síndico - Auxiliadora Predial
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síndico - Auxiliadora Predial
SUMÁRIO PANORAMA 6 PRODUTOS E SERVIÇOS 8 Notícias envolvendo o universo condominial. jul/ago/set 2013 Edição Nº 200 CONSELHO EDITORIAL Palestras para síndicos sobre Plano de Prevenção Contra Incêndio. Ingo Voelcker, Roger Silva, Christian Voelcker, Antonio Azmus, Fátima Rama, Marcelo Borba e Luciene Machado COORDENAÇÃO Auxiliadora Predial recebe pela terceira vez consecutiva o Selo de Excelência em Franchising. 10 Marcelo Borba (Gerente de Condomínios) Fátima Rama (Especialista de Marketing) Gerentes de expansão impulsionam crescimento da área de Vendas. 11 EDITORA EXECUTIVA Luciene Machado jornalista responsável - MTb 4480 PRODUÇÃO EDITORIAL Palavra-Prima - 51 9808.7497 ENTREVISTA 12 sustentabilidade 16 Lorenzo da Silva Lages, síndico do Condomínio Terra Nova Vista Alegre, na Zona Norte de Porto Alegre. [email protected] reportagem e fotografia Clarissa Thones – Mtb 12.688 Luciene Machado – Mtb 4480 Luísa Medeiros – Mtb 12.724 Edifício Eólis conquista distinção máxima como projeto e prática sustentável na premiação do Sinduscon/RS. Tatiana Gappmayer – Mtb 8888 capa Fátima Rama COMERCIALIZAÇÃO DE ANÚNCIOS 3216.6103 [email protected] PROJETO gráfico E EDIÇÃO GRÁFICA Paica Estúdio Gráfico - Tiba DISTRIBUIÇÃO Faster Mail Logística em Postagem A Revista Síndico não se responsabiliza pela qualidade dos serviços prestados e pelos produtos oferecidos pelos anunciantes, sendo os mesmos de inteira responsabilidade das empresas anunciantes. Não é permitida a reprodução de textos desta publicação sem autorização da editora, por escrito. At en d i m en to ao l e i to r Comentários, críticas e sugestões: [email protected] Orientações sobre exigências da legislação que envolve marquises, sacadas e coberturas externas. manutenção 19 Manter a limpeza das calhas em dia impede entupimentos e infiltrações. 26 Conheça as opções de geradores de energia elétrica e as dicas para instalação. 36 capa 22 geral 28 segurança 32 gestão 36 Funcionários de condomínio: as formas de contratação e ações recomendadas para mantê-los no posto. Síndicos dão o exemplo ao realizar campanhas de solidariedade entre os moradores. Conheça os novos recursos de monitoramento e segurança computadorizada. As peculiaridades e complexidades na administração dos condomínios comerciais. Julho-Agosto-Setembro/2013 3 panorama Tempo frio: atenção redobrada à dengue Não descuide do mosquito da dengue nos meses Com o objetivo de qualificar a administração condominial, o Sindicato da Habitação do Rio Grande do Sul (Secovi/RS) e a Associação Gaúcha de Empresas do Mercado Imobiliário (Agademi) promovem o 16° Encontro Gaúcho de Condomínios. O evento é destinado a síndicos, condôminos, empresários e profissionais das áreas imobiliária e jurídica e acontece nos dias 16 e 17 de setembro de 2013, no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O valor do investimento é de R$ 45,00 até o dia 31 de agosto, e de R$ 55,00 após esta data. De acordo com os organizadores, em função do número limitado de vagas, é aconselhável fazer as inscrições com a maior antecipação possível. os cuidados para evitar o acúmulo de água em recipientes que possam se tornar criadouro para o mosquito Aedes aegypti, o vetor da doença. A dengue é transmitida pela picada do inseto que deposita ovos em vasos e pratos de plantas, latas, garrafas, pneus, calhas e ralos sujeitas à retenção da água da chuva, além de utensílios utilizados para armazenamento de água para consumo doméstico, animal, lazer e outros. Ações recomendadas • Retirar os pratos dos vasos de plantas ou enchê-los até a borda com areia; • Colocar telas milimétricas nos ralos; (51) 3221.3700 e pelo e-mail: eventos@secovi-rs- • Fazer limpeza semanal das calhas e manter bem vedados os recipientes com armazenamento de água para consumo. agademi.com.br, com o Setor de Eventos. Confira a A origem da palavra “dengue” Mais informações podem ser obtidas pelo telefone programação e o currículo dos palestrantes no hotsite http://www.encontrogauchocondominios.com.br A palavra dengue tem origem espanhola e quer dizer melindre, manha. O nome faz referência ao estado de prostração em que fica a pessoa contaminada. A transmissão ocorre pela picada da fêmea infectada do mosquito, uma espécie hematófaga originária da África, que chegou ao continente americano na época da colonização. 82 anos na liderança do mercado imobiliário Dia 1º de julho de 2013, a Auxiliadora Predial comemorou 82 anos de atuação no mercado imobiliário. Acumulando na bagagem prêmios e distinções (leia nas páginas 10 e 16), consolida-se como líder nos segmentos de administração de condomínios, aluguel e venda de imóveis no Estado. Com 66 lojas próprias e franquias em São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, possui mais de mil colaboradores. 6 síndico 200 vanessa silva/pmpa Síndicos reunidos para debater a gestão condominial frios. Na temporada de muitas chuvas, intensifique Julho-Agosto-Setembro/2013 7 produtos & serviços Síndicos esclarecem dúvidas sobre prevenção de incêndios Devido ao enorme interesse, Auxiliadora Predial já realizou duas edições de evento sobre segurança em condomínios O grande número de síndicos inscritos para assistirem a palestras sobre o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) fez com que a Auxiliadora Predial desenvolvesse mais de uma edição do curso. Os eventos ocorreram dias 22 de maio e 19 de junho, na Agência Petrópolis. Devido à complexidade da pauta, iniciaram às 19h, com um coquetel de abertura, se estendendo até próximo das 22h. Entre os assuntos abordados, estiveram o PPCI, Laudo Técnico de Inspeção Predial (LTIP), centrais de gás e elevadores. As boas vindas e apresentação foram feitas pelo novo diretor de Condomínios da Auxiliadora Predial, Roger Santos. Ele destacou que a Imobiliária está trazendo esta qualificação aos síndicos para que possam desempenhar suas atividades com mais tranquilidade, sem riscos de serem penalizados, uma vez que são responsáveis pelo condomínio. “São vocês que precisam tomar as decisões nas horas difíceis e com agilidade, por isso têm que estar com total domínio deste assunto tão fundamental na vida condominial”, lem- Maria Cristina Pato Oliveira, síndica do Condomínio Edifício Três Amigos, Porto Alegre “Já temos os laudos do condomínio prontos, todos em dia. Mas resolvi aproveitar pra vir aprender, pois nunca é demais saber novos detalhes.” 8 síndico 200 Palestra realizada para síndicos, na Agência Petrópolis da Auxiliadora Predial brou Roger. Os síndicos receberam uma pasta com uma apostila contendo as condições básicas para elaboração do PPCI, elaborada pela Auxiliadora Predial, além de outros materiais de apoio. Entre os palestrastes, apresentando esclarecimento sobre a legislação do PPCI / LTIP estiveram Paulo Ferraz, da PRF Engenharia e a engenheira Alessandra Horffmann, da AN Hoffmann Engenharia de laudos. Abordando as centrais de gás, explanaram sobre o tema, o engenheiro Solon Klein e Vanderlei Trindade, da Supergasbrás e Marcelo Matiazo, da Vip Elevadores. Com uma média de 50 síndicos por edição, o evento é acompanhado atentamente pelos administradores de condomínios, como Valquíria Machado, síndica profissional, que trouxe uma série de dúvidas que foram esclarecidas pelos profissionais, tais como se o acesso ao telhado do prédio deve ser mantido trancado ou não, o que foi respondido de forma positiva. Valquíria compartilhou sua experiência dizendo que mantém aberto, para garantir acesso de fuga em uma eventualidade de incêndio, mas instalou câmeras de vídeo no local. “Informamos aos moradores sobre a proibição da entrada, caso transgridam, multamos”, lembra a síndica. “Não gosto de deixar os condôminos sem resposta – se me perguntam algo, tenho que saber!”, diz a síndica do Edifício Três Amigos, no Centro da Capital, Maria Cristina Oliveira, que foi ao evento para obter esclarecimentos sobre instalações de gás, entre outras. “Sou uma síndica participativa, divido