Segunda-feira, 3 de março de 2003

Transcrição

Segunda-feira, 3 de março de 2003
Quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Santa Isabel da Hungria (Religiosa), Memória, 1ª Semana do Saltério (Livro III) cor litúrgica branca
Santos: Acisclo e Vitória (mártires de Córdoba), Alfeu e Zaqueu (mártires), Aniano de Orléans (bispo), Dionísio de Alexandria
(bispo), Eugênio de Florença (diácono), Gregório, o Taumaturgo (bispo), Gregório de Tours (bispo), Hugo de Lincoln (monge,
bispo), Hugo de Noara (abade), Ilda de Whitby (abadessa), Namásio de Viena (bispo), Raverano de Séez (bispo), Rosa
Filipina Duchesne (virgem), Joana de Segna (virgem, bem-aventurada), Salomé da Polônia (viúva, bem-aventurada)
Antífona: Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor: eu estava doente e me visitastes. Em verdade vos digo: tudo o que
fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes. (Mt 25,34.36.40)
Oração: Ó Deus, que destes a santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua
intercessão, servir os pobres e aflitos com incansável caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
I Leitura: I Macabeus (1Mc 2, 15-29)
A religião faz parte da identidade de um povo
Naqueles dias, 15os delegados do rei Antíoco, encarregados de obrigar os judeus à apostasia,
chegaram à cidade de Modin para organizarem os sacrifícios. 16Muitos israelitas aproximaram-se
deles, mas Matatias e seus filhos ficaram juntos, à parte. 17Tomando a palavra, os delegados do rei
dirigiram-se a Matatias, dizendo: "Tu és um chefe de fama e prestígio na cidade, apoiado por filhos
e irmãos. 18Sê o primeiro a aproximar-se e executa a ordem do rei, como fizeram todas as nações,
os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Tu e teus filhos sereis contados entre os amigos
do rei. E sereis honrados, tu e teus filhos, com prata e ouro e numerosos presentes".
19
Com voz forte, Matatias respondeu: "Ainda que todas as nações, incorporadas no império do rei,
passem a obedecer-lhe, abandonando a religião de seus antepassados e submetendo-se aos
decretos reais, 20eu, meus filhos e meus irmãos, continuaremos seguindo a aliança de nossos pais.
21
Deus nos guarde de abandonarmos sua Lei e seus mandamentos. 22Não atenderemos às ordens do
rei e não nos desviaremos de nossa religião nem para a direita nem para a esquerda".
23
Mal ele concluiu estas palavras, um judeu adiantou-se à vista de todos para oferecer um sacrifício
no altar de Modin segundo a determinação do rei. 24Ao ver isso, Matatias inflamou-se de zelo e ficou
profundamente indignado. Tomado de justa cólera, precipita-se contra o homem e matou-o sobre o
altar. 25Matou também o delegado do rei, que queria obrigar a sacrificar, e destruiu o altar. 26Ardia
em zelo pela Lei, como Finéias havia feito com Zambri, filho de Saiu. 27E Matatias saiu gritando em
alta voz pela cidade: "Quem tiver amor pela Lei e quiser conservar a aliança, venha e siga-me!"
28
Então fugiu, ele e seus filhos, para as montanhas, abandonando tudo o que possuíam na cidade.
29
Também muitos, seguidores da justiça e do direito, desceram para o deserto e ali se
estabeleceram. Palavra do Senhor!
Comentário
Continuaremos seguindo a aliança de nossos pais
Diante da arrogância e violência que desprezam os direitos fundamentais do homem, não é lícito
ficar indiferente, esconder-se atrás de um "não e problema meu , o mundo foi sempre assim"..
Acontece que cada pessoa tem sua parte de responsabilidade no combate à violência e injustiça,
bem como no esforço para tornar o mundo mais humano. O exemplo de Matatias, que se recusa a
queimar incenso ante os ídolos, oferece-nos outro exemplo valioso de qual deva ser a atitude do
cristão, solicitado muitas vezes, pela conveniência ou pelas paixões individuais ou de grupo, a
sacrificar aos "modernos ídolos": bem-estar; carreira, posição... Temos verdadeira necessidade de
"permanecer no deserto" para renovar as reservas de força e serenidade, e não ceder. A pressão do
ambiente é demasiado forte e se não pusermos em nosso caminho faixas de silêncio, não deixamos
espaço para Deus nos falar. [MISSAL COTIDIANO ©Paulus, 1997]
Evangelho do Dia
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Salmo: 49(50), 1-2.5-6.14-15 (R/.23b)
A todos que procedem retamente, eu
mostrarei a salvação que vem de Deus
Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. De Sião, beleza
plena, Deus refulge.
