Pontos 1, 2, 3 e 4 da Ordem de Trabalhos
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Pontos 1, 2, 3 e 4 da Ordem de Trabalhos
relatório&contas 2008 annual report R&C’ 08 Índice Mensagem do Presidente I. O Grupo Jerónimo Martins 1. 2. 3. 4. II. 3 Perfil e Estrutura Posicionamento Estratégico Glossário Financeiro Contactos 8 33 48 50 Governo da Sociedade Introdução Capítulo 0 - Declaração de Cumprimento Capítulo 1 – Assembleia Geral Capítulo 2 - Órgãos da Administração e Fiscalização Capítulo 3 – Informação 54 55 59 62 95 III. Relatório Consolidado de Gestão-Criação de Valor e Crescimento 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Factos Relevantes do Ano Enquadramento 2008 Desempenho do Grupo Desempenho das Áreas de Negócio Perspectivas para 2009 Factos Subsequentes Proposta de Aplicação de Resultados Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão 104 106 114 133 159 169 170 171 IV. Sustentabilidade na Criação de Valor 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. V. Factos Relevantes do Ano Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável Compromisso com os Clientes Compromisso com os Colaboradores Compromisso com os Fornecedores Qualidade e Segurança Alimentar Responsabilidade Ambiental Mecenato Perguntas mais Frequentes 174 178 180 188 205 211 219 234 241 Demonstrações Financeiras Consolidadas 1. 2. 3. 4. Demonstrações Financeiras Consolidadas Declaração de Conformidade Certificação Legal de Contas e Relatório de Auditoria Parecer do Órgão de Fiscalização 251 299 300 302 VI. Relatório e Contas Individual 1. 2. 3. 4. Relatório de Gestão Demonstrações Financeiras Individuais Certificação Legal de Contas e Relatório de Auditoria Parecer do Órgão de Fiscalização Extracto da Acta da Assembleia Geral Anual 305 313 351 352 R&C’08 Mensagem do Presidente Mensagem do Presidente Caros Accionistas, O Ano de 2008 foi dominado por um agravamento do ambiente macro-económico e pela volatilidade dos mercados financeiros internacionais. Não pretendo alongar-me em grandes considerações sobre esta crise, cujas causas e efeitos, que já foram sobejamente discutidos, são do conhecimento dos Senhores Accionistas. No entanto, gostaria de partilhar algumas reflexões. Esta crise veio revelar a fragilidade dos sistemas financeiros que sustentam a economia mundial. A ambição de alguns intervenientes nos mercados financeiros, desenquadrada dos mais básicos princípios de ética e prudência, e associada a uma visão imediatista de lucro rápido e desconsideração de risco, foram factores decisivos na criação da conjuntura económica internacional que hoje nos afecta a todos. Fala-se, deste modo, de uma crise de confiança nos Mercados Financeiros quando, na verdade, a sua raiz derivou, pura e simplesmente, de uma crise de respeito. Respeito por Clientes, Parceiros de Negócio, Colaboradores, Accionistas, Instituições, pela Sociedade em geral. Veio, igualmente, evidenciar falhas das autoridades de supervisão que, apesar de estribadas em legislação cada vez mais complexa, implicando obrigações mais pesadas, se revelaram incapazes de prevenir as graves situações ocorridas. Revelou-se assim que o excesso de zelo “burocrático” não é o mesmo que regulamentação e supervisão. Não posso deixar de reconhecer o longo e francamente positivo caminho percorrido pelas empresas portuguesas no domínio do chamado governo das sociedades, bem como a importância da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários na definição desse mesmo caminho. É importante estabelecer prioridades e parece-nos que estas devem centrar-se mais no âmbito da supervisão do que no da regulação. Entendo que as entidades de supervisão não devem tomar o papel do legislador, extrapolando as suas funções originárias e espartilhando as sociedades com regras que não têm correspondência nas práticas de mercado nem consideram as particularidades do País e do seu tecido empresarial. A última revisão do Código das Sociedades Comerciais e o recente Código de Governo das Sociedades transpuseram para o nosso ordenamento jurídico regras e recomendações que, muitas vezes, não se adequam às necessidades do mercado e dos seus agentes, designadamente dos investidores. Em Portugal tem-se assistido a um primado da soft law, que tem sido utilizada excessivamente como um instrumento privilegiado da política legislativa. Uma lei mais próxima da realidade, uma supervisão atenta e uma auto-regulação consciente e responsável serão seguramente vectores mais recomendáveis para um mercado mais transparente e eficiente. Quanto à Vossa Companhia, 2008 foi um ano deveras exigente. Exigente pelos projectos que foram implementados, pelas mudanças realizadas, com impacto em toda a Organização, e pelo esforço exigido a todos os colaboradores desde o primeiro 3 R&C’08 Mensagem do Presidente dia do ano. Projectos esses que visaram dotar o Grupo dos recursos necessários para fazer face aos desafios de crescimento, optimizar as suas eficiências e competências e reforçar a sua posição de liderança nos mercados onde está presente. Começando com a área de retalho em Portugal, em conjugação com o processo de aquisição das lojas Plus e a sua conversão para supermercados Pingo Doce, foi implementada, em 2008, uma profunda restruturação através de dois projectos complementares: a integração das médias superfícies Feira Nova na Insígnia Pingo Doce e a mudança da identidade visual do Pingo Doce. O primeiro projecto transcendeu bastante um mero processo de transferência de lojas entre Insígnias, pois teve que ser precedido por uma restruturação organizacional profunda por forma a optimizar sinergias nas mais variadas áreas funcionais, com especial ênfase nas Direcções de Operações e Comercial. Foi possível, deste modo, incrementar significativamente a massa crítica da Insígnia Pingo Doce, permitindo o desenvolvimento de eficiências organizacionais, focalização no consumidor e uma maior globalização da oferta de valor inerente à marca Pingo Doce, garantindo a fidelidade e confiança dos seus consumidores. O segundo projecto permitiu desenvolver a identidade visual das lojas Pingo Doce, da sua comunicação e da sua marca, reflectindo da melhor forma os seus valores e compromissos. Adicionalmente, na sequência da aquisição das operações Plus em Portugal, houve que delinear um plano para integração de 77 lojas e dos respectivos colaboradores, o que mobilizou toda a Unidade de Negócio em todas as suas áreas funcionais. Para além de todos estes esforços, a expansão orgânica não foi descurada, assegurando-se a abertura de 17 lojas Pingo Doce durante o ano. Todas as iniciativas anteriormente descritas foram desenvolvidas de uma forma conjunta e complementar, pois fizeram parte de um plano estratégico que permitiu consolidar o Pingo Doce como a maior cadeia de supermercados nacional. Na área de retalho na Polónia, a Jeronimo Martins Dystrybucja voltou a testar com o mais absoluto sucesso as suas valências e competências através de uma conversão feita em 8 semanas de 193 lojas Plus para Biedronka, sem comprometer a abertura de 154 lojas adicionais, o que permitiu que acabasse o ano com 1.359 lojas, consolidando e reforçando determinantemente a sua posição como líder no Retalho Alimentar no país. Um desempenho notável desta Unidade de Negócio que, assim, assegurou uma maior proximidade e continuou a merecer a preferência dos seus consumidores. Na área da Indústria e Serviços, o ano de 2008 não foi menos exigente. Na Unilever - Jerónimo Martins conseguiu-se, através de um processo de concentração de esforços e recursos nas principais categorias de produtos, recuperar, com sucesso, as margens e sustentar as quotas de mercado. Na Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo foi dada continuidade à estratégia de representação de grande marcas internacionais, apostando na diversificação dos produtos de modo a ocupar segmentos de mercado ainda pouco desenvolvidos. 4 R&C’08 Mensagem do Presidente O resultado da nossa ambição e empenho culmina num volume de negócios de 6.894 milhões de euros, representando um crescimento de 28,9% relativamente ao ano transacto, e um Resultado Líquido atribuível a Jerónimo Martins de 163 milhões de euros, o que significa um aumento de 24,3% quando comparado com o ano anterior. Neste ano, tão desafiante para todos nós, não posso deixar de destacar o desempenho do Pingo Doce, que registou crescimento de vendas like-for-like de 11,2%, e da Biedronka, que continua a registar surpreendentes crescimentos, neste caso, de 20,2% like-for-like, representando já 51,1% das vendas consolidadas e 51,2% do cash flow operacional. Esta fantástica realização não poderia ser alcançada sem a ambição, empenho, profissionalismo e dedicação demonstrados pelo mais de 53.000 colaboradores que, hoje, fazem parte do Grupo Jerónimo Martins. Número que não pára de aumentar, tendo o Grupo criado, entre Portugal e Polónia, mais de 12.000 novos postos de trabalho. Ao longo de todos estes anos, sempre acreditei que os nossos colaboradores são efectivamente o recurso mais valioso do nosso Negócio e que a Organização deve estar sempre atenta ao desenvolvimento das suas capacidades. Nesta óptica, para além dos muitos projectos implementados na área dos Recursos Humanos, assinalo com grato prazer o Programa Interno “Aprender e Evoluir”, criado no âmbito da iniciativa Novas Oportunidades, que permitiu a entrega de diplomas dos 9.º e 12.º anos a cerca de 315 colaboradores em todo o Grupo. Não posso também deixar de recordar, este ano, a extensão à área da Distribuição em Portugal de um Prémio de Antiguidade que poderá, dependendo das circunstâncias, atribuir a cada colaborador um Seguro de Vida, um Fundo de Pensões ou uma Retribuição Complementar Especial. E porque somos de facto “Um Negócio feito de Pessoas para Pessoas”, que sempre defendeu a sustentabilidade, decidimos criar uma área de Responsabilidade Interna, designada “Jerónimo Martins Por Nós”, que vem acima de tudo formalizar o que já vem sendo prática há longos anos no nosso Grupo. Terminado o ano de 2008, há agora que pensar nos desafios que nos apresenta o ano de 2009. Ano esse que se prevê difícil, exigindo prudência mas também ambição, pois considero ser um dever e uma responsabilidade reagir ao clima depressivo que foi criado na sociedade portuguesa. Será necessário uma avaliação continua e sistemática da situação macro-económica e permanente atenção ao desenvolvimento dos mercados financeiros, de modo a adaptar os nossos planos de investimento às respectivas condições, sem nunca abdicar da nossa ambição. Vamos continuar a investir no crescimento da cadeia Biedronka, mantendo o ritmo de abertura de 150 lojas por ano, na remodelação das anteriores lojas Plus e mini-hipermercados Feira Nova para o novo conceito Pingo Doce e no desenvolvimento desta cadeia. Não deixaremos, igualmente, de analisar qualquer oportunidade de mercado que nos permita continuar a crescer no sector da Indústria Alimentar. Não quero deixar de mencionar o especial apreço com que encaro a integração de mais de 2.250 colaboradores que, vindos das operações Plus, fazem hoje parte da vasta equipa Jerónimo Martins em Portugal e na Polónia. Gostaria de agradecer o seu empenho neste processo, repleto de desafios, e a forma proactiva e dedicada com que aderiram aos valores do Grupo. Num Grupo internacional como Jerónimo Martins, o seu crescimento tem que ser sustentado na assimilação permanente de novas influências culturais e 5 R&C’08 Mensagem do Presidente organizacionais, que permitam reforçar as suas competências. É, pois, com confiança que encaro a integração destas novas equipas, estando certo que, em Jerónimo Martins, estas verão correspondidas as suas melhores expectativas. Por último, uma palavra de apreço aos nossos Accionistas, que continuam a acreditar no projecto de Jerónimo Martins com a mesma confiança desde o primeiro momento, certos de que através da empresa contribuem para o desenvolvimento sustentável de uma sociedade e de um país. 6 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Índice I - O Grupo Jerónimo Martins 1. Perfil e Estrutura 1.1. Identidade e Competências 8 8 1.1.1. Carteira de Activos 8 1.1.2. Grande Etapas Históricas 9 1.1.3. Identidade Corporativa 11 1.1.4. Competências- Chave 11 1.1.5. Inovação e Cultura de Pioneirismo 13 1.2. Indicadores Financeiros e Operacionais 16 1.3. Órgãos Sociais e Estrutura 20 1.3.1. Órgãos Sociais 20 1.3.2. Estrutura de Negócios e Estrutura Societária 22 1.3.3. Estrutura de Gestão 24 1.4. Organizações a que Pertence 26 1.5. Reconhecimento Público em 2008 30 2. Posicionamento Estratégico 33 2.1. Missão 33 2.2. Visão Integrada de Desenvolvimento Sustentável 34 2.2.1. Tendências do Sector na Perspectiva de Jerónimo Martins 34 2.2.2. Principais Impactes da Actividade de Jerónimo Martins 36 2.2.3. A Sustentabilidade na Gestão da Empresa 38 2.2.4. Relacionamento com Stakeholders 39 2.3. Compromisso de Criação de Valor e Crescimento 42 2.4. Compromisso de Sustentabilidade na Criação de Valor 43 3. Glossário Financeiro 48 4. Contactos 50 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1. Perfil e Estrutura 1.1. Identidade e Competências 1.1.1. Carteira de Activos Jerónimo Martins é o maior Grupo Português de retalho alimentar, tendo registado, em 2008, uma facturação de 6,9 mil milhões de euros, possuindo um total de 53.375 colaboradores no final do ano e a oitava capitalização bolsista na Euronext Lisboa. Acumulando uma experiência internacional de mais de treze anos, o negócio fora de Portugal representa 51,1% das vendas e 53,3% dos colaboradores. O Grupo detém um portefólio de negócios robusto, focado no ramo alimentar, e que conjuga a força das posições de mercado das operações de Retalho e Grosso, em Portugal, com o potencial de crescimento da operação da Biedronka, na Polónia, e com a maturidade e capacidade de libertação de cash flow proporcionadas pelos activos industriais da parceria com a Unilever em Portugal. Em Portugal, o Grupo ocupou, no final de 2008, uma posição de liderança na Distribuição Alimentar tendo atingido uma facturação agregada de 3,1 mil milhões de euros. A operar com as Insígnias Pingo Doce (334 supermercados em Portugal Continental e 13 na Madeira), Feira Nova (9 hipermercados) e Recheio (33 cash & carries e 2 plataformas de Food Service em Portugal Continental; 1 cash & carry e 1 plataforma de Food Service na Madeira), o Grupo continuou a ser o operador líder de mercado em supermercados e cash & carries, aliando a força das suas Insígnias à liderança em área de venda e em facturação. Ainda em Portugal, o Grupo tem apostado no desenvolvimento de novos projectos complementares ao negócio de Retalho Alimentar tendo lançado a New Code (vestuário adulto e criança) em parceria com a SDV, a ElectricCo (electrodomésticos), a GET (livros, música, electrónica e telecomunicações), os postos de abastecimento de combustível, as parafarmácias Bem-Estar e as áreas de Restauração “No Sítio do Costume” no Pingo Doce. Na Polónia, a Biedronka, cadeia de lojas com um sortido de bens alimentares que conjuga a qualidade a uma prática constante de preços baixos, é líder no Retalho Alimentar e detém uma posição dominante no seu formato, através de um elevado número de lojas e da força da sua Insígnia. No final de 2008, a Biedronka detinha 1.359 lojas, tendo atingido os 593 milhões de actos de compra e os 3.521 mil milhões de euros de facturação no ano em análise. Ainda na Polónia, e na sequência da parceria celebrada em Fevereiro de 2006 com a Associação Nacional de Farmácias de Portugal, foram abertas, em 2008, mais 14 farmácias sob a Insígnia Apteka Na Zdrowie, que se juntaram à primeira loja aberta no final de 2006 e às quatro lojas abertas durante o ano de 2007. Jerónimo Martins é também o maior grupo industrial de bens de grande consumo em Portugal, através da sua parceria com a Unilever, nas áreas Alimentar, de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica, e de Consumo Fora de Casa. Em 2007, esta parceria foi reforçada com a fusão da FimaVG, Bestfoods, LeverElida e IgloOlá numa única Companhia denominada Unilever Jerónimo Martins. A nova Sociedade mantém as posições de liderança nos mercados de azeite, margarinas, chá frio, gelados e detergentes para roupa, entre outros. 8 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura O portefólio do Grupo inclui, ainda, uma área de negócio, em Portugal, vocacionada para Serviços de Marketing, Representações e Restauração, onde estão integrados os seguintes negócios: Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, que representa em Portugal marcas internacionais, algumas com posições de liderança no mercado alimentar de grande consumo, em Food Service (através da Caterplus), na cosmética selectiva, e na cosmética de grande consumo (através da parceria com o Grupo Puig); Hussel, cadeia de Retalho Especializado para comercialização de chocolates e confeitaria, com 23 lojas no final de 2008; Jerónimo Martins Restauração e Serviços, que se dedica ao desenvolvimento de projectos no sector da Restauração e que, no final de 2008, incluía a cadeia de quiosques e cafetarias Jeronymo, com 25 pontos de venda, a cadeia de geladarias Olá, com 32 lojas e mais cinco em regime de franchising, o restaurante Chili’s em Lisboa, franchising do Grupo Brinker, e a loja Ben & Jerry’s. 1.1.2. Grandes Etapas Históricas 1792 Chiado 1921 Soc. FMS 1944 Fáb. Fima 1949 JV Fima 1792 – Abertura, por Jerónimo Martins, de uma mercearia de qualidade no Chiado. 1941 – Constituição da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, detentora de 56,10% do capital de Jerónimo Martins a 31 de Dezembro de 2008. 1944 - Inauguração da Fábrica Fima dedicada à produção de margarinas. 1949 - 1970 – Aposta na Indústria Alimentar com o estabelecimento de uma parceria com a Unilever, em Portugal, visando o desenvolvimento de know-how industrial e a comercialização de bens de grande consumo. 1950 JV Lever 1959 JV Olá 1970 JV Iglo Esta parceria foi iniciada com a constituição de uma joint-venture para o negócio da Fima (Margarinas), e posteriormente alargada ao negócio da Lever (Sabão e Detergentes), da Olá (Gelados) e da Iglo (Congelados). Em 2007, foi implementada a fusão das várias empresas num só Companhia – a Unilever Jerónimo Martins. 9 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1980 - 1995 - Aposta na Distribuição Alimentar Moderna em Portugal, através de forte investimento em crescimento orgânico e em operações de fusão e aquisição. Constituição de várias parcerias estratégicas visando o desenvolvimento de know-how de gestão de diversos formatos da Distribuição Alimentar Moderna. Constituição de uma empresa de serviços de marketing e distribuição de bens de grande consumo, para representação de marcas internacionais em Portugal. 1980 Pingo Doce JV Delhaize 1985-1992 1989 Admissão Bolsa Valores Lisboa 1998 Aquisição da Biedronka 243 lojas 1987 J MD Representadas 1988 Recheio JV Booker 1991-1998 1990 Hussel JV Hussel GMBH 1990 1992 JMR JV Ahold 1993 Feira Nova Aquisição Grupo Inovação 1994 Lidosol Expansão à Madeira 1989 – Entrada em Bolsa, apresentando, de forma consistente e durante uma década, significativas capitalizações bolsistas. 1995 – 2000 – Internacionalização do negócio da distribuição, estabelecendo presença na Polónia (Cash & Carries Eurocash, lojas Biedronka e hipermercados Jumbo), Brasil (supermercados Sé) e Inglaterra (cadeia de artigos de desporto Lillywhites), a par da diversificação do portefólio de negócios, com a entrada na Banca de Retalho em parceria com o BCP (Expresso Atlântico), a participação no sector das Telecomunicações (Oniway) e a aquisição da empresa Vidago, Melgaço e Pedras Salgadas. 2001-2005 - Reestruturação da carteira de activos com alienação dos negócios fora do âmbito da actividade central, retoma do equilíbrio de balanço e minimização da exposição ao risco financeiro; reestruturação operacional com refocagem das unidades de negócio na dinâmica comercial dos seus segmentos, optimização da escala, exploração de sinergias, simplificação de processos e redução de custos; criação de equipas multi-disciplinares, agilização da Organização e criação da Escola de Formação Jerónimo Martins. 2006-2007 – Nova etapa do plano estratégico de crescimento, com regresso à expansão em Portugal e manutenção do ritmo de expansão na Polónia; forte investimento na actualização tecnológica e renovação do parque de lojas das várias Insígnias e em programas de formação e desenvolvimento profissional; estudo de novas oportunidades de negócio. 2008 Aquisição da Plus Portugal e Polónia 2008 – Um ano histórico marcado pela aquisição de 77 lojas em Portugal e 205 lojas na Polónia ao grupo alemão Tengelmann, reforçando a posição de liderança das Insígnias Pingo Doce e Biedronka, respectivamente; reorganização do negócio de Retalho Alimentar em Portugal, com integração de todas as lojas até 2.500 metros quadrados sob a Insígnia Pingo Doce e manutenção das grandes superfícies sob a Insígnia Feira Nova, em gestão descentralizada. 10 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.1.3. Identidade Corporativa Sendo há muito uma referência no seu sector de actividade e no mercado em geral, Jerónimo Martins tem uma história de 216 anos, construída sobre uma enorme diversidade de acontecimentos, experiências e aprendizagens, que confere ao Grupo a solidez e uma inegável capacidade de resistência e renovação, espelhadas na força e vitalidade por que é reconhecido. A renovação da identidade visual de Jerónimo Martins, concretizada em 2004, traduz e simboliza a profunda mudança que se tem vindo a operar no Grupo. Esta identidade visual renovada consubstancia a nova realidade de Jerónimo Martins e os três valores centrais à sua identidade corporativa: A Inovação Permanente, que incentiva... A contínua atenção à envolvente externa e a antecipação das tendências; O dinamismo e a liderança em iniciativas de mercado; O pioneirismo e as melhores práticas de gestão. O Rigor da Gestão, que garante... Uma visão clara da estratégia e objectivos traçados; Planos de actividade norteados pela ambição, prudência e flexibilidade; A observância de princípios de integridade e lealdade. A Transparência das Políticas, que promove... A conduta ética; A defesa prioritária dos interesses dos Accionistas; A avaliação e condução objectiva das carreiras dos colaboradores; A aposta em parcerias estratégicas nos mercados onde opera; O desenvolvimento sustentável como opção estratégica. Jerónimo Martins é, hoje, um Grupo sólido e coeso, com uma visão clara, e uma organização orientada para a excelência profissional, preparada para construir mais uma etapa da sua já longa história, rumo a um futuro estável e duradouro. 1.1.4. Competências-Chave Durante a sua longa história, Jerónimo Martins tem vindo a interiorizar valores e a demonstrar competências-chave que lhe permitem olhar o futuro com confiança e determinação. 11 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura O Grupo possui um ADN de que muito se orgulha, o qual tem sido determinante tanto nos períodos de crescimento mais acelerado, como nas conjunturas mais difíceis. Valores F RE OCO SU N LT OS AD OS GE P ST DA RE ÃO S MU Sà DA DA O NÇ A NTO AME L CION OA RELA ERPESS INT Exemplaridade DIS PO NIB AP P IL RE ARA IDAD ND E IZA GE M LIDERANÇA MO Çà CO MU NIC A DE DAD ACI O CAP ECISà D O Çà ZA O LI BI IT UD E GRUPO JM IA ÁC L IC OA EF ESS P DE ÇÃO S OLU MA RES ROBLE P AT Inovação E GE PR STà IO O RID DA AD S ES TIVA INICIA Compro mis com o G so rupo O Çà TA IEN A OR PAR NTE LIE OC Rigor MO AUT TIV OAÇ ÃO Transparência Integridade Jerónimo Martins possui ainda uma longa experiência no ramo alimentar, rica em termos de sectores de actividade, mercados, geografias e cadeias de valor. A capacidade para concretizar parcerias estratégicas tem sido determinante em vários períodos da história do Grupo e na entrada em novas áreas de negócio. Também a experiência em operações de fusão e aquisição e a capacidade para concretizar processos de integração bem sucedidos são uma das suas mais-valias. No seu passado recente, Jerónimo Martins ganhou novas competências com a internacionalização dos seus negócios para mercados de grande dimensão, muito dinâmicos e competitivos, concorrendo directamente com vários operadores de renome internacional. O portefólio de negócios de Jerónimo Martins apresenta características de robustez, encontrando-se focado no ramo alimentar e equilibrado em termos de perspectivas de crescimento e libertação de cash flow. Os modelos de negócio estão adequados aos mercados e às tendências de consumo, apostando, sobretudo, em formatos de proximidade, muito competitivos em preço e com uma dinâmica comercial centrada na Marca Própria e nos Perecíveis (áreas em que o Grupo se tem destacado desde sempre) e no desenvolvimento de novos projectos. Os negócios-chave são sustentados por Insígnias fortes que detêm a liderança de mercado nos seus formatos. A actividade operacional está ancorada na optimização contínua dos custos, na produtividade, na exploração da escala e sinergias de grupo e na constante 12 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura actualização tecnológica. O reforço continuado das competências de logística, com a partilha de experiências entre a Polónia e Portugal, das competências de sourcing e, ainda, o reforço da escala no abastecimento de produtos alimentares em ambas as geografias, são factores determinantes no desempenho dos negócios. De igual modo, a contratação directa ao produtor, tanto na Marca Própria como nos Perecíveis, é um objectivo a prosseguir. A capacidade de gestão em ambientes de incerteza e volatilidade tem vindo a ser reforçada através de mecanismos de planeamento cada vez mais dinâmicos, flexíveis e proactivos, que conduzem ao estabelecimento de prioridades bem definidas e ao alinhamento da Organização à volta das mesmas. 1.1.5. Inovação e Cultura de Pioneirismo Desde sempre, Jerónimo Martins tem dado provas de pioneirismo no contexto empresarial português. Inovação e Cultura de Pioneirismo nas Práticas de Gestão No período mais recente da sua história, destacou-se, entre outros aspectos, por ter sido o primeiro Grupo de Distribuição Alimentar em Portugal a implementar diversas práticas de gestão inovadoras. Em 2000, adoptou os International Accounting Financial Reporting Standards (IAS/IFRS). Standards/International Em 2002, arrancou com uma plataforma de Food Service no Porto para abastecer clientes do Recheio. Em 2004, implementou uma plataforma business-to-business (B2B) no relacionamento com os fornecedores. Em 2005, obteve da Associação Portuguesa de Certificação (APCER), a Certificação do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point (DS 3027E: 2002) e do Sistema de Gestão Ambiental (NP EN ISO 14001: 2004), tornando-se os armazéns do Retalho os primeiros em Portugal, no sector da Distribuição Alimentar, a conseguir este duplo reconhecimento. Foi, também, neste ano que fundou a Escola de Formação Jerónimo Martins, uma entidade interna de referência no desenvolvimento e formação dos colaboradores e uma mais valia para o crescimento sustentado do negócio. Posteriormente, surgiu a Escola de Frescos, uma entidade especialista e totalmente vocacionada para a formação em Perecíveis. Em 2006, obteve a Certificação em Segurança Alimentar para 19 lojas Recheio e para as duas plataformas de Food Service - certificação do sistema HACCP, segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003) passando a ser a primeira cadeia de Distribuição grossista em Portugal a obter uma certificação multisite em HACCP. 13 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Em 2007, obteve, para o Pingo Doce e o Recheio, a Certificação da Actividade de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000 passando a ser os primeiros operadores a nível mundial a obter este tipo de certificação; No mesmo ano, foram desenvolvidos os primeiros projectos de energias renováveis, sendo de salientar a instalação de 72 m2 de colectores solares para aquecimento de água no Centro de Distribuição na Azambuja; Ainda em 2007, Jerónimo Martins lançou o projecto “Aprender e Evoluir”, no âmbito do programa nacional “Novas Oportunidades”, desenvolvido pelo Ministério da Educação. A extraordinária adesão dos colaboradores a este programa e as condições proporcionadas aos participantes levaram a que o Grupo fosse convidado para ser o representante da comunidade empresarial na campanha de divulgação pública promovida pelo Ministério. Em 2008, foi inaugurado um projecto-piloto implementado na loja recentemente aberta na Quinta do Conde, concelho de Sesimbra, recorrendo às tecnologias de racionalização de consumos de água e energia. A iluminação dos espaços exteriores passou a utilizar energia renovável produzida por painéis fotovoltáicos. O Grupo está também a desenvolver, ainda em fase experimental, em algumas lojas e Centros de Distribuição, novos projectos de energias renováveis para aquecimento de água, para ar condicionado e para iluminação. Inovação e Pioneirismo de Mercado Jerónimo Martins tem-se, também, destacado pelo seu forte dinamismo e liderança de mercado, nomeadamente através das seguintes iniciativas: Em 2004, lançou um conjunto de marcas por grandes áreas de especialização, para gamas de Marca Própria transversais às duas Insígnias de Retalho em Portugal, permitindo alargar a sua oferta e a sua escala, reforçando a imagem de especialista alimentar. Ainda em 2004, deu início ao lançamento da gama de Perecíveis Marca Própria controlados na origem e identificados com a marca Pingo Doce para garantia da qualidade e segurança alimentar. Em 2005, o Grupo instituiu a figura do Provedor do Cliente, uma iniciativa inovadora no universo da Distribuição portuguesa. Esta entidade goza de total independência no exercício da sua função e tem como objectivo principal a defesa e promoção dos direitos, garantias e interesses legítimos dos clientes, assegurando a existência de um canal de comunicação adicional entre estes e o Pingo Doce e o Feira Nova. Em 2006, a Biedronka estabeleceu uma parceria inédita com a Danone, a Lubella e o Instituto Polaco da Mãe e da Criança para combater o problema da má nutrição infantil e juvenil na Polónia, tendo para tal lançado o Milk Start, um produto desenvolvido com base num exigente perfil nutricional e sob supervisão de um instituto independente. 14 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Ainda em 2006, alargou a sua gama de Marca Própria a produtos substitutos dos lácteos para clientes com intolerância à lactose, mulheres na menopausa, doentes cardiovasculares e vegetarianos, entre outros, tornando-se a primeira empresa do Retalho em Portugal a fazê-lo. Em 2007, a gama de Marca Própria passou a incluir produtos biológicos certificados, sendo igualmente a primeira empresa da Distribuição em Portugal a fazê-lo. Ainda em 2007, abriu o primeiro espaço de restauração Pingo Doce, sob a marca “Refeições no Sítio do Costume”, contando já com 12 restaurantes abertos. O conceito de self-service saudável oferece um preço médio abaixo dos quatro euros por refeição. Em 2008, inaugurou uma loja-piloto Pingo Doce na Estação de Santa Apolónia em Lisboa, com uma localização privilegiada, oferta de conveniência, horário flexível e alargado e refeições inovadoras, rápidas e práticas, prontas a levar para casa ou a consumir de imediato. 15 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.2. Indicadores Financeiros e Operacionais Vendas & Serviços €' 000.000 8.000 7.000 280 2008 2007 Δ% Distribuição Portugal Distribuição Polónia Indústria, Serviços e Outros 3.093 3.521 280 2.687 2.392 270 15,1% 47,2% 3,5% Vendas Consolidadas 6.894 5.350 28,9% €' 000.000 6.000 270 5.000 271 4.000 3.000 2.000 259 3.521 2.392 259 1.065 1.348 2.170 2.222 2.421 2.687 2004 2005 2006 2007 1.715 3.093 1.000 0 Distribuição Portugal Distribuição Polónia 2008 Indústria, Serviços e Outros Margem EBITDA e EBITA Pre-Tax ROIC €' 000.000 €' 000.000 8.000 11% 10% 6.894 7.000 9% 6.000 8,7% 7,2% 8,1% 5.000 5,9% 4.000 4.407 3.828 5,4% 3.495 3.000 4,8% 2.000 8% 5.350 7% 6,6% 4,2% 6% 6,9% 4,6% 1.000 0 2004 2005 2006 Vendas & Serviços 2007 18% 1.800 1.762 1.600 1.400 1.200 1.160 1.249 16% 14% 1.510 1.358 12% 10% 5% 1.000 4% 800 8% 3% 600 6% 2% 400 4% 1% 200 2% 0% 0 2008 Margem EBITDA 20% 2.000 0% 2004 Margem EBITA 2005 Cap. Inv. Médio 2006 2007 Margem EBITA 2008 ROIC Resultado Líquido e Cash Flow €' 000.000 400 345 350 300 200 150 246 239 250 131 146 266 255 151 151 176 €' 000.000 2008 2007 * Res. Líquido JM 163,2 131,3 Cash Flow 344,7 266,1 629.293.220 629.293.220 859.000 859.000 Nº acções ordinárias Nº acções próprias Valores por Acção (€) 100 50 0 2004 2005 2006 Resultado Líquido 2007 Resultado Líquido 0,26 0,21 Cash Flow 0,55 0,42 Cotação (final ano) 3,97 5,40 2008 Cash Flow * * A ntes de interesses mino ritário s. 16 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Balanço Consolidado €' 000.000 2008 2007 Capital Investido 1.777,0 Dívida financeira * 1.443,5 1.069,5 843,6 (Títulos negociáveis e Depósitos Bancários) -223,6 -264,3 Dívida Líquida 845,9 579,3 Interesses minoritários 281,3 287,3 Fundos próprios 649,8 576,9 Fundos Próprios 931,1 864,2 90,8% 67,0% 3,70 3,79 Gearing Cobertura de encargos financeiros * incluindo leasings e juros em Balanço e operações de cobert ura Dívida Líquida €' 000.000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 846 612 506 497 250% 200% 579 150% 100% 50% 0% 2004 2005 Dívida 2006 Dívida/EBITDA 2007 2008 Gearing 24.903 19.349 15.491 19.184 13.472 11.883 15.000 17.031 20.000 17.281 25.000 21.951 30.000 28.472 Núm ero de Colaboradores 2008 2007 Nº Colaboradores 10.000 Final do ano 53.375 41.300 Média 47.608 37.960 5.000 0 2004 2005 Portugal 2006 2007 2008 Polónia 17 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Número de lojas e área de venda 2008 Pingo Doce* m2 2005 2004 334 210 189 179 178 183.770 161.279 149.158 146.089 m2 9 46 38 29 28 82.653 172.039 150.189 130.684 128.317 Madeira m2 15 15 15 15 14 14.626 14.626 13.697 13.697 11.982 Recheio Biedronka m2 2006 350.396 Feira Nova* m2 2007 35 33 33 32 32 115.724 109.634 110.005 107.202 107.202 1.359 1.045 905 805 725 753.531 536.729 452.952 394.536 348.751 * Inclui a conversão de 37 lojas compactas de Feira Nova para Pingo Doce Vendas / m 2 Vendas Moeda Local ('000) 3.521 3.500 5,3 5,4 5,4 5,0 4,4 5,6 5,8 6,4 6,7 5,8 5 5,5 5,4 5,5 5,7 5,7 8,7 8,0 8,2 8,9 8,9 1.059 1.348 1.715 10 102 105 111 123 128 500 15 592 578 602 626 654 0 0 Pingo Doce Feira Nova 2004 Madeira 2005 2006 Recheio 2007 Biedronka Pingo Doce 2008 Feira Nova 2004 Madeira 2005 2006 Recheio 2007 Biedronka 2008 * 37 compactos incluídos na insígnia Pingo Doce desde 2008 Margem EBITDA 8,5% 8,0% 4,0% 4,9% 5,1% 5,3% 5,9% 6,9% 6,0% 6,0% 6,0% 6,1% 8,0% 7,5% 6,7% 10,0% 8,2% 7,0% 6,7% 12,0% 10,4% 9,7% % das Vendas 5,5% 4,6% 3,6% 1.000 662 685 740 801 366* 1.500 810 853 968 1.137 1.944* 2.500 2.000 20 2.392 3.000 25 14,5 14,9 16,1 18,6 20,8 €' 000,000 4.000 2,0% 0,0% Retalho Cash & Carry 2004 2005 2006 Madeira 2007 Biedronka 2008 18 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Participação Vendas (Mi. Euro) Consolidação Portugal Continental Portugal Madeira Polónia Distribuição alimentar 08 Supermercados (Líder) ** Mini-Hipermercados ** 1.944,6 1.558,0 08 07 24,8% Nº lojas Área vendas (m2) Vendas/ m2 * LFL Δ% 08 08 08 08/07 334 350.396 n.a. 11,2% 1,0% 9 82.653 n.a. -3,7% 5,7 4,5% 8,5 -4,4% 10,1 19,5% 20,8 20,2% 7,0% Hipermercados (3º operador) ** 51% I 365,6 379,5 -3,7% Cash & Carry (Líder) 100% I 654,5 626,1 4,5% 6,1% 6,0% 35 115.724 75,5% I 128,4 123,3 4,2% 3,6% 4,6% 15 14.626 (Lidosol) Supermercados (J.G.Camacho) Cash & Carry Lojas alimentares (Líder) Higiene Doméstica e Higiene Pessoal Portugal I Δ% 6,7% Margarina, Azeite, Óleos alimentares, Chá gelado e Caldos Knorr Industria 51% 07 Margem EBITDA 100% I Consolidação 45% 3.520,9 2.392,3 47,2% 6,9% 5,9% 322,3 4,1% 11,2% 11,3% 28,9% 6,9% 6,6% 1.359 753.531 Participação P Gelados 335,7 Serviços de Marketing, Representação Restauração 100% I Chocolates e Confeitaria 51% I CONSOLIDADO 6.893,7 5.349,7 * em milhares (mo eda lo cal) I - Integral ** Inclui a co nversão de 37 lo jas co mpactas de Feira No va para P ingo Do ce P - P ro po rcio nal 19 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.3. Órgãos Sociais e Estrutura 1.3.1. Órgãos Sociais Data de eleição: 30 de Março de 2007 Composição do Conselho de Administração eleito para o triénio 2007-2009 Presidente do Conselho de Administração Elísio Alexandre Soares dos Santos 74 anos; Presidente do Grupo, desde Fevereiro de 1996. Administradores Executivos: CEO e Responsável pela Área Financeira (CFO) Luís Maria Viana Palha da Silva 53 anos; Presidente da Comissão Executiva, desde 2004; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos 49 anos; Membro da Comissão Executiva; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 1995. Responsável pelas Operações da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos 46 anos; Membro da Comissão Executiva; Administrador Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2004. Administradores Não-Executivos: António Mendo Castel-Branco Borges 60 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Hans Eggerstedt 70 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. Rui de Medeiros d’Espiney Patrício 76 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2001. 20 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva 67 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2004. Nicolaas Pronk 46 anos; Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins, SGPS, S.A., desde 2007. Revisor Oficial de Contas e Auditor Externo: PricewaterhouseCoopers & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 – 3º, 1050-217 Lisboa Representada por: Jorge Manuel Santos Costa, R.O.C. Suplente: José Manuel Henriques Bernardo Secretário da Sociedade: Henrique Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos Suplente: António Neto Alves Presidente da Assembleia Geral: João Vieira de Castro Secretário da Assembleia Geral: Tiago Ferreira de Lemos 21 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.3.2. Estrutura de Negócios e Estrutura Societária Estrutura de Negócios PINGO DOCE - Supermercados DISTRIBUIÇÃO PORTUGAL FEIRA NOVA - Hipermercados RECHEIO - Cash & Carry POLÓNIA BIEDRONKA - Lojas Alimentares INDÚSTRIA BLISKA (Apteka Na Zdrowie) - Farmácias PORTUGAL UNILEVER JERÓNIMO MARTINS - Margarinas, Azeite, Óleo, Chá Gelado, Sopas, Caldos, Higiene Doméstica e Pessoal, e Gelados SERVIÇOS JMD - Representação e Serviços - Alimentar e Cosmética PORTUGAL JM RESTAURAÇÃO - Retalho Especializado - Quiosques de Café, Geladarias, Lojas de Sanduíches e Restauração HUSSEL - Retalho Especializado - Confeitaria e Chocolates 22 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Estrutura Societária OPERAÇÕES DISTRIBUIÇÃO 35% Feira Nova ▲ 100% ► JMR - Prestação de Serviços 65% para a Distribuição 100% ► Pingo Doce 51% ► JMR 100% ► JG Camacho 50% ► Funchalgest 41,5% ▲ ▼ 58.5% ► Lidosol II 50% 100% ► Recheio C&C JERÓNIMO MARTINS, 100% ► RECHEIO SGPS, S.A. 100% ► Tand B.V. 100% ► JMD (Biedronka) 50% ► BLISKA (Apteka Na Zdrow ie) INDÚSTRIA & SERVIÇOS 100% ► Fima 45% ► UNILEVER JM 100% ► Victor Guedes 100% ► Lever 100% ► Olá 49% ► Caterplus 100% ► JM Restauração e Serviços 100% ► JMDPC 51% ► Hussel 50% ► PGJM 23 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.3.3. Estrutura de Gestão Jerónimo Martins, SGPS, S.A. é a Holding do Grupo que integra três áreas de negócio distintas: i) Distribuição Alimentar, ii) Indústria e iii) Serviços de Marketing, Representações e Restauração. A Distribuição Alimentar encontra-se dividida por áreas geográficas de actuação em Portugal e na Polónia. Em Portugal, e atendendo ao processo de restruturação ocorrido em 2008, as Companhias Operacionais Pingo Doce e Feira Nova Hipermercados integram na sua estrutura as Direcções de Operações. No Feira Nova Hipermercados, a nível nacional, e no Pingo Doce, no âmbito de cada região operacional, a estrutura de Operações concentra as áreas de Marketing, Controlo Operacional, Recursos Humanos, Higiene e Segurança no Trabalho, Manutenção e Técnica. Estas reportam em linha à Direcção da Região e, funcionalmente, às respectivas Direcções Funcionais de JMR, visando, assim, garantir uma maior proximidade ao negócio. Na Companhia Recheio, para além da Direcção de Operações, destacam-se as Direcções Comercial, Marketing, Financeira, Recursos Humanos e Sistemas de Informação. Considerando a operação existente na Madeira, salienta-se a necessidade de as áreas Logística, Comercial, Financeira, Controlo de Qualidade e Recursos Humanos se encontrarem também representadas na estrutura, assumindo uma escala adaptada à menor dimensão do negócio. Em qualquer um dos casos, as áreas funcionais mencionadas reportam, em linha, ao Director-Geral da Companhia. A estrutura da Distribuição Alimentar segue um modelo próximo do matricial, sendo de salientar ainda a existência de Direcções Funcionais do Retalho, agregadas na JMR, que prestam serviços, de forma transversal às Companhias Operacionais. A JMR encontra-se organizada em cinco eixos de negócio, a saber: Operações, Comercial, Financeira, Recursos Humanos e Sistemas de Informação. A estrutura organizativa por Divisões Operacionais e Funcionais permite a Jerónimo Martins maximizar as sinergias de Grupo em termos de escala, recursos e know-how, e, em simultâneo, assegurar o enfoque necessário no consumidor e nos formatos de negócio. As Companhias Operacionais e as Direcções Funcionais da Distribuição Alimentar estão representadas na Direcção Executiva da Distribuição Portugal, órgão que preside à coordenação e concertação das decisões estratégicas relativas ao negócio. Por seu lado, a Polónia adopta um modelo de gestão segundo o qual a Direcção Geral é directamente responsável pelas áreas de Gestão de Categorias, Marketing e Comunicação, Operações, Recursos Humanos, Jurídica, Financeira e Controlo de Qualidade. Na sequência da fusão das antigas Companhias FimaVG, Bestfoods, LeverElida e IgloOlá na Companhia Unilever Jerónimo Martins, a estrutura de gestão da Indústria baseia-se num Conselho de Gerência, constituído por membros nomeados pelos parceiros Jerónimo Martins SGPS, S.A. e Unilever. 24 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura A este Órgão reporta uma Direcção Executiva, composta pelas Direcções das Unidades de Negócio de Alimentação, de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica e de Consumo Fora de Casa, bem como pelas Direcções Funcionais de Vendas, Recursos Humanos, Supply Chain (que integra Compras, Planeamento, Logística, Serviço ao Cliente, Controlo de Qualidade e Unidades Produtivas), Financeira, Jurídica, Comunicação, e Sistemas de Informação. A Jerónimo Martins Distribuição tem sob a sua responsabilidade a Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, a Jerónimo Martins Restauração e Serviços, bem como as joint ventures PGJM, Caterplus e Hussel. As várias Companhias asseguram toda a vertente operacional e de gestão do negócio, sendo que a Jerónimo Martins Distribuição presta serviços às suas congéneres nas áreas Financeira, de Sistemas de Informação, Recursos Humanos e Logística. O topo da estrutura de gestão de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. é assegurado pelo seu Conselho de Administração. Este Órgão é composto por nove membros, dos quais três integram a Comissão Executiva. Pelo seu lado, os Administradores Não-Executivos têm assumido um papel fundamental para o enriquecimento da gestão da Sociedade, uma vez que reúnem uma vasta experiência e um leque diversificado de competências técnicas, que permitem optimizar o funcionamento do Grupo, numa óptica de criação de valor. Cabe ainda aos membros Não-Executivos do Conselho de Administração a avaliação do desempenho dos administradores que integram a Comissão Executiva e das restantes comissões existentes. Os Administradores Não-Executivos da Sociedade têm desempenhado estas funções em estreita cooperação com a restante estrutura de apoio funcional, que lhes tem prestado constante colaboração, em especial disponibilizando a informação necessária ao desempenho daquelas funções. Da estrutura de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. faz ainda parte um conjunto de Direcções Funcionais que prestam apoio e aconselhamento à Comissão Executiva, ao Conselho de Administração e às restantes Companhias do Grupo, nas matérias específicas de cada área: Desenvolvimento e Estratégia, Planeamento e Controlo, Operações Financeiras e Gestão de Risco, Consolidação e Contabilidade, Auditoria Interna, Relações com os Investidores, Fiscalidade, Assuntos Jurídicos, Comunicação, Recursos Humanos e Segurança. A cada Direcção Funcional da Holding do Grupo cabe a responsabilidade de assegurar a consistência entre os diferentes objectivos definidos, encontrando-se as suas actividades desenvolvidas, em capítulo específico, no âmbito da abordagem ao Governo da Sociedade. 25 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.4. Organizações a que Pertence Jerónimo Martins SGPS, S.A. Associação Empresarial de Portugal (AEP) Membro desde 2000 Associação Fiscal Portuguesa (AFP) Membro desde 2001 Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) o qual integra o World Business Forum for Sustainable Development Membro desde 2001 Associação Portuguesa de Comunicação de Empresa (APCE) Membro desde 2003 Associação Portuguesa para a Responsabilidade Social das Empresas (RSE Portugal) Membro desde 2003 European Corporate Governance Institute (ECGI) Membro desde 2003 Associação Empresarial para a Inovação (COTEC Portugal), a qual integra a rede COTEC Europa Membro desde 2004 Associação Lisbonense de Proprietários (AFP) Membro desde 2004 Instituto Português de Corporate Governance (GOV) Membro desde 2006 Área da Distribuição Associações a que as empresas de Retalho do Grupo em Portugal pertencem, sendo representadas ao nível da holding JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.: Food Marketing Institute (FMI) Adesão anterior a 1999 The Food Business Forum (CIES) Adesão anterior a 1999 AMS Marketing Service BV (AMS) Adesão anterior a 1999 Associação de Comércio Electrónico em Portugal (ACEP) Membro desde 2008 26 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Associações a que as empresas de Retalho do Grupo em Portugal pertencem, sendo representadas ao nível da JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição S.A.: Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) Membro desde 1999 Actual Presidente: José Silva Ferreira (Membro da Direcção Executiva da JMRGestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.). Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ) Membro desde 1999 Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) Membro desde 1999 Associações a que as empresas de Comércio por Grosso em Portugal pertencem, sendo representadas por Recheio, SGPS, S.A.: Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP) Membro desde 2004 Confederação de Comércio e Serviços de Portugal (CCP) Membro desde 1997 Associação Associação Associação Associação Associação Associação Comercial Comercial Comercial Comercial Comercial Comercial e Industrial e Industrial de Braga de Viseu e Industrial e Industrial de Vila Real da Região Oeste da Figueira da Foz de Castelo Branco Associações a que as empresas de Retalho e Comércio por Grosso em Portugal pertencem, sendo representadas pelas respectivas holdings: Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos (CODIPOR) Membro desde 1999 União de Armazenistas de Mercearia, CRL (UNIARME) Adesão anterior a 1999 Actual Presidente: José Quinta (Administrador do Recheio Cash & Carry S.A.). Associações a que a empresa de Retalho na Polónia pertence, sendo representada por Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A.: Polska Organizacja Handlu i Dystrybucji (Associação Polaca de Retalho e Distribuição) Membro desde 2000 Câmara do Comércio Luso-Polaca Membro Fundador no ano 2008 27 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Actual Presidente: Pedro Pereira da Silva (CEO Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A.). Área da Indústria e Serviços Associações a que as empresas de Serviços de Marketing, Representação e Restauração do Grupo em Portugal pertencem: Associação dos Industriais de Cosmética, Perfumaria e Higiene Corporal (AIC) Associação Portuguesa de Identificação e Codificação de Produtos (CODIPOR) Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade (APOTEC) Associação dos Distribuidores de Produtos Alimentares (ADIPA) Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP) Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) Farmacoupe – Cooperativa Nacional das Farmácias, CRL Câmara Câmara Câmara Lisboa Câmara Câmara Câmara Câmara de Comércio Americana em Portugal di Commercio Italiana per il Portogallo de Comércio e Indústria Portuguesa – Associação Comercial de de de de de Comércio Comércio Comércio Comércio Luso-Britânica e Indústria Luso-Espanhola Portugal-Holanda e Indústria Luso-Alemã Associações a que a empresa Unilever Jerónimo Martins, Lda. em Portugal pertence: Associação Industrial Portuguesa (AIP) Membro desde 1933 Associação Portuguesa de Óleos e Gorduras Vegetais, Margarinas e Derivados (APOGOM) Membro desde 1963 Actual Presidente: Luís Mesquita Dias (CEO da Unilever Jerónimo Martins, Lda.). Associação dos Industriais de Sabões, Detergentes e Produtos Conservação e de Limpeza (AISDPCL) Membro desde 1963 Associação dos Industriais de Cosmética Perfumaria e Higiene Corporal (AIC) Membro desde 1963 Federação das Indústrias Portuguesas Agro-alimentares (FIPA) Membro desde 1963 Associação do Azeite de Portugal (Casa do Azeite) Membro desde 1976 28 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Associação Nacional dos Industriais de Gelados Alimentares (ANIGA) Membro desde 1977 Actual Presidente: Fátima Aveiro (Directora da Unidade de Negócio Out-of-Home da Unilever Jerónimo Martins, Lda.). Associação Portuguesa (CODIPOR) Membro desde 1985 de Identificação e Codificação de Produtos Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) Membro desde 1988 Associação Portuguesa de Logística (APLOG) Membro desde 1991 Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (CENTROMARCA) Membro desde 1994 Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade (ICAP) Membro desde 1996 Associação Nacional dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos (ANIRSF) Membro desde 2003 29 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura 1.5. Reconhecimento Público em 2008 Ao longo do ano de 2008, o Grupo, as Companhias e as Insígnias de Jerónimo Martins viram a sua actividade reconhecida e premiada por diversas entidades, tanto no mercado Português, como no Polaco. Reconhecimentos Atribuídos a Jerónimo Martins Jerónimo Martins é o maior Grupo Português entre os 250 maiores retalhistas mundiais, ocupando a 116ª posição e subindo 22 lugares face ao ano anterior, de acordo com a edição mais recente do Relatório Global Powers of Retailing da Deloitte; Jerónimo Martins encontra-se entre as 300 empresas globais de média dimensão que apresentam um perfil de elevado crescimento, segundo o Global Challengers Class of 2008, Relatório divulgado pela Standard & Poor’s; O Grupo está entre as seis empresas do PSI-20 que cumprem mais de 85 por cento das recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, de acordo com um Relatório deste órgão regulador; Jerónimo Martins viu ser-lhe atribuído o Prémio para o melhor Relatório e Contas de 2007, na categoria de empresas não financeiras, atribuído pela Deloitte, Diário Económico e Semanário Económico; O Grupo recebeu o Prémio de Melhor Gabinete de Relações com Investidores no universo de empresas portuguesas cotadas em Bolsa, atribuído pela IR Magazine Awards 2008 Continental Europe; Jerónimo Martins recebeu ainda o Prémio de Melhor Gabinete Europeu de Relações com Investidores no Sector de Retalho Alimentar (nomeado pelo Sell Side), atribuído pela Institutional Investor. Reconhecimentos Atribuídos aos Negócios da Distribuição em Portugal A Companhia Recheio recebeu o Prémio de Melhor Empresa Portuguesa do Sector da Distribuição, atribuído pela Revista Exame; A Insígnia Pingo Doce é a marca mais notada do universo da língua portuguesa, segundo um estudo efectuado a dois mil estudantes de português de cursos coordenados pelo Instituto Camões publicado pelo ISCTE; A Insígnia Pingo Doce venceu as categorias de “Melhor Carne Fresca”, “Melhor Fruta” e “Melhor Peixe Fresco”, no universo das Insígnias de Retalho Moderno Alimentar, segundo um estudo da TNS divulgado em 2008. 30 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Reconhecimentos Atribuídos ao Negócio na Polónia A campanha de publicidade da Biedronka “Produtos que se recomendam a si próprios” recebeu a Estatueta de Prata no EFFIE 2008; A Insígnia Biedronka recebeu o Prémio “Best Business Partner” pelo sétimo ano consecutivo, atribuído por actividades desenvolvidas no âmbito da Responsabilidade Social, nomeadamente pelo seu trabalho de cooperação com a Caritas; A Insígnia Biedronka ganhou o Primeiro Prémio do concurso “Consumer Laurels” e o Prémio “Golden Customer Laurels 2008” na categoria “Customer-Friendly Stores”, atribuídos com base em questionários e inquéritos de mercado a leitores da revista; A Companhia Jeronimo Martins Dystrybucja S.A. ficou em segundo lugar entre as cem empresas comerciais polacas de maior valor, em estudo da Revista Newsweek em parceria com a consultora estratégica A.T. Kearney; A Companhia Jeronimo Martins Dystrybucja S.A. encontra-se na 11ª posição na lista das 500 maiores empresas polacas em termos de resultados, publicada pela revista Polityka em 2008. Reconhecimentos Atribuídos à Indústria e Serviços A Companhia Unilever Jerónimo Martins recebeu o Prémio “Bons Ovos 2008”, atribuído pela Compassion in World Farming (CIWF), organização internacional líder na protecção de animais de criação; O Gelado Magnum Origens, da Unilever Jerónimo Martins, ganhou o Sial D’Or para Portugal na categoria de gelados; As marcas Skip e Dove ficaram classificadas em quarto e oitavo lugar respectivamente, no estudo “Marcas Mais Magnéticas” em Portugal, iniciativa da Brandia Central em parceria com a Marklab - Laboratório de Investigação Aplicada às Ciências do Marketing, que avalia a notoriedade e capacidade de atracção das marcas junto dos consumidores; A marca Skip recebeu ainda o prémio correspondente ao primeiro lugar, na categoria de “Limpeza do Lar”, no mesmo estudo; A marca Comfort recebeu o “Prémio à Eficácia da Comunicação Comercial”, na categoria de “Produtos de Grande Consumo Não Alimentar”, numa iniciativa da APAN - Associação Portuguesa de Anunciantes, pela sua campanha “Donas de Casa Inspiradas”, que consistiu em convidar donas de casa para co-criar uma campanha para o lançamento de Comfort Essência; A marca de desodorizante Axe recebeu o prémio “Sapo/Melhor Campanha Mobile Direct” pela sua campanha “Missão Axe”, que consistiu num jogo virtual com pontos de contacto no mundo real; A Unilever Jerónimo Martins recebeu o Prémio de “Best Activation/Promotion de Lipton Ice Tea no McDonalds”, atribuído pela PepsiCo.; 31 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Perfil e Estrutura Duas marcas/produtos da Unilever Jerónimo Martins foram galardoados com o prémio “Masters da Distribuição”: Caldo Knorr para Bifes, na categoria de molhos e condimentos; Skip Pequeno & Poderoso, na categoria de produtos para a lavagem da roupa; As marcas Dove, Becel e Skip, da Unilever Jerónimo Martins, receberam a nomeação de “Marcas de Confiança 2008”, nas respectivas categorias, pelos leitores das Selecções do Reader’s Digest; A marca Guloso, através do spot “Refogado”, foi distinguida com os seguintes prémios: Sino de Bronze, na categoria de “Melhor Filme”, no Festival Internacional da Publicidade e Comunicação em Língua Portuguesa; Prata, igualmente na categoria de “Melhor Filme”, no Festival do Clube de Criativos; Inclusão nos “Melhores Anúncios do Ano” do programa “Imagens de Marca”, da SIC Notícias; Inclusão na short list da categoria de “Melhor Filme”, no Festival El Sol - El Festival Iberoamericano de la Comunicación Publicidad. 32 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico 2. Posicionamento Estratégico 2.1. Missão Jerónimo Martins é um grupo Português com projecção internacional que actua no ramo alimentar, nos sectores da Distribuição e da Indústria, visando satisfazer os legítimos interesses dos seus Accionistas no curto, médio e longo prazos, ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento sustentável das regiões onde opera. No quadro da sua missão, são objectivos do Grupo: Promover a máxima eficiência operacional em todas as áreas de negócio, no sentido de optimizar os resultados gerados pelos seus recursos financeiros, materiais e humanos; Assegurar a satisfação e a fidelização dos seus clientes, melhorando a qualidade de vida destes, quer através de um firme compromisso em matéria de inovação, quer através da melhor relação possível em termos de qualidade e preço nos produtos e serviços que oferece; Pautar a actuação de toda a Organização pelos mais elevados padrões de conduta e de Responsabilidade Social, construindo relações de confiança com todos os stakeholders do Grupo; Conduzir os negócios através de organizações dinâmicas e flexíveis, dotadas de capital humano que saiba aliar a experiência e o conhecimento acumulados à necessidade permanente de mudança; Apostar na formação contínua e em práticas de gestão actuais que garantam que a Organização está apta para enfrentar os desafios estratégicos. 33 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico 2.2. Visão Integrada de Desenvolvimento Sustentável Jerónimo Martins assume na sua visão um objectivo de sustentabilidade centrado na criação contínua de valor, na preservação do ambiente e recursos naturais, na melhoria da qualidade de vida das comunidades onde os seus negócios estão inseridos, na defesa prioritária dos direitos humanos e das condições de trabalho e na promoção de um tecido social mais justo e equilibrado. No quadro da sua visão, o Grupo assume quatro eixos de desenvolvimento: A avaliação da envolvente externa que permite ter o conhecimento do sector e dos mercados em profundidade e a capacidade para antever o quadro de tendências que vai determinar a robustez dos negócios no futuro; A avaliação dos impactes* económicos, sociais e ambientais da actividade, que, no limite, dão sustentabilidade à sua licença para operar e determinam as grandes prioridades de desenvolvimento; O entrosamento da sustentabilidade na gestão da empresa, tendo a sua génese na identidade corporativa de Jerónimo Martins que, por sua vez, está reflectida no modelo de governo do Grupo; A existência de mecanismos eficientes de comunicação com os stakeholders estratégicos que são determinantes no alinhamento de expectativas e na construção de compromissos sólidos. Os quatro grandes eixos da visão integrada de desenvolvimento sustentável são apresentados em detalhe nos pontos 2.2.1. a 2.2.4. deste capítulo, com o objectivo de disponibilizar o entendimento e a prática de Jerónimo Martins nesta área. 2.2.1. Tendências do Sector na Perspectiva de Jerónimo Martins O Grupo actua no ramo alimentar, nos sectores da Distribuição e da Indústria de bens de grande consumo. Estes dois sectores são bastante sensíveis às conjunturas macroeconómicas e apresentam grande diversidade e dinamismo, tanto do lado da procura como da oferta. Importa, assim, entender os factores que determinam este perfil. Questões Macro-Económicas As economias estão cada vez mais interligadas pelo efeito da globalização e esta é uma realidade que oferece riscos e oportunidades muito relevantes para as empresas. Nesta nova realidade global que comporta incerteza e volatilidade, os cenários macroeconómicos traçados pelos especialistas apresentam desvios cada vez mais significativos nas projecções de crescimento económico, dos efeitos das políticas fiscais e monetárias, ou mesmo, do preço das commodities e de outros factores de produção. * Impacte: O termo impacte refere-se ao efeito que determinado aspecto tem sobre a Economia, o Ambiente ou a Comunidade, enquanto que impacto é visto como algo instantâneo (derrame, fuga, etc.). 34 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Por sua vez, os mercados financeiros estão a enfrentar uma fase de grande instabilidade e falta de confiança, exigindo prémios de risco tendencialmente superiores e uma maior transparência e selectividade na concessão de crédito. Cabe às empresas lidarem adequadamente com esta nova realidade macro-económica de maior incerteza e volatilidade. Caracterização da Procura No mundo alimentar, os ciclos de desenvolvimento dos mercados são progressivamente mais rápidos, com consumidores cada vez mais exigentes, a optar por marcas que ofereçam confiança e apresentem uma proposta de valor em função de quatro grandes tendências: Com o acesso à informação e a várias alternativas de oferta, os consumidores demonstram grande racionalidade na despesa alimentar e procuram os preços mais competitivos; A preocupação com a qualidade, a segurança alimentar, a saúde e o bem-estar ou a procura de especialidades alimentares e de soluções de conveniência são tendências globais no consumo, não obstante graus distintos de desenvolvimento dos mercados; Do ponto de vista socio-demográfico, existem tendências acentuadas de envelhecimento da população, pluralidade cultural, concentração populacional em “mega” zonas urbanas e agregados familiares mais pequenos, entre outras, que estão a fazer emergir necessidades específicas nos segmentos; Os cidadãos mostram-se cada vez mais atentos e informados sobre as problemáticas ambientais e sociais da actualidade e querem saber como é que as marcas actuam; por sua vez, os media, os especialistas, as ONG’s e os governantes têm vindo a focar o debate público nas questões da sustentabilidade e da responsabilidade social das empresas, tornando-os temas incontornáveis. Caracterização da Oferta Do lado da oferta, a generalidade dos operadores do sector alimentar tem vindo a enfrentar processos de reestruturação e optimização do portefólio de negócios. Aqueles que visam consolidar posições de mercado em ambientes de elevada agressividade concorrencial continuam a investir no desenvolvimento tecnológico, na inovação e na diferenciação dos seus modelos de negócio para assegurar uma capacidade competitiva saudável. O crescimento orgânico, as operações de fusão e aquisição e a expansão internacional são temas centrais nas estratégias de crescimento dos operadores do sector alimentar, em função da posição local, regional, ou mesmo global, que cada um ambiciona ter no mercado. O relacionamento entre retalhistas e industriais é, cada vez mais, caracterizado por uma visão que promove a interdependência, a colaboração e o desenvolvimento de parcerias estratégicas na procura de mais eficiência, produtividade e inovação. Também as parcerias desenvolvidas no âmbito das associações sectoriais assumem um papel progressivamente mais relevante no desenvolvimento tecnológico do sector e dos mercados e na promoção dos interesses comuns das Companhias. 35 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Simultaneamente, os operadores de mercado estão a integrar, cada vez mais, o desenvolvimento sustentável nas suas estratégias de negócio em função de cinco prioridades-chave: Entender como é que as questões ambientais e sociais afectam as decisões de compra dos clientes nos diferentes mercados; Traçar uma estratégia de comunicação que promova as suas credenciais de sustentabilidade, reforçando a força da marca ou da Insígnia; Introduzir critérios ambientais e sociais na selecção e negociação com os fornecedores; Identificar os pontos críticos na sustentabilidade da sua cadeia de valor e traçar planos de desenvolvimento nesse sentido; Implementar acções com resultados imediatos a par de projectos estruturantes orientados para o médio-longo prazo. 2.2.2. Principais Impactes da Actividade de Jerónimo Martins Actuando no mundo alimentar e comercializando bens e serviços de grande consumo, torna-se pertinente assumir o “Consumo Sustentável” como uma das orientações estratégicas de Jerónimo Martins e, nessa perspectiva, identificar os principais impactes da sua actividade. Importa mencionar que os impactes económicos, ambientais e sociais estão identificados em função do conhecimento profundo da Organização quanto à natureza do seu negócio e espelham a relevância que as Divisões Operacionais e Funcionais lhes atribuem no desempenho da sua actividade. A identificação dos impactes apresentada neste Relatório está elaborada na perspectiva do negócio da Distribuição Alimentar, o qual representa mais de 90% da facturação do Grupo. Impactes Económicos Jerónimo Martins é um dos maiores empregadores nacionais, concentrando um elevado volume de emprego directo e indirecto nas mais diversas áreas, e funcionando igualmente como um agente dinamizador da economia local das comunidades onde está presente. É, também, um dos maiores operadores no abastecimento de bens alimentares de grande consumo, tendo um impacte relevante na actividade produtiva nacional, funcionando como catalisador da competitividade, do desenvolvimento tecnológico e da inovação. É, ainda, detentor de uma vasta carteira de activos imobiliários e explora um conjunto significativo de lojas em regime de arrendamento. O Grupo desenvolve um esforço permanente de investimento que gera mais emprego e receita fiscal e que promove, simultaneamente, o crescimento das empresas com quem trabalha. Por fim, o Grupo exerce uma influência directa sobre a cadeia de valor ao assumir o desenvolvimento tecnológico como uma prioridade, seja em parceria com os seus 36 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico fornecedores ou no âmbito das associações sectoriais a que pertence. A promoção de iniciativas que visam a optimização de processos, a redução de consumos, a utilização de embalagens mais eco-eficientes ou a exploração de simbioses industriais, entre outras, podem ter impactos económicos muito relevantes para todas as partes quando aplicadas à cadeia de valor no seu todo. Impactes Ambientais Dada a natureza e dimensão da actividade do Grupo, os impactes ambientais mais relevantes ao nível da operação são os seguintes: consumos de recursos, nomeadamente, energia, água e papel; colocação de embalagens no mercado; geração de resíduos e efluentes líquidos equiparados a urbanos; emissões resultantes de transporte; emissões e ruído de equipamentos de frio, aquecimento, ventilação e ar condicionado. Já na construção e beneficiação de infra-estruturas, os impactes ambientais mais relevantes têm a ver com a ocupação do solo e os resíduos gerados pela construção, os impactes urbanísticos e os impactes na biodiversidade local. O Grupo exerce uma influência directa sobre a cadeia de valor com a comercialização de produtos mais amigos do ambiente e a disponibilização de informação aos clientes, que incentiva a mudança para padrões de consumo ambientalmente mais adequados. O Grupo pode, ainda, participar em projectos sectoriais que promovam reorganizações do sistema de mercado e melhorias tecnológicas no sentido de uma maior preservação do Ambiente e recursos naturais. Impactes Sociais Ao longo da sua história, Jerónimo Martins tem colocado os direitos, as condições de trabalho e o desenvolvimento profissional dos colaboradores no centro das suas preocupações no âmbito da gestão de recursos humanos, integrando-os, simultaneamente, numa cultura que promove a excelência profissional e o espírito de equipa. Hoje, é um Grupo que emprega mais de 53 mil colaboradores, possui diversos níveis de chefia operacional e uma actividade vasta e geograficamente dispersa. Mecanismos de governo da sociedade, como o Código de Conduta, a Comissão de Ética e os regulamentos dos órgãos de administração e fiscalização, tornam-se elementos essenciais do sistema de gestão para garantir a consistência de actuação na gestão de recursos humanos a todos os níveis da Organização e na relação com outros stakeholders. Por sua vez, a actividade de Jerónimo Martins tem um impacte directo na qualidade de vida das comunidades locais, através da gama de produtos que disponibiliza e dos serviços que presta. O Grupo tem, ainda, uma influência directa sobre a comunidade ao exercer o seu dever de cidadania, colaborando em projectos de desenvolvimento social e contribuindo para causas que promovam o apoio social e a integração dos mais desfavorecidos e das minorias. 37 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico 2.2.3. A Sustentabilidade na Gestão da Empresa O Grupo Jerónimo Martins pretende continuar a construir um futuro sustentável, preservando a solidez da sua identidade corporativa e detendo marcas e Insígnias robustas e de confiança. Ao longo da sua história, Jerónimo Martins enfrentou as mais diversas conjunturas políticas, económicas e sociais e soube assegurar a continuidade saudável do seu negócio. Hoje, defronta-se com o fenómeno da globalização, a volatilidade e incerteza dos cenários macro-económicos, as novas tecnologias de informação, o dinamismo tecnológico dos mercados e a agressividade comercial dos operadores, entre outros factores. Tendo consciência das implicações de todos estes desafios, o Grupo tem vindo a implementar os mecanismos de gestão que considera mais adequados para assegurar a sua sustentabilidade nesta nova realidade global. Cultura e Modelo de Gestão A cultura organizacional de Jerónimo Martins, pautada, entre outros, por valores de rigor, transparência e inovação, e por princípios de integridade, lealdade e Responsabilidade Social, está reflectida aos vários níveis do seu modelo de gestão, nomeadamente: Na visão estratégica que assenta em dois pilares: a criação de valor económico e a promoção da sustentabilidade da cadeia de valor onde os negócios estão inseridos, tendo em conta os impactes económicos, sociais e ambientais da actividade; No modelo de governo da Sociedade que tem evoluído levando em consideração as grandes questões que Jerónimo Martins quer ver acauteladas e as boas práticas recomendadas pelas entidades de supervisão; Nas políticas, regras e boas práticas constantes nos manuais internos de gestão, como é o caso dos International Accounting Standards/International Financial Reporting Standards (IAS/IFRS) ou a certificação de actividades críticas, como a segurança alimentar e ambiental e o desenvolvimento da Marca Própria; No planeamento estratégico que avalia regularmente o desempenho de forma integrada, antecipa os riscos e as oportunidades, traça os planos de actividade e centra as equipas em objectivos solidários e objectivos individuais que decorrem das propostas aprovadas pelo Conselho de Administração; Na selecção criteriosa de projectos e programas de desenvolvimento, tendo em atenção o foco estratégico da Organização, o impacto no desempenho, a disponibilidade tecnológica, a razoabilidade económica e as prioridades de investimento, entre outros factores. 38 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Garantir a Coesão e Atender às Diferenças No conjunto dos seus negócios, o Grupo defronta-se com alguma diversidade relevante, nomeadamente, com: A presença em Portugal e na Polónia, dois países com realidades económicas distintas e graus diferenciados de desenvolvimento tecnológico e social; A presença no Retalho e no Grosso, dois canais distintos da Distribuição Alimentar em Portugal; Um portefólio de formatos e modelos de negócio diferenciados na Distribuição Alimentar: supermercados, discounts, hipermercados e cash & carries; A presença na Indústria Alimentar, através da joint-venture com a Unilever; A presença na Restauração Alimentar em Portugal, embora com um peso muito reduzido no negócio do Grupo. Esta diversidade exige uma articulação eficaz entre “integração e autonomia”. Por um lado, é crucial ter uma visão e objectivos estratégicos transversais a todos os negócios de Jerónimo Martins. É ainda crucial ter um conjunto de políticas, regras, boas práticas e modelos de gestão que preservem a solidez e a coesão da identidade corporativa e a robustez do portefólio do Grupo. Mas, por outro lado, é necessário respeitar as especificidades de cada mercado e de cada modelo de negócio e dar espaço às Companhias para desenvolverem as suas propostas de valor de forma diferenciada. Evolução Contínua e Equilibrada As políticas, as regras e as boas práticas que pautam a actuação de Jerónimo Martins devem acompanhar, de forma proactiva e ponderada, a evolução da sociedade em geral. Jerónimo Martins acredita, ainda, que os seus negócios devem evoluir no sentido que os consumidores mais valorizam, devendo as marcas e Insígnias incorporar os valores económicos, ambientais e sociais relevantes, de forma consistente e determinada. É este posicionamento, consistente na gestão da mudança, que sustenta e reforça a identidade corporativa de Jerónimo Martins aos olhos dos stakeholders e reforça a confiança dos consumidores nas marcas e Insígnias do Grupo. 2.2.4. Relacionamento com Stakeholders “O negócio do Grupo é, acima de tudo, uma actividade de relacionamento interpessoal”. O conhecimento profundo que Jerónimo Martins detém sobre a sociedade em geral, bem como sobre a actividade, as cadeias de valor, os mercados, os clientes, as tendências de consumo, os riscos e as oportunidades, advém, em larga medida, dos 39 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico inúmeros pontos de contacto diário do Grupo com todos os interlocutores aos mais diversos níveis. É também na relação diária que são construídas as relações de confiança que dão sustentabilidade ao crescimento saudável, à inovação e ao desenvolvimento e que, nas conjunturas mais exigentes, garantem o suporte mútuo. Stakeholders Estratégicos Jerónimo Martins considera como stakeholders estratégicos todos aqueles que são determinantes na continuidade saudável do negócio no quadro da sua missão, nomeadamente: Os Clientes e Consumidores, porque sem eles não existe negócio. Para tal, é fundamental que estes valorizem as ofertas e confiem nas marcas e Insígnias de Jerónimo Martins; Os Accionistas e Investidores Potenciais, uma vez que são eles que suportam a existência da empresa. Neste sentido, é essencial ter uma boa prestação de contas sobre o desempenho do Grupo. É também importante reforçar a confiança dos Accionistas e Investidores Potenciais quanto ao desempenho futuro, demonstrando que estão a ser tomadas todas as medidas relevantes para assegurar a continuidade saudável do negócio; Os Colaboradores, porque representam a grande força motriz da actividade e a grande mais-valia do Grupo face aos seus concorrentes no mercado; Os Fornecedores, Parceiros de Negócio e Prestadores de Serviços, porque são parte essencial na construção das propostas de valor das Insígnias; Os Organismos Oficiais, Entidades de Supervisão e Autarquias Locais, com quem o Grupo se relaciona no âmbito da sua actividade; Os representantes da Comunidade que promovem interesses que importam, igualmente, aos consumidores e aos cidadãos das comunidades locais em geral; As ONG’s e Associações que promovem interesses comuns, seja na regulação dos mercados e defesa dos interesses do sector, no desenvolvimento tecnológico e social ou na preservação do Ambiente e recursos naturais, entre outros. Interlocutores Privilegiados O Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), sendo disponibilizado através de linhas verdes e estando integrado nas Direcções de Marketing das Companhias. A Provedoria do Cliente, no Pingo Doce e Feira Nova, tendo como principal função a defesa e promoção dos direitos, garantias e interesses legítimos dos clientes, gozando de total independência no exercício das suas funções. A sua actividade é apresentada no capítulo Sustentabilidade na Criação de Valor do presente relatório. 40 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico O Gabinete de Relações com Investidores, estando a sua actividade apresentada no capítulo Governo da Sociedade do presente relatório. A Direcção de Recursos Humanos, estando a sua actividade apresentada no capítulo Sustentabilidade na Criação de Valor do presente relatório. A Comissão de Ética, sendo um interlocutor disponibilizado aos colaboradores e aos restantes stakeholders para acompanhar e garantir, com independência e isenção, a divulgação e o cumprimento do Código de Conduta do Grupo. A sua actividade é apresentada no capítulo Governo da Sociedade do presente relatório. A Direcção de Comunicação, estando a sua actividade apresentada no capítulo Governo da Sociedade do presente relatório. Neste relatório, são disponibilizados os contactos dos interlocutores acima mencionados e, ainda, os contactos do Presidente do Conselho de Administração, dos Administradores Executivos e do Secretário da Sociedade. Canais de Comunicação Ao estabelecer interlocutores privilegiados e canais formais de comunicação, o Grupo pretende prestar informação com rigor e transparência e promover um diálogo eficaz. O sítio www.jeronimomartins.pt é o canal de prestação de informação mais abrangente e ao qual todos os stakeholders podem ter acesso. Nele, a informação está organizada em vários níveis de especialização, com os stakeholders a poderem consultá-la em função dos seus interesses. Está ainda a ser dada uma especial atenção aos conteúdos e às actualizações frequentes do sítio do Grupo na Internet, de forma a garantir a eficácia deste canal de comunicação. O Relatório e Contas, também disponível no sítio na Internet, apresenta, por iniciativa do Grupo, informação sobre o desempenho económico, social e ambiental de Jerónimo Martins em cada ano. É também disponibilizado, todos os anos, um questionário para recolher dados sobre a qualidade da prestação de informação. O Grupo dispõe ainda de um leque variado de instrumentos ao seu dispor para comunicar com frequência com todos os seus colaboradores – plataformas Web (entre as quais se destaca a My.JM), revistas internas, reuniões globais, encontros diversos, mensagens escritas, brochuras, suportes audiovisuais – e acciona todos os canais necessários para garantir uma comunicação eficaz. A auscultação de colaboradores é, também, uma preocupação do Grupo, sendo efectuada anualmente durante o processo de avaliação de desempenho e desenvolvimento pessoal. Existem, ainda, outros mecanismos, menos regulares, como questionários a colaboradores (nos últimos cinco anos foram realizados questionários de satisfação a colaboradores da Biedronka, do Pingo Doce e do Feira Nova). O JM Direct é um canal de comunicação e uma ferramenta de gestão utilizada na relação com os fornecedores do Grupo para os negócios em Portugal, ao qual já aderiram 84% dos fornecedores. A Convenção Anual de Marca Própria, realizada em Portugal e na Polónia, é também um fórum privilegiado de partilha de informação com os fornecedores sobre a visão estratégia do Grupo e os grandes desafios que este enfrenta. 41 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico A informação ao cliente é disponibilizada nas habituais ferramentas de marketing e comunicação. Neste âmbito, é dada particular atenção ao Atendimento Personalizado e à Comunicação em Loja, sendo este o local onde o cliente está naturalmente mais predisposto a receber informação para tomar as suas decisões. A auscultação de clientes e consumidores é uma das grandes prioridades de Jerónimo Martins, razão pela qual o Grupo promove de forma regular, e em todos os negócios, questionários, estudos e pesquisas de cliente sustentados em amostras estatisticamente relevantes. Estabelecer Compromissos No relacionamento com os stakeholders estratégicos, é fundamental assumir compromissos claros, traçar linhas de actuação, atribuir recursos adequados e analisar progressos. A auscultação de stakeholders é fundamental para o processo de definição de compromissos de progresso mais específicos, sendo algo que o Grupo pretende continuar a promover de forma sistemática e em articulação com as prioridades do negócio. 2.3. Compromisso de Criação de Valor e Crescimento Focando a sua actividade de gestão na criação de valor no curto, médio e longo prazos, o Grupo estabelece um compromisso económico centrado no crescimento saudável e rentável da actual carteira de activos e no desenvolvimento de novos negócios. Actual Carteira de Negócios Em primeiro lugar, o Grupo visa assegurar o fortalecimento contínuo das posições de mercado que detém, cumprindo três grandes objectivos: Alcançar e reforçar a liderança nos mercados onde actua, sendo a posição competitiva avaliada pela respectiva quota de mercado em valor de facturação e em área de venda; Construir e deter Insígnias e marcas fortes e responsáveis, sendo a respectiva posição competitiva avaliada através de estudos de imagem e posicionamento; Assegurar o crescimento equilibrado dos negócios em vendas e em rentabilidade, sendo a respectiva posição financeira avaliada por indicadores-chave de desempenho. Na prossecução destes três objectivos, as Insígnias do Grupo estão concentradas no reforço contínuo da sua posição de preço e da sua proposta de valor, na melhoria incremental de eficiência, na constante actualização tecnológica e, ainda, na avaliação de todas as oportunidades de crescimento orgânico e de fusão e aquisição que se integrem no posicionamento da Insígnia. 42 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Desenvolvimento de Novos Negócios Em segundo lugar, Jerónimo Martins pretende continuar a preparar a expansão da sua carteira de activos, através do estudo rigoroso de oportunidades de negócio que se encaixem no quadro da sua missão. A atenção do Grupo continua a ser canalizada, prioritariamente, para a expansão geográfica da Distribuição Alimentar, mas as oportunidades de crescimento em outras áreas do sector alimentar não deixam de ser analisadas. No estudo de novos negócios é considerado um conjunto de requisitos a cumprir, nomeadamente: A selecção de ideias deve assegurar que o foco estratégico e o perfil conservador no risco são respeitados; O estudo de projectos deve antecipar adequadamente os riscos do investimento, identificar vantagens competitivas robustas e traçar planos de entrada realistas; A tomada de decisão deve ter em conta o nível de confiança no projecto e a disponibilidade de recursos humanos e financeiros, não esquecendo que as necessidades de investimento para preservar a robustez do actual portefólio de negócios são prioritárias. Objectivos Estratégicos da Gestão Na prossecução da sua estratégia de crescimento, Jerónimo Martins está concentrado no reforço contínuo da solidez de balanço, dando particular atenção à estrutura de capital, ao rácio de endividamento, à cobertura do risco e ao equilíbrio da carteira de activos em termos de crescimento e geração de cash flow. O Grupo promove ainda a implementação de políticas e melhores práticas de gestão de risco na preservação do valor dos seus activos, na definição dos planos de actividade e na avaliação de investimentos; A Gestão está orientada para capitalizar a escala e as sinergias de Grupo na compra, no conhecimento tecnológico e nas boas práticas de gestão; Por último, o Grupo promove a inovação e o pioneirismo em função do quadro de tendências de consumo em que mais acredita, apostando em parcerias estratégicas para capitalizar as suas competências e premiando a criação de valor. 2.4. Compromisso de Sustentabilidade na Criação de Valor Tendo em conta os principais impactes económicos, sociais e ambientais da actividade, Jerónimo Martins estabelece um compromisso centrado na “Compra e Venda Responsável”. No quadro do seu programa de desenvolvimento, são eleitos seis grandes desafios de sustentabilidade. A saber: Integrar Ética e Competitividade na Condução dos Negócios; Ser Um Empregador de Referência; 43 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Construir Uma Oferta de Confiança e Mais Valor Acrescentado; Construir Relações Comerciais Sólidas; Contribuir Para Um Melhor Ambiente; Contribuir Para o Apoio Social e o Bem Comum. Integrar Ética e Competitividade na Condução dos Negócios Jerónimo Martins quer ser reconhecido pelos seus stakeholders como um Grupo que incentiva a competitividade, o desenvolvimento tecnológico e a inovação na condução dos negócios, não abdicando da defesa dos direitos humanos universais e de condições de trabalho dignas, bem como, de princípios de integridade, lealdade, transparência e rigor. Neste âmbito, estão estabelecidos os seguintes processos privilegiados de actuação: Código de Conduta do Grupo Jerónimo Martins; Comissão de Ética; Provedoria do Cliente. Ser Um Empregador de Referência Jerónimo Martins quer continuar a ser um empregador de referência nos sectores e nas geografias onde actua. A solidez e coesão da cultura organizacional, o constante incentivo ao desenvolvimento e à excelência profissional dos colaboradores e, ainda, o investimento na melhoria das condições de trabalho são vectores estratégicos para o Grupo. No âmbito da gestão dos recursos humanos, foram definidos processos privilegiados de actuação para: Identificar, atrair e integrar as pessoas que partilham os valores e a ambição do Grupo; Promover o desenvolvimento e o crescimento dos colaboradores, através da Escola de Formação Jerónimo Martins e de instituições de ensino de referência, com as quais se estabeleceram parcerias; Incentivar e reter o talento nas Companhias através de Programas de Carreira exigentes e inspiradores; desenvolver líderes reconhecidos como referências para a Organização e para a Comunidade; Apostar na melhoria das condições de trabalho, na segurança e na saúde ocupacional; Promover políticas salariais justas e equilibradas que reconheçam o compromisso de Jerónimo Martins para com os seus colaboradores e que incentivem a criação de valor; Promover programas internos de apoio social e outros benefícios. Construir Uma Oferta de Confiança e de Mais Valor Acrescentado As Companhias do Grupo Jerónimo Martins querem ser reconhecidas pelos seus clientes e consumidores como parceiros de confiança e facilitadores na resolução das 44 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico necessidades alimentares do dia-a-dia, bem como pelo seu empenho na melhoria da qualidade de vida das comunidades locais e na promoção do consumo responsável. Neste âmbito, estão desenvolvimento: prioridades estratégicas de Implementação das melhores práticas de prevenção, controlo de rotina e gestão de situações de excepção; b) Investimento na formação contínua de colaboradores; Partilha de conhecimento com os fornecedores e promoção do desenvolvimento destes em matéria de segurança alimentar; Investimento na sensibilização e formação dos consumidores para promover uma melhor preservação da qualidade dos produtos; Oferecer uma gama equilibrada, a preços competitivos, constantemente renovada e que incorpore mais valor para o cliente. Nestas matérias, a atenção das Companhias está orientada para: a) b) c) Disponibilização de novos produtos e serviços em categorias emergentes e de conveniência; Disponibilização de soluções alimentares integradas; Desenvolvimento de acções que promovam a saúde alimentar e incentivem o consumo de frescos e de produtos Marca Própria com maior equilíbrio nutricional e, ainda, que prestem informação ao consumidor sobre nutrição e dieta alimentar equilibrada; Prestar um serviço de confiança que ofereça cada vez mais conveniência ao consumidor. Nesta matéria, as prioridades das Companhias são as seguintes: a) b) c) d) seguintes a) d) as Promover a segurança alimentar como uma condição estratégica e, neste particular, assegurar o melhor desempenho em todos os negócios. As prioridades em matéria de qualidade e segurança alimentar são as seguintes: c) estabelecidas A disponibilidade de produto; Um atendimento personalizado de confiança e qualidade; A eficiência no Serviço de Apoio ao Cliente; O conforto e a rapidez na compra em loja e a oferta de soluções de serviço em resposta às necessidades do actual ritmo de vida; Desenvolver acções que sensibilizem os clientes para as questões de sustentabilidade e promover o Consumo Responsável, disponibilizando produtos seleccionados nesse sentido e informação adequada sobre os mesmos, para que os clientes possam fazer opções de compra mais responsáveis e informadas. Construir Relações Comerciais Sólidas Jerónimo Martins quer ser uma referência para os fornecedores, prestadores de serviços, parceiros de negócio e concorrentes na condução dos negócios, acreditando que a partilha de valores e a promoção de interesses mútuos são factores-chave no desenvolvimento de relacionamentos comerciais saudáveis, com ganhos duradouros para as partes. Neste âmbito, as prioridades de desenvolvimento do Grupo são as seguintes: 45 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Na selecção de fornecedores, avaliar, cada vez melhor, o nível de compatibilidade entre as partes para construir relações comerciais duradouras, nomeadamente: a) b) c) Avaliar se existe uma partilha de valores-chave, uma visão comum e um modelo de gestão compatível; Solicitar as credenciais económicas, ambientais e sociais do fornecedor; Analisar a capacidade do fornecedor para promover o desenvolvimento tecnológico e a inovação; Ainda, na selecção de fornecedores, assumir a promoção do sourcing local como um desígnio que decorre da missão do Grupo, e que deve ser considerado sempre que estejam reunidas as condições adequadas; No relacionamento diário com os fornecedores, promover a partilha de conhecimento e o desenvolvimento de projectos que conduzam a maiores níveis de inovação, eficiência e produtividade para ambas as partes; Na promoção do desenvolvimento tecnológico, estando disponível para colaborar em projectos em parceria com os fornecedores, integrando as associações sectoriais a que o Grupo pertence ou, ainda, em consórcios de empresas. Os projectos devem cumprir dois requisitos essenciais: i) devem enquadrar-se na promoção de maior segurança alimentar, melhor Ambiente ou maior saúde alimentar e inovação e; ii) devem ter um impacto relevante e imediato no negócio do Grupo, sem implicar um risco acrescido para o mesmo. Contribuir Para Um Melhor Ambiente Jerónimo Martins reconhece que os seus objectivos ambientais podem influenciar positivamente muitas partes e produzir efeitos económicos relevantes. A primeira grande prioridade do Grupo em matéria ambiental é a segurança. Contudo, existe um sem-número de oportunidades para melhoria do desempenho ambiental ao longo da cadeia de valor, nas mais diversas vertentes, e o Grupo pretende continuar a empenhar-se na promoção de comportamentos ambientalmente mais adequados. A minimização dos impactes ambientais é assegurada através de acções que privilegiam a prevenção da poluição e a preservação de recursos naturais. As prioridades de desenvolvimento do Grupo nesta matéria são as seguintes: Na Operação: a) b) c) d) e) f) g) h) Racionalização de consumos de energia e água e desmaterialização do consumo de papel; Introdução de embalagens mais eco-eficientes; Minimização de emissões no transporte de mercadorias e na utilização de equipamentos; Recolha selectiva de resíduos sólidos e promoção da valorização de resíduos; Gestão eficiente dos processos logísticos; Adopção de boas práticas ambientais na construção de infraestruturas; Certificação ambiental de infra-estruturas; Formação de colaboradores e adopção de boas práticas ambientais; 46 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Posicionamento Estratégico Com os Fornecedores e Prestadores de Serviços: a) b) Partilha de conhecimento com fornecedores, promovendo desenvolvimento destes em matéria ambiental; Cooperação em projectos conjuntos de desenvolvimento participação em projectos de associações sectoriais; o e Com os Clientes: a) b) c) Promoção do consumo sustentável, através da comercialização de produtos e serviços mais amigos do ambiente; Reforço de atitudes e comportamentos ambientalmente mais adequados através da disponibilização de informação aos consumidores; Promoção da retoma de produtos em fim de vida, por parte as Insígnias, e organização da recolha para tratamento selectivo de resíduos. Contribuir Para o Apoio Social e o Bem Comum Jerónimo Martins quer contribuir para o desenvolvimento social das comunidades onde está presente e para a promoção de um tecido social mais justo e equilibrado, seja ao nível das suas Insígnias ou a nível institucional. Esta é uma opção estratégica com contornos bem definidos e que se rege por princípios de Responsabilidade Social transversais a todo o Grupo e por uma política de mecenato e filantropia apresentada em capítulo próprio deste relatório. Especificamente, neste âmbito, as áreas de actuação de Jerónimo Martins e das suas Companhias são as seguintes: Apoio Social; Promoção da Inclusão Social; Promoção do Voluntariado; Promoção da Educação e Cultura. Nota Final: No capítulo Governo da Sociedade deste Relatório é apresentada toda a informação referente ao modelo de governo de Jerónimo Martins em 2008; No capítulo Criação de Valor e Crescimento deste Relatório é apresentada toda a informação sobre o desempenho económico de Jerónimo Martins em 2008; No capítulo Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório é apresentada toda a informação referente ao desempenho social e ambiental do Grupo Jerónimo Martins em 2008. 47 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Glossário Financeiro 3. Glossário Financeiro A base deste glossário é a Demonstração de Resultados por Funções. Margem EBITDA = (+ Resultados Operacionais + Depreciações - Resultados Operacionais Não Recorrentes) / Vendas e Prestações de Serviços Margem EBIT = (+ Resultados Operacionais - Resultados Operacionais Não Recorrentes) / Vendas e Prestações de Serviços COI (Capital Operacional Investido) = + Goodwill Bruto + Activos Fixos Líquidos (Tangíveis e Intangíveis) + Capital Circulante CNOI (Capital Não Operacional Investido) = + Amortização Acumulada de Goodwill + Investimentos Financeiros Líquidos + Provisão para Impostos Diferidos + Provisão para Imposto sobre o Rendimento ROIC antes de Imposto (Retorno ao Capital Investido antes de Imposto) = [Vendas e Prestações de Serviços / (COI + CNOI – Provisão Impostos Diferidos Amortização Acumulada Goodwill) médio] x Margem EBITA Cash Flow = + Resultado Líquido + Depreciações - Impostos Diferidos - Itens Não Recorrentes (operacionais, alienações e financeiros) Dívida Líquida = + Empréstimos por Obrigações + Dívidas a Instituições de Crédito + Outros Empréstimos Obtidos +/- Instrumentos Financeiros Derivados - Títulos Negociáveis e Depósitos Bancários + Leasings + Juros em Balanço Fundos Próprios = + Capital Social + Reservas e Resultados Retidos + Resultado Líquido do Ano + Interesses Minoritários 48 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Glossário Financeiro Gearing = (Dívida Líquida / Fundos Próprios) Cobertura de Encargos Financeiros (Interest Cover Ratio) + EBITA / [+ Resultados Financeiros (excluindo itens não recorrentes) - Juros de Empréstimos Accionistas] Vendas like-for-like Vendas das lojas que operaram sob as mesmas condições nos dois períodos em análise. Excluem-se as lojas que abriram, encerraram ou sofreram remodelações profundas num dos dois períodos. 49 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Contactos 4. Contactos Com o objectivo de aproximar Jerónimo Martins dos seus stakeholders e facilitar o acesso directo destes às mais importantes entidades corporativas, divulgam-se abaixo os seguintes contactos: Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração) [email protected] Luís Palha (Presidente da Comissão Executiva) [email protected] Pedro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar) [email protected] José Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Indústria e Serviços de Marketing e Representações) [email protected] Henrique Soares dos Santos (Secretário da Sociedade) [email protected] Cláudia Falcão (Representante para as Relações com o Mercado e Responsável pelo Gabinete de Apoio ao Investidor) [email protected] Telefone: + 351 21 752 61 05 Fax: + 351 21 752 61 65 Comissão de Ética [email protected] Telefone: + 351 21 752 61 03 Fax: + 351 21 752 61 74 Departamento de Comunicação Geral [email protected] Telefone: + 351 21 752 61 80 Fax: + 351 21 752 61 74 Departamento de Comunicação Polónia [email protected] Telefone: + 48 696 77 22 13 Departamento de Recursos Humanos [email protected] Telefone: + 351 21 753 23 23/21 01 Fax: + 351 21 753 22 25 Provedor do Cliente [email protected] Telefone: 808 20 99 20 Morada: R. Actor Antº Silva, nº 7 - 1600-404 Lisboa Horário: Dias úteis, das 10h às 18h 50 R&C’08 O Grupo Jerónimo Martins Contactos Apoio ao Cliente Jerónimo Martins Distribuição [email protected] Telefone: + 351 21 361 33 25 Morada: R. dos Lusíadas, nº 25 A - 1349-024 Lisboa Horário: Dias úteis, das 9h às 17h30 Apoio ao Cliente Feira Nova [email protected] Telefone: 808 20 01 20 Morada: R. Actor Antº Silva, nº 7, 1º piso - 1600-404 Lisboa Horário: Dias úteis, das 9h às 20h Apoio ao Cliente Pingo Doce [email protected] Telefone: 808 20 45 45 Morada: R. Actor Antº Silva, nº 7, 1º piso - 1600-404 Lisboa Horário: Dias úteis, das 9h às 20h Apoio ao Cliente Recheio [email protected] Telefone: 800 20 31 31 Morada: R. Actor Antº Silva, nº 7 1º piso 1600-404 Lisboa Horário: Dias úteis, das 9h às 17h30 Apoio ao Cliente Polónia [email protected] Telefone: 0 800 080 010 (só para a Polónia) ou + 48 22 205 33 00 Morada: ul. Postepu 17D - 02-676 Warszawa Horário: De 2ª feira a Sábado, das 7h às 21h Domingo, das 9h às 20h 51 R&C’08 Governo da Sociedade Índice II – Governo da Sociedade 1. Introdução 54 Capítulo 0 - Declaração de Cumprimento 55 Capítulo 1 – Assembleia Geral 59 1.1. Membros da Mesa da Assembleia Geral 59 1.2. Participação na Assembleia Geral 59 1.3. Voto por Correspondência 59 1.4. Exercício do Direito de Voto por Meios Electrónicos 60 1.5. Intervenção da Assembleia Geral no que Respeita à Política da Remuneração da Sociedade 60 1.6. Medidas Defensivas 60 1.7. Acordos Significativos de que a Sociedade Seja Parte e que Entrem em Vigor, Sejam 61 Alterados ou Cessem em Caso de Mudança de Controlo da Sociedade 1.8. Acordos entre a Sociedade e os Titulares do Órgão de Administração e Dirigentes Capítulo 2 – Órgãos da Administração e Fiscalização 61 62 2.1. Identificação e Composição dos Órgãos da Sociedade 62 2.2. Outras Comissões Constituídas com Competências em Matéria de Administração ou 62 Fiscalização da Sociedade 2.2.1. Comissão Executiva 62 2.2.2. Comissão de Auditoria 63 2.2.3. Comissão de Ética 64 2.2.4. Comissão de Controlo Interno 65 2.3. Estrutura e Funcionamento do Órgão de Administração e Repartição de Competências 2.3.1. Conselho de Administração 2.3.1.1. Presidente do Conselho de Administração 66 66 68 2.3.2. Pelouros dos Membros da Comissão Executiva 68 2.3.3. Estrutura Organizativa e Repartição de Competências 68 2.3.3.1. Direcções Funcionais da Holding 68 2.3.3.2. Divisões Operacionais 73 2.3.3.3. Direcções Funcionais de Apoio Operacional 73 2.4. Sistema de Gestão de Risco e de Controlo Interno Implementados na Sociedade 2.4.1. Gestão de Risco 74 74 2.4.1.1. Objectivos da Gestão de Risco 74 2.4.1.2. O Processo da Gestão de Risco (PGR) 74 2.4.1.3. Organização da Gestão de Risco 75 2.5. Poderes do Órgão de Administração, Nomeadamente no que Respeita a Deliberações de 84 Aumento de Capital 2.6. Código de Conduta e Regulamentos Internos 84 2.7. Regras Aplicáveis à Designação e à Substituição do Membros do Órgão de Administração e 85 Fiscalização 2.8. Número de Reuniões dos Órgãos de Administração e Fiscalização e das Outras Comissões 85 2.9. Caracterização e Identificação do Órgão de Administração 86 2.10. Funções que os Membros do Órgão de Administração Exercem em Outras Sociedades 88 2.11. Política de Remuneração do Órgão de Administração 90 2.12. Comissão de Vencimentos 91 2.13. Remuneração dos Membros do Órgão de Administração 91 2.14. Política de Comunicações de Irregularidades Alegadamente Ocorridas no Seio da Sociedade 93 R&C’08 Governo da Sociedade Índice Capítulo 3 – Informação 3.1. Estrutura de Capital da Sociedade 3.2. Estrutura Accionista 3.3. Restrições à Transmissibilidade das Acções, Acordos Parassociais e Regras Aplicáveis à Alteração dos Estatutos da Sociedade 3.4. Sistema de Participação dos Trabalhadores na Capital 3.5. Evolução da Cotação das Acções 3.6. Comportamento da Acção Jerónimo Martins 3.7. Publicação de Resultados no Mercado 3.8. Política de Distribuição de Dividendos 3.9. Planos de Opções de Aquisição de Acções 3.10. Negócios Entre a Sociedade e Membros do Órgão de Administração, Titulares de Participações Qualificadas e Sociedades em Relação de Domínio ou de Grupo 3.11. Gabinete de Relações com Investidores 3.11.1. Política de Comunicação do Grupo Jerónimo Martins 3.11.2. Actividade do Gabinete de Relações com Investidores 3.12. Remuneração Anual Paga ao Auditor Externo 94 94 94 95 95 95 96 97 98 98 99 99 99 99 102 R&C’08 Governo da Sociedade Introdução 1. Introdução A revisão do Código das Sociedades Comerciais, através da entrada em vigor do Decreto-lei 76-A/2006 de 29 de Março, traduziu-se numa profunda modificação das regras respeitantes ao governo das sociedades comerciais em Portugal, em particular na reformulação da fiscalização de sociedades, através da separação das funções de fiscalização e de revisão de contas, reforçando, assim, a independência e a competência técnica dos membros dos órgãos de fiscalização. Em consequência, na Assembleia Geral Anual de 2007 foi deliberada a revisão dos Estatutos que contemplou as alterações impostas por aquele diploma nesta importante matéria. Deste modo, a Sociedade adoptou o chamado modelo de governo “anglo-saxónico”, passando os seus órgãos sociais a ser: a Assembleia Geral, o Conselho de Administração, a Comissão de Auditoria e o Revisor Oficial de Contas, no que se entendeu ser uma evolução coerente do anterior modelo monista. No sentido de modernizar os Estatutos e corresponder às mais avançadas práticas no âmbito do governo societário, procurou-se ainda fazer os ajustes considerados necessários em matérias conexas, como sejam: a regulação do voto por correspondência, a possibilidade de realizar as reuniões do Conselho de Administração por via telemática, bem como a fixação do número de faltas a reuniões sem justificação aceite pelo Órgão de Administração, que conduzam a uma falta definitiva do Administrador. Em matéria de remunerações, fixou-se estatutariamente a percentagem máxima dos lucros do exercício que poderá ser entregue aos administradores como compensação variável. Em 2008, e face à entrada em vigor do chamado Código de Governo das Sociedades, Jerónimo Martins procurou, sempre seguindo o critério do interesse accionista e do mercado, ajustar as suas práticas com o intuito de continuar a desenvolver-se no sentido de adoptar as melhores práticas, em particular no que respeita aos valores do rigor e da transparência. A Administração da Sociedade, em particular a sua Comissão de Auditoria presta particular atenção às matérias relativas ao Governo das Sociedades entendendo que a política do Grupo é consentânea com as melhores práticas do mercado e que o funcionamento do seu modelo de governo, tal como reconhecido por inúmeros stakeholders, é o mais adequado aos interesses destes. O presente Relatório é penhor desta política, entendendo o Conselho de Administração que espelha o bom funcionamento do modelo adoptado e da prática societária vigente. 54 R&C’08 Governo da Sociedade Declaração de Cumprimento Capítulo 0 Declaração de Cumprimento 0.1. A Sociedade encontra-se sujeita ao Código de Governo das Sociedades definido pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e que se pode encontrar publicado no sítio desta instituição em http://www.cmvm.pt/NR/exeres/9405C5ED7D91-4B3A-B97E-47A04EF72B43,frameless.htm. A Sociedade rege-se ainda pelo seu próprio Código de Conduta cujo conteúdo coteja com aspectos ligados ao governo da sociedade e que pode ser consultado no sítio institucional da Sociedade, sendo que todos os seus órgãos sociais se regem por regulamentos, documentação que igualmente se encontra disponibilizada no sítio institucional da Sociedade em www.jeronimomartins.pt. 0.2. A Sociedade cumpre cabalmente as Recomendações da CMVM ínsitas no Código de Governo das Sociedades. Admite-se, porém, que existem algumas recomendações que não foram adoptadas na íntegra. De seguida, apresenta-se a indicação discriminada das recomendações contidas no Código de Governo das Sociedades da CMVM adoptadas, não adoptadas e não aplicáveis, bem como remissão para o texto do Relatório onde se pode aferir o cumprimento ou a justificação para a não adopção destas recomendações. De acordo com o disposto no Anexo ao seu Regulamento nº 1/2007, a CMVM considera como não adoptadas as recomendações que não sejam seguidas na íntegra. Sucede que, no que diz respeito à recomendação II.1.5.1, a Sociedade apenas não cumpre o disposto na sub-alínea iii) que refere que a remuneração dos membros não executivos do órgão de administração deve ser exclusivamente constituída por uma quantia fixa, o que se justifica no ponto seguinte deste Relatório. A Sociedade cumpre assim as restantes recomendações constantes das restantes sub-alíneas. 55 R&C’08 Governo da Sociedade Declaração de Cumprimento RECOMENDAÇÃO I.1.1 I.1.2 I.2.1 I.2.2 I.3.1 I.3.2 I.3.3 I.4.1 I.5.1 I.6.1 I.6.2 I.6.3 II.1.1.1 II.1.1.2 II.1.1.3 II.1.2.1 II.1.2.2 II.1.3.1 II.1.4.1 II.1.4.2 II.1.5.1 II.1.5.2 II.1.5.3 II.1.5.4 II.1.5.5 II.2.1 II.2.2 II.2.3 II.2.4 II.2.5 II.3.1 II.3.2 II.3.3 II.4.1 II.4.2 II.4.3 II.4.4 II.4.5 II.5.1 II.5.2 II.5.3 III.1.2 III.1.3 ADOPTADA 1.1. 1.1. 1.2. 1.2. 1.3. 1.3. 1.2. NÃO ADOPTADA N/A 0.3.1. 3.11.2. 1.6. 1.6. 1.6. Introdução 2.4. 2.6. 2.9. 2.9. 2.2.2. 2.14. 2.14. 2.11; 2.12; 0.3.2. 0.3.3., 1.5. 2.12. 2.13; 3.9. 0.3.4.; 2.13. 2.2.1. 2.2.1; 2.3.1. X 2.3.1. 0.3.5. 2.3.1. 2.3.1 2.3.1. X 2.2.2; 3.11.2. 2.2.2. 2.2.2. 2.2.2. 2.3.1; 2.2.2. 2.12. 2.8; 2.12. 3.11. 3.11.2. 0.3. A Sociedade admite ser possível a interpretação de que, à luz do texto recomendatório em causa, as seguintes recomendações, também referenciadas na tabela supra, não sejam completamente cumpridas na íntegra. 