todas as informações com os condôminos, tudo o que aprendo e o que se passa no condomínio. Quando fizemos o PPCI, fui até o quartel dos bombeiros, conversei com os dirigentes para tirar dúvidas e até deixei de pagar uma taxa que estava sendo cobrada de forma indevida – viu como é importante saber tudo?”, lembra Maria Cristina. Julho-Agosto-Setembro/2013 9 produtos & serviços Excelência em Franchising Auxiliadora Predial comemora o título de única imobiliária no Brasil a receber o Selo de Excelência em Franchising três vezes consecutivas P elo terceiro ano consecutivo, a Auxiliadora Predial, empresa líder nos segmentos de compra e venda, locação e condomínios, recebeu o Selo de Excelência em Franchising, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). A imobiliária é a única do Brasil a ser reconhecida no segmento de franquias por três vezes seguidas, confirmando que o crescimento não é apenas um aumento estatístico e sim, um processo de evolução onde a qualidade e a satisfação do franqueado são consideradas. Para conceder o Selo de Excelência, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) realiza uma rigorosa análise da satisfação dos franqueados em relação à rede franqueadora, baseada na pontuação obtida pelo franqueador nas entrevistas realizadas com seus respectivos franqueados. Todo o processo é averiguado pela Comissão de Ética da ABF. Na entrega do Selo de Excelência, que aconteceu no dia 19 de abril em São Paulo, Antonio Azmus, diretor de Vendas, Marketing e Franquias da Auxiliadora Predial, reforçou que a prova Antonio Azmus, diretor de Vendas, Marketing e Franquias da Auxiliadora Predial do sucesso da marca está no fato de muitos franqueados já possuírem mais de uma loja e também na procura por parte de novos franqueados, que tem sido constante. “Atualmente, 10 franquias encontram-se em processo de avaliação e contratação. Nossos diferenciais incluem suporte ao franqueado, canais abertos e respostas rápidas às mais diversas solicitações, sempre com foco no resultado.” Luis Oliveira, gerente de Campo RS; Fernanda Ogeda, supervisora de Franquias SP; Antônio Azmus, diretor de Marketing, Vendas e Franquias; Marjorie Albuquerque, gerente de Marketing e Fátima Rama, especialista em Marketing 10 síndico 200 Expertise em várias áreas O diretor destacou como diferenciais da Auxiliadora Predial para o franqueado o acompanhamento desde o início da operação, disponibilizando a expertise nas áreas, jurídica, marketing e treinamento, incluindo a produção e realização de campanhas promocionais com o objetivo de gerar fluxo para as lojas e garantir o fechamento de bons negócios. Gustavo Schifino, vice-presidente da ABF, Antonio Azmus, diretor de Vendas, Marketing e Franquias da Auxiliadora Predial e Cristina Franco, presidente da ABF Agência Vinhedos, em Bento Gonçalves Auxiliadora Predial já é uma das maiores no mercado de imóveis de terceiros Negócios ganham impulso com a contratação de gerentes de expansão A Auxiliadora Predial está entre as maiores redes imobiliárias do Brasil no mercado de terceiros, imóveis prontos ou também denominados usados. Segundo Antônio Azmus, diretor de Vendas, Marketing e Franquias da Auxiliadora Predial, a Imobiliária figura entre as maiores redes do Brasil. O crescimento vem sendo a palavra de ordem da Auxiliadora Predial, que está batendo metas ousadas a cada novo período. No primeiro trimestre de 2013, o volume de imóveis comercializados pela Auxiliadora Predial cresceu 54% em relação à mesma época do ano anterior. Com uma proposição de 75 novas lojas, a rede de franquias já tem contratadas 73 lojas, tornando o objetivo muito próximo de ser alcançado. “Devemos ultrapassar essa meta, pois a recém estamos no meio do ano”, comemora Azmus. A contratação de um gerente de expansão para cada uma das três regionais (Rio Grande do Sul, São Paulo e a regional de Santa Catarina e Paraná) é um dos fatores apontados pelo diretor de Vendas, Marketing e Franquias como o segredo de um crescimento forte e eficiente. “O gerente de expansão fica focado em procurar franqueadas com o perfil adequado, enquanto um gerente de campo em cada uma das regionais dá conta de fazer a manutenção da rede que já existe, treinando os franqueados e os ajudando a performar”. Outra estratégia da Auxiliadora Predial é qualificar a comunicação entre os possíveis franqueados e a divulgação do crescimento da rede, com a contratação de um serviço de assessoria de imprensa em cada uma das regionais. “Também possuímos uma assessoria jurídica específica em cada uma das regionais, o que garante assistência completa na formatação dos contratos de compra e venda”, lembra Azmus. Das 73 lojas, 65 estão prontas e oito foram contratadas, com implantação e inauguração programadas para breve. “No próximo ano estudamos abrir novas fronteiras”, diz Azmus, que atribui o sucesso da área de vendas e franquias ao modelo criado com uma ampla rede de lojas, o que impulsiona não apenas os negócios, mas a captação de imóveis. “Com uma carteira mais ampla, temos cada vez mais chance de ter o imóvel que o cliente procura e aí a negociação acontece”, diz Azmus. Julho-Agosto-Setembro/2013 11 entrevista Lorenzo Lages está à frente do Terra Nova Vista Alegre: 1.020 apartamentos distribuídos em cinco torres Um condomínio do tamanho de uma cidade 12 O analista de sistemas Lorenzo da Silva Lages, 37 anos, sido entregue quando assumi para dar um suporte ao sín- não é político. No entanto, tem sob sua supervisão um dico anterior”, relembra. E afirma que o trabalho no local condomínio com uma capacidade populacional maior do é diário e constante. Com bom humor e disposição, Lo- que muitas cidades. O Terra Nova Vista Alegre, na Zona renzo está sempre pensando em alternativas para melho- Norte da Capital, possui 1.020 apartamentos distribuídos rar a vida dos condôminos. Entre os projetos que preten- em cinco torres. Por isso, ele gasta todo o tempo em que de estudar estão a adoção de geradores eólicos para apro- não está no trabalho para dar atenção a todas as deman- veitar o vento forte que sopra na região e a instalação de das de condôminos e funcionários. O comprometimento um bicicletário que seja seguro e de fácil utilização pelos com o bem-estar da vizinhança é tão grande que ele já moradores. Ele avalia o período em que atua como síndi- atuava como subsíndico, mesmo antes de se mudar para co como de grande aprendizado e evolução. E recomenda o condomínio. “Eu e minha esposa, Letícia, compramos aos síndicos de primeira viagem que “criem o incrível dom o apartamento na planta e a nossa torre ainda não tinha da paciência”. síndico 200 Qual é a estrutura física do Condomínio? O Condomínio Terra Nova Vista Alegre possuiu 1.020 apartamentos, com ocupação atual que gira em torno de 60%, por ser um condomínio ainda muito novo. Temos duas portarias e contamos com cinco estações de tratamento de esgoto, uma em cada torre. Como infraestrutura para os condôminos contamos com 1.035 vagas de estacionamento, duas quadras de esporte, piscina, academia, três salões de festas – sendo dois com churrasqueiras –, 14 churrasqueiras, três praças com brinquedos para crianças, brinquedoteca e 21 elevadores, sendo quatro por torre e um na área da piscina. Qual é a composição administrativa? Contamos com dois gestores e uma funcionária que atua na área auxiliar administrativa. Quais foram as primeiras medidas instituídas na sua administração? Uma das primeiras medidas foi fazer com que os moradores começassem a cumprir o Regimento Interno, pois muitos moradores não estavam respeitando as regras. A solução foi começar a aplicar notificações e, em casos de reincidências, aplicar a multa, que tem um custo de uma taxa condominial (R$ 250). Em sete meses já foram aplicadas 236 notificações e quatro multas. Quais as melhorias já implementadas? Uma implementação fundamental foi um controle de manutenções preventivas. Para isso, tivemos que adequar o quadro de funcionários do Condomínio com uma excelente equipe. Tenho grande confiança nestes profissionais. Outro investimento