"Reuni à minha frente os meus eleitos, que selaram a aliança em sacrifícios!" Testemunha o próprio
céu seu julgamento, porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao altíssimo. Invoca-me no dia
da angústia, e então te livrarei e hás de louvar-me.
Evangelho: Lucas (Lc 19, 41-44)
Jerusalém perdeu a oportunidade de ser plenificada
Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E
disse: 42"Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está
escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de
todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque
tu não reconheceste o tempo em que foste visitada". Palavra da Salvação!
Leituras paralelas: Lc 13, 34-35; Mt 23, 37-39
Comentário o Evangelho
O pranto de Jesus
A contemplação da cidade santa de Jerusalém deixou Jesus comovido. Símbolo da presença de Deus
no meio do povo, lugar de peregrinação dos fiéis de todos os cantos do mundo, evocação da longa
história de amor do Senhor por Israel, Jerusalém tornara-se símbolo da obstinação de um povo sem
disposição para ouvir os apelos de conversão que lhe eram dirigidos pelo Messias.
O Templo fora transformado em casa de câmbio e lugar de exploração dos pobres. O culto estava
longe de agradar a Deus, por se reduzir à mera exterioridade. O sacerdócio perdera sua
característica própria, para se tornar objeto de disputa. Os peregrinos eram vistos como meio de
enriquecimento de um grupo de aproveitadores. Por isso, o Filho de Deus não reconhecia mais
aquela cidade e o Templo como lugares de habitação de seu Pai.
Os vaticínios de Jesus contra a cidade santa seguem os rumos da antiga pregação profética. Já
Miquéias e Jeremias haviam anunciado a destruição de Jerusalém, por causa da idolatria que nela se
instalara. E assim aconteceu, por obra do exército babilônico. Já as palavras de Jesus seriam
realizadas pelas mãos do exército romano.
O pranto do Mestre sobre Jerusalém foi um apelo quase desesperado à conversão. Se ela fosse
capaz de compreender que estava sendo visitada pelo mensageiro da paz, haveria de ser solícita em
converter-se. Mas isto estava escondido a seus olhos. [O EVANGELHO DO DIA. Jaldemir Vitório.
©Paulinas, 1998]
Preces dos Fiéis (Deus Conosco Dia a Dia)
 Para que a presença da Igreja e sua ação no mundo despertem a humanidade para a concórdia e
a paz, rezemos ao Deus de amor. Por intercessão de Santa Isabel da Hungria, ouvi-nos,
Senhor!
 Para que os líderes de nossas Comunidades sejam abertos, acolhedores, misericordiosos e
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dedicados ao Reino, rezemos ao Deus de amor.
 Para que o exemplo dos santos como o de Santa Isabel, a eles sirvamos na fé e na alegria,
rezemos ao Deus de amor.
 Por todos nós que agora rezamos, para que jamais vacilemos na prática do bem e da libertação
dos oprimidos, rezemos ao Deus de amor.
 (Intenções próprias da Comunidade)
Oração sobre as Oferendas:
Recebei, ó Pai, os dons do vosso povo, para que, recordando a imensa misericórdia do vosso Filho,
sejamos confirmados no amor a Deus e ao próximo, a exemplo dos vossos Santos. Por Cristo, nosso
Senhor.
Antífona da comunhão:
Não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos. (Jo 15,13)
Oração Depois da Comunhão:
Renovados por estes sagrados mistérios, concedei-nos, ó Deus, seguir o exemplo de Santa Isabel da
Hungria, que vos serviu com filial constância e se dedicou ao vosso povo com imensa caridade. Por
Cristo, nosso Senhor.
