas do PNA na
regionalização do abastecimento.
De acordo com o plano, a adoção de uma linguagem comum de
qualidade, baseada em normas de classificação e de rastreabilidade,
surge como solução para aumento da transparência e confiabilidade
na comercialização. Na mesma linha, apresentam-se as ideias de um
guia de boas práticas e um selo de qualidade, adequação das embalagens e bancos de caixas para diminuir perdas, criação de serviço
nacional de assistência técnica, para garantir competitividade aos agricultores familiares, e cadastramento nacional dos produtores.
INFORMAÇÃO
Inor Ag. Assmann
Programa para recuperar a
estrutura física e modernizar
as centrais de abastecimento
está entre as metas do PNA,
recentemente apresentado
A ampliação da informação está em evidência ainda no desenvolvimento do Índice Geral de Preços de
Hortigranjeiros no âmbito do mercado atacadista (IGP-Hort Brasil) e na adoção do Sistema de Informações de Mercados de Abastecimento do Brasil (Simab), do Prohort. Ressalta-se igualmente a projetada operacionalização de uma Universidade Corporativa do
Sistema de Centrais de Abastecimento (Uniceasas), para oferecer cursos aos agentes do setor.
Ademais, a promoção da segurança alimentar e nutricional mostra-se com força nas propostas, particularmente por meio de Bancos de Alimentos, assim como a preocupação com a gestão ambiental no abastecimento alimentar. E, mesmo se tratando de um plano
gestado numa área mais voltada ao atacado, não se esqueceu de chamar atenção para a necessária valorização e para o fortalecimento
dos importantes mercados municipais e das feiras livres, visando a oferta de produtos hortigranjeiros locais e qualificados de uma
forma acessível à população.
42
A successful
recovery
Program intended to recover
the physical structure and
modernize the distribution
centers is one of the PNA
targets, recently presented
Among the specific proposals related to the National Supply Program (PNA, in the Portuguese acronym), mentioned in the previous
article, the highlight is the implementation of the Distribution Centers
Recovery Plan (Receasa). The idea is to upgrade the physical structure
that was built in the 1960s, fulfilling the specific demands of that time.
Now financing schemes are sought to transform the supply stations
into efficient product distribution warehouses and into centers focused on information needs, development, capacity building, quality control and support to small-scale farmers, small retailers and to
small food services, with the elimination of all possible distortions.
João Alberto Paixão Lages, president of Ceasa Minas, maintains that it is an excellent opportunity for revitalizing all distribution centers. Caio Rocha, secretary of Mapa’s Agricultural
Policy Division, in turn, highlights the evolving side represented
by the Receasa and by the new functioning model, which is more
efficient, more articulated, projected in compliance with the PNA
demands geared towards regional supply systems.
According to the plan, the adoption of a common language in terms of
quality, based on grading and traceability standards, comes as a solution
to more transparency and reliability in all trading operations. Within this
context, there are ideas about a best practices guide and a quality label,
adjustment of all packaging and box systems for waste reduction, the creation of a national technical assistance service, so as to make the family
farmers more competitive, and a national register of all farmers.
INFORMATION
A broader range of information is clearly stated in the development of the General Price Index of all
Horticulture products in the realm of the wholesale market (IGP-Hort Brasil) and in the introduction of the Information System
of the Brazilian Supply Markets (Simab), of Prohort. What is also highlighted is the projected operation-oriented Corporate University of the Distribution Centers System (Uniceasas), which is supposed to offer courses to sector agents.
Furthermore, the promotion of food and nutritional safety is vitally present in all proposals, particularly through Food
Supplying Stations, without overlooking the environmental question in all food supplying moves. And, although being a plan
deeply based on the wholesale market, it did not fail to point to the necessary value and the strength of important municipal markets and street fairs, aimed at providing for locally produced horticultural products, and graded in manner easily
understood by the local people.
43
Sílvio Ávila
Um mutirão
em favor
da saúde
44
Ibrahort e centrais de abastecimento defendem
maior valorização e maior inserção de produtos
naturais na alimentação dos brasileiros
possa acelerar esta caminhada”, diz Luciano Vilela, representante do Instituto
Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) na
coordenação e presidente da Associação
dos Empresários da Ceasa-DF, em Brasília. Na capital federal, a campanha foi
lançada em março de 2013, em reunião
da Associação Brasileira das Centrais de
Abastecimento (Abracen).
No final de 2012, o tema foi destacado no encontro da entidade realizado em
Porto Alegre (RS). Assim, todas as unidades integradas (em torno de 50 das 72
existentes) deverão fazer lançamentos
locais. Além da Abracen e do Ibrahort, o
grupo de trabalho inclui os ministérios
da Educação, Saúde, Desenvolvimento
Social e Combate à Fome; e Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), além
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O Ibrahort e o Mapa já haviam divulgado em 2012 material com o slogan
CONTRA O SOBREPESO
Todas as ações buscam – além de, naturalmente, incrementar o negócio – enfrentar problemas detectados na alimentação dos brasileiros. Conforme dados mostrados pela campanha, o excesso de peso
avançou assustadoramente na população brasileira, passando de 18,5% para 50,1%
entre os homens e de 28,7% para 48% nas mulheres, entre 1970 e 2009. Enquanto
isso, paralelamente, ocorreu redução no consumo de alimentos básicos e maior
participação de alimentos ultraprocessados.
Na justificativa, o projeto paulista lembra que, nos últimos tempos, em função das inovações tecnológicas, as pessoas alteraram o modo como se alimentam, diminuindo significativamente o consumo de produtos in natura e aumentando o de produtos industrializados, com alto nível de conservantes e gorduras. Chama atenção a grande disponibilidade
de itens com alto valor calórico, baixo índice nutricional e pouca diversidade de alimentos.
Por isso, assume maior importância a execução de políticas públicas que promovam a
alimentação saudável, diretriz do próprio Ministério da Saúde. A pouca ingestão de frutas
e de hortaliças está entre os fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis,
como obesidade, câncer, diabetes e enfermidades cardiovasculares. Desta forma, as ações
auxiliam na prevenção, ao proporcionar que maior diversidade de alimentos, com qualidade nutricional, chegue à mesa da população.
“Consuma hortaliças diariamente. Sua
saúde agradece”. Pretendem intensificar
seu uso durante o ano de 2013, ao lado
da ação nas Ceasas. Na Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo (Ceagesp), principal elo na cadeia
de abastecimento de produtos hortícolas
no País, por sua vez, já está em andamento o Programa de Incentivo à Alimentação
Saudável, alinhado à Política Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional.
A campanha nacional busca realizar
atividades educativas integradas e intersetoriais de incentivo ao aumento no consumo de frutas e hortaliças, destinadas ao
público interno e externo das Ceasas do
País. Na primeira etapa, a meta é sensibilizar os agentes diretos, como “produtores e vendedores de saúde”, reforçando
boas práticas, uso correto de embalagens
e rastreabilidade. No momento seguinte,
deverão ser atingidos os consumidores
em geral, por diversos meios.
Sílvio Ávila
A presença de
hortaliças e de outros produtos naturais na mesa dos
brasileiros ainda
está longe daquilo
que se preconiza
para uma alimentação saudável. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o ideal seria que
cada pessoa consumisse 400
gramas diárias de frutas, legumes e verduras (FLV ), mas este número ainda fica
em cerca de 150 gramas no Brasil. Essa
constatação é o grande mote da campanha que está sendo implementada junto
às centrais de abastecimento (Ceasas) no
País para incentivar o consumo.
“Temos um longo caminho a percorrer até atingir o ideal recomendado e a
iniciativa quer contribuir para que se
45
46
Sílvio Ávila
Health-oriented
joint efforts
Ibrahort and food distribution centers
advocate the insertion of more natural
products in Brazilian dietary habits
The presence of vegetables and other
natural products on the Brazilian dining
tables is lagging far behind of what is supposed to be a healthy diet. According to the
World Health Organization (WHO), ideally,
every person should eat at least 400 grams
of fruit, salads and legumes a day, but this
amount remains at 150 grams in Brazil. This
ascertainment is the driving force behind
the campaign now being implemented at
the distribution centers (Ceasas) in Brazil,
aimed at encouraging fruit consumption.
“We still have a long way to go until we
achieve the target and our initiative intends
to speed up this journey”, says Luciano
Vilela, representative of the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) and member of
the coordinating group, and also president
of the Federal District Ceasa Entrepreneurs’
Association, based in Brasília. In the federal capital the campaign was launched in
March 2013, at a meeting of the Brazilian Association of Distribution Centers (Abracen).
In late 2012, the matter was highlighted
at the meeting of the entity held in Porto
Alegre (RS). Within this context, all integrated units (some 50 of the 72 existing ones)
should launch the campaign locally. Besides
Abracen and Ibrahort, the working group
includes the Ministries of Education, Health,
Social Development and Hunger Fighting;
Ministry of Agriculture, Livestock and Food
Supply (MAPA), and the National Supply
Company (Conab).
In 2012, both Ibrahort and Mapa had
published material under the slogan “Eat
vegetables every day. Your health will be
thankful”. Their intention is to intensify
their campaign over 2013, jointly with all
Ceasas. The São Paulo General Warehousing and Centers Company (Ceagesp), major link in the supply chain of horticultural
products throughout the Country, has in
turn launched the Healthy Eating Incentive
Program, in line with the National Healthy
Food and Nutritional Program.
The nationwide campaign seeks to conduct integrated and inter-sectoral educational campaigns encouraging the consumption of fruit and vegetables, destined for the
internal and external public of all Ceasas in
Brazil. During the first stage, the target is to
turn all direct agents into “health promoters
and campaigners”, strengthening best practices, correct use of containers and traceability. At a second moment, all consumers are
to be reached, through different approaches.
AGAINST OBESITY Besides boosting businesses, all initiatives seek to fight the problems detected in Brazilian eating hab-
its. According to data released by the campaign, obesity has been making strides among Brazilian people, jumping from 18.5% to 50.1%
among males and from 28.7% to 48% among the women, from 1970 to 2009. In the meantime, and simultaneously, what occurred was a
reduction in the consumption of basic staples, and a higher share of ultra-processed foods.
What justifies the São Paulo project is the fact that, over the past years, by virtue of an array of technological innovations, people have
altered their dietary habits, with a considerable reduction in the consumption of fresh produce and, in turn, more consumption of industrialized products, with high contents of fat and additives. What captures the attention is the availability of huge amounts of high-calorie
items, low nutritional value and little diversity of foods.
To this end, public policies geared towards healthy diets are of vital importance, which is in fact a directive of the Ministry of Health.
Insufficient consumption of fruits and vegetables is seen as a risk factor for non-transmissible chronic diseases, like cancer, obesity, diabetes and cardiovascular conditions. Therefore, the above mentioned initiatives help ward off these diseases by providing the dinner tables
with diversified food staples, of high nutritional quality.
47
Sílvio Ávila
Lição de casa
48
Público infantil é alvo de estratégias de incentivo
ao consumo de hortaliças, com almanaque
desenvolvido pela Embrapa, que atua na área
Embrapa & Escola, o almanaque desperta
grande interesse entre os pequenos.
A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), por
sua vez,desenvolve desde o biênio 2009/10
projetos como HortiEscolha e Escola do
Sabor, voltadas ao meio educacional. O primeiro, em parceria com a Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da
Universidade de São Paulo (USP), e com a
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
(Fapesp), apoia a escolha de frutas e de hortaliças frescas na alimentação escolar.
O segundo, em escala piloto na Associação de Apoio à Infância e à Adolescência
Nossa Turma, nas dependências da Ceagesp, realiza atividades de estímulo à mudança de hábitos alimentares. Conseguiu
ampliar o consumo de produtos como
mandioca, batata-doce, beterraba, chuchu,
goiaba, acelga e berinjela. Tais objetivos
também foram alcançados em outras inicia-
NA REDE
tivas pelo País, como aconteceu com o Projeto Hortas Escolares, desenvolvido durante
vários anos por meio do jornal Gazeta do
Sul, de Santa Cruz do Sul (RS), e da Souza
Cruz, no Sul do Brasil.