importante foi a revitalização do jardim, mesmo que ainda estejamos longe de um jardim de alta qualidade e beleza. E ainda, fizemos a compra de bancos, potencialização da qualidade de limpeza no condomínio, instalação de câmeras de monitoramento e reparações de determinados vícios de construção. Como é o seu dia a dia no Condomínio? O meu dia a dia no condomínio se divide em três turnos: o primeiro é das 6h às 6h30min da manhã – é neste momento que eu aproveito para ler e responder e-mails que são enviados por moradores. Alguns são redirecionados para os gestores que trabalham em horário comercial. O segundo turno é em torno das 12h até às 13h. Neste momento, entro em contato com os gestores para resolver algum assunto pendente tratado ao longo da manhã através de e-m ails. O terceiro turno é após as 18h30min, é neste momento que são marcadas as reuniões com subsíndicos (são cinco) e, uma vez por mês, com os conselheiros, para apresentação das pastas contábeis. Na sua gestão houve alguma iniciativa inédita, que tenha melhorado os processos do Condomínio? Fizemos um cadastro de e-mail (mailing) atualizado com 720 endereços, sendo 670 apartamentos. Através deste mailing é possível divulgar as informações aos condomínios de forma mais ágil. O que o levou a assumir o cargo de síndico? Minha motivação foi conseguir aumentar a valorização de todos os apartamentos, aplicando regras de qualidade, buscando alternativas sustentáveis onde se possa gerar uma fonte de remuneração para aplicar estes recursos em melhorias para o condomínio. Quantas pessoas trabalham no Terra Nova? São dois gestores (da Auxiliadora Predial), um auxiliar administrativo, quatro funcionários de Serviços Gerais (funcionários do condomínio), 14 encarregados da limpeza da empresa Brocker, além de 18 funcionários de portaria e segurança, da Anchieta. Como é feito o planejamento orçamentário? O primeiro planejamento foi feito pela Auxiliadora Predial, e este vem sendo analisado todos os meses. Como avalia sua administração? De média a boa. Devido ao fato de o condomínio ser muito grande, algumas ações no início não foram bem aplicadas, por isso hoje todas as novidades, por melhores que sejam, têm que ser muito bem analisadas. Quais são as características que não podem faltar em um síndico? Tem que ser uma pessoa com muita paciência. Entre as características que não podem faltar ao síndico, poderia citar ser administrador, contador, advogado, engenheiro, arquiteto, eletricista e até psicólogo, dentre outras necessidades em que eu ainda não fui acionado. Qual é a sua principal meta na gestão? Buscar uma melhor qualidade do Terra Nova. Como é a convivência entre os moradores? No Condomínio é muito tranquila, inclusive muitos moradores realizam atividades de recreação na área comum. Porém, o mesmo não se aplica nas assembleias, onde sempre existem algumas pessoas que estão mais para atrapalhar. Com o tempo, estes condôminos estão aprendendo a verdadeira necessidade da assembleia. Como é a participação dos condôminos na vida do Condomínio? É pouca, para um condomínio de 1.020 apartamentos. Temos umas dez pessoas que não são do Conselho que sempre sugerem boas ideias e identificam os problemas, apresentando soluções. Você desenvolveu algo relacionado às crianças e aos adolescentes? Foi realizada a atividade de basquete. Um morador trouxe esta sugestão e vem aplicando essa atividade, uma vez por semana, com crianças e adolescentes. Julho-Agosto-Setembro/2013 13 entrevista É realizada alguma atividade para motivar a participação nas assembleias? E stou elaborando uma cartilha de como participar de uma assembleia, pois é neste momento que vamos decidir o rumo do Condomínio. Há problemas de inadimplência? Temos, por mês, entre 5% a 8% de inadimplentes. Como lidar com os conflitos, quando eles surgem? Sendo muito político, não tomando partido de nenhum lado e sendo prático. A vida pessoal chega a ser impactada pelas atribuições de síndico? Bastante, pois quando ocorre um problema não importa se é algo que foi causado por um efeito da natureza ou por falta de manutenção, tudo é culpa do síndico – pelo menos na visão de uns 20% de moradores. Como avalia o atendimento da Auxiliadora Predial? Excelente. Sem esses profissionais a administração do condomínio fica impraticável para uma pessoa que tem uma vida profissional além do Condomínio. Que serviços da imobiliária o Condomínio utiliza? Utilizamos o serviço Gestão Total, porém este não é aplicado para controle financeiro. A sua experiência profissional ajuda na atuação como síndico? Tem ajudado bastante. O que mais lhe preocupa como administrador? A segurança dos moradores. Por isso mesmo adotamos uma maior rigidez de acesso das pessoas no interior dos prédios. Qual é a sua maior satisfação como síndico? Ver que boa parte dos moradores estão apoiando as decisões tomadas junto com a Gestão. 14 síndico 200 Lorenzo Lages, síndico do Condomínio Terra Nova Vista Alegre, tem focado muito na segurança dos condôminos Perfil Um sonho Viajar 30 dias pelo mundo afora sem programação de onde ficar um livro Fortaleza digital Um filme Curtindo a vida adoidado O vizinho ideal Aquele que traz um problema com uma sugestão de solução Uma alegria Encontrar com amigos Julho-Agosto-Setembro/2013 15 sustentabilidade Edifício Eólis recebe nova distinção por seu caráter de prédio sustentável Em sua 22ª edição, premiação do Sinduscon/RS destaca as boas práticas na construção civil A s empresas Auxiliadora Predial e Axeruld conquistaram o selo ouro, a distinção máxima no Sinduscon Premium 2012, na categoria Projetos e Práticas Sustentáveis, em abril deste ano. A premiação ocorreu em função do case “Eólis: Sustentabilidade Comprovada”. O prédio, que utiliza a energia eólica com uma de suas fontes de energia, localiza-se nos altos da Avenida Carlos Gomes, em Porto Alegre. Ele foi o primeiro edifício brasileiro a receber a certificação Aqua- Alta Qualidade Ambiental – para operação sustentável de prédios. Esta premiação é uma iniciativa do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon/ RS) que objetiva reconhecer e estimular a excelência empresarial e profissional de toda a cadeia produtiva da construção civil. São destacadas empresas e profissionais cujos trabalhos tenham contribuído para o aprimoramento, modernização e desenvolvimento da indústria do setor. Em paz com o meio ambiente e economicamente viável Segundo Christian Voelcker, vice-presidente da Auxiliadora Predial, o Sinduscon Premium 2012 mostra objetivamente que um empreendimento voltado à preservação do meio ambiente pode ser economicamente viável e, ao mesmo tempo, reduzir custos de manutenção e administração. “Com este prêmio, a Auxiliadora Predial se qualifica como a primeira administradora de prédios certificados ambientalmente”, disse Voelcker. Além da categoria Projetos e Práticas Sustentáveis, esta edição do Sinduscon Premium destacou também as categorias Empreendimentos de Grande Porte, Empreendimentos de Pequeno Porte, Inovação Tecnológica, Inovação Mercadológica e Inovação em Processos Internos. Conheça melhor o Eólis César Gimenez, diretor de Aluguéis da Auxiliadora Predial recebendo a premiação em nome da empresa 16 síndico 200 Inaugurado em 2006, o Edifício Eólis é referência na capital gaúcha graças aos diferenciais do projeto voltados à preservação do meio ambiente. O prédio conta com gerador eólico para abastecer as áreas comuns do empreendimento, cisternas para captação de água da chuva e itens que privilegiam o conforto visual e acústico, gerando economia de até 40% no consumo de energia e até 60% no consumo de água. Julho-Agosto-Setembro/2013 17 18 síndico 200 manutenção Marquises projetadas sobre logradouros públicos que apresentem fissuras requerem a apresentação de laudo de estabilidade estrutural com prova de carga Síndico: atenção às marquises Manutenção das estruturas externas são fundamentais para garantir a tranquilidade do condomínio O engenheiro da Prefeitura de Porto Alegre, Paulo André Machado, orienta sobre alguns pontos importantes a