1. o setor de embalagens

Transcrição

1. o setor de embalagens
Embalagens
AGRADECIMENTOS
Os editores deste Relatório agradecem a todas as fontes consultadas, especialmente às entidades CEMPRE
- Compromisso Empresarial para Reciclagem, Plastivida - Instituto Socioambiental dos Plásticos, ABEPRO
- Associação Brasileira de Engenharia de Produção, ABPO - Associação Brasileira de Papel Ondulado, ABAL Associação Brasileira de Alumínio, ABRE - Associação Brasileira de Embalagens, à Braskem e Tetra Pak.
Páginas 40 e 41: Banco de Imagens Shutterstock
Página 44: Acervo do Wal-Mart
42
SUMÁRIO
1. O setor de Embalagens
1.1. Uma atividade econômica e cultural
1.1.1. Tendências
1.1.1.1. Novas tecnologias
1.1.1.2. Perfil do consumidor
1.1.1.3. A vez na natureza
1.1.1.4. A favor da sustentabilidade
1.1.1.5. Exigências legais e normas técnicas
1.2. Os tipos de embalagem
1.2.1. A produção no Brasil
1.3. As embalagens de plástico
1.3.1. O PET virou sinônimo de garrafa
1.3.2. Polietileno de alta densidade (PEAD)
1.3.3. Policloreto de Vinila (PVC)
1.3.4. Polietileno de Baixa Densidade – PEBD
1.3.5. Polipropileno (PP)
1.3.6. Poliestireno (PS)
1.4. As embalagens de papel e papelão
1.5. As embalagens de metal
1.6. As embalagens de aço
1.7. As embalagens de vidro
1.8. As embalagens de madeira
1.9. As embalagem cartonadas
3. A neutralização ou minimização dos impactos
3.1. Redução na fonte geradora
3.2. Reaproveitamento ou reutilização
3.3. Reciclagem
3.3.1. Reciclagem Mecânica
3.3.2. Reciclagem Química
3.3.3. Reciclagem Energética
3.3.4. Reciclagem de papel e papelão
3.4. Reciclagem de metais
3.4.1. Reciclagem de alumínio
3.5. Reciclagem do vidro
3.6. Reciclagem da madeira
3.7. Reciclagem da embalagem cartonada
3.8. Coleta seletiva, o grande desafio
3.9. Demanda maior do que a oferta
3.10. Incineração
4. Outras soluções e casos
4.5. O plástico verde
4.6. Biopolímeros não são panacéia
5. Conclusões
6. Iniciativas do Wal-Mart
6.1 Visão de sustentabilidade
6.2 Impacto Zero
6.3 Ações conjuntas
6.4 Conscientização e engajamento
2. O impacto ambiental das embalagens
2.1. Os impactos da produção do plástico
2.2. Os impactos da produção de papel e papelão
2.3. Os impactos da produção de aço
2.4. Os impactos da produção do alumínio
2.5. Os impactos da produção de vidro
2.6. Os impactos da produção de madeira
2.7. O impacto das embalagens cartonadas
43
44
Embalagem sustentável, um grande desafio.
As embalagens fazem parte da cultura humana desde os tempos mais remotos, e são indispensáveis para a
vida moderna. Mas os seus benefícios, que proporcionam a praticidade, a agilidade e a segurança, exigidos
pelo nosso dia-a-dia, também têm um custo, como tudo o que consumimos. E, neste caso, um custo que
ainda precisa ser contabilizado e reduzido adequadamente, como parte do esforço global na busca de uma
sociedade mais sustentável.
O levantamento feito por este trabalho mostra que ainda estamos longe de vencer esse desafio. De acordo
com o Ministério do Meio Ambiente, cerca de um terço do lixo doméstico é composto por embalagens,
das quais, 80% tiveram apenas uma utilização. Incluídas as descartadas pela indústria e comércio, o
Ministério estima que chegam diariamente aos lixões das cidades brasileiras pelo menos 25 mil toneladas
de embalagem.
Felizmente, este relatório revela também que há hoje, em todos os segmentos das cadeias produtivas da
embalagem, uma forte movimentação no sentido de implementar e aprimorar os processos de produção
sustentável e de gestão dos resíduos pós-consumo. As soluções, que despontam através de empresas,
universidades, institutos de pesquisas ou ONGs, refletem a criatividade e a capacidade dos brasileiros diante
do problema.
Surgem avanços tecnológicos, como o “plástico verde”, ou o forno de plasma que separa o alumínio do
plástico nas embalagens cartonadas, desenvolvem-se novos processos de produção, mais sustentáveis,
criam-se novas aplicações para os materiais descartados e cresce aceleradamente a logística reversa para
os produtos pós-consumo.
Por fim, multiplicam-se as cooperativas de reciclagem, gerando trabalho e renda, e, principalmente, cresce
a cada dia o chamado “consumidor verde”, que adota práticas sustentáveis no seu estilo de vida, entre
elas a preferência por produtos que apresentem inovações capazes de gerar ganhos ambientais. É a união
das forças, a “aliança global”, de que fala a Carta da Terra, imprescindível para vencer o grande desafio de
nossa civilização, que é preservar o meio ambiente para as futuras gerações.
45
1. O setor de embalagens
Proteger é, e sempre será, a função básica da embalagem, mas essa funcionalidade vai além, ao agregar
benefícios importantes, tais como ajudar a prolongar
a vida do produto, evitar contatos indevidos com
alimentos, melhorar a apresentação, aumentar a
visibilidade do produto, facilitar o transporte, o acesso
do consumidor, educar ou até seduzir, transformandose numa grande ferramenta da área de marketing.
1.1. Uma atividade econômica
e cultural
A origem da embalagem é, certamente, tão antiga
quanto a necessidade do homem de transportar
e proteger seus alimentos e produtos. E, muito
provavelmente, o seu desenvolvimento contou com
a inspiração dos exemplos produzidos pela natureza,
tais como as complexas e delicadas proteções que
as plantas fornecem às suas sementes, muitas delas
transformadas pelo ser humano em recipientes para
líquidos e alimentos.
1.1.1. Tendências
1.1.1.1. Novas tecnologias
Com o surgimento do modo de produção industrial,
as embalagens passaram pela sua primeira grande
revolução, não só pela ampliação do seu mercado
como pela incorporação das novas tecnologias em
seu próprio processo de fabricação. As embalagens
de aço, por exemplo, sofreram um grande impulso,
com a revolução industrial, tornado-se rapidamente
as mais utilizadas, nos mais diversos segmentos.
Depois da segunda guerra mundial, os plásticos,
desenvolvidos para aplicações bélicas, entram no
mercado de embalagem e inauguram uma nova
era no setor. Suas características de maleabilidade,
leveza, impermeabilidade e baixo custo, entre outras,
fizeram com que o uso desse material crescesse
rapidamente, atingindo praticamente todos os
segmentos produtivos, até os dias de hoje.
O desenvolvimento da civilização levou naturalmente
ao uso cada vez mais intensivo das embalagens.
O comércio, a urbanização, a divisão do trabalho
obrigaram o homem a incorporá-la definitivamente
ao seu cotidiano. Do bambu, no Egito, do barro, na
Grécia ou da porcelana, na China, até as modernas
embalagens ativas, que controlam o seu ambiente
interno em benefício do produto, foram produzidas
pelo homem verdadeiras obras de arte em forma
de cestos, potes, jarros, garrafas e outros artefatos,
fazendo surgiu uma atividade cultural e econômica
que se expandiu de forma diversificada e complexa
até os dias de hoje.
Banco de Imagens Shutterstock
1.1.1.2. Perfil do consumidor
Os avanços tecnológicos somados às rápidas
transformações sociais ocorridas em todo o
mundo, a partir da segunda metade do século
passado, tornaram a produção de embalagem uma
atividade extremamente complexa e sofisticada.
Para cumprir com eficiência os seus objetivos, elas
recebem, atualmente, “o aporte qualificado de
vários especialistas, responsáveis pelas atividades
multidisciplinares demandadas ao longo de sua
criação e produção”, tais como “técnicos, engenheiros,
designers, profissionais de marketing, especialistas
em comportamento do consumidor, entre outros”,
como observa em artigo acadêmico, o professor Fabio
Mestriner, do curso de pós-graduação em engenharia
de embalagem da Escola de Engenharia Mauá e
Coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da
ABRE – Associação Brasileira de Embalagem.
Desde a antiguidade,a produção de embalagens
gerou verdadeiras obras de arte
46
PERFIL DO CONSUMIDOR
TIPO DE EMBALAGEM
Consumidores solteiros, que moram sozinhos,
ou famílias com hábitos diferenciados
Embalagens pequenas, práticas, multifuncionais e de
fácil armazenamento
População idosa
Embalagens de produtos com vida de prateleira
menor, com características ergonômicas, de segurança,
conveniência e com informações de fácil leitura e
instruções claras
Estilo de vida saudável, exigência de segurança
e higiene
Embalagens mais elaboradas, com maior transparência
nas informações, materiais confiáveis, garantia de
inviolabilidade
Consciência ecológica
Embalagens biodegradáveis e recicláveis
Cotidiano agitado e sob estresse
Embalagens com conveniências, reutilizáveis e
ready-to-cool
Banco de Imagens Shutterstock
Esses avanços permitiram que elas passassem a se
adequar ao produto sob os mais diversos aspectos,
como por exemplo, criando um micro ambiente
climatizado especial para verduras e frutas. Mas,
principalmente, abriram as possibilidades de
produção de embalagens de acordo com o perfil de
cada grupo de consumidor. Hoje elas são capazes de,
para um mesmo produto, atender as necessidades
de uma pessoa ou as de toda família, podem ser
leves e descartáveis para quem tem pressa, práticas
e assépticas para quem toma refeições fora de
casa, ter rótulos especiais para quem é portador
de necessidades especiais, informar ou vender. E,
muitas embalagens continuam a ter valor, mesmo
depois de utilizadas. Outra tendência, decorrente da
globalização, é a adoção de padrões internacionais
de qualidade e custos, ajudando a aumentar a
competitividade do produto nos mercados mundiais.
Portal de Embalagens / FURG
O PERFIL DO CONSUMIDOR FAZ A EMBALAGEM
Embalagens descartadas, sem reaparoveitamento,
geram impacto indesejável sobre o meio ambiente.
e alcançam escala mundial, o setor de embalagens
também é desafiado a buscar soluções viáveis e
eficientes para reduzir o impacto de seus produtos
sobre o meio ambiente.
As novas tendências orientam a produção de
embalagens para a adoção de “padrões de produção,
consumo e reprodução que protejam as capacidades
regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bemestar comunitário”, tal como expressa a Carta da
Terra, da ONU, lançada em 2000, em Paris. A redução
do uso de recursos naturais e de energia a reutilização
e a reciclagem dos resíduos descartados pós-consumo
são as palavras de ordem, nestes novos tempos.
1.1.1.3. A vez na natureza
Mas o desenvolvimento global, a explosão do
consumo, agravados pelo estilo de vida da sociedade
atual, acabaram por provocar um impacto indesejável
sobre os recursos naturais e as condições ambientais
do Planeta, obrigando o homem a rever os seus
padrões de produção e consumo. Neste momento em
que as exigências de sustentabilidade se fortalecem
47
1.1.1.4 A favor da sustentabilidade
As exigências de caráter ambiental vêm demandando,
além de ações pontuais, nos setores críticos, tais
como a redução de emissões de gases nocivos, ou
de tratamento de resíduos, medidas integradas, que
atinjam a cadeia produtiva de cada item que chega
ao mercado. É necessário que todos os envolvidos
trabalhem em conjunto, neutralizando seus próprios
impactos e contribuindo com setores que dependem
de sua atuação.
o setor. Como todas as normas brasileiras, as da
embalagem são elaboradas pela ABNT, com a
participação do setor, através do Comitê Brasileiro
de Embalagem e Acondicionamento, criado em 1982,
e sediado na Associação Brasileira de Embalagem.
As normas ajudam a padronizar as embalagens, suas
matérias-primas e os testes empregados para garantir
a sua qualidade, facilitam a troca de informação entre
o fabricante e os clientes, protegem a vida humana e
a saúde, criam meios para a fiscalização da qualidade
dos produtos e criar uma padronização internacional,
para facilitar o intercâmbio comercial. Mais de cem
normas já foram elaboradas pelo Comitê Brasileiro
de Embalagens e muitas estão em andamento.
