História e Programação do Cinema

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História e Programação do Cinema
História e Programação do Cinema
O Cinema é uma arte popular, e começou, inclusivamente, por ser um espectáculo de
feira. Mas, ao longo do tempo, e ainda num período em que era, do ponto de vista técnico,
muito rudimentar, foram aparecendo os primeiros autores, os cineastas, e o Cinema foi
conquistando o seu lugar como arte e atingiu uma sofisticação ao nível da linguagem
entusiasmante. Cerca de 115 anos após os Irmãos Lumiere, é possível olhar para este
legado valiosíssimo e encontrar uma estratificação notável: uma arte tão recente com
inúmeras correntes estéticas e mutações ao longo da sua história, variando também, de
forma notória, em função das latitudes e permitindo um olhar sobre o mundo que até à sua
criação era deveras inexequível. O interesse por esta história tão vasta e singular permite
a quem programa extrapolar, criar, quando junta as diversas peças do puzzle e o decide
(re)montar com o sua individualidade e o seu olhar como motor de criação.
nº horas de formação: 20 horas
Objectivos:
Conhecer a História do Cinema, promover a sua análise, conhecer os seus autores
incontornáveis, as suas correntes e princípios de forma a permitir a construção de um
olhar individual para este legado valiosíssimo, do ponto de vista artístico, estético,
didáctico e histórico. Num segundo patamar, depois de adquirido o conhecimento,
apreender os princípios que devem tornear a concepção de uma programação, sugerida
através do conhecimento da história do Cinema e permitindo a relação e a extrapolação,
chegando a uma programação que deve ter a ambição de ser, também, criação.
Programa:
1. (Anos 10-20) Cinema Mudo I: Rudimentar ou a Arte Cinematográfica em Estado Puro?
Os primeiros autores, o Burlesco como centro da criação: Charlie Chaplin, Buster Keaton;
O pai do Cinema e da narrativa: D.W. Griffith;
2. (Anos 20) Cinema Mudo II: Fabulosos anos 20/30 na Alemanha (os estúdios da UFA e o
expressionismo) – F. W. Murnau, Fritz Lang; G.W. Pabst; Robert Wiene;
3. (Anos 20-30) Cinema Mudo III: A Propaganda. Os casos excepcionais de Eisenstein
(União Soviética) e Leni Riefenstahl (Alemanha de Hitler): O Cinema supera a propaganda;
4. (Anos 20-30) Autores excepcionais que escapam a qualquer filiação: Eric Von Stroheim
e o excesso; Luis Bunuel, uma corrente surrealista; Jean Vigo, um poeta fugaz;
5. (Anos 30-40) Os grandes autores europeus exilam-se em Hollywood e contaminam-na:
Fritz Lang, Ernest Lubitch, Billy Wilder, Alfred Hitchcock;
6. (Anos 30-40) Cinema que anuncia a Guerra: Jean Renoir (A Regra do Jogo, 1939),
entre outros;
7. (Anos 30-40) John Ford, o ideal americano glorificado, a partir do Western;
8. (Anos 40-50) O magnífico e errático Orson Welles, a conquista de Hollywood (Citizen
Kane) e a perdição pela Europa fora;
9. (Anos 40-50) Autores dentro do star system de Hollywood (o período glorioso): Ray,
Tourneur, Kazan, Brooks, Cukor, Fuller, Hawks, Huston, Losey, Mann, Mankiewicz,
Minnelli, Ophuls, Powell, Rossen, Sirk, Vidor, Walsh; códigos e censuras – O
McCarthyismo; os géneros (Western, Filme Negro, Melodrama, Musical) limitações,
ambiguidades e superação;
10. (Anos 40-50) O neo-realismo italiano como pretexto para o aparecimento de autores
incontornáveis: Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Vittorio De Sica;
11. (Anos 50-70) No norte da Europa nem tudo é frio: o gigante Bergman;
12. (Anos 50-60) Os Festivais Europeus dão a descobrir os grandes cineastas japoneses:
Kurosawa, Mizogushi, Ozu;
