a visão dos pais em relação a importância da

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a visão dos pais em relação a importância da
Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
VOLUME 05 - NÚMERO 02 - 2010 - MAGAZINE
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É com grande satisfação que, no vigésimo segundo ano de realização do Encontro
Nacional de Atividade Física/ENAF, em sua quadragésima oitava edição, publicamos a
Revista ENAF SCIENCE Nº 10. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de
agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram
para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da
atividade física e da saúde.
No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de
acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição,
enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso
Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que
unem formação e produção.
É a partir desse contexto que a Revista ENAF SCIENCE é novamente lançada.
Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão
presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de
artigo completo ou como resumo na forma de pôster.
Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos empreender na busca por
um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais
essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física.
Prof. Dennis William Abdala
Prof. Rodney Alfredo Pinto Lisboa
Prof. Arthur Paiva Neto
Prof. Sebastião José Paulino
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ÍNDICE DOS TRABALHOS
ARTIGOS ................................................................................................ 7
A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA DIMINUIÇÃO DE
ATESTADOS DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA ................................................................... 7
A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA CAPACIDADE AÉROBIA MÁXIMA ........................................... 15
ANÁLISE DA CAPACIDADE MOTORA AGILIDADE EM ATLETAS DE FUTSAL DE DIFERENTES
POSIÇÕES ATRAVÉS DOS TESTES SHUTTLE-RUN TRADICIONAL E COM BOLA ................. 23
ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL
EM UMA EMPRESA DO RAMO DE RECICLAGEM DE PNEUS .................................................. 29
ANÁLISE DE VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS E DE APTIDÃO FÍSICA EM SENHORAS DE
MEIA IDADE ................................................................................................................................. 34
AUTO-ESTIMA, AUTO-IMAGEM E SENSO DE AUTO-EFICÁCIA: O PROCESSO DE
ENFRENTAMENTO DA VELHICE EM GRUPOS GINÁSTICA DA TERCEIRA IDADE ................. 41
OPINIÃO E CONHECIMENTO DE FAMILIARES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
..................................................................................................................................................... 48
MÉTODO GLOBALIZADO DE ENSINO: PROPOSTA PARA PLANEJAMENTO EM EDUCAÇÃO
FÍSICA PARA TURMAS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO CAP/UERJ.................... 56
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TREINAMENTO DE HIPERTROFIA E DE RESISTÊNCIA
MUSCULAR LOCALIZADA EM RELAÇÃO AO SUBIR ESCADAS EM SENÊSCENTES ............. 63
O IMPACTO DA GINASTICA LABORAL NO ABSENTEÍSMO EM FUNÇÃO DOS
AFASTAMENTOS POR DORT ..................................................................................................... 69
PROVA DE 10KM: IDENTIFICAR MELHORA NO TEMPO DE CORREDORAS DE RUA ........... 76
ANÁLISE DO NIVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS DE HANDEBOL E BASQUETEBOL EM UM
CAMPEONATO ESTADUAL DE MINAS GERAIS ........................................................................ 80
DESVIOS DE POSTURA ENCONTRADOS NOS TRABALHADORES DO CORTE MANUAL DA
CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO DE CAMPINAS........................................................................ 87
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES EM
ALUNAS DE UMA ACADEMIA DE BALLET ................................................................................. 94
O ENSINO DESENVOLVIMENTAL E A ATIVIDADE AUTO-AVALIATIVA NO VOLEIBOL
ESCOLAR................................................................................................................................... 102
BENEFÍCIOS DA RECREAÇAO NA TERCEIRA IDADE ............................................................ 109
PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ESCOLARES COM IDADE ENTRE 11 E 12 ANOS EM
ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA NA CIDADE DE BARRETOS-SP 2007 .................................... 114
UTILIZAÇÃO DO IMC POR IDADE NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ESCOLARES DE SETE E OITO ANOS DE IDADE EM ESCOLA PÚBLICA: ESTUDO DE CASO
................................................................................................................................................... 122
QUEIXA DE DOR MUSCO-ESQUELETICA EM TRABALHADORES DA LIMPEZA URBANA:
ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 129
Escala da dor .............................................................................................................................. 133
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VELOCIDADE E AGILIDADE EM JOGADORES DE FUTEBOL DE 12 A 13 ANOS EM ARCOS –
MG .............................................................................................................................................. 137
ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES EM INDIVÍDUOS
PRATICANTES DE NATAÇÃO EM PISCINA COM COBERTURA E SEM COBERTURA E NÃO
PRATICANTES NO INVERNO DE BELO HORIZONTE ............................................................. 144
QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACOMETIDOS PELA SÍNDROME DA
LIPODISTROFIA......................................................................................................................... 151
MÉTODO PIRÂMIDE DESCRESCENTE: COMPARAÇÃO ENTRE CARGAS DE INTENSIDADE E
REPETIÇÕES PREVISTAS ........................................................................................................ 158
UTILIZAÇÃO DO IMC POR IDADE NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ESCOLARES DE SETE E OITO ANOS DE IDADE EM ESCOLA PÚBLICA: ESTUDO DE CASO
................................................................................................................................................... 165
ESTUDO DA FORÇA ISOMÉTRICA MÁXIMA DE PREENSÃO E PINÇA .................................. 172
EFEITO DE UM TREINAMENTO FÍSICO EM RPM SOBRE O PERFIL LIPÍDICO EM MULHERES
................................................................................................................................................... 180
CONTROLE HIPOTALÂMICO SOBRE O SISTEMA ENDÓCRINO ............................................ 190
COMPORTAMENTO DA TESTOSTERONA LIVRE EM RELAÇÃO AO TREINAMENTO DE
HIPERTROFIA MUSCULAR ....................................................................................................... 198
IMPACTO DA FORÇA MUSCULAR RELATIVA SOBRE A RELAÇÃO FLEXIBILIDADE
ATIVA/PASSIVA EM HOMENS ADULTOS JOVENS. ................................................................. 202
EFEITO DAS DISTÂNCIAS NADADAS E DAS RESPOSTAS DA FREQUENCIA CARDIACA
DURANTE O TREINAMENTO DE NATAÇÃO NA FAIXA ETÁRIA DE 13 A 17 ANOS. .............. 213
PÔSTERES......................................................................................... 220
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO ........ 220
A IMPORTÂNCIA DA HIDROTERAPIA NA REABILITAÇÃO ...................................................... 222
PÓS – CIRÚRGICA DO LCA ...................................................................................................... 222
KARATÊ PARA TODOS ............................................................................................................. 223
ANÁLISE DO DUPLO-PRODUTO EM TRÊS DIFERENTES INTENSIDADES DE TREINO EM
INDIVÍDUOS TREINADOS ......................................................................................................... 224
CÂNCER CERVICO UTERINO: O PAPEL DA ENFERMAGEM ................................................. 225
ANÁLISE DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR NO PRÉ E PÓS-COMPETIÇÃO DE DISTINTAS
MODALIDADES DE LUTA. ......................................................................................................... 226
NINTENDO WII NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DA DOENÇA DE PARKINSON: ESTUDO
DE CASO ................................................................................................................................... 227
O IMPACTO DA PRATICA DE FUTSAL E VOLEIBOL NA POSTURA DE ATLETAS AMADOR 228
O BULLYING E OS JOGOS DESPORTIVOS COLETIVOS ........................................................ 229
ESTUDO DA DIETA HABITUAL DE PRATICANTES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA .................... 230
JUDÔ: A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO 2º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL ......... 231
JUDÔ: A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ....................................................... 232
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A HIDROGINÁSTICA COMO INSTRUMENTO PARA A MELHORIA DA APTIDÃO FÍSICA EM
IDOSAS ...................................................................................................................................... 233
O NOVO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL- PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA
................................................................................................................................................... 234
PERFIL DE ATIVIDADES FÍSICAS DE PARTICIPANTES DO PROJETO “UNIVERSIDADE ATIVA
NA PROMOÇÃO DA SAÚDE” .................................................................................................... 235
O ENSINO DESENVOLVIMENTAL E A ATIVIDADE AUTO-AVALIATIVA NO VOLEIBOL
ESCOLAR................................................................................................................................... 236
A POLUIÇÃO DO AR NA CIDADE DE GOIÂNIA – GO E A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS
................................................................................................................................................... 237
ASPECTOS BIOLÓGICOS DO IDOSO NA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS ...................... 238
MENSURAÇÃO DE TRABALHO MUSCULAR EM RELAÇÃO A DISTÂNCIA LINEAR DO
MOVIMENTO NA ADUÇÃO DE OMBRO.................................................................................... 239
COMPARAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO EM
PRATICANTES DE SPINNING ................................................................................................... 240
A AUSÊNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA ......................................................... 243
NA EDUCAÇÃO INFANTIL ......................................................................................................... 243
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA PREVENÇÃO DAS DROGAS NA ESCOLA ... 244
EFEITO DA POTENCIALIZAÇÃO NA VELOCIDADE DE NADADORES ADULTOS .................. 245
PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA COMPETIDORES DE SUPINO. ................................. 246
PROJETO BRINQUEDO CANTADO: ......................................................................................... 247
A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL. ........................................... 247
A EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO NA VISÃO INTERDISCIPLINAR ............................................ 248
PROTOCOLO DE CURATIVO DIRECIONADO A ÚLCERA POR PRESSÃO ............................. 249
PROTOCOLO: PARTOGRAMA E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM –
SAE ............................................................................................................................................ 250
ATUAÇÃO DA UFVJM NO MUNICÍPIO DE PORTO REAL DO COLÉGIO DURANTE A ............ 251
OPERAÇAO CENTRO-NORDESTE DO PROJETO RONDON 2010. ........................................ 251
CONTRIBUIÇÃO DO PROJETO RONDON NA SAÚDE PUBLICA EM PORTO REAL DO
COLÉGIO-AL .............................................................................................................................. 252
PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE ALAGOAS. .............. 253
ENFERMAGEM GERIÁTRICA: O EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA HAS ..................... 254
PREVALÊNCIA DE COMPULSÃO ALIMENTAR ENTRE MULHERES QUE FREQÜENTAM A
ACADEMIA NA CIDADE DE CAMPO GRANDE – MS ................................................................ 255
REFLETINDO A EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA ................................................................. 256
COMO O LÚDICO INTERFERE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL .................................................................................................................................... 257
EXERCÍCIOS RESISTIDOS E AERÓBIOS NA PREVENÇÃO DE AGENTES AGRAVANTES EM
PACIENTE COM OSTEOPOROSE. ........................................................................................... 258
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A INCLUSÃO DO ALUNO CADEIRANTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA FASE
ESCOLAR, ATRAVÉS DA MODALIDADE BASQUETEBOL. ...................................................... 259
ANÁLISE DO PERFIL DERMATOGLÍFICO E DA VELOCIDADE DE ESCOLARES .... DO ENSINO
FUNDAMENTAL DA CIDADE DE BARRETOS SP
260
ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA DE COLABORADORES INICIANTES NA PRÁTICA DE
GINÁSTICA LABORAL DA EMPPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO VIASA VIAÇÃO SARRI
DA CIDADE DE BARRETOS – SP ............................................................................................. 261
INFRAÇÕES ÉTICAS REGISTRADAS NO CRN-3 (1998-2007): ANÁLISE À LUZ DA BIOÉTICA
................................................................................................................................................... 262
ANÁLISE QUANTITATIVA DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO DO OMBRO E A POSTURA DE
PACIENTES PÓS-MASTECTOMIA – PROJETO DE PESQUISA .............................................. 263
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E ATIVIDADE FÍSICA VALORIZANDO A TRADIÇÃO REGIONAL:
AÇÕES DO PROJETO RONDON EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE ALAGOAS. ............. 265
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CHOQUE CARDIOGÊNICO......................................... 266
REFLEXÕES E PERCEPÇÕES DO PROCESSO VIDA E MORTE NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA ................................................................................................................................. 267
IMPORTÂNCIA DO CONTROLE GLICÊMICO AO PACIENTE CRÍTICO NA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA ................................................................................................................. 268
A PROBLEMÁTICA DO ERRO DE MEDICAÇÃO EM PEDIATRIA ............................................. 269
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM
SÍNDROME DE DOWN .............................................................................................................. 270
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ARTIGOS
A INFLUÊNCIA DE UM PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NA DIMINUIÇÃO DE
ATESTADOS DE UMA USINA SUCROALCOOLEIRA
Daniel Marques Soares;
Discente do curso de Bacharel em Educação Física. Centro Universitário de
Votuporanga. Email: [email protected].
Douglas Aparecido Girardeli.
Bacharel em Educação Física, FAFIBE
Discente de Pós-graduação em Ergonomia, SENAC.
Coordenador de programas de Qualidade de Vida em empresas.
Email: [email protected]
Romulo Donizete Job Pereira,
Discente do curso de Bacharel em Educação Física, UniSalesiano
RESUMO
O corte manual normalmente requer alto nível de esforço físico para sua execução, que
somado com algumas condições de trabalho (calor, umidade do ar, etc...) pode ser
intensificado, onde, se não houver uma preparação adequada, as chances de LER/DORT
são muito maiores. As LER/DORT‟s tem classificações muito parecidas, tanto a LER
como a DORT, são distúrbios que podem ser causados pela repetitividade, por posturas
forçadas, porém, nem toda LER é relacionado ao trabalho, no entanto, toda DORT são
relacionadas como síndromes ocasionadas pelo trabalho, ambas são caracterizadas pela
ocorrência ou não de alguns sintomas, tais como: dor, sensação de peso, fadiga, entre
outras. Como forma de prevenção, muitas usinas do País estão implantando projetos de
ginástica laboral, que é uma atividade de exercícios leves e de curta duração, sendo
prescrita de acordo com a necessidade de cada trabalhador, podendo ser aplicada em
três momentos durante a jornada de trabalho, sendo: Ginástica preparatória, realizada no
inicio do expediente; Ginástica compensatória, realizada durante o expediente e ginástica
de relaxamento realizada após a jornada de trabalho. O principal objetivo da G.L. é
preparar o trabalhador e diminuir as tenções adquiridas diariamente.
PALAVRAS CHAVE: Corte manual da cana-de-açúcar, ginástica laboral, LER/DORT.
ABSTRACT
The manual harvesting usually requires a high level of physical effort for their
implementation, coupled with some working conditions (heat, humidity, etc ...) can be
intensified where, if there is adequate preparation, the chances of RSI occupational
disorders are much higher. RSI's has ratings very similar, both the RSI and the DORT, are
disorders that can be caused by repetition, by awkward postures, however, not every RSI
is work-related, however, all MSDs are related to syndromes caused by work, both are
characterized by the occurrence of some symptoms such as pain, heaviness, fatigue,
among others. As a means of prevention, many mills in the country are implementing
projects of gym work, which is an activity of light exercises and short, being prescribed in
accordance with the needs of each employee and can be applied three times during the
workday , where: Gymnastics preparatory held in early hours; compensatory Gymnastics,
held during regular working hours of relaxation and fitness performed after the
workday. The main purpose of GL is to prepare the worker and reduce tensions acquired
daily.
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KEY WORDS: Hand cut from cane sugar, gymnastics, Repetitive strain injury, workrelated musculoskeletal disturbuios.
INTRODUÇÃO
O corte de cana-de-açúcar mecanizado é realizado por um conjunto de
maquinários, cada um destes com uma determinada função: a colheitadeira colhe, pica a
cana em pedaços menores e separa parte da palha (quando a mesma está crua), o trator
com transbordo (trator que geralmente possui uma ou duas caçambas atreladas),
acompanha a colhedeira nos talhões (pedaço de terra onde a cana é plantada, um talhão
e separado do outro por carreadores, estrada onde circula os automóveis e maquinários)
para receber a cana, que pode ser inteira ou picada, ou caminhão com carroceria, que por
ser mais pesado e causar um alto nível de compactação do solo é menos utilizado, ao se
completar o trator com transbordo se dirige ao caminhão condutor que fica fora do talhão,
elevando sua caçamba de modo que a carga seja transferida, e conseqüentemente após
o caminhão condutor estar cheio de cana ele as transporta até a usina em uma, duas ou
até três caçamba. (SCOPINHO et. al., 1999).
Diferente do corte mecanizado o corte de cana-de-açúcar manual não depende de
maquinários e sim de muitos trabalhadores e algumas ferramentas, como: o facão ou
podão para o corte, a lima, para amolar o facão e deixar o mesmo bem afiado ao ponto de
que o esforço para o corte seja menor, melhorando o rendimento do trabalhador, além
dos galões de água que impedem a desidratação e por fim os Equipamentos de Proteção
Individual (EPI‟s) que dão condições de trabalho e segurança para o trabalhador.
O corte manual e feito da seguinte maneira, o cortador golpeia a base da cana ou
do feixe de canas abraçadas por ele ou não com uma ou varias facãozadas (batidas de
facão para cortar sua base), após as mesmas serem cortadas o trabalhador as transporta
para um monte, onde após este estar cheio, com a ajuda de um ferro em forma de gancho
corta-se a parte superior da cana o ponteiro, após o termino deste ciclo o trabalhador
inicia um novo monte com a distancia do outro de aproximadamente 2 metros.
(FERREIRA et al., 2008).
O trabalho manual dos cortadores de cana-de-açúcar em suas condições normais
requer certo esforço físico, e devido a algumas condições de trabalho impostas em sua
rotina pode ser intensificado, como: calor crescente logo pela manhã até a tarde quando
se encerram a jornada, uma cana mais pesada, terrenos em desnível, onde o trabalhador
tem maior dificuldade para o corte ou por a cana estar bisada (caída e trançada),
necessitando de posturas mais forçadas para realização do mesmo. (MENDONÇA, 2006,
apud BNDS, pag. 26, 2008).
Se não houver uma preparação física em todos os trabalhadores as chances
do aparecimentos das lesões por esforço repetitivo (LER) e/ou distúrbios osteomusculares
relacionados ao trabalho (DORT) são muito maiores, e como forma de prevenção a essas
lesões e ao absenteísmo, cada vez mais usinas de todo País estão adotando práticas de
melhoria nas condições de trabalho, como é o caso de projetos de Ginástica Laboral.
(FERNANDES, 2005).
As “temidas” LER/DORT‟s tem classificações muito parecidas, tanto a LER como a
DORT, são distúrbios que podem ser causados pela repetitividade, por posturas forçadas,
porém, nem toda LER é relacionado ao trabalho, já que existem diversas outras
atividades que podem gerar esse tipo de lesão, no entanto, toda DORT são relacionadas
como síndromes ocasionadas pelo trabalho, ambas são caracterizadas pela ocorrência ou
não de alguns sintomas, tais como: dor, sensação de peso, fadiga, entre outros,
ocorrendo geralmente nos membros superiores, mas atingindo também membros
inferiores, podendo comprometer a capacidade laboral do trabalhador temporariamente
ou permanentemente. (INSS, 2003).
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Segundo o Ministério da Saúde, as LER/DORT representam um dos maiores e
mais polêmicos grupos de doenças ocupacionais do Brasil. Reconhecidas pelo Ministério
da Previdência e Assistência Social, 1987, além de ser as mais prevalentes, segundo
estatísticas referentes à população trabalhadora segurada. (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2006).
Os maiores atingidos por essas patologias, geralmente são aqueles que se utilizam
de uma grande quantidade de movimentos repetitivos, com ou sem sobrecargas, em uma
ou varias articulações, que por falta de tempo de recuperação do sistema osteomuscular,
muitas vezes não resistem a esse acumulo de tensões, ocasionando as doenças laborais.
(Ministério do Trabalho e Emprego, 2008). Um dos meios preventivos mais adotados hoje
em dia nas industrias sucroalcooleiras é a implantação de programas de ginástica laboral.
A ginástica laboral é uma atividade que consiste em uma série de exercícios
(alongamentos e aquecimentos) leves e de pequena duração, prescritos de acordo com a
função exercida pelo trabalhador, ou dinâmicas recreativas (feitas em menor proporção,
para descontrair e motivar o relacionamento entre funcionários), ambos na maioria das
vesses executados em grupo, individualmente ou não, (LIMA, 2004 apud OLIVEIRA,
2007).
Os programas de ginástica laboral promovem saúde mental, física e social do
individuo. Alguns de seus benefícios segundo Pagliar (2002 apud OLIVEIRA et all, 2007)
são: fisiológicos (aumento da circulação sanguínea, melhor postura, diminui inflamações
ou traumas), psicológicos (favorece mudança de rotina, reforça auto-estima) e sociais
(desperta o surgimento de novas lideranças, promove integração social).
Existem três momentos durante a jornada de trabalho para a realização da G.L,
que são classificados como, ginástica preparatória ou de aquecimento, realizada no início
do expediente. Este tipo de G.L. ativa fisiologicamente o organismo para as tarefas
diárias, originando inúmeros benefícios, tais como: melhora do nível de concentração e
disposição, aumento de temperatura corporal, oxigenação dos tecidos e batimentos
cardíacos, com uma duração de aproximadamente 10 a 12 minutos, é uma das mais
utilizadas, e tem como objetivo aquecer os grupos musculares solicitados pelo trabalhador
em suas primeiras tarefas diárias. (ALVES e VALE 1999; OLIVEIRA, 2006 apud
OLIVEIRA, 2007).
Ginástica compensatória ou de distensionamento é realizada durante a jornada de
trabalho, em pausas de cinco a oito minutos ou micro pausas de 30 segundos a um
minuto. Sua principal finalidade é distensionar e compensar todo e qualquer tipo de
tensão muscular adquirido pelo uso excessivo ou inadequado das estruturas
musculoligamentares, preparando o trabalhador para melhor cumprir e executar o seu
trabalho com conseqüente aumento do seu rendimento profissional. (OLIVEIRA, 2003;
LIMA, 2003 apud FIGUEIREDO e MONT‟ALVÃO; 2005).
Ginástica laboral de relaxamento, utilizada após a jornada de trabalho com uma duração
de aproximadamente 10 a 12 minutos, onde o trabalhador poderá descansar acalmar-se
antes de ir para casa, tendo como objetivo a redução do estresse, alívio das tensões e
redução dos índices de desavenças no trabalho e conseqüentemente em casa,
ocasionando uma melhora da função social.
Mesmo sendo executadas em horários diferentes, todas tem como principal
objetivo, prevenir o número de LER/DORT e conseqüentemente o absenteísmo, o
principal fator para obtenção desses resultados e contar com um profissional qualificado
para ministrar as aulas de G.L., que é o profissional de Educação Física, que tem
conhecimento e preparo, para elaborar aulas que correspondam as necessidades dos
trabalhadores e ao principal objetivo das empresas e das aulas de G.L citado a cima.
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MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado na região da cidade de José Bonifácio, numa usina
sucroalcooleira de um grupo nacional de investidores.
Segundo os dados levantados no departamento de medicina do trabalho, existia uma
média de 840 (±457) colaboradores do ano de 2009, e em 2010, média de 1240 (±710)
colaboradores, com faixa etária de 18 a 54 anos.
Foram utilizados dados referentes aos meses de janeiro à setembro dos anos de
2009 e 2010, de modo a serem comparados entre os anos. Os dados utilizados foram
aqueles classificados pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados à Saúde (CID – 10), no capitulo XIII – Doenças do sistema
osteomuscular e do tecido conjuntivo, subdivididos nos códigos de classificação : M17 –
Gonartrose (Artrose do joelho);M19 – Outras Artroses; M25 – Outros transtornos
articulares não classificados em outra parte; M54 – Dorsalgias; M64 – Outros transtornos
musculares; M65 – Sinovite e Tenosinovite; M67 – Outros transtornos das sinóvias e dos
tendões; M70 – Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, uso excessivo e
pressão; M71 – Bursopatias; M75 – Lesões do ombro; M76 – Entesopatias dos membros
inferiores excluindo pé; M77 – Outras entesopatias; M79 – Outros transtornos dos tecidos
moles, não classificados em outras partes.
Os
dados foram analisados estatisticamente através de software
Statistical Package for the Social Sciences versão 18 (SPSS 18), onde foi executado o
teste estatístico Qui-Quadrado, usado para verificar a associação entre as variáveis
independentes.
O programa de Ginástica Laboral, foi dividido em 6 (seis) fases, sendo que foi
escolhido a ginástica preparatória, aplicada de segunda a sábado as 07:00 da manhã.
Fase I – Levantamento das Necessidades:
Coleta de dados das características e condições do posto de trabalho;
Definição do perfil do grupo/setor;
Levantamento epidemiológico;
Levantamento de Acidentes.
Fase II – Elaboração dos Exercícios;
Fase III – Aplicação da Prescrição de Exercício 1;
Fase IV – Acompanhamento “In Loco”;
Fase VI – Reavaliação:
Levantamento epidemiológico;
Levantamento de queixas de dor auto-referida;
Levantamento de acidentes.
Na Fase II do programa de GL, na prescrição, a quantidade de exercícios, foi direcionado
a mesma linha de atividade: inicio com 5 (cinco) minutos de exercícios para aquecimento
articular e 10 (dez) minutos de alongamentos ativo/passivos, sempre seguindo a mesma
ordem de execução, ou seja, tanto o aquecimento quanto os alongamentos, iniciavam por
pescoço e tronco, seguidos de membros superiores e por :ultimo membros inferiores.A
execução dos exercícios era pela manhã, a partir das 07:00 horas da manhã.
O tempo de duração entre Fase II até a VI foi de 90 (noventa) dias. O tempo de
duração do programa foi de 9 (nove) meses.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Os dados levantados, representavam em 2009 cerca de 28% dos atestados ,
sendo que em 2009 não existia o programa de GL, já em 2010 apresentavam cerca de
22% dos atestados, e em 2010 foi implantado o programa de GL.
Os dados foram analisados em dois momentos. No primeiro momento, foi
verificado se havia diferença estatística entre a quantidade de atestados e o ano.
Adotando p>0,05, chegou-se ao resultado de Qui-Quadrado= 120,86 e nível de
significância igual a 0,000 (TABELA 1), ou seja menor que 0,05. Com esse resultado, o
teste estatístico mostrou que houve diferença significativa entre a quantidade de
afastamentos de um ano para o outro.
Tabela 1 -Chi-Square Tests
Asymp. Sig. Exact Sig. (2- Exact
Sig.
Value
df
(2-sided)
sided)
(1-sided)
Pearson Chi-Square 120,860a 1
,000
Continuity Correctionb 119,714 1
,000
Likelihood Ratio
119,230 1
,000
Fisher's Exact Test
,000
,000
Linear-by-Linear
120,802 1
,000
Association
N of Valid Cases
2080
a. 0 cells (,0%) have expected count less than 5. The minimum expected count is
202,73.
b. Computed only for a 2x2 table
No segundo momento, foi verificado se havia associação entre o CID dos atestados e os
anos. Como existem alguns resultados que são zero (p.ex.: CID76 em 2009 não houve
ocorrências; CID60 e CID70 em 2010 também não houve), foi realizado teste de Correção
de YATES. Por esse motivo, foi utilizado o resultado do Likelihood Ratio. Portanto, Quiquadrado = 22,83 e o nível de significância igual a 0,04 (TABELA 2), ou seja, menor que
0,05, mostrando então existir associação entre os CID‟s e os anos.
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Tabela 2 -Chi-Square Tests
Value
21,457a
22,837
,050
df
13
13
1
Asymp. Sig.
(2-sided)
,064
,044
,823
Pearson Chi-Square
Likelihood Ratio
Linear-by-Linear
Association
N of Valid Cases
502
a. 17 cells (60,7%) have expected count less than 5.
The minimum expected count is ,39.
Associação foi encontra nos valores de resíduo ajustado (Adjusted Residual) maior ou
igual a 2,0 (TABELA 3), ou seja, foi encontrado associação nos momentos CID M54 e
2009 CID M25 e 2010 e CID M77 e 2010.
Assim como no estudo de Longen (2003), o programa dessa modalidade de atividade
física, mostrou-se ineficiente em alguns momentos (quando relacionados com os CID‟s
que tiveram aumento), porém o resultado alcançado mostrou-se bom.
Pinto (2003) por sua vez encontrou que num programa de trabalho com grupo
reduzido, a ginástica laboral contribuiu para minimizar os acometimentos de dort‟s. por
sua vez, Souza e Jóia (2006), afirmam serem incontestáveis os resultados benéficos
trazidos pela atividade física planejada, agora, no âmbito empresarial, quando implantado
programa de ginástica laboral, ele por si só, mostra-se pouco eficaz na prevenção de
LER/Dort‟s, afirmando que seria necessário somar outras atitudes preventivas para o pico
máximo de eficácia do programa de GL.
No entanto, Defani e Francisco (2006), encontraram após a implantação efetiva de
um programa de GL, a redução de 18 para 5 casos de afastamentos por doenças
ocupacionais, afirmando que é realmente eficiente o programa de GL para a prevenção
de DORT‟s.
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CONCLUSÃO
Com base nos dados estatísticos é possível afirmar que o numero de afastamentos
é significantemente maior em 2009 comparado com 2010. Além disso, o resultado
estatístico mostra que isso foi resultado da diminuição significativa de afastamentos por
CID M54. No entanto, o numero de afastamentos por CID M25 e CID M77 aumentaram.
Podemos então concluir que a G.L. pode prevenir nos casos de atestados com CID
M54 – Dorsalgias, porém mostrou-se pouco eficaz nos casos de atestados com CID M25
– Outros transtornos articulares não classificados em outras partes, e em CID M77 –
Outras entesopatias.
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A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA CAPACIDADE AÉROBIA MÁXIMA
Alexsander Nascif de BARROS¹, Anderson OCCHI¹.
1-Faculdade Metodista Granbery – Juiz de Fora, MG - Brasil
[email protected]
RESUMO: Diversos são os autores que pesquisam a respeito de como obter um melhor
resultado no meio esportivo, e a assim tiveram inicio estudos com a intenção de verificar
de que forma a música pode influenciar no rendimento. Desta forma o objetivo do trabalho
foi de verificar a influência da música no desempenho da capacidade aeróbia máxima dos
indivíduos participantes. A amostra foi composta por 2 mulheres e 12 homens
regularmente ativos e que aceitaram participar do estudo. Utilizou-se o protocolo de Bruce
na esteira ergométrica para verificar os fatos, onde os indivíduos realizaram dois testes de
Bruce, um com a presença da música preferida, onde o mesmo criaria uma lista de 20
minutos, e outro teste sem a presença da música, analisando os dados do tempo máximo,
distância máxima percorrida, analise da freqüência cardíaca e percepção de esforço.
Constatou-se com a presença da música um maior rendimento.
Palavras-chave: Música, Rendimento e Capacidade Aeróbia.
THE INFLUENCE OF MUSIC IN THE MAXIMUM AEROBIC CAPACITY
ABSTRACT: There are several authors researching about how to obtain better results in
sports, and so studies were launched with the intent to verify how music can influence
throughput. Thus the objective of this study was to determine the influence of music on
performance in aerobic capacity of individuals. The sample consisted of 2 women and 12
men regularly active and who agreed to participate. We used the Bruce protocol on the
treadmill to check the facts, where the subjects performed two tests of Bruce, one with the
presence of favorite music, where it would create a list of 20 minutes, and another test
without the presence of music analyzing the data of the maximum, maximum distance,
analysis of heart rate and perceived exertion. It was attended by the music a higher yield.
Key-Words: Music, Performance and Aerobic Capacity
INTRODUÇÃO
Diversos autores que pesquisam a influência da periodização no treinamento, não
deixam claros os efeitos de estímulos externos nos meios e métodos do treinamento
(MATVEEV, 1996; VERKOCHANSKY, 2001; GOMES, 2002; DANTAS, 2003; WEINECK,
2003). Hoje em dia, tem se estudado muito sobre a influência de estímulos lícitos e ilícitos
no desempenho físico (KARAGEORGHIS e TERRY, 1997).
O esporte se tornou parte da ciência, e a cada dia este fenômeno é mais estudado
e pesquisado por grandes estudiosos. Assim a capacidade aeróbia é um dos fatores
determinantes dentro do rendimento físico de um atleta, e por isso os testes e aplicações
no decorrer do treinamento são muito estudados. Sharkey (1998) apud Miranda e Rabelo
(2006) expressa à capacidade aeróbia como a capacidade máxima para absorver,
transportar e utilizar oxigênio, e Matsudo (1987) apud Miranda e Rabelo (2006) como a
capacidade que um indivíduo tem em realizar uma atividade física com duração superior a
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quatro minutos, na qual a energia provém do metabolismo oxidativo dos nutrientes. O
resultado é expresso em mililitros de oxigênio por quilograma de peso corporal por minuto
(ml/kg/min.). Barros et al (1999) apud Miranda e Rabelo (2006) defini que o VO2 máximo
é freqüentemente usado como indicador da função cardiovascular e capacidade aeróbia
máxima, concordando com Wilmore e Costil (2000) que cita a variedade de cientistas que
consideram o VO2máx a representação da capacidade aeróbia máxima. Ele é definido
como a maior taxa de consumo de oxigênio possível a ser atingido durante um exercício.
Sendo obtido através de testes de esforços específicos, cujo objetivo é produzir a maior
alteração metabólica aeróbica possível, determinando-se a intensidade individual máxima
de esforço. O treinamento aeróbico pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos da
função cardiovascular, levando a um maior consumo de oxigênio e aumento do débito
cardíaco.
A música é um fator que, parece influenciar no desempenho esportivo
(KARAGEORGHIS e TERRY, 1997). Vários estudos verificaram a relação do exercício
físico combinado com a música (NORTH e HARGREAVES, 1997; SZABO, 1999; TERRY,
2006; PRIEST, 2004; SIMPSON, 2006; THOMPSON, 2006; NAKAMURA, 2008;
ATKINSON, 2009). A partir dos resultados publicados por Karageorghis et al. (1997), o
fenômeno da música vem se espalhando pelos cenários esportivos. Fones de ouvidos e
tocadores de MP3 passaram a integrar o figurino dos atletas.
A contribuição da música à atividade física parece estar ligada ao fator
motivacional. Em um estudo realizado por Karageorghis e Jones (2007) em uma esteira
ergométrica, os autores encontraram preferência no ritmo de música relativo à intensidade
do exercício, ou seja, músicas mais rápidas (120-140 batimentos por minutos [bpm]) para
ritmo de exercícios acelerados e batidas mais lentas (80 bpm) para movimentos mais
lentos. Artaxo e Monteiro (2008) dizem que o ritmo da música influência diretamente a
frequência cardíaca do individuo praticante.
Outro estudo verificou a relação entre a preferência e o tempo musical durante
atividades diárias, sem exercício (BERLYNE, 1971 apud KARAGEORGHIS et al. 2007).
Neste caso, os indivíduos relataram a preferência de músicas com ritmo
moderado. Bruner (1990) referenciado por Karageorghis et al. (2007) apoiou a idéia de
que o tempo é uma determinante chave da resposta da música, porém as excitações
fisiológicas impactam sobre a preferência de tempo, ou seja, não adianta colocar uma
música com batimentos por minuto elevado para uma caminhada, na qual a prática requer
uma música mais calma. Várias combinações de ritmos musicais foram estudadas. Em
um estudo mais recente, Karageorghis et al. (2007) confirmou que as batidas em tempo
médio geram um maior interesse dos indivíduos, mas o resultado entre músicas rápidas e
medias não ficam tão distante. Segundo Szabo et al. (1999), a exposição contínua ao
ritmo acelerado pode resultar em consequências negativas desmotivacionais, como o
tédio e a irritação.
A maioria dos estudos publicados investigou as respostas da música no
desempenho em indivíduos atletas. Grande parte do público que busca uma atividade
física se encontra em academia de ginástica, clubes, escolas, condomínios... Porém, não
está claro que estas respostas acontecem com indivíduos não atletas.
OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi de verificar a influência da música no desempenho da
capacidade aeróbia máxima dos indivíduos no teste de Bruce em esteira ergométrica.
MATERIAIS E MÉTODOS
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Amostra
O estudo foi composto por 14 indivíduos, sendo 2 mulheres e 12 homens ( 22,1 ±
2 anos; 76,2 ± 15,2 kg; 174,4 ± 10,5 cm) fisicamente ativos e que voluntariamente
aceitaram
participar desse estudo. Os sujeitos foram informados dos riscos e
procedimentos dos testes. Foi critério de inclusão ser familiarizado com o teste e tendo
realizado pelo ao menos uma vez o mesmo. Preencheram o questionário Par-Q e
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Em 12 visitas ao laboratório de fisiologia do exercício da Faculdade Metodista
Granbery (Labfex), os sujeitos realizaram exercícios na esteira ergométrica
(INBRASPORT), seguindo o protocolo de Bruce, que segundo Marins e Giannichi (2003)
é o que tem a maior preferência de utilização em testes cardiorrespiratórios. Completam
expressando que a principal vantagem de utilizar a esteira ergométrica é a familiarização
do gesto motor, impondo assim uma dificuldade menor ao avaliado.
Instrumentos
Seleção musical
Os voluntários foram instruídos a produzir uma lista de música de sua preferência
em um total máximo de 20 minutos. O mesmo deveria trazer um cd com esta coletânea
no dia do teste. Não foi utilizado nenhum tipo de restrição quanto às características da
música, tais como estilo, ritmo e bpm.
Protocolo
No protocolo desenvolvido na esteira ergométrica, estiveram presentes forma de
sobrecarga, grau de inclinação (aumentos constantes), velocidade (variando entre 1,7 a
6,0 mph [milha por hora]) e o tempo de estágio (constante em 3 minutos), de forma
isolada ou combinada (MARCONDES E FROELICHER, 1992 apud MARINS E
GIANNICHI, 2003).
Antes de iniciar os testes os voluntários realizaram um descanso de 10 minutos
para verificar a frequência cardíaca de repouso. Logo em seguida foram pesados em uma
balança da marca Filizola e verificado sua estatura.
Foram realizados dois testes diferentes, o primeiro sem a presença da música e o
outro com a presença, de forma randomizada. No dia do teste com música, ficou
combinado com os voluntários que eles levariam uma lista de músicas com 20 minutos,
sendo de seu agrado. Os testes com presença da música teve como auxílio para executar
as mesmas um notebook Vostro 1520 da marca Dell e caixas de som da marca
Cambridge Soundworks.
Seguindo o protocolo, os testes verificaram o tempo até a exaustão do indivíduo, a
distância, frequência cardíaca (medida com frequencímetro da marca POLAR FS1),
percepção de esforço pela escala de Borg, sendo que a cada minuto foi verificado a
frequência cardíaca e a percepção de esforço do individuo no momento.
Para verificar o principal objetivo do trabalho, ou seja, achar a influência da música
na capacidade aeróbia máxima do indivíduo, foi utilizada a medida da distância total
percorrida, subtendendo seu esforço máximo no momento. Os testes foram realizados
sempre no mesmo horário, tendo um intervalo mínimo 72 horas entre um teste e outro,
em um período de 3 semanas, tendo a preocupação do reteste respeitar o mesmo horário
do dia do primeiro encontro.
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Análise estatística
Foi realizada uma estatística descritiva através da média e desvio padrão, entre os
tempos totais, distância total percorrida em quilômetros, freqüência cardíaca média e
percepção de esforço por Borg em cada minuto do teste e Vo2 máximo, com a presença
e ausência da música. Para comparar os dados realizou-se o teste t de student. O nível
de significância adotado foi de p<0,05. Pacote estatístico do Microsoft Office Excel 2007.
RESULTADOS
A figura 1 mostra que houve aumento de aproximadamente 3,94% no rendimento
do tempo máximo que o individuo conseguiu ficar na esteira com a presença da música
em comparação sem a presença da música.
20
18
16
14
Tempo
12
10
8
6
4
2
0
13,43
12,9
Com Música
Sem Música
Fig.1 – Comparação do tempo médio de
média
execução máxima no teste de Bruce.
*Diferença significativa para p <0,05
após
após teste T de Student.
Fig.2 – Comparação da distância
total percorrida em km.
*Diferença significativa para p<0,05
Teste T de Student.
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A figura 2 demonstra a comparação da distância máxima percorrida. Houve aumento
aproximado de 5,3% no desempenho com a presença da música em média 60 metros a
mais do que sem a presença da música.
A figura 3 apresenta a análise da média da freqüência cardíaca em cada minuto do teste.
Verificou que houve diferença significativa em ambos os testes, como é demonstrado.
Frequência
Cardíaca
210
180
150
120
90
60
30
0
Tempo (min)
Fc Com Música
Fc Sem Música
Fig.3 – Comparação da freqüência cardíaca média em cada minuto do teste.
*Diferença significativa para p <0,05 após teste T de Student.
Após o final da coleta foi encontrado os tempos máximos de cada individuo, e
assim calculado o VO2 máximo. Foi realizada a média entre todos os indivíduos.
Encontrando uma melhora média de 2 mm/mol entre um teste e outro.
100
90
80
Mm/Mol
70
60
50
40
30
20
10
0
50,9
Vo2 Sem Música
48,9
Vo2 máx
Vo2 Com Música
Fig.5 – Comparação média do Vo2 máximo em mm/mol.
*Diferença significativa para p <0,05 após teste T de Student.
DISCUSSÃO
O estudo verificou a influência da presença da música no teste de Bruce na esteira
ergométrica, com objetivo de verificar a capacidade aeróbia máxima.
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Observou-se que com a presença da música os indivíduos apresentaram um
desempenho maior de aproximadamente 3,94% no rendimento do tempo máximo, e de
5,3% no aumento da distância, aproximadamente 60 metros na comparação da distância
total. Pode-se afirmar que são porcentagens relativamente baixas em comparação ao
desempenho. Porém, deve-se levar em conta que se trata de um teste máximo onde cada
metro percorrido é um grande avanço.
O estudo verificou um dado curioso, dois indivíduos apresentaram um desempenho
maior sem a presença da música. Pode se supor que as músicas escolhidas poderiam
não estar de acordo o teste ou não seja de total agrado do individuo, sendo que os
mesmos foram instruídos sobre o teste. Karageorghis et al. (2007) diz que se as batidas
da música não estiverem de acordo com a intensidade da atividade, problemas de
desempenho podem ser encontrados. E o estudo de Nakamura (2008) não deixa claro se
os indivíduos avaliados que tiveram um aumento no estado de ânimo com suas músicas
preferidas, se houve sintonia entre os bpm e o nível de intensidade do exercício. Desta
forma, por talvez as músicas não estarem com bpm em total sintonia ao exercício no
presente teste, pode ter sido a explicação para a não melhora do desempenho com a
presença da música, onde estudos compravam o presente fato ( KARAGEORGHIS, 2009,
SZABO ET AL. (1999), MICHAEL MILLER, 2009)
Alguns fatores são determinantes para verificar um índice não tão elevado na
melhora do desempenho, por exemplo, estudo de Karageorghis e Jones (2007) em uma
esteira ergométrica não fica claro o tipo de protocolo usado. Na avaliação de testes
aeróbios na esteira ergométrica alguns protocolos são propostos como Bruce, Balke,
Ellestad. Sendo o teste de Bruce o mais utilizado em testes cardiorrespiratórios pela
maioria dos cardiologistas (MARINS E GIANNICHI, 2003). Por isso o mesmo foi proposto
neste estudo, porém é de se verificar que o presente teste causa uma fadiga periférica,
fato muito reclamado pelos indivíduos participantes do teste que citaram fadiga na
panturrilha, em quase todos os casos, e fadiga no quadríceps, em alguns casos. Acredito
assim que para se medir uma capacidade aeróbia máxima se deve atingir a uma fadiga
central que seria o método de analisar o máximo esforço do indivíduo.
Sendo assim, o estudo apresentou certas limitações como foi citado anteriormente,
presença da fadiga periférica ao invés da fadiga central. A falta de uma aparelhagem de
som mais adequada, pois em um ambiente sonoro mais favorável talvez o desempenho
com a música fosse melhor. O fato de os indivíduos serem estudantes do curso de
Educação Física e não terem um tempo adequado de repouso para a prática do teste,
pois os mesmos não podem largar suas atividades do dia a dia somente para ficar focado
e dedicado ao teste. Isso representa certo nível de diferença entre os estudos de certos
autores como Karageorghis e Jones (2007); Priest (2004); Terry et al. (2006), pois estes
tem um acesso maior a estudantes ou atletas, onde os mesmos podem se dedicar
inteiramente aos testes.
Outro fato que pode levar a reflexões é se indivíduos que tiveram ou apresentam
uma vivência de esportes coletivos, acostumados a influências externas, se estes
possuem uma condição favorável com a presença da música em relação aos outros que
não passaram por tal experiência, porque no teste foi percebido que alguns indivíduos
tiveram uma maior interação com a música e a atividade proposta em relação a outros, ou
se apenas foi o fato de não haver uma recompensa, fator que pode influenciar no
desempenho como expressa Weinberg e Gould (2001), onde o mesmo completa que para
se obter resultados em competições se devem ter objetivos, e que Samulski (2002)
completa bem dizendo que a motivação é definida por um processo intencional e dirigido
a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais
(extrínsecos).
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É certo que o presente estudo não é uma competição, porém trata-se de uma
atividade física intensa onde o indivíduo pode realizá-la com máxima vontade de atingir
um maior rendimento possível ou apenas abandonar quando sentir-se afim, porque não
possui objetivos e metas estabelecidas a serem cumpridas.
A análise de percepção de esforço pela escala de Borg e a média da freqüência
cardíaca em cada minuto apresentaram uma pequena diferença, mas que é considerável
de acordo com o p<0,05, onde com a presença da música os indivíduos apresentaram um
menor índice de esforço até o minuto 11, pelo fato da escala de Borg estar menor e a
freqüência cardíaca mais baixa, indo de acordo com estudos de Karageorghis et al.
(2007) onde são apresentadas comprovações da percepção de esforço menor com a
presença da música em relação à ausência da mesma.
A partir dos presentes fatos fica aberto para um estudo futuro, realizar uma
comparação do presente estudo com o teste de Cooper (12 minutos), para verificar em
protocolos diferentes de avaliação aeróbia, se ocorre à diferença de desempenho maior
que a apresentada, com presença e ausência da música, ou ate mesmo comparar o nível
de diferença do desempenho nos dois casos em indivíduos estudantes normais e atletas
a nível regional.
CONCLUSÃO
O rendimento dos indivíduos participantes do teste aeróbio máximo pelo protocolo
de Bruce apresentou um aumento com a presença da música em relação ao tempo
máximo e a distância final percorrida, e uma freqüência cardíaca e percepção de esforço
mais baixa.
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ANÁLISE DA CAPACIDADE MOTORA AGILIDADE EM ATLETAS DE FUTSAL DE
DIFERENTES POSIÇÕES ATRAVÉS DOS TESTES SHUTTLE-RUN TRADICIONAL E
COM BOLA
HENRIQUE MIGUEL
Educador Físico – UNIFAE/ Especialista em Treinamento Desportivo- UNIFMU/
Mestrando em Motricidade Humana - UdelaR / Técnico Desportivo da Prefeitura Municipal
de Aguaí
[email protected]
MARCUS VINÍCIUS DE ALMEIDA CAMPOS
Educador Físico – UNAERP/ Especialista em Nutrição HCFMRP – USP/ Mestrando em
Bioquímica e Nutrição - UdelaR / Técnico
Desportivo da Prefeitura Municipal de Aguaí
RESUMO
O Futsal tem se tornado todos os dias, uma das modalidades mais praticadas do Brasil.
Desta forma, o presente estudo buscou visualizar diferenças entre a capacidade física
agilidade em jogadores de distintas posições da modalidade através do teste shutlle-run
com e sem bola. Foram analisados 16 atletas da equipe DERLA/Aguaí de Futsal, com
média de idade 15,63±0,89 anos, 1,73±0,09m de estatura, 65,62±13,88 kg de massa
corpórea, IMC de 21,68±3,06. O teste de shuttle-run sem bola foi de 10,22±0,71 e o
shuttle-run com bola 11,64±0,76. Para antropometria, utilizou-se da aferição do peso, da
altura e do índice e massa corpórea. Estatisticamente usou-se o modelo descritivo
simples através de Kolmogorov-Smirnov. Após a realização dos testes em todos os
jogadores, o tratamento estatístico encontrou diferença significativa na agilidade em
relação ao teste feito com e sem bola. No teste realizado sem bola, não houve diferença
entre os jogadores das distintas posições, porém, no teste realizado com bola, houve
diferença estatisticamente significativa entre o grupo dos goleiros e o grupo dos pivôs.
Isso ressalta que mais estudos nesta temática deverão ser realizados para benefício da
ciência do treinamento da referida modalidade.
Palavras-chave: Agilidade, Futsal, Capacidade física.
1. INTRODUÇÃO
Surgido no Uruguai, o Futsal logo foi trazido ao Brasil e se espalhou pelos clubes e
agremiações, se tornando um dos esportes mais praticados no país devido à necessidade
de pouco espaço e número reduzido de integrantes para sua prática. Tal fato deu à
modalidade uma estrutura completamente nacionalizada e uma imagem que se atrela aos
laços da cultura brasileira. (LUCENA, 1994; FIGUEIRÊDO, 1996; MIGUEL e CAMPOS,
2010).
É classificado como modalidade de caráter intermitente, com variância entre
períodos de alta intensidade e momentos de intervalo de curta duração, desta forma,
muitos autores relatam que é difícil o conhecimento com exatidão das exigências físicas,
fisiológicas e energéticas, principalmente quando relacionado à imprevisibilidade do jogo
ou do adversário que se enfrenta (CORRADINE e TOLEDO, 2007).
Por este motivo, o Futsal como modalidade esportiva, ainda é carente quanto ao estudo
científico sobre suas capacidades físicas e as necessidades fisiológicas (CIRINO et. al.,
2002).
A agilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida exige que o atleta esteja
preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, da maneira mais rápida e eficiente
possível. No Futsal há mudanças de direção rápidas, grandes acelerações que favorecem
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os indivíduos com maior agilidade. Desta forma, Bompa (2002) relata que agilidade é a
capacidade que o atleta possui de mudar de direção de forma eficaz e rápida, movendose com facilidade dentro do campo de jogo, enganando seu adversário para conseguir
uma vantagem que lhe trará benefício. Para Schmid e Alejo (2002), agilidade é a
habilidade para mudar os movimentos o mais rápido possível frente a situações
imprevisíveis, tomando rápidas decisões e executando ações de modo eficiente.
Desta maneira, o Futsal é uma modalidade onde seus atletas se deslocam em curtos
espaços, necessitando de tomadas de decisões rápidas e precisas, mudando de direção
constantemente e buscando a melhor maneira de chegar à meta adversária. Sendo
assim, a capacidade física agilidade é vista como uma das principais necessidades do
atleta futsalonista, e o teste para mensuração desta capacidade, auxilia de forma
grandiosa a preparação destes atletas (SCHIMID e ALEJO, 2002).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Amostra
Participaram do presente estudo, dezesseis atletas do sexo masculino, integrantes da
categoria Sub-17, da equipe de Futsal do Departamento de Esportes, Recreação e Lazer
da Prefeitura Municipal de Aguaí/SP (DERLA/AGUAÍ), que disputam a Liga Regional de
Futsal de São José do Rio Pardo. Os atletas são acompanhados sistematicamente nos
treinamentos pela comissão técnica do departamento, sendo que a equipe é composta
por quatro goleiros, quatro fixos, cinco alas e três pivôs. Os pesquisadores responsáveis
fizeram explicação do projeto aos atletas, bem como informaram que não havia despesas
pessoais para participação no estudo, assim também, como não haveria compensação
financeira. Por fim, foi entregue o termo de consentimento livre e esclarecido que seguiu
aos pais dos jovens, validando e confirmando a participação no estudo.
2.2. Coleta de dados
2.2.1 Avaliação Antropométrica
A estatura e a massa corpórea dos atletas foram mensuradas através de uma balança
mecânica com precisão de 100 (cem) gramas, com estadiômetro de tamanho total de 1,95
metros, com precisão de 1 (um) centímetro, capacidade de 150 quilos, modelo M-33 da
marca Micheletti®. Todos os atletas foram medidos e pesados vestindo apenas o calção
de treino. A estatura e a massa corpórea foram mensuradas em todos atletas pelo mesmo
pesquisador.
Através destes dados, foi calculado o IMC dos atletas em uma tabela criada no programa
Excel 2003® para Windows XP®.
2.2.2. Teste Shuttle-Run tradicional (SR)
O teste consiste em mensurar o tempo gasto para realização de um percurso pré-definido
em movimento de ida e volta. O voluntário inicia colocando em afastamento posição
ântero-posterior suas pernas e ao sinal do avaliador, segue em velocidade máxima até
dois pequenos blocos de madeira ou material similar, dispostos eqüidistantes da linha
inicial 9,14m. Chegando a este ponto, o avaliado pega um dos blocos e o leva até o local
de partida, colocando-o atrás da linha. Em seguida, sem interromper seu deslocamento,
busca o segundo bloco procedendo da mesma forma. O bloco não deve ser jogado nem
arremessado, bem como o avaliado deve transpor uma ou duas pernas a frente da linha,
para validar seu deslocamento. Todo trajeto é cronometrado e é finalizado quando o
voluntário ultrapassa a linha pela segunda vez (AAHPER, 1976).
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Figura 1. Teste de Shuttle Run sem bola. Fonte: Dantas, 1986.
2.2.3 Teste Shuttle-Run com bola (SRB)
O teste Shuttle-Run com bola (SRB) adaptado do teste tradicional por Caicedo
et.al.(1993), foi utilizado neste estudo e tem sua mecânica idêntica ao teste anterior. Ao
sinal do avaliador, o voluntário se desloca até a primeira bola tendo que conduzi-la até o
ponto de partida, retornando para buscar a outra bola e deixando-a neste mesmo local. A
bola deverá ser conduzida próximo ao corpo e não deve ser chutada, tendo que ficar
parada quando colocada após a linha. O tempo também foi marcado em segundos.
Figura 2. Teste de Shuttle Run com bola. Falk e Pereira (2009)
Os testes foram realizados na parte da tarde durante o período de treinamento da
equipe. Para cada teste, foram utilizadas duas tentativas, sendo que o menor tempo foi
validado. As dimensões da quadra eram de 36 metros de comprimento por 18 de largura.
Os atletas realizaram o teste trajando camiseta, calção, meias e tênis no mesmo dia e
local. O tempo foi medido por um cronômetro (Timex®, Brasil) com precisão de segundos
e décimos de segundo e a área dos testes foi demarcada com fita adesiva branca fixada
ao solo.
2.2.4 Tratamento estatístico
Os resultados encontrados foram previamente normalizados por procedimento estatístico
descritivo, sendo expressos as seguintes médias e os desvios padrão. Utilizou-se a
análise de Kolmogorov-Smirnov para comparação entre as diferentes posições de jogo,
sendo o nível de significância adotado de P≤0,05.
O programa adotado para calculo estatístico foi o GraphPad InStat®.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados da caracterização dos atletas da equipe de Futsal Sub-17 do Departamento de
Esportes, Recreação e Lazer da Prefeitura Municipal de Aguaí, (DERLA/ Aguaí), com as
variáveis: idade, estatura, massa corpórea, índice de massa corporal, Shuttle Run e
Shuttle Run com Bola, estão representados na tabela abaixo.
Tabela 1. Caracterização da Amostra
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As médias encontradas nos resultados dos testes realizados nas diferentes
posições dos atletas do Futsal (goleiro, fixo, ala, pivô), bem como seu desvio padrão,
foram descritas nas tabelas e gráficos seguintes de maneira a facilitar a visualização dos
dados obtidos. Sanches et al (1992) relatam que e o teste de shuttle-run para jogadores
de modalidades intermitentes com bola, é uma maneira fidedigna de representabilidade
do objetivo a ser visualizado.
Tabela 2. Resultado do teste SR e SRB segundo a posição dos atletas em quadra
Gráfico 1. Resultado gráfico do teste SR e SRB segundo a posição dos atletas em quadra
Gráfico 2. Análise gráfica do teste SR e SRB segundo a posição dos atletas em quadra
Quando comparamos através do teste estatístico de Kolmogorov-Smirnov os
tempos obtidos pelos atletas no teste de Shutle-Run com Bola, com o tempo no teste de
Shutle-Run sem Bola, considerando um intervalo de significância de p≤0,05, observamos
que os atletas de todas as posições apresentaram diferença significativamente estatística.
Isso está de acordo com os estudos de Silva et. al. (2006), que analisando atletas de
futebol, encontrou diferenças significativas entre o teste simples e o teste adaptado para a
modalidade em questão. Alves et. al. (2010) também encontraram resultados
significativamente estatísticos no que diz respeito a atletas de Futsal de categoria
semelhante a esta pesquisa realizando os testes de shutle-run com e sem bola.
Tabela 3. Resultado da análise estatística do teste SR e SRB
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Ao compararmos os valores do teste de Shutle-Run sem Bola entre as diferentes
posições, não observamos diferenças significativamente estatística entre tais atletas. Isto
está de acordo com o que relatam Santana (2006), Bello Junior (1998) e Garcia (2004)
que relatam que pelo Futsal ser uma modalidade de constantes rodízios dentro do
ambiente de jogo, os aportes fisiológicos dos atletas das várias posições podem ser muito
próximos ou pouco diferenciáveis no que diz respeito a uma única determinante.
Em relação ao teste de Shutle-Run Com Bola observamos diferença
significativamente estatística (p=0,0394) quando comparamos o tempo do Goleiro (12,27
segundos) com o do Pivô (11,03 segundos), sendo a diferença de tempo entre estas duas
posições de 1,25 segundos. Este fato (realização do teste em maior tempo) se deve pela
posição de goleiro não se deslocar constantemente em intensidades rápidas com a bola
em seus pés, sendo que este é responsável por guardar sua meta dos ataques
adversários (SANTIMARIA, ARRUDA e ALMEIDA, 2009). Já a posição pivô, pode ter
obtido tal resultado pela mecânica do teste aplicado, pois este joga na maior parte do
tempo, de costas para a meta adversária, tendo que virar-se rapidamente para tentar
finalizar ao gol (SANTIMARIA, ARRUDA e ALMEIDA, 2009). Quanto às demais; Pivô x
Fixo, Pivô x Ala, Fixo x Ala, Fixo x Goleiro e Ala x Goleiro; não observamos diferença
significativamente estatística no teste de Shutle-Run com Bola, o que corrobora com
outros autores que enfatizam que a demanda fisiológica dos atletas de Futsal são muito
próximas dentro das posições específicas (BELLO JUNIOR, 1998; GARCIA, 2004 ;
SANTANA, 2006).
4. CONCLUSÃO
Conclui-se com o presente trabalho que, comparando o teste shuttle-run sem bola
e com bola há diferença significativa estatisticamente. A partir da colocação do
implemento de jogo, todos os atletas das determinadas posições realizaram o teste com
diferença expressiva para o primeiro. Comparando entre as posições da modalidade no
teste shuttle-run sem bola, não observou-se diferença entre os grupos, porém,
comparando estes no teste shuttle-run com bola, notou-se diferença significativa entre o
grupo dos goleiros (12,27 segundos) e o grupo dos pivôs (11,03 segundos). O mesmo
não aconteceu quando pareados aos outros grupos participantes do estudo (Pivô x Fixo,
Pivô x Ala, Fixo x Ala, Fixo x Goleiro e Ala x Goleiro).
Desta maneira, é importante ressaltar que novas pesquisas devem ser realizadas
com o intuito de englobar cientificamente tal proposta estudo, para que a modalidade
continue crescendo tanto no âmbito de conquistas, quanto no ramo da ciência do
treinamento.
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ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO PROGRAMA DE GINÁSTICA
LABORAL EM UMA EMPRESA DO RAMO DE RECICLAGEM DE PNEUS
Luís Antônio de Souza Júnior
Especializando em Ergonomia e Ginástica Laboral
Faculdade Prebisteriana Gammon
[email protected]
Iury Feres Abrão
Docente na Universidade Paulista
RESUMO
A Ginástica Laboral é considerada uma atividade física realizada no local de trabalho com
exercícios e sessões de preparação, compensação e relaxamento do corpo, dessa forma,
valendo de incentivo para a melhoria da qualidade de vida. O objetivo do presente estudo
será o de verificar como a Ginástica Laboral pode influenciar na qualidade de vida dos
colaboradores. Contando ainda como sujeitos, 14 colaboradores de uma empresa de
recauchutagem de pneus no interior de São Paulo, na cidade de São José do Rio Pardo.
O método utilizado foi a aplicação de um questionário com todos os funcionários, com o
intuito de verificar alterações que a Ginástica Laboral pode promover aos colaboradores.
Após a análise dos resultados e a discussão dos mesmos, o presente estudo nos permite
concluir como a Ginástica Laboral pode influenciar na vida diária dos trabalhadores em
questão.
Palavras-Chaves: Ginástica Laboral; benefícios; qualidade de vida.
ABSTRACT
The Labor Gymnastics is considered a physical activity performed at work and with
exercise sessions of preparation, clearing and relaxing the body, thus taking advantage of
incentives to improve quality of life. The aim of this study is to verify how the Labor
Gymnastic can influence the quality of life of employees. As long as even subjects, 14
employees of a firm of retread tires in the interior of Sao Paulo in Sao Jose do Rio Pardo.
The method was applied a questionnaire to all employees aiming to verify the benefits that
the Workplace Exercise can promote to employees. After analyzing the results and
discussion of them, this study allows us to conclude as the Labor Gymnastic can influence
the daily life of workers in question.
Key Words: Labor Gymnastics, benefits, quality of life.
INTRODUÇÃO
A busca constante e incessante por maior produtividade trouxe também fortes pressões
para o contexto do trabalho, gerando muitas vezes desgastes físicos, mentais e
emocionais, que, consequentemente, conduzem a um desequilíbrio.
Assim, não raro se faz necessário promover um equilíbrio no ambiente de trabalho.
Quando se implanta um programa de Ginástica Laboral numa empresa, envolve-se a
coletividade, o que propicia, além dos benefícios físicos em si como a respiração,
alongamento muscular, melhor oxigenação e circulação sanguínea, momentos de
descontração, em um desligamento momentâneo dos problemas do trabalho. Uma pausa
é necessária apesar dos cargos exercidos, pois todos são seres humanos em busca de
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bem-estar, saúde e qualidade de vida no trabalho, através do relacionamento, cooperação
e conhecendo as necessidades e limitações dos outros. (FIGUEIREDO, 2008, p. 75)
Trabalhando com Ginástica Laboral, em empresas no interior de São Paulo, mais
especificamente na cidade de São José do Rio Pardo, temos identificado grande melhoria
na qualidade de vida dos colaboradores da empresa em questão, o que confirma Lima
(2008, p.28) a Ginástica Laboral pode ser conceituada como um conjunto de práticas
físicas elaboradas a partir da atividade profissional exercida durante o expediente,
visando compensar as estruturas mais utilizadas no trabalho, relaxando e tonificando-as,
e ativar as que não são tão requeridas.
Essas práticas podem ser complementadas com ações educativas que possibilitem um
maior acesso a informações sobre promoção de saúde, dinâmicas lúdicas e de
integração, visando promover maior descontração e resgate do equilíbrio e bem-estar do
trabalhador.
Para Dias (1994), a Ginástica Laboral não sobrecarrega e não leva o funcionário ao
cansaço porque é leve e de curta duração. Com isso, espera-se prevenir a fadiga
muscular, diminuir o índice de acidentes do trabalho, corrigir vícios posturais, aumentar a
disposição do funcionário no início e retorno do trabalho e prevenir doenças por traumas
cumulativos. Já para Alves e Leite (2004), a Ginástica Laboral aparece como um novo
espaço de qualidade de vida e lazer, realizada de maneira espontânea e criativa pelo
trabalhador no próprio ambiente e horário de trabalho.
A Ginástica Laboral tende a promover adaptações fisiológicas, físicas e psíquicas por
meio de exercícios físicos, dinâmicas de grupo e outras técnicas complementares como
massagem, sempre dirigidos e adequados ao ambiente de trabalho. (LIMA, 2008, p.30)
Para Signorini (2000), a motivação é algo fundamental na vida do ser humano, é o motor
que impulsiona o indivíduo no sentido de atingir o objetivo desejado. Por isso, está
intimamente ligada ao contentamento ou prazer.
Vindo na contra mão desses objetivos, o mundo contemporâneo passa por grandes
transformações, que podem ser observadas em todos os níveis de nossa sociedade, nas
relações sociais, nas manifestações culturais e, sobretudo, no trabalho. Novas formas de
organizar e gerir o trabalho, viabilizadas pelos avanços tecnológicos, acabaram por
modificar os modos de vida, trazendo graves consequências à saúde do trabalhador e por
fim, a deterioração da qualidade de vida. A partir desse contexto, foi aplicado um
questionário aos colaboradores de uma empresa do interior de São Paulo do ramo de
reciclagem de pneus com objetivo de apontar as principais melhorias na qualidade de vida
dos colaboradores e relacioná-las.
MATERIAIS E MÉTODOS
A classificação do presente estudo é uma pesquisa aplicada quantitativa-descritiva, sendo
utilizada, em primeiro momento, uma metodologia com característica bibliográfica, a partir
de livros, revistas, documentos eletrônicos, anais e outras fontes de acesso geral, e em
segundo momento, com característica descritiva, com a aplicação de questionário e
análise estatística dos dados coletados.
Amostra
O estudo teve como sujeitos 14 colaboradores de uma empresa de Reciclagem de Pneus
no interior do estado de São Paulo.
Materiais e Métodos
Os materiais utilizados foram: uma folha com conteúdo do questionário e caneta.
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Este estudo foi realizado no período de 04 de março de 2010 a 02 de abril de 2010, em
uma indústria de reciclagem de pneus. O método utilizado no presente estudo foi uma
entrevista, em que os funcionários se identificaram, colocaram sua função e responderam
a duas questões de um questionário. A primeira com intuito de verificar os resultados da
Ginástica. As melhorias se classificaram em sete opções, e os mesmos puderam
assinalar mais de uma opção de melhora. Também havia o item onde poderiam assinalar
que não obtiveram melhora com o programa de Ginástica Laboral.
A segunda questão se referia a quantas vezes por semana, cada colaborador participava
das aulas de Ginástica Laboral.
Procedimentos para coleta de dados
A aplicação do questionário de ginástica laboral, foi no horário de almoço, no refeitório da
empresa, onde os mesmos tiveram tempo suficiente para responderem as questões.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na tabela a seguir estão expostos os dados referentes ao número de 14 colaboradores.
Tabela 1: Quantidade de funcionários divididos por sexo.
Masculino
Feminino
Funcionários
09
05
Os gráficos dispostos a seguir apresentam os dados referentes à empresa estudada.
Gráfico I.
70%
60%
50%
40%
30%
26,09%
21,74%
17,39%
20%
8,70%
10%
8,70%
4,35%
8,70%
4,35%
Não obteve
melhora
Bem-estar em
geral
Melhora no
Ambiente de
trabalho
Mais
alongamento
Melhor
Postura
Mais
Relaxamento
Melhor
disposição
Menos dores
0%
Gráfico I – Análise dos resultados obtidos através do programa de Ginástica
Laboral.
Com relação aos dados expostos, observamos que 91,30% dos colaboradores
declararam que obtiveram algum tipo de melhora após a implantação do programa de
ginástica laboral. Sendo esse total dividido nos seguintes benefícios que refletem na
qualidade de vida dos colaboradores em questão:
Tabela 2: Melhorias relatadas.
%
Melhorias relatadas
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26,09%
21,74%
17,39%
08,70%
08,70%
04,35%
04,35%
Menos dores
Melhor disposição
Melhora no bem-estar geral
Mais alongamento
Mais relaxamento
Melhor postura
Melhora no ambiente de trabalho
Em relação aos colaboradores que não obtiveram melhora, o número é expresso em
08,70%.
Analisando esse fator negativo apresentamos outro indicador interessante representado
no gráfico II onde foi registrado um percentual de 7,69% dos funcionários que por algum
motivo não realizam as sessões de ginástica laboral, enquanto que 92,31% realizam no
mínimo três sessões de ginástica laboral por semana, justificando o resultado dos
funcionários que obtiveram melhora.
Gráfico II.
100%
92,31%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
7,69%
0,00%
0,00%
GL - 1x
GL - 2X
0%
Nenhuma
GL - 3X
Gráfico II – Análise do percentual de participação dos colaboradores nas sessões
de Ginástica Laboral.
Portanto, os indicadores de melhora são maiores que os indicadores de piora na
qualidade de vida dos trabalhadores, pois segundo a Organização Mundial de Saúde
(1947), saúde é definido como um estado completo de bem-estar físico, mental e social e
que não consiste somente numa ausência de doença ou de enfermidade, portanto foram
detectados fatores que comprovam uma melhora para essa população de sujeitos.
Desta forma, diversas empresas estão buscando filosofias administrativas que visem às
necessidades do trabalhador a fim de obterem uma produtividade adequada. Além do
fator qualidade, o funcionário satisfeito com seu ambiente de trabalho tende a produzir
mais. Através deste pensamento, a Ginástica Laboral objetiva prevenir os acidentes de
trabalho e as lesões ocupacionais, incrementando o rendimento, a disposição profissional
e a motivação no trabalho, além de conscientizar os funcionários sobre as práticas
saudáveis da atividade física.
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CONCLUSÃO
A questão Ginástica Laboral tem se mostrado eficiente para o controle e recuperação do
trabalhador, pois tal atividade não é um mecanismo de mão única. Ao mesmo tempo em
que exerce sua função de prevenção com o trabalhador, a ginástica propicia um momento
de interação motriz entre sujeitos históricos e sociais.
O contato corporal entre as pessoas, a pausa para o descanso ativo em meio ao ritmo
das máquinas e ruptura com o tempo de produção, traduzidas em momentos de
ginásticas, têm mostrado efeitos sociais renovadores, promovendo a valorização dos
funcionários e a melhoria dos serviços realizados e o bem estar geral com menos dores,
melhor disposição, maior relaxamento e melhora no ambiente de trabalho .
Conclui-se também que devem existir estudos mais aprofundados referente ao tema, em
virtude de deficiências metodológicas.
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ANÁLISE DE VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS E DE APTIDÃO FÍSICA EM
SENHORAS DE MEIA IDADE
Luiziete Cristina do Nascimento
Bacharel e Licenciada em Educação Física
[email protected]
RESUMO
A desaceleração metabólica ocorrida na meia-idade dificulta o controle do peso corporal,
causa redução na estimulação nervosa, equilíbrio, força e resistência muscular, na
mobilidade articular, na massa óssea e função cardiovascular e pulmonar. Essas
alterações trazem conseqüências negativas para o envelhecimento bem sucedido por
isso, a atividade física torna-se importante, sobretudo nessa etapa, por contrabalancear
os efeitos deletérios do envelhecimento. Objetivou-se nesse estudo avaliar a interferência
de um programa de ginástica localizada nas medidas antropométricas (massa corporal,
estatura, dobras cutâneas, IMC, %G) e as variáveis de aptidão física (força e resistência
muscular, flexibilidade e capacidade aeróbica/ VO2Max) em 38 senhoras de meia idade,
sedentárias. A análise dos dados através do teste de Pearson apresentou resultados
significativos (r≥ 0,53) para todos os testes, o que permite concluir que a ginástica
interferiu positivamente na composição corporal e aptidão física relacionada à saúde,
revertendo o quadro de regressão esperado para o envelhecimento.
PALAVRAS CHAVES: Meia-idade, ginástica localizada, aptidão física.
ABSTRACT
The metabolic slowdown occurred in middle age makes it difficult to control body weight,
causes a reduction in nerve stimulation, balance, strength and muscular endurance, joint
mobility, bone mass and cardiovascular and pulmonary function. These changes bring
negative consequences for the successful aging so physical activity becomes important
especially at this stage, offset by the deleterious effects of aging. This study aimed to
evaluate the interference of a gymnastics program located in anthropometric
measurements (weight, height, skinfolds, BMI,% BF) and the variables of physical fitness
(strength and muscular endurance, flexibility and aerobic capacity / VO2Max) in 38 women
of middle age, sedentary. Data analysis using Pearson's test showed significant results (r
≥ 0.53) for all tests, allowing us to conclude that the gym had a positive influence on body
composition and physical fitness and health, reversing the regression framework
expected aging
Key words: Midlife, localized exercise physical fitness
INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento, segundo alguns estudos, tem seu início quando se rompe
o equilíbrio entre anabolismo e catabolismo, predominando o catabolismo (GHORAYEB &
BARROS, 2004). Essa quebra do equilíbrio tem seu início na meia idade, em torno dos 40
a 60 anos de idade e tem seu estado agravado na terceira idade ou senescência, à partir
do 60 anos. É nessa etapa que ocorre uma desaceleração metabólica, o controle do peso
corporal é dificultado, ocorre queda na estimulação nervosa, no equilíbrio, na força e
resistência muscular, na mobilidade articular, na massa óssea, alterações endócrinas, na
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função cardiovascular e pulmonar. (PIKUNAS, 1979).artigo azul, (LENDZION et al, 2002).
Essas funções, segundo Shephard (1997), apresentam reduções entre 10 e 30% se
comparadas a um adulto, e tendem a agravarem-se com o avanço da idade.
Tais quedas trazem conseqüências negativas à qualidade de vida interferindo no
cotidiano e na independência desse sujeito. Na busca por um envelhecimento saudável a
atividade física ganha uma importância maior que nas demais fases da vida pois, segundo
McArdle (2003), o exercício regular consegue contrabalançar os efeitos deletérios do
envelhecimento e em alguns casos até reverter as reduções da capacidade funcional e do
desempenho nos exercícios.