serem observados: Em função do nosso clima úmido, o fator mais importante a ser observado nesses equipamentos é a impermeabilização. Se bem feita, tem uma vida útil de até 10 anos. O surgimento de rachaduras, infiltrações de umidade ou rebocos que se soltam são sintomas de desgaste que podem colocar o condomínio, seus moradores e pedestres em risco. M arquises, sacadas e coberturas externas são itens que exigem cuidado especial dos síndicos. Manter esses espaços em perfeitas condições de conservação é mais do que obedecer a lei, é garantir a segurança de condôminos, inquilinos e pedestres. As regras são regulamentadas pelo poder municipal – mas têm em comum a responsabilidade do próprio condomínio em manter o equipamento em dia. Julho-Agosto-Setembro/2013 19 manutenção Em Porto Alegre, as inspeções devem ser a cada três anos. Já em Novo Hamburgo, por exemplo, a cada cinco anos. Um fator importantíssimo a ser destacado é a importância de uma pessoa habilitada para fazer esse tipo de inspeção. Somente um profissional da engenharia pode assinar um laudo atestando o bom estado das estruturas. Isso é fundamental para garantir a segurança de todos. De olho nas regras, o Condomínio Edifício Los Angeles, no bairro Bom Fim, na Capital, mantém suas estruturas prediais sempre em dia. O síndico Décio Anversa está sempre atento para garantir que a estrutura da marquise, que fica rente à calçada, esteja em perfeitas condições de uso. “Além dos laudos, conforme determina a lei, as inspeções são periódicas, mensalmente. Pouco antes de iniciar a época de chuva, fazemos uma manutenção preventiva com impermeabilizante e damos atenção especial aos vazamentos”, explica. 20 síndico 200 Outro fator de vigília constante é em relação às lojas que ocupam o andar térreo do prédio. Os locatários não podem colocar equipamentos na marquise, tampouco fazer furos que possam prejudicar a estrutura. Síndico de um prédio que possui mais de 50 anos de uso, Anversa tem consciência da importância dessa vigília constante. “Nossa marquise é bem rente à calçada. Estamos em plena Avenida Osvaldo Aranha, com um fluxo de pedestres intenso durante todos os dias. Se chega a dar um algum problema, pode ser muito grave”, analisa. Até mesmo por isso, em torno de cinco anos atrás, toda a estrutura foi refeita. Décio Anversa apenas lamenta que outros edifícios da região não tenham o mesmo cuidado. Ele avalia que o alto custo para a manutenção dificulta o processo em condomínios menores. Laudos têm regras específicas Os municípios gaúchos utilizam diferentes mecanismos para a fiscalização estrutural das marquises. Em Porto Alegre, a fiscalização é feita pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb). O órgão mantém um controle dos condomínios que estão com licença por expirar (período tri-anual) e também pode ser chamado para inspeções em caso de denúncia. “Não existem, contudo, vistorias prévias, à cargo da Smurb, nos edifícios. Caso seja colocada carga ou peso extra sobre a marquise, como compressores de ar condicionado ou placas de publicidade, por exemplo, é exigido um estudo técnico de capacidade de carga”, explica o coordenador de prevenção da Smurb, Paulo André Machado. Em Novo Hamburgo, é a Secretaria de Obras Públicas a responsável por receber as vistorias e punir os condomínios que não apresentem laudo a cada cinco anos. A lei prevê, ainda, que o documento deve apresentar uma prova de peso quando, na ocasião da vistoria, o engenheiro constate a existência de fissuras ou deformações aparentes, manchas de infiltração, painéis publicitários e luminosos instalados. Décio Anversa, síndico do Edifício Los Angeles, na Capital, está sempre atento às condições das marquises As regras na Capital De acordo com a Lei 6.323, de 1988, é de responsabilidade dos proprietários dos prédios a manutenção e conservação dos elementos de construção ou apostos às fachadas. Os responsáveis, por meio do síndico ou do proprietário, pelos prédios que possuam marquises projetadas sobre logradouros públicos, deverão apresentar laudo estrutural a cada três anos – e a partir do terceiro ano de construção. O laudo deve ser apresentado, até 60 dias contados a partir do terceiro ano de construção, na sede da Secretaria Municipal de Urbanismo (Smurb), na Avenida Borges de Medeiros, 2.244. O documento deve conter a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), assinada por um engenheiro responsável. A s medidas de manutenção apontadas no laudo devem ser executadas em até 60 dias – e sua conclusão comunicada à Smurb. E m caso de ser recomendada a demolição da marquise, o ato dependerá de prévio licenciamento. Condomínios que não apresentarem o laudo estão sujeitos à autuação e multa. As legislações que regulamentam essas ações são a Lei 6.323/88 e o Decreto 9.425/89. Julho-Agosto-Setembro/2013 21 capa Fidelizar funcionários O que fazer para manter os colaboradores mais satisfeitos e por um tempo maior Q ue síndico já não passou pela experiência de contratar um funcionário, qualificá-lo, vê-lo evoluir e em pouco tempo, encarar um pedido de demissão por uma proposta melhor ou sem nenhuma justificativa? A retenção ou fidelização tem sido uma preocupação para aqueles que investem na qualificação de funcionários e valorizam a confiança e o comprometimento. E é pelo crescente aumento da rotatividade de funcionários que administradoras e síndicos têm buscado alternativas na hora de contratar. Entre as inúmeras estratégias, a particularidade de cada situação deve ser identificada para se traçar um plano de fidelização. O tipo de contratação também é determinante na hora de fidelizar: quando a própria pessoa jurídica do condomínio é o empregador, trata-se de contratação direta; quando o condomínio contrata uma prestadora de serviços, chama-se de contratação terceirizada. “A contratação direta é segura quando o condomínio está assessorado por uma administradora experiente e que segue os preceitos legais rigorosamente. Já a terceirização trará benefícios quando feita com uma empresa idônea, que dá todas as garantias necessárias de que as obrigações trabalhistas e fiscais estão em dia”, explica a gerente da Auxiliadora Serviços Ltda, Susana Cogo. Mesmo sendo responsável direta no caso de pa gamento de alguma indenização trabalhista, o condomínio será solidário nesta relação jurídica. Mas não há como negar que, quando a contratação é terceirizada, o condomínio sairá ganhando no caso de faltas dos funcionários. “A terceirização traz uma maior profissionalização e controle, sem contar que 22 síndico 200 desonera o síndico na hora de substituições” explica Susana. “Quando o condomínio pode investir, acredito que a escolha da contratação terceirizada traz mais benefícios”, concorda Aline Rosa Pereira, supervisora Full Time da Gestão Total. “É preciso contratar uma empresa de confiança. Já presenciei casos de contratação de empresas de fundo de quintal que só trouxeram problemas. A terceirizada liga para conferir se o funcionário está no posto. Caso falte, envia um substituto, sem dar trabalho para o síndico. Já se a contratação é direta, o condomínio tem que se programar e ter uma pessoa para cobrir as férias”, explica. Mas o problema de assiduidade não é exclusivamente enfrentado com a contratação terceirizada. Condomínios que contratam diretamente também demonstram exemplos positivos de comprometimento de seus funcionários. É o caso do Condomínio Jardim Bandeirantes, na Zona Sul de Porto Alegre. Lá a assiduidade não é problema para Gervalino Pinto e Valter Pinto Pereira, irmãos que trabalham, respectivamente, na portaria e na zeladoria há quase 30 anos. Eles ajudaram a construir o prédio e viram a síndica, Lívia de Souza Martins, brincar pelos pátios do condomínio. Para os dois, considerados “patrimônios históricos”, segundo Lívia, o bom tratamento e a flexibilidade de horários são os principais determinantes de sua permanência do emprego. “Temos horário para cumprir, mas se alguém adoec e, a Lívia sabe que pode bater na minha porta e me chamar”, explica Valter, braço direito da síndica. Os