0.3.1. Prescreve a recomendação I.4.1 que as sociedades não devem fixar um quorum constitutivo ou deliberativo superior ao previsto por lei. Ora, de acordo com o artigo vigésimo sexto dos Estatutos, a Assembleia Geral poderá funcionar em primeira 56 R&C’08 Governo da Sociedade Declaração de Cumprimento convocatória desde que se ache presente ou representado mais de cinquenta por cento do Capital Social. Trata-se de uma regra que não foi alterada na última revisão estatutária, que visou a sua adaptação ao disposto no Decreto-lei 76-A/2006 de 29 de Março, sendo certo que a referida recomendação foi emitida posteriormente. De todo o modo, a Sociedade entende que, atendendo à natureza da sua estrutura accionista, não haverá situações onde possa resultar qualquer impacto prático pela não adopção da recomendação, o que se demonstra pela história das assembleias gerais do Grupo. De realçar ainda que a segunda parte da recomendação é cumprida na medida em que não foi fixado estatutariamente qualquer quorum deliberativo especial. 0.3.2. No que diz respeito à recomendação II.1.5.1 iii), cabe explicar que a Comissão de Vencimentos deliberou que o Presidente do Conselho de Administração, tendo em conta as especiais funções de execução descritas no ponto 2.3.1.1., aufere uma remuneração fixa e uma remuneração variável a estabelecer anualmente, na medida em que, de acordo com o Regulamento do Conselho de Administração, é igualmente responsável pela direcção das respectivas reuniões, pelo acompanhamento da execução das deliberações tomadas por este órgão, pela definição da estratégia global e pelo management development. Estas funções, no entendimento da Sociedade, obrigam a que o desempenho do Presidente possa ser remunerado de forma diferente, razão pela qual não se acompanha esta parte da recomendação. 0.3.3. Quanto à recomendação II.1.5.2 salienta-se que, desde o ano passado é submetida à apreciação da Assembleia Geral anual uma declaração sobre a política de remunerações e a avaliação do desempenho dos órgãos de administração e fiscalização da Sociedade. Contudo, o Conselho de Administração entende que não faz sentido apresentar, junto com a referida declaração, outra que contemple os dirigentes da Sociedade, uma vez que a tradição societária portuguesa nunca acometeu este tipo de funções à Assembleia Geral, nem se vê boas razões para que tal procedimento seja traduzido por via recomendatória. Esta posição é, no entender do Conselho de Administração, reforçada por razões que se prendem com a tipologia dos contratos de trabalho em causa e a assimetria dos processos de avaliação entre os órgãos de administração e os dirigentes. Estes, pela sua natureza diversa, englobam tanto puros elementos de apoio corporativo, como responsáveis por negócios, pelo que se torna difícil evidenciar uma política comum que seja entendida como útil, pela Assembleia Geral. 0.3.4. Admite-se ainda ser possível a interpretação de que, à luz do texto em causa, a recomendação II.1.5.5, na parte que versa sobre a discriminação individualizada da remuneração auferida pelos membros do Órgão de Administração, não é integralmente cumprida. A este respeito, a Sociedade continua a considerar que existem outras opções no sentido de verificar a repartição interna das remunerações e avaliar a relação entre o desempenho de cada sector da Sociedade e o nível de remuneração dos membros do Órgão de Administração responsáveis pelo respectivo acompanhamento, desiderato que se atinge com a indicação da remuneração global auferida pelos Administradores Executivos, por um lado, e Não-Executivos, por outro. Acresce que o melindre interno e externo que tal divulgação poderia suscitar, não contribui, na opinião do Conselho de Administração, para a melhoria de desempenho dos seus membros, pelo que a recomendação é adoptada no que diz respeito às remunerações em termos colectivos, e com discriminação dos montantes atribuídos aos Administradores Executivos (referenciando igualmente as partes fixa e variável) e Não-Executivos. 57 R&C’08 Governo da Sociedade Declaração de Cumprimento 0.3.5. A Sociedade não cumpre nem concorda com o teor da recomendação II.2.5., que defende que o Órgão de Administração deve promover uma rotação do membro com o pelouro financeiro, pelo menos ao fim de cada dois mandatos. Em primeiro lugar, não se vislumbra qual o objectivo da recomendação. Trata-se de uma matéria de interesse estratégico que deve ser decidida pela Sociedade e seus Accionistas, consoante as circunstâncias específicas do seu modelo de governo e a aplicação prática que do mesmo é feito. A função financeira tem especificidades próprias a cada tipo de negócio e não pode ser desempenhada transversalmente sem atender às características das áreas onde as sociedades desenvolvem a sua actividade. A maior parte das vezes, esta experiência própria leva mais de que um mandato a adquirir. Pretender que após o período de integração, o membro com o pelouro financeiro cesse estas funções é, do ponto de vista do negócio, uma opção que pode ser contraproducente para a Sociedade e seus Accionistas. É sabido que Portugal é um país pequeno com uma economia periférica e um mercado de trabalho pouco atraente quando comparado com os países da Europa ocidental. Acresce que o regime de incompatibilidades e independência divisado no Código das Sociedades Comerciais é particularmente pesado. A conjunção destes factores é já de si limitativa à escolha dos integrantes dos órgãos de administração e fiscalização. Acrescendo-lhe o cumprimento da recomendação em causa, parece-nos que é alienar a latitude própria que uma sociedade deve ter para escolher as melhores pessoas para determinados cargos. Por outro lado, a recomendação parece sugerir que dentro do Órgão de Administração haja rotação do membro com o pelouro financeiro, ou seja, dentro do mesmo universo de administradores. No caso particular da Sociedade, em que o Órgão de Fiscalização - a Comissão de Auditoria - emana do próprio Conselho de Administração, esta solução é ainda mais problemática pelas limitações inerentes ao próprio modelo. A CMVM deveria assim ajustar esta recomendação e adequá-la à tipologia da sociedade em causa e à prática das sociedades nacionais. 58 R&C’08 Governo da Sociedade Assembleia Geral Capítulo 1 Assembleia Geral 1.1. Membros da Mesa da Assembleia Geral O Presidente da Mesa da Assembleia Geral é o Dr. João Vieira de Castro e o secretário é o Dr. Tiago Ferreira de Lemos. Os actuais membros da mesa da Assembleia Geral foram eleitos em 30 de Março de 2007, para o mandato em curso, pelo que cessarão funções em 2009. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Dr. João Vieira de Castro recebeu a contrapartida anual de cinco mil euros. Para a única reunião realizada em 2008, a mesa dispôs de todos os recursos humanos e logísticos de apoio que entendeu conveniente para a boa execução das suas funções. Em 2008, para além do apoio dos órgãos de staff da Sociedade, a mesa contou ainda com a colaboração de duas juristas contratadas especificamente para o efeito, tendo os trabalhos, quer preparatórios, quer da própria reunião, decorrido exemplarmente. 1.2. Participação na Assembleia Geral De acordo com o disposto nos estatutos da Sociedade, podem participar na reunião da Assembleia Geral os Accionistas com direito a voto que, até cinco dias úteis antes da realização da reunião, tenham as respectivas acções inscritas em seu nome em conta de valores mobiliários ou depositadas nos cofres da Sociedade ou de instituições de crédito, comprovando o depósito, neste último caso, por carta emitida pela instituição depositária que dê entrada na sede da Sociedade no mesmo prazo de cinco dias úteis. Os últimos Presidentes da Mesa da Assembleia Geral têm entendido que tendo em conta as questões que se prendem com o prazo de recebimento das declarações de bloqueio das acções, se deve aceitar aquelas cujas cópias sejam recebidas por fax ou e-mail até ao prazo indicado e confirmadas pelo recebimento dos originais até à véspera da realização da Assembleia. Não existem regras estatutárias relativamente ao bloqueio das acções em caso de suspensão da reunião da Assembleia Geral. Nestes casos é entendimento do senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral que não se deve obrigar ao bloqueio durante todo o período até que a sessão seja retomada, devendo bastar a antecedência ordinária exigida na primeira sessão. A cada acção corresponde um voto, sendo que a presença na Assembleia Geral não se encontra condicionada à detenção de um número mínimo de acções. De acordo com o artigo vigésimo sexto dos Estatutos, a Assembleia Geral poderá funcionar em primeira convocatória desde que se ache presente ou representado mais de cinquenta por cento do Capital Social. Não existe nenhuma regra estatutária especial sobre quoruns deliberativos ou sistemas de destaque de direitos de conteúdo patrimonial. 1.3. Voto por Correspondência De acordo com o número 3, artigo vigésimo quinto dos Estatutos, é admitido o voto por correspondência. Estatutariamente, os votos por correspondência contam para a 59 R&C’08 Governo da Sociedade Assembleia Geral formação do quórum constitutivo da Assembleia Geral, cabendo ao Presidente da Mesa, ou ao seu substituto, verificar a sua autenticidade e regularidade, bem como assegurar a sua confidencialidade até ao momento da votação. Considera-se revogado o voto por correspondência emitido em caso de presença do Accionista ou do seu representante na Assembleia Geral. Os votos exercidos por correspondência valem como votos negativos relativamente a propostas de deliberação apresentadas posteriormente à data em que esses mesmos votos tenham sido emitidos. A Sociedade disponibiliza no seu sítio institucional um modelo para o exercício do direito de voto por correspondência. Sendo os seus estatutos omissos nesta matéria, a Sociedade fixou em 48 horas antes da realização da Assembleia Geral, o prazo para a recepção do voto por correspondência, acolhendo e, de certa forma, indo mais longe do que o disposto na recomendação da CMVM sobre esta matéria. 1.4. Exercício do Direito de Voto por Meios Electrónicos A Sociedade, reconhecendo que a utilização das novas tecnologias potencia o exercício dos direitos dos Accionistas, adopta, desde 2006, os mecanismos adequados para que os mesmos possam votar por meios electrónicos nas Assembleias Gerais. Assim, os accionistas deverão manifestar a intenção de exercer o seu direito por esta via ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, junto da sede social ou através do sítio institucional de Jerónimo Martins (www.jeronimomartins.com). Subsequentemente, recebem uma carta registada, endereçada para a morada constante na declaração do intermediário financeiro de registo dos valores mobiliários, contendo o endereço electrónico a usar para exercício do direito de voto e um código identificador a referir na mensagem de correio electrónico com que o Accionista poderá exercer o seu direito de voto. 1.5. Intervenção da Assembleia Geral no que Respeita à Política de Remuneração da Sociedade Desde 2008 que é submetida à apreciação da Assembleia Geral anual uma declaração sobre a política de remunerações e a avaliação do desempenho dos órgãos de administração e fiscalização da Sociedade, elaborada pela Comissão de Vencimentos da mesma. Trata-se de uma declaração que traça as principais características daquela política – a qual é melhor explicitada no ponto 2.11. deste Relatório – com especial incidência para o relacionamento entre os interesses da Sociedade e seu desempenho e a remuneração auferida pelos titulares dos órgãos societários. 1.6. Medidas Defensivas Não foram adoptadas quaisquer medidas defensivas que tenham por efeito provocar automaticamente uma erosão grave no património da Sociedade em caso de transição de controlo ou de mudança de composição do Órgão de Administração. Não estão estatutariamente atribuídos direitos especiais a Accionistas ou previstos limites ao exercício do direito de voto, sendo que a Sociedade e o seu Conselho de 60 R&C’08 Governo da Sociedade Assembleia Geral Administração valorizam particularmente os princípios da livre transmissibilidade das acções e da livre apreciação pelos Accionistas do desempenho dos titulares do Órgão de Administração. 1.7. Acordos Significativos de que a Sociedade Seja Parte e que Entrem em Vigor, Sejam Alterados ou Cessem em Caso de Mudança de Controlo da Sociedade Na medida em que lidera um grupo que integra diversas parcerias com grupos nacionais e internacionais, admite-se ser possível entender que certas disposições dos contratos de joint-venture celebrados neste âmbito possam incorporar disposições de mudança de controlo societário, embora de natureza não automática. Tem entendido o Conselho de Administração que a sua interpretação, não sendo completamente unívoca, em particular por se tratarem de instrumentos algo datados, não permitiria que, se divulgados, os Accionistas ficassem melhor informados sobre os seus reais impactos e, bem assim, que a sua divulgação seria prejudicial ao interesse da Sociedade e dos Accionistas. 1.8. Acordos entre a Sociedade Administração e Dirigentes e os Titulares do Órgão de Não existem acordos entre a Sociedade e os titulares dos órgãos de administração, dirigentes ou trabalhadores que prevejam indemnizações em caso de demissão, despedimento sem justa causa ou cessação da relação de trabalho em sequência de mudança de controlo da sociedade. 61 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Capítulo 2 Órgãos de Administração e Fiscalização 2.1. Identificação e Composição dos Órgãos da Sociedade O Conselho de Administração é composto pelos senhores Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente), Rui Manuel de Medeiros d´Espiney Patrício, António Mendo Castel-Branco Borges, Hans Eggerstedt, Artur Santos Silva, Nicolaas Pronk, Luís Maria Viana Palha da Silva, Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos e José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos. O senhores Administradores Rui Manuel de Medeiros d´Espiney Patrício, António Mendo Castel-Branco Borges e Hans Eggerstedt compõem a Comissão de Auditoria O Revisor Oficial de Contas é a sociedade PricewaterhouseCoopers & Associados, SROC, Lda., representada pelo Dr. Jorge Santos Costa, sendo o suplente o Dr. José Manuel Henriques Bernardo. O Secretário da Sociedade é o Dr. Henrique Soares dos Santos. 2.2. Outras Comissões Constituídas com Competências em Matéria de Administração ou Fiscalização da Sociedade 2.2.1. Comissão Executiva A Comissão Executiva da Sociedade é constituída pelos senhores Luís Maria Viana Palha da Silva (Presidente), Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos e José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos e, sem prejuízo das especiais responsabilidades de execução cometidas ao Presidente do Conselho de Administração, tem como objectivo fundamental coadjuvar o Conselho de Administração no exercício das suas funções de gestão. Enquanto órgão delegado do Conselho de Administração, cabe à Comissão Executiva, de acordo com o respectivo regulamento, o exercício das seguintes funções: Controlo da implementação, pelas Companhias do Grupo, da orientação estratégica e das políticas definidas pelo Conselho de Administração; Controlo financeiro e contabilístico do Grupo e das Companhias que o integram; Coordenação superior das actividades operacionais a cargo das diversas Companhias do Grupo, integradas ou não em áreas de negócio; Acompanhamento de novos negócios, durante a sua fase de lançamento e enquanto as respectivas Companhias não são integradas numa área de negócio; Implementação da política de gestão de pessoal definida para os quadros superiores de todo o Grupo. Para o exercício das funções enumeradas, o Conselho de Administração delegou na Comissão Executiva as seguintes competências: Gerir os negócios sociais e efectivar as operações relativas ao objecto social, compreendidas no âmbito da sua gestão corrente, enquanto sociedade gestora de participações sociais; 62 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Representar a sociedade, em juízo e fora dele, propor e contestar quaisquer acções, transigir e desistir das mesmas e comprometer-se em arbitragens, podendo, para o efeito, designar um ou mais mandatários; Contrair empréstimos no mercado financeiro nacional ou estrangeiro e aceitar a fiscalização das entidades mutuantes até 50.000.000 de euros; Deliberar sobre a prestação pela Sociedade às sociedades de cujas acções, quotas ou partes sociais seja, no todo ou em parte, titular, de apoio técnico e financeiro, concedendo empréstimos; Deliberar sobre a alienação de bens imóveis, bem como de acções, quinhões, quotas e obrigações; Deliberar sobre a aquisição de quaisquer bens móveis ou imóveis e em geral sobre a realização de quaisquer investimentos previstos no Plano Anual; Designar, após consulta do Senhor Presidente do Conselho de Administração, as pessoas a propor às Assembleias Gerais das sociedades do Grupo, para preenchimento de cargos nos respectivos órgão sociais, indicando aquelas a quem caberá exercer funções executivas; Propor, todos os anos, ao Conselho de Administração as metas financeiras a cumprir pela própria Sociedade e pelas sociedades do Grupo no exercício seguinte, consultando, para o efeito, o Senhor Presidente do Conselho de Administração; Apreciar os resultados mensais consolidados do Grupo e de cada uma das sociedades que o integram; Aprovar, após consulta do Senhor Presidente do Conselho de Administração, as políticas de recursos humanos a praticar no âmbito do Grupo; Aprovar os planos de expansão respeitantes às actividades de cada uma das áreas de negócio, bem como das sociedades do Grupo não abrangidas em áreas de negócios; Aprovar quaisquer investimentos previstos em Plano aprovado, com aquisições de activos fixos até 50.000.000 de euros; Aprovar quaisquer desinvestimentos previstos em Plano aprovado, com alienações de activos fixos até 50.000.000 de euros; Negociar e contratar, em articulação com a Comissão de Auditoria, a prestação de serviços de auditoria externa; Aprovar a estrutura orgânica das sociedades do Grupo. A Comissão Executiva reúne na sede da Sociedade, ou em qualquer outro local, cabendo ao seu Presidente convocar e dirigir as reuniões, fixando os respectivos dia, hora e ordem de trabalhos. 2.2.2. Comissão de Auditoria A Comissão de Auditoria, que tem como membros três Administradores NãoExecutivos - Dr. Hans Eggerstedt (Presidente), Prof. Doutor António Borges e Dr. Rui Patrício, todos eles independentes à luz dos critérios legais, prestou, durante 2008, particular atenção às questões do Governo da Sociedade, gestão do risco financeiro e à execução das medidas propostas pela Auditoria Interna. O Presidente da Comissão de Auditoria, Dr. Hans Eggerstedt, é reconhecido internacionalmente como um dos melhores gestores da sua geração, tendo ao longo da sua vasta carreira desempenhado cargos de grande responsabilidade em diversos países. A sua sólida formação académica e experiência profissional nas áreas da gestão e controlo garantem uma especial competência para assegurar a presidência do Órgão de Fiscalização da sociedade. 63 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Desde a alteração de Estatutos, aprovada na Assembleia Geral Anual de 2007, que a Comissão de Auditoria tem consagração estatutária, decorrência das alterações ao Código das Sociedades Comerciais impostas pelo Decreto-lei 76-A/2006 de 29 de Março. Assim, eleita na referida Assembleia Geral e emergente do Conselho de Administração, a Comissão de Auditoria tem como competências a fiscalização da administração da Sociedade e a avaliação da estrutura e governo societários. Sublinhe-se que esta última competência, estabelecida no seu Regulamento Interno, tem sido desempenhada activamente por esta Comissão de Auditoria, que tem procurado, a cada momento, avaliar o estado do Governo da Sociedade, propondo ajustes quando necessários e debruçando-se, quer do ponto de vista teórico, quer prático, sobre as estruturas e práticas adoptadas. A larga experiência dos elementos integrantes da Comissão em cargos estatutários, bem como a sua especial valia técnica nesta matéria em particular, têm constituído uma especial mais-valia para a Sociedade e um forte contributo para a elevação desta temática a um ponto central da vida societária. Para além das competências que lhe são atribuídas por lei, compete à Comissão de Auditoria no desempenho das suas atribuições, em particular: fiscalizar o processo de preparação e de divulgação de informação financeira, a eficácia dos sistemas de controlo interno, de auditoria interna e de gestão de riscos, avaliar regularmente a auditoria externa, bem como aprovar os planos de actividade no âmbito da gestão de risco e acompanhar a sua execução, procedendo designadamente, à avaliação das recomendações resultantes das acções de auditoria interna e externa (sendo primeira destinatária dos respectivos relatórios) e das revisões de procedimentos efectuadas. No que diz respeito ao desempenho destas funções, deve-se particularizar que a escolha do auditor externo coube à Comissão de Auditoria sob proposta da Comissão Executiva, que submeteu àquele Órgão os resultados do concurso que levou a cabo e que envolveu todas as mais credenciadas firmas internacionais deste tipo de serviços, as quais responderam a um apertado caderno de encargos. A Comissão de Auditoria decidiu, face às propostas apresentadas, aquela que entendeu mais conveniente para os interesses do Grupo, acompanhando e avaliando, em cada exercício, a actividade do auditor externo, curando que a Sociedade lhe proporcione as melhores condições para o exercício dos seus serviços e que a informação seja apresentada nos prazos adequados e com qualidade e transparência. O Relatório anual sobre a actividade desenvolvida pela Comissão de Auditoria inclui descrição sobre a actividade de fiscalização desenvolvida e está disponível no sítio institucional do Grupo. 2.2.3. Comissão de Ética A Comissão de Ética de Grupo Jerónimo Martins é constituída pela Dra. Ana Vidal (Directora de Comunicação), que preside, pelo Dr. Hugo Cunha (Director de Recursos Humanos do Recheio), pelo Dr. António Neto Alves (Director do Departamento Jurídico da Sociedade), pelo Professor Leslaw Kanski (Director do Departamento Jurídico da Jeronimo Martins Dystrybucja) e pela Dra. Ewa Micinska (Directora de Relações Laborais da Jeronimo Martins Dystrybucja). Reportando ao Presidente do Conselho de Administração da Sociedade, tem como missão acompanhar, com isenção e independência, a divulgação e o cumprimento do Código de Conduta do Grupo em todas as sociedades que o integram. No desempenho das suas atribuições, compete à Comissão de Ética: i) estabelecer os canais de comunicação com os destinatários do Código de Conduta do Grupo e recolher as informações que lhe sejam dirigidas a este propósito; ii) zelar pela 64 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização existência de um sistema adequado de controlo interno do cumprimento do Código de Conduta, procedendo à avaliação das recomendações resultantes destas acções de controlo; iii) apreciar as questões que, igualmente no âmbito do cumprimento deste Código de Conduta, lhe sejam submetidas pelo Conselho de Administração de Jerónimo Martins e pela Comissão de Auditoria, e, ainda, analisar, em abstracto, aquelas que sejam levantadas por qualquer colaborador, cliente ou parceiro de negócio, através do sistema de comunicação de irregularidades implementado; e, por fim, iv) submeter ao Conselho de Administração da Sociedade a adopção de quaisquer medidas que considere convenientes neste sentido, incluindo a revisão de procedimentos internos, bem como propostas de alteração do próprio Código de Conduta. Durante 2008, a Comissão de Ética examinou as diversas questões que lhe foram sendo colocadas, quer pela Comissão Executiva, quer pelos colaboradores do Grupo, quer por terceiros. Neste ano, foi dado especial destaque à abrangência e fiabilidade do sistema de comunicação bottom-up de reporte de eventuais irregularidades. 2.2.4. Comissão de Controlo Interno A Comissão de Controlo Interno, nomeada pelo Conselho de Administração e reportando à Comissão de Auditoria, tem como competências específicas a avaliação da qualidade e fiabilidade do sistema de controlo interno e do processo de preparação das demonstrações financeiras, bem como a avaliação da qualidade do processo de monitorização em vigor nas Companhias de Jerónimo Martins, visando assegurar o cumprimento das leis e regulamentos a que estas estão sujeitas. No desempenho desta última atribuição, compete à Comissão de Controlo Interno obter informações regulares sobre as contingências, de natureza legal ou fiscal, que afectam as Companhias do Grupo. A Comissão de Controlo Interno reúne mensalmente e é composta por um Presidente (Dr. David Duarte) e três Vogais (Dr. José Gomes Miguel, Dra. Catarina Oliveira e Dr. Henrique Santos), não sendo qualquer dos elementos Administrador da Sociedade. Em 2008, a Comissão de Controlo Interno prosseguiu as suas actividades de supervisão e avaliação dos riscos e processos críticos, tendo apreciado os relatórios preparados pelo Departamento de Auditoria Interna. Uma vez que nestas reuniões é convidado a participar um representante da equipa de Auditoria Externa, são também dadas a conhecer a esta Comissão as conclusões dos trabalhos de auditoria externa que têm lugar ao longo do ano. 65 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização 2.3. Estrutura e Funcionamento Repartição de Competências do Órgão de Administração e JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. Comissão Ética Conselho de Administração Comissão de Auditoria Comissão Controlo Interno Comissão Executiva Direcções Funcionais Centro Corporativo Assessoria à Administração Distribuição Alimentar Indústria Serviços Unilever JM Portugal Polónia JMD Apteka Na Zdrowie Farmácias Biedronka Lojas Alimentares Fima Lever Olá Victor Guedes Direcções Funcionais Apoio Operacional Madeira Supermercados Cash & Carry Pingo Doce Supermercados PGJM Feira Nova Hipermercados Hussel Caterplus Jerónimo Martins Restauração e Serviços Recheio Cash & Carry Estrutura Organizativa Estrutura de Negócios 2.3.1. Conselho de Administração Nos termos dos Estatutos, o Conselho de Administração é composto por um mínimo de sete e um máximo de onze membros. Actualmente, o Conselho é composto por nove membros, dos quais três são membros da Comissão Executiva. A existência de Administradores Independentes e de Administradores Não-Executivos no Conselho de Administração permite a integração de competências diversificadas e o enriquecimento da gestão da Sociedade, reflectindo a preocupação e o interesse de reunir um vasto conjunto de competências técnicas, redes de contactos e ligações com 66 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização entidades nacionais e internacionais que permitam optimizar a gestão do Grupo, numa óptica de criação de valor para os seus Accionistas. A opção por este modelo representa um esforço adicional, com vista a assegurar uma adequada defesa dos interesses de todos estes Accionistas. Ainda neste sentido, e desde a eleição do Conselho de Administração para o triénio precedente, verificou-se um reforço do número de Administradores Independentes, que, presentemente, totalizam quatro dos nove Administradores. Também no âmbito do aprofundamento das práticas de Governo da Sociedade, mantém-se a separação entre a Presidência do Conselho de Administração (a cargo do Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos) e a Presidência da Comissão Executiva (a cargo do Dr. Luís Palha da Silva). O Conselho de Administração reúne, pelo menos, quatro vezes por ano, podendo qualquer Administrador fazer-se representar nas reuniões de Conselho por outro Administrador, mediante carta dirigida ao Presidente. Fora dos casos em que se disponha de outro modo, as deliberações serão tomadas por maioria de votos dos Administradores presentes ou representados e dos que votem por correspondência, tendo o Presidente, em caso de empate, voto de qualidade. As competências do Conselho de Administração encontram-se descritas no artigo 13º do Pacto Social. Encontram-se vedadas à Comissão Executiva as matérias a que se refere o n.º 4 do artigo 407º do Código das Sociedades Comerciais. Refira-se ainda que tem cabido ao Presidente do Conselho de Administração e aos membros Não-Executivos do Conselho de Administração a avaliação do desempenho dos Administradores que integram a Comissão Executiva e das restantes comissões existentes. Fazem-no, em regra pelo menos uma vez por ano, em reuniões ad-hoc, especificamente dedicadas a esta matéria, sem a presença dos Administradores Executivos e nas quais é aprofundadamente debatido o desempenho da Comissão Executiva e sua influência nos negócios de Jerónimo Martins, aferindo-se o impacto da sua actuação e o alinhamento com os interesses a médio e longo prazo da Sociedade. O mesmo procedimento é adoptado para análise do desempenho das diversas comissões existentes no seio do Grupo. O Relatório anual de gestão inclui uma descrição da actividade desenvolvida pelos Administradores Não-Executivos. O Conselho de Administração, através de regulamento próprio, delegou na Comissão Executiva diversas competências, entre outras, a gestão dos negócios sociais no âmbito da gestão corrente da Sociedade, incluindo a representação da Sociedade e a gestão financeira do Grupo, entre outras. Contudo, o Conselho de Administração e, em particular o seu Presidente, retêm, nos termos do seu Regulamento Interno, poderes sobre as matérias estratégicas de gestão do Grupo, em particular as que se prendem com a estrutura empresarial e as que, devido à sua importância e natureza especiais, podem impactar substancialmente a sua actividade, exercendo um controlo efectivo na orientação da vida societária, procurando sempre informar-se devidamente e assegurando a supervisão da gestão da Sociedade. Neste contexto, encontram-se à disposição do Conselho de Administração as actas das reuniões da Comissão Executiva, nas quais estão registadas as matérias aí discutidas e as decisões tomadas. O Presidente da Comissão Executiva remete ainda ao 67 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Presidente do Conselho de Administração e ao Presidente da Comissão de Auditoria, via o Secretário da Sociedade, as convocatórias e as actas das respectivas reuniões. Adicionalmente, em cada reunião do Conselho de Administração, a Comissão Executiva apresenta informação relativa à actividade desenvolvida pela Sociedade desde a última reunião, disponibilizando-se para prestar os esclarecimentos complementares que os Administradores Não-Executivos entendam necessários. Toda a informação solicitada pelos Administradores Não-Executivos foi completa e tempestivamente fornecida pela Comissão Executiva. 2.3.1.1. Presidente do Conselho de Administração O cargo de Presidente do Conselho de Administração é desempenhado pelo Senhor Alexandre Soares dos Santos. Embora não tendo assento permanente nas reuniões da Comissão Executiva, o Presidente do Conselho de Administração, de acordo com o Regulamento do Conselho de Administração e para além da representação institucional da Sociedade, desempenha funções de especial responsabilidade na direcção das respectivas reuniões, no acompanhamento da execução das deliberações tomadas por este Órgão, na definição da estratégia global e no management development. 2.3.2. Pelouros dos Membros da Comissão Executiva Embora exercendo colegialmente as suas funções, cada um dos membros da Comissão Executiva tem responsabilidades de supervisão sobre determinadas áreas específicas, estando os seus pelouros distribuídos da seguinte forma: Luís Palha da Silva (Presidente): Desenvolvimento e Estratégia, Área Financeira, Reporting e Controlo Operacional, Relações com Investidores, Assuntos Jurídicos, Fiscalidade, Recursos Humanos e Comunicação. Pedro Soares dos Santos: Operações da área de Distribuição Alimentar, incluindo Sourcing, Logística, Controlo de Qualidade, Recursos Humanos, Segurança, e Sistemas de Informação. José Soares dos Santos: Operações da área da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração. 2.3.3. Estrutura Organizativa e Repartição de Competências Jerónimo Martins SGPS, S.A. é a Holding do Grupo e, como tal, é responsável pelas grandes linhas orientadoras dos vários negócios, bem como por assegurar a coerência entre os objectivos definidos e os recursos disponíveis. A Holding é composta por um conjunto de Direcções Funcionais que constituem, simultaneamente, áreas de apoio ao Centro Corporativo e de prestação de serviços às Direcções Funcionais e Divisões Operacionais das Companhias do Grupo. Em termos operacionais, Jerónimo Martins encontra-se organizada em três áreas de negócio: i) Distribuição Alimentar, ii) Indústria e iii) Serviços de Marketing, Representações e Restauração, estando a primeira, por sua vez, organizada por Áreas Geográficas e Divisões Operacionais. 2.3.3.1. Direcções Funcionais da Holding À Holding cabe: i) a definição e a implementação da estratégia de desenvolvimento do portefólio do Grupo; ii) o planeamento e controlo estratégico dos vários negócios e a 68 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização manutenção da sua consistência com os objectivos globais; iii) a definição de políticas financeiras e o respectivo controlo; e iv) a definição de políticas de recursos humanos, assumindo directamente a implementação da Política de Desenvolvimento de Quadros (Management Development). As Direcções Funcionais da Holding estão organizadas da seguinte forma: GRUPO JERÓNIMO MARTINS Direcções Funcionais do Centro Corporativo Auditoria Interna Catarina Oliveira Comunicação Ana Vidal Fiscalidade Rita Marques Operações Financeiras Conceição Tavares Assuntos Jurídicos António Neto Alves Planeamento e Controlo Nuno Abrantes Consolidação e Contabilidade António Pereira Desenvolvimento e Estratégia Margarida Martins Ramalho Relações com Investidores Cláudia Falcão Recursos Humanos Marta Maia Segurança Eduardo Dias Costa Auditoria Interna – Avalia a qualidade e eficácia dos sistemas (operacionais e não operacionais) de controlo interno e de controlo de risco estabelecidos pelo Conselho de Administração, assegurando a sua conformidade com o Manual de Procedimentos do Grupo; garante, ainda, o cumprimento integral dos procedimentos consignados no Manual de Operações de cada unidade de negócio e zela pelo cumprimento da legislação e da regulamentação aplicáveis às respectivas operações. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas mais adiante neste capítulo. Comunicação – Propõe e implementa a estratégia de comunicação das áreas sob a sua alçada, visando o conhecimento rigoroso, claro e completo de Jerónimo Martins, seu actual desempenho e perspectivas futuras. Encontram-se sob a sua responsabilidade as áreas de Assessoria Mediática da Sociedade e das suas Companhias, Instrumentos de Comunicação Institucional, Mecenato, Comunicação em matéria de Responsabilidade Social, bem como a gestão da marca e da imagem institucional de Jerónimo Martins. Em 2008, prosseguiu-se o desenvolvimento de soluções de comunicação inovadoras, algumas das quais com mérito reconhecido pelo mercado, como é o caso do Relatório e Contas de 2007 que obteve, pela terceira vez, o prémio de “Melhor Relatório e Contas do Sector Não Financeiro” (Investors Relations and Governance Awards de 2008). Os restantes instrumentos de comunicação institucional, quer internos quer externos, têm vindo a ser actualizados no sentido de melhor informar todos os stakeholders do Grupo. O sítio institucional de Jerónimo Martins registou um número médio mensal de 69 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização visitantes superior a 40.000 e o portal de informação interna “My.JM” registou, ao longo de 2008, um crescimento do número de visitas em cerca de 25%. Na área de assessoria mediática, para além dos esclarecimentos diários, entrevistas com responsáveis de negócios e elaboração de diversos comunicados à imprensa, foram realizados seis eventos com a Comunicação Social e membros do Conselho de Administração, proporcionando-se oportunidades de esclarecimento directo com a gestão de topo do Grupo. Assuntos Jurídicos – Responsável pelo acompanhamento dos assuntos societários do Grupo e pelo estrito cumprimento das obrigações legais por parte das suas sociedades. Apoia o Conselho de Administração na preparação e negociação de contratos em que Jerónimo Martins seja parte, e lidera o desenvolvimento e implementação de estratégias para a protecção dos interesses do Grupo em caso de litígio, gerindo o aconselhamento externo. Em 2008, a Direcção centrou a sua actividade na supervisão do cumprimento das obrigações societárias à luz do Código de Governo das Sociedades e no acompanhamento da conclusão da operação de aquisição, ao Grupo Tengelmann, das sociedades Plus em Portugal e na Polónia, bem como das subsequentes operações de reorganização societária. Consolidação e Contabilidade – Prepara a informação financeira consolidada de base ao cumprimento das obrigações legais e apoia o Conselho de Administração, implementando e monitorizando as políticas e os princípios contabilísticos adoptados por este Órgão e comuns a todas as Companhias do Grupo. Verifica, ainda, a observância das respectivas obrigações estatutárias. Em 2008, centrou a sua actividade na supervisão da conformidade com os normativos contabilísticos seguidos pelo Grupo, apoiando as Companhias na avaliação contabilística de todas as transacções não usuais, assim como nas operações de reestruturação e expansão do Grupo. Desenvolvimento e Estratégia – Garante a avaliação contínua dos mercados, a identificação dos riscos, oportunidades e contingências com maior relevância para a actividade do Grupo, no curto, médio e longo prazos, e a análise dos planos de actividade das diversas áreas de negócio. Disponibiliza perspectivas para o debate estratégico que conduzam a projectos de criação de valor, no actual portefólio ou em novas áreas de negócio, e ao reforço do desenvolvimento organizacional. Assegura mecanismos de articulação em torno das prioridades que decorrem do debate estratégico bem como mecanismos de comunicação aos Quadros, fomentado uma linguagem simples e objectiva. Em 2008, esta Direcção continuou a disponibilizar o trabalho analítico de suporte ao debate anual do plano estratégico em Conselho de Administração. Estando a estratégia em fase de consolidação, urgia analisar a mesma à luz dos acontecimentos mais recentes na envolvente externa, para identificar as grandes questões a curto-prazo e revalidar as tendências de médio-longo prazo. Nesse sentido, fez-se o escrutínio dos riscos, oportunidades, contingências e incertezas, e avaliou-se a posição competitiva dos negócios, a solidez de portefólio e a solidez de balanço. O exercício conduziu à revalidação das metas de médio-longo prazo e à definição clara das prioridades no plano estratégico para o triénio 2009-2011, tendo as mesmas sido apresentadas à Organização na reunião de Quadros de Dezembro. 70 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização O estudo de oportunidades de expansão para novos mercados permaneceu entre as prioridades do Grupo, tendo, a este propósito, a Direcção contribuído com diverso trabalho analítico. Também o estudo aprofundado de alguns cenários de consolidação de mercado e de outras contingências, com impacto relevante no negócio do Grupo fez parte das actividades da Direcção, tendo sido avaliadas diversas alternativas de actuação. Esta Direcção avaliou ainda vários estudos nacionais e internacionais sobre sustentabilidade e Responsabilidade Social das empresas, alguns deles incluindo Jerónimo Martins. Paralelamente, continuou a acompanhar as iniciativas de sustentabilidade no ramo alimentar e promoveu a comunicação de uma visão integrada de sustentabilidade e criação de valor, estando a mesma inscrita no presente Relatório e contas. Relações com Investidores – Constitui o interlocutor privilegiado de todos os investidores - institucionais e privados, nacionais e estrangeiros - bem como dos analistas que elaboram pareceres e formulam recomendações relativas ao título Jerónimo Martins. É igualmente da responsabilidade do Gabinete a coordenação de todos os assuntos relativos ao relacionamento com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional encontram-se detalhadas no presente capítulo. Fiscalidade – Presta assessoria em matéria tributária a todas as Sociedades do Grupo, assegurando o cumprimento da legislação em vigor e a optimização, do ponto de vista fiscal, das acções de gestão das unidades de negócio. Procede, igualmente, à gestão do contencioso fiscal do Grupo e do relacionamento do mesmo com advogados e consultores externos assim como com as autoridades fiscais. No âmbito da sua actividade, o Departamento Fiscal prestou, no ano de 2008, assessoria nas operações societárias de aquisição e reestruturação. Adicionalmente, foram efectuados trabalhos especiais, relativamente a diversos impostos, tendo em vista uniformizar as políticas adoptadas pelas diversas Companhias do Grupo. Finalmente, no decurso do ano de 2008, o Departamento Fiscal procedeu à elaboração de diversas peças processuais tendentes à defesa dos melhores interesses do Grupo junto da Administração Tributária. Operações Financeiras – Integra duas áreas distintas: a Gestão de Risco e a Gestão de Tesouraria. A actividade da área de Gestão de Risco é objecto de uma descrição detalhada mais à frente neste capítulo. A Gestão de Tesouraria tem como responsabilidade gerir a relação com as instituições financeiras que desenvolvem ou pretendem vir a desenvolver algum tipo de actividade com Jerónimo Martins, estabelecendo os critérios que essas entidades terão de cumprir. É também função da Gestão de Tesouraria seleccionar, para todas as Companhias do Grupo, as fontes de financiamento mais indicadas a cada tipo de necessidade. O tipo de financiamento, os respectivos prazos, o custo e a documentação de suporte 71 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização deverão cumprir os critérios estabelecidos pela Administração. De igual modo, cabe à tesouraria conduzir a negociação com as entidades financeiras, optimizando todos estes factores, com vista a obter as melhores condições possíveis a cada momento. Grande parte das actividades de tesouraria de Jerónimo Martins está centralizada na Holding, sendo esta a estrutura que presta serviços às restantes sociedades do Grupo. As Companhias da Distribuição em Portugal estão totalmente centralizadas, enquanto as áreas da Distribuição na Polónia e de Representações e Restauração trabalham de forma autónoma no que respeita ao processamento de pagamentos a terceiros. É ainda responsabilidade desta área elaborar e cumprir o orçamento de tesouraria que resulta dos planos de actividade das sociedades do Grupo. Planeamento e Controlo – Assegura a definição e implementação dos processos, políticas e procedimentos na área de planeamento e controlo (planos, orçamentos e investimentos), assim como a coordenação e o apoio às actividades de aquisição e alienação de sociedades ou negócios e as operações de reestruturação societária. Durante o ano de 2008, concretizaram-se as aquisições das Companhias Plus em Portugal e na Polónia ao Grupo Tengelmann, na sequência do Contrato de Compra e Venda celebrado em 21 de Dezembro de 2007. Deste modo, foi feito um acompanhamento do processo de aprovação das transacções pela Autoridade da Concorrência, em Portugal, e entidade correspondente na Polónia (UOKIK). Adicionalmente, coordenaram-se as actividades das diferentes equipas multidisciplinares internas envolvidas na integração das respectivas Companhias no universo Jerónimo Martins e entidades externas envolvidas na auditoria financeira, fiscal e legal do processo de transferência. Ambos os processos ficaram formalmente concluídos durante 2008. Coordenaram-se e apoiaram-se ainda diferentes operações de Fusão e Aquisição, de menor dimensão, pelas diferentes áreas de negócio do Grupo, em Portugal e na Polónia. Entre estes últimos, destaca-se a alienação do negócio Lipton da joint-venture Unilever-Jerónimo Martins em Janeiro de 2008. Quanto ao processo de Planeamento, considerando o impacto das aquisições da Plus e a volatilidade de alguns indicadores macro-económicos nos mercados geográficos em que Jerónimo Martins opera, foi elaborado um calendário de orçamentação mais dinâmico, por forma a permitir o acompanhamento permanente do seu desempenho financeiro no enquadramento de diferentes cenários. Foi também monitorizada e controlada a expansão orgânica do Grupo, o que implicou a análise e avaliação de todas as Propostas de Desembolso de Capital, de cuja dimensão se dá conta em capítulo próprio, no Relatório de Gestão. Recursos Humanos – Num “Negócio feito de Pessoas para Pessoas”, esta área assegura as iniciativas transversais e indispensáveis à plena concretização da missão de Jerónimo Martins. Os objectivos estratégicos da área de Recursos Humanos são abrangentes e ambiciosos e resultam, por um lado, na atractividade da marca de emprego Jerónimo Martins e, por outro, na retenção do talento nas diversas Companhias do Grupo. As Direcções de Recursos Humanos de Jerónimo Martins trabalham de forma integrada, à luz de políticas e estratégias globais definidas para toda a Organização, e garantindo o cumprimento dos diversos procedimentos desta área, nomeadamente ao nível do Recrutamento, Formação, Desenvolvimento e Áreas de Suporte Administrativo. 72 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Segurança – Define e controla os procedimentos em termos de prevenção da segurança de pessoas e património do Grupo, intervindo sempre que estão em causa furtos e roubos, bem como fraudes e outras actividades ilícitas e/ou violentas perpetradas nas instalações ou contra trabalhadores do Grupo. Em particular, a Direcção de Segurança supervisiona as estratégias e o desempenho das empresas de segurança/vigilância contratadas, acompanha os assuntos envolvendo autoridades policiais ou judiciárias e apoia a auditoria a sistemas de segurança e de prevenção de risco. As actividades desenvolvidas por esta Direcção Funcional em 2008, encontram-se detalhadas no presente capítulo no ponto relativo ao Sistema de Controlo de Risco. 2.3.3.2. Divisões Operacionais O modelo de organização de Jerónimo Martins tem como principal objectivo assegurar a especialização nos vários negócios do Grupo, com a criação de Áreas Geográficas e Divisões Operacionais, garantindo, assim, a proximidade necessária aos diversos mercados. Assim, o negócio de Distribuição Alimentar está dividido por Áreas Geográficas, tendo presentemente quatro Divisões Operacionais em Portugal: Pingo Doce (supermercados), Feira Nova (hipermercados), Recheio (cash & carries) e Madeira (supermercados e cash & carries) e uma Divisão Operacional na Polónia, que inclui as lojas alimentares Biedronka e as farmácias “Apteka Na Zdrowie” em parceria com a Associação Nacional de Farmácias. A Indústria opera, através da parceria com a Unilever, na sociedade Unilever Jerónimo Martins, Lda., que conduz os negócios de produtos alimentares, higiene pessoal e doméstica e gelados. No portefólio do Grupo, encontra-se ainda uma área de negócio dedicada a Serviços de Marketing, Representações e Restauração, que inclui: i) a Jerónimo Martins Distribuição, vocacionada para a representação em Portugal de grandes marcas internacionais de produtos alimentares de grande consumo, de cosmética premium e mass market, e que integra a Caterplus, especializada no comércio e distribuição de produtos alimentares específicos para Food Service; ii) a Hussel, cadeia de Retalho Especializado em comercialização de chocolates e confeitaria; e iii) a Jerónimo Martins Restauração e Serviços, com a cadeia de quiosques de café Jeronymo, as geladarias Ben & Jerry’s e Olá e os restaurantes Chili’s. 2.3.3.3. Direcções Funcionais de Apoio Operacional As Direcções Funcionais ao nível da operação garantem a maximização das sinergias de Grupo, através da utilização partilhada de recursos e de funcionalidades nos principais mercados, por forma a optimizar a eficiência da Organização e a partilha de capacidades e de know-how em matérias relevantes. Constituem Direcções Funcionais de Apoio Operacional, a saber: o Sourcing, a Logística, o Controlo de Qualidade e Ambiente, a Financeira e os Sistemas de Informação. As Direcções Funcionais são responsáveis pela prestação de serviços às várias Divisões Operacionais da Distribuição em Portugal, de acordo com as orientações da Holding do Grupo e observando a uniformidade de políticas e de procedimentos internos. 73 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização 2.4. Sistemas de Gestão Implementados na Sociedade de Risco e de Controlo Interno 2.4.1. Gestão de Risco A Sociedade e, em particular, o seu Conselho de Administração, dedicam grande atenção aos riscos subjacentes ao seu negócio. A continuidade dos negócios depende, de forma crítica, da eliminação ou controlo dos riscos que podem materialmente afectar os seus activos (pessoas, informação, equipamentos e instalações), comprometendo, assim, os objectivos estratégicos delineados. A Política de Gestão de Risco do Grupo formaliza esta preocupação. Pela dimensão e dispersão geográfica das actividades de Jerónimo Martins, o sucesso na gestão de riscos depende da participação de todos os colaboradores, que devem assumir essa preocupação como parte integrante das suas funções, nomeadamente, através da identificação e reporte de riscos associados à sua área. Todas as actividades têm de ser desenvolvidas com a compreensão do que é o risco e a consciência do potencial impacto de eventos inesperados sobre a Sociedade e a sua reputação. 2.4.1.1. Objectivos da Gestão de Risco No Grupo, a Gestão de Risco visa cumprir os seguintes objectivos: Promover a identificação, avaliação, tratamento e monitorização de riscos, de acordo com uma metodologia comum a todas as Companhias do Grupo; Aferir regularmente os pontos fortes e fracos dos vectores-chave de criação de valor (key value drivers); Desenvolver e implementar programas de cobertura e prevenção de riscos; Integrar a Gestão de Risco no planeamento dos negócios; Promover a consciencialização dos colaboradores em matéria de riscos, e dos efeitos positivos e negativos de todos os processos que influenciam as operações e que constituem fontes de criação de valor; Melhorar os processos de tomada de decisão e de definição de prioridades, pela compreensão estruturada dos processos de negócio do Grupo, da sua volatilidade e das suas oportunidades e ameaças. 2.4.1.2. O Processo da Gestão de Risco (PGR) A avaliação de riscos visa, em primeira instância, distinguir o que é irrelevante do que é material e requer uma gestão activa, envolvendo a consideração das fontes de risco, da probabilidade de ocorrência e das consequências da sua manifestação no contexto do ambiente de controlo. Os controlos incidem, quer sobre a probabilidade de ocorrência de um evento, quer sobre a extensão das suas consequências. O PGR possui uma natureza cíclica, que contempla: i) a identificação e avaliação de riscos; ii) a definição de estratégias de gestão; iii) a implementação dos processos de controlo; e iv) a monitorização do processo. O PGR implementado no Grupo está alinhado com a norma da Federation of European Risk Management Associations (FERMA), por se entender que esta constitui um modelo de boas práticas. Os objectivos definidos durante o processo de planeamento estratégico e operacional são o ponto de partida do PGR, sendo, nesse momento, identificados e avaliados 74 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização factores internos e externos que possam comprometer o cumprimento das metas fixadas. Esta abordagem centra-se no conceito de Economic Value Added (EVA) e parte de uma análise aos key value drivers que estão na base quer do resultado operacional, quer do custo de capital, procurando identificar os factores de incerteza que pesam sobre o processo de geração de valor. Desenvolve-se, assim, uma perspectiva sistematizada e interligada de riscos inerentes a processos, funções e Direcções organizacionais. 2.4.1.3. Organização da Gestão de Risco As áreas de risco cuja gestão determinou a sua alocação a departamentos específicos são as seguintes: Qualidade e Segurança Alimentar A gestão desta área de risco é da responsabilidade das Direcções de Qualidade das diferentes Companhias e assenta na prevenção, monitorização e formação, fomentando a minimização de riscos alimentares (com impacto na saúde do consumidor). A prevenção é suportada por auditorias de selecção, avaliação e acompanhamento das propostas de melhoria por parte dos fornecedores. Complementarmente, realizam-se inspecções à recepção nos Centros de Distribuição visando o controlo da características sensoriais de Perecíveis face às especificações internas. A monitorização baseia-se em auditorias internas regulares, com o objectivo de avaliar o cumprimento de boas práticas, cumprimento de requisitos de certificações, bem como o acompanhamento do produto ao longo de todo o circuito logístico. Enquadra-se também neste capítulo, a realização periódica de simulacros que recriem um cenário de crise e que permitam avaliar a adequabilidade dos procedimentos existentes e a eficácia de rápida recolha do mercado de produtos não conformes. As actividades desenvolvidas pelas Direcções de Qualidade encontram-se detalhadas no capítulo dedicado à Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. Segurança e Higiene no Trabalho Na Distribuição em Portugal, a coordenação do processo de gestão desta área de risco está a cargo do Director de Ambiente e Segurança no Trabalho. Na Polónia, esta responsabilidade encontra-se descentralizada pelas várias regiões de implantação da operação Biedronka. Já na Indústria, a área de risco em Segurança e Higiene no Trabalho é gerida de forma centralizada, cobrindo todas as sociedades envolvidas. A gestão do risco nesta área envolve a realização de acções de sensibilização e formação de colaboradores, auditorias realizadas às lojas, elaboração da avaliação de riscos de todos os estabelecimentos, execução de simulacros de emergência e divulgação de normas e instruções de trabalho, bem como a elaboração de artigos sobre esta área publicados nas revistas internas. As actividades desenvolvidas durante o exercício de 2008 encontram-se descritas, de forma mais detalhada, no capítulo dedicado à Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. 75 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Segurança de Pessoas e Património A Direcção de Segurança tem a responsabilidade de assegurar a existência de condições que garantam a integridade física das pessoas e das instalações, intervindo sempre que estão em causa furtos e roubos, bem como fraudes e outras actividades ilícitas e/ou violentas perpetradas nas instalações ou contra colaboradores do Grupo. Entre as responsabilidades da Direcção de Segurança, contam-se: i) a definição e o controlo de procedimentos em termos de prevenção da segurança de pessoas e de património do Grupo, incluindo a supervisão das estratégias e do desempenho das empresas de segurança/vigilância contratadas; ii) o acompanhamento de assuntos envolvendo autoridades policiais ou judiciárias, quando justificado; e iii) o apoio à auditoria a sistemas de segurança e de prevenção de risco. A Direcção de Segurança faz parte das Direcções Funcionais que compõem o Centro Corporativo da Sociedade e reporta directamente a um membro da respectiva Comissão Executiva. No âmbito da sua actividade, mantém um contacto próximo com as Direcções de Operações, de Assuntos Jurídicos, de Auditoria Interna e de Gestão de Risco. Instalações e Equipamentos As Direcções Técnicas das Companhias, em colaboração com as respectivas Direcções de Operações, têm a responsabilidade de: i) garantir a definição e execução de programas que visem a manutenção regular das instalações, por forma a dar cumprimento aos requisitos operacionais; e ii) gerir o processo que visa assegurar o mais baixo nível de impactos negativos sobre as operações, eventualmente decorrentes da manutenção e reparação de equipamentos. Na actuação das Direcções Técnicas destacam-se como tópicos, nesta área de risco, a supervisão do estado dos equipamentos eléctricos, a gestão dos meios de protecção e detecção de incêndios e o armazenamento de materiais inflamáveis. Riscos Financeiros Factores de Risco Jerónimo Martins encontra-se exposto a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos cambiais, de taxa de juro e de preço), risco de liquidez e risco de crédito. A gestão de risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. Para certas exposições, é feita a cobertura de determinados riscos com recurso a instrumentos financeiros derivados. A gestão de riscos financeiros é conduzida pela Direcção de Operações Financeiras, sob supervisão da Comissão Executiva. O Departamento de Gestão de Risco é o responsável pela identificação, avaliação e cobertura de riscos financeiros, seguindo para o efeito, as linhas de orientação definidas pela Administração. 76 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização a) Risco de Mercado a.1.) Risco Cambial A principal fonte de exposição a risco cambial advém das operações que Jerónimo Martins desenvolve na Polónia. A gestão deste risco é norteada por princípios definidos ao nível da Comissão Executiva, consistindo na cobertura duma percentagem do investimento líquido na Polónia, bem como a cobertura duma percentagem das vendas mensais que são expectáveis nos próximos 24 meses. A 31 de Dezembro de 2008, e ignorando as operações de cobertura contratadas, o impacto negativo sobre o investimento líquido duma variação adversa do câmbio Euro/Zloty na ordem dos 10% seria, mantendo tudo o resto constante, de 34 milhões de euros negativos (comparando com os 28 milhões de euros negativos de 2007). Incorporando o efeito das operações de cobertura contratadas, o impacto seria de 25 milhões de euros negativos (comparando com os 18 milhões de euros negativos de 2007). Estes impactos estariam reflectidos em capitais próprios. A sensibilidade de Jerónimo Martins a este risco aumentou durante o ano de 2008 por via do aumento do valor do investimento líquido na Polónia. A outra fonte de exposição relevante a risco cambial advém dos financiamentos em dólares norte-americanos contratados em 2004, com as seguintes características: Financiamento Private Placement #1 Private Placement #2 Montante Maturidade $84.000.000,00 23-06-2011 $96.000.000,00 23-06-2014 Para cobrir este risco, foram contratados dois swaps cambiais que replicam de forma perfeita os termos dos financiamentos: Financiamento Swap #1 Swap #2 Montante $84.000.000,00 $96.000.000,00 Contra-valor 70.469.798,66 € 80.536.912,75 € Maturidade 23-06-2011 23-06-2014 Desta forma, a exposição líquida ao câmbio Euro/Dólar norte-americano, resultante destas transacções, é nula, não tendo sofrido quaisquer alterações de 2007 para 2008. Além dessas exposições, Jerónimo Martins adquire, no âmbito das actividades comerciais das suas subsidiárias, mercadorias designadas em moeda estrangeira, primordialmente dólares norte-americanos. Regra geral, são transacções de montante reduzido e com exposição temporal muito curta. A gestão do risco cambial dos respectivos fluxos futuros é analisada em cada caso, não existindo uma regra fixa que se aplique em todas as ocasiões. A gestão de risco cambial das Companhias operacionais está centralizada na Direcção de Operações Financeiras da Holding. Sempre que possível, Jerónimo Martins procura gerir as exposições através de operações de cobertura natural, nomeadamente através da contratação de dívida financeira em moeda local. Quando tal não se revela possível, são contratadas operações, mais ou menos estruturadas, a custo zero, tais como: swaps, forwards ou opções. A exposição do Grupo ao risco de taxa de câmbio em instrumentos financeiros reconhecidos dentro e fora de balanço, a 31 de Dezembro de 2008, era a seguinte: 77 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização (€‘000) A 31 de Dezembro de 2008 Euro Zloty Total Dólar Activos Caixa e equivalentes de caixa Investimentos financeiros disponíveis para venda 118.648 7.470 0 0 7.470 Devedores e acréscimos e diferimentos 128.016 34.410 0 162.426 Instrumentos financeiros derivados Total de activos financeiros 108.484 0 227.132 0 2.064 0 2.064 254.134 144.958 0 399.092 741.014 164.816 141.847 1.047.677 10.504 0 9.160 19.664 836.924 661.694 0 1.498.618 1.588.442 826.510 151.007 2.565.959 -1.334.308 -681.552 -151.007 -2.166.867 Passivos Empréstimos obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos Total de passivos financeiros Posição financeira líquida em balanço A 31 de Dezembro de 2007 Total de activos financeiros Total de passivos financeiros Posição financeira líquida em balanço 226.100 198.248 0 424.348 1.215.053 719.079 151.007 2.085.139 -988.953 -520.831 -151.007 -1.660.791 a.2.) Risco de Preço Jerónimo Martins, fruto do seu investimento no Banco Comercial Português, tem exposição ao risco de flutuação do preço de acções. A 31 de Dezembro de 2008, uma variação negativa de 10% na cotação das acções do BCP teria um impacto de 159 mil euros negativos. A 31 de Dezembro de 2007 uma variação da mesma ordem teria um impacto de 438 mil euros negativos. A redução significativa na sensibilidade a variações no preço da acção BCP resulta fundamentalmente da desvalorização das acções. a.3.) Risco de Taxa de Juro (Fluxos de Caixa e Justo Valor) A 31 de Dezembro de 2008, Jerónimo Martins tinha em carteira alguns investimentos em títulos emitidos pelo Tesouro Português e Alemão. No caso de Jerónimo Martins SGPS, S.A.: Título OT Bund Notional 10.000.000 20.000.000 No caso da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.: Título Bund Notional 25.000.000 Estas posições resultaram da aplicação de fundos captados com a finalidade de satisfazer compromissos de caixa a curto prazo. Ainda assim, a principal fonte de exposição a risco de taxa de juro advém do lado do passivo. Todos os passivos financeiros estão, de forma directa ou indirecta, indexados a uma taxa de juro de referência, o que expõe Jerónimo Martins a risco de cash flow. Parte 78 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização desses riscos são geridos com recurso à fixação de taxa de juro, o que expõe Jerónimo Martins a risco de justo valor. A exposição a risco de taxa de juro é analisada de forma dinâmica. Para além da avaliação dos encargos futuros, com base nas taxas forward, realizam-se testes de sensibilidade a variações no nível de taxas de juro. Jerónimo Martins está exposto, fundamentalmente, à curva de taxa de juro do Euro e do Zloty. A análise de sensibilidade é baseada nos seguintes pressupostos: Alterações nas taxas de juro do mercado afectam proveitos ou custos de juros de instrumentos financeiros variáveis; Alterações nas taxas de juro de mercado apenas afectam os proveitos ou custos de juros em relação a instrumentos financeiros com taxas de juro fixas se estes estiverem reconhecidos a justo valor; Alterações nas taxas de juro de mercado afectam o justo valor de instrumentos financeiros derivados e outros activos e passivos financeiros; Alterações no justo valor de instrumentos financeiros derivados e outros activos e passivos financeiros são estimados descontando os fluxos de caixa futuros de valores actuais líquidos, utilizando taxas de mercado do final do ano. Para cada análise, qualquer que seja a moeda, são utilizadas as mesmas alterações às curvas de taxa de juro. As análises são efectuadas para a dívida líquida, ou seja, são deduzidos os depósitos e aplicações em instituições financeiras e instrumentos financeiros derivados. As simulações são efectuadas tendo por base os valores líquidos de dívida e o justo valor dos instrumentos financeiros derivados às datas de referência e a respectiva alteração nas curvas de taxa de juro. Baseado nas simulações realizadas a 31 de Dezembro de 2008, e ignorando o efeito dos derivados de taxa de juro, bem como as aplicações em títulos do tesouro, uma subida de 50 pontos base nas taxas de juro teria um impacto negativo, mantendo tudo o resto constante, de 4,5 milhões de euros. Incorporando o efeito dos derivados de taxa de juro, o impacto líquido seria positivo em 3,2 milhões de euros, dos quais 2,9 milhões dizem respeito a derivados de taxa de juro associados ao swap cambial Euro/Zloty, 2,7 dizem respeito a derivados de taxa de juro associados à dívida de médio longo prazo e 2,1 milhões dizem respeito a derivados de taxa de juro associados aos swaps cambiais Euro/Dólar norte-americano. Estes efeitos estariam reflectidos em resultados do exercício. Estas simulações são realizadas no mínimo uma vez por trimestre, mas são revistas sempre que ocorrem alterações relevantes, tais como: emissão, resgate ou reestruturação de dívida, variações significativas nas taxas directoras e na inclinação das curvas de juros. O risco de taxa de juro é gerido com recurso a operações envolvendo derivados financeiros contratados a custo zero. b) Risco de Crédito O risco de crédito é gerido de forma centralizada. As principais fontes de risco de crédito são: i) depósitos bancários, aplicações financeiras e derivados contratados junto de instituições financeiras; e ii) clientes. Relativamente às instituições financeiras, Jerónimo Martins selecciona as contrapartes com que faz negócio com base nas notações de ratings atribuídas por uma das entidades independentes de referência. O rating mínimo aceite é de “A-”. 79 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Em relação a clientes, o risco está essencialmente circunscrito aos negócios de Recheio Cash & Carry e Indústria e Serviços, já que os demais negócios operam numa base de venda a dinheiro ou com recurso a cartões bancários (débito e crédito). Este risco é gerido com base na experiência e conhecimento individual do cliente, bem como através de seguros de crédito e imposição de limites de crédito, cuja monitorização é feita mensalmente e revista anualmente pela Auditoria Interna. A seguinte tabela apresenta um resumo, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, da qualidade de crédito dos depósitos, aplicações e instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo: (€‘000) 31 Dez 2008 31 Dez 2007 Saldo Saldo Rating AAA [AA- : AA+] [A- : A+] Não tem 47.354 43.738 133.429 1.164 196.543 68.963 Os ratings apresentados correspondem às notações atribuídas pela Standard and Poor’s. Nos casos em que as mesmas não estão disponíveis, recorre-se às notações da Fitch ou da Moody’s. A seguinte tabela apresenta uma análise da qualidade de crédito dos saldos a receber de clientes sem incumprimento, nem imparidade. (€‘000) Qualidade de crédito dos activos financeiros 31 Dez 2008 Saldos Saldos Saldos Saldos Saldos de de de de de 31 Dez 2007 Saldo 2.168 79.214 14.850 16.522 48.641 161.395 novos clientes (menos de seis meses) clientes sem histórico de incumprimento clientes com histórico de incumprimento outros devedores com garantias prestadas outros devedores sem garantias prestadas Saldo 788 76.786 12.575 1.180 56.963 148.292 A seguinte tabela apresenta uma análise da concentração de risco de crédito de valores a receber de clientes, tendo em conta a sua exposição para com o Grupo: (€‘000) Concentração de risco de crédito dos activos financeiros 31 Dez 2008 Clientes com saldo superior a 1,000,000 euros Clientes com saldo entre 250,000 e 1,000,000 euros Clientes com saldo inferior a 250,000 euros Outros Devedores com saldo superior a 250,000 euros Outros Devedores com saldo inferior a 250,000 euros Nº 19 Saldo 38.389 31 Dez 2007 Nº 19 Saldo 31.151 67 15.911 110 15.009 11.395 40.451 7.153 34.333 37 31.179 59 28.446 3.775 35.465 1.983 39.353 15.293 161.395 9.324 148.292 Durante o período de reporte, não foram excedidos quaisquer limites de crédito e não são expectáveis prejuízos por incumprimento das contrapartes identificadas. A exposição máxima ao risco de crédito, às datas de 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é o respectivo valor de balanço dos activos financeiros. 80 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização c) Risco de Liquidez A gestão do risco de liquidez passa pela manutenção dum adequado nível de disponibilidades, assim como pela negociação de limites de crédito que permitam, não apenas assegurar o desenvolvimento normal das actividades de Jerónimo Martins, mas também assegurar alguma flexibilidade para absorção de choques exógenos à actividade. Na gestão deste risco, Jerónimo Martins recorre, por exemplo, a derivados de crédito, com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito, resultantes de efeitos exógenos ao Grupo. A gestão das necessidades de tesouraria é feita com base no planeamento de curto prazo (realizado diariamente), tendo subjacente os planos anuais, que são revistos pelo menos duas vezes ao ano. A tabela abaixo apresenta as responsabilidades de Jerónimo Martins por intervalos de maturidade residual contratual. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais não descontados. Adicionalmente, é de realçar que todos os instrumentos financeiros derivados que o Grupo contrata são liquidados pelo seu valor líquido. (€‘000) Exposição ao risco de liquidez 2008 Menos 1 ano 1 a 5 anos + 5 anos Empréstimos Obtidos Locação Financeira Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores Responsabilidades com Locações Operacionais 38.173 71.157 1.826 331.116 704.981 85.241 1.718 10.230 507 1.399.507 - - 132.608 415.600 506.002 27.903 58.467 490 97.794 680.789 89.432 1.518 5.476 1.236 1.148.179 - - 86.134 251.988 209.615 2007 Empréstimos Obtidos Locação Financeira Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores Responsabilidades com Locações Operacionais d) Gestão de Risco de Capital Jerónimo Martins procura manter um nível de capitais próprios adequado que lhe permita não só assegurar a sua continuidade e desenvolvimento, como também proporcionar uma adequada remuneração para os seus Accionistas e a optimização do custo de capital. O equilíbrio da estrutura de capital é monitorizado com base no rácio de alavancagem financeira (gearing), calculado de acordo com a seguinte formula: Dívida Líquida / Fundos de Accionistas. A Comissão Executiva estabeleceu como alvo, para 2008, um nível de gearing entre 90 e 110%, consistente com uma notação de rating de investimento (investment grade). 81 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Os rácios de gearing, a 31 de Dezembro de 2007 e 2008, eram os seguintes: (€‘000) 2008 Capital Investido 2007 1.776.975 1.443.471 Dívida Líquida 845.850 579.266 Fundos de Accionistas 931.125 864.205 90,8% 67,0% Gearing Segurança da Informação A missão do Departamento de Segurança da Informação consiste na implementação e manutenção de um sistema de gestão de segurança da informação que garanta a confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação crítica para o negócio, e, ao mesmo tempo, assegure a recuperação dos sistemas em caso de interrupção das operações. A acção do Information Security Officer (ISO) assenta na Política de Segurança da Informação (PSI), a qual define as regras de utilização e manutenção dos activos de informação de Jerónimo Martins. Em 2008, foi finalizado o plano de recuperação dos sistemas de informação (Disaster Recovery) e feita a sua integração com o Plano de Continuidade do Negócio para a área da Distribuição. Com o objectivo de reforçar o ambiente de segurança da informação, foi implementada uma nova solução de filtragem de conteúdos no acesso à Internet para todos os colaboradores, renovada a plataforma de acesso remoto com autenticação forte e optimizado o processo de gestão de utilizadores nos acessos aos sistemas. Neste âmbito, foi realizada uma auditoria externa sobre os perfis de acessos ao sistema SAP. Cumprimento da Legislação O cumprimento das obrigações de natureza legal é assegurado por Departamentos Jurídicos ao nível das Companhias do Grupo. Ao nível da sua Holding, o Departamento de Assuntos Jurídicos garante, igualmente, a coordenação e a implementação de estratégias para a protecção dos interesses de Jerónimo Martins em caso de litígio, gerindo também o aconselhamento externo. No sentido de assegurar o cumprimento das obrigações de natureza fiscal e também de mitigar os riscos com origem em procedimentos e controlos inadequados, o Departamento de Fiscalidade da Holding presta assessoria a todas as sociedades do Grupo, gerindo também o seu contencioso fiscal. Os processos fiscais e judiciais em curso, materialmente relevantes, encontram-se detalhados nas notas às demonstrações financeiras consolidadas. Riscos de Processo O modelo utilizado na gestão dos Riscos de Processo inclui as classes de Riscos Operacionais, de Recursos Humanos, de Sistemas de Informação e de Informação para a Tomada de Decisão. Dada a natureza transversal de alguns dos riscos 82 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização considerados em cada uma destas classes, a sua gestão é partilhada por diferentes áreas funcionais das Companhias do Grupo. A classe de Riscos Operacionais que integra o modelo de Gestão de Risco considera os riscos relacionados com: sourcing, supply chain, transportes, quebras de existências, obsolescência, rupturas, níveis de serviço dos fornecedores e dos Centros de Distribuição às lojas, satisfação dos clientes, manutenção de preços, recolha de fundos, investimentos, salvaguarda de activos, eficiência na utilização de recursos, interrupção do negócio e fraude. Entre os riscos relativos a Recursos Humanos, encontram-se os riscos associados ao processamento de salários, níveis de autorização e comportamento ético. Nos Riscos de Informação para a Tomada de Decisão, são considerados os riscos de natureza contabilística e de reporte financeiro. Comunicação, Reporte e Monitorização do Processo de Gestão de Risco Na monitorização do processo de Gestão de Risco, intervêm o Conselho de Administração da Sociedade, as Divisões Operacionais, as Direcções Funcionais da Operação, a Comissão de Auditoria e os responsáveis de Gestão de Risco e de Auditoria Interna. Em particular, o Conselho de Administração, enquanto órgão responsável pela estratégia de Jerónimo Martins, tem o seguinte quadro de objectivos e responsabilidades: Conhecer os riscos mais significativos que afectam Jerónimo Martins; Assegurar a existência, no interior do Grupo, de níveis apropriados de conhecimento dos riscos que afectam as operações e forma de os gerir; Assegurar a divulgação da estratégia de Gestão de Risco de Jerónimo Martins a todos os níveis hierárquicos; Assegurar que o Grupo tem capacidade de minimizar a probabilidade de ocorrência e o impacto dos riscos no negócio; Assegurar que o Grupo sabe como reagir a situações de crise; Assegurar que o processo de Gestão de Risco é adequado e que se mantém uma monitorização rigorosa dos riscos com maior probabilidade de ocorrência e impacto nas operações de Jerónimo Martins. Os responsáveis dos processos críticos do negócio têm a seu cargo, conjuntamente com os responsáveis do Departamento de Gestão de Risco, o desenho e a implementação de mecanismos de controlo de risco. A eficiência destes mecanismos é, por sua vez, avaliada pela Auditoria Interna do Grupo. A Avaliação do Sistema de Controlo Interno A Comissão de Controlo Interno aprova anualmente o plano de actividades do Departamento de Auditoria Interna, no qual é definido o âmbito das auditorias a realizar, por forma a avaliar a qualidade dos processos de controlo que zelam pelo cumprimento dos objectivos do Sistema de Controlo Interno, designadamente os que passam por assegurar a eficiência das operações, a fiabilidade dos relatórios financeiros e operacionais, e o respeito pelas leis e regulamentos. Para este efeito, foram conduzidas auditorias de processo e de conformidade, auditorias financeiras e, ainda, auditorias aos sistemas de informação, cujos riscos associados apresentavam uma probabilidade de ocorrência e/ou um potencial impacto maiores para as operações. 83 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Esta abordagem permite tornar mais eficiente o processo de auditoria interna no Grupo e contribui para comprometer os responsáveis com a implementação das recomendações devidamente calendarizadas. Os resultados destas consultas e a avaliação dos Riscos Operacionais são disponibilizados pelo Departamento de Auditoria Interna à Comissão de Auditoria, à Comissão de Controlo Interno e à Comissão Executiva do Grupo, através de uma audit letter trimestral. A actividade do Departamento de Auditoria Interna visou, em 2008, avaliar em que medida o Sistema de Controlo Interno das Companhias de Jerónimo Martins em Portugal e na Polónia mitiga o efeito dos riscos identificados. Esta avaliação dos processos de controlo permitiu a actualização de uma base de dados de riscos que afectam, ou poderão afectar, as Companhias referidas. De acordo com o estabelecido no plano de actividades, e também à luz da actualização dos modelos de Riscos Operacionais e de processos críticos de negócio aplicáveis a cada sociedade do Grupo, realizaram-se auditorias a processos relacionados com os riscos de quebras e obsolescência de stocks, recolha de fundos, transportes, investimentos, salvaguarda de activos e controlo de contas a pagar e a receber. Na área de Sistemas de Informação, foi assegurado o acompanhamento das actividades desenvolvidas pelo Departamento de Segurança de Informação, nomeadamente na integração do Plano de Recuperação de Sistemas com o Plano de Continuidade de Negócio e revisão dos perfis de acesso. 2.5. Poderes do Órgão de Administração, Nomeadamente no que Respeita a Deliberações de Aumento de Capital Qualquer aumento de capital carece de deliberação prévia da Assembleia Geral. 2.6. Código de Conduta e Regulamentos Internos A Sociedade rege-se pelo cumprimento da legislação em vigor e das regras de comportamento próprias da sua actividade, adoptando códigos de conduta e regulamentos internos sempre que as matérias em causa o justifiquem. Jerónimo Martins sempre se pautou por uma cultura de absoluto respeito pelas regras de boa conduta na gestão de conflitos de interesses, incompatibilidades, confidencialidade, e pela garantia de não utilização de informação privilegiada por parte dos membros do Órgão de Administração e restantes Quadros. Neste sentido, a Sociedade mantém uma lista dos colaboradores com acesso a este tipo de informação, a qual é actualizada de acordo com as circunstâncias. Ainda que os instrumentos existentes e a prática se tenham mostrado adequados para regulamentar estas matérias, entendeu-se ser necessário codificar as regras existentes relativas às matérias supra enunciadas, bem como a outras que, pela sua natureza, dizem particularmente respeito às actividades das sociedades de Jerónimo Martins, com o objectivo de formalizar compromissos que exijam de todos os 84 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização membros do Grupo um elevado padrão de conduta e constituam uma ferramenta de optimização da gestão. Neste sentido, e para além do Código de Conduta vigente, encontram-se actualmente em vigor Regulamentos para o Conselho de Administração, Comissão Executiva, Comissão de Auditoria, Comissão de Ética e Comissão de Controlo Interno, os quais regulam as competências e o funcionamento dos referidos órgãos, bem como um Regulamento sobre Transacção de Títulos da Sociedade, aplicável aos Administradores e Quadros do Grupo. Estes Códigos e Regulamentos podem ser consultados no sítio institucional do Grupo em www.jeronimomartins.pt, ou solicitados ao Gabinete de Relações com Investidores. Para além dos supra referidos documentos e das disposições legais aplicáveis, que a Sociedade cumpre, não existem outras regras internas relativas a incompatibilidades e a número máximo de cargos acumuláveis. 2.7. Regras Aplicáveis à Designação e à Substituição dos Membros do Órgãos de Administração e de Fiscalização O Conselho de Administração da Sociedade, de momento, não integra um Administrador suplente, embora o Pacto Social o permita. O artigo primeiro do Regulamento do Conselho de Administração da Sociedade prevê que este órgão tem a composição que venha a ser deliberada em Assembleia Geral nos termos previstos no número 1 do artigo décimo-segundo do Pacto Social sendo presidido pelo respectivo Presidente, escolhido em Assembleia Geral. O número 3 do artigo oitavo do mesmo Regulamento prevê que em caso de morte, renúncia ou impedimento, temporário ou definitivo, de qualquer dos membros do Conselho de Administração, o mesmo procederá à cooptação, cabendo à Comissão de Auditoria, se tal não ocorrer no prazo de sessenta dias a contar da falta, designar o substituto. De acordo com o artigo primeiro do respectivo Regulamento e décimo-nono do Pacto Social, a Comissão de Auditoria é composta por três membros do Conselho de Administração, um dos quais será o seu Presidente. Os membros da Comissão de Auditoria são designados em simultâneo com os membros do Conselho de Administração, devendo as listas propostas para este último Órgão discriminar os membros que se destinam a integrar a Comissão de Auditoria, os quais não podem integrar a Comissão Executiva da Sociedade. No que diz respeito à designação e à substituição dos membros da Comissão de Auditoria, não existe previsão regulamentar específica, aplicando-se o disposto na lei. 2.8. Número de Reuniões dos Órgãos de Administração e Fiscalização e das Outras Comissões Durante o ano de 2008, o Conselho de Administração reuniu cinco vezes, a Comissão Executiva reuniu trinta e uma vezes e a Comissão de Auditoria realizou quatro reuniões. Por sua vez, a Comissão de Ética reuniu treze vezes e a Comissão de Controlo Interno realizou onze reuniões. Destas reuniões foram elaboradas as respectivas actas. 85 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização 2.9. Caracterização e Identificação do Órgão de Administração O Conselho de Administração da Sociedade é composto, desde a sua eleição na Assembleia Geral de 30 de Março de 2007, por nove membros, dos quais três integram a Comissão Executiva – Dr. Luís Palha da Silva, Sr. Pedro Soares dos Santos e Dr. José Soares dos Santos – sendo os restantes seis – o Sr. Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração), o Prof. António Borges, o Dr. Rui Patrício, o Dr. Hans Eggerstedt, o Dr. Artur Santos Silva e o Dr. Nicolaas Pronk. Dos Administradores Não-Executivos, três deles - Prof. António Borges, Dr. Rui Patrício, Dr. Hans Eggerstedt – compõem a Comissão de Auditoria, cumprindo as regras de incompatibilidade previstas no n.º 1 do artigo 414.º-A do Código das Sociedades Comerciais, com excepção da prevista na alínea b). Embora, de acordo com os princípios pelos quais a Sociedade se rege, todos os Administradores respondam perante todos os Accionistas por igual, a independência da actuação do Conselho de Administração face a estes é ainda reforçada pela existência de Administradores Independentes. São considerados Administradores Independentes, de acordo com o critério de independência previsto no n.º 5 do artigo 414.º do Código das Sociedades Comerciais, os Administradores António Borges, Rui Patrício, Artur Santos Silva e Hans Eggerstedt. O actual Presidente do Conselho de Administração, Elísio Alexandre Soares dos Santos, começou a sua carreira profissional em 1957, ingressando na Unilever. De 1964 a 1967, assumiu funções de Director de Marketing da Unilever Brasil. Em 1968, entra para o Conselho de Administração de Jerónimo Martins como AdministradorDelegado, cargo que acumulou com o de Representante de Jerónimo Martins na jointventure com a Unilever. É Presidente do Grupo desde Fevereiro de 1996 e o seu actual mandato termina em 2009. Luís Palha da Silva, Presidente da Comissão Executiva, é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa e em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão. Foi Assistente na Universidade Católica, entre 1985 e 1992. De 1987 em diante, assume funções de administração em diversas Sociedades, entre as quais a Covina, SEFIS, EGF, CELBI, SOGEFI e IPE. Foi Secretário de Estado do Comércio, entre 1992 e 1995, e Administrador da Cimpor, entre 1998 e 2001. É Administrador Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e Presidente da Comissão Executiva desde 2004. O seu actual mandato termina em 2009. O Administrador Executivo Pedro Soares dos Santos ingressou, em 1983, na Direcção de Operações do Pingo Doce. Em 1985, integrou o Departamento de Vendas e Marketing da Iglo/Unilever e, cinco anos mais tarde, assume funções como Director Adjunto das Operações Recheio. Em 1995, é nomeado Director-Geral desta Companhia. Entre 1999 e 2000, assume a responsabilidade pelas operações na Polónia e Brasil. Em 2001, passa também a ser responsável pelas operações da área de Distribuição em Portugal. É Administrador Executivo da Jerónimo Martins SGPS, S.A. desde 31 de Março de 1995. O seu actual mandato termina em 2009. O Administrador Executivo José Soares dos Santos, licenciado em Biologia pela Universidade Clássica de Lisboa, ingressou em 1985 no Svea Lab AB, na Suécia, passando, em Março de 1987, a trabalhar para o Laboratório Url Colwort. Em 1988, integra o Departamento de Recursos Humanos da FimaVG – Distribuição de Produtos Alimentares, Lda. e, em 1990, é nomeado Chefe de Produto. Entre 1992 e 1995, 86 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização trabalha para a Broke Bond Foods. É Administrador Executivo da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. entre 31 de Março de 1995 e 29 de Junho de 2001 e, actualmente, desde 15 de Abril de 2004. O seu presente mandato termina em 2009. António Borges é licenciado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa e doutorado em Economia pela Stanford University, tendo ingressado no INSEAD em 1980. Em 1990, foi nomeado Vice-Governador do Banco de Portugal e, em 1995, Dean do INSEAD, sendo igualmente Professor na Universidade Católica, na Standford University e Consultor do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos, da OCDE e do Governo Português. Assumiu diversos cargos de administração, entre os quais no Citibank Portugal, Petrogal, Vista Alegre, Paribas e Sonae. Foi Vice-Presidente da Goldman Sachs entre 2000 e 2008. É Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Hans Eggerstedt é licenciado em Economia pela Universidade de Hamburgo e ingressou, em 1964, na Unilever, onde desenvolveu toda a sua carreira. Entre outros cargos, foi Director de Operações de Retalho e de Gelados e Congelados na Alemanha, Presidente e CEO da Unilever Turquia, Director Regional para a Europa Central e de Leste e Director Financeiro e de Informação e Tecnologia da Unilever. É nomeado para o Conselho de Administração da Unilever N.V. e Unilever PLC em 1985, cargo que manteve até 1999. É Administrador Não-Executivo de Jerónimo Martins SGPS, S.A. desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Rui Patrício é licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi Assistente entre 1958 e 1963. Em 1965, foi nomeado Sub-Secretário de Estado do Fomento Ultramarino. Entre 1970 e 1974 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros. Foi Vice-Presidente do Grupo Monteiro Aranha, entre 1976 e 1991, assumindo, a partir daí, funções de administração em diversas empresas brasileiras, entre as quais a Monteiro Aranha, a Masa-Alsthom, a Hochtief, a Ericsson, a Telesp Celular e a AXA Seguros. Foi também Consultor do Grupo Espírito Santo. É Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 29 de Junho de 2001 e o seu actual mandato termina em 2009. Artur Santos Silva é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi Director do Banco Português do Atlântico, entre 1968 e 1975, e Secretário de Estado do Tesouro, entre 1975 e 1976. Entre 1977 e 1978, desempenha funções de ViceGovernador do Banco de Portugal. É Presidente do Grupo BPI desde 1981, Membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian desde 2002, Membro do Conselho Consultivo do Plano Tecnológico Nacional, Membro do Conselho Consultivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Administrador Não-Executivo da Sociedade desde 15 de Abril de 2004, terminando o seu actual mandato em 2009. Nicolaas Pronk é de nacionalidade holandesa e tem formação superior em Finanças, Auditoria, e Tecnologia de Informação. Entre 1981 e 1989, trabalhou para a KPMG na área de Auditoria Financeira em sociedades holandesas e estrangeiras. Em 1989, integra o Grupo Heerema, fundando o Departamento de Auditoria Interna e, desde então, tem desempenhado diversas funções no Grupo, tendo sido responsável por várias aquisições e desinvestimentos, definido o Governo da Sociedade e implementado o EVA. Desde 1999 que é o Administrador Financeiro do Grupo Heerema, com os pelouros Financeiro, Tesouraria, Governo da Sociedade, Seguros e Fiscal, reportando ao respectivo Presidente. Cumpre o seu primeiro mandato como Administrador Não-Executivo da Sociedade, o qual terminará em 2009. O número de acções da Sociedade de que são titulares encontra-se referido no ponto relativo ao Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão. 87 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização 2.10. Funções que os Membros do Órgão de Administração Exercem em Outras Sociedades Os membros do Órgão de Administração desempenham também funções em outras sociedades, a saber: Elísio Alexandre Soares dos Santos Membro do Conselho Superior do Banco Comercial Português, S.A. Administrador da Sindcom – Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Luís Palha da Silva Administrador da Jerónimo Martins Serviços, S.A.* Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.* Administrador da Lidosol II - Distribuição de Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Funchalgest - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.* Administrador da Lidinvest - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da João Gomes Camacho, S.A.* Gerente da Desimo - Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda.* Gerente da EVA - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Friedman - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Hermes - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da PSQ - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. * Administrador da Fima - Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Victor Guedes Indústria e Comércio, S.A.* Administrador da Indústrias Lever Portuguesa, S.A.* Administrador da Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. * Gerente da Unilever Jerónimo Martins, Lda. * Pedro Soares dos Santos Administrador da Jerónimo Martins Serviços, S.A.* Administrador da Imocash - Imobiliário de Distribuição, S.A.* Administrador da Recheio Cash & Carry, S.A.* Administrador da Recheio, SGPS, S.A.* Administrador da Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Administrador da Lidosol II - Distribuição de Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Funchalgest - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.* Administrador da Lidinvest - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da Larantigo - Sociedade de Construções, S.A.* Administrador da João Gomes Camacho, S.A.* Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.* Administrador da Feira Nova - Hipermercados, S.A.* Administrador da Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A.* Administrador da JMR – Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A.* Administrador da Supertur - Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A.* Administrador da Imoretalho - Gestão de Imóveis, S.A.* Administrador da Cunha & Branco - Distribuição Alimentar, S.A.* * Sociedades que integram o Grupo Jerónimo Martins. 88 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Administrador da SCGR, Comércio por Grosso e a Retalho S.A.* Administrador da Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A.* Administrador da Casal de S. Pedro - Administração de Bens, S.A.* Administrador da Masterchef, S.A. * Administrador da Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A.* Gerente da Friedman - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. * Gerente da Hermes - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.* Gerente da Servicompra - Consultores de Aprovisionamento, Lda.* José Soares dos Santos Administrador da Fima - Produtos Alimentares, S.A. * Administrador da Victor Guedes Indústria e Comércio, S.A.* Administrador da Indústrias Lever Portuguesa, S.A. * Administrador da Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A.* Administrador da Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Administrador da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Gerente da SFMS – Imobiliária, Sociedade Unipessoal, Lda. Gerente da Unilever Jerónimo Martins, Lda.* Gerente da Transportadora Central do Infante, Lda. António Borges Presidente do Conselho Fiscal do Banco Santander de Negócios Portugal Membro do Conselho de Administração da Heidrick & Struggles (EUA) Membro do Conselho de Administração da CNP Assurances (França) Membro do Conselho de Administração da SCOR (França) Rui Patrício Membro Membro Membro Membro do do do do Conselho Conselho Conselho Conselho de de de de Administração Administração Administração Administração da da da da Monteiro Aranha, S.A. (Brasil) Klablin S.A. (Brasil) Espírito Santo International Holding Vivo Participações (Brasil) Hans Eggerstedt Membro do Supervisory Board da Unilever Deutschland Gmbh (Alemanha) Administrador Não-Executivo da Colt Telecom Group, Plc. (Reino Unido) Membro do Advisory Board da Amsterdam Institute of Finance (Holanda) Artur Santos Silva Presidente do Conselho de Administração do Banco BPI, S.A. Membro do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian Membro do Conselho de Administração da Sindcom - Sociedade de Investimento na Indústria e Comércio, SGPS, S.A. Membro do Conselho de Administração da Partex Oil and Gas (Holding) Presidente da Direcção da Cotec Portugal - Associação Empresarial para a Inovação Nicolaas Pronk Membro do Conselho de Administração da Heerema Holding Construction, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Offshore Construction Group, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Fabrication Group, Inc. 89 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Group, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Engineering & Project Services, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment I, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment II, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment III, Inc. Membro do Conselho de Administração da Heerema Infrastructure, Inc. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment I Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment II Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment III Ltd. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Investment IV Ltd. Membro do Conselho de Administração da Heerema Holding Services (Antilles) N.V. Membro do Conselho de Administração da Antillian Holding Company N.V. Membro do Conselho de Administração da Heerema Bouw & Infrastructure N.V. Membro do Conselho de Administração da Aquamondo Insurance N.V. Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Holding Denmark ApS Membro do Conselho de Administração da Aquamondo Insurance Company Ltd Membro do Conselho de Administração da RegEnersys (Bermuda) Ltd Membro do Conselho de Administração da Heerema Fabrication Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heavy Transport Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Transport Finance (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Transport Finance (Luxembourg) S.à.r.L. Membro do Conselho de Administração da Heerema Transport Finance II (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Group Services S.A. Membro do Conselho de Administração da Asteck S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Engineering and Project Services (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da Heerema Engineering Holding (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da 360 Family Equity S.A. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Holding (Luxembourg) S.A. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Finance Luxembourg S.à. r.l. Membro do Conselho de Administração da RegEnersys Holding B.V. 2.11. Política de Remuneração do Órgão de Administração Nos termos das suas competências, a Comissão de Vencimentos estabeleceu os parâmetros de remuneração da Comissão Executiva com base numa componente fixa e outra variável, com o objectivo de a tornar competitiva em termos de mercado e de servir de elemento motivador de um elevado desempenho individual e colectivo, que permita estabelecer e atingir objectivos ambiciosos de acelerado crescimento e adequada remuneração do Accionista. 90 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização A componente variável é aprovada anualmente sob proposta do Presidente do Conselho de Administração, pela Comissão de Vencimentos que terá em conta o contributo da Comissão Executiva para a evolução dos negócios na perspectiva do Accionista (EVA) e da cotação das acções da Sociedade no exercício do ano anterior e, ainda, para o grau de realização dos projectos integrados no Strategic Scorecard do Grupo. A Comissão de Vencimentos, dentro destas linhas de orientação, define as normas para a atribuição de prémios de desempenho aos Administradores Executivos, a fixar sob proposta do Presidente do Conselho de Administração, atendendo ao grau de realização de objectivos individuais e de negócio. Esta política de remunerações foi sujeita à apreciação da Assembleia Geral anual realizada no ano transacto. Não existe qualquer tipo de acordo ou política definida quanto aos termos de eventuais compensações a pagar a Administradores da Sociedade em caso de destituição ou cessação do contrato, situação que nunca ocorreu. 2.12. Comissão de Vencimentos A Assembleia Geral Anual de 2007 elegeu uma Comissão de Vencimentos, constituída pelos Accionistas Eng. António Sousa Gomes, Dr. José Queirós Lopes Raimundo e Dr. Arlindo do Amaral, nenhum dos quais sendo membro do Órgão de Administração da Sociedade ou tendo cônjuge, parentes ou afins nessas circunstâncias, nem tendo relações com os membros do Conselho de Administração que possam afectar a sua imparcialidade no exercício das suas funções. Foi delegada nesta Comissão, de acordo com o legalmente disposto, a determinação da retribuição dos membros do Conselho de Administração. Durante o ano de 2008, a Comissão de Vencimentos reuniu duas vezes, tendo sido elaboradas as respectivas actas. No ano transacto, foi submetida por esta Comissão à Assembleia Geral Anual uma declaração sobre a política de vencimentos dos órgãos de administração e fiscalização da Sociedade. É política do Grupo suscitar a presença de representantes da Comissão de Vencimentos na referida Assembleia Geral para que possam, se necessário, intervir sobre assuntos da sua competência, designadamente aquela declaração. Em 2008, não obstante ter-se verificado a ausência, por impedimento, do representante da Comissão de Vencimentos, os serviços de apoio da Sociedade estavam preparados para receber qualquer questão dos Accionistas que pudesse ser posteriormente respondida pela Comissão. No entanto, quer no decurso da análise da declaração submetida pela Comissão de Vencimentos, quer na restante apreciação destas matérias ao longo da reunião, não se verificou ser necessário a intervenção deste órgão. 2.13. Remuneração dos Membros do Órgão de Administração A remuneração auferida pelos membros do Órgão de Administração, durante o exercício de 2008 totalizou 2.999.219,04 euros, tendo os membros da Comissão Executiva auferido 1.869.137,84 euros (1.352.907,84 euros relativos à parte fixa e 516.230,00 euros relativos à parte variável) e os restantes Administradores 1.130.081,20 euros (884.007,20 euros relativos à parte fixa e 246.074,00 euros relativos à parte variável). Os critérios que presidiram à atribuição da remuneração variável aos titulares do Órgão de Administração foram os enunciados no ponto anterior do presente capítulo. Em termos concretos, a Comissão de Vencimentos deliberou a atribuição dos prémios supra referidos, invocando os resultados obtidos, a rentabilidade dos negócios na 91 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização perspectiva do Accionista (EVA), a evolução da cotação das acções, o trabalho desenvolvido durante o exercício, o sucesso dos projectos desenvolvidos atendendo a objectivos previamente definidos, e os critérios aplicados na atribuição de remuneração variável aos restantes Quadros. Em particular, a Comissão de Vencimentos, seguindo uma prática vigente na Sociedade nos últimos mandatos, tem procurado definir uma política que recompense os Administradores Executivos pelo desempenho da Sociedade no longo prazo e a satisfação dos interesses societários e accionistas dentro deste enquadramento temporal. Assim, a componente variável que é aprovada anualmente pela Comissão de Vencimentos tem em conta a contribuição da Comissão Executiva para a condução dos negócios através: i) da concretização de objectivos de EVA incluídos no Plano de Médio e Longo Prazo aprovado pelo Conselho de Administração; ii) da evolução da cotação das acções; e iii) da implementação de um conjunto de projectos transversais às Companhias do Grupo, que tendo sido identificados pelo Conselho de Administração como essenciais para assegurar a competitividade futura dos negócios, têm uma calendarização que pode ultrapassar um ano de calendário, sendo a Comissão Executiva responsabilizada por cada fase de cumprimento. Não existe qualquer tipo de plano de atribuição de acções ou opções de aquisição de acções aos Administradores. Da mesma forma, não houve qualquer remuneração paga sob forma de participação nos lucros, nem tão-pouco qualquer indemnização paga a ex-Administradores, executivos ou não, relativamente à cessação das suas funções, não existindo nenhuma dívida relacionada com esta matéria. Os Administradores do Grupo não receberam de qualquer outra Sociedade em relação de domínio ou de Grupo quaisquer outros montantes, seja a que título for, para além dos referidos neste capítulo. Na Assembleia Geral Anual de 2005, foi aprovado um Plano de Pensão de Reforma. Trata-se de um Plano de Pensões do tipo Contribuição Definida, em que é fixado previamente o valor da contribuição, variando o valor dos benefícios em função dos rendimentos obtidos. Cabe à Comissão de Vencimentos a definição da taxa de contribuição da empresa e da contribuição inicial. São considerados Participantes do Plano, os Administradores Executivos da Sociedade, sendo que aqueles que optarem pelo presente Plano de Pensões, deixarão de estar em condições de elegibilidade relativamente ao Plano de Complemento de Reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. A data de reforma é definida como o próprio dia ou o dia 1 (um) do mês seguinte àquele em que o Participante complete a idade normal de reforma, conforme estabelecido no Regime Geral da Segurança Social (actualmente, 65 anos de idade). Um Participante será considerado em estado de invalidez total e permanente, se for reconhecido como tal pela Segurança Social Portuguesa. O salário pensionável é o salário base ilíquido mensal multiplicado por 14 e dividido por 12. A este valor mensal fixo acresce, no final de cada ano civil, um valor variável constituído por todos os valores auferidos a título de remuneração variável. O referido montante anual deste valor variável é, para este efeito, no máximo, 20% do salário base ilíquido mensal relativo ao último mês desse ano, multiplicado por 14. Quanto a regimes complementares de pensões ou de reforma, nos termos do Regulamento em vigor, têm direito a Complemento de Reforma os Administradores que, cumulativamente tenham: i) mais de 60 anos, ii) exercido funções executivas, e iii) desempenhado cargos de Administrador há mais de dez anos. Este complemento 92 R&C’08 Governo da Sociedade Órgãos de Administração e Fiscalização foi estabelecido na Assembleia Geral Anual de 1996, mas nenhum dos membros da Comissão Executiva usufruirá do mesmo, já que todos optaram pelo Plano de Pensão de Reforma anteriormente referido. Não existem benefícios não pecuniários considerados como remuneração não abrangidos nas situações anteriores. Não existe qualquer obrigação de pagamento, em termos individuais, em caso de cessação das funções durante o mandato do Órgão de Administração. 2.14. Política de Comunicações de Irregularidades Alegadamente Ocorridas no Seio da Sociedade Desde 2004 que a Comissão de Ética de Jerónimo Martins fez implementar um sistema de comunicação bottom-up, que garante a possibilidade de todos os colaboradores, a todos os níveis, acederem aos canais que permitem fazer chegar, aos destinatários reconhecidos pelo Grupo, informação sobre eventuais irregularidades ocorridas no interior do mesmo, bem como quaisquer outros comentários ou sugestões que entendam fazer, em particular no que diz respeito ao cumprimento dos manuais de procedimento instituídos, especialmente do Código de Ética. Com este instrumento, ficaram clarificadas as linhas de orientação sobre temáticas tão diversas como o cumprimento da legislação vigente, o respeito pelos princípios da não discriminação e da igualdade de oportunidades, as preocupações ambientais, a transparência nas negociações e a integridade nas relações com fornecedores, clientes e entidades oficiais, entre outras. A Comissão de Ética fez divulgar, junto de todos os colaboradores do Grupo, os meios ao dispor destes para que, se necessário, comuniquem com a Comissão, dado que tal é facilitado através: i) do envio de carta de remessa livre ou ii) da utilização de correio electrónico interno ou externo com endereço dedicado. Os interessados poderão ainda solicitar, ao respectivo Director-Geral ou ao Director Funcional, os esclarecimentos necessários sobre as normas em vigor e a sua aplicação ou darem-lhes conhecimento de qualquer situação que as possa pôr em causa. Independentemente do canal de comunicação escolhido, será assegurado o anonimato de todos os que o pretendam. 