Santa Isabel da Hungria
Franciscana da ordem terceira (OFS), 1231
Dietrich de Apolda, na vida deste santo, relata que numa certa tarde de verão de 1207, o trovador
Klingsohr da Transsilvânia anunciou ao Landgrave Hermano da Turíngia que, naquela mesma noite,
havia nascido uma filha do rei da Hungria, e que a mesma seria exaltada em santidade e se tornaria
esposa do filho do próprio Hermano. E na realidade, naquela mesma hora, nascia Isabel, em
Presburgo (Bratislava) ou Saros-Patak, filha de André II da Hungria e de sua esposa Gertrudes de
Andechs-Meran. Uma aliança como a que foi "profetizada" por Klingsohr tinha muitas vantagens
políticas para ser recomendada, e a pequena Isabel foi prometida em casamento ao filho mais velho
de Hermano. Com a idade de mais ou menos quatro anos, ela foi levada para a corte da Turíngia, no
castelo de Wartburgo, perto de Eisenach, para ser educada junto com o futuro esposo. À medida
que ia crescendo, ela sofreu muita crueldade da parte de alguns membros da corte, que não
gostavam da sua bondade, mas, por outro lado, o jovem Luís (Ludwig) ficava cada vez mais
encantado com ela. Segundo consta, toda vez que ele ia até a cidade, trazia um presente para ela,
uma faca, uma bolsa, um par de luvas ou um rosário de corais. "Quando estava na hora de sua
volta, ela corria ao seu encontro e ele a pegava nos braços com todo o carinho e lhe entregava o
que havia trazido". Em 1221, quando Luis já tinha vinte e um anos de idade e era o landgrave no
palácio do seu pai, e Isabel tinha quatorze anos de idade, foi realizada a cerimônia do enlace
matrimonial, apesar das tentativas para persuadi-lo a devolvê-la à Hungria, por se tratar de uma
noiva inconveniente. Ele declarou que preferia jogar fora uma montanha de ouro a desistir dela.
Segundo consta, ela era "perfeita de corpo, amável, de cor morena, séria, modesta, tinha sempre
palavras amáveis, fervorosa na oração e de grande generosidade para com os pobres, sempre cheia
de bondade e de amor para com Deus". Ele também era simpático e "modesto como uma donzela",
inteligente, paciente e sincero, inspirava confiança e era amado pelo seu povo. A vida de casado
durou apenas seis anos, e um escritor inglês a definiu como "um idílio de uma ternura fascinante, de
um ardor místico, de uma felicidade quase infantil, cuja semelhança não me lembro de ter
encontrado em nenhum romance que li ou em nenhuma experiência humana vivida". Tiveram três
filhos, Hermano, que nasceu em 1222 e morreu com a idade de dezenove anos, Sofia, que se tornou
duquesa de Brabant, e a Beata Gertrudes de Aldenburg. Ao contrário de alguns esposos de outras
santas, Luís não pôs nenhum obstáculo no modo como sua esposa praticava a sua caridade, na sua
forma de vida simples e mortificada e em suas longas práticas de devoção. "Minha senhora", dizia
uma de suas damas-de-honra, "costumava levantar-se durante a noite para orar, e meu senhor lhe
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pedia que se poupasse e tornasse a descansar, segurando-lhe a mão durante todo tempo com
receio de que fosse machucar-se. Ele costumava pedir às camareiras que a despertassem
delicadamente quando ele estivesse dormindo - e às vezes, quando julgavam que ele estava
dormindo, ele estava apenas fingindo".
As obras de caridade materiais de Isabel eram tão grandes, que às vezes provocavam críticas
desfavoráveis. Em 1225 aquela parte da Alemanha foi visitada por uma carestia muito grande e ela
esgotou o seu próprio tesouro e distribuiu toda a reserva de alimentos entre os que mais sentiam a
calamidade. Na ocasião, o landgrave se encontrava ausente, e quando regressou, os oficiais do
palácio se queixaram da generosidade excessiva dela para com os pobres. Mas Luís, sem investigar
o problema de perto, perguntou-lhes se ela tinha alienado alguma das suas propriedades. Eles
responderam que não. "Quanto às suas obras de caridade", disse então ele, "elas trarão sobre nós
as bênçãos divinas. Nunca passaremos necessidades enquanto a deixarmos socorrer os pobres como
está fazendo". O castelo de Wartburgo fora construído no alto de um rochedo, de sorte que os
enfermos e os fracos não podiam chegar até lá (o trajeto era conhecido pela alcunha de "quebrajoelhos"). Por isso, Santa Isabel construiu um hospital aos pés do rochedo para acolher os que não
podiam subir até o alto, onde ela muitas vezes os alimentava com as próprias mãos, arrumava-lhes
as camas e os assistia em pleno calor do verão, quando o lugar parecia insuportável. Crianças
desvalidas, sobretudo os órfãos, eram assistidas às suas próprias custas. Ela fundou um outro
hospital, onde vinte e oito pessoas eram constantemente atendidas, e ela alimentava diariamente
novecentas pessoas necessitadas junto à entrada do palácio, além de inúmeras outras em diversas
partes dos seus domínios, de sorte que as rendas em suas mãos eram realmente um patrimônio dos
desamparados. Mas as obras de caridade de Isabel eram acompanhadas pela discrição. E ao invés
de incentivar à indolência daqueles que podiam trabalhar, ela os empregava em atividades que
podiam executar, segundo as forças e a habilidade de cada um. Conta-se uma história de Santa
Isabel, tão famosa que seria desnecessário repeti-la aqui, mas que o Pe. Delehaye a escolhe como
exemplo do modo como os hagiógrafos muitas vezes enfeitam um conto para causar maior
impressão nos leitores.
