COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus (SKUSE, 1894

Transcrição

COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus (SKUSE, 1894
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM PARASITOLOGIA VETERINÁRIA
TESE
COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus (SKUSE, 1894)
PROVENIENTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL, PARA
Dirofilaria immitis (LEIDY, 1856) RAILLIET & HENRY 1911.
MARIA LUCIA CARNEIRO SERRÃO
2004
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
COMPETÊNCIA VETORIAL DE Aedes albopictus (SKUSE, 1894)
PROVENIENTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL, PARA
Dirofilaria immitis (LEIDY, 1856) RAILLIET & HENRY 1911.
MARIA LUCIA CARNEIRO SERRÃO
Sob a orientação do Professor
Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca
e co-orientação da Professora
Dra. Norma Vollmer Labarthe
Tese submetida como requisito parcial para
obtenção do grau de Doutor em Ciências
Veterinárias, Área de concentração em
Parasitologia Veterinária.
Seropédica, RJ
Fevereiro de 2004
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE VETERINÁRIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
MARIA LUCIA CARNEIRO SERRÃO
Tese submetida ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, área de
Concentração em Parasitologia Veterinária, como requisito parcial para obtenção do
grau de Doutor, em Ciências Veterinárias.
TESE APROVADA EM 17/02/2004
_________________________________________________
Prof. Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca (DSc.) UFRRJ
Orientador
_____________________________________________
Prof. Dra. Norma Vollmer Labarthe (DSc.) UFF
Co-orientador
__________________________________________________
Prof. Dr. Jorge Guerrero (PhD) University of Pennsylvania
__________________________________________________
Dr. Ricardo Lourenço de Oliveira (DSc.) Fiocruz
__________________________________________________
Prof. Dr. Jairo Dias Barreira (DSc.) UFRRJ
iii
AGRADECIMENTOS
À CAPES pelo apoio financeiro recebido.
Ao Profº Dr. Adivaldo Henrique da Fonseca pela orientação, confiança e oportunidade
de realizar este projeto.
À Profª Dra. Norma Labarthe pelos ensinamentos, colaboração e apoio nos momentos
difíceis, pela orientação e profissionalismo.
Aos Centros de Controle de Zoonoses de Niterói e de Santa Cruz e ao Departamento de
Vigilância Ambiental de Maricá pela autorização para que realizássemos a coleta de
sangue durante a campanha de vacinação.
À Profª Dra. Maria Júlia Salim Pereira pela leitura crítica da tese.
À Profª Dra. Nádia Almosny do Laboratório de Patologia Clínica da Faculdade de
Veterinária da UFF pelo empréstimo do microscópio e permissão para realizar as
fotografias necessárias.
Ao Dr. Ricardo Lourenço de Oliveira do Laboratório de Transmissores de
Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz pela cessão de ovos de Ae. aegypti
do Rio de Janeiro e da linhagem Rockefeller.
Ao Dr. Mário Alberto do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos, do
Departamento de Bioquímica Médica, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ,
pela cessão de ovos de Ae. aegypti da linhagem Liverpool.
À Profª Ana Maria Dieckman pela cessão das imagens de Teresópolis.
Aos colegas Marcos Ishizaki, Raphaela Barbieri, Renata Ferreira, Simone Silva, Carlos
Roberto Lamego, Alessandra Pinho, Priscila Damato, Flavya Mendes de Almeida e
Bruno Pinho pela colaboração nos trabalhos de campo.
À Liliane Willi, Yuri Fontenele Melo, Maria Carolina Ferreira Faria, Grazielle
Marques, Aline Serricella Branco e Nildimar Honório pela amizade e ajuda
incondicional e irrestrita em todos os momentos que precisei.
À Heloisa N. Diniz e Genilton Vieira pelo auxílio na elaboração das imagens.
À Profª Núbia Karla O. Almeida pela realização da análise estatística.
Às amigas Monique Mota, Simone Benevento e Larissa Arantes pelo apoio, incentivo,
carinho, amizade e companheirismo.
iv
À amiga Dinair Couto Lima pelos ensinamentos, conselhos e dicas e, em especial, pela
ajuda incondicional, incansável e inestimável sem a qual este trabalho não teria sido
realizado.
Ao Madruga e seus proprietários, minha profunda e eterna gratidão.
À Kyra, Candy, Arusha, Bonnie, Drica, Meg e Morgana por existirem e fazerem parte
da minha vida.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a minha formação e na
realização deste trabalho.
v
RESUMO
SERRÃO, Maria Lúcia Carneiro. Competência vetorial de Aedes albopictus (Skuse,
1894), proveniente do Estado do Rio de Janeiro, Brasil, para Dirofilaria immitis
(Leidy, 1856) Railliet & Henry 1911. Seropédica: UFRRJ, 2004. 89p. (Tese,
Doutorado em Ciências Veterinárias, Parasitologia Veterinária).
A dirofilariose é uma doença que se apresenta distribuída mundialmente, tendo como
agente etiológico o nematóide Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) que acomete várias
espécies animais. O parasito é transmitido por mosquitos, principalmente dos gêneros
Aedes, Culex ou Anopheles, o que impõe a necessidade de convívio entre cães
portadores de microfilaremia, populações de mosquitos transmissores e hospedeiros
vertebrados susceptíveis para que a transmissão ocorra. Várias espécies de mosquitos
estão envolvidas na transmissão de D. immitis ao redor do mundo, dentre elas a espécie
Aedes albopictus, que embora seja vetor conhecido em alguns países, no Brasil, sua
competência ou capacidade vetorial à D. immitis são desconhecidas. Objetivando
conhecer ou atualizar a freqüência de dirofilariose canina foram coletadas amostras de
sangue para pesquisa de microfilárias de cães de Ambaí (Nova Iguaçu), Itaipu (Niterói)
e Itaipuaçu (Maricá). Objetivou-se também avaliar a competência vetorial da espécie
Ae. albopictus ao helminto e para tanto se capturou mosquitos em Ambaí, Itaipu,
Itaipuaçu e Albuquerque (Teresópolis). As populações de cada localidade foram
mantidas em laboratório e alimentadas artificialmente com sangue contendo
microfilárias de D. immitis (~ 1670mf/ml de sangue). A freqüência de infecção canina
foi de 0,9% em Ambaí e 7% em Itaipu e Itaipuaçu. A proporção de mosquitos
infectados logo após a alimentação variou de 81,44% a 96,23% e a média de
microfilárias ingeridas entre as diferentes populações variou de 3,21±3,97 a 6,87±5,81.
A mortalidade dos mosquitos infectados foi alta, variando de 79,72% a 87,36%.
Dezesseis dias após a infecção, os indivíduos que sobreviveram foram dissecados para
pesquisa de larvas. As populações de Ambaí e Itaipuaçu apresentaram
aproximadamente a mesma proporção de mosquitos infectados (24,64% e 25,90%,
respectivamente) e taxa de infectividade (1,45% e 1,31%, respectivamente) e as
populações de Itaipu (43,21%) e Albuquerque (47,19%) também mostraram proporções
semelhantes entre si. A taxa de infectividade da população de Itaipu foi alta (34,57%) e
na população de Albuquerque não foi possível encontrar nenhum mosquito infectante. A
média de larvas infectantes encontradas na cabeça ou probóscida dos mosquitos variou
de 0,01±0,12 a 1,39±2,60. A eficiência vetorial das populações de Ambaí, Itaipuaçu e
Albuquerque foi baixa, sugerindo que estas populações não sejam capazes de transmitir
D. immitis. Por outro lado, o índice de eficiência vetorial encontrado na população Ae.
albopictus de Itaipu (27,85%) indica que esta população pode participar da transmissão
do nematóide, principalmente quando comparada à espécie Ae. aegypti linhagem
Liverpool (54,05%). Portanto, pelo menos uma população dentre aquelas da espécie Ae.
albopictus introduzida no Brasil é susceptível à infecção por D. immitis,
Palavras chave: Dirofilariose canina - Epidemiologia - Transmissão
vi
ABSTRACT
SERRÃO, Maria Lúcia Carneiro. Vectorial competence of Aedes albopictus (Skuse,
1894) from the State of Rio de Janeiro, Brazil, to Dirofilaria immitis (Leidy,
1856) Railliet & Henry 1911. Seropédica: UFRRJ, 2004. 89p. (Thesis, Doctor in
Veterinary Science, Animal Parasitology).
Heartworm is a disease of worldwide distribution. It is caused by the nematode
Dirofilaria immitis (Leidy, 1856). This nematode may infect different mammal species
including dogs, cats and man. The parasite is transmitted by mosquitoes, mainly those
of the genus Aedes, Culex or Anopheles. To have successful transmission there is need
of microfilaremic dogs, vector mosquitoes and susceptible definite hosts to live
together. Many different mosquito species are known to be vectors of D. immitis around
the world, among those, Aedes albopictus, although recognized as a vector in some
countries, in Brazil its competence or capacity of vectoring D. immitis is unknown.
Aiming to update the frequency of canine heartworm infection at Ambaí (Nova Iguaçu),
Itaipú (Niterói) and Itaipuaçú (Maricá), blood samples of dogs living in those sites were
collected for microfilaria detection. Aiming to determine the vectorial competence of
the Brazilian population of Ae.albopictus to vector the nematode, specimens from
Ambaí, Itaipú, Itaipuaçú and Albuquerque (Teresópolis) were collected, kept at
laboratory conditions and artificially infected by microfilaremic blood meals
(~1670mf/mL of blood). Canine heartworm infection rate was 7% in both Itaipu and
Itaipuaçu and 0.9% in Ambaí. The proportion of infected mosquitoes right after
infecting meals varied from 81.44% to 96.23% and the mean number of ingested
microfilariae among the different populations varied from 3.21±3.97 to 6.87±5.81. The
mortality of infected mosquitoes was high, varying from 79.72% to 87.36%.
Mosquitoes surviving up to the sixteenth day after infection were dissected for detection
of larvae. Populations from Ambaí and Itaipuaçú showed approximately the same
proportion of infected mosquitoes (24.64% and 25.90%, respectively) and infectivity
rate (1.45% and 1.31%, respectively) and the populations from Itaipú (43.21%) and
Albuquerque (47.19%) also showed similar proportions. Infectivity rate of Itaipú
population was as high as 34.57% and in the Albuquerque population there was no
infective mosquito. The mean numbers of infective larvae found in the head or
proboscis of mosquitoes varied from 0.01±0.12 to 1.39±2.60. The vectorial efficiency of
Ambaí, Itaipuaçú and Albuquerque populations was low, suggesting that these
populations are unsuitable for vectoring D. immitis. On the other hand, the vectorial
efficiency of Ae. albopictus from Itaipú (27.85%) indicates that this species it may
participate of the transmission chain of the nematode, especially when compared to Ae.
aegypti, Liverpool strain (54.05%). Therefore, at least one population among those Ae.
albopictus introduced in Brazil may be an efficient vector of D. immitis.
Key words: Canine heartworm - Epidemiology - Transmission
vii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 - Número de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti de
diferentes origens geográficas, parcial ou completamente ingurgitadas,
após oferecimento de fonte sangüínea contendo microfilárias de
Dirofilaria immitis, num sistema artificial ..............................................
45
Tabela 2 - Número de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti, de
diferentes origens geográficas, ingurgitadas total ou parcialmente,
portadoras de microfilárias (mf) de Dirofilaria immitis logo após a
alimentação infectante ............................................................................
46
Tabela 3 - Mortalidade de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti
de diferentes origens geográficas, alimentadas com sangue contendo
microfilárias de Dirofilaria immitis nos diferentes períodos pósinfecção (PI) ..........................................................................................
49
Tabela 4 - Taxas de infecção (TX) e de infectividade (TI) e número e localização
das larvas de Dirofilaria immitis encontradas nos mosquitos das
espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti, de diferentes origens
geográficas, aos 16 dias pós-infecção ......................................................
50
Tabela 5 - Número médio de microfilárias (mf) de Dirofilaria immitis ingeridas e
de larvas de terceiro estádio (L3) e índice de eficiência vetorial (IEV)
das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti, de diferentes origens
geográficas, após alimentação artificial ...................................................
51
viii
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro, mostrando a localização dos
municípios de Nova Iguaçu, Niterói, Maricá e Teresópolis, locais
escolhidos para a coleta de mosquitos da espécie Aedes albopictus .......
35
Figura 2 - Sistema artificial para alimentação sangüínea de mosquitos: a) meio de
circulação de água aquecida; b) gaiola de papelão; c) aparato de vidro .
41
Figura 3 - Larvas de Dirofilaria immitis em diferentes estágios, encontradas na
espécie Aedes albopictus infectada experimentalmente. a: microfilária
no intestino médio (400x); b: larvas em desenvolvimento nos tubos de
Malpighi (400x); c: larvas infectantes na cabeça (100x); d: larvas
infectantes saindo da probóscida (400x) .................................................
48
ix
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................
1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................
3
2.1 Aedes albopictus (Skuse, 1894) ..................................................................
3
2.1.1 TAXONOMIA ................................................................................................
3
2.1.2 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA .........................................................................
4
2.1.2.1 Nos Continentes: África e Oceania .......................................................
4
2.1.2.2 No Continente Europeu .........................................................................
5
2.1.2.3 No Continente Americano .....................................................................
5
2.1.2.3.1 Brasil ..............................................................................................
8
2.1.3 EXPANSÃO GEOGRÁFICA E ORIGEM ..............................................................
9
2.1.4 BIOLOGIA .....................................................................................................
11
2.1.5 Ae. albopictus COMO VETOR DE PATÓGENOS ................................................
14
2.1.5.1 Protozoários e vírus ...............................................................................
14
2.1.5.2 Dirofilaria immitis ................................................................................
16
2.1.5.2.1 Susceptibilidade da espécie Ae. albopictus à infecção por D. immitis ......
17
2.1.6 INTERAÇÃO Ae. albopictus COM Ascogregarina taiwanensis E Wolbachia
sp. .........................................................................................................................
18
2.2 Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) ...............................................................
20
2.2.1 TAXONOMIA .................................................................................................
20
2.2.2 BIOLOGIA .....................................................................................................
20
2.2.3 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA .........................................................................
23
2.2.4 VETORES ......................................................................................................
27
2.2.5 RELAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO .......................................
32
3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................
35
3.1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS ESCOLHIDAS ..............................................................
35
3.2 PESQUISA DA INFECÇÃO POR Dirofilaria immitis EM CANINOS ......................
37
3.3 ESTABELECIMENTO DE COLÔNIAS DE Aedes albopictus (Skuse, 1894) e
Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) ............................................................................
38
3.3.1 OBTENÇÃO DE MOSQUITOS ...........................................................................
38
3.3.2 MANUTENÇÃO DAS COLÔNIAS ......................................................................
38
3.3.3 OBTENÇÃO DE FÊMEAS PARA INFECÇÃO POR D. immitis ...............................
39
x
3.4 FONTE DE INFECÇÃO POR D. immitis ..............................................................
39
3.5 INFECÇÕES EXPERIMENTAIS ............................................................................
40
3.6 DISSECÇÃO DE MOSQUITOS ..............................................................................
41
3.6.1 DISSECÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE MICROFILÁRIAS ..................
41
3.6.2 DISSECÇÃO PARA AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA VETORIAL .........................
42
3.7 AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA VETORIAL DE Ae. albopictus NA
TRANSMISSÃO DE D. immitis ..................................................................................
42
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA .....................................................................................
43
4 RESULTADOS .........................................................................................................
44
5 DISCUSSÃO ............................................................................................................
52
6 CONCLUSÕES ................................................................................................
59
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................
60
ANEXOS ............................................................................................................
87
GLOSSÁRIO ......................................................................................................
89
xi
1 INTRODUÇÃO
As doenças infecciosas e parasitárias transmitidas por artrópodes continuam a ter
um importante papel na humanidade. Estas doenças têm, ainda hoje, forte impacto na
vida de milhões de pessoas e animais ao redor do mundo. O aumento de viagens
internacionais pelas pessoas, acompanhadas por seus animais de estimação colaboram
para a dispersão global destas doenças.
A dirofilariose, doença parasitária comum entre canídeos em várias partes do
mundo, tem o nematóide Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) Railliet & Henry 1911 como
agente etiológico. O ciclo biológico do parasito inclui passagem obrigatória por seus
hospedeiros intermediários, os culicídeos. Apesar de mais de setenta espécies de
mosquitos, em diversas regiões do mundo, já terem tido sua competência vetorial
comprovada, apenas algumas espécies pertencentes aos gêneros Aedes, Anopheles ou
Culex são reconhecidamente transmissoras sob condições naturais. Para que a
transmissão do filarídeo ocorra é necessário o convívio entre cães portadores de
microfilaremia, populações susceptíveis de mosquitos transmissores e de hospedeiros
vertebrados.
A espécie Aedes albopictus (Skuse, 1894), de origem asiática e considerada a
segunda espécie de Culicidae em importância sanitária para os seres humanos, teve o
seu primeiro registro nas Américas em 1985. Esta espécie chegou no continente
americano por transporte marítimo e colonizou rapidamente grande extensão, ocupando
principalmente os ambientes urbanos e periurbanos. Nos Estados Unidos da América
este vetor está envolvido na transmissão de parasitos ou patógenos nativos. Esta espécie
já foi encontrada naturalmente infectada com D. immitis naquele país, assim como no
Japão e em Taiwan.
No Brasil, a dirofilariose canina apresenta alta prevalência nas regiões costeiras,
onde a presença de vetores parece abundante. O Estado do Rio de Janeiro é uma das
regiões em que há maior número de investigações sobre a prevalência da doença e sobre
a composição da fauna culicídica e ainda, uma das poucas áreas onde já foram
apontados os naturais vetores primários da dirofilariose canina.
A rápida dispersão de Ae. albopictus pelo País desde a sua provável introdução
em 1986, preocupa as autoridades sanitárias, uma vez que pode participar em ciclos de
1
arboviroses, sendo capaz de aumentar o risco de transmissão de várias viroses indígenas
e introduzir algumas exóticas, como a Dengue. Embora Ae. albopictus seja importante
vetor de D. immitis em outros países, no Brasil ainda não há estudos laboratoriais ou de
campo que comprovem sua
participação na transmissão de dirofilariose canina.
Entretanto, caso essa espécie apresente capacidade vetorial, poderá mudar o quadro
epidemiológico do parasito, uma vez que seus hábitos e dispersão são diferentes
daquelas espécies reconhecidamente vetoras no País.
Por isso, este estudo teve a finalidade de conhecer ou atualizar a freqüência de
dirofilariose canina no Estado do Rio de Janeiro e verificar a competência vetorial da
espécie Ae. albopictus proveniente de diferentes regiões geográficas dessa unidade
federativa, ao nematóide D. immitis.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aedes albopictus (Skuse, 1894)
2.1.1 Taxonomia
Atualmente, a posição taxonômica da espécie, segundo FORATTINI (2002), é a
seguinte:
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Díptera
Subordem: Nematocera
Família: Culicidae
Subfamília: Culicinae
Tribo: Aedini
Gênero: Aedes Meigen, 1818
Subgênero: Stegomyia Theobald, 1901
Grupo: Scutellaris
Espécie: Aedes albopictus (Skuse, 1894)
Aedes albopictus foi descrito por Skuse em 1894 como Culex albopictus, a partir
de exemplares coletados em Calcutá, Índia (BARRAUD, 1928). Pouco mais tarde, em
1901, Theobald descreveu a mesma espécie nomeando-a Stegomyia scutellaris. Até
1917, vários pesquisadores sinonimizaram a espécie, quando então Edwards incluiu-a
no gênero Aedes, subgênero Stegomyia. A espécie é originária da selva tropical do
Sudeste Asiático (SMITH, 1956).
O subgênero Stegomyia constitui amplo e característico grupo de aedinos cuja
biogeografia encontra-se praticamente restrita às regiões do chamado Velho Mundo. No
entanto, duas espécies foram introduzidas na região neotropical: Aedes aegypti
(Linnaeus, 1762) e Ae. albopictus. Até o momento, são as únicas espécies deste
subgênero, presentes no continente americano (PAPAVERO & GUIMARÃES, 2000).
Os adultos de Ae. albopictus são escuros e praticamente de tonalidade negra. O clípeo
mostra-se inteiramente escuro; o toro possui tufo de escamas prateadas internamente e
no escudo destaca-se a presença de linha longitudinal mediana, de escamas prateadas
(CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994).
A espécie Ae. albopictus já foi anteriormente conhecida como Culex albopictus
Skuse 1894; Stegomyia scutellaris (Walker) Theobald 1901; Stegomyia scutellaris
3
samarensis Ludlow 1903; Stegomyia nigritia Ludlow 1910 e Stegomyia quasinigritia
Ludlow 1911, até a denominação atual Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse) Edwards
1917.
2.1.2 Distribuição Geográfica
Historicamente, Ae. albopictus é uma espécie com extraordinária capacidade de
colonização. Esteve longo tempo confinada nos limites de algumas ilhas do Oceano
Índico, como Madagascar, Mauricius, Reunion, Seychelles, Marianas, Bonin e o
arquipélago Chagos, das ilhas Havaianas no Oceano Pacífico e de países na região
oriental da Ásia (Japão, China, Índia, Nepal, Tailândia, Vietnã, Laos, Malásia, Filipinas,
Taiwan e Coréia) (SURTEES, 1966; KAMIMURA, 1968; HONG et al., 1971;
LAMBRECHT & VAN SOMEREN, 1971; HUANG, 1972; HO et al., 1973; MORI &
WADA, 1978). Uma alarmante e repentina mudança no painel geográfico ocorreu
durante a década de 80, devido ao transporte passivo de ovos e de formas imaturas em
recipientes artificiais. Aedes albopictus dispersou-se de tal forma, que atualmente pode
ser encontrada no Continente Americano, na África, na Europa Meridional e várias ilhas
do Oceano Pacífico, como ilhas Carolinas, Salomão, Santa Cruz e Fidji (ELLIOT, 1980;
PASHLEY & PASHLEY, 1983; FONTENILLE & RODHAIN, 1989; LAILLE et al.,
1990). Na atualidade sabe-se que a espécie existe em todos os continentes exceto na
Antártida (HAWLEY, 1988; ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995; MITCHELL,
1995; LOUNIBOS, 2002).
2.1.2.1 Nos Continentes: África e Oceania
A intrigante ausência de Ae. albopictus no continente africano foi desfeita pela
sua detecção na Nigéria, em 1991, quando ovos e larvas foram encontrados em áreas
silvestres durante investigações epidemiológicas (SAVAGE et al., 1992).
Na Austrália, carregamentos de pneus infestados com Ae. albopictus foram
encontrados nas cidades de Brisbane, em 1988 e Darwin, em 1989 (KAY et al., 1990).
O mesmo modo de introdução da espécie foi descrito quatro anos mais tarde na Nova
Zelândia (CALDER & LAIRD, 1994).
4
2.1.2.2 No Continente Europeu
A Albânia foi o primeiro país europeu a relatar a introdução da espécie Ae.
albopictus. Exemplares adultos ou imaturos foram coletados na pequena cidade de Laç,
em agosto de 1979, em pneus e recipientes de água (ADHAMI & REITER, 1998).
Provavelmente, a espécie entrou no País pelo único porto marítimo e principal porta de
entrada de mercadorias vindas da China (VAZEILLE-FALCOZ et al., 1999). Em 1990,
na Itália, uma única fêmea de Ae. albopictus foi coletada e identificada na cidade de
Genova, região da Ligúria (SABATINI et al., 1990). Um ano depois, a primeira
população da espécie foi encontrada na cidade de Pádua, região de Veneto. Foram
coletados espécimes adultos ou imaturos numa grande variedade de recipientes
peridomiciliares e em pneus (DALLA POZZA & MAJORI, 1992). Desde então,
infestações pelo mosquito já foram descritas em nove regiões e 107 municípios
pertencentes a 22 províncias italianas, atingindo todo o nordeste e parte central da Itália
(KNUDSEN et al., 1996, ROMI et al., 1999). As infestações da Albânia e Itália não
tiveram a mesma origem pois os indivíduos achados na Itália parecem ter vindo da
América do Norte (DALLA POZZA et al., 1994).
O recente achado de Ae. albopictus na França (1999) (SHAFFNER & KARCH,
2000) demonstra a capacidade de dispersão da espécie, com o risco de outros países
europeus também serem infestados, já que a capacidade da espécie se adaptar a uma
grande variedade de habitats e tolerar baixas temperaturas é grande (MITCHELL, 1995;
KNUDSEN et al., 1996).
2.1.2.3 No Continente Americano
O continente americano foi invadido e ocupado por este vetor, nos anos 80, a
partir de localidades no sul dos Estados Unidos da América (EUA). Antes do seu
estabelecimento nas vizinhanças de Houston, Texas em 1985 (SPRENGER &
WUITHIRANYAGOOL, 1986), Ae. albopictus tinha sido detectada anteriormente em
carregamentos de pneus em portos norte-americanos (PRATT et al., 1946; EADS, 1972)
e num cemitério no Tennessee (REITER & DARSIE, 1984).
Em 1986, Ae. albopictus foi encontrada em cidades adjacentes a Houston, em
New Orleans e arredores, Louisiana e em Memphis, Tennessee. Em junho e julho, a
espécie foi reportada em Gulfport, Mississippi e em Jacksonville, Florida (MOORE et
al., 1988).
5
Ainda no mesmo ano, um estudo epidemiológico conduzido em 41 cidades e
povoados norte-americanos mostrou que a espécie Ae. albopictus estava amplamente
disseminada no sul dos EUA, porém com distribuição localizada e descontínua (CDC,
1986). Alguns meses mais tarde, em setembro de 1986, um levantamento realizado em
seis estados demonstrou que aqueles localizados ao norte do país estavam menos
infestados do que os estados do Texas, Louisiana e Mississippi. No inverno deste
mesmo ano, Ae. albopictus já estava presente em 42 cidades de 12 estados localizados
no sudeste, leste, nordeste e centro-oeste dos EUA (CDC, 1988). Em 1987, o programa
foi expandido, incluindo 59 cidades. Infestações adicionais de Ae. albopictus foram
encontradas em mais cinco estados e várias cidades onde não havia focos anteriormente,
sugerindo expansão do vetor (MOORE et al., 1988). Em julho e agosto de 1987, oito
cidades reconhecidamente infestadas com Ae. albopictus nos estados do Texas,
Louisiana, Florida, Missouri, Tennessee e Indiana foram estudadas em detalhe para
determinar a distância na qual espécimes teriam dispersado-se do foco original (CDC,
1987). Os pesquisadores notaram que houve um decréscimo notável na dominância de
Ae. albopictus à medida que aumentou a distância do foco (Houston) (MOORE et al.,
1990).
Durante o ano de 1988 a espécie foi encontrada na Carolina do Sul, aumentando
para 17 o número de estados infestados (FRANCY et al., 1990). A partir daí a espécie
foi se expandindo pelo país e em 1992, 22 estados já registravam sua presença
(ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995; MEKURIA & HYATT, 1995). Em 1997, Ae.
albopictus era encontrada em 678 condados de 25 estados (MOORE & MITCHELL,
1997) e o mais recente levantamento da distribuição norte-americana da espécie revela
que 919 condados em 26 estados (Alabama, Arkansas, Delaware, Florida, Georgia,
Iowa, Illinois, Indiana, Kansas, Kentucky, Louisiana, Maryland, Minnesota, Missouri,
Mississippi, North Carolina, Nebraska, New Jersey, Ohio, Oklahoma, Pennsylvania,
South Carolina, Tennessee, Texas, Virginia e West Virginia) estão infestados
(RIGHTOR et al., 1987; PEACOCK et al., 1988; SWEENEY et al., 1988; CILEK et al.,
1989; FOSTER, 1989; SMITH et al., 1990; HOBBS et al., 1991; O’MEARA et al.,
1992; NIEBYLSKI & CRAIG, 1994; WOMAK et al., 1995; CRANS et al., 1996;
MOORE, 2001). Nos estados da Florida, Georgia, North Carolina, South Carolina e
Tennessee não há um só condado livre da infestação (O’MEARA et al., 1995,
WOMACK et al., 1995; MOORE, 1999; DARSIE & WARD, 2000).
6
Atualmente, Ae. albopictus já colonizou todo o sudeste e uma grande área no
leste dos EUA e alguns estados do centro-oeste americano (RIAGU-PEREZ et al., 1994;
ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995; MOORE, 1999).
Prosseguindo em sua dispersão, a espécie tem seu primeiro registro no México
em 1988, em um pneu na cidade de Matamoros, próxima à fronteira com o Texas
(IBÁÑEZ-BERNAL & MARTÍNEZ-CAMPOS, 1994). Nos anos seguintes, a espécie
foi encontrada em mais três cidades vizinhas ao Estado do Texas. Especula-se que a
espécie possa ter sido introduzida em território mexicano por meio do comércio de
pneus usados (TOVAR & MARTINEZ, 1994).
Na Guatemala encontraram-se os primeiros exemplares de Ae. albopictus em
ambiente rural, próximo à fronteira com o México. O achado ocorreu no decurso de
pesquisas entomológicas realizadas em 1995. Em seguida, a espécie foi localizada no
principal porto marítimo de exportação para os EUA, na costa do Pacífico. Em todas as
coletas realizadas em ambiente urbano na Guatemala, Ae. albopictus foi a segunda
espécie mais freqüente depois de Ae. aegypti. Em contraste, no ambiente rural, Ae.
albopictus foi mais freqüente nas coletas do que a espécie Ae. aegypti (OGATA &
SAMAYOA, 1996).
O encontro da espécie Ae. albopictus no território da República Dominicana, em
área urbana e silvestre foi relatado por Peña em 1993. Dois anos mais tarde, o sistema
de vigilância do Programa Nacional Cubano de Erradicação do Ae. aegypti coletou
formas imaturas de Ae. albopictus em armadilhas para larvas (BROCHE & BORJA,
1999). Estes pesquisadores sugeriram que a espécie Ae. albopictus tenha sido
introduzida no país por meio de carregamento procedente da República Dominicana ou
México, pelo porto de Havana.
O primeiro registro da presença de Ae. albopictus na Colômbia data de 1998
durante investigação epidemiológica de doenças tropicais. Foram capturados oito
exemplares adultos na cidade de Letícia, fronteira com o Brasil (VÉLEZ et al., 1998).
Infestações de Ae. albopictus também já foram reconhecidas na Bolívia, El Salvador,
Ilhas Cayman e Barbados (REITER, 1998).
A presença da espécie Ae. albopictus na Argentina foi registrada em 1998, em
San Antonio, Província de Misiones, a partir de material coletado em recipiente em
local sombreado, no jardim de uma casa, situada a 100 metros do rio San Antonio,
fronteira com o Brasil (ROSSI et al., 1999).
7
2.1.2.3.1 Brasil
No Brasil, a espécie Ae. albopictus foi encontrada pela primeira vez em 1986, na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Município de Itaguaí, Estado do Rio de
Janeiro. A identificação da espécie é creditada e mencionada por diversos pesquisadores
como sendo de FORATTINI (1986), já que o primeiro registro foi de sua autoria.
Entretanto, um dos pesquisadores que vivenciou os fatos da época relata que, algumas
larvas existentes num pneu de trator foram coletadas pelo Prof. Eugênio Izeckson e
entregues ao Dr. Hugo de Souza Lopes, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz para
que fossem identificadas. No laboratório de Entomologia, Dr. Hugo e mais dois
pesquisadores examinaram os exemplares e os identificaram como Ae. albopictus.