Matsudo e col. (2000) citam benefícios nos quais estão: o aumento da força dos músculos
usados para a locomoção, capacidade de levantar-se de uma cadeira e ficar de pé,
melhoria na realização de atividades da vida diária (AVD‟s) e a prevenção e/ou tratamento
terapêutico às doenças relacionadas com a idade como diabetes tipo II, doenças
coronarianas, hipertensão arterial, osteoporose e obesidade. Sendo assim, a atividade
física pode ser encarada como um mecanismo desacelerador do processo de
envelhecimento e um agente atenuador das doenças crônico-degenarativas comuns
nessa etapa (FEDERIGUI, 1995, apud MOREIRA, 2001, p.13). Sendo assim, a atividade
física possibilita o alcance de um envelhecimento bem sucedido por contribuir com a
manutenção da funções físicas e cognitivas. (HOWLEY & FRANKS, 2000; SHEPHARD,
1997).
Assim foi objetivo desse trabalho avaliar as variáveis físicas degradadas pelo
envelhecimento bem como algumas medidas antropométricas, na tentativa de observar a
interferência do trabalho de ginástica localizada sobre o processo de envelhecimento de
senhoras na meia idade.
MATERIAIS e MÉTODOS
AMOSTRA
A amostra desse estudo foi composta por 38 senhoras entre 40 e 60 anos de idade,
sedentárias, residentes no bairro Laranajal na cidade de Viçosa (MG) ou adjacências.
Elas foram informadas sobre os objetivos do estudo e assinaram o termo de
consentimento. O projeto também foi avaliado pelo comitê de ética da Universidade
federal de Viçosa por se tratar de um projeto de iniciação científica. Foi realizado um
controle de faltas rigoroso, sendo assim foram excluídos indivíduos que apresentaram
índice de falta superior a 15%.
PROGRAMA DE GINÁSTICA LOCALIZADA
As aulas de ginástica localizada foram ministradas três vezes por semana com duração
de uma hora (das 20 às 21 horas), no bairro Laranjal, na garagem de uma das alunas,
onde ocorreram também os testes, com exceção do teste aeróbico que foi aplicado na
pista de corrida da Universidade. As aulas possuíam uma estrutura fixa sendo: cinco
minutos de alongamento músculo-articular, vinte e cinco minutos de aeróbica de solo,
vinte e cinco minutos de parte localizada e cinco de relaxamento (exercícios músculoarticulares e trabalho de respiração) ao final. As aulas seguiram uma periodização que ia
do trabalho alternado por seguimentos até o localizado por seguimento direto. A
sobrecarga utilizada era composta por garrafas plásticas de refrigerante ou água mineral
preenchidas com água ou areia devidamente pesadas.
AVALIAÇÃO FÍSICA
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Foram realizadas três avaliações sendo uma ao início do programa, uma no meio com o
intuito formativo e a terceira ao final. Foram considerados os dados apenas da primeira e
da terceira.
Avaliação antropométrica
Foi composta pelas medidas de estatura e massa corporal, aferidas respectivamente por
um estadiômetro e por uma balança digital, para que encontrássemos os valores de IMC
(índice de massa corporal) e as dobras cutâneas para obter o percentual de gordura. As
dobras Cutâneas constaram das dobras tricipital, subescapular, suprailíaca e abdominal
aferidos segundo o protocolo de Faulkner e citado por Marins e Giannichi (1996).
Variáveis Neuromotoras
Com o objetivo de avaliar a aptidão física foram avaliadas força e resistência muscular,
flexibilidade e resistência aeróbica. O teste de força seguiu os protocolos de dinamometria
de mão (“hand grip”) e dorsal e de membros inferiores, ambos conforme procedimentos
descritos em Johnson & Nelson (1979), citados por Marins & Giannichi (1996). O teste de
resistência abdominal utilizado foi o de Abdominal Parcial adaptado de Liemohn & Sharpe
(1992) citado por Howley & Franks (2000). A flexibilidade fio avaliada através do teste de
Sentar e Alcançar modificado de Johnson & Nelson (1979), citado por Marins & Giannichi
(1996).
A avaliação da capacidade aeróbica se deu pelo Teste de caminhada de 1600 metros,
padronizado pelo Rockport Walking Institute (1986), conforme descrito por Pitanga (2005).
Para fins de correlação estatística foi utilizado o teste de Perason que se refere ao
coeficiente de correlação sendo esse um índice situado entre –1,0 e 1,0 que reflete a
extensão de uma relação linear entre dois conjuntos de dados. Portanto quanto mais
próximo do valor 1,0 maior é o nível de significância.
RESULTADO e DISCUSSÃO
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Tais medidas têm como objetivo avaliar a composição corporal do indivíduo que se traduz
na forma como os componentes estruturais (músculos, ossos, gordura e água) se
conjugam (NEVES, 2003). A estimativa da composição corporal torna-se importante por
predizer o estado nutricional do indivíduo bem como sua aptidão física total e o risco de
doenças associadas ao estado nutricional (ACSM, 1995 apud NEVES, 2003).
Estatura e Massa Corporal - IMC
A variável estatura não apresentou nenhuma alteração, mostrando que nessa faixa etária
o processo de envelhecimento ainda não se encontra fortalecido o suficiente pra acarretar
uma redução, o que ocorre com o avanço da idade, seja pela perda de massa óssea, pela
compressão dos discos intervertebrais, ou até mesmo pela perda da força muscular que
gera uma perda da postura ereta (DANTAS e OLIVEIRA, 2003).
Com o processo de envelhecimento e o climatério, a taxa hormonal tende a diminuir
acarretando o ganho de peso geral e localizado, situação essa que faz parte do processo
natural de envelhecimento (Mori & Coelho, 2004:180). Da mesma forma o aumento de
peso pode acarretar alguns problemas de locomoção, gerando fadiga, dores articulares,
osteoartrites, além de problemas futuros relacionados com a obesidade como apnéia do
sono, hipertensão, intolerância a glicose, intolerância ao exercício o que culminariam com
maior propensão a doenças coronarianas e com uma perda de funcional (VALE et al,
apud Dantas e Oliveira, 2003). Por isso a redução em torno de 2 Kg na média amostral é
tão importante por se tratar do efeito inverso ao processo de envelhecimento normal. Um
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índice de correlação r= 0,98 faz desse resultado um valor significativo, e o desvio padrão
em torno de dez apresenta a heterogeneidade da amostra.
Essas variáveis sozinhas podem dizer pouco sobre o perfil da amostra em comparação à
população em geral. Para fins dessa comparação utilizamos o Índice de Massa Corporal
(IMC= Estatura/ MC2). Os testes apresentaram inicialmente um IMC de 28 cm/kg2 e no
pós-teste esse valor foi reduzido para 27 cm/kg2. A redução foi pequena e enquadram a
amostra, tanto pré quanto no pós-teste, no índice de mortalidade MODERADO, por
apresentarem GRAU 1 DE OBESIDADE segundo a tabela de comparação da
OMS.PEGAR REFERÊNCIA. Porém, em números percentuais trata-se de uma alteração
bastante importante, pois, no pré-teste a distribuição dava-se da seguinte forma: Grau 2
de Obesidade: 34%, Grau 1 de Obesidade: 42% e nível desejado para um adulto
saudável: 24%. Já no Pós-Teste esses níveis tiveram uma modificação sendo que Grau 2
de Obesidade aportou 24% da amostra apenas, o Grau 1 de Obesidade: 47% e o nível
desejado para um adulto saudável: 29%. Essas configurações demonstram uma melhora
nos níveis de risco de doenças relacionadas à obesidade
Dobras cutâneas
As dobras cutâneas são uma forma indireta de mensuração da adiposidade corporal e
nos permite controlar as mudanças na composição corporal fruto do exercício ou de
dietas, estimar o peso ideal e acompanhar as modificações decorrentes dos processos
vitais.
O protocolo de Faulkner embora tenha algumas restrições por trabalhar apenas com
medidas torácicas facilitou a coleta de dados, haja vista, o lugar em que esses foram
coletados.
Os resultados desse teste apresentam uma redução do percentual de gordura de 22%
±5,1 para 20% ± 4,8. Ao apresentar uma índice de correlação r=0,89, trata-se de um
resultado bastante significativo o q corrobora com a redução dos valores de IMC.
Tomando como referência a tabela de Jackson e Pollock (1978) e Jackson et al (1980)
citado por Marins e Giannichi (2003) tem-se que as senhoras apresentavam-se
classificadas pela média em conjugação com a média de idade que é 48 ± 5,76 anos,
como REGULAR, passando no pós-teste para a classe BOM. Para Lohman (1992 apud
Petroski) eram classificadas como MÉDIA e no pós-teste como ABAIXO DA MÉDIA
demonstrando que para esses autores a amostra saiu da área de risco de doenças
relacionadas à obesidade.
VARIÁVEIS NEUROMOTORAS
Tem como objetivo avaliar a Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS) para qual são
consideradas as seguintes variáveis: flexibilidade, força, resistência muscular localizada e
resistência cardio-respiratória. Tais variáveis apresentam degradação com o processo de
envelhecimento e sua mensuração fez-se necessária para avaliar a interferência da
ginástica localizada no processo de envelhecimento.
Flexibilidade (Teste de Sentar e Alcançar)
Dantas (1999) descreve alguns fatores que interferem na flexibilidade, dentre eles podem
ser ressaltados: a idade (quanto maior a idade menor o índice de flexibilidade); o gênero
(a mulher apresenta, devido a fatores hormonais, maior flexibilidade que os homens nas
diversas fases da vida); somatotipo (o acúmulo de gordura tende a reduzir os arcos
articulares, assim quanto maior o grau de endomorfia menor a flexibilidade);
individualidade biológica (depende da estrutura óssea e composição dos tecidos, estando
esse fator ligado à carga genética individual) e por fim o condicionamento físico (a
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elasticidades do tecido muscular tende a reduzir com a inatividade) (Dantas, 1999 apud
Dantas e Oliveira, 2003).
Para aferir a flexibilidade nesse estudo foi utilizado o teste de sentar e alcançar que
possibilita a medição dessa variável no quadril, dorso e músculos posteriores dos
membros inferiores. Embora consiga aferir apenas uma região corporal, a perda dessa
flexibilidade relaciona-se em muitos casos com lombalgias dentre outras lesões.
Para esse teste a média no pré-teste era de 29 cm (±7,77) indo no pós-teste para 34 cm
(±6,32), apresentando um índice de significância r=0,91. Os resultados encontrados
contrapõe a idéia do envelhecimento pois com o aumento da idade tende-se a ter uma
redução da flexibilidade, porém uma melhora tão significativa também pode ser explicada
pelo sedentarismo inicial da amostra. Outra possível explicação é a redução de gordura
torácica tornando o movimento mecanicamente mais fácil.
Tomando por base a tabela de padronizada pela ACSM (2000) apresentada por Pitanga
(2005), o resultado do pré-teste classificava a amostra como “FRACO”, passando no pósteste para REGULAR. Observa-se com isso que além da perda esperada proporcionada
pelo envelhecimento a atividade física conseguiu reverter também os efeitos do
sedentarismo enquadrando a amostra na média esperada para a idade em questão.
Teste de Força (Dinamometria)
Os níveis de força apresentam seu pico entre os 20 e os 30 anos de idade, após essa
idade inicia-se um processo lento de degradação, processo esse que após os 60 anos
entra em declínio mais acentuado, por isso deve ser treinada na meia idade, fase onde se
inicia o processo de envelhecimento.
Para mensuração dessa variável foram utilizados os testes de dinamometria dorsal e de
membros inferiores e o de Preensão Manual ou “Hand Grip”.
Estudos recentes têm demonstrado que a força isométrica, de grupos musculares
abdominais e dorsais, participa ativamente do equilíbrio pélvico e lombar, e este está
diretamente associado à saúde da coluna, e os músculos dos membros inferiores
relacionam-se à deambulação.
Para esse teste a média amostral apresentou valores de 57 ± 17,32 Kgf no pré-teste e de
62 ± 19,09 Kgf no pós-teste, sendo um teste significativo dado valor se r=0,91. o que
chama a atenção nesses valores é o desvio padrão alto apresentando a grande
dispersão da amostra. Esses resultados demonstram que a ginástica localizada
possibilitou uma melhora nos níveis de força dessa região corporal, que também se
correlaciona à manutenção da postura, que freqüentemente se perde com o
envelhecimento.
Na avaliação da força estática dos músculos flexores da mão (flexores digitais) o
resultado encontrado é de 27±7,27 Kgf no pré-teste e 31±6,84 Kgf no pós teste. O índice
de significância classifica o teste como bastante significativo r=0,89. Tomando como
padrão de referência os estudos de Howley & Franks, (2000), a amostra encontrava-se na
MÉDIA no momento do pré-teste tendo permanecido nessa categoria no pós-teste, porém
vale ressaltar que essa tabela de referência não leva em consideração a idade do
avaliado. Tomando-se por base a tabela de MATHIOWETZ et al apresentada por
Queiroga (2005) as senhoras encontram-se na Média pois o padrão esperado para a
média de idade em questão é de 28,2 ± 6,9 Kgf.
Teste de Resistência Muscular Localizada – Abdominal
Com o processo de envelhecimento e a redução da RML as atividades de vida diária
tornam-se prejudicadas bem como a postura e a deambulação, sobretudo em indivíduos
com pouca resistência abdominal já que esta se associa à estabilidade da coluna lombar.
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A manutenção postural, redução das dores se faz necessária na meia idade por propiciar
maior nível de independência e por tempo mais prolongado da vida.
O teste apresentou valores absolutos bastante importantes passando a média de 33,55 ±
9,23 no pré-teste para 51,5 ± 9,56 no pós-teste. O índice de significância encontrado foi
r=0,53, o que classifica o teste significativo. O que pode ser explicado pela não tão boa
correlação estatística entre os números, dado que os valores absolutos foram tão
melhores.
No que tange ao teste, inúmeros são os fatores que explicam essa melhora substancial: a
adaptação ao teste ou ao exercício em si, à quebra do sedentarismo que propicia
melhoras acentuadas e à própria influência da atividade física na resistência muscular
localizada.
Teste de Resistência Aeróbica – Teste de Caminhada de 1600m
A mensuração da resistência aeróbica traz informações importantes sobre o nível de
aptidão dos sistemas cardiovascular e respiratório, informações importantes haja visto,
que níveis baixos de capacidade aeróbica estão relacionados a risco crescente de morte
por doenças cardíacas coronarianas (NIEMAN, 1999).
Para esse teste os valores médios de VO2Máx encontrados foram 28,85 ±4,77 ml/Kg min1 no pré-teste e 30,87 ± 4,34 ml/Kg min-1 no pós teste. Esses valores classificam a
amostra, segundo a tabela de Nível de aptidão física de Cooper para mulheres citada por
Marins e Giannichi (2003) como REGULAR. O índice de correlação classificou o teste
como significativo dado que r=0,79.
Um “r” nem tanto significativo pode ser explicado pela falha no trabalho aeróbico e/ou pelo
sobrepeso das senhoras, ou mesmo pelo próprio processo de envelhecimento. De
qualquer forma um trabalho aeróbico mais intenso se faz necessário para melhoras
realmente significativas na tentativa de reversão do envelhecimento.
CONCLUSÃO
As variáveis analisadas pelo estudo são de grande importância para o envelhecimento
bem sucedido, provido de saúde e independência. Sendo assim a melhora na qualidade
de vida dessas senhoras é indiscutível dado que em todos os testes os resultados foram
positivos. Sendo assim o trabalho de ginástica realizado conseguiu cumprir seu papel no
que tange a saúde.
Ao observarmos resultados como o do teste de abdominal (de 33,55 ± 9,23 no pré-teste
para 51,5 ± 9,56 no pós teste) e de caminhada (de 28,85 ±4,77 ml/Kg min-1 no pré-teste
para 30,87 ± 4,34 ml/Kg min-1 no pós teste) , percebe-se que as melhoras foram bastante
contrastantes. Essas diferenças podem ser explicadas pela diferente adaptação dos
órgãos e sistemas ao estímulo. Porém deixam a dúvida de qual foi a interferência da
ginástica no processo de envelhecimento e em contrapartida qual parte das melhora se
deu por interferência do sedentarismo da amostra. Assim fica claro que nesse tipo de
estudo o uso de um grupo controle faz-se necessário para a observação dos valores de
envelhecimento. Sendo assim, por não sabermos quais os níveis de importância o que se
pode concluir é que a atividade física é importante para um envelhecimento satisfatório.
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AUTO-ESTIMA, AUTO-IMAGEM E SENSO DE AUTO-EFICÁCIA: O PROCESSO DE
ENFRENTAMENTO DA VELHICE EM GRUPOS GINÁSTICA DA TERCEIRA IDADE
Luiziete Cristina do Nascimento
Bacharel e Licenciada em Educação Física
[email protected]
Leonice Aparecida Doimo
Doutora em Saúde Pública (USP)
Professora Adjunta Depto Educação Física UFV/ MG
RESUMO
As perdas inerentes à terceira idade pautada geram um desajuste à faixa etária e
negativizam a auto-estima e auto-imagem. Conviver com grupos da mesma idade pode
possibilitar troca de experiências e ressignificação do envelhecer. A ginástica localizada,
uma atividade coletiva, proporciona esse espaço de troca. Objetivou-se avaliar
interferência dessa atividade na auto-estima e auto-imagem de 19 senhoras, entre 60 e
74 anos, integrantes de um projeto de ginástica localizada para a terceira idade, e
observar o enfrentamento/ ajustamento e satisfação com tal fase da vida. Os resultados
apresentados pelo questionário de Steglish mostram que a auto-estima é negativa (80%)
e a auto-imagem positiva (60%). A escala de atitudes de Shephard mostra um
ajustamento à velhice negativo (68%) e presença do sentimento de perda (79%).
Concluiu-se que o espaço proporcionado pela ginástica não tem sido suficiente para
interferir positivamente na ótica dessas senhoras, mas a interação do grupo caminha
nesse sentido.
PALAVRAS CHAVES: Auto-imagem, Auto-estima, envelhecimento
ABSTRACT
The third age, based on losses psychosocial generates a misfit with age, self-esteem and
negative self-image. Living with people of similar age lends itself to exchange experiences
and reinterpretation of old. The gym is located, a collective activity, provides this
coexistence. The objective was to evaluate the interference of such activity on self-esteem
and self-image of 19 women, aged 60 to 74 years, members of a project located
gymnastics for seniors, and to observe the coping / adjustment and satisfaction with the
phase of life. The results presented by the questionnaire show Staglish quea self-esteem
is negative (80%) and positive self-image (60%). The range of attitudes Shephard shows a
negative adjustment to old age (68%), and the feeling of loss (79%). It was concluded that
the space provided by the gym has not been sufficient to positively affect the perspective
of these ladies, but the interaction of the group moving in that direction.
KEY WORDS: Self-image, self-esteem, aging
INTRODUÇÃO
O envelhecimento, processo que se inicia aos 40 anos com a meia idade e se intensifica
aos 60 anos, é um processo dinâmico, progressivo e irreversível, no qual interagem
aspectos biológicos, psíquicos e sociais, em maior ou menor intensidade, individualizando
o processo (LITVOC, J. E BRITO, F. C., 2004). O mesmo autor salienta que os fatores
extrínsecos (estilo de vida), fatores psicossociais e ambientais atuam diminuindo a
capacidade de manter o equilíbrio homeostático aumentando a predisposição a doenças.
(LITVOC, J. E BRITO, F. C., 2004).
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Dentre as mudanças sociais e psicológicas do envelhecimento Zimerman (2000) aponta a
crise de identidade, aposentadoria, diminuição dos contatos sociais, dificuldades de
adaptação a novos papéis, desmotivação e dificuldade de planejar o futuro, necessidade
de trabalhar perdas e adaptar-se a mudanças, alterações psíquicas (ZIMERMAN, 2000
apud VALENTINI E RIBAS, 2003, p. 136).
Diante de tantas variáveis a serem consideradas, o idoso fica propenso a
construções negativas à cerca de si próprio e das relações que estabelece com o meio
que o cerca. Essas construções individuais referem-se aos mecanismos de autoregulação. Auto-imagem, auto-estima e auto-eficácia para o enfrentamento dos
acontecimentos da vida incluem-se no rol dos mecanismos de auto-regulação, pois são
criados a partir da relação dos conceitos individuais com os socialmente correntes. São
eles que determinam a forma como o indivíduo, e no caso o idoso, vai se colocar frente às
situações e quais comportamentos ele irá assumir.
A auto-estima é um sentimento decorrente de atitudes positivas ou negativas em relação
a si próprio, ou seja, é o que a pessoa sente a respeito de si mesma (MOSQUERA, 1976,
apud BENEDETTI at all, 2003). A auto-imagem é a percepção que a pessoa tem de si,
sendo definida como pensamentos, sentimentos e ações acerca do relacionamento do
indivíduo com outras pessoas, bem como acerca do eu como uma entidade distinta dos
outros (GOUVEIA, SINGELIS e COELHO, 2002; SINGELIS, 1994, apud GOUVEIA et al,
2005). Refere-se à imagem mental que temos de nós mesmo, à forma como nos vemos e
como achamos que os outros nos vêem. O senso de auto-eficácia trata do quão
acreditamos nas nossas capacidades e potencialidades, definindo qual a ótica dada aos
fatos e situações ocorridos. Significa “grosso modo, que acreditamos e confiamos em
nossa capacidade para gerenciar nossas vidas. Implica também que não deixamos os
acontecimentos nos dominarem, pois somos capazes de dominá-los” (NERI, 2000).
Os aspectos de auto-regulação são aspectos classificados como psicossociais por
tratarem da interação do indivíduo com o meio que o cerca e, por isso, são bastante
influenciados por este. Sendo assim, muito importa o meio em que o idoso está inserido,
pois, de certa forma, ele é que definirá os parâmetros de comparação. E para Neri (2000):
“Quando nos avaliamos, fazêmo-lo em comparação com outros, e é extremamente
importante que essa comparação seja viável, isto é, a comparação tem que ser com
alguém possível, que apresente um mínimo de semelhança conosco” (NERI, 2000, p 44).
Porém o meio social que detém uma visão estereotipada do envelhecimento e suas
perspectivas não contribui para a auto-imagem e auto-estima do idoso. (NERI, 2000,
p.47). Isso se deve ao fato de que idéias negativas e generalizadas dessa fase da vida
tendem a acentuar os preconceitos sociais internalizados pelos idosos, dificultando, assim
a ressignificação do envelhecimento que o coloca como um processo normal de vida e se
faz tão importante para o auto-ajustamento.
Fornecer um quadro de comparação alcançável e possibilitar as trocas de
experiências é uma estratégia positiva na tentativa de ressignificar o envelhecimento,
sobretudo para os indivíduos que se encontram nessa fase da vida. Esse é um dos
intuitos dos grupos de terceira idade, e talvez por isso a maioria das atividades dirigidas a
esse público sejam exclusivas. Não se trata de formar guetos, mas de expandir os
espaços de convivência para esse público.
Deste modo, a ginástica localizada, por se tratar de uma atividade coletiva, pode ser um
espaço positivo, por conseguir associar os benefícios fisiológicos da atividade física aos
benefícios psicossociais, proporcionando uma aproximação de indivíduos. Possibilita,
assim, um maior auto-conhecimento, por tornar o outro um referencial de comparação e
por possibilitar a troca de experiências e a formação de uma rede de enfrentamento
constituída por pessoas que passam por experiências próximas, porém observadas e
vividas de maneiras diferenciadas. Para Neri (2000), a convivência com pessoas da
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mesma idade e que passem por experiências de vida parecidas pode ser muito útil para
chegar à conclusões a seu próprio respeito.
Assim, é objetivo desse trabalho observar, grosso modo, a forma como esses
idosos que têm a possibilidade de integrar esses grupos de ginástica enfrentam o
processo de envelhecimento, sua auto-estima, auto-imagem. Busca-se observar se as
redes de socialização tem sido capazes de minimizar os descontentamentos com essa
etapa da vida tão pautada em perdas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram desse estudo 19 senhoras que segundo a OMS encontram-se na velhice, ou
seja, com idade entre 60 e 74 anos, integrantes do projeto de Extensão Universitária “De
bem com a Vida” que hoje conta com cerca de 60 integrantes. Esse projeto ocorre há
cerca de doze anos no pavilhão de ginástica do Departamento de Educação Física da
Universidade Federal de Viçosa (DES/ UFV), de segunda a sexta-feira, sempre às sete
horas. As senhoras foram escolhidas aleatoriamente, durante o horário das atividades e
informadas sobre o intuito do estudo e opção por participação espontânea. Foram
excluídas do estudo senhoras com índice de faltas superior a quatro faltas mensais e/ou
que participassem do projeto a menos de um ano.
A coleta de dados ocorreu durante duas semanas sempre no horário do projeto. A
entrevista possuía três passos: 1º) ficha de anamnese: onde eram inquiridas sobre o
estado civil, com quem residiam, objetivos que levaram à prática da atividade física e
após iniciada essa prática quais os motivos que as levaram a permanecer no projeto e há
quanto tempo participavam desse. 2º) Escala Sheppard para Avaliação de Atitudes em
Relação à Velhice: essa escala constitui-se de um questionário likert com que vai do nível
de discordância total até o nível de concordância total numa escala de 01 a 05, composto
por 20 questões que versam sobre os sentimentos de satisfação em relação a velhice tais
como auto-estima, sensação de realização, companheirismo e questões que dizem
respeito aos sentimentos de perda em relação à velhice como incertezas, morte,
apreensão quanto ao futuro, dependência, viuvez e solidão. A esse instrumento foi
anexada a escala de ajustamento à velhice desenvolvido por Havighurst traduzida e
adaptada por Neri e Goldstein (NERI, A.L, GOLDSTEIN, L, 1993 apud GOLDSTEIN,
1995) e refere-se à adaptação à velhice, diminuição das forças, aposentadoria e
diminuição da renda, afiliação ao grupo etário, morte do cônjuge, e relações de dar e
receber afeto. Para esse instrumento escores acima de 60% dos pontos foram
considerados como concordância. 3º) Questionário para Avaliação da Auto-Estima e
Auto-Imagem de Steglich: questionário desenvolvido por Luis Alberto Steglich em sua
dissertação de mestrado em 1978, composto por questões que avaliam a auto-estima e a
auto-imagem dispostas aleatoriamente no instrumento. Essas questões vão de sim a não
constando de cinco respostas possíveis (sim, quase sempre, várias vezes, algumas vezes
e não). Para análise dos resultados foi utilizado o protocolo proposto por Steglich (1978)
como apresentado por Mazzo et al (2006).
Categorias
Auto- estima
Ponto de Corte
Baixa
Alta
41 a 163 pontos
164 a 205 pontos
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Auto -imagem
Baixa
Alta
37 a 147 pontos
148 a 185 pontos
RESULTADOS
ANAMNESE
ESTADO CIVIL
ESCOLARIDADE
COM QUEM RESIDEM
Casadas
89%
Fundamental Inc. 63%
Sozinhas
5%
Divorciadas
5,5%
Médio
32%
Cônjuge
63%
Solteiras
5,5%
Superior
5%
Filhos e outros
32%
Ao analisar a anamnese, pode-se observar que o perfil da amostra é de senhoras
casadas (89%), que em sua maioria residem apenas com o cônjuge (63%), que possuem
o ensino fundamental incompleto tendo estudado até a terceira ou quarta série (63%). Em
geral iniciaram a atividade física por vontade própria (47%), possuem entre cinco e oito
anos de projeto (52%) e sua permanência se dá pelos aspectos sociais da atividade
(47%)
TEMPO DE PROJETO
MOTIVO DE INÍCIO
MOTIVO DE PERMANÊNCIA
1 a 4 anos 16%
Indicação Médica
37%
Bem estar físico
42%
5 a 8 anos 52%
Incentivo externo
16%
Saúde
11%
8 anos ou 32%
mais
Vontade Própria
47%
Social
47%
Vale ressaltar que os motivos de início da prática de atividade física foram divididos em
indicação médica, incentivo externo e vontade própria. No quesito indicação médica incluise a figura do médico como principal responsável pelo início da atividade física, muitas
delas relacionadas a acometimentos de saúde (hipertensão, colesterol alto, obesidade).
Na classe de incentivo externo incluem-se as figuras de amigos integrantes do projeto e o
incentivo por parte de familiares. Embora a influência do médico também seja um
incentivo externo foi separada das demais respostas devido à grande ocorrência. A outra
classificação foi colocada como vontade própria e nessa encontram-se justificativas como
o interesse pessoal pré-existente, a realização de atividades anteriores ao projeto e o
conhecimento do projeto. O que se pode observar é que a maioria das senhoras iniciou a
atividade por vontade própria (47%). Porém a presença do médico se afirma como muito
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importante por dois aspectos nesse estudo: o primeiro por tratar-se de cerca de 37% da
amostra que classifica a indicação médica como principal motivo do início; o segundo
apresenta o aval do médico para o início da atividade, mesmo quando o motivo primordial
era outro. Esses resultados vão ao encontro dos estudos que apresentam uma maciça
presença desse profissional nessa etapa da vida, o que para Dishman (1988) pode ser
explicado pelo aumento do contato dos idosos com esse tipo de profissional (DISHMAN,
1988 apud ANDREOTTI e OKUMA, 2003, p.146). Esse resultado desperta a atenção para
a importância do médico como aliado na promoção da atividade física.
Para a permanência na atividade foram encontradas duas respostas prioritárias: aspectos
sociais (47%) e bem-estar físico (42%). No quesito aspectos sociais incluem-se respostas
como gostar dos companheiros de atividade (do projeto), conviver com pessoas da
mesma idade, sentir-se bem no grupo, aumento do ciclo de amizades. O bem-estar físico
refere-se às sensações de mais energia e disposição para cumprir as tarefas do cotidiano,
melhoria na qualidade o sono, redução das dores corporais (sobretudo coluna e membros
inferiores). O que se pode observar é a mudança entre o motivo de entrada e o de
permanência na atividade física. A manutenção se dá em geral pelos aspectos sociais
encontrados no projeto. Os grupos podem assumir uma espécie de forma de
enfrentamento em que o idoso passa a perceber que “os males” da velhice são comuns a
todos. Vale ressaltar que a formação de um grupo está atrelada à congruência de
comportamentos e/ou valores, pois para que esse possa ser chamado de grupo é
necessário que apresente certa uniformidade, ou seja, deve haver alguma característica
em comum entre seus integrantes (NERI, 2000, p.36). Nos grupos de terceira idade em
geral essas características comuns são a idade, os eventos da vida e os conceitos sociais
que permeiam essa etapa.
ESCALA SHEPPARD PARA AVALIAÇÃO DE ATITUDES EM RELAÇÃO À VELHICE
SATISFAÇÃO
EM
RELAÇÃO À VELHICE SENTIMENTO DE PERDA
Insatisfeito
Pouco Presente
21%
68%
s
Satisfeitos 32%
Muito presente
79%
AJUSTAMENTO À VELHICE
Satisfatório
21%
Não Satisfatório
79%
Pode-se perceber que, no geral, as idosas entrevistadas não se vêem satisfeitas
com o processo de envelhecimento e da mesma forma o sentimento de perda está muito
presente. Talvez a insatisfação com a velhice se dê exatamente pela presença maciça
dos sentimentos de perda. Neri (2000) e Litvoc e Brito (2004) acreditam que essas
alterações possam ser geradoras de queda no estado de saúde de idosos.
Quando passamos a analisar as questões referentes à escala de ajustamento à
velhice baseadas nas tarefas de desenvolvimento que descrevem a adaptação à velhice,
a diminuição das forças, aposentadoria e diminuição da renda, afiliação ao grupo etário,
morte do cônjuge e relações de dar e receber afeto os resultados completam os
anteriores Um idoso com grandes sentimentos de perda e que não apresenta um
ajustamento à velhice provavelmente se sentirá insatisfeito com a faixa etária, pois a
satisfação depende da forma como se lida com as perdas e como se percebe o fato de
ficar velho e, nesse caso, todos são tidos de forma negativa.
Para 79% da amostra o ajustamento ao processo de envelhecimento ainda não se
apresenta como satisfatório. Isso pode ter grande relação com os resultados
apresentados anteriormente, pois as insatisfações com o processo e a presença dos
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sentimentos de perda na velhice levam a um descontentamento quanto ao fato de
envelhecer.
Analisando o questionário como um único instrumento o que se pode perceber é que o
enfrentamento do envelhecimento é negativo para 68% da amostra contra 32% que o
fazem de forma positiva. O que se pode inferir é que os preconceitos internalizados pelos
idosos e a visão negativa do envelhecimento, que ainda é uma idéia socialmente corrente,
podem estar influenciando mais essa experiência negativa que propriamente a falta de
crença em sua auto-eficácia. A auto-eficácia negativa pode estar relacionada à
expectativas reais e às perspectivas distorcidas dessa fase da vida, sobretudo numa
sociedade que muito se pauta nas perdas inerentes à velhice (NERI, 2000).
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA AUTO-ESTIMA E AUTO-IMAGEM DE
STEGLICH
AUTO-ESTIMA
AUTO-IMAGEM
Alta
164 - 205 ptos
20%
Baixa
37 - 147 ptos
40%
Baixa
41 - 163 ptos
80%
Alta
148 - 185 ptos
60%
Embora auto-estima e auto-imagem possuam grande correlação, nesse estudo
verificou-se que a auto-imagem das senhoras é alta para 60% enquanto a auto-estima é
baixa para 80%. Isso demonstra que a auto-estima possui outros fatores de interferência
além da auto-imagem, e pelo que se percebe nesse estudo essa interferência se dá pela
insatisfação com o envelhecimento. Essa contradição pode ser justificada, até certo
ponto, pelo próprio conceito de auto-estima adotado, em que auto-estima significa gostar
do que realmente somos de aceitarmos limitações e habilidades. A insatisfação e
desajustamento com o envelhecimento implica em sentimentos negativos quanto a si
próprio. A auto-imagem não se baseia só em memórias, associações e experiências, mas
também em intenções, aspirações e tendências (PAUL SCHILDER apud TAMAYO, 2001).
Para Gouveia, Singelis e Coelho a auto-estima é a percepção que a pessoa tem de si,
sendo um apanhado de pensamentos acerca de sentimentos e relações do indivíduo com
outrem (GOUVEIA, SINGELIS e COELHO, 2002 apud GOUVEIA, 2005). Essas relações
e pensamentos se encontram negativas em função do que essas senhoras têm como
representação do envelhecimento (momento de perda).
CONCLUSÃO
Observando-se os resultados encontrados o que se pode concluir é que a atividade física
coletiva não apresentou interferência positiva na percepção que essas senhoras têm do
envelhecimento. Isso pode ser concluído após avaliar que o envelhecimento ainda é
inaceitável e insatisfatório para a maioria da população amostral, ou seja, os conceitos
sociais internalizados, pautados na perda, não encontram propostas de reversão no
trabalho realizado pelo projeto.
Por se tratarem de idosas jovens, que iniciaram o processo de envelhecimento há pouco,
talvez, ainda não tenham tido tempo de se adaptarem a esse, havendo ainda grande
interferência da forma como os idosos que lhes são próximos passaram por essa fase e
isso pode justificar o desajuste ao fato de envelhecer. O que se percebe é uma evolução
na aceitação desse processo o que pode ser percebida pela aceitação da auto-imagem.
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Talvez o projeto (grupo de integrantes) em questão ainda não tenha atingido o status de
grupo suficiente para interferir na auto-estima individual, embora a coesão existente já
tenha sido suficiente para manter prática da atividade.
REFERÊNCIAS
ANDREOTTI, M. C. e OKUMA, S.S. Perfil sócio-demográfico e de adesão inicial de idosos
ingressantes em um programa de educação física. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo,
17(2):142-53, jul./dez. 2003.
BENEDETTI, T. B. , PETROSKI, E. L. e GONÇALVES, L. T. Exercícios físicos, autoimagem e auto-estima em idosos asilados. Revista Brasileira de Cineantropometria &
Desempenho Humano volume 5 nº 2 p.69 a 74, 2003
GOLDSTEIN, L.L.L. Estresse, enfrentamento e satisfação de vida entre idosos: um estudo
do envelhecimento bem sucedido. Tese de doutorado. Faculdade de Educação,
Universidade Estadual de Campinas. Campinas, 1995.
GOUVEIA, V.V., SINGELIS, T.M., GUERRA, V.M., SANTOS, W.S., VASCONCELOS,
T.C. Auto-imagem e sentimento de constrangimento PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 36,
n. 3, pp. 231-241, set./dez. 2005
LITVOC, J. e BRITO , C. Envelhecimento: Prevenção e promoção da saúde. São Paulo:
Atheneu, 2004
MAZO, G. Z., CARDOSO, F. L. e AGUIAR, D. L. Programa de hidroginástica para idosos:
motivação, auto-estima e auto-imagem. Revista Brasileira de Cineantropometria &
Desempenho Humano, 2006, 8 (2): 67 A 72
NÉRI, A. L. e FREIRE, S. A. (org), E por falar em boa velhice. Campinas, SP: Papirus,
2000.
TAMAYO, A., CAMPOS, A. P. M., MENDES, G.R., MATOS, D.R., SANTOS, J. B.,
CARVALHO, N. T. A influência da atividade física regular sobre o autoconceito.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/epsic/v6n2/7270.pdf. Acesso em 28/07/2010
VALENTINI, M. T. P. e RIBAS, K.M.F. Terceira idade: tempo para semear, cultivar e
colher. ANALECTA Guarapuava, Paraná v. 4 no 1 p. 133-145 jan/jun. 2003.
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OPINIÃO E CONHECIMENTO DE FAMILIARES SOBRE A UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA
Laércio Fabrício Alves*
Mestrando em Ciências da Saúde – Universidade São Francisco
Kelly Cristina Cavachini
Especialista em Enfermagem em UTI – Unianhanguera
Edson Luis Soares Dias
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo
RESUMO
A unidade de terapia intensiva caracteriza-se como um ambiente conturbado, devido à
complexidade de sua estrutura e ao mito existente que relaciona à unidade de terapia
intensiva a morte. Este estudo tem como objetivo desenvolver um trabalho junto aos
familiares de pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva para mostrar os
conhecimentos e opiniões que estes familiares tiveram sobre a unidade hospitalar de
terapia intensiva. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório, desenvolvido em um
hospital de um município de São Paulo envolvendo através de uma aplicação de um
questionário oral a 22 visitantes. Foi demonstrado que os familiares não apresentam um
índice relevante de conhecimento sobre a unidade de terapia intensiva e relaram falta
orientação. Este estudo concluiu que é indispensável o trabalho de orientação e apoio
aos familiares, para se desenvolver o cuidado humanizado na unidade de terapia
intensiva.
Palavras Chave: Paciente, Família, Unidade de terapia Intensiva.
ABSTRACT
The intensive care unit is characterized as a turbulent environment due to the complexity
of its structure and the myth exists that relates to the intensive care unit death. This study
aims to develop a work together with the relatives of patients admitted to an inten-sive
care unit to display the knowledge and opinions that they had relatives on the hospital
intensive care unit. It is an exploratory qualitative study, conducted in a hospital in a
municipality of Sao Paulo through an application involving an oral questionnaire to 22
visitors. It has been shown that family members do not have an index of relevant
knowledge about the intensive care unit and relaram lack guidance. This study concluded
that it is essential to the work of guidance and support to families, to develop humanized
care in intensive care unit.
Keywords: patient, family, the Intensive Care Unit.
INTRODUÇÃO
O processo de hospitalização é um evento estressante, porém singular para
pacientes e familiares. O cuidado de enfermagem é o ponto chave da hospitalização, uma
vez que permite estabelecer intervenções terapêuticas centradas no paciente/família e,
dessa forma, torna-se possível o aprimoramento de uma relação interpessoal
enfermeiro/paciente/família (PINHO; SANTOS, 2008).
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A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é onde a enfermagem presta uma assistência
qualificada por 24 horas, e possui um conjunto de ações que são destinados ao
atendimento de pacientes graves ou com risco, além de contar com equipamentos e
recursos humanos especializados, onde tanto paciente como familiares devem receber
assistência, baseada em um planejamento de cuidados que visão aspectos bio-psicosociais (SILVA et al., 2008).
Entretanto, é bastante relevante que a realidade da saúde publica no Brasil, acaba
excluindo os familiares do planejamento de cuidados, onde apenas os pacientes recebem
assistência de forma integral, justificando assim a grande dificuldade encontrada em se
implantar a humanização em UTI (SORES, 2007).
Palco de inúmeras intercorrências, movimentações, equipamentos, ansiedade e
tensão, aUTI, se tornou um ambiente onde o cliente, na maioria dos casos, encontra-se
em repouso no leito, sem muitas modificações no ângulo da visão, o que acaba
permitindo um menor contato visual com o ambiente, situação está bastante incomoda
tanto para o paciente quando para os familiares (ENGSTRÖM; SÖDERBERG, 2007).
Familiares ao ter contato com este ambiente conturbado comporta-se de forma
diferenciada, com receio do desconhecido, pois se impressionam com a tecnologia e com
a forma que muitos pacientes sobrevivem. Entretanto, em algumas circunstâncias ficam
aterrorizados, e acabam entrando em pânico, devido ao complexo processo de vida e
morte que cerca seu familiar. Mostram-se inseguros e incapacitados de fornecer qualquer
tipo de ajuda ao doente, excluindo neste momento qualquer ajuda assistencial, fato este
que é extrema importância para a reabilitação precoce do paciente (CAETANO et al.,
2007).
Conflitos interpessoais são gerados na unidade de terapia intensiva, em busca do
domínio sobre os pacientes e familiares, situação está que muitas vezes se torna
conturbada frente á um cenário de tecnologia, onde se precisa de uma visão holística
acerca do paciente, familiares e colegas da equipe multiprofissional (GALA et al., 2003).
A humanização em unidade de terapia intensiva tem sido um assunto bastante
abordado nos últimos tempos, pois existe uma grande preocupação por parte dos
profissionais da saúde em oferecer uma assistência com qualidade, apresentando dessa
forma como objetivo central o atendimento das necessidades individuais dos clientes e o
contato mais próximo com os familiares (CAETANO et al., 2007).
Diante desses fatos, este estudo tem como objetivo desenvolver um trabalho junto
aos familiares de pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva para mostrar
os conhecimentos e opiniões que estes familiares tiveram sobre a UTI.
MÉTODO
Trata-se de um estudo qualitativo exploratório, desenvolvido em um hospital de um
município de São Paulo de médio porte, que atende usuários do sistema único de saúde
(SUS), em uma unidade de terapia intensiva que apresenta caráter de atendimento a
pacientes adultos, com capacidade para 06 leitos e conta com o serviço de 03 auxiliares
de enfermagem por plantão e 01 enfermeiro (a) por plantão, além de 01 médico
plantonista, sendo a escala de auxiliares 12x36horas, enfermeiro 6h (diurno) e 12h
(noturno) e médico 12h/24h/36h. O horário de visita é das 15h00min horas ás 15h30min
podendo entra até três pessoas, 10 minutos cada, sendo que a ultima visita é quem
conversa com o medico e isso ocorre no vestiário dos visitantes.
Participaram da pesquisa 22 pessoas, onde os critérios de inclusão foram pessoas
que efetuaram no mínimo uma visita ao cliente internado na UTI, com qualquer grau de
parentesco. Os dados foram coletados no período de Junho a Julho de 2010, na sala de
espera do hospital, tratando-se, portanto de uma amostra casual simples, onde os dados
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foram lançados em uma planilha de dados, e as análises estatísticas descritas em valores
de porcentagem.
RESULTADOS
Entre os entrevistados, 5 (23%) eram do sexo masculino e 17 (77%) do sexo
feminino (Gráfico 01). Em relação à faixa etária dos entrevistados, pode-se notar uma
variação entre 32 a 76 anos, onde foram encontrados 5 pessoas tinham 32 anos, 2
pessoas com 38 anos, 4 pessoas com 40 anos, 3 pessoas com 54 anos, 2 pessoas com
63 anos e 6 pessoas com 70 anos (Gráfico 02).
Dos entrevistados, 12 (54,54%) sabiam o que era uma UTI e 10 (45,45%) não
sabiam (Gráfico 03); quanto as características ambientais da UTI, 11 (50%) pessoas
acharam o ambiente tranqüilo, 7 (32%) acharam chocante, 2 (09%) acolhedor, 2 (09%)
um ambiente frio e nenhum entrevistado achou o ambiente hostil, como demonstrado no
gráfico abaixo (Gráfico 04).
Quando questionados, sobre o quadro de funcionários da UTI, 21 (95%) dos
entrevistados citaram o médico, 20 (91%) citaram o enfermeiro, 9 (41%) auxiliares de
enfermagem, 9 (41%) técnico de enfermagem, 8 (36%) fisioterapeuta, 3 (14%) psicólogo,
4 (18%) assistente social e 2 (9%) citaram outros profissionais, gerando assim um índice
demonstrativo que ilustra a imagem do médico como mais lembrado pelos visitantes com
um percentual quando comparado aos outros profissionais de 28% (Gráfico 05).
Em relação aos sentimentos relatados pelos visitantes em visita UTI, 8 (32%)
referem sentir tristeza, 5 (20%) angustia, 6 (24%) tranqüilidade, 3 (12%) ansiedade, 3
(12%) medo e nenhum dos visitantes dos entrevistados referiu outro tipo de sentimento
(Gráfico 06).
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Quanto as orientações recebidas sobre a lavagens das mãos antes do inicio da
visita, 13 (59%) pessoas disseram não ter recebido qualquer orientação e 9 (41%)
afirmaram ter recebido algum tipo de esclarecimento (Gráfico 07). Entretanto 19 (86%)
sabiam o motivo pelo qual era necessário realizar esse procedimento e 3 (14%)
desconheciam a importância do procedimento (Gráfico 08).
Foi realizado um questionamento aos entrevistados quanto as prováveis atitudes
praticadas durante as visitas, 21 (95%) disseram ter conversado com o cliente e 1 (5%)
disse não conversar (Gráfico 09). Quando ao conhecimento dos visitantes sobre a
conversa com o paciente, 19 (86%) sabiam que durante a visita podiam conversar com o
paciente e 3 (14%) não sabiam (Gráfico 10). Quanto ao contato físico (toque), 19 (86%)
referiram tocar em seu familiar durante a visita e 3 (14%) responderam que não tocaram
(Gráfico 11); 21 (95%) disseram não terem recebido orientações quanto a esse assunto e
1 (5%) referiu ter recebido orientações (Gráfico 12).
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Das pessoas entrevistadas, 13 (59%) afirmaram conversarem regularmente com o
médico responsável pelo cliente, 9 (41%) não conversavam (Gráfico 13); 8 (36%)
sentiam-se incomodados com o fato de receberem informações por um médico diferente a
cada visita e 14 (64%) não se incomodavam com esse fato (Gráfico 14). Em relação às
informações cedidas pelos médicos sobre o paciente, 13 (59%) gostariam de serem
informados pelo médico responsável, 6 (27%) através do médico plantonista, 3 (14%) se
mostraram indiferentes (Gráfico 15).
Os visitantes quando questionados se haviam conversado com algum membro da
equipe de enfermagem, 09 (40%) disseram ter conversado e 13 (59%) não conversaram
(Gráfico 16).
Quanto e expectativa de melhora do paciente 18 (82%) dos entrevistados disseram
ter esperança de melhora, 4 (18%) disse ter pouca esperança, nenhum dos entrevistados
relatou não ter esperança alguma de melhora do seu familiar (Gráfico 17). Em relação aos
aspectos religiosos, 17 (77,27%) buscaram algum tipo de conforto espiritual durante o
período de internação do familiar e 5 (22,73%) não buscaram ajuda espiritual (Gráfico 18).
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Em relação à unidade de terapia intensiva propriamente dita, 2 (9%) dos
entrevistados não gostariam de receber informações, 20 (91%) demonstraram interesse
em receber informações (gráfico 19), sendo que estes, 15 (75%) através de um manual
informativo e 5 (25%) conversando com funcionários da equipe (Gráfico 20).
DISCUSSÃO
Está pesquisa demonstrou que 50% dos visitantes informaram o ambiente da UTI
como sendo tranqüilo e acolhedor, apesar de ser uma amostra pequena, nenhum dos
entrevistados relacionou o ambiente da UTI com hostilidade, porém, 34,48% referiram
tristeza; fato este que nos induz a compreender que o ambiente da UTI exatamente não
provocou tristeza e sim o fator afetivo que os familiares tiverem frente ao paciente
internado, devido à complexidade das condições clínicas estabelecidas por cada paciente.
Este estudo pode constatar que existe uma predominância do sexo feminino entre
os visitantes com 27%, fato este que nos induz a acreditar que as mulheres apresentam
maior afinidade e sentimentos aos familiares dos que os homens.
Os entrevistados afirmaram que mesmo sem receber orientação quanto ao contato
físico com o paciente durante a visita, 95% dos visitantes tocaram no cliente,
demonstrando que eles agem impulsivamente, sem pensar em sua própria segurança;
fato este descrito devido às grandes possibilidades de contaminação encontradas dentro
da unidade de terapia intensiva.
Uma solução versátil para este problema seria ter um profissional capacitado para
fornecer informações aos visitantes.
Foi notado neste estudo que a família busca mais informações do paciente com o
médico, e deixa de explora a equipe de enfermagem e principalmente o enfermeiro,
situação está que pode ocorrer devido à falta de comunicação entre equipe de
enfermagem e familiares.
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Frente a este problema encontrado, nota-se a importância e necessidade da
implementação do cuidado humanizado na unidade de terapia intensiva, que pode
melhorar o prognóstico do paciente, já que alguns estudos mostraram que a interação
entre a equipe de enfermagem e família, tem sido fator primordial para a reabilitação
precoce do paciente da unidade de terapia intensiva (CAETANO et al., 2007).
A esperança é uma necessidade universal pela maioria dos familiares, pode-se
comprovar isso através dos resultados, onde 82% dos entrevistados disseram ter
esperança de melhora.
A maioria dos entrevistados 92% demonstraram interesse em receber informação
sobre a UTI, sendo que destes 75% disseram que preferiam um manual informativo, já
25% falaram que seria melhor conversar com algum membro da equipe multidisciplinar.
Situação está que nos induz a compreender que os passaram a conhecer mais seu
direito, e buscam conhecer o funcionamento do setor de internação, pois é evidente que
existe preocupação, quanto à forma de atendimento que vem sendo aplicado ao paciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo demonstrou que os familiares não apresentam um índice relevante de
conhecimento sobre a unidade de terapia intensiva e relaram falta orientação. A
expectativa é de que o envolvimento da família no planejamento das ações de
enfermagem promova sua cooperação na implementação de cuidados, relacionados às
necessidades bio-psico-socio-culturais de cada paciente.
A informação adequada, honesta e uniforme é de vital importância para evitar e
diminuir os fatores estressantes tanto para o cliente quanto para a família. A falta da
divulgação da informação para os familiares sobre as reais condições do paciente dificulta
a assistência humanizada.
É importante abordar a necessidade de humanização do cuidado de enfermagem
na UTI, com a finalidade de provocar uma reflexão da equipe, em especial dos
Enfermeiros.
Portanto, este estudo demonstrou que é indispensável o trabalho de orientação e
apoio aos familiares, para que se tenha um cuidado humanizado na unidade de terapia
intensiva, entretanto novos estudos devem ser realizados com o propósito de se mostrar
as falhas que ocorre neste processo de desenvolvimento para que se possa ir ao longo do
tempo melhorando a qualidade de assistência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAETANO, J. A.; SOARES, E.; ANDRADE, L. M.; PONTE, R. M. Cuidado humanizado
em terapia intensiva: um estudo reflexivo. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem,
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profissionais de enfermagem e pacientes de uma UTI e unidade semi-intensiva cirúrgica.
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contradições entre o discurso e a prática profissional do enfermeiro. Rev Esc Enferm
USP, v.42, n.01, p.66-72, 2008.
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SILVA, R. C. L.; PORTO, I. S.; FIGUEIREDO, N. M. A. Reflexões acerca da assistência
de enfermagem e o discurso de humanização em terapia intensiva. Escola Anna Nery
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SOARES, M. Cuidando da família de pacientes em situação de terminalidade internados
na unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva, v. 19, n.04, p.481-4, 2007.
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MÉTODO GLOBALIZADO DE ENSINO: PROPOSTA PARA PLANEJAMENTO EM
EDUCAÇÃO FÍSICA PARA TURMAS DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DO
CAP/UERJ
Roberto Corrêa dos Anjos
Mestre em Ciências do Desporto e Educação Física – UERJ
Licenciado em Educação Física – UFRJ
[email protected]
Eliana Machado de Almeida
Mestre em Ciências do Desporto e Educação Física – UERJ
Pós-Graduada em Psicomotricidade - UFRJ
Licenciada em Educação Física – UFRJ
[email protected]
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de atividade aplicada ao 6º
ano do Ensino Fundamental do Instituto de Aplicação da UERJ, baseada no método
globalizado de ensino-aprendizagem e no tateamento experimental.
A partir de 2010, os jogos e brincadeiras populares foram inseridos como unidade didática
para turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. Foi solicitado aos alunos a realização de
pesquisa junto aos responsáveis buscando identificar quais brincadeiras fizeram parte de
suas infâncias, identificando-se os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais
esperados (1998).
Participaram da atividade 90 crianças, divididas em grupos de seis componentes. Foram
entrevistadas 79 pessoas: 52 mulheres e 27 homens, através de um questionário semiestruturado.
Concluímos que, além de possibilitar o desenvolvimento de capacidades relacionadas aos
três blocos de conteúdos, a atividade proposta se estabeleceu como elemento motivador,
considerando que as crianças relacionaram os conteúdos trabalhados com questões
identificadas durante a realização da tarefa.
PALAVRAS CHAVE
Método, ensino-aprendizagem, brincadeiras infantis.
ABSTRACT
This article aims to present an activity which was applied to the 6th grade of elementary
school of the Institute for Application of UERJ, based on the global method of teaching and
learning and experimental tact.
From 2010, the popular sports and games have been inserted as a unit for teaching
classes in the 6th grade of elementary school. Students were asked to conduct the search
with those responsible in order to identify which games were part of their childhoods,
identifying the conceptual contents, procedures and attitudes expected (Zabala: 1998).
90 children participated of the activity, divided into groups of six components. We
interviewed 79 people, 52 women and 27 men through a semi-structured questionnaire.
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We conclude that, in addition to enabling the development of capacities related to the
three blocks of content, the proposed activity has established itself as motivator, whereas
children worked with content related issues identified during the task.
KEYWORDS
Method, teaching and learning, children's games.
INTRODUÇÃO
Há muito tempo as discussões sobre planejamento em Educação Física apontam para a
necessidade de diversificação das unidades didáticas propostas, visando especialmente
fugir do modelo tradicionalmente apelidado de “quadrado mágico”, que contempla as
quatro modalidades mais comumente ministradas: futsal (em substituição ao futebol de
campo, limitado pela falta de espaço nas escolas), voleibol, handebol e basquete.
Considerando o esporte como um dos maiores fenômenos sociais da humanidade
(Vargas: 1995) e a “educação como processo de reconstrução e reorganização da
experiência” (Dewey: 1965, p.17) como nos diz Oliveira,
A escola, entendida como espaço de intervenção, é um local privilegiado de construção
de um “novo esporte”, que surge das críticas ao “velho esporte” e, contraditoriamente, do
imenso fascínio que ele exerce sobre adultos e crianças, com a institucionalização de
temas lúdicos, e das possibilidades emancipatórias com que ele possa se configurar.
(Oliveira: 2001, p.22)
Parece-nos evidente, em que pesem todas as críticas dirigidas ao longo dos últimos anos
à abordagem pedagógica do esporte “na escola” (Coletivo De Autores: 1992, p.70), que
tais conteúdos devam fazer parte do planejamento de curso, unidades e aulas de
educação física, adequados à realidade sócio-bio-psico-cultural dos alunos aos quais se
destinam. Desta forma, a proposta apresentada no presente artigo não tem a intenção de
se estabelecer como substitutivo ao modelo mencionado acima, embora reconheçamos
que a prática do esporte dentro das aulas desse componente curricular deva ser
rediscutida, sendo resignificada não só em seu aspecto filosófico, buscando a
compreensão do esporte competição com todas as suas nuances (hipercompetitividade,
consumismo, seletividade, etc.), mas também no que se refere a uma práxis inclusiva,
objetivando o atendimento dos variados interesses dos estudantes, apontando para uma
participação que gere a aderência à prática da atividade física que transcenda o espaço e
o tempo escolares.
Com esse objetivo, dentre outros, a equipe de Educação Física do Instituto de Aplicação
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp/UERJ), decidiu inserir como uma das
unidades didáticas para as turmas de 6º ano do ensino fundamental, os jogos e
brincadeiras populares. Cabe ressaltar que esse conteúdo, de certa forma, vinha sendo
trabalhado como subsidiário em outras unidades, mas, a partir de 2010, passou a compor
uma unidade didática independente, permitindo-nos uma discussão e uma prática mais
aprofundada.
Tínhamos, no entanto, uma grande preocupação: como trabalhar esse conteúdo que
contempla, entre outras atividades, os brinquedos cantados, as danças populares, os
jogos infantis e brincadeiras de roda com crianças tão impregnadas pela prática do
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desporto, principalmente considerando-se a fascinação causada pelo futebol nos
meninos?
MATERIAIS E MÉTODOS
Fomos buscar em Dewey a fundamentação para tentarmos vencer tal obstáculo,
utilizando-nos de sua visão quanto à motivação. Como nos diz o autor,
Coisas indiferentes, ou mesmo repulsivas tornam-se muitas vezes interessantes logo que
percebemos as relações e ligações que fazem nascer e de que não tínhamos tomado
consciência. (1965, p.73)
E complementa:
[...] o problema será o de descobrir a relação intrínseca entre a matéria, ou objeto, e a
pessoa, relação essa que, uma vez conscientemente percebida, passa a ser motivo de
atenção. (1965, p.74)
Em síntese, para que conseguíssemos despertar o interesse por essa nova unidade
didática, tornou-se necessário apresentá-la de forma a vinculá-la à vida cotidiana dos
alunos. Em outras palavras, foi preciso encontrar o ponto em que essas atividades se
tornassem significativas para as crianças, uma vez que o discurso da necessidade de
mantermos vivas as brincadeiras tradicionais do passado não se mostrou eficaz no que
diz respeito à motivação intrínseca.
Zabala (1998), ao tratar da organização dos conteúdos, refere-se aos métodos
globalizados como caminho para alcançar significância, funcionalidade e atitude favorável.
Segundo o autor,
Num modelo globalizador, os alunos sempre conhecem o sentido da tarefa que realizam.
As estratégias globalizadoras pretendem que aquilo que se aprende parta de uma
necessidade sentida e não de conhecimentos impostos a priori. (1998, p.159)
O modelo globalizador se contrapõe ao tradicional modelo disciplinar de organização dos
conteúdos, onde o conhecimento é ministrado de forma estanque, sem a preocupação de
se mostrar significativo para o aprendiz.
O método globalizado de organização dos conteúdos parte da premissa de que as
diferentes disciplinas (matérias) são instrumentos no processo de descoberta através da
experiência, buscando soluções para os problemas enfrentados ocasionalmente (no dia a
dia) ou organizadamente (planejados).
Inverte-se a lógica da educação tradicional onde o conhecimento existe a priori, externa e
independentemente da criança. Na dialética dos métodos globalizadores, o conhecimento
se institui a partir e em respeito aos interesses dos próprios alunos, pois só dessa forma
torna-se possível a motivação intrínseca que irá levá-lo ao interesse e atenção
necessários para que possam, de fato, aprender. Mais que isso, aprender a aprender.
Outra crítica que fazemos à estrutura disciplinar relaciona-se com o demasiado privilégio
dado aos conteúdos conceituais, em detrimento dos conteúdos procedimentais e
atitudinais.
Para Machado, a idéia de que a meta principal da escola não é o ensino dos conteúdos
disciplinares, mas sim o desenvolvimento das competências pessoais, está hoje no centro
das atenções (Perrenoud: 2002, p.137).
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Partindo da definição de Coll (apud Darido e Rangel: 2008, p.64), conteúdos
[...] são uma seleção de formas ou saberes culturais, conceitos, explicações, raciocínios,
habilidades, linguagens, valores, crenças, sentimentos, atitudes, interesses, modelos de
conduta etc. cuja assimilação é considerada essencial para que se produzam
desenvolvimento e socialização adequados no aluno.
Como notamos, o conceito de conteúdos transcende a idéia de noções e fatos
didaticamente organizados em unidades de ensino. Todas as dimensões no processo de
desenvolvimento da criança devem ser consideradas ao elaborarmos nossos
planejamentos. Aí se inserem as questões de “o que aprender” (conceitos), “como
aprender” (procedimentos) e “o que fazer com o que se aprende” (atitudes).
Com base nessa visão, propusemos uma tarefa inicial aos alunos do 6º ano do ensino
fundamental do CAp/UERJ.
Participaram da atividade proposta seis turmas de 6º ano do ensino fundamental, sendo
quatro turmas femininas, totalizando 60 meninas e duas masculinas, com 30 meninos no
total. As turmas foram divididas em grupos de seis alunos: dez grupos formados por
meninas e cinco grupos de meninos.
Para entendimento do leitor, no Instituto de Aplicação da UERJ, as aulas de Educação
Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental são mistas, separadas por gêneros do 6º
ao 9º ano e novamente mistas no Ensino Médio. Há toda uma argumentação para que a
organização ocorra dessa forma, mas não trataremos desse assunto no presente artigo.
Os grupos buscaram se organizar de forma a realizar um encontro entre os seus
responsáveis, preferencialmente pai e mãe, mas, no caso de dificuldade em reunir ambos,
apenas um deles ou outro responsável, como avô, avó, tio, tia, etc.
A formatação do encontro foi discutida e definida entre os membros do grupo
considerando-se: data, hora, local e logística do encontro propriamente dito.
Uma vez reunidos, foi feita uma entrevista com os responsáveis seguindo a orientação de
que nenhum aluno poderia entrevistar seus próprios pais, ou seja, cada aluno deveria
entrevistar os responsáveis de outro aluno componente do grupo.
A entrevista constou de seis questões, a saber:
Como e onde você costumava brincar na infância?
Quais as brincadeiras mais comuns na sua infância?
Qual era a sua brincadeira favorita?
Quais brincadeiras de roda você conhece?
De quais dessas brincadeiras você costumava brincar?
Você acha importante resgatar essas brincadeiras com as crianças na escola? Porque?
Após a realização das entrevistas, o grupo apresentou uma tabulação onde foram
identificadas as incidências de respostas. Os alunos foram orientados a separar as
respostas dadas pelos pais daquelas dadas pelas mães, com o objetivo de identificar
diferenças nas respostas entre os gêneros e as coincidências entre as de mesmo gênero.
Também foi solicitada uma breve análise sobre como a tarefa foi desenvolvida, frisando
as dificuldades enfrentadas, como o grupo solucionou os problemas e quais os aspectos
positivos vivenciados. Cada grupo apresentou sua análise para os demais grupos de suas
respectivas turmas.
Foram entrevistadas 79 pessoas, sendo 52 mulheres, 51 mães e 1 avó, e 27 homens,
todos pais.
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RESULTADO E DISCUSSÃO
Não foi nosso objetivo apresentar e discutir aqui as informações coletadas pelos alunos
durante as entrevistas, embora tenhamos dados riquíssimos que serão alvo de análise em
outro trabalho. Nesse primeiro momento, nos detivemos à observação de como os grupos
se comportaram durante a realização da tarefa, como enfrentaram os problemas surgidos
e que efeitos a tarefa causou na atitude dos alunos diante da proposta de vivenciarmos
jogos e brincadeiras populares nas aulas de educação física.
Quanto à tarefa de reunirem os pais para realizar as entrevistas, obtivemos três distintos
resultados: X% conseguiram reunir os pais em data, hora e local pré-definidos; Y% não
conseguiram reunir os pais, mas realizaram as entrevistas por telefone; Z% não
realizaram a tarefa, pois não encontraram alternativa diante do problema da recusa dos
pais.
Dentre os grupos que conseguiram reunir os pais, tivemos diferentes estratégias
utilizadas: um grupo realizou um piquenique na Quinta da Boa Vista (parque público do
Rio de Janeiro); outros marcaram na casa de um dos componentes e realizaram uma
espécie de lanche para recepcionar os pais; alguns grupos realizaram as entrevistas no
momento da entrada no Colégio e um grupo reuniu os pais na festa de aniversário de um
dos colegas de turma.
É importante ressaltar que não foi sugerida nenhuma estratégia no momento da proposta
da atividade, somente que eles deveriam realizar um encontro entre os pais dos
componentes do grupo. Como afirmam Darido e Rangel:
[...] para promover de fato a autonomia, é preciso que as aulas se tornem diferentes, tanto
do ponto de vista da escolha sobre o que se deve ensinar (conteúdos) como pelos
procedimentos que os professores deverão utilizar nas suas aulas. (2008, p.41)
Com relação aos grupos que entrevistaram os responsáveis por telefone, observamos
que, apesar de não terem conseguido realizar o encontro dadas as dificuldades
apresentadas pelos próprios pais, não se imobilizaram e conseguiram dar continuidade à
tarefa de outra forma, no caso, via telefone. Aí fica muito clara uma atitude diferenciada
com relação aos grupos que não realizaram a tarefa diante da mesma dificuldade.
A discussão gerada a partir daí foi muito interessante, uma vez que o comportamento
diferente dos grupos nos levou (professores e alunos) à conclusão de que nos
encontrávamos diante de uma questão atitudinal. Faltaram aos grupos que não realizaram
a tarefa o esforço e a perseverança para enfrentarem e romperem o obstáculo.
No primeiro momento, esses grupos atribuíram exclusivamente aos pais a
responsabilidade por não terem realizado o trabalho, uma vez que dependiam da
disponibilidade destes para que o encontro ocorresse, mas o debate entre os grupos
acabou levando-os a perceber que haviam desistido da tarefa ao se defrontarem com a
primeira dificuldade.
Outro aspecto atitudinal observado refere-se à organização da tarefa propriamente dita.
As crianças realizaram várias discussões buscando encontrar as melhores estratégias
para reunirem seus responsáveis, analisando possibilidades quanto ao local, data,
horário, táticas de convencimento além de, em alguns casos, organizarem encontros para
definir os itens do lanche ou piquenique. Também se organizaram previamente para
decidir quem entrevistaria os pais de quem. Pudemos claramente perceber, tanto nas
discussões que antecederam a tarefa quanto na apresentação dos resultados obtidos
para os demais grupos, o surgimento da liderança natural, legitimada e aceita pelos
demais integrantes dos grupos.
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Se a opção da escola é a formação integral da pessoa e um dos objetivos é a educação
nestes valores democráticos, haverá que incluir instâncias e processos que permitam que
o aluno conheça progressivamente as regras do jogo de uma sociedade democrática e,
especialmente, que saiba atuar e defendê-la. (Zabala: 1998, p.117)
Todos os grupos que realizaram os encontros manifestaram grande satisfação pela
oportunidade de conhecerem os pais de seus amigos. Ainda que não tenha sido
estipulado nenhum critério para a formação dos grupos, era de se esperar que o fizessem
por mera afinidade. Alguns chegaram a frisar o fato de estudarem há tanto tempo na
mesma turma (5 anos) e nunca terem tido tal chance. Isto estabeleceu uma discussão
relacionada com a desvinculação da vida intra e extramuros escolares. A escola, como se
fosse um mundo paralelo, não trata de assuntos da vida cotidiana dos alunos (família, por
exemplo) e, nessa direta e inextricável relação, torna-se desinteressante. É, assim,
trazendo à consciência as relações e a significação real do objetivo novo a estudar e a
aprender, que, verdadeiramente, “tornamos as coisas interessantes”. (Dewey: 1965, p.74)
Os grupos, uma vez realizadas as entrevistas, organizaram os dados coletados em
tabelas e gráficos percebendo a incidência das respostas. Puderam comparar a diferença
entre as respostas dadas pelos pais e pelas mães, assim como comparar as respostas
obtidas pelos outros grupos. Nesse aspecto, privilegiamos os conteúdos procedimentais,
uma vez que a análise final e a apresentação dos resultados para os demais grupos
dependiam de certa organização estatística. O relatório final também dependeu de
organização dos dados e metodologia para transformar as percepções e os dados
propriamente ditos em formato textual.
Por fim, as crianças puderam perceber que as brincadeiras vivenciadas pelos pais se
diferem muito das que têm a oportunidade de experimentar hodiernamente. Muitas
relataram desconhecer completamente alguns jogos e brincadeiras. Algumas crianças
ouviram, pela primeira vez, músicas como: “Fui à Espanha” e “Eu entrei na roda”.
Identificaram algumas convergências, como a preferência pelo futebol, no caso dos
homens, mas, ainda assim, com algumas adequações e variações desconhecidas de
alguns alunos, tais como: cascudinho, gol a gol, linha de passe e um toque.
Todos esses jogos e brincadeiras, identificados a partir das entrevistas, serão vivenciados
por estes alunos durante as aulas de educação física.
CONCLUSÃO
A realização da tarefa serviu para que as crianças percebessem a significância do
conteúdo proposto nas aulas de jogos e brincadeiras populares, uma vez que
identificaram tratar-se de atividades que fizeram parte do dia a dia da infância de seus
pais.
Claramente percebemos a quebra na resistência inicial, em especial dos meninos que, a
princípio, se sentiam desconfortáveis com atividades que envolvessem ritmo e dança,
como no caso dos brinquedos cantados e danças populares. Poder vivenciar as
brincadeiras que seus pais experimentaram tornou-se o ponto de interesse desses
alunos. Além disso, o planejamento das aulas subseqüentes foi estabelecido a partir da
coleta de dados realizada por eles próprios, o que contribuiu sobremaneira para que
assumissem certa responsabilidade pelas atividades propostas.
Concluímos que a atividade proposta tornou os conteúdos de jogos e brincadeiras
populares muito mais significantes para os alunos, contribuindo para o aumento da
atenção e do interesse.
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Também foi extremamente positiva a utilização do método globalizador de organização do
conteúdo, partindo de uma tarefa concreta, estimulando a autonomia das crianças na
solução dos problemas enfrentados e equalizando o desenvolvimento das capacidades
das crianças pelos três blocos de conteúdos: conceituais, procedimentais e atitudinais.
Por fim, a tarefa realizada gerou vários outros pontos que serão alvo de discussão
durante as aulas de educação física, tais como: as opções de lazer na sociedade
contemporânea; o imobilismo e a ascensão dos jogos eletrônicos; competição e
cooperatividade e etc. Não se aprende nunca uma coisa só. Como acabamos de ver, à
medida que aprendemos uma coisa, várias outras são simultaneamente aprendidas.
(Dewey: 1965, p.35)
Ainda pretendemos realizar muitas discussões com os alunos sobre os resultados obtidos
com a proposta implementada, o que poderá gerar futuros trabalhos.
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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TREINAMENTO DE HIPERTROFIA E DE
RESISTÊNCIA MUSCULAR LOCALIZADA EM RELAÇÃO AO SUBIR ESCADAS EM
SENÊSCENTES
Balarini D.C*; Bossi L.C.**
*Discente da UniFAE
**Docente da UniFAE
Resumo
O objetivo foi comparar a eficiência dos treinamentos resistido de
hipertrofia muscular (HM) e de resistência muscular localizada (RML) em
idosos em relação ao subir escadas num período de oito (08) semanas.
Para tanto, foram realizados um trei namento de repetições máximas e teste
de subida de degraus de uma escada em oito (08) indivíduos idosos, sendo
quatro (04) praticantes de hipertrofia e quatro (04) praticantes de
resistência. .
Concluiu-se que o treinamento de resistência pode ser mais efe tivo no subir
escadas em senêscentes, auxiliando -os na realização desta atividade de
vida diária.
Palavras Chave:
Idosos; Hipertrofia; Resistência; Subir escadas.
Introdução
A pesquisa em questão fora realizada numa perspectiva de ampliar a gama
de estudos envolvendo idosos, uma vez que de acordo com os dados do
ONU no ano 2050 a população mundial será de nove milhões em números
absolutos, sendo que metade da população terá pelo menos 60 anos, e
analisando assim a tendência de redução no número de mor talidade e
aumento da expectativa de vida.
Analisou -se em foco a relação entre treinamentos de hipertrofia muscular
(TRHM) e resistência muscular localizada (TRML) no teste de subir
escadas, uma vez que tal ação está presente na vida diária do idoso, que
muitas vezes por falta de força muscular nos membros inferiores fica
impossibilitado de realizar tal função, tendo que pedir ajuda a terceiros ou
utilizar-se de elevadores, quando estes são existentes.
Segundo Matsudo (2003), “a força de membros inferiores é uma variável
fundamental para a realização das atividades cotidianas e, portanto, para a
manutenção da mobilidade e da capacidade funcional durante o
envelhecimento”.
Desse modo, faz - se necessário estudos inerentes a este grupo etário com
ênfase nos membros inferiores, para que envelheçam com saúde e
disponibilidade de vida.
Objetivo
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O objetivo foi comparar a eficiência dos treinamentos resistido de
hipertrofia muscular (TRHM) e de resistência muscular localizada (TRML)
em idosos em relação ao subir escadas.
Materiais e Métodos
Participaram do estudo 08 idosos de ambos os sexos com idade entre 54 e
75 anos da cidade de São João da Boa Vista (SP). Os voluntários foram
divididos em dois grupos experimentais de acordo com o tipo de
treinamento resistid o realizado: hipertrofia muscular (HM) e resistência
muscular localizada.