93 R&C’08 Governo da Sociedade Informação Capítulo 3 Informação 3.1. Estrutura de Capital da Sociedade O capital social é de 629.293.220 euros, está integralmente subscrito e realizado e é dividido em seiscentos e vinte e nove milhões duzentos e noventa e três mil duzentas e vinte acções no valor nominal de um euro cada uma, não existindo categorias diferentes de acções. Todas as acções foram admitidas à negociação e a Sociedade mantém em carteira 859.000 acções próprias (que correspondem a 171.800 acções antes da renominalização do capital social realizada em Maio de 2007), adquiridas em 1999 ao preço médio de 7,06 euros por acção (preço ajustado pela renominalização do capital social) e representativas de 0,14% do seu capital social. Durante o ano de 2008, não ocorreram quaisquer movimentações de acções próprias. 3.2. Estrutura Accionista As Sociedades cujos direitos de voto, nos termos do nº1 do Artigo 20º do Código de Valores Mobiliários, devem ser imputados à Ameriprise Financial Inc, são identificadas na nota da Lista de Titulares de Participações Qualificadas a 31 de Dezembro de 2008, incluída no Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão do presente Relatório. São ainda titulares de participações qualificadas, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS, S.A. e a Asteck, S.A.. Resumo da Estrutura Accionista * Soc. Francisco Manuel dos Santos 31,5% Asteck, S.A. 56,1% 2,4% 10,0% Ameriprise Financial Inc. Capital Disperso e Acções Próprias Não estão estatutariamente atribuídos direitos especiais a Accionistas. ___________ *Fonte: Comunicações dos detentores das participações. 94 R&C’08 Governo da Sociedade Informação 3.3. Restrições à Transmissibilidade das Acções, Acordos Parassociais e Regras Aplicáveis à Alteração dos Estatutos da Sociedade Todas as acções emitidas são ordinárias, não existindo qualquer restrição à sua transmissibilidade. Não estão estatutariamente previstos limites ao exercício do direito de voto. O Conselho de Administração desconhece a existência de acordos parassociais. Não estão estatutariamente definidas quaisquer regras aplicáveis à alteração dos estatutos da sociedade, pelo que a esta matéria se aplicam os termos definidos pela Lei. 3.4. Sistema de Participação dos Trabalhadores no Capital Não existem quaisquer mecanismos de controlo previstos num eventual sistema de participação dos trabalhadores no capital. 3.5. Evolução da Cotação das Acções No ano de 2008, o principal índice bolsista português - o PSI-20 – apresentou uma desvalorização de 51,3%, reflectindo, no que se refere aos mercados financeiros, o pior ano desde a segunda guerra mundial. A forte descida do índice nacional, durante o ano em análise, embora sendo das maiores entre as praças europeias, acompanhou a tendência negativa dos mercados de acções, que foram influenciados por diversos factores de instabilidade, onde se destacam os diversos takeover tanto nos Estados Unidos como na Europa; pela reorganização do modelo de banca (bancos de investimento que passaram a bancos comerciais) e por movimentos de consolidação originados por nacionalizações e falências. Em Portugal também se registou a nacionalização de um banco e ajudas à banca em geral. Também o decréscimo registado nos resultados das empresas, o aumento da dívida e as perspectivas de piores resultados futuros, aliados ao fraco dinamismo na área de Fusões & Aquisições, não permitiram aos mercados manter os crescimentos interessantes de anos anteriores. O ano que terminou foi um ano de viragem para os mercados accionistas em termos de desempenho, volatilidade e incerteza, e a maioria das perspectivas para o novo ano tem como moldura um cenário fortemente conservador. Em particular, a bolsa portuguesa foi marcada pela descida generalizada das cotações, algumas das quais significativas, onde se tem de referir os maus desempenhos das acções nas áreas da banca e construção. Jerónimo Martins com uma descida de 26,5% face ao ano anterior, foi o segundo melhor desempenho do PSI-20, não havendo nenhuma empresa do Índice com um desempenho positivo. O Índice PSI-20 manteve uma tendência negativa ao longo do ano, sendo o quarto trimestre o que registou o pior desempenho (-21,1%) atingindo, a 27 de Outubro, um valor perto dos 5.800 pontos, o mínimo do ano. 95 R&C’08 Governo da Sociedade Informação 3.6. Comportamento da Acção Jerónimo Martins Nos primeiros meses de 2008, a cotação da acção Jerónimo Martins teve uma tendência descendente, acompanhando a desvalorização verificada no Índice PSI-20, mas desde o início do ano que o desempenho do título Jerónimo Martins superou o índice português. O mínimo do ano foi atingido no dia 22 de Outubro (3,22 euros) e o máximo no dia 9 de Setembro (6,40 euros). A maior subida do título coincidiu com o momento da divulgação dos resultados do primeiro semestre (Agosto e Setembro), motivado pelo desempenho de vendas acima do esperado, principalmente no Pingo Doce e na Biedronka, e pelo excelente desempenho operacional da Biedronka que superou francamente as estimativas do mercado financeiro. A maior descida coincidiu com o 4º trimestre do ano, em que a desvalorização do Zloty atingiu 15,7% face ao câmbio médio do ano 2008, o que conduziu a revisões em baixa do preço alvo para o título e a um aumento do receio por parte dos investidores sobre a evolução cambial. Em termos de liquidez, importa destacar que se atingiram recordes. O título Jerónimo Martins registou, durante o ano, um volume de negócios médio diário de 1.831.324 acções, cerca de 69,5% superior ao registado em 2007. Não houve qualquer emissão de acções ou de outros valores mobiliários, sendo que as acções não se dividem em categorias diferentes, pelo que o pagamento de dividendos não foi impactado por estas vias. 96 R&C’08 Governo da Sociedade Informação Vendas P reliminares 2007 Resultado s 2007 Resultado s 1T08 Resultado s 3T08 Resultado s 1S08 Investo r Day 120 12.000.000 110 10.000.000 100 8.000.000 90 80 6.000.000 70 4.000.000 60 2.000.000 50 0 Volume JM 31-12-2008 28-11-2008 31-10-2008 30-09-2008 01-09-2008 31-07-2008 30-06-2008 30-05-2008 30-04-2008 31-03-2008 29-02-2008 31-01-2008 31-12-2007 40 PSI 20 INDICADORES BOLSISTAS 2008 Capital Social Número Total de Acções Acções Próprias 2007 2006 2005 2004 629.293.220 629.293.220 859.000 629.293.220 629.293.220 859.000 0,26 0,55 0,10 0,21 0,42 0,44 0,92 2,05 0,42 0,88 1,96 0,36 0,83 2,23 0,00 6,4 3,22 4,92 3,97 2.498 5,59 3,43 4,37 5,40 3.398 3,52 2,55 2,85 3,40 2.140 2,57 1,97 2,35 2,54 1.598 2,00 1,54 1,76 1,94 1.221 Transacções Em volume (1.000 acções) ** 468.826 275.512 189.430 173.135 144.815 Valorização anual PSI 20 Jerónimo Martins -51,3% -26,5% 16,3% 58,8% 29,9% 33,9% 13,4% 30,9% 12,2% 5,0% Resultado Líquido por Acção (Eur) Cash Flow por Acção (Eur) Dividendo por Acção (Eur)* Indicadores Bolsistas ** Máxima (Eur) Mínima (Eur) Média (Fecho) (Eur) Final Ano (Fecho) (Eur) Capitalização Bolsista (31/12) (Eur's 000,000) 629.293.220 629.293.220 629.293.220 125.858.644 125.858.644 125.858.644 171.800 171.800 171.800 *o dividendo po r acção de 2008, referente ao ano de 2007, reflete a reno minalização do capital so cial realizado em M aio de 2007 **a info rmação apresentada para o s ano s entre 2004 e 2006 fo i ajustada pela reno minalização do capital so cial realizado em M aio de 2007 3.7. Publicação de Resultados no Mercado O Gabinete de Relações com Investidores assegurou, durante o ano, a publicação dos resultados trimestrais de Jerónimo Martins, bem como a divulgação de toda a informação relevante sobre o desempenho das áreas de negócio do Grupo, com o objectivo de manter informados os analistas e investidores relativamente ao desenvolvimento da actividade operacional e financeira de Jerónimo Martins. Para além dos documentos publicados, foram prestados esclarecimentos a todos os analistas financeiros e investidores que entraram em contacto com o Gabinete de Relações com Investidores. A publicação de resultados, através de comunicados divulgados ao mercado, foi efectuada nas seguintes datas: 97 R&C’08 Governo da Sociedade Informação 16 de Janeiro Vendas Preliminares 2007 27 de Fevereiro Resultados Ano de 2007 30 de Abril Resultados 1º Trimestre 2008 30 de Julho Resultados 1º Semestre 2008 30 de Outubro Resultados 3º Trimestre 2008 A seguinte tabela ilustra o comportamento da acção Jerónimo Martins tendo em conta o anúncio de resultados e factos relevantes do ano 2008. Evento Vendas Preliminares 2007 Data Cotação Variação da cotação JM 5 dias 1 dia 5 dias antes após após 16 de Janeiro 4,88 -0,7% 3,7% -1,7% 27 de Fevereiro 5,50 0,8% -10,7% -10,9% Resultados 1º Trimestre 2008 30 de Abril 5,14 0,2% -1,1% -0,7% Resultados 1º Semestre 2008 30 de Julho 5,10 1,9% 2,2% 4,9% 24 de Setembro 5,70 10,1% 2,1% 1,3% 30 de Outubro 3,63 13,3% 7,8% 12,3% Resultados Ano de 2007 Plus Polónia Resultados 3º Trimestre 2008 3.8. Política de Distribuição de Dividendos O Conselho de Administração da Sociedade tem mantido uma política de distribuição de dividendos baseada nas seguintes regras: Valor do dividendo entre 40 a 50% dos resultados consolidados ordinários; Se da aplicação do critério acima resultar uma diminuição do dividendo de determinado ano, face ao atribuído no ano precedente, o Conselho de Administração, se considerar que tal diminuição decorre de situações anormais e meramente conjunturais, poderá propor que o anterior valor seja mantido e até mesmo utilizar para o efeito reservas livres existentes, quando tal utilização não ponha em causa os princípios adoptados em matéria de gestão de balanço. Relativamente ao exercício de 2005, o dividendo bruto entregue aos Accionistas foi de 0,42 euros por acção, relativamente a 2006 foi de 0,44 euros por acção e relativamente a 2007 foi de 0,096 euros por acção (que corresponderia a 0,48 euros por acção antes da renominalização do capital em 2007), sempre de acordo com as directrizes acima referidas. Atendendo aos resultados líquidos apresentados no exercício de 2008 e à política definida, o Conselho de Administração irá propor, em Assembleia Geral de Accionistas, a distribuição de um dividendo bruto de 0,11 euros por acção, que não abrange as 859.000 acções próprias que se encontram em carteira. Esta proposta traduz-se num aumento de 14,6% face ao dividendo atribuído no ano anterior, com o correspondente dividend yield a atingir 2,2% face à cotação média do ano de 2008, que foi de 4,92 euros. 3.9. Plano de Opções de Aquisição de Acções A Sociedade não tem em vigor qualquer tipo de plano de atribuição de acções, ou de opções de aquisição de acções. Embora não afaste a possibilidade de vir a estudar a 98 R&C’08 Governo da Sociedade Informação adopção de um plano deste tipo, o Conselho de Administração acredita ter encontrado instrumentos que permitem, de forma justa e eficaz, configurar um sistema de gestão por objectivos, regido por indicadores de análise de rendibilidade, de crescimento dos negócios e de geração de valor para os Accionistas. 3.10. Negócios entre a Sociedade e Membros do Órgão de Administração, Titulares de Participações Qualificadas e Sociedades em Relação de Domínio ou de Grupo Durante o ano de 2008, não se realizaram quaisquer negócios ou operações significativos em termos económicos entre a Sociedade e os membros dos seus Órgãos de Administração e de Fiscalização ou os titulares de Participações Qualificadas. No que diz respeito a sociedades que se encontrem em relação de domínio ou de Grupo, os negócios efectuados com a Sociedade tiveram lugar no âmbito da sua actividade corrente e em condições normais de mercado. 3.11. Gabinete de Relações com Investidores 3.11.1. Política de Comunicação do Grupo Jerónimo Martins A Política de Comunicação do Grupo Jerónimo Martins visa garantir a disponibilização a todos os seus stakeholders da informação relevante – descrição histórica, desempenho actual e perspectivas futuras – para o conhecimento claro e completo do Grupo. A estratégia de Comunicação delineada para cada ano, pauta-se pelos princípios de transparência, rigor e consistência que caracterizam a Política de Comunicação do Grupo e assegura que toda a informação relevante é disponibilizada, de modo não discriminatório, aos seus stakeholders, sendo transmitida de forma clara, completa e consistente. 3.11.2. Actividade do Gabinete de Relações com Investidores Como referido, o Gabinete de Relações com Investidores de Jerónimo Martins constitui o interlocutor privilegiado de todos os investidores - institucionais e privados, nacionais e estrangeiros - bem como dos analistas que elaboram pareceres e formulam recomendações relativas ao título da Sociedade. É igualmente da responsabilidade do Gabinete todos os assuntos relativos ao relacionamento com a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, sendo o responsável pelo Gabinete de Relações com Investidores o Representante Legal para as Relações com o Mercado. O Gabinete elabora anualmente um Plano de Comunicação com o Mercado Financeiro. Este Plano, devidamente enquadrado na estratégia global de comunicação de Jerónimo Martins, pauta-se pelos princípios de transparência, rigor e consistência que caracterizam a Política de Comunicação do Grupo. Com o objectivo de transmitir ao mercado uma visão actualizada e clara das estratégias das diferentes áreas de negócio do Grupo, em termos de desempenho operacional e de perspectivas, o Gabinete, no âmbito do Plano de Comunicação, organiza uma série de eventos com o objectivo de dar a conhecer os vários negócios 99 R&C’08 Governo da Sociedade Informação do Grupo, as suas estratégias e perspectivas futuras e, em simultâneo, acompanhar o desenvolvimento das actividades do ano, esclarecendo eventuais dúvidas existentes. Ao longo de 2008, o Gabinete promoveu eventos que permitiram ao mercado financeiro um diálogo não apenas com o próprio Gabinete mas também com a Gestão do Grupo, destacando-se as seguintes iniciativas: Reuniões com analistas financeiros e investidores; Respostas às questões dirigidas ao Gabinete, colocadas via correio electrónico (e-mail) para endereço próprio; Atendimento telefónico; Divulgação de comunicados ao mercado através da extranet da CMVM, do sítio institucional de Jerónimo Martins, da Euronext Lisboa e de mailing dirigido a todos os investidores e analistas financeiros que constam da base de dados criada e actualizada pelo Gabinete; Apresentações realizadas à comunidade financeira: apresentação de resultados, roadshows, conferências, Assembleia Geral e Dia do Investidor. No âmbito da informação veiculada para o mercado, foram publicados, ao longo do ano de 2008, os seguintes comunicados: 100 R&C’08 Governo da Sociedade Informação O contacto com o Gabinete é possível através da Representante para as Relações com o Mercado e Responsável pelo Gabinete de Relações com Investidores - Dra. Cláudia Falcão - e do endereço de e-mail [email protected]. As comunicações regularmente efectuadas pelo Gabinete são integralmente disponibilizadas no sítio institucional de Jerónimo Martins em www.jeronimomartins.com, com o objectivo de tornar a informação facilmente acessível a todos os interessados. O sítio disponibiliza não só a informação obrigatória, prevista no Artigo 4º do Regulamento da CMVM n.º 1/2007, como também informação genérica sobre o Grupo e as Companhias que o integram, bem como outros dados considerados relevantes, designadamente: Comunicados ao mercado relativos a factos relevantes; Contas anuais, semestrais e trimestrais do Grupo, incluindo o Relatório anual sobre a actividade desenvolvida pela Comissão de Auditoria; Indicadores económico-financeiros e dados estatísticos, actualizados semestral ou anualmente, consoante a Companhia ou área de negócio; Relatórios e Contas das Sociedades do Grupo com títulos cotados em bolsa; A mais recente apresentação do Grupo realizada à comunidade financeira; Informações sobre o desempenho do título em bolsa; Calendário anual de eventos societários, divulgado no início de cada ano, incluindo, entre outros, as reuniões da Assembleia Geral de Accionistas e a divulgação de contas anuais, semestrais e, se aplicável, trimestrais; Informações relativas à Assembleia Geral de Accionistas; Informação sobre o Governo da Sociedade; Código de Conduta de Jerónimo Martins; Estatutos da Sociedade; Regulamentos Internos em vigor; Actas das reuniões da Assembleia Geral; Acervo histórico das listas de presença, das ordens de trabalhos e das deliberações tomadas relativas às Assembleias Gerais realizadas nos três anos antecedentes; Provedoria do Cliente. O sítio tem parte significativa da informação – designadamente aquela objecto de recomendação da CMVM – em língua inglesa, sendo igualmente pioneiro na acessibilidade aos invisuais, fornecendo uma ferramenta que permite que estes usufruam da informação nele contida. É ainda disponibilizado um formulário de contacto para pedido de informação, o qual permite uma rápida interacção, via correio electrónico, com a Sociedade e a integração na mailing list dos destinatários de informação periodicamente enviada. As principais coordenadas de acesso ao Gabinete são as seguintes: Morada: Rua Actor António Silva, n.º 7, 14.º andar, 1600-404, Lisboa Telefone: +351 21 752 61 05 Fax: +351 21 752 61 65 E-mail: [email protected] É também da responsabilidade do Gabinete, a coordenação da elaboração do Relatório e Contas, que se reconhece como um documento fundamental de comunicação com o mercado financeiro. Nele, o Gabinete zela pela transparência e abrangência da informação publicada em relação às várias áreas de negócio de Jerónimo Martins, procurando transmitir, de forma clara, completa e consistente, a evolução da realidade das diversas actividades ao longo do ano. 101 R&C’08 Governo da Sociedade Informação O esforço de toda a equipa de Jerónimo Martins na elaboração deste documento valeu ao Grupo, pela terceira vez, o prémio de melhor Relatório e Contas, na categoria de Sociedades Não Financeiras, atribuído na cerimónia de Investor Relations Awards ’08, organizada pela Deloitte em parceria com os jornais Semanário Económico e Diário Económico. 3.12. Remuneração Anual Paga ao Auditor Externo Relativamente a 2008, o total de remunerações pagas ao Auditor Externo e a outras pessoas singulares ou colectivas pertencentes à mesma rede, foi de 1.178.147 euros, excluindo as despesas referentes a deslocações e outros custos suportados directamente pelas Companhias do Grupo. Em termos percentuais, o valor referido divide-se da seguinte forma: Serviços de revisão legal de contas: 59%; Outros serviços que não de revisão legal de contas e auditoria externa: 41%. Os serviços que não de revisão legal de contas, no montante total de 485.191 euros, dizem respeito a apoio a processos de reorganização interna e aquisições de negócios, ao acesso a uma base de dados fiscais, assessoria técnica em projecto de conversão de normativo contabilístico, à certificação de contas de subsidiárias no âmbito de relações comerciais com terceiros e acções de formação. Em particular, durante o ano de 2008, salienta-se que parte significativa do trabalho prestado neste âmbito (mais de 90%) foi relativo aos trabalhos de due diligence efectuados às sociedades do Grupo Tengelmann adquiridas pelo Grupo em Portugal e na Polónia. Todos estes serviços são completamente laterais ao trabalho dos auditores e foram prestados por funcionários que não participaram em qualquer trabalho de auditoria no Grupo. 102 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Índice III. Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento 1. Factos Relevantes do Ano 104 2. Enquadramento 2008 106 2.1. Conjuntura Macro-Económica Internacional 106 2.2. Conjuntura Sectorial e de Mercado 109 2.2.1. Factos Relevantes no Sector da Distribuição Alimentar 2.2.2. Portugal 2.2.3. Polónia 3. 4. Desempenho do Grupo 109 109 112 114 3.1. Principais Projectos do Ano 2008 114 3.2 Programa de Investimentos do Grupo 119 3.3 Actividade Consolidada no Ano 2008 121 Desempenho das Áreas de Negócio 133 4.1. Distribuição Alimentar - Portugal 133 4.1.1. 4.1.2. 4.1.3. 4.1.4. Retalho Alimentar – Pingo Doce e Feira Nova Retalho Alimentar – Operação na Madeira Cash & Carry Alimentar - Recheio Direcções Funcionais da Distribuição Alimentar em Portugal 4.2. Distribuição Alimentar - Polónia 4.2.1. Biedronka 4.2.2. Apteka Na Zdrowie 4.3. Indústria, Distribuição & Serviços e Restauração 4.3.1. Indústria – Unilever Jerónimo Martins 4.3.2. Serviços, Representações e Retalho Especializado 5. Perspectivas para 2009 5.1. 5.2. 5.3. 5.4. 5.5. Conjuntura Macro-Económica Internacional Tendências Internacionais no Sector Perspectivas para Portugal Perspectivas para a Polónia Perspectivas para os Negócios de Jerónimo Martins 133 137 139 142 149 149 152 153 153 156 159 159 162 163 165 166 6. Factos Subsequentes 169 7. Proposta de Aplicação de Resultados 170 8. Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão 171 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Factos Relevantes do Ano 1. Factos Relevantes do Ano Actividade Operacional Janeiro Abertura das lojas Pingo Doce de Chamusca e Cartaxo; Alienação de parte do negócio de chá preparado (Ready-to-drink Tea) da marca Lipton à Pepsi Lipton International (PLI) e assinatura de um contrato para distribuição, pela Unilever Jerónimo Martins, destes produtos em Portugal. Fevereiro Abertura da loja Pingo Doce de Coimbrões; Abertura do Centro de Distribuição de Laúndos (Norte de Portugal). Março Notificação, por parte da Autoridade da Concorrência, da decisão de não oposição à operação de concentração Recheio/Luta; Abertura da loja Pingo Doce de Perosinho; JMD lança nova representada - Malaki (camarão); Abertura da loja Hussel no Fórum Coimbra; Início da fusão das marcas Pingo Doce e Feira Nova – abertura da primeira loja convertida em Faro (Penha). Abril Reembolso antecipado do Empréstimo Obrigacionista da Jerónimo Martins, SGPS, S.A., no montante de 40 milhões de euros, contratado em 2003 e com maturidade em Outubro de 2010; JMD lança nova representada - Leaf / Truly (gomas); Abertura da loja Olá no Palácio do Gelo em Viseu; Notificação por parte da Autoridade da Concorrência, da decisão de não oposição à aquisição da Plus em Portugal. Maio Alteração da Insígnia das antigas lojas Plus para Pingo Doce; Abertura do Centro de Distribuição de Alcochete (ex Plus – Centro de Portugal). Junho Abertura das lojas Pingo Doce de Porto de Mós e Ermesinde; Abertura de um novo Centro de Distribuição em Lubin (Sudeste da Polónia), para substituição do existente. 104 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Factos Relevantes do Ano Julho Abertura das lojas Pingo Doce de Arcos de Valdevez e Lourinhã; Lançamento da nova identidade Pingo Doce; Atribuição do prémio de melhor Relatório e Contas de 2007 na categoria de Empresas Não Financeiras. Agosto Abertura das lojas Pingo Doce de Montemor-o-Novo, São Brás de Alportel e Jardins do Cristo Rei; Abertura da loja Recheio do Intendente, em Lisboa. Setembro Contratação de Empréstimo em “Club Deal”, no montante de 300 milhões de zloty, pela subsidiária polaca Jeronimo Martins Dystrybucja, pelo prazo de cinco anos, com plano de amortizações anuais crescentes; Notificação, por parte da Autoridade da Concorrência, da decisão de não oposição à operação de concentração Recheio/Cavaco; Notificação por parte da Autoridade da Concorrência, da decisão de não oposição à aquisição da Plus na Polónia; JMD lança nova representada - Sunquick (sumo de laranja); Abertura da loja Jeronymo em Telheiras, Lisboa. Outubro Abertura das lojas Pingo Doce de Vieira do Minho, Sobralinho e Santa Apolónia (Lisboa); Reestruturação de descoberto bancário na Optimum Mark, no montante de 100 milhões de zloty, através da sua conversão em empréstimo de médio prazo, com maturidade em 2010, e plano de amortizações trimestrais; Aquisição da Plus Polónia e início da conversão das lojas em Biedronka; Abertura do primeiro restaurante Chili’s; Abertura das lojas Hussel, Olá e Jeronymo no Mar Shopping IKEA (Porto). Novembro Abertura das lojas Pingo Doce de Alenquer, Anadia e Fórum Barreiro; Abertura da loja Recheio de Santa Maria da Feira (ex-Cavaco); Abertura da loja Olá no Fórum Barreiro; Marca Própria, em Portugal, atinge mais de 3.400 referências. 105 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 2. Enquadramento 2008 2.1. Conjuntura Macro-Económica Internacional Em 2008, concretizaram-se as expectativas de incerteza e volatilidade macroeconómica adiantadas por vários especialistas no final do ano anterior. O nível de incerteza nas principais economias foi crescendo, afectando a confiança nos mercados ao longo de todo o ano. Paralelamente, as projecções macro-económicas da maioria das instituições de referência foram, consecutivamente, revistas em baixa. Comportamento das Economias De acordo com as projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), disponíveis no final do ano, em 2008, a economia mundial terá crescido 3,7%. A quebra no ritmo de crescimento económico, em 1,3 pontos percentuais, traduziu-se numa menor taxa de crescimento do comércio internacional, que, em volume, passou de 7,2% em 2007, para 4,6% no ano que findou. A quebra no crescimento económico fez-se sentir em todas as economias de referência, embora de forma diferenciada. O conjunto das economias emergentes passou de um crescimento de 8,0%, em 2007, para 6,6% em 2008, mantendo-se, ainda assim, a níveis muito interessantes. O crescimento na Europa Central e de Leste permaneceu acima dos 4% e China, Índia e Rússia continuaram a ser as mais dinâmicas no conjunto das várias economias emergentes. Contudo, a China, registou uma quebra no seu ritmo de crescimento de 2,2 pontos percentuais, uma queda claramente acima da média nas restantes economias emergentes. O conjunto das economias desenvolvidas continuou a apresentar forte desacelaração no crescimento económico, tendo fechado o ano nos 1,4%, valor que compara com 2,6%, em 2007, e 3,0%, em 2006. Dados macro-económicos, tais como o desemprego crescente, a queda dos preços nos mercados imobiliários e nos mercados bolsistas, o abrandamento do consumo e, consequentemente, do investimento, conduziram o PIB de várias economias desenvolvidas para uma zona de estagnação, ou mesmo, já de recessão técnica. A economia norte-americana registou, pelo segundo ano consecutivo, uma quebra significativa no crescimento económico e alguns especialistas adiantam que a mesma terá entrado em recessão técnica no final do ano. De acordo com a Bloomberg, a economia norte-americana terá registado o maior crescimento da taxa de desemprego desde o final da Segunda Guerra Mundial. A Zona Euro, que, em 2007, tinha apresentado apenas ligeiros sinais de desaceleração, sofreu, em 2008, uma quebra no seu crescimento económico de 1,4 pontos percentuais. Também neste caso, alguns especialistas adiantam que a União Económica Monetária a 15 (UEM-15) terá entrado em recessão técnica devido aos fracos desempenhos da Espanha, Irlanda e Alemanha em 2008. 106 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 O Japão não conseguiu fugir à tendência e registou um crescimento, em 2008, de 0,5%, que compara com 2,1% em 2007. Mercados Financeiros O ano de 2008 foi marcado pela crise de liquidez dos mercados financeiros, com origem na crise de crédito hipotecário sub prime, despoletada em 2007 na economia norte-americana. A falta de confiança no mercado interbancário originou grandes dificuldades no acesso ao crédito, conduzindo ao aumento do custo do capital e à exigência de cada vez maior nível de garantias. O agravamento da crise nos mercados financeiros, sobretudo a partir do Verão, provocou a falência de várias instituições financeiras na economia norte-americana e teve iguais repercussões a nível global. Nos mercados de capitais, registaram-se quebras abruptas nas avaliações de praticamente todas as classes de activos (excepção feita à dívida soberana). Os índices de acções lideraram as quedas, com perdas entre 40% e 50%, algo que não se registava desde os anos 30. A volatilidade dos mercados foi um facto ao longo de todo o ano e provocou a suspensão temporária das Bolsas na Rússia, Roménia, Ucrânia, Tailândia, Indonésia e Islândia. Políticas Monetárias A Reserva Federal Americana (FED), reagindo ao mau desempenho da economia norte-americana, manteve uma política de continuada redução da taxa de juro de referência até virtualmente 0%. A FED recorreu, também, à intervenção directa no mercado secundário de obrigações, através da recompra de dívida pública norteamericana, expandindo o seu balanço até 4,7 mil milhões de dólares (menos de 0,8 mil milhões antes da crise). Já o Banco Central Europeu (BCE) continuou a assumir a contenção da inflação na Zona Euro como a sua principal prioridade durante a primeira parte do ano. Contudo, na segunda parte do ano, acabou por mostrar-se sensível à quebra no crescimento económico e passou a efectuar descidas consecutivas na taxa de juro de referência que, em Janeiro de 2009, já se situava em 2,0%. Ainda assim, o custo do dinheiro permaneceu elevado ao longo de todo o ano para as empresas e particulares, com a Euribor a seis meses a permanecer bastante acima das taxas de referência e os spreads dos bancos a aumentarem. No final do ano, registou-se uma redução significativa das taxas Euribor a seis meses, mas os spreads permaneceram, ainda assim, elevados. A nível global, os Bancos Centrais de todo o mundo, cuja principal prioridade passou a ser a estabilização dos mercados financeiros e a retoma da confiança, tentaram sincronizar-se na condução de políticas monetárias mais expansionistas e prepararamse para injectar tanta liquidez no mercado quanto necessário. Em 2008, o Euro perdeu 5,5% face ao Dólar norte-americano, cedendo algum do terreno que tinha ganho em 2007. Contudo, a volatilidade foi elevada ao longo do ano, tendo o câmbio Euro/Dólar norte-americano registado um máximo de cerca de 1,60, a meio do ano, e recuado até 1,39, valor registado em 31 de Dezembro. 107 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 Já face à moeda polaca, o Euro apresentou uma valorização de 15,6%, mas a volatilidade também se fez sentir ao longo de todo o ano. O câmbio Euro/Zloty chegou a atingir um mínimo de 3,20 no final do primeiro semestre, avançando até 4,15 no fecho do ano. Intervenção dos Governos O ano de 2008 foi marcado, ainda, pela intervenção directa dos governos na economia. O Governo norte-americano aprovou o Plano Henry Paulson para injecção de capital na economia, nomeadamente em bancos, seguradoras e, por último, na indústria automóvel. Na União Europeia, os governos nacionalizaram várias instituições financeiras para garantir a estabilidade do sistema financeiro e acabaram por definir uma actuação concertada de ataque à crise, através de medidas de apoio à retoma da confiança do consumidor e medidas de apoio directo às empresas para combater o crescimento do desemprego. Matérias-Primas Energéticas e Não-Energéticas O preço do crude chegou a atingir o máximo histórico de 147,50 dólares por barril em Julho de 2008 mas, ainda assim, abaixo das expectativas de 150 dólares adiantadas pelos especialistas económicos. Já na segunda parte do ano, inverteu-se a tendência, tendo o preço do petróleo chegado a atingir 41 dólares por barril em Dezembro, em reacção à quebra no crescimento da actividade económica mundial. Também os preços das matérias-primas não-energéticas apresentaram comportamentos de enorme volatilidade. Na primeira parte do ano, concretizaram-se as expectativas de pressão inflacionista, mas na segunda metade do ano, houve uma clara inversão de tendências. A título de exemplo, o preço do milho, determinante no preço das rações para animais e, portanto, no preço da carne e do leite, sofreu um aumento de 39%, durante o primeiro semestre, que se inverteu para uma descida de 45% na segunda metade do ano. Segundo as projecções do FMI, a taxa média anual de inflação dos preços ao consumidor para o conjunto das economias avançadas terá sofrido um aumento de 1,4 pontos percentuais em 2008, atingindo os 3,6%. Esta tendência foi ainda mais acentuada para o conjunto das economias emergentes, que apresentaram um aumento de 2,8 pontos percentuais nos preços ao consumidor, colocando a taxa de inflação média em 9,2%. 108 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 2.2. Conjuntura Sectorial e de Mercado 2.2.1. Factos Relevantes no Sector da Distribuição Alimentar A conjuntura macro-económica, vivida em 2008, reflectiu-se no desempenho do sector, mas afectou os operadores de formas distintas. A falta de confiança no consumo e a pressão sobre o poder de compra afectou, sobretudo, a área não-alimentar. Na área alimentar, os consumidores mostraram-se ainda mais racionais na sua despesa e manifestaram menor preferência pela diversidade dos sortidos. A maioria dos operadores optou por ajustar as suas estratégias de curto-prazo em função da crise que se está a viver nos mercados financeiros e dos potenciais efeitos desta na economia real, os quais ainda não são totalmente visíveis. Antes de mais, a generalidade dos operadores reforçou a sua posição competitiva em preço e na Marca Própria. A exposição financeira de alguns operadores obrigou-os, também, a tomar decisões de racionalização da sua carteira de activos, optimização das estruturas de custos e revisão dos planos de investimento e de financiamento, à luz das condições nos mercados financeiros. Esta situação foi especialmente vivida na Europa de Leste, sobretudo, na Rússia e Ucrânia. No que respeita a planos de expansão internacional, ainda se registou alguma dinâmica, mas foram, sobretudo, os discounts que mostraram maior confiança, com a Lidl e a Aldi a anunciarem planos de investimento na Europa Central e de Leste e em mercados como o norte-americano e o inglês, entre outros. Em 2008, foram, também, divulgadas notícias sobre vários testes-piloto para novos formatos de proximidade e conveniência, tanto por parte de operadores de hipermercados, como de supermercados e discounts, no mercado norte-americano e na Europa. O ano foi, ainda, marcado pela concretização de uma das maiores operações de consolidação do sector, iniciada em 2007. A Tengelmann centrou, definitivamente, a sua actividade na área imobiliária ao concretizar a fusão entre a Plus e a Edeka na Alemanha. Em Portugal e na Polónia, as operações da Plus foram vendidas a Jerónimo Martins. Em 2008, registou-se, ainda, a venda das operações Plus na República Checa, Hungria e Grécia. Em Espanha, a Plus já tinha sido vendida ao Dia-Carrefour. 2.2.2. Portugal Conjuntura Macro-Eonómica Em 2008, o ano ficou marcado pelo elevado défice externo que atingiu 9,0% do PIB. O défice externo cresceu devido à factura energética e ao pagamento dos juros da dívida pública. A fragilidade da economia nacional ficou, assim, agravada com a crise internacional que deixou o país mais vulnerável e dependente. De acordo com o Boletim de Inverno do Banco de Portugal, em 2008, a economia portuguesa terá evoluído para uma zona de estagnação, tendo apresentado um 109 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 desempenho muito negativo no quarto trimestre do ano. As exportações, que vinham a ter um comportamento bastante favorável nos últimos anos e eram o principal motor de sustentação do crescimento económico, ressentiram-se com a retracção da actividade económica internacional, tendo registado um crescimento de apenas 0,6% que compara com 7,6% em 2007. A taxa de inflação média permaneceu estável, em 2,7%, apesar das pressões inflacionistas sobre os bens energéticos e sobre as matérias-primas não-energéticas, registadas durante o primeiro semestre do ano. O consumo privado cresceu apenas 1,4%, claramente abaixo da inflação, influenciado pela falta de confiança do consumidor e pelos sinais evidentes do aumento do desemprego ao longo do ano, o qual se deverá situar entre os 8,0% e os 9,0%. Acresce ainda que, apesar de ter havido várias descidas nas taxas de juro directoras, as mesmas não foram reflectidas nos encargos das famílias que continuaram a ver-se ainda mais pressionadas em função dos seus elevados níveis de endividamento. Também o investimento sofreu uma retracção, na ordem de 0,8%, originada pela falta de confiança dos empresários e pela degradação das condições de financiamento e acesso ao crédito. A bolsa nacional não ficou imune à conjuntura internacional, tendo o Índice PSI-20 apresentado uma desvalorização superior a 50% e elevada volatilidade ao longo de todo o ano. Retalho Alimentar Moderno O ano de 2008 foi marcado por dois grandes movimentos de consolidação no mercado, desencadeados em 2007: a aquisição de 12 hipermercados Carrefour pelo Grupo Sonae e a aquisição de 77 lojas Plus por Jerónimo Martins. Observou-se, ainda, uma forte desaceleração na dinâmica de expansão orgânica na globalidade do sector, tendo-se registado a abertura de 82 novas lojas, equivalente a um aumento de 6% da área de venda. Em 2007, tinham sido abertas 154 novas lojas, correspondentes a um aumento de 12% da área de venda. O Minipreço foi a Insígnia que se destacou em termos de aberturas, com mais de trinta lojas abertas no ano transacto. No entanto, com a integração das lojas Plus e das lojas Feira Nova de menor dimensão, o Pingo Doce fechou o ano detendo a liderança de mercado em área de venda. Segundo a informação disponibilizada pela Direcção-Geral das Actividades Económicas (DGAE), existem, ainda, mais de 385 licenças para novas lojas de Retalho Alimentar correspondendo a um aumento potencial da área de venda de 40%, destacando-se o formato de loja até 2.000 metros quadrados. De acordo com a TNS, o consumo do lar no Retalho Alimentar Moderno terá crescido 4,7%, enquanto que o consumo do lar no total do Retalho Alimentar cresceu ligeiramente abaixo. O formato de hipermercado continuou a ceder terreno para os restantes formatos, não só pela ausência de expansão orgânica, como pela maior preferência dos consumidores pelos formatos de proximidade. 110 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 Os operadores que entraram no mercado em 2006 continuam a ter um parque de lojas relativamente pequeno. De acordo com os estudos de mercado, em Dezembro de 2008, a Aldi possuia 14 lojas abertas. A Netto, do Grupo Intermarché, tinha apenas quatro lojas abertas, tendo anunciado a meio do ano que pretendia abandonar o projecto em Portugal. A Schleker, primeiro operador europeu de Retalho Especializado a entrar no mercado português, fechou o ano com cerca de 39 lojas, mais nove que no ano anterior. Mercado Grossista Analisando o mercado pelo lado da procura, de acordo com a Nielsen, o Retalho Tradicional continuou a perder terreno para o Retalho Alimentar Moderno, não só em volume de negócios, como em número de pontos de venda. Em 2008, o Retalho Tradicional sofreu um decréscimo de 4% em valor. Já o canal HoReCa continuou a apresentar um crescimento em valor acima da inflação, segundo os dados da DBK e Gira Sic. No entanto, a partir da segunda metade do ano, a conjuntura económica e a menor confiança do consumidor refrearam o consumo fora de casa, tendo resultado num menor crescimento global e na estagnação de certas tipologias do canal HoReCa. Ainda assim, a procura global, em valor, apresentou um comportamento positivo tendo o crescimento do canal HoReCa mais do que compensado o decréscimo do Retalho Tradicional. Já do lado da oferta, 2008 foi o sétimo ano consecutivo em que se registou uma diminuição significativa no volume total de actividade dos grossistas alimentares, segundo os dados publicados pela Nielsen. De entre os operadores que registaram um comportamento positivo nas vendas, o Recheio terá sido a única Insígnia a obter crescimentos em valor claramente acima da inflação. Os cinco maiores operadores do canal grossista passaram a concentrar 86% do valor de mercado, quando em 2007 representavam cerca de 80%. Em 2008, foi registada a aquisição de Santos Cavaco, em Vila da Feira, pelo Recheio, surgiu uma nova loja da Makro, em Aveiro, e vários operadores remodelaram as suas operações. Apesar do Retalho Tradicional ser, ainda, o principal segmento de clientes para os grossistas alimentares, verifica-se, cada vez mais, um maior enfoque estratégico no canal HoReCa. 111 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 2.2.3. Polónia Conjuntura Macro-Económica De acordo com o Ministério da Economia Polaco, em 2008, a taxa de crescimento económico da Polónia situou-se acima dos 5%. Comparando com o desempenho económico de 2007, registou-se uma quebra de 1 ponto percentual, ligeiramente abaixo da tendência registada no conjunto das economias emergentes. É de salientar que, pela primeira vez, a quebra no crescimento económico não afectou as exportações, tendo-se mesmo registado um crescimento acima dos 17,0%. A taxa de desemprego continuou a evoluir favoravelmente, tendo sido reduzida em cerca de dois pontos percentuais em 2008. O crescimento rápido dos salários continuou a sustentar o crescimento do poder de compra real e a procura. A inflação dos preços ao consumidor apresentou uma tendência em alta e atingiu 4,5% no primeiro semestre de 2008. Já no segundo semestre, registou-se uma tendência de contracção na inflação dos preços ao consumidor para níveis semelhantes aos do final de 2007. Apesar do bom desempenho no ano que findou, existem sinais de desaceleração da actividade industrial, que levaram o Banco Central Polaco a baixar a taxa de juro de referência para 5% no final de Novembro. Retalho Alimentar Moderno na Polónia Em 2008, o Retalho Alimentar na Polónia continuou a crescer acima dos 6,0%. Embora apresentando níveis de consolidação tendencialmente crescentes, o mercado é ainda muito fragmentado quando comparado com outros países da Europa Ocidental. Na Polónia, os 20 maiores retalhistas representam entre 40% a 45% da facturação. Apesar de existirem vários operadores locais com dimensão, os três maiores operadores do mercado são internacionais e continuam a ser a Jeronimo Martins Dystrybucja (que reforçou a sua posição de mercado em 2008, com a aquisição da Plus, tendo chegado ao final do ano com 1.364 lojas abertas), o Carrefour e a Tesco. De acordo com a empresa de estudos de mercado PMR, o Retalho Alimentar Moderno detém cerca de 33% do mercado total. Os hipermercados e os supermercados têm um peso muito semelhante no Retalho Alimentar Moderno e os discounts encontram-se ligeiramente abaixo na quota em valor. No entanto, em 2008, o segmento dos discounts foi aquele que apresentou uma taxa de crescimento mais elevada – cerca de 28% - claramente influenciada pela Biedronka. O crescimento dos supermercados foi igualmente significativo, embora tenha ficado abaixo dos 25%. Já os hipermercados apresentaram um crescimento menor, na ordem dos 12%, revelando que o nível de saturação neste segmento já é elevado. O Retalho Moderno manteve uma dinâmica de expansão em linha com os anos anteriores. No universo dos hipermercados, registaram-se 27 aberturas, apesar de o índice de saturação neste formato já ser elevado. Já os formatos de menor dimensão, 112 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Enquadramento 2008 continuam bastante activos em expansão orgânica, tendo-se registado 132 aberturas no universo de supermercados e 187 aberturas no universo dos discounts. Neste segmento registou-se, ainda, a integração de 193 lojas Plus, do grupo alemão Tengelmann, na Biedronka, no último trimestre do ano. Em termos de consolidação de mercado, registaram-se, ainda, algumas operações de aquisição, sobretudo de lojas em regime de franchising – a EKO Holding adquiriu a Rabat Detal, a BOMI adquiriu a Rabat Pomrze and Rast e a Emperia Holding adquiriu a Lewiatan Wielkopolska e a ZKIP “Lewiatan 94” Holding S.A.. Em 2008, a Aldi concretizou a sua entrada no mercado polaco, tendo no final do ano 12 lojas abertas. Fontes Consultadas: World Economic Outlook do FMI, Novembro 2008; Comissão Europeia, Eurostat; Reuteurs; Estudos Económicos e Financeiros BPI, Dezembro 2008; Boletins Económicos do Banco de Portugal, Outono e Inverno 2008; Ministério das Finanças de Portugal; Relatórios Temáticos da Universidade Católica Portuguesa – NECEP/CEA FCEE; Instituto Nacional de Estatística; Direcção- Geral das Actividades Económicas; Boletins Económicos do Banco Nacional da Polónia; Ministério das Finanças Polaco; Central Statistical Office (GUS); Citigroup; Citibank Handlowy; BRE Bank; IG Markets, Planet Retail; IGD, Deloitte; TNS; Nielsen; DBK; Girasic; PMR; APED; Uniarme; AREST; CIES. 113 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo 3. Desempenho do Grupo 3.1. Principais Projectos do Ano 2008 O ano de 2008 foi decisivo para o crescimento de Jerónimo Martins, que aumentou, de forma muito relevante, a sua escala de operações tanto em Portugal como na Polónia. O crescimento, like-for-like acima do crescimento do mercado, registado nos dois mercados, combinado com a abertura de novas lojas e aquisição das operações da Plus em ambas as geografias, contribuiu para o fortalecimento das quotas de mercado dos principais formatos de retalho do Grupo, consolidando a sua cobertura do mercado português e do mercado polaco. Aquisição das Operações da Plus em Portugal Assinatura do acordo para aquisição das operações da Plus Assinatura do contrato de cessão de quotas. Início do processo de integração e da contribuição da operação adquirida para as contas do Pingo Doce Notificação da Autoridade da Concorrência sobre não oposição à operação de aquisição da Plus Fase I de conversão: adaptação de 75 lojas para PD Início Fase II de conversão: 2 lo jas em Desenvolvimento da Fase II de conversão: remodelação de 16 lojas ao longo do período pro cesso pro fundo de remo delação 21 Dez-07 29 Abr-08 30 Abr-08 30 Jun-08 4 Nov-08 A 21 de Dezembro de 2007, a Companhia Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. chegou a um acordo com o Grupo Tengelmann para a aquisição da companhia Plus Discount Supermercados, Lda. em Portugal. À data, a Plus operava, em Portugal, 75 lojas de hard discount com um total de 61 mil m2 de área de venda, tendo reportado no último ano fiscal, findo a 30 de Abril de 2007, vendas líquidas de 149 milhões de euros. A 29 de Abril de 2008, o Pingo Doce foi notificado pela Autoridade da Concorrência, da não oposição à operação de concentração Pingo Doce/Plus, sujeita às seguintes condições: Na área de influência de Seia, Jerónimo Martins comprometeu-se a alienar um dos dois estabelecimentos de Retalho Alimentar que passou a deter naquela área, bem como a não apresentar, durante o período de um ano, pedidos de licenças para novos estabelecimentos de Retalho Alimentar ou para o aumento de área de venda das lojas existentes; Nas áreas de influência da Arrifana e de Évora, Jerónimo Martins comprometeu-se, durante um período de três anos, a não aumentar a sua área total de venda de Retalho Alimentar, bem como a não apresentar, durante o período de um ano, pedidos de licenças para instalação de novos estabelecimentos de Retalho Alimentar, nem para aumento da área de venda dos estabelecimentos já existentes. 114 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo A 30 de Abril de 2008, e após reunidas todas as condições estabelecidas no acordo inicial, foi celebrado o contrato de cessão de quotas entre o Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A. e o Grupo Tengelmann, representando a conclusão da operação de aquisição das operações da Plus em Portugal, estando, no final do ano de 2008, apenas em aberto um montante relacionado com o acerto ao preço da operação de aquisição, de acordo com os temas previstos no contrato, de cerca de 4 milhões de euros. Entre Dezembro de 2007, data de celebração do acordo com vista à aquisição das operações da Plus, e Abril de 2008, data do encerramento da operação de cessão de quotas, a Tengelmann abriu duas lojas, tendo as mesmas, seguindo o acordo inicial, sido integradas nas lojas a transferir para o Pingo Doce. Assim, a 1 de Maio de 2008, o Pingo Doce iniciou a integração das 77 lojas transferidas, com um total de, aproximadamente, 62,5 mil m2 de área de venda, bem como de um Centro de Distribuição no centro do País, que suportava a operação das lojas sob a gestão da Tengelmann. Para além do normal investimento na remodelação das lojas, a que se deu início imediatamente após a aquisição, a operação de integração originou um total de 8,8 milhões de euros de custos de natureza não recorrente. Visando o equilíbrio das suas operações e da geração de cash flow, o Pingo Doce optou por avançar com um plano de integração, das lojas adquiridas, em duas fases. Numa primeira fase, a Companhia encetou um plano de conversão menos profundo que permitiu, no tempo recorde de 40 dias, mudar o logotipo, ajustar o layout e introduzir um sortido especialmente adaptado em 75 lojas. Este processo permitiu tornar as lojas operacionais no mercado num curto espaço de tempo. O facto deste processo de conversão ter limitado as lojas ao equipamento existente nas antigas lojas Plus, levou à necessidade de adaptação do sortido Pingo Doce, onde os Frescos representam normalmente cerca de 60% das vendas, especialmente nas áreas de peixe fresco, carne fresca, frutas e legumes. Nas duas lojas restantes, implementou-se um plano de conversão profunda para Pingo Doce, o qual implicou a total conversão para o tradicional modelo de loja, com grande destaque para os Frescos. Este processo de remodelação implicou o encerramento de cada uma das lojas por um período de cerca de dois meses. Os primeiros resultados das fases de conversão vieram provar que o cliente valoriza muito aquele que é um dos principais elementos diferenciadores do Pingo Doce enquanto formato – a presença de um sortido de Frescos completo e de elevada qualidade. Tomou-se, então, a decisão de avançar com a segunda fase de conversão, contemplando a remodelação profunda de todas as lojas adquiridas. Esta fase iniciouse em 2008, com a remodelação total de 16 lojas, que encerraram em média durante um mês para implementação do layout Pingo Doce. O armazém que foi também objecto de transferência para o Pingo Doce sofreu trabalhos de adaptação e está, desde Maio de 2008, integrado na operação logística da Companhia. 115 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Aquisição das Operações da Plus na Polónia Assinatura do acordo para aquisição das operações da Plus 21 Dez-07 Assinatura do contrato de cessão de quotas. Início do processo de integração e da contribuição da operação adquirida para as contas da Biedronka Notificação da Autoridade da Concorrência sobre não oposição à operação de aquisição da Plus 24 Sep-08 Integração de 193 lojas adquiridas para Biedronka 1 Out-08 30 Nov-08 A 21 de Dezembro de 2007, a Companhia Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A. chegou a um acordo com o Grupo Tengelmann para a aquisição da companhia Plus Discount Sp. z o.o. na Polónia. À data deste acordo, a Plus operava, na Polónia, 210 lojas de hard discount, com um total de 150 mil m2 de área de venda, tendo reportado no último ano fiscal, findo a 30 de Abril de 2007, vendas líquidas de 344 milhões de euros. A 24 de Setembro de 2008, Jerónimo Martins foi notificada pela Autoridade da Concorrência Polaca, da não oposição à operação de concentração Biedronka/Plus, sujeita às seguintes condições: Alienação de 25 lojas Plus; Alienação de 13 lojas Biedronka; Redução da área de venda de três lojas Plus num total de 692 m2. A 1 de Outubro de 2008, e após reunidas as condições previstas no acordo inicial, foi celebrado o contrato de cessão de quotas entre a Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A. e o Grupo Tengelmann, representando a conclusão da operação de aquisição das operações da Plus na Polónia. Entre Dezembro de 2007, data de celebração do acordo com vista à aquisição das operações da Plus, e Outubro de 2008, data do encerramento da operação de cessão de quotas, a Tengelmann encerrou cinco lojas. Em Outubro de 2008, a Biedronka iniciou a integração de 205 lojas, um total de 146 mil m2 de área de venda, bem como três Centros de Distribuição que constituíam a operação logística da Plus na Polónia. Para além do normal investimento na remodelação das lojas, a que se deu início de imediato, a operação de integração originou um total de 8,9 milhões de euros de custos de natureza não recorrente. Tendo em conta a similaridade entre o modelo de negócio da Biedronka e o das antigas lojas Plus, o processo de conversão traçado permitiu a utilização de grande 116 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo parte do equipamento disponível nas lojas, tendo facilitado a implementação do layout pretendido pela Biedronka. A Companhia executou um ambicioso plano de conversão das lojas que permitiu que num período de dois meses 193 lojas (12 foram encerradas até ao final do ano) estivessem a operar sob os standards da Biedronka, tendo as lojas sido encerradas por um período médio de 16 dias, ao longo do qual se procedeu à remodelação e introdução do sortido da Insígnia. Para suportar a nova dimensão da rede de lojas, um dos Centros de Distribuição das antigas lojas Plus, no centro do País, foi totalmente remodelado para os standards da Companhia, passando a constituir sede da sétima região da Biedronka. Um segundo armazém, que operava numa região Biedronka já existente, sofreu adaptações, passando a dar suporte à estrutura logística. Já um terceiro armazém, transferido no âmbito da aquisição da Plus, foi encerrado. À data do fecho deste Relatório encontrava-se apenas pendente um processo, conduzido pela Autoridade da Concorrência polaca, relativo a um diferendo na prestação de informação, durante a análise do processo de integração. Tendo sido decidido pelo tribunal, na primeira fase do processo, o pagamento, pela Biedronka, de uma coima no montante de 28 mil euros, decidiu a mesma recorrer da decisão por considerar que lhe assiste razão na matéria em discussão. Retalho em Portugal – Uma Companhia / Uma Marca Desde sempre, Jerónimo Martins manteve no mercado dois posicionamentos, marcas e modelos de negócio diferentes para o retalho em Portugal, através das Companhias Pingo Doce e Feira Nova. Em 2002, iniciou-se uma convergência estratégica de ambas as Companhias. Por um lado, a política de preços do Pingo Doce sofreu alterações e evoluiu no sentido dos “preços tão baixos como os mais baixos”, assumindo a realidade existente no Feira Nova; por outro, o Feira Nova apostou e especializou-se, cada vez mais, na área de Perecíveis (frutas e legumes, peixaria, talho e padaria), em produtos de qualidade e na Marca Própria. Neste sentido, o sortido no Pingo Doce foi cuidadosamente racionalizado, tendo sido retiradas centenas de referências das lojas que, por representarem tão pouco em termos de procura e vendas, tornavam a operação menos produtiva e eficiente, sendo o caminho para os preços sempre baixos do Pingo Doce suportado por ganhos de produtividade e maior rentabilidade dos custos fixos da operação de loja. Em 2005, deu-se a primeira aproximação de ambas as marcas, de forma visível para o cliente, com a introdução de produtos com marca Pingo Doce nas lojas Feira Nova. A Marca Própria alimentar de retalho em Portugal de Jerónimo Martins foi então unificada sob a designação de Pingo Doce. O cliente Feira Nova revelou uma boa aceitação e reconheceu, desde logo, a relação preço/qualidade dos produtos em questão. Esta reacção positiva, comprovada em termos de vendas, foi entendida como um indicador de que a passagem das lojas de média dimensão do Feira Nova para Pingo Doce seria bem aceite pelos respectivos clientes. 117 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Em 2007, o sucesso da estratégia do Pingo Doce reflectia-se em crescimentos sólidos e sustentados das vendas like-for-like, colocando o Grupo a possibilidade de operar uma só marca. Com base num estudo realizado, concluiu-se que a marca Pingo Doce tinha atributos valorizados pelo cliente, decidindo Jerónimo Martins capitalizar a marca mais forte, preparando assim a passagem para a marca Pingo Doce nas lojas que até então operavam como mini-hipermercados (máximo de 2.500 m2) sob a marca Feira Nova. Em termos de lojas, este processo implicou a reorganização interna com vista à criação de Uma Companhia/Uma Marca. Esta reorganização, resultante da fusão das estruturas centrais de Pingo Doce e Feira Nova com as áreas funcionais partilhadas já existentes, implica novas formas de trabalhar, mais integradas e consistentes, mas, simultaneamente, mais descentralizadas e com respostas focadas na realidade de cada região. Simultaneamente, permite apostar em novos negócios como complemento da área alimentar: restauração e take-away, postos de abastecimento de combustível, entretenimento e electrónica, vestuário e parafarmácias. Após a reorganização interna, avançou-se, a partir de Março de 2008, para a adaptação dos antigos mini-hipermercados ao formato Pingo Doce. Uma equipa especialmente alocada ao projecto implementou o primeiro teste numa loja em Faro, que rapidamente apresentou resultados positivos. Escolheu-se esta loja em Faro para testar o novo conceito de “Pingo Doce Mega”, procurando oferecer ao cliente uma loja moderna, com um ambiente de compra agradável, uma navegabilidade optimizada e uma decoração focada em frescura, qualidade e preço. Em termos de espaço, recriou-se uma autêntica praça de Frescos, com uma área bastante maior do que numa loja Pingo Doce habitual, uma garrafeira e uma área de bazar com ambiente e decoração próprios, um espaço de florista, um café e pastelaria, um Take Away e um restaurante “Refeições no Sítio do Costume”. Os resultados deste primeiro teste levaram à introdução de pequenos ajustes no modelo de conversão, o que permitiu avançar com o plano nas lojas de Seia, Faro, Póvoa de Santo Adrião e Loures. As lojas totalmente convertidas têm apresentado desempenhos positivos, com aumento de vendas e do número médio de clientes. Por fim, entre Novembro e Dezembro, procedeu-se à mudança de imagem das restantes lojas de média dimensão do Feira Nova, encontrando-se o parque já totalmente convertido. 118 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo 3.2. Programa de Investimentos do Grupo Investimentos O ano de 2008 fica marcado, em Jerónimo Martins, pela integração da cadeia de retalho Plus nos mercados de Portugal, a 30 de Abril, e da Polónia, a 1 de Outubro. Em complementaridade a esta aquisição nos dois mercados, a expansão orgânica foi fiel ao ritmo planeado, permitindo a abertura sob as Insígnia Pingo Doce e Biedronka de mais 17 e 154 lojas, respectivamente. Este esforço de expansão permitiu encerrar o ano com 1.359 lojas de Retalho Alimentar na Polónia e 343 em Portugal. A expansão foi igualmente um pilar de crescimento no Recheio Cash & Carry em Portugal, através da abertura de duas novas lojas, incluindo a aquisição da Companhia SCGR - Comércio por Grosso e a Retalho. Adicionalmente, o Grupo desenvolveu novas áreas de negócio, através: i) da abertura de 45 novos estabelecimentos nas áreas de restauração e serviços, farmácias (Polónia) e parafarmácias (Portugal); ii) de novas lojas das Insígnias New Code, GET e ElectricCo; e iii) da consolidação do serviço disponibilizado em algumas lojas pela integração de postos de abastecimento de combustível. Lojas Novas 2008 2007 2006 Retalho Portugal 2 p.m. Aquisição Plus Remodelações 1 2008 2007 2006 Lojas Fechadas 2008 2007 2006 94 77 33 20 30 16 30 28 7 1 4 1 2 0 1 3 2 1 0 0 0 Biedronka p.m. Aquisição Plus 359 205 156 116 83 71 57 45 12 16 16 Outros Negócios 54 54 33 12 3 2 9 7 1 Recheio 3 1 Exceptuando o Recheio, consideram-se apenas as lojas cuja remodelação implicou o encerramento da área de venda a Inclui as lojas Pingo Doce na Madeira 3 Inclui a loja Recheio na Madeira 2 Por forma a assegurar uma sólida plataforma de crescimento de vendas no parque de lojas existente e garantir a satisfação das melhores expectativas dos consumidores, Jerónimo Martins procedeu à intensificação do esforço de investimento em manutenção e remodelação de lojas e armazéns, durante o ano. Este esforço traduziu-se em 104 milhões de euros de investimento em Portugal e 80 milhões de euros na Polónia, adequando as operações à maior escala de funcionamento. 119 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Área de Negócio Retalho Portugal Lojas Logística e Estrutura Central Expansão1 2008 Outros 2 Total Expansão1 2007 Outros 2 Total 87,2 82,4 4,9 89,8 84,2 5,6 177,0 166,5 10,5 173,0 172,1 1,0 66,4 63,5 2,8 239,4 235,6 3,8 Cash & Carry 4,5 11,5 16,0 0,0 12,8 12,8 Madeira 1,6 3,2 4,7 2,7 6,0 8,7 93,3 104,4 197,8 175,7 85,1 260,8 209,9 737,9 193,2 16,7 79,8 280,5 52,5 27,3 289,6 1.018,3 245,7 44,0 143,7 541,8 140,4 3,3 56,4 212,5 40,4 16,0 200,1 754,3 180,8 19,3 303,2 184,2 487,4 319,4 141,5 460,9 378,1 0,0 378,1 0,0 0,0 0,0 4,1 4,6 8,7 4,2 3,4 7,6 Total JM 685,4 188,8 874,2 323,6 144,9 468,5 % do EBITDA 188,3% 51,9% 240,2% 88,9% 39,8% 128,7% Distribuição Portugal Biedronka p.m PLN '000 Lojas Logística e Estrutura Central Total Distribuição Aquisições (Plus e SCGR) Indústria e Serviços 1 2 Lojas Novas e Novos Centros de Distribuição Remodelações, Manutenção e Outros Desinvestimentos A monitorização e optimização da rentabilidade do parque de lojas continuou a merecer análise e acompanhamento constante, o que justificou o fecho de seis lojas alimentares em Portugal e 33 lojas na Polónia. Simultaneamente, e de acordo com os planos estratégicos previstos para a aquisição da Plus, foram encerradas 13 localizações por: i) substituição de lojas, ii) descontinuação de actividade em localizações previstas, ou iii) antecipação do cumprimento de remédios impostos pelas respectivas Autoridades da Concorrência. Com o objectivo de assegurar a racionalização do capital investido e a rentabilidade de activos do Grupo, procedeu-se à alienação de galerias comerciais, por forma a melhorar a sua eficiência e atractividade, bem como o tráfego das respectivas lojas alimentares. Em paralelo a esta operação, foram igualmente alienados os espaços imobiliários de seis lojas de Retalho Alimentar em Portugal, cuja exploração foi preservada através de contratos de sale and operational lease back. Por fim, em consonância com o Plano Estratégico previsto na joint-venture Unilever Jerónimo Martins, alienou-se a parte do negócio de chá preparado (Ready-to-drink Tea) da marca Lipton à Pepsi Lipton International (PLI) e assinou-se um contrato para distribuição, pela Unilever Jerónimo Martins, destes produtos em Portugal. 120 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo 3.3. Actividade Consolidada no Ano 2008 Vendas Líquidas Consolidadas Vendas Consolidadas 2008 Mil. Eur 2007 % total Mil. Eur Δ % % total Zloty Euro Vendas e Serviços Retalho Portugal 2.503.354 36,3% 2.111.501 39,5% n.a. 18,6% Cash & Carry 654.484 9,5% 626.053 11,7% n.a. 4,5% Madeira 128.387 1,9% 123.265 2,3% n.a. 3.520.934 51,1% 2.392.282 44,7% 37,3% 253.868 3,7% 246.349 4,6% n.a. 81.809 1,2% 75.908 1,4% n.a. 7,8% -249.099 -3,6% -225.680 -4,2% n.a. 10,4% 5.349.678 100,0% n.a. 28,9% Polónia - Biedronka Indústria Serviços de Mkt, Repr e Rest. Ajustes de C onsolidação Total JM 6.893.737 100,0% p.m. Retalho Portugal 2.310.199 33,5% 1.937.659 36,2% 4,2% 47,2% 3,1% 19,2% (vendas de loja) Em 2008, as vendas líquidas consolidadas de Jerónimo Martins atingiram 6.893,7 milhões de euros, um crescimento de 28,9% (+24,4%, excluindo o efeito cambial) em relação a 2007. Vendas Consolidadas (Milhões Euros) 6.894 Crescimento like-for-like das Vendas LFL 2007 LFL 2008 5.350 21,1% 20,2% +47,2% Biedronka 51,2% 44,7% 11,2% 8,7% Retalho Portugal +19,2% 36,2% Recheio Indústria & Outros 33,5% 3,6% 4,5% 0,7% 1,0% 11,7% 7.4% 2007 2007 +4,5% +3,7% FN Hipers 9,5% 5.9% 2008 2008 Pingo Doce FN Compactos Recheio Biedronka -4,3% -3,7% Este desempenho é resultado: i) do forte crescimento like-for-like (LFL), acima do registado pelo sector, reportado pelo Pingo Doce e pela Biedronka; ii) da execução do plano de crescimento orgânico do Pingo Doce e da Biedronka; e iii) do sucesso da integração, em Pingo Doce e Biedronka, das antigas lojas Plus adquiridas em 2008. No sector do Retalho Alimentar, em Portugal e na Polónia, o ano 2008 foi marcado por uma significativa inflação alimentar até Setembro, com forte abrandamento no quarto trimestre do ano. No ano de 2008, a área do Retalho em Portugal registou um crescimento das vendas totais de loja de 19,2%, em resultado do crescimento de 6,0% das vendas LFL e do aumento da área de venda (+21,7% no final do ano). 121 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo O Pingo Doce, no ano de 2008, registou um aumento de 11,2% das vendas LFL, dois terços do qual reflecte um crescimento de volumes. Pingo Doce - Núm ero Lojas * Pingo Doce - Crescim ento das Vendas like- for-like 400 334 350 287 300 250 210 * 295 16,0% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% 211 200 150 100 50 0 2007 1T 08 1S 08 9M 08 14,8% 12,5% 12,5% 11,2% 10,7% 7,8% 1T08 2008 13,6% 2T08 1S08 3T08 9M08 4T08 2008 * excluindo lojas compactas * incluindo 37 lojas compactas integradas O crescimento das vendas do Pingo Doce, para além do LFL, reflecte também: i) a execução do plano de crescimento orgânico, com 17 aberturas; ii) a adaptação, para o modelo de negócio do Pingo Doce, das lojas compactas do Feira Nova, das quais cinco sofreram uma remodelação profunda; e iii) a integração de 77 antigas lojas Plus, adquiridas em Maio de 2008, das quais 16 foram totalmente remodeladas para Pingo Doce, com as restantes alvo de um processo mais conservador de remodelação, e que no seu conjunto contribuíram com 131 milhões de euros para as vendas da Companhia. Vendas Líquidas 454 (Milhões Euros) 131 98 124 1.944 1.490 +31,0% 1.137 +11,5% +8,6% +10,9% '07 LFL ex-Plus Lojas PD Novas/Remodeladas '08 PD Compactas '08 Novas PD O ano de 2008, pleno de projectos desafiantes para o Pingo Doce, foi ainda o ano em que a Companhia implementou a sua nova identidade, com um novo logotipo. 122 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo No Feira Nova, a redução do sortido da área Não Alimentar, reflectiu-se no comportamento das vendas LFL dos hipermercados e das lojas compactas do Grupo. Feira Nova - Crescimento das Vendas like-for-like Feira Nova - Núm ero Lojas 40 35 30 25 20 15 10 5 0 37 37 36 9,1% 10,0% 34 4,5% 5,0% 2,8% 2,8% 0,2% 1,0% -0,1% 0,0% 9 9 9 9 1T08 9 -5,0% 2007 1T 08 Hipers 1S 08 9M 08 2008 2T08 1S08 3T08 -0,9% -2,8% -4,4% -10,0% 9M08 4T08 2008 -2,7% -3,7% -1,6% -8,5% Hipers Mini-hipers Mini-hipers Na Polónia, a Biedronka registou, no ano de 2008, um crescimento das vendas totais de 37,3% em moeda local, em resultado do crescimento de 20,2% das vendas LFL e do aumento continuado da área de venda. Vendas Líquidas (Milhões PLN) 360 1.277 12.380 1.724 9.019 +37,3% +4,0% +14,2% +19,1% '07 LFL Lojas Bied ex-Plus Novas/Remodeladas '08 No quarto trimestre, o abrandamento do crescimento LFL das vendas da Biedronka, que atingiu 11,7%, reflecte o abrandamento muito significativo da inflação ao longo dos últimos meses do ano, tendo implícito um crescimento dos volumes e da quota de mercado semelhante ao registado durante os primeiros nove meses do ano. 123 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Biedronka - Núm ero Lojas Biedronka - Crescim ento das Vendas like-for-like 1.600 1.359 1.400 1.200 1.045 1.061 1.090 30,0% 26,5% 1.118 22,4% 25,0% 1.000 24,3% 22,5% 23,7% 20,2% 20,0% 800 15,0% 600 400 10,0% 200 5,0% 0 11,7% 0,0% 2007 1T 08 1S 08 9M 08 1T08 2008 2T08 1S08 3T08 9M08 4T08 2008 A Biedronka abriu, no ano, 154 lojas, às quais se vieram juntar 205 lojas Plus, adquiridas em Outubro de 2008 que contribuíram com 103 milhões de euros para as vendas da Companhia (uma média de 75 dias de vendas). A Biedronka terminou o ano com um total de 1.359 lojas. O Recheio registou um desempenho muito sólido ao nível das vendas LFL, ao longo do ano, assente no crescimento dinâmico da actividade no canal HoReCa, bem como na conquista de quota de mercado no canal tradicional. Ao longo do quarto trimestre de 2008, registou-se algum abrandamento da actividade no canal HoReCa, que reflectiu as condições de mercado observadas nos dois últimos meses do ano. Recheio - Número Lojas Recheio - Crescimento das Vendas like-for-like 35 33 33 33 34 35 8,0% 30 6,8% 7,0% 25 6,0% 20 5,0% 5,4% 5,0% 4,2% 4,6% 4,5% 4,0% 15 3,0% 10 1,7% 2,0% 5 1,0% 0 0,0% 2007 1T 08 1S 08 9M 08 2008 1T08 2T08 1S08 3T08 9M08 4T08 2008 s vendas totais da Companhia aumentaram 4,5% em 2008, em relação ao mesmo período do ano anterior, e reflectem, para além do crescimento LFL, a integração de uma nova loja adquirida no início de Novembro de 2008. Na Madeira, o desempenho LFL reflectiu, a partir do terceiro trimestre, o impacto da abertura de lojas de diferentes operadores num mercado de dimensão limitada. Na Indústria, as vendas do ano registaram um crescimento de 3,1%, mesmo tendo em conta um impacto derivado do ajuste das políticas de preço nos volumes de 124 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo algumas categorias. Para este desempenho também contribuiu a boa resposta das unidades de produção da Companhia no abastecimento de unidades da Unilever em outras geografias. A Unilever Jerónimo Martins manteve-se igualmente atenta na defesa das quotas de mercado das categorias chave. Nos Serviços de Marketing, Representação e Restauração, as vendas do ano cresceram 7,8%, com aceleração significativa nos últimos meses do ano, reflectindo, principalmente, a entrada de três novas representadas durante o ano de 2008 e a abertura de oito novas lojas de restauração. Resultados Operacionais Resultados Operacionais Consolidados 2008 Mil. Eur Vendas Consolidadas Margem Total 2007 % 6.893.737 Mil. Eur % 5.349.678 08/07 Δ% 28,9% 1.582.102 22,9% 1.224.754 22,9% -1.109.129 -16,1% -873.324 -16,3% 27,0% 472.974 6,9% 351.430 6,6% 34,6% Depreciação -157.583 -2,3% -126.721 -2,4% 24,4% Resultado Operacional (EBIT) * 315.391 4,6% 224.708 4,2% 40,4% C ustos Operacionais Cash Flow Operacional (EBITDA) 29,2% * O EB IT acima apresentado não inclui items o peracio nais de natureza não reco rrente que, na Demo nstração po r Funçõ es, aparecem individualizado s na rubrica de Resultado s Operacio nais Não Usuais e incluído s no EB IT aí apresentado . Tal como o antecipado, 2008 foi o ano em que a escala atingida pelas operações do Grupo, em Portugal e na Polónia, começou a ter visibilidade nos resultados das áreas de negócio, levando o cash flow operacional (EBITDA) gerado pelo Grupo a crescer mais do que as vendas. No ano de 2008, o EBITDA consolidado atingiu 473 milhões de euros, um crescimento de 34,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este desempenho foi o resultado da evolução muito positiva da generalidade das áreas de negócio do Grupo, o que permitiu à margem EBITDA passar de 6,6% em 2007, para 6,9% em 2008. 125 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo EBITDA Consolidado (Milhões de Euros) 473 351 51,2% 40,0% Biedronka +72,4% 38,4% Retalho Portugal +14,4% Recheio 10,8% +5,8% Indústria & Outros 10,9% -4,5% 2007 32,7% 8,5% 7,7% 2008 Margem EBITDA 18,0% 16,0% 14,1%14,3% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 6,6% 6,4% 6,9% 5,9% 6,6% 6,9% 6,0% 4,0% 2,4% 1,5% 2,0% 0,0% Distribuição Portugal Biedronka Indústria 2007 Serviços Consolidado 2008 EBITDA Consolidado (Milhões Euros) 102 2 473 -1 351 '07 19 2 JMR Recheio Biedronka Indústria Outros '08 126 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo A operação do Retalho em Portugal registou um sólido desempenho operacional, especialmente, considerando a exigência dos processos em que esteve envolvido. O EBITDA gerado por esta área de negócio atingiu 154,5 milhões de euros, um crescimento de 14,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A evolução da margem EBITDA de 7,0% das vendas em 2007, para 6,7% em 2008, reflecte, essencialmente, o impacto da integração da Plus a partir de 1 de Maio de 2008, que resultou num efeito dilutivo na margem da área de negócio em cerca de 40p.b. no ano. Na Biedronka, o crescimento de 72,4% do EBITDA gerado em 2008, para 242,1 milhões de euros, reflecte o impacto no sourcing e na diluição de custos do forte crescimento LFL das vendas, e a nova escala obtida por uma operação que termina o ano com mais 314 lojas em relação ao ano anterior. Embora a integração das antigas lojas Plus, desde Outubro de 2008, tenha colocado alguma pressão sobre a margem da Companhia, a escala da restante operação permitiu mais do que compensar este efeito de integração, levando a Biedronka a aumentar a margem EBITDA em 100p.b., para 6,9% das vendas líquidas. Em 2008, a Companhia foi responsável por 51,2% do cash flow operacional gerado pelo Grupo. No Recheio, o EBITDA gerado cresceu 5,8%, uma margem de 6,1% das vendas, em resultado de uma estrutura de negócio muito eficiente, capitalizada no poder de sourcing das operações de distribuição em Portugal, que permite à Companhia, líder no formato no país, prosseguir com o fortalecimento da sua quota de mercado. Na Madeira, o impacto nas vendas da abertura de lojas de outros operadores num mercado de dimensão muito limitada, em conjunto com a decisão da Companhia em aumentar a competitividade das suas operações no mercado local, levou à diminuição da margem EBITDA desta área de negócio de 4,6% em 2007, para 3,6% em 2008. Em 2008, a Unilever Jerónimo Martins ajustou as suas políticas de preço, reflectindo de alguma forma o aumento de preços, registado em 2007, em matérias primas fundamentais às suas actividades. Também ao longo do ano, foram implementadas medidas de racionalização de custos que contribuíram para o aumento da competitividade da Companhia. Na progressão da margem EBITDA, de 14,1% em 2007, para 14,3% em 2008, deve ter-se em consideração a alienação de parte do negócio de “Lipton - Ready-to-drink Tea”, o que representou uma redução da margem EBITDA da Companhia em cerca de 50p.b.. 127 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Resultado Líquido Resultados Líquidos Consolidados 2008 Mil. Eur Resultados Operacionais (EBIT) * 2007 % Mil. Eur % 08/07 Δ% 315.391 4,6% 224.708 4,2% Resultados Financeiros * -85.337 -1,2% -59.238 -1,1% 44,1% Itens não Recorrentes * -7.943 -0,1% 22.296 0,4% -135,6% 222.111 3,2% 187.766 3,5% 18,3% -46.131 -0,7% -36.857 -0,7% 25,2% 175.980 2,6% 150.909 2,8% 16,6% -12.764 -0,2% -19.648 -0,4% -35,0% 163.216 2,4% 131.261 2,5% 24,3% EBT Impostos Resultados Líquidos Interesses Minoritários Res. Líquidos atrib. a JM Res. Líquido / acção (euros) 0,26 0,21 Cash Flow / acção (euros) 0,55 0,42 40,4% * O EBIT apresentado no quadro de “Resultados Líquidos Consolidados” não inclui itens operacionais de natureza não recorrente que, na “Demonstração por Funções”, aparecem individualizados na rubrica de Resultados Operacionais Não Usuais e incluídos no Resultado Operacional aí apresentado. Os Resultados Financeiros apresentados no quadro de “Resultados Líquidos Consolidados” incluem os Ganhos em Empresas Associadas tal como apresentados na “Demonstração por Funções. Os Itens não Recorrentes apresentados no quadro de “Resultados Líquidos Consolidados” incluem os Resultados Operacionais não usuais e os Ganhos/Perdas em Outros Investimentos tal como aparecem na Demonstração de Resultados por Funções, bem como os ganhos relativos à cobertura da operação de compra da Plus na Polónia que na Demonstração por Funções aparecem incluídos no Custo Líquido de Financiamento. O resultado líquido atribuível a Jerónimo Martins atingiu 163,2 milhões de euros, um crescimento de 24,3% em relação ao ano anterior, correspondendo a um resultado por acção de 0,26 euros. Os resultados financeiros consolidados atingiram 85,3 milhões de euros, reflectindo: i) o aumento da dívida média, em virtude do programa de crescimento orgânico e da aquisição das operações Plus em Portugal e na Polónia; ii) o aumento do custo médio da dívida em 90p.b. (para 5,7%) em relação ao ano anterior; e iii) custos das operações de hedging de taxas de juro, incorridos essencialmente no primeiro trimestre, durante uma altura de grande turbulência nos mercados financeiros. Os resultados não recorrentes, no valor de -7,9 milhões de euros, incluem, entre outros, os ganhos de capital relativos à venda de parte do negócio de “Lipton - readyto-drink tea” e de algum imobiliário em Portugal, bem como a constituição de provisões relativas a um plano de incentivos relacionado com a antiguidade dos colaboradores. Também incluídos neste montante, estão os custos relacionados com a integração da Plus em Portugal e na Polónia, no montante de 17,7 milhões de euros, e os ganhos relativos à cobertura da operação de compra da Plus na Polónia. 128 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Balanço Balanço Consolidado (€'000) 2008 Goodwill Líquido Activo Fixo Líquido C apital C irculante Líquido Outros Capital Investido 2007 734.126 416.290 1.967.459 1.750.509 -1.065.131 -862.967 140.521 139.639 1.776.975 1.443.471 Dívida Financeira 946.018 712.730 Leasings 101.659 79.426 Juros Diferidos e Operações de C obertura 21.811 51.447 Títulos Negociáveis e Depósitos Bancários -223.638 -264.337 Dívida Líquida 845.850 579.266 Interesses Minoritários 281.307 287.326 C apital Próprio 629.293 629.293 Resultados Transitados Fundos de Accionistas Gearing 20.525 -52.414 931.125 864.205 90,8% 67,0% A evolução do capital investido reflecte a execução do programa de investimento do Grupo, que se cifrou em 874,2 milhões de euros no ano, incluindo a aquisição das operações Plus em Portugal e na Polónia. Investimento 2008 O ut ro s 1,0 % R e t a lho P o rt uga l 3 7 ,4 % B ie dro nk a 5 8 ,2 % C ash & C a rry M a de ira 2 ,9 % 0 ,5 % Do total do investimento do ano, 78,4% foi relativo à expansão dos negócios, que mais uma vez constituiu uma das mais fortes prioridades do Grupo. A dívida líquida consolidada, no final do ano, atingiu 845,9 milhões de euros, elevando o gearing para 90,8%. A subida do gearing, que de acordo com a expectativa da Gestão será reduzido ao longo dos próximos anos, prende-se com a aquisição das operações Plus em Portugal e na Polónia e com a manutenção do plano de expansão orgânica traçado pelo Grupo. 129 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo DETALHE DA DÍVIDA (€'000) Maturidade 2008 Dívida de Médio Longo Prazo % da Dívida Financeira Maturidade 1 a 5 anos 671.504 593.596 > 5 anos 77.908 71,0% 3,6 Empréstimos Obrigaccionistas 270.000 270.000 Private Placement 151.007 70.470 80.537 -9.160 -6.531 -2.629 Papel Comercial 115.000 115.000 Outros Empréstimos MLP 144.657 144.657 Actualização do justo valor Dívida de Curto Prazo % da Dívida Financeira Maturidade Empréstimos Obrigaccionistas 274.514 29,0% 0,8 50.000 Papel Comercial 117.000 Outros Empréstimos CP 107.514 Dívida Financeira Maturidade Custo Médio da Dívida Leasings 946.018 2,9 5,7% 101.659 Juros Diferidos & Operações de Cobertura 21.811 Títulos Negociáveis e Depósitos Bancários -223.638 Dívida Líquida 845.850 % Dívida em Euros (Dívida Financeira + Leasings) 84,3% % Dívida em Zlotys (Dívida Financeira + Leasings) 15,7% A evolução da dívida líquida, que atingiu 845,9 milhões de euros no fim do ano, reflecte o plano de investimento executado em 2008. A maturidade média da dívida de médio e longo prazo é de 3,6 anos. A dívida em Zloty representa 15,7% da dívida financeira e leasings, e inclui um empréstimo de longo prazo contraído para financiar a aquisição da Plus na Polónia. Os valores relativos a locação financeira dizem essencialmente respeito ao aluguer de equipamento básico das lojas e equipamento de transporte. O montante em aplicações de tesouraria visou satisfazer os compromissos de caixa de curto prazo, nomeadamente um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, que se venceu em Fevereiro de 2009. Jerónimo Martins no Mercado de Acções Em 2008, mais três casas de research iniciaram cobertura do título Jerónimo Martins, que, no final do ano, tinha um total de 18 analistas a escrever sobre a acção. 130 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Numero de Recomendações 20 15 10 5 0 2004 2005 Reduzir 2006 Manter/Neutral 2007 2008 Comprar/Acumular Em termos de desempenho em bolsa, o título acompanhou a tendência negativa dos mercados em geral, tendo, no entanto, tido um desempenho acima do mercado português e acima da média dos seus pares no mercado europeu. Registou-se, ainda, um aumento significativo de liquidez, com um volume de negócios médio diário 69,5% superior ao registado em 2007. INDICADORES BOLSISTAS 2008 Indicadores Bolsistas Máxima (EUR) Mínima (EUR) Média (Fecho) (EUR) Final Ano (Fecho) (EUR) Capitalização Bolsista (31/12) (EUR 000.000) Ranking Cap. Bolsista / PSI-20 Ranking Turnover / PSI-20 * 2007 6,40 3,22 4,92 3,97 2.498 8º 8º 5,59 3,43 4,37 5,40 3.398 10º 14º Transacções Em volume (1.000 acções) Média Diária 468.826 336.790 275.512 132.400 Valorização Anual PSI 20 Média Sector Retalho ** Jerónimo Martins -51,3% 21,6% -26,5% 16,3% 13,7% 58,8% * volume médio x preço médio acção ** inclui Colruyt, Carrefour, Casino, Ahold, Metro, Delhaize, Tesco, Sainsbury e Walmart 131 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho do Grupo Desempenho Financeiro 2004-2008 132 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4. Desempenho das Áreas de Negócio 4.1. Distribuição Alimentar - Portugal 4.1.1. Retalho Alimentar – Pingo Doce e Feira Nova Mensagem da Gestão “O ano de 2008 foi, para o Retalho em Portugal, um ano de profunda reestruturação, resultante da fusão interna das Companhias Feira Nova e Pingo Doce e da criação de uma organização mais adaptada à realidade e totalmente dimensionada para os desafios do futuro. A nível operacional, esta fusão traduziu-se na criação de um novo e inovador conceito de loja e na transformação das 37 médias superfícies Feira Nova em Pingo Doce. A este desafio juntou-se, ainda, a aquisição da cadeia Plus, marcada pela integração de uma nova equipa, com cerca de 700 colaboradores, e pela transformação, em tempo recorde, das 77 lojas adquiridas em lojas Pingo Doce. 2008 foi, por excelência, um ano de mudança, em que se implementou uma nova Identidade Pingo Doce, mais afectiva e moderna, onde a Frescura, a Proximidade e a Qualidade estão sempre presentes. Em última instância, foi o ano em que se alcançou uma nova escala de operação que irá ditar a força da marca e da cadeia de lojas no futuro.” Missão Ser a melhor cadeia de supermercados a operar Perecíveis em Portugal, com capacidade para manter uma relação de confiança a longo prazo com os consumidores, proporcionando-lhes uma solução alimentar de qualidade, para toda a família, a preços estáveis e competitivos. O ano de 2008 foi, para o Pingo Doce, o culminar de um processo de mudança, tendo sido marcado por três projectos fundamentais, a saber: i) a fusão do Pingo Doce/Feira Nova, em termos organizacionais e com a conversão das médias superfícies, ii) a aquisição das antigas lojas Plus e iii) o lançamento da nova identidade, os quais resultaram no consolidar do posicionamento e das vantagens competitivas da Companhia. Fusão Pingo Doce/Feira Nova No final do ano de 2007, tendo já sido comprovado o sucesso da estratégia do Pingo Doce, verificando-se um crescimento sustentado das vendas like-for-like (LFL), do número de clientes e da compra média, tornou-se imperativo decidir se uma só marca, mais forte, seria bem aceite pelo mercado. Para tal, procedeu-se à realização de um estudo de mercado, o qual revelou que os atributos das marcas Pingo Doce e Feira Nova eram muito semelhantes e, igualmente, 133 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio que o formato Pingo Doce era aquele que mais se aproximava do conceito de loja ideal. Face a estes resultados, Jerónimo Martins tomou a decisão de passar a usar uma só marca, no que respeita às lojas com menos de 2.500 m2 de área de venda, capitalizando assim o património criado pela marca Pingo Doce. Este processo ocorreu em duas fases distintas. Numa primeira fase, realizou-se uma profunda reestruturação interna, com a criação de uma organização unificada, com a centralização das funções de operações, comercial, marketing, logística e financeira, entre outras; uma organização mais adaptada à realidade e totalmente dimensionada para responder aos desafios do futuro. Numa segunda fase, em Março de 2008, uma equipa multidisciplinar pôs em prática um novo layout e ambiente de loja, adaptado aos 2.000 m2 de uma loja mini-hiper Feira Nova. Tendo sido a primeira experiência de conversão de um Feira Nova em Pingo Doce, esta resultou numa loja de qualidade superior e com rápida aceitação por parte do consumidor. Depois de algumas afinações e melhorias do conceito testado, este foi progressivamente alargado a outras lojas mini-hiper Feira Nova sendo que as lojas totalmente convertidas têm apresentado desempenhos positivos, com aumento das vendas e do número médio de clientes. Por fim, entre Novembro e Dezembro, procedeu-se à mudança de imagem das restantes lojas de média dimensão do Feira Nova, encontrando-se o parque já totalmente convertido. Aquisição das Lojas Plus A aquisição pelo Pingo Doce das antigas lojas Plus foi outro marco na estratégia de expansão da Insígnia em 2008. Efectivamente, a forte adesão dos clientes à marca Pingo Doce, a sua consistência de posicionamento e o conhecimento do modelo de negócio neste tipo de formato, permitiram que a Companhia, face à oportunidade de compra da Plus, acelerasse o seu ritmo de expansão, passando a marcar presença em novas áreas onde, até então, não estava presente. Foi assim que, durante o ano de 2008, se procedeu à conversão para Pingo Doce das 77 lojas Plus adquiridas, num processo implementado em duas fases. Na primeira, de baixo investimento, procedeu-se à revisão do sortido, através da introdução das Marcas Próprias Pingo Doce, da exclusão dos artigos marca Plus e da definição de um sortido maioritariamente alimentar, tendo este modelo sido adaptado ao ambiente de 74 lojas. Paralelamente, em duas lojas-piloto, foi testada a conversão total para Pingo Doce, com o layout já conhecido e o enfoque dado aos Frescos. Este segundo modelo foi alvo de uma maior adesão, ficando provado que era o aguardado pelo cliente. No final do ano, entrou-se na segunda fase, que deu origem à conversão integral de 16 lojas para o formato standard do Pingo Doce. 134 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Nova Identidade Uma nova identidade, reflexo da modernização e crescimento da Companhia, marcou o ano transacto no Pingo Doce. Ao criar-se uma nova identidade para a Companhia, procurou-se que esta traduzisse e consolidasse o posicionamento da mesma em termos de Qualidade, Frescura e Proximidade a preços estáveis e baixos. A nova identidade procura assim transmitir os valores da marca, através de uma interpretação directa das cores, dos formatos, dos tipos de letra e das mensagens apresentadas. Fazendo uma leitura do que o novo logotipo representa: o verde, a especialidade da Companhia em Frescos; o preto, a qualidade de sempre presente nos produtos comercializados; a marca escrita à mão e a giz, a proximidade com o consumidor; e a assinatura “Sabe bem pagar tão pouco”, em forma de sorriso, a política de preços baixos e estáveis. Esta alteração da identidade do Pingo Doce implicou alterações no estacionário, nas lojas e nas fardas, entre outros objectos, espaços e materiais que utilizam a marca. Desempenho em 2008 O grande desafio de 2008 consistiu não só em implementar os projectos anteriormente descritos, mas também em manter o foco na gestão da operação. A este nível, o sucesso da cadeia Pingo Doce foi, uma vez mais, uma realidade no ano que findou, alcançando-se, no mesmo, um crescimento LFL de 11,2% das vendas. O volume total de vendas do Pingo Doce (excluindo as lojas compactas entretanto integradas) cresceram, em 2008, 31,0% em relação ao ano transacto, impulsionado pelo comportamento das vendas LFL mas também pela implementação do plano de expansão com 17 novas lojas abertas no ano e o integrar das 77 antigas lojas Plus. Em 2008, o parque de médias superfícies do Feira Nova foi sendo progressivamente convertido para o layout da cadeia Pingo Doce, processo que conheceu um maior desenvolvimento no último trimestre do ano. Este grupo de médias superfícies, neste ano de transição, registou um crescimento das vendas LFL de 1,0% e um crescimento total de 7,8%. A conversão deste parque de lojas para a Insígnia Pingo Doce, apesar de progressiva, mereceu já uma resposta bastante positiva por parte dos clientes, patente na evolução do número de transacções, que aumentou 14,7% no ano. Hipermercados Os nove hipermercados do Grupo registaram, em 2008, um volume de vendas de 365,6 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 3,7% face ao ano transacto. Esta quebra de vendas concentrou-se, sobretudo, no último quadrimestre do ano, em resultado do agravamento da conjuntura económica e da quebra de confiança dos consumidores. Apesar dos efeitos desta conjuntura se terem feito sentir, particularmente na evolução das vendas do negócio não alimentar, o desempenho dos Hipermercados, no que respeita à contribuição para os resultados do ano, foi bastante positiva. 135 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Novos Negócios A área de “Novos Negócios” tem a seu cargo o desenvolvimento de um conjunto de negócios na área do não alimentar, mas complementares e dinamizadores das actividades de Retalho Alimentar em Portugal. Actualmente, esta área centra a sua actividade no desenvolvimento dos negócios lançados em 2007, como as lojas “Bem Estar” (Parafarmácias), as Gasolineiras e as lojas “GET” (na área do entretenimento, cultura e lazer). As lojas “Bem Estar” abrangem desde o sortido específico de medicamentos não sujeitos a receita médica, até todos os artigos para bebé e pré-mamã, de dermocosmética e de higiene oral, sendo que 2008 se caracterizou pela abertura de 11 novas unidades, tendo o ano terminado com um total de 13 unidades destas lojas. No que diz respeito ao negócio das Gasolineiras, continuou-se a desenvolver a parceria com a Martifer, alterou-se a imagem dos postos de abastecimento (dada a fusão das lojas Feira Nova e Pingo Doce) e abriu-se outros sete, terminando o ano com um total de 14 unidades. Para as lojas GET, o ano de 2008 representou o aprofundar de conhecimentos nesta área e a abertura de uma loja de 470 m2 em Loures, tendo o ano terminado com um total de quatro unidades. Perspectivas para 2009 Depois de um ano marcado pela mudança, 2009 será um ano de fortalecimento e consolidação do posicionamento do Pingo Doce, o qual terá como meta principal fortalecer os valores da marca, continuando o foco estratégico a assentar em três pilares, a saber: Frescos, Marca Própria e uma política de preços assente em "preços baixos todos os dias". Em termos operacionais, 2009 será um ano de evolução e conversão das lojas exPlus, por forma a ter grande parte destas transformadas para o standard de loja Pingo Doce. Por fim, e depois de um ano marcado pela reorganização interna, será analisada a possibilidade de se avançar com a correspondente reestruturação estatutária, através da fusão efectiva das sociedades Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A. e Feira Nova Hipermercados, S.A., de modo a reflectir a nova organização do negócio de Retalho Alimentar em Portugal. 136 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.1.2. Retalho Alimentar – Operação na Madeira Mensagem da Gestão “A estratégia definida para o negócio na Madeira continua a estar focada na conquista de quota de mercado através de uma política de preços competitivos, da qualidade dos Perecíveis e de uma forte aposta na Marca Própria e em produtos e serviços inovadores.” Missão Proporcionar às famílias madeirenses as melhores soluções no consumo alimentar, dentro e fora de casa. Disponibilizar, através da cadeia Pingo Doce, produtos de elevada qualidade aos melhores preços da Região, bem como atender às necessidades do canal HoReCa e do Retalho Tradicional, através do Recheio, oferecendo a ambos qualidade, serviço e preços competitivos. Em 2008, o ritmo de investimento de Jerónimo Martins na Madeira manteve-se, concretizado na remodelação da principal loja da Insígnia Pingo Doce na Região - o Pingo Doce Anadia. Este projecto, implicou o encerramento desta importante unidade durante 40 dias, com impacto negativo ao nível das vendas da Insígnia. No ano transato, o Pingo Doce na Madeira apresentou, pelo quarto ano consecutivo, uma deflação real nos seus preços. Os Perecíveis, identificados estrategicamente como categorias de destino, e em que a Insígnia Pingo Doce tem um forte reconhecimento de qualidade, continuaram a aumentar o seu peso nas vendas da Companhia, representando agora 54,1% das vendas totais. Ao mesmo tempo, os produtos de Marca Própria continuaram a aumentar a sua quota nas vendas da Companhia. Marca Própria 40% 30% 20% 10% 0% 2007 2008 Quota de Marca Própria nas vendas totais excluindo perecíveis 137 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio O ano de 2008 caracterizou-se ainda pela abertura de quatro unidades retalhistas concorrentes, factor que trouxe maior competitividade e partilha de clientes na Região. Ainda assim, o Pingo Doce Madeira conseguiu praticamente manter o nível de vendas do ano anterior, tendo encerrado o exercício de 2008 com vendas de 93,8 milhões de euros. O Recheio da Madeira apresentou, em 2008, um excelente desempenho ao nível das vendas, atingido estas os 34,5 milhões de euros um crescimento de 19,5% face ao ano anterior. O Recheio consolidou, assim, a liderança no seu segmento, aproveitando com sucesso os investimentos efectuados no ano anterior, que envolveram a remodelação e certificação da sua loja e estabeleceram as bases do negócio para os anos futuros, que passam necessariamente por uma forte componente de serviço à hotelaria e restauração. No Recheio, face a um mercado em forte mutação dada a pressão do Retalho Moderno, manteve-se a liderança destacada, não só no mercado tradicional, mas também no canal HoReCa. Na conjugação das duas Insígnias do Grupo a operar na Madeira, as vendas cresceram 4,2%, atingindo os 128,4 milhões de euros. A partir de 2008, a organização do Pingo Doce na Madeira passou a aproveitar de forma mais consistente as sinergias criadas ao nível do Grupo, nomeadamente no que diz respeito às condições de compra negociadas para a JMR. Passou, assim, a existir uma gestão comercial partilhada, ficando a organização local responsável pela negociação com fornecedores regionais e nacionais de pequena dimensão. Com vista ao aumento de eficiência e redução de custos de transporte, foram iniciados uma série de projectos, dos quais se destaca a produção local de Marcas Próprias. Impondo o mesmo grau de exigência aplicado ao desenvolvimento e certificação de Marcas Próprias a nível nacional, foram seleccionados alguns produtores locais com potencial para a produção de 50 referências, as quais representam mais de 20% do volume actualmente transportado a partir de Portugal Continental. Para 2009, o Pingo Doce na Madeira terá como principais desafios o retomar do crescimento sustentado das suas vendas e dos seus resultados, sendo os principais enfoques de melhoria ao nível das áreas de logística, comercial e de operação de loja. O Recheio manterá a sua estratégia focada essencialmente no mercado HoReCa, para o qual oferece serviços e soluções adequados. A atenção às necessidades regionais específicas, aliada à elevada motivação da equipa, são essenciais para, cada vez mais, conquistar a preferência dos consumidores madeirenses. 138 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.1.3. Cash & Carry Alimentar – Recheio Mensagem da Gestão “Com uma operação essencialmente focada nos clientes de Restauração e Hotelaria, em 2008, o Recheio conseguiu continuar a ser um dos operadores preferidos pelos comerciantes de Retalho Tradicional, o que sublinha a invulgar resistência do modelo de negócio da Companhia. Como resultado dessa estratégia, a Companhia viu reforçada a sua liderança no mercado grossista português, aumentando a distância existente para todos os operadores relevantes do mercado.” Missão Responder a todas as necessidades dos clientes de Retalho Tradicional e do canal HoReCa. Dar aos clientes Recheio value for money e, para isso, acreditar em relações de longo prazo, oferecendo a cada segmento o valor mais adequado às suas necessidades. Os colaboradores do Recheio, com a sua motivação, competência e dedicação, são o melhor instrumento de construção dessas relações, seja com clientes, seja com fornecedores. O foco de todos no cliente e na eficiência da Companhia são a melhor garantia de rentabilidade e de retorno do investimento dos Accionistas. Quotas de Mercado* 40,0% 30,0% Recheio 2º Operador 3º Operador 20,0% 10,0% 06 07 08 E *Estimativa interna Pese embora as dificuldades que caracterizaram o ano e que se acentuaram no segundo semestre, o Recheio conseguiu na globalidade dos meses, registar os melhores desempenhos de sempre em termos de vendas. O crescimento like-for-like, foi de 4,5%, sendo que o crescimento total das vendas da Companhia se cifrou nos 4,5%. Em 2008, o Recheio manteve a sua margem de cash flow operacional, totalizando este cerca de 40 milhões de euros, registando-se um crescimento de cerca de 5,1% face a 2007, valores estes acima da média do sector. 139 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 2008 foi o ano do regresso à expansão por parte da Companhia, concretizada na abertura de duas novas unidades: uma de proximidade, no centro de Lisboa, totalmente vocacionada para a Indústria Hoteleira; a outra resultante da integração de um dos últimos grandes Cash & Carry independentes do país - a loja Santos Cavaco, em Santa Maria da Feira, no dia 4 de Novembro de 2008. Ainda assim, o encerramento de duas lojas para remodelação, contrabalançou este crescimento por via da expansão, ocorrido já próximo do final do ano. O ano que passou foi ainda o ano em que a Companhia decidiu reforçar a sua vocação para servir a Indústria Hoteleira, remodelando profundamente as lojas de Vila do Conde, Aveiro e Albufeira. Este investimento significativo vai ao encontro do posicionamento do Recheio, que deseja ser percepcionado como o mais completo parceiro de negócio dos profissionais de Restauração e Hotelaria, razão pela qual grande parte deste investimento é efectuado em zonas de venda de Perecíveis, entre as quais se destacam as secções de peixe fresco, talho, frutas e legumes, e lacticínios. Essa vocação, que se pretende acentuar, ganha também expressão na operação de plataformas de Food Service, duas estruturas logísticas que operam nos mercados abastecedores de Lisboa e do Porto e que servem exclusivamente clientes de Restauração e Hotelaria, fazendo desta forma crescer o peso deste sector no total das vendas da Companhia. VENDAS POR CANAL 2007 2008 HoReCa 43% Retalho 41% Outros 16% HoReCa 44% Retalho 40% Outros 16% Reafirmando o compromisso que garante os melhores preços e a melhor qualidade, é de salientar, no ano transacto, a significativa progressão das vendas dos produtos de Marca Própria e de Perecíveis, nos quais se alcançaram quotas de mercado acima dos 10%. 140 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Marca Própria* Perecíveis 16% 16% 14% 14% 12% 12% 10% 10% 8% 8% 6% 6% 4% 4% 2% 2% 0% 0% 2007 2008 Quota de marca própria nas vendas totais excluindo perecíveis 2007 2008 Quota de perecíveis nas vendas totais (*) - Incluí MasterChef e Marcas Exclusivas Jerónimo Martins Em matéria de Recursos Humanos, o Recheio concretizou, em 2008, um dos mais vastos programas de formação técnica nas áreas de: atendimento e serviço; condução de empilhadores e máquinas; competências e atribuições da ASAE; separação de resíduos; planos de emergência e evacuação; e, por fim, higiene e segurança alimentar no sector das carnes e higienização das secções; tendo este ambicioso programa abrangido 98% do seu universo de colaboradores. Tendo sido a primeira Companhia na Distribuição em Portugal a ser certificada em HACCP, o Recheio tem igualmente perseguido um programa de formação contínuo em Segurança Alimentar e condições técnicas de higienização, transporte, armazenagem e venda de alimentos Perecíveis, pelo que uma vez mais recebeu a renovação do seu certificado nesta área. 141 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.1.4. Direcções Portugal Funcionais da Distribuição Alimentar em Com o objectivo de maximizar escala, sinergias e partilha de know-how, as operações de Distribuição Alimentar do Grupo em Portugal partilham um conjunto fundamental de serviços prestados pelas Direcções de Sourcing e Marca Própria, Logística, Controlo de Qualidade e Ambiente, Serviços Financeiros, Sistemas de Informação e Estudos de Mercado. Sourcing e Marca Própria Sourcing O objectivo desta Direcção é gerar valor para o Grupo e para as suas Divisões Operacionais através: i) da criação de know-how nas áreas-chave de diferenciação competitiva – Frescos e Marcas Próprias -, ii) alavancagem da capacidade negocial, pelo estabelecimento de acordos com os principais fabricantes e iii) desenvolvimento de um programa de sinergias comerciais com parceiros seleccionados. Em 2008, a Direcção de Sourcing de Perecíveis implementou significativas alterações estratégicas nas políticas de procurement. Neste âmbito, foi estreitada a cooperação e a relação comercial entre a produção e as fontes de fornecimento, diminuindo-se o grau de intermediação através da criação de cadeias de abastecimento mais curtas e mais eficientes. Esta nova política deu origem a novas fontes de abastecimento, bem como a novas oportunidades de negócio por abertura de alguns mercados ainda não explorados, o que alargou o espectro de actuação de Jerónimo Martins. No plano interno, levou-se a cabo a fusão das estruturas comerciais das Insígnias Pingo Doce e Feira Nova como forma de optimizar o processo de negociação, valorizar uma maior escala e preparar a integração da cadeia Plus. Paralelamente, foi necessário repensar o procurement na perspectiva da criação de maior eficiência, e maior qualidade aliada à quantidade, de modo a assegurar a competitividade que o mercado exige. O foco, tanto ao nível da negociação das marcas de Indústria, como do próprio desenvolvimento da marca Pingo Doce, assentou, fundamentalmente, no estabelecimento de parcerias com fornecedores credíveis e receptivos à inovação, e que fossem, ao mesmo tempo, capazes de responder à nova dimensão desta Insígnia numa lógica de desenvolvimento dos seguintes objectivos: Eliminar processos de intermediação, levando ao desenvolvimento de uma cadeia de abastecimento eficiente e eficaz garantindo assim a melhor qualidade ao melhor preço; Complementar o sortido com produtos necessários à satisfação de novos clientes, particularmente em categorias onde se identificaram novas tendências e onde o lançamento sob a marca Pingo Doce revelou projectos vencedores; Melhorar a implementação de processos de optimização nomeadamente em termos de caixas de transporte e de exposição. logística, 142 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Marca Própria O peso actual dos produtos de Marca Própria Pingo Doce no total das vendas da cadeia é de 41%. Já no Recheio, a penetração das vendas da marca Masterchef é de 13,2%. Actualmente, existem no Pingo Doce cerca de 3.400 referências de produtos de Marca Própria. Tendo sido lançadas em 2008, 743 novas referências. Ilustrativo da credibilidade e confiança que os produtos de Marca Própria já alcançaram junto dos consumidores são os casos dos recentes lançamentos das novas gamas de pizzas congeladas e de sumos. Tudo indiciaria que a penetração da Marca Própria seria difícil e demorada, mas foi precisamente o oposto que ocorreu, sendo que no terceiro mês após o lançamento já lideravam confortavelmente as respectivas categorias. Não menos importante, e na sequência destes lançamentos, foi o acentuado crescimento total de ambas as categorias, através da conquista de novos consumidores para estes mercados. O sucesso do programa de Marca Própria valida a oportunidade da aposta, mas aumenta igualmente a responsabilidade junto dos consumidores, uma vez que se torna necessário surpreendê-los com ofertas cada vez mais inovadoras e de valor inquestionável. Logística A missão desta Direcção passa por suportar os elementos diferenciadores das cadeias de distribuição do Grupo, nomeadamente: a Inovação nos conceitos, a Liderança nos Perecíveis e a aposta nas Marcas Próprias. Na gestão das actividades de Compra, Armazenagem e Transportes, a Logística procura minimizar o Custo Logístico Total, contribuindo para uma resposta cada vez mais rápida às necessidades dos consumidores, e fazendo-o com níveis crescentes de qualidade. Na área da Logística, 2008 assistiu à implementação de planos que visam fazer face ao acentuado crescimento registado nas operações de retalho de Jerónimo Martins em anos recentes, tendo-se lançado as directrizes para um plano de reorganização logística que visa suportar a maior dimensão que as operações terão no futuro. De igual modo, o ano transacto fica globalmente marcado pela aquisição das lojas Plus e por um aumento considerável dos volumes totais de mercadoria movimentada. Para corresponder aos padrões de serviço/qualidade definidos para o negócio, foi ainda necessário adaptar a operação logística ao nível da Infra-estrutura Física e da Estrutura Organizativa. Do ponto de vista da Infra-estrutura Física, foi iniciada uma operação nova em Alcochete, numa área total de aproximadamente 25.000m, a qual visa suportar as necessidades das lojas situadas a Sul do Tejo no que respeita a produtos Não Perecíveis. Ao nível da Estrutura Organizativa, reforçou-se o número de colaboradores a operar em todos os armazéns, incluindo na área de Gestão Intermédia, com novos responsáveis de gestão de armazéns. Esta decisão de reforço das equipas respondeu às crescentes necessidades sentidas com o aumento dos volumes movimentados, permitindo, ainda assim, manter os custos por unidade movimentada ao nível dos 143 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio valores previstos. O constante objectivo do Supply Chain – de gerar mais valor por menos custo concretizou-se, em 2008, através de um reforço da importância das operações em fluxo de cross docking, essencialmente na área de bazar ligeiro. Neste sentido, intensificou-se a recepção de mercadoria com base na norma standard EAN UCC128, garantindo-se, assim, a correcta aplicabilidade das normas relativas à legislação alimentar e, em particular, à rastreabilidade de produtos alimentares. Por fim, reforçou-se a comunicação e integração com os fornecedores via plataforma JM Direct (projecto business to business com fornecedores). Neste âmbito, registou-se um aumento de adesões de fornecedores ao portal JM Direct/B2B, o que conduziu a uma redução de 70% das facturas em papel, a uma redução de custos em 85% na centralização da facturação e na factura desmaterializada, e de 38% em custos de arquivo comparativamente ao papel. Actualmente, a Direcção de Logística suporta as suas actividades nas seguintes plataformas físicas: Centros de Distribuição Área (m2) Centro de Distribuição da Azambuja 48.000 Produtos Não Perecíveis, Bazar Pesado e Ligeiro, Frutas e Vegetais, Carne, Produtos Lácteos, Charcutaria, Peixe e Bacalhau Centro de Distribuição de Guardeiras 12.500 Produtos Não Perecíveis e Just-In-Time (JIT), Bazar Ligeiro e Pesado Centro de Distribuição de Modivas - Vila do Conde 24.900 Centro de Distribuição de Vila Nova da Rainha Centro de Distribuição de Laúndos - Vila do Conde Centro de Distribuição de Alcochete MARL - Outsourcing 10.000 12.000 25.000 4.000 Descrição Frutas e Vegetais, Carne, Produtos Lácteos, Charcutaria, Peixe e Congelados, Produtos Não Perecíveis e Bacalhau Produtos Não Perecíveis JIT, Bazar Pesado e Ligeiro JIT Produtos Não Perecíveis JIT, Bazar Pesado e Ligeiro JIT Produtos Não Perecíveis JIT e Bacalhau Congelados De salientar que foi concluído o processo de redesenho da rede logística para os próximos anos, o qual contempla uma reorganização das actuais estruturas físicas e a inclusão de novos armazéns logísticos. O objectivo passa por suportar uma nova escala de operações e, simultaneamente, melhorar a eficiência e operacionalidade globais. A rede logística agora aprovada irá igualmente permitir uma revisão da política de transportes, no sentido da utilização mais eficiente da frota instalada e de um aumento da sustentabilidade das operações (via redução de quilómetros percorridos e via adopção de soluções e tecnologias menos poluentes). 