Todos conhecem o belo episódio da vida de Santa Isabel da Hungria, quando, no próprio leito que
ela partilhava com o esposo, ela acamou um pobre leproso... O landgrave indignado acorreu até o
quarto e atirou fora as cobertas "Mas", segundo as nobres palavras do historiador, "naquele mesmo
instante, o Deus Todo-Poderoso abriu os olhos de sua alma, e em lugar de um leproso ele viu a
figura de Cristo crucificado estendido no leito". Este admirável relato de Dietrich de Apolda foi
considerado por demais ingênuo pelos biógrafos posteriores, que em razão disso transformaram a
sublime visão de fé numa aparição material. Tunc aperuit Deus interiores principis oculos, escreveu
o historiador. No lugar onde havia repousado o leproso, dizem os hagiógrafos modernos, "jazia um
crucifixo que sangrava, com os braços estendidos"
Por esse tempo, estavam sendo feitos grandes esforços para organizar outra cruzada, e Luís da
Turíngia pegou a cruz para promovê-la. Na festa de São João Batista, ele se despediu de Santa
Isabel e foi ao encontro do Imperador Frederico II, na Apúlia. A 11 do mês de setembro seguinte ele
morria em Otranto, vitima da peste. A noticia só chegou na Alemanha em outubro, logo após o
nascimento da segunda filha de Isabel. A madrasta foi quem lhe deu a infausta noticia, falando-lhe
"a respeito do que acontecera" ao esposo, e a respeito do "desígnio de Deus". Isabel não entendeu
bem o que ela quis dizer: "Já que ele foi feito prisioneiro", disse ela, "com a ajuda de Deus e dos
nossos amigos, ele será libertado". Quando lhe explicaram que ele não era um prisioneiro, mas que
estava morto, ela exclamou: "O mundo morreu para mim, e com ele, tudo quanto era alegria", e
pôs-se a andar de um lado para o outro dentro do castelo, gritando como se estivesse louca.
O que aconteceu depois é um objeto de muita controvérsia. Segundo o testemunho de uma de suas
damas-de-honra chamada Isentrude, o cunhado de Isabel de nome Henrique, que era regente do
filho dela, expulsou-a do castelo de Wartburgo, durante aquele mesmo verão, junto com os filhos e
duas assistentes, a fim de poder ele próprio assumir o poder. E existem relatos chocantes sobre as
agruras e o desprezo que ela teve que suportar, até ser retirada de Eisenach por sua tia Matilda,
abadessa de Kitzingen.
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Existem duas alternativas: uns afirmam que ela renunciou aos seus direitos de viúva sobre a
propriedade de Marburgo, em Hesse; outros dizem que ela chegou até a sair do castelo de
wartburgo de livre e espontânea vontade. De Kitzingen ela partiu para visitar seu tio Eckembert,
bispo de Bamberga, que colocou à disposição dela o seu castelo de Pottenstein, para onde ela foi
com o filho Hermano e com a criancinha, deixando a pequena Sofia com as freiras de Kitzingen.