A preocupação com a alimentação
saudável em ambiente educacional tem
amparo legal. A lei federal nº 11.947/2009
estimula o uso de produtos agrícolas na
alimentação oferecida em escolas. O texto
prevê o direcionamento de pelo menos
30% dos recursos do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE)
para aquisição de produtos da agricultura
familiar, a serem usados na merenda escolar. Aliado ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), que já atinge 1.180
municípios e prioriza hortigranjeiros, possibilita acesso de mais crianças a estes produtos, como confirmam vendas intermediadas
pela Ceasa Regional em Santa Cruz do Sul.
Sílvio Ávila
O esforço para melhorar o consumo de
hortaliças no País tem um dos focos direcionado ao segmento infantil. É nessa fase
que se formam hábitos alimentares e até
mesmo se influencia os adultos na compra
de alimentos. Muitas iniciativas são voltadas a esse público, como o programa Embrapa & Escola e o projeto “Estratégias de
comunicação como ferramenta de incentivo ao consumo de hortaliças pelo público
infantil”, da Embrapa Hortaliças, sediada
em Brasília (DF).
A unidade criou o almanaque Horta
& Liça, que já está em sua terceira edição,
onde apresenta histórias em quadrinhos e
passatempos que ressaltam as vantagens de
uma alimentação saudável, de forma lúdica
e atrativa. A publicação é distribuída entre
as escolas e as crianças que visitam a empresa de pesquisa, como aconteceu com
1.300 alunos em 2012. De acordo com Orébio de Oliveira, responsável pelo programa
Ainda por meio da Embrapa Hortaliças, o consumo de hortigranjeiros tem sido
estimulado desde 1999 em projeto que associa a redução do desperdício. Uma série
de cartilhas resultou no livro “50 Hortaliças – Como comprar, conservar e consumir”,
com dicas que hoje estão inseridas também no site “Hortaliças na Web”, lançado recentemente pela empresa.
Além da seção “50 Hortaliças”, há outros cinco espaços nesta ferramenta destinados a informações com 150 receitas para todas as refeições, melhor escolha, aproveitamento e acondicionamento dos produtos, e sobre a importância de consumir hortaliças diariamente. Conforme a engenheira agrônoma Milza M. Lana, pesquisadora
da Embrapa Hortaliças, o objetivo é “contribuir para o aumento do consumo, com
diversas opções de preparo, nutritivas, práticas e baratas”.
No material, é lembrada a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)
de que uma pessoa deve ingerir pelo menos três porções de hortaliças por dia (400 g,
incluindo frutas). Hoje, só 18,9% dos brasileiros conseguem cumprir as orientações da
OMS. Já pesquisa da Esalq mostra que a média de consumo nacional de carotenoides,
essenciais para a manutenção da vida, está em 4.117 microgramas por dia, quando
os níveis prudentes de ingestão seriam de 9 mil a 18 mil microgramas. Cita-se como
alimentos ricos na substância tomate e seus derivados, manga, cenoura, acerola, cajá,
goiaba, mamão, abóbora, alface, agrião, couve e milho.
49
50
Sílvio Ávila
Homework
Children are the target of strategies intended to boost
fruit and vegetable consumption, with an almanac
developed by Embrapa, responsible for the area
All efforts towards boosting vegetable consumption in the Country are predominantly
focused on children. It is during childhood
that healthy eating habits are acquired, and
children frequently influence adults when it
comes to buying food items. Lots of initiatives are geared towards infants, like the
project, “Communication strategies as tools
for encouraging children to consume vegetables”, conducted by Embrapa Vegetables,
based in Brasília (DF).
The unit created the Horta & Liça almanac, now at its third edition, featuring comic
strips and pastimes that highlight the benefits
of healthy eating, in an amusing and attractive manner. The publication is given out to
schools and children who happen to visit
the research corporation. In 2012, 1,300 students visited the research facilities. According to Orébio de Oliveira, responsible for the
Embrapa & School program, the almanac
arouses keen interest among children.
Since 2009/10, the São Paulo General
Warehousing and Centers Company (Ceagesp) has, in turn, been involved with 10
projects, like HortiEscolha and Escola do
Sabor, geared towards educational institutions. The first one, jointly with the Luiz de
Queiroz College of Agriculture (Esalq), of the
University of São Paulo (USP), and with the
São Paulo Research Foundation (Fapesp),
strongly recommending the inclusion of
fresh fruit and vegetables in school meals.
The second, at a pilot phase at the
Our Group Children and Adolescent Support Association, at the Ceagesp premises,
conducts activities intended to encourage
changes in the eating habits. The project
has managed to boost the consumption of
cassava, sweet potatoes, beet, chayote, guava, chard and eggplant. Similar objectives
have also been achieved by other initia-
tives across the Country. Examples include
the School Vegetable Gardens Project, conducted for years by newspaper Gazeta do
Sul, in Santa Cruz do Sul (RS), jointly with
Souza Cruz, in South Brazil.
Concern with healthy eating habits in
educational environments relies on legal
support. Federal Law nº 11.947/2009 proposes the use of farm products in school
meals. To this end, legislation makes it
mandatory to destine 30% of the resources
from the National Education Development
Fund for the acquisition of school meal
products from small family farmers. In
conjunction with the Food Acquisition Program (FAP), the National Supply Company
(Conab), now including 1,180 municipalities, and giving priority to horticultural
products, a move that is confirmed by sales
intermediated by the Regional Food Distribution Center in Santa Cruz do Sul.
ON THE WEB
Embrapa Vegetables has also been stimulating the consumption of vegetables since 2009 through a project associated with waste
reduction. A series of primers gave rise to a book, “50 Vegetables – how to purchase, preserve and consume”, containing tips now posted
on site “Vegetables Web”, recently launched by the company.
Besides the “50 Vegetables” section, the tool features other five spaces that give details about 150 recipes for all meals, best choice, use
and how to condition products and, of course, about the importance of daily intakes of vegetables. According to agronomic engineer
Milza M. Lana, researcher with Embrapa Vegetables, the objective consists in “contributing towards a rise in consumption, with several
nutritional, practical and cheap preparation options”.
The publicity material refers to the recommendations by the World Health Organization ( WHO) that a person should eat at least
three portions of vegetables a day (400 grams, including fruit). Currently, only 18.9% of all Brazilians comply with the WHO recommendations. A survey conducted by Esalq shows that the consumption of carotenes, essential for the body, is something like 4,117 micrograms a day, while recommended levels point to 9 to 18 thousand micrograms. Foods laden with this substance include tomatoes and
tomato derivatives, mango, carrot, acerola, cajá, guava, papaya, pumpkin, lettuce, watercress, cabbage and corn.
51
Sílvio Ávila
AS principais | Main
NO mercado
nacional, produto
importado tem
mais de 50% de
participação
52
ALHO | GARLIC
Mostrando
os dentes
Publicação de Instrução Normativa que aprova os
requisitos fitossanitários, em fevereiro de 2013,
deu mais ânimo ao segmento
O Brasil, que já foi responsável por 90%
do consumo interno de alho, ainda sente os
reflexos das importações oriundas da China.
Mesmo assim, o segmento busca soluções e
alternativas para recuperar a participação no
mercado. Hoje, os 10 mil hectares de alho
plantados no Brasil – divididos em regiões
de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul – representam abastecimento interno de 33% do consumo de alho
total. O restante é importado dos chineses
(42%) e dos argentinos (25%).
Conforme Rafael Jorge Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de
Alho (Anapa), são consumidas 2,2 milhões de
caixas de 10 quilos de alho por mês no País,
totalizando 26,4 milhões de caixas por ano.
“Nos anos de 1990, o produto nacional
atingiu quase que a totalidade da oferta. Porém, com a abertura de mercado, a importação cresceu em números assustadores,
devastando a produção interna”, explica o
engenheiro agrônomo. “Ou seja, muitos
produtores brasileiros diminuíram a área de
produção e a consequente oferta.”
De acordo com conjuntura publicada pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil registrou aumento de 45,6% do
total de alho importado em outubro de 2012,
com relação a setembro de 2012, e queda de
20,4% em relação a outubro de 2011.
Mesmo diante de um cenário onde predo-
mina o produto estrangeiro, lideranças e produtores acreditam no grande potencial do País
para retomar o cultivo. Além disso, a atividade
agrícola desempenha importante papel social,
gerando 10 postos de trabalho a cada hectare
plantado, sendo quatro diretos e seis indiretos.
Corsino salienta, entretanto, que, apesar do potencial para atender à maioria da
demanda, ou até mesmo à totalidade desta,
a cultura do alho depende basicamente da
adoção de políticas públicas de proteção da
produção nacional e de valorização e desenvolvimento. “Se a concorrência desleal
for banida e a produção nacional valorizada, nosso setor tende a crescer de forma
mais rápida”, acredita.
QUEBRA-CABEÇAS
Em 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção
brasileira de alho foi de 108.393 toneladas. Em relação a 2011, os números sinalizam para decréscimo de 24,35%.
No período, a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa) observou melhora significativa do produto nacional. Conforme Rafael Corsino, presidente da entidade, diversos fatores levaram a este cenário.
Na temporada 2010/11, a China, principal país exportador mundial e regulador de mercado, registrou a maior safra da história.
Na seguinte, o ciclo 2011/12, registrou diminuição de área de 10%, devido a problemas climáticos. Consequentemente, os asiáticos
produziram 30% a menos de alho, o que equilibrou um pouco a oferta nacional ao longo de 2012.
Já em 2013, os preços praticados têm sido equilibrados e os produtores no Sul, que estão comercializando o alho no início do
ano, se mostram otimistas. Com isso, o panorama deve se manter até julho, afirma Corsino. De julho em diante, o mercado deverá
ser acompanhado com cuidado, pois é quando chegam ao Brasil as importações da nova safra de alho chinês.
53
ALHO | GARLIC
Showing
the cloves
Normative Instruction, published in February
2013, approved phytosanitary requisites and
brought a sigh of relief for the sector
Brazil once produced 90% of the garlic
consumed in the Country, but still senses the
ripple effects from imports coming from China. Nevertheless, the segment is seeking solutions and alternatives to recover its market
share. Now, the 10 thousand hectares devoted to garlic – split into the regions of Goiás,
Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina ando
Grande do Sul – represent only 33% of our
total domestic consumption. To make up for
the shortfall, garlic is imported from China
(42%) and from Argentina (25%).
According to Rafael Jorge Corsino, president of the National Association of Garlic
Producers (Anapa), consumption in Brazil
amounts to 2.2 million 10-kilogram boxes
a month, totaling 26.4 million boxes a year.
PUZZLE
“In the 1990s, the Brazilian crop was
almost big enough to meet domestic demand. However, when globalization set in,
imports began skyrocketing, causing havoc
to our national crops”, the agronomist explains. “In other words, lots of Brazilian
growers reduced their production areas,
with consequent smaller supply”.
In accordance with the market scenario
published by the National Supply Company (Conab), Brazilian garlic purchases
from abroad were up 45.6% from the total
imported in October 2012, compared to
September 2012, and down 20.4% compared to October 2011.
Although facing a scenario where imports from abroad predominate, leaderships
of the sector and producers believe in the
Country’s huge potential to resume the crop.
Furthermore, agricultural activities play an
important social role, generating 10 job positions for every hectare devoted to garlic, four
direct ones and six indirect jobs.
Corsino emphasizes, nonetheless, that,
although boasting the potential to meet
almost the total demand of the product, or
even its entirety, garlic cultivations depend
basically on the introduction of public
policies that protect the national vegetable,
besides raising its value and promoting
its development. “If unfair competition is
eliminated and the national crop is given
its due value, our sector is poised to make
strides again”, he believes.
In 2012, from data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), the garlic crop in Brazil
amounted to 108,393 tons. Compared to 2011, the numbers represent a decrease of 24.35%.
During the period, the National Association of Garlic Producers (Anapa) observed a tangible improvement of the national production
volumes, Rafael Corsino, president of the entity, understands that several factors are credited with this scenario.
In the 2010/11 crop year, China, major global exporter and market indicator, registered its largest crop on record. In the following season, the 2011/12 cycle, the area devoted to garlic was down 10% due to erratic weather conditions. As a result, the Asian giant harvested
a 30-percent smaller crop, which brought national supplies into balance in 2012.