144 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Controlo de Qualidade O objectivo desta Direcção é promover a melhoria contínua dos sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar das Companhias Operacionais do Grupo em Portugal, por forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes. Em 2008, a Direcção da Qualidade e Segurança Alimentar reforçou o controlo das especificações de compra de Perecíveis, quer num contexto sensorial quer num contexto analítico, bem como a monitorização das boas práticas de higiene, laboração e produção, a nível das operações. Com equipas orientadas por região, e dedicadas às actividades de produção, a par de equipas especializadas nas áreas de Perecíveis, foi reforçado o acompanhamento de toda a cadeia de abastecimento. Ainda na óptica do cliente, foi desenvolvida e implementada uma nova aplicação informática para Registo, Tratamento e Gestão de Reclamações. No que respeita à implementação do sistema de qualidade no desenvolvimento de produtos Marca Própria, 2008 assistiu às seguintes melhorias: Reforço das actividades de avaliação sensorial dos produtos, neles incorporando a informação recebida dos consumidores; Aumento do acompanhamento de fornecedores de Marca Própria, quer através da realização de auditorias e visitas de acompanhamento, quer através do aumento significativo das análises laboratoriais aos produtos fornecidos; Reorganização da equipa no sentido da especialização dos colaboradores por categorias; Redução do tempo de resposta a reclamações, promovendo, desta forma, um melhor serviço ao cliente; Desenvolvimento de produtos/soluções de conveniência, de qualidade superior, com destaque para a área dos ready meals; Focalização no desenvolvimento de produtos nutricionalmente mais saudáveis. Para 2009, preconiza-se a aposta na optimização e eficiência de processos, sustentando as necessidades de crescimento das Companhias e das novas áreas de negócio. Neste sentido, constituirão prioridades: o reforço da focalização nas áreas de Perecíveis, o licenciamento industrial das cozinhas e padaria centrais e a promoção, junto dos consumidores, de uma escolha e compra saudáveis. No desenvolvimento de produtos Marca Própria, 2009 será igualmente um ano de reforço da melhoria preconizada, de modo a alicerçar padrões de reconhecida qualidade a este tipo de produto. Esta melhoria assentará num aumento da eficiência da equipa, no fortalecimento de parcerias com fornecedores e na capacidade para "ouvir" o cliente. 145 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Área Financeira A Divisão Financeira de JMR é constituída pela Direcção de Contabilidade e Reporting e pela Direcção de Controlo. Para além de participar na definição da estratégia do Grupo JMR, esta divisão é responsável por assegurar a sua implementação no que respeita à produção de informação de gestão relevante e ao controlo orçamental, e pelo cumprimento das obrigações estatutárias, legais e fiscais de todas as sociedades que compõem o Retalho Alimentar em Portugal. Cabe assim à divisão financeira do Grupo JMR: Produzir todos os documentos de prestação de contas individuais das sociedades que o compõem, os quais são posteriormente reportados, numa base mensal e de forma consolidada, para ambos os Accionistas: Jerónimo Martins e Ahold; Assegurar a produção de Informação de Gestão que permita a tomada de decisão correcta e atempada a todos os níveis da Organização; Garantir, em conjunto com a Direcção de Operações Financeiras de Jerónimo Martins, a existência de recursos financeiros e a sua operacionalização em JMR; Definir a alocação de recursos aos diferentes projectos e tarefas da área financeira. Também nesta divisão, as actividades de 2008 foram marcadas por três acontecimentos muito relevantes em JMR: A reestruturação organizacional que, para além da alteração profunda na organização da divisão financeira, implicou a adaptação e unificação de toda a informação de gestão (incluindo a estrutura de planeamento e reporting), a criação de reports para novos negócios e a preparação para os novos clusters de análise da informação relativa a todo o parque de lojas (por região e de acordo com a área de venda); A aquisição da sociedade Plus Discount - Supermercados, Lda. e posterior fusão, por incorporação, no Pingo Doce; A conversão das médias superfícies, que passam a facturar em Pingo Doce. Sistemas de Informação O objectivo desta Direcção é, utilizando a tecnologia mais segura e eficiente, desenvolver e prestar serviços de processamento de informação destinada às Divisões Operacionais, de acordo com os objectivos de negócio destas, contribuindo assim para a sua melhoria operacional. Em 2008, a integração da Companhia Plus representou o principal projecto para a Direcção de Sistemas de Informação (DSI). Este projecto exigiu um elevado esforço de planeamento e preparação que resultou na integração das 77 lojas desta Insígnia num espaço de apenas três dias. Esta operação foi determinante para o efectivo controlo de todos os processos de negócio, na medida em que permitiu, desde logo, o registo de todas as transações nos sistemas de informação de Jerónimo Martins. Este projecto ficou concluído com a desactivação dos sistemas centrais da Plus e da transferência do seu sistema contabilístico da Alemanha para Portugal. Durante 2008, foi igualmente suportado todo o plano de expansão do Grupo, de acordo com os objectivos estabelecidos, contemplando não só a abertura de novas 146 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio lojas, como também de novas áreas de negócio. No segundo semestre do ano, iniciouse o processo de conversão das médias superfícies Feira Nova em lojas Pingo Doce, as quais exigiram um esforço significativo de reparametrização dos diversos sistemas de informação. Ainda durante o ano que passou, foram iniciados projectos nas áreas Financeira e de Recursos Humanos com o objectivo de aumentar a eficiência administrativa, sendo os seus resultados esperados para 2009. No contexto da eficiência operacional, mantevese também a focalização no desenvolvimento dos processos de reaprovisionamento automático das lojas. Para 2009, a DSI terá como prioridades a realização de projectos de melhoria da eficiência operacional e administrativa, e de redução de custos. Estudos de Mercado O Departamento de Estudos de Mercado tem por missão auxiliar o Feira Nova, o Pingo Doce, o Recheio e a Lidosol no fornecimento e incorporação de informação relativa ao mercado e ao consumidor, nos respectivos negócios, identificando oportunidades e fornecendo uma radiografia do mercado a cada Companhia. Na qualidade de área de apoio à decisão, este Departamento suportou com informação a conversão do parque de lojas Feira Nova em Pingo Doce, a integração das lojas Plus e a mudança de identidade do Pingo Doce, dedicando, por isso, uma parte significativa do seu trabalho ao acompanhamento destes projectos. Este dinamismo, em conjunto com o da concorrência num contexto económico desfavorável, levaram a uma redobrada monitorização do mercado junto do consumidor. Face à aposta em novos negócios, 2008 foi também um ano para suportar com informação as decisões a tomar nesta área. Efectivamente, a criação, na Companhia, de uma unidade de negócio distinta para o Não Alimentar, levou ao desenvolvimento de vários projectos específicos para esta área, dos quais se destacam a reformulação do tratamento e fornecimento de informação de mercado em Têxtil, Electrónica, Entretenimento e Cultura, bem como a elaboração de estudos que envolveram sobretudo conceitos de loja e avaliação da concorrência. Aqui, foi dada uma especial atenção à área de monitorização dos preços na concorrência, tendo sido iniciados dois projectos em 2008: a Reformulação do Sistema de Monitorização de Preços e o Projecto de Simulação de Compras. Para além dos projectos referidos, destaca-se ainda a consolidação de projectos iniciados em 2006 e 2007, como sejam os testes ao consumidor de produtos de Marca Própria. Neste sentido, foram realizados mais de 350 testes de Marca Própria junto do consumidor, cujos objectivos passaram por: Suportar o lançamento de produtos – aceitação e comparação com benchmark; Validar a reformulação de produtos; Testar a consistência de formulação de produtos existentes. 147 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Devido à introdução de novas áreas de monitorização regular, o número de testes realizados aumentou mais de 15% em 2008, face a 2007. Prioritariamente, o projecto iniciou-se com produtos alimentares, tendo sido criadas condições, no ano de 2008, para ampliar a sua actuação ao Não Alimentar, sendo de perspectivar, em 2009, um incremento substancial no número de testes a realizar nesta área. Por fim, salienta-se a manutenção do portal interno de Jerónimo Martins - My.JM – que permitiu que os colaboradores acedam rapidamente a informação actualizada relativa ao mercado, aos concorrentes e ao consumidor; bem como a Newsletter mensal, de divulgação interna, sobre o Mercado e o Consumidor, que permite aos colaboradores uma rápida visualização de indicadores-chave de evolução do mercado. 148 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.2. Distribuição Alimentar – Polónia 4.2.1. Biedronka Mensagem da Gestão “Apesar do abrandamento económico, o mercado de Retalho Alimentar polaco cresceu cerca de 6% em 2008 com a consolidação verificada no mercado durante o ano a gerar um crescimento de 40% das vendas dos 20 principais retalhistas polacos. Tendo em conta as recentes operações de consolidação, este mercado mantém-se ainda muito fragmentado, existindo um número significativo de pequenos negócios familiares, situando-se a quota de mercado do Retalho Moderno ainda a níveis bastante inferiores quando comparada com a de outros países da Europa Ocidental. Neste contexto, a Biedronka concretizou um passo importante ao reforçar e fortalecer a sua posição de liderança num mercado de retalho muito competitivo, através do crescimento orgânico, complementado pela aquisição das antigas lojas Plus na Polónia. A Equipa de Gestão da Companhia mantém-se confiante em relação ao futuro, sabendo que pode contar com o espírito de equipa dos seus colaboradores e parceiros de negócio”. Missão Oferecer um sortido limitado de produtos cuidadosamente seleccionados, de grande qualidade, satisfazendo as necessidades diárias dos seus clientes, a um preço baixo todos os dias. Todos os colaboradores devem garantir que a Companhia opera com grande eficiência e custos baixos. Em 2008, o mercado de Retalho Alimentar polaco foi influenciado pela situação económica global, especialmente no segundo semestre do ano. A crise mundial teve repercussões na economia polaca, com o Governo a rever em baixa a previsão de crescimento do PIB; ainda assim, muito acima da previsão de crescimento deste indicador em relação à maioria dos países da União Europeia. A estratégia da Biedronka focada na qualidade a preços baixos todos os dias, eficiência operacional e proximidade ao consumidor, através de uma agressiva política de expansão, provou, uma vez mais, ser a mais ajustada à realidade do mercado e ao fortalecimento e competitividade da Companhia enquanto líder de Retalho Alimentar na Polónia. O reforço do posicionamento estratégico da Biedronka permitiu um crescimento de vendas like-for-like de 20,2%, associado a uma expansão orgânica de 154 novas lojas, ao encerramento ou substituição de 33, e à aquisição de 205 lojas Plus (12 foram encerradas antes do fim do ano), resultando num crescimento de vendas, em moeda local, de 37,3% face ao ano anterior. A aposta na qualidade, diferenciação e inovação do sortido permanecem como pilares importantes da estratégia, consistente com as acções iniciadas em anos anteriores. 149 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Outro dos pilares da estratégia da Companhia foi o desenvolvimento de um sortido de Perecíveis único, baseado na qualidade e no sucesso da relação com os seus parceiros locais. Detalhe das Vendas da Biedronka 2008 Não Alim entar 10% Marcas Exclusivas 56% Outras 34% Neste sentido, o lançamento contínuo de novos produtos e o desenvolvimento de novas categorias reforçaram a vantagem competitiva do sortido, que é baseado, também, no desenvolvimento da marca exclusiva e complementado por campanhas de in&out que permitiram manter a preferência do consumidor polaco pela Biedronka. Em paralelo, a relação de confiança, resultante do estabelecimento de sólidas parcerias comerciais de médio e longo prazo com fornecedores, permitiu prosseguir um desenvolvimento saudável e sustentado, aumentando a competitividade e tendo criado as condições para o crescimento de quota de mercado na maioria das categorias. Apesar da elevada competitividade de mercado e das fortes acções promocionais por parte da concorrência, a Biedronka reforçou a sua política de “every day low price”. Indo ao encontro da confiança depositada pelos seus clientes, a Companhia iniciou a criação de informação nutricional GDA (Guideline Daily Amounts) nos produtos de marca exclusiva, publicitando o facto através de campanhas promocionais dirigidas aos consumidores. Já a comunicação de loja foi reforçada através de panfletos, posters de merchandising e de uma clara mensagem: “Qualidade a preços baixos todos os dias”, sendo complementada com a optimização dos formatos de loja. Por outro lado, na comunicação externa, privilegiaram-se os anúncios televisivos, aproveitando a cobertura geográfica das 1.359 lojas Biedronka. O carácter lúdico e inovador dos anúncios publicitários mereceu destaque no KTR Polish Advertisement Contest, onde um dos anúncios se classificou em terceiro lugar, tendo recebido uma estatueta de bronze na categoria de “Anúncios comerciais no retalho e serviços públicos”. O mesmo anúncio foi ainda premiado pelos jornalistas. 150 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio O processo de aquisição das lojas Plus teve início em Dezembro de 2007, tendo, neste âmbito, sido assinado um contrato preliminar com o Grupo Tengelmann. Durante 2008, a aquisição foi alvo de análise pela Autoridade da Concorrência, tendo sido aprovada no final de Setembro de 2008. A Plus começou a operar sob controle da Biedronka no dia 1 de Outubro de 2008 e, no curto espaço de sete semanas, 193 lojas foram integradas na cadeia Biedronka. Para além da integração das antigas lojas Plus e da abertura, no âmbito do programa de expansão orgânico, de 154 lojas, a Biedronka procedeu a 83 remodelações tendo terminado o ano com mais 216.802 m2 de área de venda em relação ao ano anterior. Por fim, foi aberto um novo Centro de Distribuição em Lubin, em substituição do anteriormente existente, e o Centro de Distribuição da Plus foi remodelado para enquadrar as operações logísticas da Biedronka e os standard de Supply Chain. Adicionaram-se, assim, 30.559 m2 de espaço em armazém. De referir ainda que a frota Biedronka foi reforçada com mais 291 modernos trailers, e que para aumentar a eficácia no transporte, foram introduzidas soluções GPS e Auto ID. No ano de 2008, foram desenvolvidos vários projectos na área de Supply Chain por forma a aumentar a eficiência e a produtividade, e, de igual modo, alcançar um melhor serviço por parte dos fornecedores e uma optimização no processo de cargas e descargas. Durante o ano foram ainda efectuados consideráveis melhoramentos nos sistemas de frente de loja e back office das lojas. Assim: i) foi introduzido um sistema de registos de entradas nos escritórios centrais e regionais; ii) as acções de formação foram suportadas pelo novo módulo de SAP; e iii) foi implementado um novo servidor com capacidade de armazenamento de dados de 20 terabites para fazer face ao aumento de dados a armazenar. Nas áreas administrativas, foram desenvolvidos sistemas electrónicos de procedimentos, bem como a automatização dos sistemas de reporte, garantindo, por esta via, maior produtividade e controle operacional. A qualidade é um dos pilares da estratégia da Biedronka. O seu controle passa por auditorias às fábricas dos fornecedores, através de análises laboratoriais permanentes, bem como por testes ao sortido existente e a novos produtos. Neste sentido, foi introduzida informação nutricional no rótulo dos produtos, a qual possibilita aos consumidores uma escolha mais adequada, baseada nos valores nutricionais expressos. Os Recursos Humanos (RH) mantiveram-se umas das principais prioridades da Companhia, sendo uma das áreas que garante as vantagens competitivas do seu modelo de negócio. De modo a garantir o desenvolvimento das capacidades dos trabalhadores, em 2008, os programas de RH foram alargados e atingiram mais 7.000 colaboradores, o que correspondeu a mais de 1.500.000 horas de formação. Tendo em conta os projectos em curso, e apesar do abrandamento económico previsto para os próximos meses, para 2009, a Gestão da Biedronka mantém a confiança nos seus projectos, mantendo-se focada na execução do seu plano de crescimento orgânico - 150 novas lojas previstas – e na competitividade das lojas no mercado polaco. 151 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.2.2. Apteka Na Zdrowie Na sequência da parceria celebrada em Fevereiro de 2006 com a Associação Nacional de Farmácias (de Portugal), com o objectivo de estudar a viabilidade do desenvolvimento na Polónia de um negócio de retalho no ramo das farmácias, foi inaugurada neste país, no final de 2006, a primeira loja piloto, à qual se juntaram, em 2007, mais quatro. Tal como antecipado no início de 2008, os sinais positivos obtidos com os testes-piloto levados a cabo, conduziram à decisão de aumentar a dimensão da rede de lojas. Assim, em 2008, 14 lojas vieram juntar-se às já existentes, conferindo uma maior consistência ao projecto de estudo do modelo de negócio, suas características específicas e sua adequação ao mercado polaco. Todas as 19 farmácias estão localizadas em lojas Biedronka, dispondo, no entanto, de instalações separadas e independentes, de acordo com a Lei Farmacêutica em vigor na Polónia. 152 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.3. Indústria, Distribuição & Serviços e Restauração 4.3.1. Indústria – Unilever Jerónimo Martins Mensagem da Gestão “Tal como previsto no ano anterior, o segundo semestre de 2008 trouxe uma clara aceleração do crescimento da Unilever Jerónimo Martins. Para o reforço de posição em várias categorias consideradas estratégicas contribuíram de forma fundamental os projectos de racionalização de custos, a monitorização cuidada da evolução das matérias primas e uma política de preços cobrindo adequadamente os vários segmentos de público e canais de distribuição, assim como os projectos de inovação. A boa evolução do desempenho registada nas principais categorias é o prenúncio da boa preparação da Companhia para transformar os desafios, que se espera que 2009 traga, em oportunidades.” Missão “Dar Mais Vitalidade à Vida. Todos os dias satisfazemos as necessidades dos consumidores com marcas que os ajudam a sentirem-se bem, bonitos e a aproveitar o máximo da vida.” No ano de 2008, numa envolvente económica repleta de desafios, a Unilever Jerónimo Martins teve um desempenho positivo, tanto a nível de vendas como a nível de resultados. Operando num conjunto muito variado de mercados, que no primeiro semestre do ano cresceram em volume mas com uma deterioração em valor, a Companhia conseguiu progredir em quotas de mercado num número apreciável de categorias, embora noutras tenha sido difícil travar o crescimento das marcas da Distribuição. Parte do sucesso alcançado resultou de uma focalização no desenvolvimento de novas ofertas com uma boa relação qualidade/preço, indo estas ao encontro de tendências de mercado. Neste sentido, houve um cuidado particular na monitorização do aumento exponencial do custo das matérias primas e materiais de embalagem que, com esforço, mas com sucesso, foi mitigado através de exercícios de redução de custos, sendo o remanescente repercutido nos preços finais. A aceleração clara dos resultados no segundo semestre de 2008, deve ser entendida não só como consequência de um período homólogo do ano anterior mais fraco, mas, sobretudo, como fruto da implementação de medidas rigorosas de controlo de gestão a nível de preços, margens e reorganização da estrutura. 153 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Unidade Alimentar A Unidade de Negócios Alimentar apresentou um crescimento de 4,6% das vendas face a 2007, em resultado do bom desempenho da generalidade das categorias, com maior destaque para a categoria de sopas e condimentos. Na categoria de Margarinas, destaca-se o apoio dado pela campanha “Porquê Margarina”, com um efeito pedagógico cientificamente bem sustentado, sobre os benefícios deste produto relativamente às gorduras de origem animal. De igual modo, o ano de 2008 foi marcado por um forte investimento na categoria das sopas (“Ano das Sopas”), tendo sido desenvolvidas diversas actividades, nomeadamente, o lançamento de sopas frescas, light e rica em vegetais, reformulação da embalagem das sopas desidratadas, forte campanha publicitária com presença em televisão e eventos pontuais junto dos clientes, saldando-se estas actividades por um êxito absoluto, com crescimentos da ordem dos 8,7% nas vendas da categoria. Já o Chá Frio, reagiu bem ao continuado desenvolvimento das Marcas Próprias, após um ano de 2007 em que se tinha ressentido seriamente da actividade das marcas da Distribuição. No ano de 2008 é igualmente de destacar os lançamentos de cremes para barrar de soja, da Becel Gold, da Vaqueiro Bechamel e das sopas Linea. As fábricas registaram um desempenho particularmente positivo durante o ano, destacando–se: i) a integração eficiente do aumento de produção da fábrica de margarinas, decorrente da transferência de produção de Espanha para Portugal, ii) os elevados níveis de satisfação em mais de uma dezena de mercados europeus servidos pela fábrica de caldos e iii) o aumento significativo da produção da fábrica de loteamento e embalamento de azeite, em resposta a um incremento excepcional das vendas para o Brasil. Unidade de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica A Unidade de Negócio de Cuidado Pessoal e Higiene Doméstica conseguiu defender a sua posição de liderança, registando um crescimento de 2,5% face ao ano anterior. Nesta unidade, destaque particular para a aceleração da actividade promocional de toda a concorrência à qual a Unilever Jerónimo Martins reagiu criteriosamente conseguindo um equilíbrio adequado entre volume, facturação e lucratividade. Deve-se igualmente salientar os lançamentos de CIF Actifizz, Sun Green Power, Axe Dark Temptation e Organics Explosão Brilho. A fábrica de Sacavém teve um desempenho particularmente positivo, destacando-se a flexibilidade de resposta às constantes investidas promocionais da concorrência. A aposta nos principais segmentos de higiene e cuidado pessoal foi, este ano, plenamente conseguida, com crescimentos que não eram vistos desde 2004. 154 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Unidade de Consumo Fora de Casa No ano de 2008, a Unidade de Consumo Fora de Casa registou um crescimento de 0,3%, beneficiando do desempenho positivo do negócio de Food Solutions. A categoria de Gelados foi particularmente afectada pelas condições meteorológicas de um Verão fresco e chuvoso, sendo que, em 2009, planeia desenvolver diversas acções necessárias para combater eficazmente as marcas da Distribuição. A Olá manteve o foco no mercado, intensificando o lançamento de novos produtos para crianças e jovens, como o Girlie 2, Lemonissimo e Shoots, bem como novidades para adultos nas marcas Magnum, Cornetto e Solero. Para o segmento de Consumo em Casa destacam-se novos sabores de Carte D’or e Viennetta, e o lançamento de Multipacks de Magnum, Cornetto e Girlie 2. A fábrica de gelados conseguiu aumentar a sua cobertura em termos de mercado europeu, crescendo a sua produção para outras unidades da Unilever. No conjunto, 2008 foi um ano positivo que antecede um outro que se prevê repleto de desafios, mas em que as prioridades definidas não serão alteradas. O mix de crescimento deverá ser diferente, com uma menor componente de preço e um maior contributo de volume. Em 2009, a determinação na implementação de reduções de custos administrativos, comerciais e fabris, será maior que nunca. 155 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio 4.3.2. Serviços, Representações e Retalho Especializado Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo Mensagem da Gestão “Em 2008, a Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo (JMD) alcançou um crescimento de vendas de 3,2%, tendo o ano sido marcado pelo lançamento de um conjunto de importantes representadas na área Alimentar, de mais uma Marca Própria, bem como pelo relançamento da Divisão de Cosmética, a partir do segundo semestre do ano”. Missão Construir posições de liderança no mercado português para as marcas representadas, sustentadas por uma prestação de serviços de excelência, a um preço muito competitivo. Divisão Alimentar Sendo esta a principal divisão da Companhia, 2008 foi um ano fundamental com o lançamento de duas novas representadas: Truly e Sunquick, nas áreas da confeitaria e sumos concentrados, e do lançamento de mais uma Marca Própria de camarão selvagem congelado “Malaki”. Todas as marcas representadas por JMD apresentaram crescimentos consideráveis durante o ano 2008, à excepção da Canderel, devido ao contínuo crescimento e forte peso das Marcas Próprias neste segmento de mercado. Para 2009, continuar-se-á a procurar representadas de elevado potencial, e consolidar-se-á o negócio das representadas já lançadas em 2008. Divisão de Cosmética O ano transacto fica marcado pela redefinição estratégica da divisão de cosmética. A representação de duas novas marcas: Cellcosmet & Cellmen - direccionada para o canal de farmácias - e The Different Company - para o canal de perfumaria selectiva -, vieram trazer um novo dinamismo a esta divisão. De igual modo, em 2009, continuar-se-á a procurar representadas de elevado potencial, em especial no canal de farmácias e parafarmácias. Caterplus O ano de 2008 foi caracterizado por um início de ano com crescimentos de dois dígitos, mas por um segundo semestre particularmente difícil, dada a conjuntura económica e as dificuldades de crédito existentes no mercado, que afectam os clientes da Companhia. Contudo, esta fechou o exercício em linha com o ano anterior. 156 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio Em 2009, a implementação da redefinição estratégica da Caterplus será posta em marcha, bem como a reestruturação da equipa comercial da Companhia, com o objectivo de desenvolver esta área de negócio no curto prazo. PGJM Tendo consolidado o poder das suas Insígnias em 2008, a PGJM demonstrou, mais uma vez, a sua grande capacidade de adaptação a condições de mercado adversas. O resultado foi um crescimento de vendas de 5% e o seu melhor ano desde a sua criação. Prevê-se que o ano de 2009 traga grandes desafios comerciais à Companhia, dadas as dificuldades que se esperam na envolvente económica, mas que se poderão transformar em oportunidades, se se verificar uma transferência de consumo do canal selectivo para o canal mass market. Jerónimo Martins Restauração & Serviços Mensagem da Gestão “Em 2008, Jerónimo Martins Restauração e Serviços consolidou os alicerces do seu percurso de crescimento, tendo implementado um ambicioso programa de expansão, remodelação e inovação dos seus actuais conceitos de restauração. Neste sentido, lançou-se o primeiro conceito de Casual Dining Chili´s, o qual teve uma boa recepção por parte dos consumidores.” Missão Identificar, desenvolver e implementar conceitos de restauração e Retalho Especializado cujas propostas de valor cumpram os critérios de rentabilidade do Grupo. Nesta Companhia estão sediados os negócios de restauração (não complementares à área da Distribuição) de Jerónimo Martins. Sendo uma área nova no Grupo, a preocupação tem sido centrada no processo de aprendizagem desta nova actividade e no cumprimento do plano de lançamento delineado. Assim, a Companhia encerrou 2008 com 59 lojas, de diferentes conceitos. Jeronymo Esta Insígnia foi uma das mais dinâmicas em 2008, traduzindo-se este dinamismo quer na remodelação do parque de lojas adquirido a terceiros em 2007, quer na abertura de novas unidades - registando-se, neste âmbito, a abertura da primeira 157 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Desempenho das Áreas de Negócio unidade de rua em Telheiras -, tendo Jeronymo encerrado o ano com 15 Kiosk e 10 Coffee Shop. Olá A Olá é a cadeia com maior número de lojas no segmento dos gelados, pretendendo manter e consolidar a actual liderança. Em 2008, abriram três unidades e encerraram as três lojas de rua existentes. Actualmente, a Insígnia possui 32 lojas próprias e cinco lojas em conceito franchising, num total de 37 unidades. Ben & Jerry’s Este conceito tem tido um arranque mais lento que o inicialmente esperado e, nesse sentido, enquanto não for indiscutível a sua aceitação pelo consumidor português, manter-se-á o teste piloto, com uma única loja, em Lisboa. Em conjunto com os detentores da marca, estão a ser analisadas alternativas que viabilizem uma melhor adequação do conceito à realidade portuguesa. Subway A Subway constituía um projecto piloto interessante, mas que acabou por não cumprir as expectativas do Grupo para esta área de negócio, deixando de se enquadrar nas prioridades de investimento do Grupo para 2009. Foi decidido encerrar actividade e converter os três espaços existentes para outros conceitos de Jerónimo Martins Restauração e Serviços, a desenvolver durante o ano 2009. Chili´s Foi aberto em Outubro o primeiro restaurante desta marca em Portugal (segmento Casual Dining), em associação com a Brinker International. Os primeiros resultados estão de acordo com as expectativas do Grupo. Em 2009, prevê-se a abertura de uma segunda unidade na zona da Grande Lisboa. Hussel A Hussel, cadeia de Retalho Especializado de chocolates e produtos de confeitaria, continuou, em 2008, a ser reconhecida pelos clientes pela qualidade e inovação que têm caracterizado a sua operação no mercado português. As vendas da cadeia registaram, no ano transacto, um crescimento de 7,8%, para o qual contribuiu a evolução muito positiva do valor médio de compra, bem como o plano de investimento da Companhia, que se traduziu na abertura de duas lojas e na implementação de um programa de remodelações que abrangeu outras quatro. A Hussel terminou o ano de 2008 a operar um total de 23 lojas. Em 2009, a inovação, no contexto do modelo de negócio da Insígnia, continuará a ser o tema chave da estratégia da marca, que espera abrir mais duas lojas no mercado português. 158 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 5. Perspectivas para 2009 5.1. Conjuntura Macro-Económica Internacional Comportamento das Economias A maioria dos especialistas apresenta cenários de recessão para o conjunto das economias desenvolvidas, para 2009. Contudo, no que respeita à duração e profundidade da recessão, existe um nível de incerteza ainda elevado. Nas projecções do Fundo Monetário Internacional (FMI), disponibilizadas em Novembro de 2008, o conjunto das economias desenvolvidas apresenta uma contracção económica na ordem dos 0,3% para o presente ano. Neste cenário, os maiores efeitos da crise económica fazem-se sentir na economia norte-americana (0,7%), no Reino Unido (-1,3%), na Alemanha (-0,8%) e em Espanha (-0,7%). Já a Comissão Europeia (CE) apresentou, em Janeiro de 2009, projecções económicas para a Zona Euro bastante mais pessimistas, podendo a mesma vir a atingir uma contracção económica de 1,9%. Neste cenário, a recessão na França, Alemanha e Espanha aproxima-se de valores na ordem dos 1,8%, 2,3% e 2,0%, respectivamente. O desemprego é o mais temido dos factores na recessão mundial e também na recessão europeia, podendo atingir formas dramáticas em alguns países da Zona Euro. Segundo as projecções da CE, a Zona Euro pode atingir uma taxa de desemprego acima dos 9%, com a França, a Alemanha e a Espanha a chegarem a valores de 10%, 8% e 16%, respectivamente. A crise vai levar o défice das contas públicas na Zona Euro para valores inéditos, na ordem dos 4%, por duas ordens de razão. Por um lado, estima-se que o impacto dos planos de recuperação económica já conhecidos seja de 1%. Por outro lado, o impacto directo do menor crescimento económico, seja por aumento de gastos com o desemprego seja por menores receitas, deve atingir os 3%. Prevê-se uma recuperação gradual e modesta a partir de meados de 2009 mas a efectiva retoma depende da implementação dos planos de recuperação económica dos Governos e do bom funcionamento dos mercados financeiros. Segundo a CE, houve planos de resgate de bancos em 17 países, somando um montante de 300 mil milhões de euros de programas de recapitalização, 2,4 mil milhões de euros em garantias de empréstimos. De igual modo, a taxa de juro caiu para valores históricos mas esta facilitação do crédito tem de ser transmitida à economia real para que a retoma se faça sentir. Já em relação à economia norte-americana, alguns especialistas adiantam que a maior economia do mundo vai necessitar de mais tempo para recuperar, uma vez que tem desiquilíbrios mais profundos do que a União Europeia. As economias emergentes devem continuar a registar sinais de abrandamento económico em função da actual crise internacional. Segundo as projecções do FMI, o conjunto das economias emergentes deve crescer cerca de 5%. No entanto, o crescimento para o conjunto das economias da Europa Central e de Leste deve posicionar-se entre os 2,0% e os 2,5%, com a Rússia a apresentar uma forte quebra 159 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 no seu crescimento económico, passando de valores acima dos 6,0%, em 2008, para valores entre os 3,0% e os 3,5%, em 2009. Mercados Financeiros De acordo com os especialistas, uma das condições essenciais para a estabilização dos mercados financeiros e para a retoma da confiança é o estreitamento dos spreads incluídos nas taxas de crédito. No entanto, isto só poderá acontecer quando o processo de desalavancagem e liquidações de carteiras atingir a sua recta final. Segundo os especialistas, desde Outubro de 2008 que os Índices Accionistas estão a construir bases mais estáveis, mas a volatilidade deverá permanecer em 2009, sobretudo porque o mercado ainda se pode confrontar com a venda de activos por parte de instituições financeiras em processo de desalavancagem. A falta de confiança e a possibilidade de revisões em baixa das projecções de resultados, induzidas pela deterioração dos indicadores de conjuntura e pelo agravamento dos custos de financiamento, entre outros, continuam a pesar negativamente nas perspectivas de valorização futura do mercado. Políticas Monetárias Os Bancos Centrais de todo o mundo estão sincronizados na condução de políticas monetárias mais expansionistas e organizados para injectar a liquidez necessária no mercado. No entanto, não chegarão a ser tão agressivos quanto a Reserva Federal Americana (FED), que colocou, no final de 2008, a taxa de juro de referência na economia norte-americana virtualmente a 0%, esperando-se que assim permaneça até ao final do ano, segundo um painel de especialistas da Reuters. A revisão em baixa do cenário macro-económico, no início de 2009, e a forte queda das expectativas inflacionistas, podem levar o Banco Central Europeu (BCE) a efectuar descidas mais acentuadas na taxa de juro de referência, depois de, em Janeiro de 2009, ter reduzido a mesma para 2%. A taxa de referência do BCE poderá chegar assim chegar a 1%, esperando-se uma inversão da tendência de descida a partir de 2010. Com a confiança dos agentes económicos e investidores em níveis mínimos, o Dólar continua a ser uma divisa de refúgio. No entanto, existe uma convergência das políticas monetárias e o mercado desconta ritmos de decrescimento idênticos nos Estados Unidos e na Zona Euro, o que pode conduzir a um estreitamento rápido do diferencial de taxas de juro. Ainda de acordo com o painel de especialistas da Reuters, em 2009, a taxa de câmbio do Euro face ao Dólar norte-americano deve situar-se num valor médio de 1,30, apresentando, ainda, alguma tendência em baixa face ao valor registado a 31 de Dezembro. Num prazo mais dilatado, é pertinente questionar quando vão surgir sinais económicos mais positivos na economia norte-americana e se o mercado vai continuar a dar aval ao Dólar. Por fim, as projecções de um conjunto de Bancos apontam para que a taxa de câmbio do Euro face ao Zloty, da Polónia, se venha a posicionar entre os 3,70 e os 3,90, apresentando igualmente alguma tendência em baixa face ao valor registado a 31 de 160 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 Dezembro. No entanto, os especialistas assumem que esta projecção comporta incerteza e que a volatilidade pode permanecer em 2009. Matérias-Primas Energéticas e Não-Energéticas Os preços das principais matérias-primas não energéticas mantêm a tendência de queda, “empurrados” pela forte desaceleração da actividade de comércio internacional em volume e por cenários macro-económicos pouco favoráveis. Segundo o FMI, as projecções para 2009 apontam para uma descida de quase 20% no preço médio das transacções mundiais de matérias-primas não energéticas. O preço do petróleo é uma das grandes incógnitas em 2009. Desde o valor recorde alcançado em Julho de 2008, sofreu uma desvalorização de 70% e registou perdas no acumulado do ano pela primeira vez em sete anos. O consenso geral das maiores casas de investimento situa o preço médio do barril de petróleo a rondar os 45 a 50 dólares por barril para 2009, mas estas projecções não deixam de comportar incerteza no curto-prazo. Já num cenário mais amplo, as previsões da Agência Energética Internacional apontam para que o preço do petróleo venha a triplicar nos próximos anos, com a retoma da economia mundial e as tensões geo-políticas a permanecerem no horizonte. Para 2009, permanece uma expectativa de queda das taxas de inflação, podendo mesmo vir a registar-se deflação em alguns sectores da economia. O FMI avança com uma taxa de inflação média para o conjunto das economias desenvolvidas na ordem de 1,4%. Factores de Incerteza e Volatilidade Macro-Económica De momento, não se sabe como é que as economias vão reagir aos planos de recuperação implementados pelos Governos e se serão necessárias medidas adicionais. É, também, prematuro dizer quando é que os mercados financeiros vão estabilizar e quando irão surgir sinais de retoma da confiança dos investidores. A evolução das moedas poderá continuar a dar sinais de forte volatilidade em função do clima de incerteza que paira sobre os indicadores de conjuntura económica e a evolução dos mercados financeiros. Do lado da procura, a degradação do sentimento económico e o agravamento da taxa de desemprego são os principais factores de pressão sobre o consumo, não se podendo antecipar os efeitos reais que estes podem vir a ter nos mercados e nas empresas. No entanto, as descidas das taxas de juro e a redução das taxas de inflação podem ter um efeito compensatório no poder de compra de quem permanece no mercado de trabalho. 161 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 5.2. Tendências Internacionais no Sector O quadro de tendências de médio e longo prazo, traçado por Jerónimo Martins na sua estratégia (ver capítulo sobre Estratégia: Visão Integrada de Desenvolvimento Sustentável) permanece válido, tanto do lado da procura, como do lado da oferta. No entanto, em 2009, e para fazer face ao clima de crise económica e aos factores de incerteza e volatilidade, deverão continuar a registar-se sinais de ajustamento nas estratégias dos operadores da Distribuição Alimentar. Uma das principais questões, durante o ano, tem a ver com a precipitação das tendências de consolidação nos mercados maduros, os quais passaram a estar mais pressionados com a crise económica. Também os mercados em desenvolvimento vão continuar a oferecer oportunidades de consolidação, sendo de esperar que o Retalho Tradicional continue a dar espaço ao crescimento da Distribuição Alimentar Moderna e que os operadores internacionais que não estejam a atingir o retorno desejado continuem a racionalizar a sua carteira de activos. As oportunidades de aquisição existem, mas a actual conjuntura dos mercados financeiros não é favorável à concretização de grandes operações de fusão e aquisição, razão pela qual permanece a dúvida sobre se, em 2009, se vão efectivamente concretizar grandes operações e quais os mecanismos de financiamento que os operadores poderão utilizar para tal. Também pelas mesmas razões, a expansão internacional deverá evoluir com bastante cautela em 2009, com os operadores a orientarem os seus esforços de investimento sobretudo para os mercados onde já estão presentes e onde precisam de reforçar a sua posição. A pressão sobre os resultados das empresas, associada a uma conjuntura macroeconómica global de contracção e incerteza, leva a que os operadores tracem planos de investimento mais cautelosos do que aqueles que implementaram na última década. Tanto as operações de Fusão e Aquisição, como a expansão internacional, exigem uma capacidade de financiamento que deverá ser alavancada no crédito. Neste particular, os operadores estão pressionados por uma maior exigência e selectividade do mercado financeiro, não só em termos de custo do capital, como de garantias associadas à solidez de balanço e à capacidade de planeamento. O fraco sentimento económico e a deterioração do poder de compra provocada pelo aumento do desemprego, tanto em mercados maduros como nos mercados em desenvolvimento, vai continuar a colocar pressão no preço. Para garantir o retorno do investimento, os operadores vêem-se obrigados a ser muito racionais na sua oferta e a procurar a captação contínua de eficiências em todos os níveis da cadeia de valor. A optimização de estruturas e processos, o outsourcing de actividades secundárias e os ganhos de produtividade gerados por novas tecnologias vão, assim, permanecer em agenda. Por sua vez, os fornecedores vão ser pressionados pelos operadores de Distribuição Alimentar em função de expectativas de ajustamento nos preços de transferência, 162 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 porquanto as tendências de preço nos mercados de matérias-primas e energia apontam nesse sentido. Aqueles cuja situação económico-financeira não seja sólida vão ter menor capacidade competitiva para se ajustar à conjuntura e para enfrentar as exigências dos mercados financeiros. Os cenários de Fusão e Aquisição e maior consolidação da Indústria Alimentar têm uma forte probabilidade de acontecer. 5.3. Perspectivas para Portugal Comportamento da Economia Segundo as estimativas mais recentes do Banco de Portugal, a economia Portuguesa vai sofrer uma contracção de 0,8%, em 2009, apresentando alguns sinais de retoma no ano seguinte. Já a Comissão Europeia é bastante mais pessimista quanto ao desempenho da economia portuguesa, durante este ano, apontando para um contracção económica na ordem de 1,6%. A economia portuguesa tem, há vários anos, problemas estruturais sérios que só foram agravados com o impacto da crise, sobretudo pela elevada exposição das exportações a economias como a de Espanha, França, Reino Unido e Alemanha, que também estão a ser significativamente afectadas com a crise. De acordo com as projecções da Comissão Europeia, em 2009, o desemprego em Portugal pode ficar perto dos 9%, o que será o valor mais elevado dos últimos 23 anos. A maior componente do desemprego continua a ser estrutural e resulta de problemas ao nível da organização das empresas, da fraca competitividade, do atraso na modernização tecnológica e recursos humanos pouco qualificados. À semelhança do que poderá acontecer noutros países da Zona Euro, este ano, o défice público nacional poderá situar-se acima dos 4%. Este efeito, em conjugação com o efeito de contracção da economia, pode conduzir ao aumento da dívida pública para valores perto dos 70% do Produto Interno Bruto, valor este que já foi admitido pelo Governo. A crise não só está a enfraquecer a economia, como tem vindo a deteriorar de forma significativa o índice de incumprimento das empresas e particulares. Este cenário económico pouco favorável, levou a Standard & Poor’s a rever em baixa o rating de risco da República, tendo por base a evolução das políticas orçamentais e financeiras do país. Os especialistas avançam que a retoma da economia portuguesa vai ser das mais lentas na União Europeia. O excessivo nível de endividamento do País vai pressionar a actuação do Governo e o desemprego estrutural vai levar tempo a ser ultrapassado. Por sua vez, as empresas enfrentam condições particularmente difíceis na renegociação dos seus créditos e a confiança do investidor vai permanecer fraca. 163 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 Mercado de Retalho Alimentar Moderno em Portugal Em função do cenário económico desenhado para Portugal e do elevado nível de endividamento das famílias, em 2009, o consumidor deverá continuar a apresentar elevada racionalidade na sua despesa, o que coloca os formatos concentrados nas áreas alimentares, e mais competitivos em preço, numa posição favorável. Do lado da oferta, é de esperar a continuidade no nível de agressividade comercial. No entanto, os efeitos da situação económica sobre o consumo podem conduzir a cenários de maior agressividade entre os operadores de mercado. É também natural que possam surgir novas oportunidades de consolidação de mercado. Alguns operadores internacionais, pressionados pela conjuntura macroeconómica e por estratégias de racionalização da sua carteira de activos, podem vir a considerar um cenário de saída do mercado nacional. No entanto, as actuais condições nos mercados financeiros poderão não facilitar esses processos de consolidação. Paralelamente, a expansão orgânica e o licenciamento deverão registar sinais de abrandamento, apesar de alguns operadores continuarem a anunciar planos de expansão para o País. Mercado Grossista Alimentar em Portugal Do lado da procura, para 2009, prevê-se que a actividade dos retalhistas independentes continue a diminuir, tanto em valor como em número de operadores. O possível aumento de agressividade comercial que se venha a registar no Retalho Alimentar Moderno será determinante na agudização das tendências no Retalho Tradicional. Já o canal HoReCa, deverá continuar a crescer claramente acima da inflação, seguindo tendências de médio-longo prazo. Contudo, não deixa de existir um nível considerável de incerteza em relação ao efeito da crise económica sobre o consumo alimentar fora de casa. Neste contexto, os operadores que se posicionam para refeições rápidas a preços competitivos, encontram-se numa posição de mercado mais favorável. No somatório, a actividade destes dois mercados deverá conduzir a um crescimento positivo da procura global em valor, ainda que modesto. Do lado da oferta, os operadores vão enfrentar maior pressão no preço de venda devido aos efeitos da conjuntura económica sobre a despesa alimentar em casa e fora de casa. Os preços do Retalho Alimentar Moderno passam a ser um referencial cada vez mais relevante no consumo de bens alimentares em geral, e os clientes que operam no canal HoReCa ou no Retalho Tradicional não deixam de o ter em conta. Durante o ano de 2009, poderá, ainda, registar-se a saída de operadores grossistas que tenham uma situação económico-financeira mais frágil e não consigam aguentar a pressão competitiva. Já os operadores que permaneçam no mercado, podem ver o seu crescimento reforçado com a saída dos restantes operadores. 164 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 5.4. Perspectivas para a Polónia Comportamento da Economia Para 2009, os especialistas projectam um crescimento da economia polaca entre 1% e 4%. Estas expectativas reflectem o clima de retracção económica previsto para o conjunto das economias da Europa Central e de Leste e espelham a incerteza nas expectativas de crescimento para o ano. O investimento é um dos indicadores que apresenta maior retracção nas projecções, passando de um crescimento de 13%, em 2008, para valores entre os 4,7% e os 6,7%, em 2009. Estes valores são explicados pela falta de confiança dos investidores e pela deterioração das condições de acesso ao crédito. A quebra no crescimento do investimento deverá traduzir-se numa evolução menos favorável do mercado de emprego, podendo voltar a observar-se taxas de crescimento do desemprego de dois dígitos. As expectativas menos favoráveis no mercado de emprego e de evolução contida dos salários vão colocar maior pressão sobre o poder de compra, provocando um menor crescimento da procura interna e uma menor pressão nos preços, podendo a taxa de inflação vir a situar-se abaixo dos 3%. O Conselho de Políticas Monetárias efectuou uma descida da taxa de juro para 5%, em Janeiro de 2009, mas deverá continuar a efectuar cortes nas taxas de juro de referência para contrariar as fortes tendências de abrandamento da economia. A valorização da moeda polaca é uma das incógnitas em 2009, e embora os especialistas apontem para uma manutenção da taxa de câmbio do Euro face ao Zloty entre os 3,70 e os 3,90, a volatilidade deverá continuar a registar-se. Mercado de Retalho Alimentar Moderno na Polónia Em função do cenário macroeconómico desenhado para a Polónia, o consumidor deverá continuar a apresentar elevada racionalidade na sua despesa alimentar, colocando os formatos de discount numa posição de preferência. Os especialistas adiantam ainda que, devido à conjuntura macro-económica nacional e internacional, durante o ano, poderão vir a observar-se novas operações de consolidação no mercado polaco. Os operadores internacionais, pressionados pela conjuntura macro-económica, poderão vir a tomar decisões de racionalização da sua carteira de activos que incluam este país. Já os operadores locais, que ainda representam uma percentagem significativa do mercado, podem ser forçados a rever a sua situação económico-financeira e a avaliar as condições para permanecer competitivos. Por fim, o crescimento orgânico da generalidade dos operadores deverá ser mais contido devido à dificuldade no acesso ao crédito que se regista e que não apresenta ainda sinais de evolução. 165 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 5.5. Perspectivas para os Negócios de Jerónimo Martins Na actual conjuntura macro-económica, Jerónimo Martins vai dar continuidade à sua estratégia de crescimento, num quadro de prudência financeira que proteja a solidez do balanço do Grupo e a rentabilidade dos seus activos. A manutenção dos rácios de alavancagem dentro dos parâmetros desejados é uma das principais prioridades para o ano de 2009. Nesse sentido, o Grupo irá investir selectivamente nos projectos com maior potencial de criação de valor. Num ano marcado por uma conjuntura macro-económica difícil, a atenção permanente aos desenvolvimentos no mercado, a antecipação dos riscos e a flexibilidade para ajustar os planos são mecanismos essenciais na gestão da incerteza e volatilidade. Por sua vez, as Companhias vão continuar focadas no reforço dos seus modelos de negócio por forma a permanecerem competitivas no mercado, a protegerem os seus rácios de rentabilidade e a sustentarem os seus crescimentos like-for-like. Retalho Alimentar em Portugal: Pingo Doce Em 2009, o Pingo Doce assume três grandes prioridades. Antes de mais, a Companhia vai prosseguir com a sua estratégia de diferenciação para continuar a crescer no like-for-like a valores acima do mercado, reforçando desta forma a sua posição relativa. Neste âmbito, os projectos e negócios lançados recentemente desempenham um importante papel. Por outro lado, a consolidação dos processos de integração das lojas compradas à Tengelmann, em 2008, e das lojas Feira Nova com menos de 2.500 metros quadrados sob a Insígnia Pingo Doce, deverá reforçar a capacidade da Companhia para crescer em vendas e rentabilidade. Por último, o investimento na expansão e no desenvolvimento de novos projectos deverá ser muito selectivo, de modo a acautelar o cash flow gerado pela Companhia. O investimento no ano será canalizado para a abertura de cinco a 10 novas lojas e para a remodelação de 20 lojas ex-Plus. O ano será, ainda, de consolidação das operações, porquanto, nos últimos anos, se registou um ritmo de crescimento orgânico bastante elevado que não permitiu consolidar o crescimento organizacional. Negócio Grossista Alimentar em Portugal: Recheio A prioridade do Recheio continua a ser o crescimento sustentado das vendas no abastecimento ao canal HoReCa e a manutenção da posição de liderança no abastecimento ao Retalho Tradicional. Em 2009, o Recheio vai prosseguir com a sua estratégia para ser a Companhia mais competitiva e mais bem preparada, em Portugal, no abastecimento a este canal. 166 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 Para tal, a Companhia vai continuar a investir na formação profissional na área das operações, no reforço do negócio de Frescos e no desenvolvimento de soluções integradas de refeição. O Recheio quer, ainda, continuar a reforçar a sua capacidade competitiva e a liderar a gestão de custos no mercado grossista. O estudo de novas oportunidades de crescimento no abastecimento ao mercado HoReCa em Portugal é, também, uma das prioridades para o ano. Retalho Alimentar na Polónia: Biedronka Jerónimo Martins vai continuar a investir no crescimento orgânico e no reforço da sua posição de liderança no Retalho Alimentar da Polónia, dando continuidade ao ritmo de expansão orgânica que tem vindo a registar nos últimos anos. Em 2009, a Biedronka planeia abrir 150 novas lojas e efectuar entre 80 a 100 remodelações. A sustentação da sua posição de liderança em preço é a outra grande prioridade da Companhia. A par do efeito de escala que o forte crescimento do parque de lojas continua a produzir, a Biedronka continua a prosseguir objectivos de melhoria dos rácios de eficiência operacional. A aposta na criação de novas regiões operacionais para acomodar o crescimento orgânico é igualmente uma das grandes prioridades. O crescimento das vendas like-for-like vai continuar a sustentar-se no crescimento da economia polaca, ainda que seja esperada uma desaceleração deste crescimento. No entanto, a Companhia detém uma posição de vantagem através de uma relação qualidade-preço que lhe permite estar optimista na manutenção dos seus rácios de crescimento. Ainda assim, a Companhia vai continuar a dinamizar a sua oferta, com o lançamento de novos produtos e serviços. Indústria e Serviços em Portugal: Unilever Jerónimo Martins, Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo e Jerónimo Martins Restauração e Serviços Na área da Indústria, o investimento nas marcas líderes de mercado, tanto em preço como em inovação, continua a ser a grande prioridade do negócio. O processo de reestruturação que conduziu à criação de uma Companhia única e à racionalização do portefólio, com a eliminação de marcas com fraca capacidade de liderança, deverá permitir continuar a proteger a rentabilidade dos activos e a reforçar as quotas de mercado das marcas que formam o actual portefólio. A Jerónimo Martins Distribuição continua a procurar dar sustentabilidade ao seu portefólio de representadas, enquanto que a Jerónimo Martins Restauração e Serviços continua a estudar oportunidades de negócio na restauração e a reforçar o seu plano de crescimento nesta área. 167 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Perspectivas para 2009 Desenvolvimento de Novos Negócios Jerónimo Martins vai continuar a estudar as alternativas de desenvolvimento da sua carteira de activos no quadro actual da sua missão, dando continuidade à sua estratégia de crescimento. Continuam a ser objectivos estratégicos, o reforço da rentabilidade média dos activos e a sustentação dos rácios de crescimento, a par da manutenção de um balanço sólido e de um perfil conservador de risco. A atenção do Grupo continua a ser canalizada, prioritariamente, para a diversificação geográfica na área da Distribuição, mas as oportunidades de crescimento em outras áreas do mundo alimentar não deixarão de ser analisadas. No entanto, as alternativas de expansão geográfica não deixam de ser avaliadas à luz da actual conjuntura macro-económica, a qual oferece diversos riscos e oportunidades que devem continuar a ser devidamente ponderados. Mais uma vez, Jerónimo Martins antecipa um ano muito exigente, determinado por uma conjuntura menos favorável e que também está envolta em incerteza. No entanto, o Grupo continua a assumir objectivos ambiciosos, confiante que está na robustez do seu portefólio e na sua capacidade de gestão para enfrentar ambientes de maior exigência. Fontes Consultadas: World Economic Outlook do FMI, Novembro 2008; Comissão Europeia, Eurostat; Reuteurs; Estudos Económicos e Financeiros BPI, Dezembro 2008; Boletins Económicos do Banco de Portugal, Outono e Inverno 2008; Ministério das Finanças de Portugal; Relatórios Temáticos da Universidade Católica Portuguesa – NECEP/CEA FCEE; Instituto Nacional de Estatística; Direcção-Geral das Actividades Económicas; Boletins Económicos do Banco Nacional da Polónia; Ministério das Finanças Polaco; Central Statistical Office (GUS); Citigroup; Citibank Handlowy; BRE Bank; IG Markets, Planet Retail; IGD, Deloitte; TNS; Nielsen; DBK; Gira sic; PMR; APED; Uniarme; AREST; CIES. 168 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Factos Subsequentes 6. Factos Subsequentes Até à data de conclusão deste Relatório não ocorreram factos significativos que mereçam destaque. 169 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Proposta de Aplicação de Resultados 7. Proposta de Aplicação de Resultados No exercício de 2008, Jerónimo Martins, SGPS, S.A. apresentou um lucro consolidado de 163.215.958 euros e um lucro nas contas individuais de 26.991.547,53 euros. O Conselho de Administração propõe que os resultados líquidos do exercício sejam aplicados da seguinte forma: Reserva Legal ........................... 1.349.577,38 euros. Reservas livres ....................... 25.641.970,15 euros. De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada e descrita no ponto relativo à “Política de Distribuição de Dividendos”, incluído no capítulo do Governo da Sociedade, o Conselho de Administração propõe aos Senhores Accionistas a distribuição de um montante de 69.127.764,20 euros, o que corresponde a 42,4% do resultado líquido consolidado, utilizando para tal as reservas livres que se encontram disponíveis para distribuição. Esta proposta representa o pagamento de um dividendo bruto de 0,11 euros por acção, excluindo-se as acções próprias em carteira. Lisboa, 5 de Março de 2009 O Conselho de Administração 170 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão 8. Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão INFORMAÇÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO NO CAPITAL DA EMPRESA A 31 DE DEZEMBRO DE 2008 (De acordo com a disposição no artigo 447º do Código das Sociedades Comerciais e nos termos da alínea b) do nº1 do artigo 7º do Regulamento da CMVM nº 24/2000) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Membros do Conselho de Administração Posição em 31.12.07 Acções Acréscimos no exercício Obrigações Acções Obrigações Diminuições no exercício Acções Posição em 31.12.08 Obrigações Acções Obrigações 100.355 - 10.000 - 22.000 - 88.355 - José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos - - - - - - - - Luís Maria Viana Palha da Silva - - - - - - - - 198.305 - - - - - 198.305 - - - - - - - - - 7.680 - - - - - 7.680 - 19.700 - - - - - 19.700 - Nicolaas Pronk - - - - - - - - Rui Manuel de Medeiros d`Espiney 1 Patrício - - - - - - - - Elísio Alexandre Soares dos Santos 2 Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos António Mendo Castel-Branco Borges Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva Hans Eggerstedt 1 1 1 pertencem adicionalmente à Comissão de Auditoria. 2 as 10.000 acções foram adquiridas em 29/05/2008, pelo preço unitário de 4,63 euros; as 22.000 acções foram alienadas em 07/08/2008, pelo preço unitário de 5,60 euros. REVISOR OFICIAL DE CONTAS O Revisor Oficial de Contas, PricewaterhouseCoopers & Associados, SROC, Lda., não detinha quaisquer acções e obrigações, em 31 de Dezembro de 2008, não tendo realizado transacções com quaisquer títulos de Jerónimo Martins, SGPS, S.A.. 171 R&C’08 Relatório Consolidado de Gestão - Criação de Valor e Crescimento Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão LISTA DOS TITULARES DE PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS A 31 DE DEZEMBRO DE 2008 (De acordo com a disposição nos artigos 447º e 448º do Código das Sociedades Comerciais, nos termos da alínea e) do nº1 do artigo 6º do Regulamento da CMVM nº 11/2000 e nos termos do Código dos Valores Mobiliários) Accionista Nº Acções detidas % Capital % dos Direitos 1 de Voto Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, S.A. Directamente Asteck, S.A. 56,103% 56,180% 62.929.500 10,000% 10,014% 2 Directamente Ameriprise Financial Inc 3 Directamente Através da Sociedade Threadneedle Asset Management Limited Através da Sociedade Threadneedle International Limited Total Imputável 1 353.054.454 135.404 0,022% 0,022% 13.276.971 2,110% 2,113% 1.941.176 0,308% 0,309% 15.353.551 2,440% 2,444% % Direitos de voto = Nº Acções Detidas / (Nº Total Acções JM - Acções Próprias). 2 Nos termos dos artigos 16º e 20º do Código dos Valores Mobiliários (CVM), as participações detidas pela Asteck, S.A. devem ser imputadas à Heerema Holding Company Inc., que detém 100% daquela Sociedade. 3 Nos termos dos artigos 16º e 20º do Código dos Valores Mobiliários (CVM), informa-se que as Sociedades Threadneedle Asset Management Limited e Threadneedle International Limited são detidas pela Sociedade Threadneedle Asset Management Holdings Limited. Mais se informa que a Sociedade Ameriprise Financial Inc. detém a Sociedade Threadneedle Asset Management Holdings Limited. 172 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Índice IV. Sustentabilidade na Criação de Valor 1. Factos Relevantes do Ano 174 2. Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável 178 3. Compromisso com os Clientes 180 3.1. Provedoria do Cliente 181 3.2. Serviços de Apoio ao Cliente 182 3.3. Alimentação Saudável 183 4. Compromisso com os Colaboradores 188 4.1. Quem Somos? 188 4.2. Construir o Futuro com cada Colaborador 192 4.3. Áreas de Intervenção Transversal 198 5. Compromisso com os Fornecedores 205 5.1. Selecção de Fornecedores 205 5.2. Relacionamento com os Fornecedores 206 5.3. Projecto JM Direct 209 6. Qualidade e Segurança Alimentar 211 6.1. Políticas e Certificações 211 6.2. Formação em Qualidade e Segurança Alimentar 212 6.3. Gestão da Qualidade das Lojas, Centros de Distribuição e Unidades Industriais 6.4. Gestão da Qualidade dos Fornecedores 213 6.5. Marca Própria 218 7. Responsabilidade Ambiental 216 219 7.1. Política Ambiental 219 7.2. Principais Impactes Ambientais 220 7.3. Iniciativas na Área Ambiental 220 7.4. Tecnologias mais amigas do Ambiente 232 8. Mecenato 234 8.1. Mecenato Social 234 8.2. Mecenato Cultural 239 9. Perguntas mais Frequentes 241 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Factos Relevantes do Ano 1. Factos Relevantes do Ano Janeiro Recheio cria a rubrica “Ecologia” na revista “Notícias Recheio”, procedendo à sensibilização e formação ambiental dos clientes do canal HoReCa; Fima renova as certificações do Sistema Integrado da Qualidade e Ambiente, segundo as Normas ISO (International Organization for Standardization) 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente); Lançamento do detergente Sun Green Power, um produto para a lavagem mecânica da loiça, com vantagens do ponto de vista ambiental. Fevereiro Pingo Doce inicia a cobrança de dois cêntimos por cada saco de plástico, na Madeira, reduzindo o consumo dos mesmos em 80% face ao ano anterior; Biedronka assinala uma vez mais o Dia do Doente, oferecendo pacotes para jovens doentes de três hospitais polacos; Biedronka lança a campanha informativa “Produtos Polacos Todos os Dias”, de incentivo ao consumo de produtos fabricados naquele país; Instalações Lever realizam simulacro de situação de emergência, com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Sacavém. Março Desenvolvimento de Sistemas de Segurança Alimentar HACCP, aplicáveis à produção industrial de refeições nas cozinhas centrais do Pingo Doce e dos restaurantes, englobando a validação de processos de confecção e de arrefecimento nas cozinhas centrais e validades das comidas nelas produzidas; Olá e Lever renovam as certificações do Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança, segundo as Normas ISO 9001:2000 (Qualidade), ISO 14001:2004 (Ambiente) e OHSAS 18001:1999 (Segurança). Abril Biedronka lança, por ocasião do Dia Mundial da Terra, a campanha ambiental “Vamos cuidar do nosso Ambiente”, sobre boas práticas para uma correcta utilização da água e da energia; Victor Guedes renova as certificações do Sistema Integrado da Qualidade e Ambiente, segundo as Normas ISO 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente); Fima procede à instalação de uma capsuladora automática na produção de caldos, com impacto positivo na Qualidade e Segurança Alimentar; Fábrica Lever obtém 99,3% na auditoria de Enzimas efectuada pela Unilever, revelando um elevado grau de conformidade com os requisitos definidos para a saúde ocupacional dos operadores; Ben & Jerry’s associa-se à Câmara Municipal de Lisboa, Quercus e Carbon2Oxygen no evento “Lisboa pelo Clima”. 174 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Factos Relevantes do Ano Maio Pingo Doce e Feira Nova acolhem nova Campanha de Recolha de Alimentos para o Banco Alimentar, sendo Jerónimo Martins, neste âmbito, o Grupo que mais contribui para a instituição; Pingo Doce lança o Programa “Sabores Mediterrânicos”; Os Centros de Distribuição de Ruda Śląska, Wyszków, Kostrzyn e Grudziądz, na Polónia, renovam as certificações do Sistema de Segurança Alimentar HACCP, segundo a Norma DS3027:2002, abrangendo as actividades de stock e distribuição de produtos alimentares (Fast Moving Consumer Goods); Olá assina um protocolo com a Câmara Municipal de Sesimbra para melhoria das condições de acessibilidade às praias do Concelho para pessoas portadoras de deficiência e/ou com mobilidade reduzida; Realização de acções de formação sobre Procedimentos Ambientais, abrangendo mais de 100 prestadores de serviço de manutenção do Pingo Doce, Feira Nova e Recheio; Jerónimo Martins participa novamente na iniciativa “Aprender a Empreender”, tendo 59 voluntários leccionado em várias escolas, abrangendo um total de 1.205 alunos. Junho Pingo Doce, Feira Nova e Recheio implementam uma nova aplicação informática para Registo, Tratamento e Gestão de Reclamações; Lançamento de uma etiqueta termo-sensível para o frango Pingo Doce em vácuo, disponibilizando ao consumidor informação objectiva sobre a manutenção da cadeia de frio, proporcionando-lhe um processo de compra mais informado e seguro; Restaurantes “Refeições no Sítio do Costume” e “Espaço +” desenvolvem ementas com opções alimentares mais saudáveis; Biedronka inicia a recolha de pilhas usadas junto dos clientes, em todas as lojas; Biedronka organiza actividades no Dia Mundial da Criança para todos os filhos de colaboradores da Companhia, com idades até aos 12 anos; Produção de Caldos Fima obtém novamente a certificação BRC (British Retail Consortium); Unilever Jerónimo Martins participa, pelo segundo ano consecutivo, na Marcha Contra a Fome do Programa Alimentar Mundial, contribuindo através de um donativo monetário e de géneros e da participação voluntária dos seus colaboradores; Convenção Anual Marca Própria, sob o tema “Continuar a inovar, liderar o mercado e exceder as expectativas do consumidor”, contando com a presença dos principais fornecedores de Marca Própria. Julho Pingo Doce lança papel higiénico reciclado Marca Própria; Pingo Doce e Feira Nova apoiam a Campanha de Sensibilização Ambiental da APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição); Biedronka inicia a cobrança de 0,07 złoty por cada saco de plástico e a recolha de resíduos de papel em todos os escritórios da Companhia na Polónia; 175 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Factos Relevantes do Ano Unilever Jerónimo Martins obtém a classificação máxima (“A”) em Auditoria da Qualidade, realizada pela Unilever; Victor Guedes procede à instalação de temporizadores no sistema de iluminação nos seus armazéns e salas de reunião; Fábrica da Olá conclui a substituição de 60 armaduras de candeeiros exteriores, no âmbito da renovação de equipamentos, visando a maior eficiência e um menor consumo energético. Agosto Integração das equipas de operações da Insígnia Plus e sua formação em Higiene e Segurança Alimentar. Setembro Pingo Doce lança novo saco reutilizável, promovendo junto dos consumidores a reutilização de sacos de compras; Fábrica da Olá conclui a substituição de 160 luminárias da sala de produção, no âmbito da renovação de equipamentos visando maior eficiência e menor consumo energético; Fábrica da Olá efectua melhorias em tubagens de sistema de refrigeração por amoníaco, na área dos isolamentos térmicos, minimizando, assim, perdas energéticas; Biedronka, em parceria com a Associação de Protecção dos Animais, lança, uma vez mais, a campanha “Ajudar os Animais no Inverno”. Outubro Pingo Doce e Recheio mantêm as certificações dos Sistemas de Gestão, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000, relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento; Loja Pingo Doce de Loures coloca em funcionamento a iluminação de espaços interiores a partir de sistemas tubulares de transporte de luz solar; Unilever Jerónimo Martins promove a Semana da Segurança e Ambiente 2008, que se desenrola um dia em cada unidade produtiva; Unilever Jerónimo Martins participa como orador no 11º Congresso de Logística da APLOG, com o tema “Boas Práticas e Segurança Alimentar na Cadeia de Abastecimento”; Unilever Jerónimo Martins convida os seus colaboradores a participar num inquérito na área ambiental, no âmbito da iniciativa “É um Compromisso Nosso”; Entrega dos primeiros 245 diplomas de equivalência ao 9.º ano de escolaridade, no âmbito da iniciativa Novas Oportunidades, do Governo, e do Programa “Aprender e Evoluir”, desenvolvido internamente. 176 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Factos Relevantes do Ano Novembro Pingo Doce e Feira Nova participam na Campanha de Recolha de Alimentos para o Banco Alimentar; Recheio renova as certidões do sistema de Segurança Alimentar HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point), segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-11969, Rev.4 (2003), passando a mesma a abranger 26 lojas e as 2 Plataformas Food Service; João Gomes Camacho mantém a certificação do sistema de Segurança Alimentar HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point), segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003); Biedronka associa-se a um projecto destinado a sensibilizar e a ensinar o cliente na leitura adequada da informação nutricional constante nos rótulos dos produtos, tendo, a este nível, sido realizadas conferências de imprensa e distribuídos folhetos informativos nas lojas; Fima procede à instalação de um sistema de selagem e colocação de tampas em baldes na Margarinaria, constituindo uma melhoria importante na área da Qualidade e Segurança Alimentar. Dezembro Biedronka abre a sua primeira loja ecológica, incorporando novas tecnologias como permutadores de calor (redução de 60% no consumo de energia para aquecimento), válvulas redutoras (redução de 20% no consumo de água) e novos painéis isolantes; Pingo Doce e Feira Nova lançam a campanha “Perca tempo a brincar, é mais importante do que imagina” que, com o apoio de um pedopsiquiatra, alerta para a importância pedagógica dos brinquedos, através de conselhos e dicas; Jerónimo Martins cria, no portal de comunicação interna, uma área para a divulgação de políticas, documentação e indicadores ambientais e de segurança e higiene no trabalho para as Companhias da Distribuição em Portugal; Jerónimo Martins participa como orador no Green Festival (Estoril, Portugal), através do tema “Estudos de Casos: Embalagens e Ambiente”; Jerónimo Martins desenvolve, em parceria com a Fujitsu e a ACAPO, uma inovadora solução de etiquetagem em Braille, a implementar num conjunto de lojas, disponibilizando informação a cegos e amblíopes, promovendo, desta forma, a sua melhor inserção na vida activa; Jerónimo Martins patrocina o segundo e terceiro álbuns da obra discográfica do compositor e Maestro Luís de Freitas Branco. 177 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável 2. Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável O Desenvolvimento Sustentável como paradigma de actuação. “Uma empresa socialmente responsável avalia os impactos das decisões que toma não só para o curto prazo, mas também para o médio e longo prazo, sabendo que será avaliada, mais cedo ou mais tarde, pelas boas ou más consequências das suas acções, tanto ao nível do lucro como também ao nível social e ambiental.” 1 Os mais de 215 anos de existência e o percurso de crescimento sustentado apresentado por Jerónimo Martins são consequência directa de uma gestão profissional, rigorosa e inovadora, que considera tão importante os dividendos directos para os Accionistas, como os interesses dos restantes Stakeholders e o impacto das suas actividades no meio ambiente. O Grupo assume o seu papel no desenvolvimento económico e social das comunidades onde está presente, prosseguindo a criação de valor sustentado como paradigma de actuação e assentando o seu modelo de gestão numa atitude de permanente aprendizagem e melhoria, e na concretização de resultados ambiciosos a três níveis distintos: Lucro, Pessoas e Planeta (Triple Bottom Line: Profit, People and Planet). Esta visão é transversal a todas as áreas de actuação e ao longo da história de Jerónimo Martins, deu origem a iniciativas simples mas inovadoras. Esta é, igualmente, uma visão sistematizada na filosofia de gestão do Grupo, que se estende aos modelos de conduta de todas as suas Companhias. Consciente de que o comportamento de uma organização mais não é do que a soma dos comportamentos individuais de todos os que nela trabalham, Jerónimo Martins possui um Código de Conduta em vigor, de cumprimento obrigatório por todos os seus colaboradores, em Portugal e na Polónia, e que se encontra disponível no sítio institucional www.jeronimomartins.pt. Este Código define linhas de orientação fundamentais para o desenvolvimento sustentado do Grupo, tais como o cumprimento da legislação vigente, o respeito pelos princípios da não discriminação e da igualdade de oportunidades, as preocupações ambientais, a transparência nas negociações e a integridade nas relações com os stakeholders identificados: clientes e consumidores, accionistas e potenciais investidores, colaboradores, fornecedores, organismos oficiais, entidades reguladoras e autarquias, comunidades locais, ONG’s e associações. Neste sentido, estão ainda implementados outros mecanismos de garantia de boas práticas, como um Código de Fornecedor e a Provedoria do Cliente. Para a divulgação e cumprimento destes Códigos de Conduta, Jerónimo Martins instituiu uma Comissão de Ética que, desde 2003, acompanha, com isenção e independência, esta matéria. Esta Comissão pode ser contactada, por qualquer colaborador, para o esclarecimento de dúvidas relativas ao Código ou para comunicação de eventuais irregularidades no âmbito do Grupo, por correio electrónico interno para a Comissao Etica JMH/JMH/JMARTINS. De igual modo, a Comissão poderá 1 Alexandre Soares dos Santos, Presidente do Conselho de Administração de Jerónimo Martins, na revista dirigida aos Quadros do Grupo, “Workout”, N.º 6. 178 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Jerónimo Martins e o Desenvolvimento Sustentável ainda ser contactada por quaisquer colaboradores ou outros stakeholders que não possuam canais específicos de comunicação com o Grupo, por correio, para Remessa Livre 52673 – EC Campo Grande – 1721-972 Lisboa, e por correio electrónico externo, para [email protected]. A actividade da Comissão de Ética é apresentada no capítulo de Governo da Sociedade do presente Relatório. Ciente de que o desígnio de um desenvolvimento sustentado assenta num processo de aprendizagem contínuo, Jerónimo Martins é membro de várias Associações vocacionadas para a implementação de práticas socialmente responsáveis, como o BCSD Portugal (Business Council for Sustainable Development Portugal) e a RSE Portugal (Responsabilidade Social das Empresas – Portugal). O Grupo é também Subscritor da Carta de Compromisso dos Objectivos do Milénio e submeteu-se, voluntariamente, aos 10 Princípios Universais do Global Compact, iniciativa do exSecretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan. Destaque-se ainda, no âmbito da partilha de experiência, a participação de Jerónimo Martins em vários fóruns e conferências, de que à frente daremos conta. O presente capítulo apresenta informação sobre as políticas e actividades do Grupo, em 2008, nas áreas de sustentabilidade relacionadas com Consumidores, Colaboradores, Fornecedores, Segurança Alimentar, Gestão Ambiental e Mecenato. 179 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes 3. Compromisso com os Clientes A satisfação do cliente na base do sucesso do negócio. O estudo contínuo das necessidades e expectativas dos consumidores e a aferição permanente do nível de satisfação dos clientes são factores determinantes para a definição estratégica da oferta de produtos e serviços competitivos e de qualidade nas Companhias de Jerónimo Martins. A auscultação de clientes e consumidores, realizada de forma regular, e em todos os negócios, através de questionários, estudos e pesquisas de cliente, sustentados em amostras de dimensão adequada e estatisticamente relevantes, permite a detecção de desvios e suporta a tomada de decisão estratégica, com consequente repercussão ao nível das variáveis do Marketing Mix das marcas das Companhias. Paralelamente, as Companhias do Grupo oferecem canais de comunicação directa entre o consumidor e a Organização, permitindo a recolha e análise de opiniões, sugestões, percepções e expectativas dos clientes. Este sistema contribui para uma informação directa do consumidor, para a resolução de algumas situações de conflito e, igualmente importante, para a obtenção de perspectivas diferentes de avaliação das lojas e dos produtos e serviços oferecidos, constituindo-se uma fonte de ideias que permitem desenvolver soluções inovadoras. Para a implementação deste sistema, Jerónimo Martins conta com a cooperação da Provedoria do Cliente e dos Serviços de Apoio ao Cliente das suas Companhias, áreas cujas actividades serão apresentadas adiante. Com base na informação recolhida por estes serviços, são contactados inúmeros colaboradores, de diferentes áreas e Companhias do Grupo, com o objectivo de contribuírem para a melhoria dos produtos e serviços disponibilizados, e assim obter elevados níveis de satisfação dos clientes. No compromisso que assume com os seus clientes, Jerónimo Martins e as suas Companhias procuram a satisfação das actuais necessidades destes, através da oferta de produtos e serviços de qualidade, a preços extremamente competitivos, em lojas agradáveis, com um atendimento personalizado, de confiança e rápido. Além disso, a auscultação activa dos clientes permite identificar novas exigências e oportunidades de mercado, como, por exemplo, a constatação de uma preocupação crescente dos consumidores com a manutenção de um estilo de vida saudável, base do trabalho que tem vindo a ser realizado nos últimos anos pelas Companhias do Grupo. O desígnio da oferta de produtos que contribuam para uma Alimentação Saudável, acessível a toda a população, concretiza-se mediante a cooperação dos diversos fornecedores com os departamentos do Grupo e das Companhias através: i) da alteração da composição dos produtos actuais e do desenvolvimento de novos produtos de Marca Própria; ii) da melhoria contínua, visando a excelência da qualidade dos produtos frescos; iii) da informação fornecida ao consumidor; e iv) do serviço prestado em loja ou nos canais de comunicação anteriormente referidos. Procurando conhecer e satisfazer as actuais necessidades dos clientes e trabalhando no sentido de antecipar as necessidades futuras, Jerónimo Martins visa assegurar a sustentabilidade dos negócios a médio e longo prazo. 180 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes 3.1. Provedoria do Cliente Jerónimo Martins mantém com os clientes, através das suas Companhias, uma relação de transparência e de envolvimento, valorizando os contactos estabelecidos, o conhecimento das necessidades e expectativas destes e o apuramento do nível de satisfação em relação aos produtos e aos serviços que comercializa. Neste contexto, foram criados diversos canais de comunicação acessíveis aos clientes e consumidores, como a Provedoria do Cliente Jerónimo Martins e os Serviços de Apoio ao Cliente das Companhias do Grupo. Criada no final de 2005, a Provedoria do Cliente Jerónimo Martins representa um marco pioneiro na Distribuição Alimentar em Portugal. Esta é uma entidade que defende e promove, de forma isenta e independente, os direitos, garantias e interesses legítimos dos consumidores do Pingo Doce e do Feira Nova, sendo autónoma dos Serviços de Apoio ao Cliente oferecidos por estas Companhias. De igual modo, a Provedoria do Cliente desempenha um papel central na implementação do compromisso de diálogo e transparência do Grupo, tal como preconiza o Código de Conduta de Jerónimo Martins, assim como no equilíbrio de poder entre as Companhias e o cliente. Cabem à Provedora do Cliente, que conta com uma equipa própria e que goza de total independência no exercício das suas funções, as seguintes atribuições: Analisar e apreciar as reclamações e sugestões dos clientes, podendo reunir com eles sempre que considere necessário; Resolver conflitos entre os clientes e as Companhias, tendo competência decisória (salvo nos casos em que a decisão tem implicações disciplinares ou estruturais de natureza indemnizatória, ficando por isso sujeita à ratificação das respectivas Comissões Executivas); Definir e dinamizar a implementação de medidas concretas, através do desenvolvimento de acções e projectos em parceria com as Companhias, visando defender e proteger os interesses dos colaboradores e dos clientes, nomeadamente na área da nutrição, entre outras. A Provedoria pode ser contactada por correio electrónico, para o endereço [email protected], ou por telefone, para o número 808 209 920, nos dias úteis, das 9h00 às 18h00. Em 2008, e face ao ano anterior, verificou-se um aumento de 30% do número de contactos efectuados junto da Provedoria, reflexo, por um lado, do crescimento do parque de lojas do Grupo e do número de clientes, e por outro, da importância crescente atribuída pelos clientes à existência de canais de comunicação com as Insígnias. As reclamações e sugestões apresentadas pelos clientes que, neste ano, revelaram elevado envolvimento emocional com as Insígnias, foram avaliadas pela Provedora depois de feitas as devidas averiguações junto dos clientes, das lojas e de outros departamentos das Insígnias envolvidas. No geral, as recomendações da Provedora foram prontamente implementadas, com excepção das que versavam sobre alterações de procedimentos, necessárias à melhoria do serviço prestado e à 181 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes prevenção/erradicação de novas reclamações que, como seria de esperar, foi mais morosa. A Equipa de Nutrição da Provedoria foi especialmente pró-activa nas matérias relacionadas com a nutrição e saúde dos clientes, como será descrito mais adiante, promovendo junto das Insígnias a necessidade de proporcionar alternativas alimentares saudáveis, bem como formação e informação nutricional acessível, que permitam uma compra esclarecida por parte dos clientes, para além da garantia de segurança alimentar e qualidade dos produtos. A Provedoria tomou igualmente a iniciativa nos processos relativos ao livro de reclamações, fazendo recomendações e contactando os clientes, sempre que julgou oportuno, tendo contado para esse efeito, como habitualmente, com a pronta colaboração por parte dos Serviços de Apoio ao Cliente e do Departamento Jurídico, entre outros. 3.2. Serviços de Apoio ao Cliente Os Serviços de Apoio ao Cliente, integrados nas Direcções de Marketing das Companhias do Grupo, são o canal privilegiado dos clientes para apresentarem as suas reclamações e sugestões e para obterem, de forma rápida e directa, resposta às suas questões, sempre que tal não seja possível directamente nas lojas. Em Portugal, os clientes do Pingo Doce, Feira Nova e Recheio podem contactar estes Serviços através de endereço electrónico e linha telefónica (contactos disponibilizados nos sítios das Companhias na Internet), nos dias úteis, das 9h00 às 20h00. Em 2008, os contactos estabelecidos com os Serviços de Apoio ao Cliente revelaram existir um elevado envolvimento dos clientes com as Insígnias de Jerónimo Martins, bem como um acentuado desejo de propor pontos a melhorar ou a desenvolver para elevar o nível do serviço prestado nas lojas. No ano transacto, o total de contactos recebidos pelos Serviços de Apoio ao Cliente do Pingo Doce e do Feira Nova foi superior a 27.000, o que corresponde a um aumento de 29% face a 2007. Esta evolução reflecte também a expansão do parque de lojas das Insígnias do Grupo. Na Polónia, o Serviço de Apoio ao Cliente da Biedronka está acessível através de telefone, correio electrónico, carta, ou fax, tendo sido registados, neste ano, cerca de 16.000 contactos. Na área da Indústria (Unilever Jerónimo Martins), verificou-se um total de 21.186 contactos, correspondendo a um aumento de 25% face ao ano anterior. Estes contactos são efectuados por via electrónica e através dos 20 números de telefone disponíveis, divulgados em todas as embalagens dos produtos comercializados e também nos sítios das marcas na Internet. O relacionamento estreito das Companhias com os seus clientes assume ainda grande importância na actividade quotidiana do negócio, nomeadamente na explicação e comunicação pró-activa em loja de algumas decisões e medidas tomadas pelas Companhias, cujos benefícios para o cliente são menos evidentes. 182 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes 3.3. Alimentação Saudável Jerónimo Martins considera a defesa e a promoção da saúde pública como parte da Responsabilidade Social dos agentes económicos. É por isso que assume o seu papel, decisivo e incontornável, na defesa e promoção de um estilo de vida saudável, através do compromisso em ajudar os seus clientes a efectuarem escolhas alimentares correctas, dando cada vez maior relevância às questões de carácter nutricional e à mudança dos seus hábitos alimentares. Na sociedade actual, assiste-se ao aumento do consumo de produtos de origem animal e do consumo em excesso de sal, açúcar e gorduras saturadas, com grave prejuízo para a saúde. Também a difusão das refeições fast food e pré-preparadas, que utilizam na sua confecção conservantes e outros aditivos, associadas a um crescente sedentarismo, têm contribuído para o aumento da obesidade e, por conseguinte, das doenças que lhe estão associadas, tais como doenças cardiovasculares e diabetes, entre outras. Cientes destas realidades, as Companhias do Grupo têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais pró-activo nesta área, alertando os consumidores para questões de carácter nutricional e de saúde, disponibilizando uma oferta variada de informação útil e de produtos mais saudáveis, a preços muito acessíveis. Trabalho de carácter nutricional A Política Nutricional do Grupo baseia-se em três princípios fundamentais: Fornecer informação clara e completa sobre o valor nutricional dos produtos e sobre a forma como os consumidores podem contribuir positivamente para a sua saúde; Tornar as opções alimentares oferecidas pelas Companhias do Grupo mais saudáveis e acessíveis; Tornar mais simples e atractivo o estilo de vida activo e saudável. Em 2008, à luz desta Política, destacam-se as seguintes acções da Equipa de Nutrição, em colaboração com as Companhias do Grupo: Desenvolvimento do Programa “Sabores Mediterrânicos” do Pingo Doce, tendo a “Alimentação Mediterrânica” como modelo orientador de opções saudáveis a disponibilizar. Esta dieta recomenda maior consumo de vegetais, fruta, cereais, leguminosas e lacticínios, de preferência pouco gordos, e a redução do consumo de carne, principalmente a vermelha, dando preferência ao peixe e às aves; Utilização preferencial do azeite como gordura de adição, na confecção das refeições comercializadas nos restaurantes “Refeições no Sítio do Costume”, no Take Away das Companhias do Grupo e no “Espaço +” (refeitório dos colaboradores dos escritórios centrais); Eliminação da gordura parcialmente hidrogenada e redução do teor do sal nos produtos de padaria utilizados para o fabrico nas lojas das Insígnias do Grupo; Desenvolvimento de ementas com opções alimentares mais saudáveis nos restaurantes “Refeições no Sítio do Costume” e “Espaço +”; 183 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes Inclusão e destaque, no sortido das lojas das Insígnias do Grupo, de uma gama de produtos alimentares para grupos especiais como intolerantes à lactose e/ou ao glúten; Realização de acções de formação e de sensibilização internas sobre questões de carácter nutricional e de saúde, nomeadamente através da participação na Semana do Bem-Estar e na rubrica “Nutrição” da revista interna “A Nossa Gente”. Inovação e Desenvolvimento de Produtos Marca Própria A aposta em Marcas Próprias e Exclusivas tem sido um dos vectores estratégicos de diferenciação das Insígnias do Grupo. No início dos anos 90, Jerónimo Martins assumiu a vanguarda nos produtos Marca Própria, sendo a primeira empresa portuguesa a lançar produtos com a marca das próprias Insígnias, por oposição aos “produtos brancos”, vigentes na época. Em meados da mesma década, voltou a inovar, com a introdução de Perecíveis de Marca Própria. Numa segunda fase, o Grupo optou pela construção de uma estratégia de marcas transversais e especialistas em diferentes áreas, a serem usadas nas Companhias em Portugal, visando o aumento da competitividade e da qualidade através do efeito de escala. Para as áreas não alimentares, desenvolveram-se as marcas Skino e Essentya, na área de Higiene Pessoal; b.Sensy, na área de Higiene Oral; Ultra Pro, na área da Drogaria; ActivPet, na área de produtos para animais; Home 7, Auto 7, Office 7, Brico 7 e Electric Co, na área de Bazar. A marca Pingo Doce foi a escolhida para a área Alimentar, à qual já se encontrava fortemente associada. Na área de Retalho por Grosso, foi criada a marca MasterChef, desenvolvida para também satisfazer as necessidades do canal HoReCa. Os pilares estratégicos das Marcas Próprias do Grupo assentam na oferta inovadora de uma proposta value for money extremamente atractiva, através da qual são desenvolvidos produtos de excelente qualidade, a preços substancialmente inferiores aos praticados pelas marcas líderes da Indústria. Saliente-se ainda que a diferenciação na oferta apresentada pelas Insígnias do Grupo, visando fidelizar e atrair mais clientes, é consubstanciada no lançamento de inovadores produtos de Marca Própria, pesquisados e desenvolvidos por parceiros de grande experiência e reputação nestas áreas. Este trabalho tem-se traduzido na democratização de produtos que, devido aos preços praticados, eram considerados inacessíveis para a maior parte da população portuguesa, e até considerados bens de luxo (e.g. o salmão fumado). Esta democratização trouxe claros benefícios para os consumidores, que puderam aceder a produtos de qualidade superior sem despenderem valores significativos. Jerónimo Martins assume um compromisso de excelência no que se refere à Qualidade e Segurança Alimentar de todos os produtos Marca Própria que comercializa. O desenvolvimento de um produto Marca Própria envolve um conjunto sistematizado de etapas, desde a definição clara do produto a desenvolver, a avaliação sensorial, nutricional e/ou laboratorial de várias alternativas, passando pelo estudo e aprovação dos cadernos de encargos do fornecedor, até à aprovação das embalagens e rotulagem, só para citar algumas das mais importantes. A par da elevada exigência no que toca às especificações técnicas do produto, só são aceites fabricantes com avançados Sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar. 184 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes Após o lançamento, os produtos são ainda submetidos a um controlo analítico previamente planificado em função do seu grau de risco, do fornecedor e da variação das matérias-primas na origem, efectuado através de análises laboratoriais (químicas, físicas e microbiológicas), levadas a cabo por entidades independentes, bem como através de análises sensoriais periódicas. Como evidência do rigor e profissionalismo do processo acima descrito, saliente-se que o Pingo Doce e o Recheio Cash & Carry foram as primeiras companhias do mundo, na área da Distribuição Alimentar, a ver certificado, em 2007, o Processo de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento. Conforme referido, o compromisso de responder às expectativas dos consumidores obriga o Grupo a pesquisar não só sobre as actuais necessidades destes, mas também sobre as futuras. Assim, para além da oferta de produtos de qualidade ao nível das melhores marcas do mercado, a preços muito inferiores, Jerónimo Martins pretende posicionar-se nesta área como um dos retalhistas de referência a nível internacional, liderando novos desafios, nomeadamente no que respeita ao desenvolvimento e implementação de uma Política Nutricional e de Segurança Alimentar que facilite a escolha e a adopção de uma Alimentação Saudável. Esta preocupação levou o Grupo a definir um Plano de três anos, em parceria com diversos fornecedores, e em estrita colaboração com a sua Direcção de Controlo de Qualidade e Segurança Alimentar e a sua Equipa de Nutrição da Provedoria do Cliente, por forma a proceder-se a uma reformulação criteriosa e responsável dos actuais produtos Marca Própria. Este Plano inclui: - A reformulação dos produtos Marca Própria, baseada em recomendações técnicas para a melhoria do perfil nutricional e sustentabilidade dos mesmos, sem perda de sabor, através do desenvolvimento de formulações com composições e ingredientes mais saudáveis, procedendo nomeadamente à: Redução gradual do teor de sal, açúcar e gordura em todos os produtos; Remoção total de corantes potencialmente alergénicos nos iogurtes Marca Própria Pingo Doce; Implementação de boas práticas na escolha de ingredientes e matérias primas. - A melhoria da qualidade da informação contida nas embalagens e rótulos dos produtos Marca Própria, indo além dos requisitos legais e comunitários existentes, tornando-a mais clara e completa, por forma a facilitar uma escolha responsável por parte do cliente, compreendendo: Apresentação de informação nutricional relevante, na frente das embalagens; Informação sobre os Valores Diários de Referência (VDR); Inclusão dos parâmetros “Ácidos Gordos Trans” e “Equivalente em Sal” na informação nutricional; Sugestões sobre modos mais saudáveis de preparação das refeições, inscritas nas embalagens; Inclusão de prazo de validade após a abertura do produto. - O desenvolvimento de refeições pré-preparadas Marca Própria, incluindo massas frescas, sem intensificadores de sabor; 185 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes - O desenvolvimento e lançamento de inovadoras alternativas de Marca Própria como vegetais pré-preparados para sopas e saladas, snacks com vegetais (e.g. cenouras em palitos), fruta fatiada (e.g. maçã e pêra), pão e carne biológicos, gamas de alimentos para consumidores com problemas de colesterol, bebidas de soja (destinadas a consumidores intolerantes à lactose) e ainda produtos para diabéticos e hipertensos. Excelência na Qualidade dos Frescos oferecidos As Insígnias de Jerónimo Martins têm como objectivo ser a referência de qualidade e inovação no que respeita aos produtos frescos no mercado da Distribuição Moderna, em Portugal e na Polónia. Neste contexto, em 2008, a área de Sourcing de Perecíveis do Grupo procedeu a uma evolução estratégica da Política de Compras deste tipo de produtos. Esta nova estratégia assenta em três objectivos fundamentais: Obter maior competitividade, através da eliminação dos intermediários na cadeia de abastecimento, podendo assim oferecer melhores preços aos consumidores; Garantir maior controlo da cadeia de abastecimento, com possibilidade de planear e controlar directamente os volumes a comprar, com a consequente melhoria do nível de serviço às lojas e ao cliente; Procurar novos mercados com oferta de produtos até então desconhecidos ou pouco explorados, sendo factor de diferenciação no mercado. Com o objectivo de estar mais perto das fontes originais de produção, a montante da cadeia de abastecimento, esta estratégia visa a criação de cadeias de abastecimento mais curtas e eficientes, através da eliminação de intermediários com pouco valor acrescentado. Por outro lado, a implementação desta nova estratégia traduz-se no conhecimento mais detalhado e profundo dos mercados e dos Perecíveis, nomeadamente das diferentes variedades existentes, das melhores origens e épocas de compra, sendo assim o Grupo mais selectivo e criterioso na oferta de produtos ao consumidor. Esta alteração da Política de Compras permitiu a oferta de Perecíveis até então desconhecidos, ou pouco divulgados, sendo importante factor de diferenciação no mercado, além de ter facilitado a rastreabilidade dos produtos até à respectiva origem e um maior controlo da qualidade dos produtos ao longo de toda a cadeia de abastecimento, com efeitos na Qualidade e na Segurança Alimentar. Como exemplo, refiram-se o Tomate RAF, a Toranja Doce, a Cebola Doce, a Pescada de Anzol do Chile e as Uvas Sem Grainha. Sensibilização para uma Alimentação Saudável A sensibilização da sociedade para os benefícios de uma Alimentação Saudável obriga a uma partilha simples e clara de conhecimento. Neste sentido, ao longo do ano de 2008, as Insígnias de Jerónimo Martins, em colaboração com a Equipa de Nutrição do Grupo, desenvolveram diversas acções destinadas aos clientes, a destacar: 186 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Clientes Pingo Doce lançou, em Maio, um Programa denominado “Sabores Mediterrânicos”. Este Programa, sob o lema “Sabe Bem, Faz Bem”, prevê a divulgação de receitas mediterrânicas, simples e acessíveis, permitindo que a implementação deste estilo de alimentação seja mais fácil. As receitas, organizadas em folhetos, com uma forte componente gráfica e informativa, alertam para os benefícios deste tipo de dieta, utilizando para tal uma linguagem simples e acessível a todos. Os folhetos incluem ainda informação sobre a lista de ingredientes, informação nutricional por dose e um guia comparativo dos Valores Diários de Referência (VDR) para homens e mulheres; Recheio, através da revista “Notícias Recheio”, direccionada para o canal HoReCa, divulgou recomendações sobre a importância da Qualidade e Segurança Alimentar na promoção de uma alimentação saudável e práticas concretas de implementação da mesma; Biedronka participou num projecto comum, juntamente com associações empresariais, organismos oficiais, outras cadeias de Distribuição e produtores líderes de mercado, destinado a sensibilizar e a ensinar o cliente para leitura correcta da informação nutricional constante nos rótulos dos produtos, tendo para tal sido realizadas conferências de imprensa e distribuídos folhetos informativos nas lojas; No layout de loja das Insígnias de Jerónimo Martins, foram criados destaques para produtos como snacks de fruta fatiada e de vegetais, disponíveis na Secção Frutas & Legumes; As Insígnias do Grupo apostaram, de forma clara e transparente, na sensibilização e formação dos consumidores no que diz respeito à aferição de características determinantes de qualidade de alguns Perecíveis, como o Polvo Sem Engorda e o Peixe Sem Vidragem; Nas lojas, foram criadas áreas especificamente dedicadas a produtos alimentares para grupos especiais como intolerantes ao glúten e/ou à lactose, contribuindo assim para uma divulgação maciça dos mesmos. Nos produtos Marca Própria, iniciou-se a alteração da rotulagem, tornando a informação nutricional relevante mais clara e perceptível para o cliente. 187 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores 4. Compromisso com os Colaboradores Um Negócio feito de Pessoas para Pessoas. Para Jerónimo Martins, as pessoas são verdadeiramente importantes. Na história do Grupo, com mais de 215 anos, os colaboradores, através dos seus comportamentos, atitudes, conhecimentos e competências, sempre se constituíram como o principal alicerce de Jerónimo Martins, sendo, actualmente, factor de diferenciação relevante num mercado cada vez mais global e competitivo. Assim, e mediante a definição de Políticas de Recursos Humanos sustentadas e inovadoras, o Grupo procura ir ao encontro, e até mesmo superar, as expectativas pessoais e profissionais daqueles que contribuem com o seu melhor para o sucesso do negócio. 