Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura

Transcrição

Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura
LIMA FILHO, Djalma; SOUZA, Celso de; RIBEIRO, Kárem Cristina de Sousa; ROGERS, Pablo.
Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura de Armazenamento de Soja em Uberlândia-MG. In: V
CONGRESSO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO RURAL (ABAR), 2005, Campinas. 2005.
Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura de Armazenamento de Soja em
Uberlândia-MG
Resumo
Através de análises elaboradas no setor produtivo de soja na região de Uberlândia-MG,
observa-se que a deficiência de armazenamento aponta para uma oportunidade de
investimento nessa infra-estrutura, o que conseqüentemente afetaram todos produtores da
região em termos de otimização dos ganhos, seja pela elevação nos preços, pela redução nos
custos ou disposição da produção num momento mais favorável. Esse trabalho tem por
objetivo apresentar um projeto de viabilidade econômico-financeira para investimentos em
infra-estrutura de armazenamento de soja na região de Uberlândia-MG evidenciando o retorno
para um investidor individual assim como, os ganhos indiretos obtidos para todos os
produtores de soja da região. Em termos metodológicos fez-se uma pesquisa do tipo descritiva
concluindo que o investimento em infra-estrutura de armazenamento nessa região é viável
financeiramente (proporciona um retorno maior que a média do setor) a partir de um dado
volume de movimentação de soja. Porém as altas taxas de juros praticadas atualmente,
conjuntamente com os ineficazes subsídios governamentais dificultam a tomada de decisão
por parte dos investidores, uma vez que os ganhos obtidos no setor financeiro (custo de
oportunidade) são maiores e menos arriscados do que o empreendimento considerado.
Palavras-chave: Análise de investimentos, Agribusiness, Armazenamento de Soja.
Abstract
Through analyses elaborated in the productive sector of soybeans in the area of UberlândiaMG, it is observed that the storage deficiency point at an investment opportunity in that
infrastructure, what consequently affected all producers of the area in terms of optimization of
the earnings, either for the increase in the prices or for the reduction in the costs or availability
of the production in a more favorable moment. This paper has as objective to present a project
of economical-financial feasibility for investments in infrastructure of soybeans storage in the
area of Uberlândia-MG evidencing the return for an individual investor as well as, the indirect
earnings obtained for all the regional producers of soy. In methodological terms it was made a
descriptive research concluding that the investment in storage infrastructure in that area is
viable financially (it provides a larger return than the sector average) above a determined
production volume. However, the high interest rates practiced currently, jointly with the
ineffective government subsidies make it difficult for the investors to take a decision, since
the earnings obtained in the financial market (opportunity cost) are most of time larger and
less risky than the considered undertaking.
Key-Words: Analysis of investments, Agribusiness, Storage of Soy
1. Introdução
A cadeia produtiva da soja, como todo segmento voltado para a produção de
commodities, permite pouca flexibilidade de atuação objetivando melhorar a sua margem e a
sua rentabilidade. Uma vez que o preço das commodities torna-se padronizado no mercado, os
agentes participantes desses setores para aumentarem a sua rentabilidade devem optar
essencialmente pela redução de custos. Estas limitações podem ser uma oportunidade
interessante, carecendo estudos mais aprofundado das variáveis envolvidas neste processo.
LIMA FILHO, Djalma; SOUZA, Celso de; RIBEIRO, Kárem Cristina de Sousa; ROGERS, Pablo.
Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura de Armazenamento de Soja em Uberlândia-MG. In: V
CONGRESSO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO RURAL (ABAR), 2005, Campinas. 2005.
Uma das variáveis que podem afetar drasticamente a rentabilidade da cadeia produtiva
de soja diz respeito aos custos de armazenagem e logísticos. Nesse sentido, esse artigo
pretende definir como a construção de uma infra-estrutura própria de armazenamento de soja
pode afetar o resultado econômico-financeiro dos produtores de soja da região de UberlândiaMG. Alicerçado nesse objetivo geral, analisar-se-á também os seguintes objetivos específicos:
o contexto da cadeia produtiva Agroindustrial da soja do município dentro do segmento
nacional de agribusiness; o perfil médio dos produtores de soja da região; o comportamento
médio dos preços de soja na bolsa de Chicago; o modelo ideal de uma infra-estrutura própria
de armazenamento, quantificando os investimentos necessários; e os indicadores financeiros
que podem ser utilizados na definição da viabilidade da execução do investimento.