Eckembert alimentava planos ambiciosos com um segundo casamento para Isabel, porém ela se
recusou a dar ouvidos a ele. Antes da partida do marido para a cruzada, ela fizera com ele a
promessa de nunca mais se casarem de novo. No começo do ano de 1228, o corpo de Luís foi
trazido para a sua terra natal e enterrado solenemente na igreja abacial de Reinhardsbrunn . Os
parentes de Isabel tinham tomado todas as providências para isso, e na Sexta-Feira Santa, na igreja
dos frades franciscanos, em Eisenach, ela renunciou solenemente ao mundo, e mais tarde recebeu o
manto e o cordão que formavam o hábito da Ordem III de São Francisco.
O Mestre Conrado de Marburgo desempenhou um papel importante em todos esses acontecimentos,
ele que, a partir de então, humanamente falando exerceu uma influência decisiva na vida de Santa
Isabel. Este sacerdote tinha desempenhado um papel de destaque até então, durante algum tempo,
já que tinha sido o sucessor do franciscano Pe. Rodinger como confessor dela, em 1225. O
Landgrave Luís, em comum acordo com o Papa Gregório IX e muitos outros, tinha Mestre Conrado
em alto conceito, e permitido que a esposa fizesse um voto de obediência a ele, ressalvada, é claro,
a autoridade do próprio esposo. Todavia, dificilmente podemos deixar de concluir que a experiência
de Conrado como inquisidor bem sucedido de hereges e sua personalidade autoritária e severa,
quando não cruel, fizeram dele uma pessoa inadequada para ser diretor de Santa Isabel.
Alguns dos seus críticos mais recentes se deixaram levar por crítica hostil, movidos pela emoção e
não pelo raciocínio e inteligência. Por outro lado, os defensores e apologistas dele nem sempre
estiveram isentos de argumentações especiais. Do ponto de vista subjetivo, a verdade é que
Conrado, ao oferecer a Isabel obstáculos que ela soube superar, a ajudou em seu caminho para a
santidade (embora não possamos saber se um diretor de maior sensibilidade não a teria guiado a
maiores alturas ainda); do ponto de vista objetivo, os seus métodos eram agressivos. Dos Frades
Menores Santa Isabel havia adquirido um amor à pobreza que ela pôde pôr em ação apenas até um
certo limite durante todo o tempo em que foi landgravina de Turíngia. Agora que seus filhos já eram
independentes e estavam encaminhados na vida, ela foi para Marburgo, mas foi obrigada a sair de
lá e foi morar durante algum tempo numa pequena casa de campo em Wehrda, às margens do rio
Lahn. Em seguida, ela construiu uma casinha nos subúrbios de Marburgo, e anexa à mesma, um
hospital para cuidar dos doentes, dos idosos e dos pobres, a cujo serviço ela se dedicou totalmente.
Em certo sentido Conrado agiu como um freio prudente e necessário sobre o entusiasmo dela
durante esse tempo: não permitia que ela fosse mendigar de porta em porta ou se despojar total e
definitivamente de todos os seus bens ou destinar mais do que uma determinada quantia, cada vez,
em esmolas, ou correr o risco de infecção causada pela lepra e por outras doenças. Nesses
aspectos, ele agiu com cuidado e sabedoria. Mas "o Mestre Conrado provou a sua constância em
muitos sentidos, procurando dobrar a sua própria vontade, em todas as coisas. A fim de poder
atormentá-la ainda mais, ele a afastou de todas as pessoas de sua convivência que lhe eram
particularmente caras, inclusive de mim, Isentrude, a quem ela amava. Ela me despediu com
grande tristeza e com muitas lágrimas. Por fim, ele mandou embora minha companheira Jutta, que
estava com ela desde a infância e a quem ela amava com um afeto especial. Em meio às lágrimas e
soluços, a Beata Isabel a viu partir. O Mestre Conrado, de saudosa memória, fez tudo isso com seu
zelo e na boa-fé, com receio que nós todas lhe falássemos da sua grandeza dos tempos passados e
ela começasse a sentir saudade daqueles tempos. Além disso, agindo dessa forma, ele afastou dela
qualquer conforto que ela pudesse usufruir com a nossa presença junto a ela, pois ele desejava que
ela se apegasse somente a Deus". No lugar das suas dedicadas damas-de-honra, ele colocou duas
"mulheres rudes", que lhe contavam tudo sobre ela, desde suas palavras até suas ações, quando as
mesmas infringiam as suas ordens pormenorizadas nas coisas mais insignificantes. Ele chegava a
castigá-la com tapas no rosto e golpes desferidos com uma vara longa e grossa", cujas marcas
duravam por semanas. Nenhuma alegação quanto a "outros tempos, outros costumes" pode tirar a
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dor aguda do desabafo amargo de Isabel à sua amiga Isentrude: "Se já tenho tanto medo de um
homem mortal, como poderá não me inspirar um terror o Senhor e Juiz do Universo!"