In 2013, prices have suffered only negligible fluctuations and the southern farmers, who sell their crop at the start of the year, are very
optimistic. This signals a similar panorama until July, says Corsino. From July onwards, the market should be followed closely and with
caution, as it is the time when the imports from the newly harvested crop in China are working their way into Brazil.
54
Inor Ag. Assmann
In Brazil,
imported garlic
has a 50-percent
market share
MAIS SEGURO
Publicada no Diário Oficial, em 28 de fevereiro de 2013, a
Instrução Normativa que aprova os requisitos fitossanitários
para a importação de bulbos de alho produzidos na China
trouxe alegria ao setor. Com base no documento, o produto
importado deverá estar livre de resíduos vegetais e material
de solo. Resultado de pleito encaminhado em 2006 ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
pela Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa),
a medida deve trazer segurança aos produtores e garantir a
qualidade da produção sem correr riscos.
Até então, todo o alho importado da China ingressava ao
Brasil sem nenhum tipo de controle fitossanitário. Com a publicação, considerada marco no setor, espera-se diminuir as
possibilidades de contaminação em solo nacional.
POR TODO CANTO | everywhere
Principais regiões produtoras de alho no Brasil
Estado
Bahia
Goiás
Santa Catarina
Minas Gerais
Rio Grande do Sul
ÁreaProduçãoProdutividade
(ha)(t) (t/ha)
7008.400
12
3.30059.400
18
1.500
15.000
10
2.700
48.600
18
1.800
18.000
10
Fonte: Anapa.
SAFER
Published in the Government Gazette, on 28th February 2013, Normative Instruction that approves the phytosanitary requisites for importing garlic bulbs produced in
China brought relief to the sector. On the grounds of the
document, imported garlic should be free from vegetable
residues and soil particles. The result of a petition filed
with the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA), in 2006, by the National Association of Garlic
Producers (Anapa), the measure brings safety to the producers and ensures production quality, free from risks.
Up to February 2013, garlic imported from China
was shipped to Brazil without any type of phytosanitary
control. With the publication, seen as a milestone for the
sector, it is hoped that there will be fewer incidences of national soil contaminations.
55
Inor Ag. Assmann
batata | potato
É batata
Estimativas apontam para acréscimo de
6% na produção da batata, assegurando
o abastecimento de um dos petiscos
prediletos do brasileiro
56
Nada pode ser mais brasileiro do que a
batata frita, acompanhada de feijão, arroz
e bife. Mas, além de ter lugar garantido na
mesa dos consumidores, nas lavouras de
todo o País essa hortaliça garante o sustento de milhares de produtores, que abastecem, em parte, o mercado interno. É um
petisco de dar água na boca.
Enquanto em 2012 o País registrou
produção de 3,382 milhões de toneladas
de batata, em 2013 devem ser colhidas
3,585 milhões de toneladas, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do montante, a
primeira safra tende a representar 1,639
milhão de toneladas. Para a segunda e
para a terceira, a previsão de colheita é
de 1,031 milhão de toneladas e 914,1 mil
toneladas, respectivamente.
Em relação à área a ser colhida, o IBGE
estima 129,9 mil hectares, com aumento de
2% em relação a 2012, quando foram cultivados 127,1 mil hectares. O rendimento
médio também deve apresentar variação
positiva, de 3%. Em 2012 foram obtidos
26,5 quilos por hectare. Em 2013, a expectativa é de que sejam atingidos 27,5 kg/ha.
Em artigo sobre o perfil da olericultura
no Brasil e em São Paulo, o pesquisador
Waldemar Pires de Camargo, do Instituto
de Economia Agrícola (IEA), mapeia igualmente o cultivo da batata. De acordo com
ele, a região Sudeste responde por cerca
de 50% da produção. Já o Sul detém mais
de 33% e os estados de Goiás e Bahia registram 7% e 7,8%, respectivamente.
O cultivo em território nacional é realizado em três épocas: 1ª safra, conhecida
como a das águas; 2ª safra, ou seca; e 3ª
safra, de inverno. Somente o primeiro
período tem participação de 45% no abastecimento. O Estado de São Paulo é responsável por cerca de 18,5% da batata produzida no Brasil, sendo o segundo maior
produtor, atrás apenas de Minas Gerais.
Produtividade e
área a ser colhida
devem apresentar
aumento no Brasil
57
Inor Ag. Assmann
batata | potato
OLHAR REGIONAL
Em todo o Brasil, o plantio de batata
atende às diferentes características e
necessidades da cada região. Segundo levantamento de março do Centro
de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), o pico da colheita da safra das
águas 2012/13, no Triângulo Mineiro
e no Alto Paranaíba, em Minas Gerais,
deveria ocorrer em março, com as atividades iniciando-se em janeiro. No
mês, estima-se oferta do equivalente a
aproximadamente 40% da área dessa
região.
Já no Sul de Minas Gerais, o ciclo,
que ocorreu do fim de dezembro até
o início de março, estava praticamente encerrado. Para o plantio, os produtores mineiros registraram redução
de área próximo de 8%. Para a temporada 2013/14, a expectativa inicial
é de que permaneça no mesmo patamar.
No Paraná, o plantio das secas, que
deveria ter sido encerrado em fevereiro,
acabou se prolongando até março em
Curitiba, São Mateus do Sul, Irati e Ponta Grossa. O atraso nas cidades paranaenses ocorreu em decorrência das chuvas. De acordo com o Cepea, não foram
registrados problemas com doenças nas
lavouras. Quanto à área, as quatro cidades devem somar 7.207 mil hectares.
58
senhora batata | big potato
safras de batata no brasil
Batata inglesa no BrasilSafra 2012Safra 2013 *
Produção (t)
3.382.363
3.585.214
Área colhida (ha)
127.195
129.903
Rendimento (kg/ha)
26.592
27.599
* Estimativa. - Fonte: IBGE
Potatoes,
please
Estimates point to a 6-percent bigger potato
crop, ensuring a plentiful supply of one of
Brazilian people’s favorite delicacies
There is nothing more Brazilian than
French fries accompanied with rice, beans
and a steak. And, besides being a great
dish on every dinner table, in the Brazilian
rural setting this vegetable represents the
livelihood of thousands of farmers, who
supply part of the domestic market. It is a
mouth watering delicacy.
While in 2012 the Country harvested
3.382 million tons of potatoes, in 2013 the
crop is estimated at 3.585 million tons, according to data from the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE). Of this
amount, the first crop tends to account for
1.639 million tons. For the second and the
third, the forecast is for 1.031 million tons
and 914.1 thousand tons, respectively.
With regard to the area to be harvested, IBGE sources refer to 129.9 thousand
hectares, up 2% from 2012, when the area
devoted to potatoes reached 127.1 thousand hectares. On average, yields are also
supposed to increase by 3%. In 2012, perhectare productivity rates reached 26.5
thousand kilograms. For 2013, the expectation is for 27.5 thousand kg/ha.
In an article on the profile of olericulture
in Brazil and in São Paulo, researcher Waldemar Pires de Camargo, of the Agriculture
Agronomy Institute (IEA), presents a map of
all areas devoted to potatoes. According to
him, the Southeast produces about 50% of
the entire national crop. The South is responsible for 33% and the States of Goiás and Bahia register 7% and 7.8%, respectively.
In Brazil, potatoes are grown in three
different periods: 1st crop, known as the
water crop; 2nd, or dry crop; and 3rd, the
winter crop.
The share of the first period alone represents 45% of the entire annual volumes.
The State of São Paulo produces approximately 18.5% of all potatoes harvested in
Brazil, and is the second-largest producer,
coming only after Minas Gerais.
Productivity and planted area soared in Brazil
REGIONAL LOOK
All across Brazil, potato crops comply with the needs and characteristics of every different region. According to a survey conducted in March by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), of the Luiz de Queiroz College of
Agriculture (Esalq), the harvest of the 2012/13 water crop in Triângulo Mineiro and Alto Paranaíba, in Minas Gerais, was supposed to reach
its peak in March, with all activities starting in January. It is estimated that in March 40% of all fields in the region have been harvested.
In South Minas Gerais, the early December to early March cycle had practically come to a close. The planted area in Minas Gerais was
down 8% from the previous crop. For the 2013/14 cycle, initial estimations show no changes in the planted area.
In Paraná, the dry crop, which was to have been completed in February, ended up going on until March in Curitiba, São Mateus do Sul,
Irati and Ponta Grossa. The delay in these regions in Paraná is blamed on excessive precipitation levels. According to Cepea sources, there
were no disease outbreaks in the fields. As to the planted area, the four towns together will devote 7,207 thousand hectares to the crop.
59
Inor Ag. Assmann
batatA-doce | Sweet potato
60
Elaboração de
etanol passa a ser
uma alternativa
para a batata-doce
Peso-pesado
Apesar de crescimento nas colheitas, batata-doce
brasileira precisa de ações que ajudem a promover
o seu desenvolvimento e a divulgação
Planta tropical, a batata-doce tem sua trajetória traçada de um lado a outro do mundo.
De origem americana, hoje seu grande berço
de produção está em continente asiático,
sendo a China a responsável pelas maiores
colheitas. Enquanto isso, no Brasil as safras
têm registrado bons índices, recuperando o
fôlego, uma vez que em 2009, com a produção de 477,5 mil toneladas, houve declínio,
no comparativo com os períodos anteriores.
Em 2011, o Brasil produziu 544,8 mil
toneladas em 43,8 mil hectares, com variação positiva de 2,9% em relação a 2010,
quando foram colhidas 495,2 mil toneladas, apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
referentes à Produção Agrícola Municipal.
Na China, o principal produtor, as safras
contabilizam, em média, 118 milhões de
toneladas, numa área de 6 mil hectares.
Enquanto a produção se recupera do
declínio nas últimas décadas, por outro lado
percebe-se que o índice de produtividade
tem sido crescente nos últimos anos. Em
2009, os bataticultores brasileiros colheram
11,3 toneladas por hectare. No ano seguinte,
foram 11,8 t/ha e, em 2011, 12,4 t/ha. Os números revelam, sobretudo, as mudanças sofridas pelo sistema de produção, o que indica
evolução do nível tecnológico.
NO CAMINHO Para o pesquisador Wilson Roberto Maluf, da Universidade Federal da Lavras (UFLA), de Minas Gerais,
as estatísticas atuais sobre a batata-doce ainda refletem o baixo nível de tecnologia empregado na cultura. Em seu entender, vários
são os aspectos que prejudicam o bom desempenho da batata-doce em território nacional.
Práticas culturais obsoletas, cultura de subsistência, uso de cultivares inapropriadas, suscetíveis a pragas e doenças; baixa difusão e
adoção de tecnologias já disponíveis, entre outros fatores, são apontados por Maluf como obstáculos ao desenvolvimento da cultura.
Mesmo assim, além de sua utilização na alimentação humana – no Brasil, o consumo per capita é de 2,7 quilos, aproximadamente
–, e animal e o seu emprego na produção de etanol, a hortaliça vem crescendo em algumas regiões. Em Sergipe, que detém a quinta
maior produção do País, por exemplo, o cultivo é o grande gerador de renda em algumas localidades.
Conforme Maluf, dados recentes demonstram que a adoção de práticas culturais adequadas, aliada ao plantio de variedades
selecionadas para alta produtividade, tornam viáveis produtividades superiores a 50 t/ha, podendo chegar a 100 t/ha. Isso facilitaria
a adoção da batata-doce como matéria-prima na produção de etanol (podendo rivalizar com a cana-de-açúcar), além de gerar co-produtos residuais de baixo custo para a alimentação animal.
61
Sílvio Ávila
batatA-doce | Sweet potato
Sweet
potatoes
might be an
alternative
for ethanol
62
Heavyweight
Although the crop is on a rising trend, Brazilian
sweet potato farming needs a push to promote
its development and create public perception
As a tropical plant, the trajectory of the
sweet potato ranges from one corner of the
world to the next. Originated in America,
now the great production environment is
located in Asia, where China is the leading
producer. In the meantime, the crops of this
vegetable have registered good volumes in
Brazil, recovering strength, as the 477.5
thousand tons in 2009 represented a decline from the previous periods.