O trabalho justifica-se, unicamente pelo setor do agribusiness, o qual representa 34%
do PIB, 37% dos empregos e 46% das exportações (REVISTA DINHEIRO RURAL, 2004),
sendo a soja a principal commodity brasileira exportada. O Brasil possui 70% de área
cultivável, sendo apenas 10% efetivamente aproveitada, enquanto a média de outros países é
de 22%. Estes dados levam a conclusão de que boas estratégias referentes ao setor
agroindustrial são de suma importância para o crescimento econômico do país, bem como
uma oportunidade para os produtores obterem maiores lucros.
Na próxima concentrar-se-á esforços nos aspectos referentes ao agribusiness,
destacando a soja no cenário nacional. A terceira seção fará uma descrição do processo de
armazenamento e comercialização da soja, especificando o município de Uberlândia-MG
dentro deste contexto. Na quarta seção fará a analise da viabilidade econômico-financeira de
uma infra-estrutura de armazenamento de soja na região de Uberlândia-MG, analisando os
seus para os produtores dessa commodity no município. A última seção ficará a título das
considerações finais.
2. Agribusiness
Segundo Batalha (1997), o agribusiness pode ser entendido como “o conjunto de
relações que se estabelece entre os atores do Sistema Agroindustrial”. Essa área compreende
de insumos, equipamentos e defensivos, que representam a divisão “antes da porteira”, os
conceitos de produtividade, serviços, parcerias e produção agrícola que são os “dentro da
porteira”, e finalmente os aspectos das agroindústrias e canais de distribuição os “depois da
porteira”.
O Brasil possui, sem qualquer dúvida, uma vocação natural para o agribusiness, fato
comprovável pelo saldo da Balança Comercial do segmento no ano de 2004,
aproximadamente US$ 32 bilhões. No contexto global, o agribusiness “já é o maior negócio
do Brasil. Gera 34% do PIB, 37% dos empregos e 46% das exportações” (REVISTA
DINHEIRO RURAL, 2004). O Brasil possui ainda 90 milhões de hectares não aproveitados,
que passarão a ser utilizados em uma cadência de 2 milhões de hectares a cada ano. Isto
caracteriza o grande potencial do país como fator de equilíbrio entre a demanda crescente de
alimentos no contexto mundial e a sua produção em quantidades e padrões necessários para
atendimento dessas necessidades.
De uma forma mais simples, pode-se entender o agribusiness conforme a divisão
efetuada por Batalha (1997), em três macrosegmentos:
− Produção de matéria-prima: reúne as firmas que fornecem as matérias-primas
iniciais para que outras empresas avancem no processo de produção do produto
final (agricultura, pecuária, pesca, piscicultura etc);
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− Industrialização: representa as empresas responsáveis pela transformação das
matérias-primas em produtos finais destinados ao consumidor, este pode ser uma
unidade familiar ou outra agroindústria; e
− Comercialização: representa as empresas que estão em contato com o cliente final
da cadeia de produção e que viabilizam o consumo e o comércio dos produtos
finais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas etc). Podem ser incluídas
neste macrosegmento as empresas responsáveis somente pela logística de
distribuição.
2.1. Complexos Agroindustriais e Cadeias de Produção
Um complexo agroindustrial tem sempre como partida uma matéria prima de base.
Pode-se citar como exemplo: complexo agroindustrial da cana de açúcar, ou complexo
agroindustrial da soja etc. Em ambos os exemplos ficam evidentes que a arquitetura de um
complexo é ditada pela ramificação da matéria prima principal entre os diferentes processos
industriais, comerciais e financeiros que ela pode sofrer até se transformar em diferentes
produtos finais.
Assim, a formação de um complexo agroindustrial exige a participação de um
conjunto de diversas cadeias de produção, cada uma delas associada a um produto ou família
de produtos. Contrariamente ao exposto, uma cadeia de produção agroindustrial é sempre
definida a partir de um determinado produto final. Após esta identificação, encadear-se-á, de
jusante a montante, as várias operações técnicas, comerciais e logísticas necessárias a sua
produção.