Contudo, como à época não havia registro desta espécie no Rio de Janeiro e nenhum
espécime para que a devida comparação fosse feita, indivíduos adultos foram enviados
para o Laboratório de Entomologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de
São Paulo, e a identificação foi confirmada pelo Dr. Oswaldo Forattini (comunicação
pessoal1). Neste mesmo ano, registrou-se a ocorrência desta espécie em mais três
Estados: Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.
Em Minas Gerais, larvas de Ae. albopictus foram encontradas no peridomicílio
de uma casa localizada no distrito de Venda Nova, em Belo Horizonte (NEVES &
ESPÍNOLA, 1986). Um levantamento realizado pela Superintendência de Campanhas
de Saúde Pública (SUCAM) no Estado do Espírito Santo encontrou formas adultas ou
imaturas da espécie em praticamente toda a metade sul do Estado (FERREIRA NETO
et al., 1987). Exemplares imaturos de Ae. albopictus foram coletados em uma área
urbana de um município do Estado de São Paulo, próximo à divisa com o Estado do Rio
de Janeiro, em setembro de 1986 (BRITO et al., 1986).
Registros da ocorrência de Ae. albopictus no Estado de São Paulo até 1995
mostram que dos 626 municípios paulistas, 617 já estavam infestados pela espécie de
mosquito. Estes dados demonstram a velocidade de ocupação da espécie no Estado em
pouco tempo, ultrapassando até o número de municípios infestados por Ae. aegypti
(GLASSER & GOMES, 2000, 2002).
Dez anos depois do primeiro registro de Ae. albopictus no Brasil, a espécie foi
encontrada na cidade de Curitiba, Estado do Paraná (1996), onde foram coletadas duas
fêmeas (SANT’ANA, 1996). O primeiro registro da presença de Ae. albopictus no Mato
1
Ricardo Lourenço de Oliveira - Fiocruz
8
Grosso do Sul foi no município de Douradina em 1997, onde foram encontradas formas
imaturas da espécie (SANTOS & NASCIMENTO, 1998). A espécie também já foi
encontrada em área rural do Estado (GOMES et al., 1999). Acredita-se que o exemplar
tenha imigrado para o Estado por transporte rodoviário, proveniente de algum Estado
onde sua ocorrência já fôra relatada (SANTOS & NASCIMENTO, 1998). Em 2000, foi
registrada a presença de Ae. albopictus em remanescentes de Mata Atlântica, localizada
em área urbana de Recife, Pernambuco (ALBUQUERQUE et al., 2000). No Estado de
Santa Catarina, em 2001, foram capturadas três fêmeas adultas na Praia de Itaguaçu, na
Ilha de São Francisco do Sul, litoral norte do Estado (LÖWENBERG-NETO &
NAVARRO-SILVA, 2002). As publicações mais recentes relatam a invasão desta
espécie em dois Estados do Norte do país. No Pará, foram capturados 42 exemplares de
mosquitos adultos em área urbana (SEGURA et al., 2003) e no município de Manaus,
Amazonas, foram capturados dois exemplares (FÉ et al., 2003).
Apesar da primeira publicação existente no País referir-se ao achado de 1986,
alguns pesquisadores acreditam que Ae. albopictus já estava no Brasil desde 1976. No
entanto, não há documentos que registrem tal ocorrência (comunicação pessoal2). Tanto
assim, que de acordo com a FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), em 1987 já era
possível detectar a presença dessa espécie em mais de 50 municípios brasileiros. Esses
dados da FUNASA levam a crer que esta espécie tenha colonizado o país muito antes
do que se pensa. Seja como for, 11 anos depois do primeiro relato (1986), Ae.
albopictus já se encontrava presente em todos os municípios do Estado do Rio de
Janeiro (comunicação pessoal2). Essa espécie vem se disseminando por todo o país, de
tal forma que, até 2002 já infestava cerca de 20 dos 27 estados brasileiros, não havendo
relatos nos estados do Amapá, Roraima, Acre, Tocantins, Piauí, Ceará e Sergipe
(SANTOS, 2003).
2.1.3 Expansão Geográfica e Origem
Antes de 1985, a distribuição de Ae. albopictus, espécie também conhecida
como “tigre asiático”, era restrita à Ásia, seu local nativo e algumas ilhas do Oceano
Pacífico. Acredita-se que sua expansão esteja relacionada com o intenso comércio de
pneus usados ao redor do mundo, podendo carrear ovos ou formas imaturas (RAI,
1991). A velocidade com que essa espécie se dispersou para outros países leva a crer
2
Alan Gallardo - FUNASA
9
que os transportes aéreo e rodoviário, além do marítimo, exerceram um importante
papel nessa expansão. Outro fator que contribui para essa dispersão é o fato de não
existirem atividades de controle de vetores e de vigilância entomológica adequadas na
maior parte dos países infestados (ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995).
A introdução de Ae. albopictus nos EUA ocorreu pela importação de pneus que
continham larvas e ovos de Ae. albopictus vindos da Ásia (Japão ou Taiwan)
(MONATH, 1986; SPRENGER & WUITHIRANYAGOOL, 1986; HAWLEY et al.,
1987; REITER & SPRENGER, 1987; CRAVEN et al., 1988; FRANCY et al., 1990;
O’MEARA et al., 1992, 1993, 1995; REITER, 1998). No estado da Flórida, além do
comércio de pneus, há outros três fatores específicos que parecem contribuir para a
disseminação da espécie: 1) extensa disponibilidade de habitats aquáticos apropriados e
2) diminuição das populações de Ae. aegypti (O’MEARA et al., 1993).
O início da infestação no Brasil, embora também pareça estar relacionada com o
transporte marítimo (OPS, 1987), não permite concluir sobre a sua origem. Para a
Organização Panamericana da Saúde (1987) a espécie pode ter entrado no país,
possivelmente em internódios de bambus, vinda do sudeste Asiático. Já RAI (1991)
acredita que espécimes oriundos da América do Norte iniciaram a colonização. A
terceira hipótese, sugerida por diversos autores (FORATTINI, 1986; MARQUES &
MIRANDA, 1992; CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994; SANT’ANA,
1996; SANTOS E NASCIMENTO, 1998), aponta o Japão como origem, através do
intercâmbio marítimo desse país com o sistema portuário do Estado do Espírito Santo.
Em 1991, KAMBHAMPATI e colaboradores conduziram um estudo a fim de
traçar geneticamente a origem geográfica de 57 populações de Ae. albopictus
procedentes dos Estados Unidos da América, Japão, China e Brasil. Esses estudos
demonstraram que cepas norte-americanas e brasileiras são similares às populações de
Ae. albopictus de zonas temperadas do Japão (nordeste da Ásia). No entanto, estudos de
perfis de DNA mitocondrial em indivíduos oriundos dos EUA e do Brasil, mostraram
que as populações brasileiras continham haplotipos específicos diferentes daqueles
encontrados nos norte-americanos. Portanto, não há evidências de contato genético
desde a introdução da espécie nos dois continentes, sugerindo que estas populações
continuam a evoluir independentemente (BIRUNGI & MUNSTERMANN, 2002).
Embora as duas populações tenham colonizado os respectivos continentes quase ao
mesmo tempo, as análises enzimáticas sugerem que a história de colonização seja
distinta.
10
Estudos recentes realizados com amostras brasileiras e norte-americanas
demonstraram que Ae. albopictus de diferentes localidades no Brasil têm alta variação
genética entre elas e também, quando comparadas às amostras dos Estados Unidos da
América. Observou-se também que amostras de Ae. albopictus eram mais diferenciadas
dentro de uma cidade do que aquelas coletadas numa distância geográfica maior
(AYRES et al. 2002, LOURENÇO-DE-OLIVEIRA et al., 2003). Padrões similares de
variação isoenzimática detectados em populações nativas da Ásia sugerem que a
diferenciação genética local é característica desta espécie (BLACK et al., 1988).
O sucesso da espécie Ae. albopictus como invasora parece resultar de vários
aspectos de sua biologia, como: adaptabilidade a diferentes habitats, hábitos alimentares
ecléticos, resistência dos ovos à dessecação, adaptabilidade a diferentes condições
climáticas e capacidade de viver em ambientes antrópicos (HAWLEY, 1988; FOCKS et
al., 1994).
2.1.4 Biologia
Aedes albopictus é uma espécie de mosquito que combina hábitos silvestres e
urbanos, com capacidade de ovipor em criadouros naturais ou artificiais (GILOTRA et
al., 1967; CHAN et al., 1971; HAWLEY, 1988), que contenham água limpa, pobre em
sais minerais e matéria orgânica (BARRERA, 1996; JULIANO, 1998). Já foi
encontrado em habitats naturais como ocos de árvores, internódios de bambu,
escavações em pedras e axilas de plantas como bromeliáceas. Na zona urbana, utiliza
uma extensa variedade de recipientes artificiais como pneus, latas, vidros, cacos de
garrafas, vasos de cemitérios, tonéis, latões, caixas d’água, pratos sob vasos, armadilhas
para formigas ou bebedouros de água para animais (GILOTRA et al., 1967; CHAN et
al., 1971; HAWLEY, 1988; MOORE et al., 1988; FORATTINI et al., 1998a,b, 2001).
Os recipientes naturais como ocos de árvores e bromeliáceas parecem estar entre
os habitats onde as larvas de Ae. albopictus são mais freqüentemente encontradas nas
áreas semi-urbanas dos Estados Unidos da América e do Brasil (GOMES et al., 1992;
O’MEARA et al., 1993). A primeira vez que se coletaram formas imaturas da espécie
em oco de árvore no Brasil, foi em 1988, no Estado de São Paulo (GOMES &
MARQUES, 1988). O encontro de formas imaturas da espécie criando-se em bromélias
tem importante significado epidemiológico, já que essas plantas vêm sendo cada vez
mais usadas, para fins decorativos, em varandas de domicílios, quintais (peridomicílio)
11
e muitas vezes fixadas em árvores (NATAL et al., 1997; FORATTINI et al., 1998b).
Dentre os criadouros artificiais de Ae. albopictus, pneus têm merecido atenção da
vigilância epidemiológica pois são freqüentemente colonizados por esses mosquitos,
representando importante foco de manutenção da espécie durante todo o ano (SOUZASANTOS, 1999; HONÓRIO & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 2001).
A predominância de seus criadouros é em áreas rurais ou semi-urbanas, ao redor
dos domicílios, com alguma sombra ou abrigo em vegetação baixa, mas também
podendo ser encontrado no ambiente doméstico (GILOTRA, 1967; CHAN et al., 1971).
Os ovos de Ae. albopictus são depositados em pequena quantidade em cada
criadouro, ficam sobre a água ou aderidos à parede do recipiente que os contém
(CONSOLI & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA,1994). A resistência à dessecação depende
do completo embrionamento e da exposição à umidade relativa de 70-80% nas
primeiras 24 horas. Em experimentos laboratoriais, o período máximo de sobrevivência
à dessecação foi de 243 dias, com temperatura variando de 16ºC a 25ºC e umidade
relativa entre 60% e 70%. Nestas condições, após 2 meses houve a eclosão de 94,7%
dos ovos (ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995).
Os ovos do Ae. albopictus são capazes de resistir a baixas temperaturas, o que
permite à espécie ultrapassar o período de inverno, em regiões de alta latitude (35º a
65º). Essa capacidade, conhecida como diapausa, é caracterizada por estado de
suspensão de funções e desenvolvimento que é desencadeada por baixas temperaturas,
fotoperíodo curto, dessecação ou hipóxia/anóxia (HAWLEY, 1988; FOCKS et al.,
1994). Provavelmente foi este fenômeno que permitiu ao Ae. albopictus colonizar
rapidamente a região norte dos EUA. Para as cepas tropicais, a sobrevivência parece
depender da eclosão errática, mais do que da diapausa. Considera-se que Ae. albopictus
seja uma espécie com diapausa facultativa (ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995).
Estudos sobre o comportamento hematofágico das fêmeas de Ae. albopictus
mostram que esta espécie tende a ser eclética com características oportunistas
(SULLIVAN et al., 1971; SAVAGE et al., 1993). Na natureza, as fêmeas alimentam-se
de ampla variedade de hospedeiros, porém, os mamíferos exercem maior atratibilidade
sobre elas. Diversos trabalhos utilizando o teste de precipitina demonstram a atração
deste mosquito por seres humanos, coelhos, cervos, cães, gatos, porcos, vacas, cavalos,
ratos, tartarugas, mãos pelada, além de alguns tipos de aves como passariformes,
columbiformes, ciconiformes ou galináceos (HESS et al., 1968; SAVAGE et al., 1993;
NIEBYLSKI & CRAIG, 1994). Fêmeas capturadas em áreas silvestres próximas a
12
habitações humanas continham tanto sangue humano quanto de animais domésticos
(COLLESS, 1959; HESS et al., 1968; TEMPELIS et al., 1970; SULLIVAN et al.,
1971).
No Brasil, no município de Belo Horizonte, MG, capturas com iscas humanas e
animais mostraram que seres humanos atraíram maior número de fêmeas de Ae.
albopictus (71,6%), seguidos por bovinos (22,8%) e cães (5,6%) (NEVES & SILVA,
1989).
O comportamento eclético de Ae. albopictus faz com que a hematofagia dependa
da abundância relativa de vertebrados e, portanto, varia entre regiões ou dentro de uma
mesma região. Aedes albopictus são mais atraídos por seres humanos, mas a
disponibilidade de hospedeiros parece ser fundamental na conduta das populações de
mosquitos (HO et al., 1973). É uma espécie que convive em zonas adjacentes aos seres
humanos, mostrando comportamento zoofílico, portanto, pode participar dos ciclos
zoonóticos silvestres e transmitir enfermidades ao seres humanos e animais (CONSOLI
& LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1994).
Em média, as fêmeas de Ae. albopictus ingerem sangue pela primeira vez dois
dias após a emersão (DEL ROSÁRIO, 1963). A atividade horária de hematofagia já foi
estudada por diversos pesquisadores e, de modo geral, observou-se que a atividade
matutina das fêmeas de Ae. albopictus se dá entre 6:00 e 8:00 e a vespertina logo depois
do pôr do sol, de 17:30 às 18:30 (HO et al., 1973; BASIO & SANTOS-BASIO, 1974;
ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995; MARQUES & GOMES, 1997). No entanto,
observou-se que as fêmeas dessa espécie picam ao longo de todo o dia e no
peridomicílio (PANT et al., 1973; FORATTINI et al., 2000), enquanto Ae. scapularis,
por exemplo, apresenta maior atividade hematofágica no final da tarde, período
correspondente ao crepúsculo vespertino (FORATTINI et al., 2000).
A abundância de adultos de Ae. albopictus depende principalmente da
temperatura e das chuvas, que variará segundo a região onde se localiza. Aqui no Brasil,
na região do Vale do Paraíba, a espécie é mais abundante nos meses chuvosos de janeiro
a maio, correspondentes às estações verão/outono (MARQUES & GOMES, 1997;
FORATTINI et al., 2000), assim como em Singapura, Malásia (HO et al., 1971) e em
New Orleans, EUA (ESTRADA-FRANCO & CRAIG, 1995).
Dispersão ativa e passiva são fatores importantes na determinação da
distribuição das espécies. A dispersão de Ae. albopictus pode ocorrer em todas as fases
de desenvolvimento, porém com eficiência diferente. A autonomia de vôo de cepas
13
norte-americanas de Ae. albopictus de Potosi, Missouri foi de 525 metros para fêmeas e
225 metros para machos. No entanto, observou-se que 90% dos espécimes permanecem
num raio de 100 metros (NIEBYLSKI & CRAIG, 1994). No Brasil, cepas de Nova
Iguaçu, Rio de Janeiro se dispersaram num raio de 800 metros, distância máxima
estabelecida no estudo. Entretanto, o autor sugeriu que o vetor poderia estar se
dispersando além do raio estudado (HONÓRIO, 1999).
A maior parte dos dados sobre longevidade de adultos de Ae. albopictus são
provenientes de investigação em laboratórios. Nessas condições, a longevidade máxima
observada, sob condições controladas de temperatura e umidade, variou desde 30 até
117 dias (HYLTON, 1969; HIEN, 1976; GAO et al., 1984; XAVIER et al., 1991).
2.1.5 Ae. albopictus como vetor de patógenos
2.1.5.1 Protozoários e vírus
Aedes albopictus é susceptível à infecção com Plasmodium gallinaceum e capaz
de transmitir o protozoário para outras aves. Esta característica faz com que Ae.
albopictus seja um modelo útil para estudos de malária (RUSSEL & MENON, 1942).
Vários estudos de competência vetorial envolvendo principalmente cepas
americanas de Ae. albopictus, demonstraram que a espécie é capaz de transmitir 23
arboviroses e o vírus Nodamura (SHROYER, 1986; MITCHELL, 1991; MOORE &
MITCHELL, 1997).
É vetor potencial de sete vírus do gênero Alphavirus (Chikungunya, Encefalite
Eqüina do Leste, Mayaro, Ross River, Encefalite Eqüina do Oeste, Encefalite Eqüina
Venezuelana e virus Sindbis) (MITCHELL et al., 1987; BEAMAN & TURELL, 1991;
SMITH & FRANCY, 1991; TURELL et al., 1992, 1994; DOHM et al., 1995), de oito
vírus do gênero Flavivirus (Dengue, sorotipos 1, 2, 3 e 4, Encefalite Japonesa, Febre do
Oeste do Nilo, Febre amarela e Encefalite St. Louis) (MITCHELL et al., 1987;
SAVAGE et al., 1994; TURELL et al.. 2000, 2001) e de oito vírus pertencentes à
família Bunyaviridae (Jamestown Canyon, Keystone, La Crosse, Oropouche, Potosi,
Rift Valley fever, San Angelo e Trivittatus) (TESH & GUBLER, 1975; GRIMSTAD et
al., 1989; MITCHELL, 1991; SMITH & FRANCY, 1991; MITCHELL, 1995).
A susceptibilidade a essa variedade de vírus pode depender das diferentes
populações geográficas (TESH et al., 1976; BEAMAN & TURELL, 1991; TURELL et
al., 1992). Embora Ae. albopictus seja vetor competente para essas arboviroses em
14
condições experimentais, na natureza somente foi encontrado infectado com os vírus
Dengue, Encefalite Japonesa, Potosi, Keystone, Tensaw, Febre do Oeste do Nilo e
Encefalite Eqüina do Leste (MITCHELL et al., 1992; HOLICK, 2002). Com exceção do
vírus Dengue, o papel do Ae. albopictus nos ciclos de transmissão natural destes cinco
vírus não está claro. Dos cinco isolamentos, provavelmente o mais alarmante, junto com
o vírus Dengue, seja o do vírus da Encefalite Eqüina do Leste (EEE) (MITCHELL et
al., 1992).
No Brasil, em 1993, isolou-se pela primeira vez o vírus DEN-1 de uma larva de
Ae. albopictus naturalmente infectada, na cidade de Campos Altos, Minas Gerais
(SERUFO et al., 1993). Anteriormente, estudos haviam sido realizados com cepas de
Ae. albopictus coletadas em Anchieta e Santa Teresa (Espírito Santo) e em São Paulo,
demonstrando sua capacidade de transmitir verticalmente os sorotipos 1 e 4 do vírus
Dengue (MILLER & BALLINGER, 1988; MITCHELL & MILLER, 1990). Os
pesquisadores sugeriram à época, que cepas brasileiras teriam o potencial de exercer um
papel de manutenção do vírus na natureza e que poderiam tornar-se vetores do vírus da
dengue em futuras epidemias no país. A alta incidência anual de dengue no Brasil, com
mais de 740.000 casos registrados em 2002 (FUNASA, 2003), faz com que Ae.
albopictus possa exercer algum papel na transmissão. Além do dengue, a febre amarela
é outra arbovirose importante no Brasil e estudos experimentais indicam que cepas de
Ae. albopictus de Cariacica, Espírito Santo são susceptíveis à infecção oral com este
vírus (MITCHELL et al., 1987; MILLER & BALLINGER, 1988; MILLER et al.,
1989).
Conforme mencionado por FRANCY e colaboradores (1990) “existe a
possibilidade de que outros vírus, que até o momento não tinham infectado seres
humanos em grau apreciável devido aos hábitos de alimentação de seus vetores
artrópodes excluírem o ser humano, possam ser transmitidos a este pelo Ae. albopictus,
como conseqüência de seu hábito hematofágico agressivo em relação aos seres humanos
e a outros hospedeiros mamíferos”. Esta hipótese pode ser extrapolada para outros
patógenos em que Ae. albopictus seja vetor experimental ou natural. No Japão, EUA,
Taiwan e Malásia, esta espécie é importante vetor de Dirofilaria immitis, no entanto, no
Brasil, ainda não há estudos que comprovem nem sua competência e nem sua
capacidade vetorial para este filarídeo.
15
2.1.5.2 Dirofilaria immitis
Existem diversas publicações analisando a competência e a capacidade vetorial
de Ae. albopictus à D. immitis. Esses estudos foram conduzidos sob condições
controladas em laboratório ou em estudos realizados a campo, sofrendo as influências
naturais da região onde foram executados. A maioria dos trabalhos em laboratório foi
realizada no continente asiático, origem geográfica da espécie. O primeiro estudo
mostrando que Ae. albopictus é um potencial vetor de D. immitis foi realizado com
espécimes coletados em Tóquio, no Japão (INOUE, 1937). Um ano depois, o mesmo
estudo foi feito no Vietnam, por GALLIARD & DANG-VAN-NGU (1938). Anos mais
tarde, os estudos para avaliar a competência vetorial da espécie foram intensificados em
vários países deste continente como Filipinas (KARTMAN, 1953), China (FU, 1958),
Singapura (CHELLAPPAH & CHELLAPPAH, 1968), Japão (KEEGAN et al., 1967;
INTERMILL & FREDERICK, 1970; SUENAGA, 1972; KONISHI, 1989a; ZYTOON
et al., 1992), Tailândia (CHOOCHOTE et al., 1987) e Taiwan (WU et al., 1988; LAI,
2000, 2001).
Na Europa, somente dois estudos foram realizados mostrando que Ae. albopictus
permite o desenvolvimento de larvas até a forma infectante em seu organismo; um deles
em Londres, na Inglaterra (WEBBER & HAWKING, 1955) e outro, mais recente, em
Civitavecchia na Itália, onde os autores sugerem que esta espécie pode contribuir para a
dispersão de D. immitis no país (CANCRINI et al., 1995).
Nos EUA, o primeiro estudo com Ae. albopictus foi realizado logo após sua
introdução no país (1987-1988), com duas linhagens da Carolina do Norte. Os
pesquisadores encontraram larvas de primeiro e segundo estádios deterioradas nos tubos
de Malpighi, sugerindo interrupção no desenvolvimento do parasito. Este achado levou
os autores a concluírem que Ae. albopictus não era um vetor potencial de D. immitis no
país (APPERSON et al., 1989). No entanto, estudos realizados mais tarde, com
diferentes populações de Ae. albopictus de diversos estados do país, demonstrou sua
competência vetorial (SCOLES, 1994; SCOLES & DICKSON, 1995).
Estudos conduzidos sob condições naturais revelam que, até o momento, Ae.
albopictus é um vetor potencial de D. immitis em alguns países da Ásia e nos EUA. A
primeira vez que a espécie Ae. albopictus foi encontrada naturalmente infectada foi em
1973, na cidade de Nagasaki, no Japão (SUENAGA & ITOH, 1973). Foram coletados
21/791 (2,7%) mosquitos da espécie infectados, sendo Ae. albopictus considerado um
16
dos vetores secundários importantes na cidade, hipótese também sugerida por ODA e
colaboradores (1995) anos mais tarde, num estudo conduzido na mesma cidade. Outros
achados ainda no Japão incluem 1,8% (13/2093) de mosquitos infectados na cidade de
Omura (SUENAGA, 1975) e 0,08% (5/6135) na cidade de Miki (KONISHI, 1989b).
Aedes albopictus também já foi identificado como vetor de D. immitis na Malásia
(SULAIMAN & JEFFERY, 1986) e em Taiwan, com prevalência entre 1,3% e 3,7% de
mosquitos infectados (WU et al., 1988, 1997; LAI et al., 2001).
O primeiro relato da espécie Ae. albopictus encontrada infectada naturalmente
com
Dirofilaria sp. nos EUA foi em 1994, em New Orleans, Louisiana. Foram
coletados 163 espécimens e encontraram três deles com larvas de primeiro estádio nos
tubos de Malpighi (COMISKEY & WESSON, 1995). Na mesma cidade, foi encontrado
um mosquito albergando uma larva de terceiro estádio dentre 456 indivíduos
examinados, implicando a espécie como vetora de D. immitis em New Orleans
(SCOLES, 1997). Em Ft. Pierce, na Flórida, estádios imaturos (larvas de primeiro e
segundo estádios) do gênero Dirofilaria foram encontrados nos tubos de Malpighi de 6
do total de 220 fêmeas coletadas, indicando que Ae. albopictus podem ser infectados
naturalmente com D. immitis na Flórida (NAYAR & KNIGHT,1999).
2.1.5.2.1 Susceptibilidade da espécie Ae. albopictus à infecção por D. immitis
Vários estudos relatam o grau de susceptibilidade de populações de Ae.
albopictus em regiões do mundo onde a espécie ocorre. KARTMAN (1953),
trabalhando com uma linhagem originalmente coletada nas Filipinas, encontrou somente
10% de Ae. albopictus infectados, embora fosse um hospedeiro altamente eficiente. No
Japão há vários trabalhos estudando a susceptibilidade da espécie, com percentuais de
mosquitos infectantes desde 1,6% (1/64) (KEEGAN et al., 1967), 3,9% com 3,5
L3/mosquito (INTERMILL & FREDERICK, 1970), 20% (SUENAGA, 1972) até 1040% de Ae. albopictus com larvas de terceiro estádio (KONISHI, 1989a). Numa
linhagem de Singapura observou-se 13,3% (27/203) mosquitos infectantes com média
de 7,6 L3 por mosquito (CHELLAPPAH & CHELLAPPAH, 1968), taxa muito próxima
ao encontrado na Tailândia, com 15,69% de indivíduos com L3 e média de 3,25 L3 por
mosquito (CHOOCHOTE et al., 1987). A competência vetorial de Ae. albopictus
originário de Taiwan foi avaliada após alimentação sanguínea com diferentes
concentrações de microfilárias. O estudo revelou que a média de larvas infectantes por
mosquito variou de 1,7 a 3,1 e que a taxa de infecção de 19 a 21,5%. A eficiência
17
vetorial da espécie variou de 6,75 a 13,79, sendo que o maior índice foi alcançado
quando os mosquitos se alimentaram com sangue contendo 2500 mf/mL, a menor
concentração usada no estudo (LAI et al., 2000).
As taxas de susceptibilidade das populações americanas são relativamente
maiores do que as populações asiáticas. Num estudo recente, houve variação
significativa na susceptibilidade à D. immitis entre 11 linhagens americanas estudadas.
A susceptibilidade foi maior que 30% em uma das populações (INDY) e maior que 20%
em cinco outras populações (CORPUS, GENTILLY, MEMPHIS, NEW ORL e
ROCKINGHAM). Estes valores indicam fortemente a possibilidade da espécie Ae.
albopictus participar da transmissão de D. immitis nos EUA. Dentre as 11 linhagens
estudadas, duas eram provenientes do estado do Texas e uma delas (HOUSTON)
mostrou nível muito baixo de infectividade, ao contrário da linhagem CORPUS.
Embora nenhuma linhagem tenha sido completamente refratária, três delas foram
susceptíveis em níveis tão baixos que foram consideradas refratárias (aproximadamente
5%). As populações estudadas albergavam de 1,0 a 4,6 L3/mosquito infectante.
Observou-se ainda que não houve uma relação entre a distribuição geográfica das
linhagens e as altas taxas de susceptibilidade (SCOLES, 1994). Interessante ressaltar um
estudo conduzido com sete linhagens de uma mesma cidade, New Orleans, LA, cuja
susceptibilidade variou de 24% até 74% e encontrou-se de 3,6 a 9,4 L3 por mosquito
infectante (SCOLES, 1994, 1997), demonstrando que há uma variação substancial na
susceptibilidade entre as populações de Ae. albopictus dos EUA e que algumas delas
são vetoras competentes de D. immitis (SCOLES 1994, 1997; SCOLES & DICKSON,
1995).
Aedes albopictus é uma espécie que responde rapidamente à seleção para
susceptibilidade à D. immitis. A susceptibilidade de uma linhagem de New Orleans, LA,
aumentou de 23% para 70% em cinco gerações, sugerindo que com o passar do tempo
Ae. albopictus pode adaptar-se à infecção com linhagens de D. immitis encontradas nos
EUA (SCOLES, 1994).
2.1.6 Interação Ae. albopictus com Ascogregarina taiwanensis e Wolbachia sp.
Espécies do gênero Ascogregarina (syn. Ascocystis; Lankesteria) infectam
vários mosquitos, especialmente aqueles do gênero Aedes (WARD et al., 1982;
BLACKMORE et al., 1995) e são espécie específicas (LIEN & LEVINE, 1980).
18
Ascogregarina taiwanensis (Lien & Levine) foi descrita em Aedes albopictus
capturados em Taiwan (LIEN & LEVINE, 1980) e desenvolve-se extracelularmente
após um curto estádio de vida intracelular, no intestino da larva do mosquito infectado.
Os oocistos de Ascogregarina habitam a luz dos tubos de Malpighi de mosquitos
adultos e são liberados durante defecação ou oviposição. Seu desenvolvimento está
aparentemente sincronizado com o hospedeiro (CHEN & YANG, 1996; CHEN et al.,
1997; CHEN, 1999; CHEN & FAN-CHIANG, 2001). Parasitos do gênero
Ascogregarina não parecem ser deletérios para seu hospedeiro natural (McGRAY et al.,
1970; WALSH & OLSON, 1976) embora possam ser patogênicos para espécies de
mosquitos nos quais não se desenvolvam normalmente (ROWTON et al., 1987). Este
parasito tem sido descrito em Ae. albopictus na Índia (RAY, 1933), China (FENG,
1933), Malásia (ELSE & DANGSUPA, 1974) e nos EUA nos Estados de Illinois,
Missouri e Florida (MUNSTERMANN & WESSON, 1990).
Ainda há dúvidas se Ascogregarina afeta o desenvolvimento de estádios larvais
de D. immitis em Ae. albopictus, pois a larva de D. immitis também se desenvolve tanto
intra quanto extracelularmente nos tubos de Malpighi (NAYAR & KNIGHT, 1999).
Anteriormente, BEIER & HARRIS (1983) mostraram que o desenvolvimento da larva
de D. immitis em Aedes triseriatus (Say) e a sobrevivência de fêmeas foram similares
em mosquitos infectados ou não, com Ascogregarina barrettii. Entretanto, em Aedes
aegypti (L) infectado com Ascogregarina (Acocystis) culicis (Ross) houve menor taxa
de sobrevivência e desenvolvimento de poucas larvas infectantes (SNELLER, 1979).
Um estudo realizado recentemente mostrou que o desenvolvimento da larva de D.
immitis em Ae. albopictus não foi afetado pela co-infecção com Ascogregarina
taiwanensis, embora ambos os parasitos infectem os tubos de Malpighi (NAYAR &
KNIGHT, 1999).
Uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia infecta diversos artrópodes,
incluindo importantes insetos (WERREN et al., 1995; JEYAPRAKASH & HOY,
2000). Os efeitos causados pela infecção com Wolbachia foram originalmente
observados em Culex pipiens L. como um fator citoplasmático por transmissão vertical
que causava incompatibilidade unidirecional (LAVEN, 1951). Sabe-se atualmente que
infecções com Wolbachia induzem incompatilidade citoplasmática, feminilização,
morte de machos ou partenogênese (WERREN, 1997; BOURTZIS et al., 1998).
Embora algumas populações de hospedeiros incluam indivíduos infectados e não
infectados, indivíduos não infectados são raros (DOBSON & RATTANADECHAKUL,
19
2001) e a freqüência de infecção com Wolbachia em populações coletadas no campo,
como em Ae. albopictus, pode chegar a 100% (KITTAYAPONG et al., 2002a,b). Aedes
albopictus infectados por Wolbachia foram descobertos por WRIGHT & BARR (1980),
que relataram a presença da bactéria em ovários de mosquitos coletados na Tailândia.
2.2 Dirofilaria immitis (Leidy, 1856)
2.2.1 Taxonomia
Classificação sistemática do agente etiológico segundo ANDERSON & BAIN
(1976):
Reino: Animalia
Filo: Nematelmintos
Classe: Nematoda
Ordem: Spirurida
Superfamília: Filarioidea
Família: Onchocercidae Leiper, 1911
Subfamília: Dirofilariinae Sandground, 1921
Gênero: Dirofilaria Railliet & Henry, 1911
Espécie: Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) Raillet & Henry, 1911
Dirofilaria immitis foi primeiramente descrito por Leidy em 1850, como Filaria
canis cordis. Pouco mais tarde, em 1856, o próprio autor da espécie renomeou-a como
Filaria immitis (LEIDY, 1856). O gênero Dirofilaria foi estabelecido em 1911 por
Railliet e Henry, que designaram F. immitis como a espécie tipo e uma revisão do
gênero apresenta uma relação de todas as espécies sinonimizadas a D. immitis
(ANDERSON, 1952).
2.2.2 Biologia
As espécies do gênero Dirofilaria são, na fase adulta, nematóides longos, de
coloração esbranquiçada, com extremidade anterior circundada por papilas cefálicas
pequenas e esôfago indistintamente dividido em porção anterior muscular e posterior
glandular. Apresentam acentuado dimorfismo sexual. Os machos medem de 12 a 20 cm
de comprimento, apresentando a cauda espiralada, dois espículos diferentes em tamanho
e em forma, sem gubernáculo. As fêmeas medem de 25 a 31 cm de comprimento,
apresentando extremidade caudal arredondada e vulva ligeiramente abaixo da junção do
esôfago com o intestino (ANDERSON, 1952; SOULSBY, 1968; LOK, 1988).
20
As microfilárias de D. immitis não possuem bainha, medem em média 308 µm
(295-325 µm) de comprimento e 7 µm (5-7,5 µm) de espessura e são encontradas em
quantidades variáveis na corrente sangüínea de cães (LOK, 1988). Quando amostras de
sangue são submetidas à técnica de KNOTT (1939) modificada por NEWTON &
WRIGHT (1956), as microfilárias apresentam-se com o corpo e extremidade caudal
estendidas e com a extremidade cefálica afilada (ANDERSON, 1952).
Assim como a maioria dos filarídeos, os membros do gênero Dirofilaria
necessitam de hospedeiro intermediário artrópode para a realização do seu ciclo vital
(LEVINE, 1968). Esse gênero é o único na família Onchocercidae cujas larvas
desenvolvem-se em tubos de Malpighi de mosquitos da família Culicidae (SYMES,
1960; WALTERS & LAVOIPIERRE, 1982; SAUERMAN & NAYAR, 1983).
TAYLOR (1960) acompanhou a evolução das larvas de D. immitis no mosquito
Aedes aegypti a 26°C com 80% de umidade relativa e descreveu três estádios evolutivos
no hospedeiro invertebrado, com uma ecdise entre cada um deles.
Durante o repasto sangüíneo, as fêmeas de culicídeos ingerem sangue do cão
parasitado juntamente com as larvas de primeiro estádio de D. immitis (LOK, 1988).
Essas microfilárias permanecem no intestino médio do mosquito durante as primeiras
24h, assemelhando-se ainda à forma encontrada no sangue canino. Nas próximas 24h,
as larvas migram para as porções distais dos tubos de Malpighi, onde penetram nas
células primárias (TAYLOR, 1960; BRADLEY & NAYAR, 1987). A seguir, as larvas
encurtam-se e aumentam seu diâmetro, atingindo o estádio chamado “salsichóide”. Este
estádio apresenta a metade anterior do corpo mais delgada que a metade posterior que,
por sua vez, tem uma fina cauda. As larvas salsichóides medem, em média, 130 µm em
comprimento e 30 µm em diâmetro. Estruturas tais como, anel nervoso, células
musculares e sistema digestivo composto de esôfago, intestino e reto já são distinguíveis
nesse estádio (TAYLOR, 1960).
Aproximadamente ao sexto dia, as larvas migram das células primárias para a
luz dos tubos de Malpighi, onde fazem a primeira e segunda mudas. Por volta do nono
ao décimo terceiro dia, as larvas já estão no segundo estádio e todas as estruturas
internas estão mais evidentes. A larva torna-se alongada e muito ativa (TAYLOR, 1960)
medindo em média, 500 µm em comprimento e 25 µm em diâmetro (ANDO, 1984).
As larvas de terceiro estádio, que começam a aparecer a partir do décimo quarto
dia após a ingestão das microfilárias, apresentam um pequeno tubo cuticular, ligando a
21
cavidade bucal ao esôfago. O trato digestivo se abre para o exterior através da cavidade
bucal e do ânus. A larva de terceiro estádio é a forma infectante para o hospedeiro
vertebrado (TAYLOR, 1960) e sua forma alongada é importante, pois facilita seu
deslocamento pelas peças bucais estreitas do mosquito, assim como através dos finos
capilares sangüíneos do cão. As larvas infectantes medem 1000 µm em comprimento e
20 µm em diâmetro, em média (ANDO, 1984). Essas larvas infectantes perfuram as
extremidades distais dos tubos de Malpighi e migram pela hemocele, indo se localizar
nos espaços cefálicos e na probóscida do mosquito (KARTMAN, 1953; TAYLOR,
1960; ABRAHAM, 1988).
Quando as larvas de terceiro estádio se encontram na probóscida dos mosquitos
e eles fazem seu próximo repasto sangüíneo, estas larvas migram ativamente para a pele
do mamífero, penetram através do orifício produzido pela picada e permanecem
temporariamente no tecido subcutâneo (ABRAHAM, 1988). Três a quatro dias depois
essas larvas fazem outra muda, passam ao quarto estádio (12 a 15 mm de comprimento)
e iniciam a sua migração somática em direção ao tórax do cão. A última muda ocorre 50
a 70 dias após a infecção. As larvas de quinto estádio ou adultos jovens (3,2 a 11 cm de
comprimento) alcançam o ventrículo direito e as artérias pulmonares de cães em 70 a
110 dias pós-infecção. Três meses depois atingem a maturidade sexual e o ciclo se
completa, com a liberação de microfilárias na circulação (KUME & ITAGAKI, 1955;
ORIHEL, 1961; KNIGHT, 1987). As microfilárias são encontradas na circulação
periférica aproximadamente seis meses após a infecção e aí podem sobreviver por dois
anos. O número de microfilárias na circulação é independente do número de parasitos
adultos que o cão alberga (GRIEVE at al., 1983).
Dirofilaria immitis, assim como algumas espécies de nematóides pertencentes à
Família Onchocercidae, albergam uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia
(SIRONI et al., 1995; BANDI et al., 1998; HENKLE-DÜHRSEN et al., 1998). Essa
bactéria foi identificada em nematóides filarídeos em meados dos anos 70 (McLAREN
et al., 1975; KOZEK & FIGUEROA, 1977) e acredita-se que ela seja necessária para
seu desenvolvimento, reprodução e, possivelmente, sua sobrevivência (BANDI et al.,
1999; HOERAUF et al., 1999; LANGWORTHY et al., 2000). Entretanto, a natureza da
relação entre a bactéria e o nematóide ainda não está claramente definida (CASIRAGHI
et al., 2002). Há evidências que Wolbachia seja transmitida verticalmente para sua
prole, podendo ser observada nas cordas hipodérmicas laterais de machos e fêmeas, no
trato reprodutivo de fêmeas adultas (oogônia, oócitos, embriões e microfilária)
22
(McLAREN et al., 1975; KOZEK & FIGUEROA, 1977; SIRONI et al., 1995) e
também nas larvas presentes no mosquito vetor (McLAREN et al., 1975; SIRONI et al.,
1995).
2.2.3 Distribuição Geográfica
Cães infectados por D. immitis já foram encontrados em todos os continentes,
embora com freqüências diferentes. Deve-se manter em mente que essa espécie de
parasito depende de um ciclo complexo e, portanto, susceptível a muitos fatores
diferentes. Por isso, é possível encontrar focos de alta prevalência vizinhos de locais
com prevalência baixa. Além disso, dependendo da movimentação de cães e da
alteração do ambiente, urbanização e controle da população de mosquitos, por exemplo,
os focos podem mudar de local. Assim, um estudo realizado há tempos poderá não
refletir a realidade daquele local, alguns anos depois (LABARTHE et al., 2002).
No continente asiático, cães infectados por D. immitis foram observados em
somente quatro países: Japão, Taiwan, Coréia do Sul e Tailândia. Em Taiwan, as taxas
de infecção variam de acordo com a região do país, e os estudos demonstram que a
expansão da dirofilariose canina foi muito rápida nos últimos anos. No sul da ilha, a
prevalência é de 37,8% (LEE et al., 1995); na região central varia entre 16,8% e 28,8%
(TIN & WANG, 1994) e no norte do país encontra-se maior número de cães infectados,
com prevalência variando de 5,2% até 58,5% (WANG, 1997). Na Coréia do Sul, a
prevalência de D. immitis em cães varia de 1,5% (YOON et al., 2002) a 40% (SONG et
al., 2003), sendo que, em áreas costeiras encontra-se maior número de cães parasitados
do que em áreas no interior do país. Não há levantamentos recentes sobre a dirofilariose
canina no Japão. Os estudos existentes são das décadas de 70 a 90 e se concentram
principalmente no oeste do país. Os relatos demonstram que a infecção por D. immitis
diminuiu consideravelmente ao longo dos anos, passando de 43,9% em 1973
(SUENAGA & ITOH, 1973) para 8,1% em 1994 (ODA et al., 1995), fato atribuído à
diminuição no número de Cx. pipiens pallens, o principal vetor de D. immitis nesta
região do Japão (ODA et al., 1995). Na Tailândia, a prevalência de dirofilariose no
norte do país é de 46,67% (CHOOCHOTE et al., 1987).
Em Sidney, Austrália, a prevalência é de 14,1% (BIDGOOD & COLLINS,
1996), enquanto na região sul do mesmo país é de 1,1% (COPLAND et al., 1992).
Na Europa, a dirofilariose canina é encontrada principalmente nos países
mediterrâneos. Em Portugal, a infecção é mais comum no sul do país, com prevalência
23
variando entre 10% a 30% (ARAÚJO, 1996; GUERRERO et al., 1992). Na França, a
prevalência é baixa, não ultrapassando 1%, com distribuição predominante ao longo da
costa mediterrânea (GUERRERO et al., 1989, 1992). Já a Espanha é uma das regiões
enzoóticas de D. immitis, onde a prevalência da doença é mais alta no sul da Península
Ibérica e nas Ilhas Canárias (MONTOYA et al., 1998). A prevalência nacional varia
entre 3,7% e 2,1%, com predominância na costa mediterrânea sul (6,6%) (GUERRERO
et al., 1989, 1992) e no delta do rio Ebro (33,8%) (GALIANA, 1995). A maior taxa de
infecção foi encontrada nas Ilhas Canárias, durante três anos de estudos, 67,02% em
1994, 58,92% em 1995 e 52,18% em 1996 (MONTOYA et al., 1998). Dados coletados
em estudos repetidos demonstram expansão da dirofilariose em algumas regiões da
Espanha (GUERRERO et al., 1992, 1995).
A maior área endêmica de dirofilariose canina na Europa é ao longo do Vale do
Rio Pó, no norte da Itália (GENCHI et al., 1992, 1993; ROSSI et al., 1996). A
prevalência nesta área varia entre 50% e 80% de infecção em cães que não recebem
tratamento profilático (GENCHI et al., 1992, 1993). Nos últimos 30 anos, a infecção por
D. immitis tem se dispersado para áreas alpinas no norte da Itália, como observado na
cidade de Piedmont (ROSSI et al., 1996) e, mais recentemente, para regiões ao norte e
leste do país (GENCHI et al., 1998), embora a temperatura nas regiões central e sul da
Itália seja mais favorável à transmissão do parasito (KNIGHT, 1993).
Embora poucos dados estejam disponíveis, a prevalência de dirofilariose canina
varia de 2 a 17% na Eslovênia (GENCHI et al., 1998), Bulgária (KANEV et al., 1996),
Grécia (PAPAZAHARIADOU et al., 1994) e Turquia (GENCHI et al., 1998), chegando
a 65% na Romênia (OLTEANU, 1996).
Um número crescente de casos tem sido diagnosticado em países situados ao
norte da Europa (Suíça, Áustria, Alemanha, Reino Unido, Holanda, Suécia e Hungria),
em razão da importação ou viagens de cães por regiões onde a freqüência do parasito é
alta (GENCHI et al., 1998).
Na África, a dirofilariose foi diagnosticada em quatro de 13 cães nativos da
província de Zambézia, Moçambique, confirmando a ocorrência do parasito na região
três décadas após o primeiro relato (SCHWAN & DURAND, 2002).
Nas Américas, a doença é conhecida na maioria dos países. No Canadá, estudos
anuais têm mostrado que, a prevalência é baixa (0,16%) e que focos de infecção canina
são encontrados em Ontário (0,19%), Manitoba (0,18%), Quebec (0,09%) e Okanagan
Valley (0,04%) (KLOTINS et al., 2000). Nos EUA, a dirofilariose canina era
24
inicialmente reconhecida como enzoótica na costa sudeste. Entretanto, sua ocorrência
não se restringe aos Estados mais ao sul, como Flórida (59,4%), Alabama (42%),
Mississipi (15%) e Louisiana (28%-44%), onde se registram as maiores taxas de
infecção por D. immitis. No decorrer dos anos, a dirofilariose transformou-se num
problema ao longo de toda a costa sudeste e também no centro-oeste, incluindo os
Estados de Nebraska, Illinois, Indiana, Michigan, Wisconsin e Minnesota. Há também
relatos de infecção em cães nativos de Estados a oeste do rio Mississipi, principalmente
na Califórnia, onde a prevalência varia de 5,9% até 34,3% (TODARO et al., 1977;
PINGER, 1982; WALTERS & LAVOIPIERRE, 1984; PAPPAS & LUNZMAN, 1985;
DIEDRICK & BOYCE, 1986; LOK, 1988; COURTNEY & ZENG, 1989; PATTON &
FAULKNER, 1992; ZIMMERMAN et al., 1992; JONES et al., 1993; KNAPP et al.,
1993; WALTERS, 1995). No México, a prevalência nacional é de 7,5%, com taxas mais
elevadas (20% a 42%) em cidades localizadas na costa do Golfo (GUERRERO et al.,
1992).
Na América Central, a dirofilariose canina é freqüente, principalmente na região
das Antilhas. Nas ilhas caribenhas, a infecção é enzoótica e a prevalência varia muito
entre as ilhas que compõem o arquipélago. Nas Bahamas, a prevalência é de 54,3%
(GRIEVE et al., 1986); em Cuba, varia de 6,9% a 63,2% (SOTOLONGO, 1977;
DUMENIGO et al., 1982); em Porto Rico, as taxas variam de 3,1% a 20,4%; na
República Dominicana, a prevalência é de 18% e em Curaçao, varia entre 9% e 10,5%
(KOZEK et al., 1995). Além das Antilhas, há relato de cães infectados na Costa Rica,
embora a prevalência seja baixa (2,3%) (SANCHO et al., 1989).
Na América do Sul, a infecção por D. immitis vem sendo diagnosticada em todos
os países onde é pesquisada, à exceção do Chile (ALCAÍNO et al., 1984). Na
Argentina, a prevalência geral está entre 3,5% e 12,7%, sendo que nos subúrbios de
Buenos Aires, as taxas de infecção são mais altas, 17,7% ao norte e 23,5% ao sul dos
arredores da cidade (GUERRERO et al., 1992; ROSA et al., 2002). Na Colômbia, a
prevalência oscila entre 3,8% e 4,8% (GUERRERO et al., 1989, 1992).
A dirofilariose canina é relatada em todas as regiões do Brasil. Um estudo
conduzido recentemente revelou que, 14 anos depois, a prevalência nacional caiu de
7,9% (GUERRERO et al., 1989) para 2% (LABARTHE et al., 2003).
Quando se avalia a distribuição da infecção por região, nota-se que ela varia
consideravelmente até mesmo em estados da mesma região do país. Na região Norte, a
prevalência de D. immitis varia de 8,8% a 10,7% no Pará (SOUZA et al., 1995); no
25
Maranhão é de 12,8% (AHID et al., 1999) e no Piauí é de 18,7% (MENDONÇA et al.,
1994); na região Nordeste, a prevalência é de 12,4% na Paraíba, (ARCOVERDE et al.,
1994); varia de 2,3% a 17,41% em Pernambuco (ALVES et al., 1997, 1999) e nas
Alagoas é de 12,5% (CALHEIROS et al., 1994); na região Centro-Oeste, o único
Estado onde há registro da doença é Mato Grosso, onde a prevalência varia de 9,6% a
11,2% (FERNANDES et al., 1999, 2000); na região Sudeste já foram relatados 4 casos
em Uberlândia, Minas Gerais (BARBOSA et al., 1996); no Espírito Santo, a prevalência
é de 12,5% (KASAI et al., 1981), 3,8% no Rio de Janeiro (LABARTHE et al., 2003) e
varia de 0,9% a 45% em São Paulo (LARSSON, 1990; YADA et al., 1994; DUQUEARAÚJO et al., 1995); na região Sul, a prevalência varia de 12% a 15% em Santa
Catarina e de 1,1% no Rio Grande do Sul (LABARTHE et al., 1992; ARAÚJO et al.,
2003).
Dentre todos os Estados brasileiros onde já se registrou a presença de D. immitis,
o Rio de Janeiro é um dos que apresentam maior número de relatos. Observa-se que as
áreas costeiras fluminenses sempre foram reconhecidas como as que apresentam o
maior número de casos de dirofilariose no Estado (DACORSO FILHO et al., 1953;
LANGENEGGER et al., 1962; LABARTHE et al., 1988, 1990, 1997; SOUZA, 1992).
Entretanto, quando se examinaram cães de sua região serrana (Petrópolis e Teresópolis),
foi encontrada alta freqüência de animais portadores da infecção (25,6%). Embora esta
taxa ainda esteja abaixo das registradas nas regiões costeiras, parece excessivamente
alta. Há indícios de que esses resultados não possam ser repetidos, principalmente em
Teresópolis, onde outro estudo foi conduzido e, de 400 animais examinados, nenhum
estava parasitado (MUNIZ, 2001). Por outro lado, como a prevalência de uma
localidade é variável no tempo, fenômeno como o que se observou na Região Oceânica
de Niterói, que em cinco anos passou de 37% para 15% (LABARTHE et al., 1998)
também pode ter ocorrido em Teresópolis, assim como na Barra da Tijuca, que
diminuiu de 31% (LABARTHE et al., 1997) para 1,96% (COSTA, 2002). A pressão
que leva a essa flutuação rápida da prevalência não é compreendida (LABARTHE et al.,
2002).
2.2.4 Vetores
O primeiro estudo implicando mosquitos (Diptera: Culicidae) como hospedeiros
intermediários de D. immitis foi realizado em 1900 por Grassi e Noé. Atualmente mais
26
de 60 espécies de culicídeos pertencentes aos gêneros Aedes, Anopheles, Culex,
Mansonia, Coquillettidia e Psorophora são considerados como capazes de transmitir o
parasito em condições naturais ou experimentais (LEVINE, 1968; LUDLAM et al.,
1970). Na natureza, entretanto, poucas espécies foram incriminadas como vetores
naturais de D. immitis, já que algumas nunca foram encontradas naturalmente infectadas
com este parasito e outras, embora susceptíveis à infecção em condições experimentais,
não desempenhem papel de transmissores em condições naturais (CHRISTENSEN &
ANDREWS, 1976; HENDRIX et al., 1986).
Existem diversas publicações analisando competência e capacidade vetorial de
diferentes espécies de mosquitos. Esses estudos foram conduzidos sob condições
controladas em laboratório ou em estudos realizados a campo. Os trabalhos em
laboratório (competência vetorial) mostram que muitas espécies de mosquitos, de várias
regiões do mundo, são susceptíveis e permitem o desenvolvimento de larvas até a forma
infectante em seu organismo. Dentre essas espécies, as mais estudadas são: Ae. aegypti,
Ae. albopictus, Aedes canadensis (Theobald), Aedes notoscriptus (Skuse), Aedes
sierrensis (Ludlow), Aedes sollicitans (Walker), Aedes taeniorhynchus (Wiedemann),
Aedes togoi (Theobald), Aedes triseriatus (Say), Aedes trivittatus (Coquillett), Aedes
vexans (Meigen), Aedes vigilax (Skuse), Anopheles punctipennis (Say), Anopheles
quadrimaculatus Say, Culex annulirostris Skuse, Culex quinquefasciatus Say, Culex
tarsalis Coquillett, Culex tritaeniorhynchus Giles, Mansonia titillans (Walker) e
Mansonia uniformis (Theobald) (YEN, 1938; BEMRICK & MOORHOUSE, 1968;
INTERMILL & FREDERICK, 1970; NAYAR & SAUERMAN, 1975; BICKLEY et
al., 1977; CHRISTENSEN, 1977; BUXTON & MULLEN, 1981; SULAIMAN, 1983;
ROBERTS et al., 1985; BRADLEY & NAYAR, 1987; CHOOCHOTE et al., 1987;
APPERSON et al., 1989; KONISHI, 1989b; RUSSEL, 1990; RUSSEL & GEARY,
1992; ZYTOON et al., 1992; SCOLES et al., 1993; LOFTIN et al., 1995; NAYAR &
KNIGHT, 1999; MAHMOOD, 2000; PARKER, 2000; JUNKUM et al., 2003).
No Brasil, poucas investigações foram realizadas para verificar a competência
vetorial das espécies de mosquitos existentes como vetores de D. immitis. Aedes
fluviatilis (Lutz), Ochlerotatus scapularis (Rondani), Ae. aegypti e Cx. quinquefasciatus
são as únicas espécies estudadas até o momento que demonstraram ser susceptíveis à D.
immitis (KASAI & WILLIAMS, 1986; MACEDO et al., 1998; BRITO et al., 1999;
AHID et al., 2000; SERRÃO et al., 2001). Dentre as quatro espécies, Ae. fluviatilis não
27
parece reunir características para, sob condições naturais, ser vetor eficiente (KASAI &
WILLIAMS, 1986).
Estudos conduzidos sob condições naturais (capacidade vetorial) vêm sendo
efetuados em diferentes partes do mundo e mostram que várias espécies de mosquitos
podem estar envolvidas na transmissão de D. immitis. Na ilhas do Oceano Pacífico,
Aedes fijiensis Marks, Aedes pseudoscutellaris (Theobald), Aedes polynesiensis Marks,
Aedes samoanus (Gruemberg), Culex fatigans Wiedemann e Cx. annulirostris foram
encontrados
albergando
larvas
infectantes
de
D.
immitis
(SYMES,
1960;
SAMARAWICKEMA et al., 1992); na Austrália, Cx. annulirostris e Ae. notoscriptus
foram apontados como vetores primários, Anopheles annulipes Walker e Cx.
quinquefasciatus como secundários e Aedes alboannulatus (Macquart), Aedes
rubrithorax (Marcquart) e Culex australicus Dobrotworsky e Drummond como vetores
eventuais (RUSSEL, 1985). Em quatro países asiáticos, Japão, Malásia, Taiwan e
Tailândia, quatro vetores naturais são conhecidos: Ae. albopictus, Cx. tritaeniorhynchus,
Cx. quinquefasciatus e Mansonia uniformis (CHOOCHOTE et al., 1986; SULAIMAN
& JEFFERY, 1986; KONISHI, 1989b; LAI et al., 2001). Nos EUA, 22 espécies de
mosquitos (Ae. albopictus, Ae. canadensis, Ae. cantator, Ae. excrucians (Walker), Ae.
sierrensis, Ae. sollicitans, Ae. sticticus (Meigen), Ae. stimulans, Ae. taeniorhynchus, Ae.
triseriatus, Ae. trivittatus, Ae. vexans, An. bradleyi, An. crucians, An. freeborni, An.
punctipennis, An. quadrimaculatus, Cx. nigripalpus Theobald, Cx. pipiens, Cx.
quinquefasciatus, Cx. salinarius, Psorophora ferox) já foram coletadas naturalmente
infectadas com D. immitis em 17 estados (BUXTON & MULLEN, 1980; JOHNSON &
HARRELL, 1986; ERNST & SLOCOMBE, 1984; HRIBAR & GERHARDT, 1985;
ARNOTT & EDMAN, 1978; TOLBERT & JOHNSON, 1982; WALTERS &
LAVOIPIERRE,
1982;
SAUERMAN
&
NAYAR,
1983;
PARKER,
1986;
VILLAVASO & STEELMAN, 1970; SCOLES, 1997; COMISKEY & WESSON,
1995; WALTER, 1995; COURTNEY & CHRISTENSEN, 1983) e dezoito delas podem
ser encontradas no sul e leste do país. Há importantes diferenças regionais entre as
espécies vetoras naturais, e de todas as espécies relacionadas acima, somente Ae. vexans
foi encontrado naturalmente infectado em todas as regiões do país. Anopheles
punctipennis já foi implicado como vetor em todas as regiões exceto no oeste
americano.
No Brasil, recentemente descobriram-se os vetores na Região Sudeste.
LOURENÇO DE OLIVEIRA & DEANE (1995) encontraram larvas indistinguíveis de
28
D. immitis nos tubos de Malpighi de um exemplar de Ae. taeniorhynchus e um de Oc.
scapularis, sugerindo que esses mosquitos sejam possíveis vetores naturais na baixada
litorânea do Rio de Janeiro. Mais tarde, esses mosquitos foram considerados como
vetores primários e Cx. quinquefasciatus como secundário da dirofilariose canina na
região oceânica de Niterói, Estado do Rio de Janeiro (LABARTHE et al., 1998). Na
região Nordeste, duas espécies de mosquitos já foram encontradas naturalmente
infectadas com larvas de D. immitis. Em Maceió, Alagoas, oito (0,1%) fêmeas de Cx.
quinquefasciatus foram encontradas albergando larvas do parasito nos tubos de
Malpighi (BRITO et al., 2001). Em São Luís, Maranhão, 0,1% (1/906) dos Cx.
quinquefasciatus e 0,5% (1/194) dos Ae. taeniorhynchus capturados estavam infectados.
A fêmea de Cx. quinquefasciatus albergava três larvas de terceiro estádio nos tubos de
Malpighi e foram encontradas duas larvas de segundo estádio nos tubos de Malpighi na
única fêmea infectada da espécie Ae. taeniorhynchus. Embora as taxas de infecção
natural encontrada entre os culicídeos dissecados tenham sido consideradas baixas pelos
autores, eles apontaram estas duas espécies como vetores potenciais da dirofilariose no
Estado do Maranhão (AHID & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1999). Embora a espécie
Oc. scapularis tenha sido capturada tanto em Maceió, quanto em São Luís, nenhum
indivíduo encontrava-se infectado. Esses resultados indicam a possibilidade de Ae.
taeniorhynchus ser um vetor primário da dirofilariose canina em todo o litoral
brasileiro, do Nordeste ao Sudeste (AHID & LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, 1999) e Oc.
scapularis considerado vetor primário no Sudeste do Brasil (LOURENÇO DE
OLIVEIRA & DEANE, 1995; LABARTHE et al., 1998).
O desenvolvimento da larva de D. immitis e sua migração para a probóscida do
mosquito não constitui, por si só, evidência que este mosquito possa agir como vetor.
Competência vetorial envolve outros critérios que devem ser considerados na
incriminação de uma espécie em particular. Fatores ecológicos e biológicos também são
importantes, como por exemplo: prevalência e distribuição sazonal; hábitos alimentares;
susceptibilidade ao parasito; identificação de mosquitos infectados no campo e
capacidade de dispersão.
A
afinidade
de
mosquitos
para
habitats
silvestres,
domiciliares
ou
peridomiciliares pode influenciar sua competência vetorial sob diferentes condições
naturais. Ae. canadensis, Ae. stimulans e Aedes sticticus são espécies que colonizam
habitats silvestres (ARNOTT & EDMAN, 1978; MAGNARELLI, 1978; BUXTON &
MULLEN, 1980), enquanto que Cx. quinquefasciatus, Anopheles punctipennis e Ae.
29
vexans (VILLAVASO & STEELMAN, 1970; TOLBERT & JOHNSON, 1982) vivem
em ambientes domiciliares e peridomiciliares. Esse comportamento variável pode
contribuir para a diferença de competência vetorial de D. immitis entre as espécies.
Outra consideração importante é a sazonalidade. Espécies de mosquitos que
apresentem abundância associada a múltiplas gerações por ano, tais como Ae. sollicitans
(LUDLAM, 1970) e Ae. vexans (HENDRIX et al., 1980), terão maiores chances de
infectarem-se e posteriormente transmitirem o verme aos hospedeiros mamíferos.
Entretanto, espécies com somente um pico populacional anual tais como Ae. sticticus
(BUXTON & MULLEN, 1980), Ae. canadensis e Ae. stimulans (MAGNARELLI,
1978) também exercem um papel significativo na transmissão.
A capacidade de vôo determina a aptidão de mosquitos vetores de dispersar
infecções. Espécies tais como Ae. vexans (HENDRIX et al., 1980), Ae. sollicitans
(LUDLAM, 1970) e Ae. taeniorhynchus apresentam vôos relativamente longos,
servindo para dispersar o parasito, enquanto que Ae. sierrensis que tem raio de vôo
curto pode manter ativa a transmissão em focos isolados (WALTERS &
LAVOIPIERRE, 1982). Deve-se considerar ainda os hábitos alimentares de certas
espécies, que se traduzem em “preferência” pelo hospedeiro e freqüência de
alimentação. Obviamente, as espécies vetoras de D. immitis devem estar propensas a
alimentarem-se em cães, a fim de poderem ingerir e transmitir D. immitis na natureza.