13. (Anos 60-80) A Nouvelle Vague, da teoria (Cahiers du Cinema) e da reavaliação da
história do Cinema à prática: Godard, Truffaut, Rohmer, Rivette, Chabrol; a abrir caminho:
Robert Bresson – Cinema como espaço Moral; Alain Resnais (A Memória), Jacques Tati
(Herança do burlesco)
14. (Anos 60-80) Os Italianos também dispostos a revolucionar a linguagem, com
Antonioni, Fellini e Pasolini: o Cinema Europeu foi assunto e alcançou popularidade;
15. O Cinema Português existe? Cinema a viver dos autores – Paulo Rocha (Os Verdes
Anos); Manoel Oliveira (do silêncio à exuberância pós-ditadura); João César Monteiro (o
génio Maldito); Fernando Lopes (Lisboa e a literatura), José Álvaro Morais (a
Estremadura); João Canijo (Portugal, espaço para a tragédia); Pedro Costa (a exaltação
da margem);
16. (Anos 60-80) Olhar para o futuro, nas antípodas: Stanley Kubrick / Andrei Tarkovsky;
17. (Anos 70-80) Os mavericks tomam conta de Hollywood: Coppola, Scorsese (com
Schrader), De Palma, Cimino, Bogdanovich, Lucas/Spielberg; a abrir o caminho, um
cineasta (e actor) singular: John Cassavetes;
18. (Anos 80-90) – Há mais Cinema para lá de Hollywood (os autores devoram-na por
dentro): Lynch, Cronenberg, Tarantino, Stone, Thomas Anderson, Burton, Coen, Demme,
Eastwood, Ferrara, Haynes, Spike Lee, McTiernan, Soderbergh, Van Sant, Verhoeven;
19. (Anos 80-90) – Grandes Autores na Europa: Fassbinder, Kieslowski, Moretti, Kusturica,
Almodovar, Frears, Haneke, Herzog, Wenders, Von Trier;
20. (Anos 90-00) – Novas Cinematografias, Novos Olhares: Irão (Kiarostami); América do
Sul (Martel, Reygadas); Hong-Kong (Kitano, Kar-Way, Woo); Taiwan (Ming-Liang); China
(Zhang-ke).
Destinatários:
Espectadores interessados em adquirir conhecimento na área do Cinema, desde os vulgos
cinéfilos, passando por interessados em enveredar por formação superior nas áreas
ligadas à programação e ao estudo da história do Cinema.
Formador:
Vítor Ribeiro, 40 anos. Recentemente concluiu o mestrado em Literatura e Cinema
(Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho) com uma tese sob a
forma de Guião Cinematográfico, “Em Teu Ventre”, que cruza ao sabor do tempo duas
obras de Goethe, “As Afinidades Electivas” e “Werther”; Trabalho mais relevante na área
da programação cinematográfica, com destaque para o projecto Cineclube de Joane
(www.cineclubejoane.org, sessões na Casa das Artes de Famalicão), entidade financiada
ininterruptamente pelo Ministério da Cultura desde 2002, do qual é mentor e programador
desde 1998: cerca de 800 sessões; realização de masterclasses e debates com
realizadores; realização de inúmeros ciclos dedicados a cineastas com percurso pela
história do Cinema; presença em várias escolas de todos os ciclos com apresentações e
debates, usando o Cinema como ferramenta didáctica; programador da mostra de Cinema
On The Trek;
Realizou formação em várias áreas de criação cinematográfica, com destaque para o
guionismo (por exemplo, formação de 35 horas com Paulo Filipe Monteiro em 2006), tendo
concretizado a escrita de um argumento de Longa-Metragem, “Humberto”, a concurso no
Instituto do Cinema e Audiovisual em 2007;Licenciado em engenharia civil, funcionário
público.
Dias e horário:
- seg 22 SET, 19h30 - 22h30
- qua 24 SET, 19h30 - 22h30
- seg 29 SET, 19h30 - 22h30
- qua 01 OUT, 19h30 - 22h30
- seg 06 OUT, 19h30 - 22h30
- ter 07 OUT, 19h30 - 22h30
- seg 13 OUT, 19h30 - 21h30
Preço: 90€
inscrições:
https://docs.google.com/forms/d/1ghslSdDsuWOfiyox4lQ5KwOwiAEIbrn4E2mmn1hDE8o/v
iewform?usp=send_form
mais informações: [email protected]

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