Neste cenário, o setor de embalagens tem um papel
de destaque. Além de superar os impactos de sua
própria produção e dos resíduos gerados após a
utilização do seu produto, o setor tem pela frente o
desafio de ajudar a reduzir o impressionante volume
de perdas de alimentos e outras mercadorias que
ocorre no Brasil e no mundo. A fruticultura brasileira,
por exemplo, “registra perdas pós-colheita que
podem chegar, em alguns casos, a 40% da produção
em decorrência da falta de embalagens ou a sua
inadequação”, de acordo com o pesquisador da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Clóvis Oliveira de Almeida. A situação
de outros setores não é muito diferente. Perdem-se,
ainda de acordo com a Embrapa, entre 20% e 50%
da produção agrícola brasileira, em toda a cadeia
logística, entre a colheita e o consumo.
A produção de embalagens alimentícias, pelo risco
que estas representam de contaminação do produto
embalado, devem passar por um controle rigoroso,
em todo o seu processo, desde a escolha da matéria
prima até os insumos utilizados no acabamento, tais
como tintas, rótulos, adesivos, etc. Para ajudar nessa
tarefa, o Comitê de Toxicologia da ABRE elaborou
a Lista de Exclusão Brasileira de Matérias-Primas,
para Tintas de Impressão e Materiais Correlatos,
que busca reduzir os potenciais riscos à saúde. Ao
aderir à lista, a empresa estará se comprometendo
a não mais utilizar produtos como solventes,
diluentes, plastificantes, secantes e outros materiais
ali relacionados, na impressão de embalagens de
alimentos. A adesão é voluntária e gratuita.
O desenvolvimento de embalagem mais adequada
ao produto e à sua cadeia logística é fundamental
para reduzir as perdas de mercadorias. Trabalho
acadêmico publicado pela revista FZVA, da Faculdade
de Zootecnia, Veterinária e Agronomia da PUC/RS,
analisa as causas do desperdício de alimentos no
Brasil e observa que “o perfeito acondicionamento
dos produtos em embalagens adequadas as suas
características é o primeiro passo a minimizar estes
efeitos”, uma vez que elas estão presentes em etapas
cruciais da vida do produto, como o transporte, o
armazenamento e a exposição.
1.2 Os tipos de embalagem
As embalagens são classificadas pela sua
consistência em rígidas, semi-rígidas e flexíveis.
Aquelas que apresentam alguma característica
específica decorrente do tipo de produto embalado
ou de suas aplicações são consideradas embalagens
especiais. As rígidas são produzidas em metal
(aço e alumínio), vidro, papelão (liso e ondulado),
madeira, plásticos rígidos ou cerâmica, adicionados,
em alguns casos, de insumos como estanho, os
óleos resinosos ou sintéticos, tintas e colas. São
semi-rígidas as garrafas e recipientes plásticos e os
laminados mistos.
1.1.1.5 Exigências legais e normas técnicas
As infinitas aplicações da embalagem, especialmente
no segmento alimentício, levaram as autoridades
a regulamentar gradativamente a sua produção.
Existem varias leis e normas técnicas regulando
48
de substâncias que facilitam o envelhecimento e dos
controladores de umidade.
As embalagens flexíveis são produzidas em plásticos,
folhas de alumínio, papel e celulose regenerada para
a utilização em alguns produtos alimentícios, higiene
pessoal, como xampus, sabonetes, desodorantes
e outros. São consideradas as mais modernas do
mercado e utilizam equipamentos sofisticados na
sua produção.
As embalagens podem ser classificadas ainda pelo
tipo de matéria prima básica que utilizam. Dessa
forma, são agrupadas como embalagens de metal
(Ferro e alumínio), vidro, plásticos, papel e papelão,
madeira e tecido. Outra classificação usual no setor
é a do nível de agrupamento das embalagens,
dividido em primárias, secundárias e terciárias. As
embalagens primárias, são aquelas cujo conteúdo
é consumido ou utilizado diretamente pelo usuário,
fazem o contato direto entre o produto e o meio
ambiente, tem as informações relativas ao produto
e ao seu fabricante. Elas podem vir agrupadas e
formarem uma embalagem secundária, que faci-lita
a manipulação, a apresentação e protege as embalagens primárias. Na fase de distribuição surgem as
As embalagens especiais possuem qualidades
específicas, como impermeabilidade à umidade, a
gases e aos raios ultravioletas, protegem produtos
congelados, embalam produtos destinados ao uso
individual ou coletivo, ostentam originalidade,
utilidade, eficiência do acondicionamento e exaltação
do produto. São especiais, ainda, as modernas
embalagens ativas, que ajudam a prolongar a vida de
determinados produtos alimentícios, especialmente
frutas, verduras e legumes através de absorvedores
DE ONDE VEM A EMBALAGEM
TIPOS DE EMBALAGENS
MATÉRIA-PRIMA
PRODUTOS EMBALADOS
Papel - produzido a partir de celulose de madeiras
de florestas plantadas (recurso renovável) +
Polietileno produzido a partir do petróleo +
Alumínio - extraído do mineral bauxita.
Vidro - produzido a partir de areia, barrilha
e calcário
Leite, sucos, bebidas.
Cartuchos, caixas,
envelopes, sacos,
envoltórios
Papel cartão, papelão ondulado e papel produzidos a partir da celulose de madeiras
Farinhas, flakes, hambúrgueres. Calçados,
eletroeletrônicos, embalagens de transportes.
Sucos, bebidas, longa vida, frutas, papelaria,
meias. Carvão, adubos, sementes e rações.
Frascos, potes, garrafas
sacos, flow packs
Plástico - produzido a partir do petróleo
Produtos de limpeza e higiene pessoal,
cosméticos. Refrigerantes, sucos,
salgadinhos, macarrão, biscoitos, sorvetes
e bombons.
Latas, blisters e selos
Alumínio - produzido a partir do mineral bauxita
Aço - produzido a partir do minério de ferro
Cervejas e refrigerantes. Cartelas de
medicamentos, tampas aluminizadas,
conservas, azeite e leite em pó. Tintas.
Caixas, engradados
e barris
Madeira - produto proveniente de biomassa
vegetal (renovável)
Charutos, bacalhau, verduras, vinhos,
destilados, uva e azeitonas.
Sacos de estopa e ráfia
Tecido - produto de origem vegetal ou de petróleo
Açúcar, cereais e batatas.
Embalagens
cartonadas
(Tipo Longa Vida)
Garrafas, frascos,
potes, ampolas
e copos
49
Cervejas, vinhos, destilados, bebidas finas.
Cosméticos, perfumes e medicamentos.
Conservas, geléias, café solúvel, requeijão,
extrato de tomate.
A moderna indústria de embalagens desenvolveu
segmentos produtivos distintos, de acordo com a
matéria-prima básica utilizada. Cada segmento
atua dentro de uma estrutura de produção e de
mercado definidos, atendendo a finalidades de uso
e oferecendo barreiras de proteção e preservação a
produtos específicos.
embalagens terciárias, através das quais os produtos
são transportados da origem, nas indústrias, passando pelos distribuidores e varejistas, até, em
alguns casos, ao consumidor final.
1.2.1 A produção no Brasil
A cadeia produtiva das embalagens no Brasil é uma
das mais avançadas do mundo e cobre praticamente
todo o ciclo, que vai desde a extração e produção de
matérias-primas até as empresas recicladoras, que
atuam no pós-consumo. Incluem-se neste sistema
produtivo, as indústrias petroquímica, papel e papelão,
extração e transformação de minérios e madeira, os
fabricantes de insumos, como rótulos, tampas, tintas
e colas, os distribuidores e fornecedores de sistemas
de produção (máquinas para embalar produtos),
fábricas de equipamentos e moldes.
1.3 As embalagens de plástico
O plástico, material derivado do petróleo, sofreu
um grande impulso de desenvolvimento durante a
Segunda Guerra Mundial, quando foi utilizado não só
em materiais bélicos, aviões e veículos, como também
em mochilas, roupas e utensílios, tornando-os mais
leves, impermeáveis e práticos para as condições
enfrentadas pelas tropas. Depois da guerra, ganhou
as mais diversas aplicações, de tal forma que hoje
parece indispensável para a vida moderna.
De acordo com dados da FGV, divulgados pela
Associação Brasileira de Embalagens (ABRE), o
segmento faturou R$ 36,6 bilhões em 2008, contra
R$ 33,5 bilhões no ano anterior, o que representa
um crescimento de 9,25%. A produção global dessas
indústrias, no entanto, fechou em queda de 0,61% no
ano passado. As embalagens de madeira registraram
queda de 12,20%, as de vidro tiveram redução de
3,85% e as de metal caíram 3,52%. Fecharam o ano
em alta as indústrias de papel, papelão e cartão, de
2,06%, e do plástico que registrou um crescimento
de 0,59% em sua produção.
A introdução do plástico no setor de embalagens
provocou transformações marcantes nesse mercado,
não apenas em suas linhas de produção, mas
também nas suas formas de utilização, no design, no
transporte e em muitos outros aspectos. O consumo
aparente de plástico no Brasil, medido pela soma do
volume da produção com o das importações, menos
o volume exportado, ultrapassou os 5,2 milhões de
toneladas, em 2008, incluídos aí as resinas Polietileno
(PE), Polipropileno (PP), Poliestireno (PS), Cloretos
de Polivinila (PVC), Politereftalato de Etileno (PET)
e copolímero de etileno e acetato de vinila (EVA). O
plástico é hoje a principal matéria prima e responde
por 37% do faturamento do setor. Os tipos de plásticos
mais utilizados na produção de embalagens são o
PET, o PEAD, o PP, o PS e o PVC.
As indústrias de embalagens plásticas tiveram a
principal participação no total da produção, com a
fatia de 37,64% ou R$ 13,8 bilhões. Papelão ondulado
e papel cartão são o segundo colocado com 28% de
participação (R$ 10,3 bilhões), seguidos por metálicas
com 16,94% (R$ 6,2 bilhões), papel com 7,12% (R$ 2,6
bilhões) e vidro com 5,23% (R$ 1,9 bilhão).
1.3.1 O PET virou sinônimo de garrafa
O setor registrou ainda um leve crescimento no
número de empregos diretos e formais em 2008,
fechando o ano com um total de 197.249 postos de
trabalho ativos. O nível de empregos atingiu 202.608
postos de trabalho em outubro do ano passado.
A maior queda ocorreu em dezembro, com uma
redução líquida de 3.692 empregos.
O Politereftalato de Etileno (PET) é utilizado
principalmente para a produção de garrafas
de refrigerantes e águas minerais. Tem
características especiais para essa aplicação, tais como
o baixo custo, a leveza e a resistência ao impacto, além
de cumprir o mesmo papel das garrafas de vidro, de
proteger o conteúdo e não permitir a liberação do gás.
50
1.3.4 Polietileno de Baixa Densidade – PEBD
As embalagens produzidas em PET são 100%
recicláveis e o Brasil é um dos maiores recicladores
desse material, do mundo. Ainda assim, grande
quantidade ainda se perde, nos lixões ou em são
levadas pela chuva provocando a poluição de
mananciais. Elas são identificadas com o número 1
dentro do triângulo símbolo da reciclagem, quase
sempre na parte de baixo das garrafas.
O Polietileno de Baixa Densidade (PEBD),
assim como o PEAD, é um derivado do eteno,
com grande leveza e flexibilidade, embora
resistente. É empregado nas embalagens
de alimentos, especialmente as de empacotamento
automático, sacos industriais, sacos para lixo,
filmes flexíveis, lonas agrícolas, bolsas, frascos para
cosméticos, medicamentos e alimentos.
1.3.2 Polietileno de alta densidade (PEAD)
1.3.5 Polipropileno (PP)
O polietileno de alta densidade (PEAD) é um
tipo de termoplástico derivado do eteno
que apresenta alta resistência ao impacto,
inclusive em baixas temperaturas, além de boa
resistência contra agentes químicos. Tem, portanto
uma grande aplicação no setor de embalagens. É um
dos tipos de plásticos introduzido comercialmente
após a segunda guerra e atualmente é o quarto mais
vendido no mundo. É também a segunda resina mais
reciclada no mundo.
O polipropileno é produzido a partir do
gás propileno que é um subproduto da
refinação do petróleo. É caracterizado por
uma resistência química mais elevada, é soldável
e facilmente moldável, além de ser o mais leve dos
plásticos. No setor de embalagens é muito utilizado
para moldar tampas, pequenos frascos, rótulos
para garrafas de refrigerante, potes de margarina,
remédios, produtos químicos e sacarias (ráfia).
O PEAD, na forma sem pigmentos, é usado nas
embalagens de produtos alimentícios como frascos
de laticínios, água mineral e sucos de frutas. Quando
pigmentado, é usado, em frascos de maior volume,
para detergentes de roupa, frascos de higiene e
limpeza, branqueadores, óleo de motor. Quando
processado através de extrusão, gera os filmes
para a confecção das sacolas plásticas usadas em
supermercados. O setor de embalagens representa
75 % do mercado mundial de PEAD.
1.3.6 Poliestireno (PS)
O Poliestireno (PS) também é um plástico
facilmente moldável sob a ação do calor.