benefícios resultantes dos quase 30 anos de contratação, como triênios acumulados, fazem com que os dois não pensem em sair. “Hoje o salário deles, comparado ao de mercado, é bem superior”, lembra Lívia, que também oferece uma cesta básica como benefício. “Com eles é diferente, até as orientações dos dois são mais atendidas pelos condôminos do que os pedidos dos funcionários da segurança, que são terceirizados”, enfatiza a síndica. Os irmãos Valter Pinto Pereira (zelador) e Gervalino Pinto (porteiro), à direita na foto, trabalham há quase 30 anos no Condomínio Jardim Bandeirantes, em Porto Alegre. Ao centro, a síndica Lívia de Souza Martins O lado bom de fidelizar A busca da fidelização não é privilégio de condomínios. Todas as empresas controlam o seu turnover, termo de recursos humanos utilizado para medir a rotatividade de pessoal. Quando o índice de saídas é grande, consequentemente acontecem mais admissões e a folha de pagamento fica sobrecarregada. “Além disso, a troca constante não traz benefícios ao condomínio, pois se perdem procedimentos e conhecimentos adquiridos com a rotina”, explica Suzana. A gerente também alerta para o outro lado da moeda. “Muito tempo trabalhando no mesmo local também pode criar vícios nada saudáveis. Por isso o profissional precisa buscar sempre a atualização e saber se posicionar adequadamente diante das demandas, independente do tempo que esteja no emprego”. A auxiliar administrativa do Edifício Formac, Zeni Daitx, está há 24 anos no Condomínio, desde que começou a atuar como ascensorista. De lá para cá, ela só cresceu como profissional, com um desempenho elogiado pela síndica Mariane Spiekermann. “Ela está sempre superando nossas expectativas, em busca de constante atualização. Podemos dizer que ela é uma profissional diferenciada, que busca corresponder aos avanços impostos pelo mercado de trabalho”. O tempo que Zeni está no Formac fez a Julho-Agosto-Setembro/2013 23 capa Zeni Daitx trabalha há 24 anos no Edifício Formac, na Capital. Começou como ascensorista e, hoje, é auxiliar administrativa. Ela atribui sua permanência ao bom ambiente de trabalho, ao excelente relacionamento com os condôminos, os colegas e a chefia confiança entre a funcionária e sua síndica aumentarem cada vez mais e hoje, Zeni é referência para o restante da equipe. “Valorizamos o seu conhecimento, sua credibilidade junto aos condôminos e sua capacidade de articular e resolver as questões do dia a dia com muita agilidade e leveza”, pontua Mariane. Para Zeni, o bom ambiente de trabalho, a estabilidade e o excelente relacionamento com os condôminos, os colegas e a chefia foram os principais motivos de sua permanência no Formac. Benefícios que fazem a diferença Bom relacionamento, regras e responsabilidades claras, seguir à risca o que a legislação determina e oferecer ao funcionário um local adequado para alimentação e troca de roupas são diferenciais que Margarete Quevedo, supervisora de Administração de Pessoal aponta como essenciais para reter o colaborador. No entanto, para a especialista que acompanha o dia a dia dos funcionários de condomínio, o que mais pesa na decisão entre permanecer no atual emprego ou partir para uma nova oportunidade é um pacote de benefícios diferenciado. “Como estamos falando de um mercado que oferece um salário na base dos R$ 800 mensais, uma cesta básica ou um vale-refeição é determinante na hora da escolha. Não é preciso efetivamente aumentar o salário, pois essa mudança acarretaria em mais encargos para o condomínio, mas quem oferece um pacote de benefícios que agregue valor para o funcionário e sua família, com certeza consegue fidelizar melhor”, explica Margarete. No Edifício Monte Serrato, no bairro Bela Vista, um salário maior que a média do mercado e a criação de um bônus, dividido em uma cesta de final de ano e um valor em dinheiro, fez a diferença. As mudanças foram decididas depois de um investimento forte em treinamento e aparelhos de proteção individuais. Desde então, nenhum empregado saiu. “Tivemos o caso de um funcionário que encaminhou o pedido de demissão e quando soube dos benefícios que ofereceríamos, voltou atrás”, conta Paulo Shiavon, um dos conselheiros do Condomínio. Para ganhar o bônus, que vale aproximadamente 60% do salário mensal, é realizada uma avaliação qualitativa do trabalho desempenhado, assim como um controle intenso da assiduidade. “Antes encontrávamos funcionários dormindo em serviço, com a gravata torta... Nunca mais tivemos problemas como este”, complementa Paulo. 24 síndico 200 Julho-Agosto-Setembro/2013 25 manutenção Fuja dos problemas causados pela sujeira nas calhas Manutenção periódica auxilia a impedir entupimentos e danos à estrutura do condomínio L embrados muitas vezes apenas quando a umidade e as infiltrações nas residências ou nos apartamentos do último andar de uma edificação são visíveis, calhas, tubos de queda e algerozes demandam cuidados e limpeza preventiva para evitar o entupimento do condutor e da caixa coletora e, consequentemente, os alagamentos na laje do condomínio ou casa. O acúmulo de folhas, poeira, sacolas plásticas trazidas pelo vento e até mesmo ninhos de pássaros são as principais causas de obstrução desses mecanismos, que captam a água da chuva e a conduzem para longe da construção, preservando e aumentando a vida útil de paredes, portas e janelas. “Uma vez achamos uma bandejinha de isopor – dessas que usam para colocar a carne nos supermercados – formando uma tampa e impedindo a água de escorrer adequadamente”, descreve Emanuel Barbosa da Silva, proprietário da ABC Construções e Reparos, em Porto Alegre. Trabalhando há 15 anos com a conservação de calhas, Silva observa que a época antes das chuvas fortes é a mais indicada para a realização do serviço e que ele deve ser efetuado a cada seis meses. Já o supervisor técnico da Riograndense Serviços, Gilmar Athayde, pondera que não há um tempo ideal. “A periodicidade depende de fatores como a localização da residência ou prédio. Se ele está próximo a uma área com muitas árvores, por exemplo, precisará de lim26 síndico 200 pezas mais frequentes”, salienta. Ele recomenda ainda que a remoção dos detritos acumulados ocorra de quatro em quatro meses. Limpeza em dia Athayde explica que a manutenção das calhas é executada com a remoção do material que ficou depositado na estrutura e com a raspagem do condutor e da caixa coletora. Nas situações em que é identificado o entupimento dos condutores, com água parada dentro, é feita a desobstrução com o uso de um cabo rotativo, que não provoca danos à tubulação. Tanto o supervisor técnico da Riograndense quanto o proprietário da ABC Construções comentam que os materiais mais utilizados na confecção das calhas, atualmente, são as chapas de aço galvanizadas e o PVC (plástico mais resistente). “As de PVC são fabricadas em medidas padrão, na maioria dos casos, não adequadas aos edifícios. Por isso seu emprego é mais comum em casas”, esclarece Athayde. Silva acrescenta que “a principal vantagem delas é a maior durabilidade”. Se as galvanizadas, por um lado, têm o benefício de serem produzidas conforme a necessidade da edificação, por outro elas exigem uma avaliação anual para conferir possíveis oxidações ou deteriorações, especialmente, nas emendas. Por ficarem expostas constantemente à ação do sol e da chuva, elas podem enferrujar. Para evitar um problema maior, Athayde sugere que seja feita pelo zelador ou pessoa responsável pela conservação do prédio a verificação das estruturas, assim como a limpeza do local, varrendo a sujeira e folhas acumuladas. Outra dica é o uso de produtos antiferrugem para tratar as emendas e os pontos das calhas que tenham sinais de desgaste. Recursos alternativos Outra opção disponível no mercado para prevenir o entupimento dos tubos de queda é o ralo para-folha (popularmente conhecido como ralo abacaxi, devido ao seu formato). Segundo o supervisor técnico da Riograndense, ele é instalado no bocal da calha, adequando- se perfeitamente à bitola do cano, evitando a entrada de folhas no tubo de