4.1. Quem Somos? Jerónimo Martins é um “Negócio feito de Pessoas para Pessoas”. Neste contexto, e em virtude de um ambicioso Plano de Expansão implementado em 2008, o ano transacto revelou-se um período de grande dinamismo em termos de reforço do capital humano do Grupo, com a criação, em Portugal e na Polónia, de mais de 12.000 postos de trabalho, colaboradores inseridos numa equipa global de mais de 53.000 pessoas, nos dois mercados, composta, entre outros, por Quadros Médios e Superiores (2% do total), e uma Equipa Operacional jovem e dinâmica. Caracterização dos Recursos Humanos de Jerónimo Martins Total de Colaboradores a 31 de Dezembro de 2008 2008 Holding Distribuição Portugal Distribuição Polónia Indústria e Serviços TOTAL Quadros 42 446 303 243 1.034 Não-Quadros 27 22.842 28.169 1.303 52.341 TOTAL 69 23.288 28.472 1.546 53.375 188 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Caracterização dos Colaboradores do Grupo por Género a 31 de Dezembro de 2008 Grupo JM 24% F M 76% Quad r o s N ão - Q uad r o s 24% F M 38% 62% 76% Caracterização dos Colaboradores do Grupo por Antiguidade a 31 de Dezembro de 2008 Distribuição por Antiguidade Grupo JM >15 anos 6,3% 6,1% 11 a 15 anos 7,0% 6,7% 6 a 10 anos 3 a 5 anos <=2 anos 19,3% 22,5% 14,6% 14,3% Grupo JM Não-Quadros 28,2% Quadros 16,6% 16,6% 16,2% 13,7% 55,5% 56,4% 189 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Caracterização dos Colaboradores do Grupo por Faixa Etária e Habilitações Literárias a 31 de Dezembro de 2008 Holding Distribuição Portugal Distribuição por Faixa Etária Grupo JM Distribuição Polónia Indústria & Serviços 47,8% 39,1% 25,3% 35,0% 36,1% 33,3% 23,8% 24,6% 16,6% 23,1% 21,7% 20,0% 11,7% 1,5% <25 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 18,1% 7,2% 4,4% 3,1% 0,5% 7,1% 45 a 54 anos >=55 anos Holding Distribuição Portugal Distribuição por Habilitações Literárias Grupo JM Distribuição Polónia Indústria & Serviços 93,5% 84,1% 64,3% 41,5% 32,1% 32,2% 24,6% 8,7% 2,8% 6,1% 0,8% Licenciatura 0,4% 1,7% Bacharelato 4,3% 2,9% Ensino Secundário 0,0% Ensino Básico Caracterização dos Quadros por Faixa Etária e Habilitações Literárias a 31 de Dezembro de 2008 Holding Holding Distribuição Portugal Distribuição por Faixa Etária Quadros Distribuição Polónia Portugal Distribuição Distribuição Polónia Indústria & Serviços 54,4% 42,8% Indústria & Serviços 42,2% 40,7% 33,6% 31,0% 35,0% 34,2% 21,4% 19,8% 17,9% 6,6% 1,4% 2,0% <25 anos 0,4% 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 4,8% 4,9% 2,0% 4,9% >=55 anos 190 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Holding Holding Portugal Distribuição Distribuição Portugal Distribuição Polónia Distribuição por Habilitações Literárias Quadros Distribuição Polónia Indústria & Serviços Indústria & Serviços 85,7% 77,6% 72,4% 54,5% 25,8% 7,8% 7,1% Licenciatura 16,5% 14,4% 5,9% 5,8% Bacharelato 11,9% 4,8% 2,4% Ensino Secundário 7,4% 0,0% Ensino Básico Caracterização dos Não-Quadros por Faixa Etária e Habilitações Literárias a 31 de Dezembro de 2008 Holding Distribuição por Faixa Etária Não-Quadros Distribuição Portugal Distribuição Polónia Indústria & Serviços 47,7% 33,3% 36,1% 33,9% 37,1% 25,8% 24,8% 23,5% 19,7% 22,2% 19,9% 21,0% 17,7% 11,6% 7,7% 7,1% 3,7% 3,7% <25 anos 25 a 34 anos 35 a 44 anos 45 a 54 anos 3,0% 0,5% >=55 anos Holding Distribuição Portugal Distribuição por Habilitações Literárias Não-Quadros Distribuição Polónia Indústria & Serviços 94,3% 81,5% 65,3% 47,9% 32,3% 15,7% 1,8% 5,3% Licenciatura 35,5% 11,1% 0,6% 0,4% 0,9% Bacharelato 3,7% Ensino Secundário 3,7% 0,0% Ensino Básico 191 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores 4.2. Construir o Futuro com cada Colaborador A Gestão de Recursos Humanos é transversal e multidisciplinar, pelo que as diferentes áreas conjugam-se e trabalham de forma integrada para garantir a retenção dos colaboradores. Atrair, Seleccionar e Integrar Nos países onde opera, Jerónimo Martins assume as obrigações e responsabilidades inerentes à sua posição de entidade que emprega um elevado número de colaboradores. O Grupo sabe que, para construir um futuro sustentado, precisa de pessoas com as competências adequadas e com elevados padrões de ambição e exigência ética. Neste sentido, em 2008, tanto o recrutamento interno como o externo, foram utilizados pelas Companhias como um instrumento efectivo para organizar, fortalecer e reforçar as suas equipas e, desta forma, garantir uma resposta efectiva às necessidades estratégicas do negócio. Recrutamento Nº Colaboradores Recrutados Nº de Trainees Nº Colaboradores Aquisições Quadros 48 38 15 Não-Quadros 27.550 - 2.376 TOTAL 27.598 38 2.391 192 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Recrutamento Interno O recrutamento interno constitui, dentro do Grupo, um instrumento privilegiado na Gestão do Talento, promovendo a mobilidade e o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores, ao mesmo tempo que reforça a motivação das equipas e tem contribuído para os elevados níveis de retenção de Quadros. No ano que passou, a reestruturação das Companhias Pingo Doce e Feira Nova, por um lado, e a integração da Companhia Plus, por outro, permitiram a um elevado número de colaboradores a oportunidade de iniciar novas funções em equipas diferentes. Saliente-se que este bem-sucedido processo exigiu, por parte de todos os colaboradores, uma grande capacidade de adaptação à mudança. Recrutamento Externo Para atrair os melhores talentos existentes no mercado, Jerónimo Martins faz uso de múltiplos canais de comunicação e instrumentos de recrutamento, privilegiando a imprensa escrita e o recurso ao Executive Search, este último em processos de selecção para posições-chave no Grupo. O recrutamento externo é ainda assegurado através de acções de captação directa de candidatos junto das universidades mais prestigiadas e do reforço da ligação do Grupo a estas instituições de ensino. Programas de Recrutamento e Integração No âmbito do descrito, Jerónimo Martins possui diversos programas de recrutamento e integração de colaboradores, a saber: Acolhimento para Quadros De frequência obrigatória no primeiro mês do colaborador na sua nova função, este Programa de Integração standard, com a duração de duas semanas a tempo inteiro, abrange todas as Companhias da Distribuição Portugal e tem por objectivo dar a conhecer aos recém-chegados os valores, a cultura, a missão, os objectivos e as equipas de Jerónimo Martins, ao mesmo tempo que promove o networking e a partilha de conhecimentos entre os colaboradores do Grupo. O Programa é acompanhado a diferentes níveis: as diversas áreas de negócio das Companhias disponibilizam apresentações sistematizadas, os Directores de primeira linha asseguram uma boa integração dos novos colaboradores e, por fim, a Direcção de Recursos Humanos promove um conjunto de reuniões entre os colaboradores e as respectivas chefias, garantindo assim que os objectivos de integração foram cumpridos. Programa de Trainees Remontando a primeira edição a 1988, e actualmente desenvolvido em Portugal e na Polónia, o Programa de Trainees visa garantir a sustentabilidade e o futuro de médio e longo prazo da Organização no que respeita à gestão e reforço do talento dos seus recursos humanos, objectivo para o qual este Programa se tem revelado fundamental. Os Trainees Jerónimo Martins passam por um rigoroso processo de recrutamento, que culmina num “Painel de Selecção” no qual participam membros da Administração. O 193 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Programa de integração dos seleccionados tem a duração de um ano e aposta na formação e no conhecimento de todas as áreas do negócio, com os Trainees a desempenharem funções, durante esse período, nas áreas comercial, logística, operações e suporte ao negócio. Em 2008, o Programa incluiu um intercâmbio entre as equipas portuguesa e polaca, que, pela primeira vez, tiveram oportunidade de conhecer o negócio e a operação em ambas as geografias. No final do Programa, as duas equipas participaram numa actividade de Team Building, a qual contribuiu para reforçar os seus valores e espírito do Grupo. Neste ano terminaram a formação 19 Trainees em Portugal e 23 na Polónia, tendo sido integrados nas diversas Companhias e em diversas áreas de responsabilidade como a de Logística, Operações de Loja, Comercial e Marketing. Na Indústria foram recrutados sete Trainees com formação em Jornalismo, Gestão e Economia. Para Equipas Operacionais: Pingo Doce e Biedronka Para a integração dos colaboradores da Companhia Plus, em Portugal e na Polónia, foram desenvolvidas várias iniciativas, criteriosamente definidas, que culminaram com a realização de diversas reuniões e a criação de um Kit específico de Acolhimento, entregue a todos, e para o qual foram desenvolvidas diversas peças de comunicação nas quais estão expressos os valores que norteiam a existência e a actividade de Jerónimo Martins. Estágios No sentido de proporcionar a vários estudantes o primeiro contacto com o mercado de trabalho, o Grupo disponibilizou, durante o ano de 2008, diversos estágios curriculares e profissionais nas suas diferentes áreas de negócio em Portugal e na Polónia, que tiveram lugar nos escritórios centrais, em ambiente de loja e de fábrica, tendo estes apoiado os referidos estudantes no desenvolvimento dos seus trabalhos. Formar e Desenvolver Mais do que um instrumento de gestão, a formação é um investimento fundamental no desenvolvimento de novos conhecimentos e competências por parte dos colaboradores, permitindo ao Grupo preparar-se para responder a novos e mais complexos desafios no futuro. Para concretizar a sua Política de Desenvolvimento de colaboradores, o Grupo criou um conjunto de entidades de formação que suportam o desenvolvimento dos seus recursos humanos nos mercados português e polaco. 2008 Nº Total de Acções Nº Total de Horas de Formação Nº Horas de Formação p/ Colaborador Indicadores de Formação 23.331 1.973.712 37 194 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Distribuição Portugal Escola de Formação Jerónimo Martins A constituição da Escola de Formação Jerónimo Martins, em 2005, bem como a sua certificação enquanto entidade formadora no âmbito do Sistema Nacional de Qualidade e Acreditação, em 2008, testemunham a importância estratégica que o Grupo atribui ao reforço das competências dos seus colaboradores. Possuindo, actualmente, cinco pólos de formação distribuídos pelo país - Braga, Aveiro, Alverca, Lisboa e Faro -, a estrutura desta Escola totaliza 47 colaboradores permanentes e conta ainda com uma bolsa interna e externa de formadores superior a 275 especialistas de diversas áreas. O ano de 2008 foi marcado pelo reforço e alinhamento da oferta formativa disponibilizada pela Escola de Formação Jerónimo Martins, o que resultou na reformulação ou criação de 153 novos cursos, vocacionados para o negócio, nomeadamente nas seguintes áreas: Perecíveis; Higiene e Segurança no Trabalho; Higiene e Segurança Alimentar; Formação Técnica; Formação Comportamental. Para fazer face a necessidades de formação transversais e para os projectos estruturantes, foram desenvolvidos diversos programas de média e longa duração, que abarcam um conjunto de módulos complementares e permitem aos formandos a aquisição integrada de competências fundamentais para o negócio. Escola de Frescos Integrada na Escola de Formação Jerónimo Martins, a Escola de Frescos contribuiu, em definitivo, para consolidar o posicionamento das Companhias Pingo Doce e Feira Nova enquanto “Especialistas em Perecíveis”. Considerada uma área de formação estratégica, a Escola de Frescos possui uma equipa composta por formadores especialistas, a qual garante a formação contínua dos profissionais de Talho, Peixaria, Padaria e Pastelaria, Frutas e Vegetais, Charcutaria, Take Away e Plantas e Flores. Paralelamente ao trabalho desenvolvido pela Escola de Formação Jerónimo Martins, durante o ano de 2008, Jerónimo Martins continuou a apostar no desenvolvimento das competências de gestão e liderança dos seus Quadros, através da manutenção de parcerias com as universidades de maior prestígio em Portugal. O Grupo comparticipou, ainda, a frequência de MBA’s e pós-graduações em diferentes áreas de especialização, enquanto forma de desenvolvimento de competências, compensação e reconhecimento do desempenho de colaboradores no contributo para os resultados do negócio. 195 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Distribuição Polónia Academia Biedronka Prosseguindo os valores estratégicos de Jerónimo Martins, a Biedronka tem o seu sistema formativo alicerçado no conceito de Academia, o qual continuou a desenvolver em 2008. Dirigida a diferentes públicos, de acordo com o grau de habilitações e experiência dos seus colaboradores - de Junior a Senior Manager - a Academia de Gestão ministra cursos de média e longa duração destinados à partilha das melhores práticas e ao aprofundamento de conceitos de gestão adaptados ao negócio. Para além da Academia de Gestão, ao longo de 2008, foram igualmente desenvolvidos novos formatos com especificidade técnica, através da Academia de Finanças, da Academia de Logística e da Academia de Recursos Humanos. Distribuição Portugal e Polónia Formação no Estrangeiro O alargamento de horizontes, a partilha de experiências fora do contexto de trabalho, e um contacto abrangente com diferentes realidades sócio-económicas, são factores determinantes para o desenvolvimento de Quadros de Jerónimo Martins. Desta forma, é uma preocupação constante da Administração do Grupo promover, junto dos seus Quadros Médios e Superiores, a participação em seminários, congressos e conferências no estrangeiro, cujos temas reflictam novas tendências na área da Distribuição e no Food Service, a nível mundial. De igual modo, e numa perspectiva de continuidade, em 2008, muitos colaboradores tiveram a oportunidade de frequentar cursos em instituições como o Insead (em França), Harvard University e Kellogg University (nos Estados Unidos), e a London Business School e Cranfield University (no Reino Unido). Avaliar e Recompensar Nas organizações competitivas, é importante privilegiar não só os resultados, mas também a forma como estes são alcançados. Assim, no Grupo, o equilíbrio entre os resultados quantitativos e as competências comportamentais é fundamental para os processos de reconhecimento interno. Deste modo, em 2008, Jerónimo Martins introduziu uma avaliação estruturada de competências comportamentais chave no sistema de avaliação de desempenho dos seus Quadros. Assim, para os Quadros, o nível de proficiência demonstrado na aquisição deste conjunto de competências, é determinante para a concretização das suas expectativas de desenvolvimento profissional. Paralelamente à avaliação, também os Sistemas e Políticas de Recompensas, cruciais para a motivação dos colaboradores, estão alinhados com a estratégia, práticas e valores de Jerónimo Martins. 196 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Avaliação de Desempenho O Processo de Avaliação de Desempenho tem como objectivos principais contribuir para a melhoria sustentada do desempenho dos colaboradores e funcionar como base para a atribuição de prémios de desempenho, prevendo duas componentes: a Autoavaliação e a Avaliação pela Chefia. Para o colaborador, é importante reflectir sobre o seu desempenho ao longo do ano e sobre a sua motivação, aspirações e necessidades de desenvolvimento, pelo que a Auto-avaliação obriga a uma sistematização destas reflexões. Por outro lado, cabe a cada chefia identificar os pontos fortes e os eixos de melhoria de cada colaborador, desafiando-o a desenvolver-se de acordo com a cultura de exigência e rigor de Jerónimo Martins. Política de Remuneração e Benefícios Enquanto empregador de referência, Jerónimo Martins entende que a atribuição de uma remuneração justa é um factor crucial na promoção de um desempenho de excelência e uma parte integrante da sua Responsabilidade Social, constituindo prática do Grupo rever e adequar continuamente as Políticas de Compensação das suas Companhias. Neste sentido, a manutenção de um sistema de remuneração competitivo foi novamente uma realidade no ano transacto, mantendo-se o distanciamento, pela positiva, face ao vencimento mínimo nacional em ambas as geografias de actuação do Grupo. Simultaneamente, Jerónimo Martins proporciona aos seus colaboradores, quer em Portugal quer na Polónia, benefícios sociais que ultrapassam amplamente as obrigações legais instituídas. Neste âmbito, são atribuídos Seguros de Saúde a todos os Quadros do Grupo, acrescidos ainda, para o universo dos colaboradores da Distribuição em Portugal, de um Prémio de Antiguidade: os colaboradores com uma antiguidade legal igual ou superior a cinco anos beneficiam de um Seguro de Vida, ao atingirem os 10 anos de antiguidade são integrados no Fundo de Pensões e ao atingirem os 15, 25 e 40 anos de antiguidade beneficiam de uma retribuição especial. Gestão da Informação Num mundo em constante mudança, a acessibilidade e qualidade da informação são factores determinantes para concretizar a ambição, a missão e os objectivos de Jerónimo Martins. Implementação de Sistema de Gestão Integrado de Recursos Humanos Neste âmbito, em 2008, o Grupo considerou determinante implementar uma solução informática que permitisse gerir, de forma mais eficaz e integrada, os processos de Recursos Humanos, mais especificamente, os processos de Recrutamento, Formação e Desenvolvimento. 197 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Abrangendo as Companhias da Distribuição e Serviços em Portugal, iniciou-se, assim, o Projecto “INOVARH: Investir no conhecimento; Investir nas pessoas” - um sistema cuja implementação pretende garantir a melhor adequação e a maior celeridade nos processos de Recursos Humanos. 4.3. Áreas de Intervenção Transversal Comunicação Interna A existência de uma comunicação interna organizada é vital para um Grupo com as características de Jerónimo Martins. De facto, uma Organização com cerca de 53.000 colaboradores e cujo sucesso está iminentemente relacionado com a forma como as equipas estão alinhadas em torno de um objectivo comum, exige uma comunicação clara, simples e célere, abrangendo todos os colaboradores, nos vários níveis da Organização. A partilha transversal e integrada de conhecimento no interior do Grupo é, pois, fundamental para garantir que os valores e a cultura de Jerónimo Martins, bem como as estratégias das suas Companhias, são correctamente percepcionados pelos colaboradores. Para este efeito, o Grupo conta, consoante os objectivos previamente estabelecidos, com os seguintes instrumentos ou ferramentas de comunicação: Portal My.JM (Intranet) Instrumento de comunicação transversal a todas as Companhias de Jerónimo Martins em Portugal, o Portal My.JM permite o acesso a informação diversa, agiliza e potencia o conhecimento das diferentes realidades do Grupo, ao mesmo tempo que presta serviços nas diferentes áreas funcionais da Organização. Revistas Internas Existem, no Grupo, diversas revistas internas, nomeadamente: i) a revista “A Nossa Gente”, de publicação trimestral, com uma tiragem de mais de 24.500 exemplares, dirigida aos colaboradores em Portugal; ii) a revista “Aos Olhos da Lei”, divulgada mensalmente no portal My.M; iii) e a revista “Nasza Biedronka”, de publicação trimestral, com uma tiragem próxima dos 25.000 exemplares, dirigida aos colaboradores da cadeia Biedronka, na Polónia. Reuniões de Quadros e Reuniões Operacionais De elevado impacto para a actividade de Jerónimo Martins, e logo, também, para os seus colaboradores, as Reuniões para Apresentação de Resultados e Apresentação de Planos Estratégicos contam com a participação do Presidente do Grupo, dos membros da Comissão Executiva e de mais de 600 Quadros, tanto em Portugal como na Polónia. Estas reuniões são posteriormente desdobradas em Reuniões Regionais, com a presença de todas as Equipas Operacionais. 198 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Mensagens Personalizadas Com o objectivo de anunciar decisões importantes ou a implementação de medidas relevantes, explicar determinados projectos, informar sobre o desempenho da Organização, ou ainda agradecer o trabalho desenvolvido, são enviadas frequentemente, ao longo do ano, mensagens personalizadas aos colaboradores do Grupo, assinadas pela Administração, criando-se assim um elo de maior proximidade, dignidade e respeito por cada colaborador. Almoços com o Presidente do Conselho de Administração Designada de “Encontros – Diálogos, Reflexões e Experiências”, esta é uma iniciativa em que o Presidente do Conselho de Administração leva a cabo almoços trimestrais com jovens gestores de elevado potencial de Jerónimo Martins, visando partilhar e discutir os temas mais interessantes da actualidade e o futuro do Grupo. Produção de Meios Audiovisuais Sempre que considerado relevante, são realizados filmes sobre a vida da Organização, os quais têm o propósito de testemunhar e documentar momentos marcantes vividos pelas equipas das várias Companhias de Jerónimo Martins, bem como o de ser instrumento da partilha da estratégia, cultura e valores colectivos entre os colaboradores do Grupo. Responsabilidade Social (Vertente Interna) Esta área tem por Missão contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores de Jerónimo Martins e suas famílias, em Portugal e na Polónia, em especial dos colaboradores mais carenciados, através da criação de Práticas e Políticas de Recursos Humanos que promovam o seu bem-estar e motivação, contribuindo para o desenvolvimento sustentado do Grupo. Embora a actuação de Jerónimo Martins a este nível sempre se tenha pautado por princípios éticos e socialmente responsáveis, em que o apoio aos mais desfavorecidos constitui uma das principais preocupações da Administração, 2008 formaliza a criação de uma área de Responsabilidade Social interna, em Portugal, dirigida exclusivamente aos colaboradores das diversas Companhias do Grupo. Assim sendo, esta área tem procurado implementar medidas de carácter prioritário nos domínios da saúde, educação, bem-estar e lazer dos colaboradores, ao mesmo tempo que procura aprofundar o envolvimento destes e respectivas famílias na vida da Organização. Neste sentido, em 2008, foram desenvolvidas as seguintes acções: Portugal Aprender e Evoluir – Iniciativa Novas Oportunidades Desde Setembro de 2007, Jerónimo Martins disponibiliza, a todos os colaboradores com escolaridade inferior ao 9º ou 12º ano, a oportunidade de frequentarem, em horário laboral, o programa interno “Aprender e Evoluir”, inserido na iniciativa do 199 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Governo “Novas Oportunidades”. Até à data, inscreveram-se neste programa 3.500 colaboradores e, em Outubro do ano transacto, foram entregues os primeiros 245 diplomas de equivalência ao 9.º ano de escolaridade. Plano de Desenvolvimento de Parcerias Empresariais Com o intuito de oferecer a todos os colaboradores de Jerónimo Martins um conjunto de descontos e condições especiais na aquisição de produtos e serviços de saúde, educação, bem-estar e lazer, banca, seguros, entre outros, em 2008, foram renegociados, assinados e divulgados cerca de 35 protocolos de âmbito nacional para obtenção de benefícios para colaboradores do Grupo e respectivos agregados familiares. A área de Responsabilidade Social continuará a desenvolver esta política de parcerias empresariais, com vista à construção de uma rede de benefícios com cobertura nacional, dotada de vantagens competitivas face ao mercado. Semana do Bem–Estar Sob a assinatura “Pela Sua Saúde”, foi organizado um conjunto de rastreios à tensão arterial, glicémia, colesterol, monóxido de carbono, melanoma, para além de rastreios oftalmológicos. Foram, ainda, organizados workshops dedicados a temas como “Cabelos Saudáveis”, “Obesidade Infantil e sua Prevenção”, “Como Cuidar da Pele” e “Cozinhar de Forma Saudável”. Por fim, os colaboradores tiveram a oportunidade de experimentar aulas de culinária, cursos de maquilhagem, sessões de acupunctura, massagens e ginástica laboral. Durante as semanas do Bem-Estar: Realizaram-se 2.560 rastreios; Ofereceram-se 7.700 produtos saudáveis, assim como 3.157 refeições do mesmo tipo, baseadas na designada Dieta Mediterrânica; Registaram-se 230 participações em workshops, massagens e sessões de ginástica laboral. Estudo de Acessibilidade Jerónimo Martins De modo a melhor integrar colaboradores com deficiência motora, identificando o nível de dificuldade de acesso às lojas, dificuldade de locomoção no interior das mesmas e eventual necessidade de adaptação dos postos de trabalho e das infra-estruturas existentes, foi levado a cabo um estudo sobre a Acessibilidade das lojas Pingo Doce e Feira Nova, em conjunto com a Associação Salvador. Como resultado do mesmo, esta Associação seleccionará as lojas com maior facilidade de acesso para proceder à sua inclusão no portal “portugalacessivel.com”. Protocolos Institucionais Com a instituição Entrajuda, tendo por objectivo proceder ao recrutamento e integração profissional de pessoas em contexto económico e social desfavorecido e que se encontrem a ser acompanhadas por instituições sociais parceiras da Entrajuda; Com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), tendo em vista a promoção da integração profissional de pessoas com deficiência, contribuindo, assim, para a resolução dos problemas de emprego que afectam, em particular, estes cidadãos; 200 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Com a ACAPO, tendo, no âmbito deste protocolo, sido admitidos 20 colaboradores invisuais para o desempenho das funções de telefonista, tanto em lojas, como na estrutura central de Jerónimo Martins. Apoio Social a Colaboradores e Familiares Dando seguimento à política de apoio social estabelecida no Grupo, no decurso de 2008, foram apoiados diversos colaboradores em situação de carência económica, quer através da aquisição de determinados equipamentos necessários à sua vida quotidiana, quer através da concessão de ajuda financeira. Em paralelo, Jerónimo Martins assegura ainda, a pedido de colaboradores, a compra mensal de bens alimentares de primeira necessidade para um conjunto de famílias carenciadas. Creches O Grupo tem à disposição dos seus colaboradores duas creches: a primeira, no Centro de Distribuição da Azambuja, com uma capacidade prevista para 100 crianças entre os quatro meses e os cinco anos de idade; a segunda, na Loja Recheio de Braga, com uma capacidade para 20 crianças entre os quatro meses e os três anos de idade. Em ambas, e mediante disponibilidade de vaga, podem os colaboradores inscrever os seus filhos, sendo a sua frequência totalmente gratuita e o seu período de funcionamento alargado, por forma a ir ao encontro dos vários horários laborais existentes. Transportes No decorrer do ano de 2008, Jerónimo Martins assegurou transporte para o local de trabalho a mais de 250 colaboradores, na Azambuja, Vila Nova da Rainha e Guardeiras. Foram ainda desenvolvidas outras iniciativas para colaboradores: • Campanha de Regresso às Aulas: Tendo como pano de fundo o esforço financeiro empreendido pelas famílias com o regresso às aulas, durante o mês de Setembro, foi concedido aos colaboradores do Grupo desconto em material escolar, material informático, roupa e calçado, em lojas Pingo Doce e Feira Nova. Uma Aventura no Campo Grande: Para crianças entre os 6 e os 12 anos, abrangendo filhos de colaboradores da estrutura central do Campo Grande, foi organizada uma actividade pedagógica, com a duração de 1 dia, composta por ateliers de matemática, visitas ao Oceanário de Lisboa, entre outras actividades de carácter lúdico. Por uma boca mais sã: Durante o mês da Saúde Oral (Outubro), foram distribuídos 120 conjuntos de pastas e escovas de dentes às crianças que frequentam as creches do Grupo. Sabe bem viver o Natal: Contribuindo para a comemoração desta quadra em família, Jerónimo Martins proporcionou idas ao circo a mais de 3.500 colaboradores e suas famílias; ofereceu mais de 10.000 vales destinados à compra de brinquedos para filhos de colaboradores, até aos 12 anos de idade, e presentes a cerca de 1.123 crianças. Presentes também no Natal: Numa perspectiva de partilha do espírito da quadra natalícia, foi lançada uma Campanha de Voluntariado interno, dirigida a todos os colaboradores não afectos à estrutura das Operações. Através desta acção, os colaboradores Jerónimo Martins disponibilizaram o seu tempo, em horário pós-laboral e ao fim-de-semana, para ajudar as equipas de loja em 201 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores tarefas de reposição, e de embrulhos, entre outras. A acção decorreu ao longo do mês de Dezembro, abrangendo cerca de 90 lojas em Portugal e contando com a participação de cerca de 450 colaboradores (taxa de adesão de cerca de 80%). Polónia Dia da Criança na Biedronka Todos os filhos de colaboradores dos Centros de Distribuição, com idades até aos 12 anos, foram convidados a participar em piqueniques, com diversos artistas, concursos variados e actividades lúdicas para crianças. Na mesma data, os filhos dos colaboradores das lojas Biedronka passaram o dia no local de trabalho dos seus pais, tendo recebido diversas ofertas. Já para os filhos dos colaboradores do escritório central, realizou-se uma pequena festa com palhaços e mágicos. Pack Escola A filhos de colaboradores, em início da idade escolar, foram oferecidas, em 2008, 1.100 mochilas repletas de material escolar. Colónias de Férias Desfrutando de todas as actividades desportivas e lúdicas preparadas para o efeito, 440 crianças, filhos de colaboradores pertencentes a famílias economicamente mais carenciadas, e 20 crianças da Instituição Social Católica – Caritas, passaram duas semanas de Verão em campos de férias. Programa de Assistência a Crianças portadoras de Deficiência Criado com o objectivo de responder às necessidades de crianças com limitações físicas e mentais, filhas de colaboradores da Biedronka, o Programa de Assistência a Crianças portadoras de Deficiência, apoiou, no ano transacto, 87 crianças, cujos pais, por diversos motivos, solicitaram a ajuda da Companhia. Packs de Natal Na quadra natalícia, foram oferecidos packs com produtos de Natal e vales para compras nas lojas Biedronka aos colaboradores e aos seus filhos até 12 anos de idade. Foram igualmente realizadas festas de Natal para os colaboradores e suas famílias. Rastreios No âmbito da política de rastreios em vigor na Biedronka, 14.887 mulheres e 4.400 homens beneficiaram de exames médicos preventivos, como mamografias e citologias, entre outros dirigidos a mulheres, e exames à próstata, entre outros dirigidos a homens. Kit de Maternidade Através da oferta de produtos para bebés recém-nascidos, este programa apoia os colaboradores Biedronka e respectivas famílias num momento especial das suas vidas. 202 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Apoios Sociais Individuais Após análise dos pedidos que chegaram à Biedronka, e dando seguimento à política de apoio social estabelecida pelo Grupo, foram apoiados diversos colaboradores, no decurso de 2008. Relações Laborais A área das Relações Laborais estabeleceu como missão a promoção e garantia do cumprimento da legislação laboral, das convenções colectivas de trabalho aplicáveis ao sector, dos regulamentos, normas e procedimentos internos do Grupo, bem como a promoção e manutenção da estabilidade do clima social no interior da Organização. Assim, esta área assume como preocupações fundamentais o fomento do diálogo social, a conciliação entre a vida pessoal e profissional e o respeito pela liberdade sindical. Segurança e Higiene no Trabalho A área da Segurança e Higiene no Trabalho tem como objectivo contribuir para a melhoria das condições de trabalho e satisfação dos colaboradores, desenvolvendo para isso um conjunto de processos, boas práticas e políticas que, garantindo o cumprimento da lei, contribuam para a redução dos índices de sinistralidade. O ano de 2008 marcou a criação de um novo modelo de organização interna desta área, revelando o empenho do Grupo em melhorar, de forma contínua e efectiva, as condições de trabalho proporcionadas aos colaboradores. Assim, a nível da Distribuição em Portugal, foram reforçadas a equipa de Técnicos Superiores de Higiene e Segurança no Trabalho e a Direcção destes Serviços. Na Indústria, foi mantida a certificação em Segurança, segundo o referencial OHSAS 18001:1999, nas fábricas da Lever e da Olá. Plano de Actividades De acordo com o Plano Anual de Actividades definido para 2008, e que se pretenderá reforçar em 2009, constituíram preocupações fundamentais da área: A diminuição da sinistralidade laboral e redução dos índices de frequência e gravidade; A identificação de perigos e a contínua avaliação de riscos nos postos de trabalho; O desenvolvimento de novos conteúdos de formação em matéria de Segurança e Higiene no Trabalho; A promoção de acções de sensibilização nesta matéria, dirigidas aos colaboradores; A execução de simulacros de emergência; A divulgação de normas, procedimentos e instruções de trabalho junto dos colaboradores; A divulgação externa das Boas Práticas do Grupo em matéria de Segurança e Higiene; A inclusão de artigos de sensibilização e informação sobre o tema nas revistas “A Nossa Gente” e “Notícias Recheio”. 203 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Colaboradores Índices de Sinistralidade Em termos de análise da sinistralidade, verificou-se, face a 2007, uma diminuição dos índices de gravidade e frequência da mesma nas Companhias do Grupo, o que significa que para um maior número de horas trabalhadas se verificou uma menor taxa de incidência de acidentes e que a sua gravidade diminuiu. Distribuição Portugal Índice de Frequência 35,28 Índice de Gravidade 0,55 28,17 15,56 6,72 0,17 Distribuição Polónia Indústria Os valores destes índices não são comparáveis entre si, devido à diferente realidade existente entre a Distribuição e a Indústria. Saliente-se ainda que os índices referentes à Polónia foram calculados de acordo com a legislação polaca. Medicina no Trabalho Cumprindo a legislação em vigor, e através dos seus Serviços de Medicina no Trabalho, Jerónimo Martins assegura a vigilância adequada da saúde dos seus colaboradores, em função dos riscos a que estes se encontram expostos no seu local de trabalho. O Grupo promove, desta forma, a realização dos exames de saúde legalmente estabelecidos, que verificam os níveis de aptidão física e psíquica do colaborador para o desempenho da sua actividade, bem como a repercussão da mesma na sua saúde. Outra iniciativa que continuou a merecer especial atenção por parte de Jerónimo Martins foi a disponibilização da vacina da gripe aos colaboradores na Polónia e nos Entrepostos da Azambuja e de Guardeiras. Alguns Indicadores de Medicina no Trabalho Medicina no Trabalho Exames de Admissão Exames Periódicos Exames Ocasionais Distribuição Portugal 841 1.571 2.064 Distribuição Polónia 15.171 5.012 697 Indústria & Serviços 765 528 4.414 TOTAL 16.777 7.111 7.175 204 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores 5. Compromisso com os Fornecedores Criação de valor através de parcerias de confiança. Conforme referido, Jerónimo Martins preconiza um modelo de gestão assente no rigor, na inovação e na transparência, adoptando, sistematicamente, uma postura de permanente aprendizagem e melhoria, fundamental à prossecução de um desenvolvimento sustentável. No enquadramento deste modelo de gestão, os fornecedores do Grupo são parte essencial na construção das diferenciadoras propostas de valor das Insígnias, estando na base do sucesso de Jerónimo Martins. O desenvolvimento de relacionamentos comerciais assentes em elevados princípios éticos, no diálogo, na partilha de valores e de uma visão estratégica comum, com ganhos duradouros para ambas as partes, é determinante na continuidade saudável do negócio. A selecção de parceiros de negócio assume, por isso, para Jerónimo Martins, um papel decisivo, obedecendo a critérios rigorosos e a processos muito exigentes. O processo de escolha de fornecedores obriga a uma pesquisa no mercado nacional e internacional, visando encontrar parceiros que ofereçam excelência de qualidade, fiabilidade e eficiência da cadeia de abastecimento, robustos financeiramente e que procurem e garantam melhorias contínuas de desempenho, assim como a inovação nos produtos fornecidos. Para um melhor conhecimento do Grupo e apreensão das linhas de cumprimento obrigatório, os fornecedores seleccionados têm que conhecer e aceitar o Código de Conduta dos Fornecedores do Grupo Jerónimo Martins, o qual contém orientações precisas sobre o respeito pela Lei; a protecção ambiental; a qualidade e segurança dos produtos; e a legislação laboral, designadamente sobre Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho, Não Discriminação, Remuneração e Horários de Trabalho, garantindo-se assim a partilha do mesmo quadro de princípios éticos seguidos pelo Grupo. A construção de relações de longo prazo, baseadas na comunicação e transparência recíprocas, defendendo o interesse de ambas as partes, permite planear e investir de forma adequada nos respectivos negócios, realizar negociações justas e de acordo com os princípios éticos, reflectindo a estrutura de custos de cada parceiro e obtendose, deste modo, o melhor preço de custo. Só assim é possível oferecer produtos de qualidade a preços competitivos, acessíveis a mais pessoas, liderar na inovação e contribuir para o desenvolvimento e crescimento económico em geral. 5.1. Selecção de Fornecedores O processo de selecção dos fornecedores do Grupo obedece a critérios rigorosos e exigentes, sendo avaliados diversos parâmetros de forma imparcial, a destacar: A conduta de mercado do fornecedor, a cultura da organização e o alinhamento com o quadro de princípios éticos expressos no Código de Conduta e no Código de Conduta dos Fornecedores Jerónimo Martins, designadamente ao nível laboral, ambiental e da qualidade e segurança dos produtos; 205 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores A partilha de uma visão estratégica comum e um modelo de gestão compatível com as políticas de Jerónimo Martins; A apresentação de elevadas credenciais económicas, ambientais e sociais, que evidenciem a saúde financeira, a produtividade e eficiência de custos e a capacidade de acrescentar valor, garantindo a qualidade, segurança, fiabilidade e eficácia dos produtos fornecidos ou dos serviços prestados; O cumprimento dos requisitos de produção, qualidade e segurança alimentar, ambiente e desempenho de vendas exigidos por Jerónimo Martins; A capacidade de produção disponível, de adaptação da logística aos requisitos do Grupo, e de investimento, promovendo o desenvolvimento tecnológico e a inovação e, ao mesmo tempo, garantindo melhorias contínuas no desempenho dos produtos e serviços fornecidos; A construção do preço com base na real estrutura de custos, adicionada de uma margem de venda razoável; A nacionalidade do fornecedor, sendo que, em igualdade de circunstâncias, Jerónimo Martins opta preferencialmente por fornecedores locais, para potenciar o crescimento económico das geografias onde opera; A preferência por fornecedores que já trabalham com o Grupo, desde que estes se mantenham actualizados em tecnologia e sejam competitivos em preço; A disponibilidade e abertura para colaborar em projectos de parceria com o Grupo, dinamizando acções de formação recíprocas que visam a promoção de maior segurança alimentar, melhor ambiente ou mais saúde alimentar e inovação. De acordo com estes parâmetros, entre outros, são seleccionados os melhores fornecedores, devidamente credenciados, para trabalhar com as Companhias do Grupo, numa perspectiva de longo prazo, sempre com o objectivo de garantir aos clientes um padrão de excelência e uma qualidade na oferta de produtos, consistentes no tempo. Os fornecedores de Jerónimo Martins são, na sua maioria, fornecedores de mercadorias, nomeadamente de Perecíveis, Marca Própria e de Marcas da Indústria. Contudo, refira-se que existem diversos fornecedores de serviços a quem o Grupo reconhece know-how especializado, associado: a actividades operacionais, como o transporte de valores, segurança, limpeza e manutenção; a actividades de Marketing e Desenvolvimento, como agências de comunicação e de publicidade, consultores e empresas de estudos de mercado e business intelligence; a actividades de construção e remodelação de infra-estruturas; e a actividades de gestão financeira, como bancos e seguradoras, entre outros. Dado que a Distribuição Alimentar representa o grosso da actividade do Grupo (mais de 90% das vendas), destaca-se, em seguida, o relacionamento de Jerónimo Martins com os seus fornecedores de mercadorias. 5.2. Relacionamento com os Fornecedores O crescimento das vendas é um eixo estratégico de criação de valor no actual portefólio de negócios do Grupo. Este crescimento está directamente relacionado com a capacidade de cada Insígnia para atrair mais clientes ao seu parque de lojas e fazer com que estes satisfaçam mais necessidades, aumentando a sua compra média. A competitividade em preço é determinante na capacidade de atracção de clientes, dado 206 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores que o consumidor revela maior racionalidade na despesa alimentar e a dinâmica concorrencial dos mercados apresenta-se cada vez mais agressiva. Nesse sentido, as Insígnias do Grupo estão permanentemente focadas na obtenção de incrementos de produtividade e de eficiência de custos, garantindo assim a sua competitividade em preço e por essa via um equilíbrio saudável entre vendas e rentabilidade. Seguindo a mesma lógica de mercado, os fornecedores com quem Jerónimo Martins trabalha também têm de estar preparados para oferecer condições comerciais competitivas. Para Jerónimo Martins, a mudança constante das condições de mercado obriga a uma gestão dinâmica, assente na cooperação com os fornecedores e em elevados padrões de lealdade e transparência. Só através da partilha de conhecimento e do desenvolvimento de projectos que conduzam a maiores níveis de inovação, eficiência e produtividade, é possível obter, para ambas as partes, a percepção sobre aspectos a melhorar, com vista à redução significativa de custos, e explorar, no futuro, novas oportunidades de negócio. No relacionamento comercial de Jerónimo Martins com os seus fornecedores de Frescos, Marca Própria e de Marcas de Indústria, foram desenvolvidas, em 2008, as seguintes acções: Compra conjunta, a preços net, para as várias marcas e Insígnias do Grupo, com o objectivo de explorar sinergias e economias de escala em categorias que apresentam volumes elevados ou em que se verifique escassez de produto, realizando acordos com polls de fornecedores; Negociação regular de condições comerciais em função da evolução dos mercados de matérias primas, do crescimento dos volumes e das vendas, da rotação dos produtos e da variação dos preços de venda no mercado; Desenvolvimento de projectos conjuntos com Companhias do Grupo para optimização de custos; Realização, pelo segundo ano consecutivo, da Convenção Anual de Marca Própria, contando com a presença dos principais fornecedores de Marca Própria, sob o tema “Continuar a inovar, liderar o mercado e exceder as expectativas do consumidor”. Nesta convenção, foram abordadas várias temáticas, desde a alimentação a nível global, ao desempenho e perspectivas de futuro para as Marcas Próprias; Implementação do Código de Conduta dos Fornecedores do Grupo Jerónimo Martins, com vista à assinatura do mesmo por todos os fornecedores do Grupo, comprometendo-se estes a conduzir os seus negócios com honestidade, integridade e respeito pelo cumprimento das leis dos países onde operam. Com vista à prossecução destes objectivos, a área de Sourcing de Frescos e a área de desenvolvimento de Marcas Próprias têm vindo a desenvolver parcerias comerciais estáveis com os diversos fornecedores, partilhando a mesma visão responsável e optimizando a capacidade de gerar sinergias, competitividade e valor acrescentado, numa perspectiva de longo prazo. Através de uma atitude colaborativa e de suporte mútuo, estas áreas pretendem garantir a manutenção e o desenvolvimento de: i) uma oferta de gamas de qualidade elevada a preços muitos competitivos; ii) a inovação a preços mais acessíveis; e iii) a promoção de espécies autóctones e produtos de região demarcada e origem controlada. 207 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores Para exemplificar este tipo de parcerias, importa referir dois projectos inovadores, desenvolvidos em 2008 na área de frescos: os Projectos da Vitela e do Peixe de Lota. Ambos visaram o desenvolvimento de relações directas com os fornecedores a montante da cadeia de abastecimento (produtores e armadores), eliminando intermediários, obtendo, por um lado, maior rentabilidade para as partes, e por outro, maior controle sobre a produção e as capturas, assim como sobre o cumprimento das regras estabelecidas. Este tipo de relacionamento permite reforçar a oferta de produtos mais acessíveis, mais frescos e de maior qualidade ao consumidor. Além disso, e através da concessão, por parte do Grupo, de apoio e suporte técnico ao desenvolvimento da actividade destes fornecedores, bem como da realização de contratos com garantia de escoamento, de preço e de pagamento, foi possível o estreitamento da relação com os mesmos e o aumento da confiança mútua. No que respeita aos fornecedores de Marcas da Indústria, as direcções comerciais das Companhias do Grupo têm procurado seleccionar, entre as muitas Marcas da Indústria disponíveis no mercado, aquelas que, por um lado, acrescentam valor ao sortido disponível nas lojas e, por outro, as que oferecem maior capacidade competitiva e optimizam os resultados da categoria. São ainda considerados outros critérios relevantes, nomeadamente as respectivas quotas de mercado, taxas de penetração, assim como os níveis de investimento em inovação e posicionamento de preço. Em igualdade de circunstâncias, as condições comerciais podem ser decisivas. Na área Logística e de Supply Chain, a maioria dos fornecedores de Jerónimo Martins entregam mercadorias centralizadamente nos armazéns centrais do Grupo. Nesta área, em 2008, foram desenvolvidas, em conjunto com os fornecedores, as seguintes actividades com vista a melhorar a eficiência operacional e logística: Renegociação das condições logísticas de entrega, bem como dos fluxos logísticos, de forma a optimizar os níveis de serviço às lojas, os custos logísticos e o capital circulante. Existem cadernos de encargos para todos os fornecedores do Grupo, referindo requisitos de qualidade e segurança alimentar, ambientais e sociais; Revisão e redefinição dos processos de abastecimento, optimizando fluxos de transporte e de distribuição de mercadoria às lojas, assegurando a disponibilidade e o fornecimento de produtos atempado às mesmas, em consequência da aquisição das operações Plus e da integração de mais armazéns centrais; Optimização do processo de reporte de falhas de serviço a montante e a jusante da cadeia de abastecimento; Optimização do processo de envio e comunicação de previsões de compra aos fornecedores; Aumento do número de operações de cross-docking automático que visam simplificar o processo de recepção e execução logística; Processos conjuntos de avaliação da dimensão das unidades de medida de compra dos produtos; Processos conjuntos de minimização de rupturas na prateleira; Desenvolvimento e implementação de um projecto conjunto com um operador de acessórios de transporte, com vista à obtenção de sinergias operacionais no tratamento e separação de vasilhame (caixas e paletes), reduzindo os níveis de stock e os custos de transporte envolvidos. 208 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores Na área de Facturação e Tesouraria, os pagamentos a fornecedores de Jerónimo Martins são efectuados numa base regular, ao longo de todo o mês, de acordo com o prazo e condições de pagamento negociadas com cada fornecedor. Durante o ano de 2008, alargou-se o âmbito de oferta do Sistema de Pagamentos Confirmados (SPC) a uma parte significativa dos fornecedores da área da Distribuição em Portugal. Através do SPC, o Grupo confirma a uma determinada instituição financeira o montante que irá liquidar ao fornecedor, numa data futura, de acordo com o prazo de pagamento negociado. Com base nesta informação, a instituição financeira oferece ao fornecedor a possibilidade de receber de imediato a verba confirmada, com um desconto correspondente ao período pelo qual o fornecedor está a antecipar os fundos. Os pagamentos a fornecedores através deste sistema representaram 35% da totalidade de pagamentos a fornecedores de “trade” em 2008, permitindo assim que estes se pudessem financiar a custos equivalentes aos que o Grupo suporta no mercado financeiro. 5.3. Projecto JM Direct As Companhias do Grupo têm vindo a desenvolver, em conjunto com os seus fornecedores, projectos que visam a simplificação, automatização, optimização e redução de custos em toda a cadeia de abastecimento. Neste sentido, é de destacar o projecto JM Direct, lançado em 2004, com o objectivo de criar uma plataforma de gestão integrada da relação do Grupo com os seus diversos parceiros de negócio. O JM Direct é uma ferramenta desenvolvida para suportar a troca de informação e a gestão de processos de negócio entre os fornecedores e Jerónimo Martins, em Portugal, onde se inclui toda a informação da cadeia de fornecimento e processos inerentes a esta: planeamento, preço, encomendas, devoluções, planeamento de recepção, recepção de mercadorias, vendas, stocks, promoções, contas correntes e comprovativos de pagamento. Paralelamente, qualquer esclarecimento de natureza financeira, logística ou comercial passou a ser realizado através do centro de mensagens do portal JM Direct, com as respostas a serem providenciadas pelas respectivas áreas de suporte. Esta plataforma é actualmente o interface preferencial dos fornecedores no seu relacionamento com Jerónimo Martins e a forma mais directa de contacto com todas as áreas e serviços do Grupo. No final de 2008, o portal JM Direct apresentava uma taxa de adesão de fornecedores de 84%, correspondendo a 83% do volume de negócio do Grupo na área da Distribuição em Portugal e a 66% dos fornecedores com factura desmaterializada. A implementação desta plataforma traduziu-se ainda numa redução de 70% das facturas em papel, de 85% nos custos associados a centralização da facturação e, consequentemente, de 38% nos custos de arquivo de papel, de consumíveis e deslocações entre as partes. 209 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Compromisso com os Fornecedores Este elevado nível de adesão foi atingido dado ter sido assegurada, desde o arranque do projecto, uma resposta rápida, clara e transparente aos parceiros do Grupo, que permitiu conquistar a confiança de todos os intervenientes, internos e externos, nomeadamente no que respeita ao tratamento quotidiano de questões recorrentes da actividade do negócio. A utilização da plataforma é efectuada através da Internet, tornando-se facilmente acessível aos fornecedores. Em 2008, foram registados mais de 7.000 contactos dos fornecedores através do JM Direct, sendo que 90% das informações transaccionadas entre fornecedores e Jerónimo Martins eram relativas à área Financeira (Facturas) e Pagamentos (Tesouraria). De modo a proporcionar o apoio necessário, quer no que respeita à utilização do Portal, quer na implementação da facturação electrónica (factura desmaterializada), através da configuração das infra-estruturas e validação de documentos electrónicos, a equipa responsável pelo projecto JM Direct é apoiada pela equipa do Helpdesk, ambas disponíveis para responder às solicitações dos fornecedores via e-mail ou telefone. Com este Projecto, o Grupo e os seus parceiros obtêm todos ganhos importantes, nomeadamente: Aumento da troca de informações online, visando uma maior eficiência e eficácia no negócio; Integração vertical de processos; Aumento da eficiência na cadeia de abastecimento; Aumento do nível de disponibilidade no linear; Incremento de vendas; Simplificação de processos e redução de custos; Satisfação do cliente final. Ao ser um interface em tempo real com o sistema SAP, o portal JM Direct permite ainda colmatar eventuais falhas na entrega de mensagens a qualquer parceiro de negócio Jerónimo Martins, podendo cada fornecedor consultar o ponto de situação das encomendas. Igualmente, e no sentido inverso, qualquer parceiro do Grupo poderá validar a recepção de documentos e a disponibilidade a pagamento das facturas, entre outra informação. 210 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar 6. Qualidade e Segurança Alimentar A máxima qualidade consumidor. e segurança alimentar desde a origem até ao 6.1. Políticas e Certificações Factor-chave de sucesso para as operações de Jerónimo Martins, as Políticas de Qualidade e Segurança Alimentar são um aspecto fundamental na estratégia das Companhias da Distribuição, em Portugal e na Polónia, bem como da Indústria. Neste sentido, o Grupo trabalha para uma melhoria contínua do seu desempenho em matéria de Qualidade e Segurança Alimentar, tendo como objectivo não só acompanhar a evolução da ciência e da tecnologia neste domínio, mas também satisfazer as necessidades e expectativas presentes e futuras dos seus clientes. O empenho e contributo de todos os colaboradores do Grupo revelam-se muito importante para a concretização deste objectivo, sendo que estes são, individual e colectivamente, responsáveis pela Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos produzidos e comercializados por Jerónimo Martins. A revisão e actualização das Políticas de Qualidade e Segurança Alimentar, e a consequente alteração de processos são, assim, um compromisso da Organização, visando a sua maior eficiência. A preocupação e a excelência do trabalho desenvolvido por Jerónimo Martins nestas áreas, através do seu departamento de Controlo de Qualidade e Segurança Alimentar, tem continuamente sido reconhecido por entidades independentes, mediante a atribuição e/ou renovação de diversas certificações às Companhias do Grupo. Assim, no ano de 2008, foram renovadas e mantidas as certificações das Companhias de Jerónimo Martins ao nível da Qualidade (referencial NP EN ISO 9001:2000), Higiene e Segurança Alimentar (HACCP – segundo a Norma DS3027:2002 e/ou o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4.2003), Ambiente (referencial NP EN ISO 14001:2004) e Segurança (Norma OHSAS 18001:1999). Destacam-se igualmente a certificação BRC (British Retail Consortium) na produção de Caldos da Fima e a certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade pela SGS ICS, segundo o referencial NP EN ISO (International Organization for Standardization) 9001:2000, relativo às actividades de “Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento”, nas Companhias Pingo Doce e Recheio Cash & Carry. Política de Qualidade e Segurança Alimentar As Políticas de Qualidade e de Segurança Alimentar do Grupo assentam no cumprimento rigoroso de requisitos legais e regulamentares e em valores como a integridade, lealdade, honestidade, confiança e transparência. Paralelamente, Jerónimo Martins entende a importância destas políticas para a elevada qualidade na oferta de produtos ao consumidor, pelo que, com as mesmas, se pretende: i) garantir a qualidade e segurança dos produtos oferecidos, da origem ao 211 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar consumidor; ii) desenvolver mecanismos de informação e resposta a clientes; e iii) responder a futuras necessidades dos consumidores. A relação de parceria e cooperação com fornecedores, prestadores de serviços, autoridades e comunidade científica, assim como a monitorização e optimização dos processos internos e a formação contínua dos recursos humanos, permitem a melhoria contínua dos sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar do Grupo. No que se refere às unidades fabris da Unilever Jerónimo Martins, estas têm uma Política de Qualidade que reflecte os pressupostos definidos pela Companhia no âmbito da Qualidade e Segurança Alimentar, e cuja missão é ir ao encontro das necessidades diárias de nutrição, de higiene e de cuidados pessoais, com marcas que ajudem as pessoas a sentirem-se bem, parecerem bem e a tirarem o melhor proveito da vida. Esta política assenta nos seguintes aspectos-chave: Colocar a segurança dos produtos e consumidores da Unilever Jerónimo Martins em primeiro lugar; Colocar os consumidores e clientes no centro da actividade da Companhia; Considerar a Qualidade uma responsabilidade partilhada por todos; Construir e manter excelentes sistemas para garantir a Qualidade e Segurança dos produtos da Unilever Jerónimo Martins. Política relativa a Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) Desde sempre, as questões relacionadas com a problemática dos Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) fizeram parte da agenda e das preocupações de Jerónimo Martins. Assim, o Grupo tem desenvolvido uma relação de cooperação com os seus fornecedores, promovendo uma melhor compreensão dos processos a montante da Distribuição e garantindo o cumprimento das suas políticas. Neste âmbito, é de realçar a política segundo a qual, e por princípio, os produtos das Marcas Próprias e da Indústria não contêm ingredientes nem aditivos de origem transgénica. Caso existam produtos em relação aos quais não é possível a eliminação de ingredientes e aditivos transgénicos, os consumidores são informados através da rotulagem dos mesmos. 6.2. Formação em Qualidade e Segurança Alimentar Distribuição Portugal Durante o ano de 2008, em colaboração com as áreas de Recursos Humanos das Companhias e a Escola de Formação Jerónimo Martins, foram ministradas 2.264 horas de formação em Qualidade e Segurança Alimentar, correspondendo a 7% das FTE (Full Time Equivalence) dos Técnicos da Qualidade. No âmbito do Programa Operacional Potencial Humano, do Fundo Social Europeu, com vista à qualificação profissional, foram desenvolvidos conteúdos programáticos para operadores das áreas de pescado e carnes, com base nos referenciais já existentes. Na área das carnes, destaca-se ainda a formação em Higiene e Segurança Alimentar destinada a manipuladores de carnes, que envolveu um total de 1.678 colaboradores. 212 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar Foram ainda revistos, em 2008, os conteúdos programáticos das áreas de talho, charcutaria, lacticínios, fruta e vegetais, padaria e pastelaria, assegurando-se assim que todos os colaboradores possuem os conhecimentos técnicos adequados ao desempenho das suas funções. No caso do Take Away, ajustaram-se os conteúdos de formação às novas necessidades ditadas pelo desenvolvimento do negócio das cozinhas centrais e dos restaurantes. Distribuição Polónia Por forma a assegurar o adequado cumprimento dos procedimentos implementados, nomeadamente a nível de boas práticas de higiene e laboração, em 2008, foram realizadas 68 sessões de formação, num total de 130 horas, envolvendo 1.362 colaboradores. Indústria Durante o ano em análise, as unidades fabris do Grupo continuaram a aposta na formação e sensibilização dos colaboradores, no âmbito da Qualidade e Segurança Alimentar. Foram realizadas 53 sessões de formação e sensibilização, envolvendo 450 colaboradores, num total de 827 horas, complementadas com a realização de análises em regime de auto-controlo pelos próprios colaboradores, sempre que aplicável e tecnicamente possível. Em 2008, a Indústria, dando continuidade à estreita colaboração com Escolas e Universidades, concedeu ainda visitas de estudo e estágios a diversas escolas. 6.3. Gestão da Qualidade das Lojas, Centros de Distribuição e Unidades Industriais Distribuição Portugal De modo a garantir a máxima Qualidade e Segurança Alimentar desde a origem até ao consumidor, são realizadas anualmente acções de verificação do cumprimento das especificações acordadas. Em 2008, estas acções foram efectuadas nas áreas de fruta, vegetais e carnes refrigeradas, com particular ênfase no controlo de substâncias proibidas, num total de 782 análises, com uma taxa de conformidade de resultados de 80%. 2008 2007 Fruta 337 390 Vegetais 349 330 Carnes 96 58 Foram ainda reforçadas, no ano em causa, as visitas de acompanhamento da equipa de Técnicos da Qualidade às Companhias, no sentido de assegurar a implementação de procedimentos, bem como avaliar a eficácia da formação e a adequabilidade de instalações e equipamentos. Ano 2008 Auditorias Internas Auditorias Externas Acompanhamento Pingo Doce 1.427 1 714 Feira Nova 62 38 Recheio 39 3 36 JMR 4 97 213 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar Do conjunto das acções desenvolvidas, junto das Companhias, resultaram níveis de desempenho relativos ao indicador “Implementação HACCP” de 85% no Pingo Doce e 83% no Feira Nova. No Recheio, e fruto da certificação do sistema de Segurança Alimentar implementado, o referencial de avaliação é distinto, tendo-se obtido um indicador de desempenho de 74%. Prosseguiu-se também a monitorização das boas práticas de higiene e laboração, estimando-se a conformidade analítica nos 95% no Pingo Doce, 94% no Feira Nova e 95% no Recheio. Controlo Analítico (nº análises) Superfícies de trabalho Manipuladores Produtos Alimentares (excluindo Marcas Próprias) 2008 24.954 9.829 8.026 2007 21.028 8.279 5.501 Em conformidade com as políticas definidas, os projectos levados a cabo no ano transacto reflectem a implementação e a consolidação de boas práticas na área da Qualidade e Segurança Alimentar. Para além das acções de verificação acima descritas, realizadas anualmente, é de realçar também projectos inovadores, implementados em 2008, e que espelham a importância dada e o empenho empregue por Jerónimo Martins na melhoria contínua da Qualidade e da Segurança Alimentares. Assim, no ano transacto, destacam-se os seguintes marcos na Distribuição em Portugal: Implementação de uma nova aplicação informática para Registo, Tratamento e Gestão de Reclamações nas Insígnias Pingo Doce, Feira Nova e Recheio, permitindo a optimização da recolha de dados e o seu tratamento estatístico, a integração de dados num mesmo suporte para lojas e fornecedores, e a disponibilidade de histórico e alertas no atraso no fecho de reclamações; Acolhimento e formação em Higiene e Segurança Alimentar das equipas da Insígnia Plus integradas nas Companhias do Grupo; Revisão e integração dos sistemas de Segurança Alimentar HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point) em 26 lojas Recheio Cash & Carry e duas Plataformas Food Service de Recheio, segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP1-1969, Rev.4 (2003), resultando em poupanças ao nível da afectação de recursos, com a consequente optimização na gestão de tempos das respectivas equipas; Acompanhamento da viabilidade de fabrico de produtos para diabéticos; Levantamento e identificação de alternativas tecnológicas viáveis à substituição/redução do uso de gorduras “trans” no fabrico do pão; Consolidação do projecto, iniciado em 2007, de desenvolvimento de uma etiqueta termo-sensível para o frango Pingo Doce em vácuo, disponibilizando informação objectiva ao consumidor relativa à manutenção da cadeia de frio; Reforço do controlo de substâncias proibidas em produtos hortofrutícolas, já iniciado em 2006, e em carnes refrigeradas, iniciado em 2007, tendo por objectivo a verificação do cumprimento de boas práticas agrícolas por parte dos produtores. 214 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar Distribuição Polónia No ano em análise, na Polónia, prosseguiu-se com o desenvolvimento do projecto “Biedronka – the trustful food retailer”, que tem como objectivos: i) a venda de produtos seguros; ii) a satisfação das exigências dos consumidores em matéria de Segurança Alimentar; iii) a conformidade com a legislação em vigor; e iv) o compromisso no combate à obesidade, através de informação nutricional clara nas embalagens. Como factos relevantes em 2008, destacam-se: A introdução voluntária de informação nutricional nas embalagens de 513 produtos Marca Própria, incluindo dados sobre as Doses Diárias Recomendadas (DDRs), contribuindo, desta forma, para decisões de compra mais conscientes por parte dos consumidores. Neste âmbito, a Companhia Biedronka participou num projecto comum, juntamente com associações empresariais, organismos oficiais, outras cadeias da Distribuição e produtores líderes de mercado, destinado a sensibilizar e a ensinar o cliente para a leitura correcta da informação nutricional constante nos rótulos dos produtos, tendo, a este nível, sido realizadas conferências de imprensa e distribuídos folhetos informativos nas lojas; O desenvolvimento do Manual HACCP e do Manual Sanitário, os quais incluem a descrição de boas práticas de higiene no trabalho. Estes manuais foram disponibilizados às lojas, tendo sido facultada formação sobre os mesmos; A implementação, em cooperação com o GS1 Polaco, dos procedimentos relativos à leitura de dados de rastreabilidade nos Centros de Distribuição, levou à verificação de 254 códigos de barras. Esta operação permitiu a detecção antecipada de erros, possibilitando, deste modo, uma maior rapidez e consequente melhoria do serviço ao cliente nas caixas de pagamento. Durante o ano que findou, e num contexto de acompanhamento da implementação de boas práticas, foram realizadas 2.906 auditorias HACCP pela JohnsonDiversey às lojas na Polónia, enquanto a equipa de auditores interna assegurou a realização de 21 auditorias aos Centros de Distribuição. Indústria À semelhança de 2007, as auditorias internas foram efectuadas, sempre que possível, por equipas mistas constituídas por elementos das várias unidades industriais. Estas equipas permitem uma optimização dos recursos e do nível de conhecimento e de interacção entre os intervenientes, contribuindo, desta forma, para uma identificação mais eficaz das oportunidades de melhoria nos sistemas auditados. rias ISO 9001 ISO 14001 Olá 1 1 OHSAS 18001 1 Fima 1 1 Lever 1 Victor Guedes ULJM Auditorias BRC Internas - 8 - 1 10 1 1 - 6 1 1 - - 7 - - - - 5 215 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar Ao longo do ano em análise, as unidade fabris do Grupo continuaram empenhadas em disponibilizar produtos que, de uma forma consistente, oferecessem mais-valias em termos de Qualidade, Segurança e Preço, mediante: A utilização das tecnologias e equipamentos mais adequados à sua produção; A utilização da metodologia HACCP, tendo como objectivo os “zero incidentes” na área Alimentar e na área de Produtos Pessoais; A utilização de ferramentas de TPM (Total Productive Maintenance), como propostas de melhoria, lições ponto a ponto e Matrizes da Qualidade, entre outras, que visam a optimização dos processos ao nível da Produtividade, da Eficiência e da Qualidade; A utilização de robots nas linhas produtivas de produtos de higiene pessoal e na linha de produção de lixívia para fazer a paletização; A instalação de uma capsuladora automática na produção de caldos, com potencial impacto na Qualidade e Segurança Alimentar, assim como na produtividade da unidade; A instalação de um sistema de selagem e colocação de tampas em baldes na Margarinaria, com potencial impacto na Qualidade e Segurança Alimentar, bem como na produtividade da unidade; Melhoria da qualidade de impressão de embalagens em diversas unidades. 6.4. Gestão da Qualidade dos Fornecedores As auditorias e visitas de acompanhamento a fornecedores, além de garantirem o alto padrão de qualidade a que Jerónimo Martins habituou os consumidores, constituem igualmente uma ferramenta de consultoria e desenvolvimento dos próprios fornecedores. O processo de auditorias a fornecedores é realizado de acordo com um referencial interno, baseado em referenciais normativos internacionalmente reconhecidos, como o Codex Alimentarius, e outros reconhecidos pela International Food Safety Initiative (CIES), como o BRC (British Retail Consortium), EFIS (European Food Safety Inspection Service) e EUREPGAP (European Good Agricultural Practices), entre outros. Em 2008, este referencial interno foi revisto, no sentido de evidenciar mais facilmente os pontos fortes e os aspectos a melhorar pelos fornecedores. Distribuição Portugal Em Portugal, a bolsa interna responsável por estas auditorias é especializada em várias áreas de negócio e avalia não só as componentes de Qualidade e Segurança Alimentar, como também o cumprimento de requisitos mínimos em matéria de Gestão Ambiental. Assim, das auditorias nacionais realizadas em 2008 pela bolsa de auditores internos, 75% focalizaram-se no acompanhamento de acções preventivas, correctivas e de melhoria contínua, solicitadas a fornecedores. As restantes 25% foram realizadas no âmbito da selecção e avaliação de fornecedores. Já nas auditorias e visitas de acompanhamento a fornecedores de Perecíveis, são tidas como referência as especificações técnicas de compra, as quais definem o produto pretendido ao nível das características sensoriais, químicas, microbiológicas, de 216 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar conservação e de utilização, entre outras. Assim, em 2008, procedeu-se à revisão de mais de 220 especificações de compra de fruta e vegetais (incluindo produtos quarta gama e frutos secos) e de 20 especificações de compra de aves, com as características químicas e microbiológicas especificadas a serem objecto de controlo analítico regular. Complementando o controlo analítico das características especificadas, e dado o incremento no número de fornecedores de Perecíveis, a inspecção à recepção deste tipo de produtos nos armazéns assumiu um papel importante em 2008. Desta forma, foi garantida a monitorização constante das características visíveis a nível macroscópico, garantindo-se consequentemente a qualidade dos Perecíveis recepcionados. Distribuição Polónia Em 2008, foram realizadas 221 auditorias, 137 das quais a fornecedores de produtos de mercearia e 84 a fornecedores de produtos de padaria. Estas auditorias visam assegurar que se encontram implementados processos que, ao nível da produção, garantem a Segurança Alimentar, a constância da qualidade dos produtos e a eficiência logística daquela que é a maior cadeia de retalho na Polónia. Auditorias de Selecção e Acompanhamento Portugal Polónia 2008 2007 98 1.039 221 184 Indústria Na Indústria, as auditorias a fornecedores de matérias primas e ingredientes, materiais de embalagem e de produto acabado passaram a ser centralizadas e coordenadas via Unilever Europa. No entanto, mantiveram-se reuniões com fornecedores locais, por forma a encontrar oportunidades de melhoria e novas formas de trabalho conjuntas, com impacto na qualidade e na eficiência das operações. De igual modo, no âmbito da Qualidade e da Segurança Alimentar, continuaram as auditorias aos parceiros da cadeia de abastecimento, nomeadamente concessionários e operadores logísticos, bem como a pontos de venda. Pretende-se, desta forma, conhecer melhor o circuito dos produtos até à prateleira das lojas, de modo a serem identificadas e implementadas melhorias. Auditorias Operadores logísticos Concessionários Pontos de venda (gelados) Pontos de venda (caldos e cremes para barrar) Pontos de venda (produtos da Lever) 2008 7 44 210 26 13 217 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Qualidade e Segurança Alimentar 6.5. Marca Própria A Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos Marca Própria mantém-se como uma prioridade estratégica das Companhias em Portugal e na Polónia. Para assegurar que os fornecedores cumprem as políticas e os requisitos subscritos pelas Companhias, são realizadas auditorias periódicas, através de testes sensoriais e analíticos. Este é um processo dinâmico, tendo início antes do lançamento dos produtos e continuando através da realização de análises periódicas a produtos recolhidos nos pontos de venda, seja numa óptica de validação das suas características técnicas e declarações de conformidade dos fornecedores (e.g. a confirmação da inexistência de OGM's nos produtos/grupos de risco), seja para a avaliação do seu posicionamento face aos líderes de mercado ou da sua aceitação/preferência por parte dos consumidores. No caso das propostas de produtos a desenvolver, estas são analisadas internamente, sujeitas a avaliação sensorial e submetidas a testes específicos de consumidor, recorrendo às várias metodologias disponíveis: testes de aceitação, de preferência, de comparação e de ordenação. Sempre que necessário, recorre-se a entidades externas para efectuar a avaliação laboratorial e de desempenho dos produtos não alimentares. No desenvolvimento de novos produtos, é dada especial atenção à embalagem e à rotulagem, tendo em conta a população-alvo, os requisitos legais e comunitários existentes, os modos de utilização e as características nutricionais dos próprios produtos. Neste contexto, foi objecto de inclusão na rotulagem dos produtos Marca Própria, entre outra, informação sobre as Doses Diárias Recomendadas (DDRs) e informação nutricional por cada 100 gramas e por porção, tornando deste modo mais clara e transparente a comunicação das características dos produtos aos clientes. O ano de 2008 pautou-se ainda pelo reforço da política de alimentação saudável relativa aos produtos Marca Própria. Assim, Jerónimo Martins actuou activamente na reformulação responsável dos mesmos, adoptando medidas que visam, por exemplo, a redução do teor de sal, gordura saturada e açúcar neles presente. De acordo com um plano anual predefinido, o controlo analítico a que periodicamente os produtos Marca Própria são sujeitos é realizado por laboratórios acreditados, sendo estes alvo de selecção e avaliação por parte de Técnicos da Qualidade. Desenvolvimento de Marcas Próprias Auditorias a Fornecedores (*) Lançamentos e Relançamentos (*) Portugal 2008 2007 98 79 374 480 Polónia 2008 2007 221 184 517 371 Exclui auditorias a fornecedores Marca Própria das áreas de Perecíveis Controlo de Marcas Próprias Testes Testes Testes Testes Sensoriais – pré-lançamento Sensoriais – pós-lançamento Laboratoriais de rotina Laboratoriais de selecção Portugal 2008 2007 579 685 771 3.592 1.271 79 275 Polónia 2008 2007 1.107 373 480 448 4.028 3.250 931 750 218 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental 7. Responsabilidade Ambiental Assegurar uma correcta gestão ambiental é garantir um futuro sustentável para todos. Jerónimo Martins considera que dada a sua dimensão e as parcerias que desenvolve, pode contribuir para ligar eficazmente a oferta e a procura, e estabelecer cadeias de abastecimento promotoras de práticas de produção e consumo sustentáveis. É neste contexto que o Grupo se preocupa com a preservação do Ambiente, reconhecendo o impacte económico e social que lhe está associado. Jerónimo Martins adopta, por isso, comportamentos pró-activos na área ambiental há largos anos, considerando esta área fundamental para garantir o sucesso dos seus negócios e para o crescimento das suas Companhias. De acordo com os programas ambientais previamente definidos, apresentam-se, de seguida, as principais actividades de Gestão Ambiental implementadas durante o ano de 2008. 7.1. Política Ambiental A Política Ambiental de Jerónimo Martins visa melhorar, de forma contínua, o desempenho ambiental das actividades, produtos e serviços das Companhias do Grupo. Ao mesmo tempo, e através dela, Jerónimo Martins procura não só fomentar a adopção de boas práticas ambientais por parte dos seus colaboradores e fornecedores, mas também responder às legítimas preocupações ambientais dos seus consumidores, tudo no rigoroso cumprimento da legislação ambiental em vigor. Esta Política Ambiental é implementada através dos Sistemas de Gestão Ambiental das Companhias da Distribuição e da Indústria, os quais, baseados na Norma ISO 14001:2004, asseguram a frequente actualização da legislação ambiental aplicável, a realização de diagnósticos e auditorias ambientais às diversas unidades de negócio e a monitorização dos demais aspectos ambientais. Alterações Climáticas O Grupo considera o combate ao fenómeno das alterações climáticas como parte da responsabilidade social dos agentes económicos. Neste sentido, as Companhias de Jerónimo Martins apostam na adopção de um comportamento responsável e próactivo na implementação de acções que contribuam para a minimização da emissão de gases com efeito de estufa, sendo esta uma preocupação subjacente à sua Política Ambiental. Biodiversidade Jerónimo Martins reconhece a importância da Biodiversidade para a sustentabilidade das comunidades onde se inserem as suas actividades, visando contribuir para a protecção da mesma a nível local, nacional e global. 219 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental 7.2. Principais Impactes Ambientais Distribuição (Portugal e Polónia) Na área da Distribuição, em Portugal e na Polónia, o Grupo coloca especial enfoque na redução dos impactes ambientais decorrentes de: i) consumo de água; ii) consumo de energia na conservação de alimentos, na iluminação, na climatização, e no funcionamento de equipamentos; iii) produção de resíduos sólidos orgânicos e embalagens de papel, cartão e plástico; e iv) emissões para a atmosfera e consumo de combustíveis fósseis no transporte de mercadorias. Neste sentido, e durante 2008, foram realizados diversos diagnósticos ambientais a lojas e Centros de Distribuição, por forma a garantir a conformidade destes com os requisitos legais e os procedimentos internos de Gestão Ambiental de Jerónimo Martins. Indústria Decorrente dos Sistemas de Gestão Ambiental, implementados em conformidade com os requisitos da Norma NP EN ISO 14001:2004, as Companhias da Indústria procedem à avaliação e revisão anual dos aspectos ambientais que consideram mais significativos. Em 2008, destacam-se as seguintes áreas de actuação: i) consumo de água utilizada em aquecimentos, arrefecimentos, limpezas, higienização e higiene pessoal; ii) consumo de energia, principalmente electricidade, gás natural e GPL; iii) produção de resíduos sólidos; iv) produção de outro tipo de resíduos, como reagentes e solventes; v) efluentes líquidos, industriais e domésticos; vi) emissões atmosféricas decorrentes dos processos produtivos; e, por fim, vii) ruído emitido para a envolvente, como consequência das actividades produtivas. 7.3. Iniciativas na Área Ambiental Jerónimo Martins incentiva a adopção de boas práticas ambientais por parte dos seus colaboradores e fornecedores, aliando estas à satisfação das preocupações ambientais dos consumidores. Certificação Ambiental A nível da Distribuição em Portugal, os Centros de Distribuição da JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho) de Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras mantiveram, em 2008, a certificação segundo a Norma NP EN ISO 14001:2004 para o seu sistema de Gestão Ambiental. Também as Companhias da área da Indústria conservaram a sua certificação ambiental de acordo com a Norma NP EN ISO 14001:2004. 220 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Racionalização do Consumo de Água Na Distribuição, a gestão do consumo de água reveste-se da máxima importância, pelo que são continuamente desenvolvidas acções que permitam minimizar o desperdício e aumentar a eficiência da utilização deste recurso natural. Em 2008, destacam-se as seguintes acções: Sensibilização de colaboradores, efectuada através de formação, para a adopção de boas práticas no desempenho das suas funções; Utilização de equipamento mais eficiente e respectiva substituição (e.g. torneiras e autoclismos); Monitorização periódica de consumos, com base nas leituras dos contadores. Os indicadores de consumo de água apresentados abrangem 83% das unidades em Portugal e 77% na Polónia. Indicadores Ambientais: Lojas – Consumo de água por área de venda (m3/m2) Distribuição 2008 2007 Δ 08/07 2006 Δ 07/06 Portugal 2,25 2,12 +6,1% 2,08 +1,9% Polónia 0,61 0,78 -21,8% 0,75 +4,0% Centros de Distribuição – Consumo de água por milhares de caixas movimentadas (m3 / UMC'000*) Distribuição 2008 2007 Δ 08/07 2006 Δ 07/06 Portugal 0,72 0,59 +22,0% 0,58 +1,7% Polónia 0,08 0,10 -20,0% 0,10 0% (*) UMC – Unidade de Medida de Compra em milhares No caso da Distribuição, é de referir que, apesar da aposta cada vez maior na venda de produtos Perecíveis (o que provoca necessariamente um aumento no consumo de água), os valores registados pelos indicadores referentes ao consumo de água não apresentam acréscimos significativos. No entanto, alterações constantes na dimensão da unidade de medida de compra (UMC) justificam uma evolução negativa dos mesmos indicadores no que se refere aos Centros de Distribuição em Portugal. Com o objectivo de racionalizar o consumo de água e de minimizar os seus desperdícios, as Companhias da área da Indústria têm vindo a desenvolver diversas acções para uma utilização mais eficaz deste recurso natural. Neste âmbito, em 2008, foram levadas a cabo as seguintes acções: Acompanhamento/monitorização dos consumos, tendo sido realizadas acções de sensibilização para todos os colaboradores, onde foi apresentado o tema da racionalização da água; Na Lever, aprofundamento da análise periódica dos níveis de consumo de água e de geração de efluentes líquidos, por forma a definir acções de redução de consumos e simultaneamente promover uma maior consciencialização de todos 221 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental os colaboradores para esta temática; e, paralelamente, automatização de rotinas de lavagem de equipamentos de produção. Indicadores Ambientais: Indústria 2008 2007 Δ 08/07 2006 Δ 07/06 Consumo global de água (mil m3) 370,3 * 412,7 -10,3% 387,0 +6,6% Consumo de água por unidade de produto produzida (m3/t) 2,38 2,47 -3,6% * 2,52 -2,0% * Valores corrigidos. A actuação sistemática e os objectivos de melhoria contínua têm levado as empresas do sector da Indústria a reduzir progressivamente o consumo de água. Racionalização do Consumo de Energia Em 2008, as Companhias da Distribuição desenvolveram várias acções que visam operacionalizar o compromisso de Jerónimo Martins no combate ao fenómeno das alterações climáticas e reforçar a racionalização dos consumos de energia. Destacam-se as seguintes: Divulgação do capítulo relativo a Energia do Manual de Boas Práticas Ambientais a todos os colaboradores; Monitorização mensal dos consumos; Implementação de planos de racionalização dos consumos de energia em três dos Centros de Distribuição das operações de retalho em Portugal, dois dos quais são considerados consumidores intensivos de energia; Realização de vários diagnósticos energéticos em lojas Pingo Doce e Feira Nova; Consideração da problemática energética na escolha de investimentos, nomeadamente, nas áreas de frio, ar condicionado e iluminação; Continuação da implementação do programa de instalação de lâmpadas fluorescentes de baixo consumo nas lojas Biedronka. Os indicadores apresentados dizem respeito a 98% das unidades em Portugal e a 94% das unidades na Polónia. 222 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Indicadores Ambientais: Consumo de energia nas lojas Distribuição 2008 2007 Δ 08/07 Δ 07/06 2006 Portugal Electricidade (kWh/m2) Combustíveis (GJ*) 621,3 694,6 -10,6% 727,1 -4,5% 35.262 32.901 +7,1% - - 337,6 334,9 +0,8% 348,2 -3,8% 52.635 104.682 -49,7% - - Polónia Electricidade (kWh/m2) Combustíveis (GJ*) * GJ = gigajoule (unidade de medida de energia) Consumo de energia nos Centros de Distribuição Distribuição Portugal Electricidade (kWh/UMC’000*) Combustíveis (GJ**) Polónia Electricidade (kWh/UMC’000*) 2008 2007 Δ 08/07 Δ 07/06 2006 150,7 132,6 +13,7% 118,5 +11,9% 2.511 2.259 +11,2% - - 45,7 52,0 -12,1% 55,8 -6,8% * Unidades de medida de compra ** GJ = gigajoule (unidade de medida de energia) A eficácia do investimento em equipamento eficiente e o nível de adopção de boas práticas no dia-a-dia tem-se traduzido na redução do consumo de energia para as lojas da Distribuição. No entanto, alterações constantes na dimensão da unidade de medida de compra (UMC) justificam uma evolução negativa dos mesmos indicadores no que se refere aos Centros de Distribuição em Portugal. Com vista a racionalizar o consumo de energia e contribuir para a preservação dos recursos energéticos, a área da Indústria tem vindo a implementar medidas decorrentes do plano de racionalização, designadamente: Na Olá, deu-se continuidade à renovação de equipamentos visando a maior eficiência e o menor consumo energético. Na área de iluminação, foram substituídas 60 armaduras dos candeeiros exteriores da fábrica e 160 luminárias da sala de produção e na área dos isolamentos térmicos, foram efectuadas melhorias em tubagens de sistema de refrigeração por amoníaco; Na Lever, procedeu-se à optimização do processo de produção de detergentes em pó na torre de atomização, de modo a reduzir o consumo de gás natural e melhorar os níveis das emissões atmosféricas; procedeu-se ainda à instalação de sistemas de iluminação mais eficientes e à alteração da instalação de ar comprimido para melhor desempenho; Na Victor Guedes, para além da sensibilização sobre a correcta utilização de energia, realizada semestralmente junto dos colaboradores, procedeu-se à 223 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental instalação de temporizadores no sistema de iluminação nos armazéns e salas de reunião; Na Fima, procedeu-se à instalação de válvulas automáticas na admissão de vapor, no processo produtivo da refinaria, tendo ocorrido uma redução significativa no consumo desta fonte de energia; Na sede da Unilever Jerónimo Martins, continuou o processo de substituição de luminárias fluorescentes T8 por T5 (mais eficientes); iniciou-se ainda, em 2008, um programa de substituição de monitores CRT por outros baseados em tecnologia LCD (150 unidades num universo de 600), com os novos monitores a consumirem cerca de 50% da energia dos antigos. Indicadores Ambientais: Indústria* Δ 07/06 -1,7% -0,3% 27.697 85.276 -2,4% -21,2% 148.773 -8,1% 139.176 +6,9% 1,88 +2,1% 2,11 -10,9% 2007 26.557 67.008 27.025 67.180 136.708 1,92 Consumo global de electricidade (MWh) Consumo global de combustíveis (GJ**) Consumo global de vapor (GJ**) 2006 2008 Consumo de energia por unidade de produto produzida (GJ**/t) Δ 08/07 * Os indicadores foram revistos de forma a ser incluída a totalidade das formas de energia utilizadas. ** GJ = gigajoule (unidade de medida de energia) Na Indústria, as estratégias desenvolvidas, suportadas pela certificação ambiental, encontram reflexo na redução dos valores dos indicadores de energia, embora o valor global de GJ/t tenha registado um aumento, justificado por variações na produção. Racionalização do Consumo de Papel Na Distribuição, o consumo de papel de escritório assume uma dimensão significativa, razão pela qual foram desenvolvidos vários projectos visando a sua redução, com importantes benefícios para a sustentabilidade dos recursos florestais. Neste contexto, foi criado, em 2007, um portal para gestão de encomendas e facturas electrónicas, abrangendo este, em 2008, 50% dos fornecedores da Distribuição em Portugal. Para 2009, está prevista a concretização de outros projectos semelhantes, para as áreas de Recursos Humanos e Logística. Na Unilever Jerónimo Martins, iniciou-se, em 2008, a utilização sistemática de papéis de escritório de gramagem reduzida (75 e 70 g/m2), cuja produção envolve quantidades e consumos inferiores de produção e energia, respectivamente. Gestão de Resíduos A Distribuição considera a gestão adequada de resíduos fundamental ao desempenho das suas actividades e à preservação do Ambiente, pelo que aposta na prevenção, minimização e valorização dos resíduos gerados. Neste sentido, em 2008, destacamse os seguintes projectos: Acompanhamento contínuo do sistema de gestão de resíduos nas lojas Pingo Doce, Feira Nova e Recheio, através da monitorização dos resíduos gerados e 224 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental da divulgação periódica dos procedimentos de gestão dos mesmos, nomeadamente de separação, acondicionamento e armazenamento; Implementação das políticas de optimização da gestão global de resíduos nas lojas Plus adquiridas; Recolha selectiva da fracção orgânica para valorização (compostagem e digestão anaeróbia) em 85 lojas Pingo Doce, Feira Nova e Recheio e também num número significativo de lojas Biedronka, num total de 5.693 toneladas; Recolha selectiva de embalagens (sobretudo de bebidas) em 58 lojas com consumo de alimentos e bebidas no local de venda; Colaboração com as entidades gestoras de resíduos na prossecução de metas nacionais, tendo, a nível da Distribuição, sido recolhidas e enviadas para valorização 15 toneladas de pilhas usadas e 178 toneladas de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos; Recolha selectiva de esferovite e cantoneiras plásticas para valorização, nos Centros de Distribuição de Azambuja e Modivas, evitando-se assim o envio de 49 toneladas de resíduos para aterro; Arranque da recolha de pilhas usadas de clientes em todas as lojas Biedronka, e implementação de um sistema de recolha de resíduos de papel em todos os escritórios da Companhia na Polónia. Indicadores Ambientais: Total de resíduos de embalagem (cartão e plástico) encaminhados para valorização (em toneladas) Distribuição 2008 2007 Δ 08/07 Δ 07/06 2006 Portugal 24.970 18.559 +34,5% 14.889 +24,6% Polónia 61.113 46.616 +31,1% 33.730 +38,2% Total 86.083 64.715 +33,0% 48.619 +33,1% A abertura de novas lojas, aliada à forte sensibilização e empenho de todos os colaboradores de Jerónimo Martins, contribuíram para o aumento da quantidade de resíduos encaminhados para valorização. Neste sentido, e na área da Indústria, houve uma aposta clara em campanhas de sensibilização dos colaboradores, no sentido de se respeitar a segregação de resíduos, tendo este, inclusive, sido um dos temas abordados na Semana da Segurança e Ambiente, realizada em conjunto pelas diversas unidades da Indústria. Indicadores Ambientais: Indústria Quantidade de resíduos por unidade de produto produzida (t/t) Total de resíduos encaminhados para valorização (t) Taxa de valorização de resíduos Δ 08/07 2006 Δ 07/06 2008 2007 0,0335 0,0299 +12,0% 0,0296 +1,1% 4.188 4.241 -1,2% 3.810 +11,3% 80,2% 84,9% -4,7p.p 83,7% +1,2p.p 225 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental A procura constante de soluções para os diferentes fluxos de resíduos tem permitido, às Companhias da Indústria, aumentar de forma contínua a taxa de valorização dos seus resíduos. Gestão dos Efluentes Líquidos Os efluentes líquidos provenientes do sector da Distribuição apresentam uma carga poluente equiparada à rede doméstica, sendo, na sua grande maioria, descarregados nos colectores municipais. No entanto, de forma a diminuir a carga poluente dos efluentes, nomeadamente em termos do teor de óleos e gorduras alimentares e cargas orgânica e química, tem-se recorrido à: i) instalação de sistemas de prétratamento; ii) limpeza periódica de separadores de gorduras e estações elevatórias; iii) utilização de produtos de limpeza com elevada biodegradabilidade; e iv) recolha selectiva de óleos alimentares usados. Neste contexto, o Centro de Distribuição da Azambuja possui caixas de retenção de gorduras e lamas, bem como uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, sendo assegurado o cumprimento dos limites de descarga impostos por lei. Em 2008, o plano para monitorização dos efluentes líquidos abrangeu 58 estabelecimentos em Portugal, por forma a dar resposta às exigências de regulamentos municipais e outros requisitos legais. Neste domínio, e com o objectivo de baixar a carga poluente dos efluentes líquidos, a Fima e a Olá possuem um sistema de pré-tratamento dos efluentes gerados, os quais são posteriormente encaminhados para o colector municipal. De igual modo, a Olá concluiu a sensibilização iniciada no ano transacto, junto dos seus colaboradores, sobre a temática dos efluentes industriais. Na Lever, continuaram os trabalhos de manutenção da rede de efluentes, a par das acções anteriormente mencionadas, referentes à diminuição do consumo de água e consequente diminuição de geração de efluentes líquidos. Os efluentes líquidos industriais (como, por exemplo, a água proveniente da lavagem das linhas de embalagem) continuaram a ser reutilizados no processo produtivo. Por último, na Victor Guedes, os efluentes líquidos gerados são equiparados ao efluente doméstico, dado terem uma baixa carga poluente, sendo os mesmos encaminhados para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) Municipal. Indicadores Ambientais: Indústria Quantidade total de efluentes líquidos industriais por unidade de produto produzida (m3 / t)* 2008 0,81 2007 0,89 Δ 08/07 -9,0% 2006 1,01 Δ 07/06 -11,9% * O indicador foi revisto, dado que no passado foi reportado o valor absoluto e não o específico. 226 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Gestão de Emissões para a Atmosfera Em termos de emissões de gases para a atmosfera, as acções são realizadas segundo a premissa da minimização da libertação de poluentes. De forma a contribuir para a redução da emissão de gases com efeito de estufa, têm vindo a ser implementadas diversas acções ao nível das várias Companhias do Grupo, visando a formação de colaboradores, o reforço do investimento em tecnologias mais eficientes e limpas (e.g. energias renováveis), a optimização de rotas e cargas e a sensibilização da sociedade para a importância da temática. No sector da Distribuição, em Portugal e na Polónia, a única substância sujeita a regulamentação é o R22 (gás refrigerante), o qual tem vindo a ser substituído sistematicamente por outras substâncias com menor impacte ambiental. Na Polónia, procedeu-se, em 2008, à substituição do R22 nas 55 lojas onde ainda existia, concluindo-se assim o plano de eliminação deste gás. Nas unidades da Distribuição em Portugal em que existe essa obrigação, foram realizadas oito caracterizações da qualidade das emissões para a atmosfera, no âmbito do Plano de Monitorização definido, todas elas com resultados conformes. Com o objectivo de garantir o cumprimento da legislação em vigor, procede-se a uma monitorização dos parâmetros relevantes nas unidades produtivas da Indústria que possuem fontes fixas de emissões para a atmosfera. Na Unilever Jerónimo Martins, deu-se início ao programa de reconversão dos equipamentos de ar condicionado e refrigeração com funcionamento baseado em HCFC R22 para R417A, os quais reduzem os consumos em 10%, em média, devendo este programa de reconversão ser concluído até final de 2009. Indicadores Ambientais: Portugal Lojas 2008 2007 Δ 08/07 Δ 07/06 2006 0,053 0,058 -8,6% 0,058* 0% 0,075 0,066 +13,6 % 0,058* +13,8% 0,967 0,977 -1,0% 0,929 +5,2% 0,106 0,103 ** +2,9% 0,095* * -8,4% 82,5 16,7 +394% - - Emissões de CO2 equivalente por volume de vendas (t CO2 eq/ mil €) Centros de Distribuição Emissões de CO2 equivalente por milhares de caixas movimentadas (t CO2 eq/ UMC'000) Transporte por frota exclusiva JM (Centros de Distribuição - lojas) Emissões de CO2 equivalente por quilómetros percorridos (t CO2 eq/ mil km) Obs.: Esta frota garantiu, em 2008, 81% das distâncias percorridas. Indústria Emissões de CO2 equivalente por unidade de produto produzida (t CO2 eq/ t) Redução das emissões de Carbono devido à utilização de energias renováveis Emissões de CO2 equivalente evitadas (t CO2 eq) * Os valores não incluem o consumo de combustíveis. ** Valores corrigidos de acordo com os valores de consumo de energia. 227 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Polónia Transporte por frota exclusiva JM (Centros de Distribuição – lojas) 2008 0,838 2007 0,922 Δ 08/07 -9,1% Emissões de CO2 equivalente por quilómetros percorridos (t CO2 eq / mil km) Obs.: Esta frota garantiu, em 2008, 100% das distâncias percorridas. Nota: os valores apresentados tiveram em conta factores de emissão definidos pelo IPCC (combustíveis) e pelo GASA/FCT (relatório “Emissão e Controlo de Gases com Efeito de Estufa em Portugal”, 2000). Controlo do Ruído Na área da Indústria, assegura-se o cumprimento dos limites de emissão de ruído para o Ambiente. Em 2008, destaca-se o projecto da Olá de substituição da torre de refrigeração. Critérios Ambientais na Construção e Remodelação de Unidades Visando minimizar os impactes ambientais nas fases de construção e utilização de edifícios, todos os projectos de construção ou remodelação de unidades da Distribuição em Portugal estão sujeitos a critérios ambientais, sendo os principais: i) a aquisição de equipamento mais eficiente (e.g. torneiras e sistema de iluminação); ii) a instalação de equipamento de monitorização (e.g. sub-contadores de água); iii) a optimização da gestão de resíduos (e.g. prensas e compactadores para cartão e plástico); iv) a melhoria dos sistemas de controlo de emissões (e.g. caixas de retenção de sólidos e gorduras nas redes de drenagem de águas residuais); e v) a prevenção da poluição (e.g. substituição de gases refrigerantes por monopropilenoglicol). Nas remodelações de lojas Biedronka, para além dos requisitos legais, tem sido reforçado o investimento para racionalização dos consumos de energia, a saber: iluminação, aquecimento e ventilação, e equipamento consumidor de electricidade. A 18 de Dezembro, a Biedronka abriu a sua primeira loja ecológica, incorporando: permutadores que aproveitam o calor do solo e o calor residual do equipamento de arrefecimento (redução de 60% no consumo de energia para aquecimento), válvulas redutoras (redução do 20% no consumo de água) e novos painéis isolantes. Na Indústria, são conhecidos os tipos de gases e as quantidades existentes em cada instalação com gases refrigerantes, incluindo-se estes dados na implementação dos projectos de construção e remodelação de unidades. Adopção de Boas Práticas pelos Colaboradores As Companhias da Distribuição têm vindo a reforçar a aposta na formação e sensibilização ambiental dos seus colaboradores, com o objectivo de mudar atitudes e comportamentos e garantir uma adequada gestão de emissões e resíduos. Neste âmbito, em 2008, foram desenvolvidas as seguintes acções: 228 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Lançamento dos capítulos sobre Gestão de Resíduos, Efluentes Líquidos e Emissões Atmosféricas, os quais estão integrados no Manual de Boas Práticas Ambientais; Acções de formação nos Centros de Distribuição da JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho), sobre os princípios do Sistema de Gestão Ambiental, Política Ambiental e Boas Práticas (colaboradores internos e subcontratados); Acções de formação a novos colaboradores do Grupo com funções de gestão, visando a divulgação de procedimentos internos e a sensibilização para boas práticas ambientais; Acções de formação a colaboradores de lojas sobre procedimentos internos de separação de resíduos (incluindo resíduos de embalagens e orgânicos); Desenvolvimento de artigos sobre “Ambiente”, na secção permanente dedicada à Responsabilidade Social na revista interna “A Nossa Gente”. Em 2008, estes foram subordinados aos temas: valorização de resíduos orgânicos; eficiência energética – etiquetagem de equipamentos; Manual de Boas Práticas Ambientais; Criação de área sobre a temática ambiental na intranet do sector da Distribuição em Portugal, para divulgação de políticas, documentação e indicadores ambientais; Lançamento de uma campanha para todos os colaboradores da Biedronka, visando a poupança de água e energia e a correcta separação de resíduos. Com o intuito da adopção generalizada de boas práticas ambientais, na formação inicial dada aos novos colaboradores da área da Indústria, assim como aos restantes, incluem-se acções de sensibilização ambiental, das quais se destacam, em 2008: Na Lever, realização de acções gerais de formação aos prestadores de serviços, designadamente em contenção de derrames, segregação de resíduos, efluentes líquidos e boas práticas ambientais; Realização, em todas a unidades produtivas, de acções de sensibilização dos colaboradores no sentido de melhoria da prática de segregação de resíduos. A Metodologia TPM (Total Productive Maintenance) As Companhias do sector da Indústria têm vindo a consolidar a metodologia TPM, na qual Ambiente e Segurança se assumem como eixos importantes. No âmbito desta metodologia, na Semana da Segurança e Ambiente 2008, foram abordados temas de boas práticas, como os da utilização de máquinas em movimento, trabalhos a quente, trabalhos em altura e segregação e destino final de resíduos, numa acção conjunta que reuniu um total de 100 participantes (20 por unidade produtiva). Logística e Ambiente É objectivo das Companhias do sector da Distribuição a redução progressiva dos impactes ambientais associados aos processos logísticos ao longo das cadeias de valor em que se inserem as actividades do Grupo, minimizando o consumo de recursos materiais e energéticos e reduzindo a quantidade de emissões e resíduos. 229 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Nesta óptica, tanto em Portugal como na Polónia, o transporte de mercadorias dos Centros de Distribuição para as lojas obedece a vários princípios: Planeamento diário das rotas para optimização das taxas de ocupação dos veículos e das distâncias percorridas; Preocupação, ao nível da frota exclusiva para Jerónimo Martins, de negociar anualmente a substituição dos veículos mais antigos e, por isso, mais poluentes; Reforço das parcerias com transportadores, nomeadamente, através do desenvolvimento conjunto de procedimentos (como é o caso do Manual do Transportador desenvolvido pelo sector da Distribuição em Portugal) e formação. A nível das embalagens, têm vindo a ser desenvolvidas diversas parcerias push and pull com fornecedores das mais diversas áreas, de forma a reduzir o número e peso de componentes de embalagem. Para tal, estão subjacentes diversos princípios, como sejam: fomentar a reutilização, eliminar componentes supérfluos, minimizar a embalagem por unidade de venda, substituir materiais, fomentar a reciclagem de embalagens e a eco-eficiência. O indicador apresentado para o número de caixas reutilizáveis demonstra a evolução e a importância que este tema tem assumido na actividade logística do Grupo. Em Portugal, é de destacar que o uso de caixas plásticas reutilizáveis abrange já as áreas de Fruta & Vegetais, Carnes, Lacticínios, Peixe e Padaria. Já na Polónia, é adoptado o uso de embalagens reutilizáveis sempre que estejam reunidas condições logísticas e operacionais para o efeito. Indicadores Ambientais: Percentagem de caixas reutilizáveis vs. número total de caixas movimentadas 2008 Portugal 11,7% 2007 12,9% Δ 08/07 -1,2p.p 2006 9,2% Δ 07/06 +3,7p.p De referir que as Companhias da área da Indústria cooperam com os seus fornecedores, sempre que possível, na reutilização das embalagens de transporte. Na Victor Guedes, procedeu-se à optimização de alguns materiais de embalagem, nomeadamente, a redução do peso das garrafas nos modelos 250 mL e 500 mL, e a incorporação de maior percentagem de papel reciclado nas caixas de cartão canelado. Formação e Selecção de Fornecedores As Companhias do sector da Distribuição reconhecem que é fundamental a cooperação com os seus fornecedores, de modo a minimizarem os impactes ambientais a nível da produção e da actividade desenvolvida. Neste âmbito, em 2005, foram sistematizados um conjunto de critérios e requisitos essenciais à salvaguarda do Ambiente: “Regras de Prestação de Serviços” e “Norma Técnica de Ambiente”. Em 2008, foram realizadas acções de formação sobre os referidos requisitos a mais de 100 empresas fornecedoras de Jerónimo Martins. 230 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental Na área da Indústria, os critérios de selecção dos fornecedores mantêm uma forte componente ambiental, sendo estes avaliados pelos mesmos parâmetros rigorosos das fábricas do Grupo e convidados a adoptar programas de gestão ambiental. Sensibilização Ambiental Conscientes de que as empresas devem desempenhar um papel activo na sensibilização da população, em prol de um desenvolvimento sustentável, as Companhias da Distribuição desenvolveram, em 2008, diversas iniciativas ambientais direccionadas para consumidores, das quais se destacam: Aposta do Recheio na sensibilização e formação ambiental dos clientes do canal HoReCa, através da publicação de diversos artigos na revista “Notícias Recheio”, destinada a clientes. No ano, destacam-se artigos desenvolvidos nas seguintes temáticas: gestão da água, racionalização de energia, emissões para a atmosfera, e gestão de resíduos; Divulgação, junto dos clientes, das vantagens ambientais e económicas da aquisição de lâmpadas economizadoras; Apoio à campanha de sensibilização ambiental da APED “O Que Nós Fizemos em 2007”, a qual divulgou, junto dos consumidores, as principais acções que a Distribuição desenvolveu ao longo do ano no sentido de minimizar o impacte ambiental das suas actividades. Na Polónia, e por forma a incentivar comportamentos ambientalmente adequados, foram levadas a cabo, em 2008, três campanhas ambientais para clientes da Biedronka, a saber: Campanha sobre a utilização racional de água e energia e correcta separação de resíduos, por ocasião do Dia Mundial da Terra; Sensibilização sobre os benefícios ambientais decorrentes da escolha de baterias recarregáveis, por altura do início da recolha de pilhas usadas; Campanha “Ajudar os Animais no Inverno”, em parceria com a Associação de Protecção dos Animais (Instituição Polaca). Na Indústria, a Unilever Jerónimo Martins continuou o apoio, iniciado em 2002, ao Programa Eco-Escolas, uma iniciativa de âmbito europeu, sob a responsabilidade da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE)/Fundação para a Educação Ambiental (FEE), que visa a consciencialização ambiental dos jovens. No ano lectivo 2007/2008, participaram neste Programa 793 escolas, das quais 622 foram galardoadas. A Unilever Jerónimo Martins manteve também a sua iniciativa do Concurso Nacional Brigada Verde, realizado em colaboração com a ABAE. Cada “Brigada Verde” analisou as carências existentes nas respectivas escolas ou no meio envolvente e, posteriormente, criou e apresentou um projecto específico, com soluções para melhorar a situação existente. Este concurso, de dimensão nacional, contou, em 2008, com a participação de 55 projectos, abrangendo escolas de todos os níveis de ensino, desde os jardins infantis ao ensino secundário, envolvendo um total de cerca de 1.620 alunos. Paralelamente, a marca Ben & Jerry’s associou-se à Campanha Europeia "20-20-20" (aumentar em 20% a produção de energia a partir de energias renováveis, aumentar em 20% a eficiência energética e reduzir em 20% as emissões de gases com efeito de 231 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental estufa) e, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a Quercus e a Carbon2Oxygen, convidou os lisboetas, em geral, e os seus colaboradores, em particular, à participação no evento “Lisboa pelo Clima”. Houve também lugar à assinatura do compromisso “Por uma Lisboa mais Limpa e Sustentável”, que em apenas dois dias registou as assinaturas de cerca de 2.000 pessoas, no sítio da marca na Internet. 7.4. Tecnologias mais amigas do Ambiente Jerónimo Martins procura minimizar os impactes ambientais das suas actividades, produtos e serviços através da adopção de soluções ambientalmente mais adequadas. Consumo Sustentável Como medida de prevenção da poluição, em 2007, o Pingo Doce iniciou a cobrança de 0,02 euros por cada saco de plástico que até então era disponibilizado gratuitamente, medida que permitiu reduzir o consumo de sacos em cerca de 40% nesse mesmo ano. Já em Fevereiro de 2008, as lojas da Madeira adoptaram a mesma solução, tendo, neste caso, o consumo deste tipo de sacos sido reduzido em cerca de 80%. Também a Biedronka iniciou, em 2008, a cobrança de 0,07 zlotys por cada saco de plástico, desafiando os seus clientes, através de campanhas de informação, a reutilizar os sacos até 10 vezes. A nível das Marcas Próprias e Perecíveis, têm vindo a ser disponibilizados diversos produtos que permitem ao consumidor optar por soluções mais em consonância com os princípios do Desenvolvimento Sustentável, sendo de destacar, em 2008, nas Companhias da Distribuição em Portugal: A comercialização de produtos biológicos de Marca Própria – frango e cerca de 20 referências de vegetais; A protecção de raças autóctones, através da comercialização de carne bovina certificada (Mertolenga, Barrosã e Alentejana); O desenvolvimento de detergentes de Marca Própria UltraPro concentrados, existindo actualmente nove referências de duas linhas de produtos: detergentes líquidos de roupa e amaciadores de roupa; Lançamento de papel higiénico reciclado de Marca Própria Pingo Doce. Em 2008, a Unilever Jerónimo Martins reforçou a sua aposta nos detergentes concentrados lançados em 2007 (Skip Líquido Pequeno e Poderoso e Comfort Essência), através do aumento de penetração destes produtos e da consequente mudança de hábitos dos consumidores para produtos mais “amigos” do Ambiente. Neste âmbito, foi lançado o detergente Sun Green Power, um produto para a lavagem mecânica da loiça, com vantagens do ponto de vista ambiental. Energias Renováveis Por forma a contribuir positivamente para a dissociação das fontes de energia fósseis do crescimento económico, as Companhias da Distribuição em Portugal iniciaram, no final de 2007, um investimento em tecnologias que recorrem a fontes de energia 232 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Responsabilidade Ambiental renováveis. Os projectos continuam activos, tendo sido comprovados os benefícios ambientais: redução da utilização de fontes de energia não renováveis e da emissão de gases com efeito de estufa. Em 2008, as tecnologias em funcionamento foram as seguintes: 72 m2 de colectores solares instalados para aquecimento de água no Centro de Distribuição da Azambuja (poupanças: 5.100 kWh/mês e 31 t CO2/ano); 46 postes de iluminação de espaços exteriores alimentados a partir de painéis fotovoltaicos instalados na loja Pingo Doce de Quinta do Conde (poupanças: 5.000 kWh/mês e 30 t CO2/ano); 5,4 m2 de colectores solares instalados para aquecimento de água na loja Pingo Doce de Borba; 126 unidades de sistema tubular de transporte da luz solar, instaladas para iluminação de espaços interiores das lojas Pingo Doce de Vila Nova de Gaia, Oliveira do Douro e Loures (poupanças: 3.740 kWh/mês e 21,5 t CO2/ano). 