A soja destaca-se de outras oleaginosas por ser a mais barata fonte de proteína, razão
pela qual alguns preferem chamá-la de semente proteaginosa ao invés de oleaginosa, pois seu
processamento resulta em 77% de farelo de alto teor protéico (o principal derivado), utilizado
intensamente na produção de ração animal, e aproximadamente, 19% de óleo vegetal
comestível. O Brasil é hoje o segundo maior produtor mundial de soja, porém muito próximo
da liderança em produtividade média, a Figura 1 ilustra este fato.
No contexto brasileiro, o país convive, atualmente, com altas taxas de ociosidade
produtiva nas indústrias de processamento de soja, em torno de 20% da capacidade instalada
(equivalente a 33 milhões de toneladas/ano). No segmento “dentro da porteira” houve a
extinção do ICMS nas exportações do complexo de soja a partir de 1999, através da Lei
Kandir, talvez tenha sido a mudança mais significativa dos últimos tempos. Paradoxalmente, a
nova legislação está promovendo a deterioração da competitividade da indústria brasileira,
advindo como conseqüência imediata à exportação do incremento da safra como matéria
prima. Isto está servindo para suprir as necessidades de indústrias de outros países,
principalmente da Comunidade Econômica Européia, que responde por 54% das vendas de
soja do Brasil, e da China, com 27%. O Gráfico 1 mostra as exportações do país no período de
1999 a 2005 (estimativa).
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Figura 1 - A soja no contexto mundial
Fonte: Jornal Valor Econômico – 12/10/04
Exportação de soja (ton)
19.890
2003
8.917
99
0
5.000
10.000
11.517
2000
15.000
15.676
2001
15.970
2002
19.248
2004
22.300
2005(est.)
20.000
25.000
Gráfico 1 – Exportação de soja de 1999 a 2005 (estimativa)
Fonte: Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais – ABIOVE (2005)
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De forma geral, pode-se afirmar através da Figura 1, que o país tem todas as condições
técnicas de despontar como o líder mundial na produção desta oleaginosa. Entretanto, existem
ainda fortes ofensores a esta condição de liderança, representados pela deficiência na infraestrutura logística de grãos e pelo déficit em armazenagem nas propriedades rurais, estimado
em 35 milhões de toneladas, para uma capacidade atual próxima de 100 milhões de toneladas.
No Brasil, entre os anos de 2000 a 2003, a produção de grãos cresceu 50%, enquanto que a
capacidade de armazenagem cresceu apenas 5,7%. Estes fatores fazem com que a
rentabilidade do produtor de soja seja depreciada comparativamente com outros países, fato
que pode ser constatado na Figura 2.
Portanto, existem ações emergências que devem ser tomadas, tanto pelo Governo
Federal quanto pelos próprios produtores, relacionadas à infra-estrutura logística e ao
armazenamento, com o intuito de se evitar o que já vem sendo chamado pelo Ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Roberto Rodrigues, de “pororoca logística”, ou
seja, uma produção recorde no campo sem a adequada condição de exportação e utilização
inteligente nas indústrias nacionais. Estas ações, além de evitar o colapso logístico, poderão
indubitavelmente garantir a melhoria de rentabilidade aos produtores rurais.
Figura 2 – Comparação de custos logísticos entre alguns países
Fonte: Associação Brasileira de Agribusiness – ABAG (2004)
3. O Armazenamento e a Comercialização da Soja
O armazenamento da soja na região de Uberlândia-MG possui hoje em torno de 150
propriedades rurais voltadas ao plantio da soja, em uma área total de aproximadamente 51.000
hectares. A produtividade média do município é de 2.800 kg/há, resultando em um total de
aproximadamente 142.000 toneladas (ton) de soja produzidas.