queda. “Porém, ele não impede que as mesmas fiquem depositadas ao longo da estrutura. Condomínios que usam esse tipo de dispositivo devem, quinzenalmente, fazer a revisão e remoção dos detritos”, adverte Athayde. Com relação aos valores do serviço, ele adianta que o custo é calculado a partir da metragem das calhas (tamanho do telhado) e da altura do prédio. Na empresa, localizada na capital gaúcha, a raspagem do condutor e a limpeza de calhas com até 20 metros de uma construção de até quatro andares saem por R$ 250,00, em média. Quando há entupimento no condutor, o preço oscila entre R$ 250,00 a R$ 400,00. Julho-Agosto-Setembro/2013 27 geral Condomínios realizam campanhas de solidariedade entre moradores Mobilização auxilia comunidades próximas e instituições carentes A costumada a organizar e participar das campanhas de arrecadação de agasalhos e alimentos dos colégios em que trabalhava, a professora aposentada Cloé Espírito Santo Brizolla manteve a prática quando se mudou, há mais de uma década, para o Condomínio Residencial Irmã Dulce, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. Antes mesmo de assumir como síndica, em 2010, os vizinhos já a procuravam para doar roupas e eletrodomésticos antigos. Os donativos eram distribuídos nas vilas próximas à região e também às pessoas que vinham pedir auxílio no prédio. Cloé faz referência às doações de parte dos 256 apartamentos que constituem os oito edifícios do Irmã Dulce: “O que anteriormente acabava no lixo, agora é reaproveitado. Os móveis que compõem o escritório da administração, por exemplo, são todos de condôminos que adquiriram peças novas e não tinham o que fazer com as velhas”. Se no começo a ação era mais individual, hoje os moradores já sabem como ajudar e deixam suas contribuições na área administrativa ou na caixa que fica instalada na entrada do Condomínio. Cloé destaca que conta com o apoio do subsíndico Valdemir, do Conselho Consultivo e de Vitor, assessor de Condomínios da Auxiliadora Predial para definir e realizar as atividades. No momento, todos estão colaboran- do com a campanha do agasalho, que encaminhará o material arrecadado para a Legião da Boa Vontade. “Uma vizinha trabalha na instituição e vai levando os donativos aos poucos”, acrescenta. Cloé recorda que foi o incêndio na Vila Liberdade – que deixou mais de 50 casebres destruídos e outros 150 avariados na proximidade da Arena do Grêmio, na capital gaúcha – que mudou a forma como ela vinha lidando com as doações. “Ali teve início uma mobilização com os condôminos para auxiliar as pessoas que perderam tudo. Foi a primeira iniciativa de solidariedade que envolveu todo o Irmã Dulce”, destaca. O resultado foi tão positivo (foram necessárias quatro viagens de Síndica Sônia Soares, do Edifício Laçador, realiza campanhas de solidariedade com regularidade 28 síndico 200 Síndica Cloé, do Edifício Irmã Dulce, na entrada do prédio, onde fica a caixa para doações Campanha do agasalho da Auxiliadora Predial A Imobiliária também incentiva o envolvimento de seus colaboradores e clientes em ações solidárias. Desde 2003, a empresa promoveu a Auxilidariedade, sua campanha do agasalho. Neste ano, as agências Centro, Menino Deus, Petrópolis, Zona Norte, Carlos Gomes, Zona Sul (em Porto Alegre), Novo Hamburgo e Capão da Canoa receberam roupas para adultos e crianças, sapatos e cobertores. Caroline Madeira, da área de Recursos Humanos/ Comunicação Interna da Auxiliadora Predial, informou que foi realizada uma votação entre os funcionários para escolher a instituição de caridade que recebeu os donativos. carro para levar toda a roupa e alimentos reunidos) que o engajamento passou a ser uma atitude frequente dos residentes. Cloé acrescenta que eles estão recebendo donativos de pessoas que passam na calçada, veem a caixa da campanha do agasalho e resolvem contribuir com a ação. Conscientização permanente A solidariedade é uma característica comum entre os vizinhos do Condomínio Residencial Laçador e do Irmã Dulce, localizados a poucos metros um do outro, no Humaitá. No Laçador, a síndica Sônia Lopes Soares realiza desde que assumiu a administração – também em 2010 – um trabalho contínuo de conscientização junto aos moradores para que eles socializem aquilo que não usam mais. Roupas, calçados, móveis e eletrodomésticos que podem ser consertados e reutilizados são separados e deixados pelos condôminos na área de zeladoria. “Faço uma avaliação do que precisa ser lavado ou arrumado e chamo as instituições de caridade para buscar o material ou levamos para algumas creches da região”, descreve. A gestora salienta que prefere não fazer doações individuais, pois acredita que as entidades possuem em seus cadastros pessoas que realmente precisam de ajuda. Essa mobilização, reforça Sônia, não está ligada a uma época do ano, ela acontece o tempo todo. Outra medida em andamento no Condomínio, que possui oito prédios e 254 unidades, envolve o lixo produzido no local. Diariamente, um senhor recolhe todo o resíduo (seco e orgânico) e leva para a Vila Santo André, que fica no mesmo bairro, onde é efetuada a reciclagem dos elementos. “Com a ação, empregos e renda estão sendo gerados. E ainda colocam a criatividade em prática: eles misturam o isopor que acham com gasolina e fazem um tipo de cola para selar o telhado das casas”, comenta a síndica. Para incentivar a participação dos condôminos, Sônia adota a conversa diária como ferramenta. Como está sempre circulando pelas áreas comuns, quando vê alguém colocando algo fora pergunta se aquilo pode ser reaproveitado e doado. “O envolvimento dos vizinhos é grande”, afirma satisfeita. Ela incentiva, ainda, que eles entreguem pessoalmente os donativos para conhecerem de perto os lugares que estão auxiliando. “Quando a Prefeitura de Porto Alegre montou um QG na Escola Municipal de Ensino Fundamental Vereador Antônio Giúdice para ajudar as pessoas atingidas pelo incêndio na Vila Liberdade, alguns moradores levaram diretamente roupas, alimentos, colchões e cobertores ao local, além do que arrecadamos”, observa. Em breve, Sônia deve começar a divulgação – por meio de avisos nos murais dos blocos – de seu novo projeto: arrecadar brinquedos e doces e levar a creches da região para que elas possam comemorar o Dia das Crianças, em outubro. Julho-Agosto-Setembro/2013 29 segurança Segurança eletrônica: tecnologia a serviço do bem estar Monitoramento a distância e a ação imediata em caso de emergência é a promessa do serviço U ma resposta efetiva e ágil às emergências ocorridas nas rotinas de segurança dos prédios é a promessa da chamada segurança eletrônica. Alarmes monitorados e portaria virtual são alguns dos produtos que entram no rol do serviços que busca proteger o patrimônio. A confiabilidade do sistema é construída com base em estudos de analise de risco do ambiente e as rotinas do lugar. “Essa ’anamnese’ permitirá a construção de um sistema confiável, por isso a necessidade de ser feita por empresa e profissionais com experiência no segmento”, lembra Luciano Moraes, diretor geral da GSR – Gestão de Segurança e Risco. Ele lembra que todo sistema possui um módulo auxiliar de energia que, em faltas rápidas, suporta o funcionamento do sistema. “Caso o condomínio tenha um grupo gerador isso tornará mais seguro todo o sistema”, enfatiza Moraes. Instalação adequada A importância de instalar corretamente os equipamentos é destacada por Giovanni Rimolo, gerente operacional da Monitora RS. “Os equipamentos eletrônicos possuem alto grau de confiabilidade, desde que corretamente instalados e programados, proporcionando, principalmente aos condomínios, uma redução de custos com pessoal e maior segurança efetiva, pois os problemas de procedimentos que dependem de decisão humana são minimizados”, lembra Rimolo. O dimensionamento correto dos equipamentos também foi lembrado por Moraes, da GSR. Ele enfatiza outro ponto que merece atenção: o conjunto de procedimentos de operação da empresa prestadora de serviço. “Esse conjunto de equipamentos bem dimensionados e os procedimentos corretos formam o alicerce da prestação de serviço”, lembra Moraes. 