Entretanto, é duro e quebradiço, com grande
transparência. Na área de embalagens é usado na
forma transparente para copos descartáveis e na
forma de espuma para a fabricação de recipientes
isolantes para comida, caixas para ovos, etc.
1.3.3 Policloreto de Vinila (PVC)
1.4 As embalagens de papel e papelão
O PVC emprega em sua composição 57% de
cloro extraído do sal marinho, como matéria
prima. Os 43% restantes são obtidos a partir
do eteno, derivado de petróleo. É um material versátil,
com aplicações rígidas ou flexíveis, mas tem baixa
aplicação no setor de embalagens. É muito utilizado
na construção civil. O PVC é reciclável, mas ainda tem
um índice muito pequeno de reaproveitamento.
As embalagens de papel e papelão respondem,
atualmente, por 34% do faturamento do mercado
e são utilizadas na maioria dos setores econômicos.
São as embalagens mais simples e baratas do
mercado, abrangendo desde os sacos e papéis de
embrulho até as caixas e cartuchos de papelão liso e
ondulado. Podem ser moldadas em vários formatos,
são relativamente leves e ocupam pouco espaço de
armazenamento. A caixa de papelão ondulado é
feita de várias combinações de papéis que compõem
a capa e o miolo - papel-capa e papel-miolo. Elas
51
do produto nas prateleiras, pode se transformar em
brinde para o consumidor, é totalmente reciclável e
conserva por longo tempo as propriedades nutritivas
nos alimentos.
são consideradas a embalagem das embalagens, e,
portanto, um dos termômetros da economia. Em 2007
foram fabricadas mais de 4,4 milhões de toneladas
de embalagens de papel e papelão no Brasil.
Fonte: Recicloteca.org.br
No transporte de longa distância ou em condições
críticas, por exemplo, a embalagem de aço é a
primeira a ser cogitada por sua resistência mecânica.
Com a evolução tecnológica, um dos seus maiores
inconvenientes, que é o peso, foi minimizado pela
redução da espessura das chapas, que atualmente
chega a 0,14 milímetros.
As embalagens de aço são utilizadas largamente
no setor alimentício para produtos como óleos e
azeites, leite em pó, condensado e creme, pescados,
conservas, doces, balas e confeitos, atomatados e
bebidas. Tem grande aplicação também em produtos
como tintas e vernizes, material promocional,
aerossóis, cosméticos, produtos químicos, pilhas, pet
food, entre outros.
Em 2008, as embalagens de papelão ondulado, foram
de 2.274,13 mil toneladas, um crescimento de 0,88%
em relação ao ano de 2007, de acordo com a
Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO)
1.7 As embalagens de vidro
O vidro é um dos mais antigos materiais utilizados na
fabricação de embalagens e responde hoje no Brasil
pela fatia de 7% do mercado. Apresenta diversas
qualidades: é inerte à química, neutro, moldável,
protege as características do produto embalado e
permite decorações sofisticadas, agregando valor,
como embalagem para alimentos, bebidas finas,
perfumes, entre outros. São utilizadas também
para conter produtos químicos, podem ser lavadas
e reutilizadas. A maioria dos tipos de vidro é 100%
reciclável e não sofre perda de qualidade ou pureza.
Em muitos casos, a embalagem de vidro é retornável.
1.5 As embalagens de metal
O metais utilizados no setor de embalagens são
o alumínio e o aço. Esses materiais lideraram o
mercado, na era industrial, até o surgimento do
plástico, com aplicações nos mais diversos setores,
e ainda hoje representam 21% das embalagens,
perdendo apenas para o plástico e o papel/papelão. O
metal tem como atributos principais a capacidade de
aumentar a vida útil dos produtos, conservando bem
as suas propriedades e a resistência a impactos. As
embalagens metálicas são infinitamente recicláveis.
1.8 As embalagens de madeira
1.6 As embalagens de aço
As embalagens de madeira ocupam uma fatia de
2,4% do mercado, o que equivale a um faturamento
de quase R$ 900 milhões, em 2008, de acordo com
pesquisa da Associação Brasileira de Embalagens
(ABRE). Embora já tenha ocupado lugar de destaque no
setor de embalagens, após o surgimento do plástico,
A embalagem de aço é considerada, ainda hoje, uma
das mais eficientes, por evitar desperdícios e proteger
adequadamente a integridade de seu conteúdo
especialmente no transporte e na comercialização.
Além de resistente, ela é versátil, facilita a exposição
52
2. O impacto ambiental
das embalagens
a madeira vem perdendo mercado sistematicamente.
Hoje, esse material proveniente de matéria prima
renovável e perfeitamente reciclável ocupa nicho de
aplicações específicas, especialmente no segmento
de embalagens primárias, como pallets e grandes
caixas, para o transporte de produtos em longas
distâncias, embalagens retornáveis de produtos
horti-frutigranjeiros, barris para bebidas e pequenas
embalagens especiais.
Os dados sobre a geração de resíduos sólidos no
Brasil ainda são poucos e os que estão disponíveis são
antigos ou parciais, dificultando o dimensionamento
seguro do impacto das embalagens descartadas. De
acordo com o IBGE, em 2002, eram coletadas 161,8 mil
toneladas de resíduos sólidos diariamente no País,
das quais, 125 mil de origem domiciliar. A geração
de lixo per capita era, naquele ano, de 0,95 kg.hab.
dia, variando de acordo com o porte populacional
do município, entre 0,45 a 1,3 kg.hab.dia. Já o
“Diagnóstico Analítico da Gestão de Resíduos Sólidos
no Brasil”, da Organização Pan-americana de Saúde
(OPAS), de 2003, contabilizou 149.094 toneladas de
resíduos coletados diariamente, dos quais, 57,4% são
materiais orgânicos, vindo em seguida o plástico,
com 16,4%, o papel e papelão, com 13,1%, o vidro, com
2,3% e o metal, com 2,1%.
1.9 As embalagem cartonadas
Fonte: Tetra Pak
A embalagem cartonada longa vida foi lançada no
Brasil no inicio dos anos 70 pela empresa Tetra Pak
e atende especificamente à indústria de alimentos
(leites e sucos, molhos de tomate, maionese etc.).
É feita em camadas compostas por três tipos de
mateirais: papel (cartão), plástico (polietileno de
baixa densidade) e alumínio.
Esses materiais criam uma barreira que impede da
entrada de luz, ar, umidade e microorganismos, além
de conservar o aroma dos alimentos. A proteção
contra a luz e o oxigênio tem como objetivo evitar
processos naturais como a oxidação de importantes
nutrientes, como as vitaminas, principalmente nos
casos do leite e dos sucos. Essas condições permitem
que o conteúdo da embalagem seja preservado
por muitos meses, sem necessidade de adição de
conservante artificial ou de refrigeração.
As embalagens são importantes contribuintes para a
geração de resíduos que acabarão sendo depositados
em aterros municipais. Nos países da União Européia,
os resíduos sólidos relacionados às embalagens
representam 17% do peso total dos resíduos gerados
em seus municípios, de acordo com dados de 2007 da
Confederation of the Food and Drink Industries of the
53
European Union. Nos Estados Unidos, em 1997, o total
de resíduos sólidos gerados a partir das embalagens
totalizou 71,9 milhões de toneladas, ou seja, 33% do
total de resíduos produzidos nos municípios do país
(HELLER KEOLEIAN, 2000).
O Ministério do Meio Ambiente estima que 20% do
lixo doméstico no País é composto por embalagens
descartadas, o que representa de 25 mil toneladas
diárias. Desse volume, cerca de 80% com apenas
uma utilização. Considerando os baixos índices
de reciclagem no país, com exceção das latas
de alumínio, como se verá adiante, o descarte
inadequado de embalagem tem provocado grande
impacto sobre a gestão dos resíduos sólidos nos
centros urbanos. A falta de regulamentação e de
investimentos levou o Brasil a sofrer um atraso no
gerenciamento de seu resíduos sólidos urbanos.
Os aterros sanitários recebem ainda uma parcela
muito pequena dos resíduos gerados, apesar de
representarem uma alternativa eficiente para o seu
correto armazenamento, podendo gerar benefícios
adicionais, como a geração de energia, redução de
emissões de gases na atmosfera.
maior consumo de recursos naturais para a produção
de novas embalagens. Esse cálculo, no entanto, se
torna complexo pelas longas cadeias de produção
verificadas na maioria dos produtos industrializados,
o que exigiu a adoção de um índice específico, obtido
através da Avaliação de Ciclo de Vida (ACV). O ACV tem
uma metodologia adequada para estudar a interação
entre o produto e o ambiente, assim como avaliar os
impactos potenciais associados a ele em toda a sua
cadeia (da extração e produção das matérias primas
até a sua eliminação final). Esses estudos são hoje
fundamentais para que as empresas implementem
estratégias adequadas de gerenciamento dos
impactos provocados pela sua produção.
Em 2003, quase 60% do total dos resíduos sólidos
urbanos coletados no Brasil (59,03%) eram
destinados, segundo a OPAS, aos lixões, 16,78% para
aterros controlados, 12,58% para aterros sanitários e
2,62% dispostos em aterros especiais. Apenas 5,44%
eram destinados à reciclagem e compostagem, e
1,76% à incineração. Dados coletados pelo Ministério
das Cidades, em 2006, em 247 municípios de grande
porte, que concentram quase 50% da população
nacional, revelam que essa situação começa a mudar.
O Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos
detectou que 61% do lixo coletado são destinados
para aterros sanitários. Os aterros controlados - que
têm uma estrutura melhor do que os lixões, mas
ainda dependem do trabalho de catadores - recebem
cerca de 25% do lixo. Já os lixões ficam com 13,6% do
material coletado.
2.1 Os impactos da produção
do plástico
Dados da pesquisa da FGV para a ABRE, sobre o
desempenho do setor de embalagens em 2008,
mostram que o plástico é a matéria prima mais
utilizada, ocupando uma fatia de 37,6% do faturamento
do mercado. Por essa razão, é também o material
mais abundante nos aterros e lixões do país, com a
participação de 16,4% no total de resíduos sólidos,
perdendo apenas para o material orgânico (54,7%). De
Mas, além dos impactos ambientais diretos, é
preciso contabilizar outras perdas, decorrentes do
baixo índice de reciclagem, tais o desperdício de
potencial energético, aumento de emissões e o
54
DECOMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS
De acordo com a Abiplast, as empresas brasileiras
produziram 5,14 milhões de toneladas de resinas
termoplásticas em 2008. Um crescimento de 5,3%
em relação a 2007. O consumo aparente, segundo
a instituição, chegou a 5,29 milhões de toneladas,
crescendo 6,8% no ano. Do total do consumo
brasileiro de plástico, a Abiplast estima que 14,5%
se destinam à fabricação de embalagens, o que
corresponde a algo em torno de 768 mil toneladas.
Diante dos baixos índices de reciclagem de plásticos
no Brasil, como se verá à frente, e da falta de políticas
e ações de gestão adequada de resíduos sólidos,
esse material está entre os que causam os maiores
impactos sobre o meio ambiente.
MATERIAL
TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO
Papel
Tecidos
Metal
Alumínio
Plástico
Vidro
De 3 a 6 meses
De 6 meses a 1 ano
Mais de 100 anos
Mais de 200 anos
Mais de 400 anos
Mais de 1000 anos
2.2 Os impactos da produção de papel
e celulose
A obtenção da pasta de celulose, matéria prima
básica do papel, exige o plantio de milhares de
hectares de florestas, ocupando extensas áreas
cultiváveis, principalmente em regiões onde não há
mais expansão da fronteira agrícola, e provocando
um impacto importante sobre o meio ambiente. Para
produzir uma tonelada de papel são necessárias duas
a três toneladas de madeira.
Os biomas aquáticos estão entre os que mais sofrem
com o descarte inadequado de resíduos sólidos. O
MMA estima que resíduos plásticos provoquem
anualmente a morte de mais de um milhão de aves
e de outros 100 mil mamíferos marinhos no mundo.
De acordo com o jornal britânico The Independent
uma imensa área ao norte do Oceano Pacífico estaria
tomada por uma “sopa de lixo” gigante com tamanho
estimado de duas vezes o território dos Estados
Unidos. A área, conhecida como “giro pacífico norte”,
é onde oceano circula lentamente devido aos poucos
ventos e aos sistemas de pressão extremamente
altos, favorecendo o acúmulo de lixo. Acredita-se
que 100 milhões de toneladas estejam flutuando ali.
Cerca de um quinto dos dejetos pode ter sido jogado
de plataformas de petróleo e embarcações que
passam pelo local. O resto viria do continente.
