SANTO DIAS - Pastoral Operária

SANTO, A LUTA CONTINUA!
2) Saudação
Em nome do Pai de todos os
Povos,
Todos: Nós estamos aqui!
Em nome de Deus de todos os
nomes Javé, Obatalá, Olorum,
Maíra de tudo, excelso Tupã,
Todos: Nós estamos aqui!
1) Comentário:
Celebrar a memória dos mártires e reviver a história é reafirmar o compromisso de mudar o rumo dessa história, que por sua vez é marcada
pela injustiça que fez derramar tanto sangue na terra. Que manchou a
terra, o coração humano, mas que regou a luta pela dignidade humana
e vivência da Plenitude do Reino. Celebrar a vida de Santo Dias é recelebrar a Eucaristia do amor, testemunhada no madeiro da Cruz pelo
Filho de Deus e reanimar a nossa Caminhada “para que todos tenham
vida e vida em abundância”.
Em nome do Filho,
que a todos os povos nos faz
ser irmãos e irmãs,
Todos: Nós estamos aqui!
Em nome do Espírito de amor
que está em todo amor,
Todos: Nós estamos aqui!
Em memória da páscoa jubilar
de Santo Dias da Silva,
pastor e mártir da nossa
América.
Todos: Nós estamos aqui!
Em nome das vidas dadas
pela Vida, dadas pelo Reino,
cantamos, Senhor!
4) Há que pedir perdão...
3) Canto:
Nas horas de Deus, amém!
Pai, Filho e Espírito Santo! Luz
de Deus em todo canto, nas
horas de Deus, amém!
Nas horas de Deus, amém!
Que o coração do meu povo,
de amor se torne novo, Nas
horas de Deus, amém!
As
mortes de nossos mártires da caminhada não são mortes simplesmente morridas, nem mortes simplesmente matadas, são MORTES VIVIDAS, VIDAS DOADAS. “Vidas pelas vidas, vidas pelo reino como a vida dele o mártir Jesus”... Os mártires fizeram de suas causas
– a fé, a terra, os direitos humanos, a justiça, a libertação – a razão
de ser de suas vidas e a vitória em suas mortes. Eles não morreram
inutilmente, morreram fecundamente. O sangue nos mártires semente de um novo tempo. (Motivar as pessoas a dizer o que precisamos
pedir perdão / esse momento também pode ser dinamizado).
5) Canto :
Vidas Pela vida. Vidas pelo Reino, Vidas Pelo Reino! Todas as nossas
vidas. Como a sua vida. Como a vida Dele. O Mártir Jesus!
Conquistas de ontem, perdas de hoje!
6) Refletir para Conscientizar...
Leitor/a 1: A classe operária conquistou direitos e benefícios no mundo inteiro, durante décadas, através de sindicatos fortes. Por meio das
lutas e da morte de muitos de nossos líderes (Mártires de Chicago
1886) nos libertamos, em parte, da escravidão a que estávamos submetidos no final do século XIX e começo do XX. Conquistamos a jornada de 8 horas, registro em carteira, recuperamos o valor do salário e
um estado de bem-estar social melhor. Estas conquistas nos entusiasmaram e, inconscientemente, caímos no relaxamento que toda vitória
traz.
Leitor/a 2: Com a terceirização os operários perderam benefícios: restaurante e convênios. Os salários dos terceirizados são em média 27%
mais baixos. Sem recursos a segurança se descuida e os acidentes
aumentam. De cada 10 acidentes de trabalho 8 acontecem com trabalhadores terceirizados. De cada 5 mortes por acidente de trabalho 4
acontecem com esses mesmos trabalhadores. O trabalho no seu conjunto se tornou precário. Os pequenos empresários procuram sobreviver utilizando “força de trabalho barata” e a deterioração das condições de trabalho.
Leitor/a 1: O sistema capitalista tem enorme capacidade de produzir,
mas não de distribuir. As crises são constantes porque não tem emprego. Não tem emprego porque não se produz; não se produz porque não
se vende; não se vende porque não se compra; não se compra porque
não tem dinheiro; não tem dinheiro porque não tem emprego. Damos
voltas detrás do rabo sem nunca alcançá-lo. Para sair desta crise temos que descobrir onde está o dinheiro para comprar, para vender para produzir, para empregar a todos e viver dignamente. Se sabemos
que a partir de 2016 somente 1% da população mundial de 7 bilhões
200 milhões de habitantes vai ter uma fortuna superior a renda dos
outros 99% descobrimos onde está o dinheiro.
Leitor/a 2: Nossa tarefa urgentíssima é esclarecer ao povo que esta
sendo enganado reduzindo os problemas do Brasil a corrupção. Se
aproveitam da ignorância do povo para mais uma vez a burguesia, usando a falsa democracia, provocar uma crise política, econômica de
desemprego e pensemos que só eles tem a solução. Sucatear as empresas nacionais, Petrobras, para privatiza-las e entregar nossas riquezas para empresas estrangeiras, privatizar saúde, educação, etc.