A produção do município é comercializada basicamente nas seguintes modalidades:
a) Soja verde: O produto é comercializado antes da colheita, a um preço pré-definido
entre produtor e indústria, com base nos indicadores da bolsa de Chicago.
b) Pré-fixação: A soja é entregue ao comprador, a um valor previamente estipulado.
c) A fixar: A soja é entregue ao comprador, porém, o valor será fixado em um
momento futuro, a ser definido pelo produtor.
d) Mercado spot: Nesta modalidade, a transação resolve-se em um único momento,
ou seja, a operação de venda do produto, a entrega e o pagamento acabam-se em
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um único período de tempo. Neste modelo, não há qualquer compromisso futuro,
uma vez encerrado a operação.
Em todas estas modalidades existe um risco envolvido relacionado ao posicionamento
futuro do commodities transacionados, seja pela perda efetiva dentro da cadeia produtiva ou
pela perda da oportunidade de se realizar a operação de venda a valores mais elevados, em
função de oscilações de mercado.
Exemplificando o fato acima, pode-se citar um moinho que tem no trigo o seu
principal insumo. Este moinho vende seu produto para uma indústria de massas, a qual, a fim
de melhor aproveitar a sua capacidade produtiva, exige um contrato de fornecimento a um
preço pré-definido. Para o moinho, este tipo de contrato também pode ser interessante, pois
permite um melhor planejamento da produção e uma melhor negociação na compra de seus
insumos, em função do ganho de escala. Porém, caso as compras de trigo sejam feitas apenas
no mercado spot, esta indústria estará sujeita a um grande risco, caso o preço do trigo venha a
se elevar, devido a uma quebra da safra. Neste caso, o moinho se defrontaria com uma
condição totalmente adversa, em que a matéria prima principal estaria inflacionada e o
produto final estaria com seu preço fixado em condições desvantajosas. Por esta razão, outros
mecanismos de comercialização de commodities substituem ou complementam aqueles
anteriormente citados, sendo descritos nas subseções seguintes.
3.1. Mercado de Futuros
O mercado de futuros, ao contrário do mercado spot, tem como referência dois ou
mais instantes no tempo, sendo as transações padronizadas e simplificadas. Os contratos de
futuro especificam apenas o período para entrega, o lugar e a commodity transacionada.O
preço é variável, definido de acordo com as transações realizadas em uma bolsa de
mercadorias, das quais a principal é a Bolsa de Chicago (CBOT-Chicago Board of Trade).
Eventualmente é definido um prêmio ou um desconto, conforme o nível de qualidade do
produto transacionado. A quantidade transacionada é necessariamente um múltiplo inteiro de
um lote padrão, definido como contrato.
A outra modalidade de transação no mercado de futuros são as opções, também
comercializadas em bolsa, e que representam um direito, mas não uma obrigação, de comprar
ou vender determinados contratos de commodities, a um preço pré-estabelecido e dentro de
um período limitado de tempo.
Do ponto de vista social, o mercado de futuros ainda apresenta a função de fornecer
informações sobre os preços de insumos importantes, que servem de base para a elaboração
de decisões variadas. Por serem preços de domínio público e definidos nos maiores centros de
comercialização, os preços ditados pelo mercado de futuros balizam contratos de longo prazo,
como por exemplo, os contratos entre produtores de soja e as indústrias de processamento.
3.2. Operações de Hedging
Hedging é uma palavra de origem inglesa que adquiriu um sentido específico no
mundo dos negócios. Trata-se de uma estratégia de redução dos riscos característicos do
mercado de commodities, utilizando-se do mercado de futuros para neutralizar a especulação
implícita a um negócio qualquer. Essa operação normalmente resume-se à compra ou venda
de um contrato de futuros de valor semelhante ao valor desse dado negócio, de tal modo que
uma eventual perda decorrente de flutuações nos preços do mercado físico seja compensada
por um ganho no mercado de futuros, originado pelas mesmas flutuações. Da mesma forma,
um eventual ganho obtido no mercado físico pela majoração de preços resultará na
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correspondente perda no mercado de futuros. Portanto, o benefício desta operação restringe-se
apenas à redução de riscos, e não promove o incremento do lucro esperado.
Evidentemente, o risco de flutuação dos preços de commodities sempre existirá,
contundo, ele não necessita ser arcado pelas empresas industriais ou traders que desejam fugir
do risco. Através do mecanismo de hedging há uma transferência desse risco para os
especuladores das Bolsas de Mercadorias, os quais ao buscarem o risco como uma fonte de
lucro, uma vez que não detêm o controle do mercado físico, geram liquidez para os hedgers.