De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor
(Idec), a produção de papel e celulose no Brasil
emprega matéria-prima exclusivamente de áreas de
reflorestamento, principalmente de eucalipto (65%)
e pinus (31%). Embora o uso de florestas plantadas
apresente benefícios, como a preservação de áreas
nativas e a criação de biomassa, “provoca impactos
negativos pela perda de biodiversidade e pela
ocupação de grande extensão de terras, com pouca
oferta de empregos”, explica a consultora de meio
ambiente do Instituto, Lisa Gunn.
A produção de papel exige também um consumo
elevado de água e energia. Está em quinto lugar na
lista das que mais consomem energia. O consumo de
água é tão alto que pode prejudicar a disponibilidade
desse recurso para outras atividades. Segundo
Daniela Meirelles Dias de Carvalho, geógrafa e técnica
da Fase, ONG que atua na área sócio-ambiental no
norte do Espírito Santo, as plantações de eucalipto,
iniciadas na década de 60, já secaram mais de 130
córregos.
As embalagens descartadas de maneira inadequada
contribuem para o esgotamento de aterros e lixões,
dificultam a degradação de outros resíduos, são
ingeridos por animais causando sua morte, poluem
a paisagem, causam problemas na rede elétrica e
muitos outros impactos ambientais menos visíveis,
como o aumento da demanda pela produção de
embalagens novas, o que leva ao consumo de mais
recursos naturais e gera mais resíduos.
55
Fonte: “Manual de Educação - Consumo
Sustentável” - MMA e IDEC.
acordo os dados do Compromisso Empresarial para
Reciclagem (CEMPRE), cerca de 21,2% dos plásticos
rígidos e filme foram reciclados em 2007, no Brasil.
Em relação ao consumo de energia, de acordo com
o Ministério de Minas e Energias, os setores de
ferro-gusa e aço consumiram quase 10% do total
da energia utilizada no país em 2006. Entre os
gases gerados por essa atividade, estão o dióxido de
carbono (CO2) e metano (CH4), que contribuem para o
aumento da quantidade de carbono na atmosfera e,
consequentemente para as mudanças climáticas, os
óxidos de enxofre (SOx) e óxidos de nitrogênio (NOx),
que provocam a chamada “chuva ácida”. Existem
ainda os chamados poluentes orgânicos, alguns dos
quais podem causar diferentes tipos de câncer.
O uso de produtos químicos altamente tóxicos
na separação e no branqueamento da celulose
também representa um sério risco para a saúde
humana e para o meio ambiente, comprometendo
a qualidade da água, do solo e dos alimentos, alerta
o Idec. Mesmo com o tratamento de efluentes,
permanecem substâncias tóxicas, que são lançadas
nos rios, contaminando a água, o solo a vegetação e
os animais, segundo as informações do Instituto.
O risco de acidentes nos complexos industriais de
celulose e papel é uma ameaça para o meio ambiente
e para as comunidades do entorno, a exemplo do
que ocorreu há poucos anos na Fábrica Cataguazes
de Papel, em Cataguazes (MG), com o rompimento
de uma lagoa de tratamento de efluentes. O
derramamento de cerca de 1,2 bilhão de litros de
resíduos tóxicos no Córrego Cágados chegou aos
rios Pomba e Paraíba do Sul. A contaminação atingiu
oito municípios e deixou cerca de 600 mil habitantes
sem água. Com a morte dos peixes, pescadores e
populações ribeirinhas ficaram sem seu principal
meio de subsistência.
Os efluentes líquidos gerados pela produção do aço
apresentam alta concentração de contaminantes,
como amônia, benzeno, óleos, cobre, chumbo, cromo
e níquel. Apesar de as empresas terem estações de
tratamento de efluentes, o relatório “O estado real
das águas no Brasil”, desenvolvido pela Defensoria
da Água, aponta duas siderúrgicas entre as cinco
empresas mais poluidoras no país.
2.4 Os impactos da produção
do alumínio
2.3 Os impactos da produção de aço
As latas de alumínio chegaram ao Brasil no final
dos anos 80 e ganharam mercado rapidamente.
Um sucesso tão expressivo que somente em 2008
foram consumidas 13,3 bilhões de latas no País, o
que representa um consumo per capita anual de
70 unidades ou mais de cinco por mês para cada
brasileiro. Para produzir essa quantidade de latinhas,
foram necessários quase 180 mil toneladas de
alumínio, um metal que não é encontrado em estado
puro, na natureza.
O aço é uma liga metálica composta de ferro e
carbono. As matérias-primas necessárias para a sua
obtenção são o minério de ferro, principalmente
a hematita, e o carvão mineral, que não são
encontrados puros na natureza. A partir destes
dois materiais é produzido o ferro-gusa, através
de processos altamente impactantes sobre o meio
ambiente, com grande consumo de água e energia,
emissão de gases causadores do efeito estufa e de
partículas sólidas na atmosfera.
São necessárias cinco toneladas de bauxita para
produzir uma tonelada de alumínio primário e a
sua extração é feita em minas abertas, exigindo a
remoção completa da cobertura vegetal e da camada
superior do solo. Provoca, portanto, sérios danos
à floresta, à fauna e ao solo. No caso do Brasil, um
dos maiores produtores de alumínio do mundo, a
atividade se concentra na região Norte, afetando
diretamente a floresta Amazônica.
No Brasil, as guseiras utilizam o carvão vegetal,
tornando a produção teoricamente menos agressiva ao
meio ambiente, em relação ao uso do carvão mineral,
que é um combustível fóssil. O problema é que a
substituição pelo carvão vegetal, mesmo de florestas
plantadas, apesar da vantagem relativa, não elimina
efeitos negativos como a concentração fundiária, o uso
intensivo de agrotóxicos, a redução da biodiversidade
e da área disponível para o cultivo de alimentos.
56
A indústria do alumínio necessita de altos
investimentos em medidas de neutralização e
mitigação de seus impactos ambientais, tais como a
recuperação da cobertura florestal, a destinação dos
resíduos altamente tóxicos e contaminantes gerados
pela atividade e o controle da poluição do ar e dos
mananciais.
Um exemplo das dificuldades do setor é a destinação
da chamada “lama vermelha”, resultante da lavagem
e filtração da bauxita, altamente cáustica, composta
por elementos como o óxido de ferro insolúvel,
titânio, sódio, sílica entre outros. Esse resíduo é
normalmente despejado em áreas já mineradas.
A partir dali, pode penetrar no lençol freático e nos
córregos, elevando o teor de sódio dos mananciais.
O processo de produção, em suas diversas fases,
libera gases, aerossóis cáusticos, dióxido de enxofre
e trióxido de enxofre, levando à chuva ácida.
A emissão de poluentes atmosféricos é 4,48 e 3,23
vezes superior no ciclo de vida das garrafas de vidro,
comparados aos ciclos de vida das latas de alumínio
e garrafas de PET, respectivamente. O ciclo de vida
das garrafas de vidro apresenta a maior geração de
efluentes líquidos, sendo 4,54 e 3,59 vezes superior
aos ciclos de vida das latas de alumínio e garrafas de
PET, respectivamente. O mercado brasileiro de vidros
movimentou em 2007 R$ 3,85 bilhões, dos quais R$
1,35 bilhão em embalagens, o que representa 35,1%
do faturamento do setor.
2.5 Os impactos da produção de vidro
A indústria do vidro também produz um grande
impacto ambiental. Mais de 90% da produção vidreira
utiliza areia, barilha e calcário como matéria prima,
extraídos da natureza. O processo de fabricação é
baseado no aquecimento e fusão desses materiais
a altas temperaturas gerando decomposições de
hidratos, carbonatos, nitratos e sulfatos que se
desprendem na forma de vapor de água, dióxido de
carbono, óxidos de nitrogênio ou óxidos de enxofre.
Análises de Avaliação de Ciclo de Vida revelam que,
em termos relativos, o maior consumo de recursos
naturais ocorre no ciclo de vida das garrafas de
vidro, 2,18 e 1,40 vezes superior ao consumido no
ciclo de vida das latas de alumínio e garrafas de PET,
respectivamente. O consumo de água no ciclo de
vida das garrafas de vidro é 4,69 vezes superior ao
consumido no ciclo de vida das latas de alumínio e
3,92 vezes superior ao ciclo de vida das garrafas de
PET. Com relação ao consumo de energia, também
no ciclo de vida das garrafas de vidro ocorre o
maior consumo, sendo 1,29 e 1,31 vezes superior ao
consumo de energia em todo o ciclo de vida das latas
de alumínio e garrafas de PET, respectivamente.
57
2.6 Os impactos da produção de
madeira
outros tipos de matérias primas. Por exemplo, tem um
baixo consumo de energia, aproveita praticamente
todos os seus resíduos de produção, inclusive para
a geração de energia, faz uma ocupação mais
intensiva de mão-de-obra e gera poucos efluentes ou
efluentes de fácil tratamento. Além disso, oferecem
boa resistência a impactos, baixo custo e, caso seja
descartada no meio ambiente, tem a capacidade de
biodegradação rápida.
As embalagens de madeira são produzidas a partir
de madeira serrada, aparelhada, de chapas de
compensado ou aglomerado, provenientes de
reflorestamento, como pinus e eucalipto, ou de
florestas nativas, especialmente da região amazônica.
Os impactos da produção dessa madeira, que têm
grande peso nas Avaliações do Ciclo de Vida das
embalagens, são estudados a partir das três origens
possíveis da matéria prima: as florestas plantadas,
as áreas de manejo florestal e a exploração ilegal de
madeira nativa.
2.7 O impacto das embalagens
cartonadas
O uso das embalagens cartonadas vem crescendo no
Brasil, desde o seu lançamento, a uma média de 5%
ao ano. Em 2008, a fabricante Tetra Pak colocou no
mercado quase 10 bilhões de embalagens longa vida.
Apenas 26,6% desse total foram reciclados e viraram
matéria prima para outros produtos, de acordo com a
própria fabricante. O restante foi descartado no meio
ambiente, provocando os mesmos impactos do papel,
do plástico e do alumínio, seus materiais constituintes,
no gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. É
preciso agregar ainda outros custos normalmente
contabilizados pela Avaliação do Ciclo de Vida do
produto, tais como os desperdícios de energia, matéria
prima, os resíduos industriais, o consumo de água, em
todas as etapas de sua cadeia produtiva.
As florestas plantadas vêm ganhando importância
pelo papel que desempenham na neutralização das
emissões de gases de efeito estufa, através de sua
capacidade de captura de carbono. Quanto mais
florestas forem plantadas, mesmo que rotativas, com
fins de produção de madeira, mais esforços estarão
sendo agregados na luta para a neutralização do
aquecimento global. Apesar disso, o reflorestamento
tem impactos que precisam ser contabilizados,
tais como a redução da diversidade biológica, a
contaminação por defensivos agrícolas e a ocupação
de área propícia para a produção de alimentos.
O manejo de florestas nativas, para a exploração
de madeira, tem a capacidade de preservar a
biodiversidade florestal melhor que o reflorestamento.
No entanto, também provoca danos à floresta, já
que nesse tipo de exploração o corte das árvores é
seletivo, obrigando à abertura de clareiras e estradas
para a retirada da madeira. Enfrenta também o
grave problema das dificuldades de fiscalização,
responsável por grande parte do desmatamento
clandestino no País. De qualquer forma, é importante
destacar que, em tese, a utilização intensiva de
madeira de reflorestamento ou de manejo florestal
traz o benefício da formação ou preservação de
biomassa capaz de efetuar a captura de carbono na
atmosfera, ao contrário do que acontece na produção
das outras matérias primas de embalagens.
A produção de embalagens de madeira oferece ainda
o menor impacto ambiental em comparação com os
58
3. A neutralização ou
minimização dos impactos
também o consumo de água, energia e outros
recursos necessários para a produção da embalagem
de uso. A medida promove outro “erre”, ao reutilizar a
embalagem inicial, reduzindo o seu descarte. Dentro
do mesmo princípio se enquadram as embalagens
com produtos concentrados, que são diluídos
diretamente pelo consumidor em sua residência.
As preocupações com os impactos ambientais
provocados pelos resíduos de embalagens levaram
os diversos segmentos envolvidos em sua cadeia
de produção a buscar soluções para a neutralização
ou redução desses impactos. Pesquisadores de
engenharia de embalagens e áreas associadas,
como engenharia de materiais, sistemas produtivos,
design, transportes, logística, especialistas em
consumo e outras, passaram a ter o conceito de
sustentabilidade como foco de suas pesquisas,
produzindo um conjunto de inovações importantes,
muitas delas já implantadas como se verá a seguir.
O princípio da redução pode ser aplicado a qualquer
tipo de matéria prima, com maior capacidade de
impacto sobre aquelas que contabilizam maiores
custos ambientais, tais como o plástico, o metal e
o vidro. Dessa forma, os especialistas em design
de embalagem, por exemplo, passaram a projetar
ambientes, com todos esses materiais, capazes
de contribuir de alguma forma com a redução dos
recursos não-renováveis. Uma pequena redução
de volume no desenho de uma embalagem pode
significar grandes reduções de uso de matéria prima
na produção de milhões delas.