In 2011, Brazil’s crop reached 544.8
thousand tons, in 43.8 thousand hectares, with a positive variation of 2.9%
from 2010, when 495.2 thousand tons
were harvested, according to data released by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), related
to the Municipal Agriculture Production
department. In China, leading producer,
in general, the crops in that country
amount to 118 million tons, from an
area of 6 thousand hectares.
While there is a recovery of the crop
from the downward trend in the past
decades, there is also no doubt about
the soaring productivity rates over the
recent years. In 2009, the Brazilian tobacco farmers harvested 11.3 tons per
hectare. In the following year, it was 11.8
t/ha; and in 2011, 12.4 t/ha. Above all,
these figures hint at the changes in the
production system, signaling technology-oriented evolution.
mais doce | sweeter
safras de batata no brasil
AnoProdução (mil t)
Área (mil ha)Produtividade (t/ha)
2007 529,544,0
12,0
2008 548,445,6
12,0
2009 477,542,2
11,3
2010 495,242,0
11,8
2011 544,843,8
12,4
Fonte: IBGE.
ON THE RIGHT TRACK Researcher Wilson Roberto Maluf, of the Federal University of Lavras (UFLA), in Minas Gerais,
understands that the current numbers related to sweet potato crops still reflect the low level of technology at field level. He maintains that
there are several variables that still jeopardize the performance of sweet potatoes in our national territory.
Obsolete cultural practices, subsistence crops, disease-prone and inadequate cultivars; little use of available technologies, are just some
of the factors cited by Maluf as real obstacles in the development of the crop.
Even so, besides its use as human food – in Brazil, per capita consumption is 2.7 kilograms, approximately, while the use of the vegetable as livestock food and for ethanol purposes has been rising in several regions. In Sergipe, the fifth biggest producer in the Country, for
example, the crop is a real source of income in some districts.
According to Maluf, recent data have attested that the use of appropriate cultural practices, along with the selection of recommended
high productive varieties make it possible to reap upwards of 50 tons per hectare, with chances to reach 100 tons. This would pave the
way for sweet potatoes to turn into raw material for the production of ethanol (in a real competition with sugar cane), besides generating
byproducts of low cost for livestock feed.
63
Robispierre Giuliani
cebola | onion
Em 2012 foram
produzidas
1,357 milhão de
toneladas de
cebola no País
64
Estabilidade na produção e queda nas importações
a partir da Argentina moldaram o cenário
brasileiro de cebola em 2012 e animam a nova safra
Camadas de
aceitação
Numa roda de amigos, ao citar a Holanda, não há como
deixar de lembrar dos belos campos de flores, repletos de tulipas das mais diversas cores. Mas além das dicas e histórias
turísticas, o país europeu também frequentou discussões
em outro setor brasileiro: o da cebola. Em 2012, um dos
principais destaques no mercado da hortaliça no Brasil foi o expressivo aumento nas importações a partir
dessa origem. No total, foram internalizadas 39,5 mil
toneladas, contra 12,8 mil toneladas em 2011, como
apontam dados do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Conforme Daniel Rogério Schmitt, da Empresa de
Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Holanda possui a melhor estrutura
de produção, classificação e embalagem para cebola em todo o
mundo, tendo se tornado, na última década, o maior exportador, quando se toma por base o valor bruto financeiro. “Com a
excelente infraestrutura de armazenamento e de comercialização do porto de Roterdã, os holandeses conseguem abastecer
de forma rápida diversos mercados em todos os continentes,
além da Europa, onde é o principal fornecedor”, afirma o engenheiro agrônomo e analista de mercado.
Enquanto as importações tiveram participação expressiva
do mercado europeu (a Espanha também surgiu entre os maiores fornecedores), houve queda de 25% nas compras a partir
da Argentina. Com isso, as compras oriundas de outros países
recuaram 10% em 2012, no comparativo com o ano anterior,
ressalta Schmitt.
ESTABILIDADE NA LAVOURA Enquanto o cenário internacional apresentou mudanças, a cebolicultura brasileira
manteve a produção estável em 2012. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram produzidas 1,357 milhão de
toneladas, com área cultivada de 57.346 hectares e rendimento médio de 23.358 kg/ha, dados similares aos da safra de 2011.
De acordo com Daniel Rogério Schmitt, da Epagri, nos ciclos de 2009 e 2010 a produção ultrapassou a 1,5 milhão de toneladas,
mas os preços médios ficaram próximos do custo de produção. Com isso, houve redução de área nos dois anos seguintes. Em
2012, os preços médios foram bastante favoráveis, oscilando de R$ 0,70 a 1,45/kg para a classe 3 (bulbos de 5 a 7 cm de diâmetro),
não havendo excesso de oferta.
O entusiasmo do setor deve se manter em 2013. Munidos de expectativas positivas, produtores e lideranças preveem um bom
ano. Nos dois primeiros meses, por exemplo, os preços recebidos pelos produtores foram promissores, ultrapassando a R$ 1,00/
kg, o que significa o dobro do custo de produção, afirma Schmitt.
Com os bons resultados de 2012, estima-se que os investimentos na produção sejam maiores, principalmente no Sudeste
brasileiro, podendo significar até mesmo aumento da área de cultivo. Segundo a publicação do Centro de Estudos Avançados de
Economia Aplicada (Cepea), no Cerrado também deve haver incremento na área a ser reservada a essa atividade. Técnicos estimam acréscimo de 5% tanto em Minas Gerais quanto em Goiás.
65
cebola | onion
Widely
accepted
Inor Ag. Assmann
Stable production and declining
imports from Argentina have
shaped the Brazilian onion scenario
in 2012 and are now evoking
expectations for the new crop
NA ÁREA
Cebola no Brasil Safra 2012
Área colhida (há) 57.346 57.814
Produção (t)
1.356.705
Rendimento (kg/ha)23.658 23.993
* Estimativa
Fonte: IBGE
66
Safra 2013 *
1.387.141
In a group of friends, when the subject
turns to Holland, there is no way not to remember the beautiful flower beds, full of
tulips of different colors. Besides the hints
and tourist-related stories, the European
country took part in discussions in another Brazilian sector: onions. In 2012, a
major highlight in the Brazilian vegetable
market was the expressive increase in imports from that country. In all, purchases
from Holland reached 39.5 thousand tons,
against 12.8 thousand tons in 2011, from
data released by the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC).
According to Daniel Rogério Schmitt,
of the Santa Catarina State Rural Extension and Agriculture Research Corporation
(Epagri), Holland boasts the best onion
production, grading and packaging structure all over the world and, over the past
decade, the country has become the leading exporter, if the gross financial value is
considered. “With an excellent warehousing and sales structure at the port of Rot-
terdam, the Dutch farmers manage to supply in a very fast manner several markets
in all continents, besides Europe, where the
supplier has its place of business”, says the
agronomic engineer and market analyst.
While imports had a significant share
in the European market (Spain also came
forth as a major supplier), purchases from
Argentina decreased y 25%. This has made
imports from other countries decline 10%
in 2012, compared to the previous year,
Schmitt stresses.
STABILITY IN THE FIELD While the international scenario hinted at changes, onion farming in Brazil kept stable
throughout 2012. According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), production reached 1.357 million tons, on a cultivated area of 57,346 hectares, with average yield remaining at 23,358 kg/ha, data related to the 2011 crop year.
According to Daniel Rogério Schmitt, of Epagri, in the 2009 and 2010 cycles, production reached upwards of 1.5 million tons, but average
prices remained on a par with the production costs. This induced the farmers to reduce their plantations in the following two years. In 2012,
average prices were rather favorable, ranging from R$ 0.70 to R$ 1.45 for classes 3 (5 to 7 cm diameter bulbs), and there were no surpluses.
The sector is supposed to continue in a soaring mood in 2013. Relying on positive expectations, both farmers and leaderships
anticipate a good year. Over the first two months, for example, prices fetched by the growers looked promising, over R$ 1.00/kg, twice
as much as the production cost, Schmitt states.
With the good results in 2012, higher investments in production are expected, particularly in the Southeast, with chances for bigger
planted areas. According to a publication by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea), there will also be more land
devoted to onions in the Cerrado region. Technicians estimate a 5-percent increase in Minas Gerais and Goiás.
67
Sílvio Ávila
cenoura | carrot
Diferentes fontes
têm variação
significativa em
relação à safra
nacional
68
verde e
amarela
Minas Gerais responde por metade da colheita
brasileira de cenoura, cultura importante no Alto
Paranaíba e também em outros estados
As regiões do Brasil costumam se identificar com os mais variados tipos de alimentos. Com as hortaliças, não é diferente. A
cenoura é cultura representativa nas propriedades do Alto Paranaíba, no Estado de
Minas Gerais. Um dos indícios é a realização
da Festa Nacional da Cenoura (Fenacen),
em São Gotardo, localizado a 292 quilômetros da capital, Belo Horizonte, cuja 16ª
edição ocorreu em julho de 2012. No município são semeados 246 hectares por ano,
com produção de 9.348 toneladas.
O Alto Paranaíba é o maior fornecedor
de cenouras do Estado. Localidades como
Campos Altos, Ibiá, Tiros, Matutina e Rio
Paranaíba igualmente se destacam nessa
hortaliça. A região concentrou 85,7% da
colheita de 415 mil toneladas de 2012. A
área total plantada em Minas Gerais chega a
8,4 mil hectares, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No cenário da produção de cenoura,
apontada por levantamento da Embrapa
Hortaliças, Minas Gerais responde por mais
de 50% do volume colhido no Brasil. Na
safra de 2011, o País colheu 780,8 mil toneladas, em 25 mil hectares. A produtividade
média chegou a 31,2 toneladas por hectare.
Os resultados de 2011, em volume e rendimento, foram os maiores desde 2000,
conforme a economista Nirlene Junqueira
Vilela, pesquisadora da Embrapa, responsável pelos dados.
E esse desempenho pode ter sido ainda
maior. Na avaliação do engenheiro agrônomo Waldemar Pires de Camargo Filho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola
(IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria
de Agricultura e Abastecimento de São Paulo,
o resultado é muito superior. Ele chegou a
produção de 1,065 milhão de toneladas de
cenoura, em área de 24.625 hectares. Já o
rendimento médio por hectare, em seu entendimento, teria sido de 43,25 toneladas.
SAFRA ESTENDIDA
A cenoura terminou o ciclo de inverno de 2012, entre julho de 2012 e janeiro de 2013, com resultados positivos na maioria das regiões que foram analisadas pela equipe do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
(Cepea). A previsão era de que a temporada se encerrasse em dezembro nos estados de Minas Gerais e do Paraná, mas o clima
favorável estendeu a safra até janeiro de 2013. O cultivo total foi de 5.718 hectares, 13,5% a menos do que em 2011, devido ao
recuo de área nos estados da Bahia, do Paraná e do Rio Grande do Sul.
No início da temporada, os preços estiveram em patamares elevados, em decorrência da menor oferta, ocasionada pela redução
na área e ainda pelo clima desfavorável durante o plantio. No entanto, com o avanço da safra, o volume ofertado aumentou, pressionando as cotações. Por outro lado, o excesso de cenouras que restou da temporada de inverno de 2012, e que ainda estavam sendo
colhidas no início de 2013, atrasou em um mês o começo da safra de verão 2012/13 em Minas Gerais e no Paraná. Os produtores
adiaram o início da colheita de verão para evitar o excesso de cenouras no mercado, como menciona o levantamento do Cepea.
69
cenoura | carrot
green and
yellow
Sílvio Ávila
Minas Gerais accounts for half of all carrots
produced in Brazil, an important crop in the Alto
Paranaíba region and in other states
Different sources
vary significantly
within the context of
the national crop
70
AVANTE | ahead
Produção brasileira de cenoura
Ano
Área (mil ha)Produção (mil t)
2010
25,3763,9
2011
25,0780,8
Fonte: Embrapa Hortaliças.
The different regions throughout Brazil
are normally associated with various types
of food crops they cultivate. With vegetables,
it is not different. Carrots are very representative on the farms in Alto Paranaíba, State
of Minas Gerais. One of the indications is
the National Carrot Fest (Fenacen), in São
Gotardo, located 292 kilometers from the
capital city, Belo Horizonte, whose 16th
edition occurred in July 2012. In the municipality 246 hectares are devoted to carrots, with a production of 9,348 tons.