Este especulador, por sua vez, como aplica simultaneamente em diversas operações, tem o seu
risco diluído e acaba por apropriar-se do chamado “prêmio de risco”, inerente a este tipo de
operação.
Há duas espécies de hedging: o hedging short (curto), também chamado de hedging de
venda, e o hedging long (longo), ou hedging de compra. No primeiro caso, o produtor ou
proprietário de uma commodity protege-se de possíveis flutuações no preço de venda de seu
produto. É o caso, por exemplo, de um produtor de soja da região de Uberlândia-MG que
pretende vender sua soja em junho e vende contratos de futuros em março, através dos quais
ele compromete-se a entregar a soja em junho a um preço fixo. No segundo caso, um
potencial comprador de uma commodity faz um hedging para assegurar seu preço de compra.
É o caso de uma esmagadora de soja que necessita da matéria prima para agosto e compra
contratos de futuros em abril que garantam tal recebimento a um preço fixo nas proximidades
de agosto.
A operação de hedging não elimina totalmente os riscos inerentes à oscilação de
preços, mas limita significativamente este risco à diferença entre o preço no mercado físico e
o preço no mercado de futuros. Como existe uma alta correlação entre estes dois valores, estas
flutuações são muitos menos voláteis e mais previsíveis, desta forma, minimiza o risco de
variações de preços para os operadores do mercado de commodities e maximiza as
oportunidades de estabilização dos lucros operacionais.
3.3. A Situação Atual dos Maiores Produtores de Soja de Uberlândia-MG
O município de Uberlândia-MG, segundo estimativas do IBGE (2005), produziu no
ano-safra 2003/2004 um total de 142.000 ton de soja. A partir deste número, estabeleceu-se
como objetivo uma análise das condições de produção e armazenamento de soja dos
produtores que totalizam ao menos 80% do total produzido no município, pois entende que
desta forma tem-se uma amostra representativa da condição média dos produtores da região,
sendo possível, a partir desta premissa, a proposição de uma solução em termos de logística
de campo que atenda a grande maioria destas propriedades.
Foram identificados no trabalho em torno de 150 produtores de soja do município, os
quais são responsáveis pela produção média de 112.000 ton anuais de soja, em uma área
plantada de 43.000 há. Portanto, o levantamento feito representa 78,8% da soja produzida em
84% da área total plantada com soja. Dentro deste contexto, observou-se que apenas uma das
propriedades avaliadas contava efetivamente com uma infra-estrutura adequada de
armazenamento de soja, para uma capacidade total de 7.500 ton.
4. A Infra-Estrutura de Armazenamento de Soja: o Caso de Uberlândia-MG
4.1. Descritivo Básico de Melhoria
Considerando os dados apresentados anteriormente, fica explícita a oportunidade que
se apresenta aos produtores rurais do município de Uberlândia-MG a partir da possibilidade
de concretização de investimentos em armazenamento de grãos, especificamente para atender
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a deficiência que se observa em relação à capacidade produtiva de soja. Tal empreendimento
pode ser considerado como um novo negócio a ser conduzido paralelamente à atividade
agrícola, permitindo, além do armazenamento da produção própria, a prestação de serviços
para proprietários rurais localizados no entorno da área onde os silos de armazenamento
estarão localizados. Três perspectivas de receita decorrem deste investimento, através dos
ganhos auferidos, sendo elas:
1) Aproveitamento do melhor preço da soja fora do período de safra;
Os preços da soja, da mesma forma que de outras commodities agrícolas, estão
atrelados às variações ocorridas nas bolsas de mercadorias, das quais a principal é a Bolsa de
Chicago. Historicamente, observa-se que os preços no mercado futuro, tomando-se como base
os meses de outubro e novembro de cada ano, são mais atrativos ao produtor agrícola do que
aqueles observados nos meses de março e abril, quando ocorre a grande concentração de
colheita da soja. Este fato pode ser observado na Tabela 1, que retrata o histórico dos últimos
cinco anos.