O eixo dos avanços verificados segue o princípio dos
“três erres”, tal como expresso pela Carta da Terra: A
redução do uso de recursos naturais e de energia a
reutilização e a reciclagem dos resíduos descartados
pós-consumo. Considerada a regra de ouro do
ambientalismo, os “três erres” têm a qualidade de ser
facilmente aplicável em atividades que vão desde as
mais simples até às mais complexas. Quando se fala
em reduzir, fala-se tanto de ações cotidianas, como
economizar água no banho, quanto de tecnologias
sofisticadas, como o cálculo da relação ideal entre o
volume da embalagem e o seu conteúdo. Da mesma
forma, reutilizar e reciclar se aplicam tanto ao PET
do dia a dia, como ao forno de plasma, que separa o
plástico do alumínio, nas embalagens cartonadas.
Uma das desvantagens da embalagem de vidro, que
é o seu peso, vem sendo diminuída gradualmente
através de novas tecnologias que permitem a
redução do volume de matéria prima empregada,
poupando energia e água, altamente requeridos na
indústria vidreira. Nos últimos 20 anos, o peso médio
das embalagens plásticas em geral diminuiu cerca
de 50%, reduzindo o impacto de seu descarte em
aterros sanitários. O surgimento de plásticos mais
duráveis e de melhor qualidade, aumentou o índice
de reutilização de embalagens usadas.
3.1 Redução na fonte geradora
Mais produto por cm3 de embalagem
A redução do volume de matéria prima empregada
na produção de embalagens é uma das principais
medidas mitigadoras dos impactos ambientais
dessa atividade. Várias soluções têm sido aplicadas
para atingir esse objetivo. Os refis, por exemplo,
proporcionam uma redução considerável de recursos
naturais envolvidos no processo. O usuário adquire
pela primeira vez o produto em sua embalagem
adequada para o uso e, depois, passa a comprar
apenas o conteúdo em embalagens mais simples e
econômicas, reduzindo não só matéria prima como
A Proctor & Gamble tem experimentado, na
Alemanha, a redução do uso de materiais na produção
de amaciante de roupas, modificando sua embalagem
e sua forma de comercialização. Passou a oferecer
o produto de forma concentrada, junto com uma
garrafa reutilizável vazia onde o consumidor prepara
a diluição necessária para a utilização do amaciante.
A empresa afirma que, através desse esforço, reduziu
em 90% a produção de embalagens para o produto
e atribui o sucesso desse projeto à mentalidade
ecológica do consumidor alemão.
59
3.3.2 Reciclagem Química
O reaproveitamento, ou reutilização, é o esforço de
reintrodução, no processo produtivo, de produtos já
utilizados, evitando o seu descarte para os aterros
sanitários. O reaproveitamento acontece quando
o produto não sofre alterações ou processamentos
complexos. Alguns tipos de embalagens são
facilmente reaproveitáveis. Fazer de uma garrafa um
vaso de plantas, ou de uma camisa velha um pano de
chão, são exemplos cotidianos de reaproveitamento.
É uma prática que produz bons resultados em
atividades ligadas à criatividade, como o artesanato,
a fabricação de móveis rústicos, entre outras.
A reciclagem química é feita através do reprocessamento do plástico, transformando-o em produto
petroquímico básico, que servem como matériaprima, em refinarias ou centrais petroquímicas, para
a obtenção de produtos nobres de elevada qualidade.
O objetivo da reciclagem química é a recuperação
dos componentes químicos individuais de forma
que possam ser reutilizados na produção de novos
plásticos com a mesma qualidade do original. Esta
reciclagem traz diversas vantagens para a indústria,
mas é complexa, exige o domínio de tecnologias
sofisticadas e ainda é cara para a sua operação em
grande escala.
3.3 Reciclagem
3.3.3 Reciclagem Energética
A reciclagem permite o aproveitamento de resíduos
que podem ser reelaborados, dentro de um processo
produtivo, gerando um novo produto. Dos três
princípios, a reciclagem é a opção que pode gerar
maior impacto, em curto prazo. As vantagens da
reciclagem do plástico, por exemplo, são grandes. O
produto reciclado economiza 70% da energia gasta
em toda a cadeia produtiva desse material. Uma
economia fundamental para a redução dos fatores
de aquecimento global. Os três principais tipos de
reciclagem do plástico são: reciclagem mecânica,
química e energética.
A reciclagem energética permite a recuperação da
energia contida nos plásticos através de processos
térmicos. Ou seja, os resíduos plásticos são utilizados
como combustível nas usinas termoelétricas. A
energia contida em 1 kg de plásticos é equivalente à
contida em 1 kg de óleo combustível. Cerca de 15%
da reciclagem de plásticos na Europa Ocidental é
realizada via reciclagem energética.
A RECICLAGEM DE PET NO BRASIL
ANO
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
3.3.1 Reciclagem Mecânica
Através da reciclagem mecânica o material plástico
descartado pós-consumo é transformado em grânulos que podem ser reutilizados na produção
de outros produtos, como sacos de lixo, solados,
pisos, conduítes, mangueiras, componentes de
automóveis, fibras, embalagens não-alimentícias
e muitos outros. Estima-se que no Brasil sejam
reciclados mecanicamente 15% dos resíduos plásticos
pós-consumo.
RECICLAGEM pós-consumo/índice
13 Ktons
18 Ktons
22 Ktons 30 Ktons 40 Ktons 50 Ktons 67 Ktons 89 Ktons 105 Ktons 141.5 Ktons
167 Ktons
174 Ktons
194 Ktons
231 Ktons
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
=
18,8%
25,4%
21,0%
16,2%
17,9%
20,42%
26,27%
32,9%
35%
43%
47%
47%
51,3%
53,5%
Segundo a Abipet, em 2007, pelo menos 184 mil
toneladas de garrafas PET foram jogadas no lixo, de um
total de 415 mil toneladas produzidas.
60
Fonte: Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet)
3.2 Reaproveitamento ou reutilização
3.3.4 Reciclagem de papel e papelão
A reciclagem de papel e papelão é extremamente
importante, mesmo sendo este um material
biodegradável. Entre os benefícios gerados pela sua
reciclagem, destacam-se a economia de recursos
naturais, a redução dos custos de produção, do
consumo de água, energia e da poluição. Para se
ter uma idéia, o uso de uma tonelada de aparas,
na reciclagem, pode substituir de 2 m3 a 4 m3 de
madeira, conforme o tipo de papel a ser fabricado, o
que equivale entre 15 e 30 árvores.
As fábricas recicladoras podem reduzir grande parte
dos impactos ambientais da produção do papel,
já que dispensam a fase mais crítica da cadeia de
produção original, que é a produção de celulose.
Além disso, a reciclagem é capaz de gerar cinco vezes
mais empregos do que a produção do papel a partir
de celulose virgem e dez vezes mais empregos do
que a coleta e destinação final de lixo.
Banco de Imagens Shutterstock
No Brasil, o papelão é reciclado há muitas décadas e
tem reaproveitado mais de 1,6 milhão de toneladas
de aparas de papel velho por ano. De acordo com a
Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO),
a taxa de reciclagem das embalagens de papelão
ondulado no Brasil atingiu em 2007 o índice de 77,4
%, o que coloca o País em níveis de reciclabilidade
semelhante ao registrado nos principais países
desenvolvidos.
O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de
papelão, sacolas, embalagens para ovos, bandejas
para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material
de escritório, envelopes, papel para impressão, entre
outros. No caso do papelão, as fibras de melhor
qualidade são utilizadas para o papel-capa, isto é,
para as partes externas. As de qualidade inferior
servem para produzir o papel-miolo.
A aceitação do papel reciclado é crescente, especialmente no mercado corporativo. Tem um grande
apelo ecológico, o que faz com que seu preço fique
muitas vezes acima do material virgem, embora essa
realidade venha mudando rapidamente. Em 2001,
os papéis reciclados chegavam a custar 40% a mais
Segundo a ABPO, mais de 77% do papelão
ondulado é reciclado no Brasil
61
45 mil catadores e recicladores em 106 cidades de 14
estados brasileiros. Através do serviço Disque-Aço
(0800-172044), atende a chamados de todo o país à
procura de canais de comercialização desse tipo de
sucata.
TAXA DE RECUPERAÇÃO DE PAPÉIS RECICLÁVEIS
PAÍSES
Alemanha
Japão
Reino Unido
Espanha
Estados Unidos
Itália
Argentina
Brasil
Malásia
México
China TAXA
3.4.1.1 Reciclagem de alumínio
74,5%
73,1%
64,9%
58,9%
51,9%
51,3%
46,4%
45,0%
43,4%
39%
34,3%
As qualidades do alumínio fizeram dele um dos
materiais mais reciclados do mundo, gerando
benefícios econômicos, sociais e políticos. No Brasil,
o reaproveitamento de latinha de alumínio já se
tornou rotina, colocando o País no topo da lista
dos recicladores. Atualmente, de acordo com a
Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de
Alta Reciclabilidade (Abralatas), mais de 95% dessas
embalagens retornam ao processo produtivo através
de uma rede de coleta seletiva que emprega mais de
180 mil pessoas.
3.4 Reciclagem de metais
Apesar de serem 100% recicláveis, as embalagens
de aço ainda não atingiram, no Brasil, os níveis de
reciclagem praticados em alguns países da Europa.
Dados divulgados pela Abeaço, revelam que o
país reciclou, em 2008, menos da metade da sua
produção de latas de aço (49%), enquanto Bélgica
e a Alemanha, por exemplo, chegam a índices que
ultrapassam os 90%.
Banco de Imagens Shutterstock
Fonte: CEMPRE
que o papel virgem. Em 2004, essa diferença já havia
caído para algo em torno de 3% a 5%, em decorrência
da produção em escala e a redução da margem média
de lucro.
Uma das iniciativas mais bem sucedidas, no Brasil,
no que se refere à reciclagem de embalagens de aço,
foi a implantação da Reciclaço, uma empresa sem
fins lucrativos, pertencente à Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), localizada no Ceará, que tem como
um de seus principais compromissos assumir a
parcela de responsabilidade ambiental e social que
cabe à indústria de embalagens de aço para bebidas,
promovendo o aumento dos índices de reciclagem.
Desde 2001, quando entrou em operação, a Reciclaço
já recuperou mais de 930 milhões de embalagens de
aço para bebidas, o que equivale a aproximadamente
29 mil de toneladas do metal. A empresa vem
estendendo sua rede de estabelecimentos credenciados para todo o País e, atualmente, já integra
mais de 300 estabelecimentos, envolvendo cerca de
Mais de 95% das latas de alumínio são recicladas no Brasil:
um negócio de R$ 1,8 bilhão em 2007 (Fonte: ABRALATAS)
62
3.6 Reciclagem de madeira
Os dados do índice de reciclagem revelam ainda que
esse mercado movimentou, em 2007, cerca de R$ 1,8
bilhão, dos quais, R$ 523 milhões somente na fase
de coleta. De acordo com a Associação, esse é um
mercado consolidado e funcionando de acordo com
as leis da oferta e da demanda, sem a interferência
governamental.
A reciclagem é a melhor alternativa também para
as embalagens de madeira no pós-consumo. Mas
esse material é culturalmente pouco valorizado no
Brasil, e a infra-estrutura de logística reversa para o
seu retorno às linhas de produção praticamente não
existe. Uma realidade que tende a mudar, segundo
a Abinci, Associação Brasileira das Indústrias de
Madeira Processada Mecanicamente. A maioria
das empresas produtoras de embalagens de
madeira, especialmente nas regiões Sul e Sudeste,
já começaram a implantar processos e sistemas de
produção sustentáveis, destinando seus resíduos
para outras aplicações ou trabalhando na reciclagem
e recuperação de embalagens.
A economia de energia é um dos maiores benefícios
gerados pela reciclagem do alumínio. Uma única lata
que retorna, pode economizar a energia necessária
para manter um televisor ligado durante 3 horas ou
uma lâmpada de 100 watts por 20 horas. As mais de
12 bilhões de latas recicladas anualmente equivalem
a quantidade de energia necessária para suprir a
demanda de uma cidade de um milhão de habitantes,
como Campinas (SP), durante um ano.
Legislações severas, em alguns países da Europa,
vem forçando o setor de embalagens de madeira
a implementar a logística reversa necessária para
que os seus produtos sejam reintroduzidos no
processo produtivo. Com aprovação da proposta de
política nacional de gestão de resíduos sólidos que
tramita no Congresso brasileiro, o setor deverá ser
pressionado também, no país, a buscar soluções para
as embalagens de madeira que hoje são descartadas
para os aterros sanitários ou incineradas.