Como a transmissão requer pelo menos duas alimentações sangüíneas pelo mesmo
indivíduo, o potencial é maior entre mosquitos que se alimentam repetidamente durante
a vida. Certos aspectos da fisiologia reprodutiva podem afetar a relação entre
alimentação sangüínea e desenvolvimento do ovo e, também, a freqüência de
alimentação de sangue pelos vetores (O’MEARA & EVANS, 1973). Esta característica
tenderia a diminuir o número de alimentações sangüíneas pelos vetores ao longo de sua
vida. A necessidade de mais de uma alimentação para completar o desenvolvimento dos
ovos em algumas populações de Anopheles (GILLIES, 1955; WASHINO, 1977)
tenderia a aumentar o número de alimentações feitas, e conseqüentemente, o potencial
para transmissão de patógenos. Deve-se ressaltar ainda que, múltiplas alimentações
sangüíneas produzem efeitos substanciais no crescimento e desenvolvimento das larvas
de D. immitis, resultando em maturação mais rápida, determinando a eficiência com que
este parasito é transmitido para o hospedeiro vertebrado (TRAVI & ORIHEL, 1987).
Longevidade é outro fator crítico que interfere na competência vetorial dos
mosquitos. Vetores competentes devem sobreviver por tempo suficiente para que as
30
microfilárias se desenvolvam até larvas infectantes. A sobrevivência de mosquitos
adultos está sob a influência de muitos fatores ambientais e biológicos incluindo
temperatura, umidade relativa, predação e doença. Além disso, os efeitos patogênicos
das larvas do helminto também influenciam a longevidade dos vetores infectados
(CHRISTENSEN, 1978).
Fatores ambientais afetam a transmissão de D. immitis tanto aumentando quanto
reduzindo-a. Temperatura, umidade relativa, chuvas e intensidade de luz têm relação na
dinâmica populacional dos vetores e podem servir para pontuar certas atividades, tais
como procura pelo hospedeiro (KUTZ & DOBSON, 1974; CHRISTENSEN &
HOLLANDER, 1978). Por exemplo, ovos de espécies vetoras tais como Ae. canadensis,
Ae. vexans e Ae. trivittatus são depositados em solos, sujeitos a flutuações periódicas.
Geração de larvas e picos populacionais subseqüentes ocorrem após inundações em
razão de chuvas pesadas (KUTZ & DOBSON, 1974).
Evidências circunstanciais de competência vetorial devem ser confirmadas pela
identificação natural de larva de terceiro estádio do parasito nas peças bucais de
mosquitos coletados no campo, antes de incriminar uma espécie de mosquito como
vetora de D. immitis. Ainda assim, algumas considerações podem ser feitas sobre a
capacidade vetorial de uma espécie, comparando o total de estudos nos quais tem sido
encontrada infectada, com o número de estudos nos quais albergava larva infectante.
Pode-se citar como exemplo duas espécies apontadas como vetores primário e
secundário no Estado do Alabama, nos EUA, Ae. trivittatus e Ae. vexans,
respectivamente. Embora Ae. vexans tenha sido coletado com nematóides filarídeos
indistinguíveis de D. immitis em 14 estudos diferentes, albergava larva infectante em
somente metade deles. Isto pode ser uma indicação de variação regional na
susceptibilidade à infecção ou pode representar falha desta espécie em sobreviver por
tempo suficiente para o desenvolvimento do parasito. Por outro lado, Ae. trivitttatus
coletados em somente seis estudos estavam infectados e em cada caso foram
encontrados indivíduos com larva infectante, indicando não somente que todas as
populações amostradas podem suportar o desenvolvimento do parasito, mas também
que o mosquito sobrevive tempo suficiente no campo para o parasito completar o
desenvolvimento (SCOLES, 1998).
2.2.5 Relação parasito-hospedeiro intermediário
31
A manutenção do sistema vetor-parasito parece depender de ações que limitem,
sem eliminar, a carga parasitária no mosquito. A carga parasitária quando moderada
permite que algumas larvas cheguem à fase infectante sem abortar a infecção e nem
matar o mosquito (CHRISTENSEN, 1977, 1978, 1981; NAYAR & BRADLEY, 1987).
Essa capacidade que uma determinada espécie de mosquito tem em suportar o
desenvolvimento da larva até o estádio infectante denomina-se susceptibilidade. Há
diferentes formas para que isso aconteça: 1) mosquitos podem apresentar diferentes
mecanismos que impeçam número excessivo de larvas; 2) a microfilaremia dos cães
pode ser moderada; 3) mosquitos podem fazer vários repastos sangüíneos em diferentes
hospedeiros até chegar à repleção ou 4) fatores ambientais.
Variações na susceptibilidade entre linhagens geográficas de Ae. aegypti
(ROBAUD et al., 1936; ROBAUD, 1937) e flutuações na susceptibilidade de colônias
de laboratório desse culicídeo (KARTMAN, 1953) sugerem que fatores genéticos
influenciam o desenvolvimento de D. immitis em mosquitos. Descobriu-se que a
susceptibilidade desta espécie à infecção é regulada por um gen recessivo ligado ao
sexo, que controla a evolução das larvas nos tubos de Malpighi (McGREEVY et al.,
1974; SULAIMAN & TOWNSON, 1980). Os estudos demonstram que diferenças
genéticas inerentes a espécies ou linhagens do vetor podem influenciar sua competência
vetorial (SULAIMAN & TOWNSON, 1980; CHRISTENSEN, 1977) e salientam que
pode ocorrer variação na susceptibilidade para D. immitis entre populações de espécies
de mosquitos isoladas geograficamente.
Existe uma variação interespecífica na susceptibilidade ao parasito e ela está
associada a fatores fisiológicos e morfológicos. Fêmeas de algumas espécies de
mosquitos apresentam na margem da extremidade posterior do assoalho do tubo
digestivo, várias formações esclerotizadas, em dobras, onde estão implantados dentes
com a margem apical serrilhada. Esse conjunto é chamado armadilha do cibário, que é o
primeiro mecanismo de defesa existente em algumas espécies de culicídeos contra a
infecção por D. immitis (COLUZZI & TRABUCCHI, 1968). Essa estrutura no tubo
digestivo anterior danifica as microfilárias, havendo perda de motilidade e abrasão
cuticular à medida que passam em direção ao estômago (BRYAN et al., 1974;
McGREEVY et al., 1978). A migração de uma microfilária de D. immitis do estômago
para os tubos de Malpighi do mosquito pode ser bloqueada pela coagulação do sangue.
Potentes anticoagulantes na saliva de vetores eficientes, tais como An. quadrimaculatus,
aparentemente inibem a formação de coágulos por tempo suficiente para que a maioria
32
das microfilárias ingerida migre para os tubos. Por outro lado, a rápida coagulação do
sangue e, conseqüente aprisionamento das microfilárias, contribui parcialmente para a
relativa ineficiência de vetores potenciais tais como Cx. quinquefasciatus (KARTMAN,
1953; NAYAR & SAUERMAN, 1975). Além disso, a hemoglobina que é liberada das
células sangüíneas oxida-se formando cristais de oxihemoglobina que podem danificar
as microfilárias, destruindo-as (NAYAR & SAUERMAN, 1975; LOWRIE, 1991). As
microfilárias também podem ser eliminadas junto com as fezes do inseto, logo após o
repasto sangüíneo, devido aos movimentos peristálticos do intestino (ANDO, 1984).
Outro fator fisiológico que pode ocorrer é a lise da cutícula da larva por ação das
próprias células dos tubos de Malpighi do vetor (TALLURI & CANCRINI, 1994).
Além dos mecanismos descritos anteriormente, os mosquitos reagem
imunologicamente às microfilárias através de reação de encapsulamento ou melanização
das larvas. A célula do tubo de Malpighi parasitada, através de mensagens
intracelulares, ativa mecanismos que lisam a cutícula e destroem o parasito (TALLURI
& CANCRINI, 1994). Esta reação é um dos mais importantes efeitos moduladores na
carga parasitária de vários vetores incluindo Ae. aegypti (LINDEMANN, 1977), Ae.
trivittatus (CHRISTENSEN, 1981), Mansonia tittilans, Aedes sollicitans e Ae.
taeniorhynchus (NAYAR & SAUERMAN, 1975). O desenvolvimento da larva pode
também ser interrompido antes do estádio “salsichóide”, sem ocorrer o encapsulamento
(SULAIMAN & TOWNSON, 1980; BUXTON & MULLEN, 1981).
Além dos fatores fisiológicos e morfológicos, os fatores ambientais,
especialmente a temperatura, afetam acentuadamente a relação D. immitis-vetor. A
temperatura ambiente na qual o mosquito é mantido é crítica. A temperatura ambiente é
o principal fator que controla o desenvolvimento de D. immitis num mosquito
susceptível, influenciando as mudas e regulando a duração de cada estádio.
Temperaturas muito altas diminuem a sobrevida dos mosquitos infectados, tornando-a
curta demais para permitir o completo desenvolvimento do parasito (KUTZ &
DOBSON, 1974), enquanto temperaturas baixas podem retardar ou até impedir o seu
desenvolvimento (CHRISTENSEN & HOLLANDER, 1978). Estudos com An.
quadrimaculatus (KUTZ & DOBSON, 1974), Ae. trivittatus (CHRISTENSEN &
HOLLANDER, 1978), Ae. vexans e Ae. triseriatus (FORTIN & SLOCOMBE, 1981)
demonstraram que o desenvolvimento de D. immitis cessa a temperaturas abaixo de
16ºC (CHRISTENSEN & HOLLANDER, 1978). O tempo necessário para o
33
desenvolvimento até o estádio infectante diminui à medida que a temperatura ultrapassa
16ºC até o limite de 26ºC.
Um aumento significativo na taxa de mortalidade do vetor susceptível ocorre em
dois momentos da infecção por D. immitis: quando as larvas de primeiro estádio
invadem os tubos de Malpighi (24-48h) e quando as larvas infectantes rompem os tubos
e migram para a cabeça e probóscida dos mosquitos (12º-16ºdias) (KARTMAN, 1953;
KERSHAW et al., 1953; BUXTON & MULLEN, 1981).
34
3 Material e Métodos
3.1 Descrição das áreas escolhidas
Os mosquitos utilizados no experimento eram originários dos municípios de
Nova Iguaçu, Niterói, Maricá e Teresópolis, Estado do Rio de Janeiro (Figura 1).
Mosquitos adultos ou formas imaturas foram coletados nos seguintes bairros ou
distritos: Ambaí em Nova Iguaçu, Itaipu em Niterói, Itaipuaçu em Maricá e
Albuquerque em Teresópolis. Estes locais foram escolhidos com base na prevalência da
dirofilariose canina ou da presença de população expressiva da espécie Ae. albopictus.
Figura 1 – Mapa do Estado do Rio de Janeiro, mostrando a localização dos municípios
de Nova Iguaçu, Niterói, Maricá e Teresópolis, locais escolhidos para a coleta de
mosquitos da espécie Aedes albopictus.
Ambaí é um bairro do município de Nova Iguaçu (22º45'33"S e 43º27'04"O). O
município integra a Baixada Fluminense, fazendo parte da Região Metropolitana do Rio
de Janeiro e tem uma população de 862.225 habitantes. Nova Iguaçu faz divisa com os
seguintes municípios: ao Norte, com Miguel Pereira; ao Sul, com Nilópolis, Rio de
Janeiro e São João de Meriti; a Leste, com Duque de Caxias e Belford Roxo e Oeste,
com Itaguaí, Japeri, Paracambi e Queimados. Seu único Distrito é a própria Sede, Nova
Iguaçu. Seu território ocupa uma área aproximada de 537 km2, sendo que 35% desta
área é coberta por floresta do tipo Mata Atlântica. Possui duas áreas de proteção
ambiental, a Reserva Biológica do Tinguá e a área de proteção ambiental da Serra da
Madureira e o restante apresenta predominância de área urbana, com alguns pontos de
características rurais e semi-rurais. O município está situado a uma altitude de 25
35
metros, numa região de planície, tendo ao norte a Serra do Mar; ao Sul, os maciços de
Jacarepaguá e da Tijuca; a Leste, a Baía de Guanabara e a Oeste, a Serra da Madureira,
proporcionando um microclima característico de região litorânea tropical úmida. A
precipitação pluviométrica média anual é de 1.595,3 mm e a temperatura média de 23ºC
(PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU, 2003). Não há informações sobre
a ocorrência de dirofilariose canina no município.
Itaipu é um distrito do município de Niterói (22°53'00"S e 43°06'13"O). O
município está situado na orla oriental da Baía de Guanabara, entre o mar e as encostas
ocidentais do maciço litorâneo Fluminense, fazendo limite com os seguintes
municípios: a leste, Maricá; ao norte, São Gonçalo e ao sul e à oeste a Baía de
Guanabara. Seu território tem área estimada de 131,8 km2, situada 5m acima do nível do
mar e tem uma população de 459.451 habitantes. O município apresenta clima tropical
quente, subtipo úmido (1 a 3 meses secos/ano) e temperatura média de 23,1°C. A
pluviosidade média anual é de 1207mm, com as chuvas concentradas no verão.
Originalmente, a Mata Atlântica ocupava boa parte do município, mas atualmente existe
somente mata secundária, em manchas isoladas, sobre alguns maciços e colinas. As
demais coberturas vegetais originais - restinga, mangue e brejo - são raramente
encontradas (PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 2003). Nos últimos 10 anos a
ocorrência de dirofilariose canina em Itaipu foi bastante estudada, com prevalência
variando entre 0 a 32%, mostrando declínio nos últimos seis anos (comunicação
pessoal3).
Itaipuaçu é um distrito do município de Maricá (22º55'10"S e 42º49'07"O). O
município está situado 4 m acima do nível do mar, possui uma área de 342 km2 e tem
clima tropical, com variações de acordo com a proximidade do mar. A população do
município é de 76.737 habitantes, sendo a maioria residente em área urbana. A região
apresenta florestas do tipo tropical e planícies costeiras e é limitada pela Serra do Mar e
pela longa restinga que se estende no sentido leste/oeste. Destacam-se no município as
diversas lagoas, rios e canais existentes. A temperatura média é de 23ºC e a média anual
de chuvas é de 1.100 mm (PREFEITURA MUNICIPAL DE MARICÁ, 2003). A
ocorrência de dirofilariose canina neste município é de 35,7% (MENEZES, 1998).
Albuquerque é um bairro do município de Teresópolis (22° 26' 12"S e 42° 58'
42"O). O município está localizado no topo da Serra dos Órgãos, coberto pela Mata
3
Norma Labarthe - UFF
36
Atlântica, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Tem uma área de 849 km2 e
está localizado a 902m de altitude, sendo a mais alta cidade do Estado e com uma
população de 128.079 habitantes. A temperatura média é de 16ºC, com clima seco e
ameno. A média no inverno é de 13,5ºC e no verão de 21,5ºC. O município faz limite ao
norte com São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia e Sumidouro, ao sul com
Guapimirim e Cachoeiras de Macacu, a leste, com Nova Friburgo e a oeste, com
Petrópolis (CITYBRAZIL, 2003). Um estudo realizado em 2001 revelou que não há
infecção canina por D. immitis em Teresópolis (MUNIZ, 2001).
3.2 Pesquisa da infecção por Dirofilaria immitis em caninos
Para conhecer ou atualizar a freqüência de dirofilariose canina nas localidades
onde capturas de mosquitos foram realizadas, coletou-se sangue de cães com mais de
um ano de idade em Ambaí, Itaipu e Itaipuaçu, para pesquisa de microfilárias na
circulação. As coletas foram feitas tanto em domicílio quanto durante as campanhas
municipais de vacinação contra raiva urbana no ano de 2001, sempre com o
consentimento dos proprietários.
Foram coletadas 112 amostras de sangue canino em Ambaí, 100 amostras em
Itaipu e 71 amostras de sangue em Itaipuaçu. As amostras foram obtidas por
venopunção cefálica, acondicionadas em tubos contendo EDTA e mantidas a 4°C até o
processamento, que era realizado em, no máximo, 72 horas após a coleta, na Faculdade
de Veterinária da Universidade Federal Fluminense. O diagnóstico foi feito através da
identificação de microfilárias de D. immitis usando-se as técnicas de KNOTT (1939),
modificada por NEWTON & WRIGHT (1956) e NAN (ALMOSNY et al., 1991). Em
Ambaí, por não haver registro anterior de cães infectados por D. immitis, pesquisou-se
a presença de antígeno do parasito adulto pelo método imunoenzimático (ELISA)3 para
garantir a identificação do filarídeo. Os dados referentes a cada animal foram
registrados em fichas próprias onde se anotou todas as informações disponíveis (Anexo
I).
Foram considerados casos autóctones, cães portadores de microfilárias de D.
immitis que nasceram, foram criados em Ambaí, Itaipu ou Itaipuaçu e que nunca saíram
de lá (cães nativos).
4
SNAP 3DX® - Laboratório IDEXX
37
A pesquisa da freqüência de dirofilariose em Teresópolis não foi repetida, já que
foi recentemente estudada por MUNIZ (2001), que não encontrou microfilárias de D.
immitis na circulação sangüínea de nenhum dos 400 cães examinados, nem vermes
adultos nas 40 necrópsias realizadas.
3.3 Estabelecimento de colônias de Aedes albopictus (Skuse, 1894) e Aedes
aegypti (Linnaeus, 1762)
Foram formadas quatro colônias distintas de Ae. albopictus e três de Ae. aegypti.
3.3.1 Obtenção de mosquitos
Exemplares de Ae. albopictus de Ambaí, Itaipu e Itaipuaçu foram capturados
para formar três colônias distintas da espécie. Os mosquitos foram capturados com
auxílio de voluntários humanos, utilizando-se tubo aspirador, entre dezembro de 2000 e
março de 2001. A quarta colônia era originária do bairro de Albuquerque, Teresópolis e,
devido à dificuldade em capturar fêmeas adultas, optou-se pela coleta de larvas que
foram criadas para obtenção de adultos. Estas larvas foram coletadas em agosto de
2001.
Duas linhagens e uma população de Ae. aegypti, cuja susceptibilidade a
infecções por D. immitis é conhecida, foram utilizadas como controles padrão de
susceptibilidade ou de refratariedade. A população de Ae. aegypti era proveniente de
uma colônia estabelecida a partir de exemplares coletados na cidade do Rio de Janeiro
(susceptível) e mantida no insetário do Laboratório de Transmissores de Hematozoários
(LTH), do Departamento de Entomologia, da Fundação Oswaldo Cruz. Uma das
linhagens, denominada Rockefeller (Rock) (refratária), também foi cedida pelo LTH e a
outra, denominada Liverpool (susceptível), foi cedida pelo Laboratório de Bioquímica e
Fisiologia de Insetos, do Departamento de Bioquímica Médica, do Instituto de Ciências
Biomédicas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A linhagem Liverpool foi
utilizada como controle da infectividade das microfilárias de D. immitis.
3.3.2 Manutenção das colônias
As fêmeas de Ae. albopictus de cada localidade receberam alimentação
sangüínea de voluntários humanos ou pombos, a fim de que pudessem ovipôr e então
38
formar a primeira geração de descendentes (F1), estabelecendo assim uma colônia para
cada população. Essas fêmeas foram mantidas com fonte de solução de sacarose a 10%,
ad libitum, em gaiolas de madeira teladas, medindo 50x50x50cm. Em cada gaiola havia
copos plásticos com papel de filtro umedecido com água destilada, para que as fêmeas
pudessem ovipôr após a alimentação sangüínea semanal. Os ovos obtidos foram
mantidos nesse papel de filtro, que depois de seco foi submerso em água desclorificada
para eclosão. À medida que as larvas eclodiam, foram transferidas para cubas plásticas e
alimentadas com ração comercial para peixe4 até a fase de pupa. As pupas foram
separadas em pequenos copos plásticos contendo água desclorificada, e transferidas
para as gaiolas teladas onde ocorria a emergência das formas aladas.
Entre a 15ª e 20ª geração, os ovos obtidos foram armazenados em recipiente
aerado para posterior eclosão. Os mosquitos obtidos a partir desses ovos foram usados
nas infecções experimentais.
3.3.3 Obtenção de fêmeas para infecção por D. immitis
Os ovos de Ae. albopictus armazenados em papel filtro foram imersos em água,
com baixo teor de oxigênio dissolvido. As larvas recém eclodidas foram criadas até a
fase de pupa com ração comercial para peixe5. Após a emergência, os mosquitos foram
alimentados com solução de sacarose a 10% e mantidos em temperatura (27±2ºC) e
umidade relativa (80±10%) controladas.
3.4 Fonte de infecção por D. immitis
A procura por um cão doador de microfilárias de D. immitis concentrou-se em
Itaipu, Niterói. Como a ocorrência de dirofilariose na região é bem estudada, buscou-se
nas fichas arquivadas no laboratório de Imunoparasitologia da Faculdade de Veterinária
da Universidade Federal Fluminense, os animais positivos para microfilárias de D.
immitis. O primeiro animal examinado foi uma cadela do bairro de Itaipu e tinha
1100mf/mL na circulação. Foi então realizado um protocolo experimental utilizando-se
essa concentração de microfilárias para infectar os mosquitos, no entanto, no final do
experimento, os mosquitos não se apresentavam infectados. Examinaram-se mais seis
cães desse mesmo bairro e todos apresentaram microfilaremia insuficiente para ser
4
Tetramin
39
utilizada no experimento. Finalmente, encontrou-se um cão de Itaipu que apresentava
3200mf/mL. Era um cão de 10 anos de idade, nascido e criado em Itaipu, naturalmente
infectado com D. immitis. Então, com o consentimento livre e esclarecido dos
proprietários, o sangue deste animal foi utilizado durante todo o trabalho. O cão foi
mantido com os proprietários, alimentado com ração comercial e água ad libitum.
Visando o bem estar do animal, ele recebeu uma dose de vacina polivalente contra
cinomose, adenovírus tipo 2, coronavírus, parainfluenza, parvovirose e leptospirose
canina5 e uma dose de vacina anti-rábica6.
Amostras sangüíneas foram coletadas em heparina duas horas antes de cada
experimento, a fim de se determinar o número de microfilárias por mililitro (mL) de
sangue do cão. Para tanto, foram confeccionados dez esfregaços de 20µl de sangue que
foram deixados à temperatura ambiente por 24 horas para secar. As lâminas foram então
colocadas em uma estufa, a 121°C por 30 minutos e, em seguida, coradas por Giemsa e
lavadas com água destilada. A contagem das microfilárias em microscópio óptico foi
feita com a preparação seca. A concentração de microfilárias no sangue do cão usado
para alimentação artificial foi calculada contando-se o número de microfilárias em 20 µl
de sangue parasitado, multiplicando-se o resultado por 50. A parasitemia do cão foi, em
média, de 1670 microfilárias/mL de sangue.
3.5 Infecções experimentais
Fêmeas de Ae. albopictus e Ae. aegypti com 4 a 7 dias de idade foram separadas
dos machos em gaiolas cilíndricas de papelão (9cm de altura x 9cm de diâmetro), com a
abertura superior coberta por filó e com uma abertura lateral obliterada com uma manga
de tecido. Essas fêmeas foram mantidas em jejum durante as 48 horas que antecediam a
alimentação sangüínea infectante por D. immitis, sem ajuste da microfilaremia
apresentada pelo cão. As infecções das duas espécies foram realizadas simultâneamente.
Foram utilizadas 2364 fêmeas de Ambaí, 2494 fêmeas de Itaipu, 5375 fêmeas de
Itaipuaçu e 1614 fêmeas de Albuquerque nas alimentações infectantes. Fêmeas de Ae.
aegypti da população do Rio de Janeiro (4765), da linhagem Rock (1713) e da linhagem
Liverpool (1275) receberam alimentação sangüínea infectante da mesma forma e ao
mesmo tempo que as demais. Para cada população de Ae. albopictus foi utilizado um
5
Vanguard® HTLP 5/CV-L – Laboratórios Pfizer Ltda.
40
grupo controle da viabilidade dos mosquitos, alimentados com sangue de um cão livre
de infecção por D. immitis (sangue sem microfilárias). Para cada grupo foram utilizadas
de 670 a 1551 fêmeas.
A alimentação foi feita utilizando-se membrana artificial7 fixada a um aparato de
vidro (RUTLEDGE et al., 1964) onde o sangue do cão foi mantido à temperatura de
37°C, por meio de circulação de água aquecida (Figura 2). O repasto sangüíneo
infectante foi oferecido durante 40 minutos, quando então, as fêmeas que estivessem
parcial ou totalmente repletas, foram contadas e transferidas para gaiolas cilíndricas de
papelão e mantidas com solução de sacarose a 10% e sob condições ambientais
controladas (27 ± 2,0°C e 80 ± 10%). No 8º dia pós-infecção foi oferecida uma
alimentação sangüínea às fêmeas a fim de aumentar sua sobrevida. A mortalidade dos
mosquitos foi registrada diariamente e no 16º dia pós-infecção, todos os mosquitos
sobreviventes foram dissecados. No total, foram realizadas 18 repetições das infecções
experimentais.
c
a
b
Figura 2 – Sistema artificial para alimentação sangüínea de
mosquitos: a) meio de circulação de água aquecida; b) gaiola de
papelão; c) aparato de vidro.
3.6 Dissecção de mosquitos
3.6.1 Dissecção para avaliação da ingestão de microfilárias
6
7
Defensor® - Laboratórios Pfizer Ltda.
Membrana Baudruche - Joseph Long Inc.
41
Imediatamente após cada alimentação infectante, o mínimo de 10% ou o
máximo de dez fêmeas do total de ingurgitadas de cada população foram dissecadas.
Foram anestesiadas em atmosfera de clorofórmio e dissecadas em solução de cloreto de
sódio 0,6%, ao microscópio estereoscópico. Para tal, asas, pernas e cabeça foram
retiradas e, sobre uma lâmina de vidro, apenas o trato alimentar, incluindo os tubos de
Malpighi, foi removido para uma gota de salina, tracionando-se levemente os segmentos
subterminais do abdômen do mosquito com auxílio de agulhas hipodérmicas. Uma
lamínula foi colocada sobre o material, que foi examinado em aumento de 100 e 400
vezes ao microscópio óptico. Para melhor visualização das larvas, quando necessário foi
feita leve compressão sobre a lamínula. Para minimizar o efeito do tempo entre o final
do repasto sangüíneo e a dissecção, foi realizado um rodízio entre as populações
dissecando-se seqüencialmente a metade de cada grupo e a outra metade na ordem
inversa.
3.6.2 Dissecção para avaliação da competência vetorial
Os mosquitos foram anestesiados em atmosfera de clorofórmio e dissecados em
solução de cloreto de sódio 0,6%, ao microscópio estereoscópico. Para tal, asas e pernas
foram retiradas e, sobre uma lâmina de vidro, a cabeça do mosquito foi removida para
uma gota de solução salina e o trato alimentar, incluindo os tubos de Malpighi, foi
removido para outra gota de salina, tracionando-se levemente os segmentos
subterminais do abdômen do mosquito com auxílio de agulhas hipodérmicas. O restante
do corpo do inseto foi colocado numa terceira gota de salina e comprimido levemente
entre lâmina e lamínula. Lamínulas foram colocadas sobre cada uma das porções
dissecadas, que foram observadas em aumento de 100 e 400 vezes ao microscópio
óptico. Para melhor visualização das larvas, quando necessário foi feita leve compressão
sobre a lamínula.
3.7 Avaliação da competência vetorial de Ae. albopictus para transmitir
D. immitis
Para estimar a média de microfilárias/mosquito, imediatamente após o final do
repasto sanguíneo, um mínimo de 10% ou o máximo de dez fêmeas de cada grupo
foram dissecadas e a média de microfilárias ingeridas foi calculada dividindo-se o total
42
de microfilárias encontradas no intestino médio pelo número de fêmeas dissecadas por
grupo.
A mortalidade das fêmeas ingurgitadas foi registrada diariamente.
A avaliação da eficiência das diferentes populações de Ae. albopictus foi feita
pela dissecção no 16º dia. Para evitar uma possível perda de larvas infectantes, no 14º
dia a fonte de sacarose foi retirada. As larvas encontradas nos diferentes órgãos foram
contadas e classificadas quanto ao estágio de desenvolvimento de acordo com o critério
proposto por KERSHAW e colaboradores (1953) e TAYLOR (1960). A média de larvas
de terceiro estádio foi calculada dividindo-se o total de larvas encontradas na cabeça ou
probóscida pelo número de fêmeas dissecadas.
O índice de eficiência do vetor (IEV) (KARTMAN, 1954) foi calculado
dividindo-se a média de larvas de terceiro estágio encontradas nos mosquitos
dissecados, pela média de microfilárias ingeridas nos mosquitos dissecados e
convertendo-se para porcentagem, como a seguir:
IEV (%) = média nº L3 x 100 / média de microfilárias ingeridas
3.8 Análise estatística
A significância de diferenças entre as variáveis (proporção de ingurgitamento
após alimentação, taxa de infecção e taxa de infectividade) foi determinada através de
tabelas de contingência pela prova do qui-quadrado (χ2), fixando-se o nível de
significância em 95%.
As análises do número médio de microfilárias ingeridas logo após alimentação e
do número médio de larvas de terceiro estágio na cabeça ou probóscida dos mosquitos
foram realizadas utilizando-se o teste de Duncan a fim de transformar os dados numa
forma logarítmica para análise de variância ao nível de 5%.
43
4 RESULTADOS
A análise de 283 amostras de sangue de cães residentes em Ambaí, Itaipu e
Itaipuaçu mostrou que, em todas essas localidades o parasito D. immitis circula entre
cães. Em Ambaí, Nova Iguaçu, uma amostra (1/112) apresentou microfilárias de D.
immitis (0,9%). Essa amostra foi analisada quanto à presença de antígenos do parasito
adulto, que confirmou o resultado encontrado. A freqüência de infecção canina foi
semelhante em duas das localidades escolhidas, Itaipu, em Niterói e Itaipuaçu, em
Maricá. Em Itaipu, de 100 amostras examinadas, sete eram microfilarêmicas (7%) e em
Itaipuaçu, de 71 amostras de sangue canino, cinco apresentavam microfilárias do
parasito (7%). Segundo informação dos proprietários, todos os animais infectados eram
casos autóctones dos locais onde foram realizadas as coletas de sangue.
De um total de 11847 fêmeas de Ae. albopictus colocadas para se alimentarem
artificialmente com sangue contendo microfilárias de D. immitis, somente 32,12%
(3805) estavam parcial ou totalmente repletas após a alimentação infectante, enquanto
50,46% (3912/7753) do total de fêmeas de Ae. aegypti estavam alimentadas após o
repasto sangüíneo, havendo, portanto, uma diferença significativa (p<0,05) entre as
espécies. A proporção de fêmeas de Ae. albopictus ingurgitadas total ou parcialmente
variou de 23,10 a 39,10% entre as diferentes populações e entre as fêmeas de Ae.
aegypti a proporção variou de 46,32 a 62,74% (Tabela 1).
44
Tabela 1 – Número de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti de diferentes
origens geográficas, parcial ou completamente ingurgitadas, após oferecimento de fonte
sangüínea contendo microfilárias de Dirofilaria immitis, num sistema artificial.
Espécies
Ae. albopictus
Ae. aegypti
Colocadas para se
alimentarem
Parcial ou
completamente
ingurgitadas
%
Ambaí
2364
546
23,10
Itaipu
2494
799
32,04
Itaipuaçu
5375
1829
34,03
Albuquerque
1614
631
39,10
Rock
1713
905
52,83
Rio de Janeiro
4765
2207
46,32
Liverpool
1275
800
62,74
Origens
Nem todos os mosquitos dissecados imediatamente após a alimentação
sangüínea continham microfilárias (mf) de D. immitis no intestino médio (Figura 3a), já
que as taxas de ingestão (nº mosquitos com mf/dissecados) variaram de 81,44 a 96,23%.