Tabela 1 – Preço da soja entre os anos de 2000 a 2004 (US$/bushel)
Ano
Abril
Maio
Média
Outubro
Novembro
Média
2000
536,39
523,11
529,75
472,45
482,18
477,32
2001
431,95
446,05
439,00
437,14
442,37
439,76
2002
466,31
503,61
484,96
544,52
572,09
558,30
2003
603,17
602,79
602,98
735,87
763,29
749,58
2004
988,88
935,06
961,97
526,96
532,26
529,61
Média Geral
Safra
514,17
Fora de Safra
556,24
Fonte: Chicago Stock Exchange (2005)
Para cálculo da média foi estornado o ano de 2004, por ter sido um momento
totalmente atípico dentro desse negócio, devido principalmente a fatores climáticos,
desvalorização do dólar, estoques mundiais e disseminação da ferrugem asiática nas lavouras
de soja do Brasil. Dessa forma, o produtor que manteve sua produção estocada para
comercialização ao final do ano teve um ganho médio de aproximadamente US$ 42 por
bushel, ou ainda, fazendo-se a conversão, de US$ 15,43/ton de soja armazenada.
2) Prestação de serviços aos produtores agrícolas próximos;
Como todo negócio relacionado a produtos de baixo valor agregado, a economia de
escala é um fator de grande importância e relevância na rentabilidade. Assim, além de
armazenar a capacidade própria de produção, o produtor que optar pela instalação de um
armazém em sua propriedade poderá atuar também na prestação de serviços aos demais
produtores localizados em áreas próximas.
Através de pesquisas junto a empresas que prestam este tipo de serviço na região,
estimou-se o valor desta operação em US$ 6,50/ton, valor que será aplicado sobre a
capacidade adicional da unidade de armazenamento em questão em relação à produção média
dos agricultores da região de Uberlândia-MG, que é de 1.120 ton/ano. Para tanto, considera-se
a implantação de uma unidade com capacidade estática de 50.000 toneladas de soja, por ser
uma unidade típica bastante utilizada no mercado e que apresenta condições para uma
adequada diluição dos custos fixos. Assim, a prestação de serviços poderá ser considerada
para um valor estimado de 48.000 toneladas de soja por ano, assumindo-se que o armazém
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terá apenas um giro a cada ano, sendo esta uma premissa conservadora, uma vez que em
média os armazéns comerciais giram ao menos 1,5 vez a cada ano.
3) Redução do custo com fretes no período de safra;
Historicamente observa-se que no período de safra, devido a uma maior demanda por
caminhões para o escoamento da produção agrícola, ocorre um incremento nos preços de frete
rodoviário, razão pela qual a construção de um armazém próprio pode significar uma redução
dos custos produtivos da soja, pois o transporte à indústria ocorrerá em um momento em que
já houve um declínio da demanda e, portanto, os fretes encontram-se em patamares inferiores
se comparados ao momento da safra. Umas das grandes empresas regionais de transporte de
cargas têm-se uma redução de R$ 4,00 por tonelada no custo do frete para os períodos de
entressafra.
4.2. Necessidade de Investimentos
Os investimentos para construção de uma unidade de recepção de soja com capacidade
estática de 50.000 toneladas foram baseados em um projeto de concepção atualizado
conforme a mais recente tecnologia e os mais modernos conceitos técnicos, orçados com
empresas de ponta nesta área de negócios.
Tabela 2 – Necessidade de Investimento
Item Descrição
Valor
01
Obras civis (armazém/escritórios/estruturas)
4.600.000
02
Equipamentos de limpeza, secagem e transporte
1.300.000
03
Balança/Tombador/classificador pneumático
450.000
04
Termometria e aeração
320.000
05
Instalações elétricas
800.000
06
Outros
200.000
Total em R$
7.670.000
Total em US$
2.830.000
Fonte: Elaboração própria
4.3. Custos operacionais
Uma unidade de armazenamento com capacidade estática de 50.000 ton possui a
matriz de custos padrão definida na Tabela 3.
Tabela 3 – Custos Operacionais
Custos Fixos
Custos Variáveis
Total (R$)
Total (R$/tin)
Valor (R$)
400.000
270.000
670.000
8,93
Fonte: Elaboração própria
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Para efeito do estudo de viabilidade, este valor será considerado como redutor das
receitas anteriormente citadas. Observa-se que neste valor está considerado o reinvestimento
necessário na manutenção da unidade em adequadas condições de operações, fato que
permitiria utilizar o conceito da perpetuidade na análise econômico-financeira. Porém, para
maior segurança e conservadorismo, este ganho adicional não será considerado na análise.