233 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato 8. Mecenato Compromisso com a comunidade. Tanto a nível institucional, como através da contribuição voluntária dos seus colaboradores, Jerónimo Martins tem apoiado, desde sempre, projectos e instituições de solidariedade social. Todas estas actividades estão enquadradas numa política de Mecenato clara e estruturada em três linhas de orientação, intimamente ligadas ao próprio posicionamento do Grupo, a saber: o Mundo Alimentar, o Carácter Português e a Inovação como postura no negócio. No quadro desta política, foram definidas duas áreas estratégicas de apoio, a social e a cultural, desenvolvendo-se, anualmente, actividades no âmbito dos dois grandes programas em vigor: “Jerónimo Martins Alimenta Futuros Risonhos”: programa de carácter social, dirigido essencialmente ao apoio às crianças e aos jovens; “Jerónimo Martins Apoia a Cultura Nacional”: programa vocacionado para a cultura, com enfoque na preservação e divulgação do património histórico e cultural português. 8.1. Mecenato Social Apoio Institucional de Jerónimo Martins Em 2008, Jerónimo Martins concedeu apoios sob a forma de fundos, géneros e tempo de voluntariado a diversas entidades e causas (ver tabela abaixo), no âmbito da colaboração que tem mantido com instituições e projectos que ajudam comunidades e grupos carenciados, essencialmente compostos por crianças e jovens. 234 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato APOIOS CONTINUADOS Área de Actividade Início do Apoio Jerónimo Martins Tipo de Apoio Aldeia SOS de Bicesse Instituição de acolhimento e protecção de crianças privadas do meio familiar normal. 2002 Apoio à alimentação das crianças e jovens através de vales de compras. Obra do Ardina Instituição de apoio a rapazes em situação de risco. 2003 Apoio à alimentação de todas as crianças e jovens que ali residem em regime de internato, através de vales de compras. Casa da Acreditar Apoio às crianças com cancro e suas famílias. 2003 Patrocínio de dois quartos da casa de Lisboa. Oferta de produtos de higiene pessoal e alimentos das marcas da área Industrial. CrescerSer: apoio ao centro de acolhimento da APDMF Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família Centros de acolhimento para crianças e jovens vítimas de violência ou provenientes de famílias cuja situação exige apoio temporário. 2004 Apoio através de vales de compras mensais para dois dos lares no Porto. 2004 Apoio através de vales de compras mensais. 2005 Apoio na alimentação das crianças do lar através de vales de compras. 2005 Apoio na alimentação das crianças do lar através de vales de compras. Nome da Instituição Centro Social da Paróquia de Torredeita Casa dos Rapazes Centro direccionado para ajuda a crianças e jovens carenciados da zona de Torredeita (Viseu). Protege, acolhe e educa menores do sexo masculino, em regime de internato e semiinternato. Associação Protectora das Florinhas da Rua IPSS que acolhe crianças em perigo, em regime de internato. Diferenças - Centro de Desenvolvimento Infantil Trabalha na avaliação, diagnóstico e intervenção das patologias do desenvolvimento infantil. 2005 Cedência de espaço na Galeria Comercial do Feira Nova da Bela Vista. Apoio à manutenção da imagem e divulgação do centro. APPACJ - Associação de Psicólogos e Pais para Apoio à Criança e ao Jovem Apoio a famílias destruturadas de bairros carenciados da zona de Alcabideche. 2006 Apoio à elaboração mensal de cabazes de alimentos para distribuir por cerca de 30 famílias. Entrajuda -Associação para Apoio a Instituições de Solidariedade Social Vários tipos de apoio a Instituições de Solidariedade Social. 2006 Apoio financeiro e logístico. 235 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato APOIOS CONTINUADOS Área de Actividade Início do Apoio Jerónimo Martins Tipo de Apoio Associação SOL Apoio a crianças seropositivas ou provenientes de famílias afectadas pelo vírus da SIDA. 2007 Apoio a parte da alimentação da Casa SOL através de vales de compras. Associação Nacional de Fibrose Quística Apoio aos doentes com fibrose quística. 2008 Pagamento de todas as despesas inerentes ao projecto tele-aula, a decorrer no Hospital de Santa Maria. Centro de Apoio à Vida de Viseu Apoio a grávidas em dificuldades, mulheres vítimas de violência e crianças e jovens em risco. 2008 Apoio através de vales de compras mensais. Centro Social da Paróquia de S. Salvador de Viseu Apoio a famílias carenciadas. 2008 Apoio através de vales de compras mensais. Casa de Santo António Apoio a grávidas adolescentes. 2008 Apoio através de vales de compras mensais. Casa de Santa Isabel Apoio a grávidas em dificuldades. 2008 Apoio através de vales de compras mensais. Nome da Instituição Paralelamente aos apoios institucionais apresentados, ao longo do ano 2008, várias instituições de solidariedade usufruíram de apoios, nomeadamente: Banco do Bebé; BIPP – Banco de Informação de Pais para Pais; Igreja de S. Nicolau; Equipa de Jovens de Nossa Senhora; Câmara Municipal de Tavira; Raríssimas; Casa Saúde Brandoa; e Centro Social Dr. Magalhães de Lima. O Grupo promove também campanhas de sensibilização junto dos seus colaboradores, incentivando o seu envolvimento na ajuda aos mais necessitados. 236 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato Mecenato em Portugal - Distribuição De acordo com a política institucional do Grupo, e dando continuidade às práticas de apoio efectivo às comunidades onde estão inseridas, as Insígnias Pingo Doce, Feira Nova e Recheio Cash & Carry apoiaram, à semelhança de anos anteriores, instituições que trabalham com crianças e jovens carenciados. Jerónimo Martins Retalho Portugal No Pingo Doce e no Feira Nova, durante o ano de 2008, foram concedidos diversos apoios monetários e em géneros a várias instituições ou iniciativas de Autarquias onde estão inseridas lojas destas Insígnias. Na totalidade, foram mais de 50 as instituições apoiadas, para além das directamente ajudadas por cada loja, através da doação de produtos. Para além dos apoios referidos, foram ainda concedidas verbas para a aquisição de diversos equipamentos, entre eles, cadeiras de rodas para crianças e jovens portadores de deficiências. O Pingo Doce e o Feira Nova participaram ainda em acções de angariação de fundos para instituições de solidariedade, como por exemplo a Liga Portuguesa contra o Cancro, a “Amigas do Peito” – Associação Humanitária de Apoio à Mulher com Cancro de Mama e a Associação Portuguesa de Deficientes. Refira-se, por fim, a contribuição dos clientes destas Insígnias em duas acções de recolha de alimentos a favor do Banco Alimentar Contra a Fome, que tiveram lugar em Maio e Novembro do ano passado. Recheio Cash & Carry Seguindo a política institucional de Jerónimo Martins, o Recheio aplicou 96% do seu orçamento de mecenato em acções de ajuda social, contribuindo ainda para acções relacionadas com a educação e o desporto, as quais considera fundamentais para o desenvolvimento equilibrado de crianças e jovens. Deste modo, no ano de 2008, manteve-se a tendência de crescimento dos investimentos em mecenato social e cultural, reforçando-se o apoio que nos últimos anos reverteu a favor de instituições como: Centro Social “Boa Aldeia”, Centro Social “S. Nicolau”, Verbum Dei, Centro Cristão da Cidade, Lar Santa Teresinha, Centro de Caridade Nossa Senhora Perpétuo Socorro e Banco Alimentar Contra a Fome. Verificou-se também um acréscimo dos donativos relacionados com a saúde, através do apoio concedido ao Instituto de Oncologia e a manutenção da parceria com a Cáritas Diocesana do Funchal, na Madeira. Mecenato na Polónia - Distribuição Enquanto líder no mercado alimentar da Polónia, a responsabilidade social de Jerónimo Martins extravasa as fronteiras portuguesas. A Biedronka promove regularmente programas de assistência contínua que beneficiam a sociedade polaca no seu todo, as comunidades onde a Companhia está presente e os mais jovens de forma particular, reagindo em especial a situações de maus tratos e de sofrimento humano. 237 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato Neste âmbito, saliente-se a continuação do projecto “Partnership For Health”, através do qual a Biedronka, juntamente com a Danone, a Lubella e o Instituto Polaco da Mãe e da Criança, disponibilizam o produto “Milk Start” para combater o problema da má nutrição infantil e juvenil no país. Este é um dos principais problemas sociais da Polónia, o qual atinge quase três milhões de crianças e jovens polacos. O produto “Milk Start” contém as componentes vitamínicas e minerais que as crianças mais necessitam para o seu desenvolvimento e está disponível sob a forma de saquetas de semolina solúveis em água. De destacar, também, a iniciativa do Dia do Doente, um dos projectos desenvolvidos pela Companhia em cooperação com a Cáritas. Uma vez mais, em Fevereiro de 2008, a Biedronka ofereceu pacotes de lembranças a jovens doentes de três hospitais Polacos. De igual modo, em Junho, no Dia Mundial da Criança, e em Dezembro, no Natal, a Biedronka procedeu à oferta de presentes a mais de 46.000 crianças de famílias desfavorecidas. Por último, saliente-se o apoio a orfanatos e associações de solidariedade social, o qual tem sido uma constante na ajuda prestada pela Companhia no país. Entre os beneficiários, a este nível, estão instituições de solidariedade, escolas especiais e um orfanato, nomeadamente: o Lar de Acolhimento de Belém, a Associação Porta Aberta e o Orfanato Krasne. À semelhança de outras Insígnias de Jerónimo Martins, em 2008, também a Biedronka contribuiu com acções de recolha de alimentos para o Banco Alimentar na Polónia. Mecenato em Portugal - Indústria No ano de 2008, a Unilever Jerónimo Martins prosseguiu a sua acção junto das populações mais desfavorecidas, orientando as suas actividades para crianças, pessoas com deficiências e idosos, em áreas que definiu como prioritárias, como sejam as da saúde, educação e ambiente. Neste sentido, e essencialmente através da doação de produtos alimentares e não alimentares, foram várias as entidades alvo do apoio da Unilever Jerónimo Martins, de acordo com a realidade e as necessidades específicas de cada uma. Entre as instituições que receberam este apoio, destaque para aquelas com as quais existe um protocolo de colaboração, a saber: Banco do Bébé - Associação de Ajuda ao RecémNascido, Acreditar, Ajuda de Berço, Ajuda de Mãe, Associação CrescerSer, Associação Novo Futuro, Banco Alimentar Contra a Fome, Centro Social Paroquial S. Tiago Camarate, Centro Social de Sacavém, Entrajuda e Raríssimas. A Companhia participou, pelo segundo ano consecutivo, na Marcha Contra a Fome do Programa Alimentar Mundial, realizada em Portugal a 1 de Junho, e contribuiu com 200 toneladas de alimentos para o Banco Alimentar. Saliente-se, ainda, o apoio à Entrajuda, Associação para Apoio a Instituições de Solidariedade Social, com a doação de material informático em boas condições, num total de 350 desktops e 120 computadores portáteis, para distribuição por diversas instituições, assim como a doação de outros produtos não alimentares. 238 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato Todavia, o apoio social não se efectuou apenas a nível central, tendo as próprias marcas assumido um envolvimento directo com a comunidade, desenvolvendo acções específicas junto de instituições, nomeadamente nos casos: da Olá através da assinatura de um protocolo com a Câmara Municipal de Sesimbra; da Becel, junto das Aldeias SOS; e da Planta, em parceria com a Escola de Judo Nuno Delgado. 8.2. Mecenato Cultural Apoio Institucional de Jerónimo Martins No âmbito do seu programa “Jerónimo Martins Apoia a Cultura Nacional”, o Grupo tem contribuído para projectos de interesse cultural e educativo (ver tabela abaixo). APOIOS CONCEDIDOS Área de Actividade Início do Apoio Jerónimo Martins Tipo de Apoio UCP Universidade Católica Portuguesa 1994 Apoios diversos a nível educacional. ACEJE Associação Cristã de Empresários e Gestores 2000 Apoio financeiro. Orquestra Sinfónica Juvenil Formação de Jovens Músicos 2002 Patrocínio do Concerto de Fim de Ano. Fundação de Serralves Centro de Exposições 2004 Apoio como sócio fundador. CIVITAS - Centro de Recursos de Literatura e Literacia Promoção de contacto de educadores de infância, professores e encarregados de educação com obras de literatura para crianças. Formação a docentes. 2005 Apoio financeiro que permite o regular funcionamento do centro. Aprender a Empreender Associação de jovens empreendedores de Portugal, associação portuguesa sem fins lucrativos que resulta da iniciativa da JA-YE Europe junto de algumas empresas a operar em Portugal. 2005 Como Associado Sénior, contribui com apoio anual de verbas. Angariação de mais de 50 voluntários, entre os colaboradores do Grupo, para darem aulas. EIS -Empresários para a Inclusão Social Combate ao insucesso escolar e promoção do empreendedorismo. 2006 Como sócio fundador, contribui com apoio financeiro anual. Igreja Paroquial de São Nicolau Conservação do património histórico e cultural. 2008 Apoio financeiro para recuperação do órgão da Igreja. Maestro Álvaro Cassuto Edição discográfica de Sinfonias do compositor Luís de Freitas Branco. 2008 Patrocínios do 2º e 3º CD da obra discográfica do compositor Luís de Freitas Branco. Nome da Instituição Paralelamente aos apoios institucionais apresentados, ao longo do ano 2008, também outras instituições usufruíram de apoios, como é o caso da Fundação da Universidade 239 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Mecenato de Lisboa, no âmbito do Congresso Internacional sobre Narrativa e Diáspora Portuguesa e do Fórum para a Liberdade e Educação. Mecenato em Portugal – Distribuição Continuando a privilegiar iniciativas orientadas para a preservação e/ou divulgação do património histórico-cultural português e de tradições locais, em 2008, o Pingo Doce e o Feira Nova mantiveram o apoio a feiras e pequenos artesãos, contribuindo, desta forma, para a manutenção de actividades com fortes raízes regionais. De igual modo, para promover o conhecimento sobre os mares e a protecção da vida nos oceanos, o Pingo Doce é, desde Março de 2003, o patrocinador oficial do Oceanário de Lisboa, levando a cabo diversas iniciativas sob a assinatura “Pingo Doce Pela Preservação dos Oceanos”. Assim, e no âmbito deste patrocínio, foram realizadas várias acções para crianças visando a divulgação do projecto do Oceanário. Destaca-se a edição do livro “Uma Aventura nos Oceanos”, publicado pelo Pingo Doce com o apoio do Oceanário de Lisboa, com o objectivo de oferecer um produto infantil de sensibilização ambiental, acessível a todos, e que se revelou um sucesso de vendas quer nas lojas da Insígnia, quer nas lojas do Oceanário. Mecenato em Portugal - Indústria No ano de 2008, a Unilever Jerónimo Martins deu continuidade ao Unilever International Schools Art Project (UISAP), um projecto iniciado no final de 2007 que visa promover, junto dos alunos do ensino básico, o gosto pela arte. Incentivando a criatividade, este projecto, em forma de concurso, premiou o vencedor com a exposição da sua obra na Tate Modern em Londres. Devido ao sucesso da primeira edição, para a qual foram convidadas quatro escolas, a Companhia decidiu, para o ano lectivo de 2008/2009, alargar o convite de participação a todos os alunos do ensino básico, tendo recebido 457 candidaturas de 67 escolas diferentes. Relativamente a actividades internas de âmbito cultural, estas são organizadas através de uma entidade autónoma - o Clube de Pessoal - financiado por colaboradores da Companhia mediante quotizações de associados e actividades várias. No ano que terminou, o Clube de Pessoal concedeu bolsas de estudo a filhos de colaboradores e promoveu diversas actividades como peças de teatro, visitas culturais e outros espectáculos variados, que contaram com um total de 1.250 participações. De igual modo, contou-se com cerca de 3.900 participações de colaboradores e seus familiares em actividades desportivas, como desportos radicais, ténis e futsal, ou em actividades recreativas, como viagens, passeios, caminhadas e num rally paper. Por fim, de referir ainda que, ao longo de 2008, mais de 10.700 alunos de escolas e universidades tiveram oportunidade de visitar as instalações das diversas fábricas da área da Indústria. 240 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 9. Perguntas mais Frequentes Para uma informação rápida sobre as práticas de Jerónimo Martins na área da Sustentabilidade, listam-se neste ponto as perguntas mais frequentemente colocadas ao Grupo e as respectivas respostas. Para informações mais detalhadas, poderá consultar-se o presente capítulo relativo a Sustentabilidade na Criação de Valor neste Relatório e o sítio institucional de Jerónimo Martins, em www.jeronimomartins.com. Stakeholders do Grupo 1. Estão identificados como stakeholders de Jerónimo Martins... ... os Clientes e Consumidores? Sim Não ... os Accionistas e Potenciais Investidores? Sim Não ... os Colaboradores? Sim Não Sim Não Autarquias Locais? Sim Não ... os Representantes da Comunidades? Sim Não ... as ONG’s e Associações? Sim Não ... os Fornecedores, Parceiros de Negócio e Prestadores de Serviços? ... os Organismos Oficiais, Entidades de Supervisão e 2. Os principais canais de comunicação do Grupo no relacionamento com os stakeholders são os seguintes: Com os Clientes e Consumidores - Os Serviços de Apoio ao Cliente (SAC) e a Provedoria do Cliente; Com os Accionistas e Potenciais Investidores - O Departamento de Relações com os Investidores; Com os Colaboradores - O Departamento de Recursos Humanos e a Comissão de Ética; Grupo. Com os Fornecedores - Os Departamentos das várias Companhias do 241 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes Ética Empresarial 3. Jerónimo Martins dispõe de um Código de Conduta? Sim Não 3. 1. Se sim, que áreas abrange e como foi divulgado? Áreas abrangidas: Responsabilidade Social Respeito pela Lei Cooperação com entidades oficiais Independência em relação a partidos políticos Integridade Medidas de combate ao suborno Mecenato Protecção Ambiental Informação completa e transparente Qualidade Práticas leais de comércio Selecção de Parceiros/Fornecedores Colaboradores Igualdade de oportunidades Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho Todos os colaboradores, em Portugal e na Polónia, possuem um exemplar do Código de Conduta, estando também disponível a sua versão digital no portal interno e no sítio institucional do Grupo para consulta externa. 4. Existe algum órgão que coordene a aplicação do Código de Conduta e a quem os colaboradores se possam dirigir? Sim, a Comissão de Ética, Órgão a quem cabe a divulgação, o esclarecimento de questões e a monitorização do cumprimento do Código. Qualquer colaborador pode aceder a esta Comissão. Todas as chefias estão também preparadas para esclarecer dúvidas e orientar procedimentos, por forma a assegurar o cumprimento integral dos princípios estipulados. É da responsabilidade de todos os colaboradores o estrito cumprimento do Código de Conduta. Desempenho Social 5. Jerónimo Martins divulga a sua política e desempenho sociais, a nível externo? Sim. Anualmente, é publicado no Relatório e Contas de Jerónimo Martins um capítulo sobre a actuação do Grupo em matéria de desempenho social. O sítio institucional tem também uma área dedicada a esta temática. 242 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 6. O Grupo possui uma política escrita, contendo medidas específicas de defesa e promoção dos direitos humanos? Sim, Jerónimo Martins respeita os Direitos Humanos, no quadro da Declaração Universal dos Direitos do Homem, assumindo a sua responsabilidade nesta área e procurando promover a melhoria da qualidade de vida de todos aqueles com quem se relaciona, entendendo que esta é uma missão que cabe a todos e, em particular, aos agentes económicos. Estes princípios encontram-se firmados no Código de Conduta e na política de Recursos Humanos do Grupo. 7. Jerónimo Martins estabelece políticas ou toma medidas destinadas a garantir... ...a não discriminação? Sim Não ...a não existência de práticas de escravatura? Sim Não negociação colectiva? Sim Não ...a não utilização de trabalho infantil? Sim Não ...a saúde e segurança dos trabalhadores? Sim Não ...a liberdade de associação e o direito à 8. O Grupo possui um Código de Conduta de Fornecedores? Sim Não Quais os principais temas focados no Código? Jerónimo Martins procura, de forma activa, relacionar-se com entidades que partilhem o mesmo quadro de princípios éticos por si seguidos, designadamente, ao nível laboral, ambiental e da qualidade e segurança dos produtos. A selecção de fornecedores é, assim, realizada de forma imparcial, de acordo com critérios que se baseiam na qualidade e segurança dos produtos fornecidos ou serviços prestados, nas capacidades de inovação, de abastecimento, de desempenho, de confiança, de continuidade e de sustentabilidade ao longo do tempo. 9. Jerónimo Martins dispõe de uma Política de Recursos Humanos escrita? Sim Não Consultar, por favor, a área de Compromisso com os Colaboradores, no capítulo de Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. 10. O Grupo possui programas/instrumentos de desenvolvimento profissional, tais como sistemas de promoção interna, planos individuais de carreira, formação, etc.? Sim, existem instrumentos de desenvolvimento profissional e pessoal no Grupo. Para mais informação, consultar, por favor, a área de Compromisso com os Colaboradores do capítulo de Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório e o sítio institucional do Grupo, na área de Recursos Humanos. 243 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 11. Existe na empresa colaboradores? alguma forma de representação dos Os colaboradores de Jerónimo Martins são representados pelos sindicatos, com os quais o Grupo mantém uma relação de grande diálogo e abertura, visando a manutenção do clima de entendimento e de paz social. 12. Na área de Saúde, Higiene & Segurança no Trabalho, Jerónimo Martins... Sim ...tem uma política formalizada? Não Se sim, especifique princípios. Esta política baseia-se no princípio de “Tolerância Zero”. ...tem Técnicos específicos nesta área? Sim Não ...tem Manuais? Sim Não ...realiza acções de formação? Sim Não ...são efectuadas auditorias e relatórios de reporte? Sim Não 13. A empresa está envolvida em programas de desenvolvimento da comunidade local? Jerónimo Martins há muito que apoia projectos com uma forte envolvente comunitária quer a nível institucional, quer a nível das suas Companhias, contando ainda com a contribuição voluntária dos seus colaboradores. Todas estas actividades estão enquadradas numa política de Mecenato clara e estruturada. No quadro desta política, foram definidas duas áreas estratégicas de apoio – a social e a cultural -, implementando-se anualmente actividades no âmbito dos dois grandes programas em vigor: - “Jerónimo Martins Alimenta Futuros Risonhos”: um programa de carácter social, dirigido essencialmente ao apoio às crianças e jovens; - “Jerónimo Martins Apoia a Cultura Nacional”: um programa vocacionado para a área cultural, com enfoque na preservação e divulgação do património histórico e cultural português. 14. O Grupo é membro de Responsabilidade Social? alguma Organização no âmbito da Em matéria de Sustentabilidade, Jerónimo Martins é membro da RSE Portugal e do capítulo português do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Paralelamente, o Grupo subscreveu a Carta de Compromisso das Empresas com os objectivos do Milénio, iniciativa promovida pelo Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (Grace). Jerónimo Martins participa ainda na iniciativa do Global Compact, proposta pelo ex-Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, submetendo-se aos 10 Princípios Universais da mesma. 244 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 15. Jerónimo Martins subscreve algum protocolo/acordo nacional na área de Recursos Humanos? Jerónimo Martins orgulha-se do relacionamento que estabelece com os seus parceiros sócio-laborais, nomeadamente com as Associações Sindicais. O Grupo faz parte da Associação Portuguesa de Empresas da Distribuição (APED), tendo contribuído para a revisão de políticas de Recursos Humanos no sector. Em 2006, assinou um protocolo com a ACAPO com vista à integração laboral de pessoas com deficiência de visão. Já em 2007, Jerónimo Martins assina o protocolo “Aprender e Evoluir”, no âmbito do Programa “Novas Oportunidades”, tendo por objectivo conceder a equivalência do 9º e 12º anos de escolaridade aos colaboradores que o solicitem, assegurando não apenas formação, como também todas as condições para que os colaboradores frequentem estes cursos durante o seu horário laboral. 16. Jerónimo Martins tem iniciativas para pessoas com necessidades especiais? O Grupo tem presente a existência de clientes e colaboradores com necessidades especiais, empreendendo, neste âmbito, diversas iniciativas com vista a facilitar o acesso e mobilidade destas pessoas tanto nas lojas e armazéns, como nos edifícios centrais. Exemplos destas medidas são: lugares especiais em parques de estacionamento, rampas de acesso, adopção de sinalética em Braille em elevadores, colocação de caixas prioritárias POS (Point of Sale) nas lojas, acompanhamento personalizado de pessoas com dificuldades de visão (quando possível), entre outras. Em 2007, a par destas iniciativas, e tendo por objectivo facilitar o acesso à informação a portadores de deficiências visuais, Jerónimo Martins lança uma nova funcionalidade no seu sítio institucional (www.jeronimomartins.com), a qual possibilita a audição de conteúdos escritos. Qualidade e Segurança Alimentar 17. Jerónimo Martins dispõe de uma política escrita de Qualidade e Segurança Alimentar? Sim Não Consultar, por favor, a área de Qualidade e Segurança Alimentar, no capítulo de Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. 18. O Grupo tem implementados sistemas preventivos de Segurança Alimentar? Sim Não Estão implementados sistemas de HACCP e de autocontrolo em todas as unidades de produção e de comercialização de alimentos. 245 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 19. De que forma é garantida a adequação dos sistemas? Permanente avaliação de riscos Manutenção de sistemas de análise dos perigos e controlo dos pontos críticos (HACCP) Instalações e equipamentos adequados Formação e treino dos colaboradores Qualificação de fornecedores Gestão das reclamações dos clientes Utilização de modelos adequados e cientificamente comprovados Informação ao consumidor/cliente Auditorias aos sistemas 20. Como é garantida a Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos, ao longo da cadeia de abastecimento? Cadernos de encargos e especificações técnicas rigorosas Auditorias a fornecedores Inspecção de produtos na origem/nos fornecedores Inspecção de produtos nos armazéns (*) Existência de Sistema HACCP implementado nos armazéns Inspecção de produtos nas lojas (*) Existência de Sistema HACCP/autocontrolo implementado nas lojas (*) Certificação do Sistema de Segurança Alimentar HACCP das lojas Recheio Cash & Carry Certificação do Sistema Integrado de Gestão da Segurança Alimentar e Ambiental, segundo as Normas DS3027:2002 e NP EN ISO 14001:2004, implementado na recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos de consumo, nos Centros de Distribuição de Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras de JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho). (*) A estas fases/processos estão associados também controlos laboratoriais. 21. Que certificações detêm as Companhias do Grupo Jerónimo Martins? a) Sistema de Gestão da Qualidade, segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000, relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento: Recheio Cash & Carry Pingo Doce b) Sistema de Segurança Alimentar HACCP segundo o Codex Alimentarius CAC/RCP-1-1969, Rev.4 (2003): Recheio Cash & Carry: 26 lojas e 2 Plataformas Food Service João Gomes Camacho S.A. 246 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes c) Sistema Integrado de Gestão da Segurança Alimentar e Ambiental, segundo as Normas DS3027:2002 e NP EN ISO 14001:2004, abrangendo as actividades de recepção, armazenagem, execução e expedição de produtos alimentares e não alimentares: nos Centros de Distribuição em Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras: JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho): Centros de Distribuição de Azambuja e Vila do Conde; d) Sistema de Segurança Alimentar HACCP segundo a Norma DS3027:2002, nos Centros de Distribuição de Ruda Śląska, Wyszków, Kostrzyn e Grudziądz, abrangendo as actividades de armazenagem e distribuição de produtos alimentares (Fast Moving Consumer Goods): Biedronka e) Sistema Integrado da Qualidade e Ambiente, segundo as Normas ISO (International Organization for Standardization) 9001:2000 (Qualidade) e ISO 14001:2004 (Ambiente): Fima Vitor Guedes f) Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança, segundo as Normas ISO 9001:2000 (Qualidade), ISO 14001:2004 (Ambiente) e OHSAS 18001:1999 (Segurança): Olá Lever g) Certificação BRC (British Retail Consortium) na área da produção de Caldos: Fima 22. Que evidências demonstra o Grupo relativamente à Qualidade e Segurança Alimentar dos seus produtos de Marca Própria? Através da sua Marca Própria, Jerónimo Martins assume um compromisso com os seus Clientes, sendo a qualidade superior dos seus produtos um dos principais factores a assegurar. A par das várias auditorias a fornecedores, regularmente efectuadas, em 2007, as Companhias Pingo Doce e Recheio passaram a certificar o processo de desenvolvimento de produtos de Marca Própria. Este Sistema de Gestão é certificado segundo o referencial NP EN ISO 9001:2000 (Qualidade), relativo às actividades de Desenvolvimento de Marcas Próprias e Acompanhamento do Produto e do Fornecedor após Lançamento. Assumindo um papel pioneiro no mercado, e seguindo uma política socialmente sustentável, Pingo Doce lança, também em 2007, uma Marca Própria de produtos de origem biológica. 23. Como são medidos o desempenho e a implementação dos Sistemas de Qualidade e Segurança Alimentar? Realização de auditorias internas aos sistemas Realização de auditorias às lojas em matéria de boas práticas, conservação, infra-estruturas, higiene, entre outras 24. Jerónimo Martins subscreve algum nacional/internacional de Segurança Alimentar ? protocolo/acordo Sim, o Grupo participa activamente na Global Food Safety Initiative, uma iniciativa desenvolvida no seio do CIES (Comité International d’Entreprises a Succursales), que estabeleceu um modelo de benchmarking para avaliação de 247 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes Normas e Certificação de Fornecedores segundo o princípio de “certificado por um, aceite por todos”. 25. Existe uma política relativamente à venda de produtos contendo Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s)? Sim, existe uma política definida. Jerónimo Martins, por princípio, não utiliza OGM’s nos produtos das suas Marcas Próprias, na área da Distribuição, e nos seus produtos da área da Indústria. Quando a substituição não for possível, é compromisso do Grupo informar os consumidores através da rotulagem, de acordo com as regras estabelecidas pela União Europeia. 26. Existe uma política relativamente à Biodiversidade? Sim Não Consultar, por favor, a área de Responsabilidade Ambiental, no capítulo de Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. 27. São realizados testes em animais no desenvolvimento de alguns produtos do Grupo? Jerónimo Martins compreende e partilha a preocupação dos consumidores relativamente a este importante e complexo assunto. Testes em animais só são permitidos por razões de saúde ou de segurança dos consumidores e apenas se não existir nenhuma outra opção, seja através de testes alternativos, seja pelo recurso a informação disponível sobre segurança. Hoje, a vasta maioria dos produtos chega, e continuará a chegar aos consumidores, sem que tenha sido efectuado qualquer teste em animais. Ambiente 28. Jerónimo Martins dispõe de uma política ambiental escrita? Sim Não Consultar, por favor, a área de Responsabilidade Ambiental, no capítulo de Sustentabilidade na Criação de Valor do presente Relatório. 29. O Grupo possui programas destinados a implementar a sua política ambiental? Sim, existem programas de Gestão Ambiental, revistos anualmente, com vista a materializar os princípios da política ambiental corporativa, assegurando a adopção de boas práticas ambientais por parte de fornecedores, colaboradores e mesmo consumidores. 30. Jerónimo Martins assinou algum protocolo ambiental ou é membro de algum conselho ambiental e/ou utiliza algum Sistema de Gestão Ambiental? O Grupo é membro do capítulo português do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). No que respeita a sistemas de gestão, a área de Indústria possui as suas unidades certificadas pelas normas ISO 248 R&C’08 Sustentabilidade na Criação de Valor Perguntas mais Frequentes 14001:2004 e a área da Distribuição obteve a certificação segundo o mesmo referencial. Jerónimo Martins possui, igualmente, Certificação em Gestão da Segurança Alimentar e Ambiental, segundo as Normas DS3027:2002 e NP EN ISO 14001:2004, relativa às actividades dos armazéns dos Centros de Distribuição de JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho) na Azambuja, Vila do Conde e Guardeiras. 31. Em termos de Gestão Ambiental, o Grupo... ... tem normas em termos ambientais no que se refere Sim à escolha de fornecedores? Não ... efectua avaliação de aspectos ambientais e inclui critérios ambientais em Sim Não projectos de novas instalações ou remodelações? 32. Jerónimo Martins procura sensibilizar o consumidor para a área do Ambiente? Sim, têm vindo a ser desenvolvidas campanhas dirigidas ao consumidor, nomeadamente subordinadas aos temas: Energia, Água e Resíduos. Outras Informações 33. Está o Grupo envolvido na venda de produtos que estejam abrangidos nas seguintes áreas? Bebidas Alcoólicas Sim Não Percentagem das Vendas: 8,1% Tabaco Sim Não Percentagem das Vendas: 1,5% Peles Sim Não Jogos de Azar Sim Não Armas Sim Não Pornografia Sim Não 249 R&C’08 Demonstrações Financeiras Consolidadas V. Demonstrações Financeiras Consolidadas JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas Vendas e prestações de serviços 5.349.678 (5.595.128) (4.331.264) 283.493 206.340 5 Margem 2007 6.893.737 3 Custo das vendas Proveitos e custos suplementares 2008 1.582.102 1.224.754 Custos de distribuição 6 (1.108.154) (865.769) Custos administrativos 6 (158.557) (134.277) (12.576) 472 302.815 225.180 (78.728) (59.469) Resultados operacionais não usuais 11.1 Resultados operacionais Custos financeiros líquidos Ganhos em empresas associadas Ganhos/Perdas em outros investimentos 8 16 11.2 Resultados antes de impostos Imposto sobre o rendimento do exercício 10 Resultados líquidos (antes de interesses minoritários) 318 231 (2.294) 21.824 222.111 187.766 (46.131) (36.857) 175.980 150.909 Atribuível a: Interesses minoritários Aos Accionistas de Jerónimo Martins Resultado básico e diluído por acção – Euros 24.4 12.764 19.648 163.216 131.261 0,2597 0,2089 Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 251 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. BALANÇO CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas 2008 2007 Activo Activos fixos tangíveis 12 1.874.863 1.670.506 Propriedades de investimento 14 64.509 49.600 Activos intangíveis 13 16 826.721 854 496.293 Partes de capital em empresas associadas 700 Investimentos financeiros disponíveis para venda 17 7.470 10.289 Devedores e acréscimos e diferimentos 20 66.629 65.667 Instrumentos financeiros derivados Impostos diferidos activos Total de activos não correntes Existências Impostos a recuperar 1.027 585 63.170 73.322 2.905.243 2.366.962 385.653 308.571 15 19.1 18 34.736 28.657 Devedores e acréscimos e diferimentos 20 172.764 153.626 Instrumentos financeiros derivados 15 1.037 608 Caixa e equivalentes de caixa 21 227.132 268.639 821.322 760.101 3.726.565 3.127.063 629.293 629.293 19.3 Total de activos correntes Total do activo Capital próprio e passivo Capital 23.2 Prémios de emissão 22.452 22.452 Acções próprias (6.060) (6.060) Reservas de reavaliação e outras reservas 23.1 58.295 92.814 (54.162) (161.620) 649.818 576.879 Interesses minoritários 281.307 287.326 Total do capital próprio 931.125 864.205 Resultados retidos Empréstimos obtidos 25 739.333 675.441 Instrumentos financeiros derivados 15 50.832 26 19.664 Benefícios concedidos a empregados 28.195 18.685 Proveitos diferidos – subsídios do Estado Provisões para riscos e encargos Impostos diferidos passivos 27 1.056 25.892 15.433 54.726 55.697 868.794 817.144 19.1 Total de passivos não correntes 984 Credores e acréscimos e diferimentos 28 1.560.042 1.289.562 Instrumentos financeiros derivados 15 - 108 Empréstimos obtidos 25 308.344 116.715 58.178 39.262 82 67 Total de passivos correntes 1.926.646 1.445.714 Total do capital próprio e passivo 3.726.565 3.127.063 Impostos a pagar 19.3 Proveitos diferidos – subsídios do Estado Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 252 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO CONSOLIDADO Valores expressos em milhares de euros Capital próprio atribuível aos Accionistas de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Notas Capital 629.293 Balanço em 1 de Janeiro de 2007 Prémios de emissão de acções 22.452 Acções próprias (6.060) Reservas reavaliação e outras reservas 84.420 Resultados retidos (238.215) Interesses minoritários Total 491.890 275.391 Total do Capital próprio 767.281 Variações no Capital Próprio em 2007 Diferença de conversão cambial do exercício de 2007 23.1 Reavaliações de activos fixos: 23.1 15.942 - do exercício de 2007 5.276 - pela aquisição e reestruturação de negócios (636) 15.942 5.276 636 15.942 5.219 10.495 - - Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa 23.1 (235) (235) (235) Justo valor de inst. de cobertura de operações estrangeiras 23.1 (4.962) (4.962) (4.962) Justo valor de inv. financ. disponíveis p/ venda 23.1 (6.991) (6.991) Resultados reconhecidos directamente no Capital Próprio Resultado do exercício de 2007 - - - 8.394 - 636 131.261 9.030 131.261 Total de ganhos e perdas reconhecidos no período - - - 8.394 131.897 92.814 (55.302) (161.620) Dividendos 629.293 Balanço em 31 de Dezembro de 2007 22.452 (6.060) (6.991) 5.219 14.249 19.648 150.909 140.291 24.867 165.158 (55.302) 576.879 (12.932) 287.326 (68.234) 864.205 Variações no Capital Próprio em 2008 Diferença de conversão cambial do exercício de 2008 23.1 Reavaliações de activos fixos: 23.1 (58.649) (58.649) - do exercício de 2008 21.958 - alienação de imóveis reavaliados (3.982) 3.982 - (590) 590 - - transferência de terrenos para propriedade de investimento 21.958 (1.390) (1.390) (58.649) (1.975) 19.983 - Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa 23.1 (1.335) (2.725) Justo valor de inst. de cobertura de operações estrangeiras 23.1 9.351 9.351 9.351 Justo valor de inv. financ. disponíveis p/ venda 23.1 (1.217) (1.217) (1.217) Resultados reconhecidos directamente no Capital Próprio - - - (34.519) 4.572 (29.947) (3.310) Resultado do exercício de 2008 - - - - 163.216 163.216 12.764 175.980 Total de ganhos e perdas reconhecidos no período - - - (34.519) 167.788 133.269 9.454 142.723 (60.330) (60.330) (13.251) (73.581) 649.818 (2.222) 281.307 (2.222) 931.125 Dividendos Diminuição de interesses minoritários por redução de capital Balanço em 31 de Dezembro de 2008 629.293 22.452 (6.060) 58.295 (54.162) (33.257) Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 253 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas 2008 2007 Actividades operacionais 7.715.469 (7.030.507) 5.988.247 (5.478.418) 684.962 (98.738) (37.960) 509.829 (56.346) (26.732) 548.264 426.751 60.405 7.813 5.708 8.379 212 (424.359) (443.899) 49.980 2.905 698 (6.821) (438.098) (541) (27.280) (379) (21.154) (821.375) (405.056) 346.566 (2.222) (83.563) (73.581) 221.115 (91.630) (68.234) Fluxos de caixa de actividades de financiamento 187.200 61.251 Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa (85.911) 82.946 268.639 (85.911) 51.942 (10.708) Recebimentos de clientes Pagamentos aos fornecedores e ao pessoal Caixa gerada pelas operações Juros pagos Imposto sobre o rendimento pago 22 Fluxos de caixa de actividades operacionais Actividades de investimento Alienação de activos fixos tangíveis Alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda e de propriedades de investimento Juros recebidos Dividendos recebidos Aquisição de empresas do grupo e associadas Aquisição de activos fixos tangíveis Aquisição de investimentos financeiros disponíveis para venda e de propriedades de investimento Aquisição de activos intangíveis Fluxos de caixa de actividades de investimento Actividades de financiamento Recebimentos relativos a outros empréstimos Pagamentos a interesses minoritários por redução de capital Pagamentos de empréstimos Pagamentos de dividendos 23.4 Movimentos de caixa e equivalentes Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa Efeito da aquisição de subsidiárias Efeito das variações cambiais Efeito da reavaliação de activos financeiros detidos para negociação 21 3.170 175.764 82.946 1.053 8.876 - Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 21 227.132 268.639 4 Para ser lido em conjunto com as notas às demonstrações financeiras consolidadas em anexo 254 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Índice das notas às demonstrações financeiras consolidadas Página 1 Actividade ............................................................................................................................................ 256 2 Políticas contabilísticas........................................................................................................................... 256 3 Reporte por segmentos de actividade ...................................................................................................... 269 4 Aquisições de negócios .......................................................................................................................... 270 5 Proveitos e custos suplementares............................................................................................................ 270 6 Custos de distribuição e administrativos ................................................................................................... 271 7 Custos com o pessoal ............................................................................................................................ 271 8 Custos financeiros líquidos...................................................................................................................... 272 9 Instrumentos financeiros........................................................................................................................ 272 10 Imposto reconhecido na demonstração dos resultados ............................................................................... 273 11 Resultados operacionais não usuais e ganhos em outros investimentos ........................................................ 273 12 Activos fixos tangíveis............................................................................................................................ 274 13 Activos intangíveis................................................................................................................................. 276 14 Propriedades de investimento ................................................................................................................. 277 15 Instrumentos financeiros derivados ......................................................................................................... 278 16 Partes de capital em empresas associadas................................................................................................ 279 17 Investimentos financeiros disponíveis para venda...................................................................................... 280 18 Existências ........................................................................................................................................... 280 19 Impostos.............................................................................................................................................. 280 20 Devedores e acréscimos e diferimentos.................................................................................................... 282 21 Caixa e equivalentes de caixa ................................................................................................................. 283 22 Caixa gerada pelas operações ................................................................................................................. 283 23 Capital e reservas ................................................................................................................................. 284 24 Resultado por acção .............................................................................................................................. 285 25 Empréstimos obtidos ............................................................................................................................. 286 26 Benefícios dos empregados..................................................................................................................... 288 27 Provisões e ajustamentos para o valor de realização.................................................................................. 290 28 Credores e acréscimos e diferimentos ...................................................................................................... 290 29 Garantias ............................................................................................................................................. 291 30 Locação operacional .............................................................................................................................. 291 31 Compromissos de capital........................................................................................................................ 291 32 Contingências ....................................................................................................................................... 291 33 Partes relacionadas ............................................................................................................................... 294 34 Empresas do Grupo ............................................................................................................................... 296 35 Interesses em empresas controladas conjuntamente e associadas............................................................... 297 36 Eventos subsequentes à data do balanço.................................................................................................. 298 255 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 1 Actividade A Jerónimo Martins, SGPS, S.A. (JMH) é a empresa-mãe do Grupo Jerónimo Martins (Grupo) e está sediada em Lisboa. O Grupo dedica-se fundamentalmente à produção, distribuição e venda de géneros alimentícios e outros produtos de grande consumo. O Grupo opera em Portugal e na Polónia, tendo em 31 de Dezembro 53.375 empregados (em 2007 eram 41.300). Sede Social: Rua Tierno Galvan, Torre 3, 9º, Letra J - 1099-008 Lisboa Capital Social: 629.293.220 euros Número Comum de Matrícula na C.R.C. de Lisboa e de Pessoa Colectiva: 500 100 144 A JMH está cotada na Euronext Lisboa (anterior Bolsa de Valores de Lisboa e Porto) desde 1989. O capital social é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2007: 629.293.220 acções), tendo todas as acções um valor nominal de um euro. Estas Demonstrações Financeiras Consolidadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 5 de Março de 2009. 2 Políticas contabilísticas As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras consolidadas encontram-se descritas abaixo. Estas políticas foram aplicadas de forma consistente nos períodos comparativos, excepto quando referido em contrário. 2.1. Bases de apresentação Os valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em milhares de euros (m EUR). As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia. As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas segundo o princípio do custo histórico excepto no que respeita a terrenos incluídos em activos fixos tangíveis, propriedades de investimento, instrumentos financeiros derivados, investimentos financeiros detidos para negociação e investimentos financeiros disponíveis para venda onde se incluem as partes de capital referidas na nota 2.8, os quais se encontram registados ao respectivo justo valor (valor de mercado). A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites requer o uso de estimativas e assunções que afectam as quantias reportadas de activos e passivos, assim como as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Apesar destas estimativas serem baseadas no melhor conhecimento da gestão em relação aos eventos e acções correntes, em última análise, os resultados reais podem diferir dessas estimativas. No entanto, é convicção da gestão que as estimativas e assunções adoptadas não incorporam riscos significativos que possam causar, no decurso do próximo exercício, ajustamentos materiais ao valor dos activos e passivos (nota 2.25). A gestão de riscos financeiros, tal como previsto no IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, encontra-se detalhada no relatório do Governo da Sociedade. Alteração de Políticas Contabilísticas e Bases de Apresentação Em 2008 entraram em vigor um conjunto de interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC), as quais não têm impacto significativo nas demonstrações financeiras, ou não têm sequer aplicação às actividades desenvolvidas pelo Grupo. A IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções de Acções do Grupo e Próprias, vem clarificar um conjunto de questões relacionadas com pagamento com base em acções da Sociedade ou pelos seus Accionistas, a qual não tem actualmente aplicação no Grupo, por não existirem planos de compensações aos colaboradores baseados em acções do Grupo. A IFRIC 12 - Acordo de Concessão de Serviços, não se aplica às actividades do Grupo. A IFRIC 13 – Programas de Fidelização de prémios por fidelidade concedidos a clientes. actividade de Jerónimo Martins, de acordo existem programas de fidelização de clientes Clientes, vem clarificar o tratamento contabilístico de créditos de Apesar de a referida interpretação ter aplicação directa no sector de com a actual estratégia seguida pelas empresas do Grupo, não que se enquadrem nos termos desta interpretação. IFRIC 14 - IAS 19 – O Limite sobre um Activo de Benefícios Definidos, Requisitos de Financiamento Mínimo e Respectiva Interacção. Esta interpretação vem clarificar um conjunto de questões relacionadas com i) limitações à redução ou restituição de contribuições; ii) a existência de requisitos de financiamento mínimo pode afectar essas contribuições; e iii) quando esses requisitos podem dar origem a passivos. Esta interpretação não tem aplicação no Grupo, nem os planos existentes estão sujeitos a requisitos de financiamento mínimo. 256 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 A nova norma IFRS 8 – Segmentos Operacionais, vem estabelecer os princípios para divulgação de informação sobre os segmentos operacionais de uma entidade, assim como dos seus produtos e serviços, dos seus mercados geográficos e dos seus principais clientes, é de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Esta norma vem substituir o IAS 14 – Relato por Segmentos, sendo que as alterações introduzidas apesar de conduzirem a divulgação adicional de informação sobre cada segmento de negócio, não vão alterar significativamente a forma como têm vindo a ser apresentados os segmentos operacionais do Grupo, pelo que se optou por não antecipar a sua aplicação. As alterações introduzidas ao IAS 23 – Custos dos Empréstimos Obtidos, IFRS 2- Pagamento com base em Acções, IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras, IAS 32 – Instrumentos Financeiros – Apresentação, IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, IAS 28 – Investimentos em Associadas, IFRS 7 – Instrumentos Financeiros – Divulgação, IAS 36 – Imparidade de Activos, IAS 38 – Activos Intangíveis, IAS 19 – Benefícios de Empregados, IAS 16 – Activos Fixos Tangíveis, IAS 40 – Propriedades de Investimento, IAS 31 – Interesses em Empreendimentos Conjuntos, IAS 29 – Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, IAS 41 – Agricultura, IAS 20 – Contabilização de Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios Governamentais e IAS 39 – Instrumentos Financeiros – Reconhecimento e Mensuração, são de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Tratando-se de matérias de reduzido impacto nas demonstrações financeiras do Grupo, face à informação actualmente divulgada, optou-se por não antecipar a sua aplicação. A alteração ao IFRS 5 – Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, com entrada em vigor em 1 de Julho de 2009, a interpretação IFRIC 15 – Acordos de Construção de Imobiliário, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2009 e a IFRIC 16 – Cobertura de Investimentos Líquidos em Entidades Estrangeiras, que entrou em vigor em 1 de Outubro de 2008, não tinham ainda sido adoptadas pela União Europeia em 31 de Dezembro de 2008. As alterações introduzidas ao IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, vem estabelecer que os efeitos de todas as transacções com interesses não controlados são reconhecidos no capital próprio, se não existir perda de controlo, sendo que essas transacções deixam de resultar no reconhecimento de Goodwill ou de ganhos e perdas. A sua aplicação é obrigatória para exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2009. Também o IFRS 3 – Concentração de Actividades Empresariais, foi sujeito a alterações significativas, de salientar o facto de todas as despesas incorridas com aquisição deverem ser reconhecidas como custos do exercício. A sua aplicação é obrigatória para os exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2009, pelo que o Grupo irá aplicar estas alterações, assim como as introduzidas ao IAS 27, apenas no exercício de 2010. 2.2. Bases de consolidação Datas de referência As demonstrações financeiras consolidadas, com referência a 31 de Dezembro de 2008, incluem os activos, os passivos e os resultados das empresas do Grupo, entendido como o conjunto da JMH e das suas filiais e associadas, as quais são apresentadas nas notas 34 e 16, respectivamente. Participações financeiras em empresas do Grupo Empresas do Grupo (subsidiárias) são as empresas controladas por JMH. Existe controlo quando JMH tem, directa ou indirectamente, mais de metade dos direitos de voto, ou, por outro lado, tem o poder para dirigir as políticas financeiras e operacionais da empresa com o objectivo de usufruir dos benefícios resultantes da sua actividade. Presume-se que existe controlo quando a percentagem de participação é superior a 50%. As empresas do Grupo são incluídas na consolidação pelo método da consolidação integral desde a data em que o controlo é adquirido até à data em que o mesmo efectivamente termina. Na contabilização de aquisição de subsidiárias é utilizado o método da compra. O custo da aquisição corresponde ao justo valor dos activos entregues, acções emitidas e passivos assumidos à data da aquisição, acrescido dos custos directamente imputáveis à aquisição. Nos casos em que não é detido 100% do capital das subsidiárias, é reconhecido um interesse minoritário relativo à parcela dos resultados e do valor líquido de activos atribuível a terceiros. As políticas contabilísticas seguidas pelas companhias, no cumprimento das suas obrigações legais e estatutárias, sempre que necessário foram corrigidas no processo de consolidação por forma a assegurar a consistência com as políticas adoptadas pelo Grupo. Participações financeiras em empresas associadas Empresas associadas são as empresas sobre cujas políticas financeiras e operacionais a JMH exerce uma influência significativa. Presume-se que existe influência significativa quando a percentagem de participação é superior a 20%. Estas participações financeiras são consolidadas pelo método da equivalência patrimonial, isto é, as demonstrações financeiras consolidadas incluem o interesse do Grupo no total de ganhos e perdas reconhecidos da associada, desde a data em que a influência significativa começa até à data em que efectivamente termina. Sempre que o total de perdas atribuíveis ao Grupo exceda o valor da participação financeira na associada, o 257 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Grupo não reconhece mais perdas, excepto quando tenha incorrido em obrigações ou tenha efectuado pagamentos em nome da associada. Participações financeiras em empresas controladas conjuntamente As empresas controladas conjuntamente são aquelas sobre as quais o Grupo exerce um controlo conjunto estabelecido por acordos parassociais. Estas empresas são incluídas na consolidação pelo método da consolidação proporcional, ou seja, as demonstrações financeiras consolidadas incluem a parcela atribuível ao Grupo dos activos, passivos e resultados acumulados destas empresas, desde a data em que o controlo conjunto se inicia até que ele efectivamente termina. Goodwill Goodwill representa o excesso do custo de aquisição sobre o justo valor dos activos e passivos identificáveis atribuíveis ao Grupo à data da aquisição ou da primeira consolidação. Se o custo de aquisição for inferior ao justo valor dos activos líquidos da subsidiária adquirida, a diferença é reconhecida directamente em resultados do exercício. À data do balanço o Grupo avalia se existe alguma indicação de imparidade. Se existir tal indicação, é efectuada uma avaliação quanto à recuperabilidade do valor líquido do Goodwill, sendo reconhecida uma perda por imparidade sempre que o valor contabilístico do Goodwill exceda o seu valor recuperável (nota 2.13). O ganho ou perda na alienação de uma entidade inclui o valor contabilístico do Goodwill relativo a essa entidade, excepto quando o negócio a que esse Goodwill está associado se mantenha a gerar benefícios para o Grupo. Conversão para euros das demonstrações financeiras em moeda estrangeira As demonstrações financeiras das entidades estrangeiras são convertidas para euros utilizando o câmbio de fecho para os activos e passivos e os câmbios históricos para o capital próprio. Os custos e proveitos são convertidos ao câmbio médio mensal que é aproximadamente o câmbio da data das respectivas transacções. A diferença cambial decorrente é registada directamente nos capitais próprios, líquida do efeito gerado pelo instrumento de cobertura (ver política contabilística descrita na nota 2.5). Sempre que uma entidade estrangeira é alienada, a diferença cambial acumulada é reconhecida na demonstração dos resultados como parte do ganho ou perda na venda. O Goodwill e os ajustamentos ao justo valor, originados na aquisição de uma entidade estrangeira, são tratados como activos e passivos da entidade estrangeira e convertidos ao câmbio de fecho. Saldos e transacções entre empresas do Grupo Os saldos e as transacções, bem como ganhos não realizados, entre empresas do Grupo e entre estas e a empresa-mãe são anulados na consolidação. As perdas não realizadas são também eliminadas, salvo se o custo não puder ser recuperado. Ganhos não realizados decorrentes de transacções com empresas associadas ou empresas conjuntamente controladas são anulados na consolidação na parte atribuível ao Grupo. As perdas não realizadas são da mesma forma eliminadas, salvo se proporcionarem prova de imparidade do activo transferido. 2.3. Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para euros à taxa de câmbio em vigor à data da transacção. À data do balanço, os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio em vigor a essa data e as diferenças de câmbio resultantes dessa conversão são reconhecidas como resultados do exercício, excepto quando se tratam de activos e passivos que sejam classificados como cobertura de investimentos em entidades estrangeiras, para os quais as diferenças de câmbio resultantes são diferidas nos capitais próprios. As principais cotações utilizadas à data do balanço foram as seguintes: Taxa em 31 de Dezembro de 2008 Zloty da Polónia (PLN) Dólar dos Estados Unidos da América (USD) € 0,2408 € 0,7177 Taxa média do ano € 0,2844 - 2.4. Instrumentos financeiros derivados O Grupo utiliza derivados com o único objectivo de gerir os riscos financeiros a que se encontra sujeito. De acordo com as suas políticas financeiras, o Grupo não utiliza derivados para especulação. 258 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Apesar de os derivados contratados pelo Grupo corresponderem a instrumentos eficazes na cobertura económica de riscos, nem todos qualificam como instrumentos de cobertura contabilística de acordo com as regras e requisitos do IAS 39. Os instrumentos que não qualifiquem como instrumentos de cobertura contabilística são registados no balanço pelo seu justo valor e as variações no mesmo são reconhecidas em resultados financeiros. Sempre que disponível, o justo valor dos derivados é estimado com base em instrumentos cotados. Na ausência de preços de mercado, o justo valor dos derivados é estimado através do método de fluxos de caixa descontados e modelos de valorização de opções, de acordo com pressupostos geralmente utilizados no mercado. Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. 2.5. Contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições: (i) À data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura; (ii) Existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iii) A eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iv) Para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer. Risco de taxa de juro (cobertura de fluxos de caixa) Sempre que as expectativas de evolução de taxas de juro o justifiquem, o Grupo procura contratar operações de protecção contra movimentos adversos, através de instrumentos derivados, tais como interest rate swaps (IRS), caps e floors, FRA’s, etc. Na selecção de instrumentos são essencialmente valorizados os aspectos económicos dos mesmos. São igualmente tidas em conta as implicações da inclusão de cada instrumento adicional na carteira de derivados existente, nomeadamente os efeitos em termos de volatilidade nos resultados. As operações que qualifiquem como instrumentos de cobertura em relação de cobertura de fluxo de caixa, são registadas no balanço pelo seu justo valor e, na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos instrumentos são inicialmente registadas por contrapartida de capitais próprios e posteriormente reclassificadas para a rubrica de custos financeiros. Se as operações de cobertura apresentarem ineficácia, esta é registada directamente em resultados. Desta forma e em termos líquidos, os custos associados aos financiamentos cobertos são periodificados à taxa inerente à operação de cobertura contratada. Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. Risco de taxa de juro (cobertura de justo valor) Para operações de financiamento contratadas em moeda estrangeira ou à taxa de juro fixa, que não se tratem de coberturas naturais de investimentos numa operação estrangeira, sempre que se justifique, o Grupo procura contratar operações de cobertura de justo valor como instrumento de neutralização da volatilidade que esses financiamentos podem trazer às demonstrações financeiras do Grupo. Os instrumentos de cobertura que sejam designados e qualifiquem como de cobertura de justo valor, são registados no balanço pelo seu justo valor por contrapartida de resultados. Paralelamente, as alterações ao justo valor dos instrumentos cobertos, na componente que está a ser coberta, é ajustada por contrapartida de resultados. Consequentemente, qualquer ineficácia das coberturas é imediatamente reconhecida em resultados. Se a cobertura deixar de cumprir com os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, o instrumento financeiro derivado é transferido para a carteira de negociação e a contabilidade de cobertura é descontinuada prospectivamente. Caso o activo ou passivo coberto corresponda a um instrumento de rendimento fixo, o ajustamento de revalorização é amortizado até à sua maturidade pelo método da taxa efectiva. Risco de taxa de câmbio No que respeita ao risco cambial, o Grupo prossegue uma política de cobertura natural recorrendo a financiamento em moeda local sempre que as condições de mercado (nomeadamente o nível das taxas de juro) o aconselhem. 259 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Investimentos líquidos em entidades estrangeiras A flutuação cambial associada a empréstimos em moeda estrangeira contraídos com o objectivo de cobertura de um investimento numa operação estrangeira é reconhecida directamente em reservas na rubrica de diferenças cambiais (nota 2.2). Os swaps cambiais contratados com vista à cobertura de investimentos em operações estrangeiras que qualifiquem como instrumentos de cobertura são registados no balanço pelo seu justo valor. Na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos swaps cambiais são reconhecidas directamente em reservas na rubrica de diferenças cambiais (nota 2.2). Os ganhos e perdas acumulados nas reservas são transferidos para resultados do exercício quando as entidades estrangeiras são alienadas. 2.6. Activos fixos tangíveis Os activos fixos que não sejam terrenos são registados ao custo de aquisição líquido das respectivas amortizações acumuladas e de perdas de imparidade (nota 2.13). A classe de activos terrenos encontra-se registada pelo valor reavaliado, determinado com base em avaliações efectuadas por peritos independentes (ver nota 2.9). Os aumentos ao valor contabilístico em resultado de reavaliações de terrenos são creditados em reservas de reavaliação nos capitais próprios do Grupo. As reduções que possam ser compensadas por anteriores reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. Os ganhos ou perdas na alienação são determinados pela comparação da receita obtida com o valor contabilístico e reconhecida a diferença nos resultados operacionais. Quando activos reavaliados são vendidos, o montante que se encontra reconhecido em reservas de reavaliação é transferido para resultados transitados. Os custos com a manutenção e reparação que não aumentam a vida útil destes activos fixos são registados como custos do exercício em que ocorrem. O custo com grandes reparações e remodelações de lojas é incluído no valor contabilístico do activo sempre que se perspective que este origine benefícios económicos adicionais. Contratos de locação financeira Os bens cuja utilização decorre de contratos de locação financeira relativamente aos quais o Grupo assume substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse do activo locado são classificados como activos fixos tangíveis. Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo menor do justo valor do bem locado ou do valor actual das rendas de locação vincendas. Os activos adquiridos em locação financeira são amortizados de acordo com a política estabelecida pelo Grupo para os activos fixos tangíveis. As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos são imputados aos respectivos períodos durante o prazo de locação a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador. Amortizações As amortizações são calculadas sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal em função da vida útil estimada para cada tipo de bem. As taxas de amortização anual (em %) mais importantes são as seguintes: % Terrenos Edifícios e outras construções Equipamento básico Equipamento de transporte Equipamento administrativo Não amortizados 2-4 10-20 12,5-25 10-25 2.7. Activos Intangíveis Os activos intangíveis encontram-se registados pelo custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas e de perdas de imparidade (nota 2.13). Os custos com Goodwill gerado internamente e Marcas Próprias são registados na conta de resultados à medida que são incorridos. Despesas de investigação e desenvolvimento As despesas de investigação, efectuadas na procura de novos conhecimentos técnicos ou científicos ou na busca de soluções alternativas, são reconhecidas em resultados quando incorridas. 260 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 As despesas de desenvolvimento são capitalizadas quando é demonstrável a executabilidade técnica do produto ou processo em desenvolvimento e o Grupo tem a intenção e a capacidade de completar o seu desenvolvimento e iniciar a sua comercialização ou o seu uso. As despesas de desenvolvimento capitalizadas incluem custos de materiais utilizados, mão de obra directa e uma proporção de gastos gerais. Despesas com programas de computador (software) Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de software são reconhecidos como despesas quando incorridos, excepto quando esses custos sejam directamente associados a projectos de desenvolvimento em que seja quantificável a geração de benefícios económicos futuros, sendo reconhecidos como activos intangíveis incluídos no montante capitalizado das despesas de desenvolvimento. Outros activos intangíveis Despesas na aquisição de trespasses, marcas, patentes e licenças são capitalizadas sempre que seja expectável a sua utilização pelo Grupo. Activos intangíveis de vida útil indefinida As marcas Pingo Doce e Feira Nova, para além do Goodwill, são os únicos activos intangíveis de vida útil indefinida, para os quais não existe um limite temporal a partir do qual se espere que deixem de gerar benefícios económicos para o Grupo. Amortizações As amortizações são reconhecidas na demonstração dos resultados numa base linear durante o período estimado de vida útil dos activos intangíveis, excepto se a sua vida for considerada indefinida. O Goodwill e os activos intangíveis com vida útil indefinida são testados para efeitos de imparidade à data do balanço e sempre que um determinado evento ou circunstância indique que o seu valor contabilístico possa não ser recuperável. As amortizações dos restantes activos intangíveis são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal. As taxas de amortização anual em % mais importantes são as seguintes: % Despesas de desenvolvimento Trespasses e marcas comerciais 20-33,33 5-6,66 2.8. Activos financeiros Os activos financeiros são reconhecidos no balanço do Grupo na data de negociação ou contratação, que é a data em que o Grupo se compromete a adquirir ou alienar o activo. No momento inicial, os activos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis, excepto para os activos ao justo valor através de resultados em que os custos de transacção são imediatamente reconhecidos em resultados. Estes activos são desreconhecidos quando (i) expiram os direitos contratuais do Grupo ao recebimento dos seus fluxos de caixa; (ii) o Grupo tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção; ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, o Grupo tenha transferido o controlo sobre os activos. Os activos e passivos financeiros são compensados e apresentados pelo valor líquido, quando e só quando, o Grupo tem o direito a compensar os montantes reconhecidos e tem a intenção de liquidar pelo valor líquido. O Grupo classifica os seus activos financeiros nas seguintes categorias: investimentos financeiros detidos para negociação e instrumentos financeiros derivados, empréstimos e contas a receber e investimentos financeiros disponíveis para venda. A sua classificação depende do propósito que conduziu à sua aquisição. Investimentos financeiros detidos para negociação e instrumentos financeiros derivados Um activo é classificado nesta categoria se foi adquirido com a principal intenção de ser vendido no curto prazo. Nesta categoria integram-se também os derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura. Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor de activos mensurados ao justo valor através de resultados, são reconhecidos em resultados do período em que ocorrem na rubrica de custos financeiros líquidos, onde se incluem os montantes de rendimentos de juros e dividendos. Empréstimos e contas a receber Correspondem a activos financeiros não derivados, com pagamentos fixos ou determinados, para os quais não existe um mercado de cotações activo. São originados pelo decurso normal das actividades operacionais do Grupo, no fornecimento de mercadorias ou serviços, e sobre os quais o Grupo não tem intenção de negociar. Os empréstimos e contas a receber são subsequentemente mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. 261 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Investimentos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) o Grupo tem intenção de manter por tempo indeterminado; (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial; ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. São reconhecidos como activos não correntes excepto se houver intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data de balanço. As partes de capital detidas que não sejam participações em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente ou associadas, são classificadas como investimentos financeiros disponíveis para venda e reconhecidas no balanço como activos não correntes. Estes investimentos financeiros são contabilizados ao valor de mercado, entendido como o respectivo valor de cotação à data de balanço. Sempre que as expectativas de médio prazo de mercado apontem para valorizações significativamente abaixo da cotação na data de balanço, são registadas provisões para perdas por imparidade reflectindo essas perdas permanentes. Caso não exista um mercado activo, o Grupo utiliza, sempre que possível, técnicas de avaliação para apurar o justo valor das participações. Estas podem incluir transacções recentes entre entidades independentes, comparação com outros instrumentos com características similares ou estimativa do valor actual de recebimentos futuros. Não sendo possível a aplicação de qualquer uma destas técnicas de avaliação, as participações em causa são mantidas ao custo de aquisição, sendo constituídas provisões para imparidade nos casos que se justifiquem. As mais e menos valias potenciais resultantes são registadas directamente em reservas até que o investimento financeiro seja vendido, recebido ou de qualquer forma alienado, momento em que o ganho ou perda acumulado anteriormente reconhecido no capital próprio é incluído no resultado líquido do período. Os dividendos de instrumentos de capital classificados como disponíveis para venda são reconhecidos em resultados do exercício na rubrica de ganhos em outros investimentos, quando o direito de receber o pagamento é estabelecido. 2.9. Propriedades de investimento As propriedades de investimento são valorizadas ao justo valor determinado por entidades especializadas e independentes, com qualificação profissional reconhecida e com experiência na avaliação deste tipo de activos. O justo valor é baseado em valores de mercado, sendo este o montante pelo qual duas entidades independentes e interessadas, estariam dispostas a transaccionar o activo. A metodologia adoptada na avaliação e determinação dos justos valores consiste na aplicação do método comparativo de mercado, no qual o activo a avaliar é comparado com outros imóveis semelhantes e que exerçam a mesma função, transaccionados há pouco tempo no local ou zonas equiparáveis. Os valores de transacções conhecidas são ajustados para tornar pertinente a comparação sendo consideradas as variáveis de dimensão, localização, infra-estruturas existentes, estado de conservação e outras que possam ser, de alguma forma, relevantes. Complementarmente, e em particular em casos em que seja difícil a comparação com transacções ocorridas, é utilizado o método de rentabilidade, em que se assume que o valor do património imobiliário corresponde ao valor actual de todos os direitos e benefícios futuros decorrentes da sua posse. Para este efeito parte-se de uma estimativa de renda de mercado atendendo a todas as variáveis endógenas e exógenas do imóvel em avaliação, e considera-se uma yield que reflecte o risco de mercado em que o activo se insere, assim como as características do próprio activo objecto de avaliação. Assim, os pressupostos utilizados na avaliação de cada activo variaram de acordo com a sua localização e características técnicas tendo sido utilizada em média uma yield de 8%. Alterações ao justo valor das propriedades de investimento são reconhecidas na demonstração dos resultados de acordo com o IAS 40 e incluídas em custos líquidos de financiamento, na medida em que se trata do retorno esperado de aplicações financeiras em activos detidos para valorização. Sempre que, por alteração do uso esperado dos activos fixos tangíveis, estes sejam transferidos para a rubrica propriedades de investimento, o valor de transferência corresponde ao que estiver registado, que deverá ser o valor de mercado a essa data. Se uma propriedade de investimento passar a ser utilizada nas actividades operacionais do Grupo, a mesma é transferida para activos fixos tangíveis e o justo valor à data da transferência passa a ser o seu custo de aquisição para efeitos contabilísticos. 2.10 Clientes e devedores Os saldos de clientes e devedores são inicialmente registados ao justo valor e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo, deduzidos de provisões para perdas de imparidade. 262 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 2.11 Existências As existências são valorizadas ao menor, entre o custo e o valor realizável líquido. O valor realizável líquido corresponde ao preço de venda no curso normal das actividades, deduzido dos custos directamente associados à venda. A sua valorização segue em geral o último preço de aquisição, o qual, atendendo à elevada rotação das existências, corresponde aproximadamente ao custo real que seria determinado com base no método FIFO. Os produtos acabados e em vias de fabrico incluem na sua valorização as matérias primas, mão-de-obra e gastos gerais de fabrico. 2.12 Caixa e equivalentes de caixa A rubrica caixa e equivalentes de caixa inclui caixa, depósitos à ordem e aplicações de tesouraria com grande liquidez. Os descobertos bancários são apresentados como empréstimos correntes no passivo. 2.13 Imparidade 2.13.1 Imparidade de activos não financeiros Exceptuando propriedades de investimento (nota 2.9), existências (nota 2.11) e impostos diferidos activos (nota 2.22), os activos do Grupo são analisados à data de cada balanço por forma a detectar indicações de eventuais perdas por imparidade. Se essa indicação existir, o valor recuperável do activo é avaliado. Para Goodwill e outros activos intangíveis com vida útil indefinida, o valor recuperável é avaliado anualmente à data do balanço. Para as unidades geradoras de caixa com actividade iniciada há menos que um certo período de tempo (2 a 3 anos dependendo do segmento de negócio) o Grupo entende não ser relevante efectuar análise da imparidade na medida em que os respectivos negócios não terão atingido ainda maturidade suficiente, que permita efectuar uma reavaliação credível. É determinado o valor recuperável dos activos do Grupo para os quais existem indicações de potenciais perdas por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um activo, ou da unidade geradora de caixa onde o mesmo se encontra inserido, excede a quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício. Determinação da quantia recuperável dos activos A quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor actual dos futuros recebimentos esperados, utilizando como factor de desconto a taxa de juro efectiva implícita na operação original. Para os restantes activos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de uso. Na determinação do valor de uso de um activo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando uma taxa de desconto antes de impostos que reflecte as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do activo em questão. A quantia recuperável dos activos que por si só não geram fluxos de caixa independentes é determinada em conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos. Reversão de perdas por imparidade Uma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a justificação para o aumento da respectiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após a data do reconhecimento da perda por imparidade. Uma perda por imparidade reconhecida relativa a Goodwill não é revertida. As perdas por imparidade relativas a outros activos são revertidas sempre que existam alterações nas estimativas usadas para a determinação da respectiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o activo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido reconhecida. 2.13.2 Imparidade de activos financeiros O Grupo analisa a cada data de balanço se existe evidência objectiva que um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros se encontra em imparidade. Activos financeiros disponíveis para venda No caso de activos financeiros classificados como disponíveis para venda, um declínio prolongado ou significativo no justo valor do instrumento abaixo do seu custo é considerado como um indicador que os instrumentos se encontram em imparidade. Se alguma evidência semelhante existir para activos financeiros classificados como 263 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 disponíveis para venda, a perda acumulada – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, menos qualquer perda de imparidade do activo financeiro que já tenha sido reconhecida em resultados – é removida de capitais próprios e reconhecida na demonstração de resultados. Perdas de imparidade de instrumentos de capital reconhecidas em resultados não são revertidas através da demonstração de resultados. Clientes, devedores e outros activos financeiros São registadas provisões para perdas por imparidade quando existem indicadores objectivos que o Grupo não irá receber todos os montantes a que tinha direito de acordo com os termos originais dos contratos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores, tais como: (i) (ii) (iii) (iv) análise de incumprimento; incumprimento há mais de 3 meses; dificuldades financeiras do devedor; probabilidade de falência do devedor. A provisão para perdas de imparidade é determinada pela diferença entre o valor recuperável e o valor de balanço do activo financeiro e é registada por contrapartida de resultados do exercício. O valor de balanço destes activos é reduzido para o valor recuperável através da utilização de uma conta de provisões. Quando um montante a receber de clientes e devedores é considerado irrecuperável é abatido por utilização da conta de provisões para perdas de imparidade. As recuperações subsequentes de montantes que tenham sido abatidos são registados em resultados. Quando valores a receber de clientes ou a outros devedores que se encontrem vencidos, são objecto de renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. 2.14 Capital Os custos com emissão de novas acções são reconhecidos directamente em reservas, líquidos do respectivo imposto. As acções próprias adquiridas são valorizadas pelo seu preço de aquisição e registadas como uma redução ao capital próprio. Quando essas acções são alienadas, o montante recebido, deduzido de eventuais custos directos de transacção e respectivo imposto, é reconhecido directamente em capital próprio. 2.15 Dividendos Os dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados. 2.16 Empréstimos Os empréstimos são reconhecidos inicialmente ao justo valor deduzidos de custos de transacção incorridos e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre o valor de emissão (líquido de custos de transacção incorridos) e o valor nominal é reconhecido em resultados durante o período de existência dos empréstimos de acordo com o método do juro efectivo. 2.17 Benefícios de empregados Benefícios pós-emprego (Reforma) Planos de contribuição definida Os planos de contribuição definida são planos de pensões para os quais o Grupo efectua contribuições definidas a entidades independentes (fundos) e relativamente aos quais não tem obrigação legal ou construtiva de pagar qualquer contribuição adicional no momento em que os empregados usufruam dos referidos benefícios. As contribuições do Grupo para planos de contribuição definida são contabilizadas como custo no período a que respeitam. Planos de benefícios definidos Os planos de benefício definido são planos de pensões nos quais o Grupo garante a atribuição de um determinado benefício aos empregados integrados no plano, no momento em que estes se reformarem. A responsabilidade do Grupo com planos de benefícios definidos é estimada semestralmente, à data de fecho de contas, para cada plano separadamente, por uma entidade especializada e independente. O cálculo actuarial é efectuado utilizando o método de rendas imediatas, atendendo ao facto de se tratarem de planos apenas para ex-colaboradores já reformados. A taxa de desconto aplicada corresponde à taxa de juro das obrigações de médio e longo prazo sem risco, sendo a responsabilidade assim determinada apresentada no balanço deduzida do valor dos activos dos fundos constituídos. 264 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 O custo normal do ano, o custo dos juros, o retorno dos activos do plano e os ganhos ou perdas actuariais são reconhecidos como custo ou proveito do exercício. Outros Benefícios Prémios de Antiguidade O programa de prémios de antiguidade existente no Grupo engloba uma componente de contribuição definida e outra de benefício definido. A componente de contribuição definida, consiste na atribuição de um seguro de vida e contribuição para um plano de complemento de reforma, aos colaboradores englobados neste programa, a partir de determinado número de anos de serviço. Os custos relacionados com esta componente são reconhecidos no exercício a que dizem respeito. A componente de benefício definido consiste na atribuição de um prémio no ano em que os colaboradores completam determinado número de anos de serviço. Nestes termos, as responsabilidades com esta componente, são determinadas anualmente com base em cálculo actuarial, efectuado por uma entidade especializada e independente. São reconhecidos como custos do exercício a componente de custos com serviços correntes assim como os ganhos ou perdas actuariais. 2.18 Provisões São constituídas provisões no balanço sempre que o Grupo tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um acontecimento passado e sempre que é provável que uma diminuição, passível de estimativa razoável, de recursos incorporando benefícios económicos será exigida para liquidar a obrigação. Provisão para custos de reestruturação São constituídas provisões para custos de reestruturação sempre que um plano formal (para reestruturação) tenha sido aprovado pelo Grupo e este tenha sido iniciado ou anunciado publicamente. 2.19 Fornecedores e outros credores Os saldos de fornecedores e outros credores são registados inicialmente ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. 2.20 Proveitos Vendas e prestações de serviços Os proveitos decorrentes das vendas são reconhecidos na demonstração dos resultados quando os riscos e vantagens significativos, inerentes à posse dos activos vendidos, são transferidos para o comprador. Os proveitos associados com as prestações de serviços são reconhecidos em resultados com referência à fase de acabamento da transacção à data de balanço. Os proveitos relativos a compras de mercadorias são reconhecidos à medida que as mesmas são vendidas. Subsídios Os subsídios do Estado só são reconhecidos após existir segurança de que o Grupo cumprirá as condições a eles associadas e que os subsídios serão recebidos. Os subsídios à exploração, recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por custos incorridos, são registados na demonstração dos resultados de forma sistemática durante os períodos em que são reconhecidos os custos que aqueles subsídios visam compensar. Os subsídios ao investimento recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por investimentos efectuados em activos fixos são reconhecidos em resultados durante a vida útil estimada do respectivo activo subsidiado, com um máximo de 10 anos. Rendas As rendas recebidas do arrendamento de propriedades de investimento são reconhecidas em resultados como proveitos financeiros no período a que dizem respeito. Dividendos Os dividendos são reconhecidos como proveitos quando declarados. 265 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 2.21 Custos Leasings Operacionais Os pagamentos efectuados ao abrigo de contratos de leasing operacional são reconhecidos na demonstração dos resultados numa base linear ao longo do período de duração dos mesmos. Custos financeiros líquidos Os custos financeiros líquidos representam juros de empréstimos obtidos, juros de investimentos efectuados, dividendos, ganhos e perdas cambiais, ganhos e perdas resultantes da alteração de valor de activos mensurados pelo seu justo valor através de resultados, ganhos e perdas na valorização de propriedades de investimento e custos e proveitos com operações de financiamento. Os custos financeiros líquidos são reconhecidos em resultados numa base de acréscimo durante o período a que dizem respeito. 2.22 Impostos sobre os lucros O imposto sobre o rendimento inclui imposto corrente e diferido. O imposto sobre o rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados excepto quando se relaciona com ganhos ou perdas directamente relevados em reservas, caso em que é também reconhecido directamente em reservas. O imposto sobre o rendimento corrente é calculado de acordo com os critérios fiscais vigentes à data do balanço. O imposto diferido é calculado, com base no método da responsabilidade de balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a respectiva base de tributação. Não é calculado imposto diferido sobre o Goodwill e as diferenças de reconhecimento inicial de um activo e passivo quando não são afectados, nem o resultado contabilístico, nem o fiscal. A base tributável dos activos e passivos é determinada por forma a reflectir as consequências de tributação derivadas da forma pela qual a empresa espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos e passivos. Para a determinação do imposto diferido é utilizada a taxa que deverá estar em vigor no exercício em que as diferenças temporárias serão revertidas. São reconhecidos impostos diferidos activos sempre que existe razoável segurança de que serão gerados lucros futuros contra os quais os activos poderão ser utilizados. Os impostos diferidos activos são revistos anualmente e reduzidos sempre que deixe de ser provável que possam ser utilizados. 2.23 Informação por segmentos Segmento de negócio Segmento de negócio é um componente distinguível do Grupo, comprometido em fornecer um produto ou serviço individual, e que está sujeito a riscos e retornos diferentes dos de outros segmentos de negócio. Foram identificados dois segmentos de negócio: a distribuição de produtos de consumo em lojas de auto-serviço; e a indústria de produtos de consumo alimentares, de higiene pessoal e doméstica e serviços de distribuição de produtos através de representações. Segmento geográfico Segmento geográfico é uma área individualizada do Grupo comprometida em fornecer produtos ou serviços dentro de um ambiente económico particular e que está sujeita a riscos e retornos que são diferentes de outras áreas que operam em outros ambientes económicos. Foram identificados como segmentos geográficos Portugal e Polónia. 2.24 Concentração de actividades empresariais Ao registo de transacções de concentração que envolvam entidades que se encontram sob controlo do Grupo, antes e após essa concentração se verificar, é aplicado o método do valor contabilístico. 2.25 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras Activos tangíveis, intangíveis e propriedades de investimento A determinação do justo valor dos activos tangíveis e de propriedades de investimento, assim como as vidas úteis dos activos, é baseada em estimativas da gestão. A determinação da existência de perdas de imparidade destes activos envolve também a utilização de estimativas. O valor recuperável e o justo valor destes activos é 266 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 normalmente determinado com recurso à utilização de modelos de fluxos de caixa descontados, que incorporam pressupostos de mercado. A identificação de indicadores de imparidade, bem como a estimativa de fluxos de caixa futuros e a determinação do justo valor de activos requerem julgamento significativo por parte da gestão no que diz respeito à validação de indicadores de imparidade, fluxos de caixa esperados, taxas de desconto aplicáveis, vidas úteis estimadas e valores residuais. Se estes pressupostos não se materializarem como a gestão estima, o Grupo poderá ter potenciais impactos ao nível dos resultados operacionais e no consequente registo de imparidades, nomeadamente ao nível do Goodwill. Justo valor de instrumentos financeiros O justo valor de instrumentos financeiros não cotados num mercado activo, é determinado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras. A utilização de metodologias de valorização requer a utilização de pressupostos, sendo que alguns deles requerem a utilização de estimativas por parte da gestão. Desta forma, alterações nos referidos pressupostos poderiam resultar numa alteração do justo valor reportado. Imparidade de investimentos em associadas Em regra, o registo de imparidade num investimento de acordo com as IFRS é efectuado quando o valor de balanço do investimento excede o valor actual dos fluxos de caixa futuros. O cálculo do valor actual dos fluxos de caixa estimados e a decisão de considerar a imparidade permanente envolve julgamento e reside substancialmente na análise da gestão em relação ao desenvolvimento futuro das suas associadas. Na mensuração da imparidade, são utilizados preços de mercado, se disponíveis, ou outros parâmetros de avaliação, baseados na informação disponível das associadas. No sentido de determinar se a imparidade é permanente, o Grupo considera a capacidade e a intenção de deter o investimento por um período razoável de tempo que seja suficiente para uma previsão da recuperação do justo valor até (ou acima) do valor de balanço, incluindo uma análise de factores como os resultados esperados da associada, o enquadramento económico regional e o estado do sector. Impostos diferidos O reconhecimento de impostos diferidos pressupõe a existência de resultados e matéria colectável futura. Os impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actualmente em vigor para as empresas do Grupo, ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos diferidos. Provisões para perdas por imparidade de clientes e devedores A gestão mantém uma provisão para perdas de imparidade de clientes e devedores, de forma a reflectir as perdas estimadas resultantes da incapacidade dos clientes de efectuarem os pagamentos requeridos. Ao avaliar a razoabilidade da provisão para as referidas perdas por imparidade, a gestão baseia as suas estimativas numa análise do tempo de incumprimento decorrido dos seus saldos de recebimentos de clientes, a sua experiência histórica de abates, o histórico de crédito do cliente e mudanças nos termos de pagamento do cliente. Se as condições financeiras do cliente se deteriorarem, as provisões para perdas de imparidade e os abates reais poderão ser superiores aos esperados. Pensões e outros benefícios a empregados A determinação das responsabilidades por pagamento de pensões requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões. Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados. Provisões O Grupo exerce julgamento considerável na mensuração e reconhecimento de provisões e a sua exposição a passivos contingentes relacionados com processos em contencioso. O julgamento é necessário de forma a aferir a probabilidade que um contencioso tem de ser bem sucedido, ou suscitar o registo de um passivo. As provisões são reconhecidas quando o Grupo espera que processos em curso irão originar a saída de fluxos, a perda seja considerada provável e possa ser razoavelmente estimada. Devido às incertezas inerentes ao processo de avaliação, as perdas reais poderão ser diferentes das originalmente estimadas na provisão. Estas estimativas estão sujeitas a alterações à medida que nova informação fica disponível, principalmente com o apoio de especialistas internos, se disponíveis, ou através do apoio de consultores externos, como actuários ou consultores legais. Revisões às estimativas destas perdas de processos em curso podem afectar significativamente os resultados futuros. 2.26 Justo valor de instrumentos financeiros Na determinação do justo valor de um activo ou passivo financeiro, se existir um mercado activo, o preço de mercado é aplicado. No caso de não existir um mercado activo, o que é o caso para alguns dos activos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites no mercado, baseadas em pressupostos de mercado. 267 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 O Grupo aplica técnicas de valorização para instrumentos financeiros não cotados, tais como, derivados, instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados e para activos disponíveis para venda. Os modelos de valorização que são utilizados mais frequentemente são modelos de fluxos de caixa descontados e modelos de opções, que incorporam por exemplo curvas de taxa de juro e volatilidade de mercado. Caixa e equivalentes de caixa e devedores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por activos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os instrumentos financeiros cotados encontram-se reflectidos no balanço ao seu justo valor, os restantes investimentos financeiros disponíveis para venda estão mensurados ao custo deduzidos de imparidade uma vez que o justo valor não é possível determinar com fiabilidade (nota 17). Empréstimos obtidos O justo valor dos empréstimos é obtido através do valor descontado de todos os fluxos de caixa esperados a serem pagos. Os fluxos de caixa esperados são descontados a taxas de juro actuais de mercado. À data de reporte, o seu valor de balanço é aproximadamente o seu justo valor, excepto o empréstimo obrigacionista Private Placement (USPP), cujo valor de balanço difere do justo valor (ver nota 25.2). Credores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por passivos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. 2.27 Instrumentos financeiros por categoria Derivados de Negociação Derivados designados como instrumentos de cobertura Activos fin. detidos p/negociação Empréstimos e contas a receber 58.170 168.962 Activos fin. disponíveis p/venda Outros passivos financeiros Total activos e passivos financeiros 2008 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa Investimentos financeiros disponíveis para venda Devedores e acréscimos e diferimentos 7.470 162.426 Instrumentos financeiros derivados TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 227.132 7.470 162.426 2.064 - 2.064 6.175 13.489 6.175 13.489 2.064 58.170 331.388 7.470 - 399.092 1.047.677 1.047.677 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados 19.664 Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS - - - 1.498.618 1.498.618 2.546.295 2.565.959 2007 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa 268.639 Investimentos financeiros disponíveis para venda 268.639 10.289 Devedores e acréscimos e diferimentos 10.289 144.227 Instrumentos financeiros derivados 1.066 127 TOTAL ACTIVOS FINANCEIROS 1.066 127 13.447 37.493 13.447 37.493 144.227 1.193 - 412.866 10.289 - 424.348 792.156 792.156 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados 50.940 Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS FINANCEIROS - - - 1.242.043 1.242.043 2.034.199 2.085.139 268 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 3 Reporte por segmentos de actividade A informação por segmentos é apresentada de acordo com os segmentos geográfico e de negócio do Grupo. Os resultados, activos e passivos de cada segmento correspondem àqueles que lhes são directamente atribuíveis assim como os que, numa base razoável, lhes podem ser atribuídos. Os resultados, activos e passivos não directamente imputáveis aos segmentos, consubstanciados na coluna “não alocado”, referem-se essencialmente a operações financeiras e incluem ainda os ajustamentos de consolidação. Informação detalhada referente aos segmentos DISTRIBUIÇÃO Portugal 2008 INDÚSTRIA E SERVIÇOS Portugal Polónia 2007 2008 2007 2008 NÃO ALOCADO 2007 2008 TOTAL 2007 2008 2007 Proveitos com clientes externos Vendas Prestações de serviços Proveitos inter-segmentos TOTAL DE PROVEITOS RESULTADO DO SEGMENTO 3.091.416 2.685.584 3.505.367 2.379.208 272.972 265.437 1.843 480 6.871.598 12.561 - - 307 394 22.139 18.969 3.098.004 2.691.598 3.520.611 2.391.769 272.972 265.437 2.150 874 6.893.737 5.349.678 6.588 6.014 328 513 62.140 54.632 (62.791) (55.371) - - 335.112 320.069 (60.641) (54.497) 6.893.737 5.349.678 46.374 31.664 (2.107) (2.044) 103.771 323 5.330.709 3.098.332 2.691.824 3.520.934 2.392.282 92.405 226 15.244 166.143 91.789 Custos financeiros líquidos Ganhos em empresas associadas Ganhos/Perdas em outros investimentos 302.815 225.180 (78.728) (59.469) 318 231 (2.294) 21.824 RESULTADOS ANTES DE IMPOSTOS 222.111 187.766 Imposto sobre o rendimento do exercício (46.131) (36.857) Interesses minoritários (12.764) (19.648) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 163.216 131.261 TOTAL DE ACTIVOS 2.233.518 1.942.543 1.221.703 950.215 316.027 310.074 (44.683) (75.769) 3.726.565 3.127.063 TOTAL DE PASSIVOS 1.615.901 1.296.950 579.179 216.027 222.125 149.714 164.604 2.795.440 2.262.858 813.798 Fluxos de caixa de actividades operacionais Fluxos de caixa de actividades de investimento Fluxos de caixa de actividades de financiamento Investimento em Activos Fixos Tangíveis e Intangíveis Provisões e ajustamentos para o valor de realização Amortizações e Depreciações 200.550 256.134 289.623 205.365 7.036 7.520 2.035 336 548.264 426.751 (821.375) (405.056) 187.200 61.251 499.244 469.355 644 (704) 1.962 (1.829) 1.250 912 (1.585) 230 2.271 (1.391) 84.838 72.680 67.122 48.664 5.427 5.275 196 102 157.583 126.721 Activos financeiros com risco de crédito por segmento O quadro abaixo apresenta a exposição do Grupo de acordo com os valores de balanço dos activos financeiros, caracterizados por sector de actividade. DISTRIBUIÇÃO Portugal INDÚSTRIA E SERVIÇOS Portugal Polónia 2007 2008 2007 NÃO ALOCADO 2008 2007 2008 2008 65.805 61.160 105.376 196.231 4.365 9.023 51.586 5.852 5.882 - - 22 20 1.596 101.542 88.911 34.486 28.206 75.653 71.485 - 261 - - - 173.199 156.214 139.862 224.437 80.040 2007 TOTAL Portugal 2008 2007 2.225 227.132 268.639 4.387 7.470 10.289 (49.255) (44.375) 162.426 144.227 - 2.064 932 2.064 1.193 80.528 5.991 (36.831) 399.092 424.348 Activos Caixa e equivalentes de caixa Investimentos financeiros disponíveis para venda Devedores e acréscimos e diferimentos Instrumentos financeiros derivados Total 269 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 4 Aquisições de negócios e alterações no perímetro de consolidação No dia 30 de Abril de 2008, o Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. adquiriu a totalidade do capital social da sociedade Plus Discount – Supermercados, Lda., detentora de estabelecimentos de Retalho Alimentar em Portugal, após a decisão da Autoridade da Concorrência, em 29 de Abril de 2008, de não se opor à operação de concentração. No dia 1 de Outubro de 2008, a Jeronimo Martins Dystrybucja S.A. adquiriu a totalidade do capital social da sociedade Plus Discount Sp. Z o.o, detentora de estabelecimentos de Retalho Alimentar na Polónia, após a decisão da Autoridade da Concorrência polaca, em 24 de Setembro de 2008, de não se opor à operação de concentração. No dia 31 de Outubro de 2008, o Recheio – Cash & Carry, S.A. adquiriu a totalidade do capital social da sociedade SCGR – Comércio por Grosso e a Retalho, S.A., detentora de um estabelecimento de comércio por grosso em Portugal, após a decisão da Autoridade da Concorrência, em 15 de Setembro de 2008, de não se opor à operação de concentração. Os impactos resultantes destas operações nas Demonstrações Financeiras Consolidadas foram as que se apresentam de seguida: Activos Fixos 47.406 Existências 30.609 Impostos a recuperar 8.065 Devedores e acréscimos e diferimentos 3.916 Caixa e equivalentes de caixa Total de Activos 51.942 141.938 Empréstimos bancários 5.713 Provisões para riscos e encargos 1.252 Impostos a pagar Credores e acréscimos e diferimentos Total de Passivos 3.386 86.060 96.411 Goodwill 378.817 Valor investido 424.344 Aumento dívida 5.713 Caixa adquirida (51.942) Valor líquido desembolsado 378.115 Durante o 1º semestre de 2008, as companhias Idole – Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda. e Dantas & Vale, S.A. foram liquidadas. Em 31 de Outubro de 2008, o Grupo procedeu à fusão das sociedade Plus Discount – Supermercados, Lda. e Simões & Freitas, Lda. na sociedade Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A.. 5 Proveitos e custos suplementares 2008 Ganhos suplementares 2007 270.337 193.216 Descontos pronto pagamento obtidos 36.493 34.007 Descontos pronto pagamento concedidos (3.087) (3.477) (13.280) (11.592) (6.571) (5.926) Comissões sobre meios de pagamento electrónicos Outros custos suplementares Provisões para saldos devedores de fornecedores (399) 112 283.493 206.340 Os ganhos suplementares respeitam a ganhos obtidos pelo Grupo com a distribuição de produtos de consumo, nomeadamente aluguer de espaços, participações em aniversários, aluguer de topos. Os outros custos suplementares respeitam às mesmas naturezas definidas nos ganhos suplementares, suportados pelas Companhias a operar no segmento de Indústria e Serviços. 