30 síndico 200 Arquivo/Monitora RS As normas de conduta e rotina dos usuários são praticamente as únicas diferenças na adoção do sistema para prédios comerciais ou residenciais, uma vez que as tecnologias e equipamentos empregados são similares. Na maior parte das empresas consultadas para esta matéria, os sistemas usualmente trabalham com backup e supervisão 24 horas dia, incluindo falhas de energia, que podem ser alimentados por no breacks, ou soluções especificas, tais como o a continuidade de funcionamento dos portões de garagem, mesmo em falta de energia. Sobre o tempo de atendimento, Moraes diz que a boa prática de prestação de serviço estima um tempo médio de atendimento na faixa entre 6 a 24 minutos “Há muitas variáveis envolvidas, como o trânsito, intempéries, dias da semana, mas a média deve ser esta.” Ana Paula Pedroso, gerente administrativa da Monitora RS destaca que o importante não é propriamente o tempo de chegada, mas sim o processo de ações e informações que são monitoradas. “O monitoramento permanente permite aos profissionais a tomada de decisões e procedimentos no momento imediato do recebimento do alarme. Ou seja, procedimentos são tomados de forma simultâ nea, com o deslocamento da viatura mais próxima quando necessária, no menor tempo possível”, garante Ana. Tecnologia empregada De acordo com Moraes, a tecnologia adotada pela GSR é formada por um conjunto de fornecedores nacionais fortes que já se destacam no fornecimento de tecnologias ligadas a esse setor, como softwares e equipamentos. Hoje, a empresa trabalha com softwares nacionais e equipamentos canadenses e americanos. “Recentemente estivemos na ISC Las Vegas, trazendo tecnologias para nossos clientes”, lembra o diretor. Já a Monitora informa que a maioria da tecnologia adotada vem de Israel, Canada e Taiwan, destacando que estão de forma permanente em busca de produtos inovadores que garantam soluções confiáveis de segurança para seus clientes. Julho-Agosto-Setembro/2013 31 gestão Segurança é um dos principais desafios na gestão de condomínios comerciais A administração desses complexos demanda atenção especial dos síndicos devido à diversidade de seus públicos e necessidades E Daniela Baptista, supervisora Part Time da Gestão Total da Auxiliadora Predial em frente ao Edifício Eólis 32 síndico 200 mpresas, consultórios médicos, lojas. Os distintos negócios que compõem os condomínios comerciais e o grande número de pessoas que circulam por suas dependências diariamente exigem cuidados redobrados dos síndicos para garantir o bem-estar de todos e uma gestão que responda às particularidades dos públicos ali reunidos. Diante desse cenário, alguns administradores estão buscando soluções para aumentar o controle do acesso aos prédios e investindo na contratação e treinamento de funcionários. A supervisora Part Time da Gestão Total da Auxiliadora Predial, Daniela Baptista, comenta que muitos edifícios estão instalando catracas, portas giratórias e sistemas de monitoramento para melhorar a identificação nos condomínios. “Além disso, é preciso implantar procedimentos de segurança e fazer com que eles sejam compreendidos e seguidos pelos condôminos e seus clientes”, acrescenta. No Eólis, empreendimento comercial da Auxiliadora Predial em Porto Alegre, uma porta giratória no hall de entrada já sinaliza a existência de medidas preventivas. Com três grandes locatários – duas empresas privadas e um órgão público –, o ingresso de colaboradores, visitantes e entregadores é feito a partir do registro na portaria, que opera com uma recepcionista e quatro porteiros, responsáveis também pelo controle da movimentação, por meio de câmeras, na garagem e nas áreas comuns. Para resolver essa e outras questões relacionadas à administração e à conservação da estrutura, o Eólis conta com um gestor síndico da Gestão Total da Imobiliária. Três vezes por semana, Rodrigo Dutra faz uma vistoria nos andares verificando a limpeza, o funcionamento de lâmpadas, elevadores, câmeras, extintores de incêndio, bebedores e outros equipamentos, recolhe a correspondência e checa se há alguma pendência a ser resolvida. Para atender às demandas com agilidade e eficiência, ele tem ainda o apoio de um supervisor, de um comprador, de dois suportes e de um oficial de manutenção da Gestão Total. Para que tudo funcione adequadamente, reforça a supervisora Part Time da empresa, é preciso trabalhar com profissionais qualificados para executarem suas tarefas. “As pessoas são a chave do negócio, por isso vale investir em uma boa contratação, treinamento e acompanhamento”, aponta. Com exceção da recepcionista, que é contratada pelo próprio Eólis, os demais funcionários (porteiros e serviços gerais) fazem parte do quadro da Auxiliadora Serviços e passaram Isadora e o porteiro Renan Costa da Silva na portaria do Edifício Eólis fazendo o controle do acesso por uma criteriosa seleção e treinamento da companhia para lidar com o público que circula pelo local e saber a quem recorrer quando houver algum problema. Outro diferencial na gestão do prédio, segundo Daniela, refere-se a sua característica principal: a sustentabilidade. Certificada com o selo Aqua – Alta Qualidade Ambiental, a construção possui uma série de soluções para reduzir o consumo de água e energia, como a captação de água da chuva e a instalação de um aerogerador (cata-vento para a produção de energia a partir dos ventos), assim como promove o descarte correto do lixo produzido por seus usuários. Para colocar em prática e obter melhores resultados com as ações de autossustentabilidade, o Eólis conta com um gestor específico para a área. Além disso, está formando um comitê com a participação dos locatários para a conscientização e adoção dessas iniciativas por todos. Mesma legislação para prédios comerciais e residenciais Síndico Algan Pires, na área da recepção do Centro Profissional Montreal, na Capital O advogado Pedro Guilherme Becker obser v a que, apesar das edificações comerciais serem regidas pela mesma legislação dos prédios residenciais (Lei do Condomínio – Lei 4.591/64 – e Código Civil), o que os distingue são as Convenções e Regimentos Internos. “Nos edifícios comerciais, eles (Convenção e Regimento Interno) devem ser adequados às diversas relações entre os condôminos e às peculiaridades próprias do uso das economias”, salienta. Outra diferença envolve a manutenção do ar condicionado central. A Resolução 176/00, do Ministério da Saúde, determina que proprietários, locatários e administradores de ambientes climatizados por sistemas acima de 60 mil BTUs/h são responsáveis pela qualidade do ar e devem ter um plano de conservação, contando com um técnico ou empresa especializada para mantê-lo. Julho-Agosto-Setembro/2013 33 gestão Com relação à divisão das despesas do condomínio, o Código Civil estabelece em seu artigo 1.336 que ela deve ser feita de acordo com as frações ideais. Já o artigo 1.340 indica que: “os custos relativos a partes comuns de uso exclusivo de um condômino, ou de alguns deles, incubem a quem delas se serve”. Como, por exemplo, as lojas que ficam no térreo e não precisam do elevador. Sobre a aprovação de obras, as regras seguem iguais para complexos comerciais e residenciais, definida pelo artigo 1.341. Aquelas emergenciais e de baixo valor podem ser realizadas sem a aprovação da assembleia. Já as intervenções maiores devem ser avaliadas em reunião convocada pelo síndico e aprovadas por dois terços dos votos ou pela totalidade, dependendo da mudança a ser implementada. Excelência no atendimento No Centro Profissional Montreal, localizado no bairro Menino Deus, na capi- tal gaúcha, a segurança também é um dos principais desafios do síndico profissional Algan Pires, que administra a edificação desde 2011. Com 47 salas e quatro lojas no andar térreo, circulam pelo prédio cerca de 300 pessoas diariamente, entre clientes, pacientes e motoboys. Para entrar no edifício, todos precisam se identificar ao porteiro, que comunica o condômino para que este libere