Todos os participantes foram devidamente esclarecidos dos objetivos do
estudo, bem como dos riscos e dos possíveis benefícios durante a
participação no programa de treinamento e, ass inaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Os critérios de inclusão dos participantes foram: a) idade, mínimo de 50
anos; b) a não regularidade na prática de musculação e c) ausência de
doenças crônicas que comprometessem a saúde do voluntário d urante a
realização do teste e do treinamento.
Os participantes foram divididos em dois (02) grupos: Grupo Treinamento
Hipertrofia Muscular (TRHM) e o Grupo Treinamento Resistência Muscular
Localizada (TRML) ambos compostos por quatro (04) indivíduos.Estes 08
voluntários sequencialmente passaram por uma análise da composição
corporal, sendo medidas de circunferência e adiposidade, a altura e o peso
dos mesmos.
Em seguida fora realizado o teste de subir escadas, padronizado por
Matsudo (2004), que consiste e m medir a capacidade do idoso
em subir degraus. Os materiais necessários para a execução do mesmo
foram: escada com corrimão com lance de 15 degraus, com 15 cm de altura
e 28 cm de largura e, cronômetro. Como início do teste, o idoso parte da
posição de pé ao pé da escada e ao sinal do avaliador, sobe o mais rápido
possível os degraus, podendo este utilizar ou não o corrimão. O cronômetro
é acionado no momento em que o idoso coloca o pé no primeiro degrau e
parado quando um dos pés alcançar o décimo quinto degrau, local aonde se
encontra o avaliador. Fora realizado apenas uma tentativa, ocasião na qual
mediu-se o tempo de subida deste idoso antes do início dos treinamentos e
após o término dos mesmos,na oitava (08) semana.
Para analisar a força muscular rea lizaram-se o treinamento com repetições
máximas, os aparelhos utilizandos foram o leg press horizontal (Righetto),
cadeira extensora (Righetto) e hack 90° (Righetto). A escolha por estes
exercícios foi feita uma vez que os
mesmos são de fácil execução, per mite segurança de realização e
utilizam os músculos inerentes para a realização do teste de subir escadas.
Os treinos eram realizados no período matutino duas (02) vezes na semana,
por oito (08) semanas. Os mesmos consistiam na realização dos exercícios
nos aparelhos hack 90°, cadeira extensora e leg press horizontal, nesta
ordem, para ambos os grupos, mudando apenas o numero de repetições.
O Grupo (TRHM) realizou na prática três (03) séries de dez (10) repetições
para hipertrofia muscular, com intervalo de descanso de 1‟30‟‟. O Grupo
(TRML) realizou na prática três (03) séries de quinze (15) repetições para
resistência muscular localizada, com intervalo de descanso de 1‟30‟‟.
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Resultados
A seguir serão mostrados os resultados segundo os dados de descrição das
tabelas no presente estudo.
A TABELA 1 representa os valores no tempo obtidos no teste de subir
escadas antes e após o treinamento de resistência muscular localizada
(RML).
A TABELA 2 representa os valores no tempo obtidos no teste de subir
escadas antes e após o treinamento de hipertrofia muscular (HM).
TABELA 1
Valores no tempo de subir escadas obtidos pré e pós oito semanas de TRML em
senescêntes
Voluntários
n-1
n-2
n-3
n-4
Pré
Pós
7‟‟32‟‟‟
6‟‟52‟‟‟
6‟‟87‟‟‟
5‟‟25‟‟‟
5‟‟62‟‟‟
4‟‟72‟‟‟
5‟‟44‟‟‟
4‟‟45‟‟‟
TABELA 2
Valores no tempo de subir escadas obtidos pré e pós oito semanas de TRHM em
senescêntes
Voluntários
Pré
n-1
n-2
n-3
n-4
5‟‟04‟‟‟
7‟‟00‟‟‟
4‟‟00‟‟‟
5‟‟01‟‟‟
Pós
4‟‟50‟‟‟
4‟‟18‟‟‟
3‟‟33‟‟‟
5‟‟17‟‟‟
Discussões
O envelhecimento é um fenômeno biopsicossocial que se ma nifesta no
homem de forma diversificada, começando pelas células, passando pelos
tecidos e órgãos, este processo vai interferir no funcionamento orgânico
dos indivíduos de maneira significativa, influenciando as atividades
humanas (GOMES et al.1987).
Segundo o Ministério da Saúde (1997) o envelhecimento é “algo natural e
inevitável que expressa a perda de algumas capacidades ao longo da vida,
devido a influencia de diferentes variáveis, como genética, danos
acumulados, alterações psico -emocionais e estilo d e vida”.
O envelhecimento está intimamente associado a alguma implicação de
ordem funcional, que pode gerar ao idoso perda de autonomia e uma
conseqüente dependência de parentes e amigos (ZAGO et al., 2000).
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Analisando isto a investigação busca uma analise de tipos de treinamentos
reunindo volume e intensidade distintas para identificar qual trará melhor
resultados em ações diárias do idoso como subir escadas.
O trabalho mostra que ambos os trabalhos obtiveram melhoram do teste de
subir escada , destacando -se o treinamento de resistência(TR) , o que
tambem deve ser levado em consideração é a especificidade com o numero
de repetições com o numero de degruas
A diferenças entre o trabalhos de hipertrofia (TH) e do treinamento de
resistência (TR)que foi de >> >> e >>>>> respectivamente é de >>>>>.
Os resultados um melhora maior do grupo de treinamento de resistência
>>>>perante a hipertrofia , mesmo assim o treinamento de hipertrofia
demostra uma melhora também considerada>>>>> , o que nos mostra que
os princípios da especificidade assim como o da variabilidade devem ser
observados em idoso e de que a utilização dos dois métodos de treinamento
deve ser considerada positiva
Conclusão
De acordo com os achados do atual estudo, oito semanas de treinamento de
resistência muscular localizada resulta mais eficazmente na melhora de
subir escadas em senescêntes, comparado ao treinamento de hipertrofia
muscular.
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O IMPACTO DA GINASTICA LABORAL NO ABSENTEÍSMO EM FUNÇÃO DOS
AFASTAMENTOS POR DORT
Osvaldo Tadeu da Silva Junior.
Educador Físico Pós-graduação em MBA Gestão em Ergonomia pela UEM
Universidade Estadual de Maringá).
[email protected]
(
Cinthya M. Zilli
Fisioterapeuta, Mestre em Engenharia de Produção - ênfase Ergonomia UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Os DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) tomaram proporções
de grande medida e tornaram-se um problema de interesse e responsabilidade de todos,
sejam profissionais da área de saúde, trabalhadores, empresários ou governo. Os
programas de ginástica laboral têm sido utilizados como instrumento pelos departamentos
de medicina ocupacional, segurança do trabalho e recursos humanos dentro das
empresas como medida de amenização das principais sintomatologias deste distúrbio.
Esta pesquisa propôs-se a avaliar os efeitos de um programa de ginástica laboral sobre a
Taxa de Gravidade por Dias Perdidos, Duração Média das Ausências e Taxa de
Freqüência, dos afastamentos por DORT, que por sua vez provocam um impacto negativo
no absenteísmo das empresas.
Os resultados encontrados pós-intervenção do programa de ginástica laboral
demonstraram que no ano de 2008 ocorreram reduções significativas em indicadores
específicos em relação ao mesmo período do ano anterior tais como: Taxa de gravidade
para dias perdidos (37,7%), duração média das ausências (3,7%) e absenteísmo de 0,7
para 0,6%. Em relação a taxa de freqüência de afastamentos, verificou-se que a mesma
se manteve em uma média anual de 0,3%, mas que este fator não é o ponto chave para a
contribuição da redução do absenteísmo ocasionado parcialmente pelos afastamentos por
DORT.
Neste trabalho utilizaram-se as recomendações do Subcomitê de Absenteísmo da
Sociedade Internacional de Saúde Ocupacional, abordando os índices de freqüência,
gravidade, percentual de absenteísmo e duração média das ausências, como índices de
absenteísmo.
PALAVRAS-CHAVE: ginástica laboral; absenteísmo; DORT.
ABSTRACT
RSI (Repetitive Strain Injury / Work-Related Musculoskeletal Disorders) took the
proportions of large extent and have become an issue of interest and shared responsibility,
are health professionals, workers, business or government. The exercises in the
workplace have been used as an instrument of the departments of occupational medicine,
occupational safety and human resources within companies as a means of alleviating the
major symptomatology of this disorder. This study aimed to evaluate the effects of a
program of gym work on removals by RSI, which in turn causes a negative impact on
absenteeism companies.
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The results post-intervention program of gym work showed that in 2008 there were
significant reductions in specific indicators over the same period last year, such as severity
rate for days lost (37.7%), average duration of absences (3.7%) and absenteeism from 0.7
to 0.6%. Regarding the frequency rate of absenteeism, it was found that it remained at an
annual average of 0.3% but that this factor is not the key point for the contribution of
reduced absenteeism caused partly by removal for READ / DORT.
In this work we used the recommendations of the Subcommittee on Absenteeism of the
International Society for Occupational Health, focusing on the frequency, severity, rate of
absenteeism and the average duration of absences, such as rates of absenteeism.
KEY-WORDS: absenteeism; gym work; RSI.
INTRODUÇÃO
Este é um trabalho longitudinal, observacionista, que se limita apenas em investigar o
impacto da ginástica laboral no absenteísmo gerado pelos Distúrbios Ostemusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT) e sua contribuição para a empresa e colaboradores.
Os dados estratificados são referentes a 1 ano antes e após a implantação de um
programa de Ginástica Laboral em uma empresa do ramo de alimentos, que atualmente
conta com 218 funcionários operando em 3 turnos. Os dados coletados provem do
sistema de Recursos Humanos (RH) da empresa em estudo, onde foram analisados: dias
de afastamento, número de casos, percentual do absenteísmo, taxa de gravidade, taxa de
freqüência, duração média das ausências e horas perdidas.
No campo empresarial, chama-se de absenteísmo a falta ao trabalho por inúmeras
razões: doenças, acidentes de trabalho, direitos legais, fatores sociais e fatores culturais.
O absenteísmo excessivo não só impede o cumprimento das metas propostas, causando
dificuldades operacionais, como desintegra a equipe de trabalho e traz desconforto para a
instituição, uma vez que a empresa tem que recolocar um funcionário que realiza
determinada função, para realizar outras atividades que não compete com sua
responsabilidade e atualmente uma grande parte destas faltas ao trabalho estão
relacionadas com os problemas osteomusculares (GODOY, 2001; ROBAZZI et al., 1990).
Enfermidades como: lombalgias, tenossinovites, tendinites, sinovites, cervicalgias,
epicondilite, síndrome do túnel do carpo, síndrome de Quervaín, peritendinite em
particular de ombros, cotovelos, punhos e mãos, dedo em gatilho, cistos, síndrome do
pronador redondo, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome cervical ou radiculopatia
cervical, neurite digital, são apenas algumas das afecções músculo - esqueléticas mais
comuns em trabalhadores com DORT. Essas patologias estão surgindo em proporções
alarmantes, especialmente em alguns setores ocupacionais (“braçais”), o que tem elevado
o interesse por questões associadas à saúde do trabalhador (Deliberato, 2002).
Em um levantamento realizado por HURLEY (1996) verificou-se que a dor foi a causa de
1/4 de todos os dias de trabalho perdidos (totalizando 50 milhões de dias), estima-se que
cada empregado, portador de sintomas de dor, tenha faltado entre nove a dez dias/ano,
totalizando 203 milhões de dias. O National Health Interview Survey (NHIS - EUA) dispõe
de dados onde o absenteísmo de trabalhadores com artrite reumatóide, custaram em
média 1.810 dólares por ano. (GREENBERG, FINKELSTEIN & BERNDT, 1995). Percebese que o impacto socioeconômico das disfunções músculo-esqueléticas é muito
significativo, estes custos são gerados pelo tratamento, queda da produtividade e gastos
com aposentadorias precoces.
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As perturbações músculo-esqueléticas causam dor e sofrimento àqueles que são
afetados por elas tanto na sua atividade laboral como na sua vida privada, embora não
existam números precisos, estima-se que os custos econômicos de todas as doenças
causadas pelo trabalho nos Estados Unidos variam entre 2,6 a 3,8% do produto interno
bruto (PIB). Mais de 600 milhões de dias de trabalho por ano são perdidos devido às
doenças na Europa. Os custos para o orçamento europeu incluem: perda de produção;
doença dos trabalhadores, compensações e custos de seguros; perda de experiência e
custos com recrutamento e formação de novos trabalhadores; efeitos do desconforto ou
doença na qualidade do trabalho produzido. A prevenção destas perturbações causadas
pelo trabalho é considerada sempre como o melhor remédio. A ginástica laboral é uma
ferramenta eficaz responsável pela redução de despesas por afastamento médico,
acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição perante os funcionários e a
sociedade, além de aumentar a produtividade e qualidade (Agência Europeia para a
Segurança e a Saúde no Trabalho. Printed in Spain. 2000).
Segundo LÓPEZ (2002), quando se analisam as inadaptações do organismo do
trabalhador sobre as características dos postos de trabalho, na maioria dos casos, vê-se
que estes transtornos são evitados mediante um programa de atividade física, incluindo
exercícios adaptados às características deste posto. Vários autores apóiam e
recomendam a prática da atividade física no ambiente de trabalho como uma das atitudes
preventivas de saúde. SANTOS (2000), GONÇALVES SILVEIRA & ROMBALDI (2001);
BERGAMASCHI, DEUSTH & FERREIRA (2002), LIMA, CHECHINI, ROMERO & RASO
(2004), PEREIRA (2005), MACIEL (2007), em seus 40 estudos, perceberam os efeitos da
atividade física aplicada no trabalho sobre a saúde do trabalhador e as reduções das
sintomatologias das DORT. Os programas de qualidade de vida que promovem a prática
da atividade física, conscientizando os trabalhadores da importância da adoção de um
estilo de vida ativo através da oferta de ambientes e atividades adequadas, dentro e fora
do ambiente de trabalho; reduzem assim os custos decorrentes das doenças e
proporcionando ganhos para a saúde e qualidade de vida de seus colaboradores
(KALLAS, 2006).
MATERIAS E MÉTODOS
Todos os dados serão fornecidos pela Gerência de Recursos Humanos da empresa
NOVAPROM FOOD E INGREDIENTS LTDA que possui um banco de dados
desenvolvido pela empresa. A população da empresa foi composta de 176 pessoas em
2007 e 218 em 2008. Durante este período de estratificação de dados não houve
qualquer outro tipo de intervenção na empresa no sentido de combater o absenteísmo. Os
resultados referentes às análises serão apresentados sob a forma de tabelas e gráficos, o
que não permite qualquer tipo de identificação dos participantes da pesquisa.
Para identificar o índice de absenteísmo foi realizada uma coleta de dados do número de
faltas por problemas de DORT por CID (Classificação Internacional de Doenças) dos
funcionários no ano de 2007 e 2008. Tal ação teve por finalidade avaliar o impacto no
absenteísmo da instituição somente referente aos problemas osteomusculares.
Neste trabalho utilizaram-se as recomendações do Subcomitê de Absenteísmo da
Sociedade Internacional de Saúde Ocupacional, abordando os índices de freqüência,
gravidade, percentual de absenteísmo e duração média das ausências, como índices de
absenteísmo, representados pelas fórmulas:
TAXA DE FREQUENCIA
Nº de inícios de ausências/ano
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População em risco
(nº médio de empregados/ano)
TAXA DE DURAÇÃO (dias)
Nº de dias de ausências/ano
População em risco
(nº médio de empregados/ano)
TAXA DE GRAVIDADE
Nº de ausências em dias
População trabalhadora efetiva
PERCENTUAL DE ABSENTEÍSMO
Nº de Dias de ausências X 100
DIAS TRABALHADOS
RESULTADOS
Os dados estratificados são referentes há 1 ano antes e após a implantação de um
programa de Ginástica Laboral em uma empresa do ramo de alimentos, que atualmente
conta com 218 funcionários operando em 3 turnos. Os dados coletados provem do
sistema de Recursos Humanos (RH) da empresa em estudo, onde foram analisados: dias
de afastamento, número de casos, percentual do absenteísmo, taxa de gravidade, taxa de
freqüência, duração média das ausências e horas perdidas.
Gráfico 1 – Comparação da Taxa de Freqüência de Afastamentos por DORT, entre 2007
e 2008 NOVAPROM – Guaiçara -SP.
taxa mensal de frequência
%
6
5
4
3
2
1
0
2007
2008
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
2007
4
5
5
5
5
6
1
1
1
1
1
2
2008
6
4
4
6
4
3
0
0
0
1
2
2
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Ao analisar o gráfico 1, nota-se que durante um acompanhamento da taxa mensal de
freqüência de afastamentos entre os anos de 2007 inicio do programa de ginástica laboral
e 2008 1 ano após sua implantação, existe uma queda na média de 3% em 2007 para
2,6% em 2008.
Gráfico 2 – Taxa Anual de Dias Perdidos por motivos de DORT entre 2007 e 2008 na
empresa NOVAPROM – Guaiçara - SP.
Taxa Anual de Gravidade Para Dias Perdidos
1,5
1,35
%
1
0,51
0,5
0
dez
2007
2008
1,35
0,51
No Gráfico 2, nota-se uma queda de 37,7% na taxa de gravidade por dias perdidos, em
relação somente aos afastamentos por DORT, entre os anos de 2007 e 2008.
Gráfico 3 – Duração média das ausências relacionadas às DORT entre os anos de 2007 e
2008 na empresa NOVAPROM – Guaiçara – SP.
DURAÇÃO MÉDIA DAS AUSÊNCIAS
8
7,4
DIAS
6
4
3,7
2
0
dez
2007
2008
7,4
3,7
Observando o Gráfico 3, nota-se que em 2008 houve uma queda de 3,7% na duração
média das ausências, que corresponde a 50% em relação ao ano anterior de 2007.
O estudo do absenteísmo em qualquer empresa é, em si, tarefa difícil. E quanto maior a
empresa, mais complexa sua estrutura; quanto maior o número de trabalhadores e o
número de atividades desempenhadas por esses, mais difícil ainda se torna esse
trabalho, o que é o caso da empresa em investigação.
O absenteísmo gera perdas para todos os atores envolvidos: empresa, trabalhador,
Previdência Social, Ministério do Trabalho, Ministério da Saúde e para a sociedade em
geral. O trabalhador perde financeiramente em dias de afastamento de suas atividades
(porque a Previdência Social honra com apenas parte do seu salário de contribuição) e,
principalmente, em saúde e qualidade de vida.
A Previdência Social perde em valores, pois arca com pagamento do benefício ao
segurado pelo prazo que o mesmo permanecer afastado. Por outro lado, ocupa também a
já tão assoberbada perícia, prolongando o tempo de acesso de outros segurados aos
benefícios.
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O país perde financeiramente com o tempo de improdutividade do trabalhador e também
com o custo humano, além de custos indiretos, como o tratamento de saúde.
Já a empresa perde pelo significado social, institucional e financeiro da ausência do
trabalhador.
Gráfico 4 - Evolução dos índices de absenteísmo, Novaprom - SP (2007 e 2008)
ABSENTEÍSMO MENSAL 2007 X 2008
2
%
1,5
2007
1
2008
0,5
0
JAN
FEV
MAR ABR
2007
1,1
0,7
0,3
2008
1,6
0,6
0,6
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT NOV
DEZ
0,6
0,4
0,5
0,5
0,7
0,5
1,1
0,9
1,3
0,6
0,3
0,6
0,2
0,2
0,2
1,1
0,9
0,6
No gráfico 4 da empresa aqui avaliada, os índices de absenteísmo no geral ao longo do
ano apresentaram uma diminuição importante, considerando os 12 meses do ano, 50%
dos meses a empresa obteve redução do absenteísmo no ano de 2008 em relação ao
mesmo período do ano anterior, 25% dos índices se mantiveram e 15% estiveram acima
do ano anterior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados encontrados pós-intervenção do programa de ginástica laboral
demonstraram que no ano de 2008 ocorreram reduções significativas em indicadores
específicos em relação ao mesmo período do ano anterior tais como: Taxa de gravidade
para dias perdidos (37,7%), duração média das ausências (3,7%) e absenteísmo de 0,7
para 0,6%,freqüência de afastamentos, (0,4%). Mas que o ponto chave para a
contribuição da redução do absenteísmo ocasionado parcialmente pelos afastamentos por
DORT, está na taxa de gravidade e duração média das ausências, evidenciando o poder
de amenização da Ginástica Laboral sobre os efeitos dos DORT por dias perdidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGAMASCHI, E. C.; DEUTSCH, S.; FERREIRA, E. P. Ginástica laboral: possíveis
implicações para as esferas física, psicológica e social. Rev. Brasileira de Atividade
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DELIBERATO, Paulo C. P. Fisioterapia preventiva: fundamentos e aplicações. São
Paulo: Manole, 2002.
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cost of chronic disease. Business & Health, v.13, n. 9, p.27-30, 1995.
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abordagem Ergonômica, Jundiaí: Ed. Fontoura, 2004.
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1, p. 18-24 Jan/Jun, 2007.
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ROBAZZI, M.L.C.C. et al. Serviço Enfermagem: Um estudo sobre os absenteísmos.
Ver Br Saúde Ocupac v. 18, n. 69, p. 65-70, 1990.
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PROVA DE 10KM: IDENTIFICAR MELHORA NO TEMPO DE CORREDORAS DE RUA
CARMO M.R * , BOSSI L.C**
Discente da UniFAE
Docente da UniFAE
Resumo
O objetivo desse estudo foi identificar a melhora no tempo de corredoras de rua na prova
de 10km. Oito corredoras (Média: 41,75 anos; 66,56kg; 164,73cm;) divididos em 3 grupos
(Grupo Hipertrofia [GH] - N=3; Grupo Resistência [GR] – N=3; Grupo Controle [GC] –
N=2) realizaram um treinamento de corrida (TC) concomitante ao treinamento resistido
(TR), durante 8 semanas. Iniciamos o trabalho com uma avaliação física: dobras,
circunferência e peso ósseo; idade, peso, altura, ajuste de carga por repetição máxima.
Também foram registrados os tempos de 10km inicial, parcial e final, onde o GC somente
realizou o treinamento de corrida. Os resultados demostram uma maior redução no tempo
do grupo (GH) (11,67%), os demais obtiveram resultados menos expressivos . Conclui-se
que o GH pode melhorar o seu tempo na prova de 10km devido o treinamento resistido
com foco na hipertrofia. Portanto este treinamento pode ser mais eficiente para atletas
que participam de provas de 10km.
PALAVRAS – CHAVE: hipertrofia, treinamento, corredoras, prova 10km
Introdução
É evidente que para sobreviver na natureza, muitos animais utilizam da capacidade de
correr para capturar sua alimentação ou para fugir. E com os humanos não foi diferente,
há muitos séculos atrás. Mas agora nos tempos modernos, utilizamos essa prática para
outros fins. Homens e mulheres sentem prazer em correr, essa sensação vem atrelada a
vontade de competir e vencer, além de trazer benefícios físicos para a manutenção do
corpo. O que antes era considerado um esporte elitista, hoje se tornou um dos esportes
mais populares e democráticos existente. (FERNANDES, 2003)
Para Evangelista (2009), nas últimas décadas, houve um crescimento no cuidado com a
saúde e a qualidade de vida, o que estimulou as pessoas a buscarem a atividade física
com meio de se manterem ativas, perder peso, melhorar o condicionamento, aliviar o
estresse e trazer bem-estar. Devido a sua simplicidade e baixo custo, as atividades de
pedestrianismo como as caminhadas e corridas foram crescendo, pois podem ser
praticadas ao ar livre, em parques e praças, sendo acessível à grande parte da
população.
Segundo Newsholme, Leech, Duester, (2006), a participação feminina nos esportes vem
crescendo a cada década, dentre vários a corrida de rua de fato incentivou a integração
das mulheres na modalidade. Embora ainda não estejam equiparadas aos homens, mas
vem conquistando seu espaço perante a massa masculina. Viu-se um aumento do
número de mulheres em eventos e participantes de todos os níveis esportivos
aproximando-se dos recordes masculinos. Mulheres que levam a sério o treinamento,
com ótimo nível de condicionamento já classificadas dentro de grupos elite de atletas
profissionais. Não importa a idade, nem se são mais lentas que o sexo oposto, o que se
tem visto é um aumento do público de mulheres de meia-idade participando das corridas
de rua.
Correr não é apenas colocar um pé na frente do outro alternadamente, é necessário
manter uma postura adequada durante a corrida para ter maior eficiência e menor
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desgaste energético. Quanto maior a distância e progressão da velocidade durante a
corrida, começam aparecer pequenos erros na postura, prejudicando o desempenho,
aumentando o gasto energético, levando o corredor a uma fadiga precoce. (MACHADO,
2009)
Em razão disto esta pesquisa propõem identificar a melhora no tempo de corredoras de
rua na prova de 10km.
Material e métodos
Participaram do estudo 8 corredoras (Média: 41,75 anos; 66,56kg; 164,73cm;), que
treinam em um grupo de corrida e participam de provas 10km.
O GC participou somente do treinamento de corrida.
Para realização da avaliação utilizamos os materiais de avaliação da SANNY: fita,
adipômetro, estadiômetro. Para pesagem utilizamos a balança FILIZOLA., frequencimetro
POLAR rs200sd , aparelho leg press 45° da marca TONUS
Treinamento de corrida
Todos as corredoras treinavam corrida duas vezes na semana, com volume semanal
entre 10km e 18km durante a pesquisa. Todos os participantes assinaram um termo de
consentimento antes do início da pesquisa.
Elas registraram o tempo de 10km em três momentos na pesquisa: inicial, parcial e no
final da pesquisa.
No início o volume de treino começou alto (18km semanais)e foi diminuindo até a 4ª
semanas (10km semanais), depois o volume voltou a aumentar. Nas sessões de treino
foram utilizados métodos intervalados e Fartleck.
Para controle do tempo e freqüência cardíaca foram utilizados aparelhos da marca
POLAR rs200sd
Treinamento resistido
Para o treinamento resistido foram escolhidos três aparelhos para trabalho de membros
inferiores: avanço, agachamento e leg press 45°, e os exercícios foram realizados nessa
ordem respectivamente.
O exercício avanço foi escolhido, pois sua execução se assemelha ao gesto da corrida
(passada). O agachamento e o leg press 45° dão enfoque a musculatura do quadril e
joelhos glúteo ,quadríceps, ísquiostibiais entre outros UCHIDA (2004)
O treinamento foi realizado com repetições máximas (RM) estipuladas: para o GH, 4
séries de 8 repetições com 1min e 30 segundos de descanso, e para o GR, 3 séries de 15
repetições, com 45 segundos. O treinamento foi realizado duas vezes na semana.
(DELAVIER, 2002)
Os aparelhos pesos e barras utilizados na pesquisa foram da marca TONUS, para
exercício agachamento utilizamos um barra com peso de 10 kg.
A semana iniciava com o treinamento resistido depois no outro dia o treinamento de
corrida, um dia de descanso no meio da semana, e depois se repetia o treino de resistido
e corrida.
Resultados
Abaixo estão as tabelas com os resultados dos grupos hipertrofia (GH), resistência (GR) e
controle (GC) do treinamento de corrida para 10km.
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Corredoras Tempo inicial
Tempo
Tempo final
Decréscimo
parcial
1
1h34min
1h29min
1h27min
7min
2
1h22min
1h15min
1h15min
7min
3
1h20min
1h09min
1h08min
12min
Total
4h16min
3h53min
3h50min
26min
TABELA 1: comparação dos resultados dos tempos nas três etapas do grupo hipertrofia.
Corredoras
4
5
6
Total
Tempo
inicial
1h04min
1h18min
1h19min
3h41min
Tempo parcial
Tempo final
Decréscimo
1h01min
1h16min
1h15min
3h32min
59min30seg
1h16min
1h12min
3h27min
5min30seg
2min
7min
14min30seg
TABELA 2: comparação dos resultados dos tempos nas três etapas do grupo resistência.
Corredoras
Tempo inicial
Tempo
Tempo final Decréscimo
parcial
7
1h02min
1h04min
1h2min
***
8
1h08min
1h01min
1h2min
6min
Total
2h10min
2h05min
2h4min
6min
TABELA 3: comparação dos resultados dos tempos nas três etapas do grupo controle.
Redução
GH
GR
GC
%
11,67%
6,63%
4,83%
TABELA 4: percentual de redução do tempo na prova de 10km.
Discussão
O principal objetivo desse estudo foi analisar os efeitos de dois diferentes programas de
treinamento resistido - hipertrofia e resistência - concomitante com o treinamento de
corrida e sua influência na melhora do tempo de corredoras de rua.
O fato de treinamento de hipertrofia aumentar o volume muscular e conseqüentemente o
peso do atleta, não causou queda no rendimento ou piora no tempo, ao contrário disso
afetou positivamente seu desempenho. Podemos afirmar que o atleta que não utiliza o
treinamento resistido não teve grandes progressos em relação à melhora do tempo no
percurso de10km.
Segundo Wilmore (2001) as fibras tipo II consideradas: brancas; glicolíticas; rápidas;
geram muita força; fadigam mais; utilizam da via anaeróbia (substrato energético:
glicogênio); e maior quantidade de miofibrilas em cada fibra. Devido a todas essas
características, o treinamento hipertrófico aplicado a pesquisa mostrou ser importante
para o desenvolvimento de força e velocidade de contração das fibras o que resultou no
ganho de velocidade das voluntárias que conseqüentemente reduziram o seu tempo no
percurso.
Um dos fatores que se destaca é que o treinamento de hipertrofia pode ser mais indicado
para mulheres adultas na faixa etária entre 40 e 50 anos de idade, devido à importância
da manutenção e ganho de massa magra.
Conclusão
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O treinamento de hipertrofia provocou melhora significativa no tempo da corrida,
comparando com o grupo controle (GC) que não fez o treinamento resistido. Os
resultados do grupo resistência (GR) também foram positivos levando em consideração a
importância do treinamento resistido nessa modalidade esportiva.
Pode-se concluir que o treinamento de hipertrofia é mais eficaz para a melhora do tempo
de corredoras de rua na prova de 10km, devendo ser combinado com o trabalho de
resistência
Propomos ainda outros estudos que ampliem essa faixa etária utilizada e também a
pesquisa com o sexo masculino, onde podemos encontrar outras respostas em relação ao
treinamento resistido concomitante ao treinamento de corrida.
Referências
WILMORE, J. H. COSTILL, D. L. Fisiologia do esporte e do exercício 2ªed. Editora
Manole. 2001
EVANGELISTA, A. L. Treinamento de corrida de rua: uma abordagem fisiológica e
metodológica – São Paulo. Ed. Phorte, 2009
FERNANDES, J. L. Atletismo:corridas; 3. Ed. rev. – São Paulo : EPU, 2003.
NEWSHOLME, E. LEECH, T. DUESTER, G. Corrida: ciência do treinamento e
desempenho; tradução BACURAU, R. F. NAVARRO, F. – São Paulo: Phorte, 2006
MACHADO, A. F. Corrida: teoria e prática do treinamento. São Paulo: Ícone, 2009.
UCHIDA, M.C... [et. al] Manual de musculação: uma abordagem teórico-prática do
treinamento de força; 2 ed. – São Paulo: Phorte, 2004
DELAVIER. F. Guia dos movimentos de musculação: abordagem anatômica; 3 ed.
Barueri – Manole: 2002
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ANÁLISE DO NIVEL DE ANSIEDADE EM ATLETAS DE HANDEBOL E
BASQUETEBOL EM UM CAMPEONATO ESTADUAL DE MINAS GERAIS
Fernanda Silveira
Graduada em Educação Física pela Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁS
Especialista em Treinamento Desportivo pela Universidade Gama Filho - UGF
Especialista em Esporte Escolar pela Universidade Federal de Brasília – UnB
E-mail: [email protected]
Sandra Maria da Silva Sales Oliveira
Graduada em Psicologia pela ..Universidade São Francisco – USF
Mestre em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco - USF
Doutoranda em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco – USF
E-mail: [email protected]
Arthur Paiva Neto
Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ
Mestre em Motricidade Humana pela UNIMEP
E-mail:[email protected]
Fernando José Silveira
Graduado em Psicologia pela Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS
Neuropsicólogo pelo HCSMUSP
Mestrando em Avaliação Psicológica pela Universidade São Francisco – USF
E-mail: [email protected]
Ana Carolina Beraldo Almeida
Graduanda em Educação Física pela Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS
E-mail: [email protected]
RESUMO
Objetivamos a comparação e análise do nível de ansiedade em atletas de Handebol
e basquetebol em um campeonato em Minas Gerais, verificando se esta
apresentaria diferença significativa. Foram avaliados 250 atletas. Formulou-se um
questionário com 36 frases relacionadas a modalidades coletivas. Para a resposta
“Sempre” considerou-se 2 pontos, 1 ponto para a resposta “Às Vezes” e 0 pontos
para “Nunca”. Obtendo mais de 50 pontos considerou-se muito ansioso, de 50 a 30
pontos nível normal, menos de 30 pontos sem interferência negativa no
desempenho. Todos os atletas apresentaram um alto nível de ansiedade antes dos
jogos. Nenhum atleta obteve menos de 50 pontos. Observou-se que os atletas de
handebol apresentaram um maior nível de ansiedade comparado aos de
basquetebol. Os resultados deste estudo devem ser observados pelos técnicos
para que controlem essa ansiedade, melhorando o desempenho dos atletas e
obtendo êxito em competições.
Palavras-chave: Handebol, Basquetebol, Ansiedade.
INTRODUÇÃO
As crescentes mudanças em nosso meio ambiente, nos sistemas de comunicação
e, nos valores culturais e demais fatores relacionados com o desenvolvimento
humano tem provocado um aumento de ansiedade nas pessoas. Em conseqüência
disso são afetadas todas as atividades humanas, inclusive as de caráter esportivo.
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May (1980) define ansiedade como um termo que se refere a uma relação de
impotência, conflito existente entre a pessoa e o ambiente ameaçador, e os
processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação. A constitui como uma
experiência subjetiva do organismo numa condição catastrófica, que surge na
medida em que o indivíduo, frente a uma situação, não pode fazer face às
exigências de seu meio, e, sente uma ameaça à sua existência ou aos valores que
considera essenciais.
Para Spielberger (1996) a definição de ansiedade é dada como reações
emocionais a um estímulo percebido como perigoso e que resultam em uma
combinação de sentimentos de tensão, apreensão e nervosismo, pensamentos de
desprazer e mudanças fisiológicas.
Segundo Buriti (1997) a ansiedade envolve um processo dinâmico biopsicossocial
que englobe três componentes o estressor: significa ameaça física ou psíquica para
o indivíduo; a percepção: a análise que o indivíduo faz da situação de acordo com
suas influencias genéticas e suas experiências prévias; avaliação do estressor:
uma vez que o indivíduo perceba a situação como estressora, surgem reações
emocionais, fisiológicas e comportamentais.
Weinberg e Gould (2001) apresentam duas explicações para o modo como a
ativação aumentada influi no desempenho esportivo: tensão muscular com
dificuldades de coordenação e mudança no nível de atenção e concentração. No
que se refere à tensão muscular intensa e dificuldades de coordenação: a
ansiedade pode provocar aumento na tensão muscular, interferindo na
coordenação e, por isso, pode ocorrer queda no desempenho. E quanto às
mudanças no nível de atenção e concentração: a ativação intensa pode causar
estreitamento do campo de atenção de uma pessoa. Dessa forma, sinais relevantes
não são detectados e podem influenciar negativamente o desempenho,
principalmente em tarefas que requerem um foco externo amplo. Alem disso, o
aumento da ativação pode fazer com que indivíduos focalizem sua concentração
em estímulos inadequados, tornando-os suscetíveis, afetando, por sua vez, a
concentração ideal.
Para Weinberg e Gould (2001), as principais fontes de ansiedade podem ser
divididas em fontes situacionais e pessoais. As situacionais referem-se: a)
Importância dada ao evento ou competição de forma geral, enquanto as pessoais
referem-se a: a) importância dada a competição; b) incerteza que cerca o resultado
do evento. Quanto maior é o grau de incerteza de uma pessoa em relação ao
resultado ou a sentimentos e avaliações dos outros, maiores os níveis de estado de
ansiedade.
O DSM IV e CID 10 trazem como sintomas de ansiedade: inquietação ou sensação de
estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade em concentrar-se ou
sensação de branco na mente . Irritabilidade, tensão muscular, perturbação de sono ou
sono insatisfatório e inquieto. Foram estas definições adotadas para a construção do
instrumento de avaliação de ansiedade
Os estudos em que associam ansiedade com outras variáveis são múltiplos e
diversificados. Analisaram a tensão emocional de crianças e jovens ao fazerem provas
Heetner e Wallace (1967), estilo do professor Nickel e Schluter (1970), situação de teste
Sarason, (1972), ordem de nascimento, imaturidade e desenvolvimento de psicoses
Toilioatos e Lindholm (1980), motivação Boruchovitch e Costa (2001), a relação com
julgamento moral Biaggio (1984), entre outros.
Entre os estudos que mostram a ansiedade em situação de esporte destaca-se os
de Hanin (1997; 1999, apud Samulski 2002) que desenvolveu um modelo alternativo,
chamado modelos das zonas individualizadas de desempenho ótimo, verificando
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que cada atleta possui uma zona ótima de estado de ansiedade, na qual produz seu
melhor rendimento. Concluiu que os atletas precisam para um ótimo nível de
performance, não somente um nível ótimo de ansiedade, mas também uma
variedade de estados emocionais positivos como determinação, prazer e flowfeelin. .
No contexto esportivo, a ansiedade se faz presente, por exemplo, quando atletas
demonstram ótimo rendimento durante o treinamento, contudo, quando vão para as
competições importantes, não conseguem desempenhar toda sua capacidade real,
apresentando resultados abaixo do esperado (SMITH, SMOLL & WIECHMAN, 1999).
Além disso, existem estudos que relacionam elevados níveis de ansiedade com
maior ocorrência de lesões esportivas como os de Buriti (1997); os que enfatizam
que o excesso de ansiedade interfere negativamente no desempenho de atletas por
várias razões e ainda associam ao medo de enfrentarem situações desconhecidas
conforme salientam (CRATTY, 1972; SINGER, 1972; MARTIN, 1996 apud OLIVEIRA
2001); (MACHADO, 1997; BURITI, 1997 E SAMULSKI, 2001); os que comparam a
ansiedade em atletas durante o treinamento e na competição, concluindo que o
maior nível de ansiedade encontrado é relacionado a executar corretamente as
orientações dos treinadores (OLIVEIRA et all, 2005)
Aprender a reconhecer e mudar pensamentos negativos, utilizar afirmação positivas,
regular a respiração, manter o senso de humor e fazer relaxamento podem ser algumas
estratégias que podem auxiliar o atleta a lidar com o excesso de ansiedade e tensão.
Tscherwikowa, (1975) citado por Oliveira (2001) destingue o esporte como a forma de
atividade humana com maior elevação da emocionalidade e é exatamente a riqueza
emocional e os inúmeros momentos de tensão que atraem milhões de pessoas.
O desporto no Brasil, a partir da última década, vem se equiparando aos principais
centros do mundo. O voleibol já é uma potência hegemônica tanto na quadra, quanto na
areia, o futebol sempre foi, outros esportes como basquetebol tem alcançado resultados
expressivos, tanto interna quanto externamente. O handebol, igualmente, vem ganhando
status de esporte de primeiro mundo dentro do Brasil e na América Latina. Devido a isso
torna-se cada vez mais necessário estudos voltados para psicologia do esporte
envolvendo modalidades coletivas para que técnicos possam conhecer física e
psicologicamente seus atletas atingindo assim melhores resultados em competições.
Em competições esportivas são encontrados atletas com diferentes níveis de
ansiedade-traço e, consequentemente, níveis diferentes de ansiedade-estado.
Nesse caso, um evento competitivo poderá ser bom pra uns e ruim para outros. A
partir do momento que sabemos que a ansiedade normal é inevitável, devemos
estudar suas influencias dentro de vários aspectos do contexto desportivo. Desta
forma, este trabalho teve como objetivo comparar o nível de ansiedade em atletas,
de equipes de Handebol e de basquetebol em um campeonato do estado de Minas
Gerais, o JIMI (Jogos do Interior de Minas) em sua fase final e analisar se este nível
de ansiedade apresenta diferenças significativas entre duas modalidades coletivas,
o handebol e o basquetebol.
METODOLOGIA
Cuidados éticos
Este estudo respeitou todas as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional em Saúde
(1997) envolvendo pesquisas com seres humanos. Antes de iniciarem a participação
neste projeto, os voluntários receberam todas as informações quanto aos objetivos da
pesquisa e a sua forma de participação, deram o seu consentimento por escrito e ficaram
cientes de que a qualquer momento poderiam deixar de participar da pesquisa. Foram
tomadas todas as precauções no intuito de preservar a privacidade dos voluntários, sendo
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que a saúde e o bem estar destes ficaram sempre acima de qualquer outro interesse. Os
voluntários tinham o pleno direito de abandonar a pesquisa a qualquer momento, sem a
necessidade de se justificar.
Sujeitos
Participaram da pesquisa 121 atletas da modalidade de handebol, sendo 63 do sexo
feminino, com idade compreendida entre 21,9 ± 4,51 e 58 do sexo masculino, com
idade entre 23,1 ± 4,53. Participaram também 129 atletas da modalidade de
basquetebol, sendo 68 do sexo feminino, com idade entre 20,1 ± 2,46 e 61 do sexo
masculino, com idade entre 23,6 ± 2,46.
Instrumentos
As definições descritas pelo DSM IV e do CID –10 referenciadas neste trabalho por
Weinberg e Gould (2001), foram as utilizadas e adotadas nesse trabalho para a
construção do instrumento de avaliação da ansiedade. Foi formulado um questionário
contendo 36 frases relacionadas à modalidades coletiva, sendo distribuído e respondido
nos sessenta minutos antecedentes ao jogo.
Procedimentos
Esses questionários foram aplicados individualmente nos vestiários existentes nos
Ginásios Poliesportivos, na fase final (terceira fase) do JIMI – Jogos do Interior de Minas,
na cidade de Uberlândia no ano de 2007.
Correção
A questão cuja resposta foi Sempre se considera 2 pontos, 1 ponto para a resposta Às
Vezes e 0 pontos para as respostas Nunca. O sujeito que obteve mais de 50 pontos foi
considerado muito ansioso, de 50 a 30 pontos foi considerada ansiedade normal, menos
de 30 pontos não tem ansiedade que possa interferir negativamente em seu desempenho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados foram trabalhados com base na pesquisa qualitativa e o procedimento estatísco
adotado foi comparativo utilizando-se análise de variância ANOVA (one way) e como teste
post hoc o teste t de student.
Gráfico Comparativo Idade entre Modalidades
30
28
26
24
23,6
22
20
21,9
23,1
20,1
18
16
14
12
10
Handebol Feminino
Handebol Masculino
Basquete Feminino
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Basquete Masculino
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Gráfico 1: Apresenta a média de idade dos atletas por modalidade e gênero. Na
modalidade de handebol, o sexo feminino apresentou idade entre 21,9 ± 4,51 e o
sexo masculino, idade entre 23,1 ± 4,53. Na modalidade de basquetebol, o sexo
feminino, apresentou idade entre 20,1 ± 2,46 e o sexo masculino idade entre 23,6 ±
2,46. Por ele pode-se perceber que o gênero feminino, tanto no handebol quanto no
basquete, a média de idade é menor. Observa-se, ainda, que o número de
praticantes do sexo masculino é superior ao feminino, demonstrando a realidade
vigente no Brasil, mas não distante da realidade da amostragem geral esportiva
brasileira. Supõe-se que, neste caso específico, esse fato se deve as características
da modalidade, talvez pela menor divulgação midiática ou mesmo pelas
dificuldades inerentes ao esporte.
180
Gráfico Comparativo Geral do Nivel de Ansiedade as entre
Modalidades
175
170
165
165
160
161
155
150
Handebol
Basquete
Gráfico 2: Apresenta o valor total encontrado na soma das médias das respostas
dos sexos feminino e masculino entre as modalidades. Na modalidade de handebol
o desvio padrão encontrado foi de ± 0,73 e na modalidade de basquetebol foi de ±
0,82. Por ele pode-se perceber que os atletas de handebol encontram-se mais
ansiosos do que os do basquete. Isso pode ser compreendido segundo Zamberlan
(1999), por que o objetivo principal do handebol é conseguir fazer gols. Para isso, a
equipe deve combinar perfeitamente as técnicas de ataque, iniciando pelo perfeito
domínio dos diversos tipos de passes, recepções e fintas, além de outros recursos
importantes que colocam um jogador em condições de arremessar, após ter
conseguido desequilibrar a defesa adversária.
Gráfico Comparativo da Ansiedade por sexo e modalidade
100
90
80
81
83
84
79
70
60
Handebol Feminino
Handebol Masculino
Basquete Feminino
Basquete Masculino
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Gráfico 3: Refere-se a comparação da somatória das respostas do questionário por
modalidade e sexo. No handebol feminino encontrou-se a média de 81 ± 6,20, no
masculino 84 ± 5,16. Na modalidade de basquetebol a média foi de 79 ± 6,17 e no
masculino 83 ± 5,01.
Todos os atletas apresentaram um alto nível de ansiedade antes dos jogos.
Nenhum atleta apresentou um resultado inferior a 50, valor este estipulado como
um nível de ansiedade satisfatório para o desempenho durante a competição.
Quando comparamos as modalidades podemos observar que os atletas da
modalidade de handebol obtiveram um maior nível de ansiedade comparado a
modalidade de basquetebol. Os atletas do sexo masculino, tanto na modalidade de
handebol quanto na de basquetebol mostraram-se mais ansiosos os atletas do sexo
feminino.
Samulski (2002) coloca que é indiscutível a necessidade de se pensar a ansiedade,
enquanto decorrência do existir humano, dentro de duas vertentes. Uma primeira
representada pelas bases psicofisiológicas do comportamento, caracterizando um
modelo de abordagem, passível de utilização de toda a metodologia derivada das
ciências naturais. E outra, a partir das vivências de ansiedade com caráter
existencial e simbólico, só compreensível a partir das abordagens características
das ciências humanas. Quando se trata de modalidades coletivas, não se pode
deixar de salientar que apesar de se tratar de um grupo homogênio, devemos levar
em consideração o princípio de individualidade, onde cada atleta apresenta um
nível diferenciado de ansiedade, podendo esta ser muito benéfica para o
desempenho de alguns ou interferir negativamente no desempenho de outros
atletas por várias razões e ainda associam ao medo de enfrentarem situações
desconhecidas.
Cabe aos técnicos de cada equipe observar os resultados encontrados nesta
pesquisa e trabalhar de forma positiva esta ansiedade, fazendo assim com que o
desempenho de seus atletas seja satisfatório e a equipe encontrar êxito em
competições julgadas importantes.
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DESVIOS DE POSTURA ENCONTRADOS NOS TRABALHADORES DO CORTE
MANUAL DA CANA-DE-AÇÚCAR NA REGIÃO DE CAMPINAS.
Renata C. Nuci;
Licenciada em Educação Física (Universidade Paulista)
Discente do curso de Bacharel em Educação Física.
Email:[email protected].
Douglas A. Girardeli.
Bacharel em Educação Física
Discente de Pós-graduação em Ergonomia, SENAC.
Coordenador de programas de Qualidade de Vida.
Email: [email protected]
Adrieni Giovana Souza Soares,
Discente do curso de Bacharel em Educação Física. UNORP.
(UNIP
–
Campinas).
RESUMO
Quando adotamos em nosso cotidiano uma postura errada, nosso corpo deixa o eixo de
equilíbrio causando alterações posturais, enrijecendo as articulações e encurtando os
músculos. Essas alterações acentuam ou alteram as curvaturas dos segmentos corporais,
o que chamamos de desvio postural. Um dos fatores que influenciam o aparecimento de
desvios posturais são atividades laborais de alta repetitividade e que seja necessário
posturas forçadas, assim como no corte manual de cana-de-açúcar. Foram realizadas
avaliações posturais em 640 colaboradores do corte manual de cana-de-açúcar da região
de Campinas – SP. A avaliação postural consiste em avaliar os segmentos corporais com
o auxilio de equipamento, para encontrar possíveis desvios posturais. O objetivo desse
trabalho é de mapear os desvios de postura dos trabalhadores rurais que trabalham no
corte manual de cana-de-açúcar.
PALAVRAS CHAVE: trabalhadores do corte manual de cana-de-açúcar, desvios
posturais, avaliação postural.
ABSTRACT
When we adopt in our daily life a wrong posture, body axis leaves the balance causing
postural changes, stiffening joints and shortening muscles. These changes accentuate or
alter the curvature of the body segments, which we call the postural deviation. One of the
factors influencing the onset of postural deviations are high repetitiveness of work activities
and that needs to awkward postures, as well as manual cutting of cane sugar. Postural
assessments were performed on 640 employees of manual cutting of cane sugar from the
region of Campinas - SP. Postural evaluation is to assess the body segments with the aid
of equipment, to find possible postural deviations. The aim of this study is to map the
deviations of the attitude of rural workers who work in manual cutting of cane sugar.
KEY WORDS: workers cutting manual cane sugar, postural deviations, postural
assessment.
INTRODUÇÃO
O corte da cana-de-açúcar pode ser dividido em três tipos a manual, a mecanizada e a
com equipamentos de auxílio à colheita, sendo a manual mais comum no Brasil,
principalmente em terrenos de relevo, que limitam o uso do corte mecanizado.
A atividade do corte manual de cana-de-açúcar é dividida em 03 etapas: corte da canade-açúcar, depósito da cana-de-açúcar no solo e retirada do “ponteiro” (a ponta da cana
que sobrou após o corte). O cortador pode trabalhar com a cana previamente queimada
ou com a cana crua. Quando é realizada a queima da cana, cerca de 24 a 48 horas antes
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do corte, é reduzida a folhagem e o risco de acidentes com animais peçonhentos,
permitindo mais segurança e maior produtividade.
Os cortadores de cana utilizam como ferramentas para o trabalho o facão e o lima e como
materiais de segurança (IPIs), a botina com metatarso, a perneira em couro, o mangote, a
luva com proteção de fio de aço, o óculos fume e o boné árabe, que ajudam a prevenir
possíveis acidentes durante a execução da tarefa.
Alessi e Scopinho (1994) indicam que um cortador de cana-de-açúcar do sexo masculino
pode alcançar a produção máxima de 14 toneladas/dia e do sexo feminino 10
toneladas/dia.
Em 03 de março de 2005, a Norma Regulamentadora (NR) 31 foi aprovada pela portaria
M T E 86/05 onde estabelece o seguinte preceito parag. 31.3.3 – I, “Cabe ao empregador
rural ou equiparado: ... b) realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores e, com base nos resultados, adotar medidas de prevenção e proteção para
garantir que todas as atividades, lugares de trabalho, máquinas, equipamentos,
ferramentas e processos produtivos sejam seguros e em conformidade com as normas de
segurança e saúde; c) promover melhorias nos ambientes e nas condições de trabalho,
de forma a preservar o nível de segurança e saúde dos trabalhadores;...” (Manuais de
Legislação Atlas, 2010)
No dia vinte e cinco de junho de 2009, cerca de 323 usinas sucroalcooleiras assinaram o
Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana de Açúcar .
Levando em consideração a NR 31 o Compromisso Nacional tem como objetivo a
cooperação entre os entes privados e públicos para viabilizar conjunto de ações
destinadas a aperfeiçoar as condições de trabalho no cultivo manual da cana-de-açúcar,
valorizando e disseminando práticas empresariais exemplares. Que apresenta;
“...Cláusula Segunda: Das Práticas Empresariais - Mediante adesão voluntária ao
Compromisso Nacional, as empresas comprometem-se a respeitar as seguintes práticas
empresariais... IV - Saúde e Segurança do Trabalho... h) adotar, orientar e difundir a
prática de ginástica laboral nas atividades manuais de plantio e corte da cana-de-açúcar;
...”
Com a adesão ao Compromisso Nacional, as usinas sucroalcooleiras se comprometeram
a investir em diversas melhorias do setor rural, entre elas está a implantação da Ginástica
Laboral (GL) como medida de prevenção. Com a implantação da GL o profissional da
educação física teve a oportunidade de se aproximar do trabalhador do cultivo manual de
cana, o que o ajudou a visualizar características posturais importantes nesses
trabalhadores.
Segundo MAGEE (2002), “Postura é um composto das posições das diferentes
articulações do corpo num dado momento.”.
Quando adotamos em nosso cotidiano uma postura errada, nosso corpo deixa o eixo de
equilíbrio causando alterações posturais, enrijecendo as articulações vertebrais e
encurtando os músculos. Essas alterações acentuam ou alteram as curvaturas de nossos
segmentos corpóreos, o que chamamos de desvio postural.
Para a identificação destes desvios é necessário realizarmos a avaliação postural, que
tem o intuito de identificar os segmentos corpóreos tendo como base a linha da gravidade.
Quando o segmento se desvia do alinhamento natural, definimos um desvio postural.
Com o aparecimento desses desvios, surgem também as disfunções na biomecânica
corporal, o que vem a ser um dos motivos do aparecimento de dores e patologias no
sistema músculo esquelético. (RIBEIRO,I.Q.B; SANTOS, A.C.J.; GOMES, C.A.; 2007)
MATERIAIS E MÉTODOS
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Local do estudo
As avaliações foram realizadas no ambulatório de uma Usina Sucroalcooleira, durante o
período de contratação para o início da safra. A empresa pertence à região da cidade de
Campinas, interior do estado de São Paulo.
População e Amostragem
Foram realizadas avaliações posturais em 640 colaboradores do corte manual de canade-açúcar da região de Campinas S/P. Os colaboradores avaliados apresentam uma
idade média de 29 anos, sendo cerca de 67% com idade entre 18 e 30 anos, 20 % com
idade entre 31 e 40 anos, 9% com idade entre 41 a 50 anos e 4% com idade acima de 51
anos, onde o sexo masculino representa cerca de 89%, enquanto o sexo feminino
representa apenas, cerca de 11%.
Materiais
A ficha de avaliação física foi elaborada através da união de algumas variáveis
demográficas e ocupacionais. Conta com um questionário de identificação (nome e
idade), histórico laboral dos colaboradores, tabagismo, antecedentes de fraturas e
cirurgias, relação entre a cintura e o quadril (RCQ) (PEIREIRA, R.A., SICHIEIRI, R.,
MARINS, V.M.R.,1999) usado como protocolo para identificar a existência de riscos
aumentados de doenças cardiovasculares e hipertensão arterial, para realização do RCQ,
foi utilizado fita métrica para medição de circunferência modelo WSO e questionário
subjetivo de dor auto-referido. (Tabela1)
Tabela 1 – Histórico do colaborador
Utilizamos também uma adaptação do teste de flexibilidade (Flexiteste), que foi
elaborada pelo médico e esportista Cláudio Gil Araújo e o professor de educação física
Roberto Pável, da Universidade Gama Filho, lançado em livro pela editora americana
Human kinetics. O Flexiteste consiste em medir a mobilidade máxima de 20 movimentos
corporais, incluindo as articulações do tornozelo, do joelho, do quadril, do tronco, do
punho, do cotovelo e do ombro, sem aquecimento prévio. Cada movimento é comparado
com planilha de movimentos e classificado numa escala de 1 (um) a 4 (quatro),
identificada a escala dos movimentos é realizada a soma dessas escalas, levando ao
resultado do nível de flexibilidade do colaborador, que pode variar de muito pequeno (≤ 20
pontos), pequeno (21 – 30 pontos), médio (31 – 40 pontos), grande (41 – 50) e muito
grande (≥ 51 pontos). (Tabela 2).
Tabela 2- Flexiteste
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Além disso, para a avaliação postural utilizamos como base o trabalho “Avaliação
Postural”, publicado pela Profa. Dra. Silvia Maria Amado João, do Departamento de
Fisioterapia, Fonoaudióloga e Terapia Ocupacional.
Para realizarmos a avaliação Postural usamos o tato e a visão observando o
colaborador, em posição anatômica, anterior, posterior, perfil direito, perfil esquerdo e
antero-flexão. Como auxilio na análise da postura foi utilizado um Simetrografo portátil
Sanny com plataforma.
Tabela 3 – Tabela de avaliação postural
Os desvios posturais encontrados foram divididos em quatro (4) grupos, e
subdivididos em grupos menores, assim como abaixo:
Desvios de Tronco e Pescoço:Cabeça Adiante;Hipercifose;Dorso Plano; Escoliose;
Hiperlordose; Lateralização de Tronco; Rotação de Troco.
Desvios de Membros Superiores (M.S) e Cintura Escapular: Escapulas Abduzida;
Escapulas Aduzida; Protrusão/Desnível de Ombros.
Desvios de Quadril: Espinha Ilíaca Anteriorizada (EIAPA); Espinha Ilíaca Posteriorizada
(EIAPP);
Desvios de Membros Inferiores (M.I.): Joelho Rotação Externa; Joelho Rotação Interna;
Joelho Genovalgo; Joelho Genovaro; Pés Abdução; Pés Adução.
Resultados e Discussão
Para os desvios de tronco e pescoço, foram encontrados que 37% dos indivíduos
caracterizavam ter escoliose, 29% caracterizavam ter hiperlordose, 21% caracterizam ter
rotações de tronco (ou para a direita ou para esquerda), 18% caracterizava cabeça
adiantada, 17% caracterizavam hipercifose e 10% caracterizavam dorso plano, conforme
gráfico abaixo.
Gráfico 1 – Desvios de Tronco
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Nos desvios caracterizados com de M.S e cintura escapular, foram encontrados
que 17% caracterizavam ter escapulas abduzidas, 17% (± 3%) também tinham escapulas
aduzidas e 11% caracterizavam ter protrusão/desnível de ombros, conforme gráfico
abaixo.
Gráfico 2 – Desvios de M.S e Cintura Escapular
Nos desvios de quadril, foram encontrados que, 57% caracterizavam ter EIAPA, e 1%
caracterizavam ter EIAPP, conforme gráfico abaixo.
Gráfico 3 – Desvios de Quadril
Nos desvios de M.I, foram encontrados que 52% caracterizavam ter pés em
abdução, 42% caracterizavam ter joelhos genovaros, 3% caracterizavam possuir rotação
externa de joelho, 2% caracterizavam possuir joelho genovalgo e pés em adução, e 1%
caracterizavam rotação interna de joelho, conforme gráfico abaixo.
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Gráfico 4 – Desvios M.I.
De acordo com Verderi (2003), o principal objetivo de uma avaliação de postura é
identificar os desvios de postura fim de promover atividades que não acentuem esses
desequilíbrios.
Os trabalhadores do corte manual da cana-de-açúcar mostram-se muito susceptíveis aos
desvios de postura. Talvez por trabalharem numa atividade de características repetitiva,
com posturas forçadas mais do que o comum para outras atividades. (RIBEIRO,I.Q.B;
SANTOS, A.C.J.; GOMES, C.A.; 2007). Numa jornada de trabalho, o trabalhador do corte
manual da cana-de-açúcar, realiza em média 870 batidas de podão, 330 flexões com a
perna estendida, abraça a cana 120 vezes,leva 90 vezes o feixe de cana para o
monte.(FERNANDES, 2005).
De acordo com Ribeiro et. al.(2007), trabalhadores com maior tempo de serviço na
atividade laboral, tendem a ficar mais debilitados e propícios ao surgimento de doenças
do aparelho locomotor, isso se explica devido ao tempo de adaptação necessária para o
corpo se adaptar as demandas externas, o que gera lesões musculo-esqueléticas,
responsáveis pelo aparecimento das LER/Dort‟s e dos desvios biomecânicos.
Um fator observado foi a semelhança entre o atual estudo e os da literatura que
comprovam que as atividades laborais podem causar adaptações biomecânicas que são
vistas como desvios de postura. O método da avaliação postural também limita em alguns
aspectos os resultados já que foram avaliações visuais por meio de comparação, sem
levar em conta o grau do desvio, e não utilizado nenhum tipo software que poderia ser
mais preciso.
Porém, os resultados obtidos nesse estudo mostraram altos índices de desvios
posturais da classe trabalhadora, demonstrando que realmente existe a necessidade
constante de aplicação de meios de controle e prevenção, assim como a ginástica laboral,
melhoramento de equipamentos laborais, dentre outras medidas que podem ser tomadas
pela empresa.
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FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE TRANSTORNOS
ALIMENTARES EM ALUNAS DE UMA ACADEMIA DE BALLET
Carla Maria Seconi Momenti,
Bacharel
em
Nutrição
pela
[email protected]
Universidade
de
Ribeirão
Preto.
E-mail:
RESUMO
A anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN) se multiplicam em populações que se
preocupam mais com a perfeição do corpo, como no caso de bailarinas, podendo ser um
fator de risco maior para desenvolvimento dessas doenças. Embora classificados
separadamente, a AN e BN apresentam uma psicopatogenia comum que é a
preocupação excessiva com o peso e a forma corporal. O estudo teve como objetivo
comparar fatores de risco para ocorrência de transtornos alimentares em bailarinas em
relação aos dados encontrados na literatura da população geral. Para isto foi feita a
aferição de medidas antropométricas de peso e altura em 49 alunas de ballet entre 12 a
22 anos, e aplicado dois questionários, sendo um deles sobre atitudes alimentares (EAT26) e outro sobre imagem corporal (BSQ). Com os resultados encontrados conclui-se que
a população estudada está inserida em um ambiente favorável para o desenvolvimento de
transtornos alimentares.
Palavra-chave: Transtornos Alimentares - Anorexia – Bulimia
ABSTRACT
Anorexia nervosa (AN) and bulimia nervosa (BN) are increasingly common in populations
that are more concerned with the perfection of the body, as in the case of dancers, which
can be a major risk factor for developing these diseases. Although considered separately,
the AN and BN have a common psychological effects which is the excessive
preoccupation with weight and body shape. The study aimed to compare risk factors for
occurrence of eating disorders in ballet dancers in relation to data in the literature of the
general population. For this was the anthropometric measures of height and weight in 49
ballet students between 12-22 years, and applied two questionnaires, one being on eating
attitudes (EAT-26) and one on body image (BSQ). With these results it is concluded that
this population is embedded in a supportive environment for the development of eating
disorders.
Key-words: Feed disorders- Anorexia- Bulimia
INTRODUÇÃO
Busse; Silva (2004) apresenta a anorexia nervosa (AN) como um transtorno do
comportamento alimentar caracterizado por limitações dietéticas auto-impostas, padrões
bizarros de alimentação com acentuada perda de peso induzida e mantida pelo paciente,
associada a um temor intenso de tornar-se obeso.
Juzwiak (2002) relata que a bulimia nervosa (BN) é um transtorno caracterizado por
episódios alternados de ingestão voraz (grandes volumes em pouco tempo) seguidos de
períodos de arrependimento, quando o indivíduo procura “livrar-se” secretamente do que
comeu.
Segundo Cordás, Salzano e Rios (2004) o paciente bulímico, diferente do
anoréxico, não tem o desejo de emagrecer cada vez mais. A amenorréia não é marcante
como na anorexia e a distorção da imagem corporal também não é tão intensa.
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Na anorexia os pacientes baseados em sua forma física fazem um julgamento de si
mesmos com alterações na imagem corporal e distorcendo a forma e/ou tamanho de seu
corpo, mostrando-se sempre insatisfeitos com seu próprio corpo, e diante do medo de
engordar tornam-se escravos de dietas, do peso e da forma física. Já na BN há também
uma grande preocupação com a forma e o peso, porém é caracterizada por uma falta de
controle seguida pela ingestão exagerada de comida, fora dos padrões normais e logo a
indução do vômito como se para atingir o alívio do desconforto físico e principalmente a
redução psicológica do medo de engordar (NAKAMURA, 2004).
Embora classificados separadamente, a anorexia e bulimia apresentam uma
psicopatogenia comum que é a preocupação excessiva com o peso e a forma corporal.
Os Transtornos Alimentares podem ser determinados por diversos fatores que
interagem entre si para perpetuar a doença. Esse quadro costuma ter relação com algum
evento significativo como separações, mudanças, ansiedade, perdas, depressão e até
mesmo traumas de infância como abuso sexual, portanto a forma como esses fatores
atuarão como causa do distúrbio, ainda não está esclarecida (COSTA et al., 2007).
Segundo Dunker, Philippi (2003) a incidência de transtornos alimentares praticamente
dobrou nestes últimos vinte anos, especificamente em relação à anorexia nervosa. O
número de casos novos por ano teve um aumento constante entre os anos de 1955 e
1984 entre adolescentes de 10 a 19 anos. Observa-se também que, entre 12 e 16 anos,
há um aumento da insatisfação com medidas dos quadris e o emagrecimento
principalmente em meninas, torna-se um grande desejo.
A incidência mundial é estimada em 1:100.000, porém, se considerarmos apenas as
mulheres jovens e brancas de países desenvolvidos esta taxa se eleva para 1:200, como
ocorre nos países como EUA e os da Europa. É oportuno considerar os grupos de risco,
os seja, pessoas demasiadamente preocupadas com o peso e forma física como
bailarinas, ginastas, modelos, etc, no aumento desta incidência (HERZOG; COPELAND,
1985).
Estudos têm mostrado que a prevalência de anorexia e bulimia é muito mais alta em
mulheres do que em homens, sendo que 1 à 2% da população feminina em geral
normalmente na faixa etária de 13 à 20 anos sofre com a AN, porém ela pode ocorrer em
qualquer grupo etário. Em homens a prevalência é menor, sendo de 5 à 10% da
população com AN. Já na BN a estimativa é de 2 à 4% da população em geral e 4 à 15%
em mulheres do segundo grau e universitárias, geralmente dos 15 à 18 anos. Estima-se
que 0,4 à 20% da população bulímica se dá em homens. Essas diferenças acontecem
devido aos fatores biológicos, psicodinâmicos, socioculturais e também pelo homem
demonstrar maior relutância na busca do tratamento (COCHRANE, 1998).
A anorexia, na maioria das vezes, inicia-se na adolescência quando a menina abandona a
infância e ingressa no mundo adulto. Essa passagem se torna complexa, pois ela não
consegue lidar com sua identidade e sua feminilidade, não descobrindo recursos internos
para lidar com estas questões (BUCARETCHI, 2003).
Vale a pena ressaltar que a incidência de transtornos alimentares em adolescentes,
principalmente no sexo feminino, vem aumentando e, por isso, ações preventivas devem
merecer atenção de educadores, clínicos, pesquisadores e principalmente da família
(HERZOG; COPELAND, 1985).
Estes transtornos têm merecido grande atenção dos profissionais da saúde e da
sociedade devido a um quadro clínico curioso e um mau prognóstico. Assumpção e
Cabral (2002) afirmam que dentre todos os distúrbios psiquiátricos, a anorexia apresenta
maior taxa de mortalidade, cerca de 0,56% ao ano. Este valor é cerca de 12 vezes maior
que a mortalidade de mulheres jovens na população em geral. Isso ocorre devido ao
comprometimento do estado nutricional que a anorexia nervosa provoca e as práticas
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inadequadas de controle e diminuição de peso que causam sérias complicações como
insuficiência renal e doenças cardiovasculares.
Sabe-se que a prática regular de exercício físico está relacionada a benefícios para a
saúde, assim como a inatividade física e o sedentarismo estão relacionados a fatores de
risco para o desenvolvimento de algumas patologias, porém uma série de estudos vem
analisando que os indivíduos que praticam exercício de forma excessiva e inadequada
passaram a ter problemas de saúde.
A relação entre desempenho físico e imagem corporal faz com que os atletas sejam um
grupo vulnerável à instalação de anorexia nervosa e bulimia nervosa. Esportes que
supervalorizam a estética e o baixo peso como obtenção de bons resultados em
competições como ocorre no ballet, tem sido indicadores para pesquisas nesta área,
como os de maior incidência para desenvolvimento de transtornos alimentares podendo
provocar um déficit calórico e desequilíbrio eletrolítico, tendo como conseqüência a
desnutrição e comprometimento do desempenho físico (OLIVEIRA et al., 2003).
Exercício pré-mórbido é um fator preditivo de comorbidade entre transtorno alimentar e
atividade física excessiva. Segundo Oliveira et al. (2003) “O ambiente esportivo pode ser
um meio ampliador de pressões socioculturais motivadas pelo ideal de corpo magro”.
Pesquisas realizadas demonstram freqüência aumentada de 15 à 62% para atletas
(ASSUNÇÃO; CORDÁS; ARAÚJO, 2008).
Dalgalarrondo (2000) coloca que, atletas, bailarinos, um trabalhador braçal e um
intelectual, apresentam uma percepção bastante diferenciada do corpo, indicando que
diferentes grupos sociais percebem e representam o corpo de forma diferente. Em atletas,
a demanda por um peso e um corpo ideal acaba por ocasionar o risco de que estes
acabem por desenvolver atitudes prejudiciais à saúde. Na literatura há uma maior
prevalência de casos de transtornos alimentares em indivíduos que trabalham em
profissões em que a estética corporal é considerada um valor agregado.
Pacientes com Transtornos Alimentares costumam apresentar compulsão por
atividade física, de forma obsessiva e interrupta, como se a vida de indivíduo dependesse
basicamente da prática de exercício, apresentando ao não fazê-lo, sintomas de
ansiedade, irritabilidade e depressão (ANTONACCIO, DUNKER, LUZ, 1998).
A anorexia e a bulimia se multiplicam em populações que se preocupam mais com a
perfeição do corpo. Há evidências que em países como EUA e Europa a incidência de
anorexia e bulimia aumentou nas últimas décadas, considerando também um aumento
destes transtornos em grupos de risco (bailarinas, modelos) que se preocupam demais
com a forma física (RIBEIRO; SANTOS; SANTOS, 1998).
Os fatores socioculturais podem influir no aumento da incidência da AN devido as
características que a mesma apresenta. Segundo Herscovici; Bay (1997) em bailarinas,
modelos e ginastas a magreza passa a ser uma norma, sendo normalmente eficaz uma
tarefa preventiva em academias, escolas de dança e ballet, escolas de modelo, etc., a fim
de limitar a incidência desta doença.
Trata-se na realidade, de uma “epidemia de culto ao corpo”, multiplicando-se numa
população patologicamente preocupada com a perfeição do corpo e que vem sendo
afetada por alterações psíquicas caracterizadas por distúrbios na representação pessoal
do esquema corporal (RIBEIRO, 2003).
Segundo Costa et al. (2007) há uma escassez de estudos epidemiológicos sobre
Transtornos Alimentares na população esportiva, o que impede uma melhor visão do
problema, principalmente no Brasil. É necessária uma maior atenção a grupos de atletas
e praticantes de atividade física, um melhor preparo dos treinadores e atenção da família,
evitando queda da performance, prejuízos físicos, sociais e psicológicos.
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Contudo, o estudo teve como objetivo comparar fatores de risco para ocorrência
de transtornos alimentares em bailarinas em relação aos dados encontrados na literatura
da população geral
MATERIAIS E MÉTODOS
Para chegar ao objetivo traçado no presente estudo, ou seja, avaliar a presença de
fatores de risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares em bailarinas de uma
academia de ballet, foram coletados dados de peso e altura através de uma balança
digital portátil e de uma fita métrica fixada na parede, para o cálculo do Índice de Massa
Corporal (IMC) e posterior classificação do estado nutricional das bailarinas. O peso e a
altura foram aferidos com as bailarinas descalças, com poucas vestimentas (collant e
meia), em posição ereta e com os tornozelos unidos. Para as alunas de ballet de 12 a 19
anos, foi calculado o IMC e em seguida os resultados foram comparados aos das Curvas
de Crescimento de IMC por Idade da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007) para
posterior classificação do estado nutricional pelo Ministério da Saúde 2008. Já para as
alunas de ballet de 20 a 22 anos, a classificação do estado nutricional foi realizada de
acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998). Foram também aplicados
dois testes que possibilitaram a classificação de fatores precipitantes para a ocorrência de
transtornos alimentares, ambos validados pela literatura.
O primeiro deles foi o Questionário de Imagem Corporal – BSQ (Anexo A), um
questionário de auto-relato composto por 34 questões com seis alternativas que variam
do sempre ao nunca.
O segundo, o Teste de Atitudes Alimentares – EAT-26 (Anexo B), também um
questionário de auto relato, só que composto por 26 itens com seis alternativas de
respostas que variam também do sempre ao nunca. Ambos os testes de auto
preenchimento e que não continham a identificação pessoal da aluna.
As escalas para ambos os testes avaliaram aspectos cognitivos e comportamentais,
porém para o EAT-26 esses aspectos relacionar-se-iam aos alimentos, forma e peso
corporais, enquanto que no BSQ os aspectos dizem respeito à forma física.
A análise do Índice de Massa Corporal (IMC) das participantes, foi obtido através da
divisão do peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. As avaliações do
estado nutricional das bailarinas de 12 a 19 anos, foram realizadas de acordo com as
Curvas de Crescimento de IMC por Idade da Organização Mundial da Saúde (WHO,
2007) para posterior classificação do estado nutricional pelo padrão do Ministério da
Saúde de 2008. Já para as alunas de ballet de 20 a 22 anos, a avaliação do estado
nutricional foi realizada de acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1998).