Alto Paranaíba is the leading supplier
of carrots in the State. Districts like Campos Altos, Ibiá, Tiros, Matutina and Rio
Paranaíba also cultivate this vegetable.
The region was responsible for 85.7%% of
the 415 thousand tons produced in 2012.
The area devoted to carrots in Minas
Gerais reaches 8.4 thousand hectares, according to the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).
In the carrot producing scenario, surveyed by Embrapa Vegetables, Minas Gerais
accounts for upwards of 50% of the entire
volume harvested in Brazil. In the 2011
cycle, the Country harvested 780.8 thousand tons, in 25 thousand hectares. Average
productivity reached 31.2 tons per hectare.
The 2011 results, in volume and revenue,
were the biggest since 2000, says economist
Nirlene Junqueira Vilela, Embrapa researcher, responsible for the numbers.
And this performance could have been
better. In the evaluation of agronomic engineer Waldemar Pires de Camargo Filho,
researcher of the Agriculture Economy
Institute (IEA), of the São Paulo State Technology and Agribusiness Agency (APTA),
linked with the São Paulo State Secretariat
of Agriculture and Supply, the result is
much higher. He estimated a volume of
1.065 million tons in an area of 24,625
hectares. In his view, yields per hectare
were supposed to have reached 43.25 tons.
EXTENDED CROP
The winter cycle of the carrot crop in 2012 lasted from July 2012 to January 2013, with positive
results in the majority of the regions analyzed by the Center for Advanced Studies on Applied Economics (Cepea). The forecast
had been for the season to come to a close in December in the states of Minas Gerais and Paraná, but the favorable climate
conditions extended the crop until January 2013. The total area amounted to 5,718 hectares, down 13.5% from 2011. Smaller
planted areas in the states of Bahia, Paraná and Rio Grande do Sul are blamed for the smaller crop.
At the start of the season, prices were high, a result of the smaller supplies, brought about by area reductions and unfavorable
climate conditions at planting time. Nevertheless, as the crop progressed, higher volumes were offered, pressing prices down. On
the other hand, the remaining carrots of the 2012 winter season, still being harvested in early 2013, caused a 30-day delay to
the 2012/2013 summer crop in Minas Gerais and Paraná. The growers delayed the harvest of the summer crop to prevent market
surpluses, according to the survey conducted by the Cepea.
71
Sílvio Ávila
folhosas | leafy
Verdes
mares
Dez principais espécies de folhosas renderam
mais de 644 mil toneladas em 2012 no Estado de
São Paulo, referência nessas espécies
Ricas em vitaminas e minerais, as hortaliças obrigatoriamente devem estar presentes
na alimentação diária daqueles que têm a
saúde entre suas prioridades. Os profissionais da área de nutrição liberam o consumo
de saladas de folhas verdes no almoço e no
jantar. São Paulo é o Estado brasileiro onde
mais são consumidas hortaliças em geral, e
onde também ocorre a maior produção. A
olericultura, com 53 espécies, ocupou área
de 141,1 mil hectares e gerou colheita de
4 milhões de toneladas em 2011, ano mais
recente com dados disponíveis.
O grupo de folhosas, flores, condimentares e outros, com 20 tipos, representou
19,5% de toda a produção paulista em 2011.
72
A alface e o repolho, juntos, contribuíram
com 11,1%, conforme o engenheiro agrônomo Waldemar Pires de Camargo Filho, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola
(IEA), da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (APTA), organismo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São
Paulo. No Brasil todo, em 2011, estima-se
que a produção de alface e de repolho tenha
somado 2,59 milhões de toneladas, em área
de 123.580 hectares. O repolho participou
com 1,313 milhão de toneladas e a alface,
com 1,276 milhão de toneladas.
Em São Paulo, de acordo com o pesquisador, as 10 principais espécies de folhosas
têm mantido a área cultivada estável. A ex-
ceção, segundo ele, foi o plantio de repolho, que em 2012 apresentou área maior,
em virtude dos altos preços praticados no
ano anterior. A área plantada com a hortaliça teve aumento de 945 hectares em relação a 2011. O repolho também respondeu
pelo maior volume, de 278.855 toneladas,
seguido pela alface, com 207.060 toneladas.
Outros resultados significativos foram verificados nas produções de brócolis (40.380
toneladas), couve-flor (42.952 toneladas), couve (34.736 toneladas) e almeirão
(15.630 toneladas). O volume obtido com
as 10 espécies, incluindo as produções de
agrião, salsa, cebolinha e coentro, totalizou
644.338 toneladas em 2012.
O grupo de hortaliças
movimentou cerca de
R$ 2 bilhões em 23 Ceasas
CINTURÕES VERDES A produção olerícola paulista é desenvolvida durante o ano todo. As folhosas e condimentares
estão concentradas na Grande São Paulo, na circunscrição dos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR) de Mogi das Cruzes, Sorocoba
e Campinas. Também existem cinturões verdes em médias e grandes cidades do interior, como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Botucatu e Marília. A alface é a folhosa com a maior área cultivada, de 10.508 hectares, em dados de 2012. Os municípios de Mogi das Cruzes,
Ibiúna, Piedade e Biritiba-Mirim cultivam 66% da área estadual. “A alface tem pouca influência dos preços na área plantada. O que altera o
mercado é o excesso de chuva ou o frio intenso”, observa Waldemar Pires de Camargo Filho, do IEA.
VIRANDO A FOLHA
Em 2012, as 23 principais Centrais de Abastecimento Brasileiras (Ceasas) comercializaram 522 mil toneladas de hortaliças
do subgrupo folha, flor e haste. No total, elas geraram receita de
aproximadamente R$ 2 bilhões, conforme dados do Programa
Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiros (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As hortaliças mais vendidas foram repolho (240 mil toneladas), couve-flor (85 mil toneladas), alface (79 mil toneladas), brócolis (29 mil
toneladas), acelga (15,6 mil toneladas), couve (8 mil toneladas),
couve chinesa (6,3 mil toneladas), cebolinha (6 mil toneladas),
escarola (5.7 mil toneladas) e agrião (5.7 mil toneladas).
Os municípios de origem com maior participação no abastecimento das centrais foram Ibiúna e Piedade (São Paulo), Barbacena (Minas Gerais), Nova Friburgo (Rio de Janeiro), Santa Maria
de Jetibá (Espírito Santo), São José dos Pinhais (Paraná) e São
Francisco de Paula (Rio Grande do Sul). As informações das 58
principais Ceasas sobre preço médio, preço diário, quantidade,
volume e município de origem são repassadas ao Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). O
trabalho é desenvolvido pela Conab, desde 2007. Os dados são
disponibilizados no site www.ceasa.gov.br, do Prohort.
73
Inor Ag. Assmann
folhosas | leafy
Green
seas
74
Ten major leafy species amounted to upwards
of 644 thousand tons in 2012 in the State of
São Paulo, a reference in these species
Rich in vitamins and minerals, vegetables should always be part of the daily diet
of those who make health one of their priorities. The professionals of the nutrition areas
recommend the consumption of green salads
at lunch and dinner. São Paulo is the Brazilian state with the highest consumption of
vegetables and is also where most vegetables
are produced. Olericulture, with 53 species,
occupied an area of 141.1 thousand hectares
and generated a harvest of 4 million tons in
2011, from latest data available.
Comprising 20 different types, the group
of leafy, flowers, spices and other vegetables
represented 19.5% of the entire production
volumes in São Paulo, in 2011. Lettuce and
cabbage, together, contributed with 11%, according to agronomic engineer Waldemar
Pires de Camargo filho, researcher with the
Agriculture Economy Institute (IEA), of the
São Paulo Agribusiness Technology agency
(APTA), an organ of the São Paulo State Secretariat of Agriculture and Supply. In the entire
Country, in 2011, it is estimated that the production of lettuce and cabbage amounted to
2.59 million tons, in an area of 123,580 hectares. Cabbage had a share of 1.313 million
tons and lettuce, 1.276 million tons.
In São Paulo, according to the researcher,
the area devoted to the 10 major leafy vegeta-
bles has remained stable. The exception, according to him, was cabbage, which, in 2012,
presented a bigger planted area by virtue of
the better prices fetched by the crop in the previous year. The area devoted to this vegetable
soared 945 hectares compared to 2011. Cabbage was also responsible for the biggest volume, 278,855 tons, followed by lettuce, with
207,060 tons. Other significant results were
obtained by broccolis (40,380 tons), cauliflower (42,952 tons), kale (34,736 tons) and
common chicory (15,360 tons0. The volume
obtained from the 10 species, including watercress, common parsley, pearl onions and
coriander totaled 644,338 tons in 2012
GREEN BELTS
In São Paulo, vegetables are produced year-round. Leafy salads and spices are mostly grown around Greater
São Paulo, in the circumscriptions of the Rural Development Offices (RDO) of Mogi das Cruzes, Sorocoba and Campinas. There are green
belts that surround medium and big interior cities, like Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Botucatu and Marília. Lettuce is the leafy
vegetable with the largest planted area, 10,508 hectares, in 2012. The municipalities of Mogi das Cruzes, Ibiúna, Piedade and BiritibaMirim cultivate 66% of the total area. “The price of lettuce has a negligible influence on the planted area. What dictates the rule to the
market are such natural phenomena as excessive rainfall and cold temperatures”, observes Waldemar Pires de Camargo Filho, of IEA.
ON THE SUBJECT OF LEAVES
In 2012, the 23 Brazilian Central Distribution Centers (Ceasas)
traded 522 thousand tons of vegetables of the leaf, flower and stem
subgroup. In all, they generated revenue of approximately R$ 2 billion, according to data from the Brazilian Horticulture Market
Program (Prohort), of the National Supply Company (Conab). The
best-selling vegetables were as follows: cabbage (240 thousand tons),
lettuce (79 thousand tons), broccolis (29 thousand tons), chard (15,6
thousand tons), kale (8 thousand tons), Chinese cabbage (6.3 thousand tons), pearl onions (6 thousand tons), escarole (5.7 thousand
tons) and watercress (5.7 thousand tons).
The municipalities of origin with the highest share in supplying
the distribution centers were Ibiúna and Piedade (São Paulo), Barbacena (Minas Gerais), Nova Friburgo (Rio de Janeiro), Santa Maria
de Jetibá (Espírito Santo), São José dos Pinhais (Paraná) and São
Francisco de Paula (Rio Grande do Sul). Information by the 58 major
Ceasas on average prices, daily prices, quantities, volume and municipality of origin is furnished to the Brazilian Horticulture Market
Program (Prohort). The work has been conducted by Conab, since
2007. All data are available at site www.ceasa.gov.br, of Prohort.
canteiros | spaces
Produção de hortaliças folhosas em São Paulo (2012)
Produto
Volume ÁreaProdutividade
(t)(ha) (kg/ha)
Alface
207.06010.508
19,7
Repolho 278.8557.143
39,0
Couve-flor42.9522.085
20,6
Couve
34.7361.040
33,4
Brócolis 40.3802.457
16,4
Almeirão15.630927
16,8
Agrião 6.570654
10,1
Salsa
7.9551.270
6,3
Cebolinha 6.9701.640
4,3
Coentro 4.230920
4,6
Fonte: Waldemar Pires de Camargo Filho (IEA/SP).
The vegetable group raked
in R$ 2 billion in 23 Ceasas
75
Inor Ag. Assmann
mandioca | cassava
Brasil colheu
o segundo maior volume
mundial de raiz fresca em 2011
enraizando
Tempo seco na região Nordeste poderá frustar
a projeção do IBGE de produção de 24 milhões de
toneladas de mandioca em 2013
A mandioca, uma das hortaliças mais
difundidas no território brasileiro, é ingrediente de inúmeros pratos e alimentos
regionais. A produção nacional em 2013
poderá ficar abaixo do volume projetado
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A colheita da matéria76
-prima ocorre ao longo do ano, com
maior incidência entre os meses de maio
e agosto. A previsão era de que o Brasil
produzisse 24,455 milhões de toneladas
da raiz fresca em 2013, conforme apontou
o Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA) do IBGE. Se este resultado
se confirmar, vai representar um pequeno
acréscimo, de 0,58%, sobre o volume obtido no ano anterior.