5.2.
Cálculo dos Indicadores de Viabilidade
O calculo de todos os indicadores relevantes para a análise econômica-financeira da
infra-estrutura de armazenamento de soja estão calculados na Tabela 4.
Tabela 4 – Análise de investimento – Unidade de Armazenamento de Soja
Projeção de tempo
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Premissas
TMA
Variação de Chicago
(U$/ton)
Câmbio (R$/US$)
11,73%
Produção de soja
27.358
Número de giros
1,5
Taxa de oportunidade equivalente a aplicação em renda fixa real de 0,7% ao mês + 3% de risco
15,43
2,72
Receitas
Venda anual de soja (ton)
0
27.358
27.358
27.358
27.358
27.358
27.358
27.358
27.358
27.358
Prestação de serviços (ton)
0
47.642
47.642
47.642
47.642
47.642
47.642
47.642
47.642
47.642
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
41,97
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
17,68
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
4,00
Preços
Diferença auferida
(R$/ton)
Serviço de recepção
(R$/ton)
Diferença no frete
(R$/ton)
Custos
Fixos
400.000
400.000
400.000
400.000
400.000
400.000
400.000
400.000
400.000
Variáveis
270.000
270.000
270.000
270.000
270.000
270.000
270.000
270.000
270.000
Totais
670.000
670.000
670.000
670.000
670.000
670.000
670.000
670.000
670.000
Análise Econômica
(+) Receitas
0
2.099.940
2.099.940
2.099.940 2.099.940 2.099.940
2.099.940
2.099.940 2.099.940 2.099.940
Valor adicional da soja
Serviços de
armazenamento
Redução de custos de
fretes
(-) Custos
0
1.148.194
1.148.194
1.148.194 1.148.194 1.148.194
1.148.194
1.148.194 1.148.194 1.148.194
0
842.315
842.315
842.315
842.315
842.315
842.315
842.315
842.315
842.315
0
109.431
109.431
109.431
109.431
109.431
109.431
109.431
109.431
109.431
0
(670.000)
(670.000)
(-) Investimentos
(7.697.600)
0
(=) Geração Operacional
(7.697.600) 1.429.940
de Cx
VP da Ger.Oper.Caixa (7.697.600) 1.279.805
VP acumulado
0
(670.000) (670.000) (670.000)
0
0
0
1.429.940
1.429.940 1.429.940 1.429.940
1.145.433
1.025.170
917.534
821.198
(670.000)
0
1.429.940
734.978
(670.000) (670.000) (670.000)
0
0
1.429.940 1.429.940 1.429.940
657.809
588.744
(7.697.600) (6.417.795) (5.272.362) (4.247.192) (3.329.658) (2.508.460) (1.773.482) (1.115.673) (526.929)
Detecção de Payback
0
526.929
0
10
VPL (R$)
0
TIR
11,73%
PAYBACK
DESCONTADO
10 Anos
Fonte: Elaboração própria.
LIMA FILHO, Djalma; SOUZA, Celso de; RIBEIRO, Kárem Cristina de Sousa; ROGERS, Pablo.
Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura de Armazenamento de Soja em Uberlândia-MG. In: V
CONGRESSO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO RURAL (ABAR), 2005, Campinas. 2005.
5. Conclusões
Para viabilizar o contínuo crescimento econômico do país e a expectativa futura de do
mesmo torna uma das grandes potências mundiais, transformando em realidade aquilo que há
anos vem sendo previsto por estudiosos ao redor do mundo, faz-se necessário um adequado
planejamento de investimentos em infra-estrutura. Isto é posto desde empreendimentos que
garantam o fornecimento de energia elétrica, evitando “apagões” similares ao que teve-se que
administrar no ano de 2001, até projetos de reflorestamento que garantam a disponibilidade de
energia térmica de forma sustentada, sem a necessidade de devastação das matas nativas,
passando sem dúvida pelo aporte de capital em projetos logísticos de transporte e
armazenamento das safras, face à importância do segmento de agribusiness para a economia
do Brasil.