O número de microfilárias encontrado variou de 0 a 117 mf/mosquito, sendo que a
maioria dos mosquitos que foi encontrada com microfilárias tinha entre 1 e 34
mf/mosquito. Acima de 34 mf/mosquito, somente um indíviduo da espécie Ae. aegypti,
linhagem Rock continha 117 parasitos no intestino médio. Esse achado de 117
mf/mosquito, embora demonstre a possibilidade de ingestão de grande número de
microfilárias por um só indivíduo, não foi incluído nas análises estatísticas. Houve
grande variação no número de microfilárias ingeridas entre as populações e ao
analisarem-se as populações de Ae. albopictus foi possível observar que duas (Ambaí e
Itaipuaçu) das quatro populações testadas ingeriram quantidade de parasitos semelhante
(p>0,05) (Tabela 2). Ao comparar-se a quantidade de microfilárias ingeridas entre as
populações de Ae. albopictus e as linhagens e população de Ae. aegypti, foi possível
notar que Ambaí e Itaipuaçu apresentaram comportamento semelhante à linhagem
Liverpool, enquanto Itaipu e Albuquerque, semelhante à população do Rio de Janeiro
(p>0,05). Não houve diferença significativa na quantidade de microfilárias ingeridas
entre a população de Albuquerque e a linhagem Rock (Tabela 2).
45
Tabela 2 – Número de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti, de diferentes
origens geográficas, ingurgitadas total ou parcialmente, portadoras de microfilárias (mf) de
Dirofilaria immitis logo após a alimentação infectante.
Espécies
Ae. albopictus
Origens
Nº de mosq. com
mf/dissecados
(TIG)
Mf no estômago/mosq.
Dissecado
X ± DP
Ambaí
69/81 (85,19)
4,09±3,63a
Itaipu
79/97 (81,44)
4,99±4,86a,b
123/151 (81,46)
3,21±3,97a,c
Albuquerque
51/53 (96,23)
6,87±5,81d
Rock
61/68 (89,70)
7,62±6,05d
111/130 (85,38)
6,42±6,27b,d
68/81 (83,95)
3,09±2,92a
Itaipuaçu
Ae. aegypti
Após alimentação infectante
Rio de Janeiro
Liverpool
Teste Duncan. Valores na coluna seguidos por diferentes letras são estatisticamente diferentes com p < 0,05.
Obs: Houve diferença significativa (p<0,05) entre Itaipu e Itaipuaçu
Taxa de ingestão (TIG)= nº de mosquitos com microfilárias/dissecados x 100
X: média de microfilárias; DP: desvio padrão
A taxa de mortalidade dos mosquitos variou entre as diferentes populações de
Ae. albopictus, no entanto, em todas elas, a maior mortalidade ocorreu somente nas
primeiras 48h após a ingestão de microfilárias (p<0,05), quando 55,57 a 74,96% deles já
havia morrido. Quando foram comparadas as taxas de mortalidade desde 24h até o 16º
dia pós-infecção das diferentes populações de Ae. albopictus, notou-se diferença
significativa entre os grupos infectados e os seus respectivos controles (p<0,05), embora
chame atenção o fato dos mosquitos da população de Albuquerque terem apresentado
maior mortalidade no seu grupo controle, demonstrando que não foi possível adaptar
esta população às condições de colônia (Tabela 3). Os indivíduos da linhagem Rock
ingeriram mais microfilárias do que as todas as outras seis populações (p<0,05) (Tabela
2), porém isto não resultou em maior taxa de mortalidade em 48 horas (Tabela 3).
As taxas de infecção (nº de mosquitos infectados/dissecados) das populações de
Ae. albopictus variaram de 24,64 a 47,19% (Tabela 4). Dentre elas, a menor taxa
encontrada, na população de Ambaí, foi maior do que a encontrada no controle padrão
46
de refratariedade à espécie D. immitis (Ae. aegypti linhagem Rock) e a maior taxa, de
Albuquerque, foi menor do que a do controle padrão de susceptibilidade ao parasito (Ae.
aegypti linhagem Liverpool). Cabe ressaltar que as populações Ae. albopictus de Itaipu
e de Albuquerque se infectaram tanto quanto Ae. aegypti do Rio de Janeiro (p>0,05)
(Tabela 4).
Embora os mosquitos da espécie Ae. albopictus de Albuquerque tenham
apresentado maior proporção de infectados e tenham ingerido mais microfilárias do que
as outras populações da mesma espécie, neles nenhuma larva se desenvolveu até o
estádio infectante (L3). Esse fato só se repetiu entre indivíduos da espécie Ae. aegypti,
linhagem Rock (Tabela 4). Na população de Itaipu, 66% (225/343) das larvas
encontradas, 16 dias após a infecção, eram larvas de terceiro estádio, localizadas na
cabeça ou probóscida dos mosquitos, semelhante ao encontrado na espécie Ae. aegypti,
linhagem Liverpool (792/1156 – 68%) (p>0,05). Os mosquitos da população de
Itaipuaçu ingeriram igual número de microfilárias quando comparados aos mosquitos da
linhagem Liverpool (p>0,05) (Tabela 2), no entanto, somente seis larvas (3,1%)
completaram o desenvolvimento até larva de terceiro estádio na cabeça ou probóscida
(Tabela 4).
A população Ae. albopictus de Itaipu e a população Ae. aegypti do Rio de
Janeiro se comportaram de maneira semelhante no que se refere à capacidade de
permitir o desenvolvimento de larvas de D. immitis até o estádio infectante, na cabeça
ou probóscida (Figuras 3b, 3c e 3d) em um grande número de mosquitos,
diferentemente
das
outras
populações.
A
linhagem
Liverpool
apresentou
comportamento semelhante, mas com taxa de infectividade (52,64%) (nº de mosquitos
infectantes/dissecados) significativamente maior (p<0,05) (Tabela 4).
Embora a população de Itaipu não tenha apresentado a maior taxa de infecção
entre as populações de Ae. albopictus testadas, foi a que apresentou maior taxa de
infectividade (34,57%) (p<0,05). Quando comparada com os controles, essa população
comportou-se de forma semelhante à população Ae. aegypti do Rio de Janeiro, mais
eficiente do que a linhagem Rock embora menos do que a linhagem Liverpool (Tabela
4). As taxas de infectividade das populações Ae. albopictus de Ambaí e Itaipuaçu foram
semelhantes entre si (p>0,05), porém menores do que as de Itaipu (Tabela 4).
47
Figura 3 – Larvas de Dirofilaria immitis em diferentes estágios, encontradas na espécie
Aedes albopictus infectada experimentalmente. a: microfilária no intestino médio (400x);
b: larvas em desenvolvimento nos tubos de Malpighi (400x); c: larvas infectantes na
cabeça (100x); d: larvas infectantes saindo da probóscida (400x).
48
Tabela 3 – Mortalidade de fêmeas das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti de diferentes origens geográficas, alimentadas com sangue
contendo microfilárias de Dirofilaria immitis nos diferentes períodos pós-infecção (PI).
Espécies
Origens
Total de mosquitos
ingurgitados
24-48h
Controle
Ambaí
Ae. albopictus Itaipu
Itaipuaçu
Albuquerque
Rock
296
269
542
150
-
Teste
546
799
1829
631
905
3-13 dias PI
Rio de Janeiro
-
2207
Teste
Controle
Teste
Controle
Teste
Controle
Teste
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
(%)
99a
329b
78
145
1
3
178c
477d
(33,45)
(60,26)
(26,35)
(26,56)
(0,34)
(0,55)
(60,13)
(87,36)
82a
444b
62
191
8c
2d
152e
637f
(30,48)
(55,57)
(23,05)
(23,90)
(2,97)
(0,25)
(56,51)
(79,72)
163a
1108b
122
414
33c
2d
318e
1524f
(30,07)
(60,58)
(22,51)
(22,63)
(6,09)
(0,11)
(58,67)
(83,32)
125a
473b
23
64
2
5
150c
542d
(83,33)
(74,96)
(15,33)
(10,14)
(1,33)
(0,79)
(100)
(85,89)
-
362
-
163
-
18
-
543
-
1120
(18,01)
-
(50,75)
Liverpool
-
800
14-16 dias PI
Controle
(40,00)
Ae. aegypti
Total de mosquitos
mortos
Mortalidade de mosquitos
-
210
573
(1,99)
-
(25,96)
-
(26,25)
117
(14,63)
16
(60)
-
(0,72)
-
0
1709
(77,43)
-
327
(40,87)
Teste χ2 – Valores em linha seguidos por diferentes letras são estatisticamente diferentes com p < 0,05.
49
Tabela 4 – Taxas de infecção (TX) e de infectividade (TI) e número e localização das larvas de
Dirofilaria immitis encontradas nos mosquitos das espécies Aedes albopictus e Aedes aegypti,
de diferentes origens geográficas, aos 16 dias pós-infecção.
Espécies
Origens
Nº mosq.
infectados/dissec.
(TX)
Ae.
albopictus
Ae.
aegypti
Nº L1, L2 e
L3*
Nº mosquitos
infectantes/dissec.
(TI)
Nº
L3**
Total de
larvas
Ambaí
17/69 (24,64)a
38
1/69 (1,45)a
1
39
Itaipu
70/162 (43,21)b
118
56/162 (34,57)b
225
343
Itaipuaçu
79/305 (25,90)a
185
4/305 (1,31)a
6
191
Albuquerque
42/89 (47,19)b
144
0/89 (0)c
0
144
Rock
8/362 (2,21)c
15
0/362 (0)c
0
15
Rio de
Janeiro
212/498 (42,57)b
270
172/498 (34,54)b
720
990
Liverpool
310/473 (65,54)d
364
249/473 (52,64)d
792
1156
Teste χ2 – Valores nas colunas seguidos por diferentes letras são estatisticamente diferentes com p < 0,05.
Taxa de infecção (TX) = nº de mosquitos infectados/dissecados x 100
Taxa de infectividade (TI) = nº de mosquitos infectantes/dissecados x 100
Obs: Na população de Albuquerque não há larvas de terceiro estádio.
* Número de larvas encontradas nos túbulos de Malpighi, tórax ou abdome de mosquitos infectados
** Número de larvas de terceiro estádio encontradas na cabeça ou probóscida de mosquitos infectantes
Embora a população Ae. albopictus de Itaipuaçu e a linhagem Liverpool de Ae.
aegypti tenham ingerido quantidade semelhante de microfilárias, Liverpool albergava
maior número de L3/fêmea dissecada (p<0,05), confirmando o comportamento dessa
linhagem como padrão de susceptibilidade à D. immitis (Tabela 5).
Ainda que a quantidade de microfilárias ingeridas pela população Ae. albopictus
de Itaipu tenha sido semelhante à de Ambaí (p>0,05), somente a de Itaipu permitiu o
desenvolvimento de larvas de terceiro estádio comparável à população Ae. aegypti do
Rio de Janeiro e à linhagem Liverpool de Ae. aegypti (Tabela 5). Cabe ressaltar que,
apesar da população do Rio de Janeiro e a linhagem Liverpool de Ae. aegypti terem
ingerido quantidades diferentes de microfilárias, o número médio de larvas infectantes
na cabeça ou probóscida dos mosquitos foi semelhante (p>0,05), o que demonstra que a
população Ae. aegypti do Rio de Janeiro é susceptível de forma semelhante à linhagem
Liverpool de Ae. aegypti (Tabela 5).
50
A eficiência vetorial (IEV) da população Ae. albopictus de Itaipu foi semelhante
à encontrada nos mosquitos da população do Rio de Janeiro e foram as populações que
apresentaram IEV mais próximo à linhagem Liverpool, padrão de susceptibilidade à
D. immitis (Tabela 5).
Tabela 5 – Número médio de microfilárias (mf) de Dirofilaria immitis ingeridas e de
larvas de terceiro estádio (L3) e índice de eficiência vetorial (IEV) das espécies Aedes
albopictus e Aedes aegypti, de diferentes origens geográficas, após alimentação
artificial.
Mf*±DP
L3**±DP
IEV***(%)
Ambaí
4,09±3,63a
0,01±0,12a
0,24
Itaipu
4,99±4,86a,b
1,39±2,60b
27,85
a,c
a
Espécies
Ae. albopictus
Origens
Itaipuaçu
Ae. aegypti
3,21±3,97
d
Albuquerque
6,87±5,81
Rock
7,62±6,05d
Rio de Janeiro
Liverpool
b,d
6,42±6,27
3,09±2,92
a
0,02±0,20
0
a
0,62
0
0a
0
1,45±2,81
b
22,59
1,67±2,28
b
54,05
Teste Duncan.Valores nas colunas seguidos por diferentes letras são estatisticamente diferentes com p<
0,05.
Obs: Houve diferença significativa (p<0,05) entre Itaipu e Itaipuaçu
*
Número médio de microfilárias (mf) encontradas no estômago de mosquitos após alimentação sanguínea
**
Número médio de larvas de terceiro estádio em mosquitos no 16º dia após alimentação sanguínea
***
Índice de eficiência vetorial (%) = nº de L3 x 100/ nº de mf ingeridas
51
5 DISCUSSÃO
A dirofilariose canina foi uma enfermidade freqüente em Itaipu e Itaipuaçu,
confirmando que nessas duas regiões costeiras do Estado do Rio de Janeiro onde o
estudo foi realizado, infecções pelo parasito são freqüentes. De fato, freqüências altas da
infecção já foram descritas em áreas litorâneas do Estado (7,8 a 43,4%) (LABARTHE
et al., 1988, 1990, 1997). A freqüência encontrada em Itaipu (7%) corrobora a
informação de que a prevalência de cães parasitados em Itaipu vem diminuindo nos
últimos anos (dados não publicados). Entretanto, como o parasito continua circulando
entre a população canina desta região, esta diminuição da freqüência da infecção pode
ser temporária, em vista da flutuação de alguns dos fatores indispensáveis à transmissão
tais como: 1) população canina susceptível; 2) abundância de cães portadores de
microfilaremia e, 3) abundância de vetores competentes (GENCHI et al., 1992;
GUERRERO et al., 1992; KNIGHT & LOK, 1995). O mesmo pode estar ocorrendo em
Itaipuaçu, já que a prevalência diminuiu de 35,7% (MENEZES, 1998) para os atuais
7%.
Em Ambaí, Nova Iguaçu, região onde até então não havia nenhuma informação
sobre a presença do parasito, observou-se um animal infectado com D. immitis. Embora
a freqüência tenha sido baixa (0,9%) demonstra que o parasito está presente, e o fato do
cão ser autóctone demonstra que há transmissão no local. Como anteriormente a
presença do parasito na região era desconhecida, é possível que algum animal tenha sido
levado para a região e servido como fonte de infecção para os vetores locais, como já
foi mostrado em outras localidades (GUERRERO, 1988; GENCHI et al., 1988;
GUERRERO et al., 1992). É possível que o deslocamento de cães microfilarêmicos
para essas áreas contribua para o estabelecimento de novos focos.
Ao considerar-se a proporção de fêmeas ingurgitadas experimentalmente com
sangue canino, a espécie Ae. aegypti mostrou-se melhor adaptada ao sistema artificial
utilizado do que a espécie Ae. albopictus, já que 50,5% de todas as fêmeas estavam
parcial ou totalmente repletas ao final do repasto sangüíneo. Essa diferença de
comportamento pode ser explicada pelo fato das linhagens de Ae. aegypti serem
mantidas em condições de laboratório há bastante tempo e, por isso, habituadas ao
sistema de alimentação utilizado. A dificuldade para se alimentar em aparato artificial
52
também já foi observada com a espécie Cx. tritaeniorhynchus quando foi adaptada a
condições
laboratoriais
(KONISHI,
1989a).
Pôde-se
observar
ainda
que,
aproximadamente 10 minutos após o início do repasto sangüíneo, grande parte das
fêmeas de Ae. aegypti já estava ingurgitada, ao contrário das fêmeas de Ae. albopictus
em que não se notou sinais de repleção até 30 minutos após o início do repasto. De fato,
a literatura relata que fêmeas de Ae. aegypti são rápidas e persistentes e que o ato de
hematofagia pode durar menos de dois minutos (FORATTINI, 2002).
As maiores taxas de mortalidade ocorreram nas primeiras 48 horas após a
infecção de Ae. albopictus ou Ae. aegypti (Tabela 3), semelhante ao relatado em outros
estudos experimentais (BUXTON & MULLEN, 1981; APPERSON et al., 1989;
KONISHI, 1989a; NAYAR & KNIGHT, 1999). Ao considerar-se que houve diferença
significativa quanto à mortalidade entre as populações de Ae. albopictus (Ambaí, Itaipu
e Itaipuaçu) infectadas e os seus respectivos controles, pode-se atribuir essa mortalidade
à infecção. Entretanto, a população Ae. albopictus de Albuquerque apresentou
comportamento inverso, pois inexplicavelmente morreram mais indivíduos do grupo
controle do que do infectado. Em nenhuma das quatro populações de Ae. albopictus foi
possível observar outro pico de mortalidade entre os mosquitos infectados como seria
esperado, o que corresponderia ao período de migração das larvas dos tubos de
Malpighi para a cabeça ou probóscida (14º ao 16º dias) dos mosquitos.
Todas as fêmeas parcialmente ingurgitadas foram selecionadas neste estudo, já
que observações anteriores mostraram que não há relação entre a quantidade de sangue
ingerido e o número de microfilárias presentes no intestino médio dos mosquitos (dados
não publicados). Ao se dissecarem as fêmeas tanto das populações de Ae. albopictus
quanto das linhagens e população de Ae. aegypti, observou-se que mesmo algumas
totalmente ingurgitadas não albergavam nenhum parasito, ao contrário de outras que,
apesar de parcialmente repletas, apresentavam várias larvas no intestino médio. Dentre
os indivíduos que se alimentaram, houve variação significativa no número de
microfilárias ingeridas quando foram comparadas as diferentes populações de
Ae.albopictus entre si, entre as diferentes linhagens e população de Ae. aegypti e
também ao se comparar todos os indivíduos da espécie Ae. albopictus com todos da
espécie Ae. aegypti. Como foram realizadas várias repetições com cada uma das
populações ou linhagens estudadas, supor distribuição irregular de microfilárias nos
aparatos, como já sugerido anteriormente (KARTMAN, 1953) não parece provável.
Entretanto, não há na literatura outra sugestão que possa explicar tal diferença, até
53
porque mosquitos da espécie Ae. aegypti têm dimensões geralmente maiores do que
indivíduos da espécie Ae. albopictus (NASCI, 1986; HONÓRIO, 1999) e neste estudo,
a linhagem Ae. aegypti de Liverpool ingeriu número menor de microfilárias do que a
população Ae. albopictus de Albuquerque. Essa variação, no entanto, já foi observada
entre diferentes populações de Ae. albopictus dos EUA (SCOLES, 1994) e também em
estudos com diferentes linhagens de Ae. aegypti (BUXTON & MULLEN, 1981).
O comportamento da população Ae. albopictus de Ambaí e de Itaipuaçu foi igual
em praticamente todos os aspectos, até no que diz respeito ao desenvolvimento tardio
das larvas de D. immitis. Contudo, menor quantidade de formas imaturas foi encontrada
nos tubos de Malpighi das fêmeas de Ambaí (38) em comparação a Itaipuaçu (185),
levando a crer que os indivíduos da população de Ambaí que sobreviveram, albergavam
poucas ou nenhuma larva, resultando em taxa de infecção e taxa de infectividade baixas
(Tabela 4). Considerando que houve somente uma fêmea, albergando uma só larva de
terceiro estádio na população de Ambaí, e que o nível de susceptibilidade de uma
espécie varia em função da quantidade de larvas infectantes presentes na cabeça ou
probóscida (SCOLES, 1994), pode-se dizer que a população de Ambaí foi pouco
susceptível à infecção por D. immitis.
O comportamento da população Ae. albopictus de Itaipuaçu quanto à quantidade
de microfilárias ingeridas foi igual ao da linhagem Liverpool. No entanto, quando se
observa a proporção de mosquitos infectantes (1,31%) e o número médio de larvas de
terceiro estádio (0,02±0,20) nos indivíduos da população de Itaipuaçu, percebe-se que o
nível de susceptibilidade desta população é inferior ao da linhagem Liverpool (52,64% 1,67±2,28). Esses resultados provavelmente estão relacionados com a taxa de
mortalidade, que na população de Itaipuaçu foi maior (83,32%) que na de Liverpool
(40,87%), e assim, os mosquitos que sobreviveram à infecção, albergavam um número
menor de larvas do que a linhagem Liverpool, comprometendo a produção de larvas de
terceiro estádio. Além disso, na população de Itaipuaçu o desenvolvimento do parasito
demonstrou ser mais lento, já que 95% (75/79) dos mosquitos infectados no 16º dia pósinfecção ainda albergava larvas de primeiro e segundo estádios nos tubos de Malpighi
(Tabela 4), fenômeno já observado na população Ae. albopictus do estado de North
Carolina, EUA (APPERSON et al., 1989). Embora a população de Itaipuaçu pudesse ser
considerada vetora em potencial, o pequeno número de larvas de terceiro estádio
encontrado na cabeça ou probóscida sugere que essa população foi pouco susceptível ao
parasito. Além disso, como nessa população é necessário um tempo mais longo para as
54
larvas completarem o desenvolvimento, o risco de transmissão que a população Ae.
albopictus de Itaipuaçu poderia representar diminui, já que os indivíduos podem morrer
antes das larvas alcançarem as peças bucais.
O número médio de L3/fêmea de Ae. albopictus da população de Itaipu foi de
1,39±2,60 com uma parasitemia em torno de 1670 microfilárias/mL de sangue. Ao se
comparar estes resultados com um estudo que avaliou a competência vetorial desta
espécie em Taiwan, com diferentes densidades de microfilárias, nota-se que o número
de larvas infectantes (1,71±1,23) (LAI et al., 2000) foi muito próximo ao encontrado na
população de Itaipu, porém em mosquitos que ingeriram sangue com 2500mf/mL. Isto
pode indicar que somente um número limitado de larvas pode desenvolver-se nos
mosquitos dessa espécie, mesmo que façam o repasto num cão com parasitemia alta.
Além disso, a ingestão de um baixo número de microfilárias favorece a sobrevivência
dos mosquitos e a produção de larvas de terceiro estádio (NAYAR & KNIGHT, 1999).
A mortalidade das populações de Ae. albopictus foi alta, mas a população de Itaipu foi a
que apresentou menor taxa de mortalidade, com valor muito próximo ao da população
Ae. aegypti do Rio de Janeiro e tendo ingerido igual número de microfilárias. Aliás, o
comportamento dessas duas populações foi semelhante em todos os aspectos.
Quando se comparou a capacidade de permitirem o desenvolvimento de larvas
até a forma infectante, o comportamento das populações de Itaipu e do Rio de Janeiro
foi igual ao da linhagem Liverpool, embora o número de indivíduos infectantes da
linhagem Liverpool tenha sido significativamente maior. Considerando que quanto
maior o número de larvas de terceiro estádio na cabeça ou probóscida, maior a
susceptibilidade dos mosquitos, a população de Itaipu foi tão susceptível (34,6%)
quanto a linhagem mais susceptível (INDY) (32,9%) dentre as linhagens estudadas de
Ae. albopictus dos EUA (SCOLES, 1994).
Ao se analisar o índice de eficiência vetorial, que expressa o potencial vetorial
dos mosquitos, a população Ae. albopictus de Itaipu (27,85%) foi vetora mais eficiente
do que a população de Taiwan (19,73%) (LAI et al., 2001), tão eficiente quanto algumas
populações dos EUA (1,7% a 33%) (SCOLES, 1994) e menos eficiente do que a
população das Filipinas (60%) (KARTMAN, 1953). Ao se comparar a susceptibilidade
da população Ae. aegypti do Rio de Janeiro (34,5%) com estudos avaliando a
competência vetorial desta espécie em outras regiões do país, percebeu-se que a
linhagem estudada tem maior potencial, por exemplo, do que a população de Maceió,
Alagoas (12%) (BRITO et al., 1999). Embora a população Ae. aegypti do Maranhão
55
(64,3%) (AHID et al., 2000) tenha demonstrado ser vetora mais susceptível à D.
immitis, mostrou-se menos eficiente na transmissão do parasito do que a população do
Rio de Janeiro. Vale lembrar que essa população do Rio de Janeiro já se mostrou
parcialmente susceptível (SERRÃO et al., 2001) e que no presente estudo, apresentou
eficiência 3,6 vezes maior do que anteriormente (6,3%). Talvez a diferença encontrada
entre os estudos anterior e atual possa ser atribuída tanto ao sangue humano usado na
diluição do experimento anterior quanto ao anticoagulante.
As variações tanto de susceptibilidade à infecção por D. immitis quanto de
eficiência vetorial observadas nas populações de Ae. albopictus estudadas também
podem ser notadas entre as populações Ae. aegypti de diferentes regiões do país
(Alagoas, Maranhão e Rio de Janeiro). Como as populações brasileiras de Ae.
albopictus apresentam alta variação genética e são muito diferenciadas dentro de uma
mesma região (LOURENÇO-DE-OLIVEIRA et al., 2003), é possível que a variação na
competência vetorial seja explicada pela diversidade genética das populações de Ae.
albopictus estudadas. Na espécie Ae. aegypti, a susceptibilidade à infecção é regulada
por um gen recessivo ligado ao sexo, que controla a evolução das larvas nos tubos de
Malpighi (McGREEVY et al., 1974, SULAIMAN & TOWNSON, 1980), o que
provavelmente determina a diferença encontrada entre as populações de Ae. aegypti do
Rio de Janeiro, Alagoas e do Maranhão.
O fato das fêmeas da população Ae. albopictus de Albuquerque terem ingerido
mais microfilárias do que as outras populações da mesma espécie, pode explicar a alta
taxa de mortalidade observada (74,96%) 48 h após a alimentação, embora todos os
mosquitos do grupo controle estivessem mortos 16 dias após a infecção.
Coincidentemente, larvas de terceiro estádio não foram detectadas na cabeça ou
probóscida da população de Albuquerque, a única localidade onde não há registro de
cães infectados por D. immitis (MUNIZ, 2001). Tal fato também já fora observado na
espécie Cx. quinquefasciatus de Rondônia (AHID et al., 2000), local onde a prevalência
da dirofilariose canina é nula (LIMA et al., 1996). O ciclo do filarídeo parece ser mais
lento na população de Albuquerque, tal qual as populações de Ambaí e Itaipuaçu, o que
poderia justificar a ausência de larvas de terceiro estádio (L3) na cabeça ou probóscida
dos mosquitos ao 16º dia. Esse comportamento leva a crer que haja alguma barreira nos
tubos de Malpighi destas populações que retarde o desenvolvimento das larvas. A
população de Albuquerque, em particular, demonstrou ser menos susceptível à D.
immitis do que as populações de Ambaí e Itaipuaçu.
56
Diferenças em diversas linhagens de Ae. aegypti e Ae. albopictus em permitir o
desenvolvimento de larvas de D. immitis até o estádio infectante já tinham sido relatadas
(BUXTON & MULLEN, 1981; APPERSON et al., 1989). A linhagem Liverpool e as
populações do Rio de Janeiro e de Itaipu tinham mais larvas infectantes do que larvas de
1º e 2º estádios 16 dias após a infecção, quando comparadas com a linhagem Rock e a
população de Albuquerque, nas quais não foram encontradas larvas infectantes na
cabeça e probóscida, embora larvas de 1º e 2º estádios tivessem sido encontradas.
Embora não fosse objeto desse estudo, observou-se a presença de Ascogregarina
taiwanensis em algumas fêmeas das populações de Ae. albopictus infectadas com D.
immitis, parasito comum dos tubos de Malpighi de culicídeos adultos. Esta co-infecção
já foi anteriormente relatada em populações de Ae. albopictus de New Orleans
(COMISKEY & WESSON, 1995) e da Florida, EUA, sem afetar o desenvolvimento do
filarídeo (NAYAR & KNIGHT, 1999).
As fêmeas de Ae. albopictus apresentam comportamento hematofágico eclético,
alimentando-se preferencialmente em mamíferos. Cães já demonstraram exercer
atratibilidade sobre Ae. albopictus capturados no bairro do Engenho de Mato (GOMES,
2000), região oceânica de Niterói. O fato da população de Itaipu ter apresentado alto
nível de susceptibilidade e eficiência vetorial, associado ao fato dos mosquitos serem
atraídos pelos cães, indica a possibilidade dos mosquitos desta espécie estar envolvida
na transmissão de D. immitis na região, embora até o momento nenhum indivíduo tenha
sido encontrado albergando D. immitis (LABARTHE et al., 1998).
Na região oceânica de Niterói, onde a transmissão é mantida por Ochlerotattus
scapularis e Aedes taeniorhynchus (vetores primários) (LABARTHE et al., 1998,
MACEDO et al., 1998), Ae. albopictus pode se apresentar como possível vetor, que
teria papel importante na manutenção da transmissão, já que esta espécie está presente
durante todo o ano, não apresentando flutuação na abundância populacional
(FORATTINI, 2002). Além disso, produz quantidade significativa de larvas de terceiro
estádio. Como Ae. albopictus é uma espécie com hábitos alimentares diurnos, o risco de
transmissão aumenta ainda mais para aqueles cães que ficam fora de casa durante o dia.
Outro aspecto importante são os ecótopos utilizados por essa espécie, que a aproxima de
habitações, podendo aumentar a incidência de infecções humanas.
Embora a demonstração da competência vetorial de uma espécie ou população
não estabeleça sua capacidade vetorial, estudos experimentais fornecem indícios que
permitem inferir sobre a capacidade vetorial de uma espécie. Portanto, o fato da
57
população Ae. albopictus de Itaipu ter mostrado competência vetorial significativa
sugere que possa participar da cadeia de transmissão do parasito D. immitis no Estado
do Rio de Janeiro.
58
6 CONCLUSÕES
O estudo da freqüência de dirofilariose canina e da competência vetorial da
espécie Ae. albopictus ao parasito D. immitis, no Estado do Rio de Janeiro permitiu
concluir que:
1. A dirofilariose canina é uma enfermidade freqüente (7%) em Itaipu, Niterói, RJ e em
Itaipuaçu, Maricá, RJ e com baixa freqüência em Ambaí, Nova Iguaçu (0,9%).
2. As populações Ae. albopictus de Ambaí, Itaipu e Itaipuaçu foram capazes de se
infectar e permitir o desenvolvimento do filarídeo D. immitis até larva de terceiro
estádio.
3. As populações de Ae. albopictus infectadas por D. immitis apresentaram alta
mortalidade.
4. As populações Ae. albopictus de Ambaí e Itaipuaçu apresentaram baixa competência
vetorial.
5. A população Ae. albopictus de Albuquerque não foi vetor susceptível à D. immitis.
6. A população Ae. albopictus de Itaipu foi a mais susceptível à infecção por D. immitis
e a que apresentou maior eficiência vetorial para transmissão do parasito.
59
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAHAM, D. Biology of Dirofilaria immitis. In: BOREHAM, P. F.; ATWELL, R. B.
Dirofilariasis. CRC Press Florida, p. 29-46, 1988.
ADHAMI, J.; REITER, P. Introduction and establishment of Aedes (Stegomyia)
albopictus Skuse (Diptera: Culicidae) in Albania. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 14, p. 340-343, 1998.