A análise quantitativa do Questionário de Imagem Corporal (BSQ) foi realizada
classificando-se o grau de distorção da imagem corporal de cada bailarina de acordo com
três modalidades, relativas à somatória dos pontos que cada uma apresentou ao
responder o questionário. As respostas obtidas foram submetidas à seguinte análise:
cada questão é composta por seis alternativas de resposta, que variam do sempre ao
nunca. Para cada alternativa escolhida são conferidos pontos que variam de 1 a 6 (
sempre = 6; muito freqüente = 5; freqüentemente = 4; às vezes = 3; raramente = 2; nunca
= 1). O resultado do teste é a somatória dos 34 itens contidos no questionário, e a
classificação do teste reflete os níveis de preocupação com a imagem corporal. Indivíduos
que atingiram valor menor que 70 pontos foram classificados como não apresentando
distorção da imagem corporal (MORA, 2005).
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Para o EAT-26, a análise também foi quantitativa. O ponto de corte estabelecido é de 21
pontos, sendo considerado um indicador de risco para o desenvolvimento de Transtorno
Alimentar. As 26 questões estão divididas em três escalas sendo elas Escala da Dieta (D)
– itens nº 1,6,7,10,11,12,14,16,17,22,23,24,25 que reflete uma recusa patológica a
comidas de alto valor calórico e preocupação intensa com a forma física; Escala de
Bulimia e Preocupação com Alimentos (B) – itens nº 3,4,9,18,21,26: refere-se a episódios
de ingestão compulsiva dos alimentos, seguidos de vômitos e outros comportamentos
para evitar o ganho de peso; Escala do Controle Oral (CO) – itens nº 2,5,8,13,15,19,20:
demonstra o auto-controle em relação aos alimentos e reconhece forças sociais no
ambiente que estimulam a ingestão alimentar. Cada questão apresenta seis opções de
resposta, conferindo-se pontos de 0 a 3, dependendo da escala (sempre = 3; muito
freqüente = 2; frequentemente = 1; às vezes = 0; raramente = 0; nunca = 0) (BIGHETTI,
2004).
RESULTADO E DISCUSSÃO
A Figura 1 apresenta a porcentagem das bailarinas de 12 a 19 anos em relação ao estado
nutricional, segundo a classificação preconizada pelo Ministério da Saúde (2008).
Observou-se que 19.05% (n=8) estavam com baixo IMC para idade, apresentando
desnutrição; 71,43% (n=30) estavam eutróficos; 7,14% (n=3) apresentavam sobrepeso;
2,38% (n=1) mostravam obesidade.
80
70
60
50
% 40
30
20
10
0
71,43
baixo IMC/idade
eutrófico
sobrepeso
obesidade
19,05
7,14
2,38
Figura 1: Classificação do Estado Nutricional segundo o IMC por idade das
alunas de ballet da cidade de Ribeirão Preto (n=42).
A Figura 2 apresenta a porcentagem das bailarinas de 20 a 22 anos em relação ao estado
nutricional, segundo a classificação preconizada pela WHO (1998). Observou-se que
14,29% (n=1) apresentaram desnutrição grau I; 71,42% (n=5) estavam eutróficos; 14,29%
(n=1) apresentaram sobrepeso e nenhuma bailarina mostrou obesidade.
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71,42
80
70
60
desnutrição
eutrófia
sobrepeso
obesidade
50
% 40
30
14,29
20
14,29
0
10
0
Figura 2: Classificação do Estado Nutricional segundo o IMC das alunas de ballet
da cidade de Ribeirão Preto (n=7).
Com relação a imagem corporal, os dados do Questionário sobre Imagem Corporal
- Body Shape Questionnaire (BSQ) das bailarinas revelam que 61,2% (n=30) da
população das bailarinas estudadas apresentaram distorção da imagem corporal, 24,48%
(n=12) apresentaram distorção leve; 20,4% (n=10) tiveram distorção moderada; e 16,32%
(n=8) revelaram ter distorção intensa), e apenas 38,8% (n=19) das bailarinas revelaram
normalidade na imagem corporal, como mostra a Figura 3.
80
61,2
60
38,8
% 40
Alguma distorção
Sem distorção
20
0
Figura 3: Classificação da percepção da imagem corporal pelo questionário
sobre Imagem Corporal (BSQ) aplicado nas alunas de ballet da cidade de Ribeirão Preto
(n=49).
De acordo com a aplicação do EAT-26, os resultados do presente trabalho apontam que
22,45% (n=11) da população de bailarinas apresentam score + (acima de 21 pontos) para
o desenvolvimento de transtorno alimentar, isto é, que apresentam atitudes alimentares
inadequadas, e 77,55% (n=38) apresentaram score – (abaixo de 21 pontos) para o
desenvolvimento de transtorno alimentar. Veja a figura 4.
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77,55
80
60
% 40
22,45
Score +
Score -
20
0
Figura 4: Classificação das atitudes alimentares pelo teste EAT-26 aplicado nas
alunas de ballet da cidade de Ribeirão Preto (n=49).
Como um todo, os resultados do presente trabalho tais como a grande porcentagem de
bailarinas com desnutrição (22,4%) e eutrofia (71,4%), a alta incidência de distorção da
imagem corporal (61,2%) e a atitudes alimentares preocupantes (22,44%),
comparativamente aos demais estudos apresentados, demonstravam que pertencer a
grupos profissionais como atletas, bailarinas, modelos e nutricionistas reforçam a
demanda por um corpo muito magro, aumentando o risco de transtorno alimentar.
CONCLUSÃO
Analisando os resultados do presente trabalho, conclui-se que o grupo
estudado, possui grande tendência para o desenvolvimento de transtornos alimentares
por estarem presentes em um grupo de risco e apresentando uma maior predisposição a
desenvolver um quadro de anorexia ou bulimia nervosas. Entretanto, as bailarinas que se
encontram desnutridas, que possuem imagem corporal distorcida e que foram
classificadas com EAT+, embora apresentem alguns sintomas de transtornos alimentares,
ainda não poderiam ser diagnosticadas como anoréxicas ou bulímicas por não
preencherem totalmente os critérios diagnósticos para estes transtornos, necessitando de
um acompanhamento mais próximo por parte de profissionais da área.
REFERÊNCIAS
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O ENSINO DESENVOLVIMENTAL E A ATIVIDADE AUTO-AVALIATIVA NO VOLEIBOL
ESCOLAR
Made Júnior Miranda,
Mestre em Ciências Ambientais e Saúde,
Doutorando em Educação pela PUC-GO,
Bolsista da FAPEG, [email protected].
Resumo
Este artigo aborda as contribuições da Teoria do Ensino Desenvolvimental proposta pelo
russo Vasili V. Davídov e dos métodos auto-avaliativos no processo de ensinoaprendizagem dos esportes coletivos (voleibol). O ensino desenvolvimental implica criar
oportunidades para os alunos investigarem problemas que os permitem desenvolver uma
relação teórica com a matéria específica. Este estudo propõe um experimento didático
formativo utilizando a auto-avaliação na perspectiva de obter ganhos na aprendizagem
tanto no desempenho esportivo como na formação da personalidade para a vida em
sociedade. O experimento formativo faz parte do modo de investigação da teoria históricocultural dos psicólogos russos Vigotsky, Leontiev, Luria, Galperin e Davídov. As
conclusões preliminares são que o “escalte”, freqüentemente usado no esporte para ser
um mensurador quantitativo, também pode se converter em um instrumento avaliativo de
qualidades e de potenciais humanos.
Palavras-chave: Ensino desenvolvimental, Auto-avaliação. Voleibol.
DEVELOPMENTAL TEACHING ACTIVITY AND SELF-EVALUATED IN SCHOOL
VOLLEYBALL
Summary
This article discusses the contributions of the Theory of Developmental Education
proposed by the Russian Vasily V. Davidov and self-evaluative methods in the teachinglearning sports (volleyball). The developmental education means creating opportunities for
students to investigate problems that allow them to develop a theoretical relationship with
the specific matter. This study proposes a teaching experiment using formative selfassessment from the perspective of learning gains in both athletic performance and in
shaping the character to life in society. The experiment is part of the training method of
investigation of historical-cultural theory of Russian psychologists Vygotsky, Leontiev,
Luria, Galperin and Davydov. Preliminary conclusions are that "escalte" often used in sport
to be a measure quantitatively, it can also become an evaluative instrument of human
qualities and potential.
Keywords: Developmental Education. Self-evaluation. Volleyball.
INTRODUÇÃO
As dificuldades relativas à aprendizagem no esporte têm despertado os professores na
busca de melhores processos educativos que tenham como pressuposto levar os alunos
a apropriação do conhecimento científico e sua utilização nas diversas situações
decorrentes do jogo.
As atividades de ensino-aprendizagem no esporte, tanto escolar quanto de rendimento,
têm suscitado várias questões pertinentes à prática pedagógica. A aprendizagem
esportiva, amiúde, é ensinada e avaliada com base nos resultados esportivos
considerando sobremaneira o desempenho dos praticantes nos eventos competitivos para
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se reputar valor a determinado processo de ensino-aprendizagem. Contudo, percebemos
que há uma relação entre os processos de ensino-aprendizagem e o domínio dos
movimentos esportivos que implica nos aspectos qualitativos e quantitativos do
desempenho. Ou seja, a forma como se aprende ou pratica, parece influenciar na forma
de jogar ou de apresentação de resultados. Outrossim, espera-se métodos de ensinar e
avaliar que possam ser facilitadores e influenciadores da qualidade do ensino e da
aprendizagem esportiva com reflexo no desenvolvimento da capacidade de auto-domínio
dos movimentos corporais, nas técnicas esportivas e no desenvolvimento da
personalidade do aluno para a formação de conceitos por si mesmo.
Assim, este projeto de trabalho nasceu das seguintes indagações: As atividades de
ensino esportivo têm proporcionado ações mentais necessárias e suficientes para levar os
alunos a internalizarem os conceitos nucleares necessários para a prática do jogo de
voleibol? O fazer dos alunos tem caracterizado uma aprendizagem eficaz pela
manifestação da autonomia em dar soluções coerentes do ponto de vista cognitivo e da
ação motora das várias situações do jogo? Os métodos auto-avaliativos representam uma
estratégia de ensino capaz de desenvolver nos alunos os aspectos da personalidade
como a formação de conceitos, o pensamento autônomo e crítico, com reflexo no
desempenho dos fundamentos básicos do voleibol?
Para investigação destas questões foi proposto uma pesquisa com o objetivo de
apresentar as regularidades observadas no desenvolvimento do experimento didático
formativo em jovens iniciantes de voleibol, nos aspectos da apropriação e generalização
de conceitos nucleares do jogo de voleibol, da formação personalidade e do desempenho
esportivo, em função do desenvolvimento das atividades de ensino-aprendizagem na
perspectiva do ensino desenvolvimental.
Sabemos que há diferentes perspectivas de se ensinar esportes, ora com enfoque
tecnicista, ora com enfoque humanista, ora com a idéia de generalização de conceitos e
também o conhecimento fragmentado como ferramenta de resolução de problemas.
Assim, uma questão se torna importante de ser analisada nas situações de ensino e
aprendizagem. Qual é o tipo de relação entre a forma pela qual o conhecimento é
organizado e ensinado e o desenvolvimento do pensamento dos alunos? Como se dá a
aquisição de novas ações mentais? E nas atividades que exigem movimentos corporais
absolutamente técnicos e coordenados durante a ação, como se dá a internalização e
externalização do conhecimento?
Neste contexto investigativo, vamos buscar as contribuições para a aprendizagem
esportiva no pensamento didático da teoria histórico-cultural da atividade a partir das
produções de Vasili Vasilievich Davídov. Autor de vários livros, professor universitário e
doutor em psicologia, Davídov faz parte da terceira geração de psicólogos russos, tendo
nascido em 1930 e falecido em 1998. A sua obra destaca a peculiaridade da atividade da
aprendizagem com o objetivo de domínio do conhecimento teórico obtido pela
aprendizagem de conhecimentos comuns a diversas áreas do conhecimento. Foi
influenciado pelos estudos de Lev Vygotsky, especialmente pela relevância da
escolarização para a apropriação dos conceitos científicos e desenvolvimento das
capacidades de pensamento a partir da assimilação da produção cultural da humanidade.
Também se inspirou-se nos conhecimentos de Alexei Leontiev que investigou os
fundamentos do desenvolvimento psíquico humano e sistematizou uma teoria psicológica
da atividade humana. (LIBÂNEO, 2004)
A expressão ensino desenvolvimental, conforme Chaiklin (2002), implica criar
oportunidades para os alunos investigarem problemas que os permitem desenvolver uma
relação teórica com a matéria específica.
Os pedagogos começam a compreender que a tarefa da escola contemporânea não
consiste em dar às crianças uma soma de fatos conhecidos, mas em ensiná-las a
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orientar-se independentemente na informação científica e em qualquer outra. Isto significa
que a escola deve ensinar os alunos a pensar, quer dizer, desenvolver ativamente neles
os fundamentos do pensamento contemporâneo para o qual é necessário organizar um
ensino que impulsione o desenvolvimento. Chamemos esse ensino de
“desenvolvimental”. (DAVÍDOV APUD CHAIKLIN, 2002)
O processo de conhecimento humano exige concomitantemente a teoria e a prática que
também é particular, individual e ao mesmo tempo social. Logo, a práxis da atividade de
aprendizagem humana não se faz espontaneamente. Ela é sistematizada e formalizada. A
atividade prática pensante leva à apropriação, onde nossa consciência capta e reproduz o
movimento das coisas na situação real. Desta forma, para a consciência se formar, o real
deve ser recriado, convertido para a „cabeça‟ humana. A apropriação ou domínio a prática
vem pela interiorização, onde o externo é convertido em interno pela mediação. Para
Libâneo (2004):
A idéia é de que a apropriação dos conceitos (no sentido de “instrumentalidade”) requer
que o indivíduo reproduza, na sua própria atividade, as capacidades humanas
desenvolvidas historicamente. Nessa atividade reprodutiva, “a criança implementa a
atividade que é semelhante (não idêntica) à atividade encarnada pelas pessoas nestas
capacidades” (1988a, p. 56). Davídov, aqui, cita Leontiev, que escreve que o processo
pelo qual a criança se apropria da experiência social “é um processo que tem como
resultado a reprodução pelo indivíduo, de atributos, capacidades e modos de
comportamento humanos formados historicamente”. E conclui Davídov: Esta reprodução
das capacidades, da atividade, com os instrumentos e conhecimentos, pressupõe que a
“criança deve realizar em relação a elas uma atividade prática ou cognitiva que seja
proporcional (commensurate) (ainda que não idêntica) à atividade humana incorporada
nelas”. (DAVÍDOV, 1998, p. 23)
Assim, podemos admitir que no caso do ensino esportivo de voleibol o desenvolvimento
das atividades de ensino na perspectiva desenvolvimental deve dar condições para que o
aluno internalize mentalmente e incorpore no seu repertório motor as formas mais
eficazes de aplicar os gestos técnicos do jogo de voleibol, e que, mesmo diante de
situações imprevistas e aparentemente novas que acontecem no decorrer de uma partida,
possa ter desenvolvido a habilidade de organizar mentalmente os conceitos, informações
e saberes necessários para discernir as situações e tomar as decisões e os movimentos
mais acertados nas situações concretas. Este caráter generalizador dos conceitos deverá
dar aos alunos a condição de inteligentemente agirem com autonomia em qualquer
situação no âmbito do jogo de voleibol, inclusive criando novas soluções para novos
problemas a partir da base conceitual já compreendida e efetivada. Como coloca Libâneo
(2004):
Mas não se trata do “aprender fazendo”. Se for enfatizado apenas o caráter concreto da
experiência da criança, pouco se conseguirá em termos de desenvolvimento mental. Na
expressão de Lipman (1997), as crianças ficam subnutridas conceitualmente. Segundo
Davídov, “aos conhecimentos (conceitos) empíricos correspondem ações empíricas (ou
formais) e aos conhecimentos (conceitos) teóricos, ações teóricas (ou substanciais)”, ou
seja, se o ensino nutre a criança somente de conhecimentos empíricos, ela só poderá
realizar ações empíricas, sem influir substancialmente no desenvolvimento intelectual dos
alunos. (LIBÂNEO,2004, p.10)
Portanto, o papel ativo dos sujeitos na aprendizagem, e especialmente, a necessidade
dos sujeitos desenvolverem habilidades de pensamento e competências cognitivas se
constituem premissas orientadoras das práticas educacionais na perspectiva do ensino
desenvolvimental. Neste contexto, pretende-se neste referencial rever qual é o
entrelaçamento possível entre as formas de se avaliar no esporte e a possibilidade de se
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compatibilizar as atividades de avaliação com os pressupostos da Teoria do Ensino
Desenvolvimental.
No Brasil, nos últimos anos, vem ocorrendo consideráveis questionamentos em torno do
assunto Avaliação Escolar. Em Educação Física e esportes, o problema se agrava. Se há
dificuldades na avaliação da aprendizagem da escrita, da leitura, do cálculo, da geografia
etc., que dirá quanto à aprendizagem em Educação Física? Como avaliar a aprendizagem
do movimento, que envolve variáveis tais como força muscular, resistência, agilidade,
equilíbrio, ritmo, sentimento, cognição, afetividade etc? (COLETIVO DE AUTORES, 1993).
Nesta lógica, Piaget (1970) diz que não se deve ensinar às crianças aquilo que elas
podem ter o prazer de empenhar-se em descobrir, incentivadas e orientadas por um
professor igualmente curioso e pesquisador, pois o pensamento nasce da ação, sendo a
afetividade e inteligência indissociáveis. Logo, a articulação da avaliação com o processo
de ensino é um ponto fundamental dentro da perspectiva da educação.
Leyton Soto (1969), afirma que a avaliação exerce um poderoso efeito sobre a
aprendizagem, a ponto de citar em sua obra que alguns instrumentos de avaliação podem
ter mais efeito sobre o que é ensinado que os próprios programas de estudo. Portanto,
considerar que o fato do processo avaliativo esteja inserido no desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem representa um ganho, pois a avaliação pode ser o próprio
estímulo à busca do conhecimento, concentrando-se em um nível maior, numa
perspectiva integrada na qualidade.
Titone (1966), vai mais além e diz o seguinte:
Por tanto, la educación, em el fondo, no puede ser ota cosa que autoeducación, y la
ensiñanza no tiene nada más que uma importância muy relativa frente a la primariedad
del proceso subjetivo de aprendizaje: no es concebible uma educación heterônoma,
puesto que educación auténtica (y auténtica instrucción) es solamente la que se identifica
com la reconstrucción personal de las própias experiências.(TITONE, 1966, p.16).
A auto-avaliação é um instrumento eficaz e necessário no processo ensino-aprendizagem
para chegar ao conhecimento motivado. Segundo Santanna (1998, p. 94), "graças a ela
os alunos adquirem uma capacidade cada vez maior de analisar pontos fortes,
necessidades e êxito na consecução de propósitos". Neste sentido, precisamos de
métodos de avaliação que propiciem uma transformação contínua do educando,
possibilitando-lhe um autoconhecimento cognitivo, afetivo, social e motor, que configure a
sua personalidade a partir das situações as quais ele será inserido.
A auto-avaliação enquadra-se perfeitamente na situação da necessidade preponderante
de reconhecer o desenvolvimento em um grupo de trabalho, onde o aluno participa
analisando suas próprias aptidões, atitudes, comportamentos, pontos fortes,
necessidades e êxito na consecução de propósitos e com isto desenvolver a
responsabilidade pessoal ao apreciar a eficiência do esforço individual e de grupo.
Neste contexto, pode-se entender que os estudos de métodos avaliativos que utilizam
técnicas que envolvem expressivamente o educando contribuem para o processo ensinoaprendizagem. Desta forma, procurar-se-á desenvolver no processo de ensino e
aprendizagem do voleibol atividades que proporcionem uma condição de análise
sistemática sobre cada ação realizada, dando espaço para se criar uma justificativa
racional para o acerto, e propor uma solução lógica, diante da base conceitual, que possa
minimizar os erros cometidos na realização das ações do jogo. Assim sendo, acreditamos
que um procedimento auto-avaliativo para o treinamento dos conteúdos trabalhados
poderá ser importante para os alunos no desenvolvimento do pensamento teórico
(científico), para a interiorização de ações mentais e formação de capacidades
intelectuais e, também, para o desenvolvimento das capacidades próprias de raciocínio
(pensar com autonomia). Portanto, pretende-se ajudar o aluno a interiorizar os modos de
pensar, de raciocinar, de investigar e de atuar da ciência ensinada.
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Espera-se que entre a ação realizada e o julgamento quase instantâneo da ação pelo
próprio executante (auto-avaliação), haja uma tomada de consciência que envolva o
provável problema e a possível solução do mesmo. Esta conscientização do aluno deve
considerar a base conceitual que ele já possui, mas, se não for suficiente ele poderá
buscar ajuda no próprio grupo que de certa forma avalia, também, as ações uns dos
outros sob a supervisão do professor mediador do conhecimento.
Assim, ao final de uma sessão, ou período de trabalho dos conteúdos, após o treinamento
sistemático dos fundamentos e das anotações das auto-avaliações, o professor disporá
de elementos importantes para avaliar qualitativamente e quantitativamente o trabalho
que está sendo desenvolvido, podendo reestruturar os conhecimentos e propor novas
ações mentais que sejam capazes de levar os alunos a pensar teoricamente,
reformulando seus conceitos, com reflexo nas ações desejáveis para a prática do jogo de
voleibol. De fato, o aluno deve ser constantemente avaliado, para que o professor possa
mantê-lo instrumentalizado, dando-lhe condições de exercitar o pensamento lógico e o
raciocínio naquilo que ele se dispõe a fazer.
ABORDAGEM METODOLÓGICA
O presente estudo está sendo desenvolvido a partir de um experimento didático formativo.
O experimento formativo faz parte do modo de investigação da teoria histórico-cultural dos
psicólogos russos Vigotsky, Leontiev, Luria, Galperin e Davídov. Neste modelo de
pesquisa procura-se compreender o desenvolvimento da mente do aluno como um
acontecimento condicionado à sua cultura. Considera-se, portanto, que o pesquisador que
desenvolve o experimento terá ativa influência nos processos psicológicos que serão
investigados em função das ações/atividades que irá propor para os alunos. A base deste
experimento parte da idéia de “zona de desenvolvimento proximal” proposta por Vigotsky
(2007), onde o aluno que já possui um determinado desenvolvimento real pode com a
ajuda de outros avançar um pouco mais no seu estado de maturação e atingir o seu
desenvolvimento potencial até então não atingido por si só. Assim, o „formativo‟ do
experimento representa os procedimentos que o pesquisador irá desenvolver e sua
capacidade de mudar o estado inicial dos alunos participantes.
O experimento didático formativo pretende de forma sistemática criar no aluno certas
disposições mentais importantes para o domínio dos conceitos centrais de determinado
objeto de estudo com a possibilidade de generalização em outras situações particulares.
Para Vasili V. Davídov:
O método do experimento formativo caracteriza-se pela intervenção ativa do pesquisador
nos processos mentais que ele estuda. Neste sentido, ele difere substancialmente do
experimento de verificação (constatação, comprovação) que somente enfoca o estado já
formado e presente de uma formação mental. A realização do experimento formativo
pressupõe a projeção e modelação do conteúdo das formações mentais novas a serem
formadas, dos meios psicológicos e pedagógicos e das vias de sua formação. Ao pesquisar
os caminhos para realizar este projeto (modelo) no processo do trabalho de aprendizagem
cognitiva feito com as crianças, pode-se estudar também as condições e regularidades da
origem, da gênese das novas formações mentais correspondentes. (DAVÍDOV, 1998, p.
196).
Desta forma, o plano de ensino torna-se o experimento formativo, sendo uma intervenção
pedagógica intencional que visa despertar no aluno determinadas ações mentais capazes
de mudar suas funções mentais já existentes. Logo, o pesquisador planeja as ações
delineando os objetivos e as ações pedagógicas; coloca o plano de ensino em prática por
um período pré-determinado; observa e registra as regularidades ocorridas nas ações do
professor e dos alunos; analisa os registros a partir dos critérios estipulados, avaliando as
ações do experimento, avaliando o desempeno dos alunos e propondo as prováveis ações
de reformulação das práticas pedagógicas.
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Por fim, o desenvolvimento do experimento didático formativo pretende, sobretudo,
investigar como surgem as novas formações mentais nos alunos, tendo em vista as ações
orientadas para atingir os objetivos do plano de ensino.
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Algumas considerações já podemos adiantar deste estudo. A primeira é que o “escalte”,
freqüentemente usado no esporte para ser um mensurador quantitativo, também pode se
converter em um instrumento avaliativo de qualidades e de potenciais humanos.
A experiência utilizando um processo no qual o aluno\atleta participa ativamente na coleta
de dados tem sinalizado para um procedimento eficiente na melhora da performance dos
fundamentos treinados, além de oferecer maior facilidade ao treinador para que o mesmo
tenha mais tempo e agilidade na organização e coordenação da sessão de treinamento.
Outra característica que podemos vislumbrar nesta abordagem educativa é a
possibilidade de conjugar os objetivos de desenvolvimento das capacidades físicas e
técnicas, necessárias na prática esportiva, com o desenvolvimento de valores humanos,
necessários para a convivência em sociedade, pois as questões são definidas,
normalmente, com a participação do grupo e o controle das atividades requer ação e
reflexão permanente dos envolvidos no processo.
Enfim, esperamos que este estudo contribua na sistematização de procedimentos
didáticos e metodológicos que facilitem as dinâmicas de ensino e aprendizagem, em
especial nas atividades de práticas esportivas amplamente desenvolvidas nos espaços
escolares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CHAIKLIN, S. Capítulo 13 do livro: Wells, Gordon e Claxton, Guy Claxton (Eds.). Learning
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VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira
Menna Barreto, Solange Castro Afeche. – 7ª ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
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BENEFÍCIOS DA RECREAÇAO NA TERCEIRA IDADE
Co-autor Marcus Túlio Dessimoni Junior
Ana Angélica Carneiro Amaro
Sob orientação: Prof. Esp. Ieda Mayumi Sabino Kawashita
Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé - UNIFEG
RESUMO
O objetivo desse artigo foi analisar através de um questionário os conteúdos recreativos
das atividades físicas realizadas no Asilo Lar de Jesus da cidade de São José do Rio
Pardo – SP, uma entidade onde abriga 110 internos entre 60 a 95 anos. A pesquisa
levantou dados coletados atrás do questionário individual realizado com 25 internos. O
projeto teve como finalidade utilizar a Recreação juntamente com a psicomotricidade
como um vínculo para o desenvolvimento e evidenciar a importância da Atividade Física
através da Recreação e do Lazer para a Terceira Idade, tendo como finalidade de levar
Informação, Cultura, Entretenimento, Atividades Físicas e Sociais.
A terceira idade tem sido um público crescente em todos lugares, uma vez que esta
população tem aumentado no país e também se encontra numa faixa etária em que não
há mais preocupações de cuidados comO os filhos, e nem com calendários escolares e
de trabalho. (ARAÚJO, 2000)
A parceria do professor de Educação Física na área de saúde é um novo passo na
ampliação da atuação interdisciplinar no atendimento ao idoso buscando cada vez mais
melhorar sua qualidade o seu atendimento. A pesquisa fez parte de um processo
educativo para a valorização da auto-estima, auto-superação e cidadania, ampliando o
conhecimento e sua segurança em relação às atividade físicas enriquecendo o conteúdo
dos estudos voltados da Recreação para Terceira Idade, já que encontramos pouco
conteúdo a serem acompanhados como referencia. A recreação vem se tornando cada
vez mais presente como técnica a ser desenvolvida. Visando a diminuição do
sedentarismo, onde através dessas atividades de integração (em grupo ou individuais),
desenvolvemos também uma melhora da relação interpessoal proporcionando uma
melhora na qualidade de vida.
PALAVRAS CHAVES: Recreação, Terceira Idade, Asilo.
ABSTRACT
The aim of this paper was to investigate by questionnaire content recreational
physical activities performed in the Asylum Home to Jesus from the city of Sao Jose do
Rio Pardo - SP, an entity where 110 houses built between 60 to 95 years. The research
examines data collected after the individual questionnaire conducted with 25 inmates. The
project aimed to use the Recreation along with a link to the psychomotor development and
highlight the importance of physical activity through the Recreation and Leisure for the
Elderly, with the aim of bringing Information, Culture, Entertainment, and Physical
Activities Social.
The third age has been a growing public everywhere, since this population has increased
in the country and is also an age in which there are no more worries of child care, and not
with school and work schedules (ARAÚJO , 2000)
The partnership of the physical education teacher in the area of health is a new step in the
expansion of the interdisciplinary care to the elderly increasingly looking to improve their
care quality. The research was part of an educational process for the recovery of selfesteem, self-improvement and citizenship, enhancing the knowledge and safety in relation
to physical activity by improving the content of the studies focused Recreation for Seniors,
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since we find little content to be monitored as a reference. The recreation is becoming
increasingly present as a technique to be developed. Seeking to reduce physical inactivity,
and using these integration activities (group or individual), also developed an improvement
of interpersonal relations by providing an improved quality of life.
KEY WORDS: Recreation, Senior Citizens, Asylum.
INTRODUÇAO
As Atividades Físicas foram desenvolvidas com os idosos (descrito na metodologia),
juntamente com a pesquisa realizada que foi uma sistematização de dados seguindo três
etapas: pré-análise: organização do material (seleção de documentos); descrição
analítica: análise de documentos; e interpretação do referencial: estabelecendo uma
relação entre objeto de análise e seu contexto mais amplo, chegando até mesmo a
reflexões que estabeleçam novos paradigmas nas estruturas e relações estudadas
podendo ser informais e for mais
Da exploração do material resultante das entrevistas, foram discriminadas as opiniões que
são convergentes ou não entre os entrevistados, baseando-se no referencial teórico. O
método de análises buscou entender a opinião dos pesquisados através a analise da
pratica. A pesquisa utilizada metodologia qualitativa, que parte de questões de interesses
amplos, que se definem ao longo do desenvolvimento do estudo e são importantes para o
envelhecimento associado às atividades físicas Todas as atividades foram programadas
de forma lúdica e que favorecem a participação de todos, totalmente livres para
realizarem as atividades físicas, sem obrigação nenhuma da participação. Exemplificamos
com alguns jogos, atividades sensoriais, atividades com material e sem material,
atividades individuais ou em duplas, em colunas, em estafetas, em grandes grupos e
outros.
JUSTIFICATIVA
Com o envelhecimento, acontece um fenômeno que se torna um círculo vicioso, pois, à
medida que a idade aumenta, o indivíduo torna-se menos ativo, suas capacidades físicas
diminuem, começa a aparecer o sentimento da velhice, o qual, por sua vez, pode causar
estresse, depressão e levar a uma diminuição da atividade física e, conseqüentemente, à
aparição de doenças crônicas, por si só contribuindo para o envelhecimento (Matsudo,
1997).
A finalidade, geralmente é a de proporcionar aos participantes oportunidades de
preencherem esse período de forma orientada com atividade física, estimulando o gosto
pelas mesmas, despertando o desenvolvimento do espírito de equipe, da ação
comunitária, da liderança e o espírito desportivo.
Atualmente, constatamos algumas modificações nesta tendência e, conseqüentemente,
grandes avanço em torno do oferecimento de oportunidades para o preenchimento do
tempo livre e principalmente na formulação dos objetivos.
Doravante, vamos entender não mais na ótica tradicional, mas sim, numa opção
organizacional mais ampliada. Não mais como uma atividade dinamizada apenas no
período, voltada exclusivamente para os participantes; mas, como programada, levandonos à percepção dependendo da procura e do interesse, pode-se desenvolver vários tipos
de atividades. Na projeção logística, verificamos que tudo depende do objetivo ou dos
objetivos que estipule as estratégias adotadas.
Todos são válida como programação de atividades para os participantes. Fica ressaltada
apenas a importância dessas atividades serem executadas de tal forma que mantenham a
motivação e o interesse dos participantes e, preferencialmente que não haja exclusão.
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METODOS
A pesquisa utilizou uma metodologia qualitativa, que parte de questões de interesses
amplos, que se definem ao longo do desenvolvimento do estudo. Com foco no interesse
em como os entrevistados vêem determinado tema, se enfatiza o processo e não o
resultado predeterminado, não havendo seqüência exata que o pesquisador deva seguir,
admitindo que este exerça influência sobre a situação da pesquisa e vice-versa. (GODOY,
1995).
Para a operação do presente trabalho elaboramos um questionário. A amostra composta
por 25 internos quais foram entrevistados em profundidade, com duração média de meia
hora cada. As atividades realizadas semanalmente todas as manhas (07h00min às
11h00min no período da pesquisa), divididas por turmas de 05 pessoas, em aulas com
aproximadamente 45 minutos.As atividades recreativas foram divididas em diferentes
formas para um levantamento melhor da pesquisa.
As entrevistas transcritas e utilizadas realizaram a técnica de análise de conteúdo dos
resultados. Para qualquer área de estudo ou de atuação onde se faça necessário um
processo de planejamento, ele se subdivide em três etapas (BARDIN, 1977):
Diagnóstico: É o levantamento da situação atual, como tudo se encontra no momento.
Prognóstico: É estabelecer critérios para se atingir a situação ideal; como tudo deverá
ficar.
Execução: É o desenvolvimento efetivo do que foi estabelecido no prognóstico; fazer
acontecer e conseqüentemente avaliar.
Alguns benefícios podem ser analisados através do questionário. Particularmente as
atividades recreativas mais: atraentes, diversificadas, com intensidade moderada, de
baixo impacto, realizadas de forma gradual, foram promovidas a aproximação social,
sendo desenvolvidos de preferência coletivamente, respeitando as individualidades de
cada um, sem estimular atividades competitivas, pois tanto a ansiedade como o esforço
aumenta os fatores de risco.
QUESTIONÁRIO E OS RESULTADOS
O questionário foi aplicado em 25 internos do Asilo Lar de Jesus que freqüentam
regularmente as atividades. Foi estabelecido um questionário simples e direto com 10
perguntas relacionadas às atividades recreativas realizadas na instituição. Cada pergunta
tinha que ser respondida através da identificação da “carinha” desenhada (pintada) ou
marcada na folha, forma encontrada mais simples e objetiva, pois a maioria não obtinha
formação de ensino, ou seja, não sabem ler ou escrever.
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Cada “carinha” foi representada por uma resposta (sentimento) referente a atividade física
realizada ex:
(EXCELENTE)
(REGULAR)
(MUITO BOM)
(BOM)
(INSUFICIENTE)
RESULTADOS
Analisados os questionários observamos uma melhora da qualidade física conseguida por
uma combinação de ações com o propósito de assumir a ação de equilibrar-se é de
grande importância da prática nas atividades diárias principalmente na terceira idade;
confirmando os benefícios da diversidade de atividades físicas realizadas com a
recreação. Com os resultados gerais e finais podemos avaliar que as atividades têm
grande importância para a realização das mesmas:
TOTAL DA ACEITAÇÃO DAS ATIVIDADES RECREATIVAS
DISCUSSÃO

Por uma questão de tradição, ainda hoje encontramos metodologias de ensino
baseadas exclusivamente em sala fechada. As aulas de recreação seria, por isso, a
compensação da rotina do momento (às vezes, único) de liberdade. Pelo contrário, as
aulas de recreação, apesar de constituir-se também em meio à liberdade espacial, não
significa compromisso com o processo de ensino-aprendizagem do bem estar físico.
Lembrando-se sempre de que:
As atividades recreativas não são uma rotina...
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Recreação não é prêmio ou castigo...
Atividades recreativas não é uma fábrica de corpos...
O conteúdo a ser ensinado nas aulas de recreação são basicamente um meio de
conhecer a realidade que a cerca, manipulando a realidade, explorando, criando e
recriando, desenvolvendo e exercitando, tudo se torna uma tarefa de alegria. Mostrando
de outra forma de um outro ponto de vista uma realidade para o idoso.
A atividade de recreação pode ocorrer improvisada deve haver um planejamento para
resultar em programação equilibrada. Levar em consideração o nível atual de
desenvolvimento das habilidades motoras ajuda o sucesso da atividade. Há vários tipos
de recreação que envolve grupos e equipes e o individual. Necessita elaboração muitas
vezes você pratica e não percebe que aprendeu algo. Os jogos em grupo desenvolvem a
consciência coletiva, procuram entre si escolher uma tática, com objetivos de: relaxar,
gastar energia, apreender algo, instruir, serve para comunicar algo, serve para melhorar
as relações.
Motivar para uma atividade onde o lúdico (mostrar de outra forma a realidade, brincando
toma o papel da realidade. Este pôr sua vez deve conter regras claras e ter função
educativa, antes de começar o jogo deve-se fazer uma narração minuciosa). A finalidade
é desenvolver o domínio de si, a disciplina, observar, refletir e ter muita paciência e
acrescentar a tudo: bons hábitos as atividades físicas recreativas com a terceira idade
proposta neste artigo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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3. GODOY, A. S. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de
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4. MATSUDO, S.M.M. Envelhecimento e atividade física. Atividades físicas para a terceira
idade. Brasília: SESC, 1997. p. 22-36
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PREVALÊNCIA DA OBESIDADE EM ESCOLARES COM IDADE ENTRE 11 E 12 ANOS
EM ESCOLA PÚBLICA E PRIVADA NA CIDADE DE BARRETOS-SP 2007
VANINI, José Roberto. Dissertação
(Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca S.P.,
[email protected]
RESUMO
O problema da obesidade é crescente na população mundial e brasileira, sendo uma
doença crônica que provoca e acarretam o desenvolvimento de muitas doenças como a
hipertensão arterial e os diabetes. Para tanto o objetivo deste trabalho foi levantar
possíveis hipóteses no que diz respeito a sobrepeso e obesidade em crianças que se
encontra na faixa etária 11 e 12 anos. Para tanto primeiramente realizou-se uma revisão
de literatura sobe o tema proposto. Posteriormente aplicou-se teste de IMC e Percentual
de gordura em duas escolas sendo uma pública e outra privada na cidade de Barretos
S.P., localizada na região norte do interior do estado de São Paulo, verificando os níveis
de sobrepeso e da obesidade. Finalmente levar os possíveis resultados e reformulações
de conceitos a comunidade acadêmica científica bem como ao corpo docente destas
escolas pesquisadas.
PALAVRAS-CHAVE
Obesidade Infantil; Escolas Públicas; Privadas.
ABSTRACT
The problem of obesity is increasing worldwide population and Brazil, is a disease that
causes chronic and lead to the development of many diseases like hypertension and
diabetes. For both the objective was to raise possible hypotheses with regard to
overweight and obesity in children is aged 11 and 12 years. For that first there was a
literature review raises the theme. Later he applied the test of BMI and percentage of fat in
two schools: one public and one private in the city of Barretos SP, located in the northern
interior of São Paulo, checking the levels of overweight and obesity. Finally take the
possible outcomes and reformulation of concepts to scientific and academic community to
the faculty of the schools surveyed.
KEY WORDS
Childhood Obesity, Public Schools, Private.
INTRODUÇÃO
A elevação do risco de doenças cardiovasculares é diretamente proporcional ao excesso
de peso e tem colocado a obesidade no foco das discussões em saúde. A temática deste
estudo tem como pretensão investigar, de modo específico, técnicas antropométricas
onde, através delas consiga-se intervir na prevenção da obesidade infantil. As crianças na
faixa etária de 3 a 6 anos, podem vir a se tornar obesas, muitas vezes por falta de
informação de cunho alimentar (hábitos alimentares), pelo contexto socioeconômico,
cultural ou por hereditariedade, por parte dos pais ou mesmo pela falta de atividade física
voluntária. Constata-se que cada vez mais, nossas crianças, nos dias de hoje, substituem
a atividade física como as brincadeiras lúdicas, pôr atividades menos expressivas
fisicamente, como por exemplo a utilização de vídeo games.Este estudo analisa dois
grupos de sujeitos em Escola Pública e Privada verificando-se a presença de sobrepeso e
obesidade infantil.
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MATERIAL E MÉTODOS
LOCAL DE ESTUDO
Barretos é uma cidade localizada no interior do Estado de São Paulo, “entre as
coordenadas 48 e 49 graus de longitude oeste e 20 e 21 graus de latitude sul. Limita-se
norte com o Município de Colômbia, ao sul com os Municípios de Colina, Jaborandi e
Severínia, a leste com Guaíra e Morro Agudo e a oeste com os Municípios de Guaraci e
Olímpia”, tendo sido fundada em 25 de agosto de 1854, sendo elevada a município em 10
de março de 1855. Sua População é estimada 108.273 (cento e oito mil, duzentos e
setenta e três) habitantes. (Prefeitura de Barretos (2006), contando com 2 Escolas
Municipais; E.M. São Francisco e E.M. Giuseppe Carnimeo, com 514 alunos matriculados
nas 5ª até 8ª séries e 30 Escolas Estaduais, com aproximadamente 12.679 alunos
também matriculados nas 5ª e 8ª séries.
CARACTERIZAÇÃO DAS ESCOLAS
Este estudo foi realizado em 2 escolas na cidade Barretos, sendo uma estadual e outra
privada. A escola estadual esta localizada no Bairro City Barretos na Av. Ibirapuera S/N,
contando com aproximadamente 518 alunos matriculados no Ensino Fundamental e
Colégio Nomelini Cirandinha, situada na Av. 27 com a Rua 28 no centro da cidade com
cerca de 190 alunos também nas 5ª e 8ª séries do Ensino Fundamental.
ESTUDO EXPLORATÓRIO
Este estudo foi constituído por alunos de 11 e 12 anos em escola pública e privada da
cidade de Barretos, sendo aprovado pelo comitê de ética da UNIFRAN sem fatores de
riscos a população estudada não tendo nenhuma rejeição por parte dos alunos estudados
e tem por finalidade, investigar os níveis de % de gordura através das somatórias das
dobras cutâneas: tríceps (porção medial entre o olécrano e acrômio) e subscapular (2cm
acima da crista ilíaca de forma obliqua) preconizada por Slaughter (1988), para as
crianças púberes, utilizando um adipômetro cientifico da marca “Sanny”, onde os
resultados são expressos em milímetros e IMC recomendado pela OMS (2004), onde se
divide o peso, pela altura ao quadrado utilizando-se uma balança e um estadiômetro de
marca “Fillizola.” Foram divididos em alunos da rede pública e privada, sendo 73
masculinos e 63 femininos da rede pública e 30 masculinos e 23 femininos da rede
privada.
PROTOCOLO DE SLAUGHTER
Dobras cutâneas: Tríceps e Subscapular (7-18 anos)
Rapazes Brancos= (S= somatória das D.C. Tríceps e Subescapular)
Púbere= G%=1,21 (S) – 0,008 (S)² – 3,4
Rapazes Negros= (S= somatória das D.C. Tríceps e Subescapular)
Púbere= G%=1,21 (S) – 0,008 (S)² – 5,2
Moças de qualquer raça e nível de maturidade=G%=1,33 (S) – 0,013 (S) – 6,8
Obs: Quando o (S) for maior que 35 mm, será utilizada uma única equação para cada
sexo, para qualquer raça e nível de maturidade.
Rapazes: =G%=0,783 (S)² + 1,6
Moças: =G%=0,546 (S)² + 9,7
DADOS COLETADOS
Os alunos analisados estão distribuídos de acordo com a tabela:
Escola Pública: 73 masculinos e 63 femininos.
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Escola Privada: 30 masculinos e 23 femininos.
IMC
Masculino
Média
Padrão)
Feminino
Pública
Privada
Pública
Privada
17,70 ± 3,48
20,06 ± 3,67
17,43 ± 3,44
19,24 ± 4,00
(Desv
Minimo
13,63
14,62
12,80
13,92
Máximo
29,51
30,11
28,22
29,11
Mediana
16,60
19,39
16,86
18,25
Coeficiente
Variação (%)
19,65
18,32
19,74
20,79
FEMININO
Médias
Desvio Padrão
Pública
Privada
p
Pública
Privada
PESO
36,946
44,425
0,003
9,872
ALT
1,447
1,515
0,000
0,077
0,059
IMC
17,431
19,238
0,039
3,441
4,000
SUBS
12,419
18,746
0,007
8,656
11,577
TRIC
13,097
18,538
0,001
5,464
9,580
%GOR
D
14,632
18,176
0,007
4,865
6,364
11,094
A Análise Estatística mostra que existe diferença significativa entre todos os Parametros
para sexo Feminino entre Escolas.
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Na Escola Pública os Valores são menores para todos os Parametros em ambos os sexos
MASCULINO
Médias
Desvio Padrão
EMBAIXADOR
NOMELINI
p
EMBAIXADOR
NOMELINI
PESO
36,677
45,061
0,000
10,462
10,330
ALT
1,430
1,494
0,000
0,069
0,066
IMC
17,697
20,059
0,002
3,477
3,675
SUBS
11,534
17,671
0,004
9,343
10,466
TRIC
12,058
18,661
0,000
5,997
7,098
%_G.
13,730
18,570
0,000
5,167
6,112
A Análise Estatística mostra que existe diferença significativa entre todos os Parâmetros
para sexo Masculino entre Escolas.
IMC - MASCULINO
32
28
24
20
16
12
8
NEWVAR3
VAR2
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±1.96*Std. Dev.
±1.00*Std. Dev.
Mean
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% GORD - MASCULINO
36
30
24
18
12
6
VAR7
±1.96*Std. Dev.
±1.00*Std. Dev.
Mean
VAR3
±1.96*Std. Dev.
±1.00*Std. Dev.
Mean
0
NEWVAR8
IMC - FEMININO
32
28
24
20
16
12
8
NEWVAR3
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% GORD - FEMININO
36
30
24
18
12
6
0
NEWVAR8
VAR8
±1.96*Std. Dev.
±1.00*Std. Dev.
Mean
RESULTADOS PRELIMINARES
A prevalência de obesidade em alunos na amostra estudada (escola pública e privada) foi
efetivamente maior em alunos da escola particular que na pública.
Na análise comparativa, resultados isolados, a freqüência de obesidade foi maior em
alunos de escola particular que os da escola pública.
Já na análise da presença da obesidade na escola encontrada neste estudo é complexa,
sendo que a diversidade de classes sociais na escola pública e particular é diversa.
De acordo com Dietz (1998), o Brasil está entre os quatro países junto à Dinamarca, Itália
e Bahrain que apresentam uma rápida elevação da prevalência de sobrepeso e
obesidade em crianças e adolescentes, quando avaliados pelo IMC, mesmo em
populações mais carentes.
A presença de sobrepeso e obesidade mostraram-se mais elevadas entre as crianças do
grupo da escola privada, provavelmente por pertencerem a uma classe socioeconômica
alta.
Tal constatação foi semelhante àquelas observadas em crianças em diversos estudos
analisados, sendo possível associação destas alterações nutricionais com acesso aos
alimentos e determinados hábitos alimentares
CONCLUSÃO
A obesidade infantil é preocupante, sendo que acarreta em aumento de risco de sua
persistência até a idade adulta.
Como que em qualquer estudo que envolve a comparação entre grupos, este estudo,
efetivou-se na comparação entre alunos de escolas pública e privada.
Certamente que em nossa cultura, as classes mais abastadas encontram uma maior
ingestão de alimentos e tendem a ter uma maior característica de sobrepeso.
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Conclusivamente, deve-se buscar a prevenção da obesidade infantil com medidas
adequadas de alimentação adequada e exercícios na infância desde o nascimento, além
de se estudar mais sobre programas de educação que possam ser aplicados nas escolas.
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UTILIZAÇÃO DO IMC POR IDADE NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ESCOLARES DE SETE E OITO ANOS DE IDADE EM ESCOLA PÚBLICA: ESTUDO DE
CASO
Daniela Xavier Gomes, Estudante de Educação Física – UFV Campus Florestal [email protected]
Lucas Rogério dos Reis Caldas, Estudante de Educação Física – UFV Campus Florestal [email protected]
Mariela de Oliveira Castro, Professora – Lagoa da Prata -MG - [email protected]
Prof. Ms. Afonso Timão Simplício, Orientador - UFV Campus Florestal - [email protected]
RESUMO
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo verificar o crescimento e as
proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer
ações de prevenção/intervenção. A relação da massa corporal com a estatura, chamada
de Índice de Massa Corporal (IMC), é desenvolvida pela equação de predição:
MC/Estatura2 [Kg/m2]. No entanto estudos mostram que critérios adotados para adultos
não devem ser aplicam ao público infantil. O diagnóstico antropométrico do estado
nutricional infantil vem oscilando, historicamente, entre bases epidemiológicas e
estatísticas. Foram tomados todos os cuidados éticos (CLE) e a amostra foi composta de
60 escolares, sendo 30 do sexo feminino e 30 do sexo masculino, com idade entre sete e
oito anos, de uma escola pública do município de Lagoa da Prata - MG. Os resultados
mostram que critérios aceitos para o público adulto não devem ser considerados para
crianças de 7 e 8 anos de idade.
Palavras-chave: Antropometria, Desnutrição, Índice de massa corporal.
ABSTRACT
Keywords: Anthropometry, Malnutrition, Body mass index
1 - INTRODUÇÃO
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo verificar o crescimento e as
proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer
ações de prevenção/intervenção. A relação da massa corporal com a estatura foi sugerida
por Keys e col. (1972) apud Anjos,1992, sugeriram chamar de Índice de Massa Corporal
(IMC) a relação entre massa corporal (Kg) e estatura (m), com equação de predição:
MC/Estatura2 [Kg/m2]. A partir daí esta relação ficou popular na avaliação nutricional de
adultos em função ser o calculo do IMC aparentemente o de melhor correlação com
massa corporal (valores do coeficiente de correlação "r" normalmente superiores a 0,80)
e, principalmente, pela sua baixa correlação com a estatura (normalmente "r" em torno de
0,10), fato documentado internacionalmente em amostras de populações adultas.
Assim, há certo consenso, de comissão de especialistas reunidos pela Organização
Mundial de Saúde, onde sugeri-se a adoção dos tradicionais limites de corte sugeridos
por vários autores que são:baixo peso (BP; IMC < 20), normal (20 > IMC < 25),
sobrepeso (SP; 25 > IMC < 30) e obeso (IMC >30). Outra metodologia sugerida para a
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definição de limites de corte é a determinação dos valores do IMC correspondentes aos
percentis 85 e 95 de uma faixa etária, para diagnosticar sobrepeso e obesidade,
respectivamente. Com esta metodologia, estabelecem-se limites de corte específicos para
a população em estudo, valores que poderão não servir para outros grupos populacionais,
já que esses dados devem ser associados às características de saúde da população. O
conceito fisiopatológico de sobrepeso e obesidade está relacionado a um excesso de
gordura corporal. Os valores considerados aceitáveis estão contidos no intervalo de: 18,5
a 24,9; 25 e 29,9 são considerados indicativos de sobrepeso, > 30, obesidade. Já A OMS
e a IOTF (International Obesity Task Force) ainda consideram a classificação de
obesidade mórbida para valores 40 (OMS) e 35 (IOTF). Tais valores são universalmente
aceitos e representam a base das estatísticas fornecidas pela OMS, “American Heart
Association” (AHA) e “National Institutes of Health”, dos Estados Unidos, e pelo Ministério
da Saúde do Brasil.
No entanto, esses critérios não se aplicam ao público infantil. Estudos atuais
destacam que o diagnóstico antropométrico do estado nutricional infantil vem oscilando,
historicamente, entre bases epidemiológicas e estatísticas. Entre os primeiros sistemas
classificatórios utilizados estão aqueles propostos por Anjos (1992), Waterlow e outros.
Essas propostas debatiam-se em torno dos indicadores e desfechos selecionados para
descrever e classificar o estado nutricional infantil Cole (2000). Waterlow (1977), dentre os
citados, é o primeiro a propor um sistema classificatório efetivamente estatístico, para
lidar com a classificação do estado nutricional infantil que deve considerar os aspectos
maturacionais com toda sua complexidade e variabilidade.
Para tanto estudos adicionais foram desenvolvidos considerando o uso das curvas
baseadas no IMC para idade para definição do estado nutricional em crianças e
adolescentes propiciou, por um lado, soluções práticas e, por outro lado, debates sobre o
uso dessas curvas para avaliação do estado nutricional de grupos em crescimento. Os
principais pontos em debate são:
A natureza universal ou particular da composição corporal, aspecto refletido no debate
sobre a adoção de curva de referência local ou internacional (PIERS et al., 2003),
REILLY, 2002);
Os fundamentos e propriedades do sistema classificatório baseado no IMC para idade, o
que se reflete no debate sobre o uso de critérios estatísticos ou epidemiológicos (COLE &
ROELE, 1999), WANG, 2002);
A influência da maturação sexual sobre a composição corporal e a necessidade de levar
em conta ou não o estágio de maturação sexual do avaliado (BINI, et al., 2000).
O método utilizado na construção da curva brasileira foi basicamente o mesmo
utilizado na construção do padrão internacional do IMC (COLE, 2000). Em essência, é o
método conhecido como LMS, ou seja, "L" (lambda), "M" (mu) e "S" (sigma). As curvas M
e S correspondem à mediana e aos coeficientes de variação do IMC em cada faixa de 2
anos. A curva L dá conta da substancial distorção dependente da idade na distribuição do
IMC.
As tabela para o IMC de crianças de sete e oito anos de idade estão definidos a
seguir e, TAB 1 e 2.
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TABELA 1: Meninos de sete anos (84,5 meses) e oito anos (96,5 meses) de idade, com
calculo de IMC para BP (abaixo do peso), EP (excesso de peso) e OB (obesidade).
MENINOS
Idade
[meses]
84,5 (7,42 anos)
96,5 (8,42 anos)
BP
[17,5 kg/m2]
12,96
12,91
EP
[25,0 kg/m2]
17,87
18,16
OB
[25,0 kg/m2]
21,83
22,69
Fonte: Conde e Monteiro (2006)
TABELA 4: Meninas de sete anos (84,5 meses) e oito anos (96,5 meses) de idade, com
calculo de IMC para BP (abaixo do peso), EP (excesso de peso) e OB (obesidade).
MENINAS
Idade
Meses
84,5(7,42 anos)
96,5(8,42 anos)
BP
(17,5 kg/m2)
13,10
13,07
EP
(25,0 kg/m2)
17,20
17,49
OB
(25,0 kg/m2)
19,81
20,44
Fonte: Conde e Monteiro (2006)
Assim, considerando Bini, et al. (2000), que publicaram um conjunto de valores críticos
para definir excesso de peso e obesidade no grupo etário de 2 a 18 anos e que a equação
do IMC é a opção mais utilizada para avaliar o estado nutricional, o objetivo do presente
estudo foi avaliar o estado nutricional de escolares de sete e oito anos de idade de escola
pública do município de Lagoa da Prata utilizando, o IMC por idade.
- MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Cuidados Éticos: Solicitação de autorização para se coletar os dados (Diretoria da
escola e pais ou responsáveis);
Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais dos alunos participantes do
estudo.
2.2 Amostra de Estudo:
30 escolares do sexo feminino e 30 escolares do sexo masculino, de sete e oito anos de
idade, de escola pública do município de Lagoa da Prata.
3.3 Local:
Escola Pública do município de Lagoa da Prata, Estado de Minas Gerais.
2.4 Instrumento de coleta de dado:
Medidas antropométricas (peso e estatura) para o cálculo do índice de massa corporal
(IMC).
2.5 Procedimentos de coleta de dados:
As medidas antropométricas foram coletadas na escola, de maneira padronizada. As
crianças foram pesadas com roupas leves e descalças, com balança digital com
capacidade de 120 kg e precisão de 100 g. A estatura foi obtida com estadiomêtro, tipo
trena com 200 cm com precisão de 0,1 cm. Ambas as medidas foram coletadas por único
avaliador, sempre com os mesmos equipamentos, rotineiramente calibrados.
Utilização da TABELA da curva Brasileira de IMC por idade.
2.6 Tratamento Estatístico
Foram feitas análises descritivas dos dados utilizando o Softwer
SPSS
(Versão 11,5).
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- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão apresentados em Tabelas. Tabela 3 - Estatística
descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e IMC dos meninas de 7 e 8 anos;
Tabela 4 - Análise descritiva das médias por idade da amostra masculina de 7 e 8 anos;
Tabela 7 - Estatística descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e IMC dos
meninos de 7 e 8 anos; Tabela 8 - Análise descritiva das médias por idade da amostra
feminina de 7 e 8 anos, refletindo seu perfil discente; em seguida será dada uma visão
geral, atingindo o objetivo final deste trabalho, que reflete o perfil antropométrico de toda a
amostra, de acordo com sua faixa etária.
TABELA 3: Estatística descritiva das variáveis idade, massa
IMC dos meninos de 7 e 8 anos.
Variáveis
N Unidad Mínim Máxim Médi Desvi
e
o
o
a
o
Padrã
o
Idade
30 Anos
7,00
8,00
7,1
0,34
corporal, estatura e
Coeficiente
de Variação
(%)
4,78
Massa
Corporal
Estatura
30 Kg
17,00
42,00
23,5
5,60
2,39
30 m
1,17
1,39
1,3
0,05
3,85
IMC
30 Kg/m2
11,34
21,74
14,5
2,20
15,17
TABELA 4: Análise descritiva das médias por idade da amostra masculina de 7 e 8 anos.
IDADE
7 anos
8 anos
Total
Média
Massa Estatura
Desvio Padrão Corpor
al
[m]
[Kg]
Média
22,06
1,26
N
26,00 26,00
Desvio Padrão 4,50
0,04
Média
29,00 1,30
N
4,00
4,00
Desvio Padrão 9,00
0,07
Média
23,50 1,27
N
30,00 30,00
Desvio Padrão 5,56
0,05
IMC
[Kg/m2]
14,2
26,0
1,85
16,5
4,0
3,5
14,5
30,0
2,2
TABELA 5: Estatística descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e
IMC das meninas de 7 e 8 anos.
Variáveis
N
Unidad Mínim Máxim Médi
e
o
o
a
Idade
30 anos
7,00
8,00
7,20
Massa
30 Kg
18,00
36,00
23,87 5,09
- Pág. 125 -
Desvi
o
Padrã
o
0,41
Coeficiente
de Variação
(%)
5,70
2,13
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Corporal
Estatura
30 m
1,14
1,44
1,260 0,07
5,56
IMC
30 Kg/m2
12,21
21,36
14,93 2,34
15,67
TABELA 6: Análise descritiva das médias por idade da amostra feminina de 7 e 8 anos
IDADE
7 anos
8 anos
Total
Média
Massa
Desvio Padrão Corpor Estatura
al
[Kg]
[m]
Média
23,50 1,25
N
24,00 24,00
Desvio Padrão 5,09
0,06
Média
25,33 1,30
N
6,00
6,00
Desvio Padrão 5,28
0,10
Média
23,87 1,26
N
30,00 30,00
Desvio Padrão 5,09
0,07
IMC
[Kg/m2]
14,94
24,00
2,37
14,99
6,00
2,56
14,93
30,00
2,34
Os resultados reforçam estudos especializados, Anjos (1992), Waterlow (1997),
Cole (2000), Bini, et al. (2000), e outros... , que o diagnóstico antropométrico do estado
nutricional infantil não deve seguir padrões de adultos. Waterlow (1977), dentre os
citados, é o primeiro a propor um sistema classificatório efetivamente estatístico, para
lidar com a classificação do estado nutricional infantil que deve considerar os aspectos
maturacionais com toda sua complexidade e variabilidade.
Verifica-se no estudo que a média de peso corporal feminino, incluindo todas as
avaliações, desde os 7 aos 8 anos foi de 23,87 com um desvio padrão de cerca 5,09, a
média de estatura foi igual a 1,26 m com um desvio padrão de cerca 0,07, obtendo assim
um IMC médio de 14,93 com desvio padrão de 2,34. Já a média masculina, foi de 23,5 kg
de peso corporal com um desvio padrão de 5,6, a média de estatura foi igual a 1,3 m com
desvio padrão de 0,05, obtendo então um IMC médio de 14,5 com desvio padrão de 2,2.
Pode-se observar que as crianças estão em sua maioria dentro de uma faixa de
IMC considerado saudável, percebendo também que os níveis de desnutrição são cada
vez menores, conforme o passar dos anos, porém tem-se a mesma preocupação, pois
percebe-se que a escala decrescente que refere-se à desnutrição, pode representar
possíveis alterações nas capacidades de atenção, motivação e também no
desenvolvimento físico do indivíduo, estando de acordo com grau e período de exposição
à desnutrição.
É preocupante também o fato de que a obesidade toma o caminho inverso da
desnutrição, e sofre um considerável aumento nestas faixas etárias. Esta inversão pode
acontecer, devido uma tendência ao aumento de peso conforme o passar dos anos.
Estudos relatam que cerca de um terço dos pré-escolares e metade dos escolares obesos
tornam-se adultos obesos. As conseqüências da obesidade na infância podem ser
notadas a curto e a longo prazo.
- Pág. 126 -
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No primeiro grupo estão às desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, o diabetes,
a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos distúrbios psicossociais. A longo
prazo, tem sido relatada mortalidade aumentada por causas diversas, em especial por
doença coronariana nos adultos que foram obesos durante a infância e a adolescência.
Assim, torna-se fundamental a utilização de métodos mais adequados para avaliar
o estado nutricional de escolares em idade infantil, como aqui verificado no estudo de
crianças de sete e oito anos de idade de uma escola pública do município de Lagoa da
Prata – MG, utilizando o IMC por idade.
4 - CONCLUSÃO
Os resultados desse estudo mostram que, considerando a metodologia adotada, o IMC
como ponto de corte para classificação do déficit nutricional em indivíduo adulto (igual a
21,0 kg/m2) ou do indivíduo aos 20 anos de idade (igual a 17,5 kg/m 2), utilizados entre
crianças de 7 e 8 anos de idade não se demonstra adequado. O estudo mostra também a
necessidade de ampla divulgação e capacitação de profissionais em Educação Física e
áreas afins, para evitar uma possível classificação incompatível com as idades em
questão.
É importante que se considere sempre as variabilidades entre cada idade, tornando-as
questões fundamentais para a resposta às necessidades de controlar de forma precisa o
crescimento, a desnutrição, o excesso de peso e a obesidade em crianças. Como já
citado, o método duplamente indireto da antropometria – IMC foi escolhido por utilizar um
número reduzido de equipamentos e oferecer a obtenção de dados, sendo indicado para
pesquisas epidemiológicas, porém entende-se que, para termos certeza quanto aos
índices de desnutrição ou sobrepeso da amostra, será imprescindível a utilização de
técnicas mais criteriosas, capazes de fracionar o peso corporal total - ossos, gordura,
água, músculos – certificando o indivíduo de sua composição corporal real. Outros
estudos incluindo outros métodos para confrontação poderão apresentar maiores
informações sobre o assunto.
5 - REFERÊNCIAS
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QUEIXA DE DOR MUSCO-ESQUELETICA EM TRABALHADORES DA LIMPEZA
URBANA: ESTUDO DE CASO
Rondinelli Pereira da Silva, Estudante de Educação Física – UFV Campus Florestal . Email: [email protected]
Roniery Silveira Duarte, Estudante de Educação Física - Campus Florestal . E-mail:
[email protected]
Lindemberg de Oliveira, Educador Físico - UNIFOR
Prof. Ms. Afonso Timão Simplício, Educador Físico /Coordenador Educação Física
RESUMO
Estudos especializados relatam que a relação das afecções com trabalho pode ser
complexa e os trabalhadores podem experimentar incapacidade funcional devido a
lesões musculo-esqueléticas. Outros estudos também relatam que a dor pode ser
resultante de um longo periodo de trabalho em movimentos repetitivos. Assim, o objetivo
do presente estudo foi avaliar as principais queixa de dor musco-esqueletica em
trabalhadores da limpeza urbana em Formiga-MG. No estudo a amostra constituíu-se de
11 trabalhadores do sexo feminino, voluntárias, do Serviço de Limpeza Urbana da cidade
de Formiga-MG. Foi aplicado um questionário para composto por 10 questoes abordando
aspectos das condições de trabalho e uma escala analógica da dor (0 – 5). Os resutados
mostraram que 100% dos trabalhadores apresentam alguma queixa dor musculoesquelética e com prevalência no final da jornada de trabalho (81.8%). Concluí-se que as
há prevalência de queixa de dor musculo-esquelética nos resultados apresentados no
estudo, não sendo seguro afirmar que as queixas apresentadas estão relacionadas ou
derivados diretamente na execução das tarefas ocupacionais nas atividades de limpeza
urbana. Para tanto se faz necessários outros estudos, uma amostra maior e outras
metodos/exames diagnósticos mais acurados para maiores informações sobre o assunto.
Palavras-Chaves: Dor musculo-esqueléticas, Limpeza urbana, Prevenção.
ABSTRACT
Specialized studies report that the relationship of work with diseases can be complex and
employees may experience disability due to musculoskeletal problems. Other studies also
report that the pain may be the result of a long period of repetitive work. The objective of
this study was to assess the main complaints of Musco-skeletal pain among workers of
urban sanitation in Formiga-MG. In the study sample consisted of 11 female workers,
volunteers, the Office of Urban Sanitation in the city of Formiga, MG. We administered a
questionnaire comprised 10 questions addressing aspects of working conditions and an
analog scale of pain (0-5). The overall result showed that 100% of workers have any
complaints and musculoskeletal pain prevalence at the end of the working day (81.8%).
We concluded that the prevalence rates were complaining of musculoskeletal pain in the
results presented in this study, it is not safe to say that complaints are related to or derived
directly in the performance of occupational tasks in the activities of street cleaning. For this
you do need other studies, larger samples and other methods/more accurate diagnostic
tests for more information on the subject.
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Key-Words: Musculo-skeletal pain. Street cleaning. Prevention.
1 - INTRODUÇÃO
Estudos especializados relatam que a prevalência de postura inadequada mantida
por longo tempo, durante a jornada de trabalho é fator que predispõem quadros de dor e
desconforto ocorrendo injúrias e impossibilitando muitas vezes a atuação efetiva do
trabalhador (MARRAS, 2000).
A palavra trabalho vem do latim tripalium o trabalho forma a identidade do
indivíduo, profissão o trabalho do individuo caracteriza o seu ser, o individuo é a sua
profissão. No trabalho, para que se atinja produtividade e qualidade, é preciso ter
indivíduos saudáveis. No entanto o numero de doenças está diretamente relacionadas
com o estresse. O estresse e seus estados crônicos afetam diretamente a execução de
tarefas e desenvolvimento do trabalho. A importância do bem estar e a saúde do individuo
no trabalho é grande, pois é no trabalho que se passa a maior parte do tempo.
A saúde do trabalhador é o resultado do conjunto de condições, em que vivem e
trabalham. No entanto é com sua conscientização que controla essas condições gerais de
vida e de trabalho. O processo de trabalho da coleta de lixo domiciliar não é uniforme, ou
seja, não é constituída de uma única operação e sim de nove tipos de operação.
(VELLOSO, 1997.).
Para Oliveira (2000), apesar de ser constituído por varias operações, no processo
de trabalho não é organizado. O trabalhador não tem pausa para descanso, mesmo
trabalhando com uma alta demanda de esforço físico na presença de resíduos e com
ritmo acelerado, sendo esses fatores prejudiciais à saúde dos coletores de lixos.
Para Brito (2008), as lesões por esforços repetitivos (L.E.R.), e problemas de saúde
mental ligados ao trabalho, se dá pelo fato de que a empresa tem em seu ideal diário a
busca de mecanismo de controle da produção, induzindo o trabalhador a ter uns
comportamentos mais competitivos e individualistas. Segundo Peze (1997), o aparelho
motor é utilizado como sistema de defesa privilegiado, pois os movimentos repetitivos de
longo prazo leva o aparelho motor à hiperalividade. E nessa relação de escravidão que os
trabalhadores mantêm com o tempo é que se desenvolvem e se realimentam da atividade
do trabalho repetitivos. Cabe sinalizar que as lesões por esforços repetitivos estão
também fortemente associadas às atividades de informações, sobre tudo a entrada e
manipulação de dados. As queixas relativas às lesões por esforços repetitivos, às
doenças do coração, os problemas de saúde mental, as tensões, a irritabilidade e insônia,
estão fortemente relacionado às condições precárias do trabalho.
Para Correia e Correia (2008), o trabalho pode ser entendido como o conjunto das
atividades realizadas pelos recursos humanos. No gerenciamento dos recursos humanos,
por muito tempo teve como objetivo obter das pessoas o maior produtividade possível, já
hoje tem o desafio de transformar a habilidade, o talento e as habilidades individuais e a
energia desses talentos e habilidades, interagindo em grupos em vantagens competitivas
para a operação do trabalho.
As tarefas do trabalho devem ser especificadas de forma a atender aos critérios de
desempenho priorizando pelas operações, mas proporcionando o desenvolvimento,
atendendo a necessidade e respeitando as limitações das pessoas que as realizam
(ABRAHÃO, 2008). Ferreira et al. (1007), o aumento da quantidade de tarefa de mesmo
nível que um trabalhador passa a executar, podendo identificar como um alargamento do
trabalho, ou seja, o trabalho passa a completar uma proporção maior do todo que compõe
o pacote de valor.
De forma que o serviço de limpeza urbana vem de uma forma diferente dos demais
serviços pois no âmbito de trabalho as regras são de forma que a divisão do serviço vem
de uma pessoa que nisso e o chefe passa para os encarregados de turma as tarefas do
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dia nisso a uma pessoa que sempre e a que tem maior tempo de casa fica com a
responsabilidade para a organização das tarefas do dia e nisso os empregados concluam
as tarefas elegidas nesse dia de trabalho e assim sucessivamente nos dias posteriores.
De forma que o serviço não pára ate nos fim de semanas (HOEFEI, 2008). .
ParaFatores ligados à organização do trabalho (ritmo acelerado, exigência de
tempo, falta de autonomia, fragmentação das tarefas, cobranças de produtividade, entre
outros) fatores biomecânicos (carros na rua forças e repetitividade). Fatores relacionados
ao crescimento da informação sobre a doença e melhor aperfeiçoamento dos técnicos
ligado à área da saúde do trabalhador estão responsável pelo crescimento de casos de
distúrbios musculoesquelética no país. Nos serviços de limpeza urbana os determinantes
musculoesquelética podem estar relacionados ao local as formas de trabalho e a
organização do trabalho e ate o desenho da ferramenta. Estes fatores contribuem para o
desenvolvimento gradual dos distúrbios por estresse repetitivos, incluindo o numero de
repetições, a postura e estresse mecânicos e a aplicação de força.
Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os fatores de risco e queixa
de dor musco-esqueletica em trabalhadores da limpeza urbana em Formiga-MG.
2 - MATERIAL E MÉTODOS
Cuidados éticos
Foram tomados todos os cuidados éticos e os indivíduos do estudo deram sem
consentimento livre e esclarecido.
Amostra
Foi utilizada para o presente estudo uma amostra de 11 funcionarias da Limpeza Urbana
da cidade de Formiga/MG, com idade entre 21 a 61 anos de idade.
Local
Prefeitura de Formiga – MG
Procedimentos
Aplicação de questionário um questionario composto por 10 questoes as principais
queixas de dor musculoesqueléticas (Anexo 3).
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1: Estatística descritiva da idade, tempo na função, intensidade da dor e tempo
que vem sentindo dor às atividades ocupacionais em limpeza urbana na cidade de
Formiga – MG.
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Variáveis
N
Idade
11 anos
Tempo
função
Unidad Mínim Máxim Médi
e
o
o
a
na 11 meses
Intensidade da 11 Escala
dor
0-5
Tempo de dor 11
na função
anos
Desvi
o
Padrã
o
35,73 12,17
Coeficiente de
Variação (%)
21,00
61,00
18,00
156,00 60,45 51,79
085,67
2,00
5,00
030,89
1,00
120,00 26,45 33,47
3,27
1,01
034,01
126,54
Os resultados mostram um grupo heterogêneo em relação à idade, ao tempo de
serviço na função de Limpeza Urbana, na intensidade da dor sentida, observada na
escala analógica da dor, com escala de 0 a 5 pontos, e no tempo de queixa que as
servidoras municipais da limpeza urbana vêm apresentando no desempenho da função.
TABELA 2: No seu cotidiano no trabalho, você tem dor músculo-esquelético?
Dor
SIM
NÃO
Resposta %
100,0
00,0
Todas as entrevistadas disseram que SIM tem dor no desempenho das atividades
em Limpeza Urbana.
TABELA 3: Horário que a dor mais a dor incomoda
Dor
Início das atividades
No meio das atividades
No final das atividades
Resposta %
09,1
09,1
81,8
Verifica-se que a maioria, ou sejam 81,8 % responderam que tem dor no final das
atividades ocupacionais em Limpeza Urbana.
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TABELA 4: O local exato da dor
Local da Dor
Cabeça
Ouvido
Pescoço (cervical)
Ombro direito e esquerdo
Ombro direito
Coluna torácica
Peito
Membros superiores D e E
Antebraço direito
Coluna lombar
Membros inferiores D e E
Pé direito
Total
Resposta %
008,3
002,1
010,4
010,4
004,2
008,3
002,1
010,4
006,3
027,0
004,2
006,3
100,0
O local da dor, apesar de ser variado conforme a Tabela 3 mostra, verifica-se que a
maioria apresenta dor na coluna vertebral. Pescoço - Cervical (10,4%), Torácica (8,3%) e
Lombar (27,0%).
TABELA 5: A intensidade da dor que você sente conforme a escala analógica
Escala da dor
0,0%
13,6%
13,6%
45,6%
13,6%
13,6%
TABELA 6: Como é a dor?