Além deste dado, o levantamento, divulgado em fevereiro de 2013, também
destacava que a área plantada ocuparia
2,381 milhões de hectares, 10,88% abai-
xo do verificado em 2012.
Já a área colhida seria de
1,69 milhão de hectares, com
recuo de 7,16% sobre o registrado no ano anterior. A produtividade média esperada
era de 14.470 quilos
por hectare, 8,34%
acima do rendimento
de 2012.
No entanato, os números divulgados pelo
IBGE em fevereiro não
correspondiam à realidade apresentada na reunião da Câmara Setorial da
Mandioca e Derivados, ocorri-
da em março de 2013. Na ocasião, de acordo com Cláudio Chicherchio, técnico de
Planejamento da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA)
estimava que haveria quebra de 30% na
produção de mandioca da Bahia, terceiro
maior produtor nacional.
O técnico da Conab avalia que a projeção de 2,923 milhões de toneladas de
mandioca prevista para o território baiano
pelo IBGE, na colheita de 2013, tende a
não se confirmar. Chicherchio observa que
todo mês o órgão ajusta os números, de
acordo com a percepção. “No geral, todo o
Nordeste deverá ter seus números de área,
produção e rendimento revisados para
baixo, em função da ocorrência da maior
seca dos últimos 40 anos”, relata. Acrescentou que era cedo para afirmar qual seria o impacto na produção nacional.
No Sul do Brasil, para aproveitar os
ótimos preços da farinha de mandioca,
na visão industrial, a raiz estava sendo
colhida prematuramente, antes mesmo
de completar um ciclo, algo em torno de
sete meses, o que faz cair o rendimento.
Na avaliação de Chicherchio, altos preços
da farinha estavam associados à quebra
de produção em alguns estados consumidores do Nordeste, como Bahia, Piauí
e Ceará. “Por isso, discordo da produtividade média anunciada pelo IBGE”, complementa.
EM DESTAQUE NO MUNDO
O cultivo da mandioca está presente em mais de 100 países, principalmente naqueles que estão em desenvolvimento. Em 2011, a colheita de 25 milhões de toneladas da raiz destacou o Brasil como o segundo maior produtor mundial, conforme dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), consultados
em janeiro de 2013. O maior volume, de 52 milhões de toneladas, foi registrado na Nigéria. O continente africano respondeu por 55,9%
da produção mundial, de 252,203 milhões de toneladas.
De acordo com o IBGE, os produtores brasileiros somaram 24,313 milhões de toneladas de mandioca em 2012. A área colhida teve
abrangência de 1,820 milhão de hectares. A mandioca é plantada em todos os estados brasileiros, tendo sido a quarta cultura mais produzida no País em 2011. Os principais produtores em 2012 foram os estados do Pará (4,808 milhões de toneladas), Paraná (4,062 milhões de
toneladas), Bahia (2,293 milhões de toneladas) e Maranhão (1,529 milhão de toneladas).
“A produção nacional de raiz de mandioca é bastante sazonal”, enfatiza Cláudio Chicherchio, técnico de Planejamento da Conab. Segundo ele, os preços do produto no mercado e as condições climáticas são decisivos e exercem influência direta no plantio e na oferta. A
área diminui em épocas de preços baixos, reduzindo a disponibilidade do produto. Na temporada seguinte ocorre o contrário, em função
da elevação dos preços do produto e de seus derivados.
A produção da farinha de mandioca, por ser caseira ou industrial, dificulta o mapeamento. Conforme o técnico da Conab, são utilizados como referência, para fins de elaboração de políticas públicas, o comportamento do mercado e os índices técnicos relativos ao
consumo per capita emitidos por FAO, Embrapa e IBGE. O interesse mundial por fontes energéticas renováveis faz com que a cultura da
mandioca adquira papel de destaque na produção de etanol, sobretudo na Tailândia e na China. Também é projetado forte incremento na
utilização da mandioca na produção de plásticos biodegradáveis, além de novos usos nos setores têxtil e alimentício.
UM PRODUTO CONCORRIDO
No Brasil, a exportação de fécula predomina sobre as vendas externas de farinha e de raiz de mandioca. Em 2012, o segmento nacional embarcou 7.262 toneladas de fécula de mandioca, gerando
receita de US$ 6,309 milhões FOB. Os maiores volumes seguiram
para Estados Unidos (2.013 toneladas) e Bolívia (1.466 toneladas), de
acordo com a Secretária de Comércio Exterior (Secex), do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Os maiores volumes exportados foram verificados em 2002
(24.780 toneladas) e em 2011 (17.958 toneladas). “A retração obser-
vada nos últimos anos foi provocada, essencialmente, pelos preços
mais competitivos no mercado externo, principalmente quando
comparados às vendas efetuadas pela Tailândia”, esclarece Cláudio
Chicherchio, da Conab. O comércio de fécula representa, em média,
85% do total das exportações mundiais de derivados da mandioca.
Em maior proporção, em 2012, as importações de fécula de mandioca feitas pelo Brasil totalizaram 12.206 toneladas, que equivaleram
a US$ 5,478 milhões FOB. O principal fornecedor do produto foi o
Paraguai, que respondeu por 12.188 toneladas. Em 2004, o País chegou a importar 58.329 toneladas do derivado da mandioca. O Brasil
também comprou no mercado externo 15.175 toneladas de raízes de
mandioca, pelo valor de US$ 1,163 milhão FOB.
77
mandioca | cassava
Deep-rooted
Inor Ag. Assmann
Dry weather conditions in the Northeast could
frustrate IBGE’s projections of a 24-million ton
cassava crop in Brazil in 2013
Cassava, one of the most widely spread vegetables across the Brazilian territory, is an ingredient of several regional dishes and foods.
The 2013 national production volumes are poised to remain below
the volume projected by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Cassava is harvested year-round, more intensely May
through August. The forecast had been for Brazil to produce 24.455
million tons of the fresh root in 2013, according to the Systematic
Survey of Agricultural Production (LSPA, in the Portuguese acronym)
conducted by the IBGE. If this result confirms, it will represent a small
increase, of 0.58%, over the volume obtained the previous year.
Besides this indication, the survey, published in February
78
2013, also referred to a planted area of 2.381 million hectares,
down 10.88% from 2012. The harvested area was estimated at
1.69 million hectares, down 7.16% from the previous year. The
expected average productivity rates pointed to 14,470 kilograms
per hectare, up 8.34% from the yields in 2012.
Nevertheless, the numbers released by the IBGE in February were
not in line with the reality presented at the meeting of the Cassava
Sectoral Chamber and Derivatives, held in March 2013. Back then,
according to Cláudio Chicherchio, Planning Technician with the National Supply Company (Conab), the Bahia State Agriculture Development Corporation (EBDA) had estimated a reduction of 30% in the
cassava crop in that state, third biggest national producer.
The Conab technician maintains that the projection of 2.923
million tons of cassava in Bahia, forecast by the IBGE, for the 2013
cycle, will likely not confirm. Chicherchio observes that the organ
updates its numbers on a monthly basis, in accordance with actual perceptions. “In general, the entire Northeast region will have
to downgrade its numbers related to planted area, production and
yield, by virtue of the most severe drought in the past 40 years”, he
argues. He also commented that it was still too early to evaluate the
impacts on the national production volumes.
In South Brazil, to take advantage of the excellent prices fetched
by cassava, in industrial terms, the root was being harvested prematurely, even before completing one cycle, something like seven
months, which presses down productivity rates. In Chicherchio’s
view, the high prices of cassava flour were associated with the crop
frustration in some northeastern cassava producing states, like Bahia, Piauí and Ceará. “This is what makes me disagree with the average productivity rates announced by the IBGE”, he complements.
KNOWN WORLDWIDE
Cassava is grown in upwards of 100 countries, especially in developing nations. In 2011,
the 25-million ton crop gave Brazil the status of the second-largest
global producer of cassava, according to data from the Food and
Agriculture Organization of the United Nations (FAO), released in
January 2013. The leading producer was Nigeria, with a crop of
52 million tons. The African continent accounted for 55.9% of the
global production volumes of 252.203 million tons.
According to IBGE sources, the Brazilian producers harvested
a crop of 24.313 million tons of cassava in 2012. The harvested
area amounted to 1.820 million hectares. Cassava is cultivated in
every Brazilian State, and ranked as fourth largest crop harvested
in the Country in 2011. Major producers in 2012 comprise the
States of Pará (4.808 million tons), Paraná (4.062 million tons),
Bahia (2.293 million tons) and Maranhão (1.529 million tons).
“In Brazil, the production of cassava is rather seasonal”, says
Cláudio Chicherchio, Planning Technician with Conab. In his view,
the prices fetched by the root in the market and the climate conditions play a decisive role and have a direct influence on plantings
and supply. The area decreases at times of low prices, resulting
into tight supplies. In the following cycle it is just the opposite, by
virtue of higher prices fetched by the root and its derivatives.
The production of cassava flour, as both a family and industrial operation, makes any mapping attempts difficult. According to the Conab technician, references for the purpose of public
policies include the behavior of the market, technical indices regarding per capita consumption, released by FAO, Embrapa and
IBGE. Global interest in renewable energy sources has turned the
crop into an important ingredient for the production of ethanol,
especially in Thailand and China. Biodegradable plastic manufacturers are also strongly considering the use of cassava for this
purpose, besides its new uses in the textile and food sectors.
mandiocal | crop
Produção brasileira de mandioca
Ano
Área colhida (ha)
Volume (t)
2012
1.820.42124.313.883
2013*
1.690.13324.455.717
Fonte: IBGE/LSPA (*Projeção fevereiro de 2013)
A PRODUCT IN TIGHT SUPPLY
In Brazil, starch exports prevail in foreign flour and cassava
root sales. In 2012, the national segment shipped abroad 7,262
tons of cassava starch, bringing in revenue of US$ 6.309 million
FOB. The largest volumes were destined for the United States
(2,013 tons) and Bolivia (1,466 tons), according to the Brazilian
Secretariat of Foreign Trade (Secex), an organ of the Ministry of
Development, Industry and Foreign Trade (MDIC).
Record volumes were shipped abroad in 2002 (24,780 tons)
and in 2011 (17,958 tons). “The smaller volumes over the past
years were essentially the result of competitive prices in the foreign
market, especially if compared to sales conducted in Thailand”,
clarifies Cláudio Chicherchio, of Conab. Starch sales represent, on
average, 85% of global exports of cassava derivatives.
Outstripping exports, in 2012, cassava starch imports by Brazil
totaled 12,206 tons, which amounted to US$ 5.478 million FOB.
The main supplier of the product was Paraguay, with 12,188 tons.
In 2004, the Country imported 58,329 tons of this cassava byproduct. Brazil also purchased from abroad the equivalent of 15,175
tons of fresh cassava, shelling out US$ 1.163 million FOB.
COMÉRCIO EXTERNO | external trade
Exportação de fécula de mandioca
Ano
quantidade (toneladas) Valor US$1000FOB
2011
6.7625.571
2012
7.2626.309
Importação de fécula de mandioca
Ano
quantidade (toneladas) Valor US$1000FOB
2011
19.0538.563
2012
12.2065.478
Fonte: Secex/MDIC
Brazil harvested the
second largest fresh root
volume in 2011
79
Inor Ag. Assmann
tomate | tomato
Vermelhou
Colheita nacional de tomates deverá crescer
2,88% em 2013, marcando a retomada de produção
anterior, de cerca de 4 milhões de toneladas
O consumidor brasileiro pagou bem
mais em 2012 para garantir a salada de
tomate e outros pratos que levam o ingrediente. De março de 2012 a fevereiro de
2013, o valor do tomate aumentou 74,82%,
conforme registrou o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC), um dos indicadores do
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), realizado pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). “A elevação dos preços do tomate
e de outras hortaliças, principalmente no
primeiro trimestre do ano, é considerada
normal, dado o rigor do clima, com sol e
chuva fortes”, explica o economista André
Braz, da FGV, responsável pelo levantamento. A partir de março, esclarece ele, o clima
é mais ameno e a oferta do fruto cresce,
contribuindo para diminuir os preços.