AHID, S. M. M.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Mosquitos vetores potenciais de
dirofilariose canina na Região Nordeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 33,
n. 6, p. 560-565, 1999.
AHID, S. M. M.; VASCONCELOS, P. S. S.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Vector
competence of Culex quinquefasciatus Say from different regions of Brazil to
Dirofilaria immitis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 95, n. 6, p. 769-775,
2000.
ALBUQUERQUE, C. M. R.; MELO-SANTOS, M. A. V.; BEZERRA, M. A. S.;
BARBOSA, R. M. R.; SILVA, D. F.; SILVA, E. Primeiro registro de Aedes
albopictus em área da Mata Atlântica, Recife, PE, Brasil. Revista de Saúde
Pública, v. 34, n 3, p. 314-315, 2000.
ALCAÍNO, H. A.; GORMAN, T. R.; PUELMA, M. C. Filariasis canina en Chile.
Archivos de Medicina Veterinaria , v. 16, p. 67-73, 1984.
ALMOSNY, N. R.; SOARES, A. M. B.; LABARTHE, N. V. Concentration method for
detection and morphologic differentiation of live Dirofilaria immitis and
Dipetalonema reconditum larvae. Abstracts of XXIX World Veterinary
Congress. Rio de Janeiro, RJ, p. 59, 1991.
ALVES, L. C.; SILVA, L. V. A.; FAUSTINO, M. A. G.; McCALL, J. W.;
SUPAKORNDEJ, P. Epidemiologia da dirofilariose canina na cidade do Recife. In:
XIX Congresso Brasileiro de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais,
Anais. Curitiba, Paraná, p. 8, 1997.
ALVES, L. C.; SILVA, L. V. A.; FAUSTINO, M. A. G.; McCALL, J. W.;
SUPAKONDERJ, P.; LABARTHE, N. V.; SANCHEZ, M.; CAIRES, O. Survey of
canine heartworm in the city of Recife, Pernambuco, Brazil. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, v. 94, n. 5, p. 587-590, 1999.
ANDERSON, R. C. Description and relationships of Dirofilaria ursi Yamaguti, 1941,
and a review of the genus Dirofilaria Railliet and Henry, 1911. Transactions of
Royal Canadian Institute, v. 29, p. 35-64, 1952.
ANDERSON, R. C.; BAIN, O. Keys to the genera of the order Spirurida.
Diplotriaenoidea, Aproctoidea and Filarioidea. In: ANDERSON, R. C.;
CHABAUD, A. G.; WILLMOTT, S. Keys to nematode parasites of vertebrates
3. Commonwealth Agricultural Bureax. 1976, parte 3, p. 59-116.
ANDO, K. Development of Dirofilaria immitis larvae without blood meal in Aedes
togoi mosquito. Mie Medical Journal, v. 33, p. 357-372, 1984.
60
APPERSON, C. S.; ENGBER, B.; LEVINE, J. F. Relative suitability of Aedes
albopictus and Aedes aegypti in North Carolina to support development of
Dirofilaria immitis. Journal of the American Mosquito Control Association, v.
5, n. 3, p. 377-382, 1989.
ARAUJO, A. M. Canine and human Dirofilaria immitis infections in Portugal. A
review. Parassitologia, v. 38, p. 366, 1996.
ARAUJO, R. T.; MARCONDES, C. B.; BASTOS, L. C.; SARTOR, D. C. Canine
dirofilariasis in the region of Conceição Lagoon, Florianópolis, and in the Military
Police kennel, São José, State of Santa Catarina, Brazil. Veterinary Parasitology,
v. 113, p. 239-242, 2003.
ARCOVERDE, M. C. P.; ARCOVERDE, F. A.; QUEIROGA, E.; BRITO, L. H. R.
Prevalência de microfilárias em cães no Município de Patos no Estado da Paraíba.
In: Anais do XXIII Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Olinda, PE,
p. 210, 1994.
ARNOTT, J. J.; EDMAN, J. D. Mosquito vectors of dog heartworm, Dirofilaria
immitis, in Western Massachussetts. Mosquito News, v. 38, n. 2, p. 222-229, 1978.
AYRES, C. F. J.; ROMÃO, T. P. A.; MELO-SANTOS, M. A. V.; FURTADO, A. F.
Genetic diversity in Brazilian populations of Aedes albopictus. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, v. 97, p. 871-875, 2002.
BANDI, C.; ANDERSON, T. J. C.; GENCHI, C.; BLAXTER, M. L. Phylogeny of
Wolbachia in filarial nematodes. Proceedings of the Royal Society of London B,
v. 265, p. 2407-2413, 1998.
BANDI, C.; McCALL, J. W.; GENCHI, C.; CORONA, S.; VENCO, L.; SACCHI, L.
Effects of tetracycline on the filarial worm Brugia pahangi and Dirofilaria immitis
and their bacterial endosymbionts Wolbachia. International Journal of
Parasitology, v. 29, p. 357-364, 1999.
BARBOSA, F. C.; FERREIRA, F. A.; FRAFACIO, A. D. Dirofilariose Canina em
Uberlândia. In: Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária,
Goiânia, GO, p. 43, 1996.
BARRAUD, P. J. A revision of the Culicine mosquitoes of India. Indian Journal of
Medical Research, v. 15, p. 653-670, 1928.
BARRERA, R. Competition and resistance to starvation in larvae of containerinhabiting Aedes mosquitoes. Ecological Entomology, v. 21, p. 117-127, 1996.
BASIO, R. G.; SANTOS-BASIO, L. On Philippine mosquitoes. XIV. Biting cycles of
some species in their natural forest habitat, with particular reference to Aedes
albopictus. Kalikasan, v. 3, p. 155-165, 1974.
BEAMAN, J. R.; TURELL, M. J. Transmission of Venezuelan equine
encephalomyelitis virus by strains of Aedes albopictus (Diptera: Culicidae)
collected in North and South America. Journal of Medical Entomology, v. 28, n.
1, p. 161-164, 1991.
BEIER, J. C.; HARRIS, C. Ascogregarina barretti (Sporozoa: Diplocystidae) infections
in natural populations of Aedes triseriatus (Diptera: Culicidae). Journal of
Parasitology, v. 69, p. 430-431, 1983.
61
BEMRICK, W. J.; MOORHOUSE, D. E. Potential vectors of Dirofilaria immitis in the
Brisbane area of Queensland, Australia. Journal of Medical Entomology, v. 5, n.
3, p. 269-272, 1968.
BICKLEY, W. E.; LAWRENCE, R. S.; WARD, G. M.; SHILLINGER, R. B. Dog-todog transmission of heartworm by Aedes canadensis. Mosquito News, v. 37, n. 1,
p. 137-138, 1977.
BIDGOOD, A.; COLLINS, G. H. The prevalence of Dirofilaria immitis in dogs in
Sydney. Australian Veterinary Journal, v. 73, n. 3, p. 103-104, 1996.
BIRUNGI, J.; MUNSTERMANN, L. E. Genetic structure of Aedes albopictus (Diptera:
Culicidae) populations based on mitochondrial ND5 sequences: evidence for an
independent invasion into Brazil and United States. Annals of the Entomological
Society of America, v. 95, p. 125-132, 2002.
BLACK IV, W. C.; HAWLEY, W. A.; RAI, K. S.; CRAIG, G. B. Jr. Breeding structure
of a colonizing species: Aedes albopictus (Skuse) in peninsular Malaysia and
Borneo. Heredity, v. 61, p. 439-446, 1988.
BLACKMORE, M. S.; SCOLES, G. A.; CRAIG, G. B. Jr. Parasitism of Aedes aegypti
and Ae. albopictus (Diptera: Culicidae) by Ascogregarina spp. (Apicomplexa:
Lecudinidae) in Florida. Journal of Medical Entomology, v. 32, p. 847-852, 1995.
BOURTZIS, K.; DOBSON, S. L.; BRAIG, H. R.; O’NEILL, S. L. Rescuing Wolbachia
have been overlooked. Nature, v. 391, p. 852-853, 1998.
BRADLEY, T. J.; NAYAR, J. K. An ultrastructural study of Dirofilaria immitis
infection in the malpighian tubules of Anopheles quadrimaculatus. Journal of
Parasitology, v. 73, p. 1035-1043, 1987.
BRITO, A. C.; FONTES, G.; ROCHA, E. M. M.; ROCHA, D. A. M.; REGIS, L.
Development of Dirofilaria immitis (Leidy) in Aedes aegypti (L.) and Culex
quinquefasciatus (Say) from Maceió, Alagoas, Brazil. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, v. 94, n. 4, p. 575-576, 1999.
BRITO, A. C.; VILA-NOVA, M. C.; ROCHA, D. A. M.; COSTA, L. G.; ALMEIDA,
W. A. P.; VIANA, L. S.; LOPES, R. R. Jr.; FONTES, G.; ROCHA, E. M. M.;
REGIS, L. Prevalência da filariose canina causada por Dirofilaria immitis e
Dipetalonema reconditum em Maceió, Alagoas, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, v. 17, n. 6, p. 1497-1504, 2001.
BRITO, M.; MARQUES, G. R. A. M.; MARQUES, C. C. A.; TUBAKI, R. M. Primeiro
encontro de Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse) no Estado de São Paulo (Brasil).
Revista de Saúde Pública, v. 20, n. 6, p. 489, 1986.
BROCHE, R. G.; BORJA, E. M. Aedes albopictus in Cuba. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 15, n. 4, p. 569-570, 1999.
BRYAN, J. H.; OOTHAMN, P.; ANDREWS, B. J.; McGREEVY, P. B. Effects of
pharyngeal armature of mosquitoes on microfilariae of Brugia pahangi.
Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 68, p.
14, 1974.
BUXTON, B. A.; MULLEN, G. R. Comparative susceptibility of four strains of Aedes
aegypti (Diptera: Culicidae) to infection with Dirofilaria immitis. Journal of
Medical Entomology, v. 18, n. 5, p. 434-440, 1981.
62
BUXTON, B. A.; MULLEN, G. R. Field isolations of Dirofilaria immitis from
mosquitoes in Alabama. Journal of Parasitology, v. 66, n. 1, p. 140-144, 1980.
CALDER, L.; LAIRD, M. Mosquito travelers, arborvirus vectors and the used tyre
trade. Travel Medicine Internal, v. 12, p. 3-12, 1994.
CALHEIROS, C. M. L.; DUARTE, E. M.; TENORIO, I. A.; FONTES, G.; ROCHA, E.
M. Dirofilaria immitis canina em Maceió-AL. Revista de Patologia Tropical, v.
23, p. 271, 1994.
CANCRINI, G.; PIETROBELLI, M.; FRANGIPANE DI REGALBONO, A.;
TAMPIERI, M. P.; DELLA TORRE, A. Development of Dirofilaria and Setaria
nematodes in Aedes albopictus. Parassitologia, v. 37, p. 141-145, 1995.
CASIRAGHI, M.; McCALL, J. W.; SIMONCINI, L.; KRAMER, L. H.; SACCHI, L.;
GENCHI, C.; WERREN, J. H.; BANDI, C. Tetracycline treatment and sex-ratio
distortion: a role for Wolbachia in the moulting of filarial nematodes?
International Journal for Parasitology, v. 32, p. 1457-1468, 2002.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Uptade: Aedes albopictus infestation – United
Sates. Morbidity and Mortality Weekly Report, v. 35, n. 41, p. 649-651, 1986.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Uptade: Aedes albopictus infestation – United
Sates. Morbidity and Mortality Weekly Report, v. 36, n. 47, p. 769-773, 1987.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Uptade: Aedes albopictus infestation – United
Sates. Morbidity and Mortality Weekly Report, v. 36, n. 47, p. 23-27, 1988.
CHAN, K. L.; HO, B. C.; CHAN, Y. C. Aedes aegypti (L.) and Aedes albopictus
(Skuse) in Singapore City. Bulletin of the World Health Organization, v. 44, p.
629-633, 1971.
CHELLAPPAH, W. T.; CHELLAPPAH, G. R. Susceptibility of four common
Singapore mosquitoes to Dirofilaria immitis Leidy. Journal of Medical
Entomology, v. 5, p. 358-361, 1968.
CHEN, W. The life cycle of Ascogregarina taiwanensis (Apicomplexa: Lecudinidae).
Parasitology Today, v. 15, p. 153-156, 1999.
CHEN, W.; CHOW, C.; WU, S. Ultrastructure of infection, development and
gametocyst formation of Ascogregarina taiwanensis (Apicomplexa: Lecudinidae)
in its mosquito host, Aedes albopictus (Diptera: Culicidae). Journal of Eukaryotic
Microbiology, v. 44, n. 2, p. 101-108, 1997.
CHEN, W.; FAN-CHIANG, M. Directed migration of Ascogregarina taiwanensis
(Apicomplexa: Lecudinidae) in its natural host Aedes albopictus (Diptera:
Culicidae). Journal of Eukaryotic Microbiology, v. 48, n. 5, p. 537-541, 2001.
CHEN, W.; YANG, C. H. Developmental synchrony of Ascogregarina taiwanensis
(Apicomplexa: Lecudinidae) within Aedes albopictus (Diptera: Culicidae). Journal
of Medical Entomology, v. 33, p. 212-215, 1996.
CHOOCHOTE, W.; SOMBOON, P.; KAMBOONRUANG, C.; SUWANPANIT, P. A
survey for natural vectors of Dirofilaria immitis in Chiang Mai Province, Northern
Thailand. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health, v.
17, n. 1, p. 146-147, 1986.
CHOOCHOTE, W.; SUKHAVAT, K.; KEHA, P.; SOMBOON, P.;
KHAMBOONRUANG, C.; SUWANPANIT, P. The prevalence of Dirofilaria
63
immitis in stray dog and its potential vector in Amphur Muang Chiang Mai,
Northern Thailand. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public
Health, v. 18, n. 1, p. 131-134, 1987.
CHRISTENSEN, B. M. Dirofilaria immitis: Effect on the longevity of Aedes trivittatus.
Experimental Parasitology, v. 44, p. 116-123, 1978.
CHRISTENSEN, B. M. Laboratory studies on the development and transmission of
Dirofilaria immitis by Aedes trivittatus. Mosquito News, v. 37, n. 3, p. 367-372,
1977.
CHRISTENSEN, B. M. Observations on the immune response of Aedes trivittatus
against Dirofilaria immitis. Transactions of the Royal Society of Tropical
Medicine and Hygiene, v. 75, p. 439-443, 1981.
CHRISTENSEN, B. M.; ANDREWS, W. N. Natural infection of Aedes trivittatus
(Coq.) with Dirofilaria immitis in central Iowa. Journal of Parasitology, v. 62, p.
276-280, 1976.
CHRISTENSEN, B. M.; HOLLANDER, A. L. Effect of temperature on vector-parasite
relationships of Aedes trivittatus and Dirofilaria immitis. Proceedings of
Helminthological Society of Washington, v. 45, p. 115-119, 1978.
CILEK, J. E.; MOORER, G. D.; DELPH, L. A.; KNAPP, F. W. The Asian tiger
mosquito, Aedes albopictus, in Kentucky. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 5, n. 2, p. 267-268, 1989.
CITYBRAZIL. Disponível em: http://www.citybrazil.com.br/rj/teresopolis. Acesso em:
05 maio 2003.
COLLESS, D. H. Notes on the culicine mosquitoes of Singapore. VII. – Host
preferences in relation to the transmission of disease. Annals of Tropical Medicine
and Parasitology, v. 53, p. 259-267, 1959.
COLUZZI, M.; TRABUCCHI, R. Importanza de l’armatura buccofaringeana in
Anopheles e Culex in relazione alle infezioni con Dirofilaria. Parassitologia, v. 10,
p. 47-59, 1968.
COMISKEY, N.; WESSON, D. M. Dirofilaria (Filariidea: Onchocercidae) infection in
Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) collected in Louisiana. Journal of Medical
Entomology, v. 32, n. 5, p. 734-737, 1995.
CONSOLI, R. A. G. B.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Principais mosquitos de
importância sanitária no Brasil. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994, 228 p.
COPLAND, M. D.; O’CALLAGHAN, M. G.; HAJDUK, P.; O’DONOGHUE, P. J. The
occurrence of Dirofilaria immitis in dogs in South Australia. Australian
Veterinary Journal, v. 69, n. 2, p. 31-32, 1992.
COSTA, R. C. Dirofilaria immitis (Leidy, 1856): freqüência e vetores no bairro do
Itanhangá, cidade do Rio de Janeiro, RJ. 2002. 72 p. Dissertação (Mestrado em
Medicina Veterinária) – Instituto de Veterinária, UFRRJ, Seropédica, 2002.
COURTNEY, C. C.; CHRISTENSEN, B. M. Field isolations of filarial worms
presumed to be Dirofilaria immitis from mosquitoes in Kentucky. Mosquito News,
v. 43, n. 3, p. 366-358, 1983.
64
COURTNEY, C. H.; ZENG, Q. Y. The structure of heartworm populations in dogs and
cats in Florida. In: Proceedings of the Heartworm Symposium’89. Charleston,
SC: American Heartworm Society, p. 1-6, 1989.
CRANS, W. J.; CHOMSKY, M. S.; GUTHRIE, D.; ACQUAVIVA, A. First record of
Aedes albopictus from New Jersey. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 12, n. 2, p. 307-309, 1996.
CRAVEN, R. B.; ELIASON, D. A.; FRANCY, D. B.; REITER, P.; CAMPOS, E. G.;
JAKOB, W. L.; SMITH, G. C.; BOZZI, C. J.; MOORE, C. G.; MAUPIN, G. O.;
MONATH, T. P. Importation of Aedes albopictus and other exotic mosquito species
into the United States in used tires from Asia. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 4, n. 2, p. 138-142, 1988.
DACORSO FILHO, P.; LANGENEGGER, J.; DOBEREINER, J. Ocorrência da
infestação por Dirofilaria immitis em cães necropsiados na Escola Nacional de
Veterinária. Veterinária, v. 7, p. 22-27, 1953.
DALLA POZZA, G. L.; ROMI, R.; SEVERINI, C. Source and spread of Aedes
albopictus in the Veneto region of Italy. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 10, n. 4, p. 589-592, 1994.
DALLA POZZA, G.; MAJORI, G. First record of Aedes albopictus establishment in
Italy. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 8, n. 3, p. 318320, 1992.
DARSIE, R. F.; WARD, R. A. Summary of new distribution records for mosquito
species in the United States and Canada for the period 1981-99. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 16, p. 1-4, 2000.
DEL ROSARIO, A. Studies on the biology of Philippine mosquitoes. II. Observations
on the life and behaviour of Aedes albopictus (Skuse) in the laboratory. Philippine
Journal of Science, v. 92, p. 89, 1963.
DIEDRICK, C.; BOYCE, K. Geographic distribution and incidence of canine
heartworm in a six county area of northern California. Mosquito Vector Control
Association, v. 53, p. 33-36, 1986.
DOBSON, S. L.; RATTANADECHAKUL, W. A novel technique for removing
Wolbachia infections from Aedes albopictus (Diptera: Culicidae). Journal of
Medical Entomology, v. 38, n. 6, p. 844-849, 2001.
DOHM, D. J.; LOGAN, T. M.; BARTH, J. F.; TURELL, M. J. Laboratory transmission
of Sindbis virus by Aedes albopictus, Ae. aegypti, and Culex pipiens (Diptera:
Culicidae). Journal of Medical Entomology, v. 32, p. 818-821, 1995.
DUMENIGO RIPOLL, B.; AGUILAR PRIETO, P. B.; GALVEZ, M. D.
PREVALÊNCIA de Dirofilaria immitis em perros de Ciudad de La Habana.
Revista Cubana de Medicina Tropical, v. 34, p. 269-274, 1982.
DUQUE-ARAUJO, A. M.; LABARTHE, N.; LUVISÁRIO, S. L.; REINA, D. Filariose
canina no Estado de São Paulo-Brasil. In: Anais do IV Congresso Ibérico de
Parasitologia, Santiago de Compostela, Espanha, p. 93-94, 1995.
EADS, R. B. Recovery of Aedes albopictus from used tires shipped to United States
ports. Mosquito News, v. 32, n. 1, p. 113-114, 1972.
65
ELLIOTT, S. A. Aedes albopictus in the Solomon and Santa Cruz Islands, South
Pacific. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v.
74, n. 6, p. 747-748, 1980.
ELSE, J. G.; DANGSUPA, P. Lankesteria, a gregarine protozoan, previously
unreported in mosquitoes of Malaysia. Southeast Asian Journal of Tropical
Medicine and Public Health, v. 5, p. 454, 1974.
ERNST, J.; SLOCOMBE, J. O. D. Mosquito vectors of Dirofilaria immitis in
southwestern Ontario. Canadian Journal of Zoology, v. 62, p. 212-216, 1984.
ESTRADA-FRANCO, J. G.; CRAIG, G. B. Jr. Biologia, relaciones com enfermedades
y control de Aedes albopictus. Organización Panamericana de la Salud, p. 1-51,
1995.
FÉ, N. F.; BARBOSA, M. G. V.; ALECRIM, W. D.; GUERRA, M. V. F. Registro da
ocorrência de Aedes albopictus em área urbana do município de Manaus,
Amazonas. Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 5, p. 674-675, 2003.
FENG, L. Some parasites of mosquitoes and flies found in China. Ling Science
Journal, v. 12, p. 23-31, 1933.
FERNANDES, C. G. N.; MOURA, S. T.; GALERA, P. D. Aspectos epidemiológicos
da dirofilariose canina no perímetro urbano de Cuiabá, Estado do Mato Grosso,
Brasil. In: XX Congresso Brasileiro de Clínicos Veterinários de Pequenos
Animais, Anais. Águas de Lindóia, São Paulo, p. 25-26, 1999.
FERNANDES, C. G. N.; RODRIGUES-SILVA, R.; MOURA, S. T.; OLIVEIRA, R. M.
F. Aspectos epidemiológicos da dirofilariose canina no perímetro urbano de Cuiabá,
Mato Grosso: emprego do “immunoblot” e do teste de Knott modificado. Brazilian
Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 37, n. 6, p. 1-14, 2000.
FERREIRA NETO, J. A.; LIMA, M. M.; ARAGÃO, M. B. Primeiras observações
sobre o Aedes albopictus no Estado do Espírito Santo, Brasil. Cadernos de Saúde
Pública, v. 3, n. 1, p. 56-61, 1987.
FOCKS, D. A.; LINDA, S. B.; CRAIG, G. B.; HAWLEY, W. A.; PUMPUNI, C. B.
Aedes albopictus (Diptera, Culicidae) – a statistical model of the role of
temperature, photoperiod, and geography in the induction of egg diapause. Journal
of Medical Entomology, v. 31, p. 278-286, 1994.
FONTENILLE, D.; RODHAIN, F. Biology and distribution of Aedes albopictus and
Aedes aegypti in Madagascar. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 5, n. 2, p. 219-225, 1989.
FORATTINI, O. P. Aedes (Stegomyia). In: Culicidologia Médica. São Paulo: EDUSP,
2002. v. 2, cap. 14, p. 453-491.
FORATTINI, O. P. Epidemiologia Geral. 2ª ed. São Paulo: Artes Médicas Ltda, 1996,
210 p.
FORATTINI, O. P. Identificação de Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse) no Brasil.
Revista de Saúde Pública, v. 20, n. 3, p. 244-245, 1986.
FORATTINI, O. P.; KAKITANI, I.; SANTOS, R. L. C. dos.; KOBAYASHI, K. M.;
UENO, H. M.; FERNANDEZ, Z. Comportamento de Aedes albopictus e de Ae.
scapularis adultos (Díptera: Culicidae) no Sudeste do Brasil. Revista de Saúde
Pública, v. 34, p. 461-467, 2000.
66
FORATTINI, O. P.; KAKITANI, I.; UENO, H. M. Emergência de Aedes albopictus em
recipientes artificiais. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 5, p. 456-460, 2001.
FORATTINI, O. P.; MARQUES, G. R. A. M.; BRITO, M.; SALLUM, M. A. M. Brief
communication an usual ground larval habitat of Aedes albopictus. Revista do
Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 40, n. 2, p. 121-122, 1998a.
FORATTINI, O. P.; MARQUES, G. R. A. M.; KAKITANI, I.; BRITO, M.; SALLUM,
M. A. M. Significado epidemiológico dos criadouros de Aedes albopictus em
bromélias. Revista de Saúde Pública, v. 32, n. 2, p. 186-188, 1998b.
FORTIN, J. F.; SLOCOMBE, J. O. D. Temperature requirements for the development
of Dirofilaria immitis in Aedes triseriatus and Ae. vexans. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 41, p. 625-633, 1981.
FOSTER, B. E. Aedes albopictus larvae collected from tree holes in southern Indiana.
Journal of the American Mosquito Control Association, v. 5, n. 1, p. 95, 1989.
FRANCY, D. B.; MOORE, C. G.; ELIASON, D. A. Past, present and future of Aedes
albopictus in the United States. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 6, n. 1, p. 127-132, 1990.
FU, T. R. Experimental infection of local common mosquitoes with Dirofilaria immitis
in the Shanghai area. Acta Microbiologica Sinica, v. 6, p. 455-465, 1958.
FUNASA – FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. Disponível
<http://www.funasa.gov.br/epi/dengue>. Acesso em 20 julho 2003.
em:
GALIANA, A. La dirofilariosis canina en el Delta del Ebro. Medicine Veterinary, v.
12, n. 4, p. 242-246, 1995.
GALLIARD, H.; DANG-VAN-NGU. Variations saisonnières de l’évolution de
Dirofilaria immitis chez Aedes (Stegomyia) albopictus. Annales de Parasitologie
Humaine et Comparee, v. 16, p. 210-214, 1938.
GAO, J. Z.; ZHEN, Z. Y.; XUE, J. M.; HUANG, P. Y.; ZHAO, J. P.; CAO, N. H.
Studies on the longevity of adult Aedes (S.) albopictus (Skuse): the longevity of
caged females under laboratory conditions. Acta Entomologica Sinica, v. 27, p.
182-188, 1984.
GENCHI, C.; BASANO, F. S.; MARRONE, R. V.; PETRUSCHKE, G. Canine and
feline heartworm in Europe with special emphasis on Italy. In: SEWARD, R. L.;
KNIGHT, D. H. Recent Advances in Heartworm Disease: Symposium ’98.
Tampa, FL: American Heartworm Society, p. 75-82, 1998.
GENCHI, C.; Di SACCO, B.; CANCRINI, G. Epizootiology of canine and feline
heartworm infection in northern Italy: possible mosquito vectors. In: SOLL, M. D.
Proceedings of the Heartworm Symposium’92. Batavia, IL: American
Heartworm Society, p. 39-46, 1992.
GENCHI, C.; TRALDI, G.; Di SACCO, B.; BENEDETTI, M. C. Epidemiological
aspects of canine heartworm disease in Italy. Atti del 4° Seminário: Filariosi.
Itália, p. 53-64, 1988.
GENCHI, C.; VENCO, L.; MAGNINO, S.; Di SACCO, B.; PERERA, L.; BANDI, C.
Aggiornamento epidemiologico sulla filariosi del cane e del gatto. Veterinaria, v.
7, p. 5-11, 1993.
67
GILLIES, M. T. The pre-gravid phase of ovarian development in Anopheles funestus.
Annals of Tropical Medicine and Parasitology, v. 49, p. 320-325, 1955.
GILOTRA, S. K.; ROZEBOOM, L. E.; BHATTACHARYA, N. C. Observations on
possible competitive displacement between populations of Aedes aegypti Linnaeus
and Aedes albopictus Skuse in Calcutta. Bulletin of the World Health
Organization, v. 37, p. 437-446, 1967.
GLASSER, C. M.; GOMES, A. C. Clima e sobreposição da distribuição de Aedes
aegypti e Aedes albopictus na infestação do Estado de São Paulo. Revista de Saúde
Pública, v. 36, n. 2, p. 166-172, 2002.
GLASSER, C. M.; GOMES, A. C. Infestação do Estado de São Paulo por Aedes aegypti
e Aedes albopictus. Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 6, p. 570-577, 2000.
GOMES, A. C.; BITENCOURT, M. D.; NATAL, D.; PINTO, P. L. S.; MUCCI, L. F.;
PAULA, M. B.; URBINATTI, P. R.; BARATA, J. M. S. Aedes albopictus em área
rural do Brasil e implicações na transmissão de febre amarela silvestre. Revista de
Saúde Pública, v. 33, n. 1, p. 95-97, 1999.
GOMES, A. C.; FORATTINI, O. P.; KAKITANI, I.; MARQUES, G. R. A. M.;
MARQUES, C. C. A.; MARUCCI, D.; BRITO, M. Microhabitats de Aedes
albopictus (Skuse) na região do Vale do Paraíba, Estado de São Paulo, Brasil.
Revista de Saúde Pública, v. 26, n. 2, p. 108-118, 1992.
GOMES, A. C.; MARQUES, G. R. A. M. Encontro de criadouro natural de Aedes
(Stegomyia) albopictus (Skuse), Estado de São Paulo, Brasil. Revista de Saúde
Pública, v. 22, n. 3, p. 245, 1988.
GOMES, L. A. M. Estudo de potenciais transmissores de Dirofilaria immitis
(Leidy, 1856) em gatos no bairro Engenho do Mato, Niterói, RJ. 2000. 84 p.
Dissertação (Mestrado em Cirurgia e Clínica Médica Veterinária) - Faculdade de
Veterinária, UFF, Niterói, 2000.
GRIEVE, R. B.; GLICKMAN, L. T.; BATER, A. K.; MIKA-GRIEVE, M.; THOMAS,
C. B.; PATRONEK, G. J. Canine Dirofilaria immitis infections in hyperenzootic
area: examination by parasitologic findings at necropsy and by two serodiagnostic
methods. American Journal of Veterinary Research, v. 47, p. 329-332, 1986.
GRIEVE, R. B.; LOK, J. B.; GLICKMAN, L. T. Epidemiology of canine heartworm
infection. Epidemiology Review, v. 5, p. 220-246, 1983.
GRIMSTAD, P. R.; KOBAYASHI, J. F.; ZHANG, M.; CRAIG, G. B. Jr. Recently
introduced Aedes albopictus in the United States: potential vector of La Crosse
virus (Bunyaviridae: California serogroup). Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 5, n. 3, p. 422-427, 1989.
GUERRERO, J. Aggionornamenti sulla presenza di Dirofilaria immitis in accune
regione dell’Europa e del Sud America. Atti del 4° Seminario:Filariosi. Italia, p.
45-52, 1988.
GUERRERO, J.; DUCOS de la HITTE, J.; GENCHI, C.; ROJO, F.; GOMEZBAUTISTA, M.; VALERA, M. C.; LABARTHE, N.; BORDIN, E.; GONZALEZ,
G.; MANCEBO, O.; PATINO, F.; URIBE, L. F.; SAMANO, R. Update on the
distribution of Dirofilaria immitis in dogs from southern Europe and Latin America.
In: SOLL, M. D. Proceedings of the Heartworm Symposium’92. Batavia, IL:
American Heartworm Society, p. 31-37, 1992.
68
GUERRERO, J.; RODENAS, A.; GUTIERREZ GALINDO, J.; FLORIT, F. The
extension of the prevalence of Dirofilaria immitis in Cataluña, Spain. In: SOLL, M.