A tática de Conrado de preferir, dobrar a vontade dela a orientá-la, não foi bem sucedida. Referindose a ele e aos seus métodos disciplinares, Santa Isabel compara-se a uma planta aquática na
correnteza, durante uma inundação: a água a abatia totalmente, mas quando as chuvas passam, ela
se levanta de novo, reta, viçosa e ilesa. Certa vez, quando ela saiu para fazer uma visita que
Conrado não aprovava, ele mandou trazê-la de volta. "Nós somos como o caracol", observava ela,
"que se encolhe para o interior de sua casa quando está para chover. Assim, nós obedecemos e
recuamos do caminho que estávamos percorrendo". Ele tinha essa boa autoconfiança que se vê com
tanta freqüência quando um senso de humor nos ajuda a nos submetermos a Deus.
Certa vez, um nobre magiar chegou em Marburgo e pediu para ser levado até a residência do filho
do seu soberano, de cujos problemas ele fora informado. Ao chegar no hospital, ele avistou Isabel
em seu modesto roupão cinza, sentada junto à sua roda de fiar. O nobre em toda a sua
magnificência estacou em frente dela, benzeu-se pasmado e disse: "Quem diria, a filha de um rei
fiando!" Ele queria levá-la de volta à corte da Hungria, mas Isabel não quis ir. Seus filhos, seus
pobres, o túmulo do esposo, tudo estava lá na Turíngia, e ela iria permanecer aqui pelo resto de sua
vida. Mas não seria por muito tempo. Ela vivia em meio a grande austeridade e trabalhava sem
cessar, em seu hospital, nas casas dos pobres, pescando no riacho para ganhar um pouco mais de
dinheiro para ajudar os que sofriam; mesmo quando ela própria estava doente, costumava
entregar-se ao trabalho de fiar e de cardar a lã. Estava em Marburgo menos de dois anos, quando a
sua saúde começou a entrar em colapso. Quando jazia no leito, doente, a sua assistente a ouviu
cantando suavemente. "Como o vosso canto é suave, madame!", disse-lhe ela. "Eu te direi por que
canto assim", respondeu Isabel. "Entre mim e a parede, havia um passarinho cantando tão
alegremente para mim, e era tão suave o seu cantar, que eu tive que me pôr a cantar também". A
meia-noite, na véspera de sua morte, ela rompeu o seu silêncio e disse: "Está se aproximando a
hora em que o Senhor nasceu e foi colocado numa manjedoura e pelo seu poder infinito criou um
nova estrela. Ele veio para redimir o mundo, e Ele irá me redimir". E ao cantar do galo, ela
acrescentou: "Chegou o momento em que Ele ressurgiu do túmulo e rompeu as portas do inferno, e
Ele virá me libertar". Santa Isabel faleceu na tarde do dia 17 de novembro de 1231, com vinte e três
anos completos.
Durante três dias, seu corpo foi velado na capela do hospital, onde foi enterrado e onde, por sua intercessão,
aconteceram muitos milagres. O Mestre Conrado começou a reunir depoimentos a respeito de sua santidade,
porém faleceu antes sem vê-la canonizada, o que só aconteceu em 1235. No ano seguinte, suas relíquias
foram trasladadas para a igreja de Santa Isabel, em Marburgo, construída por seu cunhado Conrado, na
presença do Imperador Frederico II e de "uma tão grande afluência de várias nacionalidades, povos e
línguas como dificilmente se viu ou se verá nestas terras da Alemanha". As relíquias de Santa Isabel da
Hungria lá repousam, sendo objeto de peregrinação de todas as partes da Alemanha e de além-fronteira, até
que, em 1539, um landgrave protestante de Hesse chamado Filipe as transportou para um local ignorado. [A
vida dos Santos de Butler, ©Editora Vozes]
A gratidão é um fruto de cultivo aprimorado, que não pode ser encontrada entre gente grosseira. (Samuel Johnson)
Evangelho do Dia
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