3.5 Reciclagem do vidro
A reciclagem sempre teve grande destaque na
indústria vidreira, e ganhou força nos últimos
anos, impulsionada pelas atuais exigências de
sustentabilidade e apoiada nas ações do setor para
promover e estimular o retorno da embalagem
de vidro descartável como matéria-prima. Vários
programas de logística, educação ambiental e
cidadania, além de parcerias entre o setor público,
empresas e organizações do terceiro setor, fizeram
o índice de reciclagem saltar de 15% em 91 para
47% em 2007, de acordo com a Abividro, entidade
representativa do setor.
Em Portugal, os produtores de embalagens de madeira
acreditam que a reciclagem tem grandes potenciais
de crescimento. Atualmente o reaproveitamento de
embalagens de madeira chega a 14% do consumo e,
de acordo com a metas do setor, esse número deve
chegar a 15% até 2011. As redes de coleta seletiva
recolhem e separam, naquele país, os resíduos de
acordo com as especificações técnicas definidas pela
indústria de reciclagem de madeira, imprimindo a
qualidade mínima admitida para o processamento
industrial do material recolhido. A maioria da madeira
reciclada é transformada em painéis de aglomerados,
utilizados na indústria moveleira, com aplicações
também em outros produtos, tais como camas para
animais, superfícies para calçadas, parques infantis,
materiais compósitos ou geração de energia.
Também no segmento de embalagens de vidro, a
reciclagem é a melhor alternativa para a redução
dos impactos ambientais da cadeia produtiva. É um
material 100% reaproveitável e pode ser reciclado
inúmeras vezes, gerando diversos benefícios. A
economia de recursos naturais, como areia, barrilha,
e calcário, por exemplo, é grande. Uma tonelanda
de vidro reciclado representa uma economia de 1,2
tononelada de matéria-prima. Além disso, reduz o
consumo de energia, a emissão de gases e resíduos
e contribui com o aumento da vida útil dos aterros
sanitários, entre outros benefícios.
63
3.7 Reciclagem da embalagem
cartonada
Inovação em embalagens
A reciclagem de embalagens cartonadas também
é insipiente no Brasil, mas o índice vem crescendo
rapidamente nos últimos anos. Só em 2008 cresceu
mais de 7% e mais do que dobrou, desde 2002. A meta
da Tetra Pak é atingir 40% em 2010. Mas, para chegar
lá a empresa terá de enfrentar dificuldades como a
formação de uma rede de coleta seletiva e reciclagem,
e o barateamento do processo de separação dos três
tipos de matérias primas empregadas, permitindo que
elas retornem novamente para a linha de produção.
“O ecobusiness está no meu DNA. Penso em
sustentabilidade 24 horas por dia. Este é meu
core business”, diz Humberto Cabral, fundador e
presidente da Embafort Embalagem Industrial. A
empresa, sediada em Curitiba (PR), recicla resíduos
de embalagens de madeira na produção de novas
embalagens para produtos industrializados. Há
20 anos, sua equipe atua no desenvolvimento e
produção de embalagens automotivas, caixas para
exportação, pallets e peças especiais de madeira. A
empresa desmonta as embalagens descartadas e, com
um sistema automatizado, qualifica cada um dos
pedaços que serão destinados a cerca de 3 mil projetos,
em um processo que possibilita a preservação de
aproximadamente 300 árvores por dia.
O desenvolvimento do processo levou sete anos
e passou por diversos tipos de pesquisa, com
investimentos que chegaram a R$ 60 milhões, numa
parceria entre a Tetra Pak, a Alcoa, fabricante de
alumínio, a Klabin, produtora de papel e a empresa
especializada em serviços ambientais TSL Ambiental.
Depois de várias tentativas, chegou-se à tecnologia
a plasma, inédita no mundo, que revolucionou
o modelo atual de reciclagem ao separar os três
componentes da caixinha. Foi desenvolvida com
a ajuda do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estádo de São Paulo, e entrou em funcionamento em
2005, depois de três anos de testes.
Solução ambiental com retorno econômico
A Madeireira 3 Filhos é uma pequena empresa
sediada em Jaguariaíva (PR), que atua no segmento
de desdobramento de madeira para fabricação
de paletes e bases para sofás. Em 2005, a empresa
iniciou o processamento de seus resíduos (gerados
no processamento da tora tais como costaneiras,
refios e destopo), através de um equipamento que
o transforma em combustível para a geração de
energia em estufas de secagem de madeira e outros
produtos. O objetivo era agregar valor a esses resíduos,
utilizando as práticas da logística reversa de pósconsumo, e obter retorno econômico. O investimento
foi de aproximadamente US$ 19 mil, e proporciona,
hoje, uma receita de pelo menos US$ 1.250 mensais.
Além disso, iniciativa contribuiu para a formação de
uma boa imagem corporativa para a empresa, pela
prática de ações ambientalmente corretas.
A reciclagem da embalagem cartonada começa com
a separação das fibras de papel, em um equipamento
chamado hidrapulper, semelhante a um liquidificador
gigante, que é responsável pela retirada das fibras
vegetais. Depois de lavadas e purificadas essas fibras
podem ser utilizadas na produção de papel para a
confecção de caixas de papelão, tubetes ou até de
papel para impressão.
O restante do material, composto de plástico e alumínio,
tem sido destinado às fábricas de processamento de
plásticos, onde é reciclado por meio de processos de
secagem, trituração, extrusão e injeção. Serve para
a produção de peças plásticas como cabos de pá,
vassouras, coletores e outros. As sobras de plástico/
alumínio têm várias aplicações na construção civil,
em forma de chapas semelhantes ao compensado
de madeira, ou na fabricação de divisórias, móveis,
pequenas peças decorativas e telhas.
64
A partir da introdução do forno de plasma, o composto
de plástico/alumínio é aquecido a altíssimas
temperaturas em uma atmosfera sem oxigênio (para
preservar a qualidade do alumínio). O processo quebra
as moléculas do plástico, transformando-o em parafina,
utilizada na indústria petroquímica, e o alumínio se
funde, tornando-se matéria-prima pura novamente,
podendo ser reutilizada na própria embalagem longa
vida. Essa tecnologia tem atualmente no Brasil apenas
uma planta, operando em escala industrial desde em
junho de 2005, em Piracicaba (SP).
Com uma taxa de reciclagem de apenas 26,6% em
2008, o segmento conseguiu gerar, no final da cadeia,
um faturamento de R$ 100 milhões, demonstrando o
seu potencial de mercado. Ou seja, cada tonelada de
plástico e alumínio reciclados retira do lixo cerca de R$ 2
mil, beneficiando especialmente um grupo de pessoas
que vivem abaixo da linha da pobreza, além dos lucros
ambientais que atingem a toda a sociedade.
O material plástico reciclado pode ser um regulador
para as oscilações do mercado abastecedor, podendo
até provocar uma redução dos custos das matérias
primas. O plástico reciclado tem aplicações tanto nos
mercados tradicionais das resinas virgens, quanto em
novos mercados. Pode ser utilizado para produção de
garrafas, frascos, baldes, cabides, pentes e outros
artefatos produzidos pelo processo de injeção,
assim como a chamada “madeira plástica”, cerdas,
vassouras, escovas e outros produtos que sejam
produzidos com fibras, as sacolas e outros tipos de
filmes além de painéis para a construção civil. Novas
tecnologias começam a produzir resina plástica
reciclada também para embalagens de alimentos.
3.8 Coleta seletiva, o grande desafio
O grande gargalo da indústria de reciclagem no Brasil
é a falta de um sistema eficiente de coleta seletiva.
Para se ter uma idéia, o país tem mais de 5.500
municípios e apenas 405 deles têm algum sistema de
recolhimento de material reciclável após o consumo,
o que abrange cerca de 26 milhões de brasileiros.
3.9 Demanda maior do que a oferta
O negócio de reciclagem de garrafas PET, no Brasil, é
um exemplo das vantagens da reciclagem do plástico.
A atividade vem crescendo tão aceleradamente nos
últimos anos, que as empresas dependentes desse
insumo começam a ter dificuldades para suprir sua
demanda, de acordo com a Abipet. São fabricados
hoje uma série de itens, como roupas, tintas,
vassouras, acessórios automotivos, entre outros, a
partir dessa matéria prima reciclada, numa cadeia
que envolve micro, pequenos, médios e grandes
empresários, aliando rentabilidade econômica às
preocupações com a sustentabilidade. A cadeia da
reciclagem de PET é dividida em três etapas: a coleta
e prensagem, a descontaminação e produção de
65
efluentes líquidos, como no caso da compostagem, e,
portanto, a não contaminação de recursos hídricos.
Além disso, de acordo com o presidente da Plastivida,
a incineração não emite gás metano, gases tóxicos,
odores ou ruídos. Uma tonelada de embalagem Longa
Vida, incinerada, eqüivale a energia de cinco metros
cúbicos de madeira ou aproximadamente 40 árvores
adultas ou ainda a 500 kg de óleo combustível.
flocos, e a transformação dos flocos em resinas. Essas
etapas exigem níveis de investimentos distintos,
permitindo que a atividade seja exercida tanto
por microempresários quanto por grande grupos
econômicos, conforme o quadro abaixo.
3.10 Incineração
A recuperação energética é uma alternativa aceita por
grande parte dos especialistas para a destinação de
alguns resíduos sólidos. De acordo com o presidente
da Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo, que é
também membro do Conselho Superior de Meio
Ambiente da Fiesp, “uma enorme quantidade de
resíduos sólidos urbanos é desperdiçada em lixões e
aterros sanitários próximos da saturação”. Ele explica
que já existe tecnologia nacional segura para o
tratamento desses resíduos em usinas de recuperação
energética, transformando-os em energia elétrica e
térmica, sem agredir o meio ambiente.
Do lixo para a limpeza
As vassouras, escovas e rodos fabricados pela
Polares Industrial, localizada em Piracicaba (SP), são
poduzidos a partir de embalagens longa vida. Célio
Sanches, dono da empresa, explica que, ao usar
resíduos de longa vida, economiza 20% na compra
de material. A empresa está no mercado desde 1987 e
sempre usou material de coleta seletiva ou de sucata
das mais variadas indústrias. Há dez anos, passou a
trabalhar com os pellets, espécie de grãos de alumínio
e plástico produzidos com as caixinhas. As cerdas de
vassouras vêm de restos de garrafas PET. Hoje produz
250 mil peças por mês, das quais, 40% utilizam o
material proveniente das embalagens cartonadas, um
percentual que só não é maior por falta de oferta dos
pellets, em vez que ainda existem poucas empresas
fornecedoras no mercado. Só a Polares compra entre
12 e 15 toneladas ao mês.
Ele destaca que esse processo é uma realidade
em todo o mundo como forma de substituir os
combustíveis fósseis por fontes alternativas de
energia. Atualmente esse responde pela destinação
final de cerca de 130 milhões de ton/ano de lixo
urbano para as 750 usinas instaladas em 35 países
da Europa, EUA, Japão e Ásia. Entre as vantagens
da recuperação energética está a não geração de
A CADEIA DA RECICLAGEM
PRIMEIRA ETAPA
Atividade
Coleta e prensagem das embalagens
de PET
Investimentos (Inicial)
R$ 30 mil (prensa e balança) e o local (galpão)
Tipo de empresa
Microempresários,
associações e cooperativas
SEGUNDA ETAPA
Atividade
Descontaminação das garrafas e
transformação do material em flocos
Investimentos (Inicial)
R$ 300 mil a R$ 500 mil
Tipo de empresa
Pequenas empresas
TERCEIRA ETAPA
Atividade
Transformação de flocos em resina
Investimentos (Inicial)
R$ 5 milhões
66
Tipo de empresa
Grandes empresas
4. Outras soluções e casos
pensar que pode jogar o resíduo em qualquer lugar,
comprometendo conceitos importantes como o de
separar os resíduos e destiná-los à reciclagem ou a
prática do consumo sustentável”.
4.1 O plástico verde
Segundo ela, os biopolímeros também precisam
demonstrar que os impactos ambientais associados
ao seu ciclo de vida (produção/transformação/uso/
disposição final) são favoráveis. “As responsabilidades
do produtor, transformador, usuário e consumidor
são as mesmas daquelas do plástico de fonte
não renovável”, diz ela. Ou seja, eles precisam ser
revalorizados no pós-consumo por meio de reciclagem
mecânica, energética, ou por compostagem.
A experiência bem sucedida de utilização de energia
de biomassa criou, no Brasil, um ambiente propício
para o desenvolvimento de novas aplicações a
partir do etanol. Vários pesquisadores brasileiros
embarcaram na tentativa de produzir também
um tipo de plástico a partir de fontes renováveis.