A dor é:
Resposta
%
Contínua
45,5
Dói somente quando se movimenta
09,1
É uma dor aguda, como “facadas” ou “choque” 27,2
Dói como uma queimação
18,2
Total
100,0
TABELA 7: Já foi ao médico para essa finalidade?
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Já foi ao médico para Resposta %
essa finalidade?
SIM
36,4
NÃO
63.6
Os motivos de não ir ao médico foi que, fica difícil marcar consulta, as consultas e o
horário de serviço dificulta ir ao médico.
TABELA 8: Faz algum tipo de tratamento para a dor?
Faz algum
tratamento?
SIM
NÃO
tipo
de Resposta %
72,7
27,3
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TABELA 9: O que normalmente você faz para melhorar a dor?
O que normalmente você faz para
melhorar a dor?
Toma remédio por conta própria
Continua trabalhando com a dor
Faço nada e fico nervoso(a)
Faço nada e fico desanimado(a)
Paro para descalçar
Conversa com o chefe e muda de função
Total
Resposta
%
30,0
25,0
17,5
12,5
10,0
05,0
100,0
TABELA 10: Tabela de freqüência do tempo de
queixa de dor
Tabela de freqüência do tempo de Freqüência
queixa de dor
Simples
< de 1 ano
03
1 ano ├ 3 anos
07
3 anos ├ 5 anos
00
5 anos ├ 7 anos
00
7 anos ├ 9 anos
00
9 anos ├ 11 anos
01
N
11
4 – CONCLUSÃO
Os resultados msotram que há prevalência de queixa de dor muscuesquelética nas
atividades ocupacionais em limpeza urbana em
Formiga – MG. Verificpu-se que 100%
ddos indivíduos voluntários do estudo apresentam alguma queixa de dor relacionada a
alguma estrutura muscuesquelética. As dores são mais frequentes no final das
ativdidades (81,8%) e que a coluna lombar foi apresentada como sendo a região do corpo
com maior incidencia de do (27,0%) seguida da coluna cervical (pescoço), e ombros
(10,4%).
Também chamou a atenção no estudo a auto-medicação. Aproximadamente 30%
dos funcionários tomam remédio por conta própria para aliviar a dor, somente 10 % param
para descansar e apenas 05,0% comunicam aos seus superior que estão sentindo dor
decorrente do trabalho e pedem para mudar suas funções. Que os fatores determinantes
para o surgimento de dores musculoesqueléticas advém dos esforços repetitivos,
associados a uma carga de trabalho prolongada e uma falta de manejamento dos
funcionários com relação a atividades desempenhadas. Assim sendo não se pode afirmar
que as queixas apresentadas estão relacionadas ou derivados diretamente na execução
das tarefas ocupacionais nas atividades de limpeza urbana.
Outros estudos, incluindo uma amostra maior , com outros métodos e exames
cpmplementares para diagnóstico mais acurado, poderão apresentar maiores informações
sobre o assunto.
5 – REFERÊNCIA
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VELOCIDADE E AGILIDADE EM JOGADORES DE FUTEBOL DE 12 A 13 ANOS EM
ARCOS – MG
Rodrigo de Melo Martins, Acadêmico do Curso de Educação Física, UFV Campus
Florestal E-mail: [email protected]
Maria da Penha, Acadêmica do Curso de Educação Física, UFV Campus Florestal E-mail:
Roberto Belloni da Silva – Professor UNIFOR-MG E-mail: [email protected]
Professor Afonso Timão Simplício, Orientador UFV Campus Florestal E-mail:
[email protected]
RESUMO
Este estudo teve como objetivo analisar a relação entre as capacidades de aceleração,
velocidade e agilidade, em jogadores de futebol. A amostra foi constituída por 12 atletas
da categoria infantil com 12 a 13 anos de idade. A capacidade de aceleração dos
indivíduos foi medida com cronometro através de corridas de 15 metros realizadas em
linha reta e com giro de 90º para a direita e para a esquerda aos 7,5 metros. Neste estudo
foram encontradas correlações significantes entre a capacidade de aceleração
envolvendo mudanças de direção e as preferências laterais, encontramos a preferência
lateral para a esquerda. baseado nos resultados do Teste de Velocidade/Agilidade.
Palavras Chaves : Futebol, Velocidade e Agilidade, Preferência Lateral.
ABSTRACT
This study was examine the relationship between the capabilities of acceleration, speed
and agility, in football players. The sample was composed of 12 athletes category child
with 12 to 13 years of age. The ability of individuals was acceleration measure with idle
timer through races 15 metres carried out in a straight line with slewing of 90º to the right
and left to 7,5 metres. In this study found significant correlations between the capacity of
acceleration involving changes of direction and preferences, we find preference side to the
left. Based on Test results / speed agility.
Keywords: football, speed and agility, preference side.
1- INTRODUÇÃO
Sobre as características do futebol, agilidade e velocidade, se colocam como
fundamentais no futebol moderno. Sua importância no futebol é focado por especialistas
(MENZEL, 1995), que relata também a necessidade de escolher a preferência lateral de
giro. Isso deve-se pela realização de vários deslocamentos durante uma partida de
futebol, mudança de direção , uma arrancada de explosão.
Isto vem sendo muito avaliado em várias equipes de futebol para estarem melhorando
estas características deste de quando o atleta inicia na escolinha de futebol, para serem
sempre muito ágeis para evitar o contato com o adversário, diminuir os impactos no jogo ,
chegar primeiro a bola por estar mas rápido, e poder decidir uma partida. Para Hollmann,
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velocidade “a máxima rapidez de movimento que pode ser alcançada”, é a capacidade de
desenvolvimento de forçar muscular, de completar ações motoras, sob determinadas
condições.
Hoje estão visando a diminuição dos espaços no campo nos treinos, tornando o jogo mas
complexo. Leva o atleta a melhora sua velocidade e agilidade no processo de tomada de
decisão . Isso em geral , leva a abrir o caminho para ele e para os seus colegas de
equipe para chegarem ao gol , ao a um ataque, envolvendo o adversário, com velocidade
e agilidade é qualidade física hoje no futebol e esportes em geral.
Assim, o objetivo do presente estudo foi aplicar o teste proposto por Menzel (1995), para
analisar agilidade e velocidade em adolescentes de 12 a 13 anos na cidade de Arcos –
MG.
Essas informações tem como finalidade auxiliar o técnico da equipe para saber usar seus
melhores atletas nas posições que vão favorecê-los, para ajudar a derrotar o adversário
sendo de uma importância para o desenvolvimento do adolescente.
2- MATERIAL E MÉTODOS
2.1- Amostra
A amostra foi constituída por 12 jogadores de futebol de campo da categoria juvenis do
Ypiranga Esporte Clube de Arcos - MG, com ide 12 a 13 anos de idade. Os indivíduos
participavam de uma rotina de treinamento de 2 vezes por semana, com uma duração de
2 horas por treino. Os sujeitos não apresentaram nenhum impedimento médico para a
realização dos testes, conforme informações da comissão técnica responsável, tomando
todos os cuidados éticos. Após ter sido informado sobre os procedimentos e objetivos do
estudo, cada sujeito assinou um termo de consentimento livre e esclarecido.
2.2- Procedimentos gerais
Os procedimentos usados para coletar os dados para o estudo vai ser o Teste Menzel.
Vamos coletar os dados e analisá-los e ver quais foram os resultados obtidos por cada
adolescente.
Os sujeitos foram familiarizados com todos os procedimentos utilizados no estudo dois
dias antes da coleta de dados. Antes da realização da coleta de dados, os indiví- duos
realizaram uma atividade preparatória inicial que consistia em uma corrida de intensidade
leve.
2.3- Teste de Velocidade/Agilidade proposto por Menzel (1995).
Para mensurar a capacidade de aceleração com mudança de direção dos jogadores, foi
utilizado o Teste de Velocidade/Agilidade proposto por Menzel (1995).
O procedimento diagnóstico é composto por três diferentes percursos de 15 m, sendo o
primeiro caracterizado por uma trajetória em linha reta (LR), o segundo e o terceiro por
uma corrida em LR com uma mudança de direção (90°) após 7,5m para a esquerda (ME)
e direita (MD), respectivamente (FIG 1).
Vamos marcar o melhor tempo realizado ao final dos três percursos percorrido de 15m,
com cada atividade realizada se repetindo 03 (três) vezes para cada atleta que estiver
executando o teste.
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A FIGURA 1 - Ilustra os três diferentes percursos.
3- RESULTADOS
TABELA 1
Estatística descritiva dos resultados do teste de Velocidade e Agilidade no futebol
proposto por Menzel (1995), para avaliação da preferência lateral de giro dos jogadores
de futebol da categoria infantil da cidade de Arcos MG.
Variáveis
N
Tempo reto_15m
Tempo esq_15m
Tempo dir_15m
Tempo dir – tempo
esq
12
12
12
12
Unidade Mínimo Máximo Média Desvio Coeficiente
Padrão de Variação
(%)
s
5,40
5,80
5,58 0,14
2,5
s
5,80
6,40
6,03 0,16
2,6
s
5,90
6,40
6,17 0,14
2,3
s
-0,20
0,30
0,13 0,13
100,0
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TABELA 2
Análise da freqüência dos tempos no teste Menzel (1995) reto total em 15 metros, com
giro para a direita e com giro para a esquerda, da categoria infantil da cidade de ArcosMG .
VARIÁVEIS
Temp
o
esq_1
5m
Temp 5,80
o
s
5,40 1
Tempo
dir_15m
-
5,90
Tempo
reto_15m
Total
Tempo 5,40
reto_15m
Total
Tempo 5,60
reto_15m
Total
Tempo 5,50
reto_15m
5,60
5,80
Total
6,00
6,10
6,20
6,30
6,40
Tempo 5,60
reto_15m
5,70
Total
Tempo 5,80
reto_15m
Total
Temp
o
esq_1
5m
5,90
Temp
o
esq_1
5m
6,00
Temp
o
esq_1
5m
6,10
Temp
o
esq_1
5m
6,20
Temp Total
o
esq_1
5m
6,40
-
-
-
-
-
1
1
-
2
-
-
-
-
1
2
-
2
-
1
-
-
-
2
1
1
1
-
-
-
-
1
1
1
2
1
1
3
1
5
-
1
1
2
-
-
-
-
1
-
-
1
-
-
1
1
-
-
1
1
-
1
2
1
-
1
-
-
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TABELA 3
Análise da freqüência dos tempos no teste Menzel (1995) com a preferência lateral de
giro dos jogadores, na diferença entre os giros para a direita menos o giro para a
esquerda, da categoria infantil da cidade de Arcos- MG.
VARIÁVEIS
Tempo Tempo Tempo Tempo Tempo Tempo Total
dir_15mdir_15mdir_15mdir_15mdir_15mdir_15m
Tempo 5,90
6,00
6,10
6,20
6,30
6,40
s
Tempo dir –
Tempo
esq*
-0,20
Tempo 6,40
esq_15
m
Total
0,10
Tempo 5,90
esq_15
m
6,00
Total
0,10
Tempo 5,80
esq_15
m
6,10
Total
0,20
Tempo 6,00
esq_15
m
6,10
6,20
Total
0,30
Tempo 5,90
esq_15
m
6,00
Total
1
1
1
1
2
2
2
1
1
1
3
1
1
2
2
1
1
2
3
1
1
1
1
1
INTERPRETAÇÃO:
*Tempo dir – Tempo esq:
+ Preferência de giro para a esquerda
- Preferência de giro para a direita
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1
1
1
1
1
1
3
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1
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4- DISCUSSÃO
Investigar a capacidade de aceleração, deve considera que os jogadores hoje em dia
raramente não fazem corridas com mudanças de direção (SANTAN, 2000). Após a
realização do Teste de Velocidade/Agilidade este aspecto metodológico foi garantido. Os
resultados mostraram coeficientes de variação muito próximos uns dos outros, TR- 2,5 ,
TE- 2,6 e TD-2,3, mostrando resultados significantes.
Entretanto, outro aspecto também é muito importante para estas diferenças dos tempos
de linha reta, mudança para direita e para esquerda. Como vimos que Schimid (2002),
fala que o equilíbrio, força, coordenação e resistência são componentes necessários da
agilidade. A força destes membros inferiores pode influenciar nestas mudanças de
direções, pelo fato se uma das pernas possui mais força do que a outra, o atleta consiga
girar para um lado melhor do que o outro, se equilibrando melhor, com uma melhor
coordenação para realizar o movimento.
A relação para que o atleta tenha um maior desempenho para a mudança de direção foi
analisado, DF = TTD – TTE , isto é o tempo total com o giro para direita menos o tempo
total com o giro para esquerda, se o resultado for positivo temos uma preferência de giro
para esquerda e se o resultado for
negativo para direita. A preferência encontrada foi de giro para esquerda, como
mostramos na Tabela 3.
5- CONCLUSÃO
De acordo com o estudo, foram encontradas correlações significantes entre a capacidade
de aceleração envolvendo mudanças de direção e as preferências laterais. Baseado nos
resultados do Teste de Velocidade/Agilidade, encontramos que a preferência lateral dos
atletas foi a de giro para esquerda, somente um jogador teve a preferência para a direita,
então podemos concluir que o grupo analisado é homogêneo.
Com isto podemos perceber que é de supra importância fazer um excelente trabalho
físico com os seus atletas, bem no inicio do treinamento, para coletar os dados
necessários e assim usar a sua velocidade e agilidade das melhores formas possíveis,
ajudando o seu time e a si mesmo.
6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Nasser. Revisão Científica de Aylton J. Figueira Jr. Barueri: Manole, 2002.
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futebol. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA, 6., 1995, Brasília. Anais...
Brasília: SBB/UNB, 1995. p.34-40.
SCHMID, S; ALEJO, B. Complete Conditiong for Soccer. Champaign: Human Kinetics,
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power in sport. Oxford: Blackwell Scientific, 1992. p.381-95.
SANTANA, J.C. Maximum running speed: great marketing, limited application. National
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WEINECK, J. Futebol total: Treinamento físico no futebol (tradução Sergio Roberto
Ferreira Batista).
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ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE INFECÇÕES DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES EM
INDIVÍDUOS PRATICANTES DE NATAÇÃO EM PISCINA COM COBERTURA E SEM
COBERTURA E NÃO PRATICANTES NO INVERNO DE BELO HORIZONTE
Leôncio Lopes Soares
Graduando em Educação Física, Universidade Federal de Viçosa/ Campus Florestal.
E-mail: [email protected]
Tatiane Renata Ornelas de Carvalho
Graduada em Educação Física
Guilherme de Azambuja Pussieldi
Doutor em Ciências da Atividade Física e do Esporte
RESUMO:
Neste estudo se comparou a associação da incidência de infecções do trato
respiratório superior com o fato de praticar a natação em piscina coberta, ao ar livre, e em
sedentários em um período mais seco e frio do ano. Os indivíduos relataram seus
sintomas de infecções por um período de trinta e um dias, classificando entre ameno,
moderado e severo. Participaram do estudo 39 sujeitos divididos em três grupos:
praticantes de natação em piscina coberta e não coberta, e não praticantes de atividade
física. Encontramos que a incidência de infecções do trato respiratório superior não foi
diferente significativamente entre os grupos. Podemos concluir que o fato de praticar
natação em piscina não coberta e coberta e não fazer atividades físicas em sujeitos que
vivem nas mesmas imediações para a incidência de infecções do trato respiratório
superior não tem relação com o ambiente da prática.
Palavras Chaves: Infecção do Trato Aéreo Superior, Natação, Doenças.
ABSTRACT:
This study compared the association between the incidence of upper respiratory
tract infections with the fact practicing swimming in indoor, outdoor, and sedentary in a dry
and cold period of the year. The subjects reported their symptoms of infections for a period
of thirty-one days, ranking among mild, moderate and severe. Study participants were 39
students divided into three groups: swimmers in swimming pool, covered or not, not
physically active. We found that the incidence of upper respiratory tract infections did not
differ significantly between groups. We can conclude that the fact of practicing swimming
pool covered and not covered and don‟t do physical activities in individuals that living
under the same vicinity for the incidence of upper respiratory tract infections is not related
to the environment of the practice.
Key-Words: Upper Respiratory Tract Infection, Swimming, Illness.
INTRODUÇÃO:
Uma das vantagens da atividade física é a melhoria do sistema imunológico
comparando-se indivíduos ativos e sedentários, no entanto pesquisas mostram que a
atividade física pode ocasionar uma diminuição do sistema imunológico, se esta for de
longa duração de alta intensidade ou ainda se o indivíduo não estiver bem condicionado.
Os atletas de alta resistência têm um maior risco para desenvolver infecções das
vias aéreas durante períodos de treinamento intenso. Durante o períodode
imunossupressão (supressão artificial da resposta imunológica), microrganismos, vírus
especialmente, podem aparecer e desenvolver processos infecciosos.
Sabe-se que as atividades físicas causam alterações na resposta imunológica. O sistema
imune responde diferentemente a intensidade do exercício, assim depois das atividades
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de longa duração muitos componentes deste sistema apresentam mudanças quantitativas
(Nieman e Pedersen, 1999), mas o controle do esforço é uma variável que precisa de
uma melhor observação para uma otimização sem risco.
Nieman (1994) descreveu a relação entre o risco de contrair infecção das vias aéreas
respiratórias (UpperRespiratoryTractInfection - URTI) e a prática regular de exercício
sendo uma relação de curva em forma de J (J-curve realtionship). Assim, um sedentário
pode ter um risco moderado de contrair URTI, e um indivíduo que está fazendo atividades
levemente moderadas (regularmente) pode apresentar uma diminuição no risco de
contrair URTI, e um indivíduo que está numa atividade muito intensa pode apresentar um
risco aumentado em relação ao sedentário.
Segundo Black (2002) exercícios moderados e regulares podem provocar um aumento no
nível de anticorpos de cerca de 20% e também das células NK, mas que o exercício
excessivo reduz o sistema imunológico, tornando mais vulnerável à infecção
principalmente do trato respiratório superior.
McArdle, Katch e Katch (1998) afirmam que exercícios de níveis ligeiro moderado podem
oferecer proteção contra a infecção do trato respiratório superior em comparação com o
sedentarismo, enquanto que o exercício intenso aumenta o risco de infecção dentro de
uma ou duas semanas após o estresse do exercício.
No estudo de Ortiz e Rey (1998) em que esportistas de elite foram comparados com
indivíduos que realizam exercícios moderados e com indivíduos sedentários, quanto ao
estado imunológico, é relatado que o exercício físico tem influenciado o sistema
imunológico, mas que está condicionado pelo tipo, intensidade, duração do exercício e
condição física da pessoa. Essa influência ocorre devido à produção de uma
imunodeficiência em esportistas que os deixam mais suscetíveis a infecções. No entanto
Ortiz e Rey (1998) afirmam que não existem muitos estudos que relacionam o exercício
físico moderado com a suscetibilidade de infecções.
O estudo feito por Gleesonet al. (1999) mostrou que os efeitos do exercício no sistema
imune dependem da condição física do indivíduo, da intensidade e da duração do
exercício. Bonsignoreet al. (2001) citou em seu estudo que tanto os esquiadores crosscountry de elite e nadadores mostraram um aumento de PMN em biópsias endobronquiais
ou secreção induzida, após o treinamento, dando suporte ao fato que o exercício pode
causar mudanças de células das vias respiratórias episódios associados ao treino
repetitivo de ventilação em volumes altos.
Em outro estudo de Gleeson e Pyne (2000) em que abordaram o impacto de um
programa de treinamento de 12 semanas de nadadores de elite no sistema e imunidade
da mucosa foi estudado prospectivamente para examinar a relação entre mudança nos
parâmetros imune e a incidência de doenças respiratórias, os resultados indicaram que
apesar de mudanças em algum parâmetro imune durante o final do programa de
treinamento, esses não foram associados com infecções do trato respiratório superior de
nadadores de elite.
Existem poucos estudos que correlacionam a incidência de infecções do trato respiratório
superior com o exercício e com o ambiente, simultaneamente. Walshet al. (2002) relatam
que estudos anteriores mostraram que em ambiente frio há maior incidência de sinusite e
infecções do trato respiratório superior, devido à diminuição da temperatura das mucosas.
Com o crescente aumento da busca de atividades físicas visando uma melhora na
saúde, com a natação, e com as incertezas sobre as causas de diminuição do sistema
imunológico, com a atividade física é de muita importância analisar se a natação em nível
de aprendizagem praticada em piscina com cobertura podem ter relação com a incidência
de infecção do trato respiratório superior em um período do ano mais seco e frio, e
também analisar indivíduos que não praticam natação. Assim justifica-se esse estudo
para informar em qual ambiente (piscina com ou sem cobertura) praticantes de natação
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poderiam ter menor incidência de infecções do trato respiratório superior através do
controle ou da modificação dos locais onde os sujeitos nadam principalmente quando os
exercícios forem de alta intensidade e duração e quando estes não estiverem bem
condicionados fisicamente. E, também, para informar se a natação praticada em nível de
aprendizagem tem relação com a incidência de infecções do trato respiratório superior.
MÉTODOS:
Amostra:
Para esse estudo participaram 39 indivíduos voluntários de ambos os sexos, sendo
26 praticantes da atividade física natação regularmente e 13 indivíduos que não
praticavam atividade física. Os indivíduos que praticam a natação eram divididos em dois
grupos sendo que um grupo praticava a atividade em piscina que possui cobertura e o
outro em piscina sem cobertura.
Utilizou-se como critérios de inclusão que os voluntários participantes deveriam
possuir idade entre 30 a 45 anos; serem sadios, ou seja, não apresentarem doenças nas
últimas três semanas, não serem fumantes; e por último não trabalharem em ambiente
com ar condicionado. Além disso, os voluntários praticantes deveriam estar fazendo a
natação por pelo menos dois anos consecutivos com frequência semanal de três vezes.
Tabela 1: Idade dos Indivíduos
Piscina
coberta
Idade (anos)
24,08 ± 3,73
com Piscina
cobertura
sem
23,15 ± 3,05
Não praticantes
23,74 ± 3,97
A atividade realizada pelo grupo de exercícios foi a natação, sendo em nível de
aprendizagem e a mesma não foi padronizada.
Tabela 2: Gênero dos indivíduos (número de pessoas)
Piscina
cobertura
Masculinos
Femininos
Total
9
4
13
com Piscina
cobertura
6
7
13
sem
Não praticantes
7
6
13
Instrumento:
O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi um formato de doença mensal
(URTI) de Pyne e Gleeson (1998), em que deveria ser preenchido, caso ocorresse
durante o mês corrente, no dia correspondente alguma episódio de URTI. O mesmo
possui nove itens, divididos em respiratório superior, infecção do peito, gripe, estresse,
dor de cabeça, irritação no olho, erupções, abcessos de pele e outros. Estes episódios
deveriam ser classificados em ameno, moderado ou severo. O formulário encontra-se em
anexo. O questionário de URTI foi aplicado no mês de julho na cidade de Belo Horizonte,
onde neste período do ano a incidência de chuvas é menor, a temperatura está mais
baixa e é o período com maior incidência de doenças respiratórias.
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Procedimentos Éticos
Os indivíduos da amostra foram informados quanto aos objetivos e aos
procedimentos metodológicos do estudo. O consentimento para a participação no estudo
foi obtido por escrito de cada voluntário, após os esclarecimentos necessários, estando
todos cientes de que a qualquer momento poderão, sem constrangimento, deixar de
participar do mesmo. Foi preservada a privacidade dos voluntários, sendo todas as
informações individuais, obtidas durante o estudo, com caráter anônimo. Todos foram
instruídos quanto aos procedimentos do formulário e seu objetivo para esclarecimentos, e
assegurar uma boa realização do mesmo. O presente estudo teve aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisas com seres Humanos da Universidade Federal de Minas Gerais.
Procedimentos Estatísticos
A incidência de infecções do trato respiratório superior foi analisada por meio do teste
Qui-quadrado, com o nível de significância igual ou menor a 0.05 através do Pacote
Estatístico SPSS 13.0 para Windows.
RESULTADOS:
Comparou-se indivíduos que nadam em piscina coberta com piscina não coberta, e
concluiu-se que dos vinte e seis indivíduos estudados, dezesseis não apresentaram
infecção do trato respiratório superior e 5 apresentaram essa infecção. Também foi
identificado que não houve diferença significativa para a incidência do trato respiratório
superior quando comparados piscina coberta e piscina não coberta (Gráf. 1).
GRÁFICO 1. Incidência de infecções do trato respiratório superior, pelo teste quiquadrado, comparação piscina coberta com piscina não coberta.
Observa-se também que a incidência de infecções do trato respiratório superior
comparando-se piscina não coberta e não praticantes de natação, sendo que dos vinte e
seis indivíduos da amostra dezenove não apresentaram infecção e sete apresentaram a
infecção (Gráf. 2). Nota-se também que não houve diferença significativa entre piscina
coberta e não praticantes para a incidência de infecções do trato respiratório superior.
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GRÁFICO 2. Incidência de infecções do trato respiratório superior, pelo teste quiquadrado, comparação piscina não coberta com não praticantes
Na avaliação também comparou-se indivíduos que nadam em piscina coberta com
não praticantes de natação, sendo que dos vinte e seis indivíduos dezoito não
apresentaram infecção e oito apresentaram infecção, durante o período do estudo (fig. 3).
Também é mostrado que não houve diferença significativa entre piscina coberta e não
praticantes para a incidência de infecções do trato respiratório superior.
GRÁFICO 3. Incidência de infecções do trato respiratório superior, pelo teste quiquadrado, comparação piscina coberta com não praticantes.
DISCUSSÃO:
Os resultados obtidos mostraram que não houve relação entre a incidência de
infecções do trato respiratório superior e o ambiente (piscina coberta/ não coberta) em
que se praticam a natação. Estudos anteriores citados por Walshet al. (2002) mostraram
que a incidência de infecções do trato respiratório superior tem relação com o ambiente,
pois em tempo frio observou-se um aumento de sinusite e infecções do trato respiratório
superior, devendo-se a uma diminuição da temperatura das mucosas. Walshet al. (2002)
citaram também um estudo em que o treinamento de resistência com atletas em
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temperaturas abaixo de 0ºC gerou um aumento da incidência de infecções, causado pelo
ar frio.
Os resultados do atual estudo mostraram que não houve diferenças significativas
na incidência de infecções do trato respiratório superior entre praticantes de natação
(piscina com ou sem cobertura) e não praticantes de natação, e isso significa que não há
relação entre a natação em nível de aprendizagem em piscina com ou sem cobertura e a
incidência de infecções do trato respiratório superior. Gleeson e Pyne (2000) mostraram
que não tem relação a incidência de infecções do trato respiratório superior e o
treinamento com nadadores, confirmando os resultados apresentados no atual estudo.
CONCLUSÕES:
Conclui-se que a incidência de infecções do trato respiratório superior não tem
relação com a prática de natação em ambiente que possui piscina coberta no período de
inverno de Belo Horizonte e em indivíduos em nível de aprendizagem.
Conclui-se também a incidência de infecções do trato respiratório superior não é
diferente quando comparados praticantes de natação e não praticantes, independente do
ambiente em que se pratica (piscina coberta ou não coberta), dessa forma a prática da
natação não tem relação com a incidência de infecções do trato respiratório superior para
esta época do ano na cidade de Belo Horizonte.
REFERÊNCIAS
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Guanabara Koogan, 2002. 829 p.
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L668-L676, 2001.
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QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS SOROPOSITIVOS ACOMETIDOS PELA
SÍNDROME DA LIPODISTROFIA
ANDRÉ PEREIRA DOS SANTOS
Graduando em Educação Física - Centro Universitátio Claretiano de Batatais-SP
ANA PAULA MORAIS FERNANDES
Docente do Departamento de Enfermagem Fundamental – EERP-USP
PEDRO PINHEIROS PAES
Doutorando em Ciências – EERP-USP
SÔNIA MARIA VILLELA BUENO
Docente do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica – EERP-USP
WLALDEMIR ROBERTO DOS SANTOS
Educação Física- UNAERP/ Colaborador em pesquisas HIV/aids EERP-USP
Resumo
O aumento da longevidade de indivíduos que vivem com HIV/aids nos últimos anos, é
oriundo da adesão de terapias medicamentosas e por uma nova postura de vida adotada,
no entanto, efeitos adversos têm sido associados à terapia antirretroviral, dentre esses, a
síndrome da lipodistrofia (SL), que se caracteriza pela má distribuição da gordura
corporal. Dessa forma, analisar a qualidade de vida pode melhorar a relação dos
profissionais de uma equipe multidisciplinar com o paciente, iniciando a partir de uma
compreensão mais ampla das necessidades e responsabilidades de ambas as partes,
equipe e paciente. O presente estudo tem como objetivo analisar a qualidade de vida de
pessoas que vivem com HIV/aids que sofrem com a SL. O instrumento de pesquisa
utilizado para quantificar a qualidade de vida foi o QUESTIONÁRIO SF-36. Os resultados
encontrados a partir da utilização do SF-36 apresentaram de um modo geral uma positiva
qualidade de vida.
Palavras Chaves: Questionário, qualidade de vida, lipodistrofia.
Abstract
The increased longevity of people living with HIV / AIDS in recent years, comes from the
accession of drug therapies and a new life stance adopted, however, adverse effects have
been associated with antiretroviral therapy, among whom the syndrome lipodystrophy
(SL), which is characterized by poor distribution of body fat. Thus, analyzing the quality of
life can improve the relationship between professionals of a multidisciplinary team with the
patient, starting from a broader understanding of the needs and responsibilities of both
parties, team and patient. This study aims to analyze the quality of life of people living with
HIV / AIDS sufferers with the SL. The survey instrument used to quantify the quality of life
was the SF-36. The results from the use of the SF-36 had generally a positive quality of
life.
Key Words: Measurement, life quality, Lipodystrophy.
Introdução
De acordo com o Ministério de Saúde/Boletim aids (2010), estima-se que haja no Brasil,
cerca de 630 mil casos de indivíduos de 15 a 49 anos que vivam com o vírus da
Imunodeficiência Humana (HIV) ou que já manifestam o que conhecemos como aids, que
é a fase sintomática da doença. Os maiores percentuais do vírus são registrados nas
regiões Sudeste (59,3), Sul (19,2), Nordeste (11,9), Centro-Oeste (5,7) e Norte (3,9). É
considerada uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo
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HIV/aids de 0,61% (gênero feminino: 0,41% e gênero masculino 0,82%) (ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE apud MINISTÉRIO DA SAÚDE/BOLETIM AIDS, 2010).
No inicio da expansão do vírus e sua descrição (1981) os sujeitos acometidos, possuíam
uma longevidade pequena, no entanto, foram criadas as Terapias Antirretrovirais de Alta
Potência (Highy Active Antiretroviral Therapy- HAART) e no Brasil segundo Tess (1998) a
introdução da Terapia Antirretroviral Universal (TARV) ocorreu no período pós 1996.
Medicamentos que conseguiram modificar a infecção do Vírus de uma doença fatal para
uma doença crônica, podendo isso ser percebido com o aumento da sobrevida da
população brasileira: a mediana de sobrevida de pacientes adultos diagnosticados com
aids entre 1982 a 1989 era de 5,1 meses (CHEQUER et al., 1992), evoluindo de acordo
com os dados de Marins et al., (2003) para 58 meses em pacientes diagnosticados em
1995 e 1996. E no recente estudo de Guibu et al.,(2009) apud Ministério de
Saúde/Boletim aids (2010) a mediana de sobrevida em de pacientes diagnosticados em
1998 e 1999 aumentou para mais de 108 meses.
Atualmente no Brasil, estão em TARV 190 mil pacientes com HIV positivo e quase 35 mil
pacientes iniciaram a terapia em 2008, e dentre os que iniciaram o tratamento, 98,7%
continuavam em TARV após 12 meses do início (MINISTÉRIO DE SAÚDE/BOLETIM
aids, 2010).
Apesar desse aumento de sobrevida pelo uso do HAART, este não é capaz de erradicar
a infecção pelo HIV/aids sendo necessária a manutenção prolongada deste regime
terapêutico para o controle da multiplicação viral.
Efeitos adversos têm sido associados à terapia antirretroviral prolongada, particularmente
com o uso dos inibidores de protease, dentre esses, a síndrome da lipodistrofia (SL), que
se caracteriza pela má distribuição da gordura corporal, se manifestando através da
lipoatrofia e lipohipertrofia. A lipoatrofia é representada pela perda de gordura subcutânea
na face, no glúteo, nos membros superiores e inferiores, ficando veias de braços e pernas
mais proeminentes, já a lipohipertrofia tem como sintomatologia principal o aumento da
gordura abdominal, concentração de gordura na região dorso cervical, ginecomastia e
aumento das mamas nas mulheres. Os indivíduos soropositivos podem apresentar uma
ou ambas as manifestações.
Outras manifestações que ocorrem com a SL são, as desordens metabólicas como o
aumento dos níveis de gordura (lipídios) e açúcar no sangue, tendo como conseqüência o
aumento de triglicerídeos, colesterol total, LDL colesterol, glicemia e resistência à insulina
podendo ocasionar diabetes, redução dos níveis de HDL colesterol e cálcio. Mas as
relações entre as mudanças da deposição da gordura corporal e as desordens
metabólicas ainda não estão esclarecidas (AZEVEDO et al, 2006; BURATTINI et al, 2008;
CHACARA et al, 2005; GEOFFREY, SUGAR, WEINBERG, 2009).
Outras modificações também podem ocorrer com a SL, como o aumento de veias
periféricas, queda de pêlos do corpo e diminuição dos níveis de testosterona, levando a
importantes modificações no corpo dos pacientes, que podem estigmatizar as pessoas,
tornando-se uma fonte potencial de stress, provocando vergonha e receio de se expor
publicamente. Esta conduta proporciona o isolamento social, o que agrava ainda mais a
saúde psicológica dos pacientes, diminuindo a qualidade de vida dessas pessoas e
contribuindo para a diminuição da adesão ao tratamento antirretroviral (BURATTINI et al,
2008; PACCAGNELLA, 2002, 2007).
Com a adoção de medidas públicas que garantem o acesso universal e gratuito aos
medicamentos, nascem novos desafios, sendo estes relacionados ao enfrentamento do
vírus e a qualidade de vida (SEIDL et al, 2005).
Cruz & Brito (2005) ressalvam que há uma crescente preocupação com os níveis da
qualidade de vida das pessoas contaminadas, devido ao prolongado tempo de vida
proporcionado pela utilização da terapia antiretroviral e pelo incorporar de novas atitudes,
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além ainda, de estratégias proporcionadas pelo Sistema Único de Saúde para
potencializar a adaptação e intensificar cada vez mais o bem-estar dos portadores do HIV
/aids.
Kluthcovsky (2005) descreve como a combinação do bem-estar, diversão, realização
profissional, relacionamento social, amor, felicidade, saúde e outros como elementos
essenciais para a melhora da qualidade de vida. Referente às pesquisas envolvendo a
qualidade de vida de indivíduos soropositivos, não havia sido produzida na literatura
brasileira até o ano de 2002, e a grande parte de sua investigação concentrava-se nos
Estados Unidos (CANINI et al. 2004).
Segundo Castanha et al (2007) efetuar uma análise a partir da avaliação sobre a
qualidade de vida pode melhorar a relação dos profissionais de uma equipe
multidisciplinar com o paciente, iniciando a partir de uma compreensão mais ampla das
necessidades e responsabilidades de ambas as partes, equipe e paciente.
Visto que: 1) Poucos estudos têm relatado a qualidade de vida de pessoas que vivem
com HIV/aids; 2) Os efeitos adversos do tratamento antirretroviral com as alterações na
deposição da gordura corporal têm sido relatadas pelos pacientes como um visível
marcador para a identificação de pessoas infectadas pelo HIV/aids, que remete
fatalmente, para a estigmatização, desmoralização e depressão, causando uma
diminuição na qualidade de vida que os levam a perda da aderência ao tratamento e
descontrole da sua infecção; 3) O grande número de pessoas afetadas pela SL; 4) Ainda
não há um consenso sobre os tratamentos complementares, como atividade física para a
melhora da qualidade de pessoas que vivem com HIV/aids; o presente estudo tem como
objetivo analisar a qualidade de vida de pessoas que vivem com HIV/aids que sofrem com
a SL.
Material e Métodos
Trata-se de uma pesquisa de estudo exploratório de natureza observacional transversal
com pacientes acometidos pela SL que participavam do projeto intitulado de “A influência
do treinamento resistido na síndrome da lipodistrofia em pessoas que vivem com
HIV/aids”, realizado na Unidade Metabólica (UM) da Clinica Médica (CM) e na Unidade
Especial de Terapia de Doenças Infecto-contagiosas (UETDI) do Hospital das Clinicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP).
Participaram desta análise 8 indivíduos com média de idade de 46,5 anos (± 6,46) de
ambos os gêneros (6 masculino e 2 feminino). Os pacientes receberam esclarecimentos
prévios a respeito do intuito do questionário, e após não haver qualquer dúvida das
intenções deste estudo, concordaram em respondê-lo por meio de uma entrevista, que
ocorreu entre os meses de Julho e Agosto de 2010.
O instrumento de pesquisa para a coleta de dados foi o QUESTIONÁRIO SF-36 (Medical
Outcomes Study 36 – Item Short Form Health Survey), pois este vem sendo utilizado há
algum tempo no Brasil por agentes de saúde, foi escolhido por ser compatível com os
objetivos de relacionar a qualidade de vida á saúde, pelo seu baixo custo e por sua fácil e
rápida obtenção de dados (WARE et al., 2000 apud BARBANTI, 2006). Além de haver
sua aplicabilidade independentemente do gênero, idade ou doença contraída (FRANKS et
al., 2004).
O SF-36 é um questionário multidimensional formado por 36 itens, que tangem 8 escalas
ou componentes: capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde,
vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Apresenta uma
pontuação/escore final de 0 a 100, no qual zero corresponde a pior estado geral de saúde
e 100 melhor estado de saúde (WARE; SHERBOURNE, 1992; WARE; KOSINSKI;
KELLER, 1994 apud CICONELLI et al., 1999).
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Para esta pesquisa, adaptamos a segunda questão do SF-36, com o intuito de verificar a
saúde dos indivíduos com SL no período pré e pós do conhecimento do vírus.
Resultado e Discussão
O escore encontrado após a coleta dos dados (tabela I), apresentou em todos os
componentes mensurados, média acima de 50, caracterizando de um modo geral em
todas as escalas, um positivo estado geral de saúde.
DOMÍNIOS
CAPACIDADE FUNCIONAL (CF)
LIMIT. POR ASPECTOS FÍSICOS (LAF)
DOR (DOR)
ESTADO GERAL DE SAÚDE (EGS)
VITALIDADE (V)
ASPECTOS SOCIAIS (AS)
LIMIT. POR ASPECTOS EMOCIONAIS (LAE)
SAÚDE MENTAL (SM)
Tabela I: (Dados pessoais)
MÉDIA
86,4
71,9
71,6
82,5
77,5
79,7
75,0
80,0
Os domínios DOR e LAF apresentaram os menores valores positivos (71,6) e (71,9)
respectivamente, possivelmente em virtude de um integrante da análise conviver com as
sequelas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) que causou Hemiplegia em membro
inferior (MMII) esquerdo e também por um paciente apresentar sequelas provindas da
toxoplasmose. Em ambos infortuitos, potencialmente ocorridos como consequências de
um deficitário sistema imunológico e/ou efeitos fisiológicos adversos como referido
anteriormente, oriundos da terapia antirretroviral. Ainda, dentre os integrantes da análise,
um convive com gota reumatóide.
Contudo, percebe-se ao analisar a média de maior domínio a CF (86,4) que mesmo os
indivíduos cautelosamente queixando-se de dores, as atividades realizadas durante um
dia comum apresentam pouca dificuldade de execução, principalmente quando indagados
a exigências que requerem muito esforço, como correr e levantar objetos pesados.
Se tratando dos domínios V, AS, LAE e SM suas medianas, respectivamente, (77,5),
(79,7), (75,0) e (80,0) representam nas últimas 4 semanas que antecederam a aplicação
do questionário, grande disposição, vontade, força, energia, serenidade e felicidade
presentes na maior parte do tempo, e em uma pequena parte do tempo desanimo,
esgotamento, cansaço, abatimento, nervosismo, ansiedade, deprimência e problemas
físicos e/ou emocionais que interferiram na relação com a família e/ou amigos.
As características das representações das medianas dos quatro domínios anteriores
reforçam a compreensão da média do EGS (82,5), que quantifica o quão de um modo
geral é boa à saúde dos indivíduos.
Um ponto interessante analisado nas respostas do questionário foi que quando indagados
a respeito do estado de saúde atual, comparado com antes do conhecimento do vírus, a
maioria dos indivíduos responderam que atualmente, sua saúde está muito melhor (tabela
II).
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CLASSIFICAÇÃO
Muito
Um pouco Quase
melhor
melhor
mesma
RESPOSTAS 5
1
1
Tabela II: (Dados pessoais)
a Um
pior
1
pouco Muito pior
0
Os indivíduos que afirmaram “muito melhor” e “um pouco melhor”, justificaram suas
respostas, salutando que após o conhecimento do vírus, sentiram a necessidade de zelar
mais por suas saúde, podendo assim, justificar pelo positivo EGS atual.
Não se encontrou na literatura a utilização do SF-36 em indivíduos soropositivos
acometidos pela SL, dessa forma, a discussão dos resultados deste, ocorreu por meio de
estudos que utilizaram outros instrumentos de pesquisa para analisar a qualidade de vida
dos indivíduos que vivem com HIV/aids.
Nascimento (2006) apresentou os resultados de sua análise, que investigou a qualidade
de vida de 20 indivíduos soropositivos de ambos os gêneros com média de idade de 3040 anos, o instrumento de pesquisa utilizado foi o WHOQOL-HIV bref, que apresentou
como melhor índice o domínio físico (14,4), identificando muita energia e pouca dor,
desconforto e fadiga; corroborando com os achados desta análise. O menor índice de
domínio encontrado pela autora foi a abordagem sobre espiritualidade (12,5).
Nos estudos de Galvão, Cerqueira, Machado (2004), a análise ocorreu por meio da
aplicação do HAT-QOL em 73 mulheres com idade igual ou superior a 18 anos que vivem
com HIV, os resultados apresentaram prejuízos na qualidade de vida das mesmas. As
autoras ainda complementaram após analisar seus resultados que o negativo achado
ocorreu em virtude da situação financeira, cautela com o sigilo do vírus e pelas atividades
sexuais vivenciadas pelas mulheres investigadas.
Uma outra abordagem sobre a qualidade de vida de indivíduos soropositivos, ocorreu por
meio do teste de associação de palavras, que na investigação de Castanha et al., (2007)
após averiguar 91 sujeitos de ambos os gêneros, com média de idade de 38 anos, por
meio de uma análise da qualidade de vida a partir de características objetivas e
subjetivas: trabalho, moradia, apoio, amizade, felicidade, Deus e família; encontrou
representações da aids/qualidade de vida em suas vidas em ambos os gêneros. As
mulheres relacionaram o vírus em suas vidas com o sofrimento, preconceito e esperança;
e a qualidade de vida com felicidade, amor e Deus; já os homens representaram o vírus
em medo, apoio, recomeço e limitações; e a qualidade de vida em apoio, amigos e
trabalho.
Diversas análises realizadas no mundo apontam que a qualidade de vida de indivíduos
que vivem com HIV/aids, vem sendo substancialmente modificada, em virtude da
implantação de novas drogas e tratamentos específicos.
Os dados de um modo geral apresentados insinuam uma relação direta entre as
representações pessoais da aids e da qualidade de vida, deixando claro como a
soropositividade influencia diretamente na qualidade de vida, seja essa nova postura
negativa ou positiva.
Conclusão
Os resultados encontrados a partir da utilização do SF-36 aplicado em indivíduos
soropositivos acometidos pela SL, apresentaram de um modo geral uma positiva
qualidade de vida, no entanto, torna-se necessário a publicação de novas pesquisas que
utilizem o mesmo instrumento de análise, para potencializar a aplicabilidade do SF-36 em
indivíduos que vivem com HIV/aids e SL e verificar se os achados desta são fidedignos,
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visto que investigações feitas a partir de outros questionários com alguns diferentes
tópicos de abordagem, conseguiram visualizar mais amplamente a qualidade de vida.
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MÉTODO PIRÂMIDE DESCRESCENTE: COMPARAÇÃO ENTRE CARGAS DE
INTENSIDADE E REPETIÇÕES PREVISTAS
Hugo Côrtes Pereira: Pós graduando em Fisiologia do Exercício e Treinamento
Desportivo; Universidade Castelo Branco. Rio de janeiro: email; [email protected]/
[email protected]
Vinícius Carvalho da Silva: Graduado em licenciatura plena em Matemática; Universidade
Castelo Branco, Rio de janeiro
Orientador: Prof° Dr° Erik Salum de Godoy; Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro.
RESUMO
O objetivo desse estudo foi verificar se os indivíduos estão adequando corretamente as
cargas de intensidade ao número de repetições nos exercícios voador frontal e leg press,
realizados segundo o método pirâmide decrescente, com 6, 8 e 10 repetições máximas
(RM). A amostra foi composta de 10 indivíduos do sexo masculino, aparentemente
saudáveis e com experiência de mais de 2 anos em treinamento de força , que
voluntariamente participaram do estudo. Foram avaliadas as cargas de intensidade, de
forma crescente para 10, 8 e 6 RM. Posteriormente foi realizado o treinamento com o
método da pirâmide decrescente, empregando as três séries com o número de repetições
citadas e um intervalo de recuperação parcial de 3 minutos entre as execuções das
séries, após um aquecimento padronizado de uma série de 20 repetições com 40% da
carga relativa a 10 RM de cada exercício, 2 minutos antes da execução do respectivo
movimento.
Palavras chaves: pirâmide decrescente; RM; treinamento de força
ABSTRAT
The aim of this study was to determine whether individuals are properly adjusting the
loads of intensity to the number of repetitions in the exercises and flying front and leg
press, carried out by the pyramid method of decreasing, with 6, 8 and 10 repetitions
maximum (RM). The sample consisted of 10 males, apparently healthy and with
experience of more than two years in strength training, voluntarily participated in the study.
We evaluated the loads of intensity, with increasing frequency to 10, 8 and 6 RM.
Subsequent training was performed with the method of descending pyramid, using the
three sets with the number of repetitions and cited a range of partial recovery of 3 minutes
between runs of the series after a standardized warm in a series of 20 repetitions with 40%
Load on 10 RM of each exercise, two minutes before the execution of their movement.
Key words: descending pyramid, RM; Strength training
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INTRODUÇÃO
Hoje em dia parte da população tem procurado as academias de ginástica para
praticarem treinamento de força (TF), visando resultados estéticos. Nesta forma de TF
existem varias teorias, princípios, estruturas e métodos. Tal diversidade, provavelmente
decorra do fato do TF, ser uma forma de atividade física sistemática que mais possibilita a
aplicação do princípio da individualidade (GODOY, 1994).
Dentre os diversos métodos de treinamento, existe o método conhecido como pirâmide.
Esse método é utilizado para treinamento de força máxima e hipertrofia (BARBANTI,
1999).
O método de treinamento pirâmide pode ser aplicado de três formas: crescente,
decrescente e completa, cada uma com propósitos, estruturas e características distintas
(GODOY, 1994).
A pirâmide crescente difundiu-se durante as décadas de 1930 e 1940 entre os
levantadores olímpicos de peso, O método da pirâmide é fundamentado no princípio
cientifico do treinamento desportivo conhecido como interdependência volume x
intensidade, ou variabilidade de cargas, (GODOY, 1994) e aplica também o conceito de
repetições máximas (RM) preconizados nos trabalhos de DeLorme e Watkins, que
originaram o chamado método DeLorme (FLECK & KREAMER, 1999), onde aplicam-se
três séries de cada exercício com 10 repetições cada, com as cargas de intensidade
progredindo de 50% para 75 e 100% de 10 RM..
A pirâmide decrescente originou-se quando Zinovief encontrava dificuldades para aplicar
o método de DeLorme, acreditando que as series iniciais geravam fadiga e impediam que
se alcançasse o número de repetições esperadas, propondo assim um método oposto ao
de DeLorme, chamado de Oxford (FLECK & KREAMER, 1999).
Na pirâmide decrescente, após um leve aquecimento, executa-se a série com maior carga
de intensidade (“kilagem”) e menor carga de volume (repetições por série) e nas séries
subseqüentes reduz-se a “kilagem” e aumenta-se o número de repetições por série.
Alguns estudos comparam os dois métodos de treinamento.e os resultados são
ambíguos. Fleck & Kreamer (1999) citam estudos que demonstram resultados superiores
com a aplicação do método da pirâmide decrescente.
Mesmo com algumas evidências apontando uma vantagem para o sistema de pirâmide
decrescente, não está bem claro se os indivíduos submetidos a este método de
treinamento estão adequando corretamente as cargas de intensidade ao número de
repetições prescritos em cada série. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi verificar se
as cargas de intensidade previstas no método atual são adequadas em sua execução
prática.
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MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido com um formato de pesquisa experimental que consiste em
estabelecer relações de causa e feito entre uma variável independente que é manipulada
para verificar o seu efeito sobre variáveis independentes, conforme descrito por Thomas &
Nelson (2002).
A amostra foi determinada pelo critério de conveniência, em função da disponibilidade e
interesse de participação na pesquisa, desde que fosse atendido o critério de inclusão,
estabelecido pela experiência de pelo menos 2 anos de prática no TF.
Participaram do estudo 10 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 18 e 28 anos,
com estatura entre 1,70m e 1,83m com peso entre 60,0kg e 86,0kg, aparentemente
saudáveis, previamente informados dos procedimentos e riscos, e formalmente aceitaram
participar do estudo, podendo interromper a participação assim que desejassem,
conforme as normas da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
O procedimento consistiu na avaliação das cargas de intensidade, ou kilagem, relativas a
6, 8 e 10 RM de cada indivíduo nos exercícios de voador frontal e leg press, realizados
em módulos da marca Vitally, conforme os procedimentos descritos por Kuramoto &
Payne (1995). Posteriormente, aplicado o método da pirâmide decrescente nos referidos
exercícios, com três séries de 6, 8 e 10 RM, executadas, após um aquecimento localizado
padronizado, consistindo na realização de uma série com 20 repetições com 40% das
cargas relativas a 10 RM de cada exercício.
Foi realizada uma análise estatística para verificar a normalidade dos dados da amostra
através do Teste Shapiro-Wilk . A mesma foi feita pelo Programa SAPW 18.0 For
Windows
RESULTADOS
Na tabela 1 e 2 pode ser observado os procedimentos estatísticos de médias e de desvios
padrões das repetições realizadas e das cargas de intensidade
Analisando-se a figura 1 e 2 constatou que houve normalidade dos dados, pois p>0.05,
não havendo diferenças significativas no exercícios voador frontal e leg press.
Tabela 1: resultado da comparação do número de repetições máximas previstas e as
realizadas para cada intensidade, e das cargas máximas suportadas para cada número
de repetições.
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Figura 1: Comparações entre o numero de repetições máximas previstas e realizadas
para cada intensidade.
Tabela 2: resultado da comparação do número de repetições máximas previstas e as
realizadas para cada intensidade, e das cargas máximas suportadas para cada número
de repetições.
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Figura 2: Comparações entre o numero de repetições máximas previstas e realizadas
para cada intensidade.
DISCUSSÂO
Os efeitos benéficos do método de treinamento pirâmide decrescente nos ganhos de
força são controversos. estudos recentes mostram que o uso de pirâmide não produz
vantagens adicionais para o ganho de força, sendo superada por diversos outros métodos
(KONSTANTAKOS, 1999), mas em um estudo Leighton et al.( 1967, apud, FLECK &
KREAMER, 1999, p. 119), obteve aumentos significativos nos ganho de força. Já em
comparações entre os métodos crescente e decrescente, um estudo demonstrou que o
método decrescente é superior ao crescente em ganhos de força muscular, mas indicou a
necessidades de mais pesquisas ( MCMORRIS e ELKINS,1954 apud FLECK &
KREAMER, 1999 p. 119) por outro lado em estudos recentes de não verificaram
diferenças significativas entre os métodos nos ganhos de força muscular em pessoas
destreinadas (FISH et al.,2003). Assis & Farinatti (2000) Questionam se os ganhos de
força são os mesmos quando comparados os dois métodos. No entanto estudos
comparando se indivíduos conseguem adequar as cargas de intensidade a execução
prática não foram encontrados na literatura.
CONCLUSÂO
Com base nos resultados apresentados anteriormente constatou-se que não houve
diferença significativa entre o número de repetições máximas previstas e o número de
repetições durante o treinamento com o método pirâmide decrescente. Isso pode ter
ocorrido por alguns motivos, primeiro, o tempo de 3 minutos de intervalo entre as séries
pode ter sido longo, o que favoreceria os indivíduos a aumentarem ou manterem a
capacidade de suportar cargas mais altas. Outro motivo seria as séries regressivas, ou
seja os Voluntários começavam o treinamento com repetições baixas e cargas elevadas,
podendo suportar posteriormente cargas reduzidas, já que os níveis de lactato seriam
expressivamente menores que os obtidos em séries de 10 repetições como mostra Gentil
(2005). E finalizando ficou nítido que os participantes da pesquisa se sentiram seguros
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executando os exercícios, pois os mesmos foram realizados em aparelhos e não com
pesos livres, o que poderia ter influenciado no resultado da pesquisa. Conclui-se então
que os indivíduos que executam os exercícios voador anterior e leg press no método
pirâmide decrescente conseguem adequar suas cargas de intensidade ao número de
repetições, desta forma seria interessante novos estudos sobre essa temática, afim de
podermos prescrever com mais eficácia o treinamento dos nossos alunos e atletas.
REFERÊNCIAS
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Blücher, 1999.
DELORME T. L.; FERRIS B. G.; GALLAGHER J. R. Effect of progressive exercise.
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VIANA M. V.; FERNADES FILHO J.; DANTAS E. H. M.; PEREZ A. J. Efeitos de um
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e a composição corporal em adultos aeróbios e anaeróbios. Fit Perf J.: RJ, v.6: p. 135139. 2007.
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UTILIZAÇÃO DO IMC POR IDADE NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE
ESCOLARES DE SETE E OITO ANOS DE IDADE EM ESCOLA PÚBLICA: ESTUDO DE
CASO
Daniela Xavier Gomes, Estudante de Educação Física – UFV Campus Florestal [email protected]
Lucas Rogério dos Reis Caldas, Estudante de Educação Física – UFV Campus Florestal [email protected]
Mariela de Oliveira Castro, Professora – Lagoa da Prata - MG - [email protected]
Prof. Ms. Afonso Timão Simplício, Orientador - UFV Campus Florestal - [email protected]
RESUMO
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo verificar o crescimento e as
proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer
ações de prevenção/intervenção. A relação da massa corporal com a estatura, chamada
de Índice de Massa Corporal (IMC), é desenvolvida pela equação de predição:
MC/Estatura2 [Kg/m2]. No entanto estudos mostram que critérios adotados para adultos
não devem ser aplicam ao público infantil. O diagnóstico antropométrico do estado
nutricional infantil vem oscilando, historicamente, entre bases epidemiológicas e
estatísticas. Foram tomados todos os cuidados éticos (CLE) e a amostra foi composta de
60 escolares, sendo 30 do sexo feminino e 30 do sexo masculino, com idade entre sete e
oito anos, de uma escola pública do município de Lagoa da Prata - MG. Os resultados
mostram que critérios aceitos para o público adulto não devem ser considerados para
crianças de 7 e 8 anos de idade.
Palavras-chave: Antropometria. Desnutrição. Índice de massa corporal.
ABSTRACT
The assessment of nutritional status aims to assess the growth and body
proportions in an individual or a community, to establish preventive actions and
intervention. The relationship of body mass to height called the Body Mass Index (BMI), is
developed for the prediction equation: MC/Estatura2 [kg/m2]. Yet studies show that the
adopted criteria for adults should not be applied to children. The anthropometric evaluation
of nutritional status has oscillated historically between epidemiological and statistical
bases. Were taken every care ethics (CLE) and the sample was composed of 60 students
who were 30 females and 30 males, aged between seven and eight years in a public
school in the municipality of Lagoa da Prata - MG. The results show that the accepted
criteria for adult audiences shall not be considered for children 7 and 8 years old.
Keywords: Anthropometry. Malnutrition. Body mass índex.
1 - INTRODUÇÃO
A avaliação do estado nutricional tem como objetivo verificar o crescimento e as
proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer
ações de prevenção/intervenção. A relação da massa corporal com a estatura foi sugerida
por Keys e col. (1972) apud Anjos,1992, sugeriram chamar de Índice de Massa Corporal
(IMC) a relação entre massa corporal (Kg) e estatura (m), com equação de predição:
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MC/Estatura2 [Kg/m2]. A partir daí esta relação ficou popular na avaliação nutricional de
adultos em função ser o calculo do IMC aparentemente o de melhor correlação com
massa corporal (valores do coeficiente de correlação "r" normalmente superiores a 0,80)
e, principalmente, pela sua baixa correlação com a estatura (normalmente "r" em torno de
0,10), fato documentado internacionalmente em amostras de populações adultas.
Assim, há certo consenso, de comissão de especialistas reunidos pela Organização
Mundial de Saúde, onde sugeri-se a adoção dos tradicionais limites de corte sugeridos
por vários autores que são:baixo peso (BP; IMC < 20), normal (20 > IMC < 25),
sobrepeso (SP; 25 > IMC < 30) e obeso (IMC >30). Outra metodologia sugerida para a
definição de limites de corte é a determinação dos valores do IMC correspondentes aos
percentis 85 e 95 de uma faixa etária, para diagnosticar sobrepeso e obesidade,
respectivamente. Com esta metodologia, estabelecem-se limites de corte específicos para
a população em estudo, valores que poderão não servir para outros grupos populacionais,
já que esses dados devem ser associados às características de saúde da população. O
conceito fisiopatológico de sobrepeso e obesidade está relacionado a um excesso de
gordura corporal. Os valores considerados aceitáveis estão contidos no intervalo de: 18,5
a 24,9; 25 e 29,9 são considerados indicativos de sobrepeso, > 30, obesidade. Já A OMS
e a IOTF (International Obesity Task Force) ainda consideram a classificação de
obesidade mórbida para valores 40 (OMS) e 35 (IOTF). Tais valores são universalmente
aceitos e representam a base das estatísticas fornecidas pela OMS, “American Heart
Association” (AHA) e “National Institutes of Health”, dos Estados Unidos, e pelo Ministério
da Saúde do Brasil.
No entanto, esses critérios não se aplicam ao público infantil. Estudos atuais
destacam que o diagnóstico antropométrico do estado nutricional infantil vem oscilando,
historicamente, entre bases epidemiológicas e estatísticas. Entre os primeiros sistemas
classificatórios utilizados estão aqueles propostos por Anjos (1992), Waterlow e outros.
Essas propostas debatiam-se em torno dos indicadores e desfechos selecionados para
descrever e classificar o estado nutricional infantil Cole (2000). Waterlow (1977), dentre os
citados, é o primeiro a propor um sistema classificatório efetivamente estatístico, para
lidar com a classificação do estado nutricional infantil que deve considerar os aspectos
maturacionais com toda sua complexidade e variabilidade.
Para tanto estudos adicionais foram desenvolvidos considerando o uso das curvas
baseadas no IMC para idade para definição do estado nutricional em crianças e
adolescentes propiciou, por um lado, soluções práticas e, por outro lado, debates sobre o
uso dessas curvas para avaliação do estado nutricional de grupos em crescimento. Os
principais pontos em debate são:
A natureza universal ou particular da composição corporal, aspecto refletido no debate
sobre a adoção de curva de referência local ou internacional (PIERS et al., 2003),
REILLY, 2002);
Os fundamentos e propriedades do sistema classificatório baseado no IMC para idade, o
que se reflete no debate sobre o uso de critérios estatísticos ou epidemiológicos (COLE &
ROELE, 1999), WANG, 2002);
A influência da maturação sexual sobre a composição corporal e a necessidade de levar
em conta ou não o estágio de maturação sexual do avaliado (BINI, et al., 2000).
O método utilizado na construção da curva brasileira foi basicamente o mesmo
utilizado na construção do padrão internacional do IMC (COLE, 2000). Em essência, é o
método conhecido como LMS, ou seja, "L" (lambda), "M" (mu) e "S" (sigma). As curvas M
e S correspondem à mediana e aos coeficientes de variação do IMC em cada faixa de 2
anos. A curva L dá conta da substancial distorção dependente da idade na distribuição do
IMC.
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As tabela para o IMC de crianças de sete e oito anos de idade estão definidos a
seguir e, TAB 1 e 2.
TABELA 1: Meninos de sete anos (84,5 meses) e oito anos (96,5 meses) de idade, com
calculo de IMC para BP (abaixo do peso), EP (excesso de peso) e OB (obesidade).
MENINOS
Idade
[meses]
84,5 (7,42 anos)
96,5 (8,42 anos)
BP
[17,5 kg/m2]
12,96
12,91
EP
[25,0 kg/m2]
17,87
18,16
OB
[25,0 kg/m2]
21,83
22,69
Fonte: Conde e Monteiro (2006)
TABELA 4: Meninas de sete anos (84,5 meses) e oito anos (96,5 meses) de idade, com
calculo de IMC para BP (abaixo do peso), EP (excesso de peso) e OB (obesidade).
MENINAS
Idade
Meses
84,5(7,42 anos)
96,5(8,42 anos)
BP
(17,5 kg/m2)
13,10
13,07
EP
(25,0 kg/m2)
17,20
17,49
OB
(25,0 kg/m2)
19,81
20,44
Fonte: Conde e Monteiro (2006)
Assim, considerando Bini, et al. (2000), que publicaram um conjunto de valores críticos
para definir excesso de peso e obesidade no grupo etário de 2 a 18 anos e que a equação
do IMC é a opção mais utilizada para avaliar o estado nutricional, o objetivo do presente
estudo foi avaliar o estado nutricional de escolares de sete e oito anos de idade de escola
pública do município de Lagoa da Prata utilizando, o IMC por idade.
- MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Cuidados Éticos: Solicitação de autorização para se coletar os dados (Diretoria da
escola e pais ou responsáveis);
Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais dos alunos participantes do
estudo.
2.2 Amostra de Estudo:
30 escolares do sexo feminino e 30 escolares do sexo masculino, de sete e oito anos de
idade, de escola pública do município de Lagoa da Prata.
3.3 Local:
Escola Pública do município de Lagoa da Prata, Estado de Minas Gerais.
2.4 Instrumento de coleta de dado:
Medidas antropométricas (peso e estatura) para o cálculo do índice de massa corporal
(IMC).
2.5 Procedimentos de coleta de dados:
As medidas antropométricas foram coletadas na escola, de maneira padronizada. As
crianças foram pesadas com roupas leves e descalças, com balança digital com
capacidade de 120 kg e precisão de 100 g. A estatura foi obtida com estadiomêtro, tipo
trena com 200 cm com precisão de 0,1 cm. Ambas as medidas foram coletadas por único
avaliador, sempre com os mesmos equipamentos, rotineiramente calibrados.
Utilização da TABELA da curva Brasileira de IMC por idade.
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2.6 Tratamento Estatístico
Foram feitas análises descritivas dos dados utilizando o Softwer
(Versão 11,5).
SPSS
- RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão apresentados em Tabelas. Tabela 3 - Estatística
descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e IMC dos meninas de 7 e 8 anos;
Tabela 4 - Análise descritiva das médias por idade da amostra masculina de 7 e 8 anos;
Tabela 7 - Estatística descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e IMC dos
meninos de 7 e 8 anos; Tabela 8 - Análise descritiva das médias por idade da amostra
feminina de 7 e 8 anos, refletindo seu perfil discente; em seguida será dada uma visão
geral, atingindo o objetivo final deste trabalho, que reflete o perfil antropométrico de toda a
amostra, de acordo com sua faixa etária.
TABELA 3: Estatística descritiva das variáveis idade, massa
IMC dos meninos de 7 e 8 anos.
Variáveis
N Unidad Mínim Máxim Médi Desvi
e
o
o
a
o
Padrã
o
Idade
30 Anos
7,00
8,00
7,1
0,34
corporal, estatura e
Coeficiente
de Variação
(%)
4,78
Massa
Corporal
Estatura
30 Kg
17,00
42,00
23,5
5,60
2,39
30 m
1,17
1,39
1,3
0,05
3,85
IMC
30 Kg/m2
11,34
21,74
14,5
2,20
15,17
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TABELA 4: Análise descritiva das médias por idade da amostra masculina de 7 e 8 anos.
IDADE
7 anos
8 anos
Total
Média
Massa Estatura
Desvio Padrão Corpor
al
[m]
[Kg]
Média
22,06
1,26
N
26,00 26,00
Desvio Padrão 4,50
0,04
Média
29,00 1,30
N
4,00
4,00
Desvio Padrão 9,00
0,07
Média
23,50 1,27
N
30,00 30,00
Desvio Padrão 5,56
0,05
IMC
[Kg/m2]
14,2
26,0
1,85
16,5
4,0
3,5
14,5
30,0
2,2
TABELA 5: Estatística descritiva das variáveis idade, massa corporal, estatura e
IMC das meninas de 7 e 8 anos.
Variáveis
N
Unidad Mínim Máxim Médi
e
o
o
a
Desvi
o
Padrã
o
0,41
Coeficiente
de Variação
(%)
Idade
30 anos
7,00
8,00
7,20
Massa
Corporal
Estatura
30 Kg
18,00
36,00
23,87 5,09
2,13
30 m
1,14
1,44
1,260 0,07
5,56
IMC
30 Kg/m2
12,21
21,36
14,93 2,34
15,67
5,70
TABELA 6: Análise descritiva das médias por idade da amostra feminina de 7 e 8 anos
IDADE
Média
Massa
Desvio Padrão Corpor Estatura
al
[Kg]
[m]
7 anos
Média
23,50 1,25
N
24,00 24,00
Desvio Padrão 5,09
0,06
8 anos
Média
25,33 1,30
N
6,00
6,00
Desvio Padrão 5,28
0,10
Total
Média
23,87 1,26
N
30,00 30,00
Desvio Padrão 5,09
0,07
Os resultados reforçam estudos especializados, Anjos
Cole (2000), Bini, et al. (2000), e outros... , que o diagnóstico
- Pág. 169 -
IMC
[Kg/m2]
14,94
24,00
2,37
14,99
6,00
2,56
14,93
30,00
2,34
(1992), Waterlow (1997),
antropométrico do estado
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nutricional infantil não deve seguir padrões de adultos. Waterlow (1977), dentre os
citados, é o primeiro a propor um sistema classificatório efetivamente estatístico, para
lidar com a classificação do estado nutricional infantil que deve considerar os aspectos
maturacionais com toda sua complexidade e variabilidade.
Verifica-se no estudo que a média de peso corporal feminino, incluindo todas as
avaliações, desde os 7 aos 8 anos foi de 23,87 com um desvio padrão de cerca 5,09, a
média de estatura foi igual a 1,26 m com um desvio padrão de cerca 0,07, obtendo assim
um IMC médio de 14,93 com desvio padrão de 2,34. Já a média masculina, foi de 23,5 kg
de peso corporal com um desvio padrão de 5,6, a média de estatura foi igual a 1,3 m com
desvio padrão de 0,05, obtendo então um IMC médio de 14,5 com desvio padrão de 2,2.
Pode-se observar que as crianças estão em sua maioria dentro de uma faixa de
IMC considerado saudável, percebendo também que os níveis de desnutrição são cada
vez menores, conforme o passar dos anos, porém tem-se a mesma preocupação, pois
percebe-se que a escala decrescente que refere-se à desnutrição, pode representar
possíveis alterações nas capacidades de atenção, motivação e também no
desenvolvimento físico do indivíduo, estando de acordo com grau e período de exposição
à desnutrição.
É preocupante também o fato de que a obesidade toma o caminho inverso da
desnutrição, e sofre um considerável aumento nestas faixas etárias. Esta inversão pode
acontecer, devido uma tendência ao aumento de peso conforme o passar dos anos.
Estudos relatam que cerca de um terço dos pré-escolares e metade dos escolares obesos
tornam-se adultos obesos. As conseqüências da obesidade na infância podem ser
notadas a curto e a longo prazo.
No primeiro grupo estão às desordens ortopédicas, os distúrbios respiratórios, o diabetes,
a hipertensão arterial e as dislipidemias, além dos distúrbios psicossociais. A longo
prazo, tem sido relatada mortalidade aumentada por causas diversas, em especial por
doença coronariana nos adultos que foram obesos durante a infância e a adolescência.
Assim, torna-se fundamental a utilização de métodos mais adequados para avaliar
o estado nutricional de escolares em idade infantil, como aqui verificado no estudo de
crianças de sete e oito anos de idade de uma escola pública do município de Lagoa da
Prata – MG, utilizando o IMC por idade.
4 - CONCLUSÃO
Os resultados desse estudo mostram que, considerando a metodologia adotada, o IMC
como ponto de corte para classificação do déficit nutricional em indivíduo adulto (igual a
21,0 kg/m2) ou do indivíduo aos 20 anos de idade (igual a 17,5 kg/m 2), utilizados entre
crianças de 7 e 8 anos de idade não se demonstra adequado. O estudo mostra também a
necessidade de ampla divulgação e capacitação de profissionais em Educação Física e
áreas afins, para evitar uma possível classificação incompatível com as idades em
questão.
É importante que se considere sempre as variabilidades entre cada idade, tornando-as
questões fundamentais para a resposta às necessidades de controlar de forma precisa o
crescimento, a desnutrição, o excesso de peso e a obesidade em crianças. Como já
citado, o método duplamente indireto da antropometria – IMC foi escolhido por utilizar um
número reduzido de equipamentos e oferecer a obtenção de dados, sendo indicado para
pesquisas epidemiológicas, porém entende-se que, para termos certeza quanto aos
índices de desnutrição ou sobrepeso da amostra, será imprescindível a utilização de
técnicas mais criteriosas, capazes de fracionar o peso corporal total - ossos, gordura,
água, músculos – certificando o indivíduo de sua composição corporal real. Outros
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estudos incluindo outros métodos para confrontação poderão apresentar maiores
informações sobre o assunto.
5 - REFERÊNCIAS
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ESTUDO DA FORÇA ISOMÉTRICA MÁXIMA DE PREENSÃO E PINÇA
ROSI, Bruna Villela
Pós-Graduanda em Ergonomia e Ginástica laboral (ENAF/ FAGAMMON). Bacharel em
fisioterapia (PUC-MG).
E-mail: [email protected]
Orientadora: PONTE, Áurea Maria
Profa. MsC. em Fisioterapia, Ergonomia e Saúde do Trabalho (Unimep). Bacharel em
Fisioterapia pelo Centro Universitário de Araraquara.
E-mail: [email protected]
RESUMO
Com o intuito de subsidiar conhecimentos para a prática da ergonomia, esse estudo visou
fornecer parâmetros de normalidade da força isométrica máxima de preensão palmar e
pinças polpa-a-polpa do I e II dedo em oposição ao polegar em 280 indivíduos adultos de
ambos os gêneros. Para as medições foi utilizado o dinamômetro Jamar® e o Preston
Pinch Gauge®, seguindo a padronização recomendada pela Sociedade Americana de
Terapeutas da Mão (ASHT). Quanto a analise estatística dos dados, obteve-se
inicialmente a média aritmética dos registros, processadas pelo programa Graphpad
Statemate 2.0 (Power Test), e posteriomente o teste T Student, processada nos softwares
Bioestatic 5.0® e Minitab 15® (p<0,01). Os resultados demonstraram maiores médias de
força para o gênero masculino quando comparado ao feminino; da força de preensão e
pinça da mão direita em relação a esquerda, e diferença não significativa para a força de
preensão dos voluntários do gênero feminino (p = 0,11).
PALAVRAS CHAVES: Dinamometria, Preensão palmar, Pinça polpa-a-polpa.
ABSTRACT
For the purpose gaining knowledge in the practice of ergonomy, this study intends to
supply parameters of the normality of maximum isometric force for palmar grasping and
finger tip pinching of the indicator finger and of the middle finger both opposite to the
thumb in 280 adult persons of both sexes. A Jamar® dynamometer and a Preston
Pinching Gauge ® were used for measurements, in accordance with the standard
recommended by the American Society of Hand Therapists. For the statistical analysis of
the data the arithmetic average was initially calculated using Graphpad Statemate 2.0
(Power Test), and then the T Student test was calculated using Bioestatic 5.0 ® and Minitab
15® (p<0.01) software. The results showed higher averages of force for men when
compared to women, the grasping and pinching force of the right hand in relation to the
left, and a non-significant difference for grasping force for women (p=0.11).
KEY WORDS: Dynamometer, palmar grasping, finger tip pinching .
1- INTRODUÇÃO
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Não obstante a modernização industrial e o surgimento de novas tecnologias que
requerem um trabalhador dotado de capacidades como compreensão, decisão,
participação e habilidades técnicas e intelectuais para o trabalho, ainda hoje, muitas
tarefas laborais exigem o uso de força com as mãos.
As mãos são retratadas como os mais complexos e úteis sistemas biomecânicos do corpo
humano (PASCHOARELLI et al, 2005), sendo capazes de imprimir força preênsil para
segurar e manipular objetos delicados (MOREIRA et al, 2003). A força muscular das mãos
também é considerada um dos parâmetros de força geral dos indivíduos (MOREIRA et al.,
2003; PADULA et al., 2006; GODOY et al., 2005).