Este trabalho procurou demonstrar que há indubitavelmente uma necessidade
premente de armazéns junto às regiões produtoras do país, conforme caracterizada no
Município de Uberlândia-MG. Porém, conforme se conclui no estudo de viabilidade
apresentado, este investimento apenas se torna viável com o atendimento de três aspectos
básicos:
1) Associativismo entre produtores de soja, promovendo a movimentação necessária
da atividade agrícola em um conjunto de propriedades, atingindo, assim, os valores
mínimos de produção que permitam viabilizar a construção de uma unidade de
armazenamento. Para o caso em questão, observou-se que nenhum dos produtores
de Uberlândia-MG teria individualmente esta condição, caracterizando a
necessidade do trabalho conjunto por parte dos produtores.
2) Eficiência de gestão da unidade de armazenamento, ampliando a produtividade
traduzida pelo número de giros que se dá na capacidade instalada. Como exemplo,
o valor do VPL passaria a R$ 2.380.000 no projeto considerado apenas
aumentando-se o número de giros de 1,5 para 2,0. Algumas empresas que
representam um benchmarking nacional para a operação de armazenamento já
trabalham hoje com uma expectativa de ao menos 2,5 giros anuais.
3) Finalmente o mais importante aspecto a ser enfatizado: cabe ao Governo Federal
um papel de destaque neste processo, na medida em que consiga viabilizar linhas
de financiamento oficiais com taxas compatíveis à atividade logística, similares
àquelas que já existem para o custeio agrícola. Para o projeto em questão, foi
encontrada uma Taxa Mínima de Atratividade de 11,73%, portanto, superior à taxa
oficial de financiamento agrícola hoje praticada, de 8,75%. Portanto, uma vez
viabilizado o financiamento oficial, haveria inquestionavelmente um maior
interesse por parte dos produtores em assumir a execução e a responsabilidade
pelo crescimento da capacidade de armazenamento de grãos do país.
O último aspecto salienta a necessidade do Governo produzir subsídios mais eficazes à
produção agrícola enquanto permanecer as altas taxas de juros vigentes no mercado. Notou-se
que o projeto de investimento em infra-estrutura econômica é viável economicamente e
financeiramente ao comparar com a rentabilidade média auferida pelo setor de agronegócios
porém, ao comparar com a rentabilidade e os riscos proporcionados pelas aplicações
financeiras o investidor optará por esse último investimento o que por conseguinte, acarretará
um círculo vicioso na carência de armazenamento de soja na região de Uberlândia-MG e em
todo Brasil. O círculo vicioso pode ser assim resumido: há carência na infra-estrutura de
armazenamento de soja pois, não há investimento nessa infra-estrutura, e não há investimento
nessa infra-estrutura pois, existem opções de investimento comparativamente mais rentáveis e
LIMA FILHO, Djalma; SOUZA, Celso de; RIBEIRO, Kárem Cristina de Sousa; ROGERS, Pablo.
Viabilidade Econômico-Financeiro da Infra-estrutura de Armazenamento de Soja em Uberlândia-MG. In: V
CONGRESSO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO RURAL (ABAR), 2005, Campinas. 2005.
menos arriscadas. Torna-se assim necessário uma intervenção institucional (como por
exemplo, através de subsídios) para que quebre esse ciclo vicioso e contribua com essa
importante cadeia produtiva gerada de empregos e renda no Brasil.
6. Bibliografia
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ASSOCIAÇÃO Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE). Exportações do
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GITMAN, L. J. e JOEHNK, M. D. Princípios de investimentos. São Paulo: Pearson Addison
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JORNAL Valor Econômico. Folha Agronegócios: Produção de Soja. São Paulo, 12 out.
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LAPPONI, J.C. Projetos de Investimento-construção e avaliação do fluxo de caixa. São
Paulo: Lapponi Treinamento e Editora Ltda. 2000, 376 p.
REVISTA Dinheiro Rural. São Paulo, v. 01 n. 002, dez. 2004. 98 p.
SANVICENTE, A. Z. Derivativos. São Paulo: Publifolha. 2003, 119 p.