Essas experiências desembocaram no anúncio
da Braskem, em abril de 2008, do lançamento da
pedra fundamental de uma planta de fabricação do
biopolietileno em larga escala.
O problema da biodegradabilidade, lembra a
pesquisadora, é que cerca de 50% do resíduos sólidos
urbanos no Brasil são orgânicos e, em sua grande
maioria, não são aproveitados por compostagem,
permanecendo nos lixões a céu aberto. Portanto,
o que parece ser uma solução para a gestão de
materiais plásticos pode se tornar um agravante
para o problema dos resíduos sólidos, que até agora
também não teve solução.
De acordo com informações da empresa, o
biopolietileno é resultado de um processo de
polimerização equivalente aos processos já conhecidos
e dominados, tendo como diferencial a utilização da
cana-de-açúcar como fonte primária. O produto já é
chamado de “plástico verde”, em decorrência de suas
características de reduzido impacto ambiental, tanto
na fase de produção quanto no pós-consumo. Cada
quilo de “polietileno verde” produzido captura e fixa
2,5kg de CO2 que estão na atmosfera.
O produto possui características físicas equivalentes
às do polietileno derivado de petróleo, com a
vantagem de permitir diversas aplicações. Com o
“eteno verde”, é possível produzir vários os tipos
de polietileno, tais como o PEAD (polietileno de alta
densidade), PEBD (polietileno de baixa densidade),
PEUAPM (polietileno de ultra-alto peso molecular)
e PEBDL (polietileno de baixa densidade linear), com
100% de matéria-prima renovável.
4.2 Biopolímeros não são panacéia
A pesquisadora do Instituto de Tecnologia de
Alimentos (ITAL), Eloísa Elena Garcia, alerta para
o risco de os chamados “biodegradáveis” serem
utilizados como estratégia de marketing das empresas
e estimularem a ilusão de que a degradação é uma
solução para os problemas do tratamento de resíduos
sólidos. Segundo ela, “o consumidor é induzido a
67
5. Conclusões
6. Iniciativas do Wal-Mart
Dada a diversidade de matérias-primas e necessidades
técnicas das embalagens, também existem muitas
alternativas para a redução dos impactos pós
consumo. O ideal é sempre reduzir o uso, de forma
a diminuir progressivamente a necessidade de
soluções de descarte que não sejam amigáveis ao
meio ambiente. Outro caminho é o reuso, quando
embalagens podem ser retornáveis, o que ocorre em
diversos segmentos. Quando podem ser reabastecidas
por refils e ter sua vida útil prolongada junto aos
consumidores. Ou simplesmente quando podem ser
recicladas e retornam à condição de matéria-prima.
Estes são chamados os “três erres”.
6.1 Visão de sustentabilidade
Desde 2005 o Wal-Mart se orienta por metas
ambientais globais, organizadas em três pilares:
Clima e Energia, Resíduos e Produtos. O pilar Clima
e Energia concentra ações de redução do consumo
de energia e uso de tecnologias e práticas mais
eficientes e de menor impacto no que se refere aos
sistemas logísticos e às construções. O pilar Resíduos
está focado no aprimoramento da gestão, com a
redução do consumo de matéria prima, reutilização e
reciclagem de materiais e a correta destinação final do
material descartado. Em Produtos, a companhia tem
trabalhado com seus fornecedores para considerar
as características ambientais e sociais dos produtos,
avaliando o processo de produção e de transporte de
mercadorias.
As embalagens podem ser parte importante da
solução dos problemas ambientais e sociais, desde
de que sejam pensadas, desde a concepção, levando
em consideração seus usos e sua destinação
final. Começa a haver uma união entre todos o
envolvidos nas cadeias de valor, produtores, transportadores, comércio e consumidores para trabalhar
a transformação dos resíduos pós consumo em
materiais de alto valor agregado, através de organização e gestão das formas de descarte.
6.2 Impacto Zero
As redes de varejo têm como um dos seus principais
impactos ambientais a geração de resíduos sólidos.
Uma das metas globais da companhia prevê sua
redução em 25%. No ano passado, o Wal-Mart Brasil
iniciou um processo de organização da gestão desses
resíduos, com a criação de uma área específica para
isso. Foi desenvolvido o programa Impacto Zero, a
partir do mapeamento das características de cada
resíduo (recicláveis, orgânicos, lâmpadas, pilhas
e baterias, entre outros), com a identificação das
principais dificuldades para o seu tratamento e
destinação final. O programa propõe o aprimoramento
dos processos de compra, estocagem, transporte e
exposição dos produtos nas gôndolas como forma de
redução imediata da emissão de resíduos e iniciativas
para manter os materiais no ciclo produtivo. O WalMart promove ainda o aperfeiçoamento de seus
processos de gestão, na organização do transporte
e armazenamento e o combate ao desperdício de
alimentos (Banco de Alimentos). Além disso, estabelece
procedimentos de separação, acondicionamento e
armazenagem corretos do material a ser descartado.
Consumidores, a quem se destinam os produtos,
tornam-se parceiros da indústria e do comércio na
obtenção de resultados positivos nesta cadeia de
valor. E cada vez mais são os consumidores que vão
pressionar pela sustentabilidade na apresentação
final dos produtos e na forma como eles colocados à
sua disposição.
Embalagens podem transpor a linha que as coloca
como parte do problema, para tornarem-se parte
importante da solução nas questões ambientais e de
sustentabilidade.
68
Embalagens de baixo impacto - Destaques
PRODUTO
O QUE MUDOU NA EMBALAGEM
IMPACTO
Hastes Flexíveis Equate
Certificação da embalagem com selo FSC
Contribui para coibir o desmatamento
e uso de madeira indiscriminado
Bifinho para cães Ol´Roy
Redução de 4 gramas para 2,5 gramas
Economia anual de 8,4 toneladas de
plástico
Batata frita e Palha Baker’s & Chefs,
Top Chef e Great Value e macarrão,
Salgadinhos, instantâneo Great Value
Uso de tinta sem solventes químicos na
impressão
Redução da emissão de gases que
causam efeito estufa
Esponja de lã de aço Top Max e Batata
palito congelada Top Chef
Redução de 25% e 20% do material,
respectivamente
Reduz o uso de material de fonte não
renovável
Sustax Kids
Redução de 16% no tamanho da lata, de
13.5 cm x 18.5 cm para 11.2 cm x 16 cm,
Economia anual de 1 tonelada de aço
6.3 Ações conjuntas
desenvolvido pela Petroquímica Braskem, o polietileno feito a partir de bagaço de cana-de-açúcar,
que, além de usar fonte renovável, capta CO2 da
atmosfera e com a Estrela. Além de utilizar o plástico
“verde”, as demais peças são produzidas com papel
e papelão certificados pelo FSC e todo o conceito do
jogo original foi remodelado: o jogador não compra
imóveis, e sim, créditos de carbono.
Acervo Wal-Mart Brasil
O Wal-Mart possui 27 marcas exclusivas, entre globais,
nacionais e regionais, que compreendem 12.000 itens,
entre alimentícios e não-alimentícios. A empresa tem
estimulado os fornecedores desses produtos a buscar
embalagens cada vez mais sustentáveis, através da
redução na quantidade de material utilizado, uso de
matérias-primas recicláveis ou com o selo FSC, que
asseguram que o material utilizado é oriundo de
florestas de manejo sustentável. Em 2008, 80% dos
lançamentos de marcas próprias com embalagem de
papel ou madeira já atendiam a exigência. A meta é
chegar a 100% em 2009.
O Wal-Mart estimula o desenvolvimento de produtos de menor impacto ambiental, oferecendo a
eles um espaço especial nas lojas. Muitas empresas
optam por agregar valor a marcas já consolidadas e
contam com o impulso da rede para apresentar as
novidades ao mercado. É o caso do Banco Imobiliário
Sustentável, que chegou com exclusividade às lojas
da bandeira Wal-Mart em 2008. A nova versão do
jogo de tabuleiro mais tradicional da Estrela alcançou
o segundo lugar nas vendas dos produtos da linha
em apenas seis meses de comercialização. A empresa
produz a versão clássica do Banco Imobiliário desde
1944, e a idéia de criar uma versão mais sustentavel
surgiu de uma parceria com um produto inovador
Banco Imobiliário sustentável: um campeão de vendas
69
Acervo Wal-Mart Brasil
O cobertor feito com fibras recicladas de garrafas
PET é referência entre os produtos de baixo impacto
ambiental de linha exclusiva do Wal-Mart. Cada peça
reaproveita, em média, 200 garrafas de 2 litros. São
800 toneladas de PET recicladas por mês, pela Etruria,
fornecedor do produto, situada em Mairinque (SP).
Nas lojas, o cobertor é promovido como produto
com diferencial de sustentabilidade e as embalagens
informam o número de garrafas utilizadas para a
confecção de cada peça. O produto contribui para
conscientizar os clientes sobre práticas sustentáveis
e, ao mesmo tempo, colabora para cumprir a missão
do Wal-Mart de vender por menos. A repercussão
foi tão boa que lhe rendeu um prêmio, o Planeta
Sustentável, promovido pela revista Casa Cláudia,
da Editora Abril. Há, inclusive, planos de exportar o
cobertor para os Estados Unidos.
O Ariel Ecomax, da Procter & Gamble, reduz em 30% a
água necessária para o enxágüe
O Wal-Mart comercializa com exclusividade o Ariel
Ecomax, da Procter & Gamble, que produz menos
espuma, reduzindo em 30% a água necessária para
o enxágüe. A embalagem do produto foi reduzida
em dois centímetros (20%), economizando papel
e espaço para armazenagem e transporte. Outro
exemplo é o papel higiênico Neve, da Kimberly-Clark,
que ganhou a versão Naturali, também vendido
somente nas lojas do Wal-Mart. A nova versão utiliza
somente fibra reciclada de aparas selecionadas, sem
prejuízo para a qualidade, e é comercializada em
rolos de 50 metros de comprimento (geralmente,
são 30 metros), o que corresponde a mais produto
por embalagem.
Acervo Wal-Mart Brasil
A parceria entre o Wal-Mart e seus fornecedores
colabora para gerenciar de forma mais eficiente os
resíduos. Em uma iniciativa implantada em 2008
com a Fundação Nestlé Brasil, por exemplo, duas
lojas Bompreço, em Salvador e em Recife, receberam
quiosques para a coleta de embalagens dos produtos
Nestlé. A cada sete embalagens entregues, o cliente
ganha uma revista de receitas “Programa Nestlé
Faz Bem Nutrir”. A Diageo, fabricante de bebidas,
foi parceira de um projeto-piloto para estimular a
reciclagem do vidro e instalou coletores do material
nas lojas Wal-Mart Tamboré e Morumbi, em São
Paulo e em Campinho, Rio de Janeiro. Em parceria
com a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool,
que detém as marcas Brastemp e Cônsul, foi
implantado um projeto-piloto para recolher as
embalagens dos produtos na casa dos clientes. Em
2008 foram realizados testes em Curitiba e Porto
Alegre, e o material coletado foi doado à Associação
de Reciclagem Ecológica Rubem Berta, Cooperativa
de Catadores Zumbi dos Palmares e Associação
Santo Aníbal.
9.4 Conscientização e engajamento
O uso de sacolas plásticas representa um grande
desafio para a companhia no combate aos resíduos.
No país, a rede consumiu cerca de 1,4 bilhão de
A Etruria recicla cerca de 800 toneladas de PET por mes,
para fabricar cobertores
70
Acervo Wal-Mart Brasil
unidades do produto em 2008, o que equivale a
5,32 mil toneladas de resina plástica. Em busca de
soluções eficientes para alcançar a ousada meta de
reduzir o consumo de sacolas plásticas em 50% até
2013, o Wal-Mart Brasil realiza pesquisas e projetos
com o objetivo de oferecer alternativas sustentáveis
ao uso de sacolas plásticas.
Em 2008, um projeto-piloto em três lojas de Curitiba
– Mercadorama Mundo Novo, BIG Pinheirinho
e Maxxi Jardim das Américas –, apresentou aos
clientes alternativas para o uso de sacolas plásticas.
Dentre diversas alternativas como caixas, sacola de
papel, entre outras, a sacola de algodão foi a mais
aceita pelo consumidor e, por isto, escolhida para ser
oferecida em unidades de toda a rede. Na cor creme
e com os dizeres “Eu faço a diferença. Uso Sacola
Retornável”, chegou a todas as lojas do Wal-Mart no
Brasil, além de ter sido distribuída para seus 75 mil
funcionários. No primeiro ano do programa foram
comercializadas mais de 1,5 milhão de unidades.