7) Questões para refletir:
A) Quais as principais perdas da classe trabalhadora hoje?
B) O que a classe trabalhadora ainda pode perder diante do avanço do
sistema capitalista, da crise política e econômica?
Santo
Dias
foi
operário
metalúrgico e
membro
da
Pastoral Operária de São
Paulo. Morto pela Polícia
Militar quando comandava um piquete de greve,
no dia 30 de outubro de
1979. Santo Dias era lavrador, mas foi expulso da
terra onde vivia com a família em 1961, após participar de um movimento
por melhores condições
de trabalho.
Na capital paulista, trabalhou em fábricas e tornouse um líder operário bastante reconhecido entre
os trabalhadores. Em
1978, passou a integrar a
Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo e o
Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). Ao comandar
um piquete de greve em
frente à fábrica Silvânia,
em Santo Amaro,Zona Sul
de São Paulo, foi morto
com dois tiros nas costas.
Cheguei ao IML. Ninguém podia entrar. Mas eu entrei. Vi o
corpo sobre a mesa. Coloquei o
dedo na ferida dele e rezei o
Pai-Nosso. (Dom Paulo Evaristo).
Desde 1979 todo ano,
companheiros/as do Santo Dias e outros que se
somaram a esta luta, pintam no chão da rua em
frente aonde era fábrica
Sylvania a seguinte frase:
AQUI FOI ASSASSINADO PELA
POLÍCIA MILITAR O OPERÁRIO
ÀS 14h, SANTO DIAS, NO DIA
30 DE OUTUBRO DE 1979.
Nenhum trabalhador/a sem direitos!
8) Canto: Operário de Sonho Criança.
1. Operário de sonho-criança operário da terra e oficina operário que
um dia se cansa de esperar por mudanças de cima. Operário esperança que vela, operário suado sem fala operário algemado na cela operário calado à bala.
2. Entre nós, órfãos choram carícias de ásperas mãos de ternura que
morre em piquete vencendo a mão que lhe mata e lhe tortura. Só o
rosto do amigo tem nome e lugar numa vida futura a terra e a história
consomem o covarde, opressão e a impostura!
Refrão: Santo a luta vai continuar os teus sonhos vão ressuscitar operários se unem pra lutar por teus filhos, vai continuar!
9) Iluminação Bíblica: João 11, 45—57.
10) Partilhando a palavra que vida. (Cada um pode falar do sentimento provocado pela palavra e do contexto dessa palavra hoje.).
11) Preces (espontâneas).
12) Pai Nosso dos Mártires .
13) Benção e Envio
“Que a noite escura da dor e da morte passe ligeira. Que o som de nossos hinos animem nossas consciências e que a luta redima nossa pobreza. Que o amanhecer nos encontre sorridentes, festejando a nossa
liberdade.” (Gogó). Amém.
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“Eu, dentro da minha concepção do porque viver, acho que a gente vive
para transformar alguma coisa. Quer dizer, ter uma atuação num processo de transformação de vida. Eu acho que a gente não pode, dentro
da minha concepção de vida, não deve viver simplesmente por viver. Eu
acho que tem de viver participando de alguma coisa”. (Santo Dias).
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Responsável: Secretariado Pastoral Operária Nacional.
Elaboração: Vicente Garcia e Colegiado Nacional.
Diagramação Eletrônica Jardel Lopes e Monica Fidelis.
Cartaz: Rafaela Bez.
Pastoral Operária celebra
nesse ano de 2015 o jubileu
de 45 anos de história, resistência e utopias. Uma Pastoral Social da Igreja do Brasil
que luta a serviço da Classe
Trabalhadora. Presente em
várias dioceses atuando com
grupos de base, sindical, economia popular solidária,
aposentados, desempregados, na defesa da vida, da
dignidade humana e dos direitos dos/as trabalhadores/
as. A classe trabalhadora
corresponde os/as trabalhadores/as de produção e
de serviços. Ambos são fundamentalmente importante
no processo de transformação social. Ambos são explorados pelo “sistema insuportável”, como afirma o Papa
Francisco. A Pastoral Operária é um serviço de trabalhadores cristãos que se comprometem com sua classe.
Para celebrar esse momento
a Pastoral Operaria do Brasil
se encontrará em VarginhaMG, nos dias 20 a 22 de novembro de 2015 com o tema: Memórias, Resistência e
Utopia, sob iluminação das
palavras do Papa Francisco
como lema: Nenhum trabalhador/a sem direitos!
Se você sonha com um mundo de trabalho mais humano, mais digno, então faça
parte da pastoral operária:
#Contra Terceirização!
#Contra Desemprego!
#Contra Precarização!
#Contra Exploração!
#Por carga horária e salário
justos!