270 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 6 Custos de distribuição e administrativos 2008 Fornecimentos e serviços externos 274.524 225.450 55.017 53.963 135.327 96.664 Custos com pessoal 550.558 425.227 Amortizações e ganhos/perdas com activos tangíveis e intangíveis 155.249 125.723 96.761 71.735 (725) 1.284 1.266.711 1.000.046 Publicidade Rendas e alugueres Custos de transporte Outros ganhos e perdas operacionais 7 2007 Custos com o pessoal 2008 2007 443.336 340.944 Segurança social 84.191 67.215 Benefícios de empregados (nota 26) 13.946 1.288 Ordenados e salários Outros custos com pessoal 37.460 26.797 578.933 436.244 Os outros custos com pessoal englobam, nomeadamente, seguros de acidentes de trabalho, acção social, formação e indemnizações. Do total de custos com pessoal, m EUR 27.464 correspondem aos custos com pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional, cujo custo integral foi de m EUR 60.835. A diferença para o total de custos de pessoal apresentados na nota 6, no montante de m EUR 28.375, respeita aos custos afectos à actividade de produção, dos quais foram imputados ao custo dos produtos vendidos m EUR 11.460 (2007 m EUR 11.017) e a custos operacionais não usuais relativos a custos com aquisição de novos negócios e programas de reestruturação organizacional e à introdução de plano de incentivos por antiguidade m EUR 16.915. O número médio de empregados do Grupo ao longo do ano foi de: 2008 2007 Portugal 23.943 20.756 Polónia 23.665 17.204 47.608 37.960 Total de empregados Deste total, 1.152 empregados correspondem ao pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional. O número de empregados no final do ano foi de: 2008 2007 Portugal 24.903 21.951 Polónia 28.472 19.349 53.375 41.300 Total de empregados Do total de empregados, 1.074 correspondem ao pessoal das filiais e associadas consolidadas através do método proporcional. 271 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 8 Custos financeiros líquidos 2008 Juros suportados Juros obtidos 2007 (73.311) (54.335) 7.882 2.548 37 33 3.722 239 Dividendos Diferenças de câmbio Propriedades de investimento: Valorização ao justo valor Outros custos e proveitos financeiros (18) (18) (4.038) (1.966) (16.172) (5.970) Justo valor de investimentos financeiros detidos para negociação: Instrumentos derivados Obrigações do tesouro 3.170 - (78.728) (59.469) Na rubrica de juros suportados estão incluídos os juros relativos aos empréstimos mensurados ao custo amortizado, bem como os juros de derivados de cobertura de justo valor e de cobertura de fluxos de caixa (nota 15). Os outros custos e proveitos financeiros incluem, entre outros, custos com a emissão de dívida do Grupo. A rubrica outros custos e proveitos financeiros incluem um montante de m EUR 261 (2007: m EUR 260) relativos às transferências de reservas no âmbito das coberturas de fluxos de caixa. 9 Instrumentos financeiros 9.1 Justo valor dos instrumentos financeiros derivados reconhecidos em resultados Valor registado em resultados (líquidos de impostos diferidos e interesses minoritários): 2008 Derivados de Negociação Swaps de taxa de câmbio Swaps de taxa de juro Credit default swap Imposto reconhecido na demonstração dos resultados Interesses minoritários Valor registado em resultados 9.2 2007 (6.204) (12.507) 2.539 (3.603) (2.909) 542 (16.172) (5.970) 4.285 1.581 1.582 461 (10.306) (3.927) Justo valor dos instrumentos financeiros derivados reconhecidos em reservas O valor registado em reservas referente à cobertura do investimento na Polónia é de m EUR 9.351, líquido de impostos diferidos. A alteração do justo valor dos instrumentos derivados designados como cobertura de justo valor (nota 15) no montante de m EUR 16.020 negativos (2007: m EUR 10.163 positivos) foi compensada por uma variação relativa à actualização do empréstimo de 180 milhões de USD (nota 25.2). 272 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 10 Imposto reconhecido na demonstração dos resultados 10.1 Imposto corrente 2008 Imposto corrente Imposto corrente do exercício Excesso/(insuficiência) de exercícios anteriores 2007 (40.583) (2.322) (26.148) (46) (42.905) (26.194) (4.311) (12.622) 1.085 (3.226) 1.959 (10.663) (46.131) (36.857) Imposto diferido (nota 19.1) Diferenças temporárias originadas e revertidas no exercício Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Total de imposto sobre o rendimento do exercício 10.2 Reconciliação da taxa efectiva de imposto 2008 222.111 Resultados antes de imposto Imposto calculado à taxa de imposto aplicável em Portugal Efeito fiscal gerado por: Diferença de taxa de imposto aplicável noutros países Resultados não tributados ou não recuperáveis Custos não dedutíveis e benefícios fiscais Insuficiências (excesso) estimativa do ano anterior Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Resultados sujeitos a tributação autónoma e outras formas de tributação Imposto do exercício 11 2007 187.766 (58.859) 26,5% 26,5% (49.758) 6,4% 14.323 3,7% 6.864 -0,6% (1.394) 1,0% 1.836 1,1% 2.444 1,2% 2.204 -1,0% (2.322) 0,0% (48) 0,5% 1.085 1,0% 1.959 -0,6% (1.408) 0,0% 86 (46.131) 19,6% (36.857) 20,8% Resultados operacionais não usuais e ganhos em outros investimentos 11.1 Resultados operacionais não usuais 2008 Ganhos/Perdas com alienações de negócios Custos com aquisição de novos negócios e programas de reestruturação organizacional Alienação de imobiliário Introdução de plano de incentivos por antiguidade Outros 2007 17.947 (714) (27.315) - 10.215 (11.617) (1.806) 1.186 (12.576) 472 11.2 Ganhos em outros investimentos 2008 Ganhos na alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda Dividendos recebidos de investimentos financeiros disponíveis para venda Valorização extraordinária de propriedades de investimento com contrato de promessa de venda Perdas no justo valor de investimentos financeiros disponíveis para venda Perdas com processo de alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda 2007 - 17.543 514 - 3.767 (2.116) - (178) (2.294) 21.824 273 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 12 Activos fixos tangíveis 12.1 Movimentos ocorridos no exercício 2008 Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico e ferramentas Equipamento transporte e outros Activos fixos tangíveis em curso e adiantamentos Total Custo 399.400 1.170.801 752.624 157.880 106.382 2.587.087 (11.481) (73.522) (27.395) (12.916) (14.591) (139.905) Aumentos 14.690 199.538 116.609 36.716 104.333 471.886 Reavaliações 23.343 - - - - 23.343 (23.461) (40.063) (14.167) (13.336) (82) (91.109) 11.025 59.855 (4.881) (5.257) (79.424) (18.682) 171 32.933 47.034 16.641 4.659 101.438 Transferências para prop. de investimento (17.149) (2.297) - - (3.411) (22.857) Saldo final 396.538 1.347.245 869.824 179.728 117.866 2.911.201 Saldo inicial Diferenças cambiais - 305.771 495.883 114.927 - 916.581 - (22.017) (14.505) (7.525) - (44.047) Aumentos - 62.579 69.619 18.655 - 150.853 Alienações - (5.545) (12.100) (12.164) - (29.809) Transferências e abates - (1.437) (7.636) (2.648) - (11.721) Aquisições e reestruturação de negócios - 14.128 29.467 10.519 - 54.114 Reversão de imparidade - - - 367 - 367 Saldo final - 353.479 560.728 122.131 - 1.036.338 Em 1 de Janeiro de 2008 399.400 865.030 256.741 42.953 106.382 1.670.506 Em 31 de Dezembro de 2008 396.538 993.766 309.096 57.597 117.866 1.874.863 Saldo inicial Diferenças Cambiais Alienações Transferências e abates Aquisições e reestruturação de negócios Amortizações e perdas por imparidade Valor líquido 2007 Terrenos e recursos naturais Edifícios e outras construções Equipamento básico e ferramentas Equipamento transporte e outros Activos fixos tangíveis em curso e adiantamentos Total Custo 329.494 929.799 634.188 132.579 86.414 1.599 20.993 7.891 3.939 3.832 38.254 Aumentos 21.136 134.580 104.292 20.791 167.402 448.201 Reavaliações 13.272 - - - - 13.272 (163) (6.297) (11.287) (2.877) (1.456) (22.080) 38.275 91.009 3.762 2.485 (149.712) (14.181) (167) 417 13.778 963 (98) 14.893 (4.159) (110) - - - (4.269) Saldo inicial Diferenças Cambiais Alienações Transferências e abates Aquisições e reestruturação de negócios Transferências para prop. de investimento Reversão de imparidade 2.112.474 113 410 - - - 523 399.400 1.170.801 752.624 157.880 106.382 2.587.087 Saldo inicial Diferenças cambiais - 253.267 440.275 101.786 - 795.328 - 7.044 4.183 2.667 - 13.894 Aumentos - 48.418 58.961 13.816 - 121.195 Alienações - (1.621) (10.928) (2.815) - (15.364) Transferências e abates - (2.089) (6.954) (1.421) - (10.464) Aquisições e reestruturação de negócios - 389 10.346 894 - 11.629 Reversão de imparidade - 363 - - - 363 Saldo final - 305.771 495.883 114.927 - 916.581 Em 1 de Janeiro de 2007 329.494 676.532 193.913 30.793 86.414 1.317.146 Em 31 de Dezembro de 2007 399.400 865.030 256.741 42.953 106.382 1.670.506 Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Valor líquido No exercício de 2008 foram registadas perdas por imparidade no montante de m EUR 367, relativas à redução do valor de utilização de equipamento básico. 274 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 12.2 Equipamento em regime de locação financeira O Grupo detém diverso equipamento sob o regime de locação financeira. Os pagamentos de locação financeira não incluem qualquer valor referente a rendas contingentes. As responsabilidades ainda não liquidadas relativas a contratos de locação financeira são referidas na nota 25.4. O valor dos bens em locação financeira é o seguinte: 2008 2007 Terrenos e recursos naturais Activos fixos tangíveis 34 34 34 34 Edifícios e outras construções Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento básico Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento informático e administrativo e ferramentas e utensílios Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Equipamento de transporte Activos fixos tangíveis Amortização acumulada 28.024 (4.842) 23.182 20.686 (2.625) 18.061 107.948 (29.374) 78.574 76.460 (18.000) 58.460 18.979 (15.274) 3.705 16.489 (14.160) 2.329 40.515 (15.974) 24.541 28.060 (12.005) 16.055 12.3 Garantias Não foram dados quaisquer activos tangíveis em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 12.4 Reavaliações O Grupo regista os terrenos afectos à actividade operacional ao valor de mercado, apurado por entidades especialistas e independentes. Em 2008 foram efectuadas novas avaliações que originaram um aumento do valor de terrenos de m EUR 23.343 (nota 23.1). Os valores de reavaliação constantes dos activos fixos tangíveis são de m EUR 172.594 (m EUR 161.020 em 2007), reflectidos no capital próprio da seguinte forma: 2008 2007 Reavaliação de terrenos 172.594 161.020 Impostos diferidos (34.960) (34.543) Interesses minoritários (43.851) (50.080) 93.783 76.397 Reavaliação líquida (nota 23.1) 275 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 13 Activos intangíveis 13.1 Movimentos ocorridos no exercício 2008 Despesas de I&D Goodwill Software e prop. Ind. out. dir. Activos intangíveis em curso Trespasses Total Custo Saldo inicial 416.290 30.312 33.767 62.222 5.398 547.989 Diferenças Cambiais (60.981) (3.069) (3.642) (4.882) (1.119) (73.693) Aumentos - 80 10.084 7.528 9.666 27.358 Alienações - - (116) - - (116) Transferências e abates - (1.882) 5.168 886 (3.633) 539 378.817 - 82 - - 378.899 734.126 25.441 45.343 65.754 10.312 880.976 Saldo inicial - 25.751 2.419 23.526 - 51.696 Diferenças cambiais - (3.029) (62) (937) - (4.028) Aumentos - 1.136 1.209 4.367 - 6.712 Alienações - - (35) - - (35) Transferências e abates - (366) 276 - - (90) Saldo final - 23.492 3.807 26.956 - 54.255 Em 1 de Janeiro de 2008 416.290 4.561 31.348 38.696 5.398 496.293 Em 31 de Dezembro de 2008 734.126 1.949 41.536 38.798 10.312 826.721 Aquisições e reestruturação de negócios Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Valor líquido 2007 Despesas de I&D Goodwill Software e prop. Ind. out. dir. Activos intangíveis em curso Trespasses Total Custo 385.341 27.515 23.390 51.560 5.334 493.140 8.674 1.410 739 1.513 267 12.603 Aumentos - 2.146 2.892 4.843 11.273 21.154 Transferências e abates - (759) 6.769 4.306 (11.476) (1.160) Saldo inicial Diferenças Cambiais Aquisições e reestruturação de negócios 22.275 - (23) - - 22.252 416.290 30.312 33.767 62.222 5.398 547.989 Saldo inicial - 25.062 2.074 19.619 - 46.755 Diferenças cambiais - 1.378 10 183 - 1.571 Aumentos - 1.310 494 3.724 - 5.528 Transferências e abates - (1.999) (141) - - (2.140) Saldo final Amortizações e perdas por imparidade Aquisições e reestruturação de negócios - - (18) - - (18) Saldo final - 25.751 2.419 23.526 - 51.696 Em 1 de Janeiro de 2007 385.341 2.453 21.316 31.941 5.334 446.385 Em 31 de Dezembro de 2007 416.290 4.561 31.348 38.696 5.398 496.293 Valor líquido O Grupo identificou como activos intangíveis de vida útil indefinida, para além do Goodwill, as marcas Pingo Doce e Feira Nova, para as quais não existe um limite temporal a partir do qual se espere que deixem de gerar benefícios económicos para o Grupo. O seu valor líquido é de m EUR 13.717, o qual não está a ser amortizado e é sujeito anualmente a testes de imparidade. 13.2 Garantias Não foram dados quaisquer activos intangíveis em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 276 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 13.3 Activos intangíveis em curso Estão considerados em activos intangíveis em curso valores referentes à implementação de projectos de simplificação de processos, direitos de usufruto e trespasses. 13.4 Testes de imparidade do Goodwill O Grupo tem o Goodwill alocado por cada área de negócio, sendo composto da seguinte forma: Áreas de Negócio Retalho Portugal Grosso Portugal Madeira Indústria Polónia 2008 2007 239.386 101.610 82.335 72.433 8.509 8.509 93.809 93.809 310.087 139.929 734.126 416.290 Os acréscimos nesta rubrica referem-se: • aquisição da companhia Plus Discount – Supermercados, Lda., conforme referido na nota 4, cujo valor de Goodwill ascendeu a m EUR 137.776; • aquisição da companhia Plus Discount Sp. Z o.o, conforme referido na nota 4, cujo valor de Goodwill ascendeu a m EUR 231.139; • aquisição da companhia SCGR – Comércio por Grosso e a Retalho, S.A., conforme referido na nota 4, cujo valor de Goodwill ascendeu a m EUR 9.902; • como consequência da conversão cambial dos activos do negócio da Polónia, o Goodwill afecto a este negócio, no montante de m PLN 1.287.930, sofreu uma actualização no valor de m EUR 60.981 negativos. Em 2008 foram efectuadas avaliações de acordo com o método de Discounted Cash Flows (DCF), que sustentam a recuperabilidade do valor de Goodwill. Os valores das avaliações são suportados pelas performances passadas e pelas expectativas do desenvolvimento do mercado, tendo sido elaboradas projecções de cash-flows futuros para cada um dos negócios, baseados em planos de médio/longo prazo aprovados pelo Conselho de Administração. Essas estimativas foram elaboradas considerando uma taxa de desconto entre 7,5% e 7,9% para Portugal, e de 10,1% na Polónia,e uma taxa de crescimento na perpetuidade entre 0% e 1% para os vários negócios. 14 Propriedades de investimento 2008 Saldo inicial Aumentos por aquisições Transferência de activos fixos tangíveis Variações de justo valor 2007 49.600 56.376 - 11 22.857 4.269 (18) 3.642 Alienações (7.930) (14.698) Saldo final 64.509 49.600 As propriedades de investimento referem-se a terrenos e edifícios inicialmente adquiridos para uso nas operações do Grupo e outros que foram efectivamente utilizados nessas operações durante um certo período de tempo, mas que se tornaram redundantes por não ser possível neles construir unidades geradoras de caixa, ou por se tornarem desnecessários para as operações devido a reestruturações das mesmas. Encontram-se ainda nesta categoria terrenos adquiridos recentemente cujo destino ainda não foi definido, sendo que nestes termos se encontram para valorização. Estão considerados como activos não correntes todos os activos para os quais não é expectável a sua alienação no período inferior a 12 meses. 277 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 15 Instrumentos financeiros derivados 2008 Notional Activo Não Corrente Corrente 2007 Passivo Notional Não Corrente Corrente Passivo Activo Não Não Corrente Corrente Corrente Corrente Derivados de Negociação 85 milhões EUR 120 milhões EUR 481 43 108 7.827 Swap taxa de câmbio 200 milhões PLN - - - 5.512 Credit default swap 100 milhões EUR - 542 - - - - - 25.143 127 - - - - - - 12.350 Swap taxa de juro - - - 6.175 Derivados designados como cobertura de justo valor Cobertura do empréstimo em USD 180 milhões USD - - - 9.123 180 milhões USD 166,6 milhões EUR - - - 4.366 10 milhões EUR 1.037 - - - - 1.027 - - Derivados designados como cobertura de fluxos de caixa Swap taxa de juro 30 milhões PLN Swap taxa de câmbio Derivados designados como cobertura de investimentos em operações estrangeiras Swap taxa de câmbio 400 milhões PLN Total de derivados de negociação 400 milhões PLN - - - 6.175 481 585 108 13.339 Total de derivados designados como cobertura 1.037 1.027 - 13.489 127 - - 37.493 Total de derivados activos/passivos 1.037 1.027 - 19.664 608 585 108 50.832 Em 2008 estão incluídos nos valores apresentados os juros a receber ou a pagar vencidos até à data relativos a estes instrumentos financeiros no montante líquido a pagar de m EUR 400. Instrumentos financeiros derivados de negociação Swaps de taxa de Juro O Grupo procede à contratação de swaps de taxa de juro para cobrir economicamente o risco de taxa de juro inerente aos pagamentos futuros de empréstimos. A 31 de Dezembro de 2008, o montante total de empréstimos era de m EUR 421.007 (2007: m EUR 461.007), e o Grupo tinha contratados a esta data instrumentos financeiros derivados nesta categoria com um notional m EUR 30.000 (2007: m EUR 120.000). O justo valor destes instrumentos em 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 2.622 negativos (2007: m EUR 7.411 negativos). Dos instrumentos em carteira no final de 2007, m EUR 90.000 foram cancelados ou venceram-se em 2008. Em 2008, na sequência da aquisição de m EUR 55.000 em Obrigações do Tesouro (ver nota 21), o Grupo procedeu à contratação de swaps de taxa de juro (designados “Asset Swaps”), com um notional de m EUR 55.000, para efectuar a cobertura económica do risco de taxa de juro das obrigações, sendo que o risco de crédito não se encontra coberto. O justo valor destes instrumentos em 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 3.553 negativos. Swaps de taxa de câmbio O Grupo procede à cobertura económica do risco cambial da sua exposição ao Zloty. Em 2008, foi cancelado o último dos swaps de taxa de câmbio contratados em 2006, envolvendo um notional de 200 milhões de Zlotys. Credit default swap O Grupo contratou em 2007 um derivado de crédito com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito resultantes de efeitos exógenos a Jerónimo Martins. Durante o exercício de 2008, este derivado foi cancelado na totalidade. 278 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Cobertura de justo valor Swaps de taxa de câmbio O Grupo procede à cobertura da sua exposição ao risco do justo valor dos seus empréstimos no valor total de 180 milhões de USD, decorrentes do risco de taxa de juro e do risco cambial, através de dois cross currency swaps com as mesmas características da dívida emitida. O objectivo desta cobertura é transformar a emissão de taxa fixa em taxa variável e cobrir a sua exposição ao USD, passando a reflectir desta forma as alterações de justo valor da dívida emitida. O risco de crédito não se encontra coberto. O justo valor dos dois cross currency swaps a 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 9.123 negativos (2007: m EUR 25.143 negativos). Cobertura de fluxos de caixa Swaps de taxa de Juro O Grupo procede à cobertura de uma porção de pagamentos futuros de juros de empréstimos, através da designação de swaps de taxa de juro em que paga uma taxa fixa e recebe uma taxa variável, com um notional m EUR 166.625 (2007: m EUR 10.000). Esta é uma cobertura do risco de taxa de juro associado aos pagamentos de juros à taxa variável decorrentes de passivos financeiros reconhecidos. O risco coberto é o indexante da taxa variável associada aos empréstimos. O objectivo desta cobertura é transformar os empréstimos de taxa de juro variável em taxa de juro fixa, sendo que o risco de crédito não se encontra a ser coberto. O justo valor destes instrumentos em 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 4.366 negativos (2007: m EUR 127). Em Agosto 2006 uma das coberturas foi descontinuada, encontrando-se ainda reconhecido em capitais próprios um montante de m EUR 33 (2007: m EUR 293), que se encontra a ser reciclado para resultados do exercício, tendo sido reconhecido em 2008 em resultados m EUR 260 (2007: m EUR 260). Swaps de taxa de câmbio O Grupo procede à cobertura económica do risco cambial da sua exposição ao Zloty. Para esse efeito, o Grupo contratou forwards cambiais, com vencimentos entre Dezembro de 2008 e Março de 2009. Os instrumentos financeiros derivados em carteira a 31 de Dezembro de 2008 envolvem um notional de 30 milhões de Zlotys. O justo valor destes instrumentos em 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 1.037. Cobertura de investimentos em operações estrangeiras O Grupo cobre parte da sua exposição à variação do Zloty decorrente do seu investimento líquido na Polónia através de um swap cambial de 400 milhões de Zlotys (2007: 400 milhões de Zlotys). Este instrumento qualifica para efeitos de contabilidade de cobertura. O justo valor do derivado a 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 1.027 positivos (2007: m EUR 12.350 negativos). A variação do justo valor do derivado é reconhecida na reserva de conversão cambial em capitais próprios. 16 Partes de capital em empresas associadas A movimentação desta rubrica foi a seguinte: 2008 2007 Partes de Capital Saldo inicial Aquisições Aplicação do método de equivalência patrimonial Diferenças cambiais Aquisições e reestruturação de negócios 700 14 142 (2) - 646 55 (1) Saldo final 854 700 0 0 (25) 25 0 Valor líquido em 1 de Janeiro 700 621 Valor líquido em 31 de Dezembro 854 700 Ajustamento para o valor de realização Saldo inicial Transferências Saldo final 279 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 17 Investimentos financeiros disponíveis para venda Não Correntes 2008 Acções BCP Adiantamentos por conta de investimentos financeiros Outros Ajustamento para o valor de realização – Acções BCP (nota 27) 2007 3.705 4.988 893 4.380 4.988 921 9.586 10.289 (2.116) - 7.470 10.289 Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital não cotados cujo justo valor não pode ser mensurado com fiabilidade e, como tal, estão reconhecidos ao custo no montante de m EUR 5.879 em 31 de Dezembro de 2008 (2007: m EUR 5.909). À data de preparação das demonstrações financeiras o Grupo não pretende alienar qualquer um dos investimentos. Os principais investimentos financeiros mensurados ao custo estão expostos na tabela em baixo: 2008 Participação na Uniarme Participação no Mercado Abastecedor do Porto Participação na AMS Outras participações 2007 150 646 63 34 175 646 63 37 893 921 Não existindo preços de mercado disponíveis para os investimentos mencionados e não sendo possível determinar o justo valor no período recorrendo a transacções comparáveis, o Grupo não mensurou os instrumentos através de fluxos de caixa esperados descontados uma vez que estes não podem ser determinados com fiabilidade. 18 Existências 2008 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Produtos e trabalhos em curso Produtos acabados e intermédios Mercadorias 2007 4.638 4.368 735 459 231 289 393.421 314.810 399.025 319.926 Ajustamento para o valor de realização (nota 27) (13.372) (11.355) Existências líquidas 385.653 308.571 Não foram consignadas existências como garantia no cumprimento de obrigações contratuais. 19 Impostos 19.1 Impostos diferidos activos e passivos Movimentos nas contas de impostos diferidos 2008 2007 Saldo inicial Diferenças de conversão cambial (nota 23.1) 17.625 26.104 (3.577) 4.598 Reavaliações e reservas (nota 23.1) (2.378) (2.692) Aquisições e reestruturação de negócios Resultado do exercício (nota 10.1) Saldo final - 278 (3.226) (10.663) 8.444 17.625 280 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Os impostos diferidos são apresentados no balanço da seguinte forma: 2008 Impostos diferidos activos Impostos diferidos passivos 2007 63.170 73.322 (54.726) (55.697) 8.444 17.625 Movimentos nos impostos diferidos ocorridos no exercício Saldo inicial Impostos diferidos passivos Reavaliações de activos Proveitos diferidos para efeitos fiscais Diferenças de Políticas contabilísticas em outros países Outras diferenças temporárias Impostos diferidos activos Provisões além dos limites legais Reavaliações de activos Benefícios concedidos a empregados Custos com operações de cobertura de risco cambial Prejuízos a recuperar Lucro em existências Ajustamentos para o valor realizável de existências Outros custos diferidos para efeitos fiscais Diferenças de políticas contabilísticas em outros países Outras diferenças temporárias Variação líquida de imposto diferido Efeito em resultados Efeito no capital próprio Diferenças cambiais Saldo final 36.695 1.811 12.657 4.534 (3.712) 1.194 861 404 3.412 9 (873) (427) (1.839) - 35.522 2.578 11.679 4.947 55.697 (1.253) 3.421 (3.139) 54.726 10.901 1.078 4.388 6.141 11.810 407 2.245 31.015 1.167 4.170 73.322 7.359 110 98 (1.687) (7.781) 180 581 (2.948) (575) 184 (4.479) 52 991 1.043 (1.808) (3.372) 358 (279) (1.546) (69) (6.716) 16.452 1.240 4.486 2.073 4.387 587 2.547 26.521 523 4.354 63.170 17.625 (3.226) (2.378) (3.577) 8.444 Os impostos diferidos activos decorrentes de prejuízos a recuperar são detalhados da seguinte forma: 2008 Grupo Consolidado Fiscal Recheio, SGPS, S.A. Grupo Consolidado Fiscal JMR, SGPS, S.A. Grupo Consolidado Funchalgest, SGPS, S.A. Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A. Outros 2007 2.345 142 1.900 358 2.307 3.778 5.367 4.387 11.810 O Grupo reconheceu estes valores de impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais com base nas projecções elaboradas para os respectivos negócios, que demonstram que serão realizados lucros fiscais futuros que assegurem a sua recuperabilidade. 19.2 Impostos diferidos não reconhecidos sobre prejuízos fiscais O Grupo não reconheceu impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais de sociedades nas quais não se estima, com razoável segurança, a ocorrência de lucros fiscais suficientes para assegurar a recuperabilidade do referido imposto. O montante de imposto diferido activo que não foi reconhecido é de m EUR 18.072 (em 2007: m EUR 20.844) referente a parte dos prejuízos gerados na Jerónimo Martins, SGPS, S.A., e da totalidade dos prejuízos na Jerónimo Martins - Distribuição de Produtos de Consumo, Lda, na Belegginsmaatschappij Tand B.V., na Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda., na Jerónimo Martins - Restauração e Serviços S.A. e na Bliska Sp. Z.o.o. 281 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 19.3 Impostos a recuperar e a pagar 2008 Impostos a recuperar IRC a receber IVA a recuperar Outros Impostos a pagar IRC a pagar IVA a pagar IRS retido Segurança social Outros impostos 20 2007 8.268 25.642 826 34.736 6.954 19.770 1.933 28.657 12.452 19.658 5.179 15.586 5.303 58.178 8.289 12.012 3.567 9.166 6.228 39.262 Devedores e acréscimos e diferimentos 2008 2007 Não Correntes Outros devedores Custos diferidos 61.407 60.427 5.222 5.240 66.629 65.667 81.005 75.264 Correntes Clientes comerciais Empresas participadas Fornecedores Pessoal 7 9 11.928 11.584 1.544 1.157 Outros devedores 42.835 35.951 Acréscimos de proveitos 25.106 20.262 Custos diferidos 10.339 9.399 172.764 153.626 Do total da rubrica de outros devedores não correntes, m EUR 60.563, respeitam a liquidações adicionais de imposto bem como adiantamentos por conta de imposto, sobre os quais já foi pedido o respectivo reembolso (nota 32). Os acréscimos de proveitos correspondem essencialmente ao reconhecimento de proveitos suplementares contratados com fornecedores, no montante de m EUR 18.551. A rubrica de custos diferidos é composta por m EUR 7.394 de rendas pagas antecipadamente, m EUR 3.675 de custos com emissão de obrigações e juros antecipados e m EUR 4.492 de outros custos imputáveis a exercícios futuros cujo pagamento foi efectuado ainda no exercício de 2008, ou que, não tendo sido pagos, já foram debitados pelas entidades competentes. O montante de devedores encontra-se registado pelo seu valor recuperável, ou seja, o Grupo constitui provisões para perdas por imparidade sempre que existam indicações de incobrabilidade (nota 27). A rubrica de outros devedores inclui um montante de m EUR 8.644 (2007: m EUR 8.104), que respeita a cauções de arrendamentos de espaços comerciais. 282 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Devedores correntes com valores vencidos há menos de 3 meses não são considerados em imparidade. A análise de antiguidade de saldos devedores que já se encontram vencidos é a seguinte: 2008 2007 Saldos devedores não considerados em imparidade Vencidos há menos de 3 meses 24.979 18.554 Vencidos há mais de 3 meses 19.665 11.170 44.644 29.724 Saldos devedores considerados em imparidade Vencidos há menos de 3 meses Vencidos há mais de 3 meses 1.579 565 22.530 19.497 24.190 20.062 Dos valores vencidos a receber sem imparidade acima mencionados, m EUR 19.804 encontram-se cobertos por garantias e seguros de crédito. 21 Caixa e equivalentes de caixa 2008 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria Caixa e equivalentes de caixa 2007 148.025 213.507 75.613 50.830 3.494 4.302 227.132 268.639 No 4º trimestre do ano, o Grupo adquiriu m EUR 55.000 em Obrigações do Tesouro, emitidas pelas Repúblicas Portuguesa e Alemã, as quais se destinaram a aplicar temporariamente excedentes de liquidez, tendo estas sido alienadas em Fevereiro de 2009. Por se tratarem de activos financeiros detidos para negociação, as obrigações encontram-se reavaliadas à cotação de fecho de 31 de Dezembro, tendo a contrapartida dessa reavaliação sido registada em resultados (m EUR 3.170) – nota 8. As aplicações de tesouraria correspondem a depósitos de curto prazo e a outros títulos negociáveis para os quais existem provisões para o montante realizável (nota 27). 22 Caixa gerada pelas operações 2008 Resultado líquido Ajustamentos para: Minoritários Impostos Amortizações Provisões Custos financeiros líquidos Ganhos em empresas associadas Ganhos/perdas na alienação investimentos financeiros Ganhos/perdas na alienação e abate de activos fixos tangíveis Variações de working capital: Existências Devedores e acréscimos e diferimentos Credores e acréscimos e diferimentos 2007 163.216 131.261 12.764 46.131 157.583 11.519 78.728 (318) 2.294 (4.745) 19.648 36.857 126.721 1.310 59.469 (231) (21.824) 2.876 467.172 356.087 (98.291) 3.959 312.122 684.962 (55.679) 9.077 200.344 509.829 283 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 23 Capital e reservas 23.1 Reservas de reavaliação e outras reservas Inv. Cobertura de Financeiros fluxo de caixa disponíveis para venda 543 71.757 8.208 Terrenos e edifícios Balanço em 1 de Janeiro de 2007 Aquisição e reestruturação de negócios: - Valor bruto - Imposto diferido Reavaliações: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários Reservas cambiais 3.912 Total 84.420 (776) 140 (776) 140 13.272 (2.777) (5.219) 13.272 (2.777) (5.219) Actualização dos instrumentos financeiros ao justo valor: - Valor bruto - Imposto diferido (320) 85 Actualização do justo valor dos instrumentos financeiros disp. para venda: - Valor bruto (6.752) 1.790 (6.991) Diferença de conversão cambial: - Do exercício - Imposto diferido (6.991) 13.134 2.808 13.134 2.808 14.892 92.814 Balanço em 1 de Janeiro de 2008 76.397 Terrenos transferidos para propriedades de investimento: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários (1.504) 346 568 (1.504) 346 568 (10.265) 2.597 3.686 (10.265) 2.597 3.686 23.343 (3.360) 1.975 23.343 (3.360) 1.975 Alienação de imóveis reavaliados: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários Reavaliações: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários Actualização dos instrumentos financeiros ao justo valor: - Valor bruto - Imposto diferido - Interesses minoritários 308 (7.072) 1.875 1.217 (3.707) 982 1.335 Actualização do justo valor dos instrumentos financeiros disp. para venda: - Valor bruto 12.723 (3.372) (1.217) Diferença de conversão cambial: - Do exercício - Imposto diferido Balanço em 31 de Dezembro de 2008 93.783 (1.082) - 9.016 (2.390) 1.335 (1.217) (58.444) (205) (58.444) (205) (34.406) 58.295 Salientamos que os valores mencionados em reservas de reavaliação são referentes à aplicação do justo valor dos activos fixos e não são passíveis de distribuição na esfera das contas individuais que as originaram. No relatório e contas individual da sociedade Jerónimo Martins, SGPS, S.A., é dada devida nota de todos os condicionalismos na utilização das reservas a distribuir e que compõem a situação patrimonial da empresa, pelo que recomendamos a leitura expressa dessa informação no relatório e contas individual. 284 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 23.2 Capital social e prémio de emissão O capital social autorizado é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2007: 629.293.220). Os detentores de acções ordinárias têm direito a receber dividendos conforme deliberação da Assembleia Geral e têm direito a um voto por cada acção detida, não existindo acções preferenciais. Os direitos relativos às acções detidas em carteira pelo Grupo encontram-se suspensos até essas acções serem de novo colocadas no mercado. 23.3 Acções próprias A rubrica de acções próprias reflecte o custo de aquisição das acções detidas em carteira pelo Grupo. À data de 31 de Dezembro de 2008 o Grupo detinha 859.000 acções próprias (2007: 859.000). De acordo com a lei as acções próprias em carteira não têm direito a qualquer dividendo. 23.4 Dividendos Atendendo aos resultados líquidos do Grupo em 2008, o Conselho de Administração da JMH irá propor aos Accionistas, em Assembleia Geral, a distribuição de um montante de EUR 69.127.764,20 correspondendo a um dividendo por acção de EUR 0,11. Os montantes distribuídos em 2008, de m EUR 73.581, correspondem a dividendos pagos aos Accionistas da JMH no valor de m EUR 60.330 e aos minoritários que participam em empresas do Grupo, no montante de m EUR 13.251. 24 Resultado por acção 24.1 Resultado básico e diluído por acção O cálculo do resultado básico por acção baseia-se no lucro líquido atribuível aos Accionistas ordinários de m EUR 163.216 (2007: lucro de m EUR 131.261) e no número médio ponderado de acções ordinárias pendentes no período de 628.434.220 (2007: 628.434.220). 24.2 Número médio ponderado de acções ordinárias 2008 Acções ordinárias emitidas no início do ano Acções próprias no início do ano 629.293.220 629.293.220 859.000 859.000 - - 628.434.220 628.434.220 Acções emitidas durante o ano N.º Médio ponderado acções ordinárias 2007 24.3 Resultado líquido atribuível aos Accionistas detentores de acções ordinárias (diluído) 2008 Res. Líquido do exercício atribuível aos Accionistas detentores de acções ordinárias (diluído) 163.216 2007 131.261 24.4 Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído) 2008 Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído) Resultado básico e diluído por acção – euros 2007 628.434.220 628.434.220 0,2597 0,2089 285 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 25 Empréstimos obtidos Foi exercida em Abril de 2008 a opção de reembolso antecipado do empréstimo obrigacionista no montante de 40 milhões de euros emitido pela JMH, cuja data de vencimento era Outubro de 2010. No decorrer do ano 2008 foram renegociadas as condições de alguns programas de papel comercial existentes, tanto em termos de montantes como em termos de preços, verificando-se um incremento dos programas de papel comercial em 112 milhões de euros. Foram contratados novos financiamentos em leasing no montante total m EUR 40.678, e por prazos de 48 meses com amortizações mensais e trimestrais, no decorrer do ano foram amortizados m EUR 28.061 de locações financeiras. Em Setembro de 2008 foi emitido um empréstimo bancário pela Jeronimo Martins Dystrybucja no valor total de m PLN 300.000 com maturidade a 5 anos, taxa de juro variável e indexação à Wibor trimestral com planos de amortização anuais crescentes. Este financiamento foi contratado para fazer face ao investimento na cadeia Plus na Polónia. Na Optimum Mark foi reestruturado um contrato de descoberto bancário, tendo-se convertido num empréstimo de médio prazo com maturidade em 2010 e amortizações trimestrais. Na sequência da aquisição da Plus Portugal foram reembolsados antecipadamente alguns empréstimo de médio e longo prazo em nome desta empresa, bem como algumas operações de cobertura de taxa de juro que totalizaram 3,3 milhões de euros. 25.1 Empréstimos correntes e não correntes 2008 Empréstimos não correntes Empréstimos bancários Empréstimos por obrigações Responsabilidades com locação financeira Empréstimos correntes Descobertos bancários Empréstimos bancários Empréstimos por obrigações Outros empréstimos Responsabilidades com locação financeira 2007 259.657 411.847 67.829 134.586 485.894 54.961 739.333 675.441 45.355 179.159 50.000 33.830 308.344 17.068 75.154 28 24.465 116.715 25.2 Termos e prazo de reembolso dos empréstimos Taxa média Total Menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Mais de 5 anos Empréstimos bancários Empréstimos em EUR 5,11% 319.500 128.600 190.900 - Empréstimos em PLN 6,60% 119.316 50.559 68.757 - 5,82% 471.007 50.000 340.470 80.537 (9.160) - (6.531) (2.629) Empréstimos por obrigações Empréstimos Actualização do justo valor Descobertos bancários 5,38% 45.355 45.355 - - Responsabilidades com locações financeiras 4,88% 101.659 33.830 66.053 1.776 1.047.677 308.344 659.649 79.684 O montante de m EUR 9.160 negativo, ajustado ao total de empréstimos por obrigações, diz respeito à actualização do empréstimo obrigacionista de 180 milhões de USD, para o qual o Grupo contratou um instrumento de cobertura, apresentado na nota 15. 286 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 25.3 Empréstimos obrigacionistas 2008 Obrigações não convertíveis 2007 471.007 511.007 Os empréstimos obrigacionistas em curso no final de 2008 repartiam-se da seguinte forma: Em Fevereiro de 2004 o Recheio, SGPS, S.A. emitiu 1 milhão de obrigações ao valor nominal de 50 euros, totalizando m EUR 50.000. Trata-se de uma emissão a 5 anos, a maturidade da emissão é em Fevereiro de 2009 e a taxa de juro é variável indexada à Euribor a 6 meses. Em Junho de 2004, foi colocado pela JMR um Private Placement no mercado dos Estados Unidos no valor total de 180 milhões de USD a taxa fixa. Estas Notes emitidas pela JMR são equiparadas a Empréstimos Obrigacionistas ao abrigo da lei Portuguesa. O montante total foi repartido entre uma emissão a 7 anos no montante de 84 milhões de USD e uma outra a 10 anos no valor de 96 milhões de USD. Imediatamente após a contratação destes montantes foi efectuado um Cross Currency Swap EUR/USD. A 28 de Setembro de 2007 foram emitidos pela JMH dois empréstimos obrigacionistas de 35 milhões de euros cada, com prazos de 4 e 5 anos, e com taxa de juro variável indexada à Euribor a 6 meses. Em Dezembro de 2007, foi emitido pela JMR um novo empréstimo obrigacionista no montante de m EUR 200.000 e com maturidade a 5 anos. A taxa de juro utilizada é variável e indexada à Euribor a 6 meses. As datas de reembolso dos empréstimos obrigacionistas são as seguintes: 2009 2010 2011 2012 2014 50.000 105.470 235.000 80.537 Total 471.007 25.4 Responsabilidades com locação financeira 2008 Pagamentos até 1 ano Pagamentos entre 1 e 5 anos Pagamentos a mais de 5 anos 2007 38.173 71.157 27.903 58.467 1.826 490 Pagamento de juros futuros 111.156 (9.497) 86.860 (7.434) Valor presente das responsabilidades 101.659 79.426 25.5 Dívida financeira Tendo o Grupo contratado diversas operações de cobertura cambial e de taxa de juro, bem como efectuado algumas aplicações financeiras de curto prazo, o montante líquido da dívida financeira consolidada à data do balanço é o seguinte: Empréstimos não correntes (nota 25.1) Empréstimos correntes (nota 25.1) Instrumentos Financeiros Derivados (nota 15) Acréscimos e diferimentos de juros Depósitos à ordem (nota 21) Aplicações de tesouraria (nota 21) 2008 2007 739.333 308.344 17.600 4.211 (148.025) (75.613) 845.850 675.441 116.715 49.747 1.700 (213.507) (50.830) 579.266 287 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 26 Benefícios dos empregados Valores reflectidos em balanço na rubrica de benefícios concedidos a empregados: 2008 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo Benefícios de reforma – Plano de benefício definido com fundo Prémios de antiguidade Total 2007 17.979 18.062 241 195 9.975 428 28.195 18.685 Valores reflectidos na demonstração dos resultados na rubrica de custos com pessoal (nota 7): 2008 2007 Benefícios de reforma – Plano de contribuição definida 713 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo 879 707 46 (104) Benefícios de reforma – Plano de benefício definido com fundo Prémios de antiguidade Total 692 12.308 (7) 13.946 1.288 Apresenta-se, seguidamente, uma breve descrição dos planos em vigor e os impactos associados a cada um deles. 26.1 Planos de contribuição definida para colaboradores, com fundo gerido por uma terceira entidade O Grupo tem em vigor planos de pensões de contribuição definida nas Companhias Jerónimo Martins, SGPS, S.A., Jerónimo Martins Serviços, S.A., Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. e nas Companhias do universo Unilever Jerónimo Martins. Estes planos abrangem a totalidade dos colaboradores daquelas empresas com vínculo permanente e permitem controlar os custos relativos à atribuição de benefícios e simultaneamente incentivar a participação dos colaboradores na sua própria reforma. Movimento ocorrido no exercício: 2008 2007 Valor das responsabilidades não cobertas em 1 de Janeiro - Custos do exercício Contribuições do exercício Valor das responsabilidades não cobertas em 31 de Dezembro 713 692 (713) (692) 0 0 26.2 Planos de benefício definidos para ex-colaboradores Planos de benefício definidos a cargo do Grupo As responsabilidades decorrentes destes planos são asseguradas directamente pelo Grupo. Estes planos são avaliados semestralmente por actuários independentes. De acordo com o cálculo actuarial reportado a 31 de Dezembro de 2008, as responsabilidades ascendem a m EUR 17.979 e encontram-se totalmente registadas na rubrica de benefícios concedidos a empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2008 Saldo em 1 de Janeiro Custos com Juros (Ganhos)/perdas actuariais Reformas pagas Saldo em 31 de Dezembro 18.062 931 (52) (962) 17.979 Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade Taxa de desconto Taxa de crescimento das pensões TV – 88/90 6,00% 2,5% - 3,0% 288 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Planos de Benefício definidos com fundo gerido por uma entidade externa As companhias do Grupo Unilever Jerónimo Martins têm em vigor um plano de benefício definido limitado a um conjunto de pensionistas. As responsabilidades decorrentes deste plano encontram-se cobertas por um fundo de pensões autónomo gerido por uma entidade independente. Valores reconhecidos em balanço: 2008 2007 Valor actual das responsabilidades 1.785 1.908 Valor de mercado do fundo 1.544 1.713 241 195 Responsabilidade reconhecida na rubrica de benefícios concedidos a empregados Movimento ocorrido no exercício: 2008 Saldo em 1 de Janeiro Custos reconhecidos no resultado 195 46 Saldo em 31 de Dezembro 241 Os montantes reconhecidos em resultados decompõem-se da seguinte forma: 2008 Custo com juros Retorno esperado dos activos do plano Perdas actuariais reconhecidas Total de custos reconhecidos no resultado 96 (85) 35 46 Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade TV – 88/90 Taxa de desconto 6,00% Taxa de rendimento do fundo 5,40% Taxa de crescimento das pensões 2,50% 26.3 Outros benefícios a longo prazo concedidos a empregados O Grupo adoptou, em 2008, um programa de incentivos baseado na atribuição de prémios de antiguidade, o qual abrange os colaboradores em Portugal que não se encontram ao abrigo do plano de incentivos do Grupo Unilever Jerónimo Martins. Este programa consiste na atribuição de prémios de antiguidade aos colaboradores quando atingem 5, 10, 15 e 25 anos de serviço. Por se tratarem de benefícios de contribuição definida, as responsabilidades do Grupo com prémios de antiguidade de 5 e 10 anos, são reconhecidas como custos no exercício em que são pagas. Quanto aos prémios de antiguidade de 15 e 25 anos, por se tratarem de benefícios definidos de longo prazo, a cargo das Companhias, as responsabilidades são avaliadas anualmente por um actuário independente. À data de introdução deste programa as responsabilidades com serviços passados ascendiam a m EUR 11.623. As Companhias do Grupo Unilever Jerónimo Martins têm em vigor um programa de incentivos que se traduz na atribuição de um prémio de antiguidade aos colaboradores quando atingem 15, 25 e 40 anos de serviço. Este plano está a cargo das Companhias e as responsabilidades decorrentes são avaliadas anualmente por um actuário independente. De acordo com estudos actuariais reportados à data de 31 de Dezembro, as responsabilidades ascendem a m EUR 9.975 e encontram-se totalmente provisionadas no passivo, na rubrica de benefícios concedidos a empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2008 Saldo em 1 de Janeiro Custos com serviços passados Custos dos serviços correntes Contribuições pagas Saldo em 31 de Dezembro 428 11.623 685 (2.761) 9.975 289 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades: Tábua de mortalidade TV – 88/90 Taxa de desconto 6,00% Taxa de crescimento salarial 27 3,00% - 3,25% Provisões e ajustamentos para o valor de realização 2008 Saldo inicial Provisões constituídas Provisões utilizadas Diferença cambial Aquisições e reestruturação de negócio Transfer. Saldo final Devedores duvidosos (nota 20) 25.492 2.511 (2.592) (683) - 899 25.627 Existências (nota 18) 11.355 23.979 (34.653) (1.976) - 14.667 13.372 - 2.116 - - - - 2.116 57 - - - - - 57 Total de ajustamentos para o valor de realização 36.904 28.606 (37.245) (2.659) - 15.566 41.172 Benefícios conc. a empregados (nota 26) 18.685 13.195 (3.717) (1) - 33 28.195 Outros riscos e encargos 15.433 15.346 (6.698) (1.886) 2.478 1.219 25.892 34.118 28.541 (10.415) (1.887) 2.478 1.252 54.087 Activos finan. disponíveis para venda (nota 17) Aplicações de Tesouraria (nota 21) Total de Provisões 2007 Devedores duvidosos (nota 20) Saldo inicial Provisões constituídas Provisões utilizadas Diferença cambial Aquisições e reestruturação de negócio Transfer. Saldo final 28.525 1.760 (5.079) 326 (72) 32 25 - (25) - - - - 8.150 6.127 (3.369) 425 - 22 11.355 Partes de capital em empresas associadas Existências (nota 18) 25.492 57 - - - - - 57 Total de ajustamentos para o valor de realização 36.757 7.887 (8.473) 751 (72) 54 36.904 Benefícios conc. a empregados (nota 26) 19.154 596 (957) - - (108) 18.685 Outros riscos e encargos 13.690 4.361 (3.816) 90 72 1.036 15.433 32.844 4.957 (4.773) 90 72 928 34.118 Aplicações de Tesouraria (nota 21) Total de Provisões A provisão para riscos e encargos inclui: 28 • Um montante de m EUR 2.312 respeitante a eventuais compensações a pagar pelo Grupo no âmbito de garantias prestadas em acordos de venda de negócios celebrados nos últimos anos. • Processos em contencioso cujo desembolso estimado pelo Grupo ascende a m EUR 23.580 e para os quais não existem perspectivas de resolução no prazo inferior a um ano. Credores e acréscimos e diferimentos 2008 Outros credores comerciais 2007 1.287.940 1.068.461 Outros credores não comerciais 111.567 79.726 Acréscimos de custos 155.210 140.020 Proveitos diferidos 5.325 1.355 1.560.042 1.289.562 A rubrica de acréscimos de custos é composta essencialmente pelo montante de remunerações a liquidar ao pessoal de m EUR 56.099, juros a pagar no valor de m EUR 16.105 e custos suplementares com a distribuição e promoção de produtos de consumo no valor de m EUR 32.984. Os restantes m EUR 50.022 correspondem a diversos custos (utilities, seguros, consultores, rendas, etc.), relativos ao exercício de 2008, e que não foram facturados pelas entidades competentes até ao final do exercício. A rubrica de proveitos diferidos é composta essencialmente por proveitos suplementares de m EUR 2.401 que são diferidos até ao momento da venda da respectiva mercadoria. 290 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 29 Garantias As garantias bancárias existentes são as seguintes: 2008 Garantias prestadas a fornecedores Garantias a favor da D.G.C.I. Garantias bancárias sobre financiamentos Outras garantias a favor do Estado Outras garantias prestadas Total Garantias 30 2007 3.173 65.972 227.789 10.314 7.019 1.336 19.502 55.656 11.800 1.811 314.267 90.105 Locação operacional O Grupo mantém como responsabilidades de médio e longo prazo alguns contratos, com cláusula de penalização em caso de cancelamento. O total dos pagamentos futuros associados aos contratos são os seguintes: 2008 Pagamentos até 1 ano Pagamentos entre 1 e 5 anos Pagamentos a mais de 5 anos 2007 132.608 415.600 506.002 1.054.210 86.134 251.988 209.615 547.737 Estes valores, na sua grande maioria, respeitam a contratos de arrendamento de lojas e armazéns, sendo a durabilidade inicial desses contratos entre os 5 e os 20 anos, com opção de os renegociar após esse período. Os pagamentos são actualizados anualmente, reflectindo valores da inflação e/ou de mercado. Conforme referido, todos estes contratos são canceláveis, mediante o pagamento de uma penalização. As responsabilidades inerentes a estas penalizações ascendiam no final de 2008 a m EUR 54.911. Durante o ano foi reconhecido em custos com rendas e alugueres o valor de m EUR 134.840 (2007: m EUR 96.211), e encontram-se discriminados da seguinte forma: 2008 Imóveis Equipamento básico Equipamento de transporte Equipamento informático Outros 2007 119.167 6.451 83.768 3.788 7.101 6.276 1.446 675 134.840 1.089 1.290 96.211 A diferença para os custos com rendas e alugueres apresentados na nota 6, respeitam a custos ocasionais com alugueres no montante de m EUR 925 (2007: m EUR 840), e ainda à imputação de rendas e alugueres aos custos dos produtos vendidos no valor de m EUR 438 negativos (2007: m EUR 387 negativos). 31 Compromissos de capital Os compromissos relativos a investimentos a realizar eram de m EUR 127.902, e respeitam a obras não concluídas, contratos de empreitada e a contratos-promessa de aquisição de terrenos, edifícios e equipamentos celebrados cujas escrituras irão ocorrer oportunamente. 32 Contingências • Do montante em devedores não correntes (nota 20), encontra-se reflectido nas demonstrações financeiras, o montante de m EUR 60.563, relativo a liquidações adicionais de imposto apresentadas pela Administração Tributária. A Administração do Grupo, com o apoio dos seus consultores fiscais e conselheiros jurídicos, entende que lhe assiste inteira razão e mantém as reclamações que apresentou contra essas liquidações, não prescindindo do seu legítimo direito de contestação e da expectativa de recuperação integral. 291 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Neste contexto, foi solicitado de imediato o reembolso da totalidade das importâncias pagas, bem como dos juros indemnizatórios à taxa legal, pelo período decorrido entre a data do seu pagamento e da sua efectiva restituição. Seguindo o princípio da prudência, o Grupo não está a reconhecer o valor dos juros indemnizatórios sobre este crédito. • Para além de diversas situações litigiosas, próprias dos negócios em que o Grupo opera, estão pendentes de resolução as seguintes questões materialmente relevantes: a) Em 1999, na sequência da aquisição de duas sociedades que detinham estabelecimentos anteriormente propriedade de ex-franquiados da ITMI Norte-Sul Portugal - Sociedade de Desenvolvimento e Investimento, S.A., esta sociedade, conjuntamente com a Regional de Mercadorias - Sociedade Central de Aprovisionamento, S.A., accionou várias sociedades do Grupo, responsabilizando-as pelo alegado incumprimento daqueles ex-franquiados do contrato que haviam celebrado com ITMI, já resolvido à data das referidas aquisições, reclamando uma indemnização de m EUR 14.600. Este processo encontra-se ainda sem data designada para julgamento. Atendendo à sua complexidade e ao facto de ainda não ter sido efectuada a produção de parte relevante da prova, não é possível, com segurança, determinar o seu resultado. É, no entanto, convicção da Administração que o montante peticionado dificilmente será aceite, pelo que, conforme referido nos relatórios e contas de anos transactos das associadas do Grupo, não foi constituída qualquer provisão para indemnizações. b) A empresa Leirimundo - Construção Civil, Lda. reclamou o pagamento de uma indemnização de JMR Prestação de Serviços para Distribuição, S.A. (anteriormente denominada por Gestiretalho - Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A.), no montante de m EUR 8.196, em resultado da denúncia do contrato de arrendamento celebrado entre as partes. Esta acção foi submetida à decisão de árbitros de acordo com o Regulamento do Tribunal Arbitral do Centro de Arbitragem Comercial da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa / Associação Comercial de Lisboa. Após um longo processo, que se prolongou por quase cinco anos, os árbitros julgaram - por unanimidade - improcedentes os pedidos da Autora. Sucede que a Leirimundo, inconformada com o resultado da decisão, pretende agora - sem qualquer fundamento - servir-se do mecanismo da anulação judicial das decisões arbitrais para postergar a decisão final e definitiva do litígio, pelo que apresentou uma acção com esta causa de pedir no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. A JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. está convicta que lhe assiste razão e que a decisão do Tribunal Arbitral, que lhe foi favorável não será judicialmente anulada, pelo que não foi constituída qualquer provisão. c) A empresa Proherre Internacional, Lda. reclama o pagamento de uma indemnização ao Pingo Doce – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A., no montante de m EUR 2.500, alegando a denúncia do contrato de arrendamento por parte do Pingo Doce, sem que tenha decorrido o período mínimo acordado entre as partes. O Pingo Doce contestou este pedido pelo facto do contrato ter sido cessado por mútuo acordo. O processo encontra-se em fase embrionária, tendo sido realizada a audiência preliminar e emitido o respectivo despacho. d) A empresa Sodisnasa, fornecedora de serviços de transporte reclama o pagamento de uma indemnização de m EUR 1.423, acrescido de juros, às sociedades do Grupo, Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. e João Gomes Camacho S.A., alegando que estas rescindiram ilegitimamente diversos contratos de transporte e logística. A Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. e a João Gomes Camacho S.A. apresentaram no início do corrente ano a sua contestação, estando plenamente convictas de que procederam legal e tempestivamente à rescisão dos referidos contratos, não tendo, por isso, sido constituída qualquer provisão. e) A Administração Fiscal reclama do Recheio, SGPS, S.A. o montante de m EUR 2.503 relativo a liquidações oficiosas de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), que têm como fundamento a utilização do método de dedução do IVA de afectação real. A Administração do Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera que lhe assiste inteira razão nesta matéria, facto reforçado pela jurisprudência emanada pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa sobre a matéria em causa. f) A Administração Fiscal reclama do Recheio Cash & Carry, S.A. o montante de m EUR 751 relativo a liquidações oficiosas de IVA, por considerar não estarem cumpridos determinados requisitos comprovativos de isenção de IVA em transacções intracomunitárias. A Administração do Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações e considera que lhe assiste inteira razão nesta matéria. g) A Administração Fiscal informou o Recheio, SGPS, S.A., que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de m EUR 81.952, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2000 a 2003, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os quais estão sujeitos a tributação em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC), ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração do Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade, nem fundamento no relatório da Administração fiscal, pelo que accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. 292 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 h) A Administração Tributária reclama do Feira Nova - Hipermercados, S.A. o montante de m EUR 743 relativo a liquidações oficiosas de Contribuição Especial, que têm como fundamento a valorização registada nos lotes de terreno que constituem o complexo da Bela Vista. A Administração do Feira Nova, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. i) A Administração Tributária reclamou do Feira Nova – Hipermercados, S.A. e do Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. os montantes de m EUR 325 e m EUR 499, respectivamente, relativamente a IRC, referente aos exercícios de 2002 e 2003, relativos a pagamentos efectuados a entidades não residentes, para efeitos fiscais, em Portugal, sem que as sociedades dispusessem na data estipulada pela Administração Tributária dos formulários que permitiam a redução/eliminação da retenção na fonte. As Administrações do Feira Nova e do Pingo Doce, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestaram aquelas liquidações, considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. No que respeita a esta matéria, importa referir que a Administração Tributária deferiu as reclamações graciosas apresentadas pelo Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. e pelo Feira Nova – Hipermercados, S.A. respeitantes, respectivamente, aos exercícios de 2001 e de 2002, e nos montantes de m EUR 525 e m EUR 500. j) A Administração Tributária liquidou, relativamente aos anos de 2002, 2003 e 2004, ao Feira Nova – Hipermercados, S.A. e ao Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A., os montantes de m EUR 2.966 e m EUR 2.324, respectivamente. Estas liquidações são respeitantes a valores registados por estas Companhias como quebras (perdas em existências resultantes de deterioração ou roubo), que não estão a ser aceites como custos fiscais em IRC, assim como ao IVA em falta, resultante na inexistência de evidência que os bens não foram vendidos. As Administrações do Feira Nova e do Pingo Doce, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestaram aquelas liquidações, considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. k) A Administração Tributária procedeu a algumas correcções em sede de IRC, em empresas pertencentes ao perímetro do Grupo tributado pelo Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades (RETGS) liderado pela sociedade JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. (JMR), as quais originaram liquidações adicionais de imposto, relativamente aos anos de 2002, de 2003 e de 2004, no montante total de m EUR 20.157. A Administração da JMR, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. l) A Administração Fiscal informou a Jerónimo Martins, SGPS, S.A., que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de m EUR 10.568, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2004 e de 2005, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os quais estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração de JMH, com o apoio dos seus consultores Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. m) A Administração Fiscal reclamou da Jerónimo Martins o montante de m EUR 989, referente a IRC, relativo a uma indemnização paga pela Sociedade em virtude de um acordo alcançado em tribunal arbitral e que aquela entidade considerou tratar-se de um pagamento a uma entidade sujeita a regime fiscal mais favorável, e como tal não aceite para efeitos fiscais. A Administração da Jerónimo Martins, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. n) A Administração Fiscal liquidou à JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. o montante de m EUR 16.078, relativamente à requalificação fiscal de dividendos recebidos de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2003 e 2004, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os que estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração da JMR, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. o) A Administração Fiscal liquidou à Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. o montante de m EUR 532, relativo a uma suposta falta de entrega do IVA, contudo tal dívida foi gerada por lapso da Administração Fiscal no tratamento de declarações de substituição daquele imposto submetidas pela Sociedade e que não geravam qualquer impacto ao nível do imposto a pagar. A Administração da Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A., com o apoio dos seus consultores fiscais, considera não existir qualquer validade na correcção da Administração Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as suas decorrências. p) A Administração Fiscal reclama da Unilever Bestfoods Portugal – Produtos Alimentares, S.A., o montante de m EUR 4.343 respeitante a não aceitação, da isenção de retenção na fonte feita pela empresa, no pagamento de dividendos no ano de 2002. A Administração da empresa, com o apoio dos seus advogados e consultores fiscais, já contestou aquelas liquidações considerando que não assiste razão à Administração Tributária nesta matéria. 293 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 q) A Administração Fiscal reclama da LeverElida – Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Lda., o montante de m EUR 1.448 respeitante a não aceitação de determinados custos fiscais de IRC respeitantes ao exercício de 2000. O recurso para reforma do acórdão, apresentado em final de 2007, foi indeferido, estando a reacção a ser estudada com o apoio dos seus advogados. A execução da dívida encontra-se suspensa pela prestação da garantia bancária por parte da Companhia. No final do mês de Dezembro de 2008 a Administração Tributária notificou a JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. relativamente ao ano de 2005. Esta notificação, para a qual ainda não foi recebida qualquer nota de liquidação, respeita a correcções em sede de IRC similares às reportadas para anos anteriores. No decurso do ano de 2008, a Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. recebeu notificação de sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Sintra, dando-lhe razão no processo por esta interposta contra a Administração Tributária, relativo a liquidação indevida de Imposto Municipal de Sisa, de 2001. Ainda em 2008, a Divisão de Justiça Contenciosa, chamada a pronunciar-se no âmbito do processo de impugnação judicial interposta pela JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A., com vista a contestar a liquidação adicional de IRC, relativa a 2003, revogou parcialmente a referida liquidação emitida pela própria Administração Tributária. 33 Partes relacionadas 33.1 Saldos e transacções com partes relacionadas O Grupo é participado em 56,10% pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos, não tendo existido transacções entre esta e qualquer outra Companhia do Grupo no exercício de 2008, nem se encontrando à data de 31 de Dezembro de 2008 qualquer valor a pagar ou a receber entre elas. Os saldos e transacções de empresas do Grupo com partes relacionadas são as seguintes: Vendas e Prestação Serviços 2008 2007 Compras de mercadorias e Fornecimentos de Serviços 2008 2007 Joint Ventures 722 901 92.200 87.135 Partes relacionadas 753 991 1.264 1.214 Devedores e Acréscimos e Diferimentos 31/12/2008 Joint-Ventures Partes relacionadas 31/12/2007 Credores e Acréscimos e Diferimentos 31/12/2008 31/12/2007 675 947 7.915 8.037 91 97 580 515 Os saldos e transacções não anulados no processo de consolidação, relativos a partes relacionadas, são os seguintes: Vendas e Prestação Serviços 2008 2007 Compras de mercadorias e Fornecimentos de Serviços 2008 2007 Joint-Ventures 383 472 50.710 47.927 Partes relacionadas 753 991 1.264 1.214 Devedores e Acréscimos e Diferimentos 31/12/2008 Join- Ventures Partes relacionadas 31/12/2007 Credores e Acréscimos e Diferimentos 31/12/2008 31/12/2007 356 499 4.353 4.420 91 97 580 515 Todas as transacções com as empresas consolidadas pelo método proporcional (joint-ventures) ou pelo método de equivalência patrimonial foram realizadas em condições normais de mercado, ou seja, os valores das transacções correspondem aos que seriam praticados com empresas não relacionadas. 294 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 33.2 Benefícios atribuídos a administradores Na Assembleia Geral Anual de 2005 foi aprovado um Plano de Pensão de Reforma. Trata-se de um Plano de Pensões do tipo Contribuição Definida, em que é fixado previamente o valor da contribuição, variando o valor dos benefícios em função dos rendimentos obtidos. Cabe à Comissão de Vencimentos a definição da taxa de contribuição da empresa e da contribuição inicial. São considerados Participantes do Plano os Administradores Executivos da Sociedade, sendo que, aqueles que optarem pelo presente Plano de Pensões, deixarão de estar em condições de elegibilidade relativamente ao Plano de Complemento de Reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. Quanto a regimes complementares de pensões ou de reforma, nos termos do Regulamento em vigor, têm direito a Complemento de Reforma os Administradores que, cumulativamente tenham: (i) mais de 60 anos, (ii) exercido funções executivas, e (iii) desempenhado cargos de Administrador há mais de dez anos. Este complemento foi estabelecido na Assembleia Geral Anual de 1996, mas nenhum dos membros da Comissão Executiva usufruirá do mesmo já que todos optaram pelo Plano de Pensão de Reforma anteriormente referido. 33.3 Remunerações dos administradores As remunerações fixas, variáveis e contribuições para planos de pensões atribuídas aos administradores foram: 2008 Administradores executivos Administradores não executivos 2007 1.869 1.834 1.144 882 3.013 2.716 O Conselho de Administração é composto por 9 elementos (3 executivos e 6 não executivos), conforme consta do Relatório de Gestão no capítulo relativo ao Governo da Sociedade. O montante considerado como remunerações de Administradores não executivos, em 2008, inclui m EUR 14 relativo à remuneração de Administradores não executivos pela sua participação na Comissão de Auditoria (2007: m EUR 12). 33.4 Remuneração dos Quadros Superiores 2008 Salários e prémios 2007 * 16.698 15.347 1.746 1.103 Plano de Pensões 279 279 Outros benefícios 154 173 18.877 16.902 Indemnizações Total * Os montantes aqui apresentados para 2007 foram corrigidos. Por lapso, estavam consideradas nesta rubrica as remunerações de Administradores já incluídas na nota 33.3. O número médio de Quadros Superiores do Grupo foi de 90. Os montantes apresentados reflectem 100% dos custos incorridos com remunerações dos Quadros Superiores, incluindo as companhias consolidadas através do método proporcional (joint-ventures). 295 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 34 Empresas do Grupo O controlo do Grupo é assegurado pela empresa-mãe, Jerónimo Martins, SGPS, S.A.. Nos quadros apresentados a seguir, incluem-se as empresas que fazem parte do Grupo. Estes quadros foram organizados de acordo com o método de consolidação aplicado e, no caso de exclusão, divulgam os motivos que a justificam. a) Método integral Companhia Sede % Capital detido Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Gestão de participações sociais Jerónimo Martins – Serviços, S.A. Gestão de recursos humanos de topo do Grupo Lisboa 100,00 Hermes–Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Funchal 100,00 Friedman - Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários ,Lda. Prestação de serviços de natureza contabilística e económica Funchal 100,00 Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda. Gestão e administração de bens imóveis e marcas comerciais Lisboa 100,00 Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda. Prestação de serviços nas áreas de prospecção de mercados, aprovisionamento e técnicas de negociação e marketing Lisboa 100,00 Lisboa Jerónimo Martins – Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. Comércio por grosso de produtos alimentares Lisboa 100,00 Caterplus – Comercialização e Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. Comércio por grosso de outros produtos alimentares Lisboa 49,00 Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. Restauração Lisboa 100,00 Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Venda a retalho de chocolates, confeitaria e afins Lisboa 51,00 JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. Gestão de participações sociais na área da distribuição retalhista Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Retail Services, S.A. Exploração de marcas comerciais EVA – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Klosters (Suíça) Funchal 51,00 51,00 Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Comércio a retalho em supermercados Lisboa 51,00 Feira Nova – Hipermercados, S.A. Comércio a retalho em hipermercados Lisboa 51,00 Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 51,00 Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A. Compra e venda de bens imóveis Lisboa 51,00 Casal de São Pedro – Administração de Bens, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 51,00 Bazar Novo – Distribuição de Produtos Não Alimentares, Lda. Comércio a retalho de bens de consumo duradouro Lisboa 51,00 Electric Co – Distribuição de Produtos não Alimentares, Lda. Distribuição de produtos não alimentares e de consumo Lisboa 51,00 Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. Gestão e administração de bens imóveis na área retalhista Lisboa 51,00 JMR – Prestação de Serviços para a Distribuição a Retalho, S.A. •• Gestão, consultoria e logística de actividades retalhistas Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Finance Company (2), Limited Sociedade de serviços financeiros Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A. Comércio a retalho em supermercados Lisboa 51,00 Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A. Formação profissional Lisboa 51,00 Recheio, SGPS, S.A. Gestão de participações financeiras na área da distribuição por grosso e retalho Lisboa 100,00 Recheio-Cash & Carry, S.A. Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Lisboa 100,00 Masterchef, S.A. Comércio a retalho e/ou por grosso de produtos alimentares Lisboa ou não alimentares 100,00 PSQ – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e gestão de investimentos Funchal 100,00 Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Gestão e administração de bens imóveis Lisboa 100,00 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. Compra e venda de bens imóveis Lisboa 100,00 SCGR - Comércio por Grosso e a Retalho, S.A. Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Lisboa 100,00 Funchalgest– Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Gestão de participações sociais Funchal 75,50 João Gomes Camacho, S.A. Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Funchal 75,50 Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. Comércio a retalho em supermercados Funchal 75,50 Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A. Gestão e administração de imóveis Funchal 75,50 Belegginsmaatschappij Tand B.V. •• Actividade Sociedade de serviços financeiros Jeronimo Martins Dystrybucja, S.A. Comércio a retalho de produtos alimentares e de consumo Optimum Mark Sp. Z.o.o. Exploração de marcas comerciais PLUS Discount Sp. Z o.o Comércio por grosso e a retalho de produtos alimentares e não alimentares Dublin (Irlanda) Roterdão (Holanda) Kostrzyn (Polónia) Varsóvia (Polónia) Poznan (Polónia) 51,00 100,00 100,00 100,00 100,00 Anteriormente designada como Gestiretalho – Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A.. Alteração efectuada em Abril de 2008. 296 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 b) Método proporcional Companhia Actividade Sede % Capital detido Unilever Jerónimo Martins, Lda. Comércio por grosso de outros produtos alimentares Lisboa 45,00 Indústrias Lever Portuguesa, S.A. Fabricação de detergentes Lisboa 45,00 Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. Fabricação de gelados e sorvetes Lisboa 45,00 Fima - Produtos Alimentares, S.A. Produção de margarinas e afins Lisboa 45,00 Victor Guedes – Indústria e Comércio, S.A. Produção de azeite Lisboa 45,00 Bliska Sp. Zo.o. Venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde Varsóvia (Polónia) 50,00 c) Método de equivalência patrimonial Companhia PGJM – Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A. Actividade Comércio por grosso de perfumes e cosméticos Sede Lisboa % Capital detido 50,00 d) Durante o exercício de 2008: 35 • Em Maio as empresas Idole – Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda. e Dantas & Vale, S.A. foram liquidadas; • Em Outubro, o Grupo procedeu à fusão das empresas Simões & Freitas, Lda. e Plus Discount Supermercados, Lda., na Sociedade Pingo Doce - Distribuição Alimentar, S.A. Interesses em empresas controladas conjuntamente e associadas O Grupo detém (directa e indirectamente) interesses nas seguintes empresas controladas conjuntamente (jointventures): ● Na Unilever Jerónimo Martins o Grupo detém uma participação de 45%, a qual controla um conjunto de empresas que se dedicam à fabricação e comercialização de produtos vários, como adiante se discrimina: • • • ● Fima – dedica-se à fabricação e venda de produtos alimentares na área das gorduras alimentares e das bebidas comercializando Marcas Próprias e marcas do Grupo Unilever; Lever - dedica-se à fabricação e comercialização de produtos de higiene pessoal e doméstica. As marcas comercializadas são propriedade do Grupo Unilever; Olá – dedica-se à fabricação e comercialização de gelados utilizando Marcas Próprias e marcas do Grupo Unilever. O Grupo detém ainda uma participação de 50% na Bliska, empresa localizada na Polónia, cuja actividade é de venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde. O Grupo detém directamente interesses na seguinte empresa associada: ● O Grupo detêm uma participação de 50% na empresa PGJM - Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A., a qual se dedica à comercialização de perfumes e de produtos de cosmética. As demonstrações financeiras das sociedades controladas conjuntamente (joint-ventures) apresentam os seguintes valores: 2008 Activos não correntes Activos correntes Passivos não correntes Passivos correntes 2007 617.138 176.141 (432.848) (223.898) 615.600 173.308 (429.313) (256.350) Activos Líquidos 136.533 103.245 Proveitos e ganhos Custos e perdas 815.998 (760.539) 744.583 (713.926) 55.459 30.657 Resultado Líquido 297 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 31 de Dezembro de 2008 e 2007 As demonstrações financeiras das sociedades controladas conjuntamente (joint-ventures) apresentam os seguintes valores: 2008 Activos não correntes Activos correntes Passivos não correntes Passivos correntes 2007 120.892 75.020 (8.734) (99.955) 120.028 73.974 (7.143) (114.287) Activos Líquidos 87.223 72.572 Proveitos e ganhos Custos e perdas 121.222 (84.996) 103.406 (82.986) Resultado Líquido 36.226 20.420 O quadro abaixo apresenta o seu contributo para as Demonstrações Financeiras consolidadas, incluindo o Goodwill que lhe está afecto assim como a proporção dos saldos e transacções, integrados no processo de consolidação e não anulados. 2008 Activos não correntes Activos correntes Passivos não correntes Passivos correntes 2007 200 5.734 (492) (3.960) 170 5.251 (419) (3.805) Activos Líquidos 1.482 1.197 Proveitos e ganhos Custos e perdas 7.086 (6.449) 7.278 (6.816) 637 462 Resultado Líquido Na aplicação do método da equivalência patrimonial não existiram problemas na harmonização das políticas contabilisticas da sua associada. 36 Eventos subsequentes à data do balanço Até à data de conclusão deste Relatório não ocorreram factos significativos que mereçam destaque. Lisboa, 5 de Março de 2009 O Técnico de Contas O Conselho de Administração 298 Declaração de conformidade Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea c) do artigo 245º do Código dos Valores Mobiliários, informamos que, tanto quanto é do nosso conhecimento: (i) a informação constante no relatório de gestão expõe fielmente a evolução dos negócios, do desempenho e da posição da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação, contendo uma descrição dos principais riscos e incertezas com que se defrontam; e (ii) a informação constante nas demonstrações financeiras individuais e consolidadas, assim como nos seus anexos, foi elaborada em conformidade com as normas contabilísticas aplicáveis, dando uma imagem verdadeira e apropriada do activo e do passivo, da situação financeira e dos resultados da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. e das empresas incluídas no perímetro da consolidação. Lisboa, 5 de Março de 2009 Elísio Alexandre Soares dos Santos (Presidente do Conselho de Administração) Luís Maria Viana Palha da Silva (Presidente da Comissão Executiva com o pelouro financeiro) Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações de Distribuição Alimentar) José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos (Membro da Comissão Executiva - Responsável pelas Operações da Indústria e Serviços de Marketing, Representações e Restauração) António Mendo Castel-Branco Borges (Administrador Não-Executivo) Hans Eggerstedt (Administrador Não-Executivo) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Administrador Não-Executivo) Artur Eduardo Brochado dos Santos Silva (Administrador Não-Executivo) Nicolaas Pronk (Administrador Não-Executivo) 299 PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Palácio Sottomayor Rua Sousa Martins, 1 - 3º 1069-316 Lisboa Portugal Tel +351 213 599 000 Fax +351 213 599 999 Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Consolidada Introdução 1 Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a informação financeira contida no Relatório consolidado de gestão e nas demonstrações financeiras consolidadas anexas da Jerónimo Martins, SGPS, SA., as quais compreendem o Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2008, (que evidencia um total de 3.726.565 milhares de euros e um total de capital próprio de 931.125 milhares de euros, o qual inclui um total de interesses minoritários de 281.307 milhares de euros e um resultado líquido de 163.216 milhares de euros), a Demonstração consolidada dos resultados por funções, a Demonstração de alterações no capital próprio consolidado e a Demonstração consolidada dos fluxos de caixa do exercício findo naquela data, e o correspondente Anexo. Responsabilidades 2 É da responsabilidade do Conselho de Administração da Empresa (i) a preparação do Relatório consolidado de gestão e de demonstrações financeiras consolidadas que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, as alterações no capital próprio consolidado, o resultado consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados; (ii) que a informação financeira histórica seja preparada em conformidade com as normas internacionais de relato financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia e que seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários; (iii) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados; (iv) a manutenção de sistemas de controlo interno apropriados; e (v) a divulgação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a actividade do conjunto das empresas incluídas na consolidação, a sua posição financeira ou resultados. 3 A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos documentos de prestação de contas acima referidos, designadamente sobre se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no nosso exame. PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Inscrita na lista dos Revisores Oficiais de Contas sob o nº 183 Sede: Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 - 3º, 1050 - 217 Lisboa NIPC 506 628 752 Capital Social Euros 312.000 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o nº 506 628 752 (ex nº. 11912) Inscrita na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sob o nº 9077 Jerónimo Martins, SGPS, SA. 6 de Março de 2009 Âmbito 4 O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras consolidadas não contêm distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluíu: (i) a verificação de as demonstrações financeiras das empresas incluídas na consolidação terem sido apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações nelas constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; (ii) verificação das operações de consolidação e da aplicação do método da equivalência patrimonial; (iii) a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias; (iv) a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; (v) a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras consolidadas; e (vi) a apreciação se a informação financeira consolidada é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita. 5 O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação financeira consolidada constante do relatório consolidado de gestão com os restantes documentos de prestação de contas. 6 Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião. Opinião 7 Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira consolidada da Jerónimo Martins, SGPS, SA. em 31 de Dezembro de 2008, as alterações no capital próprio consolidado, o resultado consolidado das suas operações e os fluxos consolidados de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as normas internacionais de relato financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia e a informação nelas constante é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita. Lisboa, 6 de Março de 2009 PricewaterhouseCoopers & Associados, S.R.O.C., Lda. representada por: Jorge Manuel Santos Costa, R.O.C. (2) Relatório e Parecer da Comissão de Auditoria Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea g) do artigo 423º-F do Código das Sociedades Comerciais, apresentamos o nosso relatório sobre as actividades de fiscalização, o nosso parecer sobre o relatório e contas consolidado de Jerónimo Martins, SGPS, S.A. relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008 e ainda sobre as propostas apresentadas pelo Conselho de Administração. Esta comissão reuniu por quatro vezes ao longo do ano de 2008, procedido à fiscalização da: i) administração da Sociedade, quer pela observância cumprimento da lei, quer do contrato de sociedade; do ii) eficácia dos sistemas de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna e externa; e iii) preparação e divulgação de informação financeira, assim como a revisão da exactidão dos documentos de prestação de contas, das políticas contabilísticas e critérios valorimétricos adoptados pela Sociedade, por forma assegurar que os mesmos correspondem a uma correcta avaliação do património e dos seus resultados. Para tal, reunimos com os responsáveis de todos os departamentos que entendemos necessário ao esclarecimento de todas as matérias no âmbito das funções que nos foram conferidas, nomeadamente com os responsáveis da Auditoria Interna, das Direcções Funcionais do Centro Corporativo e com a Comissão Executiva, dos quais obtivemos todos os esclarecimentos que julgámos necessários. Reunimos ainda com o auditor externo no sentido de acompanhar o trabalho por este desenvolvido, assim como das conclusões do mesmo. No âmbito das competências que nos foram conferidas, verificámos que: i) O relatório consolidado de gestão evidencia de forma correcta, clara e completa os aspectos mais significativos da evolução dos negócios e da situação patrimonial da Sociedade e suas filiais, assim como se encontram devidamente apresentados todos os riscos existentes quer de natureza operacional, quer de natureza financeira; e ii) as demonstrações financeiras consolidadas e respectivo anexo dão uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da Sociedade e suas filiais. 302 A Comissão de Auditoria tendo ainda como competência, estabelecida no seu Regulamento Interno, a avaliação da estrutura e governo societários procurou, a cada momento, avaliar o estado do Governo da Sociedade, propondo ajustes quando necessários e debruçando-se, quer do ponto de vista teórico, quer prático sobre as estruturas e práticas adoptadas. Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de Administração, dos serviços da Sociedade e as conclusões constantes da Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Consolidada, somos do parecer que: i) Seja aprovado o Relatório Consolidado de Gestão; ii) Sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras Consolidadas; e iii) Seja aprovada a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração. Lisboa, 5 de Março de 2009 Hans Eggerstedt (Presidente da Comissão de Auditoria) António Mendo Castel-Branco Borges (Vogal) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Vogal) 303 R&C’08 Relatório & Contas Individual VI. Relatório e Contas Individual Jerónimo Martins, SGPS, S.A. Sociedade Aberta Número comum de matrícula na C.R.C. de Lisboa e de Pessoa Colectiva: 500 100 144 Capital social EUR 629.293.220 Rua Tierno Galvan, Torre 3, 9º, Letra J 1099 - 008 LISBOA R&C’08 Relatório de Gestão JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. SOCIEDADE ABERTA RELATÓRIO DE GESTÃO Exercício de 2008 A Jerónimo Martins (adiante designada por JMH) enquanto gestora de participações sociais detém um portefolio de investimentos composto por forte presença na Distribuição Alimentar em Portugal continental (Pingo Doce, Feira Nova e Recheio), Madeira (Pingo Doce e Recheio) e Polónia (Biedronka), no sector industrial onde mantém à longa data uma parceria com a Unilever (Fima, Bestfoods, Lever e Olá), no Retalho Especializado (onde se destaca a Hussel, Olá e Jeronymo) e ainda serviços de marketing e representação (JMD). A JMH, enquanto Holding do Grupo, exerce funções de coordenação e assessoria às suas participadas, sendo que as áreas funcionais de apoio ao Grupo vão desde a administração, relações institucionais, desenvolvimento e estratégia, planeamento e controlo, jurídico, gestão de risco, fiscalidade, auditoria interna, recursos humanos, operações financeiras, contabilidade, consolidação, segurança e comunicação. O volume de negócios resultante da prestação destes serviços foi de 12,3 milhões de euros. 1. Síntese do Desempenho Operacional do Grupo em Portugal Pingo Doce O ano de 2008 foi, para o Pingo Doce, o culminar de um processo de mudança, tendo sido marcado por três projectos fundamentais, a saber: i) a fusão do Pingo Doce/Feira Nova, em termos organizacionais e com a conversão das médias superfícies; ii) a aquisição das antigas lojas Plus e iii) o lançamento da nova identidade, os quais resultaram no consolidar do posicionamento e das vantagens competitivas da Companhia. O Pingo Doce, no ano de 2008, registou um aumento de 11,2% das vendas like-for-like (LFL), dois terços do qual reflecte um crescimento de volumes. O volume total de vendas do Pingo Doce (excluindo as lojas compactas, entretanto integradas) cresceu, em 2008, 23,7% em relação ao ano transacto, impulsionado pelo comportamento das vendas LFL mas também pela implementação do plano de expansão com 17 novas lojas abertas no ano e a integração das 77 antigas lojas Plus. Feira Nova Os nove hipermercados do Grupo, sob a Insígnia Feira Nova, registaram, em 2008, um volume de vendas de 365,6 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 3,7% face ao ano transacto. Esta quebra de vendas concentrou-se, sobretudo, no último quadrimestre do ano, em resultado do agravamento da conjuntura económica e da quebra de confiança dos consumidores. Apesar dos efeitos desta conjuntura se terem feito sentir, particularmente na evolução das vendas do negócio não alimentar, o desempenho dos hipermercados, no que respeita à contribuição para os resultados do ano, foi bastante positiva. 305 R&C’08 Relatório de Gestão Recheio As vendas totais do Recheio aumentaram 4,5% em 2008, em relação ao mesmo período do ano anterior e reflectem, para além do crescimento LFL, a integração de uma nova loja adquirida no início de Novembro de 2008. O Recheio registou um desempenho muito sólido ao nível das vendas LFL, ao longo do ano, assente no crescimento dinâmico da actividade no canal HoReCa, bem como na conquista de quota de mercado no canal tradicional. Em 2008, o Recheio manteve a sua margem de cash flow operacional, totalizando cerca de 40 milhões de euros, registando-se um crescimento de cerca de 5,1% face a 2007, valores estes acima da média do sector. Madeira Em 2008, o Pingo Doce na Madeira apresentou, pelo quarto ano consecutivo, uma deflação real nos seus preços. Os Perecíveis, identificados estrategicamente como categorias de destino, e em que a Insígnia Pingo Doce tem um forte reconhecimento de qualidade, continuaram a aumentar o seu peso nas vendas da Companhia, representando agora 54,1% das vendas totais. Ao mesmo tempo, a quota dos produtos de Marca Própria passou de 28,7% para 31,7%, verificando-se um aumento de 9,9% nas vendas deste tipo de artigos face a 2007. O ano de 2008 caracterizou-se ainda pela abertura de quatro unidades retalhistas concorrentes, factor que trouxe maior competitividade e partilha de clientes na Região. Ainda assim, o Pingo Doce Madeira conseguiu praticamente manter o nível de vendas do ano anterior, tendo encerrado o exercício de 2008 com vendas de 93,8 milhões de euros. O Recheio da Madeira apresentou, em 2008, um excelente desempenho ao nível das vendas, encerrando o mesmo com um crescimento de 19,8%, atingindo 34,5 milhões de euros. O Recheio consolidou, assim, a liderança no seu segmento, aproveitando com sucesso os investimentos efectuados no ano anterior, que envolveram a remodelação e certificação da sua loja e estabeleceram as bases do negócio para os anos futuros, que passam necessariamente por uma forte componente de serviço à hotelaria e restauração. JMD e Retalho Especializado Nos Serviços de Marketing, Representações e Restauração, as vendas do ano cresceram 7,8% com aceleração significativa nos últimos meses do ano, reflectindo, principalmente, a entrada de três novas representadas durante o ano de 2008 e a abertura de oito novas lojas de restauração. Serviços de Marketing e Representações Sendo a Divisão Alimentar a principal divisão da Companhia, 2008 foi um ano fundamental com o lançamento de duas novas representadas: Truly e Sunquick, nas áreas da confeitaria e sumos concentrados, e do lançamento de mais uma Marca Própria de camarão selvagem congelado “Malaki”. Todas as marcas representadas por JMD apresentaram crescimentos consideráveis durante o ano 2008 à excepção da Canderel, devido ao contínuo crescimento e forte peso das Marcas Próprias neste segmento de mercado. 306 R&C’08 Relatório de Gestão Hussel As vendas da Hussel registaram, em 2008, um crescimento de 7,8%, para o qual contribuiu a evolução muito positiva do valor médio de compra, bem como o plano de investimento da Companhia, que se traduziu na abertura de duas lojas e na implementação de um programa de remodelações que abrangeu outras quatro. A Hussel terminou o ano de 2008 a operar um total de 23 lojas. Indústria Na Indústria, as vendas do ano registaram um crescimento de 3,1%, mesmo tendo em conta um impacto derivado do ajuste das políticas de preço nos volumes de algumas categorias. Para este desempenho também contribuiu a boa resposta das unidades de produção da Companhia no abastecimento de unidades da Unilever em outras geografias. A Unilever Jerónimo Martins manteve-se igualmente atenta na defesa das quotas de mercado das categorias chave. 2. Síntese do Desempenho Operacional do Grupo na Polónia A estratégia da Biedronka focada na qualidade a preços baixos todos os dias, eficiência operacional e proximidade do consumidor, através de uma agressiva política de expansão, provou, uma vez mais, ser a mais ajustada à realidade do mercado e ao fortalecimento e competitividade da Companhia enquanto líder de retalho alimentar na Polónia. O reforço do posicionamento estratégico da Biedronka permitiu um crescimento de vendas like-for-like de 20,2%, associado a uma expansão orgânica de 154 novas lojas, ao encerramento ou substituição de 33, e à aquisição de 205 lojas Plus, resultando num crescimento de vendas, em moeda local, de 37,3% face ao ano anterior. No quarto trimestre, o abrandamento do crescimento LFL das vendas da Biedronka, que atingiu 11,7%, reflecte o abrandamento muito significativo da inflação ao longo dos últimos meses do ano, tendo implícito um crescimento dos volumes e da quota de mercado semelhante ao registado durante os primeiros nove meses do ano. A Biedronka terminou o ano com um total de 1.359 lojas. 3. Perspectivas para 2009 Na actual conjuntura macro-económica, Jerónimo Martins vai dar continuidade à sua estratégia de crescimento, num quadro de prudência financeira que proteja a solidez do balanço do Grupo e a rentabilidade dos seus activos. Em 2009, o Pingo Doce assume três grandes prioridades. Antes de mais, a Companhia vai prosseguir com a sua estratégia de diferenciação para continuar a crescer no like-for-like a valores acima do mercado, reforçando desta forma a sua posição relativa. Neste âmbito, os projectos e negócios lançados recentemente desempenham um importante papel. Por outro lado, a consolidação dos processos de integração das lojas compradas à Tengelmann, em 2008, e das lojas Feira Nova com menos de 2.500 metros quadrados sob a Insígnia Pingo Doce, deverá reforçar a capacidade da Companhia para crescer em vendas e rentabilidade. Por último, o investimento na expansão e no desenvolvimento de novos projectos deverá ser muito selectivo, de modo a acautelar o cash flow gerado pela Companhia. O investimento no ano será canalizado para a abertura de cinco a dez novas lojas e para a remodelação de vinte lojas ex-Plus. 307 R&C’08 Relatório de Gestão A prioridade do Recheio continua a ser o crescimento sustentado das vendas no abastecimento ao canal HoReCa e a manutenção da posição de liderança no abastecimento ao Retalho Tradicional. Em 2009, o Recheio vai prosseguir com a sua estratégia para ser a Companhia mais competitiva e mais bem preparada, em Portugal, no abastecimento ao canal HoReCa. Para 2009, o Pingo Doce na Madeira terá como principais desafios o retomar do crescimento sustentado das suas vendas e dos seus resultados, sendo as principais áreas de actuação ao nível das melhorias logísticas, comerciais e da operação de loja. O Recheio da Madeira manterá a sua estratégia focada essencialmente no mercado HoReCa, para o qual oferece serviços e soluções adequados. Na área da Indústria, o investimento nas marcas líderes de mercado, tanto em preço como em inovação, continua a ser a grande prioridade do negócio. O processo de reestruturação que conduziu à criação de uma Companhia única e à racionalização do portefólio, com a eliminação de marcas com fraca capacidade de liderança, deverá permitir continuar a proteger a rentabilidade dos activos e a reforçar as quotas de mercado das marcas que formam o actual portefólio. A Jerónimo Martins Distribuição continua a procurar dar sustentabilidade ao seu portefólio de representadas enquanto que a Jerónimo Martins Restauração e Serviços continua a estudar oportunidades de negócio na Restauração e a reforçar o seu plano de crescimento nesta área. Em 2009, a inovação, no contexto do modelo de negócio da Insígnia, continuará a ser o tema chave da estratégia da Hussel, que espera abrir mais duas lojas no mercado português. Jerónimo Martins vai continuar a investir no crescimento orgânico e no reforço da sua posição de liderança no Retalho Alimentar da Polónia, dando continuidade ao ritmo de expansão orgânica que tem vindo a registar nos últimos anos. Em 2009, a Biedronka planeia abrir 150 novas lojas e efectuar entre 80 a 100 remodelações. Mais uma vez, Jerónimo Martins antecipa um ano muito exigente, determinado por uma conjuntura menos favorável e que também está envolta em incerteza. No entanto, o Grupo continua a assumir objectivos ambiciosos, confiante que está na robustez do seu portefólio e na sua capacidade de gestão para enfrentar ambientes de maior exigência. A análise das actividade do Grupo encontra-se tratada com mais detalhe no Relatório Consolidado de Gestão que acompanha as Demonstrações Financeiras Consolidadas relativas ao exercício de 2008. 4. O Desempenho da Holding A empresa enquanto Holding e gestora de participações sociais, apresentou em 2008 resultados operacionais de -1,1 milhões de euros, o que representa uma diminuição de 1,1 milhões de euros face a 2007. Esta diminuição é explicada pelo aumento dos custos com estudos sobre outros mercados, bem como resultados operacionais não usuais de 0,6 milhões de euros em 2007, que não se repetiram em 2008. Os empréstimos a empresas do Grupo e joint-ventures diminuíram em termos líquidos 2,2 milhões de euros. Adicionalmente, a JMH recebeu a título de dividendos e juros de empréstimos a participadas o montante de 99,8 milhões de euros. Estes factos contribuíram para uma redução da dívida financeira em 26,0 milhões de euros, para os 111,6 milhões de euros (em 2007 era de 137,6 milhões de euros). 308 R&C’08 Relatório de Gestão Os custos líquidos de financiamento diminuíram 1,9 milhões de euros face a 2007, atingindo o montante de 13,6 milhões de euros. Esta diminuição é justificada essencialmente pela redução da divida financeira e por variações cambiais menos desfavoráveis sobre a dívida em Zloty, face a 2007. Foram reembolsados antecipadamente o empréstimo obrigacionista de 40 milhões de euros tomado em 2003, bem como o Programa de Papel Comercial em Zlotys (Moeda Polaca), no montante de 100 milhões de zlotys. Por outro lado, foram tomados diversos empréstimos bancários sob a forma de Programa de Papel Comercial, que atingiam no final de 2008 o montante de 85 milhões de euros. 5. Gestão de Riscos A JMH, e em particular o seu Conselho de Administração, dedicam grande atenção aos riscos subjacentes ao seu negócio. A continuidade dos negócios depende, de forma crítica, da eliminação ou controlo dos riscos que podem materialmente afectar os seus activos (pessoas, informação, equipamentos e instalações), comprometendo, assim, os objectivos estratégicos delineados. A Política de Gestão de Risco do Grupo encontra-se detalhada no Governo da Sociedade. 5.1 Riscos Financeiros A JMH encontra-se exposta a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos cambial, de taxa de juro e risco de preço), risco de liquidez e risco de crédito. A Gestão de Risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. Para certas exposições é feita a cobertura de determinados riscos com recurso a instrumentos financeiros derivados. A gestão de riscos financeiros é conduzida pela Direcção de Operações Financeiras sob supervisão da Comissão Executiva. O Departamento de Gestão de Risco é o responsável pela identificação, avaliação e cobertura de riscos financeiros, seguindo para o efeito, as linhas de orientação definidas pela Administração. a) Risco de Mercado Risco Cambial A principal exposição a risco cambial por parte da JMH é o empréstimo concedido em 2008 a uma sua participada polaca, no montante de 10,65 milhões de zlotys (moeda polaca). A 31 de Dezembro de 2008, o impacto nos resultados da JMH, por via da revalorização cambial do empréstimo em Zloty, duma variação adversa do câmbio EUR/PLN na ordem dos 10% seria de 75 mil euros negativos. Risco de Preço A JMH, fruto do seu investimento no Banco Comercial Português, tem exposição ao risco de flutuação do preço de acções. A 31 de Dezembro de 2008, uma variação negativa de 10% na cotação das acções do BCP teria um impacto de 159 mil euros negativos. Já a 31 de Dezembro de 2007, uma variação da mesma magnitude, teria um impacto de 438 mil euros negativos. 309 R&C’08 Relatório de Gestão b) Risco de Taxa de Juro (Fluxos de Caixa e Justo Valor) A 31 de Dezembro de 2008, a JMH tinha em carteira alguns investimentos em títulos emitidos pelo Tesouro Português (10 milhões de euros) e Tesouro Alemão (20 milhões de euros). Estas posições resultaram da aplicação de fundos captados com a finalidade de satisfazer compromissos de caixa a curto prazo. Ainda assim, a principal fonte de exposição a risco de taxa de juro advém do lado do passivo. Todos os passivos financeiros estão, de forma directa ou indirecta, indexados a uma taxa de juro de referência, o que expõe a JMH a risco de cash flow. Parte desses riscos são geridos com recurso à fixação de taxa de juro, o que expõe Jerónimo Martins a risco de justo valor. A exposição a risco de taxa de juro é analisada de forma dinâmica. Para além da avaliação dos encargos futuros, com base nas taxas forward, realizam-se testes de sensibilidade a variações no nível de taxas de juro. c) Risco de Crédito O risco de crédito é gerido de forma centralizada. As principais fontes de risco de crédito são depósitos bancários, aplicações financeiras e derivados contratados junto de instituições financeiras. Relativamente às instituições financeiras, a JMH selecciona as contrapartes com que faz negócio, com base nas notações de ratings atribuídas por uma das entidades independentes de referência. O rating mínimo aceite é de “A-”. A seguinte tabela apresenta um resumo, a 31 de Dezembro de 2008 e 2007, da qualidade de crédito dos depósitos, aplicações e instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo: (milhares euros) Instituições Financeiras Rating AAA 31 Dez 2008 31 Dez 2007 Saldo Saldo 20.892 - AA- 10.823 - A 15.493 - A-1 - 4.472 A-1+ - 605 62 4 47.270 5.081 Outros Total Os ratings apresentados correspondem às notações atribuídas pela Standard and Poor’s (“AAA”, “AA-“ e “A” para 2008 e “A-1” e “A-1+” para 2007). A exposição máxima ao risco de crédito, às datas de 31 de Dezembro de 2008 e 2007, é o respectivo valor de balanço dos activos financeiros. 310 R&C’08 Relatório de Gestão d) Risco de Liquidez A gestão do risco de liquidez passa pela manutenção dum adequado nível de disponibilidades, assim como, pela negociação de limites de crédito que permitam, não apenas assegurar o desenvolvimento normal das actividades da JMH, mas também, assegurar alguma flexibilidade para absorção de choques exógenos à actividade. Na gestão deste risco, a JMH recorre, por exemplo, a derivados de crédito, com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito, resultantes de efeitos exógenos a JMH. A gestão das necessidades de tesouraria é feita com base no planeamento de curto prazo (realizado diariamente), tendo subjacente os planos anuais, que são revistos pelo menos duas vezes ao ano. A tabela abaixo apresenta as responsabilidades da JMH por intervalos de maturidade residual contratual. Os montantes apresentados na tabela são os fluxos de caixa contratuais não descontados. Adicionalmente é de realçar que todos os instrumentos financeiros derivados que a JMH contrata são liquidados pelo seu valor líquido. Exposição ao risco de liquidez 2008 Menos 1 ano (milhares euros) 1 a 5 anos + 5 anos Empréstimos Obtidos Locação Financeira Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados Credores Responsabilidades com Locações Operacionais 9 5 - 63.946 113.324 - 550 2.255 - 594 - - 276 154 - 2007 Empréstimos Obtidos Locação Financeira Empréstimos Instrumentos Financeiros Derivados 10 8 - 8.026 155.853 - 83 521 - Credores 456 - - Responsabilidades com Locações Operacionais 325 330 - 6. Informação sobre Matérias Ambientais Não existem matérias ambientais relevantes que possam afectar o desempenho e a posição financeira da companhia, nem o seu futuro desenvolvimento. 311 R&C’08 Relatório de Gestão 7. Proposta de Aplicação de Resultados No exercício de 2008, Jerónimo Martins, SGPS, S.A. apresentou um lucro consolidado de 163.215.958 euros e um lucro nas contas individuais de 26.991.547,53 euros. O Conselho de Administração propõe que os resultados líquidos do exercício sejam aplicados da seguinte forma: • • Reserva Legal ........................... 1.349.577,38 euros. Reservas Livres ....................... 25.641.970,15 euros. De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada, o Conselho de Administração propõe aos Senhores Accionistas a distribuição de um montante de 69.127.764,20 euros, o que corresponde a 42,4% do resultado líquido consolidado, utilizando para tal as reservas livres que se encontram disponíveis para distribuição. Esta proposta representa o pagamento de um dividendo bruto de 0,11 euros por acção, excluindo-se as acções próprias em carteira. 