Sacolas de algodão: grande aceitação pelo consumidor
Cliente consciente merece crêdito
Um projeto realizado pelo Instituto Wal-Mart em
parceria com o Instituto Coca-Cola a partir de 2007
promoveu a instalação de Estações de Reciclagem
em 290 unidades da rede Wal-Mart. Os recipientes
destinados à coleta seletiva de plástico, papel, metal,
vidro e óleo ajudam a informar os clientes das lojas e
incentivam a reciclagem de materiais, principalmente
embalagens após o uso. Os resíduos são retirados
e aproveitados por cooperativas de catadores, que
os transformam em valor de troca e fazem disso
uma importante fonte de renda. Ao longo do ano,
o projeto contou com o trabalho de 42 cooperativas
de catadores. A ação inclui também o Cempre
(Compromisso Empresarial para a Reciclagem),
instituição sem fins lucrativos que garante apoio
técnico às cooperativas envolvidas no projeto. O
Wal-Mart e a Coca-Cola integram o Cempre desde
a fundação da instituição, em 1992. Até o final de
2009, a meta do programa é instalar estes pontos de
entrega voluntária dos materiais recicláveis em todas
as lojas da rede, com a expectativa de beneficiar a
geração de renda a 80 cooperativas e cerca de 2.500
cooperados.
Em dezembro de 2008, foi implementado nas lojas
do Bompreço e Hiper Bompreço nas cidades de Recife
e Salvador um programa que oferece descontos
financeiros para os clientes que não utilizarem
sacolas plásticas. O desconto é calculado de forma
automática nos caixas de pagamento das lojas. Será
dado R$ 0,03 de desconto para cada sacola plástica
não utilizada (valor que corresponde ao custo unitário
de cada sacola) a cada cinco itens adquiridos. Ou
seja: numa compra de 200 itens, o cliente ganhará
R$ 1,20. E caso o cliente leve para casa menos de
cinco itens sem utilizar sacolas plásticas, também
recebe o desconto. A iniciativa recebeu da câmara de
vereadores do Recife um “Voto de Aplauso pelas ações
de responsabilidade sócio ambiental com a oferta de
descontos nas compras dos clientes que dispensarem
o uso de sacolas plásticas das lojas Bompreço”. Com
a expansão para a região sul do Brasil, até início de
junho de 2009 cerca de 2 milhões de sacolas plásticas
deixaram de ser distribuídas. Até o final de 2009, a
expectativa é expandir a iniciativa para todas as lojas
Wal-Mart no Brasil.
71
O Wal-Mart investe no treinamento de todos os seus
funcionários sobre os conceitos de sustentabilidade.
Além disso desenvolveu o Projeto Pessoal para
a Sustentabilidade (PPS), no qual o funcionário
é estimulado a estabelecer metas pessoais para
contribuir com a sustentabilidade do planeta. Em
2008, mais de 40 mil funcionários adotaram um
projeto pessoal, o que representa mais de 50% dos
funcionarios. Podem ser adotados um ou mais PPSs,
em sete categorias: compras responsáveis, redução
de resíduos e reciclagem, saúde e bem-estar, energia,
água, mobilização e voluntariado.
Acervo Wal-Mart Brasil
Acervo Wal-Mart Brasil
Para levar para casa
Em uma ação conjunta do Wal-Mart com o Instituto Coca-Cola e o Cempre (Compromisso Empresarial para a
Reciclagem), até o final de 2009, a meta do programa Estações de Reciclagem é instalar pontos de recepção de
materiais recicláveis em todas as lojas da rede, com a expectativa de beneficiar a geração de renda a 80 cooperativas
e cerca de 2.500 cooperados.
BIBLIOGRAFIA
• História da Embalagem, revista eletrônica EmbalagemMarca [www.
embalagemmarca.com.br/layout/set/logado].
• A Reciclagem de Papelão Ondulado no Brasil, Associação Brasileira do Papelão
Ondulado (ABPO) [www.cempre.org.br/download/clipping/abpo_papel_ondulado.
ppt].
• Portal da Embalagem, Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) [www.
furg.br/portaldeembalagens].
• Reciclagem de garrafas PET: demanda maior do que a oferta, Sebrae Santa Catarina
[www.sebrae-sc.com.br/novos_destaques/oportunidade/default.asp?materia=15984].
• Embalagem, Tá na Cara Que é Bom [www.tanacaraqueebom.com.br].
• Cempre atualiza microcenários setoriais - Panorama da Reciclagem, Dê a Mão Para o
Futuro [www.maoparaofuturo.org.br/noticias_det.php?not=112].
• Desempenho em 2009, Abrenews [www.abre.org.br/noticias_news.php].
• Embalagens Cartonadas
• Reciclagem/Fatos e Números, Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e
de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) [www.abir.org.br/rubrique.php3?id_rubrique=200].
a. D
esperdício Zero, Tetra Pak [www.tetrapak.com.br/desperdiciozero/index_desp.
asp?tipo=apres].
• Estatísticas de Reciclagem, Ambientebrasil [www.ambientebrasil.com.br/composer.
php3?base=./residuos/index.php3&conteudo=./residuos/estatisticas.html].
b. T
etra Pak vai recolher embalagens usadas, Instituto Akatu pelo Consumo
Consciente [www.akatu.org.br/central/noticias/2007/tetra-pak-vai-recolherembalagens-usadas].
• Reciclagem, Reciclagem.net [www.compam.com.br/oquereciclagem.htm].
• Impactos ambientais e sociais da cadeia produtiva de alumínio na Amazônia, Glenn
Ross Switkes [internationalrivers.org/files/Foiling2005_po.pdf].
c. Embalagens Tetra Pak são certificadas, Celulose Online [www.celuloseonline.com.
br/pagina/pagina.asp?IDItem=19637&IDNoticia=16534].
• Produção Sustentável de Aço no Brasil, Felipe E.C. Sálvio, XVI Jornada de Iniciação
Científica do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), artigo acadêmico [www.cetem.
gov.br/publicacao/serie_anais_XVI_jic_2008/Filipe%20Esteves%20Cortes%20Salvio.
pdf].
d. T
etra Pak atinge recorde em 2007 com 8,7 bilhões de euros em vendas, Guia da
Embalagem [www.guiadaembalagem.com.br/noticias_action.php?id=260].
e. V
ida longa para o longa vida, revista Época Negócios [epocanegocios.globo.com/
Revista/Common/0,,ERT26287-16642,00.html].
f. Tetra Pak, Mundo das Marcas [mundodasmarcas.blogspot.com/2006/05/tetra-pakprotege-o-que-bom.html].
g. G
estão Ambiental nas Empresas: o Caso da Indústria de Embalagem Tetra Pak,
Claudia Fátima Morais dos Santos, doutoranda em Engenharia de Produção,
Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ) [www.abepro.org.br/biblioteca/
enegep1999_a0067.pdf]
• O Alumínio, Associação Brasileira do Alumínio (Abal) [www.abal.org.br/aluminio/
introducao.asp].
• Reciclagem da lata de alumínio: Por que o Brasil permanece na liderança?, Osmar
Marchioni, artigo [www.novelis.com.br/NovelisBrasil/SalaNoticias/Noticias/
Reciclagem+da+lata+de+aluminio.htm].
• Relatório de Sustentabilidade 2006/2007, Alcoa América Latina [www.alcoa.com/
brazil/pt/sustainability/pdfs/sustainability_2007.pdf].
• Reciclagem, Alcoa [www.alcoa.com/brazil/pt/custom_page/reciclagem/reciclagem.
asp].
h. P
rograma de Reciclagem Tetra Pak [www.agendasustentavel.com.br/images/
pdf/001222.pdf].
i. A
Tetra Pak investe para promover o desenvolvimento da reciclagem no Brasil,
revista Alumínio [www.revistaaluminio.com.br/textos.asp?codigo=10935].
• O desperdício que alimenta a fome, Revista Digital Envolverde [envolverde.ig.com.br/
materia.php?cod=58359&edt=1].
• Resíduos sólidos pedem melhores políticas públicas já, Revista Digital Envolverde
[envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=58356&edt=].
• O Plástico, Plastivida [www.plastivida.org.br].
• Plastivida Jornal, ano 13, no 113, julho/agosto/setembro de 2008 [www.plastivida.org.
br/publicacoes_e_videos/jornal_113.pdf].
• Tipos de Plásticos [www.unicamp.br/fea/ortega/temas530/mariana.htm].
• PET - Lendas e Fatos, Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet).[www.abipet.
org.br/noticias/Censo%20Recic%20PET%20debate.pdf].
• Perfil de uma Indústria de Embalagens de Vidro de São Paulo, E.B. Nogueira e R. D.
Campos, artigo acadêmico [www.metallum.com.br/53cbc/Trabalhos_Completos/13068.pdf].
• Dados de Embalagens, Datamark [www.datamark.com.br/newdatamark/ASP/FS/
fs_pk_p.asp].
• Produção de Madeira Serrada e Geração de Resíduos do Processamento de Madeira
de Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul, Hilton A. V. Fagundes, dissertação de
Mestrado em Engenharia Acadêmica apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) [www.lume.
ufrgs.br/bitstream/handle/10183/4567/000412901.pdf?sequence=1].
• Embalagem Logística e Meio Ambiente, Interlogis Logística e Embalagens, artigo
[www.interlogis.com.br/ernesto/10-logistica.pdf].
• Impacto Ambiental da Industria Madeireira, Pavilhão do Conhecimento, artigo [www.
pavconhecimento.pt/exposicoes/modulos/index.asp?accao=showmodulo&id_exp_
modulo=281&id_exposicao=9].
• Reciclagem, Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) [www.abipet.org.br/
reciclagem.php].
• A questão das embalagens no panorama da sustentabilidade, Divisão de Bibliotecas
e Documentação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ), reprodução parcial de artigo acadêmico [www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/
tesesabertas/0610419_08_%20cap_04.pdf].
• O que é PET, Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet) [www.abipet.org.br/
oqepet.php].
• Plásticos, Ambientebrasil [www.ambientebrasil.com.br/composer.
php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/reciclagem/plastico.html].
• O que são plásticos, Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)
[www.ipt.br/atividades/inovacao/exemplos/plastico/definição].
• Reciclagem de PEAD, Ligia Mateus Candian, dissertação de Mestrado em Engenharia
de Estruturas apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de
São Paulo (USP) [www.set.eesc.usp.br/pdf/download/2007ME_LiviaMatheusCandian.
pdf].
• Empresa brasileira produzirá em larga escala plástico a partir da cana-de-açúcar,
Revista Digital Envolverde [envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=58336&edt=30].
• A logística reversa agregando valor aos resíduos de madeira através de uma visão
empreendedora, estudo de caso, Leozenir Betim e outros, Centro Federal de Educação
Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) [www.pg.cefetpr.br/setor/incubadora/wp-content/
themes/2o_epege/A%20logistica%20reversa.pdf].
• Elas realizam e inspiram mudanças, revista Classe Mundial, novembro de
2008, Fundação Nacional da Qualidade [www.fnq.org.br/pdf/PDF_classe_
mundial_2008/10_Materia2_17_a_26.pdf].
• Ciclo de Vida das Embalagens de Madeira, outubro de 2008, Associação Nacional
de Recuperação e Reciclagem de Resíduos de Embalagens de Madeira de Portugal
(Embar) [www.exponor.pt/documentos/feiras/2008/embar.pdf].
• Relatório de Sustentabildiade Empresarial 2007, Braskem [www2.braskem.com.br/
rse2007/pop_pt.htm].
• Caixas de papelão: a embalagem das embalagens, revista Frigorífico [www.
editorasoleil.com.br/revista/edicao_120_caixas%20de%20papelao.htm].
• Biopolímeros Blog [biopol.free.fr/?cat=57].
• Biodegradable and Degradable Plastics Biodegradation Testing in Aerobic Compost
and Anaerobic Environments, Joseph P. Greene, Ph.D., em inglês [www.plastivida.org.
br/noticias/JosephGreene_presentation.pdf].
• Plastivida Esclarece - Os aditivos oxidegradáveis não tornam os plásticos
biodegradáveis, Plastivida [www.plastivida.org.br/biodegradabilidade/Plastivida_
esclarece.pdf].
• Biodegradability, Bioplastic Magazine, em inglês [www.bpiworld.org/Files/
PressRelease/PRWA6z8W.pdf].
73
• A Expansão madeireira na Amazônia: Impactos e perspectivas para o desenvolvimento
sustentável no Pará, Ana Cristina Barros*e Adalberto Veríssimo, Editores, Instituto
do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 2002 [www.coopttec.coop.
br/downloads/ambiental/Expans%E3o%20Madeireira%20na%20Amaz%F4nia.
pdf#page=14].
• Indicadores para avaliação de desempenho ambiental aplicáveis ao varejo
supermercadista brasileiro, Yuri Nogueira Feres, dissertação de mestrado presentada
no curso de ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, para
obtenção do título de Mestre em Tecnologias Ambientais.

Documentos relacionados