A oferta de tomate tende a ser maior em
2013. A colheita nacional foi estimada em
3,769 milhões de toneladas, 2,88% a mais do
que em 2012. A previsão é do Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
80
(IBGE), divulgado em fevereiro de 2013. A
área colhida (60.872 hectares) e a plantada (60.876 hectares) significam avanços de
5,18% e 5,06%, respectivamente. No entanto, a projeção para a produtividade média
fica em 61.933 quilos por hectare, 2,2% inferior aos 63.323 kg/ha verificados em 2012.
De acordo com o IBGE, a tomaticultura
respondeu por produção de 3,664 milhões
de toneladas em 2012. O maior volume colhido, de 4,417 milhões de toneladas, foi registrado em 2011. O principal produtor em
2012 foi o Estado de Goiás, que contribuiu
com 1,145 milhão de toneladas da hortaliça. Igualmente representativos são os estados de São Paulo (656.055 toneladas), Minas
Gerais (444.693 toneladas), Paraná (342.280
toneladas) e Rio de Janeiro (195.627 toneladas). Na região Norte, Roraima obteve safra
de 5.388 toneladas de tomate.
“A menor produção de tomates em 2012
foi decorrência da redução da área cultivada
na região Nordeste, que tem sido afetada
por forte seca”, explica Luís Eduardo Ro-
drigues, presidente da Associação Brasileira
do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM). Um aspecto que contribuiu para a
queda no volume foi a manutenção da área
cultivada nas outras principais regiões produtoras, como Sudeste, Centro-Oeste e Sul.
“Os agricultores não ampliaram os cultivos
em função dos baixos preços praticados em
2010”, destaca Rodrigues.
No entanto, a menor oferta no mercado elevou o preço do tomate e favoreceu os
produtores, que deverão investir mais em
tecnologia nos plantios de 2013. “Com isso, a
colheita tende a registrar maior produtividade
e um tomate de melhor qualidade, tanto na
forma quanto no sabor”, avalia Rodrigues.
Segundo ele, a cultura nacional tem espaço
para melhorar ainda mais em termos de rendimento. “Em relação ao preço do tomate para
2013, não deverá apresentar as grandes oscilações de 2012, favorecendo tanto o produtor
quanto o consumidor”, prevê. De acordo com
a ABCSEM, a tomaticultura de mesa gera cerca
de 300 mil empregos por ano.
Safra menor
em 2012 levou à
oferta de tomate
mais caro ao
consumidor
MUNDOS DISTINTOS
No Brasil, o cultivo do tomate se divide entre o produto destinado à mesa e o encaminhado ao
processamento industrial. Ambos apresentam características distintas, inclusive de manejo. O tomate industrial, por exemplo, é uma variedade
de cultivo rasteiro, adocicado, de formato alongado e com pouca semente. É mais conhecido como tomate italiano, nas feiras e mercados. Mas
o fruto é a principal matéria-prima da indústria de atomatados para a fabricação de molho, purê, extrato e catchup.
O setor de tomate industrial em 2012 sofreu queda de 25% na safra, em função de problemas climáticos. O segmento movimenta mais de
R$ 2,6 bilhões por ano. “Em 2012, a situação só não foi pior porque tivemos boa colheita no ano anterior e os estoques nos salvaram”, relata Antonio Carlos Tadiotti, diretor da Predilecta Alimentos, de Matão (SP). A cultura é plantada até maio e a colheita ocorre entre junho e setembro.
Conforme Tadiotti, o plantio que estava em andamento para a safra 2013 foi afetado pelas chuvas incessantes nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. “A safra a ser colhida em julho estava praticamente comprometida em 20%, porque em março, época do plantio, não
parou de chover”, explica. Conforme ele, nos últimos dias de março, o tempo até mostrou melhoras, mas dificilmente as perdas seriam
compensadas nos meses seguintes. “Há boas chances de recuperação, com otimização no processamento para agosto e setembro, que
são os meses líderes para a colheita do tomate”, menciona.
A ENERGIA DA INDÚSTRIA
A produção brasileira de tomate industrial foi estimada em 1,2
milhão de toneladas em 2012, diante de 1,6 milhão de toneladas
no ano anterior. “A demanda por matéria-prima tem se mantido
firme, porque a venda de extratos e de molhos cresce num ritmo
de aproximadamente 17% ao ano”, destaca o empresário Antonio
Carlos Tadiotti, diretor da Predilecta Alimentos, de Matão (SP). A
indústria também compra por ano entre 60 e 70 toneladas de pasta
de tomate, principalmente do Chile e da China.
Tadiotti explica que a área plantada com tomate industrial deve
ficar entre 19.000 e 21.000 hectares em 2013, podendo alcançar
a 1,7 milhão de toneladas de polpa processada. “Esses dados não
são exatos, mas estão na direção certa”, esclarece. Os processadores não costumam divulgar esses dados, com exceção da Predilecta.
A Associação Brasileira da Cadeia Produtiva de Tomate Industrial
(Abratop) deveria ser registrada em abril de 2013, com Tadiotti assumindo a presidência. “Aí vamos iniciar a nossa jornada, tentando
aglutinar todos os empresários dos ramos da semente até o fechamento do ciclo, fortalecendo nosso segmento”, planeja.
81
tomate | tomato
In the red
National tomato harvest expected to soar 2.88%
in 2013, marking the resumption of the previous
year’s volume of about 4 million tons
Brazilian consumers had to shell out
more money in 2012 for their tomato
salads and other dishes that contain this
ingredient. From March 2012 to February
2013, tomato prices increased by 74.82%,
according to the Consumer Price Index
(CPI), one of the indicators of the General
Price Index - Market (GPI-M), conducted
by the Getúlio Vargas Foundation (FGV).
“The higher prices of tomatoes and other
vegetables, especially in the first quarter of
the year, are seen as normal, given the rough
climate conditions, with excessive sunshine
and rainfall”, explains economist André
Braz, of the Foundation, responsible for
the survey. From March onwards, he clarifies, climate conditions get back to normal,
supply goes up and prices begin to recede.
The trend in 2013 is for higher tomato
supplies. The crop was estimated at 3.769
million tons, up 2.88% from 2012. The forecast is made by the Systematic Agriculture
Production Survey (SAPS) department of
the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE), released in February 2013.
The harvested area (60,872 hectares) and
planted area (60,876 hectares) represent
advances of 5.18% and 5.06%, respectively.
Nonetheless, average productivity rates are
projected at 61,933 kilos per hectare, down
82
2.2% from the 63,323 kg/ha in 2012.
According to IBGE sources, the tomato
crop amounted to 3.664 million tons in 2012.
The biggest crop on record was harvested in
2011, and reached the considerable amount
of 4.417 million tons. The largest tomato
grower in 2012 was the State of Goiás, with
a total of 1.145 million tons of the vegetable.
Equally representative are the states of São
Paulo (656,055 tons), Minas Gerais (444,693
tons), Paraná (342,280 tons) and Rio de Janeiro (195,627 tons). In the North, Roraima
harvested a crop of 5,388 tons.
“The smaller tomato crop in 2012 resulted from planted area reductions in the
Northeast, a region that was struck by a
prolonged drought”, explains Luís Eduardo Rodrigues, president of the Brazilian Association of Seed and Seedlings (ABCSEM).
One reason that accounts for the smaller
production volumes was the maintenance
of the same areas cultivated in other major producing regions, like the Southeast,
Center-West and South. “The farmers did
not expand their cultivations by virtue of
the low prices fetched by the vegetable in
2010”, Rodrigues argues.
Nonetheless, tight supplies in the market
pushed up farm gate prices, encouraging
the farmers to make investments in technology in 2013. “This will certainly result into
higher yield and tomatoes of better quality,
both in appearance and taste”, Rodrigues
comments. In his view, our national tomato
farming operations could improve even further in terms of productivity. “With regard
to prices for the 2013 season, they should
remain on a par with 2012, without any tangible changes, benefiting both growers and
consumers”, he anticipates. According to
ABCSEM sources, table tomato cultivations
generate about 300 thousand jobs a year.
DE MOLHO | to soak
Produção brasileira de tomate
Ano
Área colhida (ha)Produção (t)Produtividade (kg/ha)
2012
57.8673.664.299
63.323
2013*
60.8723.769.953
61.933
Fonte: LSPA/IBGE, fevereiro de 2013. - * Estimativa.
DISTINCT WORLDS
Smaller crop
in 2012 drove up
consumer prices
INDUSTRIAL STRENGTH
The Brazilian industry-oriented tomato crop was estimated at
1.2 million tons in 2012, compared to the 1.6 million tons in the
previous year.”Demand for this type of raw material has continued
steady, because sales of extracts and juices soar approximately 17%
a year”, says entrepreneur Antonio Carlos Tadiotti, director of Predilecta Alimentos, in Matão (SP). The industry also purchases 60 to 70
tons of tomato paste, especially from Chile and China.
Tadiotti explains that the area devoted to industrial toma-
Sílvio Ávila
In Brazil, tomato farming is split into table tomatoes and tomatoes destined for industrial processing. Both present distinct characteristics, including different management practices. Industrial tomatoes, for example, are rather
bushy plants with the fruits growing close to the ground, a sweetish flavor, elongated shape and with few seeds. In fairs and sales
outlets they are also known as Italian tomatoes. The fruits are the raw material for tomato industries, where they are transformed
into cream sauce, puree, extract and catchup.
In 2012, the industrial tomato sector suffered a reduction of 25% in the volume of the crop, mainly because of bad weather problems. The segment runs businesses that amount to R$ 2.6 billion a year. “The situation in 2012 could have been much more serious
if there had not been huge carryover stocks from the previous cycle”, says Antonio Carlos Tadiotti, director of Predilecta Alimentos,
in Matão (SP). Tomatoes are planted until May, and harvest takes place from June to September.
According to Tadiotti, in 2013, recently planted tomato fields were seriously affected by incessant rains in the Center-West and
Southeast. “The crop to be harvested in July has already suffered 20% losses, because it rained too much in march, at planting time”,
he explains. In his view, over the last days in March, weather conditions improved a little, but with hardly any chances for the crop
to make a good recovery in the following months. “Chances for making up for the losses are likely to materialize in August and
September, through processing maximization, and when tomato harvest is in full swing”, he comments.
toes should range from 19,000 to 21,000 hectares in 2013, with a
chance to reach 1.7 million tons of processed pulp. “These numbers are not exact, but are on the right track”, he clarifies. Most
processors, with the exception of Predilecta, never disclose their
numbers. The Brazilian Association of the Industrial Tomato
Supply Chain (Abratop) was supposed to have been registered
in April, with Tadiotti taking over the presidency. “That is where
we are going to start our journey, attempting to bring together
all entrepreneurs of the chain, from seed production to the final
cycle, strengthening our segment”, he confesses.
83
Divulgação
PAINEL | Panel
Força extra
Empresa gaúcha proporciona mais uma opção de
adubação orgânica para diferentes culturas
agrícolas, com resultados em curto prazo
Melhorar a saúde do solo e ainda trazer
vantagens à plantação é o desejo de qualquer
produtor rural. Com foco nessa premissa, a
Extratus Compostos Orgânicos desenvolve
fertilizantes que auxiliam no desenvolvimento de lavouras localizadas em todo o País.
Situada em Garibaldi, na Serra gaúcha, a
empresa procura apresentar aos agricultores
alternativa de adubo que traz diversas vantagens à plantação. Entre os benefícios da utilização está a melhora da saúde do solo, uma
vez que a matéria orgânica composta se liga
às suas partículas, o que auxilia na retenção e
84
na drenagem, favorecendo, assim, a aeração.
A Extratus, que atua no beneficiamento
de resíduos orgânicos desde 2010, produz
em torno de mil toneladas de fetilizante
por mês, afirma o responsável técnico Felipe Hahn da Silva. Ele explica que o envio
de matéria-prima é realizado por empresas
parceiras, entre elas frigoríficos, indústrias
papeleiras, vinícolas e fumageiras.