D.; KNIGHT, D. H. Proceedings of the Heartworm Symposium’95. Auburn, AL:
American Heartworm Society, p. 73-77, 1995.
GUERRERO, J.; VEZZONI, A.; DUCOS de LAHITTE, J.; BUSSIERAS, J.; ROJO, F.
A.; ORTEGA, L. M.; RODENAS, A.; BULMAN, G. M.; LARSON, M. H.;
LABARTHE, N. V.; CHARLES, T.; BORDIN, E. L. Distribution of Dirofilaria
immitis in selected areas of Europe and South America. In: Proceedings of the
Heartworm Symposium’89. Charleston, SC: American Heartworm Society, p. 1318, 1989.
HAWLEY, W. A. The biology of Aedes albopictus. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 4, p. 1-39, 1988.
HAWLEY, W. A.; REITER, P.; COPELAND, R. S.; PUMPUNI, D. B.; CRAIG, G. B.
Aedes albopictus in North America: probable introduction in tires from northern
Asia. Science, v. 236, p. 1114-1116, 1987.
HENDRIX, C. M.; BEMRICK, W. J.; SCHLOTTHAUER, J. C. Natural transmission of
Dirofilaria immitis by Aedes vexans. American Journal of Veterinary Research,
v. 41, p. 1253-1255, 1980.
HENDRIX, C. M.; BRUNNER, C. J.; BELLAMY, L. K. Natural transmission of
Dirofilaria immitis by Aedes aegypti. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 2, p. 48-51, 1986.
HENKLE-DÜHRSEN, K.; ECKELT, V. H.; WILDENBURG, G.; BLAXTER, M.;
WALTER, R. D. Gene structure, activity and localization of a catalase from
intracellular bacteria in Onchocerca volvulus. Molecular and Biochemical
Parasitology, v. 96, p. 69-81, 1998.
HESS, A. D.; HAYES, R. O.; TEMPELIS, C. H. The use of the forage ratio technique
in mosquito host preference studies. Mosquito News, v. 28, n. 3, p. 386-389, 1968.
HIEN, D. S. Biology of Aedes aegypti (L., 1762) and Aedes albopictus (Skuse, 1895)
(Diptera: Culicidae). V. The gonotrophic cycle and oviposition. Acta
Parasitologica Polonica, v. 24, p. 37-55, 1976.
HO, B. C.; CHAN, K. L.; CHAN, Y. C. Aedes aegypti (L.) and Aedes albopictus
(Skuse) in Singapore City. 3. Population fluctuations. Bulletin of World Health
Organization, v. 44, p. 635-641, 1971.
HO, B.; CHAN, Y.; CHAN, K. Field and laboratory observations on landing and biting
periodicities of Aedes albopictus (Skuse). Southeast Asian Journal of Tropical
Medicine and Public Health, v. 4, n. 2, p. 238-244, 1973.
HOBBS, J.; HUGES, E.; EICHOLD, B. Replacement of Ae. aegypti by Ae. albopictus
in Mobile, Alabama. Journal of the American Mosquito Control Association, v.
7, n. 3, p. 488-489, 1991.
HOERAUF, A.; NISSEN-PAEHLE, K.; SCHMETZ, C.; HENKLE-DÜRSEN, K.;
BLAXTER, M. L.; BÜTTNER, D. W.; GALLIN, M. Y.; AL-QAOUD, K. M.;
LUCIUS, R.; FLEISCHER, B. Tetracycline therapy targets intracellular bacteria in
the filarial nematode Litomosoides sigmodontis and results in filarial infertility.
Journal of Clinical Investigation, v. 103, n. 1, p. 11-17, 1999.
69
HOLICK, J.; KYLE, A.; FERRARO, W.; DELANEY, R. R.; IWASECZKO, M.
Discovery of Aedes albopictus infected with west nile virus in southeastern
Pennsylvania. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 18, p.
131, 2002.
HONG, H. K.; SHIM, J. C.; SHIN, H. K.; YOUNG, H. Y. Hibernation studies of forest
mosquitoes in Korea. Korean Journal of Entomology, v. 1, p. 13-16, 1971.
HONÓRIO, N. A. Estudo de aspectos da biologia do Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)
e Aedes albopictus (Skuse, 1894), em área endêmica de Dengue, no Estado do
Rio de Janeiro. 1999. 83 p. Dissertação (Mestrado em Biologia Parasitária) Instituto Oswaldo Cruz – Fiocruz, Rio de Janeiro, 1999.
HONÓRIO, N. A.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Freqüência de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas, Brasil. Revista de Saúde
Pública, v. 35, n. 4, p. 385-391, 2001.
HRIBAR, L. J.; GERHARDT, R. R. Wild-caught Aedes trivittatus naturally infected
with filarial worms in Knox County, Tennessee. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 1, p. 250-251, 1985.
HUANG, Y. Contributions to the mosquito fauna of southeast Asia. XIV. The subgenus
Stegomyia of Aedes in southeast Asia. I – The Scutellaris group of species.
Contributions of the American Entomological Institute, v. 9, n. 1, p. 1-109,
1972.
HYLTON, A. R. Studies on longevity of adult Eretmapodites chrysogaster, Aedes togoi
and Aedes (Stegomyia) albopictus females (Diptera: Culicidae). Journal of
Medical Entomology, v. 6, p. 147-149, 1969.
IBÁÑEZ-BERNAL, S.; MARTÍNEZ-CAMPOS, C. Aedes albopictus in Mexico.
Journal of the American Mosquito Control Association, v. 10, n. 2, p. 231-232,
1994.
INOUE, T. Development of Dirofilaria immitis in nine species of mosquitoes in Tokyo.
Keio Igaku, v. 17, p. 1097-1128, 1937.
INTERMILL, R. W.; FREDERICK, R. M. A study of potential mosquito vectors of
Dirofilaria immitis Leidy, on Okinawa, Ryukyu Islands. Journal of Medical
Entomology, v. 7, n. 4, p. 455-461, 1970.
JEYAPRAKASH, A.; HOY, M. A. Long PCR improves Wolbachia DNA
amplification: wsp sequences found in 76% of sixty-three arthropod species. Insect
Molecular Biology, v. 9, p. 393-405, 2000.
JOHNSON, W. E.; HARRELL, B. Further study on the potential vectors of Dirofilaria
immitis in Macon County, Alabama. Journal of Parasitology, v. 72, n. 6, p. 955956, 1986.
JONES, J. W.; MEISCH, M. V.; FARMER, F. L. Survey of dirofilariasis in Arkansas.
Journal of the American Mosquito Control Association, v. 9, p. 235-237, 1993.
JULIANO, S. A. Species introduction and replacement among mosquitoes: interspecific
resource competition or apparent competition? Ecology, v. 79, n. 1, p. 255-268,
1998.
JUNKUM, A.; CHOOCHOTE, W.; JIPAKDI, A.; LEEMINGSAWAT, S.;
KOMALAMISRA, N.; JARIYAPAN, N.; BOONYATAKORN, C. Comparative
70
studies on the biology and filarial susceptibility of selected blood-feeding and
autogenous Aedes togoi sub-colonies. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.
98, n. 4, p. 481-485, 2003.
KAMBHAMPATI, S.; BLACK IV, W. C.; RAI, K. S. Geographic origin of the US and
Brazilian Aedes albopictus inferred from allozyme analysis. Heredity, v. 67, p. 8593, 1991.
KAMIMURA, K. The distribution and habit of medically important mosquitoes of
Japan. Japanese Journal of Sanitary Zoology, v. 27, n. 4, p. 367-372, 1968.
KANEV, I.; KAMENOV, I.; GANCHEV, G.; PRELEZOV, P.; TZVERKOV, Y.;
TOCHEVA, V. Dirofilaria repens and Dirofilaria immitis in animals and humans
in Bulgaria. Parassitologia, v. 38, p. 358, 1996.
KARTMAN, L. Factors influencing infection of the mosquito with Dirofilaria immitis
(Leidy, 1856). Experimental Parasitology, v. 2, p. 27-78, 1953.
KARTMAN, L. Suggestions concerning an index of experimental filaria infection in
mosquitoes. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 3, p. 329337, 1954.
KASAI, N.; MATTOS, E. A.; COSTA, J. O. Dirofilaria immitis e Dipetalonema
reconditum em cães de Vitória, Espírito Santo, Brasil. Arquivo da Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, v. 33, p. 425-429, 1981.
KASAI, N.; WILLIAMS, P. Infecção experimental de Aedes fluviatilis (Lutz, 1904) por
Dirofilaria immitis (Leidy, 1856). Revista Brasileira de Biologia, v. 46, n. 2, p.
277-283, 1986.
KAY, B. H.; IVES, W. A.; WHELAN, P. I.; BARKER-HUDSON, P.; FANNING, I.
D.; MARKS, E. N. Is Aedes albopictus in Australia? The Medical Journal of
Australia, v. 153, p. 31-34, 1990.
KEEGAN, H. L.; BETCHLEY, W. W.; HABERKORN, T. B.; NAKASONE, A. Y.;
SUGIYAMA, H.; WARNE, R. J. Laboratory and field studies of some
entomological aspects of the canine dirofilariasis problem in Japan. Japanese
Journal of Sanitary Zoology, v. 18, p. 6-13, 1967.
KERSHAW, W. E.; LAVOIPIERRE, M. M. J.; CHALMERS, T. A. Studies on the
intake of microfilariae by their insect vectors, their survival, and their effect on the
survival of their vectors. Annals of Tropical Medicine and Parasitology, v. 47, p.
207-224, 1953.
KITTAYAPONG, P.; BAIMAI, V.; O’NEILL, S. L. Field prevalence of Wolbachia in
the mosquito vector Aedes albopictus. American Journal of Tropical Medicine
and Hygiene, v. 66, n. 1, p. 108-111, 2002a.
KITTAYAPONG, P.; BAISLEY, K. J.; SHARPE, R. G.; BAIMAI, V.; O’NEILL, S. L.
Maternal transmission efficiency of Wolbachia superinfections in Aedes albopictus
populations in Thailand. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,
v. 66, n. 1, p. 103-107, 2002b.
KLOTINS, K. C.; MARTIN, S. W.; BONNETT, B. N.; PEREGRINE, A. S. Canine
heartworm testing in Canada: are we being effective? Canadian Veterinary
Journal, v. 41, p. 929-937, 2000.
71
KNAPP, S. E.; ROGNLIE, M. C.; STACKHOUSE, L. Range of heartworm (Dirofilaria
immitis) infection in Montana dogs. Journal of Parasitology, v. 79, p. 618-620,
1993.
KNIGHT, D. H. Come la diagnosi, la prevenzione e il trattamento della filariosi
cardiopolmonare sono stati influenzati dalle recenti acquisizioni scientifiche.
Veterinaria, v. 7, p. 84-88, 1993.
KNIGHT, D. H. Heartworm infection. Veterinary Clinician of North American
Small Animal Practice, v. 17, p. 1463-1517, 1987.
KNIGHT, D. H.; LOK, J. B. Seasonal timing of heartworm chemoprophylaxis in the
United States. In: SOLL, M. D.; KNIGHT, D. H. Proceedings of the Heartworm
Symposium’95. Auburn, AL: American Heartworm Society, p. 737-42, 1995.
KNOTT, J. A method for making microfilarial surveys on dog blood. Transactions of
the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 33, p. 191-186, 1939.
KNUDSEN, A. B.; ROMI, R.; MAJORI, G. Occurrence and spread in Italy of Aedes
albopictus, with implications for its introduction into other parts of Europe. Journal
of the American Mosquito Control Association, v. 12, n. 2, p. 177-183, 1996.
KONISHI, E. Susceptibility of Aedes albopictus and Culex tritaeniorhynchus (Diptera:
Culicinae) collected in Miki City, Japan, to Dirofilaria immitis (Spirurida:
Filariidae). Journal of Medical Entomology, v. 26, n. 5, p. 420-423, 1989a.
KONISHI, E. Culex tritaeniorhynchus and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) as
natural vectors of Dirofilaria immitis (Spirurida: Filariidae) in Miki City, Japan.
Journal of Medical Entomology, v. 26, n. 4, p. 294-300, 1989b.
KOSEK, W. J.; FIGUEROA, H. F. Intracytoplasmic bacteria in Onchocerca volvulus.
American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 26, p. 663-678, 1977.
KOSEK, W. J.; VAZQUEZ, A. E.; GONZALEZ, C. Jr.; IGUINA, J.; SANCHEZ, E.;
JESÚS, F. de.; CARDONA, C. J. Jr.; GOMEZ, C.; SENERIZ, R.; DIAZUMPIERRE, J. Prevalence of canine filariae in Puerto Rico and the Caribbean. In:
SOLL, M. D.; KNIGHT, D. H. Proceedings of the Heartworm Symposium’95.
Auburn, AL: American Heartworm Society, p. 55-63, 1995.
KUME, S.; ITAGAKI, S. On the life-cycle of Dirofilaria immitis in the dog as the final
host. British Veterinary Journal, v. 111, p. 16-24, 1955.
KUTZ, F. W.; DOBSON, R. C. Effects of temperature on the development of
Dirofilaria immitis (Leidy) in Anopheles quadrimaculatus Say and on vector
mortality resulting from this development. Annals of the Entomological Society of
America, v. 67, p. 325-331, 1974.
LABARTHE, N. V.; ALVES, L. C.; SERRÃO, M. L. Dirofilariose em pequenos
animais domésticos e como zoonose. In: ALMOSNY, N. R. P. Hemoparasitoses
em pequenos animais domésticos e como zoonoses. Rio de Janeiro: L. F. Livros,
2002. cap. 6, p. 112-135.
LABARTHE, N. V.; ARAUJO, A. M.; BORDIN, E. L.; LARSSON, M. E.;
GUERRERO, J. Update on the Distribution of Dirofilaria immitis in Dogs in Brazil.
In: Proceedings of the XVII WSAVA World Congress, Roma, Italia, p. 287-289,
1992.
72
LABARTHE, N. V.; PEREIRA, N. R.; SOARES, A. M. Prevalência da dirofilariose
canina no Rio de Janeiro. Anais do XI Congresso Brasileiro de Clínicos
Veterinários de Pequenos Animais. Fortaleza, CE, p. 38, 1988.
LABARTHE, N. V.; PEREIRA, N. R.; SOARES, A. M.; BORDIN, E. L.; ROTTA, A.;
GUERRERO, J. Dirofilariose canina no Estado do Rio de Janeiro: Prevalência das
formas oculta e microfilarêmica. Anais do XII Congresso Brasileiro Clínicos
Veterinários de Pequenos Animais, Gramado, RS, p. 16, 1990.
LABARTHE, N.; ALMOSNY, N.; GUERRERO, J.; DUQUE-ARAÚJO, A. M.
Description of the occurrence of canine dirofilariasis in the state of Rio de Janeiro,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 92, n. 1, p. 47-51, 1997.
LABARTHE, N.; CAMPOS PEREIRA, M. de.; BARBARINI, O.; McKEE, W.;
COIMBRA, C. A.; HOSKINS, J. Serologic prevalence of Dirofilaria immitis,
Ehrlichia canis, and Borrelia burgdorferi infections in Brazil. Veterinary
Therapeutics, v. 4, n. 1, p. 67-75, 2003.
LABARTHE, N.; SERRÃO, M. L.; MELO, Y. F.; OLIVEIRA, S. J.; LOURENÇO-DEOLIVEIRA, R. Potential vectors of Dirofilaria immitis (Leidy, 1856) in Itacoatiara,
oceanic region of Niterói Municipality, state of Rio de Janeiro, Brazil. Memórias
do Instituto Oswaldo Cruz, v. 93, p. 425-432, 1998.
LAI, C. H.; TUNG, K. C.; OOI, H. K.; WANG, J. S. Competence of Aedes albopictus
and Culex quinquefasciatus as vector of Dirofilaria immitis afeter blood meal with
different microfilarial density. Veterinary Parasitology, v. 90, p. 231-237, 2000.
LAI, C. H.; TUNG, K. C.; OOI, H. K.; WANG, J. S. Susceptibility of mosquitoes in
central Taiwan to natural infections of Dirofilaria immitis. Medical and
Veterinary Entomology, v. 15, p. 64-67, 2001.
LAILLE, M.; FAURAN, P.; RODHAIN, F. Note sur la présence d’Aedes (Stegomyia)
albopictus dans les Iles Fidji. Bulletin de la Societe de Pathologie Exotique, v. 83,
p. 394-398, 1990.
LAMBRECHT, F. L.; VAN SOMEREN, E. C. C. Mosquitoes of the Chagos
Archipelago, Indian Ocean. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and
Public Health, v. 2, n. 4, p. 483-485, 1971.
LANGENEGGER, J.; ALMEIDA, G. L. G.; LANGENEGGER, A. M. Ocorrência de
microfilárias em cães do Rio de Janeiro. Veterinária, v. 15, p. 59-70, 1962.
LANGWORTHY, N. G.; RENZ, A.; MECKENSTEDT, U.; HENKLE-DÜRSEN, K.;
de BRONSVOORT, M. B.; TANYA, V. N.; DONNELLY, M. J. TREES, A. J.
Macrofilaricidal activity of tetracycline against the filarial nematode, Onchocerca
ochengi: elimination of Wolbachia precedes worm death and suggests a dependent
relationship. Proceedings of the Royal Society of London B, v. 267, p. 1063-1069,
2000.
LARSSON, M. H. M. A. Prevalência de microfilárias de Dirofilaria immitis em cães do
Estado de São Paulo. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal
Science, v. 27, n. 2, p. 183-186, 1990.
LAVEN, H. Crossing experiments with Culex strains. Evolution, v. 5, p. 370-375,
1951.
73
LEE, Y.; FAN, B.; CHEN, P.; YANG, Y.; SHIN, J. Epidemiological survey of
intestinal and blood helminthes of stray dogs in Taiwan area. Chinese Journal of
Parasitology, v. 8, p. 70, 1995.
LEIDY, J. A synopsis of Entozoa and some of their ecto-congeners observed by the
author. Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia, v. 8,
p. 42-58, 1856.
LEVINE, N. Nematode Parasites of Domestic Animals and Man. Burgess.
Minneapolis, p. 111-130, 1968.
LIEN, S. M.; LEVINE, N. D. Three new species of Ascocystis (Apicomplexa:
Lecudinidae) from mosquitoes. Journal of Protozoology, v. 27, p. 147-151, 1980.
LIMA, D. C.; MELO, Y. F.; SERRÃO, M. L. C.; LABARTHE, N. V. Pesquisa da
infecção por Dirofilaria immitis na cidade de Porto Velho, Rondônia. Anais do
XVIII Congresso Brasileiro de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais.
Recife, PE, p. 16, 1996.
LINDEMANN, B. A. Dirofilaria immitis encapsulation in Aedes aegypti. Mosquito
News, v. 37, p. 293-294, 1977.
LOFTIN, K. M.; BYFORD, R. L.; LOFTIN, M. J.; CRAIG, M. E. Potential mosquito
vectors of Dirofilaria immitis in Bernalillo County, New Mexico. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 11, n. 1, p. 90-93, 1995.
LOK, J. B. Dirofilaria sp.: Taxonomy and Distribution. In: BOREHAM, P. F. L.;
ATWELL, R. B. Dirofilariasis. CRC Press Florida, p. 1-28, 1988.
LOUNIBOS, L. P. Invasions by insect vectors of human disease. Annual Review of
Entomology, v. 47, p. 233-266, 2002.
LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R.; DEANE, L. Presumed Dirofilaria immitis infections
in wild-caught Aedes taeniorhynchus and Aedes scapularis in Rio de Janeiro,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 90, n. 3, p. 387-388, 1995.
LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R.; VAZEILLE, M.; FILIPPIS, A. M. B.; FAILLOUX,
A. Large genetic differentiation and low variation in vector competence for dengue
and yellow fever viruses of Aedes albopictus from Brazil, the United States, and the
Cayman Islands. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 69, n.
1, p. 105-114, 2003.
LÖWENBERG-NETO, P.; NAVARRO-SILVA, M. A. Primeiro registro de Aedes
albopictus no Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 36, n.
2, p. 246-247, 2002.
LOWRIE, R. C. Poor vector efficiency of Culex quinquefasciatus following infection
with Dirofilaria immitis. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 7, p. 30-36, 1991.
LUDLAM, K. W.; JACHOWSKI, L. A.; OTTO, G. F. Potential vectors of Dirofilaria
immitis. Journal of American Veterinary Medical Association, v. 157, n. 10, p.
1354-1359, 1970.
MACÊDO, F. C.; LABARTHE, N.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Susceptibility of
Aedes scapularis (Rondani, 1848) to Dirofilaria immitis (Leidy, 1856), an emerging
zoonosis. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 93, n. 4, p. 435-437, 1998.
74
MAGNARELLI, L. A. Presumed Dirofilaria immitis infections in natural mosquito
populations of Connecticut. Journal of Medical Entomology, v. 15, p. 84-85,
1978.
MAHMOOD, F. Susceptibility of geographically distinct Aedes aegytpi L. from Florida
to Dirofilaria immitis (Leidy) infection. Journal of Vector Ecology, v. 25, n. 1, p.
36-47, 2000.
MARQUES, C. C. A.; MIRANDA, C. Influência de extratos de formas evolutivas sobre
atividades de oviposição de fêmeas de Aedes albopictus (Skuse). Revista de Saúde
Pública, v. 26, p. 269-271, 1992.
MARQUES, G. R. A. M.; GOMES, A. de C. Comportamento antropofílico de Aedes
albopictus (Skuse) (Díptera: Culicidae) na região do Vale do Paraíba, Sudeste do
Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 31, p. 125-130, 1997.
McCRAY, E. M. Jr.; FAY, R. W.; SCHOOF, H. F. The bionomics of Lankesteria
culicis and Aedes aegypti. Journal of Invertebrate Pathology, v. 16, p. 42-53,
1970.
McGREEVY, P. B.; BRYAN, J. H.; OOTHMAN, P.; KOLSTRUP, N. The lethal
effects of the cibarial and pharyngeal armatures of mosquitoes on microfilariae.
Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 72, p.
361-368, 1978.
McGREEVY, P. B.; McCLELLAND, G. A. H.; LAVOIPIERRE, M. M. J. Inheritance
of susceptibility to Dirofilaria immitis infection in Aedes aegypti. Annals of
Tropical Medicine and Parasitology, v. 68, n. 1, p. 97-109, 1974.
McLAREN, D. J.; WORMS, M. J.; LAURENCE, B. R.; SIMPSON, M. G. Microorganisms in filarial larvae (Nematoda). Transactions of the Royal Society of
Tropical Medicine and Hygiene, v. 69, p. 509-514, 1975.
MEKURIA, Y.; HYATT, M. G. Aedes albopictus in South Carolina. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 11, n. 4, p. 468-470, 1995.
MENDONÇA, I. L.; CARVALHO, V. M.; SERRA-FREIRE, N. M. Ocorrência da
filariose canina no município de Terezina, Piauí. In: XXIII Congresso de
Medicina Veterinária, Anais. Olinda, Pernambuco, p. 265, 1994.
MENEZES, S. S. B. de. Uso da associação de dicloridrato de melarsomina e
ivermectina no tratamento de cães portadores de dirofilariose no Estado do
Rio de Janeiro. 1998. 99 p. Dissertação (Mestrado em Cirurgia e Clínica Médica
Veterinária)-Faculdade de Veterinária, UFF, Niterói, 1998.
MILLER, B. R.; BALLINGER, M. E. Ae. albopictus mosquitoes introduced into Brazil:
vector competence for yellow fever and dengue viruses. Transactions of the Royal
Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 82, p. 476-477, 1988.
MILLER, B. R.; MITCHELL, C. J.; BALLINGER, M. E. Replication, tissue tropisms
and transmission of yellow fever virus in Aedes albopictus. Transactions of the
Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 83, p. 252-255, 1989.
MITCHELL, C. J. Gegraphic spread of Aedes albopictus and potential for involvement
in arbovirus cycles in the Mediterranean Basin. Journal of Vector Ecology, v. 20,
n. 1, p. 44-58, 1995.
75
MITCHELL, C. J. Vector competence of north and south American strains of Aedes
albopictus for certain arboviruses: a review. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 7, n. 3, p. 446-451, 1991.
MITCHELL, C. J.; MILLER, B. R. Vertical transmission of dengue viruses by strains
of Aedes albopictus recently introduced into Brazil. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 6, n. 2, p. 251-253, 1990.
MITCHELL, C. J.; MILLER, B. R.; GUBLER, D. J. Vector competence of Aedes
albopictus from Houston, Texas, for dengue serotypes 1 to 4, yellow fever and Ross
River viruses. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 3, p.
460-465, 1987.
MITCHELL, C. J.; NIEBYLSKI, M. L.; SMITH, G. C.; KARABATSOS, N.;
MARTIN, D.; MUTEBI, J. P.; CRAIG, G. B.; MAHLER, M. J. Isolation of eastern
equine encephalitis virus from Aedes albopictus in Florida. Science, v. 257, p. 526527, 1992.
MONATH, T. P. Aedes albopictus, an exotic mosquito vector in the United States.
Annual Internal Medicine, v. 105, p. 449-451, 1986.
MONTOYA, J. A.; MORALES, M.; FERRER, O.; MOLINA, J. M.; CORBERA, J. A.
The prevalence of Dirofilaria immitis in Gran Canaria, Canary Islands, Spain
(1994-1996). Veterinary Parasitology, v. 75, p. 221-226, 1998.
MOORE, C. G. Aedes albopictus in the United States: current status and prospects for
further spread. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 15, p.
221-227, 1999.
MOORE, C. G.; FRANCY, D. B.; ELIASON, D. A.; BAILEY, R. E.; CAMPOS, E. G.
Aedes albopictus and other container-inhabiting mosquitoes in the United States:
results of an eight city survey. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 6, n. 2, p. 173-178, 1990.
MOORE, C. G.; FRANCY, D. B.; ELIASON, D. A.; MONATH, T. P. Aedes albopictus
in the United States: rapid spread of a potential disease vector. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 4, n. 3, p. 356-361, 1988.
MOORE, C. G.; MITCHELL, C. J. Aedes albopictus in the United States: ten-year
presence and public health implications. Emerging Infectious Diseases, v. 3, n. 3,
p. 329-334, 1997.
MOORE, J. P. New Nebraska mosquito distribution records. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 17, n. 4, p. 262-264, 2001.
MORI, A.; WADA, Y. The seasonal abundance of Aedes albopictus in Nagasaki.
Tropical Medicine, v. 20, n. 1, p. 29-37, 1978.
MUNIZ, I. M. Pesquisa de dirofilariose canina na cidade de Teresópolis, Estado do
Rio de Janeiro, Brasil. 2001. 48 p. Dissertação (Mestrado em Medicina
Veterinária) – Instituto de Veterinária, UFRRJ, Seropédica, 2001.
MUNSTERMANN, L. E.; WESSON, D. M. First record of Ascogregarina taiwanensis
(Apicomplexa: Lecudiinidae) in North American Aedes albopictus. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 6, p. 235-243, 1990.
76
NASCI, R. S. The size of emerging and host-seeking Aedes aegypti and the relation of
size to blood-feeding in the field. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 2, p. 61-62, 1986.
NATAL, D.; URBINATTI, P. R.; TAIPE-LAGOS, C. B.; CERETI-JUNIOR, W.;
DIEDERICHSEN, A. T. B.; SOUZA, R. G.; SOUZA, R. P. Encontro de Aedes
(Stegomyia) albopictus (Skuse) em Bromeliaceae na periferia de São Paulo, SP,
Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 31, n. 5, p. 517-518, 1997.
NAYAR, J. K.; BRADLEY, T. J. Effects of infection with Dirofilaria immitis on
diuresis and oocyte development in Aedes taeniorhynchus and Anopheles
quadrimaculatus (Diptera: Culicidae). Journal of Medical Entomology, v. 24, p.
617-622, 1987.
NAYAR, J. K.; KNIGHT, J. W. Aedes albopictus (Diptera: Culicidae): an experimental
and natural host of Dirofilaria immitis (Filarioidea: Onchocercidae) in Florida,
U.S.A. Journal of Medical Entomology, v. 36, n. 4, p. 441-448, 1999.
NAYAR, J. K.; SAUERMAN, D. M. Jr. Physiological basis of host susceptibility of
Florida mosquitoes to Dirofilaria immitis. Journal of Insect Physiology, v. 21, p.
1965-1975, 1975.
NEVES, D. P.; ESPÍNOLA, H. N. Tigre-asiático: outro Aedes nos ameaça. Ciência
Hoje, v. 5, n. 27, p. 82, 1986.
NEVES, D. P.; SILVA, R. F. Aspectos da biologia do Aedes albopictus (Skuse, 1894)
(Diptera, Culicidae) a nível de campo. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.
84, n. 4, p. 403-404, 1989.
NEWTON, W. L.; WRIGHT, W. H. The occurrence of a dog filariid other than
Dirofilaria immitis in the United States. Journal of Parasitology, v. 42, p. 246-256,
1956.
NIEBYLSKI, M. L.; CRAIG, G. B. Jr. Dispersal and survival of Aedes albopictus at a
scrap tire yard in Missouri. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 10, n. 3, p. 339-343, 1994.
O’MEARA, G. F.; EVANS, D. G. Blood feeding requirements of the mosquito:
geographical variation in Aedes taeniorhynchus. Science, v. 180, p. 1291-1293,
1973.
O’MEARA, G. F.; EVANS, L. F. Jr.; GETTMAN, A. D.; CUDA, J. P. Spread of Aedes
albopictus and decline of Ae. aegypti (Diptera: Culicidae) in Florida. Journal of
Medical Entomology, v. 32, n. 4, p. 554-562, 1995.
O’MEARA, G. F.; GETTMAN, A. D.; EVANS JR., L. F.; SCHEEL F. D. Invasion of
cemeteries in Florida by Aedes albopictus. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 8, n. 1, p. 1-10, 1992.
O’MEARA, G. F.; GETTMAN, A. D.; EVANS, L. F. Jr.; CURTIS, G. A. The spread of
Aedes albopictus in Florida. Transactions/American Entomological Society, v.
39, p. 163-171, 1993.
ODA, T.; SUENAGA, O.; ZAITSU, M.; MORI, A.; KUROKAWA, K.; FUJITA, K.;
OGAWA, Y.; YAMAZAKI, I.; IIDA, K.; DOI, K.; MINE, M.; KATO, K. Studies
on annual changes in microfilarial prevalence of Dirofilaria immitis among house
dogs for 27 years in Nagasaki City, Japan. Japanese Journal of Tropical
Medicine and Hygiene, v. 23, n. 2, p. 133-137, 1995.
77
OGATA, K.; SAMAYOA, A. L. Discovery of Aedes albopictus in Guatemala. Journal
of the American Mosquito Control Association, v. 12, n. 3, p. 503-506, 1996.
OLTEANU, G. Dirofilariasis in man and animals in Romania. Parassitologia, v. 38, p.
360, 1996.
ORGANIZAÇÃO PAN AMERICANA DA SAÚDE. Control of Aedes albopictus in the
Americas. PAHO Bulletin, n. 21, p. 314-324, 1987.
ORIHEL, T. C. Morphology of the larval stages of Dirofilaria immitis in the dog.
Journal of Parasitology, v. 47, p. 252-262, 1961.