Napier (1956) difere duas posturas básicas da mão humana: a preensão de força, quando
é necessária força completa, que gera ação dos dedos e polegar de encontro à palma da
mão com o propósito de transmitir força ao objeto; e a preensão de precisão, empregada
quando a delicadeza de manuseio é necessária, realizada pelos movimentos de oposição
entre o polegar e demais dedos. Araújo, et al. (2002) denomina essas posturas por
preensão e pinça respectivamente, sendo esse primeiro mais susceptível a lesões
(Estivalet, 2004).
Atualmente, os instrumentos na determinação de força das mãos que apresentam o maior
coeficiente de validade e confiabilidade são os dinamômetros Jamar ® para medir a força
de preensão, e o dinamômetro Preston Pinch Gauge ®, para medir a força de pinça
(ARAÚJO, et al., 2002).
Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi detectar a força isométrica máxima de
preensão e pinça polpa-a-polpa de forma a subsidiar conhecimentos para a prática da
ergonomia.
2- MATERIAIS E MÉTODOS
Participaram do estudo 280 indivíduos, sendo 140 do gênero feminino e 140 do gênero
masculino, com idade entre 21 e 62 anos, isentos de doença neuro-muscular ou
ortopédica que pudesse interferir na força de preensão e pinça.
No que se refere aos aspectos éticos, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e
Pesquisa. Todos os voluntários foram esclarecidos sobre os objetivos e metodologia do
estudo, por exposição oral realizada individualmente. Caso concordassem em participar
do estudo foram solicitados a assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A posição utilizada para mensuração de força foi a padronizada pela Associação
Americana de Terapeutas da Mão - ASHT (FIGUEIREDO, et al., 2007; SCHLÜSSEL, et
al., 2008). Foi utilizado o dinamômetro Jamar® para mensurar a força palmar e o
dinamômetro Preston Pinch Gauge® para a força de pinça. A ASHT ainda recomendou a
utilização do aparelho no nível 2, por ser o que apresenta melhores resultados para a
força de preensão, e por ser mais confortável para o indivíduo (MOREIRA et al., 2003;
CAIXETA, 2008).
Durante os testes os indivíduos permaneceram confortavelmente sentados, com os
ombros aduzidos, os cotovelos fletidos a 90º, os antebraços e punhos em posição neutra
(D´OLIVEIRA, 2003; FIGUEIREDO, et al., 2006; MOREIRA, et al., 2003). Para a
mensuração das forças de pinça o polegar ficou posicionado em discreta flexão da
interfalângica e os demais dedos não envolvidos na pinça mantidos em semiflexão
(ARAÚJO, et al., 2002).
Os indivíduos foram instruídos a apertarem o dinamômetro o mais forte que
conseguissem, mantendo por aproximadamente 3 segundos após o comando verbal do
examinador. Os dinamômetros mediram três tentativas para as forças de preensão e
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pinça polpa-a-polpa que mediu a polpa do polegar com o II e III dedo, descritos nesse
trabalho como pinça I e pinça II respectivamente, da mão direita e da mão esquerda,
sendo registrados os resultados finais pela média em quilogramas-força (Kgf)
(FIGUEIREDO et al., 2007; MOREIRA et al., 2001; ARAUJO, et al., 2002; MATHIOWETZ
et al., 1985).
Quanto a analise estatística dos dados, inicialmente obteve-se a média aritmética dos
registros de força de preensão e pinça. O tamanho e o poder da amostra foi processado
com uso do calculo amostral, pelo programa Graphpad Statemate 2.0 (Power Test),
considerando a média e desvio padrão dos dados de força de preensão e pinça obtidos
no estudo piloto. Adotou-se o erro de precisão da média de 0,05 e poder de confiabilidade
do teste de 95%.
Para comparação dos resultados dos testes de força foi utilizado o teste T Student. As
analises foram processadas nos softwares Bioestatic 5.0® e Minitab 15®, e para todos os
resultados, considerou-se, que há diferença estatística quando p<0,01.
3- RESULTADOS
Foram analisadas as diferenças entre as médias das forças de preensão e pinça entre os
membros (direito e esquerdo) e os gêneros. Observou-se maiores médias de força para o
gênero masculino quando comparado ao feminino. O gênero feminino realizou valores
médios de 72,96 % das forças de pinça e preensão do gênero masculino.
A tabela 1, demonstra as médias das forças de preensão e pinça em quilograma-força
(Kgf) para ambos os gêneros.
TABELA 1
Diferença entre as médias das forças (Kgf) de preensão e pinça entre os
gêneros
Preensão
Membro
Superior Direito (MSD)
Preensão
Membro
Superior
Esquerdo
(MSE)
Pinça
I
Membro
Superior Direito (MSD)
Pinça
II
Membro
Superior Direito (MSD)
Pinça
I
Membro
Superior
Esquerdo
(MSE)
Pinça
II
Membro
Superior
Esquerdo
(MSE)
Fonte: Pesquisa do autor
Feminino
26.216
Masculino
40.784
24.832
37.816
5.688
7.208
4.880
6.736
5.212
6.648
4.604
5.896
A diferença entre as forças da mão direita e esquerda foi significativa, sendo mais forte no
lado direito em quase todas as relações, com exceção da força de preensão dos
voluntários do gênero feminino, em que não houve diferença significativa entre os níveis
de força das mãos direita e esquerda (p = 0,11), como está demonstrado na tabela 2.
TABELA 2
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Diferença entre as médias das forças (Kgf) de preensão e pinça entre as
mãos direita e esquerda
Direita
Esquerda
Preensão Masculina
40.784
37.816
Preensão Feminina
26.216
24.832
Pinça I Masculina
7.208
6.648
Pinça II Masculina
6.736
5.896
Pinça I Feminina
5.688
5.212
Pinça II Feminina
4.880
4.604
Fonte: Pesquisa do autor
Quanto as médias das forças entre as pinças I e II, foi observado maiores níveis de força
da pinça I para todos os indivíduos como exemplifica a tabela 3.
TABELA 3
Diferença entre as médias das forças (Kgf) de pinça I e II entre os
gêneros e dominância manual
Pinça I
Pinça II
Membro
Superior
5.688
4.880
Direito (MSD) Feminino
Membro
Superior
Direito
(MSD) 7.208
6.376
Masculino
Membro
Superior
Esquerdo
(MSE) 5.212
4.604
Feminino
Membro
Superior
Esquerdo
(MSE) 6.648
5.896
Masculino
Fonte: Pesquisa do autor
4- DISCUSSÃO
No que tange à variável sexo, vários estudos documentaram que indivíduos do
gênero masculino têm a força de preensão significantemente maior quando comparados
com o feminino em todas as faixas etárias e em ambos os lados (GODOY, et al., 2004;
TEIXEIRA, et al., 2009; CAPORRINO, et al., 1998; MOURA, et al., 2008). Esses dados
corrobam com os níveis de força encontrados nesse estudo.
Paschoarelli et al. (2005), em seu estudo observou que o gênero feminino realizou em
média, 73,42% da força do gênero masculino. Estes valores foram condizentes com a
literatura, sendo maiores que alguns estudos e menores que outros. Coerente com esses
dados, no estudo em questão o gênero feminino realizou valores médios de 72,96 % das
forças de pinça e preensão do gênero masculino.
Para Figueiredo, et al. (2007) os indivíduos do sexo masculino têm forças de pinça cerca
de 30% mais fortes que as do sexo feminino. Isso provavelmente ocorre por diferenças
morfológicas e anatômicas que são maiores nos homens do que nas mulheres resultando
em maior vantagem mecânica, aumentando a alavanca e, consequentemente, a força
gerada na preensão palmar (SMITH, et al., 1997).
Vários outros fatores estão associados ao aumento de força, entre eles o nível de
testosterona, o qual tem influência positiva no aumento da massa e força muscular e o
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aumento na expressão gênica de genes específicos, presente na musculatura em
resposta ao exercício (FETT et al., 2003).
Na literatura, Júnior, et al. (2006), e Paschoarelli, et al. (2005) não apontaram diferença
estatisticamente significativa com relação às forças de preensão digital entre as mãos
direita e esquerda, tanto para destros quanto para canhotos. Para Caixeta (2008),
Teixeira, et al. (2009), Caporrino, et al. (1998) e Figueiredo et al. (2007), o que se observa
são as médias das forças preênseis mais fortes na mão dominante, enquanto que para
Moreira, et al. (2001) e Incel, et. al. (2002) há um predomínio da força na mão direita,
independente do padrão de dominância, como observado nesse trabalho.
Algumas variáveis que podem influenciar na força necessária para a atividade, como o
tipo preensão utilizada, o formato da carga, a massa da pega e o efeito cognitivo do
tamanho desta última nos participantes. Silva, et al. (2008) em seu estudo, demonstrou
que o diâmetro ideal para preensão de maior precisão, está entre 75mm e 100mm.
Segundo Pastre (2001) o movimento é ainda melhor quando o polegar mantém contato
com o indicador, assim uma quantidade menor de força é utilizada, facilitando assim, o
seu manuseio.
Um outro fator importante para a preensão é a posição das mãos e punhos, pois a força
gerada na preensão é maior quando a mão está em posição neutra ou em pequena
extensão, e é reduzida quando o punho está flexionado ou lateralizado (D´OLIVEIRA,
2003; FIGUEIREDO, et al., 2006; MOREIRA, et al., 2003).
5- CONCLUSÃO
Em todas as relações existem uma diferença significativa entre as populações, nos quais
as forças preênseis se mostraram estatisticamente superiores em homens e no lado
direito, exceto a preensão da mulher em que não houve diferença significativa entre
ambos os lados.
O conhecimento da força isométrica máxima de preensão e pinça pode permitir o
estabelecimento de medidas preventivas a serem adotadas em programas de ergonomia,
podendo ser também empregadas por algumas empresas em seus processos de triagem
para contratação de pessoas (DEFANI, 2007) visto que muitas atividades que envolvem
as mãos são encontradas na maioria das ocupações trabalhistas, objetivando reduzir os
riscos de lesões musculoesqueléticas (D´OLIVEIRA, 2003).
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EFEITO DE UM TREINAMENTO FÍSICO EM RPM SOBRE O PERFIL LIPÍDICO EM
MULHERES
PIZA, Tatiana
Graduada em Educação Física – ESEFM
SILVA JÚNIOR, Autran José
Mestre em Ciências Fisiológicas UFSCar
PAIVA NETO, Arthur
Mestre em Educação Física UNIMEP
REZENDE, Tiago Marques
Mestre em Ciências da Motricidade Humana
RESUMO
Este trabalho se propôs a analisar o comportamento dos níveis de colesterol total (CT) de
mulheres sedentárias após 8 semanas de treinamento de RPM. Para a realização do
estudo foram utilizadas 08 mulheres com idade de 25 anos a 46 anos, residente na cidade
de Poços de Caldas, MG. Todas as voluntárias realizaram um programa de treinamento
de Ciclismo RPM por oito semanas, sendo duas vezes por semana com duração de 45
minutos. Através dos resultados obtidos pelo Teste-T, com significância de 5%, das
médias dos valores pré e pós-treianmento afirma-se que as voluntárias submetidas ao
treinamento de Ciclismo RPM tiveram uma diminuição estatisticamente significante aos
valores de Colesterol Total e LDL. Também houveram diferenças, porém percentuais, nos
valores em relação a diminuição de TG, Peso Corporal Total e IMC e no aumento de HDL.
Denotando, portanto, que a modalidade de exercício RPM é também um importante
mecanismo para o controle do perfil lídico de mulheres que não realizam qualquer
controle dietético.
Palavras Chave: Ciclismo Indor; Perfil Lipídico; aptidão Física
ABSTRACT
This study proposes to analyze the behavior of total cholesterol (TC) of sedentary
women after 8 weeks of training RPM. To conduct the study used 08 women aged 25
years to 46 years, residing in the city of Pocos de Caldas, MG. All subjects
performeda program RPM Cycling training for eight weeks, twice a week lasting 45
minutes. The results obtained by T-test, with significance of 5% of mean values before and
aftertreianmento states that the volunteers to be trained Cycling RPM had a statistically
significant decrease for total cholesterol and LDL. There were also differences,
butpercentage values in regard to reduction of TG, total body weight and BMI and
increasing HDL. Denoting, therefore, that the RPM mode of exercise is also animportant
mechanism for controlling the profile of Lidice women who do not perform any dietary
changes.
Keywords: Indor Cycling , Lipid Profile, Physical Fitness
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INTRODUÇÃO
As doenças crônicas aparecem como principal objetivo de mortalidade e incapacidade do
mundo, sendo responsável por 59% dos 56,5 milhões de óbitos anuais. Os fatores de
risco que têm maior contribuição para doenças crônicas são: obesidade, alto nível de
colesterol, hipertensão, fumo e álcool (OMS, 2003).
Este problema afeta tanto as populações desenvolvidas como as em desenvolvimento
(em especial as em desenvolvimento), reflexo das grandes mudanças que vêm ocorrendo
no estilo de vida das pessoas, principalmente nos hábitos alimentares, nos níveis de
atividade física e no fumo, frutos do processo de urbanização, desenvolvimento e
globalização do mercado de alimentos. Até 80% dos casos de doenças coronárias, 90%
de casos de diabetes e um terço de casos de câncer podem ser evitados sob mudanças
no estilo de vida (OMS, 2003).
O que está acontecendo é que a população está consumindo mais alimentos ricos em
lipídios e aliado a uma vida sedentária. O alto nível de colesterol causa 4,4 milhões de
mortes ou 7,9% do total de óbitos (OMS, 2003).
Os lipídios e seus ésteres (colesterol e seus ésteres, triglicerídios e fosfolipídios) têm
grande importância fisiológica e devem ser transportados pelo plasma por todo o
organismo. Por serem insolúveis em água entra em ação um sistema de transporte
constituído pelas lipoproteínas (SKINNER, 1991).
O colesterol é um álcool monoídrico não saturado das classes dos esteróides. Os TG são
formados pela esterificação do glicerol por três moléculas de ácidos graxos, tem papel
energético, sendo usados de imediato ou armazenados para posterior utlilização
(CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1996).
O colesterol pode se apresentar sob a forma livre ou esterificada (ésteres de colesterol),
não encontrado nos vegetais. Juntamente com os fosfolípedes, possui função estrutural,
formando a dupla camada que constitui as membranas celulares e a camada única que
reveste as lipoproteínas (CONSENDO BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIAS, 1996).
O colesterol também desempenha outros papéis importantes no organismo, sendo
indispensável ao crescimento, desenvolvimento e regeneração da célula (OMS, 2003).
Os lipídeos não circulam livremente no plasma, eles combinam com uma proteína
carreadora formando as lipoproteínas constituídas por um núcleo de colesterol hidrofóbico
e um invólucro de colesterol livre fosfolipídio e uma proteína reguladora apolipoproteína
(Apo) (McARDLE; KATCH; KATCH, 2003).
O risco de DAC (doença arterial coronariana) aumenta progressivamente acima
dos valores desejáveis de CT e LDL. Para o HDL, quanto mais elevado o seu valor,
menor o risco de DAC. Evidências atuais indicam que a hipertrigliceridemia (> 200 mg/dl)
aumenta o risco de DAC, quando associados HDL diminuído e/ou LDL aumentado. Até o
momento, os mais importantes fatores de riscos são: hipercolesterolemia por aumento do
LDL, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes melitus e hereditariedade (CONSENSO
BRASILEIRO SOBRE DISLIPIDEMIA, 1996).
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Exercício Físico e Dislipidemias
Novaes e Vianna (2003) nos dizem que os exercícios de resistência de longa duração
além de auxiliar na redução ou na manutenção do peso ou gordura corporal desenvolvem
o condicionamento cardiorrespiratório, tal como o ciclismo que requer um esforço
prolongado e contínuo, envolvendo vários grupos musculares. Experimentos indicam que
para uma resposta satisfatória indica-se uma freqüência de duas ou três vezes por
semana durante seis semanas.
Exercício Aeróbico e Dislipidemia
O exercício aeróbico regular produz melhora no nível lipoprotéico (SIKINNER, 1991).
Grande parte dos estudos demonstram modificações benéficas nos níveis e composição
químicas das frações e sub-frações da HDL-colesterol e LDL-colesterol, após um
programa de exercícios aeróbicos com intensidades, durações e frequêncais diferentes,
realizada por indivíduos de várias faixas etárias e níveis de aptidão cardiorrespiratória.
Poucos estudos não encontraram mudanças significativas nos níveis de HDL-colesterol e
LDL-colesterol com o exercício aeróbico (PRADO e DANTAS, 2002).
Explica-se que essas alterações lipoprotéicas benéficas nos níveis plasmáticos de HDLcolesterol, LDL-colesterol e suas subfrações, além da LDL-oxidada, com o exercício
aeróbico em diferentes intensidades, durações e freqüências, onde ocorre o melhor
funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico, mais
especificamente no aumento da atividade enzimática da lípase lipoprotéica, favorecendo
um maior catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídeos, formando menos
partículas LDL aterogênicas e elevando a produção de HDL nascente, além do aumento
da lectina-colesterol-acil-transferase e da diminuição da atividade da lípase hepática,
onde ambos favorecem a formação de subfrações HDL2-colesterol. A redução de
atividade da proteína de transferência de colesteraol esterificado com o exercício
aeróbico, também parece ocorrer prevenindo a formação de partículas LDL pequenas e
ricas em colesterol (PRADO e DANTAS, 2002).
Exercício Anaeróbico e Dislipidemia
Para PRADO e DANTAS (2002) relatam que existem poucos trabalhos científicos
relacionando alterações lipoprotéicas e exercícios de força. Sendo que alguns desses
apresentam falhas de projetos ou limitações metodológicas, podendo ter afetado seus
resultados e muitos que controlaram essas limitações, não obtiveram melhoria no perfil
lipídico com o treinamento de força. Quando são encontrados resultados benéficos com
este tipo de exercício físico, o melhor funcionamento das atividades enzimáticas (aumento
da lípase lipoprotéica e lectina-colesterol-acil-transferase; diminuição da lípase hepática)
também são apontados com os agentes causadores.
Segundo McARDLE, KATCH e KATCH (2003) alguns estudos indicam que o culturismo e
outros tipos de treinamento com pesos de grande volume têm efeito benéfico no perfil
lipídico, sendo assim, se o objetivo for alterar o perfil lipídico o treinamento aeróbico
deverá ser incluído.
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O ciclismo Indoor
Desde os tempos mais remotos, o homem buscava meio para facilitar seu transporte no
planeta. Dentre muitas invenções que facilitavam facilitar seu deslocamento, a bicicleta a
cada dia apresenta muitas vantagens sobre os outros meios de transporte e, como estes,
evoluiu e adaptou-se a novas realidades. Dentro da história da evolução da bicicleta, um
dos maiores destaques foi a possibilidade de seu uso para avaliação orgânica e funcional,
como também para treinamento específico da modalidade de ciclismo realizado em lugar
fechado indoor. Assim, surgiu a bicicleta ergométrica, conhecida também como bicicleta
estacionária, e consequentemente o ciclismo indoor (CAMBRI et al, 2006).
O Ciclismo Indoor (C.I) ou Bike Indoor, é a prática do ciclismo em bicicletas estacionárias,
geralmente realizado em academias de ginástica, com fins cardiovasculares. Esta
atividade caracteriza-se pela descontração e possibilidade de combinar energias
interiores (relacionadas às reações dos estímulos externos), com energias exteriores
(providos da motivação do professor) (CAMBRI et al, 2006).
A opção do ciclismo estacionário é muito freqüente graças a facilidade de execução e
pela possibilidade do controle adequado da carga aplicada (McARDLE; KATCH; KATCH,
2003).
Nesses momentos, ele utilizava uma bicicleta estacionária adaptada por ele mesmo. Com
a idéia consolidada, Jonathan começou a colocar seus alunos particulares para pedalar
em sua garagem, em pouco tempo surgiu o sucesso da bicicleta e da modalidade Indoor
(SILVA; OLIVEIRA, 2002).
O RPM
Raw Power in Motion, ou Roda Bruta em Movimento, é um programa de Ciclismo Indoor,
padronizado, registrado e comercializado pela empresa LES MILLS/BODY SYSTEMS,
que visa a melhora da capacidade aeróbia e anaeróbia. O treinamento é executado em
bicicletas estacionárias com rodas fixas ou livres, com guidão, bancos e pedais ajustáveis.
Adequado para homens e mulheres o RPM é um treinamento para todos os níveis de
condicionamento físico, pois o próprio ajuste da carga permitem o controle da intensidade
e manutenção do ritmo. O ciclismo RPM é um programa mundial de Ciclismo Indoor com
aulas pré-coreografadas testado trimestralmente em uma amostra de aproximadamente
1000 pessoas de 16 a 65 anos.
O Ciclismo RPM busca a aptidão física, sendo um trabalho cardiovascular através de
diferentes terrenos, cadência e postura. A estrutura e o conteúdo do programa gera uma
demanda nos sistemas energéticos neuromusculares, gerando uma série de benefícios
no sistema cardiovascular, resistência muscular e queima de gorduras.
OBJETIVOS
Analisar o comportamento dos níveis de colesterol total (CT) de mulheres sedentárias
após 8 semanas de treinamento de RPM.
Analisar o comportamento dos níveis séricos de Lipoproteína de Baixa Densidade (Low
Density Lipoproteins: LDL) de mulheres sedentárias após 8 semana de treinamento de
RPM.
Analisar o comportamento dos níveis séricos de Lipoproteína de Alta Densidade (High
Density Lipoproteins: HDL) de mulheres sedentárias após 8 semanas de treinamento de
RPM.
Analisar o comportamento dos níveis séricos de triglicérides (TG) de mulheres
sedentárias após 8 semanas de treinamento de RPM.
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1.5 Metodologia
Será analisado o perfil lipídico de 8 mulheres sedentárias com idade entre 25 e 46 anos
da cidade de Poços de Caldas, MG, após 8 semanas de treinamento de Ciclismo RPM
em bicicletas ergométricas.
MATERIAIS E MÉTODOS
Voluntária
Para a realização do estudo foram utilizadas 08 mulheres que atenderam ao critério
de inclusão: voluntárias, saudáveis, sedentárias, caucasianas, com idade de 25 anos a 46
anos, residente na cidade de Poços de Caldas, MG.
Protocolo de pesquisa:
Inicialmente todas as voluntárias conheceram a academia onde foi realizado o
estudo e participaram de uma aula modelo de RPM. Após foi apresentada a metodologia
do estudo e todas leram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e a
anamnese. Em um segundo momento as voluntárias realizaram a coleta de amostra de
sangue para análise do perfil lipídico, a avaliação antropométrica e entregaram o atestado
médico.
Todas as voluntárias realizaram um programa de treinamento de Ciclismo RPM por
oito semanas, sendo duas vezes por semana com duração de 45 minutos. Foram
realizadas coletas de amostras de sangue para a identificação do perfil lipídico e
avaliação antropométrica antes e após o período de treinamento. Durante as aulas de
Ciclismo RPM foi avaliado o comportamento da frequência cardíaca e a escala subjetiva
de esforço de BORG.
Avaliação Antropométrica
Peso Corporal
O peso corporal será aferido com o auxilio de uma balança digital Plenna Acqua
180Kg com precisão de 100 gramas. O avaliado deve se posicionar em pé, de costas
para a escala da balança, com afastamento lateral dos pés, estando à plataforma entre os
mesmos. Em seguida coloca-se sobre e no centro da plataforma, ereto com olhar num
ponto fixo à sua frente. Deverá estar vestido apenas de calção e será realizada apenas
uma medida.
Altura Total
A altura total será aferida através do aparelho estadiômetro wcs econômico wood
portátil. O avaliado deve estar na posição ortostática (PO): indivíduo em pé, posição ereta,
braços estendidos ao longo do corpo, pés unidos procurando por em contato com o
instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura
escapular e região occipital. A medida é feita com o avaliado em apnéia inspiratória, de
modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A medida será
feita com o cursor em ângulo de 90º em relação à escala. Permite-se ao avaliado usar
calção e camiseta, exigindo-se que esteja descalço.
Índice de Massa Corporal
O IMC será calculado a partir do peso corporal e estatura total por meio da fórmula
[IMC = peso (kg) / altura2 (m)].
Perfil Lipídico
Os sujeitos compareceram ao laboratório de Análises Clínicas Bionálise da cidade
de Poços de Caldas entre 7h às 9h da manhã. A metodologia utilizada pelo laboratório
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para a análise das amostras de sangue para a identificação do perfil lipídico foi: Oxidaxe –
Peroxidade para Colesterol Total, Enzimático – Trinder para Triglicerídeos e Direto
(Monofase) para HDL e LDL Colesterol.
Aula de RPM
1- Altura do banco: O indivíduo deve se posicionar em pé ao lado da bicicleta, ajustando a
altura do banco juntamente com a sua crista ilíaca. Ao sentar, após encaixar o pé no
pedal verificar se o joelho está semiflexionado;
2- Altura do guidão: O guidão deverá estar na mesma altura do banco;
3- Distância entre banco e guidão: com o pedal na posição de 3 e 9 horas, devemos
manter o limite exterior da tuberosidade tibial alinhado com o eixo do pedal ou alguns
centímetros para trás.
Programa de treinamento de RPM
As voluntárias realizaram um programa de treinamento progressivo e
supervisionado com duração de 35 minutos nas 2 primeiras semanas e 45 minutos nas 6
semanas seguintes com uma frequência semanal de 2 vezes. Foram instruídas a não
praticarem outra atividade física fora do treinamento e nenhuma indicação quanto a dieta
foi influenciada.
RESULTADOS
TABELA 01 – RESULTADOS DE ANTROPOMETRIA
PESO CORPORAL IMC
Pré
Pós
Pré
Pós
1
57,2
56,4
22
22
2
76
73,2
31
30
3
60,3
60
22
22
4
70,5
69,5
26
25
5
84,6
84
35
35
6
83
81,7
34
34
7
61
59,2
26
26
8
57,5
57,1
22
22
Média
68,8
67,6
27,3
27
DP
11,3
11,1
5,4
5,4
Peso Corporal (PC) em Kg. Índice de Massa Corporal (IMC) Kg/m 2.
VOLUNTÁRIAS
Na tabela acima apresentamos os valores médios e desvio padrão de PC e IMC
pré e pós-treinamento. Observamos que o maior PC encontrado foi da voluntária nº 05,
84,6 Kg, sendo a mesma a apresentar o maior IMC, 35 (obeso grau 2). Nos valores póstreinamento da mesma voluntária verificamos a diminuição de 0,6 Kg, não sendo
suficiente para alteração do IMC. A voluntária1 apresentou o menor PC e. Nos valores
pós-treinamento verificamos a diminuição de 0,8 Kg, não alterando assim seu IMC. A
maior redução do Peso Corporal encontrado foi da voluntária nº 2 de 2,8 Kg entre pré e
pós-treinamento, reduzindo de 76,0 Kg para 73,2 Kg, alterando seu IMC de 31 (obeso)
para 30 (sobrepeso). Outra voluntária a alterar seu IMC foi a nº 4, onde o valor obtido prétreinamento era 26 (sobrepeso) e pós-treinamento 25 (normal), reduzindo 1,0 Kg entre pré
e pós-treinamento, 70,5 Kg para 69,5 Kg.
Nenhuma voluntária teve seu Peso Corporal aumentados pós-treinamento, porém a
voluntária que teve a menor redução do valor do Peso Corporal foi a nº 3, diminuindo 0,3
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Kg pós treinamento, de 60,3 Kg para 60,0 Kg, mantendo-se assim seu IMC (22).
Analisando os gráficos abaixo encontramos os valores médios de Peso Corporal e IMC do
grupo estudado. Notamos uma diminuição de 1,2 Kg e 0,3 em relação ao IMC.
TABELA 02– Resultados dos índices Lipídicos séricos
Relação
VARIÁVEIS
das
TG
Col. Total
HDL
Voluntárias Pré
Pós Pré
Pós Pré
1
135 74
193 176 37
2
76
82
228 192 59
3
137 146 213 171 41
4
77
107 184 155 43
5
121 90
198 157 49
6
106 104 160 157 41
7
186 209 280 213 47
8
192 170
Média
119,7 116,0 206,0 173,9 45,3
DP
38,4 47,2 35,9 20,0 7,3
LDL
Pós Pré
63
103
61
153,8
38
144,6
42
125,6
43
124,8
37
97,8
44
195,8
46,9 135,1
10,7 33,5
Pós
124,2
114,6
103,8
91,6
96
99,2
127,2
108,1
14,0
Na tabela acima apresentamos os valores médios e desvio padrão de TG, CT,
HDL, LDL.
Oito pessoas tomaram parte do estudo, mas somente 07 obtiveram os valores do
Colesterol Total e suas subfrações, devido aos exames laboratorias realizados.
Analisando a tabela 02, observa-se que a voluntária nº 07 apresentava o maior valor de
TG pré-treinamento, 186 mg/dl. Notou-se então, um aumento de 23 mg/dl póstreinamento, ultrapassando o valor desejável (<200) conforme tabela apresenta pelo
Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia (1996).
Observamos também que o menor TG encontrado, da voluntária nº 02 também
obteve um aumento de 6 mg/dl pós exercício, sendo de 76 mg/dl para 82 mg/dl, mas
mantendo-se ainda dentro dos valores desejáveis. O maior declínio encontrado em
relação aos valores de TG foi da voluntária nº 01, de 61 mg/dl. Sendo seus valores pré e
pós-treinamento de 135 mg/dl e 74 mg/dl respectivamente.
A voluntária que apresentou maior aumento nos valores de TG pré e pós treinamento foi a
nº 04, de 30 mg/dl, sendo de 77 mg/dl para 107 mg/dl, permanecendo ainda dentro dos
valores desejáveis. Analisando o gráfico abaixo que representa os valores médios de Tg
pré e pós-treinamento notamos uma diminuição de 3,7 mg/dl obtido pelo grupo.
Analisando os valores de CT na tabela 02, o maior valor encontrado foi de 280
mg/dl da voluntária nº 07. Em seu resultado pós-treinamento foi obtido o valor de 213
mg/dl, havendo uma diminuição de 67mg/dl, sendo a mesma voluntária a obter o melhor
resultado em relação ao CT, mesmo não sendo o suficiente para alcançar o valor
desejável segundo o Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia (1996) onde o CT desejável
é <200, mas encaixando-se dentro dos valores limítrofes de 200 a 238 mg/dl.
O menor valor encontrado sobre o nível de CT pré-treinamento foi da voluntária nº
06, de 160 mg/dl e pós-treinamento 157 mg/dl, sendo a voluntária a obter o menor
resultado em relação à diminuição aos valores de CT (3 mg/dl), permanecendo assim,
dentro dos valores desejáveis. Em relação ao CT, não obtivemos valores aumentados
pós-treinamento. O gráfico abaixo nos mostra a diminuição de 32,1 mg/dl do valor médio
de CT obtido pelo grupo.
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Analisando os valores de HDL na tabela 02 o maior valor encontrado foi de 59
mg/dl, sendo da voluntária nº 02, e o menor valor encontrado foi da voluntária nº 01, de 37
mg/dl, estando ambas dentro dos valores desejáveis segundo o Consenso Brasileiro
sobre Dislipidemia, onde HDL >35.
O melhor resultado obtido do grupo foi da voluntária nº 01, onde aumentou em 26 mg/dl o
seu valor de HDL, sendo de 37mg/dl no pré-treinamento e 63 mg/dl pós-treinamento. Já
o menor valor encontrado sobre o HDL foi da voluntária nº 05, onde houve um declínio de
6 mg/dl pós-treinamento, sendo de 49 mg/dl para 43 mg/dl, permanecendo ainda dentro
dos valores desejáveis.
Em relação ao LDL a voluntária que apresentava menor valor pré-treinamento foi a
nº 06, de 97,8 mg/dl e a que apresenta o maior valor foi a nº 07, 195,8 mg/dl, sendo que a
nº 07 apresentava seu valor classificado como “aumentado” segundo o Consenso
Brasileiro sobre Dislipidemia (1996), onde os valores limítrofes são de 130 mg/dl a 150
mg/dl e aumentados > 160 mg/dl. A mesma voluntária também apresentou o maior
declínio no valor de LDL pós-treinamento, sendo de 68,6 mg/dl, diminuindo de 195,8
mg/dl para 127,2 mg/dl, estando com o valor no nível desejável (< 130 mg/dl) segundo o
Consenso Brasileiro sobre Dislipidemia. O gráfico dos valores médios pré e póstreinamento de HDL nos mostram um aumento de 1,6 mg/dl. A voluntária que apresentou
o maior aumento nos valores de LDL foi a nº 1 a qual apresentava o valor de 103 mg/dl
pré-treinamento e 124,2 mg/dl pós-treinamnto, aumento em 21,2 mg/dl, mas
permanecendo ainda dentro dos valores desejáveis.
DISCUSSÃO
Analisando os resultados do trabalho e suas estatísticas, observamos que houve
redução nos valores pós-treinamento das variáveis de CT, LDL e TG quando comparado
com os valores pré-treinamento, e aumento nos valores de HDL, sendo que os valores
obtidos de CT e LDL foram significativos segundo a estatística aplicada.
Segundo Skinner (1991), tais efeitos benéficos podem ser explicados pelo fato que
os efeitos do exercício estão relacionados com a necessidade de gordura como
combustível, onde acontece o aumento da liberação de catecolaminas, produzindo um
maior metabolismo e maiores níveis plasmáticos de AGL produzidos no tecido adiposo.
Tais conclusões também são observadas no trabalho de Fagherazzi; Dias e
Bortolon (2008), onde o objetivo do estudo foi avaliar o impacto do exercício físico isolado
e combinado com dietas sobre o perfil lipídico em um prazo de 3 a 6 meses. Nos
resultados obtidos os autores constataram que no grupo que realizou exercício físico
isolado foram encontradas reduções significativas quanto ao CT e LDL. Em relação aos
valores de HDL, esses só foram elevados no grupo de exercício físico combinado com
dietas, e quanto ao TG, não foram constatadas modificações benéficas em ambos os
grupos. Observando assim, que o efeito isolado de exercício físico foi mais evidente em
relação ao CT e LDL.
Prado e Dantas (2002) citam que em alguns estudos a melhora de HDL parece
depender da intervenção associada da perda de massa corporal, o que pode explicar ao
resultado não significativo da mesma variável em nosso trabalho. Os mesmos autores
citam um estudo realizado com 46 homens de meia idade saudáveis em 3 grupos, de
acordo com os níveis de obesidade, mensurado pelo IMC em magros, moderadamente
obesos e obesos que praticaram um programa de exercícios aeróbios durante 9 meses.
Constatou-se que o treinamento aeróbio sem uma manifestação de perda de massa
corporal aumentava os níveis de HDL em magros e moderadamente obesos, mas não em
obesos. Comparando com os valores individuais de nossa pesquisa também constatamos
que o melhor resultado pós-treinamento em relação ao HDL foi de uma individua
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classificada com seu IMC normal e a individua que também apresentou aumento no valor
de HDL foi a que obteve o melhor resultado em relação a perda de massa corporal póstreinamento, tendo seu IMC classificado como obeso em pré-treinamento e sobrepeso
pós-treinamento. O restante do grupo não apresentou aumento nos valores de HDL. A
explicação para essas alterações lipoprotéicas benéficas nos níveis plasmáticos com o
exercício aeróbio em suas diferentes intensidades, durações e freqüência, se dá ao
melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipidico,
especificamente no aumento da atividade enzimática da lípase lipoprotéica, favorecendo
um maior catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídeos, formando menos
partículas LDL e aumentando a produção de HDL.
Segundo GAMBRI et al (2006) as alterações no perfil lipídico induzidas pelos
exercícios ocorrem através da redução da massa e da gordura corporal e de mudanças
na distribuição desta gordura e na atividade das enzimas que regulam o metabolismo das
lipoproteínas. Estas alterações podem ser observadas em indivíduos sedentários,
fisicamente ativos ou atletas. Apesar de que no presente estudo os valores de peso
corporal e IMC não alteraram de maneira significativa, podendo assim justificar que o
exercício poderia induzir alterações no perfil lipídico mais intensas que aquelas
observadas na composição corporal.
Quando se relaciona LDL e HDL (LDL/HDL) antes e após o treinamento podemos
observar que em nosso estudo a relação reduz de 2,98 para 2,30. Sabemos que uma das
funções do LDL é o transporte de colesterol e triglicerídeo para as células corporais, mas
em dislipidemia há elevação das suas concentrações e depositação nas artérias. O HDL
tem como função fazer o transporte retrógrado para o fígado para que o colesterol e
triglicerídeo sejam metabolizados. Assim a relação entre eles é fundamental para o
controle do perfil lipídico e patologias associadas à dislipidemia. Em nosso estudo
observamos elevações significativas nos valores de HDL, mas o parâmetro mais
importante é a sua relação com LDL que reduziu muito, mesmo que não tenha sido feita
estatística. Assim podemos observar que a elevação da relação LDL/HDL é um fator de
melhoria da capacidade física como também do controle do perfil lipídico.
CONCLUSÃO
Através dos resultados obtidos pelo Teste-T, com significância de 5%, das médias dos
valores pré e pós-treianmento afirma-se que as voluntárias submetidas ao treinamento de
Ciclismo RPM tiveram uma diminuição estatisticamente significante aos valores de
Colesterol Total e LDL. Também houveram diferenças, porém percentuais, nos valores
em relação a diminuição de TG, Peso Corporal Total e IMC e no aumento de HDL.
Denotando, portanto, que a modalidade de exercício RPM é também um importante
mecanismo para o controle do perfil lídico de mulheres que não realizam qualquer
controle dietético.
REFERÊNCIAS
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CONTROLE HIPOTALÂMICO SOBRE O SISTEMA ENDÓCRINO
Autor: Prof. Ms. SILVA JÚNIOR, Autran José
Mestre em Ciências Fisiológicas, UFSCar
Email: [email protected]
SILVA RESENDE, Monique
Acadêmica do curso de Fisioterapia – UNIFAL
[email protected]
SILVA RESENDE, Marcela
Graduada em Nutrição – UEMG FESP - Fanutri
[email protected]
Prof.Ms. PAIVA NETO, Arthur
Mestre em Educação Física Performance Humana, UNIMEP
[email protected]
Resumo
O sistema endócrino controla funções autonômicas através de um complexo mecanismo
de glândulas e hormônios. Cabe a uma estrutura do diencéfalo que representa apenas
1% de todo o encéfalo este controle. O hipotálamo o faz regulando a síntese e liberação
de uma rede de hormônios produzidos em diferentes glândulas endócrinas. Dentre estas,
a neurohipófise e a adenohipófise são as mais importantes, visto que através de seus
hormônios, o hipotálamo regula o trofismo e síntese e liberação de todas as demais
glândulas, dentre elas: tireóide, supra-renal e gônadas. Portanto, a regulação das funções
endócrinas pelo hipotálamo se faz através do auxílio de um múltiplo sistema glandular e
hormonal. Seu entendimento pelos profissionais da área da saúde é fundamental para
exercer plenamente a sua profissão.
Palavras chaves: Sistema endócrino, controle hipotalâmico, adeno e neurohipófise
Summary
The endocrine system controls autonomic functions through a complex mechanism of
glands and hormones. It is a structure of the diencephalon which represents only 1% of
all brain that control. The hypothalamus does regulate the synthesis and release of a net
work of hormones produced in different endocrine glands. Among these, the adeno
hypophysis and neuro hypophysis are the most important, since by their hormones, the
hypothalamus regula tes tropism and synthesis and release of all other glands,
including: thyroid, adrenal and gonads. Therefore, the regulation of endocrine functions by
the hypothalamus is done through the aid of a multi-glandular and hormonal system. His
understanding by health professionals is essential to fully exercise their profession.
Keywords: Endocrine system, hypothalamic control, adeno and neurohypophysis
INTRODUÇÃO
As funções orgânicas são controladas pelo sistema nervoso central, cabendo ao
telencéfalo (porção superior do encéfalo dividida em lobos) a regulação das funções de
interpretação das sensações, elaboração e regulação do movimento humano,
armazenamento e manutenção das memórias, raciocínio, programação e execução de
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tarefas complexas. Entretanto, o sistema endócrino controla funções autonômicas dentre
elas a fome, a saciedade, a sede, a osmolaridade, os ritmos circadianos (relógio
biológico), o sono, a vigília, a temperatura corporal, o crescimento e desenvolvimento
corporal, o controle da glicemia e as respostas hormonais. Este controle realizado pelo
sistema endócrino se faz através de um complexo sistema de glândulas endócrinas e
seus respectivos hormônios coordenados pelo hipotálamo (BERNE e LEVY, 1996;
CONSTANZO, 2004; GUYTON and HALL, 2006).
1. Hipotálamo
O hipotálamo é uma pequena área do diencéfalo (porção central do encéfalo),
pesando cerca de 4g (ou 1% da massa cerebral em um cérebro de 1.200g), situada nas
paredes do 3º ventrículo e separada do tálamo pelo sulco hipotalâmico. Formado por
vários núcleos distintos que controlam funções internas do corpo e ainda funcionam como
uma interface entre os sistemas nervoso e endócrino, cujas funções são as próprias do
sistema endócrino. Para a realização deste controle apresenta aferências com todo o
encéfalo, sendo as mais importantes: com o tronco cerebral; áreas superiores do próprio
diencéfalo e encéfalo (tálamo e córtex límbico) e com o infundíbulo para o controle da
hipófise (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990).
Para executar a regulação endócrina o hipotálamo apresenta um complexo controle
sobre duas importantes glândulas endócrinas as pituitárias, porém mais recentemente
denominadas de hipófises.
2. Hipófises
São glândulas endócrinas conhecidas a mais de 200 anos, seu nome de pituitária
vem do latim que quer dizer muco. No século XIX, juntamente com a Teoria da Evolução,
foi referida com sendo uma provável relíquia vestigial e, portanto sem muita importância e
assim poderia ser esquecida (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990).
Por volta de 1894, uso de extratos de hipófise em animais experimentais promovia
alterações da pressão arterial, começou-se a relacioná-la com funções endócrinas. Em
1909, Murray em seu dicionário New England Dictionary on Historical Principies, definia a
hipófise como sendo um "pequeno corpo de função desconhecida atado no infundíbulo na
base do cérebro" (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990). Foi somente a partir do
século passado que suas funções, anatomia, histologia, embriologia e fisiologia foram
melhores estudadas e as relacionaram a um órgão controlador de um número de
hormônios reguladores da reprodução e crescimento, do metabolismo celular, da função
cardiovascular, da lactação, da osmolaridade e entre outras (BERNE e LEVY, 1996;
CONSTANZO, 2004; GUYTON and HALL, 2006).
As hipófises são em número de duas, denominadas de adenohipófise e
neurohipófise, localizadas na sela túrcica do osso esferóide logo abaixo do hipotálamo e
unida a ele através de uma estrutura denominada de haste ou pedúnculo hipofisário.
Representam apenas uma massa tecidual pequena com cerca de 1 cm de diâmetro e
pesando aproximadamente 0,8g no adulto (BERNE e LEVY, 1996; CONSTANZO, 2004;
GUYTON and HALL, 2006). Sua embriologia é bastante interessante, pois as glândulas
hipofisárias apresentam origens diferentes que determinam citologia e controle
hipotalâmico diferentes.
2.1. Embriologia Adenohipófise e Neurohipófise
Durante o desenvolvimento embrionário, por volta da quarta semana de gestação
(fase da formação dos ectodermas) o ectoderma oral (tecido que irá formar as estruturas
da cavidade bucal) está muito próximo do ectoderma neural (tecido que irá formar o
encéfalo, medula e pele). Nesta fase ambos os tecidos promovem um enrugamento
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denominados de infundíbulo e bolsa de Rathke, respectivamente ectoderma neural e
bucal. Nas fases, a bolsa de Rathke alonga-se e entra em contato definitivamente com o
infundíbulo, até que, na sexta semana desprende do ectoderma bucal e fixa ao
infundíbulo. Ao final do processo, a bolsa de Rathke originará a adeno e o infundíbulo o
neuro (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990).
2.2. Histologia das glândulas neurohipófise e adenohipófise
Devido a suas origens diferentes, a citologia das mesmas também será. A
Neurohipófise é formada por células neurogliais, sendo incapazes de sintetizarem
hormônios. Sendo assim, a neurohipófise atua apenas como uma glândula de
armazenamento de dois hormônios: ocitocina e antidiurético (ADH) (ZIMMERMAN and
ANTUNES, 1976; SCHALLY, 1978).
Entretanto, a adeno diferentemente da neuro apresenta cordões constituídos de
vários tipos de células que podem ser classificadas de acordo com suas respostas a
determinados corantes histológicos. Antigamente, as células eram divididas em apenas 2
tipos de células: as acidófilas (que sintetizam os hormônios que são identificadas por
corante ácido) e as basófilas (corantes básicos). Mas, técnicas mais específicas têm
indicado a existência de cinco tipos de células: somatotróficas, lactotróficas, corticotrófica,
tireotrófica e gonadotrófica (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990). As células com
seus respectivos hormônios estão expressos abaixo:
CÉLULA
Somatotróficas
Lactotróficas
Corticotróficas
Tireotróficas
Gonadotróficas
HORMÔNIO
Hormônio do Crescimento
Prolactina
Hormônio Adrenocorticotrófico
Hormônio Tireoestimulante
Hormônio Luteinizante e Folículo
Estimulante
GH
Prl
ACTH
TSH
LH e FSH
A. Hormônios Adenohipofisários
A.1. Hormônio do Crescimento ou Somatotrofina ou Hormônio Somatotrófico (SHT)
A 1ª sugestão que a adenohipófise poderia controlar o crescimento foi feita em
1886 por Pierre Marie que observou que tumores na adeno causavam acromegalia. Em
1900 Harvey Cushing a removeu como tratamento desta doença. Evans and Long (1921)
observaram que extratos de adeno causavam gigantismo em ratos e por volta de 1941,
Evans isolou o hormônio que causava crescimento e o denominou de Growth hormone
(GH) (PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990; BUTLER et al, 2001). Seu principal
efeito biológico e promover o crescimento e controle do metabolismo celular através dos
fatores de crescimento insulínicos (insulin growth factor, IGF-1 e IGF-2) (GUYTON and
HALL, 2006).
A.2. Prolactina
Sua existência foi sugerida em 1928 quando foi observado que extratos de adeno
continham hormônio que causava produção de leite em glândulas mamárias virgens. Em
1933, Riddle e colegas denominaram este hormônio que produz leite de prolactina
(PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990; BOLE-FEYSOT et al, 1998). Seus efeitos
biológicos ocorrem e duas fases da vida da mulher, durante a adolescência matura e
desenvolve as glândulas mamárias e durante a gestação produz o leite materno
(GUYTON and HALL, 2006).
A.3. Hormônio Adrenocorticotrófico
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Os primeiros estudos (1909 a 1920) observaram que após a retirada das hipófises
(hipofisectomia) ocorria também atrofia das glândulas adrenais. Estas glândulas
encontram-se acima dos rins e são estimuladas pelo hormônio adenohipofisário (BERNE
e LEVY, 1996; CONSTANZO, 2004; GUYTON and HALL, 2006). Por volta de 1926, Smith
conclui que a adeno atuaria no controle das adrenais quando aplicou extratos dela em
animais hipofisectomizados, estes animais restabeleceram as funções normais de síntese
e liberação dos hormônios adrenais.
Passados cerca de 30 anos, na década de 50, o grupo de Brink isolou este hormônio
adenohipofisário (GALLAGHER et al, 1973; PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990).
A ação do hormônio ACTH e através do leito sangüíneo, estimular a síntese e liberação
dos hormônios glicocorticóides e dentre eles o principal o cortisol pelas glândulas suprarenais (GUYTON and HALL, 2006).
A.4. Hormônio Secretor da Tireotrofina ou Tireoestimulante
No início de 1914 estudos sugeriram que a adenohipófise era essencial na
manutenção da glândula tiróide. Foster and Smith (1926) demonstraram que a taxa
metabólica basal poderia retornar aos valores normais em pacientes hipofisectomizados
com administração de extratos de adeno. Em 1935 Greep iniciou a identificação do TSH
que somente foi terminada em 1967 (PATTON, 1989; MAGNER, 1990). Ao ser liberado
pelas células tireotróficas da adenohipófise, o TSH, via corrente sangüínea estimula a
glândula tireóide a sintetizar e liberar os hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4).
A.5. Hormônio luteinizante e Hormônio foliculo-estimulante
Em 1909 Cushing reportou que a remoção parcial da adeno estava associada à
redução da atividade sexual e atrofia das gônadas (testículos ou ovários). Com a
descoberta de um fator que estimularia a atividade das gônadas na urina de mulheres
grávidas e pós-menopausadas no final da década de 20, foi proposto a existência de dois
hormônios e não como se imaginava (um com efeito de estimular o crescimento dos
folículos e o outro luteinizante). A partir de 1930, estabeleceu, portanto a existência
destes hormônios porém devido a similaridade química entre eles, sua identificação
somente foi possível em 1959 (LH) e 1964 (FSH) (SCHWARTZ, 1974; PATTON, 1989;
FINNERTY et al, 1998)
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2.3. Controle do Hipotálamo sobre hipófise: neurohipófise e adenohipófise
A figura acima representa o resumo do controle do hipotálamo sobre as hipófises,
podemos observar que o controle diferencie. A regulação do hipotálamo sobre a neuro
ocorre através de um processo denominado de neurosecreção enquanto que sobre a
adeno através do sistema porta.
A. Controle de Neurosecreção
Os primeiros estudos sobre o mecanismo de neurosecreção ocorreram em 1928
pelo grupo de ERNST e BERTA SCHARRER. Este conceito era de que a neurohipófise
não tinha capacidade de sintetizar hormônios devido a sua citologia (formada por células
neurogliais), apenas armazenaria os hormônios antidiurético e ocitocina. Estes eram
sintetizados em dois núcleos do hipotálamo, supra-óptico e paraventricular, e via
neurônios magnocelulares dos tratos tuberohipofisário e supraoticohipofisário eram
transportados para dentro da neurohipófise e armazenados (PATTON, 1989; BAULIEU
and KELLY, 1990; BERNE e LEVY, 1996; CONSTANZO, 2004; GUYTON and HALL,
2006).
Ao serem estimulados, os núcleos supra-óptico e paraventricular geravam um drive
de potenciais de ação que estimulavam as terminações neuronais dos tratos
tuberohipofisário e supraoticohipofisário a liberarem os hormônios no leito sangüíneo
(PATTON, 1989; BAULIEU and KELLY, 1990; BERNE e LEVY, 1996; CONSTANZO,
2004; GUYTON and HALL, 2006).
B. Sistema Porta
Em 1930 havia três hipóteses que objetivavam explicar o controle do hipotálamo
sobre a adenohipófise na comunidade científica. Eram elas: 1ª o hipotálamo controla a
adeno via sistema nervoso autônomo; 2ª inervação hipotalâmica estimulava células da
adeno a produzirem e secretarem seus hormônios e a 3ª inervação hipotalâmica
estimulava células da eminência média (porção entre o hipotálamo e a adenohipófise) que
secretariam hormônios para a adeno, via corrente sangüínea (POPA and FIELDING,
1930; XUEREB et al, 1954; PATTON, 1989).
Paralelamente, em 1928 o grupo de Ernst e Berta Scharrer propôs o conceito de
neurosecreção para o controle da neurohipófise. Muitos estudos buscaram comprovar a
hipótese do controle hipotalâmico sobre a adeno também através de inervação, mas as
conclusões eram comuns, a adeno era menos sensível a estimulação elétrica e assim não
poderia ser controlada via neurônios. Reforçando tal afirmação o fato de não haver
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inervação entre o hipotálamo e a adeno na mesma magnitude que a neurohipófise
(PATTON, 1989).
No mesmo ano de 1930, POPA and FIELDING dois cientistas ingleses propõem o
sistema porta hipotálamo hipófise. Segundo os autores entre o hipotálamo e a adeno
havia um “peculiar e importante arranjo de vasos sangüíneos que os une”, e o sentido do
fluxo de sangue seria do hipotálamo para a adeno. Este mecanismo de controle teria
como ação, o hipotálamo liberando seu hormônio e via sistema porta iriam para a adeno e
estimulariam uma célula específica a produzirem e liberarem seus respectivos hormônios
adenohipofisários. Após a publicação deste estudo no Jornal de Anatomia, passou a ser
considerado pela comunidade acadêmica como o mecanismo de controle do hipotálamo
sobre a adeno. Sugeriria que observasse no livro Atlas de Fisiologia Humana no Netter,
editora Manole as figuras 8.3. (página 198) e 8.4 (199), são, talvez, as melhores figuras
para este conteúdo.
2.4. Hormônios Hipotalâmicos
Enquanto que o controle do hipotálamo sobre a neurohipófise ser faz através de
inervação, o controle sobre a adeno se faz através de hormônios.
Hormônio
Hipotalâmico
Adenohipófise
Células
. Hormônio Liberador do GH
Hormônio
GHRH
Somatotróficas GH
. Hor. Inibidor
Somatostatina
da
Liber.
do
GH
ou GHRIH
. Hormônio Liberador da Prolactina
PRH
. Hormônio Inibidor da Prolactina
PIH
. Hormônio Liberador da Tireotrofina
. Hormônio Liberador da Corticotrofina
. Hormônio Liberador das Gonadotrofinas
Lactotróficas
Prl
TRH
Tireotróficas
TSH
CRH
Corticotróficas ACTH
GnRH
LH
Gonadotróficas FSH
e
Assim, o hipotálamo libera o seu hormônio que atua sobre a adeno promovendo
uma resposta de estimulação ou inibição da secreção hormonal. O eixo hipotálamohipófise está expresso acima.
Os hormônios hipotalâmicos, através do sistema porta, atuam em células
adenohipofisárias específicas, inibindo ou estimulando, a produção e liberação do
hormônio. Por exemplo, para que seja liberado o GH, o hipotálamo recebe através das
aferências estímulos excitatórios para a liberação deste hormônio. Assim, o hipotálamo
libera o GHRH que via sistema porta chega a adenohipófise e estimula as células
somatotróficas a sintetizarem e liberarem o GH na corrente sangüínea. Assim as
concentrações deste hormônio se elevam e ao atingirem o hipotálamo e a adenohipófise
atuam estimulando este a liberar a somatostatina. A somatostatina atua inibindo as
células somatotróficas, impedindo-as de liberarem GH. A concentração deste hormônio
que estava elevada começa a reduzir e assim reinicia o ciclo. Este mecanismo de
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liberação e controle hipotalâmico sobre a adenohipófise se repete com todos os demais
hormônios.
A figura acima explica brevemente os mecanismos de controle hipotalâmico sobre
a neurohipófise (conceito de neurosecreção) e da adenohipófise (sistema porta
hipotálamo hipófise).
Assim, o controle do hipotálamo sobre o sistema endócrino e as funções
autonômicas se faz através de uma vasta rede de glândulas e respectivos hormônios.
Este controle ocorre mesmo que sejam glândulas bem distantes do sistema nervoso
central. O perfeito entendimento deste mecanismo pelos profissionais da área de saúde
permite entender um grande conteúdo relacionado ao controle das funções orgânicas,
dentre eles o controle do crescimento e desenvolvimento humano, da maturação sexual, o
processo do parto e amamentação, o controle da temperatura corporal, da osmolaridade,
o controle do estresse e de maneira satisfatória um dos processos mais complexos do
organismo humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BOLE-FEYSOT, C.; GOFFIN, V.; EDERY, M.; BINART, N. and KELLY, P. A. Prolactin
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Observed in PRL Receptor Knockout Mice. Endocrine Reviews 19(3): 225–268, 1998.
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GALLAGHER, T. F.; YOSHIDA, K.; ROFFWARG, H. D.; FUKUSHIMA, D. K.; WEITZMAN,
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COMPORTAMENTO DA TESTOSTERONA LIVRE EM RELAÇÃO AO TREINAMENTO
DE HIPERTROFIA MUSCULAR
MACHADO, Rodrigo Pereira
Graduado em Educação Física – ESEFM
Prof. Ms. SILVA JÚNIOR, Autran José
Mestre em Ciências Fisiológicas; UNIFEG, MG
[email protected]
Prof. Ms.PAIVA NETO, Arthur
Mestre em Educação Física Performance Humana, UNIMEP
Introdução
A obsessão para se ter um corpo perfeito, esculpido de grande massa muscular e
simétrico vem desde a antiga Grécia, em que gregos demonstravam e transmitiam toda a
harmonia do corpo escultural, e isso era buscado através das atividades físicas. Isso não
é diferente nos dias de hoje, as academias lotadas mostram claramente essa busca
incessante por parte dos homens, que na sua ânsia, de se ter um corpo bem trabalhado,
dedicam horas a finco de esforço ardo e constante para conseguir seus objetivos.
Sabemos de alguns fatores que participam dessas alterações corporais, e dentre eles o
hormônio testosterona (BOMPA e CORNACCHIA, 2000).
Os hormônios androgênicos são sintetizados e liberados pelas células de Leydig
encontradas nos testículos. Os estímulos excitatórios atuam no núcleo arqueado do
hipotálamo e o estimulam a sintetizar e liberar o hormônio liberador das gonadotrofinas
(GnRH: gondotrophin release hormone), que via sistema porta, atua promovendo nas
células gonadotróficas da adenohipófise a também sintetizar e liberar o LH. Através da
corrente sangüínea o LH estimula as células de Leydig a sintetizarem e liberarem a
testosterona, no sangue 97% deste hormônio está ligado ou na albumina (de maneira
frouxamente) ou mais firmemente a globulina fixadora hormônio sexual (SBHG: sex
hormone binding globulin) o restante está na forma livre (testosterona livre, hormônio com
capacidade de promover efeitos biológicos). O eixo hipotálamo-adenohipófise-gônadas é
estimulado de maneira pulsátil, através do ritmo circadiano e também pelo estresse
induzido pelo esforço físico (BERNE e Levy, 1996; LOEBEL and KRAEMER, 1998;
WARREN and CONSTANTINI, 2000; WILMORE e COSTILL, 2001; McARDLE et al, 2002;
CONSTANZO, 2004; GUYTON and HALL, 2006). Os valores plasmáticos de testosterona
são máximos durante o período de manhã e tornando mínimo ao anoitecer. Os valores
normais de testosterona esta na faixa entre 14 a 28 nmol.L -1 ou de 4 a 8 ng.ml-1 para
homens na faixa de 30 anos, ao envelhecer os valores médios irão reduzir, chegando a
12 nmol.L-1 para um sexagenário (LOEBEL and KRAEMER, 1998).
A testosterona é responsável pela diferenciação fetal do sistema genital masculino
interno durante a fase embrionário. Na puberdade eleva a massa muscular, crescimento
de pêlos no corpo e barba, fechamento das placas epifisárias, crescimento do aparelho
sexual interno e externo, aumento da libido, redução do percentual de gordura,
crescimento físico e espermatogênese. Tais efeitos caracterizam por serem androgênicos
(BERNE e Levy, 1996; LOEBEL and KRAEMER, 1998; WARREN and CONSTANTINI,
2000; WILMORE e COSTILL, 2001; McARDLE et al, 2002; CONSTANZO, 2004;
GUYTON and HALL, 2006).
Em relação aos exercícios resistidos as respostas da testosterona e testosterona
livre tendem a estarem elevadas após a realização do esforço físico em homens enquanto
que em mulheres suas alterações são discretas (GOTSHALK et al, 1997). A elevação nas
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respostas hormonais é atribuída há alguns estímulos excitatórios, são eles: redução do
volume plasmático causado pela sudorese durante o esforço físico; estimulação
adrenérgica simpática e acidose metabólica acarretada pelo ácido lático (KRAEMER and
RATAMESS, 2005; FRY and LOHNES, 2010).
A magnitude da resposta de testosterona ao exercício resistido pode ser
influenciada por alguns fatores, dentre eles o grupamento muscular recrutado durante a
realização do esforço físico (HANSEN et al, 2001; GARRETT JR e KIRKENDALL, 2003;
KRAEMER and RATAMESS, 2005); a intensidade e volume do protocolo estudado
(KRAEMER et al, 1990); ingestão nutricional (KRAEMER et al,1998); aptidão do voluntário
para o protocolo e nível de força muscular absoluta exercida durante a realização do
esforço físico. Porém pouco se conhece sobre o comportamento em repouso da
testosterona livre entre atletas que participam de um programa de treinamento resistido
de musculação e não treinados. Portanto, o objetivo deste estudo é comparar o
comportamento da testosterona livre entre estas duas populações.
Metodologia
A. Sujeito
Para o estudos foram utilizados 20 voluntários, do sexo masculino, idade entre
22,5±1,3 anos, 1,75±0,02m, 70,8±5,61Kg. Foram divididos em dois grupos:
# Grupo Treinamento (GT): submeteram a um programa de treino resistido de hipertrofia
muscular por quatro meses, 5x na semana, com duração de 70‟, com trabalho de grupos
musculares alternados;
# Grupo Controle (GC)
B. Treinamento Resistido
Foram utilizados os seguintes aparelhos: voador peitoral, pulley atrás, supino reto,
declinado e inclinado, pesos livres (halteres), mesa extensora e flexora, leg press 90º, leg
press 45º e barra guiada.
O treinamento caracterizou por uma duração de quatro meses, dividido em cinco dias da
semana tendo como metodologia esforço pirâmide (CHIESA, 2002). Este treinamento
consistiu de aplicações de cargas variáveis visando principalmente a hipertrofia muscular;
com um número de séries de três a seis por grupo muscular, o número de repetições de
um a dez, com carga variando de 70% a 100% de 1RM.
Os exercícios resistidos foram divididos na seqüência dos grandes grupos musculares
multiarticulares, para os menores grupos monoarticulares (UCHIDA et al, 2004). No 1º e
3º meses de treinamento as características foram 3 séries, com 10, 8 e 6 repetições com
as respectivas cargas, 75%, 85% e 95% de 1RM. No 2º e 4º meses a pirâmide foi
invertida e as características do treinamento foram 3 séries com 6, 8 e 10 repetições com
as cargas 95%, 85% e 75% de 1RM.
C. Dosagem de Testosterona Livre
Foram coletadas amostras de sangue após o estudo para análise da concentração sérica
de (T) livre. A coleta foi realizada no Laboratório de Análise Clínicas Luz em Machado,
pelo bioquímico, Diogo Marini de Salles Luz, CRF- MG10.754 e analisada no Laboratório
de Patologia Clínica Hermes Pardini - Belo Horizonte – MG através do método de
Radioimunoensaio Método de Referência - GOLD STANDER.
4 Resultados e Discussão
O quadro 01 apresenta os valores de peso e testosterona livre entre os dois grupos
estudados, podemos observar que ambas as variáveis apresentaram diferenças
significativas entre os grupos (P < 0,05). Em relação a idade não foram encontradas
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diferenças significativas entre os grupos estudados, denotando uma homogeneidade da
amostra. Mas, quando comparamos os grupos em relação ao peso corporal, observamos
diferenças. O GT apresentou valor médio maior, sendo uma diferença de 7,94 Kg. Apesar
de não ter feito análise antropométrica pode-se afirmar que esta diferença seja devido a
maior massa muscular.
QUADRO 1 – Valores de idade, peso e T livre para os grupos controle e treinado
GRUPO CONTROLE
GRUPO TREINADO
Nº
Idade Peso T livre
Idade Peso T livre
1
22
76,3 41,0
21
79,0 16,7
2
23
73,0 33,6
19
58,6 20,9
3
26
72,0 62,3
20
84,2 20,1
4
26
74,4 49,8
22
65,0 20,8
5
23
70,1 32,9
24
84,5 25,1
6
24
68,4 31,7
18
83,4 24,7
7
22
64,2 10,8
22
81,4 17,5
8
19
74,5 21,6
20
68,7 19,7
9
20
58,2 21,3
25
82,0 22,0
10
24
64,2 24,1
20
87,9 16,4
*
*
Média 22,9 69,53 32,91
21,1 77,47 20,39
DP
2,3
5,8
15,1
2,18 9,81 3,02
Valores de peso em Kg e de testosterona livre em pg/ml. * Diferença Significativa para P <
0,05
Tremblay (2003) compararam os níveis de testosterona em voluntários que
realizaram exercício resistido, contínuo com sedentários. Os autores observaram que
ocorreram mudanças significativas entre os grupos que realizaram exercício quando
comparados com o grupo sedentário. E concluíram que: baseado nos resultados, parece
que a testosterona é mais dependente do tipo e da intensidade que do volume do
exercício e que nos exercícios resistidos foram encontrados os maiores valores de
testosterona. Em nosso estudo não foi comparado diferentes modalidades de treinamento
ou mesmo metabolismo, mas observamos que indivíduos treinados apresentam menores
valores de testosterona livre. Tal diferença deve-se ao fato de que, Tremblay colheu
amostras durante o treinamento e em nosso estudo no final. Essa redução de
testosterona em nosso estudo foi a livre, isto é, quanto menor a concentração de T livre
sérica, maior foi a difusão para a célula corporal, que nesse caso poderia ser muscular.
Portanto, os níveis reduzidos do grupo treinado denotam um maior “consumo” do mesmo.
Tais observações podem ser também observadas no trabalho de Hackney (1995) que
também comparou o comportamento da testosterona entre exercícios resistidos e
contínuos e concluíram que quanto maior for a intensidade maior será a concentração do
hormônio durante a prática.
Kraemer (1998) estudaram o comportamento de alguns hormônios, inclusive testosterona
total e livre em exercício em diferentes idades, observaram que a Tlivre e total
apresentaram maiores concentrações entre os mais jovens, tal explicação deve-se ao fato
de realizarem exercício mais intensos. Em nosso estudo as médias das idades foram
muito próximas, assim tal fator não influenciou na resposta e no comportamento da Tlivre.
5 Referências Bibliográficas
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IMPACTO DA FORÇA MUSCULAR RELATIVA SOBRE A RELAÇÃO FLEXIBILIDADE
ATIVA/PASSIVA EM HOMENS ADULTOS JOVENS.
BARBOSA, Carolina Gabriela Reis
Especialista em Fisiologia do Exercício FAGAMMU
[email protected]
LOPES, Glauber Caetano Ferreira
Especialista em Fisiologia do Exercício FAGAMMU
Prof. Ms.PAIVA NETO, Arthur
Mestre em Educação Física Performance Humana, UNIMEP
Prof. Ms. SILVA JÚNIOR, Autran José
Mestre em Ciências Fisiológicas, UFSCar
MENDES, Simões Mendes
Especialista em Reabilitação
RESUMO
O conhecimento das possibilidades e do funcionamento da flexibilidade relacionada com a
performance humana é importante para a melhor compreensão da estruturação e do
desenvolvimento de programas sistematizados de treinamento. Neste sentido, este
estudo se propôs a compreender a relação da flexibilidade ativa e passiva com a força
máxima do movimento de extensão horizontal do ombro em homens adultos jovens.
Neste estudo foram avaliados 49 homens adultos jovens com idade variando entre 16 e
50 anos praticantes de musculação do Clube Operário de Guaxupé, Minas Gerais. Para
tal, foram realizados testes de flexibilidade, ativa e passiva, utilizando-se um goniômetro
de hastes de metal. Também foi realizado um teste de carga máxima, que foi realizado
em um aparelho voador-dorsal na sala de musculação do Clube Operário, Guaxupé, MG.
O movimento analisado neste trabalho foi o de extensão horizontal de ombro. O
delineamento estatístico foi correlacional e comparativo entre os grupos. O nível de
significância para todas as variáveis foi de 5%. Tanto a flexibilidade ativa quanto a passiva
não apresentaram forte correlação com a carga máxima, no entanto na medida em que a
força muscular aumentava esta relação fica maior. Quando correlacionada a razão entre a
flexibilidade ativa com a passiva e a carga máxima alcançada, bem como com a carga
máxima relativa pôde-se notar que estas também não apresentaram fortes laços entre os
dados. Acredita-se que a real interação entre a flexibilidade ativa e a força dos músculos
agonistas ao movimento deve ser observada em um teste de força que meça esta em
uma forma mais específica, como por exemplo, no final do movimento.
Palavras Chave: Flexibilidade, Goniometria; Força.
ABSTRACT
Compare the relationship of the active flexibility above the passive with the maximum
power of the shoulder horizontal extension movement in young adults men. The
knowledge about the possibilities and the individualities about the flexibilities tests are at
this moment primordial to the best evaluation control of this variable and to the
development of training systematized program. In the second step of the study were
evaluated 49 young adults men with the age ranging between 16 and 50 years old,
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practitioner of gym at the Clube Operário de Guaxupé, Minas Gerais. The features of the
evaluated group (age and weight average) were drawn before at the first flexibility test. To
the flexibility tests were used a metal goniometry Lafaiete brand. To the maximum load
test were used the shoulder horizontal extension machine (dorsal flying) of the Clube
Operário gym. The statistic design will be co relational between the groups. After the
average normality verification of the controlled variables will be correlated the index of
active/passive flexibility and the active and passive flexibility answers with the relative and
absolute maximum power through the Pearson correlation. The importance level to all the
variables will be 5%. The active flexibility doesn‟t shown stronger correlation with the
passive flexibility, despite to be present, however as the muscle power improve bigger is
the correlation between these variables. When is correlated the active flexibility with the
maximum load, it‟s showed that the relationship between the data is not strong as well. Is
believed the real interaction between active flexibility and agonist muscles power to the
movement must be observed with a power test that measure this at the end of the
movement, to ensure how much the power of this mobilization level can affect the
flexibility.
KEY WORDS: Flexibility; Goniometry; Power.
INTRODUÇÃO
O estudo da flexibilidade na performance humana vem ganhando sistematicamente
importância. A necessidade de movimentos mais amplos vem sendo visto como condição
imperativa no desempenho de determinados esportes. Além disto, são cada vez mais
freqüentes estudos evidenciando a importância da flexibilidade na prevenção de diversos
problemas musculares.
Segundo Lima (2005), a flexibilidade é referida como uma habilidade para mover
articulações através da amplitude do movimento, e o alongamento como um termo geral
usado para descrever os exercícios elaborados para alongar as estruturas de tecidos
moles encurtados e, desse modo, aumentar a amplitude de movimento. A diminuição da
flexibilidade pode estar influenciada por diversos fatores: hereditariedade, questões
genéticas, hábitos de vida, idade, sexo, hora do dia, temperatura ambiente, treinamento
(exercícios praticados com regularidade) e inatividade física. Estas devem ser
monitoradas a fim de promover a saúde ao longo da vida.
Para que ocorra um equilíbrio do homem com sua saúde, é necessária a dependência de
algumas capacidades como força, resistência aeróbia, flexibilidade e o controle de peso.
Uma vida sedentária não propicia amplos movimentos, o que restringe a flexibilidade.
Dessa forma, durante a realização de movimentos com amplitude limitada os músculos
encurtados tendem a se tornar cada vez mais encurtados.
Para Achour Junior (1996) quando se realiza somente exercícios de força, seja no
trabalho, ou por acreditar que a força isolada se relaciona com a saúde, ou preocupandose com a estética, pode provocar o desequilíbrio muscular. Portanto, torna-se mais fácil a
prevenção do encurtamento muscular com exercícios de alongamento do que realizá-los
após o encurtamento crônico.
Desse modo, é viável desenvolver a flexibilidade e a força juntas, do que trabalhar a força
para depois realizar exercícios de alongamento. Para facilitar a compreensão da relação
entre força e flexibilidade, Achour Junior (1996) destaca algumas pesquisas realizadas
onde comprovam que o trabalho de força e flexibilidade pode ser realizado junto, sem que
uma das variáveis interfira negativamente na outra.
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Para realizar um movimento é necessário um mínimo de um par de músculos opostos
(por exemplo, flexão –extensão, abdução- adução); isto porque o músculo sendo
unidirecional ao exercer força, o movimento em torno da articulação é controlado por
conjuntos opostos de músculos.
Alguns estudos foram realizados, porém é extremamente difícil medir a força de reação
articular. Procedimentos matemáticos, tais como minimizar a sobrecarga muscular, para
estimar o módulo de força de reação articular.
O módulo de força de reação articular também pode ser calculado utilizado à
estrutura muscular e a geometria do membro para estimar a força muscular.
Enoka (2000) reforça a afirmativa de que a força de reação articular varia com a amplitude
de movimento, podendo ter módulo substancial, em especial ao se comparar com as
cargas encontradas em atividades cotidianas. A flexibilidade pode ser classificada como a
amplitude de movimento (ADM) em uma articulação, ou grupo de articulações. Dessa
forma, é incorreto afirmar que uma pessoa é flexível, pois que esta pessoa pode ser
flexível em determinada articulação e ter movimentos limitados em outras articulações.
Tentando estabelecer limites neste sentido, Cesar et al (2006) e Freitas et al (2006)
estudaram a relação entre tipos de fibra muscular e flexibilidade passiva, não encontrando
resultados que avançassem a questão. Prati et al (2006) e Ramos, Santos e Gonçalves
(2007), verificaram que a força máxima diminui com exercícios de alongamento, porem
não se estenderam até a leitura da relação entre estas variáveis.
Na visão de Safran et al. (2002), o objetivo do alongamento é incrementar o comprimento
permanente e relaxamento do músculo; podendo levar ao aumento da flexibilidade.
Segundo Nordin e Frankel (2003) a amplitude de movimento do complexo do ombro
é tradicionalmente medida em flexão e extensão, abdução e rotação interna e externa.