Além de vantagens para o rendimento da
plantação, a destinação de resíduos orgânicos, por parte das empresas, permite preservar o meio ambiente, minimizar a poluição e
garantir o desenvolvimento sustentável. “Ao
utilizar de forma correta esse material, um
grande problema ambiental começa a ser
solucionado”, afirma Silva.
O composto orgânico também aumenta
a capacidade de infiltração da água, reduzindo a erosão; favorece a sobrevivência de minhocas, insetos e micro-organismos desejáveis; proporciona a solubilização e a retenção
dos nutrientes químicos; dificulta ou impede
a germinação de sementes de plantas invasoras; e mantém a temperatura e os níveis de
acidez do solo, entre outras vantagens.
PRODUÇÃO Com um processo de produção que dura de 10 a 12 meses, o adubo orgânico leva, em sua fórmula, resíduos de
serragem, incubatório, bagaço de uva, pó de fumo, esterco de poedeira, lodo de frigorífico e cinzas. A compostagem é realizada no interior
de pavilhões que totalizam área coberta de aproximadamente 10.800m², com capacidade para recebimento de 2,5 mil toneladas por mês.
Antes de ser embalado, o composto passa por várias etapas. Após receber o resíduo de empresas, são elaboradas e formadas as leiras.
Em seguida, o material permanece no pavilhão, com temperatura controlada, umidade, aeração, pH e grau de maturação. Por último
ocorre o revolvimento das leiras e o peneiramento. Para venda, o fertilizante é oferecido embalado e a granel.
O insumo produzido pela Extratus é inspecionado e aprovado pela Ecocert Brasil, o que garante a certificação como produto apropriado para uso na produção orgânica.
Extra power
To improve soil health and, at the same
time, benefiting the crop, is what every
farmer desires. Focused on this premise,
Extratus Compostos Orgânicos develops
fertilizers that boost the development of
farms located in South Brazil. Based in
the city of Garibaldi, at the foot of the
Gaucho Sierra, the company provides the
growers with alternative fertilizers that
impart benefits to the crops. One of the
benefits is the improvement of soil health,
once compound organic matter mingles
with soil particles, helping with retaining moisture levels and, at the time, with
drainage and aeration systems.
Extratus has been involved in organic
residue processing operations since 2010,
and its output reaches approximately one
thousand tons of fertilizers a month, says Felipe Hahn da Silva, technician in charge. He
explains that the raw material is shipped to
the company by partner companies, including meat packing industries, paper industries, wineries and tobacco companies.
Besides the advantages derived by the
crops, the destination of organic waste by
the companies results into environment
preservation, pollution minimization,
whilst ensuring sustainable development.
“By correctly utilizing this material, a solution is on the way for a huge environmental problem”, says Silva.
The organic compound also improves
soil’s water infiltration capacity, thus
reducing erosion; it favors the survival
of earthworms, insects and desirable
Divulgação
Company in Rio Grande do Sul provides for
one more organic fertilization option for
different crops, with short-run results
micro-organisms; it provides for solubilization and chemical nutrient retention;
it impairs and prevents the germination
of weed seed; and keeps both soil acidity levels and temperature stable, just to
mention a few advantages.
PRODUCTION
With a production process that lasts for 10 to 12 months, the formulation of the organic fertilizer carries sawdust and incubator waste, grape bagasse, tobacco dust, egg-laying hen manure, sludge from meat processing and ash. The composting
process takes place inside the pavilions, with a total area of 10,800 square meters under roof and a capacity for 2.5 thousand tons a month..
Before being packed, the compound goes through different stages. After receiving the waste from the companies, ridges are made. Then
the material is kept in the pavilion, under controlled temperature, moisture and aeration levels, along with PH and degree of maturation.
Finally, the ridges are revolved and the material is sifted. This type of fertilizer is sold in sacks or in bulk.
The input produced by Extratus is inspected and approved by Ecocert Brazil, ensuring its certification as an appropriate organic
production fertilizer.
85
Sílvio Ávila
Eventos | Events
Central de
abastecimento
Horticultura nacional permanece em destaque
durante todo o ano em eventos que estão
programados para as mais diversas regiões do País
Se as hortaliças brasileiras já garantem
variedade e qualidade aos consumidores,
imagina só quantos eventos de renome
podem ser realizados a partir delas. Ano
a ano, a seleta de simpósios, cursos, seminários e encontros é grande. Tem para
todos os gostos, principalmente para o do
conhecimento e do aperfeiçoamento.
Mesmo que a realização do Congresso
Brasileiro de Olericultura, tradicional para
o setor, ocorra, a partir de 2013, no formato
bienal (o próximo está marcado para julho
de 2014), há várias outras promoções interessantes, organizadas para produtores, técnicos
e lideranças. Entre eles está o 4º Seminário
Nacional de Tomate de Mesa. Com realização
nos dias 23 e 24 de abril, em Campinas, região
que abrange cerca de 50% da tomaticultura
de mesa nacional, no Estado de São Paulo, o
evento tem como objetivo reunir representantes da cadeia produtiva, incentivar a troca
86
de experiências e de visões do setor. Para isso,
estão programados debates sobre temas relacionados ao comércio, ao consumo e às tendências de mercado no Brasil.
Mais tarde, nos dias 19 e 20 de setembro, a capital dos catarinenses, Florianópolis, recebe o 8º Encontro Brasileiro de
Hidroponia. Realizado pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e pelo Laboratório de Hidroponia (LabHidro), com
apoio de outras instituições, tem por meta
promover a interação entre os produtores
de hidropônicos e suas experiências.
Além disso, os participantes têm a chance de praticar o intercâmbio de informações
com os palestrantes, consolidar redes de
pesquisa, fortalecer a representatividade da
hidroponia na produção nacional de hortícolas e proporcionar maior visibilidade das
ações, entre outras oportunidades.
Durante o ano, outro evento de destaque
será o 15º Congresso Brasileiro de Mandioca, cujo tema central será “Inovação e
sustentabilidade: da raiz ao amido”. Em Salvador, na Bahia, entre 21 e 26 de outubro,
deverão ser discutidos aspectos como práticas culturais e novas oportunidades de uso
na indústria, aproveitamento da raiz como
alimento funcional e na alta gastronomia,
importância da mandioca para a segurança
alimentar e mais uma porção de subtemas.
Para tanto, serão apresentados trabalhos científicos, promovidos minicursos,
palestras, painéis e mesas redondas. Paralelamente, será realizado um evento de
integração gastronômica envolvendo bares
e restaurantes da capital baiana. A proposta
é que sejam servidos pratos e petiscos com
foco na mandioca, durante o congresso.
São eventos que visam ampliar e desenvolver milhares de novas e boas ações. As hortaliças brasileiras agradecem.
Distribution
Center
If Brazilian vegetables give consumers
a chance for different varieties of excellent quality, it is not hard to imagine the
number of renowned events that could be
staged with the focus on them. Year after
year, the number of symposiums, courses,
seminars and meetings keeps growing.
There is always something for every different operation, especially for people seeking
knowledge and improvement.
Even though the Brazilian Olericulture
Congress, very traditional for the sector,
from 2013 onward will be held every other
year, the next one has been scheduled for
July 2014. There is an array of very useful
promotions scheduled for producers, technicians and leaderships, among them the 4th
National Table Tomato Seminar.
Scheduled to be held in Campinas, on
April 23 and 24, region that comprises about
50% of all table tomato fields in Brazil, located in the State of São Paulo, the goal of
the event is to bring together representatives
of the supply chain, encourage the exchange
of experiences and visions of the sector. To
this end, debates have been programmed on
themes related to trade, consumption and
trends of the Brazilian market.
Later on, on September 19 and 20, the
capital city of Santa Catarina will be the
venue for the 8th Brazilian Hydroponics
Conference. Coordinated by the Federal
University of Santa Catarina (UFSC) and by
the Hydroponics Lab (LabHidro), with support from other institutions, the event aims
to promote interaction between hydroponics
farmers and their experiences.
Furthermore, the attendees will have a
Sílvio Ávila
Horticulture in Brazil stays in the spotlight year-round
in events held in different regions of the Country
chance to exchange information with the
lecturers, consolidate research networks,
strengthen the representativeness of hydroponics farming in the national vegetable supply chain and provide for more
visibility of all initiatives, just to mention
a few opportunities.
During the year, another highlight will
be the 15th Brazilian Cassava Congress, focused on “Innovation and Sustainability:
from root to starch”. In Salvador, State of
Bahia, from October 21 – 26, debates will
be held on cultural practices and new industrial uses, the root as functional food
and used in high gastronomy, the importance of cassava for food safety purposes
and lots of other subsequent subjects.
To this end, the agenda includes scientific
papers, mini courses, panels, lectures and
roundtable presentations. Simultaneously,
a gastronomic integration event will be held
with the representatives of the bars and restaurants of the capital city. With regard to the
meals during the event, the suggestion is for
cassava-based dishes and delicacies. Such
events are aimed at broadening and developing thousands of new and good initiatives.
Many thanks from all Brazilian vegetables.
87
Mesa farta | Abundant table
E-mail: [email protected]
Site: www.hortitec.com.br
Inor Ag. Assmann
3º Congresso de Processamento
de Frutas e Hortaliças 2013
Data: 15 a 19 de setembro
Local: Ilhéus (BA)
Fone: (73) 3680-5259 / (73) 3680-5347
E-mail: [email protected] / [email protected] Site: www.cbpfh2013.com/
18º Congresso Brasileiro de Sementes
Data: 16 a 19 de setembro de 2013
Local: Florianópolis (SC)
Fone: (43) 3025-5223
E-mail: [email protected]
Site: www.abrates.org.br/cbsementes
4º Seminário Nacional de Tomate de Mesa
8º Encontro Brasileiro de Hidroponia
Data: 23 e 24 de abril de 2013
Data: 19 e 20 de setembro de 2013
Local: Unicamp, em Campinas (SP)
Local: Florianópolis (SC)
Fone: (62) 3241-3939 / (19) 3243-6472
Fone: (48) 4052-8089
E-mail: [email protected]
E-mail: [email protected]
Site: www.tomatedemesa.com.br/
Site: www.encontrohidroponia.com.br
4º Simpósio Brasileiro de Pós-Colheita – Frutas,
15º Congresso Brasileiro de Mandioca
Hortaliças e Flores e 7º Encontro Nacional sobre
Data: 21 a 26 de outubro de 2013
Processamento Mínimo de Frutas e Hortaliças
Local: Salvador (BA)
Data: 12 a 16 de maio de 2013
Fone: (71) 2102-6600
Local: Ribeirão Preto (SP)
E-mail: [email protected]
Fone: (16) 3602-0317
Site: www.congressomandioca2013.com.br
E-mail: [email protected]
Site: www.spcepm2013.com.br
53° Congresso Brasileiro de Olericultura
Data: julho ou agosto de 2014
HortiFruti Brasil Show 2013
Local: Palmas (TO)
Data: 16 a 18 de maio
Fone: (77) 3425-9350
Local: Curitiba (PR)
E-mail: [email protected]
Fone: (41) 3072-1000
Site: www.abhorticultura.com.br
E-mail: [email protected]
Site: www.hortifrutibrasilshow.com.br/
7º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial
e 7ª Feira de Produtos e Negócios
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20ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura,
Data: 26 a 28 de novembro de 2014
Cultivo Protegido e Culturas Intensivas
Local: Goiânia (GO)
Data: 19 a 21 de junho de 2013
Fone: (62) 3241-3939
Local: Holambra (SP)
E-mail: [email protected]
Fone: (19) 3802 4196
Site: www.congressotomate.com.br
EFICIENTE NAS CULTURAS DE TOMATE, CEBOLA E BATATA.
RIDOMIL GOLD BRAVO
CUIDA DA SUA PLANTAÇÃO,
PROTEGENDO SEMPRE
E COMBATENDO
QUANDO NECESSÁRIO.
Ridomil Gold Bravo é o pior inimigo para as principais doenças que atacam
a sua plantação: a requeima no tomate e na batata e o míldio na cebola.
Isso porque ele é o único que combina dois ativos poderosos: um sistêmico
e outro protetor. Além disso, ele é resistente à chuva e tem grande
aderência na planta. Com Ridomil Gold Bravo, a sua plantação fica
© Syngenta, 2013.
protegida e você fica tranquilo.

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