8. Declarações Legais Nos termos da Lei, cumpre ao Conselho de Administração declarar que: a) Para além dos factos acima referidos, e dos que, em maior detalhe, constam do Relatório que acompanha as Demonstrações Financeiras Individuais relativas ao exercício de 2008, não tem conhecimento da ocorrência, após o termo do exercício, de outras situações que, pela sua especial relevância, mereçam ser destacadas; b) Nos termos do artigo 21º do Decreto Lei nº 411/91, de 17 de Outubro, não existem dívidas em mora à Segurança Social; c) Nos termos do disposto no nº 2 do artigo 324º do Código das Sociedades Comerciais, não houve movimento de compras e vendas de Acções Próprias, pelo que o número de Acções Próprias detidas no final do exercício de 2008 era o mesmo de 31 de Dezembro de 2007: 859.000 Acções Próprias. d) A informação acerca de eventos subsequentes, participações dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização no capital da empresa e a lista dos titulares de participações qualificadas encontra-se no Relatório de Gestão das contas consolidadas. Lisboa, 5 de Março de 2009 O Conselho de Administração 312 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas 2007 2008 Prestações de serviços 12.263 11.900 Custo das prestações de serviços (8.981) (8.715) 3.282 3.185 Resultados brutos 152 132 Custos administrativos (2.636) (2.534) Outros custos e perdas operacionais (1.940) (1.407) - 623 (1.142) (1) (13.600) (15.465) Outros proveitos e ganhos operacionais Resultados operacionais não usuais 9 Resultados Operacionais Custos líquidos de financiamento 4 Ganhos (perdas) em filiais e associadas 7 47.199 77.173 8 (2.116) 18.057 30.341 79.764 (3.349) 1.850 26.992 81.614 Ganhos (perdas) em outros investimentos Resultados Correntes Impostos sobre os resultados correntes 6 Resultados líquidos Resultado básico por acção (euros) 21 0,043 0,130 Resultado básico diluído por acção (euros) 21 0,043 0,130 Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 313 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas 2008 2007 Activo Activos fixos tangíveis Activos intangíveis 10 459 11 48 18 2.470 259.628 170 12 2.470 Partes de capital em empresas do Grupo 13 207.098 Partes de capital em joint-ventures 13 6.349 6.349 Empréstimos a empresas do Grupo 14 589.722 595.695 Empréstimos a joint-ventures 14 188.612 186.048 15 1.589 4.380 Propriedades de investimento Investimentos financeiros disponíveis para venda Instrumentos financeiros derivados 27 - 585 Impostos diferidos activos 16 5.640 8.570 1.001.987 1.063.913 16 229 217 Empréstimos a empresas do Grupo 14 101.378 100.121 Devedores e acréscimos e diferimentos 17 6.798 7.114 Instrumentos financeiros derivados 27 - 347 Caixa e equivalentes de caixa 18 47.278 4.156 155.683 111.955 1.157.670 1.175.868 629.293 Total de activos não correntes Impostos a recuperar Total de activos correntes Total do activo Capital Próprio e Passivo Capital 20.1 629.293 Prémios de emissão 20.1 22.452 22.452 Acções próprias 20.2 (6.060) (6.060) Reservas 20.3 (480) 1.310 Resultados retidos 20.4 335.532 368.870 980.737 1.015.865 22 100.005 137.835 27 2.773 3.561 Benefícios concedidos a empregados 28 14.445 14.342 Impostos diferidos passivos 16 250 299 117.473 156.037 3.758 Total do capital próprio Empréstimos obtidos Instrumentos financeiros derivados Total de passivos não correntes Credores e acréscimos e diferimentos 26 4.296 Empréstimos obtidos 22 55.008 37 Impostos a pagar 16 156 171 59.460 3.966 1.157.670 1.175.868 Total de passivos correntes Total do capital próprio e do passivo Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 314 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO Valores expressos em milhares de euros Notas Balanço em 1 de Janeiro de 2007 Prémios de emissão Capital 629.293 Acções próprias 22.452 Outras reservas (6.060) Justo valor de investimentos financeiros disponíveis para venda 8.344 Resultados retidos Total do capital próprio 342.558 996.587 (6.991) (6.991) (59) 16 (59) 16 Justo valor de instrumentos financeiros de cobertura de fluxos de caixa (IAS 39) - Valor bruto - Imposto diferido 27 16 Resultados reconhecidos directamente no capital próprio - - - (7.034) Resultados do exercício de 2007 Total de ganhos e perdas reconhecidos no período - - - (7.034) Pagamento de dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2007 Justo valor de investimentos financeiros disponíveis para venda 629.293 22.452 (6.060) 1.310 - (7.034) 81.614 81.614 81.614 74.580 (55.302) (55.302) 368.870 1.015.865 15 (1.216) (1.216) 27 16 (780) 206 (780) 206 Justo valor de instrumentos financeiros de cobertura de fluxos de caixa (IAS 39) - Valor bruto - Imposto diferido Resultados reconhecidos directamente no capital próprio - - - (1.790) Resultados do exercício de 2008 Total de ganhos e perdas reconhecidos no período - - - (1.790) Pagamento de dividendos Balanço em 31 de Dezembro de 2008 629.293 22.452 (6.060) (480) - (1.790) 26.992 26.992 26.992 25.202 (60.330) (60.330) 335.532 980.737 Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 315 JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A. DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007 Valores expressos em milhares de euros Notas Actividades operacionais Recebimentos de clientes e outros devedores Pagamentos a fornecedores e ao pessoal Caixa gerado pelas operações Juros e custos similares pagos Imposto sobre o rendimento pago 19 4 Fluxos de caixa de actividades operacionais 2008 2007 15.394 (15.404) 14.465 (14.669) (10) (204) (17.017) (256) (10.471) (179) (17.283) (10.854) Actividades de investimento Alienação de activos fixos tangíveis 10 Alienação de investimentos financeiros disponíveis para venda Reembolso de empréstimos e prest. suplem. capital concedidos a participadas Juros recebidos Dividendos recebidos Aquisição de investimentos financeiros disponíveis para venda Empréstimos e prestações suplementares de capital concedidos a participadas Aquisição de activos fixos tangíveis Aquisição de activos fixos intangíveis 1 - 25 44.313 14 7 7 15 14 10 11 44.136 26.168 73.583 (541) (42.436) (355) (40) 282.685 18.016 40.368 (318) (198.389) (13) (10) 100.516 186.677 85.000 2.718 (69.208) (60.330) 70.027 65 (187.362) (55.302) (41.820) (172.572) 41.413 3.251 905 3.251 4.156 Fluxos de caixa de actividades de investimento Actividades de financiamento Recebimentos relativos a empréstimos obtidos Recebimentos de juros e proveitos similares Reembolso de empréstimos obtidos Pagamento de dividendos 22 4 22 Fluxos de caixa de actividades de financiamento Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa Movimento de caixa e outros equivalentes Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa Efeito da reavaliação de activos financeiros disponíveis para negociação 18 4.156 41.413 1.709 Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício 18 47.278 Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Individuais em anexo 316 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Índice das notas às demonstrações financeiras individuais Página 1. Actividade ................................................................................................................................... 318 2. Políticas contabilísticas.................................................................................................................. 318 3. Custos com o pessoal ................................................................................................................... 328 4. Custos líquidos de financiamento ................................................................................................... 329 5. Locações operacionais .................................................................................................................. 329 6. Imposto reconhecido na demonstração dos resultados ...................................................................... 330 7. Ganhos (perdas) em filiais e associadas .......................................................................................... 331 8. Ganhos (perdas) em outros investimentos ...................................................................................... 331 9. Resultados operacionais não usuais ................................................................................................ 331 10. Activos fixos tangíveis................................................................................................................... 331 11. Activos intangíveis........................................................................................................................ 332 12. Propriedades de Investimento........................................................................................................ 333 13. Partes de capital .......................................................................................................................... 334 14. Empréstimos concedidos ............................................................................................................... 334 15. Investimentos financeiros disponíveis para venda............................................................................. 335 16. Impostos..................................................................................................................................... 335 17. Devedores e acréscimos e diferimentos........................................................................................... 336 18. Caixa e equivalentes de caixa ........................................................................................................ 336 19. Fluxo gerado pelas operações ........................................................................................................ 337 20. Capital e reservas ........................................................................................................................ 337 21. Resultado por acção ..................................................................................................................... 338 22. Empréstimos obtidos .................................................................................................................... 338 23. Dívida financeira .......................................................................................................................... 340 24. Riscos financeiros......................................................................................................................... 340 25. Provisões e ajustamentos ao valor de realização .............................................................................. 340 26. Credores e acréscimos e diferimentos ............................................................................................. 341 27. Instrumentos financeiros derivados ................................................................................................ 341 28. Benefícios dos empregados............................................................................................................ 342 29. Garantias .................................................................................................................................... 344 30. Contingências .............................................................................................................................. 344 31. Partes relacionadas ...................................................................................................................... 344 32. Empresas do Grupo, associadas e outras empresas .......................................................................... 346 33. Empresas do Grupo e joint-ventures– Participações directas e indirectas ............................................. 347 34. Transações com partes relacionadas ............................................................................................... 348 35. Interesses em joint-ventures (empreendimentos conjuntos) .............................................................. 349 36. Informação sobre matérias ambientais............................................................................................ 350 37. Eventos subsequentes à data do balanço......................................................................................... 350 317 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 1. Actividade A Jerónimo Martins, SGPS, S.A. (JMH) é a empresa-mãe do Grupo Jerónimo Martins (Grupo) e está sediada em Lisboa, na Rua Tierno Galvan, Torre 3, Piso 9, Letra J, 1099-008 Lisboa. A sua actividade resulta essencialmente na gestão das participações sociais das empresas do Grupo. No final de 2008 tinha 58 empregados ao seu serviço (em 2007 eram 56). O Grupo Jerónimo Martins dedica-se fundamentalmente à produção, distribuição e venda de géneros alimentícios e outros produtos de grande consumo. O Grupo opera em Portugal e na Polónia, tendo cerca de 53.375 empregados (em 2007 eram cerca de 41.300). A JMH está cotada na Euronext Lisboa (anterior Bolsa de Valores de Lisboa e Porto) desde 1989. Estas Demonstrações Financeiras Individuais foram aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 5 de Março de 2009. 2. Políticas contabilísticas As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras encontram-se descritas abaixo. Estas políticas foram aplicadas de forma consistente nos períodos comparativos, excepto quando referido em contrário. 2.1 Bases de apresentação Os valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em milhares de euros (m EUR). As demonstrações financeiras consolidadas e individuais da JMH foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), tal como adoptadas na União Europeia. As demonstrações financeiras foram preparadas segundo o princípio do custo histórico excepto no que respeita às propriedades de investimento, instrumentos financeiros derivados, activos financeiros detidos para negociação e aos investimentos financeiros disponíveis para venda onde se incluem as partes de capital referidas na nota 2.8, os quais se encontram registados ao respectivo justo valor (valor de mercado). A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites requer o uso de estimativas e assunções que afectam as quantias reportadas de activos e passivos, assim como, as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Apesar destas estimativas serem baseadas no melhor conhecimento da Gestão em relação aos eventos e acções correntes, em última análise os resultados reais podem diferir dessas estimativas. No entanto, é convicção da Gestão que as estimativas e assunções adoptadas não incorporam riscos significativos que possam causar, no decurso do próximo exercício, ajustamentos materiais ao valor dos activos e passivos (nota 2.23). A gestão de riscos financeiros, tal como previsto no IFRS 7 – Instrumentos Financeiros: Divulgações, encontra-se detalhada no Relatório de Gestão. Alteração de Políticas Contabilísticas e Bases de Apresentação Em 2008 entraram em vigor um conjunto de interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC), as quais não têm impacto significativo nas demonstrações financeiras, ou não têm sequer aplicação às actividades desenvolvidas pela JMH. A IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções de Acções do Grupo e Próprias, vem clarificar um conjunto de questões relacionadas com pagamento com base em acções da Sociedade ou pelos seus Accionistas, a qual não tem actualmente aplicação no Grupo, por não existirem planos de compensações aos colaboradores baseados em acções da JMH. A IFRIC 12 - Acordo de Concessão de Serviços e a IFRIC 13 – Programas de Fidelização de Clientes não se aplicam às actividades da JMH. IFRIC 14 - IAS 19 – O Limite sobre um Activo de Benefícios Definidos, Requisitos de Financiamento Mínimo e Respectiva Interacção. Esta interpretação vem clarificar um conjunto de questões relacionadas com i) limitações à redução ou restituição de contribuições; ii) a existência de requisitos de financiamento mínimo pode afectar essas contribuições; e iii) quando esses requisitos podem dar origem a passivos. Esta interpretação não tem aplicação na JMH, nem os planos existentes estão sujeitos a requisitos de financiamento mínimo. A nova norma IFRS 8 – Segmentos Operacionais, vem estabelecer os princípios para divulgação de informação sobre os segmentos operacionais de uma entidade, assim como dos seus produtos e serviços, dos seus mercados 318 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 geográficos e dos seus principais clientes, é de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Esta norma vem substituir o IAS 14 – Relato por Segmentos, não sendo relevante nas contas individuais da JMH, uma vez que esta informação é apresentada apenas nas contas consolidadas. As alterações introduzidas ao IAS 23 – Custos dos Empréstimos Obtidos, IFRS 2 - Pagamento com base em Acções, IAS 1 – Apresentação de Demonstrações Financeiras, IAS 32 – Instrumentos Financeiros – Apresentação, IFRS 1 – Adopção pela primeira vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro, IAS 28 – Investimentos em Associadas, IFRS 7 – Instrumentos Financeiros – Divulgação, IAS 36 – Imparidade de Activos, IAS 38 – Activos Intangíveis, IAS 19 – Benefícios de Empregados, IAS 16 – Activos Fixos Tangíveis, IAS 40 – Propriedades de Investimento, IAS 31 – Interesses em Empreendimentos Conjuntos, IAS 29 – Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias, IAS 41 – Agricultura, IAS 20 – Contabilização de Subsídios Governamentais e Divulgação de Apoios Governamentais e IAS 39 – Instrumentos Financeiros – Reconhecimento e Mensuração, são de aplicação obrigatória em 1 de Janeiro de 2009. Tratando-se de matérias de reduzido impacto nas demonstrações financeiras da JMH, face à informação actualmente divulgada, optou-se por não antecipar a sua aplicação. A alteração ao IFRS 5 – Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, com entrada em vigor em 1 de Julho de 2009, a interpretação IFRIC 15 – Acordos de Construção de Imobiliário, com entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2009 e a IFRIC 16 – Cobertura de Investimentos Líquidos em Entidades Estrangeiras, que entrou em vigor em 1 de Outubro de 2008, não tinham ainda sido adoptadas pela União Europeia em 31 de Dezembro de 2008. As alterações introduzidas ao IAS 27 – Demonstrações Financeiras Consolidadas e Separadas, vem estabelecer que os efeitos de todas as transacções com interesses não controlados são reconhecidos no capital próprio, se não existir perda de controlo, sendo que essas transacções deixam de resultar no reconhecimento de Goodwill ou de ganhos e perdas. A sua aplicação é obrigatória para exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2009. Também o IFRS 3 – Concentração de Actividades Empresariais, foi sujeito a alterações significativas, de salientar o facto de todas as despesas incorridas com aquisição deverem ser reconhecidas como custos do exercício. A sua aplicação é obrigatória para os exercícios que se iniciem após 1 de Julho de 2009, pelo que a JMH irá aplicar estas alterações, assim como as introduzidas ao IAS 27, apenas no exercício de 2010. 2.2 Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas para Euros à taxa de câmbio em vigor à data da transacção. À data do balanço, os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio em vigor a essa data e as diferenças de câmbio resultantes dessa conversão são reconhecidas como resultados do exercício. As principais cotações utilizadas à data do balanço foram as seguintes: Taxa em 31/12/2008 Zloty da Polónia (PLN) € 0,2408 2.3 Instrumentos financeiros derivados A JMH utiliza derivados com o único objectivo de gerir os riscos financeiros a que se encontra sujeita. De acordo com as suas políticas financeiras, a JMH não utiliza derivados para especulação. Apesar de os derivados contratados pela JMH corresponderem a instrumentos eficazes na cobertura económica de riscos, nem todos qualificam como instrumentos de cobertura contabilística de acordo com as regras e requisitos do IAS 39. Os instrumentos que não qualifiquem como instrumentos de cobertura contabilística são registados no balanço pelo seu justo valor e as variações no mesmo são reconhecidas em resultados financeiros. Sempre que disponível, o justo valor dos derivados é estimado com base em instrumentos cotados. Na ausência de preços de mercado, o justo valor dos derivados é estimado através do método de fluxos de caixa descontados e modelos de valorização de opções, de acordo com pressupostos geralmente utilizados no mercado. Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período, excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. 319 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 2.4 Contabilidade de cobertura Os instrumentos financeiros derivados utilizados para fins de cobertura podem ser classificados contabilisticamente como de cobertura desde que cumpram, cumulativamente, com as seguintes condições: (i) à data de início da transacção a relação de cobertura encontra-se identificada e formalmente documentada, incluindo a identificação do item coberto, do instrumento de cobertura e a avaliação da efectividade da cobertura; (ii) existe a expectativa de que a relação de cobertura seja altamente efectiva, à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iii) a eficácia da cobertura possa ser mensurada com fiabilidade à data de início da transacção e ao longo da vida da operação; (iv) para operações de cobertura de fluxos de caixa os mesmos devem ser altamente prováveis de virem a ocorrer. Risco de taxa de juro (cobertura de fluxo de caixa) Sempre que as expectativas de evolução de taxas de juro o justifiquem, a JMH procura contratar operações de protecção contra movimentos adversos, através de instrumentos derivados, tais como interest rate swaps (IRS), caps e floors, FRA’s, etc. Na selecção de instrumentos são essencialmente valorizados os aspectos económicos dos mesmos. São igualmente tidas em conta as implicações da inclusão de cada instrumento adicional na carteira de derivados existente, nomeadamente os efeitos em termos de volatilidade nos resultados. As operações que qualifiquem como instrumentos de cobertura em relação de cobertura de fluxo de caixa, são registadas no balanço pelo seu justo valor e, na medida em que sejam consideradas coberturas eficazes, as variações no justo valor dos instrumentos são inicialmente registadas por contrapartida de capitais próprios e posteriormente reclassificadas para a rubrica de custos financeiros. Se as operações de cobertura apresentarem ineficácia, esta é registada directamente em resultados. Desta forma e em termos líquidos, os custos associados aos financiamentos cobertos são periodificados à taxa inerente à operação de cobertura contratada. Quando um instrumento de cobertura expira ou é vendido, ou quando a cobertura deixa de cumprir os critérios exigidos para a contabilidade de cobertura, as variações de justo valor do derivado acumuladas em reservas são reconhecidas em resultados quando a operação coberta também afectar resultados. 2.5 Activos fixos tangíveis Os activos fixos tangíveis estão relevados pelos valores que resultaram da sua aquisição acrescidos de todos os custos necessários para a sua utilização (colocação no local de uso) líquidos das respectivas amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Os ganhos ou perdas na alienação são determinados pela comparação da receita obtida com o valor contabilístico e reconhecida a diferença nos resultados operacionais. Os custos com a manutenção e reparação que não aumentam a vida útil destes activos fixos são registados como custos do exercício em que ocorrem. Contratos de locação financeira Os bens cuja utilização decorre de contratos de locação financeira relativamente aos quais a JMH assume substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse do activo locado são classificados como activos fixos tangíveis. Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo menor do justo valor do bem locado ou do valor actual das rendas de locação vincendas. Os activos adquiridos em locação financeira são amortizados de acordo com a política estabelecida pela JMH para os activos fixos tangíveis. As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos são imputados aos respectivos períodos durante o prazo de locação a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o investimento líquido remanescente do locador. Amortizações As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal, em função da vida útil estimada para cada tipo de bem. As taxas de amortização anual (em %) mais importantes são as seguintes: 320 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 % Edifícios e outras construções Ferramentas e utensílios Equipamento de transporte Equipamento administrativo Outras imobilizações 10 25 25 10-25 10 2.6 Activos intangíveis Os activos intangíveis encontram-se registados pelo custo de aquisição deduzido das amortizações acumuladas e perdas de imparidade. Despesas de investigação e desenvolvimento As despesas de investigação, efectuadas na procura de novos conhecimentos técnicos ou científicos ou na busca de soluções alternativas, são reconhecidas em resultados quando incorridas. As despesas de desenvolvimento são capitalizadas quando é demonstrável a executabilidade técnica do produto ou processo em desenvolvimento e a JMH tem a intenção e a capacidade de completar o seu desenvolvimento e iniciar a sua comercialização ou o seu uso. Despesas com programas de computador (software) Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de software são reconhecidos como despesas quando incorridos, excepto quando esses custos sejam directamente associados a projectos de desenvolvimento em que seja quantificável a geração de benefícios económicos futuros, sendo reconhecidos como activos intangíveis incluídos no montante capitalizado das despesas de desenvolvimento. Amortizações As amortizações são reconhecidas na demonstração dos resultados numa base linear durante o período estimado de vida útil dos activos intangíveis, excepto se a sua vida for considerada indefinida. As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com imputação duodecimal. As taxas de amortização anual em % mais importantes são as seguintes: % Despesas de desenvolvimento 20-33,33 2.7 Partes de capital e empréstimos a empresas do Grupo As partes de capital e os empréstimos a empresas do Grupo, associadas e joint-ventures são registadas pelo valor de aquisição. São constituídas provisões para redução de valor nos casos em que se justifique. 2.8 Activos financeiros Os activos financeiros são reconhecidos no balanço da JMH na data de negociação ou contratação, que é a data em que a JMH se compromete a adquirir ou alienar o activo. No momento inicial, os activos financeiros são reconhecidos pelo justo valor acrescido de custos de transacção directamente atribuíveis, excepto para os activos ao justo valor através de resultados em que os custos de transacção são imediatamente reconhecidos em resultados. Estes activos são desreconhecidos quando: (i) expiram os direitos contratuais da JMH ao recebimento dos seus fluxos de caixa; (ii) a JMH tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção; ou (iii) não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, a JMH tenha transferido o controlo sobre os activos. Os activos e passivos financeiros são compensados e apresentados pelo valor líquido, quando e só quando, a JMH tem o direito a compensar os montantes reconhecidos e tem a intenção de liquidar pelo valor líquido. A JMH classifica os seus activos financeiros nas seguintes categorias: investimentos financeiros detidos para negociação, empréstimos e contas a receber e investimentos financeiros disponíveis para venda. A sua classificação depende do propósito que conduziu à sua aquisição. 321 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Investimentos financeiros detidos para negociação (instrumentos financeiros derivados) Um activo é classificado nesta categoria se foi adquirido com a principal intenção de ser vendido no curto prazo. Nesta categoria integram-se também os Derivados que não qualifiquem para efeitos de contabilidade de cobertura. Os ganhos e perdas resultantes da alteração de justo valor de activos mensurados ao justo valor através de resultados, são reconhecidos em resultados do período em que ocorrem na rubrica de custos financeiros líquidos, onde se incluem os montantes de rendimentos de juros e dividendos. Empréstimos e contas a receber Correspondem a activos financeiros não derivados, com pagamentos fixos ou determinados, para os quais não existe um mercado de cotações activo. São originados pelo decurso normal das actividades operacionais da JMH, no fornecimento de serviços, e sobre os quais a JMH não tem intenção de negociar. Os empréstimos e contas a receber são subsequentemente mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que: (i) a JMH tem intenção de manter por tempo indeterminado, (ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial ou (iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. São reconhecidos como activos não correntes excepto se houver intenção de os alienar nos 12 meses seguintes à data de balanço. As partes de capital detidas que não sejam participações em empresas do Grupo, empresas controladas conjuntamente ou associadas, são classificadas como investimentos financeiros disponíveis para venda e reconhecidas no balanço como activos não correntes. Estes investimentos financeiros são contabilizados ao valor de mercado, entendido como o respectivo valor de cotação à data de balanço. Sempre que as expectativas de médio prazo de mercado apontem para valorizações significativamente abaixo da cotação na data de balanço, são registadas provisões para perdas por imparidade reflectindo essas perdas permanentes. Caso não exista um mercado activo, a JMH utiliza, sempre que possível, técnicas de avaliação para apurar o justo valor das participações. Estas podem incluir transacções recentes entre entidades independentes, comparação com outros instrumentos com características similares ou estimativa do valor actual de recebimentos futuros. Não sendo possível a aplicação de qualquer uma destas técnicas de avaliação, as participações em causa são mantidas ao custo de aquisição, sendo constituídas provisões para imparidade nos casos que se justifiquem. As mais e menos valias potenciais resultantes são registadas directamente em reservas até que o investimento financeiro seja vendido, recebido ou de qualquer forma alienado, momento em que o ganho ou perda acumulado anteriormente reconhecido no capital próprio é incluído no resultado líquido do período. Os dividendos de instrumentos de capital classificados como disponíveis para venda são reconhecidos em resultados do exercício na rubrica de ganhos em outros investimentos, quando o direito de receber o pagamento é estabelecido. 2.9 Propriedades de investimento As propriedades de investimento são valorizadas ao justo valor determinado por entidades especializadas e independentes, com qualificação profissional reconhecida e com experiência na avaliação deste tipo de activos. O justo valor é baseado em valores de mercado, sendo este o montante pelo qual duas entidades independentes e interessadas, estariam dispostas a transaccionar o activo. A metodologia adoptada na avaliação e determinação dos justos valores consiste na aplicação do método comparativo de mercado, no qual o activo a avaliar é comparado com outros imóveis semelhantes e que exerçam a mesma função, transaccionados há pouco tempo no local ou zonas equiparáveis. Os valores de transacções conhecidos são ajustados para tornar pertinente a comparação sendo consideradas as variáveis de dimensão, localização, infra-estruturas existentes, estado de conservação e outras que possam ser, de alguma forma, relevantes. Alterações ao justo valor das propriedades de investimento são reconhecidas na demonstração dos resultados de acordo com o IAS 40 e incluídas em custos líquidos de financiamento, na medida em que se trata do retorno esperado de aplicações financeiras em activos detidos para valorização. Sempre que, por alteração do uso esperado dos activos fixos tangíveis, estes sejam transferidos para a rubrica propriedades de investimento, o valor de transferência corresponde ao que estiver registado, que deverá ser o valor de mercado a essa data. 322 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Se uma propriedade de investimento passar a ser utilizada nas actividades operacionais, a mesma é transferida para activos fixos tangíveis e o justo valor à data da transferência passa a ser o seu custo de aquisição para efeitos contabilísticos. 2.10 Clientes e devedores Os saldos de clientes e devedores são inicialmente registados ao justo valor e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo, deduzidos de provisões para perdas de imparidade. 2.11 Caixa e equivalentes de caixa A rubrica caixa e equivalentes de caixa inclui caixa, depósitos à ordem e aplicações de tesouraria com grande liquidez. Os descobertos bancários são apresentados como empréstimos correntes no passivo. 2.12 Imparidade 2.12.1 Imparidade de activos não financeiros Exceptuando propriedades de investimento (nota 2.9) e impostos diferidos activos (nota 2.21), os activos da JMH são analisados à data de cada balanço por forma a detectar indicações de eventuais perdas por imparidade. Se essa indicação existir, o valor recuperável do activo é avaliado. É determinado o valor recuperável dos activos para os quais existem indicações de potenciais perdas por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um activo excede a sua quantia recuperável, é reduzido até ao montante recuperável sendo esta perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício. Determinação da quantia recuperável dos activos A quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor actual dos futuros recebimentos esperados utilizando como factor de desconto a taxa de juro efectiva implícita na operação original. Para os restantes activos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de uso. Na determinação do valor de uso de um activo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando uma taxa de desconto antes de impostos que reflecte as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e os riscos específicos do activo em questão. A quantia recuperável dos activos, que por si só não geram fluxos de caixa independentes, é determinada em conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos. Reversão de perdas por imparidade Uma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a justificação para o aumento da respectiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após a data do reconhecimento da perda por imparidade. As perdas por imparidade relativas a outros activos são revertidas sempre que existam alterações nas estimativas usadas para a determinação da respectiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o activo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido reconhecida. 2.12.2 Imparidade de activos financeiros A JMH analisa a cada data de balanço se existe evidência objectiva que um activo financeiro ou um grupo de activos financeiros se encontra em imparidade. Activos financeiros disponíveis para venda No caso de activos financeiros classificados como disponíveis para venda, um declínio prolongado ou significativo no justo valor do instrumento abaixo do seu custo é considerado como um indicador que os instrumentos se encontram em imparidade. Se alguma evidência semelhante existir para activos financeiros classificados como disponíveis para venda, a perda acumulada – mensurada como a diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, menos qualquer perda de imparidade do activo financeiro que já tenha sido reconhecida em resultados – é removida de capitais próprios e reconhecida na demonstração de resultados. Perdas de imparidade de instrumentos de capital reconhecidas em resultados não são revertidas através da demonstração de resultados. 323 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Clientes, devedores e outros activos financeiros São registadas provisões para perdas por imparidade quando existem indicadores objectivos que a JMH não irá receber todos os montantes a que tinha direito de acordo com os termos originais dos contratos estabelecidos. Na identificação de situações de imparidade são utilizados diversos indicadores, tais como: (i) (ii) (iii) (iv) análise de incumprimento; incumprimento há mais de 3 meses; dificuldades financeiras do devedor; probabilidade de falência do devedor. A provisão para perdas de imparidade é determinada pela diferença entre o valor recuperável e o valor de balanço do activo financeiro e é registada por contrapartida de resultados do exercício. O valor de balanço destes activos é reduzido para o valor recuperável através da utilização de uma conta de provisões. Quando um montante a receber de clientes e devedores é considerado irrecuperável é abatido por utilização da conta de provisões para perdas de imparidade. As recuperações subsequentes de montantes que tenham sido abatidos são registadas em resultados. Quando valores a receber de clientes ou a outros devedores que se encontrem vencidos, são objecto de renegociação dos seus termos, deixam de ser considerados como vencidos e passam a ser tratados como novos créditos. 2.13 Capital Os custos com emissão de novas acções são reconhecidos directamente em reservas, líquidos do respectivo imposto. As acções próprias adquiridas são valorizadas pelo seu preço de aquisição e registadas como uma redução ao capital próprio. Quando essas acções são alienadas, o montante recebido, deduzido de eventuais custos directos de transacção e respectivo imposto, é reconhecido directamente em capital próprio. 2.14 Dividendos Os dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados. 2.15 Empréstimos Os empréstimos são reconhecidos inicialmente ao justo valor deduzidos de custos de transacção incorridos e subsequentemente são mensurados ao custo amortizado. Qualquer diferença entre o valor de emissão (líquido de custos de transacção incorridos) e o valor nominal é reconhecido em resultados durante o período de existência dos empréstimos de acordo com o método do juro efectivo. 2.16 Benefícios dos empregados 2.16.1 Benefícios pós emprego (reforma) Planos de contribuição definida Os planos de contribuição definida são planos de pensões para os quais a JMH efectua contribuições definidas a entidades independentes (fundos), e relativamente aos quais não tem obrigação legal ou construtiva de pagar qualquer contribuição adicional no momento em que os empregados usufruam dos referidos benefícios. As contribuições da JMH para planos de contribuição definida são contabilizadas como custo nos períodos a que respeitam. Planos de benefícios definidos Os planos de benefícios definidos são planos de pensões nos quais a JMH garante a atribuição de um determinado benefício aos empregados integrados no plano, no momento em que estes se reformarem. A responsabilidade da JMH com planos de benefícios definidos é estimada semestralmente, à data de fecho de contas, para cada plano separadamente, por uma entidade especializada e independente. O cálculo actuarial é efectuado utilizando o método de rendas imediatas, atendendo ao facto de se tratarem de planos para ex-colaboradores reformados. A taxa de desconto aplicada corresponde à taxa de juro das obrigações de médio e longo prazo sem risco, sendo a responsabilidade assim determinada apresentada no balanço deduzida do valor dos activos dos fundos constituídos. 324 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 O custo normal do ano, o custo dos juros, o retorno dos activos do plano e os ganhos ou perdas actuariais são reconhecidos como custo ou proveito do exercício. 2.16.2 Outros Benefícios Prémios de Antiguidade O programa de prémios de antiguidade existente na JMH engloba uma componente de contribuição definida e outra de benefício definido. A componente de contribuição definida, consiste na atribuição de um seguro de vida e contribuição para um plano de complemento de reforma, aos colaboradores englobados neste programa, a partir de determinado número de anos de serviço. Os custos relacionados com esta componente são reconhecidos no exercício a que dizem respeito. A componente de benefício definido, consiste na atribuição de um prémio no ano em que os colaboradores completam determinado número de anos de serviço. Nestes termos, as responsabilidades com esta componente, são determinadas anualmente com base em cálculo actuarial, efectuado por uma entidade especializada e independente. São reconhecidos como custos do exercício a componente de custos com serviços correntes assim como os ganhos ou perdas actuariais. 2.17 Provisões São constituídas provisões no balanço sempre que a JMH tem uma obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um acontecimento passado e sempre que é provável que uma diminuição, passível de estimativa razoável, de recursos incorporando benefícios económicos seja exigida para liquidar a obrigação. Provisão para custos de reestruturação São constituídas provisões para custos de reestruturação sempre que um plano formal (para reestruturação) tenha sido aprovado pela JMH e este tenha sido iniciado ou anunciado publicamente. 2.18 Fornecedores e outros credores Os saldos de fornecedores e outros credores são registados inicialmente ao justo valor subsequentemente ao custo amortizado de acordo com o método do juro efectivo. 2.19 Proveitos Prestações de serviços Os proveitos associados com as prestações de serviços são reconhecidos em resultados com referência à fase de acabamento da transacção à data de balanço. Dividendos Os dividendos são reconhecidos como proveitos quando declarados. 2.20 Custos Leasings operacionais Os pagamentos efectuados ao abrigo de contratos de leasing operacional são reconhecidos na demonstração dos resultados numa base linear ao longo do período de duração dos mesmos. Custos líquidos de financiamento Os custos financeiros líquidos representam juros de empréstimos obtidos, juros de investimentos efectuados, dividendos, ganhos e perdas cambiais, ganhos e perdas resultantes da alteração de valor de activos mensurados pelo seu justo valor através de resultados, ganhos e perdas na valorização de propriedades de investimento e custos e proveitos com operações de financiamento. Os custos financeiros líquidos são reconhecidos em resultados numa base de acréscimo durante o período a que dizem respeito. 325 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 2.21 Impostos sobre os lucros O imposto sobre o rendimento inclui imposto corrente e diferido. O imposto sobre o rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados excepto quando se relaciona com ganhos ou perdas directamente relevados em reservas, caso em que é também reconhecido directamente em reservas. O imposto sobre o rendimento corrente é calculado de acordo com os critérios fiscais vigentes à data do balanço. O imposto diferido é calculado, com base no método da responsabilidade de balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a respectiva base de tributação. A base tributável dos activos e passivos é determinada por forma a reflectir as consequências de tributação derivadas da forma pela qual a empresa espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos e passivos. Para a determinação do imposto diferido é utilizada a taxa que deverá estar em vigor no exercício em que as diferenças temporárias serão revertidas. São reconhecidos impostos diferidos activos sempre que exista razoável segurança de que serão gerados lucros futuros contra os quais os activos poderão ser utilizados. Os impostos diferidos activos são revistos anualmente e reduzidos sempre que deixe de ser provável que possam ser utilizados. 2.22 Informação por segmentos Por não fazer sentido reportar a informação relativa a segmentos de negócio e segmentos geográficos nas contas individuais da JMH, esta informação encontra-se pormenorizada nas Demonstrações Financeiras Consolidadas do Grupo. 2.23 Principais estimativas e julgamentos utilizados na elaboração das demonstrações financeiras Activos tangíveis, intangíveis e propriedades de investimento A determinação do justo valor dos activos tangíveis e de propriedades de investimento, assim como as vidas úteis dos activos, é baseada em estimativas da Gestão. A determinação da existência de perdas de imparidade destes activos envolve também a utilização de estimativas. O valor recuperável e o justo valor destes activos é normalmente determinado com recurso à utilização de modelos de fluxos de caixa descontados, que incorporam pressupostos de mercado. A identificação de indicadores de imparidade, bem como a estimativa de fluxos de caixa futuros e a determinação do justo valor de activos requerem julgamento significativo por parte da Gestão no que diz respeito à validação de indicadores de imparidade, fluxos de caixa esperados, taxas de desconto aplicáveis, vidas úteis estimadas e valores residuais. Se estes pressupostos não se materializarem como a Gestão estima, a JMH poderá ter potenciais impactos ao nível dos resultados operacionais e no consequente registo de imparidades. Justo valor de instrumentos financeiros O justo valor de instrumentos financeiros não cotados num mercado activo, é determinado com base em métodos de avaliação e teorias financeiras. A utilização de metodologias de valorização requer a utilização de pressupostos, sendo que alguns deles requerem a utilização de estimativas por parte da Gestão. Desta forma, alterações nos referidos pressupostos poderiam resultar numa alteração do justo valor reportado. Imparidade de investimentos em associadas Em regra, o registo de imparidade num investimento de acordo com as IFRS é efectuado quando o valor de balanço do investimento excede o valor actual dos fluxos de caixa futuros. O cálculo do valor actual dos fluxos de caixa estimados e a decisão de considerar a imparidade permanente envolve julgamento e reside substancialmente na análise da Gestão em relação ao desenvolvimento futuro das suas associadas. Na mensuração da imparidade, são utilizados preços de mercado, se disponíveis, ou outros parâmetros de avaliação, baseados na informação disponível das associadas. No sentido de determinar se a imparidade é permanente, a JMH considera a capacidade e a intenção de deter o investimento por um período razoável de tempo que seja suficiente para uma previsão da recuperação do justo valor até (ou acima) do valor de balanço, incluindo uma análise de factores como os resultados esperados da associada, o enquadramento económico regional e o estado do sector. Impostos diferidos O reconhecimento de impostos diferidos pressupõe a existência de resultados e matéria colectável futura. Os impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actualmente em vigor, ou em legislação já publicada para aplicação futura. Alterações na legislação fiscal podem influenciar o valor dos impostos diferidos. 326 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Provisões para perdas por imparidade de clientes e devedores A Gestão mantém uma provisão para perdas de imparidade de clientes e devedores, de forma a reflectir as perdas estimadas resultantes da incapacidade dos clientes de efectuarem os pagamentos requeridos. Ao avaliar a razoabilidade da provisões para as referidas perdas por imparidade, a Gestão baseia as suas estimativas numa análise do tempo de incumprimento decorrido dos seus saldos de recebimentos de clientes, a sua experiência histórica de abates, o histórico de crédito do cliente e mudanças nos termos de pagamento do cliente. Se as condições financeiras do cliente se deteriorarem, as provisões para perdas de imparidade e os abates reais poderão ser superiores aos esperados. Pensões e outros benefícios a empregados A determinação das responsabilidades por pagamento de pensões requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões. Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados. Provisões A JMH exerce julgamento considerável na mensuração e reconhecimento de provisões e a sua exposição a passivos contingentes relacionados com processos em contencioso. O julgamento é necessário de forma a aferir a probabilidade que um contencioso tem de ser bem sucedido, ou suscitar o registo de um passivo. As provisões são reconhecidas quando a JMH espera que processos em curso irão originar a saída de fluxos, a perda seja considerada provável e possa ser razoavelmente estimada. Devido às incertezas inerentes ao processo de avaliação, as perdas reais poderão ser diferentes das originalmente estimadas na provisão. Estas estimativas estão sujeitas a alterações à medida que nova informação fica disponível, principalmente com o apoio de especialistas internos, se disponíveis, ou através do apoio de consultores externos, como actuários ou consultores legais. Revisões às estimativas destas perdas de processos em curso podem afectar significativamente os resultados futuros. 2.24 Justo valor de instrumentos financeiros Na determinação do justo valor de um activo ou passivo financeiro, se existir um mercado activo, o preço de mercado é aplicado. No caso de não existir um mercado activo, o que é o caso para alguns dos activos e passivos financeiros, são utilizadas técnicas de valorização geralmente aceites no mercado, baseadas em pressupostos de mercado. A JMH aplica técnicas de valorização para instrumentos financeiros não cotados, tais como, derivados, instrumentos financeiros ao justo valor através de resultados e para activos disponíveis para venda. Os modelos de valorização que são utilizados mais frequentemente são modelos de fluxos de caixa descontados e modelos de opções, que incorporam por exemplo curvas de taxa de juro e volatilidades de mercado. Para alguns tipos de derivados mais complexos, são utilizados modelos de valorização mais avançados contendo pressupostos e dados que não são directamente observáveis em mercado, para os quais a JMH utiliza estimativas e pressupostos internos. Caixa e equivalentes de caixa e devedores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por activos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. Investimentos financeiros disponíveis para venda Os instrumentos financeiros cotados encontram-se reflectidos no balanço ao seu justo valor. Empréstimos obtidos O justo valor dos empréstimos é obtido através do valor descontado de todos os fluxos de caixa esperados a serem pagos. Os fluxos de caixa esperados são descontados a taxas de juro actuais de mercado. À data de reporte, o seu valor de balanço é aproximadamente o seu justo valor. Credores e acréscimos e diferimentos Estes instrumentos financeiros são compostos maioritariamente por passivos financeiros de curto prazo e por essa razão o seu valor de balanço à data de reporte é considerado ser aproximado ao justo valor. 327 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 2.25 Instrumentos financeiros por categoria Derivados de Negociação Derivados designados como instrumentos de cobertura Activos fin. detidos para negociação Empréstimos e contas a receber Activos fin. disponíveis para venda Outros passivos financeiros Total activos e passivos financeiros 2008 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa - - 31.709 15.569 - - Investimentos financeiros detidos para venda - - - - 1.589 - 47.278 1.589 Empréstimos a participadas - - - 879.712 - - 879.712 6.723 Devedores e acréscimos e diferimentos - - - 6.723 - - Instrumentos financeiros derivados - - - - - - - TOTAL ACTIVOS - - 31.709 902.004 1.589 - 935.302 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS - - - - - 155.013 155.013 2.120 653 - - - - 2.773 - - - - - 2.909 2.909 2.120 653 - - - 157.922 160.695 2007 ACTIVOS Caixa e equivalentes de caixa - - - 4.156 - - 4.156 Investimentos financeiros detidos para venda - - - - 4.380 - 4.380 Empréstimos a participadas - - - 881.864 - - 881.864 Devedores e acréscimos e diferimentos - - - 7.026 - - 7.026 Instrumentos financeiros derivados 805 127 - - - - 932 TOTAL ACTIVOS 805 127 - 893.046 4.380 - 898.358 PASSIVOS Empréstimos Obtidos Instrumentos financeiros derivados Credores e acréscimos e diferimentos TOTAL PASSIVOS - - - - - 137.872 137.872 3.561 - - - - - 3.561 - - - - - 2.428 2.428 3.561 - - - - 140.300 143.861 3. Custos operacionais Os custos das prestações de serviços correspondem aos custos incorridos pela JMH na prestação de um conjunto de serviços técnicos e especializados às suas participadas. Desta forma, são imputados às Companhias os custos relativos a cada um dos centros de custo da JMH, na percentagem que cada um deles dispende nessa prestação de serviços. Os custos administrativos apresentados na Demonstração de Resultados incluem, entre outros, os custos incorridos pelos vários centros de custo na percentagem que não é imputada às Companhias, bem como o IVA não dedutível que decorre da aplicação do método da afectação real. Os outros custos e perdas operacionais incluem, entre outros, os custos incorridos com estudos sobre outros mercados, bem como donativos e patrocínios atribuídos de acordo com a política de Responsabilidade Social do Grupo. 328 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 3.1 Custos com o pessoal 2008 Ordenados e salários 4.735 4.439 Segurança social Benefícios dos empregados (ver nota 28) 2007 458 419 1.027 539 326 434 6.546 5.831 Outros custos com pessoal Os outros custos com pessoal englobam seguros de acidentes de trabalho, acção social, formação e indemnizações, entre outros. No final do exercício de 2008, o número de empregados ao serviço ascendia a 58 (em 2007 eram 56). O número médio de empregados ao longo do ano foi de 57 (em 2007 eram 56). 4. Custos líquidos de financiamento 2008 Juros suportados líquidos 2007 (7.375) (10.806) (5.839) (1.344) Justo valor de investimentos financeiros detidos para negociação - Instrumentos derivados (ver nota 27) - Obrigações do tesouro (ver nota 18) 1.709 - (1.805) (2.984) Outros custos e proveitos financeiros (290) (331) Custos líquidos de financiamento (13.600) (15.465) Diferenças de câmbio Na rubrica de juros suportados estão incluídos os juros relativos aos empréstimos mensurados ao custo amortizado, bem como os juros de derivados de cobertura de justo valor e de cobertura de fluxos de caixa (ver nota 27). Os outros custos financeiros incluem, entre outros, imposto de selo por abertura de crédito e encargos de emissão de dívida de médio e longo prazo diferidos pelo prazo do empréstimo. A valorização ao justo valor de instrumentos financeiros não qualificados como cobertura encontra-se explicitada na nota 27. 4.1 Justo valor de instrumentos financeiros derivados não qualificados como cobertura reconhecidos em resultados 2008 2007 Derivados de negociação Swap taxa de juro Credit default swap (8.378) (1.886) 2.539 542 (5.839) (1.344) 5. Locações operacionais Os custos registados no exercício relativos a locações operacionais são como se apresentam: 2008 2007 Imóveis – Terceiros Imóveis – Grupo Equipamento Transporte – Terceiros Equipamento Informático – Terceiros 213 267 311 32 209 297 265 24 Total de custos no exercício 823 795 329 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Para além dos custos apresentados, existiram alugueres ocasionais ao longo do ano que ascenderam a m EUR 9 (2007: m EUR 9). Os contratos de aluguer de viaturas e equipamento informático ao serviço da JMH revestem a natureza de locações operacionais. Estes não prevêem renovação, nem opção de compra no final do mesmo, nem qualquer valor referente a rendas contingentes. Todos os contratos são canceláveis mediante um pré-aviso e não impõem restrições de qualquer natureza ao nível de dividendos ou dívida. Os pagamentos mínimos associados aos alugueres de viaturas e equipamento informático ascendem a: 2008 2007 Pagamentos até 1 ano 276 325 Pagamentos entre 1 e 5 anos 154 330 - - 430 655 Pagamentos a mais de 5 anos Total pagamentos futuros Conforme referido, todos estes contratos são canceláveis, mediante o pagamento de uma penalização. As responsabilidades inerentes a estas penalizações ascendiam no final de 2008 a m EUR 148 (2007: m EUR 232). 6. Imposto reconhecido na demonstração dos resultados 6.1 Imposto corrente 2008 Imposto corrente Imposto corrente do exercício Excesso/(insuficiência) de exercícios anteriores Imposto diferido Diferenças temporárias originadas ou revertidas no período Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Total de imposto sobre o rendimento do exercício 6.2 Reconciliação da taxa efectiva de imposto 2007 (221) (41) (51) (1) (262) (52) (3.087) 258 - 1.644 (3.087) 1.902 (3.349) 1.850 2008 2007 Resultado antes de imposto (RAI) 30.341 79.764 Imposto à taxa de 26,5% (8.040) (21.137) Resultado não sujeito a imposto e não recuperáveis 19.530 21.620 (14.730) (225) Custos não dedutíveis Alteração da base recuperável de prejuízos e diferenças temporárias de exercícios anteriores Excesso / (insuficiência) estimativa do ano anterior - 1.644 (41) (1) Tributações autónomas (68) (51) Imposto do ano (3.349) 1.850 Taxa média efectiva de imposto 11,04% (2,32%) 330 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 7. Ganhos (perdas) em filiais e associadas 2008 2007 Dividendos recebidos 73.583 39.854 Juros de empréstimos concedidos 26.146 18.288 - (68) (52.530) 19.099 47.199 77.173 Perdas na liquidação e alienação de sociedades Ajustamentos para correcção do valor de aquisição (ver nota 25) 8. Ganhos (perdas) em outros investimentos 2008 2007 Alienação acções BCP - 17.543 Dividendos BCP - 514 (2.116) - (2.116) 18.057 Ajustamentos para correcção do valor de aquisição (ver nota 15) 9. Resultados operacionais não usuais 2008 Reembolso de emolumentos pagos em aumentos de capital 2007 - 623 623 O reembolso ocorrido em 2007 deveu-se à conclusão de um processo judicial ganho pela JMH. Neste momento ainda se encontram a decorrer outros processos de reclamação judicial que poderão resultar num eventual recebimento futuro por JMH de aproximadamente m EUR 1.815. 10. Activos fixos tangíveis 10.1 Movimentos ocorridos no exercício corrente Activo Bruto 01/01/2008 Saldo inicial Edifícios e outras construções 31/12/2008 e abates Saldo final 113 - - 243 61 - (7) - 54 2 - - - 2 1.647 238 - - 1.885 Ferramentas e utensílios Outros activos fixos tangíveis Alienações 130 Equipamento de transporte Equipamento administrativo Aumentos Transferências 389 - - - 389 2.229 351 (7) - 2.573 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2008 Saldo inicial Aumentos Alienações Transferências 31/12/2008 e abates Saldo final Edifícios e outras construções 72 21 - - 93 Equipamento de transporte 61 - (7) - 54 Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outros activos fixos tangíveis Valor líquido 2 - - - 2 1.598 41 - - 1.639 326 - - - 326 2.059 62 (7) - 2.114 170 459 331 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 10.2 Movimentos ocorridos no exercício anterior Activo Bruto 01/01/2007 Saldo inicial Edifícios e outras construções 31/12/2007 e abates Saldo final - - - 130 91 - (30) - 61 Ferramentas e utensílios Outros activos fixos tangíveis Transferências Alienações 130 Equipamento de transporte Equipamento administrativo Aumentos 2 - - - 2 1.675 3 - (31) 1.647 389 - - - 389 2.287 3 (30) (31) 2.229 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2007 Saldo inicial Aumentos Transferências 31/12/2007 e abates Saldo final Alienações Edifícios e outras construções 59 13 - - 72 Equipamento de transporte 62 4 (5) - 61 Ferramentas e utensílios Equipamento administrativo Outros activos fixos tangíveis Valor líquido 10.3 2 - - - 2 1.589 40 - (31) 1.598 326 - - - 326 2.038 57 (5) (31) 2.059 249 170 Equipamento em regime de locação financeira Alguns dos alugueres de equipamento informático ao serviço da JMH revestem a natureza de locação financeira. Estes contratos prevêem opção de compra no final do mesmo e não prevêem qualquer valor referente a rendas contingentes, nem existem restrições de qualquer natureza ao nível de dividendos ou dívida. As responsabilidades ainda não liquidadas relativas a contratos de locação financeira são referidas na nota 22.5. O valor dos bens em locação financeira é o seguinte: Equipamento de informática e administrativo Activos fixos tangíveis Amortização acumulada Valor líquido 10.4 2008 2007 125 125 (120) (114) 5 11 Garantias Não foram dados quaisquer activos em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras. 11. Activos intangíveis Os activos intangíveis são constituídos por despesas de investigação e de desenvolvimento e contêm despesas suportadas com a implementação do sistema informático SAP. 332 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 11.1 Movimentos ocorridos no exercício corrente Activo Bruto 01/01/2008 Saldo inicial Despesas de investigação e desenvolvimento Aumentos Alienações Saldo final 40 - - 309 269 40 - - 309 Saldo inicial Valor líquido 31/12/2008 e abates 269 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2008 Despesas de investigação e desenvolvimento Transferências Aumentos Alienações Transferências 31/12/2008 e abates Saldo final 251 10 - - 261 251 10 - - 261 18 48 11.2 Movimentos ocorridos no exercício anterior Activo Bruto 01/01/2007 Saldo inicial Despesas de investigação e desenvolvimento Aumentos Alienações Saldo final 10 - - 269 259 10 - - 269 Saldo inicial Valor líquido 31/12/2007 e abates 259 Amortizações e perdas por imparidade acumuladas 01/01/2007 Despesas de investigação e desenvolvimento Transferências Aumentos Alienações Transferências 31/12/2007 e abates Saldo final 248 3 - - 251 248 3 - - 251 11 18 12. Propriedades de Investimento A JMH detém um imóvel em Vila Franca de Xira (terreno e edifício), o qual não se encontra afecto à sua actividade e cujo destino não foi ainda definido. Este imóvel foi reavaliado para o seu valor de mercado em 2003, a partir de avaliações realizadas por entidade independente, não se tendo verificado no exercício de 2008 alguma alteração no seu estado ou nas circunstâncias actuais de mercado. 2008 Saldo inicial 2007 2.470 2.470 Reavaliação do imóvel - - Amortizações - - 2.470 2.470 Saldo final 333 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 13. Partes de capital 13.1 Em filiais e associadas 2008 Valor líquido em 1 de Janeiro 2007 259.628 240.529 Aumentos - - Diminuições - - (Aumento) / Redução das provisões para perdas por imparidade (ver nota 25) (52.530) 19.099 Valor líquido em 31 de Dezembro 207.098 259.628 13.2 Em joint-ventures As partes de capital em joint-ventures ascendiam a m EUR 6.349 (2007: m EUR 6.349). Ver nota 35. 14. Empréstimos concedidos 14.1 Empréstimos a filiais e associadas Empréstimos não correntes Valor líquido em 1 de Janeiro Aumentos Diminuições 2008 595.695 Empréstimos correntes Valor líquido em 1 de Janeiro Aumentos Diminuições Valor líquido em 31 de Dezembro 719.375 33.240 150.080 (39.213) (273.685) - (75) 589.722 595.695 (Aumento) / Redução das provisões para perdas por imparidade Valor líquido em 31 de Dezembro 2007 2008 2007 100.121 82.661 6.180 26.460 (4.923) (9.000) 101.378 100.121 Os empréstimos correntes vencem juros a taxas normais de mercado. Os empréstimos não correntes revestem a natureza de prestações suplementares de capital (como tal, não vencem juros) e suprimentos de médio/longo prazo (remunerados a taxas normais de mercado). 14.2 Empréstimos a joint-ventures Empréstimos não correntes Valor líquido em 1 de Janeiro Aumentos Diminuições Reavaliação cambial de empréstimos em moeda estrangeira Valor líquido em 31 de Dezembro 2008 2007 186.048 164.199 3.016 21.849 - - (452) - 188.612 186.048 Os empréstimos não correntes revestem a natureza de prestações suplementares de capital (como tal, não vencem juros) e suprimentos de médio/longo prazo (remunerados a taxas normais de mercado). 334 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 15. Investimentos financeiros disponíveis para venda 2008 Acções BCP Ajustamentos para o valor de realização (ver nota 25) 2007 3.705 4.380 (2.116) - 1.589 4.380 Durante o exercício, foram adquiridas 0,45 milhões de acções do BCP, na sequência do aumento de capital ocorrido em 2008, pelo montante de m EUR 541. Em 31 de Dezembro de 2008, os títulos do BCP em carteira (1,95 milhões de acções) foram valorizados ao valor de mercado – cotação a 31 de Dezembro de 2008 de 0,815 euros – Euronext Lisboa. As variações ao justo valor destes activos foram relevadas directamente no capital próprio em m EUR 1.216 negativos (reversão dos ajustamentos anteriores até ao limite do valor de aquisição) e no resultado m EUR 2.116 negativos (constituição de ajustamentos para perdas potenciais). 16. Impostos 16.1 Impostos diferidos activos e passivos Os impostos diferidos são apresentados no balanço da seguinte forma: 2008 2007 Impostos diferidos activos 5.640 8.570 Impostos diferidos passivos (250) (299) 5.390 8.271 Movimentos nos impostos diferidos ocorridos no exercício: 01/01/2008 Efeito em resultados Efeito no capital próprio 31/12/2008 Impostos diferidos passivos Reavaliações de activos Valorização de instrumentos financeiros derivados ao JV (260) (39) 10 39 - (250) - (299) 49 - (250) 3.801 4.023 746 27 (2.559) (604) 206 3.828 1.464 348 8.570 (3.136) 206 5.640 8.271 (3.087) 206 5.390 Impostos diferidos activos Responsabilidades com benefícios concedidos a empregados Prejuízos a recuperar Valorização de instrumentos financeiros derivados ao JV Variação líquida de imposto diferido 16.2 Impostos diferidos não reconhecidos sobre prejuízos fiscais A companhia não reconheceu impostos diferidos activos sobre o montante de prejuízos fiscais para os quais não se estima, com razoável segurança, a ocorrência de lucros fiscais futuros suficientes que assegurem a sua recuperabilidade. Os montantes de impostos diferidos não reconhecidos são como se apresenta: 2008 Prejuízos fiscais Taxa de imposto Impostos diferidos activos (não reconhecidos) 47.436 25% 11.859 2007 61.933 25% 15.483 335 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 16.3 Impostos a recuperar e a pagar Impostos a recuperar 2008 2007 IRC a recuperar 209 IVA a recuperar 20 215 2 229 217 - 1 IRS/IRC retido 94 88 Segurança social 49 44 Impostos a pagar IVA a pagar Imp. Municipal sobre Imóveis 13 38 156 171 17. Devedores e acréscimos e diferimentos 2008 Empresas do grupo e associadas 2007 2.555 Saldos devedores de fornecedores Pessoal Outros devedores Acréscimos de proveitos 2.864 1 3 35 24 19 14 3.273 3.703 915 506 6.798 7.114 Custos diferidos Os valores registados na rubrica de empresas do grupo e associadas respeitam essencialmente a facturas emitidas a empresas subsidiárias, relativas a prestações de serviços de diversas naturezas. Na rubrica de Acréscimos de proveitos destacam-se m EUR 2.608 relativos a prestação de serviços técnicos e administrativos a participadas e m EUR 664 de juros a receber. A rubrica de Custos diferidos é composta por m EUR 272 de custos com emissão de obrigações e papel comercial, m EUR 568 de juros antecipados de papel comercial e m EUR 75 de outros custos imputáveis a exercícios futuros cujo pagamento foi efectuado ainda no exercício de 2008, ou que, não tendo sido pagos, já foram debitados pelas entidades competentes. 18. Caixa e equivalentes de caixa 2008 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria Caixa e equivalentes de caixa 2007 76 49 47.194 4.100 8 7 47.278 4.156 No 4º trimestre do ano, a companhia adquiriu m EUR 30.000 de Obrigações do Tesouro, emitidas pela República Portuguesa e Alemã, as quais se destinaram a aplicar temporariamente excedentes de liquidez, tendo estas sido alienadas em Fevereiro de 2009. Por se tratarem de activos financeiros detidos para negociação, as obrigações encontram-se reavaliadas à cotação de fecho de 31 de Dezembro, tendo a contrapartida dessa reavaliação sido registada em resultados (m EUR 1.709) - ver nota 4. A nota 27 proporciona informação adicional sobre a exposição da companhia aos riscos de taxa de juro. 336 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 19. Fluxo gerado pelas operações 2008 Resultado líquido Ajustamentos para: Impostos Amortizações Resultados financeiros Ganhos / perdas em empresas do grupo Ganhos / perdas em invest. finan. disponíveis para venda Ganhos / perdas na alienação e abate de activos fixos tangíveis Variações de working capital: Devedores e acréscimos e diferimentos Credores e acréscimos e diferimentos Provisões e benefícios concedidos a empregados 2007 26.992 81.614 3.349 72 (86.117) 52.530 2.116 (1) (1.850) 60 (43.179) (19.024) (17.543) - (1.059) 78 1.073 (127) 103 (567) 603 (318) (10) (204) 20. Capital e reservas 20.1 Capital social e prémio de emissão O capital social autorizado é composto por 629.293.220 acções ordinárias (2007: 629.293.220), todas com um valor nominal de um euro. Os detentores de acções ordinárias têm direito a receber dividendos conforme deliberação da Assembleia Geral e têm direito a um voto por cada acção detida. Não existem acções preferenciais. Os direitos relativos às acções detidas em carteira pela companhia encontram-se suspensos até essas acções serem de novo colocadas no mercado. No exercício de 2008, não se verificaram movimentos em Prémios de emissão de acções, mantendo-se o valor do exercício de 2007, no montante de m EUR 22.452. 20.2 Acções próprias A rubrica de acções próprias reflecte o custo das acções detidas em carteira pela companhia. À data de 31 de Dezembro de 2008 a companhia detinha 859.000 acções próprias (em 2007 eram 859.000). 20.3 Outras reservas Cobertura de fluxos de caixa Balanço em 1 de Janeiro de 2007 Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa: - Valor bruto - Imposto diferido 137 Justo valor de inst. de cobertura de fluxos de caixa: - Valor bruto - Imposto diferido 94 (480) Total 8.344 (59) 16 (6.991) (6.991) 1.216 1.310 (780) 206 (780) 206 Justo valor dos instrumentos financeiros disponíveis para venda Balanço em 31 de Dezembro de 2008 8.207 (59) 16 Justo valor dos instrumentos financeiros disponíveis para venda Balanço em 1 de Janeiro de 2008 Instrumentos financeiros detidos para venda (1.216) (1.216) - (480) Estas reservas não são passíveis de ser distribuídas aos Accionistas. 337 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 20.4 Resultados retidos Em 31 de Dezembro de 2008, o montante total de Resultados retidos ascende a m EUR 335.532, provenientes de resultados gerados no exercício e em exercícios anteriores. Deste montante não poderão ser distribuídos: m EUR 39.122 correspondentes à reserva legal (arts. 218, 295 e 296 do Código das Sociedades Comerciais) e m EUR 6.060 correspondentes à reserva para acções próprias (art. 324 do Código das Sociedades Comerciais). 20.5 Dividendos De acordo com a política de distribuição de dividendos há vários anos anunciada, descrita no capítulo 2.5 do Governo da Sociedade, que constitui parte integrante do relatório e contas consolidado, o Conselho de Administração propõe aos Senhores Accionistas a distribuição de um montante de 69.127.764,20 euros – correspondendo a um dividendo por acção de EUR 0,11. 21. Resultado por acção 21.1 Resultado básico e diluído por acção O cálculo do resultado básico por acção baseia-se no lucro líquido atribuível aos Accionistas ordinários de m EUR 26.992 (2007: lucro de m EUR 81.614) e no número médio ponderado de acções ordinárias pendentes no período que ascendem a 628.434.220 (2007: 628.434.220). Na medida em que não existem títulos diluídores das acções da JMH, o resultado diluído por acção é igual ao resultado básico por acção. 2008 Acções ordinárias emitidas no início do ano 2007 629.293.220 629.293.220 859.000 859.000 - - 628.434.220 628.434.220 26.992 81.614 26.992 81.614 Resultado por acção – euros 0,043 0,130 Resultado por acção (diluído) - euros 0,043 0,130 Acções próprias no início do ano Acções próprias adquiridas durante o ano Acções emitidas durante o ano Número médio ponderado de acções ordinárias (igual ao diluído) Resultado líquido do exercício atribuível aos Accionistas ordinários Resultado líquido do exercício atribuível aos Accionistas ordinários (diluído) 22. Empréstimos obtidos Esta nota fornece informação sobre os termos dos contratos de empréstimo e outro tipo de formas de financiamento. A nota 27 proporciona informação adicional sobre a exposição da companhia aos riscos de taxa de juro. 22.1 Empréstimos correntes e não correntes 2008 2007 Empréstimos não correntes Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial (em Zloty - PLN) Empréstimos por obrigações Responsabilidades com locação financeira 30.000 - - 27.828 70.000 110.000 5 7 100.005 137.835 Empréstimos correntes 55.000 - Descobertos bancários Empréstimos bancários – Programas de Papel Comercial - 27 Responsabilidades com locação financeira 8 10 55.008 37 338 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 22.2 Termos e prazos de reembolso dos empréstimos Taxa média Empréstimos bancários - Prog. de Papel Comercial Total Menos de 1 1 a 5 anos ano 4,82% 85.000 55.000 30.000 Empréstimos por obrigações JM2011 e JM2012 5,24% Responsabilidades com locações financeiras 5,49% 70.000 - 70.000 13 8 5 155.013 55.008 100.005 A JMH utiliza linhas de crédito Grupadas com outras companhias do Grupo JMH, o que significa que até ao limite de uma linha de crédito aprovada junto de uma entidade financeira, a mesma pode ser simultaneamente utilizada por mais do que uma empresa. Assim sendo, os plafonds não utilizados acessíveis a JMH ascendem ao montante de m EUR 53.000. 22.3 Empréstimos obrigacionistas 2008 Obrigações não convertíveis JMH/2003 Obrigações não convertíveis JM2011 e JM2012 2007 - 40.000 70.000 70.000 70.000 110.000 Obrigações não convertíveis Em Outubro de 2003, foi emitido um empréstimo obrigacionista, no montante de m EUR 40.000, com pagamento de juros a taxa variável, com vencimento em 2010. Este empréstimo foi reembolsado na sua totalidade em Abril de 2008. Em Setembro de 2007, foi emitido um empréstimo obrigacionista, no montante de m EUR 70.000, com pagamento de juros a taxa variável, com vencimento de m EUR 35.000 em 2011 e m EUR 35.000 em 2012. 22.4 Empréstimos bancários: papel comercial Existem vários empréstimos bancários, sob a forma de Programa de Papel Comercial, no montante global de m EUR 225.000, sendo a taxa de juro variável. No final de 2008, do total contratado, apenas estavam a ser utilizados m EUR 85.000, com a seguinte maturidade: Maturidade Montante 2009 55.000 2011 10.000 2012 20.000 Adicionalmente, existia um programa de papel comercial no montante de 100 milhões de PLN (moeda polaca) com maturidade em Março de 2010 e taxa de juro variável indexada à WIBOR (taxa de juro polaca). Este programa foi cancelado durante o ano de 2008. 22.5 Responsabilidades com locações financeiras Em 31 de Dezembro de 2008, as responsabilidades com locações financeiras são como se apresenta: 2008 Pagamentos até 1 ano 2007 9 10 Pagamentos entre 1 e 5 anos 5 8 Total pagamentos futuros 14 18 Pagamento de juros futuros (1) (1) Valor presente das responsabilidades 13 17 339 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 23. Dívida financeira 2008 Empréstimos não correntes 2007 137.835 100.005 Empréstimos correntes 55.008 37 Instrumentos financeiros derivados 2.773 2.629 Acréscimos e diferimentos (apenas rúbricas financeiras) 1.050 1.198 Depósitos à ordem Aplicações de tesouraria (76) (49) (47.194) (4.100) 111.566 137.550 24. Riscos financeiros A JMH encontra-se exposta a diversos riscos financeiros, nomeadamente: risco de mercado (que inclui os riscos de taxa de juro e risco de preço) risco de liquidez e risco de crédito. A gestão de risco concentra-se na imprevisibilidade dos mercados financeiros e procura minimizar os efeitos adversos dessa imprevisibilidade no desempenho financeiro da Sociedade. A informação relativa à gestão dos riscos financeiros encontra-se detalhada no Relatório de Gestão. 25. Provisões e ajustamentos ao valor de realização 2008 Partes de capital em filiais e associadas Saldo inicial 217.109 Investimentos financeiros disp. para venda Total de ajustamentos para o valor de realização Benefícios a empregados Total de Provisões Utilização/ Redução Constituição 52.530 Saldo final - 269.639 - 2.116 - 2.116 217.109 54.646 - 271.755 14.342 814 (711) 14.445 14.342 814 (711) 14.445 O ajustamento realizado para Partes de capital em filiais e associadas, no montante de m EUR 52.530, corresponde à redução do justo valor de uma participada, em resultado da distribuição de dividendos efectuada. O ajustamento para Investimentos financeiros disponíveis para venda encontra-se explicado na nota 15. 2007 Partes de capital em filiais e associadas Empréstimos a empresas do grupo Total de ajustamentos para o valor de realização Benefícios a empregados Outras provisões Total de Provisões Saldo inicial Utilização/ Redução Constituição Saldo final 259.370 - (42.261) 217.109 26.267 75 (26.342) - 285.637 75 (68.603) 217.109 14.647 337 (642) 14.342 14 - (14) - 14.661 337 (656) 14.342 Durante o exercício de 2007, procedeu-se ao write-off das participações nas sociedades Empal - Emp. Ind. de Produtos Alimentares, Lda. e Soc. Com. de Representações Socorel Lda., ambas com sede em Angola, por não ter sido possível identificar qualquer registo oficial da sua existência. Também durante o exercício de 2007, a JMH procedeu à liquidação da sociedade Jerónimo Martins Holdings (UK) Ltd, com sede no Reino Unido, bem como alienou a sua participação na sociedade Jerónimo Martins Finance Company (1) Ltd, com sede na Irlanda. 340 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Todas estas participações encontravam-se totalmente provisionadas (m EUR 23.162). Em 2007, procedeu-se também ao ajustamento para o valor de realização de uma participada o que conduziu a uma redução da provisão de m EUR 19.099. Em termos agregados, foram reduzidos neste exercício os ajustamentos para o valor de realização de investimentos financeiros em m EUR 42.261. Adicionalmente, como resultado da alienação da participação na sociedade Jerónimo Martins Finance Company (1) Ltd, com sede na Irlanda, reduziram-se também os empréstimos em m EUR 26.342, totalmente provisionados. 26. Credores e acréscimos e diferimentos 2008 2007 Montantes a liquidar a empresas do grupo 351 174 Credores comerciais 235 274 8 8 3.702 3.302 4.296 3.758 Credores não comerciais Acréscimos de custos A rubrica de Acréscimos de custos é composta pelo montante de m EUR 1.387 relativo a remunerações a liquidar ao pessoal e juros a pagar no valor de m EUR 1.902. Os restantes m EUR 413 correspondem a diversos custos (utilities, seguros, consultores, rendas, etc.), relativos ao exercício de 2008, e que não foram facturados pelas entidades competentes até ao final do exercício. 27. Instrumentos financeiros derivados 2008 Notional Activo 2007 Passivo Notional Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente - - - 2.120 - - - - - - - 653 - - - - - - - Activo Passivo Corrente Não Corrente Corrente Não Corrente 220 43 - 3.561 - 542 - - 127 - - - 2.120 220 585 - 3.561 - 653 127 - - - - 2.773 347 585 - 3.561 Derivados de Negociação Swap taxa de juro 30 milhões EUR Credit default swap 80 milhões EUR 100 milhões EUR Derivados designados como cobertura de fluxos de caixa Swap taxa de juro 35 milhões EUR Total de derivados activos/passivos de negociação Total de derivados activos/passivos designados como cobertura Total de derivados activos/passivos 10 milhões EUR Em 2008, estão incluídos nos valores apresentados os juros a receber ou a pagar vencidos até à data relativos a estes instrumentos financeiros no montante líquido a receber de m EUR 252 (2007: m EUR 186). Instrumentos financeiros derivados de negociação Swaps de taxa de juro A JMH procede à contratação de swaps de taxa de juro para cobrir economicamente o risco de taxa de juro inerente aos pagamentos futuros dos empréstimos obrigacionistas, cujo montante em 31 de Dezembro de 2008 era de m EUR 70.000 (2007: m EUR 110.000). Alguns destes swaps venceram-se em 2008, tendo os restantes sido cancelados no decurso do ano. Desta forma, no final de 2008 não existiam instrumentos financeiros derivados contratados por JMH nesta rubrica (o notional dos instrumentos derivados no final de 2007 era de m EUR 80.000). 341 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 As variações do justo valor destes instrumentos foram reconhecidas na demonstração de resultados, no montante de m EUR 6.258 negativos (2007: m EUR 1.886 negativos). Em 2008, na sequência da aquisição de m EUR 30.000 de Obrigações do Tesouro (ver nota 18), a JMH procedeu à contratação de swaps de taxa de juro (designados “Asset Swaps”) para efectuar a cobertura económica do risco de taxa de juro das obrigações, sendo que o risco de crédito não se encontra coberto. O notional dos instrumentos financeiros derivados contratados por JMH é de m EUR 30.000. As variações do justo valor destes instrumentos foram reconhecidas na demonstração de resultados, no montante de m EUR 2.120 negativos, sendo o impacto líquido, considerando a variação do justo valor do activo coberto, de m EUR 411 negativos. Credit default swap A JMH contratou em 2007 um derivado de crédito com o intuito de minimizar o impacto do alargamento de spreads de crédito resultantes de efeitos exógenos à Jerónimo Martins. Durante o exercício de 2008, este derivado foi cancelado na totalidade. As variações do justo valor deste instrumento foram reconhecidas na demonstração de resultados, no montante de m EUR 2.539 (2007: m EUR 542). Cobertura de fluxos de caixa A JMH procede à cobertura parcial dos pagamentos futuros de juros de empréstimos, através da contratação de swaps de taxa de juro em que paga uma taxa fixa e recebe uma taxa variável, com um notional de m EUR 35.000 (2007: m EUR 10.000). Esta é uma cobertura do risco de taxa de juro associado aos pagamentos de juros à taxa variável decorrentes de passivos financeiros reconhecidos. O risco coberto é o indexante da taxa variável associada aos empréstimos. O objectivo desta cobertura é transformar os empréstimos de taxa de juro variável em taxa de juro fixa. As variações do justo valor destes instrumentos foram reconhecidas em outras reservas, no montante de m EUR 780 negativos (2007: m EUR 59). 27.1 Reflexos nas demonstrações financeiras 2008 Justo valor dos instrumentos financeiros a 1 de Janeiro 2007 (2.629) (1.012) 6.335 (335) - Instrumentos derivados de taxa de juro e de crédito (3.719) (1.344) - Instrumentos derivados associados às Obrigações do Tesouro (2.120) - (780) (59) 140 121 (2.773) (2.629) (Recebimentos) / Pagamentos efectuados no exercício Justo valor de investimentos financeiros detidos para negociação (P&L) Justo valor derivados de cobertura (Reservas) Custo com juros de derivados de cobertura (P&L) Justo valor dos instrumentos financeiros a 31 de Dezembro 28. Benefícios dos empregados Valores reflectidos em balanço na rubrica de benefícios concedidos a empregados: 2008 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo 14.316 14.342 129 - 14.445 14.342 Prémios de antiguidade Total 2007 Valores reflectidos na demonstração dos resultados na rubrica de custos com pessoal (nota 3): 2008 2007 Benefícios de reforma – Plano de contribuição definida 213 202 Benefícios de reforma – Plano de benefício definido a cargo do Grupo 610 337 Prémios de antiguidade 204 - 1.027 539 Total 342 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 28.1 Plano de contribuição definida para colaboradores, com fundo gerido por uma terceira entidade A Jerónimo Martins tem em vigor um plano de complemento de reforma de contribuição definida para os seus colaboradores no activo, com vínculo permanente, assegurado por um fundo de pensões gerido por uma entidade independente. Este tipo de plano permite controlar os custos relativos à atribuição de benefícios e simultaneamente incentivar a participação dos colaboradores na construção da sua própria reforma. Movimento ocorrido no exercício: 2008 Responsabilidades a 1 de Janeiro - - 213 202 (213) (202) - - Custos do exercício Contribuições do exercício 2007 Responsabilidades a 31 de Dezembro 28.2 Plano de benefícios definidos para ex-colaboradores a cargo da empresa Este plano é avaliado semestralmente por uma entidade independente. De acordo com a avaliação actuarial reportada a 31 de Dezembro de 2008, as responsabilidades ascendem a m EUR 14.316, encontram-se totalmente provisionadas e registadas no passivo na rubrica de benefícios concedidos a empregados. Movimento ocorrido no exercício: 2008 Responsabilidades a 1 de Janeiro 2007 14.342 14.647 743 716 (Ganhos)/perdas actuariais (133) (379) Pagamentos de pensões (636) (642) 14.316 14.342 Custos com juros Responsabilidades a 31 de Dezembro Pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades: Rubricas Tábua de mortalidade Valores TV 88/90 Taxa de desconto 6,0% Taxa de crescimento das pensões 3,0% 28.3 Outros benefícios a longo prazo concedidos a empregados A Companhia adoptou, em 2008, um programa de incentivos baseado na atribuição de prémios de antiguidade. Este programa consiste na atribuição de prémios de antiguidade aos colaboradores quando atingem 5, 10, 15 e 25 anos de serviço. Por se tratarem de benefícios de contribuição definida, as responsabilidades da JMH com prémios de antiguidade de 5 e 10 anos, são reconhecidas como custos no exercício em que são pagas. Quanto aos prémios de antiguidade de 15 e 25 anos, por se tratarem de benefícios definidos de longo prazo, a cargo da Companhia, as responsabilidades são avaliadas anualmente por um actuário independente. À data de introdução deste programa as responsabilidades com serviços passados ascendiam a m EUR 137. De acordo com estudos actuariais reportados à data de 31 de Dezembro, as responsabilidades ascendem a m EUR 129 e encontram-se totalmente provisionadas no passivo, na rubrica de benefícios concedidos a empregados. 343 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Movimento ocorrido no exercício: 2008 Responsabilidades a 1 de Janeiro - Responsabilidades passadas no momento de implementação do plano 137 Custos dos serviços correntes 19 (Ganhos)/perdas actuariais 48 Pagamentos de prémios (75) Responsabilidades a 31 de Dezembro 129 Pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades: Rubricas Valores Tábua de mortalidade TV 88/90 Taxa de desconto 6,0% Taxa de crescimento salarial 3,0% 29. Garantias As garantias bancárias existentes são as seguintes: 2008 2007 Garantias a favor da D.G.C.I. 1.385 1.335 Outras garantias prestadas 1.577 - 2.962 1.335 30. Contingências ● A Administração Fiscal informou a Jerónimo Martins, SGPS, S.A., que deveria proceder à requalificação fiscal de dividendos recebidos, no montante total de m EUR 10.568, de uma sua participada na Zona Franca da Madeira, durante os exercícios de 2004 e 2005, que, na opinião daquela entidade, deveriam ser tratados como juros recebidos os quais estão sujeitos a tributação em sede de IRC, ao contrário dos dividendos, que estão isentos. A Administração da JMH, com o apoio dos seus consultores fiscais e jurídicos, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. ● A Administração Fiscal reclamou da Jerónimo Martins o montante de m EUR 989, referente a IRC, relativo a uma indemnização paga pela Sociedade em virtude de um acordo alcançado em tribunal arbitral e que aquela entidade considerou tratar-se de um pagamento a uma entidade sujeita a regime fiscal mais favorável, e como tal não aceite para efeitos fiscais. A Administração da Jerónimo Martins, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera não existir qualquer validade e fundamento no relatório da Administração Fiscal, pelo que já accionou os meios de defesa de que dispõe para contrariar as decorrências deste. 31. Partes relacionadas 31.1 Benefícios atribuídos a Administradores Na Assembleia Geral Anual de 2005 foi aprovado um Plano de Pensão de Reforma. Trata-se de um Plano de Pensões do tipo Contribuição Definida, em que é fixado previamente o valor da contribuição, variando o valor dos benefícios em função dos rendimentos obtidos. Cabe à Comissão de Vencimentos a definição da taxa de contribuição da empresa e da contribuição inicial. 344 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 São considerados Participantes do Plano os Administradores Executivos da Sociedade, sendo que, aqueles que optarem pelo presente Plano de Pensões, deixarão de estar em condições de elegibilidade relativamente ao Plano de Complemento de Reforma, renunciando expressa e irrevogavelmente a este. Quanto a regimes complementares de pensões ou de reforma, nos termos do Regulamento em vigor, têm direito a Complemento de Reforma os Administradores que, cumulativamente tenham: (i) mais de 60 anos, (ii) exercido funções executivas, e (iii) desempenhado cargos de Administrador há mais de dez anos. Este complemento foi estabelecido na Assembleia Geral Anual de 1996, mas nenhum dos membros da Comissão Executiva usufruirá do mesmo já que todos optaram pelo Plano de Pensão de Reforma anteriormente referido. 31.2 Remunerações dos Administradores As remunerações fixas, variáveis e contribuições para planos de pensões foram: 2008 2007 Administradores executivos 1.869 1.834 Administradores não executivos 1.144 882 3.013 2.716 O montante considerado como remunerações de Administradores não executivos, em 2008, inclui m EUR 14 relativo à remuneração de Administradores não executivos pela sua participação na Comissão de Auditoria (2007: m EUR 12). Nenhum dos Administradores auferiu qualquer remuneração de outra empresa do Grupo. 345 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 32. Empresas do Grupo, associadas e outras empresas As participações directas da JMH, a 31 de Dezembro de 2008, são como se apresenta: Designação Social % Participação Fracção cap. detido Capital Próprio Observ. Sede Activo Resultado Jerónimo Martins – Distrib. de Prod. de Consumo, Lda. a) Lisboa 99,99% 1.746 109.113 12.915 763 Recheio, SGPS, S.A. a) Lisboa 15,93% 23.888 685.795 459.202 2.654 Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda. a) Lisboa 100,00% 50 558 103 (19) JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, SA a) Lisboa 51,00% 168.300 1.622.052 1.117.590 68.976 Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. a) Lisboa 51,00% 26 16.440 189 63 Jerónimo Martins Serviços, S.A. a) Lisboa 100,00% 50 3.397 212 (340) Servicompra - Consultores de Aprovisionamento, Lda a) Lisboa 96,00% 5 198.865 198.865 (2) Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. a) Lisboa 1,00% 30 64.221 8.438 460 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. a) Lisboa 0,20% 1 2.763 2.262 1.370 PARTES DE CAPITAL EM EMPRESAS DO GRUPO Hermes - Soc. de Invest. Mobiliários e Imobiliários, Lda. a) b) Funchal 99,99% 999 36.495 34.611 534 Eva – Soc. de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 5,60% 28 72.024 72.022 967 PSQ – Soc. de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 11,00% 55 46.399 46.398 (78) Friedman – Soc. de Investim. Mobiliários e Imobiliários, Lda a) Funchal 100,00% 5 28 24 (3) Lisboa 32,50% 8.862 725.945 87.927 51.860 c) Polónia 50,00% 70 1.503 (1.940) (1.439) b) d) Porto 0,05% 1.950 88.166.161 4.899.255 618.646 PARTES DE CAPITAL EM JOINT-VENTURES Unilever Jerónimo Martins, Lda. Bliska Sp. Z.o.o. INVESTIMENTOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA BCP - Banco Comercial Português, S.A. a) Para efeitos número 3 do artigo 486º do Código das Sociedades Comerciais, declaramos que as sociedades indicadas são detidas por maioria de capital. b) Está constituída provisão para ajustamento do valor. c) Os valores apresentados dizem respeito às contas de 2007. Esta empresa apresenta contas em Zloty polaco (PLN). Os valores apresentados foram convertidos à taxa de câmbio de 31/12/2007 (0,27828). d) Os valores apresentados dizem respeito às contas de 2007. 346 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 33. Empresas do Grupo e joint-ventures – Participações directas e indirectas No quadro abaixo, estão discriminadas as empresas detidas pela Jerónimo Martins, SGPS, S.A., directa e indirectamente a 31 de Dezembro de 2008: Empresas do Grupo Companhia JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A. Lisboa % Capital detido 51,00 Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Lisboa 51,00 Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A. Lisboa 51,00 Feira Nova – Hipermercados, S.A. Lisboa 51,00 Bazar Novo – Distribuição de Produtos Não Alimentares, Lda. Lisboa 51,00 JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. Lisboa 51,00 Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. Lisboa 51,00 Casal de São Pedro – Administração de Bens, S.A. Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Finance Company (2), Limited Dublin (Irlanda) 51,00 EVA – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 51,00 Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A. Lisboa 51,00 Sede Electric Co – Distribuição de Produtos não Alimentares, Lda. Lisboa 51,00 Jerónimo Martins Retail Services, S.A. Klosters (Suíça) 51,00 Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. Lisboa 51,00 Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A. Lisboa 51,00 Funchalgest – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Funchal 75,50 João Gomes Camacho, S.A. Funchal 75,50 Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A. Funchal 75,50 Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A. Funchal 75,50 Recheio, SGPS, S.A. Lisboa 100,00 Recheio - Cash & Carry, S.A. Lisboa 100,00 Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Lisboa 100,00 Larantigo – Sociedade de Construções, S.A. Lisboa 100,00 Masterchef, S.A. Lisboa 100,00 SCGR - Comércio por Grosso e a Retalho, S.A. Lisboa 100,00 PSQ – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 100,00 Belegginsmaatschappij Tand B.V. Roterdão (Holanda) 100,00 Jeronimo Martins Dystrybucja S.A. Kostrzyn (Polónia) 100,00 PLUS Discount Sp. Z.o.o. Poznan (Polónia) 100,00 Optimum Mark Sp. Z.o.o. Varsóvia (Polónia) 100,00 Jerónimo Martins – Distribuição de Produtos de Consumo, Lda. Lisboa 100,00 Caterplus – Comercialização e Distribuição Produtos de Consumo, Lda. Lisboa 49,00 Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Lisboa 51,00 PGJM – Importação e Distribuição de Perfumes e Cosméticos, S.A. Lisboa 50,00 Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. Lisboa 100,00 Hermes – Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 100,00 Friedman - Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. Funchal 100,00 Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda. Lisboa 100,00 Jerónimo Martins – Serviços, S.A. Lisboa 100,00 Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda. Lisboa 100,00 347 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 Joint-ventures Companhia Unilever Jerónimo Martins, Lda. Sede Lisboa % Capital detido 45,00 Fima - Produtos Alimentares, S.A. Lisboa 45,00 Victor Guedes – Indústria e Comércio, S.A. Lisboa 45,00 Indústrias Lever Portuguesa, S.A. Lisboa 45,00 Olá – Produção de Gelados e Outros Produtos Alimentares, S.A. Lisboa 45,00 Bliska Sp. Zo.o. Varsóvia (Polónia) 50,00 34. Transações com partes relacionadas Nota prévia: As transacções com partes relacionadas são sempre realizadas a valores de mercado. 34.1 Serviços técnicos e administrativos A JMH enquanto Holding do Grupo, exerce funções de coordenação e assessoria às suas participadas, sendo que as áreas funcionais de apoio ao Grupo vão desde a administração, relações institucionais, desenvolvimento e estratégia, planeamento e controlo, jurídico, gestão de risco, fiscalidade, auditoria interna, recursos humanos, operações financeiras, contabilidade, consolidação, segurança e comunicação. Desta forma, a JMH é remunerada pela prestação destes serviços. Os proveitos com serviços técnicos e administrativos prestados durante o exercício de 2008 a empresas subsidiárias ascenderam a m EUR 8.976 (2007: m EUR 8.956). 34.2 Serviços financeiros Uma parte da gestão financeira das Companhias do Grupo Jerónimo Martins é efectuada centralmente na Direcção de Operações Financeiras da JMH. Parte dessa gestão passa pela contratação e negociação, em nome das Companhias, junto dos bancos e outras entidades financeiras, condições da dívida financeira ou de aplicação de fundos das Companhias. A negociação centralizada permite obter condições bastante mais favoráveis nos financiamentos e aplicações do que através de uma negociação individual das Companhias. Esta gestão centralizada é remunerada, tendo ascendido em 2008 a m EUR 2.888 (2007: m EUR 2.593). Outra parte passa pela centralização das tesourarias, que são responsáveis pelo pagamento aos fornecedores, pessoal e outras entidades, bem como o planeamento e controlo diário de tesouraria. Esta gestão também é remunerada, tendo ascendido em 2008 a m EUR 399 (2007: m EUR 351). 34.3 Arrendamento de imóveis A JMH exerce a sua actividade em instalações arrendadas a uma empresa do Grupo, tendo suportado custos no montante de m EUR 267 (2007: m EUR 297). 34.4 Proveitos suplementares A JMH efectua um débito anual a uma empresa em joint-venture, relativo a uma comissão de vendas, que ascendeu em 2008 a m EUR 133 (2007: m EUR 114). 34.5 Suprimentos (empréstimos correntes e não correntes) A Jerónimo Martins concedeu suprimentos a subsidiárias, tendo esses suprimentos gerado juros no montante de m EUR 26.146 (2007: m EUR 18.288). Companhias Joint-ventures Empresas subsidiárias Total 2008 2007 10.460 15.686 9.192 9.096 26.146 18.288 348 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 34.6 Débitos de pessoal Sendo a Jerónimo Martins um Grupo em que é normal o aproveitamento de sinergias entre as várias empresas que o compõem, é frequente a transferência de pessoal entre empresas do Grupo, conforme as necessidades dos vários negócios. O valor total suportado durante o ano 2008 com pessoal de outras Companhias foi de m EUR 2.167 (2007: m EUR 2.320). 34.7 Saldos em aberto em 31 de Dezembro de 2008 Designação Social Empréstimo s correntes Empréstimos não correntes - 441 32.740 - 33 3 3 58 2 - 12 752 1 - 5 131 1 - 79.033 22.345 - 500 347.451 208.590 - 310 2 433 1 20 27 30 4 171 299 936 7 16 17 593 63 766 270 - 28 27 135 10 - 478 - 101.378 589.722 2.339 2.490 337 478 - 2.564 186.048 216 774 14 - - 188.612 216 774 14 - 101.378 778.334 2.555 3.264 351 478 Contas a receber Acréscimos de proveitos Contas a pagar Acréscimo s de custos Empresas do Grupo Casal de São Pedro – Administração Bens, S.A. Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A. Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A. Desimo – Desenv. Gestão Imobiliária, Lda. Escola de Formação Jerónimo Martins, S.A. Feira Nova – Hipermercados, S.A. Hermes – Soc. Inv. Mobiliários Imobiliários, Lda. Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A. Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A. Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A. João Gomes Camacho, S.A. Jerónimo Martins – Dist. Prod. Consumo, Lda. Jerónimo Martins Dystrybucja S.A. Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. Jerónimo Martins Serviços, S.A. JMR – Gestão Empresas Retalho, SGPS, S.A. JMR - Prestação de Serviços para a Distribuição, S.A. Lidosol II – Distrib. Produtos Alimentares, S.A. Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A. Recheio - Cash & Carry, S.A. Recheio, SGPS, S.A. Servicompra – Cons. Aprovisionamento, Lda. Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A. Subtotal Joint-ventures Bliska Sp. Zo.o. Unilever Jerónimo Martins, Lda. Subtotal TOTAL 35. Interesses em joint-ventures (empreendimentos conjuntos) A JMH detém (directa e indirectamente) interesses nas seguintes joint-ventures: ● Unilever Jerónimo Martins – A JMH detém uma participação de 45% neste grupo de empresas, que se dedicam à fabricação e comercialização de produtos vários, como adiante se discrimina: ● Fima – Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e venda de produtos alimentares na área das gorduras alimentares e das bebidas comercializando Marcas Próprias e marcas do Grupo Unilever; 349 Notas às demonstrações financeiras individuais 31 de Dezembro de 2008 e 2007 ● ● Lever - Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de produtos de higiene pessoal, doméstica e industrial do sector hoteleiro e alimentar. As marcas comercializadas são propriedade do Grupo Unilever; ● Olá – Este subgrupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de gelados utilizando Marcas Próprias e marcas do Grupo Unilever. Bliska – Empresa localizada na Polónia, tendo como actividade a venda a retalho de produtos farmacêuticos, ortopédicos e de saúde. A JMH detém uma participação de 50% nesta empresa. 36. Informação sobre matérias ambientais Tal como referido no Relatório de Gestão, não existem matérias ambientais relevantes que possam afectar o desempenho e a posição financeira da Companhia, não sendo do conhecimento da empresa a existência de qualquer contingência de natureza ambiental, assim como não foram reconhecidos nas demonstrações financeiras quaisquer custos ou investimentos relevantes de carácter ambiental. 37. Eventos subsequentes à data do balanço Até à data da conclusão deste Relatório não ocorreram factos significativos, que mereçam destaque. Lisboa, 5 de Março de 2009 O Técnico de Contas O Conselho de Administração 350 PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Palácio Sottomayor Rua Sousa Martins, 1 - 3º 1069-316 Lisboa Portugal Tel +351 213 599 000 Fax +351 213 599 999 Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Individual Introdução 1 Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a informação financeira contida no Relatório de gestão e nas demonstrações financeiras anexas da Jerónimo Martins, SGPS, SA., as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2008, (que evidencia um total de 1.157.670 milhares de euros e um total de capital próprio de 980.737 milhares de euros, incluindo um resultado líquido de 26.992 milhares de euros), a Demonstração dos resultados por funções, a Demonstração de alterações no capital próprio e a Demonstração dos fluxos de caixa do exercício findo naquela data, e o correspondente Anexo. Responsabilidades 2 É da responsabilidade do Conselho de Administração da Empresa (i) a preparação do Relatório de gestão e de demonstrações financeiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da Empresa, as alterações no capital próprio, o resultado das suas operações e os fluxos de caixa; (ii) que a informação financeira histórica seja preparada em conformidade com as normas internacionais de relato financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia e que seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários; (iii) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados; (iv) a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado; e (v) a divulgação de qualquer facto relevante que tenha influenciado a sua actividade, posição financeira ou resultados. 3 A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos documentos de prestação de contas acima referidos, designadamente sobre se é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no nosso exame. PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Inscrita na lista dos Revisores Oficiais de Contas sob o nº 183 Sede: Palácio Sottomayor, Rua Sousa Martins, 1 - 3º, 1050 - 217 Lisboa NIPC 506 628 752 Capital Social Euros 312.000 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o nº 506 628 752 (ex nº. 11912) Inscrita na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários sob o nº 9077 Jerónimo Martins, SGPS, SA. 6 de Março de 2009 Âmbito 4 O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras não contêm distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluíu: (i) a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; (ii) a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias; (iii) a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; (iv) a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras; e (v) a apreciação se a informação financeira é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita. 5 O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação financeira constante do relatório de gestão com os restantes documentos de prestação de contas. 6 Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião. Opinião 7 Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Jerónimo Martins, SGPS, SA. em 31 de Dezembro de 2008, as alterações no capital próprio, o resultado das suas operações e os fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as normas internacionais de relato financeiro (IFRS) tal como adoptadas na União Europeia e a informação nelas constante é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita. Lisboa, 6 de Março de 2009 PricewaterhouseCoopers & Associados, S.R.O.C., Lda. representada por: Jorge Manuel Santos Costa, R.O.C. (2) Relatório e Parecer da Comissão de Auditoria Senhores Accionistas, Nos termos previstos na alínea g) do artigo 423º-F do Código das Sociedades Comerciais, apresentamos o nosso relatório sobre as actividades de fiscalização, o nosso parecer sobre o relatório e contas individual da Jerónimo Martins, SGPS, S.A. relativo ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008 e ainda sobre as propostas apresentadas pelo Conselho de Administração. Esta comissão reuniu por quatro vezes ao longo do ano de 2008, tendo procedido à fiscalização da: i) administração da Sociedade, quer pela observância cumprimento da lei, quer do contrato de sociedade; do ii) eficácia dos sistemas de gestão de riscos, do sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna e externa; e iii) preparação e divulgação de informação financeira, assim como a revisão da exactidão dos documentos de prestação de contas, das políticas contabilísticas e critérios valorimétricos adoptados pela Sociedade, por forma assegurar que os mesmos correspondem a uma correcta avaliação do património e dos seus resultados. Para tal, reunimos com os responsáveis de todos os departamentos que entendemos necessário ao esclarecimento de todas as matérias no âmbito das funções que nos foram conferidas, nomeadamente com os responsáveis da Auditoria Interna, das Direcções Funcionais do Centro Corporativo e com a Comissão Executiva, dos quais obtivemos todos os esclarecimentos que julgámos necessários. Reunimos ainda com o auditor externo no sentido de acompanhar o trabalho por este desenvolvido, assim como das conclusões do mesmo. No âmbito das competências que nos foram conferidas, verificámos que: i) O relatório de gestão evidencia de forma correcta, clara e completa os aspectos mais significativos da evolução dos negócios e da situação patrimonial da Sociedade e suas filiais, assim como se encontram devidamente apresentados todos os riscos existentes quer de natureza operacional, quer de natureza financeira; e ii) as demonstrações financeiras e respectivo anexo dão uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira da Sociedade e suas filiais. 353 A Comissão de Auditoria tendo ainda como competência, estabelecida no seu Regulamento Interno, a avaliação da estrutura e governo societários procurou, a cada momento, avaliar o estado do Governo da Sociedade, propondo ajustes quando necessários e debruçando-se, quer do ponto de vista teórico, quer prático sobre as estruturas e práticas adoptadas. Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de Administração, dos serviços da Sociedade e as conclusões constantes da Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Individual, somos do parecer que: i) Seja aprovado o Relatório de Gestão; ii) Sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras; e iii) Seja aprovada a proposta de aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração. Lisboa, 5 de Março de 2009 Hans Eggerstedt (Presidente da Comissão de Auditoria) António Mendo Castel-Branco Borges (Vogal) Rui de Medeiros d’Espiney Patrício (Vogal) 354