o acesso. “Uma dificuldade que temos é que algumas empresas não querem que façamos esse controle. Assim, em determinados casos, o zelador acompanha a pessoa até o andar”, explica o gestor. Além disso, o Condomínio possui uma câmera para registrar a movimentação no local. Outra preocupação de Pires envolve o treinamento dos profissionais que atuam no Montreal para que eles possam oferecer um atendimento de qualidade. Para isso, o síndico está constantemente avaliando a postura e a capacidade de Da esquerda para a direita, o síndico Algan Pires e o zelador Nelson Carvalho Silva, do Centro Profissional Montreal, na Capital 34 síndico 200 Porteiro do Centro Profissional Montreal, Ivan Machado comunicação dos funcionários (são dois porteiros, um zelador que mora no prédio e um serviços gerais para a limpeza). “O objetivo é que os proprietários e locatários sintam que seus visitantes são bem recebidos”, assinala. Apesar de reunir uma grande diversidade de empreen dimentos – são escritórios de advocacia e de engenharia, consultórios médicos, uma gráfica, entre outros –, a demanda principal dos condôminos é comum: ter uma edificação com uma estrutura satisfatória e conservada, que represente a imagem do seu negócio. O cuidado com as dependências é parte da rotina do zelador Nelson Carvalho Silva. Todo dia ele confere a limpeza dos andares, a existência de lâmpadas queimadas, o funcionamento do elevador e se o uso da vaga da garagem para carga e descarga está sendo feito adequadamente – há um limite de 15 minutos para cada veículo, sendo cobrada multa para aqueles que excedem o tempo. No prédio, as obras de pequeno volume e custos são decididas em conjunto com o Conselho Consultivo, que é bastante participativo na preservação do Montreal. Aquelas que demandam mais recursos e trazem maiores impactos são votadas em assembleias, que contam com o envolvimento dos condôminos. Com experiência na gestão de prédios comerciais e residenciais, Pires afirma que os primeiros são mais tranquilos de administrar. “Como é um lugar de trabalho, quase não há atritos entre vizinhos, reclamações sobre barulho e as ações de manutenção são mais fáceis de aprovar e executar, uma vez que todos buscam o melhor ambiente para seus visitantes”, conclui. Julho-Agosto-Setembro/2013 35 manutenção Geradores: garantia da energia sempre presente Instalação de geradores de energia em condomínios exige preparo técnico e manutenção constante M anter um ambiente livre das oscilações do fornecimento de energia elétrica já é uma realidade em muitos condomínios residenciais e comerciais. Isso é possível por meio da instalação de geradores de energia – que podem ser movidos a gás ou a diesel – equipamentos que, apesar de exigirem uma estrutura especial e manutenção constante, trazem tranquilidade aos condôminos e até economia na conta mensal de luz. É o caso do Centro Administrativo Farroupilha (CAF), localizado na Zona Norte de Porto Alegre. O prédio, que funciona há cerca de um ano, possui nove andares de salas comerciais. Planejado para receber estruturas como data bases de empresas, o Condomínio já foi preparado para abrigar um gerador de energia de grande porte, com capacidade para 15 mil litros de diesel. O gestor do Condomínio, Gelson Oliveira, explica que esse gerador foi instalado com o objetivo não apenas de suprir o abastecimento em caso de queda ou oscilação de energia por parte da fornecedora, mas também para funcionar diariamente, no horário de ponta (das 18h às 21h). “O nosso maior objetivo, com isso, é reduzir a conta de luz, uma vez que o custo do quilowatt/hora, nessa faixa de horário, costuma ser até oito vezes maior”, afirma. A economia real mensal do Condomínio ainda está sendo avaliada, por isso ainda não é possível falar em valores ou porcentagens. Deve-se acrescentar, nessa conta, o custo de manutenção do equipamento que, no CAF, gira em torno dos R$ 5,5 mil mensais. Uma equipe da própria empresa que instalou o gerador vai até o condomínio todos os meses para fazer testes nos equipamentos e providenciar a reposição de peças, quando necessário. 36 síndico 200 O fator mais importante no funcionamento do gerador, no entanto, é a segurança, avalia Oliveira. “Há, no nosso Condomínio, equipamentos que funcionam nas 24 horas do dia e, se ficarem parados, representam um prejuízo enorme às empresas. Além de ser acionado imediatamente nos casos de corte no fornecimento, o gerador liga quando há oscilações a partir de 10% da capacidade, suprindo 100% da capacidade operacional”, enfatiza. Controle facilitado pela automação Além da manutenção mensal pela empresa especializada, o gestor do Centro Administrativo Farroupilha, Gelson Oliveira está sempre informado sobre a situação do gerador. Isso é possível, porque o equipamento conta com um sistema de automação, em que todas as informações podem ser acessadas da tela do computador. Um e-mail também é enviado para o gestor, toda vez que o gerador é ligado ou desligado. “Também tenho acesso ao nível de diesel de cada tanque e posso verificar se a atividade de rampa (quando o gerador liga ou desliga) ocorreu normalmente”, descreve. O engenheiro Maurício André Lohmann dá dicas para o condomínio que quer instalar um gerador: Contrate uma empresa que tenha registro junto ao Crea, tanto para instalação quanto para a manutenção do equipamento. E xija que o profissional emita a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Tenha um contrato de manutenção contínua para o seu gerador. Preveja visitas técnicas mensais à sala do gerador, para garantir seu total e perfeito funcionamento. Gelson Oliveira é o gestor do Centro Administrativo Farroupilha, em Porto Alegre Julho-Agosto-Setembro/2013 37 manutenção Laudo técnico é fundamental, avalia o Crea/RS Não há regramento ou obrigatoriedade quanto à instalação de geradores de energia em condomínios. A opção por adotar o equipamento, bem como a capacidade para cada caso, é avaliada pelas necessidades dos condôminos. Há a opção de geradores complexos, como o do CAF e outros mais simples, como aqueles que são acionados somente em caso de queda de energia. Os geradores também podem suprir apenas elevadores, ou somente as ventilações verticais, como escadas de emergência, para casos de incêndio. No entanto, é fundamental que um profissional técnico acompanhe todo o processo de avaliação das necessidades, instalação do equipamento e, ao colocar o gerador em funcionamento, emita uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). O engenheiro eletricista e de segurança do trabalho Maurício André Lohmann, conselheiro da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea/RS), explica que esse documento dá garantias para o condomínio: “Somente um profissional tecnicamente habilitado pode definir e detalhar os critérios de segurança na instalação e conservação deste equipamento, evitando incidentes como choques elétricos e até incêndios”, alerta. Lohmann enfatiza que, em caso de incidentes, alguém certamente será responsabilizado por isso – e com a ART em dia, há garantias para o condomínio de que ele fez tudo o que era necessário para evitar problemas. 38 síndico 200 Gelson Oliveira, gestor do Centro Administrativo Farroupilha, junto ao gerador do Condomínio Ambiente especializado É em uma sala junto ao estacionamento do CAF, projetada especialmente para esse fim, que se encontra o gerador. O local possui grandes janelas com estruturas para garantir a ventilação e reduzir o ruído externo. Somente pessoas autorizadas e utilizando equipamentos de segurança têm acesso à sala, que fica sempre trancada. O engenheiro civil Wolny Oliveira, que atua no Condomínio e acompanha a visita ao local, explica que é fundamental que o gerador esteja sempre pronto para ser acionado. “Tudo é planejado para que o equipamento esteja 100% à disposição. Desde os sensores que avisam qualquer vazamento de diesel, até as lâmpadas da sala, com proteção contra explosão e que, em caso de curto-circuito, não danificam o gerador”, explica. 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