Apesar disso, durante as atividades estes movimentos raramente são observados,
compreende-se melhor ao analisar os movimentos complexos do ombro separadamente.
Existe uma discussão dos tipos e amplitudes de movimento para o complexo do ombro,
onde se discute a maneira como o movimento é conseguido em cada uma das
articulações. Entretanto uma análise das quatro articulações: glenoumeral,
acromioclavicular, esternoclavicular e escapulatoráxica classifica a biomecânica do ombro
complexa (NORDIN e FRANKEL, 2003).
Na visão de Haywood & Getchell (2004), a flexibilidade não é valorizada por alguns
atletas jovens, com exceção bailarinos e ginastas, o quanto deveria. Tais atletas
desconsideram a importância da flexibilidade, preocupando-se apenas a força e a
resistência. Esta interpretação de flexibilidade é errada principalmente onde existem
pessoas que acreditam que a falta de flexibilidade afeta apenas idosos, porque suas
limitações são mais visíveis.
Os mesmos autores destacam que a amplitude de movimento de qualquer articulação
depende da estrutura óssea e da resistência dos tecidos moles daquela articulação.
Portanto, as práticas de exercícios preservam a elasticidade dos tecidos moles; os atletas
tendem a aumentar a flexibilidade das articulações que são utilizadas em seu esporte; já
os trabalhadores podem perder a flexibilidade de algumas articulações, devido ao longo
período em uma postura. Medir a flexibilidade não é fácil, os pontos iniciais e finais são
difíceis de serem localizados; as medidas geram muitas vezes, desconforto ao indivíduo
avaliado.
Se não houver treinamento, a flexibilidade de uma pessoa diminuirá em qualquer etapa de
sua vida, mas o caso poderá se reverter com o treinamento específico. Logo,
pesquisadores acreditam que o treinamento é capaz de manter a amplitude do movimento
daqueles que já possuem amplitude total e desenvolver a daqueles que possui limitação
na amplitude de movimento. Três tipos de testes são descritos: teste isotônico (resistência
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constante), teste isocinético (velocidade constante do movimento) e teste isométrico
(exercem força contra uma resistência fixa).
Vários aspectos devem ser levados em consideração como: o grupo muscular, o
movimento, a velocidade do movimento e no caso dos testes isométricos relatarem o
ângulo da articulação em graus, como a força é exercida, por causa de diferentes níveis
de força em diferentes ângulos da articulação realizados por um grupo muscular.
Estudo realizado por Achour Junior (1996), onde pessoas de 65 a 89 anos de idade
praticaram exercícios físicos por 60 minutos, três vezes por semana durante 25 semanas;
a cada dia foi realizado 25 a 30 minutos de exercícios de pesos leves e exercícios de
alongamento passivo e ativo. Os autores concluíram que houve melhora da flexibilidade,
além disso, verificaram também que os exercícios com sobrecarga produziram ganhos na
flexibilidade semelhantes aos obtidos sem sobrecarga, com exceção na flexão do ombro,
porque não houve melhoria através de exercícios com sobrecarga.
Segundo Achour Junior (1996) não é verdade que a força não combina com o
desenvolvimento da flexibilidade e sim que a força poderá ser desenvolvida com o
acompanhamento da flexibilidade.
Achour Junior (1996) afirma que os trabalhos que exigem grande esforço imposto pela era
industrializada propiciam ao corpo a executar poucos movimentos, ocasionando
desordem na coluna. Este problema provoca menor rendimento profissional, além de
limitar os movimentos reduzindo a produtividade e tendo dificuldade na realização de
tarefas diárias. A manutenção dos níveis adequados de força/resistência muscular e
flexibilidade é um importante fator da saúde funcional, principalmente quando se refere a
prevenção e tratamento de articulações, disfunções musculares e lesões
muscoesquelética.
Quando observado a força na realização de um trabalho muscular percebe-se que o
avaliado ao utilizar contrações musculares em tensão próxima do máximo, predomina os
componentes direcionados a força muscular. Contudo, à medida que aumenta o tempo de
exposição muscular tais componentes perdem a sua importância, sendo assim, os
componentes associados à resistência muscular ganham destaque.
De acordo com Guedes e Guedes (2006) o sexo, a idade, a presença de anomalias
neuromusculares e a temperatura ambiente na realização dos movimentos de amplitude
articular, constituem um grupo que possivelmente influencia nos níveis de flexibilidade.
Esta se decompõe em dois componentes: estático e dinâmico. No componente estático os
movimentos são aqueles onde o alongamento de uma articulação específica ou conjunto
de articulações é realizado de maneira lenta e progressiva. Em oposição está o
componente dinâmico, o alongamento das unidades musculotendinosas é feito com
movimentos lançados, com fases de estiramento e de encurtamento dos músculos
esqueléticos.
Existem três diferentes procedimentos que classifica o alongamento estático: passivo,
assistido e ativo. O alongamento muscular passivo envolve uma força externa aplicada
geralmente através do avaliador, sem o auxílio voluntário do avaliado para conseguir a
amplitude articular. O alongamento muscular assistido acontece por ações de forças
externas, porém sem a atuação do avaliador nos movimentos de amplitude articular.
Percebe-se que, no alongamento muscular passivo existe uma amplitude articular
adicional devido aos movimentos apresentados pelas articulações não serem controlados
voluntariamente. O alongamento muscular ativo possui características opostas ao
passivo, neste o sujeito deverá se beneficiar da ação da gravidade, utilizando somente a
contração dos músculos agonistas e o relaxamento dos músculos antagonistas que atuam
naquela articulação específica, ou no conjunto de articulações (GUEDES & GUEDES,
2006).
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Quando se compara amplitude articulares realizadas com o alongamento passivo e ativo
pode-se obter informações sobre a quantidade de movimentos permitida pela estrutura
articular (passivo) em relação à capacidade do avaliado em promover movimento na
articulação (ativo). Nos testes de carga máxima, caracterizado pela sigla1 RM, o indivíduo
deve-se mover/levantar em uma única repetição a maior quantidade possível de peso.
Entretanto, por ser difícil alcançar 1RM na primeira tentativa, e em decorrência de
preocupações em relação ao avaliado a solução é a aplicação dos testes de carga
máxima com mais de uma repetição.
Alter (1999) pondera que ainda existe uma idéia errada quanto ao treinamento de força e
flexibilidade, quando se acredita que os ganhos de força podem limitar a flexibilidade, ou,
que os ganhos de flexibilidade podem prejudicar o desenvolvimento da força. Para Jones
(1975, apud ALTER, 1999) indivíduos que possuem músculos grandes precisam de
flexibilidade; os músculos grandes podem ser desenvolvidos sem que não se faça nada
para aumentar, ou manter, a flexibilidade, porém atividades que constroem músculos
grandes possivelmente diminuirão a flexibilidade. Entretanto, mesmo que o tamanho do
músculo tenha pouco a ver com a flexibilidade, um treinamento de força adequado poderá
auxiliar no aumento da flexibilidade.
O mesmo autor descreve que a abdução horizontal do braço, quando o úmero move-se
lateralmente e para trás até uma posição horizontal. Este movimento é produzido pelas
fibras posteriores do deltóide, infra-espinhoso, e redondo menor. A amplitude do
movimento é limitada pela insuficiência contrátil, tensão passiva das fibras sobre a
cápsula articular da articulação glenoumeral e tensão do peitoral maior e das fibras
anteriores dos músculos deltóides.
ALTER (1999) descreve, ainda, alguns fatores que limitam a flexibilidade: dor, tensão
muscular, falta de coordenação e força durante o movimento ativo, frouxidão dos tecidos
conjuntivos nos músculos ou articulações, e restrições de estruturas do osso e da
articulação. Portanto, para desenvolver a amplitude de movimento em uma articulação, os
procedimentos de alongamentos utilizados devem levar em conta estes fatores.
Fleck (2003) afirma que a flexibilidade não é reduzida com o treinamento com pesos. Os
estudos sobre treinamento indicam que o treinamento com pesos aumenta a flexibilidade.
Em um treinamento com pesos, algumas etapas deverão ser seguidas para um possível
aumento da flexibilidade e redução de lesões.
O treinamento da força cresce gradativamente devido a seus benefícios, diretos e
indiretos. Por isso, a importância do conhecimento da interação entre a capacidade
motora força com outras capacidades (RIBEIRO, 2005).
Segundo Marques (2003) um método de avaliação muito utilizado é a goniometria, que se
refere a medida dos ângulos articulares das articulações dos seres humanos. Contudo,
esta medição é realizada através do instrumento goniômetro universal.
Weineck (2000) descreve os principais fatores limitantes da flexibilidade: estrutura das
articulações, massa e força musculares, tônus muscular, capacidade de estiramento dos
tendões, ligamentos, cápsulas articulares e pele; sexo e idade, condição de aquecimento
dos aparelhos locomotores ativo e passivo – hora do dia. O autor sugere que ocorra um
treinamento de força para que possivelmente aumente ou desenvolva a flexibilidade.
Este trabalho se propõe, portanto, a comparar a relação da flexibilidade ativa sobre a
passiva com a força máxima do movimento de extensão horizontal do ombro em homens
adultos jovens.
METODOLOGIA
Neste estudo foram avaliados 49 homens adultos jovens com idade variando entre 16 e
50 anos praticantes de musculação do Clube Operário de Guaxupé, Minas Gerais. As
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características do grupo avaliado (médias de idade e peso) foram traçadas anteriormente
ao primeiro teste de flexibilidade.
Inicialmente este trabalho foi submetido, e aprovado, ao Comitê de Ética em Pesquisa do
Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé (CEP-UNIFEG) com protocolo
número... Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido
e foram informados de todos os riscos quanto a realização deste estudo.
Todos os testes e medidas foram realizados nas dependências do Clube Operário nos
turno da manha, tarde e noite no período de maio e junho de 2008.
Foram realizadas as medidas de peso e estatura para caracterização do grupo e os
seguintes testes: flexibilidade ativa e passiva utilizando-se da técnica da goniometria de
hastes e teste de carga máxima absoluta, sendo posteriormente calculada a força máxima
relativa. Os testes foram aplicados no movimento de extensão horizontal do ombro no
lado direito do corpo.
Para os testes de flexibilidade foi utilizado um goniômetro de hastes de metal marca
Lafaiete. Primeiramente foi realizado o teste de flexibilidade ativa. Após um intervalo de
45 minutos foi realizado o teste de flexibilidade passiva. Logo em seguida foi realizado o
teste de carga máxima.
Para este teste foi utilizado o aparelho de extensão horizontal de ombro horizontal
(voador-dorsal) da sala de musculação do Clube Operário. O teste seguiu as
recomendações de Uchida et al (2008), sendo realizado da seguinte maneira: inicialmente
foi realizado um aquecimento com uma série de dez repetições com uma carga indicada
como leve pelo participante do estudo, após um minuto de repouso foi realizado um
alongamento nos músculos agonistas ao movimento seguido de outra série de dez
repetições com uma carga indicada como moderada. Após dois minutos foi realizada a
primeira tentativa de carga máxima. Sendo esta alcançada, novas tentativas foram
realizadas com intervalo de três minutos com incremento de carga sucessivamente até a
não realização de uma repetição completa. A última tentativa realizada foi descrita como a
carga máxima.
Ao final da coleta, os dados foram tabulados e foi criado o índice de flexibilidade
ativa/passiva a partir do seguinte modelo matemático X=(Fa/Fp)*100, onde X representa o
índice flexibilidade ativa/passiva, Fa a flexibilidade ativa e Fp a flexibilidade passiva. Tal
modelo foi desenvolvido pelos autores do estudo,em virtude de não terem sido
encontrados na literatura outros que pudessem responder as presentes questões
propostas. A força máxima relativa foi calculada pela divisão da carga máxima alcançada
pelo peso corporal.
Como critério de inclusão foi estabelecido que participariam do estudo homens entre 16 e
50 anos, praticantes de musculação do clube operário que tinham autorização médica
para realizar tal atividade.
A realização dos testes seguiu a seguinte ordem: inicialmente foi realizada a medida de
peso e estatura, seguido da avaliação da flexibilidade ativa e posteriormente da
flexibilidade passiva, finalmente foi realizado o teste de carga máxima absoluta.
O delineamento estatístico foi correlacional e comparativo entre os grupos. Após
verificação da normalidade das médias das variáveis controladas foram correlacionados o
índice de flexibilidade ativa/passiva e as respostas de flexibilidade ativa e passiva com a
força máxima relativa e absoluta por meio da correlação de Pearson. As médias
encontradas nas diferentes faixas etárias para os dados coletados foram comparadas por
meio da analise de variância (ANOVA ONE WAY) seguido do teste t Student para a
identificação das diferenças. O nível de significância para todas as variáveis foi de 5%.
ANÁLISE DOS RESULTADOS
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Para a realização deste estudo foram avaliados um total de quarenta e nove homens com
idade variando entre 16,6 e 49,7 anos com média de 25,9 ± 8,5 anos. Inicialmente foi
realizada uma caracterização antropométrica do grupo e os seguintes valores foram
encontrados, peso variando entre 54 e 126 Kg com média de 74,2 ± 13,9 Kg, estatura
entre 158 e 190 centímetros com média de 174 ± 7 e Índice de Massa Corporal (IMC)
variando entre 17,8 e 34,9 com média de 24,4 ± 3,8.
O grupo foi dividido pelo resultado do teste de carga máxima ficando classificados os
participantes em: menor de 55 quilos, entre 55 e 65 quilos e maior de 65 quilos. A partir
daí foram realizadas diversas correlações entre as variáveis propostas, nas diferentes
categorias criadas, entre os indicativos de flexibilidade e força. Também foi realizada a
correlação entre os dados de todo o grupo, independente da resposta do teste de carga
máxima. Na tabela 1 encontram-se todos os resultados das correlações.
FA X FP
FA X CM
FP X CM
Rap X CMa
Rap X CMr
Geral
0,47
0,01
-0,21
0,06
-0,22
<55K
0,21
0,25
-0,19
0,22
-0,18
55-65K
0,60
0,00
-0,47
0,01
-0,45
>65K
0,55
0,66
0,81
-0,02
0,51
Tabela 1 – Resultados das correlações propostas neste estudo. FA – Flexibilidade Ativa;
FP – Flexibilidade Passiva; CMa – Carga Máxima Absoluta; Rap – Relação percentual
entre a flexibilidade ativa e a flexibilidade passiva; e CMr – Carga Máxima Relativa.
Quando foi correlacionada a flexibilidade ativa com a passiva os seguintes resultados
foram encontrados: o grupo todo apresentou não uma correlação muito forte (0,47). O
grupo de carga máxima menor de 55 quilos apresentou a pior correlação entre as
apresentadas, ou seja, a menor interação entre as variáveis (0,21), o grupo de carga entre
56 e 65 quilos apresentou uma correlação razoavelmente forte (0,60) enquanto o grupo
de carga maior de 65 quilos mostrou resultados próximos ao grupo anterior (0.55). Fica
evidente que a flexibilidade ativa não apresenta claramente uma relação de causa efeito
com a flexibilidade passiva, no entanto na medida em que a força muscular aumenta
maior parece ser a correlação entre estas variáveis.
Outro fator a ser notado é a ausência de diferença entre as médias tanto na flexibilidade
ativa como na flexibilidade passiva, ou seja, não foram encontradas diferenças quando
comparada a flexibilidade ativa e passiva entre os grupos maior de 65 quilos e os demais
(p<0,05), conforme se pode ver nas figuras 1 e 2. Tal fato evidencia as diferenças de
dinâmica das relações entre os grupos, ou seja, médias semelhantes, mas
comportamento diferente.
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Figura 1 – Média e desvio padrão das respostas do teste de flexibilidade ativa dos grupos
separados por resposta do teste de carga máxima. Resultados expressos em graus.
Quando correlacionada a flexibilidade ativa com a carga máxima alcançada, podese notar que esta também não apresenta laço entre os dados: geral 0,01, menor de 55
quilos 0,25, de 56 a 65 quilos 0,00 e maior de 65 quilos 0,66. Apenas o último grupo
apresentou boa correlação. O interessante neste caso é a presença da relação do grupo
de maior resposta na carga máxima. Parece que este dado pode dar uma pista sobre a
influência da força na flexibilidade ativa, no entanto, isoladamente este é inconclusivo.
Figura 2 – Média e desvio padrão das respostas do teste de flexibilidade passiva dos
grupos separados por resposta do teste de carga máxima. Resultados expressos em
graus.
A terceira análise se refere a correlação entre a flexibilidade passiva e a carga
máxima alcançada. No geral a correlação foi de -0,21, no grupo de carga máxima menor
que 55 quilos foi de -0,19, no de 56 a 65 quilos foi de -0,47 e mo maior de 65 quilos foi de
0,81. Os dados se revelam estranhos numa primeira observação, visto que apenas um
grupo apresenta correlação forte e positiva enquanto os demais apresentam correlação
negativa. Porem quando se estende o olhar para as outras correlações, percebe-se que
se a correlação entre os dois tipos de flexibilidade para o grupo em questão é
razoavelmente forte e relação entre a carga máxima e a flexibilidade ativa também é,
parece que o caminho natural é se estabelecer uma correlação razoável entre estas duas
variáveis analisadas. Prati et al (2006) e Ramos, Santos e Gonçalves (2007) verificaram
que a força máxima diminui com exercícios de alongamento, porem não se estenderam
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até a leitura da relação entre estas variáveis. Neste sentido é possível apontar para o
mesmo oriente deste texto.
Os resultados da comparação da relação flexibilidade ativa por passiva por grupo pode
ser mais bem visualizada na figura 3. Quando verificadas as correlações entre a relação
flexibilidade ativa e passiva e a carga máxima, o grupo todo apresentou o resultado uma
correlação de 0,06, o grupo de carga máxima menor de 55 quilos 0,22, o de 56 a 65
quilos 0,01e o maior de 65 quilos -0,02. Estes dados não revelam nenhuma relação entre
as variáveis propostas. No foco deste estudo, possivelmente, este poderia ser o dado
mais representativo, uma vez que poderia ser vista como hipótese do estudo o fato desta
relação ser a principal responsável pelo equilíbrio entre as variáveis força e flexibilidade.
Não há dúvidas de que a flexibilidade passiva tem como componente principal a
amplitude de movimento, também é sabido que não existe muita força na relação entre
flexibilidade ativa e esta mesma amplitude, porem, a determinação de responsabilidade
entre a aproximação das respostas nominais da flexibilidade ativa e passiva tem gerado
dúvidas. Este estudo tentou investigar o efeito da força muscular sobre esta relação num
determinado grupamento muscular, ou seja, o quanto existe uma relação de causa efeito
entre ambas. A inexistência de correlação pode, inicialmente, ter descartado esta
possibilidade, porem, numa análise mais profunda notamos que a dinâmica do teste
(escolha metodológica do teste de 1 RM) para verificar tal relação pode ter mascarado os
resultados. Fica a dúvida se este experimento fosse realizado com um teste específico
para avaliar a força no final do arco de movimento, os resultados seriam os mesmos.
Figura 3 – Média e desvio padrão das respostas da relação entre flexibilidade ativa e
passiva dos grupos separados por resposta do teste de carga máxima. Resultados
expressos em razão percentual.
Finalmente quando correlacionamos a relação flexibilidade ativa e a flexibilidade passiva
com a carga máxima relativa foi encontrado para o grupo todo -0,22, o grupo de carga
máxima menor de 55 quilos -0,18, o de 56 a 65 quilos -0,45e o maior de 65 quilos 0,51.
Assim como na última variável analisada não se encontrou correlação entra os grupos,
neste caso exceto no último grupo. Esta dificuldade pode ser observada nos achados de
Enoka (2000) e Cesar et al (2006). Freitas et al (2007) acharam, em estudo semelhante
relação apenas entre flexibilidade passiva e fibras glicolíticas, o que não contribui para o
clareza destas análises. Neste ponto pode-se observar que a relativização da força não
aponta caminhos diferentes para a interação entre força e flexibilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Num primeiro momento torna-se possível aferir que não existe uma lógica entre a
flexibilidade ativa, passiva e sua relação entre a força dos músculos agonistas ao
movimento, visto que os resultados são contraditórios, primeiro pela ausência de relação
entre as variáveis, segundo pela postura do grupo de carga máxima maior de 65 quilos
que se apresenta de forma oposta aos demais grupos, no entanto após a realização do
estudo algumas considerações puderam ser feitas. Primeiro o teste de carga máxima
realizado afere a força no início do movimento, ou seja, afere a força que precisa ser
realizada para se mobilizar uma determinada carga em inércia. Segundo, os aparelhos de
musculação apresentam variação de carga de um nível para outro muito grande,
perdendo a sensibilidade e precisão das respostas. Desta forma acredita-se que a real
interação entre a flexibilidade ativa e a força dos músculos agonistas ao movimento deve
ser observada num teste de força que meça esta no final do movimento a fim de se
garantir o quanto a força neste estágio de mobilização pode influenciar a flexibilidade.
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saúde e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1996.
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EFEITO DAS DISTÂNCIAS NADADAS E DAS RESPOSTAS DA FREQUENCIA
CARDIACA DURANTE O TREINAMENTO DE NATAÇÃO NA FAIXA ETÁRIA DE 13 A
17 ANOS.
1
Carlos Eduardo Figueiredo da Mata, Arthur Paiva Neto2
, Autran J. Silva Jr2 e Márcio Luiz de Almeida Bueno3
1
Aluno do Programa de Pós-graduação “lato sensu” em / ENAF
Centro Universitário da Fundação Educacional Guaxupé
3
Instituto Federal Do sul de Minas Campus Muzambinho Email: [email protected]
RESUMO
O presente artigo esportivo de estudo de caso aqui realizado teve o objetivo de iniciar um
programa de treinamento periodizado em meses e ciclos no qual a freqüência cardíaca
que é um indicador amplamente utilizado para a prescrição de exercício foi coletada e as
distâncias em metros no final do percurso foram quantificadas e, mostrados os resultados
nos gráficos junto com a evolução do nado para que seja entendida a variação dos
treinos. Este estudo foi feito em piscina curta e os participantes com o aumento do tempo
e do percurso da natação não relataram desconforto. Foi anotado o aumento do
rendimento junto com o desempenho física e técnico dos nadadores que também tiveram
melhoras nas condições cardiorrespiratórias nadando mais longe a cada ciclo de
exercício. Tendo o objetivo de iniciar um treinamento periodizado estes dados podem ser
de grande importância ao nos mostrar qual o percurso inicial e de que forma especifica
começar.
PALAVRAS – CHAVES: Natação, Adolescentes, Freqüência Cardíaca.
ABSTRACT
This article sporty case study conducted here was aimed at starting a disciplined training
program in months and cycles in which the heart rate is an indicator widely used for
exercise prescription was collected and the distances in meters at the end of route were
quantified and the results shown in the graphs with the evolution of swimming to be
understood that the variation in training. This study was done in indoor walking and
participants with the increase of time and route of swimming reported no discomfort. It was
noted the increase in income along with the physical and technical performance of the
swimmers who showed improvements in cardio respiratory conditions swimming farther
with each exercise cycle. Since the purpose of initiating a periodized training data can be
of great importance to show us what the initial and specifies how to start.
KEYWORD: Swimming, Teens, Heart Rate.
2
INTRODUÇÃO
O treinamento de natação é uma excelente ferramenta para o melhor crescimento e
desenvolvimento de adolescentes. A natação é importante para o físico, para a formação
cognitiva e afetivo-social aprimorando sua personalidade e inteligência. O presente artigo
esportivo aqui realizado teve o objetivo de iniciar um programa de treinamento
periodizado em meses e ciclos no qual a freqüência cardíaca foi coletada e as distâncias
em metros no final quantificada e mostrada nos gráficos para que se tenha a percepção
da evolução do nado. Um posicionamento institucional recente da American Heart
Association recomenda que os indivíduos realizem exercícios físicos na maioria dos dias
da semana, se possível todos os dias, com intensidade variando entre moderada e
vigorosa, de acordo com sua aptidão física, por um período de tempo igual ou superior a
30 minutos (Pearson TA, Fortmann SP, et al; 2002).
De acordo com estudos em função da imersão e conseqüente facilidade de execução dos
movimentos, os exercícios de recuperação de ordem motora e fisiológica na água tornamse menos penosos e compõem um primeiro passo na retomada do trabalho físico e
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muscular. A natação é um tipo de atividade física que vem sendo muito utilizada como
forma de manutenção de um bom condicionamento físico. Fatores que devem ser
considerados em relação à imersão e ao efeito hidrostático sobre o sistema
cardiorrespiratório é a capacidade que o exercício tem de intensificar a perda de calor
quanto comparado com o ambiente seco, podendo-se esperar, portanto, que o trabalho
físico aquático produza reações biomecânicas e fisiológicas diferentes daquelas ao ar
livre. (Kruel, 1994).
Como definição, podemos nos referir ao treino desportivo como: “um conjunto de
procedimentos” que devem ser considerados com o objetivo de aperfeiçoar as
capacidades motoras até um estado ótimo, mantendo sempre o equilíbrio entre os
sistemas biológicos, psicológicos e sociais. Tal estudo de caso tem como objetivo a coleta
de dados e a analise da variação da freqüência cardíaca (FC) durante o treinamento com
o percurso nadado na água, aquecida e fria, e da variação destas distâncias feitas pelos
atletas durante todas as semanas da pesquisa. Este estudo foi feito em piscina curta e os
participantes com a analise dos batimentos cardíacos por minuto e do percurso da
natação não relataram desconforto. Referindo-se ao comportamento da freqüência do
coração no meio aquático, a literatura é contraditória, pois existem relatos de bradicardia
de taquicardia e também de nenhuma mudança cardíaca com a imersão. (Blomqvist et al;
1980 citado por Kruel, 1994).
A FC da pressão arterial é o método preferido de monitoração da intensidade do
exercício, pois ela está intimamente relacionada ao trabalho do coração, permitindo um
aumento progressivo da taxa de treinamento com melhorias do condicionamento físico
para manter a mesma intensidade. Um método útil consiste em registrar os batimentos
por minuto em exercício durante uma série padronizada de repetições de treino, alem do
uso do seu registro durante o período de repouso permitindo o diagnostico e
monitoramento dos efeitos do treinamento físico. (Wilmore & Costill, 2001; Maglischo,
1999).
Assim sendo, a finalidade deste estudo foi coletar a (FC) e as distancias percorrida
pelos atletas durante os ciclos do trabalho e quantificar em números e gráficos o percurso
nadado pelos participantes. Para que ao iniciarmos um treinamento possa ser feito uma
periodização de acordo com os métodos mais usados nos estudos do Treinamento
Desportivo. O exercício físico pode alterar o desempenho cardíaco e estudos variados já
demonstrou de forma conclusiva, a promoção de alterações (Zuti & Golding, 1976).
Entende-se por treinamento físico um conjunto de procedimentos e meios que visam
atingir um nível mais elevado de condicionamento físico, a partir do uso de exercícios
sistematizados, produzindo efeitos sobre os sistemas cardiovascular, neuromuscular,
proprioceptivo e afetivo, estando vinculado ao diferentes objetivos propostos (Weineck,
1986; Martin, 1975; Dantas, 2003).
METODOLOGIA
1. Amostra
Participaram deste estudo três indivíduos do sexo masculino com idade média de 13,0 ±
17,1 anos, classificados como atletas do grupo de natação que realizaram um treinamento
de cinco dias por semana e mediante a apresentação de atestado médico foram todos os
indivíduos classificados como saudáveis. Os sujeitos do grupo eram alunos da escolinha
de natação do Oliveira Tênis Clube (O T C), com experiência prática de pelo menos dois
anos com natação. A seleção do grupo foi voluntária, sendo que, todos os sujeitos
participantes do estudo assinaram o termo de consentimento informado e esclarecido
para que pudessem ser incluídos no estudo e no transcorrer da pesquisa não fizeram uso
de nenhum tipo de medicação que pudesse interferir no comportamento das variáveis
analisadas.
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2. Treinamento
Foi feito um macrociclos de três meses (geral, especifico e técnico) sendo o ciclo geral
constituído de exercícios para um aumento nas capacidades do condicionamento corporal
e o ciclo especifico direcionado para partes diferentes do corpo como braços e pernas, já
o ciclo técnico desenvolveu toda parte motora do treinamento. Na estruturação do
macrociclo as três fases citadas podem se repetir mais de uma vez dependendo do
planejado. Também foram trabalhados seis mesociclos de um mês sendo cada mês
dividido em exercícios: 1º gerais, 2º iniciais, 3º básicos, 4º recuperativos, 5º especiais e 6º
controle e 24 semanas de microciclos com exercícios diários de distância. De acordo com
as tarefas objetivadas no mesociclo e do nível de preparação do atleta, a carga pode
variar num leque bastante amplo. Os microciclos se configuram como um conjunto de
varias sessões semanais com fatores que determinam seu conteúdo que são próprios
para cada esporte. Sendo inseridos os dados estatísticos para comparação da (FC) e a
variação das distancias, ao final do experimento os dados foram tabulados e analisados
no programa MICROSOFT Excel para o Windows, versão 11.0
3. Controle da FC e Distância Percorrida
Nestes ciclos foram realizados exercícios dentro e fora da piscina a uma temperatura da
água a 25ºc ± 1ºC, no inicio e após o treino de cada atividade ouve a verificação e
anotação dos batimentos cardíacos dos atletas que executavam o nado com FC, entre 68
bpm e 108 bpm no inicio e de 96 bpm a 136 bpm no final do treinamento. Os resultados
foram obtidos através do sensor de batimentos cardíaco Polar modelo Accurex Plus
(Polar Eletro Oy, Finlândia). O uso de tal equipamento permite o monitoramento da (FC)
com atualização dos dados a cada cinco segundos através da sua transmissão continua
pelos eletrodos localizados na cinta (sensor) posicionada no tórax do individuo. Também
foi anotada a distância por semana nadada pelos atletas durante todo o período no qual
eles nadaram todos os estilos da natação em exercícios gerais, específicos e técnicos
durante 90 minutos todos os dias.
RESULTADOS
Macrociclo
80000
70000
Distância
60000
50000
40000
Macrociclo
30000
20000
10000
0
Geral
Específico Técnico
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FIGURA – 1: Demonstração dos resultados referentes ao macrociclo de dois meses de
treino de natação com aumento de carga dividido em três objetivos. Sendo o eixo X à
distância em metros nadada e o eixo Y as fases de cada ciclo: Geral, Especifico e
Técnico.
FIGURA – 2: Valores que representam a estrutura das distâncias e dos meses divididos
em períodos de seis mesociclos. Sendo o eixo X à distância nadada em metros de cada
mês e o eixo Y os conteúdos trabalhados durante o estudo, geral, inicial, básico,
recuperativo, especial e controle.
Microciclos
12000
Distância
10000
8000
6000
Microciclos
4000
2000
0
1ª 3ª 5ª 7ª 9ª 11ª13ª15ª17ª19ª21ª23ª
Semanas
FIGURA – 3: Representação das distâncias em metros feita pelos nadadores e variação
crescente das semanas do estudo. Sendo o eixo X o percurso nadado em metros e o eixo
Y as semanas em que participaram do treino.
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Frequência Cardíaca
160
140
bpm
120
100
80
FC/Antes
60
FC/Após
40
20
0
1º
2º
3º
4º
5º
6º
Mês
FIGURA –
4: Resultados das medias da aferição das freqüências cardíacas antes dos treinos e após
os treinos de natação feitos todos os meses do ciclo de exercício. Sendo o eixo X os
batimentos por minuto e o eixo Y os meses da coleta da FC.
DISCUSSÃO
A resposta da (FC) varia com a modalidade do exercício e aqui podemos notar que ouve
um aumento na freqüência cardíaca de repouso durante o 3º, 4º, 5º e 6º mês de estudo e
que ao final do treinamento sofreu uma diminuição ou quase estabilização mesmo com o
aumento das distâncias nadadas pelos atletas. Ao verificar a influência do treinamento de
natação realizado com cargas crescentes semanais percebemos que foram nadadas
distâncias curtas de 4000 metros, medias de 8000 metros e outras maiores de 10000
metros dentro das normas do Treinamento Desportivo causando uma evolução no
condicionamento dos nadadores. Pela facilidade de mensuração, o comportamento da
freqüência cardíaca (FC) tem sido bastante estudado durante diferentes tipos e condições
associadas ao exercício (Ekblom, B. Hermansen, L.1968).
Em relação à capacidade cardiorrespiratória e os dados da freqüência cardíaca de
repouso e após o treinamento este estudo, aqui apresentado, nos permite a análise de
alterações de tal capacidade e saber que estão de acordo com os relatos que ressaltam
melhorias significativas na capacidade cardiorrespiratória dos praticantes de natação
afirmando que com uma freqüência a partir de no mínimo duas sessões semanais de
exercícios físicos por 30 minutos é possível evidenciar melhorias na capacidade
cardiorrespiratória dos praticantes da modalidade (Powers & Howley. 2000).
No presente estudo, foram encontradas alterações na distância nadada durante o período
de treinamento. Mas o que podemos perceber é que a grande maioria dos estudos não foi
ainda capaz de demonstrar alterações consideráveis na composição do quanto nadar com
o treinamento físico. Referindo-se especificamente a intensidade do treinamento, os
autores supracitados relatam que um treinamento de intensidade mais alta com 70% da
FC máxima é capaz de promover melhora na capacidade cardiorrespiratória com uma
sessão de trabalho de apenas 10 minutos, mas não relatam quantos metros devem ser
nadados. Já intensidades inferiores à referida necessitariam de uma sessão de
treinamento com duração de pelo menos 60 minutos de exercício contínuo para produzir
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um efeito positivo. Os resultados encontrados no presente estudo concordam com o
citado anteriormente, tendo em vista que se utilizaram sessões de treinamento com
intensidade em torno de 70% da FC máxima, com diferentes freqüências semanais da
distância e com duração de 90 minutos (MANOEL, C. S. L. PEDRO, B. J. et al; 2006).
CONCLUSÃO
Com base nos resultados apresentados conclui-se que, ao nos referirmos ao treinamento
de natação realizado com diferentes distâncias semanais e aferição cardíaca periódica
estas ao serem de ordem crescente produzem alterações positivas na capacidade do
condicionamento dos nadadores que aumentam o desempenho nadando mais longe a
cada período. Este estudo sendo feito de acordo com a periodização de ciclos torna-se
mais organizado e de maior entendimento para os atletas e melhor rendimento aos
treinadores, assim como também houve uma redução do comportamento da (FC) de
repouso e máxima durante os meses do estudo.
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Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
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PÔSTERES
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO
Francisco José Fernandes de Sena
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Dione Simoncini Araujo
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Co- autor: Profº Ms Sérgio Neris do Nascimento
Para que o processo de inclusão dos portadores de deficiência auditiva seja realmente
efetivo, é necessário que seja criado um ambiente totalmente favorável para o seu
desenvolvimento. Isto somente é possível, através de um trabalho conjunto entre família e
profissionais, com papel de educar a criança desde os primeiros momentos com
linguagem de sinais e do próprio surdo participando com total aplicação em todos os tipos
de atividades. O educador tem por obrigação estar totalmente capacitado a conduzir uma
turma com tais características e o principal é que os órgãos de educação adéqüem as
instituições para integrar os alunos surdos, proporcionando a todos os integrantes das
instituições de ensino, desde o diretor até a pessoa com menos atribuições pedagógicas,
capacitação especifica para atuar com crianças surdas. Nesse contexto a Educação
Física assume um papel facilitador para a relação entre os alunos. Um professor bem
capacitado aplicará uma nova pedagogia, atividades práticas que sejam capazes de
integrar de maneira igualitária tanto os alunos surdos quanto os demais. Muitas vezes as
crianças surdas, deixam de realizar alguns tipos de atividades físicas, por não se sentirem
parte daquele grupo e isso interfere diretamente no desenvolvimento de suas
capacidades físicas. O incentivo da Educação Física a prática de atividades físicas desde
as primeiras séries, fará com que haja um melhor desenvolvimento ao longo da vida tanto
em relação às necessidades físicas e motoras quanto ao convívio em sociedade, pois a
atividade física antes de tudo tem caráter integrador, faz com que as pessoas se
aproximem e para o desenvolvimento do surdo isso é fundamental.
UNIVERSIDADE ATIVA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE – PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO
MÁXIMO NA POPULAÇÃO DE DIAMANTINA – MG
Victor Barbosa Ribeiro1 e-mail:[email protected]
Michelle Vieira Carneiro1, Rafael de Menezes Reis1, Angélica Aparecida dos Santos
Silva1, Bianca Marques de Almeida1, Betânia Maiara Silva Santos1,Tatiane Fortes
Santana1 , Vanessa Pereira de Lima2, Marco Fabrício Dias Peixoto3.
1
Acadêmicos de Fisioterapia da UFVJM
2
Docente do Departamento de Fisioterapia da UFVJM
3
Docente do Departamento de Educação Física da UFVJM
O sedentarismo compromete cerca de 70% da população do planeta. É considerado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) a causa de dois milhões de mortes ao ano no
mundo. É também fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como
diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, obesidade, doenças cardiovasculares,
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osteoporose, algumas formas de câncer e doenças respiratórias. O projeto intitulado
“Universidade Ativa na Promoção da Saúde” foi uma iniciativa envolvendo os cursos de
Fisioterapia, Nutrição, Enfermagem e Educação Física da UFVJM. Através de cartilhas,
vídeos educativos e pôsteres, a população local recebeu informações sobre a importância
de manter um estilo de vida saudável. Também foram realizadas medidas da capacidade
pulmonar dos indivíduos. Através do aparelho Peak-Flow Meter foi obtido medidas do
Pico de Fluxo Expiratório Máximo, que é o fluxo máximo alcançado durante uma manobra
expiratória forçada partindo do volume pulmonar máximo (Capacidade Pulmonar Total),
que é uma importante medida de função pulmonar dos indivíduos. Esta foi realizada por
26 indivíduos. Após a coleta, observou-se que apenas 14 pessoas (aproximadamente
54%) obtiveram o índice aceitável proposto por idade x altura x sexo. Dessa forma, é
notório a importância da continuidade deste projeto, permitindo à população o
aprendizado sobre como manter um estilo de vida saudável para prevenir o surgimento de
doenças respiratórias. Além disso, é necessário maior direcionamento investimentos em
programas de orientações sobre a promoção da saúde.
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A IMPORTÂNCIA DA HIDROTERAPIA NA REABILITAÇÃO
PÓS – CIRÚRGICA DO LCA
GIANELO, Maikol Carlos Simões - Fisioterapeuta -Pós - Graduação em Ortopedia e
Traumatologia / Especialista em RPG/RPM / Mestrando em Biomecânica / Medicina e
Reabilitação do Aparelho Locomotor – FMRP-USP
RESUMO
Atualmente o tratamento em piscina terapêutica vem aumentando, ganhando espaço na
reabilitação do lca, sendo muito aceita pelos médicos, indicada e utilizada no período pré
e pós cirúrgico, por fisioterapeutas em programas multidisciplinares, devido a um grande
desenvolvimento científico das técnicas e tratamentos utilizados, além dos excelentes
resultados obtidos, porque, dentre os recursos para tratamento fisioterápico, a
hidroterapia, através de seus benefícios, nos permite propor um protocolo de atuação,
com exercícios que o paciente se encontra impossibilitado de realizar no solo, realizandoos sem riscos. Alguns autores relatam que um período de imobilização prolongado ou
desuso de uma parte do corpo, ocasionado por uma intervenção cirúrgica , nesse caso a
reconstrução do ligamento cruzado anterior, ocorrem algumas alterações do membro
afetado, como atrofia muscular, encurtamentos, bloqueios articulares e edema. O principal
objetivo desse trabalho foi demonstrar a importância de um tratamento precoce realizado
em uma piscina terapêutica para o tratamento deste tipo de intervenção. O estudo foi
realizado através de um levantamento bibliográfico sendo os itens pesquisados, força
muscular, amplitude de movimento, perimetria das massas musculares, dor, assim como
a comparação entre os tratamentos realizados em solo e em piscina terapêutica. Esse
tipo de proposta de tratamento só é possível graças aos efeitos físicos e fisiológicos da
água, flutuação, pressão hidrostática, viscosidade dentre outros.. Portanto, a
hidrocinesiterapia tem grande valia quando se trata da reabilitação de pacientes
submetidos à reconstrução do ligamento cruzado anterior.
Palavra chave: Hidroterapia, Reconstrução cirúrgica, Ligamento cruzado anterior,
autoenxerto, ligamento patelar.
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KARATÊ PARA TODOS
Renato Sampaio Sadi/ Professor Doutor em Educação Física/ Universidade Federal de
São João del Rei-MG/ [email protected]
Larissa Aparecida Milani Vivas/ Graduada em Educação Física/ Universidade Federal de
São João del Rei- MG/ [email protected]
A Universidade Federal de São João del Rei/ Minas Gerais, sinônimo de educação
para a população em geral, destrincha o saber em diversos itens. Dentre eles, encontrase o lazer que também é utilizado pelos alunos e demais pessoas de diversas formas. Um
dos projetos de extensão realizado pelo Departamento das Ciências da Educação Física
e Saúde disponibiliza uma prática corporal milenar de forma gratuita: o Karatê (estilo
Shotokan). Esta prática abrange idades entre 7 e 70 anos e tem por objetivo dirigir,
difundir, orientar, incentivar, supervisionar, controlar, coordenar e fiscalizar o ensino e a
prática do Karatê como esporte, arte, cultura e prática cotidiana. Através desta arte
marcial, foram desenvolvidos aspectos fisiológicos como: flexibilidade, coordenação,
equilíbrio, resistência muscular, além de maior disposição. E aspectos psicológicos como:
raciocínio rápido, concentração e disciplina. Os princípios desta luta vão ao encontro da
formação do cidadão na sociedade: respeito acima de tudo; criar o intuito de esforço,
conter o espírito de agressão, esforços para a formação do caráter, fidelidade para o
verdadeiro caminho da razão. Iniciou-se em março de 2009 com duas turmas de 20
alunos no Campus Tancredo Neves - (CTAN) – em São João del Rei, nos turnos matutino
e vespertino em dias alternados. O Projeto Karatê para Todos alcançou avanços como à
aquisição de protetores e materiais. Permanece em andamento na Universidade Federal
de São João del Rei, no campus Tancredo Neves (Ctan). Entretanto, ainda carece de
recursos e apoios como, por exemplo, espaço mais amplo, maior acessibilidade,
patrocínio para eventos, entre outros.
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ANÁLISE DO DUPLO-PRODUTO EM TRÊS DIFERENTES INTENSIDADES DE TREINO
EM INDIVÍDUOS TREINADOS
Hugo Ribeiro Zanetti Graduando em Educação Física Universidade Presidente Antônio
Carlos [email protected]
André Luiz Ferreira Graduando em Educação Física Universidade Presidente Antônio
Carlos [email protected]
Antônio Marinho dos Santos Especialista em Fisiologia do Exercício DocenteUniversidade Presidente Antônio Carlos [email protected]
Eduardo Gaspareto Haddad Especialista em Gerontologia-UFU e Docente - Universidade
Presidente Antônio Carlos [email protected]
Flaviano
Márcio
Pereira
Especialista
em
Fisiologia
do
Exercício
[email protected]
Juliana Vieira de Paiva Especialista em Hematologia Laboratorial Docente - Universidade
Presidente Antônio Carlos [email protected]
Leandro Teixeira Paranhos Lopes Mestrando em Ciências da Saúde-UFU e DocenteUniversidade Presidente Antônio Carlos [email protected]
Leonardo Fernandes Moreira Graduando em Educação Física Universidade Presidente
Antônio Carlos [email protected]
Atualmente, vários trabalhos têm demonstrado interesse em indicar segurança em vários
tipos de exercício de naturezas diversas. Um importante indicador para determinar
indiretamente a taxa de trabalho do miocárdio é o duplo produto (DP), que é o produto da
frequência cardíaca e pressão arterial sistólica.
O objetivo deste trabalho foi comparar o DP em indivíduos treinados em três diferentes
intensidades determinando a sobrecarga cardíaca do treino.
Foram selecionados cinco indivíduos treinados a mais de seis meses. Para determinar a
carga, os indivíduos foram submetidos a testes de repetições máximas (RM), divididos em
6, 12 e 25 RM, realizados no aparelho Leg Press 45º com intervalo mínimo de 48 horas
entre si.
Após determinar a carga, os voluntários foram convocados a comparecer no local
de realização dos testes. Para determinação da freqüência cardíaca e pressão arterial de
repouso, os indivíduos permaneceram cinco minutos sentados. Posteriormente, o
voluntário foi encaminhado para o aparelho Leg Press 45º, onde realizou três séries
aleatoriamente escolhidas entre 4-6, 10-12, 20-25 RMs. O intervalo entre as séries foi de
um minuto. A PA foi aferida entre a penúltima e última repetição de cada série, e a FC foi
observada ao final da série.
As análises dos dados demonstram que quando se compara os resultados obtidos dentro
da mesma RM, a resposta do DP foi maior em todas as séries do que em situação de
repouso. À medida que se aumentam as séries, também aumentam as respostas destas
variáveis. Porém entre as três séries de cada intensidade não houve diferença
significativa. Ao comparar todas as RMs pode-se observar que a maior diferença
apresentada de DP ocorreu durante a realização de 25RM.
Portanto, a variável mais importante para alterações significativas do duplo produto foi o
tempo de tensão.
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CÂNCER CERVICO UTERINO: O PAPEL DA ENFERMAGEM
Guilherme Coelho Nazaré, Enfermeiro formado pelo Centro Universitário
Educacional Guaxupé - UNIFEG, [email protected]
Josiane Alves da Silva, Enfermeira formada pelo Centro Universitário
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Nathalia Ciarallo Mauer, Enfermeira formada pelo Centro Universitário
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Profº Ms. Edvânio Ramos Rodrigues, Docente do Centro Universitário
Educacional Guaxupé - UNIFEG
da Fundação
da Fundação
da Fundação
da Fundação
O presente estudo tem como objetivo descrever o papel da enfermagem no diagnóstico
precoce do câncer de colo uterino, estimulando as mulheres a realizarem o exame
papanicolaou anualmente. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva,
considerando-se a necessidade de conhecer o assunto em questão à partir da descoberta
de novas informações e da descrição dos conceitos, situações e características que
permeiam o objeto em estudo. O útero é um órgão com formato de pêra, oco, dividido em
corpo, istmo, colo, a abertura do útero na cavidade vaginal é o óstio e a parte superior,
entre os pontos de entrada das tubas uterinas, o fundo. O câncer de colo uterino ainda
hoje é uma das principais causas de morte em mulheres do Brasil e do mundo. O Brasil é
o campeão do mundo, sendo este o segundo na lista dos cânceres que mais levam à
óbito mulheres no país. O câncer de colo uterino é uma doença com evolução lenta, é de
aproximadamente 20 anos. Este período relativamente longo permite ações preventivas
eficientes podendo alterar o quadro evolutivo da doença. Seu diagnóstico é obtido através
do exame papanicolaou (colpocitologia oncótica), que consiste em um esfregaço em
lâminas, de material colhido do fundo do colo uterino, esse diagnóstico esbarra em
dificuldades no acesso aos serviços de saúde pública, na demanda excessiva e
contingente baixo de profissionais para a sua realização, além de tabus impostos pela
sociedade. Seu tratamento, quando benigna tratado em unidades de atendimento
secundário, quando maligna tratado em unidades de atendimento terciário (cirurgias,
quimioterápicos e radioterápicos). Conclui-se então, que a enfermagem tem um papel
importante, em incentivar as mulheres a realizarem o exame de papanicolaou, afim de
obter um diagnóstico precoce e aumentar a sobre vida e a cura dessa neoplasia que faz
tantas vítimas em todo mundo.
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ANÁLISE DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR NO PRÉ E PÓS-COMPETIÇÃO DE
DISTINTAS MODALIDADES DE LUTA.
ERICA MOREIRA OLIVEIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
JONATHAS JOSÉ DA SILVA
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
DANILO STEFANI ESPOSTO;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
GABRIEL PÁDUA DA SILVA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
BRUNO FERREIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
EDSON DONIZETTI VERRI;
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
SIMONE CECÍLIO HALLAK REGALO
- Doutora/ Docente- Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- FORP-USP.
INTRODUÇÃO: Durante a luta, o atleta se encontra em contato com o adversário na
maior parte do tempo e realiza a preensão palmar para desenvolver seu estilo de luta, o
que demonstra a importância de uma função muscular adequada para essa iguaria
humana. Assim torna-se evidente a necessidade de se avaliar a força de preensão
palmar. OBJETIVO: Este trabalho tem como finalidade correlacionar à força de preensão
palmar (FPP) de praticantes de diversas modalidades de luta pré e pós-competição.
MATERIAIS E MÉTODOS: Participaram do estudo 6 atletas do sexo masculino, destros,
com média de idade de 28,50± 3,65 anos, sendo que cada um, pratica uma modalidade
de luta específica, Jiu-Jítsu (Atl 1), Aikido (Atl 2), Karatê (Atl 3), Capoeira (Atl 4), Judô
(Atl5) e Kung Fú (Atl6), participantes em variadas competições de luta da região de
Ribeirão Preto-SP. Estes foram submetidos a uma análise de força de preensão palmar
bilateral pré e pós-competição, através de um dinamômetro de força da marca JAMAR,
modelo PC 5032p. O paciente, por sua vez, foi padronizado na posição de sentado e
recostado com o ombro na posição neutra, cotovelo em 90º e antebraço apoiado sobre a
mesa. Para análise estatística foi utilizado o teste paramétrico, através do programa
GraphPad Prism. RESULTADOS: Os atletas de acordo com a classificação metodológica
obtiveram as seguintes diferenças de força entre os membros direito pré e póscompetição: 13,57%; 1,53%; -19,31%; 5,76%; -1,42%; -9,99%. Já o lado esquerdo os
resultados foram: 8,53%; 4,41%, -7,83%; 9,43%; 0%; -6,24%. CONCLUSÃO: Observouse que o atleta de Kung Fú e Karatê por utilizar movimentos de impacto ao adversário
gerou o maior stress muscular, gerando uma fadiga da musculatura peri-articular.
Entretanto o Jiu-jítsu, Aikdo, Capoeira e Judô por utilizar a mão apenas em pegadas sem
impacto, obtiveram-se um menor stress, portanto, uma menor fadiga.
PALAVRAS CHAVE: Lutas, Preensão Palmar, Dinamômetro.
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NINTENDO WII NO PROCESSO DE REABILITAÇÃO DA DOENÇA DE PARKINSON:
ESTUDO DE CASO
ERICA MOREIRA OLIVEIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
PATRÍCIA FARIA CAMARGO;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
DANILO STEFANI ESPOSTO;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
GABRIEL PÁDUA DA SILVA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
BRUNO FERREIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
EDSON DONIZETTI VERRI.
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
CESAR AUGUSTO BUENO ZANELLA
- Doutor/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
INTRODUÇÃO: A Doença de Parkinson (DP) é uma degeneração que resulta na
diminuição da produção de dopamina, gerando um conjunto de sintomas caracterizados
principalmente por distúrbios motores. Embora a terapia farmacológica seja à base do
tratamento, a fisioterapia é um recurso indispensável para o controle da doença. O
programa de exercícios cinesioterapêuticos tem como objetivo desacelerar a progressão
da doença, impedindo o desenvolvimento de complicações e deformidades secundárias.
O Nintendo Wii é o console sem fio, que capta os movimentos realizados pelos pacientes,
os interpreta e depois os transporta para o jogo. Os níveis de habilidade variam de acordo
com a performance do paciente.OBJETIVOS: Demonstrar a eficiência de um programa de
reabilitação em pacientes portadores da DP utilizando Nintendo Wii. MATERIAIS E
MÉTODOS: O presente estudo constituiu-se de um paciente do sexo masculino, 79 anos,
portador da DP diagnosticada há oito anos. Utilizou-se como instrumentos para a
avaliação do paciente a Escala de Equilíbrio de Berg e o Índice Dinâmico da Marcha.
Posteriormente foram realizadas cinco sessões diárias de trinta minutos de um programa
de atividades no Nintendo Wii objetivando o aprimoramento do equilíbrio e,
consequentemente, melhora do padrão da marcha. Após as cinco sessões iniciais,
processou-se a reaplicação da avaliação, para subseqüente comparação. RESULTADOS:
Na primeira avaliação, (início do tratamento), o paciente alcançou 46 pontos na Escala de
Berg e 15 pontos no Índice Dinâmico da Marcha. Após as cinco sessões iniciais do
programa proposto, o mesmo alcançou 53 pontos na Escala de Berg e 22 pontos no
Índice Dinâmico da Marcha. CONCLUSÃO: Achados recentes na literatura corroboram
com os resultados obtidos neste estudo que apontam benefícios na incorporação do Wii
ao processo de reabilitação de indivíduos com distúrbios motores, apresentando-se um
elemento motivador do processo de reabilitação, a partir de um ambiente favorável de
recuperação.
PALAVRAS CHAVES: Nintendo Wii, Doença de Parkinson, Fisioterapia.
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O IMPACTO DA PRATICA DE FUTSAL E VOLEIBOL NA POSTURA DE ATLETAS
AMADOR
ERICA MOREIRA OLIVEIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
JONATHAS JOSÉ DA SILVA
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
DANILO STEFANI ESPOSTO;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais
GABRIEL PÁDUA DA SILVA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
BRUNO FERREIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
EDSON DONIZETTI VERRI;
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
SIMONE CECÍLIO HALLAK REGALO
- Doutora/ Docente- Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- FORP-USP.
INTRODUÇÃO: Os esportes de alto nível determinam padrões corporais que extrapolam
as barreiras fisiológicas do corpo humano. Os problemas posturais nos esportes podem
ser atribuídos à especificidade do treinamento desportivo, em que há enfoque em
demasia nos grupos musculares mais solicitados. OBJETIVO: Analisar e qualificar a
postura de atletas do voleibol e futsal amador. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo
contemplou 40 atletas participantes dos 54º Jogos Regionais da cidade de Sertãozinho2010, sendo 10 atletas do sexo masculino de Futsal (FM), 10 atletas do sexo feminino do
Futsal (FF), 10 atletas do sexo masculino de Voleibol (VM) e 10 atletas do sexo feminino
de Voleibol (VF). No FM a média de idade foi de 19,30± 2,98 anos e no FF de 19,20± 5,00
anos. No VM a média de idade foi de 19,10± 0,87 anos e no VF de 22,30± 6,11 anos.
Estes foram submetidos a uma avaliação postural através da escala de New York, com o
atleta em ortostatismo, com análise em dois eixos de delimitação posterior e lateral. Para
análise dos resultados utilizou-se a classificação de New York, que classifica os
resultados como: Pontuação de 01 à 39 acometimento severo, 40 à 55 acometimento
moderado e 56 à 65 normal. RESULTADOS: No FM a média da escala de New York foi
de 41,80± 7,36 pontos, no FF de 46,50± 4,50 pontos. No VM a média foi de 49,10± 6,02
pontos e no VF de 46,70± 5,03 pontos. Todas as médias foram consideradas como
acometimento postural moderado de acordo com a classificação da escala de New York.
CONCLUSÃO: Notou-se que o acometimento postural está presente em atletas de
modalidade distintas, fato este relacionado às adaptações morfofuncionais do esporte ou
pelo próprio esforço dos ciclos de competições participantes.
PALAVRAS CHAVE: Postura, Futsal, Voleibol
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O BULLYING E OS JOGOS DESPORTIVOS COLETIVOS
Custódio, Debora Aparecida
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
Silva, Ana Lúcia Santana
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
Eid, Katya
Mestre, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
A violência cresce cada vez mais em todo o mundo. As notícias apresentadas pela mídia
referentes às manifestações de violência tem sido constantes e os danos causados às
vítimas são cada vez, mais graves, constrangedores e inevitáveis às questões sociais,
afetivas, físicas, psíquicas, além das violências não visualizadas que vem se difundindo e
alcançando proporções preocupantes: Este tipo de violência denomina-se Bullying. O
Bullying pode ser encontrado em toda e qualquer escola, não estando restrito a nenhuma
instituição. Pode se afirmar que as escolas que não admitem a ocorrência de Bullying
entre seus alunos desconhecem o problema ou se negam a enfrentá-lo. O ambiente dos
Jogos Desportivos Coletivos (JDC) é repleto de possibilidades para o desenvolvimento do
indivíduo envolvido em seu processo. Os JDC, nesse aspecto, são entendidos como um
sistema complexo, que apresenta diversas singularidades com o contexto estabelecido
em sociedade, permitindo uma construção para além do ensino das particularidades
específicas dos jogos coletivos, transpassando formulações de metáforas conscientes
para vida. O esporte surge como um construtor de valores (personalidade, espírito
coletivo, aceitar as regras, resolver problemas, analisar situações etc.) e comportamentos,
levando-os a diferentes níveis de experiências e vivências. As inteligências múltiplas,
principalmente a inteligência intrapessoal e a inteligência interpessoal, podem ser
desenvolvidas nas aulas de Educação Física por meio dos JDC. A Educação Física,
disciplina curricular relevante e necessária ao desenvolvimento juvenil, propicia aos
discentes uma maior exposição nas aulas práticas das suas potencialidades e limitações.
Essas últimas, na maior parte das vezes, são fatores que ensejam o surgimento do
fenômeno Bullying com conseqüências imprevisíveis. Diante deste problema, investigase: Os professores de Educação Física coíbem o Bullying nas suas aulas através dos
(JDC).
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ESTUDO DA DIETA HABITUAL DE PRATICANTES DE GINÁSTICA ARTÍSTICA
MARIA ANTONIA APARECIDA BARBOSA;
- GRADUANDO DO CURSO DE NUTRIÇÃO,
- CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO DE BATATAIS
- [email protected];
MARILIA BODELON BALAN;
- Graduando do curso de Nutrição, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
CAROLINE BONFIM NOVENTA;
- Graduando do curso de Nutrição, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
GABRIEL PÁDUA DA SILVA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
BRUNO FERREIRA;
- Graduando do curso de Fisioterapia, Centro Universitário Claretiano de Batatais,
ADRIANA LUCIA CAROLO
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
ÉRIKA DA SILVA BRONZI
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
EDSON DONIZETTI VERRI.
- Mestre/ Docente- Centro Universitário Claretiano de Batatais
Introdução: A ginástica artística é caracterizada como uma modalidade esportiva que
combina arte e movimentos de alta complexidade. Estes movimentos devem ser sempre
elegantes e demonstrarem agilidade, força, coordenação, flexibilidade, equilíbrio, controle
e domínio do corpo. Os fatores intrínsecos relacionados com as lesões desta modalidade
são estatura, peso e idade que também estão ligados diretamente com a qualidade e a
freqüência da alimentação, sendo esta de extrema importância para o rendimento
esportivo. O questionário de freqüência alimentar é o método muito utilizado para
mensurar a dieta pregressa, este tem a capacidade de classificar os indivíduos segundo
seus padrões alimentares habituais. Objetivo: Avaliar a freqüência de ingestão alimentar
habitual de praticantes de Ginástica Artística do Centro Universitário Claretiano de
Batatais, utilizando o Questionário de Freqüência Alimentar. Metodologia: Participaram do
estudo 5 adolescentes do sexo feminino, com média de idade de 12,4 ± 1,34. As atletas
foram avaliadas através de um questionário de freqüência alimentar, analisadas
descritivamente. Resultados: Através desta análise quali-quantitativa do consumo
alimentar diário, obteve-se os seguintes dados: arroz 80% das entrevistadas consomem 2
vezes e 20% 1 vez, ingestão de feijão 60% 2 vezes, leite 80% 2 vezes, vegetais folhosos
60% 2 vezes, legumes 20% 2 vezes e 20% 1 vez e frutas 60% 2 vezes. Em relação a
ingestão de guloseimas tais como refrigerante, salame, frituras e doces 100% consumiam
2 vezes ao dia. Conclusão: Através deste estudo pode-se observar que o consumo dos
alimentos considerados essenciais, foi satisfatório, porém, a introdução de guloseimas na
dieta diária destas atletas apresentou alto índice diante das necessidades recomendadas.
PALAVRAS CHAVE: Nutrição, Ginástica Artística, Freqüência Alimentar.
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JUDÔ: A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO 2º SEGMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Leandro de Azevedo
Pós-graduando em Educação Física Escolar - Instituto de Gestão Educacional
Signorelli – IGES, Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física
Escolar - NEPEFE – Petrópolis- RJ
E-mail: [email protected]
Luis Eduardo de Oliveira
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Samanta Azevedo do Vale
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Eliana Garro Areias
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Ingrid Rodrigues
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Vanessa Ferreira da Silva
Pós-graduada em Educação Física Escolar - Universidade Estácio de Sá – UNESA- RJ,
Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física Escolar - NEPEFE –
Petrópolis- RJ
Introdução: A prática do judô vem despertando interesse não só pelo seu aspecto
competitivo, mas, sobretudo pelos benefícios recreativo, afetivo-social, cognitivo e motor.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar como os alunos do 2º segmento do
ensino fundamental do Projeto de Judô do Colégio Anglicano de Araras, Petrópolis-RJ,
observam o judô e que benefícios trazem a seus praticantes. Metodologia: A pesquisa
caracterizou-se como descritiva. Participaram do estudo 21 alunos. O instrumento
utilizado para coleta de dados foi o questionário composto de nove questões, tanto
abertas como fechadas. A análise dos dados se deu através de porcentagem.
Resultados: Com relação aos resultados, quando perguntados sobre o que mais gostam
na aula de judô, tudo ficou em primeiro lugar (28,6%); já o que menos gostam, cair
(42,8%). Praticar atividade física foi o escolhido sobre o que procuram no judô (38%). Os
alunos declararam que as aulas de judô ficam mais prazerosas quando o professor
trabalha o lúdico (57,1%). Em relação ao sentimento pelas aulas, a maioria dos alunos
respondeu que ama (43%). Vêem como benefício que sentem nas aulas a melhora da
saúde (57%) e como a maior importância nas aulas é aprender a se defender (43%). A
maioria (85,7%) afirmou que o judô poderia fazer parte frequentemente das aulas de
Educação Física. 100% dos alunos disseram que a maior contribuição do professor é na
formação como cidadão e ele faz isso através da informação (47,6%). Conclusão: O judô
é um esporte muito praticado nas escolas e sua importância foi percebida pelos alunos
em relação à melhora na qualidade de vida, como atividade física e até mesmo na
formação de seu caráter.
Palavras-chave: Judô, Educação Física, Formação.
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JUDÔ: A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Leandro de Azevedo
Pós-graduando em Educação Física Escolar - Instituto de Gestão Educacional
Signorelli – IGES, Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física
Escolar - NEPEFE – Petrópolis- RJ
E-mail: [email protected]
Luis Eduardo de Oliveira
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Samanta Azevedo do Vale
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Eliana Garro Areias
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Ingrid Rodrigues
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Vanessa Ferreira da Silva
Pós-graduada em Educação Física Escolar - Universidade Estácio de Sá – UNESA- RJ,
Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física Escolar - NEPEFE –
Petrópolis- RJ
Introdução: A prática do judô vem despertando interesse não só pelo seu aspecto
competitivo, mas, sobretudo pelos benefícios recreativo, afetivo-social, cognitivo e motor.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar como os alunos do Ensino Médio do
Projeto de Judô do Colégio Estadual Cardoso Fontes, Petrópolis-RJ, observam o judô e
que benefícios trazem a seus praticantes. Metodologia: A pesquisa caracterizou-se como
descritiva. Participaram do estudo 25 alunos. O instrumento utilizado para coleta de dados
foi o questionário, composto de nove questões, tanto abertas como fechadas. A análise
dos dados se deu através de porcentagem. Resultados: Com relação aos resultados,
quando perguntados sobre o que mais gostam nas aulas de judô, lutar ficou em primeiro
lugar (32%); já sobre o que menos gostam, cair e nada ficaram com 40%. Praticar uma
atividade Física foi apontado como o que mais procuram no judô (20%). Os alunos
declararam que a aula de judô fica mais prazerosa quando é utilizado o trabalho lúdico
(64%). Em relação ao sentimento pelas aulas, houve um empate entre amar e adorar
(44%). Vêem como benefício que sentem nas aulas a melhora da saúde (40%) e a maior
importância nas aulas de judô é aprender a ser um bom cidadão (48%). Quando
perguntados se o judô poderia fazer parte frequentemente das aulas de Educação Física,
a maioria absoluta (80%) respondeu que sim. Os alunos (100%) afirmaram que o
professor contribui para sua formação e faz isso através da conversa (44%). Conclusão:
O judô é um esporte muito praticado nas escolas e sua importância foi percebida pelos
alunos em relação à melhora na qualidade de vida, como atividade física e até mesmo na
formação de seu caráter.
Palavras-chaves: Judô, Educação Física, Formação.
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A HIDROGINÁSTICA COMO INSTRUMENTO PARA A MELHORIA DA APTIDÃO
FÍSICA EM IDOSAS
Autores:
Daniele Cristina Rodrigues Maciel
Aluna da Pós Graduação ENAF/GAMMON – Atividades Aquáticas
RUA ANTÔNIO ALVARENGA, 80, JARDIM SAMAÚMA – LAVRAS/MG 37200-000.
[email protected] (35) 9103-8808
Orientador: Ms. Luiz Henrique Rezende Maciel
Professor do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Lavras
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS,
CAMPUS UNIVERSITÁRIO – LAVRAS/MG 37200-000. [email protected]
(35)9115-9448
Nos dias atuais é fato que a população da terceira idade está crescendo
significantemente em todo o mundo (SOUZA; JACOB FILHO; SOUZA, 2006). Este grupo
é composto por pessoas que necessitam de alguns cuidados especiais, como boa
alimentação, atividade que os estimulem a manutenção da condição motora e psicológica,
boas condições habitacionais, acompanhamento médico, vida social ativa e uma atividade
física (HERMOGENES, 2003).
Pensando nisto foi feito uma pesquisa com uma amostra composta por 10
mulheres idosas em media 67,4 anos, média percentual de gordura de 27,8%. Os sujeitos
da amostra não tinham o hábito de praticar atividade física. A amostra foi analisada nos
pré testes (RIKLI; JONES, 2008): subir e descer 15 degraus de uma escada, deitar e
levantar de uma cama, sentar e levantar de uma cadeira, trocar de roupas e pentear os
cabelos em seqüência. O tempo médio de execução dessas tarefas foi de 20 minutos e
18 segundos. A amostra foi submetida a aulas de hidroginástica, segundo os preceitos de
White (1998). Após três meses de prática com aulas de 50 minutos de duração,
ministradas três vezes por semana, trabalhando exercícios resistivos e convencionais,
com o auxilio de materiais flutuadores como: pranchas, halteres, caneleiras e espaguetes,
todos executados com a presença e ajuda dos professores, foi constatado uma redução
média de 5 minutos e 03 segundos no tempo final das tarefas referidas anteriormente
num pós teste, mostrando também uma importante diminuição na taxa de IMC.
Constataram-se então benefícios físicos e psicológicos (ERICSSON et al., 2006; MACIEL;
MORAES, 2009) da hidroginástica para este grupo, podendo assim, não só trazê-lo de
volta ao convívio social, mas também, sendo uma forma de profilaxia das doenças e
melhoria de ânimo e vitalidade para as atividades de vida diária.
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O NOVO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL- PERSPECTIVAS PARA A EDUCAÇÃO
FÍSICA
DINIZ, Joceli Ribeiro Bastos
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
MARTINS, Patrícia Fernandes
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
Orientadora: POLONI, Maria José
Profª Mestre, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
A Lei nº 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da
Lei no 9.394, (6°, 30, 32 e 87) da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, de 20
de dezembro de 1996, em relação ao ensino fundamental de 09 anos e da inserção da
criança de seis anos no 1º ano deste nível de ensino. A obrigatoriedade se dá desde
2006, porém o prazo máximo para adequação se encerrou neste ano de 2010. Tendo em
vista o impacto dessa nova realidade, ressalta-se a importância de uma reformulação
metodológica para as aulas de Educação Física no Ensino Fundamental, em especial, no
1º ano. Acredita-se que essa reformulação deva basear-se primeiramente na
humanização da relação professor-aluno e, a partir disso, abrir novos caminhos para
mudanças. É necessário que se conheça o desenvolvimento infantil para evitar paradoxos
entre conteúdos, metodologia, e o que realmente é essencial para ser trabalhado com a
criança, nessa fase de pleno desenvolvimento. Por essa razão, não basta simplesmente
estar na escola, é preciso que aprendam e assimilem conteúdos com qualidade. Desse
modo, é necessário que os educadores repensem o seu papel e suas responsabilidades,
pois o processo de construção do mundo objetivo e subjetivo de uma criança passa pelo
trabalho do professor. É válido lembrar que cada criança é única, com suas necessidades
individuais e não existe método específico, nem imposição nesse processo. Por isso, o
estímulo através de atividades diversas é o melhor caminho para o pleno
desenvolvimento. É preciso resgatar o foco no conhecimento e conciliá-lo à humanização
desse saber. A Educação Física contribui, grandemente, para a valorização da vida
humana quando incentiva a atuação do ser humano em suas dimensões, daí sua
importância no processo formativo no início da escolarização dos alunos.
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PERFIL DE ATIVIDADES FÍSICAS DE PARTICIPANTES DO PROJETO
“UNIVERSIDADE ATIVA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE”
Victor Barbosa Ribeiro1, e-mail: [email protected]
Natália Fontes Alves Ambrósio1, Mariana Tereza Pereira Pires1, Sídney José Costa1,
Marco César Rosa Martins 2, Karen Almeida Barroso 2, Tânia Regina Riul3, Marco
Fabrício Dias Peixoto4.
1
Acadêmicos de Educação Física da UFVJM
2
Acadêmicos de Enfermagem da UFVJM
3
Docente do Departamento de Nutrição da UFVJM
4
Docente do Departamento de Educação Física da UFVJM
O sedentarismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde o inimigo número um
da saúde pública e está associado a dois milhões de mortes ao ano no mundo. É fator de
risco para doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e hipertensão. O
impacto de uma intervenção de promoção à saúde em relação às práticas
corporais/atividade física tem reflexo direto na redução dos custos de internação e de
medicamentos para o SUS. Para isto, é necessário intensificar as ações estratégicas de
promoção da saúde no cotidiano dos serviços de saúde e da comunidade. Assim, vimos a
necessidade de criar um modelo multidisciplinar que envolvesse os cursos de Nutrição,
Fisioterapia, Educação Física e Enfermagem para realizar um levantamento do estado de
saúde global, dos hábitos alimentares e de atividades físicas, bem como fornecer
orientações nutricionais e de atividade física à população de Diamantina. O trabalho foi
realizado em Diamantina e a coleta foi realizada através de questionários criados pelo
grupo do projeto. Os dados mostraram que aproximadamente metade dos participantes
não praticam atividade física regular e que crianças, adolescentes e adultos jovens têm
maior interesse na prática gratuita supervisionada da modalidade natação, enquanto
adultos e idosos pela caminhada. Esse levantamento auxiliará Universidade, prefeitura,
secretarias de esportes e saúde no direcionamento de investimentos em locais públicos
que visem o incentivo da prática de atividades físicas.
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O ENSINO DESENVOLVIMENTAL E A ATIVIDADE AUTO-AVALIATIVA NO VOLEIBOL
ESCOLAR
MADE JÚNIOR MIRANDA - Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
Introdução
As dificuldades relativas à aprendizagem no esporte têm despertado os professores na
busca de melhores processos educativos que tenham como pressuposto levar os alunos
a apropriação do conhecimento científico e a sua utilização nas diversas situações
decorrentes do jogo.
Problema/questões
As atividades de ensino esportivo têm proporcionado as ações mentais necessárias e
suficientes para levar os alunos a internalizarem os conceitos nucleares importantes para
a prática do jogo de voleibol?
Objetivos
Apresentar as regularidades observadas no desenvolvimento do experimento didático
formativo em jovens iniciantes de voleibol, nos aspectos da apropriação e generalização
de conceitos nucleares do jogo de voleibol, da formação personalidade e do desempenho
esportivo, em função do desenvolvimento das atividades de ensino-aprendizagem na
perspectiva do ensino desenvolvimental.
Metodologia
O presente estudo está sendo desenvolvido pelo modo de investigação da teoria históricocultural dos psicólogos russos Vygotsky, Leontiev, Lúria, Galperin e Davídov. A amostra é
composta por 18 alunos voluntários do sexo masculino, de 12 a 13 anos de idade,
regularmente matriculados nas escolas públicas do Município de Trindade – GO. A coleta
de dados está sendo feita através de entrevistas com roteiros estruturados, questionário,
observação, vídeos e escaltes.
Resultados parciais
O “escalte” técnico, pode se converter em um instrumento avaliativo de qualidades e de
potenciais humanos.
A experiência auto-avaliativa tem sinalizado para um procedimento eficiente na melhora
da performance dos fundamentos treinados e para uma maior reflexão acerca dos erros e
acertos durante o aprendizado do voleibol.
Espera-se que este estudo contribua na sistematização de procedimentos didáticos e
metodológicos que facilitem as dinâmicas de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Ensino desenvolvimental, Auto-avaliação. Voleibol.
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A POLUIÇÃO DO AR NA CIDADE DE GOIÂNIA – GO E A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
FÍSICOS
MADE JÚNIOR MIRANDA - Pontifícia Universidade Católica de Goiás/Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás
Introdução
A maior aderência da população goianiense à prática de atividade física, principalmente
nos bosques, parques e calçadões da cidade tem se confrontado com a diminuição da
qualidade do ar na região metropolitana, haja vista o aumento do trânsito de automóveis e
a queima de combustíveis fósseis.