PANT, C. P.; JATANASEN, S.; YASUNO, M. Prevalence of Aedes aegypti and Aedes
albopictus and observations on the ecology of dengue haemorrhagic fever in several
areas of Thailand. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public
Health, v. 4, p. 113-121, 1973.
PAPAVERO, N.; GUIMARÃES, J. H. The taxonomy of brazilian insects vectors of
transmissible diseases (1900-2000) – then and now. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, v. 95, suppl. 1, p. 109-118, 2000.
PAPAZAHARIADOU, M. G.; KOUTINAS, A. F.; RALLIS, T. S.; HARALABIDIS, S.
T. Prevalence of microfilaremia in episodic weakness and clinically normal dogs
belonging to hunting breeds. Journal of Helminthology, v. 68, p. 243-245, 1994.
PAPPAS, L. G.; LUNZMAN, A. L. Canine heartworm in the domestic and wild canids
of southeastern Nebraska. Journal of Parasitology, v. 71, p. 828-830, 1985.
PARKER, B. M. Density and distribution of Dirofilaria immitis (Nematoda:
Filarioidea) third-stage larvae in Aedes sollicitans and Aedes taeniorhynchus
(Diptera: Culicidae). Journal of Medical Entomology, v. 37, n. 5, p. 695-700,
2000.
PARKER, B. M. Presumed Dirofilaria immitis infections from field-collected
mosquitoes in North Carolina. Journal of American Veterinary Medical
Association, v. 2, p. 231-233, 1986.
PASHLEY, D. N.; PASHLEY, D. P. Observations on Aedes (Stegomyia) mosquitoes in
Micronesia and Melanesia. Mosquito Systematics, v. 15, n. 1, p. 41-49, 1983.
PATTON, S.; FAULKNER, C. T. Prevalence of Dirofilaria immitis and Dipetalonema
reconditum infections in dogs: 805 cases (1980-1989). Journal of American
Veterinary Medical Association, v. 200, n. 10, p. 1533-1534, 1992.
PEACOCK, B. E.; SMITH, J. P.; GREGORY, P. G.; LOYLESS, T. M.;
MULRENNEN, J. A. Jr.; SIMMONDS, P. R.; PADGETT, L. P. Jr.; COOK, E. K.;
EDDINS, T. R. Aedes albopictus in Florida. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 4, n. 3, p. 362-365, 1988.
PINGER, R. R. Presumed Dirofilaria immitis infections in mosquitoes (Diptera:
Culicidae) in Indiana, USA. Journal of Medical Entomology, v. 19, n. 5, p. 553555, 1982.
PRATT, J. J.; HETERICK, R. H.; HARRISON, J. B.; HABER, L. Tires as a factor in
the transportation of mosquitoes by ships. Milleum Surgeon, v. 99, p. 785-788,
1946.
PREFEITURA
MUNICIPAL
DE
MARICÁ.
<http://www.marica.rj.gov.br>. Acesso em: 05 maio 2003.
Disponível
em:
78
PREFEITURA
MUNICIPAL
DE
NITERÓI.
<http://www.niteroi.rj.gov.br>. Acesso em 05 maio 2003.
Disponível
PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU. Disponível
<http://www.novaiguaçu.rj.gov.br>. Acesso em: 05 maio 2003.
em:
em
:
RAI, K. S. Aedes albopictus in the Americas. Annual Review of Entomology, v. 36, p.
459-484, 1991.
RAILLIET, A.; HENRY, A. Sur une Filaire péritonéale des Porcins. Bulletin de la
Societe de Pathologie Exotique, v. 4, p. 386-389, 1911.
RAY, H. On the gregarine Lankesteria culicis (Ross) in the mosquito Aedes (Stegomyia)
albopictus Skuse. Parasitology, v. 25, p. 392-396, 1933.
REITER, P. Aedes albopictus and the world trade in used tires, 1988-1995: the shape of
things to come? Journal of the American Mosquito Control Association, v. 14,
n. 1, p. 83-94, 1998.
REITER, P.; DARSIE JR, R. F. Aedes albopictus in Memphis, Tennessee (USA): an
achievement of modern transportation. Mosquito News, v. 44, n. 3, p. 396-399,
1984.
REITER, P.; SPRENGER, D. The used tire trade: a mechanism for the worldwide
dispersal of container breeding mosquitoes. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 3, p. 494-501, 1987.
REY, L. Dicionário de termos técnicos de medicina e saúde. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan SA, 2003, 1008 p.
RIAGU-PEREZ, J. G.; GUBLER, D. J.; VORNDAM, A. V.; CLARK, G. G. Dengue
surveillance – United States, 1986-1992. Morbidity and Mortality Weekly
Report: CDC Surveillance Summaries, v. 43, p. 7-19, 1994.
RIGHTOR, J. A.; FARMER, B. R.; CLARKE JR., J. L. Aedes albopictus in Chicago,
Illinois. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 3, n. 4, p.
657, 1987.
ROBERTS, E.; APRIL, M.; TRPIS, M. Laboratory transmission of dog heartworm
(Dirofilaria immitis) by three species of mosquitoes (Diptera: Culicidae) from
Eastern Maryland, USA. Journal of Medical Entomology, v. 22, n. 4, p. 415-420,
1985.
ROMI, R.; DI LUCA, M.; MAJORI, G. Current status of Aedes albopictus and Aedes
atropalpus in Italy. Journal of the American Mosquito Control Association, v.
15, n. 3, p. 425-427, 1999.
ROSA, A.; RIBICICH, M.; BETTI, A.; KISTERMANN, J. C.; CARDILLO, N.;
BASSO, N.; HALLU, R. Prevalence of canine dirofilariosis in the city of Buenos
Aires and its outskirts (Argentina). Veterinary Parasitology, v. 109, p. 261-264,
2002.
ROSSI, G. C.; PASCUAL, N. T.; KRSTICEVIC, F. J. First record of Aedes albopictus
(Skuse) from Argentina. Journal of the American Mosquito Control Association,
v. 15, n. 3, p. 422, 1999.
ROSSI, L.; POLLONIO, F.; MENEGUZ, P. G.; GRIBAUDO, L.; BALBO, T. An
epidemiological study of canine filariases in north-west Italy: what has changed in
25 years? Veterinary Research Communications, v. 20, p. 308-315, 1996.
79
ROUBAUD, E. Nouvelles recherches sur l’infection de moustique fiévre jaune par
Dirofilaria immitis Leidy. Les races biologique de Aedes aegypti et l’infection
filarienne. Bulletin de la Societe de Pathologie Exotique, v. 30, p. 511-519, 1937.
ROUBAUD, E.; COLAS BELCOUR, J.; TOUMANOFF, C.; TREILLARD, M.
Recherches sur la transmission de Dirofilaria immitis LEIDY. Bulletin de la
Societe de Pathologie Exotique, v. 20, p. 1111-1120, 1936.
ROWTON, E. D.; COPELAND, R. S.; CRAIG, G. B. Jr. Isolation of Ascogregarina sp.
(Eugregarinida: Lecudinidae) from Aedes hendersoni. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 3, p. 645-646, 1987.
RUSSEL, P.; MENON, P. B. On the transmission of Plasmodium gallinaceum to
mosquitoes. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 22, p. 559563, 1942.
RUSSEL, R. C. Report of a field study on mosquito (Diptera: Culicidae) vectors of dog
heartworm, Dirofilaria immitis Leidy (Spirurida: Onchocercidae) near Sydney,
N.S.W., and the implications for veterinary and public health concern. Australian
Journal of Zoology, v. 33: 461-472, 1985.
RUSSELL, R. C. The relative importance of various mosquitoes for the transmission
and control of dogs heartworm in south-eastern Australia. Australian Veterinary
Journal, v. 67, n. 5, p. 191-192, 1990.
RUSSELL, R.C.; GEARY, M. J. The susceptibility of mosquitoes Aedes notoscriptus
and Culex annulirostris to infection with dog heartworm Dirofilaria immitis and
their vector efficiency. Medical and Veterinary Entomology, v. 6, p. 154-158,
1992.
RUTLEDGE, L. C.; WARD, R. A.; GOULD, D. J. Studies on the feeding response of
mosquitoes to nutrictive solutions in a new membrane feeder. Mosquito News, v.
24, p. 407-419, 1964.
SABATINI, A.; RAINERI, V.; TROVATO, G.; COLUZZI, M. Aedes albopictus in
Italia e possible diffusione della specie nell’area mediterranea. Parassitologia, v.
32, p. 301-304, 1990.
SAMARAWICKEMA, W. A.; KIMURA, E.; SONES, F.; PAULSON, G. S.;
CUMMINGS, E. F. Natural infections of Dirofilaria immitis in Aedes (Stegomyia)
polynesiensis and Aedes (Finlaya) samoanus and their implication in human health
in Samoa. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene,
v. 86, p. 187-188, 1992.
SANCHO, E.; PEÑA, M.; ALVARADO, R. Frecuencia de Dirofilaria immitis y
Spirocerca lupi en Canis familiaris, en el Servício de Patología, Escuela de
Medicina Veterinaria, Universidade Nacional Heredia, Costa Rica. Ciencia
Veterinaria, v. 11, p. 23-25, 1989.
SANT’ANA, A. L. Primeiro encontro de Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse) no
Estado do Paraná, Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 30, n. 4, p. 392-393, 1996.
SANTOS, R. C. Atualização da distribuição de Aedes albopictus no Brasil (1997-2002).
Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 5, p. 671-673, 2003.
SANTOS, S. O.; NASCIMENTO, J. C. Primeiro registro da presença do Aedes
(Stegomyia) albopictus (Skuse) em Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista de Saúde
Pública, v. 32, n. 5, p. 486, 1998.
80
SAUERMAN, D. M. Jr.; NAYAR, J. K. A survey for natural potential vectors of
Dirofilaria immitis in Vero Beach, Florida. Mosquito News, v. 43, p. 222-225,
1983.
SAVAGE, H. M.; EZIKE, V. I.; NWANKWO, A. C. N.; SPIEGEL, R.; MILLER, B. R.
First record of breeding populations of Aedes albopictus in Continental Africa:
implications for arboviral transmission. Journal of the American Mosquito
Control Association, v. 8, n. 1, p. 101-103, 1992.
SAVAGE, H. M.; NIEBYLSKI, M. L.; SMITH, G. C.; MITCHELL, C. J.; CRAIG, G.
B. Jr. Host-feeding patterns of Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) at a temperate
North American site. Journal of Medical Entomology, v. 30, n. 1, p. 27-34, 1993.
SAVAGE, H. M.; SMITH, G. C.; MITCHELL, C. J.; McLEAN, R. G.; MEISCH, M. V.
Vector competence of Aedes albopictus from Pine Bluff, Arkansas, for a St. Louis
encephalitis virus strain isolated during the 1991 epidemic. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 10, p. 501-506, 1994.
SCHAFFNER , F.; KARCH, S. Première observation d’Aedes albopictus (Skuse, 1894)
en France métropolitaine. Life Sciences, v. 323, p. 373-375, 2000.
SCHWAN, E. V.; DURAND, D. T. Canine filariosis caused by Dirofilaria immitis in
Mozambique: a small survey based on the identification of microfilariae. Journal
of the South African Veterinary Association, v. 73, p. 124-126, 2002.
SCOLES, G. A. Aspects of the vector biology of canine heartworm in the United
States and the potential role of Aedes albopictus. Doctoral Dissertation.
University of Notre Dame, Notre Dame, IN, 178 p., 1997.
SCOLES, G. A. Variation among U.S. strains of Aedes albopictus in susceptibility to
canine heartworm, Dirofilaria immitis. Master of Science. University of Notre
Dame, Notre Dame, IN, 96 p., 1994.
SCOLES, G. A.; DICKSON, S. L. New foci of canine heartworm associated with
introductions of new vector species: Aedes albopictus in New Orleans and Aedes
sierrensis in Utah. In: SOLL, M. D.; KNIGHT, D. H. Proceedings of the
Heartworm Symposium’95. Auburn, AL: American Heartworm Society, p. 27-35,
1995.
SCOLES, G. A.; DICKSON, S. L.; BLACKMORE, M. S. Assesment of Ae. sierrensis
as a vector of canine heartworm in Utah using a new technique for determining the
infectivity rate. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 9, n.
1, p. 88-90, 1993.
SEGURA, M. N. O.; MONTEIRO, H. A. O.; LOPES, E. S.; SILVA, O. V.; CASTRO,
F. C.; VASCONCELOS, P. F. C. Encontro de Aedes albopictus no Estado do Pará,
Brasil. Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 3, p. 388-389, 2003.
SERRÃO, M. L.; LABARTHE, N.; LOURENÇO-DE-OLIVEIRA, R. Vectorial
competence of Aedes aegypti (Linnaeus 1762) Rio de Janeiro strain, to Dirofilaria
immitis (Leidy 1856). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 96, n. 5, p. 593598, 2001.
SERUFO, J. C.; OCA, H. M.; TAVARES, V. A.; SOUZA, A. M.; ROSA, R. V.;
JAMAL, M. C.; LEMOS, J. R.; OLIVEIRA, M. A.; NOGUEIRA, R. M. R.;
SCHATZMAYR, H. G. Isolation of dengue vírus type 1 from larvae of Aedes
81
albopictus in Campos Altos city, state of Minas Gerais, Brazil. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, v. 88, n. 3, p. 503-504, 1993.
SHROYER, D. A. Aedes albopictus and arboviruses: a concise review of the literature.
Journal of the American Mosquito Control Association, v. 2, n. 4, p. 424-428,
1986.
SIRONI, M.; BANDI, C.; SACCHI, L.; Di SACCO, B.; DAMIANI, G.; GENCHI, C. A
close relative of the arthropod endosymbiont Wolbachia in a filarial worm.
Molecular and Biochemical Parasitology, v. 74, p. 223-227, 1995.
SKUSE, F. A. A. The banded mosquito of Bengal. Indian Museum Notes, v. 3, p. 20,
1894.
SMITH, C. E. G. The history of dengue in tropical Asia and its relationship to the
mosquito Aedes aegypti. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,
v. 59, p. 3-11, 1956.
SMITH, G. C.; FRANCY, D. B. Laboratory studies of a brazilian strain of Aedes
albopictus as a potential vector of Mayaro and Oropouche viruses. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 7, n. 1, p. 89-93, 1991.
SMITH, J. P.; LOYLESS, T. M.; MULRENNAN JR., J. A. An update on Aedes
albopictus in Florida. Journal of the American Mosquito Control Association, v.
6, n. 2, p. 318-320, 1990.
SNELLER, V. P. Inhibition of Dirofilaria immitis in gregarine-infected Aedes aegypti:
preliminary observations. Journal of Invertebrate Pathology, v. 34, p. 62-70,
1979.
SONG, K. H.; LEE, S. E.; HAYASAKI, M.; SHIRAMIZU, K.; KIM, D. H.; CHO, K.
W. Seroprevalence of canine dirofilariosis in South Korea. Veterinary
Parasitology, v. 114, p. 231-236, 2003.
SOTOLONGO, F. Incidência de Dirofilaria immitis em los perros de la Ciudad de La
Habana. Revista Cubana de Medicina Tropical, v. 29, p. 9-12, 1977.
SOULSBY, E. J. L. Helminths, arthropods & protozoa of domesticated animals
(Mönnig). 6ª ed. London: Baillière, Tindall and Cassel, 1968. 824p.
SOUZA, N. F.; BENÍGNO, R. N. M.; FIGUEIREDO, M. J. F. M.; SALIM, S. K. C.;
SILVA, D. S.; GONÇALVES, R. F.; PEIXOTO, P. C. V. A. Prevalência de
microfilárias de D. immitis em cães no município de Belém-PA. In: Anais do XVII
Congresso Brasileiro de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, Vitória,
ES, p. 50, 1995.
SOUZA, S. S. H. V. C. Diagnóstico da dirofilariose através da detecção de
antígenos circulantes em cães no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Itaguaí, Rio de Janeiro, RJ, 87 pp,
1992.
SOUZA-SANTOS, R. Fatores associados à ocorrência de formas imaturas de Aedes
aegypti na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, Brasil. Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical, v. 32, p. 373-382, 1999.
SPRENGER, D.; WUITHIRANYAGOOL, T. The discovery and distribution of Aedes
albopictus in Harris County, Texas. Journal of the American Mosquito Control
Association, v. 2, n. 2, p. 217-218, 1986.
82
SUENAGA, O. Studies on the filarial prevalence among dogs and the mosquito vectors
in Nagasaki City, western Japan. 3. On the susceptibility of Aedes albopictus and
Culex pipiens molestus to the larvae of Dirofilaria immitis in Nagasaki City.
Tropical Medicine, v. 14, p. 144-150, 1972.
SUENAGA, O. Studies on the filarial prevalence among dogs and the mosquito vectors
in Omura City, Nagasaki Prefecture. 2. On the vector mosquitoes of the canine
heartworm. Tropical Medicine, v. 17, n. 1, p. 35-40, 1975.
SUENAGA, O.; ITOH, T. Studies on the filarial prevalence among dogs and the
mosquito vectors in Nagasaki city, western Japan. Tropical Medicine, v. 15, n. 3,
p. 131-140, 1973.
SULAIMAN, I. Susceptibility of Aedes aegypti to infections with Dirofilaria immitis
and Dirofilaria repens. Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and
Public Health, v. 14, n. 4, p. 543-547, 1983.
SULAIMAN, I.; TOWNSON, H. The genetic basis of susceptibility to infection with
Dirofilaria immitis in Aedes aegypti. Annals of Tropical Medicine and
Parasitology, v. 74, p. 635-646, 1980.
SULAIMAN, S.; JEFFERY, J. The ecology of Aedes albopictus (Skuse) (Diptera:
Culicidae) in a rubber estate in Malaysia. Bulletin of Entomological Research, v.
76, p. 553-557, 1986.
SULLIVAN, M. F.; GOULD, D. J.; MANEECHAI, S. Observations on the host range
and feeding preferences of Aedes albopictus (Skuse). Journal of Medical
Entomology, v. 8, n. 6, p. 713-716, 1971.
SURTEES, G. Aedes (Stegomyia) albopictus: A summary of present knowledge with
particular reference to competition with Aedes aegypti. World Health
Organization, Geneva. WHO/Vector Control/66.195, 1966.
SWEENEY, K. J.; CANTWELL, M. A.; DOROTHY, J. The collection of Aedes
aegypti and Ae. albopictus from Baltimore, Maryland. Journal of the American
Mosquito Control Association, v. 4, n. 3, p. 381-382, 1988.
SYMES, C. B. A note on Dirofilaria immitis and its vectors in Fiji. Journal of
Helminthology, v. 34, nos. 1/2, p. 39-42, 1960.
TALLURI, V. M.; CANCRINI, G. An ultrastructural study on the early cellular
response to Dirofilaria immitis (Nematoda) in the malpighian tubules of Aedes
aegypti (refractory strains). Parasite, v. 1, p. 343-348, 1994.
TAYLOR, A. E. R. The development of Dirofilaria immitis in the mosquito Aedes
aegypti. Journal of Helminthology, v. 34, p. 27-38, 1960.
TEMPELIS, C. H.; HAYES, R. O.; HESS, A. D.; REEVES, W. C. Blood-feeding habits
of four species of mosquito found in Hawaii. The American Journal of Tropical
Medicine and Hygiene, v. 19, n. 2, p. 335-341, 1970.
TESH, R. B.; GUBLER, D. J. Laboratory studies of transovarial transmission of La
Crosse and other arboviruses by Aedes albopictus and Culex fatigans. The
American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 24, n. 5, p. 876-880,
1975.
83
TESH, R. B.; GUBLER, D. J.; ROSEN, L. Variation among geographic strains of Aedes
albopictus in susceptibility to infection with chikungunya virus. American Journal
of Tropical Medicine and Hygiene, v. 25, p. 326-335, 1976.
TIN, C. H.; WANG, J. S. Investigation of Dirofilaria immitis infections of stray dogs in
both cities of Taichung and Keelung. Chinese Journal of Parasitology, v. 7, p. 24,
1994.
TODARO, W. S.; MORRIS, C. D.; HEACOCK, N. A. Dirofilaria immitis and its
potential vectors in central New York State. American Journal of Veterinary
Research, v. 38, n. 8, p. 1197-1200, 1977.
TOLBERT, R. H.; JOHNSON, W. E. Jr. Potential vectors of Dirofilaria immitis in
Macon County, Alabama. American Journal of Veterinary Research, v. 43, p.
2054-2056, 1982.
TOVAR, M. L. R.; MARTÍNEZ M. G. O. Aedes albopictus in Muzquiz city, Coahuila,
Mexico. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 10, n. 4, p.
587, 1994.
TRAVI, B. L.; ORIHEL, T. C. Development of Brugia malayi and Dirofilaria immitis
in Aedes aegypti: Effect of the host’s nutrition. Tropical Medicine and
Parasitology, v. 38, p. 19-22, 1987.
TURELL, M. J.; BEAMAN, J. R.; NEELY, G. W. Experimental transmission of eastern
equine encephalitis virus by strains of Aedes albopictus and A. taeniorhynchus
(Diptera: Culicidae). Journal of Medical Entomology, v. 31, n. 2, p. 287-290,
1994.
TURELL, M. J.; BEAMAN, J. R.; TAMMARIELLO, R. F. Susceptibility of selected
strains of Aedes aegypti and Aedes albopictus (Diptera: Culicidae) to Chikungunya
virus. Journal of Medical Entomology, v. 29, n. 1, p. 49-53, 1992.
TURELL, M. J.; O’GUINN, M.; DOHM, D. J.; JONES, J. W. Vector competence of
North American mosquitoes (Diptera: Culicidae) for West Nile virus. Journal of
Medical Entomology, v. 38, n. 2, p. 130-134, 2001.
TURELL, M. J.; O’GUINN, M.; OLIVER, J. Potential for New York mosquitoes to
transmit West Nile virus. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,
v. 62, n. 3, p. 413-414, 2000.
VAZEILLE-FALCOZ, M.; ADHAMI, J.; MOUSSON, L.; RODHAIN, F. Aedes
albopictus from Albania: a potential vector of dengue viruses. Journal of the
American Mosquito Control Association, v. 15, n. 4, p. 475-478, 1999.
VELEZ, I. D.; QUIÑONEZ, M. L.; SUAREZ, M.; OLANO, V.; MURCIA, L. M.;
CORREA, E.; ARÉVALO, C.; PÉREZ, L.; BROCHERO, H.; MORALES, A.
Presencia de Aedes albopictus en Leticia, Amazonas, Colombia. Biomédica, v. 18,
n. 3, p. 192-198, 1998.
VILLAVASO, E. J.; STEELMAN, C. D. Laboratory and field studies of the southern
house mosquito, Culex pipiens quinquefasciatus Say, Dirofilaria immitis (Leidy), in
Louisiana. Journal of Medical Entomology, v. 7, n. 4, p. 471-476, 1970.
WALSH, R. D.; OLSON, J. K. Observations on the susceptibility of certain mosquito
species to infection by Lankesteria culicis (Ross.). Mosquito News, v. 35, p. 154160, 1976.
84
WALTERS, L. L. Risk factors for heartworm infection in northern California. In:
SOLL, M. D.; KNIGHT, D. H. Proceedings of the Heartworm Symposium’95,
Auburn, AL: American Heartworm Society, p. 5-26, 1995.
WALTERS, L. L.; LAVOIPIERRE, M. M. J. Aedes vexans and Aedes sierrensis
(Diptera: Culicidae): Potential vectors of Dirofilaria immitis in Tehama County,
Northern California, USA. Journal of Medical Entomology, v. 19, p. 15-23, 1982.
WALTERS, L. L.; LAVOIPIERRE, M. M. J. Landscape epidemiology of mosquitoborne canine heartworm (Dirofilaria immitis) in Northern California, USA. I.
Community-based surveys of domestic dogs in three landscapes. Journal of
Medical Entomology, v. 21, p. 1-16, 1984.
WANG, L. Canine filarial infections in north Taiwan. Acta Tropica, v. 68, p. 115-120,
1997.
WARD, R. N.; LEVINE, N. D.; CRAIG, G. B. Ascogregarina nom. nov. for Ascocystis
Grasse, 1953 (Apicomplexa, Eugregarinida). Journal of Parasitology, v. 68, p.
331, 1982.
WASHINO, R. K. Physiological ecology of gonotrophic dissociation and related
phenomena in mosquitoes. Journal of Medical Entomology, v. 13, p. 381-388,
1977.
WEBBER, W. A. F.; HAWKING, F. Experimental maintenance of Dirofilaria repens
and D. immitis in dogs. Experimental Parasitology, v. 4, p. 143-164, 1955.
WERREN J. H. Biology of Wolbachia. Annual Review of Entomology, v. 42, p. 587609, 1997.
WERREN, J. H.; ZHANG, W.; GUO, L. R. Evolution and phylogeny of Wolbachia:
reproductive parasites of arthropods. Proceedings of the Royal Society of London
Series B, v. 261, p. 55-63, 1995.
WOMACK, M. L.; THUMA, T. S.; EVANS, B. R. Distribution of Aedes albopictus in
Georgia, USA. Journal of the American Mosquito Control Association, v. 11, n.
2, p. 237, 1995.
WRIGHT, J.D.; BARR, A. R. The ultrastructure and symbiotic relationship of
Wolbachia of mosquitoes of the Aedes scutellaris group. Journal of
Ultrastructural Research, v. 72, p. 52-64, 1980.
WU, C. C.; CHEN, C. C.; FAN, P. C. Natural infection of mosquitoes with Dirofilaria
immitis in northern Taiwan. Journal of Chinese Society of Veterinary Science, v.
23, p. 12-20, 1997.
WU, C. C.; FAN, P. C.; LIN, C. Y. Dirofilaria immitis infection among stray dogs in
Taipei City, Taiwan. Chinese Journal of Parasitology, v. 1, p. 144-151, 1988.
YADA, R. S.; OLIVEIRA, M. R.; SARTOR, I. F.; CASTRO, M. B. Incidência de
Dirofilaria immitis na região de Botucatu, São Paulo. In: XXIII Congresso
Brasileiro de Medicina Veterinária, Olinda, Pernambuco, Anais, p. 182, 1994.
YEN, C. Studies on Dirofilaria immitis Leidy, with special reference to the
susceptibility of some Minnesota species of mosquitoes to the infection. Journal of
Parasitology, v. 24, p. 189-205, 1938.
85
YOON, H.; YOON, C.; JEONG, S.; KIM, T.; PARK, S.; CHUNG, B.; CHOI, Y.; LEE,
W. Prevalence and relative risk of canine dirofilariosis among dogs in Seoul, South
Korea. Veterinary Record, v. 151, p. 576-577, 2002.
ZIMMERMAN, G. L.; KNAPP, S. E.; FOREYT, W. J.; EREKSON, N. T.;
MACKENZIE, G. Heartworm infections in dogs in the northwestern United States
and British Columbia, Canada. In: Proceedings of the Heartworm
Symposium’92. Austin, TX: American Heartworm Society, p. 15-19, 1992.
ZYTOON, E. M.; EL-BELBASI, H. I.; KONISHI, E.; MATSUMURA, T.
Susceptibility of Aedes albopictus mosquitoes (Oahu strain) to infection with
Dirofilaria immitis. Kobe Journal of Medical Sciences, v. 38, p. 289-305, 1992.
86
Anexos
Anexo I – Ficha de identificação dos cães pesquisados em Itaipu, Itaipuaçu e Ambaí.
87
Anexo I - Ficha de identificação dos cães pesquisados em Itaipu, Itaipuaçu e Ambaí.
Amostra
Universidade Federal Fluminense
FACULDADE DE VETERINÁRIA
data
PROJETO PREVALÊNCIA ANO _______
1 – VETERINÁRIO
CÓDIGO
NOME
2 – CLINICA
CÓDIGO
NOME
LOCAL
3 – PROPRIETÁRIO DO ANIMAL
NOME
TELEFONE
ENDEREÇO (RUA, N°, BAIRRO, CIDADE, ESTADO)
CEP
4 – ANIMAL
NOME
REGIÃO
[
]
COR PREDOMINANTE
1-[
] BRANCA
2-[
BAIRRO/CIDADE
[
]
VIAGENS
[
]
] PRETA
3-[
] DOURADA
PELAGEM
1–[
] CURTO
SEXO
MACHO / FÊMEA
4-[
APTO
ALTURA
SIM / NÃO
APTO
] MARROM
5-[
] CINZA
TIPO DE PELAGEM
2 – [ ] MÉDIO
3–[
] LONGO
IDAD RAÇA
[ ]
E
1–[
PESO
] COM SUBPÊLO
2 – [ ] SEM SUBPÊLO
FREQUÊNCIA DA TOSA
TIPO DE TOSA
TOSA
SIM / NÃO
FINALIDADE DO CÃO
1-[
] GUARDA
PREVENTIV
O
2–[
] COMPANHIA
3–[
] OUTROS
FREQUÊNCIA/QUAL? HISTÓRIA CLÍNICA/QUAL?
SIM / NÃO __________________
NASCEU NA REGIÃO?
SIM / NÃO
POSSUI GATOS?
SIM / NÃO
MICROFILÁRIA
ELISA
POSITIVO / NEGATIVO
POSITIVO / NEGATIVO
HÁ QUANTO TEMPO VIVE NO LOCAL?
QUANTOS?
[
] FÊMEAS
[
] MACHOS
______________________________________
Assinatura do Veterinário
88
GLOSSÁRIO
Estádio – intervalo entre cada duas mudas consecutivas de formas larvárias de um
nematóide ou de um artrópode (REY, 2003).
Índice de eficiência vetorial (IEV) – número médio de larvas de terceiro estágio
encontrado na cabeça ou probóscida/número médio de microfilárias ingeridas x 100.
Infecção - Contaminação ou invasão do corpo por um microrganismo parasito, que
pode ser um agente patogênico ou não, principalmente vírus, bactérias, fungos,
protozoários ou helmintos (REY, 2003).
Infectividade - Caráter de um agente de doença que compreende capacidade de
penetração, sobrevida e multiplicação em determinado hospedeiro (REY, 2003)
Linhagem (lab) – raças ou variedades de animais para experimentação, produzidas por
endogamia (inbreeding) ou mutação (REY, 2003).
Mosquito refratário (sin. Resistente) – aquele que não suporta o desenvolvimento da
larva de Dirofilaria immitis até o estágio infectante (L3), embora algum
desenvolvimento possa ocorrer.
Mosquito susceptível – aquele que permite o desenvolvimento da larva de D. immitis
até o estágio infectante (L3).
Mosquitos infectados – indivíduos que albergam larvas de D. immitis de qualquer
estágio.
Mosquitos infectantes – indivíduos que albergam larvas de terceiro estágio na cabeça
ou probóscida.
População – designa conjunto de indivíduos (organismos) interférteis e, ou seja, que
transferem entre si a informação gênica, vivendo em determinada área ou região
(FORATTINI, 1996).
Prevalência – designa a medida da freqüência de determinada doença, pelo número de
casos existentes em período de tempo estabelecido, independentemente de serem novos
ou antigos (FORATTINI, 1996).
Refratariedade – nome genérico designando a característica da espécie que, como um
todo, se revela não receptível à ação de fator determinante (FORATTINI, 1996).
Susceptibilidade – designa a característica do organismo receptível à ação de fator
determinante (FORATTINI, 1996).
Taxa de infecção – número de mosquitos infectados/dissecados x 100.
Taxa de infectividade – número de mosquitos infectantes/dissecados x 100.
89

Documentos relacionados