Problema/questões
Investigar as condições e os procedimentos necessários para que os exercícios físicos
sejam realizados sob parâmetros seguros, proporcionando aos praticantes os resultados
fisiológicos desejados para a saúde.
Objetivos
Analisar os efeitos orgânicos da inalação dos agentes poluentes encontrados no ar de
Goiânia durante a realização de exercícios físicos e apresentar as recomendações para a
prática de exercícios físicos com relativa segurança.
Metodologia
Considerou-se os parâmetros de poluição do ar da resolução 30/90 do CONAMA. Sendo
que, entre 101 e 199 microgramas de poluentes suspensos por metro cúbico de ar, a
qualidade do ar está inadequada, e entre 200 e 299 microgramas é considerada ruim.
Foram analisadas as medições da Agência Goiana de Meio Ambiente (AGMA, 2008) da
qualidade do ar nos meses secos de julho a outubro nos seguintes pontos: Praça do
Trabalhador e Terminal Izidória.
Resultados
Conclusões
A exposição às altas concentrações de CO e O³ e Ozônio pode trazer transtornos para
saúde dos praticantes de exercícios físicos. Portanto, a melhor estratégia para lidar com a
poluição do ar é evitá-la ou minimizar .
Palavras – chave: Exercícios físicos, poluição do ar, saúde.
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ASPECTOS BIOLÓGICOS DO IDOSO NA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS
Lariel Pelegrino da Silva Grama – Especialista pela Faculdade de Ciências Humanas de
Aguaí
[email protected]
Silvio César dos Santos Souza – Especialista pela Faculdade de Ciências Humanas de
Aguaí
[email protected]
Luciana Martins dos Santos Grama - Especialista pela Faculdade de Ciências Humanas
de Aguai
[email protected]
Nos dias atuais com o progresso nas pesquisas biomédicas, os avanços tecnológicos,
melhora na assistência médica e a conscientização da importância de ter bons hábitos
alimentares conjugados à prática regular de atividades físicas, o número de idosos em
todo o mundo tem aumentado cada dia mais. Muitos se perguntam por que envelhecemos
e o que envolve esse processo tão complexo. Um único gene responsável pelo
envelhecimento ainda não foi encontrado. Existem várias teorias e definições acerca do
envelhecimento, contudo, por se tratar de um processo que envolve inúmeros fatores, não
existe teoria ou definição que seja totalmente aceita. Dentre essas há a teoria
imunológica, caracteriza-se por dois aspectos principais: um desses descreve que a
capacidade funcional do sistema imune diminui com o passar dos anos, reduzindo a
resistência do organismo às doenças infecciosas; o segundo relaciona-se com a redução
do sistema imune com o passar dos anos, ocorrendo aumento de doenças autoimunes
associadas à idade. O processo de envelhecimento é responsável por alterações em
todos os sistemas do organismo. Contudo, são as perdas ocorridas no sistema muscular
esquelético que causam o maior impacto na qualidade de vida dos idosos. Conforme o
ser humano envelhece, sua massa muscular diminui tornando-se mais frágil, levando à
instabilidade, perda da capacidade funcional e perda parcial ou total da independência
(dificuldade de realizar as tarefas do dia–a–dia) e, principalmente, aumentam os riscos de
quedas, que são as principais causas de acidentes na terceira idade. Descreveremos a
seguir algumas teorias do envelhecimento, alterações morfofuncionais que afetam o
sistema neuromuscular dos indivíduos, com o passar dos anos, e quais os benefícios que
a prática de atividade física regular proporciona para uma qualidade de vida, suas
alterações corporais e finalizando com a atividade física e bem estar do idoso.
PALAVRAS-CHAVE: envelhecimento, alterações morfofuncionais, atividade física regular.
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MENSURAÇÃO DE TRABALHO MUSCULAR EM RELAÇÃO A DISTÂNCIA LINEAR
DO MOVIMENTO NA ADUÇÃO DE OMBRO
Jorge Carlos da Silva de Carvalho (1,2)
Priscila Odete da Silva (1)
Luiz Claudio Carvalho (1)
José Carlos da Costa (1)
Álvaro Luiz Monteiro Alves (1,2,3)
1 Universidade Castelo Branco/Meta Produções – Rio de Janeiro/RJ – Brasil
2 Centro Universitário Celso Lisboa– Rio de Janeiro/RJ – Brasil
3 Universidade Veiga de Almeida– Cabo Frio/RJ – Brasil
[email protected]
Introdução: Observando a execução dos exercícios realizados por praticantes de
musculação nas academias, percebe-se que a maioria tem por hábito executar exercícios
com movimentos de pouca amplitude articular. Contudo é difícil encontrar fundamentação
que justifique tal padrão de execução de movimentos, e que comprove melhores
resultados com a aplicação desta técnica. Objetivo: O objetivo do estudo foi o de verificar
as diferenças no desenvolvimento da força no trabalho muscular, decorrentes da
aplicação de exercícios realizados com a distância linear total e com a distância linear
parcial dos movimentos. Metodologia: Trata-se de um estudo experimental, (Mattos et
al., 2008). Foram selecionados 13 indivíduos do sexo masculino, na faixa etária entre 25 e
30 anos. O tratamento experimental teve a duração de 12 sessões de treinamento,
divididos em três vezes semanais em um período de quatro semanas. Inicialmente se
realizou teste de 1 Rm em todos os indivíduos, afim de determinar a força máxima do
grupamento muscular. A fim de padronizar o estudo os indivíduos foram divididos de
forma aleatória em dois grupos distintos, sendo sete indivíduos do grupo controle e seis
indivíduos do grupo experimental tendo idade média de 26±3. O grupo controle efetuou o
movimento em toda sua amplitude articular. O grupo experimental realizou o movimento
com a amplitude limitada.
Resultados: A análise do experimento descrita na figura abaixo, demonstrou que o grupo
controle que trabalhou com amplitudes totais de movimento, obteve maior produção de
força em relação ao grupo controle que realizou trabalho com amplitude de movimento
limitadas.
C om p arativo en tre o s gru po s
150
100
Grup o co ntrole
50
Grup o exp erimen tal
0
1 RM In icio
1 RM ap ós 12
S essões
Conclusão: O trabalho com amplitudes total de movimento foi suficiente para aumentar a
força do grupamento muscular envolvido na execução do exercício em relação ao grupo
que trabalhou com amplitudes limitadas.
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COMPARAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA E PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE
ESFORÇO EM PRATICANTES DE SPINNING
SAMANTHA AMALI REZENDE SILVA
O presente artigo apresenta o Spinning, também chamado ciclismo indoor e idealizado
por Johnny Goldberg que desenvolveu em 1987, uma bicicleta estacionária com um
programa de treinamento rítmico de 40 a 60 minutos, com o objetivo de aumentar a
capacidade cardiovascular, simulando manobras do ciclismo de rua. O estudo comparou
a Frequência Cardíaca (FC), que é o número de vezes que o coração bate por minuto, e a
Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) - indicador para a obtenção do grau do esforço
físico - através da Escala de Borg (EB) que fornece uma pontuação de valores de FC que
varia do repouso ao máximo, na identificação de quando o indivíduo se encontra próximo
à exaustão. Durante a prática foram colhidos os dados em 30 alunos praticantes da
respectiva modalidade em uma academia na cidade de Formiga/MG. O objetivo foi
verificar se as duas técnicas de medidas de amostragem obtiveram o resultado esperado
e se a utilização desses métodos separadamente durante uma aula atingem resultados
fidedignos. A análise foi verificada nos níveis de 75%, 80%, 85% e 92% de percentual de
Frequência Cardíaca através da utilização de frequencímetros, analisando ainda sua
Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) nos respectivos níveis através do levantamento e
anotação das respostas dos alunos. Os resultados apresentaram oscilações previstas da
frequência cardíaca, bem como do esforço percebido, resultado do compromisso dos
alunos com as indicações do professor na realização da atividade. Foram observados
alunos que acompanharam as aulas sem esforço do próprio limite, mas suas práticas não
alteraram os resultados.
75 %
75 %
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80%
85%
92%
80%
85%
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92%
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Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
A AUSÊNCIA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ângela Souza dos Santos
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Evando Luís Domingues
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Profª. Ms Luciana Lomakine
Profº. Dr Ézio Magalhães
Durante a vivência em estágio supervisionado, percebeu-se a ausência do profissional de
Educação Física atuando efetivamente na Educação Infantil. Algo surpreendente, pois
dentro da grade curricular do curso tem-se a formação em Educação Infantil e para
obterem o diploma de conclusão de curso os estudantes devem completar o estágio
supervisionado. Além do que essa área é um amplo campo de trabalho para o profissional
de Educação Física. As autoridades da educação defendem que a Educação Física na
escola ministrada por um profissional habilitado tem caráter incentivador da vivência de
habilidades motoras necessárias para que se concretize a educação, e que esta seja
promotora de saúde e de um estilo de vida ativo através das manifestações da cultura
corporal de movimento (lutas, ginástica, danças atividades da natureza, jogos e práticas
lúdicas) que são próprias de seus conteúdos. Em contra partida, alguns regimentos
estabelecidos pelos Órgãos da Educação determinam que: a Educação Física, sob a
forma de recreação, será ministrada na Educação Infantil e nas séries iniciais do ensino
fundamental por professor polivalente, de nível superior ou médio na modalidade normal,
ou em curso de graduação em Pedagogia. O profissional de Educação Física é o único
que está qualificado para desenvolver as manifestações da cultura corporal na Educação
Infantil, pois vê essas manifestações como componente curricular pedagógico com ações
educativas. A Educação Infantil é uma área de trabalho para o professor de Educação
Física, pois quando aplica suas atividades de movimento não visa somente o ato de
recrear, mas sim o que aquela atividade pode auxiliar no desenvolvimento da criança. O
professor de Educação Física entende que aquele momento é um momento de educar e
não de deixar as crianças sem orientação. Por isso torna-se relevante esclarecer os
motivos da ausência desse profissional, sendo que ele encontra-se preparado para atuar
na Educação Infantil.
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A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA PREVENÇÃO DAS DROGAS NA
ESCOLA
Gildo Vasconcelos de Souza
Aluno, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
Nádia de Freitas
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
[email protected]
Ezio Magalhães
Dr. Em Fisiologia do exercício
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
A Educação Física é uma atividade dinâmica que contribui na formação ampla dos
sujeitos, em seu aspecto social, bem como no desenvolvimento de seu lado individual,
através de oportunidades lúdicas que proporcionam equilíbrio entre corpo, mente e
espaço. Desenvolve as habilidades motoras de qualquer sujeito, além de manter
elementos terapêuticos, sejam eles emocionais ou físicos. O trabalho
pedagógico desenvolvido deve estar voltado para a construção da cidadania dos sujeitos,
formando elementos críticos e participativos no meio social em que estão inseridos. Hoje
nas escolas, um grande problema para pais e professores e uma das maiores
preocupações do ministério da saúde pública, tanto no Brasil como em todo o mundo, é
sobre o uso das drogas na escola. Os jovens cada vez mais vêm se tornando dependente
delas causando destruição de muitas famílias. As drogas sempre foram um algo
preocupante em toda sociedade de uma maneira mais ou menos intensa dependendo da
cultura. Quando se fala sobre esse assunto significa falar principalmente da adolescência
e do inicio da vida adulta e interessa a todos independente da relação de contato que se
possa ter. Ela esta presente em quase todos os locais e chega facilmente às escolas
inclusive no ensino fundamental, o que motiva a tomar atitudes de prevenção e combate a
este mal, já que a escola é um espaço muito importante para promover saúde aos alunos
e para programas de prevenção ao uso e abuso de drogas. A proposta é fazer com que
os adolescentes e jovens se envolvam cada vez mais com diversas atividades esportivas,
ocupando assim seu tempo vago com coisas que lhe dêem prazer e diminuindo assim o
contato com as drogas. Para isso seria necessário que as escolas montassem projetos
sob todos os aspectos e incentivassem os alunos a prática esportiva e a total dedicação a
ela.
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EFEITO DA POTENCIALIZAÇÃO NA VELOCIDADE DE NADADORES ADULTOS
Murilo de Oliveira da Silva, Graduando em Educação Física - UNISANTA [email protected]
Joel Moraes Santos Junior, Mtd em Estudos do Esporte, Escola de Educação Física e
Esportes - USP.
Introdução: A Potencialização Pós Ativação (PPA) ocorre através de prévias contrações
musculares voluntárias máximas, cujo objetivo é ampliação da força e potência muscular.
Objetivo: O objetivo do estudo foi verificar o aumento da velocidade de nadadores com a
utilização de equipamentos potencializadores (EP). Metodologia: Foram avaliados 6
indivíduos (5 homens e 1 mulher) com idade média de 22,6 anos em cinco dias
consecutivos. Os EP foram: sunga de arrasto (SA), parachute (PC), corda extensora
aquática (EA) e corda extensora terrestre + salto horizontal (ETSH). Foi realizado um
aquecimento de 15 minutos em intensidade relativa de 55% a 65% da máxima (escala de
Borg). Após o aquecimento os sujeitos realizaram três tentativas máximas na metragem
de 25 metros em velocidade pura (VP) onde foi computada a média para as variáveis:
tempo de 25m (T25), tempo de 15m (T15) e Freqüência de braçada (FB). Cinco minutos
após a mensuração do T25, foi realizada a PPA com os EP que se constituiu com a
execução do nado crawl em esforço máximo na duração de 10 segundos. Após a
intervenção de cada EP, foram estipulados 5 minutos em repouso passivo para a nova
mensuração de todas as variáveis. Resultados: Tabela 1: Valores médios para SA, EA,
PC, ETSH e VP para as variáveis FB, T15 e T25 e VP.
Variáveis
SA
EA
PC
ETSH
VP
FB
52,95 55,37
53,13
54,10
54,78
T15
7,47
7,54
7,44
7,38
7,44
T25
13,83 13,91
13,75
13,58*
13,81
Conclusão: Os resultados (p<0,05) demonstraram que para todos os EP não existiu
diferença significativa para as variáveis FB, T15 e T25. Esta tendência apenas não
ocorreu no T25 com a utilização de ETSH comprovando que a inclusão dos saltos
aumentou a velocidade dos nadadores avaliados. Podemos concluir que a utilização de
EP aumentou o desempenho na velocidade de nadadores adultos.
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PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA COMPETIDORES DE SUPINO.
João Rafael Simon, Samuel Naoki Tsuno Braga Sanches, Gláucia Delsin, Alexandro
Quirino, Gerderson Kardec Gomes, Antonio Lamartine Araújo de Souza.
Curso de Pós-Graduação – UNAERP – Ribeirão Preto – SP – Brasil –
[email protected]
Introdução: Supino é o grande provador de força da parte superior do corpo. Trabalha os
músculos da caixa torácica, bem como os tríceps e os deltóides, principalmente em sua
face anterior. Quando bem realizado, não apenas contribui de forma determinante para o
aumento da força e da massa muscular no tórax, mas também o protege e auxilia na
postura.Objetivo: Avaliar os voluntários em um campeonato de supino; tendo assim sua
carga máxima levantada e sua colocação no campeonato, e a partir daí submete-los a
testes de repetições máximas, para com isto introduzir um programa de treinamento com
cargas progressivas para melhora da postura e força, tendo assim uma melhora na
colocação em competições e aumento de sua carga máxima.Metodologia: A população
do presente estudo foi composta por sujeitos praticantes de treinamento resistido a 2
anos, de um clube da cidade de Novo Horizonte (SP). A amostra foi composta por 8
voluntários de ambos os sexos com faixa etária média de 23,25 ± 25,25 anos, foram
avaliados com teste de 1RM (BOMPA e CORNACCHIA, 2000; KAMEL, 2004),
previamente no inicio e final de um período de 12 semanas de treinamento. A análise
estatística foi realizada por de aplicação do teste „t‟ de student para comparação da
variação entre os momentos pré e pós treinamento, o grau de significância adotado foi
p≤0,05..Resultados: segue abaixo a tabela com cargas e resultados:
Média e Desvio Média e Desvio Variação (%)
Padrão Pré
Padrão Pós
91 ± 30,25
99 ± 31,55
+ 8,43
* Diferença significativa p≤0,05.
Conclusão: Com base nos resultados apresentados foi possível concluir que o programa
de treinamento foi efetivo em promover melhora para todos os praticantes, tendo um
aumento na sua carga máxima e melhora na classificação em competições.
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PROJETO BRINQUEDO CANTADO:
A CONCEPÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Leandro de Azevedo
Pós-graduando em Educação Física Escolar - Instituto de Gestão Educacional
Signorelli – IGES, Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física
Escolar - NEPEFE – Petrópolis- RJ
E-mail: [email protected]
Luis Eduardo de Oliveira
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Samanta Azevedo do Vale
Graduandos no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Ingrid Rodrigues
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Eliana Garro Areias
Graduada no curso de Educação Física - Universidade Estácio de Sá – UNESAPetrópolis- RJ
Vanessa Ferreira da Silva
Pós-graduada em Educação Física Escolar - Universidade Estácio de Sá – UNESA- RJ,
Membro do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Educação Física Escolar - NEPEFE –
Petrópolis- RJ
Introdução: O brinquedo cantado representa brincar com alegria, uma das mais
rudimentares formas de atividades lúdicas e podemos assim trabalhar a noção corporal, a
interdisciplinaridade e valores, onde se faz autêntica, natural e espontânea demonstração
de felicidade na infância (AWAD, 2008). Objetivo: Este estudo teve como objetivo
analisar a concepção das professoras da Educação Infantil em relação ao Projeto
Brinquedo Cantado realizado pelo Coordenador de Educação Física do Colégio Anglicano
de Araras, Petrópolis-RJ. Metodologia: A pesquisa caracterizou-se como descritiva.
Participaram do estudo 12 professoras. O instrumento utilizado para coleta de dados foi o
questionário composto de oito questões abertas. A análise dos dados se deu através de
porcentagem. Resultados: Com relação aos resultados, quando perguntados como foi a
interação entre professor e alunos, a maioria respondeu excelente (41,6%). A expressão
corporal foi apontada como a maior importância do projeto para os alunos (41,6%); já para
a instituição, trabalhar a interdisciplinaridade foi apontado como o mais importante no
projeto (58,3%). As professoras declararam que o fato do projeto trabalhar com meios de
transportes foi muito importante (58,3%). E quando perguntadas se isso deveria ser
trabalhado mais vezes, todas responderam que sim (100%). Relataram que o professor
trabalhou a interdisciplinaridade (100%) e através da música (100%). Com relação à
equipe de trabalho, a maioria (50%) respondeu que a equipe foi muito organizada.
Quando perguntadas se este tipo de projeto pode promover uma mudança
comportamental nos alunos, todas responderam que sim (100%) e através de atividades
lúdicas (58,3%). Conclusão: Este projeto foi percebido pelas professoras como uma
atividade de grande importância, visto que além de trabalhar a expressão corporal, outras
disciplinas, organização ainda pode promover uma mudança comportamental nas
crianças.
Palavras-chaves: Brinquedo Cantado, Educação Física, Mudança comportamental.
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A EDUCAÇÃO DO MOVIMENTO NA VISÃO INTERDISCIPLINAR
Sílvio César dos Santos Souza
Especialista em Psicopedagogia Institucional e Ludicidade
Faculdade de Ciências Humanas de Aguaí
[email protected]
Lariel Pelegrino da Silva Grama
Especialista em Ludicidade – Faculdade de Aguaí
Patrícia Cirto Matiello Souza
Especialista em Ludicidade – Faculdade de Aguaí
INTRODUÇÃO: O enfoque foi buscar opiniões e pensamentos referentes à disciplina a
EF (Educação Física) na visão de diretores, coordenadores e docentes interligadas ao
conhecimento humano. Através da pedagogia do movimento, a EF pode construir
cidadãos críticos e preparados, principalmente propondo no projeto educativo escolar, o
trabalho interdisciplinar.
OBJETIVO: Descobrir o que pensam os educadores em relação à EF, bem como suas
opiniões, manifestações e a contribuição no processo de ensino e aprendizagem.
MATERIAIS E MÉTODOS: O questionário utilizado refere-se à pesquisa de campo
proposto em curso de pedagogia. No período de 09/08 a 02/09/2010, entrevistaram
professores, coordenadores e diretores de Unidades Escolares de um município do
interior paulista. Para essa coleta de dados foram cinco perguntas de questões
pedagógicas da disciplina de EF, outras cinco relacionadas à estrutura física e cinco
referente ao planejamento escolar.
RESULTADOS: Os nove professores entrevistados consideram de fundamental
importância a prática da EF. Outro dado relaciona-se à dificuldade para aulas de EF na
escola. Quatro citaram dificuldades ligadas à desmotivação, horário, estrutura física, falta
de comprometimento. Na administração escolar, três diretores e cinco coordenadores
responderam, que apenas dois professores de EF aplicam jogos desportivos. Já outros
seis professores de EF aplicam jogos construtivos, ritmados e sensitivos. Em relação à
orientação que é passada ao professor de EF, seis orientam seus docentes para o
desenvolvimento global do educando, um orienta para o espírito esportivo e outro orienta
o ser critico e pesquisador.
CONCLUSÃO: Os entrevistados dão importância a EF. Não tem domínio pedagógico
sobre os conteúdos da EF, desconhecendo a importância do jogo, suas etapas de
classificação, enfim, fases primordiais para o desenvolvimento do ser humano. É
necessário que a EF, na aprendizagem, desenvolva os aspectos cognitivos, afetivos e
psicomotores do educando.
PALAVRAS CHAVES: Educação Física, Interdisciplinaridade, Escola.
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PROTOCOLO DE CURATIVO DIRECIONADO A ÚLCERA POR PRESSÃO
Ana Paula Zeferino Carlos, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG, [email protected]
Josiane Alves da Silva, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Karina Sousa de Almeida, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Nathalia Ciarallo Mauer, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Veridiane Moura Araújo, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Profº Edmilson Manoel, Docente do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé – UNIFEG
Esse trabalho tem por objetivo sistematizar, uniformizar e esclarecer dúvida quanto aos
cuidados de enfermagem na realização de curativo em úlcera por pressão e o
desenvolvimento desses por estágio para assim saber qual a técnica de curativo
adequada. O trabalho constitui-se de uma revisão bibliográfica a respeito de técnicas de
curativos direcionados a úlcera por pressão, de produtos utilizados de acordo com cada
estágio de cicatrização. As úlceras por pressão constituem uma problemática social e
para os profissionais de saúde, representando um desafio, requerendo desses
profissionais, além de conhecimento específico, sensibilidade e sentido de observação
com relação á manutenção da integridade da pele, principalmente aqueles que
apresentam maiores risco de desenvolver. Os curativos tem como objetivo tratar, prevenir
infecções, eliminar fatores que retardam a cicatrização e aumentam custos no tratamento,
remover corpos estranhos; promover hemostasia; fazer desbridamento; reduzir edema;
absorver exsudato e odor; manter a umidade da ferida; fornecer isolamento térmico,
diminuir intensidade da dor. Nenhum curativo é indicado para a conduta de todos os tipos
de feridas e poucos são apropriados para o tratamento de uma ferida durante todos os
estágios de cicatrização. O plano de tratamento é desenvolvido a partir do processo
sistemático de avaliação que envolve exame, diagnóstico e prognóstico. Deficiências
específicas são identificadas com base no exame físico, nos riscos de limitações
funcionais e na incapacidade de avaliar o impacto das deficiências nas funções, no estilo
de vida, no domicílio, nos recursos e no auxílio disponível para o cliente. Conclui-se que é
necessário um conhecimento integral do paciente, de sua história pregressa e de sua
lesão, para a partir daí traçar o plano de cuidados, fazendo assim uma escolha do
curativo adequado para o tipo e o grau de sua lesão.
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PROTOCOLO: PARTOGRAMA E SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM – SAE
Ana Paula Zeferino Carlos, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG, [email protected]
Josiane Alves da Silva, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Karina Sousa de Almeida, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Nathalia Ciarallo Mauer, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Veridiane Moura Araújo, Enfermeira formada pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Profª Ligia Gonzaga Ramos, Docente do Centro Universitário da Fundação Educacional
Guaxupé – UNIFEG
O trabalho tem por objetivo a elaboração do impresso de partograma e SAE, como
tambem toda abordagem e explicação do mecanismo de trabalho do parto. A metodologia
utilizada foi a revisão de literatura, em fontes secundárias, como periódicos indexados em
meio eletrônico, livros e demais fontes bibliográficas. Sob o ponto de vista do mecanismo
do parto, o feto é o móvel ou objeto, que percorre o trajeto, impulsionado por contração
uterina. Feto é composto por dois segmentos semidependentes: o ovóide cefálico e o
córmico. O mecanismo do parto fisiológico é classificado em: apresentação cefálica fletida
em bacia ginecóide e quanto ao tempo do mecanismo do parto, em insinuação, descida e
desprendimento. As vantagens e a propriedade de se estabelecer uma SAE são
incontestáveis. Resolução do COFEN-272/2002, determinou que SAE é uma incumbência
privativa do enfermeiro, ressaltando a importância, a obrigatoriedade da implantação da
mesma. A teoria auxilia para a implementação da SAE. O processo de enfermagem é um
método utilizado para se implantar a teoria à prática, composto de etapas para que seja
feita um plano de estratégia de ação. A enfermeira deve realizar o exame físico sucinto
para determinar a progressão do trabalho de parto. O partograma permite o
acompanhamento da evolução do trabalho de parto de forma estatística e matemática que
propicia a tomada de condutas pertinentes para a solução de problemas. Em 1994 a OMS
tornou obrigatório o uso do partograma em maternidades. A implementação do
partograma e da SAE na maternidade é de grande relevância para o acompanhamento do
trabalho de parto, melhorando a qualidade da assistência prestada visando a
humanização, o bem estar da gestante, récem nascido e puérpera. Ao documentar o
trabalho de parto pode-se visualizar a evolução e propor intervenções por meio da SAE,
acompanhando as possíveis intercorrencias durante esse momento.
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ATUAÇÃO DA UFVJM NO MUNICÍPIO DE PORTO REAL DO COLÉGIO DURANTE A
OPERAÇAO CENTRO-NORDESTE DO PROJETO RONDON 2010.
Artur Ferreira Pereira*. Acadêmico de Educação Física. Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Ministério da Defesa/Governo Federal, Brasil. e-mail:
[email protected]
Gustavo Silva Duarte, Acadêmico de Química, UFVJM
Isabella Mota Pereira Veloso. Acadêmica de Odontologia, UFVJM
Marileila Marques Toledo. Acadêmica de Enfermagem. UNIVIÇOSA
Edson da Silva. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde, UFVJM
André Borges de Mattos. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde,
UFVJM
Resumo
Introdução: A UFVJM e a Faculdade de Administração da USP de Ribeirão Preto
atuaram em Porto Real do Colégio, um município brasileiro do estado de Alagoas. Os
rondonistas trabalharam com as atividades de acordo com as do edital do Projeto Rondon
do Ministério da Defesa. Objetivos: Executar ações de saúde, educação, direitos
humanos e justiça em Porto Real do Colégio no período de 17 a 31 de janeiro de 2010.
Materiais e Métodos: O projeto da equipe da UFVJM abordou cultura, direitos humanos
e justiça, educação e saúde. O público alvo foi constituído por profissionais das áreas de
saúde, educação, meio ambiente, setores públicos locais e alguns representantes da
população em geral. As atividades incluíram cursos, palestras e treinamentos que foram
realizados em escolas públicas, quadra poli esportiva, PSF, Conselho Tutelar, Biblioteca
Municipal na cidade e também na zona rural. Resultado e Discussão: Foi capacitado o
total de 982 sujeitos. Os participantes capacitados elaboraram três projetos ao final da
operação os quais foram encaminhados à Prefeitura. Um dia de ação global foi realizado
com ações de cidadania, saúde, meio ambiente, educação, cultura e lazer. No entanto,
muitos foram os problemas identificados, sobretudo nas áreas de saúde pública e
educação do município. Os gestores necessitam reavaliar suas políticas locais e os
programas de governo para beneficiarem os cidadãos colegienses mais efetivamente. Ao
final do projeto os multiplicadores capacitados discutiram, analisaram e apresentadas
propostas que foram encaminhadas para os gestores. Conclusões: As ações realizadas
em Porto Real do Colégio mobilizaram o município e promoveram reflexões motivando e
incentivando o desenvolvimento local. Os universitários puderam vivenciar o cotidiano de
uma pequena cidade brasileira que reflete os problemas gerais e aponta as soluções
dentro de sua própria realidade cultural, econômica e política.
Palavras-chaves: Projeto Rondon. Cidadania. Universitário.
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CONTRIBUIÇÃO DO PROJETO RONDON NA SAÚDE PUBLICA EM PORTO REAL DO
COLÉGIO-AL
Artur Ferreira Pereira*. Acadêmico de Educação Física. Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Ministério da Defesa/Governo Federal, Brasil. e-mail:
[email protected]
Milene Santos Ferreira, Acadêmica de Fisioterapia, UFVJM
Cíntia da Conceição Santos. Acadêmica de Enfermagem, UFVJM
Isabella Mota Pereira Veloso. Acadêmica de Odontologia, UFVJM
Marileila Marques Toledo. Acadêmica de Enfermagem. UNIVIÇOSA
Edson da Silva. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde, UFVJM
André Borges de Mattos. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde,
UFVJM
Resumo
Introdução: A administração pública Porto Real do Colégio depara-se atualmente com
grandes desafios, sobretudo, na área de saúde pública que carece de políticas
adequadas à realidade regional. São altos os índices de prostituição infantil, doenças
sexualmente transmissíveis (DST), gravidez na adolescência, violência, alcoolismo e
doenças crônico-degenerativas. Além disto, o município apresenta um preocupante
percentual de analfabetismo e de desemprego. Objetivos: Constatar, analisar, avaliar,
desenvolver e executar ações que atendam às necessidades da saúde pública do
município de Porto Real do Colégio. Materiais e Métodos: Os alunos da Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) realizaram capacitações para
profissionais de saúde e agentes multiplicadores de saúde. Diversos setores da saúde
pública foram contemplados com atividades para todas as categorias profissionais
envolvidas direta ou indiretamente com a saúde. Abordagens diretas com os capacitados
e com a população geral foram conduzidas através de orientações com medidas de
prevenção e promoção da saúde. Foram desenvolvidas ações por meio de palestras,
oficinas, cursos, mini-cursos e aulas práticas em diversas áreas da saúde direcionadas às
necessidades do município de Porto Real do Colégio. Resultados e Discussões: As
ações dos rondonistas atingiram 396 pessoas e desse total foram capacitados, como
multiplicadores, aproximadamente 110 indivíduos. Após a realização das atividades
percebeu-se que houve uma ampliação do conhecimento dos agentes multiplicadores de
saúde; aumento da auto-estima e um satisfatório aprendizado sobre cuidados
relacionados à promoção da saúde da população colegiense. Conclusão: As ações
realizadas na cidade de Porto Real do Colégio em AL, no ano de 2010, propiciaram aos
rondonistas da UFVJM a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos
adquiridos na Universidade. Como conseqüência, a equipe conquistou a participação da
comunidade local com um número expressivo de multiplicadores que foram
adequadamente capacitados durante a intervenção da equipe.
Palavras-chave: Projeto Rondon. Saúde Pública. Extensão Universitária.
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PROMOÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE ALAGOAS.
Edson da Silva*. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde. Universidade
Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Ministério da Defesa/Governo
Federal, Brasil. e-mail: [email protected]
Isabella Mota Pereira Veloso. Acadêmica de Odontologia, UFVJM
Milene Santos Ferreira, Acadêmica de Fisioterapia, UFVJM
Cíntia da Conceição Santos. Acadêmica de Enfermagem, UFVJM
Artur Ferreira Pereira, Acadêmico de Educação Física, UFVJM
Marileila Marques Toledo. Acadêmica de Enfermagem. UNIVIÇOSA
André Borges de Mattos. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde,
UFVJM
Resumo
Introdução: Porto Real do Colégio (PRC) é um município do Estado de Alagoas com uma
população de aproximadamente 18.450 habitantes e recebeu o Projeto Rondon,
Operação Centro-Nordeste em janeiro de 2010. A saúde bucal do município encontra-se
em situação precária; não há fluoretação nas águas de abastecimento nem políticas
públicas específicas para resolução dos problemas. Destacam-se os altos índices de
cárie, doença periodontal e de indivíduos desdentados. Objetivo: Promover a saúde
bucal e executar estratégias para amenizar os problemas odontológicos identificados em
indivíduos de PRC. Materiais e Métodos: Realizou-se uma capacitação para
profissionais da área de saúde e foram desenvolvidas atividades com orientações sobre
saúde bucal para todas as faixas etárias. A metodologia de trabalho adotada incluiu a
apresentação de filmes com discussões orientadas; mesa redonda, palestras e plantão
tira-dúvidas; oficinas e mini-curso. Resultados e Discussão: A infra-estrutura de escolas
e prédios públicos ainda é precária, sem bebedouros, filtros, água potável e banheiros
funcionais. É pobre o incentivo e a conscientização na Educação quanto à importância da
saúde bucal, sobretudo no período da infância e adolescência. Abordagens diretas com
professores e com a população foram realizadas por meio da distribuição de kits
odontológicos, orientações de medidas de higiene bucal, controle de biofilme e prevenção
do câncer de boca. Iniciou-se um processo de aprendizado para a promoção e assistência
à saúde bucal da população colegiense. Os indivíduos capacitados apresentaram e
encaminhadas propostas á prefeitura. No entanto, os gestores necessitam reavaliar suas
políticas locais e os programas de governo para beneficiarem os cidadãos colegienses
mais efetivamente na saúde bucal. Conclusões: Após a realização das atividades
percebeu-se que houve uma ampliação do conhecimento dos agentes multiplicadores de
saúde bucal; aumento da auto-estima e um satisfatório aprendizado sobre os cuidados
relacionados à saúde bucal da população de PRC.
Palavras-chave: Projeto Rondon. Saúde Bucal. Extensão Universitária.
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ENFERMAGEM GERIÁTRICA: O EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA HAS
Guilherme Coelho Nazaré, Enfermeiro Graduado pelo Centro Universitário da Fundação
Educacional Guaxupé – UNIFEG
Andréa Magalhães Barbosa Dallora, Médica Veterinária, Mestre em Saúde na
Comunidade pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Docente do Centro
Universitário da Fundação Educacional Guaxupé – UNIFEG – Orientadora da Pesquisa
Este trabalho teve como objetivo mostrar a relação do exercício físico no controle da
hipertensão arterial em idosos, e a atuação do exercício físico na prevenção da
hipertensão. Foi realizada uma pesquisa exploratório-descritiva, o instrumento utilizado na
pesquisa foi a Revisão de Literatura de publicações sobre o tema abordado. O presente
estudo foi idealizado pela observação do grande número de idosos em nossa sociedade,
e mostra que o estilo de vida adotado por eles é um estilo de vida sedentário,
considerando o sedentarismo um fator de risco para a hipertensão arterial. Estudos
mostram que no Brasil, aproximadamente 60% dos idosos sofrem com a hipertensão,
considerando idosos indivíduos com 60 anos ou mais. Em 2003, as doenças
cardiovasculares representaram 27,4% dos óbitos, sendo a hipertensão uma das
principais complicações destes óbitos. O diagnóstico da hipertensão não deve ser feito de
maneira arbitrária. Antes se deve realizar uma investigação sobre as condições de vida
desse indivíduo. Seu diagnóstico é realizado pela aferição em duas ou mais consultas
subsequentes, quando o valor da pressão arterial diastólica for igual ou maior que 90
mmHg e/ou quando a pressão sistólica for maior que 135 mmHg, temos um diagnóstico
positivo para a hipertensão arterial. Ao aferir a pressão no idoso deve-se levar em conta a
hipertensão do avental branco. A inatividade física é um dos fatores de risco mais
importante para as doenças crônicas, sendo a hipertensão uma das doenças crônicas
mais importantes e presente na sociedade atual. A enfermagem atua identificando os
casos de idosos sedentários, promovendo o incentivo a prática do exercício físico e
criando grupos para essa prática. Conclui-se que o exercício físico é uma importante
maneira de prevenção da hipertensão arterial e também uma excelente terapia nãofarmacológica no tratamento da hipertensão, podendo ser prescrita para pessoas de
diferentes idades.
Palavras-Chave: Hipertensão; Idoso; Sedentarismo
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PREVALÊNCIA DE COMPULSÃO ALIMENTAR ENTRE MULHERES QUE
FREQÜENTAM A ACADEMIA NA CIDADE DE CAMPO GRANDE – MS
Ana Carmen Batista de Freitas, acadêmica
Ana Paula Scaini, acadêmica
Rosilma Maria Salamoni, Prof. Ma.
Universidade Anhanguera –Uniderp
[email protected]
Resumo
A compulsão alimentar é um transtorno alimentar comum, em que um indivíduo consome
regularmente uma grande quantidade de comida de uma só vez, ou constantemente,
mesmo quando não tem fome ou se sente fisicamente desconfortável por comer tanto.
Pode ocorrer em pessoas de qualquer sexo, raça, idade ou estrato sócio econômico e,
como quem sofre do transtorno de compulsão alimentar aumenta com freqüência de peso
ou se torna clinicamente obeso, torna-se passível de contrair uma grande variedade de
doenças. O objetivo deste trabalho foi de avaliar a prevalência de Compulsão Alimentar
entre mulheres freqüentadoras de academia e sua associação com o índice de massa
corpórea (IMC) e idade. A população estudada foram mulheres de 18 a 60 anos que
freqüentam uma academia. Para a seleção da amostras foi aplicado um questionário
Norte Americano, elaborado por Gormally J, Black S, Daston S, Radin D. (1982),
traduzido e adaptado para o português por, Freitas, A; Lopes, C, S; Coutinho, W;
Appolinario J, C;. Escala de Compulsão Alimentar Periódica (CAP). O questionário é de
auto preenchimento com questões que manifestam comportamentos (ex., comer
escondido), e de sentimentos e cognições (p.ex., sensação de falta de controle depois do
episódio) relacionadas à Compulsão Alimentar Periódica. As mulheres ao concordarem
em participar da pesquisa, irão assinar um termo de consentimento aprovado pelo CEP
097/2009. Os resultados obtidos foram de 88.57% das entrevistadas apresentam índice
de Massa Corpórea dentro da classificação adequada. Com relação ao questionário
utilizado A prevalência de episodio de CAP entre as mulheres foi de 2,86%. Conclui – se
que o presente trabalho obteve resultado insignificativo de CAP, revelando que não há
prevalência de CAP entre as mulheres que freqüentam a academia associado ao IMC.
Palavra – chave: Prevalência, compulsão alimentar e mulheres.
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REFLETINDO A EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA
Autora: Jacqueline Agnuci Rodrigues
Cursando 6º semestre em Educação Física – Licenciatura Plena
Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
Entidade Mantenedora: Organização Educacional de Ribeirão Pires
[email protected]
Orientadora: Professora Especialista:Luíza Silva Rodrigues
Especializada em Metodologia e a Didática do Ensino e Psicopedagogia. Psicóloga.
Licenciada em Pedagogia e Psicologia.
A sexualidade na adolescência poderá constituir de um risco na vida como:
gravidez precoce, aborto, AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. De acordo
com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a escola deve informar o aluno sobre métodos
de prevenção contra essas causas, e debater os tabus, preconceitos, crenças e atitudes
da sociedade. É de suma importância que o educador tenha acesso à formação
específica para tratar de sexualidade com os jovens na escola, pois eles não têm
orientação adequada para lidar com este assunto, e a causa disso é ter uma gravidez
indesejada, se contagiar com algum tipo de doença ou até mesmo provocar um aborto. A
falta de informações e as causas ocorre também pelas dúvidas sobre o assunto, e
normalmente eles procuram algum professor podendo ser de qualquer disciplina que mais
tem intimidade para esclarecer suas perguntas e ele tem que estar pronto a qualquer
momento para responder qualquer tipo de questão relacionada á sexualidade .Há também
a questão da religiosidade, pois cada aluno que está na sala de aula é de religião
diferente: católicos, evangélicos, judeus, protestantes, batistas e assim por diante. Por
causa disto cada religião prega algo em que os seus seguidores acreditam, portanto os
professores quando vão trabalhar o assunto com seus alunos devem estar bem
preparados para orientá-los sendo cauteloso com as respostas que irá ser usada, não
citar exemplos pessoais e impor opiniões, mas sim ensiná-los numa forma científica,
mostrando também o que a sociedade atual pensa sobre este assunto e como eles agem
debatendo os preconceitos e mitos . O aconselhável é que nas reuniões de pais e
mestres devem-se alertar os pais sobre este tema que irá ser tratado na escola, onde eles
possam tirar todas as suas dívidas, se mesmo assim a família se opõe á freqüência do
aluno, a escola deve esclarecer o motivo e a dinâmica das aulas, porque seus filhos
necessitam de informações adequadas para que no futuro eles possam lidar com isso
normalmente.
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COMO O LÚDICO INTERFERE NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Daniela Agnieszka Molon
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
e-mail: [email protected]
Pâmela da Silva Coelho
Aluna, Faculdades Integradas de Ribeirão Pires
e-mail: [email protected]
Profª Mestre Katya Eid
e-mail: [email protected]
Nos dias de hoje a sociedade vem mudando, tendo uma inversão de papéis e valores. O
avanço tecnológico é grande, a família mudou, a criança mudou, o aluno e a escola
também mudaram. As crianças deixaram de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e
passaram a jogar videogames e jogos de computador. Toda criança deveria poder
brincar, pois a brincadeira contribui para o desenvolvimento de habilidades básicas
estimulando o processo de aprendizagem, além de ter efeitos positivos na socialização
das crianças, ao brincar ela comunica-se com as demais crianças, explorando objetos, se
expressa através de múltiplas linguagens, descobre regras e toma decisões. A brincadeira
faz com que a criança experimente, descubra, aprenda, além de estimular a curiosidade,
a autoconfiança e autonomia, desenvolve a concentração e atenção. Na atividade lúdica o
importante é que ela proporciona momentos de fantasia que são transformados em
realidade, momento de conhecimento, momento de vida, onde permite o surgimento da
afetividade, cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções por onde
transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. É por esse motivo que a ludicidade é
uma necessidade do ser humano e não pode ser visto apenas como diversão, mas como
aprendizado. Ao brincar, as crianças se tornam autoras de seus papéis, escolhendo,
elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem intervenção
direta do adulto, podendo pensar e solucionar problemas, de forma livre das pressões
situacionais da realidade imediata. A brincadeira é a forma de divertimento típico da
infância, uma atividade natural da criança que não implica em compromissos,
planejamento e seriedade, que envolve comportamentos, espontâneos e geradores de
prazer. Brincando a criança se diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e
aprende a conviver com seus amiguinhos.
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EXERCÍCIOS RESISTIDOS E AERÓBIOS NA PREVENÇÃO DE AGENTES
AGRAVANTES EM PACIENTE COM OSTEOPOROSE.
CARNEIRO, Rosangela Varas Pereira.
A osteoporose é uma importante ameaça para a saúde da mulher, especialmente na
menopausa, quando as transformações hormonais deixam os ossos mais vulneráveis. O
presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos do treinamento com exercícios
aeróbios e exercícios resistidos na prevenção de agentes agravantes em paciente com
osteoporose, através de revisão de literatura e observação de uma paciente de 61 anos
portadora de osteoporose. Observou-se que o exercício é um componente essencial na
manutenção da saúde óssea, através das forças mecânicas aplicadas pelos músculos no
tecido ósseo, em diferentes situações normais de exercício físico, houve um controle e
contribuição para a normalidade do tecido ósseo. Por estas razões os exercícios físicos
individualizados são recomendados em qualquer programa de prevenção para a
osteoporose. O estudo realizado com a paciente portadora de osteoporose consistiu na
aplicação de um questionário de qualidade de vida, exames de densitometria óssea, e a
participação de programa de exercícios físicos. O período de treinamento foi estabelecido
para 48 semanas, divididos em três ciclos – período de adaptação; exercícios aeróbios de
baixa intensidade e; exercícios resistidos com intensidade de média a alta. Conclui-se,
através do resultado da densitometria óssea houve ganho de 1,2% no valor do DMO da
coluna lombar e houve ganho de 2,4% no valor do DMO do fêmur direito (colo). Assim,
pode-se verificar que os exercícios aeróbios e os exercícios resistidos podem juntamente
com o tratamento farmacológico prevenir agentes agravantes de osteoporose.
Palavras-chave: Osteoporose. Exercícios aeróbios. Exercícios resistidos. Menopausa.
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A INCLUSÃO DO ALUNO CADEIRANTE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
FASE ESCOLAR, ATRAVÉS DA MODALIDADE BASQUETEBOL.
Adélcio Pires Amaje
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
Izabel Cristina da Silva Pereira Pessoa
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Jonathan Pinheiro Kong
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
José Tavares Oliveira,
Estudante do curso de Educação Física Licenciatura, FIRP
[email protected]
Márcio Rogério de Souza
Professor Especialista, FIRP
[email protected]
Ainda hoje, fala-se muito pouco a respeito da inclusão das pessoas portadoras de
necessidades especiais e das dificuldades sociais e econômicas enfrentadas por elas. Os
obstáculos encontrados pela maioria destas pessoas iniciam-se nas próprias residências
e se estendem nas vias públicas, instituições de ensino, públicas ou privadas, atividades
esportivas, entre outras. A prática do basquetebol em cadeira de rodas (BCR) tem
crescido bastante nas últimas décadas, prova disto são as incontáveis pesquisas
científicas que têm surgido nesta área. O objetivo deste trabalho é identificar e analisar as
principais dificuldades encontradas pelos professores e provar que é possível a inclusão
de cadeirantes nas aulas de Educação Física, na fase escolar, através do basquetebol. A
Educação Física (EF), como disciplina curricular, não pode ficar indiferente diante da
educação inclusiva. O presente trabalho é produto de estudos e preocupações de caráter
social e educacional voltadas às pessoas portadoras de necessidades especiais (PNEs).
A inserção dos PNEs na escola e na sociedade é uma das preocupações mundiais. O
princípio da integração tem sido o pivô de discussões em congressos, seminários,
eventos e publicações na área da educação especial por estudiosos e pesquisadores,
tanto em nível nacional como internacional. Considerando esses aspectos, relatar um
pouco da história do esporte adaptado, compreender e refletir sua relação com os
princípios filosóficos da integração e inclusão levam-nos à possibilidade de um repensar
sobre uma nova prática da Educação Física voltada para o atendimento aos PNEs,
principalmente na área escolar, visando a sua transformação para uma Educação Física
inclusiva. Portanto, o atendimento aos alunos portadores de deficiência física nas aulas
de Educação Física deve, entre diversos outros objetivos, permitir que o aluno seja
apresentado ao BCR e conheça suas potencialidades.
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ANÁLISE DO PERFIL DERMATOGLÍFICO E DA VELOCIDADE DE ESCOLARES
ENSINO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE BARRETOS SP
DO
Tadeu C. de Almeida1, Julio Augusto Gonçalves2,Tulio Borges, Brianez2, Luciana
Aparecida Rodrigues1.
(1) UNIFEB – Barretos/SP,(2) Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP
[email protected]
Introdução – Estudos científicos têm enfatizado que a velocidade está diretamente ligado
com a genética de cada individuo, que apresenta ao nascer, identificar as características
do perfil dermatoglífico é uma forma de avaliar geneticamente o perfil desses indivíduos.
Objetivo: Identificar as características do perfil dermatoglífico e da velocidade de
escolares do ensino fundamental da cidade de Barretos-SP. Metodologia: Participaram
do estudo 42 meninos, com faixa etária de 8,3 ± 0,6 anos, massa corpórea de 31,7 ±
8,3kg e estatura de 1,30 ± 0,01m, foram submetidos a coleta das impressões digitais (ID),
para identificar o perfil das características genéticas sendo utilizado o protocolo de
Cummins e Midlo (1942) para analisar os índices dermatoglíficos como a somatória da
quantidade total de linha (SQTL), a percentagem de força pura (FP), velocidade e força
explosiva (VFE), a coordenação motora e resistência prolongada (CMRP) de acordo com
a quantidade (qt) do dos desenhos digitais, arco (A) presilha (L) e Verticilo (W) e para
aferição da velocidade foi utilizado o teste de 20m (PROESP-BR). Resultados Os
resultados obtidos nos testes encontram-se na Tabela-1.
Tabela 1 – Resultados da Avaliação.
Idade Estatura Peso IMC
SQTL
2
(anos) (m)
(kg)
(Km/m ) (linha)
MÉDIA
8,3
1,30
31,7
14,3
FR VFE CMRP Vel
(%) (%) (%)
(seg”)
124,09 7,2
68,4 24,4
4,14
DESVPAD 0,6
0,01
8,3
1,02
52,06
1,6 11,5 4,3
0,09
Conclusão: Após o teste foi possível concluir que as crianças avaliadas, têm um perfil
genotipicamente anaeróbico, apresentando perfil recomendado para futuros velocistas,
com predominância em características de velocidade e força explosiva, já no teste de 20m
foram classificados como razoável segundo a referencia do PROESP-BR.
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ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA DE COLABORADORES INICIANTES NA PRÁTICA DE
GINÁSTICA LABORAL DA EMPPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO VIASA VIAÇÃO
SARRI DA CIDADE DE BARRETOS – SP
Julio A. Gonçalves1, Tadeu C. de Almeida2, Luciana Ap. Rodrigues2, Cinthia C. Lopes3,
Karin Fernanda C. Rezende3, Saymon Botelho Couto3
(1) Centro Universitário Claretiano – Batatais/SP - (2) UNIFEB – Barretos/SP, (3) FAFIBE
– Bebedouro/SP.
Introdução: Evidências científicas têm demonstrado que o Programa de Ginástica
Laboral (PGL) pode causar melhoria da condição de saúde geral de todos os
colaboradores sendo essencial em toda e qualquer empresa. Objetivo: Análise da
aptidão física de colaboradores iniciantes na prática de Ginástica Laboral da empresa de
transporte coletivo Viasa Viação Sarri da cidade de Barretos - SP. Metodologia: A
amostra foi composta por 16 homens, faixa etária média de 38,07 ± 8,23 anos, estatura
média de 1,71 ± 0,08cm, peso médio 78,67 ± 10,63kg, todos do setor de Oficina Mecânica
e 4 mulheres, faixa etária média de 37 ± 11,34 anos, estatura média de 1,66 ± 0,06cm,
peso médio 65,5 ± 8,42kg, todas do setor de escritório. O método utilizado na avaliação
do perfil dos colaboradores foi o questionário de Trigger Points e Índice de Massa
Corpórea (IMC) (FILHO 2003), e para a mensuração do peso e estatura foi utilizado uma
Balança Marca Filizola e um Estadiometro da marca Sanny respectivamente. Resultados:
Encontram-se abaixo os valores pré-teste realizados com os colaboradores.
Tabela 1 – Resultados Feminino
Idade
Estatura Peso IMC
Pontos de maior sensibilidade no
(anos)
(cm)
(kg)
(%)
corpo humano
Cervical
Punho D Lombar
Média
37
1,66
65,5
23,9 3,8
3,3
3,0
Desvpad
11,34
0,06
8,42
4,8
2,35
1,40
2,24
Tabela 2 – Resultados Masculino
Idade
Estatura Peso
IMC
Pontos de maior sensibilidade no
(anos) (cm)
(kg)
(%)
corpo humano
Lombar
Joelho E Ombro E
Média
38
1,71
78,67
26,6 3,8
2,73
2,33
Desvpad
13,37
0,08
10,63
2,98 2,49
2,37
1,25
Conclusão: Após os estudos foi possível concluir que o grupo feminino encontra-se com
IMC classificado como NORMAL para a faixa etária e o grupo masculino classificado
como SOBREPESO 1 (Leve) considerado fora dos padrões recomendados como
saudável (FILHO 2003). Também foi possível observar através dos dados, que os pontos
de maior sensibilidade no grupo feminino foram na região CERVICAL e no grupo
masculino na região LOMBAR (TRIGGER PONTIS in COUTO 1998)
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INFRAÇÕES ÉTICAS REGISTRADAS NO CRN-3 (1998-2007): ANÁLISE À LUZ DA
BIOÉTICA
Edson Luís Soares Dias*
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Margareth Rose Priel
Doutora em Neurociências pela Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP,
[email protected]
Fabiana Poltronieri
Doutora em Ciências dos Alimentos – Universidade de São Paulo - USP,
[email protected]
RESUMO
O presente estudo trata-se da análise das infrações éticas registradas no Conselho
Regional de Nutricionistas 3ª Região (SP e MS) e a prática profissional sob a luz da
ciência da Bioética, comparando e analisando os Códigos de Ética desta categoria.
Ressalta-se que a palavra Ética abrange diversos conceitos, sendo modificado em
diversos momentos na linha do tempo, enfatizando a importância tanto pessoal como
profissional. O Nutricionista é um profissional da área da saúde, cujo objeto de atuação é
a alimentação humana, no plano individual ou coletivo. De acordo com o descrito na
Resolução CFN Nº 380/05, existem atualmente sete grandes áreas de atuação
profissional: alimentação coletiva, nutrição clínica, saúde coletiva, docência, indústria de
alimentos, nutrição em esportes e marketing na área de alimentação e nutrição. O Código
de Ética estabelece padrões e valores a serem cumpridos pelo Nutricionista, sendo o
mesmo um documento essencial com o intuito de esclarecer e demonstrar alguns
direcionamentos ao profissional, que sem dúvida alguma, o auxiliam nas atribuições
descritas na legislação, em qualquer área de atuação. Este estudo caracteriza-se como
exploratório, retrospectivo, observacional, de corte transversal, com coleta de dados
secundários, no período de janeiro de 1998 a dezembro de 2007. Utilizou-se os dois
últimos Códigos de Ética: 1993 e 2004, respectivamente; sendo que documento referente
ao ano de 2004 foi elaborado respeitando os pilares da Bioética. Os resultados
demonstraram que a infração ética registrada com maior incidência foi o exercício
profissional anterior à inscrição no CRN-3, podendo ser relacionado ao referencial
responsabilidade. Conclui-se, portanto, que a iniciativa de um trabalho deste órgão em
conjunto às instituições de ensino pode promover a aproximação de estudantes e
profissionais aos estudos da Bioética.
Descritores: Bioética, Infrações Éticas, Nutricionista.
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ANÁLISE QUANTITATIVA DE AMPLITUDE DE MOVIMENTO DO
OMBRO E A POSTURA DE PACIENTES PÓS-MASTECTOMIA –
PROJETO DE PESQUISA
Monique Silva Rezende1 ,Lívia Mara Roselli2,
Denise H. Iunes3, Clicia Valim Côrtes Gradim4
1
Discente do Curso de Fisioterapia da Escola de Enfermagem-UNIFAL- MG: R. Sete de
Setembro,75 - Centro, Alfenas-MG.
E-mail: [email protected]
2
Discente do Curso de Fisioterapia da Escola de Enfermagem-UNIFAL- MG
3
Docente do Curso de Fisioterapia - Escola de Enfermagem – UNIFAL-MG
4
Docente do Curso de Enfermagem - Escola de Enfermagem – UNIFAL-MG
Palavras Chave. Câncer de mama, mastectomia, fisioterapia
Introdução
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais freqüente em mulheres do Brasil.
Normalmente o tratamento para o câncer de mama é cirúrgico e acompanhado de
quimioterapia, e/ou radioterapia e/ou hormonioterapia 1. Dentre as complicações no póscirúrgico do câncer de mama podemos citar a limitação no movimento no ombro,
linfedema, aderência cicatricial e a alteração postural2. É necessária a intervenção
precoce do enfermeiro e do fisioterapeuta com técnicas para que as alterações posturais
não se instalem, e também para evitar retrações e incapacidade funcional do membro
superior3. Esse trabalho tem como objetivo avaliar quantitativamente a amplitude de
movimento do ombro e a postura de pacientes pós-mastectomia antes e após seis meses
de tratamento com exercícios supervisionados e orientações específicas realizadas por
uma equipe de fisioterapeutas e enfermeiras.
Material e Métodos
Este estudo quantitativo utilizando a fotogrametria computadorizada será realizado com
as clientes pós-masctectomia que procurarem e permanecerem no Projeto Mulher com
câncer de mama - MUCAMA. A cliente receberá informações para a participação na
pesquisa assegurando o sigilo de sua identidade e facultando o direito de aceitar ou
recusar-se em participar da mesma. Após todos os esclarecimentos sobre o objetivo e
sua aceitação, será solicitada a cada participante a assinatura do Termo de
consentimento livre e esclarecido A cliente terá sua postura fotografada inicialmente no
plano frontal anterior e posterior com os membros superiores ao longo do corpo e com os
membros superiores em abdução e no plano sagital, antes de receber qualquer
orientação de autocuidado e exercícios. Depois a cada semana no primeiro mês será
fotografada novamente no plano frontal anterior com os membros superiores em abdução.
Todas as fotografias serão novamente realizadas a cada mês durante os primeiros seis
meses de tratamento. Para realização das fotografias as voluntárias serão posicionadas
em um local previamente demarcado, com a câmera posicionada sobre um tripé com
altura e distância também padronizados4. Serão demarcados sobre a pele do voluntário,
pelo mesmo experimentador os seguintes pontos anatômicos que são referências
freqüentes na avaliação postural tradicional4: protuberância occiptal, processos
espinhosos de C4, C7, T8, T12, L3, L5, articulação acromioclavicular, esternoclavicular,
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ponto inferior da escapula. As imagens digitais obtidas dimensionadas em 2048 x 1536
pixels serão armazenadas para posterior
análise por intermédio do aplicativo ALCimagem-2000 Manipulando Imagens, versão 1,5.
Essas análises constaram da medição de ângulos traçados a partir dos marcadores fixos
à pele. Após as análises das fotografias os dados quantitativos serão comparados antes e
após seis meses de acompanhamento e atendimento pelo grupo do projeto de extensão
Mucama.
Resultados e Discussão
Projeto de pesquisa em andamento
Conclusão
Projeto de pesquisa em andamento
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EDUCAÇÃO NUTRICIONAL E ATIVIDADE FÍSICA VALORIZANDO A TRADIÇÃO
REGIONAL: AÇÕES DO PROJETO RONDON EM UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DE
ALAGOAS.
Artur Ferreira Pereira*. Acadêmico de Educação Física. Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM. Ministério da Defesa/Governo Federal, Brasil. e-mail:
[email protected]
Roberta Figueiredo Resende Riquette, Acadêmica de Nutrição, UFVJM
Cíntia da Conceição Santos. Acadêmica de Enfermagem, UFVJM
Marileila Marques Toledo. Acadêmica de Enfermagem. UNIVIÇOSA
Edson da Silva. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde, UFVJM
André Borges de Mattos. Professor do Departamento de Ciências Básicas da Saúde,
UFVJM
Resumo
Introdução: A cidade de Porto Real do Colégio situa-se no interior do estado de AL e
recebeu o Projeto Rondon 2010. A equipe da UFVJM atuou na capacitação “Educação
nutricional e atividade física valorizando a tradição regional”. Objetivos: Capacitar
multiplicadores acerca da importância de uma alimentação saudável associada à
atividade física valorizando os alimentos regionais e a cultura local. Materiais e Métodos:
O público alvo foi constituído por profissionais da área de alimentos atuantes em
restaurantes, lanchonetes, pousadas e escolas. Os indivíduos foram capacitados quanto à
importância de uma alimentação saudável nas diferentes faixas etárias e a influência da
prática regular de atividades físicas. Realizou-se uma oficina sobre tradições culinárias
com incentivo ao uso de alimentos regionais. Os temas abordados foram: higienização
dos alimentos, confecção de comidas típicas e a importância da prática de atividades
físicas associada aos hábitos alimentares saudáveis. Realizou-se uma ação de promoção
da alimentação saudável junto à população da cidade com a elaboração panfletos
informativos sobre alimentação saudável e as propriedades dos alimentos regionais de
maior expressão local. A criação de um grupo de caminhadas para promover práticas de
exercícios físicos regulares foi estimulada. Resultados e Discussão: Durante a
capacitação percebeu-se um interesse crescente dos participantes com uma adesão
satisfatória do grupo e da comunidade. No que diz respeito à utilização dos alimentos
regionais, foi sugerida a inclusão dos mesmos nos cardápios da merenda escolar e a
realização de oficinas para facilitar o processamento desses alimentos com ênfase na
comercialização para geração de renda dos trabalhadores. Criou-se um grupo de
caminhadas com atividades matinais diárias. Conclusões: As ações desenvolvidas
contribuíram para a promoção de hábitos de vida que caracterizam uma alimentação
saudável, incentivando o uso dos alimentos regionais, valorizando a cultura alimentar
como uma forma de identificação comunitária aliados à prática de atividades físicas.
Palavras-chaves: Projeto Rondon. Nutrição. Atividade Física.
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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CHOQUE CARDIOGÊNICO
Laércio Fabrício Alves*
Mestrando em Ciências da Saúde - USF,
laé[email protected]
Edson Luís Soares Dias
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Pedro Henrique Rodrigues Senteio
Especialista em Enfermagem em UTI – Unianhanguera
[email protected]
RESUMO
Introdução: O choque cardiogênico é caracterizado por uma diminuição significativa da
capacidade de bombeamento de sangue, por parte do coração, no qual se pode também
danificar outros órgãos alvo, onde a causa mais comum é o infarto agudo do miocárdio.
Seu diagnóstico é baseado na história clínica do paciente, exame físico e
eletrocardiograma, seguindo posteriormente de ecocardiograma. O melhor tratamento
atualmente aceito desta síndrome é a terapia hemodinâmica, pois estabelece um bom
prognóstico e reabilitação precoce do paciente. Objetivo: Demonstrar á importância da
assistência de enfermagem no choque cardiogênico. Método: Trata-se de um estudo
quantitativo exploratório retrospectivo, baseado em revisão bibliográfica, através de um
levantamento de dados na base de dados Lilacs. Resultado: Apesar do amplo
desenvolvimento do tratamento do choque cardiogênico, a maioria dos autores relata que
o profissional de enfermagem o qual cuida do paciente com choque cardiogênico ou em
risco, deve compreender os mecanismos fundamentais do choque e reconhecer seus
sinais sutis, para auxiliar no melhor prognóstico possível. As ações primordiais do
enfermeiro frente ao choque cardiogêncio devem ser baseadas no suprimento de
oxigênio, na administração de fármacos vasoativos, no controle hemodinâmico e na
detecção precoce dos sinais e sintomas decorrentes do débito cardíaco diminuído e
conseqüentemente da hipoperfusão tecidual, buscando uma estabilidade clínica
Conclusão: A assistência de enfermagem no choque cardiogênico necessita de um
trabalho não apenas do enfermeiro, e sim de toda equipe multiprofissional, para que a
assistência seja precoce e proporcione prognostico satisfatório para o paciente. Os
cuidados específicos de enfermagem frente ao choque cardiogênico devem proporcionar
cuidados gerais de acordo com a evolução da situação, quer a nível físico, quer a nível
emocional.
Descritores: Choque, Cardiogênico, Enfermagem.
- Pág. 266 -
Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
REFLEXÕES E PERCEPÇÕES DO PROCESSO VIDA E MORTE NA UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA
Edson Luís Soares Dias*
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Laércio Fabrício Alves
Mestrando em Ciências da Saúde - USF,
laé[email protected]
Pedro Henrique Rodrigues Senteio
Especialista em Enfermagem em UTI – Unianhanguera
[email protected]
RESUMO
Introdução: A preocupação com o processo de vida e morte, já se existe há muito tempo,
desde o inicio das primeiras pesquisas envolvendo a ciência médica, pois frente a esta
situação, a própria ética de cada profissional pode influenciar diretamente nas ações de
cada individuo. Entretanto a única certeza encontrada até os dias de hoje, é que a morte
de uma forma geral, é a única certeza da vida. Gomes, (2003) considera que a
cotidianidade e o modo de viver se transformam em um instinto, subconsciente e
inconsciente, irrefletido mecanismo de ação e de vida, onde tudo está ao alcance das
mãos e as intenções de cada um são realizáveis. A morte, as doenças, o nascimento e as
derrotas constituem os acontecimentos da vida de cada dia, porém a sociedade
contemporânea tem refutado cada vez mais a doença e, especialmente, a morte, dandolhe um caráter pejorativo (GARROS, 2003). Objetivo: Compreender as reflexões e
perspectivas do processo vida e morte na unidade de terapia intensiva. Método: Trata-se
de um estudo quantitativo retrospectivo baseado em revisão da literatura, utilizando a
base de dados Lilacs. Resultado: Aspectos psicológicos e emocionais acabam sendo
fatores capazes de alterar o comportamento profissional, principalmente quando o
processo de vida e morte está vinculado a membro familiar. O pensamento acerca do ato
de morrer tem se modificado junto ao processo de transformação da sociedade e está
diretamente atrelado ao estado de desenvolvimento de cada sociedade, suas
especificidades, valores e mitos. Conclusão: Fatores como experiência profissional,
controle emocional e social são fundamentais para o profissional no processo de vida e
morte na unidade de terapia intensiva. O processo de morte é uma situação particular
para o profissional, pois as questões relacionadas a perdas reais ou potenciais e o medo
da própria terminalidade podem levá-lo a manter uma distância emocional da família. No
entanto, ao se deparar com a morte no cotidiano da UTI, o profissional passa a refletir
sobre suas próprias experiências pessoais, sendo possível construir uma postura
diferenciada perante a família nessas situações, passando a considerá-la como objeto do
cuidado.
Palavras Chave: Morte, Vida e Enfermagem.
- Pág. 267 -
Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
IMPORTÂNCIA DO CONTROLE GLICÊMICO AO PACIENTE CRÍTICO NA UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA
Edson Luís Soares Dias*
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Laércio Fabrício Alves
Mestrando em Ciências da Saúde - USF,
laé[email protected]
Pedro Henrique Rodrigues Senteio
Especialista em Enfermagem em UTI – Unianhanguera
[email protected]
RESUMO
Introdução: A glicemia é a quantidade de glicose presente na corrente sangüínea, sendo
que as medições destes parâmetros são importantes na detecção e prevenção da
hiperglicemia ou hipoglicemia. Os controles dos parâmetros de glicemia são de extrema
relevância na unidade de terapia intensiva, pois contribuem para redução de morbidade e
mortalidade nos pacientes que necessitam de cuidados intensivos. Quadros de
hipoglicemia e hiperglicemia gera grandes complicações, sendo possível provocar
falência de órgãos e tecidos, acidentes cerebrovasculares isquêmicos, insuficiência renal
aguda e septicemia. Objetivo: Evidenciar a importância do controle glicêmico intensivo no
paciente crítico. Método: Trata-se de um estudo quantitativo retrospectivo baseado em
revisão bibliográfica da literatura publicados nos últimos 10 anos na base de dados Lilacs.
Resultado: A monitorização e o registro freqüente da glicemia contribuem para alcançar a
faixa glicêmica alvo e prevenir efeitos adversos relacionados glicemia. A elevação da
glicemia durante um período de enfermidade crítica, e um quadro glicêmico previamente
ignorado ou descrito como adaptativo, se não for acompanhado rigorosamente pode gerar
complicações que chegam a atingir órgão alvo, podendo até mesmo levar o paciente a
óbito. A mensuração precisa dos níveis glicêmicos e a utilização de insulinoterapia venosa
é um tratamento complexo e o resultado depende da atuação multiprofissional para
fornecer uma assistência de qualidade. Conclusão: A monitorização da glicemia dos
pacientes admitidos em uma terapia intensiva é por sua vez, um excelente recurso
utilizado para retratar as flutuações glicêmicas e com isso, avaliar o estado hemodinâmico
do paciente. Pois, os resultados obtidos permitem reavaliar a terapêutica instituída
mediante os ajustes de doses de insulina, proporcionando melhora da qualidade de vida e
diminuição das complicações decorrentes do mau controle metabólico.
Palavras Chave: Glicemia, Enfermagem, UTI.
- Pág. 268 -
Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
A PROBLEMÁTICA DO ERRO DE MEDICAÇÃO EM PEDIATRIA
Edson Luís Soares Dias*
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Laércio Fabrício Alves
Mestrando em Ciências da Saúde - USF,
laé[email protected]
Gabriela Augusto de Azevedo
Graduando em Medicina - USF,
[email protected]
Cristiane de Oliveira Aureliano
Especialista em enfermagem em Obstetrícia - UNASP,
[email protected]
Claudia dos Santos Pinto
Especialista em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva – Unianhanguera,
[email protected]
RESUMO
Introdução: Erro de medicação é um assunto delicado, no qual envolve estigmas,
preconceitos, medos e principalmente desinformação onde muitos profissionais preferem
não pronunciar sobre o mesmo. A ocorrência de erros é inerente ao processo cognitivo
humano, e neste contexto, profissional de saúde são passiveis de cometê-los. Esforços
devem ser implementados na tentativa conhecer e explorar tais eventos, com a finalidade
de desenvolver estratégias que conduzam à prevenção e conseqüentemente promovam a
segurança do paciente. Atualmente a problemática do erro de medicação tem despertado
interesse na comunidade científica e técnica, motivado pela alta incidência de erros
encontrados durante a rotina de saúde. Na ocorrência de erros é necessária uma
averiguação sistemática visando esclarecer as causas e, a partir destas, estabelecer
estratégias preventivas, e sempre notificação dos erros, para que todo erro não ocorra
novamente. Objetivo: Identificar á problemática do erro de medicação na pediatria.
Método: Trata-se de um estudo quantitativo retrospectivo, no qual o método adotado para
o desenvolvimento deste estudo foi baseado em uma revisão minuciosa da literatura.
Resultados: Os achados foram organizados, analisados e sintetizados, evidenciando
assim as principais circunstâncias que envolvem o erro de medicação em pediatria, sendo
elas a não checagem da medicação com a prescrição médica; não checagem da
presença de alergia; administração de medicamentos sem conferir identificação do
paciente; prescrição médica ilegível; não respeitar horário de preparo e administração de
medicamentos. Todos os estudos relatam a necessidade de mais treinamento, ou seja, a
aplicação da educação continuada, para minimizar os erros e melhorar a qualidade de
assistência. Conclusão: O assunto erro de medicação está trazendo gravíssimos
transtornos e manifestando preocupações quanto á responsabilidade de disponibilizar um
ambiente seguro com qualidade na assistência de saúde. Portanto é necessário que se
aplique treinamentos e que ocorra conscientização da equipe multiprofissional, quanto á
importância deste tema abordado. Descritores: Medicação, Erro e Pediatria.
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Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO FAMILIAR NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
COM SÍNDROME DE DOWN
Edson Luís Soares Dias*
Mestre em Bioética – Centro Universitário São Camilo,
[email protected]
Laércio Fabrício Alves
Mestrando em Ciências da Saúde - USF,
laé[email protected]
Gabriela Augusto de Azevedo
Graduando em Medicina - USF,
[email protected]
Cristiane de Oliveira Aureliano
Especialista em enfermagem em Obstetrícia - UNASP,
[email protected]
Claudia dos Santos Pinto
Especialista em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva – Unianhanguera,
[email protected]
RESUMO
Introdução: Síndrome de Down ou trissomia do 21 é uma condição genética,
reconhecida há mais de um século por John Langdon Down (MORREIRA, 2009), que
constitui uma das causas mais freqüentes de deficiência mental, compreendendo
aproximadamente cerca de 20% do total de deficientes mentais no Brasil (DATA SUS,
2009). Os pacientes possuem características dismórficas, produzindo um fenótipo distinto,
tais como hipotônia observada em recém-nascido, baixa estatura e braquicefalia com um
occipúcio achatado. O pescoço é curto, apresentando pele redundante na nuca. A ponte
nasal é plana, as orelhas são de implantação baixa e possuem uma aparência dobrada
típica, os olhos exibem manchas de Brushfield ao redor da margem da íris. A boca
permanece aberta, muitas vezes o paciente mostra a língua protusa. As mãos são curtas
e largas, freqüentemente com uma única prega palmar transversa e os quintos dedos
defletidos, ou clinodactilia. Os pés mostram um amplo espaço entre o primeiro e segundo
dedos com um sulco estendendo-se próximo à face plantar. Os dermatóglifos são
altamente típico (MUSTACCHI, 2000). Objetivo: mostrar a importância da família no
desenvolvimento da criança com síndrome de Down. Método: Trata-se de um estudo
quantitativo exploratório, no qual o método adotado para o desenvolvimento deste estudo
foi baseado em uma revisão minuciosa da literatura. Resultados: Os achados foram
organizados, analisados e sintetizados, evidenciando assim as principais circunstâncias
que envolvem o processo familiar no desenvolvimento da criança com Síndrome de
Down, onde foi identificado que a o auto-estima e comprometimento familiar podem
favorecer o desenvolvimento bio-psíco-social. Conclusão: Portanto a cooperação dos
pais constitui um dos principais fatores para o êxito do processo de desenvolvimento e
aprendizagem, já que quando não há colaboração, dificilmente estas crianças conseguirá
atingir um desenvolvimento satisfatório; perto de toda a sua capacidade.
Descritores: Síndrome de Down e Desenvolvimento, Família.
- Pág. 270 -
Revista ENAF Science Volume 5, número 2, outubro de 2010
Órgão de divulgação científica do 7º ENAF BH, 1º ENAF Rio Preto e 49º ENAF - ISSN: 1809-2926
- Pág. 271 -

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